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5 OZMA E O MÁGICO DE OZ / L. Frank Baum
5 OZMA E O MÁGICO DE OZ / L. Frank Baum

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Era uma vez, na bela Cidade Esmeralda, no centro da terra mágica de Oz, uma linda menina chamada Princesa Ozma, que governava todo o país. E entre aqueles que serviam a pequena governante e moravam nos quartinhos aconchegantes do esplêndido palácio havia um homem muito idoso chamado de Mágico de Oz.
O pequeno Mágico podia fazer muitas coisas esquisitas com a sua magia, mas era um senhor bondoso, com olhos alegres e brilhantes e um sorriso simpático. Assim, em vez de temê-los por causa da sua magia, todos o amavam.
Ozma sempre queria muito, muito mesmo, que todos os habitantes da Terra de Oz fossem felizes e contentes, então, numa manhã, decidiu fazer uma viagem por todas as partes do país. Sua ideia era descobrir se havia alguma coisa errada, se alguém estava descontente ou se havia algo de errado que poderia endireitar. Ela convidou o pequeno Mágico para acompanhá-la, que ficou feliz em aceitar.
— Devo levar minha sacola de ferramentas mágicas? — ele perguntou.
— É claro — Ozma respondeu. — Pode ser que precisemos de muita magia antes de voltarmos, pois vamos visitar partes estranhas do país e talvez encontremos criaturas desconhecidas e aventuras perigosas.

 


 


O Mágico pegou sua bolsa de ferramentas mágicas e os dois partiram da Cidade Esmeralda, vagando pelo país por muitos dias até chegarem a um certo lugar, no alto das montanhas, que nenhum deles havia visitado antes. Uma manhã, Ozma parou em uma cabana construída ao lado da trilha rochosa que levava a um valezinho mais adiante.

— Você é feliz? — Ozma perguntou a um homem. — Tem alguma reclamação a fazer sobre a sua vida?

— Somos felizes — o homem respondeu. — O único problema é os três Imps que vivem no vale e vivem aparecendo para nos incomodar. Se Sua Alteza expulsasse os Imps, eu e minha família ficaríamos muito contentes e muito agradecidos.

— Quem são esses Imps malvados? — a governante indagou.

— Um se chama Licante, um se chama Udente e um, Ertinente, e eles não respeitam nada nem ninguém. Quando um estranho passa pelo vale, os Imps zombam deles, fazem caretas e os chamam de nomes feios. Às vezes, eles empurram os viajantes para fora da trilha ou atiram pedras neles. Sempre que o Imp Licante, o Imp Udente ou o Imp Ertinente aparece para nos incomodar, minha família e eu corremos para dentro de casa e trancamos todas as portas e janelas, e não ousamos sair até os Imps terem ido embora.

A Princesa Ozma ficou tocada ao ouvir essa história e o pequeno Mágico balançou a cabeça, sombrio, e disse que os Imps travessos mereciam um castigo. Os dois disseram ao bom senhor que fariam o possível para protegê-los e seguiram imediatamente para o vale, em busca do covil das três criaturas endiabradas.

Logo chegaram a três cavernas, escavadas nas rochas, e em frente a cada uma estava acocorado um anãozinho esquisito. Ozma e o Mágico pararam para examiná-los e viram que eram fortes e animados, com corpos robustos. Tinham orelhas grandes e redondas, narizes achatados e sorrisos largos, com cabeleiras negras que formavam pontas no alto das suas cabeças e lembravam chifres e roupa apertada nos seus corpos e braços. Os Imps eram tão pequenos que, no princípio, Ozma não os considerou perigosos. De repente, entretanto, um esticou o braço, agarrou o vestido da Princesa e deu um puxão tão forte que ela quase caiu. No próximo instante, outro Imp deu um empurrão tão forte no Pequeno Mágico que ele se chocou contra Ozma e, num piscar de olhos, ambos caíram sentados no chão.

Os Imps gargalharam histericamente e começaram a correr ao redor da Princesa Real e chutar poeira para cima dela.

— Mágico, cumpra o seu dever! — ela gritou.

O Mágico obedeceu imediatamente. Sem se erguer do chão, ele abriu a sacola, tirou as ferramentas necessárias e murmurou um feitiço.

Os três Imps se transformaram instantaneamente em três arbustos, do tipo espinhento e atarracado, com as raízes no solo. No início, os arbustos ficaram parados, talvez surpresos com a transformação súbita, então o Mágico e a Princesa tiveram tempo de se levantar do chão e sacudir a poeira da suas roupas elegantes.

— A infelicidade que vocês estão sentindo agora, meus caros Imps, é consequência das suas travessuras, nada mais — Ozma disse, virando-se para os arbustos. — Agora vocês não vão poder incomodar os viajantes inofensivos e vão ser arbustos feios, cobertos de espinhos afiados, até se arrependerem das suas maldades e prometerem ser Imps bonzinhos.

— Agora eles não têm opção, Alteza, só podem ser bons — disse o Mágico, muito satisfeito com o seu trabalho. — O plano mais seguro seria deixar que continuassem arbustos para sempre.

Mas havia algo de errado com o feitiço do Mágico, ou então as criaturas tinham uma magia própria, pois assim que as palavras foram pronunciadas, os arbustos começaram a se mexer. No início, apenas sacudiram seus galhos para a menina e o homenzinho, mas logo começaram a deslizar pelo chão, arrastando as raízes pela terra. Um roçou contra o Mágico e espetou com seus espinhos afiados, tanto que ele gritou “ai!” e largou a fugir.

Ozma foi atrás, pois os outros arbustos tentavam espetar suas pernas com espinhos, e um chegou perto o suficiente para fazer um rasgão enorme no seu lindo vestido. A Princesinha corria bem, no entanto, e foi atrás do Mágico fujão até que este tropeçou em um tronco e saiu rolando pelo chão.

— Rápido! — ela gritou, escondendo-se atrás de uma árvore. — Transforme-os em alguma outra coisa.

O Mágico escutou, mas a queda o deixara muito confuso. Ele enfiou a mão na sacola, tirou a primeira ferramenta mágica que encontrou e transformou os arbustos em três porcos brancos. Os Imps ficaram pasmos. Na forma de porcos — gorduchos, redondos e bonitinhos —, deram uma corridinha e sentaram-se para refletir sobre o seu novo estado.

Ozma respirou fundo e saiu de trás da árvore.

— Assim está muito melhor, Mágico, pois porcos como esses devem ser inofensivos. Agora ninguém mais tem por que temer os Imps malvados.

— Eu queria transformá-los em ratinhos — o Mágico respondeu. — Mas estava tão emocionado que usei o feitiço errado. Contudo, a menos que essas criaturas horríveis se comportem no futuro, vão acabar sendo abatidas e devoradas. Dariam boas costeletas, linguiças ou assados.

Mas agora os Imps estavam brabos e não tinham nenhuma intenção de se comportar. Quando Ozma e o pequeno Mágico deram meia-volta para retomar a sua viagem, os três porquinhos saíram correndo, passaram entre as suas pernas e fizeram com que tropeçassem; os dois perderam o equilíbrio e caíram no chão, agarrados um ao outro. Quando tentou se levantar, o Mágico foi derrubado de novo e caiu sobre as costas do terceiro porco, que o levou vale abaixo até despejar o homenzinho no rio.

Ozma estava esparramada no chão, mas viu que não havia se machucado, então se recuperou e correu para ajudar o Mágico. A Princesa chegou quando ele estava se arrastando para fora da água, completamente ensopado e ainda tentando recuperar o fôlego. A menina não conseguiu conter a risada quando viu o seu estado ridículo. Assim que ele tirou a água dos olhos, no entanto, um dos porcos endiabrados o fez tropeçar novamente e o atirou no rio para um segundo banho. Os porcos tentaram fazer Ozma tropeçar, mas ela correu em torno de um cepo de árvore e conseguiu afastá-los.

Enquanto isso, o Mágico saiu da água de novo e pegou um pedaço de pau afiado para se defender. Ele murmurou um feitiço que secou suas roupas imediatamente e então apressou-se para ajudar Ozma. Os porcos, com medo de serem espetados, se afastaram.

— Assim não dá — disse a Princesa. — Não fizemos nada de útil, pois os Imps porcos incomodariam os viajantes tanto quanto os Imps de verdade. Transforme-os em alguma outra coisa, Mágico.

O Mágico parou para pensar, então transformou os porcos brancos em três pombas azuis.

— As pombas — disse ele — são as criaturas mais inofensivas do mundo.

Mas logo que pronunciou essas palavras, as pombas voaram para cima deles e tentaram bicar seus olhos. Quando tentaram proteger o rosto com as mãos, duas pombas morderam os dedos do Mágico e a outra prendeu a orelhinha rosada da Princesa no bico e deu um beliscão tão cruel que a menina soltou um grito de dor e atirou a saia por cima da própria cabeça.

— Mágico, esses pássaros são piores do que os porcos — ela gritou para o companheiro. — Nada pode ser indefeso quando é alimentado por raiva impudente ou travessuras impertinentes. Você precisa transformar os Imps em alguma coisa que não esteja viva.

O Mágico estava muito ocupado, tentando enxotar os pássaros, mas conseguiu abrir a sacola mágica e encontrar um feitiço que transformou as três pombas em três botões na mesma fora. Quando caíram no chão, ele os recolheu e sorriu satisfeito. O botão de lata era o Imp Licante, o de latão era o Imp Udente e o de chumbo era o Imp Ertinente. O Mágico colocou os três botões em uma caixinha e guardou-a no bolso do casaco.

— Agora os Imps não vão incomodar os viajantes, pois vamos levá-los de volta conosco para a Cidade Esmeralda — disse o Mágico.

— Mas não vamos temos coragem de usar os botões — disse Ozma, sorrindo novamente agora que o perigo estava no passado.

— Por que não? — perguntou o Mágico. — Pretendo costurá-los no meu casaco e vigiá-los com cuidado. Os espíritos dos Imps ainda estão nos botões e, após algum tempo, vão se arrepender da sua travessura. Eles vão decidir serem bons no futuro. Quando mudarem, o botão de lata virará prata, o de latão se tornará ouro e o de chumbo, alumínio. Depois, vou devolver suas formas certas e mudar seus nomes para terem nomes mais bonitos, não os feios de antes. Daí em diante, os Imps serão bons cidadãos da Terra de Oz e, creio, você verá que os três serão súditos leais da nossa amada Princesa Ozma.

— Ah, isso é que é magia que vale a pena — exclamou Ozma, satisfeita. — Você, meu amigo, é um Mágico muito esperto, sem dúvida nenhuma.

 

 

                                                   Lyman Frank Baum         

 

 

 

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