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Poesia & Contos Infantis

 

 

 


AMARATESU / A Deusa do Sol
AMARATESU / A Deusa do Sol

 

 

                                                                                                                                   

 

 

 

Para os antigos povos do longínquo Oriente, Amaterasu é a deusa do Sol e da luz, o grande espírito que ilumina os céus; porém, para evitar o enfrentamento com seu irmão Susanoo, viu-se obrigada a ocultar-se numa gruta, longe dos olhares humanos e de todas as criaturas. Durante o tempo que Amaterasu esteve no interior da obscura gruta, a Terra ficou em sombras, envolta na negrura de espessas nuvens e densa neblina, pelo que os deuses rogaram continuamente à deusa da luz que abandonasse seu esconderijo fazendo voltar a claridade ao mundo e a ordem ao universo.

Terminada a trágica aventura do mundo subterrâneo, Izanagi decidiu que era hora de purificar-se após seu contato com os mortos e foi até o rio Voto, em Tachibana, para submergir-se em suas águas. De cada peça quitada, nasceu um novo deus, até completar uma dúzia de divindades tão diversas como a do final do caminho, dos caminhantes, dos enfermos, das dúvidas, da saciedade, das praias, do oceano, do alto mar, da ressaca, das costas longínquas...Ademais, ao tomar banho nas águas do Voto, a parte contaminada do reino dos mortos transformou-se em duas divindades negativas, a dos oitenta males e a dos grandes males. Então, Izanagi criou os deuses benignos, curadores e purificadores, além de outros seis deuses encarregados de velar o fundo, o meio e a superfície do mar.

Izanagi seguia com suas abluções e ao lavar seu olho esquerdo surgiu Amaterasu, a deusa do Sol; ao fazer o mesmo com o olho direito, deu vida ao deus da Lua, Suki-yomi-Kimoto; ao lavar seu nariz, engendrou o deus Take-haya-Susanoo, o varão por excelência. Izanagi sentiu-se orgulhosa da sua descendência e encomendou a cada um dos filhos o governo do Céu, da noite e do mar. Mas, o recém-nascido Susanoo se pôs a chorar, porque não queria o reino do mar, mas sim ir à região subterrânea onde estava sua defunta mãe.   Izanagi ficou brava ao escutar tal pretensão, ao ponto de o expulsar de seu lado, mesmo que o perplexo Susanoo pedisse a seu pai a graça de poder elevar-se ao Céu para ver, antes de partir para o inferno, a sua boa irmã Amaterasu. Concedida a permissão, Susanoo cruzou os céus atrás de sua irmã, acompanhado dos tremendos sons de uma Terra que se estremecia entre tormentas, erupções e terremotos.

Ao ouvir aqueles horríveis sons que também subiam até o Céu, Amaterasu se preparou com o arco tenso e mil flechas em sua aljava para receber como se merecia aquela desconhecida visita que se anunciava de tal maneira. Quando viu que o temido visitante não era outro senão seu irmão, a deusa desconfiou dos motivos que lhe traziam até seu reino e pensou se por acaso não quereria destroná-la. Susanoo deu mostras da boa intenção e explicou que o único que desejava era chegar até as profundidades da terra para ver a sua defunta mãe, e que só queria despedir-se de sua irmã querida antes de partir.

Após aquelas palavras, os irmãos fizeram um juramento e de pedaços da espada de Susanoo, Amaterasu forjou três deusas; por sua parte, Susanoo tomou os prendedores das tranças de Amaterasu e com eles deu fornia a cinco deuses. E assim nasceram os oito deuses fundadores das grandes famílias, entre elas a imperial, que foi a única nascida da fita da trança esquerda de Amaterasu. Mas Susanoo se sentiu embriagado pelo orgulho de haver sido capaz de criar mais deuses que sua irmã, entregando-se a uma louca destruição do reino de Amaterasu, a tal ponto que ela correu a esconder-se atemorizada, refugiando-se numa grota no céu e tapando a entrada com uma grande rocha.

Sem a luz do Sol, o Japão se obscureceu e os deuses celestes se alarmaram. Assim, se reuniram em assembleia as oitenta mil divindades para tentar solucionar a espantosa negritude e acharam a foona de fazer com que Amaterasu saísse da gruta...Organizaram para que a deusa Amanouzume, divindade da dança,, se pusesse a dançar estrondosamente, enquanto todos os deuses falavam alto e riam com alvoroço, assim, Amaterasu, desde seu esconderijo, não pôde eritar de ouvir a alegria daquela festa é quis saber a causa de tal algaravia.

Então lhe contaram que o faziam porque haviam encontrado uma deusa nova e melhor do que qualquer ima das conhecidas. Curiosa, Amaterasu assomou para ver este maravilhoso ser e ficou deslumbrada por seu reflexo num espelho que seus companheiros dMnos haviam colocado junto a entrada da gruta. Então, Tajícarao, deus da força,, a agarrou pelo braço, enquanto Futotatna colocava na entrada da gruta a rede trançada com cordas de palha de arroz, que Shimenawa havia tecido com antecedência para impedir qualquer tentativa de retorno ao refugio. Com Amaterasu fiara da gruta rochosa do céu, a luiz voltou ao Japão e a paz aos deuses.

Após o resgate de Amaterasu, a assembleia dos deuses castigou o blasfemo Susanoo, que foi expulso do céu, não sem antes corta-lhe as unhas e raspar sua barba. O desafortunado desceu à terra e caiu no monte Torikami, em Izumo, onde se encontrava a porta do inferno. Depois se pôs em marcha para um povoado, onde encontrou um casal de anciãos que estava com uma filha novinha que chorava desconsoladamente. Susanoo lhes perguntou a razão daquela tristeza e os anciãos lhe explicaram que eles, Ashinazuchi e Tenazuchi, sofriam desconsoladamente porque essa menina era a última com vida das oito irmãs; que as sete anteriores haviam sido devoradas pelo dragão Koshi ano a ano e que logo logo voltaria, o dragão vermelho das oito cabeças e oito rabos, do tamanho de oito montanhas e oito vales, para acabar com a oitava e última de suas filhas.

O arrependido Susanoo sentiu piedade por aqueles anciãos e traçou um plano. Assim pois, pediu a menina em casamento e lhes disse que ele era irmão de Amaterasu. Os pais consentiram em entregar a filha para ser sua esposa, veriam depois como o deus transformaria a menina em pente e a enroscaria em seu penteado.

Pediu muito saque para o casamento, enquanto fazia um cercado ao redor dos poços onde se colocariam oito barris desse licor. Quando chegou o dragão, atraído pelo odor de saque, foi diretamente ao cercado, bebendo tudo de uma vez. Na hora o dragão vermelho caiu adormecido por causa da embriaguez e Susanoo se aproximou do agora inofensivo monstro e lhe cortou suas oito cabeças com oito cortes da sua espada; depois, ao cortar o rabo, sua espada bateu num objeto metálico, que era outra espada de grande fio.

Esta arma magnífica, a espada Kusanagi, foi a oferenda do vencedor à sua irmã Amaterasu; e é uma das três jóias imperiais que se venera no templo de Atsuta, após ter sido uma santa relíquia no templo de Ise; as outras duas jóias imperiais, o espelho Yata-no-magatama, que deslumbrou Amaterasu, e o invisível colar Yasakani-no-magatama, que luzia Amaterasu quando foi visitada por Susanoo, um está no templo de Ise e outro está no palácio imperial, onde ninguém, nem os sacerdotes que as cuidam, podem jamais vê-las fora da suas envolturas, a não ser que queiram perder a vida.

 

 

                      

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