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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


AFTER THE GAME
AFTER THE GAME

                                                                                                                                                   

 

 

 

Biblio VT

 

 

 

 

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

Capítulo 45

 


Riley


Foi exatamente vinte e oito minutos depois, quando Brady parou ao lado do meu carro.

Mamãe estava esperando por mim quando entrei, e eu tinha falado sobre o jogo, embora ela tivesse assistido isso. Deixei de lado um pouco sobre Brady e seu pai. Quando disse a ela que Brady viria para me levar para a festa de campo, ela sorriu como se tivesse acabado de ganhar um prêmio.

Eu estava preocupada em deixá-los para tomar conta de Bryony por mais tempo, embora ela estivesse dormindo e raramente acordasse a noite. Ainda assim, ela era minha responsabilidade. Não gostava de deixá-la com meus pais muitas vezes. Nossa vida tinha sido tão diferente antes que Brady Higgens voltasse a entrar nela. Não estava acostumada a ter qualquer lugar para ir.

"Estou tão feliz que as coisas foram bem. Você vai se divertir no campo. Lembro-me de você sempre falando sobre ir quando era mais jovem. Isso foi arrancado de você." Diz ela.

Eu estava voltando para casa, da festa de campo, quando Rhett entrou em uma estrada de terra e me estuprou. Essa não era uma boa lembrança, embora o resultado fosse minha filha. No momento em que eu a segurei em minhas mãos, as emoções em relação àquela noite desapareceram. Já não pareciam importantes. Ela era tudo o que me importava.

Mamãe estava agora em sua cama e fechei a porta atrás de mim quando saí para encontrar Brady no meio da calçada. Ele estava vindo à porta para me pegar. Gostava disso sobre ele.

"Tudo bem?" Pergunto-lhe, sabendo que sua mãe queria respostas quando estivessem sozinhos. Ele parecia dolorido. Como se o peso do mundo estivesse em seus ombros.

"Não, na verdade não. Duvido que tudo volte a estar bem novamente. Ela perguntou e eu disse a ela para falar com o marido sobre isso."

"Você o chamou de marido dela?" Eu pergunto. Ele assentiu.

"Não posso chamá-lo de mais nada. Até odeio chamá-lo assim."

"Ele estava em casa?" Ele balança sua cabeça.

"Não. E quando ela o chamou, ele não respondeu. Acho que ele fugiu para contar a sua namorada que estavam prestes a se expor. Foda-se, ele deixou minha mãe lá sozinha. Ele nem sequer disse a ela que estava saindo. Ela sabe que algo está errado. Posso ver isso em seus olhos."

"Você deveria ir para casa e ficar com ela? E se ele chegar em casa esta noite e falar a ela?"

Brady faz uma pausa na porta do lado do passageiro. "Eu pensei sobre isso, mas se ele lhe dissesse, não acho que ela me deseje lá. Isso a perturbaria mais por eu ouvir. No entanto não estou querendo ficar fora até muito tarde.” Não o culpo. Sua mãe iria precisar dele em breve. Ele abre a porta e entro. Eu o vejo caminhar pela frente da caminhonete, e em vez da vitória de hoje ser motivo para comemorar, era a coisa mais distante de sua mente. Seu pai também tirou isso dele.

Dirigimos em silêncio para o campo. Sua mão segurava a minha com firmeza, como se ele precisasse da certeza de que eu estava lá. Que ele não estava sozinho. Penso em sua mãe e me pergunto se ela estava de frente para o pai agora ou se tinha alguma ideia do que estava por vir.

Quando ele dirige para a escuridão das árvores e para a luz da fogueira, lembro-me de uma noite como essa em agosto, quando eu vim aqui. Não tinha planejado sair. Eu só queria ver isso. Ver as pessoas que deixei para trás. A única pessoa que vi foi Brady, e ele olhou para mim. Aquele olhar me disse o quanto eu não era bem-vinda. Ele não teve que dizer mais nada.

Agora, estou aqui, sentada com a mão na dele, em sua caminhonete, prestes a entrar nessa cena, enquanto o mundo dele desmorona ao seu redor. A vida era engraçada assim. As reviravoltas e voltas dadas nunca eram esperadas. Você não conseguia prever isso. Isso tornava a vida interessante, valia a pena prosseguir e ver como isso mudaria.

Brady ainda não sabia disso. Ele descobriria um dia. Quando isso fosse uma memória. A dor iria curar. Dizer-lhe isso não o ajudaria no presente, no entanto. Então fico com a boca fechada e olho para ele enquanto ele olha para frente. Como se sair da caminhonete fosse demais agora.

"Eles pensam que minha vida é perfeita." Diz, observando as pessoas rindo e festejando à distância. "Eu sempre tive a vida fácil. Todos eles provavelmente enfrentaram alguma coisa. Eu não. Não até agora."

Não tinha uma resposta para isso. Não achava que ele precisasse de uma. Ele estava perdido em seus pensamentos. Deixei que ele se preparasse mentalmente para agir como o Brady Higgens que todos esperavam.

Esta era a festa de campo, mas depois de um jogo era o show de Brady. Todos queriam estar perto dele. Ele sabia disso, e esta noite não seria fácil.

"Você está pronta?" Pergunta, apertando minha mão.

"Se você estiver." Eu disse a ele.

Um sorriso triste toca seu rosto. "Então vamos."

Caminhamos em direção à festa com nossas mãos novamente unidas. Se o beijo não tivesse sido visto por pessoas suficientes após o jogo, isso seria notado por todos aqui.

"West e Gunner. Maggie está aí também. Você vai gostar dela." Ele me diz. Eu já gostava. Pelo que conheci dela.

O povo grita seu nome, e ele acena para eles quando caminhamos direto para seus amigos mais próximos. Uma caminhonete está parada e a porta traseira aberta. Asa senta-se com uma ruiva, que parece familiar, mas não tenho certeza do nome dela, de pé entre as pernas. West está em um pneu ao lado de Maggie, e Gunner está sentado com Willa em um tronco.

"Finalmente chegaram. O que vocês fizeram, pararam para se pegar primeiro?" Asa pergunta com um sorriso malicioso.

"Cala a boca." Responde Brady.

"Não posso acreditar que fizemos essa merda essa noite." Diz West, segurando um copo de plástico vermelho em minha direção. "Obrigado por ter tido coragem de fazer aquilo. Nós iremos ser a notícia sobre futebol do ensino médio por toda a semana.”

"Eu não fui o único a correr atrás da linha defensiva. Todos você foram."

Brady diz a ele, sentando-se na outra extremidade da porta traseira e puxando-me com ele. Sento-me ao lado dele, mas ele mantém nossas mãos unidas em sua coxa.

"Essa merda me deu insuficiência cardíaca." Asa observa e toma uma bebida do que pensei que era uma cerveja.

"Você está com sede?" Pergunta Willa. "Irei buscar outra água.”

Eu estava, mas da maneira que Brady estava segurando minha mão, não tinha certeza de que poderia deixá-lo. "Estou bem agora. Obrigada, porém. " Digo a ela.

Ela olha para Maggie. "E você?"

Maggie levanta-se e segue Willa em direção aos grandes refrigeradores ao lado do fogo principal.

"Você poderia ter ido se quisesse." Sussurra Brady.

Balanço minha cabeça. Não vou deixar ele. Não essa noite.

"Estou bem."

Ele acena com a cabeça e gentilmente dá um aperto na minha mão. Eu aperto de volta.

 

Vou me mudar.

Capítulo 46

 


Brady


Eu nunca teria conseguido isso sem Riley. Quando parei fora de sua casa, eu queria entrar com ela. Ficar com ela. Ir para casa e enfrentar a realidade me assusta. Minha mãe poderia saber agora. Como seria isso?

"Ligue-me se você precisar de mim." Diz Riley quando estaciono a caminhonete. "Vou manter o meu telefone por perto.”

Suspiro. "Eu queria não ter que enfrentar isso. Mas se ela sabe, vai estar quebrada. Não posso ir para casa. E se ela não sabe, ele vai ter que dizer a ela. Eu disse a ele que sei. Não posso deixar isso se arrastar. E se ela descobrisse de outra maneira ou, Deus não permita, o pegasse como eu os peguei?" Ela não diz nada porque sabe que estou certo. Não há nada a acrescentar a isso.

"Obrigado por estar lá esta noite. No jogo e no campo.”

Ela me dá um sorriso triste. "Eu queria que fosse mais fácil para você. Ambos."

Inclino-me e deixo um beijo em seus lábios. Prová-la e estar perto dela sempre alivia a dor. Ela preenche um pedaço de mim que meu pai havia arrancado. Eu preciso dela. Quando ela precisou de alguém, ninguém estava lá. Mata-me toda vez que penso nisso. Ela estava dando e sendo gentil. Não tinha rancor ou amargura do que todos nós fizemos. Relutantemente, eu termino o beijo. Não posso ficar com ela a noite toda, tanto quanto eu queira. Tenho que ir para casa e lidar com tudo.

"Vou levá-la até a porta." Digo e ela balança a cabeça.

"Não. Vá para casa. Você pode me ver entrar com segurança aqui de dentro. Não há motivo para andar comigo. Você tem que chegar em casa e verificar sua mãe."

Normalmente eu argumentaria, mas esta noite ela estava certa. Fiquei longe mais do que deveria. Eu deveria estar em casa.

"Boa noite." Eu digo a ela, e as palavras eu te amo quase caem da minha língua. Eu as paro antes que saiam, mas elas estavam lá. Tão facilmente. Tão rápido.

Merda.

"Boa noite" Ela responde, e eu a observo silenciosamente quando ela sai da minha caminhonete e entra.

Merda. Eu não precisava ama-la. Agora não.

No caminho para casa, as palavras eu amo você jogam várias vezes na minha cabeça, mantendo-me distraído até eu parar atrás da caminhonete do meu pai. Ele estava aqui. As luzes estavam acesas no andar de baixo. Eu deixei Maggie no campo com West, então seriamos só nós. Com a verdade.

Respirando profundamente, fico firme e me dirijo para dentro. Cada passo que dou é pesado, cheio de medo. O medo torna-me furioso e, quando abro a porta, não quero mais nada do que ver meu pai sair da nossa vida e nunca mais voltar.

Ouço suas vozes, e embora não houvesse gritos ou choro, havia um peso sobre o tom. Sigo o som e os encontro na cozinha, sentados um na frente do outro na mesa de madeira.

Os olhos da minha mãe estão vermelhos pelas lágrimas que agora estavam secas. Ela parece mais forte do que eu esperava. Ela sabia a verdade?

"Ela sabe?" Pergunto-lhe, sem lhe dar espaço para mentir.

Ele mal pode olhar para mim. "Sim."

Eu caminho até ela e passo um braço em torno de seus ombros. Ela estende a mão e acaricia a minha. "Precisamos conversar com você," diz ela, "sobre como vamos proceder daqui.”

Era isso. O momento em que essa família mudaria. Para sempre. O nó doente no meu estômago volta, e percebo que, tão irritado quanto eu estava, não era o que realmente queria. Eu queria o homem que pensava que meu pai era.

Sento-me numa cadeira mais próxima de minha mãe e volto minha atenção para o meu pai. Eu queria que ele falasse. Este foi o seu erro. Ela não deveria ser a única que me explicaria as coisas.

"O que você viu foi um erro..." ele começa.

Eu não estava prestes a deixar o bastardo mentir.

"Você acidentalmente teve suas calças baixadas e uma mulher nua na mesa do escritório?" Pergunto com desgosto.

Ele estremece e olha para minha mãe. "Isso não foi o que eu quis dizer. Miranda e eu trabalhamos juntos no ano passado. As coisas se deixaram levar. No casamento, às vezes as pessoas passam por problemas difíceis e abrem a porta para que isso aconteça. Cometi um erro ao permitir que isso acontecesse. Eu estava fraco e nunca me perdoarei por machucar sua mãe... ou você."

Solto uma risada dura, cheia de ódio. "Jesus, essa é a maior quantidade de merda que já ouvi. Sua vida não foi difícil. Ela faz tudo por você. Ela é o que torna esta casa um lar. Ela!" Eu grito, apontando para minha mãe.

"É por isso que sou quem eu sou. Ela. Tudo por causa dela. Então, problemas difíceis é a sua desculpa para manter seu pau, onde quiser.”

"Brady.” A voz de minha mãe quebra, mas eu posso ouvir a súplica lá me pedindo para parar.

Meu pai suspira, olha para minha mãe e volta para mim. "Estou indo embora. Você, sua mãe, e Maggie ficarão aqui, vou manter as contas pagas, e vamos decidir nas próximas semanas onde iremos depois."

"Estou pedindo o divórcio, Boone. Já lhe disse isso." Diz minha mãe, sua voz mais dura do que eu pensava. Ele parece derrotado, e quero que ele pareça despedaçado assim como eu me sentia, como minha mãe se sentia. A derrota não era suficiente. Ele precisava sentir agonia.

"Tudo o que quiser." Ele finalmente diz.

Mamãe levanta-se. "Vou para o meu quarto. Você tem tudo o que precisa de lá, eu suponho." Diz ela sem olhar para o meu pai.

"Sim."

Ela se abaixa e beija o topo de minha cabeça. "Boa noite." Ela sussurra, depois sai.

Meu pai não se move para sair, então eu me viro para ele. "Nunca vou te perdoar. Espero que você morra como um velho solitário com tanto arrependimento e tristeza que não conseguirá encontrar a felicidade. Nem na morte. Você nos separou, mas vamos ficar bem. Você não vai. Nunca mais estará bem novamente." Eu me levanto. "Não venha aos meus jogos. Não venha aos meus treinos. Fique longe de mim. Não quero nada com você. Desfrute da cadela loira e saiba que ela é tudo o que você tem. Isso é, se ela deixar o marido."

Era isso. Eu não podia dizer mais. Meu peito dói tanto que dificulta respirar. Saio da cozinha para o meu quarto. Não me movo até ouvir a porta da frente fechar. Caminho até a janela e o vejo atirar uma mochila em sua caminhonete e depois afastar-se.

As lembranças que vivemos como família não eram mais reconfortantes. Eu não queria me lembrar de nada que aquele homem fez parte. Era quase como se minha identidade tivesse sido tirada de mim. Comparando quem eu era com quem sou agora.

Sento-me e tiro meu celular do bolso.


Está feito. Ele se foi.


Mando uma mensagem para Riley.

Até mesmo dizer isso parecia irreal. Como se fosse um pesadelo, e eu acordaria logo.


Eu sinto muito.


Foi a resposta dela.

Eu também. Eu também.

 

A mudança ainda está chegando.

Capítulo 47

 


Riley


Peguei o telefone várias vezes para enviar uma mensagem a Brady e saber como ele está. Mas cada vez que não havia nenhuma mensagem dele, coloquei meu telefone para baixo e dei-lhe o espaço que ele precisava. Eles tinham muito para lidar hoje. Apenas queria saber como ajudá-los. Mas não havia nada que eu pudesse fazer.

Mamãe não trabalhou hoje, então peguei Bryony e fomos ao parque, depois ao supermercado para ela. Enquanto Bryony cochilava, concentrei-me no trabalho escolar. A hora do jantar chegou e ainda não ouvi falar de Brady, estou preocupada.

"Você parece distraída." Diz mamãe sobre a mesa.

Bryony está comendo seu macarrão e frango com os dedos e fico a observando, minha mente em outro lugar. Volto para a minha comida e percebo que não comi nada. "Sim. Brady está lidando com algumas coisas familiares." Explico da única maneira que posso.

"O que está acontecendo?"

Suspiro, erguendo os olhos para encontrar seu olhar. "Não posso te dizer." Queria poder, no entanto. Precisava do seu conselho agora. Ela saberia o que eu deveria fazer. Mamãe assente com a cabeça como se compreendesse minha situação e não me empurra para mais.

"Você não falou com ele hoje?" Balanço minha cabeça. Sabia que ele tinha que se concentrar em sua família, mas eu só queria saber se ele estava bem. Se isso fosse mesmo uma possibilidade.

"O jogo na noite passada pegou algumas imagens dele trocando algumas com palavras com seu pai. Eles cortaram a cena rapidamente, mas houve um vislumbre. A conversa parecia aquecida."

Eu me pergunto se a televisão tinha visto isso. Em caso afirmativo, essa notícia surgiria rapidamente acompanhada de fofocas. "Sim" foi tudo o que disse.

"Você não pode ajudar, a menos que seja solicitada. Apenas esteja lá quando ele precisar de você." Era o que eu estava tentando fazer. Mas era difícil quando você não ouve nada dele.

"Piu Piu!" Bryony grita e bate no seu prato.

"Parece que alguém está com fome." Diz mamãe, aproximando-se para colocar mais frango no prato de Bryony.

"Diga obrigada." Lembro-a.

"Obrigadaaaaaa" ela diz, então começa a empilhar o frango na boca.

"Ela deve ter brincando muito no parque." Diz minha mãe sorrindo enquanto a observa.

"Oh, sim. Sempre."

Nós comemos um pouco mais em silêncio. Papai estava trabalhando no carro e disse que viria comer logo que o consertasse. Vovó estava tirando uma soneca. Então era só nós três.

"Vovó tem uma consulta médica na segunda-feira. Vou ficar em casa e levá-la. Isso deve dar-lhe um tempo extra para fazer tarefas escolares."

"Já estou adiantada. A esse passo, vou me formar em março. "

Mamãe toma um gole do seu chá doce. "Você ainda está planejando conseguir um lugar para você e Bryony? Ou você acha que pode ficar aqui, agora que Lawton está aceitando você?" Eu não sabia. Não mais.

Partir daqui tinha sido tudo o que eu podia pensar. Agora não tinha tanta certeza. Brady mudou isso. Sim, ele iria partir em breve, mas ele conseguiu fazer com que este lugar se parecesse com casa novamente. Talvez não completamente, mas o suficiente.

"Ainda não tenho certeza." Digo a ela. "Eu não esperava que as coisas tomassem o rumo que fizeram. Gunner falou comigo ontem à noite. Ele foi legal. Amigável. West estava lá também e era quase como se eu não tivesse saído. Exceto que todos nós mudamos. Para melhor."

Mamãe sorri. "A idade fará isso com você. A mudança ainda está chegando. Isto é apenas o começo."

Eu estava bem com a mudança até agora. Mas a mudança sempre foi assustadora. O futuro nem sempre foi emocionante.


* * *


O meu telefone acende à meia-noite e a única razão pela qual percebi foi porque não tinha conseguido dormir me preocupando com Brady.


Você pode sair?


Finalmente. Uma mensagem dele. O fato de que era meia noite me irritaria se eu não estivesse tão aliviada. Não foi um bom dia para ele. Que eu já sabia sem falar com ele. Saio da cama e coloco os travesseiros ao redor do pequeno corpo de Bryony para que ela não sentisse falta do meu calor. Então escorrego em meus chinelos e vou silenciosamente pelo corredor e saio da casa.

A caminhonete de Brady está estacionada com as luzes apagadas na entrada. Está frio e eu deveria ter pegado uma jaqueta. Apressando o passo, corro para a caminhonete e entro, feliz em encontrá-la quente do aquecedor que estava ligado.

"Ei," digo enquanto tremo.

"Desculpe, é tão tarde." Ele responde. Sua voz soa vazia. Muito parecida com a de um garotinho que perdeu sua figura de ação favorita.

"Eu não estava dormindo.”

Ele se vira para mim. "Eu estava ajudado minha mãe a empacotar as coisas de Boone hoje. Nós os colocamos na garagem para ele pegar. Suas roupas, botas, material de barbear, a gravata que eu dei de Natal quando tinha dez anos, o livro sobre grandes pais que dei no Dia dos Pais quando eu tinha treze anos, tudo isso. Toda memória foi empacotada e tirada de casa. Maggie tirou todas as fotos da família e empacotei. Coloquei em um espaço do sótão no lado esquerdo do meu quarto. Foi um dia calmo. Nós não conversamos muito. Limpei as coisas de Boone como se ele estivesse morto. De certa forma, ele está. O homem que conheci foi embora. Em seu lugar está esse impostor que odeio.”

Penso em como eu me sentiria se fosse meu pai. Se ele machucasse minha mãe assim. E a mim. Poderia arrumar suas coisas e mandá-lo embora? Meu peito dói apenas de pensar nisso. Mesmo que ele fizesse algo horrível, eu o amaria. Não imagino que ele pudesse fazer algo para me fazer odiá-lo assim. Talvez eu estivesse errada.

"Ela já chorou muito hoje. Tentou esconder, mas se afastou e se fechou no banheiro. Eu podia ouvi-la chorar. Queria atravessar meu punho em uma parede com o som de seus soluços. Saber que o homem que ela confiava e amou fez isso com ela."

Ele estava preocupado com sua mãe. Eu adorava a minha mãe também. Vê-la machucada e chateada assim me mataria. Se estivesse em seu lugar, poderia odiar o meu pai pelo que tinha feito. Eu não tinha certeza e esperava que nunca tivesse que descobrir. "Como você está?" Pergunto a ele. Ele me contou sobre sua mãe, mas ele não havia dito como estava sentindo.

"Partido. Diferente. Ele me mudou. Ele mudou a todos nós."

Deslizo para sentar ao lado dele e desta vez foi minha mão que cobriu a dele. "Esta noite, no jantar, estávamos falando sobre como as coisas estavam mudando para mim aqui. Mamãe disse que mudamos com a idade. Há mais para vir. Esta não é uma boa mudança ou fácil, mas é parte de sua vida, é você que controla como isso te afeta. Seu pai não pode controlar você."

Ele virou a mão e seus dedos entrelaçaram com os meu. Nós nos sentamos lá, eu olhando para ele e ele olhando para frente pela janela, perdido em seus pensamentos. Eu me pergunto como Maggie estava lidando com isso, mas não era apropriado perguntar isso. Agora não.

"Eu não quero ir para casa. Dói muito. Mas não posso ficar longe, porque elas precisam de mim lá. Sem Boone, sou o homem da casa agora. Essa é uma responsabilidade que não estou pronto para assumir."

Outra coisa que eu entendia muito bem. Quando Bryony foi colocada em meus braços, fiquei adulta de repente. A vida se transformou e eu estava aterrorizada.

"As coisas que nos aterrorizam podem nos tornar mais fortes e tornar-se algo bonito. Quando eu tive Bryony, fiquei mais assustada do que nunca. Ela era uma pessoa viva, respirando e fiquei encarregada de sua vida. Mantê-la viva, cuidar dela. Em um segundo, meu mundo mudou seu eixo, e pensei que nunca conseguiria. Falharia. Mas não fiz. E não a tiraria do mundo. A pessoa que ela me fez é forte, corajosa e adoro quem me tornei."

Ele aperta minha mão. "Obrigado. Eu esqueço quando estou naquela casa que não sou a única pessoa na terra a passar por algo tão difícil. Acho que tudo está em mim. Ninguém já fez isso antes. Mas você fez algo muito mais difícil. Minha mãe é adulta e Maggie tem dezessete anos. Cuidar delas não é nada como receber um bebê para proteger." Ele faz uma pausa e olha para mim. "Se isso me fizer metade da pessoa que você é, ficarei agradecido. O ódio que tenho pode realmente desaparecer para o desapontamento. Quero a sua força."

Ele era mais forte do que percebia. Todos nós éramos. Quando enfrentamos algo assim, encontramos a força dentro de nós que não precisávamos usar antes. Ser corajoso o suficiente para usar isso fazia a diferença. Encontrar uma fuga fácil ou fugir dela não fazia desaparecer. Enfrentar tudo de frente, sabendo que você poderá suportar e superar, é o que o deixa forte o suficiente para viver a vida.

 

Podemos sobreviver a isso.

Capítulo 48

 


Brady


O resto do meu fim de semana passei cuidando da minha mãe e ajudando-a de qualquer maneira que pudesse durante o dia. Uma vez que tinha certeza de que ela estava dormindo à noite, ia para Riley e nós nos sentávamos na minha caminhonete por horas e conversávamos.

Às vezes, simplesmente nos sentamos em silêncio. Não precisamos falar. Só estar lá com ela fazia isso melhor. Ela me lembrou de que eu era forte o suficiente para isso. Uma vida de conto de fadas não era real para ninguém. Todos enfrentamos algo difícil.

Segunda-feira, eu não queria deixar minha mãe e ir à escola, mas ela me fez ir. Ela disse que ficar em casa não era bom para nós. Tínhamos que aprender a viver a vida regularmente novamente. Ver seus olhos vermelhos de tanto chorar me feria toda vez que eu olhava para ela. Isso também fazia o ódio que sinto por Boone crescer.

Ninguém na escola sabia o que estava acontecendo. Eu não queria falar sobre isso. Logo, toda a cidade saberia. Felizmente, ninguém estava falando sobre minha briga no campo com Boone. Todos estavam falando sobre o último jogo e Riley Young sendo minha namorada. E, claro, o nosso beijo.

Isso ajudou a manter minha mente fora das coisas. Mas na aula, quando estava quieto, meus pensamentos iam para minha mãe e eu me preocupava com ela. Foi logo após o almoço quando Maggie me encontrou no corredor.

"Não consigo parar de me preocupar com tia Coralee. Estou checando e indo para a casa. Eu queria que você soubesse para que pudesse parar de se preocupar também. Você precisa ficar aqui e ir para o treino, mas eu não. Posso perder algumas aulas."

Mamãe conversaria com ela que não deveria ter deixado a escola, mas não lhe contei isso porque queria que ela fosse. Não queria minha mãe sozinha.

"Sim. Isso seria bom." Concordo.

Maggie assentiu. "West me deixou levar sua caminhonete. Dê-lhe uma carona após o treino. Ele pode esquecer que está sem um veículo."

"Eu cuidarei dele. Você vai cuidar da minha mãe."

O olhar que ela me dá é um espelho dos meus próprios pensamentos. Nós a amamos.

Observar isso também foi difícil para Maggie. Ela acabou de encontrar a felicidade e segurança, então isso aconteceu. Eu tinha que lembrar que Maggie estava lidando com isso, tanto quanto eu. Possivelmente mais. Ela passou por um inferno muito pior do que isso.

"Ei" digo quando ela começa a sair. Ela se vira para olhar para mim.

"Se você precisar conversar. Ou qualquer coisa. Estou aqui. Sempre."

Ela me deu um sorriso triste. "Obrigada. Vamos ficar bem, Brady. Nós três. Podemos sobreviver a isso.”

Ela estava certa. Poderíamos.


* * *


O treino foi extenuante. A última jogada pode ter sido um sucesso, mas o fato de termos tido que fazer um milagre para vencer significava que não jogávamos como campeões. O treinador perfurou isso em nossas cabeças um milhão de vezes nas duas horas que estivemos no campo hoje. Não havia uma parte do meu corpo que não doía.

Mamãe teria o jantar pronto e ir para casa ficar com ela e Maggie era importante neste momento. O problema era que eu realmente queria ver Riley. Ela era o que me mantinha são em tudo isso. Pego o telefone e ligo para mamãe.

"Olá." Sua voz não era o tom alegre e habitual que eu costumava ouvir.

"Ei, mãe, como você está?"

Ela suspira. "Bem. Maggie e eu limpamos a casa hoje, fizemos biscoitos e estamos terminando o jantar. Você está voltando para casa ou vai para Riley?"

Maggie estava com ela o dia todo. Era minha vez de assumir o controle e dar-lhe um intervalo. Eu não podia esperar que Maggie cuidasse da minha mãe o tempo todo, só porque isso era difícil para mim.

"Estarei aí em alguns minutos." Digo, quase relutantemente.

Mamãe faz uma pausa. "Por que você não convida Riley e Bryony para jantar? Eu adoraria tê-las para uma visita e conhecer a sua filha. Seria bom ter um bebê por aqui para aliviar as coisas."

A mulher era uma leitora de mentes. Ela sabia por que eu tinha chamado e com o que estava lidando internamente sem que falasse uma palavra. "Obrigado, mãe. Isso seria bom. Deixe-me chamá-la." Houve uma risada suave dela e, ouvir sua risada, ajudou um pouco.

"Eu fiz muitas coisas esta noite.”

Assim que digo meu adeus, ligo para Riley, esperando que ela ainda não tivesse comido e essa era uma maneira pela qual eu iria vê-la.

"Ei" ela responde após o primeiro toque.

"Você já jantou?" Pergunto imediatamente no caso dela estar no meio do jantar. Eu não estava prestes a implorar-lhe para parar uma mordida e vir comigo.

"Uh, não, mamãe está esperando por papai.”

"Bom, porque minha mãe convidou você e Bryony para o jantar. Ela disse que seria bom ter um bebê ao redor para iluminar as coisas." E quero muito ver você. Não adicionei essa última parte.

"Oh" ela diz, então faz uma pausa. Eu estava com medo de que ela pensasse em maneiras de recusar a minha oferta, então digo de volta. "Eu senti sua falta hoje. Quero ver você, mas também preciso ir para casa ficar com minha mãe. Se você vier, isso facilitaria tudo."

Sim, acabo de jogar o cartão sinta-se mal por mim. Eu não tinha vergonha disso. Era um homem desesperado que amava uma garota e não podia admitir porque o que ele havia visto de amor acabava no final.

"OK. Sim, gostaríamos disso. Bryony vai pensar que essa é uma aventura. Ela não está acostumada a ir a algum lugar novo. Quando precisamos ir?" Solto um suspiro de alívio. Ela viria e o jantar não seria tão difícil agora. Todos teríamos outra coisa para nos concentrar que não fosse Boone não estar lá. E porquê.

"Eu posso ir buscá-las." Digo a ela, virando minha caminhonete na estrada.

"Tudo bem, mas precisamos pegar o assento do carro de Bryony para a sua caminhonete.”

"Vou fazer isso assim que chegar aí. Prepare-se.”

Era engraçado como a ideia de jantar com Riley e Bryony na minha casa tornou as coisas mais claras. Mais felizes.

 

Tudo parecia normal.

Capítulo 49

 


Riley


A casa de Brady era como me lembrava, mas desta vez eu estava entrando como mãe e sua... amiga que era uma menina. Não tinha ideia do que nos chamar, de verdade. Pedir a ele para deixar isso claro enquanto a vida estava um tumulto era inapropriado. Então, por enquanto, nós éramos amigos, eu supus.

Brady nos levou à cozinha, onde o cheiro de frango frito permeava o ar. Bryony estava me segurando com força. Ela não estava acostumada com novos lugares. Nós tínhamos nossa rotina e acabamos de sair dela. Tão excitada quanto ela ficou quando eu disse o que iríamos fazer, ela estava nervosa agora.

"Ei, mãe, estamos aqui." Grita Brady logo antes de entrar na cozinha. Sigo atrás dele com Bryony no meu quadril. Sua mãe está usando um avental de bolinhas rosa e brancas e segurando um tabuleiro de ferro fundido cheio de biscoitos quando se vira para nos cumprimentar.

"Olá." Ela sorri brilhantemente.

Brady se aproxima e beija sua bochecha e sussurra algo no ouvido. Ela acaricia sua bochecha e depois vira-se para nós. "Riley, ela é preciosa." Ela me fala enquanto coloca o tabuleiro sobre a mesa e continua.

"Olá, Bryony. Estou tão feliz que você veio comer conosco esta noite. Eu fiz cookies para depois. Você gosta de bolachas de chocolate?" Bryony aperta seu controle sobre mim e volta-se para Coralee. Ela havia dito a palavra mágica. Cookies. Ela acena com a cabeça e seus cachos loiros saltam, assim como o arco rosa que eu tinha colocado nos cabelos.

"Oh, bom. Preciso de ajuda para comer todos esses cookies. Se estiver bem para a sua mamãe, posso enviar um pouco para casa com você. Brady não pode comer todos."

Coralee acabara de fazer uma nova amiga.

"Eu como." Assegura Bryony.

Isso tira um sorriso de Coralee e posso ver a tensão de Brady se aliviar. Ouvir a risada de sua mãe o estava ajudando. Ambos precisavam disso.

"Eu tenho que colocar manteiga nos biscoitos. Já não estão mais quentes, apenas mornos. Você acha que pode me ajudar?" Pergunta a Bryony.

Bryony nem sequer pensa em me consultar. Ela ergue os braços para a nova amiga e Coralee a pega.

"Sua mãe precisará trazê-la mais vezes. Eu poderia usar uma ajudante como você."

Bryony olha para mim como se quisesse ter certeza que eu tinha ouvido isso. Sorrio para ela e ela sorri de volta. Seus dentes novos fizeram esse sorriso ainda mais bonito.

"Obrigado" Brady diz em um sussurro enquanto caminhava até mim. Sua mão se instala no meu quadril. "Ela não sorri assim desde que Boone disse a ela.”

Bryony tinha uma maneira de fazer as pessoas sorrirem. Os bebês realmente aliviam o humor.

"Oh, nós temos uma nova ajudante." Diz Maggie, caminhando atrás de nós.

Bryony olha para a nova pessoa do colo de Coralee quando começam a preparar os biscoitos.

"Sim, essa é Bryony. Ela vai jantar com a gente e ajudar a comer os cookies que fizemos hoje." Diz Coralee.

"Oh, bom. Precisamos de outro comedor de cookies." Maggie sorri.

Com isso Maggie agrada Bryony imediatamente. Qualquer um que esteja a bordo com ela sendo uma comedora de cookies era um vencedor em seu livro.

"Vou colocar gelo nos copos. O que você gostaria de beber, Riley?" Maggie me pergunta.

"Água com gelo está bem. Obrigada. Posso ajudar com alguma coisa?"

Coralee levanta os olhos dos biscoitos. "Nós fizemos tudo. Bryony está terminando as coisas. Vá em frente e fique confortável. Brady pode pegar algo para beber e o que nós podemos pegar para Bryony?"

Retiro a bolsa de fraldas do meu braço e puxo a caneca de leite dela. "Nós viemos preparadas." Digo a ela, colocando a caneca de bebê ao meu lado. Coralee franzi a testa. "Nós não temos uma cadeira alta, mas encontrei o assento de reforço de Brady na garagem. Limpei-o e coloquei no banco à sua esquerda. Isso funcionará? "

"Você ainda tem meu assento?" Pergunta Brady, parecendo divertido.

"E seu ursinho e sua blusa e seu bippy favorito." Ela responde com um sorriso malicioso.

"Bippy " Diz Maggie com uma risada.

Brady revira os olhos. "Por favor, Deus, não conte ao West sobre isso.”

Maggie vira-se e sorri para ele. "Eu? Nunca." Diz ela.

"O que é um bippy exatamente?" Pergunto, curiosa. Eu entendi Coralee mantendo tudo. Eu iria também. Planejei manter cada memória que pudesse de Bryony.

"Uma chupeta" ela me conta. "Ele a chamava de bippy, então tornou-se uma bippy.”

"Mãe, por favor." Diz ele, como se implorando para ela parar.

Ela sorri para ele, depois volta sua atenção para Bryony. "Parece que terminamos tudo. Vamos lavar as mãos e nos preparar para o jantar."

Bryony mantem as mãos na massa. "E cookies" acrescenta.

"Sim, e cookies. Mas primeiro você tem que comer algum frango, ervilhas e purê de batatas."

Bryony assentiu pronta para concordar com qualquer coisa nesse ponto. Os cookies eram o seu objetivo final.

Brady coloca minha água na minha frente e depois coloca o chá no lugar a minha direita. Coralee instala Bryony no banco de elevação na minha esquerda e Bryony olha para mim como se isso fosse o melhor. Ela não tinha se sentado em uma cadeira real antes. Talvez eu devesse levá-la a ter um assento de elevação em casa. O entusiasmo em seu rosto sentada à mesa conosco era óbvio.

Maggie e Coralee colocam a comida no meio da longa mesa de madeira. "Sirvam-se. Deixem Riley preparar o prato de Bryony primeiro."

Coloco rapidamente um pouco de tudo em pequenas porções no prato de plástico que Coralee pegou para Bryony, então começo a cortar tudo em pequenos pedaços enquanto os outros começam a fazer seus pratos.

"Você gosta de tudo?" Pergunta Brady.

Eu aceno com a cabeça e ele começa a fazer meu prato também. Tudo parecia normal. Real.

E algo que eu nunca poderia ter imaginado em um milhão de anos.

 

Não precisamos descobrir tudo isso agora.

Capítulo 50

 


Brady


O jantar com Riley e Bryony durou apenas algumas horas, mas pareceu nos ajudar a curar. Parece estranho como isso acontece. Uma lembrança da beleza de outra pessoa depois da dor parecia fazer isso. Mamãe chorou menos. Eu consegui me concentrar mais no treino durante a semana. Maggie não deixou a escola mais cedo, mas duas vezes essa semana ela chegou em casa para encontrar Riley e Bryony em minha casa entretendo minha mãe.

Eu sabia por que Riley estava indo lá e se já não soubesse que a amava isso teria me feito amá-la. Eu simplesmente queria ter mais fé no amor. No para sempre. Riley estaria aqui ou onde ela planejasse ir no próximo ano e eu estaria na faculdade. Longe. Sentindo falta dela.


* * *


"Então você está namorando Riley Young?" Ivy me pergunta quando estou caminhando para a minha caminhonete na sexta-feira. Hoje era o grande jogo. A final. Então eles fecharam a escola às 12 horas para que os alunos viajassem as duas horas de distância para onde o jogo estaria ocorrendo.

"Sim" respondo, sabendo que ela tinha visto ou já sabia sobre o beijo. Sem falar na festa de campo.

"Quando isso começou? A última coisa que ouvi foi que ela tinha fodido alguém e tentou empurrar o bebê em Rhett. Gunner apenas decidiu perdoar aquilo porque seu irmão ficou bêbado e voltou para casa.”

Ivy estava sendo má porque estava chateada. Eu tinha terminado as coisas com ela, mas isso não era suficiente. Ela esperava que acabássemos juntos. Eu sabia que ela planejava me seguir para a faculdade. Não era algo que eu queria ou pedi a ela. Nunca.

"Nada disso é seu negócio." Digo a ela, abrindo a porta da caminhonete e jogando minha bolsa dentro.

"Nós estivemos juntos durante dezoito meses, Brady. Demos um tempo apenas três semanas e quatro dias antes de você ser visto beijando-a. Como você acha que isso me faz sentir? Foi apenas um tempo!"

Eu tinha muito para lidar para adicionar esse drama a isso. "Não foi um tempo. Eu disse que estávamos acabados. Terminamos. Nós nos separamos e eu precisava me concentrar no meu futuro. Você queria coisas que eu não queria."

Ela solta uma risada alta e irritada. "Isso é um tempo!"

"Uma separação." Corrijo, então subo na minha caminhonete.

"Você finge ser esse cara legal. O cara bom que todos querem estar por perto, senhor quarterback com a vida perfeita. Mas você é cruel! Egoísta! E fico feliz em me livrar de você! Eu mereço mais do que isso."

Esse discurso era uma bomba relógio que estava em contagem regressiva. Fiquei feliz que estivesse acontecendo e pudéssemos seguir em frente.

"Ok" foi tudo o que disse, esperando que pudesse fechar a porta e sair.

"Por que Riley Young? Ela tem um bebê, pelo amor de Deus!"

Porque ela era minha salvação. E eu a amava. Não disse isso, no entanto. Não iria falar a ninguém antes de contar a Riley.

"Adeus, Ivy." Foi minha resposta em vez disso, fechei a porta da caminhonete e tomei o cuidado de não bater nela antes de sair do estacionamento e ir para casa me preparar para o último jogo da minha carreira no ensino médio.


* * *


O Mustang vermelho de Riley estava em minha vaga quando cheguei. Fez-me sorrir vê-lo lá. Minha conversa ou discussão com Ivy, ou o que quer que você queira chamar, acabou. Eu estava em casa agora. Riley estava aqui. Eu estava bem.

Entro na porta da frente e ouço o riso de Bryony vindo da sala de estar. Vou em direção ao barulho para encontrar Bryony na mesa de café com massa caseira - algo que minha mãe adorava fazer comigo quando era criança. Riley estava do outro lado ajudando-a moldar pequenas bolas e minha mãe estava ao lado de Bryony de joelhos com um sorriso no rosto novamente.

A dor que a partida do meu pai causara diminuía quando minha mãe sorria assim. Os olhos dela não estavam vermelhos de lágrimas hoje. Parecia que não tinha chorado. Ela levantou o olhar para encontrar o meu. "Olha quem veio brincar hoje." Diz ela, parecendo tão feliz quanto poderia.

Inclino-me ao lado de Riley. "Estão fazendo massa. Eu adorava fazer isso.”

"E você adorava comer." Acrescenta minha mãe.

Riley ri ao meu lado e eu olho para ela. Ela está bonita. Seus cabelos estão presos em um coque bagunçado e ela não está usando maquiagem. Ela tinha a mesma expressão feliz que minha mãe e sentar-me aqui assim com ela, passando um tempo com minha mãe, fazia-me querer beijá-la até que nós dois tivéssemos desaparecidos.

"Ei," digo em vez disso.

Ela cora como se soubesse o que estou pensando. Eu conto com isso. "Ei" foi sua resposta simples.

"Bryony e eu precisamos terminar de fazer a massa de Natal. Riley, você ajudaria Brady a juntar as coisas para mim? Ele precisa voltar para a escola em breve para entrar no ônibus."

Essa foi a maneira de minha mãe de nos dar privacidade, mas lembrando-nos de não ter muita privacidade. Riley assentiu. "Sim, claro."

Nós nos levantamos e Bryony parecia ocupada demais para se preocupar com nossa partida. Esperei até chegar à escada para pressionar um beijo rápido nos seus lábios. Eu não podia esperar muito mais.

Ela me beijou de volta, então me afastou gentilmente. "Alguém poderá nos ver." Eu não estava realmente preocupado, mas ela estava, então apressei-nos para o meu quarto no sótão. Lá, ninguém nos veria. E eu poderia ter meu tempo sozinho com ela. Quando entramos, fechei a porta antes de levá-la pelas escadas para o loft que tínhamos arrumado no sótão quando Maggie se mudou. Ela pegou meu quarto e finalmente consegui este quarto, como eu queria há anos.

"Obrigado por vir aqui hoje, passar um tempo com minha mãe." Digo a ela, colocando minhas duas mãos nos seus quadris e puxando-a para mais perto de mim. "Ela realmente gosta de Bryony.”

"Bryony gosta de vir aqui." Ela responde com um sussurro antes de cobrir seus lábios com os meus. Beijar Riley parecia ficar melhor a cada vez. Ela sempre era doce e macia. Eu queria segurá-la como se fosse delicada, mas eu não conseguia me aproximar o suficiente dela. Isso era quando eu me sentia completamente inteiro. Não quebrado ou ferido. Com ela nos meus braços, minha vida estava certa.

Isso era amor. Eu sabia disso agora, mas não significava que o amor não acabaria.

Mesmo sabendo disso, nunca quis terminar com Riley.

Suas mãos deslizaram pelos meus braços e tremi com seu toque. Envolvendo meus braços ao redor dela, eu a seguro tão perto quanto ela poderia se encaixar. A sensação de seus seios pressionados contra o meu peito, enviou-me tanto desejo que eu tive medo de agir. A maioria das garotas com quem namorei movia-se facilmente, mas Riley tinha sido machucada sexualmente, e eu estava com medo de assusta-la. Então me controlei e isso levou cada grama de força de vontade que eu tinha.

Ela moveu-se para que seus seios roçassem contra mim e um pequeno gemido escapou dela. Maria, mãe de Jesus, eu era um santo. Eu jurei a Deus que era melhor ser recompensado um dia. Pegá-la e levá-la para minha cama era tudo o que eu podia pensar.

Minhas mãos roçam a cintura dela quando a camisa levanta e ela estremece desta vez. Então a deixo subir mais e ela levanta seus braços para envolver meu pescoço, dando-me acesso completo. Ou, pelo menos, parecia assim.

Quando meus polegares escovaram embaixo do arame de seu sutiã, ela continuou a me beijar e a me agarrar, continuei até as minhas palmas cobrirem a suave carne nua que enviou nossas taxas cardíacas para um frenesi. Sua respiração se intensificou e ela começou a ofegar enquanto segurava meus ombros como se ela pudesse cair.

Isso foi mais do que alguma vez pude imaginar sentir com alguém. Só ela. Eu quebrei o beijo para que pudesse recuperar o fôlego enquanto minhas mãos continuavam acariciando a carne macia que se endureceu sob meu toque.

"Eu amo você." Digo a ela. As palavras saíram antes que eu pudesse pensar. Neste momento, estávamos encerrados em nosso pequeno mundo. Seguros dos outros e da merda que a vida nos lançava.

Ela não responde imediatamente, mas seus olhos se fecham e ela descansa sua testa no meu ombro. Coloco minhas mãos em suas costas e seguro-a contra mim. Ficamos assim enquanto a nossa respiração diminui e o calor de nossos corpos se mistura para nos fazer sentir como um em vez de dois.

Era onde eu queria estar. Em nenhum outro lugar já senti isso. Ninguém mais me faria sentir como Riley Young faz. Corajoso. Forte. E capaz de assumir o mundo.

"Eu também te amo. Mas isso me assusta." Ela finalmente diz, rompendo o silêncio em torno de nós.

Ela não se assusta facilmente. Mas entendi seus medos. Eu também os tinha.

Não precisamos descobrir tudo isso agora. Ou mesmo amanhã. Tínhamos tempo. E tinha que haver uma resposta para isso. Porque sem Riley eu não era inteiro.

 

Já vivi um pesadelo.

Capítulo 51

 


Riley


Em vez de me sentar longe da família de Brady essa semana, sentei-me ao lado de sua mãe, Maggie e Willa se juntaram a nós. Todas estamos usando uma camisa azul dos Lions de Lawton. Brady realmente me entregou sua camisa em casa para vestir esta noite. Foi enorme para mim, mas Willa e Maggie usavam a de Gunner e West, então eu não me sentia boba.

A multidão estava gritando com emoção e eu estava imersa no cheiro de pipoca e cachorros-quentes. Esta noite era mais emocionante do que a semana passada. Era isso. O fim e a chance de ganhar o título do Estadual. Eu queria isso para todos eles, mas realmente queria isso para Brady.

Eu continuei escaneando a multidão por seu pai. Eu sabia que ele havia dito a seu pai que não o queria lá, mas estava preocupada que ele pudesse aparecer de qualquer maneira. Este era o maior jogo da vida de Brady até agora. Eu sabia que seu pai gostaria de estar aqui. Não que ele merecesse, mas que gostaria de estar.

"Estou procurando por ele também." Sussurra Maggie no meu ouvido. "Se você o vir, me diga e eu irei lidar com isso.”

Assenti. Nenhuma de nós queria que Coralee soubesse do que estamos falando. Ela estava entusiasmada hoje. Falando sobre o jogo e sobre a dificuldade de Brady e dos meninos ter trabalhado para chegar aqui.

Eu não tinha percebido que todos passaram por tanto. West perdeu seu pai na primeira temporada do futebol para o câncer, Gunner descobriu que seu pai não era seu pai, mas seu irmão e, por sua vez, perdeu a maior parte de sua família, e Brady pegou seu pai tendo um caso. Três seniores iniciantes que cresceram jogando bola juntos e construindo sonhos enfrentaram alguma coisa difícil, mas aqui eles estavam prestes a jogar pelo campeonato estadual.

Eu queria isso para eles. Assim como o resto dessa multidão. Chocalhos estavam sendo agitados. As líderes de torcida já estavam começando, e bandeiras estavam em toda parte. Eu tentei não me chatear quando vi cartazes na multidão que diziam: EU AMO HIGGENS, BRADY HIGGENS É MEU HEROI, e o pior ainda: CASE-SE COMIGO, BRADY.

Achei que este era apenas o começo de tudo isso. Ele estará jogando para uma multidão da SEC no próximo ano e a adoração feminina aumentará. Ainda hoje... Ele me disse que me ama.

Meu coração vibrou no meu peito com a memória, e eu queria isso. Eu queria Brady. O que nós poderíamos ter. Mas o inverno estava quase aqui. Logo a primavera viria, e então, com o seu fim, ele se formaria e as coisas mudariam mais uma vez.

"Não tenho certeza de que meus nervos possam lidar com isso." Diz Willa, olhando-nos nervosamente. "E pensar que dois meses atrás não me importava com o futebol.”

Maggie ri. "Eu sei o que você quer dizer."

Nós três também mudamos. Cada uma por diferentes motivos. Maggie e Willa também se apaixonaram, mas tinham planos. Elas irão para a faculdade com seus namorados. Irão construir suas vidas juntos. Não tinham uma filha que vinha antes de qualquer outra coisa.

Isso deixa amar muito mais complicado. Eu estava tentando me proteger, e meu coração acaba de avançar e faz o que lhe agrada. Mas então, Brady Higgens era difícil de não amar. Ele tornava isso praticamente impossível.

Coralee aproxima-se e aperta minha mão. "Ele está procurando por você." Diz ela.

Viro minha atenção para o campo e Brady está olhando para nós. Eu aceno e ele me manda um beijo antes de correr para o vestiário com o resto da equipe. O aquecimento acabou. Isso tudo começará em breve.

"Gosto de você muito mais do que Ivy." Diz Maggie. "Eu gostava dos brownies, mas eles não compensavam sua interminável discussão sem sentido sobre coisas estúpidas.”

Sorrindo, envolvo meus braços em volta de mim mesma, como se estivesse me aquecendo do vento frio, quando estou realmente segurando o calor que foi criado dentro de mim. Eu não esperava aceitação aqui, mas estou conseguindo. Tudo porque Brady Higgens escolheu acreditar em mim. Ele segurava um poder que a maioria não tinha e ele usou seu poder para o bem. No meu mundo, isso o fez um super-herói. Se essa cidade tivesse um, seria Brady.

Não porque ele fosse um quarterback estrela, mas porque seu coração é grande. Ele não é perfeito, e ele comete erros, mas no final do dia, se ele tem que fazer uma escolha, ele tenta o seu melhor para fazer o caminho certo. Mesmo que doesse fazê-lo. Essa era a definição de super-herói no meu livro.

"Não tenho certeza do que ele teria feito sem você através de tudo isso." Diz Coralee ao meu lado, sua voz estava com emoção. "Para ele ver o que viu e lidar com isso através dos dois jogos mais difíceis de sua carreira no ensino médio parece impossível. Ele ter você fez a diferença. Você lhe dá força. Eu vi isso essa semana."

Não pensei ter dado nada além de um ouvido e algum conselho. Porque eu sabia o que era ter seu mundo desmoronando. Brady era forte antes de eu aparecer. Mas se eu tivesse alguma parte na sua realização através de tudo isso, talvez também fosse uma super-heróina. Sorrindo, pego meu refrigerante e tomo um gole.

"Ivy parece ter um novo interesse." Diz Willa, apontando para o campo no cartaz que Ivy estava segurando: OBTENHA O ESTADUAL, RYKER!

Pergunto-me se Ryker sabe que ele era o próximo para ela. Talvez ele quisesse ser. Ela era linda e era a principal líder de torcida. Ivy sempre foi a boa menina e excessivamente doce, mas se ela estava seguindo em frente, então estava feliz por ela.

"Alguém quer um cachorro-quente? O cheiro está chegando até mim." Diz Maggie, levantando-se.

"Em mim também." Diz Coralee.

Em mim também. Levantei-me. "Irei com você."

Willa balança a cabeça. "Não, obrigada. Muito nervosa para comer.”

"Quer outra bebida?" Maggie pergunta a ela.

"Estou bem por agora.”

Descemos pelas escadas em direção ao posto de concessão. Parecia tudo muito normal, como se eu pertencesse aqui. Acho que fazia agora. Na verdade, sempre fiz. Só porque os outros não me aceitaram não me tornava menos uma pessoa.

"Eu sei que Brady já disse isso, mas obrigada por esta semana. Levar a Bryony para nos visitar ajudou a tia Coralee."

Pergunto se alguém havia perguntado a Maggie como ela estava se sentindo. "Como você passou por tudo isso?"

Ela encolhe os ombros. "Eu não sei. Ele é meu tio, mas até me mudar para cá não o conhecia tão bem. Passei mais tempo com tia Coralee do que com ele. Agora sei por que ele raramente estava em casa." Ela estremece. "Sou mais forte do que Brady porque já vivi um pesadelo.”

 

Oh Deus, salve-me dessa merda melosa.

Capítulo 52

 


Brady


Acabou.

Minha camiseta de futebol da High School viu seu último jogo.

O cheiro da grama fresca, o ar noturno resfriando minha pele superaquecida.

Ao meu lado, os caras com quem eu estava jogando desde que era criança.

Era isso. Terminou, mas não era como eu tinha imaginado.

West e Gunner estavam ao meu lado, os gritos da multidão eram altos o suficiente para serem ouvidos por quilômetros e a vitória que nós sempre planejamos estava em nossas mãos.

Mas eu não festejaria com meu pai esta noite, ou qualquer noite.

Ele não estaria lá quando eu saísse do campo. Ele não compartilharia a final de uma era. Nós não nos abraçaríamos e ele não bateria nas minhas costas e me diria bom jogo. Não nos alegraríamos com os três touchdowns que nos tornaram vencedores esta noite.

Ele nem estava aqui. Porque fez uma escolha para nos separar. Não era o homem que eu pensava que era. Com o sonho desta noite se tornando realidade, outro estava morto.

Eu não tinha um pai para se orgulhar. Olho para West à minha esquerda e penso em como ele se sente agora. Seu pai ficaria emocionado. Eu sabia que ele estava desejando que ele pudesse estar aqui agora. Que ele tivesse sido capaz de viver para ver esta noite.

Então me viro para Gunner, que nunca teve um pai. Ele tinha vivido uma vida de ricos onde ninguém o deu atenção ao longo de perseguir seus próprios sonhos. Nós éramos três órfãos agora por diferentes motivos, mas através disso nos tornamos homens.

"Nós fizemos isso." Diz West enquanto assistimos o resto do time pular um no outro e derramar Gatorade sobre a cabeça do treinador em comemoração. Eu sempre pensei que seria nós os três a fazer isso. Era, porém, os mais jovens. Aqueles que tinham seus próprios sonhos para perseguir.

"O que acontece agora?" Gunner pergunta o que todos estamos pensando de uma forma ou de outra.

"Vivemos a vida." Respondo.

Essa era a única resposta que eu tinha.

"Eu não teria conseguido fazer isso com mais ninguém. Temos lembranças que não podem ser substituídas aqui."

Eu acho que todos os caras passam por uma forma de nostalgia em sua vida. A nossa estava acontecendo ali mesmo, no campo em que tínhamos escapado quando éramos crianças e sonhamos com essa noite. Todos esses planos e sonhos haviam acontecido, não exatamente da maneira que imaginávamos.

"Eu acho que você não vai se casar com Selena Gomez agora." West sorri, olhando para mim. Esse era um dos meus sonhos para depois de ganhar o Estadual quando eu estava no ensino médio e planejamos esta noite.

"Sim, desisti da Selena. Ela não faz o meu tipo."

Gunner ri. "Porra, mudamos muito desde então.”

Sim, nós mudamos.

"Você vai nos dizer por que Boone não está aqui e o que aconteceu na semana passada?" Pergunta Gunner. Eu esperava essa pergunta. Pelo menos desses dois.

Eles notaram.

Eles eram meus dois melhores amigos. Eu tinha passado a vida com eles. Nós crescemos juntos e vimos um ao outro se revezando e enfrentando tragédia. Era hora de dizer a verdade.

"Peguei-o com outra mulher. Ele contou a mamãe na semana passada depois que o enfrentei, e ele se mudou no fim de semana. Não quero vê-lo." Eu falo com naturalidade. A emoção por trás das palavras estava vazia agora. Embora a dor ainda me cortasse.

"Droga." Murmura West.

"Foda" Gunner diz ao mesmo tempo.

Ambas as respostas estavam corretas. "Sim" concordo.

"Como Coralee está segurando?" Pergunta West. Ele amava minha mãe como a sua.

"Foi difícil." Foi tudo o que eu disse.

Gunner coloca o braço em volta dos meus ombros. Ele não diz nada. Era sua maneira de me informar que ele estava lá. Eu não estava sozinho.

"A vida certamente te joga merda." Diz West, como se ainda não pudesse acreditar.

Ela faz, mas também te joga coisas boas. Como amigos, futebol e alguém para amá-lo e mostrar-lhe o caminho da cura.

Olhando para as arquibancadas, vejo Riley com Maggie e Willa. Elas estão nos observando e esperando. Elas não estavam entrando no campo como os outros. Era nosso tempo, e elas sabiam que precisávamos disso. Este ano estava a meio caminho. Todos nos graduaríamos e avançaríamos em poucos meses, mas tivemos a sorte de encontrar um motivo pelo qual lutar e sair do outro lado.

"Última festa no campo pós-jogo. A noite ainda não terminou." Diz West com um sorriso.

Era duas horas de carro de volta, e todos ficaríamos exaustos quando voltássemos, mas esta noite tínhamos uma última lembrança para fazer. Nunca haveria outra festa de campo pós-jogo para nós três. Os outros teriam mais tempo. Não estava terminando para eles. Eles não estavam seguindo em frente. No próximo ano, haveria novos Seniores. Asa, Ryker e Nash seriam os líderes desta equipe. Eles ainda teriam a festa de campo, e suas vidas estariam aqui em Lawton.

A nossa era acabou, e uma vez pensei que ficaria triste quando finalmente acontecesse. Parte de mim odiava ver isso ir, mas a outra parte sabia que eu tinha um mundo lá fora esperando por mim. Mais lembranças para fazer e mais sonhos a perseguir.

Voltando minha atenção para Riley, eu sabia que ela estava nesse futuro. Eu só tinha que descobrir como fazê-lo funcionar e convencê-la. Ela foi feita para mim. E agora que a tinha eu não a perderia.

"O ano que vem assusta a merda em você?" Pergunta Gunner.

"Sim" Ambos West e eu dissemos em uníssono.

Nós rimos e eu giro minha cabeça em direção às meninas. "Mas nós as temos. E não sei sobre todos vocês, mas se me for prometido que Riley vai ficar comigo por tudo isso, não estarei tão assustado."

Gunner para de andar, "Droga. Você já está apaixonado."

Eu seguro seu olhar. "Ela é muito fácil de amar.”

West geme. "Oh Deus, salve-me da merda melosa.”

Eu bato na parte de trás da cabeça dele. "Não aja como se isso não estivesse assim antes. E tive que ver isso acontecer com minha prima."

"Ele tem um ponto." Gunner concorda.

Caminhamos em direção às meninas e elas entram no portão e nos encontram a meio caminho. Este era um sonho muito melhor do que aquele que eu vivia quando tínhamos doze anos. Muito melhor.

 

Era uma parte da minha história.

Capítulo 53

 

Quatro meses depois...

 

Riley


As férias de primavera não tinham sido uma semana para mim e Brady gastarmos juntos. Tinha sido uma semana para ele ir à Universidade do Alabama e receber uma turnê pela faculdade que ele iria frequentar nos próximos quatro ou cinco anos, se ele estivesse residindo. Fiquei feliz por ele, e ver seu sonho se tornar realidade era incrível, mas significava que ele estava mais perto de me deixar. Partindo de Lawton a vida dele mudaria. E a minha.

Eu tinha terminado minha carreira no ensino médio on-line há duas semanas, e estava me candidatando a empregos em Nashville. Era apenas uma hora de carro, e eu até poderia pagar um lugar para eu e Bryony viver, iria pagar uma babá aqui em Lawton e trabalhar em Nashville enquanto frequentaria a faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eles ofereciam muitas aulas on-line, então ajudava a fazer isso funcionar com Bryony.

Falar sobre tudo isso com Brady realmente não havia condição. O Natal tinha sido difícil para ele por causa da ausência de seu pai. No final de janeiro, ele concordou em jantar com seu pai e, embora não estivesse sentindo falta do pai dele como pai, ele concordou com jantares de uma vez por mês. Nada mais.

O divórcio foi no final desse mês. Isso tinha sido outra coisa difícil para Brady e sua mãe. Tinha sido o fim real. Com tudo isso acontecendo em sua vida, não queria levantar meus planos. Eles apenas nos lembram de que nosso tempo estava chegando ao fim. Junho está chegando e ele irá embora no fim dele para a Tuscaloosa. Eu então começaria a preparar minha nova vida. Meu novo trabalho, seja lá o que for.

Eu tinha me candidatado a atendente de banco, recepcionista de vários advogados e consultórios médicos e também solicitei um emprego na biblioteca da faculdade Comunitária do estado de Nashville. Eu receberia um desconto na minha mensalidade se conseguisse esse trabalho que compensaria o fato de que era menos que um salário.

Esperar conseguir um emprego era a parte mais difícil. Eu tinha duas entrevistas na próxima semana. Uma em um escritório de advocacia familiar e outro em um consultório de pediatra. Meus pais eram muito solidários e úteis. Eles até se ofereceram para pagar metade dos custos da creche para Bryony. Ela adoraria estar com outras crianças durante o dia. Lembrando-me de que era a única maneira que eu poderia lidar com a ideia de estar longe dela o dia todo.

Tudo isso era algo com o qual eu precisava falar com Brady. Ele estava voltando para casa esta noite. Ele estava planejando ter Bryony e eu jantando com ele, sua mãe e Maggie. Bryony adorava ver a Sra. Coralee. Ela já estava me perguntando quando iremos lá.

Estava pronta para ver Brady. Senti sua falta na semana passada, mas a ausência foi apenas um gosto do que estava por vir. Ele falou como se fôssemos ir juntos quando saiu, mas eu sabia que isso não iria acontecer. Eu não podia fazer isso. Doeria muito. Estar com ele me fez feliz. Contudo, ultimamente eu estava triste pensando no futuro.

Não queria viver triste. Desligar e seguir em frente era o único caminho, eu seria capaz de curar e encontrar a felicidade. Dizer a Brady, no entanto, parecia mais difícil a cada dia que passava.

Ele me enviou mensagens sobre o quão incrível era o campus. Ligou todas as noites para falar sobre o ano que vem e as coisas que ele não podia esperar para me mostrar. Na sua cabeça trabalhávamos a longa distância. Eu iria visitar quando pudesse e nossos telefonemas seriam suficientes. Talvez em seu coração não doesse tanto ficar separado de mim. Com toda a emoção da nova faculdade e da equipe de futebol lendária de que ele faria parte, tento entender ele. Não faz meu coração sofrer menos.

Quando penso sobre a vida sem ele, pego Bryony para uma caminhada e divirto-me com ela. Isso me lembra de que sou uma mãe e tenho uma linda filha. Sentir pena de mim mesma era estúpido e superficial.

Olho para Bryony enquanto caminhamos para fora do parque e suas pálpebras já estão se fechando. Ela brincou muito hoje. Houve várias crianças desfrutando do sol. Quanto mais ela tinha crianças com quem brincar, melhor, no que dizia respeito a ela.

"Riley." Uma voz familiar diz meu nome. O timbre e a quem pertencia está registrado na minha cabeça, mas com isso entro em pânico. Algo que eu não sentia em um bom tempo. Algo que nunca quis sentir de novo.

Inspiro bruscamente e me lembro de que sou forte. Já não estou mais indefesa. Eu sabia que esse dia viria, eventualmente, mas isso não me preparou para quando realmente acontecesse.

Ao levantar o meu olhar, reconheço os olhos azuis de aço que eram muito parecidos com os da minha filha. A forma como suas sobrancelhas arqueavam e até a forma do nariz parecia com a dela. A respiração estava se tornando difícil.

"É ela?" Pergunta.

O que ela queria dizer exatamente? Essa era a filha que ele havia me dado sem querer? A criança que ele afirmou que não era dele?

"Esta é a minha filha." Afirmo com firme autoridade. Não haveria dúvida sobre a quem ela pertencia. Ela era minha.

"Gunner me disse que ela se parece comigo." Diz Rhett Lawton enquanto olha para Bryony, que felizmente tinha adormecido. Eu não queria que ela o visse ou se lembrasse dele. Eu gostava de Gunner, mas naquele momento não gostei muito dele. Confiei nele e permiti-lhe estar em torno de Bryony. No entanto, Rhett estava fora de questão. Ele era malvado e não queria nenhum mal tocando a minha filha. Ela não era nada como ele. Seu coração era puro.

"Quando ela nasceu?" Ele pergunta, ainda estudando sua forma de dormir.

"Por quê?" Eu cuspi de volta. Queria que ele me deixasse em paz. Deixasse-nos em paz. Lawton tornou-se um lugar seguro e acolhedor para nós. Com Rhett aqui mudou. Ele não era seguro.

"Ela é minha, Riley. Nós dois sabemos disso. Eu sempre soube disso."

A raiva ferve nas minhas veias e quero agarrar a pedra mais próxima e atirá-la na cabeça dele. Ela não era dele. "Ela é minha." Eu repito. "MINHA."

Ele suspira e por um segundo ele se parece com Gunner. Alguém em quem eu confiei. Rhett não era de confiança.

"Eu fodi. Eu fodi muito. Mas eu era jovem e estava assustado.”

Sorri, então. Isso parecia um pouco louco. Como a risada, que você ouve de pessoas insanas. Mas suas palavras eram insanas, então meu riso maníaco se encaixava na situação.

"Você era jovem? Assustado?" Eu repito as palavras como se saboreasse elas na língua. "Mesmo? Bem, fodido coitadinho. Eu tinha quinze anos e estava grávida de uma violação que o pai afirmou não acontecer. Eu era virgem, Rhett, ou você estava tão bêbado que não notou? Você tirou minha inocência, deixou-me grávida, então virou toda a cidade contra mim. Minha família teve que sair daqui por sua causa. Você quase me destruiu." Eu paro. "Mas você não fez. Ela me salvou."

Ele não parecia com remorso, apenas culpado. Como se soubesse que o que ele fez era errado, mas não poderia mudar isso, então não pensaria demais nisso.

"Você voltou, eles a aceitam agora. Minha reputação não é tão boa aqui. No final, você ganhou."

Eu estava pronta para lhe lançar mais palavras irritadas até essa última frase.

Eu venci.

No final, ganhei.

Eu tinha uma linda filha sem a qual não poderia viver. Minha família nunca me deixou. Eu tinha amigos que se preocupavam comigo e faziam parte da minha vida e de Bryony. E por enquanto eu tinha Brady.

Rhett não tinha nada.

"Dizem que o carma é uma cadela." É minha resposta a isso. Talvez fosse frio, sabendo que seu mundo também explodiu no ano passado. Mas não estou pronta para aceitá-lo. Eu duvido que fosse esquecer. Mas poderia perdoá-lo.

"Eu não quero você em minha vida e especialmente na vida de Bryony. A história de sua concepção não é nada que ela tenha que saber. Mas pelo que vale a pena, eu o perdoo. Nunca vou esquecer, mas vou perdoar. Porque, no final, deu-me Bryony.”

Ele não responde no início, mas finalmente assentiu. "Eu só queria vê-la, Riley. Não estou tentando fazer parte de sua vida. Não quero ser pai. Não tenho nenhum exemplo disso para seguir. Mas queria vê-la e saber o que aconteceu... o que fiz... que tudo acabou bem."

Poderia dizer-lhe que o que ele tinha feito quase me arruinou. Eu vivi com tanta dor e raiva que tive que ver um grupo de aconselhamento. Mas nada disso importava agora. Era uma parte da minha história. Era uma parte de mim.

"Acabou." Respondo.

Ele olha para Bryony uma última vez. "Espero que ela tenha uma boa vida.”

"Ela terá a melhor vida que eu possa lhe dar.”

Ele assentiu, depois se virou e se afastou.

Era como se um capítulo tivesse fechado em minha vida. A brisa da primavera escova meus cabelos em meu rosto, semelhante ao de uma página virada. Eu exalo, então dou um passo à frente, pronta para o próximo capítulo que a vida tinha para nós.

 

O que diabos eu faria sem ela?

Capítulo 54

 


Brady


Riley parecia diferente por toda a noite. Tinha sido difícil me concentrar nas perguntas que minha mãe fazia e ouvir as coisas que eu tinha perdido aqui com Riley sendo mais silenciosa do que o habitual e quase distante.

Algo estava errado, e estou pronto para ficar sozinho com ela e descobrir o que era. Maggie tinha ido para a casa de West assistir um filme, e mamãe estava brincando com Bryony na sala de estar. Ela comprou vários brinquedos para Bryony em nossa casa. Os blocos pareciam ser os seus favoritos. Eu podia ouvir mamãe sugerindo que elas construíssem um castelo.

"Venha comigo." Falo a Riley, pegando sua mão e levando-a para o quintal para que mamãe não ficasse estranha sobre nós ficarmos muito tempo no meu quarto. Ela veio comigo facilmente e sem dúvida. Uma vez que a tinha afastada e longe da casa, virei-me para olhar para ela. "O que está errado?"

Eu senti sua falta ferozmente na semana passada. Estar no Alabama era divertido e emocionante, mas queria que ela estivesse a meu lado. Eu não conseguiria me afastar dela... e Bryony. Também senti sua falta. Eu percebi, quando fui, que elas se tornaram parte da minha família. A parte mais importante.

Eu perguntei sobre jogadores de futebol que tinham filhos e como isso funcionava. Se eles possuíam habitação especial, mesmo que não estivessem casados. Eles tinham. Se eu tivesse uma namorada e uma criança, eles poderiam me colocar na habitação familiar. Contudo, convencer Riley seria difícil.

"Eu vi Rhett hoje." Diz ela, tirando-me dos meus pensamentos.

"Ele foi em sua casa?" Pergunto, sentindo uma onda de proteção. Ele estava perto do que era meu. Ele não tinha nenhuma reivindicação sobre elas.

"Não, nós o vimos em nosso caminho para casa do parque. Ou eu o vi. Bryony estava dormindo, felizmente. Ele só queria vê-la. Nada mais. Eu quase... quase senti pena dele."

Eu não tinha visto Rhett desde o regresso a casa, e não me importaria em vê-lo novamente. Mas ouvi-la dizer que sentiu pena dele me fez pensar como ele estava. As mentiras de seus pais o afetaram exatamente como afetaram Gunner.

"É por isso que você parece distante esta noite? Ele a aborreceu?"

Ela desvia o olhar de mim, depois seus ombros se levantam e caem com um suspiro.

"Eu queria esperar até mais perto da formatura para falar sobre isso. Você ainda tem quase dois meses de escola à frente. Ainda não há motivo para lidar com o futuro."

Mas obviamente a incomodava. O fato de eu ter ficado no Alabama toda a semana lembrou-lhe que as coisas mudariam em breve. Até que eu tivesse passado uma semana longe dela e Bryony, não tinha pensado nisso. Estar separado delas me fez pensar. Ela deve ter passado pelo mesmo.

"Acho que devemos falar sobre isso agora. Precisamos planejar e tenho uma ideia. Falei com o meu representante lá, e eles têm habitação familiar. Você sendo minha namorada e Bryony sendo minha filha, nós somos qualificados para um lugar em habitação familiar. Não tenho que ficar no dormitório. Você pode vir comigo." Dizer isso tira um peso de meus ombros que eu levo por meses quando penso em deixá-la.

Riley tirou a mão da minha e colocou um espaço entre nós. Não gostei dessa resposta. Não era o que eu esperava. Meu estomago fica tenso enquanto estudo seu rosto.

"O que faríamos? Não tenho família lá para me ajudar com Bryony. Eu não seria capaz de arrumar um trabalho e pagar pela creche e ir à escola sem ajuda. Eu não posso ficar na habitação familiar e esperar que você tenha tempo para nós. Este é o seu futuro, Brady. Tudo o que você lutou. Tudo o que você planejou. E você precisa viver em um dormitório e sair para bares e desfrutar de estar na faculdade. Você não tem filho. O fato de você estar disposto a sacrificar tudo isso por nós não significa que vou deixar você fazer. Eu tenho planos. Planos que funcionam para nós. Para mim e Bryony."

Que planos? Nós não conversamos nada além de eu ir para a faculdade e elas me visitarem.

"Eu quero você comigo." Digo a ela.

Um sorriso triste veio e saiu. "Mas não podemos. Não é o que é melhor para nenhum de nós." Começo a discutir e ela levanta a mão para me parar.

"Estou arrumando um emprego em Nashville. Bryony estará indo para a creche de dia aqui e meus pais vão pagar metade disso. A faculdade Comunitária de Nashville tem cursos on-line, então eu não tenho que ir a todas as minhas aulas no campus. Nos próximos dois anos, eu vou para a escola lá, então quando Bryony estiver pronta para o jardim de infância, vamos nos mudar. Obterei o meu grau de ensino e encontrarei uma casa para nós.”

Fiquei ali enquanto ela construía este futuro sem mim nele. Um em que ela e Bryony estavam se mudando e me deixando para trás. Não consegui encontrar palavras. Era como ser cego. Eu pensei que ela queria estar comigo tanto quanto eu queria estar com ela. Ela disse que me amava. O amor não significa o mesmo para ela?

"É o melhor para todos nós." Diz ela.

"Não! É o melhor para você, talvez. Mas não para mim. Eu te amo demais para planejar uma vida sem você nela. Obviamente você não sente o mesmo."

Ela balança a cabeça, seus olhos enchendo-se de lágrimas, mas eu estava com raiva, ferido, e meu peito parecia que estava prestes a explodir. "Se você não me queria, por que me deixou amar você? Eu não confio no amor. Isso não significa o mesmo para mais ninguém? É isso? Sou o idiota?"

"Brady, não!" Ela diz, dando um passo em minha direção. Dou um passo para trás. Era meu momento de colocar distância entre nós. Eu não podia imaginar planejar meu futuro e deixá-la e a Bryony fora disso. Mas ela tinha feito isso com bastante facilidade.

"Não, Riley. Não. Você não me quer no seu futuro, bem. Eu nunca quis que você saísse do meu. Toda a semana maldita, senti sua falta e pensei em como eu não poderia fazer a vida sem você. É com você que sou feliz. Você. E enquanto eu estava lá tentando descobrir como levá-la comigo, você estava aqui planejando me ter fora de sua vida."

"Eu estava aqui tentando me preparar para o que estava por vir. Não posso levar Bryony para um campus universitário, Brady. Certamente você vê isso. Ela está segura aqui. Não é um lugar para um bebê."

Outros caras fazem isso o tempo todo. "Eles têm habitação familiar por um motivo, Riley! É obviamente feito todo o tempo maldito." Ela estava usando isso como uma desculpa.

O fato era que Riley não me ama do jeito que eu a amo. Ela tinha me destruído no final. Se ela me amasse o suficiente, ela iria fazer isso acontecer. Mas essa era sua desculpa. Sua saída.

O que diabos eu faria sem ela?

 

Ele acha que não era o suficiente para você.

Capítulo 55

 


Riley


Eu limpo as lágrimas do meu rosto e respiro fundo antes de voltar para dentro da casa de Brady para pegar Bryony. Ele vira as costas para mim e me diz para ir. A nossa conversa acabou. Nós acabamos.

Coralee olha meu rosto, depois olha para fora onde estive com o seu filho.

“Obrigada pelo jantar, mas nós precisamos ir.” Digo, minha voz quebrando.

“O que aconteceu?” Ela me pergunta.

Eu pego Bryony e coloco sua bolsa em meus ombros. “Nós não concordamos sobre o próximo ano. Ele vê isso diferente de como eu vejo.” Explico. Meus olhos cheios de lágrimas de novo. “Preciso ir.” Digo, então caminho para a porta da frente com Bryony em meu quadril.

Eu a prendo no seu banco de carro e vamos para casa. As lágrimas escorrem livremente no meu rosto agora e Bryony está excepcionalmente calma. Ela sabe que algo está errado e ela não tem certeza do que fazer. Eu não gosto de assustá-la, então tento parar, mas outro soluço sai livre.

Quando paramos o carro, seco meu rosto antes de sair e sei que meus pais saberão que estive chorando. Eles vão querer respostas, e eu não estou pronta para dar-lhes isso ainda. Nunca imaginei que acabasse assim. Mas então, nunca imaginei o final. Havia muita dor para pensar.

Bryony dá um tapinha no meu rosto com as mãos como para me consolar. Aperto-a firmemente contra meu peito e digo-lhe que estou bem. Quando entro, minha mãe olha por cima do enigma de palavras cruzadas que ela estava fazendo no sofá e uma careta imediata cruza seu rosto.

"O que aconteceu?"

"Mamãe triste." Bryony diz respondendo por mim.

Recuso-me a chorar novamente na frente dela. Ela não precisa estar chateada e confusa. "Mamãe está bem. Vamos tomar um banho. Vá escolher seu pijama e brinquedos de banho, e estarei lá." Digo a ela.

Ela assente e corre pelo corredor.

"Falamos sobre o próximo ano. Não o vemos da mesma maneira. Isso terminou mal." Eu digo a ela. "Mas deixe-me levá-la para a cama. Se falar sobre isso, vou chorar um pouco mais, e ela não precisa ver isso."

Mamãe assentiu. "OK. Vá cuidar dela. Estarei aqui."

Ela sempre estará lá. Ela era minha rede de segurança. Eu queria chorar pensando em quão importante ela era para mim e como tomar decisões difíceis para Bryony não era apenas meu trabalho, mas o que eu deveria fazer. Porque um dia queria que ela soubesse que eu era sua rede de segurança. Que sempre estaria lá.

Brady olharia para trás sobre esta noite e me agradeceria. Talvez não na minha cara, mas ele pensaria. Que eu o salvei de jogar fora sua juventude em uma garota e uma filha que não era dele. Ele merecia viver sua vida na faculdade, como sempre planejou. Levar-nos com ele era impossível não apenas para nós, mas também para ele. Ele tinha treinos, jogos e aulas. Nós não iríamos nos ajustar a isso.

Saber que minha decisão estava correta não facilitava. Dizer que um dia isso não doeria assim não me ajudou. Não neste momento.

Neste momento, eu amava Brady Higgens, e a vida sem ele quebrou meu coração em um milhão de pedaços.

O medo de que eu sempre o amaria estava lá. Que essa dor não iria embora e que a mudança nunca aconteceria realmente. Porque meu coração iria com Brady. Ele o teria mesmo quando não quisesse mais.


* * *


Uma vez que Bryony tomou banho e adormeceu na cama, voltei para a sala de estar, onde minha mãe ainda estava sentada, o enigma de palavras cruzadas esquecido no colo enquanto ela pensava olhando na direção da janela. Ela estava preocupada comigo. Novamente.

"Ele queria que mudássemos para Tuscaloosa e vivêssemos em moradias familiares com ele." Digo-lhe. Ela suspira e acaricia o local ao lado dela.

"Isso nunca funcionaria.”

"Eu sei." Respondo.

"Você lhe disse seus planos?"

"Sim. Ele não aceitou bem. Terminou com ele gritando e me dizendo para sair."

"Oh, querida." Diz ela, envolvendo o braço em minha volta e puxando-me contra o seu lado. " Ele simplesmente te ama e não quer ficar longe de você. Ele vai se acalmar e se arrepender."

Eu tinha visto o olhar em seus olhos, e eu sabia que ele não iria entender e vir se desculpar. Ele estava ferido. Eu tinha machucado ele, e depois do que ele tinha passado com seu pai, não iria perdoar esse tipo de dano com facilidade. E eu não poderia concordar em ir com ele apenas para fazê-lo feliz. Essa não era a resposta para nenhum de nós. Eu tinha que continuar me lembrando de que um dia ele veria que eu estava certa. Mas isso não fazia nada machucar menos agora.


* * *


Na semana seguinte, Bryony disse o nome de Brady pela primeira vez. Depois de três dias sem ligações ou visita dele, Bryony me olha com uma expressão confusa e pergunta: "Bwady?"

Não tinha como explicar isso a ela. Ela era muito pequena para entender, e eu o deixei entrar em nossas vidas. Pergunto-me se ela perguntaria sobre Coralee em seguida. Não queria tirá-la de Coralee. Ela gostava de Bryony tanto quanto Bryony gostava dela. Mas essa era uma situação impossível.

Especialmente agora.

Talvez um dia não seja difícil.

A campainha toca na quinta-feira, e tinha acabado de verificar minha avó no quarto. Ela estava olhando alguns livros antigos. Eu não tinha certeza do porquê, mas era isso que ela estava fazendo para se ocupar. Tive medo de perguntar, achando que poderia confundi-la quando precisasse responder.

Bryony corre para a porta e inclina a cabeça para olhar para o botão que ela ainda não conseguia alcançar. Eu vou atrás dela e abro-a, sabendo que não seria Brady. Ele estava na escola. A pequena esperança ainda me agita sem sentido.

Coralee está do outro lado da porta com um prato de biscoitos em uma mão e um bolo de limão na outra.

"Eu trouxe deleites." Ela diz com um sorriso.

"Coockie." Bryony grita com entusiasmo ao ver sua amiga e pula para cima e para baixo para se certificar de que ambas entendemos o quanto ela estava feliz com isso.

"Primeiro ela pergunta por Brady e agora Coralee, tudo em um dia." Eu disse a ela, recuando para deixá-la entrar. "Ela sentiu falta de você.”

Coralee sorri para Bryony. "E eu senti falta dela. Muito."

Pego os dois pratos de Coralee e caminho até a cozinha enquanto Coralee se inclina para pegar Bryony. Eu sabia que essa visita não era apenas sobre Bryony. Ela estava aqui para falar sobre Brady. Eu simplesmente não sabia qual seria seu ponto de vista.

Volto para a sala de estar e sento na poltrona reclinada. "Como você esteve?" Eu pergunto a ela, desde que costumava vê-la regularmente.

Ela suspira. "Bem, vocês duas têm feito falta. Especialmente para o menino na minha casa. Ele não é o mesmo."

"Eu também sinto falta dele." Digo a ela.

"Ele explicou o que aconteceu. Eu concordo com você. Essa não é a vida para uma criança. Mas só um pai pode entender isso."

Se Brady pudesse. "Eu só espero que um dia ele entenda."

"Não precisa ser uma / ou outra, no entanto. Você pode construir sua vida aqui e ele lá. Se quiserem estar juntos, vocês dois encontrarão uma maneira. Agir como se estivessem separados é impossível, só machucará os dois. "

Bryony estava aconchegada nos braços de Coralee. A visão me fez ter uma lágrima.

"Como isso funcionaria? Nós nos veríamos um fim de semana por mês? Falando pelo telefone? Esses relacionamentos não parecem possíveis."

Coralee recosta-se no sofá para ficar mais confortável. "Eles não funcionam se o casal não está destinado a ser. Mas se você ama alguém, pode esperar para sempre. Cada momento que você está junto é especial. Você vive por esses tempos. A universidade não é para sempre."

Eu não tinha nenhum argumento para isso. Se ela estivesse certa, então teríamos uma chance. A ideia da vida sem Brady era muito dolorosa para me concentrar. Eu estava empurrando isso da minha mente toda a semana.

"Ele não vai me perdoar." Digo a ela.

Ela me dá um pequeno sorriso. "Querida, ele perdoou você antes de deixar a entrada de casa. Mas ele está ferido. Ele acha que não é suficiente para você. Eu também disse isso a ele e ele disse que concordaria com qualquer coisa para estar com você. Mas disse que você não queria fazer isso. Eu sabia que ele estava errado. É por isso que estou aqui."

Ele queria tentar. Aquilo era o suficiente para mim. Esta semana foi suficiente para eu saber que faria o que pudesse para fazer isso funcionar.

 

E um dia eu direi sim.

Capítulo 56

 


Brady


Fui para a minha caminhonete depois da escola com o mesmo peso que levantei toda a semana. Não estava ficando mais fácil. Eu estava cada vez mais miserável.

Começo a abrir a porta da caminhonete quando vejo um pequeno envelope azul escondido em meu para-brisa. Pausando, eu alcanço e arranco-o para fora do aperto dos limpadores. Lançando minha bolsa de livros no carro, subo e abro o envelope.


Brady,

Eu sinto sua falta. Podemos conversar?

Riley


Ela não me enviou mensagens de texto. Ela veio até aqui e deixou uma simples nota manuscrita. O que isso significa? Eu ainda tenho chance de nos salvar? De mantê-la?

Pego meu telefone e começo a discar o número dela, depois paro. Eu não tinha certeza de que era forte o suficiente para ouvir sua voz ainda. Especialmente se ela estivesse me dizendo que estava saindo ou uma merda terrível assim.

Então eu mando uma mensagem para ela.


"Sim, podemos falar. Onde?"


A resposta veio em segundos.


"O campo."


Isso era tão isolado quanto conseguiríamos.


"Dirigindo para lá agora.”


"OK."


Ligo a caminhonete e viro para a estrada. Vê-la novamente era tudo o que achei que precisava todos os dias nesta semana. Agora que estava prestes a vê-la, estava com medo, apavorado. Se ela me dissesse de novo como não conseguiríamos fazer-nos funcionar, não tinha certeza de que meu coração pudesse aceitar isso.

A viajem para o campo foi curta comigo acelerando. Minha ansiedade e medo estava dentro de mim e estou uma bagunça quando chego ao lado do seu Mustang vermelho.

Ela não estava dentro, então baixei a cabeça e fui para o centro do campo.

Eu vejo seus cabelos castanhos soprando na brisa enquanto ela está entre as flores silvestres que crescem no campo nesta época do ano. Ela me lembra uma pintura que alguém penduraria na parede. Tudo sobre ela é bonito.

Dentro e fora. Por um breve momento, ela tinha sido minha. Ou eu tinha sido dela.

Ela vira-se e seus olhos trancam com os meus.

Há um milhão de coisas que eu quero dizer, mas todas caem enquanto fico lá olhando para ela. A menina que mudou meu mundo. Foi minha força quando eu não tinha nenhuma e me mostrou que a vida era sobre os bons e maus momentos.

"Eu não posso viver em Tuscaloosa. Mas não quero que esse seja o fim para nós. Posso esperar por você. Eu seguirei meu plano, mas vou ficar aqui e em Nashville até terminar a faculdade. Você persegue seus sonhos e vou construir o meu. Não temos que escolher, Brady. Nós podemos ter o melhor para nós e para o outro, também."

Ela parece ter falado com minha mãe.

"Eu estava errado em pensar que você deveria arrumar sua vida e se mudar para Tuscaloosa com Bryony. Ela precisa de Lawton e as pessoas nela. Ela está segura aqui. Fui egoísta. Posso te amar tanto em Tuscaloosa como eu faço aqui. A distância não vai mudar isso."

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela dá um passo em minha direção. Era o que eu queria. Ela estar perto de mim. "Eu amo muito você. Odeio que você ache que não."

Suspiro e a puxo o resto do caminho para mim. "Eu não quis dizer isso. Estava chateado e assustado."

Ela se enrola em mim e pousa a cabeça no meu peito. "Eu posso ir aos seus jogos e durante a sua baixa temporada, você pode vir aqui em alguns fins de semana. Podemos fazer isso funcionar. Não importa onde você esteja. Vou sempre amar você."

Deposito um beijo em sua testa e fecho meus olhos. Eu a amaria até o dia em que morresse. Não questiono isso. Ela era minha peça neste mundo. A peça que me completava.

"Um dia pedirei que você se case comigo." Digo a ela.

"E um dia direi sim." Ela responde.

Por enquanto, isso é suficiente.

 

 

                                                                  Abbi Glines

 

 

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