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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


Lisa Gardner
Lisa Gardner

 

 

 

                                                                                                                                                      

 

 

 

 

 

Lisa Gardner é uma autora americana de ficção. Ela é autora de vários thrillers, incluindo The Killing Hour e The Next Accident. Ela também escreveu romances usando o pseudônimo Alicia Scott.

Criada em Hillsboro, Oregon, ela se formou na Glencoe High School da cidade. Seu romance Gone é ambientado em uma versão fictícia de Tillamook, Oregon.

Em meados da década de 1990, ela era analista de pesquisa em Boston com a Mercer Management (agora Oliver Wyman). Ela creditou seus longos dias fazendo pesquisas para lhe dar as habilidades necessárias para seguir uma linha de investigação enquanto aprendia novos tópicos.

A partir de 2014, Gardner vive na Nova Inglaterra com sua família.

 

 

 

 

            

 

                       

 

            

 

 

 

 

 

 

Leia da autora

 

A primeira vez que ele a viu, uma certeza insinuou-se de imediato. Ficou a vê-la a agitar os pompons vermelhos e brancos. Observou as madeixas de cabelo dourado recortadas contra o firmamento azul daquele dia de Verão. Memorizou o sorriso radiante que deixava entrever uns dentes muito brancos enquanto ela gritava, entoando os cânticos da claque feminina que acompanhavam os passos da coreografia executados no relvado do campo de futebol. Antes, ele tinha sentido fome, agora, olhava para ela e sentia-se saciado. Em tempos idos fora estéril, agora observava-a e sentia as entranhas a fervilhar.
Sabia tudo a respeito dela. Sabia que os pais eram pessoas muito respeitadas em Williamstown, uma posição única para os que não pertenciam ao meio académico naquele enclave universitário dedicado às artes liberais. Sabia também que a família dela era de boa cepa alemã, quatro gerações de gente loura e de pele clara proprietárias do estabelecimento principal da localidade, os Matthews, que viviam toda a sua existência sem nunca irem além de quatro quarteirões do lugar onde nasceram. Tinham propensão a morrer beatificamente durante o sono, com excepção do bisavô de Theresa, que falecera devido à inalação de fumo, quando tinha setenta e cinco anos, ao ajudar a salvar os cavalos da cavalariça em chamas de um vizinho.
Ele sabia que todas as tardes, depois do ensaio da claque, Theresa voltava apressadamente para casa a fim de ajudar os pais na loja. Limpava e arrumava as prateleiras mais pequenas onde estavam expostos os azeites importados, pasta de espinafre com noz-moscada e doces regionais de xarope de bordo em forma de folhas de castanheiro. Durante finais de Setembro e princípios de Outubro, altura em que Williamstown recebia inúmeros visitantes que soltavam exclamações de assombro ao verem as colinas cobertas de vegetação rasteira e arvoredo em tons de dourado e vermelho, Theresa tinha autorização para cortar o queijo de Vermont ou o torrão de chocolate que os turistas tanto apreciavam. Mas depois da estação do turismo, ela voltava a ter de se Ocupar das tarefas domésticas, limpando o pó as prateleiras aos quadrados azuis, varrendo o soalho de madeira sólida que já tinha cem anos, limpando as mesas de madeira de pinho tosco. Eram as mesmas tarefas que fazia desde os seus doze anos, tendo ele ouvido o pai dizer-lhe, meia dúzia de vezes numa única tarde, que ela nunca teria inteligência suficiente para fazer outra coisa além daquele tipo de trabalho.
Theresa nunca ripostava. Limitava-se a atar o avental de quadrados encarnados, baixava a cabeça de cabelos louros e continuava a varrer...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                   

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