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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


Máximo Gorki
Máximo Gorki

 

 

 

 

 

 

Pseudônimo de Alexei Maximovich Peshkov - Nijni-Novgorod, 1868 - Moscou, 1936. Escritor e dramaturgo russo, mestre do realismo e considerada uma das personalidades mais relevantes da cultura e da literatura de seu país.

Após a morte de seu pai, quando tinha quatro anos de idade, Gorki mudou-se para viver com a família de seu avô, vem menos pobreza às vezes no boêmios ambientação e ribeirinhos. Neste mundo de sua infância, que marcou decididamente é magistralmente recriado em minha infância (1913-1914), primeira parte de sua trilogia autobiográfica.

Gorki é considerado um modelo de escritor autodidata. Aos onze anos, ele deixou a casa do seu avô e embarcou em uma vida cheia de aprendizagem incompleta, as navegações longas ao longo do rio Volga e inúmeras viagens para o sul da Rússia e a Ucrânia, que será o tema de meus universidades também autobiográfico (1923). Sucesso literário veio após a publicação do conto Makar Chudra em 1892, que combina uma brilhante descrição da natureza com um rico fluxo narrativo interno para abordar a questão da dignidade humana e da liberdade de forma romântica ultra e folclorista.

O título mais importante neste turno proletário é A Mãe (1907), escrito durante uma viagem aos Estados Unidos para recolher fundos para a causa bolchevique. O romance conta a história de uma mãe que adota a causa do socialismo como uma espécie de religião, quando o filho dele, um ativista político, é preso. Elogiado por Lenin, com entusiasmo, ele adquiriu uma reputação injustificada durante o período soviético, como um exemplo do triunfo inevitável de idéias comunistas.

 

 

  

 

 

Este romance é um retrato dramático e fascinante da luta revolucionária vista a partir da ótica familiar e do mundo dos trabalhadores. Está baseado em fatos reais ocorridos nas fábricas de Sormovo, na Rússia, em que o operário Pavel Vlassov, militante revolucionário, e sua mãe, Pelagueia Nilovna, são protagonistas das manifestações do “1º de Maio” de 1902.

 


 

 

 

 

'A velha Izerguil', 'Makar Tchudrá', 'Tchelkach', 'Boles' e 'Os compadres', que trazem a característica mistura gorkiana de sopro romântico e observação realista. Eles mostram como traço comum um olhar renovado sobre as figurações literárias das classes populares do vasto império russo, apresentadas sem as tradicionais idealizações 'camponesas'.

 


 

 

 

 

A Família Artamonov, o processo de uma sociedade visto através de uma determinada família. Porém os personagens de Gorky não agem isoladamente do seu contexto histórico. A degradação do Artamonov não é uma degenerescência fisiológica pois que as várias gerações apresentam muitos caracteres comuns.

 


 

 

 


A obra de Gorki centra-se no submundo russo. O ficcionista registrou com vigor e emoção personagens que integravam as classes excluídas: operários, vagabundos, prostitutas, gente humilde, homens e mulheres do povo.

 


 

 

 


Nascido em 1868, Gorki foi um escritor da escola naturalista e formou uma espécie de ponte entre as gerações de Tchekhov e Tolstoi, e a nova geração de escritores soviéticos.

 


 

 

 


O mar ria-se. Sob o sopro ligeiro do vento abafado, o mar tremia, e, coberto de pequenas ondulações que reflectiam a luz ofuscante do Sol, sorria ao céu azul em milhares de sorrisos prateados. No espaço amplo entre o mar e o céu voavam os borrifos alegres das ondas, correndo uns atrás dos outros pela praia plana do promontório arenoso. Este som e o brilho do Sol, reflectidos mil vezes pelas ondulações do mar, fundiam-se num movimento uníssono e contínuo, cheio de alegria. O Sol estava feliz porque brilhava; o mar… porque reflectia a sua luz exultante...
Publicada em 1897, «Malva» é uma das obras mais destacadas de Gorki.

 


 

 

 


Em 9 de janeiro de 1905, por ordem do governo autocrático, uma manifestação pacífica de trabalhadores de São Petersburgo foi violentamente reprimida. Organizada pelo padre Gapón, a multidão ia em direção ao Palácio de Inverno para entregar uma petição ao czar. Vítimas de precárias condições de existência, nada mais queriam do que ser recebidas pelo czar Nicolau II, contar-lhe sua infelicidade na ilusão de persuadi-lo a diminuí-las, bastando para tanto atender à petição dos proletários...

 


 

 

 


Os vagabundos ocupam, na obra de Gorki, uma posição explicativa: Gorki, criou, literariamente, o vagabundo.
Não se pode associar aos nomes de Hansum, ou de Dickens, ou de Vítor Hugo. O vagabundo de Gorki é um tipo à parte: o bossiak, um equivalente eslavo do clochard francês. Foi o exotismo do tipo que primeiro chamou a atenção para o jovem autor. Introduzia-se, na literatura, um novo mundo, uma nova visão das coisas.
Gorki, diz Nina Gourfinkel: «O ímpeto social do herói gorkiano estava magnificamente servido pela linguagem do escritor. Convencional e abundante em frases feitas, quando procurava atingir um certo nível literário, o seu estilo adquiria uma riqueza, uma espontaneidade, uma força de sugestão extraordinária logo que punha a falar as suas personagens do povo. Os autores russos do século XIX deram frequentemente a palavra a mujique, mas, quando se eleva a voz do bossiak de Gorki, todas essas tentativas, inclusive as de Tolstoi, parecem frouxas. Gorki era o próprio povo.»

 


 


Livro I                   Livro II

 

 

 


Quando os descarregadores se dispersaram, instalando-se nos lugares onde havia sombra e comprando comestíveis aos vendedores ambulantes, apareceu o velho Grichka Tchelkache, muito conhecido no porto pelas suas proezas. Era um sujeito constantemente perseguido pela polícia e famoso como bebedor emérito e gatuno incorrigível. Ia descalço e com a cabeça descoberta; levava calças de pano velho e uma blusa de algodão, rasgada nos ombros, deixando perceber sob a pele morena os ossos secos e angulosos. Os cabelos em desalinho e a cara de ave de rapina ainda por lavar indicavam que o velho acabava de levantar-se.
Levava uma palha no bigode espesso e comprido, outra nos pelos da cara e um ramo de tília recém-colhido, por detrás da orelha. Largo, ossudo, um pouco curvado, caminhava lentamente, esfregando as mãos...

 


 

 

 


"A meio do vale, sulcado em todas as direcções por estradas cinzentas, ergue-se Okuroff, pequena cidade de casas tão juntas que dir-se-ia um engenhoso brinquedo sobre a palma da mão, larga e enrugada.
Divide a cidade em duas partes iguais Shikane, o bairro da élite, e Saretz, o reino da vagabundagem o Putanitza, que nasce algures, lá longe, na Floresta Negra, qual ribeira preguiçosa e lenta, serpenteando, em busca da cidade, por entre colinas abertas de terra lavrada."

 


 

 

 


Tomás Gordeiev, é o primeiro romance que Gorki escreveu. Iniciado, segundo tudo leva a crer, na corrente do ano de 1898, veio a ser inicialmente publicado em folhetins - de Fevereiro a Setembro do ano seguinte - no jornal A Vida.
Tomás Gordeiev não foi fácil de escrever. Nesse ano Gorki sofreu duas semanas de prisão - uma das muitas que semearam a sua vida até ao exílio - e a sua correspondência abunda em anotações sobre o desenvolvimento do livro; nelas o desânimo alterna com a vontade teimosa de vencer a prova. Gorki era então jornalista profissional, mal pago, e começava a ressentir-se da sua tentativa de suicídio, em 12 de Dezembro de 1887, aos vinte e um anos: perfurou o pulmão com uma bala dando assim azo a uma nascente de tuberculose.
A experiência do romance era algo de novo na sua carreira e, além disso, nele abandonara a pintura realista dos seus «bossiaki», as novas personagens que introduzira na literatura mundial.

 


 

 

 


As principais referências da vida do protagonista deste romance, que são ao todo três: uma infância pobre, uma adolescência de carências e uma vida adulta desafogada mas triste, podem muito bem ser o mote para o título da obra. Porém não devemos esquecer que o dia a dia pobre e austero do povo, a vida devota e dedicada dos crentes e a vida devassa e cínica da burguesia, tal como a vida do seu avó que morreu ermita e louco, a do pai que acabou como criminoso, e a sua própria, uma terceira, espécie de meio termo entre as duas anteriores, tudo isto também pode ser visto como a justificação desse mesmo título.

 


 

 

 

 

 

 

 

      

 

 

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