Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Translate to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese

  

 

Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


A MARCA DE MEGAN / Lora Leigh
A MARCA DE MEGAN / Lora Leigh

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites

 

 

A MARCA DE MEGAN

 

Jonas Wyatt contemplou os arquivos diante dele, as informações das raças e seus companheiros; os homens e mulheres que tinham encontrado algo único. Um Acoplamento diferente de algo que a maioria das pessoas pudesse chegar a conhecer ou a entender. Uma que possivelmente agora bem podia voltar à opinião mundial contra eles.

Eles eram raças. Modificações genéticas que tinham encontrado de algum jeito a graça de Deus, ou qualquer das divindades existentes. Tinham sobrevivido, não só às modificações genéticas, mas também às crueldades que seus criadores tinham amontoado sobre eles durante décadas.

O Conselho de Genética.

Passou os dedos por seu cabelo curto de corte militar e suspirou asperamente enquanto a tatuagem em seu couro cabeludo zumbia baixo dos curtos filamentos de seu cabelo. F2-07. Sua designação de laboratório e nascimento, a classificação que o Conselho de Genética lhe tinha atribuído.

O Conselho de Genética tinha sido criado fazia quase um século, um grupo dos então maiores cientistas, biólogos, fisiologistas e geneticistas do mundo da época. Eles tinham financiado o primeiro Laboratório, começado com os primeiros experimentos. Monstros sem consciência, nenhum remorso e nenhuma compaixão.

Fez uma careta enquanto se levantava de sua cadeira e caminhava com passo majestoso à ampla janela do outro lado de seu escritório. Ali fixou a vista na grama perfeita e precisa do edifício federal no qual estava localizado o Gabinete de Governo das Raças.

Afundou suas mãos nos bolsos de suas calças, contemplando a imagem que projetava no vidro. Totalmente militar, seus ombros jogados para trás, as calças cinza de seda e a camisa de etiqueta branca assentavam comodamente em seu corpo amplo. Não parecia fora de lugar. E, durante um bom dia, não se sentia desconjuntado.

Hoje não era um bom dia.

Abaixo, o tráfico minguou ao longo da rua ao lado da grama perfeitamente recortada e perto da cerca de ferro lavrado. Árvores cuidadosamente podadas dedilhavam a grama, havia pequenos bancos de cimento brancos na sombra preguiçosa que estas davam. O verão florescia através da paisagem, originando ondas de calor que emanavam das calçadas e ruas mais à frente.

A capital era tão enérgica como sempre, a lama política que ele esteve cruzando com tanta eficácia nos meses passados não era mais grossa do que o que tinha sido. Mas poderia senti-la tirando dele agora de modo diferente de que o tinha feito antes, tirando-o de sua lealdade, lembrando-o de suas limitações. Não gostava que as lembrassem.

Ele mesmo era uma raça. Cento e quinze quilos, um metro e oitenta e dois, quinze centímetros e meio de músculo de raça de Leão sólido e instintos afiados. Tinha sido criado para matar, não para negociar. Mas tinha aprendido logo na vida a fina arte da política, da manobra e da mentira dentro da verdade. Tinha aprendido tão bem que tinha ocupado esta posição com uma facilidade quase digna de preocupação. Era ele o que tinha lutado para escapar? Um monstro que vivia como um homem?

Possivelmente.

As raças de Leão haviam sido as primeiras criadas. O esperma masculino e o óvulo feminino selecionados tinham vindo de linhas de sangue fortes e ferozes. Sobre tudo de índios Apache ou Navajos americanos, ou irlandeses, escoceses e alemães. A lista às vezes parecia não acabar nunca. Uma vez escolhido, tinham sido trocados. Os geneticistas haviam pensado que tinham isolado finalmente o DNA que controlava certos aspectos de comportamento ou fraqueza. A fraqueza humana foi substituída por força e instintos animais.

Ouvido excepcional, sentido do olfato e consciência primordial. Força maior, resistência e perfeição muscular.

Eles tinham criado o que acreditaram que era o soldado perfeito. E logo começaram a treiná-los.

Desde o nascimento não tinham conhecido nenhum amor e nenhuma compaixão. Foram provados, experimentados e empurrados aos limites do espírito e depois mais à frente.

Passou as mãos pelo rosto, lembrando as crueldades, os horrores dos Laboratórios. Raças assassinadas pelas infrações mais leves, abusadas ao ponto que muitos morreram gritando de agonia e com seu sangue manchando os duros chãos de pedra dos Laboratórios. O que fizeram aos homens era bastante ruim. O que fizeram às mulheres…

Jonas sacudiu a cabeça, virou-se da janela e caminhou de volta a sua mesa onde caiu na cadeira.

Um século de inferno estava agora atrás das raças. E se ele não tivesse muito cuidado, seriam todos devolvidos a isso. As Raças Felinas, os Lobos e a pequena minoria de Coiotes que tinha conseguido reter o que a ciência humana tinha tentado tirar de sua genética.

As Raças de Leão eram os precursores. Seu Líder de clã, Callan Lyons, tinha aberto a porta à liberdade fazia mais de sete anos com seu acasalamento com Merinus Tyler, a filha de um jornalista influente e dono de um periódico. De todas as espécies, os Leões somavam o maior número, ainda que aqueles números fossem lamentáveis ao extremo. No total, de todas as espécies de raça, havia menos de mil.

A Natureza, entretanto, em sua determinação para que sobrevivessem tinha criado um problema que bem poderia fazer com que todos eles fossem exterminados.

O acasalamento.

Recolheu o arquivo enviado essa manhã do Santuário, os resultados das últimas provas sobre os casais acasalados. Havia menos de uma dúzia. E todos eles consistiam em Raça e Humano.

A procriação era complicada, implicando períodos de calor sexual e, para as fêmeas, uma debilitante necessidade. Os felinos concebiam facilmente, mas os resultados daquelas concepções seriam desconhecidos durante os anos vindouros. O que era conhecido era o resultado dos acasalamentos.

Nem Macho nem Fêmea, nem a Raça nem o humano tinham envelhecido nem um dia uma vez que os hormônios que os ligavam se equilibraram dentro de seus corpos.

Callan e Merinus haviam se acasalado sete anos antes, e fisicamente seus corpos ainda tinham que mostrar a tensão daqueles anos adicionais.

As raças estariam fodidas se o conhecimento disto escapasse ao grande público. Podia ouvir agora a Supremacia do Sangue gritando, exigindo seu encarceramento e sua separação do grande público.

E para acrescentar ao problema, tinham um desaparecimento no Santuário. Um casal de raças suspeito de haver se acasalado e uma fêmea na qual Jonas tinha estado muito interessado.

Enquanto contemplava o arquivo, uma batida leve à porta de carvalho que separava seu escritório de sua ajudante ecoou pela sala escura e adornada.

Levantou a cabeça enquanto a porta se abria e sua ajudante, Mia, entrava, fechando o painel atrás dela.

-O senador Cooley está aqui para vê-lo sobre o Registro Nacional da Raça, Sr. Wyatt. -Seus lábios se levantaram em um pequeno grunhido, um curto incisivo brilhou brevemente-. Devo dizer que não está?

A opinião de Mia sobre o Registro Nacional era conhecida. As raças tinham lutado contra isso durante meses. O registro particular mantido dentro do escritório de Jonas era tudo o que era necessário no momento.

-Pode fazê-lo entrar. -Pôs o arquivo na mesa enquanto se inclinava para trás em sua cadeira-. E Mia, preciso de toda a informação que você possa conseguir sobre o Mark e Aimeé. Compare-os com outras raças relativas a qualquer designação compartilhada ou contato de não raça assim como provas.

-Sim senhor. Farei isto agora. Também almoça à uma com o Senador Tyler e seu irmão, e tem um coquetel esta noite em Drey Hampton. Não pode cancelar nenhuma entrevista.

Jonas assentiu; Mia era tão competente em seu trabalho quanto ele era no seu.

-Faça entrar o Cooley e ligue para Braden Arness no minuto em que o senador Cooley sair. Tenho um trabalho para ele.

Ela assentiu energicamente antes de virar-se e andar elegantemente de volta a seu próprio escritório.

Jonas tirou o arquivo do projeto de lei para o Registro de Raça de outros de sua mesa e o abriu casualmente. Não tinha nenhuma intenção de concordar com qualquer parte disso, mas algumas vezes… algumas vezes era melhor jogar o jogo.

Levantou os olhos quando o Senador Cooley entrou na sala, de idade média, seus olhos naturalmente estreitos e nariz agudo lhe davam o aspecto de um rato. Um sorriso magro se esticava através do rosto do senador, pretendendo ser jovial e simpático.

Jonas conteve um suspiro cansado. Outro jogo. Outra mentira. E ele sabia sobreviver, as mentiras nunca pareciam acabar-se.

 

 

                             Sul do novo México, 2023

Evanescence ressonava nos alto-falantes do Ranger Raider, a nova grande onda de veículos de polícia especialmente construídos para o terreno pedregoso do deserto. A rocha era suave com o veículo, devido à suspensão separada em cada roda, permitindo que este cruzasse o terreno facilmente e era também uma comodidade calmante quando se acrescentava à música que esmurrava o pulso e fluía pelo interior.

A música era velha, mas encaixava com seu humor. Escuro, cheio de energia e uma busca de vida. Mas abaixo das batidas, Megan Fields poderia sentir fios da emoção que se entrelaçavam ao seu redor e pulsando em sua mente. Emoções dos outros, dor de alguém mais. Os talentos sensitivos que possuía eram sua maldição; o deserto era no geral sua salvação. Até agora. No momento os dois tinham conseguido alguma maneira de não chocar.

A patrulha do deserto nunca era divertida, e só em estranhas ocasiões se fazia perigosa. Ela sabia. Esta era a área perfeita para o elemento criminal. Facilmente cruzada e quase impossível para a Lei patrulhá-la o suficientemente, este era o hábitat perfeito para a variedade de carniceiros de duas pernas que se alimentavam de seres humanos inocentes.

Megan Fields não fez caso da música que ressoava ao redor dela enquanto ajustava os óculos escuros que protegiam seus olhos do sol ardente e contemplava a terra ao seu redor. Completamente, com uma mescla de avermelhados, marrom dourados e bronzeados mais sombrios chapeados intermitentes de verde, a terra parecia vazia, derrotada e esquecida.

Às vezes se perguntava se era a única que poderia ver a beleza na terra que a rodeava. As cavernas escondidas em lugares sombreados, as áreas de esplendor, pequenas e bem escondidas, cobertas de erva. Este era um mundo maravilhoso, secreto, entre as moitas e as sarças que saltavam à primeiro vista.

E se não estava confusa, parecia ter companhia em seu maravilhoso mundo do deserto. Podia sentir as sensações de perturbação serpenteando, apertando seu crânio e enviando tensão por seu corpo.

Freou na beira de uma profunda ravina, seus olhos se estreitaram diante dos rastros de pneus que conduziam a ela. Eram bastante recentes, cortando profundamente o chão arenoso, como uma ferida descuidadamente infligida. Um calafrio percorreu sua carne ao vê-las, fragmentando a paz que antes a tinha preenchido.

Girou seu olhar para nota situada através da pequena tela à direita do volante. Havia um relatório de um excursionista desaparecido de Carlsbad, vários BOs[1] de veículos roubados.

Coçou o alto de seu nariz pensativamente antes de silenciar a música e fixar o microfone de seu radio no ombro.

Não podia ignorar. A adrenalina palpitava por ela, aumentando os receptores já sensíveis em seu cérebro.

Havia algo na ravina. Algo que poderia combater e que poderia encarar sem a presença de outros. Uma possibilidade de reconduzir a agitada energia que raramente tinha uma saída.

-Controle, estou na Ravina b-4. Há sinais de passagem recente que se dirigem a ela. Tem um sinal de algum veículo dentro ou fora?

-Negativo, Fields - respondeu Lenny Blanchard, técnico oficial de satélite e menino para tudo em geral com uma voz lenta e preguiçosa-. Não temos nenhum movimento rastreado dentro ou fora no mês passado. O GPS mostra só seu veículo.

Ela tamborilou os dedos no volante, fez um bico com seus lábios, pensativa enquanto contemplava os rastros.

Era bastante habitual que os donos desconectassem o GPS a menos que quisessem usá-lo, embora fosse muito reprovável e em certas áreas pudessem se sair bem. Esta era uma daquelas áreas.

O perigo quase brilhou nas ondas de calor que viam à deriva sobre o veículo

Decidindo-se rapidamente, saiu do Raider, movendo-se à frente deste e inclinando-se para inspecionar os rastros de pneus mais de perto. Estas cortavam profundamente a terra, os pneus fora do caminho tinham deixado um sinal diferente quando descenderam pela inclinada costa para o estreito vale abaixo.

Esticou a mão, roçou seus dedos sobre os rastros enquanto tratava de concentrar-se nas impressões provenientes delas.

Medo. Determinação. Podia sentir as emoções de dentro do veículo nas impressões na areia e na terra solta.

Contemplando a área, moveu-se mais longe, à direita, seus dedos foram a beira de outro rastro. Botas de montanha. Alguém tinha seguido o veículo a pé. E tampouco estava ali pela paisagem.

Coçou o queixo, franzindo o cenho enquanto tentava lembrar as lições de rastreamento que seu avô lhe tinha dado quando era jovem. As pistas tinham ao menos vinte e quatro horas que foram feitas, não mais de quarenta e oito. As botas de montanha eram mais recentes, dentro de oito a dez horas passadas.

Inclinou então a cabeça, seus olhos se estreitaram diante da falta de emoção ou sensação que veio ao tocar os rastros. Eram tranqüilas, centradas. Como se quem os tivesse feito não conhecesse nenhum medo, nenhuma cólera, nenhuma emoção enquanto percorria seu caminho pela ravina.

-Controle, vou investigar - anunciou enquanto ficava em pé e se movia para trás ao seu veículo-. Há provas de alguém a pé. Poderia ser nosso excursionista desaparecido da Área Dois.

-Isto está a milhas de distância, Fields - indicou Lenny-. Uma boa excursão de dois dias.

-Sim, mas que demônios, sabe como são alguns destes novatos. - Ela suspirou enquanto fechava a porta e prendia seu cinto de segurança outra vez-. Verificarei antes de ir para casa. Fields: cambio.

Ativou a tração do veículo com um golpe no interruptor antes de dirigir-se para baixo pela ladeira inclinada no caminho feito por milhões de inundações repentinas que o tinham cruzado durante séculos.

Manobrando devagar, manteve seus olhos estreitados a procura de sinais do veículo ou do excursionista. A ampla fenda da ravina tinha vários afluentes pequenos, alguns conduziam a cavernas secretas que se transbordavam facilmente durante a temporada chuvosa e outros cortavam um curso na terra antes de estreitar-se devagar em becos sem saída.

Esta ravina era mais profunda que a maioria, empinadas as paredes alcançavam facilmente mais de trinta metros acima da base arenosa. Cavernas e crateras profundas tinham sido cortadas nas paredes, prova da força incrível da água que tinha escavado um caminho na ravina. Pelo centro, os rastros de pneus seguiam até desaparecer numa curva pronunciada.

Megan olhou a curva enquanto se aproximava lentamente. Podia sentir uma sensação de perigo aumentando enquanto se aproximava mais, algo não estava correto. O sol parecia muito brilhante e o calor que irradiava da capota do Ranger muito intenso.

Todos seus sentidos de repente golpearam e pulsaram com força. A cautela a encheu, como se produzida pela sensação de destino iminente.

Fazendo a curva, freou devagar, contemplando o jipe com tração negro que estava parado silenciosamente sob os raios dourados do sol.

Maldição. Isto não era exatamente o que tinha esperado.

O veículo, embora não tão bem adaptado ao deserto quanto o seu, tinha sido definitivamente construído para manobrar por trilhas. As rodas, que cortavam o terreno, foram feitas para ajudar a tirar o veículo da terra lamacenta ou arenosa. Ao menos quando não estavam murchas, como estavam estas.

Ela olhou através das paredes da ravina, seus olhos estreitados contra o sol enquanto ativava a segurança de veículo Raider. O zumbido e a vibração dos protetores de pneus se deslizaram no lugar, junto com o protetor à prova de balas ativado e acompanhando o batimento rápido de seu coração.

Morte. Ela a sentiu agora.

-Fields, registramos a segurança ativada de seu veículo. Está com problemas? - A voz de Lenny era de repente alerta.

-Negativo. Controle. Não ainda, de qualquer jeito - respondeu ela enquanto verificava sua arma, deslizando um clipe suplementar de munição em seu colete enquanto soltava seu cinto de segurança-. Encontrei o veículo. Parece abandonado, todos os pneus vazios e as janelas quebradas. Vou dar uma olhada mais de perto.

Ela aspirou profundamente, lutando para bloquear os remanescentes de horror que palpitavam pela ravina. Morte. Seu peito se apertou, seus pulmões doeram quando ela forçou o ar neles, lutando diante da dor pura que rolou sobre ela.

Falhei… Ela estremeceu diante da repentina emoção arbitrária que lhe brotou. Este não era seu pensamento, nem seu fracasso, mas sentiu que perfurava sua alma.

Daí que se escondesse no deserto. Por causa desta maldição, não era seguro trabalhar com ela, nem trabalhar ao redor.

Por causa do que sentia agora, sabia que nunca poderia fazer o trabalho com o qual sempre tinha sonhado. As capacidades empáticas fraturavam sua atenção, a empurravam tão profundamente no pântano de emoções que fluíam dos outros que sua concentração e seu controle tinham começado a desmoronar.

Respirou com força, determinada a fazer retroceder a dor e a raiva das emoções do outro enquanto tentava encontrar a razão pela qual isto existia.

-Negativo, Fields. -A voz de seu primo, o Xerife Lance Jacobs, chegou pelo receptor-. Saia dessa ravina e espere reforços. Todos os helicópteros estão fora de alcance e incapazes de ajudá-la. Irei com o Crawford agora.

Megan resfolegou. Ela podia ouvir a exigência na sua voz.

-Não sou um policial de trânsito, chefe - arrastou as palavras -. Apesar de suas tentativas de transformar-me numa. Os rastros na ravina têm vinte e quatro horas que foram feitos. Seja o que for que aconteceu aqui parece que está terminado.

Ou isso esperava.

Ativou a tela em seu pára-brisa, procurando sinais de vida dentro do terreno. Agora não podia confiar em seus sentidos; estavam inundados também pela raiva e a dor que fluíam do veículo diante dela. Mas tinha a sensação de que realmente não estava sozinha.

-A tela mostra a ravina livre de sinais de vida. Vou fazer uma investigação inicial enquanto espero.

Sua maldição estava amortecida, sua frustração não. Ele conhecia os problemas que tinha experimentado durante o treinamento na Academia de polícia, como sabia que esta era a razão pela qual ela tinha voltado para casa em vez de aceitar uma das ofertas das grandes cidades que tinham surgido.

-Proceda com extrema cautela, Megan - advertiu ele -. Eu não gosto de como sente isto.

Nem ela.

Ela saiu do veículo, inclinando sua cabeça para o silêncio da ravina. Era como se toda a vida tivesse abandonado a área. Normalmente estaria cheio do sussurro de asas das aves, pequenos animais e insetos lutando por alimento e sobrevivência. Esta ravina era uma das poucas áreas que conseguiam reter a umidade dentro das pequenas cavernas que a água tinha esculpido nela. Deveria haver vida aqui.

Só havia morte.

Um fedor peculiar e horripilante enchia o ar também. O cheiro da morte a envolveu, espesso e cheio de ameaça na tranqüilidade da tarde. Sentiu que a tensão se espessava, e não era só a sua.

-Lance, isto aqui fede. - Ouviu que sua própria voz tremia enquanto contemplava o carro brilhando no sol quente.

Seu peito se esticou quando vislumbrou a presença de dois corpos através do vidro inquebrável e escuro.

-Maldição, Megan. Saia dai - assobiou Lance, sua voz pesada pelo temor.

Calafrios correram por seu couro cabeludo e seus ombros, apertando seus músculos enquanto jogava para trás as sensações e lutava para conseguir uma melhor compreensão do que estava ali. Soltou rapidamente a pistola tranqüilizante de seu quadril e a empunhou com segurança, seus sentidos se alteraram pela adrenalina que correu por ela enquanto caminhava para o veículo.

Maldição, lamentava não ter uma arma de verdade, em vez da pistola tranqüilizante usada para as missões fáceis quando estava em patrulha. Isto só deixava um criminoso mais lento em vez de matá-lo. Sua maior vantagem era seu raio de grande alcance. Um de seus inconvenientes era a incapacidade de predizer seu efeito em qualquer situação.

-O veículo está crivado de buracos de balas. Temos ao menos dois mortos - falou ela pelo microfone, transmitindo a informação que encontrou ao centro de controle.

As janelas do carro estavam furadas por balas. Os pneus tinham sido destroçados por elas; os escarpados que se elevavam da ravina estavam banhados pelo dano das munições. O fedor de morte que cercava a área, o calor e a carnificina dentro do veículo reviraram suas entranhas quando contemplou a cena.

-Definitivamente dois mortos - informou enquanto retrocedia-. Deus, Lance, nem suas mães poderiam identificá-los. - As balas tinham entrado pela parte superior de seus corpos, rasgando a maior parte de seus traços faciais.

-Megan, volta ao Raider agora! - ordenou Lance, sua voz era como aço.

Ela podia sentir os cabelos ao longo de sua nuca arrepiarem-se, quando o final de sua coluna começou a zumbir. Virando-se devagar, seu olhar se estreitou nas altas paredes da ravina enquanto a adrenalina se precipitava por seu sistema e seus sentidos começavam a rebelar-se. Alguém a olhava.

-O infravermelho não mostrava nenhum sinal de vida… - refletiu em voz alta. De algum jeito, algo tinha interferido com as leituras do sistema, porque ela sabia que alguém ou alguma coisa estava ali.

Ela podia sentir os olhos olhando-a e a maldade seguindo-a.

Seu dedo se ajustou ao gatilho de sua arma quando sentiu que o perigo se intensificava. Onde? De onde vinha isto? Ela poderia senti-lo olhando-a, rastreando cada movimento que fazia, ainda que os sensores do veículo não mostrassem nenhum sinal de vida.

-Vou voltar - concordou ela-. Há algum defeito no Raider, Lance. Verifique. Não mostra nenhum sinal de vida…

Lance blasfemava, gritando a Lenny que procurasse os helicópteros e conseguisse que sua unidade estivesse pronta para voar. Apoio. Sim, ela precisava de apoio agora.

Megan podia sentir os olhos treinados nela. Pior, podia sentir os braços.

Ela retrocedeu, seus olhos exploravam a ravina enquanto seu coração golpeava em seu peito. Sentiu sua boca seca, seu corpo tenso pela necessidade de virar e correr.

Estava na metade do caminho para o Range Raider quando sentiu os primeiros disparos. Realmente pôde sentir a energia malévola emanando sobre ela um segundo antes que se lançasse através da ravina para uma das pequenas cavernas que tinham sido cortadas na parede.

A violência explodiu pelo ar. As balas rasgaram a terra arenosa, movendo-se como relâmpago através da ravina e arrancando partes da parede de rocha da entrada da caverna em que ela se lançou.

-Megan. Megan, informe - gritava Lance em seu ouvido enquanto ela se apertava contra a duvidosa segurança de uma pequena falha que a água tinha cortado no lado da parede, guardando seu corpo bem longe da entrada.

-Ao menos dois – falou ela no microfone, mantendo seus olhos treinados na entrada e a fresta do exterior que ela podia ver de sua posição-. A que distancia disse que estão os helicópteros?

-Disse que estão condenadamente longe - grunhiu Lance furiosamente-. Maldição, Megan, estamos muito longe de você.

Sim. Agora lembrava. Maldição. Isto não prestava.

Sustentando sua arma, moveu-se com cuidado entreabrindo os olhos ao redor da proteção do sulco na parede para procurar algum movimento fora da caverna. Saltou para trás bem a tempo para salvar sua cabeça quando as balas golpearam ao seu redor outra vez.

-Me dê uma idéia do que está acontecendo. Vamos para aí, mas estamos à uma hora de distância.

Ela podia ouvir a força de seu fôlego atrás de suas palavras, prova de que ele corria do centro de controle para seu veículo.

Uma hora.

Cara, estava bem fodida.

-Estou escondida em uma pequena caverna. Tenho pelo menos um atacante claramente à vista da entrada que me mantém presa. Embora não possa dizer o que acontece lá fora. - Ela engoliu com força-. Lance, não vou conseguir esperar uma hora.

Os calafrios percorreram sua carne, uma premonição de perigo crescente enquanto o ar se espessava ao seu redor, fazendo-se mais pesado e mais quente. O tempo pareceu ficar imóvel e arrastar-se a passo de tartaruga. Tudo poderia acontecer em uma hora.

No receptor, as vozes ecoaram no fundo, o som de pneus que chiavam quando os veículos rugiram.

-Fique onde está! -Ela estremeceu ante a fúria da voz de Lance-. Mantenha sua arma apontada à entrada e porra, permaneça onde está.

-Sim, essa era minha intenção - respondeu ela enquanto respirava com dificuldade-. Que demônios acontece aqui fora, Lance? Por que ficaram depois do assassinato?

Não tinha sentido. Quem matou esse casal deveria ter partido ha muito tempo, não ficar esperando ao redor para ver quem encontraria os corpos.

E por que não sentiu os assassinos? Deveria havê-los sentido, mesmo se os sensores não os tivessem reconhecido.

-Bom, por que não pergunta a eles, senhorita intrometida? - grunhiu Lance pelo microfone-. Maldição, disse para voltar. Não disse que voltasse? - Primos. Sempre estavam dizendo: "disse isso."

-Sim, bem, também me disse que ficasse imóvel e parecesse bonita. E quando comecei a escutá-lo? -O suor rolou para baixo por suas costas enquanto a necessidade de mover-se esticava seus músculos. As balas golpearam pela entrada outra vez enquanto ela se colocava contra a parede e tentava ficar como uma pedra. Maldição, tudo o que precisava era um pouquinho mais de espaço.

-Merda. - Ela respirou com dificuldade-. Esses passaram perto. Inferno, Lance, realmente desejaria que se apressasse.

Ela chiou quando as balas entraram outra vez pela entrada, golpeando mais abaixo na terra, espalhando a areia em seus pés enquanto tentava avançar lentamente pela parede para impedir que as balas acertassem em seus pés.

-Tem que surrar a sua garota, Lance. -A voz estranha e arrogante que atravessou o receptor a fez ficar rígida pela surpresa quando um silêncio tenso encheu de repente a linha.

Calma. Controle-se. Não houve nenhuma emoção tumultuosa emanando sobre ela quando ouviu a voz, nenhuma impressão de dores passadas ou sonhos perdidos. Só existia um círculo inalterado de paz.

Ela se apegou a isso. Sentindo entrançar-se ao redor dela, sentiu a proximidade da voz apesar da diversão sardônica dentro dela.

-Onde está? Braden? - Lance pareceu frenético quando Megan se esquivou de outra descarga de tiros. Quem quer que seja que estivesse ali obviamente se moveu para ter um melhor ângulo na superfície da caverna. As balas vinham mais perto, arrancando pedaços da parede e tirando projéteis mais agudos da pedra.

-Perto. - O tom áspero, de grunhido, de sua voz enviou tremores a sua espinha quando ela se espremeu mais na pedra as suas costas.

-Se estiver perto o suficiente então dispara, maldição. - Ela cobriu o rosto com o braço quando soaram mais tiros, enviando uma chuva de rochas que explodiu ao redor de sua cabeça.

Inclinando-se, ela apontou sua arma e disparou duas vezes na ravina para a posição estimada de seu atacante antes de atirar-se ao outro lado da parede e olhar com horror como a parede onde tinha estado em pé recebia cinco disparos.

Bem, era o mais perto da morte que jamais quereria estar.

-A cortesia conta, neném. - O humor de sua voz quase fez seus lábios curvar-se em resposta enquanto ela se movia mais fundo na caverna-. Diga por favor.

A surpresa se estendeu por seu sistema enquanto uma risada soava pelo radio.

-Por favor? -perguntou ela furiosamente, sua diversão dissipando rapidamente.  

- Já está. Viu, isto não doeu nada não é mesmo?

Ela chiou quando os duros braços a rodearam de repente na escuridão e a voz fez voar um fôlego de ar através de seu ouvido.

Seu cotovelo se chocou de repente atrás em um duro abdômen enquanto tentava enganchar seu pé ao redor de seu tornozelo e fazê-lo perder o equilíbrio. Tudo o que conseguiu foi um aperto repentino de seus braços e o fôlego escapando de seu peito.

A adrenalina se espalhou por ela como foguetes fora de controle. Ele a sustentava, retendo-a. A surpresa, o medo e o instinto esmagador por sobreviver eram tudo o que conhecia naquele momento.

Pela primeira vez em sua vida, as emoções de outros, as frustrações, medos e cólera daqueles ao redor dela não inundavam seu cérebro. Só a necessidade de sobreviver.

-Quieta. A cavalaria está aqui. Ou uma versão dela, de qualquer forma. - Sua risada suave não fez nada para deter a corrente de medo e a necessidade instintiva de lutar.

-Pode sair? - Ela era só distantemente consciente de Lance grunhindo a pergunta no radio.

-Posso e o faria se ela deixasse de lutar contra mim como um pequeno gato montês. - Levantaram-na e separaram seus pés do chão quando a sombria voz masculina se fez mais profunda-. Tem uma reclamação sobre ela, Jacobs? Penso que eu gostaria de ficar com ela.

Ficar com ela? Que demônios, agora era um troféu? Ela grunhiu enquanto tratava de lhe dar uma cotovelada outra vez, lutando para fazê-lo perder o equilíbrio.

-Tira-a daí. Se quiser se arriscar um segundo, você é o cabeça. Estamos a caminho.

-Me solte. – Ficou satisfeita quando finalmente conseguiu um golpe que fez com que ele se esticasse, seus braços se afrouxaram o bastante para que se afastasse e ficasse de frente.

Os olhos âmbar escuro a olharam fixamente, intensificando-se em cor na sombreada extensão da caverna.

Calma. Isto pairou em torno dela, acalmando a borda desigual de seus próprios nervos quando forçou a concentrar-se.

-Se for disparar, apresse-se e faça-o. -Um grunhido pareceu manter-se em sua voz enquanto uns dentes brancos brilhavam em um rosto escurecido pelo sol-. Se não, vamos ser carne de hambúrguer se não chegarmos a meu Raider antes que eles cheguem até nós.

Agora podia ouvir as vozes fora da caverna. Obviamente mais de uma, e aproximando-se mais.

Baixou sua arma, respirando com dificuldade enquanto recuperava lentamente o controle.

-Não acredito que eu vá gostar - espetou ela quando ele se virou e começou a mostrar o caminho por uma escura greta quase escondida na parede de rocha, do tipo das que freqüentemente se formavam quando um dos afluentes de água rachava pelas partes mais fracas das cavernas. Era apenas o suficientemente larga para passar, profunda e escura, sufocantemente quente. Seus limites a envolveram com o cheiro de homem em volta dela em vez do da morte.

E o homem, ele cheirava bem. Escuro e masculino, como a terra, quente, duro e rico como a vida. Gostou desse cheiro. Muito. Porque de repente não era o perigo atrás deles que a enchia; mas sim o cheiro do homem diante dela e as ferroadas sensuais da sensação que isto enviou a toda velocidade por seu corpo. Ele a fazia pensar em sexo.

-Bom. O conflito só faz a vida mais interessante.

Era uma loucura. Ela o adorava. Podia sentir os batimentos de seu coração acelerar-se com o perigo, a adrenalina aumentando seus sentidos, ondulando por ela com um ponto naturalmente culminante que quase lhe deu vertigem.

Eles se moveram rapidamente, e em uns minutos os fios magros da luz do sol começaram a iluminar seu caminho.

-Saímos - anunciou Braden quando eles se moveram pela entrada e correram para seu Raider estacionado diante deles.

-Estamos a caminho - respondeu Braden -. Tire-a daí…

-Não! - Ela se virou para a criatura corpulenta e selvagem que saltou para o lado do motorista do Raider enquanto se sentava no assento do passageiro.

Por alguma razão já não podia sentir a raiva, a necessidade de matar, o terror e o medo que tinham ecoado no vale. Com a chegada deste homem, a calma pareceu estender-se dele como um escudo que bloqueava aquelas emoções discordantes, e ela estava concentrada outra vez.

-Posso impedi-los. - Ela tinha que lutar. Para demonstrar a si mesma que podia. -Não podemos permitir que escapem. Eles mataram, e me esperavam. Temos que saber por que.

Ele se virou, seus olhos coloridos de uma maneira estranha refletiram uma aprovação divertida enquanto um sorriso torcido curvava seus lábios duros e sensuais.

-Vamos agarrar-los então…

-Infernos não - quase gritou Lance-. Maldito seja, Braden, tire-a daí.

Ela continuou olhando para Braden enquanto ele passava uma tira de couro ao seu comprido cabelo, avermelhado e dourado, e o amarrava a nuca.

-Megan Fields. - Ela estendeu sua mão enquanto a excitação se espalhava por ela.

-Braden Arness. -Seu apertão era forte e firme. Isto enviou um pulso de energia por seu braço, ressonando ao longo de seu corpo. Mas não vinha dele nenhuma das emoções desencadeadas que ela sentia de outros. As emoções que normalmente a deixavam drenada, incapaz de pensar claramente. Ela sentiu os restos da violência de mais cedo se dissiparem, o horror da morte aliviado, como se a calma que ele projetava se estendesse a aqueles ao seu redor.

-Braden, ela não é o suficientemente experiente. Volte para o Controle - pediu Lance outra vez-. Podemos resolver isto.

Os olhos de Braden se estreitaram quando ele a olhou. Despreocupadamente desconectou a recepção tirando o radio enquanto seus olhos olhavam fixamente aos seus.

-Você gosta de viver perigosamente? - Suas pálpebras baixaram, uma expressão faminta, quase sexual, cruzou seu rosto.

Um sorriso tremeu em seus lábios quando ela atirou também seu radio para trás.

-Vivo para isso.

Braden virou-se em seu assento, acelerou o poderoso motor do Raider e saiu. Nenhum cinto de segurança, nenhuma palavra de advertência quando ele girou as rodas bruscamente, conduzindo o Raider, patinando ao longo da terra arenosa enquanto este se dirigia de volta para o interior da ravina.

-Ligue os protetores e o escudo à prova de balas. - Ela acionou os ajustes de segurança antes de verificar sua arma e descer a janela do seu lado.

As balas atravessariam a segurança sem problemas, mas qualquer disparo neles explodiria sem dano antes de tocar o veículo. A maior parte do tempo, ao menos.

-Arma incorreta.

Megan se virou, seus olhos se arregalaram quando Braden se inclinou para alcançar o piso entre os assentos e tirou um avançado rifle automático, com mira a laser.

-Tenta com esta.

Ilegal ao máximo.

Ela adorou.

Ela abriu sua mente à calma que se estendia dele, concentrando-se nela, deixando-a combinar-se com seus próprios escudos frágeis e descobrindo que era mais fácil do que havia imaginado enquanto provava o peso da arma que lhe tinha dado.

A linha era nítida, o rifle com mira a laser totalmente automático disparava uma rajada exata e mortal que deixava um buraco do tamanho do Grand Canyon em um homem.

Como o homem, até as armas que possuía não levavam nenhum resíduo de violência ou raiva. Eram instrumentos, nada mais.

-Os mortos não respondem aos disparos, amor – lembrou ele quando lhe deu um olhar aguçado.

-Lance nos dará um tiro, nos dois. - Ela gemeu de prazer.

-Sim, mas suas balas não matam - grunhiu Ele -. Merda de questão de polícia maldita. O que aconteceu com os bons dias?

Ela virou-se. Apoiando o tambor do rifle na janela enquanto se apressavam em volta da curva da ravina onde estava seu próprio Raider. O disparo do rifle estalou contra seus escudos.

-Às três em ponto - gritou ele a posição-. estão às três em ponto, infernos.

Seu dedo apertou o gatilho enquanto ela apoiava ainda mais o rifle contra seu ombro, permitindo à arma saltar contra ela quando apertou o gatilho e cortou uma rajada de morte pela parede da ravina.

As balas ricochetearam no escudo quando passaram, um segundo antes que ela visse a queda do primeiro corpo.

-Um caiu. -Ela deixou o gatilho, encostando-se contra o assento quando Braden lançou o veículo em outra volta para passar outra vez.

-O segundo está correndo. Aí está. - Em vez de atirar o radar térmico colocado no pára-brisa, assinalou aonde uma sombra se movia ao longo de uma greta no alto da parede-. Vai ferir ou limpar? Morte ou captura?

-Ferir. Quero respostas. -Ela sacou sua arma-. Vamos dançar.

A euforia bombeou por ela enquanto os pneus mordiam na terra e o veículo saiu disparado para baixo pela extensão da ravina.

Ela apontou, olhando pela mira laser da arma com cuidado.

-Tira seus olhos dessa maldita luz - grunhiu Braden-. Usa suas emoções. Deixe-as dizer quando disparar. Essas miras laser são para maricas.

Ela lambeu os lábios ressecados nervosamente, respirou fundo e olhou o atacante enquanto corria. Levantou a arma um pouco mais alto do que a mira requeria, deixando seus sentidos explodir, estendendo a mão à arma como seu avô Navajo a tinha ensinado em vez de depender das miras como tinha ensinado seu treinamento.

Ela disparou o primeiro tiro, amaldiçoando silenciosamente enquanto a bala acertava longe por cima da cabeça de seu objetivo.

Mirou rapidamente, disparou outra vez, duas vezes, uma atrás de outra, e olhou com um sentimento de satisfação quando o franco-atirador que atirou nela caía.

-Prepare-se. - O Raider girou, parando de repente, e Braden disparou do veículo para segurá-lo.

-Maldição, isto é jogo sujo. - Megan correu para fora atrás dele-. Eu o derrubei, eu bato nele.

Um rugido explodiu da garganta de Braden enquanto lutava com o atacante, que grunhia com uma intensidade selvagem. Ela ficou parada pela surpresa, horrorizada enquanto olhava o brilho de presas curvas no lado da boca do atacante um segundo antes que se afundassem no ombro de Braden.

O punho de Braden golpeou no lado de sua cabeça, um rugido furioso que abandonou seu peito enquanto as malignas e longas presas se revelavam pelo grunhido animal em seus lábios.

Ambos eram Raças.

De repente, o homem que tinha sido seu co-conspirador na aventura era uma ameaça primitiva e desconhecida. Sem contar o fato que Braden parecia conhecer Lance, ela não podia estar segura de que inclusive seu primo conhecesse o homem ao qual confrontava agora.

O choque a transpassou enquanto retrocedia, com os olhos amplos e a arma levantada. O punho de Braden socou o baixo ventre indefeso do pistoleiro, lhe tirando o fôlego antes que Braden desse outro duro golpe no rosto e depois um golpe no pescoço vulnerável que o deixou incapacitado.

Era bastante poderoso para deixar o outro homem inconsciente. Bastante poderoso para enviar um pulso de terror palpitando por ela quando pegou seu radio. Ela reativou o receptor em seu ouvido enquanto apontava sua arma contra Braden. Ele era bastante poderoso para que o golpe seguinte que já estava retrocedendo muito bem, pudesse matar à única coisa viva capaz de lhe dizer o que tinha acontecido aqui.

-Afaste-se dele - pediu ela, levantando sua voz acima do grunhido de animal que retumbava em seu peito. Teria sido atraente se não parecesse tão infelizmente perigoso-. Agora.

Ela não podia permitir-se confiar nele. Não podia sentir Braden, não podia lê-lo como podia com os outros. E, de repente, não estava tão segura de que ele não fosse também o inimigo.

-Megan? Megan? É você? Graças a Deus! - gritava Lance em seu ouvido-. Demos a sua posição para um helicóptero particular, horário previsto de chegada cinco minutos. Qual é sua situação?

Ela não fez caso de suas frenéticas perguntas.

-Pensei que você gostasse de viver perigosamente. - As presas brilharam outra vez enquanto um grunhido retumbava no peito de Braden e ele começava a andar para ela.

Megan disparou a seus pés, fazendo-o parar enquanto ele a olhava fixamente por sua vez com surpresa. Sua sobrancelha se levantou em tom zombador.

-Em seu lugar eu não me aproximaria mais - advertiu ela firmemente.

Ele ativou seu comunicador.

-Lance, sua garota não quer acreditar que sou um dos mocinhos. Tranqüilize-a, ok?

Braden ria. O filho de cadela a olhava e ria. Nenhuma cólera, nenhuma raiva, nenhum desejo de vingança contra ela.

-Rápido antes que ela faça um buraco no dedo do meu pé. - Ela apontou mais alto -. Ou em algum lugar mais importante.

Ela sentiu sua diversão. Esta se derramou em sua volta como uma carícia enquanto ela respirava profundamente, obrigando-se a liberar a onda de calma que ela se permitiu usar. Sua calma.

-Vocês dois acreditam que este é um momento para diversões?, - gritava Lance enquanto o som do helicóptero podia ouvir-se na distância. -Megan, se lhe der um tiro, curtirei sua pele, garanto. Nunca sairá da reserva. Me ouviu? Retire-se, maldita seja.

Ela manteve sua arma apontada contra ele. Bom, Lance confiava nele mas, seu primo sabia com quem e o que tratavam aqui?

-A situação aqui está sob controle - informou ela-. Mas penso que me assegurarei e manterei o Gatinho de Botas à vista até que chegue aqui.

Os olhos de Braden se estreitaram diante do apelido enquanto o silêncio enchia o receptor, confirmando sua suspeita de que ele era em efeito uma raça de Leão. As presas de coiote tinham uma curva dura; os das raças de Leão eram retos. Ele podia não ser o inimigo, mas não era tampouco exatamente seguro.

Lance gemeu um segundo mais tarde.

-Megan, amor, está cavando um buraco aqui do qual não será capaz de sair.

Se o modo como o menino gato a olhava era alguma indicação, ela já o tinha. A cólera formava redemoinhos nas profundidades douradas de seus olhos quando ele desativou o radio e cruzou seus braços sobre seu impressionante e amplo peito.

Embora ela não sentisse cólera. Esta voava em sua cabeça, triturando seus nervos. Estava contida dentro dele. Maldito, realmente poderia haver gostado. Talvez.

-Então você gosta realmente de viver perigosamente. - O timbre áspero de sua voz enviou calafrios por sua coluna-. A próxima vez, a deixarei enredar-se com os Coiotes e encontrarei um lugar agradável para me sentar e olhar.

-Sim, faça-o. -Ela resistiu deixar à arma vacilar nenhuma polegada.

Ela podia sentir a tensão no ar, apesar de sua postura aparentemente ocasional. Ele esperava uma abertura, olhando-a a procura de uma fraqueza. E ela podia senti-lo, sentir sua preparação consumi-la, palpitando por seu sangue.

Era emocionante mais que doloroso. Alegria quando deveria ter sido aterrador.

Ele sacudiu sua cabeça com tristeza fingida, a postura supostamente preguiçosa de seu corpo poderoso quase a engana a relaxar sua guarda. Os jeans moldavam soltamente suas coxas poderosas, uma camiseta cinza abraçava seu amplo peito. Ele era uma máquina sexual ambulante e o brilho de seus olhos estranhos lhe mostrou que ele sabia.

-Fazíamos uma grande equipe - suspirou ele quando o som do helicóptero se fez mais forte-. Está muito mal, Megan. Eu começava finalmente a me divertir.

Ele saltou para ela. Maldito. Nenhuma advertência, nenhum pensamento, nenhuma impressão do que ele ia fazer antes que o fizesse. Ele só o fez.

A arma voou de sua mão quando ela golpeou a terra, o fôlego saiu de seu corpo quando seu corpo mais pesado a cobriu e a esquentou.

-Mais tarde, carinho. -Ele mordeu sua orelha antes de saltar em pé e ir para seu Raider. Um segundo mais tarde o pó a envolveu quando ele se apressou pela ravina e desapareceu ao longo de uma curva. O som do helicóptero se fez mais próximo.

Merda, este dia podia piorar ainda mais?

 

Washington D.C.

O senador Macken Cooley franziu o cenho com desgosto quando o celular vibrou no bolso de sua jaqueta, obrigando-o a afastar sua atenção dos estatutos da Lei da Raça que examinava neste momento. Os mandatos que governavam as novas espécies e lhes davam direitos especiais eram um espinho em seu sapato. Eram criaturas. Não eram animais ou humanos; não mereciam nenhum direito.

Quando o celular especial e seguro continuou vibrando, tirou-o com um puxão do bolso de sua jaqueta com uma careta que se converteu em um olhar de interesse quando viu o número no identificador de chamadas.

-Sim?

-Arness estava lá - falou uma voz baixa no telefone-. Megan Fields derrubou um dos caçadores e capturou o outro.

Braden Arness se convertia no problema que ele havia profetizado ao Conselho de Genética. Sorriu com satisfação perante a ira da voz no telefone, desejando que soubesse quem era seu contato; adorava imaginar a expressão que ia com a voz neste momento. Ele não parecia contente.

-Adverti-lhe que não seria tão fácil. - Não podia deleitar-se menos -. Ela não se esconde naquele deserto porque não sabe o que faz.

Tinha tentado advertir o Conselho de Genética disto quando decidiram tirar o assunto de suas mãos.

Não conheciam a moça ou a sua família como ele. Seus poderes psíquicos especiais fariam praticamente impossíveis fazer uma emboscada a um deles, sobre tudo a Megan Fields. Suas capacidades empáticas eram mais fortes que a maioria, mais difíceis de controlar, mas definitivamente impressionantes.

-Entregamos-lhe duas unidades, Senador- raspou a voz-. São ex mariners e dedicados a nossa causa. Não estrague tudo. Não o cobriremos se o apanharem. Estará sozinho.

-E se tiver êxito? -Podia sentir seu membro endurecer-se diante do pensamento do controle que logo teria sobre a pequena e delicada Megan.

-Se tiver êxito avançará a posição seguinte - prometeu a voz-. Se falhar, morrerá.

Ele não falharia. E o progresso dentro da Sociedade de Genética era seu último objetivo. Ansiava o poder que viria com a posição de um líder de seção. Um dos poucos que mandavam em suas próprias unidades de soldados Coiote. Os espiões viriam a ele então, suas vidas estariam sob o seu controle. O pensamento do poder era quase orgástico.

Quando a ligação telefônica terminou, permitiu que a antecipação começasse a aumentar dentro dele.

Não via as Raças como humanos ou como animais; eram criaturas. Instrumentos para ser usados e nada mais. E Megan, por pura sorte, se converteria nada mais que uma prenda por seus esforços para ver as criaturas colocadas outra vez onde pertenciam, dentro do cativeiro.

Mesmo que ele primeiro brincasse com Megan um pouco, para ver se era tão boa como seu pai sempre afirmava que era. Podia matá-la em qualquer momento, mas queria vê-la lutar. Queria vê-la assustada. E queria que o infelizmente arrogante Jonas Wyatt lembrasse que as Raças não eram nada comparadas com o Conselho. Nada comparadas com o Senador Macken Cooley. Wyatt era sempre tão arrogante, tão seguro de si mesmo e de seu poder. MAC lhe mostraria de uma vez para sempre a realidade do poder verdadeiro.

É claro, Wyatt tentaria salvar Megan. Podia até levá-la ao Santuário. Isso não importaria. Não importa onde fosse, MAC sabia que sua gente podia apanhá-la. Quis que também Wyatt soubesse.

E talvez, só talvez, antes que matasse à pequena Megan, diria por que a tinha marcado para a morte. Não é que ela lembrasse o princípio. Ele a conhecia. Sabia como trabalhavam seus poderes. David Fields, seu pai, freqüentemente confiava em MAC enquanto se preocupava com sua filha e sua incapacidade para tratar os sinais empáticos que recebia.

Não, ela não lembraria essa noite; não antes que ele tomasse sua vida. Ele a teria e logo a mataria. Mas enquanto isso podia brincar, só um pouquinho. O pensamento o fez sorrir enquanto voltava a sua investigação, sua dedicação renovada, sua determinação de encontrar um modo de destruir aquelas malditas raças. Ele teria êxito.

 

Maldição, ela o deixava excitado. Esse foi o primeiro pensamento que arrebentou na mente de Braden na manhã seguinte quando Megan entrou no escritório de seu primo e o contemplou com suspeita imediata.

Ela estava vestida com uns jeans apertados e atraentes metidos em umas botas de cano médio. Uma camisa cáqui estava fechada só até a borda de seus peitos; um cinturão largo apertava sua cintura e sustentava a pistola tranqüilizante colocada ligeiramente atrás de seu quadril esquerdo.

Um fio fino de transpiração dedilhava sua sobrancelha enquanto seus olhos azuis sombrios brilhavam com diversão e uma faísca de ameaça. Ela não seria uma mulher fácil de controlar, mas ele já adivinhara.

E estava excitada. Foi seu segundo pensamento. Isto se abateu de repente sobre ele quando o aroma sutil e inequívoco do calor feminino alcançou seu sensível nariz. Endireitou-se no assento ante o cheiro, estreitando seus olhos para poder saboreá-lo a vontade completamente.

Não obstante quem a tinha excitado? A espetada em seu orgulho masculino de repente o fez olhá-la carrancudo. Ela levantou sua sobrancelha, sua expressão era de brincadeira.

Ele conteve uma risada, assim como conteve a necessidade de replicar seu desafio. Uma coisa era certa: não passaria muito antes que tirasse aquelas calças de seu traseiro e seu membro se assentasse comodamente naquele pequeno e quente sexo.

-Queria me ver? - perguntou Megan a seu primo levantando uma sobrancelha zombeteira enquanto fechava a porta atrás dela.

Braden voltou seu olhar a Lance, arqueando a sobrancelha quando pegou a expressão menos que contente do outro homem. Lance não tinha se comovido com a ordem proveniente de seus superiores, nem a informação que Braden tinha dado no interrogatório do Coiote na noite anterior. Não é que conhecesse o resultado disto.

-Sente-se, Megan - suspirou Lance.

Sentado para trás em sua cadeira com os ombros cansados, com o tornozelo apoiado em seu joelho, Braden virou sua cabeça outra vez para olhar seus passos atravessando o escritório. Ela se movia como uma chuva da primavera, lisa e sedosa. E maldito cheiro que fazia sua boca aguar.

-Bem, aqui estou. -Ela parou em frente a mesa, observando a cadeira ao lado de Braden não sem uma pequena quantidade de suspeita e um brilho de humor quando controlou rapidamente um sorriso-. Não quero me sentar a seu lado. Fera.

Ela cruzou os braços sobre os seios, seios pequenos agradáveis e compactos com a plenitude justa para tentá-lo. Seu fingido cenho franzido o informou que a pequena aventura de ontem realmente não a tinha zangado. Aquelas sobrancelhas negras baixaram sobre olhos azuis oceano que pareciam bastante profundos para afogar um homem e desafiá-lo ao mesmo tempo. Ele adorava um desafio.

-Ela dispara. -Ele manteve seu sorriso quando se virou para Lance e fez um gesto em sua direção-. Precisarei de algum tipo de defesa.

Lance não estava se divertindo. Ele passou a mão pelo rosto e murmurou algo sobre "malditas mulheres obstinadas".

Braden estava completamente de acordo com ele.

-Por que ele está aqui? Não temos muitos problemas para tratar? -perguntou ela.

-Sente-se, Megan - resmungou Lance, obviamente não estava com humor para esta pequena reunião-. Inclusive se isso significa mover a cadeira.

Ela o fez. Braden riu dela devagar, aterradoramente, enquanto olhava um rubor ligeiro colorir sua carne bronzeada. A informação que ele tinha de Megan tinha sido tão clara, concisa e bem feita como Braden tinha chegado a esperar de Jonas.

Sua relação com seu primo tinha sido parte do relatório. Parecia que ela e Lance tinham estado separados um do outro durante meses devido à insistência dela em tomar as patrulhas do deserto em vez das designações seguras na cidade. Mas eles estavam mais perto que a maioria dos irmãos e irmãs, sem mencionar primos.

-Realmente hoje tenho trabalho para fazer - indicou finalmente ela com um pouco de impaciência quando nenhum deles falou.

-Não, não tem. -Lance se inclinou então para frente, apoiando os braços em sua mesa enquanto escurecia seu cenho franzido-. Está a ponto de conseguir exatamente o que esteve querendo durante os dois últimos anos. Felicidades. - Ele não estava contente, mas Braden já era consciente daquele fato. Lance estava mais furioso que o inferno, não só com Braden e o Escritório de Assuntos da Raça. Mas também com Megan.

-Realmente? - Ela arrastou as palavras com diversão zombadora -. Isto é interessante. Então, esta minha misteriosa missão inclui uma arma? -Claramente era uma discussão que não tinha conseguido ganhar contra seu primo. Ela odiava a questão do atordoante e esteve atormentando-o para requisitar uma arma mais poderosa para ela.

-Usa uma das suas - disse grosseiramente Lance com sarcasmo-. Têm muitas delas, e já que não está em trabalho oficial, não posso pará-la. Ou usa uma dele. Ontem pareceu tê-lo feito bem.

Megan olhou Braden pelo canto do olho.

Braden lhe ofereceu um sorriso satisfeito consigo mesmo, enquanto seu olhar se fixava totalmente nela. Finalmente ela se virou para seu primo em vez de expressar a resposta zombadora que ele sentiu que estava na ponta de sua muito bonita língua.

-Vai dizer-me no que estou me metendo? Tenho muitas necessidades, sabe. Ou vai deixar o Sr. Arness falar por você?

Ardente. Isto é o que era ela. Ardente como o inferno. Ele adorou.

Ele levantou o pé de seu joelho e o pôs devagar no chão antes de endireitar-se em sua cadeira. Nunca afastou seus olhos dela, olhando-a fixa e atentamente, amando quando ela encontrava seu olhar e escondia o nervosismo que podia sentir crescer em seu interior.

Às vezes o DNA animal que possuía era condenadamente prático. As capacidades empáticas naturais facilmente recolhiam as emoções daqueles ao redor dele, filtravam-nas e cruzavam sem o impacto emocional em sua própria psique que experimentaria uma pessoa normal. Ele sabia o que ela sentia, mas ele mesmo não o sentia.

Ele grunhiu, uma vibração deliberada e áspera que retumbou perigosamente em seu peito quando ele baixou suas pálpebras e deixou que seu olhar a percorresse.

O calor avermelhava seu rosto, e o maldito cheiro suave, temperado e doce de seu sexo, não o tinha preparado para saltar sobre ela no mesmo momento. Perguntou-se se ela teria vislumbrado sua dura ereção. Era malditamente difícil não percebê-lo se seu olhar se deslizasse para baixo só mais uma polegada.

-Ameaça - resmungou ela, claramente não intimidada enquanto se virava para Lance-. Por que ele está aqui outra vez? Ainda não me explicou isso, Lance.

-Está fazendo de minha vida um inferno - queixou-se Lance enquanto lhe lançava um olhar irritado.

Braden inclinou sua cabeça com um reconhecimento caçoador.

-Ok, ele pode fazer de sua vida um inferno e eu posso partir. -Megan se moveu para levantar-se da cadeira.

-Sente-se, Meg. -Seu primo suspirou então-. Isto a implica, também. Muito. Braden, como sabe, é uma Raça Felina. Um leão, para ser exato. Sua designação aqui é um pouco complicada.

-E como isso me implica?

Antes que Lance pudesse falar, Braden forçou a entrada.

-O fato é que as Raças que matou naquela ravina caçavam você. Porque eram Coiotes. Quer explicar? -Ele inclinou sua cabeça, olhando-a estreitamente, sentindo sua confusão.

-A mim? -Ela sacudiu a cabeça, olhando-o perplexa-. Por que eles me caçariam?

-Eu esperava que pudesse responder.

-Lance, o que está acontecendo aqui? -perguntou ela. Um odor sutil quase de medo estendeu-se para ele, o fazendo querer defendê-la e protegê-la.

-Nosso interrogatório ao coiote que feriu ontem revelou que eles deviam matar ao Mark e Aimeé… e a você. Eles deviam assassiná-los em sua área, onde seria atraída para eles…- Sua escolha de palavras tinha que ser um engano-. Uma vez ali, eles deviam matá-la, Megan.

Ela lambeu os lábios nervosamente enquanto sacudia a cabeça em negação.

-Mas eu não os conhecia. Nunca estive em contato com raças ou com ninguém do Conselho. Por que me apontam? Por que me quereriam morta?

Megan contemplou Braden com o peso do medo em seu peito. Ela não podia imaginar por que o Conselho a queria morta, ou por que duas raças estariam procurando-a. Ela não fez parte dos resgates das raças, nem das investigações que tinham derrubado vários Laboratórios. Ela tinha abandonado a Academia de polícia e tinha vindo diretamente para casa, para seu trabalho dentro do escritório de Lance.

-Eu esperava que pudesse me dizer isso - Braden se recostou então em sua cadeira, olhando-a com olhos hipnotizantes e que pareciam ver muito e muito facilmente.

-Não sei. - Ela sacudiu a cabeça. Estava aturdida. Isto não podia ter nada a ver com suas capacidades empáticas. Tinha que ser alguma coisa mais.

- Então, devo averiguar aqui o por que. - Sua voz se endureceu, como o brilho âmbar de seus olhos-. Fui colocado com o departamento do xerife para averiguar os motivos por que nossas raças morrem aqui e o que o Conselho quer de você. Para fazê-lo, tenho que tomar certas medidas.

Por que é que ela tinha a sensação de que aqui vinha o golpe? Ela podia ver em seus olhos, ouvir em sua voz. E se isso não era o bastante, seu estômago se revoltava, um sinal seguro de que não ia gostar do que estava para vir.

-Como?

-Um representante. - A satisfação encheu sua voz-. Requer que eu viva e trabalhe com um representante do departamento de polícia local. Um consciente do que sou, mas que não dirá a mais ninguém. Já que é também parte da investigação, foi decidido pelo xerife e pelo Escritório de Assuntos de Raça que você será esse representante.

Ah, foi decidido? Como se ela não tivesse nenhuma opinião? Nenhuma voz de como tinha sido manipulada?

-OH, acredito que não. - Ela levantou da cadeira, rechaçando imediatamente aquela idéia. Não havia uma possibilidade no inferno.

-Temos grandes motéis aqui. Inferno, Lance vive sozinho. Fique com ele.

Braden ficou em pé devagar, e ela não pôde evitar. Não pôde menos que comprovar essas poderosas e longas pernas, contidas no brim de algodão descolorido e escuras botas de couro arranhadas. Ela sacudiu seu olhar de volta à sua, seu rosto ardendo diante do conhecido sorriso satisfeito em seus lábios. Sem mencionar o vulto mais que impressionante entre suas coxas.

-Lance não é uma opção – ele arrastou as palavras-. Você é a razão pela qual eles estão aqui. Eles não pararão até que a matem, Megan.

-Merda - grunhiu ela-. Se queriam me matar podiam tê-lo feito em qualquer momento. Seu Coiote mentiu, Braden. Pensou nisso?

-Pensei. - Ele assentiu devagar, com o condenado sorriso ainda no lugar-. Prefiro me equivocar por excesso de precaução. Assim, companheira, quando vamos para casa?

Megan virou-se devagar para Lance. Seu primo estivera olhando a discussão silenciosamente, sem opinar. O olhar em seu rosto não era consolador.

-Faça algo - espetou- ela.

-Eu fiz. - Ele suspirou, seu olhar decidido e determinado-. Aprovei.

É um inferno.

-Então pode desaprová-lo. - Ela podia sentir-se sacudida, e sabia que estava fazendo uma confusão nesta reunião e não podia evitar-. Não pode me fazer deixá-lo viver em minha casa, Lance.

Sua resposta a Braden Arness era muito forte, era muito profunda. Cada célula em seu corpo estava sintonizada com ele, e não gostava. Ela não o queria.

-Megan, sente-se. - Lance suspirou cansadamente enquanto erguia os olhos para ela, seus olhos eram quase do mesmo azul que os seus e obscurecidos pela preocupação.

-Não quero me sentar - explicou ela com paciência fingida-. E definitivamente não quero o Neanderthal dentuço como companheiro de quarto.

Ela ignorou o pequeno grunhido, sutil de advertência, que veio de Braden. Como tratou de ignorar o fogo que o som pôs em seu corpo.

-Sua prima tem uma pequena língua aguda, Lance. -O estrondo da voz de Braden era mais profundo-. Ela vai encontrar logo alguém capaz de desafiá-la.

-Já seria hora - grunhiu Lance, parecendo menos contente com a advertência sutil.

-Lance. -Megan se inclinou para frente, apoiando suas mãos em sua mesa enquanto encontrava seu olhar fixo-. Não o conhecemos. Ele mesmo podia estar atrás de tudo isto. - É claro, ela sabia que não estava. Podia sentir -. Como pode confiar nele o bastante para ordenar que eu o deixe permanecer em minha casa?

-Porque aqueles Coiotes querem matá-la, Megan. -Lance se inclinou para frente, sua voz era gutural e cheia de cólera-. Porque me amaldiçoarão antes que fique quieto e a veja caminhar a uma emboscada safada. Assim se acostume a isso. Pode cooperar nisto ou me porei em contato com a família e nos mudaremos todos contigo. Como lhe soa isso?

Ela se sacudiu surpreendida. Ficar em contato com a família? Seus olhos se arregalaram diante da ameaça, depois se estreitaram furiosamente. Isto não ajudava e ela podia dizer que Braden desfrutava de cada momento da confrontação.

-É um inferno. -Ela procurou manter sua voz razoável quando deu a Braden um olhar acusador. Definitivamente ia culpá-lo por isso.

Ela não tinha vivido com ninguém desde que tinha abandonado a Academia. Ela não podia administrar as emoções que vibravam entre as paredes de outros, a ressonância de pesadelos, sonhos, esperanças e medos. E Deus sabia que Braden deveria ter muitos pesadelos. E havia o fato de que ele a deixava nervosa. Bem, talvez nervosa fosse a palavra incorreta. Nervosa, insegura, desconfortável em sua própria pele. Pensar nele era o bastante para excitá-la, e a lembrança daquela pequena mordida em sua orelha era bastante para provocar labaredas de sensação correndo por seu sexo.

-Megan, que demônios vai mal contigo? - Ela podia dizer que Lance estava tão aturdido por seus arroubos quanto ela estava-. Sabe que não está segura.

Dirigiu-lhe um olhar severo. Ele sabia o que ia mal com ela.

-Não posso fazê-lo - replicou ela, o lembrando dos problemas que tinha para viver com outros, lidando com seus medos e suas emoções-. Você sabe que não posso.

Sua expressão se endureceu.

-Não tem escolha.

Ela se virou sobre seus calcanhares e caminhou com passo majestoso para a porta, resistindo argumentar o assunto, resistindo e ponto.

-Megan, maldita seja, volta aqui. -A cólera de Lance pareceu como uma vara picando sua mente sensível. Ela sacudiu a cabeça enquanto agarrava o trinco, dando uma olhada para trás desdenhosamente aos dois homens.

-Acredito que não. - Ela sorriu com frieza-. Encontre-lhe outra cama. Não tenho nenhuma livre - informou-lhes com uma calma que não sentia antes de abrir a porta e fugir da sala.

Ela caminhou furiosa a curta distância até seu próprio escritório, determinada a reunir o que precisava antes de dirigir-se ao deserto. A patrulha era sobre tudo aborrecida como o inferno, mas ao menos ali tinha possibilidade de acalmar sua mente, de pensar logicamente. E realmente tinha que pensar logicamente agora mesmo.

Quando entrou em seu escritório, sem aviso, foi empurrada contra a parede enquanto a porta se fechava de repente e um grunhido característico de advertência soava no peito contra o qual neste momento seu rosto estava pressionado.

Lutar não ajudou. Ela tratou de lhe dar um chute, de morder, de esbofetear, e foi bloqueada em cada movimento até que ficou imóvel, silenciosa, lutando para não fazer caso da ardente excitação instintiva que começava a flamejar nas profundidades famintas de seu sexo.

Filho de cadela. Queria-o. Ela levantou os olhos para ele ante a revelação, sentindo um rubor de prazer puro correndo sobre sua carne enquanto ele a sustentava. Havia sentido isto alguma vez? Alguma vez tinha conhecido tal intensidade de sensação por tão pouco?

-Já terminou? -A voz de Braden era tranqüila, enfurecedoramente divertida, mas reunida com uma fome escura.

Ela resistiu responder. Ele se moveu para trás o bastante para a fazer afastar os olhos. Megan resistiu falar. Se o fizesse, faria algo estúpido. Algo irracional. Algo certo para colocá-la em confusão. E…

Ele tinha uma ereção.

Seus olhos se arregalaram pela surpresa quando sentiu o monte grosso de carne apertando contra a parte inferior de seu estômago, quente e dura e, se não estava enganada, mais impressionante que o vulto que tinha vislumbrado no dia anterior.

-Me solte. - Ela forçou a palavra em meio a seus dentes apertados enquanto seu clitóris gritava um protesto. Ela quis roçar-se contra ele, sentir seus mamilos roçar seu peito, o que só a pôs mais furiosa.

-Não vai ganhar. -Ele sustentou seus braços atrás de suas costas com sua mão grande, resistindo liberá-la quando ele a arqueou mais perto. A outra mão agarrou sua trança para segurar sua cabeça.

Seus olhos eram dourados escuros, fazendo-a afastar os olhos com uma sensualidade latente que fazia sua matriz contrair-se e seu sexo umedecer-se furiosamente.

Sim, ela o odiava. O fazia. Odiava-o tanto.

-Não aposte nisso. - Ela estreitou os olhos, levantando o olhar para ele irascível justo quando seu corpo gritava pelo prazer de estar tão perto dele-. Não o quero ou preciso. E a próxima vez que me maltratar, vou dar-lhe um tiro.

Seus lábios se curvaram com diversão.

-Se você tentar me dar um tiro eu terei de mordê-la outra vez. -Seus olhos se arregalaram pela surpresa quando sua cabeça baixou, seus lábios se colocaram no maltratado lóbulo de sua orelha para fazê-lo entrar em sua boca e lambê-lo.

Ela sacudiu sua cabeça de um lado ao outro, tratando golpeá-lo com ela.

Movendo-se para trás, ele riu entre dentes, um som áspero e quente que a fez afastar os olhos outra vez.

- Guarde esses malditos dentes de vampiro para você - espetou-lhe ela-. E deixe-me ir ou vou fazer meu grito alcançar o céu. Isto se chama assedio, sabe. Assedio sexual.

-Hmm, isto não é assedio sexual, carinho. Quando decidir assediá-la sexualmente, confia em mim, saberá. -Embora a deixasse realmente ir. Devagar. Malditamente muito devagar-. Agora sente-se e falaremos francamente sobre isto. -A advertência latente em seu tom fez com que se retesasse.

-Falar francamente. -Ela se preparou rigidamente, olhando-o fixamente com indignação enquanto o impulso de gritar se fazia quase esmagador. Ele tinha que ser o homem mais enfurecedor e obstinado com o qual nunca se encontrara em sua vida-. Vou tomar o café da manhã. Um café da manhã tranqüilo e agradável. Sem você. Então continuarei a patrulha. Sem você. Não preciso da sua ajuda. Não a quero. Entendeu? -Maldição como infelizmente lento que era o homem, provavelmente nem sequer a tinha ouvido.

-Veremos se podemos reinicializar sua lista quando estivermos nela. No momento, todas as patrulhas se acabaram. Lance a renegociou por hoje, mas pensei que você gostaria de fazer alguma contribuição para o resto da semana.

A surpresa vibrou por ela. Ele a ignorava, mas ainda pior, ele reinicializava sua lista?

-Pode reinicializar o que infernos queira. - Ela grunhiu, sacudida, à beira de uma violência da qual nunca se imaginou capaz. Não podia acreditar que ele a subjugasse assim, ou que Lance o permitisse. Esta era sua vida, maldição. Ela tinha suficientes problemas tratando com a maldição contra a qual lutava diariamente. Não precisava disso-. Terminei contigo e com meu primo Benedict Arnold. Vá dormir na sua cama, porque nenhuma das minhas está livre.

Antes que ele pudesse pará-la, ela abriu a porta e caminhou para pelo corredor abaixo. Reinicializar sua lista, é mesmo? Anular sua patrulha, é mesmo? Que se fôda. Havia sempre alguma coisa que fazer, até se isto significasse ir para casa. Maldito, se ia ficar ali em pé a render-se com sua atitude arbitrária. Sem importar o que seu corpo queria fazer.

 

Megan sabia que estava com problemas. Não era estúpida; não era teimosa só por ser. Estava aterrorizada, e esse medo não se dirigia aonde deveria ir. Não era o Conselho ou suas bestas de guerra que a aterrorizava. Era sua resposta a uma raça arrogante e muito segura de si mesmo.

Ela o queria. E não tinha sentido. Tinha desistido faz anos dos prazeres físicos, preferindo não fazê-lo antes que sofrer os pensamentos e emoções que emanavam de seus companheiros durante o sexo. A tensão disso por si só era o bastante para tirar uma mulher de qualquer orgasmo ao qual pudesse aproximar-se nesse momento.

Entretanto seu coração acelerava, sua carne se esquentava, as dobras suaves entre suas coxas estavam sensíveis, sensíveis e inchadas pela necessidade. E ela estava molhada. E não só da água quente que a cobria enquanto entrava na água fumegante de sua banheira.

Seu ouvido zumbia, ardia. Megan jogou água no lóbulo machucado quando relaxou na banheira de enormes pés de garra, jogando fumaça sobre a completa arrogância de Braden.

Ela odiava os homens arrogantes. E facilmente odiava que seu corpo a traísse quando Braden estava perto. Um dia. Ela conhecia o safado só fazia um dia, e seu corpo pedia seu toque aos gritos.

Que o bastardo tentasse mover-se sobre ela. Mostraria exatamente a que velocidade podia disparar. Ela faria voar suas bolas pelo ar.

O vapor da água quente a envolveu, encharcando sua carne para aliviar as dores e o mal estar das numerosas contusões que machucavam a parte superior de seu corpo. Suas costelas pareciam adornos de Natal, raspões vermelhos, contusões profundamente azuis e arranhões múltiplos que ardiam como o inferno pela batalha de ontem.

Ela estava muito furiosa e preocupada. Sabia que a parte preocupada ia mantê-la acordada um tempo.

-Woof - O fôlego suave da mescla de pastor/chow era uma comodidade calmante. Isto também ajudou a separar seus pensamentos de uma certa Raça de Leão e voltar para presente.

Mo-Jo tinha resistido permitir que ela o tocasse quando entrou no pórtico. Outra vez. Como se ontem não tivesse sido o bastante. O cheiro da Raça tinha sido uma afronta a seu orgulho canino. Ou algo assim.

Ele tinha cheirado uma vez e tinha grunhido como se ela fosse o inimigo e fosse seu trabalho eliminá-la. Expondo os dentes malignos, agudos e absolutamente brancos de sua boca, o tinha feito maravilhar-se por que ela inclusive o mantinha ao seu redor quando grunhiu em resposta. Ela havia ganho uma mofa do cão quando abriu a porta e ele passou diante dela. Ele se deixou cair na abertura do ar condicionado enquanto ela preparava uma refeição. Bem, preparava para ele uma refeição que a permitiria compartilhar.

Agora ele estava na porta do banheiro, olhando-a com aquela expressão confusa enquanto ela queixava-se muito furiosa sobre as Raças de Leão durante os últimos trinta minutos. Era um bom cão quando queria ser.

-Mo-Jo, vá e me traga uma cerveja. -Suspirou caprichosamente enquanto lhe dava uma olhada, desejando que fosse um pouco menos temperamental e teimoso. Se não o tivesse sido, aquela escola para mascotes obstinadas podia ter funcionado para ele. Ele saberia ir buscar uma cerveja gelada imediatamente.

Pelo contrário, inclinou sua cabeça e levantou seu nariz desdenhosamente, como se tivesse pedido para fazer algo desagradável.

Ela se lembrou de não compartilhar a próxima cerveja com ele.

-Deve ser uma coisa animal - resmungou ela, pensando na expressão de Braden quando ela se referiu cinicamente a ele um dia antes como Gato de Botas. Isto trouxe um sorriso a seu rosto. O ultraje masculino puro se refletiu em sua expressão.

Um ponto para a agente feminina; ela anotou mentalmente no marcador invisível da vida. Ela merecia aquele sinal depois da surpresa que ele tinha tentado lhe dar hoje.

Ficar aqui com ela? Ela não acreditava.

Mo-Jo deu um suspiro quando lhe deu uma olhada, seus olhos marrons grandes e sonolentos enquanto desfrutava da frescura controlada do clima da casa. A temperatura lá fora tinha alcançado cem, e embora ele sobrevivesse bem nas temperaturas mais altas ainda preferia estar dentro de casa.

-Está na abertura outra vez, Mo-Jo? - perguntou, malditamente bastante sonolenta agora que notou a posição de seu corpo.

Deu-lhe um grunhido desinteressado.

-Um dia destes, vou entregá-lo como parte do pagamento para um poodle - bocejou ela.

Ou um leão. Ela grunhiu ante a imagem que de repente apareceu em sua imaginação. Seis com quatro. Ele tinha que ser de seis com quatro.

A altura era sua fraqueza num homem. A altura e aqueles ombros largos e fortes, e o cabelo castanho dourado grosso e comprido. Mãos grandes. Botas. Ele tinha calçado botas e vestido jeans e uma camiseta negra que se esticava através daquele peito extraordinariamente amplo como o material que se esticava ao redor dos bíceps protuberantes de seus braços.

O jeans confortável tinha abraçado aquelas pernas poderosas e longas, embalando um vulto impressionante que ela se garantiu de comprovar quando pretendeu apontar-lhe ontem na delegacia de polícia. Hoje tinha sido impressionante.

Não que ela tivesse disparado. Não ali, de qualquer jeito. Algumas coisas era um delito destruí-las, e se aquele vulto era alguma indicação, esse era carne masculina de primeira.

O pensamento lhe encheu a boca d’água e um gemido tremeu em seus lábios. Quanto tempo passou desde que realmente tinha tido sexo?

-Ele estava bem, Mo-Jo - suspirou ela então-. Realmente bem, e ele sabia. Maldito gato.

Isso era um nojo.

Não é que ela tivesse algo pessoal contra as raças. Inferno, inclusive fez campanha a favor da lei de direitos Humana-raça quando esta foi apresentada no ano anterior. Não tinha preconceitos. Só era cautelosa. Isso era tudo.

Ele era selvagem e indômito. Ela podia vê-lo em seu sorriso despreocupado e no brilho de seus olhos de âmbar escuros. Ele era um viciado em adrenalina, não do tipo caseiro, ou a raça de "feliz para sempre e jamais". Ele podia, se deixasse, lhe roubar o coração.

Mas a tinha deixado lutar. Por uma vez em sua vida ela tinha sido capaz de unir-se à ação. Ela tinha combatido pessoalmente os caras maus e tinha ganhado.

A corrente de prazer que a banhou ante aquele pensamento era quase sexual. Ela tinha treinado para este trabalho a maior parte de sua vida. Tinha lutado por isso só para arrancar essa horrível maldição de sua cabeça.

Suas capacidades empáticas se mostraram durante seu último ano da escola secundária, e só se fez constantemente pior.

Até o ponto de que o trabalho de campo com o qual tinha sonhado agora lhe era negado. Ela era um risco para uma equipe. E para si mesmo. Quanto mais forte fossem as emoções das pessoas a sua volta, mais pareciam afetá-la.

-Talvez devesse ter trabalhado em uma creche - suspirou ela com uma careta antes de gemer com derrota. O trabalho diurno não teria significado nada absolutamente.

Ela se mexeu na água, suspirando enquanto o líquido quente acariciava seu corpo sensível.

-Woof - Sua cabeça se sacudiu ao redor quando Mo-Jo ficou rapidamente em pé, virando-se para a porta enquanto a olhava com receio.

Ele podia ter sido reprovado em cortesia naquela cara escola canina, mas tinha tido uma nota excelente na formação defensivo-protetora. E o que ele mostrava agora era uma agressão masculina pura. Seu território estava sendo invadido.

A parte mais aterradora era que ela não podia senti-lo. Quando tentou sentir uma presença, todo que sentiu foi frio, um espaço morto.

Raças de coiote. Tinham que ser. Podia não ser capaz de sentir as emoções de Braden, mas teria reconhecido seu calor e conforto lhe tendendo a mão. O único momento em que não havia sentido nada, nem sequer ecos de consciência, tinha sido ontem quando ela olhou fixamente naqueles olhos da raça de coiote. Ela os havia sentido justo antes que atacassem. O mal e a malevolência.

Merda. Merda. Não precisava disso. Não podia permitir que Braden tivesse razão. Maldição.

Megan saiu silenciosamente da água, agarrando a longa e fina bata de seda que pendurava na parede e vestindo-a rapidamente. Depois veio a arma que tinha deixado na superfície da cômoda. Uma pistola Glock de calibre 22 era um pouco pesada em sua mão, mas cômoda e segura. A Glock era um pouco antiquada, mas confiável. Gostava do confiável.

E o carregador estava cheio e preparado para disparar.

Mo-Jo estava de tocaia na porta, seu corpo tenso pela necessidade de atacar a quem invadia seu auto proclamado território.

Uma coisa que a escola canina o tinha ensinado era como defender Megan e sua casa. Uma das razões pelas quais ela mantinha o saco peludo e mala de pulgas. Isto, e o fato de que em segredo o adorava. Sobre tudo agora.

Seguindo seus sinais corporais, ela agarrou o trinco e abriu a porta devagar, o permitindo mover-se pela entrada em frente enquanto o seguia silenciosamente. Ela manteve a arma apoiada em seu ombro, sua mão em frente agarrando o pulso que a sustentava enquanto se movia por seu quarto.

Mo-Jo estava na porta agora, silencioso, quase tremendo.

Ela girou o trinco com cuidado, abrindo-a devagar quando Mo-Jo começou a obrigá-la a abri-la mais para permitir mais liberdade a seu corpo.

Megan era mais cautelosa. Ela olhou em volta da soleira da porta, baixando a arma e destravando-a enquanto contemplava o vestíbulo silencioso. Mo-Jo, na escada, ficou em cócoras, preparado, esperando-a.

Ela se movia silenciosamente para ele quando ele de repente se virou, com um olhar de cálculo canino em sua cara quando olhou fixamente para trás. Ela não podia ouvir nada, nem o chiado de um piso de madeira ou um sussurro. Mas o sentiu.

Malícia. Mau. Como tinha acontecido na ravina. Como se a energia destrutiva dos Coiotes ficasse à deriva no mesmo ar.

Estas não eram emoções. Nenhum medo, esperanças ou sonhos. Só uma intenção fria e mortal em vez de um espaço morto. Isto a envolveu, apertando sua garganta e seu peito até que a obrigou a regular sua respiração e trancar o medo. Eles estavam mais perto, em sua casa, movendo-se dentro de casa para assassiná-la. Ela o sentiu, como o tinha sentido na ravina.

Ela deu marcha a ré, olhando quando o cão a seguiu. Se Mo-Jo não queria abordar quem estivesse lá em abaixo, maldição se ela ia fazê-lo.

Estalou seus dedos à porta do quarto, mandando o animal segui-la. Eles se moveram rapidamente de volta ao quarto. Fechando silenciosamente com chave a porta correu à janela, abriu-a e escorregou sobre o batente para o terraço do pórtico.

Mo-Jo a seguiu quando ela fechou a janela e se moveu para trás um instante antes que o fogo arruinasse a porta de seu quarto e o som de madeira estilhaçando a fizesse saltar e o Mo-Jo do terraço do pórtico para a gaveta de areia densamente acolchoada que ela mantinha para ele.

Megan o seguiu rapidamente, aterrissando com força e amaldiçoando silenciosamente ante o impacto da terra em seu corpo machucado.

-vou matá-los - resmungou ela enquanto ficava em pé e corria para frente da casa, atrás de seu furioso cão quando ele correu para a porta principal aberta. Não havia nenhum veículo na calçada; a fechadura tinha sido aberta com laser. Quem estivesse ali infelizmente sabia bem o que fazia.

Ela deslizou pela cozinha enquanto Mo-Jo se movia para colocar-se na entrada do vestíbulo curto que conduzia à escada. Quando ele se movia, ela se movia, até que estiveram embaixo da escada, silenciosos e esperando.

-A fêmea estava aqui. A água ainda está quente. Ela saiu pela janela.

Ela ficou de cócoras perto de Mo-Jo.

-Tudo que cheiro é a esse cão pestilento - grunhiu outra voz-. As pessoas deveriam aprender a lavar seus animais safados.

Eles estavam no alto da escada. Megan estreitou seus olhos, seus dedos apertaram a coleira de Mo-Jo enquanto esperava.

Sim, seu cheiro de cão mestiço não sempre era fácil, mas ele estava a ponto de mostrar exatamente a estes bastardos por que havia se rendido a ele.

Eles desciam. Seus dedos se apertaram. Esperando. Tudo o que tinha que fazer era esperar. Mo-Jo os surpreenderia e ela se encarregaria deles. Simples. Fácil.

-Fora. - O grunhido animal fez que os cabelos da nuca se arrepiassem pelo alarme-. Ela está a um passo. Vamos agarrá-la.

Eles desceram a escada, quase silenciosos em sua busca por ela. Ela liberou a coleira de Mo-Jo e esperou que ele fizesse o primeiro movimento.

Quando o fez saiu grunhindo quando eles aterrissaram, enquanto Megan rolava através do chão, rolando e disparando. Ela se livrou do primeiro intruso com um golpe mortal no peito enquanto Mo-Jo derrubava o outro homem. Ficando em pé precipitadamente, correu e chutou a arma do atacante através do chão.

-Jo. Aproxime-se! - gritou ela quando viu o brilho de uma faca dirigir-se para o ventre exposto do cão. Ela não podia conseguir um tiro claro, mas não teve que fazê-lo. Girou a cabeça quando as presas malignas e agudas rasgaram a garganta do Coiote apenas nada mais que um fôlego antes que a faca tocasse a carne vulnerável.

Mo-Jo não era um animal obediente. O sangue salpicou ao redor dela quando ele sacudiu o pescoço do atacante brutalmente antes de parar e saltar protetoramente.

Ela caiu em uma poça surpresa, rodando sobre seu estômago e levantando-se com sua arma apontada para a porta. O cão fez uma ronda de grunhidos. Ladrou furiosamente quando Lance e Braden se detiveram sobressaltados na entrada.

-Porra! -Lance contemplou a cena, sua expressão estava em branco quando ele piscou diante do que viu.

-De onde você saiu?, -perguntou ela piscando com surpresa.

-Chegamos quando começaram os disparos. -Lance sacudiu sua cabeça enquanto Mo-Jo grunhia em advertência.

-Quieto, Mo-Jo. -Megan se deixou cair a seus pés, com um gemido de dor quando seu corpo de repente começou a protestar pelo abuso adicional-. Quieto.

Os dois homens contemplaram os cadáveres no pé da escada. Lance sacudiu a cabeça com assombro quando Braden se voltou para contemplá-la, suas sobrancelhas se levantavam indagadoras.

-Espero que tenha um bom serviço da limpeza. - Braden arrastou as palavras quando se apoiou contra a soleira da porta-. O sangue mancha a madeira velha muito rápido, Megan. Pode querer se adiantar e chamá-los.

Um estalo agudo de risada saiu de seus lábios, não histérico, mas não exatamente calmo, quando ela contemplou a confusão.

O sangue se acumulava ao redor dos corpos, o fedor de morte era quase esmagador na área fechada da casa.

-Estes fedorentos. - Ela sentiu seus joelhos dobrando-se quando se levantou e se moveu rapidamente aos degraus-. São raças.

Ela se sentou.

-Coiotes. Deus, maldição, Megan! Advertimos-lhe isso. Não lhe advertimos isso?

A fúria de Lance encheu de repente o ar ao redor dela, mas desta vez isto não a tocou, não assaltou sua mente. Pelo contrário, essa aura de estabilidade tranqüila se estendeu de Braden e a envolveu.

Ela olhou para Braden. Ele se afastou devagar da soleira da porta, com cuidado de evitar o sangue enquanto se inclinava ao lado do homem que ela tinha pego com um tiro e levantava um lábio com cautela.

-Coiote - estava concordando ele.

Braden fez o mesmo com o outro antes de tirar o celular de seu cinturão e pressionar um botão rapidamente.

-Temos mais dois. Área Quatro B, residência de Megan Fields. Aproxima pelos fundos até aqui.

Megan virou-se para Lance com entorpecida confusão.

-vai chamar por isso?

Ele a olhou fixamente, sua expressão era lívida.

-Infernos não! - espetou ele -. Podem ficar com isto também. Não precisamos de notícias como esta golpeando as ruas da cidade. -Ele passou as mãos sobre o rosto antes de contemplá-la preocupadamente-. Está bem?

-Estou bem - suspirou ela antes de levantar seus olhos para contemplar o cão. Ele gemia na entrada, estirado, olhando-a com olhos marrons miseráveis. Não se moveu.

-Mo-Jo, vem aqui.

Ele não tentou mover-se, só gemeu miseravelmente.

-OH não! -Ela lutou para ficar em pé enquanto Braden se virava para o animal-. Não o toque, arrancará seu rosto – advertiu quando ele se moveu para examinar o animal-. Lance, chama papai. O coiote tinha uma faca.

Evidentemente o atacante tinha conseguido dar um golpe depois de tudo.

-Está louca? -Lance ficou rígido com rechaço-. Encarregaremo-nos dele. Se o Tio David o vir, Megan, a sacudirá tão rápido que nossas cabeças darão voltas.

-Só tem medo de que o atinja - disparou ela.

-Continua pensando isso - grunhiu ele com frustração.

Dirigiu-lhe um olhar furioso enquanto pegava o telefone da parede e se ajoelhava ao lado de Mo-Jo. Apertou o teclado rápido.

-Meg. Papai e vovô estão a caminho. Está bem? - A voz de sua mãe estava frenética enquanto Megan inspecionava o talho profundo e longo no baixo ventre de Mo-Jo.

Sua mãe, bendito o seu coração, sempre sabia quando seus meninos estavam com problemas mesmo que suas capacidades empáticas não fossem tão fortes quando as de sua filha.

-Estou bem, Mamãe. Só maltrataram ao Jo. -Ela se levantou, tirando um pano de prato do armário para aplicar pressão à ferida.

Inclinando-se perto do animal, embalou sua cabeça quando a queda de adrenalina começou a deixá-la débil.

-Estará bem até que eles cheguem aqui.

-Está certa? - Não enganou a sua mãe. Ela esteve esperando a chamada de Meg, prova de que seu pai e avô tinham deixado a casa a toda velocidade.

Seu avô teria sabido também que algo ia mal. Ele dizia que os ventos lhe falavam dela. Ela sacudiu sua cabeça ante o pensamento. A empatia corria no lado de sua avó. Ela nunca esteve segura do que corria pelo de seu avô, mas Megan sabia que era tão poderoso como os talentos que ela possuía, se não mais.

-Estou certa, Mamãe. Te amo, mas agora tenho que ir.

Ela desligou o telefone antes de levantar os olhos para Braden.

Ele a olhava com preocupação, e ela advertiu-se que definitivamente ia ter o que agüentar. Lance não deixaria este pequeno giro dos acontecimentos sem ter um baque, ou ao menos sem chamar a maldita família inteira.

-Sabe, Braden, realmente não vamos nos dar bem. De fato, não acredito nem que vá gostar de mim.

Ela virou-se e se afastou dele antes que ele pudesse falar, o som de um veículo entrando na garagem chamou sua atenção. Ela se moveu à porta dos fundos, dando um suspiro de alívio quando seu pai e avô saíram rapidamente do caminhão e se dirigiram para a casa.

-Está bem, Meg? -Seu pai a abraçou com força.

-Estou bem. Embora Mo-Jo esteja ferido. Recebeu uma navalhada no baixo ventre. - Ela tremia, tentando evitar o olhar de seu pai e a preocupação que sempre a fazia sentir-se sufocada.

Seu pai estava vestido com seu costumeiro jeans, mas usava uma camisa de etiqueta e o laço de corda de prata, indicando que estaria disposto a sair essa tarde. Seu grosso cabelo negro estava salpicado de cor cinza, seus olhos escuros com força e sondando enquanto se movia pela cozinha à entrada do corredor e dava uma olhada para Lance.

-Parece bastante profundo, Papai - suspirou ela, contemplando seu avô com derrota quando o deixou ajudar e conduzi-la a uma cadeira da cozinha.

-Tio Dave, apresento-o a Braden Arness. - Ela ouviu o murmúrio de Lance no corredor.

Ela estava consciente de que Braden a olhava, sua cabeça estava inclinada, notando-se em cada movimento, cada expressão, enquanto olhava a cena diante dele. Mas havia mais, essa calma que era tão parte dele a envolvia também, abrigando-a. Uma garota poderia acostumar-se a isto. Acostumar-se muito. Seria um horror quando se fosse outra vez.

Seus olhos perguntavam, quase aturdidos, quando seu avô, curvado pela idade e agitando suas articulações rígidas a acariciou no ombro.

-Fica quieta, pequena guerreira. Prepararei um chá. -Sua voz estava cheia de preocupação, sua expressão confinava com a inquietação.

-Café.

-Chá - falaram firmemente seu pai e avô.

Ela fez uma careta. O chá não teria nem cafeína.

Apesar de sua calma ela sentiu o medo. Não o apreciou, por sorte. Mas o sentiu espessando o ar ao seu redor.

-O que aconteceu aqui, Lance? -Seu pai estava inclinado sobre o Mo-Jo, uma pequena bolsa médica preta ao seu lado enquanto examinava a ferida.

-Por que pergunta pra ele? Ele não estava aqui. -Ela odiou o cuidado protetor que podia sentir abrigar-se a seu redor. Por que não trouxeram sua mãe junto com eles? Isto teria acabado por envolvê-la entre algodões satisfatoriamente.

Seu pai a olhou, e durante um segundo ela vislumbrou uma fúria e um medo que sabia que não deveria havê-la impressionado. Entretanto isto o fez, porque ela só sentiu, não apreciou. Isto se estendia sobre ela em cegantes ondas ou tirava seu fôlego. Ela também notou que Braden tinha se aproximado, fazendo mais fácil para ela estender aquele escudo a seu redor.

-Porque examino uma ferida de seu animal que podia ter sido infligida a você. -Ele não tentou falar bruscamente, mas ela podia sentir a cólera que vibrava dele-. Não sei se meus nervos podem suportar ouvir um relatório de você, filha.

Seus ombros se inclinaram. Maldição Como combatia esse tipo de amor?

-Não sei o que aconteceu, Tio - respondeu finalmente Lance-. Eu trazia Braden Arness aqui para falar com ela. Entramos quando Mo-Jo arrancava uma garganta.

-E o que tem de ontem? -perguntou seu avô então-. Os ventos sopraram pela terra com uma advertência, seu nome ressonava na brisa.

Megan quis gemer.

-Vocês me sufocam.

Braden não se apoiou contra a parede, olhando tudo isto, nunca falando. Atraente e silencioso. Bem, então havia umas coisas que foram por ele.

-Se acostume a isso. -A voz de seu pai não tolerava nenhuma resposta negativa-. Até que eu deixe este mundo, você é ainda minha filha e ainda sob a minha proteção.

-Proteja a Lance. -Ela agitou sua mão para seu primo que sorria com satisfação-. Ele corre mais perigo que eu se continuar me enchendo o saco. Compartilhe o amor, Papai.

Seu pai só resfolegou enquanto aplicava uma grosa capa de reparador de pele no ventre de Mo-Jo.

-O cão estará bem. -Ele fechou a garrafa do látex simulador de pele e a devolveu a sua bolsa-. A ferida não era muito profunda; só é um arranhão grande. -Ele acariciou a cabeça do cão antes de encher uma seringa de injeção e injetá-la no músculo do ombro grosso-. Aí vai, algo para aliviar a dor. Estará como novo em uns dias. O levaremos a clínica e lhe daremos alguns antibióticos por segurança.

Ao mesmo tempo, seu avô pôs o chá e biscoitos de gengibre diante dela. Ela ainda podia cheirar a morte ao seu redor. Não havia nenhum modo em que pudesse comer.

-Sua taxa de açúcar no sangre está baixa, Neta. Come também. -Ele caminhou arrastando os pés ao redor da mesa e, é claro, serviu café para todos os outros. Às vezes, ela lamentava não fumar. Se alguma situação requeria um cigarro, era esta.

-Tempo de explicações. -Seu pai se ergueu, seu amplo corpo tenso, seu rosto bruscamente esculpido que emparelhava a cólera em seus olhos quando se encontraram com o olhar fixo de Braden. -Quem demônios é você e o que tem haver com tudo isto?

Braden ficou rígido.

-Basta, David. - Seu avô veio em socorro. Ela esperou-. Venham, todos vocês, sentem-se na mesa de Megan e falem com respeito em sua presença. Ela se defendeu bem hoje. Fez o que nenhum homem podia ter feito por ela, e tem satisfeita sua alma de guerreira em sua própria proteção. É o momento de celebrar, não de reprová-la a ela ou aqueles que a defendem.

O orgulho de seu avô por ela nunca fracassava em enchê-la de calor.

Seu pai lhe dirigiu um olhar descontente.

-David… marido de minha filha - suspirou ele-. Sinto sua preocupação como se fosse a minha. Mas lhe adverti isso, seu destino não é como você queria.

Tempo de discussões. Megan sabia que se não mudasse de assunto rapidamente então seu pai e seu avô terminariam por lutar outra vez.

-Alguém tem que limpar a confusão – suspirou ela, afastando as bolachas e o chá-. Esqueceram dos dois corpos em meu vestíbulo?, -perguntou ela a todos eles com um toque de incredulidade-. Estão manchando meu chão de madeira. Pergunte-lhe ele sabe tudo sobre isso. - Ela assinalou onde Braden ainda estava em pé silenciosa e vigilantemente.

Muitos homens se apinhavam ao seu redor. Ela usava somente uma bata e a reação começava a fazê-la tremer enquanto toda a testosterona começava a preparar-se em uma caldeira furiosa. Não queria estar aqui para a luta.

-Meu pessoal está a caminho. - Braden se moveu na cozinha e antes que ela pudesse ofegar ou alguém mais pudesse protestar a levantou em seus braços e saiu a passos largos da cozinha.

Deus, ele era quente e seguro. Seus braços agarraram seus ombros em resposta instintiva enquanto lutava contra a necessidade de aproximar-se mais, de absorver mais do escudo natural que a envolvia também.

-Não sou uma molenga - tratou ela de espetar a pesar do desejo repentino de curvar-se contra ele.

-Não, não o é. Mas o chão está ensangüentado e não usa sapatos. - Ele a deixou na escada-. Às vezes vê as manchas de sangue quando menos se espera. -Ele a olhou fixamente, seus olhos de ouro eram solenes-. Vai. Se vista. Meu pessoal estará aqui e haverá um choque de costumes com o qual não quer tratar meio nua. -Sua voz baixou-. E garanto como o inferno que não quero ninguém mais vendo esses mamilos perfeitos brilhando por esse tecido úmido como estão agora.

Seu rosto ardeu quando baixou seu olhar horrorizado. Seus mamilos estavam endurecidos. Endurecidos e prontos, apertando contra a seda de sua bata como sinais.

Sua cabeça se levantou enquanto excitação e vergonha corriam por ela. Não era ele, assegurou-se ela. Ele não a acendia. Nem sequer o conhecia e não queria conhecê-lo.

Ela cheirou desdenhosamente, resistindo tentar até explicar ou protestar pela resposta de seu corpo.

*********

Braden a olhou caminhar para seu quarto, seu peito apertado, seu coração acelerado. Deus, ele queria envolvê-la tanto quanto os três homens atrás dele o faziam. A visão dela naquela cadeira, parecendo tão abandonada, tinha sido quase mais do que ele podia agüentar. Ele a tinha recolhido e a tinha levado à escada por seu próprio bem-estar mental. O pensamento dela caminhando ao redor da morte naquele vestíbulo e que podia ter sido ela que estivesse estendida ali em vez dos dois Coiotes fazia que suas tripas se apertassem de fúria.

Ele não se deu conta de quão pequena era, e leve, até que a recolheu em seus braços e sentiu a fraqueza de seu corpo.

Como diabos tinha conseguido ela combater a dois Coiotes e sobreviver?

Os olhos azuis de meia-noite escuros, quase negros, tinham parecido enormes em seu rosto pálido, cheia de excitação e a beira da confusão. Mas não havia nenhum medo. Ela estava furiosa. Baixando rapidamente da animada adrenalina e dolorida pelas exigências que tinha imposto ao seu corpo nos dois últimos dias.

Mas não estava assustada.

E ele não podia envolvê-la. Não podia abrigá-la do perigo. Só podia estar em pé atrás dela e rezar para poder lhe ajudar. O mundo não era um pátio cheio de risadas e jogos. Ao menos, seu mundo não o era. Estava banhado em sange e crueldade e só o mais forte sobrevivia. Ela estava sendo lançada no meio de seu mundo pela razão que fosse e ele não podia compreender. Ele não podia a proteger disto. Só podia guiá-la.

-Ela é uma guerreira. -O ancião, seu avô, falou atrás dele.

-Ela é uma mulher - espetou o pai furiosamente-. Maldição, Lance, que demônios está acontecendo?

-Ela está louca, é o que acontece - discutiu Lance-. Guiou diretamente até uma cena de assassinato ontem a tarde comigo gritando que voltasse atrás. A mulher busca problemas. Desta vez, estes a encontraram.

-Ela procura justiça… - murmurou Joseph.

E todos eles procuravam um modo de protegê-la. Sua necessidade de abrigá-la a sufocava devagar. Braden podia senti-lo, podia vê-lo em sua cara. Ela tinha que lutar, e agora não tinha nenhuma outra opção, só fazê-lo.

-Não. -Ele se virou para confrontar a todos eles-. Ela é uma lutadora e uma sobrevivente, e se for sobreviver a isto de algum modo então terão que deixá-la lutar. Até que averigüemos por que o Conselho de Genética a marcou, temos que a deixar lutar ou vocês a perderão de todo.

O silêncio, as ondas da fúria, confusão e o conhecimento de um ancião pareceram fluir ao redor dele. Ele encontrou o olhar ancião e agudo do velho Navajo que o olhou fixamente, suas tranças cinza emoldurando sua expressão quadrada, dura.

-Ela é uma guerreira - disse o ancião, levantando sua cabeça com orgulho-. Mas cuidado, meu jovem Leão, é também uma mulher. E freqüentemente é a maior fraqueza de cada Macho. Inclusive a sua própria.

Como sabia o ancião quem e o que era ele, Braden não sabia e não se importou. Agora, como antes, a confusão o afundou. As raças, exceto umas poucas muito escolhidas, não tinham meninos. Nenhuma mãe, nenhum pai, tios ou primos.

Foram criados num Laboratório, treinados em vez de criados, e agora lutavam diariamente pela sobrevivência em um mundo que não estava seguro exatamente do que fazer com esta nova espécie.

Braden nunca havia experimentado a emoção, a pura fúria protetora e a determinação de proteger à família de alguém.

Ele podia ver facilmente os três homens que devagar sufocavam o espírito de luta da mulher por seu amor.

-Deveria planejar algo antes que ela volte aqui para baixo - assobiou Lance quando ele contemplou seu tio e seu avô-. Não vou despedi-la. Ela nunca me perdoaria. Além disso, só me ignora quando tento.

-Disse que o fizesse a três meses - David, o pai, grunhiu furiosamente-. No mesmo dia ele… -ele apontou seu polegar para o ancião -ouviu seu nome nos ventos. Mas não, espera, Tio… -ele zombou do homem mais jovem.

-Não lhe faça mal. Ela deixará Broken Butte.

-Ou me dará um tiro - espetou Lance-. Maldição, Tio, ela teve três ofertas de cidades grandes, mas pelo contrário, fica aqui. Empurre-a para muito longe e partirá.

-Não permitirei.

-Você não pode pará-la, meu filho… - disse o ancião.

-Inferno sangrento, ela vai encontrar problemas não importa aonde vá… - discutiu Lance.

Braden martelou sua cabeça, olhando como os três discutiam. Que interessante. Pessoalmente, ele pensava que ia com um pouco de atraso e definitivamente era o momento incorreto para acusações, mas interessante apesar de tudo.

Os três Machos obviamente estavam bem acostumados à discussão de como melhor proteger uma mulher que não queria nada mais que ser quem era, lutar quando fosse necessária. Isto desafiava a lógica. As mulheres eram ferozes e freqüentemente menos misericordiosas que qualquer homem. Elas eram lutadoras excelentes quando acreditavam na batalha em que estavam implicadas ou aqueles para os quais lutavam. E Megan era uma mulher. E ele decidiu naquele momento, ela era também sua mulher.

 

Megan não estava de melhor humor na manhã seguinte do que estivera na noite anterior quando Braden e Lance arrastaram seus lamentáveis traseiros em seus quartos de hóspedes para dormir. Os cadáveres tinham sido levados de sua casa por raças felinas com mau gênio, uma das quais era um aterrador filho de Satã com olhos de prata que estava realmente contente por não ter ficado muito tempo.

Seu pai e avô finalmente partiram por volta de meia noite, conforme protesto. Braden e Lance ficaram, o que significava que o sono tinha sido quase impossível sabendo que o objeto de sua excitação estava tão próximo. Tinha ficado dolorida por seu toque e sua pele tão sensível que até os lençóis eram uma irritação contra ela.

Agora, com os pratos de café da manhã retirados e o café sustentando-a, Megan contemplou Lance e Braden. Lutar contra isto não ia funcionar, e ela sabia. Tanto quanto o odiava, precisava de Braden nesta luta.

Deu-lhe uma olhada, consciente de que ele a olhava estreitamente, seu olhar era fixo, seu corpo recostado e tenso. Estava ele também excitado? Estava ele atormentado pelo mesmo desejo que ela? Um tão confuso quanto forte?

Ela deu uma sacudida mental antes de encarar a ambos os homens.

-E agora o que? -Ela se apoiou contra o balcão e bebeu em goles seu café enquanto eles a olhavam fixamente.

Lance ficou em pé com um suspiro.

-Tenho que voltar ao escritório. - muito covarde. Não ia sequer perder tempo nos fogos que esperava que resultassem de sua discussão-. Está fora hoje. Verei os dois no escritório pela manhã…

-Não. Ela está fora indefinidamente-. Braden falou como se sua palavra fosse lei. Seus olhos se estreitaram diante do tom, seus lábios se apertaram pela irritação enquanto o fulminava com o olhar.

-É o meu trabalho - espetou ela-. Não posso estar só ao redor de…

-Seu trabalho deve ser o de se manter viva. - Ele foi até a cafeteira para encher sua xícara. Megan se assegurou de ficar bem longe para evitar roçar-se contra ele-. Organizaremos-nos e veremos se podemos entender que demônios está acontecendo. Você é o elo… - O olhar que lhe dirigiu quando se virou para trás era duro, frio-. Isto significa que você tem as respostas.

Isso tinha sentido. Mas não significava que gostasse.

Ela olhou então para Lance, notando a tensão em seu corpo musculoso, a cólera desumana que brilhava em seus olhos azuis. Maldito, ela se alegrou por não senti-lo. Não podia tê-lo manobrado. Isto quase a destruiu, isto e o medo e a preocupação que enchiam a sua família devido ao trabalho pelo qual tinha lutado tão desesperadamente e a fraqueza que a empatia causava em seu interior.

-Bem - Ela suspirou bruscamente, contendo o tremor que percorria sua coluna-. Adeus as nossas queixas de que Broken Butte era muito tranqüilo.

Lance resfolegou ante isto.

-Essas são suas queixas, Meg. Não as minhas. Eu já tive bastante entusiasmo quando trabalhei em Chicago - espetou ele.

Ele estava zangado. Realmente zangado desta vez. Ela contemplou sua expressão fechada, a dor da preocupação em seus olhos, e sentiu que seu peito se apertava.

-Sinto muito. - Ela o olhou fixa e diretamente, odiando o fato de que ele estava bastante preocupado com ela para estar tão furioso.

-Maldição. Meg, não a culpo. - Ele estendeu a mão, colocando seu braço ao redor de seus ombros quando a atraiu para um breve e forte abraço-. Verifica sua agenda - disse ele bruscamente -. E olhe seu traseiro.

Ela o abraçou por sua vez. Com força. Olhando enquanto ele deixava a casa. Por alguma razão inexplicável e triste, seu toque a agitou. Como se seu corpo protestasse ligeiramente, incômodo por que por uma vez o abraço consolador de seu primo era bem mais do que de um irmão mais velho.

Ela escutou até o som de seu Raider desaparecer na distância, deixando um ensurdecedor silêncio cheio de tensão entre ela e o Felino que estava olhando-a estreitamente. Ela se virou para olhá-lo, vendo o brilho curioso em seus olhos, o olhar zombador em seu rosto.

-O que? - perguntou ela com fingida impaciência, controlando sua respiração, principalmente controlando a abrasão de seus sensíveis mamilos contra seu sutiã de renda. Que demônios estava mau nela? Ela nunca tinha estado excitada por tão pouco em sua vida.

Ele respirou devagar. Que demônios cheirava ele?

-Nada. - Ele finalmente sacudiu sua cabeça devagar-. Prepare-se. Quero fazer uma viagem de volta a ravina para olhar ao redor e quero que você se cole em mim. Daqui em diante, neném, só me chame de sua sombra.

-Gato de Botas. - Ela deu uma olhada em suas botas. O homem tinha também umas boas pernas.

A tensão encheu o ar. Isto não era a tensão furiosa; era quente, abrasadora pela intensidade. Ele pôs sua xícara de café no balcão, aproximando-se, seu ombro roçou contra o seu quando passou e se moveu atrás dela.

Megan ficou em pé completamente quieta, sentindo o deslocamento do ar a seu redor, o modo como ele se moveu, dando a volta até que seu peito quase tocou suas costas, seu fôlego flutuando no ar sobre o lóbulo da sua orelha sensível.

-Sabe, Meg - exaltou ele brandamente, sua voz áspera, grunhidos-, me chame disso uma vez mais, e então terei que lhe mostrar qual de nós manda. E não será você, amor. Eu em seu lugar tomaria cuidado ao me empurrar. O aroma desse pequeno sexo doce e quente faz com que minha boca babe e meu pênis palpite. Eu poderia lhe mostrar não só quem manda, mas também exatamente como uma raça ensina domínio a sua mulher.

Ela se sentiu empalidecer e depois avermelhar, seus olhos se arregalaram diante da revelação de que ele realmente podia cheirar sua excitação. Se soubesse que ela estava molhada e quente. Preparada para aceitá-lo. Que ele a fascinava mais que qualquer homem o tinha feito. Esta era uma fascinação que a assustava terrivelmente.

- Tome suas vacinas primeiro - espetou ela, afastando-se dele, cobrindo sua vergonha com a raiva em vez de dissolver-se em seus braços da maneira que desejou fazer. Maldição se ia fazer. Só porque o precisasse e estivesse quente por uma raça, e ele ainda nem sequer a tinha beijado. Por favor, podia a vida ser mais complicada?

-Megan, não se fazem comentários baixos sobre as raças - repreendeu-a finalmente ele quando ela se moveu para colocar mais distancia entre eles. Ele só a seguiu. Espreitando-a-. Se quer me insultar, carinho, então o faça pessoalmente.

Ele tinha razão, seus insultos não eram justos. Megan lhe virou as costas, obrigando-se a respirar, a encontrar só um momento de estabilidade entre as necessidades contrárias que se elevavam nela. Ela o desejava tanto que a dor era uma cova de desejo aceso em sua matriz. Obrigou-se a guardar a distância entre suas emoções e os homens que existiam na periferia de sua vida. Mas não mantinha a distância com Braden. A irresistível atração se fez mais furiosa nela que nele.

Ela se virou para confrontá-lo outra vez, seus olhos se arregalaram quando ele cobriu o rubor com seu corpo, apanhando-a contra o balcão, suas coxas se apertavam contra as suas, sua ereção se amortecia no calor suave de seu abdômen. Seu sexo se apertou, contraindo-se com uma fome sexual que quase lhe arrebatou o fôlego.

-Não o faça. - Ela pressionou suas mãos contra seu peito, sacudindo sua cabeça, segura de que se ele a tocasse ela não seria capaz de lutar.

-Doce. - Ele inalou profundamente, apoiando suas mãos no balcão, seus braços sustentando-a no lugar enquanto suas mãos colocadas contra seu peito-. Está quente e selvagem, Megan. Eu poderia deixá-la mais quente. Quer me provar?

Ela estremeceu quando sua cabeça baixou, agarrando com seus lábios o lóbulo sensível de sua orelha, lambendo-o com um movimento lento e sedutor de sua língua. Um violento estremecimento correu por sua coluna quando o calor começou a envolvê-la.

Seu clitóris se inchou em um ressonante sim a sua pergunta; seus peitos se fizeram mais pesados e seus mamilos mais duros.

Um tremor percorreu sua coluna, retrocedendo outra vez antes que um tremor de necessidade cortasse por seu sexo. Ela sabia que não podia escondê-lo. Quando levantou sua cabeça e seu olhar se encontrou com o seu, ela sabia que a fome que a enchia se refletia em seus olhos. Isto não era só uma necessidade de sexo. Isto era uma necessidade de tudo. De curvar-se em seus braços, de roçar-se contra ele, de encontrar um lugar para descansar. E ela sabia que a ilusão de que podia fazê-lo não podia ser real.

Ele inalou profundamente, seus olhos escureceram quando a sensualidade de repente sombreou sua expressão.

- Prepare-se para sair - grunhiu ele em vez de tocá-la outra vez como ela esperava-. Levamos este espetáculo ao caminho ou nos dirigimos ao quarto. É sua escolha. Ou senão, vai averiguar exatamente como uma raça perde a luta contra a tentação de pequenos gatos monteses como você. Agora movimente-se. De uma ou outra forma.

Ele continuou tentando lembrar-se que ele não era como ela. Não era realmente humano. Não era o homem adequado para começar um assunto com uma mulher que não tinha nem idéia no que ela estava entrando com ele, sexualmente falando.

Seus lábios se curvaram diante do pensamento. Seus pequenos comentários irritáveis contra seu nascimento de raça não o tinham incomodado. Ele via mais do que estava certo que ela queria. O tipo de emoção em seu interior se sentia claramente, como desejo, muito quente e muito profundo para marcar a fogo o homem em sua alma. E isto a assustou.

Ele dirigiu através do deserto, o movimento suave balançava o Raider fazendo com que o silêncio dentro do veículo parecesse muito mais profundo. Era difícil esquecer o que era, ou quem era ele, quando o calor de sua excitação perfumava o frio interior do veículo fechado.

Ele era uma raça. Um híbrido das espécies humana e animal. Sua genética era uma clonagem de humano e de DNA de leão que o fazia mais forte, mais rápido, mais predador, mais mal do que qualquer humano deveria ser. Ele estava identificado pela marca genética a tatuagem de um leão dentro de sua coxa esquerda, e pelas presas mais largas e mais agudas nos lados de sua boca. Não é que essas fossem as únicas anomalias, mas estas eram as mais aparentes.

Sua sexualidade era dura, determinada. Se havia algo melhor que o sexo e uma mulher selvagem e quente, então ele não o tinha encontrado.

Era melhor que uma boa luta feroz, e ele as amava também.

A adrenalina era o sal da vida, tanto se era sexual ou em caso de vida ou morte. Mas ele nunca tinha possuído uma mulher que não fosse uma raça. E nunca tinha possuído uma tão frágil como a mulher que se sentava a seu lado. Uma ardente, escorregadia, molhada e pronta para ele.

Pelo canto de seu olho ele a olhou roçar o lóbulo da orelha que ele tinha mordido no outro dia. Ele havia ferido a pele. A pequena curva estava arranhada, embora não parecia como isto poderia causar um problema qualquer. Mas ela continuava esfregando e puxando como se a incomodasse.

-Não a mordi com força - queixou-se ele quando ela continuou com isso-. Não me fará sentir culpa por isso.

-Pense o que quiser. -Ela o fulminou com o olhar-. Ainda está sensível.

Dirigiu-lhe um sorriso preguiçoso.

-Esse pequeno beliscão não foi nada. Tem que se endurecer, amor.

Isso não era nada comparado com o que ele tinha ansiado lhe fazer antes. Quando sua língua tinha lambido o pequeno arranhão em seu lóbulo, ele tinha tido muita vontade de mover-se por seu ombro, de provar a carne doce dali, de rastrear seus dentes sobre ela, de marcá-la de um modo que nenhum outro homem nunca pudesse confundi-la.

Essa necessidade o surpreendeu. Ele nunca tinha conhecido o desejo de marcar uma mulher. Esta mulher que ele queria marcar de todos os modos possíveis, de modo que nenhum outro Macho pudesse alguma vez confundir a quem pertencia.

-Tem que abster-se de morder - evitou ela com uma beira de excitação nervosa. OH sim, ela também o sentia. A necessidade ardia em seu interior tão quente, tão feroz como a que queimava nele. Ele podia senti-lo, podia cheirá-lo.

Ele se moveu em seu assento para aliviar a pressão contra seu pênis inchado. O cheiro de sua excitação o deixava louco. Ele não queria nada mais que sustentá-la sob ele, agarrando com seus dentes seu ombro sensível enquanto afundava seu inchado pênis tão profundamente dentro das profundidades que se derretiam de seu sexo quanto pudesse chegar. E ela se derretia. Tão quente, tão selvagem que sua frustração a deixava furiosa. Fazendo-o impacientar-se.

-Verei o que posso fazer sobre isto - grunhiu ele quando virou e desceu pela entrada inclinada na ravina. O mesmo caminho que Megan tinha feito uns dias antes.

-Você parou aqui antes de entrar na ravina no outro dia - comentou ele, determinado a fazer o trabalho ao qual o tinham enviado para fazer antes que conhecesse a mulher-. Por quê?

Ele a observou quando ela olhou fixamente a entrada da ravina profunda, seu olhar reflexivo. Ele podia sentir o puxão sutil de sua capacidade de atirar seu escudo natural ao redor dela. Isso era… íntimo. Quando isto a envolvia, embora a proteção fosse superficial, unia-se com ela, fazendo de seu espírito uma parte dela.

-Alguém seguiu o jipe até lá embaixo a pé, usando botas de montanha. Os rastros eram mais frescos que os rastros de pneus. Viu quem era? - perguntou ela então, olhando atentamente pelo guichê lateral quando subiu os óculos escuros acima de seus olhos para ver claramente a terra.

Ele sacudiu o pensamento da obrigação que se fazia mais profunda, relaxou sua guarda contra ela e permitiu que ela tirasse o escudo para rodear-se.

-Era eu. -Ele saiu da ampla ravina no Raider antes de fazer uma parada-. Encontrei o jipe aproximadamente seis horas antes que você chegasse. Fiz aproximadamente daqui, cheirava os Coiotes ao redor da curva. -Ele assinalou a uma greta no outro lado da ravina-. Notei que esta área está crivada com gretas e cavernas. Estas parecem um labirinto em seu interior, muitas delas unindo-se juntas. Eu podia deslizar por aquelas para ir mais perto da caverna dentro da qual estavam escondidos.

Megan assentiu.

-Tivemos uma temporada chuvosa particularmente difícil faz aproximadamente dez anos. As ravinas ficaram alagadas e muitas delas riscaram sulcos profundos na pedra. Esta é uma das aproximadamente uma dúzia de áreas golpeadas duramente. Estas inundações vieram com força e rápido, muitas pequenas covas se criaram profundamente abaixo delas e agora recolhem a água quando chove realmente.

-Movi-me por aquelas pedras até que encontrei um modo de passar ao redor deles - seguiu Braden-. Eu não estava longe de você quando ouvi que falava com Lance. Eles a esperavam.

-Mas por que eu? - Era o que ela não entendia.

Quando ele começou a fazer avançar o veículo outra vez, ela baixou a janela, olhando para cima, para as paredes constantemente crescentes que se faziam mais escarpadas enquanto se moviam mais profundamente na ravina.

Não lhe respondeu. Não havia nenhum modo de lhe responder até que averiguassem a razão da chegada dos Coiotes.

Ele conduziu ao redor da curva escarpada, fazendo uma parada atrás do jipe negro que haviam conduzido Mark e Aimeé.

Ele a olhou quando ela deu uma olhada ao redor da área, seus olhos estreitados, quase distantes, enquanto ela parecia escutar algo que ele não podia ouvir. Finalmente, ela destravou a porta e saiu do veículo quando ele puxou o freio de mão e a seguiu.

Ele continuou olhando-a. Apoiado contra a frente do Raider, provando o vento a cada poucos segundos para procurar o odor rançoso dos Coiotes quando ela contemplou o SUV, sua expressão solene, intensa.

-Eles pareciam tão jovens. -A tristeza se estendeu sobre ela, pena pelas vidas esbanjadas antes que as pudessem viver.

-Aimeé tinha vinte e três anos. Mark vinte e quatro - disse ele-. Nenhum deles tinha vivido fora do cativeiro tempo suficiente para conhecer a liberdade.

Ela foi até as portas abertas do SUV. O cheiro de morte era espesso, o interior empapado por sangue fervente com o calor baixo do sol da tarde. Ela não vomitou como esperou que fizesse. Sua expressão se apertou quando ela se inclinou e se dobrou para frente, verificando o assento baixo do motorista, depois no console ao lado deste.

Ela estremeceu por poucos minutos como se sentisse dor. Ou estivesse sentindo de outro.

-Seu pessoal teve tempo para revistá-lo? -perguntou ela então.

-A fundo. - Não havia nada para encontrar. Uns sacos de comida para viagem, recibos de gasolina. Nenhuma nota, nenhuma carta, nada que indicasse por que partiram ou por que tinham morrido.

-Então, por que estamos aqui? -Ela se moveu para trás, dando a volta para confrontá-lo com o cenho franzido.

-Devido a esses Coiotes esperaram aqui durante quase vinte e quatro horas até que você chegasse. Verificamos todo o terreno. Este canyon é outra história. Vamos revistá-lo, polegada a polegada. Cada afluente que conduza à parede de rocha, cada caverna. Vamos revistá-lo. Porque os Coiotes que são bastante tolos para ficar com o Conselho são muito estúpidos para cobrir bem seus rastros. Eles deixaram algo aqui. Estiveram aqui durante muito tempo para não fazê-lo. Agora está em nossas mãos encontrar o que deixaram e entender por que a querem. E eles a querem realmente, carinho. Muito.

O medo cintilou em seus olhos, mas só durante um segundo. Foi seguido estreitamente pela cólera, depois pela determinação.

-Então eles vão ficar querendo. -Um pequeno sorriso frio curvou seus lábios. O cálculo, cheio de objetivo frio-. Então por onde começamos?

 

Eles começaram com uma ascensão perigosa no fundo do desfiladeiro à seção mais alta do escarpado que se elevava acima dele. A mais de três metros da terra, as fendas eram poucas e separadas; e pensou que, embora uma queda não a matasse, certo que doeria como o inferno.

Seu destino estava no agrupamento de pequenas e estreitas aberturas situadas em cima das cavernas do escarpado. Desgastadas pela areia e chuva, as aberturas criadas eram fendas escuras e sombreadas com um suporte estreito correndo entre elas.

No calor do dia, a subida debilitou sua energia enquanto a transpiração escorria dela antes até que alcançassem o primeiro jogo de pequenas cavernas. Megan estava assombrada que os Coiotes grandes e robustos pudessem ter resistido mais que umas horas dentro delas, até que ela deitou-se contra o chão de pedra e escapuliu para dentro.

-A caverna é muito maior por dentro - chamou ela quando acendeu a lanterna que levava antes de mover-se para dentro. O risco de serpentes e cascavel era alto na área, sem contar outra dúzia de habitantes venenosos do deserto. As grutas eram frias ao calor do dia e quentes no frio da noite - o refúgio escondido era perfeito para a fauna.

Não havia nada para encontrar salvo um remanescente, um sutil odor nocivo. Seus sentidos não descobriram nenhum perigo, nenhuma presença de vida. Só o frio e a má intenção que enchia os Coiotes.

-Esses homens fedem - resmungou ela enquanto entrava mais na caverna deixando lugar para o corpo maior de Braden.

-Sim, fedem. -Infelizmente, o odor incômodo dos restos do cheiro de corpos das raças de Coiote foi eclipsado imediatamente pelo cheiro do calor viril que tentou os sentidos e fez suas zonas erógenas despertar e uivar. Ela apertou suas coxas, sentindo a prova molhada de sua atração por ele molhando as curvas externas de seu sexo.

E ele não era exatamente indiferente. Ela corou quando seu olhar fixo a tocou; a consciência pesada e sensual que se movia sobre sua expressão era menos que reconfortante.

Em vez de contemplar o duro corpo que se movia através dela, moveu a luz sobre as paredes da caverna. A caverna se estendia bem atrás no canto, facilmente de três metros de largura e possivelmente quase quatro de comprimento, com várias fendas amplas abrindo-se na parede e que conduziam mais atrás do escarpado.

-Não tinha idéia de que as cavernas do escarpado fossem tão grandes - murmurou ela, dirigindo o feixe de luz à greta mais ampla. Esta parecia uma entrada que se abria na pedra.

-Essa fenda conduzia a outra caverna interior na base do escarpado. Rastreei-as bastante antes que encontrasse o túnel que conduzia a esse no qual a tinham encurralado. Embora não acredito que tenham explorado mais longe; os túneis parecem um labirinto quando se entra mais profundamente.

Deu-lhe uma olhada enquanto falava, olhando a confiança no modo em que começou a mover-se pela caverna do escarpado.

-Então, o que procuramos? -Ela ficou em pé, assim que o teto ficou bastante alto para permitir que se endireitasse.

Os ombros de Braden estavam inclinados, sua cabeça baixou quando ele deu uma olhada para trás, para ela.

-Jonas e seus homens não tiveram tempo para revistar totalmente as duas cavernas superiores - disse ele-. Só quero estar certo de não ter perdido nada.

-Como conseguiu impedir de se perder nos túneis? - O pensamento de um labirinto interior dentro da pedra a desalentava, e não gostava do tentar procurar.

-Um bom sentido de direção. -A diversão enchia sua voz-. Não se preocupe; os túneis não devem expor nenhum problema. Eles não teriam deixado sua posição vantajosa para procurar. Eles a esperavam, e sabiam que você provavelmente não os usaria.

Ela inalou bruscamente antes de mover-se à parede em frente que brilhava pela luz diretamente nela. Ela não quis pensar nos Coiotes esperando-a, olhando-a.

-Estes não estiveram aqui muito tempo. - Ela passou seus dedos sobre a pedra, maravilhando-se das forças que as tinham criado-. As tormentas que criaram esta ravina eram horríveis. Antes isso não era nada mais que um pequeno abismo. Agora é quase um mundo secreto e maravilhoso de pedra. Terei que avisar à associação de espeleólogos sobre estes túneis assim eles poderão explorá-los e traçar um mapa deles.

Era imperativo conseguir rastreadores GPS apropriados dentro dos túneis e cavernas se por acaso um incauto se perdesse dentro deles.

-E outro dos segredos da natureza se desentranha - murmurou Braden.

-Mas se salvam vidas. -Ela deu de ombros ante a débil condenação-. Sobre tudo os meninos que se perdem tão facilmente.

Quantas vezes ela tinha feito exatamente isso quando era menina? Muitas para contá-las. Seu pai, agora mesmo, contava as histórias horripilantes sobre tentativas de encontrá-la durante os momentos em que ela tinha desaparecido em uma caverna ou uma parte desconhecida do deserto.

-Alguns segredos deveriam ficar escondidos. -Sua voz era tensa agora, tensa com uma cólera profundamente arraigada enquanto ele investigava um dos suportes do outro lado da caverna.

Ela assumiu que ele se referia aos segredos que os cientistas tinham desembaraçado na criação das raças. Pelas histórias das notícias que tinha visto, sabia que a controvérsia sobre Direitos das Raças estava abastecida pela crença dos Puristas em que seu DNA de animal os desqualificava da descrição de humano. Como se o DNA humano não tivesse nenhum valor significativo. Era uma loucura, o racismo e o prejuízo que crescia contra as raças. E embora ela pudesse ouvir sua cólera e senti-la distantemente, esta não golpeava em sua cabeça, crua e dolorosamente. Estava só ali, naturalmente. Permitindo-lhe respirar e funcionar. A anomalia era consoladora - confusa, mas consoladora.

-A natureza faz o que acredita que é correto. -Ela se apoiou contra a parede de rocha, contemplando suas amplas costas com curiosidade.

-Pensa que estaria aqui se não fosse considerado uma vida digna, Braden? -Ela inclinou sua cabeça quando ele se virou para trás para confrontá-la devagar.

Seus olhos estavam estreitados na luz débil que encheu a caverna, sua expressão pensativa.

-Eu não lutaria por isso diariamente se não o considerasse digno - assegurou ele, seus lábios se curvaram em um sorriso zombador antes que ele se voltasse para o que estava investigando-. Só acredito que não estava destinado que algumas coisas fossem manipuladas, a criação é uma delas.

Ele aceitava quem e o que era ele. Mas ela ouviu também a pena em sua voz. Possivelmente era o mundo em geral quem o decepcionava. Como o fazia com ela.

Ela limpou a garganta, nervosa.

-Às vezes a alteração cria algo lindo - sussurrou finalmente ela, olhando-o fixamente, lambendo seus lábios enquanto seu olhar fixo piscava pela surpresa.

-Voltemos ao trabalho - resmungou ela, dando-a volta longe dele antes que deixasse suas emoções voluntariosas colocá-la em problemas.

Não tinha aprendido mais de uma vez?

Sacudindo a cabeça, ela se virou para trás trabalhando com a mão, brilhando a luz profundamente na abertura que conduzia mais para dentro da terra. Um raio de luz mostrou um pedaço de papel dobrado, metido sob a saliência de uma rocha. Movendo-se no túnel, ela se dobrou e o tirou antes de apontar a luz sobre ele. A lista feita por impressora era indiscutível.

Fields, Megan. Lista de Patrulha. Seus dedos roçaram sobre o papel enquanto o ódio se derramava dele. Ódio pessoal. Este não era o mal impessoal das raças de coiote. Era mais próximo. Familiar. Ela conhecia o sentimento, a impressão psíquica deixada por todas as criaturas uma vez que tocavam em algo. Ela mordeu o lábio, franzindo o cenho para o papel enquanto continuava esfregando seus dedos sobre ele. A emoção era fraca, mas malévola. Quem quer que seja que havia impresso esta lista sabia o que a esperava. Conhecia e desfrutava do sentimento de poder que vinha do conhecimento.

-Do que se trata?

Megan saltou com assustada consciência quando ouviu a voz de Braden em seu ouvido, só advertindo depois que ele facilmente deslizou para junto dela.

-Isto é dos computadores do escritório do xerife. -Ela franziu o cenho para os números do localizador no alto da lista-. A impressora põe automaticamente os números de localização, mostrando a posição do escritório que o imprime.

-Imprimem isso freqüentemente? -Braden estendeu a mão, levantando o papel de sua mão quando ela virou-se para confrontá-lo.

Megan deu de ombros.

-Não freqüentemente. Eu tenho uma cópia e Lance tem sua cópia. A menos que alguém imprima mais. Mas precisa da contra-senha para entrar no sistema.

-Isto ainda não é um sistema infalível. -Ele sacudiu a cabeça devagar, fixando os olhos no papel um momento mais antes de dobrá-lo de novo e pô-lo em seu bolso-. Enviarei aos laboratórios e verei se eles podem tirar alguma pista. Embora o duvide, mas esse coiote que o levavam esta vez se delataram depois de tudo.

-Pelo que ouvi do Conselho, não vão atrás de mulheres proeminentes ou cautelosas - disse ela então, lembrando o informe que tinha vigiado durante anos-. Seqüestram as fugitivas. Ou mulheres que são indigentes, sem família. E não marcam uma só para matá-la. Por que agora a mudança em sua rotina?

Ela não era estúpida. Atrás dos que foram tinha que haver algo mais.

-Tem razão. - Ele a alcançou, empurrando para trás as mechas de cabelo que caíam em seu rosto, seus olhos de ouro se estreitaram quando ela o olhou fixamente-. Há algo mais que querem. Infelizmente, não tenho nem idéia do que é. Até que o investigue lutaremos juntos. Não parta sozinha, Megan. Confia em mim para deixá-la lutar e viver.

Seus lábios se separaram diante da sua declaração enquanto seu coração começou a acelerar por sua proximidade. Ela deveria estar excitada pela oportunidade de lutar, não pela possibilidade de ser uma parte da vida deste homem.

Seus lábios se curvaram, um sorriso suave abrandou os traços de seu rosto.

-Está surpreendida?

-Um pouco - confessou ela, consciente que sua mão agora acariciava o lado de seu pescoço, alisando com seu polegar a carne sensível abaixo de seu ouvido. A intimidade que a envolveu pareceu invadir cada célula de seu corpo.

-Por quê? -Ele inclinou sua cabeça.

Ela deu de ombros, insegura dentro do pântano de excitação e emoções que podia sentir crescendo em seu interior. Braden, face ao enfurecedor que podia ser, atraía-a de modos contra os quais achava impossível lutar. Ela quis seus braços ao seu redor, quis seu toque e seu beijo; mas inclusive queria o homem.

-Por que fica aqui?, -perguntou ele então-. Vejo a fúria em seus olhos, Megan, a necessidade de correr livre, de lutar e dançar dentro das chamas da vida. Deixa Lance lhe dar um atordoante em vez de uma arma, e permite que ele a sufoque dentro deste canto em que vive. Por quê?

Suas sobrancelhas se franziram quando a vergonha de seu fracasso por lutar e controlar sua Empatia a encheu outra vez.

-Esta é minha casa - Ela tratou de afastar-se de seu toque.

-Esta não é sua vida. -Ele disse as palavras das quais ela fugia diariamente.

-Isto não é assunto seu. -Ela caminhou longe dele, não fazendo caso da frieza imediata de seu corpo quando perdeu seu calor.

-É um assunto muito meu – assegurou ele, ainda bloqueando a saída do túnel-. Vejo uma mulher muito forte. Uma com bastante fogo para esquentar as noites mais fria ou lutar a batalha mais sangrenta. E entretanto está aqui, apática e aborrecida com sua própria mente.

Sua voz era suave e consoladora, e ao mesmo tempo o tom de barítono escuro e rico fazia elevar-se sua pressão arterial a um tom acalorado de excitação. Ela estaria se divertindo se isto não a assustasse tanto. Ela poderia amar este homem, mesmo sabendo que ele não podia ficar.

-Aborrecida? -Ela arqueou sua sobrancelha em tom zombador-. Braden, como podia considerar este canto pequeno do deserto aborrecido? Certamente não está preparado para voltar a lutar tão depressa.

Ele golpeava muito perto, trazendo para a superfície muitas coisas que estavam atormentando-a com o transcurso de cada ano.

-Aqui encontrei uma batalha - respondeu ele brandamente, apertando-a mais perto da parede de pedra no lado do túnel-. Agora só tenho que entender por que há uma batalha em primeiro lugar. Por que uma linda e jovem mulher aparentemente normal de repente é marcada para morrer por um Conselho que não deveria prejudicá-la de uma ou outra forma. O que fez, Megan? O que viu!

Ela inalou bruscamente, olhando-o fixamente com um remanescente de medo quando ele fez aquela pergunta. O que tinha feito? O que tinha visto? Por que havia voltado correndo à segurança de sua casa, sua família, e tinha se escondido dentro do deserto que tanto amava, quando ela realmente não queria nada mais que viver a vida que sabia que tinha sido destinada a viver?

Porque estava assustada. Ela tinha aprendido na abarrotada Academia de Polícia que trabalhar dentro de uma equipe, tratando com várias emoções escuras, emoções freqüentemente atormentadoras, quebrava sua atenção até o ponto em que a concentração era impossível.

Tinha sido aprovada nos cursos com honras. Mas quando chegou à formação de manobras, freqüentemente punha em perigo à equipe assim como a si mesmo. Entretanto não tinha tido nada que ver com o Conselho.

-Não fiz nada, ou vi algo em que o Conselho esteja interessado. -Seus punhos se apertaram a seus flancos enquanto o assegurava quão equivocado estava-. Estou aqui porque é minha casa. Quero marcar aqui uma diferença.

-Não há nenhuma batalha aqui. -Seus olhos eram supostamente suaves: ela podia ver a frieza. O cálculo tranqüilo que descansava sob a pureza da cor de âmbar-. Não há nenhum fogo aqui, Megan. -Ele se aproximou, roçou seu corpo contra o seu até que ela se retirou contra a fria parede atrás dela-. Não há nenhum entusiasmo, nada para estimular sua mui ágil mente e corpo. Tem fome de justiça. De aventura e entusiasmo. Tem fome e, entretanto se separa do banquete que a espera além de suas próprias fronteiras. Por quê?

-Talvez esteja assustada? -Ela arqueou sua sobrancelha em tom zombador quando sentiu que sua boca secava pelo nervosismo. Ele estava muito perto, muito absorto em descobrir segredos que ela não revelava a ninguém-. Broken Butte é seguro…

O grunhido de advertência que retumbou ressonou em seu peito parando suas palavras quando nada mais podia havê-lo feito

-Mencionei alguma vez que as mentiras têm um cheiro?, -perguntou ele, sua voz era suave enquanto chegava mais perto-. É vergonha arruinar o cheiro doce da fêmea excitada com a tintura rançosa de uma mentira. Não me aborreça, Megan.

Ele mostrou aqueles incisivos como se ela devesse estar assustada com eles. Ela não estava assustada com sua mordida; era seu toque o que a sobrecarregava, o que destruía seu equilíbrio. Era o que ela temia. E o que a punha furiosa com ela e com ele.

-Aborrecê-lo? -Ela empurrou contra seu peito quando se mexeu para diante dele, pisando forte para a caverna principal enquanto ele a seguia devagar. -Não, Braden - espetou ela advertindo, assinalando com seu dedo imperiosamente-. Não me aborreça você, e não coloque seu nariz onde não deve. Se ocupe com os problemas que tem à mão e me deixe tranqüila.

Agora ela lembrava por que não queria uma maldita raça felina em seus calcanhares cada maldito minuto do dia.

A arrogância era tanto uma parte deles quanto os duros músculos de aço e a beleza excepcional e selvagem.

Sem esquecer a força. Antes que ela pudesse fazer mais que gritar longamente ele tinha agarrado seu braço, girando-a e empurrando-a contra a parede outra vez, seu corpo maior sustentando-a no lugar enquanto sua ereção se pressionava contra a parte inferior de seu estômago.

A excitação a inundou. Esta se estendeu por ela; não só por seus sentidos, mas também por cada célula de seu corpo que pareceu abrir-se e pedir, suplicando por seu toque.

Maldição, ela não precisava disto. Ela podia sentir seu sexo apertar-se. E ele não perdeu um segundo disso.

Suas narinas flamejaram, seus olhos escureceram enquanto ele sustentava seus pulsos com uma mão, por cima de sua cabeça.

-Opõe-se? -Ela lutou contra seu apertão.

-Não me oponho nem um pouco - murmurou ele, baixando sua cabeça a seu ouvido já abusado enquanto seus dentes arranhavam sobre ele.

Bem, estava fodida, e não de um modo bom.

Ela estremeceu pela carícia. Isto se sentia muito bem. Tão bom que não pôde conter a dura exalação do fôlego que quase se converteu em um gemido de avara necessidade. Falando sobre um banquete. Um montão de dura e apertada carne masculina. E se a pressão da ereção em seu estômago era uma indicação, ele estava construído como um maldito tanque e carregado.

Suas mãos atraíam sua presa quando ela se arqueou contra ele, sabendo que deveria lutar para afastar-se das sensações que a inundavam com seu toque. Mas não o fazia. Aproximando-se mais de seu poder e calor, necessitando mais. Ela fez retroceder a necessidade, ofegando a procura de ar enquanto o sangue corria por seu corpo.

-Por que faz isto? -Ela tratou de sacudir sua cabeça, mas suas pálpebras só revoaram de prazer quando ele atraiu o lóbulo de sua orelha entre seus lábios e o acariciou.

-Quieta - grunhiu ele, pressionando seu pênis mais contra seu ventre.

-Não está sendo justo - protestou, cravando as unhas em seus ombros enquanto lutava contra a atração que a atraía para ele. Ela não podia permitir deixar-se sentir, necessitá-lo-. Sabe que isto não pode nos levar a nenhuma parte.

-Quem disse que quero ir a algum lugar? - A diversão e a pura luxúria masculina espessaram sua voz-. Mas se não deixar de esfregar esse pequeno corpo quente contra mim, então vou possuí-la aqui, no meio desta maldita caverna. Agora fique quieta.

Sua outra mão se fechou em seu quadril quando ele se afastou para trás, baixando sua cabeça para permitir que seus lábios roçassem seu pescoço.

Maldição, fazia muito tempo que ela esteve com um homem. Tinha que ser isso, porque se não o fosse, então estava com mais problemas do que jamais poderia ter imaginado.

-Só culpa a mim por tudo isto, por que não. - Ela tentou ser sarcástica, realmente o fez. Mas o sorriso que tremeu em seus lábios soou em sua voz.

-É muito mais seguro e fácil dessa forma. -Ele riu entre dentes quando levantou sua cabeça, movendo-se mais para trás até soltar seus pulsos, liberando-a do feitiço sensual que estava tecendo a seu redor.

Ela deveria estar agradecida.

Pelo contrário desejou gemer de desilusão.

-Aposto que é. -Ela revirou seus olhos, lutando para nivelar seu equilíbrio outra vez-. Terminamos aqui, ou ha algo mais que queria verificar?

Ela se inclinou para recuperar a lanterna que tinha rolado contra a parede antes de agarrá-la e colocá-la de novo em seu cinturão de ferramentas. Diretamente ao lado da pistola automática que tinha tirado de seu armário e embainhado nessa manhã. Maldição se alguma vez levaria outro atordoante.

-OH, há muitas coisas que eu gostaria de verificar. -Seu olhar entreaberto a fez apertar seu estômago e seu sexo se contraiu.

-Aposto que tem. -Ela escondeu a risada que saía de seu peito-. Mas se tivermos terminado com estas malditas cavernas realmente eu gostaria de voltar para a cidade. Ainda tenho algum tipo de vida aqui. Vivê-la me traz um pouco de satisfação, sabe. E tenho fome.

De comida, castigou ela a seu dolorido clitóris. Só de comida. Nenhum sexo. O sexo com uma raça não era uma boa idéia. Isto implicava todo o tipo de complicações. Possessividade, arrogância e outros adjetivos que realmente não podia, ao que parece, extrair de sua cabeça neste momento. Embora estivesse segura de que não eram bons.

-Hnmm - murmurou ele. O som retumbante não era consolador-. Verificaremos a outra caverna só para estar seguros antes de retornar. Se eles deixaram a lista aqui, podiam ter deixado algo mais através da ravina.

-Certo - Outra subida. Justo o que ela precisava. Desta vez ele ia primeiro. Ela não estaria contra o vento com aquele nariz sensível que ele tinha. Estava tão molhada que estava certa de que cheirava somente a luxúria. Luxúria selvagem e quente.

Ela estava bem fodida. E se não tomasse cuidado, isto ia ser de um modo também bom.

Ela o fascinava.

Braden admitia que podia estar num muito pequeno e profundo problema que se referia a Megan Fields e seus variados mistérios. Não era tão somente a excitação. Ele estava excitado antes, mas nunca esteve assim faminto, com este desejo por uma mulher fora das "provas" induzidas por drogas que os cientistas tinham conduzido nos laboratórios.

Megan o fazia sentir-se realmente mais que faminto. O fazia desejar, e isso podia ser uma coisa muito perigosa. Mas ela também o fazia sentir-se curioso. A curiosidade matou o gato, pensou ele em tom zombador enquanto procurava na caverna seguinte e tentava não fazer caso do calor doce que fluía dela.

Ele ansiava prová-la tão desesperadamente que sentia inchadas as pequenas glândulas, quase desapercebidas sob a língua. Os cientistas as tinham etiquetado como papilas gustativas avançadas, outra das anomalias de sua genética humana/animal. Havia muitas dessas.

Mas as glândulas nunca se inflamaram e incharam. E tão seguro como o inferno que nunca tinham derramado o gosto sutil de especiarias em sua boca. E agora o faziam. E só o pensamento de saborear Megan, de empurrar sua língua em sua boca e sentir seus lábios suaves rodeando-o, as fez palpitar mais duramente.

Para não mencionar o que o pensamento fez a seu pênis. A cabeça palpitava como uma dor de dente que resistia aliviar-se. Ele podia masturbar-se, mas tinha aprendido ontem à noite que isto lhe trazia menos satisfação como jamais tinha feito. Supôs que simplesmente não era do tipo de masturbar-se. Gostava do sexo. Amava às mulheres. O gosto, o som, a brandura, todas as qualidades únicas que faziam às mulheres o que eram. A sensação de suas unhas cravando-se em seus ombros no ponto culminante, ou a explosão doce da luxúria terrestre em sua língua quando ele lambia sua nata no meio de suas coxas. As mulheres eram a brandura em um mundo enlouquecido. Mas Megan o deixava louco, desenquadrado, tão desesperado por seu gosto que estava a ponto de levá-la ao chão da caverna e cobri-la como o animal que era.

-Aqui não há nada, Braden. -Esta não era a primeira vez que ela tinha feito o comentário-. Nenhuma fenda, nenhum túnel e nenhum pequeno suporte escondido.

Sim, ele tinha se dado conta disso faz cinco minutos. Mas ela estava aqui, com seu cheiro apanhado entre as paredes de pedra, acariciando seus sentidos e enchendo-o de uma luxúria peculiar que precisava de tempo para compreender. Para entender como controlá-la.

Se deixassem a caverna os ventos dissipariam a maior parte do cheiro, e a terra circundante o difundiria. Ele não teria tempo para deleitar-se com ele. Em sua memória, nenhuma mulher tinha estado tão quente alguma vez por seu toque. Era quase humilhante. Transar, isto o excitava como o inferno. Ele não podia conseguir o suficiente, e se ela não tomasse cuidado ele provaria logo.

-Continue olhando. -Ele se dobrou ao longo da parede que procurava, explorando uma fenda que corria em diagonal através da pedra.

Era pequena, ampla o bastante apenas para as pontas de seus dedos, mas o bastante para fingir-se interessado.

-Continue olhando!, -exclamou ela antes de suspirar com exagerada paciência-. É muito mandão.

-E você é muito respondona, mas não me vê acusá-la. - Ela o fazia sorrir. Fazia um tempo malditamente longo desde que alguém o tinha feito sorrir de verdade.

Ele amou treinar-se com ela, amava escutá-la lhe responder e desafiá-lo. Ela era um desafio, tanto física quando mentalmente, e o mantinha firme. E se ele não se confundiu, um sorriso definido estava antes debruando seus lábios e ressonando em sua voz.

-Eu? -Ela certamente sorria agora. Ela podia lhe dar as costas, mas ele podia ouvir o sorriso em sua voz.

Discretamente ele trocou a dura longitude de seu pênis por baixo de seu jeans, que esperava algum alívio. A maldita coisa só pareceu inchar-se para frente quando ele fechou seus olhos e atraiu o cheiro dela mais profundamente em sua cabeça.

-Quem quer que tenha esperado nesta caverna não podia ter ficado aqui muito tempo - disse ela finalmente-. Esta não fede como a outra.

Ele mesmo tinha notado.

-Suspeito que ambos passaram algum tempo na outra. -Ele deu de ombros-. Os Coiotes trabalham melhor em equipe. Desafiam-se um ao outro em sua maldade. Os torna mais desumanos.

Ele olhou quando ela terminou de comprovar um canto sombreado e se virou para trás para confrontá-lo. Seu rosto estava ruborizado, seus mamilos apertavam contra sua camiseta quando ela apagou a lanterna e a pendurou em seu cinturão.

-Presumo que acabamos aqui?

-No momento. - Ele deu uma olhada ao redor uma última vez-. Esperemos que antes desta tarde Jonas tenha alguma informação para nós assim como as fotos das raças que foram assassinadas. Quero que as olhe atentamente e veja se os reconhece.

Inclusive seus treinadores não os teriam reconhecido no dia anterior.

-Parece-me bem - assentiu ela-. Já que tenho que agüentá-lo em casa, tenho que fazer algumas compras na loja de comestíveis. Aposto que você come muito, não é?

Seu olhar fixo vagou sobre ele. Ele soube no mesmo minuto que ela descobriu sua ereção e quase riu em voz alta quando seus olhos se arregalaram pela surpresa.

-Tenho apetites muito fortes. -Ele quase se afogou de risada quando o calor envolveu seu rosto.

Ela limpou a garganta, um pequeno som em parte excitação e em parte diversão.

-Aposto que sim - resmungou ela dirigindo-se para a entrada da caverna-. Não me surpreenderia nada.

Maldição, ela era atraente. Teimosa como o inferno, com uma boca cinicamente sarcástica como jamais encontrou em ninguém, e com mais segredos que qualquer mulher deveria ter. Mas ela o fazia rir e o mantinha firme. Um autêntico lucro.

-Poderia querer examinar a média de proteínas para você também. - Ele manteve sua voz controlada, nenhum sinal de diversão ou de sentidos escondidos-. Precisará de suas forças.

Ela se virou para trás, para ele, com uma réplica em seus lábios até que viu a expressão deliberadamente inocente que ele tinha em seu rosto.

Ela estreitou seus olhos apoiando as mãos em seus quadris, chamando a atenção para as curvas amadurecidas onde o sangue palpitava furiosamente entre suas coxas.

-Não me engana, Arness. -Ela arqueou aquela pequena sobrancelha perfeita enquanto apertava seus lábios pensativamente-. Você pensa. Você quer fazê-lo. - Então ela sorriu realmente. Uma curva lenta e atraente de seus lábios que o fez apertar os dentes para conter seu gemido-. Talvez seja você quem vai precisar de toda essa energia. Eu poderia ser demais para que me maneje, sabe

Ela então virou-se, e com um puxão de seu bonito traseiro ela passou por cima do suporte da primeira cavidade para apoiar o pé que a conduziria de retorno ao chão da ravina.

Demais para que ele pudesse manejar? Duvidoso. Não impossível.

Muito, mas que muito duvidoso.

 

Megan duvidava também. Enquanto tinham revistado as cavernas restantes, tinha lutado por manter seus sentidos em alerta, usando sua capacidade de atrair do escudo de Braden para conter os efeitos menos desejados da empatia e pelo contrário usar seus talentos para procurar respostas.

Ela não era perita nisso. Nunca tinha tido a oportunidade de trabalhar desse modo, mas agora se encontrou intrigada pela oportunidade. E pelo calor e a informação sutil que ela também extraiu do homem. Havia lugares escuros dentro dele, mas ele os mantinha ocultos; não os deixava afetá-lo. Havia violência, sim. Mas estava atenuada e abrandada pela compaixão.

Havia também o domínio, um domínio que debruava nos escudos, nos escudos emprestados que ele controlava.

Ela sondou isso, sentindo a diversão, a luxúria e uma fome que só crescia.

Ela tentou não fazer caso disto, pelo contrário concentrando-se nos restos de emoções e ações que ainda permanecessem dentro das cavernas. Não que houvesse muito para se aferrar. Os Coiotes tinham vindo aqui para matar. Eles tinham seguido o casal de raças desde Broken Butte mas, como sabiam que deviam começar ali?

Deviam matar o casal ali e depois esperar Megan. Ela sentiu; tinha sido a prioridade mais alta em suas mentes. Uma vitória absoluta, mas do que? O que tentavam esconder?

-Não há nada aqui. - Braden finalmente suspirou quando eles passaram pela última caverna que estava no suporte e olharam fixamente abaixo com olhos apertados. Deu uma breve e firme sacudida a sua cabeça-. Vamos regressar ao Raider e voltaremos. Verei se Jonas averiguou algo em seu interrogatório ao coiote que levou com ele.

Ele se balançou no suporte para o estreito caminho que conduzia de retorno a ravina enquanto Megan o seguia.

Megan jogou para trás as varias mechas de cabelo que escaparam de sua trança enquanto começava a andar com dificuldade para o Raider. Estava pronta para sair do deserto, para dirigir-se à cidade para comer e depois para casa para sua cama suave e confortável.

As contusões do dia anterior palpitavam dolorosamente, como o faziam algumas novas recebidas subindo os pendentes do escarpado. Seu ouvido queimava e seu sexo havia desenvolvido uma dor erótica e sensual que a atormentava com o conhecimento de que lutava contra algo que sabia que Braden queria tanto quanto ela. Bom, lamentava que não fosse tanto; ela podia estar em pior forma do que ele estava.

-O que esperava realmente encontrar aqui, Braden? -Ela o olhou com curiosidade, ainda insegura do que ele procurava.

-Qualquer coisa. Tudo. Nada. -Ela podia ouvir o encolhimento em seu tom preguiçoso e apertou seus dentes com raiva.

-Dois de três não é tão mau. -Ela zombou de seu êxito duvidoso revirando os olhos-. Encontramos tudo o que este desfiladeiro podia ter contido e nada temos que possa responder a nossa pergunta. Está revirando os olhos, Braden. -Ela abriu a porta do lado do motorista, deslizando na fria comodidade do veículo com um suspiro de alívio.

-Usa o sarcasmo muito bem, Megan. -Ele deu a volta enquanto deslizava no assento de passageiros, apoiando-se para trás confortavelmente enquanto sorria com uma curva lenta e também atraente de seus lábios. Essa curva inferior mais cheia fez com que lhe doessem os mamilos. Era mau quando uma coisa tão simples como o sorriso de um homem fazia que lhe doessem os mamilos, fazendo desejar a sensação daquelas curvas sensuais rodeando-os.

-Tento-o. - Ela limpou sua garganta nervosa e rapidamente deu a volta longe da tentação dele enquanto ele emitia um grunhido completamente masculino de exasperação.

Isto não deveria tê-la aceso. Era insultante e de nenhuma maneira erótico. Mas o som fazia que suas coxas se apertassem e que seu centro doesse. Maldição.

Talvez fosse o momento do foguete de bolso, o pequeno estimulador de clitóris que era tão prático. Os foguetes de bolso eram agradáveis. Ou seu vibrador. Tinha passado um tempo desde que a necessidade de liberação sexual tinha sido tão imperativa. Talvez nunca tivesse sido assim tão imperativa, pensou. Tampouco nunca tinha tido esta capacidade de fazê-la querer aproximar-se mais de um homem; de precisar fazê-lo.

E ele sabia que o fazia. Ela podia ver em seus olhos, no modo que ele levantou sua cabeça e suas narinas flamejaram.

Ele podia cheirá-la, cheirar seu calor e sua excitação. E não havia nenhum modo de escondê-lo.

Na esteira desse pensamento veio outro. Ela sabia que os sentidos das raças eram mais avançados que os daqueles sem o DNA alterado. Mas, perguntou-se ela, quanto mais avançado eram?

Deu-lhe uma olhada pelo canto do olho e limpou a garganta antes de perguntar:

-Como é sua audição?

-Minha audição? - perguntou ele, com sua voz cheia de preguiçosa diversão e só uma indireta de curiosidade.

Deu-lhe uma olhada, arregalando seus olhos inocentemente.

-Sua audição. Sabe, seus ouvidos. Pode ouvir coisas melhor de que outra pessoa?

Ela lutou contra o rubor que ameaçava aumentar por baixo da pele de seu rosto enquanto girava seus olhos para frente de volta ao caminho.

-Quer dizer, melhor que as não raças? - ele perguntou com interesse.

Ela não confiou no olhar de inocência masculina nem um minuto, mas a farsa de seu enfrentamento serviu para esconder seu sorriso.

-Sim - assentiu ela brevemente-. Isso é o que quero dizer.

-Não sei. -A diversão fria encheu sua voz-. Quão bom é seu ouvido?

Bem, ela não seria capaz de ouvi-lo masturbando-se, mas não era como se sua mão zumbisse tampouco…

-Normal. -Ela deu de ombros.

-O que classificaria como normal? O que pode ouvir que pensa que eu não poderia? - tirava ele o pêlo?

Lançou-lhe um olhar rápido, franzindo o cenho com expressão curiosa. Estava à espreita aquela risada em seus olhos? Certamente ele não podia adivinhar por que ela queria saber?

Ela sondou nos escudos que ele usava, mas unicamente o que pode descobrir foi diversão.

-Não sei. - Ela agarrou o volante mais forte enquanto tentava parecer casual e simplesmente interessada unicamente em suas capacidades de Raça-. Se eu estivesse na cozinha e você estivesse na sala de estar de minha casa, eu não saberia se estava usando… OH, digamos… um par de pinças para o pêlo. -Isto parecia um bom contraste. Uma pequena vibração de som, não muito áspera, não muito fácil de ouvir.

-Pinças para o pêlo? -perguntou ele perplexo.

-Sim - assentiu ela com toda seriedade-. Pinças para o pêlo.

Ele se esticou, limpando a garganta enquanto se movia em seu assento.

-Tenta averiguar se a ouvirei usando um vibrador, Megan?

Ela perdeu o fôlego, ardendo de mortificação enquanto sua cabeça girava, espreitando a suspeita em seus olhos semicerrados fixos em seu rosto antes que ela voltasse a contemplar a pista.

-Não - exclamou ela, impressionada. Como sabia?

-Porque se for assim, direi isso agora: saberia. Cheiraria o doce aroma de seu sexo quando encontrasse sua satisfação, e ouviria até o vibrador mais silencioso. E estaria muito, mas que muito aborrecido. Inclusive deveria surrá-la.

Ela engoliu com dificuldade, certo, seu traseiro não zumbia de antecipação, mas sim de agitação. Ela deu uma olhada a sua mão enquanto esta estava casualmente em seu joelho. Era ampla, forte…

Ela se moveu em seu assento.

-Não é o que quis dizer - resmungou ela-. E o que te importa?

Ele ia muito longe. Tinha agitado cada botão quente sexual que tinha e agora tentava lhe negar uma satisfação que permitiria a dissipação da tensão que aqueles botões causavam dentro de seu corpo. Havia linhas que nenhum homem deveria cruzar, e pelo que concernia a Megan, esta era uma delas.

-Posso cheirar seu calor feminino, Megan. -Sua voz baixou, suas palavras enviaram um acalorado rubor sob seu rosto.

-E sei que o causo. Você precisa de satisfação; pode encontrá-la comigo, ou pode sofrer comigo. A escolha é sua.

Ela estreitou os olhos enquanto a independência flamejava em seu interior.

-Você não me manda, Braden - farejou ela desdenhosamente-. Nem agora nem nunca, e sobre tudo não nisto. Não me obrigue a demonstrá-lo.

-Não me obrigue há perder o pouco controle que tenho provocando as barreiras que lança entre nós - respondeu ele, sua voz acalma e advertida-. Lembra à besta com que trata aqui, Megan. Não sou um homem que possa tentar da forma com que faz com outros, nem sou um com que possa brincar nesta área. Pelo bem de ambos, tome cuidado a menos que deseje experimentar as conseqüências.

Sua voz tinha um estrondo escuro de advertência que enviou tremores por sua coluna, e pequenos estremecimentos de sensação ultra-rápida estendendo-se por seu sistema nervoso.

Apertando os lábios, Megan levou o Raider para uma parada antes de entrar no estacionamento e virou-se devagar para ele. Ele se apoiava contra a porta, um braço ao longo do apoio para braços, e outro apoiado no console acolchoado entre eles. Ele estava relaxado, mas vigilante e excitado. Ela podia sentir a excitação estendendo-se para ela.

-Ser uma raça não o exime das leis normais de decência e intimidade. -Ela suspirou profundamente enquanto o olhava fixamente. - Esta é minha casa, Braden. Meu quarto. Quando a porta está fechada, isso significa que não é bem-vindo a invadir esse quarto, não importam as circunstâncias, excluindo o perigo físico. Não pense que só porque é maior e mais selvagem do que eu muda as regras.

-Infelizmente o faz - grunhiu ele, um estrondo duro rompendo a beira de calma que ela tratava de forçar a seu redor-. Não deveria ser assim, e lamento a necessidade. Mas encontro que meu controle em sua presença não é o que deveria ser. O correto ou incorreto não entra nisso. A utilização do vibrador dentro de minha audição seria o equivalente a desfilar nua diante de outro homem, Megan. Não cometa esse engano a menos que deseje completar o convite.

Seu queixo se sobressaiu para diante, a cólera se estendeu em suas veias em advertência.

-Não é não, Braden.

-Não pressione isto, Megan. - Ela podia senti-lo agora, a ponto de deslizar para fora de seu controle. Retrocedeu, prestando atenção ao conhecimento de que ele era mais primitivo, possivelmente mais perigoso do que ela imaginou que poderia ser no que se referia a ela.

-Megan. -A mão que estava apoiada entre os dois assentos se levantou, seus dedos se moveram para os fios do cabelo que tinham escorregado de sua trança. Ele os alisou para trás enquanto ela o olhava cautelosamente, sua respiração era áspera e desigual, e seus estranhos olhos dourados brilhavam com fome e uma beira de humor-. Você me faz desejar coisas que estou certo que não deveria querer. Coisas que estou certo de que não quer. Sou bastante homem para entender meus limites, e para me assegurar de que você os entende também. -Seus dedos riscaram um caminho de fogo de sua face a seu pescoço.

-Saber que está bastante quente, e precisando o suficiente para tentar encontrar sua própria satisfação pode ser mais do que o animal dentro de mim podia suportar. Eu não tomaria o que não fosse dado voluntariamente, mas tampouco continuaria mantendo o equilíbrio sobre a linha ao longo da qual agora ando. A seduziria em vez de permiti-lhe a opção de vir para mim. Não quero fazê-lo, carinho. -Sua mão caiu, voltando para o console-. Não me empurre a isso. Eu não gosto de mim mesmo por isso, e estou certo de que chegaria a lamentá-lo. Assim, me interessa manter ambos nos nossos limites, usa a precaução.

Ele estava sério. Ela o olhou fixamente com traços de incredulidade e cautela.

-Por quê?, -sussurrou finalmente ela-. Por que se preocupa como consegue o que quer? -Nenhum outro homem que tinha conhecido jamais se preocupou.

Seus lábios se inclinaram com uma indireta de suavidade e uma sensualidade que enviou labaredas de resposta correndo por ela.

-Porque esse corpo formoso não é tudo que quero, carinho - respondeu ele enigmaticamente-. Nem por muito. Quero tudo. Pensa isso antes que pressione os botões incorretos e tente algo que não tem nenhuma possibilidade de controlar.

 

Megan se moveu escada abaixo essa tarde depois de sua ducha. Perdeu todo sentido de equilíbrio. Suas emoções estavam um caos, suas respostas físicas confusas. Suas reações a Braden Arness a tinham deixado tão desfocada que não estava certa do que sentir neste momento.

Depois da Academia, e dos desastrosos resultados dos exercícios de treinamento, ela tinha se fechado, retirou-se para o deserto e tinha deixado de lado o sonho de marcar uma diferença dentro do mundo.

Tinha gasto cinco anos treinando para trabalhar na polícia, os primeiros dois na seleção onde os candidatos passavam por rigorosas classes que implicavam o código legal. Os últimos três tinham sido gastos na Academia depois do processo de seleção e no ano final na verdadeira situação dos exercícios de treinamento.

A última missão de formação tinha sido uma situação com reféns. As emoções que emanavam da jovem mulher retida por seu marido traficante de drogas quase a tinham incapacitado, e fizeram que um oficial fosse ferido. Sua incapacidade de concentrar-se no autor e sua vítima, em vez de nas emoções e a dor que emanavam dela, tinha sido quase fatal.

As capacidades empáticas se revelaram em sua adolescência tardia. Sua incapacidade de formar as barreiras que os outros começavam a construir sendo meninos tinha sido sua perdição. Embora ela tivesse resistido obstinadamente abandonar seu sonho. Forçando-se pela seleção e a Academia, direto até chegar ao mesmo momento em que soube sem dúvida alguma que o sonho havia terminado.

Megan moveu-se na cozinha, dirigindo-se para a cafeteira a pesar do atraso da hora, e tentou não fazer caso de Braden quando ele sentou-se à mesa com seu computador portátil. Ele estava trabalhando ali durante horas, grunhindo com grunhidos baixos que saíam de seu peito quando sua irritação parecia aumentar.

A excitação só crescia também. Infelizmente, o descobrimento da auto satisfação era algo que não estava pronta para tentar. Braden estava muito tenso desde sua confrontação anterior no Raider; com os nervos a flor de pele e mais excitado. Essa fome era algo que ela não estava completamente pronta para encarar.

-Já era hora que descesse - resmungou ele enquanto seus dedos se moviam sobre o teclado-. É o momento para trabalharmos

Ela deu a volta longe dele, tirando uma xícara do armário antes de despejar o café escuro nela.

-Como chama o que fizemos o dia todo? -Cada músculo em seu corpo protestava pela prova. Ela podia ter jurado que a investigação de caverna e a escalada pela rocha era trabalho. Mas infernos, o que sabia ela?

-Vem aqui e sente-se. -Ele se moveu da cadeira, dando lugar para ela enquanto se movia ao redor da mesa-. Abri a base de dados das raças. Cada informação que tinham os laboratórios, e alguma que não, está posta em uma lista aqui. Tenho os arquivos do Mark e da Aimeé junto com suas fotos. As revise, olhe veja se os reconhece, ou se pode lembrar qualquer ponto em que possa ter estado em contato com eles.

Ela se sentou em sua cadeira cuidadosamente, seu olhar fixo vacilava para o arquivo situado na tela.

-Estas fotos foram tiradas enquanto Mark e Aimeé estavam ainda nos Laboratórios - sussurrou ela, vendo a nudez da parte superior do corpo da Aimeé, assim como o desinteresse dela e de seus arredores-. Vi alguns dos arquivos das raças na Academia. Eles não lhes permitiam usar roupa.

Ela levantou os olhos, olhando enquanto Braden tirava sanduíches do refrigerador e se servia outra xícara de café.

-Não éramos humanos, assim por que devíamos precisar de roupa - grunhiu ele quando se moveu ao redor da cozinha, preparando mais café enquanto comia. Ele comia muito; a comida terminou uma hora antes e ela estava certa de que ele tinha comido bastante para três homens adultos.

Ela dirigiu sua atenção de volta ao computador portátil e aos dois arquivos que ele tinha procurado para ela.

Exalando cansadamente, retirou o cabelo do rosto, desejando ter tido tempo para trançá-lo antes de entrar na ducha. A grosa massa nunca deixava de escorregar sobre seu ombro. Isto também tinha o efeito de fazê-la sentir-se mais suave, mais feminina, quando estava solto e desatado. Essa era uma fraqueza que não podia permitir-se nesse instante. A atração que ardia entre eles não se atenuava; só se fazia mais forte. Ela precisava de algo para sufocá-la e não reforçar sua incapacidade de fugir disso.

-Mark e Aimeé foram criados na França. -Ele se sentou na frente dela-. A meu entender, nunca tinham estado nos Estados Unidos até a um ano, quando foram resgatados e se mudarem para o Complexo da Raça em Virginia.

-Não há nenhum arquivo de nenhuma missão estrangeira. Como não há nenhum arquivo de nenhuma viagem que podia ter feito fora dos Estados Unidos.

Havia uma pergunta definida em sua voz.

Megan ergueu seu olhar da tela do computador e encontrou o seu calmamente.

-Nunca estive fora dos Estados Unidos, Braden. -Ela deixou que um sorriso de diversão saísse de seus lábios. Esta não era obviamente a resposta que ele queria ouvir-E que eu saiba, nunca conheci estas raças.

Mas eles eram familiares.

Ela voltou de novo para as fotos, franzindo o cenho ante um estranho formigamento de reconhecimento, mas consciente do estreitamente que ele a olhava.

-Por que voltou para cá depois de treinar na Academia?

-Não falamos disto antes? -protestou ela, engolindo o torrão de nervosismo de sua garganta.

-Tinha notas excelentes até sua missão de formação final, onde seu instrutor foi ferido. Depois disto demitiu-se, recolheu-se e veio para casa, apesar de várias ofertas muito lucrativas de setores públicos como privados.

Ela se inclinou para trás em sua cadeira, resistindo olhá-lo enquanto sentia a pergunta que enchia o ar. Ele merecia a verdade.

Ele trabalhava com ela e isto o colocava em perigo. Ele tinha que saber disto.

-É complicado - suspirou finalmente ela.

-Sou um tipo inteligente. -Ele pareceu arrancar as palavras com os dentes-. Estou certo de que entenderei bem.

Ela o olhou então, agarrando a suspeita brilhante em seus olhos quando ele a olhou.

-Isto não tem nada que ver com estas raças - respondeu finalmente ela, estalando os dedos de uma mão para o computador portátil-. Isto é uma questão pessoal, Braden.

-Não por mais tempo, Megan. -Ele deixou sua xícara, inclinando-se para frente enquanto apoiava suas mãos na cúpula da mesa e se concentrava sobre ela-. Minha gente morre neste deserto. Mark e Aimeé deixaram o Santuário e dirigiram diretamente para cá, para uma armadilha, para uma seção do deserto patrulhado por você. Uma busca em seus arquivos de computador mostrou que eles a tinham procurado antes de sair. Eles vinham aqui para encontrá-la. De algum jeito o Conselho averiguou e enviou a aqueles Coiotes para matá-los a eles e a você, usando seus corpos para atraí-la. Por quê?

A culpa se fechou de repente sobre ela. Ela saltou de sua cadeira, confrontando-o diretamente agora. Apertou suas mãos para impedi-las de tremer enquanto piscava para conter a umidade em seus olhos. Não queria que ele a visse como o fracasso que era. Incapaz de controlar suas próprias capacidades e uma responsabilidade para qualquer um que lutasse a seu lado.

-Me responda, Megan. -Ele a agarrou outra vez, desta vez sua presa estava bem apertada na parte superior de seu braço para assegurar que ela não ia a parte alguma, enquanto se certificava de não deixar nenhum sinal.

A Academia tinha sido cinco anos de inferno. Ela sobressaía porque o trabalho vigoroso requeria enfocar-se completamente. Durante o treinamento ganhou algum alívio na tensão, dos medos e as personalidades freqüentemente voláteis que estavam juntos em uma área. Isto a tinha assombrado, o número de recrutas que deviam personificar ali simplesmente a violência muito furiosa em seu interior.

-Me diga por que esconde. O que viu, Megan? Por que se encolhe neste maldito deserto como um menino com medo da escuridão?

-Porque estou assustada com a escuridão. -Ela tremeu e seu controle se rompeu. As lágrimas encheram seus olhos quando ela levantou os olhos para ele, tremendo, aterrorizada de que ele pudesse ter razão. Que ela tivesse visto possivelmente alguma coisa, apreciasse ou sentisse algo do que era inconsciente. Ou pior, que ela tivesse ignorado algo que tivesse causado aquelas mortes e que de algum jeito ela pudesse ter prevenido a violência.

-Me solte. - Ela se separou de seu apertão, resistindo encontrar seu olhar enquanto lhe virava as costas e afastava com um golpe a lágrima que tinha rompido seu controle e caído de seus olhos-. Sou empática, Braden. -Ela lutou contra a dor derramando-se em seu interior, dos sonhos que tinha fugido frente a realidade-. Escondo-me neste deserto de merda porque é tranqüilo. Porque não há ninguém ao redor de mim em milhas; nenhuma emoção, nenhum medo ou raiva para precipitar-se em minha maldita cabeça. Porque posso funcionar aqui. -Sua garganta se apertou diante da admissão.

Megan empurrou seus dedos em seu cabelo, apertando os fios enquanto lutava pelo controle das emoções caóticas que se precipitavam agora em seu interior. Estas eram suas emoções, seus medos, e eram tão debilitantes como o talento que permitia que sentisse em outros.

-Empática? -Sua voz agora era pensativa, a cólera de uns momentos agora estrangulada.

-Não posso suportar multidões e ponto. Agora que posso funcionar aqui, na cidade em que vivi toda minha vida. Até você, eu nunca estive ao redor de outro ser humano que pudesse tolerar durante mais de umas horas de uma vez. -Ela se virou para ele, sua própria cólera apertava seu corpo enquanto lutava contra os demônios contra os quais sabia que nunca poderia ganhar-. Eu estava no final de minha adolescência antes que começasse a desenvolver; não podia escondê-lo. A maior parte dos sensitivos se desenvolve de primeira, quando é possível para seus cérebros criar os escudos necessários para protegê-los. Não resultou dessa maneira para mim.

-Estou indefesa contra o fluxo de emoções e a violência latente na maior parte dos criminosos humanos. Não posso me proteger disso. Pensava que podia fazê-lo na Academia. -Ela sacudiu sua cabeça cansadamente, a culpa a comia viva-. Esse era meu sonho e estava determinada até que quase fui a causa da morte de meu instrutor durante nosso último exercício de formação. Depois disso…-Ela suspirou severamente, envolvendo-se em seus braços e agüentando a dor-. Depois disso vim para casa. Lance me deu um trabalho no departamento do xerife e tratei de me contentar com isso.

Megan girou longe dele, incapaz de arriscar-se a olhar fixamente em seus olhos, possivelmente vendo a condenação que ela sempre sentia que merecia.

-Então por que se unir a Academia em primeiro lugar?, -perguntou ele calmamente.

-Porque eu era estúpida. -Sua risada estava cheia de brincadeira amarga-. Eu era obstinada, tão obstinada, e muito jovem para entender no que me colocava. Era meu sonho, e em meu egoísmo, estava determinada a ter.

-Minhas barreiras são bastante fortes para me proteger se os outros procuram atenuar suas emoções, coisa que meus amigos e família sempre faziam. No mundo real… -Ela exalou pesadamente enquanto empurrava os dedos por seu cabelo, sentindo outra vez a culpa que nunca tinha esquecido-. Averigüei quão mal preparada que estava na realidade.

-Mas isso não acontece comigo? -Ela o sentiu aproximar-se-. Por quê?

-Infernos se eu sei. -Ela se virou para trás, surpreendida por encontrar seu peito tão duro a umas polegadas. Deus, como desejava apoiar-se contra ele-. Há uma calma ao redor de você, alguma barreira natural de raça que, se estiver bastante perto, posso usar. -Ela sacudiu sua cabeça com confusão.

Ele estava silencioso, olhando-a atentamente. Seus olhos escurecidos da cor de ouro velho começaram a brilhar com calor.

-Não estou assustada - espetou ela. A amargura que viveu em seu interior se ergueu como um demônio com intenção de destruí-la-. Quero viver. Quero lutar, e por Deus que quero chutar traseiros tanto como qualquer que tenha conhecido alguma vez. Eu sonhava sendo parte dos resgates das raças e tinha o respaldo do programa quando os recrutas foram escolhidos para o destacamento de forças. Eu podia trabalhar em toda parte, em qualquer lugar. Mas sou um perigo; não só para mim, mas também para qualquer um que trabalhe comigo. Não posso aceitar esse risco.

-Megan, não pode viver assim. -Quando ele a tocou, ela estremeceu.

Apesar da suavidade de suas mãos e o estrondo suave de sua voz, podia sentir o sentimento de fracasso em seu interior. Falhou para si mesma, e falhava com ele.

-Não tenho escolha. -Ela sacudiu sua cabeça, tentando afastar-se dele, de pôr alguma distância entre eles.

Ele não sabia o que seu toque fazia? O que isso lhe doía? Ele podia tocá-la e ela não via as mortes das quais ele fez parte, não sentia a brutalidade de seu passado ou a cólera violenta que sabia que ele sentia pelos Coiotes. Sentia o calor de seu corpo, o calor áspero de suas mãos; sentia uma fome que sabia que era sua própria e isto a aterrorizava. Porque sabia que uma vez que ele se fosse ela nunca o teria outra vez.

-Todos temos escolhas. -O escuro tom de barítono era uma carícia em si mesmo enquanto sua outra mão ficava em seu quadril, mantendo-a quieta cada vez que ela tentava afastar-se dele-. Fica quieta, Megan. Você disse que está tranqüila quando estou perto. Que minhas emoções não lhe derrubam; que não lhe produzem dor. Por quê?

-Não sei. -Suas mãos estavam contra seu peito, e ela sabia que deveria afastá-lo. Mas não podia.

Ele a esquentava, levava o frio substituindo-o por calor.

-E não tenho que ser mimada por você. Pensa que quero me acostumar a isso, Braden? Que quero utilizar a defesa de alguém mais para mim mesma? -Seus punhos se apertaram ante o pensamento, enquanto se obrigava a afastar-se dele, para deixar o refúgio que lhe brindava.

-Deus. Não preciso que me proteja mais do que preciso que minha família o faça.

-O que precisa é um golpe em seu traseiro por tentar lutar contra isto sozinha. -grunhiu ele, sua frustração era aparente em sua voz.

-Continua ameaçando me bater, Braden, e vou fazer se lamentar. -Seus olhos se estreitaram nele. Esta era a segunda ameaça.

-Ou a farei desfrutar disso - espetou ele-. Há barreiras naturais para se proteger disto, Megan. Por que não as encontrou?

-Pensa que não olhei? -por que os homens sempre pensavam que isto era só coisa de descobrir algo?- Tenho uma biblioteca de livros de auto-ajuda, Braden. Olhei cada documentário e tentei cada fodido yin e yang psicológico que pude encontrar. Não funcionam.

Ele estava muito tranqüilo agora, muito calculador.

-Suspeitou? -Ela sentiu a tensão avivando-se em seu interior quando a suspeita começou a crescer em sua mente.

-É claro que suspeitei. -Seus olhos estavam estreitados nela enquanto ele cruzava seus braços sobre o peito-. Não, não me dava conta do debilitado que era, mas suspeitei que possuía o dom. Olhei-a naquele canyon, Megan. Você sabia antes que os Coiotes disparassem. Sentiu o perigo e a morte antes que saísse daquele Raider. Era lógico assumir que era empática.

Ela piscou pela surpresa.

-E nunca disse nada?

-O que devia dizer? -Ele deu de ombros com negligência, seus olhos ainda estreitados nela, olhando-a fixamente-. Todos os sinais estavam ali.

-É por isso que gastamos o dia revistando as cenas de assassinato? -Ela manteve a voz baixa, sua fúria contida-. Você o fez deliberadamente?

Sua sobrancelha se arqueou ante o desafio.

-É claro. Você tem a capacidade de encontrar as respostas. Eu não a tenho.

Ela aspirou bruscamente.

-E agora o que?

-Agora voltaremos. -Sua voz se endureceu-. Trabalharemos em seus escudos quando isto terminar. Quando estiver segura. Mas agora precisa de margem para se manter viva. Voltaremos e você trabalhará para compreender.

-Não. -O grunhido era de fúria, de traição. Ele a usava-. Que me condenem se for fazê-lo. Não posso entendê-lo, Braden. Pensa que não tentei?

-Isto é exatamente o que penso. -Sua voz se endureceu-. Penso que se acostumou tanto a se ocultar que foi automático. Que o trauma do dom chegando tão tarde e a incapacidade de produzir uma barreira adequada contra provocou uma barreira ineficaz. A dor entra, as emoções e a surpresa pela intensidade da violência lançam um grande escudo para não deixar acontecer a verdade, permitindo que aumente a dor. Trabalharemos nisto também.

Ela o olhou fixamente com horror.

-Fala sério.

-É claro que falo sério. -Sua expressão era completamente confiante-. Não pode se permitir se esconder, Megan. Estes dons…

-Isto é uma maldição. Ao menos chame-o pelo que é -espetou ela furiosamente-. E que me condenem se voltarei para a cena do assassinato. Ali não há nada. Tentei-o.

-Não o tentou. Escondeu-se. Nada de ocultar-se mais.

A incredulidade a encheu.

-Que se foda! -grunhiu ela.

-Faremos isso também. -Sua resposta a fez ofegar, tentando aferrar o controle. Se tivesse uma arma em sua mão teria lhe dado um tiro.

-Usou-me - devolveu-lhe ela, enfurecendo-se mais a cada segundo-. As viagens às cenas de delito, os pequenos toques sensíveis, a paquera. Você esteve me usando. Nada mais.

-Não se engane, biscoitinho. - Ele resfolegou, um pequeno sorriso zombador curvava seus lábios enquanto seu olhar passeava sobre seus seios elevados-. Meu pênis está tão duro e pronto a lhe mostrar o contrário que não a aconselharia pressionar este pequeno limite se estivesse em seu lugar. -O grunhido de sua voz a cravou e enviou relâmpagos voando sobre suas terminações nervosas, apertando seu clitóris. A excitação e a luxúria, a pulsação candente e destrutiva chamuscaram seu sexo.

Seus sucos se juntaram, fluíram, umedecendo os lábios externos, preparando-a enquanto a raiva e a luxúria pareceram alimentar uma a outra até que cada célula em seu corpo e mente muito sensíveis começaram a chispar.

-Não me mostrará nada - gritou ela alteradamente, com a traição cortando-a em seu peito ante a revelação de que enquanto ela lutava para sobreviver, ele estava determinado a destruí-la fazendo-a passar pelos pesadelos que a esperavam naquela ravina-. Você se recolherá agora e sairá agora mesmo de minha casa. -Ela se endireitou bruscamente-. Prefiro enfrentar os Coiotes a tratar com suas mentiras.

-Minhas mentiras? -Ele caminhou mais perto, espreitando-a, sua cabeça baixou. Sua juba leonina fluiu ao redor dos traços selvagens de seu rosto enquanto os olhos dourados brilhavam ameaçadoramente-. Não disse nenhuma mentira, Megan. Não contive nada. Pedi a verdade durante dias, e você me mentiu.

-Eu não sabia nada. Não sei nada.

-E não quer saber. -antes que ela pudesse pará-lo, antes que ela pudesse correr, seu braço serpenteou ao redor de suas costas, sacudindo-lhe enquanto sua cabeça baixava mais, seu olhar se fechou com o seu-. Bem, carinho, poderá ser capaz de se esconder do resto, mas que me condenem se a deixarei se esconder disto por mais tempo.

Sua intenção foi imediatamente clara. Os olhos de Megan se arregalaram, seus dedos se fecharam enquanto se apertava contra seus amplos ombros, seus pés lutavam por encontrar apoio sacudindo-se longe dele. Para evitar o inevitável quando seus lábios cobriram os seus.

O tempo se deteve. Nada existia; nada se movia ou respirava exceto Braden. Seus lábios separados lhe roubaram o fôlego.

Sua língua passou empurrando a sua, afundando-se nas profundidades surpreendidas de sua boca enquanto um gosto repentino de especiarias e de calor explodia contra suas papilas gustativas. O gosto escuro, a fez mover os lábios, abraçando o intruso enquanto ele lambia e acariciava. Ela encontrou sua língua com a sua, dançando ao seu redor enquanto tentava fazer entrar mais do gosto abrasador em sua boca.

Ela tinha que encher-se com isso, saciar seus sentidos com seu calor único enquanto lutava para definir o gosto exato que voava em sua boca. Não havia nenhuma descrição. Isto era um relâmpago e uma tormenta de verão. Isto era canela e açafrão, mel e açúcar. E estava acompanhado pelo beijo mais incrível e agradável que ela podia ter imaginado.

Como de costume, Braden não pediu nada. Ele varreu e a conquistou. Reclamou-a. Ela podia sentir uma reclamação nas mãos duras que a puxavam mais perto de seu corpo, na longitude da ereção que apertava contra a parte inferior de seu estômago, e desfrutava disso.

Ela fez um pouco de reclamação por si mesma. Suas mãos se afundaram em seu cabelo, as pontas de seus dedos desfrutavam da sensação dos cabelos grossos e espessos que caíam além de seus amplos ombros. Seus quadris se arqueavam enquanto suas mãos se moviam nas curvas de seu traseiro, levantando-a, fazendo um entalhe em suas coxas enquanto seu pênis se pressionava contra seu sexo inchado.

Ela tinha que respirar, gritar de prazer, mas a necessidade de seu beijo era mais forte. O gosto a cativou, como ele a tinha cativado no primeiro momento em que o viu.

Sua língua golpeou contra a sua imperiosamente. Ela se enredou com ela, acariciou-a enquanto um grunhido de advertência soava em seu peito. Ela podia sentir as glândulas duras e inchadas sob sua língua, sabia que o gosto se derramava delas, e ansiou mais. Precisou mais.

-Agora - grunhiu ele enquanto retrocedia, mordendo seus lábios enquanto ela inclinava sua cabeça, que se inclinava contra sua boca e lutava para retirar sua língua-. Chupa-a e me alivie, Megan.

Sua língua arpoou em sua boca e seus lábios se fecharam nela, atraindo-a mais profundo enquanto ela começou um movimento de chupar duvidoso. Ele começou a empurrar dentro e fora de seus lábios. A ação erótica fazia a ambos gemer enquanto o sangue começava a ferver no corpo de Megan, queimando-se ao longo de suas terminações nervosas, chamuscando sua mente.

O prazer candente voava agora por ela. Ela tremeu em seus braços, tremendo quando a dor em seu sexo se fez mais profunda, mais aguda. Deus, precisava-o. Tinha fome dele. Um gemido quente e escuro se repetiu em seu peito enquanto seus gemidos cresciam em volume, o beijo era voraz e sua língua empurrava dentro e fora de seu apertão quente enquanto ela se retorcia contra ele. Ela sabia o que se pareceria isto. Um relâmpago quente e destrutivo. O prazer era tão intenso, tão profundo, que se perguntou como sobreviveria quando ele partisse.

-Vem aqui. -Ela gemeu quando ele levantou sua cabeça e logo a baixou outra vez para outro beijo.

Ele se retirou outra vez, ignorando seu pequeno gemido necessitado, pedindo que voltasse para o beijo. Que devolvesse o sabor único a sua boca, permitindo que ela o saboreasse, saciasse-se com isso.

Sua cabeça retrocedeu enquanto seus lábios viajavam sobre seu pescoço, sua língua lambia sua carne, enviando impulsos amotinados em ziguezague por seu sistema nervoso, pela indireta mais fraca de brutalidade de sua língua. Era perfeito. Não áspera; não suave.

-Braden, Deus, não posso pensar - ofegou ela quando sua cabeça se levantou, com seu incrível sabor ainda permanecendo em seus lábios e a sensação de sua língua ressonando em sua carne.

-Não pense - grunhiu ele, seus lábios na curva de seu peito, sua língua acariciando a carne ali em largas e lentas lambidas-. Maldição, tem um gosto tão bom, Megan. Doce e quente, como o pecado.

-Basta! - Ela lutou contra ele, seus punhos se apertavam contra seu peito enquanto sua mão se movia em sua coxa, seus dedos estavam muito perto do centro ardente de seu corpo. Deus, ela precisava de seu toque. Tinha-o necessitado durante dias. E agora estava tão perto, tão satisfatoriamente perto que podia saboreá-lo. Tinha sabor de canela e açúcar moreno. A noz moscada e calor masculino. Puro calor masculino.

-Basta?, - disse ele grunhindo a palavra, o grunhido áspero de sua voz enviava estremecimentos tremendos por seu corpo enquanto o som de animal parecia ressonar ao redor dela.

-Isto não solucionará nada. - Ela se livrou de seu apertão, muito consciente de que ele a tinha deixado ir, e de que isto não tinha nada que ver com sua própria força, que a tinha abandonado completamente agora. Inclusive seus malditos joelhos ainda tremiam.

-Isto solucionará muitas coisas. -Seu olhar estava semicerrado, sua expressão era possessiva e luxuriosa-. É minha, Megan. Você sabe tanto quanto eu. Sentiu isso desde o começo. Você sabe.

Sua cabeça se levantou quando ela lutou contra a necessidade que palpitava pesadamente por suas veias. Estava mesclada com fúria. Não tinha lhe pedido para fazer isto. Não lhe havia pedido para interferir em sua vida e tentar usá-la. E ele tratava de usá-la.

Maldição, ele era tão insistente que seu cortejo era o que a destruiria. E ela tinha visto anos de destruição em seus pesadelos.

-Pare. Não posso fazer isto.

Ele levantou sua sobrancelha. Megan sentiu seus dentes apertando-se enquanto a cólera se levantava quente e pesada dentro de suas veias, mesclando-se com a luxúria para criar uma caldeira de calor que ardia pelo centro de seu corpo.

A luxúria não era tão má. Realmente, e ela ao menos tinha que confessar que gostava dessa parte. Mas sua mão dura e o assunto do Macho sabichão fizeram alterar seus nervos rapidamente.

Ele sacudiu sua cabeça devagar enquanto cruzava os braços sobre seu peito e olhava fixamente ao redor da cozinha.

-Por que? Para que possa continuar se escondendo, Megan? O que é tão espantoso sobre saber a verdade?

-A verdade? - Ela passou os dedos por seu cabelo enquanto a amargura a enchia-, E como você sabe a verdade, Braden? Não sinto a verdade; sinto o que se sentiu então. Isso não significa necessariamente que seja a verdade.

Outro doloroso pedaço de conhecimento que a maldição a tinha ensinado.

-Neste caso, isso podia lhe trazer a verdade - indicou ele brandamente-. O Conselho a quer morta, Megan, e não pararão até que esteja. A menos que você os pares primeiro. Morrerá por eles?

Morrerá por eles? Ela não queria morrer. Queria viver. Queria lutar como se supunha que devia lutar, conhecer a aventura e a vida. O amor. Ela queria todas essas coisas com as quais tinha sonhado quando era menina. Antes que tivesse começado a sentir os remanescentes das vidas despedaçadas e houvesse quebrado os sonhos. Antes que tivesse advertido o perigo em que podia converter-se para qualquer um com quem trabalhasse, para qualquer um que estivesse ao seu redor.

-Você não sabe. - Ela sacudiu sua cabeça ferozmente.

-E você não pode estar certa.

Sua risada era exuberante com o conhecimento, escuro e brutal. Sua expressão era uma careta de verdade selvagem e desumana.

É claro que eles podiam matá-la. Ele era a prova que eles podiam e que queriam destruí-la de um modo que a natureza nunca tinha querido.

-Posso estar certo. - Ele inclinou sua cabeça quando a olhou-. E você sabe que isto é a verdade. Você sabe, Megan, como eu sei.

Ela estremeceu ante suas palavras. As notícias ainda estavam cheias de histórias de novos horrores descobertos dentro dos Laboratórios das raças, e dos arquivos encontrados. Os experimentos, tão horríveis, tão demoníacos que mesmo agora, anos depois da primeira raça avançar, o mundo só podia olhar em choque.

-Aimeé tinha saído faz um ano dos Laboratórios – lembrou ele então-. Se ler os arquivos que foram confiscados quando o Laboratório caiu, saberá que antes de seu resgate ela era um brinquedo. Ela não cresceu em força e em eficácia, de modo que foi entregue aos Treinadores do Conselho e aos guardas para seu prazer.

-Pare. -Ela não queria ouvi-lo.

-Eles a violaram. Dia a dia, noite após noite. Eles permitiram que ela corresse; eles a deixavam lutar e riam de sua fraqueza quando a violavam. Repetidas vezes, Megan. Porque ela não era humana. Ela era uma criatura. Um brinquedo. Sem valor.

Ela quis cobrir seus ouvidos, bloquear os restos de memórias, os gritos silenciados que tinha ouvido quando estavam em pé ao lado do SUV. Conhecimento. Tinha sido capaz de bloqueá-lo durante a pequena quantidade de tempo em que esteve ali. Tinha mantido uma distância cuidadosa, não havia tocado os corpos, não havia tocado o veículo. Tinha resistido abrir seus sentidos o bastante para sentir a dor que gritava pelo corpo de Aimeé. Mas muito disso tinha escorregado pela barreira que ela tinha fechado de repente, tendo sabor de traição.

-Não posso dizer por que foram assassinados. - Ela apertou seus punhos enquanto cruzava os braços sobre seu peito, lutando para conter a frieza que se movia por ela-. Isto não trabalha dessa maneira.

-Como sabe que não o faz? - Ele continuou olhando-a atentamente. Muito atentamente. Seu olhar fixo cortava sua defesa-. Você nunca tentou.

-E não posso começar agora. - Uma vez que ela liberasse a barreira frágil entre ela e o mundo, sabia que isto não terminaria. A dor continuaria para sempre.

-Sim, pode. E vai fazê-lo. -Sua voz era dura. Decidida.

Megan se encontrou retrocedendo enquanto seus braços se descruzaram o poder e a força nos músculos duros de seu peito, seus bíceps, atraindo seu olhar fixo. Eles se incharam quando ele se moveu, muito similar aos enormes leões dos quais provinha seu DNA.

-Não posso fazer o que quer. - Ela forçou as palavras entre seus lábios, vendo a determinação acentuada em seus olhos-. Sinto muito, Braden. Não posso ser o que precisa.

Ela se virou e deixou a cozinha, movendo-se rapidamente para a escada, seu único pensamento claro era evitá-lo, evadir-se. Sentia muito quando estava ao redor dele. Tinha lutado durante muitos anos por uma medida de paz que tinha encontrado em sua vida, só para averiguar que todo o planejamento e toda a ocultação tinham sido em vão. Um sentimento curioso de fracasso varreu sobre ela.

Enquanto corria para cima era consciente por instinto de Braden atrás dela, vindo por ela. Ele não tinha nenhuma intenção de deixá-la escapar tão facilmente.

Quando alcançava o segundo andar, seu braço duro se curvou ao redor de sua cintura, atirando-a contra ele um segundo antes que ela se encontrasse contra a parede. Um grito abafado deixou seus lábios quando sua mão se deslizou entre suas coxas, embalando-a, sustentando-a cativa do calor de sua palma.

-É mais do que alguma vez sonhei que encontraria neste deserto - grunhiu ele-. Mas isto não significa que me controlará, Megan. Isto não significa que possa fugir de mim ou que permitirei que se esconda de você.

Seus dedos apertaram mais, acrescentando um calor e pressão em seu inchado clitóris, fazendo-a ofegar pela surpresa. Seus sucos se derramaram de sua vagina, molhando-a quando ela sentiu o inchaço dos músculos, palpitando irregularmente por seu toque. O gosto de canela e açúcar moreno que permanecia em sua língua, lhe lembrando seu gosto e o calor de seu beijo.

-Isto não vai solucionar nada. - Ela lutou contra ele, mordendo seu gemido enquanto a sustentava firmemente, sua outra mão se moveu por baixo de sua camisa, as pontas de seus dedos acariciavam seu estômago antes de aplanar-se justo debaixo de seu seio.

-Não devo solucionar aqui nada exceto o perigo que a espreita – lembrou ele, sua voz era um ronrono masculino sombrio e profundo. O som excitava e aterrorizava-. Isto – ele apertou mais suas costas quando seus dedos começaram um movimento de esfregação suave entre suas coxas- não está destinado a ser confortável, ou um lugar para esconder-se. Começando aqui… - Ela gemeu quando ele apertou mais forte contra seu clitóris, roçando mais firmemente quando ela ficou na ponta dos pés para evitar as reações extremas que corriam por seu corpo-. Isto deve mostrar. Tentá-la… - Um sorriso encheu sua voz um segundo antes que seus dentes roçassem seu pescoço-. Lembre-se… que sou o chefe, carinho. Você o fará porque digo que vai fazê-lo. Aprenderá a usar seu dom, aprenderá a lutar, porque a alternativa é a morte, e isso é inaceitável. E pode fazê-lo de duas formas …- Sua voz se fez mais profunda-. Da forma fácil… - Sua mão deixou de lado seu estômago-. Ou da difícil. -Seus dedos apertaram, acariciaram e giraram.

Os olhos da Megan se arregalaram enquanto o fogo incontrolável saltava por suas veias e o prazer estalava por seu corpo.

Isto não era uma explosão. Isto não era um orgasmo destinado a destruir seus sentidos ou a fazê-la cair de joelhos em submissão. Estava calculado para atormentar, para dar um gosto de êxtase, um deliberadamente sedutor, a grande onda eróticamente diabólica de prazer que asseguraria que ela nunca poderia esquecer. Nunca esqueceria quem o dava, ou onde podia encontrar o último prazer.

-Lembre-se, biscoitinho - grunhiu ele antes de virar-se e caminhar para seu quarto, a cólera irradiava dele feito ondas enquanto ela o olhava desaparecer.

Ela ainda tremia, estremecendo do prazer excessivo e sua incapacidade de controlá-lo. Ela não podia controlar a necessidade, a dela mesma ou a dele. OH merda, agora estava com graves problemas.

 

Ela não estava no melhor dos humores na manhã seguinte. Havia se virado e dado voltas na cama, excitada, furiosa, e assustada.

Assustada com as sensações que havia sentido quando Braden a havia tocado, de sua própria reação a ele, e da vinculação que podia sentir ligando-os juntos. O último era a essência da questão. Ela nunca se uniu com ninguém fora de sua família, sobre tudo com um homem tão duro e tão formidável como Braden.

Ela sabia o que ele queria dela, sabia que não ia deixá-la em paz ou a ignorar as mesmas coisas contra as quais ela tinha lutado para não fazer caso durante tantos anos. Poderia facilmente evitá-lo se pudesse convencer-se de que não era algo que queria; mas ela sabia que era. Desejava tanto aprender a controlar seus talentos, como a separar-se de suas capacidades e examinar cuidadosamente os ecos de emoções com pleno conhecimento. Ela nunca teve êxito sozinha, e embora temesse o fracasso de tentar outra vez sabia que o faria. Faria-o porquê a oportunidade estava ali; porque sabia que esta bem, podia ser sua última oportunidade.

Com as emoções formando redemoinhos tão agitadamente em seu interior, não foi nenhuma surpresa que quando Lance ligou, pedindo para ir ao escritório para uma reunião, isto a irritasse.

-Broken Butte não é uma cidade grande - Megan exortou Braden enquanto passavam diante do sinal do limite da cidade justo antes do meio-dia-. Somos uma comunidade muito unida. Não nos importam os estranhos, mas nós não gostamos dos tipos do governo. -Lhe dirigiu um olhar pelo canto do olho quando ele se sentou com os ombros cansados em seu assento, seu chapéu texano estava baixo para sombrear seus olhos.

Maldição, ele tinha boa aparência com aquele chapéu. E ela não desejava lembrar quão bem parecia; não queria reconhecê-lo. Ela ainda ardia por seu toque da noite anterior e estava tão desesperada por ser possuída que era uma surpresa que não tivesse ido a sua cama ontem à noite.

-Prometo que estou ensinado, Megan – ele arrastou as palavras.

-Só porque isso o convém neste momento - grunhiu ela, movendo-se em seu assento enquanto entrava na borda externa da cidade.

Ela era consciente do longo olhar que lhe dirigiu. Era impossível não ser consciente disso. Seu corpo estava tão sensível agora que jurou que podia sentir seu olhar fixo passear sobre si.

-Megan, amor - castigou ele, sua voz que se fazia mais profunda em um trocadilho sensual de maneira escandalosa-, prometo me comportar. Jonas assegura que fui aprovado em cortesia com muito êxito.

Ele esteve assim toda a manhã. Brandamente sardônico, olhando-a, com seu paciente olhar enquanto parecia esperar algo. Ele podia esperar até que o inferno gelasse. Não importava o que ele quisesse, ela estava determinada a negar-lhe

É claro, ela sabia exatamente o que ela queria. Ou melhor dizendo, o que seu corpo queria.

De maneira nenhuma, não importava como. Qualquer coisa que fosse mal com ela, não cederia a isso. Ela apertou mais suas coxas, muito consciente de Braden inalando o fôlego com cuidado. Ele podia cheirar sua excitação e isso só a aborrecia.

-Você, pare - vaiou enquanto entrava no estacionamento do escritório do xerife-. Começa a andar ao redor inalando o maldito ar e todos vão saber exatamente o que é. E Por Deus, fique com esses malditos dentes escondidos. Um brilho desse seu sorriso de vampiro e os meninos correrão gritando.

Ele sorriu devagar.

-Realmente, a maioria parece interessada neles. Inclusive acredito que os dentes falsos de raça venderam mais nos grandes armazéns este ano. Ouvi que o clã da raça está fazendo dinheiro com as vendas.

Megan entrou na primeira vaga de estacionamento disponível antes de pôr sua cabeça no volante e sacudi-la com derrota.

-Está bem, carinho. - Ela tinha começado a se mexer quando sua mão acariciou devagar suas costas-. Farei o meu melhor quando chegarmos a casa.

Sua cabeça se sacudiu.

-Está certamente louco - gemeu ela, afastando-se de seu toque enquanto ele ria entre dentes diabolicamente.

-E guarde suas malditas patas para você.

Seu sorriso era libertino enquanto ele jogava seu chapéu para trás uma polegada, seus olhos se enchiam de alegria.

Megan tremeu pelo olhar. Ela teria gemido, mas que a condenassem se ia lhe dar a satisfação.

-Vamos. -Ela liberou seu cinto de segurança antes de abrir a porta e sair-. Lance já está bastante furioso comigo. Não tenho que chegar tarde a esta reunião para fazê-lo piorar.

-Me lembre para encontrar um companheiro menos beligerante na próxima vez. - Ele suspirou quando ela o olhou com cenho enigmático-. Você, Megan, é completamente hostil. Para uma mulher que cheira tão doce e quente, sua atitude deixa muito a desejar.

Ela apostava que o fazia. Se ele continuasse assim ela ia mostrar-lhe o cano de sua pistola e o deixaria ver realmente o quão beligerante podia chegar a ser.

-Sabe - disse ele-, aposto que se tentar realmente poderia deduzir muito e entender sobre o que vai acontecer nesta misteriosa reunião. -Braden parou a vários pés dos degraus que conduziam às portas duplas.

Ela o olhou fixamente com horror antes de olhar ao redor para assegurar-se de que ninguém ouvia suas palavras blasfemas.

- cale-se - espetou ela.

Suas sobrancelhas se arquearam de maneira inquisitiva.

-Venha, Megan. Seria fácil. Só faça uma pequena tentativa.

Com mofa ela passou a frente dele e se dirigiu às escadas. Ela ouviu seu suspiro um segundo antes que com um grunhido pequeno e divertido de risada a precedesse nos degraus.

-Bom, ao menos poderia ter tentado. -Ele conseguiu agarrar o trinco antes que ela o fizesse, abrindo-a com um floreio enquanto ela revirava os olhos com exasperação.

A fúria do agente Jenson a golpeou quando ela passou por seu escritório. Estava sempre presente a violência escura, a sede de sangue. Ele não era um dos tipos bons, mas até que rompesse a regra correta Lance não podia desfazer-se dele. Aquela borda de violência a chateava até que Braden se aproximou, distraindo-a com seu aroma masculino limpo e a aura de excitação masculina que voava ao redor de seus sentidos.

Megan aspirou profundamente, baixando a cabeça enquanto apertava os dentes e se movia resolutamente para o escritório de Lance, no final do edifício. Separada dos escritórios centrais pelas salas de visita, isso proporcionava uma sensação emocionalmente menos caótica.

Lance era uma pessoa tranqüila, não dada à violência, embora com uma borda desigual de amargura que entristecia Megan. Mesmo assim era a pessoa que lhe era mais fácil ter ao redor.

Ela chamou em sua porta.

-Entre - espetou Lance.

Megan deu a Braden uma olhada franzindo o cenho quando agarrou o trinco, sentindo a cólera de Lance filtrando-se pelo painel.

-O que fez? - assobiou ela, absolutamente reconfortada por seu olhar inocente.

-Eu? -Ele arqueou sua sobrancelha, seus olhos cintilando com diversão-. Fui um bom leão, querida. O que você fez?

Ela resfolegou ante sua resposta antes de empurrar a porta para abri-la e entrar na sala.

Ela era consciente da tensão que se rompia ao redor dela no minuto em que entrou na sala. Embora tivesse sido alheia ao outro habitante que estava em pé no canto da sala. E ela apostou que ele era uma raça. Perigoso, poderoso e não no melhor dos humores.

Seus olhos estreitaram no instante em que ela entrou, e o calor alagou seu rosto quando ele levantou sua cabeça e inalou rapidamente.

Filho da puta. O que faziam eles, iam ao redor de cada mulher no mundo inalando-a como uma comida em potencial? Mesmo que ela estivesse brincalhona. Não tinham cheirado alguma vez antes uma mulher brincalhona? Ou ela era diferente de algum jeito?

O pensamento ridículo fez que ela se virasse e fulminasse Braden com o olhar. Ele fechou a porta atrás dele e contemplou o outro inquilino da sala com um olhar ligeiramente interrogador. Claramente ele estava tão surpreso quanto ela.

-Jonas. -Sua voz era cautelosa quando Megan caminhou para o lado, mais perto da mesa de Lance.

-Braden - O outro homem inclinou sua cabeça devagar, seus olhos estranhos, de prata, moveu-se para Megan e depois a Braden outra vez.

Era uma figura imponente. Tão alto quanto Braden; musculoso, selvagem. Mas este Jonas podia ser facilmente um assassino. Megan podia sentir a escuridão que o rodeava, as emoções que ressonavam dentro dele como um relâmpago em meio de uma tempestade. Raiva, escura e apenas contida, lutando pela liberdade. Mas também podia sentir a honra, a dor e a pena. A pena era quase tão espessa como a raiva. Todas as emoções, entretanto, estavam submetidas, apenas sensíveis enquanto uma aura de controle e determinação as continha.

-Há algum problema, Lance? -Ela contemplou seu primo.

-Megan, apresento Jonas Wyatt. Viu-o na noite em que os Coiotes foram recolhidos em sua casa - lembrou-lhe Lance com um fio frio em sua voz.

Megan assentiu.

-O que aconteceu? - Braden não parecia inclinado a ficar com rodeios. Ele se moveu diante dela, confrontando Jonas.

Ela se moveu para o rodear, levantando unicamente as sobrancelhas quando ele se moveu diante dela, bloqueando-a outra vez.

O grunhido irritável de Jonas quando ela empurrou Braden para fora do caminho fez que seus olhos se estreitassem nele.

-Lance? -Ela se virou para seu primo, cansando-se cada vez mais do cenho franzido desaprovador que Jonas Wyatt tinha fixado nela.

-lhe pergunte. -Ele agitou sua mão para a raça-. Ele convocou a reunião exigindo segredo. Só vivo para servir.

Megan estremeceu. Claramente, ele tinha recebido uma ordem de muito alto nível, senão não estaria tão zangado.

Jonas deu a Lance um olhar frio.

-Peço perdão realmente, Sr. Jacobs. A necessidade do segredo era alta. O relatório que recebi de Braden sobre a lista encontrada naquela caverna era inquietante. A informação proveniente de outras fontes o era mais ainda. Eu tinha que avaliar a situação por mim mesmo.

-O que foi mal reunindo na casa? -Braden estava muito perto. Ele ficou as suas costas, abatendo-se sobre ela como uma sombra escura.

-A impressora está sendo investigada - espetou Lance-. Averiguarei quem teve acesso e o imprimiu. Isso é só uma questão de tempo.

-O que leva tanto tempo? -Ela sacudiu sua cabeça com confusão-. Os computadores registram automaticamente essas contra-senhas.

A voz que respondeu enviou um calafrio sobre a carne da Megan.

-A contra-senha usada era a do Xerife Jacobs.

Lance a contemplou. Ela podia sentir a dor irradiando dele, também a proteção. Lance nunca lhe faria mal. Ela sabia como sabia que o sol se levantaria pela manhã e a noite chegaria mais tarde.

-Temos um problema então. -Ela virou-se e olhou para Jonas. Estava seriamente predisposta para que ele lhe desgostasse-. Obviamente alguém conseguiu roubar a contra-senha.

-O xerife nos assegura que ele não anota sua contra-senha ou a compartilha. Ele a troca semanalmente e usa protocolos de intimidade restritos a seu computador.

Megan olhou Jonas durante longos momentos. Lance estava quieto e tranqüilo. E não era um bom sinal. Preparava uma explosão, e era uma que Megan não desejava presenciar.

- Diga-lhe que pare, Braden. - Ela olhou fixamente nos olhos de prata selvagens quando falou com o homem atrás dela-. Agora.

-Também eu gostaria de ouvir uma explicação, Megan.

Ela se virou para Braden com cuidado.

-Eu disse agora - lembrou-lhe ela, mantendo sua voz suave, sua fúria estrangulada.

Ela não sabia que jogo jogava Jonas Wyatt, mas sabia que jogava um, e usava Lance para fazê-lo.

-Não preciso de sua proteção, Megan - espetou Lance então-. Averiguarei…

-Se você ainda estiver neste escritório. -A voz de Jonas era condescendente-. Tais enganos não são só criminais, também são incriminatórios, Xerife Jacobs.

-Seu filho da puta… -Lance estava fora de sua cadeira e na metade de caminho ao redor da mesa antes que Megan pudesse andar diante dele, colocando a mão em seu peito. Mas ela o sacudiu para trás rapidamente. Ela afastou os olhos de sua mão, sentindo uma sensação aguda de repugnância ante o toque antes de olhar acima para Lance-. Porra. -Ela manteve sua voz suave enquanto deixava um pequeno sorriso lhe assegurar sua confiança-. Ambos sabemos, Lance. E sei que você encontrará a prova. Não o deixe te açular.

-Maldição, Meg… -Ele estendeu a mão, suas mãos agarraram seus ombros, enviando pulsos de uma sensação parecida com a dor que atacou suas terminações nervosas. Ela estremeceu um segundo antes que o grunhido surpreendente de Braden enchesse a sala e ele a separasse de seu primo.

-Que demônios? -Lance a contemplou com surpresa-. Meg, está bem?

Ele estendeu a mão para ela outra vez, só para fazer que Braden a atirasse rapidamente para trás dele, ignorando sua luta quando ele assim o fez.

-Maldição, Braden…

-Que demônios está acontecendo? -A voz de Lance estava cheia de confusão. De cólera-. Está ferida?

Megan forçou seu caminho diante de Braden, aguilhoando-o com o cotovelo em seu duro estômago quando ele tratou de pará-la.

-Não me empurre atrás de você outra vez. -Ela o olhou furiosamente-. Quando precisar de você em pé diante de mim, avisarei.

O grunhido retumbante que veio de seu peito podia ter intimidado a alguém menos furiosa, pensou Megan. Mas isto fez pouco para impressioná-la.

Jonas se moveu com impaciência, afastando seu olhar fixo.

-Ele não permitirá que outro Macho a toque, Srta. Fields - espetou Jonas furiosamente-. Provoque-o e poderia encontrar-se com mais do que poderia lidar.

-Não lhe perguntei - disse ela, enfurecida, consciente de que Lance a olhava com surpresa-. Assim pode calar-se.

-Não tinha que perguntar. -Seu sorriso tenso era frio e perigoso-. Só fui agradável lhe oferecendo a informação.

-Jonas, não tem sentido o que diz - indicou Braden, sua voz não era tão preguiçosa como antes, mas não estava menos confuso do que estava Lance -. E acusar a Jacobs de trair a sua prima não foi seu movimento mais brilhante. -Havia uma pergunta na sua voz quando ele obviamente decidiu não fazer caso da declaração anterior respeito a sua Possessividade com ela.

-As provas estão aí - indicou Jonas-. A lista vem unicamente deste escritório, ninguém mais deveria ter tido acesso. A informação que conseguimos extrair do coiote que capturou indica alguém que trabalha no interior. E Jacobs está dentro.

Os punhos de Lance se apertaram, sua expressão se retorceu em linhas de fúria quando ele espetou à raça:

-Estou farto de suas acusações Jonas.

Megan lutou para parar a tralha de emoções que se fecharam de repente sobre ela. Aproximou-se de Braden e lançou cada escudo que podia forçar diante deles, mas nada ajudava. A cólera de Lance era candente, sua voz cheia de dor e confinando com a violência enquanto os olhos de prata de Jonas se obscureciam perigosamente. Ela sacudiu a cabeça, contemplando-o e lutando contra a caldeira de sensações que formavam redemoinhos a seu redor.

Não podia correr. Não podia evitar as emoções.

-Estou farto de sua incompetência - mofou-se Jonas-. Diga-me, Jacobs, você dirigiu Mark e a Aimeé até aquele deserto? Você ficou de enlace com o Conselho de Genética e seus Coiotes? -Sua cólera pareceu um fogo incontrolável, inundando tudo em seu caminho.

-É um inferno. -Lance se moveu para o outro homem, seus músculos Se incharam enquanto Megan sentia a vara de outra emoção. Traição. Uma mentira. Um jogo construído com cuidado.

-Não. Lance, ele está jogando contigo. -Ela saltou diante dele outra vez-. Não lhe dê a satisfação de uma luta.

-Jogando o que?, -espetou ele, tentando afastar-se dela-. Que me condenem se o deixarei ficar em pé em meu escritório e me acusar de tentar matá-la Megan.

-Pare. -Ela sacudiu seu braço, sem fazer caso do desconforto, olhando-o fixamente com ferocidade-. Escute-me. -Seus dedos se apertaram a pesar do fogo que se iniciava sob sua pele, a reação áspera ao toque de alguém mais não tinha sentido. -Ele joga com você, Lance, sabe que não fez nada. Isto não é mais que um jogo.

Ela logo se advertiu que estremecia. Podia sentir a raiva de Lance redobrando-se dentro dele, golpeando em seu interior e exigindo ação. Não podia o deixar lutar; não o deixaria lutar. Era tudo um jogo, construído com cuidado e ela não estava certa de por que razão.

-Megan, deixe-o ir. -Braden parecia uma torre sobre ela, sua mão cobrindo a sua. Seu toque era frio, consolador onde o toque da carne de Lance a enchia de dor-. Ele lhe fez mal. Posso sentir a dor que emana de você. Deixa-o ir.

Ela tremia, lutando contra as sensações, levantando os olhos ao primo que tinha sido um dos pilares em sua vida até onde podia lembrar. A dor não tinha sentido; o desconforto agudo de suas mãos passou como um raio pelo resto de seu corpo, retesando seus músculos e chamuscando sua pele.

-Lhe fiz mal? -O cenho franzido de Lance era aturdido-. Meg, que demônios está acontecendo?

Lance se moveu para trás, afastando seu braço brandamente de seu apertão quando ele se retirou, sua preocupação se estendia sobre ela enquanto um chiado escuro de satisfação aguilhoava pela sala. Ela se virou devagar para Jonas Wyatt.

-Eu não gosto de você - informou ela, apertando os dentes com cólera-. É um doente filho da puta. -Ele sabia. Podia senti-lo. Era consciente de suas capacidades, as provando e empurrando-os a todos eles. Seus lábios se torceram sardonicamente.

-Possivelmente. -Ele inclinou sua cabeça reconhecendo o insulto enquanto ela o olhava fixamente com confusão.

-Por que fez você isto?, -perguntou ela.

-Porque tinha que fazer. -Jonas arqueou a sobrancelha-. Já vê, senhorita Fields, temos um espião em algum lugar deste pequeno sistema. Se não for aqui neste escritório, então em outra parte. Possivelmente em ambos. Averiguarei quem é, de uma ou outra forma. Muito obrigado por me assegurar que neste caso me equivoquei. O xerife Jacobs é inocente.

Seus lábios se separaram pela surpresa.

-Era tudo um jogo - sussurrou ela-. Você sabia que eu era empática. Você me usou para tentar apanhar meu primo - acusou ela, com a fúria crescendo em sua voz enquanto voltava sua cabeça para erguer o olhar a Braden-. Você contou. -Agora tinha sentido. De algum jeito ele tinha averiguado sobre suas capacidades empáticas e havia as tornado contra ela encarando a Lance diante dela e logo observando sua reação-. Você, bastardo! -Ela lutou contra o apertão de Braden-. Você, frio e insensível filho da puta.

-Megan. Fica quieta. -Os braços de Braden a rodearam quando ela tratou de fechar de repente seu cotovelo em seu abdômen, sacudindo-se contra seu apertão-. Não quer fazê-lo sozinha. Agora não mesmo. Por ti voam muitas emoções. Se tranqüilize primeiro e pensa.

Sua voz estava em seu ouvido, cortando o alvoroço caótico do sangue que trovejava em seus ouvidos e das emoções e sensações que atacavam seu cérebro. Fúria. Cólera. Esta era sua fraqueza. Ela sozinha não podia dirigir nem sequer o escudo mais simples contra elas.

Lance tratara de retirar suas próprias emoções, de guardá-la da dor de sua fúria; mas estava ainda ali, voando pela sala como se fosse uma entidade separada.

Ela podia sentir-se estremecendo no apertão de Braden. Ela respirava fortemente, absorvendo sua mente nas ondas psíquicas que rodavam pela sala. Tantas emoções. Mas sobre todos elas, satisfação. Satisfação, assim como cólera, e esta se derramava de Jonas Wyatt.

Seu olhar fixo se ergueu a ele quando ela aferrou o controle da frágil barreira que podia sentir ao redor dela, a calma que fluía de Braden e a cercava em sua proteção.

-Saia deste escritório, Jonas - espetou Lance-. Agora. E não se incomode em voltar aqui.

-Sinto muito Xerife. -O sorriso de Jonas era plano, apertado com sua própria cólera agora-. Infelizmente, ainda não terminamos completamente. Vim para encontrar um espião; pelo contrário averiguo que meu melhor Executor se acasalou com sua prima. Um pequeno desenrolar completamente interessante, devo dizer.

Braden se congelou atrás dela enquanto Megan piscava para a raça.

-Do que você fala?, -espetou ela.

De repente, o ar no quarto se sentiu muito espesso, também muito cheio de tensão para permitir que ela respirasse. Jonas deu uma olhada atrás dela a Braden.

O sorriso de Jonas era frio.

-O acoplamento não vai lhe fazer muito bem a menos que o complete, Braden. Se apresse em engravidá-la antes que fique louca.

Nada disto tinha sentido. Jonas não tinha sentido.

-Empurra-me muito longe, Jonas. -O grunhido de Braden era selvagem, animal-. Insulta-a outra vez e o matarei.

A sobrancelha de Jonas se arqueou, seu olhar fixo se fechou em seu rosto.

-Insultei-a?, -murmurou ele-. Declarei um fato, Braden. Você se acasalou com esta mulher. Isto é um fenômeno pouco conhecido que começou com Callan Lyons, o líder do clã, e sua mulher. Ambos estão em meio ao Calor de Acoplamento. Você a marcou, beijou-a, infectou-a desse hormônio em sua língua que é mais obrigatório que o matrimônio. E há só uma cura. -Seus lábios se curvaram com frieza-. Bem, possivelmente não uma cura exatamente, mas uma das poucas esperanças de aliviar a excitação que se fará tão dolorosa, tão debilitante que arriscará cada área de sua vida. Felicitações, companheiro. -O último comentário carecia de qualquer sinceridade absolutamente. Não que isto lhe importasse.

A surpresa agora enchia a sala. Esta se fechou de repente nela, estendendo-se por seu cérebro enquanto se virava devagar para encontrar o olhar fixo de Braden e sentia o absoluto e completo horror que emanava dele e golpeava sua mente, cegando-a a qualquer outra emoção.

Sua negação foi tão forte, tão feroz que a golpeou como uma porrada, empurrando-a para trás, colocando a mão nas profundidades de sua alma, murchando uma esperança que não sabia que tinha florescido em seu interior.

Naquele momento, ela amaldiçoou suas capacidades com tudo que o tinha, tão ferozmente quando blasfemou aos homens que a olhavam fixamente.

-Eu tampouco o queria - sussurrou finalmente ela enquanto algo em sua alma ardia de atormentadora dor, forçando a mentira entre seus lábios enquanto se virava e se movia nervosamente para longe dele-. O que realmente quero são explicações. –virou-se para Jonas, piscando para conter as lágrimas que se reuniam em seus olhos enquanto encontrava seu olhar de pederneira-. Agora.

 

Calor de Acoplamento. Megan escutou com silencioso choque enquanto Jonas explicava os sintomas físicos, a necessidade, a excitação e o que os tinha causado. Foi muito clínico sobre isso. Estava agradecida que tivesse pedido a Lance que saísse antes de explicá-lo mais completamente.

Tinha começado com um certo toque. Um beijo, um beliscão, qualquer carícia que permitisse à raça lhe infundir por saliva o hormônio que fazia que as glândulas nos lados de sua língua se inchassem no sistema de um corpo.

Possivelmente a mordida em sua orelha o tinha feito. Ela lembrou a sensibilidade no lóbulo de sua orelha depois da confrontação, a lenta excitação crescente e o choque de emoções que a mantinham tão desequilibrada.

Não tinha começado exatamente ali. Ela se lembrou de ir atrás de Braden pelos túneis, intrigada por seu aroma, pelo ar de perigo e excitação que fluía ao redor dele. Ela o teria querido de todo o modo, mas o teria querido com a força com que o fazia agora? Tão rapidamente?

Arriscou-se a lhe dar uma olhada rápida e se confessou que o teria feito. Ele a tinha atraído, tinha-a fascinado, fez-se um conspirador na aventura à primeira meia hora de reunir-se. E ela sabia, apesar das emoções contrárias que reviravam em seu interior, que a pequena mordida que lhe deu pouco teve a ver com isto.

Isto não fazia sua resistência mais fácil. Seu peito estava apertado com as lágrimas que continha. Ela se assegurou que não ia gritar. Ainda não. Manter o controle de suas emoções se fez mais difícil com cada segundo enquanto as explicações de Jonas açoitavam sua cabeça.

-Olhamos o avanço do fenômeno - explicou Jonas quando se sentou na beira da mesa, seu olhar fixo de brincadeira que incluía ambos-. A algumas fêmeas isto afeta com maior força que a outras. Pelo cheiro e o calor que emana dela, eu diria que sua mulher é uma das mais fortes.

Agora havia uma raça de Leão enfurecida. Seus olhos seguiram Braden durante longos minutos, olhando a expressão sem emoção, a frieza plana em seus olhos e a força das barreiras que ele tinha fechado de repente entre ela e suas próprias emoções.

E possivelmente era o melhor. A resistência a tinha cortado com uma dor em seu peito que não esperava. Fazer retroceder o dano era quase impossível enquanto escutava Jonas explicar o Calor de Acoplamento e suas implicações.

-Casarem no calor significa para sempre, moços e moças - anunciou ele sarcasticamente.

Megan cruzou os braços sobre seus seios e olhou fixamente Jonas de modo provocador.

-Posso dizer que você também está comovido por isso - zombou dele com frieza, ignorando o pequeno brilho estranho de diversão que vacilou naqueles olhos cinzas gelados-. O que aconteceu, Sr. Wyatt, suspeitava-o antes que viesse aqui e convocasse esta pequena reunião? -Ela agitou sua mão para abrangê-los aos três-. Você sabia que Lance não fez a cópia impressa da condenada lista, como sabia que Braden descobriria o fato de que sou empática. Você veio preparado.

Sua sobrancelha se arqueou. Uma inclinação ascendente lenta que comunicou uma resposta sarcástica mais claramente que com palavras.

-Suspeitei - confessou ele com uma inclinação lenta de sua cabeça quando ele deu uma olhada a Braden e fez uma careta-. Esperava que desta vez minhas suspeitas se equivocassem. -Seu olhar quando voltou para ela era de condenação.

-Estou segura de que suas esperanças estão de acordo com as suas - espetou ela enquanto estendia sua mão para a forma silenciosa de Braden, cobrindo sua dor de cólera-. De modo que procure uma cura. -Ela não fez caso do grunhido retumbante que veio de Braden.

Jonas riu entre dentes. Não havia nenhuma alegria no som, só zombaria do conhecimento.

-As raças estiveram procurando uma cura durante mais de cinco anos - disse ele-. Há uma proibição sobre esta informação, senhorita Fields. A ruptura dessa proibição poderia pôr em perigo mais vidas do que unicamente a sua ou a de Braden. Isto também vem com uma pena bastante rígida.

-OH sim, vou diretamente convocar uma coletiva de imprensa - mordeu ela-. Basta de ordens, Sr. Wyatt, não estou de humor para elas.

Seus olhos se estreitaram.      

-Para uma mulher cujas capacidades fazem que esteja muito assustada para unir-se ao mundo real, pode ser bastante teimosa, senhorita Fields. -Não havia nada amável no sorriso tenso que se formou em seus finos lábios.

-Basta, Jonas - A voz de Braden era um estrondo difícil quando ele se moveu de sua posição contra a parede longínqua e ficou em pé, tenso.

Ele não a queria, assim por que protestar se outro homem se atrevia a lhe falar bruscamente? Por que protestar sobre algo sobre ela, ponto?

-Pedi sua ajuda?, -espetou ela antes que Jonas pudesse falar. Ela ignorou o cenho franzido que baixou suas sobrancelhas e fez que seus olhos dourados brilhassem com uma advertência.

-Não tem que pedi-la - grunhiu Braden como se tivesse direitos. Como se agora ela fosse algum tipo de responsabilidade.

-OH sim, assim é. -Ela enrugou seu nariz sarcásticamente-. Você agora é meu companheiro mau e grande. -Lhe ofereceu um tremor exagerado-. Deveria estar toda agradecida ou algo assim, não é?

-Ou algo assim - resmungou ele, observando-a cautelosamente.

-Sim, sobre tudo considerando quão entusiasmado estava uma vez que o Sr. Wyatt aqui presente nos deixou entrar no segredo desse grande beijo que me deu. Caramba, talvez devêssemos engarrafar essa coisa, Braden. Isto se venderia melhor que os dentes de raça de plástico.

Ela era consciente de que Jonas olhava a confrontação com interesse. Se não o houvesse a primeira vista, certamente o teria aborrecido agora. Isto, acrescentado à cólera que se elevava em seu interior, no mínimo não ajudava a sua atitude em nada.

-Sua companheira não sabe fechar a boca, Braden - comentou Jonas brandamente-. Deveria trabalhar em corrigi-la.

-Sim, por que não o vou fazê-lo por você - grunhiu Braden quando ele a olhou com cuidado.

-me perdoem meninos, ainda estou aqui na sala. - Ela agitou a mão enquanto falava-. A pequena mulherzinha não precisa que fale de novo. Este Calor de Acoplamento ou como demônios queiram chamá-lo senão no mínimo frito meu cérebro.

Braden e Jonas lhe dirigiram ferozes cenhos franzidos. Poderia ter sido fofo se ela não estivesse tão furiosa.

-Sabem, penso que mais ou menos agora tenho a informação básica. -Ela sorriu tensamente-. Ele me quer porque seus hormônios aumentam tudo, isto é tudo. Ouça, nenhum problema. A natureza fede, não é? -Ela sorriu alegremente, contendo a dor-. Bem, digo, Sr. Diretor de Assuntos de Raça. Só carregue a seu pequeno menino mimado de volta em um desses pequenos helicópteros de fantasia nos que ouço que voam os moços e transporte-o de volta a seu agradável e seguro pequeno complexo e veja se você não pode curá-lo disso. Eu me arrumarei bem. Como sempre tenho feito.

Ela estava furiosa. Não era um maldito ímã hormonal, e não podia preocupar-se menos se Braden gostava dos efeitos de uma pequena reação química que era tudo culpa dela, de todo modo. Não pediu para complicar com sua vida, e maldição se ia pedir par continuar sendo uma parte dela.

-Como sempre o tem feito?, -espetou Braden então, sua própria voz ardendo-. Se escondendo. Não se cansa de se esconder, Megan?

-Realmente, penso que o tenho feito. -Ela inalou bruscamente, enfrentando os dois homens enquanto inclinava seu queixo e os fulminava com o olhar.

-Mas há uma coisa que realmente me ensinou, Braden. Esse seu pequeno escudo é prático. Dê-me tempo suficiente e estou certa de que posso copiá-lo. Sobre tudo sou flexível quando tenho que ser. E posso me adaptar sem você.

Ele a olhou fixamente enquanto cruzava os braços sobre seu peito, seus olhos se estreitaram devagar quando uma indireta de cálculo predador entrou neles.

-Não me desafie, amor - advertiu ele, sua voz era suave.

-O desafiar? -Ela sacudiu sua cabeça enquanto mantinha o sorriso apertado, sarcástico que tinha adotado-. Não o desafio, amor. Digo-lhe isso. Não precisava antes que começasse esta curiosa matéria hormonal, e o asseguro que não preciso agora.

-Posso indicar que o Calor de Acoplamento é mais difícil nas fêmeas que nos Machos. -Jonas falou naquele ponto, sua voz com curiosidade suave-. Poderia querer pensar de novo.

-Pedi sua opinião? -Ela se virou e caminhou para a porta-. Se os dois me perdoarem agora, irei ver se posso reparar um pouco do dano que seu humor inepto causou neste escritório. -Ela agarrou o trinco, voltando-se para trás para franzir o cenho a Jonas-. Um dia destes, alguém vai jogar este jogo melhor que você o faz, Sr. Wyatt. E quando acontecer, quero um assento na primeira fila.

Seus lábios se apertaram enquanto deu uma olhada a Braden.

-Sua companheira tem uma boca mesquinha - grunhiu ele-. Poderia colocá-la em problemas.

-Acredito que já os tenho - replicou ela por sua parte antes de abrir a porta e sair no corredor. A dura reverberação do golpe da porta foi muito breve, satisfatória enquanto a madeira golpeava contra a madeira. E uma maldição murmurada da raça se ouvia do outro lado. O deixe amaldiçoar. Pelo que ela se referia, tinha tido o bastante.

Braden contemplou a porta, sua cabeça estava inclinada e olhos estreitados. Ela estava furiosa e doída, e ele não podia culpá-la nem um pouco. Seus pensamentos e emoções tinham sido muito caóticos para lhe permitir passar seus escudos depois daquele primeiro rechaço imediato. Ele não podia arriscar-se; ainda.

-As ondas hormonais em seu interior só a porão pior. -Jonas suspirou, seu tom era mais depravado agora.

Braden resfolegou.

-Obrigado pela advertência. Justo o que queria, minha mulher se prepara para me esfolar vivo. Obrigado, Jonas.

-Realmente espero que esta merda de acoplamento não se faça um hábito - disse Jonas-. Já são dois Executores malditamente bons que perdi. Tarek Jordan não se demitiu devido a feridas como consta no arquivo. O filho da puta se casou com sua vizinha. Pode acreditar? Envia um homem em uma missão e a coisa seguinte que sabe é que ele se casa com a pequena brincalhona do lado. E agora isto. -Ele sacudiu sua cabeça com uma beira de irritação.

-Preocupe-se mais de por que eu não deveria lhe dar um chute em seu traseiro por enfurecê-la - grunhiu Braden, passando os dedos pelo cabelo enquanto inspirava bruscamente-. Maldição, poderia ter tentado ao menos ter um pouco de tato.

Braden só podia sacudir sua cabeça naquele ponto. O Diretor de Assuntos de Raça era conhecido por suas manipulações e jogos cuidadosamente deliberados. Não era conhecido por sua piedade ou sua compaixão.

-Bem. Conseguiu que minha vida seja um pouco mais difícil durante os poucos dias seguintes. Certamente não era a única razão para que viesse aqui hoje. - Ele deu de ombros agitadamente, tratando de esquecer a implicação do sexo que podia vir. Ele morria para tocar Megan, reclamá-la e marcá-la. Maldito Calor de Acoplamento. Ela era sua mulher; ele sozinho esperava aliviá-la daquele fato.

-Nem por indício. -Jonas se moveu até a mesa, sentando-se na beira casualmente enquanto cruzava os braços sobre o peito.

-A lista definitivamente veio daqui; nosso pequeno companheiro coiote nos assegurou isso. Ele está vivo, a propósito.

Braden arqueou a sobrancelha. Não esperava por isso.

-Não é fácil, mas esse moço conversa quando importa. O deixarei viver até que ele não fale mais.

-Sabe quem imprimiu a lista? -Braden estava determinado que o bastardo que tinha enganado a Megan pagasse.

-Estou reduzindo. Infelizmente, o xerife Jacobs estava na curta lista. Os outros dois eram Lenny Blanchard e o agente Jose Jensen. Estou fazendo que os revistem de cabo a rabo; teremos respostas logo.

-Blanchard não parece do tipo. -Braden sacudiu a cabeça devagar, pensando no amistoso sargento do escritório.

-Esses em geral são os que me põem mais nervoso - grunhiu Jonas-. Cuidado com as costas. Não posso mandar uma equipe aqui fora ainda, Braden, ou teria que lhe cobrir, sabe. Mas trabalho em algo, esperemos que tenha uma equipe logo. Enquanto isso, começarei uma investigação com os dois agentes e verei o que posso averiguar.

Braden assentiu.

-E agora pelo grande êxito. -Jonas sorriu com demasiado prazer- Você e a senhora têm provas às que se submeter. Pensa que poderemos contar com sua cooperação?

Braden deixou cair sua cabeça. Cooperação? Megan? Agora?

-Um dia destes, um de seus executores terminará por matá-lo, Jonas. -Ele grunhiu quando ele levantou sua cabeça e deixou cair seus braços-. E que me condenem se não for vê-lo.

Jonas riu entre dentes pelo sentimento.

-Mantenha esse pensamento, companheiro. -Ele sorriu com todas as aparências de esperá-lo-. Passou algum tempo desde que tive uma boa briga; penso que desfrutaria do desafio.

E aí estava o problema. Jonas raramente era desafiado.

Ele jogava onde podia, nunca de uma maneira que pusesse em perigo a seus executores, mas de modos que lhes dava vontade de matá-lo. Neste momento, Braden entendeu o sentimento e estava certo de que Megan também.

Ela estava dolorida. Ele o havia sentido quando saiu do escritório, e isso tanto o preocupava como enviava também uma grande onda de satisfação estendendo-se por seus sentidos. A chave de Megan estava no toque de suas emoções e seu coração.

Ela era ferozmente independente, determinada a fazer diferença, mesmo se estivesse só em seu pequeno canto do mundo. Era uma lutadora, uma das melhores fêmeas alfa em que tinha posto seus olhos alguma vez. Com um pouco mais de formação e os escudos apropriados, ela seria muito boa executora. Ele girou seu olhar a Jonas, perguntando-se como seu comandante reagiria tendo a uma não raça em sua lista de nomes.

Jonas franziu o cenho para ele.

-O que?

-Ela seria uma muito boa executora. -Ele manteve sua voz baixa; que Deus o ajudasse se Megan o ouvia riscando sua vida-. Não tem que perder um executor, Jonas, pelo contrário pode ganhar outro.

Os olhos do Jonas se estreitaram.

-Ela não é uma raça.

-Ela é empática. E sua coleção de armas é melhor que a minha. -Ele resfolegou com a descrição. Infelizmente, ele sabia que havia um risco. Sua coleção de armas impactava-. Inclusive mais que isto, mesmo se ela não fosse minha companheira, ela ainda é minha mulher. Não a deixarei. -E ele não podia deixar a luta. A demolição dos restos do Conselho e das sociedades Puro-sangue era muito importante.

-Você não luta só contra o Acoplamento. -Jonas se colocou mais comodamente na beira da mesa enquanto Braden o olhava com cuidado-. Ela não parecia contente.

Braden suspirou cansadamente.

-Eu não gosto que me arrebatem as opções Jonas, nem sequer pela natureza. Eu sabia que ela era minha, mas não tinha decidido quando convencê-la ainda. Isto complicou as coisas. Ela sentiu a resistência à idéia do acoplamento e agora está furiosa. Mas acabará com isso. -Ela não terá opção.

Braden esteve quieto quando Jonas continuou olhando-o fixamente. Ele tinha aquele hábito, como se pudesse ver na alma de um homem e calibrar seu valor. Para outros era desconcertante; para aqueles que trabalhavam com ele e lutaram a seu lado cada dia era uma comodidade.

-Bem. -Ele assentiu bruscamente-. Construa sua defesa e seus escudos. E sua formação é sua responsabilidade. O deixarei com isso.

Agora, ele só tinha que convencer Megan.

Quando o silêncio caiu entre eles, a porta se abriu e Lance Jacobs caminhou de volta a sua mesa.

-Saiam daqui - espetou ele Lance divisou Jonas sentando em sua mesa. Então se virou para Braden-. Megan está em seu escritório, mas se não tomar cuidado voltará a pé para casa esta noite. -Não havia nenhuma compaixão em sua voz absolutamente.

-Agora sei de onde sua companheira tira essa nervura de mesquinharia -grunhiu- Jonas a Braden quando se endireitou devagar na mesa-. É hereditária.

-Só continue acreditando - resmungou Lance quando se moveu atrás de sua mesa e tomou seu assento. Sentando-se com os ombros cansados reclinado na cadeira, olhou ambos os homens com interesse deliberado-. Ela vai lutar contra você com cada fôlego - informou-lhes depois de vários instantes. -E você pode proibir o que demônios queira Jonas, é minha maldita prima com quem está mexendo. Ela é bastante próxima para ser uma irmã. Não pense que porque ela vive nesse deserto sua família não a vigia. Cada um de nós o faz.

-Certo, e os tios das Forças Especiais? -Jonas arqueou sua sobrancelha quando Braden sufocou um suspiro.

-Sobre tudo esses. -O sorriso de Lance era apertado, desumano-. Lembrem. E enquanto estão nisso, tirem seus traseiros de meu departamento; estou malditamente doente das transações com Raças.

Parecia ser o consenso geral de alguém tratando com Jonas.

Braden ficou silencioso, vigilante, medindo o xerife quando ele franziu o cenho para Jonas. O homem tinha um ar estranho sobre ele, imediatamente velho e jovem. Ele tinha visto a dor, conhecia a morte e se tornou cauteloso e amargo. Braden conhecia seu passado, conhecia seu arquivo até o último detalhe, mas às vezes a gente podia ler muito mais nos olhos que devolviam o olhar com uma expressão cansada.

-Voltarei ao Santuário. -Jonas assentiu repentinamente, afastando a atenção de Braden do xerife-. Avise-me quando estiver preparado para voltar com Elyiana.

As provas. As mesmas contra as quais Megan lutaria como um gato selvagem raivoso.

-Eu devo saber alguma coisa logo. -Braden assentiu antes de dirigir-se à porta.

Quando saiu no corredor, ouviu claramente o último comentário de advertência de Jonas ao xerife.

-Falaremos outra vez, Jacobs. Muito em breve.

E Braden se perguntou que demônio tinha agora o Diretor de Assuntos de Raça em sua manga.

 

Megan entrou na casa e subiu as escadas mais de uma hora mais tarde. Ouviu a porta traseira abrindo-se atrás dela.

Ela sabia que Braden entraria logo, sabia que finalmente teria que enfrentá-lo. Mas não ainda. Não podia obrigar-se a ficar e enfrentar o rechaço que sentiu no escritório de Lance. Ver em seus olhos a cólera que se ergueu nele com o conhecimento de que eles estavam unidos de um modo que ela nunca podia ter imaginado.

Ela tinha abandonado o escritório sem ele, saindo às escondidas do edifício e apressando-se a seu Raider. Ela não esperava ser saudada pelo helicóptero negro liso no qual Jonas tinha chegado, ou ver Braden enquanto vadiava do outro lado da casa esperando-a.

Calor de Acoplamento. A adrenalina se precipitou por ela ante o pensamento, fazendo seu coração acelerar-se e, infelizmente, e seu sexo apertar-se. Fosse o que fosse tinha ligação. Ela tinha sentido desde aquele primeiro momento em que eles se encontraram, a aura que a rodeava e a acalmou. A excitação que a atormentava. O beijo que a deixou débil e faminta pelo seu gosto. Canela e açúcar moreno.

Ela quase podia prová-lo em seus lábios, em sua língua. Ansiava-o, estava ansiando-o desde que ele a tinha beijado na noite anterior.

O calor que enchia seu sexo a deixava louca. Ela apertou suas coxas contra isso, determinada a conter essa necessidade em particular. Ela nunca rolaria voluntariamente ou pela força na cama com nenhum homem e que se condenasse se ia começar com Braden.

Ao menos, não neste momento.

Ela fechou de repente a porta de seu quarto antes de dirigir-se à ampla janela no final de sua cama. Separou com um tapa as lágrimas que molhavam seu rosto. O passeio no escritório do xerife a tinha deixado sozinha em paz tempo suficiente para que perdesse o controle de suas emoções. Ela sabia que tinha que ser mais forte do que era. Mas isto doía. Pela primeira vez desde que seus talentos se manifestaram ela tinha sido capaz de estar perto de um homem. Podia sentir seus braços a seu redor e conhecia só seu calor e dureza, não seus pesadelos ou seus medos. Ela tinha começado a esperar que isto significasse algo.

Que estúpido. Um cínico e cansado fôlego acompanhou o pensamento. Deveria saber. A vida não funcionava assim. E agora ela estava ligada a um homem que tinha resistido a obrigação que havia sentido crescer entre eles. Isto tinha um nome. Calor de Acoplamento. Não era natural, ou assim informou Jonas; mas seu coração tinha outras idéias. E o golpe em suas emoções que tinha causado o rechaço de Braden tinha triturado seu controle.

Ela estremeceu quando a porta se abriu, conteve o fôlego, outra lágrima caiu quando o sentiu entrar no quarto.

-Megan - Sua voz era suave e arrependida-. Sei o que sentiu no escritório. Não era por você. Não a estava negando. Tem que entender.

Ela odiou o fato que tinha traído sua dor, revelado quanto àquela impressão a tinha afetado. Quanto tinha esperado que o aumento de sentimentos entre eles fosse mais que só luxúria. Para ela era, e isto doía mais, sabendo que não tinha sido assim para ele.

-Não importa, Braden. -Ela lutou para tragar a emoção que bloqueava sua garganta e a protegia escondendo suas lágrimas-. Entendo.

Sua vida era uma batalha, dia a dia. Por que quereria ou precisaria ele de alguém que não podia lutar contra suas próprias batalhas, sem mencionar estar a seu lado nelas?

-Será, Megan? Acredito que não, mas o fará. Muito em breve.

-Pare. -Sua voz se rompeu quando ela sacudiu a cabeça.

Ela podia senti-lo aproximar-se, podia vislumbrar a imagem dele no vidro da janela.

-Por favor Braden, preciso de tempo… -Seus ombros tremeram enquanto lutava contra os soluços que se formavam em seu peito-. Sinto muito. Por favor…

-Para que possa continuar se escondendo? -Seu tom chiou em seus nervos já triturados.

-Sim! -Ela girou ao redor, olhando-o com um olhar que mesclava a fúria e a dor-. Para poder me esconder. De forma que isto não tenha que doer tanto.

Qualquer coisa mais que pudesse dizer se entupiu em sua garganta no segundo em que viu seus olhos. Brilhavam. As luzes de âmbar piscavam na cor de ouro profundo enquanto sua expressão apertada e faminta dava a seu rosto um molde selvagem. Ele parecia um guerreiro conquistador. Um homem com a intenção de posse.

Ela retrocedeu rapidamente.

-Aqui há uma boa idéia - ele arrastou as palavras enquanto chegava mais perto-. Conserva um pouco de distancia entre nós, carinho, porque quanto mais perto está, mais doces são os pequenos aromas de seu sexo e mais duro fica meu membro. Realmente não quer pô-lo mais duro. Um pouco mais duro e vou ter que arrancar estes jeans e ver quão profundamente posso empurrar entre aquelas bonitas coxas e quão forte posso fazê-la gritar quando gozar ao redor de mim.

As palavras explícitas enviaram um calor ardendo por seu corpo enquanto os dedos invisíveis do relâmpago começavam a correr de nervo a nervo, sensibilizando-a, alimentando os fogos em seu interior mais quente. Ela sentiu o calor empapado molhando mais suas calcinhas.

-Por que?, -gritou ela então-. Você não me quer. Você não quer isto… -Ela agitou sua mão entre eles para indicar o Calor de Acoplamento-. Por que se preocupa?

-Você gosta de se enganar, não o faça, carinho. –Ele chegou mais perto. Megan se retirou. Agora não era um bom momento para ficar dentro de seu raio de ação-. Agora vê, isto é onde se equivoca completamente. Eu não a repelia, Megan. Eu repelia o que a natureza tinha feito, não a você. Não há nenhuma razão para sua cólera.

Ela levantou seu queixo defensivamente.

-Tenho direito a estar zangada com você. Você me usava nesses escarpados, usando minha empatia para encontrar as respostas que precisava enquanto deixava o Jonas me usar para tratar de apanhar meu primo. Justo como me usou… -Sentiu-se. Ela não diria as palavras, não falaria da dor de seu rechaço.

Seu olhar fixo vacilou com a pena; a emoção se estendeu sobre ela, apertando seu peito enquanto outra lágrima escorregava livre.

Ele sacudiu sua cabeça devagar, sua mão alcançou para tocar seu rosto, as pontas de seus dedos rasparam sobre sua carne com acalorado prazer.

-Eu nunca a usaria. -Sua voz palpitou com o voto-. Estive sozinho tanto tempo, Megan. Só dentro de mim, sabendo, sentindo que não havia nada neste mundo que estivesse destinado a ser meu. Então de repente algo era meu. Você era minha. -O tom possessivo a fez piscar com surpresa. Suas mãos emolduraram seu rosto, sustentando-a quieta enquanto seus dedos acariciavam seu úmido rosto- Minha. Tudo dentro de mim se fechou com medo porque de repente eu tinha algo a perder. E você também. E o pensamento era insuportável. Já perdi muito.

Seus lábios se separaram enquanto seu coração começava a correr, não com luxúria, desejo ou aventura, a não ser com esperança. Ela tinha encontrado alguém que emparelhava com ela, um guerreiro e um escudo. Um homem ao qual podia respeitar; um com quem podia discutir e desfrutar. Ela não queria perder isto. Não queria estar sozinha outra vez.

-Não…

-Sim - grunhiu ele, a emoção espessava sua voz-. Não o entende ainda, Megan? Este acoplamento não só é um fenômeno físico. Isto não são simplesmente produtos químicos ao vento. Olhe dentro de si. Se pudesse amar a algum tipo de homem, qualquer que fosse, quem seria esta pessoa? Quem é o amante que freqüenta seus sonhos? Que luta ferve em seu sangue? Teríamos sido duas partes de um todo, não importa quem fôssemos ou onde nos encontrássemos. Você sabe tanto quanto eu.

Ela apertou os dentes, lutando não só contra a emoção que se elevava pela revelação de que ele tinha razão, mas também ante a negação que ela sabia que ele havia sentido mais cedo. Ela tinha algo a perder.

-Vê? -Ele se pegou à emoção que ela não podia esconder, seus dedos se apertaram contra seu couro cabeludo enquanto seus traços tensos se faziam mais primitivos, mais exóticos pelas emoções que ele lutava por conter-. Sinta-o, Megan. Sente o que eu sabia. Minha alma morreria sem a sua para enchê-la. Sem você para me sustentar perto da escuridão da noite; sem sua risada para trazer a luz na escuridão que encheu cada fodido dia de minha vida enquanto tive fôlego. Pela primeira vez em trinta e quatro anos estou vivo. Vivo devido a você, e pensar em voltar para a desolação de estar sozinho me assusta como a morte.

Suas emoções se fecharam de repente nela, enchendo-a, esquentando-a.

-Me sinta - gemeu ele, sua voz era áspera e atormentada-. Sei que seus dons são complementares dos meus. Quando lutamos, a sinto estendendo a mão, se unindo a mim quando nada mais o faz, me alimentando do que você sabe justo quando você usa minha força para se apoiar contra a dor. Você é empática e eu sou o escudo. Duas partes de um todo, Megan.

Ele a liberou então, retrocedendo para contemplá-la com tal excesso de emoção que ela apenas podia respirar e sem mencionar falar.

-Isto era o que tratei de negar, de rechaçar, mesmo sabendo que eu a perdesse, não importa como, minha alma estaria tão morta como os Coiotes que procuram só o sangue e a morte.

Ele a liberou, só para tirar do bolso de sua camisa um pequeno pacote plástico que continha várias pílulas. Seu olhar fixo sondou sua expressão quando ela levantou seus olhos de maneira inquisitiva.

-E isso o que é?

-Isto. - Deu uma olhada na sua palma antes que seus lábios se curvassem com uma beira de amargura-, é uma pequena medicina inteligente desenhada para aliviar o pior dos sintomas do Calor de Acoplamento. A dor se não transa freqüentemente o bastante, assim como a concepção forçada causada pelos hormônios secretados de meu corpo, pode fazer-se… prejudicial. Infelizmente, o acoplamento de uma raça nem sempre é agradável. A menos que queira ficar grávida, toma o pequeno anticoncepcional.

-Uma pílula anticoncepcional? -Que loucura.

-De certo modo. -Ele deu de ombros, inalando profundamente em um gesto que reforçou o excesso de emoções que enchiam a ambos-. Embora os hormônios nela sejam radicalmente diferentes às usadas no mercado farmacêutico. Estas são para bloquear o hormônio liberado de mim, mais que os de seu corpo.

-Então, por que não está tomando você? -o fulminou com o olhar furiosamente.

-Porque, querida, não sou eu o que sofrerá se você não conceber. É você. O Calor de Acoplamento aumenta até que ocorre a concepção. O hormônio continua crescendo dentro de seu corpo, anulando todo o resto exceto a necessidade de ter sexo e de procriar. Isto aliviará os sintomas e também acautelará a ovulação. Assim faça sua escolha.

-O fará partir? -Ela continuou contemplando a pequena pílula inofensiva. Esta era a cura que ela havia exigido tão precipitadamente?

-Nada me fará partir. -Ele não pareceu aborrecido-. Nunca. Mas isto nos dará uma possibilidade para entender o resto, Megan. De toda forma íamos por esse caminho.

Ela ergueu seu olhar, olhando-o fixamente muito tempo, momentos silenciosos.

-Você teria montado para o pôr-do-sol no momento em que seu trabalho aqui se acabasse.

Ele agarrou sua mão e pôs a pequena pílula em sua palma.

-Não Megan, eu não a teria abandonado. Nem sequer durante um dia. Agora toma a pequena pílula, carinho, e depois falaremos mais. Finalmente.

Ele ia deitar se com ela primeiro. Ela sabia. Como sabia que seu fôlego seguinte estaria cheio de seu cheiro, sabia que no momento em que a pílula passasse por seus lábios ele faria seu movimento.

-Braden. -Ela lambeu os lábios tratando de tranqüilizar seus nervos-. passou muito, muito tempo para mim.

Para ser sincero, ela não tinha tentado o sexo durante anos.

-Toma a fodida pílula - grunhiu ele então-. Torturei-me com o pensamento de tocá-la, com o sentimento de você quente e apertada a meu redor. É tudo no que pensei do momento em que vi sua coragem naquela maldita caverna. Não sei se posso esperar muito tempo mais.

Claramente, ela não era a única a que o Calor de Acoplamento deixava louca.

Ela abriu a pílula, sua respiração se fez brusca e áspera.

- Eu ainda não gosto disto - informou ela quando ergueu a pequena pílula azul. Embora ela soubesse. Odiava a situação, odiava a confusão que a enchia, mas sabia que seus sentimentos por Braden eram algo que era muito mais profundo e fluía muito mais forte que um pouco parecido ao de “querê-lo”

Ele grunhiu em resposta.

-Esta não é a coisa mais inteligente que alguma vez fiz. -Ela abriu os lábios enquanto levantava sua mão mais perto de sua boca.

Seus olhos flamejaram com a promessa sensual quando ela pôs a pequena pílula em sua língua, fechou sua boca e engoliu.

Esta desceu fácil, sem a ajuda de líquido, sem dúvida ajudada a passar pela intensa salivação de sua boca.

O grunhido retumbou em seu peito outra vez. Felino. Perigoso. Este era um som que fazia seu sexo apertar-se em convulsões crispadas. Ela ofegou ante a intensidade.

-Quanto tempo precisa para que isto ajude? -Ela o olhou, sabendo que não havia nenhum enfrentamento contra a fome quando ele chegou mais perto. Ela se retirou uma vez. E outra. Até que suas costas se chocasse contra a parede e seu amplo peito a apanhou contra ela.

-É um inferno se souber - resmungou ele-. E um inferno me preocupar, enquanto possa fazer isto.

Ela esperava um beijo. O que não esperava era a descida abrupta de sua cabeça até que seus lábios estivessem em seu pescoço e seus dentes raspando sobre a carne enquanto sua língua a acariciava em uma carícia sensual. Ela ficou na ponta dos pés; as sensações eram tão intensas e tão cheias de prazer.

Os estremecimentos correram por sua coluna, estendendo-se entre suas coxas e chamuscando-a. Ela sentiu a umidade açucarada molhando-a mais, sentiu seus clitóris pulsar e pulsar pela necessidade de seu toque enquanto seus mamilos se apertavam sob sua blusa. Deus, como ela precisava de seu toque. Em toda e por toda parte. Ela o ansiava. Estava dolorida por ele.

Sua cabeça retrocedeu contra a parede; suas mãos agarraram seus antebraços enquanto seus dedos se encurvavam em seus quadris, arqueando-a contra ele enquanto a dobrava pressionando a cunha dura de seu membro contra a suave almofada de seu sexo.

Ela se sacudiu pela fricção, um choramingo saiu de seus lábios quando suas terminações nervosas pareceram chamuscar-se com as chamas da paixão aumentada. Ela não podia conseguir bastante ar. Infernos, ela não tinha que respirar. Se só ele acabasse de beijá-la e de tocá-la, detendo a dor que crescia em cada célula de seu corpo, então ela poderia ter uma possibilidade de sobrevivência.

-Maldição, que bem sabe. -Sua voz estava cheia da maravilha quando ele agarrou o lóbulo de sua orelha entre seus lábios para um breve beliscão-. Doce e quente. Faz-me perguntar se manterei minha prudência uma vez que empurre dentro de você.

Sua prudência não ia durar tanto tempo.

 

-É tão suave, Megan. -O som de sua voz, o grunhido áspero que sussurrou sobre seus sentidos a fez perder o controle. Sua mão se moveu de seu quadril para descansar só abaixo da curva de seu seio. A carícia sutil de seus dedos ali a fazia respirar mais rápido, suas terminações nervosas se sensibilizavam, estendendo-se a seu calor. As sensações se açoitavam por seu corpo, os brincos de eletricidade piscavam sobre ela, mantendo-a enfeitiçada enquanto seus dedos curvados no tecido de sua camisa começavam a arrastá-la para cima.

Ela ergueu o olhar para ele, lutando com seus sentidos aturdidos e a necessidade de seu beijo quando sentiu que o ar frio encontrava a carne nua de seu estômago. Tirava-lhe sua camisa, levantando-a devagar enquanto sua língua acariciava seus lábios e o gosto de canela e açúcar moreno a tentava.

-Braden. -Ela tremia, seus seios tão inchados, tão sensíveis que o pensamento dele tocando-os roubava-lhe o fôlego. Nunca tinha sentido excitação tão intensa ou prazer tão aceso.

-Sim, carinho? -O grunhido faminto debilitou seus joelhos quando ela sentiu o levantamento da camisa devagar sobre o material de seu sutiã.

-Me beije. -Suas mãos ainda agarravam seus antebraços, justo quando eles se elevaram, suas mãos levantaram seus braços antes de tirar o material de sua camisa sobre sua cabeça.

-Vou fazê-lo. -Ele beliscou em seus lábios-. Prometo-o. Mas fique quieta. Quero que sinta isto primeiro. Quero que saiba. Que saiba que o precisa e que tem fome disso, antes que eu te beije.

-Você me beijou ontem à noite. -Ela ofegou bruscamente quando ele agarrou suas mãos e as levantou, sustentando seus pulsos em uma mão e as esticando acima de sua cabeça enquanto a outra abria o fecho de seu sutiã-. Braden. -Ela lutava para respirar quando sentiu separar o material e a renda roçando contra seus mamilos sensíveis. Ele levantou o olhar para ela com olhos estreitados.

-Um beijo - grunhiu ele, baixando sua cabeça-. Isto é só um beijo.

Ele alisou o material dos montículos inchados, assegurando-se de raspá-lo sobre as pontas ardentes de seus mamilos enquanto ela gritava pela sensação. Malvadas ferroadas de fogo que dispararam das pontas acaloradas de seu corpo, roubando seu fôlego, sua mente, enquanto ela tremia pela carícia. Seus olhos se fecharam, seu corpo se sacudia pela sobrecarga sensorial enquanto sentia o sussurro de seu fôlego sobre as pontas.

-Tão linda. -Sua voz era tão escura e aveludada como a meia-noite, áspera e sensual-. O rosado mais suave no mundo. Inocente rosado. É virgem, Megan?

Ela sacudiu sua cabeça desesperadamente.

-Graças a Deus por isso. -Sua voz ressonou com o alívio, com uma fome erótica que lhe roubou o fôlego-. Porque não sei se teria o controle para possuí-la como merece se fosse tão inocente. E Deus sabe que me mataria se lhe fizesse algum mal.

Sua língua lambeu seu mamilo com apenas uma indireta de brutalidade. Era bastante para fazê-la arquear-se contra ele, seu sexo se convulsionava enquanto o líquido quente fluía dele. Ela se enroscou em seu abraço, desesperada por aproximar-se mais, por sentir a carícia úmida só uma vez mais. Quando esta chegou quase gritou. Seus lábios cobriram o pico sensível, fazendo-o entrar no forno de sua boca enquanto ele começou a sorver. Sua língua vacilou sobre ele como uma chama selvagem enquanto um grunhido faminto ressonava a seu redor. O calor irradiou ao redor dela, por ela, estendendo-se por sua matriz e explodindo por seu corpo quando ele chupou seu seio, beliscando enrijecido, e a torturou com um prazer que ela não podia ter imaginado que existisse.

-Braden…-Seus quadris se arquearam contra a cunha de seu pênis enquanto seus joelhos se dobravam e ele empurrava contra o montículo coberto por seu jeans.

Ela podia senti-lo, grosso e endurecido. Entre capas de roupa ele a queimava, roubava-lhe a razão, empurrando-a mais perto de um abismo enlouquecido de prazer. Sua língua vacilou sobre seu tenso mamilo quando ele se dobrou a ela, chupando com um ritmo lento e fácil.

-Posso cheirá-la. -Sua voz era quase reverente, seus lábios atraíam seu olhar a suas curvas inchadas, pesadas e sensuais-. Tão doce como uma chuva de primavera, tão quente como o fogo. Quero prová-la, Megan.

Ela engoliu, certa que não sobreviveria a sobrecarga de prazer. Ela esteve quieta, olhando-o fixamente, tremendo quando ele desabotoou o botão de seu jeans e baixou o zíper devagar.

- Dê um chute em seus sapatos.

Megan se moveu para tocar as sapatilhas de esporte com a ponta do pé, obrigando suas pernas a obedecer a ordem simples enquanto sua cabeça baixava, seus lábios acariciavam sua clavícula e seus dentes a arranhavam.

-Boa garota - cantarolou ele quando os sapatos foram afastados.

Devagar ele baixou seus braços, liberando suas pulsos enquanto colocava suas mãos contra a parte inferior de seu estômago. Ele agarrou a camiseta que levava posta e a sacudiu sobre sua cabeça, olhando-a atentamente.

- Tire os jeans - grunhiu ele.

-Braden. -Suas mãos tremeram enquanto o calor de sua carne empapada se estendia por suas Palmas-. Não posso pensar. -Ela sacudiu a cabeça fracamente, lutando para encontrar sentido às necessidades que se estendiam por ela, a luxúria tão desconhecida era algo muito mais forte que ela jamais conhecera.

-Então não pense, carinho. -Suas mãos cravaram seu rosto antes de mover-se para seu cabelo, tirando a longitude de sua trança-. Você se desfaz das calças e eu liberarei a trança. Esse cabelo suave e bonito. Quero senti-lo roçando e acariciando sobre mim, Megan.

Seus dedos agarraram o botão de seu jeans. Deus, ela nunca tinha feito isto antes. Este se desabotoou facilmente, deslizando-se de sua casa enquanto seu abdômen se flexionava com um estremecimento convulsivo.

-O zíper agora. -A fita de nylon que sustentava seu cabelo se desatou.

A sensação de seus dedos desenrolando as cordas grosas do cabelo fez que seus olhos se fechassem e que seus dedos se movessem no zíper. Abaixo, seu membro palpitou, grosso e quente; esperando a liberdade do material. Pulsando com impaciência.

Ela agarrou a lingüeta do zíper, baixando-a, deslizando-a sobre a tirante longitude de sua ereção. Com suas coxas apertadas contra a necessidade voraz e a fome que a queimava viva.

-Assim. -Seu cabelo estava livre e seu membro também. Grosso, endurecido, o material de seu jeans se separou sobre a longitude tirante enquanto suas mãos se moviam a seu jeans, empurrando o material e movendo-o rapidamente desde seus quadris a seus joelhos.

-Levanta. -Ele agarrou sua coxa, obrigando-a a levantar sua perna do material antes de repeti-lo na outra.

Tudo o que a protegia agora eram suas calcinhas. A seda molhada, empapada, que se agarrava a sua carne enquanto seus joelhos se debilitavam perigosamente.

Ofegando, suas mãos agarraram os ombros de Braden quando ele a dobrou e a levantou em seus braços. Ela podia sentir a força em seus poderosos braços e sentir a necessidade que a sustentava em seu abraço tão firmemente como este a sustentava.

Sua expressão era tensa, seus olhos brilhavam com fome. Mas, inclusive mais, ela sentiu a ternura apesar da necessidade selvagem e clara que derramava por ele. Ela sentiu sua determinação de sustentá-la, de ser suave com ela, sentiu seu medo de a machucar. O banho de emoções era intenso e consumidor. A capacidade de sentir o que seu amante sentia durante o sexo era um dos motivos pelos quais ela se absteve tanto tempo. A mescla poderosa de luxúria, triunfo e auto satisfação tinha convertido o ato em algo a ser evitado em vez de experimentado.

Com Braden era diferente. Quando sua língua se entrelaçou com a sua, ela pôde sentir o controle incrível que ele exercia sobre si. Como ela podia sentir suas necessidades. As imagens vacilaram por sua mente, explícitas e eróticas. Ela gemeu, sua própria fome aumentando quando ele a pôs de costas na cama. Ele se dobrou e tirou as botas rapidamente, logo se endireitou para empurrar seu jeans sobre as coxas longas e poderosas. Seu corpo parecia completamente desprovido de pêlo. Inclusive o pesado saco sob a longitude de sua ereção parecia liso e impossivelmente atraente.

Quando ele ficou em pé diante dela, a fazendo afastar a vista, ela podia sentir o sangue que pulsava repetidamente por seu corpo, a adrenalina e a luxúria que ardiam sob sua carne.

-Isto dói. –Seu corpo se sacudia enquanto os músculos se apertavam em sua vagina-. Não deveria doer, Braden.

O medo se mesclou com o desejo enquanto as implicações do que acontecia começaram a golpeá-la. O batimento do coração de fome incontrolada nela como as asas de uma ave assustada enquanto sentia seu sexo estremecendo-se com uma luxúria avara que não podia controlar.

-Não por muito tempo mais - prometeu ele sensualmente enquanto se deitava em seu lugar ao lado dela. Ele se inclinou enquanto a atraía em seu abraço e uma mão acariciava sua coxa-. Prometo que isto não doerá muito mais tempo.

Seus lábios se inclinaram sobre os seus quando ela sentiu sua mão aproximar-se do material empapado das calcinhas. Sentiu seus dedos acariciar o material úmido enquanto ele grunhia ferozmente. Ela ardia, queimava-se. Suas coxas se separaram para ele enquanto seus quadris se levantaram, empurrando mais perto e necessitando mais.

De repente o controle feroz que o continha se rompeu. Ela sentiu, orgulhou-se disso mesmo quando o temera. O som das calcinhas rasgando-se de seu corpo foi acompanhado por seu próprio gemido desesperado quando seus dedos a tocaram separaram os lábios aumentados e deslizaram pela nata grossa que os cobria.

Seus quadris se arquearam, um gemido saiu de sua garganta quando seus dedos rodearam a abertura sensível, acariciando-a, gracejando-a com seu toque um segundo antes que ele começasse a entrar nela. Ela sentiu o roçar de seu dedo áspero quando ela se retorceu em seu apertão. Seus músculos vaginais se apertaram ao redor dele, pedindo mais.

Em uns segundos havia mais. Outro dedo se uniu ao primeiro, trabalhando em seu interior devagar, esticando-a e preparando-a para mais. Suas mãos foram sepultadas em seu cabelo quando ela bebeu em seu beijo o seu gosto. O gosto doce do destrutivo hormônio ardeu em seu interior, fazendo cambalear-se a seus sentidos com um prazer que ela nunca podia ter imaginado possível.

Suas coxas se separaram mais, seus quadris se moveram contra sua mão enquanto roçava seu clitóris contra sua palma, fazendo que foguetes ardessem por suas terminações nervosas. Ela estava perto. OH Deus, ela estava tão perto.

-Ainda não. -Um grunhido feroz chegou quando ele afastou os lábios dos seus e deslizou seus dedos do broche apertado e molhado de seu corpo.

-Não… não se atreva a parar. -Ela estendeu a mão para ele, lutando contra a mão poderosa que outra vez agarrou seus pulsos quando ele começou a afastar-se dela.

-Permaneça quieta, Megan. -Sua voz foi uma chicotada de exigência e luxúria furiosa-. Por Deus, não comece a lutar.

Ele empurrou para separar suas pernas enquanto a sustentava imóvel, movendo-se entre elas antes de baixar escandalosamente sua cabeça às úmidas e inchadas dobras de seu sexo.

Sua língua golpeava sua carne sensível enquanto um grunhido de prazer saía de sua garganta e seus quadris se moviam para cima involuntariamente. Ele liberou seus pulsos, só para agarrar seus quadris e sustentá-la quieta enquanto sua língua rodeava seus clitóris antes de mover-se mais abaixo para dar uma volta no calor líquido que fluía de seu corpo.

Tão perto. Suas coxas apertadas enquanto a diabólica língua se movia sobre sua carne, seus destrutivos lábios chupavam seus clitóris entre eles. Ele estalou neles com sua língua antes de movê-la mais abaixo, levantá-la e depois conduzir dentro das profundidades avaras de seu corpo e provocar uma explosão que a fez gritar com sua liberação. Seu corpo se apertou, arqueou-se para frente quando sua cabeça retrocedeu, seus lábios se abriram quando os gritos surgiram de sua garganta.

Como se ele estivesse esperando somente isso, Braden rodou e ficou rapidamente de joelhos, levantou-a mais perto e logo colocou a cabeça de seu membro na convulsa boca de sua vagina antes de começar a mover-se dentro.

Megan estremeceu sob ele quando o sentiu começar a esticá-la. A sentir cada impulso lento e marcha ré enquanto ele começava a trabalhar sua ereção na convulsa vagina. Isto era sensação demasiada. As violentas labaredas de prazer se estendiam por seu corpo com cada polegada pressionada. Ela levantou os olhos para seu rosto com aturdida fascinação.

Seus lábios estavam separados de seus dentes e sua cabeça arremessada para trás enquanto os músculos de seu pescoço se dobravam poderosamente.

Seu cabelo fluiu ao redor dele quando a transpiração brilhou sobre seu corpo. Seus quadris se moveram devagar, empurrando para diante, retrocedendo e lhe arrebatando o fôlego quando outra polegada de seu sexo era conquistada com cada movimento para frente. Desesperadamente, suas mãos se apertaram nas mantas embaixo dela enquanto seus gemidos de novo se convertiam em gritos e súplicas murmuradas e enlouquecidas.

Os foguetes explodiam em seu interior, chamuscando cada terminação nervosa e queimando a carne sensível enquanto o se movia mais profundamente em seu interior.

-Mais. -Ela ofegava quando deu à ordem, seu corpo exigia que ele se apressasse-. Por favor, Braden. Não é o bastante. Mais.

Seu grunhido encheu o ar pesado e cheio de luxúria do quarto enquanto seus quadris rodavam, empurrando-o para frente em seu interior. Ainda não era o bastante. A avareza faminta ressonou em sua vagina apertada, o que se convulsionou com a sensação enquanto seus sucos se derramavam ao redor de sua carne.

-Maldição, se vai foder-me então faça-o - gritou ela-. Deixa de me torturar até a morte…

Ela lançou um grito um segundo mais tarde quando ele a conduziu a casa, sepultando a longitude dura de seu membro em seu interior.

O controle era coisa do passado. Não havia nada agora exceto conseguir liberar-se, a necessidade e a fome ardente muito furiosa por ela. Seus quadris se levantaram sem a incitação de suas mãos. Seu sexo chupou a carne, apertando-se ao redor dele, flexionando-se, palpitando enquanto cada golpe a conduzia mais alto, fazendo-a voar até que seu orgasmo se estrelou de repente sobre ela. Isto sacudiu seus ombros da cama quando suas mãos agarraram seus braços, seus olhos o olharam fixamente quando ele conduziu a casa outra vez. Mais duro. Mais profundo. Uma careta apertada, quase dolorosa retorcia sua expressão enquanto ela sentiu a cabeça de seu membro pulsar, inchar-se ainda mais e então…

O horror varreu através de seu rosto quando ela sentiu a mudança. O inchaço da crista já grosa, a extensão estirando-se, fechando-se na parte traseira dos músculos que palpitavam ferrando-o, roçando em seu interior e apertando firmemente em um ponto que enviou às sensações estrelando-se por sua mente.

O novo orgasmo que isto provocou era muito para suportá-lo. Ela ainda se convulsionava pelo antigo. Ela caiu de repente sobre a cama, seu corpo se sacudia, seus gritos implorando gemidos de palavras insensíveis quando ela ouviu seu rugido, sentiu as duras rajadas quentes do sêmen que vomitava em seu interior e o beijo quente da carne que o fechava dentro dela.

Megan levantou os olhos para ele, seus olhos estavam arregalados, seu olhar fixo nas profundidades brilhantes de ouro de Braden quando ela sentiu a estranha pressão adicional na carne também sensível em seu sexo. As emoções voaram dele para ela. Distantes, pensamentos dispersos escorregaram em sua mente agora aberta quando ela sentiu que sua união estranha com ele se fazia mais profunda.

Mais forte.

A lingüeta.

Ligados.

Travados juntos.

Posse. Fúria, intensidade e alma estremecida pela posse.

Ele a olhou fixamente com torturada incredulidade.

Animal.

O pensamento estava cheio de dor e de auto repugnância. E isto não era seu pensamento. Isto veio dele. Dos lugares mais profundos e mais sombrios de sua alma.

Ela sentiu seus lábios curvarem-se, seu sorriso débil, embora matizada com o pequeno fragmento da diversão que começou a enchê-la.

-Eu gosto de seu animal… - sussurrou ela, sua voz era tensa quando outro estremecimento de prazer orgástico se estendeu por seu corpo-. Meu animal…

 

Não havia nada como a manhã seguinte. Braden estava em pé no pórtico traseiro olhando subir o sol, uma xícara do café fumegava em sua mão enquanto ele contemplava as montanhas à distância. Ele podia sentir olhos olhando a casa.

Amistosos e inimigos igualmente. Ele sabia que havia ao menos uma equipe de felinos que os vigiavam, mas estava certo de que havia um coiote em algum lugar.

Ele fechou seus olhos durante um momento, deixando ao ar fresco de um novo dia estender-se sobre ele e por ele. A tintura de malevolência não era forte. Havia só uma indireta de perigo, do mal que os espreitava. Não o suficientemente perto para importar, mas aí apesar de tudo.

Enquanto bebia os goles da xícara de café explorou a área procurando o ponto mais provável nas colinas aradas que os rodeavam para que os Coiotes se escondessem. Jonas tinha enviado mapas e fotos aéreas da terra pelo satélite certo que usava o computador portátil. Os pontos mais prováveis tinham sido marcados, embora a equipe que penteava os escarpados e cavernas escondidas tivesse que encontrar ainda qualquer sinal dos Coiotes. Havia muitos malditos lugares para esconder-se.

Neste momento, ele quase lamentava estar em um deles.

Ele podia ouvir Megan na cozinha, resmungando para si mesma enquanto revisava os arquivos. Outra vez. O computador portátil estava na mesa da cozinha, a base de dados de Felinos e informação disponível aberta para ela. Não haveria nada oculto para ela agora. Como sua companheira, ela teria que adaptar-se, que aprender a viver a vida freqüentemente violenta e raramente segura que levavam.

Sua companheira. Seu corpo tinha reforçado certamente aquele sentimento. A memória do prazer e da surpresa da lingüeta que surgiu de seu membro na noite anterior ainda estava lutando por compreender. Por aceitá-lo.

Ele passou os dedos por seu cabelo agitadamente, lutando por ignorar o batimento do coração de sua ereção atrás do tecido de seu jeans. Esta resistiu aliviar-se. E que lhe condenassem se ia possuí-la outra vez sem que o pedisse. Sem nenhum sinal de que ela não estava doente pelo que tinha acontecido na noite anterior.

Não é que ela parecesse doente por isso. Mas não se podia confiar muito bem em uma mulher a beira da inconsciência para ser verídica. Ela tinha cedido ao esgotamento momentos mais tarde, seu corpo se relaxou em seus braços justo quando seu calor apertado o sustentava cativo em seu interior.

-Braden, que demônios é uma Força A? - chamou ela com frustração-. Realmente precisa de um diretório aqui.

Ele estremeceu pela pergunta. Ele era parte de uma Força A.

-Assassinos, Megan. -Ele manteve sua voz atenuada, escondendo a irritabilidade que o alimentava agora.

O silêncio encheu o ar enquanto seus lábios se curvavam em uma brincadeira conhecedora. Ele se virou e olhou fixamente pela porta aberta antes de retornar à casa e fechar bem o painel. Ela contemplava o monitor, suas mãos pairando com graça no teclado numérico enquanto examinava cuidadosamente a pagina, onde se mostravam imagens e estatísticas.

-Quatorze sinais, três pontos de refugo - recitou ela a estatística-. O que significa isto?

-Quatorze matanças, três das quais eram sinais de inocentes que eu fui incapaz de salvar. -Ele já não se atormentava sobre os três que tinha sido incapaz de separar da linha de fogo.

-Três. -Sua voz era lhe chilreante e incerta. E quem demônios podia culpá-la? Este não era exatamente o sonho de uma mulher de feliz para sempre.

-Três - assentiu ele enquanto se movia para a cafeteira-. Os arquivos estão ali, Megan. Se tiver perguntas às leia.

Talvez o fato de quem era a distrairia do que era ele.

Ele procurou manter seus sentidos abertos, captar qualquer indireta de condenação que pudesse vir dela. Não sentiu nenhuma. Ele sentiu a confusão, a cólera, mas nenhuma acusação. Finalmente ele se virou, olhando-a com curiosidade.

Suas emoções eram tão fáceis de ler em seu rosto como se estivessem no ar ao redor dela. Os Coiotes a encontrariam facilmente se a apanhassem em uma situação que lhe requeresse esconder não só seu próprio ser físico, mas também o mental. Os sentidos de animal eram agudos como facas em todas as Raças. Recolher emoções era quase tão fácil como usar o cheiro para dirigi-los. Não tinha nem idéia de como ela tinha conseguido surpreendê-los no dia em que atacaram sua casa. Ela estava aturdida, excitada e dolorida. Muito surpreendentemente, a dor parecia ser por ele e não devido a ele.

-Você não escreveu os informes. -Seus olhos se moviam sobre a página enquanto ela piscava nos detalhes.

Ele inclinou sua cabeça, olhando-a atentamente.

-Como sabe?

Ela deu de ombros.

-Posso vê-lo. É muito gráfico. Muito enfocado no fato de que não os matou muito grosseiramente. -Ela ergueu os olhos, os círculos azuis obscurecidos pela dor.

Seus lábios se retorceram diante de suas últimas palavras. Seu Treinador escreveu os informes, e em cada um Braden sabia que a ênfase em sua aparente piedade tinha sido anotada. Braden teria sido anulado finalmente, e ele sabia, simplesmente porque não podia forçar uma ilusão de satisfação na matança.

-Lamento suas mortes, não minhas ações - assegurou ele-. Fiz o que tive que fazer para proteger outros. Para me proteger. Aqueles de nós que sobrevivemos descobrimos logo que só o faríamos sendo mais inteligentes que aqueles que nos criaram e tentaram nos treinar.

-Três inocentes? -Ele a olhou engolir com força, viu a compaixão em seu olhar. Isto o acalmou, mesmo sentindo que não merecia nenhum alívio por aquelas mortes.

-Um cientista que tentou separar-se do Conselho. Ele escapou com um bebe de raça recém-nascido e tentou alcançar alguém dentro dos meios. O mataram, embora o menino nunca fosse recuperado. Também um agente da Interpol que investigava um dos cientistas europeus, assim como seu contato, o jovem filho de um dos membros do Conselho.

Ele manteve sua voz fria, suas maneiras distantes. Ele tinha feito o que devia em sua batalha para sobreviver.

-Se eu não os tivesse matado, se eu não tivesse aceitado as ordens, os outros teriam morrido. Se uma raça falhava, então seus companheiros mais próximos morriam também. Se ele não voltava, então cada raça dentro de seu Laboratório outorgado era assassinada e a instalação fechada.

Ele apertou a mandíbula quando lembrou os laços de lealdade e a luta por sobreviver que os tinha atado durante aqueles tempos.

-Lealdade - sussurrou ela.

Braden inclinou sua cabeça devagar.

-Tolo possivelmente, mas a maioria de nós nasceu com um sentido de vinculação, de lealdade aqueles que consideramos companheiros. Não havia nenhuma forma de quebrá-lo.

-Tentou? -Ele viu o brilho de lágrimas em seus olhos e sentiu que seu coração se apertava ante a emoção se estendia para ele. Não havia nenhuma compaixão, mas havia dor. Por ele. Por aqueles que ele tinha lutado para proteger.

-Tentei. -Ele assentiu devagar-. Em cada missão. Eu tinha um plano no lugar; eu poderia ter escapado. Eu podia ter encontrado segurança para mim. -Ele fez uma careta ante o pensamento-. Outros não teriam morrido facilmente, e eu sabia. Eu não podia ser a razão disso. Minha própria morte teria sido preferível. Enquanto vivíamos, havia sempre uma possibilidade de sobrevivência e de encontrar um modo de salvar também a outros.

-Pensava que o Conselho desaprovava a lealdade e a amizade entre as raças? - Ele podia sentir sua busca de informação, de compreensão.

-Eles nos castigavam com severidade por isso. -Ele afundou suas mãos nos bolsos de seu jeans enquanto se apoiava contra a parede, seus lábios se curvaram em tom zombador-. Fomos criados para assassinar, para nos deleitar com qualquer sangue que pudéssemos derramar. Fomos seus soldados disponíveis, seus robôs se quiser. Animais que podiam fazer-se passar por humanos e podiam golpear com força mortal. Não fomos criados para a lealdade, mas os cientistas e os treinadores sabiam que existia. Não havia nenhuma forma de que nós o escondêssemos completamente.

As lágrimas brilhavam em seus olhos antes que ela se virasse para longe dele, a compaixão que os enchia apertou seu coração. Ela tinha se obrigado a ser tão forte, durante tantos anos. Mas ele podia senti-la agora, lhe estendendo a mão, um calor encheu sua alma e aliviou a frieza triste de suas lembranças.

Ela se moveu da mesa rapidamente, golpeando o botão de desligar no computador portátil para desconectar repentinamente as páginas que tinha procurado. Seu rosto estava pálido e seu corpo estava contraído pela tensão.

-Não adianta fugir disso, Megan. Você sabia que nossas vidas não eram exatamente felizes - indicou ele tranqüilamente, quando ele não queria nada mais que quebrar algo, qualquer coisa. Preferivelmente o computador que continha a informação incriminatória.

Ele estava doído por ela. Por ele. Que horrível devia ser estar ligado a um homem que sabia que podia matá-la com um impulso em seu corpo. Saber que ele podia olhar fixamente em seus olhos, sussurrar sua maior fantasia e assassiná-la um segundo mais tarde. Mas isto era informação que ela tinha que ter. Segredos que ela tinha que saber.

Ela era sua companheira. Ele rebatia esconder algo dela.

O ar se espessou com tensão, medo e dor que açoitava ao redor dele. Não por ele; seus bloqueios naturais eram muito fortes para isto. Mas ele o sentiu e o conheceu como o que era.

Ela se virou para ele devagar.

-Pensa que o culpo por alguma coisa disto?, -espetou ela enquanto estalava seus dedos ao computador portátil-. Que eu acreditaria alguma vez que você tinha feito algo além do que tinha que fazer? -A amargura retorceu seus lábios-. Você pode ser tão arrogante como o inferno, Braden, mas não é um assassino.

Ele a olhou silenciosamente, observando como sua expressão se abrandava e a luz militante de batalha se desvanecia devagar de seus olhos.

-Lamento não poder aliviar as lembranças e a dor. -Sua admissão sussurrada o surpreendeu-. Eu tomaria os pesadelos se pudesse, Braden.

O choque lhe rasgou quando ele leu a verdade em seus olhos.

Sua pequena empática, que se tinha escondido do mundo e dos pesadelos de outros, queria tomar sua dor a fim de aliviá-lo e aceitá-lo como sua própria.

-Então está louca - grunhiu ele, sentindo sua ereção inchar-se em seu jeans enquanto a olhava e viu a emoção que encheu seu olhar e a sentiu formando redemoinhos ao redor dele.

Seu olhar fixo piscado. O aroma de seu sexo foi à deriva e sua excitação cresceu quando a adrenalina começou a levantar-se por seu corpo.

-Sim, esse comentário me encaixa às vezes. -Lhe dirigiu um sorriso presumido que fez que seu coração doesse.

-Não me idealize, Megan - grunhiu ele então. Ela tinha que saber a verdade do homem ao qual agora estava ligada-. Não sou um herói, e estou certo como o inferno de não ser Superman. Mato, e às vezes até desfruto do sangue que derramo. -Treinadores do Conselho, seus soldados… e um dia, ele jurou, quando os membros de Conselho principais fossem encontrados, ele teria sua própria vingança.

-Não, você não é Superman. -Ela revirou seus olhos para ele enquanto apoiava suas mãos em seus quadris e o encarava com o cenho franzido-. Mas tampouco é um monstro. Se quer pôr distância entre nós, encontra outro modo de fazê-lo.

-Você não gosta disto - espetou ele-. Esteve tentando me repelir desde o começo.

Seus olhos se arregalaram com a cólera que ele mostrava.

-O que aconteceu com você? -Ela levantou seu queixo e estreitou seus olhos com desafio-. Esteve lutando para entrar em minha cama e por anular minha defesa contra você desde que me encontrou no princípio. Bem, teve-me, mordeu-me, acasalou comigo. E agora que a pequena e tola Megan se preocupa de uma ou outra forma se por acaso morre sente um pouco apanhado, não é?

Braden franziu o cenho. Ele não se sentia apanhado, ele se sentia… desequilibrado. As mulheres o temiam; inclusive aquelas que vieram a sua cama tomaram cuidado de tentar sua cólera. Mas Megan o aceitava, defendia-o mesmo que ele mesmo não pudesse defender suas ações. Ela o aterrorizava com sua coragem e sua capacidade de aceitar não só o acoplamento, mas também a ele.

Ele finalmente suspirou cansadamente.

-Não me sinto apanhado, Megan.

Ele teve vontades de grunhir com sua própria impotência por vê-la segura da ameaça contra ela.

-Tem que saber a verdade sobre mim. O trato com esta situação requer que saiba quem e o que sou. Por outra parte, não pode fazer as escolhas que faria racionalmente.

-Tenho a sensação de que poucos humanos estão de acordo com você em algo de maneira racional. -Ela cruzou seus braços sobre os seios, a camiseta solta que usava ficava por cima de suas calças curtas o justo para mostrar uma tentadora parte de carne. Ele desejou lambê-la.

-Isso é possível. -Ele afastou sua atenção da carne nua para responder a seu comentário-. Nunca fui considerado um dos espécimes mansos.

-por que tirou isto para que o lesse? -Seus lábios se apertaram com moléstia e suspeita.

-Isto é uma parte de mim, Megan. -Ele deu de ombros-. Parte de quem sou. Se não o averiguar agora, poderia ter que fazê-lo mais tarde. E as condições controladas são sempre as melhores.

-Creio que me engana. Você não é tão frio, Braden.

-Não sou? -Realmente, houve momentos em que tinha sido obrigado a ser pior.

-Tenta me pôr furiosa - acusou ela acaloradamente-. Tentando me fazer pensar que é somente um assassino a sangue-frio.

-Isto é exatamente o que sou, Megan. -Não tinha sentido esconder a verdade-. Aceita-o agora. Leu os informes; viu a verdade sobre mim. Mato. Detecto a minha presa e uso qualquer meio necessário para matá-la rapidamente e com eficácia. Eles não têm nenhum valor a meus olhos. Entende agora. Esta é uma vida que terá que compartilhar comigo. Uma dentro da qual terá que aprender a viver. É minha companheira. Minha luta se fez sua agora.

A surpresa queimou em sua expressão, enquanto o desejo fluía dela.

-Esta merda de Acoplamento apodreceu seu cérebro, Braden. -o provocou deliberadamente. Ele notou que ela tentava muito fazê-lo. Um dia, ele teria que curá-la desse hábito. Talvez-. Não tenho que fazer nada. Faço o que quero. O que há entre nós não mudará.

Ela o olhou de modo provocador. Esse desafio o fez querer derrubá-la. Mostrar-lhe exatamente que ele era o mais forte, que controlava. Pertencia-lhe e era melhor que se acostumasse a isso.

-Você fará, Megan. Eu guiarei. -Essa descrição começava a alterar seus nervos, e este era o momento de pará-la.

-Sinto Homem Leão, mas assim não é exatamente como isto funciona - grunhiu ela, seu queixo se levantou de modo provocador enquanto ela estava em pé diante dele como um pequeno gato listrado cuspindo-. Esta coisa do Calor de Acoplamento não muda. E enquanto estamos nisso, a quantas mulheres diferentes pode fazer isto, quantas?

Braden se retesou. Ele tinha esperado isto, e claramente ela mesma acabava de pensar. Seus olhos se alargaram e depois se estreitaram enquanto seus lábios se apertavam com suspeita.

-Pelo que sei, as raças se casam só uma vez. Por vida. -Ao menos era a informação que ele tinha recebido-. Como fazem os verdadeiros leões.

-Os verdadeiros leões têm um fodido harém - cuspiu ela, seus olhos cintilavam com receio-. Um Macho, até mesmo uma dúzia de fêmeas.

-Eles se casam só com uma -assegurou ele arrogantemente-. E dá graças ao céu por que sigo seu exemplo, porque se tivesse que tratar com outra mulher parecida com você seguiria adiante e entraria em uma guarida de Coiotes a procura de alívio. Megan, você ameaça destruir qualquer controle que tenha conseguido aprender durante anos.

-Melhor que seja um trato à antiga - resmungou ela, a frustração era espessa em sua voz quando ela caminhou pela cozinha outra vez-. Porque não compartilho.

Segundos mais tarde ela parou, virou-se para ele e estreitou seus olhos.

-Se for um grande assassino, por que não detectou quantos humanos as raças assassinaram aqui?

-Primeiro tenho que saber a quem rastreio - grunhiu ele-. Continuo matando os suspeitos, Megan. Não pode perguntar ao que não respira. Destes quatro Coiotes enviados atrás de você, só deixou um vivo. Me dê algo para trabalhar, carinho.

Ela cruzou os braços sobre seus seios. Os pequenos seios agradáveis e redondos que encaixavam exatamente em suas mãos. Os duros mamilos se cravavam debaixo do tecido de sua camiseta e o aroma de sua necessidade voou por seus sentidos enquanto o fogo selvagem ardia fora de controle.

-É realmente difícil ser agradável quando esses idiotas tratam de me matar – Ela finalmente deu de ombros. Ele tinha a sensação de que ela tinha tido a intenção de dizer algo muito diferente.

-Uma vez que averigúe quem está por trás disso, então irei caçar. -Ele manteve sua postura relaxada, apoiando-se contra o balcão, ignorando as olhadas quase escondidas que ela dava para a ereção que forçava contra seu jeans. Neste passo, seu membro terminaria por arrebentar o zíper antes que o dia se acabasse.

-Sim, o fará - resmungou finalmente ela, dando a volta longe dele para caminhar de volta à mesa.

Ela estava em pé atrás da cadeira, apoiando-se contra ela enquanto dirigia os olhos ao computador outra vez. A informação ali não era o que estava em sua mente. Ele podia sentir seu nervosismo agora, sabia o que estava chegando. Sua olhada sutil à ereção que pulsava debaixo de seu jeans a advertiu que sua atenção tinha mudado agora de sua maestria em matança a outros assuntos. Esses assuntos pesadamente carregados em sua própria mente eram os mesmos ele queria evitar.

-Chama-se lingüeta - informou-a ele com tranqüilidade, sabendo que postergá-lo não o faria mais fácil-. Mas tenho a sensação de que já sabia.

Um rubor profundo encheu seu rosto então, e ele jurou que seus mamilos se esticavam para frente. Empurravam contra a camisa com a mesma insistência que seu membro pressionava contra seu jeans.

-Perguntei-lhe isso?, -espetou ela, retrocedendo enquanto se endireitava totalmente e o fulminava com o olhar.

Seus ombros se levantaram com negligência.

-Eu pude ver em seu rosto, Megan. Está tão nervosa que está a ponto de escapar de sua própria pele. Não há nenhum sentido em dar voltas ao redor do assunto ou ignorar o que aconteceu.

-Eu poderia estar um pouco fora do sério porque pareço ter que agüentar um simulacro de assassino sabido e arrogante me pondo furiosa esta manhã -indicou ela, conseguindo projetar um frio desdém apesar de sua vergonha-. Não acredita que isso desfocaria qualquer garota?

-A algumas possivelmente. -Ele inclinou sua cabeça em reconhecimento enquanto um sorriso saía de seus lábios-. Penso que isto a excita mais que qualquer coisa. Seus mamilos estão duros. Ficariam mais duros se eu te falasse sobre todas as frias armas com as quais poderia brincar?

Ela aspirou profundamente, sua expressão se fez rebelde enquanto ela o olhava fixamente.

-OH sim, o sangue e as tripas realmente me acendem - resfolegou ela sarcasticamente-. Aposto que a tua faria maravilhas por mim.

-Não é meu sangue que quer neste momento, Megan. -Ele se esticou enquanto seu olhar fixo caía outra vez, sua respiração se fez mais pesada enquanto seus olhos piscavam sobre sua entre perna antes de afastar-se outra vez-. É um pouco tarde para um pretexto, carinho. Essa lingüeta podia a pôr muito nervosa, mas a quer. Posso cheirá-lo.

-Vou cortar-lhe o nariz. -Ela roçou seus braços antes que um tremor ligeiro sacudisse seu corpo magro. Isto a acendia, como Jonas havia dito que o faria. A necessidade de se acasalarem e de conceber. Em um prazo de três dias a uma semana a necessidade esmagadora seria quase impossível de negar. Depois disto, a excitação seria fácil de tentar, ainda que as reações estivessem mais próximas do normal.

Nada faria desaparecer à lingüeta. Graças a Deus.

Este era o maior prazer que ele jamais tinha conhecido com uma mulher.

Mais prazer que ele tinha dado alguma vez, inclusive sob a influência dos remédios dos cientistas.

-Pensei que se supunha que sua pequena pílula o solucionava. -Sua voz era mais rouca, cheia de calor quando começou a elevar-se em seu interior.

-Isso só alivia os efeitos mais ásperos do Calor de Acoplamento. Não haverá nenhuma dor se não negar a excitação. -Ela não podia estar dolorida, mas isto o matava.

Ela tragou com força enquanto o olhava, seu olhar daninho e faminto. Suas maçãs do rosto altas arderam com calor quando ela molhou seus lábios grossos com o movimento rápido de sua língua rosada outra vez. Ele quis sentir aquela língua.

Lambendo-o e acariciando-o.

Esta era sua mulher; seu aroma a cobria, sua semente a enchia. Seus dentes se apertavam com sua necessidade de marcá-la. Ele tinha se negado o desejo crescente de lhe dar uma dentada sensual em seu pescoço na noite anterior. Tinha lutado contra o impulso com cada polegada de controle que possuía. Hoje, ele não o negaria a si mesmo.

Ela lambeu seus lábios outra vez, devagar, pesando em suas opções, pensou ele com diversão. A mulher tentava definitivamente atuar com precaução esta manhã. Ele se perguntou o que ganharia, a necessidade de precaução ou a necessidade de transar. Ele sabia o que esperava que ganhasse.

Enquanto olhava sentiu um estremecimento de inquietação percorrer suas costas quando sua expressão de repente se esvaziou de nervosismo e indecisão. Substituídas por sensualidade feminina pura. Era bastante para fazer cauteloso um homem crescido.

Um segundo mais tarde seus olhos se escureceram até ser quase negros e o rubor em seu rosto se fez mais profundo. A fome a enchia. Ele podia cheirá-la no ar a seu redor e prová-lo no hormônio amadurecido que de repente paquerou em suas papilas gustativas enquanto as glândulas sob sua língua começavam a palpitar em exigência.

Esticou-se quando ela se moveu, andando devagar ao redor da mesa com seus olhos estreitados nele. Quase sorriu. Era mais que óbvio que a pequena mulher descarada queria demonstrar algo. Ele não estava certo do que.

-Está começando a me incomodar, Braden - disse ela rodeando a mesa, deslizando-se para diante enquanto o aroma de sua excitação começava a nublar sua mente e seu julgamento. Maldição, ele não desejava nada mais que lançá-la na mesa e amá-la até que gritasse pedindo piedade.

-Pareço realmente ser bastante bom nisso. -Ele conteve sua risada. Infernos, ele lutava por recuperar o fôlego enquanto sua mão planava contra os músculos apertados de seu abdômen, o calor sedoso se afundou em sua carne enquanto suas unhas pressionavam a pele.

Ele descruzou seus braços, uma mão subiu para embrenhar-se por seu longo cabelo enquanto suas pestanas revoavam.

-Se segure, Megan - grunhiu ele-. Cavalgo sobre um fio muito magro de controle neste momento. Não posso prometer suavidade.

Ela abriu seus olhos, as profundidades escuras refletiam tantas emoções que arrebataram seu fôlego. Ele podia sentir seus medos formando redemoinhos ao redor dele, o medo do laço entre eles, sua cautela por isso. Ela esteve sozinha muito tempo. Muito maldito tempo. Obrigada a esquecer que era uma mulher com necessidades. Obrigada a esconder ela e seus dons em sua busca de proteger aqueles que amava. Sua dedicação a sua família, claro ,seu amor e seu sacrifício a favor deles o tocaram. Quanto mais leal seria ela a um amante, ou a um que tivesse seu coração?

Sua paciência era uma coisa frágil nesse instante. Apesar de seus melhores esforços, ele podia sentir sua calma normal erodindo-se mais enquanto o animal impaciente por acasalarem se levantava para a superfície. Ele fez uma careta quando suas unhas rasparam seu abdômen, arranhando ao longo de sua carne até que pararam no cinturão de seu jeans. Ela alisou sua mão sobre o cinturão, seus dedos fizeram uma pausa no botão, uns dedos delicados e elegantes que tremiam.

Braden arrastou suas mãos para baixo de seus braços, olhando com curiosidade os pequenos tremores que corriam sobre sua carne. Ele estava certo de que sua sensibilidade era devido ao Calor de Acoplamento. Mas ela era sua companheira. O que importava o por quê?

-É tão suave como a seda mais fina - suspirou ele, perdendo-se em sua paixão.

-Preciso de você. -Sua voz tremeu pela emoção-. Não estou acostumada a precisar de alguém assim Braden. Isto me aterroriza.

Ele podia sentir o medo que emanava dela. O conhecimento doloroso de que ela estava ligada a ele, de que pela primeira vez em sua vida não podia fugir. Que não podia proteger-se, ou a ele, das mudanças que rapidamente aconteciam em sua vida. Megan tinha construído sua vida ao redor da proteção de outros. E fazendo-o sozinha.

-Eu gosto de sua necessidade de mim. -Ele acariciou sua cintura, empurrando a camiseta para tocar a pele quente e suave-. Esse sentimento me envolve, me ligando. É um milagre, Megan - disse ele brandamente-. Meu milagre.

O zíper baixou devagar, aliviando-se sobre a ereção que palpitava dolorosamente contra o tecido. Deus o ajudasse, neste passo ele não duraria muito tempo. A luxúria já queimava dentro dele, formigando sobre sua carne, exigindo que ele a tocasse, provasse-a… a possuísse.

Sua.

Um grunhido baixo e torturado abandonou sua garganta quando ela o liberou devagar de seu jeans.

A incerteza e o medo perdiam rapidamente terreno sob sua fome. Ele o sentiu emanando dela, afundando-se nele e aumentando as sensações que se estendiam por seu corpo.

Controle.

Ele derrubou de repente as barreiras dentro de sua mente por instinto. Não podia perder o controle a este ponto. Os desejos que se elevavam entre eles eram muito frágeis, e seriam danificados muito facilmente se ele pressionasse no momento incorreto. Tinha que deixá-la sentir em troca. Deixá-la sentir suas necessidades, sua paixão e seu prazer.

Ele se apoiou contra o balcão, lhe dando a oportunidade de fazer como ela quisesse. Tocá-lo e dirigir a paixão que se elevava tão rapidamente entre eles. Investigar sua própria fome. Era importante, ele sabia, lhe permitir a liberdade de tocá-lo e de aceitá-lo.

-Nunca havia tocado outro homem assim. -Sua admissão nervosa lhe rompeu o coração. Ela era uma mulher de força e de paixão; ter-se negado até o ponto em que ela raramente tocava, ou se permitia ser tocada, devia ter sido uma tortura para ela.

-Está bem, carinho - gemeu ele-. O faz excepcionalmente bem.

Seus dedos viajaram por sua longitude, acariciando das bolas à ponta enquanto ela o torturava com seu toque. Inclinando-se para diante, seus lábios tocaram seu peito e sua língua saiu para lamber em sua carne tentadoramente.

-Doce Deus misericordioso… - Suas coxas se arquearam quando o prazer se estendeu de repente por ele, estremecendo-o enquanto seus dedos tocavam abaixo da cabeça de seu membro, onde a lingüeta tinha surgido e tinha travado seu pênis nas profundidades apertadas de sua vagina na noite anterior.

-Posso senti-lo. -Sua voz era reverente, cheia de prazer, um prazer que o matava enquanto ela sondava na carne ultra sensível onde a lingüeta surgiria mais tarde-. Logo abaixo da pele. Isto palpita.

Seu corpo inteiro palpitou. Doía. Gritava por seu toque enquanto seu fôlego acariciava sua pele. Seus lábios se moveram sobre o duro músculo, sua língua o lambeu, estendendo o fogo através da carne enquanto sua cabeça baixava, seus dentes roçavam o endurecido mamilo plano que se elevou a seu toque. Em todo o momento seus dedos lhe roubavam o fôlego enquanto acariciavam seu membro.

-Carinho, é um jogo muito perigoso o que está jogando. -Ele lutou para conter-se e para lhe permitir a liberdade que ela precisava.

Mas, ela também tinha que entender que um fio muito magro de controle separava o homem do animal.

-Eu gosto de viver perigosamente. Lembra? -Ele sentiu seu sorriso um segundo antes que ela começasse a mover-se mais abaixo, lábios e língua roçaram através de sua pele enquanto ela se aproximava da longitude palpitante de seu membro.

Aquela carne volúvel se sacudiu com crescente antecipação, impaciente por seu beijo e o calor líquido de sua boca. Sua boca se encheu do gosto do hormônio que se derramava das glândulas sob sua língua. Ele tragou devagar, seus dentes se apertaram quando sua luxúria se elevou mais alta e mais quente. Doce Deus, ele se queimava vivo.

-Isto é uma loucura - grunhiu ele quando sua língua riscou um rastro de sensação elétrica sob seu abdômen. Suas mãos se moveram de sua cintura, alçando para sua cabeça, para o suave peso de seu cabelo enquanto ela desenhava constantemente mais perto do tremor e da carne impaciente que palpitava em sua mão.

Ele rezou para ter paciência, para ter controle. Ela precisava, possivelmente até mais que ele. Precisava tocar e saborear onde antes tinha sido capaz e onde nunca se atreveu. E Deus sabia que ele o queria mais do que ele queria seu fôlego seguinte.

-Hmm, está quente. -Ela ia matá-lo de prazer-. Quente e atraente. Você me faz me sentir atraente, Braden.

A maravilha encheu sua voz e perfurou a neblina selvagem que se estendia por sua mente.

-Que Deus ajude a ambos, Megan. É tão fodidamente atraente que me queima vivo. -Sua língua lambeu atormentadoramente em seu umbigo enquanto seus quadris se sacudiam em reação, levando seu membro mais perto de sua pequena boca quente-. Mas me ajude, se me atormentar muito mais pode chegar a ter pouca opção neste jogo que joga.

 

Ela podia sentir seu desejo, sua fome. Muito furiosa a seu redor, em seu interior, voando por sua mente, seu corpo, até que a luxúria que a encheu afligiu sua precaução e sua reserva. Ela sabia o que ele queria e o que ele ansiava sentir.

Seus dedos agarraram a largura de sua tensa ereção enquanto sua boca babava por provar sua carne. O desejo parecia uma besta raivosa em seu interior até que ela baixou sua cabeça à crista de seda.

Ela lambeu a carne desesperada antes de consumi-lo como sabia que ele queria. Sua língua deslizou sobre a úmida cabeça, lambendo a pequena gota de fluido pré-seminal que perolava da fenda. Ele se sacudiu em seu apertão.

O sabor do calor, Macho salgado e selvagem, encheu-a de uma fome aditiva que sabia tinha pouco que ver com a excitação que podia sentir emanando dele. Sua fome e sua necessidade se estenderam por ela de forma diferente de algo que tivesse conhecido antes.

Não havia nenhuma das emoções conflitivas que sentiu anos antes quando tentou qualquer intimidade com um homem. Nada de egoísmo ou de sensação de triunfo. Isto era a necessidade pura, não diluída, prazer e um desejo de dar assim como de receber.

-Megan, a tortura pode ser uma coisa má neste ponto. -Havia diversão sob a áspera necessidade de sua voz enquanto seus quadris se sacudiam contra suas eróticas lambidas-. Eu a aconselharia precaução em seu jogo, amor. -Seu controle era tênue; ela podia sentir sua luta por conter-se.

-Hmm, você não gosta disto?, -murmurou ela contra a carne tensa. O breve pensamento de que eles estavam na cozinha, ainda meio vestidos, e jogando tais jogos eróticos, enviou uma emoção de excitação correndo por ela.

-Talvez eu goste muito. - Ele pareceu falar entre os dentes apertados enquanto sua língua se movia mais abaixo, sondando abaixo do capuz largo no ponto que palpitava onde ela sabia que a lingüeta estava escondida.

-Atormentar pode ser divertido. -Ela lambeu a tensa cabeça um segundo antes que deixasse seus lábios cobrir o ponto, que chupasse nele timidamente enquanto sua língua passava sobre ele outra vez.

Seus quadris se sacudiram enquanto seu membro parecia inchar-se em seu apertão. A luxúria, rica e quente, formou redemoinhos ao redor dela, nela, encontrando a sua e levando o calor que a atormentava mais alto. Cada célula em seu corpo pareceu sensibilizada e pronta a explodir em um clímax.

-Atormentar pode ser perigoso. -Sua voz era agora áspera, mais primitiva.

Ela o lambeu outra vez antes de levantar seus lábios, que rastelavam sobre a carne dura, abrir sua boca e devagar - tão devagar que ela podia sentir o crescimento de fome selvagem, aprofundar-se, emanar sobre ela- consumir a dura crista.

-Doce Jesus… -Braden sentiu deslizar seu controle. Ele podia sentir o ponto onde a lingüeta surgia do lugar mais quente, uma pontada de prazer que o torturou e atormentou enquanto seus lábios começavam a acariciar sobre ela e a área sensível do outro lado esmurrava com a necessidade de liberação.

Seus lábios se apertaram ao redor de seu membro, obtendo prazer enquanto aprendia sua forma, sua curiosidade e o prazer de envolver. A fome feminina se estendia por seus sentidos enquanto sua boca sugadora começava a mover-se com mais confiança e com maior intensidade.

Filho da puta, isto o matava. Nunca, nem sequer quando tentava sentir a fome que conduzia a sua companheira, tinha sido capaz de sentir isto, uma doce e pura necessidade feminina que o envolvia, conduzindo sua luxúria mais alto.

Ele agarrou seu cabelo, sujeitando-a enquanto sua boca apertava nele, chupando-o com uma fome voraz que o consumia.

-Doce piedade - grunhiu ele, seus dedos apertavam em seus fios de seda-. Isso, carinho, chupe mais forte. Sua boca é tão fodidamente quente que me queima vivo.

Sua língua vacilou sob a crista, um zumbido de prazer vibrando contra a já violentamente sensibilizada carne.

Cavou suas mãos na parte traseira de sua cabeça quando começou a empurrar, incapaz de parar o movimento de seus quadris, empurrando em sua boca e retirando-se. Seus dentes se apertaram com o êxtase que o consumia. Teria que pará-la logo.

Por todos os Santos, ele não sabia se poderia aferrar-se a seu controle para se impedir de a machucar e guardar à besta furiosa dentro dele para possuí-la com uma força que sabia poderia destruir a ambos.

Ela cantarolou contra ele outra vez, doces gemidos de crescente desejo que dificultaram sua determinação por conter-se. Seus dedos o acariciavam, mimavam o eixo palpitante, curvados ao redor das esferas tensas e enviando uma enchente de sensações.

-Boa garota - cantarolou ele quase enloquecidamente agora-. Doçura, assim. Chupa meu membro, Megan… - Ele apertou os dentes enquanto sua cabeça retrocedia. Seus quadris se moveram em curtos golpes, enchendo sua boca enquanto as vibrações de seus gemidos e o aroma de sua excitação roubavam sua prudência.

-Basta… - A lingüeta palpitava abaixo da cabeça, apertando quando ele sentiu que suas bolas se esticavam com a necessidade de gozar-. Basta, Megan… -Ele largou seu cabelo, desesperado por arrancá-la dele antes de perder toda aparência de controle.

Suas unhas beliscaram em suas coxas enquanto seus dentes roçavam sua carne cuidadosamente e a pequena dentada de dor que fez que seus sentidos explodissem com o calor.

-Porra Megan… - Suas mãos se afundaram em seu couro cabeludo enquanto tratava de mantê-la quieta, lutando contra o ponto culminante que se estendia por seu corpo. Relâmpagos de sensação corriam por sua coluna e apertavam seu escroto. Sua prudência e controle retrocederam dentro de sua boca sugadora.

Ele sentiu a pressão de lingüeta saindo, estendendo-se enquanto sua língua começava a vacilar desesperadamente sobre ela. Sua boca desenhou mais apertadamente ao redor dele quando o êxtase fez erupção por seu corpo. Sua semente encheu sua boca, os explosivos jorros de sêmen golpearam dentro das profundidades úmidas enquanto sua língua lutava por lamber na dura extensão, ampliando seu ponto culminante e enviando descarga atrás de descarga de sensação correndo por seu membro.

Megan estava perdida no gosto primitivo e a resposta que a enchia. Braden não fez nada por esconder seu prazer mental ou físico. Tanto a preenchia, quanto dava-lhe poder, enquanto lhe arrebatava qualquer precaução e qualquer reserva que ela pudesse ter tido dele.

Ela retrocedeu da ereção ainda dura, palpitando, e olhou com fascinação aturdida a extensão parecida com um polegar que palpitava sob a cabeça de seu membro. Sua posição permitiria que esta se ancorasse na parte mais sensível da vagina de uma mulher. Alta, atrás da dura presa de músculos que o teriam agarrado enquanto estivesse sepultada em seu sexo.

Enquanto ela olhava isto retrocedeu devagar, afundando-se de retorno na carne como se nunca tivesse estado ali.

-É assombroso. - Ela alisou seus dedos sobre a área, um sorriso saiu de seus lábios enquanto seus quadris se sacudiam em resposta e suas mãos tiravam seu cabelo.

-Isto é infelizmente estranho. -Ele grunhiu, tirando dela, obrigando-a a endireitar-se contra ele enquanto a olhava com seus olhos dourado escuro, seu longo cabelo cor de mel frisado de marrom caía ao redor de seu rosto-. Mas neste momento, esta é a menor de minhas preocupações.

O batimento do coração primitivo de poder e de luxúria de sua voz enviou calafrios correndo por seu corpo, seguidos de uma grande onda de calor que quase dobrou seus joelhos. Seus olhos brilharam com sua luxúria, os planos de seu selvagem rosto com intenção de posse.

-O que o preocupa realmente então?, -pretendeu parecer brincalhona e coquete. As palavras saíram pelo contrário como uma súplica.

O sorriso que se formou em seus lábios roubou-lhe o fôlego. Arrogante e seguro, de um animal Macho crédulo.

-Preocupa-me isto. -Sua mão se moveu de seu cabelo a suas coxas, sua palma se deslizou entre eles enquanto ele cravava as curvas saturadas de seu sexo, roçando contra seus clitóris e enviando chamas correndo por suas terminações nervosas.

Ela se arqueou em sua presa, consciente de seu braço apertando-se ao redor de suas costas enquanto seus joelhos se debilitavam com o prazer extremo. Ela se apertou contra ele e um grito saiu de sua garganta quando o fogo líquido pareceu consumi-la.

-Não posso… - Ela perdeu a força para terminar o grito quando ele rasgou o tecido de suas calças curtas, arrastando o algodão suave fora do caminho enquanto ela tremia contra ele.

-Controlá-lo? -Seu retumbante grunhido estava cheio de satisfação-. Infernos não. Você não pode, Megan, e eu não agüentaria se pudesse. Quero a fora de controle, carinho. Ardendo comigo. Sentindo. Sentindo o bom que é.

Ela se sacudiu contra ele, suas pernas se endireitaram até que ela ficou na ponta dos pés, seus olhos exagerados, aturdida enquanto seu dedo pressionava contra a tenra abertura antes de afundar-se em seu interior.

Ela sentiu a umidade precipitando-se dela, facilitando seu caminho quando ele encheu as profundidades sensíveis de seu sexo. Seu dedo se moveu terrivelmente, acariciando-a e raspando contra as delicadas terminações nervosas enquanto ela estremecia de prazer.

OH Deus, estava tão bem. Muito bem. Ela podia senti-lo em seu interior, a áspera almofadinha de seu dedo criando uma fricção com a intenção de enlouquecê-la.

-Seu sexo está quente, Megan - grunhiu ele em seu ouvido enquanto seus dentes arranhavam seu lóbulo-. Quente e doce, como a mais fina nata. Tão apertado como um punho. Possuí-la é mais prazer do que jamais imaginei que existisse.

Não havia nenhum subterfúgio, nenhuma mentira. Ela podia sentir seu prazer voando ao redor, afundando-se nela, mesclando-se com o seu para criar um sentimento embriagador de êxtase. Suas mãos vagando sobre seus ombros, a sensação dos diminutos cabelos sedosos que cobriam sua carne formigava em sua palma. Ela quis senti-lo totalmente contra si, sentindo que a pele acetinada roçava sobre ela e acariciava sua carne com um erotismo preguiçoso que lhe arrebatou a mente.

Ela miou ante a fome crescente enquanto seu dedo se movia em seu interior, empurrando e reduzindo diabolicamente a marcha dos golpes quando ela vacilava a beira do orgasmo.

-Vais atormentar-me a manhã toda?, -ofegou finalmente ela quando o sentiu trocar o ângulo de sua mão e que outro dedo se unia ao primeiro. Um atormentado gemido desigual foi seu único recurso quando ele a esticou mais, enchendo-a e lhe roubando o fôlego.

-Quero me deitar sob você e lamber toda esta nata doce que emana de você - arrastou ele as palavras em seu ouvido, sua voz era um grunhido sedutor de fome primitiva-. Quero enchê-la de minha língua, Megan, e consumir cada doce gota de nata que possa conseguir de seu corpo.

Ela estremeceu, movendo-se contra sua mão, indefesa no apertão e da necessidade irresistível de fazer que ele fizesse justamente isso. De senti-lo lambendo-a e devorando-a polegada a polegada.

-Agora - gemeu ela impotentemente-. Deus, faça algo antes que eu morra.

As palavras apenas tinham abandonado seus lábios quando seus dedos deslizaram de seu sexo, dando uma última carícia à carne tremente antes que ele a dobrasse e a atraísse rapidamente a seus braços. Suas mãos agarraram seus ombros, sua cabeça que caiu contra seu peito enquanto seus lábios se moviam ao duro músculo, abrindo-se sobre ele e afundando-se contra a dura carne masculina impotentemente. Ela quis marcá-lo. Prová-lo. Enchê-lo do mesmo prazer que sentia correr por seu corpo.

Se o grunhido apertado e rouco era uma indicação, ela tinha tido êxito.

Em uns minutos ela estava nua, deitada em sua cama e olhando enquanto ele tirava as calças de suas poderosas coxas.

Antes que ela pudesse fazer mais que maravilhar-se pela poderosa criatura masculina que tinha a intenção de possuí-la, ele se moveu sobre ela, agarrando seus lábios com os seu enquanto seu peito roçava eróticamente sobre seus mamilos já zumbindo. O fogo incontrolável a encheu enquanto sua língua empurrava entre seus lábios, varrendo em sua boca enquanto ele golpeava contra sua língua, exigindo que ela a possuísse como tinha feito antes com a dura ereção.

Ela se arqueou contra ele, aceitando a exigência desencadeada enquanto o gosto temperado enchia seus sentidos. Seus gemidos ressonaram ao redor dela, os seus animais, os dela suplicantes. O prazer se estendeu por ela quando ele se sustentou em cima dela, suas mãos emoldurando seus seios inchados enquanto seus dedos começavam a aproveitar e amassá-los. Ela nunca tinha considerado seus seios uma área particularmente erótica até que Braden os havia tocado. Até que seu grunhido rouco encheu sua boca um segundo antes que ele rompesse o beijo, seus lábios se moveram deliberadamente através de sua mandíbula e para baixo por seu pescoço. Ele a lambeu, beliscou sua pele e roçou com seus dentes sobre a área sensível antes de mover-se inexoravelmente para os montículos endurecidos.

Quando ele os alcançou fez uma pausa, suas pálpebras se levantaram languidamente enquanto dava uma olhada a ela, a seus lábios plenos e fortemente inchados por seu beijo.

-Minha. - O tom áspero, cheio de cascalho de sua voz a fez tremer de antecipação enquanto seu fôlego quente era levado pelo ar sobre seus mamilos arrepiados.

A resistência era vã, pensou ela com um pouco de diversão. Ele a reclamava; ela podia senti-lo em cada célula de seu cérebro hipersensível.

-Sou?, -desafiou-o ela então, sorrindo-lhe com deliberado mistério enquanto se arqueava em seu apertão-. Demonstra-o.

Ela amava desafiá-lo, amava fazer seus olhos obscurecer-se e ruborizar-se as maçãs do rosto pela luxúria.

Seus dedos se apertaram em seus mamilos, enviando uma grande onda elétrica de prazer estendendo-se por seu corpo. Ela ofegou, sua cabeça retrocedeu fracamente, quase pedindo naquele ponto que ele a possuísse.

-É - prometeu ele, mais que satisfeito por sua resposta se o tom de sua voz era indicação.

-Quem o diz? -Ela morreria para que ele demonstrasse. Estava dolorida por isso.

Ele riu entre dentes ante o deliberado desafio, seus polegares acariciaram sensualmente sobre seus mamilos com um prazenteiro roçar que a fez apertar os dentes para impedir de pedir que ele a consumisse.

-OH, demonstrarei isso, carinho. -Sua voz era baixa, absorta-. De uma maneira que nunca poderia imaginar.

Ela se esticou ante o rouco murmúrio, antecipação e agitação deslizando-se por ela ante as imagens nebulosas que encheram sua mente. Ele atrás dela, cobrindo-a, tomando-a…

-Não acredito… - Sua ofegante risada a surpreendeu enquanto seus olhos se abriam, encontrando seu olhar fixo com divertido desafio.

Ela não deveria estar divertida. Ele permitia deliberadamente que ela sentisse suas emoções, assim como os desejos que o enchiam. E havia muitos, muitos desejos. Estes a ruborizavam da cabeça aos pés, um calor aceso a enchia ante o pensamento.

-Nunca diga nunca, carinho - advertiu ele, seus olhos cintilavam com sua própria diversão quando sua cabeça baixou, sua língua lambeu por cima de seu peito-. Há tantas formas diferentes em que eu a poderia reclamar. Não tem nem idéia.

Sim, ela o fazia. E muito pervertido! Aquelas idéias delas que foram voando por sua cabeça agora, pensamentos e prazeres que ela nunca poderia ter imaginado. E roubavam sua vontade, roubando qualquer resistência que ela pudesse ter. Bem. Em sua maior parte.

Qualquer pensamento de resistência, submissão ou de castigá-lo por jogar deliberadamente com sua mente desapareceu sob o calor úmido e áspero de sua língua quando esta se frisou sobre seu mamilo. A ponta sensível gritou de prazer, fazendo-a sacudir-se pelas sensações enquanto um gemido estrangulado abandonava seus lábios.

Ela se retorceu debaixo dele quando ele cobriu o ponto tenso, sugando-o com sua boca, raspando-o contra sua língua enquanto um jorro de fogo líquido se disparava por seu sexo. OH infernos, gostava disto. Gostava disto, maldito seja. Era incrível. Quente e tempestuoso, e tão excitante que ela quase gritou de prazer. Exceto lhe roubar o fôlego. Roubou-lhe o fôlego, a seguir roubou qualquer pensamento que pudesse ter tido quando se moveu ao seguinte montículo, repetindo a ação.

Ele acariciou, mordiscou, lambeu e esfregou. Sua língua era só um pouco áspera, justo o suficiente para estimulá-la e deixá-la louca por mais. E o modo que acariciava sobre seu mamilo enquanto ele o chupava firmemente definitivamente a deixava louca.

Suas mãos se enredaram em seu longo cabelo, sustentando-lhe enquanto seus dedos atiravam e atormentavam o pico que sua boca não cobria. A sensação aguda se levantou de seus mamilos a seu sexo e lhe roubou o fôlego com os agudos espasmos que se erguiam por seu corpo.

Ele não estava contente mantendo-se ali, não importa o desesperadamente que ela atirasse de seu cabelo quando ele começou a mover-se mais abaixo.

-Deixa de me torturar… - ofegou ela. Ofegar era tão juvenil. Mas ali estava ela, ofegando por recuperar o fôlego quando riscou seu atalho para baixo por seu estômago, beliscando e beijando e geralmente deixando-a louca.

-Hmm, te atormentar está bem - lembrou ele enquanto suas mãos se moviam para separar mais suas coxas.

Ela estremeceu enquanto seus dentes roçavam no interior de sua coxa, seus músculos se apertavam, lutando por fechar-se contra sua cabeça apesar das amplas mãos postas ao redor de seus joelhos e mantendo-a aberta.

-Cheira tão doce. -Ele colocou um pequeno beijo beliscando na dobra entre sua coxa e seu sexo desesperadamente dolorido. A pressão que palpitava em seus clitóris a fazia tentar arquear-se mais perto, forçar sua boca onde ela o necessitava. E OH, ela o necessitava.

-Braden, não me atormente assim. -OH infernos, não era um gemido. Realmente não o era. E ela não pediria, assegurou-se. Só que não podia respirar o bastante para que sua voz soasse firme.

-É mesmo?

Ela chiou quando sua língua golpeou por sua dolorida fenda de entrada de seu sexo faminto ao miolo inchado de seu clitóris.

Os tremores ásperos sacudiram seu corpo enquanto ela procurava a liberação, só para ouvir sua risada acalorada quando ele enviou um sopro a atormentar sua carne dolorida.

-É mau - ofegou ela, esforçando-se por aproximar-se mais.

-Não sou mau - grunhiu ele-. Isto é mau.

Sua língua vacilou sobre seu clitóris, o toque era tão ligeiro que os golpes insultantes só empurraram sua excitação mais alta sem permitir que ela explodisse.

Suas mãos se apertaram em seu cabelo, aproveitando dele, seus gemidos desiguais exigiam alívio. Um beliscão agudo em sua coxa a fez acalmar-se durante um segundo. Só um segundo. O erotismo da pequena mordida fez que ela se estremecesse enquanto sua cabeça açoitava daqui para lá no colchão.

-Fica aquieta, mulher descarada - pediu ele, sua voz se fez mais escura, mais quente quando ela avançou contra ele-. Me deixe fazer isto.

Sua cabeça se moveu mais abaixo, sua língua foi à beira da entrada alagada de seu sexo.

-Mmm, delicioso. -Ele deu uma volta nela, lambendo com tal cataclismo sensual que ela jurou que ia arder e a desintegrar-se em cinzas antes que lhe desse alívio.

Ela gemeu, um som baixo e lastimosamente desesperado que ela sabia que ia ruborizar mais tarde. Mas no momento, o prazer varria sobre ela, disparando-se por sua corrente sanguínea e aumentando de intensidade.

-Assim, carinho! -Suas mãos se deslizaram de seus joelhos ao interior de suas coxas, seus polegares se agarraram à carne torcida de seu sexo para abri-la mais.

Ela quase chorou quando sua língua começou a atormentar na abertura, piscando, lambendo e chapinhando nos sucos dela. A vibração de seus gemidos era outra carícia que passava como um raio por ela.

-Odeio-o - gemeu ela com um jorro de risada quando sua tortura ameaçou enlouquecê-la. Ele a estava matando.

Ele riu, um mau som baixo que enviou tremores correndo sobre sua carne.

-Isto está bem, carinho – cantarolou ele-. Eu gosto do modo que me odeia.

Sua língua se afundou em seu interior, separando os músculos apertados, lambendo na carne sensível e fazendo-a explodir enquanto seus quadris se arqueavam e o fôlego se precipitava de seus pulmões.

Um impulso. Era tudo o que precisava. Um impulso profundo e poderoso de sua malvada língua e ela explodiu ao redor dele, fundindo-se e queimando-se sob a chicotada erótica de cada carícia.

Ela era apenas consciente de seu movimento, incapaz de fazer outra coisa que gritar longamente quando ele a pôs sobre seu estômago antes de fazê-la ficar de joelhos, obrigando-a a levantar seus quadris da cama. Naquela posição ela estava aberta a ele, completamente indefesa quando ela o sentiu esfregar a cabeça de seu membro contra seu tremente sexo.

-Tão linda, Megan. -O grunhido de sua voz era mais profundo agora, mais primitivo-. Tão molhada e quente.

Ele apertou contra ela, abrindo-a com a ampla crista e esticando-a com um prazer incrível.

-Assim, carinho. -Ele ficou sobre ela, cobrindo-a enquanto começava a trabalhar seu membro nos músculos que o aferravam seu sexo.

Deus, isto a matava. Ele era quente e grosso, abrindo-a amplamente, acariciando terminações nervosas que ela nunca soube que existiam até que ele a possuísse.

Megan gemeu enquanto seus punhos se apertavam nas mantas sob ela, seus olhos estavam fechados, conscientes somente de Braden possuindo-a e sustentando-a debaixo de seu poderoso corpo, com sua língua acariciando seu ombro, seus dentes roçando-o enquanto ele empurrava lentamente e com facilidade em seu interior.

Ela estremeceu, apertando-se ao redor dele enquanto empurrava para trás, impaciente por tomar cada polegada, por experimentar outra vez o prazer assombroso que sabia que só encontraria com Braden.

-Assim, carinho - cantarolou em seu ombro, dando ali pequenos beijos enquanto começava a mover-se em seu interior- Vê o doce e apertada que está? Parece uma pequena e cômoda luva criada só para meu pênis.

Suas palavras explícitas a faziam gemer de desejo, o som cheio de cascalho, que grunhia de sua voz, perfurava sua matriz enquanto sua ereção afundava em seu sexo com golpes cada vez mais duros.

O ar ao redor dela começou a palpitar pela fome. A dele. A dela. O aroma de sexo quente, de corpos empapados pelo suor e luxúria encheu o quarto. Os gemidos e grunhidos de Braden, seus gritos desesperados ressonando ao redor dela. As sensações não eram só o prazer, eram desespero e sexo furioso e esforçado.

Braden se apoiou sobre ela, abrindo seus dentes sobre seu ombro enquanto seus quadris se moviam mais rápido, esmurrando e cravando seu membro em seu interior, martelando e empurrando que a faziam gritar. Ela inclinou seus quadris e se balançou para trás para ele, enquanto sentia o incontrolável fogo que se enroscava por seu sexo, seu corpo convulsionando-se, subindo mais alto e mais quente.

Ele grunhiu em seu pescoço, e como se seu sexo tivesse sido liberado, ela explodiu. Suas costas se arquearam, calor vermelho branco voou por seu corpo enquanto seu orgasmo se estendia por suas terminações nervosas no momento exato em que ela sentiu o roçar dos dentes de Braden em seu ombro.

Dor, prazer, ambos explodiram nela, um levando a outro mais alto até que ela não soube onde começavam e onde terminavam ou se a realidade voltaria alguma vez. A extensão dura e erótica encerrou em seu interior, esquentando-a mais, conduzindo-a a seu clímax com dureza. Ela sentiu que o membro de Braden lançava, sentiu os duros jorros de sua semente pulsando em seu interior enquanto ele grunhia outra vez, um som baixo e rouco de prazer quando sua liberação o estremeceu com tanta força como a sua se estendia por ela.

Megan se derrubou sob ele, sentindo seus lábios afastar-se de seu ombro, sua língua que lambeu na ferida que ela sabia que ele devia ter feito. Isto deveria ter doído; pelo contrário só sentiu a baixa e distante dor de uma leve picada.

E a Braden.

-Me mordeu. -Ela logo que pode empurrou as palavras por entre seus lábios-. “Disse que não me mordesse outra vez.”

Ele grunhiu. O som enviou um pulso de prazer estendendo-se sobre suas terminações nervosas quando ela gemeu com derrota. Infernos o que era uma pequena dentada? Ela estava saciada e esgotada, mais relaxada do que podia lembrar-se de jamais ter estado. Ela podia agüentar uma pequena dentada ou duas.

Talvez.

 

-Esta coisa de morder vai ter que parar. -Megan contemplou o machucado em seu ombro no espelho sobre a pia enquanto olhava com o cenho franzido a leve contusão. Falando de chupões infernais.

Duas pequenas espetadas perfuravam a carne, lembrando-a dos livros de sangrentos vampiros que gostava de ler. Ela tremeu ante o pensamento.

-Não está tão mal. - Sua voz era tranqüila enquanto ele estava em pé na entrada olhando-a, seus olhos dourado escuro e sua expressão cuidadosamente em branco enquanto dava uma olhada em seu ombro.

Ela tentou sentir o que ele pensava e sentia, mas ele o continha, guardando-o com cuidado atrás dos escudos que pareciam uma parte tão natural dele.

-Desejaria poder fazer isto - resmungou ela com exasperação antes de vestir a camiseta de algodão suave que se via obrigada a usar sob sua blusa. Este era definitivamente um dia sem sutiã.

-Poderia se tentasse. -Megan se imobilizou. Ela podia ouvir a determinação agora, coberta com cuidado.

Levantando a blusa de algodão do gancho na parede a seu lado ela deu de ombros, fechando o frouxo material enquanto ignorava ele e seu comentário.

-Tenho que ir ao escritório esta manhã. -Ela meteu a camisa nos jeans antes de fechá-los e de fechar seu cinturão-. Estou certa de que tenho uma multidão de papéis empilhados me esperando. Posso me encarregar também disso enquanto esperamos qualquer das respostas que encontrar para isto.

Braden cruzou os braços sobre seu peito. Ela ignorou a ação.

-O trabalho do escritório pode esperar. -Maldição. Sua voz não tinha mudado; tampouco sua expressão. Não era um bom sinal.

-Por quê? -Ela se virou e o enfrentou diretamente agora. Era melhor aproveitar a luz e lutar por isso antes que deixassem a casa. E ela claramente não ia gostar do que ele tinha que dizer ou o que já houvesse dito.

-Temos um trabalho para fazer, Megan - lembrou ele-. Temos que averiguar por que essas raças foram assassinadas e o que o Conselho quer de você. Não vamos fazer isso em casa transando até a morte, ou no escritório terminando seu trabalho de escritório.

-Não pedi que me infectasse com esta estranha merda hormonal que tem, Braden - indicou ela com o cenho franzido-. Assim não me culpe por estar no cio.

Ele grunhiu por sua declaração.

-Deixa de tentar de mudar de assunto. -Ele se endireitou na soleira da porta, esticando a sua altura atraente, ampla e plena enquanto afastava os olhos daquele nariz perfeito dela. Bem, talvez não tão perfeito. Ela se aproximou mais, apenas descobrindo onde o plano parecia estar mal alinhado em grau menor. Ah, uma imperfeição. Ela sabia que ele tinha que ter alguma em algum lugar.

-Então me diga qual é o assunto. -Infelizmente, ela temia que já soubesse-. Não o ouvi realmente declarar algo ainda.

-Voltamos para o deserto hoje - informou ele-. Área Seis e quinze, Seção C. é um pequeno canyon onde suspeitamos que Mark e Aimeé puderam ter ido antes de dirigir-se a ravina onde você os encontrou.

Megan fez uma pausa.

-E como você sabe?

Seus lábios se curvaram.

-Jonas conseguiu tirar outra pequena parte de informação do coiote que deixou vivo. Vamos verificar o canyon porque claramente os Coiotes ainda não tinham terminado ali. Era sua seguinte parada. Mas suspeito que Mark e Aimeé possa ter parado ali.

-E como você sabe? -perguntou ela outra vez.

-Apagaram o rastreador de GPS em seu veículo, mas eles guardaram um registrador direcional e o registrador de quilometragem acesa. A análise da eletrônica indica que eles estavam naquele canyon não fazia menos de doze horas. Vivos.

Ela o olhou silenciosamente. Ela sabia o que ele queria. Ele queria que ela usasse as capacidades empáticas que possuía para encontrar as respostas que outros não podiam.

-Isto não funcionará - disse ela brandamente-. Se isto funcionasse, eu não teria que fugir para este deserto para me esconder. Eu teria ido a meus superiores e os teria deixado me ajudar a encontrar um modo de fazê-lo funcionar.

-Não sou seu superior, Megan - lembrou ele, sua voz era perigosamente profunda agora-. E a situação mudou. Porque, carinho, posso fazer mais que só emudecer as emoções que fluem ao redor de você. Posso as amplificar. Hoje encontraremos respostas.

-Espera só um maldito minuto. - Ela se precipitou pelo quarto, decidida a alcançá-lo quando ele se moveu para baixo pela escada obviamente ignorando-a.

-Braden Arness, fique quieto aí mesmo - espetou ela, agarrando o corrimão e saltando os degraus de dois em dois enquanto se precipitava atrás dele.

Ele parou, virando bem a tempo para que ela chocasse de repente contra seu peito. Ela grunhiu ante o duro contato e amaldiçoou silenciosamente os duros músculos antes de empurrá-lo para trás ferozmente.

-De que demônios falas? Você pode amplificá-los?

Ele arqueou suas sobrancelhas.

-Ponha as botas e demonstrarei isso. Este é o momento de encontrar respostas, Megan. É óbvio que os Coiotes não vão atacar outra vez logo e a me dar a possibilidade de lhes tirar as respostas. E não podemos ficar aqui, escondidos no deserto para sempre e esperando-os. Agora encontraremos nossas respostas por nossa conta.

Ela o olhou fixamente, lutando contra os medos que se erguiam em seu interior. Ela sabia o que era, a luta por examinar cuidadosamente as emoções tristes, a violência de vidas tomadas à força. Isto era o inferno, que cortava em seu cérebro com tortuosa força. Ela nunca as tinha dirigido antes, nunca tinha encontrado sequer uma luz tênue de esperança de que pudesse fazer-se. Inclusive sua avó, com sua experiência no controle de suas capacidades, nunca tinha sido realmente capaz de fazê-lo.

-E se não puder?, - perguntou ela, odiando o pensamento de falhar-lhe, de falhar com ambos-. Tentei antes, Braden.

-Não, comigo não o fez - indicou ele com tranqüilidade-. Chegou o momento, Megan, no qual tem que deixar de se esconder e começar a lutar. Posso ajudá-la se me deixar.

Ou ele podia obrigá-la a fazê-lo a sua maneira, o que fosse necessário.

Ela o viu em seus olhos, no ricto severo de sua boca. Ela podia sentir seu estômago enroscar-se de nervos, sua mente que já se rebelava contra a próxima dor. As emoções e o horror atada a uma morte violenta levavam anos para retroceder da área na qual isto tinha ocorrido. Seria tão forte agora quando o tinha sido quando o encontrou a princípio.

-Quer morrer como eles?, -perguntou-lhe então-. Deixará o Conselho triunfar, Megan? Ou lutará?

Ela lutaria. A resposta era instantânea. Nunca tinha deixado nada sem uma luta, só que não sabia lutar esta batalha.

Ela se moveu ao redor dele com cuidado, entrando na cozinha onde estavam suas botas na porta, seu coldre, o cinturão e o casaco estavam na parede. Ela contemplou a Glock atada em seu coldre protetor antes de recolher suas botas e as calçar rapidamente. Colocou o cinturão ao redor de seus quadris, as âncoras de velcro ao redor de sua coxa. Movendo-se ao armário do corredor, abriu a porta escondida e tirou várias facas embainhadas da prateleira coberto por veludo assim como uma poderosa metralhadora de canhões recortados.

-Esperas que eles estejam ali - disse. Ela podia senti-lo. Não no sentido de emoção ou pensamentos provenientes de Braden. A não ser com um conhecimento visceral profundo inato que não podia explicar-se.

-Eles estiveram vigiando a casa. - A informação não a surpreendeu-. Suspeito que não atacaram porque são conscientes da equipe de vigilância de felinos de um dos pontos acima de nós. Embora continuem. É até possível que tenham uma equipe no lugar.

-Então como espera superá-los naquele canyon? E se o fizermos, como se supõe que eu sei algo? -Isto lhe pareceu uma receita para o desastre-. Não posso funcionar nessas circunstâncias, Braden. -As emoções a atacariam se ela abandonasse a defesa que tinha construído contra elas. Embora fossem leves, permitiam que ela funcionasse durante períodos curtos de tempo.

-Você foi bem na ravina no outro dia -indicou ele, sua voz nunca aprofundava nem se esquentava.

-Você me ajudou. -Ela sabia, advertiu-o com um sentimento doloroso de fracasso-. Escondi-me nesse escudo que tem ao redor de você.

-Porque deixei. -Sua voz era baixa, perigosa. -Deixei-a usar os escudos, porque precisava. Sua mente tinha que aprender como funcionavam, mesmo que inconscientemente. Tão poderosa como suspeito que é aprenderá rapidamente como criar seus próprios escudos usando o meu como guia.

Um sorriso amargo curvou seus lábios.

-E se isto não funcionar?

-Então estaremos os dois com um problema fodido. -Não havia duvida em sua voz-. Quer se arriscar a isto?

Seus lábios tremeram enquanto ela os apertava fortemente. Em vez de falar, ela atou à correia de uma das facas sob seu joelho e outra a sua coxa.

-Eu não gosto do modo no qual amontoa as probabilidades. Faz que seus companheiros eliminem à equipe que nos vigia - sugeriu ela.

Ele grunhiu.

-Se puderem o farão. Sempre há a possibilidade de que não possam. Agora vamos pôr-nos em movimento. Quero chegar ali antes do meio-dia.

Ele se virou e saiu a passos largos da casa, claramente esperando que o seguisse. Maldição. E ela ia fazer, sabia que o faria. Ele cheirava a perigo, a aventura e a um modo de triunfar sobre seus demônios e a encontrar a liberdade que tinha tido saudades durante todos estes anos.

E naquele momento, tão desesperada como ele fez parecer a missão, ela soube que ele não os conduziria descuidadamente aos braços de seu inimigo. Ele esteve fazendo isto toda sua vida, planejando cada movimento e cada batalha. Sabia o que fazia.

O que não significava que gostasse disto.

Isto não significava que ele não fosse dizer-lhe exatamente o que acontecia. Naquele momento ela sabia além de qualquer dúvida que isto não era mais que uma prova. A decisão de segui-lo e de confiar nele. E que se condenasse se ela não ia passá-la.

Braden guardou sua expressão calma e seus escudos cuidadosamente em seu lugar quando Megan abriu a porta do Raider e saltou no assento.

-Fixa o GPS em área seis e quinze, seção C, o Passo do Casper. -O pára-brisa imediatamente se fez um corte transversal de linhas e pontos de mapa enquanto ele levava o Raider à área de manobra e arrancava.

-Aí esta o canyon. Lance e eu sempre o chamávamos o Passo do Casper, embora oficialmente não tenha nenhum nome. O chamamos assim pelo som que os ventos fazem ali em certos momentos do dia, como uma risada fantasma que ressona pelo canyon.

-Aqui. -Ela assinalou uma seção marcada, montanhosa e que parecia infranqueável e fazia caso ao GPS.

-Há um caminho raramente usado que vai por esta montanha. Está mais ou menos escondido, até do ar, assim que o satélite passaria mal encontrando-o. Se desconectarmos o GPS e o localizador do Raider, poderíamos deslizar por aqui. Isto nos levaria acima do canyon e permitiria que o contemplássemos de um ponto onde estamos condenadamente perto de ver plenamente todo o canyon. Isto podia nos dar uma vantagem que as outras rotas não farão.

Braden deu uma olhada à tela, sua sobrancelha se enrugou enquanto contemplava a direção que ela indicava, tocando os pontos na tela. Como ela havia dito, estava escondido, tão bem que inclusive os satélites das raças tinham sido incapazes de detectá-lo.

-O Raider pode cruzá-lo? -A montanha parecia notavelmente áspera.

-Lance e eu fomos pescar lá encima no verão passado com o vovô. -Ela assinalou à área marcada de azul a mais de uma milha do ponto de observação que ela sugeriu-. Tomamos o caminho da montanha com seu Raider. Era áspero, mas definitivamente passável, e a área é também mais verde que o vale abaixo, o que reduz o rastro de pó. Sem indicador, localizadores ou pontos de pó e as imagens de satélite, se o Conselho o usar, não podem nos ver aqui. Eles não nos esperarão se estiverem ali.

Entusiasmo. Ele podia senti-lo enchendo-a, junto com o medo. E a excitação. Ele inalou devagar e retendo o aumento da luxúria dentro dele.

-Deixa de cheirar. -Ele quase sorriu abertamente ante o tom descontente de sua voz-. Sair da casa foi sua idéia, não minha. Eu era absolutamente feliz pulando na cama.

-Tem um modo de descrever as coisas que me assombra, Megan – ele arrastou as palavras -. A próxima vez, tentaremos na mesa da cozinha e veremos o que pode sair daí.

-Argh!.., eu como ali - replicou ela com fingida repugnância.

Deu-lhe uma olhada, permitindo um sorriso curvar seus lábios.

-Só farei uma comida de você - contou ele, não incomodando-se em esconder a fome em sua voz.

Ela avermelhou. Ele amava olhar o movimento da cor sob sua pele, a forma em que seus olhos se obscureciam e sua respiração se tornava áspera.

-Pervertido - acusou-o, embora sua voz carecesse de calor-. Esperarei até que nos aproximemos mais da área antes de incapacitar o sinal do localizador e o GPS. Senão, alguém no escritório poderá nos rastrear. Nunca acreditarei que Lance me enganaria, mas há várias pessoas ali nas quais eu não confiaria pelo que possa passar.

Havia várias pessoas que ele conhecia que a venderiam em um segundo. Jonas tinha feito perfis de todos, cada um dos agentes de polícia, assim como do xerife. Seus arquivos não estavam tão limpos como os dos investigadores estatais os quais tinham posto em uma lista.

-Esperava. -Ele assentiu, assinalando a uma pequena área a várias milhas de sua atual posição-. Irei aqui e o incapacitarei. Enquanto estou nisso entrarei em contato com a equipe que vigia a casa e verei se foram capazes de tirar os Coiotes dali. Não tínhamos assinalado sua posição exata ontem, mas espero que comecem a mover-se depois que saímos. Minha equipe será capaz de localizá-los se eles o fizerem.

O silêncio encheu então o veículo. Braden era consciente de Megan que aspirava bruscamente antes de apagar o mapa do GPS e colocar-se para trás em seu assento.

Ela olhou o caminho diante deles, com seu corpo tenso e emoções caóticas. Ele sabia que o passo que tinha dado não tinha sido fácil.

-Eu poderia falhar - lembrou finalmente ela, lutando por estabilizar sua respiração e seus medos, como se a assustasse dar força às palavras as expressando.

-Ou poderia encontrar a liberdade. -Ele manteve suas mãos apertadas ao redor do volante, resistindo lhe estender a mão, consolá-la enquanto cada instinto dentro dele exigia que o fizesse.

Supunha-se que ele protegeria sua companheira. Lutaria suas batalhas e a apreciaria. E Deus sabia que ele a apreciava cada vez mais. Infernos, estava tão apaixonado por ela que agia mais como um jovem imaturo que como uma raça totalmente adulta. Ela era sua outra metade; o acoplamento não o deixaria negá-lo.

Levá-la ao perigo não ia bem com ele. Ele sabia os problemas que ela enfrentaria quando aprendesse a construir os escudos que precisava. A dor que suportaria ao abrir-se às emoções que enchiam aquele canyon maldito.

Ela não era uma raça; ela não tinha nenhum dos bloqueios naturais e instintivos para proteger sua mente do horror que enfrentaria.

Deixando-o entrar, ela o experimentaria, igual a Mark e Aimeé o tinham experimentado. Saberia de sua dor, de seu horror e de suas mortes. E, com sorte, do segredo de por que eles tinham feito a desafortunada viagem a Broken Butte e sua busca seria revelada.

-A liberdade seria agradável. - Sua voz era reflexiva e pensativa quando ela respondeu a seu comentário anterior-. Seria muito agradável.

O que ela não dizia, ele podia sentir. A liberdade era a aventura. Esta era a alma do guerreiro ao dar-se a possibilidade de lutar e de marcar a diferença que tinha tido muita vontade de fazer. Ela não teria nenhuma outra opção, só lutar. Seguir adiante com o treinamento, se eles sobrevivessem a esta missão, seria uma necessidade. Ele era um assassino. Ele não capturava os cientistas e Treinadores que tinham trabalhado dentro do Conselho. Pelo que concernia a ele, não havia nenhum resgate para a corrupção que os enchia. Eles eram animais doentes. E como tais criaturas selvagens, a única paz que o mundo conheceria estaria em suas mortes.

Ele flexionou seus ombros, sentindo as cicatrizes que entrecruzavam suas costas e que nunca tinha permitido que Megan visse. As varas usadas nos centros de formação e Laboratórios foram criadas para mutilar e matar do modo mais doloroso. Ele tinha aprendido cedo a evitar aquele castigo a suas costas. Mas o tinha aprendido a um doloroso preço.

-Iremos lentamente. - Ele fez a promessa contra seu melhor julgamento-. Podemos observar o canyon de cima e ver o que pode recolher dali.

-Está muito longe - disse ela com pesar-. Conduzo pelo canyon quando vou de patrulha, procurando rastros de pneus ou sensações de movimento anterior. Não posso fazê-lo a distância; terei que entrar no canyon. Normalmente, o GPS recolheria sinais de vida, mas algo o bloqueou na ravina, de modo que duvido confiar nisso agora.

-Sim, notei. Meu Raider não os recolhia tampouco. Embora os bloqueios não estivessem quando a equipe passou pelo canyon.

-A menos que estivesse sendo usado de outro ponto. Perdemos um dos Coiotes? -Ela virou-se para contemplá-lo, um cenho franzido enrugava sua testa.

-Perdemos. - Ele assentiu, assegurando-se que houve um terceiro coiote-. Por isso não confiaremos no GPS nesta viajem. Usaremos o que Deus nos deu para sobreviver, Megan. -Ele não podia a deixar fazer outra coisa-. Não temos opção. Averiguamos agora por que eles a querem, e o que minha gente fazia aqui. E logo os eliminaremos.

 

A rota que tomaram ao canyon era mais larga que as demais, mas como Megan tinha prometido, o terreno arborizados não cedia nenhuma nuvem de pó e as colinas e os passos abrigados silenciaram o som do motor enquanto se dirigiam à posição.

Isto não era um passeio fácil, e um que era certo que só o Raider ou uma motocicleta leve com tração podiam ter cruzado.

Antes do meio-dia entravam em um pequeno bosque escondido de árvores. Braden desligou o motor antes de deixar o veículo. A beira do canyon estava exatamente em frente.

Braden tirou os binóculos do assento traseiro e começou a contemplar a área enquanto Megan olhava ao redor nervosamente.

Ele podia senti-la lutando por baixar os escudos que eram tão parte dela e procurando qualquer inimigo escondido.

-O que é o que sente? -Ele seguiu explorando com os binóculos; as capacidades térmicas vindas da equipe não podiam ser bloqueadas. Não havia muita fauna, mas até agora nenhuma da variedade com duas pernas.

-Medo - Sua voz era plana e apertada.

-Quanto é de forte? -Deus, ele odiava isto. Ele podia sentir sua vacilação. Sua repulsa instintiva das emoções que tratavam de bombardeá-la.

-Provavelmente é o meu - respondeu ela com derrota-. Eu preferiria enfrentar os Coiotes e às balas a tentar isto.

-Vamos chegar mais perto. Não posso descobrir nenhum sinal de vida escondido. Se eles estiverem aqui, estão abaixo.

Os Coiotes não esperariam sua chegada de cima. Esperariam que eles tomassem o mesmo trajeto no canyon que Megan teria tomado na patrulha.

-Há vários caminhos para o canyon daqui. -Ela conservou sua voz baixa enquanto pouco a pouco obrigava os bloqueios mentais a retroceder.

Não era fácil para ela. Ele podia sentir a luta que ela empreendia por deixá-los cair, por permitir que seu sensível cérebro recolhesse qualquer das emoções que escapavam abaixo do canyon. Elas estavam ali; ele podia senti-los, como podia sentir a presença dos Coiotes.

-Ficaremos acima no momento. -Dobrando-se para baixo, eles se moveram do refúgio das grossas árvores, paralelamente a uma massa de cantos rodados que pareciam ter sido deixados cair como bolas de gudes de um menino ao longo da cúpula do canyon.

Megan se moveu ao longo da borda de pinheiros grossos, agradecida pela cobertura de matas enquanto se aproximava da área onde teria sido mais vulnerável durante a patrulha.

Ela não podia sentir a presença dos Coiotes. A escura malevolência que era parte deles e a sede de sangue estavam ausentes. Ela os localizaria agora, sabia como se sentiam e como era seu cheiro.

Ela era consciente de Braden movendo-se atrás dela. O sentimento de calma, o escudo que normalmente se estendia a ela não estava ali agora. Sua ausência fazia que seu pulso se acelerasse; o conhecimento que ela estava mentalmente só era quase espantoso.

Ela não podia sentir os Coiotes, mas os brincos de violência que se estendiam do fundo do canyon faziam que seu peito se apertasse. Raiva. Medo.

Ela aspirou bruscamente, lutando para permiti-lo entrar, para peneirar a raiva e a cólera até o coração da emoção. Havia sempre um coração. Uma razão condutora atrás da dor. Mas a esta distância seria quase impossível descobrir.

-Mark e Aimeé estiveram aqui. Eles sabiam que os Coiotes os seguiam - disse ela, sua voz era áspera quando ela o sentiu atrás dela.

Ele estava tenso enquanto a cobria. Os escudos que ele tinha permitido que ela usasse antes não estavam disponíveis, mas havia algo mais, uma união, um sentimento de energia que emanava dele a ela.

-Vamos mover-nos para trás, e abrir caminho ao fundo do canyon e ver se houve algo ali. Talvez a distância entre aqui e a entrada que eles usaram é ainda demasiada.

Deus, ela podia senti-los já, embora fosse distantemente. As impressões sombreadas de emoção apertavam seu peito enquanto a pena a esmagava, o buraco sem fundo de raiva e dor, buscavam-na. Por que estiveram aquelas raças aqui? O que tinham querido dela?

Eles retornaram silenciosamente. Quando se aproximaram da borda superior dos escarpados, Megan indicou o rastro escarpado que conduzia ao fundo do canyon. O caminho que conduzia entre os cantos rodados, pinheiros e múltiplos matagais. Esta não era a rota mais segura, mas era relativamente segura.

-Irei na sua frente. - Braden fez uma pausa no alto do caminho, dando uma olhada para trás, seu olhar era mais escuro e cheio da preocupação.

-Está bem?

Ela assentiu rigidamente. A queda de suas barreiras, embora fossem ineficazes, era ainda difícil. Não era algo que estivesse acostumada a fazer, e sua mente se rebelava ante a posição vulnerável em que ela se colocava.

-Como aprendeu a usar seus escudos?, -perguntou ela.

-A maior parte disso é instinto natural. Os animais têm a capacidade de sentir a emoção, de sentir o perigo e de permanecer sem ser afetados por isso. Eles sabem que está ali. Minhas capacidades são mais fortes que muitos dos outros felinos. Posso deixar cair meus escudos e notar a emoção sem senti-la, mas não posso recolher dados concretos. Posso recolher o fato que havia morte, dor, raiva ou perigo. Mas não posso examinar cuidadosamente as emoções para alcançar os segredos.

-E o que o faz pensar que eu posso? - Ela tratou de regular sua respiração, de conter o medo que se estendia para ela e se movia por sua consciência.

-A observar. -Ele se deteve em uma extensão especialmente escarpada do caminho antes de mover-se a procura de um equilíbrio mais seguro-. E o fato de que posso senti-la usando meus escudos. É lógico que também pudesse usar minhas capacidades e recolher mais.

-Para aumentá-los. - Ela fez uma pausa quando virou os olhos para olhá-lo fixamente-. Você vai aumentar o que já está ali.

Respira. Dentro. Fora...

Ela podia manejá-lo. Ela o mataria mais tarde, mas no momento podia manejá-lo. Fazer o trabalho; era a parte importante. O resto podia abordar mais tarde.

-Estarei aqui com você, Megan. -Ele se virou, sua expressão era calma e quase em branco-. Trabalharemos nisso juntos. Equilibraremos um ao outro. Prometo.

Seus lábios se apertaram enquanto lutava contra a amargura que pareceu filtrar-se por ela. Equilibrar um ao outro.

-Você não sentirá o que sinto, Braden. -A traição ainda picava. O sentido de ser usado chamuscava sua alma-. Isto não é equilíbrio.

-Já verá. -Ele virou-se e seguiu abaixo pelo caminho-. Explicá-lo não teria sentido, mas verá o que quero dizer.

Quanto mais perto se moviam do fundo do canyon, mais fortes chegavam as impressões. Neste ponto, isto não era raiva ou morte. Ela sentiu a determinação e uma sensação de objetivo.

Ela fez uma pausa na ampla entrada, lutando ainda contra os tremores que passavam por seu corpo. Um dos desafortunados efeitos secundários de suas capacidades era o fato que ela não só sentia as emoções do acontecimento estender-se para ela, mas também as vidas que as vítimas tinham vivido. Não claramente. Não o bastante para encontrar respostas ou entender completamente a escuridão que enchia sua mente e encheria mais tarde seus sonhos. E a escuridão dentro das duas raças que tinham morrido aqui tinha sido profunda.

Ela fez uma pausa só dentro dos escarpados crescentes, fechando seus olhos e tratando de concentrar-se. Eles não estavam assustados. Eles tinham parado aqui, olhando fixamente no canyon durante longos momentos, conscientes de algo Perigo….

-Eles eram caçadores. - A voz de Braden era suave-. Mark e Aimeé foram emparelhados nos Laboratórios porque suas capacidades complementavam um ao outro. Mark era um tiro perfeito; Aimeé estava mais em sintonia com as armas que trabalharia melhor onde ele estivesse. Ela tinha uma afinidade por elas. Ela era um rastreador excelente: ele era um estrategista. Suspeitamos que fossem companheiros, mas nunca foi verificado.

Megan sentiu que os dois estiveram perto, embora tivessem lutado para esconder. A pequena distância que ela sentiu entre eles não era um resultado dessa tentativa de esconder sua obrigação. Era resultado de traições. Eles tinham se amado, mas aquele amor tinha sido quebrado horrivelmente.

-Eram companheiros. - Ela franziu o cenho enquanto examinava cuidadosamente as impressões. Ela podia sentir uma obrigação, e era forte.

Estranho, a informação que podia encontrar-se pelos subúrbios da violência. Como se tudo o que se havia sentido tivesse sido salvo, impresso sobre a área como a informação em um disco rígido.

Braden. Ele estava em pé atrás dela, seu DNA primitivo era um ímã para as impressões psíquicas.

- Concentre-se. -Sua voz quase hipnotizava-. Estou aqui, Megan. Sei o que há aqui conosco. Confie em mim para ajudá-la.

Ela se moveu devagar pelo canyon, um passo de cada vez, sentindo a presença das duas raças enquanto ela abria caminho entre os escarpados que se elevavam acima deles.

Mark tinha sido duro e feroz. Ele acreditava implicitamente no que eles deviam fazer ali. Aimeé estava menos segura. Ela não estava assustada, a não ser bastante cautelosa. Ela podia sentir as coisas mais facilmente que seu acompanhante, seu companheiro.

Megan inalou bruscamente quando parou. Ela o odiava. Seu interior se apertou de dor, uma sensação física para emparelhar os excessos mentais enquanto ela sentiu que o espírito da mulher lhe estendia a mão.

Ela sentiu a morte.

-Não posso… - Ela gemeu então, o desespero se levantava em seu interior quando suas mãos foram a seu próprio estômago.

-Você não é uma parte disso, Megan. -Sua voz estava em seu ouvido, suas mãos agarravam seus quadris, sustentando-a em pé quando ela sabia que teria caído -. Sinta ao redor com sua mente, neste momento. -Sua voz endureceu-. Fique de olhos fechados, carinho. Lembra. Está separada. Separe-se.

Separar-se.

Suas mãos se apertaram em seu estômago quando ela sentiu a dor que se elevava em sua alma.

-Ela estava grávida. -Ela quis frisar-se em uma bola, encontrar um buraco que pudesse escondê-la e que lhe deixasse abater-se.

Não, não. Esta era Aimeé. Aimeé tinha querido esconder-se.

-Ela estava grávida. - A voz do Braden era baixa, dolorida pela tristeza-. Por que ela estava aqui, Megan? Por que ela a buscava? Veja além da Aimeé. Há um lugar além das emoções, da dor e onde está a verdade. O que ela queria?

O que ela queria? Havia tantas emoções que a derrubavam, estendendo-se por ela. Examine-as cuidadosamente. Encontre o núcleo. Havia um núcleo.

-Vingança.

Megan ficou rígida, ofegando pela força do pensamento. Aimeé queria vingança.

-Fique de olhos fechados. - Braden grunhiu quando estes se abriram de repente-. Fecha os olhos, Megan. Concentre-se. Sinta a força que lhe empresto, aprenda a usá-la e a continuar olhando. Qual é o núcleo, carinho?

Ela ofegava. Ela podia sentir o brilho fino do suor que cobria seu rosto, seu pescoço. Isto não era calor, isto era o frio tremente em seu interior.

Vingança. A palavra sussurrou por sua mente outra vez. Mas primeiro, eles precisavam da prova. Aqui estava a prova. Eles se moveriam do outro lado da curva e esperariam. O GPS do veículo de Mark e Aimeé tinha sido quebrado e a segurança tinha sido ativada.

-Os veículos das raças têm segurança?, -perguntou ela, aturdida, pensando na eletrônica especial que bloqueava sinais de vida segundo a lei de veículos de polícia.

Ele ficou rígido pela surpresa

-Não normalmente. -Sua voz era severa agora-. Às vezes, só quando é autorizado.

Ela continuou procurando, desesperada por encontrar as respostas aqui, agora. Ela não sabia se podia seguir adiante, se podia obrigar-se a atirar nas emoções transtornadas que permaneciam aqui. Já sua mente gritava, exigindo-lhe que permitisse se esconder das emoções que não eram suas próprias.

As emoções eram mais fortes aqui do que estiveram na ravina onde o casal tinha morrido. Eles descansaram aqui dentro do refúgio deste canyon. Sustentaram-se o um ao outro, amaram-se e aceitaram que a batalha que eles tinham agarrado podia não ter êxito.

Megan sentiu uma debilitação. Seus joelhos tremeram, sentiu seu peito apertado com uma necessidade do oxigênio que deveria estar ali. Ela ofegava; certamente ela não deveria sentir-se tão dilacerada?

Atrás de seus olhos fechados, faíscas de luz explodiam diante de seu olhar, trocando cores e chispando de calor. Ela sentiu uma premonição de morte, uma batalha para fazer uma ligação. Outra ligação. Eles tinham sido enganados? Aimeé havia sentido o aumento da traição em seu cérebro, o sentimento de perigo e de morte.

Então, pelas emoções aumentadas, o conhecimento de perigo do outro, da morte do outro, veio um sentimento do destino iminente mais forte que as impressões de estar à espera. Seus olhos se abriram de repente quando ela advertiu que estavam mais perto da curva aguda que conduzia ao interior do canyon do que ela tinha advertido.

-Pare. - Ela assobiou, cravando seus calcanhares, contemplando a curva e congelando seus músculos. Sua mente gritava.

Ele parou. O tempo se manteve imóvel enquanto ela lutava por conseguir algum tipo de controle. Por separar-se.

-Há alguém ali. -Ela podia senti-lo. Sabia que não estavam sozinhos.

-Isto é a força de suas capacidades. - Ele começou a acalmá-la.

Ela sacudiu sua cabeça desesperadamente.

-Sinto-os. Eles estão ali.

-Não os sinto. -Sua voz era fria, analítica-. O que sente, Megan?

Sua mão caiu a sua coldre enquanto ela soltava o clipe que sustentava a Glock no lugar e permitia que esta saísse em sua palma. Ela era consciente de Braden fazendo o mesmo.

-Sente-o? -perguntou ela. Amigo ou inimigo? Ela não podia estar certa. Isto não era um coiote, ela sabia.

Ele a sacudiu para o lado, movendo-se à base do escarpado, usando a areia e cantos curvos que enchiam a área como escudo. Megan lutou para fechar de repente as barreiras em sua mente para trás no lugar e quase gemendo de dor quando resistiram baixar-se.

Como se, uma vez levantadas, estivessem para sempre fora de seu alcance.

-Do que se trata?, -perguntou ela. Quis abraçar sua cabeça em uma tentativa de conter as sensações que ainda se precipitavam para ela. Quem esperava do outro lado era frio, sem emoção. Ela sentiu somente sua presença.

-Não raças. -A voz de Braden não chegou mais longe de seu ouvido-. Ao menos dois.

-Quietos ou em movimento?

-À espera. O cheiro não mudou. Eles sabem que estamos aqui. O que sente você?

Ela sacudiu sua cabeça.

-Nenhuma emoção. Só presença.

Ela sentiu mais que ouviu sua irritação.

-Vamos para trás ao topo do canyon. -Ele grunhiu em seu ouvido-. De volta ao Raider.

Imobilizando-se, Megan manteve seu olhar na curva que conduzia ao redor ao outro lado do canyon. Por que esperam ali?

O que procuravam eles? Sua mente estava viva com emoções enroscando-se que não tinham sentido e que ela não tinha tempo para examinar cuidadosamente. Mas podia sentir as respostas ali, só que fora de alcance. Tanto Mark quanto Aimeé, assim como quem estivesse agora à espreita.

Eles definitivamente não eram Coiotes, pensou ela enquanto Braden a empurrava de volta à segurança do caminho ao topo do canyon. Ela ficou agachada, movendo-se entre os cantos rodados e refugiando-se nos matagais enquanto se apressavam para a costa empinada. O silêncio era imperativo. Ela era consciente da exigência silenciosa de Braden, de como ele a apoiava quando era necessário, protegendo-a nas áreas mais suaves e conduzindo-a à terra firme.

Desde baixo, ela podia sentir a paciência e a vigilância silenciosa. Quem estivesse ali sabia que ela e Braden estavam também, ou ao menos suspeitavam que virariam naquela curva. Estavam esperando-os.

Ela quis gemer quando a dor chamuscou sua mente. Agarrou cada porção de força que tinha para fugir de volta ao caminho e concentrar-se em escalar em vez de deitar-se e gemer de dor.

Quando se aproximavam da cúpula do escarpado, Braden fez uma parada abrupta. Ela o sentiu então. Em cima deles, esperando.

-Você fica. -Ele a empurrou atrás do canto rodado que usavam como um escudo, virando-se para contemplá-la, seus olhos ardendo dourados pela fúria-. Voltarei por você.

Ela agarrou seu braço, o desafio a enchia. Ela tinha chegado longe, e maldição se ia deixá-lo protegê-la agora.

-Estarei atrás de você - disse ela, com cuidado de manter sua voz baixa-. Daqui podemos nos separar deslizar e passar do lado. Podemos nos mover à cúpula do escarpado com os cantos rodados menores e os matagais que cobrem a entrada. Estaremos escondidos de ambos os lados deles.

Seus lábios se aplanaram e uma negativa imediata cintilou em seus olhos.

-Isto funcionará, Braden - sussurrou ela-. Não estamos tão longe do Raider. Pode cheirá-los, não é?

Ele assentiu brevemente.

-Saberá onde estão imediatamente que cheguemos à cúpula. Pode me fazer gestos e podemos pegá-los. Esta é a única forma. -Ela podia senti-lo. Seu cérebro era um pântano de sensações e informações as quais ela não podia encontrar sentido, mas isto tinha sentido. Alguém os esperava e possivelmente para pará-los.

-Lutamos juntos ou não lutamos absolutamente - disse ela ferozmente-. Não serei mimada.

-Estará morta se não fazer como eu disser - grunhiu ele-. Deixe-me verificar primeiro.

Megan o olhou furiosamente.

-Vamos então - disse ela com frieza, liberando seu braço e colocando-se atrás contra o canto rodado enquanto a cólera queimava em seu peito.

-Sentarei aqui como uma moça boa e o esperarei.

-Faça-o - grunhiu ele, assentindo com a cabeça bruscamente-. Dê-me dez minutos. Se não me vir será porque isto é muito pior e deve usar isto. -Ele pressionou um pequeno localizador em sua mão.

-E isto o que é?

-O sinal vai diretamente ao Jonas. Ele virá logo aqui em nossa ajuda. Permanece escondida e atire em qualquer coisa que se mova de forma incorreta. Está bastante segura aqui mesmo. - Ele tocou seu rosto antes de lhe dirigir um sorriso malicioso-. Mas realmente tenho a intenção de voltar, carinho.

Ele a agarrou pela nuca pressionando um rápido e forte beijo em seus lábios e depois partiu.

Filho da puta. Ele tentava protegê-la. Dos planos do malvado e o grande herói felino cuidava da pequena e débil mulher.

Ela resfolegou ante o pensamento. Não acreditava.

Um.

Dois.

Três.

Ela o olhou dirigir-se à esquerda, usando a saliência rochosa do escarpado para esconder sua presença.

Ele era tranqüilo, ela tinha que lhe dar crédito por isso. Se ela não o tivesse visto mover-se entre os matagais e cantos rodados nunca teria sabido que ele estava ali.

Mas estava bem e ela mesma não estava muito mal.

Quatro.

Cinco.

Seis.

Agora.

Ela se afastou do canto rodado, deslizando-se à direita, com o cuidado de ficar agachada enquanto começava a mover-se pelo lado do rastro no ângulo contrário.

É claro, ele saberia o que ela fazia; não havia uma possibilidade de que ele não apanhasse seu rastro. Mas os de baixo, e quem esperasse em cima, não teriam uma pista. Ela conhecia esta área como a palma de sua mão, tinha brincado aqui sendo menina e caçado quando adulta. Ela e Lance treinaram nesta área com seu pai e avô como professores. Sabia ficar escondida.

Apoiando-se sobre seu ventre, usou seus joelhos e cotovelos para brincar de correr ao longo da costa, ficando agachada e movendo-se entre e ao redor dos matagais salientes e pedregosos da rocha.

Nos caminhos de costa inclinada era difícil ficar escondida, mas seu avô a tinha ensinado como mesclar-se com a paisagem a seu redor e a usar até a cobertura mais insignificante com eficácia.

Em uns minutos ela estava à margem da borda, olhando com seus olhos e sentindo com sua mente enquanto mantinha a arma equilibrada em sua mão. Braden se movia pelos matagais e erva alta a várias centenas de jardas dela abrindo caminho para o Raider.

Ela não podia vê-lo, mas podia senti-lo. E menino, ele estava enfurecido.

Agora era o momento de encontrar seus observadores. Ela se concentrou na terra a seu redor, seus olhos explorando o que sentisse estranho… pouco natural e mau. O Raider estava estacionado abaixo nos pinheiros a distância, escondido da vista. Eles estariam onde pudessem olhar o veículo assim como qualquer caminho.

Ali.

Seu olhar oscilou nos pinheiros, levantando-se e estreitando-se enquanto ela lutava para apanhar a visão de algo estranho dentro dos ramos da árvore.

Um sorriso tenso curvou seus lábios quando ela começou a mover-se mais rápido agora, dirigindo-se para um ponto entre o Raider e aquela árvore em particular enquanto vigiava a pequena mancha modesta de cor que quase se mesclava perfeitamente com a árvore.

Quase. Uma vez que sabia onde olhar, escolher a sombra diferente de verde não era tão difícil. Fossem quem fosse estavam bem treinados.

Quando ela se moveu na posição atrás de um dos troncos de árvore grossa entre o Raider e o observador, procurou atrás dela, a seu redor. Não podia sentir nada, nenhuns olhos nela e nenhuma consciência lhe formigava que uma arma apontava em sua direção. Havia mais de um, mas claramente não dentro de seu ângulo de visão.

Movendo-se facilmente, nivelou sua arma para o observador, vendo só o bastante de seu corpo camuflado para saber que, se tivesse que disparar, poderia conseguir.

Agora, onde infernos estava Braden?

Ele ia chutar seu traseiro.

Braden sufocou o grunhido em sua garganta quando pegou Megan avançando pouco a pouco coberta pelos cantos rodados e abrindo caminho até o topo do canyon. Havia ao menos dois franco-atiradores escondendo-se em algum lugar no campo e possivelmente mais adiante.

Não eram raças. Eram militares, ou ao menos militares treinados. Frios, eficientes e conscientes de que qualquer indireta de emoção trairia suas posições. Ele podia senti-los, mas não podia seguir o caminho daquele conhecimento a sua posição.

Eles estavam nos pinheiros. Ele fez uma pausa enquanto se movia sobre a beira do canyon, olhando fixamente nos pinheiros que escondiam o Raider da vista. Eles estariam ali, com maior probabilidade nas árvores em vez de na terra. O aroma estava muito diluído, difícil de seguir para que fossem acessíveis. De modo que não deixasse nenhum lugar para ir senão para cima.

Enquanto riscava seu caminho pela erva brandamente úmida se mantinha perto dos cantos rodados dispersos e a espessa vegetação. Ele olhou as árvores, estreitando seus olhos enquanto procurava qualquer sinal de movimento.

Eles eram bons. Não se moviam.

Ele verificou a posição de Megan e começou a empurrar-se mais perto. A posição vantajosa dos observadores de cima lhes dava vantagem sobre ele. Eles podiam olhar o Raider assim como o campo e dar um tiro no olho de um pássaro se qualquer coisa se movesse.

Mas estava bem. Ele podia mover-se bem rápido, e uma vez que o primeiro tiro soasse a posição dos observadores estaria comprometida. Apertando seus lábios com fúria renovada, ele olhou quando Megan se moveu rapidamente para a espessura de pinheiro. Ela era boa. E rápida. Ele pôde vê-la enquanto avançava lentamente sobre seu ventre.

Ele se moveu de acordo com ela, vigiando-a até que desapareceu atrás de um tronco de árvore grossa e logo depois de outro.

Uma vez debaixo dos pinheiros, ela estaria ligeiramente a salvo. Mas isso não ajudava muito a seus nervos.

Ele se movia mais rápido agora que Megan estava sob os pinheiros, atraindo os cheiros apanhados na clareira enquanto abria caminho à área. O Raider estava possivelmente a cento e vinte metros de distância sob as árvores, ao leste. Isto dava a Megan uma margem para conseguir, o trato inteiro era um nojo.

Maldita fosse, ele ia chutar-lhe o traseiro por fazer algo tão estúpido. Ela não estava treinada para lutar assim. Sua mente era muito sensível mesmo agora para ir contra adversários que estavam melhores treinados e determinados a matar.

Ali estava ele. O primeiro observador estava situado no ramo inferior de uma árvore justamente a frente. A sola de suas botas o traiu quando se moveu. Um rifle estava metido nas agulhas de pinheiro e seu olho escuro centrado na beira do canyon atrás de Braden.

Excelente.

Ele se moveu com cuidado, calibrando o salto ao ramo e o quão rapidamente poderia lançar um alarme. Braden sabia que teria que ser rápido.

Ele deslizou a faca que levava em sua perna em sua vagem, o metal não fez nenhum som quando saiu do couro que o sustentava comodamente no lugar.

Terrivelmente agudo e letal. Fez uma pausa quando chegou dentro da distância de um tiro. Ferida ou facada? Maldição, lamentava não saber, mas calibrou suas possibilidades enquanto se movia sigilosamente para ele.

Girando a arma, equilibrou a folha em sua mão antes de retirar-se para realizar um tiro.

-Não acredito, raça.

Braden se imobilizou quando sentiu então um movimento atrás dele.

Filho da puta.

Ele levantou suas mãos devagar, calculando o risco.

-Bonita faca de aparência agradável, cast…-A voz foi silenciada quando Braden girou a folha com uma dura torção de seu pulso e foi a terra rodando rapidamente.

Girando, sacudiu o rifle poderoso do soldado que ofegou antes de girar-se e dar um tiro no pinheiro. Dois abatidos.

Agachando-se, correu para os pinheiros e a Megan.

O tiro ricocheteou ao redor da clareira quando o soldado caiu do pinheiro de cabeça na terra implacavelmente.

A adrenalina se elevou pelo corpo de Megan quando o segundo tiro foi disparado. O sangue também começou a correr por seu corpo e aumentou seus sentidos. A necessidade de ação se precipitou por ela como um trem num curso de colisão com cada sonho que alguma vez ela tinha imaginado.

O instinto se ativou, sua mente se abriu e as sensações, impressões e informação imediatamente se fecharam de repente nele e se combinaram com o entusiasmo que se estendeu por ela.

Ela sabia que os dois homens caídos não eram os únicos, mas os outros estavam muito longe para dar a ela e a Braden uma possibilidade. Ela correu das árvores, correndo com força e rápido para o Raider, palpitando seus pés contra a terra. A adrenalina lhe deu um estalo de velocidade e uma corrente de força que só tinha conhecido as poucas vezes em que esteve em uma situação realmente perigosa.

Ela o amava. Ansiava-o. Vivia para isto.

Ela deslizou contra o Raider segundos mais tarde, abrindo a maçaneta com suas impressões digitais registradas na segurança e a porta se abriu num vôo. Saltando no assento, ela arrancou e deu marcha ré com força enquanto fechava de repente a porta e seu olhar explorava a área a procura de Braden. Um brilho de ouro marrom adiante fez que um sorriso curvasse seus lábios quando ela acelerou. Os pneus pesadamente acanelados moveram-se na terra, disparando para frente enquanto se dirigia para Braden. O fogo esmurrava a parte traseira do Raider quando ela virou bruscamente para permitir que o veículo interceptasse os tiros.

Girando o volante rapidamente, o Raider disparou terra e escombros quando o alcançou e abriu a porta lateral de passageiros bem a tempo para que Braden se lançasse dentro, as balas orvalharam ao redor deles quase o tocando.

-Quantos? -Ela girou o volante outra vez, pressionando o pedal bem fundo e correndo pelos pinheiros enquanto saía da clareira.

-Três - disse tirando a mãe de todos os fuzis automáticos do assento traseiro, extraiu um cartucho de munição do baixo ventre antes de mover-se no assento para encarar as costas.

-Espera - gritou ela, vislumbrando os veículos correndo pela entrada para eles.

Um Desert Dragoon pesadamente armado encabeçava a fila. Pequeno, amplo e compacto, construído para a velocidade e para se dirigir no terreno desértico, o Dragoon era facilmente o melhor veículo. E além disso tinha armas. Muitas armas. Dois lançadores de foguetes laser teleguiados com cabeça recipiente térmico dirigida, uma metralhadora de fácil manejo montada no topo e feita para funcionar de dentro do veículo especialmente assegurado.

E quem quer que seja que o conduzia sabia o que fazia. Imediatamente atrás estavam duas motocicletas armadas e prontas que devoravam por completo o terreno.

-Bastardos! - Ela sacudiu o volante, girando ao redor enquanto ele imediatamente calibrava a distância entre eles e o canyon. O Dragoon era bom, condenadamente bom, mas isto não reduzia a distância significativamente. Por isso Lance preferia pelo contrário os Raiders. E para estar seguro, ele tinha tratado de arrumar tanto o seu quando o da Megan.

- Segure-se - gritou ela enquanto as maldições de Braden enchiam o ar.

-Deus, maldição, como nos encontram tão fodidamente rápido - grunhiu ele.

Megan riu.

-Consegui protegê-lo, carinho - gritou ela, pisando forte o acelerador e dirigindo-se para o canyon-. Embora o desagradasse.

O canyon tinha quase oitocentos metros de distância, muito espaço para ganhar velocidade, sobre tudo com o elevador de voltagem especial atada ao baixo ventre do Raider. Ela abriu espaço entre os assentos enquanto Braden atirava ao redor.

-Porra! Megan. Que demônios está fazendo? -O canyon era amplo; deu crédito a sua preocupação.

-Os Desert Dragoons não podem saltar pelo escarpado - gritou ela para trás-. As motocicletas poderiam nos seguir, mas perderemos os foguetes que trazem o Dragoon.

-E você pensa que os Raiders podem saltar?, - gritou ele incredulamente-. Merda Santa. Chutarei seu traseiro, Megan. Digo-lhe isso. Se sobrevivermos o farei.

Sua risada coincidiu com a ameaça quando ela começou a contar. Ela passou de cem na metade do caminho. Mais de cento e vinte metros para ir-se. Sua velocidade aumentava rápido, mas não o bastante rápido para saltar sem ajuda. Ela manuseou o interruptor do acelerador, olhando o velocímetro enquanto pisava fundo no acelerador.

-Guia a laser ativado. - O sistema de defesa automático do Raider estava ativado, advertiu a voz modulada do computador-. O tiroteio pode começar em um metro.

Mais de um metro. Se ela não mantivesse o Dragoon bem longe dela, então estariam fritos. Ela olhou o canyon próximo rapidamente, calculou a distância de aterrissagem e a seguir os dois segundos que levaria para alcançar a cobertura das árvores. Estavam quase lá.

Seu dedo coçou para golpear o acelerador quando o canyon surgiu mais perto.

Estavam quase lá.

-A guia a laser pode começar em sessenta centímetros.

O Dragoon avançava rápido, mas não podia ganhar distância. Para manobrar era fácil, mas era pesado por causa das armas pelo que ela viu.

Quase.

-A guia por laser pode começar em trinta centímetros.

Ela não se incomodou em olhar o retrovisor. A velocidade chegava a cento e vinte, quase, mas não o bastante.

Só um segundo. Um segundo.

Trinta metros. Quinze metros. Seis. Ela dirigiu o Raider para a saliência natural.

- Segure-se - Ela apertou o acelerador, seu fôlego saía com dificuldade de seu peito quando o Raider acelerou nos últimos metros, golpeando a rampa de terra e voando pelo ar.

-Infernos sim, carinho!, - gritou Braden quando o Raider saltou o canyon e caiu segundos abaixo na terra sólida, sacudindo-os em seus assentos e ativando o airbags nos cintos de segurança que os sustentaram em seus assentos, acautelando possíveis feridas em caso de um golpe tão repentino.

-Ativação de foguete, nenhum bloqueio - disse o computador.

Megan fez que o Raider se apressasse para a cobertura das árvores, girando o volante de maneira brutal para evitar os grossos troncos enquanto se dirigiam para baixo pela costa inclinada.

-Aquelas motocicletas estão em nosso traseiro. Seus mini foguetes farão bastante dano. -Braden disparou outra vez.

-Segurança, libera a janela e retenha o campo de segurança.

A ampla janela traseira baixou enquanto Braden começava a disparar.

Megan ativou o controle que Braden tinha programado dias antes.

-Lance. Lance, onde está? - Ela gritou a pergunta enquanto lutava contra o volante, saltando sobre rochas e mais uma ravina profunda cheia de água em sua corrida por alcançar a terra plana abaixo.

-Controle, sou a agente Fields. Preciso de um helicóptero no ar o quanto antes. Repito, preciso um helicóptero no ar, área de posição Seis e quinze, Seção A, me dirigindo a Vinte e quatro. Duas motos, fogo inimigo. Volte, Controle - gritou Megan no comunicador enquanto Braden disparava atrás deles.

-Porra, Megan. -Lance gritava no comunicador em menos de um segundo, a fúria que palpitava em sua voz trouxe um sorriso a sua face-. Os helicópteros decolam em três segundos, destino seis e quinze, A. Quantos são?

-Duas motos, um Dragoon no lado norte do Passo do Casper, aproximam-se do passo vinte e quatro, R. -Ela disse o número que suspeitava que o Dragoon usaria para interceptá-los-. As motos levam fogo automático a bordo, o Dragoon lançadores ativados.

-Fiquem no alvo, bastardos com cara de chacal - gritava Braden enquanto disparava, sua voz era selvagem e enfurecida.

-Tempo estimado de chegada dos helicópteros para interceptação em três minutos - gritou Lance, o som de seu Raider gemendo pelo comunicador assegurando que ele se movia rápido para eles-. Estou a cinco minutos de seu ponto de interseção e o helicóptero B está se movendo a minha frente. Não atirem nos amigos, Deus maldição.

-Eu não, primo - gritou ela, girando o volante quando o som vibrante e retumbante dos disparos perto do vulnerável porto de segurança exterior a advertiu que não brincavam com manequins-. Tire esses bastardos de minhas costas. Eles conhecem minha fraqueza, Lance.

-Estamos chegando, Megan. Nos movendo. O Helicóptero B aproxima-se rápido - informou-lhe John Briggins, o melhor piloto do departamento.

-Correto! - Braden gritou a nova direção.

Megan girou o volante à direita, amaldiçoando enquanto o Raider se sacudia, lançando-se de repente a frente da rajada do mini foguete que explodiu malditamente muito perto.

-Fogo de foguete. Temos fogo. As motos estão equipadas com foguetes de proximidade, busque a poeira.

Ela girou o volante, dominando o acelerador enquanto ela e o Raider saltavam da costa ao terreno plano.

- Prepare-se para a aceleração. - Ela golpeou o botão, rezando para só um pouco mais. Só velocidade bastante para afastar os foguetes de proximidade.

- Dirija-se para o passo dois zero quatro - pediu Briggins energicamente pelo comunicador- Estamos a uns segundos de distância. Agüenta.

-Filhos de cadela. - Braden amaldiçoava furiosamente enquanto orvalhava de fogo a janela traseira-. Essas motos têm escudos de segurança, Meg. Acelere. Acelere.

-Acelerando - gritou Briggins. O acelerador estava morto.

- Aperta esse pé até o chão, merda. Temos que nos aproximar e preparar-nos para o fogo… certo. Certo.

Ela girou o volante, dizendo maldições enquanto sentia o fogo do foguete. Muito perto. Muito fodidamente perto.

-Segure-se…-O foguete roçou o veículo, golpeando do lado, a explosão que resultou lançou o Raider pelo ar, atirando-o, logo devolvendo-o a terra com uma força hostil até os ossos fazendo Megan ver estrelas.

O protocolo de impacto se ativou, os airbags se estenderam de repente dos assentos segurando a força do golpe e sustentando-os em seus assentos. Mas nada podia compensar a violência ou a sacudida.

O Raider aterrissou sobre seu flanco, os pneus giraram enquanto ela ouvia um rugido. Raiva furiosa e animal. O som se repetiu em sua cabeça enquanto o tempo pareceu reduzir sua velocidade, movendo-se com uma qualidade distante e etérea que era difícil respirar.

Ela procurou desesperadamente o controle de liberação dos assentos, grunhindo quando o cinturão inflado diminuiu seu apertão e a liberou deixando-a contra o lado de passageiros do veículo.

O fogo ainda muito furioso enquanto ela sacudia sua cabeça, lutando para limpá-la e sentindo sua arma.

Ali. Seus dedos firmaram-se ao redor do punho enquanto começava a avançar lentamente para a janela traseira aberta. Braden já não estava em seu assento; os cintos de segurança se rasgaram de seus ancoradouros. Ela tinha que encontrar Braden.

E quem demônios rugia?

Ela caiu da janela do jipe, seu rosto bateu na terra enquanto seus sentidos lutavam por endireitar-se. Uma das motocicletas estava a seu lado, o cavaleiro se esticava languidamente em terra, seu pescoço virado em um ângulo estranho. Nenhum perigo ali.

Outro rugido partiu o ar enquanto o estável whap whap whap do helicóptero chegava mais perto, formando redemoinhos de pó e terra no ar quando ela finalmente encontrou Braden.

Seus olhos se arregalaram. Ele estava ensangüentado, sua camisa rasgada enquanto lutava corpo a corpo com o outro motorista. Não é que houvesse muita luta ali. Enquanto ela olhava com assombro, Braden saltou, retorcendo-se no ar enquanto um braço ia ao pescoço do outro homem e a palma em frente embalava a grande cabeça. Um puxão rápido, e o homem estava morto antes que Braden ficasse em pé.

Sua cabeça se voltou, seus lábios se abriram enquanto outro rugido enchia o ar e seus agudos incisivos cintilavam à luz do sol.

Ela lutou para ficar em pé enquanto Braden baixava a cabeça e seu olhar a encontrava automaticamente. A cor dourada brilhou em seu rosto bronzeado, sua expressão selvagem deslizou por sua consciência enquanto ela o olhava, contemplando quando ele começou a andar com passo majestoso e devagar para ela.

Perigoso. Primitivo. Ele caminhou a passos largos para ela, suor, sangue e pó brilhando através de seu peito nu, seu cabelo fluía a seu redor e seus músculos ondulavam apertados.

Quando ele a alcançou não a atraiu. Suas mãos foram a seus ombros, movendo-se ligeiramente e eficazmente sobre ela quando ela não se moveu para frente dele. Um segundo mais tarde, obviamente tranqüilizado por ela estar inteira, então a atraiu para seus braços, baixou sua cabeça e mordeu seu ombro.

Porra. Esta merda de morder ia ter que parar.

Ela lutou em seus braços, só apenas conscientes do zumbido de vozes fortes atrás dela. Lance gritava com seu pai e com a primeira briga que ela alguma vez tinha ouvido entre eles.

Ele grunhia em seu ouvido, o som era áspero e muito primitivo.

-Deixe-me ir, seu grunhidor dentuço filho da puta - grunhiu ela quando ele finalmente levantou sua cabeça e uma gota de sangue dela deslizou por seus lábios.

A adrenalina se estendia por seu corpo, a excitação em meio ao triunfo, o êxito e o esmagador entusiasmo.

E ele teve que tirar-se de cima a merda alfa de "reclamar sua companheira". Ela não acreditava.

Antes que ela fosse até consciente do pensamento seu braço foi para trás, seus dedos se apertaram em punho e foram de repente para seu rosto. Ele se sacudiu para trás, mas não rápido o bastante. Seu punho conectou com seu olho, não tão forte quanto podia ter sido, depois de tudo, ela acabava de tirar um Raider do caminho, não era exatamente coisa de costurar e cantar. Mas bastante duro para que ela soubesse que isto ia machucá-la.

-Neandertal - espetou ela quando ele a olhou fixamente com surpresa-. Tira esses dentes de vampiro de meu pescoço antes que o faça extrair isso.

Ela sacudiu sua camisa sobre seu ombro. Para ser justo, ele a tinha mordido ali, não em seu pescoço. Mas ela não estava de humor para ser justa. Ela olhou fixamente ao redor e franzindo o cenho se dirigiu aos dois cavaleiros mortos.

Apoiando as mãos em seus quadris, ela ignorou as incrédulas expressões masculinas a seu redor e se moveu furiosamente,

-Não podia me deixar nem um sequer, não podia, menino ronronante? Só um. Era malditamente pedir muito?

Ele aspirou devagar, facilmente e logo assentiu.

-Sim, docinho. Neste caso, um teria sido muito. Considere-se afortunada de que a deixei dirigir. Prometo-o, esta será a última vez. - Se sua expressão era algo para considerar, o passeio tinha sido tão selvagem para ele quanto para ela.

O regozijo brilhou em seus olhos com a mesma força que palpitou em suas veias.

Ela sorriu, uma curva lenta e ampla de seus lábios, antes de aproximar-se dos homens silenciosos diante dela.

-Hoje é um bom dia. -Ela assentiu com uma risada-. Sim. Malditamente bom. Agora, onde está o fodido Dragoon …

 

Ela parecia o condenado coelhinho que Braden tinha visto nos velhos vídeos que estavam acostumados a olhar nos Laboratórios. Como se chamava?

A coisinha com frufru rosado com um tambor? Algo que ver com uma pilha? O Coelhinho da Duracell? Que dura e dura e dura… Ela o entontecia. Infernos, aquele golpe tinha estado Malditamente perto de lhe revolver os miolos, ele não precisava de um murro em sua cabeça para ajudá-lo. E acrescentara a isto o fato que até ela ter desaparecido em um dos quartos com a doutora das raças, Elyiana Morrey, ela estivera saltando a sua volta como um feijão mexicano saltador.

Não é que ele a culpasse por golpeá-lo. Ele ainda não entendia a dentada que havia dado nela. A necessidade de fazê-lo tinha sido tão primitiva, tão esmagadora que ele não tinha pensado sequer em ignorá-la. Ele a tinha mordido, depois rapidamente tinha começado a lamber as duas pequenas espetadas que tinha feito em seu ombro. Ele a tinha marcado, e algum instinto primitivo tinha exigido que a obrigasse a render-se a ele, ao menos de um pequeno modo.

Não é que Megan se rendesse jamais. Ela tinha uma personalidade alfa tanto quanto ele, o que explicava o punho que ela tinha usado contra ele. Ela sabia o que significava aquela dentada tanto como ele. Uma reclamação. Uma tentativa de forçar de alguma medida o controle sobre ela, ainda que só fosse, a de certificar-se que era todo seu. Que o hormônio que os ligava continuava enchendo seu sistema, e a fazia sentir tanta fome por ele quanto a que tinha pela justiça e a aventura.

Agora a meia-noite tinha caído e tudo que queria fazer era dormir afastando a pressão em sua cabeça. Imediatamente depois de que se desfizesse da pressão em seu membro.

-Braden, não pudemos encontrar o Dragoon. -Jonas saiu ao pórtico onde Braden tomava uma cerveja fria e tinha uma palpitante dor de cabeça.

Ele passou os dedos pelo cabelo cansadamente enquanto se sentava em cima do canil de ebonite que o cão mestiço de Megan tinha ocupado no princípio quando chegou à casa. A cúpula do telhado era bastante plana para sentar-se nela, o lado do teto o suficientemente enviesado para apoiar seus pés em cima. Ele apostava que no interior caberiam ele e Megan, sem mencionar aquele cão mestiço parecido com um lobo que ela chamava de cão.

-Onde infernos se esconde um Desert Dragoon? -Braden sacudiu a cabeça. Ele conhecia a tecnologia que a comunidade das raças possuía agora. Podiam encontrar uma agulha no proverbial palheiro, mas não podiam encontrar um Dragão pesadamente armado no meio de um deserto safado?

-Poderia estar escondido em qualquer uma das centenas de covas e cavernas. - Jonas chegou mais perto, seus olhos de prata pareciam condenadamente estranhos na escuridão. Que demônios era ele, de todo modo? Ele cheirava como um leão, mas maldição se agia como um.

-Eu não gosto disto, Jonas. Aqueles não eram Coiotes, eram Forças Especiais treinados e alguns dos melhores contra os quais lutei. Tinham as armas e os veículos no lugar para uma emboscada sem idéia alguma de quando iríamos ali. Sabiam a rota que tomaríamos e Megan jura que só sua família poderia saber. E não posso acreditar que Lance tentaria lhe fazer mal. De forma nenhuma.

-Jacobs não está sob suspeita. -Jonas confirmou seus próprios pensamentos-. Embora esteja de acordo com sua avaliação anterior. Algo mais está acontecendo aqui e maldito se posso entendê-lo.

Nem ele. Braden tinha revisado a informação para trás e para frente e ainda não encontrara a resposta. Teria sido mais fácil matar Megan de cem modos diferentes. Por que esperar? Por que o ataque no canyon quando teria sido muito mais eficiente fazê-lo ali? Era quase como se estivessem sendo provados. Como se Megan estivesse sendo provada. Mas para que?

-Ela tem que ir ao santuário, Braden. -A voz do Jonas era tranqüila e firme-. Poderia não sobreviver ao ataque seguinte.

Braden apoiou seus cotovelos em seus joelhos e olhou fixamente o vidro escuro da garrafa que segurava. O helicóptero estava a uma distância curta da casa. Enquanto várias equipes de Felinos vigiavam silenciosos. Ele podia senti-los na escuridão, olhando a casa e aos que estavam dentro dela.

Isto parecia o Santuário. Callan e sua gente faziam todo o possível por manter na montanha mais um refúgio que um complexo, mas a vigilância pronta das raças em alarme podia sentir-se em qualquer momento do dia ou noite. Ninguém afrouxava, ninguém esquecia o fato que o Conselho de Genética e as sociedades de Puristas que trabalhavam contra eles esperavam só a mais leve ruptura em sua defesa.

Isto não era uma prisão, mas maldição se ele não se sentia como encarcerado ali. Seria pior para Megan. Ele a viu hoje. Pela primeira vez em sua vida ela tinha se deslocado precipitadamente e ele realmente a tinha visto. Com seus olhos brilhantes e o fogo feroz de batalha ardendo neles. Ela vivia para a aventura. Amava a luta, a adrenalina correndo e a vitória.

Como ele o fazia.

E ele tinha visto algo mais, algo que ele só tinha compreendido nas horas passadas. Megan tinha realmente as barreiras apropriadas, as que não deixavam os efeitos daninhos acontecerem e permitiam entrar a informação. Ela as tinha usado por instinto hoje, correndo através daquela montanha como uma maldita temerária, girando por instinto o volante e livrando-se do pior do fogo assim como dos obstáculos naturais. Com formação ela podia aprender a usar aquelas barreiras assim como seus talentos com eficácia letal. Ela podia ser a companheira perfeita; seria a companheira perfeita. Mas nunca sobreviveria ao Santuário.

Ele levantou a cerveja, terminando-a prazerosamente antes de girar a garrafa entre seus dedos.

-Ela não irá - disse ele finalmente com suavidade.

-Ou você não deixará?, -perguntou Jonas, sua voz era escura-. Ela morrerá neste deserto, Braden, e você irá com ela. Deixe-a escolher.

-Pensa que não a conheço, Jonas? -Ele manteve sua voz baixa, controlando a cólera de modo que o outro homem perguntasse, e tratou de lembrar-se que o trabalho do Jonas era o de proteger a comunidade de raças em conjunto. Megan era a companheira de Braden. Capaz de iluminar o futuro. Isto cairia definitivamente sob o título de proteção.

-Penso que talvez não estudou detalhadamente - disse Jonas com cuidado.

Braden sentiu uma pequena diversão diante do comentário do outro homem. Esta não era a primeira vez que o tinham acusado de tal coisa.

-Perguntarei. - Ele se devia.

Ele mexeu na contusão em seu olho. Maldição, quase que estava muito assustado para não dar-lhe opção. Inclusive tremendo sobre seus pés a mulher pegava forte.

-Não pergunte a ela, Braden - A voz de Jonas se endureceu-. Recolhe-a coloque seu traseiro e o teu no helicóptero. Resolveremos isto de outra maneira. Mantenha-a segura.

Braden fez rodar a garrafa entre suas mãos antes de girar sua cabeça e levantar os olhos ao outro homem. Era ele egoísta? Sua própria necessidade de ser livre anulava a necessidade de proteger a sua companheira? A sua mulher?

-Braden, eles a matarão. -A voz de Jonas era mais dura agora, mais decidida.

-Disse que perguntarei. -Ele se recostou contra a casa, olhando fixamente a noite-. Você não diz a uma mulher assim que faça algo, Jonas - grunhiu ele-. Ela cortaria suas bolas e depois as jogaria na sua cara.

Ele sacudiu sua cabeça ante o pensamento. Ela o deixava louco, punha-o tão brincalhão que pensava que ia morrer, e o esquentava. Que Deus o ajudasse, ela o esquentava em cada fragmento de sua alma e ele não se deu conta até que aquele Raider de merda tinha caído e aqueles soldados bastardos tinham aberto fogo contra o veículo indefeso.

Ele tinha se atirado sobre o primeiro motorista, lhe rompendo o pescoço antes de saltar para o segundo. A raiva tinha fervido em seu sangue e uma neblina vermelha de fúria diferente de algo que tinha conhecido o tinha assaltado.

Quando matou o segundo, ela tinha saído daquele maldito Raider, olhando-o fixamente e aturdida. Bambeando sobre seus pés, mas viva. E ele a tinha mordido.

Ele sacudiu a cabeça com confusão quando lembrou a obrigação primitiva. Esta havia se erguido de suas entranhas e varrido por seu corpo e ele tinha agido. Sem pensar, sem remorsos, seu único instinto era fechar seus dentes em seu ombro vulnerável enquanto as glândulas de sua língua derramavam seu rico hormônio na ferida.

-O que sabe sobre o acoplamento, Jonas? -Ele teve que lutar para ficar calmo, embora a calma sempre fosse difícil de alcançar, sem importar a situação-. Por que diabos continuo mordendo-a?

-Venha para o Santuário e falaremos disso - sugeriu Jonas normalmente.

A chantagem visível fez que Braden o olhasse com frieza. Jonas era um bastardo manipulador e não havia nenhuma dúvida disso. Mas Braden não tinha nenhuma intenção de deixar manipular Megan.

-Nunca lutamos, Jonas - refletiu Braden brandamente-. Batemos cabeças uma vez ou duas, mas nunca estivemos realmente em desacordo. Não o façamos agora.

A tensão se espessou entre eles. Jonas era seu supervisor. Em sua maior parte, Braden fazia seu trabalho e estava em geral de acordo com Jonas como deveria fazer. Até agora.

-Me diga o que acontece, homem. - O grunhido que retumbava em sua garganta era algo que ele parecia fazer ultimamente.

Algo que ele raramente fazia antes. Megan não era uma boa influência para ele.

-E me diga isso agora.

Jonas suspirou asperamente.

-Não estamos certos ainda, Braden. Há ainda muito desconhecimento. A mordida no ombro permite ir mais rápido o hormônio no corpo do companheiro. É o que sabemos. Neste momento, isto é tudo que sabemos. Mas os cientistas do Conselho também sabem. Eles morrem para pôr as mãos em cima da companheira de uma raça. E finalmente o farão.

Eles provavam então. Os soldados que os atacaram eram do Conselho, Braden não tinha dúvida alguma sobre isto. Mas agora começava a suspeitar que a morte da Megan não era tudo o que queriam. Eles suspeitaram do acoplamento; seria impossível não fazê-lo se fossem conscientes da possibilidade.

Tentavam ver se os companheiros eram mais eficazes, se as capacidades de Megan eram mais fortes em sua presença e se ela podia ser usada contra ele ou vice-versa. Este era o modo no qual trabalhava o Conselho de Genética. Investigavam cada força e fraqueza, provavam e torturavam até que os sujeitos estavam mortos ou só muito malditamente entorpecidos para preocupar-se se viviam ou não.

O que significava que as apostas aumentavam, assim como o perigo.

 

A Doutora Elyiana Morrey era uma raça com olhos e cabelo marrom sombrio curto. Era alta, quase cinco e dez, com uma expressão compassiva e uma voz dura quando as coisas não eram como queria. Mas apesar de sua simpatia, deixava Megan incomodada.

-Preciso levá-la ao Santuário - disse a doutora quando pegou o frasco final de sangue e o embalou em sua capa-. As amostras estarão prontas logo. Precisamos vigiar de perto os sinais de acasalamento e compará-los com os outros.

O Santuário não era um lugar, calculou Megan, no qual ela desejasse estar enclausurada. Ela tinha visto o informe de alta segurança sobre o Complexo que os Felinos chamavam uma base lar e não pensava ser parte disso. Não poderia resistir ser examinada assim, dia após dia, sabendo que no momento em que saísse daquela porta as pessoas a fotografariam, fariam-lhe um perfil e tentariam determinar suas fraquezas como os jornalistas freqüentemente faziam com as raças e suas mulheres.

-Isto está bem. -Megan roçou em seu braço antes de levantar-se da cama e de mover-se rigidamente para a bata que estava jogada em uma cadeira-. Estou bem aqui.

Ela vivia para uma mudança. Manteve seu sorriso, voltando a viver o regozijo puro da perseguição anterior e o conhecimento de que, sem importar o quão perto esteve, eles tinham ganhado.

-O acoplamento é diferente com você. -A doutora Money se sentou comodamente no final da cama, olhando-a com uma indireta de confusão-. A mordida normalmente se realiza raramente, e só durante situações sexuais. Braden é o primeiro Macho das raças a morder fora dessa situação. A mordida é diferente também. Mais profundo que o normal e se não estou confundida, o que em geral não estou, o hormônio que injetou em você é mais potente. O aroma ao redor da mordida é mais forte que outros. Isto aumentará as respostas instintivas e as emoções. Tome cuidado com isto, sobre tudo no que se refere à cólera. Parece que a cólera e a excitação são as duas respostas que aumenta primeiro. O julgamento pode ver-se dificultado em alguns casos, e não é sempre fácil de controlar.

Merda. Muito estranhamente, a mordida não doía.

Megan estendeu a mão, roçando o músculo enquanto dobrava seu ombro. Este era o único ponto em que seu corpo não estava dolorido.

- Já começa a curar-se - indicou a doutora-. Isto é estranho também, considerando a profundidade da mordida. Não posso fazer as provas apropriadas desta forma, Megan. E até que eu possa ver o que acontece, não tenho nem idéia do que o causa.

- Pergunte a Braden - resfolegou ela-. Ele é quem me mordeu.

Ela não era o experimento de laboratório de ninguém e não ia começar agora. Talvez mais tarde, emendou-se.

-Se Jonas tivesse averiguado algo nele teria me avisado. - Morrey deu de ombros elegantemente.

-Conseguirei as amostras que preciso de Braden antes de partir, mas de todo jeito, isto não é o bastante. Necessito-a nos laboratórios.

Sim, Megan apostava que o fazia. Ela observou à outra mulher com cuidado, incomodada com o coração sem emoção que podia sentir na doutora.

-Isto tem que terminar aqui - suspirou ela finalmente cansada-. Esconder não ajudará, não importa a desculpa que usemos. E estou cansada de me esconder. Quando tiver terminado, talvez a visite num momento.

A Doutora Morrey a olhou com serenidade.

-Poderia morrer aqui e nunca averiguaríamos o que causou as anomalias que mostra. Só o exame inicial mostra várias diferenças entre você e os outros companheiros do Santuário. Os hormônios de Braden reagem de uma maneira diferente que as das outras raças. Tenho que estudá-lo.

-Tem sangue, pele, fluido vaginal, saliva e outras amostras múltiplas para continuar. - Megan cruzou os braços sobre seus seios enquanto olhava à doutora-. Terá que ser suficiente.

Um sorriso resistente curvou os lábios finos da doutora.

-Não cede muito, não é, senhorita Fields?, - indicou ela.

-Às vezes muito - confessou Megan ironicamente-. E você evita falar-me sobre o assunto da mordida. Que demônios está acontecendo?

A Doutora Morrey apertou seus lábios fortemente durante um momento.

-O hormônio que levamos durante o Calor de Acoplamento tem algumas propriedades peculiares - confessou ela-. Com o tempo varia de acasalamento a acoplamento, começa a afetar o companheiro não raça a nível genético. A mordida de hoje… -Ela deu de ombros enquanto agitava sua mão com confusão-. Isto nunca aconteceu antes. Mas notei com as outras fêmeas que aumenta o ritmo da cura depois do Acoplamento, como fazem seus níveis de imunidade. Suspeito que isto foi uma ação instintiva resultado do extremo da situação. Saberei mais depois que estude os níveis de hormônio no sêmen e saliva de Braden.

Os olhos de Megan se arregalaram enquanto engolia com dificuldade.

-Isto está no sêmen também? -Uma visão dela de joelhos, com o membro de Braden jorrando pesadamente em sua boca, apareceu diante de seus olhos.

-Os níveis hormonais são realmente muito mais altos ali.

A doutora assentiu enquanto fechava a capa que continha as amostras e começava a reunir seus instrumentos de tortura.

-Sobre tudo na lingüeta. A potência hormonal ali é extraordinariamente alta das poucas amostras que conseguimos adquirir. -A risada curta e zombadora que a doutora deu quando lhe deu um olhar era ligeiramente amarga -. É quase impossível conseguir amostras da lingüeta. Fomos afortunados com Merinus, uma vez. O hormônio viaja tão rapidamente ao útero que é quase impossível conseguir uma amostra. Pela razão que seja, a lingüeta só surge dentro da vagina. -Ela deu de ombros filosoficamente-. Adivinho que essa é a busca de um médico.

Megan manteve sua boca fechada. De maneira nenhuma ia revelar a injeção oral que tinha recebido. Com sua sorte, ela seria enviada ao Santuário tão condenadamente rápido que faria que a cabeça de Braden girasse. Agora mesmo que ela não queria ter nada a ver com o Santuário, a pesar do fio de culpa que a encheu. As raças mereciam sua liberdade, e mereciam saber o que a natureza os fazia. Mas ela sabia que o perigo que a rodeava só se intensificaria se não tratasse com ele agora.

Ela limpou a garganta com cuidado.

-Bem, talvez seja afortunada um dia destes.

-Só podemos esperar. - A doutora resfolegou-. Até então, fazemos todo o possível com o que temos. Um dia entenderemos tudo isto.

Megan assentiu com o que ela considerava impressionante seriedade. Ela podia sentir o rubor que a traía e ameaçava elevando-se sob sua pele, e sabia que a doutora, sendo uma maldita raça, não teria nenhum problema absolutamente…

-Realmente ajudaria, querida, se me desse ao menos a informação que preciso. -A doutora, Elyiana, lançou-lhe um olhar pelo canto do olho enquanto se inclinava para o estojo e movia a fechadura-. Sei manter minha boca fechada no interesse da ciência, sabe.

Merda.

Os olhos da Megan se exageraram.

-Disse tudo o que sei - prometeu ela enquanto lutava contra qualquer prova que traísse uma mentira.

-Nada mais absolutamente? - Elyiana arqueou sua sobrancelha com curiosidade-. Estranho, a princípio falar daquela lingüeta e dos níveis hormonais o ritmo de seu pulso subiu até o céu. Braden alguma vez mencionou que a mentira tem um cheiro?

-Realmente, ele diz que uma mentira o tem - replicou ela tranqüilamente.

Elyiana sorriu recatadamente.

- Poderia se dizer que o desmentido vem em muitas forma - indicou ela-. Como fazem as mentiras. E o cheiro troca para cada um. Você pode guardar seus segredos só por pouco tempo, Megan. Finalmente terá que confrontar as conseqüências do Acoplamento e suas reações em seu corpo. Ocultá-lo não a fará nenhum bem, e isto somente fará mais difícil ajudá-los a você e a Braden.

-Estamos bem. - Megan olhou com cenho franzido ante o sutil castigo-. Não há nenhum problema absolutamente.

-Muito bem. -A doutora inclinou sua cabeça em uma cabeçada pequena e zombadora-. A deixarei em paz para acalmar seu companheiro. Jonas é bastante bom em incitar sua cólera.

Os ombros da Megan caíram.

-Sim, ouvi-os.

Elyiana lhe deu um olhar tranqüilo, de sondagem, antes de aplanar seus lábios e dirigir-se à porta.

-O deixarei então - disse ela outra vez-. Se precisar de mim, peça que Braden entre em contato com Jonas e virei. Embora realmente eu insista para vir ao Santuário. -Ela agarrou o trinco, deu uma olhada sobre o ombro e lançou a Megan um olhar desagradável-. Isto poderia significar mais que só sua vida, Megan. Isto poderia afetar outros também.

-Elyiana… - Megan manteve sua voz suave quando a doutora fez uma pausa diante da porta-. A potência do hormônio na lingüeta?

-Sim? -A doutora a olhou com uma calma tranqüila.

-Talvez… -Ela limpou a garganta-. Talvez seja diferente se é entregue de um modo diferente. -Ela sentiu que o rubor subia a seu rosto. Maldição como isto era difícil-. Mais que dentro da vagina, quero dizer.

-Oralmente? - Os olhos de Elyiana se estreitaram enquanto Megan assentia bruscamente.

-Pela razão que seja - seguiu a doutora -, informes que temos dos casais acasalados mostram que os Machos não permitem a ejaculação durante o sexo oral.

Megan limpou a garganta outra vez.

-Talvez Braden só seja estranho.

Falando de desconforto. Deixar esta mulher conhecer os prazeres que ela e Braden tinham compartilhado não era fácil.

-Obrigado, Megan. - A doutora permitiu que um sorriso breve cruzasse seus lábios-. Acrescentarei isto a minhas próprias notas particulares para investigar mais adiante. Mas ainda a necessitaria no Santuário o quanto antes. Mesmo que seja apenas para sua própria segurança.

Com aquele comentário, ela girou a maçaneta e deixou o quarto. Agora. Megan só tinha que desfazer-se de sua família.

O helicóptero se levantou no deserto, seus motores se silenciaram quando pairou durante um segundo antes de dirigir-se de regresso ao complexo de Virginia. Elyiana se sentou atrás, seu contêiner de sangue, sêmen e amostras de saliva fechado com cuidado em um compartimento de armazenagem a seu lado. Uma luz débil acendeu o interior as sombras se dissiparam através do chão quando Jonas saiu da cabina e se sentou prazerosamente ao lado dela.

-As mudanças hormonais são muito mais aparentes com ela. Braden não perdeu tempo em marcá-la.

Elyiana encontrou os prateados e absortos olhos de Jonas. Eram misteriosos. Não, eram condenadamente horripilantes.

-Não posso estar certa sem as provas apropriadas. -Ela suspirou com derrota-. Mas todas as provas apóiam esse caminho. As mordidas que lhe infligiu podiam ter muito a ver com isso. As mordidas eram muito próximas a jugular para assegurar que o hormônio foi vertido diretamente na corrente sanguínea. Sua audição é mais aguda, como é sua capacidade de curar-se. Saberei mais quando levar as amostras ao laboratório, mas eu adivinharia que o hormônio que Braden leva é muito mais potente que o normal.

-por quê? -Inclusive sua voz era perigosa.

-Ele é um dos poucos cujo DNA de leão é mais forte do que os cientistas esperaram. -Ela deu de ombros-. Esse é um dos motivos pelos quais evitou os castigos mais ásperos dentro dos Laboratórios e alcançou o status mais alto de assassino, como bem sabe. Adivinho que isso explicaria por que o hormônio é mais potente. Tem sentido.

O grunhido que retumbou no peito de Jonas era aterrador de ouvir. Este não era o som normal do desgosto que um leão Macho pronunciaria. Mas estava aborrecido com ela, ou com Braden?

Com maior probabilidade com ela; ele parecia em particular aborrecido com ela ultimamente.

-Não seja deliberadamente obtusa, Elyiana - grunhiu ele, dirigindo seus incisivos perigosamente-. Por que ele teria que mordê-la de tal maneira? Ele age por instinto; eu mesmo posso senti-lo. Agora por quê?

Ela o olhou pensativamente.

-Não sei, a menos que o hormônio e seus próprios instintos tentem vencer o anticoncepcional. Nas companheiras humanas anteriores, as diferenças genéticas neles depois da concepção conduziram a imunidade avançada e capacidade de cura. Isso poderia ser uma compensação primitiva de alguma raça. Um modo de assegurar a concepção ou o equilíbrio hormonal que permitiria a cura e imunidade mais alta. Suspeito do último. Ela já mostra a sensibilidade sensorial avançada. Audição e visão. Suspeito que isto é uma das pequenas brincadeiras da natureza para assegurar que sua companheira tenha vantagem para lutar a seu lado.

E outros estariam muito interessados em saber.

Elyiana era muito consciente do perigo no qual isto podia colocar à companheira de Braden. Os casais acasalados até agora ficavam dentro do Santuário para sua própria proteção e para permitir que com a enorme série de provas pudessem investigar o fenômeno do acoplamento.

Braden e Megan nunca ficariam dentro do Santuário.

Braden era tão selvagem quanto o vento, sempre tinha sido. E parecia que sua companheira não era diferente.

-Precisamos dela no Santuário. Não importa o custo - informou Jonas com frieza, sua cólera ia obviamente dirigida a Braden mais que a ela.

-Ela não virá. - Elyiana estava segura disto.

Algumas raças eram assim. O confinamento só os fazia mais perigosos e mais voláteis. Este era um dos motivos pelos quais alguns de seus melhores lutadores tinham morrido nos Laboratórios.

O Conselho tinha sido incapaz de controlá-los.

Elyiana se considerava uma lutadora capaz, uma mulher inteligente e forte. Mas Jonas a aterrorizava.

-Quero os resultados dos exames rapidamente - disse ele brandamente, sua fria voz exigindo enquanto a contemplava com aqueles olhos misteriosos prateados-. Muito rapidamente, Elyiana. Entendeu?

-Sim. -Ela lutou para manter sua mente em branco e suas emoções controladas. Ela esteve fazendo-o durante anos, já fazia muito tempo que ninguém tinha sido capaz de agitá-la, nem sequer Jonas-. Entendo.

-Muito bem.

Ela olhou quando ele ficou em pé, um fluxo forte de movimento, elegante e perigoso de repente enquanto ele se movia de volta à cabina. Quando o painel fino entre as duas áreas se fechou deslizando-se, ela inalou profundamente para acalmar-se. Ele queria resultados, mas não mais do que ela o fazia. Isto poderia significar a diferença entre sua liberdade e sua própria destruição.

O Calor de Acoplamento não seria capaz de ficar escondido muito tempo, o que ela sabia que preocupava ao Gabinete de Direção das Raças. Uma vez que a informação escapasse sobre a imunidade avançada e as capacidades sensoriais dentro dos companheiros não raças e se suspeitasse sobre o retardamento sobre o envelhecimento, a opinião mundial poderia voltar-se contra eles com violência e o Santuário não poderia sobreviver.

Enquanto as raças fossem retratadas como débeis, incapazes de lutar contra o malvado Conselho e as sociedades de Puristas, então o mundo os olharia favoravelmente. Eles não eram um risco ou uma ameaça. Mas uma vez que a verdade surgisse, só Deus sabia o que aconteceria.

Embora lutassem por uma causa perdida. A suspeita já se adiantava entre os jornalistas. Em quase dez anos nem Lyon Callan nem sua companheira, Merinus, pareciam ter envelhecido um dia. Os sinais de acoplamento nos ombros dos companheiros tinham sido vislumbradas várias vezes, e vários cientistas comentavam sobre isso. Vários cientistas do Conselho, capturados durante os resgates das raças quando primeiro surgiu a informação, tinham revelado suas suspeitas para o acoplamento, embora nenhum soubesse o grau pleno disso.

Atualmente, o Santuário era sua única base segura. A velha e refinada mansão do sul estava rodeada por várias centenas de acres de terra arborizada e proporcionava às raças asilo e refúgio. Permaneciam dentro de suas próprias fronteiras e, à exceção das tarefas do exército ou da aplicação da lei nos que eram procurados, raramente se aventuravam entre as pessoas. Embora Elyiana soubesse que isto não duraria por muito mais tempo.

Uma vez que as raças se adaptaram à liberdade, e seus corpos e mentes se curassem das crueldades infligidas sobre eles dentro dos Laboratórios, então começariam a vagar. Esta era a natureza da besta. A necessidade de ampliar seus horizontes, de unir-se, de acasalar-se e de começar seu próprio clã.

Seria então quando as verdadeiras batalhas começariam. E eram essas batalhas as que Elyiana temia. A luta pela sobrevivência pareceria coisa de costurar e cantar comparada com o que se temia que chegasse.

 

Braden sempre se considerou mais homem que animal. Mais capaz de pensar antes de reagir. Perspicaz. Calmo. Conciso. Até que conheceu Megan. O instinto o tinha governado no momento em que tinha posto seus olhos nela. A consciência de seu corpo sobre ela tinha sido instantâneo. A ereção que tinha enchido seu jeans naquele segundo tinha sido alarmante. Os instintos que se elevavam dentro dele agora eram primitivos. Era como a mordida que tinha dado em seu pescoço depois do acidente, incontroláveis. E não tinha nenhum desejo de controlá-lo. Quando se referia a Megan e sua fome por ela, achava que não podia resistir.

Ele a encarou através da sala de estar, vendo o esgotamento e o cansaço que arrastava em seu corpo. Ela tinha que enroscar-se em sua cama sob todas aquelas mantas macias e dormir enquanto ele a pudesse permitir fazê-lo. Mas sabia que o sono teria que vir mais tarde.

-Deveria descansar - grunhiu ele-. Esforçou-se muito.

-Disse a frigideira à chaleira?, -perguntou ela com falsa doçura-. Poderia dar lições de teimosia a uma mula, Braden.

Esta noite lhe daria lições, mas não de teimosia. De submissão. De aprendizagem sobre o preço a pagar por despertar o animal que estava à espreita sob a fina capa de humanidade. De obediência a ele.

Seu estômago se esticou, retorcendo-se realmente de dor ante a lembrança de sua deliberada desobediência quando tinha ordenado que ficasse escondida atrás dos cantos rodados. Ele só pensou em verificar a situação, matar os soldados se possível e, se a segurança o permitia, voltar então para ela.

Ele não tinha nem idéia de como reagiria ela em tal situação, ou quão precisos eram seus arquivos da Academia sobre sua formação.

A possibilidade de uma ferida fatal ou a captura teria sido muito alta se eles tivessem demorado um segundo mais em alcançar a segurança do Raider.

Ela tinha arriscado não só sua vida, mas também sua prudência. E não podia permitir que isto acontecesse outra vez.

-Por que me olha assim? -O desafio de sua voz fazia enraivecer o animal dentro dele.

-Desobedeceu-me hoje, Megan. -Havia um estrondo perigoso em sua voz-. Antes que eu pudesse calibrar suas forças ou suas fraquezas, desobedeceu-me, colocando não só minha vida em perigo, mas também a sua.

- Ainda está furioso sobre isso? - Ela o olhou incredulamente-. OH realmente, Braden. Não é o momento de terminar com isso agora? Eu sabia o que fazia.

-Mas eu não - indicou ele, sua voz era suave à exceção do estrondo áspero sob as palavras-. Não tinha nem idéia do que fazia ou do que era capaz. Disse que ficasse, companheira.

Seus olhos se estreitaram em resposta a sua declaração

-Não sou um cachorrinho para que me dê ordens, Braden - ela o informou com tranqüilidade-. De qualquer maneira, não é nosso problema mais premente. Essa merda hormonal tua tem que ser represada.

Era muito. Seu desafio anterior tinha cruzado um limite que ele não sabia que existia. E agora isto.

Antes que ela pudesse dar mais que um grito abafado, ele estava sobre ela. Os dedos de uma mão afundando-se em seu cabelo enquanto ele segurava sua cabeça ferozmente, a cabeça dele baixou e seus lábios reclamaram os seus.

Braden permitiu a sua língua uma lambida rápida em seus lábios antes de beliscá-los para abri-los. Então arpoou profundamente em sua boca, fazendo que envolvesse a sua enquanto sentia que seus lábios o encerravam e ouvia seu gemido de excitação.

As glândulas inchadas ao longo da parte oculta pulsaram e palpitaram enquanto derramavam seu doce narcótico em sua boca, dispondo-a e preparando-a. E ela agarrou com impaciência como se procurasse mais.

Esta noite ela tinha que aprender quem liderava, e quem devia seguir. Esta noite, ela aprenderia quem era o alfa e quem era o beta. Esta noite, ela seria mais que só sua companheira. Atraindo-a, sua mão livre acariciou do arco de suas costas às curvas tentadoras de seu traseiro. A fome que varreu por ele enquanto seus dedos cravavam em uma face sacudiu seu coração.

Ele precisava o que nunca antes tinha tido de uma mulher. A última submissão, uma aceitação primitiva de seu domínio. E por Deus que o teria. Seus dedos se apertaram na curva enquanto sua outra mão deslizava de seu cabelo ao lado do rosto, agarrando-a, estendendo-a devagar enquanto ela continuava na ponta dos pés, suas unhas se cravaram no tecido de sua camisa enquanto ela gemia fracamente em sua boca.

Ele empurrou sua língua entre seus lábios devagar, pistoneando repetidamente em sua boca enquanto lutava para drenar o último calor inchado de sua língua. Ele queria que ela agarrasse tudo isto, precisava que o fizesse. Ele queria sua natureza tão enlouquecida pela intensidade sexual como ele estava. Tão desesperada por seu toque quanto ele por dá-lo.

-Braden. Deus, o que me fez? –Ela se agarrou enquanto seus lábios deslizavam nos seus e suas mãos se apertavam em seu traseiro, separando as nádegas, minuciosamente permitindo sentir o prazer aceso da diminuta entrada situada ali.

Não lhe respondeu. Pelo contrário, tomou-a em seus braços antes de abandonar a sala e de mover-se rapidamente para cima. Ele já tinha preparado o que precisava em sua mesinha, preparando-se para o que viria esta noite.

Megan olhou fixamente seus traços ásperos e selvagens, assombrada por sua sexualidade. A expressão em seu rosto deveria ter sido espantosa. A forma em que seus olhos brilhavam com a fome feroz, os ângulos ásperos de seu rosto que só se revelavam com a raiva, ou deste… deste ar primitivo de domínio.

Isto a sacudiu até o núcleo. Ele estava furioso. Ela sabia que ele estava furioso no momento em que a tinha mordido, com seus dentes afundando-se em seu ombro, tentando mantê-la quieta enquanto sua mão se movia rapidamente sobre seu corpo depois do acidente.

E ele não o tinha dado por finalizado tampouco. Ela o havia sentido aumentar, mudar, fazendo-se mais profundo dentro dele enquanto ele suportava seu exame.

As sensações se estenderam para ela até seu quarto, justo quando ela lutava com sua família. O aumento da excitação em seu interior com o que até o hormônio que enchia seu beijo não podia competir.

-Pensei que poderia drenar esta necessidade de você - grunhiu ele enquanto entrava em seu quarto e a lançava em sua cama, fazendo-a afastar os olhos ferozmente-. Quando me masturbei naquelas provas de merda pensava que eu podia verter o medo e o aborrecimento naquele frasco de merda e aliviar esta necessidade dentro de mim. - Ele sacudiu sua camisa sobre sua cabeça e a virou antes de tirar as botas rapidamente.

Megan só podia olhar acima para ele, impressionada pelo tom de barítono profundo de sua voz tanto como estava impressionada por suas palavras e sua reação. Ela imaginou estando seu em quarto de hóspedes, com seu grosso membro encerrado em seus dedos enquanto se acariciava, e sentiu seus sucos deslizar densamente de seu sexo aquecido.

Suas calças caíram depois. Megan tragou fortemente ante a visão da crista colorida de roxo, do batimento do pulsar irritado da carne apertada e dura. Sim, ele estava em plena raiva, um calor de acoplamento ao que ela se perguntou se qualquer deles sobreviveria.

-Vem aqui. -Ele se ajoelhou na cama, sua mão agarrando seu cabelo e atraindo-a.

Ela sabia o que ele queria. Eles podiam falar de seus meios de alcançá-lo mais tarde, assim como das repercussões que podiam resultar. Ela não tinha esquecido a informação da doutora. Mas não tinha esquecido tampouco o sabor dele. E precisava de seu sabor.

Seus lábios se abriram, esticando-se ao redor da grosa cabeça enquanto esta se deslizava em sua boca.

-Sim - grunhiu ele-. Chupa meu membro, carinho. Chupa-a profundamente enquanto brinco com esses bonitos seios.

Ela gemeu ao redor da carne enquanto tirava o vestido, buscando com suas mãos os peitos, beliscando com seus dedos e puxando os mamilos endurecidos. A sensação aguilhoou dos pontos duros a seus clitóris enquanto ela chupava vorazmente seu membro, suas mãos que acariciavam o eixo endurecido enquanto ela gemia avidamente. Ela se arqueou em suas mãos enquanto empurrava sua ereção em golpes superficiais contra seus lábios.

O sangue se precipitou por seu corpo, chispando em suas veias enquanto ela sentia o hormônio acrescentar força a sua excitação. Isto a assombrou, sentindo como o fazia, precipitando-se através de suas terminações nervosas e sensibilizando sua carne, fazendo-a arder.

Seus dedos acariciaram sobre a longitude dura de seu pênis enquanto ela chupava e lambia na cabeça palpitante, gemendo ante seu gosto. Fresco. Selvagem. O gosto de uma tormenta no mar.

-Lindo. -Seus olhos se abriram, levantando-se para olhar para ele.

Uma careta apertada revelava os incisivos letais nos lados de sua boca enquanto ele olhava seu membro entrar lento e suave em sua boca. Ela desferiu um golpe na parte oculta com sua língua e olhou seus olhos flamejar. No impulso seguinte ela curvou sua língua, alcançando do outro lado de seu pênis onde a lingüeta palpitava logo sob a sedosa carne. A carne endurecida se sacudiu ante seu apertão enquanto um grunhido primitivo abandonava seus lábios. O estrondo áspero ferroou por ela, convulsionando seu corpo, apertando seu sexo e enviando seus sucos a carregar os lábios inchados mais à frente. Suas mãos se apertaram em seu cabelo, mantendo-a quieta para cada penetração contra seus lábios.

-Basta. - A áspera ordem a fez lutar com sua presa, lutar para manter a cabeça palpitante de sua ereção entre seus lábios.

Em uns segundos ele a tinha despojado de sua bata e vestido curto. Nua, seu corpo se debilitava pela transpiração e zumbia com a necessidade de seu toque, ela se ajoelhou na cama diante dele.

-Você é minha - declarou ele então, exigindo. Dominante-. Entende-me, Megan? Minha. Não me desobedecerá dessa maneira outra vez. -O tom de sua voz penetrou na neblina sexual que turvava sua mente.

-Em seus sonhos, menino mau - arrulhou ela.

Braden ficou rígido. Seu olhar fixo pestanejou a seu membro enquanto um zumbido de apreciação escorregava por diante de seus lábios. Pareceu mais endurecido, ruborizado, grosso e impaciente por seu toque. Ela estendeu a mão para ele, só para franzir o cenho quando Braden agarrou suas mãos, apartando sua carne.

- Minta-me, Megan - grunhiu ele-. Diga-me que obedecerá da próxima vez. Que nunca fará nada tão tolo outra vez.

Sim. Seguro. Aquela mentira faria que relâmpagos voassem por ambos.

Ela apertou seus lábios em troca e lhe enviou um suave e úmido beijo.

-E se prometer pelo contrário tomar cuidado? -Não havia uma possibilidade no inferno de que prometesse deixar a liberdade que tinha encontrado com ele.

Seus olhos se estreitaram. O olhar enviou sacudidas e estremecimentos por seu corpo enquanto sua matriz se convulsionava ante a promessa de vingança.

-E se mostro por que me obedecerá da próxima vez? -Sua voz era profunda e pensativa. Tão sexualmente áspera que quase lhe roubou o fôlego.

-Hmm, por que não só segue adiante e dá seu melhor tiro, doçura. -Ela se moveu, esticando-se na cama enquanto passava sua mão ao longo de seu estômago, parando a um escasso fôlego dos cachos úmidos entre suas coxas-. Estou certa que prestarei atenção.

Ela sabia que deveria estar preocupada. Não havia dito sobre despertar a um leão adormecido? Não, tigre. Ela sorriu devagar ante o pensamento quando olhou seus olhos escurecer-se, ouviu o grunhido perigoso e primitivo que deixou seu peito. O que fosse.

Seus dedos se moveram mais abaixo, agitando os cachos suaves entre suas coxas enquanto ele olhava com impaciência. Talvez ela pudesse fazê-lo esquecer do castigo. Seus dedos baixaram para frente enquanto suas pálpebras revoavam de prazer.

-Continue. -Seus dedos se curvaram ao redor de seu membro, acariciando devagar quando ela observava sua fenda inchada-. Mostre-me o que você gosta, carinho. Então eu mostrarei o que consegue.

Ela ofegou quando seus dedos rodearam seus clitóris, seus quadris se sacudiram enquanto o fogo corria por seu ventre.

-Me deixe tocá-lo também - pediu ela, morrendo por sentir seu pênis acelerar em sua boca, o gosto selvagem de seu sêmen fazendo-a cambalear depois da excitação e depois do prazer.

-Que tal se fizer isto ao contrário. - Ele abaixou ao lado dela, deitando-se a seu lado enquanto sua cabeça baixava a um duro mamilo que apontava para cima.

Ela quase gritou quando seus dentes beliscaram no ponto sensível no mesmo instante em que sua mão cobria a sua, pressionando seus dedos mais comodamente contra sua concha.

-Dê prazer a você mesma - pediu ele asperamente-. Quero-a selvagem, Megan. Se faça selvagem para mim, carinho.

Seus dedos ferroaram o tecido fibroso aumentado de seu sexo enquanto suas costas se arqueavam na cama. Era incrível. Sua boca em seu peito, sugando o ponto escuro até a consciência dolorosa enquanto seus próprios dedos se afundavam em sua sensibilizada vagina.

Ela tremeu, tremeu quando as sacudidas poderosas da sensação chisparam por ela. Sua palma se apertou contra seus clitóris, aumentando a pressão, o prazer, até que as correntes que chispavam se converteram em uma bola de fogo, varrendo sobre ela e deixando-a ofegante.

-Tão linda - grunhiu ele, dando a seu mamilo uma lambida antes de riscar seu caminho de beijos para baixo por seu estômago enquanto ele levantava seus dedos da carne inchada que ela tinha acariciado.

Um gemido abandonou seus lábios quando ele trouxe seus dedos a sua boca, lambendo seu suco antes de pôr sua mão em seu lado e de mover-se mais abaixo.

Megan só podia olhar como ele separava suas coxas e se movia entre elas. Sua cabeça baixou, sua língua desferiu um golpe pela fenda encharcada. Ele mordiscou meigamente sobre o nó dolorosamente sensível de seus clitóris. Seus quadris se sacudiram enquanto um grito abafado e assustado deixava seus lábios e os fogos começavam a aumentar outra vez. Ela não podia conseguir muito dele; até no calor do perigo seu corpo o ansiava, fluindo por ele, e nunca a deixando esquecer onde podia encontrar prazer.

-Shhh… - A suave qualidade que cantarolava de sua voz a fez compreender que ofegava, e que os gritos miados que ressonavam ao redor dela eram os seus próprios.

Apesar da liberação, ela só ardia mais quente agora. Mais selvagem. Podia sentir a excitação, a luxúria embriagadora emanando por ela e exigindo a liberação.

-Não posso esperar. -Suas mãos agarraram seu cabelo, desesperada por terminar com as lambidas de brincadeira e com os toques suaves que lhe dava. Ela o queria com força. Rápido. Ela o queria agora.

-Esperará de qualquer forma. -Suas mãos agarraram suas coxas quando ele se colocou melhor entre suas pernas-. Só um pouquinho mais, carinho, e poderá ter o que ambos precisamos.

Sua língua se deslizou pela carne inchada e atormentadoramente necessitada.

-Me torturando até a morte não vai conseguir o que quer. -Mas suas mãos se enrolaram em seu cabelo para imobilizá-lo enquanto o prazer se estendia sobre ela, por ela. Cada toque era melhor que o anterior. Cada um a levava mais alto.

-É tão doce como a primavera, tão quente como o verão - grunhiu ele quando ela sentiu seus dedos acariciando a entrada a sua vagina, brincando e tentando.

Ela se arqueou ante o toque, desesperada por mais. Quando seu dedo se deslizou dentro nesse momento e seus lábios cobriram seus clitóris, ela estava certa de que encontraria a liberação. Ela se equilibrou na beira, chegando mais perto.

-Maldito seja, Braden -gritou ela furiosamente quando seu dedo deslizou livre, entrando outra vez, ferroando e lançando o calor molhado de seus sucos enquanto o fazia.

Ela podia sentir o calor úmido correr ao longo de sua carne quando isto fluiu mais abaixo, animado por seus dedos diabólicos e esquentando a carne sensível entre suas nádegas.

Ela estremeceu, pouco propensa a dar crédito ao prazer que a carícia sutil lhe trouxe. O sangue trovejou por suas veias enquanto seus dedos seguiam, acariciavam e apertavam.

-Braden. -Suas mãos apertaram em seu cabelo enquanto o medo emprestava uma nova dimensão ao prazer precipitando-se por ela.

Ele parou, mas seu dedo não se moveu.

-Minha - grunhiu ele outra vez-. Antes que terminemos, Megan, me fará essa promessa.

Se ela obedecesse? E deixar ele disparar? Não acreditava.

Ela sacudiu sua cabeça desesperadamente, tirando seu cabelo, necessitando-o e precisando do toque que a enviaria sobre a borda. A pressão dos dedos em seu sexo, fodendo-a duro e forte enquanto sua boca e língua faziam magia em seu clitóris. Era o que ela precisava. O que queria.

Seu dedo voltou para as profundidades palpitantes de sua vagina enquanto seus quadris caíam na cama, suplicando, pedindo sua boca. Ele lambeu, acariciou e chupou. Seus dedos empurraram brandamente, levianamente em seu interior enquanto seus sentidos começavam a queimar-se fora de controle. Ela não podia suportá-lo.

-Maldito seja. Deixa de me torturar. - Ela tirou seu cabelo.

- prometa-me isso

Ela tratou de gritar, mas o que saiu parecia mas bem uma súplica que uma maldição.

Seu dedo se moveu mais abaixo outra vez, acariciando a pequena entrada escondida com golpes delicados.

-Vamos, carinho. Promete seguir meu exemplo. Somos companheiros, lembra? Eu lidero, você me segue.

Isso era uma sociedade? Ela não acreditava!

-Segui-o. - Ela ofegou fatigosamente-. O fiz, Braden. Sabe que o fiz. Esperei que você fosse primeiro.

Ele grunhiu ferozmente, beliscando nos lábios suaves que ele lambia, enviando correntes de agudo prazer estendendo-se por sua matriz enquanto ela sentia o apertar-se de um dedo em seu traseiro e separar a diminuta entrada.

-Garota má - acusou-a sombriamente, sua cabeça baixou mais ainda, sua língua se moveu mais perto de seu sexo necessitado.

-OH, Deus sim - gritou ela enquanto sua língua se inundava dentro da entrada chorosa. No mesmo instante, seu dedo perfurou a entrada de seu traseiro.

O fogo e o prazer alternados se estenderam por ela. Ela não sabia se deveria pedir que ele parasse ou pedir que continuasse.

Não havia nenhum pedido de nada para Braden. Havia somente os gritos abafados cheios de desespero, a necessidade de respirar, de culminar, enquanto ele aumentava seu prazer mais alto, mais quente, levando cada terminação nervosa a uma atenção feroz e desesperada.

O que fazia era destrutivo e enlouquecedor.

-Vire-se. -A ordem áspera chispou através de seus sentidos enquanto imagens, fomes e desejos açoitavam por sua mente.

Ela gemeu quando ele a girou, levantando seus quadris, empurrando seus joelhos sob ela. Sua mão aterrissou em seu traseiro, mordaz, acesa, mesclando-se com a sobrecarga de prazer e conduzindo-a mais alto enquanto suas mãos se apertavam em punhos e esmagavam o tecido da colcha entre elas.

- Demônios por que isto?, -ofegou ela, girando sua cabeça para fulminá-lo com o olhar sobre seu ombro.

Os olhos que encontraram seus olhos a deixou atordoada. Sua mão descendia outra vez, o golpe leve queimava por sua carne enquanto sua expressão queimava por sua mente. Intenção. Tão grosseiramente luxurioso que isto lhe roubou o fôlego.

-Promete que me seguirá, Megan. -Sua mão acariciou sua carne dolorida até que se moveu entre suas coxas, embalando seu sexo.

OH Deus, ela estava tão tentada. Mas uma promessa era uma promessa.

Ela teria que fazer todo o possível para mantê-la. E isto a mataria. Ele insistiria em protegê-la.

Ela se virou, sepultando seu rosto na colcha enquanto o sentiu separar as nádegas de seu traseiro, seus dedos se moveram perigosamente perto da pequena entrada já atormentada situada ali.

-Diga, Megan - grunhiu ele enquanto o sentia sondando na entrada anal-. Diga-me isso e darei o que precisa. Senão, vou ter o que quero.

A ponta de seu dedo pressionou dentro enquanto um longo e suplicante grito deixava seus lábios. Ela não podia lhe dar tanto controle. Isto nunca funcionaria.

Ela sacudiu sua cabeça desesperadamente. Certamente poderia resistir. Não lhe faria mal. Ela sabia isso sobre ele.

Qualquer coisa que fizesse a deixaria pelo contrário louca de prazer.

Seus pensamentos se dispersaram naquele momento quando ela sentiu que seu dedo deslizava profundamente, quente e grosso dentro de seu traseiro. O prazer aceso era diferente de qualquer coisa que pudesse ter imaginado.

Seu dedo estava escorregadio, o lubrificante que o cobria frio para o interior da sua carne escaldante. Mas nada podia atenuar o fogo que se acendia em seu interior.

As sensações que a enchiam eram mais que físicas. Eram mais que prazer. Enquanto ela se ajoelhava diante dele. Seus ombros diretamente contra o colchão, seu traseiro levantado em preparação a sua invasão, ela começou a entender o que ele queria que sentisse. Soubesse.

Submissão.

Não fraqueza. Não proteção ou um sentimento de restrição que a asfixiava. O que ela sentiu a fez voar precipitadamente com um conhecimento que sabia que a mudaria para sempre.

A surra só a tinha preparado. As palmadas curtas e acesas da palma de Braden só a tinham conduzido mais alto, lhe dando mais fome. A mescla de prazer… os dedos de Braden que acariciavam seu sexo, que desciam em seu interior, enchendo o espaço escorregadio de sua vagina e a faziam gritar pelo orgasmo. A dor, a surra ligeira, os dedos que se travavam dentro de seu ânus, abrindo-a e preparando-a, deixavam-na louca.

-Assim, carinho. - O áspero cantarolar acariciou seus sentidos quando finalmente, benditamente, ela sentiu a ponta roliça de seu membro acariciar contra a entrada traseira em vez de seus dedos.

Ela não podia acreditar que se apoiava nele, miados desesperados pela necessidade saíram de seus lábios quando sua largura grosa começou a apertar, esticando-a e queimando-a.

-OH meu Deus. Braden. Não acredito…

-Não pense. - Sua mão aterrissou em seu traseiro outra vez enquanto sentia a cabeça acesa de seu membro violar a porta virgem.

Seus olhos se arregalaram, aturdidos, surpresa e prazenteira dor a encheram amotinando-se em seu sistema enquanto sua ereção seguia afundando-se em seu interior. Terminações nervosas que nunca soube que possuísse flamejaram à vida enquanto Braden grunhia duramente atrás dela.

Suas mãos agarraram seus quadris, sustentando-a firmemente no lugar enquanto ele começava a trabalhar em seu interior. Devagar, muito devagar. Polegada por polegada ela sentiu a invasão, estendendo-a, afundando-se nela quando estalos rápidos de dor e prazer começaram a chispar ao longo de suas terminações nervosas.

Pareceu continuar para sempre, os impulsos lentos e suaves que esticavam a abertura apertada, fazendo-a mover-se em espiral de êxtase. Até que ele fez uma pausa, sua respiração atrás dela era áspera e a polegadas para que sua ereção a enchesse totalmente.

-Sou seu companheiro - grunhiu ele quando com um impulso final a embainhou até o punho e a fez gritar ofegantemente contra a força de sua invasão. Não havia nenhum protesto quando os músculos de seu traseiro começaram a chupar a longitude endurecida. Só prazer. Só êxtase.

-Você seguirá. Eu liderarei.

Ela sacudiu sua cabeça desesperadamente, com os músculos de seu traseiro apertando ao redor da ereção palpitante de Braden enquanto esta perfurava seu corpo.

-Você seguirá. Eu liderarei - grunhiu ele outra vez, sua mão aterrissou em seu traseiro uma vez mais.

Ela deveria estar furiosa. Ela deveria enraivecer e tentar o que fosse para evitar sua presa. Pelo contrário, gemia como uma patética escrava amorosa impaciente por mais.

-Me sinta, Megan. -Ele veio sobre ela então, movendo seus quadris, retirando-se ligeiramente antes de entrar em seu interior outra vez.

-Sim… -Ela só podia ofegar, pedir mais. OH Deus, isto era incrível. Era mais que incrível.

Ela sentiu que seu cabelo roçava seu ombro, sentiu seus dentes arranhando-a em advertência.

Ah homem, ele ia morda-la outra vez. Podia senti-lo chegar.

Ele riu entre dentes pelo contrário, arrastando seus dentes sobre sua carne, lambendo nas feridas dali enquanto devagar começava a retirar sua inchada carne de seu traseiro.

Megan ofegou, assombrada pelas sensações que se precipitavam por ela. A carne ultra-sensível se queimou perto do êxtase, agarrando, apertando na ereção que se retirava enquanto ela gemia pela desilusão. Ele não podia abandoná-la agora.

Ele não podia retirar-se…

Sua costa se arqueou enquanto um grito saía de sua garganta. O impulso feroz dentro de seu traseiro fazia o prazer aceso estender-se por sua matriz e seus clitóris. Ela tremeu sob ele, empurrando para trás e conduzindo-o mais profundo.

-Eu lidero, você me seguirá - grunhiu ele em seu ouvido, sua voz era áspera-. Me dê sua promessa, Megan, e darei a liberação. Posso fazer isto durante horas. Enquanto você deseja. Enquanto eu desejo. Seu traseiro está tão quente, tão apertado - cantarolou ele.

Ela sabia que ia render se. A transpiração gotejava de sua testa e cobria seu corpo. Podia sentir os sucos fluindo de seu sexo, seus nervos rebelando-se pela necessidade do orgasmo.

-Me deixe dirigi-la, Megan. –Sua voz a tentou, atormentou-a.- Como a dirijo aqui, me deixe a dirigir em batalha também, carinho. Me deixe te mostrar como… -Seus impulsos aumentaram em intensidade, fazendo seus sentidos naufragar enquanto o prazer explodia por seu sistema.

-Deus sim - gritou ela-. Seu bastardo. Mas Por Deus que se tentar me mimar o matarei. O matarei, Braden.

- Mimá-la? -Ele gemeu, sua voz era um grunhido feroz, triunfante-. Mimá-la assim?

Estes não eram mimos. Isto era domínio em sua forma mais primitiva. Era uma reclamação. Uma exigência de submissão a que ela não tinha nenhuma outra opção que responder.

-Agora me prometa isso. -Ele a sustentou na borda, resistindo deixá-la voar, mantendo seus impulsos profundos e medidos.

-Prometo-o, maldição - gritou, o desespero palpitava por ela-. Agora faça, maldito seja.

Ele passou uma mão por baixo dela, torcendo entre suas coxas e inundando dois dedos profundamente dentro de seu dolorido sexo enquanto empurrava com força e profundamente dentro do tecido fibroso apertado e apaixonado de seu traseiro.

As estrelas explodiram atrás de seus olhos fechados. Não, estes não eram mimos. Era luxúria em sua forma mais crua. Isto era uma concessão. Seu membro arpoou em seu traseiro enquanto seus dedos fodiam seu sexo, conduzindo-a mais alto enquanto o prazer explodia através de seus sentidos.

Seu orgasmo se estendeu por ela. Ela apertou na ereção pistoneante, agarrando-o, ordenhando-o enquanto era lançada além da realidade, de preocupações e de cuidados em um mundo de luz e de êxtase

Um mundo que consistia só em Braden e no prazer.

-Boa garota… Tão quente e doce.

Ela voltou para a terra devagar, tremendo sob seu corpo duro enquanto ele acariciava seu estômago e sussurrava perversamente em seu ouvido.

-Vou matá-lo - ofegava ela-. De verdade, Braden. Está morto. Logo que possa me mover outra vez.

Ela gemeu asperamente quando o sentiu retirar-se. Ele estava ainda duro a pesar do orgasmo que ela sabia o tinha varrido também. Ela havia sentido que a condenada lingüeta a acariciava dentro de seu traseiro, deixando-a louca enquanto seu orgasmo se impulsionava por ela.

-Então só terei que me assegurar de que não possa se mover até que mude de opinião. - Sua voz era preguiçosa, não saciada, mas satisfeita.

Ela resfolegou pelo pensamento, virando-se para olhar enquanto ele desaparecia no banheiro.

-Você acredita que é condenadamente duro, não é?. - chamou ela do outro quarto-. A grande e dura raça que conseguiu o que queria. - Doía o fato de que ela era tão fraca contra os impulsos sexuais que ele pudesse exercer poder sobre ela.

Ela levantou os olhos para o teto enquanto escutava a água correr, um pequeno cenho franzido pregava sua cara com o pensamento de como tinha cedido facilmente. Ela nunca se rendia, não a menos que quisesse fazê-lo. Compreendendo que no final ela havia querido o que ele podia lhe dar mais do que queria a liberdade que apenas tinha provado, era confuso.

-Você não abandonou nada, Megan. -Sua cabeça se sacudiu para o lado, seu olhar se fechou em sua forma nua e poderosa enquanto ele se apoiava contra a porta do banheiro.

Nu, ele era condenadamente intimidante. Inclusive mais que quando estava vestido. O duro músculo se curvava sob a carne dourada enquanto estava em pé diante dela como um safado deus do sol. Quando havia se quebrado tanto a natureza para acasalá-la com a criatura de ouro que estava em pé doutro lado do quarto?

Ele era selvagem e livre. Isso estava em seus olhos, no modo no qual ele sustentava seu corpo e em sua expressão. Não havia nada contido nele, nada domado. Não como ela. Lutando para esconder-se e para sepultar seus sonhos.

-Como sabe? -Ela se levantou da cama, sacudindo sua bata sobre seu corpo nu a pesar do cenho franzido que enrugou sua sobrancelha diante de seu movimento.

-Porque eu gosto de selvagem. - Ele se endireitou, movendo-se devagar para ela, a longitude ainda endurecida de seu membro brilhou molhadamente-. Porque não tomarei nada de você. Nem sua liberdade nem suas opções. Mas conhecerei suas forças e suas fraquezas. Tenho que fazê-lo, do contrário não poderá haver nenhuma confiança entre nós como companheiros.

Companheiros. Um calafrio a percorreu ante aquela palavra. Ela nunca tinha tido realmente um companheiro, só uns amigos muito íntimos que quase morreram por sua culpa.

Megan apertou os dentes, lembrando a missão de formação durante seu ultimo ano na Academia. Esta tinha sido um desastre; sua única salvação tinha sido o fato que ninguém havia compreendido o que tinha estragado horrivelmente.

A raiva esmagadora e o ódio do autor a tinham congelado, fechando sua mente, enchendo-a de dor quando ele deslizou diante da rede que tinham posto para ele. O desastre tinha sido quase fatal, e ela jurou então que não aconteceria outra vez.

-Megan -Ele chegou mais perto, ignorando-a quando ela retrocedeu diante dele, sua expressão era tranqüila e sossegada. Ela odiava essa expressão. Isto significava que ele tinha decidido algo e ela ia concordar com ele.

-Tenho que pensar… -Ela inalou em um fôlego profundo e duro quando ele a fixou contra a parede, o calor de seu corpo pareceu envolvê-la enquanto pressionava suas mãos contra seu peito em protesto.

Ao menos ela tentou dizer que isto era um protesto. Ela ia afastá-lo… em um minuto.

-Pensar só a meterá em problemas - grunhiu ele outra vez-. Vi quando começa a pensar. Tem idéias estranhas.

-Como o que? -Isto a surpreendeu. Suas idéias sempre lhe pareceram absolutamente sensatas.

-Como a de apontar um atordoante em meu membro naquele canyon - grunhiu ele enquanto seu olhar se acendia pela diversão-. Garota má, Megan. Podia ter disparado por acaso.

Ele se apertou contra ela, baixando seus joelhos enquanto cravava suas mãos em seu traseiro para levantá-la mais perto daquela carne endurecida e quente. Sua bata se separou, dando acesso perfeito a ela enquanto seu membro deslizava contra a umedecida e dolorida carne de seu sexo.

-Eu sabia o que fazia - ofegou ela, sentindo que seus joelhos se debilitavam enquanto a cabeça de seu membro separava seus lábios interiores.

-Certamente o fez - cantarolou ele enquanto sua cabeça baixava para permitir que seus lábios acariciassem sua mandíbula.

-Talvez não. - Sua cabeça retrocedeu contra a parede enquanto um sorriso brincalhão curvava seus lábios-. Pensando melhor, talvez devesse ter disparado… OH Deus… Braden!

O feroz e duro impulso dentro das profundidades escorregadias de seu sexo enviou estremecimentos de reação correndo por seu corpo.

Ele estava agasalhado em suas mesmas profundidades, a cabeça de seu membro esfregando sensualmente sobre a entrada de sua matriz quando ele se dobrou em seu interior.

Ventos velozes de consciência elétrica chamuscaram por suas terminações nervosas quando o prazer começou a tentar à dor, criando uma mescla de sensações que lhe arrebataram o fôlego e a deixaram ofegante.

Suas mãos se sujeitaram apertadas em seu musculoso pescoço enquanto a luxúria ardia e a emoção em seu olhar chamuscava seu cérebro. Seus olhos estavam fixos nos seus, resistindo permitir que ela os fechasse. Ela não desejava fechá-los. Desejava olhar a labareda de prazer nas ricas profundidades douradas de seus olhos quando ele começou a mover-se devagar, arrastando sua ereção dela até que só a inchada cabeça permaneceu. Então com um duro puxão de seus quadris ele se sepultou em seu interior outra vez.

Prazer aceso. Uma tralha de calor e intensidade intumescendo a mente. Os golpes pesados de sua inchada ereção enchendo-a e transbordando-a. Estirando-a com tal força erótica que ela só podia lançar um grito e suplicar, suplicar por mais enquanto ele a fodia com preguiçosos e profundos impulsos. Seus lábios brincaram com ela, sua língua acariciou dentro e fora de sua boca e o doce gosto do hormônio de Acoplamento levou seu prazer mais alto.

Não era o hormônio o que a fazia querê-lo, era a sua necessidade decidiu ela. O hormônio convertia o êxtase em algo mais, fazia o prazer mais vibrante, seu corpo muito mais capaz de relaxar-se e de aceitar a intensidade de uma luxúria que teria aterrorizado a maior parte das mulheres.

Mas este era Braden. Seu Braden.

Seus lábios capturaram sua língua, usando-a. Ela envolveu a dele com a sua enquanto seus quadris começavam a mover-se mais rápido e seu membro se impulsionava nela com golpes que martelava e destruíram seus sentidos.

Selvagem. Livre. Ela voava.

A explosão resultante se estendeu por sua matriz, fazendo tremer seu sexo e enviando-a gritando para o orgasmo. Ela sentiu que seus músculos freavam sua ereção, ouviu seu áspero grunhido animal e sentiu a impressão repentina e acalorada da lingüeta que se estendia de seu membro.

Esta se fechou em seu interior, mantendo-o no lugar e enviando-a para outra série catastrófica de explosões que não pareceram acabar nunca. Isto acariciou e esfregou a área ultra-sensível em que estava encolhida.

Duros e pulsantes estremecimentos se verteram por ela quando a cabeça de Braden baixou a seu pescoço. Seus dentes beliscaram, sua língua acariciou na pequena ferida que tinha deixado ali. Suas mãos se dobraram em seu traseiro enquanto seu pênis se dobrava em seu interior até que, final e misericordiosamente, o prazer quase doloroso começou a retroceder e ela caiu em seus braços.

Megan era apenas consciente de que Braden se movia até que sentiu a saída lenta de sua ereção de sua sensível vagina e, um segundo mais tarde, a almofada consoladora do colchão em suas costas.

-Permaneça longe dos problemas - murmurou ela quando transformou sua cabeça em travesseiro, permitindo ao esgotamento reclamá-la finalmente-. Estou muito cansada para salvar seu traseiro.

Braden a olhou silenciosamente quando o sono a roubou de seu lado, acalmando as emoções caóticas que formaram redemoinhos entre eles. Sua mente tinha fechado todos os processos de pensamento, finalmente.

A perseguição, o acidente e o sexo. A combinação de atividades cheias de adrenalina se estrelou finalmente em seu interior.

Como se estrelavam dentro dele.

Ele se estendeu ao lado dela, atirando o lençol sobre eles para protegê-la da frieza do quarto antes de fechar seus olhos também. As raças que guardavam a casa os manteriam seguros por esta noite. Eles partiriam quando ele se levantasse, dirigindo-se ao estrangeiro para lutar contra uma batalha muito mais importante que a que ele empreendia aqui, neste deserto. Ele era uma raça cuja obstinada companheira repelia a segurança do Santuário.

Havia muitos outros aí como uma desesperada necessidade de sair do inferno. A comunidade felina não tinha nenhuma outra opção, só concentrar seus esforços ali. Tinham ficado tão poucos deles.

Ele permitiu que sua mão alisasse os fios longos de seu cabelo de seda. Desfrutando de sua sensação, sua lembrança rodeando seu corpo, acariciando-o com pequenas ondulações sensuais de prazer.

Ela era um tesouro, um que ele nunca tinha esperado encontrar em sua vida. Agora, sua proteção poderia ser sua maior batalha. Porque ele sabia que quem quer que seja ou quem fosse que se aproximava deles não tinha nenhuma intenção de deixar qualquer deles vivo.

Só podia rezar para que sua experiência e treinamento pudessem tirá-los disso.

 

Isto era um sonho; ela sabia que era um sonho. Megan estava em pé no centro do quarto de formação na Academia, seus seios se levantavam enquanto lutava por recuperar o fôlego depois de fazer-se passar pela série penosa de exercícios desenhados para reforçar e fortalecer seus músculos.

Estava cansada. Os exaustivos cursos da Academia durante o dia, combinados com sua rotina de cada noite, tiravam o melhor dela. A agonia drenava sua força das emoções, as esperanças, os sonhos e o ódio que enchiam seus companheiros de raça e a tinham conduzido ao centro de formação de noite. Ali, ela tratava de esgotar-se a tal ponto que sua mente não se importava com o que sentia.

Embora ela não pudesse ao que parece bloquear coisas. O esgotamento a comia viva, rabiscando seu cérebro, fazendo impossível separar ou distinguir entre os modelos de pensamento individuais.

Um gemido de agonia chispou por ela. Não sua própria dor a não ser a de outro, perturbador e saído profundamente da alma. Uma onda abrasadora de pena inconsolável e raiva que a fez cair de joelhos e a deixou fazendo esforço para recuperar o ar:

Esta não era a primeira vez que as emoções que enchiam a Academia a tinham incapacitado. Os recrutas eram jovens e uns mais violentos que outros. E assim da tarde a noite seus sonhos retorcidos e pesadelos se estendiam para ela e torturavam seu sensível cérebro.

Embora isto fosse pior. Possivelmente a mescla de esgotamento e seus próprios medos o tinha causado. Ou a tensão de tentar esconder a maldição que freqüentava cada passo de seus superiores assegurando a seus pais que seus escudos se desenvolviam contra os talentos que ela tinha herdado. Fosse o que fosse, deixou-a agora contraída dentro da dor, lutando pelo controle.

Ela se arrastou cansadamente até ficar em pé, cambaleando sob a corrente de raiva que se abateu de repente sobre sua cabeça. O horror encerrado atormentava para fazer-se sentir. O gemido de gritos silenciosos e a determinação de conter o pesadelo.

Escapar... A palavra sussurrou por sua mente.

Liberdade… Esta não era uma palavra, era uma súplica, uma fome profunda saída da alma que a sacudiu até seu núcleo.

Com uma mão agarrada a sua cabeça, ela tropeçou para as portas duplas fechadas que conduziam para fora da sala de formação. Sua visão era débil e desfocada enquanto estilhaços brilhantes de luz explodiam atrás de suas pálpebras. Sacudindo a cabeça, ela agarrou a manga metálica, empurrando no painel pesado enquanto lutava contra o gemido que saía de sua garganta.

Liberdade... O grito ressonou em sua cabeça enquanto seu estômago se esticava de dor. Deus, tinha conhecido alguma vez ela tal dor? Esta se elevou espontaneamente, voando por sua mente e aumentando de força enquanto ela se forçava a sair para o vestíbulo.

- Megan. Amor. É você?

Megan se sacudiu para trás, quase caindo em seu desespero por escapar enquanto lutava por enfocar seu olhar no qual ela sabia que era o inimigo. Não, outro inimigo. Ela sacudiu sua cabeça, lutando para separar-se das impressões confusas que golpeavam nela

Mas nenhum inimigo lhe fez frente. Franzindo-lhe o cenho estava o melhor amigo de seu pai, o antigo Membro do Congresso MAC Cooley. Seus olhos de um azul limpo estavam cheios de compaixão e de preocupação. Ela sacudiu a cabeça, lutando para limpá-la e aturdida pelo mal que tinha sentido com seu toque.

-Sr. Cooley. -Ela limpou a garganta, lutando por conseguir uma aparência de normalidade -. Sinto muito. Não me sinto bem.

Ela podia sentir a dor tornando-se mais forte. A agonia que causava se estendia por sua cabeça, destroçando-a.

-Está muito pálida, Megan. Deixe-me ajudá-la a chegar ao médico. -Ele se moveu para tocá-la outra vez.

-Não - Ela sacudiu a cabeça ferozmente-. Estarei bem, de verdade.

Ela aspirou profundamente, pregando um sorriso em sua cara enquanto olhava fixamente em seus olhos azuis limpos.

Gelo. Eram frios, amargas lascas de malícia congelada.

Ela piscou e desapareceu. Só viu preocupação, só compaixão.

-Congressista Cooley? Seu helicóptero espera. - Sua cabeça girou.

Havia outros quatro com ele. Gente jovem. Ou eram velhos? Definitivamente guarda-costas: ela conhecia o tipo. Deu uma olhada aos olhos do que falou, um homem jovem e agradável, com traços tranqüilos e olhos mortos.

A raiva corroeu seu estômago, fervendo dentro dele, ameaçando fazendo-a vomitar e pô-la tão doente que era doloroso. Era essa sua raiva? Ou do outro? De onde vinha? Seu olhar percorreu a cada um dos cinco enquanto lutava por assinalar a origem da emoção.

Mas não havia nenhuma origem. Como sempre, ela não podia seguir o caminho que se estendia para ela; só conhecia a dor.

-Um momento. -endureceu-se a voz do MAC? Ouviu ela a promessa de vingança nela? Não podia sabê-lo. MAC era uma das pessoas mais amáveis que conhecia.

-Estou bem, Sr. Cooley. -Ela se endireitou a pesar do suor frio que a cobria; o gelado olhar que a chamuscava.

-Estive tentando terminar cedo. Suponho que me esforcei esta noite.

-Eu diria que o tem feito sim. -Sua voz estava cheia da desaprovação-. Chamarei seu pai amanhã e farei que olhe-a…

-Não. -Ela estremeceu com medo em sua voz. Seus pais só se preocupariam, e saberiam que ela esteve mentindo sobre sua capacidade de dirigir a força dos talentos emergentes-. Prometo que estou bem. Papai só se preocupará. Você sabe como são ele e Mamãe. Verei o médico pela manhã, prometo. -Ela teria prometido qualquer coisa nesse momento.

-Muito bem - suspirou finalmente ele com derrota-. Mas chamarei o médico para me assegurar. Assegure-se de que o visita.

Ela assentiu com agradecimento.

-Prometo. -Ela inspirou profundamente enquanto dirigia ao MAC um sorriso sardônico-. Só estou esgotada. Agora vou para meu quarto.

-É claro. -Ele assentiu, seus olhos olhando-a carinhosamente-. A verei ir pelo corredor para me assegurar de que não tem nenhum problema adicional. Tome cuidado, Megan.

Ela assentiu antes de virar-se para afastar-se.

Lembre-me... Ela quase parou diante da exigência que se estendeu por sua cabeça. O pensamento de outro, uma petição em uma fração de segundo que ela inclusive não estava segura de haver sentido.

Ela mordeu o lábio, confiada em que logo teria desaparecido. Isto já se dissipava, uma última sensação persistente de tristeza, da pena, antes que tivesse desaparecido.

Quando dobrou pelo vestíbulo, ela parou pela surpresa.

Ela esteve certa de que era um pequeno acontecimento em sua vida que não significou nada. Um momento no tempo. Uma coincidência. Até que o sonho mudou e ela procurou e viu o SUV crivado pelas balas na ravina e o homem jovem na roda. As fotografias do computador passaram então diante de sua mente.

Mark e Aimeé. O mesmo casal que ela tinha visto com o Senador Cooley.

- Deus, Megan maldição, desperte.

Megan despertou com um grito abafado, tremendo no abraço de Braden quando ela lembrou que estava em pé no meio do chão de seu quarto, nua e estremecendo pelo frio enquanto levantava o olhar para ele pelo choque.

Ela inspirou asperamente, fôlegos grandes, tragando ar, como se tivesse sido privada de oxigênio. Sua cabeça se sacudia em seus ombros.

-Pare. -Ela tratou de levantar suas mãos, que apertavam contra seu abdômen mais que seu peito enquanto a sacudida parava e ela o olhava com surpresa-. O que está fazendo?

-Que demônios você fazia?, - grunhiu ele ferozmente-. Sai da cama resmungando sobre formação e esgotamento só para começar a se sacudir como se alguém lhe roubasse o fôlego. Apenas a agarrei antes que caísse no chão.

Ela sacudiu a cabeça, tentando lembrar. Tinha que lembrar o sonho. Ela mordeu o lábio quando ele a arrastou de volta à cama e envolveu seu tremulo corpo com o edredom.

-Com que demônios sonhava, Megan?

Sonho. Não, não um sonho, uma lembrança. Ela franziu o cenho quando imagens soltas espionaram em sua mente.

-Não sei. -Ela sacudiu a cabeça, pondo a mão em sua frente enquanto as imagens tratavam de solidificar-se. Rostos. Olhos fechados. Olhos mortos. Sem esperança. Sem liberdade.

Lembre-me.

Ela estremeceu quando a voz ressonou por sua cabeça. A sensação, a dor de um animal, o grito de uma moça.

Ela ergueu seus olhos a Braden, vendo a preocupação em seu olhar enquanto ele se encurvava diante dela, as mãos que roçavam seus braços enquanto ela piscava pela surpresa.

-Eu os vi. -Ela o olhou fixamente com horror-. OH meu Deus, Braden. Eu os vi. -Ela tropeçou, afastando suas mãos enquanto retirava a manta e caía contra ele.

-Megan, acalme-se. - Sua ordem áspera, a severidade em sua voz, fizeram-na acalmar-se, mas sua mente ainda estava em um estado de caos.

-Me solte. -Ela sacudiu a cabeça ferozmente-. Tenho que me vestir. Tenho que ver aquelas fotos outra vez. Essas que me mostrou antes.

-Mark e Aimeé? -Seu tom era mais agudo agora.

Ela assentiu bruscamente, sua mente que batalhava enquanto lutava por recuperar o sonho. A maior parte era ainda nebulosa, mas ela lembrava rostos.

-Havia quatro. Onde estão os outras dois? - Ela se separou dele enquanto se movia à cadeira e vestia a suave e larga bata de flanela.

-Havia quatro? - Ele se vestia também-. Quatro o que?

-Raças. -Ela passou os dedos pelo cabelo embaraçado-. Eu sonhava, mas isto não era um sonho. Isto é tão… estranho- Sua voz era espessa pelo desespero que muito furioso passava por ela, fazendo-a estremecer diante do som.

-Vem aqui. -Ele a virou, empurrando-a brandamente à cadeira quando ela viu que ele estava totalmente vestido-. Ponha meias, estou acostumado a este frio. Mantém este lugar como um congelador.

Ela franziu o cenho quando ele pôs um par de meias sobre seus pés.

Ela se sentia congelada, mas não pelo ar condicionado.

-Pare, Braden. - Esta intensidade repentina lhe doía. Ou era o sonho?- Esqueci-me de desligar o ar, mas eu gosto de frio de noite. É tudo. Tenho que ver outra vez essas fotos das raças que morreram.

Ela lembrou seus rostos agora. Maçãs do rosto alto, olhos exóticos. Olhares mortos. Ela tragou com força ante a lembrança.

Seus olhos estavam mortos, mas algo muito furioso dentro deles, tão profundamente que quase a havia quebrado quando o tinha experimentado.

-Eles sabiam… - declarou ela então-. Mark e Aimeé, estavam ali na Academia quando tropecei no vestíbulo. Eles estavam com alguém…-Ela lutou para lembrar quem-. Eles sabiam que eu podia senti-los. Quando me virava para partir, isto estava em minha cabeça. Nunca ouço pensamentos. Mas o ouvi em minha cabeça, alguém me dizendo que os lembrasse.

Ele se endireitou rapidamente, agarrando sua mão enquanto a ajudava a levantar-se da cadeira e a conduzia para fora do quarto.

-Me fale sobre o sonho - exigiu ele enquanto se dirigiam para baixo pelo corredor. Seu braço lhe rodeou as costas, estabilizando-a apesar de que agora ela se movia bem.

-Dizer-lhe isso, é confuso. - Ela teve que lutar para conter o estalo de sua voz, a cólera instintiva que era mais um remanescente do sonho que qualquer verdadeira cólera que sentisse.

-Mas lembrei do Mark. Ele falou; lembrava a alguém sobre um vôo. Alguém que estava furioso com ele.

Havia três outros com ele. A moça que foi assassinada com ele e outro casal.

-Quatro raças? -Ele deu uma olhada para ela enquanto desciam a escada.

-Dois homens e duas mulheres. - Ela assentiu-. Lembro seus rostos. Lembro da dor de alguém. Era horrível. Uma mescla de raiva e pena que não tinha sentido. Nada disso tinha sentido. Pensava que era algo mais, porque quando eles se aproximaram começou a diminuir. Pensava que estava só cansada e débil, e que os pensamentos e os sonhos dos recrutas da Academia eram mais fortes devido a isso. Isto acontece quando estou exausta.

-Eles teriam sido conscientes de que você os recebia - disse ele em tom grave enquanto entravam na cozinha-. Pode arrumar isso para fazer um café? Ligarei o computador portátil e chamarei o Jonas. Temos que levá-la para o Santuário imediatamente, até que possa lembrar com quem estavam. Não podemos nos arriscar mais.

Ela apertou os dentes ante o pensamento do complexo Felino, mas não disse nada enquanto se movia à cafeteira. Talvez ele tivesse razão. Ela não podia lembrar quem estava com aquelas Raças, mas sabia que a lembrança voltaria logo. Podia senti-lo, além de seu alcance, mas perto.

Quem ela viu com eles? Apertou os dentes enquanto lutava por lembrar quem esteve ali nessa noite. Ela lembrou o mal que a tocava e a impressão de depravação, de perversa luxúria.

Enquanto fazia café ouviu Braden ao telefone, sua voz era baixa e controlada.

A pesar do choque que o sonho tinha dado a seu sistema, ela sentiu uma onda de calor que viajava por seu corpo enquanto escutava a conversação. Era desconcertante esta reação que tinha para ele. Ela o queria, não importava onde estivessem ou o que fizessem. Em meio de uma corrida desesperada pela segurança ou em enfrentamentos contra ele sobre sua arrogância, não significava nenhuma diferença. E embora ela soubesse que o hormônio se acrescentou à excitação que palpitava em seu interior, também sabia que o teria querido de qualquer jeito.

Ela o teria amado de qualquer jeito.

Imobilizou-se ante o pensamento. Não tinha querido confessar-se culpada de amá-lo. Ele era arrogante, orgulhoso; maior que a vida às vezes e a deixava louca com sua preguiça enganosa e seu humor seco. Mas ele crescia nela. Infernos, ele já tinha crescido nela, ao redor dela e em seu interior. Não podia imaginar a vida sem ele.

-Pode passar um tempo antes que Jonas possa chegar aqui. O avião da ação, merda, está em Israel recolhendo informação em vários antigos Laboratórios do Oriente Médio. Tem que chamá-lo e depois sair.

-É o único? - Ela odiou o sentimento doentio do buraco em seu estômago ante as notícias.

-O único na reserva - disse ele asperamente-. Outros estão em missões e mais longe. E não podem ser chamados. Além disso, mesmo esperando-os para voltar ao Santuário antes de vir, Jonas seria mais rápido.

-Qual é o tempo estimado de chegada? - Ela olhou o café começar a gotejar no pote.

-Quase a meia-noite - grunhiu ele-. Mas, por outra parte, dormiu a maior parte do dia. Temos três equipes fora da casa e muita proteção até que chegue. Passaremos pelas fotos, conseguiremos a informação que necessitamos e estaremos preparados quando o avião de ação chegue aqui. Nenhum problema.

Nenhum problema.

Ela pressionou a mão sobre seu estômago, esperando ainda o medo instintivo que se levantava em seu interior. Às vezes isto não significava nada. Absolutamente nada. Outras vezes… Ela não podia pensar nas outras vezes. Não pensaria nelas. Ela não podia permitir-se perder a frieza agora. Não quando eles estavam tão perto. Não quando podia sentir as respostas movendo-se dentro de sua cabeça.

Levou sua mão ao cabelo, seus dedos se apertaram nele enquanto lutava por forçar a lembrança, por entender o que acontecia e por que.

Ela apertou seus punhos para impedir-se de chamar seu pai.

Ele viria por ela. Chamaria seu tio na reserva e lançaria uma rede sobre ela fazendo-a sentir o gosto da segurança.

Ela quase sacudiu a cabeça ante o pensamento. Ela não podia implicar seu pai nisto. Não importa quão doentio o sentimento se fizesse no crescente buraco de seu estômago, ela não podia implicar sua família.

Que Deus a ajudasse se fizesse um deles morrer. Não poderia viver com isso. Seria mais do que sua consciência poderia suportar. Além disso, ela não estava indefesa, lembrou-se. Braden e suas equipes estavam aqui. Eles estavam bem treinados, muito bem treinados. Eles seriam certamente uma força formidável contra qualquer um que tentasse atacar.

Outra vez.

Ela olhou o café emanar devagar no pote, seu cenho franzido fazendo-se mais profundo enquanto lutava contra as névoas que formaram redemoinhos ao redor da lembrança, lutando para entender por que tinha esquecido o acontecimento.

Porque não tinha sido o primeiro, respondeu-se ela. Esta não era a primeira vez que as emoções e as sensações a tinham atacado sem uma razão clara. Durante aqueles dias na Academia, encaixotada em uma área cheia de tantas pessoas diferentes e personalidades, ela freqüentemente sofria de tais episódios.

Passando os dedos agitadamente pelo cabelo, ela se separou da cafeteira e caminhou à janela coberta pelas sombras. Ela levantou uma fita de seda e olhou tristemente enquanto lembrava as emoções que tinham emanado de uma ou possivelmente inclusive de todas as raças que ela tinha visto essa noite.

A pena tinha sido horrível, e tinha sido de natureza feminina. Lembrava-o do sonho. Ela olhou fixamente na distância, concentrando-se na fileira de montanhas baixa que se elevavam além de sua casa.

Era primeira hora da tarde. Ela estava assombrada de ter dormido tanto tempo. O sol começava já sua lenta viagem com o passar do horizonte antes de permitir ao céu escuro convergir sobre a terra.

Ela fechou seus olhos, e quando o fez, um rosto vacilou diante de seu olho interior. Um sorriso familiar e afetuoso. Os olhos azuis limpos cheios de risada… como o gelo. O ritmo de seu coração aumentou enquanto o temor começava a vibrar por suas veias.

Não podia ser ele, disse-se ela ferozmente. Tinha que estar confusa.

-Megan, venha se sentar e toma um pouco de café.

A voz do Braden era baixa, calmante.

-Se acalme e depois revisaremos as fotos outra vez.

Ela se virou para ele, surpreendida.

-Estou tranqüila.

-Está? -Seu olhar se encontrou com a seu solenemente-. Posso sentir sua mente furiosa, carinho. Não vais encontrar as respostas assim. Tem que aprender a examinar cuidadosamente a informação. E a separar o que não é importante do que é.

Ela deixou cair a fita de seda enquanto cruzava os braços sob seus seios e se virava totalmente.

-Eles estiveram nos olhando. - Ela sabia; podia senti-lo no balanço doente de seu estômago.

Ele sabia. Ela viu em seus olhos. Felizmente para ele, não tentou mentir sobre isso.

-Em algumas estranhas ocasiões - assentiu ele-. Duas das equipes que trouxe comigo os buscavam. Chamei-os mais perto da casa para uma vigilância completa até que Jonas chegue. Não nos arriscaremos.

-Não estou assustada - assegurou ela-. Mas posso senti-los. Agora estão nos olhando.

Ela não podia sentir suas emoções, só a sensação de ser observada e de ser apontada.

-Meus homens também os esperam. - Ele se moveu de onde se apoiava na entrada, caminhando para a cafeteira, e tirou duas xícaras do armário-. Temos que comer. Quero-a em sua melhor forma esta noite e antes que revise essas fotos. Seu sistema se aproxima mais devagar quando tem fome.

As palavras eram muito contidas. O homem que se movia ao redor de sua cozinha não o era. Ela podia ver as linhas tensas de seus ombros, a preparação de seu corpo. Ele estava em alerta máximo.

Ele serviu seu café e o colocou na mesa, fazendo gestos para que se sentasse antes de virar-se de volta ao balcão. Enquanto o olhava e bebia a sorvos o líquido sombrio, ele reuniu uma comida rápida de ovos, salsicha e torradas. A comida era um assunto silencioso enquanto Megan lutava para encontrar o equilíbrio. Outra vez.

Ela podia dirigir o perigo. A perseguição no dia anterior tinha sido estimulante, apesar das possibilidades de morte. Aguçando seu engenho contra aqueles maiores e mais resistentes que ela era e ficar na equipe ganhadora era uma subida para encontrar o que ansiava. Mas aquele sonho a tinha perturbado quando nada mais o tinha feito até agora. O conhecimento de que alguém que conhecia podia matar tão cruelmente a rasgava.

-Tenho que me vestir. -Ela empurrou seu prato para trás, satisfeita de haver quase terminado a enorme quantidade que ele tinha colocado para ela.

-Vá. E enquanto isso tome um banho. -Ele assentiu na entrada-. Farei mais umas ligações e voltaremos para as fotos quando descer de novo.

-Está tentando me proteger. -Ela suspirou cansadamente enquanto ficava em pé, olhando-o fixamente enquanto ele vinha para ela. Ela olhou sua expressão atentamente quando ele estendeu a mão, seus dedos que acariciavam seu rosto.

-Um tipo diferente de proteção- assegurou ele brandamente, sua voz retumbando pela emoção-. Posso sentir sua confusão; infernos, posso vê-la. E sua dor. Isto… -Seu olhar vacilou com uma pequena quantidade de sua própria confusão-. Isto me afeta, Megan. Eu mataria para conter o que vejo freqüentar seus olhos. Isto me rompe o coração.

Rompia-lhe o coração. Sua garganta se apertou pela emoção de sua voz, a sinceridade. Os laços que os atavam um ao outro só se faziam mais profundos. Apertados. E em vez de correr como sempre fazia no passado, não quis outra coisa que descansar em seus braços. Só um pouco mais de tempo, antes que o destino tivesse uma possibilidade de arrancá-lo dela.

O pensamento a aterrorizou.

Ela assentiu sem falar e escapou. Precisava de silêncio. Tinha que sentir-se só e não observada. Precisava de uma ducha, porque tão seguro quanto estava em pé ali, deu-se conta finalmente do porquê da pena daquela raça feminina, Aimeé, tinha sido tão forte. E isso a punha doente até sua alma, porque ela estava terrivelmente assustada de não equivocar-se sobre o rosto que se materializava em sua memória.

Mac Cooley. O melhor amigo de seu pai. E o violador de Aimeé assim como, com a maior probabilidade, a razão de sua morte.

 

Ele podia sentir seu pranto.

Braden estava em pé no balcão da cozinha, seu braço apoiado na beira, sua cabeça baixa enquanto lutou contra a tensão em seu peito.

Rompia-lhe o coração e nem sequer sabia.

Infernos, ele não tinha imaginado que isto pudesse acontecer, mas podia sentir sua dor. Não havia nenhum bloqueio, nenhum escudo bastante forte para lhe permitir evitá-lo. Como havia sentido sua euforia e seu triunfo durante a perseguição no dia anterior agora sentia sua pena.

Ele nunca permitiu se deixar entrar nas emoções de outros. Separando-se, mantendo aquela parte dele livre que tivesse sido imperativa que o fosse ia sobreviver em um mundo onde companheiros de ninhada eram assassinados diante de seus olhos e a depravação era a norma em vez de algo estranho.

Mas não podia evitar sua companheira.

Qualquer coisa que tivesse acontecido no sonho, tinha sido tal choque para sua mente que repor-se disso tomava agora toda sua força.

Ele havia sentido sua necessidade de evitá-lo, a necessidade de silêncio, e tinha permitido. Isto tinha sido bastante difícil para ela, agora que a verdade estava tão perto. Ela estava desequilibrada, desinclinada a aceitar qualquer das verdades que a tinham mostrado.

Os sonhos dos sensitivos raramente eram bonitos. Não importa quão forte a gente tentasse bloquear as partes mais sombrias dos pensamentos e medos de um humano, isso nunca funcionava totalmente. Ao menos, não para um humano empático. As raças tinham nascido com escudos naturais, cortesia de seu DNA de animal, as regras só mudavam um pouco para eles. Megan não tinha nenhum daqueles bloqueios naturais. Embora seus sentidos fossem mais fortes.

Ela tinha se dado conta dos olhos olhando a casa quando olhou além da janela, embora antes tivesse sido benditamente ignorante deles. E Braden lhe tinha permitido a ignorância, certo de que isso serviria para deixá-la confortável em vez de estar sempre em guarda.

Ele fez uma careta com força enquanto lutava ir para junto dela. Esta era uma batalha perdida e sabia. Não podia impedir de tentar consolá-la mais do que podia impedir de respirar.

Ele tirou seu celular da capa ao seu lado e rapidamente marcou na linha segura ao líder de equipe que estava do lado de fora.

-Tarek. -A voz que veio da linha era uma surpresa-. Seu traseiro deveria estar de volta a Fayetteville. -Braden sorriu-. Mantendo quente sua companheira. Ela sabe que está brincado?

Tarek riu. A risada era algo que tinha conhecido raramente no outro homem até que encontrou a sua companheira.

-Ela está sã e salva com sua família de visita ao Santuário com as mulheres de Callan e Taber enquanto seus irmãos se coordenam ali com as forças de segurança.

-Em outras palavras, que não - replicou Braden-. Ela vai esfolá-lo quando souber.

-Voltaremos com você quando Jonas chegar esta noite. Ela me perdoará. -Sua voz continha a confiança de um homem bem amado por sua mulher.

-Isso espera - grunhiu Braden-. Cobre com força a casa até novo aviso. Se os observadores se moverem, precisaremos de uma boa vantagem de cinco minutos se possível.

-Nós retrocederemos e então tomaremos posição acima. -A voz de Tarek se firmou enquanto o comandante das raças deslizava facilmente no lugar.

-Embora permaneça em contato antes de anoitecer. Tenho um sentimento cada vez pior quanto mais se aproxima.

Sim, ele também. O bastante quando para que estivesse perto de desobedecer a ordem direta de Jonas de ficar na posição até que chegasse o helicóptero.

-Estaremos totalmente preparados para nos mover se necessário antes do anoitecer.

Ele finalmente suspirou. A cidade era uma má idéia. Atrair os inocentes em um fogo cruzado não era uma solução razoável.

Ele desligou, deslizou o telefone na capa e se dirigiu para cima. Cada passo o levava mais perto dos fios de dor mental que podia sentir emanando de sua companheira.

Sua companheira.

Deus o tinha dotado de algo tão precioso, tão puro, e ele estava aterrorizado de vê-lo exausto. Agora entendia por que a família de Megan se juntava ao redor dela, lutando para protegê-la e impedir ao mal do mundo tocá-la.

Ela era como um fôlego de primavera. De esperança. Ela tinha soprado em sua vida, em seu coração, e lhe tinha arrebatado qualquer possibilidade que tivesse tido de defender-se contra ela.

Ele nunca tinha acreditado antes ter uma fraqueza; agora sabia que a tinha. Ele nunca tinha acreditado que pudesse encontrar a força que necessitava fora dele. Agora sabia que se enganara. Megan era sua fraqueza, mas era também sua força.

Ele abriu de um empurrão a porta do quarto e se despiu silenciosamente antes de ir ao banheiro. A porta não estava fechada com chave e se abriu facilmente sob sua mão. O som do chuveiro deveria ter afogado seus soluços. O aroma de água clorada deveria ter coberto o aroma salgado de suas lágrimas. Mas não o tinha feito.

Ele caminhou para a banheira, puxando a cortina da ducha devagar e olhando-a. Ela sabia que ele estava ali.

Ela lutava para acalmar-se, para conter as lágrimas e a dor.

-Sinto muito. -Sua voz era rouca, fazendo-a querer a força que viu ele.

-Por quê?, -sussurrou ele enquanto fechava a água, atraindo-a. Ele pegou uma toalha da prateleira na parede e a ajudou a sair da banheira-. Por sentir? Ou por ser bastante forte para chorar quando outros não podem?

Ele nunca tinha chorado.

Ela o olhou. Seus olhos azuis, tão profundos como os oceanos ao que se lembrava, olharam-no até dentro de sua pele escura. A seda empapada de seu cabelo caía por suas costas, quase roçando seus quadris. Começou a secá-la devagar. Ele envolveu as mechas meia-noite em outra toalha e logo trabalhou para secar a umidade de seu corpo.

Ela era deliciosa. Seu corpo tinha sido formado pela natureza com suave músculo feminino liso sob sua carne de seda. Resistente.

Ela era curva onde deveria ser: em seus seios plenos, do tamanho perfeito para encher as mãos de um homem. Seus quadris curvilíneos, que suas mãos cravavam facilmente para sustentá-la em seu lugar sob os impulsos de seu corpo. Sua barriga, ligeiramente curva, suave e brilhando com uma vida própria.

Sua palma a acariciou ali enquanto se maravilhava das diferenças entre sua carne áspera e resistente e a suave seda da sua.

Um dia, seu bebê podia descansar ali, pensou. Apesar das tentativas repetidas dos cientistas de forçar a concepção, nunca tinham conseguido pelos meios mais aceitos. Uma fêmea das raças não podia conceber sem o Acoplamento.

Um Macho das raças não desenvolvia o sêmen compatível para a cria sem o acoplamento. E o acoplamento requeria algo no que aqueles bastardos dos cientistas não tinham acreditado: uma vinculação. A união de duas metades em um todo. As raças tinham sido bentas pela natureza de um modo em que um ser humano normal nunca poderia ser, e estar seguros de que aquele homem ou mulher era dele e só dele. Assim que a natureza tinha jogado uma carta inesperada. Só com o acoplamento podia ocorrer a concepção.

Braden fechou os olhos quando sentiu seus dedos em seu cabelo, repassando os fios e acariciando seu couro cabeludo. A sensação enviou prazer correndo por seu corpo. Seus lábios estavam úmidos, separados e esperando seu beijo.

Ele lambeu as curvas sedosas, apanhando seu grito abafado enquanto suas mãos acariciavam suas costas. Seus dedos saborearam a sensação da pele acetinada enquanto se moviam ao longo de seu flanco, deixando de lado os globos dourados de seus peitos e sussurrando através de seus mamilos.

Sua resposta foi imediata e quente. Um pequeno gemido saiu de seus lábios, aguilhoando diretamente a seu membro enquanto este se sacudia com a exigência da fome.

Braden permitiu que um pequeno sorriso aparecesse em seus lábios quando ele a virou, apoiando-a contra o balcão da pia antes de agarrar seus quadris e levantá-la até que seu traseiro estivesse colocado contra a fria cúpula.

-Separa suas pernas para mim. -Ele se ajoelhou diante dela, apoiando seus pequenos pés contra seus ombros enquanto sua palma se pressionava contra seu estômago-. Se incline para trás, carinho. Deixe-me ter minha sobremesa. Nata doce e suave, justo da forma em eu gosto.

Sua língua lambeu a pequena fenda separada, suas papilas gustativas explodiram com o gosto da doçura especial enquanto suas mãos apertavam em seu cabelo.

-Isto é tão depravado. -Um suspiro pequeno, cheio de excitação, sussurrou ao redor dele enquanto sua língua rodeava seu clitóris.

O pequeno broto inchado estava tão sensível que cada lambida ao seu redor fazia que seus sucos interiores fluíssem contra seus dedos enquanto ele massageava a sensível entrada.

-Uh-Uh - grunhiu ele-. Ainda não nos pusemos depravados.

-Não o temos feito? - Ela ofegou quando ele pôs um dedo dentro da pequena entrada de seu sexo, acariciando os pequenos músculos apertados que agarravam o dedo tão eroticamente.

-Hmm, ainda não. -Ele apertou seus lábios e beijou devagar sua pequena fenda.

Seus quadris se sacudiram enquanto suas coxas se apertavam, um pequeno grito necessitado que abandonou seus lábios. Deus, ela era doce. E tão condenadamente quente. Ele deixou a sua língua rodear o inchado broto, sentindo os pequenos e estremecidos pulsos de resposta quando ele persistiu contra isso antes de chupá-lo ligeiramente.

Ela respirava agora com mais dificuldade, mas infernos, ele também.

Enquanto ele acariciava seu clitóris, seu dedo cravou em seu sexo, esfregando, acariciando, encontrando todos os pequenos pontos suaves que a faziam gritar longamente, que faziam que aqueles pequenos gemidos quentes abandonassem sua garganta enquanto ela pedia mais.

Quando ele começou a trabalhar outro dedo em seu interior chupou com mais dureza, sentindo aumentar seu orgasmo enquanto seu sexo se apertava e tremia ao redor de seu dedo. Maldição, lhe dar prazer era enlouquecedor. Ouvir aqueles pequenos gemidos quentes, senti-la apertar-se e ouvi-la suplicar. Isto lhe subia à cabeça como um narcótico, sabendo que ele podia fazê-la perder-se com seu toque.

Mas ele se perdia também em seu toque. Seus dedos agarravam seu cabelo, acariciando seu pescoço. Suas coxas se apertavam contra seu rosto, sustentando-o no lugar enquanto ele a empurrava mais perto da liberação pelo que ela tão desesperadamente brigava.

Sua nata fluiu dela. Cobrindo seus dedos enquanto ele os movia mais profundamente, acariciando-a e aumentando o calor furioso dentro de seu corpo. Seus quadris começaram a retorcer-se, roçando seu clitóris mais duramente contra sua língua enquanto chupava no pequeno broto.

Ela estava tão perto. Tão inchada e suplicando a liberação.

Sua vagina apertava em cada marcha ré de seus dedos, chupando-o para trás com cada entrada.

-Braden. OH Deus. Braden, deixe-me gozar. -Sua voz era rouca e rica pela fome.

Ele murmurou brandamente contra sua carne coberta de nata, sua língua batendo as asas em seus clitóris, sua boca chupando com mais força quando ele a empurrou precipitando-se para a explosão que ela procurava tão desesperadamente.

Ele sentiu que isto a golpeava. Ela se esticou, freando seus dedos com uma força que fazia que seu membro se sacudisse ante a fome de sentir também. Mas primeiro ele tinha necessidade de prová-la. De sentir e de consumir o prazer que emanaria dela.

Ele moveu seus dedos mais rápidos, mais profundos, conduzindo nela como seu clitóris inchado e pulsante. Seu grito da liberação ressonou ao redor dele. Uma pressão final que chupava em seus clitóris para assegurar que ele tinha dado sua satisfação máxima antes que ele se retirasse rapidamente, tirando seus dedos e conduzindo sua língua dentro de seu sexo choroso.

Ela gritou outra vez quando ele lambeu. Seus quadris se sacudiram violentamente quando o seguinte orgasmo se estendeu por ela. Ele lambeu e sondou, enchendo seus sentidos de seu gosto, de seu prazer, antes de pô-la em pé, alinhar seu membro com o calor doce e conduzi-lo para casa.

Sua cabeça tinha retrocedido contra o espelho, sua expressão estava cheia de êxtase enquanto seus lábios se separavam ofegando por recuperar as forças enquanto um grito de súplica os abandonava. As pequenas unhas agudas se cravaram em seu couro cabeludo quando ele se inclinou perto, seus lábios cobriram o pequeno sinal em seu ombro, sua língua lambeu, acariciando enquanto ele a fodía sem piedade. Conduzindo dentro e fora dela enquanto se precipitava arrebatadamente para sua própria liberação e provocava a sua quando seus dentes se afundaram em sua carne.

Isto era o céu. Isto era o êxtase. Este era o prazer mais incrível que ele jamais podia ter conhecido. Ele sentiu que a lingüeta se estendia, fechando-se nos músculos de seu sexo enquanto seu membro vomitava sua liberação e a pequena extensão vibrava pelo cataclismo.

Naquele segundo ele nasceu de novo nela. Sentiu o toque de sua alma na sua enquanto seu olhar encontrava a profundidade dos aturdidos olhos azuis que o olhavam. Ele sentiu uma corrente de euforia e de posse um segundo antes que sua cabeça retrocedesse e um rugido saísse de seu peito.

Sua companheira.

Só Deus sabia quanto tempo tinha passado antes que Braden fosse capaz de soltar sua presa nela. Sua cabeça estava enterrada em seu longo cabelo enquanto ele a esmagava, sustentando-a e acalmando-a.

Ele a limpou brandamente, secando a inchada e suave carne que tinha invadido.

Tal prazer nunca deveria ter sido possível. Isto lhe envolvia a alma e o enchia de uma luz que o esquentava de dentro para fora. Esquentando onde uma vez tinha sido frio. Acalmando onde tinha havido só dor. Como Megan o fazia. Ela era o milagre.

-Quis ser forte - disse ela momentos mais tarde quando ele retrocedeu, estabilizando-a, e esteve em pé diante dele-. Quis aceitar o que lembrava e depois continuar. -Sua voz estava rouca pela paixão gasta, com uma tristeza renovada-. Não posso aceitá-lo, Braden.

O peso de sua voz o rasgou. Deus, ele nunca tinha acreditado que a dor de outro pudesse afetá-lo tão profundamente.

-Aceitar o que, Megan? -Ele manteve sua voz suave e tranqüila. Este não era o momento de pressioná-la. Ele não podia pressioná-la. Qualquer coisa que atormentasse suas lembranças, ela teria que liberá-la sozinha.

-Aimeé. -Sua resposta o surpreendeu.

Ela se afastou dele, alcançando a roupa que tinha colocado antes.

-Lembro-me de sentir pena naquele sonho. Deus, era tão forte. Pensei que minha alma se rasgaria de meu corpo, doía tanto. E eu não sabia por que.

Ele sabia. Tinha sentido ele mesmo a pena quando esta emanava das mulheres jovens nos Laboratórios. O horror e o triste conhecimento de que nenhuma parte de seus corpos ou de suas almas era sagrada.

-Ela foi violada. -Sua voz era um mero fôlego de som-. Não podia ter sido muito tempo antes que eu os visse na Academia. E ela parecia tão tranqüila. Seus olhos estavam tão mortos como dos outros, mas isto emanava dela. -A cólera espessou sua voz-. E a raiva. -Sua voz era espessa com a lembrança-. A raiva era masculina. Mark sabia, e não havia nada que pudesse fazer sobre isso.

Braden fez uma careta. Que Deus tivesse misericórdia. Ele não podia imaginar viver com o conhecimento de que algum bastardo tinha forçado Megan dessa forma. Ele não tinha sido consciente de que Mark e Aimeé haviam se acasalado, mas lembrava claramente os dias quando seu futuro tinha sido incerto. Mark e Aimeé tinham sido tão desafortunados, depois Mark não teria tido nenhuma outra opção, só resistir. A vida de sua companheira teria superado o orgulho, e a raiva o teria comido vivo.

Braden saiu do banheiro aonde tinha deixado cair sua roupa no quarto. Vestiu-se rapidamente, mas passaram vários longos momentos antes que ele pudesse afastar a vista das botas que estava atando e olhasse para ela enquanto entrava no quarto.

-Quem foi? -Ele tinha que saber quem ela tinha visto. A necessidade de matar o enchia de fúria e ódio. Ele queria o sangue do bastardo.

Ele sentiu sua vacilação e se perguntou se ela sentia a fúria que ele lutava por conter. Ele não queria que ela a sentisse, não queria que soubesse do negro ódio que emanava dentro dele.

-Pensava que ele era um amigo. -Ela manteve baixa sua voz, lutando contra a dor que se levantava em seu interior. A confusão encheu o quarto, a luta por aceitá-lo, por passar da negação às respostas que tinha encontrado em seu interior.

-Megan. -Ele ficou em pé devagar e se moveu para ela, agarrando seus ombros enquanto a fazia erguer os olhos para ele-. Tenho que saber quem era. Tenho que saber o que enfrentamos.

-Tem sentido agora. -Uma risada frágil e amarga abandonou seus lábios enquanto ela o olhava-. Como conseguiu parar os militares. Como podia encontrar minha lista. Tudo.

Um misterioso presságio começou a enchê-lo.

-Pensava que ele era um amigo - disse ela outra vez, sua voz rouca quando a traição a encheu-. Mas não era. Matou aquelas raças e agora quer me matar, porque suspeitou que suas mortes pudessem provocar a lembrança de tê-lo visto com eles. E ele é o melhor amigo de meu pai, Braden. É o Senador Cooley. O Senador MAC Cooley.

Bingo.

 

O Senador Mac Cooley. Agora tinha sentido. Ele tinha sido um dos opositores mais fortes à Lei da Raça, os novos mandatos legais que davam autonomia às raças e que os tinham declarado humanos apesar de seu DNA. Ele era também a razão pela qual agora se requeria que dois conselheiros militares estivessem no Escritório de Assuntos das Raças em Washington assim como dois mais para fiscalizar toda a segurança e os interrogatórios no Santuário. Não é que não fosse fácil enganar aos imbecis burocráticos, mas o pensamento de que havia um espião em casa fez que as costas de Braden ardessem.

O espião era a razão mais provável pela qual os ataques no Santuário eram sempre tão precisos e por que suas fraquezas eram exploradas tão facilmente.

-Me mostre suas armas. -Eles desciam a escada quando Braden deu uma olhada para as janelas cobertas por sombras.

A noite caía rapidamente.

-No armário do corredor. -Eles se viraram e se moveram à porta. Megan o abriu, empurrando o lado e tirando casacos de seus cabides, pondo-os nos cantos do armário para revelar uma pesada porta blindada metálica.

-Raramente a mantenho fechada com chave. -Esta se abriu para revelar uma demonstração impressionante de armas e munições. Nada parecido ao que ele poderia ter encontrado no Santuário, mas impressionante apesar de tudo.

Até que ele abriu a parte posterior. Braden levantou as sobrancelhas diante do que havia ali.

-Tem visão noturna? -Ela tirou um par de óculos de missões militares das mais avançadas de sua bolsa protetora e os atou à cabeça antes das empurrar sobre a testa. Sustentados por seguras correias elásticas, os pequenos óculos eram os mais tecnologicamente avançados em seu campo, eliminando a necessidade de modelos maiores e pesados, e tendo vários pequenos benefícios complementares como os suplementos nas lentes de contato. Literalmente viam na escuridão. Em vez da confusa iluminação verde, o portador via em sombras de cor cinza, com pequenas cores de néon para recolher algo como um batimento de coração.

-Não tão bons como os teus - resfolegou ele-. Como diabos os conseguiu? Nem sequer as equipes especializadas da marinha foram beneficiadas com eles

-Tenho amigos. -Seu comentário não era satisfatório, mas ele deixou estar no momento. Ele estava mais preocupado pelos outros brinquedos que ela tirava. Facas que lembravam a filmes de ficção científica e uma pistola dirigida por laser que não tinha chegado ainda nem sequer aos militares.

-Merda, Megan, penso que seus amigos são uma má influência para você. - Ele olhou enquanto ela segurava as facas ao longo de vários pontos de seu corpo: seu antebraço, a parte inferior de suas pernas e metia a arma atrás em suas costas.

-Nós os monstros psíquicos tendemos a nos manter unidos - informou ela ofegante quando terminou, em seguida fechou de repente a porta interior outra vez antes de lhe lançar um olhar deslumbrante-. E Lance realmente não tem por que saber sobre essa outra porta.

-Infernos, não acredito que eu tivesse que saber dela.

Ele tirou o celular de sua capa e ligou o botão de envio.

-Tarek. -O outro homem estava na linha quando Megan passou levando os intercomunicadores no ouvido que tinham armazenado ali um dia antes-. Ativa o enlace de campanha - ordenou ele rapidamente-. Prepare para uma extração e retirada cedo.

-Enlace ativado – informou Tarek pelo comunicador, o que seria recebido agora pelas seis raças que estavam do lado de fora.

-Certo. Beta Três. - Beta Três era o único código que os conselheiros no Santuário não tinham.

-Que complicações estão acontecendo, Braden? - O tom de Tarek era duro e preocupado. A Beta Três era também o código do canal só para uso se a cúpula de Comando se considerasse comprometida. E a esposa de Tarek estava no mesmo complexo que a cúpula de Comando.

-Temos um rato no escritório central - confirmou Braden-. Preparados para retirada agora. Extração. Repito, extração fora de todas as equipes.

O ponto mais próximo para ficar em contato com o Comando do clã era o escritório do xerife. Braden conhecia o risco: Cooley tinha contatos dentro dos militares podiam fazer do passeio à cidade uma fatalidade. Sem dúvida havia caminhos que estavam sendo vigiados, como o canyon tinha sido vigiado no dia anterior.

Depois que ele marcou o número de Lance, esperou o primeiro toque.

-Lance. -O outro homem estava em alerta.

-Extração em progresso - informou Braden silenciosamente-. Tivemos possível alarme militares e uma violação de alto nível na segurança. Vamos.

Ele ouviu o outro homem amaldiçoando quando desligou. Havia só uma saída desta confusão. O Senador não se atreveria a enviar os militares regulares a Broken Butte, as repercussões políticas seriam muito severas. Braden apostava que os homens no canyon no dia anterior tenham sido rebeldes, ou parte da força particular do senador tirada daqueles que tinham sido expulsos desonrosamente, ou que eram considerados muito violentos para as forças do governo. Ele apostava que eles tinham sido treinados por militares mercenários e nada mais.

Braden recolheu vários rifles poderosos semi-automáticos e cartuchos de munição, em seguida seu olhar seguiu à arma de Megan. A única pistola semi-automática estava atada em seu quadril e segura em sua coxa. Entregou-lhe uma mochila pesada cheia de munição.

-Não seremos capazes de chegar à estrada - verificou ela quando fechou a porta do armário, virando-se para ele-. Aconselho nos dirigir a Carlsbad em vez de Broken Butte. Eles não esperarão.

-Broken Butte é nossa única opção. Nunca chegaremos a Carlsbad - discordou Braden enquanto ativava o rastreador no celular, sabendo do sinal de emergência que isto enviaria ao Santuário. Se houvesse um modo de chegar a eles, Callan o encontraria. Ele também isolaria imediatamente os conselheiros militares no lugar. Esta era um claro sinal ao complexo de que a segurança tinha sido violada. Até então, Braden tomaria medidas ativas para proteger seus traseiros.

-Carlsbad tem um posto militar, equipado e operacional - indicou Megan.

Ele sacudiu a cabeça, depois a inclinou para olhar com curiosidade quando ela levantou e desabotoou sua camisa e pregou duas folhas embainhadas, de três polegadas, sob a renda de cada taça de seu sutiã.

-Doçura. -Seu membro se sacudiu diante do pensamento dos braços tão perto da carne íntima-. Lembre-me de não deixá-la furiosa quando está armada e preparada.

Dirigiu-lhe um sorriso malicioso, seu olhar era quase elétrico quando fechou de novo a camisa.

-Acredito que você gosta do perigo um pouco mais do que poderia ser saudável - indicou ele não sem uma pequena quantidade da diversão. E maldição se o pensamento não o fazia querer lançá-la ao chão e amá-la pelo puro prazer de estar dentro de uma criatura cheia de tão incrível audácia.

-E você não? -Ela arqueou suas sobrancelhas em tom zombador-. É preciso um drogado para conhecer outro, Braden.

Isto era muito certo. Eles estavam condenados. Ele estaria condenado se não tivesse encontrado uma mulher que amava a aventura e a vida tanto quanto ele o fazia. Não era só a corrente de adrenalina. Era lutar pelo que era correto, era medir sua força e sua inteligência contra a do inimigo e sair vencedor. Não é que tivesse ganhado cada batalha, e ele sabia que a morte podia estar à espreita fora da porta. Mas por Deus, ele morreria livre. E valia a pena morrer pela liberdade.

-Bem, se sobrevivermos a isto, me lembre de surrá-la outra vez. - Ele atou o cabelo para trás rapidamente com a tira de couro que levava em seu jeans antes de lhe oferecer um sorriso malicioso.

-Por quê? -A incredulidade enchia sua voz enquanto ele girava seus calcanhares e se dirigia para a porta traseira.

-Só porque eu gosto de fazer corar seu traseiro nu. –Virando-se rapidamente, ele a agarrou pelo pescoço, atraindo-a para um beijo rápido e breve e em seguida a liberou de repente.

-Preparada para a festa, carinho?

-Vamos à festa.

Braden abriu a porta devagar, estreitando então seus olhos e ajustando-os à escuridão para conseguir uma visão perfeita.

O DNA que possuía lhe dava uma vista superior a de qualquer humano normal enquanto perfurava a noite escura.

-Preparado? -Tarek estava em pé ao lado da porta, as cinco raças juntas com ele, colocados em vários pontos perto dos Raiders.

-Deixa de ser minha babá. - Megan golpeou seu braço-. Vamos sair daqui antes que eles tenham tempo para mover-se. E confia em mim, eles se preparam para mover-se.

Megan podia senti-los. Não sabia quantos havia ou onde estavam, mas as vibrações emanavam pelo ar.

-Interestadual ou estradas vicinais?, -espetou Braden enquanto começavam a mover-se, precipitando-se aos Raiders e saltando para as portas abertas rapidamente.

-Caminhos secundários. -A Interestadual era inadmissível. Essa era a rota mais rápida e mais provável. Estava certo de que estava fortemente vigiada-. Se Cooley tiver misturado uma unidade militar nisto, nossa melhor possibilidade são os caminhos vicinais, nada de luzes. Inclusive uma força mercenária poderia ter melhores aparelhos que eu. O salário de um agente é um nojo, sabe.

-Nenhum problema. -O Raider saiu do meio-fio e se dirigiu ao deserto, longe dos cantos que rodeavam a casa da Megan por três lados.

-Segurança ativada, localização de GPS anulada e desativada.

-Aqui. - Megan assinalou um mapa na tela, apresentando as coordenadas a um dos caminhos vicinais que conduziam à cidade-. Esta não é a melhor rota, mas é a mais defensável.

O caminho era pouco mais que uma pista de terra que evitava as ravinas e cavernas que podiam proporcionar uma emboscada fácil.

-Embora eles nos vissem partir, nos rastrear pela vista não é muito fácil - acrescentou ela.

Ela podia senti-los. Seu pescoço a picava, e atrás de seu ouvido esquerdo ela podia ouvir o pequeno chiado estranho em seu cérebro que anunciava uma corrente de informação. Não militares, mas muito bem armados, e muito bem pagos. Eles teriam os aparelhos.

Ela sacudiu a cabeça, apertando os escudos ao redor de sua mente que tirou de Braden quando seu pulso começou a palpitar em suas veias. Alguém traía o senador, mas quem? E por que?

-Alguém não respeita o bloqueio. Tenho um desconhecido me vertendo informação Braden - gritou ela sobre o ruído do motor do Raider enquanto Braden o empurrava a sua velocidade mais alta.

-Mantenha a conexão com ele Megan - ladrou ele-. Não importa se for amigo ou inimigo. Eu o bloquearei de tomar a informação, mas lhe tire tanto quanto possa.

Esta múltipla atribuição ia fazer se feia, pensou ela com uma careta enquanto lutava para fazer o que Braden tinha pedido, mantendo o canal aberto enquanto começava a riscar o melhor curso à cidade.

-Eles estão em movimento, e rastreando. Filhos de cadela, eu sabia que deveria ter conseguido aquele empréstimo para esses pequenos radares e bloqueadores de laser que vi no mês passado - gritou ela enquanto sentia a corrente de informação em sua cabeça.

-Empréstimo? -Megan não fez caso do olhar incrédulo que ele lhe deu, assim como da risada dissimulada dos dois homens atrás dela.

-Certamente acredita que o exterior de minha casa parece uma merda porque sou preguiçosa. -Ela riu por puro prazer-. Deverei dinheiro ao banco local até que tenha oitenta anos, Braden. Eles financiam meus pequenos brinquedos.

Ela acendeu o radar do Raiders e o rastreador de laser, amaldiçoando quando este se mostrou em branco.

-Filhos da puta. Os odeio quando não jogam limpo. - deu um toque à tela bruscamente, sabendo que as pontas de movimento deveriam estar ali, grunhindo diante dos pensamentos que lotavam seus sinais.

Ela levou a mão à cabeça enquanto a sacudia ferozmente. Precisava de mais informação.

-Os bastardos devem saber bloquear-se, queixou-se ela quando sentiu, literalmente sentiu, um dos soldados quando se dirigiram ao canto mais próximo ao deserto-. Temo-os em nossas costas, rastejando em nossa posição e vindo para nós.

Ela golpeou a fechadura do teclado de arranque, ferroando as ordens antes de este se nivelasse sobre seu colo.

Imediatamente o pára-brisa mostrou um mapa sutilmente iluminado.

-Ali, sete corrida quatro - espetou ela enquanto girava-. A sua direita. Será mais difícil de seguir.

Não havia nada adiante. Nenhuma emboscada, ninguém a espera. A claridade da informação era inquietante, quase familiar.

-Pode confiar nisto, Megan? -Braden girou o volante à esquerda e se dirigiu a uma parte mais montanhosa do deserto, para os canyons que entrecruzavam o deserto.

-Alguém se abriu para mim. - Ela seguiu introduzindo a informação no mapa-. A informação não é uma armadilha, mas maldição se soubesse por que. Eles não podem ser tão estúpidos quando agem.

Talvez ela fosse mais forte. Ela mordeu seu lábio ferozmente, incomodada pelo rapidamente que a informação inundava sua mente e sem dor.

-Tarek está atrás de nós, perto. Ele aparece no mapa?, - espetou uma das raças atrás deles com um tom de exigência imperativa.

-Quando disser, façam.

-E esses moços maus que vêm atrás de nós?, -grunhiu o outro-. Posso ver o rastro de pó atrás de nós.

-Só veículo a veículo. - Megan seguiu dando um toque, mantendo a conexão ao outro veículo seguro contra qualquer tentativa de cortar-. Sei o que faço.

Ao menos esperava fazê-lo. Tinha passado muito tempo desde que seu tio Steven e seus companheiros militares tinham saído para brincar. Enquanto ela mantinha o inter-comunicador entre os dois veículos claros, um ardor repentino atrás de seu pescoço fez que seus olhos se arregalassem.

-Afaste-se! - Ela era pouco consciente de que gritava quase quando sentiu que a ordem repentina disparava por seu cérebro-. Eles têm mísseis… filhos da puta! -A rajada balançou o Raider enquanto Braden girava o volante, grunhindo quando o veículo atrás deles torcia e quase se chocava com eles antes de corrigir-se.

-Tentativa de bloqueio do radar - A voz de computador chegou enquanto três grunhidos das raças furiosas se repetiam ao redor dela.

E ela jurou que a conexão em seu ouvido estava cheia do mesmo som.

-Sim, o grunhir vai ajudar - gritou ela, lutando para ficar no lugar enquanto Braden começava a girar o volante enquanto o computador seguia advertindo da tentativa de bloqueio

-Canyon diante. -Ela assinalou à volta no mapa-. Sessenta metros. Temos uma série de caminhos por vários canyons que podemos usar. Isto bloqueará os mísseis.

-Míssil preparado.

-Bastardos! Onde infernos está a velocidade, Megan?, -gritou ele.

-Vazio. Nós o faremos. - Ela se revigorou para a volta, apertando seus dentes quando os Raiders viraram em duas rodas só segundos antes da explosão.

O míssil explodiu na parede da entrada do canyon enquanto os veículos disparavam por ele.

-O caminho é estreito - advertiu ela enquanto os óculos de visão noturna que usava recolhiam as paredes do canyon -. O radar não mostra nenhuma obstrução diante. Isto é tudo o que temos que olhar.

-Quanta distância tem este canyon?, -grunhiu a voz em seu ouvido. Aquela voz era tão perigosa como se Braden nunca a tivesse usado. Testosterona cheia de pura fúria masculina.

-Cinco milhas, menos de três minutos: mas isto é um atalho. Não há nenhum modo de que possam manter-se a menos que tomem o canyon, e com sorte terão que ir muito mais devagar. -Ela deu uma olhada ao rosto de Braden-. Eu poderia conduzir mais rápido.

Ele lançou um olhar de incredulidade completa.

-Lembro sua última perseguição, Megan. Não há uma possibilidade no inferno.

Eles saíram do canyon minutos mais tarde, Megan se encurvou sobre o teclado enquanto lutava por ficar um passo diante dos bastardos que os perseguiam, assim como os impulsos psíquicos que se precipitavam em seu cérebro.

-À esquerda. -Ela assinalou ao seguinte canyon que estava adiante-. Porra, acho que usam o rastreamento de satélite com GPS. Eles têm alguns aparelhos práticos, Braden.

-A que distância estamos da cidade? -Ele manteve seus olhos no caminho estreito ao que giraram, e foram obrigados a reduzir a marcha de sua velocidade para dirigir pelas curvas.

-Isto toma mais tempo que a interestadual. Poderíamos ter algum tempo.

-Jonas nos encontrará antes que cheguemos à cidade - espetou uma das raças atrás dela-. Só mantém um passo adiante desses malditos mísseis e sobreviveremos.

-Tarek, seu Navegador tem algo?, - gritou de repente Braden no comunicador.

Megan lhe lançou um olhar surpreendido.

-Navegador?

Se o bastardo atrás deles conduzia um Raider com o Navegador então ela ia fazer dano a alguém. O Navegador era a elite, o melhor dos melhores comunicadores cheio de conexões por satélite e capacidades obstrutoras.

-O bloqueio está fora - respondeu Tarek-. E temos uns inimigos vindos atrás de nossos traseiros.

-Esquerda. -A seguinte curva era aguda, quase escondida, enquanto que o caminho do canyon principal continuava. Era também mais rápida.

-Temos que encontrar alguém rápido - resmungou ela, seus dedos voavam sobre o teclado quando sacou os mapas que tinha introduzido no Raider durante o ano passado.

-Podemos sair aqui fora. - Ela assinalou a curva seguinte -. Temos que conseguir velocidade e chegar a este seguinte lugar. -Estava perto de quinze milhas de distância-. Se pudermos passá-lo estaremos bem próximos a Broken Butte para chamar Lance.

-Lance foi chamado. É melhor que o bastardo esteja em pé.

Megan virou-se, olhando fixamente pelo retrovisor enquanto corriam pelo caminho do canyon que se retorcia. Alguma coisa não estava correta.

O Raider atrás deles estava à vista, mas alguma coisa mais estava mais à frente e muito perto.

-Mais rápido - grunhiu ela-. Aperta o condenado pedal ou todos vamos arder. -Ela sabia que deveria tê-lo feito lhe deixar conduzir, maldição.

Ele acrescentou velocidade, amaldiçoando em cada fôlego enquanto as paredes do canyon roçavam os Raiders enquanto corriam por ele.

-Radar em progresso de fechamento - advertiu o computador com aquela maldita monotonia.

-Matarei esses bastardos - gritou Braden.

-Permanece em linha. Tarek, tem rojões de luzes?, -espetou Megan.

-Rojões de luzes carregados e em marcha - A voz era um bufo, grunhindo a exclamação que indicava a fúria que podia sentir pulsando a seu redor.

Eles saíram do canyon. Megan era consciente de Braden pisando o acelerador enquanto o computador advertia do bloqueio do radar. Uma labareda do Raider detrás iluminou a noite e segundos mais tarde a explosão resultante do míssil sacudiu as paredes do canyon.

Era quando eles se sujaram. O seguinte míssil foi disparado antes que se preparassem, dando ao pessoal de Tarek pouco tempo para pôr o rojão de luzes. Estava perto. O seguinte estava mais perto.

-Espera. Espera. -Megan o sentiu vindo um segundo antes que o Raider se lançasse ao lado. Ela se agarrou à barra estabilizadora de cima, amaldiçoando enquanto o veículo corria, corrigia-se e depois parava contra um canto rodado.

-Levanta esse traseiro. O motor foi atingido - disse Braden enquanto empurrava Megan pela porta que ela teve só segundos para abrir.

-Estamos em pé vamos rodar.

Ele agarrou o braço de Megan, atirando-a em uma das voltas menores que viravam para o canyon.

-Vamos fora. Jonas está a menos de meia hora de distância. Ele nos encontrará. Autorização plena e disparem para matar.

Megan tirou sua pistola de sua coldre quando entraram no caminho rochoso recoberto pelos matagais que conduzia de volta ao canyon.

O fogo fez erupção atrás deles enquanto ela escutava as transmissões das raças em seu ouvido.

Ela podia sentir os soldados inimigos no canyon, uma dúzia ou mais, e um que parecia ver tudo. Ele não fazia nada para conter seus pensamentos como faziam os soldados no outro dia. Ele olhava e pensava. Eles estavam atrás dela. Nada mais importava. Nem as raças com ela; se eles viviam ou morriam não tinha nenhuma importância. Sua morte era prioritária.

-Soldados movendo-se diante de nós - disse ela com voz entrecortada enquanto se moviam por um caminho áspero e cobertos de sarças.

-Ouço-os. -A voz de Braden era suave, predadora-. Também posso sentir sua conexão. Ele o faz deliberadamente.

-Sim, entendi-o. - Ela respirava asperamente quando a pôs atrás dele-. É familiar. Só que não posso localizá-lo.

O fogo atrás deles os fez esquivá-lo rapidamente, escutando o inter-comunicador enquanto Tarek oferecia seu relatório aos homens e ordens cifradas. Até agora, nenhum tinha sido alcançado. Graças a Deus.

-Cooley está com eles. - Seu dedo estava firmemente no gatilho de sua própria arma enquanto explorava a área onde estavam escondidas-. Assim como um coiote. Ele está decidido.

-Igual eu estou. -A voz de Braden era tranqüila, mas a ameaça de raiva negra sob ela enviou um calafrio por sua coluna.

-Temos que eliminar seu coiote - murmurou enquanto procurava a posição mais vantajosa. Ela tinha treinado nestes canyons com sua família desde que era uma adolescente.

-Ficamos contra o vento dele e podemos fazê-lo. -Ele começou a mover-se outra vez, abrindo caminho pelos pinheiros jovens, pinheiros e árvores de álamo da Virginia que cresciam com o passar do caminho.

-Cooley caça. Ele é bom. -Ela sabia que ele era bom. Tinha ouvido os contos que seu pai explicava no treinamento junto a ele quando estavam ambos juntos no serviço anos antes.

-Sou melhor - disse Braden. Não havia nada como a confiança masculina, pensou Megan enquanto se abstinha apenas em revirar seus olhos.

O intercomunicador estava cheio de informe em voz baixa das raças; a noite ressonava com o som de fogo e elevadas vozes masculinas, e a sensação de mau, de morte. Megan sentiu a pressão apertando-se em sua cabeça enquanto aspirava profundamente, ficando agachada enquanto seguia a Braden pelos matagais muito crescidos que conduziam ao longo das paredes inclinadas do canyon. Eles deveriam estar em cima dos soldados.

Eles deveriam estar seguros.

Ela ofegou quando a dor cortou em sua cabeça. Ela se agarrou a um ramo próximo enquanto lutava por manter seu equilíbrio. Cooley sabia o que fazia. Ela podia sentir o prazer que sentia ante a perda de vidas e pela dor que tinha causado. Ele pensava deliberadamente nas mortes das raças e nas mulheres que tinha violado.

A bílis alçou em sua garganta enquanto apertava os dentes e se obrigava a mover-se para manter-se ao ritmo de Braden.

-Bloqueia-o. Averigua a informação e evita a dor - ordenou Braden em seu ouvido-. Não o deixe debilitá-la.

Ela aspirou profundamente, assentindo com a cabeça ferozmente enquanto lutava para tirar as imagens de sua cabeça.

-Ele está perto. - Seus olhos procuraram a noite, vislumbrando os soldados que se precipitavam pelo canyon para baixo-. Usa o coiote para me rastrear psiquicamente.

-Eles não são confiáveis. - Ela o sentiu rodeando-a, seus pensamentos, seu calor, fluindo ao redor dela como uma névoa consoladora.

Ele era bom. Ela deixou que um sorriso cruzasse seus lábios enquanto sentia que o toque mais leve de sua luxúria beijava sua mente. Ele era mau também.

Mas a distração deliberada aliviou sua mente e a ajudou seguir os fios mentais que tinha que unir, em vez dos que Cooley lhe atirava.

O spray repentino de terra em cima deles e os golpezinhos do tiroteio de munições do lado oposto do canyon a fez esquivar-se e se apressar em seguir Braden atrás de uma saliência de rochas.

Fez-lhe gestos para que ficasse coberta do fogo em direção dos disparos. Enquanto ela levantava sua arma e começava a disparar, ele esquivou e se lançou a seguinte árvore grossa caída que estava precariamente na beira do canyon e começou a disparar.

As rochas e os grupos de terra explodiam a cada lado dela enquanto procurava a direção em que vinham as balas.

Calor. Frio desumano. Ela não tinha o que apontar. A seguinte descarrega de tiros a recompensou com um grito exausto do inimigo quando ele caiu pelo canyon.

- aproxime-se. -Sua posição estava comprometida e ela sabia.

Eles se precipitaram ao longo da cara do canyon, dirigindo-se mais abaixo, para a segurança das cavernas que furavam as paredes.

Quando eles saltaram finalmente em pé, Megan se dobrou sobre um joelho e se estendeu em procura da informação que necessitava. Ela sentiu perto de Braden, a força de seu próprio foco que a abastecia de combustível quando ela se estendeu.

Seu fôlego agarrou em sua garganta no mesmo segundo no qual sentiu a tensão de Braden.

-Muito impressionante, Megan. É melhor do que imaginava que podia ser, se escondendo assim.

Ela ficou em pé, virando-se devagar para encontrar o olhar fixo, frio e mortal de Mac Cooley. O homem que seu pai chamava de amigo.

Ela sentiu Braden atrás dela, fios de seda de advertência emanando dele, fluindo para ela.

-Não queria acreditar que era realmente você. - Ela levantou os óculos de seus olhos enquanto percebia que um dos soldados subia para eles, cobrindo-os pelo lado.

MAC parecia mais velho do que ela lembrava, mas ainda estava em boas condições. Com um metro e setenta e cinco, cabelo de prata cinza e olhos azuis, frios e desumanos. Olhos que ela sempre tinha pensado que estavam cheios de compaixão e calor. Ele a olhou fixamente, a pistola que usava apontava o seu peito.

Seu olhar fixo se desviou para seu flanco. O agente Jose Jansen.

A traição do outro agente não deveria ter sido uma surpresa.

-Sim, era realmente eu. - O sorriso do MAC era o mal, um brilho de dentes enquanto seus lábios se curvavam com mofa. Deu uma olhada a Braden-. Deveria saber que se sujava com ele. Aqui meu coiote me diz que podia cheirar o aroma de sexo a milhas de distância. Por favor.

Megan brincou com o gatilho da arma que tinha baixado ao lado de sua coxa, perguntando-se se podia ser o bastante rápida para fazer voar o coração de seu peito enquanto ele estava em pé ali, com aquele repugnante sorriso satisfeito em seu rosto. Ela contemplou Jose outra vez.

-Lance o matará. -Lance culparia a si mesmo.

Jose sorriu com satisfação enquanto ela o olhava cautelosamente. Ela deveria saber. Havia sentido as emanações de violência provenientes dele desde que ela se uniu no princípio à força. Mas não tinha acreditado que podia realmente vender-se.

-Deixem cair as armas, meninos. - MAC sacudiu a cabeça como se ela o decepcionasse-. Certamente não pensa que os deixarei mantê-las.

Megan aspirou profundamente antes de lançar sua arma na terra ao lado de Braden.

Ele estava muito tranqüilo. Ela podia sentir sua mente trabalhando com intensidade feroz, mas ele combinava o leão preguiçoso e tranqüilo.

Ele não era minimamente previsível quando fazia isto.

Ela podia sentir sua exigência que ela mantivesse a conversação com o Cooley, mantivesse-o distraído.

-Reviste-os. -Ele fez gestos ao soldado de seu outro lado-. Conhecendo a encantadora Megan, ela tem várias armas escondidas nela.

A arma pequena de suas costas era sua única esperança.

O soldado avançou. Alto, musculoso, seus traços faciais escondidos pelas franjas negras de camuflagem que usava. Tirou de Braden suas armas, mas ela notou que não comprovava sob a jaqueta que Braden usava.

Era muito estranho. Ele deveria tê-lo conhecido melhor.

O soldado veio a ela então. As facas lhe foram tiradas, tiradas de suas pernas e até debaixo de sua jaqueta.

Atrás de suas costas, a mão apenas deu uma olhada sobre a faca metida dentro do cinturão em seu quadril, coberta por sua própria jaqueta, ou à arma atada em suas costas.

-Precaução. -A advertência sussurrou sobre ela e isto não tinha vindo de Braden.

Ela inalou devagar. Não podia saber quem era ele, mas claramente não estava exatamente do lado do senador. Embora fosse familiar o toque de sua mente contra a sua. Ela o havia sentido antes, faz tempo. Mas onde?

Ela afastou o pensamento antes de concentrar-se no senador outra vez.

-Você não irá adiante com isto, MAC - advertiu-lhe, esperando manter sua atenção nela enquanto Braden pensava em um milagre. Era seu trabalho e maldição, melhor que o fizesse bem.

-É claro que o farei. - MAC riu alegremente, como um menino que desfruta de uma brincadeira. O bastardo tinha perdido a cabeça.

-estive fazendo-o durante anos, Megan. No seio da família, sabendo cada movimento que fazia com a ajuda do Jose. Eu sabia que não se lembraria de ter me visto naquela Academia sem ajuda. Era só coisa de vigiar às duas raças e de saber quando decidiriam ficar em contato com você. Não foi difícil de fazer, minha querida. Embora fosse desafortunado que Mark e Aimeé o requeressem. Eles não tiveram o cuidado que deveriam ter tido enquanto estávamos na Academia.

Foi deliberado. Ela podia sentir agora. Mark e Aimeé sabiam que ela os sentiria, tinha permitido que seus escudos baixassem só o bastante para conseguir sua atenção. Era a dor que tinha sido uma espada de dois gumes. Eles não podiam saber como ela reagiria, que rapidamente sua mente o repeliria e que a lembrança passaria entre o conhecimento de que tais acontecimentos tinham sido quase corriqueiros então.

-Você os violou. - A arma queimava em suas costas enquanto Braden exigia precaução. Ela tinha que mantê-lo falando.

Tinha que dar tempo a Braden para que os salvasse a ambos.

-É claro que o fiz. E a violarei logo que meus homens se encarregaram de suas fastidiosas pequenas raças. Eu podia violar até seu pequeno noivo antes que ele morra. Isto em particular é agradável, fazê-los inclinar-se e tomá-los pelos traseiros.

-Os ensinar quem é o alfa e quem não é. Parece romper algo dentro deles. - A satisfação encheu o ar enquanto o regozijo malévolo tentava estender-se a sua mente.

Ela quis gritar pela dor e pela raiva. Ela podia sentir algo rompendo-se em seu interior ante o pensamento do que as raças tinham sofrido sob ele.

-Eles aprendem a tomar as coisas com calma, Megan. Aposto que sua raça resistente e grande lhe dirá isso. Se puder. - Seu olhar fixo mudou para Braden-. É horrivelmente tranqüilo, raça. Não quer compartilhar aquele pequeno prazer em particular que experimentou nos Laboratórios?

Braden se moveu devagar, a luz da lua que se filtrava no canyon iluminando seu sorriso predador.

-Sou uma Raça A, Senador, a Elite. Nós fomos os que fodíamos, lembra?

O sorriso do Cooley se congelou durante uma fração de segundo enquanto um fio de medo escorregou dele.

-OH sim, quase o esqueci - mofou-se ele-. Status de elite. Estou decepcionado com você. Deveria ter sido mais difícil de agarrar.

-Isso poderia se pensar. - A voz de Braden era muito suave para a comodidade de Megan-. Aprendi a romper homens como você, senador. Acredito que você estava inclusive na curta lista de objetivos potenciais quando fomos resgatados.

Megan logo conteve sua surpresa.

-E agora sou um de seus melhores ativos. O que tem caído sob o Conselho de Genética. Mas os reconstruirei. - O sorriso do Cooley era maligno e espantoso em sua loucura.

-por que matar às raças?, -perguntou-lhe a raça então-. Por que esperar até que me buscassem? Poderia ter matado em qualquer momento. -A destruição não tinha sentido. Tampouco o fazia pelo potencial descobrimento.

-Porque isto era divertido. -Ele encolheu seus poderosos ombros enquanto inclinava sua cabeça e a olhava com prazer maníaco-. Tudo o que tive que fazer era vigiar ao Mark e a Aimeé. Eu sabia que iriam a você; era só coisa de tempo. E como os cretinos honoráveis que eram, eu sabia que tentariam fazê-lo em segredo, te dar uma opção para me enganar. E quis vê-la fugir, Megan. Me excita. E fará a posse muito mais agradável.

O pensamento a punha doente.

-Entendo - assentiu ela solenemente-. Não pode conseguir da forma normal, não é? Tem que derramar sangue para fazê-lo.

Seu sorriso caiu durante um segundo antes de voltar com força doentia.

-O sangue é agradável. -O entusiasmo enchia sua voz-. Ou talvez farei como fiz com o Mark e Aimeé. Pôr uma arma em sua cabeça e fazer o Braden a dominar enquanto possuía seu traseiro.

-O que acontece com essa coisa de traseiro? - Ela apoiou as mãos em seus quadris enquanto fingia incrédula confusão. E nenhum medo-. Ouviu você falar sobre germens, MAC? Enfermidades? Como sabe que não o infectaram de algum jeito? A loucura é contagiosa?

Sua surpresa era quase ridícula. Durante um momento ele pareceu perdido, inseguro. E sua mão estava perto de sua arma.

Precaução.

Dirigiu a Braden um olhar deslumbrante quando sentiu a ordem.

Precaução que a condenassem. Cooley a punha doente e isto não tinha nada que ver com a dor que ele tratava de lhe causar.

O fogo seguiu ressonando pela entrada ao canyon quando o fone do comunicador em seu ouvido ficou silencioso. Ela sabia que as raças eram bem conscientes do que acontecia. Ela só rezou para que alguns deles ao menos entrassem no tiroteio de posição.

-Não temos muito tempo, senador - grunhiu o coiote a seu lado-. Eles terão reforços logo.

O cão mestiço estúpido, por que não podia manter sua estúpida boca fechada?

-Sim, infelizmente. -O senador aspirou profundamente-. Não haverá tempo para ensinar a sua raça quão humilde é realmente. Mas pegue-a viva e traga-a conosco.

Megan riu. Obrigou a diversão a encher sua voz e a brincadeira enchesse sua expressão.

-Não, não. -Ela sacudiu sua cabeça devagar-. Não acredito. Pode seguir adiante e me matar também, Cooley. Não o deixarei violar-me.

Ele sorriu com serenidade quando girou a arma na direção de Braden.

-Lhe farei mal enquanto morre, Megan.

Satisfação. Pela razão que seja, Braden estava enormemente satisfeito de ter aquela arma apontando longe dela. Homens.

Ela sentiu o soldado em sua posição mudar de lado quando o fogo pareceu vir mais perto.

Megan mudou sua própria postura, permitindo suas mãos apertar-se atrás de seus quadris.

-Ele vai sentir dor de todos os jeitos. -Ela deu de ombros, sentindo agora a diversão de Braden, assim como a preparação cuidadosa de seu corpo. Suas mãos ainda estavam frouxas em seus flancos, mas ela sabia quão rápido ele podia ser.

Cooley virou sua cabeça para ela e seu olhar a perfurou.

-É ele seu companheiro? -Seus lábios se enroscaram com repugnância-. Aimeé gritava de dor quando a dominei. Adverti aos cientistas então de que havia um acoplamento, mas eles não escutavam.

-Eles sabiam que você também era um pirado?, -perguntou ela sarcasticamente.

A cólera fluiu dele. Ele não estava tranqüilo há muito tempo, nem estava em posse completa de sua prudência. Alguma coisa tinha movido de seu lugar.

-Eles perderam de vista para o que foram criados - cuspiu ele-. Para matar. Para ser mortos. Eles não são nada. -Sua arma vacilou enquanto apontava para Braden-. São animais.

-Ao menos podem excitar-se sem sangue - resfolegou ela-. Ou é a inveja de seus pênis o problema, MAC? Aposto que seus membros são maiores que o seu. Deveria sentir-se menosprezado.

A fúria se levantou dele enquanto sua mão tremia.

-Cooley, temos que retornar. As raças se movem. -Meia dúzia de soldados entraram na área, seus rostos raiados de pintura protetora, suor e sangue-. Termine com isso. Vamos daqui.

Os rifles apontaram para ela e Braden. Ela viu o brilho de medo no olhar de MAC, a luxúria de sangue em Jose.

Havia cantos rodados a seu lado, uma pressão profunda de Braden. Ela o sentiu estendendo-se para ela, dirigindo-a, fechando de repente a informação nela enquanto faziam frente às ameaças mais novas.

-Matem o bastardo… -pediu MAC.

Aproxime-se.

A ordem mental gritou em seu cérebro quando ela se lançou ao lado, agarrando sua arma pequena em suas costas e disparando a Jose enquanto o senador balançava sua arma em seu caminho um segundo antes que ela disparasse. Ela pensou conseguir um alvo, diretamente no coração de Jose, mas foi um segundo mais lenta para lhe disparar o MAC. De repente a noite explodiu em luz. Os gritos de guerra e os rugidos de raças encheram o canyon enquanto Megan sentia que um resplendor de fogo fazia erupção ao longo de seu flanco. Merda, tinham-lhe acertado um tiro.

Ela continuou rodando, lançando-se ao lado do canto rodado enquanto disparava no senador outra vez, olhando-o receber mais de um tiro e cair. Sua expressão se encheu de assombro enquanto caía de joelhos e a seguir, devagar, caía a seu lado.

Lance e outros três altos guerreiros de duro olhar se materializaram da escuridão enquanto que o soldado que lhe tinha enviado a informação se levantava com cuidado de sua posição e caminhava também para frente. Enquanto a luz da lua cortava pela caverna e se refletia em seus olhos azuis brilhantes de gema, o reconhecimento se abateu de repente sobre ela. Ele tinha escondido seus olhos antes, que era por que não tinha sabido quem era.

Tio Steven. Ela contemplou o soldado, bem, realmente o membro das Forças Especiais. Ela ficou quieta e silenciosa enquanto o escândalo se estendia sobre ela. Os soldados ainda vivos estavam sendo golpeados rapidamente enquanto podia ouvir o zumbido suave de um helicóptero. Luzes, vozes e muito movimento. A família podia ser um nojo, pensou ela. Como diabos tinha conseguido seu tio infiltrar-se nas forças do senador? Quem o preocupava quando, decidiu rapidamente, só estava agradecida de que o tivesse feito.

Megan fechou os olhos enquanto todos pareciam gritar imediatamente, dando ordens, amaldiçoando às raças, os estúpidos militares radicais e aos senadores em geral.

Tudo o que queria fazer era dormir. Ela podia sentir o sangue emanar de seu lado, a dor ferroando-a por seu corpo enquanto o choque começava a enchê-la.

-Deus maldição Megan, abre seus olhos safados. - O som da voz enfurecida de Braden a fez fazer justo isso.

Ela fez uma careta quando ele tirou os óculos de visão noturna de sua cabeça, abandonando-os e arrancando a jaqueta de seu corpo.

-Está condenadamente louca - disse ele finalmente, como se só agora compreendesse isto. Infernos, ele estava com ela… quanto tempo tinha passado agora?

Certamente sempre. E o via agora mesmo? Pobre menino, ele só era lento.

-Eu não o mencionaria a Lance em seu lugar - sugeriu ela quando alguém se curvou ao lado deles, dando a Braden um quadrado grosso de gaze que ele pressionou rapidamente na ferida em seu lado.

-Consigam uma maca - gritou seu tio Steven autoritariamente a alguém. Ela não estava certa de quem-. Fiquem em contato com a clínica; a faremos entrar.

OH-OH.

-A clínica. -Ela se apoiou contra o ombro do Braden-. Isto vai ficar interessante. Sobre tudo considerando o fato de que Lance já chamou provavelmente à maldita família inteira. Chata e estúpida pintura de camuflagem. Não estranhava que não reconhecesse o Steven. Que demônios fazia ele me apontando uma arma?

Ela se sentiu confusa, mas o lembrava em pé ali, olhando-a. Esperando.

-Que demônios fazia ele aqui?, -perguntou ela outra vez.

-Quer se calar?, - grunhiu Braden, embora sua mão acariciasse sua cabeça bruscamente. Ela adivinhou que isto era alguma forma de gesto consolador. Maldito, ele parecia tão transtornado-. Isto não entrou profundamente. -Ela tentou olhar a ferida, mas se rendeu quando o grunhido se fez um grunhido animal.

-Maldição, que é irritável - resmungou ela enquanto ele a balançava. Sentando-se na maldita terra e ele a balançava. Sentia-se tão agradável: um pouco estranho, mas agradável.

-Deram-lhe um tiro, Supermulher - espetou ele-. Agindo assim.

Ela o olhou com o cenho franzido.

-Assim é uma forma de agir?

Ele gemeu. E não parecia contente.

Por sorte, aquele pensamento não pareceu incomodá-la muito. Ela fechou os olhos, descansando contra seu calor. E deixando à escuridão que beirava ao longo de sua visão rodeá-la finalmente. Ela só ia dormir a sesta durante um minuto. Só durante um minuto…

-Desmaie sobre mim e Lance a verá - a voz de Braden de repente cortou diretamente a névoa em suas veias. Ele se revelou como o resto dos malditos Machos de sua família, pensou Megan.

-O que disse? A ferida não era profunda?

-Está sendo débil?

  1. Agora isso não era justo. Seus olhos se abriram de repente enquanto ela inclinava sua cabeça para trás de modo provocador.

-Vou te dar um chute no traseiro. -A ameaça carecia de calor. Realmente parecia bastante débil.

Mas o sorriso de Braden, iluminou a noite. Aqueles lábios atraentes se entortaram devagar, travessamente.

-Falar assim vai só endurecer meu membro.

Ela levantou a mão, acariciou seu rosto, e sorriu. Deus como o amava.

-Sua espada permanecerá dura.

-Só por você, companheira. -Ele se inclinou até que aqueles lábios perfeitos apertassem sua palma-. Sempre, só por você.

Sempre. Parecia bastante bom para ela.

Ela suspirou enquanto Lance e seus tios convergiam de repente sobre ela. Por sorte, ali não havia mimos.

Steven verificou a ferida, seus dedos sondaram mas suaves, seu olhar era fixo… orgulhoso. Ele a olhava com orgulho. Com entendimento. A vista daquelas emoções em seus olhos a ajudou a conter a rejeição instintiva de seu toque. O desconforto não era tão severo como tinha sido, mas mesmo assim não era cômoda.

-Venha, moça dura. -Braden se moveu diante de Steven quando ele terminou, levantando-a em seus braços-. É uma mulher louca. Não muito profunda, meu traseiro. Aquela bala tem que sair, Megan. Parece que vai adoecer comigo depois de tudo.

-Ainda estava dentro? -Ela ergueu os olhos para ele com horror enquanto sentia sua cabeça girar. OH infernos…

Ela não viu a surpresa no rosto de seu companheiro quando desmaiou, ou a surpresa em seu primo e tio. Mas esta era sua primeira bala, procuraria assegurar-lhe mais tarde. Merecia um pequeno desmaio.

 

Santuário, Sede do Governo das Raças

Quatro Semanas mais tarde

Megan contemplou os raios de luz do sol ferroando pelas janelas da cabana que Braden e ela tinham ocupado durante as semanas de provas com as quais estavam de acordo. Eles tinham saído do hospital depois da operação que retirou a bala de seu flanco e voaram diretamente ao Santuário, onde tinha sido vigiada com tal observação cuidadosa que lhe dava maldito horror. Os doutores aqui eram muito intensos.

Mas isso a tinha salvado do fluxo dos membros de sua família.

Eles a tinham visitado algumas vezes, mas seu pai e avô pareceram entender que seus sonhos se materializavam finalmente. Lance era menos que feliz. Pela razão que fosse, o pensamento de trabalhar com o desconhecido agente feminino que Washington prometeu lhe enviar não assentava bem.

Seus tios, Steven, Nash e Blake, tinham voltado para suas terras tribais depois da finalização de uma missão que tinham começado com sua demissão vários anos antes. O nome de Cooley tinha sido associado com o Conselho de Genética devido aos arquivos confidenciais recuperados de um dos maiores Laboratórios de genética. Não estava certa de como tinham conseguido enganar o senador. Ela esteve um pouco aturdida quando tinham explicado. Algo sobre identidades alternativas e reconstrução facial. Não estranhava ter demorado tanto tempo em reconhecer o Steven.

Nenhum deles estava muito contente com ela. Ela riu dissimuladamente ante o pensamento. Eles não a tinham querido no grosso da luta, e certo que não estavam contentes com o pouco que tinham averiguado do acoplamento entre ela e Braden.

Calor de acoplamento. Ela resfolegou pelo fenômeno assim como pela informação surpreendente que tinha averiguado. Não era um sentimento confortável, saber que algo tão básico como seu DNA tinha sido mudado de alguma forma, justo quando o hormônio de acoplamento tinha mudado pouquíssimo o seu.

Ela não era uma raça, mas bem podia sê-lo também.

Vida mais longa. Ela tinha gemido ante aquele conhecimento. Imunidade mais alta e cura avançada, com isso sim podia lidar. Gostava daquela parte, realmente. Ao resto ia demorar para acostumar-se.

E agora estava Braden. Um pequeno sorriso curvou seus lábios quando se apoiou na cama, olhando-o dormir. Seu longo cabelo dourado emoldurava os traços selvagens de seu rosto, lhe dando um ar mais forte e mais primitivo. As franjas de marrom escuro, avermelhado e negro se mesclavam pelos grossos fios marrom sombrio tentando seus dedos a examinar cuidadosamente a massa para olhar o desfile de cor enquanto esta caía por eles.

-Desperta, cabeça sonolenta. - Ela se inclinou perto para beliscar seus lábios, só para chiar de surpresa quando suas mãos agarraram sua cintura. Antes que pudesse responder a seu movimento, ele a tinha sobre suas costas sob ele.

-Está vestida - grunhiu ele enquanto a contemplava com seus escuros olhos dourados estreitados, seus lábios firmes se curvaram em um sorriso enquanto suas mãos empurravam para baixo o confortável Top preto que ela usava.

Ele era tão atraente. Um ser masculino primitivo enrugado, crédulo e arrogante. E se o vulto do lençol era uma indicação, preparado para acasalarem.

-E fico vestida. - Ela riu enquanto dava palmadas em suas mãos para afastá-las e colocava a prega do Top outra vez em seu lugar-. Partimos hoje lembra? Estou pronta para ir.

Para reforçar a reclamação, Mo-Jo saltou na cama, assegurando-se de que o mau cheiro felino do homem era jogo finalmente justo. Megan saltou para trás, rindo-se enquanto cão e homem grunhiam e batalhavam, mostrando os dentes e lutando pelo domínio.

-Maldito cão! -amaldiçoou Braden quando Mo-Jo mordeu sua orelha.

Uma fúria de membros de raça e grossa pele canina acompanhou o grunhido de Braden. Megan se manteve afastada, rindo enquanto ele lutava com o enorme cão na cama e o mordia por sua vez.

O olhar de assombro canino na cara do cão era divertidíssimo. Seus olhos marrons se arregalaram, sua expressão se afrouxou durante um segundo antes que um grito canino surpreso deixasse seus lábios e se enroscasse energicamente longe da presa de Braden.

Ele saltou da cama, dando aos dois humanos um olhar descontente antes de grunhir a Braden e sair do quarto. Ele se deixou cair sob a abertura do ar condicionado antes de lamber-se lastimosamente a orelha maltratada.

-Temos que levar esse cão mestiço? -Braden dirigiu seus incisivos para o cão, que só cheirou com desdém antes de levantar o bastante para lhe virar as costas e colocando-se em seguida de novo na abertura.

-Se me ama amará a meu cão mestiço? -Lhe dirigiu um olhar agudo antes que um ganido surpreso deixasse seus lábios.

Braden tinha agarrado seu pulso, atirando-a na cama antes de agarrá-la sob seu peso e fazê-la ficar por baixo, obviamente não se divertiu com sua resposta, ou sua risada.

Risada que seus lábios agarraram quando eles cobriram os seus, que sua língua provou enquanto lambia neles brincalhonamente. Quando ele levantou sua cabeça, sua expressão era sombria, cheia da excitação e de bastante emoção para fazer que seu coração se apertasse em resposta.

Levantou sua mão, seus dedos tocaram seus lábios com a mais suaves das carícias enquanto ele a olhava. Naquele momento, ela se disse que estar no Santuário não era tão mal. As noites eram incríveis. Os dias tinham sido uma dor no traseiro. Ser empurrada e cravada por algo ou alguém além de Braden era garantia para pô-la de um humor realmente furioso.

-Estava preparada para ir. -lembrou ele sua declaração anterior quando seu polegar deixou de lado seus lábios e ele seguiu contemplando-a, seu olhar era possessivo e quente. O calor de acoplamento havia supostamente finalizado com a modificação de seu DNA. Deus, ela odiava aquela palavra. Mas maldito se ainda não ficava molhada só pelo toque de seu polegar contra seus lábios que ela debateu a mudança de suas calcinhas.

-E você não está? -Ela arqueou sua sobrancelha, levantando as mãos para passar os dedos por seu pelo.

Ela o olhou por baixo de suas pestanas, olhou o prazer que encheu sua expressão quando ela passou as pontas de seus dedos sobre seu couro cabeludo, arranhando contra a carne sensível. Um gemido pesado retumbou em seu peito e seu membro começou a cravar sua coxa.

-Abaixe, moço – pediu ela ligeiramente, embora sua cabeça se girasse para que seus lábios amassassem seu pescoço enquanto suas mãos estavam sepultadas em seu cabelo-. Digo para partirmos primeiro e tenhamos sexo selvagem mais tarde. Sinto-me sufocada, Braden.

E se sentia assim. Não sem fôlego, a não ser sem liberdade. Sem aventura. A missão que Callan e o Gabinete Dirigente das Raças tinham solicitado que aceitassem soava a explosão. Braden levantou sua cabeça, seu olhar era solene enquanto ele suspirava profundamente.

-Selvagem sexo animal mais tarde então. -Um sorriso curvou seus lábios enquanto continuava olhando-a, como se ele não pudesse acreditar que ela estava realmente ali.

-Te amo, Megan. -Ele sussurrou as palavras devagar, não acostumado à liberdade de sentir e esperar uma emoção por sua parte.

Seu formoso e selvagem leão estava ainda um pouco incerto a esse respeito, o que continuava surpreendendo-a, a emoção em seu rosto apertou seu peito e sua garganta com lágrimas enquanto ela sorria tremulamente, deleitando-se na selvageria de seu orgulho e em sua possessão dela.

Os horrores aos quais ele tinha sobrevivido naqueles Laboratórios ainda lhe davam pesadelos. As histórias que as fêmeas das raças lhe tinham explicado e os relatórios que tinha lido a horrorizavam. Esses eram ainda acontecimentos dos quais Braden resistia falar. Era como ele vivia com isso. Quando ele retinha esse lado brincalhão e divertido de sua personalidade.

-OH Braden - sussurrou ela, chorando apesar de seus melhores esforços por causa dos medos que vislumbrava em seu olhar. O medo de perdê-la, de que o presente que ele acreditava que ela era fosse arrebatado-. Te amo. Com toda minha alma e com tudo o que sou. Te amo. Para sempre, Braden.

Ele baixou sua cabeça, tocou com sua testa a sua, seus olhos estavam cheios de calor, de emoção, fome e necessidade. Tudo o que ele sentia era ela, tudo que ele era. E nisto eles eram iguais. Porque ele tinha tudo que era ela também.

-Para sempre - sussurrou ele, sua voz era suave e rouca-. Posso ter deixado meu sinal em seu ombro, Megan, mas você marcou realmente minha existência. Para sempre, sou seu.

-Agora, vamos sair daqui. -Ele saltou dela e da cama, abandonando-a para contemplá-la com surpresa-. Estou preparado para me pôr a caminho, mulher. O que faz vagabundeando? Não temos uma missão que completar?

Megan atirou seu travesseiro a suas costas enquanto ele ria entre dentes agradando antes de desaparecer no banheiro, a linha tensa de suas nádegas atraiu seu olhar enquanto se movia da cama.

Talvez tivessem um pouquinho de tempo adicional depois de tudo, pensou enquanto começava a tirar sua roupa e o seguia rapidamente. Sim, definitivamente bastante tempo para amar seu companheiro antes que partissem. Havia sempre tempo para isto.

 

Jonas olhou o caminho de acesso que conduzia à entrada do Santuário, um cenho franzido dobrava suas sobrancelhas enquanto o mais novo na linha de veículos polícia-militar se dirigia para a estrada.

O modelo negro oito de jipe parecia tão inócuo como qualquer outro no caminho. Embora a cautela e os avanços armados nele eram de tudo menos inócuos. As telas automatizadas funcionavam rapidamente, com voz ou ordens manuais; o pequeno computador localizado no painel tinha uma conexão segura com um dos satélites mais avançados que estavam em órbita no espaço. Um pequeno presente agradável doado à comunidade das raças por um benfeitor com mais dinheiro do que podia gastar.

O veículo estava ocupado pelo último par acasalado da comunidade: Braden e Megan Arness.

Jonas colocou suas mãos em suas calças negras, sua cabeça baixou enquanto olhava sair o veículo fora de vista e as amplas portas fechando-se atrás.

Ele lembrou a última vez que tinha visto esse veículo deixar o Santuário. A dor sempre presente cortou seu peito quando pensou em Aimeé.

Ele não tinha suspeitado que ela houvesse se acasalado com o Mark.

Não havia nenhum sinal disso até que foi realizada a autópsia.

O sinal de acoplamento não tinha sido colocado em seu ombro como era normal, a não ser na carne sensível da parte superior de seu seio. O sinal tinha sido colocado de maneira similar. E os sinais não eram frescos.

Seus dedos se apertaram em punhos ante o pensamento. Ela havia se acasalado com outros homens anos antes, até antes de seu resgate dos Laboratórios, e nunca revelou. Nenhuma raça tinha mostrado um sinal de acoplamento, só de uma amizade muito próxima.

Seus lábios se apertaram ante o pensamento, seus dentes se apertaram com a suficiente força para enviar uma dor discordante por sua mandíbula. Ele tinha se preocupado. Sacudiu a cabeça, afastando-se da janela e olhando fixamente ao redor do escritório ordenado e caro que trabalhava.

Como Chefe Nacional dos Assuntos de Segurança das raças tinha um escritório no Santuário assim como outro em Washington. Tinha uma ajudante pessoal, os últimos aparatos e a liberdade que sempre tinha tido saudades. Mas a mulher o tinha evitado. Ela tinha preferido outro.

Não é que ele a culpasse. Ele tinha sido incapaz de protegê-la nos Laboratórios quando ela se tornou maior de idade. O que o fazia acreditar que ele podia tê-la protegido agora?

Ele grunhiu enquanto a fúria mordia sua alma. Tantas vidas esbanjadas. Ele tinha sido o líder de seu clã; tinha sido sua a responsabilidade de proteger às fêmeas mais jovens, de desviar os treinadores e guardas e de diminuir os horrores de suas vidas.

Ele bloqueou as lembranças. Os anos de prática o tinham ensinado como turvar as bordas daquela noite, como empurrá-los para trás nos espaços de sua mente. Mas nunca tinha esquecido realmente. Estava sempre ali, esperando a lhe golpear, preparado para destruí-lo.

-Sr. Wyatt? -Sua ajudante pessoal chamou timidamente a sua porta, sua voz era duvidosa.

-Entre - espetou ele, não fazendo nada para esconder sua impaciência pela distração.

A porta se abriu devagar enquanto a normalmente confiada secretária rompe, bolas caminhava no interior de seu lugar sagrado. Seus frios olhos cinzas vacilaram sobre ele com apenas uma indireta de nervosismo, seus traços tranqüilos nunca mudavam, a máscara sem emoção nunca baixava. Ela era fria como um iceberg e tão eficiente como um robô. E era toda uma fachada muito brilhante e muito impressionante. Ele podia sentir o nervosismo, a indireta de medo que correu por ela. Para lhe dar crédito, ela escondeu seu medo dele muito melhor que os outros.

-Recebemos uma mensagem do enlace em Washington. Precisa-se que retorne ao escritório para uma reunião a primeira hora da manhã com o Comitê de seguimento sobre o Senador Cooley. O senador Tyler solicita que você se encarregue disto pessoalmente. Gostaria de conseguir a emenda aos Artigos da raça rapidamente para ter em conta a demissão e processamento dos agentes Farrow e Harding. -Os enlaces de Washington com o Santuário que nunca veriam o interior de um tribunal por seus delitos. Nunca seriam vistos outra vez, ponto.

-E encontrou ao Farrow e Harding? -Seu desaparecimento tinha levantado mais de uma pergunta dentro da comunidade policial.

Mia o olhou imóvel.

-Os agentes Farrow e Harding ainda não foram localizados - informou ela-. Embora tenhamos várias patrulhas buscando-os.

Um chato desperdício de mão de obra, mas necessário. Farrow e Harding desfrutavam de sua entrada no inferno, via uma gota de ardente lava de um vulcão estrangeiro. Embora só fosse isso, o Conselho tinha ensinado às raças como eliminar corpos corretamente.

-Muito bem. Reúna o que necessitamos e partiremos depois do anoitecer. Quero um perfil dos dois enlaces em Washington também. Quero saber cada detalhe de suas chatas vidas até seu último pum. E quero prá ontem. Isto não acontecerá outra vez. -Ele era consciente de que Mia estremecia quando grunhiu a oração final e realmente não lhe importava uma merda. Ele não estava ali para fazer ninguém se sentir a vontade e muito menos sua ajudante.

-Em seguida, senhor. -Ela assentiu com um pequeno movimento rápido de cabeça antes de o deixar e fechar a porta atrás dela.

E outra vez estava sozinho.

Jonas olhou fixamente ao redor da sala, a mesa antiga de cerejeira, a cadeira grande atrás dele. As prateleiras para livros cuidadosamente polidos e a poltrona de couro e cadeiras. O quarto cheirava a classe e um poder formidável. O poder que a comunidade das raças acumulava devagar e usava para assegurar seu lugar no mundo.

O Gabinete de direção das raças felinas trabalhava silenciosamente, fora do olho público e assegurando seu lugar no mundo.

Havia tão poucas raças, e a procriação não era um processo fácil. Infelizmente, pareceria que as vidas úteis mais largas lhes causariam mais problemas que nada. Sobre tudo considerando a filtração de informação no Santuário por um dos seus.

Ele caminhou de volta a sua mesa, selecionando o arquivo que tinha recolhido e olhando-o em tom grave. A matança de uns agentes não raça com ilusões de riqueza ao trair às raças não o afetava de nenhuma forma. Matar outra raça para derrubar os resultados do acoplamento do Conselho era outra história. Sobre tudo uma raça feminina.

Ele aspirou profundamente enquanto sacudia a cabeça com pena.

E se lembrou que não podia haver pena alguma.

 

[1] Boletim de Ocorrência Policial. (N. RF)

 

                                                                                Lora Leigh  

 

                      

O melhor da literatura para todos os gostos e idades

 

 

              Biblio"SEBO"