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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


A ESPOSA DO MAFIOSO / Bella Rose
A ESPOSA DO MAFIOSO / Bella Rose

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

Biblio VT

 

 

 

 

Grigori Pasternak olhava para as janelas iluminadas da casa grande de esquina, em uma rua de Washington, D.C. Estava escondido em um nicho escuro, entre algumas árvores e um prédio. Ficou um pouco chocado ao imaginar que um procurador distrital vivia sua vida de forma tão descaradamente aberta, sem nenhum sinal de segurança para proteger sua família. A filha mais nova passou pela janela aberta, a nem vinte metros da posição de Grigori. Era magra e bonita, com um cabelo castanho sedoso, mas era nova demais para o que ele precisava. Grigori estava atrás da filha mais velha, uma jovem mulher que havia acabado de completar vinte anos.
“Ah, aí está você”, murmurou Grigori para si mesmo.
Ele sorriu ao vê-la. Ela era realmente encantadora, com seu cabelo castanho avermelhado e seus olhos verdes. Estudava na Universidade Georgetown. Ele sabia desse detalhe, assim como conhecia seus hábitos pessoais, mas não conseguia se lembrar de seu nome. Não que isso importasse. A única vez que precisaria saber seu nome seria ao completar a certidão de casamento deles.

 

 

 


 

 

 


“Pai, você tem que me deixar ir”, dizia a filha mais velha para o homem que estava fora da vista de Grigori. “Todos os meus amigos vão a esse show. É minha banda favorita.
Não estou nem pedindo para você pagar pelo ingresso. Eu já comprei!”
Pela janela aberta, que deixava entrar a brisa da primavera, Grigori podia ouvir a conversa inteira. Essas pessoas não tinham noção de privacidade? Isso era insano.
“Você sabe o que acontece nesses shows?”, dizia o pai. “É só drogas, sexo e bebida.”
“Eu sei, pai”. Seu tom de voz exalava sarcasmo e arrogância. “Você me conhece. Eu adoro encontrar caras desconhecidos e depois ir para um motel fazer sexo selvagem com eles.”
“Não brinque com isso, Flynn”, o pai ficou bravo. “Isso é serio.”
Flynn. É isso. O procurador era irlandês. Apesar de Grigori não conseguir entender por que um homem daria o nome de sua filha por causa da família de sua mulher. Ele não tinha
orgulho próprio?
“Eu vou”, disse Flynn ao pai. “Tenho vinte anos de idade. Tenho um emprego e estudo em tempo integral. Você não pode me tratar como uma menininha para sempre. Chego em casa
até as duas.”
“Da manhã?” Perguntou o pai. “É muito tarde!”
“Você vai superar isso.”
Grigori sorriu. Ele viu a jovem pegar uma jaqueta e colocar por cima da blusa decotada. Estava funcionando ainda mais perfeitamente do que ele poderia ter imaginado. Escorregou
um pouco mais na sombra e se preparou para esperar. Seu alvo estava saindo e logo cairia em seu colo, de uma forma mais fácil do que ele poderia planejar.
A filha mais nova acenou para a irmã mais velha e depois fez uma careta nas costas do pai.
Obviamente, o procurador tinha uma relação bastante positiva e estimulante com as filhas. Não que Grigori tivesse motivo para ter uma opinião melhor sobre o homem depois de
ele ter sido o principal motivo por trás da separação de Grigori de seu irmão mais novo.
Mas agora não era o momento para pensar nisso. Flynn saiu pela porta da frente da casa do pai e a deixou bater atrás de si. Balançou a cabeça satisfeita e depois caminhou
até o meio-fio, onde havia
deixado o pequeno carro compacto que usava frequentemente pela cidade. Grigori respirou fundo. Precisava calcular perfeitamente o tempo. Agachando-se, foi se movendo pela
sombra das árvores para a calçada e tomou uma posição entre os carros, bem em frente ao local onde o carro de Flynn estava estacionado. Ela ligou o pisca e olhou pelo retrovisor,
como uma boa motorista. Depois, moveu-se um pouco, para sair para a rua movimentada. Grigori esperou até que ela estivesse bem perto da posição dele. Esticando-se, bateu-se
do capô do carro dela com o punho fechado. O golpe foi bastante ruidoso, naquele carro que parecia feito de plástico. Na verdade, tinha quase certeza de que havia quebrado
o capô. Seu punho queimava de dor com o impacto, mas isso não importava. Ele se jogou no chão enquanto Flynn pisava nos freios e fazia o pequeno carro parar. Ela pulou para
fora e correu para frente do carro. Grigori rolou um pouco no chão, gemendo, para dar mais efeito.
“Ai meu Deus! Eu atropelei você?”, ela gritou aterrorizada. “Você está bem? Senhor? Senhor?” Ela se ajoelhou ao lado dele, tocando hesitantemente seu braço com a ponta dos
dedos. Grigori abriu os olhos devagar, focalizando o rosto dela e tentado fazer o olhar mais patético possível.
“O que aconteceu?”, perguntou, fazendo a voz soar atordoado. “Eu caí? Estava andando…” “Me desculpe, senhor!” Flynn soava como se estivesse quase às lágrimas. “Eu estava saindo,
mas não o vi. O senhor está bem?” Ela olhou para o seu carro, provavelmente para ver se havia algum dano.
“Acho que vou ficar bem, mas provavelmente deveria ir ao hospital”, Gregori argumentou, levantando-se com uma lentidão dolorida, até se sentar. “Eu vou achar um ponto e ir
de ônibus até o hospital.”
“Não! Deixe-me levá-lo. Não tem problema, e tenho certeza de que você será atendido logo. Mil desculpas!”
Ele devolveu um sorriso, enquanto ela o ajudava a se levantar. Ela abriu a porta do passageiro do carro. Doía mais tentar se dobrar para entrar no veículo minúsculo do que
seria se ele tivesse sido mesmo atropelado. Ridículo.
Ela fechou a porta cuidadosamente e foi para o lado do motorista. Grigori suspirou satisfeito.
Sim. Aquilo foi muito fácil. Agora que a tinha, era hora de levar Flynn para um pequeno passeio. Não haveria hospital, nem show. Na verdade, estavam atrasados para a cerimônia
de casamento deles.
FLYNN ESTAVA ATERRORIZADA pelo fato de ter acabado de atropelar um pedestre, depois de jurar ao seu pai que era uma pessoa adulta, madura, que conseguia tomar suas próprias
decisões. Quem fazia isso?
“Você está se sentindo bem?”, perguntou ao homem. “Posso parar a qualquer momento, se você precisar”.
“Estou bem, obrigado.”
A voz dele não soava particularmente como a de quem havia se machucado, o que era estranho, já que ela o tinha atingido com bastante força. “Para qual hospital você quer que
o leve?”
“Não sei. Sou novo aqui, não conheço os hospitais.”
“Ah, sem problemas.” Ela se perguntou se isso explicava o restante das coisas estranhas sobre ele. “De onde você é?”
“Moscou.”
“Sério?” Isso certamente atiçou seu interesse. “Eu sempre fui fascinada pela cultura russa.”
“É verdade?”
Bom, ele soava mais espantado do que qualquer outra coisa. Estranho. Ela se perguntava se tinha um parafuso a menos. Concordou com a cabeça, para fazer as coisas parecerem
normais. “Sim.
Estudei a história da Rússia no semestre passado. Foi fascinante.”
“Tenho certeza de que você focou a maior parte dos estudos na agitação bolchevique e toda a perspectiva Romanov”, disse ele, em uma voz mole. “Os americanos sempre parecem
ficar excepcionalmente fascinados pelos Romanovs.”
“Você não acha que teria sido romântico se Anastasia Romanov estivesse viva e viesse para os EUA escondida?” Flynn suspirou. Aquela história sempre atingia seu botão do romance.
“Talvez ela tenha se apaixonado por algum dos guardas daquela casa. É possível.”
“É mais provável que ela e o resto da sua família tivessem sido jogados em um buraco profundo e deixados desenterrados, para que os lobos roubassem alguns de seus ossos, tornando
impossível dizer quem estava lá e quem não estava.”
“Isso é horrível!”
“É a vida”, ele sorriu e Flynn percebeu, pela primeira vez, que ele era um pouco mais homem do que ela havia pensado.
Inicialmente, não tinha tido uma boa impressão dele, a não ser pelo fato de que metade de seu corpo tinha estado embaixo do carro dela, deitado no chão. Agora havia percebido
que ele tinha uma pele escura, morena, olhos tão escuros que pareciam pretos e um cabelo preto e grosso, indisciplinado, que fazia cachos quase infantis em sua testa. Ele
tinha quase que o corpo de um atleta profissional, e mais de 1,80 de altura. A cabeça tocava o teto do carro.
E ele é bem gato!
Ok. Era hora de pensar em outras coisas. Flynn estava tirando uma folga dos homens. Ponto. Ela tinha um mau gosto épico e precisava repensar seus planos para a vida, antes
de entrar em outro relacionamento de longo prazo.
“Você certamente não é fã dos Tsarz, eu entendo isso.”
“Pessoas pobres raramente são.”
“Ah, entendo.” Ela não entendia, mas não teria sido prudente demandar uma explicação. “Aqui está o hospital.” Ela se sentiu incrivelmente aliviada sem entender o motivo. “Tenho
certeza que eles farão seus curativos. Vou lhe dar as informações do meu pai, e você pode entrar em contato com ele para o pagamento das suas despesas.”
“E você?”, perguntou lentamente o estranho. “Foi você que me atropelou. Você não deveria ser responsável por cuidar dos danos?”
Ela engoliu de maneira nervosa. “Sou apenas uma estudante. Mas não se preocupe. Meu pai vai dar o tratamento apropriado para a situação. Ele sempre o faz.” Algo quente e quase
furioso tomou o olhar desse estranho. “O seu pai vai livrá-la desse tratamento?”
“Ah, não!” Ela percebeu como aquilo deve ter soado. “De maneira nenhuma. Ele vai, provavelmente, me fazer reembolsá-lo, e vai me lembrar disso por um milhão de anos ou mais.”
“Então mudei de ideia”, ele cruzou os braços sobre o peito. “Só me leve para casa, pois não quero lhe causar nenhum problema, já que você foi tão agradável comigo.”
A confusão a deixou tonta. “Mas você tem certeza quer que não quer que um médico o veja?
Você acaba de ser atingido por um carro.”
“Não está doendo, na verdade”, ele pareceu se encolher. “Não moro longe daqui. Só me leve de volta para o meu apartamento, e eu fico longe da sua vida.”
Flynn ficou tão desconcertada pela mudança de planos que não parou para pensar sobre o fato de que, há apenas alguns segundos, queria que esse homem saísse do seu carro o
mais rápido possível.
“Viro para a direita ou para a esquerda?”
“Esquerda.”
Era tão escuro nessa região. O bairro era tão velho e os prédios tão estreitos e próximos. “É perto daqui?”
“Vire à direita aqui.”
Ela fez o que foi solicitado e se viu em um beco sem saída. Estava completamente escuro agora.
Havia um lixão bem à sua frente. Uma sensação corrosiva de nojo cresceu em suas vísceras. Ela olhou para o seu passageiro. Ele a encarava de volta. O efeito das luzes verdes
do painel na expressão impenetrável dele era quase macabra.
“Senhor?”, ela perguntou, de forma hesitante. “O que está acontecendo?”
“Oh, Flynn”, disse ele, com uma risada grave. “Você realmente é uma inocente, não é?”
Como ele sabia o nome dela?
Ela engoliu seco, sentindo um medo real pela primeira vez na vida. Um pico de adrenalina correu em suas veias, e suas mãos tremiam ao volante. Ela colocou o carro na marcha
neutra e deixou as mãos sobre o colo, para disfarçar seu desconforto. Ela iria ter que fazer uma aposta. Era a única opção, mas precisava calcular perfeitamente o tempo.
“Sabe, sempre achei vocês, americanos, arrogantes em suas noções sobre segurança”, o estranho continuou. Era como ele estivesse confessando alguma coisa especialmente importante
para ela: “Você não tem segurança para si mesma, ainda assim seu pai é um procurador distrital, que consistentemente irrita as pessoas.”
“Então isto tem a ver com meu pai?”, ela perguntou. “Então por que eu estou envolvida? Como se ele me ouvisse… Eu não consigo fazê-lo fazer alguma coisa para você. Não valho
nem muito em resgate.”
O homem riu, primeiro baixo, depois mais alto. “Você nem percebe seu próprio valor. Que tipo de pai permite que seus filhos acreditem nesse tipo de coisa?”, ele murmurou algo
em russo.
Ele pareceu distraído por um momento, como se as palavras dela tivessem mexido em uma memória que, de alguma forma, o aprisionasse. Flynn sabia que nunca teria outra chance.
Abrindo a porta, se jogou para fora do carro, no meio da noite.
Capítulo Dois
Ok, isso tinha sido um tanto inesperado. Em dois tempos, Grigori havia sido deixado olhando, surpreso, para a porta aberta. Ele piscou, quando a luz do carro por um instante
o cegou. Flynn havia corrido dele. Ela tinha, de verdade, corrido! Ele queria rir da sua própria idiotice autoconfiante, mas não havia tempo para isso. Abriu a porta e seguiu
o barulho dos passos no asfalto. Usou suas pernas longas para correr, tentando não fazer barulho, para fazer com que a respiração irregular o guiasse em sua direção. O som
parou abruptamente. Grigori parou de repente e segurou a respiração, tentando focalizar em qualquer som que pudesse ouvir. E então ouviu um ruído à sua esquerda. As sombras
eram muito escuras ali, entre dois velhos edifícios. Ele se aproximou. Mantendo as mãos ao seu lado, preparou-se para qualquer coisa que viesse.
“Qualquer coisa” veio em um formato escuro e estreito, deslizando para baixo em arco, bem em direção ao seu rosto. Grigori levantou sua mão, pegando um pedaço de madeira que
deveria atingi-lo na cabeça. Ele grunhiu, conforme sua mão fez contato. Para uma mulher pequena, Flynn tinha uma mira bem poderosa.
“Maldito!”, ela rosnou. “Vá embora e me deixe em paz!”
“Desculpe, princesa. Não posso fazer isso.”
“Por que não?”, ela se afastou, entrando mais profundamente nas sombras.
Ele não conseguia vê-la, mas podia ouvir sua respiração. Talvez pudesse até sentir a sua determinação. “Venha, Flynn. Você não quer morrer, quer?”
Algo o atingiu no ombro e ele percebeu que ela estava pegando lixo do chão e atirando nele.
Algo duro e fedorento o atingiu no peito, deixando um rastro desagradável em sua camisa.
“Ei”, disse ele, irritado. “Isso não é…” Outro pedaço da sujeira o atingiu direto no rosto. “Pare!
É suficiente.”
Ele avançou sobre ela, não percebendo, até que já estivesse comprometido, que estava fazendo exatamente o que ela queria. O golpe o deixou vendo estrelas. Bateu bem na lateral
de sua cabeça, com uma precisão impressionante.
Grigori caiu sobre os joelhos. Sua visão ficou turva, enquanto sua consciência começou a fugir.
Ele realmente ira desmaiar!
“Não”, grunhiu.
Rangendo os dentes, forçou a mente a voltar a funcionar. Colocou outro joelho no chão e apoiou o peso na outra perna. Então sentiu Flynn tentando passar à sua direita. Estendendo
a mão, agarrou um pedaço da roupa dela.
Ela deu um grito ansioso e tentou escapar de seu aperto tênue. Ele apertou os dedos, torcendo-os no tecido da jaqueta dela e a puxando em sua direção. Não iria desistir. Seu
irmão precisava dele. Esta era a única forma de acertar as coisas, e Grigori ficaria muito bravo se um pedacinho de garoto estragasse tudo agora.
“Solta!”, ela o empurrou.
Em vez disso, ele a agarrou, envolvendo ambos os braços em torno da sua cintura, derrubando-a no chão. Ele deixou o peso do corpo inteiro cair sobre ela. Ela fez um ruído
exausto enquanto o peso do corpo dele empurrava o ar dos seus pulmões para fora. Ela ainda estava lutando, mas Grigori simplesmente parou. Ele amoleceu, permitindo que ela
acabasse com o que restava de sua resistência, em uma tentativa fútil de sair debaixo dele.
“Ugh! Qual é o problema com você?”, ela chiou.
Pelo fato de ela não conseguir ver o rosto dele, ele sorriu. “Você já acabou?”
“Acabei de lutar com você? Não, nunca!”
Mas houve uma pausa, e ele a sentiu tentando recuperar a respiração. O corpo pequeno dela estava tremendo embaixo do dele, e ele começou a ficar ciente do quanto era quente
e macio. Era levemente perturbador perceber que gostava de estar tão perto dela.
“Seu cheiro é bom”, ele comentou antes de conseguir se interromper.
“Meu cheiro? Você está pensando nisso agora?”
Ela estava certa, é claro. Aquela linha de pensamento era totalmente inapropriada, dadas as circunstâncias. Ainda assim, ele era homem e, acima de tudo, humano.
A cabeça dele doía. “Não foi muito bom de você me bater na cabeça com aquilo – o que era aquilo, por sinal?”
“Um pedaço de madeira, de um pallet. E vou fazer de novo, se você me der oportunidade.”
“Acho que vou precisar garantir que não aconteça então, hein?”
“Aposto que nem o bati com o carro”, ela soou irritada. “Aquilo tudo foi uma mentira?”
“Sim.”
“Por quê?”
“É complicado.”
“Digamos que eu tenha tempo.”
Não era uma proeza pequena ser sarcástica num momento como esse. Grigori ficou surpreso em notar que ele na verdade admirava a coragem dela. Ele o fazia um pouco menos indiferente
em relação a ela. “Digamos apenas que o seu pai está pagando o preço por algo que fez”.
“Meu pai é um imbecil. Ele é mentiroso e traidor. O que mais é novidade?”, ela estremeceu embaixo dele, enquanto tentava respirar fundo. “É injusto me tornar responsável pelo
comportamento asinino dele. Você não acha?”
“Depende da situação”, ele tinha quase certeza de que contar a ela seu plano inteiro não iria terminar bem. Ela estava começando a se acalmar. Ele não se importava em aborrecê-la
novamente.
“Você pode, por favor, me deixar levantar?”, perguntou ela, ainda soando descontente. “Está fedendo aqui embaixo, e você é bem pesado.”
“Já que você disse ‘por favor’”, rolou para o lado e removeu uma boa porção do peso do seu corpo do torso e peito dela.
E então ela o atacou novamente.
FLYNN NÃO IRIA DESISTIR. Não agora. Ela tinha um mau pressentimento em relação às intenções desse cara, que não ia embora. Dessa vez, gastou um pouco mais de massa cinzenta
em seu ataque. Envolveu os dedos em torno do pedaço de madeira. Usar cada um dos músculos do seu corpo magro, ela rolou e atingiu seu sequestrador bem na região da cintura.
Ele grunhiu, surpreso. Levantando o corpo, Flynn conseguiu ficar de joelhos e o atingiu novamente. Conseguiu se levantar e atingi-lo mais uma vez. Depois, colocou ambas as
mãos em sua arma e aplicou toda a força que tinha guardada no último golpe.
“Vadia!”, disse ele, ofegante.
Ela derrubou o bastão bem onde imaginou que a cabeça dele estaria. “Vai se foder.” Correndo pela escuridão, ela viu uma abertura estreita entre dois prédios. A luz passava
por ali.
Ela não conseguia evitar pensar que deveria haver uma rua importante logo além, um lugar que pudesse oferecer ajuda.
Ela se apertou para passar pelo espaço, arranhando os braços. O pânico estava começando a se apropriar dela. Continuou esperando que alguém a agarrasse por trás. Não seria
assim tão simples escapar. Não quando um homem louco estava tentando puni-la pelos crimes de seu pai.
Finalmente, estava do outro lado. Seus pulmões queimavam com o esforço, e ela tentava respirar mais profundamente. Sua ansiedade a estava fazendo se sentir tonta, e ela precisava
se manter consciente sobre si – agora, mais do que nunca.
Olhando em torno, Flynn buscava a salvação no minúsculo pátio interno no qual havia, sem querer, se encurralado. Tinha pensado que era uma rua. Não era. Havia quatro edifícios,
todos com becos estreitos. Alguns tinham lâmpadas sujas nas janelas, mas grande parte da luz vinha de um poste estranhamente claro, no centro do lugar.
Atrás de si, Flynn só conseguia identificar o som de botas. Ele conhecia esta área? Estava ciente de que ela estava mais ou menos presa ali? Ela interrompeu aquela enxurrada
de pensamentos. Não estava ajudando. Correu em direção a uma das outras vielas e procurou um lugar para se esconder.
Então, notou que a varanda era sólida na frente, mas tinha tábuas quebradas na lateral. Agachouse até ficar de joelhos e se espremeu para passar pelo espaço. Prendendo a respiração
e tentado controlar o coração disparado, encontrou uma fenda entre as tábuas da frente para conseguir ver através e parou um pouco para esperar.
Ela tinha acabado de descobrir que seu pretenso sequestrador tinha passado por ela ou desistido totalmente, quando ele resvalou entre os prédios e entrou no pátio. Ele olhou
em volta, parecendo totalmente controlado. Depois, parou embaixo do poste de luz e começou a se virar em círculos lentos, tentando entender tudo.
O suor pingava do cabelo de Flynn e caía no meio das suas costas. O que aconteceria se ele a encontrasse? Ele a arrastaria e faria algo horrível? Ela tinha praticamente o
espancado até o fim com o equivalente a um taco de beisebol. Talvez ele estivesse muito bravo e quisesse vingança. Um som dentro do esconderijo de Flynn a fez voltar a ficar
atenta. Ela olhou para as
reentrâncias escuras da varanda. Para seu horror, havia dois olhos amarelos brilhantes a encarando de volta.
“Ai. Meu. Deus.”, respirou. “Sem pânico. Sem pânico.” Seu coração realmente estava acelerado agora. O que era aquilo? Talvez fosse um guaxinim, ou algo pior. Um rugido baixo
fez os pelos da sua nuca ficarem de pé. E então ouviu um assovio. O barulho pelo menos era conhecido.
“Oi gatinho”, cantarolou, em uma voz que era praticamente um sussurro. “Por favor, fica quietinho, ok?”
Ele assoviou de novo, dessa vez terminando com um rosnado que soava como se algo estivesse morrendo. Flynn pressionou as costas contra a madeira, indo em direção à parte quebrada
da varanda. Lá fora, conseguia ver seu sequestrador olhando em sua direção, com a cabeça em riste, como se tivesse ouvido o gato.
Outro rosnado, e depois outro par de olhos amarelos apareceu. Havia dois gatos ali embaixo com ela. Eles se viraram para longe de Flynn e focaram um no outro. Ela espreitou
para fora do lugar, esperando que seu raptor pensasse que o barulho fosse apenas dos dois gatos brigando e não viria investigar. Talvez isso funcionasse em seu favor.
Merda!
Em um milésimo de segundo, começou o inferno. Os gatos se lançaram um ao outro e se tornaram uma bola de gritos, pelos e arranhões. Havia uivos e gritaria como Flynn nunca
tinha ouvido. Eles batiam nas tábuas, fazendo a varanda inteira tremer. E então um gato correu diretamente em direção a ela, e o outro logo atrás.
Flynn não conseguiu se conter. Gritou em agonia quando as garras do gato se afundaram em seus braços nus, quando ele tentava sair da varanda. O sangue grudento correu pelos
braços de Flynn, enquanto ela se dirigia ao fundo, tentando escapar.
As velhas tábuas na frente da varanda cederam, e Flynn desabou para a grama esparsa entre a varanda e a calçada. Os gatos lhe deram um último arranhão antes de sair, na lateral
de seu rosto, antes de sair correndo pela noite, ainda gritando um com o outro. Flynn foi deixada deitada em uma pilha de madeira quebrada e farpas, arranhada, ferida e, definitivamente,
pega.
“Bem, bem, bem”, seu sequestrador ironizou. Havia uma gargalhada em sua voz. “Não tenho certeza de quem está pior neste momento”. Ele se abaixou e pegou a mão dela, puxando-a
do chão e colocando-a de pé novamente. “Eu poderia dizer que isto é carma, mas como a estou pegando contra a sua vontade, é um pouco presunçoso de minha parte. Você não acha?”
Ela ficou embasbacada, em choque. “Você está falando sério?”
“O que?”
“Carma”, ela engoliu, tentando se orientar. “Você está falando comigo sobre carma. Isto é, aparentemente, meu pagamento cármico de ter de ser filha do meu pai?”
Ele pareceu considerar isso. “Acredito que não tinha olhado para isso dessa forma. Deve ser uma droga ser você.”
Capítulo Três
“É uma droga ser eu?”
As palavras dele ecoaram na cabeça de Flynn, enquanto ela tentava se manter sentada, na parte de trás de uma van branca. Já era ruim o suficiente estar presa pelas mãos e
pés, com uma sacola sobre a cabeça. Ela tinha realmente se sentido burra quando seu sequestrador bateu em uma das portas naquele pátio e recebeu as chaves da van de alguém
que, aparentemente, era seu cúmplice. Flynn tinha, na verdade, conseguido chegar sozinha ao local de encontro durante sua tentativa de fuga.
Ela se sentiu um fracasso total.
“Qual é o problema, princesa?”, a voz de seu sequestrador chegava até ela do assento da frente da van.
Ela não respondeu. O que poderia dizer?
“Meu nome é Grigori, por sinal.”
Grigori. Ela vasculhou sua mente, tentando se lembrar se seu pai já havia mencionado um cara chamado Grigori em algum momento. Será que ele estava na outra ponta dos negócios
suspeitos dele? Obviamente, o cara pensava que tinha sido ferrado pelas práticas de negócios do seu pai. A pior parte é isso provavelmente era verdade. Seu pai era um funcionário
público facilmente passível de suborno.
Grigori parecia se sentir com vontade de conversar, mas ela não imaginava o motivo. “Tenho certeza de que você está se perguntando aonde estamos indo. E infelizmente, tudo
o que posso lhe dizer é que estamos indo à igreja.”
“Igreja?”, a palavra escapou. Ela mordeu o lábio, para evitar dizer qualquer outra coisa.
“Sim, igreja. Temos um casamento para participar.”
Tudo bem, isso implorava por uma resposta da pior forma. “Oh, então me deixe adivinhar. Meu pai, de alguma forma, custou a você sua companhia para a noite, então você me sequestrou,
para não precisar ir ao casamento do seu primo sozinho, e se sentir um total perdedor.”
“Quase isso.”
A palavra dele acabou com a onda de sarcasmo dela. “O que?”
“Seu pai fez com que meu irmão fosse deportado para a Rússia e que eu me tornasse um alvo para a imigração. Portanto, vou adquirir uma esposa com as conexões necessárias para
me manter aqui no país.”
“Uma es… esposa?”, ela conseguiu balbuciar. “Você com certeza não está falando de mim, está?”
“Como vocês americanos muitas vezes dizem, bingo!”. Ela podia ouvi-lo rindo.
“Você não pode me obrigar a dizer ‘sim’.”
“Ah, eu posso, sim.” Ele ainda gargalhava.
Ela uniu os dentes, frustrada. “Como você vai me fazer dizer sim?”
“Ameaçando a sua irmã.”
“O que?”, um medo gelado envolveu do coração dela. “Você não tocaria na Cynthia. Você não ousaria.”
“Bom, se não conseguir fazer com que você se case comigo, tenho quase certeza de que posso assustá-la e fazê-la em dizer sim.” A van sacudiu, quase como se ele estivesse virando
o volante para voltar pelo caminho em que eles haviam vindo “Posso ir buscá-la, para que possamos descobrir?”
“Não! Farei o que você quiser. Apenas deixe minha irmã em paz.”
“Viu? Eu disse que poderia fazer você dizer sim.”
Lágrimas de raiva inundaram seus olhos. “Que tipo de homem é você?”
“O tipo de homem que consegue o que quer quando precisa.”
Ela se forçou a parar de falar. Afinal, não estava ajudando. Ela só estava alimentando o ego da fera.
GRIGORI SE PERGUNTOU SE tinha finalmente conseguido acabar com a alegria dela. Ela não diria mais nada. Ele não conseguia nem ouvi-la se mexer. É claro que foi então que lhe
ocorreu que ela estivesse planejando outro ataque.
“Você sabe, acho que posso até gostar de me casar com você, Flynn”, disse Grigori, para cutucála ainda mais. “Você definitivamente é do tipo determinada. Na verdade, gosto
de imaginar como isso pode se traduzir na cama. Quando estivermos devidamente casados, é claro.”
“Seu imbecil! Se acha que vou fazer sexo com você, está totalmente maluco!”
Ele riu. Realmente era um canalha por provocá-la dessa maneira. Ela não merecia.
Ele suspirou. “É um casamento apenas no papel, Flynn. Não espero ter direitos de marido. Pelo menos não do jeito que você pensa.”
“Que bom, pois pode nevar no inferno antes de eu deixá-lo me tocar.”
E ainda assim, ele teve a sensação de que ela, na verdade, não acreditava naquilo. Que estranho.
Havia algo em sua voz que não era tão certeiro quando ele teria esperado.
“Você sabe”, disse ele, casualmente. “Você não parece assim tão convencida. Posso até pensar que você está com aquela – como é o nome? – Síndrome de Estocolmo? É isso.”
“Você é louco. Não vou me apaixonar pelo meu sequestrador e depois ir contra a lei, para garantir que ele não seja pego. Vou sinalizar para cada policial que encontrar e dizer
a eles que você é um sociopata.”
“Não sou um sociopata. Um sociopata a teria matado. Ou teria conseguido exatamente aquilo que você acabou de me dizer que não quer dar. Lembre-se disso, certo?” Por algum
motivo, isso era importante para Grigori. “Não sou um monstro. Sou só um homem tentando levar a vida em um mundo populado por pessoas como o seu pai.”
“Conte-me sobre isso”, ela resmungou. “Você acha que eu não sinto a mesma coisa? Você acha que eu o enganei? Como você acha que é ser filha dele?”
“Meu Deus, acabou de ver você reclamar de não conseguir ir a um show e dizer ao seu pai que é uma mulher forte, independente, que tem seu próprio emprego e vai para a faculdade,
enquanto mora
em casa, então não tem contas para pagar”. Ele não conseguia esconder a amargura que sentia em relação a pessoas como ela. “Tenho certeza de que é realmente horrível ser filha
dele.”
“Você é igual a todo mundo”, disse ele, com uma indiferença fria. “Você pode fingir que é valentona, mas não é nada além de uma reclamona, que não ganhou um pônei de aniversário”.
E então ela riu. “Lembre-se de que pôneis mordem, e que nada na vida vem de graça.”
FLYNN ODIAVA QUANDO as pessoas pensavam que ela vivia uma vida encantada só porque seus pais tinham uma situação financeira confortável e seu pai era um homem importante.
Eles se esqueciam de que essas coisas sempre tinham um preço. Pelo menos no mundo de Flynn. Ela provavelmente devesse estar tentando fugir. Mas não estava. Fugir não importava
mais. Ela não iria deixar que ele fizesse mal à sua irmã. Nada pagaria o fato de Cynthia ser trazida para este fiasco. Principalmente desde que essa situação ridícula iria
alimentar o amor de seu pai pelo drama. Esse pensamento a fez rir. E uma vez que tinha começado, não conseguia parar. Era como se seus nervos tivessem sido atingidos. Ela
estava rindo, gargalhando e se mexendo, sem nem perceber por quê. O único bônus era que isso estava, muito provavelmente, assustando Grigori.
“Qual é o seu problema?”, ele perguntou suscintamente. “Cala a boca!”
“Não!” Ela gargalhou até que suas costelas começassem a doer. “Por que eu deveria? Não é como se você pudesse fazer pior do que já está fazendo. Você vai se casar comigo,
e vai ser isso.
Certo? Minha vida vai acabar.”
Exceto pelo fato de que não iria, na verdade. Flynn começou a criar um plano na sua cabeça, um plano bastante audacioso, completamente ultrajante.
“Eu posso ganhar de você.”
Ela não comprou a ameaça dele. “Você não vai fazer isso. Se estivesse inclinado a bater em uma mulher o teria feito umas dez vezes depois de todo o problema que eu lhe causei.”
Ele resmungou algo em russo e fez uma curva tão rápida que ela perdeu o equilíbrio e caiu de lado. Que idiota.
“Tenho uma proposta para você!”, ela gritou.
Ele riu tão alto que ela quase conseguia imaginar a expressão cáustica que ele provavelmente estava fazendo. “Você tem uma proposta para mim?”
“Sim”, ela foi devagar, tentando negociar. “Você só quer o casamento para conseguir ficar no país, certo?”
“Da. Sim. É claro. Não quero mais nada de você.”
“Bom, a imigração tem muitas regras e leis sobre esse tipo de coisa, sabe?”
“Do que você está falando?”, a voz dele soava apertada. Obviamente, ele não havia pensado nisso até o fim. Limpou a garganta, aparentemente recuperando sua compostura. “Eu
caso com uma cidadã, recebo um green card e eventualmente me torno um cidadão.”
“Isso não faz seu irmão voltar, por sinal.”
“Eu vou encontrar uma noiva para ele tão logo acerte a minha situação.”
Eles fizeram outra curva fechada. Onde era essa tal igreja? Na cidade de Meio do Nada, Estados Unidos? Flynn lutava para se manter levantada. “A imigração ficou esperta com
toda essa coisa há décadas. Eles na verdade fazem entrevistas e visitas às casas para identificar se o casal está mentindo sobre o casamento ou se realmente são um casal.
Eles não permitem mais aquele tipo de farsa. Então, se tentam deportá-lo e você apenas produz uma certidão de casamento, eles ainda o colocarão no próximo avião, barco ou
balsa – o que quer que seja – de volta para a Rússia.” Ele começou dizendo algo em russo, rapidamente. Estava falando rápido demais para se compreender. Ela só conseguia imaginar
que ele estivesse falando palavrões. E então ele fez um barulho sibilante, e ela ouviu uma batida contra algo. O volante?
“Desculpa jogar água sobre seus planos”, disse ela, praticamente cantando as palavras. “Mas eu realmente tenho uma alternativa”. Pelo menos tinha, caso ele estivesse disposto
a interferir com o pai dela, até que ela fizesse vinte e um anos e passasse a controlar seu próprio dinheiro. Faltavam apenas sete meses. Sem grandes problemas, certo?
“O que?”, ele rosnou.
“Vou casar com você, por vontade própria. E eu vou enganar os oficiais da imigração adequadamente, assim como meu pai.”
“Qual é o truque?”
“Você precisa me deixar fazer o que quiser.”
“Me desculpa?”
Ela suspirou com uma ávida expectativa. “Quero ir para a faculdade, mudar meu foco de ciências políticas para jornalismo e me tornar escritora. Não quero você respirando na
minha nuca a cada segundo. Quero gastar meu dinheiro da forma que quiser. Quero comer quando e o que quiser.
Sabe, praticamente como se fosse a minha vida sem você mandando em mim a cada segundo.”
“Eu pareço o tipo de homem que possa oferecer esse tipo de abordagem liberal a um relacionamento?”, ele não parecia estar se divertindo. “Não vou ficar de longe, deixando
você transar com qualquer outro homem que não eu. Mas se eu estou condenado a ser celibatário neste casamento, você também está.”
“Ok, peraí.” Ela lutava com os braços, empurrando a sacola até que seu rosto estivesse exposto.
Ela precisava ver e estava com dificuldades de respirar. No fim, a coisa escorregou para trás da cabeça e ela estava livre. “Finalmente!”
“Pare de se contorcer.”
Ela mostrou a língua para ele. “Vai se foder. Você não tem o direito de dar ordens agora. Precisa de mim mais do que eu preciso de você.”
“O que?”, ela podia vê-lo se torcer no banco do motorista, como se estivesse tentando entender o que tinha acabado de acontecer.
“Você me ouviu”, ela balançou a cabeça, para tirar o cabelo da frente do rosto. “E eu não vou trair você e ferir a sua imagem masculina. Prometo. A última coisa que preciso
é de alguém na minha cama de dizendo o que fazer e pensando que pode definir as regras só porque tem um pênis.”
Grigori então começou a gargalhar. Flynn ficou um pouco surpresa. Qual era o problema, então? Ela tinha deixado as coisas bem claras.
“Você está entendendo isso?”, disse ela.
“Alto e claro, princesa. Vou casar com a dona mandona. Consigo ficar neste país. Em troca, você consegue viver da forma que quiser. Você não especificou como vai pagar por
essa vida que deseja viver.”
“Desculpa?”, ela elaborou, “eu tenho um emprego”.
“Então, você tem um apartamento?”
“O que? Não!”, Flynn estava começando a ver buracos em seu plano. Droga.
“Está certo, princesa”, ele sorriu pelo retrovisor. Ela odiava o fato de que o sorriso dele na verdade fazia sua barriga gelar. Ela não o achava atraente. E então ele piscou
para ela. “Você pode morar comigo. Isso vai tornar toda a história mais verossímil.”
“Ah, fabuloso. Não posso esperar para ver como é a sua geladeira. Mesmo.”
Ela ainda ria quando ele pisou tão forte nos freios que ela caiu para frente e de cara no chão da van. Que início auspicioso!
Capítulo Quatro
Grigori saiu da van e tirou um momento para retomar o controle. Ele não tinha bem certeza como isso tinha acontecido, mas tinha sido basicamente tomado uma surra de uma fofurinha
com olhos verdes encantadores.
“Grigori!”, Anson chamou pela porta da frente da pequena igreja branca em meio a um amontoado de árvores. “Você está mais de uma hora atrasado. Tivemos que convencer o ministro
a não desistir.”
“Digamos que tivemos algumas complicações inesperadas”, Grigori nem tentou explicar quais tinham sido as complicações. Como iria parecer contar aos seus camaradas que havia
sido atacado e apanhado de uma mulher de cinquenta quilos?
“O que aconteceu com o seu rosto?”, Anson dobrou a cabeça, abordando Grigori com um olhar questionador. “Foram os seguranças?”
“Gostaria que tivessem sido, mas não”, Grigori não percebeu seu tom rude. “Apenas me ajude a tirá-la da van.”
“Sem problemas, chefe.”
“Anson”, Grigori avisou.
Anson franziu a testa, e depois percebeu o que tinha feito. “Ah, certo. Desculpe-me, chefe. Não devo chamá-lo de chefe. Tudo bem que você é o meu chefe.”
“Não”, Grigori cerrou os dentes. “Yuri é o seu chefe.”
Anson grunhiu, obviamente não convencido de que Yuri Lagunov merecia estar a cargo do braço local da máfia russa da região de Richmond. Mas não haveria mais discussão, pois
Anson abriu a porta deslizante da van.
Grigori respirou fundo quando a porta abriu. Ele meio que esperava que Flynn fosse surgir das profundezas da van e o atacar com algum tipo de arma que tivesse construído com
o lixo nos fundos do veículo. Mas nada aconteceu, e ele rapidamente se sentiu estúpido por estar com medo.
Anson assoviou. “Ela é bonita, chefe. O senhor é um homem sortudo.”
“Obrigada”, Flynn disse delicadamente. Depois olhou para Grigori. “É bom saber que alguns dos amigos do meu futuro marido não são completos idiotas.”
Grigori ficou satisfeito em assistir Anson piscar brevemente, totalmente chocado. Então Anson se virou para Grigori e disse, em russo: “Ela é bem bocuda, hein?”
“Sabe”, ela disse em tom de conversa, “não é educado falar em outra língua de propósito, para excluir alguém da conversa, principalmente quando você nem tem certeza de que
ela não fala essa língua. E sim, eu realmente sou bocuda.”
Agora Grigori e Anson a encaravam, boquiabertos.
Grigori conseguiu recuperar sua consciência, mas a mente estava girando. “Você fala russo?”
Seus ombros se encolheram delicadamente: “Falo. Não falo bem, não chamaria de fluentemente, mas, sim, falo russo. E entendo muito melhor do que falo.”
“Olha só”, disse Anson. “Você é um homem de sorte, chefe.”
Grigori riu. “Isso ainda vou descobrir. Você disse que convenceu o ministro a ficar?”
“Ah, sim”, Anson concordou com a cabeça.
Grigori pegou o braço de Flynn e a guiou pela escada. Ele parou na varanda da frente da igreja rural. Tirando um canivete do bolso, cortou as abraçadeiras que prendiam os
pulsos dela. Ele provavelmente não marcaria pontos com o ministro se a noiva chegasse como uma prisioneira.
“Então temos um acordo?”, ela perguntou ansiosamente.
Grigori se perguntou sobre a forma como o olhar dela estava circulando no entorno. Ela estava esperando resgate, ou estava preocupada que viria? “Temos um acordo.”
“Isso é bom. Devemos nos apressar então.” Ela colocou as mãos para for a e abriu as portas da igreja, caminhando de maneira corajosa para dentro.
“Ah!”, o ministro pulou de seu lugar no banco frontal. “Sr. Pasternak! O senhor chegou”, ele lançou um olhar obscuro sobre Anson. “Finalmente.”
“Obrigado por esperar, pastor”, disse Flynn. “Como o senhor pode ver…”, ela gesticulou para a sua aparência surrada, assim como a de Grigori. “… tivemos alguns problemas com
o carro no caminho.”
“Oh, minha querida, que horrível!”, o pastor estava obviamente encantado pelas boas maneiras de Flynn.
Grigori precisava admitir que a mulher era boa em colocar as pessoas à vontade. Droga, ela tinha basicamente feito isso com ele. “Se pudermos nos apressar com os procedimentos,
tenho certeza de que o senhor tem outro lugar para estar. E temos planos para a lua-de-mel também”.
O pastor bateu as mãos, seus olhos se abrindo. “Ah, que maravilha! É claro! Vamos começar.”
“A versão mais curta, acho”, disse Flynn. “Estou tão animada e nervosa por me casar com o meu maravilhoso…” Sua voz hesitou brevemente com o nome dele. “… Grigori.”
“É claro, é claro!”, o pastor procurou a bíblia que havia deixado no banco. “Mas está faltando uma testemunha.”
Grigori lançou um olhar sobre seu ombro para Anson. “Onde está o Igor?”
“Chegando”, Anson olhou para seu telefone. “Está a três minutos daqui, chefe.”
“Maravilha”, o pastor olhou apressadamente da noiva para o noivo. “Acho que devemos começar, então.”
Ela se esticou e tocou levemente o pulso do pastor. “Maravilha!”
O breve contato pareceu dar ao pastor a coragem necessária para continuar. Grigori ficou chocado. Flynn era uma artista de golpes de primeira classe. O que levou à questão:
será que tudo o que estava inferindo sobre seu pai era correto? Ou ela estava aplicando um golpe em Grigori também?
“Estamos aqui reunidos, diante de Deus, para unir este homem e esta mulher no sagrado matrimônio”, o pastor começou.
Grigori conseguiu não deixar sua mente vagar muito longe. Ele também conseguiu evitar rir de espanto conforme o pastor falou e falou sobre amor e respeito. Ele havia conhecido
sua noiva há
menos de duas horas, e ela já havia tentado matá-lo duas vezes.
FLYNN ESTAVA AGITADA E tentou não parecer tão óbvia ao olhar para as saídas. Apesar do que seu futuro marido pudesse pensar, ela não estava pensando em fugir. Estava, na verdade,
um pouco preocupada com o resgate. Os seguranças de seu pai já deveria ter descoberto seu carro abandonado agora. Ela poderia ter achado isso bem-vindo há uma hora. Mas agora
que tinha um acordo com Grigori para viver sua vida sem interferências em troca da sua cooperação, não tinha interesse em retornar para a casa de seu pai.
“… e promete ser fiel na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida?” O pastor finalmente chegou à parte do “sim”.
“Sim!”, ela quase gritou. “Sim, aceito, com muita vontade, na verdade.” Pronto. Ninguém poderia argumentar sobre a sua participação mais tarde. Não depois dessa resposta esquisita.
“E você, Grigori Pasternak”, disse o pastor. “Você aceita Flynn Callaghan como sua esposa, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias de sua vida?”
Grigori a encarava. Flynn tentava encontrar seu olhar escuro, mas era incrivelmente intenso. Ela estava corando. Ótimo. Pelo menos completava a imagem de noiva corada que
ela estava tentando projetar.
“Sim”, disse Grigori, com sua voz arranhada, sexy.
Espera. Ela não deveria pensar nele como sexy. Exceto agora, quando precisaria beijá-lo. Merda.
“Você agora pode beijar a noiva”, disse o pastor, com alegria.
Atrás de si, Flynn ouviu o homem chamado Anson falar com outro cara – provavelmente a testemunha que faltava – enquanto segurou a respiração e esperou o mundo acabar.
Grigori envolveu suas bochechas e se abaixou. Ela esperava sentir repulsa, mas não havia nada além de gentileza do toque dele. Seu perfume era maravilhoso. Como aquilo tudo
era possível, depois dessa noite maluca? Mas era. Ela inalou com uma surpresa, sentindo mais forte o aroma masculino de especiarias, musgo e sândalo.
Ele colocou os lábios sobre os dela, e o beijo a queimou por dentro. Ela não conseguia evitar.
Envolveu os braços em torno do pescoço dele e passou os dedos pelos seus cabelos, enquanto suas bocas se uniam e ele a amava quase ternamente com sua boca.
Depois que acabou, Flynn estava com os joelhos fracos e estrelas nos olhos. O. Que. Tinha.
Acontecido?
“Oh, vocês dois fazem um casal lindo!”, o pastor parecia bizarramente feliz, dadas as circunstâncias estranhas do casamento apressado.
“Obrigada”, ela não conseguia pensar em mais nada a dizer.
A testemunha veio à frente e assinou a certidão de casamento, com um floreio. Eles discutiam entre si em um russo truncado, com seu dialeto tão confuso que ela não conseguia
realmente entender o que estavam dizendo.
“Sua vez de assinar”, Grigori a deu a caneta.
Respirando fundo, Flynn colocou sua assinatura no documento, selando seu destino e a transformando basicamente em uma criminosa aos olhos de seu pai. O pastor tinha acabado
de tomar um ar para começar a falar quando seus olhos se arregalaram e ele começou a abrir e fechar a boca, como um peixe fora d’água. Ele olhava para as portas da frente
da igreja, na direção oposta para a qual Flynn e Grigori olhavam. Levou menos de um milésimo de segundo para que Grigori entendesse o que estava acontecendo. Ele pegou Flynn
e mergulhou para a esquerda, atrás dos bancos, quando os tiros começaram a ser disparados. Ela grunhiu em dor, pois seu ombro bateu forte no chão. Ela rolou e Grigori mergulhou
atrás dela.
“Não seja estúpido”, disse ela. “Não vou fugir de você. Há uma saída ali. Vamos tentar sair por ela!” Grigori concordou, depois olhou em volta. “Anson, Igor! Onde estão vocês?”,
chamou, em russo.
“Aqui, chefe”, veio a voz de Anson. “São seis, e estão armados até os dentes!”
“Vão indo para o ponto de encontro”, disse-lhes Grigori. Depois de ter descoberto muito tarde que Flynn falava russo, ele aparentemente não estava mais ignorando que os homens
do pai dela pudessem falar também. O que era bom, porque havia pelo menos dois deles que realmente falavam russo muito mais fluentemente que ela.
Flynn já estava engatinhando na frente do banco, em direção à saída. Infelizmente, as botas pesadas dos seus perseguidores estavam indo em direção a eles. Seu coração batia
enquanto ela previa o momento em que seria pega e arrastada para casa. E então alguém pegou sua perna. Ela balançou, preparada para lutar, mas era Grigori. Ele apontou para
debaixo dos bancos.
“Passe por baixo”, ele sussurrou. “Saia pela frente enquanto eu os atraio para cá. Encontre-me no bosque atrás da igreja.”
“Ok.”
Ela não discutiu, mas não podia imaginar como ele esperava escapar. Ela ficaria viúva antes de conseguir sua liberdade, droga!
Torcendo o corpo, rolou em suas costas e agarrou a parte de baixo do banco. Ela se escorregou por baixo e começou a sair em direção à entrada da frente da igreja. Conseguia
ouvir Grigori enquanto fazia manobras para sair da ação.
Grigori gritou algo em russo, e depois houve um estrondo. O pastor gritou e começou a berrar obscenidades aos homens do seu pai. Se a situação não fosse tão vital, ela teria
rido. Mas era, então ela apenas precisava ficar dois metros mais longe antes de ir para casa, livre.
Utilizando laboriosamente seus braços para espremer seu corpo para fora de sob os bancos, ela rolou de bruços e ficou deitada por um instante. Não conseguia ouvir nada da
cacofonia acontecendo na frente da igreja. Grigori era, aparentemente, um especialista em táticas diversionárias, pois não havia nenhuma forma como alguém não fosse levado
a qualquer coisa que estivesse acontecendo.
Ela não viu uma ameaça por perto, então ficou de joelhos e depois se agachou. Usando os bancos como cobertura, apressou-se em direção às portas da frente da igreja e para
fora da varanda. Infelizmente, correu em direção aos braços do principal segurança de seu pai, Teller.
Capítulo Cinco
Grigori segurou o púlpito de madeira como um ariete e o utilizou para cortar um faixa através dos homens que tentavam derrubá-lo. Ele já havia tirado duas armas das mãos deles,
enviando-as girando de forma inútil para o outro lado do salão. Dois homens estavam deitados desmaiados no chão. Ele havia batidos suas cabeças uma contra a outra quando começou
a briga.
“Grigori!”, chamou Anson. “Atrás de você!”
Grigori se virou, deixando seu impulso puxar o púlpito consigo até que a coisa estivesse girando pelo ar como um taco gigante. O impacto de sua arma no segurança enviou golpe
no braço de Grigori. Sua mão amorteceu, mais isso não importava. Nada importava, esses caras estavam querendo pegá-lo vivo por algum motivo. Isso poderia ser uma coisa boa.
O homem que ele tinha atingido voou de costas, virando um banco e derrubando-o de lado. O pastor berrou tão alto e com uma voz tão alta que os tímpanos de Grigori estalaram.
“Pare!”, pediu o pastor. E ele estava realmente chorando. Caiu ao chão e cobriu a cabeça com os braços. “Esta é a casa de Deus! Vocês não podem brigar aqui!”
“Desculpe, pastor”, Grigori disse com um grunhido, enquanto derrubava mais um segurança.
“Esses caras não parecem seguir essa regra.”
“Saiam. Daqui! Todos vocês, saiam!”, o pastor grasnou.
Grigori acenou para Anson, esperando que o homem seguisse Igor. Ele precisava que fossem para fora, para garantir que Flynn não tivesse nenhum problema enquanto estivesse
tentando escapar pela porta da frente.
Uma farpa do púlpito acabou entrando no dedo de Grigori. O engraçado é que aquilo doeu muito mais do que o arranhão que havia recebido do primeiro tiro. Decidindo abruptamente
que aquilo era o suficiente, pegou o púlpito e o utilizou para abrir um caminho pela porta. Ele devia ter dado aos outros tempo o bastante para sair do prédio agora.
Grigori atirou o púlpito no último segurança que estava. Seus olhos se arregalaram quando tentou desviar do míssil pesado. Ele errou, sendo atingido e caindo de costas. Seu
grunhido veio junto com o choro silencioso do pastor.
Vendo a certidão de casamento no chão, Grigori a alcançou e enfiou no bolso da jaqueta. Depois foi em direção à porta lateral, que abria para um escritório. Papéis esvoaçaram
para o chão quando ele bateu a porta e a trancou. Vendo um a entrada nos fundos, Grigori agarrou a mesa e a empurrou, para bloquear o corredor. Papéis e canetas caíram no
chão, juntamente com um monitor de tela plana.
“Ops”, ele resmungou. “Acho que vou para o inferno por isso.”
Algo pesado atingiu a porta, fazendo com que tremesse e balançasse. Era hora de sair.
Grigori conseguiu sair, entrando no mato na lateral do prédio. Conseguia ouvir alguém tentando entrar no escritório do pastor, dentro da igreja, e também homens gritando na
parte principal da igreja. O que ele não ouvia era a voz de uma mulher.
Grigori assobiou, tentando chamar Anson e Igor. Não recebeu nenhuma resposta. Correndo pela frente do prédio, rapidamente descobriu por quê.
“Não se mexa.”
O homem segurando uma arma sobre Anson, Igor e agora Grigori era alto e magro, com a cabeça raspada e olhos inchados. Ele estava de pé embaixo de uma luz, segurando Flynn
em sua frente, como um escudo. Grigori colocou as mãos para os lados, sentido a faca presa à sua cintura começar a escorregar para a posição correta. Flynn parecia muito calma,
considerando-se todas as coisas. Ela também parecia irritada.
“Teller, apenas vá para casa. Isto é besteira. Estou aqui por vontade própria. Vá para casa e diga isso para o meu pai.”
“Não, muito obrigado, Srta. Callaghan”, o homem chamado Teller não parecia especialmente feliz. “Não me importo de colher as consequências das suas ações.”
“Não é culpa minha que o imbecil do meu pai prefere enviar o mensageiro do que lidar com o problema”, Flynn encarava Grigori.
Se não soubesse de nada, teria pensado que ela estava tentando sinalizar para ele ou algo assim.
Infelizmente, ele não tinha ideia do que ela estava tentando fazer. Ele chegou mais perto, tentando conseguir o ângulo perfeito. Com a mão de Teller armada esticada e seu
dedo no gatilho, haveria apenas uma oportunidade de fazer certo.
“Me desculpe”, disse Teller a Anson e Igor. “Vocês dois precisarão morrer. Três para um não é uma combinação de que gosto.”
Tudo aconteceu em câmera lenta. Teller começou a puxar o gatilho no mesmo momento em que Grigori fez sua faca ser lançada. Teller deu um grito agonizante, que terminou em
um grunhido, quando Flynn enterrou o cotovelo na sua barriga. E então ela girou seu salto e executou um belo chute de frente que pegou Teller entre as pernas.
Grigori, Anson e Igor todos se encolheram com o som do pé dela atingindo o saco do cara. E então Teller caiu no chão. Flynn não perdeu tempo. Apertou o pé na garganta de Teller
e correu, passando por Grigori.
“Você vem?”, chamou, sobre os ombros. “Não estou com os sapatos certos para realmente esmagar uma traqueia!”
Grigori encarava seus homens: “Com quem foi que me casei?”
Anson riu: “Ela é gata”.
Igor já estava correndo atrás dela. Grigori não tinha escolha, a não ser virar e seguir com Anson logo atrás. Esticando suas pernas longas, Grigori alcançou Flynn e pegou
a sua mão. O formigamento quente do contato foi uma surpresa, assim como o seu desejo de seguir a liderança dele em meio às árvores.
FLYNN NÃO TINHA ideia de para onde estavam indo. Ela apenas sabia que precisava fugir dos homens de seu pai, o mais rápido possível. Se isso significava que Grigori era seu
novo melhor amigo, tudo bem. Estava totalmente escuro e eles estavam correndo por um aglomerado de árvores com nada além da luz baixa da lua.
“Quietos”, ele ordenou aos outros dois homens, em russo. “Estamos perto.”
“Deixei o carro ali”, Igor gesticulou vagamente para um lugar na escuridão. Anson grunhiu. “Não conseguimos ver, seu idiota. Onde está?”
“Estava bem aqui”, Igor estava apontando, mas não havia nenhum carro.
“Estamos perdidos?”, Flynn perguntou a Grigori. “Pois precisamos realmente sair daqui, antes que Teller levante do chão”.
“Não estamos perdidos”. Grigori falou em inglês, enquanto girou em círculo, olhando para cima, e depois levando sua atenção ao um ponto em algum lugar para a esquerda. “É
bem aqui. Vê o buraco irregular?”
“Um buraco. Ótimo”, Anson não parecia animado. “Vamos morrer porque Igor perdeu o maldito carro.”
“Sua negatividade está acabando com meus nervos”, Flynn disse a ele. “Cala a boca ou eu vou chutar o seu saco.”
Flynn não tinha certeza, mas achou que ouviu Grigori rir. E então ele começou a andar energicamente na direção oposta, levando-a consigo. Ela viu seu buraco e percebeu que
ele estava certo. Era um veículo.
“Há uma estrada?”, ela perguntou, em dúvida. “É tão estúpido ser pego porque estamos perdidos.
Vocês planejaram isso?”
“Da próxima vez, deixaremos você fazer o planejamento”, Grigori disse a ela. “Você parece bastante adepta a este tipo de coisa. Estou começando a pensar que você tem mais
na manga do que está dizendo.”
“Que mulher não tem?”, ela sugeriu, vagamente. Ela certamente não estava dizendo tudo a ele.
Não agora. Talvez nunca.
“Só entre no carro”, disse Grigori a ela. Abriu a porta do passageiro. “E mantenha a cabeça baixa. Você será inútil se for atingida.”
“Você é tão romântico”, disse ela.
Entrou no veículo, percebendo durante o processo que era, na verdade, um jipe. Então eles estavam preparados para sair da estrada. Ou pelo menos era o que os grandes pneus,
o para-choque agressivo e barras de proteção sugeriam. Isso era bom, porque ela tinha certeza de que Teller não iria desistir.
“Fiquem atentos”, disse ele a Anson e Igor. “E, por favor, não me deem um tiro na cabeça”.
“Tudo bem, chefe”, eles resmungou.
Flynn estava começando a sentir o peso da noite. Seus braços estavam arranhados do gato, assim como sua bochecha. As áreas estavam pulsando. Ela esperava não contrair raiva
ou outra doença.
“Você está bem?”, Grigori olhou para ela. “Teve uma noite longa.”
Ela se segurou na barra de proteção enquanto eles balançavam em um carreador, para voltar à estrada principal. “Meu rosto está doendo”.
“Vamos fazer um médico dar uma olhada quando chegarmos em casa.”
“Onde é a casa, por sinal?”, ela bocejou. Que louco bocejar em um momento como esse.
Ele riu. “Você não tem uma casa. Eu tenho. Importa onde é?”
“Acho que não”, ela murmurou. “Você vê isso?”
Ele já estava espiando no retrovisor, então ela sabia que ele tinha visto. Apertou os lábios, parecendo brava. “Anson, atire nos pneus daquela coisa quando estiver ao alcance.”
“Certo, chefe”. Anson puxou um rifle que estava debaixo do assento e repousou o barril atrás de seu assento. O espelho lateral perto de Flynn estralou com o eco dos tiros.
Ela gritou, surpresa, e se debruçou para o meio do veículo. Grigori gentilmente tocou a sua mão. Ela a empurrou para longe. Não queria nem precisava ser confortada agora,
queria?
“Eles só estão procurando alvos”, Grigori explicou. E então seu retrovisor se estraçalhou também. “Vê? Coisas reflexivas.”
“Oh, me sinto muito melhor”, disse ela, conforme Anson atirava de volta.
Houve um tiro abafado, e então as luzes atrás deles balançaram em um arco louco, quando o veículo que os perseguia capotou mais de uma vez. Flynn assistiu em choque quando
ele pousou na lateral e parou em solavanco no meio da Estrada de terra.
“Próximo!”, Anson cantarolou.
“Não fique se achando”, Grigori avisou. “Tem outro vindo em nossa direção.”
Ele cuidadosamente manobrou o jipe para a margem da pista, ganhando velocidade. Anson puxou o rifle e reposicionou o barril sobre a ponta do assento de Flynn. Ela escorregou
para baixo e se perguntou se ele iria acidentalmente atirar em sua cabeça.
O rifle disparou, a bala batendo no veículo que se aproximava rapidamente. E então Anson puxou o gatilho mais três vezes em uma sucessão rápida. O para-brisa do outro carro
se estraçalhou, seguido pela lanterna, e finalmente o pneu estourou e a grande SUV cambaleou precariamente em direção à margem da rodovia.
“Merda, eles estão vindo em nossa direção”, Grigori rosnou. “Espera aí.”
Flynn se segurou na barra de proteção, enquanto eles passavam pelo veículo que vinha na direção deles. Eles se arranharam, o ruído do metal com metal quase gelando os ossos,
conforme eles conseguiam passar. A outra SUV bateu em uma árvore e parou de repente. Flynn conseguia até ouvir os passageiros gritando, pois foram jogados para os lados e
a traseira do veículo. Ela se perguntava se Teller estava entre eles e desejou que estivesse. Aquele bastardo precisava morrer, de um jeito ou de outro.
Capítulo Seis
Quando Grigori finalmente estacionou na frente da estreita casa de tijolinhos à vista no distrito histórico de Richmond, que ele chamava de lar, Flynn cochilava no banco da
frente. Já passava das duas da manhã e Grigori sentia os efeitos da falta de sono também. Seus olhos estavam tão arenosos que ele sentia que os havia mergulhado a areia. Ele
fez contato visual com Anson e Igor pelo espelho retrovisor. “Vocês dois fiquem de olho. Peçam a Ivan que avise vocês caso seja necessário. Quero alguém cuidando da rua o
tempo todo. Não vamos correr nenhum risco.”
“Tudo bem, chefe”, Anson concordou. E então ele balançou suas sobrancelhas espessas. “Você está planejando desfrutar de sua noite de núpcias?”
Igor o cutucou forte, gesticulando para Flynn. “Ela não está nem consciente, seu lerdo! Além disso, metade da noite já se foi.”
“Se vocês dois já terminaram de especular sobre a minha vida sexual”, Grigori olhou para um, depois para o outro, “podem ir se mexendo agora.”
Eles concordaram, avaliando a rua cuidadosamente, antes de sair do veículo. Isso deixou Flynn aos cuidados de Grigori. Se ela acordasse antes que ele entrasse na casa, ele
quase se perguntou se ela não o castraria por tocar nela.
Ela não se mexeu quando ele a levantou nos braços. Ele a encostou contra seu peito, sentindo uma sensação desconhecida de algo macio e sentimental perto de seu coração. Não
havia como negar sua admiração por aquela mulher. Ela havia passado por uma situação horrível. Na verdade, se alguém o colocasse nesse tipo de prova, Grigori iria eviscera-los.
Em vez disso, era simplesmente o preço que tinha que pagar para ficar nos Estados Unidos.
“Onde estamos?”, ela murmurou, quando Igor abriu a porta da frente.
Grigori a carregou para dentro e subiu diretamente as escadas para o quarto piso, que havia convertido inteiramente em seus aposentos. “Estamos em casa. Tenho um lugar em
que você pode descansar.”
Ela piscou, com seus olhos verdes abrindo apenas o suficiente para focalizar no rosto dele.
Depois os fechou novamente, e pressionou o rosto contra o peito dele. Foi estranho. Não havia tensão no seu corpo por estar perto dele. Era como se confiasse nele, o que era
uma noção insana, para dizer o mínimo.
Incapaz de resistir, ele baixou a cabeça e inalou profundamente o seu aroma suave e feminino.
Havia algo de selvagem no cheiro de Flynn. Os dois estavam exaustos e cobertos de ferimentos e arranhões, mas ela ainda tinha um cheiro divino. Ele viu que o arranhão na bochecha
dela tinha inchado. Isso o fez seu estômago revirar de arrependimento pelo que havia acontecido.
Grigori deitou Flynn gentilmente em sua cama. Tirou seus sapatos e os colocou no chão. E então foi pegar uma toalha aquecida no banheiro. Quando voltou, ela estava sentada.
“Este é seu quarto?”, olhou em volta, obviamente interessada.
Ele se perguntou o que ela havia pensado sobre a madeira escura e cores neutras. Ele não tinha muitos enfeites. “Sim, apesar de eu não exigir que compartilhemos o quarto.
Vou para o piso de baixo, dormirei no quarto de hóspedes.”
“Não!”, os olhos dela se arregalaram. “Quer dizer, eu aprecio isso, mas eu realmente prefiro não ficar sozinha.” Ele podia ver que havia custado a ela admitir isso. “Eu trouxe
uma toalha para a sua bochecha”, mostrou. Ela pegou o pano aquecido e pressionou sobre o rosto. “Você pode ficar aqui comigo por um minuto?” Grigori se apoiou na ponta da
cama. Tirou as botas, esticando os dedos e suspirando aliviado. E então ele notou que ela o encarava. “Meus pés estão doendo. Os seus não?”
“Sim”, ela gemeu. “Neste momento, acho que tudo dói.”
“Só, mano.”
“Ok, essa frase soou ridícula com o seu sotaque”, ela levantou as sobrancelhas. “Você não deve nunca mais dizer isso.”
Era estranho, mas Grigori poderia jurar que ela estava flertando com ele. E então todo o semblante dela mudou. Ela baixou a toalha e encarou o sangue rosado no pano cor de
areia.
“O que foi?”, disse ele.
“Tudo isso foi culpa minha”, a garganta dela se moveu quando ela engoliu. “Eles seguiram o equipamento de rastreamento no meu carro. Depois seguiram o do meu telefone.”
Ele quase pulou da cama. “Você está com o seu telefone agora?”
“Não. Eu o joguei no mato quando saímos da igreja”, colocou o rosto nas mãos. “Mas eu estava com ele na igreja, Grigori. Poderia ter contado para você, dito alguma coisa.
E não o fiz.”
“Por que não?”
“Não sei”, ela fez um som impotente e olhou para ele, com olhos enormes. “Talvez eu ainda me perguntasse se conseguiria ir em frente com isto.”
“Isto?”, ele pensou. “Nosso acordo?”
“Sim”, ela caiu de volta na cama. “Estamos casados, sabe? Isso é meio importante.”
“Não precisa mudar nada”, ele se questionou se ela estava se arrependendo.
E então ela pegou a mão dele e o puxou para baixo, praticamente em cima de si. Ela tocou o rosto dele. “E se eu quiser mudar as coisas?”
Ele se afastou para trás, tentando colocar um espaço entre eles. Não havia se preparado para isso. “Você só está sentindo os efeitos da adrenalina.”
“Sim, sexo de sobrevivência. Eu sei”. Ela se esticou e espalmou o seu pênis, sobre o jeans. “E é isso que eu quero, Grigori. Quero esquecer. Você é meu marido. Isso é louco
e insano e posso me perguntar se perdi a cabeça amanhã de manhã, mas, neste momento, não me importo”. Ela deu um apertão na sua ereção eu inchava rapidamente com um apertão.
“Por favor, vem me foder, Grigori.
Por favor.”
Ele poderia ter sido capaz de dizer não, caso ela não tivesse agarrado a cara dele e puxado a boca dele para um beijo. O beijo mais cedo na igreja tinha sido eletrizante e
completamente inesperado. Este foi o oposto. Ele sabia que no momento em que seus lábios se tocassem, a avalanche
poderosa de hormônios e emoções faria seu cérebro se derreter por dentro. Ele sentiu o sabor dela, escorregando a língua para dentro da boca dela e a esfregando com a dela.
Eles se agarraram um pouco, pois travaram uma guerra passional para ver quem iria liderar e quem seria liderado. E então ela se entregou, e Grigori pensou que poderia gozar
ali, naquele momento.
FLYNN NUNCA HAVIA ficado tão excitada na vida! Grigori tinha um sabor masculino proibido, tentador. Ela o queria com um fervor que era quase louco. Ela se ondulou contra ele,
deixando a fricção de seus corpos vestidos criar um calor que fez sua pele ferver. Seu abdômen estava quente e úmido, e ela se contorceu com desconforto em seu jeans. “Preciso
ficar nua, Grigori”. Não sabia exatamente por que, mas adorava dizer o nome dele. Poderia fazer isso de novo e de novo e nunca se cansar. Quando ela desabotoou a própria calça
e ele a ajudou a deslizá-la pelas pernas, disse o nome dele novamente. Desta vez, um gemido de urgência. Ele estava maluco. Puxou a blusa dela para cima e a tirou, jogando-a
para o lado. Usando os lábios, ele tracejou uma linha de beijos sobre seus seios. Depois, abriu o sutiã e o tirou, começando a lamber e sugar seus mamilos. Puxou o máximo
que conseguiu dos peitos dela em sua boca, chupando-os, até que ela estivesse se contorcendo contra ele. Ela parou totalmente de pensar. Não havia nada além de uma necessidade
de se aliviar. Envolveu as pernas em torno do seu corpo vestido e se esfregou contra ele. As mãos dele encontraram as reentrâncias de seu sexo. Ele escorregou os dedos pela
carne úmida até que encontrou o clitóris. Circulando o pequeno botão, esfregou e esfregou, até que ela estivesse desesperada para atingir o orgasmo. Ela chegou ao clímax gritando
o nome dele. Estrelas explodiram em seus olhos fechados, e ela bombeou os quadris, pois não conseguia se manter estática. Era como se estivesse fora de seu corpo. Aquilo era
incrivelmente bom, mas ela queria mais. Precisava senti-lo abrir suas pernas e tomá-la daquela forma primal que somente um homem poderia.
“Grigori, você está vestido”, ofegou ela, “tire a roupa, por favor”. Ele parecia que iria argumentar, mas desistiu. Arrancando a camisa pela cabeça, atirou-a pelo quarto.
Então ele estava se contorcendo para tirar a calça jeans. Ele a chutou longe, e ela o ajudou a puxá-la pelos pés. Quando estava pelado, ela deu a primeira olhada.
“Meu Deus”, disse ela. “Você é gostoso. Sério.”
Ele riu, jogando a cabeça para trás e lhe causando arrepios com o som sexy. Depois disso, Flynn não conseguiu se controlar. Ela o jogou na cama, beijando seus braços musculosos,
e passou a língua pelo seu peito. Brincando com seus pequenos mamilos com os dentes, ela escorregou a mão pela barriga dele, em direção ao pênis.
Quando estava em algum lugar entre o umbigo e os testículos, ele parou de rir. E então ela agarrou com a mão aquele pau generoso e começou a acariciá-lo, da base para o topo.
Seu líquido seminal formou uma gota na cabeça e ela passou os dedos por aquele líquido sedoso. Olhando para o rosto dele, limpou o fluido dos dedos com a boca, e assistiu
aos olhos deles se encherem de desejo.
“Você me quer?”, demandou.
“Ah, como quero.”
Ela o cavalgou, sentindo-se mais no controle do que nunca em sua vida. Foi glorioso. Flynn jogou a cabeça para trás e sentiu o seu cabelo tocar a sua cintura. Estava nua,
esfregando sua vagina úmida sobre o pau de um quase estranho. A sensação de liberdade era inebriante. Levantando-se para ficar de joelhos, colocou a mão entre eles para agarrar
o membro ereto. Ele congelou. E então ela suavemente esfregou a ponta dele contra a sua abertura. Ele agarrou seus quadris com as mãos, esperando que ela tomasse a decisão.
A escolha pertencia a Flynn, e ela estava feliz por isso.
“Esta escolha é minha”, ela disse, quase sem fôlego. “Eu quero você e vou ter você. Entendeu?”
“Então me tenha”, a voz dele era grave.
Ela se empalou em um longo golpe. A pressão do pênis grosso escorregando profundamente em seu canal a deixou ofegante. A intimidade emocional do momento era quase mais chocante
do que a física. Ela nunca havia se sentido tão conectada a ninguém na vida.
Balançava para frente e para trás contra ele. Cada golpe fazia seu clitóris se esfregar contra a base do pênis dele. Seus músculos queimavam e ela sabia que estava perto de
perder o controle. E então percebeu que ele também. Seus olhos estavam quase se fechando, de um jeito sexy. Seus lábios quase abertos e os músculos do rosto tenso de prazer
– era quase a realização de todas as suas fantasias.
O alívio final explodiu dentro do corpo dela. Ela arfou e estremeceu quando as convulsões de seu clímax assumiram tudo. As palmas de suas mãos descansaram sobre o peito dele,
enquanto ela se esfregou ainda mais forte sobre ele. E então ele gemeu e impulsionou seu corpo. A pressão e fricção eram incríveis. A sensação a percorreu em uma pequena réplica
trêmula de prazer quando ele despejou sua semente profundamente em seu ventre.
Flynn desmontou no peito de Grigori, sua respiração rasgada e sua pele úmida de suor. Ela podia ouvir o coração dele trovejando no peito. De alguma forma, era maravilhoso
saber que tinha feito esse homem ficar de joelhos com prazer – por assim dizer.
“Uau”, ela murmurou, com um suspiro. “Acho que acabei de morrer.”
“Da.”
“É só isso que você tem a dizer?”, ela encostou o queixo sobre o peito dele e o encarou.
Ele sorriu: “Você roubou minhas palavras.”
“Acho que essa é uma desculpa aceitável”, um bocejo a pegou de surpresa.
Grigori envolveu os braços em torno do corpo dela e deu um beijo leve no topo de sua cabeça.
“Você precisa descansar.”
“Fique comigo”, ela sussurrou. “Não vá”.
“Não vou a lugar algum”, ele prometeu.
Capítulo Sete
Flynn rolou para o lado e imediatamente desejou que não tivesse. A luz era horrivelmente clara. Ela tentava relembrar porque não tinha fechado as cortinas como normalmente
faria na noite anterior, mas foi exatamente quando a noite inteira veio de volta, com toda a finesse de um trem sem freios. Ela sentou reta na cama, olhando selvagemente pelo
quarto esparsamente mobiliado. Onde estavam suas roupas? “Grigori?” Era impossível decidir se ela se sentia aliviada ou horrorizada quando ele apareceu na porta do banheiro
com uma escova de dente pendurada na boca: “Estou aqui.”
“Ah, ok. Certo”, ela puxou rapidamente o lençol e o puxou sobre os seus seios nus. “Estamos casados. Certo?”
“Sim.”
“Algumas coisas estão confusas, mas pensei que lembraria disso claramente.” Ela pausou por um momento e depois colocou a face entre as mãos. “Meu pai vai me matar.”
“Você parece ter duas opiniões sobre isso”, ele disse, de forma enigmática.
“O que?”
Ele mergulhou de volta no banheiro, e ela o podia ouvir enxaguando a boca. A natureza mundana da atividade a fez rir.
“O que foi?”, ele saiu do banheiro vestindo nada além de uma toalha.
Ela precisou forçar sua mente para pensar sobre alguma coisa além do que estava embaixo da toalha. “Você tem todo o jeito de gângster. Eu simplesmente não tinha percebido
que homens que jogam facas e participam de perseguições de carro em alta velocidade em estradas sujas no meio do nada também se preocupam com a higiene oral.”
“Todo mundo deveria se preocupar com a higiene oral”, disse ele com uma certa severidade. “É muito importante.”
“Ah é? Bom, também é muito importante o que meu pai vai fazer comigo quando me encontrar.”
“Ontem à noite você parecia bem confiante de que podia me usar para conseguir o que queria do seu pai e vice-versa”, ele dobrou a cabeça para o lado. “Por que mudou de opinião?”
“Ele enviou um telegrama para você hoje de manhã.”
“O que?”, ela ficou tão espantada que se esqueceu de cuidar do seu protetor de seios. Ofegante, puxou o lençol mais uma vez. “Desculpe, não pretendia me exibir para você”.
“Noite passada você estava implorando para que eu olhasse”.
“Por favor, não fale sobre isso”, ela pegou um travesseiro e o utilizou para cobrir o rosto. “Agi como uma vagabunda total.”
“Estamos casados. Não tem essa de vagabunda.”
Ela riu, pois quem não riria ao ser surpreendido com essa declaração ridícula? “Ok, agora sério. Você está dizendo que recebeu um telegrama? Eu nem sabia que eles existiam
ainda.”
“Não é uma coisa de uso normal, se é isso que você está se perguntando”, sua expressão se tornou pensativa. “Ele quer encontrá-la para almoçar hoje.”
“Espera”, ela percebeu o que ele estava dizendo. “Você leu minha correspondência?”
“É claro. Você estava dormindo e eu precisava garantir que não era algo que evolveria mais balas”, ele não parecia arrependido.
“Acho que é razoável”, ela apertou os lábios e franziu bem a testa. “Mas da próxima vez, peça.”
Ele deu de ombros, e ela entendeu que era um pedido insignificante pelas regras dele. “Se for importante, tentarei me lembrar.”
“Ok, obrigado. E você poderia sair para que eu possa me vestir?” E então ela percebeu que não tinha roupas. “Droga. Como devo ir encontrar meu pai se não tenho roupas?”
“Pedi para Anson lavar as roupas que você usou na noite passada”, ele na verdade parecia se desculpar dessa vez, enquanto levantava e observava a pequena pilha em cima da
cadeira. “É o melhor que podemos fazer.”
“É ótimo, na verdade. Eu agradeço.”
Ele começou a sair e Flynn percebeu, com uma sensação de pânico, que não queria que ele saísse. “O que você faz, na verdade, para viver?”, perguntou rapidamente.
“Sou um assassino.”
Se Grigori não tivesse olhando bem em seus olhos, ela pensaria que ele estava brincando. “Tipo ‘contrate seu assassino particular’”?
“Não, sou um assassino da máfia. Sou especificamente empregado pelos cartéis russos de Moscou e dos EUA. Então viajo bastante.”
“Ai meu Deus”, ela começou a hiperventilar, mesmo que nunca tivesse feito isso antes.
“Ei”, ele sentou ao seu lado na cama e gentilmente acariciou suas costas. “Está tudo bem. Você sempre será bem-vinda em viajar comigo quando eu for, se desejar.”
“Você acha…”, ela respirou bem fundo, “… que é por isso que estou surtando?”
“Se você está surtando porque eu mato pessoas para viver, então devo relembrá-la de que você chutou as bolas de um cara tão forte que os netos dele provavelmente sentirão.
Isso logo depois de pisar na garganta dele e reclamar que seus sapatos não eram pesados o suficiente para acabar com a traqueia dele. Foi brutal. Pelo menos eu atiro nas pessoas
com armas e faço um trabalho limpo”, ele teve a audácia de parecer descontente.
“Sim, mas isso foi uma vez só!”, ela tentou se conformar com o fato. “Eu me casei com um matador!”
“Um matador pago, mas sim. Acho que sim.”
“Por que você é tão normal?”
Ele riu, seus olhos escuros brilhando com alegria. “Ontem você me acusou de ser um sociopata.”
“E você, de maneira muito eficiente, acabou com essa ideia”, ela gemeu. “Ugh! Nunca mais vou usar essa frase. E se for verdade?”
“Vista-se e desça para tomar café da manhã. Você vai se sentir bem depois de comer.”
“Você vai me deixar aqui assim, com essa informação? Você não precisa me matar?”, ela estava realmente começando a se preocupar agora. No que havia se metido?
“Se alguém me perguntasse qual mulher eu mais admiro no mundo, Flynn Pasternak, eu diria que é você”, ele deu uma piscadela e depois saiu do quarto. Ela o ouviu descer as
escadas com uns passos quase saltitantes.
CONSIDERANDO-SE TODAS AS COISAS, Grigori estava se sentindo muito bem esta manhã. Sentou-se para tomar café com Anson e Igor e lhes ofereceu um sorriso agradável. Anson o
olhou com suspeição. “Onde está sua noiva?”
“Flynn ainda está se aprontando”, Grigori encheu o prato com ovos e torradas. E pegou duas fatias de bacon. Ele adorava o café da manhã americano, mas às vezes ainda sentia
saudade da crocância de um blini. Igor enfiou meio prato de ovos mexidos na boca. “Ivan ainda está cuidando lá de fora, chefe”.
“Obrigado”, Grigori checou o relógio. “Acho que precisaremos nos manter atentos por mais algumas horas. Ou pelo menos até encontrarmos o pai de Flynn e soubermos quais são
seus planos.”
“Você acha que ele vai tentar levá-la de volta?”, Anson soou preocupado.
Grigori encostou-se à cadeira e deu uma olhada longa e lenta para Anson. “Você está ficando horrivelmente possessivo com minha mulher.”
“Eu gosto dela.”
“Isso é compreensível”, disse Grigori. “Mas mantenha suas mãos longe.”
Anson olhou para Igor: “acho que o chefe gosta dela.”
“Da”, Igor respondeu em russo. “Ele está se tornando excessivamente apegado a uma mulher que deveria ser um meio para um fim. Isso vai ser estranho.”
“Os planos mudam”, Grigori murmurou.
“O que?”, Igor entortou o rosto. “Yuri não vai gostar disso. Você falou com ele?”
“Ainda não.”
“E quando irá fazê-lo?”, Igor se apressou. “Ele vai cortar suas bolas.”
Flynn entrou na sala de café, com cheiro de flores e uma aparência de como se não tivesse havido insanidade na noite anterior. “Acho que precisamos parar de fazer coisas ruins
com as bolas das pessoas. Há muita discussão sobre bolas acontecendo ultimamente.”
“Concordo”, Grigori apontou para ela. “Escutem a moça. Ela sabe do que está falando.”
Igor resmungou algo amargo e sombrio em russo.
“Não”, Flynn disse lentamente. “Não acho que isso seja possível fisicamente.”
Grigori e Anson caíram na gargalhada, apontando para Igor, que agora estava ficando ruborizado. Grigori bateu nas costas do velho amigo, tentando trazer de volta a noção de
camaradagem que normalmente existe entre os três e Ivan.
“Quem cozinhou?”, Flynn olhou para mesa cheia de comida. “Está lindo e com um cheiro delicioso.”
“Quem cozinha é o Ivan”, explicou Anson. “Ele está lá fora.”
“Então você é o Anson”, ela apontou para ele, e fez a mesma coisa com Igor: “E você é o Igor.”
“Sim”, disseram eles em uníssono, balançando as cabeças afirmativamente.
“Vocês são irmãos?”
“Primos”, respondeu Anson.
“Isso explica serem parecidos”, disse ela. “Posso me sentar?”
Grigori se levantou e puxou uma cadeira. “Por favor”.
“O assassino tem boas maneiras, que diria?”, ela resmungou.
“Você ainda está brava com isso?”, Grigori se perguntou por que isso era tão importante. “Se eu fosse militar e minha função fosse ser atirador, você iria se incomodar?”
“Não.”
“Qual a diferença?”, questionou Grigori, começando a se sentir insultado pelo fato de ela não respeitar sua posição na organização.
Igor olhou para ela de forma suspeita. “Grigori é um homem muito importante na máfia.
Ninguém pode fazer as coisas que ele faz. Ele é muito respeitado.”
“Não estou discutindo isso”, disse Flynn rapidamente. “acho que é difícil se conformar com o fato de que eu me casei com um matador profissional.”
“A bobinha vai mudar de ideia quando vir a sua conta bancária, aposto”, Igor disse essas palavras em russo, esquecendo-se novamente de que Flynn normalmente conseguia entender
todas as palavras que ele dizia. E então ele percebeu e gemeu: “Por que você não me chuta ou algo assim?”, perguntou a Anson.
“Provavelmente ele está fazendo você aprender uma lição valiosa sozinho”, sugeriu Flynn. “E eu tenho uma conta bancária própria também. Não preciso da conta de Grigori, muito
obrigada.”
“Você fica falando isso”, Grigori reclamou. “Você já disse isso noite passada, que você tem seu próprio emprego. Você ganha muito, ou algo assim?”, ele se perguntou se havia
algum segredo que ele ainda não havia descoberto sobre sua noiva estranha e impetuosa.
Ela parecida estar agitada, como se não quisesse responder. Colocou os ovos no prato e começou a passar manteiga na torrada cuidadosamente.
Finalmente, ela deu um rápido suspiro. “Se você precisa mesmo saber, eu e minha irmã não temos a mesma mãe.”
Grigori sentiu suas sobrancelhas se levantarem, em choque. Não podia imaginar por que não havia descoberto esse fato enquanto fazia sua pesquisa.
“Não fique assim tão chocado”, ela o repreendeu. “Não é um fato conhecido. Minha mãe morreu quando eu tinha três anos. Meu pai se casou logo. Mas minha mãe foi também uma
herdeira.”
“Então você recebeu uma herança dela”, Grigori sugeriu. “Então por que aquele discurso sobre
liberdade ontem à noite? Se você tem o dinheiro, pode fazer o que quiser.”
“Não exatamente”, ela enfiou metade da torrada na boca. “Não terei o controle de meus fundos até fazer 21 anos.”
“Ah”, Grigori percebeu agora por que ela tinha concordado com o plano dele. “Então você precisa que eu lhe ajude a se manter independente até que você possa pegar a sua herança.”
“Exatamente.”
Por algum motivo, isso não caiu bem para ele. Se estivessem sozinhos, ele teria lhe perguntado por que ela se deu ao trabalho de transar com ele, se tudo o que queria era
proteção. Mas esse não era o momento para essa discussão.
Ela limpou a garganta. “Então, alguém vai me dizer o que faremos quando encontrarmos meu pai?”
“Nós vamos com você?”, Anson perguntou ansiosamente.
Ela deu tapinhas na mão dele: “Eu nem pensei em ir sozinha”.
Grigori apertou o olhar, notando que mais uma vez ela tinha usado um pouco de contato físico para reforçar uma emoção que estava essencialmente implantando na mente de alguém.
Era brilhante, mas ele não conseguia identificar se era intencional.
“Vamos sair assim que terminarmos aqui”, Grigori disse a ela bruscamente. “Ele quer encontrála na frente da sua universidade.” Ela não pareceu surpresa: “É claro que quer.
O idiota.”
Capítulo Oito
A área de Commons, na Universidade de Georgetown, fervilhava com estudantes e professores levando a vida normalmente. Flynn se sentia estranha em pé na praça central, esperando
seu pai aparecer para uma reunião bastante pública, em um lugar bastante público. Para qualquer um que observasse, parecia estar sozinha. Mas sua trupe de mafiosos russos
de confiança estava, na verdade, a uma pequena distância. Ela também tinha aula em dez minutos, e era tão tentador apenas se virar e entrar no prédio. Poderia sentar na sala
e esquecer que tudo isso estava acontecendo – mas a aula era sobre a história da ciência política dos EUA, e eram os noventa minutos mais entediantes da sua semana.
“Aí está, minha querida filha”, seu pai se aproximou com um sorriso colado ao rosto.
Infelizmente, a expressão não combinava com seus frios olhos azuis.
“Olá”, disse Flynn, com uma indiferença. E então ela olhou para Teller: “estou bem surpresa em vê-lo bem e andando por aí esta semana, Teller. Da última vez que nos encontramos,
lembro que você estava rolando no chão”.
Seu pai esticou um braço para impedir Teller de atacar. Obviamente, o cara ainda estava dolorido, pelo golpe nas bolas que tinha recebido dela. Literalmente, ela apostaria.
“Já deu, Teller”, seu pai falou com prazer. Ele sorria livremente para qualquer um que olhasse para o grupo com curiosidade.
“O que você quer?”, Flynn questionou. “Não quero joguinhos. Por que você está aqui?”
“Pasternak não é nada além de um mentiroso.” Pelo menos seu pai não perdeu tempo. “Ele quer você por um motivo, só isso.”
“Sim, eu sei”, ela balançou a mão, para indicar que já havia ouvido tudo. “Ele precisa de uma esposa para ficar neste país, para conseguir um green card e, eventualmente,
se tornar cidadão e descobrir uma forma de trazer seu irmão de volta para cá.”
Seu pai pareceu mais surpreso do que nunca, o que significava que a pele em volta de seus olhos se contraiu ficando tão fina quanto um fio de cabelo. “Ele não é nada além
de um cara financiado pela máfia.”
“Sim, eu sei. Matador profissional. Entendi.” Ela balançou a cabeça afirmativamente. “Algo mais?”
“O que você está fazendo?”, agora ele implorava. Era uma escolha interessante, considerando a história deles juntos. “Você vai jogar sua vida no lixo por este homem! Teller
afirma que você estava lá por sua própria vontade. Você enlouqueceu?”
“Talvez”, Flynn deu de ombros. “É difícil dizer. Estou tão embebida com a alegria de estar fora da sua casa, que não sei nem o que fazer com o meu tempo.”
“Criança mimada!”, ele se irritou.
“E o procurador distrital Callaghan verdadeiro se revela, finalmente”, ela provocou. “As pessoas sabem como você é de verdade? Sempre me pergunto.”
“É melhor você não estar mentindo”, ele ameaçou. “Não vai importar quem irá protegê-la. Se tentar acabar com minha reputação para os seus objetivos egoístas, acabo com você.”
“Sou sua filha”, Flynn disse a ele de maneira triste. “É assim que você fala com a sua própria filha?”
“Nunca tenho certeza, você sabe.”
“Sim, eu sei”, ela ouvia essa história desde que tinha idade suficiente para compreendê-la. “É por isso que você ama Cynthia muito mais do que eu. É por isso que ela não é
vítima do seu mau humor ou de sua violência ao acaso.”
Ela não tinha reparado que havia dito isso em voz alta até que Grigori apareceu ao seu lado. Ele era alto, largo e poderoso. Na verdade, ele exalava superioridade masculina.
Teller procurou sua arma, mas Grigori colocou um dedo no ar e o balançou de um lado para o outro.
“Você me mata, meus amigos vão matar você e seu chefe. Entendeu?”, e então Grigori colocou o braço em torno de Flynn.
Foi estranho, mas na verdade ela se sentiu bem ao ser acolhida ao seu lado. Ele era um porto em uma tempestade.
“Já terminei de falar com você, pai”, ela disse ao homem a quem ela sempre se referia, em segredo, como doador de esperma. “Você nunca me quis, de qualquer maneira. Não sei
por que se importa agora.”
“Cuidado”, disse seu pai, sorrateiramente “Você está jogando fora exatamente a conexão familiar que fez este homem querer você em primeiro lugar.”
“Sobre o que você está falando?”, ela estava cansada de seu discurso dúbio. “Pode me dizer o que quer de uma vez?”
Grigori suspirou. “Ele está tentando dizer que eu estava esperando forçá-lo a trazer meu irmão de volta, fazendo você de refém.”
Foi como um balde de água gelada na sua cara.
Flynn engoliu o caroço seco que apareceu de repente em sua garganta. “Então, não sou suficiente para satisfazer seus objetivos?”, perguntou a Grigori.
“Não foi isso que eu disse”. Grigori balançou a cabeça afirmativamente para o seu pai. “É isso que ele está dizendo.”
“Mas é verdade”, seu pai insistiu. “Pergunte a ele sobre o recado que ele me enviou ontem.”
“Você mandou?”, ela perguntou baixinho.
“Da.” Ele não se importava de esconder nada, o que na verdade a fazia se sentir melhor.
Ela ria de maneira amarga. “Obrigada novamente, pai, por garantir que eu duvidasse do meu próprio valor. É na verdade um ótimo talento que você tem.”
“Flynn, pense nisso”, seu pai disse com urgência. “Você realmente precisa parar e pensar. Ele é um assassino. Vamos matá-lo em algum momento.”
“Ou talvez ele o pegue primeiro”, ela disparou de volta. “Todo mundo more. Aprendi isso bem cedo, lembra?”
Teller limpou a garganta. “Srta. Callaghan, é melhor repensar essa estratégia de ação. Temos uma equipe pronta para protegê-la agora.”
“E então?”, ela olhou para Teller como se ele fosse algo que ela encontrasse na sola do sapato.
“Como se não esperássemos isso ou outra coisa, sua víbora.”
“Senhorita”, começou Teller.
Ela o mandou ficar quieto, apertando os dedos e fazendo um som de zíper na boca. “Meu Deus, sempre tive vontade de fazer isso! Acho que devo agradecê-lo Teller. Você tornou
possível para mim compreender porque o emprego de assassino profissional é necessário. Caso eu tivesse o dinheiro, contrataria alguém para acabar com você agora mesmo.”
“Isso é uma declaração de intenção!”, disse Teller, eagerly. “Podemos prendê-la com base nisso.”
“Não. Eu disse se tivesse dinheiro”, ela sorriu docemente. “Todos sabemos que ainda não tenho. Lembra?”
GRIGORI ACHOU a reação do seu pai à sua declaração foi extremamente estranha. Por que o homem deveria se importar se sua filha teria acesso à sua herança em pouco menos de
um ano? Ele tinha seu próprio dinheiro, certo?
“Chega”, disse Grigori a Flynn, mantendo sua voz baixa. “É hora de ir.” Seu pai parecia em pânico. “Flynn, espere!”
“Já esperei”, o tom de voz de Flynn pareceu ter um impacto profundo no procurador. Callaghan na verdade parecia que iria chorar.
Grigori se sentiu terrivelmente exposto em público. Ele sabia que seus homens estavam armados e cuidando, mas qualquer assassino que valesse alguma coisa sabia que isso não
importava. Um movimento na praça central chamou sua atenção. Era Anson. Ele corria, na verdade vinha em disparada, diretamente na direção deles.
A adrenalina percorreu as veias de Grigori. Anson gritava algo em russo, mas Grigori não conseguia entender. Não importava.
Pegando a mão de Flynn, ele foi para longe do pai dela e de Teller. Em sua defesa, Flynn não hesitou. Em segundos, estava correndo ao lado dele, seu cabelo marrom avermelhado
fluindo atrás de si. E então Grigori ouviu o que Anson estava gritando.
“Atirador!”, Anson gritou. Agora estava apontando para um telhado.
Grigori saiu em ângulo e começou a ziguezaguear entre bancos, latas de lixo e arbustos. Mas era tarde demais. Ele não ouviu o som de um rifle, mas sentiu Flynn cair ao seu
lado.
O que?
Ela gemeu, quase o puxando para baixo com o a força que segurava a mão dele quando tentou continuar correndo. Seus olhos verdes eram enormes e uma mancha vermelha começou
a se espalhar em seu ombro.
Pegando-a nos braços, Grigori continuou a correr.
Ele nunca havia se sentido dessa forma antes. O sangue dela encharcava a camisa dele. A umidade quente e grudenta fazia o tecido grudar em seu peito. Ele virou a esquina de
um velho edifício de tijolos. Havia gritos em todos os lugares, com alunos e professores correndo para se
proteger. Não havia dúvidas de que o procurador esperava usar esse tiroteio como apenas mais um ato de terrorismo no campus de uma universidade. Mantendo-se disfarçado em
um grupo de homens que se escondiam em uma esquina da praça central, Grigori utilizou os civis como proteção enquanto tentava decidir o que fazer. Precisava conseguir atendimento
médico para Flynn. Ela tinha desmaiado em seus braços, sua cabeça solta apoiada em seu peito.
“Ai meu Deus!”, alguém gritou. “Esta garota levou um tiro!” Alguém estava com o celular e tentava falar e enviar mensagens de texto ao mesmo tempo. “Já liguei para 911. As
linhas estão todas ocupadas.”
“Quantos tiros você ouviu?”, perguntou outro estudante.
A outra pessoa respondeu: “Não sei, talvez uns doze?”
Perfeito. Pelo menos Grigori não precisava se preocupar se esse acidente estava de alguma forma ligado a ele. As histórias já seriam tão variadas e fantásticas que a polícia
nunca conseguisse entender o que tinha realmente acontecido.
“Posso ajudar?”, um jovem que estava perto foi em direção a Flynn.
Grigori franziu os lábios. Ninguém iria tocá-la, se dependesse dele.
“Sou estudante de medicina”, o jovem explicou.
Grigori mudou de ideia. Fazia sentido. “A bala passou direto, mas ela está sangrando.”
“Deite-a”, o jovem entrou no “modo médico”. Colocou sua mochila embaixo da cabeça de Flynn e começou a examinar seu ombro.
Quando fez um pequeno ruído de dor, Grigori quase acabou com o cara. Ele tinha que segurar seu punho para manter o controle. Foi quando Igor apareceu, com Ivan logo atrás.
“Chefe?”, disse Igor, em russo. “Eles miraram nela. Flynn era o alvo.”
Grigori havia se questionado sobre isso. “O pai dela estava agindo de maneira estranha. Talvez soubesse que isso iria acontecer.”
“Mas por quê?”
“Acho que tem a ver com o dinheiro”, Grigori não tinha todas as pistas ainda, mas teria.
“Ninguém tenta matar minha esposa e fica impune.”
“Parece que Anson derrubou o atirador deles.”
“Onde está Anson?”, Grigori quase odiou perguntar.
Igor suspirou. “Nós nos separamos, mas o vi correr como nunca na outra direção. Ele vai nos achar em nosso ponto de encontro, tenho certeza.”
“Espero que sim”, murmurou Grigori.
Enquanto isso, o estudante de medicina puxou o que parecia ser um par de meias limpas.
Utilizava uma garrafa d’água para limpar o ferimento. E então pareceu que iria usar o resto das meias para cobri-lo.
“Não é o melhor trabalho de bandagem”, explicou o aluno. “Mas vai evitar que ela sangue até a
morte. O ferimento está limpo. Não parece ter destruído nada dentro do ombro dela, mas ela deveria, definitivamente, consultar um médico e verificar se houve dano aos ossos
e tendões.”
“Obrigado”, Grigori puxou sua carteira e deu ao aluno uma nota de cem dólares. “Mantenha sua boca fechada, caso alguém pergunte.” Os olhos do estudante se arregalaram ao ver
o dinheiro. “Sem problemas, cara.”
“Quando ela vai acordar?”, Igor perguntou ao jovem, lembrando-se de falar inglês.
Ele franziu a testa. “É difícil dizer. Se ela desmaiou por causa da perda de sangue, pode precisar de uma transfusão, mas duvido. Quando o corpo estiver pronto, ela vai acordar.
A menos que tenha sido atingida na cabeça.”
“Não que eu saiba”, Grigori disse, sentindo-se aliviado. “Estava acordada em um momento, e desmaiou no outro.”
“Então provavelmente é pressão baixa”, o aluno balançou a cabeça. “Vai acordar quando o corpo recuperar o que precisa. E estará cansada e com sede.”
“Chefe, precisamos ir até lá”, Ivan tocou o braço de Grigori. “Teller e seus homens estão varrendo a área. Vejo um deles vindo para cá agora.”
Grigori notou uma viela estreita entre os prédios, que pareciam levar em direção ao estacionamento. “Vamos para aquele lado agora. Vamos pegar Anson e ir para casa, para a
gente se reorganizar.”
Capítulo Nove
Flynn experimentou piscar, tentando entender por que estava deitada de costas na cama. Ela nunca dormia de costas, era desconfortável. Mas quando tentou rolar para o lado
direito, uma dor agonizante atravessou seu ombro, indo até a ponta dos dedos. A onda de dor fez tudo formigar.
“Grigori?”, gritou, sabendo exatamente onde estava, mas não se lembrando de como tinha chegado lá.
Ele apareceu na porta. “Eu estou bem aqui.”
Ela olhou para sua aparência desgrenhada, mas bonita, e brevemente pensou que deveria haver alguma explicação maluca para o fato de que se sentia tão atraída por um homem
que, teoricamente, deveria odiar. Então ela percebeu como ele parecia preocupado.
Havia círculos escuros sob seus olhos, e seus braços estavam cruzados de forma tensa sobre o peito. Sua calça jeans estava salpicada com algo perturbadoramente parecido com
sangue, e ele tinha trocado a camisa azul que vestia antes para uma camiseta preta simples. Ele entrou no quarto e sentou-se ao lado dela.
Apertou os lábios e apareceu para lhe dar uma examinada completa, da cabeça aos pés. “Como está se sentindo?”
“Bem, acho.” Em seguida, ela tentou se sentar e precisou reavaliar essa afirmação. “Dolorida, na verdade. E minha cabeça dói. O que aconteceu?”
Algo em sua expressão lhe dava dicas de que ela não iria gostar da resposta. Seu estômago revirou. Lembrou-se de ter se encontrado com seu pai. Teller tinha feito algumas
ameaças. Então Anson tinha gritado e eles correram. Suas lembranças apenas desapareceram depois disso.
“Alguém tentou matá-la, Flynn”, Grigori disse calmamente. “Eu acho que foi seu pai, mas não posso ter certeza de por que ele faria algo assim.”
A sensação de aperto de horror misturado com tristeza se alojou em suas entranhas. Seu pai tinha tentado matá-la? Ela colocou o rosto entre as mãos para esconder a vergonha.
“Alguém atirou em você de um telhado. Você se lembra?”
“Não muito, mas isso explica por que meu ombro dói absurdamente.” Então ela baixou as mãos e torceu a cabeça, tentando ver a lesão.
“Você vai se machucar.”
“Eu fui ao hospital? Quem cuidou disso?” Ela vasculhou o seu cérebro, tentando se lembrar.
“Havia um estudante de medicina se escondendo na esquina do prédio com a gente. Ele cobriu o ferimento. E então viemos para casa e Ivan refez o curativo com algo além de meias.”
“Espere. Você acabou de dizer meias?” Seu cérebro não conseguia nem processar esse absurdo.
“Meu ombro estava envolvido por meias?”
“Usamos o que tínhamos.” Ele deu de ombros, então ela fez o mesmo.
“Eu vou ficar bem?”, foi estúpido perguntar isso, mas ela realmente não sabia nada sobre ferimentos de bala.
“Vai depender se seu pai vai fazer outra tentativa de matá-la. Flynn, por que ele faria isso?”,
Grigori acariciou seus cabelos. O toque era tão suave. Ela não queria que ele parasse.
“Ele quer o dinheiro. Meu pai é um procurador distrital dos EUA, mas tem aspirações políticas muito além disso. Ele quer se candidatar a uma cadeira no Senado, o que exige
dinheiro.”
“Eu pensei que os políticos se vendessem para seu círculo eleitoral, a fim de obter fundos de campanha.” Ele parecia se divertir com esse conceito.
“Tipo isso. Você tem que ter dinheiro suficiente para iniciar uma campanha.” Ela pensou em todas as brigas e toda a pressão ao longo dos últimos anos. “Mais ou menos como
aquele velho ditado que você tem que gastar dinheiro para ganhar dinheiro, sabe?”
“Então, ele quer sua herança para financiar a campanha?” Ele parecia estar trabalhando essa ideia na cabeça. “Quanto dinheiro sua mãe deixou para você?”
“Vários milhões de dólares.” Flynn limpou a garganta. “Ok, algo como mais de dez milhões.”
As elegantes sobrancelhas escuras de Grigori se ergueram em surpresa. “Isso é certamente a motivação para o assassinato, mas matar sua própria filha? Isso é desprezível.”
“Eu tenho que admitir que não me surpreende muito.” Ela contornou com o dedo a estampa do cobertor de lã que ainda cobria seu corpo. “Ele está me pressionando, desde completei
dezoito anos, a ceder o controle dos meus fundos para ele. Hoje o dinheiro é controlado por um administrador, que foi controlador financeiro da minha mãe.”
“Ele queria ser o administrador”, Grigori imaginou.
Ela assentiu com a cabeça. “Quando fiz dezoito anos, poderia ter preenchido a papelada para trocar. A maioria das pessoas teria feito isso, sabe? Mas minha mãe conhecia meu
pai. Ela sabia que ele iria gastar o dinheiro em uma semana, tentando dar conta de suas ambições.”
“Então ela a protegeu a melhor maneira que podia.” O sorriso delicado dele a fez se sentir protegida. Foi a primeira vez Flynn se sentia assim desde a morte de sua mãe.
Então se lembrou da outra coisa que tinha acontecido no encontro com seu pai. “Grigori, eu realmente sinto muito sobre o seu irmão. Eu não sou uma boa escolha.”
“Foi uma jogada da parte de seu pai para fazê-la duvidar de minhas intenções.” Ele gentilmente tocou o rosto dela com as pontas dos dedos. “Meu principal objetivo era me casar
para permanecer neste país. Fiz Anson dar entrada na certidão de casamento hoje de manhã. Tenho certeza de que a imigração estará batendo na porta em algum momento e exigindo
provas.”
“Falando em bater, como é que podemos estar a poucas horas de Washington DC em um bairro agradável em Richmond, e ninguém estar arrobando a porta tentando chegar até você?”
“Primeiro de tudo, este é um condomínio fechado. Em segundo lugar, mantemos uma vigilância 24 horas por dia. Em terceiro, tenho um esquema de confirmação de identidade bastante
elaborado para esconder este lugar.” Ele parou por um momento, levantando e andando até a janela. “Seu pai sabe onde estamos. Ele enviou uma mensagem para você aqui hoje de
manhã. Ele está escolhendo não agir aqui. Eu não sei por que. É muito provável que tenha a ver com a maneira como ele quer que seja o seu assassinato.”
Flynn franziu as sobrancelhas. Respirou profundamente, tentando limpar as teias de aranha de sua mente. E então percebeu o que eles estavam esquecendo. Campus College, tiro:
ele está tentando transformar isso em um espetáculo público para angariar uma onda de simpatia do eleitor.
“Matando sua própria filha?”
Ela cuidadosamente dobrou os joelhos e apoiou o queixo sobre eles. “Se eu morrer antes de completar vinte e um anos, ele recebe minha herança. Sem perguntas.”
UMA COISA ERA especular que o procurador Ronald Callaghan estivesse tentando assassinar sua própria filha por dinheiro. Outra coisa era imaginar que o homem estava tentando
usar a morte dela como uma tentativa multifacetada de obter aprovação do público e uma vitória subsequente na arena política.
“Isso é nojento.” Grigori olhou para a mulher bonita que o continuava impressionando, cada vez mais. “Isso realmente me faz querer pegar meu rifle e trabalhar.” Ele realmente
conseguia vê-la imaginando isso em sua cabeça. Em seguida, ela exalou um suspiro e colocou o cabelo emaranhado para trás das orelhas. “Gostaria de poder lhe dizer sim. Realmente
queria. Eu nunca pensei que eu iria concordar que um assassinato era uma boa ideia mas, pelo jeito, é.”
“A maioria dos meus contratos é para matar verdadeiros vermes, querida.” Ele se sentou na cama e apoiou os ombros contra a cabeceira. Sentiu uma verdadeira onda de prazer
quando ela se deitou ao lado dele na melhor posição que podia, por conta do ombro dolorido.
“Como funciona?”, perguntou ela.
Ele se sentiu estranho contando a ela sobre seu trabalho, mas ela parecia estar se conformando, e isso era muito importante para ele, por algum motivo sobre o qual não pretendia
pensar. “Há nove famílias principais na máfia russa aqui em os EUA. A maioria tem filiais na Rússia ou na Ucrânia.”
“Isso soa bizarramente organizado.”
Ele riu: “Se você nos visse juntos, poderia pensar que é o contrário. Falamos alto e discutimos, e somos basicamente um bando de burros teimosos apenas preocupados com nosso
umbigo”.
“Isso não é nem um pouco lisonjeiro”, ela acariciou seu braço.
“Há diferentes classificações nessas famílias. Mas a maioria de nós usa o que chamamos de executores para realizar punições menores ou cobrar dívidas. Executores trabalham
com a segurança também.”
“Então, você é um deles?”
Ele fez uma careta: tinha sido durante anos. Levou quase uma década de trabalho na hierarquia para conseguir sua atual posição. “Sou um assassino. Eu costumava ser um executor.
Agora meu trabalho é mais especializado.”
“Então, quando os executores não conseguem fazer alguém se comportar, chamam você?”
“Mais ou menos isso”, ele suspirou. “Meu irmão Yakov tinha acabado de receber seu status de assassino, pouco antes de seu pai decidir fazê-lo ser deportado.”
“Como isso aconteceu?” Duas linhas apareceram entre suas sobrancelhas. “Eu nem me lembro dele falando sobre esse tipo de coisa.”
“Ele tinha feito acusações forjadas a Yakov. Creio que foi uma acusação por drogas ou algo assim, mas meu irmão nunca nem esteve na parte de negociação dos negócios da família
local aqui
em Richmond.” Grigori tinha se preocupado tanto com o destino de seu irmão que não tinha nem prestado atenção ao que realmente havia acontecido.
“Você acha que alguém pode ter vendido o seu irmão para o meu pai? As provas tem que ter vindo de algum lugar. Podem ser alteradas ou melhoradas, mas tem de haver uma semente.”
“Yuri”, ele murmurou. “Aquele desgraçado.”
“Quem é Yuri?” Ela parecia saborear a palavra quando disse isso.
Ele enrolou uma mecha do cabelo dela em torno de seu dedo. De alguma forma, tocá-la o ajudou a não perder a cabeça, nem dar lugar à raiva que o agitava por dentro. “Yuri é
o chefe da família aqui em Richmond.”
“Por que ele iria contra você?” Havia uma espécie de inocência bonita nos olhos dela quando fez a pergunta. “Ele não teria medo deixá-lo com raiva?”
“Eu acho que ele teria mais medo de eu e Yakov nos tornarmos poderosos demais para ele controlar. Seus homens me respeitam, e eles respeitavam Yakov. Se quiséssemos, poderíamos
ter tomado a posição dele.”
Seu rosto ganhou em uma expressão introspectiva. “Então você acha que Yuri manipulou as acusações contra o seu irmão e fez meu pai acreditar nelas, para fazer Yakov ser deportado?”
“Isso me manteve ocupado, não foi? Tenho estado tão preocupado em evitar minha própria deportação que não tenho prestado nem um pouco de atenção a qualquer outra coisa.”
“Eu não acho que meu pai tenha feito qualquer negociação com a máfia antes”, e então ela paralisou. “Mas Teller, sim. Eu sei que sim.”
“O homem que estava tão ansioso para matar você?”, perguntou Grigori, tentando lembrar se já tinha visto Teller antes do incidente na igreja.
Ela estava começando a ficar animada. Sentou-se e se virou para olhar de frente para ele. Seus olhos brilhavam, e ele mal podia resistir à vontade de beijá-la. “Aposto que
foi o que aconteceu!
Teller é sujo. Tem dedo dele em tudo. E quando o papai não faz o Teller quer, Teller faz sozinho.”
“Talvez seja a hora de eu e os meninos fazermos uma visita a Teller.”
“Eu quero ir!” Ela se mexeu como se fosse pular da cama, mas Grigori a segurou.
Com muito cuidado, para não incomodar o ombro dela, puxou-a de volta em seus braços. “Não, querida. Você precisa ficar aqui. Vou deixar Anson aqui com você. Não posso arriscar
levá-la junto. Não depois do que aconteceu hoje cedo.”
Capítulo Dez
Estava bem claro que Flynn não havia gostado da decisão de Grigori de apostar na cautela. Sua expressão foi ficando irritada, seus olhos verdes cintilando fogo. Empurrou as
cobertas para o lado e saiu da cama. Ele a assistia com fascinação: ela não era nada como as outras mulheres com quem ele já havia estado com o passar dos anos – isso era
certo.
“Sou perfeitamente capaz de ir com você”, colocou as mãos nos quadris e até conseguiu não estremecer quando o ombro se mexeu. “Está vendo? Eu estou bem.”
Ele suspirou e se perguntou como proceder. Ele não tinha vontade de insultar o seu orgulho, mas de maneira alguma gostaria de colocá-la em perigo pela segunda vez em um dia
– mas poderia ficar ali parado, olhando para ela, por toda a eternidade. Ela não usava nada além de calcinha e uma de suas camisetas velhas, e estava incrivelmente atraente.
“Você sabe como eu estou em forma?”, agora havia um sorriso no canto da sua boca.
“Não, mas tenho a sensação de que você pensou em alguma coisa para me mostrar.”
Ela marchou ao redor da cama. Ele se virou, deixando suas pernas penduradas na borda, e se preparou para se levantar e correr atrás dela, caso ela decidisse mostrar. Com Flynn,
não dava para saber o que realmente podia acontecer.
E então, ela caiu de joelhos no chão na frente dele. O cérebro de Grigori pareceu gaguejar enquanto ele se perguntou qual seria seu objetivo. Ela acariciou suas coxas através
de seu jeans. Ele congelou. Seu toque era eletrizante. Ele não conseguiria se mover, mesmo se quisesse.
Seus dedos dançaram pelo comprimento das pernas dele, em direção a sua cintura. Ela olhava para ele com um sorriso malicioso no rosto. Quando desabotoou a calça jeans e a
empurrou para baixo, em direção aos quadris, era inútil discutir. Ele simplesmente levantou suas nádegas, para deixá-la puxar o jeans pelas suas pernas.
“Você não está usando cueca”, ela parecia quase chocada.
Considerando-se que seu pênis empurrou a barriga dela como se estivesse tentando trazer alguma consciência a Grigori, ele achou que não precisava comentar.
Ela envolveu seu eixo com a mão do braço que não estava machucado. Ele gemeu. O aperto dela era firme, mas também delicado. A pele no interior de sua mão era suave como seda.
Ela o esfregou como se estivesse brincando, explorando o seu comprimento e circulando-o com os dedos até ele estar ofegante com o esforço não se entregar.
“Estou em forma, sabia?”, disse ela. “Estou bem o suficiente até para fazer isto.”
E então ela segurou seu pau entre os lábios e ele pensou que estava prestes a morrer de puro prazer. A língua dela deslizava para cima e para baixo, antes de circular ao redor
da ponta. Passou a ponta da língua ao longo do buraco no final de seu pênis e depois brincou com o prepúcio enrugado.
Ele tremia com o êxtase que ela trazia a ele – nunca havia se sentido tão bem. Ela chupou com força a partir da base, deixando a boca deslizar, até que o os lábios se soltassem.
E então ela o abocanhou inteiro, fazendo tudo novamente. Movendo a cabeça para cima e para baixo, usou a parte plana da língua para provocar a parte mais sensível do pênis
a cada golpe. Os quadris dele se mexiam em resposta.
Grigori torceu os dedos nos cobertores para não agarrá-la pela cabeça. Era tentador demais segurá-la imóvel e foder seu rosto até derramar o sêmen em sua língua. Mas não era
isso o que ele queria. Ele conseguia sentir como ela estava excitada. Talvez pudesse até mesmo sentir o cheiro morno de sua vagina enquanto seu corpo começou a esquentar e
ela molhava a calcinha ao se agachar diante dele. Lembrou-se de como era estar dentro de sua vagina quente, apertada – queria fazer isso novamente. Com uma mão, tocou o cabelo
dela. Passou os dedos entre os fios de seda e a observava ansiosamente chupar seu pau como se não houvesse mais nada no mundo que ela quisesse fazer. A visão era a mais erótica
possível. Ainda assim, ele queria sentir a doçura dela envolvê-lo, quando ela gozasse tão lindamente com o seu pau dentro dela.
“Flynn”, ele murmurou. “Quero tanto você. Quero entrar na sua boceta. Agora. Você entendeu?” Ela recuou, olhando para cima e encontrando seu olhar, beijando o membro pela
última vez. Ele se surpreendeu quando ela se levantou: esperava que ela se deitasse na cama, mas ela tirou a calcinha e se inclinou na ponta do colchão em vez disso. A visão
de suas longas pernas abertas e as dobras rosa de sua boceta molhada em exposição era mais do que Grigori conseguia aguentar. Ele se levantou e se encostou atrás dela. Acariciando
seu traseiro, mergulhou entre suas nádegas com as pontas dos dedos e sentiu-a estremecer, pronta para recebê-lo. Ela se contraiu quando ele esfregou seu delicioso orifício.
Incapaz de resistir, deslizou dois dedos para dentro do corpo dela. Ela gemeu e arqueou as costas. A imagem sensual o levou perigosamente ao seu limite. Então ele abriu os
dedos para abrir seu canal, e ela gritou ao gozar, bem ali, na sua mão. Grigori assistia, com admiração, a forma como o corpo dela se apertava e soltava a sua mão. Nunca tinha
visto nada parecido. Acariciava repetidamente sua bunda lisa, enquanto a fodia com a mão. E então, quando sentiu que ela estava pronta para chegar lá novamente, tirou a mão
e meteu seu pênis profundamente dentro dela.
A PENETRAÇÃO repentina do pau de Grigori levou Flynn em espiral para o orgasmo mais poderoso que jamais tinha experimentado. Sentia-se tão bem. Era como se gozasse continuamente,
de novo e de novo. O pau grosso dele se esfregou em todos os pontos certos dentro de seu corpo, e nessa posição os testículos dele ficavam aninhados contra seu clitóris. Cada
movimento do saco contra seu corpo era um leve tapinha em seu clitóris: o resultado era sentir a Terra tremer. Flynn não tinha necessariamente tido a intenção de fazer sexo.
Na verdade, sentia uma pequena pontada de dor no ombro ao ser esmagada na cama, mas não se importava. Agora que ele estava dentro dela, não desejaria parar nunca mais. Ele
segurou os quadris dela com as duas mãos, controlando tudo, desde seu ritmo até a profundidade de suas estocadas, ao mexer seus quadris para cima ou para baixo. Ela arqueou
as costas, e seus seios roçavam o interior de sua camiseta. O leve atrito era surpreendentemente agradável. A sensação de seu clitóris percorria todo o seu corpo.
“Não consigo segurar mais”, ele rosnou. “Vou gozar dentro de você.” Ela respirou fundo quando se realmente sentiu o calor da porra de Grigori banhando o interior
de seu ventre em suas profundezas. Havia algo tão primordial nessa sensação que seus músculos se contorceram em outro pico. Ela gritou, o ruído agudo ecoando nas paredes do
quarto enquanto seus quadris se impulsionavam para trás, para encontrar com o corpo dele. Ela estendeu os braços retos, tentando pousar seu peso ali e mantê-lo fora de seu
ombro. Não funcionou muito bem, no entanto, e em pouco tempo sua excitação sexual foi ultrapassada pela dor aguda no ombro. Grigori tirou o pênis gentilmente de sua vagina.
“Querida, dá para ver que você está sofrendo”.
“Eu estou bem”, ela disse teimosamente.
Houve um breve som de tilintar de seu cinto e do zíper. Ela percebeu que ele tinha vestido a calça jeans novamente. Em seguida, ele a virou e a colocou na cama de volta, arrastando-se
para o seu lado e a puxando para perto.
Ela suspirou de alívio quando a posição em que ele a segurou mantinha o peso fora de seu ombro. Encostando-se nele um pouco mais, perguntou-se por que se sentia tão confortável
com ele.
Ele pressionou um beijo carinhoso na testa. “Estou convencido de que você é capaz de fazer o que quiser fazer.”
“Mas eu preciso ficar aqui”, disse ela em um grande suspiro.
“Eu não disse isso.”
“Não. Mas eu disse.” Ela odiava o fato de ele estar certo, mas realmente não havia como fugir.
“Eu ficaria chateado comigo mesmo se acabasse ferindo você pelo fato de leva-la junto.”
“O que você acha que nós vamos fazer?” Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.
“Vai chutar o traseiro de Teller?”, sugeriu com esperança.
A gargalhada dele rolou pelo quarto e a fez sorrir. Como era possível que um assassino da máfia ter esse ótimo senso de humor?
Ela cutucou a barriga dele: “realmente não sei ao certo o que você pretende fazer. Mas sou controladora o suficiente para admitir que eu quero estar junto caso seja necessária
uma consulta.”.
“Como se eu não pudesse tomar minhas próprias decisões?”
Ela levantou a mão e apertou-a contra a dele. Com as palmas juntas assim, podia ver o quão maior e mais forte ele era. Os dedos dela eram longos e magros. Os dele, grossos
e calejados. Ela usou o indicador para esfregar o calo do dedo correspondente dele. Na sua mente, pairava a informação de que este era o dedo do gatilho. O homem poderia,
obviamente, cuidar de si mesmo.
“Eu vou ficar aqui com Anson”, disse ela com tristeza. “Mas você definitivamente deve parar e comprar pizza para o jantar.”
“Ah, é?”
“Sim. E, se possível, eu realmente preciso ir para a aula amanhã ou vou acabar perdendo todos os meus créditos para este semestre.”
“Isso é muito importante?”, ele realmente parecia não saber.
“Sim, é bem importante. Créditos são caros”, ela riu. “Mesmo que eu mude totalmente de área no próximo semestre. Vou dar adeus à porcaria de ciência política!”
“Você deve estudar o que quiser.”
A maneira como ele a segurava era estranha, considerando-se a forma como a relação deles tinha começado. “Grigori, eu nunca esperava gostar tanto de você.”
“Eu acho que também não esperava gostar tanto de você. Mas também nunca tinha percebido o quanto viria a respeitá-la em menos de 48 horas”.
“Acho que é por isso que parecemos ficar tão confortáveis juntos, não?” Ela realmente se perguntava.
“A maioria dos casais não vê tanta movimentação em décadas. Isso é verdade. Mas também tivemos que confiar um no outro. Não havia tempo para a confiança crescer: era isso
ou morrer”, ele segurou o rosto dela e passou a ponta do polegar sobre seu lábio inferior. “Você é uma mulher incrível, Flynn. Eu me considero muito sortudo de ter você como
esposa.”
“Mesmo você tendo de trapacear para fazer a parte ‘esposa’ acontecer, certo?”, brincou ela.
Ele assentiu: “mesmo assim”.
Por que doeu tanto dizer isso? Ela estava realmente tão preocupada de que algo acontecesse se ela o perdesse de vista? “Eu vou ficar aqui. Você vai. Descubra o que conseguir
e, em seguida, volte para mim. Tudo bem?”
“Eu nunca imaginei que iria gostar de estar com você de tantas maneiras, Flynn. Mas prometo que eu não terminei de encontrar coisas para fazer com você. Eu volto. Prometo.”
Ele a colocou na cama, arrumando seu travesseiro e certificando-se de seu ombro estivesse apoiado antes de beijá-la na testa, fechando a porta atrás de si.
Capítulo Onze
Estava quase anoitecendo quando Grigori, Igor e Ivan se esquivaram por entre os arbustos que cercavam casa da família de Flynn. Durante a sua vigilância anterior, Grigori
tinha visto Teller no entorno da casa do procurador Callaghan todos os momentos. Ele tinha o cargo de assistente pessoal do procurador, mas sua posição era muito mais complexa
do que isso. Grigori estalou os dedos levemente. Ivan olhou e viu que deveria ir pelo lado norte da casa. Eles tentavam descobrir onde Teller poderia estar. Infiltrar-se na
casa para raptá-lo não era um plano realista. Pegá-lo quando ele saísse para executar alguma tarefa para o procurador era a melhor opção. Grigori estalou os dedos uma segunda
vez para enviar Igor para o lado sul da casa. Grigori entrou mais profundamente em um bosque e ajustou a mira do rifle. Só tinha levado a arma porque, com ela, tinha esperança
de ver detalhes no interior da casa. A porta traseira se abriu, e irmã mais nova de Flynn, Cynthia, saiu. Parecia irritada: seus ombros estavam curvados e seu semblante era
azedo. Ela correu para fora e sentou-se nos degraus. Não havia cortinas nas janelas da parte de trás da casa. Pela mira, Grigori podia ver o procurador dentro da casa, com
um olhar igualmente chateado em seu rosto.
“Cynthia!”, o procurador chamou.
Grigori podia ver Igor e Ivan em suas posições pelos lados da casa. Fez um gesto para que se movessem mais para trás nas árvores. Aparentemente, teriam lugar na primeira fila
para um pouco mais de drama familiar.
O procurador pisou para fora da casa, deixando a porta da frente aberta atrás de si. “Cynthia, entre. Agora.”
“Por quê? Porque você não quer causar uma cena?”, ela fez uma careta.
O procurador olhou em volta, como se estivesse de fato tentando ver quem poderia estar assistindo. Infelizmente, não tinha conhecimento dos três homens escondidos praticamente
à vista.
Cynthia se levantou. “Eu não posso acreditar que Flynn simplesmente foi embora. O que você não está me dizendo? O que você fez? Será que quis machucá-la? Queria fazê-la fugir?
Você é sempre tão mau com ela, papai!” Os olhos da menina se encheram de lágrimas. “Se você tivesse sido melhor, ela não teria me deixado!”
“Ela não a deixou.” O procurador colocou as mãos nos quadris e fez um barulho impaciente.
“Por que você sempre acha que tudo diz respeito a você?”
“Porque tenho treze anos! E porque é sempre sobre você e eu te odeio por isso!”
“Isso é o suficiente!”, o procurador pulou para a frente para pegar a menina. Então Teller saiu da casa, obviamente para interferir.
Grigori sentiu a tensão de Igor e Ivan aumentar quando eles viram a sua presa tão perto. Grigori estendeu uma mão para acalmar seus homens. Eles realmente estavam tensos.
Teller tinha feito alguns bons inimigos nos últimos dois dias.
“Senhor”, disse Teller delicadamente. “Poderia ser melhor se levássemos esta briga para dentro.
Não há realmente nenhuma necessidade de fazer uma cena”.
“Você acha que eu não sei disso?” O procurador se virou de repente, grunhindo as palavras e
colocando o dedo na cara de Teller. “Isto é tudo culpa sua, de qualquer maneira!”
“O que está dizendo?” Teller levantou uma sobrancelha. O procurador pareceu se recompor: ajeitou a camisa e brincou com o punho da camisa. “Eu só estou dizendo que se você
tivesse feito o trabalho que lhe foi dito para fazer, não estaríamos nesta situação.”
“Que trabalho?” Cynthia perguntou entre lágrimas. “Flynn costumava dizer que você queria vêla morta. É que o trabalho que você está falando? Por que você a odeia, papai? Eu
não entendo!”
“Teller”, disse o procurador, apontando para Cynthia. “Leve-a para dentro. Agora.”
Callaghan se virou e caminhou de volta para dentro, deixando Teller e Cynthia sozinhos na escada dos fundos da casa. As árvores eram plantadas de forma a dar a impressão de
privacidade em um bairro onde as casas eram espremidas uma perto da outra, com praticamente nenhum espaço suficiente para uma viela.
Teller apontou para a porta, mas Cynthia manteve-se teimosamente plantada nos degraus. Ela estava de frente para a posição de Grigori, com Teller de frente para ela e para
a casa. Respirando fundo, Grigori arriscou, o que provavelmente não deveria ter feito.
Rastejando para fora dos arbustos, deixou seu rifle discretamente pendurado ao seu lado.
Cynthia o viu quase que imediatamente. Ela respirou, mas Grigori pôs o dedo aos lábios, e ela imediatamente apertou os lábios fechados.
Teller estava tão ocupado pregando para ela que ele não notou nada disso. “…Você não pode se comportar dessa maneira, minha jovem. Seu pai é um homem muito importante, com
responsabilidades e uma imagem que exige que você aja de uma maneira condizente com sua posição”.
“E se eu não der a mínima para o trabalho do meu pai?”, disse ela em um tom típico de sarcasmo de adolescente. “Ele não se importa comigo ou com a minha vida. Por que eu deveria
me importar com ele?”
“Isso é um absurdo!” Teller estava praticamente vibrando de raiva.
O momento não poderia ter sido mais perfeito. Teller estava absorto em sua ira com Cynthia.
Grigori deu um passo atrás dele e passou o braço direito em torno do pescoço de Teller.
“Se você se mexer, quebro seu pescoço como um galho”, Grigori sussurrou asperamente.
Cynthia levou as mãos ao rosto. “Quem é você?”
“O marido de sua irmã”, Grigori disse à menina. “E você está certa. Ela não a deixou. Assim que estiver segura, vai entrar em contato com você. Eu prometo. Basta manter a
calma e ser corajosa.
Flynn vai ficar bem. Ela sente sua falta.”
“Ela te disse isso?”, duas linhas apareceram entre as sobrancelhas da menina. “Ela geralmente fica bastante irritada comigo.”
“E eu aposto que você fica irritada com ela”, Grigori imaginou. “Isso não significa que você não tenha saudades dela, certo? E ela sente sua falta também.”
Cynthia mordeu o lábio inferior, e então olhou de Grigori para Teller. “Eu vou cobrir você”, disse ela a Grigori. “Vá embora”.
Ele deu um assobio afiado, e Igor e Ivan apareceram imediatamente ao seu lado. Os três deles levantaram Teller e rapidamente o amarraram. Em seguida, desapareceram da propriedade,
como se nunca tivessem estado ali.
“ANSON, VOCÊ PRECISA se acalmar”, Flynn pediu. “Vai ter um ataque cardíaco.”
“Você tem alguma ideia do quão encrencado vou estar quando Grigori me encontrar?” Anson agarrou o volante SUV escuro e o conduziu com cuidado pelo bairro do pai de Flynn.
“Não seja bobo.” Flynn olhou através da janela do banco de trás, tentando ver se conseguia enxergar Grigori e seus homens escondidos no mato em torno de sua casa, ou se ela
só estava vendo sombras. “Não é como se eu estivesse em perigo com você cuidando de mim. Estamos andando, certo? E você está armado. Ninguém sequer sabe que estamos aqui.
Eu só quero saber o que está acontecendo. E se Grigori precisar de ajuda, estamos aqui.”
“Se ele precisar de ajuda?”, Anson realmente parecia que teria um ataque cardíaco agora. “Ele vai nos matar se aparecermos assim, simplesmente!”
“Não se você ajudá-lo a sair de uma situação complicada. Como poderia? Isso não faria sentido.”
“Como está seu ombro? Você não está exagerando?”
“Não, eu estou bem, juro. Não estou mais nem sangrando. E a dor é apenas leve agora.”
“Espera! Eu os estou vendo! Ali!”
Anson desviou em direção ao meio-fio, fazendo o carro parecer que estava estacionado. Cerca de duzentos metros à frente ela podia ver três homens colocando um terceiro cara
em um carro esportivo com vidros escuros.
“Eles o pegaram!”, disse Flynn. “Vamos! Podemos segui-los para onde estão levando Teller.
Quero saber o que vai acontecer.”
“Devemos ir para casa agora. Eu disse que iria trazê-lo aqui, mas seguir Grigori é uma má ideia.
Ele é capaz de pensar que nós somos o inimigo e começar a atirar.”
“Então talvez possamos chegar antes no lugar para onde eles estão indo.” Virando-se, ela se inclinou entre os assentos dianteiros e deu a Anson seu melhor olhar de cachorro
pidão. “Você com certeza sabe onde eles estão indo, certo?”
Ela poderia dizer que ele estava conquistado.
Ela piscou os olhos, realmente ativando seu charme. Então, alguém bateu na janela de trás, à sua direita, e ela deu um pequeno grito de surpresa.
Anson puxou a arma, inclinando o gatilho como se ele estivesse pronto para atirar. “Você conhece aquela pessoa?”
“Ai meu Deus!” Flynn olhou através do vidro escuro e reconheceu o rosto curioso da irmã.
“Abaixe a arma, Anson. É minha irmã!”
“Isso não é bom”, Anson gemeu. “Agora, todo mundo vai saber que estávamos aqui. Seu pai será alertado, e eles virão atrás de você outra vez!”
“Não, é só a Cynthia.” Flynn apertou o botão e baixou a janela até a metade. Olhando para sua irmã, desejou que as coisas não fossem tão complicadas. “Querida, o que você
está fazendo aqui?”
“Eles só pegaram Teller”, Cynthia informou. “Foi hilário. Você devia ter visto a expressão no rosto daquele bastardo presunçoso.”
“Ok, então você viu tudo acontecer?” Flynn estava um pouco confusa.
Cynthia balançou a cabeça. “Eu conheci seu marido. Ele é lindo, por sinal”, ela se abanou com uma mão. “Ufa! Eu nem sabia que você estava namorando.”
“Sim, é complicado.” Não havia nenhum motivo para sequer começar a explicar. Não agora, de qualquer maneira. “Você deveria voltar para dentro.”
“Eu sinto sua falta.” Cynthia pôs a mão na maçaneta da porta, mas ela estava trancada. “Eu não posso ir com você?”
“Agora não, querida.” Flynn se sentiu horrível fechando sua irmã para fora, mas tinha que ser assim por ora. “O papai tem algumas merdas bem sérias acontecendo.”
“Sim, eu sei. Essa questão da máfia russa é maluca.”
“Espere! O que você disse?”
Cynthia sorriu. “Você não sabia, não é?” O olhar de superioridade de seus treze anos de idade estava realmente presente. “Isso vem acontecendo há semanas. Ele está trabalhando
com um cara chamado Yuri. Há algumas grandes propinas envolvidas, coisas enormes. E algo sobre um contrato a ser cumprido que seria mutuamente benéfico. Eu não sei. Tudo soa
ridículo para mim.”
“Você tem certeza de que o pai falou o nome Yuri?”, Flynn questionava. “É realmente importante, Cynthia.”
“Sim. Tenho certeza”, ela apertou os lábios. “Ele falou com esse cara chamado cara Yuri na noite passada e estava muito bravo!”
“Sim, aposto que estava.” Flynn pensou por um momento. “Você acha que você poderia convencer sua mãe de que precisa desesperadamente de umas miniférias, para fazer compras
ou algo assim?”
“Eu acho. Por quê?”
“Porque isso tira vocês duas do perigo, é por isso.” Flynn tinha uma sensação muito ruim em suas entranhas. “Papai está envolvido em algumas coisas ruins, Cynthia. Eu não
estou brincando. OK?
Você precisa pegar Aubrey e ir passar um fim de semana de compras só para meninas ou algo assim.
Mas deve fazer isso parecer normal. Na verdade, seria melhor se o papai achasse que a ideia é de Aubrey.”
“Mas eu quero ajudar!”, Cynthia resmungou. “Você sempre consegue fazer as coisas emocionantes.”
Uau! Sua irmã soou como ela. Ótimo. Era assim que ela se parecia para Grigori? Que bela informação.
Flynn respirou fundo e rezou por paciência. “Esta seria a melhor maneira de nos ajudar. Eu juro. É muito mais importante do que você imagina.”
Cynthia parecia chateada, mas Flynn poderia dizer que sua irmã estava prestes a se render. “Tudo bem. Eu posso fazer isso. Pelo menos vou conseguir uma tonelada de coisas
nesse negócio.”
“Que boa troca”, Flynn concordou. “E não se preocupe. Vou encontrá-la mais tarde e vamos fazer algo divertido.”
“É melhor manter esse trato!” Cynthia disse enquanto tratava de volta para sua casa. Anson se virou e olhou para Flynn. “Grigori precisa saber o que ela conversou com você.”
“Eu sei que ele precisa.” Flynn não se preocupou em esconder o sorriso. “É por isso que nós estamos indo contar a ele.”
Capítulo Doze
Grigori não tirou os olhos de Teller enquanto Igor e Ivan o prendiam a uma cadeira com cordas e amarras de plástico. O homem alto e magro mal tinha pronunciado uma palavra
desde que o tinham sequestrado. Tinha ficado calmo, controlado, e sido cooperativo. Só isso já tinha deixado Grigori bastante agitado em relação às intenções desse homem.
Eles estavam em uma antiga garagem em uma fazenda a meio caminho entre a região de Washington, D.C. e Richmond. Grigori mantinha o lugar como uma espécie de esconderijo. Ele
tinha armas e dinheiro enterrado por toda a área. E, caso alguma vez precisasse realizar um interrogatório, este seria o seu lugar preferido para fazê-lo.
“Ele é bom, chefe”, disse Igor em russo.
Eles estavam falando exclusivamente em russo desde que haviam pegado Teller, mas Grigori não podia ter certeza de que o homem não falasse ou entendesse o idioma. Principalmente
depois que descobriu que Flynn sabia um pouco. Obviamente, o procurador valorizava pessoas multilíngues.
“Tudo bem, Teller.” Grigori se balançou lentamente para trás e para frente, encarando Teller. De um lado, Grigori segurava uma faca. Ele a virava lentamente, pegando a arma
pelo cabo repetidamente. Os olhos de Teller seguiam cada movimento da faca. Era um bom começo.
“Você pode me perguntar o que quiser, mas não estou inclinado a lhe contar nada útil”, a voz culta de Teller sugeria que ele estava falando sério.
“Tenho certeza de que isso é verdade.” Grigori assentiu. “Você parece muito leal à família do procurador.”
“Ele é um homem impecável.”
“E, ainda assim, você parecia um pouco irritado com ele, quando ele considerou repreender a filha lá fora, onde qualquer um podia ver”, Grigori apontou.
“Obviamente ele não iria machucá-la.” A mandíbula de Teller pulou um pouco, um sinal claro de tensão. “Ele não bate nas filhas.”
“Você está mentindo.”
“Flynn também.”
Grigori se agachou e olhou bem para Teller. “Flynn não me disse isso. Você disse.”
“O que?”, agora Teller pareceu alarmado.
“As pessoas têm pequenas expressões que usam quando mentem. Todo mundo faz isso. Algumas pessoas mentem muito bem, mas é impossível não trair a si mesmo nem um pouco.” Grigori
apontou para o rosto de Teller com a faca. “Os músculos em torno da sua boca e de seus olhos se contraíram, e suas narinas se abriram. As pupilas se contraíram. Esses são
todos sinais de um mentiroso.”.
“Isso é besteira!”, Teller bufou.
“Não. Você está apenas com raiva de estar dando informações sobre o bom procurador, que todos sabemos que não é bom um homem. Na verdade, ele é, sim, um monstro.” Grigori
apontou para Ivan. “Ele tanto é um monstro que armou para a filha ser assassinada, para que pudesse colher os benefícios de um espetáculo público, angariar algum apoio de
piedade das pessoas e herdar a fortuna
dela.” Grigori colocou a ponta da faca contra a ponta do nariz de Teller. “Pelas minhas regras, é um péssimo pai, de fato.”
“Talvez ele tenha feito isso, chefe”, disse Igor com um grunhido. “Talvez tenha sido ele que colocou um contrato sobre Flynn.”
“Eu não dou a mínima para Flynn”, Teller riu. “Vocês, idiotas, estão latindo para a árvore errada.”
“É mesmo?” Grigori tirou sangue com a ponta da faca, fazendo um corte minúsculo da extremidade do nariz de Teller. “E o que a árvore devemos agitar em vez disso?”
Teller se afastou, seu reflexo acabou por fazer mais danos ao seu nariz. “Sua própria árvore, seu sádico!”
“Nossa própria árvore”, Grigori murmurou, pensando naquilo.
Alguém bateu à porta. Ivan e Igor se viraram, armas em punho. Grigori levantou a mão, pedindo-lhes para se retirar. Tinha uma sensação de que sabia exatamente quem estava
do outro lado da porta.
“Chefe?”, disse Igor com urgência. “O que você quer que façamos?”
“Bem, vou atender a essa porta.” Grigori deu uma olhada para Teller. “Se houver inimigos na porta, eu quero que você atire na cabeça de Teller e, em seguida, em qualquer um
que mirar uma arma para você.”
“Tudo bem.” Igor olhou para Teller como se estivesse pronto para matá-lo agora.
Ivan foi atrás Grigori. Os dois trocaram um olhar quando Grigori estendeu a mão e a colocou sobre a grande alavanca abria a porta. Grigori pronunciou a contagem regressiva
de três, observando o corpo musculoso de Ivan tenso enquanto se preparava para o pior.
Grigori abriu a porta apenas o suficiente para colocar o braço arma fora.
“Não atire!”
Grigori baixou a arma, revirando os olhos. “Anson?”
“Da!”
Resmungando juramentos em russo, Grigori tateou até que ele sentiu o braço musculoso de seu amigo. Arrastou Anson para dentro.
“O que você está fazendo aqui?”, Grigori exigiu uma resposta, em russo.
“A culpa é minha”, disse Flynn, logo atrás, falando em russo e agindo como se fosse apenas uma parte de sua equipe.
Grigori fechou os olhos, lutando pelo controle. “Eu pensei que tínhamos concordado que você ficaria segura em casa.”
“Isso até que eu descobrisse algo que você precisa saber”, disse ela.
“E você nunca ouviu falar de um telefone?”
Ela olhou diretamente para a protuberância em seu bolso esquerdo: “e você o pegou?” Realmente não havia como discutir com isso. Ele odiava telefones, de qualquer maneira.
Ela
poderia ter ligado milhares de vezes e ele provavelmente não teria notado.
“Então?”, ele perguntou incisivamente.
Ela apontou para Teller: “Acho que precisamos de privacidade.”. “Como quiser.” Grigori olhou para seus homens. “Fiquem de olho nele e não se distraiam.”
“Sim, chefe”, disseram em coro.
FLYNN NÃO CONSEGUIA saber se Grigori estava realmente irritado com ela ou não. Suspeitava que não, mas seu rosto estava tempestuoso e parecia quase maldoso. Era hora de tomar
coragem e informá-lo de que não seria apenas um acessório nesta relação.
“Eu falei com minha irmã sobre a sua pequena aparição lá na casa”, Flynn começou. A brisa agitava as árvores que cobriam a propriedade. O som era um pouco assustador, especialmente
porque as sombras escuras eram um lugar perfeito para se esconder. Quando Anson chegou na propriedade, Flynn ficou chocada por Grigori ser dono de um lugar assim. Mas, em
seguida, rapidamente entendeu que era a maneira perfeita para armazenar coisas, como armas e dinheiro, e provavelmente corpos.
“E?” Grigori provocou.
Flynn colocou os braços ao redor de sua cintura. Seu ombro ainda estava dolorido, embora não muito. Ainda assim, meio que desejava que Grigori fosse a abraçasse. Ugh! O que
foi aquilo?
Ele esticou a mão, tocando delicadamente seu rosto: “Você está bem?”.
“Só um pouco preocupada. Minha irmã contou que meu pai foi conivente com um russo chamado Yuri nos últimos meses. Ela mencionou propinas e um contrato. Acho que o contrato
do qual ela fala é sobre mim. E sim, isso me assusta.”
“Se Yuri colocou um contrato em você, ele teria que contratar alguém de fora da família.”
Grigori olhou para longe. Seu rosto estava impassível, mas algo lhe dizia que ele era indescritivelmente com raiva.
“Será que Yuri faria isso? Traí-lo dessa forma, como nós falamos?” Ela tocou com cuidado o braço dele. Seus músculos estavam firmes com a tensão. “E o seu irmão? Você tem
certeza de sua lealdade?”
Grigori recuou, como se ela o tivesse esbofeteado. “Você está perguntando se o meu irmão faria um contrato relativo a você?”
“Eu só estou querendo saber se o seu irmão realmente foi deportado.” Ela sabia que essa possibilidade era difícil de engolir. “Veja: se alguém me contasse que Cynthia estava
tentando me matar, eu acharia que era loucura. Mas olhe para as provas. Yuri tem que ter alguém para cumprir um contrato, certo? Quais são as chances de ele buscar alguém
fora da sua família do crime para fazer isso?”
Grigori estava segurando uma faca. Ele ergueu as mãos as colocou na cabeça, puxando o cabelo.
“Você percebe o que está dizendo?”
“Sim. E eu sinto muito. Mas alguém está dando as cartas aqui, e precisamos descobrir quem está sendo manipulado, para que possamos localizar seus mestres antes que seja tarde
demais.”
Houve um farfalhar em uma árvore a uns trinta metros de distância de sua posição em frente à dependência. Flynn virou-se bruscamente. Não havia sido vento, nem um coelho.
Havia um animal enorme vindo em direção a eles, e ela estava com muito medo de ele ter duas pernas e carregar uma arma.
“Oi, mano.”
Um homem saiu. Era apenas um pouco mais baixo que Grigori, mas tinha ombros igualmente largos e o mesmo cabelo preto e pele morena. A única luz vinha de os holofotes na frente
da garagem. Foi apenas o suficiente para ver a intenção assassina no rosto do homem.
“Yakov?”, disse Grigori, incrédulo. “Como…?”
“Você sabe”, disse Yakov, andando mais para perto. “Eu o admirei por anos enquanto tentava alçar meu difícil posto de assassino.”
Flynn se sentia verdadeiramente inquieta, mas podia dizer que Grigori ainda não. Ele não parecia ter notado que Yakov estava vindo bem dentro de campo de tiro ao fazer o que
foi provavelmente seu discurso de vilão malvado.
“Eu acho que é perto o suficiente”, Flynn disse em voz alta. “A menos que você queira colocar sua arma no chão para que todos possamos conversar como adultos.”
“Eu não penso assim, não.” Yakov olhou para ela. “Você é incrivelmente difícil de matar para uma mulher.”
Flynn lhe deu um sorriso doce. “Ou você é apenas um assassino realmente de merda.”
A faca de Grigori estava pendurada ao seu lado. Ela podia sentir a lâmina de metal frio perto de sua própria mão. De maneira nenhuma ele conseguiria jogá-la. Não agora. Não
em seu próprio irmão. E ela não podia culpá-lo. Mas se Flynn não fizesse alguma coisa, eles iriam morrer.
“Você?” Grigori ficou horrorizado, olhando para Yakov como se o estivesse vendo pela primeira vez. “Você está tentando matar Flynn?”
“Bem, para ser justo, o pai dela é quem a quer morta. Mas, sim, era eu na faculdade ontem. “Ele olhou ao redor.” Ou acredito ainda possa ser ontem até agora. É tão difícil
dizer que horas são aqui.
Mas isso realmente não importa, de uma forma ou de outra.”
Yakov levantou a arma e encostou o cano em Grigori. Flynn podia sentir o choque de Grigori.
Era uma coisa palpável. Ele ainda não tinha percebido as profundezas da traição de seu irmão.
“Você me mataria?”, disse Grigori, com voz uniforme. “Para conseguir um lugar junto com Yuri, quem não colocaria um irmão contra o outro?”
“Obviamente”, disse Yakov, de forma sarcástica.
O tempo começou a passar muito lentamente. Flynn conseguia ver o dedo de Yakov tenso no gatilho enquanto ele se preparava para atirar. Ela pegou a faca da mão de Grigori.
O peso da lâmina era suave quando ela a levantou. Com um impulso, ela a fez voar, em um movimento fluido.
Grigori passou um braço em torno de seu corpo, jogando seu peso para o lado da mesma maneira que a arma disparou. O som era ensurdecedor, mas o tiro desviou. A luz inundou
a garagem.
Uma tempestade de vidro pesado e plástico caiu sobre eles enquanto caíam no chão. A porta da garagem se abriu. Os homens de Grigori se jogaram para fora, com suas armas em
punho. As orelhas de Flynn ressoavam tão alto do tiro que ela não poderia entender o que Anson gritava. Mas desde que ele tivesse uma arma apontada para Yakov, ela não se
importava. Em seguida, o tempo pareceu voltar à velocidade normal, e Flynn percebeu Anson estava balbuciando para Grigori em russo. Ele dizia repetidamente que a faca estava
enterrada no olho de Yakov.
Capítulo Treze
O cérebro de Grigori estava girando. Ele não conseguia se pensar em nada. Yakov nunca havia ido embora; tinha tentado matar Flynn. Yakov tinha a intenção de matar Grigori
também. E, agora, estava morto. O carrossel de horror girava repetidamente dentro de seu crânio. Anson balançava o ombro, mas foi Flynn que finalmente ganhou sua atenção.
Ela estava tremendo ao lado dele. Ambos ainda estavam no chão. Ela se sentou com os braços em volta dos joelhos, balançando para frente e para trás. Sua expressão espelhava
o que sentia por dentro. A visão dela parecia trazê-la de volta para o momento. Tinha sido tão valente: tinha feito o que ele nunca poderia ter feito.
“Vem aqui, meu amor.” Ele a puxou para o seu colo e passou os braços em volta dela.
Ela começou a chorar, pressionando o rosto contra o peito. “Me desculpe estar tão nervosa.”
“Você fez uma coisa muito corajosa.” Ele alisou o cabelo emaranhado do seu rosto. “Eu nunca conseguiria ter feito isso.”
“Eu sei.” Ela pressionou a testa na dele. “Eu não teria sido capaz de ferir Cynthia também, não importa o que ela fizesse.”
Uma onda de emoção e adrenalina inundou o cérebro de Grigori. Ele pressionou seus lábios suavemente nos dela. Quando ela ansiosamente recebeu seu beijo, ele aprofundou o contato.
Ele avidamente devorou sua boca. Mas não foi o suficiente. Ele sentiu as curvas agora familiares de seu corpo com as mãos. Acariciou-lhe e correu os dedos pelos seus cabelos.
Havia um certo senso de desespero em seu beijo. Seus dedos apertaram o couro cabeludo dela e torceram seu cabelo. Ele apreciou a dor como um belo contraponto ao prazer de
fazer amor com ela com a boca. Ele a sentiu tentar esfregar sua língua contra a dele, e ele imediatamente chupou a ponta da língua e sentiu sua resposta ansiosamente.
“Aham.” Anson pigarreou, desconfortável. “Chefe?”
Grigori acenou com a mão, dizendo a seu amigo com gestos para ir embora. Ele não tinha terminado o que fazia com sua esposa. Mudando de posição, ele a levantou e a moveu para
que montasse em seu colo. Ele sentiu o calor da virilha dela contra a sua ereção, que agora pressionava o fecho da calça jeans. Ela fez pequenos ruídos ávidos e se esfregou
contra ele. Ele brincava com ela, agarrando os globos arredondados de seu traseiro e puxando-a ainda para ainda mais perto do atrito que crescia entre seus corpos.
“Hum, chefe!”. Desta vez foi Ivan: “Nós realmente não queremos interromper, mas ainda temos um nojento lá fora para cuidar.”.
A neblina de luxúria e necessidade sexual limpou apenas o tempo suficiente para as palavras de Ivan entrarem pelo ouvido de Grigori. Com pesar, finalizou o beijo com Flynn.
Ele a manteve em seu colo, porém, dentro do círculo de seus braços, onde podia sentir seu calor contra seu peito.
Se a situação fosse qualquer outra, isso teria sido ridículo. Ivan, Igor e Anson tinham virado as costas e pareciam deliberadamente não estar vendo o que estava acontecendo
entre Grigori e Flynn.
Flynn começou a rir: “Eu acho que nós os deixamos desconfortáveis.”.
“Acho que você está certa.” Ele estava contente de ver que ela ainda podia rir de alguma coisa.
“Você está bem?”
“Estou, agora.” Ela mordeu o lábio. “Eu estava com medo de que você estivesse com raiva de mim.”
“Estou triste que Yakov está morto e que eu, aparentemente, não o conhecia.” Grigori não podia sequer pensar nisso agora. “Mas sou grato a você por salvar minha vida.” Ele
esfregou seu pescoço.
“Isso deveria ser minha função.”
“Você me salvou”, ela disse, delicadamente. “Você me salvou de uma vida de ser fantoche do meu pai. Você me deu liberdade.” Ela tocou seu rosto com a mão. “E amor. Você me
deu amor.”
“E agora temos de proteger tudo isso”, ele disse, com firmeza.
Flynn se levantou e Grigori rapidamente seguiu o exemplo. Ele olhou para Ivan e Igor, e depois para Anson. Os quatro deles iriam se tornar inimigos de Yuri se continuassem
com o plano que estava se formando em sua cabeça. Ele precisava dar a esses homens uma escolha.
“O quê?” Anson exigiu. “Eu posso ver sua mente trabalhando. O que devemos fazer?”
“Vocês três precisam fazer uma escolha”, disse-lhes calmamente em russo. “Este será o fim de sua associação com Yuri. Pelo menos até que ele decida fingir que nada disso aconteceu.
Eu não quero pedir que vocês escolham um dos lados mas, neste caso, eu devo.”
“Estamos com você”, Ivan grunhiu. “Igor e eu temos pouco respeito por Yuri, de qualquer maneira.”
“Eu acho que você deve matá-lo e tomar sua posição”, Anson sugeriu.
Flynn apertou sua mão. “Estes são os seus homens, Grigori. Nunca se esqueça disso.”
“Então o que precisamos fazer é o seguinte”, começou Grigori.
Os homens e Flynn se reúnem ao redor dele, e ele sorri. Realmente iria deixar Yuri muito bravo, mas não podia dizer que realmente se importava com isso agora.
“E Teller?”, Flynn queria saber.
“Amarre-o bem e o colocaremos na van. Vamos trazê-lo conosco.” O plano que tomava forma na cabeça de Grigori tinha um toque de insanidade, mas às vezes isso é o que faz as
coisas funcionam.
“E o corpo?” Ivan fez um gesto para Yakov.
Este foi mais difícil de enfrentar. “Traga-o também.”
FLYNN SENTIU uma sensação palpável de excitação. Ela estava nervosa também, mas confiava totalmente em Grigori. Andava ao lado dele na van enquanto se dirigiam para a casa
de Yuri em Richmond.
“O que você está pensando?”, perguntou Grigori, olhando para ela, atrás do volante. Ela não conseguia enxergar muito bem por causa da luz do painel, mas ele parecia determinado.
Ela estendeu a mão e carinhosamente deu um soco em seu ombro. “Ah, você sabe, só estava pensando em como é muito mais agradável andar no banco do passageiro da van, quando
sou uma passageira.”
“Ah, sim, eu fui um pouco rude quando nos conhecemos.” Ela bufou. “Eu bati em você com um pedaço de madeira.”
“Você foi atacada por gatos selvagens.”
A lembrança a fez rir. “Sim. Eu fui. Estava tão irritada com aqueles gatos estúpidos por terem entregado minha posição”.
“Eu sabia que você estava lá.”
“Não sabia!”
Ele bufou. “Sua respiração era tão alta que eu estava surpreso que você não derrubar o alpendre com cada expiração.”
De repente, ela ficou séria. Parecia errado rir e brincar, quando tinha acabado de matar Yakov.
“Qual o problema?”, ele perguntou.
“Eu sinto que não tenho o direito de ser feliz depois do que eu fiz para Yakov.”
“Ele muito provavelmente não teria nem pensando duas vezes em matar você.” A expressão de Grigori sugeriu que ele não gostava dessa ideia nem um pouco.
“Sim. Mas ele era seu irmão. Ele foi o motivo pelo qual você se casou comigo.” Flynn se esforçou para colocar o que estava sentindo em palavras. “Não é meio errado simplesmente
se esquecer disso?”
“Eu fiz o que fiz porque era do meu interesse. Sim, eu queria muito ajudar meu irmão. Mas a imigração estava respirando no meu pescoço, e eu precisava de uma maneira de ficar
neste país. Eu gosto daqui.”
“Estou feliz de você ter criado esse plano estúpido.”
“Não era estúpido.” Ele soou quase emburrado. “Olha o que aconteceu até agora.”
Ela realmente não podia argumentar contra isso. “Você é um homem surpreendente, às vezes.”
“Como assim?”
“Você realmente não parece querer estar no comando como os outros homens.” Flynn pensou sobre isso. “Você não gasta todo o seu tempo batendo no peito e comentando sobre como
é viril e poderoso.”
“Então agora você pensa que eu não sou viril?”
“Na verdade, eu acho que você é uma daquelas pessoas raras que são superiores à maioria de nós. Estamos todos correndo por aí, tentando encontrar o queijo, e você está secretamente
administrando a loja de queijo em segredo e rindo da gente.”
“Eu não rio das pessoas.”
“Não, mas você deixa que sejam estúpidas sozinhas.”
“Talvez”, ele permitiu, encostando-se a uma calçada diante de uma casa ostentosa no centro de um dos bairros mais ricos de Richmond. Grigori estacionou a van e se virou. “Hora
do jogo, senhores. Lembrem-se dos seus papéis.”
Anson, Igor e Ivan saltaram ao lado da van e foram arrastando o corpo morto de Yakov e o vivo de Teller com o mesmo cuidado. Grigori esperou até que eles estivessem posição
e, em seguida, acenou para Flynn. Ela correu para a porta da frente, conseguindo fazer todo o caminho até a porta e tocar a campainha três vezes antes de qualquer um dos seguranças
de Yuri sequer notarem. No momento em que eles apareceram na varanda, a porta já se abriu. Um homem cadavericamente magro estava diante dela. Ele tinha até uma barba pontuda,
como se quisesse ser Rasputin. “Posso ajudá-la?”, disse ele, com desdém.
“Ah, sim”, Flynn disse docemente. “Meu nome é Flynn Callaghan. Pode ser que você conheça o nome do meu pai, o procurador americano que o contratou para me matar.” Yuri parecia
visivelmente assustado. “Com licença?” Os dois guardas começaram a se fechar sobre ela. Ela ergueu a mão, sorrindo para eles, para desarmá-los. “Oh, eu estava apenas devolvendo
algumas coisas para você”, ela disse a Yuri. Em seguida, fez um gesto para Grigori. Em segundos, Grigori e seus homens apareceram arrastando Yakov e Teller. Anson jogou o
cadáver de Yakov na varanda. Ivan e Igor forçaram Teller a se ajoelhar, e Grigori assistiu aos homens da segurança de Yuri recuando. Flynn nunca tinha visto Grigori nesse
modo totalmente mau. Foi bastante impressionante de se ver. Seu rosto estava impassível, e sua aura exalava agressão misturada com puro poder primitivo. Yuri recuou um passo.
“Você!”
“Sim. Eu. E vivo. Tenho certeza de que você está surpreso.”
“Eu nunca pensei que Yakov era seu igual”, Yuri disse, rapidamente.
“Verdade?”, a voz de Grigori estava perigosamente sedosa. “E ainda assim você o enviou atrás de Flynn e eu. Tudo porque um determinado procurador distrital dos EUA estava
disposto pedir-lhe um favor. Por que, eu me pergunto, valia a pena se arriscar?”
“Cidadania americana”, disse Yuri, categoricamente.
“Ele não pode oferecer isso, na verdade”, disse Flynn a Yuri. “Meu pai já falou essa frase tantas vezes que acho que agora ele provavelmente começou a acreditar que a si mesmo.”
“E o que é tudo isso?”, Yuri fez um gesto para o corpo.
“Bem, pensamos que você pudesse gostar de dar uma última olhada em seu assassino”, explicou Flynn. “Já que este é o único que você tem…”, ela soltou a frase.
“Bobagem”, disse Yuri com um ronco delicado. “Eu tenho Grigori.”
O rosto de Grigori estava como pedra. “Não. Estou cansado de fazer trabalhos para a família.
Você me traiu. Seja qual for o acordo que tivéssemos, ele acabou. Não só porque você tentou me matar, mas você foi a causa da morte do meu irmão.”
“Ah, Grigori, seja razoável.” Yuri fez um gesto para seus homens, que começaram a se aproximar.
“Senhor, eu odiaria ter que matar vocês dois. Nós nos conhecemos há anos.” Grigori os
encarou, e eles deram um passo para trás.
Yuri não achou graça. “Ele está blefando! Não o deixe intimidar vocês.” Grigori virou os olhos, olhando para um, depois para outro. “Nós jogamos pôquer juntos. Eu pareço estar
blefando?” Eles deram outro passo para trás, e então finalmente se viraram e foram embora, deixando Yuri sozinho com Flynn, Grigori e seus homens. O sorriso de Grigori não
era tranquilizador. Embora Yuri parecesse pensar que poderia vociferar até conseguir sair desse incidente.
“Quem é este homem?”, Yuri chutou Teller.
“Este é o homem de Callaghan”, os lábios de Grigori se curvaram em um arremedo de sorriso.
“Nós imaginamos que você pudesse apreciá-lo como um presente. Assim, pode negociar com Callaghan.”
“Um gesto de boa vontade, então? Já que você pretende encerrar a sua posição?”, Yuri parecia amargo.
“Na verdade, eu não vou desistir”, Grigori virou as costas, preparando-se para sair. “Muito pelo contrário. Eu estou indo trabalhar sozinho. Deve haver uma maneira muito mais
lucrativa de ganhar a vida. E eu também terei autonomia para escolher meus próprios contratos.”
“Mas você não pode fazer isso!”, Yuri protestou.
Grigori se virou, segurando o braço de Flynn. Ela se aninhou contra ele, e ele deu-lhe um apertão. “Observe-me.”
Capítulo Quatorze
“Agora só sobrou meu pai para cuidar”, Flynn disse, de maneira tensa. “E alguém vai me contar por que trouxemos o corpo de Yakov com a gente?”
“Você vai ver”, disse Grigori com um tom sinistro da voz.
Estavam todos apinhados na van novamente. Era tão estranho dirigir pelo seu antigo bairro. O amanhecer estava apenas começando a pintar o céu em tons de roxo e rosa pálido.
Flynn esfregou os olhos. A adrenalina constante a tinha deixado se sentindo mole como um pedaço de macarrão flácido.
“Não vai demorar muito, meu amor.” Grigori se aproximou e pegou a mão dela. “Eu pretendo passar a próxima semana na cama.”
“Eu chamar isso de…” Anson puxou os cabelos que cresciam em seu queixo. “Informação demais. Sim. É isso que é.”
“Ou inveja”, Igor sugeriu. “Você pode sempre tentar usar um site de namoro.”
Isso iniciou uma conversa animada sobre sites de namoro e noivas por correspondência.
Flynn bocejou. Ela realmente gostava de ter os homens de Grigori por perto. Eles eram engraçados e leais, e ajudavam a manter as coisas não muito sérias, que era o que acontecia
toda vez que ela pensava sobre o corpo na parte de trás da van.
Seu estômago se contraiu com ansiedade quando Grigori parou em frente da casa de seu pai.
Grigori se virou para olhar para ela, sem dúvida, tentando avaliar a reação dela ao lugar. “Você vai ficar bem?”
“Sim”, ela olhou para a estrutura de tijolo imponente. “Esta não é a minha casa mais. Acho que jamais foi.”
Eles saíram da van, Igor na retaguarda com o corpo de Yakov por cima de seu ombro musculoso. Desta vez, foi Grigori quem tocou a campainha. Flynn estava quase mais curiosa
sobre quem atenderia a porta, uma vez que Teller estava indisponível – e então ficou preocupada sobre como lidar com seu pai. Teller tinha sido o braço direito de seu pai
durante o tempo que ela conseguia se lembrar.
A luz da frente se acendeu e a porta de vidro ornamentado foi aberta. “Teller?” O pai enfiou a cabeça para fora, obviamente, à procura de seu chefe de segurança.
“Teller não vai voltar, papai”, Flynn disse calmamente.
O olhar de olhos arregalados de seu pai focou nela brevemente, antes de passar para seus companheiros. “O que você está fazendo aqui?”
“Você me conta. Você está surpreso por me ver aqui, ou apenas surpreso por me ver respirando?” Ela poderia dizer que o provocou, mas ele não estava disposto a abdicar de nada
ainda.
“Eu não sei o que você está falando”, ele olhou para todos os lugares, menos para ela. “Você deveria ir embora.”
“Teller está com Yuri.” Ela deixou cair a bomba com satisfação. “Nós meio que o deixamos como uma oferta de paz, já que Grigori não vai mais trabalhar para ele.” Seu pai saiu
para a ampla varanda da frente. Ele estava em seu roupão de banho. A peça de
vestuário listrada de marrom e azul provavelmente tinha custado uma fortuna. Sem dúvida, até mesmo os seus chinelos eram de grife. Ele se sentou nos degraus e colocou a cabeça
entre as mãos. Segundos depois, olhou para Grigori. “Aquele desgraçado do Yuri vai matar Teller sem sequer pestanejar.”
“Sim.” Grigori, obviamente, não sentia nenhuma simpatia por seu pai. “Deveria ter sido você, mas eu acho que até Flynn iria se opor.”
“O que?”
Grigori franziu os lábios com desdém. “Você tramou para matá-la. Você mataria sua própria filha por dinheiro.”
“Eu não teria matado!”, seu pai gritou. “Ela não estava cooperando. Não me deixou nenhuma escolha.”
“Eu não iria cooperar?” Flynn estava enojada com toda a situação. “Por quê? Porque eu não iria assinar a minha herança?”
“Era para ser minha”, ele rosnou. “Ela prometeu. Quando me casei com ela, ela prometeu que o dinheiro seria meu.”
Flynn congelou, uma suspeita horrível crescendo em sua mente. “Você a matou? Foi isso que aconteceu? Você arranjou para ela morrer, mas o testamento dela deixava a herança
especificamente para mim. Você não sabia, não é?”
“Ela mudou o testamento.” O pai levantou de repente, puxando seu cabelo e parecendo um homem selvagem. Então ele se virou para encará-la. “Não era para ser assim. Ela meteu
na cabeça que eu a iria deixar ou qualquer loucura dessas.”
“Não!” Flynn desafiou. “Ela estava com medo de morrer, não foi?” O horror do que estava ouvindo era quase demais.
Mas Grigori estava lá. Ele passou os braços fortes em torno dela, e ela absorveu sua força.
Descansando a bochecha em seu peito, ela se rendeu. Não podia mais lidar com isso. Mas ele podia.
“Olhe para você.” A voz do pai pingava com desprezo. “Aconchegando-se nos braços de um assassino, ao mesmo tempo em que faz julgamentos sobre mim. Sobre mim!”
“Ele é um assassino honesto”, disse ela, suas palavras abafadas pelo tecido da camisa de Grigori.
“Eu vou supor que Yuri foi quem ajudou a encontrar um assassino para sua esposa”, disse Grigori, com uma calma enganadora. “Foi por isso que ele parecia ser a opção certa
quando você precisou se livrar de sua filha.”
“Não. Não foi assim.” O protesto débil de seu pai não teria convencido ninguém. Nem mesmo a si mesmo. E certamente não a Flynn.
GRIGORI SENTIU FLYNN tremer contra ele, e teve mais raiva naquele momento do que jamais tinha tido na vida. Abaixou a cabeça e inalou o aroma dela. Seu cabelo era suave sob
seus lábios. Ela era ardente e apaixonada, e o desafiava dia a dia. Mas ele sabia, sem dúvida, que esta mulher valeria qualquer luta. Olhando para a expressão beligerante
de Callaghan, Grigori assentiu para Ivan. Era hora de
fazer o político entender. “Eu tenho um presente para você.”
“O quê?” Callaghan franziu a testa. Ele obviamente estava confuso. “Por que você me daria alguma coisa?” Ivan despejou o corpo de Yakov no chão, na frente de Callaghan. O
homem, na verdade, deu um gritinho e pulou para trás como se ele estivesse com medo de que algo desagradável tocasse seus chinelos de luxo.
“O que é isso?” Callaghan perguntou em voz quase uma oitava acima do normal. “E por que está no meu gramado?”
“Esse é o homem Yuri enviou para matar sua filha.” Grigori sorriu. “A parte triste é que você é muito raso e estúpido para compreender o significado da identidade deste homem.”
“O quê?”
“Você prometeu cidadania americana a Yuri, em troca da ajuda dele para se livrar de sua filha”, Grigori observava o rosto do homem, satisfeito quando viu o medo, bem como
o reconhecimento. A história de Yuri era verdade. Mas Grigori não tinha terminado. “Yuri já estava se sentindo ameaçado.
Assim, colocou um irmão contra outro. Ele pediu que você me perseguisse. Estou certo?”
“Sim. Sim! Yuri queria que seu irmão parecesse ter sido deportado. Era ele! Foi Yuri. Eu não.”
“Então você falsificou alguns documentos e meu irmão desapareceu.”
“Sim.” Callaghan estava olhava impaciente.
“Este é meu irmão.” Grigori apontou para o corpo de Yakov. “Ele foi o assassino contratado para fazer a sua filha desaparecer.”
“O quê?” Callaghan franziu a testa. “Então por que você se envolveu em tudo?”
“Esse foi o efeito colateral de sua interferência com a imigração. Eles decidiram que queriam que eu fosse embora”, Grigori o observou atentamente. Era importante saber o
quão longe o golpe de imigração tinha ido. Se a coisa toda tinha sido uma farsa, Callaghan saberia.
Parecia que Callaghan não tinha ideia do que Grigori estava falando. Seu rosto era uma massa de confusão e terror. “Você está dizendo que a imigração foi atrás de você?”
“Ah, sim. Fui visitado por vários agentes”.
“Mas eu nunca…” Callaghan pausa. “Yuri me traiu. Ele chamou meu próprio povo e me dedurou!” Ele começou a andar. “Teller tem que corrigir isso. Eles sabem o que eu fiz. Preciso
detêlos.”
“As mentiras que contamos às vezes podem voltar para nos morder a bunda”, Grigori concordou. Ele gentilmente passou os dedos pelos cabelos de Flynn. “Neste caso, eu acho que
eu certamente fiz o melhor negócio. Definitivamente.”
Grigori se virou, Flynn ainda se protegia ao seu lado. Seus homens se viraram com ele, os cinco deles parecendo uma unidade impenetrável. Parecia uma família.
“Espere!”, Callaghan olhou horrorizado. “E o meu dinheiro?”
“Não é seu”, Grigori lembrou. “Nunca foi. E se você tentar vir atrás de novo, vai descobrir o quão letal pode ser o meu lado mau.”
Eles entraram no van sem dizer mais nenhuma palavra a Callaghan. Ele iria ferver nos problemas criados por ele mesmo por muito tempo. Seu jogo tinha o seu próprio curso. Grigori
entrou na parte de trás da van com Flynn ainda em seus braços. Anson ficou atrás do volante com Ivan e Igor discutindo sobre quem iria no banco do passageiro. Quando finalmente
todos os detalhes tinham sido resolvidos, a van já estava em movimento. Eles estavam indo para casa.
“Você está bem?”, perguntou Grigori a Flynn. “Essa foi uma responsabilidade muito grande, de uma só vez.”
“Estou feliz por ter dito a minha irmã para ir fazer compras fora da cidade com minha madrasta.” Uma única lágrima escorreu pelo seu rosto. “Cynthia não deveria ter que ouvir
essas coisas. Especialmente sobre o que ele fez com a minha mãe”.
Ela então se entregou, chorando suavemente na camisa dele. Grigori a embalou como uma criança. Ele não podia imaginar o horror de descobrir algo tão terrível sobre sua família
na esteira do que tinha acontecido com seu irmão.
“Minha vida é uma bagunça”, ela gemeu. “Como você consegue me aguentar?”
“Ninguém pode ser forte o tempo todo.”
Ela tocou seu rosto delicadamente. “Você pode.”
“Não. Olhe para mim. Eu congelei antes. Se não fosse por você, nós estaríamos mortos.”
Grigori estremeceu com essa ideia. “Você é a pessoa mais forte que eu conheço.”
“Você me faz forte.” Ela suspirou, aconchegando-se mais perto. “Talvez a gente seja mais forte juntos.”
“Isso significa que você embarcou completamente no nosso casamento?”, ele perguntou em tom de provocação.
“Contanto que você possa aguentar a minha família”, ela parecia triste.
“Sua família?”, ele bufou. “Meu irmão tentou nos matar.”
“Meu pai o contratou.”
“Então, vamos simplesmente concordar que ambos temos famílias fodidas?”
Ela parecia estar olhando para a frente da van. Igor e Ivan ainda discutiam sobre o fato de Ivan ter se sentado no banco da frente. O suspiro feliz parecia em desacordo com
a cena estranha, tendo Anson como árbitro.
“Eles são a nossa família”, ela decidiu. “Você não acha?”
Ele a embalou de perto. “Com certeza são.”
“Serão ótimas babás para o bebê.”
“Que bebê?”, Grigori disse em voz alta. Sentiu como se seu coração tivesse parado.
Da parte da frente da van, toda a discussão parou.
Anson se virou. “Que bebê?”
A gargalhada dela era um som agradável. “Eu não estou grávida ainda. Embora suponha que possa estar. Não é como se tivéssemos tomado cuidado ou algo assim. Eu só estava pensando
que eu
gostaria de ter bebês com Grigori.”
Grigori gentilmente virou o rosto dela para o dele. Abaixando a boca, beijou-a lentamente até que a necessidade enlouquecedora de tê-la se sobrepôs a tudo o que tinha acontecido.
Era só isso que importava.
Capítulo Quinze
Grigori observava o suave movimento para cima e para baixo do peito de Flynn enquanto ela respirava. As inspirações e expirações longas eram evidência de seu doce sono. O
sol estava alto no céu agora, mas de qualquer maneira eles não tinham ido dormir até bem depois do amanhecer. As persianas estavam fechadas, mas ainda dava para ver cada detalhe
e a forma de seu rosto no brilho do dia lá fora. Eles tinham ido para a cama nus, e ele estava feliz porque poderia olhar para os seios dela durante todo o dia. Incapaz de
resistir, colocou a ponta do seu dedo indicador na boca e, em seguida, usou-o para circundar o mamilo direito repetidamente até que endurecesse em um pequeno bico. Flynn se
mexeu, espreguiçando-se e fazendo seus seios saltarem. Seus olhos se abriram, e ele não conseguiu resistir à mulher sexy e sonolenta que era sua esposa. Abaixando a cabeça,
colocou seu mamilo na boca e chupou com força. Ela arfou e apertou os dedos em seu cabelo, para puxá-lo mais perto.
“Grigori? O que você está fazendo?”
Ele levantou a mão para o outro seio e rolou seu mamilo entre o polegar e o dedo indicador. Ela parou de falar e arqueou as costas, empurrando-se para ficar em contato com
ele. O calor de sua pele roçou a dele, e ele sentiu seu pau crescer em resposta. Ele queria estar dentro dela, mas queria saboreá-la primeiro.
Soltando o mamilo, fez um caminho pelo corpo dela com a boca. Ela respirou fundo para dizer alguma coisa. Ao abrir as pernas, sentiu um beijo bem na parte superior de seu
púbis. Qualquer palavra que pudesse dizer se dissolveu em um gemido. Ele sorriu. Era exatamente o que queria:
Flynn, sem palavras e envolvida.
Ele segurou seu sexo aberto com os dedos. O cheiro dela era perfeito, deixando-o com água na boca em antecipação. Soprou suavemente sobre a carne quente. Ela se encolheu,
mas não tentou fechar as pernas. Ele podia sentir sua excitação pela forma com que seus músculos estavam tensos. E então ele deu uma longa lambida em sua boceta, da entrada
da sua vagina até a ponta do clitóris. Ela gemeu, de forma demorada e baixinha, e um jorro de fluido lhe permitiu ansiosamente chupar seus sulcos.
Encontrou o clitóris com a língua e brincou com a pequena saliência até sentir seus músculos internos se apertarem. Deslizando um dedo para dentro de sua abertura, ele gentilmente
esfregou a parte macia do músculo, bem no comecinho. Ela tremeu com a primeira onda de um orgasmo que estava tão perto que ela quase podia sentir o gosto.
“Grigori, não posso!”, ela arfou. “É muito.”
Ela podia, e ele iria mostrar a ela.
Adicionando um dedo, começou a deslizá-los para dentro e para fora da sua vagina em um ritmo rápido. Separou os dedos separados, esticando-a e fazendo-a gritar surpresa de
prazer.
“Goze para mim, Flynn. Agora mesmo.”
Seus olhos se abriram, sua bela cor ainda mais intensa com o brilho de excitação. Então ele sentiu alguma coisa ceder dentro do corpo dela, e ela gritou seu nome ao gozar.
Grigori observava as ondas de orgasmo que a atingiam e sabia que não podia esperar muito
mais tempo. Torceu os dedos dentro dela para prolongar seu prazer. Ela se contorcia com as sensações, e ele se regorgizava com sua entrega.
FLYNN TINHA QUASE CERTEZA de que tinha morrido e ido para o céu. Nunca havia sentido nada tão delicioso ou provocativo quando a língua de Grigori em seu clitóris. Então, ele
acrescentou os dedos em sua vagina, e ela pensou que poderia enlouquecer de prazer. Seu corpo estava em chamas. Cada músculo se apertava tanto que ela não imaginou ser capaz
de chegar ao clímax. Mas, de alguma forma, no momento em que ele a mandou gozar, tudo dentro dela havia exigido que ela obedecesse sem questionar. A euforia começou a diminuir
um pouco, e ela estendeu a mão para Grigori. A mão dele a envolveu delicadamente, ao mesmo tempo em que ele cobriu seu corpo com o dele. Foi um momento profundamente tocante.
Seus olhares se encontraram. Ele se colocou entre suas pernas, e ela sentiu a grossa cabeça de seu pênis pressionar sua boceta. Ela se mexeu, de bom grado, dando-lhe o acesso
e dizendo a ele que lhe pertencia sem reservas. A primeira penetração do pênis em sua vagina foi totalmente prazerosa, preenchendo-a completamente. Ela se sentiu completa
com ele, desejando que nunca mais saísse dali. Mesmo assim, quando ele saiu apenas para mergulhar dentro dela mais uma vez, ela arfou com alegria. Cada golpe enviou um pulso
de prazer erótico através de seu corpo. Suas terminações nervosas estavam vivas com aquela sensação, e ela desejou nunca mais parar. Grigori penetrou lentamente. Ela sentiu
um pouco de timidez ao perceber que ele observava cada expressão dela com total fascinação. Em seguida, ele alcançou sua boca e deslizou a língua entre os lábios. Suas bocas
imitavam o movimento de seus corpos. A intensidade aumentava até que ela pensou que poderia se desmontar. O calor borbulhava dentro dela, enviando uma emoção para as pontas
dos dedos das mãos e pés. Ela levantou as pernas para permitir um acesso mais profundo à vagina. O novo ângulo fez com que a raiz do pau dele se esfregasse em seu clitóris,
e Flynn se perdeu. Ela gozou com um grito irregular. Era como se tivesse sido atingida por um raio. Ela estava ardendo para ele, pertencia a ele totalmente. Ele a observou
por apenas mais um momento até que seu próprio orgasmo o deixou no limite da razão. Seu rosto ficou tenso de paixão quando ele a penetrou com força, mantendo-se profundamente
dentro de seu corpo. Ela sentiu o calor do jorro de sua semente derramando-se dentro de seu ventre. Pensou brevemente na sua discussão anterior sobre filhos e sentiu o primeiro
pingo de emoção nas possibilidades que se colocavam para eles.
GRIGORI ROLOU para o lado para evitar esmagar Flynn. Sentou-se ao lado dela na cama e deu vários beijinhos por todo o seu rosto, pescoço e peito. Ela riu, e o som o fez ficar
bizarramente contente. Alguém bateu na porta do quarto.
“Vá embora!”, Grigori grunhiu.
“Desculpe interromper.” Foi Anson.
Flynn deu um grunhido irritado. “Estamos um pouco ocupados, Anson. Mais tarde, por favor?”
“Eu gostaria de poder, mas há uma senhora da imigração na porta da frente.” Anson fez uma pausa, muito provavelmente desejando que ele poderia estar em qualquer lugar, menos
à porta agora.
“Devo dizer a ela para ir embora ou atirar?”
Grigori e Flynn olharam um para o outro. A imigração estava em sua porta, agora? Grigori abriu a boca para dizer Anson para se livrar da mulher, mas Flynn agarrou seu braço.
“Deixe-a entrar”, Flynn sugeriu. “Se formos lá parecendo recém-fodidos, então não haverá nada sobre o nosso casamento para eles questionarem.”
Ele pensou sobre a sua sugestão pelo tempo de duas respirações e depois riu. “Você é uma mulher de bronze, meu amor.”
“Só porque eu tenho que estar em ordem para acompanhar você.” Ela saiu da cama, empurrando seu cabelo despenteado da frente dos olhos. “Como estou?”
“Como quem acabou de sair da cama.”
“Perfeito!”, ela puxou um vestidinho, deixando-o cair sobre seu bumbum nu. Em seguida, pegou um cobertor da cama e o envolveu em torno de seu corpo. Ela apontou para ele.
“Encontre um moletom ou algo assim. Sem camisa.”
“Beleza.”
E foi assim que desceram.
Anson ficou sem fala por um momento. Então ele pareceu perceber que ele tinha uma tarefa a fazer. “A senhora está na sala da frente.”
“Obrigado, Anson,” Flynn disse calorosamente. “Isso vai ser divertido.”
“Se você diz”, Grigori murmurou.
Ele não podia deixar de ficar impressionado com a presença de sua esposa como ela entrou na sala da frente, segurando o cobertor firmemente em torno de seu traseiro nu. Ela
deu um sorriso à oficial de imigração e estendeu a mão. “Espero que você desculpe a nossa falta de vestuário adequado, mas não sabia que você viria hoje.”
“Você recebeu um e-mail.” A mulher ofereceu Flynn um cartão. “Sou Tabitha Bynes. Vou preencher o relatório sobre o seu recente casamento com Sr. Pasternak.”
“Bem, então, eu estou tão feliz em conhecê-la, a Sra. Bynes.” Flynn pegou o cartão.
“Você tem como hábito de estar na cama às duas horas da tarde de um dia de semana?”, a tímida Sra. Bynes olhou de cima a baixo para Flynn.
Grigori escondeu um sorriso. Ele poderia ter dito a Sra. Bynes que tentar intimidar Flynn nunca iria funcionar.
Sua esposa apenas estreitou seu olhar e aqueceu a discussão. “Nós estamos em nossa lua de mel, Sra. Bynes. Só estamos casados há alguns dias. Como você espera que recém-casados
ajam?”
Grigori deslizou o braço em torno de Flynn. “Calma, meu amor. Tenho certeza de que a Sra.
Bynes não está questionando a validade do nosso casamento.” Em seguida, ele ofereceu um sorriso agradável para a mulher. “Peço desculpas, mas minha esposa está bastante cansada
das pessoas insinuando de que ela só se casou por causa do velho esquema do green card “.
“Entendo.” As bochechas da Sra. Bynes coraram, ficando rosa brilhante, e Grigori sabia que eles a tinham convencido. Ela se ajeitou. “Então vocês estão dizendo que são um
par perfeito?”
FLYNN QUASE RIU. Não havia nenhuma dúvida em sua mente de que ela poderia ter contado uma mentira à coitada da Sra. Bynes que teria queimado seu pequeno cérebro a cinzas.
Mas não foi exatamente isso que aconteceu.
“É verdade que eu não conheço meu marido há muito tempo, Sra. Bynes”, Flynn começou. “Mas amo este homem com todo o meu coração. Nunca conheci ninguém mais forte ou mais compassivo.
Ele é inteligente e charmoso, e às vezes é um idiota.” Ela sorriu para Grigori. “Mas ele é homem, então certamente podemos perdoar isso, não?” Grigori apertou o nariz dela
e, em seguida, beijou sua testa. “Eu aprecio a compreensão, realmente.” A maneira como ele olhou para ela fez todo o resto desaparecer. Nem mesmo Sra. Bynes importava agora.
Flynn esqueceu que a agente de imigração estava lá. Ela se esqueceu de Anson, Igor e Ivan. Ela se esqueceu de que eles estavam na sala de estar. Ela esqueceu tudo, menos do
homem que a segurou com tanta delicadeza. Olhando em seus olhos escuros insondáveis, ela traçou suas bochechas, queixo e nariz com a ponta dos dedos. Em seguida enterrou suas
mãos em seu cabelo e puxou sua cabeça para baixo para que pudesse beijá-lo. Ele não protestou, preguiçosamente explorando sua boca até que um pigarro os devolveu para o momento.
“Peço desculpas”, a Sra. Bynes pareceu parar, como se não tivesse certeza de por que realmente pedia desculpas. “Quer dizer, não queria interromper, mas já interrompi. Creio
que tenho o suficiente para o meu relatório.” Ela se levantou da cadeira e começou a andar em direção à porta. “Por favor, mantenha meu cartão caso precise falar comigo. Sra.
Pasternak, sua papelada deve chegar em de sete a dez dias úteis. Por favor, preencha os formulários necessários e os envie assim que possível”.
“Você já está indo embora?” Flynn pôs a mão ao peito. “Eu me sinto tão rude. Nem sequer lhe ofereci um copo de chá, Sra. Bynes.”
“Oh, isso não é necessário.” A mulher já estava a meio caminho para fora da porta. “Acredito que tenha interrompido sua lua-de-mel por tempo suficiente. Vou deixa-los voltar
à sua… Bem, suas atividades de férias.”
“Obrigada!” Flynn disse a ela. “Foi maravilhoso conhecê-la!”
Assim que a porta se fechou, Grigori a levantou do chão e a pegou em seus braços. Deu um selinho nela e se dirigiu para as escadas. “Eu não sei você, mas eu estou mais do
que pronto para retomar nossas atividades de férias.”
Flynn segurou o rosto dele nas mãos. “Então é melhor se apressar, porque eu não quero perder um único momento.”
FIM
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Capítulo Um
A campainha da porta da frente da loja de flores tilintou em tom alegre e Katrina Sokolov se encheu com um sentimento de nostalgia. Fazia mais de uma década que ela não visitava
a loja do pai. Katrina adorava a escola, mas também era bom estar de volta à casa, ao lado de seu pai e irmã.
“Posso ajudá-lo, Maksim?”, perguntou o pai.
Katrina olhou para cima em seu lugar na pequena mesa na parte de trás da loja. Ela estava pesquisando os cursos on-line que precisava terminar a fim de acabar o curso de política
externa.
Agora, sua atenção estava voltada para seu pai. Ela nunca tinha escutado seu pai se portar dessa maneira com um cliente.
“Bom dia, Denis.” O homem chamado Maksim passeava pela loja.
Katrina olhou para ele fascinada. Ela era uma acadêmica em todos os sentidos da palavra. Era assim como ela analisava as coisas. Seu cérebro analisava os dados coletados e
ela nunca fazia um julgamento sem antes ter todos os fatos.
Ela estava prestes a abrir uma exceção com este homem chamado Maksim. A única palavra que lhe veio à cabeça quando o viu foi assustador. Ele tinha um corpo de mais de 1,80
e mãos tão musculosas que pareciam poder esmagar crânios. Seu cabelo era escuro e bem cortado. Ele estava mais para bandido do que para o tipo que compraria flores para sua
mãe.
“Katrina”. Seu pai olhou de soslaio para ela, recusando-se a encontrar o seu olhar. “Por que você não vai até a esquina comprar um bom café no Mamacita’s?”
“Já passamos da uma da tarde.” Katrina fez uma careta. Por que seu pai queria café no meio da tarde?
Ela olhou por um momento, tentando entender esse comportamento estranho. Fazia muito tempo que ela tinha saído em casa. Durante seus anos na Saint Asonia’s Academy em Miami,
ela tinha voltado para casa no feriado de Ação de Graças e no Natal, mas tinha passado os verões na escola cursando alguns programas de estudos especiais. Quando ela se formou
no colegial e foi para a faculdade, o pai e a irmã foram passar o Natal com ela. Desde que voltou para a casa, ela tinha percebido o quanto seu pai parecia ter envelhecido
enquanto ela estava fora.
Seu pai tirou algumas notas dobradas da carteira. “Por favor, Katrina, vá buscar um pouco de café.”
“Mas…” Katrina fechou a boca abruptamente quando Maksim lançou-lhe um olhar de puro aborrecimento.
OK. Ela deu um suspiro exagerado e fechou a janela do navegador em seu laptop. Lançando mais um olhar mais do que furtivo a esse personagem Maksim, ela calçou suas sandálias.
Qual era o problema desse cara, afinal? Quem realmente precisava de total privacidade para comprar flores?
Era ridículo!
“Katrina!” Sua irmã Nika apareceu na área de trás da loja onde estava tirando os espinhos das rosas que eles usavam na maior parte dos arranjos. “Eu adoraria um dos muffins
de blueberry do Mamacita’s. E um café com leite com chantilly de verdade, por favor.”
Katrina torceu o nariz para a irmã. “Se eu não te conhecesse, acharia que você está tentando se livrar de mim por alguma razão.”
Seu pai e sua irmã trocaram um olhar preocupado antes que seus rostos recuperassem uma aparência branda de indiferença. Katrina franziu a testa novamente e pegou sua bolsa.
O que estava acontecendo? Se olhares pudessem matar, Maksim teria se queimado com a ferocidade de sua gritante desaprovação. Katrina saiu da loja. A rua principal e pitoresca
de Hollywood, na Florida, estava cheia de turistas, com cerca de um milhão de pessoas nas calçadas olhando as palmeiras, o céu azul e a variedade de lojas. Detendo-se perto
do meio-fio fora da loja de seu pai, Katrina jogou a cabeça para trás e fechou os olhos. O sol ardia quente em suas bochechas. Ela amava como o ar sempre parecia perfumado
pelas buganvílias e lírios que seu pai tinha no pátio ao lado do edifício. Ela olhou de volta para a loja e para as três pequenas janelas do segundo andar de seu apartamento
no andar de cima. Quando ela era mais jovem, sentia-se envergonhada com o fato de sua família viver acima de sua loja. Esses sentimentos se desvaneceram com o tempo. Agora,
ela às vezes até sentia falta dos quartos apertados mas aconchegante que ela dividiu com Nika e seu pai por tanto tempo. Algo dentro da loja chamou sua atenção. Franzindo
a testa, Katrina olhou através das flores que Nika tinha pintado nas janelas. Ela podia ouvir o murmúrio de uma dura voz masculina. Maksim apontou enfaticamente para seu pai.
O que está acontecendo aqui? Por que este idiota estava ameaçando sua família? Pelo menos era o que parecia. O rosto de Maksim estava contorcido de raiva e seu pai parecia
pedir desculpas por algo. Quando ele tinha se tornado tão frágil? Katrina viu o pai abaixar a cabeça. Seu cabelo há muito tempo já estava branco e muitas vezes preso em ângulos
estranhos. Ele era um sonhador, um homem esquecido, que muitas vezes se perdia nas frondes das plantas que ele cuidadosamente podava. Como uma criança, Katrina tinha a imagem
de seu pai sorridente com as mãos no chão, cuidando de suas preciosas plantas. Ver essa pessoa de coração mole sendo ameaçada por este tipo com cara de bandido deixou Katrina
louca como o inferno. Mas o que ela poderia fazer sobre isso? Seu pai e Nika claramente não queriam que ela por perto neste confronto. Será que Maksim era um cliente insatisfeito?
Se fosse isso, Katrina diria a ele que encontrasse uma outra loja de flores para enviar flores para sua mãe. Se o mau comportamento do seu filho tivesse alguma coisa a ver
com ela perto, a mulher seria provavelmente uma megera. Frustrada, Katrina tomou a única opção deixada a ela naquele momento. Ela resolveu descobrir a verdade por trás de
envolvimento dessa pessoa Maksim com seu pai e sua loja. Mas, neste momento, ela tinha que comprar um café e um ridículo muffin de blueberry.
***
Ivan Petrov deu um gole distraído em seu mocha gelado e observou o barista atrás do balcão do Mamacita’s Bakery & Coffeehouse. Ele se perguntava como seria ter esse tipo de
trabalho com turnos ordenados, simples e direto ao ponto. A única preocupação do barista era colocar os ingredientes na máquina na ordem correta. Se o café saísse ruim era
só jogá-lo fora e fazer outro.
Ah, se a vida fosse tão simples. Ivan se ajeitou em seu banco. Ele havia escolhido um lugar no canto de trás, onde ele tinha uma visão de todo o espaço. Ele sempre fazia isso.
Era uma força do hábito. Na verdade, essa mania provavelmente era algo que ele tinha herdado do pai. Nicolai Petrov era quase paranoico quando se tratava de sua segurança
pessoal. A ironia disso tudo é que ele havia
morrido no ano passado por conta de um ataque cardíaco. Os médicos disseram a Ivan e Maksim que a dieta rica em colesterol de seu pai e a completa falta de atividade física
foram responsáveis por sua morte aos sessenta anos. No final, nenhuma das paranoias de seu pai tinha se provado e ele tinha morrido por suas próprias e más decisões. Ivan
se perguntava algumas vezes se ele e seu irmão mais novo, Maksim, haviam realmente parado para lamentar a morte de seu pai. Ou, talvez, a verdade seja que nenhum deles sentiu
que havia algo para se lamentar. Seu pai tinha sido um cruel filho da mãe que não se importava com nada além de dinheiro e sua posição na comunidade “mafiya”. Esse era motivo
pelo qual Ivan estava sentado no Mamacita’s tomando um café em uma hora absurda. Nicolai Petrov tinha sido um tirano. Seu território na comunidade de Hollywood, Flórida, estava
cheio daqueles de quem seu pai havia arrancado tudo. Dinheiro, recursos, até seus filhos e filhas tinham sido convocados para preencher as fileiras da máfia Petrov. Agora,
Nicolai estava morto e Ivan passou a segurar as rédeas de algo que ele não estava totalmente certo de que poderia encarar. Ivan tinha a ideia de que poderia ser gentil e honesto
nas suas relações com as pessoas do seu território. No entanto, a maioria destes indivíduos tinham sido governados pelo medo e governados pelo ódio por tanto tempo que eles
não sabiam mais como responder a um toque mais suave. Ser visto como fraco seria o fim de Ivan. Não apenas como o chefe da família Petrov, mas provavelmente em toda a sua
vida. Assim, Ivan enviou Maksim para ser o braço forte enquanto tentavam recolher a montanha de dívidas não resolvidas que seu pai tinha deixado com a esperança de que, uma
vez que eles estivessem no comando, poderiam resolver tudo de maneira mais suave. Alguém empurrou sua perna. Ivan olhou para cima, surpreso, e encontrou um traseiro muito
bem torneado. Uma jovem estava curvada, tentando equilibrar uma bandeja cheia de copos de café e um saco de padaria. Ela parecia ter despejado uma caixa de guardanapos no
chão e estava tentando recuperá-los.
“Desculpe, posso ajudá-la?”, perguntou Ivan, tentando não rir. Ele não queria ofender a pobre moça. Ela se levantou abruptamente e se virou. “Ai, meu Deus, eu acabei de te
atropelar? Desculpa! Tenho tanta dificuldade em prestar atenção ao que estou fazendo….geralmente minha mente está a um milhão de quilômetros de distância. Desculpa!” Ivan
tentou falar, mas suas palavras pareciam tê-lo abandonado completamente. Ele nunca tinha sido tão fortemente atraído por uma mulher antes em sua vida. Parte disso era porque
ela era extraordinariamente bonita. O cabelo dela era pálido como a seda do milho e grosso. Seus fios longos caíam por suas costas e quase roçavam a sua cintura. Ela havia
afastado o cabelo de seu rosto, prendendo-o com algum tipo de clipe, o que fazia seus olhos azuis se destacarem ainda mais. Ela era magra, com uma parte traseira suavemente
arredondada e pernas musculosas. Seus shorts minúsculos lhe ofereciam uma vista fantástica de suas coxas, e sua camiseta básica exibia um conjunto de seios empinados. Espera!
Ela estava falando? Ele deveria estar respondendo? Ivan percebeu que tinha estava sentado como um imbecil sem falar nada durante todo esse tempo.
“Meu nome é Katrina, aliás.” Ela sorriu e Ivan ficou impressionado com a inteligência em seus olhos azuis.
Ele limpou a garganta, tentando encontrar seu intelecto. “Eu sou Ivan. Acho que nunca te vi por aqui. Você acabou de se mudar? Ou está por aqui de viagem? “ “Na verdade, eu
estava fora estudando por muito tempo.” Seu sorriso era melancólico. “Então, eu acho que eu sou um pouco como uma turista, já que tudo me parece tão novo! É incrível como
um lugar pode mudar ao longo dos anos. “ Ela colocou a bandeja de café sobre a mesa. Ivan observava como ela verificava metodicamente a estabilidade de cada taça. Ele se perguntou
qual seria o sobrenome dela e se ele conheceria sua família. Em seguida, um pensamento horrível lhe ocorreu. E se ele tivesse mandado Maksim para coagir sua família por conta
do dinheiro que eles deviam ao Petrovs? Isso entraria na categoria “nada boa:.
“Então, Ivan.” O sorriso de Katrina era quente e acolhedor. “Você está por aqui de viagem? Eu não me lembro de ter te visto antes. “ “Não sou um turista”, ele disse. “Eu também
estive fora estudando e voltei para assumir os negócios da família. Meu pai faleceu no ano passado “.
“Eu sinto muito.” Ela estendeu a mão e acariciou seu antebraço com a ponta dos dedos. “Eu não posso imaginar como seria perder meu pai. Isso deve ser tão difícil. “ O lugar
onde ela o tocou queimou com o seu contato. Era tudo o que ele podia fazer para permanecer imóvel. “Eu tenho sorte de ter meu irmão para dividir esse peso.”
“Que sorte,” ela concordou.
“Falando no diabo.” Ivan viu Maksim entrar no Mamacita’s. “Meu irmão está logo ali.”
Katrina virou e seus olhos azuis se arregalaram ao ver Maksim. “Calma, esse é o seu irmão?”
“Sim.” Ivan fez uma careta. Maksim às vezes pode aparecer assustador, mas ele é um urso de pelúcia gigante. “Ele só parece assustador. Eu juro.”
“Infelizmente, eu o vi em ação, e eu tenho que dizer que assustador é um eufemismo.” Ela apertou os lábios, com uma expressão de pesar. “Você vai ter que me desculpar. Eu
preciso voltar para minha irmã e meu pai. “ “É claro”, Ivan murmurou, observando-a ir.
Maksim tomou um assento na mesa de Ivan. Ele olhou para Katrina com leve interesse. “O que você estava fazendo com ela?”
“Você a conhece?”
“Não, mas você acaba de me pedir para ir ameaçar seu pai por mais dinheiro”, Maksim lhe disse preguiçosamente.
“Merda.” Ivan sentiu seu humor atingir um ponto baixo. “Essa merda faz sentido”.
Capítulo Dois
“Ugh! Como podem esses dois serem irmãos? “Katrina gemeu. Ela caminhou energicamente de volta à loja de flores de seu pai, determinada a obter algumas respostas. Pergunta
número um: quem era o cara gata com o irmão idiota? Pergunta número dois: por que o irmão idiota estava na loja de seu pai dando chilique? Será que seu pai, de alguma forma,
tinha feito algo errado no funeral do pai de Ivan? Katrina fez uma careta. Ivan tinha dito a ela que seu pai havia falecido no ano passado. Certamente eles não estavam discutindo
sobre as flores de um funeral que tinha ocorrido um ano atrás. Talvez fosse algo que loja de seu pai tinha feito mal no túmulo? Esperava que o problema tivesse sido resolvido
hoje. Katrina queria muito acreditar nisso. Ela deu um pequeno suspiro. Ivan não era apenas bonito; ele era absolutamente delicioso. Com aqueles enormes olhos castanhos e
longos cílios, ele parecia mais um sonhador e um pensador do que lutador. Talvez ele fosse um professor. Ele tinha a aparência de alguém assim, com aquele cabelo escuro caindo
sobre a testa e uma expressão pensativa estampada em seu bonito rosto. É claro que sua estrutura não era a de um professor. Ele tinha um corpo de capa de revista e ela desejou
que o encontro entre os dois tivesse ocorrido em na praia para que ela pudesse vê-lo tirando a camisa. Ela podia apostar que ele tinha um conjunto de músculos abdominais que
ficaria perfeito coberto de óleo de bronzear. Sim. Um par de óculos de sol e talvez um livro iria completariam perfeitamente a imagem. Katrina ainda estava fantasiando sobre
Ivan, o possível professor, quando ela usou seu bumbum para abrir a porta da floricultura de seu pai. O sino tilintou quando ela entrou. Ela segurou a bandeja de cafés no
alto. Pelo menos ela havia se lembrado do muffin de blueberry de Nika. Katrina estava sempre esquecendo detalhes mundanos como esse, consequência de ter sempre o seu nariz
enfiado em um livro e a cabeça nas nuvens imaginando alguma solução esotérica para os problemas do mundo.
“Aí está você”, disse seu pai com um sorriso. “Eu já estava me perguntando se você tinha decidido fazer uma caminhada pela cidade antes do café”.
“Não”, Katrina avaliava cuidadosamente o humor de seu pai. Ele parecia nervoso, como se estivesse se segurando diante de um momento difícil. “Mas conheci alguém novo no Mamacita’s”.
“É mesmo?” O pai dela empilhava freneticamente terra em um pote. “Quem você conheceu?”
“Seu nome é Ivan.” Katrina deixou a bandeja de café na mesa de trabalho de seu pai e começou a tirar com cuidado os copos dos pequenos buracos. “E eu acho que ele conhece
o homem que estava aqui quando eu saí.”
“Ah, é?”
“Sim. Na verdade, eu sei que ele o conhece. “Ela entregou o café para seu pai. “Eu acho que Maksim é seu irmão.” Katrina fez uma careta. Ela realmente queria saber o que Maksim
tinha a ver com seu pai e só havia uma maneira de descobrir. “Papai, por que Maksim estava aqui? E por que ele estava tão nervoso? Será que estragamos sua encomenda de flores?
Sei que seu pai faleceu no ano passado. Eles estavam insatisfeitos com os arranjos do túmulo? Eu não entendo por que ele estava aqui agindo daquela maneira “.
“Que maneira?”, Seu pai perguntou bruscamente.
“Eu o vi, papai.” Ela mordeu o lábio inferior, imaginando o que deveria dizer. “Quando eu saí, olhei para trás e vi Maksim aqui apontando para você e falando muito alto. Eu
não podia ouvir o que ele estava dizendo, mas ele parecia irritado. “ “Katrina, você não deve se intrometer em algo que não é seu,” seu pai disse rigidamente.
“Papai, eu faço parte desta família. O que acontece na loja é o meu problema também.
Especialmente se nós temos algum cliente que chega aqui ameaçando você porque ele está com raiva por um pedido errado. ” Katrina estava começando a se irritar. Ela demorava
a se irritar, mas quando chegava a esse ponto, poderia ter um acesso de raiva como ninguém.
“Você pode fazer parte desta família, Katrina, mas você passou muito tempo fora para entender o que está acontecendo.” Seu pai pressionou a sua mandíbula como se não tivesse
a intenção de ceder.
“Francamente, eu quero que você se concentre em seus estudos enquanto estiver aqui e que fique fora dos negócios da loja.”
“O que?” Ela não podia acreditar que estava sendo excluída desta maneira!
Seu pai a olhou firmemente. “E, além disso, você vai ficar longe de Ivan e Maksim Petrov. Você me entendeu? Eu não quero que você fale com qualquer um deles nunca mais. E
ponto! “ “Mas, papai, Ivan é um cara legal.” Katrina pensou sobre a sua visão dele como um professor ligeiramente despenteado. “Eu acho que nós dois poderíamos nos dar bem.
Talvez possamos até encontrar uma maneira de fazer com que Maksim se acalme e pare para escutá-lo. “ Seu pai deu uma risada alta. “Volte para os seus livros e seu computador,
menina. E fique longe dos Petrov. “ Katrina poderia ter argumentado um pouco mais, mas seu pai saiu em direção ao refrigerador batendo a porta atrás dele como se não tivesse
disposto a discutir absolutamente nada com ela.
***
“Esse homem nos deve dezenas de milhares de dólares, Ivan”, disse Maksim bufando. “Não acho que ele gostaria da ideia de você namorar sua filha.”
Ivan odiava admitir, mas Maksim estava absolutamente certo. Não havia nenhuma maneira de Denis Sokolov aceitar quaisquer avanços de Ivan em direção à sua filha. Era uma pena
porque Katrina Sokolov era a mulher mais interessante com quem Ivan já tinha se deparado.
“Este é apenas mais uma razão pela qual eu detesto os métodos do nosso pai,” Ivan disse sombriamente ao seu irmão. “Eles deixam tudo uma bagunça.”
Maksim se serviu da vodca que estava no aparador da sala de estudo de Ivan. A cobertura com vista para o mar da Flórida era uma das propriedades favoritas de Ivan. De um modo
geral, ele tentava não ficar em um lugar por muito tempo. Todas as suas casas, caixas fortes, e empresas estavam escondidas atrás de empresas de fachada. Além disso, ele tinha
alguns negócios marítimos e meia dúzia de restaurantes, que também geravam um lucro legítimo. Recentemente, a ideia de viver de negócios legais começava a tomar conta dele.
Ivan estava cansado de correr e se esconder.
“Sim, mas os métodos de nosso saudoso pai nos deixou tudo isso.” Maksim acenou com a mão ao redor da sala para indicar o luxuoso ambiente. “Ele sabia que a fraqueza significava
desastres e passou sua vida provando que ele não era fraco.”
“Não emocionalmente, mas você não acha irônico que seu coração simplesmente parou de funcionar?” Ivan deu uma risada amarga e se moveu em direção às janelas com vista para
o mar. Em um fim de tarde nebuloso, ele não conseguia distinguir os detalhes das ondas que entravam e saíam da praia. Maksim bufou. “Todo mundo morre de um ataque cardíaco
eventualmente. Não importa o que te matou: seu coração para e eles chamarão isso de parada cardíaca. Boom. Você está morto.”
“Uau. Grande visão, irmãozinho. “Ivan sacudiu a cabeça. Às vezes, ele se perguntava se Maksim estava condenado a ficar sozinho e solitário para o resto da vida.
“Voltemos ao seu ponto fraco romântico”, Maksim pediu. “Quando digo que Denis deve dezenas de milhares de dólares, eu não estou brincando.”
“Eu sei. Eu vi os livros. “
“Ele parou de pagar o dinheiro de proteção anos atrás.” “Alguém já foi perguntar-lhe qual era o problema?” Ivan perguntou. “Sempre achei que essa era a falha de Nicolai. O
que há de errado em perguntar por que eles não estão pagando? “ “Hum, eu acho que tem a ver com toda aquela história que já contei sobre parecermos fracos”, Maksim replicou.
Ele limpou a garganta e adotou um tom super feminino de voz. “Hum, desculpeme, proprietário da empresa tal. Então … eu queria saber se você está tendo apenas alguns problemas
financeiros e por isso você não pagou a quantia de dinheiro que lhe disse que você tinha que pagar, ou se você realmente não quer pagar … “ Ivan não pôde reprimir o riso.
As pessoas nunca acreditavam nele quando ele dizia que Maksim tinha um ótimo senso de humor. Seu irmão sempre desempenhou o papel de durão insensível porque esse era o papel
atribuído a ele por seu pai. Sinceramente, Maksim era coração mole como qualquer outra pessoa e encontrava humor em tudo.
“Ok, talvez não desse jeito.” Ivan franziu os lábios, pensativo, tentando colocar seus pensamentos em ordem. “Eu estou falando mais sobre a suposta relação original entre
a mafiya e as pessoas que ela concorda em proteger. A ideia era simbiótica. A taxa de crimes baixava e isso ajudava a aumentar as receitas, já que as pessoas se sentiam seguras
o suficiente para comprar localmente. As pessoas que pagaram dinheiro de proteção não deviam se sentir como se estivessem sendo extorquidas. E sinceramente, se eles não podiam
pagar, a primeira questão para os mafiya deveria ter ser perguntar por que o cliente não tinha um negócio lucrativo. Havia alguém roubando? Por que os moradores paternalisam
outras empresas? “ “Sempre o idealista”, Maksim murmurou. “Nosso pai governava pelo medo.”
“Sim, mas você realmente quer seguir esses passos?” Ivan perguntou em voz baixa.
A expressão de Maksim ficou sombrio. “Eu não acho que eu posso, Ivan. Estou cansado de ameaçar pessoas por um dinheiro que eu não tenho certeza que eles devem. “ “No entanto,
não podemos simplesmente perdoar as dívidas de todos também”, Ivan suspirou.
Maksim resmungou. “Não, porque pareceríamos um par de maricas.”
“Então talvez nós pudéssemos começar com esse Sokolov,” Ivan refletiu. “Vamos dar uma semana a ele e, em seguida, tentar descobrir por que ele não está pagando. Talvez fazer
algumas perguntas em vez de ameaçá-lo quebrando seu joelho, ou o qualquer outra coisa que você costuma
fazer”.
“Sabe… eu fico um pouco cansado de ser o assassino de aluguel”, Maksim reclamou. “Eu juro que você não faz ideia do que se passa.”
“Eu estou tentando sair desse ciclo de raiva e talvez levar as coisas em uma nova direção.” Ivan teve que admitir que Maksim tinha todo o direito de sentir raiva sobre a maneira
como as coisas tinham se definido. Ivan foi escolhido para ser o governante benevolente e Maksim, o vilão malvado.
“E o se o Sokolov se recusa a cooperar?” Maksim queria saber. “Ele é um velho teimoso. Ele poderia facilmente decidir enrolar a gente e manter seu dinheiro, suas informações
e suas filhas. “ “Então eu acho que nós devemos atravessar essa ponte quando alguém nos empurre para fora dela”, disse Ivan com mais otimismo do que sentia. A vida pode ser
tão incrivelmente confusa às vezes.
Capítulo Três
Katrina entrou no quarto que dividia com Nika e fechou a porta atrás dela. Nada tinha mudado muito desde que eram meninas. As paredes ainda estavam pintadas de lavanda pálido
e suas cortinas com babados pareciam que tinham sido roubadas de sua avó. Katrina nunca se preocupava com a decoração adolescente ou as duas camas individuais com a sua cama
de modelo floral. Ele estava em casa e estava feliz por estar de volta.
“Então,” Katrina começou lentamente. “Eu quero que você me conte tudo sobre Ivan e Maksim Petrov e não deixe nada de fora.”
Nika estava deitada em sua cama com um livro aberto, embora estivesse gastando mais tempo com mensagens de texto para seus amigos do que com a leitura. Ela olhou para Katrina
e fez uma careta. “Papai vai me matar se eu te contar o que está acontecendo.”
“O que significa que ele não quer me envolver porque ele não me considera uma parte desta família mais.” Katrina disse as palavras sabendo que eles não eram exatamente verdade,
mas com a intenção de fazer sua irmã se sentir mal sobre deixá-la de fora.
Pela expressão no belo rosto de Nika, Katrina tinha definitivamente acertado. Nika ficou de joelhos e esticou sua camisola para baixo sobre as coxas. Obviamente ela nutria
algum tipo de emoção sobre este drama. Fosse o que fosse.
“Por que você me olha como se estivesse prestes a me dizer que fomos secretamente escolhidas para aparecer em um reality show?”, Perguntou Katrina, em tom de brincadeira.
“É quase isso!” Os olhos azuis de Nika brilharam com excitação. “Ivan e Maksim Petrov são membros da família do crime de Petrov.” Nika parecia estar à espera de Katrina para
prosseguir.
“Você sabe, eles são da máfia!”
Katrina lutou para não rir. “Espere um segundo aqui. Você está tentando me dizer que a máfia mudou-se para Hollywood, Flórida? Assim como Tony Soprano na porcaria do seriado
de TV? “ “Não apenas a máfia”, Nika assegurou. “É a máfia russa.”
Katrina ponderou por um momento com a parte acadêmica do seu cérebro. Eles estavam realmente perto do mar e com fácil acesso à navegação. Havia realmente um grande número
de imigrantes russo-nascidos na área. Ela supôs que era inteiramente possível que um elemento do crime tivesse se mudado para a área, mas parecia tão surrealista.
“Você vai me dizer que você não precisa acredita no que estou dizendo?” Nika estava fazendo beicinho. “Você deve ver a maneira como eles vivem! Eles têm casas em todos os
lugares, carros escondidos em todo lugar, e eles extorquem dinheiro de todos os proprietários de negócios na área. “ “Ok, então, hipoteticamente, se isso é verdade, suponho
que haja mais de uma família. Certo?
“Katrina especulou.
“Sim, exatamente!” Nika gritou. “As famílias Ivanovich e Tretiak também estão aqui.”
“Ok.” Katrina já estava entrando em modo de resolução de problemas. “Então me diga exatamente como papai está envolvido com essas pessoas.”
Nika deu de ombros. “Alguns anos atrás, nós estávamos tendo um monte de problemas com arrombamentos e roubos. O bairro estava em decadência. Havia” - ela usou citações de
ar para imitar
o seu pai - “arruaceiros correndo em todas as horas. Tínhamos janelas quebradas, flores pisoteadas, e alguém ainda invadiu a casa no andar de cima uma vez. “ “Nada foi roubado?”
Katrina perguntou abruptamente. Nika balançou a cabeça, os lábios apertados. “Eles pegaram as joias da mamãe.”
“E essa foi a gota d’água para papai,” Katrina adivinhou.
“Sim. Um homem da família Petrov veio algumas semanas mais tarde e ofereceu proteção.
“Nika deu de ombros. “Papa aceitou e foi aí que tudo começou.”
“Então, o primeiro pagamento firmou algum tipo de contrato?” Katrina lutou para envolver sua mente em torno de algo tão vago. “Existe papelada ou algo assim?”
Nika revirou os olhos. “É a máfia, Katrina, e não um serviço de segurança. Não, não é um contrato de trabalho! É mais uma coisa verbal. Papai concordou em pagar uma taxa trimestral
“.
“Então o que aconteceu? Os negócios não foram bem e ele não pôde pagar? “Katrina começou a se perguntar se a loja de flores de seu pai estava afundando.
“Na verdade, os negócios vão bem.” O olhar de Nika deslizou para longe de Katrina, provando que ela ainda estava escondendo algo.
“Nika, conte-me tudo,” Katrina exigiu.
“Eu não quero ferir seus sentimentos.” Nika mordeu o lábio inferior.
Uma horrível suspeita começou a crescer na mente de Katrina. “Papai usou todo o dinheiro para pagar a minha taxa da matrícula escolar, não foi? É por isso que ele não conseguiu
fazer os pagamentos aos Petrov? “ “Sim.” Nika assentiu humildemente. “Estava tudo bem enquanto você estava na Saint Asonia. Mas sua mensalidade da faculdade era muito cara.
“ “Eu poderia ter conseguido um empréstimo!” Katrina explodiu. “Por que ele não me disse nada?”
“Ele não queria que você ficasse sobrecarregada.” Nika balançava para frente e para trás sobre a cama. “Ele tinha medo de você parar de ir à escola se soubesse o quanto era
difícil para nós pagarmos por isso.”
Katrina estava chocado com a ideia de que ela tinha acidentalmente colocado seu pai e sua irmã nesta situação. Que tipo de filha se vê tão envolvida em seus estudos que esquece
completamente das pessoas mais importantes de sua vida? Seu pai tinha colocado a sua própria vida e os negócios em perigo para que ela pudesse seguir o seu sonho de aprender
coisas novas sem a responsabilidade financeira.
“Katrina?” Nika disse, hesitante. “Eu realmente sinto muito. Eu não deveria te dizer isso. Nós nunca nos incomodamos com isso. Eu queria que você estivesse estudando. Você
era mais feliz lá e você tem realmente uma chance de ser alguém. Isso é importante.”
Katrina não tinha resposta. Como poderia? A única coisa que podia pensar era no que ela precisava fazer para corrigir as coisas com sua família antes que fosse tarde demais.
***
Katrina passou os próximos vários dias em uma névoa. Ela não conseguia estudar. Ela não conseguia nem ler. Sua mente continuava girando ao redor de seus pensamentos sobre
Maksim ameaçando seu pai porque ela tinha sido gananciosa o suficiente para drenar os cofres da família. Ela nem sequer tinha um emprego fora da floricultura. Seu pai tinha
sido inflexível sobre ela e Nika trabalharem na loja em tempo integral ou nada feito. Ele gostava de mantê-las por perto.
“Ei!” Nika estalou. “Eu estou tentando chamar a sua atenção há uns cinco minutos. O que há de errado com você ultimamente? “ Nika, obviamente, parecia tranquila sobre o que
tinha acabado de compartilhar com Katrina. Isso deixou Katrina preocupada e Nika vivendo a vida como de costume.
“O que você precisa?”, Perguntou Katrina. Ela estava sentada na frente de seu laptop mas sem realmente se concentrar na tela.
“Eu quero um café”, disse Nika com uma torção petulante em seus lábios. “E um muffin. Um daqueles com crocante por cima “.
“Sério?” Katrina gemeu e se levantou de seu assento. “São quatro horas da tarde.”
“Então?” Nika olhou Katrina de canto olho. “O café não é uma bebida específica de algum horário. Ele pode ser apreciado em todas as horas do dia e da noite. “ “Bom…” Katrina
se arrastou para fora da loja e desceu a rua em direção Mamacita’s. Foi chocante a diferença que apenas alguns dias podiam fazer. Menos de setenta e duas horas atrás, ela
estava cheia de alegria e otimismo por estar em casa e se preparando para seguir seu novo caminho de estudo.
Agora ela se sentia como se o peso do mundo inteiro tivesse caído sobre os ombros.
Ela abriu a porta do Mamacita’s e se dirigiu ao balcão. Pelo canto do olho, ela viu Ivan Petrov sentado na mesma mesa onde ela o encontrou pela primeira vez no outro dia.
O que ele estava fazendo? Por que um dos reis da máfia se sentaria em um café durante toda a tarde?
Uma combinação de raiva e curiosidade fez Katrina esquecer suas maneiras, seu bom senso, e as ordens de seu pai para nunca falar com este homem. Em vez de se afastar, ela
caminhou até a mesa com um olhar arrogante.
“E o que o traz a um café?” Katrina perguntou firme. “Planejando seu próximo movimento ilegal?”
Ivan ergueu as sobrancelhas. “Perdão?”
“Bem, eu apenas pensei o chefão da máfia deve ter muitos planejamentos ilegais a fazer, mas eu nunca imaginei que ele iria fazê-los sentado em um lugar como o Mamacita’s,
à vista de todo o mundo.” Katrina olhou para Ivan.
“É isso que você realmente acha que eu estou fazendo?” Ele apontou para o jogo de palavras cruzadas sobre a mesa diante dele. “Talvez isso seja um código, certo? Secretamente,
eu estou planejando uma aquisição hostil da costa oriental da Flórida “.
“Você está mesmo?” Katrina piscou surpresa. Será que ele realmente admitiria uma coisa dessas?
“Não.” Ele riu. “Eu não tenho nenhuma pressa para assumir uma responsabilidade deste
tamanho. Obrigado.”
“Mas você quer loja do meu pai”, Katrina replicou. Os músculos de sua mandíbula saltaram, e ela se perguntou se ele estava se mordendo por dentro. “Não é tão simples assim.”
“Então, quão simples é isso?”
Ele exalou um suspiro tempestuoso. “Seu pai nos deve uma grande quantidade de dinheiro. Na verdade, ele não paga o que deve há mais de quatro anos. “Ivan parecia afundar em
seu pensamento.
“Antes disso, ele era sempre bastante amigável sobre nossos negócios.”
“Que negócio? Você está roubando dinheiro para um serviço de merda. “Katrina tinha suas dúvidas sobre essa coisa toda de proteção.
“Sério?” Ele inclinou a cabeça para um lado. “E você sabe que isso é verdade porque…” “Porque não faz sentido. É por isso. A polícia mantem as ruas seguras e se livre dos
elementos criminosos. “A mente lógica de Katrina estava convencida de que isso era verdade.
“E se a polícia estiver dentro dele?” Ivan questionou. “E se os policiais nesta área forem um pouco sujos e arranjam dinheiro vendendo drogas na porta de trás da estação?
E se esses viciados em drogas, em seguida, se transformam em um incômodo, vadiando pela cidade cometendo pequenos delitos, como quebrar janelas e destruir propriedades? “
Ok, então ela realmente não tinha pensado sobre os serviços de proteção nesses termos. “Então, você e seus”, ela procurou a palavra correta “manos saem por aí como super-heróis
no combate à criminalidade e mantendo as ruas seguras?”
“Uau.” Ivan riu. “É muito menos dramático do que você pintou. E eu não me lembro da última vez que chamei meus homens de manos. Mas eu acho que você tem a ideia geral. Sim.”
Ele estava olhando para ela como se ela fosse uma experiência particularmente interessante.
Claro, Katrina estava se comportando como uma completa lunática. Ela estava tão chateada com a forma como as coisas tinham se encaminhado. Principalmente porque ela tinha
sido a causa do atraso dos pagamentos de seu pai a este senhor do crime organizado.
Claro, Ivan Petrov parecia qualquer coisa menos um tipo de senhor do crime, organizado ou não. Ele usava calça cinza sob medida e uma camisa azul pálido com botões. As mangas
da camisa estavam enroladas até os cotovelos, e ele tinha um cheiro divino. Na verdade, Katrina queria aproximar-se apenas para sentir o cheiro contundente de sua colônia.
A combinação do sexo masculino com especiarias lhe deu água na boca e fez tudo abaixo do umbigo acordar e tomar nota.
Quanto tempo havia passado desde que ela tinha tido relações sexuais pela última vez? Era algo que ela raramente pensava.
“O que você está pensando?” Ivan perguntou de repente.
Katrina empalideceu. “Nada, por que?”
“Não se parecia com nada. Sua expressão era bastante … cativante. “ “Cativante?”, Ela bufou. “Quem usa essa palavra?”
“Eu uso.” Ele apontou para as palavras cruzadas. “Vinte e uma resolvidas.”
Katrina não conseguiu conter o riso que irrompeu nesta virada bizarra de conversa. Como o homem que supostamente destruiu o sustento de sua família podia ser tão incrivelmente
simpático?
Capítulo Quatro
Quatro dias depois, Katrina estava começando a se sentir realmente culpada sobre suas visitas agora diárias ao Mamacita’s. Ela nem precisava procurar Ivan. Ele sempre estava
por lá. Normalmente, fazendo um jogo de palavras cruzadas ou cuidadosamente fazendo jogos de Sudoku. Katrina só parou para dizer dar oi a fim para parecer educada. Ou ao menos
essa era a mentira que ela estava a si mesma.
“Você anda muito distraída ultimamente,” seu pai murmurou. Ele estava envolvido em um enorme arranjo de lírios que ocupava a maior parte do espaço na sua mesa de trabalho.
Katrina tentou se focar na tela do seu computador. “Quem? Eu?”
“Estou começando a pensar que você se apaixonou por um homem jovem.” Seu pai olhou para cima, levantando sua sobrancelha branca espessa em questão.
“Não seja bobo.” Ela não tinha certeza se ela deveria se sentir lisonjeada ou horrorizada que seu pai não só tinha notado a situação, como também poderia facilmente adivinhar
o que estava acontecendo em sua vida. “Eu não tenho tempo para os homens.”
Seu pai pareceu ponderar. “Às vezes na vida temos que encontrar tempo para essas coisas.”
Katrina tinha aberto a boca para responder quando o sino da porta soou. Seu estômago deu um nó quando ela reconheceu Maksim Petrov. O que ele estava fazendo aqui? Certamente
não tinha nada a ver com o fato de que ela andava próxima a Ivan, não é?
“Denis”, Maksim disse com polidez grave. “Você tem o dinheiro que nos deve hoje?”
“Não, não tenho.” Seu pai nem sequer tirou os olhos do seu arranjo.
Maksim suspirou e deu vários passos mais perto de seu pai. “Você sabe que você deve esse dinheiro, Denis.”
“Talvez.”
“Nós tínhamos um acordo.”
“Mas era impossível para mim manter minha parte do acordo,” seu pai disse suavemente, ainda focado em seu trabalho. “Portanto, você deveria ter parado seus serviços no momento
em que parei de pagar por eles. Então, não teríamos esse dilema “.
A expressão de Maksim foi inestimável. Ele parecia absolutamente pasmo. “Isso não funciona assim, Denis. Você sabe disso.”
“Talvez.”
O coração de Katrina estava batendo tão forte contra as costelas que ela pensou que poderia desmaiar. Maksim levou deu dois passos em direção à mesa de trabalho de seu pai
e pegou o vaso.
Ele o levantou com sua mão grande e, em seguida, atirou-o na parede.
O vidro se quebrou em um milhão de pedaços, os lírios e outras plantas caíram no chão como se estivessem mortos. Katrina cobriu a boca com as mãos para conter seu grito.
“Preste atenção em mim, seu velho bobo.” Maksim franziu os lábios e pegou um outro arranjo, um presente cheio de flores caras. “Você vai pagar o que deve, ou vamos mostrar-lhe
exatamente o que acontece quando você não tem a nossa proteção.”
“Por favor”, o pai sussurrou. “Não faça isso.” Maksim recuou e lançou o segundo vaso na parede. O barulho foi tanto que trouxe Nika veio correndo da parte da trás da loja.
Ela era tinha os olhos arregalados e suspirava. Katrina tentou conter sua irmã, mas não conseguiu agarrá-la antes de Nika se lançar sobre Maksim.
“Seu malvado filho da puta!” Nika gritou. “Por que você tem que fazer isso? Não é justo! Não é! Nós teríamos pago tudo. Nós não podemos! Você não tem coração? “Nika bateu
no peito de Maksim com suas pequenas mãos. O grande homem segurou as mãos de sua irmã para cima e prendeu-as em uma de suas mãos. Então ele enrolou sua mão em seus longos
cachos loiros e puxou sua cabeça para trás. “Não faça isso. Não encoste em mim “, ele rosnou. Katrina não aguentou mais. Ela saiu correndo da loja. Ela só conseguia pensar
em uma pessoa que pode ser capaz de ajudar a sua família se ele tivesse tempo. Correndo pela calçada em direção ao Mamacita’s, ela nem sequer se preocupou em notar que não
estava usando sapatos. Ela bateu na porta com as mãos para abri-la e quase caiu dentro do café meio deserto. Um soluço ameaçou pular para fora de sua garganta e ela lutou
para não gritar de terror e frustração. Se Maksim tivesse ferido Nika, Katrina nunca se perdoaria.
“Ivan!”, Ela engasgou. Ele estava sentado em seu lugar habitual à mesa, com as palavras cruzadas diante dele. “Você tem que vir comigo. Por favor!”
“Katrina?” Ele se levantou estendendo a mão para agarrá-la e levou-a para uma cadeira. “Sentese por um momento. O que está acontecendo?”
“Eu não posso me sentar! Você está louco? “, Ela engasgou. “O estúpido do seu irmão está aterrorizando a minha família e você tem que parar com isso!”
A expressão de Ivan se fechou. Katrina nunca teria acreditado que ele pudesse ter um olhar tão frio. Este não era o homem com quem ela riu e brincou nesta última semana. Aparentemente,
este era o senhor do crime com quem ela tinha feito piada. Ele realmente existia.
“Ivan, por favor?”, Ela implorou. “Maksim estava jogando coisas na loja do meu pai e Nika ficou brava. Ela o atacou. Ele vai matá-la. Você tem que nos ajudar. “ “Ela atacou
Maksim?” Ivan passou a mão pelo rosto. “Uma das coisas mais loucas a se fazer.”
Ele deu um suspiro gigante. “Eu não deveria me envolver, Katrina.”
“Então quão bom é você?”, Ela se enfureceu. Saltando para cima de sua cadeira, ela cerrou os punhos. “Então eu vou ter que fazer isso sozinha. Talvez se eu bater na cabeça
dele com um desses vasos de vidro, ele vai aprender a ser mais gentil. “ “Katrina”, Ivan avisou. “Essa não é a resposta.”
“Nem essa!” Ela retrucou. “Por favor. Você poderia pará-lo. “ Katrina viu o então o momento em que ele decidiu ajudá-la. Seus ombros se endireitaram e ele se levantou da mesa.
Algo duro transformou os belos olhos castanhos de Ivan e ela sentiu um tipo estranho de admiração pelo homem que ela sabia que ele poderia ser.
***
A floricultura de Sokolov parecia uma zona de guerra no momento em que Ivan e Katrina
chegaram à cena. Ivan não podia acreditar em todos os destroços. Ele havia pedido a Maksim para obter informações sobre as razões pelas quais Denis Sokolov não poderia fazer
seus pagamentos. Não destruir a loja do homem. Claro, a maioria dos danos havia sido obra da filha mais nova de Denis. Nika estava rodando em torno da loja como uma espécie
de fada louca com uma saia rosa espumosa, blusinha, e seus cachos loiros ao ar. Ela também estava jogando qualquer coisa que ela encontrava em seu caminho para atingir Maksim.
“Nika, pare!” Katrina gritou. “Você tem que parar!”
“O inferno que eu vou parar! Este idiota tem vindo aqui exigindo dinheiro durante anos, Katrina.
Anos! Agora eu vou lhe mostrar o que vai acontecer se ele voltar aqui outra vez. “ “Tem que haver uma outra maneira, Ivan,” Katrina implorou. “Por favor?”
Ivan sempre se manteve separado das incursões de Maksim em lugares de negócio de seus clientes. Ivan nunca tinha sido uma parte do processo de cobrança, nem mesmo quando seu
pai ainda executava as coisas. Esse sempre foi o trabalho de Maksim. Ivan era um delegante e um negociador.
Ele sabia que o melhor lugar para conseguir itens roubados e como transformar um carregamento de veículos roubados em lucro. Ele poderia ter ligações diplomáticas com outras
organizações criminosas e tratados de território envolventes e precisos. Ivan não sujava as mãos com as coisas do dia-a-dia. E agora ele sabia o porquê.
Foi horrível.
Denis Sokolov estava chorando. Lágrimas gordas rolavam pelo seu rosto enquanto ele se encolhia em um canto de sua bancada. Ele parecia completamente derrotado. Ivan olhou
para a direita e viu o rosto pálido de Katrina. Ele não teria ficado surpreso ao saber que seu coração estava partido.
Ela merecia muito mais. Por que seu pai não poderia fazer os estúpidos pagamentos? Ele concordou no início e as coisas iam bem. O que tinha acontecido para que tudo mudasse
completamente?
“Maksim, recue.” Ivan apontou para a porta. “Saia. Vou encontrá-lo em casa. “ “Mas, Ivan,” Maksim começou a discutir.
Ivan deu a seu irmão um olhar duro que ele raramente usava. “Agora.”
Maksim baixou a cabeça e saiu da loja, olhando grato pelo indulto. Ivan não poderia culpá-lo. A expressão beligerante no rosto da mais nova das irmãs Sokolov era desanimador.
“Katrina, você pode por favor, pedir a sua irmã que espere na outra sala?” Ivan perguntou suavemente.
Ela assentiu com a cabeça. “Nika. Vá. Você já montou uma confusão mais do que suficiente.
Maksim pode ter começado isso, mas você terminou. “ “Mas …”, ela começou a protestar.
“Agora”, Katrina bravejou. Então, ela virou-se para seu pai. “Papai, você está bem?”
“Minha filha querida, o que você está fazendo com esse demônio?”, Ele chiou.
“Papai, Ivan não é um demônio.”
Ivan detestava a ideia de que alguém de seu território poderia pensar isso dele. Ele não era seu
pai. Então, ele fez algo que seu pai nunca teria feito. “Denis, o que aconteceu? Você parecia satisfeito com o acordo no início. Até me lembro quando você e meu pai apertaram
as mãos. O que mudou? “ Denis se recusou a encontrar o olhar de Ivan, mas Katrina parecia positivamente estranha. Ivan começou a perceber exatamente onde tudo isso começou.
Ele se lembrou de uma jovem ansiosa falando sobre ir para ora estudar e percebeu que seu amoroso pai tinha provavelmente pagado por isso tudo.
“Foi minha culpa”, Katrina disse suavemente. “Foi tudo culpa minha.”
“Não!” Denis disse com veemência. “Você foi uma brilhante estudante, cheia de possiblidades.
Por que eu não a mandaria para as melhores escolas? “ “eu poderia ter conseguido um empréstimo, Papai. Eu poderia ter pago à minha própria maneira. Eu teria feito isso se
tivesse percebido que você estava se afundando em dívidas apenas para que eu pudesse continuar estudando “.
Ivan se sentiu mal. Que homem deveria ser forçado a escolher entre pagar pelo ensino de seu filho ou pagar pelo serviço de proteção da máfia local? Ele se sentia a pessoa
mais baixa do mundo.
Uma proposta ridícula começou a se formar na mente de Ivan. Era praticamente medieval por natureza e altamente ilegal, mas tudo que ele havia feito até então tinha sido assim.
“Ivan, por favor”, Katrina disse seriamente. “Não há alguma maneira de resolvermos isso?”
“Sim. “Ivan respirou fundo. Ou ela veria como uma solução ou ela jogaria o resto dos vasos nele. “Se você prometer vir morar comigo por um período não inferior a doze meses,
eu perdoarei a dívida inteira do seu pai.”
Sua boca se abriu. “Sério?”
“Sim. Estou falando sério. “
“Eu não sou uma prostituta.” Seu tom era plano. Droga. Ele não queria dizer isso de maneira nenhuma. “Eu estou ciente disso.”
“Então, qual é o propósito de querer que eu viva com você?” Seu ceticismo foi quase adorável.
“Gosto de passar tempo com você.” Ele deu de ombros. Não havia nenhuma maneira de explicar isso sem soar como um completo idiota. “Você é espirituosa e inteligente. Você pode
ter uma conversa inteligente sobre algo diferente de trabalho. Você é uma grande ajuda com as palavras cruzadas e eu poderia usar outro cérebro como ajuda. “ “Ajudá-lo?” Ela
não parecia convencida.
Como dizer a ela sem dizer a ela? “Eu estou tentando fazer algumas mudanças dentro de minha organização.” Ele sentiu um sorriso brincando nos cantos de sua boca. “Vamos chamá-los
de mudanças na política da empresa?”
A luz da compreensão amanheceu em seus belos olhos. “E você quer minha ajuda?”
“Sim.”
“Você sabe que você provavelmente não vai gostar do que eu tenho a dizer a maior parte do tempo, certo?” Ela torceu o nariz para ele. Ivan estendeu a mão e acariciou sua bochecha
com as pontas dos dedos. “Estou contando com
isso.”
Ela mordeu o lábio. “OK. Eu concordo. Mas eu quero que este acordo por escrito antes do final da semana ou nada feito”. Ivan sorriu. Isso ia ser muito divertido, mas o deixaria
tonto. Ele só podia esperar que as coisas funcionassem como ele queria.
Capítulo Cinco
Katrina agarrou a bolsa que tinha pendurada no ombro e tentou não ficar de boca aberta com a cobertura de luxo com vista para o mar. Ivan estava ocupado conversando com Maksim.
Ela não queria saber o que eles estavam dizendo. Sem dúvida, eles estavam falando da loja de seu pai. Ela esperava que Ivan estivesse dizendo para Maksim para ficar bem longe
da família de Katrina. Tudo o que ela tinha a fazer era ficar aqui com Ivan por um ano. Um ano envolta em luxo? Certamente eu posso lidar com isso. Ela flutuou pela sala de
estar. O estilo parecia ser o de um solteiro minimalista. Os sofás eram de couro branco, e os tons pareciam ter sido escolhidos para coincidir com a vista da areia branca
e água azul-esverdeada. Diversas fotografias de praia com tema preto e branco penduravam das paredes. Katrina fez uma pausa para dar uma olhada mais de perto as obras de arte.
Não demorou muito tempo para perceber que as peças caras, provavelmente, custavam mais do que a floricultura de seu pai fazia em um mês. O pensamento a enojou. Quem precisava
de tanto dinheiro assim? E se Ivan era tão rico, por que ele se importava com o quanto seu pai lhe devia? O que importava? Mesmo quando ela fez a pergunta, Katrina já sabia
a resposta. Ivan estava em um negócio onde o poder é o rei supremo. Ele não podia se dar ao luxo de mostrar fraqueza ou misericórdia. Mesmo perdoar uma dívida seria o equivalente
a declarar-se incapaz de recolher seu dinheiro. Então ninguém mais o pagaria e todo o sistema iria desmoronar. Não que Katrina pensasse que isso era necessariamente uma coisa
ruim. Era difícil dizer. Ele nunca tinha outra coisa que além de bondoso e indulgente com ela, mas ela sabia que outros pensavam que ele era um tirano.
“O que você está pensando?” Ivan perguntou de repente. “Ou você está simplesmente apreciando a vista?”
“É uma visão muito espetacular”, admitiu ela suavemente. “Acho que eu estava apenas esperando para ver o que você pretendia fazer comigo.”
Assim que as palavras saíram, Katrina ficou vermelha cor de fogo. Ela não tinha conhecimento do possível duplo sentido do que tinha acabado de dizer. E se a chama de calor
nos olhos de Ivan era um indicador, ele entendia muito claramente.
“Aqui.” Sua voz sexy de barítono aliviou o momento embaraçoso. “Vou lhe mostrar o seu quarto. Lá é um bom lugar para começar. “ Katrina estava tão aliviada por saber que teria
seu próprio quarto que não tinha nada a acrescentar. Uma pequena parte dela tinha medo de que tivesse que dividir a cama com Ivan. E uma parte ainda mais traiçoeira dela tinha
se animado um pouco com essa possibilidade.
Ivan abriu caminho passando a sala de bilhar, a cozinha e um antro dominado por uma mesa repleta de papéis. Finalmente, chegou ao fim de um longo corredor. O último conjunto
de portas duplas estava fechada. Katrina pensou que deveria ser o seu quarto. Ela estava perturbadoramente ansiosa para dar uma olhada e ver que tipo de coisas Ivan mantinha
em seu espaço pessoal.
Em vez disso, ele virou à direita e levou-a para um quarto menor. Pelo menos Katrina percebeu que era menor do que a suíte máster. O cômodo era pelo menos duas vezes o tamanho
do quarto que
compartilhava com sua irmã em seu apartamento em cima da loja. A cama era uma peça maciça em azul e branco. O edredom parecia que preenchido com marshmallows e toda a cama
estava coberta de travesseiros. Katrina teve de reprimir o impulso de saltar no meio de tudo e ver quanto afundaria.
“Eu espero que isso seja bom.” Ivan, na verdade, parecia preocupado. “Se você não gosta das cores, nós provavelmente podemos redecorar.” Katrina levantou uma sobrancelha.
“De verdade? Parece um hotel de cinco estrelas. “ “Você tem um banho privativo aqui.” Ivan deu cinco passos em direção à porta adjacente. Katrina deu uma olhada e quase gemeu
em voz alta. A banheira de canto era enorme. Era tudo o que podia fazer para não empurrar Ivan porta afora para que ela pudesse tomar um banho de espuma na banheira.
“Eu estou começando a me sentir um pouco nervosa”, ela disse em segredo.
“Por que isso?”
“Isso tudo é bom. Muito bom. ” Ela apontou para o quarto. “Mas o que eu lhe devo para compensar este tipo de luxo? Se você acha que eu estou nisso só para pular na cama com
você, você escolheu a garota errada. “ “Não é nada disso, Katrina. Eu prometo.”
Tudo nele parecia sincero, mas que tipo de sentido tinha isso? O cara concordou em perdoar uma dívida monetária em troca de seu tempo gasto com ele em seu apartamento à beira-mar?
Fazendo o que? Lendo um livro? Quais eram as regras? A cabeça de Katrina girava com as possibilidades. Pior, ela tinha seu próprio corpo traidor com que se preocupar. Ela
gostava de Ivan.
Isso era óbvio desde o início. Agora eles iriam estar próximos.
“Eu não tenho nenhuma expectativa”, disse ele calmamente. “Eu acredito que você esteja fazendo cursos online. Eu acho que isso vai mantê-la ocupado. Eu gostaria que você apenas
pudesse jantar comigo todas as noites. Eu gosto muito de sua companhia e de seu ponto de vista sobre as coisas que possam acontecer ao longo do dia “.
Oh Deus, um homem que lhe disse que ela poderia fazer suas próprias coisas mas que gostaria de jantar com ela para que ela pudesse compartilhar seu ponto de vista. Ele soou
como um conto de fadas.
IVAN PODIA VER o ceticismo no rosto de Katrina e não poderia culpá-la. Ele praticamente havia comprado Katrina de seu pai. Isso não era exatamente uma maneira saudável de
começar um relacionamento. E Ivan estava certo sobre o que queria de Katrina. Eventualmente.
Por enquanto, ele tentava controlar a sua resposta física por tê-la dentro de sua casa. Ivan deu um sorriso muito casual e, em seguida, deliberadamente, virou-se para sair
do quarto.
“Aonde você vai?”, Ela perguntou, olhando desconfiada.
Ele encolheu os ombros. “Eu pensei em deixar você se instalar. Além disso, tenho muito trabalho a fazer.”
“Oh.”
Sua expressão era impagável. Ivan lutou contra a vontade de beijá-la e saiu do quarto em vez disso. Seu pênis estava pulsando por trás do zíper de sua calça. Basta estar perto
de Katrina para que
ele se endurecesse. Tê-la em sua casa o manteria em um constante estado de excitação. Não que ele se importasse. Qualquer quantidade de desconforto valeu a pena para ter a
chance de ver onde essa relação louca poderia ir. Onde ele estava indo? Ivan acidentalmente ignorado seu quarto e acabou na cozinha. Ele abriu a geladeira e olhou inutilmente
para as profundezas do gigantesco aparelho. Pegou um refrigerante, fechou a porta e se virou.
“Você é um idiota completo”, disse Maksim com má vontade. “Você sabe disso, certo?”
“Talvez.” Ivan refletia sobre a avaliação de seu irmão. “A menos que isso funcione. Então, eu seria um gênio. Você vê a inconsistência? “ “Funcionar?” Maksim franziu a testa.
“Do que você está falando?”
“Eu só quero dizer que se eu e Katrina nos tornarmos um casal.” Ivan fez um gesto com a mão.
“Você sabe. Se funcionar… “
“Isso tudo é um plano para tirar a saída de uma menina!” Maksim estalou. “Você tem alguma ideia do tamanho dessa confusão? Você perdoou uma dívida terrível para isso! Você
acabou de comprar uma prostituta de quarenta mil dólares, Ivan. Eu não ligo para o rótulo que você coloca nela.
Está tudo errado. “
OK. Quando Maksim colocou a coisa desse jeito, fez tudo soar mal embora essa não tivesse sido a intenção de Ivan. Ele sentiu-se cada vez mais teimoso. Se seu irmão queria
ser um ignorante total sobre isso, então Ivan simplesmente não iria discutir com ele.
“Você tem o relatório que eu pedi?”, Perguntou Ivan, mudando completamente de assunto.
Maksim suspirou e seguiu Ivan até seu quarto. “Sim. Mas você não vai gostar. “ “Por quê?”
“Temos um vazamento.”
Ivan afundou em sua cadeira. “Do que você está falando?”
“Eu estou dizendo que nós temos policiais rodando um dos nossos armazéns no porto”. O tom de Maksim era sombrio.
“Qualquer coisa poderia ter chamado a atenção deles.” Ivan não queria começar acusar ninguém até que tivesse provas absolutamente indiscutíveis que alguém houvesse dedurado
a história para a polícia.
“Ivan, ninguém tem qualquer razão para acreditar que o armazém é alguma coisa além disso. A entrega está lá há meses. Alguém deve ter dito alguma coisa”. O tom de Maksim foi
paciente.
Ivan olhou para o irmão. Maksim era o único que tinha crescido desconfiado de todos. Ivan sempre foi o eterno otimista. Por isso, ele não conseguia fazer sua mente acreditar
que uma de suas pessoas, ou alguém do seu território, havia telefonado para a polícia dando uma dica sobre seus negócios.
“Deixe os relatórios e saia” Ivan disse calmamente.
Maksim suspirou. “Só porque você não quer acreditar, não quer dizer que seja é verdade.”
“Eu estou ciente de como a negação funciona, Maksim. Obrigado. “Ivan curvou os lábios em
direção ao seu irmão mais novo, e ficou contente quando Maksim entendeu o recado e saiu do quarto. Em algum lugar dentro da cobertura, a água estava ligada. Um calafrio deslizou
pela espinha de Ivan quando ele percebeu que o som estava vindo do quarto de Katrina. Ela estava tomando banho? Ela queria desesperadamente tomar um longo banho de banheira
e isso tinha ficado claro pela expressão em seu rosto. Ivan se recostou na cadeira e tentou concentrar-se nos relatórios. Ele não conseguia sequer lembrar o que era aquilo.
A única coisa em sua cabeça era a imagem de Katrina cuidadosamente prendendo seu longo cabelo loiro em cima de sua cabeça e escorregar sob a água quente na banheira. Ele pensou
em como ela ficaria reclinada contra a volta da banheira com os dedos dos pés apontando para fora acima das bolhas. Ele desejava ver a expressão de felicidade em seu rosto.
Talvez ele pudesse pegar uma esponja e muito gentilmente traçar um caminho ao longo do gracioso arco de seu pescoço até seus seios. Os olhos de Ivan se fecharam ao imaginar
como seriam os seios de Katrina. Suas auréolas eram rosa pálido ou escuro? Será que eles se enrugariam quando alguém lhes prestasse atenção? Será que Katrina gemeria quando
fosse tocada por ele? Ivan queria tanto saber as respostas. Ele queria traçar um caminho descendo por seu tórax mas antes circulando cada mama. Ele provocaria seus mamilos
com pequenas mordidas antes de mergulhar mais baixo e acariciar sua barriga. Ele gemeu um pouco, sentindo uma onda de excitação que o deixou com raiva diante dessa necessidade.
Ele deu umas palmadas em seu pênis por cima da calça. O que estava errado com ele? Era totalmente inapropriado sentar-se aqui no seu quarto no meio do dia e fantasiar sobre
Katrina de uma maneira tão desesperadora que o deixasse a ponto de por tudo para fora. Ele não poderia se comportar assim. Ele não podia se dar ao luxo de perder completamente
o controle. Além disso, era muito improvável que pudesse haver uma relação física entre ele e Katrina. Ele precisava aceitar isso. Caso contrário, ele corria o risco de pressioná-la,
torturando-se desnecessariamente. Ivan limpou a garganta e tomou um longo gole de seu refrigerante. O gás acordou-o um pouco e o trouxe de volta à terra. Este não era um bom
momento para perder a cabeça. Embora ele estava certo de que o destino já tinha decidido jogar rápido e solto com o seu coração.
Capítulo Seis
Katrina colocou sua calça de pijama favorita e uma camiseta velha. Com seu cabelo puxado para trás em um rabo de cavalo bagunçado, cada polegada de seu corpo se parecia ao
de uma estudante universitária. Agarrando seu laptop, ela se dirigiu até a sala para trabalhar em seus cursos online. Não importa onde ela estava vivendo, não era a hora de
se esquecer dos seus estudos. Eventualmente, ela queria se formar e conseguir um emprego de verdade para que ela pudesse ser independente. Ela parou quando viu Ivan esparramado
no sofá. A TV zumbia baixo ao fundo. Ela não reconheceu o show na TV, mas ela raramente assistia programas, somente alguns documentários para a escola.
“Entre e sente-se,” Ivan pediu. “Eu não vou morder. Eu juro.”
Katrina se dirigiu rigidamente para o outro sofá. “Claro que eu sei que você não morde.”
“Eu estava apenas retificando a minha promessa de me comportar.”
Ela acomodou-se no couro branco. Surpreendentemente, foi muito mais confortável do que parecia. Ela abriu seu laptop e tirou o papel onde estava escrevendo.
“No que você está trabalhando?” Ivan queria saber.
“Um artigo sobre a atual política externa da Rússia e o crime organizado.”
“Sério?”
Do canto do olho, ela podia ver sua expressão. Era óbvio que ele estava tentando decidir se ele acreditava nela ou não. Ela não se importava. Ela tinha começado a trabalhar
nessa ideia depois quando Nika lhe contou a situação de seu pai.
“E o que você já decidiu sobre esse tipo de política?”, Ivan perguntou com um tom divertido.
“Na verdade, eu acho que a Rússia é muito frouxa. Enquanto os criminosos pagarem uma tarifa, não haverá quase nenhuma consequência para eles. É como se o governo só quisesse
uma fatia do bolo, mas isso é tão errado. Eles devem reprimir a atividade criminosa para que isso não se torne um problema a longo prazo para outros países. “ “E a política
externa sobre o crime internacional organizado aqui nos Estados Unidos?” Ivan parecia sinceramente curioso.
Katrina havia pensado nisso. Havia um fascínio da cultura americana em relação à máfia. Mas a maioria disso era de uma natureza tecnicamente doméstica. Mas como isso poderia
ser chamado de doméstico realmente? Quase todo o crime organizado tinha suas raízes em famílias de imigrantes. Às vezes, esses hábitos de interação tratavam dos tempos feudais.
“Eu ainda estou pesquisando”, ela disse a ele, desconfortável. “Eu nunca percebi o quanto este tema atingia diretamente a minha casa.”
“Entendo.”
Ele estava balançando a cabeça como se estivesse realmente tentando entender. Ele não deveria estar zangado com ela agora? Katrina o cutucava intencionalmente. Ele só não
mordeu a isca.
Certamente, ninguém poderia ser tão descontraído. Especialmente um chefe da máfia. Ele deveria ser um tirano. não?
Katrina engoliu seu medo e perguntou o que ela realmente queria saber. “As pessoas dizem que o seu pai era um homem terrível. Isso é verdade?”
“Eu suponho que depende de sua definição de terrível”, Ivan meditou. “Ele era um homem duro. E ele tinha pouquíssima paciência para o fracasso. Ele também passou sua vida
evitando a fraqueza de qualquer tipo. Eu costumava pensar que ele só queria parecer forte, mas eu sinceramente acho que ele tinha medo de que ele realmente fosse fraco. Isso
afetou sua escolha de ações “.
“Então você está dizendo que as coisas que ele fez tinham a finalidade de projetar a qualidade da força.” Katrina enrolou esse pensamento em torno de sua mente. “Mas você
não parecem compartilhar da mesma mentalidade.”
“Não, eu não.” Ivan suspirou. “Eu não quero que as pessoas no meu território tenham medo de mim.”
“Mas você está fazendo coisas ilegais.” Katrina não conseguia conciliar essas coisas. Elas pareciam muito contraditória. “Quero dizer, a sua empresa está violando a lei. Você
está escondendo dinheiro da Receita Federal, sonegando impostos, roubando as coisas de uma pessoa para vender a terceiros por um lucro “.
Ivan inclinou a cabeça para um lado. Ele não parecia irritado, muito pelo contrário. Ele parecia se divertir. “Você realmente sabe o que eu faço? Ou você está baseando suas
opiniões em estereótipos da cultura pop e boatos? “ OK. Katrina não tinha pensado nisso assim. Ela não tinha ideia do que o crime organizado implicava. Ela não sabia quais
eram seus interesses comerciais ou se eles tinham carteiras de ações.
Ivan poderia estar comandando brigas de galo clandestinas e ela não saberia. Por isso, talvez fazer um julgamento baseado nessas coisas seria descabido.
Ivan fez uma careta. “Isso é o que eu pensava.”
Ela não esperava que ele fosse tão calmo sobre tudo. E ela certamente não esperava que ele fosse provocá-la. Foi tão … No entanto, este era o mesmo homem que fazia palavras
cruzadas e sudoku em um café todas as tardes porque ele não queria se associar com a atitude beligerante de sua empresa.
Talvez ela não estivesse olhando para isto de todos os ângulos possíveis.
“Você está com fome?”, Ele perguntou de repente.
“Sim?”
Ugh! ela estava pedindo ou dizendo? Por que ele fazia com que ela parecesse uma idiota? Era como se seus hormônios assumissem o comando sempre que ele estivesse por perto
e ela não fazia nada além de rir e flertar como uma adolescente. Ela continuou a tentar jogar duro, mas, em seguida, ele sorria e se perdia naqueles olhos cor de chocolate
derretido.
Ela tinha acabado de comparar seus olhos à comida. Ela estava realmente perdendo a noção de tudo. Ela limpou a garganta. “O que você tem planejado para o jantar?”, encontrando
uma maneira idiota de perguntar se ela deveria cozinhar como parte deste negócio.
“Estou pensando em pizza.” Ele balançou a cabeça para cima e para baixo. “Sim.
Definitivamente. Pepperoni com cogumelos. “
“Esse é o meu tipo favorito de pizza.” Katrina piscou surpresa. Nika sempre tinha chamado esse sabor de “desperdício de pizza” porque não havia coberturas suficientes. “Você
já sabia disso?”
“Do que?” Ele levantou uma sobrancelha, olhando adoravelmente interrogativo. “Eu não te dei uma folha de informações para que você preenchesse com os seus gostos, aversões
e alergias alimentares. Isso é o que eu vou comer, então eu só estava perguntando se estava tudo bem com você ou se você quer algo mais. “ Katrina engoliu a vontade de suspirar
como uma adolescente apaixonado. Era Pizza! “Isso seria bom.” IVAN LANÇOU um olhar na direção de Katrina, enquanto tentava não ser demasiado óbvio. Ele amava como era fácil
para estar com ela em um ambiente relaxado. Com suas adoráveis calças manchadas de pijama, uma camiseta desgastada e o cabelo puxado para trás ao acaso, ela era quase perfeita
para seus olhos. Ele enviou uma solicitação rápido para um dos guardas estacionados lá embaixo para pegar uma pizza de sua pizzaria favorita na esquina. Ele estava morrendo
de fome, mas ele também esperava que compartilhar uma refeição ajudasse a quebrar ainda mais o gelo entre eles. Vê-la questionar sobre a sua escolha de carreira e estilo de
vida era uma distração bem-vinda da realidade das coisas. E talvez ela o tivesse feito começar a pensar assim. Ela não parava de olhar para ele, tentando ser sub-reptícia
sobre ele. Ele queria provocá-la um pouco mais. “Então, você nunca me perguntou o que eu realmente faço para viver.”
“Você poderia me dizer?”, Ela perguntou, incrédula. Ivan deu de ombros. “Certo. Eu não tenho nada a esconder. “ “Você está na máfia. Tenho certeza de que você precisa esconder
suas atividades da polícia”. Ela parecia cética.
“E eu tenho certeza que você continua a usar esse termo - ele fez um sinal de aspas com a mão - os federais porque você realmente não sabe quem está atrás de mim.”
“Há agências de inteligência atrás de você?” Ela parecia um tanto fascinada e horrorizada com essa possibilidade.
“Claro.” Ele pensou no armazém sobre o qual Maksim havia insistido naquela tarde.
“Geralmente, são os moradores neste momento. Às vezes, a divisão de crime organizado do FBI se torna um incômodo também”.
“Então o que você faz exatamente?” Havia uma nota definitiva de curiosidade em sua voz.
“Evasão fiscal na maior parte.” Ivan bufou enquanto pensava em todos os problemas que ele teve para evitar os impostos. “Nós não pagamos impostos sobre nada. Fazemos o nosso
rendimento através de empresas falsas, sem fins lucrativos, e empresas legítimas. Você escolhe. “ “É por isso que você é procurado?” Sua boca se abriu. “E quanto a assassinar
pessoas, decepar os dedos polegares e coisas assim?”
“Um pouco sanguinário, não acha?” Ele riu. “Isso não é coisa minha. Nós temos uma porção de braços-fortes para os interesses comerciais, mas isso é quase sempre devido a problemas
de cobrança”. Ele fez uma careta. Isso não é algo do qual me orgulho, mas as pessoas poderiam ser responsáveis pelos seus próprios vícios. “Fazemos operações de reserva, na
maior parte na linha de apostas, corridas de cavalos, jogos esportivos e similares. Quando as pessoas perdem a cabeça, tentamos fazer acordos. Na maioria das vezes nós conseguimos.
Às vezes as pessoas mordem mais
do que podem mastigar. Às vezes, elas simplesmente não querem pagar. “ “Eu suponho que eu conheço agências de cobrança legais que ferram com a vida das pessoas da mesma maneira”,
admitiu ela. “Então, por que as pessoas te pintam como o diabo?”
“Eu especificamente?” Ele odiava pensar que era verdade. “Ou a máfia em geral.” Ela estava sorrindo para ele agora, um grande, sorriso genuíno. “Eu estou falando do estereótipo.”
“Eu acho que é mais romântico dessa forma.” Ele pensou no filme que ele tinha visto quando criança e que o afetou profundamente. “Isso e este país está obcecado com a trilogia
de O Poderoso Chefão.”
Houve uma batida na porta e, em seguida Mikhail entrou com sua pizza na mão. “Aqui está o seu jantar, chefe.”
“Obrigado! Pode trazê-lo aqui, por favor?” Ivan acenou para guarda. “Você recebeu algum extra para você e para os caras?”
“Sim, chefe, obrigado.” Mikhail olhou educadamente para Katrina antes de sair do apartamento.
Katrina esperou que ele saísse. “Eles ficam por aqui esperando que você precise de alguma coisa?
“Mais ou menos isso. Ele está estacionado abaixo, no escritório de segurança. Se eu precisar de algo como uma pizza, então eles saem. É muito mais fácil eles saírem do que
terem que sair comigo.” Ivan pensou sobre o pesadelo logístico que poderia se tornar uma viagem à pizzaria.
“Mas você vai para o café sozinho”, Katrina ressaltou.
Ele balançou as sobrancelhas para ela. “Eu?”
“Acho que eu não tenho ideia. Existem caras com auriculares andando pelos cantos para mantêlo seguro onde quer que você vá?” Seu tom de provocação era absolutamente encantador.
Ivan cortou a pizza e tirou uma fatia enorme. Ele deu uma mordida e mastigou durante vários minutos. “Não é bem um serviço secreto, mas sim, eu tenho uma equipe de homens
que vêm comigo onde quer que eu vá. Às vezes eu tento ir sozinho, mas só quando vou a algum lugar mundano como Mamacita’s”.
“Isso não é chato?” Ela perguntou, pegando uma fatia de pizza.
Mais do que ele estava disposto a dizer a ela. “Sim, um pouco.”
Maksim apareceu de repente na direção do quarto. Ivan fez uma careta para avisar seu irmão que não gostou de ser interrompido, mas não surtiu efeito. Obviamente, alguma coisa
tinha acontecido.
Ivan tinha a sensação de que tinha a ver com aquele armazém cheio de carros no porto.
Ivan acenou para Maksim. “O que é isso?”
“Nosso informante sobre em na polícia de Hollywood nos deu uma dica de que eles têm um mandado de busca para o nosso armazém.” Maksim não estava somente desagrado, ele parecia
chateado.
Droga. E as coisas com Katrina estava indo tão bem. Mesmo agora que ela estava olhando para eles dois com muita atenção, enquanto enchia sua boca com uma segunda fatia de
pizza. Não havia
nada isso. A cobertura era sua residência conhecida. Era hora de sumir.
“Katrina, minha querida,” Ivan começou lentamente. “Temo que seja hora de uma mudança de cenário”.
Capítulo Sete
Katrina estava tremendo. Na verdade, ela não tinha certeza se iria se sentir segura novamente. Quando ela tinha concordado em vir viver com Ivan Petrov em troca do perdão
da dívida de seu pai, ela tinha pensado que seria uma coisa permanente. O que significa que residiria em uma residência como as pessoas normais fazem. Eles seriam uma espécie
de companheiros de quarto ou algo parecido. Em nenhum lugar nesse cenário ela teria que fugir da residência principal de Ivan porque alguém estava a caminho para prendê-lo!
Sim, ela sabia que ele estava em empresas clandestinas e um pouco ilegais. Não tinham acabado de discutir isso? Mas essa coisa toda deixou o conceito de ilegal mais claro.
O SUV com as janelas escurecidas ronronou pelas ruas de Hollywood, Flórida, a caminho da casa segura. Como se isso por si só não fosse suficiente para assustá-la, eles estavam
sendo seguidos por um outro veículo cheio de homens armados. Katrina tinha visto esses caras em seu caminho para o SUV. Eles falavam russo e pareciam um bando de mercenários
de um filme de ação B. Eles realmente precisavam de proteção contra a polícia? Ela precisava? O SUV desceu uma longa entrada que serpenteava entre pomares de laranja antes
acabar na frente de um pequeno bangalô na praia. Apesar do fato de que as luzes estavam acesas, o lugar parecia deserto. Katrina olhou para fora da janela e observou o caminhão
de mercenários havia descido do veículo e verificavam a área com suas armas em punho.
“Você está bem?” Ivan perguntou gentilmente. Ele estendeu a mão do outro lado do banco de trás e tocou sua mão.
“Não, eu não estou bem.” Ela odiava que sua voz tremesse. “Eu estou vendo homens armados correrem como se fossem participantes de algum tipo de jogo de guerra. Isso está me
assustando. “ “Esse tipo de coisa não acontece com muita frequência”, Ivan assegurou. “Nós apenas tivemos um pequeno problema com um carregamento da Ucrânia.”
“Não é verdade.” Ela nem sequer se preocupou em soar convencida.
Ivan fez um barulho suave. “Sinto muito que você teve que ser arrastada para esta parte da minha vida. Você não deve se preocupar com isso “.
“Sim, mas é um pouco difícil não se preocupar quando eu estou vendo isso acontecer.” Ela apertou os dentes para parar de batê-los.
Ela mal teve tempo de pegar suas coisas antes que Maksim os empurrasse para o SUV. Pelo menos ela tinha seu computador. Ela poderia fazer sua lição de casa e tentar viver
como se as coisas estivessem normais.
Maksim virou-se e resmungou alguma coisa em russo do banco da frente. Ivan sorriu. “Nós podemos ir agora.”
“E se eu não quiser?”, Perguntou ela, teimosa.
Ivan deu de ombros. “Então suponho que podemos ir dar um passeio na praia.”
Maksim virou-se para olhar para Ivan. Era óbvio que uma caminhada na praia à meia-noite não estava na lista de atividades aprovada por Maksim.
Ivan saiu do veículo e deu a volta para abrir a porta de Katrina. Ela sentou-se por alguns minutos, olhando para ele e tentando decidir se ela realmente faria isso ou não.
Mas ela realmente tinha alguma escolha neste momento? Ela já tinha feito seu acordo. Katrina pegou a mão de Ivan e deslizou para baixo do assento. Ele sorriu e seu estômago
virou uma cambalhota. Ela deveria odiá-lo agora mesmo. Em vez disso, ela achou difícil não ficar nas pontas dos pés e dar-lhe um beijo. Seus lábios pareciam tão suave. Ela
queria se eles se sentiriam dessa forma também. Ivan gentilmente levantou os dedos sobre os lábios. Ele beijou sua mão e a apoiou em seu braço.
“Posso levar suas coisas para você?”
Ela puxou sua bolsa, pendurando-a por cima do ombro. “Não, obrigado. Eu mesma levo”. Ivan deu de ombros. “Como quiser, mas não ouse dizer a ninguém que eu não me comportei
como um cavalheiro.”
Katrina não podia conter sua risada. Ivan era uma das pessoas mais cavalheiras que ela conhecia.
Muito estranho considerando que ele também era um criminoso procurado.
“Portanto, esta é uma casa segura?” Ela olhou em volta para o bangalô acolhedor, com as tochas acesas. Ela poderia realmente ouvir o mar, do outro lado da casa. “Estamos na
praia?”
“Sim, a poucos metros” Ele sorriu. “Nós gostamos de nos esconder em grande estilo.”
“Isso é loucura”, ela murmurou.
Eles fizeram o seu caminho até a porta da frente, que já estava aberta, cortesia de Mikhail.
Quando ela entrou, toda a sala tinha sido criada para parecer exatamente como a casa que eles haviam deixado: sofás de couro branco, uma televisão de tela grande e até mesmo
uma pizza esperando na mesa do café.
“Eles trouxeram a nossa pizza?”, Ela perguntou.
“É mais provável que seja uma nova pizza, mas sim. Mikhail sabia que não tinha tido a chance de terminar a minha e pegou outra pizza no caminho para cá. “ “Sim. Quão longe
da cidade nós estamos exatamente? “, Perguntou ela.
“Alguns quilômetros.”
Obviamente, ele não queria dar uma resposta direta. Bem. Ela entrou na casa, deixou suas coisas no chão, pegou uma fatia de pizza quente e caiu no sofá.
“Fico feliz em ver que você está disposta a sentir-se confortável.” Ivan sentou-se ao lado dela.
“Você tem alguma coisa para beber?”, Perguntou ela.
Ivan levantou uma sobrancelha. “Qual é o seu veneno?”
“Algo com álcool, por favor?”
“Que tal vinho?”
“Aquela coisa cara?” Cara, ela estava se sentindo mimada! Katrina se perguntou se ela estava canalizando sua Nika interior. Sua irmã era quem agia assim quando coisas não
iam à sua maneira. Katrina era geralmente mais calma, mas sua paciência se foi.
“Bom vinho então.” Ivan desapareceu no que Katrina só poderia assumir ser a cozinha. IVAN VOLTOU em alguns momentos com uma garrafa de vinho branco gelado e dois copos. Ele
poderia sentir que Katrina estava nervosa. Provavelmente, o álcool iria acalmá-la o suficiente para, pelo menos, descansar um pouco esta noite. Ele sentou-se ao lado dela
no sofá, mantendo uma boa quantidade de espaço entre eles. Era tentador se aproximar. Em vez disso, ele serviu o vinho e entregou-lhe uma taça. Para sua surpresa, ela virou
o copo e pediu outro. “Desculpe, mas eu estou me sentindo um pouco ansiosa.”
“Está tudo bem.” Ivan lhe serviu um segundo copo. “Que tal tentar mais lentamente? Eu odiaria ter que mudar de lugar novamente porque você vomitou no chão. “ “Ha ha ha”. Ela
fez uma careta para ele e relaxou de volta nas almofadas do sofá. “Para um cavalheiro, você diz algumas coisas rudes.”
“Eu acho que é a primeira coisa grosseiro que eu já disse a você,” Ivan apontou. “E certamente posso ser desculpado por uma piada de mau gosto.”
“Eu acho que o júri ainda não se decidiu sobre isso.” Ela deu um pequeno soluço adorável.
Ivan lhe deu mais uma taça. Ela estava no caminho de se embriagar. Ele suspirou. “Coma mais um pouco de pizza porque o vinho está indo diretamente para a sua cabeça. “ “O
que? Você tem medo que tome alguma decisão inadequada enquanto bêbada?” Ela riu e tomou outro gole de vinho.
“Talvez eu não queira ser um de seus arrependimentos.” Ele não disse mais nada, deixando que adivinhasse o que ele queria dizer com essa frase.
“Pobre Ivan. Com medo de ser estuprado por uma mulher que mal conhece.” Ela bufou. “Eu acho que você está certo. Preciso de mais pizza. ” Ela enfiou uma fatia em sua boca.
“Você foi quem usou a palavra inadequada. É algo em que você esteja pensando? ” Ele brincou.
“Você tem medo que você não possa se controlar perto de mim?”
“Isso não é engraçado.” Sua voz era de mau humor. “Você anda por aí desse jeito e está implicando comigo por me sentir atraída por você? Você é o único mandando todos esses
sinais”. Ela acenou com a mão enfaticamente.
“Que sinais?” Ele realmente queria saber neste momento.
“Essa coisa que você faz.” Ela tomou outro gole do seu copo de vinho, deixando-o seco.
“Coisa?”
“Essa coisa de você ser bom em tudo.” Ela acenou com a mão, indicando que ela queria mais vinho. Ele obedeceu, mas ela pegou a garrafa dele e encheu o copo até a borda.
“A coisa de ser bom.” Ele ainda precisava de esclarecimento. “Ao contrário de quando eu sou mau, eu suponho.”
“Obviamente.” Ela estava começando a tropeçar em suas palavras.” Você não deveria ser tão agradável. Ou nem ter essa aparência também. “ Ivan não conseguia parar de sorrir.
“Você me acha bonito, é?”
“Sim! Como eu poderia não te achar bonito?” Ela deu um pequeno suspiro. “Seus olhos são achocolatados. E você tem esse corpo! É como se você fizesse parte de uma propaganda
de cueca”.
“Chocolate”, ele meditou. “Isso é bom?”
“É claro que é bom! Eu só comparo você a alimentos incríveis. ” Ela deu um pequeno arroto.
“Você está bêbada?” Ivan perguntou imaginando em que ponto estavam.
“Eu gostaria de poder usar isso como minha desculpa, mas estou muito mais sóbrio do que eu deveria estar para lhe dizer todas essas coisas.” Ela parecia positivamente descontente.
“Sabe o que mais?”
“O que?”
“Eu realmente queria tentar beijá-lo por mais tempo.” Ela chegou mais perto dele no sofá. “Você costumava sentar-se no café todos os dias. E todos os dias eu olhava para você
e falava com você e só me perguntava como seria te beijar. “ Ivan sabia que ele provavelmente seria o único lamentando isso pela manhã, mas tudo em seu corpo estava dizendo
a ele que esta mulher deveria ser sua. Ele se inclinou para ela, olhando para o arco suave de seus lábios. “O que está te impedindo dessa vez ?”.
Ela se inclinou. Ele podia sentir o calor do seu corpo contra o dele. Era como estar ao lado do sol. Ela cheirava tão bem. Como um toque de baunilha e algum tipo de tempero
que era todo feminino e perigosamente atraente.
Seus lábios roçaram uma vez e Katrina saltou para trás. “Você tem um gosto bom.”
Essa foi a única coisa que ela disse antes de lançar-se sobre ele. Ivan grunhiu enquanto todo o seu peso corporal o atingiu de uma só vez. Ele passou os braços em volta dela
e a segurou. Ela afundou os dedos no cabelo ele e cobriu sua boca com a dela. O beijo foi cheio de energia e excitante. Ele não queria que isso acabasse nunca.
“Com licença, chefe?” Mikhail ficou do lado de fora da porta da cozinha, vermelho como um tomate e parecendo distintamente desconfortável.
“O que você precisa?” Ivan tentou voltar a si. Mikhail nano tinha culpa que os hormônios de Ivan o faziam agir como um adolescente.
“Nós já garantimos o perímetro. O Sr. Maksim ficará na casa de hóspedes com a gente pois não há um segundo quarto.” Mikhail assentiu e saiu de forma precipitada. Sem dúvida,
o cara estava indo dizer a Maksim cada detalhe suculento do que tinha visto. Que bom.
“Ivan?”
Ele se virou para ver que Katrina tinha conseguido chegar a seus pés. Ela estava olhando para ele com aqueles olhos de cobalto dela e ele se perguntou se não derreteria em
uma poça ali mesmo.
“O que você está fazendo, Katrina?” Ele tentou manter a voz firme.
Seus olhos estavam brilhando de forma positiva. “Eu ouvi Mikhail dizer que há apenas um quarto nesta casa?”
“Está certo. Há apenas um quarto e, em seguida, a casa de hóspedes. Por quê?” Ele olhou para ela caminhando de forma sensual sobre o chão de madeira. Dane-se se ela não estava
indo direto para
o quarto.
“Porque eu estava pensando que eu deveria descansar um pouco, mas eu não acho que deveria ficar sozinha.” Ela piscou repetidamente com seus grandes cílios. Ivan soltou um
palavrão em russo em voz baixa. Não havia nenhuma maneira dele rejeitar essa oportunidade. Ele nem sequer queria rejeitá-la. Tudo o que ele podia esperar era que não houvesse
nenhum pesar quando o sol voltasse a brilhar.
Capítulo Oito
Katrina nunca quis tanto algo em sua vida. Ela ansiosamente baixou as calças do pijama por suas pernas e chutou para fora antes de se contorcer para fora de sua camiseta.
Agora ela estava nua com Ivan, embora ele ainda estivesse vestido e isso era totalmente injusto. Ela tentou agarrar sua camisa mas ele gentilmente pegou suas mãos. “Ei, mais
devagar. Não há realmente nenhuma necessidade de pressa “. Katrina fez um pequeno ruído de frustração e o beijou. Ele a beijou de volta avidamente, deslizando sua língua entre
seus lábios e lentamente movê-la ao longo da sua. A ação a deixou louca de desejo. Ela estava encharcada entre as pernas e uma dor quente estava se construindo abaixo de seu
umbigo. Ivan cuidadosamente levou-a de volta para a cama. A única luz do lugar era das tochas que revestiam as passarelas for a e entravam através das janelas. O brilho do
fogo tingiu o quarto com sombras profundas. Ivan não parecia se importar. Ele gentilmente se ajoelhou ao seu lado no colchão.
“Você é tão linda”, ele murmurou.
A maneira reverente com que ele correu as palmas de suas mãos pelos lados do corpo de Katrina lhe deu uma sensação de vibração em seu abdômen. Ela nunca tinha sido tocada
assim antes.
Ele gentilmente segurou seus seios e acariciou seus mamilos em pequenos pontos. Ela arqueou as costas e se empurrou para mais perto dele. Em seguida, ele levou a boca aos
seios e Katrina pensou que iria morrer.
A sensação de Ivan sugando seus mamilos incendiou seu sexo. Katrina se contorceu. Apoiando os pés na cama, ela levantou os quadris e implorou para que ele a enchesse.
“O que você precisa, querida?” O tom suave de sua voz lhe deu arrepios. Este homem era incrível.
O álcool subiu em seu sistema. Seus sentidos estavam mais aguçados e quaisquer inibições que ela já havia sentido já não existiam mais. Ela se sentia sexy e confiante. Ela
queria este homem e não tinha vergonha nenhuma em demonstrá-lo isso.
“Eu preciso que você me faça gozar, Ivan” ela engasgou.
Ele acariciou seu peito, beijando o caminho que levava ao seu baixo ventre. “Como quiser.”
Quando seus lábios atingiram sua barriga, Katrina respirou rápido. Ela sentiu cócegas, mas tudo era tão bom que ela não queria que ele parasse. Então seu rosto roçou o triângulo
de cabelos loiro escuro de seu monte secreto. Seus olhos se abriram com surpresa. Ele estava realmente indo provála?
Ivan colocou as mãos nos quadris e enterrou seu rosto contra sua virilha. O calor de sua respiração era chocantemente erótico. Cada músculo abaixo de sua cintura dela se contraiu
por ansiedade até que ela sentiu sua língua deslizar entre os lábios de seu sexo. Ele fez cócegas em seu clitóris, massageando a ponta do pequeno conjunto de nervos, até que
ela estava pairando à beira do orgasmo.
“Abra-se para mim, querida.”
Seu pedido a deixou em frangalhos. As pernas dela se abriram para expor as dobras de sua
vagina. O ar frio se chocava contra sua carne quente e inchada. Então, ele a lambeu com toda a face da sua língua e ela, se desfazendo, gozou. Este clímax a mandou direto
para as estrelas. Ela gritou de prazer uma e outra vez com as ondas de contrações musculares que faziam seu corpo tremer. Ainda assim Ivan continuou a sentir o gosto dela.
Ele brincou com sua abertura e lançou sua língua como um dardo para dentro de seu corpo. O atrito de suas atenções a deixou louca de necessidade. Ela sentiu um segundo orgasmo
chegando e se perguntou arderia em chamas antes da noite acabar. Ivan acomodou-se entre as coxas e encaixou seus braços por baixo das pernas de Katrina. Segurando-a firmemente
contra sua boca, ele começou a chupar seu clitóris. Isso aumentou sua circulação fazendo tudo ficar tão sensível que ela estava com falta de ar. Ela enrolou suas mãos nas
cobertas, tentando encontrar uma âncora para se segurar. Arqueando as costas, ela sentiu seus seios vibrarem e percebeu que seu corpo inteiro estava tremendo. Os sons de Ivan
agindo contra seu sexo eram deliciosamente impertinentes. Katrina nunca tinha experimentado nada tão cru. Ele a devorava, lambia e sugava seus líquidos, provocando-a até que
ela lhe desse mais. Outro orgasmo se construiu na base de sua coluna vertebral. Ela sentiu um calor escuro se espalhar por seu corpo até as pontas dos dedos formigarem com
poderosas sensações. Ivan forçou sua língua contra seu sexo. Essa última parte do estímulo foi o suficiente: Katrina gozou fortemente, gritando o nome de Ivan enquanto deixava,
onda após onda, que a satisfação consumisse toda sua força. Sua cabeça estava nos ares e seu coração batia forte. Ivan mimou seu sexo com pequenos beijos antes de cuidadosamente
deitar-se ao lado dela. Katrina virou para ele e enterrou o rosto em seu pescoço. Ela podia cheirar sua própria essência nele. Foi uma coisa estranhamente erótica e completamente
satisfatória.
“Você é incrível”, Ivan murmurou. Ele acariciou seu rosto e acariciou a mecha de cabelo que tinha escapado de seu rabo de cavalo. “A maneira como você responde me excita de
uma maneira que você não pode acreditar.”
“Sério?” Essa informação a surpreendeu um pouco. Não que ela fosse virgem, mas suas experiências sexuais deixavam um pouco a desejar. Especialmente quando ela as comparava
com Ivan. “Eu acho que nunca pensei que a maneira com que uma mulher responde tivesse a ver com o que um homem sentisse.”
“Minha querida, eu acho que os seus parceiros anteriores eram idiotas.” Ivan deu uma pequena risada. “Que tal mudar a forma como você pensa sobre sexo?”
Katrina não pôde evitar o riso que escapou. “Eu acho que você já está mudando.”
“E não estamos nem na metade.” Seu tom zombeteiro fez com que ela risse novamente. “Não se atreva a pensar que já acabamos”.
Ela bravamente escorregou seus os dedos sobre a protuberância em sua virilha e sentiu seu membro valente e bonito. “Não mesmo”.
O GOSTO DE Katrina permaneceu na boca de Ivan. Ele saboreava a incrível sensação de intimidade. Tudo foi perfeito. O som das ondas na praia era um contraponto perfeito para
suspiros suaves de prazer de Katrina. A luz das tochas tremiam nas paredes e o brilho quente criava um clima
romântico. Era mais do que Ivan jamais poderia ter esperado para a primeira vez que Katrina fosse dele. Ele desabotoou as calças e as empurrou, escorregou seus boxers para
baixo suas pernas e os jogou no chão. Deitado ao lado de Katrina por apenas um momento, ele gostava da sensação de suas pernas lisas ao lado dele. Eles estavam frente a frente.
A posição era surpreendentemente confortável. Ele cuidadosamente levantou o joelho e deixou que parte interna de sua coxa se apoiasse do lado de fora da dela.
“Posso te tocar?”, Ela sussurrou.
Todo o seu corpo se contraiu com o pedido. “Eu adoraria que você me tocasse.” Suas mãos encontraram seu pênis. Ela deixou que seus dedos encontrassem a fenda na ponta e traçou
uma linha sobre a veia grossa até chegar em sua base. Ela o segurou na palma da mão, dandolhe um leve aperto que quase o deixou descontrolado.
Ivan sentiu que isso era novo para Katrina. Ele sabia que ela tinha estado com um homem antes, mas ele tinha a sensação de que esta ousadia não era necessariamente parte da
sua natureza. Talvez fosse o vinho. Ivan esperava que tudo se devesse ao fato dela se sentir confortável com ele de maneiras que ela nunca havia experimentado com mais ninguém.
“Você está tão duro”. Ela manuseou seu membro, segurando suas bolas com a outra mão. “Dói?”
“Não.” Ele apertou os dentes. “Embora seja difícil em manter-me longe do orgasmo se você continuar me tocando desse jeito.”
“Sério?” Ela parecia fascinada. “Eu posso fazer você gozar só com a minha mão? Uma punheta de verdade? “ “Absolutamente.” Ele se deleitava com a sensação de suas mãos suaves
acariciando seu pênis.
“Seu toque é incrível. Sua pele é tão suave e quente. Você não pode sentir como eu mal posso me segurar? “ “Sim.” Ela se inclinou e muito gentilmente deu um beijo em seus
lábios. “Ah!”, Exclamou ela.
“O que?’
“Eu posso provar a mim mesma em sua boca.” Ela não parecia chocada. Na verdade, ela parecia curiosa em relação a isso.
“Isso é porque eu ainda posso te provar nos meus lábios”, ele disse a ela. “Isso me deixa excitado.”
“Sério?” Ela parecia chocada com esta ideia. “Eu nunca pensei que um homem pudesse gostar desse, hum, esse sabor.”
“Eu amo o seu sabor.” Ele a beijou novamente.
Suas mãos acariciaram seu pênis, mas ele queria mais. Ele queria abrir suas coxas e esfregar a ponta do seu pênis contra as escorregadias dobras de seu sexo. Ele queria experimentar
esse primeiro momento da penetração, quando tudo era tão deliciosamente apertado e molhado.
“Eu estou tão dolorida”, ela gemeu. “Eu nunca me senti assim antes.” Ela se encolheu na cama ao lado dele, rolando de costas e estendendo a mão para ele. “Por favor, Ivan.
Eu preciso de você.”
Esse era todo o incentivo que ele precisava. Ele se colocou entre suas coxas. A cabeça de seu pênis cutucou o cabelo crespo seu púbis e ela ansiosamente abriu as pernas um
pouco mais. Ele sentiu seus lábios carnudos se abrindo apenas o suficiente para que ele pudesse se empurrar para a umidade de sua fenda. Ela gemeu. Sua cabeça girava de um
lado para o outro e ela agarrou seus quadris como se estivesse tentando puxá-lo para dentro ela. Ivan começou a sussurrar suavemente em russo. Ele queria acalmá-la. Como ela
começou a se acalmar, ele mudou seu corpo de posição até que sentiu a abertura do corpo de Katrina contra a ponta do seu pênis. O primeiro toque longo e apertado contra seu
corpo o deixou quase tonto de tanta intensidade.
“Ivan!” Katrina gritou. Seus músculos estavam internos tensos e ela estava quase que instantaneamente à beira do orgasmo. Ivan apertou os dentes e se obrigou a acalmar-se.
Não seria nada bom forçá-la como um adolescente conduzido por seus hormônios. Ele queria aquela sensação de penetrações longas e completas queimando suas veias com o clímax.
Obrigando-se a manter a calma, ele começou a deslizar dentro e fora de seu corpo em um ritmo constante. Ele observou seu rosto. As expressões que de sua boca e sobrancelhas
eram bonitas de se admirar. Essa maravilha fez ele se sentir como se pudesse conquistar o mundo. Com esta mulher ao seu lado, ele estaria pronto para qualquer coisa. Katrina
estava incrivelmente molhada. O som do sexo encheu a sala e Ivan foi ainda mais fundo no corpo de Katrina. Seus suspiros agudos seguiam o ritmo de seus golpes penetrantes.
E, quanto mais perto ele chegava do êxtase, mais ele podia senti-la vindo com ele. Ela ficou mais apertada e mais excitada. Arqueando as costas, empurrou os seios em seu rosto.
Abaixando a cabeça, ele deu uma mordidela suave em seu mamilo esquerdo. Ele chupou e lambeu a aquela pequena protuberância dura. Ele podia sentir a tensão indo direto de seus
seios à sua buceta. Essa deliciosa sensação o deixou à beira do orgasmo.
“Goze comigo, Katrina,” ele exigiu em voz áspera. “Me leve com você.”
Ela gritou. Suas costas se curvou de u jeito que ele pensou que ela fosse se partir ao meio. A posição empurrou seu pênis contra a parede frontal de seu canal e esse atrito
era tudo o que ele poderia segurar. Empurrando duro, ele deixou seu orgasmo levá-lo para sua própria libertação.
Encheu-a com seu sêmen até que ele não tivesse mais nada.
Como os últimos tremores o deixaram enfraquecido, Ivan rolou para o lado. Katrina rolou com ele. Ele passou os braços em volta dela. Parecia incrivelmente certo tê-la ali
com ele. Ela deu um bocejo sonolento e ele sorriu. Era provável que ela acordasse com uma dor de cabeça monstruosa considerando todo o vinho que ela tinha tomado.
Ivan se abaixou e puxou o lençol sobre seus corpos. A cama estava uma bagunça, mas nada disso importava. Ele beijou sua testa com mais ternura do que jamais havia sentido
por outra pessoa no planeta.
“Durma, Katrina,” ele disse a ela suavemente. “Nós vamos descobrir o resto da manhã.”
Capítulo Nove
Katrina acordou com a sensação de ter um par de rinocerontes correndo em seu crânio. Sua língua tinha gosto de meias de ginástica sujas e ela sentia como se estivesse a ponto
de vomitar. Pior, ela estava tendo alguns sérios flashbacks de algo que poderia ou não ter acontecido na noite anterior. Será que eu realmente dormir com Ivan? Ela se lembrou
da súbita mudança louca para uma casa segura na praia. Houve pizza e vinho. Foi aí que as coisas ficaram um pouco confusas. Ela fechou os olhos contra o sol quente que se
derramava dentro da sala. Lá fora, ela podia ouvir as ondas implacáveis batendo contra a praia como um pequeno pedaço do paraíso.
“Bom dia, linda.”
Katrina agarrou o lençol, puxando-o sobre seus seios nus e piscando em confusão. Por que Ivan achava que poderia simplesmente entrar em seu quarto?
“Não sabe bater?”, Ela perguntou. Ela estava se sentindo um pouco ranzinza no momento e não foi tímida sobre deixá-lo notar seu tom.
Ele franziu as sobrancelhas. “Eu geralmente não bato na porta do meu próprio quarto.”
“Seu quarto”, ela murmurou. Um sentido horripilante de realidade bateu em Katrina. “Nós dormimos juntos?”
Algo em sua expressão deu-lhe a ideia de que tudo o que tinha acontecido entre os dois tinha sido bastante surpreendente. Então, talvez a parte ruim de toda esta situação
foi o fato dela não lembrar de quase nada do que havia acontecido.
“Você não se lembra.”
Sua declaração tranquila a fez se sentir horrível. É claro que o resultado disso foi que ela se recusou a se sentir mal por algo que ela não podia mudar. Em vez disso, ela
optou pela indignação.
“Eu estava bêbada! Você tem mania de seduzir garotas que não podem dizer não? “ “Você não quis dizer não”, disse ele.
Sua declaração tranquila foi o suficiente para lhe dar uma pausa. Ela estava começando a se preocupar por ter conseguido bloquear a melhor noite de sexo de sua vida. Droga.
Ela não podia pensar sobre isso agora. Era hora de se concentrar no aqui e agora. “Por que você está aqui?”
“Nós estamos mudando para mais uma das minhas residências.” Ele virou de costas, provavelmente para dar-lhe privacidade.
“Me dê cerca de uma hora e estarei pronta.” Ela estava fazendo uma lista mental de tudo o que ela precisa fazer a fim de estar apresentável.
Seu suspiro tempestuoso deveria ter servido de aviso a ela. “Temo que não temos uma hora.
Temos uma janela apertada de oportunidade, por isso, é agora ou nunca. “ “Nunca parece bom.” Katrina soou mal-intencionada, mas a verdade era que ela gostava desta pequena
casa. Ela tinha dormido melhor aqui do em sua própria cama.
“Não para mim.” Ele encurtou a distância entre eles com dois passos.
Katrina estava ficando alarmada. “O que você está fazendo?”
“Eu te disse. Temos de ir.”
Katrina gritou de indignação quando ele passou o lençol em torno dela como se ela fosse algum tipo de recheio de burrito. Ela estava tão enrolada que nem sequer podia mover
os braços para afastálo.
Ela se contorceu mas já não podia se mover.
“Pare de se mexer ou eu te derrubar no chão”, alertou.
“Como você se atreve!”, Ela rosnou. “Quando eu descer, eu vou dar um chute tão grande na sua bunda que você vai ficar com uma marca na testa.”
“Uma ameaça elegante, mas eu duvido.” Na verdade, ele riu. Insuportável!
Katrina quase engoliu a língua quando ele a colocou sobre o ombro e começou a caminhar em direção à porta. Ela lutou para soltar seus braços, mas não conseguiu. Sua cabeça
estava pendurada junto a parte traseira de Ivan. Se ela pudesse se libertar, ela poderia, pelo menos, bater nele e fazê-lo entender que isso era totalmente inadequado.
“É melhor você ficar parada ou…”
Ela bateu a cabeça no batente da porta.
“Não diga que eu não avisei.”
“Isso dói!” Ela saiu com seus olhos marejados em resposta ao golpe na cabeça. “Eu poderia ter uma concussão!”
“Duvido”. Ele estava indo em direção à porta da frente. “Você não bateu tão forte. Mas se você quiser um médico para te atender na nossa outra cobertura, eu posso fazer isso
acontecer. “ “Não! Eu não quero um médico. Eu quero descer! “ Eles haviam saído pela porta da frente. Houve uma rodada de risos e ela imaginou que fossem os guarda-costas
rindo dela. Ela podia ver suas pernas como troncos de árvore e seus sapatos, mas não podia ver seus rostos. Por que eles não podiam ajudá-la? Ah, sim, porque eles trabalharam
para ele!
“Maksim, abra a porta,” Ivan bradou.
“Claro que sim, chefe,” Maksim respondeu.
“Você é um idiota!” Ela insultou a Maksim mas poderia ter sido qualquer um.
Katrina estava mortificada. Ela estava pendurada sobre o ombro de Ivan vestindo apenas um lençol. Ela estava ridícula! As chances eram de que cada um desses caras tivesse
dado uma olhada em seus seios e sua bunda. Que vergonha!
Ivan jogou Katrina para o outro lado. O movimento foi vertiginoso. Seu estômago cheio de álcool quase deu marcha ré e ela cobriu a boca com as mãos. Quando o mundo parou de
girar, ela estava sentada na parte de trás do SUV preto de Ivan mais uma vez. Ele entrou atrás dela e eles se dirigiram de volta pelo longo caminho.
Katrina esticou o pescoço para ver por trás deles. A pequena casa de praia ficava cada vez menor até que acabou por ser engolido pelas laranjeiras folhosas. A sensação de
perda trouxe lágrimas aos seus olhos. Ela gostava daquele lugar. Era pequeno, mas perfeito. Ela poderia ser feliz em um lugar
como aquele. Ela sabia que podia. A vida com Ivan seria sempre assim?
***
Ivan bateu com o punho na mesa e olhou para Maksim sobre a tela de seu laptop. “O que você quer dizer com não sabe quem deu com a língua nos dentes?”
“Seus homens são leais.” Maksim teve a ousadia de agir como se isso fosse uma coisa boa. É claro que realmente era, mas o fato de que eles não tinham um suspeito óbvio era
incômodo demais.
“Então, quem não é leal?” Ivan perguntou.
Maksim deu de ombros. “Homens como o pai de Katrina?”
“Não se atreva a dizer que…” Ivan rosnou.
“O quê?” Maksim arregalou os olhos. “Não diga que a solução mais óbvia é que o vazamento está bem debaixo do seu nariz?” Maksim bufou. “Ou, me perdoe, bem na frente de seu
pau.”
“Você está passado dos limites!” Ivan rosnou. “Deixe a Katrina fora disso.”
“Eu não posso.” Maksim passou seus dedos por seu cabelo escuro. “Veja. Eu entendo que você é louco por essa garota. Mas, pelo menos, seja inteligente. Restrinja seu acesso
a internet. Ela poderia facilmente passar mensagens para aquela irmã idiota dela. “ “Katrina não faria isso”, Ivan insistiu.
Maksim revirou os olhos. “Então não importa o que você faça.”
Ivan odiava a ideia de levantar suspeitas sobre a mulher que ele estava começando a amar.
Especialmente quando ela não parecia ter qualquer lembrança da noite incrível que eles passaram juntos. Ele tinha acordado esta manhã com ela enrolada nele. Ele havia cuidadosamente
apoiado Katrina no colchão e, em seguida, se levantou para organizar suas tarefas do dia. Nesse curto período de tempo, era como se ele se tivesse se tornado um estranho para
ela mais uma vez.
“Tudo bem.” Ivan tinha a sensação de que ele ia se arrepender. “Faça isso.”
“Já fizemos.” A voz de Maksim se encheu de um tom sarcástico que lhe renderia um soco na cara se ele tivesse feito isso com qualquer outra pessoa.
“Eu já não aguento mais o bullying e esse forte armamento.” Foi a única coisa que Ivan conseguiu dizer. “Se o traidor está na minha casa ou no meu território, o terror deve
parar agora.
Isso só nos dá mais inimigos quando, na verdade, precisamos de apoiadores”.
“Ok.”
“O que aconteceu com o carregamento no cais?” Ivan odiava ter que perguntar isso.
“Apreendidos”. Maksim soltou um suspiro frustrado. “Eu diria que é uma perda total.”
“Mentira.” O cérebro de Ivan já estava girando com todas as possibilidades. “Conhecemos alguém que trabalha lá?”
Maksim arqueou as sobrancelhas. “Você quer roubar o carregamento de volta debaixo do nariz deles?”
“Claro que sim.” Ivan estava com raiva e frustrado. Não apenas com esta situação do carregamento, mas com a forma como as coisas estavam indo com ele e Katrina. “Já é hora
das
pessoas pararem de pensar que podem passar por cima de mim.”
“E como você acha que pode fazer isso?” Maksim parecia mais curioso do que negativo.
“Dois grandes caminhões e alguns rapazes da área. Diga a Vassily para chamar seus primos.
Eles podem ajudar e estão perfeitamente dispostos a fingir que não sabem de nada enquanto houver dinheiro envolvido “.
“Esta noite então.” Maksim deu um aceno de cabeça e saiu da sala.
Havia muito tempo que Ivan não via esse tipo de respeito nos olhos de Maksim. Ele e seu irmão costumavam não concordar sobre a maioria das coisas. Geralmente, Maksim era um
touro numa loja de porcelana e Ivan era preciso e evitava ao máximo os danos colaterais. Hoje à noite Ivan estaria pronto para se posicionar.
“Licença..” Katrina enfiou a cabeça dentro da porta.
Ivan acenou para ela. “Claro, entre.”
“Desculpe incomodá-lo” Ela apertou os lábios. “Eu acho que preciso de uma nova senha para o Wi-Fi. Não consigo acessar meu e-mail. “ “Nós estamos tendo que restringir o acesso
a certas coisas por causa do perigo de interferência da polícia.” A desculpa parecia vergonhoso a Ivan e ele era o que estava dizendo isso. Não era de se admirar que a expressão
de Katrina assumisse um semblante teimoso.
“Sério?”, Ela retrucou. “Você está restringindo o meu acesso a Internet? Você sabe que, sem acesso ao meu e-mail, eu não posso nem mesmo ver meus deveres do curso, certo?
Eu vou ser reprovada porque você não passa de um criminoso comum? Isso é justo? “ OK. Isso doeu. Muito. Ivan odiava pensar que isso era o que ela pensava dele. Um criminoso
comum? Quantos homens estavam dispostas a perder um acordo de dezenas de milhares de dólares em dívida só por uma chance de conquistar uma mulher teimosa que, aparentemente,
o odiava?
“Diga-me, Ivan,” ela disse friamente. “Eu tenho que merecer meu acesso a internet?”
Katrina chegou mais perto, seus quadris balançando sob a saia como se estivessem mandando um recado. Ela jogou os ombros para trás com uma olhada sensual. Ivan não conseguia
frear a enxurrada de emoções conflitantes que o esfolava vivo naquele momento.
“Katrina, não.” Ele não queria que fosse assim.
“O quê?” Ela levantou a mão e a arrastou pelo peito de Ivan, parando logo acima do botão da calça. “Você não quer que eu te compense?”
Ele pegou o pulso dela, deixando-a imóvel. “O que eu não quero é que você se barateie por algo que não é nada.” Ele se inclinou mais perto. Sua respiração roçou seu pescoço.
A sensação de formigamento deixou seu pênis inchado como se todo o sangue em seu corpo tivesse subido às pressas para sua virilha. “Você e eu sabemos que você pode estar jogando,
mas o que você realmente quer é tudo menos um jogo.”
Seus olhos azuis se arregalaram, e Ivan sabia que ele estava certo. Ela pode estar jogando, mas ela o queria quanto ele a queria. Ela simplesmente não estava pronta para admitir
isso ainda.
Ivan moveu os lábios em sua bochecha. “Você pode não se lembrar de tudo o que aconteceu ontem à noite, mas eu aposto que você está tendo alguns flashbacks.”
Sua respiração ficou irregular, mas ela nem sequer tentou se afastar.
“Eu aposto que você se lembra da minha língua entre as suas pernas”, ele sugeriu. “Você se lembra do jeito com que eu lambi e chupei sua vagina até que você gozasse na minha
boca? Não se lembra o quanto você gostou? Você me pediu mais e eu te dei. Eu te dei tudo até que você estivesse muito saciada para se mover “.
“Pare”, ela sussurrou. “Por favor.”
Era uma espécie distorcida de triunfo. Então, ele soltou seu pulso. “Vou ver o que posso fazer sobre o e-mail, certo?”
Algo em seus olhos rasgou sua alma. Ivan queria que ela fosse completa e feliz, não virada do avesso e cheia de dúvidas. Mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa para
acertar as coisas, ela deu um aceno rápido e, em seguida, fugiu de seu escritório.
Capítulo Dez
Katrina olhou para seu calendário de tarefas e soltou um baixo ruído de frustração. Ela estava na cobertura de Ivan há mais de uma semana e ainda não tinha acesso a sua conta
de e-mail. Neste ritmo, ela estava a caminho de ser reprovada em seus cursos atuais e teria que pagar para retomá-los no próximo semestre. Não era justo! Ela se levantou da
mesa e caminhou para a grande parede de janelas com vista para o oceano. Nem mesmo a beleza do cenário poderia acalmá-la naquele momento. Ela estava trancada neste lugar estúpido,
sem nem mesmo poder cruzar a cidade para ir ao Mamacita’s para um café. Sua tolerância a este cativeiro estava por um fio. Ela acabaria trancada em um quarto acolchoado em
algum lugar.
“Com licença, senhorita?”
Katrina virou, obrigando-se a sorrir para a governanta. Wanda era a mulher mais doce do mundo e ela tratado Katrina como uma princesa. Ela não merecia que Katrina descontasse
nela sua irritação com Ivan. Katrina exalou lentamente e contou até cinco antes de responder. “O que você precisa, Wanda?”
“O Sr. Ivan há alguns minutos e disse que eu deveria dizer-lhe que ele vai ser levá-la para jantar hoje à noite em algum lugar chique”. “A mulher mais velha deu um tapinha
no seu próprio cabelo bem penteado. Ela usava os cabelos grisalhos em um coque apertado impecável todos os dias. “Sr.
Ivan está mandando uma estilista agora mesmo para fazer seu cabelo e maquiagem. Eu acredito que ela esteja trazendo roupas novas também. “ Era tentador dizer a Wanda para
chamar o “Sr. Ivan ” de volta para dizer para enfiasse o convite para jantar no rabo. Por outro lado, Katrina estava morrendo de vontade de sair. Além disso, esta poderia
ser uma oportunidade para conseguir algum tipo de acesso a internet. Ela tinha que descobrir uma maneira de enviar um e-mail com seus trabalhos para seu instrutor. Não que
ela fosse dormir com Ivan só porque ele a daria o que ela queria. Ela ainda tinha algum orgulho depois de tudo.
É claro que eu quero dormir com ele só porque eu quero dormir com ele.
“Devo mandar a estilista para você quando ela chegar?” Wanda perguntou, inclinando a cabeça e soltando um olhar curioso na direção de Katrina.
“Claro, isso seria ótimo.” Katrina se perguntou quão vermelho estaria seu rosto. “Obrigada, Wanda.”
“De nada.”
Wanda desapareceu e Katrina foi deixada com seus próprios pensamentos errantes. Na outra noite, quando Ivan a acusou de não querer admitir que ela se lembrava de pedaços da
noite que eles passaram juntos, ele estava absolutamente certo. Algumas coisas eram nebulosas. Outras não. Mas uma coisa da qual Katrina se lembrava muito claramente era o
quanto ela queria Ivan e como ela havia se sentido com ele.
Seus mamilos formigavam debaixo da blusa. Ela cruzou os braços sobre o peito para silenciar a sensação. Mas isso não adiantou para conter a queimação que ela sentia entre
as pernas. Ela tinha tão pouca experiência com homens e sexo oral. Ela havia se chocado com o quanto Ivan parecia ansioso para enterrar seu rosto entre suas pernas. Mais estranho
ainda foi o quanto ela tinha gostado. A sensação suave e elegante foi diferente de tudo o que ela havia experimentado. Mesmo a memória fez seu sexo ficar molhado e inchado.
Katrina apoiou a testa contra o vidro. A frieza era um alívio bem-vindo ao seu corpo. Sua temperatura interna parecia disparar. Logo ela estaria tão desesperada que ela se
renderia à vontade de deslizar a mão sob o cós de seu shorts e por dentro de sua calcinha. Ela iria separar as dobras de sua vagina e tocar-se do mesmo jeito que Ivan a havia
tocado. Era tudo o que podia fazer para dar a si mesma um pouco de alívio para a excitação constante de estar em estreita proximidade com Ivan. A cada dia em que ela o via,
ela se forçava a negar o quanto ele a afetou. Era isso ou ela teria que aceitar que ela era uma completa fraca à mercê de seus desejos.
“Olá, minha querida!” Alguém voou pela sala com toda a sutileza de um trem. “Você está pronta para uma transformação?” Katrina se encheu de surpresa. “Eu não tenho certeza
que uma transformação era parte do plano.”
“Oh, querida, nós temos que fazer algo com você!” Uma mulher vestindo um sarong e uma tonelada de joias agitou as mãos até suas pulseiras tilintarem.
“Aqui, sente-se nesta cadeira de jantar.” A estilista deu um tapinha em uma almofada elegante.
Katrina cautelosamente se sentou na beirada da cadeira, perguntando se ela tinha, de alguma maneira, concordado com uma lobotomia. Em vez disso, a estilista já iniciou um
processo que parecia exigir muito pouca participação por parte de Katrina.
“Então”, a estilista começou lentamente. “Você sabe que Ivan Petrov nunca trouxe outra mulher para esta cobertura antes, certo?”
“Não” Katrina limpou a garganta, tentando não parecer muito ansiosa para obter informações.
“Ai, meu Deus, sim!” A estilista gritou, obviamente, ansiosa por fofocas. “Meu nome é Sophia, a propósito.”
“Sophia”, Katrina reconheceu com um aceno amigável.
“Sim. Prazer em conhecê-la também. Mas o que eu realmente preciso dizer é que Ivan nunca sai.
Nunca. “Sophia penteou o cabelo loiro incrivelmente longo do Katrina. “Ele trabalha, trabalha, trabalha. Agora, o Sr. Maksim sai com bastante regularidade. Embora Maksim não
costume ficar com uma única mulher. Estes homens Petrov simplesmente não são de relacionamentos a longo prazo. “ “Talvez eles simplesmente não tenham encontrado ainda a garota
certa,” Katrina sugeriu.
“Ai, eu sempre pensei isso. É que quando eu recebi um telefonema de Ivan dizendo que eu deveria deixá-la como uma princesa para um encontro esta noite, eu sabia que ele finalmente
havia encontrado alguém com quem queria mais do que apenas um rolo rápido. Então, querida, você não se esqueça de fazer esse menino trabalhar para isso! “ Sim, é exatamente
o que eu pretendo.
***
“O que está errado com você?” Maksim reclamou.
Ivan olhou para seu irmão, divertindo-se com o que ele considerava a mais recente rodada de reclamações de Maksim sobre Katrina. Maksim estava nisso há mais de uma semana.
Ele tinha feito de tudo, desde acusar Katrina de ser um espiã a dizer a Ivan que ele iria jogar fora toda a operação da máfia Petrov por um pedaço de bunda.
Ivan tinha sua própria teoria. Maksim estava com ciúmes. Ivan era feliz aqui na cobertura com Katrina. Ele estava desfrutando ao máximo de seus debates noturnos sobre questões
de moralidade e legalidade. Ela estava animada e divertida e a química entre os dois era explosiva. Não levaria muito mais tempo para que os dois entrassem em combustão.
“Você está mesmo me escutando?” Maksim exigiu. “Eu estou dizendo a você que a operação de readquirir a sua remessa de veículos foi um fracasso e você está me perguntando se
eu me lembrei de fazer suas reservas para o jantar? Você está maluco? “, Maksim disse algo menos educado em um russo baixo e fervoroso.
“Não aja como se eu não conseguisse entender a minha própria língua”, Ivan disse bruscamente.
“E Katrina não é uma bruxa do inferno. Eu sugiro que você pare de agir como uma mulher velha antes que você realmente se torne uma “.
“E eu sugiro que você comece a agir como um chefe dos mafiya ou corre o risco de perder toda a sua operação para os Tretiaks.” O olhar de Maksim encolheu.
“Talvez aí esteja o vazamento,” Ivan meditou.
Maksim parou abruptamente de falar. Sua expressão se afrouxou. “Você sabe, Sasha Krachenko tem laços com os Tretiaks.”
“Eu achei que você tinha dito que nossos homens eram leais,” Ivan lembrou seu irmão.
Maksim virou-se e caminhou em direção à janela. Ele estava com aquela cara que Ivan sempre definia como “cara de pensamento”. “Eu não poderia imaginar qualquer um dos nossos
homens dando informações ao politzia. Eu não penso sobre a possibilidade de passar informações para outra família que as usaria para seu próprio benefício. “ “Ou seja, você
acredita que na noite que nosso embarque foi apreendido, havia algo acontecendo com os Tretiak que exigia uma distração legal?” Ivan disse especulativamente. “Isso realmente
faz algum sentido.”
“Será que Sasha tem família em nosso território?” Maksim perguntou de repente. “Qualquer um que nos deva dinheiro ou alguém que nosso pai possa ter irritado?”
“É provável que essa lista seja longa e sórdida”, comentou Ivan. Seu pai havia sido um idiota com uma propensão a ameaçar as pessoas por qualquer coisa.
Maksim bateu o punho contra a palma da outra mão. “Eu acho que você acaba de chegar na informação que precisamos para descobrir quem é o dedo-duro.” Maksim abriu uma das gavetas
de Ivan e começou a procurar algo. “Há uma lista de nossos homens e suas conexões familiares aqui em algum lugar. Nosso pai considerava isso como um seguro contra as ideias
rebeldes de seus homens. “ “Ótimo”, Ivan grunhiu. Nunca era uma coisa agradável quando esfregavam em sua cara mais uma vez que seu pai tinha sido um homem bruto e amargo.
“Hoje à noite nós podemos analisar todas as conexões possíveis e talvez até mesmo fazer uma visita a eles.” Maksim franziu os lábios, olhando como se estivesse formulando
um plano extremamente complexo. “Gostaria de saber se há uma maneira de atrair o dedo-duro. Você sabe, alimentá-lo com algumas informações falsas e, em seguida, esperar para
ver se ele cai. “ “Possivelmente.” Ivan considerou esta opção válida. “Se eu ainda estiver na lista de observação do departamento de polícia, eles estarão me vigiando. Poderíamos
vazar informações sobre onde
estou e ver se ela vai parar nas pessoas certas “.
“Perfeito!” Maksim olhou como se alguém tivesse acabado de lhe dizer o Natal estava acontecendo duas vezes este ano. “Seu jantar hoje à noite irá funcionar muito bem.”
“Você está brincando?” Ivan deu um pulo. “Você sabe quanto tempo eu trabalhei para me certificar de que terei privacidade e que não serei interrompido pela polícia ou por
qualquer outra pessoa durante esta noite? Como diabos eu posso ligar meu encontro com Katrina a uma operação policial? “ “É uma oportunidade fantástica”, Maksim argumentou.
“Nós não devemos jogá-la no lixo.”
“Ela não vai para o lixo. É uma noite com Katrina. Eu juro para você, se você aparecer esta noite, de maneira planejada ou não, eu vou te esfolar vivo. Eu quero que esta noite
seja perfeita para Katrina. Essa é a única coisa que importa. “ “Desde quando você colocar uma mulher acima de sua responsabilidade com a família?”
Maksim zombou. “Você se tornou uma mulher velha?”
“Ah, você quer dizer que eu coloco o bem-estar e a felicidade de uma mulher que eu amo acima dos meus interesses empresariais?” Ivan atirou de volta. “Sim, você está certo.
Eu sou um otário. Eu não quero colocar Katrina em risco por algum esquema meia-boca. Em vez disso, eu prefiro aproveitar o tempo gasto com ela em um ambiente longe de estresse
“.
“Suas prioridades estão seriamente distorcidas!” Maksim apontou para Ivan. “Estou começando a me perguntar se o nosso pai escolheu a pessoa errada para levar a família após
a sua morte.”
“Ah, é mesmo?” Ivan estava esperando que isso viesse à tona. Houve várias alusões ao fato desde a morte de seu pai e da leitura do seu testamento. “Bom, isso é muito ruim.
Talvez até mesmo o idiota do nosso pai tenha percebido que você é demasiado impetuoso para executar uma organização como esta “.
“E você é muito fraco”, Maksim replicou.
Ivan fez uma careta. Eles festavam realmente trocando insultos como um casal de jovens? Era ridículo! Respirando fundo, Ivan decidiu entregar o último golpe e encerrar a noite.
“E só para que você esteja ciente, estou restaurando o acesso de Katrina a internet. Ela precisa acessar seu e-mail para a escola “.
“Tanto faz.” Maksim virou as costas. “Mas não venha chorar para mim quando você acordar com uma faca em suas costas.”
Capítulo Onze
Katrina se sentiu realmente como uma princesa quando Ivan gentilmente pegou seu cotovelo e a levou a partir da porta da frente do alto edifício para o SUV preto que esperava
na calçada. O ar ameno aquecia a pele nua de suas costas e pernas. Era tão bom estar fora de casa. O sol estava indo baixando e as luzes brilhantes de néon brilhantes dos
sinais pintavam de cima a baixo, como joias, as calçadas da movimentadas ruas. Ela podia sentir o cheiro do mar a apenas alguns quarteirões de distância. Noites como esta
faziam Katrina apreciar a vida, mesmo as partes confusas e mais complicadas.
“Minha senhorita.” Ivan fez um reverência exagerada quando ao abrir a porta de trás do SUV para que ela entrasse.
Ela se acomodou no assento de couro e alisou a saia sobre suas coxas. O justo tecido de veludo azul-escuro a fez sentir-se sexy e atrevida ao mesmo tempo. Sophia, a estilista,
tinha cortado as pontas do cabelo de Katrina e depois enrolou suas suaves madeixas loiras para prendê-las no topo de sua cabeça. O resultado era uma penteado suavemente desfeito
com cachos que conseguiu enquadrar o rosto de Katrina e luziam seu sedutores olhos. Katrina nunca esteve tão ciente de seu poder feminino.
Ivan correu para o outro lado do veículo e ficou ao lado dela. Ele deu uma série de comandos em um tom baixo de russo para o condutor antes de colocar cuidadosamente o braço
em volta dela.
Estranhamente, ele não se sentia controlador.
“Você está incrível,” Ivan disse a ela suavemente. “Eu mal posso parar de olhar para você. E agora eu tenho medo que você fique batendo nas minhas mãos durante toda a noite
também. “ “Por que?
Ele gentilmente colocou a mão sobre sua coxa. “Porque eu estou morrendo de vontade de te tocar.”
“Ah.” A palavra saiu em um suspiro.
Ela prendeu a respiração, sentindo sua pulsação vibrar em seu pescoço e se perguntando se ele podia ouvir o barulho de seu coração. Havia algo tão incrivelmente atraente nele.
Ela não sabia dizer se era sua aparência sombria e linda ou algo mais. De qualquer forma, quando ele segurou seu rosto em sua mão, ela já estava inclinando-se em direção a
ele para um beijo.
Seus lábios se encontraram e o mundo parou um segundo. O toque era leve como uma pena. Não havia pressão. Ele gentilmente a persuadiu, deslizando a língua sobre a costura
de seus lábios até que ela se abrisse para ele. O gosto dele era exótico. Ela fez um pequeno ruído com a garganta, desejando que ela fosse corajosa o suficiente para implorar
por mais.
Ivan segurou-a firmemente com uma mão e deslizou a outra até seu seio. Ele gentilmente circulou seu mamilo. Mesmo através de duas camadas de tecido, ela podia sentir o toque
como uma marca a ferro. Ela engasgou e se arqueou em direção a ele. Era tão bom quando ele a tocava. Um tiro de excitação foi direto para seu núcleo e em segundos sua calcinha
estava embebida em seu creme..
Ele se afastou apenas o suficiente para falar. “Eu te quero muito, Katrina.” Cada movimento de seus lábios roçava sua bochecha. “Você é tão sexy. Você tem alguma ideia do
que você faz comigo? “ Suas palavras a inflamaram. Ela estendeu a mão e entrelaçou os dedos na suavidade de seu
cabelo sedoso. Ela o beijou de novo, desesperadamente desta vez. Ele devolveu o beijo com outro de sua autoria, e depois outro. Logo não havia espaço entre eles. Ela estava
quase rastejando em seu colo enquanto lutava para se aproximar de seu calor. Uma voz profunda vinda da parte da frente do veículo os interrompeu. “Senhor, nós chegamos.” Era
óbvio que o orador não tinha nenhuma vontade de interromper o momento. Katrina tinha esquecido completamente da presença do motorista. Ela estava mortificada que alguém tivesse
visto ela se amassar com Ivan como se ela fosse uma adolescente com tesão. Ela saltou para longe dele e alisou o vestido e o cabelo. Felizmente, Ivan apenas riu. Katrina o
espiou, apreciando o tom de sua risada, mesmo estando um pouco envergonhada para participar.
“Você é linda”, Ivan disse a ela com ternura. “E parecer um pouco desarrumada só faz você mais sexy.”
“Para você talvez.” Ela torceu o nariz. “Outras pessoas vão pensar que fico fazendo coisas na parte de trás do seu SUV. Muito fino, claro. “ “Pergunte-me se eu me importo
com o que algum estranha pensa sobre minha acompanhante,” ele disse a ela.
Um manobrista abriu a porta e Ivan saiu do veículo. Katrina se sentiu aquecida pela maneira como ele cuidadosamente a ajudou a deslizar pelo banco e sair do SUV sem amassar
seu vestido. Ele se comportou como um verdadeiro cavalheiro.
Ivan colocou cuidadosamente seu braço na dobra do cotovelo e a levou até o restaurante. Era óbvio que ele já esteve aqui muitas vezes. A equipe se ocupou dele imediatamente.
A hostess os cumprimentou e, em seguida, os levou para uma mesa privada no meio do restaurante.
“Você realmente é bem tratado, não é?”, ela perguntou quando eles já estavam sentados.
Ivan encolheu os ombros. “Às vezes um pouco de notoriedade compensa.”
“Você é dono deste lugar?” Katrina estava pensando no estranho estereótipo de mafiosos que sempre comem nesses restaurantes super-extravagantes dos quais eram os donos.
“Não, eu não.” Ele olhou ao redor. “Eu prefiro deixar que as pessoas do meu território continuem a possuir e operar seus negócios. Eu sei que não é necessariamente uma ideia
popular, mas acho que as pessoas são um pouco mais motivadas pelo sucesso em seus empreendimentos comerciais quando o risco e os ganhos decisões deles próprios. Eu poderia
compartilhar dos lucros de alguma maneira, mas eu não sou ganancioso como o meu pai era. “ IVAN observava as velas cintilarem sobre os traços agora familiares do rosto de
Katrina. O jantar foi perfeito. Tudo estava indo bem. A comida estava deliciosa. O serviço foi rápido, mas não arrogante. E a conversa tinha sido alegre e gratificante.
“O quê?” Ela sorriu para ele enquanto lambia uma boa quantidade de trufa de chocolate de sua colher. “Você está olhando para mim há uns bons cinco minutos. Tem chocolate no
meu nariz ou algo assim? “ Ivan não poderia deixar de rir. “Eu só estava pensando que olhar para você me tira o fôlego.”
“Uau,” ela murmurou. Seus olhos azuis brilhavam. “Você é muito encantador quando quer ser.”
“Talvez.” Ele procurou uma forma de aliviar o momento com uma conversa sobre o uso da internet sem parecer que ele estivesse tentando chegar à sua calcinha. “Como você está
se acomodando na cobertura? Eu sei que toda esta situação foi um turbilhão bastante interessante “.
“Sinto falta da minha família.” A expressão dela se encheu de melancolia. “Eu estava na escola há tanto tempo, mas estamos habituados a manter contato. Sem o meu e-mail, estou
ficando muito atrás na escola e perco todos os pequenos grupos de e-mails e piadas trocamos de vez quando. “ “Eu não tinha pensado nisso.” Ivan percebeu que ele não tinha
imaginado como seria para Katrina estar completamente separada de sua família. “Nunca tive a intenção de fazer você se sentir sozinha assim.”
“Eu sei que você não.” Ela deu uma outra garfada no pudim.
O gesto lhe remeteu a pensamentos decadentes que não tinham lugar nesta conversa. “Eu gostaria de pensar que chegamos a um ponto de confiança onde eu posso te dar acesso irrestrito
a internet e saber que você não irá passar informações sobre mim para as pessoas erradas.”
“Eu nunca faria isso!” Ela parecia verdadeiramente chocada.
Ivan se apressou em suavizar qualquer acusação. “Eu não estou dizendo que você faria isso de propósito, mas se as autoridades estão monitorando sua irmã ou seu pai por algum
motivo, eles podem pegar qualquer queixa ou comentário feito por você e usá-lo fora do contexto.”
Ela assentiu com a cabeça, com uma expressão muito séria. “Eu vou ter cuidado com o que digo.
Eu prometo. Eu realmente agradeço que você me deixe usar a internet. Você não tem ideia do quanto isso significa para mim. ” Ela se estendeu sobre a mesa para pegar na mão
dele.
Ivan se deleitava com a sensação da pequena mão de Katrina sobre a sua. Ele tentou manter o autocontrole. Não faria nenhum bem pensar em voltar para a cobertura e possui-la.
Na verdade, se ela soubesse o que ele estava pensando, teria provavelmente o efeito oposto.
De repente Ivan viu Maksim caminhando através do restaurante com a mão sob o casaco como se estivesse prestes a puxar sua arma. Uma escura sensação de raiva começou a se construir
no estômago de Ivan. Havia apenas uma razão possível para Maksim estar aqui agindo como a cavalaria proverbial e Ivan tinha sido muito específico quando disse “não” a seu
irmão sobre este tema.
“O quê?” Ivan estalou.
Maksim agarrou o braço de Ivan e arrastou-o a seus pés. “Nós precisamos ir. Agora. Há meia dúzia de carros da polícia lá fora. Eles estão se preparando para invadir o restaurante.
Temos que sair daqui. “ O rosto de Katrina empalideceu vários tons e parecia que ela iria vomitar. Ivan amaldiçoou seu irmão por sua busca incessante pelo dedo-duro na sua
organização. Ele poderia ter esperado uma noite. Não havia nenhuma razão para jogar jogos quando a segurança de Katrina estivesse na linha.
“Katrina”, disse Ivan tão calmo quanto possível. “Me dê a sua mão e fique do meu lado.”
“Não se preocupe com ela”, Maksim rosnou. “Eles não se preocupam com ela. Eles querem você. “ “Katrina virá comigo ou você estará sozinho nessa” Ivan disse com firmeza. Maksim
soltou palavrões em russo e arrastou Katrina a seus pés. Ele a empurrou na direção de
Ivan e levou a ambos para a parte de trás do restaurante. Ivan teve a impressão de que as portas da frente tinham sido abertas com chutes com um bando de policiais invadindo
a frente do restaurante. Os três desceram para a cozinha. O aroma de especiarias inundou os sentidos de Ivan. O ar no local estava pesado com o vapor. Garçons corriam para
frente e para trás, a maioria carregando bandejas enormes amontoados com pratos e alimentos. Alguém virou-se para eles enquanto Maksim abria caminho passando a janela de pedido
e indo para os fogões. Um grande corpo apareceu na outra extremidade da sala. “Pare! Polícia! Isto é uma ordem! “ “Merda”. Maksim girou e levantou a arma. Ivan agarrou Katrina
e girou quando o primeiro tiro atingiu o coador a apenas alguns metros de distância e saltou para o teto. Ela deu um pequeno grito e agarrou os braços de Ivan enquanto ele
se enfiava na a porta que dava para o beco. Outro policial apareceu no caminho que levava aos banheiros “Ivan Petrov, você está preso…” Ele nunca terminou sua declaração.
Ivan colocou a cabeça para baixo e se jogou sobre o homem, deliberadamente chocando seu ombro contra o diafragma do policial. O homem engasgou e se dobrou. Isto permitiu que
Ivan e Katrina saíssem do prédio. O SUV estava esperando no beco. Ivan nunca tinha ficado tão feliz em ver um veículo antes em sua vida. Ele puxou Katrina pelos degraus e
em direção a uma lixeira. Havia uma briga acontecendo atrás dele e ele ouviu Maksim grunhido quando alguém muito provavelmente lhe deu um soco. Neste ponto, Ivan estava se
sentindo como se seu irmão estivesse recebendo o que merecia. Com exceção de que Maksim era seu irmão e ele não queria que ele fosse preso. Ivan abriu a porta de trás do SUV
e Katrina mergulhou no assento. Como ela estava lutando dentro do veículo, Ivan tirou sua própria arma. Estava escuro no beco. O único brilho vinha de um único poste de luz
amarela fraca. Ivan podia ver Maksim lutando com alguém, talvez vários, mas ele não tinha nenhuma chance clara de acertar o tiro.
“Maksim!” Ivan gritou, sabendo que seu irmão iria entender. Ivan apertou o gatilho. A arma resistia em sua mão enquanto ele descarregava uma bala. Ela se chocou contra o tijolo
acima das cabeças dos Maksim e seus agressores. Os três homens se separaram, os policiais foram para o chão e Maksim pulou para o SUV. Ivan subiu atrás de Katrina enquanto
seu irmão saltou para o banco do passageiro da frente. Segundos depois, eles estavam acelerando para longe em uma corrida de pneus cantando e roncos de motor. Dentro do veículo,
Katrina se encolhia nos braços de Ivan enquanto encharcava sua camisa com lágrimas.
Capítulo Doze
Katrina estava encolhida no canto do sofá com um cobertor sobre os ombros. Seu cabelo era um ninho de ratos, e a maquiagem escorria por suas bochechas. Ela se sentia como
um refugiado e certamente se parecia com um. Ela ainda não entendia o que tinha acontecido no restaurante. Por que os policiais vieram atrás de Ivan com esse tipo de poder
de fogo?
“Eu sinto muito,” Ivan murmurou. Ele se sentou ao lado dela e gentilmente a puxou para seu colo. “Maksim é um idiota. Ele não tinha o direito de colocá-la no meio disso. “
“Por que eles estavam atirando?” Ela enterrou a cabeça no peito dele, não se importando com o que ele pensava que aquilo significava. Ela precisava de conforto muito mais
do que ela precisava de distância.
“Eu não sei por que eles abriram fogo. Isso vai exigir um pouco de estudo. Vou mandar Maksim para investigar e descobrir o que está acontecendo. Mas isso não importa. Você
está segura aqui comigo. Eu prometo. ” Era óbvio que ele queria muito tranquilizá-la, mesmo que sua vida parecesse se intrometer a cada esquina. Será que vai ser sempre assim?
Ele estava tão quente. Ela gentilmente enrolou as unhas no tecido suave de sua camisa, embora o que ela realmente quisesse era tocar sua pele nua. “Você pode tirar a camisa?”
“Desculpe-me?” Ele parecia completamente pego de surpresa.
“Por favor, não me pergunte por quê”, ela implorou. “Eu só preciso estar perto de você.”
Essa explicação não fazia mais sentido, mas Ivan a obedeceu. Ele tirou a camisa e jogou-a sobre a outra ponta do sofá. Katrina passou as palmas das mãos sobre os músculos
de seu peito. Era reconfortante sentir o quão forte e capaz ele era. Este homem iria mantê-la segura. Ele tinha acabado de ajudá-la a escapar de um grupo de policiais loucos
disparando suas armas. Mesmo depois dela ter sido tão má com ele durante a maior parte desta última semana.
“Isso é bom”, disse ela calmamente. “Posso devolver o favor?”
“Sim.”
Ele tirou seu vestido para cima e sobre a cabeça dela, deixando-a de sutiã e calcinha. Katrina respirou fundo ao sentir o delicioso toque de suas mãos em sua pele. Ele passou
as pontas dos dedos em suas costelas e gentilmente passou pelos omoplatas até massagear suavemente a tensão de suas costas. Em segundos, seus olhos estavam fechados e sua
respiração era irregular. Tudo abaixo de seu umbigo se derreteu em uma poça de desejo.
“Eu quero você, Katrina,” Ivan disse em voz baixa. “Bem aqui e agora. Você é minha, e eu quero te mostrar exatamente o que isso significa. “ Ela não poderia dizer não nem
se quisesse. Agora não. “Sim.”
A simples palavra parecia desencadear algo escuro e sensual dentro de Ivan. Ele beijou seu pescoço e ombros, beliscando a pele dela com os dentes e fazendo-a dar um pequeno
grito de surpresa. Tudo parecia surpreendentemente bom. Ela se contorceu contra ele, implorou por mais.
“Coloque seus joelhos em cima do sofá e descanse os braços sobre a parte traseira”, ele instruiu.
A posição parecia estranha mas deliciosamente impertinente. Com suas pernas abertas, ela estava muito exposta. A palma da mão de Ivan pressionava contra suas costas. Ele percorreu
sua coluna e,
em seguida, deu um beijo sobre a linha de sua calcinha. Ela estremeceu quando começou a baixar sua calcinha por suas pernas. Um sopro de ar contra seu sexo molhado a fez estremecer.
Em seguida, Ivan segurou seu bunda e a apertou. A sensação era erótica. Ela nunca tinha percebido o quanto ela poderia gostar desta posição.
“Você está molhada para mim, Katrina?”, Ele perguntou. Ela olhou para ele por cima do ombro. “Me toque para descobrir.” De onde vinha essa gata brava e sexual? Ela não era
assim, era? No entanto, quando Ivan a abriu e mergulhou em sua fenda, ela arqueou as costas, como uma gata no cio. Foi tão bom ter seus dedos contra sua carne inchada. Ele
circulou seu clitóris e em seguida mergulhou em sua abertura. Seus músculos internos se moldavam à penetração, mas ela precisava de mais para atingir o seu pico. Ela precisava
de Ivan por inteiro.
“Por favor”, ela implorou. “Eu preciso de você, Ivan”.
A primeira vez tinha sido assim? Ela sabia que ela continuava fingindo não lembrar, mas que era uma mentira. Seu corpo sabia exatamente o que tinha acontecido naquela noite
na casa de praia. E por isso ela estava tão ansioso agora. Ela sabia como iria se sentir.
Ela ouviu o som do zíper de Ivan e, em seguida, o sofá se mexeu ao lado de suas pernas. Sua pele era tão incrivelmente quente ao lado dela. Isso era o que ela precisava. Suas
mãos a abriram. A ponta de seu pau grosso deslizou através das dobras molhadas de seu sexo. Katrina fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, esperando com grande expectativa
o que estava por vir.
A primeira pressão de seu membro em seu corpo foi requintada. A pressão e a fricção eram exatamente o que ela queria. Então, ele foi fundo e ela deu um grito de alívio. Mas
Ivan não estava satisfeito. Tirando apenas alguns centímetros para fora, ele voltou a se afundar de volta em seu corpo.
A intensidade do ato a fez estremecer por inteira.
Logo o som de suas carnes se golpeando encheram a sala de estar. Ela não se importou. Não importa se cada um dos funcionários soubesse que eles estavam transando no sofá.
Ela já estava longe demais para se importar. O orgasmo que ela queria tanto estava ao seu alcance. Seus músculos estavam se reunindo, e seu corpo se apertou quando ela estava
na ponta da liberação.
“Goze para mim, Katrina”, Ivan ordenou.
A resposta imediata foi impressionante. Ela se derreteu em orgasmo. O corpo dela se suavizou ao redor do pênis de Ivan enquanto ela apertava seus olhos fechados e se deixava
levar. Seus quadris sacudiam com o tremor de seus músculos desciam até o pau de Ivan. Ele grunhiu e empurrou com força contra seu traseiro.
Katrina gemeu de felicidade quando sentiu Ivan ejacular dentro de seu corpo. O calor de seu sêmen lhe deu outro choque que a fez cravar as unhas no couro do sofá. Foi tão
bom. Nada nunca tinha sido melhor.
“Deus, mulher, você me deixa louco”, ele rosnou. “Ninguém nunca me fez perder o controle desse jeito.”
Era estranho tomar isso como um elogio? Ela não sabia decidir. Era realmente justo que ela tenha perturbado Ivan já que ele a fazia se sentir louca a cada segundo do dia.
“Eu amo estar com você.” Ele se inclinou e deu um beijo em seu ombro. “Você é uma mulher
incrível. Você sabe disso?”
“Claro, mas você pode continuar a dizer”, ela brincou. Ivan riu e desceu para o chão. Ela esticou o pescoço e viu que ele estava vestindo sua calça. Era um pouco estranho
estar ali no sofá, apenas de sutiã. Ela estava prestes a descer quando Ivan a pegou em seus braços. Ela deu um pequeno grito de surpresa. “O que você está fazendo?”
“Levando você para a minha cama.”
“Eu tenho meu próprio quarto, você sabe.” Ela colocou os dedos contra sua bochecha, amando a textura da barba em seu rosto.
“Minha cama é grande o suficiente para dois.”
Katrina não ofereceu resistência. Por que se preocupar se ela realmente não queria dormir sozinha. Para Ivan também não era só o brilho pós-sexo. Seus nervos ainda estavam
tensos após o incidente no restaurante. Ela não queria ficar sozinha.
Ele a colocou em sua cama. “Ai está.”
“Você vai se deitar?” Ela odiava o quão carente e vulnerável ela soava, mas lá estava ele.
“Claro.” Ela ouviu um barulho como se ele estivesse arrancando suas roupas. “Eu acho que eu estava com muita roupa.”
“Eu também,” ela decidiu. Em apenas alguns segundos, ela tirou seu sutiã e o arremessou pela sala.
“Você ao menos prestou atenção onde ele foi parar?” Ela podia vê-lo girando-se para olhar na escuridão.
“Não. Vou encontrá-lo pela manhã. “
Ele se arrastou para a cama ao lado dela. “Boa noite, Katrina.” “Boa noite, Ivan.” Ela se aconchegou e descansou sua bochecha em seu ombro. Seu último pensamento antes que
ela dormisse foi que isto não deveria parecer tão certo.
***
Katrina abriu os olhos e se sentou na cama. O sonho tinha sido tão real. Seu coração estava latejando. Tateando no escuro, ela finalmente sentiu o calor da pele de Ivan. Ela
imediatamente começou a relaxar. Ele estava bem. Tinha sido apenas um sonho.
“Calma, Katrina, era apenas um sonho.” Ele tentou puxá-la de volta para o colchão.
“Eu preciso pegar uma bebida.” Ela se inclinou e deu um beijo em seu ombro. Era a única coisa que ela poderia realmente ver na escuridão. “Eu volto já. Prometo.”
Ele murmurou alguma coisa, mas ela não podia dizer o quê. Em segundos, ele estava roncando levemente. Ela gentilmente o tocou novamente apenas para ter certeza que ele estava
bem. Inspirando e expirando lentamente, ela se levantou e foi pegar uma bebida.
A sala estava escura, mas as luzes da cidade se derramavam pelo chão de madeira. Ela não tinha noção de que horas eram, mas ela suspeitava que deveria ser antes da quatro
da manhã.
O pequeno copo de água não fez nada para acalmar suas emoções irregulares. Não havia nenhuma maneira dela ser capaz de voltar para a cama. Não imediatamente. Pegando seu laptop,
ela se perguntou se seu acesso a seu e-mail havia sido restaurado. Recuperar o atraso dos e-mails poderia levá-la a se sentir cansada. Ela se enrolou em um canto do sofá e
abriu o computador. Na tela, ela viu que tinha mais de quinhentos e-mails. Katrina fez uma careta. Se Ivan não a tivesse mantido aqui trancada como uma prisioneira, ela não
precisaria vasculhar dias e dias de e-mails. Vasculhando através do lixo eletrônico, correntes e outras coisas sem interesse, Katrina finalmente de deparou com um e-mail de
sua irmã. Seu coração saltou à vista quando viu o endereço de eletrônico de Nika. Baixando a tela do e-mail, ela se acomodou para ler o que provavelmente seriam algumas anedotas
sobre a floricultura. Só que e-mail de Nika não era sobre isso. Katrina leu tudo de uma vez, e, em seguida, leu novamente para ter certeza que ela tinha entendido o conteúdo.
Seu pai estava tentando fazer um acordo com a polícia local, a fim de encontrar Katrina e trazê-la de volta para casa. Nika queria Katrina tomasse alguma atitude antes que
seu pai se aprofundasse com os policiais locais. Katrina deixou o laptop de lado e colocou os braços ao redor de seus joelhos dobrados. Sua família ainda estava em apuros.
Pior, seu pai ia se meter em problemas com os dois, com Maksim e com os policiais, se isso continuasse. Ela não sabia por que a polícia tinha sido tão ansiosa em atirar primeiro
e perguntar depois, mas não era um bom presságio para Ivan ou para a sobrevivência de sua família. Ela precisava de um plano e rápido. O tempo estava acabando e ela queria
fazer as coisas direito para as pessoas que amava. Todos eles.
Capítulo Treze
Ivan rolou na cama e a encontrou vazia. O sol da manhã apenas começava a brilhar em torno das cortinas de seu quarto. Acordar sozinho era um saco. Especialmente porque ele
tinha ido para lá sozinho. Apoiando as mãos atrás da cabeça, ele pensou sobre a noite. Ele nunca tinha dormido tão profundamente antes em sua vida. Ele não poderia dizer se
isso era por fazer amor com Katrina ou simplesmente por adormecer com ela ao seu lado. Ele se lembrava dela ter um sonho ruim em algum momento nas primeiras horas da manhã.
Ela lhe disse que pegaria uma bebida e, em seguida, voltaria para a cama. Aparentemente, não foi isso que aconteceu. Doía um pouco que ele ainda não tinha sido consciente
o suficiente para perceber que ela tinha desaparecido. A ideia de que ele tenha “dormindo no trabalho” o deixou de mau humor. Então, ele viu Katrina aparecer pela borda da
porta aberta e seu humor melhorou imediatamente.
“Ei,” ela disse suavemente.
“Ei, você.” Ele sorriu e acenou para que ela se aproximasse. “Vamos voltar para a cama.”
Ela não protestou, vindo de boa vontade e subindo ao lado dele. Ivan a envolveu em seus braços e a segurou perto de seu peito. Parecia certo se deitar assim. Na verdade, parecia
incrivelmente certo ser assim.
“Ivan”, Katrina sussurrou. “Eu preciso de um favor.”
“O que?” Ivan ainda estava absorvendo as boas vibrações de ter Katrina esmagada ao lado dele na cama. “Eu já mandei restaurar seu acesso a internet.”
“Sim, eu sei.”
“Ah, então o favor tem a ver com algo que você descobriu online?” Ele só podia imaginar onde esta conversa estava indo.
“Ei! Você está lendo meus e-mails? ” Ela pulou tão rápido que acabou atingindo o queixo dele.
Ivan a empurrou de volta para baixo contra o peito dele, onde ela pertencia. “Não. Eu não tenho que lê-los. É óbvio o que aconteceu. Você deve ter visto algo em seu e-mail
e veio aqui implorando favores “.
“Ah.” Ela parecia estar ponderando que mais. “Eu acho que faz sentido. Você sabe que se você lesse meus e-mails, eu ficaria seriamente chateada.”
“Entendi.”
“Eu preciso ver minha irmã.” Ivan podia sentir que Katrina estava segurando sua respiração, ansiosa pela resposta.
“Você pode me dizer por quê?” Ele perguntou, analisando o ambiente.
“Isso é privado.”
Ivan podia imaginar o humor de Maksim quando dissesse ao seu irmão que ele deixaria Katrina ter uma pequena reunião com sua irmã. Primeiro de tudo, Maksim odiava Nika. Segundo,
eles estavam tentando descobrir o que estava acontecendo com os policiais e este vazamento de informações em sua organização.
“Ivan, por favor? Ela é minha irmã. “A angústia de Katrina finalmente fez com que ele cedesse.
“Ok. Mas você precisa ir e estar de volta ao meio-dia de hoje. Entendeu?” Ivan pensou na tristeza sem fim que isso causaria. “E eu vou mandar dois dos meus homens para vê-la,
então, não banque a engraçadinha.”
“Ai, meu Deus, como se eu fosse chamar a polícia para que eles possam atirar em mim por conta do problema!” Ela deu um cutucão nele. Ele certamente não tinha a intenção de
que o incidente da noite anterior plantasse sementes de paranoia na cabeça de Katrina. Mas se isso a mantivesse a salvo, ele o faria. Ela começou a rolar para fora da cama.
Ele a pegou e devorou seus lábios em um beijo longo e faminto. Os pequenos ruídos que ela fez na parte de trás da garganta o deixaram louco. Na verdade, tudo sobre esta mulher
o deixava louco. Ela saltou para fora da cama e se dirigiu para seu próprio quarto. “Eu vou estar de volta antes do meio-dia. Prometo.”
“É melhor assim, Cinderela!” Ele gritou para ela.
Ivan tateou em sua mesa lateral, finalmente encontrando seu telefone e disparando uma mensagem rápida para Mikhail. Minutos depois, o musculoso homem apareceu na porta de
Ivan.
Mikhail, obviamente, não estava totalmente confortável com a intromissão no quarto privado do chefe. Normalmente era Maksim quem parecia não ter qualquer tipo de propriedade
ou limites.
“Você precisa de algo?” Mikhail perguntou em russo. A escolha da língua fez o seu desconforto ainda mais evidente.
Ivan teve pena dele e não mencionou nada. “Eu quero que você siga Katrina quando ela saia.”
“Ela está indo embora?” Mikhail levantou as orelhas.
“Não para sempre. Ela estará de volta ao meio-dia.” Ivan pensou sobre esta necessidade súbita e urgente de ver sua irmã. “Ela vai para um brunch com sua irmã. Leve um outro
homem com você e mantenha distância, mas sem tirar o olho dela. “ “Devo informar o Maksim?” Mikhail perguntou deslocado, incapaz de olhar Ivan nos olhos.
Ivan detestava colocar outras pessoas no meio de suas brigas com Maksim, mas ele realmente não queria seu irmão envolvido nisso até que houvesse uma necessidade real. “Não.
Me mande uma mensagem se algo de anormal acontecer e eu decido se coloco Maksim na jogada ou não. “ “Tudo bem, chefe.” Mikhail baixou a cabeça e, em seguida, desapareceu pela
porta.
Ivan quase riu alto. Se desse uma arma automática ao seus homens e pedisse que eles entrassem em um armazém cheio de combatentes armados, eles o fariam sem medo nenhum. Peça
a eles para intermediar um confronto potencialmente dramático entre Maksim, Ivan, e Katrina e eles fugiriam como bebês.
Com um suspiro profundo, Ivan se sentou e jogou as pernas para o lado da cama. A vida era tão horrivelmente complicada. As coisas tinham sido muito mais fáceis quando ele
não era o único responsável. Comandar tudo era muito superestimado. Especialmente quando o custo poderia ser mais do que ele estava disposto a pagar.
***
Katrina lançou os braços ao redor de Nika e apertou com força. Sua irmã mais nova deu um
gritinho e depois riu quando ela retornou o abraço. Era tão bom ver sua irmã! Elas estavam acostumadas a estar separadas. Fazia quase uma década que Katrina tinha saído de
casa para ir à faculdade. Mas elas nunca tinham passado mais de uma semana sem qualquer tipo de contato.
“Estou tão feliz em te ver!” Katrina vibrou.
Nika se sentou à mesa com seu café. Era óbvio que ela tinha muita coisa em mente. Katrina se sentou com seu próprio café e esperou por Nika para que pudessem pensar juntas
em tudo. Era incrivelmente bom estar de volta ao Mamacita’s. Ela não esperava que a pequena loja se tornaria um lugar confortável para se encontrar e conversar, mas o ambiente
familiar parecia acalmá-la depois de todo o tumulto.
“Você precisa voltar para casa, Katrina,” Nika disse em voz baixa. “Papai está enlouquecendo sem você. Ele não come. Ele não trabalha. E ele está incomodando a merda dos policiais
para que eles saiam atrás de você “.
Katrina traçou o logotipo do copo de café com um dedo, tentando decidir o que dizer. “Eu não quero voltar para casa.”
Ela não tinha percebido quão verdadeiras eram suas palavras até que elas foram ditas. Nika ficou boquiaberta. Obviamente, sua irmã e seu pai estavam pensando que Katrina era
uma prisioneira. E para ser honesta, ela podia ver Mikhail e outro dos homens de Ivan zanzando na frente de uma loja do outro lado da rua. Ainda assim, Ivan era superprotetor
acima de tudo. Depois da situação ridícula com a polícia na noite anterior, talvez ele tivesse razão em agir forma.
“Como você pode dizer isso?” Nika exigiu. “Ivan levou você embora contra a sua vontade!
Papai devia-lhe dinheiro e ele te usou para cobrir a dívida!”
“Tudo começou dessa forma, sim.” Katrina deu um gole de café para ganhar mais tempo para pensar. Explicar que seus sentimentos tinham mudado era mais complicado do que ela
imaginava.
“Mas, honestamente, Nika, Ivan não é um cara do mal. Ele é um homem maravilhoso. Ele é gentil e atencioso e ele está fazendo um grande esforço para mudar a maneira como ele
lida com as pessoas.”
“Ele é uma puta mafioso, Katrina!” Nika sussurrou com voz rouca. “Ele faz coisas ilegais e toma dinheiro que não é dele.”
“Essa é a parte estranha, Nika.” Katrina sabia que sua irmã não ia gostar disso. “Papai aceitou essa proteção. Pode não ser totalmente legal, mas os policiais não estavam
fazendo nada para se livrar dos vândalos. Fiz algumas pesquisas e Ivan não estava mentindo para mim quando me disse que a polícia nesta área estava vendendo drogas para os
moradores. Os arrombamentos aconteceram por causa do problema da droga.”
“Quem disse que os Petrovs não estavam por trás de tudo isso? Eles fizeram nosso pai acreditar que precisava de proteção. Em seguida, eles cobraram por isso! “A afirmação
de Nika não parecia tão certo como há alguns minutos.
“Eu não estou negando que o pai de Ivan era um idiota.” Na verdade, pelo que Katrina tinha ouvido falar dele, o cara era um mau caráter sem alma. “E eu não estou nem dizendo
que ele não teria se aproveitado de uma oportunidade de negócio. Só estou dizendo que, no caso do nosso pai, o Petrovs ofereceram um serviço real e ele aceitou. Então, ele
não cumpriu sua parte do acordo. “ “Então você está do lado de Ivan?” Nika soou enojada. “Eu nunca te imaginaria como uma traidora da sua família.”
“Não é tão simples assim,” Katrina argumentou. “Só isso.” Ela suspirou. Sua irmã ainda era tão jovem e impetuosa. Parecia estranho já que a diferença entra as duas era de
apenas dois anos. “Eu amo o Ivan. Ele é um bom homem. Ele tem sido bom comigo mesmo sem nem precisar. Ele cuidou de mim. E eu gosto de estar com ele. “ “Sua vendida”, Nika
reclamou. Katrina revirou os olhos. “Você pode parar?”
“Katrina?”
Katrina virou, chocada ao ver seu pai se aproximando da mesa. Ele estava com dois policiais. Um enorme nó se formou em no seu estômago. Isso não ia acabar bem. As expressões
de ganância e ansiedade nos rostos dos policiais eram indicadores disso.
“Papai, o que você está fazendo?” Katrina sussurrou.
Seu pai apertou sua mão. “Esses homens só querem o Ivan. Diga onde ele está se escondendo e eles vão deixá-la voltar para casa. “ “Não, eles não irão.” Katrina olhou para
os homens e sabia que estava certa. “Eles irão me manter sob custódia até que eles possam me usar para forçar Ivan a fazer o que eles querem.”
“Por que você está dizendo isso?” Seu pai perguntou. “Você não significa nada para esse idiota!”
“Isso não é verdade, papai. Eu amo Ivan e ele me ama.” Ela torceu o nariz para os policiais. Eles já estavam se aproximando dela como se soubessem que ela estava pensando
em fugir. Ela balançou a cabeça. “E estes homens sabem do que Ivan abriria mão para me ver segura.”
“Filha, você precisa acreditar em mim. Isto é o melhor.” Seu pai tentava ganhá-la pela consciência.
“Desculpe-me, senhor,” o policial mais alto interrompeu. “Sua filha vai terá que ir até a delegacia com a gente para preencher uma declaração.”
“Você não disse nada sobre isso mais cedo.” Seu pai franziu a testa.
Katrina suspirou. “Olha, papai. Você não pode confiar neles. Assim como você não pôde confiar neles todos esses anos para frear o vandalismo na floricultura ou os assaltos
no bairro. Mas você confiou nos Petrovs, não é? E eles fizeram o que disseram que fariam. “ “Talvez”, seu pai disse fracamente.
“E então você não pagou o que tinha combinado.” Katrina se inclinou e beijou seu pai na bochecha. “Eu estou bem, papai. Ivan me trata bem e não há nenhuma maneira que eu possa
estragar isso. “ “Katrina Sokolov, você está presa por extorsão e conspiração para fraudar o governo.” O policial mais baixo parecia quase triunfante. Então, ele olhou em
volta e percebeu que Mikhail e seu companheiro tinham entrado no Mamacita’s. Os dois policiais não levariam Katrina sem ao menos uma luta.
Capítulo Quatorze
Gritos eclodiram no interior do café quando alguém viu o policial mais baixo puxar sua arma. Katrina empurrou o pai em direção a Nika. “Saia com ela daqui. Saiam agora e não
olhem para trás. Você não pode se envolver nisso! “ “Mas filha!” Seu pai começou a protestar mas o policial mais baixo disparou sua arma em um ponto sobre o ombro de Katrina.
O som da primeira bala era ensurdecedor. Katrina gemia de dor enquanto seu tímpano parecia haver sido rompido. Ela podia não podia ouvir nada, apenas um som agudo. Seu primeiro
instinto foi se jogar no chão mas Mikhail a agarrou pelo braço e foi a arrastou até a saída.
“Saia!” Ele ordenou.
Katrina obedeceu e teria feito isso se o homem trazido por Mikhail não tivesse agarrado sua cintura. Ela lutou, confusa sobre o que estava acontecendo.
“Sasha?” Mikhail parecia aturdido. “Pegue Katrina e saia daqui!”
O policial alto puxou sua arma e apontou para Mikhail. “Você vai. E, então, nós te deixaremos viver. “ Os outros clientes do Mamacita’s já tinham saído. Provavelmente havia
dezenas de chamadas para a emergência sendo feitas naquele momento. A pior parte era que a polícia era o inimigo. Não havia ninguém para pedir ajuda.
Mikhail ainda estava focado em seu colega. O homem estava arrastando Katrina em direção à polícia. Obviamente, eles tinham acabado de desmascarar o dedo-duro. Pena que havia
sido no pior momento.
“Você ouviu, Mikhail.” O homem chamado Sasha tinha um sorriso no rosto e um ar de superioridade. “Meu primo está lhe dando a chance de viver. Não cague esta oportunidade.
Ou você pode deixar o fraco do Ivan para trás e se juntar aos Tretiaks “.
“Você é o traidor?” Mikhail rosnou.
Katrina tentou se esquivar de Sasha, mas ele apertou seu braço com tanta força na sua cintura que ela pensou que ele poderia cortá-la pela metade. Mal conseguindo respirar,
ela tentou ter calma e pensar.
Então ela viu algo maravilhoso. Atrás do balcão, por onde os empregados haviam fugido, ela viu Maksim e Ivan se movendo escondidos. Eles estavam, obviamente, tentando encontrar
uma posição melhor para intervir.
“Eu não vou deixar a Katrina com você!” Mikhail avisou a Sasha. “Deixe ela ir. Você sabe que Ivan vai matá-lo por isso. “ Sasha riu. “Ele é fraco demais para puxar o gatilho.”
Ivan repente saiu de trás do balcão. “Você tem certeza?”
Sasha soltou um palavrão em russo. “Matem ele!”, Ordenou à polícia. “Ele é um criminoso, não?” Mas a polícia parecia nervosa. Agora eram três contra três. As probabilidades
não eram boas
para os policiais que não sairiam dessa sem alguém perguntar porque eles haviam puxado suas armas em um café e atirado em uma mulher desarmada. Denunciar Mikhail como um ladrão
seria simples. Um tiroteio com Ivan e Maksim não seria tão fácil de explicar. O policial mais alto começou a recuar em direção à porta. “Sasha, eu acho que nós precisamos
renegociar.”
“Eu não concordei em mexer com esses dois diretamente”, o mais baixou assentiu.
“Ah, claro, mas você pode atirar nas minhas costas enquanto eu janto?” Ivan disse espumando.
“Covardes!” Ele puxou sua semiautomática e diminuiu a distância entre ele e os policiais.
O coração de Katrina quase parou quando ela percebeu que ele estava se colocando diretamente na linha de fogo. Ela tinha que ajudá-lo! Se ela pudesse fazer com que eles se
distraíssem, ela poderia ajudar a acabar com este impasse ridículo.
Contorcendo-se contra Mikhail, ela conseguiu colocar seu braço mais perto de seu pescoço. A ação teve um efeito negativo e era impossível respirar, mas ela poderia alcançar
o babaca com os dentes. Pensando que agora é melhor do que nunca, ela chamou a atenção de Maksim e depois mordeu o antebraço de Sasha o mais forte que conseguia.
Seus dentes queimavam com a intensa pressão e, segundos depois, ela estava voando. Sasha gritou como uma adolescente em um concerto de rock e a empurrou para longe dele tão
rapidamente que ela não podia se manter em pé.
Katrina girou para longe, tentando e não conseguindo pousar graciosamente. Seu pé ficou preso na perna de uma cadeira e ela bateu no chão como uma pilha de tijolos enquanto
Maksim disparava um tiro que pegou Sasha no intestino. Sua mão se sacudiu ao baixar e um segundo tiro estalou pelo ar. Para o horror do Katrina, Mikhail grunhiu e caiu de
joelhos.
O som ensurdecedor dos tiros e a visão de Mikhail levando um tiro fizeram Katrina gritar de horror. Isso também teve um duplo efeito e fez os policiais fugirem. Aparentemente,
eles desistiram de fingir que isto era um crime que eles estavam investigando. Os dois homens se viraram e correram para a porta.
Maksim começou a latir ordens em russo. Atordoada, Katrina assistiu em silêncio quando uma dúzia de homens Petrov invadiram o Mamacita’s. Eles pegaram tanto Sasha quanto Mikhail
e os empurraram para fora do café. Katrina sem lembrou que o Mamacita’s estava no território de Ivan.
Isso significava que ele tinha a capacidade de desfazer tudo isso?
Ivan se ajoelhou ao lado dela. “Você está machucada?”
“Não” Katrina tremia. Ela não conseguia nem andar. “Mikhail vai ficar bem? E o meu pai e minha irmã? Você os viu lá fora?” Katrina pensou em como eles deveriam estar preocupados.
“Eu tenho que encontrá-los para dizer que estou bem.”
“Eu acho que você já teve contato suficiente com a sua família para um dia,” Ivan disse friamente.
Ele balançou Katrina em seus braços e saiu do Mamacita’s com Maksim atrás dele. Não lhe ocorreu até que eles tivessem no carro, que o tom e forma de Ivan sugeriam que ele
acreditava que ela tinha desempenhado um papel na sua traição. Não, Ivan, não!
***
Ivan nunca esteve tão irritado em sua vida. Quando Mikhail ligou para ele para dizer que o pai de Katrina tinha trazido dois policiais ao seu brunch com Nika, ele tentou dizer
a si mesmo que ela não tinha a intenção de que isso acontecesse. Ele tinha mandado a Mikhail para resgatá-la da polícia. Em seguida, ele tinha chegado lá e a viu entrar no
que parecia ser uma negociação com sua família. Ela estava traindo Ivan? Ela sabia seu pai estava se oferecendo para usá-la como uma forma de chegar a ele? Ele poderia confiar
nela novamente?
“Essa mulher será a sua morte,” Maksim disse sombriamente. “Olhe para essa zona!”
Ivan bufou. “Ah, sim. A zona. Você está falando do fato de que agora sabemos quem é o nosso traidor e como a polícia está ligada aos Tretiaks? “ “Tem isso também…” Maksim
admitiu a contragosto. “Mesmo assim, ela é um problema. “ Mikhail grunhiu enquanto seu médico dava injeções em seu braço por conta da bala. “Katrina não estava te dedurando,
chefe.”
Ivan desejou que ele pudesse ter cinco segundos de tempo sozinho para pensar sobre as coisas em paz, mas isso não ia acontecer. Eles estavam todos escondidos aqui em um de
seus armazéns, mas a polícia estaria atrás deles em menos de uma hora. Levaria tempo para os policiais de verdade seguirem as falsas pistas que as pessoas do Mamacita’s se
comprometeram em fornecer. Ivan teve o pensamento tardio de que pelo menos as pessoas de seus território estavam começando a se afeiçoar a ele. Por enquanto, eles tinham alguns
minutos no armazém para interrogar Sasha e para um médico ver a feridas de Mikhail.
E para lidar com Katrina.
“Deixe-me falar com ela”, Maksim pediu. “Vou fazê-la ser honesta.”
“Não. Você vai assustá-la de propósito,” Ivan argumentou. “Vá falar com Sasha. Não me importa o que você tem que fazer. Descubra quantos de seus primos trabalham no departamento
de polícia.
Precisamos saber quem está atirando na gente. Então entregue-o aos Tretiaks. Ele não é mais útil para eles. Tenho certeza de que eles sabem o que fazer com um traidor maldito.”
Maksim pareceu desapontado. “Você realmente vai acreditar em qualquer coisa que essa mulher diz?”
“Eu não sei” Ivan disse a seu irmão. “Mas eu vou ouvir.”
Ivan deu um tapinha no braço de Mikhail e depois se dirigiu para a sala onde Maksim tinha colocado Katrina. Quando ele entrou, viu que seu amoroso irmão tinha algemado Katrina
à mesa como se ela fosse um criminoso comum. A visão lhe lembrava que, não muito tempo antes, ela tinha definido a Ivan dessa mesma maneira.
“Ivan!” Ela parecia aliviada. “Você está bem!”
“Você está decepcionada?” Perguntou.
“Porque eu estaria?”
A confusão em seu rosto era tão convincente, Ivan tinha dificuldade em decidir como proceder.
Ela era leal ou não? Ele acreditaria nela? Até agora, ele nunca tinha pensado que ela poderia ser uma boa atriz. Katrina era muito brusca e prática para fingir qualquer coisa.
“Mikhail está bem?” Ela parecia genuinamente preocupada. “Eu vi que ele levou um tiro no braço. Eu sei que não é uma ameaça à sua vida, mas ele poderia perder a destreza e
tenho certeza de que isso seria angustiante.” Ela mordeu o lábio, nervosa. “Ele tem família? Tenho certeza de que eles devem estar preocupados.”
“Por que você está tão preocupada com Mikhail?” Ivan perguntou honestamente. Suas elegantes sobrancelhas se uniram em preocupação. “Ele correu um grande risco para me ajudar,
Ivan. Ele é a única razão pela qual o policial corrupto não me arrastou para fora do Mamacita’s. Eles estavam tentando me usar para atrair você.” Ela se inclinou para frente,
deixando seus pulsos travados com um som metálico abafado. “Meu pai não entendia o que ele estava fazendo, Ivan. Por favor, não se vingue. “ “Por que eu não deveria fazer
isso?” Ivan decidiu entrar no jogo embora ele não tivesse ideia de onde esta conversa estava indo. Uma única lágrima rolou pelo seu rosto. Ela secou seu rosto com o braço
o melhor que podia.
“Papai pensou que eu era um prisioneira. Ele e Nika não percebeu que eu estou feliz com você. Eles não entenderam que eu te amo e que quero ficar com você. Mas eu disse a
eles. Eu disse a eles que eu não queria sair. Eu quero ficar com você.”
“Você quer?” Ivan mal podia forçar as palavras por entre os lábios dormentes. Ele tinha medo de ter esperança. “Você quer ficar comigo?”
“Ivan”. Ela parecia chocada. “Como você pode perguntar isso?”
Ele encolheu os ombros. “Eu te levei por um caminho muito menos que romântico.”
“Eu acho que pode parecer isso.” Ela riu um pouco. “Mas eu não precisaria ficar. Eu poderia ter tentado escapar. Eu poderia ter sido um pé no saco. Eu poderia ter mandado
uma mensagem para minha família ou te entregado para a polícia.” Ela apertou os lábios, seus grandes olhos azuis cheios se encheram com o tipo de calor amoroso que ele esperou
a vida toda para ver. “Mas eu não quero.
Você não entende isso?”
“Katrina”, Ivan sussurrou. “O que você está dizendo?”
“Eu estou dizendo que eu preferiria morrer a te trair.” Sua voz era sólida como uma rocha. “Eu estou dizendo a você que eu te amo. E eu estou prometendo que quero estar com
você por vontade própria e não porque o meu pai te deve alguma dívida estúpida.” Ela apertou a mandíbula, teimosa como um burro. “Na verdade, eu vou pagar de volta cada centavo
se é isso que é preciso para provar que eu quero estar com você.”
Ivan não podia resistir. Ele riu até as bochechas doerem. Maksim não ficaria feliz com esse desdobramento. Mas Ivan realmente não se importava com o que seu irmão pensava.
Katrina deu um sorriso e balançou as mãos para fazer um chocalho com as algemas. “Mas você precisa me soltar ou eu vou chutar o seu traseiro quando chegarmos em casa.”
Capítulo Quinze
Ivan apontou para Maksim e indicou que ele deveria ficar do lado de fora da entrada traseira da floricultura para vigiar. Seu irmão lhe mostrou o dedo do meio e, em seguida,
assumiu a posição com os braços cruzados. Ivan não julgou Maksim por sua má atitude. O homem tinha se decepcionado que Ivan não tinha dado um fora em Katrina. Agora, dois
dias depois, Ivan tinha tomado a decisão de deixar a segurança de seu esconderijo/cobertura e levou Katrina para visitar sua família. Dizer que Maksim estava irritado era
um eufemismo de proporções épicas.
“Será que ele nunca vai superar isso?” Perguntou Katrina, olhando para a expressão azeda de Maksim.
Ivan considerou a realidade de sua pergunta. “Eventualmente. Ele pode guardar rancor contra você por um tempo ainda. Ele é muito infantil nesse aspecto.”
“Baby.” Ela dirigiu o comentário a Maksim, que lhes mostrou o dedo médio outra vez antes de grunhir e olhar para o outro lado.
Katrina abafou uma risadinha antes de entrar pela porta de trás da loja de seu pai. Ela só foi autorizada a mandar um e-mail mais do que genérico a Nika, dizendo a sua irmã
que estava a salvo.
Ivan se sentiu mal por isso, mas era a única maneira dele garantir que a segurança de Katrina não seria comprometida.
Agora, enquanto observava Katrina se dirigir ansiosamente em direção à frente da loja onde seu pai estava trabalhando, Ivan se sentiu mal de ter evitado sua família por tanto
tempo. Ela foi em direção ao seu pai e jogou os braços em volta de seu pescoço.
“Eu vim visitar vocês!” Ela anunciou.
Nika apareceu na sala de trás e atirou-se em Katrina. “Meu Deus! Eu não posso acreditar que você está aqui! E segura também. Eu estava tão preocupada depois do e-mail ridículo
que você me mandou. “ “Era tudo que eu podia me arriscar a dizer depois dessa loucura do Mamacita’s”, explicou Katrina. Ela lançou um olhar para Ivan e ele se sentiu quase
inseguro sob o escrutínio de Nika. “Ivan estava cuidando bem de mim e me mantendo segura. Certo, Ivan?”
Ele acenou com a cabeça na hora, sentindo-se como um urso treinado. Mr. Sokolov olhou para ele, com a suspeita ainda acesa em seu olhar. Ivan deu um aceno educado ao velho.
Ele não tinha nenhum desejo de começar a rivalizar com sua família.
“Papai, Nika,” Katrina começou. “Eu trouxe Ivan aqui hoje porque precisamos limpar o ar entre nós de uma vez por todas.”
“É aqui que você entra com a sua síndrome de mulher agredida e diz que vocês estão juntos porque se amam?” Nika zombou.
“Quer parar?” Katrina pareceu aflita. “Eu o amo mesmo. Ivan me trata como uma rainha. Eu não sei por que isso é tão difícil de acreditar. “ “Hum, deixe-me pensar,” Nika disse
sarcasticamente. “Vamos começar com … ele é um mafioso”.
“Ivan é um bom homem”, disse Katrina.
Ela apontou para a frente e Ivan suspirou. Isto era extremamente desconfortável. Por que ser um bom namorado significa ser agradável com a família da sua namorada? Especialmente
quando eles eram ranzinza como o pai de Katrina.
“Filha, você realmente o ama?” Perguntou Sokolov.
“Sim.” Katrina assentiu enfaticamente. “Eu quero estar com ele.”
“Você não me deve nada mais.” Ivan disse finalmente. “Eu amo a sua filha. Eu estou perdoando sua dívida não porque a tenho, mas porque eu estou com ela e quero fazê-la feliz.”
Aha! Ivan pôde ver o minuto em que o velho homem entendeu tudo. Finalmente alguém estava vendo a razão. Não que ele pudesse dizer o mesmo sobre Nika. A jovem olhou como se
ela estivesse prestes a explodir.
“Nika, não”, disse Katrina a sua irmã. “Eu sei como você se sente. Entendo. Mas esta é a minha escolha e eu vou fazer isso.”
“Você está cometendo um erro,” Nika estalou.
“Você é a que estava sempre tão obcecada com a mafiya ,” Katrina lembrou sua irmã.
Ivan considerou isso com interesse. Nika estava fascinada com histórias sobre as famílias do crime, não? Interessante. Ele definitivamente não teria imaginado isso ao ver
seu comportamento crítico.
“Isso foi antes de perceber o quão horrível todos eles são”, Nika disse petulante. “Eles fazem uma tonelada de dinheiro com as pessoas pequenas e não compartilham nada.”
“Isso não é verdade!” Katrina protestou.
Apesar de ter sido bom ouvir a mulher que amava defendê-lo em frente sua família, Ivan não deixaria Katrina ser empurrada para esse papel. Ele ergueu a mão para silenciar
o resto da agressão verbal de Nika.
“O quê?”, Ela rosnou.
“Alguém poderia pensar que você parece com ciúmes” Ivan apontou.
“Com ciúmes?” O olhar de Nika se afastou e ela parecia desconfortável. “Por que eu teria ciúmes?”
“Talvez porque sua irmã …” Ivan não terminou de falar, porque Katrina agarrou seu braço e o apertou forte.
“Nika, me desculpe por te deixado sozinha aqui com Papai por todos esses anos.” Katrina se moveu lentamente em direção à sua irmã.” Eu sei que você lidou com este tema de
dinheiro, os problemas da loja e com todo este drama sozinha. Isso foi errado da minha parte. Eu fiquei tão envolvida em meus estudos que esqueci o que significava ser uma
parte de uma família.” Katrina puxou sua irmã em seus braços. “Eu não vou mais fazer isso. Eu vou estar grudada em você a cada segundo de cada dia, cuidando de você. “ “Ai,
meu Deus!” Nika deu uma risada. “Por favor, não me ameace com isso!” Ivan olhou em confusão enquanto as irmãs riam, choravam e abraçavam. As mulheres eram
impossíveis de entender. Então ele olhou para Sokolov e viu que ele estava em um estado semelhante de confusão. Ivan caminhou para perto do velho homem e ficou surpreso quando
Sokolov sorriu para ele. Ivan deu de ombros em resposta. “Isso é normal?”
“Aprendi a não tentar entender por que eles fazem o que fazem” Sokolov disse a ele. “Quanto mais velho fico, mais eu percebo que os homens nunca tiveram a intenção de compreender
como a mente de uma mulher funciona.” O velho deu um tapinha no braço de Ivan. “Você verá.”
***
A pedido de Katrina, eles estavam de volta na pequena casa de praia mais uma vez. Ela olhou para ondas do lado de fora. O céu crepuscular pintava a água em tons profundos
de azul é púrpura. A visão era quase etérea. Com o cheiro de sal do mar e os sons suaves da noite da praia, ela estava no céu.
Ela ouviu Ivan se aproximando e se virou para sorrir para ele. “Eu queria saber para onde você tinha fugido.”
“Achei que você e Maksim poderiam ter um pouco de privacidade para conversar.” Katrina perguntou se o irmão de Ivan iria perdoá-la por suas transgressões imaginárias.
“Ele vai superar isso”, disse Ivan, adivinhando corretamente seus pensamentos.
“Eu te amo, sabia?”, ela disse a ele.
Ivan colocou os braços ao redor de sua cintura e virou seu rosto para ele. “Eu sei disso. E eu te amo também.”
“Você está pronto para ir para a cama?” Perguntou Katrina.
Ele pareceu surpreso. Então ela começou a puxá-lo para dentro das portas francesas que levavam diretamente para o quarto. Eles não precisavam esconder nada mais. Ele bateu
a porta para entrar.
Katrina apertou seus lábios contra os dele, beijando-o com tudo o que ela sentia por dentro. Ela queria que Ivan soubesse que tudo o que ela não eram só palavras. Ela sentia
isso. E quando ele deslizou a língua entre seus lábios e aprofundou o contato, ela sabia que ele havia entendido a mensagem.
Eles caíram contra a cama, mas no último segundo Ivan se afastou. Ele deu um passo para trás e olhou para Katrina de uma forma que pôs seu sangue em chamas. Ivan arrancou
sua camisa sobre a cabeça e, em seguida, empurrou seus shorts para o chão.
“Eu gosto quando você está nu”, ela brincou. “Mas agora eu tenho muita roupa.”
“Então, tire tudo.” Ele subiu na cama e se encostou na pilha de travesseiros contra a cabeceira da cama.
Katrina pegou a bainha de seu vestido de verão e, lentamente, levantou-a sobre a cabeça. Ela desejava que ela fosse o tipo de mulher que sabia como fazer um strip-tease, mas
esse realmente não era seu estilo. Além disso, o engate na sua respiração sugeriu que ele estava muito excitado com o que estava vendo. Um formigamento surgiu em sua espinha.
Ela se contorceu para fora de sua calcinha e percebeu
que sua vagina estava quente e molhada. Ela estava tão pronta para ele, e ela o queria agora. Não há mais espera. Empurrando sua calcinha e estalando o fecho de seu sutiã,
ela subiu na cama ao lado dele. Ele se entreolharam por um momento, mas Katrina não sentia como se ele estivesse no comando de todo. Em vez disso, ela se sentia poderoso.
Ela segurou as rédeas e sabia exatamente o que queria fazer com elas. Katrina montou nas pernas de Ivan. A posição deixou seu sexo exposto. O beijo de ar fresco contra sua
carne aquecida a fez querer ainda mais. Olhando em seus olhos escuros, ela colocou as mãos sobre seu peito e se esfregou dolorosamente sobre sua ereção. Ivan gemeu. Suas pálpebras
flutuaram mas não se fecharam. Quando ele ia agarrá-la pela cintura, ela segurou suas mãos e as prendeu contra a cabeceira da cama.
“Não”, ela disse. “Essa é a minha vez.”
Ele não discutiu, mas quando ela começou a se esfregar contra seu eixo, ele reagiu. Katrina apertou os joelhos contra os seus quadris e se mexeu até que sentir a ponta de
seu pau contra sua abertura. A sensação era tentadora ao ponto da loucura. Ela queria muito a esse homem. Era tudo o que ela podia fazer para obrigar-se a ir devagar. Isto
tinha que durar porque a espera tornaria tudo muito mais doce.
“Katrina”, ele gemeu. “Transe comigo, por favor!”
Finalmente ela inclinou seus quadris e permitiu que seu pênis penetrasse plenamente sua vagina quente. Ele cresceu dentro dela, o poderoso movimento de seus quadris era demais
para que ela pudesse negar. Ela cravou as unhas nos ombros dele e montou-o com força. Revirando seus quadris, ela apoiou seu peso sobre os joelhos e usou a posição para subir
e descer em seu pênis.
O atrito atingia níveis intoleráveis. O calor entre eles criou uma camada de suor sobre seus corpos. Suas peles se juntaram em todos os lugares possíveis. Juntos, eles mergulharam
em direção ao êxtase e Katrina sabia que eles estavam indo rápido demais.
“Eu vou gozar, meu amor”, ele murmurou. “Eu quero sentir o sua vagina derretendo no meu pau. Eu quero ser seu, Katrina. Goze pra mim!”
Sua voz a fez desbordar. Seus músculos contraídos e ela se desfez quando sua vagina desaguou sobre seu pênis. Ele estava tão fundo nela que ela sentia cada pulsar de suas
veias enquanto ele derramava seu sêmen no seu corpo. A sensação era perfeita. Eles se juntaram em cada maneira possível.
Quase.
Quando voltou seu pós-orgasmo, Katrina descansou a bochecha no peito de Ivan e pensou em tudo o que queria na vida. Ela nunca tinha pensado em ter um relacionamento monogâmico
como uma de suas prioridades. No entanto, ali estava ela com o suor de Ivan em sua pele e o brilho quente do seu amor em seu coração.
“Katrina”, ele sussurrou.
Ela mal conseguia formar palavras. Talvez essa fosse a ideia por trás de “fodida de amor”. Ela encontrou os meios para mover os lábios. “Uh huh?”
“Você quer se casar comigo?”
Demorou um segundo para as palavras entrarem em seu sistema. Ivan a segurava tão docemente. Seus braços estavam presos em suas costas e seu pênis ainda estava dentro dela.
Ali mesmo ela sabia que queria passar cada momento amando este homem. Ele era tudo para ela. Ele tinha provado uma e outra vez que ela não o intimidava. Ele era teimoso, mas
disposto a ouvir. Suas ideias eram novas e excitantes, mas ele também estava disposto a debater quando havia uma diferença de opinião.
“Sim”, disse Katrina decisivamente. “Embora eu não faça ideia de como serei bem sucedida em uma carreira como diplomata se o meu marido está metido até a cabeça com o crime
organizado.” Ivan riu e deu um doce beijo bem em cima de sua cabeça. “Baby, isso é diplomacia pura.” Touché. Aparentemente, esta rodada era do homem que segurava seu coração.

 

 

                                                                  Bella Rose

 

 

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