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George Bernard Shaw nasceu em Dublin, Irlanda, em 1856, oriundo de uma família protestante. Teve uma educação irregular, devido à sua resistência a qualquer tipo de treinamento mais rígido. Mudou-se para Londres em 1876, ainda jovem, e na Inglaterra passaria a maior parte da sua vida, apesar de nunca ter se conformado com a política inglesa em relação à Irlanda. Autodidata, levou adiante a sua própria educação no British Museum e interessou-se profundamente por assuntos culturais, como a música e as letras (encantou-se particularmente com a obra do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, pela qual seria muito influenciado). Tornou-se um socialista e um brilhante orador. Em 1884 Shaw fundou a Fabian Society (cujo manifesto ele próprio redigiu), que propunha um socialismo pacífico e reformista e que viria a ter grande influência política na Inglaterra. Através dessa sociedade editou seus Ensaios fabianos sobre o socialismo, favoráveis a um socialismo moderado, desvinculado do marxismo. Seus primeiros escritos revelam um temperamento panfletário, indignado pelas injustiças sociais e buscando uma solução para elas através da denúncia da hipocrisia.
Em 1888, Shaw começou a exercer a crítica musical e defendeu com entusiasmo a obra de Richard Wagner. Em 1885, criou polêmica ao tratar com irreverência a obra de William Shakespeare. Começou a carreira literária com romances, até que sua atividade de crítico teatral levou-o a escrever peças para ilustrar suas posições contra o teatro inglês. Escreveu, também, sobre diversos temas da atualidade: Common sense about the War (1914), How to settle the irish question (1917) e The intelligent woman’s guide to socialism and capitalism (1928).
Embora fosse essencialmente tímido, acabou criando o mito-personagem George Bernard Shaw, conhecido como showman, satirista espirituoso, polemista, crítico, bufão intelectual e dramaturgo. A partir dele, comentadores da sua obra cunharam um novo adjetivo para a língua inglesa: shavian, termo usado para abarcar todas as versáteis e brilhantes qualidades do autor.
Seus textos críticos foram compilados em vários volumes, como Music in London 1890-1894, Pen portraits and reviews e Our theatre in the nineties. Shaw também escreveu nove romances, incluindo Cashel Byron’s profession e uma coletânea de textos ficcionais curtos, publicada como Aventura de uma negrinha que procurava Deus (Black girl in search of God and some lesser tales). Entretanto, costuma-se considerar as suas muitas peças (no total são 52), nas quais retratava com virulência os vícios da sociedade vitoriana, o melhor da sua produção literária. Entre elas estão: Peças agradáveis e desagradáveis (Plays pleasant and unpleasant,1898), Peças para puritanos (Plays for puritans, 1901), Widower’s houses (1892), em que faz uma sátira da usura, A profissão da sra. Warren (Mrs. Warren’s profession, 1893), em que denuncia a prostituição, O homem e as armas (Arms and the man, 1894), em que satiriza o mito do heroísmo, Major Bárbara (Mayor Bárbara, 1905), que parodia sobre o poder dos vendedores de canhões. Apenas em Santa Joana (Saint Joan, 1923), que entre os críticos rivaliza com Pigmaleão pelo lugar de obra-prima do autor, o sarcasmo cede lugar ao lirismo, ao recontar a história da donzela francesa, da Idade Média até a modernidade.
Em 1925, Shaw recebeu o Prêmio Nobel de Literatura pelo “seu trabalho, que é marcado pelo idealismo assim como pela humanidade, e pelo fato de sua sátira estimulante ser frequentemente infundida por uma beleza poética singular”. Faleceu em 1950.
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