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Herman Melville, nascido em 1° de agosto de 1819, em Nova York, foi um escritor, poeta e ensaísta norte-americano. Embora tenha obtido grande sucesso no início de sua carreira, sua popularidade foi decaindo ao longo dos anos. Faleceu quase completamente esquecido, sem conhecer o sucesso que sua mais importante obra, o romance “Moby Dick”, alcançaria no século XX.
Herman Melville foi o terceiro filho de Allan e Maria Gansevoort Melvill (que posteriormente acrescentaria a letra “e” ao sobrenome). Quando criança, Melville teve escarlatina, o que afetou permanentemente sua visão. Se mudou com a família, em 1830, para Albany, onde frequentou a Albany Academy. Após a morte de seu pai, em 1832, teve de ajudar a manter a família (então com oito crianças). Assim, trabalhou como bancário, professor e fazendeiro.
Foi com o pseudônimo de L.A.V. que Herman Melville publicou, em 1839 uma composição intitulada “Fragmentos Literários de uma Escrivaninha”, trabalho com inclinações românticas e de cunho simples e um estilo ainda indefinido. Essa publicação não trouxe a Melville uma crítica positiva e resolve abandonar a cidade e o pseudônimo.
Assim, aos vinte anos e sem muitas perspectivas, no mesmo ano, é empregado, graças a seu irmão mais velho, no navio ‘St. Lawrence’, no qual embarca rumo a Liverpool. Anos mais tarde, em 1849, contaria no livro “Redburn” a decepcionante experiência dessa viagem em relação aos marujos grosseiros e a exaustão da vida a bordo.
Retornando à sua Nova York natal, conseguiu dar aulas em um colégio que encerra as atividades algum tempo depois, vai para Albany para outro colégio, tentando a sorte no oeste e no final de 1840 retornou a Nova York, praticamente falido o que o faz embarcar em um navio baleeiro. Observa aí os arpoadores, especializados na caça à baleia, o uso dos arpões manuais o que não garantia a vitória na caça. Outras, feridas de morte, eram atravessadas pela lança inúmeras vezes. Seu óleo era extraído ali mesmo no navio.
Toda essa experiência da luta dos homens contra a baleia marcou o espírito de Melville. Em julho de 1842 desembarcou com um amigo na ilha de Nuku-Hiva e após ser abandonado por este, e com a perna ferida foi resgatado um mês depois pelo ‘Lucy Ann’, um baleeiro australiano. As peripécias nesse navio e a descrição do modo de vida dos nativos da ilha resultam no livro “Typee”, uma reportagem narrativa. As experiências vividas em Papeete, no Taiti, após desembarcar do Lucy Ann, foram revividas em seu livro “Omoo”, de 1847.
Por conta das disputas entre ingleses, franceses e americanos sobre o Havaí e o Taiti, os Estados Unidos mantinham um destacamento naval na primeira, o que incentivou Melville a alistar-se na marinha americana, e manter-se disciplinado para livrar-se dos castigos corporais infligido aos marinheiros e poder devorar os livros da biblioteca de bordo e escrever em 1850, “White Jacket” relatando o ambiente disciplinar rígido da corporação.
No ano seguinte, na placidez da fazenda comprada em Pittsfield, ao lado da esposa e dos filhos, terminou a história baseada nas experiências vividas no baleeiro Acushnet, contando as aventuras do Capitão Ahab, louco de dor e solidão, comandante do baleeiro Pequod contra a baleia branca Moby Dick, obra recebida pela crítica da época como um romance superficial. O livro, dividido em três volumes, foi publicado em 1851 com o título de “A baleia” e não obteve sucesso de crítica, tendo sido considerado como um dos principais motivos para o declínio da carreira do autor.
Sua obra, pouco entendida na época pelo público em geral, compreende ainda “Pierre ou as Ambiguidades”, “Benito Cereno”, “Contos da Praça”, “Homem-Confidência”, “Diário dos Estreitos”, “Do Alto de uma Casa”, “Réquiem”, “Clarel” e “Billy Budd”.
Sua morte ocorrida a 28 de setembro de 1891 não foi publicada em nenhum jornal da época.
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