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Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites
O JOELHO JUVENAL
Era uma vez um joelho
que se chamava Juvenal.
Juvenal tinha um problema,
coitado:
vivia todo escalavrado.
Também, quem mandou
o Juvenal ser joelho
de um menino levado?
Juvenal queria muito
aprender língua de menino
só pra falar assim:
”Menino, tem dó de mim!”
Mas,
quando o esfolado sarava
Juvenal bem que gostava
de correr e de saltar.
E ele se desdobrava
e se dobrava outra vez
todo alegre, pois sabia
que, indo e vindo, fazia
o seu menino feliz.
E ficava muito atento
conversando com o pé
(pois
joelho e pé
se falam).
-Cuidado aí, companheiro!
Pode ser que no meio do caminho
tenha uma pedra, tenha uma
pedra no meio do caminho...
... e ai,
você tropeça
e quem vai sofrer
sou eu.
Mas, não adiantava nada!
O pé sempre tropeçava
e lá ia o Juvenal
outra vez pra enfermaria!
O Juvenal era muito religioso!
Mas, tinha um pequeno problema
com a Semana Santa (que vinha
logo depois das férias).
Imaginem o Juvenal
em que estado
ele estava
quando as férias acabavam!
Aí, vinha a Semana Santa.
E o Juvenal, coitado,
todo cheio de esfolados,
tendo tanto pra rezar!
Mesmo assim, o Juvenal
gostava muito da vida,
do vento ventando nele,
quando o menino corria,
todo feliz, pelo mundo.
E Juvenal adorava
quando a água lhe batia
até onde ele se achava
para ver se água dava
pé.
Assim como o pé e a canela
ele também pensava:
Ӄ o fino
ser um mergulhador
submarino.”
Um dia, tudo ficou escuro
para o Juvenal.
E aí, ele descobriu
que o menino
tinha crescido.
E agora, em vez de short
calção ou calcinha curta,
usava calça comprida.
Por isso, hoje, Juvenal
tem um pedido a fazer
aos fabricantes de calças.
Que tal criar um modelo
de calça, sob medida,
que tenha dois buraquinhos
pro Juvenal ver a vida!?
Ziraldo
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