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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


Série OS MISTÉRIOS DE WARTHIA / Denise Flaibam
Série OS MISTÉRIOS DE WARTHIA / Denise Flaibam

 

 

                                                                                                                                                      

 

 

 

 

Onde tudo começou...
O Sol surgia preguiçosamente por trás dos picos rochosos que se expandiam em alturas titânicas, escondendo o palácio dos visitantes inoportunos. Eles, geralmente viajantes, buscavam entradas clandestinas pelo mar. As gigantescas montanhas encaixavam-se perfeitamente no terreno árido, contrastando com a paisagem inóspita ao seu redor. O castelo havia sido construído sobre um dos picos menores.
Todos naquele Reino, e igualmente em todo o continente, conheciam a história daquela magnífica estrutura, mas não deixavam de admirar cada vez que a viam, em especial por se tratar de uma construção feita com tanto zelo. A precisão em cada pilastra, em cada detalhe dos intrincados desenhos que enfeitavam as tapeçarias, tudo havia sido minuciosamente trabalhado em favor da perfeição.
Uma figura solitária encontrava-se parada no jardim. As plantas e flores que enfeitavam o pátio eram exuberantes, e a criatura que as observava desejou nunca mais sair dali. Tinha, porém, uma importante missão a cumprir, e o dever sempre vinha em primeiro lugar.
Seus olhos expressivos concentravam-se nas cores ricas que pintavam o céu em torno do astro rei. Era uma honra para ela observar tão exótico fenômeno da natureza, pois, de onde vinha, o Reino onde as águas tudo dominavam, não havia oportunidade de apreciá-lo. O oceano era infinito e sempre escuro, sem a riqueza de cores da vida terrestre.
Um suspiro fraco escapou por seus lábios. Seu coração ansiava por jamais retornar ao caos que se mostrava sua vida longe daqueles muros. O curioso era que seres da sua raça deveriam detestar uma região como aquela. Sua reação era contrária.
Abismava-se ao pensar que, a cada dia que se passava, mais se sentia inclinada a desacatar as ordens que lhe haviam sido dadas.
Toda vez que tais pensamentos apareciam, um insistente palpitar em sua mente a fazia se lembrar de seu dever. Aquilo que mais importava em toda a sua existência! Dar-se ao luxo de realizar seus próprios desejos não fazia parte da vida de alguém como ela. Tinha de fazer o que lhe fora ordenado. O destino daquele mundo dependia dela... E de mais três companheiros...
Ela passara dias observando o horário em que os guardas trocavam a ronda, e descobrira que o melhor momento era ao amanhecer. Agora, aproveitando a distração da maioria deles, caminhou pelos corredores do palácio. Conhecia-os bem desde sua última estadia naquele exótico Reino. Na verdade, bem até demais.
Ah, se alguém suspeitasse o quanto tinha se envolvido com aquele lugar... Se alguém de sua família imaginasse as histórias que ela guardava em seu âmago, sabia que sofreria eternamente. Ela conhecia as consequências e, por isso, desejava partir. Um choque na confiança era a única maneira de quebrar os vínculos deixados ali.
Com uma corrida ágil, logo as escadarias de mármore branco surgiram ao alcance de seus olhos. Ao parar para examinar o local, não pôde deixar de pensar que aquele era um importante caminho. Ter realizado aquela viagem dava início à contagem regressiva.
E, surpreendentemente, ao descer as escadarias, seus passos mostraram-se precisos. Havia entendido que não podia voltar atrás. Todo o plano estava correndo bem e, com sorte, fugiria dali sem que ninguém a atrapalhasse. Principalmente sem que ele aparecesse.
Após um longo lance de degraus, encontrou-se no nível um. Havia decorado facilmente o lugar onde estaria o alvo de sua missão, portanto, continuou descendo e só parou no final, no nível cinco. Ali, as celas escondiam criaturas temidas, capturadas em sangrentos combates, e também aquele que tanto procurava. Ao andar pelo corredor, tentou ignorar a aura negra que emanava de cada minúsculo espaço compreendido entre as paredes de pedra bruta.
A maldade corroía as grades de prata – metal utilizado apenas para guardar os monstros mais mortíferos – e também o ar ao seu redor, que estava muito mais denso. Era como se uma força poderosa estivesse se erguendo vagarosamente. No fundo, sabia que tal suposição era verdadeira.
Quando um dos monstros a viu, começou a uivar e urrar, seus berros guturais ecoando pelas frias paredes daquele calabouço, o que fez com que os outros despertassem. Logo o caos estava instalado.
Correu cela por cela até o fim do corredor, e na última delas encontrou aquele que deveria ser resgatado. Sem as chaves, o processo para libertá-lo foi mais demorado. Ele parecia relutante em fugir. Não conhecia a criatura que o estava salvando. Como confiaria nela? Porém, ao ouvir um simples nome ecoando da boca de sua salvadora, percebeu que estavam do mesmo lado naquela luta. Deveriam apenas fugir para que a missão fosse cumprida. Ao menos parte dela.
O problema maior se deu quando eles terminaram de subir as escadas, com os ecos monstruosos acompanhando-os passo a passo. Parados na única saída daquele calabouço estavam soldados armados com flechas, as pontas prateadas reluzindo ao brilho das tochas. No meio deles, havia também aquele que não deveria estar ali. A traidora não queria encontrá-lo naquela situação. E, em seu olhar, ela pôde ver a mais pura incredulidade.
Havia confiado tanto nela para receber uma punhalada nas costas como aquela... Mas não havia tempo para explicações. A missão era mais importante.
– Deixe-nos passar – ela solicitou com firmeza.
– Primeiro deverão passar por nós.
– Temos uma missão a cumprir – retrucou o resgatado, incrivelmente impaciente. O homem que os bloqueava encarou-o com asco.

– Por quê? – A pergunta se dirigia à traidora, que sentiu seu coração comprimir-se em tristeza. O olhar do homem que confiara nela, o homem que lhe entregara o coração, era de puro pesar.
– Porque foi necessário. – Ela desembainhou uma espada, lançando em seguida um punhal longo para o ex-detento.
O combate teve início. E a conclusão dele decidiria parte do futuro de Warthia...

 

 

                  

 

 

                  

 

 

 

 

 

A autora da Série é jedi, escritora e fangirl nas horas vagas. Nasceu sob o signo de Peixes em 1995. É, portanto, uma sonhadora. Viciada em séries, videogame e tão cinéfila quanto se possa imaginar. Lobos, chocolate, atores que destroem corações e o cheiro de livros novos estão entre suas coisas favoritas desta vida. Já navegou por mares desconhecidos, se aventurou em terras fantásticas e participou de um apocalipse zumbi; com o coração aventureiro e a mente cheia de ideias, seus livros contam histórias que gostaria de viver e falam de personagens que gostaria de conhecer.

 

 

                              

 

 

 

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