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Viriato da Cruz
Viriato Francisco Clemente da Cruz (Kikuvo (Porto Amboim), 1928 - Pequim (China), 13 de Junho de 1973).
Foi considerado um dos mais importantes impulsionadores de uma poesia regionalista angolana, nas décadas de 40 e 50, e considerado pelo povo angolano como um dos principais líderes da libertação de Angola.
Fez os estudos liceais em Luanda, saiu de Angola por volta de 1957 para se dirigir a Paris onde encontra-se com Mário Pinto de Andrade, tendo desenvolvido uma intensa actividade política e cultural.
Na década de 60 tornou-se Secretário-Geral do MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, partido esse que ajudou a fundar, juntamente com Agostinho Neto.
Vai para Pequim, na década de setenta, onde os dirigentes chineses o receberam de braços abertos, pois tinha demonstrado uma enorme capacidade na criação do MPLA, primeiro em Conackry e, depois, no Congo Belga (neste foi detido e sofreu torturas, por defender ideias contrárias às estabelecidas).
Os chineses entendiam que Viriato da Cruz poderia facilitar a penetração ideológica do socialismo maoísta no continente africano.
O que não sabiam era que estavam profundamente enganados; daí nasceu um grave mal-entendido com consequências trágicas para Viriato e para a sua família.
Elabora um relatório onde afirma que os paises Africanos, mesmo os mais desenvolvidos, não estão preparados para uma revolução socialista.
Demonstra então grande firmeza ao recusar-se a mudar o relatório.
Esse aspectos do seu carácter já lhe tinha valido graves dissabores na sua curta vida política quando da crise de 1962-63, no seio do MPLA. O relatório pessimista elaborado por Viriato ia contra a doutrina maoísta da iminência da revolução mundial.
Os chineses começaram a ver que Viriato se distanciava cada vez mais das teses maoístas e mantiveram-no como refém.
Ele não entendia porque não o expulsavam. Mas os Chineses temiam a inteligência superior de Viriato e as consequências negativas que ele poderia causar à causa maoísta se saísse da China.
Os últimos anos de vida de Viriato foram de um dramatismo extremo. A falta de alimentos, a fome, fragilizaram-no. Acabou por falecer a 13 de Junho de 1973.
No entanto, derradeira humilhação foi a maneira abjecta como foi levado para o cemitério dos estrangeiros entaipado entre quatro tábuas, transportado num caminhão militar.
Carlos Cunha Arte & Produção Visual
Planeta Criança Literatura Licenciosa