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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


UMA MÚMIA AO VOLANTE / Thomas Brezina
UMA MÚMIA AO VOLANTE / Thomas Brezina

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites

 

 

UMA MÚMIA AO VOLANTE

 

Olá! Somos a Turma dos Tigres!

 

Nome: Patrick, forte como um tigre.

Idade: 12

Meus pontos fortes: Antigamente eu era gordo, hoje tenho músculos. Faço exercícios todos os dias. Alguns dizem que não sou muito esperto. Isto é bobagem!

Meu maior problema: Às vezes perco a coragem! Não espalhem!

Acho o máximo: filmes de ação, casos engraçados, esportes, meu coelho Benny.

Marca registrada: Estou sempre de moletom.

 

Nome: Gigi (na verdade Brigite), incansável como um tigre.

Idade: 12

Meus pontos fortes: Sempre junto um monte de coisas e prefiro me encarregar de tudo pessoalmente. Os meninos às vezes são muito molengas!

Meu maior problema: Sou teimosa, e isso muitas vezes irrita as pessoas!

Acho o máximo: Roupas transadas, sorvete de avelã, cozinhar, comidas gostosas, cavalos.

Marca registrada: Sempre tenho à mão alguma coisa para comer.

 

Nome: Lu (na verdade Lucas), esperto como um tigre.

Idade: 11

Meus pontos fortes: Sou louco por experiências, computadores e objetos que têm control remoto. Já construí até uma geladeira voadora!

Meu maior problema: Sou um grande bagunceiro! Estou sempre procurando alguma coisa.

Acho o máximo: Hambúrguer, livros sobre coisas legais (vikings, invenções e coisas assim), meu minicomputador, que transformei em equipamento genial.

Marca registrada: Carrego sempre comigo uma maleta de detetive.

 

Agora você é um de nós! Apresente-se, por favor:

 

Nome:... como um tigre.

Idade:

Meus pontos fortes:

Meu maior problema:

Acho o máximo:

Marca registrada:

 

Está começando agora um novo caso para você e a Turma dos Tigres!

 

Importantíssimo

 

Você vai participar desta aventura e solucionar o caso junto com a gente. No decorrer da história, vão aparecer muitas perguntas, que você irá responder usando sua inteligência e intuição.

As perguntas aparecem sempre assim:

Pergunta para você

 

Siga as pistas! Muitas vezes elas estão nas ilustrações; outras vezes você deve usar o raciocínio. Depois, é só conferir: o minicomputador de Lu irá mostrar se você acertou ou não. Mas não vale trapacear, o bom detetive é sempre sincero e aceita derrotas também. Depois de dar sua resposta, coloque o decodificador da Turma dos Tigres sobre o desenho do minicomputador e assim conseguirá ler a solução. Acertou? Parabéns, marque um ponto em sua ficha de detetive. Se não acertar, tudo bem, não marque ponto algum e fique mais esperto para a próxima pergunta.

 

Você encontra o decodificador e tudo o mais que vai precisar para solucionar este caso na sua pasta da Turma dos Tigres, no final do Livro!

 

Não esqueça: Marque um ponto para cada resposta certa na sua ficha de detetive! Ela se encontra na página 79.

E agora vamos lá!

 

Um carro se aproxima

Nem Lu nem Gigi nem Patrick ouviram o barulho do carro que se aproximava. À primeira vista era um carro moderno, verde-limão, parecido com um outro qualquer. De diferente apenas as duas listras laterais amarelas que faziam um ziguezague.

Gigi já descascava a quarta banana daquele dia.

-- Você foi criada com macacos? - perguntou Patrick, brincando.

-- Não enche! - resmungou

Gigi. -- Quando não tenho

barras de cereais, como bananas.

De repente, a Turma dos Tigres ouviu pneus cantando atrás de si. Assustados, os

três se viraram, e lá estava o carro esporte verde-limão.

-- O cara está louco! Deve tr puxado o freio de mão e enfiado o pé no acelerador

ao mesmo tempo. - gritou Lu.

O cheiro de borracha queimada provocado pela freada do carro se espalhou pela rua estreita.

O susto de Gigi foi tão grande que ela engoliu em seco e desabou a tossir bem alto: -- Olhem só a figura ao volante! - disse, sem fôlego.

Dando um passo para o lado, porque o sol fazia muito reflexo nas janelas do carro, os garotos também viram o que tanto havia assustado a amiga. Ao volante estava uma múmia!

Uma múmia, enrolada em tiras de tecido marrom-acizentado. Não se viam os olhos, as narinas ou a boca. Também parecia não ter roupa.

-- Não...não é possível! - conseguiu dizer Patrick. Do outro lado da rua, abriu-se

uma porta alta, verde-escura, de onde saiu um homem grisalho com uma pasta na mão. Justamente quando o homem ia atravessar a rua, o carro da múmia acelerou em sua direção. A impressão era de que o motorista estivera à espera dele.

O homem se virou e, ao perceber que o carro verde-limão se aproximava, ficou imóvel de susto, de olhos arregalados e boquiaberto.

-- Cuidado! - berraram os três da Turma dos Tigres ao mesmo tempo.

Despertando de sua inércia, o homem saltou para a calçada. O carro verde-limão

passou bem rente a ele e sumiu na curva mais próxima.

-- O senhor se machucou? – quis saber Gigi, correndo para junto dele.

-- Não, não... está tudo bem – gaguejou o homem, se levantando e gemendo.

Ao fazer isso, ele tropeçou no meio-fio e caiu, rasgando a calça na queda.

-- Esse cara que está disfarçado de múmia logo vai ser preso, pois está

atormentando a vizinhança. Com certeza a polícia vai descobrir pelo computador quem é o dono do carro.

-- Isto não será tão simples assim – opinou Patrick.

 

Pergunta para você  

Porque não será fácil encontrar o proprietário do carro?

 

Quem é o desconhecido?

-- Não consigo parar de imaginar que essa múmia queria atropelar o senhor – disse Lu, como que pensando alto.

Gigi e Patrick, no entanto, não estavam tão certos disso.

Ainda gemendo, o homem se levantou e espanou a poeira da calça e da jaqueta.

Os Tigres notara que ele tremia muito.

-- Podemos ajudá-lo? – quis saber Patrick, gentil.

-- Não! – berrou o homem. -- Saiam daqui e me deixem em paz! – Apanhou a pasta

caída no chão e se apressou

em ir embora. Com certeza também torcera o pé, pois saiu mancando.

-- Agora ficou tudo claro – achou Lu.

-- A única coisa clara é que algo não bate nessa situação toda, caso contrário o

homem não teria ficado tão irritado com a gente – concluiu Lucas. -- Pode ser que ele more no prédio de onde saiu. Vamos ver se descobrimos o nome dele.

Gigi e Patrick concordaram. Os três atravessaram a rua e abriram o portão alto e pesado.

O prédio tinha cheiro de mofo e frio. Caía reboco das paredes úmidas e as portas dos dois apartamentos no térreo estavam fechadas a cadeado.

A Turma dos Tigres tentou ouvir alguma coisa. Do andar de cima vinha um som de música tocando em algum rádio. Além disso, sentia-se cheiro de chucrute. O prédio, portanto, era habitado.

Subiram até o primeiro andar por uma escada que rangia e deram num corredor comprido e vazio.

Pé ante pé, Patrick subiu até o segundo andar, mas voltou logo.

-- Lá em cima todas as portas também estão trancadas – informou ele.

-- Então o sr. Desconhecido só pode ter saído deste apartamento – disse Lu,

deixando os olhos passearem por todas as portas.

 

Pergunta para você  

De que apartamento o homem saiu?

 

O aproveitador

Na placa de metal da porta estava escrito com letras rebuscadas: Annabella Russel.

-- Nome esquisito para um homem – resmungou Patrick.

-- Idiota! – sibilou Gigi.

-- Brincadeirinha ... – riu o Tigre.

Lucas tocou a campainha, que soou alto no apartamento. Logo eles ouviram passos

arrastados. Por uma fresta na porta surgiu um rosto enrugado de uma senhora.

-- Não quero comprar nada nem estou esperando visitas – disse ela, com voz

trêmula. Não havia dúvidas de que estivera chorando.

-- Ahn... nós... nós não queremos vender nada – explicou Lu. -- É sobre um homem

que estava aqui há pouco. É seu filho?

-- Meu filho? Aquela porcaria de gente não é meu filho – gritou a mulher,

indignada. Ela queria fechar a porta, mas Gigi impediu o gesto colocando o pé entre a porta e o batente.

-- Por favor, diga quem era aquele homem. É muito importante! – implorou a menina.

-- Aquele homem é um aproveitador e se chama Henrique Bartmeier. É dono deste

prédio em ruínas e aumentou o aluguel novamente. Agora não posso mais pagá-lo e vou precisar ir para um asilo.

Os olhos da mulher se encheram de lágrimas novamente.

-- Acho que o sr. Bartmeier não é muito querido – sussurrou Lu.

-- Talvez o ataque da múmia ao volante tenha sido uma vingança – supôs Patrick.

-- A senhora pode informar onde o aprov... ahn... onde mora o sr. Bartmeier? – quis saber Lucas.

Ela fez que sim, com ênfase. – Ele mora num lindo casarão à beira do lago Kiel.

Não me admira que queira arrancar nosso último centavo! Mas por que estão interessados nele?

-- Por nada... – gaguejaram os três, e começaram a sair. -- Muito obrigado pela informação.

A Turma dos Tigres deixou o prédio e foi para o seu esconderijo secreto, que ficava

no porão de um restaurante chinês chamado “Tigre Dourado”. As suas bicicletas estavam estacionadas no pátio, e agora precisavam delas urgentemente.

Saíram da cidade pedalando rumo ao lago Kiel, onde procurariam saber o endereço de Henrique Bartmeier.

Finalmente, depois de procurarem por quase duas horas, encontraram o casarão.

O terreno era contornado por uma cerca alta, feita de barras de ferro pontiagudas.

Os Tigres tocaram a campainha, mas ninguém respondeu. O grande portão continuou fechado.

Patrick espiou através das barras e sussurrou: -- Estou vendo um carro bem chique. Aposto que o cara está em casa.

As árvores altas impediam que eles vissem o casarão. Lucas supôs que ele era virado para as margens do lago.

-- Se o homem não quer nos deixar entrar, está escondendo alguma coisa – argumentou. -- Proponho irmos até a outra margem e alugarmos um barco. Então, remaremos até o casarão para tentar espreitá-lo. Talvez seja possível descobrir algo.

-- E se mesmo assim não conseguirmos ver nada? – perguntou Patrick.

-- Aí estaremos com muito azar! – brincou Lu.

O percurso até a outra margem do lago durou cerca de meia hora e já escurecia

quando eles finalmente a alcançaram num barco a remo. Confusos, os três amigos observavam as casas voltadas para o lago. Qual delas seria a de Henrique Bartmeier?

 

Pergunta para você  

Qual é a casa de Henrique Bartmeier?

 

Um telefonema misterioso

Patrick aportou na lateral mais extrema do terreno de Bartmeier. Os Tigres puxaram o barco para a margem e o esconderam nos juncos.

-- E agora? – perguntou Patrick em voz baixa.

Lu fez sinal de silêncio com o dedo nos lábios e indicou aos outros que o acompanhassem. Abaixados, os três seguiram por entre os arbustos e árvores em direção à mansão. Podiam ver luz em algumas janelas do térreo.

Gigi subiu nos ombros de Patrick para conseguir dar uma olhada numa das janelas abertas.

-- Está vendo alguma coisa? – perguntou Lu, curioso. Gigi via Bartmeier andando

de um canto a outro do aposento, impaciente. Uma criada lhe trouxe um copo na bandeja. Mas quando ele se precipitou para pegá-lo, o copo escorregou e se espatifou no chão.

-- Está nervoso? – perguntou a criada.

-- Fora daqui, desapareça! Me deixe em paz! E caso toquem a campainha

novamente, não abra em hipótese alguma! – ordenou ele à moça assustada.

Ela obedeceu e, mais que depressa, saiu de lá.

Bartmeier enxugou o suor do rosto.

O telefone tocou. Ele não o tirou do gancho; em vez disso apertou uma tecla num

aparelho ao lado. Logo em seguida esboçou um gesto de aborrecimento.

-- Alô, é o Bartmeier? – perguntou uma voz grave e rouca.

Bartmeier havia ligado o sistema de viva-voz, de forma que se podia ouvir bem

quem estava do outro lado da linha. Ele falava com a pessoa sem precisar segurar o fone.

-- Sim, sou eu – ofegou.

-- E então, o que me diz? – quis saber a voz.

-- Aonde devo ir? – Bartmeier parecia nervoso.

-- Por que sua voz está ecoando assim? – perguntou o outro, desconfiado.

-- Porque o cara na verdade queria gravar a conversa, mas acabou apertando a tecla

errada – murmurou Gigi.

-- Ahn... meu telefone... o viva-voz, o senhor sabe – balbuciou Bartmeier.

-- Não, não sei. Conversas como esta não deveriam ser ouvidas por mais ninguém, não acha? – encolorizou-se a voz. -- Preste atenção, um passo em falso e sabe muito bem o que acontece.

Com dedos trêmulos, Bartmeier pegou o telefone e desligou o alto-falante. Gigi não pôde ouvir o resto da conversa. Bartmeier apenas balbuciava -- Sim, sim... entendi... daqui a uma hora... com certeza... – enquanto rabiscava alguma coisa num bloco de anotações. Depois de colocar o telefone no gancho, arrancou a página do bloco e saiu da sala a passos largos.

-- Precisamos segui-lo – disse Gigi.

-- Não vai dar! Nossas bicicletas estão na outra margem do lago! – lembrou Patrick.

Foi quando Gigi, muito habilidosa, espichou-se toda e conseguiu pular a janela.

Na ponta dos pés, foi até a escrivaninha e levantou o bloco para ler o que Bartmeier havia escrito. Com certeza o endereço estaria marcado na página seguinte.

-- Droga, não consigo ler – murmurou. Mas então se lembrou de um truque que podia tornar a escrita visível.

 

Pergunta para você  

Qual é o truque?

Dica: O cartão de truques pode ajudá-lo ainda mais.

O azar de Gigi

Gigi tornou a pular a janela. Mas em vez de se apoiar nos ombros de Patrick, ela tentou segurar no galho nodoso de uma trepadeira, que acabou quebrando com o seu peso. Ela caiu na grama, soltando um grito agudo.

   -- Doeu? – quiseram saber os garotos, preocupados.

Gigi sentiu uma dor forte no tornozelo, mas cerrou os dentes e fez que não.

Henrique Bartmeier entrou de novo no seu escritório. Os três Tigres se espremeram assustados contra a parede da casa, no instante em que ele fechou a janela sobre suas cabeças.

-- Vamos embora! - ordenou Lucas.

Uma brisa forte soprava na direção dos três, por isso não conseguiram ir mais depressa. Além disso, Gigi mancava.

Já estava escuro quando chegaram ao ponto onde deixaram as bicicletas.

-- Podem ir na frente, eu os sigo mais devagar. Meu tornozelo está doendo muito! - disse Gigi, dando o papel aos garotos.

Lu acendeu sua lanterna portátil para ver o que Bartmeier havia anotado. (Parque Beethoven monumento).

O resto estava tão rabiscado que o Tigre, apesar de todos os esforços, não conseguiu decifrar.

-- Não, Gigi, não vamos deixar você sozinha – decidiu Patrick, e levou a amiga na garupa de sua bicicleta.

O parque estava tranqüilo e vazio quando a Turma dos Tigres chegou. O vento nas árvores altas fazia as folhas produzirem um ruído forte.

Lu, que não morava muito longe do parque, conhecia bem o monumento a

Beethoven. Ali perto havia um parquinho para crianças.

-- Não tem mais ninguém aqui – constatou Gigi, desapontada. -- Chegamos tarde demais, e a culpa é toda minha. Agora nunca mais descobriremos com quem e porque Bartmeier tinha um encontro.

 

Mas os garotos não queriam se deixar abater tão rapidamente.

Eles revistaram tudo em volta do monumento, mas não encontraram nada suspeito.

Quase sem querer Gigi fez uma importante descoberta, embora só estivesse sentado no banco.

 

Pergunta para você

O que Gigi descobriu?

 

Um grito no parque

Sem pensar muito, Patrick pegou a sacola e a abriu. -- Caramba! – exclamou, nervoso, quando viu o maço de dinheiro.

Os Três Tigres contaram as notas e se entreolharam admirados. Trinta mil! O dinheiro de um resgate?

-- Talvez alguém tenha sido seqüestrado – disse Lu, e depressa enfiou o dinheiro de volta na sacola.

Os Tigres se esconderam atrás de um banco e esperaram. Se vissem os seqüestradores, poderiam dar uma pista à polícia.

Esperaram quase uma hora, mas ninguém apareceu.

-- Gente, precisamos voltar para casa, senão vai ter confusão – lembrou Gigi.

Patrick e Lu concordaram. Já eram quase nove horas. Com certeza seus pais já estavam bastante preocupados.  

Cuidadosamente, saíram do esconderijo. Estavam próximos da saída do parque quando viram alguém vindo no sentido contrário. Era uma senhora de bengala. Três cachorros presos a guias a acompanhavam.

-- É a sra. Beckerman. Mora um andar abaixo do nosso – cochichou Lucas.

Para não ser vista pela vizinha, a Turma dos Tigres se esconde rapidamente atrás de

um tronco de árvore bem grosso.

-- Olhem, ela está carregando uma sacola de plástico. Também parece estar cheia

de dinheiro – sussurrou Patrick. -- Vou segui-la para ver o que fará com ela.

Ao voltar alguns minutos depois, ele contou excitado: -- Ela jogou a sacola no mesmo cesto de lixo. Também está cheia de dinheiro. Um maço de notas chegou até a cair de dentro dela.

-- A sra. Beckerman não tem parentes. Portanto, ninguém deve ter sido seqüestrado. Por que será que ela também está entregando o dinheiro? – admirou-se Lucas.

Ele decidiu visitar a vizinha no dia seguinte e investigar o assunto.

-- Será que não deveríamos ficar de olho no cesto? – perguntou Gigi em voz baixa, mas os garotos não concordaram. Não queriam que ninguém corresse riscos.

Quando os três Tigres finalmente saíram do parque sombrio, ouviram um grito alto.

 

Pergunta para você

Em que direção o ladrão correu?

A resposta você vai encontrar ao lado das imagens

 

-- Foi a sra. Beckerman! – disse Lucas, disparando na direção do grito. A mulher estava sentada num banco da praça e gemia enquanto esfregava a perna direita com uma das mãos. Com a outra ela segurava as três guias cortadas. Os cães haviam desaparecido.

-- Quem ... quem roubou os cachorros? – perguntou Lu, ofegante.

A sra. Beckerman respirou fundo, mas o choque fora tão grande que ela não conseguia dizer nada. Ainda ofegante, deu um suspiro e por fim desatou a chorar.

Em que direção o ladrão correu? – quis saber Patrick, que havia chegado nesse meio tempo.

Mas nem isso a senhora, de tão chocada, pôde dizer. Ela se limitou a dar com os ombros, atônita.

Os garotos deram uma olhada ao seu redor, tentando encontrar pistas.

 

Mais dinheiro ainda

Patrick correu pelo gramado, saltou uma cerca e tentou cortar o caminho do ladrão de cães.

Mas a vantagem dele já era bem grande. O menino ouviu quando a porta de um carro se fechou, o motor roncou e os pneus cantaram.

O ladrão de cães desapareceu em alta velocidade. Patrick não conseguiu nem sequer anotar a placa do carro. Furioso, deu chutes no ar e voltou para junto dos outros.

-- Polícia não, polícia não! – implorou a sra. Beckerman. -- Está tudo bem, não aconteceu nada.

-- Mas os cachorros... – ponderou Lucas.

-- Entreguei-os a uma pessoa, pois vou sair de férias... – quis disfarçar a mulher, gaguejando.

-- Nisso nem a senhora acredita! - disse Gigi.

-- Deixem-me em paz. Vocês não tem nada a ver com a minha vida! – gritou a sra.

Beckerman.

Ela se levantou do banco gemendo e foi embora mancando.

-- Por que ela está mentindo para nós? – quis saber Gigi.

-- Deve estar com muito medo. Provavelmente tem sofrido ameaças. Exatamente como Henrique Bartmeier.

Quando a Turma dos Tigres passou pelo cesto de lixo junto do monumento as sacolas haviam desaparecido. O pagamento do resgate, portanto, acontecera. Mas o enigma continuou: por que o bandido havia levado também os cães?

No dia seguinte os três não tinham aula. Os Tigres queriam se encontrar pela manhã no esconderijo secreto, mas Lucas transferiu o encontro para sua casa. Gigi não poderia ir, pois mal conseguia pisar no chão por causa do tornozelo inchado. Patrick apareceu por volta das onze horas.

-- Hoje vamos limpar as janelas – disse Lu. Quando o amigo fez sinal de que ele não devia estar batendo bem da cabeça, Lu explicou seu plano: -- Hoje vão limpar as janelas do prédio. Ofereci-me para ajudar um pouco na limpeza. Eles concordaram, mas deixaram claro que não vão nos pagar nada.

-- E por que faríamos isso, então? – quis saber Patrick.

-- Porque desse modo podemos dar uma olhada no apartamento da sra. Beckerman

retrucou Lucas.

-- Boa idéia – disse Patrick, reconhecendo a astúcia do amigo.

Pouco tempo depois ele estava em cima de uma escada, vestido com um macacão azul e limpando os vidros das janelas da sra. Beckerman no terceiro andar. Estava de cinto de segurança preso à escada e cobria bem o rosto com a máscara protetora, para que a velha não o reconhecesse.

Ela estava sentada num sofá, com o telefone diante de si, sobre a mesa. Quando ele tocou, ela atendeu com ansiedade.

-- Sim, alô? – disse, e depois de um momento completou, com voz chorosa: -- Mas eu já paguei cinqüenta mil! Quanto ainda vai querer?

A resposta a assustou muito. – Resgate pelos meus cachorros... e mais dinheiro para me proteger da vingança da múmia? – disse, quase aos prantos. -- Tudo isso? É demais... Como vou arrumar esse dinheiro. Minha poupança? Como sabe que tenho uma poupança? – perguntou ela, assustada.

A sra. Berckerman parecia cada vez mais acuada. Por fim, cedeu às exigências.

Marcou como ponto de encontro a torre panorâmica da cidade.

-- Quando? – perguntou ela.

Justamente quando repetiu a hora marcada, um caminhão passou pela rua e Patrick só ouviu “... horas”.

 

Pergunta para você

A que horas o dinheiro deve ser entregue?

 

A múmia volta a atacar

Quando a sra. Beckerman voltou a colocar o fone no gancho, apertou o lenço contra a boca e começou a chorar. Patrick teve pena dela. Se pudesse, entraria pela janela para consolá-la.

-- E ai? Ouviu ou viu alguma coisa? – perguntou Lucas, de baixo.

Com um gesto, Patrick deu a entender que ele deveria fazer silêncio, pois queria continuar a observar a sra. Beckerman.

Nem Lucas nem Patrick notaram o carro verde-limão de listras laterais entrando na rua, de modo quase inaudível.

-- Ei, está acontecendo alguma coisa especial aí dentro? – chamou Lu, falando com a voz mais baixa que pôde.

O motorista do carro verde-limão acelerou novamente, ao mesmo tempo que puxava o freio de mão. As rodas giraram e fumegaram. Quando Lucas notou o carro da múmia já era tarde demais: ele já partia em sua direção. O garoto se livrou com um pulo para o lado, mas o carro acelerou com toda a velocidade para cima do pequeno reboque no qual estava presa a longa escada.

-- Ei, o que é isso? – gritou Patrick, assustado, quando a escada se virou. Por pouco conseguiu se segurar com força no parapeito do terraço da sra. Beckerman. A escada escorregou sob seus pés e o cinto de segurança não resistiu e rompeu... Desesperado, Patrick balançava as pernas: estava no terceiro andar e dez metros acima da calçada de cimento. Não podia cair dali. Começou a suor por todos os poros; em poucos segundos, suas mãos estavam escorregando do apoio.

Lucas gritou ao ver a escada vindo em sua direção em câmara lenta

Ela cairia em cima dele e o mataria.

Foi quando uma mão forte o arrancou da zona de perigo. Logo em seguida, a pesada escada de metal se espatifou no chão.

-- Tudo bem, rapaz? – perguntou um dos limpadores de janela.

Lu só foi capaz de balançar a cabeça, mudo.

-- Socorro! – gritou Patrick, desesperado. Ele suava tanto que uma das mãos já havia escorregado do parapeito do terraço. Desesperado, ele tentou segurar em algum outro lugar, mas seus dedos só alcançavam a áspera parede do prédio.

Lucas subiu em disparada para o terceiro andar. Ele bateu com força na porta da sra. Beckerman e enfiou o dedo na campainha. Quando a mulher abriu, ele a empurrou bruscamente e correu pra o terraço. Lu estendeu a mão para Patrick e apanhou o braço solto numa manobra radical. Então reuniu todas as suas forças para levantar o amigo.

O limpador de janelas logo chegou para ajudá-lo. Os dois conseguiram puxar Patrick para o terraço.

Esgotados, os três caíram no chão do terraço e só recobraram as forças após alguns minutos.

Lu foi o primeiro a levantar e deu uma olhada para baixo.

Viu a sra. Beckerman tropeçando pela rua. O carro da múmia se escondera numa esquina próxima, mas já se dirigia em alta velocidade em direção dela. Quando ela viu o carro se aproximar, ficou paralisada no meio da rua.

Corra! – esbravejou Lucas, pois o carro da múmia ia velozmente ao seu encontro, mas sem que se pudesse ouvir o ronco do motor.

O tempo pareceu parar.

A sra. Beckerman ainda olhava inerte para a múmia ao volante e deixou cair sua bolsa. O carro esporte estava a apenas poucos metros de distância. O motorista ainda não freara. Só no último segundo ele fez uma manobra no volante e passou raspando pela mulher, ainda chocada.

-- Vamos descer rápido! – arfou Lucas, disparando escada abaixo. Quando chegou na rua, a sra. Beckerman já havia desaparecido. E o carro da múmia também não era visto em parte alguma.

Sem querer, a expressão “carro-fantasma” lhe passou pela cabeça. Como ele podia funcionar sem fazer barulho? Não havia carros assim, ou havia? Mas logo se lembrou de que tipo de carro poderia se tratar.

 

Pergunta para você

Que tipo de carro poderia ser aquele?

 

A Turma dos Tigres Fracassa

Quando a polícia chegou, fez um interrogatório sobre os incidentes. Claro que Lucas mencionou o misterioso carro da múmia, mas os policiais não lhe deram atenção.

-- Telefonem para a sr. Bartmeier. Perguntem a ele, por favor! – sugeriu Lucas.

Em seguida um deles foi pra o carro policial e usou o telefone de lá. Ao voltar, parecia mais sisudo.

-- Meu jovem, aconselho-o a não nos contar mentiras – disse, muito sério. -- O sr.

Baertmeier não tem idéia de resgate, muito menos de um carro guiado por uma múmia. Mas me contou que ontem três jovens estiveram em sua propriedade. Poderiam ser você e seus amigos?

Para não ter que mentir, Lu preferiu ficar quieto. Por sorte, o policial não fez mais perguntas. Mesmo assim, aquilo tudo significava uma vergonhosa derrota dos dois Tigres.

Mais tarde houve um encontro no esconderijo secreto, cujo acesso ficava por trás de uma reluzente estátua de tigre.

Ali dentro Lucas havia montado um pequeno laboratório, Gigi guardava todos os jornais e Patrick tinha uma oficina para testar seus aparelhos eletrônicos.

-- Como uma múmia pode dirigir um carro? – perguntou Lu, convencido de que a cabeça do sinistro motorista estava completamente enrolada.

Então Patrick lembrou que a sra. Beckerman havia dito alguma coisa ao telefone sobre pagar para se proteger.

-- Dinheiro para proteção é coisa de vigaristas – opinou Gigi. -- As pessoas

precisam pagar para que um bandido qualquer não as elimine. É um método usado pela máfia.

-- A sra. Beckerman e o sr. Bartmeier precisam pagar para que a múmia não as atropele - complementou Lucas.

-- Precisamos descobrir quem está por trás dessa múmia. Com certeza ela irá aparecer hoje na entrega do tal dinheiro de proteção. Vamos nos esconder com as bicicletas nos arbustos e depois seguimos o carro – sugeriu Patrick.

Lu concordou. Mas Gigi ficou chateada por não poder ir; seu tornozelo ainda doía.

Às cinco e meia os dois amigos estavam nas proximidades da torre panorâmica. O lugar era cercado por arbustos que ficavam com a folhagem bem vermelha durante o inverno. A poucos passos da entrada da torre havia um velho quiosque, cuja porta estava aberta. Alguém havia arrombado o cadeado, mas não conseguira roubar nada, já que o quiosque estava abandonado e só tinha algumas estantes. Os dois Tigres se esconderam e aguardaram.

Às sete em ponto a sra. Beckerman chegou de táxi, dispensou o motorista e esperou diante da torre. Mas ninguém apareceu.

Pouco antes das sete e meia surgiu uma moto. O motoqueiro vestia um macacão vermelho e branco e um capacete com visor espelhado, escondendo o rosto.

No bagageiro havia uma caixa de papelão presa por cordas elásticas.

O motoqueiro freou bruscamente diante da sra. Beckerman e estendeu a mão. Ela lhe deu um envelope no qual estava o dinheiro e implorou:

-- Por favor, devolva finalmente os meus queridos cães! Os coitados devem estar sentindo um medo terrível!

O motoqueiro empurrou a caixa do bagageiro, fazendo com que ela caísse aos pés da mulher. Quando ela se curvou para apanhá-la, ele acelerou para sumir dali.

Mas então Patrick abriu a porta e surgiu com a bicicleta.

O motoqueiro se assustou e perdeu o equilíbrio. A pesada máquina virou. Patrick avançou sobre ele, tentando imobilizá-lo, mas o homem se soltou, tentando fugir. Lucas, no entanto, se colocou em seu caminho. Os dois Tigres agiram com tanta habilidade que só lhe restou uma saída: correr e subir na torre. Mas isso foi um erro.

-- Ele caiu na armadilha! – comemorou Lu.

Os garotos o seguiram e chegaram exaustos à plataforma superior. Nem sinal do motoqueiro, que parecia ter sido engolido pelo ar.

 

Pergunta para você

Onde está o motoqueiro?

Uma pista quem sabe?

Hábil como um macaco, o motoqueiro se pendurou no parapeito de metal da torre panorâmica.

Os Tigres voltaram para a escada, chegando ao térreo alguns segundos depois.

Mas o desconhecido já estava sentado na moto, acelerando. Tudo o que restou dele foi uma nuvem negra e malcheirosa de combustível queimado.

-- Vocês são os únicos culpados, vocês os irritam, pois se metem em tudo. E a verdade é que já deveriam estar dormindo há muito tempo! – berrou a sra. Beckerman.

Os Tigres olharam-na surpresos. De que ela estava falando?

Só quando ela abriu a caixa de papelão, enfiando-a no nariz dos rapazes, eles entenderam o que se passava.

A caixa estava vazia. Embora a sra. Beckerman tivesse pago o resgate, os cães não tinham sido devolvidos.

-- Eles ainda são piores do que eu pensava! – esbravejou Lucas.

-- Sei onde talvez os encontremos. Os bandidos podem ter cometido um erro grave - gritou Patrick, nervoso.

-- Você é visionário ou telepata? Bom, talvez esteja ouvindo uma vozinha lhe dizendo aonde a moto pode ter ido! – brincou Lucas.

Patrick deu uma risadinha. Estava orgulhoso de finalmente ter sido mais esperto do que o amigo.

A sra. Beckerman estava furiosa.

-- Vou contar tudo aos seus pais! - ameaçou ela a Lucas.

-- Isso não, por favor! Implorou o garoto. Os pais reclamavam quase todos os dias por ele ficar muito tempo fora de casa com os amigos Tigres.

-- E então? Vamos para casa ou saímos à procura dos chantagistas e do carro da múmia? - quis saber Patrick.

-- Agora dá na mesma se chegarmos ainda mais tarde – disse Lu. -- Meus pais vão brigar de qualquer forma. Mas por onde devemos começar a busca?

-- Vou lhe mostrar logo, logo – retrucou Patrick.

 

Pergunta para você  

Aonde Patrick quer ir?

 

O armazém escuro

Os dois amigos Tigres telefonaram para Gigi que estava em casa.

-- Amanhã vou estar com todo o gás – anunciou feliz. O inchaço no tornozelo havia desaparecido com a ajuda de compressas frias.

Lucas contou o que tinha acontecido, e que eles queriam seguir a pista de qualquer jeito.

O Caminho do Cais ficava às margens do rio que atravessava a cidade. Havia vários armazéns antigos naquela região e num deles foi montada uma casa noturna, onde a Turma dos Tigres já estivera antes.

O número 23 era uma construção de madeira escura, de três andares. A porta de entrada estava lacrada com uma viga grossa, reforçada com uma corrente e vários cadeados. Não havia janelas.

-- Acho que não estamos na pista certa. O cara com certeza tirou a caixa de papelão do lixo - constatou Lucas, desapontado.

Patrick também achava que o tal endereço era apenas coincidência. Mas apesar disso ele não queria entregar os pontos assim tão depressa. Decidiu observar o lugar mais atentamente.

-- E então?- perguntou Lucas, quando o amigo voltou da ronda.

Patrick suspirou. – Nada, absolutamente nada. Nenhuma janela ou entrada. Mesmo assim, gostaria de saber o que tem lá dentro. Talvez ajudasse.

Lucas, que sempre levava consigo uma maleta, começou a procurar alguma coisa nela.

Por fim, rindo, mostrou uma ferramenta ultrapassada.

-- O que é isso? – quis saber Patrick.

-- Uma furadeira. Faz buracos bem grandes. Foi de meu avô – explicou Lucas.

Começou em seguida a fazer um buraco na parede do armazém. E, curioso, deu uma olhada lá dentro.

-- Está muito escuro. Não consigo ver absolutamente nada! -,falou desapontado.

Ao lado do primeiro buraco, Lucas fez outro, grande o suficiente para movimentar uma lanterna fina e de luz forte.

Enquanto espiava pelo primeiro buraco, ele movia pelo lugar o ponto de luz da lanterna.

Ao mesmo tempo, tentava compor num conjunto as muitas partes que via no minúsculo círculo de luz. Mas isso não era tão simples assim.

 

Pergunta para você  

O que Lucas estava vendo no armazém.

 

Na geladeira gigante

Lu não acreditou no que viu. Chamou Patrick para olhar pelo buraco, enquanto segurava a lanterna.

-- E então? Você também viu? – perguntou ele tenso.

Patrick concordou atônito. – Mas normalmente os insetos são tão pequenos. Por que aqui estão tão grandes?

-- No armazém deve haver um laboratório... – Lucas se sobressaltou, pois alguém atrás dele pressionou um pano malcheiroso contra sua boca e nariz. Patrick também foi posto fora de combate com clorofórmio.

Quando Lucas voltou a si, sua cabeça zunia. Ainda sentia no nariz o cheiro enjoado do anestesiante. Gemendo, ele se levantou e olhou em volta.

O ambiente estava escuro como breu. Ele procurou a sua maleta, mas ela não estava lá.

-- Então vou usar esta – murmurou, tirando sua minilanterna do bolso da calça. Ela era menor do que seu dedo mindinho mas, apesar disso, iluminava tanto quanto uma lanterna normal.

Ele viu que estava num quarto pequeno, mofado e absolutamente vazio. Procurou fendas nas paredes, mas não conseguiu descobrir nenhuma, pois elas eram feitas de metal liso.

Por fim encontrou uma porta. Era estreita e não tinha tranca, só um puxador. Na parte superior havia uma janela redonda, mas que estava coberta por fora, de forma que não era possível olhar através dela.

De repente, Lucas percebeu: aquilo era um frigorífico. Não era tão difícil encontrar um em armazéns daquele tipo. Mas se alguém o ligasse, poderia se tornar um caixão congelado para ele e Patrick...

Gigi havia telefonado quatro vezes para a casa de Lucas e Patrick e perguntado aos pais, preocupados, se eles não tinham voltado ainda.

-- Você sabe onde eles estão? – perguntou a mãe de Lucas.

Gigi disse que não sabia. Talvez eles estivessem seguindo uma pista quentíssima e voltassem com a solução do caso. Seria melhor não incomodá-los.

Mas a própria Gigi começou a ficar preocupada. Tirou a compressa fria do pé e saiu de casa escondida. Pegou emprestada a bicicleta de um vizinho e seguiu para o Caminho do Cais.

O número 23 não estava trancado; correntes, cadeados e viga haviam sumido.

Hesitando, Gigi bateu. Passos apressados aproximaram-se da porta, que se abriu numa fresta. Mas Gigi não conseguiu ver ninguém.

-- Quem está aí? - perguntou uma voz esganiçada.

-- Hum... Bem, estou procurando meus amigos... dois garotos... eles estiveram aqui? - gaguejou Gigi.

-- Ninguém esteve aqui. Caia fora! – sibilou a voz, e a porta se fechou novamente.

Gigi ouviu que ela fora trancada com cadeado, por dentro. Mas a menina não desistiu tão rapidamente. Em busca dos amigos, ela vagou pelos armazéns.

De súbito, ouviu atrás de si passos firmes. Virou-se assustada e viu um homem. Num primeiro momento ela pensou que fosse um policial, mas ele parecia ser um dos vigias do lugar. Gigi também perguntou pelos dois a ele.

O vigia negou:

-- Não, não vi ninguém. Estou aqui desde as 18 horas. Dois rapazes teriam chamado minha atenção.

Gigi suspirou fundo e decidiu ir para casa. Caso Patrick e Lu ainda não estivessem de volta, ela teria que explicar tudo aos pais, mesmo que depois eles fossem obrigados a ouvir um belo sermão.

“Opa, estão mentindo para mim! Patrick e Lu estiveram aqui, sim”, notou ela a tempo.

 

Pergunta para você

Como Gigi chegou a essa conclusão?

 

Perigo congelado

Gigi fez que ia embora. No entanto, dobrou numa rua transversal e se esgueirou para a parte de trás do armazém, onde ela supunha que estavam seus amigos. Mas como ela iria entrar? A única entrada estava sendo bem vigiada. Cuidadosamente apalpou as paredes de madeira. Talvez houvesse uma taboa solta que ela pudesse empurrar.

Pouco tempo depois já sabia que não havia nenhuma.

-- Droga! – praguejou, e tirou uma banana da bolsa. Se soubesse o que fazer!

Nesse meio tempo Patrick também recobrara os sentidos. A cabeça zunia e a sede fazia sua língua grudar no céu da boca.

-- Não conseguiremos sair deste frigorífico – disse Lu, desanimado.

De repente começou um zunido grave e as paredes de metal começaram a tremer.

Logo em seguida, um vento gelado passou a soprar de cima. Os garotos ficaram com frio imediatamente, pois vestiam apenas camisetas e jeans.

-- Abram, queremos sair! – berraram eles, e bateram na porta com os punhos. Mas ninguém deu sinal. A temperatura baixava a cada segundo. Nas paredes lisas, cinzentas, se formou uma geada branca, que rapidamente se transformou numa fina camada de gelo. Patrick andava sem sair do lugar para se manter aquecido.Lu batia os dentes, e se dava tapas no corpo. Os dois sabiam que tinham que ficar em movimento de qualquer forma, senão morreriam de frio.

-- O... O qu... O que vamos fazer? – gaguejou Patrick. Ele estava com muito, muito medo.            

Lucas andava sem parar pelo frigorífico, mas o frio parecia paralisar as suas idéias. De repente, tropeçou num bastão de madeira que estava no chão. Numa ponta estava preso um gancho de metal. Lu o examinou melhor. Já tinha visto uma coisa assim no açougueiro. Ele pegou o bastão e com ele tentou quebrar a janela redonda da porta.

Em vão. Devia ser de vidro blindado.

-- V...vam...vamos morrer de frio – se queixou Patrick

De repente Lu soltou um gemido e apertou as mãos contra a barriga. Ele fez uma careta e se contorceu de dor.

Patrick logo correu em seu socorro.

-- O que está acontecendo? – perguntou ele, assustado.

Lu não respondeu. Acocorado no chão, arregalava os olhos como se visse fantasmas.

-- Lucas... por favor, diga alguma coisa... o que é? - gritou Patrick, sacudindo o amigo pelos ombros.

-- Acalme-se, estou fingindo – disse Lucas entre os dentes.

Patrick olhou pasmo para o amigo.

 

Pergunta para você

Por que Lu está se comportando assim?

 

Só uma chave

Então Patrick também soltou gemidos, girou os olhos e apertou a garganta. Engasgou como se tivesse engolido veneno e cambaleou até a porta. Sem força, caiu no chão e começou a arranhar as paredes de metal com as unhas. -- Socorro! Socorro! – gritou ele. Ar, preciso de ar.    

E permaneceu deitado, imóvel.

Os dois Tigres quase não agüentavam mais o frio. Não suportariam por muito mais tempo.

-- Lucas...não consigo mais! – gemeu Patrick.

-- Faça um esforço – sibilou Lu ao outro Tigre.

Passaram vários segundos que pareceram horas.

Então ouviram um clique e a porta foi aberta pelo lado de fora. Alguém entrou e se colocou entre os dois rapazes.

Eles notaram que estavam sendo observados.

-- Agora! – cochichou Lucas.

Patrick levantou rapidamente e se jogou com toda a fúria nas pernas do desconhecido.

O ataque-surpresa deu certo: o homem perdeu o equilíbrio e caiu bruscamente no chão.

Imediatamente os dois se precipitaram para a saída. Patrick empurrou a porta com as duas mãos e Lucas girou a alavanca para cima. O desconhecido havia caído na armadilha gélida.

-- Agora ele vai esperar até a polícia vir buscá-lo – disse Lucas

Então se dirigiu a uma caixinha ao lado da porta e desligou a refrigeração. Aos poucos o gelo derreteria e o cara ficaria com os pés molhados.

-- Vamos dar o fora daqui! – ofegou o Tigre.

Patrick abriu uma porta qualquer. Lu ouviu o grito do amigo e correu para ajudá-lo.

Várias ossadas de mãos caíram do armário sobre os ombros de Patrick. Era como se os esqueletos quisessem estrangulá-lo.

Lucas puxou Patrick para o lado e os esqueletos se despedaçaram no chão.

Como bêbados, os dois cambalearam pelo aposento escuro e bateram numa estante. Latas caíram, derramando tinta sobre uma mesa e sobre os dois Tigres. Ao saírem apalpando o lugar escuro, deixaram impressões digitais vermelhas nas paredes.

Uma sirene soou e uma luz vermelha começou a girar sobre a porta. No frigorífico, portanto, havia um alarme que eles não tinham visto.

Mas o bandido sabia de sua existência. Com certeza tinha um cúmplice que agora viria em seu socorro. Eles precisavam dar o fora depressa, porém o armazém parecia um labirinto. O corredor onde estavam fazia uma curva de vez em quando, estreitava-se e formava becos sem saída. Os dois Tigres logo estavam perdidos.

Enquanto os dois tentavam sair do frigorífico, Gigi estava atenta a todos os ruídos.

O portão do armazém foi se abrindo. As correntes, os cadeados e a grande viga eram apenas enfeites para espantar intrusos. Na verdade, o portão podia ser aberto com um simples manejo.

O carro verde-limão andava silenciosamente pela rua. Ao volante, novamente a sinistra múmia.

Gigi engoliu em seco.

Uma figura escura saiu do armazém e fechou a porta. Gigi ouviu um dos cadeados sendo fechados.

Nesse momento uma sirene tocou dentro do armazém. A pessoa se assustou e deixou cair uma chave. Quando abaixou para pegá-la, o carro da múmia de repente deu partida e um solavanco brusco para trás. A figura escura bateu de cabeça no chão e ficou imóvel.

O carro da múmia deu marcha a ré, batendo em algumas latas de lixo.

Gigi superou o medo e correu para ver a pessoa inconsciente. Agora ela sabia que se tratava de uma mulher.

À luz da rua, seus brincos grandes reluziam.

Por precaução, Gigi deu a volta ao redor da mulher. Viu a chave e a pegou rapidamente.

Só precisava agora encontrar o cadeado certo.

 

Pergunta para você

A qual cadeado pertence a chave?

 

Insetos gigantes

Patrick e Lucas ainda vagavam pelo armazém. Mas não encontraram a saída nem o caminho de volta ao frigorífico.

-- Psiu! Está ouvindo isso? – perguntou Lu. Era uma voz grave, que se aproximava aos poucos.

-- Vocês não vão conseguir fugir de mim, seus garotos malditos! Daqui vocês não saem mais! – vociferou um homem.

-- Droga! Ele deve ter saído do frigorífico – concluiu Patrick.

De repente, os meninos ouviram um barulho alto.

-- Corina, é você? – chamou a voz masculina.

Mas não houve resposta.

-- Corina, responda!

Novamente nada.

-- Droga, o que está acontecendo? – bufou o homem, se distanciando em seguida.

-- Espero que ele dê uma trégua por um instante. Venha, precisamos sair daqui! – falou Lucas puxando o amigo.

Gigi estava num aposento baixo, pintado de verde, de onde saíam vários corredores. Quando ouviu a voz do homem, entrou num deles. Logo ela também estava perdida, sem saber a saída.

Quando dobrou a primeira esquina, recuou espantada. Diante dela havia um lugar amplo, bem iluminado, com um louva-a-deus bem no meio. Em torno dele se reuniam insetos gigantes. Gigi não pôde ver se eles se moviam, pois logo foi obrigada a se esconder. Passos vindo de várias direções, se aproximavam. A mulher desmaiada deveria ter recobrado os sentidos.

Os corredores cheios de esquinas tornavam quase impossível saber de onde vinham os bandidos.

De repente tudo ficou em silêncio. Cuidadosamente, Gigi espreitou a sala. Os bandidos também poderiam estar escondidos atrás das figuras, querendo espioná-la. O que ela deveria fazer?

 

Pergunta para você

Gigi deve entrar na sala ou não?

 

Muitas impressões digitais

Pé ante pé, Gigi recuou para o corredor. Agora os dois bandidos iriam esperar por ela em vão. Era difícil não fazer barulho ao andar. O piso de madeira rangia e estalava, e Gigi parava e escutava a todo o momento. Só quando não ouvia nada ela ousava seguir adiante. Onde estavam os dois Tigres? E mais: que lugar era aquele, tão estranho e sinistro? E os insetos, seriam de verdade? Será que aqui moravam pesquisadores malucos que criavam esses monstros? Por fim, ela chegou ao frigorífico. A porta estava aberta. Havia alguns esqueletos no chão, mas ninguém estava lá. Enojada, Gigi atravessou o monte de ossos e descobriu então a tinta derramada e as impressões digitais vermelhas. Nesse meio tempo os bandidos também haviam deixado pistas pelas paredes.

Gigi seguiu as pistas até chegar a um cruzamento de três corredores. As marcas de tinta fresca provavam que em cada corredor entrara uma pessoa diferente. Os amigos Tigres também teriam estado lá? Gigi estava quase certa disso. Ela tirou da bolsa o livro de impressões digitais da Turma dos Tigres e começou a compará-las nas paredes. Não era simples, pois as impressões não estavam completas.

 

Pergunta para você

Em que corredor Lu e Patrick entraram?

 

Insetos-monstros congelados?

Gigi continuou a andar pelo corredor em que ela supunha estarem os garotos. Tentou chamar a atenção deles com uma latida, um código da Turma que significava: “Aqui está um Tigre”.

Ao avançar pelo corredor, ouviu, de repente, um sinal.

Patrick e Lu diziam que estavam perdidos.

Gigi parou e também bateu várias vezes. Com isso esperava que os garotos a encontrassem.

-- O que você está fazendo ai? – perguntou de repente uma voz atrás dela.

-- Gigi prendeu a respiração. Então se virou lentamente e, ao ver Patrick diante de si, retrucou com um risinho irônico.

-- Estou esperando o ônibus.

-- Nós estamos completamente perdidos e simplesmente não achamos a saída – disse Lucas, contrariado.

-- Bem, o que vocês fariam sem mim? – disse Gigi, triunfante. Tão logo notou que os corredores formavam um labirinto, a menina fez uma marca em todas as ramificações importantes. Com uma chave ela desenhou uma seta na madeira. E com a ajuda dessas setas os três amigos Tigres rapidamente encontraram o caminho para fora dali.

-- Venham aqui, preciso mostrar uma coisa – sussurrou Gigi, e levou os dois à sala dos seres gigantes. A clarabóia do teto estava fechada. Portanto, os bandidos haviam abandonado o seu posto de observação. Isso significava que poderiam estar espreitando de outro canto qualquer.

   -- Nossa, o que é isso? – sussurrou Lucas.

-- São ursinhos de pelúcia disfarçados de insetos monstruosos! – rosnou Gigi.

Ela estava cansada e se irritava com a compreensão lenta dos amigos. Para se acalmar, começou a comer uma banana.

Cuidadosamente, Lu entrou na sala e se aproximou dos insetos gigantes. Ele só estava a poucos metros de distância quando Gigi deu um assobio.

-- O que é? – perguntou ele, excitado.

-- Cuidado, os insetos podem ser de verdade! Acho que se moveram nesse meio tempo. Talvez estivessem congelados e agora despertaram.

-- Bobagem – resmungou Lu.

Patrick e Gigi se entreolharam, sem saber o que fazer. Deveriam simplesmente arrancar Lucas dali ou deixá-lo ir adiante?

-- Não, não estou enganada. Um inseto se mexeu! – sussurrou Gigi para Patrick.

 

Pergunta para você  

Que inseto se mexeu? Você pode responder a pergunta sem voltar a olhar as ilustrações?

 

Os insetos atacam

Tudo foi muito rápido. De repente, todos os insetos gigantes começaram a ser mover. O louva-a-deus se pôs de joelhos, como sempre fica quando está à caça. Ele mexia os ferrões de um jeito ameaçador.

A aranha gigante foi em direção a Lu com passos ligeiros. Ele queria fugir, mas três moscas-monstros o impediram de passar. Um gafanhoto, tão grande quanto uma espreguiçadeira, saltou para cima dele e o empurrou para o chão. Uma barata e uma centopéia começaram a rastejar sobre ele. Eram tão pesados que ele não conseguiu mais se levantar e quase não podia respirar.

-- Socorro!... Me ajudem... – ofegou ele.

Patrick e Gigi hesitaram um instante e então se jogaram sobre os insetos gigantes.

Eles os seguraram pelas patas e os arrastaram. Os animais monstruosos soltavam sons silvantes e bufantes e se defendiam como podiam. Em seguida, muitas aranhas desceram por fios finos e atacaram os Tigres para valer. Patrick abateu duas e as arremessou com tanta força para um canto que elas se emaranharam uma na outra.

Um besouro gigante surgiu de uma porta camuflada, seguido por dois gordos carrapatos. Patrick e Gigi quase vomitaram de tanto nojo, mas lutaram como puderam. Atacaram os asquerosos insetos-monstros por trás, com empurrões e batendo neles sem parar. Por fim, Lucas conseguiu se libertar. Ofegantes, os amigos correram para a saída. Para grande alívio dos três, nenhum dos monstros os seguiu.

-- Eles vão fugir, detenha esses moleques! – eles ouviram o homem gritar.

-- Detenha-os você mesmo! – gritou a mulher. -- Foi idéia sua prender essas pestes no frigorífico!

Os Tigres conseguiram chegar até a rua. Gigi fechou a porta, trancando-a por fora.

-- O carro da múmia! – balbuciou Patrick, assustado, apontando para a frente.

-- A múmia derrubou a mulher e sumiu de marcha a ré. Esquisito, não acham?

Os dois concordaram. Teriam preferido fugir. Mas ficaram parados pois ouviram um latido alto saindo do carro. Só poderiam ser os cães da sra. Beckerman. Eles precisavam liberta-los.

-- Não tenho coragem de ir até o carro – confessou Patrick.

Mas Lu queria ir.

-- Vocês acreditam realmente que uma múmia dirige carro? – perguntou Gigi.

-- Para falar com sinceridade, não fico olhando para ela – retrucou Patrick.

-- Ei, já sei como a coisa funciona! – anunciou Lu, agitado.

 

Pergunta para você

Como o carro da múmia funciona?

 

O segredo da múmia

Lu tinha uma explicação para o incidente que Gigi descrevera:

-- Quando a mulher se curvou, deve ter acionado sem querer a alavanca do controle remoto. Por isso o carro da múmia a atropelou. Em seguida, ela caiu sobre o controle e acionou a marcha a ré.

Patrick, que conhecia bem o funcionamento de controles remotos, pegou o aparelhinho do chão. Ele manejou a alavanca e o interruptor e conseguiu ligar o carro da múmia.

-- Demais! – elogiaram seus amigos Tigres.

O carro verde- limão parou diante deles e Gigi abriu a porta com a ponta dos dedos. Tirou de lá a caixa de transporte de animais, na qual os três cães estavam espremidos.

Lu foi examinar a múmia. Como supunha, se tratava de um boneco.

-- Lá estão eles! – os três ouviram os bandidos gritarem. Eles certamente haviam saído do armazém por uma outra porta e os seguido. Afinal de contas, os Tigres descobriram seus planos, e agora haviam acabado, de uma vez por todas, as chantagens e as exigências de dinheiro.

A Turma dos Tigres estava esgotada e avançava lentamente. Ainda por cima, o tornozelo de Gigi voltara a doer, de forma que os dois amigos precisavam lhe servir de apoio.

-- Socorro! – gritavam eles. Mas quem os ouviria ali? Àquela hora, o Caminho do Cais era vazio e abandonado.

O homem e a mulher se aproximavam cada vez mais.

-- Precisamos detê-los de alguma maneira! – arfou Lucas.

De repente, Gigi teve uma idéia. A rua estava bem escura, e ela poderia fazer um truque. Como estava habituada a não jogar lixo no chão, tinha consigo algo que lhes poderia ser útil.

 

Pergunta para você

O que Gigi quer jogar no chão?

 

Gigi faz uma descoberta

O truque deu certo. Os Tigres ouviram atrás de si um grito bem alto. Quando se viraram, viram que os bandidos haviam escorregado e caído um sobre o outro. Até se levantarem novamente, os três já estavam na rua principal e acenavam para que um motorista parasse. Então pediram a ele que chamasse a polícia pelo telefone do carro.

Em casa, nenhum castigo cruel os esperava. Seus pais ficaram felizes em vê-los de volta, sãos e salvos. A sra. Beckerman chorou novamente, mas dessa vez de alegria. A “múmia” já havia anunciado que traria os cães de volta, mas para isso ela deveria dar ainda mais dinheiro. Só que ela não tinha mais nem um centavo sequer.

O enigma em torno do carro da múmia e dos insetos gigantes foi solucionado no dia seguinte. Os três amigos Tigres souberam pela polícia que no armazém deveria ser montada uma espécie de trem-fantasma, mas os trabalhos de instalação foram interrompidos por um tempo. Os bandidos deviam ter descoberto isso e então tiveram a idéia do carro com a múmia e as exigências de resgate.

Duas semanas passaram, e não havia a menor pista dos vigaristas. A polícia achou no armazém quase todo o dinheiro exigido nos resgates, e pela imprensa convocou as vítimas a se apresentarem para que o dinheiro fosse devolvido.

Meses depois, Gigi recebeu um dinheiro de sua tia e quis deixá-lo na poupança. Quando foi ao banco e entrou na fila do caixa, levou um susto.

A turma dos tigres há muito suspeitava que os bandidos estavam informados sobre a movimentação bancária de suas vítimas. Agora estava claro o porquê: a mulher que os amigos encontraram no armazém trabalhava no banco.

Gigi fez a denúncia e no mesmo dia a notícia da prisão da vigarista foi divulgada. Seu cúmplice também foi encontrado e preso.

 

Pergunta para você

Por que Gigi reconheceu a mulher do caixa tão rapidamente?

 

Os três Tigres ficaram tremendamente orgulhosos, e, para sua grande surpresa, até receberam uma recompensa de Henrique Bartmeier – logo ele, tão mesquinho.

Com o dinheiro eles realizaram um sonho há muito acalentado: compraram um barco inflável, com o qual iriam justamente solucionar o caso seguinte.

E mais uma vez seu lema se confirmara:

 

         Somos os Tigres,

         somos os tais,

         vencemos qualquer parada,

          o que você quer mais?!

 

                                                                                Thomas Brezina  

 

Thomas Brezina, nascido em 30 de janeiro de 1963 em Viena, é um escritor de livros infantis austríaco. No Brasil, ele é mais conhecido pela série Olho no Lance, que conta as aventuras da Turma dos Tigres, formada por Patrick, Gigi e Lu, e pela série Os Meus Monstros, com as histórias de João, o menino medroso. Com mais de 400 livros escritos, traduzidos para 32 idiomas, ele também apresenta vários programas infantis na televisão austríaca. Desde 1996, ele é embaixador oficial da UNICEF na Áustria.

 

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