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Afundem o Bismarck
Afundem o Bismarck

 

 

Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites

 

 

RELATOS DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL

Afundem o Bismarck

 

                  

 

Objetivo: Afundar o Bismarck

 

Berlim. Chancelaria do Reich. No escritório de Hitler se está realizando uma importante reunião, Congregados em torno da mesa, três homens dialogam. Seus rostos são graves. As palavras, meditadas e analisadas cuidadosamente. Ali estão, Hitler, o Almirante Lutjens e o Almirante Raeder.

 

Hitler e Lutjens escutam atentamente o relatório que Raeder está apresentando. Os conceitos vertidos não são exatamente otimistas. Em voz baixa, Raeder diz: - Nossos navios de linha foram repentinamente bombardeados. Tiveram que resguardar-se. Outras unidades menores tiveram que fazer o mesmo. Um profundo silêncio segue as palavras de Raeder. Diante dele, Hitler, com o rosto congestionado, toma a palavra: - Não é esta a solução. Os navios de guerra alemães não podem se esconder como coelhos vulgares diante do fogo do caçador. O Almirante Lutjens, aprovando as palavras do Fuhrer, acatou: - Também  penso assim. O ataque é a melhor defesa. Hitler, depois de um curto silêncio, dirigiu-se a Lutjens: - Que ataque você sugere? O Almirante Lutjens respondeu sem vacilar: - Uma invasão das ilhas. Ou um ataque a Gibraltar. Raeder negou, com um gesto. E acrescentou: - Já pensamos nisso, mas são impraticáveis. Lutjens perguntou: - Qual é o seu plano, então? O Almirante Raeder respondeu: - Uma saída do Bismarck e o Tirpitz para atacar e destruir os navios de guerra que escoltam os comboios aliados. O Atlântico norte e, especialmente, o estreito da Dinamarca devem ser teatro das futuras operações navais. - Dois navios são uma força reduzida para enfrentar a numerosa esquadra inglesa - contestou Lutjens. Hitler dirigiu-se aos seus interlocutores: - Nossos navios de guerra são tecnicamente superiores aos ingleses. Além disso, temos que levar em consideração a tradicional coragem de nossas tripulações. Isto nos torna superiores a eles. Lutjens, sem vacilar, responde: - Iremos onde nos ordenar! - Era isto o que queríamos ouvir de você, Lutjens - disse o Almirante Raeder. Hitler, impaciente, interrompeu: - Combinemos. - Bem... - respondeu Raeder - o plano é o seguinte: o Bismarck, juntamente com o Tirptz e qualquer outro navio, podem chegar ao Atlântico norte para interceptar a passagem dos comboios. Depois, enquanto nossos encouraçados distraem a atenção dos navios de guerra de escolta, os cruzadores e destróieres se encarregarão dos navios mercantes. - O plano é perfeitamente realizável - assentiu Hitler -, e agora só resta pô-lo em marcha. Ia-me esquecendo de dizer a Lutjens que ele será o chefe de operações no Atlântico norte. E que seu navio será o Bismarck.

 

Rumo ao desconhecido

 

Apesar da pressa que dominava as autoridades navais alemães para chegar ao Atlântico norte, o plano só pôde se concretizar algum tempo depois. De fato, o Prinz Eugen teve que ancorar em Gdínia, para reparar os estragos causados em sua quilha por uma mina flutuante. O Tirpitz, por sua vez, não pôde afastar-se de seu refúgio em Brest, devido aos intensos bombardeios da RAF que lhe causaram sérias avarias. Uma situação semelhante se repetiu com o Scharnhorst e com o Gneisenau. Por isto, veio a ordem para que se mantivessem no porto, sem arriscar a segurança do navio, que recebeu o comando geral do Bismarck.

 

Finalmente, em 18 de maio de 1941, o Almirante Lutjens deu a ordem de partida. Do porto de Gdínia, no Báltico, ao norte de Dantzig, o Bismarck partiu, seguido do Prinz Eugen. Era, evidentemente, uma aventura arriscada sair ao encontro, nessas condições, da poderosa esquadra britânica. Nem mesmo toda a esquadra alemã alinhada igualaria a superioridade numérica da esquadra inglesa. Mas sair assim, sem o apoio do Tirpitz, era uma ação desesperada ou uma demonstração de coragem sem limites.

 

A “Home Fleet”

 

A frota britânica destinada à defesa da ilha, chamada “Home Fleet” (Frota Metropolitana), tinha seu porto de base de Scapa Flow. Aquela localidade, sob as ordens do Almirante Sir John Cronyn Tovey, mantinha-se constantemente em estado de alerta.

 

Era o dia 19 de maio de 1941, quando, às primeiras horas da manhã, uma mensagem em código do chefe supremo do Almirantado chegou até o gabinete do Almirante Tovey, que na ocasião se achava a bordo do King George V. Pouco depois, convocados com urgência pelo almirante, reuniram-se com ele os principais oficiais superiores. A gravidade do momento que todos puderam perceber no rosto do Almirante Tovey impôs silêncio. - Senhores, o Bismarck e o Prinz Eugen abandonaram seu posto. Estabeleceu-se cerrada vigilância na zona. E creio que logo sairemos ao encontro deles.

 

Algumas exclamações abafadas receberam aquelas palavras. O Almirante Tovey continuou: - Uma coisa é certa. Seu propósito é chegar ao Atlântico norte para interceptar a passagem dos nossos comboios. Mas nós vamos ao seu encontro. Todos os navios, devem-se abastecer de alimentos, combustíveis e munições. Todos os navios da “Home Fleet” devem estar prontos para zarpar a qualquer momento. Senhores, aos seus postos!

 

Descobertos

 

No dia 20 de maio de 1941, o Bismarck e sua escolta, o cruzador Prinz Eugen, navegavam à altura de Korsfiorde, uma pequena enseada situada na costa da Noruega, ao sul do porto de Bergen. Eram 16 horas. Na ponte de comando do Bismarck estavam o Almirante Lutjens, o Capitão Lindemann e vários oficiais. De repente, escutou-se o alarme. Alertada, a tripulação ocupou seus postos de combate. Momentos depois, soube-se o motivo. Ao longe, entre as nuvens, dois aviões desconhecidos haviam surgido. Focalizados por dezenas de poderosos binóculos, foram imediatamente identificados. Tratava-se de aviões ingleses, Catalinas, de observação.

 

As ordens correram como um rastilho de pólvora. O Tenente Kosener, chefe da tripulação antiaérea do Bismarck, foi chamado à presença do Almirante Lutjens. - Tenente Kosener - disse o almirante - a que distância calcula que os aviões estejam? - Os telêmetros acusam 5.000 metros, meu comandante Lutjens. - Acredita que possa acertar o alvo? O pedido estranho causou um gesto de surpresa por parte do tenente, mas este respondeu logo: - Pode-se tentar, meu comandante. - Pois tente. E, se for possível, que nenhum desses aviões regresse à Inglaterra. O tenente correu para o seu posto de comando. Pouco depois, todas as peças antiaéreas começaram a disparar sem interrupção.

 

Toda a tripulação do Bismarck, em expectativa, presenciava o duelo. Entretanto, a tarde declinava. O violento fogo da artilharia antiaérea deu resultado positivo, pouco depois. De fato, um dos aviões ingleses foi atingido. Mas o segundo conseguiu escapar e desaparecer.

 

“Amanhã nós saberemos”

 

No gabinete do Almirante Torvey, reuniram-se, na noite do dia 20 de maio, os colaboradores imediatos do almirante. Entre eles estava o Almirante Sir James F. Somerville, comandante-em-chefe da força H, que operava na zona de Gibraltar.

 

Diante do almirante, perfilado, estava o Tenente Esmonde, piloto do Catalina que conseguira evitar o fogo antiaéreo do Bismarck. Acabava de apresentar o seu relatório e, baseado nele, o comando inglês traçara seus planos imediatos. - Senhores - disse o Almirante Tovey - o relatório faz supor que o Bismarck e o Prinz Eugen tenham-se refugiado na costa norueguesa. Nossos aviões, há algumas horas, tem castigado toda aquela zona duramente. Podemos abrigar grandes esperanças com respeito à sua possível destruição. Amanhã nós o saberemos. As luzes do sai seguinte, 21 de maio, deram aos aparelhos de reconhecimento da RAF a oportunidade de conhecer o destino do Bismarck e sua escolta. Certos de encontrar os dois navios destruídos ou, pelo menos, avariados, os pilotos tiveram que voltar com uma notícia desalentadora. O Bismarck e o Prinz Eugen não estavam ali.

 

Alarme na frota inglesa

 

Imediatamente, assim que recebeu os relatórios, o Almirante Tovey determinou as medidas de segurança aconselháveis. Dois cruzadores, o Suffolk e o Norfolk, comandados respectivamente pelos capitães Ellis e Phillips, receberam ordem de patrulhar as águas do estreito da Dinamarca. Da Frota Metropolitana partiram o encouraçado Hood, sob o comando do Capitão Kerr e o encouraçado Prince of Wales, comandado pelo Capitão Leach. Seis destróieres partiram também. Rumo à Islândia. O King George V, sob o comando do Capitão Patterson, com os cruzadores Galatea, Aurora, Kenya, Neptune e Hermione, acompanhados por cinco destróieres, ficaram em Scapa Flow, prontos para partir à primeira ordem. Além disso, o Almirantado, complementando as medidas citadas, cancelou a partida do porta-aviões Victorious, sob o comando do Capitão Bovell e do encouraçado Repulse, sob as ordens do Capitão Tennant. Os dois poderosos navios foram postos sob as ordens do Almirante Tovey.

 

Depois, já tomadas as providências destinadas a alertar a esquadra, o Almirantado se dispôs a aguardar os acontecimentos. Por outro lado, ordenou-se ao Serviço de Inteligência que extremasse as medidas destinadas a localizar os dois navios de guerra alemães.

 

Mas a informação esperada não chegou. O paradeiro dos navios alemães era desconhecido. E a inquietação infiltrou-se nas fileiras britânicas. Por isto, o Capitão Fancourt, comandante da Real Estação Naval Aérea de Hatston, nas ilhas Orkney, revelou sua opinião: - Se me permitissem, eu procuraria entre meus homens um voluntário com experiência suficiente para tentar um reconhecimento noturno. É possível que os navios alemães estejam ocultos em algum fiorde. - Nas atuais circunstâncias não temos de pensar muito, capitão. Faça-o - respondeu o Almirante Tovey. Pouco depois, ao anoitecer do sai 22 de maio, um avião solitário decolou em condições meteorológicas totalmente desfavoráveis. Quem o pilotava era o Tenente Goddard. Como observador ia o Comandante Rotherham.

 

Horas depois, após ter examinado minuciosamente a costa norueguesa, o avião iniciou o regresso, transmitindo a seguinte notícia: - O Bismarck e o Prinz Eugen não estão nos fiordes.

 

A esquadra se põe em marcha

 

Quando o Almirante Tovey recebeu esta informação do Capitão Goddard, tomou as medidas necessárias. Nessa mesma noite, os navios que tinham ficado em Scapa Flow, com o navio-capitânia King George à frente, partiram rumo à Islândia.

 

Os alemães, porém, que tinham a sua aviação inativa pelas más condições do tempo, não chegaram a conhecer os movimentos da esquadra inglesa. Ignoraram, assim, que o King George V encabeçava uma força naval integrada pelo encouraçado Prince of Wales, os cruzadores Galatea, Aurora, Kenya, Neptune e Hermione, o porta-aviões Victorious e o encouraçado Repulse. E não souberam, nem mesmo, de que no estreito da Dinamarca e nas águas do Atlântico, mais ao sul, encontravam-se os cruzadores Suffolk e Norfolk e o encouraçado Hood, navio-insígnia do Vice-Almirante Holland.

 

No Bismarck

 

O encouraçado Bismarck, assim que terminou de se reabastecer, partiu atrás do Prinz Eugen, que o deixara um pouco antes. A oficialidade, em turnos, examinava detidamente o horizonte, em busca de navios inimigos. Encontravam-se nesse momento a 50 milhas de Bergen, em pleno oceano.

 

A travessia do Atlântico norte cumpriu-se sem nenhum acontecimento que alterasse o ritmo da marcha. Posteriormente, ultrapassado o Círculo Polar Ártico, a frota reduziu a velocidade. A visibilidade era fraca e havia o perigo das grandes massas de gelo que flutuavam à deriva.

 

Chegou assim, a manhã do dia 23 de maio. Cerca das 10 horas da manhã, o Capitão Lindermann foi informado da aproximação de um submarino alemão, que pedia provisões e combustível. Abordado o encouraçado pelo comandante do submarino, foi informado por este de uma coisa de grande importância. De fato, o jovem comandante informou ao Capitão Lindemann a respeito da existência nos navios ingleses de um artefato que permitia detectar a presença de navios inimigos à distância, sem que as más condições do tempo ou a péssima visibilidade pudessem evitar sua ação. O aparelho, que não era outro senão o radar, criou nos marinheiros alemães uma certa inquietação. De fato, sua existência significava que a aproximação dos dois navios seria revelada aos ingleses com uma apreciável margem de tempo.

 

Aproximadamente às 19 horas, no dia 23 de maio, a frota chegou à entrada do estreito da Dinamarca. A zona, extremamente perigosa, obrigou os alemães a manter uma constante vigilância. A penumbra da noite ártica envolveu tudo. Uma ligeira bruma fazia com que o horizonte surgisse mal traçado, turvo.

 

A mensagem

 

Às 19:30 do mesmo dia 23, um dos radioperadores comunicou, nervosamente, ter captado uma mensagem cifrada. O oficial de códigos a bordo, Tenente Fischer, dedicou-se à tarefa de decifrá-lo. Vinte minutos depois, o Almirante Lutjens lia detidamente a mensagem. Seu texto dizia: “Do Capitão Ellis, do HMS Suffolk, ao Comandante W Walker, de seu igual Norfolk: barcos inimigos avistados na entrada do estreito. Espero ordens”

 

Instantes depois, a sirene do encouraçado alemão chamava a tripulação com sua estridência. Indicava preparação para combate. O Bismarck fôra descoberto.

 

Nos navios ingleses

 

A resposta à mensagem cifrada do capitão do Suffolk não se fez esperar. Pouco depois, uma nova mensagem cruzava o espaço. Seu texto dizia: “Do Contra-Almirante Wake Walkers, a bordo do HMS Norfolk, ao Capitão Ellis, a bordo do HMS Suffolk: mantenha-se a prudente distância, sem descobrir-se nem perder de vista o inimigo. Espere ordens complementares”.

 

O cruzador pesado Suffolk juntamente com seu semelhante, o Norfolk, eram os dois primeiros navios, que, devido à sua permanência anterior nas proximidades do estreito da Dinamarca, receberam ordem para patrulhar essas águas. Os dois cruzadores achavam-se sob o comando do Contra-Almirante Wake Walkers que hasteava sua insígnia a bordo do cruzador Norfolk.

 

Ainda longe, mas sulcando velozmente as águas, os encouraçados Hood e Prince of Wales avançavam ao encontro marcado pelo destino. Eram aproximadamente 22 horas de 23 de maio, quando nas telas do radar do cruzador Norfolk projetou-se um novo contato. - O Bismarck e sua escolta! - foi a exclamação geral.

 

A posição neste momento, era a seguinte: 66 graus, 11 minutos de latitude norte, 26 graus, 44 minutos de longitude oeste.

 

“Atenção, torre um!”

 

Eram 23:13 horas, exatamente, quando soou uma campainha na ponte de comando. Atendida a comunicação, o oficial voltou-se para o Almirante Lutjens. Seu rosto mostrava excitação e embaraço. Suas palavras o justificaram: - Navio à vista! Posição sudeste, ângulo 156 graus, 30 minutos... Lutjens, empunhando seu binóculo, examinou o horizonte na direção indicada. Depois murmurou: - Sim, deve ser o Norfolk. Girou sobre si mesmo e gritou: - Atenção torre um! - Atenção tosse um! - repetiu o oficial de ordens, pelo aparelho intercomunicador.

 

Momentos depois, após a ordem de fogo, o silêncio da noite ártica pareceu quebrar-se em mil pedaços.

 

O Hood afundado

 

No dia 24 de maio de 1941, às 5:35 horas, o encouraçado inglês Hood avançava a toda máquina. De repente, uma exclamação partiu de todos: - Inimigo à vista! Posição ângulo noroeste 316 graus, 29 minutos, 30 segundos. Visibilidade 25 km.

 

Os minutos seguintes foram testemunhas das preliminares de combate. Em ambos colossos, o Hood e o Bismarck, as tripulações correram para os canhões, os oficiais gritaram suas ordens até enlouquecer, a tensão chegou ao ponto culminante. Depois, a artilharia troou. A noite ártica se povoou de ecos. As tranqüilas águas transformaram-se em nuvens de espuma diante das proas afiadas. E, de repente, aconteceu o inesperado. O assombro silenciou os gritos. Por uma fração de segundos, no Bismarck duvidaram do que estavam vendo. Ao longe, o encouraçado Hood, orgulho da marinha inglesa, destroçado por uma terrível explosão ocorrida em sua parte média, afundava rapidamente.

 

Mas houve algo que empalideceu a alegria do encouraçado alemão. Foi que uma das granadas do encouraçado inglês, acertando o alvo, tinha destruído um dos grandes depósitos de combustível e, além disso, avariou de modo irreparável a tubulação de fornecimento.

 

Posição conhecida

 

Eram 10:30 da manhã do dia 26 de maio, quando um zumbido alertou a tripulação do Bismarck. O encouraçado alemão, avariado e quase sem combustível, tentava, naquele momento, ocultar-se da armadilha que se fechava inexoravelmente. A luta já chegava ao fim.

 

Os encarregados das peças antiaéreas ocuparam seus postos rapidamente. Aquele avião inimigo devia ser derrubado.

 

Os disparos cruzaram o espaço em todas as direções. Uma verdadeira rede de fogo pareceu fechar-se em redor do avião inglês. Por fim, em meio a uma explosão de alegria dos marinheiros alemães, o avião caiu envolto em chamas. Somente minutos depois, quando um dos radioperadores chegou correndo com um papel na mão e o entregou ao Almirante Lutjens, os tripulantes do Bismarck tiveram noção do perigo que se acercava.

 

Antes de cair, num sacrifício supremo, o piloto inglês tinha irradiado a posição do Bismarck.

 

Os Swordfish atacam

 

Da coberta do Ark Royal decolaram um atrás do outro, 15 aviões torpedeiros. A armadilha começava a se fechar. Eram 20:40 horas, quando os aviões chegaram perto do Bismarck.

 

Um a um aproximou-se do colosso. As baterias do Bismarck disparavam como se tivessem enlouquecido. Violentos golpes de timão faziam a embarcação progredir, bordejando. Por fim, um dos aviões explodiu no ar, atingido pelas baterias antiaéreas. Logo outro teve o mesmo destino. Ficavam ainda treze.

 

Os torpedos começaram a sulcar as águas, um após o outro. O Capitão Lindermann, empunhando pessoalmente o timão, realizou mil manobras, esquivando-se dos projéteis. Apenas um deles atingiu o alvo, sem causar danos maiores. Por fim, veio o último avião. Dos 15, dois foram derrubados e já tinham sido disparados 12 torpedos, sem causar prejuízos. Restava o último. Voando baixo, quase tocando a água, o torpedeiro se aproximou do Bismarck. Todas as bocas de fogo se dirigiram para ele. Lançou o torpedo e virou-se ara se afastar. Nesse instante, atingido por um projétil, explodiu no ar.

 

27 de maio de 1941

 

Mas algo de irreparável já tinha acontecido. O torpedo, habilmente lançado, alcançou o Bismarck e explodiu. Imediatamente uma exclamação surda partiu dos lábios do almirante. - Fomos atingidos nos lemes! O Bismarck ficara à deriva.

 

Nada mais podia salvar o encouraçado alemão. Tinha ficado à deriva e à mercê do inimigo que se aproximava passo a passo.

 

À distância apareceram as silhuetas inconfundíveis dos encouraçados King George V e Rodney, seguidos de perto pelo cruzador Norfolk. Longe ainda, mas aproximando-se implacavelmente, os encouraçados Renown, Repulse, Revenge e Ramillies continuavam sua marcha.

 

A artilharia do Bismarck concentrou seu fogo sobre o King George V, mas logo teve que transferir o fogo para atingir o Rodney. Enquanto isso, novos navios apareceram no horizonte. A batalha tinha começado as 8:47 horas da manhã. Às 9:00, os estragos que a artilharia inglesa fizera no Bismarck já eram visíveis. Os mortos e feridos ficaram onde caíram, pois ninguém reparava neles. Os serviços de saúde e comunicações, desorganizados, já não tinham utilidade alguma.

 

Os navios ingleses, rodeando o inimigo, batiam-lhe com fogo cruzado. A formidável estrutura do encouraçado alemão, entretanto, resistia aos impactos. Mas aquilo não podia continuar por muito tempo.

 

Às 10:36 horas do dia 27 de maio de 1941, o Bismarck desapareceu da superfície.

 

Churchill anuncia a vitória

 

Às 11 horas da manhã de 27 de maio, o Primeiro-Ministro britânico fala no Parlamento. No plenário reina grande tensão. Todo país espera aquelas palavras que esclarecerão o que todos esperam saber: o destino do Bismarck e dos navios que o perseguem. Conhecem-se alguns pormenores da luta. Ignora-se o desenlace. O velho lutador se levanta e, com um gesto que não oculta sua satisfação, diz: “Esta manhã, pouco depois do amanhecer, o Bismarck, virtualmente imobilizado, distante de qualquer auxílio, foi atacado pelos encouraçados britânicos que o perseguiam. Não sei quais foram os resultados do bombardeio. Parece, no entanto, que, se o Bismarck não foi afundado pelo fogo dos canhões, será agora liquidado com torpedos...”

 

A Câmara permaneceu envolta em um silêncio de expectativa. Churchill então prosseguiu: “Este ataque acreditamos que está sendo realizado neste mesmo momento. Acreditamos também que não pode haver demora alguma na destruição desse navio... Grande como é a perda do Hood, deve considerar-se o Bismarck como mais poderoso uma vez que é o mais moderno encouraçado do mundo...”

 

Com esta frase o Primeiro-Ministro terminou sua declaração e sentou-se. Apenas dois segundos haviam transcorrido quando um funcionário aproximou-se apressado e entregou-lhe uma folha de papel. Era a notícia que todos aguardavam. Pondo-se novamente de pé, Churchill disse uma única frase: “Acabo de receber a notícia que o Bismarck foi afundado”.

 

A Câmara não ocultou seu entusiasmo ante a notícia. Apenas havia Churchill terminado suas palavras, os legisladores, pondo-se de pé, irromperam em entusiásticas exclamações. A vitória tinha suma importância para a Inglaterra, tanto material como moral. O afundamento do Bismarck punha fim às devastadoras incursões dos navios alemães. Os grandes encouraçados ingleses, que até esse momento tinham que permanecer imobilizados em suas bases, prontos para sair em perseguição dos corsários, poderiam agora ser usadas em operações no Mediterrâneo e enviadas como reforço para a frota do Pacífico, ameaçada por iminente ataque japonês.

 

ANEXO

 

Lutjens

Abril de 1941. Gdínia, porto sobre o Báltico.

Os cais estão totalmente ocupados por uma grande quantidade de navios de todos os tipos. Navios mercantes, auxiliares e de guerra dão ao porto o aspecto de uma verdadeira colméia humana. Com efeito, centenas de marinheiros e operários dos cais carregam sem parar caixotes e volumes de todo tamanho. São provisões, armas e sobressalentes.

Num dos cais, encontra-se atracado um dos colossos da marinha de guerra alemã. É o encouraçado Bismarck, de 40.000 tons de deslocamento. A seu lado, o Prinz Eugen, de 14.000.

A bordo do Bismarck reina febril agitação. As tarefas de preparação que precedem a partida. Somando os rumores que circulam por todo o navio. Quem comandará? Ninguém sabe ainda. Muitos nomes circulam, pronunciados em voz baixa. Todas as possibilidades se embaralham. Os tripulantes sabem por experiência que o homem que receba aquele navio será o responsável pelo êxito ou pelo malogro da missão.

Mas a incógnita termina por se revelar. A notícia corre pelo barco como um raio. O homem escolhido já chegou. Minutos depois, a tripulação recebe ordem de formar na coberta. Todos sabem o motivo. Apresentar-se ao seu chefe.

Em posição de sentido, os marinheiros alemães esperam. De repente, caminhando pela coberta, aparece um grupo de oficiais. Escoltam o chefe.

O Capitão Lindemann, comandante do navio, adianta-se e pronuncia algumas palavras. E revela à tripulação o nome daquele que será o chefe de operações da flotilha naval encabeçada pelo Bismarck.

E ali está o Almirante Gunther Lutjens. É ele quem os conduzirá ao combate.

Gunther Lutjens, marinheiro de grande prestígio na esquadra alemã, era um personagem quase legendário para aquela tripulação, integrada em quase sua totalidade por jovens apenas saídos da adolescência. As centenas de marinheiros viram nele o homem que os levaria ao combate e ao triunfo; mais ainda, à glória. No entanto, a tragédia se desencadeou sobre eles. Diante da superioridade esmagadora da esquadra inglesa, pouco pôde fazer Lutjens. Restou-lhe apenas vender caro a sua vida e cair envolto em glória. A tripulação, seguindo seu exemplo, lutou até o último instante contra os navios inimigos e contra a adversidade...

 

 “Derrubem este avião”

Korsfiorde, Noruega, 20 de maio de 1941.

O encouraçado Bismarck navega escoltado pelo cruzador Prinz Eugen. A bordo reina a tensão que precede os grandes acontecimentos. Após longo tempo, chegou a ação. E todos estão preparados para entrar nela.

São 16 horas quando os observadores dão o primeiro alarme. Longe, muito longe e muito alto, dois pontos apareceram no firmamento.

A oficialidade dirige imediatamente seus binóculos para aqueles pontos negros que parecem aproximar-se lentamente. Logo os identificam. Alguém grita: - São aviões de observação! Outro acrescenta: - São ingleses!

O alarme põe em tensão todos os homens. São os das baterias antiaéreas que correm para suas peças e se preparam.

Os telêmetros assinalam imediatamente a distância a que se encontra o inimigo. São 5.000 metros que os separam. Altura: 1.500 metros. A ordem parte do Almirante Lutjens: - Derrubem-nos! Derrubem-nos de qualquer maneira!

As peças antiaéreas começam a  vomitar fogo ininterruptamente. Os marinheiros, na coberta, presenciam um duelo singular. Sabem que dele depende o êxito ou o fracasso da campanha. Sabem que depende algo mais... as suas próprias vidas.

De repente, um grito unânime estala em toda a coberta: - Derrubado! Um foi atingido!

De fato, caindo e deixando atrás de si u rastro de fumaça, um dos aviões desce para o mar. Logo Lutjens esquece o êxito inicial e se concentra em outro problema mais importante: - O outro! O outro avião! Não deve escapar! Não deve escapar!

Mas o sucesso lhe voltara as costas. O segundo avião desaparece na distância

 

Escafandristas

- Os timões! Atingiram-nos nos timões!

O grito ecoou tragicamente entre os homens. Um profundo silêncio seguiu-se àquelas palavras. Era o fim. O navio, atingido nos timões, ficara à mercê do inimigo. A tripulação, em silêncio, esperava as ordens correspondentes.

De repente, uma voz galvanizou os tripulantes: - Voluntários... necessitam-se voluntários que saibam trabalhar com escafandros...

Dez, cem, quinhentos deram um passo à frente. Todos queriam salvar o navio. O Almirante Lutjens, friamente, recusou todos aqueles que ofereciam apenas patriotismo. Selecionou cuidadosamente um grupo que acreditava ter experiência daquela tarefa. Porque aquilo não seria fácil, seria quase sobre-humano.

Por fim, dois homens foram os escolhidos. Não podiam ser mais do que dois porque a bordo havia apenas aquele número de trajes submarinos. Equipados, os dois valentes marinheiros desceram às profundidades. Trabalhar naquelas condições, em mar aberto, submetidos ao castigo das ondas, na penumbra, manobrando as pesadíssimas peças do leme, foi uma tarefa cruel. E um deles pagou a sua audácia. Pouco depois, cortado o tubo de ar do escafandro, precipitou-se para o fundo do mar. Um ficou, somente um, tentando reparar o estrago.

Passou-se um longo tempo. Longo tempo em que aquele homem sofreu a terrível tortura de permanecer submerso batendo e tentando fazer com suas mãos a tarefa que dificilmente poderia ser feita por 10 homens com muitas ferramentas, no dique de um estaleiro.

Por fim, o trabalho foi concluído. E o resultado foi satisfatório. Dos dois lemes, um estava irremediavelmente destruído, mas o outro, graças aos esforços sobre-humanos de um homem, fôra reparado.

 

Radar

O Bismarck navega a toda máquina por águas do Atlântico norte. A tripulação, em seus postos de combate, mantém-se alerta a qualquer indício de perigo. De repente, um dos radioperadores abandona seu posto e corre pela coberta. Instantes depois, na presença do Capitão Lindemann e do Almirante Lutjens, expõe o motivo: - Um dos nossos submarinos comunicou-se conosco e pediu um encontro.

Após um curto diálogo, o radioperador volta aos eu posto e responde ao comandante do submarino. Dá a posição do encontro e fica esperando.

O Capitão Lindemann, entretanto sonda a superfície do oceano. E ali está. Emergindo lentamente, a torre de um submarino aparece a algumas centenas de metros do encouraçado alemão.

Pouco depois, um bote de borracha se aproxima da gigantesca massa do Bismarck. A bordo, o jovem comandante do submarino chega acompanhado por dois tripulantes.

Após saudar regularmente os altos chefes que o esperam, o comandante do submarino pede-lhes provisões e combustível para seu navio. Além disso, pede permissão para remeter um informe que considera de grande importância. Sem ocultar sua inquietação, diz-lhes: - Devo informar aos senhores que os navios ingleses levam um aparelho que desconheço e que permite detectar a presença de barcos inimigos à distância, a qualquer hora do dia ou da noite, mesmo nas piores condições de tempo. Além disso, pode fazê-lo a grande distância, fora do raio visual do navio inimigo.

O Capitão Lindemann e o Almirante Lutjens permaneceram em silêncio. Por fim, o almirante, dirigindo-se a Lindemann, disse em voz baixa: É uma notícia muito ruim... Pode-nos ser fatal... trata-se do radar...

 

Sobreviventes

O combate entre o Bismarck e as unidades britânicas chegava à fase final quando o cruzador Dorsetshire com um disparo de torpedo, golpeou de morte o navio alemão. Esse foi o disparo final, o decisivo. Imediatamente o enorme barco alemão, o mais poderoso e mais moderno encouraçado do mundo, precipitou-se para as profundezas, arrastando consigo a sua tripulação.

Os navios ingleses, aproximando-se do lugar da ação, estenderam seus cabos para resgatar os poucos sobreviventes que se debatiam nas agitadas águas do Atlântico. Poucos puderam salvar suas vidas. Com efeito, apenas uma centena deles conseguiu utilizar os cabos. Sem poder esperar que os outros o fizessem, os navios ingleses tiveram que retirar-se dali a toda máquina, diante da notícia da aproximação de submarinos alemães. Os sobreviventes ficaram assim abandonados à sua sorte. Pouco depois, um submarino alemão e um navio meteorológico também alemão conseguiram retira das águas outros cinco sobreviventes do Bismarck

Após o afastamento desses navios chegou ao lugar da ação o cruzador espanhol Canarias, com a humanitária missão de salvar os tripulantes que ainda estivessem vivos. Sua manobra, no entanto, não teve êxito. Apesar de percorrer a região em diversas direções e examinar detidamente a superfície do mar, o Canarias não achou um só marinheiro alemão. O desastre havia sido completo. Perto de dois mil tripulantes do navio alemão tinham morrido no combate e posterior afundamento.

As águas do Atlântico tinham sido a tumba, não apenas o mais moderno navio de guerra alemão, mas também de dois mil dos melhores homens de sua tripulação.

 

Tovey

John Cronyn Tovey nasceu em 1885. Pertencia a uma família de homens de armas e era filho de um chefe do exército inglês. Tovey inclinou-se para a Armada e ainda muito jovem, aos 15 anos, ingressou na Marinha. A Primeira Guerra Mundial foi a sua primeira intervenção nas ações bélicas. Na batalha de Jutlândia, achando-se no comando do destróier Onslow, viu seu barco seriamente avariado pelo fogo dos navios alemães. Após a guerra, Tovey desempenhou o cargo de técnico naval, de 1930 a 1932, junto ao segundo lorde do Almirantado. Depois passou a desempenhar o comando do encouraçado Rodney e, entre 1935 a 1937, foi chefe do arsenal de Chatham. Já contra-almirante, comandou a divisão de destróieres da esquadra do Mediterrâneo, entre 1939 e 1940. Depois, elevado a vice-almirante, foi nomeado comandante-em-chefe da Home Fleet, em substituição do Almirante Forbes. A nomeação de John Cronyn Tovey efetuou-se no dia 17 de outubro de 1940.

A ação que imortalizou o nome de Tovey foi a perseguição e posterior destruição do Bismarck, a mais potente unidade de batalha do mundo, naquele tempo. A ação foi iniciada sete meses depois de Tovey ter assumido o comando da Home Fleet, no dia 9 de maio de 1941, quando chegou à mesa de trabalho de Tovey a notícia que lhe informava a partida do Bismarck e sua escolta, o cruzador pesado Prinz Eugen. A encarniçada perseguição teve seu prêmio no afundamento do mais potente encouraçado da marinha alemã.

 

Prinz Eugen

O cruzador pesado Prinz Eugen, que zarpou como navio escolta do Bismarck no reide que terminou com a destruição do poderoso navio alemão, foi construído no ano de 1937. Deslocava, com toda carga, 19.800 tons. Desenvolvia uma velocidade de 32,5 nós e seus motores tinham uma potência de 132.000 HP. Possuía uma autonomia relativamente limitada, 6.800 milhas, mas contava com forte armamento: 3 canhões de 203 mm, 12 de 105 mm e peças antiaéreas de 37 mm. Além disso estava equipado com 12 tubos lança-torpedos e 2 hidraviões de exploração.

Na tarde do dia 20 de maio de 1941, o Prinz Eugen, obedecendo ordens do Almirante Lutjens, separou-se do Bismarck e, protegido pela pouca visibilidade, conseguiu fugir à perseguição dos navios ingleses. Depois tentou prosseguir na sua missão de corsário contra os navios mercantes ingleses, mas algumas avarias o forçaram a retornar a Brest, onde chegou a 1o de junho de 1941.

Em Brest ficou ancorado junto com os cruzadores de batalha Scharnhorst e Gneisenau até a noite de 11 de fevereiro de 1942. Amparado pela obscuridade os três navios abandonaram o porto e se internaram pelas estreitas águas do Canal da Mancha. Ao alcançar o porto de Cherburgo incorporou-se-lhe como escolta  uma frota de lanchas torpedeiras. Sete destróieres acompanhavam também os navios. No dia seguinte, os barcos alemães Gneisenau, Scharnhorst e o Prinz Eugen conseguiram completar, protegidos pela Luftwaffe, a travessia do Canal da Mancha apesar dos repetidos ataques da aviação e da artilharia costeira britânicas.

O Prinz Eugen foi depois enviado juntamente com o Admiral Scheer ao porto norueguês de Trondheim, mas durante a travessia ficou gravemente avariado pelos torpedos do submarino inglês Trident. Voltando à Alemanha, permaneceu em reparos até o início de 1943, quando novamente tentou, sem êxito, transferir-se para as águas da Noruega para apoiar o encouraçado Tirpitz. Depois atuou no mar Báltico. Ao terminar a guerra foi usado como alvo nas experiências atômicas em Biquini, tendo sido afundado.

Assim acabou sua carreira este cruzador pesado que fôra escolta do encouraçado Bismarck e corsário contra os navios mercantes ingleses. A ilhota de Biquini viu os últimos instantes de sua vida nos mares do mundo.

 

Poderio naval inglês e alemão

Em setembro de 1939

 

Alemanha

 

Encouraçados

4

Encouraçados de bolso

3

Cruzadores leves

6

Cruzadores pesados

4

Destróieres

25

Lanchas torpedeiras

17

Porta-aviões (não entrou em serviço)

1

Submarinos

98

Inglaterra

 

Encouraçados

18

Encouraçados de bolso

 

Cruzadores leves

62

Cruzadores pesados

15

Destróieres

205

Lanchas torpedeiras

39

Porta-aviões

10

Submarinos

70

 

Navios mercantes afundados pela marinha alemã

De Setembro de 1939 a  Maio de 1941

 

1939

 

Setembro

29

Outubro

21

Novembro

22

Dezembro

23

1940

 

Janeiro

24

Fevereiro

21

Março

13

Abril

19

Maio

31

Junho

61

Julho

64

Agosto

56

Setembro

62

Outubro

63

Novembro

73

Dezembro

61

1941

 

Janeiro

75

Fevereiro

100

Março

139

Abril

154

Maio

126

                                                                                       

 

                      

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