Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Translate to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese

  

 

Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


AMOR COMANCHE - P.2 / Catherine Anderson
AMOR COMANCHE - P.2 / Catherine Anderson

 

 

                                                                                                                                   

 

 

 

 

 

                                           Capítulo 12

Depois da pausa do meio-dia, Jake retornou a seu trabalho de transportar o cascalho. Ao fazer repetidas viagens do carrinho de mão à eclusa, teve oportunidade de observar aos outros mineiros. O que observava, não o para estar seguro. Algo lhe parecia peculiar. Alguém tinha manipulado para debilitar as vigas na mina, e, no que a ele concernia, não havia ninguém por cima de toda suspeita.

 

 

 

 

Não pôde evitá-lo, mas esperava que seu pai não tivesse nada que ver com isso. A possibilidade antes tinha sido bastante má, mas agora? Índigo já se resentía de seu matrimônio. Detestaria-o se se inteirasse de que seu pai tinha estado perto de matar ao dele. Jeremy tinha prometido continuar a busca de arquivos de Ore-cal, enquanto que Jake investigado em Terra de Lobos. Jake esperava que em lugar de encontrar a evidência contra seu pai, Jeremy encontrasse que não era culpado.

Cada vez que Jake empurrava uma carga de cascalho à eclusa, ficava a procurar o Indigo. Tinha crédulo em casar-se com uma garota que se mantivesse a bordo e em casa. E necessitou de todo seu controle para não interferir quando viu que ajudava ao Topper a voltar a pôr uma carga nos trilhos. Para sua surpresa, as arrumou para levantá-la por seu lado. O peso que moveu parecia ser suficiente para romper as costas de dois homens e ela era uma garota pequena.

Jake se encolheu e olhou para outro lado. Então, embora sabia que não devia fazê-lo, deslizou seu olhar para ela. Enquanto olhava, Denver passeou até o salto de baixada à mina. Índigo se voltou em algo que o loiro disse. Jake não podia ler sua expressão. Apertou os punhos ao redor das asas do carrinho de mão.

 

Uma brisa fresca flutuava frente às bochechas quentes de Índigo. Ela levantou o olhar para Denver, consciente das nuvens de chuva cinza aço que se reuniam no céu detrás dele. Altos pinheiros açoitados pelo vento crescente, que anunciava uma tormenta. Os olhos azuis de Denver brilhavam com a diversão cruel, parecia diferente agora, um tipo mas que desagradável.

 

—Assim que te casaste?— , perguntou. Inclinou a cabeça para um lado, esboçando um sorriso. —Como se sente?

 

Índigo olhou ao Topper, que esperava a que reatasse sua tarefa. deu-se a volta para agarrar os cabos da vagoneta.

—Essa é uma pergunta estranha, Denver. É como lhe perguntar a alguém como se sente ter um aniversário. Um dia é quão mesmo outros.

 

—Sério? Surpreende-me que não leve correia e colar.

 

As mãos de Índigo estreitaram seu lado da cesta. ficou olhando através da pilha de mineral, com expressão pétrea, para o Topper.

 

Denver riu entre dentes.

—Sabe, é gracioso. Seu pai realmente me tinha enganado. Atuou tão indignado aquela vez que tratei de comprarta. Recorda-o? Eu estava convencido de que nunca faria uma coisa assim. E olhe, pelo visto só estava esperando receber uma oferta melhor.

 

Índigo se endireitou lentamente. Quando se deu a volta, seu pulso se acelerou.

—O que está dizendo? Não tenho todo o dia para jogos.

 

—Admito que me fez zangar ao princípio. Mas agora que falei com o Rand sobre o tema, não me sinto tão mal. De fato, agora que o pensei, estou mais que um pouco contente com que acontecesse desta maneira. Não sou do tipo que se casa. Prefiro gastar uns quantos dólares para estar contigo e voltar para casa satisfeito e feliz.

 

—Fecha a boca, Tompkins!— Topper o interrupió.

 

Índigo levantou uma mão.

—Não, que diga o que deveu contar—. Cravou o olhar em Denver. —Acaba. Estou esperando—.

 

—Que mais terá que dizer a respeito? Se eu estiver disposto a pagar o preço, vou passar muito tempo contigo—. Com os nódulos a acariciou na bochecha. —Não por agora, disse-me… Disse que quer te guardar para si mesmo, que no momento quer te desfrutar solo ele. Mas, pelo muito mesmo inferno, quanto tempo pode tomar para que se aborreça de ti? Além disso, estará ansioso por recuperar seu dinheiro. Pagou um preço alto por ti, pela forma em que o conta. vais ter que trabalhar um montão entretendo e sendo carinhosa com os amigos do Rand, para ganhar seu dinheiro, o dinheiro que gastou contigo e, que comece a lhe dar benefícios.

Índigo sacudiu a cabeça para trás. Denver tomou pelo queixo.

 

—Não te faça muito a afetada, Índigo. Quando começar a alugar seu corpo, vou estar em primeira fila. Baixasse-te um degrau ou dois o momento em que esteja a sós comigo.

 

—Isso é suficiente, Tompkins—. Topper rodeou o salto. —Uma palavra mais, e vou denunciar te.

 

Denver lançou uma risada sarcástica a Índigo e deu um passo atrás.

—Hei dito tudo o que tinha que dizer—. Deslizou seu olhar lascivo a Índigo. —Pode apostar que não vou jogar às cartas nem a perder nenhum de meus cheques de pagamento a partir de agora. Agora tenho melhores costure em que gastar meu dinheiro.

 

Com uma alegre despedida a seu passo, Denver se afastou. Índigo ficou ali e ficou detrás dele, incapaz de mover-se, incapaz de pensar. Como se de uma grande distancia, ouviu a voz do Topper, mas ela não podia entender as palavras. Levantou o olhar para a colina em que Jake tinha estado trabalhando com um carrinho de mão carregado. Quando se deu conta que ela o olhava, ele levantou a mão e saudou.

 

—Denver está mentindo, senhorita Índigo—, disse Topper detrás dela. —esteve maquinando toda a manhã. O Sr. Rand não lhe disse nenhuma dessas coisas.

 

Um calafrio terrível se apoderou da pele de Índigo. Como podia ser possível que Denver soubesse que Jake tinha pago o preço pela noiva, e muito menos quanto pagou, a menos que Jake o houvesse dito? O nó frio do medo que se assentou no profundo desde suas bodas, voltou a gelá-la, e suas vísceras se apertaram espasmodicamente a seu redor. Conhecia muitos homem brancos que tinham feito dinheiro adicional pelo aluguel de seus squaws índias. A prática era tão comum, de fato, que a gente brincava. Se Jake escolhesse fazê-lo com ela, não seria a primeira nem a última.

 

Jake viu Denver Tompkins ao pé do salto da mina. Sentiu alívio quando Índigo se voltou a lhe olhar a ele. Com um pouco de sorte, talvez Denver não lhe havia dito nada. Embora Jake não tinha dúvida de que sim e quando Denver o fizesse certamente procuraria fazê-lo soar tão mal como pudesse. O único consolo que tinha Jake era Shorty. À primeira oportunidade falaria com Índigo e com o velho Shorty para que este lhe desse justa conta de todo o falado e acontecido em sua conversação com o Tompkins.

 

Agarrado às mangas do carrinho de mão, Jake começou a dar um passo. Enquanto o fazia, pensava que vislumbrava movimento na ladeira rochosa na parte superior do escarpado. voltou-se para olhar, e o que viu lhe gelou o sangue. Um deslizamento de rochas. A entrada principal ao túnel se encontrava diretamente em seu caminho. Por um instante, Jake logo que podia acreditar o que via. Logo deixou cair o carrinho de mão e pôs-se a correr.

 

—Índigo!!!

 

Ela não podia lhe ouvir. A cacofonia de som nos arredores da mina afogou sua voz e o ruído do deslizamento de rochas.

 

—Indigo, corre! Corre!

 

 

Jake se sentia como se estivesse tendo um desses sonhos horríveis onde o perigo avançava com a velocidade do raio e reagia com uma lentidão agonizante. Podia ouvir seu sangue pulsando em seus ouvidos, os pulmões gemer. O impacto de suas botas na vertente, correndo para ela.

 

—Índigo!!!!!!!!!—

 

Por fim, ela e Topper lhe ouviram. Protegendo-os olhos com o antebraço, voltou-se a olhar. Jake fez um gesto selvagem com seu braço, sem perder o passo.

—Corre! Um deslizamento de rochas! Sal daí! Corre!—

 

Ela jogou uma olhada ao redor e, sem ver nada, levantou as mãos no desconcerto.

—O que?— gritou

.

Jake podia ver as rochas ganhando impulso, deslocando a outras em seu caminho. imaginou a Índigo esmagada debaixo delas. O medo lhe emprestou a velocidade que não sabia que possuía.

—Corre, maldita seja! Corre!

 

Ela e Topper se afastaram de um salto, mas sem saber onde estava o perigo que se aproximava, não se moveram o suficientemente longe.

 

—Um deslizamento de rochas! por cima de ti! Sal daí!

 

Ela levantou a vista. Quando viu que Jake estava gritando a respeito de algum perigo, ela agarrou o braço do Topper e se voltou a correr. A primeira das rochas chegaram ao bordo do escarpado e salpicando o chão ao redor do salto com cascalho. Alguém alcançou ao Topper no ombro e o fez cair de joelhos. Índigo se deteve para ajudá-lo. O coração do Jake ficou gelado. Ela ia fazer se matar.

 

Com a ajuda do Indigo, Topper ficou em pé. Passou-lhe o braço por cima do ombro e o levou quase arrastando. Uma fração de segundo depois de que se limpou a área, a maior parte da avalanche golpeou o bordo do escarpado e se estendeu como uma cascata gigante e mortal. O salto e o terreno circundante de seis metros em todas as direções receberam uma chuva de pedras.

 

As pernas do Jake se cambalearam com alívio, mas não parou até deter-se três metros do Indigo e Topper. O pó se elevava a seu redor. Lhes metia na garganta e os pulmões. Os três se retiraram uns metros mais, tossindo e respirando dificultosamente.

 

Jake sabia que nunca teria chegado a Índigo a tempo para tirá-la dali. Um segundo mais, só um, e estaria morta agora mesmo. Imaginar-lhe fez começar a tremer. Queria tomá-la em seus braços, mas o medo o fazia gelatina seus músculos.

 

Quando o ar começou a limpar-se um pouco, Topper, exclamou:

—Isso é o que eu chamo muito perto para estar cômodo!.

 

—Está bem?— Índigo tentava comprovar o ombro de mineiro. —Tem algo quebrado?

 

Vários homens se reuniram ao redor.

 

—Estou bem—, assegurou o velho a todo mundo. —Graças a você—, disse a Índigo.

 

—A maioria da gente haveria dito salve-se quem pode. Você me salvou a vida, senhorita.

 

—Tolices. Dele ao Jake as obrigado por isso—. Índigo olhou ao Jake. —Graças a Deus que o viu vir!

 

Jake tratou de responder mas não pôde.

 

voltou-se a olhar no salto e foi enterrado por um pouco.

—Se não se moveu nada quando o fizemos.

 

Shorty chegou coxeando até eles.

—estive trabalhando este monte daqui fará quinze anos, e nunca vi rodar uma pedra tanto como se moveu esta pendente.

 

Os mineiros se arrastavam do túnel, tossindo e agitando o pó. Índigo fez uma buzina com as mãos ao redor de sua boca.

—Está tudo bem aí abaixo?

Um dos homens emergentes lhe deu um polegar para cima. Com um dedo sujo, Shorty agarrou um pouco de tabaco de mastigar do interior dos lábios e cuspiu. Disparou ao Jake um olhar significativo.

—Algo que diz que estas rochas tiveram um pouco de ajuda pá mover quer ir comigo e jogar uma olhada e a ver?

 

Jake, ainda não completamente recuperado do susto, tomou o braço de Índigo com uma mão tremente e a levou consigo enquanto caminhava. depois de ter estado tão perto, mostrou-se resistente a deixá-la sozinha.

—Sim, vamos ver.

 

Trinta minutos mais tarde, Jake tinha visto tudo o que precisava ver. O deslizamento foi causado pelo deslocamento de uma rocha gigantesca. Segundo todos os indícios, assentou-se firmemente, e parecia pouco provável que se moveu de repente por sua conta.

 

—Isto não foi um acidente—. A precaução lhe fez cortar as palavras.

 

Shorty se arranhou a cabeça.

—Não parece assim. Poderia havê-lo sido, entretanto. tivemos um comprido período de fortes chuvas faz uns dias. A terra poderia haver-se abrandado a seu redor.

 

Jake lhe lançou um olhar.

—De verdade crie isso?—

 

Shorty juntou o sobrecenho.

—Não, acredito que não. E eu não gosto de pensar que alguém o tem feito deliberadamente.

 

Índigo se sentou em uma rocha próxima e ficou fora do caminho do deslizamento de rochas.

—Crie que alguém o fez a propósito?

 

—Talvez seja assim. Possivelmente para bloquear a entrada da mina, atreveria-me a dizer—, aventurou Shorty.

 

Jake não queria pôr o medo em palavras, mas tinha que fazê-lo.

—Ou para matar a alguém—. Olhou a Índigo. Nunca esqueceria ver o pendente de rocha rodando para ela como uma onda gigante. —Quer dizer que…—

 

Seus olhos se abriram.

—A mim?— Jogou uma olhada pela colina. —Nem sequer se pode ver a entrada da mina, ou o que há aí abaixo daqui. Não poderia ter sido feito para mim.

 

Jake fez um gesto para um grupo de árvores a sua esquerda.

—Alguém pôde ter estado observando de lá.

 

Ela o olhou com mal dissimulada exasperação.

—Eu poderia ter deixado de estar ali, de um momento a outro. Não é muita hipótese? Topper estava lá abaixo, também. Outras pessoas foram e vinham. Um deslizamento de rochas não pode ser dirigido a uma só pessoa.

 

—Crie que a um assassino importa a quem mais se leva por diante sempre e quando chegasse à pessoa que queria?

 

—Certamente, não é sério.

 

—Eu estou falando muito a sério.

 

Estava muito agitado. Não queria reagir de forma exagerada, e seus argumentos agora pareciam não ter sentido. Mas, maldita seja, como ia correr esse risco? No melhor dos casos, trabalhando em ou ao redor de uma mina, era perigoso. Era um lugar perfeito para cometer um assassinato e fazer que parecesse um acidente.

 

Jake recordou os outros dois incidentes que tinham estado muito perto de ferir índigo, o desmoronamento em que se lesou Caçador e o disparo de um rifle que tinha tirado a vida ao Wolf.

 

E agora, um deslizamento de rochas. Seguiu imaginando a esmagada sob centenas de quilogramas de pedra.

 

Com uma sensação de irrealidade, disse,

—Seu estava colocando vagonetas no rail, Índigo, uma atrás de outra. Se alguém estava ali nas árvores, observando e esperando o momento adequado, tivesse sabido que foste estar ali por um tempo—. Chutou uma pedra e a viu saltar e cair ladeira abaixo. —Teria tido muito tempo para vir aqui e deslocar a rocha. É só um passeio de uns poucos segundos.

 

Ela apoiou as mãos sobre seus joelhos e ficou em pé.

—A rocha poderia haver-se solto por si mesmo.

 

Jake apertou os dentes. depois de um comprido momento, disse,

—Talvez se. Mas, de novo te repito, talvez não. E não sou um homem ao que goste de apostar.

 

—O que quer dizer?—

 

Jake não queria responder. Sabia condenadamente bem o que ia fazer, e que ela o ia odiar por isso.

—Acredito que é melhor que vá a casa.

Ela abraçou a sua própria cintura.

—Isto não tem muito sentido. Não posso estar pendente de ti todo o momento. Não posso te vigiar aqui. Há muitas pessoas que vão e vêm, muito ruído, e as situações são muito perigosas. Até chegar ao fundo de tudo isto, acredito que deve ficar em casa.

 

—Se alguém me quer matar, pode-o fazer ali.

—Não seria tão fácil. Teria uma oportunidade de vê-lo chegar, por exemplo. Com tanta gente indo e vindo pelas ruas que pudessem escutar um grito, solo um imbecil faria algo a plena luz do dia.

 

Sua voz se elevou a um tom agudo, e ela fez um gesto para o chão que estava afetado, onde a rocha em que se sentou.

—Este é um pendente pronunciado. O estou acostumado a pode afrouxar-se por sua própria conta, você sabe. Não se pode estar seguro de que o desmoronamento foi provocado por alguém.

 

—Não, mas meu instinto me diz isso.

 

—Está usando isto como uma desculpa!— exclamou ela.

 

Shorty tossiu.

—Acredito que aqui é onde eu digo que é hora de que me volte a trabalhar.

 

Jake o viu afastar-se. logo que Shorty esteve mais à frente do ouvido, voltou-se para Índigo.

—Carinho, me escute.

 

Ela apertou os braços na cintura e lhe girou a cara. Jake suspirou.

 

—Índigo, por favor, não atue assim. Crie que eu te enviaria a casa sem uma condenada boa razão?

 

—Sim—, respondeu ela com voz oca. —Acredito. Quer que vá. Não podia pensar em uma boa razão para me mandar a casa, por isso não o fez antes. Mas agora a razão tem cansado em seu regaço.

 

—Isso não é certo.

 

Ela fixou um olhar acusador nele.

 

Jake dobrou os dedos ao redor da parte de atrás de seu pescoço.

—Admito-o, de acordo? Eu não gosto que faça um trabalho de homens. Preferiria que não, mas agora isso que não tem nada que ver com isto.

 

Com uma voz monótona, disse,

—Acredito que tem muito que ver com isto.

Jake sabia que provavelmente tinha muitas razões para acreditá-lo. Quando olhou dentro de si era bastante transparente, e a verdade era que não gostava da idéia de que trabalhasse em uma mina. Entretanto, havia outras questões que intervinham aqui, e seria um parvo para as ignorar.

—O Xerife Hilton me aconselhou tomar todas as precauções. Isso é exatamente o que pretendo fazer. Por muito que você possa chegar a me odiar por isso minha decisão está tomada. Até que isto se solucione e estejamos seguros que Brandon Marshall não está detrás de tudo isto, você fica perto de casa.—

 

Seus olhos se abriram.

—C-Como de perto?

—Não passeará sozinha até que eu dê o visto bom.

 

—Quer dizer que não poderei…?— Seu olhar se deslocou para o bosque a seu redor. —Quer dizer que não se poderei ir passear? Ou a caçar?

 

—Sim.

 

Jake viu a tênue luz de seus olhos. Durante vários segundos, ficou ali com os lábios entreabiertos, com a garganta trabalhando sem fazer ruído. Ele esperava que lutasse. surpreendeu-se quando quão único disse foi:

—É essa sua última palavra?

Agitado, Jake colocou as mãos nos bolsos para deixar de tocá-la. Maldita seja, não queria isto agora mesmo, com todos os problemas que já tinha em cima.

 

—Sempre terá que reservar o direito a trocar de opinião, Índigo. Mas neste caso, tenho que dizer que sim, que é minha última palavra.

 

Ela inclinou a cabeça. Ele fechou os olhos e tragou saliva.

 

—Índigo, não é o que está pensando—, disse-lhe com voz entrecortada. —Juro Por Deus que não o é. Só quero te proteger. No momento em que cria que é seguro, vou levantar as restrições.

 

Ela assentiu e se afastou. Jake ficou ali e a viu. De repente, a voz da Mary Beth soou em sua cabeça. Eu gostaria que te casasse com o Emily. Talvez, então lhe faria a vida impossível a ellaen vez da mim. Só que não se casou com o Emily. Em seu lugar, casou-se com uma garota semi-selvagem que nunca tinha sido governada por ninguém.

 

Caminhando detrás dela, Jake disse,

—vou deixar algumas costure listas aqui hoje e caminharemos a casa, de acordo? vamos falar o.

Ela levantou a vista quando chegou a sua altura. Com uma expressão em branco estranha nos olhos, perguntou-lhe:

—Há alguma possibilidade de que troque de opinião?

 

Jake queria dizer que sim. Mas a verdade era que a sério o duvidava. Tão molesto como ela, obviamente, detestaria-o por fazer isto, sua primeira preocupação tinha que ser sua segurança.

—Não é provável—, respondeu. —Mas talvez se falarmos disso, você começará a sentir-se melhor a respeito de minha decisão.

 

Mais tarde essa noite depois que Jake a acompanhasse para ir visitar seu pai, Índigo foi ao poço a tirar água. Ao aproximar-se do cubo, olhou com nostalgia para o bosque. Os pássaros cantavam aqui no pátio da tia Amy, mas não tão serenamente como o faziam no bosque. O vento lhe sussurrou aqui, também, mas não falou com ela na mesma maneira. Teve que enfrentar-se à possibilidade de não poder voltar nunca para caminhar durante horas por suas amadas montanhas.

 

Uma prisioneira. Isso era no que se converteu. E poderia ser condenada a cadeia perpétua.

Sentindo-se extrañamente insensível, apoiou as costas contra o muro e ficou olhando um nada. No fundo de sua mente, perguntou-se se talvez não estava em estado de shock por causa de tudo o que tinha acontecido. Mas a questão tomou muita importância para sair do passo e decidir sobre uma resposta. Em realidade não importava. O intumescimento se sentia bastante bem depois de toda a confusão.

 

Três dias. Como poderia a vida de um trocar de maneira tão drástica em tão pouco tempo? Estudou um arbusto de erva perto da ponta de seu mocasín. Fazia só setenta e duas horas, a erva tinha sido tal como estava agora, várias folhas verdes, tudo brotando de um sistema de raízes emaranhado. O sol ficava, bem a tempo, como o tinha feito durante séculos. A lua se elevava quando caía a noite. Nada no mundo tinha trocado, e entretanto nada era o mesmo.

 

Tratou de reunir tudas as mudanças em um tudo significativo, para poder compreender exatamente onde estava e aonde se dirigia. Entretanto, sentiu-se enjoada, de igual forma que Chase por volta de que se sentisse assim anos atrás, quando a agarrava pelas bonecas e dava voltas com ela em um circulo fechado, até que a soltava e não podia ficar de pé. Tinha essa sensação agora, como se a terra e o céu se formassem redemoinhos, e não pudesse encontrar um lugar sólido para plantar seus pés.

 

Todas as coisas com as que tinha contado sempre lhe tinham sido arrebatadas, Wolf, o apoio de seus pais, a casa onde tinha crescido, a mina, e suas montanhas. Até seu nome era diferente. Não mais Índigo Lobos, agora Índigo Rand. sentia-se como um recipiente que tinha sido drenado e deixado vazio.

 

As hirientes palavras de Denver Tompkins sussurravam em sua mente e fechou os olhos em um arrebatamento de vergonha. Tratou de imaginar a noite que vinha, mas sua cabeça se negou a formar as imagens. Só sabia o que fazer o amor com um homem que a considerava uma posse para ser usada e emprestada estava destinado a ser horrível. Só podia perguntar-se por que Jake lhe tinha dado uma pausa ontem de noite. Tinha cem perguntas na cabeça. Denver a tinha estado mentindo? Ou era simplesmente que Jake estava jogando com ela?

 

O rugido de um puma feriu no ar. Índigo levantou a cabeça e escutou. Fada dos Dentes. As lágrimas ameaçavam cobrindo os olhos. Endireitando os ombros, piscou, tomou o cubo e correu para a casa, salpicando água.

 

                                             Capítulo 13

Jake baixou da mina e se dirigiu diretamente à casa dos Lobos para falar com Caçador. O Pai Ou'Grady estava confessando. Loretta saudou o Jake com a mesma frieza que tinha essa manhã. sentiu-se incômodo, Jake não queria perder o tempo em brincadeiras antes de ir-se à cama. depois de saudar caçador e lhe perguntar se se sentia bem para falar, Jake fechou a porta para que Loretta não pudesse lhes ouvir.

 

Tomando cuidado de não dar uma explicação parcial do que tinha ocorrido, contou a Caçador sobre o deslizamento das rochas, o perto de ser muito grave que tinha sido e por que lhe tinha restringido as atividades a Índigo.

 

Quando terminou de sentar as bases para as perguntas que queria fazer, Jake estendeu as mãos e recorreu à crua honestidade.

—Acabo de sair com Índigo de casa. Ela está muito molesta—. Tão brevemente como pôde e sem contar seu passado, Jake explicou como se sentia a respeito das mulheres que realizam trabalhos pesados. —Ela pensa que estou usando o deslizamento de rochas como uma desculpa para mantê-la em casa.

 

Caçador parecia ter em conta cada palavra.

—Se não fora por este perigo, oporia-te a que subisse à mina ou que caçasse no bosque?

 

Jake colocou as mãos nos bolsos de suas calças jeans.

—Preferiria que tivesse interesses mais convencionais, mas não é por isso que a limito à casa. O xerife Hilton pensa que Brandon Marshall pode resultar perigoso. Não confia no homem, e me disse que tomasse todas as precauções. Dado o disparo que matou ao Wolf e o deslizamento de rochas, como posso estar seguro de que ela estará a salvo na mina ou no bosque?

 

—Assim que esta decisão só se alargará até que esteja seguro que Brandon não lhe fará mal?

 

Jake assentiu com a cabeça.

—Uma medida temporária.

 

Caçador estudou ao Jake durante um bom momento.

—por que me conta todo isto?

Jake se pôs-se a rir.

—Quero sua opinião. Estou sendo injusto?

 

Caçador sorriu.

—Isso não me corresponde dizê-lo. Você é o marido de Índigo.

 

—Quero ser um bom marido.

 

—Com esse desejo que lhe guia, como se pode falhar?

Jake queria uma resposta direta, não dando rodeios.

—Crie que poderia estar em perigo?

 

Caçador assentiu com a cabeça.

—Eu acredito que é possível. Também acredito que tem um bom coração. Escuta a canção que canta, né? É ali onde se encontram as respostas que buscas.

 

Jake deixou escapar um suspiro desanimado.

—Eu estava realmente esperando que me desse um conselho, Caçador. Ela é sua filha.

 

—E lhe dei isso a ti.

Jake inclinou a cabeça para trás e ficou olhando o teto.

—diz-me que pare a escutar as canções? Nem sequer estou seguro de que haja uma dentro de mim. E se a há, está destinada a ser diferente daquela que canta Índigo. Não a entendo a metade do tempo. Como, diabos posso tomar decisões acertadas a respeito de sua felicidade?

 

—Deve encontrar o caminho.

 

Jake o olhou aos olhos.

—É por isso que vim aqui.

Caçador voltou a sorrir.

—Assim que lhe eu lhe posso mostrar isso? E depois de ter ido muito longe, então o que? Quando estiver profundamente nas árvores e a forma em que eu te assinalei já não esteja claro, como vais dirigir seus passos?— Ele negou com a cabeça. —Deve encontrar seu próprio caminho desde o começo, uma boa maneira para ti e para Índigo. Uma vez que saiba como deve caminhar, nunca te perderá.

 

Jake tragou uma maldição e tirou as mãos dos bolsos.

—Em outras palavras, estou por minha conta.

 

—Não. Minha filha caminha contigo. Escolhe seu caminho com cuidado, sim? O caminho por diante será complicado às vezes. Em ocasiões, pode ser rochoso e estreito. Deve estar seguro de ir por um caminho que deixa espaço para que ela possa viajar a seu lado.

 

Jake suspirou e se sentou na cadeira de balanço. Deixando cair sua cabeça entre suas mãos, inclinou-se para frente e pôs seus cotovelos sobre os joelhos.

—Neste momento, o caminho é bastante condenadamente rochoso. Estou preparado para estrangulá-la.

 

Ele se Rio brandamente e olhou para cima.

—Ela não quer falar comigo. Não consigo descansar com tudo o que tenho que lhe dizer e não quer escutar.

 

Caçador sorriu levemente.

—Ah, sim, a tranqüilidade. Elas são boas nisso. É sua forma de fazer as coisas. Nós temos a força do braço, e elas a força de vontade.

 

—Como o dirige quando Loretta não quer falar?

Caçador encolheu seus ombros e fez uma careta.

—Eu faço a grande luta por um momento, e logo me rendo.

 

Uma risada estalou no Jake antes de que pudesse reprimi-la. Quando viu responder a Caçador com um sorriso, relaxou-se. —Sinto muito, mas me pareceu gracioso. Se ela espirrasse, eu também cairia a seus pés.

 

—Ah, mas quando chora, se que me puser mal—. Fechou os olhos por um momento. —Acredito que a maneira é secar suas lágrimas, não? E logo me encontro com que se rendeu.

 

—Deixaria-a fazer a seu desejo se tivesse medo por sua segurança?—

 

—Não, para mantê-la a salvo, posso ser um homem muito mau.

 

—Essa é minha posição. Não posso ceder nisto.

 

Caçador inclinou a cabeça em acordo tácito.

—Talvez possa render-se nas coisas pequenas. Ser um bom marido não é fácil, sobre tudo o primeiro dia—. Seus olhos azuis cresceram com sábia solenidade. —Há muitas maneiras em que uma mulher pode chegar a fazer-se danifico, verdade? Não se pode manter a salvo de todos eles.

 

—Por exemplo?— Jake lhe perguntou, desconcertado.

 

Caçador fez um gesto com a mão sem enfaixar.

—Índigo não morrerá de fome se não comer durante uns dias. Talvez poderia deixar que seu ventre lhe diga quando pôr comida na boca. Quando a garganta quer empurrar a comida, e seu marido diz que terá que tragar, algo estranho ocorre. Minha mulher o chama náuseas.

 

Jake deixou a cadeira de balanço. Sua mente se deslizou para trás à manhã, quando lhe tinha pedido a Índigo que comesse sua torrada. Ele arqueou uma sobrancelha.

—Algo mais?

 

—Pode deixar que alimente seu puma. Faria-me um homem feliz. esteve gritando ao bordo do pátio todo o dia e despertava. E minha mulher está com má cara.

 

Um músculo ao longo da mandíbula do Jake começou a funcionar. Apesar de que Caçador usava o idioma de uma maneira às vezes bastante confusa, entendeu-o perfeitamente.

—Já vejo. Isso não seria pelo que Loretta me tratou tão fríamente esta manhã?—

 

Os lábios de Caçador fizeram uma careta.

—Índigo é sua pequena filha. Não se sentirá feliz ao ver como a restringe em absolutamente todos seus quehaceres. Nós sempre lhe permitimos alimentar a seus animais. De repente, seu novo marido diz que não sobre o puma…

 

—Já vejo.

 

Caçador parecia não estar muito seguro que Jake lhe tivesse entendido, o manejo da linguagem dos brancos apesar de levar tanto tempo falando-o… até sabia que havia coisas que lhe custava expressar.

—Seguro? Se Fada dos Dentes não se alimenta, vai tratar de roubar nas linhas de armadilhas muito em breve. Se o fizer, pode ter um pé apanhado, e o caçador o vai matar. Posto que só se confia em Índigo, Loretta não pode lhe dar de comer. Só pode lhe ver e preocupar-se.

 

—E zangar-se—, acrescentou Jake.

 

Caçador sorriu.

—Meu Loretta é uma boa mulher, e não vai dizer te nada. Mas seus olhos lhe podem congelar. lhe dê a minha filha essas pequenas coisas, não? Muitos mudanças muito logo podem causar grandes problemas.

 

Jake se levantou com rigidez da cadeira de balanço.

—Obrigado, Caçador. Esta visita foi enriquecedora.

 

Caçador assentiu com a cabeça.

—vais fazer por falar com minha filha, sim, assim que talvez ela falará contigo?

 

—OH, sim. vamos falar, está bem.

 

Estava obscurecendo quando Jake deixou a casa dos Lobos. Caminhou pelo passeio, suas botas golpeando as pranchas com ecos agudos, a mandíbula tensa. A ira se apoderou dele em ondas quentes e palpitantes. Ela tinha mentido a seus pais esta manhã. Pergunta-a era, por que? Jake tratou de imaginá-la sentada humildemente na mesa de seus pais, nauseia-as depois de morder sua torrada, pretendendo que a besta de seu marido lhe tinha ordenado que não desse mais de comer ao puma. A imagem lhe fez ficar mais furioso.

 

Ao aproximar-se da casa do López, deu-se conta que o abajur não se acendeu em seu interior. Jurou e se apressou a subir as escadas, prevendo sua fuga ou que fosse um truque tolo de mulher. Em sua pressa, abriu a porta com tal força que golpeou a parede interior.

 

Encontrou-a na cozinha quase às escuras. Estava de pé, na mesa da cozinha cortando com calma um pedaço de carne de veado, uma imagem da domesticidade, à exceção de seu traje índio, a falta de luz, e a expressão em seu rosto ferido. Jake se sentiu ridículo. meteu-se as mãos nos bolsos da calça e a olhou por um momento. Parecia como se alguém acabasse de esbofeteá-la ou machucá-la, tremente, e perigosamente perto das lágrimas.

 

Sua ira minguou um pouco. A pesar que o enfureceu pensar nas mentiras vergonhosas que lhe havia dito a seus pais sobre ele esta manhã, teve que admitir que os últimos dias tinham sido muito difíceis para ela. Provavelmente estava lutando contra ele da única maneira que sabia fazê-lo. O menos que podia fazer era ter isto em conta e manter a calma.

 

foi procurar o abajur da sala de estar, acendeu-a e a levou a cozinha.

 

—vais necessitar mais madeira para amanhã?

 

Sua expressão não trocou, nem sequer com um tic.

—Logo o olharei.

 

Sua resposta chegou em um tom monótono, talhado e pouco amistoso, marcada por um corte eloqüente da folha da faca, já fatiando limpamente através da carne de veado e um pouco na tabela de cortar. Jake tinha a desagradável sensação de que estava imaginado que a parte de carne era seu pescoço.

 

—Não me importa trazer lhe Decidido isso a ser paciente e razoável, saiu e tomou uma braçada de lenha. Quando ele voltou a entrar na casa, já tinha terminado de cortar a carne e tinha começado a cortar batatas.

 

Com alegria fingida, disse,

—A tormenta nos passou já por cima. Assim seguro que haverá muitos dias de sol, a ver se estabelecer um recorde.

 

Sua resposta foi o silêncio rígido. Jake apertou os dentes e voltou a sair para obter mais madeira, amaldiçoando as mulheres e suas estratégias de guerra. Talvez Caçador poderia rir disso, mas Jake não. Estaria condenado se ficava ao dia com esta faceta de Índigo.

 

Decidido, Jake retornou à cozinha e cuidadosamente descarregou a madeira em uma pilha ordenada em sua caixa.

—Já está, senhora Rand. Com isto terá suficiente até manhã de noite.

 

Ela não disse obrigado. Tampouco lhe fez nenhum caso. Jake a observou cuidadosamente enquanto sujeitava uma tampa sobre a frigideira de batatas e começava a sentar as peças de carne de veado enfarinhadas na prancha muito quente. A irritação era evidente em cada linha de seu pequeno corpo. Paciência, recordou-se. Lhe ocorreu que talvez tinha medo de dar rédea solta a seus sentimentos, por temor a que pudesse tomar represálias.

 

Ele se esfregou o pescoço.

—Carinho, sei que está molesta.

 

Extraiu graxa da prancha, e a atirou.

 

Jake esperou para lhe dar tempo a responder, deu-se conta que ela não tinha a intenção, e franziu os lábios.

—Não pode olhar o lado positivo? Se não ter que trabalhar nos próximos dias, talvez poderia acontecer algum tempo mais com sua mãe—. Se deteve um momento e logo acrescentou com uma voz, inclusive mais suave, —Ou tempo com seus animais. Fada dos Dentes por exemplo.

 

Lhe lançou um olhar de assombro. Jake viu a expressão que se desenhou em seu rosto. A culpa? Não podia estar seguro. depois de um momento, parecia recuperar sua compostura. Ela refez a postura de seus ombros, e voltou sua atenção à carne de veado, como se ele não estivesse ali.

 

—Não tem que ter medo, não vou zangar me contigo por me dizer o que pensa.

 

Ela não levantou a vista.

—Não te tenho medo.

 

Isso foi uma tolice, e ambos sabiam. Jake estava cada vez mais irritado por segundos.

—Bom, se não estas assustada, então pelo menos me olhe.

 

Embora seus olhos estavam desconcertados quando voltou seu olhar para ele, Jake não podia deixar de notar o ressentimento em suas profundidades.

—Isso está melhor—. Se um olhar pudesse queimar, pensou, seria reduzido a cinzas. Sabia condenadamente bem que ela tinha temperamento e habilidades comunicativas de sobra. —Até quando vais continuar com este silêncio infernal, Índigo?

 

lambeu-se os lábios.

—Só até que haja algo que dizer. Neste momento, não há nada dentro de mim, salvo…—O rosto do Jake estava tenso e lhe lançou um olhar apreensivo—a ira—.

 

Esse foi um passo na direção correta.

—Então, expressa sua irritação comigo—, insistiu em um tom severo.

 

Lhe lançou outro olhar de assombro.

—É esse seu desejo?—

 

Acostumados às manobras femininas da Mary Beth quando ela queria conseguir algo a sua maneira, Jake súbitamente olhou com receio a Índigo. Este ato servil por seu parta estava realmente começando a se desesperá-lo. Se era seu objetivo fazer que se sentisse como um ogro, estava tendo um êxito admirável. Se ela esperava que se irritasse, ia estar perigosamente perto de consegui-lo. Não tinha idéia quão perto.

—Sim, é meu desejo—, fora o que fora.

 

Endireitou os ombros e colocou a prancha longe do calor, limpou-se as mãos em uma toalha, e logo se voltou para ele.

—Não te vais zangar?

 

—Não. vais fazer que me volte louco se não falar já. —

 

Ela levantou o queixo.

—Acredito que é um bastardo arrogante e egoísta.

 

Suas palavras foram tão bem moduladas e precisas que por um momento seu sentido não se registrou no cérebro do Jake.

 

—Eu… também te odeio—, finalizou ela.

Sua garganta se sentia extrañamente apertada, da indignação ou do impulso de rir, que não estava seguro.

—Isso é tudo?

 

Obviamente agitada, deu um passo ao armário, tirou uma fonte, e logo ficou lhe olhando.

—Não, isso não é tudo.

 

—E bem?

 

Ela lançou um olhar à cozinha, pôs a bandeja na plataforma, e logo tirou um prato.

—Eu gostaria de queimar o jantar, atirá-la no chão, e ao porrete com a prancha quente.

 

—Assim de mau, né? realmente vejo que está molesta.

 

—Sim.

 

Ele se cruzou de braços.

—Mas em lugar disso, acaba de mover a prancha do fogo para que a carne não se cozinhe muito rápido?—

 

Seus lábios se franziram com desgosto inconfundível.

—Você é meu marido. É meu dever velar porque coma.

 

—Inclusive quando está tão zangada?

 

—Meus sentimentos são importantes só se cumprir com meu dever.

Entrecerró os olhos. Estava começando a entender. A culpa, a arma definitiva. Mary Beth poderia tomar lições desta pícara daqui a pouco.

—Não me diga. Esta é a maneira de seu povo, verdade? Uma esposa deve ser obediente, e se seu marido é um bastardo arrogante, egoísta, seu único recurso é aceitá-lo.

 

Seus olhos brilhavam com mais intensidade.

—Sim.

 

Entusiasmado pelo jogo, ele respondeu à expressão rebelde em seu rosto com um sorriso lento.

—Estou interpretando isto de maneira correta? Está tão furiosa que você gostaria de como há dito? Ah, sim, ao porrete contudo, entretanto, veio à cozinha, começou a fazer o jantar, e não me disse uma palavra. Esta é a forma em que a mulher de um bom comanche se comporta, quando a gostaria de assassinar a seu marido?

 

Dois pontos brilhantes de suas bochechas de cor rosada por bandeira.

—Sim.

 

—Uma mulher comanche não grita quando está zangada?— Seu sorriso se ampliou. —Não manda ao marido ao porrete? Só faz o que seu marido lhe diz, sem opor-se?

 

—Sim—, respondeu ela.

—Repete isso. Não acabo de te escutar.

—Sim!

Jake a olhou durante um minuto, sem deixar de sorrir. Por último, endireitou-se.

—Esse é o sonho de todo homem feito realidade—. Inclinando sua cabeça para a estufa, disse, —Eu gostaria em vez de bolachas, torradas. Que estejam ligeiramente douradas—. Com isso, saiu da cozinha.

 

Depois haver-se lavado e trocado a roupa de trabalho, Jake retornou a descobrir que sua formosa esposa, fríamente silenciosa e áspera lhe tinha preparado uma comida excelente, tudo cozinhado em seu ponto. sentou-se e estendeu o guardanapo em seu regaço.

 

Com um sorriso satisfeito, disse,

—Não vais comer?

—Não tenho fome.

 

O mordeu, mastigou e tragou, recordando os assédios por fome da Mary Beth. Quando chegavam às batalhas de vontades, ele já era um professor consumado.

—E se insistir?

 

Jogou uma olhada à comida com resignação.

 

—Então comerei.

—Inclusive se lhe dão nauseiam?

 

Ela tênia um olhar assustado. Jake esteve a ponto de enfrentar-se a seguir. Ambos se sabiam condenados. Ele tinha estado preocupado porque ela não tinha comido, e tinha tratado de convencê-la a tomar algum tipo de alimento. Por razões que não entendia, ela tinha eleito para tirar proveito, e tomar suas palavras ao pé da letra, sem dúvida para fazer ficar mau.

 

por que? Essa era a pergunta. Tinha esperado que seus pais pudessem decidir anular seu matrimônio com o? Jake não tinha nem idéia. Quão único sabia com certeza era que não gostava que lhe fizessem parecer um ogro sem coração, e agora ia terminar com toda essa tolice e ela não voltaria nem a tentá-lo.

 

—Não acredito que te vá doer perder uma ou duas comidas. Você não terminaste que crescer até, mas um pouco de fome, não vai fazer te emagrecer , e esse teu traseiro pode suportar um pouco de dieta.

Ela se passou uma mão por sua coxa, sua consternação era evidente.

 

—Tinha medo de que poderia dizer que tinha que esperar até que seu marido terminasse de comer. Esse é outro costume a Índia, não? Os homens comem primeiro, enquanto que as mulheres rondam perto até que acabam de servir?

 

—Meu pai prescindiu dessa tradição. Em sua casa, há uma confortável mescla de costumes de brancos e maneiras Comanche, e ele desfruta da presença de minha mãe em sua mesa.

 

Seu pai também se rendia quando sua mãe se zangava e não queria falar com ele. Caçador autoritário? Não, não o era.

 

—Já vejo—. Lhe sorriu. —Assim, se um costume Comanche me parecer insuportável, podemos alterá-la, ou corrigi-la?

 

—Sim.

 

meteu-se um pedaço de pão feito em casa da Loretta na boca. Jogando-o garganta abaixo com um sorvo de café, disse,

—Não é que me queixe. Nunca conheci a um homem que se queixasse de ter uma esposa completamente servil, cujo único propósito era agradar a Deus e fazer a vontade de seu marido.

 

As manchas de cor voltaram a aparecer nas bochechas.

 

Jake escondeu um sorriso detrás de sua taça de café.

—me diga, o que se espera de um marido neste tipo de acordo? Existe alguma norma que tenha que seguir? Não quero decepcionar a uma esposa obediente, maleável, por minha queda por debaixo de suas expectativas.

 

—Não há regras para um marido—, respondeu ela com voz tremente.

 

—Nenhuma? Sem dúvida, uma mulher deve ter alguma expectativa ou ideal.

 

—Só a esperança de que seu marido a ame e—seu olhar era um enigma—tentar por todos os meios ganhar seu favor.

 

Bonança. Um sutil aviso da promessa que tinha feito a ela no desvão ontem? Como lhe havia dito? Ah se, disse-lhe: vou fazer todo o possível para te fazer feliz.

—Sabia que tinha que haver uma armadilha.

 

—Não há nenhuma lei que diga que deva—, acrescentou com voz trêmula. —Uma mulher só pode esperar.

 

Deixou a taça de café com um clique decisivo, mentalmente a aplaudia. Seus métodos, a intenção de acicatear sua consciência, estava seguro, havia rabietas da Mary Beth que eram muito similares. Infelizmente para ela, ele nunca tinha estado e nem tinha a intenção de deixar-se manipular. Poderia seguir assim durante um mês, e não rescindiria sua decisão sobre que ela ia ficar quietecita em casa. Tampouco ia ter êxito em conseguir que seus pais anulassem seu matrimônio, se esse era seu plano. Terei que assegurar-se de que não haveria anulação esta mesma noite.

 

Não tinha intenção de lhe permitir continuar esta farsa o tempo suficiente para que se convertesse em um problema. Ela não se dava conta, mas ele tênia métodos, embora algo clandestinos, de cortar de raiz esta situação.

 

—Assim, em poucas palavras, meus desejos sempre prevalecem—. Ele refletiu sobre o que ia seguir dizendo por uns momentos. —É um acerto malditamente bom para o homem. estende-se a tudo? Não importa quão extravagante seja minha petição, sempre me obedeceria, sem dúvida nem discussão?

 

Era a imagem do orgulho ferido, parecia estar lutando para responder. Finalmente, obteve um fraco

—Sim—.

 

Jake se tornou para trás em sua cadeira e percorreu com o olhar lento e deliberadamente sobre toda sua pessoa. Levantando uma sobrancelha, disse,

—Isto poderia ser interessante.

 

O olhar de assombro que cruzou sua pequena cara, o disse tudo. Esteve bastante surpreso, quando ela não apresentou nenhum signo de retroceder. Quando a Mary Beth saía o tiro pela culatra, pelo general trocava de tática imediatamente.

 

Ele tirou o relógio de seu bolso e olhou a hora.

—Dá-te conta que estivemos casados por quase vinte e quatro horas?— Ele a olhou diretamente aos olhos, observou com satisfação que tinha começado a inquietar-se. Poderia ser inocente, mas parva não o era. —Vinte e quatro horas. E eu ainda não vi a minha esposa sem flanela ou sem o couro que a cobre de cabeça aos pés. O que aconteceria eu pedisse jogar uma olhada a sua pessoa? Pode ser minha sobremesa.

 

Ela se levou uma mão à garganta, e seus olhos se arredondaram como duas moedas. Sua reação de horror quase lhe custou o jogo. Jake fez tudo o que podia fazer para manter sua cara séria.

 

—É q-que o está pedindo?— chiou.

 

—E se o faço?— ele respondeu. —Tirasse-te a roupa para mim, Índigo?

 

Ela tragou saliva e lançou um olhar cheia de temor ao abajur.

—O abajur se esta apagando.

 

—Até nos permite ver—. Se balançou mais atrás em sua cadeira deixando-a cair nas duas patas traseiras, e lhe pôs o aspecto mais luxurioso que pôde reunir. —A primeiro blusa, acredito. Não ali na outra ponta, entretanto. Vêem e te ponha a meu lado. E lhe tira isso lentamente. A antecipação é a metade do prazer.

 

Ela parecia a ponto de fugir.

 

Em uma voz cheia de risada contida, acrescentou,

—Vêem, esposa obediente. Não tenho toda a noite.

 

Agachando a cabeça, aproximou-se dele. Quando o quadril tocou a esquina da mesa, deteve-se e cruzou os braços para agarrar a parte inferior da blusa de pele de gamo. Seguia esperando que se negasse, que renunciasse a sua mascarada da Índia obediente, sentia-se absolutamente seguro de que o faria.., Até o mesmo momento em que realmente subiu a blusa sobre sua cabeça e a atirou ao chão.

 

Jake sentiu como se alguém o acabasse de orvalhar com um cubo de cinco galões de água geada. Seus pulmões se congelaram da comoção, seu coração se sentia como se se detivera, e não tivesse podido mover-se, embora Deus o ordenasse. ficou de pé diante dele como um cabrito expiatório esperando a faca, com a cabeça abatida pela vergonha, e seu corpo tremendo. A musselina de sua camisa, muito usada quase transparente pelas numerosas lavagens, aferrava-se brandamente a seus peitos, era mas uma tomadura de cabelo que uma coberta.

 

As patas dianteiras da cadeira do Jake golpearam o chão com um golpe contundente, e quase caiu dela. Jake estava sentado ali em um silêncio atônito. A verdade o golpeou de repente, com uma claridade cegadora: ela não tinha estado atuando. Ela sinceramente tinha a intenção de aceitar qualquer decreto que ele ditasse, embora parecesse ser o fim do mundo para ela.

 

Uma lembrança de ontem brilhou, de Índigo aceitando os desejos de seu pai, quando disse que nunca lhe desafiaria. Recordou sua palidez durante sua cerimônia das bodas e depois, continuando, seu medo a noite anterior. Quão último queria era casar-se com ele, mas assim o tinha feito. E por que? Devido a seu pai o tinha pedido.

 

O jantar que as tinha arrumado para comer, de repente, sentiu-a como um montão de pedras na boca do estômago. Tinha sido um filho de puta um par de vezes em sua vida, mas isto ultimo se levou o prêmio.

 

—Índigo... sussurrou.

 

No som de sua voz, ela conteve o pranto com um pouco de ar e tirou a camisa interior fora da calça, então tomou os cordões da calça com toda a intenção de tirar-lhe Jake a agarrou pelas bonecas para detê-la. Elevou a cabeça. Os olhos azuis, resplandecentes de lágrimas e dor, com humilhação, aferrou-se a suas ordens no silêncio.

 

—Não quis dizer isso. Estava brincando—. As palavras, roucas pela emoção, golpearam o ar e penduraram ali, tão discordantes e terríveis que queria voltar a lhe chiar. Uma brincadeira? Ela tinha razão, ele era um bastardo egoísta, arrogante. E um bobo estúpido também. —Nunca sonhei que…em realidade… Eu não tinha pensado que…

 

Não havia palavras. Olhando-a, deu-se conta muito tarde, que não estava tentando manipular a ninguém, nem dizer mentiras. O mais perto que nunca tinha ouvido que fosse dizer algo falso foi quando ela negou ter medo, e provinha de seu orgulho obstinado, em lugar de uma intenção de enganar. Jesus, por que não o tinha lido em seus olhos? Eles estavam tão claros como o cristal e revelavam cada pensamento e sentimento.

 

É esse seu desejo? Devo? É essa sua última palavra? Recordou o olhar angustiado de seu rosto esta manhã, quando lhe tinha pedido tomar cuidado ao alimentar aos animais. Realmente não aprovo a alimentação do puma. Não lhe tinha proibido fazê-lo. Isso não tinha sido necessário. Sua desaprovação tinha sido suficiente. A voz de Denver Tompkins voltou a persegui-lo. Uma squaw fará o que seu homem lhe diga.

 

Jake se sentia como se estivesse doente. Índigo se tinha deixado pisotear como se fosse um tapete, seu orgulho estava atirado em terra, sob o talão de sua bota. Ele soltou suas bonecas e se afundou em sua cadeira.

 

—Sinto muito, Índigo. Ponha roupa de novo.

 

Ela cruzou um braço magro através de seus peitos e se inclinou para recuperar a blusa com uma mão quase paralisada. O olhar do Jake se parou na ferida de faca que cortava o antebraço direito. Ela não era como Mary Beth, e ele tinha sido um parvo ao fazer uma comparação.

agarrou-se o couro contra seu peito.

—Se tiver terminado, posso ir ao dormitório?—

 

Se terminou? Jake se encolheu. sentia-se bastante seguro de que lhe tinha feito todo o dano que podia fazer. Tinha terminado, com todos os direitos.

 

                                           Capítulo 14

No momento que Jake deu permissão a Índigo, voltou-se e fugiu da cozinha. Quando ganhou o dormitório às escuras, arrastando os pés quando se parou, deu-se a volta para olhar às escuras paredes, sentindo-se como um animal apanhado. Estava brincando? Ela pôs a mão sobre sua boca e se tragou o pânico crescente. Estava jogando com ela, não havia outra explicação. Estar casada com ele ia ser pior que suas fantasias mais horríveis.

 

Com as pernas trementes chegou à cama. Fechou os olhos e obrigou a sua mente a ficar por fora. Era isso ou gritar, e não lhe daria essa satisfação.

 

Depois que se tivesse chamado a si mesmo com cada nome obsceno que lhe ocorreu, Jake ficou em pé, agarrou o abajur, e caminhou pela casa. Encontrou a Índigo, tendida através da cama, com a cara contra um travesseiro. depois de colocar o abajur na mesinha de noite, sentou-se a seu lado e lhe pôs uma mão sobre suas costas.

 

—Índigo, por favor, não chore.

voltou-se com o rosto ferido, mas sem lágrimas.

—Eu não choro.

 

Jake deixou que seu olhar se desviasse para a parede.

—Devo-te uma desculpa. Nunca quis ser ridículo. Pensei, bom, não te entendi bem, e o sinto.

 

Sua entrega soava tão condenadamente rígida e formal e portanto totalmente diferente ao que ele sentia que queria gemer. Arrastou seu olhar para ela. Tinha sua cara pressionada contra o travesseiro de novo. Brincos de cabelo avermelhado se escaparam de sua trança e se estendiam como fios de cobre fundido contra a nuca de seda.

 

—Está bem—, disse com voz afogada.

 

Não estava bem. Estava terrivelmente molesta, e tendo sido incitarda para obter uma reação, sem imaginar que sua educação lhe tinha proibido tomar represálias. A responsabilidade que colocou sobre ele era aterradora. Lhe tinha entregue o governo autoritário de sua própria vida? A metade do tempo nem sequer entendia à garota.

—Atuei como o culo, e não está bem—. A ponta dos dedos roçaram a pele da blusa e acariciou ligeiramente os cachos que escapavam tão tentadoramente na nuca. —Olhe, eu pensava…

Sentiu que sua mão lhe acariciem sobre as costas a incomodava. Suspirou e tirou sua mão. Não a culpou.

Deixando um braço detrás dele, tornou-se para trás para que pudesse ver ao lado de sua cara.

—Índigo, me olhe.

 

Voltou a cabeça e pôs seus feridos olhos azuis sobre ele.

 

—Sei que não o mereço, mas poderia encontrar em seu coração algo para que me perdoe? E tratar de esquecer que fiz algo tão desprezível?

 

Sua expressão foi mais clara, disse sem palavras que ela não via nenhuma boa razão pela que devesse lhe perdoar. Jake teve que aceitá-lo.

 

—Sei que isso não é desculpa, mas tenho uma irmã Mary Beth. Recorda-me muito a ela, não na aparência, mas se no temperamento. E ela..—.

Olhando dentro dessas gigantescas esferas de cor azul brilhante, Jake seguia falando, logo que escutava o que dizia, esperando e rezando para que pudesse fazê-la entender, sim, lhe falou de sua irmã e suas famosas batalhas de vontade. Quando finalmente ficou em silêncio, alguns traços de sua alma ferida tinham sido apagados de seu rosto.

 

—Realmente rompeu todos os pratos? O que fez?

 

Jake lhe alisou uma mecha de cabelo da bochecha.

—Escondi o vaso chinês e lhe gritei que se detivera. O que outra coisa podia fazer?

 

—Como comem em sua casa agora?

 

O estômago do Jake se apertou. esqueceu-se por um momento que se supunha que era um homem de recursos limitados. Graças a Deus que não pareceu dar-se conta de quão caro um vaso chinês poderia ser.

 

—Tivemos que comprar mais pratos. Quando Mary Beth quer algo, fará quase algo que me faça trocar de opinião, incluindo o engano, se pode levá-lo a cabo. Às vezes, ela não me fala durante vários dias seguidos, e me volta louco. Pensei… se…

 

—Você pensou que eu estava fazendo o mesmo—, concluiu.

 

Jake assentiu com a cabeça, ainda se sentia um pouco mal ao recordar a expressão de seu rosto na cozinha.

—Quando te pedi que te despisse, nunca sonhei que em realidade o faria. Supus te daria a volta e que poria-se a correr.

 

—Onde vou?— perguntou-lhe com uma vocecita oca.

 

Pergunta-a agarrou no coração do Jake. Ela não tinha aonde ir, deu-se conta. Terra de Lobos era o único mundo que conhecia.

—Nunca vou pedir algo assim de ti outra vez—, prometeu.

 

—me despir, quer dizer?

 

Odiava a luz de esperança que viu em seus olhos.

—Não vou pedir te que te humilhe—, retificou. —Perdoa-me?

 

Seus olhos se suavizaram a um azul turvo.

—Sim, perdôo-te por me ordenar me tirar a roupa.

 

Ouviu uma nota condicionada à cauda dessa frase e sorriu.

—Mas não me perdoa por te ordenar que fique em casa.

 

Ela não respondeu, o que era eloqüente em si mesmo.

 

Jake olhou para outro lado.

—Eu gostaria de poder trocar de opinião, Índigo, mas não posso. Sinto-o se minha decisão te tem feito tão infeliz e te zangou.

 

—Não me sinto zangada agora—. Seus olhos se fecharam. —Nada mais sinto vazio.

 

Deus, sentia-se como um filho de puta. A parte mais horrível de tudo foi que em realidade ela não tinha querido fazer mal, nem jogar. Doía-lhe, tivesse-lhe gostado de envolvê-la entre seus braços para acalmá-la. Mas depois do ocorrido na cozinha, não queria fazer nada que pudesse interpretar mal-se.

 

sentou-se, acomodou-se para trás na cama, e deixou a coluna vertebral contra a cabeceira. Deu tapinhas no travesseiro a seu lado, disse,

—por que não vem aqui e sinta a meu lado? Talvez se falarmos, podemos chegar a algumas solucione para que se sinta um pouco menos vazia, né?

 

Empurrou com os cotovelos e olhou o lugar junto a ele.

 

—Vamos—, exortou brandamente. —Prometo não te morder.

 

Sem muito entusiasmo, ficou de joelhos e se aproximou. Quando se acomodou junto a ele, Jake passou um braço ao redor de seus ombros. No momento em que a tocou, sentiu a rigidez tremente de seu corpo, e se deu conta que quão último queria era estar perto dele.

 

Uma suspeita terrível se deslizou em sua mente. Era esse seu desejo? Colocando o queixo, considerou a postura de sua cabeça inclinada. Teria que ser inteligente para saber exatamente onde se encontravam, decidiu, antes que ele mesmo cavasse no mais profundo do problema.

 

Tocando ligeiramente um cacho tênue em seu ombro, disse,

—Sabe, eu adoro seu cabelo trancado. Mas acredito que eu gosto mais quando o deixa solto.

 

Índigo levantou as mãos e começou a arrancar-se forquilhas. Com uma dor na garganta, Jake viu a corda da trança moréia afrouxar-se quando passou os dedos por ela. Desfeitas as tranças seu cabelo derramava sobre seu braço, e logo mais em seu regaço. odiou-se pelo que estava a ponto de fazer. Mas, maldita seja, tinha que saber.

 

—Não o disse para que tome como uma ordem, Indigo—. Arrastou com os dedos o cabelo de seus olhos para olhá-la. Nunca mais claro que nesse momento se deu conta Jake da mescla das características de ambos os pais, a beleza frágil de sua mãe, a realeza orgulhosa de seu pai, todos moldados juntos para criar uma cara tão surpreendente, como que era uma maravilha. Índigo, uma combinação exótica de orgulho e humildade, de força e vulnerabilidade. Nunca a tinha entendido.

 

O coração do Jake ficou apanhado na confusão que tinha lido em sua expressão. Logo girou a cara e começou a recolher o cabelo para trançá-lo. Ela ia pensar que tinha um grave problema de indecidisión, mas ao menos tinha sua resposta.

 

Apoiou a cabeça contra o cabecero e ficou olhando o teto.

—Agora que o soltaste, Índigo, deixa-o tal como está—, disse com voz grave.

 

Da extremidade do olho, viu deixar as forquilhas para o cabelo a um lado e voltar suas pequenas mãos sobre seu regaço. Silêncio. No momento, Jake se deu a bem-vinda. A magnitude do que acabava de descobrir quase o afligiu. Deus, não sente saudades que se rebelou em contra do matrimônio. Do primeiro dia que a tinha conhecido, três coisas a respeito dela se destacaram, sua veia selvagem, seu feroz orgulho, e sua fidelidade às crenças de seu pai. Agora, como ela o via, converteu-se em um bem imóvel de um homem branco.

 

Jake pensou de novo, tratando de recordar esses momentos nos que tinha visto caçador dar uma ordem. As únicas vezes que Jake tinha presenciado tinha ocorrido a noite anterior, o primeiro um levantamento sutil de sua mão para silenciar a sua esposa quando ela protestou pelo matrimônio de Índigo, o segundo uma denúncia severo quando Índigo se atreveu a protestar pelo matrimônio mesmo. Desafia-me, Índigo? Jake fechou os olhos ao recordar sua resposta tremente. Não, pai, não lhe desafio.

 

Agora Caçador tinha exercido o máximo poder sobre sua filha, tinha sido entregue ao Jake.

 

Pouco a pouco, a realidade o cortou através da névoa da repulsão, na mente do Jake. Não é que ele não acreditasse que o homem chefe de família devesse ter autoridade. Acreditava-. Só lhe davam náuseas ao pensar que todos seus desejos se converteram em um símbolo para o Indigo. Se seguisse sem perguntar, quanto tempo se sentaria em silencio a seu lado, trancando e soltando o cabelo? Jake tinha a sensação de afundamento que o faria, se o ordenasse, durante toda a noite. Jogar mais com isto, não tênia já sentido.

 

Ele não estava talhado por este patrão para estar à altura. assustou-se como o inferno, pensando que Índigo pudesse executar tudo o que ele dizia, literalmente, e fazê-lo com obediência. Em um ataque de ira, poderia lhe dizer que se vá colocar a cabeça no abrevadero, ou ir afogar se no rio. Quando Jake pensou, a gente às vezes dizia coisas assim. Ele também tinha usado essas expressões. A reação da Mary Beth era lhe tirar a língua ou o dedo polegar em seu nariz. Jake não podia contar as vezes que tinha ameaçado estrangulando. Índigo poderia havê-lo tomado como uma ameaça a sério.

 

Jake teve o impulso horrível de rir. Toda a situação era incongruente, quando pensava nisso. Em uma casa onde a autoridade era questionada freqüentemente, não havia dúvida de que quem era o chefe, devia-se a que, em diversos graus, ameaçava, e em ocasiões recorria à força física para ver que suas ordens se levassem a cabo. Na casa de Caçador, onde sua autoridade era absoluta, ninguém podia dizer que governava, por que Caçador estranha vez sentia a necessidade de afirmar-se a si mesmo.

 

Jake supôs que era uma boa maneira de viver. Cada um na casa de Caçador parecia feliz, mais que a maioria. O único problema era que não estava do todo seguro de que pudesse andar nos passos de seu sogro. Nunca se tinha sentido na necessidade de sopesar cada palavra antes de falar. Ninguém tinha estado submetido jamais a ele, levando a cabo seu desejo mais nimio. Contar com esse tipo de poder sobre alguém era aterrador.

 

Se. Também era muito tentador.

 

Pela primeira vez em sua vida, Jake se encontrou cara a cara com o lado escuro de sua natureza. Que homem não tinha albergado desejos secretos, ao menos uma vez na vida, para ter uma criatura formosa como um sonho, a sua inteira disposição, em parte pulseira, em parte sedutora, que poderia satisfazer todos seus caprichos? Na maioria dos casos, a fantasia era simplesmente só isso. Perfeito. Só que para o Jake se converteu em uma realidade.

 

Dentro do círculo de seu braço estava sentada uma bela garota doce e inocente que faria algo, disse-lhe. Inclusive agora, ela se sentava em silêncio, esperando a que falasse. Imagens sedutoras caíram espontaneamente em sua mente, de Índigo escarranchado sobre ele, gloriosamente nua, o cabelo acobreado como uma cortina ao redor de sua cara enquanto se inclinava para lhe deixar chupar seus seios.

 

Jake deslizou a mão de onde se apoiava em seu ombro, até que encontrou o pendente de seda de seu pescoço. Distraídamente esfregando-o com os nódulos ao longo da coluna de sua garganta, teve a visão dela tendida diante dele, levantando os quadris e abrindo-se a si mesmo para que ele pudesse provar o mel de sua umidade. Seu pulso se acelerou, e apertou um dedo contra a parte inferior de sua mandíbula frágil para levantar a cara dela à sua.

 

Com seus lábios escuros a centímetros de sua boca, seu fôlego tão quente e doce, Jake não sabia por um momento se poderia resistir a tentação de beijá-la. Ela era dela. Nem Deus o condenaria. Ninguém esperaria que se contivesse, mas não queria lhe exigir nada que não queria fazer.

 

Era uma idéia potente e embriagadora. É esse seu desejo? Que Deus o ajude, ele não seria humano se não estivesse tentado. Tragou saliva e empurrou à imagem da tentação a distância. Talvez, para ser tentado era o suficientemente humano, mas se se deixasse levar, seria o filho de puta mais desumano do mundo.

 

Seus olhos brilhavam para ele, sua acostumado cor de leite dentro de vidro azul se obscureceu à prata pelo que só podia adivinhar que era o medo. Tudo isto poderia ser uma revelação para ele, deu-se conta, mas não Índigo. Ela entrou neste matrimônio sabendo que se colocou em uma vida de servidão. Já na noite anterior, provavelmente tinha considerado as possibilidades e aceitou que seu destino era inteiramente dele. Era de sentir saudades que desse um salto quando se aproximou dela?

Jake se sentia como se alguém estivesse apertando a garganta.

—íamos falar sobre as maneiras para que se sinta um pouco menos vazia.

 

—A sensação passará—, disse ela em voz baixa. —Com o tempo acostumarei às coisas tal e como são.

 

Uma dor surda se propagou através do Jake, acompanhado de uma ternura sem precedentes. Não podia nomear a emoção e não queria tomar um tempo agora mesmo para analisá-lo. No momento, era suficiente para fazer frente à ardorosa sensação de seu sentido protetor que encheram seu interior. Ela era mais vulnerável a ele que qualquer outra pessoa que tinha estado nunca a seu cargo, total e irrevocablemente vulnerável, um precioso presente que lhe apresentou no matrimônio por seu pai.

 

Jake sabia que ela queria muitíssimo a Caçador, o que significava que ele a tinha entregue em um ato de fé. Se era quão último fizesse Jake, queria demonstrar ser digno dessa confiança.

 

—Suponho que com o tempo que estejamos juntos os dois, acostumará às coisas, Índigo—, Jake lhe disse brandamente, —mas não tem que haver nenhum ponto em seu ser mais infeliz do necessário, verdade? Nas últimas vinte e quatro horas, muitas coisas que antes tinha, já não as tem. Estou pensando que talvez possamos diminuir seu sentimento de perda procurando algo que o substitua.

 

Apesar de que ainda tinha seu dedo apertado contra a parte inferior da mandíbula, ela deu volta à cara. Jake dobrou os dedos ligeiramente pelo lado de seu pescoço, muito consciente do ponto de pulso na garganta.

 

Com voz tensa, ela sussurrou, —Algumas costure não podem ser remplazadas.

 

—Isso é certo. Não posso trazer para o Wolf contigo de novo.

 

—Não.

—Acredito que posso fazer umas quantas coisas mais, entretanto.

 

Ela levantou os olhos curiosos aos seus.

—Que coisas?

 

Jake sorriu.

—Sei que está muito triste porque não te permito passear pelo bosque. Não imagino que será o mesmo, mas estou disposto a sair da mina a tempo todos os dias para ir passear contigo.

 

—Sério?

 

—Claro.

 

Não parecia muito contente.

—Isso estaria bem, Jake. Obrigado.

 

Não ia desalentar o muito logo no jogo.

—E até que possa voltar para a mina, estarei encantado de me sentar contigo no arroio, enquanto procura o ouro. Ajudaria isso?

 

Um rastro da escuridão de prata desapareceu de seus olhos, e ela quase sorriu.

—Sim, isso seria uma grande ajuda.

 

Jake se deteve um momento para dar efeito.

—Sei que te está preocupando com a carne para Fada dos Dentes, também, já proibi que vá caça ao bosque. Assim até que possa reatar a atividade, comprometo-me a manter o ahumadero bem sortido com um montão de carne fresca. Para isso terá que renunciar a uma tarde de passeio, mas se conseguir ar livre, outros dias, talvez isso não te incomode muito.

 

Ela levantou a cabeça bruscamente para ele, seus olhos até refletiam medo.

—Fada dos Dentes? Mas seu me disse que não o passava.

 

Jake inclinou um dedo em seus lábios.

—Já sei o que pinjente. O problema foi que eu não hei dito exatamente o que queria dizer. Em realidade não desaprovo a alimentação do puma. Só me preocupa—. Se encolheu de ombros. —um pouco de preocupação, não me vai matar.

 

—Quer dizer que me permitirá lhe dar de comer?

 

—Nunca tive a intenção de lhe negar isso Índigo. Tudo foi um mal-entendido. vou tratar de tomar cuidado ao falar para que não interprete mal que fazer ou que coisas NÃO FAZER.

 

Suas palavras foram interrompidas pelo impacto de seu pequeno corpo contra seu peito. Jake estava tão surpreso que quase perdeu o equilíbrio. Ela envolveu os braços ao redor de seu pescoço para lhe dar um abraço estrangulado.

 

—OH, Jake! Obrigado. estive tão triste todo o dia por Fada dos Dentes. Obrigado!

Por um momento, Jake não estava seguro do que fazer com as mãos porque não a queria perturbar. Mas só havia suficiente força de vontade para resistir uma fantasia de um dia, e esta o tentou muito mais que o anterior. Ter a Índigo, disposta e receptiva, em seus braços. Ao pressionar a cara contra seu cabelo de seda, Jake deixou a seu instinto assumir o controle e a abraçou.

 

Em agudo contraste, em vez de fazê-lo sentir negro e maldito, esta fantasia era de ouro puro. Também foi breve. Ao cabo de um instante, sentiu que ficava tensa e se afrouxou esperando para que ela pudesse retroceder um pouco. Era tudo o que podia fazer para não rir quando viu sua cara. Sua expressão lhe disse que não estava do todo seguro de como tinha chegado a esta situação e que ela ainda tinha menos claro como liberar-se dela.

 

De acordo com sua decisão de fazer sua relação mais fácil para ela como fosse possível, Jake resolveu seu dilema afastando-se ele em primeiro lugar. Um dia possivelmente, entraria em seus braços e quereria ficar. Agarrou-a do queixo com sua mão, e ele se inclinou para olhá-la aos olhos.

—vamos recolher a cozinha e iremos alimentar a esse maldito gato para que não tenha a seus pais acordados toda a noite com seus lamentos.

 

Uma umidade que se parecia sospechosamente às lágrimas, brilharam em seus olhos. Continuando, o queixo com covinhas começou a tremer. Jake se perguntou porque, mas antes de que pudesse perguntar, lhe sussurrou,

—Topper tinha razão. Você não há dito todas essas coisas sobre mim a Denver, verdade?

Seu coração se parou, e logo correu com temor.

—Que coisas?

 

As lágrimas brilhantes agrupadas detrás de suas pestanas se estenderam por suas bochechas.

 

—Carinho, que coisas?— Jake voltou a perguntar.

 

Deu a sua cabeça uma pequena sacudida.

—Não é importante. É suficiente sabendo que Topper tinha razão e que não as disse. Não vou honrar à mentira repetindo-a.

 

Jake sabia por suas lágrimas, que tudo o que lhe havia dito Denver lhe tinha feito um tremendo dano.

—Índigo, Shorty escutou cada palavra que passou entre Denver e eu esta manhã. Se tiver alguma pergunta, tudo o que tem que fazer é falar com ele. Ou comigo, se confiar em minha palavra.

 

Apartou a umidade de suas bochechas e sacudiu a cabeça.

—Não tenho nenhuma dúvida. Não agora.

 

Jake não podia deixá-lo ir, não quando trouxe lágrimas aos olhos de uma menina orgulhosa que nunca tinha chorado.

 

—O que disse, Índigo? Importaria-te me contar isso Jake suspiró.

 

Lhe dedicou um olhar afligido, e seu rosto avermelhou até o escarlate. Apertou os punhos.

 

Jake suspirou.

—Carinho, se for tão difícil dizê-lo, esquece-o.

 

Ela sacudiu a cabeça.

—Disse que logo que seu te aborrecesse de mim… —, agarrou seu lábio inferior entre seus dentes e mordeu, o qual converteu a carne que rodeava em branco. —Disse-me que eu…teria que trabalhar um montão entretendo e sendo carinhosa com seus amigos… para ganhar com meu corpo o preço da noiva, que pagou por meu a meu pai e… que ele ia então a vir muito a minha—. Ela conteve o fôlego, e logo exalou com um pequeno soluço.

 

—Jesus—. A palavra surgiu do Jake como se saísse de sua garganta por um golpe no abdômen. —Índigo, por que não veio e me disse isso?

 

Seus olhos se aferraram aos seus.

—Eu, né…—. Levantou as mãos em um gesto sem palavras.

 

Jake tragou com um nó na garganta.

—Pensou que talvez era certo?

 

Ela o olhou um momento e finalmente assentiu.

—Tenho-te feito zangar?— perguntou-lhe com voz trêmula.

 

Ele gemeu.

—Não, Índigo, seu não.

 

Agarrou-a pela cintura, levantou-se da cama e ficou de pé, levando-a com ele. Sustentando-a com força contra si, agarrou em um punho seu cabelo e lhe jogou a cabeça para trás.

 

Em uma voz entrecortada, sussurrou:

—Me vais prometer duas coisas. Quero que escute com atenção e nunca as esqueça. Está bem?

 

Os olhos receosos pareciam reconsiderar o que ele dizia, finalmente assentiu.

 

—A primeira, é que com muito gosto acessei a pagar o preço da noiva porque queria honrar as maneiras do povo de seu pai. Importa-me um nada o dinheiro. Não pensei nisso como a compra de uma de vós, não o faço agora, e nunca o farei. Está claro?

 

—Sim.

 

—A segunda coisa, você voya prometer que se qualquer outro homem, ofende-te ou te toca um só cabelo, vai ser sobre meu cadáver. Não há suficiente dinheiro no mundo que alguma vez me tente do contrário. Não quero que te cria tudo o que acontecer sua mente. Eu sei que tipo de cosaa acontecem. Talvez isto ocorre freqüentemente. Mas não vai passar a ti. ALGUMA VEZ., entende?

 

Ela assentiu com a cabeça cheia de lágrimas. Jake lhe apertou a cara contra seu peito e se cambaleou com ela por um momento, tão zangado, que estava tremendo.

 

—Se alguém te disser algo tão desprezível outra vez, quero que me diga isso imediatamente. Fará-o?

 

—Sim—, respondeu ela com voz apagada.

 

Jake fechou os olhos, pensando em todas as horas que ela tinha tido essas suspeitas horríveis em seu interior. Fazia uma promessa a Denver Tompkins, e ele era um homem de palavra. ia tomar justa vingança pelas lágrimas de Índigo… e logo ia despedi-lo.

                                           Capítulo 15

Fiel a suas promessas, Jake tratou de fazer mais suportáveis suas restrições sobre as atividades de Índigo. Ao dia seguinte se foi de caça e retornou com dois cervos, por isso teria carne de sobra. além disso, embora era quase o anoitecer e sob uma chuva torrencial, insistiu em levá-la a dar um passeio, o que fez cada noite, sempre insistindo em que não tinha tanta fome que não pudesse esperar até mas tarde para o jantar.

 

Suas cuidados não passaram desapercebidas. Embora com o Jake ainda se sentia ao mesmo tempo incerta e nervosa, Índigo sabia que estava tratando em tudo o que podia para fazê-la feliz. A sua vez, fez todo o possível para ocultar o verdadeiramente miserável que se sentia.

 

Sua pretensão não diminuía seu sofrimento. Ao cabo de só um par de horas cada manhã já tinha poda a casa de tia Amy. Ela não tinha necessidade de cozinhar, porque sua mãe, acostumada a alimentar a uma família, sempre fazia de mais e o enviava a casa com ela. Em conseqüência, Indigo se levantava pela manhã, caminhava com o Jake à casa de seus pais para alimentar aos animais, retornava a sua casa para fazer suas tarefas, e logo passava o resto do dia escutando o tic tac do relógio. A única variação nesse horário se produzia quando atirava da banheira até a cozinha para banhar-se, uma necessidade, devido a que não desejava levar a cabo suas abluções na noite quando Jake estava presente.

 

Em contraste com os dias largos e aborrecidos, suas noites lhe pareciam como os cavalos de carreiras para a linha de meta. Parecia-lhe que assim que Jake a levava a dar um passeio e se comia seu jantar, encontrava-se deitada a seu lado na cama, convencida de que esta noite, seria a noite em que se decidisse a fazer valer seus direitos conjugais.

 

Quando ele movia um músculo, seu coração dava um tombo. Quando a abraçava, ela estava ali, sem fôlego e médio doente de medo, à espera que seu toque suave se voltasse para sua vez um agarre exigente.

 

depois de quatro noites de desagradável espera, Índigo começou a desejar que acabasse de fazê-lo já, e terminar de uma vez. Algo seria melhor que noite detrás noite de mentir ali, sabendo que ele a queria e de perguntar-se, meio histérica, quando pensava possui-la.

 

preparou-se o melhor que podia. Até o momento, ele tinha descoberto que tinha posto a pedra de novo sob o colchão, a seus pés esta vez para que não se desse conta. Apesar de que tinha pouco apetite, as arrumava para comer carne vermelha ao menos uma vez ao dia. Cada dia sentia seguro que ia fazer lhe o amor quando voltasse do trabalho. depois disso, ela esperava que fosse ao Lucky Nugget em busca de seus prazeres, como tantos outros homens, obviamente, faziam-no, e a deixaria em paz. Não é que lhes desejasse mal ao Franny e Mai Belle.

 

No quinto dia de seu matrimônio, o pai Ou'Grady se dispôs a sair depois de escutar as confissões de última hora, uma das quais era a de Índigo, e dizer ao final uma missa. Depois que da missa e o almoço chegaram a seu fim, o sacerdote anunciou que devia despedir-se de vários paroquianos e se foi. No momento em que partiu, Índigo pôs a esquentar água e começou a ajudar a sua querida mãe na mesa.

 

—Se te quer ir, eu me arrumo com isto—, ofereceu Loretta.

 

Índigo negou com a cabeça.

—Estou feliz de ter algo que fazer mamãe. As tardes parecem intermináveis sentada dentro dessa casa.

 

Loretta suspirou.

—Os primeiros meses de vida conjugal são monótonos, são sempre uma prova. Nunca esquecerei o que senti quando seu pai finalmente construiu esta casa e começou a sair todas as manhãs à mina. Parecia que o mundo inteiro se detinha.

 

Índigo esfregou o sabão entre as mãos para criar espuma na pia. Tratou de imaginar-se a sua mãe escutando o ruído do relógio. Durante o tempo que podia recordar, mamãe tinha sido um torvelinho alegre da atividade.

—Acredito que me vou acostumar com o tempo.

 

Loretta suspirou.

—Acredito que, agora que o penso, para então já tinha ao Chase e estava te esperando a ti, assim tinha muito para me distrair, uma vez que me acostumei a ter a seu pai fora de casa.

 

—Como te hei dito, acostumarei-me.

 

Loretta deixou escapar um suspiro e quase sorriu a Índigo. Ao meditar sobre um problema, sua mãe tinha uma forma de suspirar que era quase musical, um som estridente que se arrastava lentamente no silêncio.

—O que precisa é alguma ocupação, como tecer ou bordar.

 

Indigo sorriu.

—Poderia tecer um carjac para minhas flechas.

 

Loretta riu entre dentes.

—Ou um pulôver para seu marido.

Os ombros largos do Jake vieram à mente do Indigo.

—Mamãe, para isso precisaria fazer ponto durante um ano. Além disso, já sabe quão má sou trabalhando com a lã. Seria-me mais fácil ler o vento, em seu lugar.

 

Loretta se Rio.

—Poderia fazer algo para ti.

 

—Certo! Mas prefiro que ele não me jogue nem contas. Tenho suficientes problemas conseguindo tomar meu banho, antes de que chegue a casa.

 

Um rubor encheu as bochechas da Loretta e se aplicou a secar os pratos. A boca de Índigo lhe secou. Ali estava outra vez, o tabu tácito.

 

—O que tem que costurar?— perguntou Loretta—. Posso te emprestar a máquina de costurar. O senhor Hamstead tem uma encantadora seleção de tecidos.

 

—O que vou costurar?

 

Loretta o considerou um momento e logo se iluminou visivelmente.

 

—Vestidos! Necessitasse um armário cheio breve.

 

As mãos de índigo ficaram quietas.

—por que?

 

—por que? Para sua nova vida, Índigo. Vai logo—. A dor encheu os olhos azuis da Loretta. Lhe deu um sorriso tremente. —Céus, como lhe vão invejar todas as damas de Terra de lobos. vais ver novos lugares e coisas interessantes. Quando chegar a casa a me visitar, vamos publicar cada coisa que conte.

 

—Parece ansiosa por lombriga partir.

 

Loretta piscou.

—Não seja tola. Só estou sendo realista e tratando de me preparar. Jake nunca fez um segredo do fato que só estava fazendo escala aqui. antes de nos dar conta, estará-se preparando para dar outro passo para diante.

 

As pernas de Índigo se sentiam como se se converteram em gelatina.

 

—Ai, carinho—, cantarolou Loretta. —Não esteja tão ferida. você adorará sua nova vida. Jake não te tratou bem a até agora?

 

—Sim.

 

—Bom, então…—. Loretta colocou uma pilha de pratos na prateleira. —Estou segura de que sempre será bom contigo.

 

Índigo não podia deixar de perguntar-se por que sua mamãe estava tão indiferente a sua difícil situação. perguntou-se se seu pai lhe tinha proibido falar em contra do matrimônio.

 

Loretta se esfregou diligentemente com o pano de cozinha, e logo levantou o prato que estava secando para estudar seu reflexo em seu brilho também.

 

—Jake é um bom homem, forte e bonito, e parece fácil levar-se bem com ele. A muitas garotas tivesse encantado o ter por marido.

 

Índigo ficou olhando a água suja com sabão. Com dedos trementes, agarrou uma borbulha e explorou entre seus dedos.

—Não sou nenhuma menina, e este matrimônio arruinou minha vida.

 

Loretta agarrou um prato fundo.

—O fato, feito está, Índigo. Saca disto a melhor partida. É hora que se esqueça dos sonhos da infância e fazer frente à vida, não como quereria que fora, a não ser tal como é. Deixa de lutar contra o que não vai trocar. Isso só pode te trazer dores de cabeça.

 

—Mamãe crie que este matrimônio não me traz já dores de cabeça? Quer dizer, não por lutar contra o que não posso trocar, mas até me sinto imatura. Bom, me deixe te dizer algo, mamãe. Enfrentei a coisas que não podia, tantas mudanças em pouco tempo, e os aceitei. Agora me está dizendo que tenho que ser algo que não posso.

 

Loretta se voltou para ela com os olhos tristes.

—Deve te esforçar e começar a te preparar para ser uma boa esposa.

 

—Posso tentá-lo até o dia que me mora e nunca serei a classe de esposa que qualquer homem branco quer—. Índigo agarrou a mão de sua mãe. —Olhe minha pele junto à tua.

 

Loretta curvou os dedos ao redor de Índigo.

—Sua pele é bela. Se está preocupada porque é mais escura que a maioria, trata de te lavar a cara e as mãos com água de limão. ouvi que branqueia os efeitos do sol. Pode que funcione.

 

Indigo se voltou para os pratos.

—Não é coisa do sol.

 

—Está envergonhada disso?— perguntou-lhe Loretta.

 

Pergunta-a deixou a Índigo com a sensação como se o ar lhe faltasse.

—Estou orgulhosa do que sou, sabe, mamãe.

—Então, atua em conseqüência—, respondeu com firmeza Loretta. —Sei a garota formosa que é, e deixa de te ocultar detrás de peles de cores e desse horrível chapéu velho. Suas saias de couro e os vestidos estão muito bem para Terra de Lobos, mas não servem para as mulheres, elas vão embelezadas com franzidos e volantes.

 

Ocultar? Sua mãe pensava que se estava ocultando? sentiu-se estranha e desorientada.

Índigo se cambaleou, quis pôr seus pensamentos de novo em ordem e tratou de concentrar-se na conversação. Volantes e franze? Em todas suas imaginações vívidas de todo o mundo além das montanhas, não tinha pensado que tipo de roupa estaria obrigada a levar.

 

De algum jeito as arrumou para terminar os pratos, escutando todo o tempo o bate-papo sobre os patrões que sua mãe tinha visto no bazar do Harper e quão bem este ou aquele cilindro de tecido lhe viria para fazê-los. Índigo se dirigiu a casa com as visões dos espartilhos e anáguas e os limões para branquear sua pele, nadando em sua cabeça.

 

Com a sensação de esgotamento, ajoelhou-se junto à cama para começar a penitência, o Pai Ou'Grady a tinha ouvido em confissão, e lhe tinha imposto três rosários. Sentia que era mais que justo e tinha toda a intenção de dizer uma ronda adicional de Ave Marías no caso de. Às vezes, o pai Ou'Grady era muito indulgente. Três rosários ditos por dezessete mentiras lhe parecia pouco. Queria assegurar-se que não havia taras que ficassem em sua alma. As mentiras são pecados mortais, e o pai afirmou que mentindo a seu marido estava a ponto de cometer a pior espécie de pecado que podia fazer.

 

Duas horas mais tarde, a dor no peito de Índigo se irmanava com uma nova dor nos joelhos. Três rosários requerem uma boa quantidade de grande alcance na oração, especialmente quando se esquecia de onde estava e tinha que começar de novo. Espartilhos. Senhoras com vestidos com volantes e franze. Água com limão. Sentia atar-se sua garganta e as lágrimas encheram seus olhos. Sentia lhe mentir ao Jake e se não fazia corretamente sua penitência, estava segura, como que existia a chuva, que ia ser condenada eternamente. Mas, que mais dava? Ir ao inferno não podia ser pior que o castigo em que se converteu sua vida.

 

O rosário se deslizou de seus dedos e cravou os punhos na roupa da cama. A suave felpilla lhe fez pensar na pele do Wolf. Afundou a cara na colcha e chorou, torturada pelas imagens dos dias passados, quando havia trotando a seu lado através do bosque. Inclinou seu corpo sobre o bordo do colchão. sentia-se como se um centenar de facas pequenas fossem recortando suas vísceras.

 

Um profundo desejo a encheu, não só pelo Wolf, mas também por tudo o que tinha representado. imaginou às sombras dos bosques e quase podia ouvir o sussurro do vento. Como poderia viver confinada o resto de sua vida? Como ia estar um mês atrás de outro sem ouvir a canção de seu coração, de não sentir a brisa sobre sua pele? por que, OH por que, seu pai lhe tinha feito isto? Ele, de todas as pessoas, era o que melhor entendia sua afinidade com a natureza e sua aversão à reclusão. por que a obrigou a casar-se com um homem branco, que alguma vez seria capaz de compreender como se sentia?

ficou em pé, impulsionada por uma necessidade primária. A cara do Jake era uma imagem imprecisa. Suas ordens de que ficasse na casa se converteram em sussurros sem sentido. Tudo o que parecia real era seu desejo de ser abraçada por essas coisas conhecidas e queridas para ela.

 

Só esta última vez.

 

Jake levantou a vista da eclusa a ver o pai Ou'Grady. O barro manchava a batina do sacerdote, e suas bochechas gordinhas eram de cor vermelha pelo esforço da levantada costa. Consciente que um homem com a condição física do pai não estava disposto para embarcar-se em uma caminhada exaustiva por prazer, o primeiro pensamento do Jake era de que algo horrível tinha acontecido.

 

—Esta Índigo bem?

 

Lutando por respirar, o sacerdote assentiu com a cabeça.

—há-se posto pior Caçador?— Jake se tirou as luvas.

 

—Ninguém sofreu dano, Jake meu amigo, mas tenho que te falar de um assunto de certa importância, tenho que lhes falar sobre vós.

 

Com uma mão sujeita o peito, o sacerdote agarrou o fôlego.

—Vou hoje mesmo, assim estaria agradecido que me pudesse dar algo de seu tempo. Na intimidade, se o pode arrumar.

 

Jake fez um gesto para os bosques dos arredores.

—Temos toda uma montanha a nossa disposição.

 

Ainda sem fôlego, o sacerdote assentiu com a cabeça.

—Com tal de que me leve para baixo, moço, e não para cima…

 

Jake acompanhou ao Pai a um pequeno claro onde com freqüência escapava para comer seu almoço. Tendo em conta a inclinação do sacerdote por gritar por sua surdez, Jake julgou que este lugar parecia estar o suficientemente longe da mina para lhes facilitar um pouco de intimidade. Com um suspiro tremente, o sacerdote se derrubou sobre o tronco cansado onde Jake estava acostumado a sentar-se. Jake, embora preocupado pelo que poderia estar equivocado, absteve-se de pressionar em busca de respostas até que o homem de mais idade tomasse fôlego.

 

Finalmente o Pai falou.

—Entende primeiro, que não tenho costume de romper a confiança de ninguém, nem de divulgar uma palavra que um paroquiano me diga em confissão.

 

Jake assentiu com a cabeça, cada vez mais perplexo por momentos.

 

O sacerdote lançou um olhar angustiado ao Jake.

—Esta é uma circunstância, entretanto, em que tive conhecimento de uma informação durante uma conversação, e embora essencialmente me contou em segredo, sinto que não posso fazer nenhuma outra coisa. Caçador está acamado. Seu filho e Veloz se foram. Não há ninguém mas que eu para lhes levar a tarefa.

 

—me levar a tarefa?

 

O sacerdote se inchou o peito e olhou com seus olhos azuis ao Jake.

—Admito que sou da classe de pessoas que tem esperança de evitar situações desagradáveis, moço, mas não deixe que minha idade e este alzacuellos te engane. Em minha juventude, eu era um bom boxeador. E não me cairão os anéis se tiver que dar a quem é, um golpe ou dois.

Jake levantou uma sobrancelha.

—Pai, está você me ameaçando me chutando o traseiro?

 

—O que é o que diz?

 

Jake se aproximou e disparou:

—Está ameaçando me chutando o traseiro?

 

O sacerdote se tornou para trás um pouco.

—Não deixo que ninguém nem nada me intimide, filho. Se a única maneira de resolver isto é com os punhos, então que assim seja. Seguro que Deus será meu campeão.

Jake não podia acreditar o que escutava.

—O que tenho feito?

 

Ou'Grady entrecerró seus olhos.

—Isso é o que estou a ponto de descobrir. A pequena moça veio para mim com uma grande angustia, vá se o fez! E te peço reparar o que tiver feito. Não é adequado que um homem de seu tamanho seja duro com uma garota que está indefesa frente a sua força.

 

Jake, digere isso, pensou. Em voz alta, respondeu:

—Não posso estar mais de acordo. Quer me dizer como fui duro?

 

O sacerdote elevou o queixo.

—Ver para créer, a lealdade que a pequena senhorita te tem, ruborizou-se e me disse muito pouco. Mas estou seguro de que você o deve saber. É o causador de sua queda em desgraça, depois de tudo—.

 

Jake se centrou na revelação de que sua esposa tinha cansado em desgraça. Em sua opinião, seria uma queda a larga e poderosa.

—Diz-o em realidade, que fui duro com ela?

 

—Ela não tinha que fazê-lo. Tenho um nariz para cheirar os problemas depois de todos estes anos. Quando uma moça que confessou que só mentiu meia dúzia de vezes em toda sua vida, diz-me que mentiu a seu marido dezessete vezes em cinco dias curtos, começo a me fazer muitas perguntas.

 

Nesse momento, as sobrancelhas do Jake se elevaram.

—Dezessete vezes? Ela me mentiu dezessete vezes? Mas como?

 

—Desde três a quatro vezes ao dia—, finalizou o sacerdote.

Jake olhou ao sacerdote com crescente alarma.

—saiu às escondidas ao bosque enquanto estou no trabalho? Se o tiver feito, Pai, é melhor que me diga isso. Pode estar em perigo.

 

Um rubor subia pelo pescoço do zangado o pai Ou'Grady.

—Sinceramente crie que uma garota que mentiu tão pouco em sua vida te vai desobedecer?— O sacerdote para insistência em cada palavra com bastante zango. —É um cego e duro de coração, Jake Rand, se não te deste conta, do boa garota e doce que é. Escapar ao bosque!Nunca faria uma coisa assim.

—No que me mentiu então?

—Isso é o que me assusta!

—Posso ver que você está alarmado, Pai, e agora eu também Lhe importaria dizer o de uma vez?

 

—lhe vou dizer isso agora mesmo. Só deixa fazê-lo a minha maneira. A coisa não é fácil, entendo-lhes. depois de nossa conversação sobre a confissão da garota… Te vou pedir que sopese cuidadosamente cada coisa que te conte. antes de continuar, vou ter sua palavra de que não revelará à garota nada do que aqui falemos, nem do que ela há dito.

 

Jake se golpeou as luvas contra suas calças jeans.

—Como diabos posso prometer isso? Depende do que seja que tenha feito.

 

—Não é o que tem feito o que me preocupa. E você já pode te pôr essas luvas. Porque não vais esquentar motores para ir a casa e ser duro com ela de novo. Se o fizer, vou ter sua pele, Jake Rand, Deus é minha testemunha.

 

Jake deu uma risada incrédula.

—Em nome de Deus que há dito? Nunca lhe pus uma mão em cima!

—Tenho sua palavra de que não a castigará?

 

Jake se passou uma mão pelo cabelo.

—Só se você me promete que não tem feito algo em que pudesse ser machucada.

—Tem minha promessa.

 

—Então não a castigarei.

O Pai endireitou os ombros.

—Sim, bom. agora, onde estava?

 

Por seu a vida que Jake não podia recordá-lo.

 

O Pai elevou uma mão.

—OH, sim. Estava em que ela veio para mim chorando, dizendo que te tinha mentido. Dezessete vezes não é um numero pequeno, e para mim é um indicativo que há um grave problema, por isso me senti obrigado a lhe pedir que me dissesse a natureza da mentira. Contou-me que te havia dito dezessete vezes que não te tinha medo quando na verdade o tinha—. Se endureceu sua mandíbula. —Quero saber que estiveste fazendo para aterrorizar assim a essa pobre pequena.

 

Por um momento, Jake se surpreendeu tanto que ficou ali estupefato. Logo jogou a cabeça para trás e se Rio bastante forte. Quando decaiu sua diversão, disse,

—Confessou a isso? Não posso acreditar!

 

—vamos deixar sua confissão fora disto, daria-lhes as obrigado. E te recordo que isto não é coisa de risada. De que maneira a intimidaste que tem terror a te dizer que te tem medo Como o pode encontrar engraçado? Vejo que nunca adivinhei seu negro coração! É a primeira vez que minha apreciação do caráter de um homem me falha!

 

Jake se sentou ao lado do sacerdote.

—Pai, se você acabar de acalmar-se, acredito que o posso explicar.

 

—Começa.

 

Jake sorriu e sacudiu a cabeça. Olhou ao sacerdote.

—Dadas as circunstâncias e o repentino de nosso matrimônio, eu ainda não exerci meus direitos conjugais.

 

—O que é o que diz?

 

Com uma voz rugiente, Jake repetiu. Logo se encolheu e se perguntou até que ponto sua voz tinha pirado. Uma coisa era lhe dizer a um sacerdote que não se deitou com sua esposa, mas outra muito distinta que todo o maldito mundo se inteirasse. Em um tom ligeiramente mais baixo, acrescentou,

—Indigo em realidade não me conhece bem, e a noto reacia. Estive-lhe dando seu tempo para relaxar-se a meu redor.

 

O Pai assentiu.

—Pois te felicito, pelo menos nisto. Suponho que deve haver um poquito de bom dentro de ti, depois de tudo.

 

Jake apoiou os braços sobre os joelhos e se inclinou um pouco para frente. Ele não podia deixar de rir de novo. —Se não estar muito equivocado, pai, as mentiras de Índigo se produziram nos momentos, em que ela pensava que eu ia…—olhou por cima—bom, a exercer meu direito. Explico-me?

—Sou um sacerdote, não um imbecil. Adiante.

 

—Bom, nesses momentos, quando pude ver que ela pensava que ia a… bom, já sabe você, eu notava que ela se sentia incômoda, e eu lhe assegurei que não tinha por que sentir temor. Em ambas as situações, ela era muita orgulhosa para me deixar pensar que era medo o que tinha e insistiu em que não o tinha.

 

O Pai refletiu sobre isso por um momento.

—E essa é toda a verdade?—

 

Jake assentiu com a cabeça.

—Realmente lhe parece que sou do tipo que maltrata a uma mulher, pai?

 

Ou'Grady suspirou.

—Não, Jake meu amigo, não o é. Doía-me estar decepcionado contigo. Andava cheio de culpa, pensando que me tinha enganado nisto, e que tinha bento este matrimônio—. Uma piscada se deslizou em seus desbotados olhos azuis. —Assim é como tudo isto ocorreu. Hei-lhe dito a Caçador cem vezes, se, hei-lhe dito que o orgulho seria sua queda. O não parece entender que o orgulho conduz ao pecado. Agora temos um bom exemplo disso.

 

Jake entrecerró os olhos.

—Pai, se você pensar que essas pequenas e inofensivas mentiras que Índigo me disse são um pecado, nunca vou converter me em católico. Tragaria-me os dentes durante minha primeira confissão.

 

O sacerdote sorriu.

—Sim, bom, tudo é uma questão de consciência. Um homem ao que nunca lhe ensinaram que o assassinato é mau poderia matar e ir ao céu. Mas Índigo, acreditando que a mentira é um negro pecado, poderia ser condenada eternamente por isso.

 

—De verdade crie isso?

 

—Não, acredito que Deus abriria as portas do Céu de par em par quando visse as penúrias de uma pequena moça, mas isto não é o que conta. Para ela, é um assunto sério—. Seus olhos se esquentaram com afeto. —O dia das bodas, mentiu a uma senhora que levava um vestido realmente feio. Durante nossa conversação, ela expressou sua preocupação de que pudesse estar convertendo-se em uma mentirosa compulsiva—. O Pai entrecerró os olhos. —Tenho que te dizer que deve saber o quão profundo que toma ela em seu coração os mandamentos do Senhor. Para ela não existe a mentira piedosa, entende, não? Seu pai lhe ensinou que cada palavra que pronuncia deve ser exatamente a verdade.

 

Jake sorriu, recordando o vestido bobamente complexo da Elmira e os elogios de Índigo.

—considera-se uma mentirosa?

 

Ou'Grady rodou os olhos.

—Devo admitir que as más ações da garota foram freqüentemente a fonte de um sorriso ou dois. São refrescantes para um velho que passa a metade de sua vida escutando sobre as coisas verdadeiramente vergonhosas que as pessoas têm feito.

 

Uma expressão de lonjura se deslizou através da cara de Ou'Grady, e riu entre dentes.

—Uma vez, montou sua égua Molly correu até J'ville e me interrompeu as reflexões da manhã para confessar que se comeu a metade de um pau de caramelo de hortelã de seu irmão em lugar de levá-lo a casa, e o que lhe tinha contado como resultado disso. Disse-lhe que o dono do armazém o tinha vendido assim. —. encolheu-se de ombros. —Que me perdoe por contar isto, mas o que para ela era uma coisa muito grave, para que toda sua família risse e burlasse de sua ocorrência a respeito. A dia de hoje, ainda morre pelos paus de hortelã.

 

A pesar do gracioso comentário, uma pequena dor se instalou no coração do Jake. Por um instante, viu os claros olhos azuis do Indigo e recordou as vezes que havia sentido que podia ver sua alma. Era de sentir saudades? Não havia escuridão em seu interior para obstruir sua visão.

 

—Deus a benza, não posso acreditar que levasse a conta de cada vez que me mentiu.

 

Os ombros do Pai se estremeceram com a risada.

—Dezessete vezes, e uma vez por omissão. Tinha-a falado e ela não se dignou responder. Deixei isso fora—. O sacerdote dobrou os dedos sobre os joelhos e respirou fundo. —Bom, Jake meu amigo, eu acredito que te devo uma desculpa.

 

—Não há necessidade disso. Posso entender o que deve ter pensado. No futuro, não vou tratar de lhe perguntar se ela tiver medo—. Jake não podia deixar de rir de novo, embora no fundo as revelações do sacerdote lhe faziam sentir-se dolorosamente triste. —Do contrário, vou estar fazendo viagens ao Jacksonville cada vez que me da volta, para levá-la a confissão.

 

O sorriso do Pai se desvaneceu, e seus olhos azuis se fixaram no Jake, sábios e afiado.

—Não está feliz de estar com ela?

 

Jake pensou por um momento. Feliz? Faz uns dias, teria se conformado com essa palavra, mas agora não parecia suficiente.

—Ela é uma pessoa muito especial—, respondeu. —Estou começando a cuidar muito dela.

O Pai sorriu e assentiu com a cabeça. depois de um momento disse:

—Sabe, Jake, eu nunca realmente pensei que diria isto, mas apesar de que é um metodista, acredito que é um bom tipo.

 

Jake afogou uma risada indignada.

—Posso devolver o completo. Em ocasiões, quase me esquecimento que é você um católico.

 

Quando Jake saiu da mina pela tarde, passou-se pela loja para ver se Sam Jones tinha alguma carta para ele. Como tinha sido o caso de todas as tardes durante quase uma semana, não houve notícias do Jeremy. A impaciência se instalou dentro do Jake. Se seu pai estava detrás dos problemas na mina de Caçador, queria sabê-lo. quanto mais tempo passasse, mais difícil seria dizer a verdade a Índigo. Assim as coisas, Jake não estava seguro de que ela o perdoasse. Com sua inclinação pela crua honestidade, como poderia ter a esperança de lhe fazer entender que tudo o que ele a tinha levado a acreditar, era uma mentira?

 

Quando começou a sair da loja, Jake viu um pote de caramelos de hortelã e agarrou quatro e os pôs a sua conta. Quase podia ver índigo como uma menina, escondendo-se entre os edifícios para devorar um pau inteiro, e depois sentindo-se culpado pelo que tinha feito. de agora em diante ela poderia comer a hortelã até que lhe saísse pelas orelhas. Talvez comer um doce cada tarde poderia estimular seu apetite. Ainda estava comendo como um passarinho, e estava começando a preocupar-se de que nunca começasse a comer bem.

 

Quando chegou a casa, estava ominosamente vazia. No dormitório se encontrou com o rosário de Índigo atirado na cama, e ao redor dele, a colcha enrugada e úmida. Ele imaginou ajoelhada ali para fazer sua penitência. Supôs que era a umidade das lágrimas.

 

Se não tivesse visto o rosário, Jake poderia ter entrado em pânico, pensando que alguém tinha forçado a Índigo para sair da casa. Entretanto, os sinais de que tinha estado chorando, levou-lhe a acreditar outra coisa. Se. Era muito mais provável que se alterou e se foi a algum lugar para ter um bom pranto. Recordando seu esconderijo no palheiro de Caçador, Jake se dirigiu ali e o registrou. Não estava. Continuando, deu uns golpecitos na porta de atrás dos Lobos. Ela não tinha estado ali de visita.

 

Jake estava no pátio traseiro dos Lobos e olhou para o bosque. Por difícil que lhe resultasse de acreditar que tivesse feito caso omisso a suas ordens, Jake não podia descartar a sensação de que se afastou. Se o tivesse feito, mais vale que tivesse uma condenada boa razão para isso.

                                               Capítulo 16

Uma intuição fez que Jake tomasse o caminho para a tumba do Wolf. Quando entrou no claro, viu-a sentada junto ao montículo de terra removida, com os braços postos ao redor de seus tornozelos, a cabeça apoiada sobre seus joelhos. Inclusive a distância, Jake podia ver que estava chorando.

A pesar que havia lhe tinha proibido entrar no bosque, não pôde tirar reluzir toda sua ira. ficou de pé perto das árvores por um momento e a observou. Nos últimos dias, tinha baixado uma quantidade alarmante de peso. Sua roupa de peles pendurava ao redor dela agora. Jake apoiou as costas contra o pinheiro.

 

Três ou quatro mentiras ao dia durante cinco dias? Isso significava que tinha tido medo dele o mesmo número de vezes também. Não era o que Jake chamasse um bom médio, e lhe incomodava saber que ele era a causa. O temor, justificado ou não, não era divertido.

 

Seguro de como dirigir esta situação, Jake se separou da árvore e caminhou lentamente para ela. Ao aproximar-se, o som de seus soluços chegou claro até ele. Quando lhe tocou o ombro, ela deu um salto e começou a limpá-la cara com a manga, tratando, estava seguro, de ocultar o fato de que tinha estado chorando. Jake não se atrevia a arreganhá-la.

 

Em seu lugar, sentou-se com ela ao lado da tumba e tomou em seus braços. Por um momento ela resistiu, mas logo se desfez em lágrimas frescas e envolveu seus braços ao redor de seu pescoço. Ele mesmo perto das lágrimas, Jake devolveu o abraço, e logo começou a balançá-la.

 

Por fim, disse:

—Carinho, o que tem?— Tinha medo de lhe perguntar se estava molesta porque lhe tinha mentido. Mas não queria trai-la, neste momento necessitava um confidente e não queria que perdesse sua fé no Pai Ou'Grady. —Pode-me dizer qual é o problema?

 

Ela se aferrou com mais força a seu pescoço.

—OH, Jake, é tudo. Wolf se foi, e eu estou tão sozinha. Temo-me que sempre vou estar sozinha. Eu gosto de trabalhar na mina, e agora que é meu marido, tem a autoridade para me negar isso Tampouco está contente com que dê de comer a Fada dos Dentes. Nada nunca vai ser o mesmo outra vez.

 

tratava-se de questões que tinham discutido já, e Jake fazia todo o possível por tranqüilizá-la.

 

—claro que sim.

 

—Não.

 

Apoiou a bochecha contra seu cabelo, sentiu sua dor. Tinha a intuição de que havia mais nisto do que lhe estava dizendo.

—O que te fez chorar? me pode dizer isso —Tu madre?

 

—Mamãe.

 

Jake não pôde ocultar sua surpresa.

—Sua mãe?

 

—Sim. Quer que comece a costurar vestidos como os das mulheres brancas, para quando tiver que partir.

 

Jake passou uma mão por sua trança enroscada.

—Carinho, isso não é para chorar. Te vais ver bela dentro de vestidos bonitos.

 

Seus soluços se desataram de novo.

—Nos vamos ter que ir logo. vou ter que sair de Terra de Lobos, e nada voltará a ser o mesmo outra vez. Nunca vou ver minhas montanhas de novo. Nunca vou escutar minhas canções no vento. Inclusive se voltar de visita, nunca será o mesmo. Nunca. Os animais se esquecessem de mim, e a magia se perderá.

 

Jake fechou os olhos. Ele era a fonte de toda sua dor, mas se aferrava a ele como se estivessem em equilíbrio sobre o bordo de um precipício e ele fosse sua única âncora. Lhe ocorreu então que talvez nunca se deveria ter casado com ela. Poderia ter sofrido menos pela erosão das intrigas.

O que tinha feito com ela? As coisas selvagens são assim. Eles fazem sua eleição.

 

A Índigo não lhe tinha permitido escolher. E agora estava apanhada. Estava no correto, teriam-se que ir logo. Inclusive se ele a trouxesse de volta aqui de visita, nada voltaria a ser o mesmo. Fada dos Dentes provavelmente encontrasse seu fim em uma armadilha de aço. O cervo deixaria de vir. Quando retornassem aqui alguma vez, ela o odiaria por afastar a de tudo o que amava.

 

Os pensamentos do Jake derivaram para o Portland. Ele não só não pertencia aqui a Terra de Lobos, além disso não tinha maneira de ganhá-la vida se decidisse ficar. Que loucura. No que estava pensando? Não podia decidir ficar aqui. Sua vida, sua família, sua casa, tudo o que lhe importava estava além das montanhas. Estaria louco se se conformava com uma vida de penúria em uma casa de três habitações.

 

Mas, como podia esperar que Índigo sobrevivesse em seu mundo? Tratou de imaginar-se rodeado de seus amigos mais sofisticados, dizendo mentiras corteses com cada fôlego, ligados a ele mais pela cobiça que por um sentido de lealdade. Nunca teria capacidade em seu mundo, a menos que ela trocasse.

 

Jake pensou que nunca poderia em converter-se em alguém duro e materialista, como as outras mulheres que conhecia. Ela era tão imensamente preciosa como era, na forma em que olhava o mundo, na forma em que vivia. Se a levava longe daqui, sua estranha inocência, que era uma parte integral dela, seria destruída.

 

Podia ir a Caçador e discutir a possibilidade de uma anulação. Seu matrimônio com Índigo não se consumou ainda. Jake lhe acariciou as costas, seu corpo absorveu os tremores que sacudiram o seu. Inclusive nas lágrimas, fez-o sentir-se como se suas vísceras fossem esquentadas pelo sol. Se se anulasse seu matrimônio, nunca teria o direito a tê-la como agora outra vez.

 

A idéia lhe fez ter calafrios. A sensação de sua cara pega a seu pescoço, de que ela o abraçava, foi o mais próximo ao céu que sempre esperava conseguir. Cada soluço cortava através dele. Ao igual a uma pedra no peito. Estava caindo violentamente, locamente apaixonado por esta garota.

 

Como se houvesse se tornado louco, esses pensamentos ridículos se fizeram pedacinhos no Jake, e seus sentimentos tomaram o mando. Deus, como a necessitava. Era muito mais que sexo, isso era uma certeza. até agora, as coisas não se viam muito prometedoras nesse frente. Não, era mais uma necessidade de... Do que? Jake não podia lhe pôr um nome. Quão único sabia era que ela enchia os espaços vazios. antes de sair do Portland se perguntou em que ponto de sua vida estava. Agora não se sentia dessa maneira. De alguma forma, Índigo lhe tinha dado um sentido de propósito e um sentimento de retidão.

Tratou de imaginar-se renunciando a ela e não pôde. Uma vez que um homem tinha provado o sol, como ia conformar se com a crua realidade de novo? Um sorriso tocou a boca do Jake. A crua realidade. Índigo era exatamente o contrário disso, uma garota que caminhava sobre raios de lua e ouvia a música no vento, uma garota que falava com os animais. Era fantástica. A maior parte do tempo, não podia entendê-la. A metade do tempo, pensava que estava louca. Mas, OH, que doce loucura!

 

Não queria renunciar a ela. Não podia. De algum jeito tinha que fazer que este matrimônio funcionasse. A voz de Caçador ecoou em sua mente. Escolhe seu caminho com cuidado para que ela possa caminhar a seu lado. Escuta a canção em seu coração, não? É ali onde se encontram as respostas que procurava. Jake não estava seguro se ele, inclusive, tinha uma canção dentro, mas sabia uma coisa. O mundo de Índigo estava aqui, e de algum jeito tinha que mantê-lo intacto para ela.

 

Colocando uma mão sobre seu cabelo trancado, escutou o vento e tratou de escutar suas canções ali. A pesar que tudo o que podia ouvir era o rangido das árvores, aceitou que Índigo ouvia algo mais, algo formoso que alimentava sua alma.

 

Jake inclinou a cabeça para que pudesse lhe sussurrar ao lado de sua orelha.

—Seria feliz se te prometer que alguma vez irá daqui?

Ela ficou imóvel em seus braços.

—O que?— perguntou com voz apagada.

 

—Eu nunca te farei partir daqui—, repetiu.

 

tornou-se para trás levemente e voltou uma bochecha úmida contra sua mandíbula.

—Quer dizer que ficarei em Terra de Lobos?

 

Jake tragou, perguntava-se se se estava voltando louco ao fazer uma promessa tão selvagem.

—Às vezes vou ter que ir.

 

—E me deixará aqui?

 

Soava tão esperancem que as tripas lhe retorceram.

—Sim, aqui em Terra de Lobos, com seus pais. Dessa maneira alguma vez terá que sair de suas montanhas, né?

 

Ela soluçou.

—Mas estamos casados.

 

—Sim, bom, um montão de pessoas casadas se separam uma e outra vez. vou tratar de estar fora o menos possível. Pode ser difícil, mas vamos fazer que funcione de algum jeito. Sua vida pode continuar como sempre o tem feito.

 

Ela tomou uma respiração entrecortada.

—OH, Jake, meu pai se decepcionará comigo. Meu lugar está junto a ti.

 

—vou falar com seu pai. Ele vai entender o. Além disso, este é nosso matrimônio, não o seu. Podemos fazer as coisas como nos convenha.

 

Ela levantou a cabeça e girou para olhá-lo. Gotas de lágrimas brilharam em suas pestanas. Olhando para baixo em seu doce rosto, Jake sentiu que seu coração se inchava. Isto era o que tinha perdido em sua relação com o Emily, as mudanças radicais da dor à alegria, a sensação de que estava ou completamente vazio ou cheio.

 

—Bom, senhora Rand Temos um trato?

 

via-se tão incrédula que sorriu.

 

—Diz-o a sério? para sempre, seu alguma vez me fará sair daqui?

 

Jake não pôde resistir e se inclinou para beijá-la na bochecha úmida, saboreando o calor salgado das lágrimas.

—Sempre e para sempre, é minha promessa. Quem sabe?. Possivelmente em um tempo, quereria fazer viagens curtas comigo, né? Poderia desfrutar de ver novos lugares se souber que vais retornar logo a casa .

 

Ela fez um gesto duvidoso.

—Talvez.

 

—Posso ver um sorriso? Não tem rival com a luz do sol. Só uma pequena?

apertou-se contra ele de novo a abraçar a seu pescoço com mais força. Se ela sorriu, e Jake suspeitou que ela o fez, roubaram-lhe o prazer de vê-lo.

 

—OH, Jake! Terra de Lobos, para sempre? T-você é o melhor marido que nenhuma garota tenha tido.

 

Por uma proclama assim, Jake estava disposto a renunciar ver seu sorriso, e com muito prazer.

—O melhor?— Ele não se sentia orgulhoso. Teria que lutar duro para que nunca lhe faltasse esta felicidade.

 

—OH, sim, o melhor!

 

Trocando a posição de seus braços ao redor dela, Jake pôs uma mão ao redor de suas costelas, seu polegar estendido tocando o lado suave de seu seio através da pele de sua blusa. Ela não se endureceu nem se apartou. Ele se vangloriava do pequeno lucro e o aroma dela o deixou quase em estado de embriaguez.

 

—É a melhor algema que ninguém teve, também—, sussurrou. —Você é todos meus sonhos feitos realidade, Índigo.

 

—Ainda não. Mas o vou ser—, prometeu em voz muito fera. —vou ser a melhor algema que jamais tenha visto. Prometo-lhe isso. vou limpar e esfregar e cozinhar. Farei-o! Quando chegar a casa de suas viagens, será capaz de usar o chão como espelho.

 

Ele se Rio entre dentes.

—Assim de brilhante, né?— Na verdade, tudo o que Jake realmente queria era tê-la nua em seus braços. Mas isso viria com o tempo. —Já o veremos. Se for trabalhar na mina, vou ter que contratar a alguém para limpar.

 

Ele sentiu que ela se seguia crescendo. depois de um momento, disse,

—Tem realmente a intenção de me deixar ir trabalhar?

 

Pergunta-a fez que o interior do Jake se apertasse. Mas no momento, ele tinha o suficiente para lutar com tão somente fazer frente a seus sentimentos. Sua própria satisfação poderia ser tratada mais adiante.

—Disse-te que o faria. Quê-lo por escrito?

Ela sacudiu a cabeça.

—Não te pode permitir contratar a alguém para limpar. Posso trabalhar na mina e manter a casa. Já o verá.

 

Jake estava seguro que o tentaria. Um dia, ela se daria conta de que podia lhe oferecer muito mais do que pensava.

 

Sem nenhuma pressa por desprender-se dela, Jake simplesmente a sustentou durante um tempo. Quando por fim começou a inquietar-se, sorriu e a soltou, seguro de que foram compartilhar abraços outras vezes, muito mais frutíferos se se saía com a sua.

 

—Está preparada para voltar para casa?— Ele a levantou de seu regaço. —Tenho uma pequena surpresa para ti quando chegarmos ali.

 

Ela lançou um olhar de alarme em torno da surpresa; continuando, fixou seus olhos luminosos nos seus.

—Uma surra?

 

Jake seguiu o caminho de seu olhar e recordou que ela não devia estar aqui. Por um instante, pensou que estava brincando sobre o assunto da surra, mas quando procurou seu olhar, viu que não. Incomodava-lhe que pensasse que poderia recorrer a açoitá-la como uma forma de castigo, mas o que lhe incomodava muito mais era, que parecia acreditar que a ia atrair a sua casa, sonriendo e lhe prometendo uma surpresa, só para golpeá-la. Confiava tão pouco nele?

 

A revelação lhe fez cambalear-se. O melhor marido do mundo inteiro, não?

 

—Está zangado?

 

Jake rompeu o contato visual. Ele não queria assustá-la, mas por outro lado, não queria deixá-la pensar que poderia voltar a escapar ao bosque cada vez que quisesse.

—Não importa quão zangado esteja. Eu nunca te pegaria— disse em voz baixa. —Quanto a vir aqui, Tem uma boa razão?

 

Tomou muito tempo para responder. Finalmente, ela negou com a cabeça.

—Não—. Seus olhos se obscureceram, e ela levantou o queixo. —Senti a necessidade de estar aqui, e vim. Suponho que pensará que fui uma mulher muito má.

 

A garganta do Jake se esticou. Era realmente como o via? Que ela não tinha direito a seus próprios desejos e necessidades? Sabia condenadamente bem que não tinha vindo aqui por um capricho. A colcha em sua casa estava úmida de lágrimas. Era que em sua percepção de matrimônio, ele era o marido onipotente, e se sua esposa lhe desobedecia, poderia recorrer a pegá-la? Pelo que Jake tinha visto na relação de seus pais, não podia entender como tinha chegado a essa conclusão.

 

—O que crie que devo fazer por sua desobediência, Indigo?— perguntou-lhe com suavidade.

 

Um músculo na esquina de sua boca se torceu.

 

—Já não pode me tirar meus privilégios. Já tem feito isso.

 

—O que faria seu pai?

 

Parecia surpreendida pela pergunta.

—Meu pai?

 

—Sim, seu pai. Daria-te uma surra?

Ela pareceu refletir por um momento.

—Eu-eu não sei. Nunca lhe desobedeci.

 

Jake viu suas expressões de perto.

—Assim alguma vez te pegou?

 

Seus olhos azuis se abriram como pratos.

—Meu pai? Não, nunca.

 

Por isso ele sabia, Caçador era seu único ponto de referência. Se ele alguma vez a tinha golpeado, por que ia assumir imediatamente que seu marido trataria de fazê-lo? Jake tinha a sensação de que não gostaria da resposta a essa pergunta. Peça por peça, o quebra-cabeças de Índigo estava começando a ficar em seu lugar. Ele sabia que era ainda um comprido caminho para que sua compreensão fosse completa, mas dia a dia a imagem se aproximava mais clara. O que tinha aprendido nestes últimos minutos lhe doía por ela. E por si mesmo.

 

—No que estava pensando quando decidiu vir aqui?

 

—Sobre o vento nas árvores e o sabor daqui—. Lhe quebrou a voz. —Estava pensando em que teria que ir, e queria uma última vez em meu bosque.

 

—Assim que se sentia triste.

 

—Sim, muito triste.

 

—E tinha um desejo forte para vir aqui sozinha, uma vez mais?

 

—Sim.

 

—Posso te entender, acredito—. Fez uma pausa para o efeito. —Agora que sabe que não tem que ir, não terá que preocupar-se por dizer adeus outra vez, verdade?—

 

— Entretanto, quando cheguei aqui não sabia isso.

 

Jake apoiou o queixo na mão e levantou a cara.

 

—Tenho sua promessa de não entrar no bosque só outra vez até que te diga que está tudo bem?

 

—Sim.

 

Procurou seu olhar.

—Poderia sofrer um dano grave, e não quero que te passe nada Me entende?

 

—Sim.

 

Jake a soltou e se levantou.

—Então vamos a casa para que possa te dar sua surpresa.

 

Sem deixar de olhá-lo ficou em pé.

—Quer dizer que é realmente uma surpresa? O que é?

 

Jake tinha o pressentimento que a vida de Índigo poderia estar cheia de surpresas nos próximos meses. Passou-lhe o braço pelos ombros e a levou para o caminho de volta. —Algo quase tão doce como você.

 

Índigo lhe disse que não podia comer os caramelos de hortelã até que tivesse o jantar feito e disse que seria sua penitência. Jake esperava que os doces pudessem estimular seu apetite, mas ela pareceu tão convencida de que não deveria gozar do prazer até mais tarde, que não insistiu.

 

—Está contra suas crenças comer os doces antes de ter feito penitencia? —perguntou.

 

deu-se a volta da estufa a considerá-lo, uma expressão pensativa em seu rosto.

—Não, não me parece apropriado ser feliz quando deveria estar cheia de dor. Ainda tenho todo um rosário e uma ronda de ave-marias que tenho que terminar.

 

Jake se tornou para trás em sua cadeira, sua taça de café preparada a meio caminho de seus lábios.

—Quantos rosários tiveste que rezar, pelo amor de Deus?

 

—Três.

 

Ele quase se engasgou com um sorvo de café.

—Três? Isso parece bastante duro. Acaba de te confessar faz tão só cinco dias— morria de vontades de lhe perguntar se ela tinha conseguido a penitência dos miseráveis mentiras que havia dito, mas não pôde. conformou-se dizendo: —Deve ter feito algo muito grave.

 

Suas bochechas se acenderam de uma formosa cor rosa.

—Sim.

 

Jake viu como lhe dava a volta à carne e sujeitava uma tampa sobre a frigideira. Continuando, a curiosidade pôde mais que ele.

—Que diabos fez? Roubar um banco?

 

mordeu-se o lábio. O rubor em suas bochechas se aprofundou a um vermelho culpado.

—Menti-te.

 

—E isso foi tudo?

 

Lhe olhou escandalizada.

—Disse-te várias. Várias mentiras. mais de várias, em realidade. Montões e montões. A mentira é uma coisa muito má.

 

Jake tomou outro sorvo de café. Sabia muito bem que se a pressionava, diria ponto por ponto cada mentira. Não queria pô-la em um lugar assim.

—É melhor fazer penitência, para não agarrar o hábito.

 

Voltou sua atenção à carne que tinha na estufa.

—Sim. Tenho que me esforçar por não fazê-lo mais.

 

Um sorriso tocou a boca do Jake. Pouco sabia ela que ia ser um esforço conjunto.

 

Essa noite, quando Jake se uniu ao Indigo na cama, sentiu que não parecia tão tensa. deitou-se a seu lado na escuridão e recordou a promessa que lhe tinha feito aproxima que não teria que deixar Terra de Lobos. Que Deus lhe ajudasse, de algum jeito tinha que encontrar uma maneira de mantê-la.

 

Uma rajada de ar frio entrou pela janela aberta. Jake rodou sobre seu flanco, não lhe surpreendeu encontrar a Índigo acordada e olhando na escuridão, iluminada pela lua com uma expressão dolorosa na cara. A amizade que estava surgindo entra ambos até era um broto frágil, Jake lhe acariciou a bochecha e lhe perguntou:

—Pode me dizer por que você gosta de deixar a janela aberta todas as noites?

 

As mantas a cobriam perfeitamente até o queixo, lhe olhando incômoda.

—Receio de lhe dizer isso por medo de que te ria.

Jake fazia tempo que tinha adivinhado que deixava a janela aberta para o Wolf. A seu julgamento, seu problema, era que ela tinha que confiar o suficiente no como para contar-lhe Lo último que Jake tenía ganas de hacer era reírse. Le deslizó un brazo por debajo y puso la cabeza en su hombro. Acariciándole el pelo, le echó un vistazo a las sombras y escuchó el viento. En la cabaña Geunther, ella le había dicho que según su creencia de los espíritus Comanches, el lobo se quedaría con ella.

—Não vou rir me. Prometo-lhe isso.

 

Os olhos que lhe brilhavam como a prata em um claro de lua, voltaram-se a olhá-lo.

—É uma tolice, mas não posso evitar a sensação de que Wolf pode estar por aí—, finalmente admitiu com voz tensa. —Se ele tratar de me encontrar, eu não quero que se bloqueie e cria que o esqueci

 

Quão último Jake tinha vontades de fazer era rir. Deslizou-lhe um braço por debaixo e pôs a cabeça em seu ombro. lhe acariciando o cabelo, jogou-lhe uma olhada às sombras e escutou o vento. Na cabana Geunther, lhe havia dito que segundo sua crença dos espíritos Comanches, o lobo ficaria com ela.

—Acredito que Wolf sabe o muito que o amava—, sussurrou com voz rouca. —E o muito que ainda lhe quer.

 

Índigo sentiu a empatia do Jake na forma em que a sustentava e pelo tom em sua voz. Sabia que os homens brancos ririam dela. Por um instante, pensou em lhe dizer toda a verdade, que acreditava que Wolf estava ainda vivo, não na carne, a não ser no espírito. As convicções de toda uma vida, mas se mordeu a língua.

 

Até esta noite, cada vez que a havia sustenido desta maneira, tinha estado indecisa de onde pôr as mãos. Agora, ela se atreveu a descansar a palma sobre seu peito. O pêlo grosso e elástico lhe fez cócegas nos dedos, e ela podia sentir o batimento do coração regular do coração na boneca.

 

Embora ainda se temia que poderia pressioná-la para que cumprisse com seus deveres de esposa, fechou os olhos e se encontrou quase cômoda em seu abraço. Seu calidez se envolveu a seu redor. Um sorriso curvou seus lábios quando se sumiu em uma noite de sonho.

 

À manhã seguinte, Jake estava quase a metade de caminho à mina antes de haver uma parada. Seguiu recordando como Índigo tinha estado desolada ontem na tumba do Wolf.

 

Uma repentina lembrança lhe golpeou, e fechou os olhos. Maldita seja, é que era um imbecil. Em todos os dias da morte do lobo, nunca se tinha acordado nem uma vez das crias do Wolf.

 

acelerou-se seu pulso, Jake girou e se dirigiu para baixo da montanha. Rogou a Deus que o dono do Gretel não tivesse dado o cachorrinho que se assemelhava ao Wolf, ou pior ainda, que lhe tivesse disparado. Sim. Era a solução perfeita. Jake poderia haver-se chutado a si mesmo por não pensar nisso antes.

 

Quando Jake bateu na porta dos Lobos e disse a Loretta o que pensava, ela aplaudiu a idéia e deu instruções ao Jake de como chegar à granja do senhor Morgan. Jake fez o caminho rápido para chegar ali, só para descobrir que um granjeiro chamado Christian já tinha adotado o cachorrinho. Sem dar-se por vencido, Jake pediu instruções para chegar à casa do Christian Deke.

 

Christian Deke, um homem alto como um espantalho, com uma barba de prata no queixo bicudo, arranhou-se a cabeça quando Jake lhe explicou seu problema. Colocou uma bola de tabaco de mascar o interior da bochecha, disse,

—acredito que posso lhe entender, mas eu lhe traga para esse cachorrito a meus pirralhos faz três dias. Já lhe deram um nome sabe você o que são sete pirralhos chorando de uma vez se o leva?

 

Jake odiava a idéia de romper os sete pequenos corações.

—Não acredita que estariam igual de felizes com outro cachorrinho?

 

Um brilho especulativo se arrastou aos olhos cinzas do Christian.

—Poderia, poderia. Os meninos podem ser volúveis. É obvio, um cachorrinho de lobo não é fácil de conseguir. O pai do lobito veio do caminho para o norte. Outro cachorrinho como ele, teria que ir buscá-lo centenas de quilômetros.

 

Jake sentiu uma possível negociação no ar.

—Os meninos provavelmente não se preocupam se a cria é de uma espécie ou de outra.

 

Christian se arranhou a cabeça outra vez.

—Depende, suponho.

 

Jake colocou as mãos nos bolsos de seu quadril.

—Estou disposto a lhe fazer uma oferta que valha a pena. Obteve o cachorrinho de lobo de forma gratuita. Como compensação, O que lhe parecem cinqüenta dólares?

 

Christian não parecia impressionado. Jake entrecerró os olhos.

—Muito bem, estou disposto a ir tão alto como um centenar. Você poderia comprar a cada menino uma bolsa de doces para aliviar o golpe, conseguir outro cachorrinho, e teria um maço de dinheiro para consolar-se. Tem que admitir que é um preço muito muito bom para um mestiço sem valor.

 

Deke lhe sorriu.

—O triplo disso, e você terá um lobo.

 

Jake se pôs-se a rir.

—Isso é revoltante. Trezentos dólares?—

 

—Parece-me justo para um cachorrinho de seu tipo, e que a oferta venha de um homem com tantas vontades do ter.

 

Jake fez um gesto com as mãos nos bolsos.

—Não há um cão na terra, pelo que valha a pena essa quantidade de dinheiro.

 

—Acredito que você poderia conseguir um como ele, mais barato se se for até o Yukon. Comprido e grande caminho, entretanto.

 

Jake negou com a cabeça e andou pelo caminho cheio de buracos. Não havia outra maneira, pelo inferno, que teria que pagar para levar o cão. Foi a metade de caminho à porta do agricultor quando se aproximava de sua parada. Ele nunca perdeu 300. ia pôr peros sobre o dinheiro quando se tratava da felicidade de Índigo? Pelo inferno, que bem podia pagar o que lhe pedisse. Qualquer preço era ridículo, se o pagava para dar gosto a ela.. Penosamente subiu à colina.

—chegamos um a acordo—, disse ao Christian. —vou pagar os 300 por ele—. Jake tirou sua carteira, contou os bilhetes, e os entregou ao agricultor. —Onde está?

 

Christian sorriu, deixando ao descoberto um conjunto de dentes picados.

—Tenho-o no celeiro.

 

O granjeiro abriu o caminho, Jake foi pego a seus talões. O cachorrinho estava encerrado dentro de um estábulo. Mais abaixo no corredor central, um moço magro, de uns dez anos estava sentado em um fardo de feno, engordurando um arnês.

 

—Vendi à cria—, disse-lhe Christian. —Este moço dee aqui oferece um preço tão fino que não podia rechaçá-lo.

 

O jovencito se encolheu de ombros.

—Esse perrito é tão briguento que não me importa deixar que o leve— Olhou ao Jake. —Traz um saco?

Para essa Jake foi a primeira indicação de no que se estava colocando.

—Não, por que?

 

—vai necessitar um para levá-lo—, replicou o moço.

 

Christian sorriu e fez um gesto para o Jake para que abrisse o mesmo a porta do estábulo.

—É dele, e lhe desejamos que o desfrute.

 

Jake olhou por cima da porta. Na penumbra, podia ver uma bola de pelagem prateada e negro acurrucado em uma esquina do cubículo. Jake sorriu com emoção, e soltou a trava.

—OH, ele é um pequeno menino de bom aspecto, não?

 

—Sim—. Christian sorriu. —Lobo até a medula, entretanto.

 

Jake encaixou a porta e entrou no curral. Estava a ponto de inclinar-se para convencer ao cachorrinho para aproximar-se, quando a bola de cabelo saiu como um cañonazo da esquina, grunhindo e ensinando os dentes. antes de que Jake pudesse dar-se conta, uns fortes e pequenos dentes lhe engancharam, apoderando-se de seu jeans. Olhou para baixo, quase sem poder acreditar o que via. Se não fora por suas altas botas de couro, estava seguro que estaria luzindo as marcas das presas.

 

—Hey, hombrecito—, tranqüilizou ele. —Não tenha medo!

 

O cachorrinho apoiou os pés e se tornou para trás, atirando do tecido de algodão das calças do Jake. Os provocadores olhos de ouro brilhavam na penumbra.

 

—Conheci seu papai—. Enquanto Jake falava, avançou lentamente a mão para baixo. —Sou um amigo.

 

Quando os dedos do Jake estavam a pouca distancia de tomá-lo, o cachorrinho saltou, abandonando as calças e se foi a por sangue.

 

—Filho de puta!

 

Jake tratou de sacudi-la mão para trás. O cachorrinho fechou suas mandíbulas. A dor disparou do polegar do Jake a sua boneca. Com sua mão livre, agarrou as mandíbulas do cachorrinho, abriu-as com seus dedos, e obrigou a seus dentes afiados a lhe soltar. Nesse instante o polegar lhe sangrem do Jake foi liberado, agarrou ao cachorrinho por seu colar e o manteve ao nível de seus olhos.

 

—Bastardo intratável.

 

—Com isso não está dizendo nem a metade—, disse Christian.

 

Jake soube que o homem tinha mais que razão, mas não estava disposto a admiti-lo.

—você tem um saco de juta de reposto?

 

Cristian torceu a boca ao mastigar seu tabaco.

—Por dois centavos, o vendo.

Jake jurou e procuro no bolso de sua mudança.

 

Christian agarrou o dólar que lhe estendeu e o guardou no bolso.

—Não tenho mudança.

 

—Dá igual, me consiga o condenado saco de juta.

 

                                           Capítulo 17

Uma hora mais tarde, Jake entrou na casa sustentando o saco de juta com o braço estendido. Encontrou a Índigo metida na cama, com o olhar fixo na parede. Logo que podia esperar a ver a expressão de seu rosto quando descobrisse o que havia lhe trazido.

 

—Índigo?

 

Olhou-lhe e se sentou.

—Jake? O que faz em casa?— Seu olhar trocou à bolsa movendo. —O que é isso?

 

—Uma cosita pequena que trago para ti. —, respondeu. —Manten atrás. A surpresa pode te morder.

      

Ela saltou da cama e viu com assombro como Jake dava a volta ao saco. O cachorrinho saiu, encontrou-se de novo a seus pés, e se voltou a enredar neles. Era como olhar a uma miniatura do Wolf. Jake sorriu e se voltou para ver a expressão no rosto de Índigo, esperando o prazer entusiasta e esperando por um pouco a adoração também. Para ele, não para o cão. Em seu lugar, ela atuava como se alguém a tivesse golpeado. depois de um momento terrivelmente largo, as lágrimas encheram seus olhos, e lhe voltou a cara.

 

—Afasta o de mim!—

 

Jake a olhou fixamente.

—O que?

 

Deu-lhe as costas ao cachorrinho.

—Já me ouviste.

 

—Índigo—. Jake soltou uma risada suave. —Carinho, já te ouvi. Mas é o cachorrinho do Wolf. Pensei que estaria contente.

Respirou entrecortadamente.

—Como pôde?— exclamou ela. —Como pode trazê-lo aqui? —Ela se tampou os olhos com as mãos. — Crie que queria tão pouco ao Wolf que vou deixar que um cachorrinho o remplace? Eu nunca lhe serei desleal. Nunca, em toda minha vida! —Carinho, só olha-o.

 

—Por favor, não me diga isso—. Ela deixou escapar um soluço irregular. —Fora! Por favor, Jake? Fora!

 

Recuperando o saco de juta, Jake agarrou ao cachorrinho por seu colar. A ira lhe alagou enquanto saía da habitação. Ele veio a parar-se na sala de estar e ficou olhando, como se removia e grunhia a bola de cabelo em sua mão enquanto para um charquito a seus pés. Trezentos dólares, e ela não o queria? Bom, seguro como o inferno que havia dito que não. Não tinha idéia do que fazer agora com o animalillo desagradável. Sentiu a tentação de pisar em um charquito que acabava de fazer o animal, e depois retorcer o pescoço de Índigo.

Os olhos de ouro reluziam com intenções maliciosas, o cachorrinho se cansou de agitar-se e finalmente pendurava ainda nas garras do Jake. Suspirou e o meteu no saco de juta. Talvez o levaria a Loretta. Jake o duvidava, entretanto. Só Índigo seria capaz de domar a um cachorrinho desta madeira. Ninguém em seu são julgamento sequer gostaria de tentá-lo.

 

A idéia fez que Jake recordasse sua primeira noite em Terra de Lobos e a preocupação da Loretta que ninguém adotasse o cachorrinho do Wolf. Olhou por cima do ombro para o dormitório, e um sorriso quase maligno se posou em sua boca. Com uma voz que tinha a intenção de levar a cabo uma tarefa molesta, ele disse:

—Pobre menino mau parido! Fiz todo o possível por ti… Isso é, já não posso fazer nada mas—. Jake aguçou o ouvido. Não ouviu nada mais que silêncio.

 

Indigo estava escutando, muito bem.

—Talvez se não te parecesse tanto a seu papai, outra pessoa tomaria. Assim as coisas, tudo o que temos feito é prolongar o inevitável.

 

Com isso, Jake saiu da casa. esforçou-se por manter uma expressão sombria em seu rosto convenientemente, quando viu índigo aparecendo desde detrás da cortina do dormitório. Com o que esperava fora um olhar de aço em seus olhos, Jake caminhava pela rua para a casa dos Lobos. Estava um pouco surpreso quando Índigo incluso no lhe tinha alcançado no momento em que chegou ao alpendre. Decidido a levar este ato até o final, subiu as escadas.

 

Os tablones do antigo galinheiro se sentiam ásperos por debaixo das Palmas de Índigo quando se apertou contra a parede e apareceu pela esquina do edifício atrás do alpendre . Onde estava Jake? E se tivesse deixado a casa pela outra porta? OH, Deus! referia-se a disparar a esse cachorrinho. Logo que passou um minuto que ela não pensava no Wolf, e agora teria que procurar a seu filho um centenar de vezes ao dia. Em um arranque de despeito, deu uma patada no chão.

 

O chiado das dobradiças da porta soou do outro lado do pátio e atraiu sua mente. Viu como Jake saía de casa de seus pais pela outra porta, um rifle em uma mão, o saco de juta no outro.

depois de uma inspiração revigorante, Índigo se separou do galinheiro.

—Jake?

 

deu-se a volta ao som de sua voz enquanto ia caminhando rápido pelo pátio. Um lento sorriso tocou a boca quando por fim a viu, e relaxou sua postura deixando cair em um quadril, cruzando suas largas pernas envoltas com seu vaqueiro azul gasto. Com o vento açoitando seu cabelo negro e o abrir e fechar de seus olhos escuros, olhou viril e arrumado, totalmente em desacordo com sua imagem de um assassino desumano de cães.

 

Índigo tentou não olhar como se meneava a arpillera.

—O que vais fazer?— perguntou ela.

 

Sua mandíbula se esticou.

—por que não vai dentro e tomadas uma boa taça de chocolate quente com sua mãe?— sugeriu em tom amável. —Estarei de volta em poucos minutos e voltaremos para casa.

 

O pulso se acelerou em Índigo. Uma urgência se apoderou dela para golpear o peito com os punhos. Como podia fazer isto a ela?

—Não posso deixar que díspares ao bebê lobo, Jake—, informou-lhe com voz tremente.

 

Franziu os lábios e exalou lentamente.

—Carinho, às vezes a vida é dura. Sinto que tenha que ver isto… lhe Tira isso fora da cabeça. Não sabia a maneira em que te faria sentir.

 

O saco de juta trancada se balançava contra a coxa. O olhar do Indigo foi capturada pelo movimento.

—Não posso deixar que lhe dispare. Vou lhe dar um lar.

 

Seu sobrecenho se franziu.

—Sei que tem boas intenções mas não lhe estaria fazendo nenhum favor. Os cachorrinhos necessitam muito amor. Não seria justo criá-lo em um ambiente onde lhe compararia sempre com seu pai e não lhe encontraria digno.

 

—Eu o quero—, insistiu com voz aguda.

 

Jake deixou escapar um suspiro de cansaço.

—O que há dito em casa, sobre a deslealdade ao Wolf. Tinha razão. Seria volúvel o conseguir um lobo tão logo. Não estava pensando com claridade.

 

—Mas não é qualquer lobo! É o filho do Wolf.

 

—Certo—. Jogou um olhar de preocupação para a arpillera avultada. —É por isso que fui e o consegui. Ele é a imagem de seu papai, e eu pensei, bom, às vezes, uma substituição pode ajudar a aliviar a dor de uma pessoa. Mas isso foi ver o dano que te produziu.

 

Índigo desviou o olhar da parte se abaixo do saco de juta ao Jake. Parecia empenhado em levá-lo a término, e o pensamento construiu o pânico dentro dela. Como se sentia não importava. A vida do cachorrinho era o que estava em jogo.

—vou obter mais sofrimento—, exclamou. —Por favor, não lhe dispare, Jake.

 

Elevou as sobrancelhas.

—Carinho, crie que eu quero lhe disparar? me dê uma alternativa e vou saltar em cima. Pode pensar em alguém que o possa querer?—. Índigo procurou em sua mente. —Chase o queria, mas está a quilômetros de distância—. Se lambeu os lábios e levantou as mãos. —E, é obvio, meu pai, mas ele não está em condições de cuidar de um cachorrinho. T-Talvez só podia me fazer carrego temporalmente.

 

Jake negou com a cabeça.

—Tinha um vínculo forte com o Wolf, e me partiria o coração que sofresse vendo o cachorrinho. Não, carinho, minha maneira é melhor, rápida e poda. Entra na casa e tomate um cacau. Iremos quando voltar—. Com isso, Jake se voltou e se afastou para o bosque. Indigo ficou olhando-o, apanhada em um torvelinho de emoções.

 

Ela não queria nem olhar a esse cachorrinho. Pôs-se a correr.

—Jake, espera!

 

deu-se a volta para olhá-la. Índigo se apressou a chegar até ele. Não permitindo-se pensar, agarrou o saco de juta. Ele apertou e resistiu ao puxão de sua mão.

 

—Indigo, entra na casa como te disse.

Ela arrancou o saco de seu agarre e o apertou contra seu peito, terrivelmente consciente da luta do conjunto de sedosa tibieza dentro da arpillera.

—Não vou entrar na casa! Este é o bebê do Wolf, Jake! Nunca me perdoaria isso.

 

Olhando para baixo a sua esposa, dois pensamentos ao mesmo tempo golpearam ao Jake, que tinha conseguido salvar ao cachorrinho, e que pela primeira vez desde seu matrimônio, ela o desafiava. Deus, mas era formosa quando o feroz orgulho Comanche rompeu, desde sua coluna vertebral garbosamente estirada. ficou com o queixo levantado, seus olhos azuis ardendo com um propósito, seus pequenos ombros preparados para uma batalha.

 

A certeza golpeou ao Jake com a força de uma pedra entre os olhos, agora sim se tratava da garota que tinha acreditado, não o raton silencioso e submisso que se converteu depois de fazer seus votos. Em um instante de claridade, viu-a sentada a seu lado na cama, trancando e soltando o cabelo depois de sua ordem. O sonho de todo homem feito realidade? Talvez. Mas não era o seu. Ele queria a esta Índigo, uma garota que era um anjo, uma parte sedutora outra parte selvagem, uma curiosa mescla de doçura e de fogo. O que tinha começado como um intento para fazê-la feliz com o cachorrinho tomou outras proporções. Jake olhou para dentro de seus intensos olhos azuis e lhe doía um pouco pelos dois. Por si mesmo porque se sentia enganado por ela, porque suas crenças e suas experiências com os homens brancos a tinham obrigado a um molde que tinha estado a ponto de asfixiá-la.

 

Como se de repente se desse conta do que tinha feito, ela pôs uma expressão afetada em sua cara e seus olhos se obscureceram com a confusão. Ao vê-la, Jake conteve o fôlego, temendo que poderia lhe dar ao cachorrinho de novo a ele. Vê por diante e me faça frente embora seja só por esta vez, queria-lhe dizer. O mundo não se acabará. Mas não se atreveu a romper a malha de sua forma de educação. Se ela ia encontrar bases sólidas em seu matrimônio, não podia trocar seus fundamentos. Com o tempo, talvez poderia encontrar um ponto médio no que poderia ser ela mesma, e mesmo assim cumprir com o que acreditava era seu papel de esposa. Isso só podia vir com o tempo.

 

Jake viu que seus braços se relaxaram de tudo com o cachorrinho. Logo inclinou a cabeça. Ele sabia o que queria dizer, o que fazer. antes de que pudesse, disse,

—Se mantê-lo é tão importante, Índigo, leve-lhe isso a casa.

 

Pouco a pouco levantou o queixo. As lágrimas nadando em seus olhos. Jake procurou uma piscada do fogo que tinha visto ali um instante atrás, algum rastro da soberba que tinha ondulado tão brilhantemente. Mas não havia nem rastro de ambos. Só uma nada oca, como se estivesse pisoteando e pondo uma tampa sobre suas emoções subversivas.

 

Tratou de imaginar-se como se sentiria ao ser escravizado e obrigado a tragar-se seu orgulho um centenar de vezes ao dia. Para ela, isso era o que constituía o matrimônio. Os desejos do Jake se fariam em primeiro lugar, sempre, sem importar com que força sentisse ela a respeito de algo. Por um instante, tinha reagido naturalmente, esquecendo isso. Agora reasumia de novo a atitude humilde que acreditava apropriada.

 

—Vamos. leve-lhe isso repetiu.

 

Abraçou o saco do perrito e retrocedeu um passo, lhe olhando com assombro. Jake não podia deixar de perguntá-lo que ela esperava. Uma surra? Tratou de tranqüilizá-la com um sorriso. Talvez o que precisava era esta experiência para que visse que não era um monstro autocrático.

 

—Está zangado?— -perguntou ela em voz baixa.

 

—Pareço zangado?

O olhar de preocupação em seus olhos fez ampliá-la sorriso do Jake. Ela não parecia estar tranqüila nem por isso.

—Não—disse ao fim

 

—Então não devo está-lo-se equilibrou o rifle ao ombro e jogou uma olhada ao saco de juta que ela protegia. —Tem idade suficiente para comer carne?

 

Ela assentiu com a cabeça vacilante.

 

—Então é melhor que revisemos o secador de carne.

 

Ela assentiu de novo. Logo se voltou e fugiu como se o diabo estivesse lhe pisando os talões. Jake a viu partir. Quando ela desapareceu da vista, respirou fundo e exalou, com a sensação de que acabava de batalhar com os gigantes e tinha perdido.

 

Índigo já tinha começado o jantar, quando Jake voltou na noite. Sentiu um nó no estômago quando escutou a porta principal aberta, e seus nervos se equilibraram sobre cada uma de suas pegadas enquanto caminhava através da sala de estar à porta da cozinha. Uma visão logo que desfocada da calça de mezclilla e azul, ocre contrastado por brunido e ébano, que parecia encher o dintel da porta.

 

Ela fingiu não vê-lo, e seguiu revolvendo a panela, deixando de lado o momento em que teria que olhá-lo aos olhos. Estava zangado? Essa pergunta a tinha atormentado durante todo o dia, e a qual só o dió uma resposta. Pareço zangado? Ela tinha aprendido faz muito tempo que os homens brancos podiam ocultar suas emoções mais escuras e as intenções detrás de um sorriso encantador.

 

Sentiu o puxão do perrito em seu mocasín. Seus brincalhões grunhidos não podiam ser ignorados. Deixou a um lado a colher e se obrigou a olhar para cima. Os olhos escuros brilhantes do Jake nela, e seus lábios firmes inclinados em um sorriso zombador.

 

—Parece que tem mais problemas que ajuda com este companheiro nos talões—, disse com ligeireza.

 

—Não parece saber quando é o momento de jogar.

 

Jake se aproximou para olhar as travessuras do cachorrinho.

—Todo o tempo é hora de jogar, pela forma em que se vê. Fez maravilhas com ele. Não posso acreditar que esse é o mesmo indivíduo que recentemente que mordeu.

 

Indigo lhe deu um puxão a seu piei, tratando de liberar-se. O cachorrinho tomou na medida de um estímulo e lhe deu outra sacudida ao mocasín.

—Tinha medo esta manhã. Agora que tivemos tempo de nos conhecer, não se sente ameaçado.

 

Jake arqueou uma sobrancelha, sua expressão indulgente.

—Vocês dois tiveram uma larga conversação, não? Posso-o agarrar?— Seu olhar procurou a dela. —Eu gostaria que me ensine como se faz um destes dias.

 

Indigo tinha suspeitado que sabia a respeito de seu dom, devido à expressão em seus olhos quando ela tratou de olhar nele, mas tinha esperado estar equivocada. Agora que o tinha confirmado um calafrio fez um caminho até a coluna vertebral. Como se sentiria a respeito de ter uma esposa que se comunicava com as criaturas? E se não tivesse nada que ocultar, por que a excluía? Agora sabia que ele o fez deliberadamente. Em momentos como agora, seus olhos eram quentes e comunicativos. Foi só quando ela tratou de ver mais profundamente nele que as paredes se levantaram.

 

endireitou-se e se concentrou na cozinha. Com um olhar ao fogão, disse,

—É o café recém feito o que cheiro?

 

Arrastando o cachorrinho junto a ela, Indigo se aproximou da prateleira a por um prato e tomou uma taça de café da estropia. Jake riu entre dentes enquanto fazia trabalhosamente seu caminho de volta à cafeteira, com um pé apanhado pelos dentes do perrito. Ele se sentou em uma cadeira de respaldo reto e estirou suas largas pernas, com as botas cruzadas nos tornozelos. Podia sentir seu olhar detrás lentamente sobre ela. Seus nervos lhe picavam. Tinha um lado escuro que tinha medo que visse? A mão lhe tremeu quando levantou a cafeteira.

 

—Está usando uma saia. Qual é a ocasião?

 

Indigo se voltou a lhe dar a taça enche. inclinou-se para diante e torcendo os dedos através da manga.

 

—fez-se pis sobre mim—, murmurou.

 

—O que?

 

Envergonhada, ela se repetiu. Jake sorriu e olhou o bordo com franjas de seu joelho, que era a longitude da saia, com um brilho em seus olhos agradecidos.

—As calças, os bombachos, ou ambos?— Em seu gesto, seu sorriso se ampliou. —Talvez o ter a meu redor não vai ser uma dificuldade, depois de tudo. Assumi que a única saia que tinha era a de pele de ante branco.

 

Indigo negou com a cabeça.

—Tenho várias para todos os dias. Não as uso muito quando estou trabalhando—. O cachorrinho se sacudiu mais forte em seu mocasín, e ela olhou para baixo. —Pelo menos não o fazia. Agora não tenho mais remedeio que usar saias até que consiga limpar e tratar minhas calças. O processo leva bastante trabalho.

 

—Tem só um par?— perguntou com suavidade.

 

—Não, dois. Entretanto, dada sua afeição por ocasionar fugas, vou salvar o par extra no caso—. Dela levantou a vista. —Como me disse que podia voltar a trabalhar logo que sentisse que estava a salvo...

 

Ele assentiu com a cabeça.

—Isso é o que hei dito.

 

Indigo se relaxou um pouco. Se ele estava zangado, era um professor em camuflá-lo, e se tinha um lado escuro, era um ator consumado. O cachorrinho viu uma pele de batata que lhe tinha cansado. Abandonou seu mocasín, brincando de correr pelo chão, meneando a cauda emplumada sobre suas costas. Com um latido e grunhido, atacou à pele, deu-lhe uma sacudida, e correu com ela pela sala de estar.

 

—Está lista para o passeio?— perguntou Jake.

 

agachou-se para abrir o forno e comprovar suas bolachas.

—Pensei que nos poderíamos saltar isso esta noite. Temo-me que o cachorrinho pode correr e não vir quando lhe chamar. Para amanhã, vai conhecer nos melhor.

 

O calor lhe queimava os olhos. tornou-se para trás e girou a cara, e logo fechou o forno.

 

—Como lhe vais chamar?

 

Indigo se endireitou e se sacudiu um cacho que caía do cabelo.

—Não o decidi ainda. O nome é muito importante. Eu gostaria que tivesse um significado.

 

Agachou a cabeça e ficou pensativo.

—O que te parece Sonny? Pode servir.

 

—Sonny? — Índigo enrugou o nariz. —Não é digno—. Jake se encolheu de ombros. —Entretanto, é significativo. É o filho do Wolf. Além disso, é um pouco pequeno ainda. No momento em que cresça, te pode ocorrer um nome melhor.

 

Ela pôs o nome em sua língua de novo e conseguiu sorrir.

—Eu gosto. Muito bem, chamará-se Sonny.

 

Seu olhar escuro se arrastava lentamente sobre ela e se assentaram nas pernas, onde seus mocasines e uma saia pelos joelhos deixavam ver uma boa parte de suas pernas. Sua expressão se afiou, e se inclinou para frente.

—Carinho, que são esses arranhões?

 

Ela se inclinou para olhar e se surpreendeu ao ver várias marcas vermelhas nas acne e pantorrilhas.

—Está acostumado a levantar-se e saltar. Os lobos têm garras. Como cachorrinhos, podem ser um pouco perigoso quando jogam.

 

—Jesus—. Jake lhe pôs uma mão detrás do joelho e a atraiu para si. —Cortou a tiras—. Levantou um olhar nela. —E tem medo de mim? Isso é incrível.

 

—Eu não teng…

 

antes de que pudesse terminar, Jake se aproximou e pôs a mão sobre sua boca.

 

—Esquece o que hei dito isso.

 

Começou a mover a mão, e disse Indigo,

—Mas eu… não…

 

afogaram-se as palavras de novo, seus olhos dançaram com picardia.

—Indigo, simplesmente não diga nada. É uma ordem.

 

Quando lhe tirou a mão da boca de novo se mordeu o lábio olhando para ele com assombro. Jake lhe piscou os olhos um olho, e logo reatou o exame de suas pernas.

 

A sensação de seus dedos quentes lhe fez cócegas na pele nua. Tratou de soltar-se, mas ele levou a cabo seu pensamento e levantou mais alta a saia com a outra emano para avaliar os danos. Nenhum homem, só seu pai e seu irmão lhe tinham visto em sua vida suas pernas nuas, e isso tinha sido anos atrás. Só sua mãe a tinha visto ou meio doido após. A cara do Indigo ondulava.

 

Jake não parecia consciente da liberdade que se estava tomando. Ela sentiu que seus dedos, ligeiros e suaves como uma pluma, procuravam cada uma de suas feridas.

—Sua tia Amy não deixaria nenhum tipo de ungüento por aqui?

 

—Há algo na gaveta da cômoda—. Acima de tudo, o que Índigo queria era escapar de seu tato e conseguir que sua saia voltasse para baixo. —Lavarei-me e me porei ungüento em depois do jantar.

 

—depois do jantar, o inferno—. Ele a soltou e ficou de pé. —Os arranhões de animais são jogo de dados a infectar-se.

 

Saiu da cozinha e retornou momentos depois trazendo o bote de medicamento. depois de lhe assinalar uma cadeira, tirou uma toalha de linho da gaveta, umedecendo-a com água da jarra, e logo se ajoelhou ante ela sobre um joelho. lhe agarrando o pé direito, apoiou-o em sua coxa elevada e empurrou a saia.

 

Ao Indigo lhe cortou a respiração. Ela não levava pololos. Com uma de suas pernas levantadas, ele provavelmente poderia vê-la tão claro como a manhã. Tratou de baixá-la saia. Jake levantou o olhar, e seus dentes brancos brilharam em um sorriso preguiçoso.

—Sou seu marido—, recordou-lhe.

 

De algum jeito, a Índigo não parecia muito tranqüilizador.

—Eu-Eu posso fazê-lo sozinha. Sério!

 

Lhe dirigiu um olhar carregado de significado.

—Não me importa.

 

Ela ficou com a parte posterior de sua cabeça inclinada. Quando lhe aconteceu uma mão por cima do joelho, tremeu e apertou as coxas juntas.

 

Levantou os olhos marrons rendo-se dela.

—Indigo, te relaxe. Tudo o que me interessa são os arranhões.

 

Manteve as coxas apertadas, mas tratar de relaxar-se. Justamente o contrário, foi em vão. Lhe lançou outro olhar inquisitivo.

 

—Não confia em mim?— Sua voz era profunda e rica. —Se eu estivesse empenhado em ver o que com tanto insto tráficos de ocultar, não crie que te tivesse dado uma olhada antes de agora?

 

Tinha razão. Baixou o pé direito, levantou a outra perna, e se dedicou à limpeza dos arranhões que ficavam. Quando o fez, aplicou o ungüento.

Quando a última marca foi atendida, voltou a colocar a tampa sobre o recipiente de estanho, pô-lo sobre a mesa, e mostrou um sorriso lento.

—Ainda está de uma só peça?— perguntou-lhe em voz baixa.

 

Índigo fez um gesto brusco com a cabeça em afirmação, seu único pensamento era conseguir pôr os dois pés no chão. Ele parecia resistente a soltar seu agarre no tornozelo, entretanto. Tinha dificuldades para lhe sustentar o olhar.

 

—É tão bonita como nenhuma rosa que tenha visto nunca—, informou-lhe com voz rouca. —E tem umas formosas pernas.

 

Levantou seus olhos para cima. Ela o olhou fixamente, o pulso golpeando, com as mãos apertou os punhos sobre o bordo do assento da cadeira.

—Suas bolachas vão se queimar—, disse ela com voz tremente.

 

—Agora uma manobra tática, se alguma vez ouvi alguma…—, respondeu com um sorriso. Baixou o pé ao chão e ficou em pé.

 

Sonny voltou a entrar na cozinha, seguia jogando com a pele de batata. Jake voltou para sua cadeira e tomou um sorvo de café tranqüilamente enquanto olhava a sua esposa. Não podia estar seguro, mas pensou que algumas das sombras de seus olhos se aliviaram.

 

Quando se uniu a ele na mesa para o jantar e comeu uma porção abundante de guisado, seu ânimo se elevou. Era a primeira vez que tinha visto sua forma de alimentar-se da morte do Wolf. Com cada poucos bocados, tomou um pouco de carne de veado e o deu ao Sonny. Alimentar ao cão na mesa não o para muita graça ao Jake, mas não disse nada. Ao inferno, na medida que a ele concernia, poderia-lhe pôr um babador ao cachorrinho e sentá-lo em uma cadeira. O que a fazia feliz a ela, o fazia feliz a ele. Esse era seu único objetivo.

 

Tirou um pedaço de carne de seu prato, inclinou-se para baixo e o estendeu sobre a palma de sua mão. O cachorrinho de lobo de olhos brilhantes como o ouro cheirou a carne e pouco a pouco se aproximou para tomá-la. Jake se limpou a mão sobre seu guardanapo e se encontrou com o olhar brilhante do Indigo.

 

—Obrigado por me trazer isso sussurrou com voz trêmula. —É o melhor presente que recebi.

 

Jake endireitou os ombros. Para um homem que acabava de atirar trezentos dólares em um cão que não queria, sentia-se absurdamente orgulhoso de si mesmo, disse-se Jake.

                                                   Capítulo 18

Nos seguintes dias, Jake aprendeu o verdadeiro significado da frustração.

 

Queria ao Indigo como nunca quis a outra mulher, até tal ponto que pensou em milhares de coisas. Viver na mesma casa com ela, dormindo na mesma cama com ela, e sabendo que ela era dela, deixava-lhe tão duro que não podia manter a compostura.. Só a preocupação por seus sentimentos lhe impediam de levá-la até o dormitório e fazer o amor com ela, até que o mundo se acabasse.

 

Desde sua conversação junto à tumba do Wolf, Jake suspeitava que Índigo albergava mais de uma idéia equivocada a respeito dele. Se lhe exigia que cumprisse com seus deveres de esposa, tinha medo de estar à altura de algumas de suas piores expectativas. Necessitava tempo e aprazível cortejo. Estava decidido a lhe dar tudo o que necessitasse.

 

Jake só tinha que convencer a seu próprio corpo da sabedoria dessa decisão. além de seus largos dias na mina e seus passeios pela tarde com o Indigo, derrubou e cortou oito montões de lenha no espaço de quatro dias. Quando a quantidade de madeira no pátio traseiro dos Lobos começou a alcançar proporções vergonhosas, abordou a madeira seca e danificada em seu alpendre, trabalhando até renová-la, muito depois do anoitecer, com a luz da lanterna. De noite, quando se desabava sobre a cama, cada parte de seu corpo clamava pelo esgotamento.

 

Cada parte, menos uma.

 

Na sexta noite, Jake construiu umas muletas para Caçador, logo ajudou a seu sogro a dar seus primeiros passos vacilantes depois de tantas semanas de estar acamado. Loretta fez um jantar para celebrar a feliz ocasião. Depois, Jake caminhou junto a Índigo casa e logo tomou um banho no congelado arroio, que serve para adormecer cada parte de seu corpo exausto.

 

Cada parte, quer dizer, todas menos uma.

 

No sétimo dia, Jake decidiu abordar novas táticas para atrai-la. Se não conseguia colocar a sua esposa entre seus braços logo, uma destas três coisas podiam acontecer, ele mesmo se levaria a se mesmo à morte, morrer de pneumonia, ou perder o controle e a força e fazer o amor com ela. Dada sua idade, ao Jake não gostava da idéia de ir a uma morte prematura, e porque amava ao Indigo, a alternativa não tinha muito atrativo, seja como fosse. Quão último queria era perder terreno com ela, o que sem dúvida ocorreria se recorria à força de seus braços.

 

Posto que sabia que seu jovem algema estava tão nervosa sobre fazer o amor como um gato de cauda larga em um quarto cheio de armadilhas, decidiu utilizar um enfoque sutil, o que requereria um conhecimento superficial da capacidade de atuar, uma mão lenta, muito liger, e ilimitada paciência. Tinha grandes esperança de que ia funcionar bem no Indigo, seu objetivo era despertá-la antes que ela se desse conta de tudo o que estava fazendo.

 

As coisas começaram bem. Durante seus passeios pela tarde e as largas noites juntos, aproveitou-se de cada oportunidade de tocá-la, riscando círculos relaxados no pescoço, com a ponta dos dedos como plumas sobre seus lábios, e acariciando o centro das Palmas e a curva de seus braços. Jake media seu êxito observando seus olhos. Quando ela se excitava, voltavam-se de um cinza sonolento, e tormentoso. No transcurso da terceira noite, estava contente de notar que seus olhos eram mais escuros que cinzas.

 

Pela tarde do quarto, estava mentalmente esfregando-as mãos com antecipação. Esta noite seria a noite. Com esse objetivo em mente, levou-a a dar seu passeio. Como se tinha convertido em seu costume, passou um braço sobre os ombros. Só que esta vez, em lugar de enroscar seus dedos ao redor de seu braço, deixou que sua mão pendurando lánguidamente sobre seu peito direito. Dada a natureza da marcha, especialmente em superfícies irregulares, era natural que seus movimentos corporais lhe fizessem roçá-la mais que acidentalmente com seu braço, e posto que a mão que pendurava se anexava ao movimento, também seguido que seus dedos ligeiramente curvados roçavam o mamilo.

 

No primeiro contato acidental que ocorreu, Índigo, arrojou-lhe um olhar de suspeita, que Jake desviou com uma expressão suave de interesse. Por fim se relaxou.

 

Esperou seu momento, continuando, e se lançou até seu objetivo uma vez mais. Era tudo o que podia fazer, sobre tudo não sorrir quando sentiu o dura e erguida que sua auréola se pôs. Na terceira passada, o mamilo empurrou contra a pele suave de sua blusa com entusiasmo, alcançou seu ponto máximo e o esforço e a atenção que tinha suposto para o Jake, a verdade era que se sentia mais que feliz de proporcionar.

 

Encontrou um lugar coberto de erva debaixo de um carvalho. Uma pequena coisa como terra úmida não ia dissuadir o. sentou-se com as costas contra a árvore e sentou ao Indigo a seu lado. Enrrolló seu braço ao redor dela, pôs sua mão a trabalhar na clavícula, riscando sua forma e falando sem parar sobre as palhaçadas do Sonny, fingindo estar absorto no cachorrinho pelo que o toque de sua mão parecia mas que inocente. de vez em quando, deixou que seus dedos se desviassem da clavícula, como uma pluma sobre seu peito.

 

Um olhar à baixa, disse Jake que o êxito estava quase a seu alcance. Seus mamilos estavam tão erguidos como cadetes fazendo guarda. voltou-se para ela e se inclinou para lhe beijar a bochecha. Colocando uma mão sobre a caixa torácica, começou uma ascensão sutil, até que seus dedos rodaram ao redor de seu peito direito. Ela abriu a boca e ficou rígida quando ele capturou o máximo de seu mamilo entre o polegar e o dedo indicador.

 

—Está bem—, assegurou-lhe em um rouco sussurro. Ele arrastou seus lábios para sua boca. —Confia em mim. Só te relaxe.

 

Naturalmente, Jake esperava que íba a fazer precisamente isso e o deixasse continuar. Mas não esperava flaccidez total. Afirmou seus lábios em um beijo apaixonado, lhe passando a língua além dos dentes separados para provar a umidade doce. Quando o fez, foi como sem amido, como a seda empapada. Por um momento horrível pensou que ela se deprimiu. Sua mão se congelou no peito, e pouco a pouco se tornou para trás. Os olhos dela tinham um olhar em branco, distante.

 

—Índigo?

 

Ela piscou e se centrou, procurando seu olhar um pouco irritada.

—Sim?

Jake procurou seu olhar. O pânico, que não podia dirigir. Ele não se teria surpreso pela rigidez. Ou inclusive um pouco de resistência. Era de engenho rápido e tinha que saber o que estava em sua mente. Entretanto, flaccidez? Estava muito longe de sua entrega, tremendo, e lhe deixou um mau sabor na boca, perdendo o entusiasmo.

 

—Está bem?— , perguntou.

 

Lhe deu um pequeno sorriso de sonho e voltou a piscar, para todo o múndo como se fora sonho.

 

—Estou bem.

 

Jake não queria (estou bem) um abandono sem sentido. Deixou os braços a seu redor e se relaxou na árvore, sem saber que doía mais, seu ego ou sua virilha dolorida. Seu amor tinha suscitado uma gama de respostas, inclusive uma bofetada ou dois, mas nunca em sua lembrança, tinha dormido uma mulher.

 

—Está bem?— replicou ela.

 

Jake a olhou com uma seca expressão divertida.

—Sinto-me excelente.

 

depois de um montão de intentos, Jake encurralou a Loretta à tarde seguinte e lhe perguntou se lhe tinha explicado os fatos da vida a sua filha. Loretta ficou vermelha e saiu da casa, dizendo que tinha que ir ao curral a pelos ovos. Jake se sentia mal por envergonhá-la, mas seu matrimônio estava em uma linha muito magra e confusa. Necessitava respostas.

 

Com esse objetivo em mente, aproximou-se de Caçador, quem ainda se limitava à cama. Ao igual a antes, quando Jake procurou o conselho dele, Caçador respondeu as perguntas e suas respostas foram vagas para o Jake. De sua conversação, Jake obteve que Caçador não tinha idéia do que Loretta lhe havia dito a Índigo sobre o sexo. Isso se falava de mulher a mulher e não lhe dava importância. No espaço de uns minutos, o marido podia ensinar a sua esposa, muito mais com suas ações que as palavras podiam lhe dizer.

 

Jake abandonou o lar dos Lobos com a impressão inequívoca de que Caçador considerava que a educação sexual do Indigo era um problema do Jake. Para o Jake, tinha começado a parecer insuperável.

 

Enquanto Jake lutava com sua confusão, Índigo tratava com a sua. Jake não era de maneira nenhuma como ela tinha esperado. A pesar que o tinha visto mostrar sua claro componente de arrogância masculina e sabia que era capaz de governá-la com um punho de ferro, era, em sua major parte, imensamente paciente e solícito, totalmente em desacordo com suas expectativas de um marido. Quando a tocava, ele sempre era amável. Parecia sempre lhe dar seu lugar e favorecê-la. Que Deus a ajudasse, estava ainda começando a atuar como ele. Não era só um pouco, era o bastante. Tratou de não fazê-lo, mas parecia não poder deter-se. A fazia rir mais que ninguém tinha conhecido nunca. E lhe fez sentir-se especial. Inclusive enquanto dormia, abraçava-a como se fora de frágil cristal. Às vezes, até fazia pouco, sentou-se em seu contrário, mas a dia de hoje se sentia mais protegida que ameaçada pelo círculo de musculos de seus braços.

 

Do incidente sob a árvore de carvalho tinha começado a perguntar-se, em momentos de debilidade mental, o que seria fazer o amor com o Jake. Quando a tocou, foi como ser acariciada com o fio de tecido de aranha, e lhe fez sentir-se… como que não pudesse pôr um nome à mesma. Assustada, sim, porque sabia que o que ele pensava fazer com ela poderia ser muito desagradável. Mas a fazia sentir bem, assim, como se fora a manteiga sobre uma bolacha quente. Seu temor era que se se deixava derreter-se, tiraria dela um bocado suculento.

 

E se o fazia? Como poderia alguém parece ser tão gentil e amável indefectiblemente se tinha a intenção de fazer algo tão horrível?

Esta pergunta levou ao Indigo a fazer frente a um fato inegável. Contra seu melhor julgamento, apesar de todas suas experiências passadas com homens de raça branca, pouco a pouco foi começando a confiar nele.

 

A realidade a aterrorizava.

 

Uma semana depois do incidente sob o carvalho, a carta tão esperada do Jeremy chegou. Para evitar o risco da curiosidade de Índigo, Jake abriu a carta no bosque para lê-la antes de chegar a sua casa. A notícia não era boa. depois de uma investigação adicional dos arquivos de Ore-cal ENTERPRISES, Jeremy tinha a certeza de que seu pai estava detrás dos acidentes em Terra de Lobos. Na carta além disso punha que ia fazer lhe logo uma visita, para poder realizar juno ao Jake o resto das investigações. Com um ombro apoiado contra um pinheiro, Jake ficou olhando a letra de seu irmão durante um bom momento e recordando aquela tarde remota em que Jeremy lhe tinha revelado suas suspeitas. Tinham passado tantas coisas após. A brisa levantou e corredor o caro papel da carta, que levava o cabeçalho de Ore-cal ENTERPRISES. Passou o polegar pelo grão fino do papel. Estas últimas três semanas, o mundo que tinha deixado atrás no Portland tinha começado a parecer um sonho longínquo. Agora todo se precipitou de novo com tanta claridade que quase podia ver o Jeremy diante dele.

 

Já não estava seguro de aonde pertencia. Tinha uma esposa aqui. A casa do López estava começando a senti-la como lar. Tinha calos nas Palmas de suas mãos. Entretanto, como ia lhe dar as costas a seus empregados, sua família, e a influência que tinha trabalhado tão duro para adquirir? preocupava-se pouco por seu pai, mas amava a seu irmão Jeremy e a suas irmãs. Esses laços não se podem romper facilmente.

 

Dobrou a carta e a guardou no bolso da camisa. Esta noite, quando Índigo não olhasse, ia jogar a no fogo. Não serviria de nada todos seus esforços, para que ela visse o cabeçalho de Ore-cal ENTERPRISES e descobrir a verdade a respeito dele antes de que pudesse explicar-lhe

 

Jake suspirou. Explicar? Deus, o que temia era a proporção da discussão. Indigo não ia estar cheia de alegria ao saber que se casou com o filho do homem que tinha estado perto de matar a seu pai. Apesar de que tinha tomado cuidado de não lhe mentir nunca, tinha tecido uma rede de verdades pela metade. O que pensaria quando lhe contasse a respeito de si mesmo? Como se sentiria quando se inteirasse de que tinha uma prometida? Maldita seja, ainda não tinha encontrado nem um momento privado para escrever ao Emily.

 

Jake fez uma careta. Um momento de intimidade? A verdade era que não tinha encontrado a oportunidade de escrever uma carta a costas do Indigo. Isso o fez sentir-se culpado como o inferno. Indigo era honesta até o exagero, inclusive quando temia que o propinase uma surra. Como podia lhe fazer entender suas motivações para viver em uma mentira?

 

Jake já não estava seguro de que ele mesmo pudesse entender suas próprias motivações. No Portland, faz muito tempo, aquela tarde, vir aqui de incógnito lhe tinha parecido uma solução perfeita. Mas isso tinha sido antes de conhecer os Lobos, estas pessoas que lhe disseram a verdade, como se cada palavra que pronunciassem fossem sob juramento. Teve que fazer frente à possibilidade de que seus enganos inofensivos pudessem romper o coração de Índigo e destruir seu matrimônio.

 

Índigo teve a sensação de que algo andava mal no momento em que Jake entrou na casa. Seus olhos escuros tinham um olhar velada, parecia mastigar algum problema, e suas facções polidas se assentaram em linhas sombrias. aproximou-se da porta da cozinha.

 

Seu primeiro pensamento foi a mina.

—passou algo?—

Como se escutasse sua voz através de uma névoa, inclinou sua orgulhosa cabeça e se instalou em seu olhar perdido. depois de um momento, sorriu.

—Nada de fora do normal. Acabo de receber uma carta de meu irmão.

 

Indigo não acreditava que se visse muito feliz por isso. Recordou a tarde no palheiro quando ele tinha falado de sua família e a sensação de que ele era um de seis cilindros de levedura em um pacote de fábrica.

—Você dió uma má notícia?

 

passou-se a manga pela frente.

—Não, a menos que considere as más notícias sua companhia. Vem a me visitar.

 

Indigo se sentiu como se seu estômago se baixasse à região dos joelhos.

—vai vir aqui?

 

Jake levantou as mãos.

—Não sei quando. Diz que logo—. Deu à sala de estar um olhar superficial. —Pode dormir no sofá. Seus pés pendurassem sobre o final, mas isso não o vai matar.

 

Indigo tentou ordenar seus pensamentos.

—É alto como você?

 

—Aí é onde terminam as similitudes, me acredite. Jeremy é muito bonito para seu próprio bem. Se começar a te falar docemente, corre na outra direção.

 

O menor de seus temores era que o irmão do Jake tratasse falar docemente com ela. Ele provavelmente a olhasse de cima abaixo e perguntasse ao Jake se tinha perdido a razão.

—Ele sabe de mim?

 

Jake se aproximou dela, sacudindo a cabeça.

—Não, não tive tempo para escrever.

 

Ela teve que forçar suas seguintes palavras.

—Rechaçará-me?

 

Os olhos escuros do Jake encontraram com os seus, e seu rosto se suavizou com um sorriso.

—Eu te passo. Isso é o que importa, Indigo.

 

Não era o que precisava ouvir. Acostumada a toda a atenção do Jake, estava-se alarmando pelo olhar distante e preocupado em seus olhos. Voltando para a cozinha, baixando o fogo para cozinhar, para que a sopa de frijoles não se queimasse enquanto se tomava um tempo. Um pensamento nadou sem parar em sua mente. Jeremy não sabia ainda que seu irmão estava casado com uma Índia.

 

depois de recolher os pratos do jantar, Indigo pediu permissão ao Jake para ir visitar sua mãe. O deu sem vacilar e se ofereceu a acompanhá-la porque já era de noite. Em realidade não queria que a acompanhasse, explicou-lhe que não passaria muito tempo e se foi antes que pudesse lhe fazer perguntas.

 

Seu irmão ia vir. Indigo se apressou com o passar do passeio para a casa de seus pais, recordando a advertência de sua mãe. Ele vinha da cidade, onde as mulheres vão embelezadas com franzidos e volantes. Índigo apertou suas mãos às bochechas. por que não tinha escutado os conselhos de sua mãe? Se tivesse começado a utilizar a água de limão na cara esse dia, pode que já tivesse começado a branquear sua pele. Agora já era muito tarde.

 

Índigo parou um instante e ficou ali na escuridão olhando às cegas pela rua. Ao inteirar-se de que Jeremy vinha de visita, tinha-a obrigado a enfrentar-se aos sentimentos que tinha estado tratando de negar. De algum jeito, Jake se tinha introduzido agora sob suas defesas. Não queria pôr um nome à dor que estava construindo em seu interior, ainda não. Quão único sabia, era que queria que se sentisse orgulhoso dela.

 

O que acontece Jeremy se surpreendia? O que acontece Jake a olhava de novo, mas através dos olhos de seu irmão? Poderia, então lamentar haver-se casado com ela, se não o fazia já. Não se havia visto eufórico quando lhe contou que Jeremy ia vir. por que teria que fazê-lo? Ao menos, ele provinha de uma família extraordinária, sua esposa Comanche ia fazer que todos seus parentes levantassem as sobrancelhas.

 

Podia lhe perder .. OH, Deus! podia perdê-lo. O teria que ir-se ao mundo além das montanhas e não voltar nunca mais. Nunca o oiria dizer seu nome outra vez quando entrasse pela porta depois do trabalho. Nunca voltaria a ouvir sua voz grave lhe sussurrando junto ao ouvido. Nunca mais poderia dormir de noite mantiendose perto de seu coração.

 

Indigo se sentia como se algo dentro dela se fosse desmoronando. Respirou forte o ar e abraçou a sua cintura. Segundo a lei do branco, até que Jake não lhe fizesse o amor, podia anular seu matrimônio. Era por isso que não a havia meio doido ainda? Talvez tinha estado planejando deixá-la todo o tempo.

 

As lágrimas brotaram de seus olhos. Se esse fosse o caso, ela deveria estar delirantemente feliz. Não tinha querido casar-se com um homem branco em primeiro lugar. Então por que o pensamento de que saísse de sua vida a fazia sentir assim? Pergunta-a era incontestável.

 

Jake começou a suspeitar quando Indigo voltou de casa de seus pais com um vulto em seus braços. Voltou a suspeitar ainda mais, quando se dirigiu para o dormitório. ficou na mesa da cozinha e terminou de afiar as facas, esperando que entrasse e se explicasse. Quando não o fez, começou a preocupar-se. Tinha estado atuando de maneira estranha durante toda a noite.

 

Andando com calma, transladou-se em silencio através da casa. Quando chegou à porta da habitação, ficou ali um momento e escutou. Ouviu o movimento, assim sabia que não estava na cama. Um débil resplendor da luz se derramava por debaixo da porta. Franziu o cenho e girou o trinco.

 

—Índigo, o que está…

 

Jake esqueceu o que ia dizer. Sua esposa estava junto à cama, com um dos vestidos azuis de sua mãe posto. Evidentemente, trocou-se já várias vezes os objetos de vestir, seu cabelo se deslizou, soltando-se algumas mechas, e sua coroa de tranças pendurava torcida, com brincos largos de cachos que emolduram sua cara pequena. O olhar do Jake caiu aos pés de seus mocasines, que apareciam por debaixo de sua saia.

 

—Jake—, disse com voz débil.

 

—O que está fazendo?— Ele entrou e jogou uma olhada à pilha dos vestidos sobre a cama. —Esses são de sua mãe, não?

 

As bochechas as tinha acesas ao vermelho.

—Emprestou-me isso. Tinha a esperança de que poderia levá-los até que cheguei a costurar algo para mim.

 

Jake não podia dar crédito a seus ouvidos.

—Não sei por que, mas tinha a idéia de que você não gostava da roupa das mulheres brancas.

 

Ela deu volta à cara.

—troquei que opinião. Não é que me sirva de muito. Os vestidos de mamãe não ficam bem.

 

Jake podia ver o problema. Seus grandes seios se esforçavam pelas costuras da blusa.

—Bom, isso não é uma grande catástrofe. Pode levar peles durante um par de semanas mais, enquanto te costura algo novo.

 

Pessoalmente, Jake ia se perder suas saias até o joelho com franjas.

—O azul te favorece.

 

—Obrigado—. Ela não se voltou a olhá-lo. —Só desejaria que se ajustassem. Vejo-me como uma salsicha amarrada.

 

Reprimindo um sorriso, Jake se moveu lentamente para ela. O sutiã ajustado empurrou seus peitos cremosos muito por cima da linha do decote. Em sua opinião, as salsichas amarradas não descreviam exatamente o efeito. Não é que tivesse a intenção de discutir. Estava tão formosa com os seios assim meio nus, que não ia deixar a sair muito da habitação

 

À medida que ficava a seu lado, deu-se conta da expressão afetada em seus olhos. Deu um passo mais perto.

—Carinho, o que tem de mau? Pelo fato de que haja certas partes que não encaixam nos vestidos de sua mãe não há nenhuma razão para estar molesta.

 

—OH, Jake.

 

inclinou-se para baixo, tratando de ver seu rosto.

 

Estava seguro que tênia que haver muito mas, debaixo do desgosto de não lhe entrar a roupa de sua mãe, olhou-a fixo aos olhos.

—OH, Jake? Isso não me diz muito.

 

Suspirou

—Não posso usar nenhum sozinho.

 

Esteve de acordo de todo coração. Era tudo o que podia fazer para manter as mãos quietas.

—Não tem por que preoc…

 

—Não o entende! Nunca vou conseguir os vestidos feitos antes d que Jeremy chegue aqui. Nunca, nem sequer embora mamãe me empreste a máquina de costurar!

 

—por que..?— O resto da pergunta morreu na garganta do Jake. Tragou saliva e o tentou de novo, não do todo seguro de que ele quisesse oir a resposta. —Indigo, por que tem que ter os vestidos feitos antes de que Jeremy chegue aqui?

 

—Porque ...

 

Os tendões ao longo de sua garganta se destacaram tanto como ela se esforçava para falar. As palavras nunca chegavam. Jake pôs a mão em seu rosto. O medo e a dor que viu em sua expressão, deixou-lhe apanhado em seu coração. Com um gemido, envolveu-a em seus braços.

—OH, meu amor...

 

No momento em que ele a abraçou, um aroma estranho chegou a seu nariz. Foi tão forte que lhe esqueceu todo o resto.

—O que é esse aroma?

 

Ela ficou rígida.

—Que aroma?

 

Aspirou ao lado de sua orelha.

—Cheira a limão.

 

—OH—. Lhe apertou a cara contra seu ombro. —É limão misturado com água.

Jake fez uma careta. Sabia que as mulheres utilizavam a água de limão para branquear seu rosto. Mary Beth se empapava com ela todos os verões para esclarecer sua pele. Fechou os olhos. As lembranças se apoderaram de sua memória: Indigo sentada sob a árvore de louro ao lado da cabana Geunther.

Então se lembrou das coisas que tinha ouvido dizer que Brandon Marshall disse a ela. Pela primeira vez em sua vida, Indigo estava tratando de ocultar seu patrimônio. E por que? Porque queria que estivesse orgulhoso dela.

 

Essa realidade lhe fez cambalear-se até os alicerces, Jake esteve tão perto de chegar às lágrimas, como nunca o tinha estado em sua vida adulta. Uma das coisas que tinha admirado sempre de Índigo era seu feroz orgulho Comanche. Durante o que pareceu uma eternidade, ele tinha tido o desejo de algum signo de que ela retornava a seus afetos.

 

Agora que lhe tinha dado uma parte, sentia-se doente. Era devido a seu sangue indígena, que não se sentia o suficientemente boa para ser sua esposa? Justamente o contrário! Ele era o que temia não estar à altura.

 

Sem falar, levantou-a em seus braços. Com o Sonny seguindo seus passos, levou-a a cozinha, baixou-lhe os pés no chão, e tirou um trapo de cozinha limpo da gaveta. Sobre a fregadera, inclinou a jarra de água para umedecê-lo. Ela se tornou para trás, quando começou a esfregar sua cara.

 

—Q-o que está—balbuciou ela—fazendo?

 

—te lavar o condenado aroma de limão. Olhe para acima.

 

—Mas eu…— Ela piscou e franziu os lábios.

 

Jake lhe aconteceu o tecido na bochecha, logo se inclinou para beijar a ponta do nariz.

—Nunca faça algo como isto outra vez. eu adoro sua pele tal e como é.

 

Seus olhos pareciam de veludo azul triturado.

—E-Sério?

 

Jake sorriu.

—Sério. As mulheres com a tez branca como o leite são tão comuns como os mosquitos no barril da fruta. Se isso tivesse sido o que eu queria, me teria casado com uma delas—. Se inclinou e lhe roubou um beijo rápido.

 

Ela não parecia muito convencida. Jake tomou a cara entre as mãos e procurou seu olhar, seu coração rompendo-se um pouco com a confusão e a dor que seguia vendo ali.

—Amo-te, Índigo. Assim como é. eu adoro seu cabelo. eu adoro sua pele. eu adoro suas saias de couro. Inclusive eu gosto das calças de pele de ante. Se alguma vez cheirar a limão, só uma vez mais, te vou retorcer o lindo pescoço. E também vais devolver lhe cada um desses vestidos. Está claro?

 

—Sim, mas Jeremy…

 

—Ao diabo com o Jeremy. Está casada comigo.

 

—Mas…

—Nada de peros. Ao Jeremy gostará tal como é. Te vai olhar e a pensar que sou o homem mais afortunado que pisou na terra.

 

—Mas o que se…

 

Lhe deu uma pequena sacudida.

—Não o que aconteceria sim, ou se não. Tudo o que importa é o eu que penso, e acredito que é perfeita.

 

Jake podia ver que suas palavras lhe davam consolo. Tinha que aceitá-lo. de repente, compreendeu muitas coisas sobre ela que não sabia antes. Pergunta-a era, ela mesma se compreendia?

 

                                                   Capítulo 19

No caminho para devolver os vestidos de sua mãe à manhã seguinte, Índigo se encontrou com o senhor Christian, no passeio. Luzindo um novo chapéu e botas, deu-lhe uma pequena reverência muito cortês, e lhe informou, orgulhoso, que acabava de ordenar um touro de cria.

 

—OH, que maravilhoso!—, respondeu Índigo. Sabia que o agricultor tinha estado vivendo tempos difíceis recentemente. —Me alegro muito por você.

 

Olhou ao Sonny, que estava ocupado farejando a erva que me sobressaía por entre os tablones do passeio.

—Claro que alguém aprecia ter o dinheiro, e me dando uma oportunidade, vou dizer já, e sempre estarei agradecido.

 

um pouco desconcertada, Indigo estudou seu rosto magro.

—Sim, bom—. Ela sorriu. —Dele a sua esposa, lembranças. bom dia você tenha.

 

Quando Indigo começou a afastar-se, o granjeiro disse,

—Como se estas levando esse maldito ingovernável?

 

Por um momento horrível, Indigo pensava que se referia ao Jake, mas quando se deu a volta viu que seu olhar se dirigia ao Sonny.

—OH, estamo-nos levando às mil maravilhas.

 

O senhor Christian se atirou da orelha e meneou a cabeça.

—O mais ingrato de quão animais vi. Claro que espero que seu marido não queira trazer o de volta, porque me faz que já não tenho os 300.

 

Com isso, Deke Christian se afastou. Índigo olhou detrás dele, muito segura que lhe tinha entendido mau. Uns minutos mais tarde, quando chegou a casa de seus pais, ainda estava lhe dando voltas à conversação.

 

—Mamãe, o senhor Christian esta estranho, golpeou-se com algo?

 

Loretta se voltou para forno com uma bandeja para assar de bolachas na mão enluvada.

—Estranho? por que o diz?

 

Índigo deixou o conjunto dos vestidos sobre a mesa.

—Faz ao redor de meia hora, que lhe vi. Acaba de comprar um touro—. Indigo franziu o cenho. —Disse uma coisa mas que estranha… um pouco do Jake, de lhe levar ao Sonny de volta e querer seus trezentos dólares.

 

Uma expressão de surpresa cruzou o rosto da Loretta.

 

—Não quereria dizer, OH, mamãe, não o fez!

 

Loretta deixou a bandeja de assar na mesa. Com um leve sorriso, assentiu com a cabeça.

 

—Jake comprou ao Sonny?— Índigo olhou ao cachorrinho frente à chaminé. —Por trezentos dólares? De onde tirou tanto dinheiro?

 

—Não é educado perguntar. Sabia o muito que chorou ao Wolf, e pensava que seu filho poderia aliviar sua dor. Acredito que trezentos dólares não parecem muito a ele, se te fizer feliz.

 

Indigo se sentou em uma cadeira.

—Então, por que?, nunca teve a intenção de lhe pegar um tiro absolutamente. Tudo era uma comédia para que me ficasse.

 

Loretta riu entre dentes.

—Não estará zangada com ele, verdade?

 

Por um instante, Índigo se sentia zangada. Logo olhou ao Sonny e um sorriso afetuoso curvou seus lábios. Na verdade, seus dias passavam muito mais rápido com o cachorrinho como companhia, e agora que tinha chegado a amá-lo, já não lhe parecia que estivesse usurpando o lugar do Wolf.

—Não, não estou zangada—, disse em voz baixa.

 

—Me alegro. Jake teve uma intuição correta. —Loretta tirou um prato da despensa e o encheu com as bolachas. Ao chegar à mesa, acariciou-lhe no cotovelo de Índigo e logo se sentou. —Um homem tem que amar muito a uma mulher para gastar trezentos dólares em um cachorrinho. Especialmente um que não é de pura raça.

 

Uma sensação de calor se propagou através Índigo.

—Acredito que talvez ele me ama…—, sussurrou —…um pouco, depois de tudo.

 

Loretta se serve uma bolacha recém feita. Deu-lhe uma dentada delicada, logo estudou sua filha.

—Mais que um pouco, diria eu—. A olhou aos olhos. —Indigo, se que posso pisar em terreno proibido, mas algo que Jake disse o outro dia, leva-me a acreditar que não honraste suas obrigações de esposa.

 

Índigo pensou em como tinha sido ordenada ao manter a casa e os bons jantares que tinha estado arrumando todas as noites.

—Mas eu…— Se interrompeu. —Ah, refere a essa obrigação de esposa.

 

A Loretta lhe ruborizaram as bochechas.

—Assim que o admite?

 

Indigo se retorcia em sua cadeira.

—Não as neguei exatamente.

 

—Tem casada um tempo. Há coisas que um homem espera—. Se sacudiu uma bolinha de farinha no avental. —Sei que te casou com ele contra sua vontade. Não pode ser fácil—. Ela levantou a vista. —Meu temor é que possa piorar as coisas. Um homem pode insistir sobre o tema, de uma maneira, bom, pode exarperarse…Seu não precisa chegar a isso.

 

Índigo não queria que isso acontecesse.

—Entretanto, MA…—

 

—Jake é um bom homem, e não acredito que nele haja um ápice de maldade. Mas não há um homem vivo que não possa voltar-se intratável. Entende?

 

Indigo entendeu bem.

—Sim, mamãe.

Loretta respirou.

—Parece-me que sonha cruel para ti.

 

Seus olhos se obscureceram pela emoção.

—Mas você é meu bebê, e quero te salvar da dor. Não ponha a prova a paciência de seu marido.

 

Indigo retornou a sua casa preocupada e molesta. Cada vez que olhava ao Sonny, era assaltada pela culpa. Jake realmente se preocupava com ela. Tinha-o demonstrado em dúzias de maneiras. Então por que ainda sentia pânico ao pensar na cama matrimonial?

 

Ela foi à habitação e se deitou. imaginou seu aroma e se aferrou a seu travesseiro e fechou os olhos. Quase podia sentir seu braço em sua cintura, sua mão estendida por cima de seu ventre, o calor dele a suas costas.

 

Muito em breve, provavelmente teria que deixá-la por um tempo. A idéia a fazia sentir-se desconsolada. Imaginou sua cara moréia com seu cabelo de ébano, com seus cachos soltos sobre sua frente altiva. Seu estômago se agitava, ao igual a estava acostumado a fazer quando ele a olhava. O que aconteceria se fora à cidade sem antes fazer o amor com ela? Imaginou sonriendo a uma bela dama e lhe fez um buraco no estômago. O que aconteceria essa senhora pusesse seus olhos nele?

 

Um nó de miséria se instalou no peito do Indigo. Ele tinha feito tudo o que sabia para fazê-la feliz. Em troca, que lhe dava ela? Nada. Nem sequer sua confiança. Tinha que fazer o amor com ele. Não se merecia menos. Se não o fazia, poderia sair de viagem e não voltar nunca para Terra de Lobos. A idéia lhe dava vontade de chorar. De algum jeito, converteu-se no centro de seu mundo. Se ele nunca voltasse, ela ia morrer por dentro.

 

Indigo abriu os olhos e olhou ao teto. A confusão enredava suas emoções. Ela não queria lhe amar. Não o quis assim. A fazia sentir no interior horrível, e assustada. deixou-se um braço sobre os olhos e chorou. Não era justo que ele a fizesse sentir desta maneira. Simplesmente não era justo.

 

Ao descanso do meio-dia, Jake saiu da mina e se dirigiu a sua casa. Da chegada da carta do Jeremy, já não estava convencido de que Brandon Marshall estivesse detrás dos incidentes ocorridos na mina. Sendo esse o caso, também era pouco provável que o deslizamento de rochas se dirigiu a Índigo. Sabendo o muito que sentia falta do trabalho, Jake tinha estado lhe dando voltas e mais voltas à matéria. Se os acidentes não se previsto para ela, então por que ia tomar precauções adicionais para garantir sua segurança e permitir que retorne?

 

Quando chegou à casa, encontrou-se com o Indigo dormida na cama. aproximou-se e lhe tocou com a ponta dos dedos nas pestanas de seda. Ela piscou e abriu lentamente os olhos. Por um momento, olhou-o como se não o visse.

 

—Jake?

 

—Quem te crie?— perguntou com uma risada afogada.

 

levantou-se sobre um cotovelo.

—O que está fazendo em casa?

 

—Um passarinho me disse que estava sendo preguiçosa.

 

—OH. Há algo que deveria estar fazendo?

 

Jake se cruzou de braços e lhe pisco os olhos um olho.

—Alguns sócios estão dormindo todo o dia e outros não paramos nem um momento. te levante e te ponha suas calças, senhora Rand. Temos muito trabalho que fazer.

 

—Onde?

 

—Na mina.

 

Indigó se sentou.

 

—A mina? Mas você o que acontece, o que significa isto? Disse que não era segura.

 

—estive pensando, e não aconteceu nada em tanto tempo, estou disposto a apostar um pouco—. Jake levantou uma mão. —Com algumas estipulações. Só iras meio-dia.

 

Ela juntou os dedos e olhou extasiada.

—OH, sim! Ir embora seja meio-dia, seria maravilhoso!

 

—E trabalhará comigo. Não irá sozinha a nenhum sítio. Isso é só temporário, só até que esteja completamente seguro de que não corre perigo.

 

—OH, sim, sim!— Ela assentiu com a cabeça enfaticamente—.Não me importa, em realidade o que desejo é voltar, Jake. vais acreditar que sou sua sombra.

 

—E há mais—, advertiu. —Não levantará objetos pesados, e se te vejo com um pico ou uma pá, a vou envolver ao redor de seu pequeno pescoço.

 

Seu rosto se escureceu.

—Mas, o que posso fazer então?

 

Jake se inclinou para ela.

—Está de acordo com os términos ou não?

Seu rosto se iluminou.

—Só estar aí vai ser maravilhoso.

 

—depois de te vestir.

 

levantou-se de um salto e correu até o móvel. depois de sacudir um par de calças, girou-se de novo e se lançou para ele. Jake desdobrou seus braços bem a tempo para apanhá-la. Ela se abraçou a seu pescoço.

—OH, Jake, obrigado.

 

antes de que pudesse responder, ela se liberou e começou a arrastar suas calças debaixo da saia. Jake não podia deixar de rir. Nunca tinha visto uma mudança tão rápida em toda sua vida.

 

—almoçaste?— , perguntou.

 

—Não tenho fome—. Respondeu Índigo

 

—Tem que comer—. Ela deixou cair a saia ao chão, tomou e a jogou na parte superior do móvel. Fez uma careta. O permaneceu firme

—Não há argumentos.

 

Indigo estava tão emocionada de estar de volta na mina que não lhe incomodavam as restrições. Como quando conheceu o Jake pela primeira vez, tinha a sensação de que ele não estava de acordo com que as mulheres trabalhassem. que lhe permitisse ir, era uma concessão. Não ia queixar se, e as arrumou para encontrar muitas coisas que fazer.

 

Várias vezes durante a tarde, procurou sua opinião antes de tomar uma decisão, o que a fez sentir uma parte das coisas.

 

A tarde passou voando, e antes que Indigo se desse conta, os homens começaram a ir-se a casa. Jake se deu conta de sua expressão abatida e lhe levantou com um dedo por debaixo do queixo.

 

—Não faça caretas. Pode voltar amanhã.

 

Indigo se abraçou a sua cintura e respirou fundo, feliz.

—OH, como eu adoro o aroma daqui!

 

inclinou-se para uma pá contra a entrada do túnel, logo se voltou para lhe dar uma piscada lenta.

—A meu também. Recorda a ti.

 

—A mim?

 

—Sim. Cheira como o ar fresco e à luz do sol e às árvores de pinheiro—riu—. E a sujeira.

 

—Eu não cheiro a sujeira—. Ela o olhou e começou a procurar incerta. —Faço-o?—

 

Jogou para trás a cabeça e pôs-se a rir. No caminho pela montanha, tomou a mão. Enquanto caminhavam pelo bosque, o sol brilhava em seus olhos um momento, logo a sombra caiu sobre eles. Era uma tarde serena, uma tarde perfeita com a promessa da primavera, entretanto. sentia-se inquieto e não sabia por que.

 

—Quanto mais sol que é provável que tenhamos?— , perguntou.

 

Ela franziu o cenho. Seus sentimentos se sentiam como bulir e elevar-se como a massa de pastéis redondos.

—Não muito. Quando se apresenta um março deste tipo, pelo general sai com uma inundação.

 

Lhe sorriu. De repente, o ar parecia irrespirável.

 

—Então temos que desfrutar dele tudo o que possamos—, disse-lhe em voz baixa, e rico. —O que te parece arrumar um jantar picnic e comer no bosque esta noite?

 

Indigo fez o que pôde, sorrir com entusiasmo. adorava o bosque. Então por que a sugestão fez que se sentisse apanhada?

 

Tendido em seu flanco, a cabeça apoiada na palma de sua mão, Jake olhou ao outro lado do prado. O sussurro dos ramos do pinheiro lhe arrulhavam. A frescura da brisa beijou sua pele. A pesar que o jantar tinha sido comida singela, sentiu-se a gosto, devido em parte para seu entorno, mas sobre tudo por causa da mulher a seu lado.

 

Mudança o olhar, riscou as linhas de seu perfil. adorava o suave pendente da frente alta. Quando voltou a olhar a suas sobrancelhas, tivesse-lhe gostado de dirigir seu dedo ao longo de seus arcos. Seu nariz pequeno, tão parecida com a de seu pai, emprestava-lhe um ar majestoso, selvagem, compensado por uma mandíbula frágil e doce, os lábios fechados ligeiramente voluptuosos. Gostava especialmente do queixo, teimosa e quadrada, mas adorável, em miniatura.

 

Uma mescla preciosa da força e a vulnerabilidade. Havia algo na maneira em que se realizou, a cabeça levantada, os ombros retos, que apontavam a um espírito que nenhum homem podia romper. Entretanto, quando tocou com os nódulos ligeiramente dobrados na bochecha, sentiu um pouco de crispação que se estendia a todo o comprido de sua mandíbula.

 

Ela se voltou e o encontrou sonriendo.

—O que?— perguntou ela.

 

Jake lhe dirigiu um olhar sonolento.

—Estava pensando.

 

—Sobre o que?

 

—Sobre tí—. Seus olhos azuis captavam a luz do sol e brilhavam enquanto lhe olhava, tão claros como o cristal ligeiramente tingido. —Tem uns olhos tão belos.

 

—Já não se podem ver meus olhos.

 

Seu sorriso se ampliou.

—Toda sua é bela. Sobre tudo a sujeira no nariz.

 

esfregou-se.

—tirou-se?

 

—um pouco à direita.

Levantando-se um pouco sobre um cotovelo, inclinou-se para baixo. Jake tirou com o polegar a terra inexistente.

—Não…—. Ele passou a mão ao redor de sua nuca. —Não vá…—, sussurrou. —Fique aqui e fala comigo.

 

—Sobre o que?

 

Um nó se arrastou até a parte posterior da garganta do Jake. Odiava arruinar o que tinha sido até agora um dia quase perfeito, mas não podia dirigi-la com luvas de seda para sempre. Tinham alguns problemas graves, e agora que sentia sua origem, teria que começar a tratar com eles. Com cuidado, se pudesse. Frente à verdade dentro da gente mesmo, poderia machucar.

—Poderia me ensinar a falar com os animais. Nunca se sabe quando vou ter que alimentar a Fada dos Dentes.

 

Seus olhos se voltaram turbulentos.

—Realmente não se fala. Os animais simplesmente entendem o que há dentro de mim.

 

—Faz-o com seus olhos. Vi-te com o Sonny.

 

Claramente incômoda, evitou olhá-lo e brincou com uma mecha de cabelo. Desde que a encontrou no dormitório a noite anterior, freneticamente tentando ficar roupa das mulheres brancas, Jake não estava menos desconcertado por sua negação.

 

—Índigo, me olhe—, sussurrou.

 

Seus grandes olhos inquietos foram aos seus. Jake a olhou aos olhos, decidido a não encerrar-se nela esta vez. Como podia esperar honestidade dela até que ele estubiera disposto a arriscar-se a si mesmo? Não podia continuar encobrindo todo o bom em seu coração para ocultar um segredo miserável. Havia outras coisas nele que tinha que ver, sobre tudo o amor e a ternura que sentia por ela.

 

Sentiu que sua reticência a deixar repetidamente afundar muito profundamente em seu interior a tinha incomodado. Em certo modo, entendia o por que. Aturdida e desconfiada como estava, tão duro como tratava de dissimular, seus olhos eram como janelas. Talvez era uma parte inerente do dom que Deus lhe tinha dado, e não podia ajudar à forma de comunicação com seus olhos. Em qualquer caso, entretanto, compartilhava tudo o que era quando o olhava, e estava obrigado a fazer que se sinta receoso quando outro não o fez. Lhe tinha dado uma grande quantidade de pensamentos e decidiu que preferia saber que ele tinha secretos, que pensar qu estava ocultando algo pior.

 

—É um presente especial, o ser capaz de comunicar-se com as criaturas. Não te dá conta? Inclusive se não poder aprender, não pode ao menos tratar de compartilhá-lo comigo?

 

Tinha a boca apertada.

—Se estiver tão convencido que essa comunicação existe, Sonny te ensinará—.

 

Jake riu entre dentes.

—Está muito ocupado perseguindo insetos. Além disso, não quero que me ele Ele ensine a aproximou mais—. Por favor?

 

mordeu-se o lábio, olhando como se ela se sentisse encurralada.

—Não é algo que se pode ensinar, Jake. Simplesmente acontece.

 

—Assim falas com os animais?— Lhe sustentou o olhar, agora ia encontrar a coragem para dizer que sim. —É por isso que confia em ti Fada dos Dentes, não? E pelo que não tem medo dele. olhaste em seu coração, não é assim?

 

Por sua expressão, Jake sabia que tinha chegado finalmente às palavras adequadas. Ela podia negar que lhe falava com os animais. Isso não era em realidade uma mentira, porque não era uma comunicação verbal.

 

—Está feito com os sentimentos, não?— apertou. —Não é algo que, não é como escutar as mensagens que se podem expressar com a linguagem, só uma posta em comum da emoção.

 

Viu seus que suas mãos pequenas se fechavam em punhos.

 

—por que te importa?

 

Jake sorriu. Não era esse todo o problema? Estava aterrorizada de que lhe importasse.

—Não é delito ser diferente.

 

Ela girou a cara e fechou os olhos.

 

—Não pode ocultar o que é—, sussurrou-lhe com ternura áspera. —Não sabe quão valiosa é para mim? soube que falava com os animais selvagens desde o começo.

 

—Não é realmente falar. É—. Voltou os olhos assustados aos seus. —Não é assim absolutamente.

 

Passou os dedos sobre as vértebras superiores de seu espinho dorsal delicadamente.

—por que tem medo de me falar a respeito? Não sou tão diferente da Fada dos Dentes, verdade? Se pode confiar em um puma, por que não aprende a confiar em mim?

 

Ela se apartou.

—Eu confio em ti.

 

Com sua mão ainda suspensa no ar, Jake fechou o punho ao redor de um nada e aceitou que tinha fracassado uma vez mais em chegar a ela. Resulta irônico que uma garota que poderia penetrar tão facilmente nos corações de outros não podia encontrar a verdade dentro de si mesmo.

 

Fixou o olhar em algumas árvores longínquas. Com a extremidade do olho, viu o movimento, mas preocupado como estava, não o dió nenhuma atenção. À medida que se aproximava, entretanto, o brilho de branco e negro começou a ativar seu sexto sentido e um calafrio de alarme se disparou a sua coluna vertebral. Olhou e o viu aproximar-se de Índigo, maldita seja, era um gambá, e se aproximava até a eles como se lhe tivessem enviado um convite para jantar.

Jake ficou tenso, e logo se obrigou a relaxar-se. Uma mofeta. É obvio, uma mofeta. esqueceu-se quase que estava sentado ali com o Indigo, reina-a das criaturas, grandes e pequenas.

 

—Carinho, temos companhia. teu amigo, espero.

 

Ela olhou por cima do ombro.

—OH, é Stinky.

 

—É seguro?—. Jake farejou, logo desejou não havê-lo feito. —Não me vai pulverizar, verdade?

 

—Não, de ning…-— antes de que pudesse terminar de responder, Sonny saltou de detrás de uns matagais e se chocou contra a mofeta, grunhindo e estalando o ar. Com uma expressão de horror em seu rosto, Indigo gritou, —Sonny , não!

 

Jake adivinhou imediatamente por onde ia a sopro o vento. Já se esticou a correr, ficou de pé, agarrou o braço de Índigo, e tentou fugir com ela. Ouviu o Sonny gemer. Imediatamente seguinte, estava correndo às cegas. Seus olhos se sentiam como fogo. Seus pulmões convulsionaram com o aroma mais terrível da terra. Continuando, umas horríveis, e dilaceradoras náuseas o golpearam. Ouviu cair ao Indigo junto a ele.

 

—Mierda!

 

Jake se tropeçou com um ramo e caiu de joelhos. Ao momento seguinte estava vomitando. Entre arcadas, insistiu em falar com o Indigo, mas não lhe respondeu. Quando seus olhos finalmente começaram a limpar, viu que ela estava deitada de lado, perto, parecia tão verde como se sentia. Sonny estava rodando e limpando-a nariz no chão, gemendo lastimosamente.

 

—Há-nos jodido—, disse Indigo fracamente.

 

Por alguma razão louca, a declaração do óbvio com uma frase tão pouco própria dela, golpeou ao Jake como histéricamente gracioso e pôs-se a rir. Seus braços se dobraram, e rodou sobre suas costas. Cobriu com um braço através de seus olhos, ao fim conseguiu dizer:

—Acredito que tem razão—, entre as respirações.

 

—Sinto muito. Nunca devi ter feito amizade com uma mofeta.

 

—Mais vale um amigo que um inimigo—. Jake pôs-se a rir outra vez. Pôs a mão sobre o estômago. —OH, Deus, estou doente.

 

Pouco a pouco se sentou.

—Assim que ninguém deste mundo vai se atrever a aproximar-se de nós. Não até que nos lavemos.

 

Jake ficou sério.

—Quanto durará?

 

—Dias, inclusive semanas—. Arrumou a parte traseira de sua camisa que estava enganchada. —OH, Jake, sinto muito. Acredito que mamãe tem um remédio a base de tomate. Talvez isso funcione.

Aspirou.

—Eu não acredito que vá terminar nunca.

 

Ela esboçou um sorriso tremente.

—Não tem mais que te acostumar a isto. Em uma hora ou assim, já nem sequer te dará conta de que empresta—. Lhe preocupava sua expressão. —Está zangado?

Jake riu entre dentes.

—Carinho, não há ninguém no mundo que eu escolheria para permanecer exilado melhor que você. Entretanto, acredito que será melhor que ensine ao Sonny a ter bons maneiras com seus amigos.

 

Caminhou cambaleando-se sobre seus pés e olhou para os restos de sua comida.

 

—Deixa-o. A cesta está arruinada de todos os modos.

 

Ela assentiu com a cabeça.

—Sei. Estava procurando o pobre Stinky.

 

Pobre Stinky? Jake se pôs-se a rir outra vez.

 

                                           Capítulo 20

—OH, Céus! Atrás!— Loretta empurrou a porta quase fechada, e logo apareceu ao Jake e Indigo através da fresta. —Indigo, juro-lhe isso, quando aprenderemos?

 

—O que fez Stinky não estava destinado a nós, mamãe. Foi Sonny.

 

—Como objetivo ou não, pô-lhes bem—. Loretta fez um gesto com a mão.

Indigo atirou de sua camisa e enrugou o nariz.

—Tem algo que nos possa ajudar?

 

Loretta suspirou.

—Tenho alguns tomates em conserva. Que eu saiba não há outro tratamento, simplesmente lhes pôr o remédio e lavar com água e sabão depois, e não lhes tragar os tomates.

 

—Pensei que se demonstrou que os tomates não são venenosos—, disse Jake.

 

Loretta lhe lançou um olhar desafiante.

—Viu a alguém que comesse um e vivesse para contá-lo?

 

Jake e Índigo escolheram zonas de banho ao longo da baía, a certa distância um de outro. Entretanto imediatamente fez evidente ao Jake que não podia chegar a todos os lugares onde tinham sido pior orvalhados. depois de ficá-los calças sujas, procurou o Indigo, a quem encontrou banhando-se em uma curva do arroio, protegida da vista com as ervas da borda e sem tirá-la camisa. Sem lugar a dúvidas, a garota confiava nele com sua vida.

Sorriu e caminhou pela borda para ela, feliz por uma vez, e à altura de suas piores expectativas. depois de tudo, tinha tratado de aproximar-se dela por outra rota, o que demonstrava que tinha estado equivocado a respeito dele a cada passo.

 

—vou esfregar te as costas se sair dos matagais.

 

Ao oir sua voz, ela se voltou e deixou escapar um chiado.

—Jake! O que está…?— Se afundou na água e ficou olhando. Ela não tinha direito a estar tão adorável, com o cabelo destrenzado pendurando em cachos molhados na cara. —Não estou decente.

 

Já tinha dado conta disso. Arranhando-a orelha, Jake a olhou com expressão divertida. Sonny brincou de correr a seus pés, se detendo cada poucos passos para sacudir e esfregar o mesmo sobre a erva seca.

 

Ao ver a condição úmida de seu casaco, Jake assumiu que já lhe tinha banhado.

—vamos deixar que o culpado de tudo isto seja o único com direito para sair cheirando a rosas? Leva posta sua camisa. Eu posso chegar melhor a suas costas para te lavar. E vou seguir em minhas calças.

 

Ele fez que soasse o suficientemente seguro. O problema era que não o via inofensivo, de pé, em calças jeans molhadas e sem camisa. Olhou tudo, mas, todo o masculino, bronzeado e ondulado de seus músculos, com o cabelo revolto e ébano, gotejando de água. Jogou um olhar ao chapinho da corrente.

—Posso me colocar no arroio?

 

—Está bem—, aceitou finalmente.

 

Chegou vadeando até ela, seu pote de tomates em alto em uma mão.

—Eu irei primeiro—. Lhe entregou o recipiente e se voltou de costas para ela. —me dê bem na parte de atrás de meu pescoço e os ombros. Acredito que é onde me levei a pior parte.

 

Índigo estava geada, assim não perdeu o tempo. Rapidamente lhe estendeu o tomate por seu pescoço, e seus ombros, e logo, enquanto ele se esclarecia, tomou sua pastilha de sabão de uma rocha próxima e se ensaboou as mãos. debaixo dos dedos ensaboados ao lhe massagear, os músculos agrupados em seus ombros e as costas se sentia tão duros como o aço, entretanto, ao tato eram de seda e calor. Ela passou seus dedos pela forte coluna de seu pescoço, maravilhado pela forma em que se construía.

 

depois de terminar de lhe lavar com espuma o cabelo, ele se inundou na corrente para esclarecer-se, continuando, apareceu de um impulso e ela tremeu. Jorros de água a salpicaram inteira. O agarrou o segundo frasco de tomates.

 

—Está bem, seu turno.

 

passou-se detrás dela e procurou provas o bordo de sua camisa. Quando sua mão roçou o traseiro nu, ela saltou.

 

—O que está fazendo?

 

Ele riu entre dentes.

—Não posso ver sob a água. Sinto muito.

 

Não parecia muito compungido. Ela conteve o fôlego enquanto sua mão cálida, sob a musselina, roçou suas costas. Não lhe deu tempo para preocupar-se já que lhe lubrificou com o tomate e começou a esfregar.

 

—Temo-me que sua camisa também está em ruínas.

 

Sua voz soava extrañamente apertada e um pouco rouca. Indigo pensou que provavelmente era pelo frio.

—Tenho outras. São os pololos, que tenho poucos.

 

Ela acreditou detectar um sorriso em sua voz quando disse:

—Que vergonha!

 

Houve risadas em seu tom, e um desafio implícito também.

—A mamãe lhe acabou a musselina que comprou. Comprarei mais e costurarei alguns em seu Wheeler-Wilson.

 

—Não sei... Encolheu os dedos quentes ao redor de sua nuca. —Posso pensar em melhores maneiras de gastar meu dinheiro.

 

A Índigo lhe acelerou o pulso. Tratando de avaliar seu estado de ânimo, olhou para trás enquanto recolhia seus cabelos grossos em um punho. Sua expressão era inescrutável. Quando terminou de trabalhar o remédio através de seu cabelo, lhe disse que contivesse a respiração e a inundou para enxaguá-la. Logo a levou às águas pouco profundas.

Indigo separou a parte dianteira de sua camisa de seu corpo, sentindo-se coibida. A musselina molhada era quase transparente e se aferrava a sua pele. Fez pequenos sons de sucção quando a separou de seus peitos, e imediatamente depois se pegou de novo a ela quando o soltou. Os olhos escuros do Jake se deslizaram lentamente sobre ela.

 

—Carinho, te relaxe. Não vou olhar te.

 

Indigo acabava de ver que sim, que a tinha cuidadoso. Ela o olhou com desconfiança. Havia um brilho malicioso em seu olhar. Ele a agarrou pela boneca e a atraiu a seus joelhos. Seus dedos sobre o couro cabeludo foram uma sensação maravilhosa. A única outra pessoa que alguma vez tinha lavado seu cabelo era sua mãe, e tinha as mãos pequenas. Só uma mão do Jake cobria a cabeça inteira do Indigo. Seu tato era tão suave como o de sua mamãe, mas mais firme, as gemas de seus dedos se movian em movimentos circulares que atiravam dos músculos de seu pescoço. Arrulhada pela sensação, ela deixou atrás a tensão de seus ombros e se rendeu a sua força.

 

depois de várias massagens e enxágües, seu cabelo esteve limpo. Escorreu-o para fora e o enrrolló para diante por cima do ombro, pô-la de pé para poder lhe lavar as costas.

 

Ela não estava preparada para o calor que emanaram as mãos do Jake sobre sua pele nua. ficou sem fôlego quando sentiu seus dedos roçando sob o tecido.

 

—Deus, sente-se como o cetim—, sussurrou junto a seu ouvido.

O estômago encolheu ao Indigo, e um calor de fogo começou a surgir no profundo dela. Fechou os olhos. Sentiu sua mão deslizar-se para cima por seu flanco. Habia sido orvalhada pela mofeta nesta zona? supunha-se que o fedor estava por todo seu corpo. A mão do Jake, suave e quente, deslizou-se sobre o quadril até seu ventre. O calor de seu peito, o ventre plano e masculino, pressionava contra suas costas. Seus dedos brandamente amassaram seu abdômen. Logo lhe inundou a ponta do dedo no umbigo.

 

Índigo abriu a boca e ficou tensa. O deixou cair o sabão e pôs o outro braço ao redor dela. —Acabava de dizer…—, disse com voz rouca. —…que confia em mim, recorda? Justo antes que chegasse Stinky—. O sorriso ainda persistia em sua voz. —E se confiar em mim..—.

 

Deixou a frase sem terminar. Inclusive se tivesse tratado de mover-se, não poderia fazê-lo. Seu braço direito era como um parafuso de banco de carpinteiro a seu redor. Uma sensação de debilidade lhe fez inclinar a cabeça para trás. afundou-se com ela na água para enxaguar o sabão de sua pele. O frio se enroscava a seu redor, mas o calor do Jake a envolvia desde suas costas.

Cuidadosamente lhe deu a volta em seus braços. Sua boca encontrou a dela, seus lábios estavam úmidos e frios, entretanto, mesclados com fogo. Ela gemeu quando sua língua a tocou. O mundo entrou em verruma, o céu, a água, as árvores de todas as imagens imprecisas em um caleidoscopio de cores. Logo deslizou a mão de seu ventre a seu peito.

 

Endurecido contra o frio, o mamilo se surpreendeu pela calidez de sua palma. Seus dedos se sentiam como o fogo quando esfregaram o pico rígido. Ela gemeu na sacudida da sensação que ziguezagueava através dela. No fundo de sua mente, sabia que ao menos devia tratar de fugir, mas não pôde encontrar a força de vontade para fazê-lo. Ele a fazia sentir-se tão maravilhosa, débil e, deliciosamente tremente.

Levantou a cabeça, por um momento e liberou sua boca. Em uma respiração irregular, sussurrou-lhe:

—meu deus, é preciosa.

 

Apanhada pelas sensações, enredada em uma erupção dentro dela, não pôde encontrar sua voz. Jake olhou a expressão de assombro em sua cara pequena e sorriu, como se outro calafrio passasse por cima dela. Com a cabeça inclinada para trás, pôde ver o pulso selvagem na garganta. Odiava romper o feitiço, mas fazia condenadamente muito frio para fazer o amor com ela no arroio.

 

A contra gosto, moveu a mão de seu peito e se inclinou para ela e a levantou em seus braços. A água corria e descia de seus corpos enquanto a levava da corrente até a borda. Soube o momento exato em que a paixão perdeu sua influência nela. Seu corpo se esticou, e acurrucó um braço ao redor de seu pescoço, esforçando-se por ver.

 

Jake cobriu o terreno rápido, entrando pelo pátio traseiro, seu objetivo era levar-lhe à cama tão rápido como pudesse, antes de que tivesse muito tempo para pensar. Apesar de sua pressa, olhou os olhos abertos e cautelosos quando ele a levou através da casa, até o dormitório. Não é que ele estava surpreso. Ela era inocente, não estúpida. Quando lhe baixou os pés no chão junto à cama, tratou de afastar-se.

 

—OH, não—, disse ele com voz rouca. —Não esta vez.

 

Ignorando o alarme em seu rosto, intento lhe tirar sua camisa. frustrou-se seu intento de despi-la por que ela abraçou seus peitos.

 

—Indigo..—. depois de sua reação ante ele no arroio, Jake sabia que ela estava disposta, embora não parecia entender os sinais que seu corpo lhe estava enviando. —Levanta os braços, carinho.

 

Ela o olhou fixamente. Por um momento pensou que ela poderia escolher agora, de todas as vezes que pôde fazê-lo, para desobedecê-lo. Mas depois de um momento, fez o que lhe pediu. Ele atirou da camisa até os cotovelos, deixou-a ali para entrelaçar seus braços, e inclinou a cabeça para seus peitos enquanto a subia à cama. No instante em sua boca se dirigiam para seu objetivo, ela gritou e empurrou com seus quadris, agitando seus braços para deixá-los livres da umidade de musselina. Sentindo seu pânico, retrocedeu.

 

—Hey—, tranqüilizou ele. —Não ocorre nada—. Já tinha a molhada musselina gotejando em suas mãos. —Não, vê? Não há necessidade de se sentir-se desesperada.

 

Seus grandes olhos azuis lhe buscavam através das trevas noturnas. Podia sentir seus seios contra o peito e como se inflavam com cada respiração, e seu desejo que sentia era tão forte, que chegava até ela.

 

—Jake?— chiou. esforçou-se por tragar, continuando, lambeu-se os lábios. —Estas molhando a cama.

 

Seu intento de distrai-lo era tão evidente que riria entre dentes se houvesse um rastro de humor que ficasse.

—Importa-me um nada a cama.

 

Seus olhos se abriram mais redondos.

—O que vais fazer comigo?

 

Índigo já sabia, é obvio. O mormaço de seu olhar a deixou sem uma sombra de dúvida. Seu cérebro adormecido registrou sua nudez e o calor de seu peito contra seus seios. A largura de seus ombros brilhantes de bronze enchia toda sua visão.

 

—vou fazer o amor contigo—, sussurrou-lhe com voz sedosa. —Não há nada que temer. Prometo-lhe isso.

 

E com essa declaração, começou.

 

Começou com um beijo que lhe roubou o fôlego. Deixou-a sem ar, o pulso começou a golpear nas têmporas, e o temor se enervou em seu interior. Seu batimento do coração do coração, rápido e duro, vibrava através dela. Jake lhe deslizou uma mão sobre o quadril. Ela soube pela rigidez em seu corpo e o som de sua respiração rápida que esta vez ele não ia deixá-la escapar.

Ela arrancou a boca dele, queria que o amável e gentil Jake voltasse, não este homem faminto, frenético que a estava esmagando no colchão de plumas.

—M-vai a doer.

 

—Direi-lhe isso antes que isso aconteça. Confia em mim, carinho.

 

Confíar nele? Indigo se esforçava por manter a boca longe da sua.

 

Quando ele tinha feito vários intentos infrutíferos para beijá-la, levantou a cabeça.

—Indigo, me olhe—, sussurrou.

 

obrigou-se a cumprir sua ordem.

 

—Quero fazer isto belo para ti.

Indigo não via como a dor pode ser formoso.

 

—Alguma vez deliberadamente te tenho feito mal?— , perguntou.

 

—Não.

 

—Então confia em mim agora—, exortou com voz rouca. —Simplesmente te jogue e confia em mim.

 

Simplesmente te jogue? Franny havia dito isso. Simplesmente te jogue em um campo de margaridas. vai terminar antes de que te dê conta. Indigo fechou os olhos. Margaridas. Um grande campo de margaridas. Uma suave brisa. E quente sol na cara. Ah, sim, as margaridas. As margaridas e os pássaros cantando. Margaridas e o murmúrio de um arroio próximo. Margaridas e a língua do Jake lambendo a ponta de seu mamilo.

 

Abriu os olhos e ofegou. Com seus punhos agarrou o encaracolado cabelo do Jake e, deu-lhe um violento empurrão.

—Não o faça!— -exclamou ela. —Por favor, não o faça, Jake. Não posso pensar quando faz isso.

 

—Eu não quero que pense—, informou-lhe com voz rouca e baixou a cabeça outra vez.

 

antes de que ele voltasse para seu seio, ela o protegeu com uma mão cavada e se lamentou:

—Mas-Jake, isto não pode ser: como posso pensar em margaridas quando me faz coisas assim?

 

Ele se elevou apoiando-se em um braço, e a olhou aos olhos.

—Margaridas?

Muito tarde, Indigo se deu conta do que havia dito. Tomando uma enorme baforada de ar, levou-se uma mão ao outro peito.

 

—De que margaridas falas?— perguntou.

 

Pela expressão de sua cara, ela não pensava que lhe ia gostar de sua resposta.

 

—Índigo—, insistiu. —Que acontece as margaridas?

 

—As margaridas do Franny—, disse abruptamente. —Não é nada, de verdade. Só uma maneira para mim para suportar quando estiver em cima.

 

Pôde ver que tinha sido quão pior pôde haver dito. Ele se apartou e arqueou uma negra sobrancelha.

—Quando estiver em cima?

 

Índigo procurou desesperadamente uma maneira de explicar-se.

—Enquanto estão, para que não seja tão terrível.

 

Um brilho de curiosidade se deslizou em seus olhos cor escura. Ele a olhou por um momento.

—Terrível? Índigo, comecemos pelo princípio. Quem diabos é Franny, as margaridas e o que está falando?

 

Com bastante reticência, Indigo lhe falou de seus medos de fazer o amor, sua visita antes das bodas ao Franny e o conselho que lhe tinham dado. Jake se tirou de em cima dela, torno-se a seu lado e colocou um braço musculoso sobre sua frente.

 

—Esse dia sob o carvalho… estava pensando nas margaridas e, continuando, com o do lobo também. Não?

 

Indigo desviou o olhar e colheu com nervosismo a ponta da colcha de chenille. —Não, sobre o Wolf. As margaridas do Franny não funcionaram.

 

—Franny, a loira?— Com uma risada baixa, disse: —foste a ver uma…— Ele gemeu.—Índigo, por que em nome de Deus, pediu- conselho ao Franny, de todas as pessoas que há neste mundo?

 

Ela se jogou a colcha sobre si mesmo e pôs certa distância entre eles.

—Ela é um perita— se atreveu a dizer.

—Ela é isso, suponho. Alguém mais te deu algum conselho que eu deva saber?

 

Índigo se sentia bastante segura de que estava zangado com ela por discutir algo tão pessoal com seu amiga.

—Ninguém mais queria falar comigo—, admitiu. —Máma se limitava a dizer que não tinha importância.

 

Baixou o braço um pouco para aparecer a ela com os olhos perigosamente entrecerrados.

—pensaste alguma vez me perguntar a mim?

 

Ela cuspiu nisso.

—Não podia falar contigo a respeito disso!

—por que não? Estamos falando disso agora. Suspirou. —Carinho, se está preocupada com algo assim, vêem mim. Ao menos dessa maneira sei quais são suas preocupações. Como posso lutar com algo se me o ocultas?

 

Índigo não queria ser informada do assunto. Em especial, não por ele. ficou olhando o músculo volumoso em seu peito, as pistas onduladas através de seu ventre, a franja de pêlo escuro que corria em um triângulo escuro à cintura de seu jeans…E esse vulto?

—Eu-você-não é algo para falar. É…— Ela desejava com todo seu coração que deixasse de olhá-la. Ele a fazia sentir como um inseto em um frasco. —Não é próprio de uma dama.

 

—Não se supõe que seja uma dama comigo—, respondeu ele com suavidade. —Eu sou seu marido, e não há nada no mundo que tenha que te fazer sentir incômoda de me dizer. O que acontece algo vai mal dentro de ti e tem que ver o médico? Não vai ao Franny.

 

O calor alagou a cara do Indigo.

—Eu acabo de ir…

 

—E como pagaste a visita?— As arruguitas nas esquinas de sua boca aprofundaram. —vais ter que estar aberta comigo. E acredito que agora é um bom momento para começar.

 

Ela pensou que na próxima semana seria melhor, talvez o próximo mês.

 

deu-se a volta sobre seu flanco, e apoiou a cabeça sobre a palma da mão. Ela tremeu quando ele agarrou a colcha, e logo se sentiu ridícula quando quão único fez foi colocar os borde ao redor dela.

 

—Eu gostaria que me houvesse dito quão assustada estava primeiro. Assim as coisas, acredito que te preocupaste innecesariamente todo este tempo. Poderia te haver contado o que pode esperar e te tivesse tranqüilizado.

 

—Não tenho medo exatamente—, acrescentou ela com voz tremente. —Seria mais correto dizer que sou pouco entusiasta. É algo assim como a tapioca, algumas pessoas são insaciáveis a respeito, e a outros enoja até o pensar nela.

 

passou-se um nódulo no queixo, os olhos entrecerrados nas esquinas com o que parecia diversão.

—vou dizer te o que deve esperar agora, de acordo?

 

Isso foi quão último ela queria.

—Já sei.

 

Sua boca se torceu.

—Já vejo. E o que mas te contou essa fonte de sabedoria que é Franny? O que mas tenho que lhe agradecer?Algo mais?

 

—Não, é obvio—. Ela ficou lhe olhando em um ponto justo por debaixo da laringe. —Uma vez vi dois pumas fazê-lo.

 

—Maravilhoso—, disse entre dentes. —Se pensar nisto e o compara com o que fazem os gatos domésticos, não é de sentir saudades que esteja tremendo. Cari…

 

Antes que pudesse começar com sua descrição ela seguiu,

—É inútil! Vi-o fazer aos porcos às vezes. E uma vez meu tio Veloz pôs seu cavalo com o Molly. Ele me enviou à casa, mas ouvi o suficiente para saber que a minha égua não gostou.

 

—O que acontece eu te prometo que você gostará?

 

Ela baixou os olhos e tratou de pensar em uma maneira delicada de responder.

—Eu penso que possivelmente…— Se umedeceu os lábios. —Não é porque me vás dizer a verdade nem outra coisa, nem nada, mas…

 

Ele riu pelo baixo.

—Indigo, Do que me serviria te mentir? Em poucos minutos, daria-te conta por ti mesma. Então, o que?

 

—Não importaria então. Eu já te me teria deixado fazer isso

 

—Isso a primeira vez—, retificou. —O que passaria depois?

 

Indigo esperava sinceramente, que com uma vez seria suficiente.

 

Ele jogou com seu cabelo, seu tato enviava calafrios por seu pescoço.

—Prometo-te que te vai gostar. Isso te tranqüiliza em algo?— Um dedo, como uma pluma sulco seus lábios. A sensação de cócegas o dió o desejo de arranhar-se com seus dentes. —A primeira vez, haverá um pouco de moléstia. Há uma frágil barreira dentro de ti—-ele molhou seu dedo para tocar o interior úmido de seu lábio inferior-—que se romperá quando entre. A dor só durará uns quantos segundos, e logo sentirá nada mais que prazer. Haverá um pouco de sangre pela membrana rota, de modo que não tem que te alarmar quando o vir.

 

Só menciónar o sangue, Indigo se sentou, agarrando-se desesperadamente à colcha.

—Não acredito… morro por um gole de água de repente. Não tem sede?

 

—Acaba de sair de um arroio cheio de água—, recordou-lhe com uma voz cálida.

 

—Entretanto, sinto-me seca.

 

Ele arrastou a ponta do dedo sobre o braço nu.

—logo que tenhamos terminado, te vou trazer um balde e um cubo inteiro de água.

 

Ela subiu a colcha por cima do ombro para que seu braço estivesse coberto. Quando a tocava, sua pele se arrepiava em todas partes.

—Não há necessidade. vou tomar um copo no caminho a letrina.

 

—por que tenho a sensação de que vais ter fome depois?

 

Não era má idéia.

—Você sabe, eu…— Se interrompeu quando viu o brilho em seus olhos sonriendola. —É fácil para tí rir—, acusou. —Não vai ser terrível para tí.

 

De algum jeito ele tinha conseguido colocar uma mão sob a colcha. Passou-lhe a gema dos dedos até a pantorrilha, e logo remontou a impigem. Resultava-lhe difícil respirar. Ela fixou seu olhar suplicante.

 

—Não vai ser terrível para tí, nó o será—, sussurrou. —Prometo-lhe isso.

 

Em voz baixa, começou a descrever exatamente o que ia fazer com ela. Indigo não se surpreendeu ao escutar que seus piores temores se confirmavam.

—Está absolutamente empenhado nisto?— perguntou ela.

 

Sua mão se deslizou para a parte posterior do joelho, e logo, ao longo de sua coxa. O calor de seu contato fez surgir o pânico em seu interior. Tratou de tragar quando a ponta de seus dedos subiram mais alto.

 

—Carinho, me deixe começar, de acordo? Se chegarmos a uma parte que é horrível, diz-me isso, né?

 

Sua mão esteve perigosamente perto da cúspide de suas coxas. Escuras lembranças negras encheram em sua mente, coisas que ela tratava de não pensar, de cruéis mãos agarrando-a, de afundar-se nela dedos brutais… Um suor frio perló sua frente. Seu coração começou a galopar de repente, e se sentiu adoecer.

 

antes de que pudesse deter as palavras, ela exclamou:

—Éntonces será muito tarde—. Um soluço lhe apunhalou através de seu peito, com uma dor aguda quando tratou de tomar ar. Só que não era ar, não podia respirar. —Você não vais parar! Eu sei o que vais fazer!.

 

Sua mão se acalmou e se enroscou ao redor de sua coxa com supremo cuidado.

—O que vou fazer?

 

—Só seguirá. Inclusive quando me aduela. Você…— Ela o olhou. —Não importará o que sinta por mim. E já que é maior e mas forte, não vou ser capaz de fazer que te detenha.

 

Uma pergunta se deslizou em seus olhos.

—Indigo, pensa racionalmente a respeito disto. Pensa em todos os milhares de milhões de mulheres que fazem o amor. Uma pessoa cega pode ver como sua mãe adora a seu pai. Ela o amaria, se lhe fizesse coisas terríveis?

 

Em uma voz aguda, gritou:

—Eles só têm ao Chase e a mim. Talvez só o fizeram duas vezes.

 

—Isso é uma tolice—, disse com firmeza.

 

Empurrou sua mão.

—Não me pode comparar com minha mãe. Ela não é uma Índia norte-americana, e ela não está casada com um…— Se interrompeu e lhe olhou, as palavras morreram em sua garganta antes de ser pronunciadas. A frase sem terminar ficou como pendurada entre eles, crua e contundente.

 

Jake fez uma careta como se ela o tivesse golpeado, e se deslizou um brilho em seus olhos. Tirou seu braço de debaixo da colcha e se sentou.

—Ela não está casada com um homem branco? É isso?

 

O bordo duro, amargo em sua voz a assustou. Lançou um olhar selvagem por toda a habitação, sem saber muito bem por que havia dito tal coisa. Era como se uma fealdade escura tivesse surto de um lugar oculto em seu interior. Desejava chamar as palavras de novo para que não se visse esse olhar terrível nos olhos do Jake.

—Eu… isso não é o que quis dizer.

 

—Não é assim?— Seu rosto se desenhou nas linhas duras e escuras que o faziam parecer como um estranho.—Acredito que é exatamente o que queria dizer—. Com uma maldição, passou-se uma mão pelo cabelo e lhe disse: —Sábes, Índigo, estou mas que farto de ser comparado com o Brandon.

 

—Eu-Eu não te comparo.

 

—Como o inferno, que não é assim—. Se separou da cama e ficou de pé, girando-se para olhar para ela. —Não há duas pessoas neste matrimônio, a não ser três. Sabe qual é a parte mais triste? Não sei se você te dá conta. Tem tanta mierda colocada dentro da cabeça pelo que esse filho de puta te fez, que não sabe que direção é acima.

 

Ela se tornou para trás, com os olhos tão grandes como pratos. Jake se deu conta de que estava gritando e respirou fundo, tratando de limitar a ira irracional que estava tratando de entrar em erupção desde seu interior. As semanas de frustração tinham que pagar um pedágio. Ele estava exagerando. No fundo de sua mente, sabia. Mas parecia que não podia deter-se.

 

passeou-se pela habitação, tratando de acalmar-se, logo se voltou a fixar seus fumegantes olhos escuros nos dela.

—O que quer de mim?— perguntou-lhe em voz baixa.

 

Pergunta-a ficou flutuando entre elas, uma cunha sem resposta.

 

—N-nada—, finalmente conseguiu articular ela.

Com uma risada baixa, disse:

—Carinho, não me diga nada—.

Caminhou para ela. —Que mais posso fazer para demonstrar minha valia para tí? Nomeia uma só coisa, e o farei. O que seja.

 

À medida que levantou sua mão para indicar que suas opções eram ilimitadas, ela se estremeceu a distância, como se fora a esquivar um golpe. Para o Jake, foi a última espetada.

—Maldita seja, Indigo, não te encolha ante mim.

 

—Eu-Sinto muito!

 

—Sente-o? E que crie que se soluciona sentindo-o?Tem alguma idéia de como me sinto ao ter que medir cada gesto por temor ao que vá parecer te?

 

Sentiu a ira apoderando-se dele. Tratou de escapar dela. Este não era o momento nem o lugar para as palavras que hervian turbulentas dentro. Mas a razão lhe escapava.

 

Ela abriu a boca como se fora a falar, e logo voltou a fechá-la.

 

aproximou-se, tão furioso que queria sacudi-la.

—Crie que te vou golpear porque estou zangado?É isso? Outra boa coisa que lhe tenho que agradecer ao velho Brandon?— Aproximou a cara a milímetros dela. —me olhe a mim, maldita seja. Joga uma olhada comprido e duro! Eu não sou Brandon Marshall.

 

Índigo olhou aos olhos e viu a dor ali. A dor que ela tinha causado. Em lugar de assustá-la, sua repentina labareda de ira foi uma surpreendente mudança de sua habitual paciência e a doçura que ela sentiu uma quebra de onda de culpa. Era de sentir saudades que estivesse furioso?

—OH, Jake, eu-eu sei que não o é.

—Sério?— Ele soltou uma risada áspera. —Penso que isso é exatamente o que esta dentro de sua mente. Não sei já o que vou fazer para te demonstrar que não sou como ele—. Se aproximo dos pés do colchão e varreu a rocha que se ocultava debaixo. —me nomeie a outro homem que por ti durma sobre esse canto rodado, maldita seja, e lhe trarei isso. Queixei-me? Alguma vez? Diabos, não. E isso é só o começo.

 

Indigo jogou um olhar horrorizado à rocha cambaleante sobre o tapete, e logo lhe devolveu o olhar.

 

—O que quer de mim?— -perguntou de novo. —Ser bom contigo não ajudou—. Quando ela não disse nada, ele estalou os dedos. —Talvez poderia me casar contigo e passar três semanas sem te tocar—. Ele gemeu e elevou as mãos na derrota simulada. —Mas já tenho feito isso, e agora que faço?

 

Um silêncio elétrico caiu entre eles. Indigo pensado em todas as noites em que a tinha abraçado com tanta ternura em seus braços, e as lágrimas encheram seus olhos. Em efeito, o que queria dele? A resposta não era nada, que já tinha dado tudo o que qualquer homem podia dar, e algo mais. Ela fechou os olhos e tratou de respirar toda a dor no peito. O aroma da baunilha lhe enchia o nariz.

 

—Talvez poderia passar pela loja do povo todas as noites e comprar memora. Melhor ainda, talvez poderia ir sem jantar, e te levar de passeio todas as noites para que possa estar em seus bosques. É uma idéia. um pouco de fome depois de ter trabalhado como um animal todo o dia não me fará mal, se não que te fará feliz. Ou talvez eu poderia prometer nunca te fazer sair de Terra de Lobos—. Ele riu pelo baixo. —Mas já tenho feito todo isso.

 

Ao ver seu próprio comportamento através dos olhos do Jake, fez a Índigo sentir-se tão envergonhada que queria morrer.

—OH, Jake, por favor, já é suficiente.

 

—Nem sequer comecei—, replicou de novo.

 

Começou a passear-se pela habitação de novo. Na penumbra, podia ver que estava tremendo. Na porta, voltou-se.

—Já sabe, não te culpo. cometi o crime imperdoável.

 

Quando deixou seu comentário pendurado, não pôde resistir a perguntar,

—Qu-O que disse?

 

Brilhavam-lhe os olhos na escuridão.

—Nasci branco—. Levantou as mãos e as olhou devagar. —Culpado dos cargos. Sou um bastardo branco que não é bom, sempre o fui, sempre o serei. Nunca poderei trocar isso. E sabe o que isso significa? Nunca te atreva a confiar em mim. No momento em que o fizesse, poderia te ferir. Ao igual a Brandon.

 

Indigo se esforçou por falar, mas não havia palavras. levou-se uma mão sobre seus olhos e finalmente obteve:

—OH, Jake, não é assim! Não é assim absolutamente!

 

—É exatamente assim. Não tinha nenhuma possibilidade contigo, pelo inferno, do primeiro dia. Nunca me deu nenhuma—. Sua voz vibrava. —Sabe como me senti esse dia junto à tumba do Wolf, quando me disse que pensava que a surpresa que te esperava em casa era uma surra? Tem alguma idéia de como me dói, saber que creias que eu era capaz disso? Não por nada do que alguma vez fiz, mas só porque sou branco?

 

A dor brutal de sua voz ficou no ar muito tempo depois de que deixou de falar.

 

—Crie que não posso sangrar, Indigo? Bom, me deixe te dizer algo. Dói-me tanto como a ti, o ser julgado e condenado por causa de minha pele—. Sua voz rastelou sobre ela. —E já que estamos no tema da raça, possivelmente deva te jogar na cara algo de você verdade. Você não está orgulhosa de seu sangue a Índia. Um incidente, isso é o que é, condenadamente quase branca, mas não de tudo. Uma squaw que nunca estará à altura.

 

As palavras lhe chegaram cortantes, como uma chicotada. Apesar de tudo, ela seguia negando com a cabeça e gritou:

—Não—, não reconheceu a verdade nelas.

 

—Toma um olhar largo e duro dentro de ti, carinho. Uma viagem interior, não é isso como o chama? Realiza o teus com os olhos fechados. Talvez eu sou um filho de puta, que não seja tão bom, como te cria que sou, mas pelo menos vejo meu lado escuro. Vestiste a ti mesma com tudo esse frágil orgulho, fazendo equilíbrios, te enfrentando a ti mesma contra os homens, te escondendo detrás da roupa do Squaw, para não voltar a cometer o engano de esquecer o que é. Brandon te mostrou o que poderia te acontecer se te saísse de seu sítio.

 

Indigo apertou as mãos sobre as orelhas. Certo ou não, não queria escutar isto, não o podia suportar.

 

—Basta!

—Não, Por Deus, não me deterá. Se tiver que esfregar seu nariz na verdade para que este matrimônio funcione, o vou fazer a cada maldita hora de todos os dias até que abra os olhos e te encare com a verdade.

 

Ela sacudiu a cabeça.

 

—Está em um inferno de lugar, não? Não pode decidir a quem odeia, que é pior, a mim ou a ti mesma.

 

—Não, por favor, não...

 

Sua voz vibrante, com desgosto, disse:

—Como pode ter isto algum sentido para ti? Você? Uma squaw de nada? estiveste caminhando na corda frouxa desde o segundo em que te casou comigo. Correção! Não caminhando, te arrastando. Assim não acerta em nada. Sua mãe o conseguiu com seu pai. É possível que lhe obedeça, ao final, mas ela não tem medo de defender-se a si mesmo. Mas, você te atreve? Claro que não! Você está casada com um homem branco.

 

Indigo se agarrou à colcha e a abraçou a seu redor, sentindo como se fora quão único a mantém unida à realidade. Os únicos sons que rompiam o silêncio eram seus soluços e a respiração irregular do Jake. Ela deu um coice quando ele voltou a falar.

 

—Onde está você faca, Indigo? Desde dia que te casou comigo, o dejastes de usar. Seus pais dizem que estava acostumado a praticar com ele todos os dias.

 

Ela conteve o gemido do ar.

—Eu-Eu pensei que você não gostaria que eu seguisse hacien-dou-o.

 

Ele soltou uma risada tremente.

—É certo. Com uma faca na mão pareceria mas a Índia ainda, não? E falando de animais Que mulher branca pode fazer isso?— Fez um gesto para a janela. —E não podemos nos esquecer do Wolf. A verdade é que deixar a janela aberta para ele, porque você crie que seu espírito está aí fora, que sempre vai estar, e quer que ele saiba que não fechaste seu coração a ele. Quando te perguntei, é o que me disse, mas sim não podia vir a minha de frente e me dizer que, a verdade? É uma crença a Índia. Faz-te sentir inferior. Não é assim?

 

Seus olhos lhe exigiam uma resposta. Quando ela não disse nada, continuou.

—Tinha medo de te abrir a mim a respeito de qualquer dessas coisas, por medo de que desperte e veja o que realmente é. Uma squaw. Três quartas partes de branco, mas mesmo assim, nada mais que uma Índia. Não é nada!!!

 

A acusação a deixou nua. No olho de sua mente, ela se viu com mais claridade nesse momento do que nunca pôde.

—Eu não sou um nada! Como te atreve a me dizer isso?

 

—Você não é branca. Em sua mente, isso que te faz ser nada.

 

Ela o olhou, incapaz de aceitar o que estava dizendo apesar de que sabia que era verdade em parte.

—Não, eu estou orgulhosa de ser Comanche.

 

—Palavras—, burlou-se. —Que bem soam. E você tratou de viver asi. Foi você seguro, não? Se levava as peles como uma bandeira, pela glória de Deus, esse horrível chapéu, nenhum homem branco te vai olhar, quem vai querer casar-se contigo? Deus não queira que aconteça. Brandon e seus amigos lhe mostraram como um homem branco te trataria, não é assim?

 

Ela se passou uma mão pelos olhos.

 

—Então cheguei eu—. ficou de pé com os punhos apertados aos flancos, os músculos agrupados em seus braços fortemente delineados por debaixo da capa de bronze da carne. —E eu queria a tí, com os couros e tudo. Um homem branco que não ia correr em direcciòn contrária. Um homem branco que a seu pai gostava, o que me fez ainda pior. Eu supunha um problema para tí, desde a segunda vez que pôs os olhos em mim. Não importa o bem que te pude tratar, porque você sabia que eu tênia um lado mau. Tinha-o porque sou branco.

 

Seu olhar se dirigia através da penumbra, tão escura como a obsidiana. Ela gemeu e tratou de afogar o som com a palma de sua mão.

 

Fez um gesto com a mão.

—E isso nos leva a agora, não? Uma squaw a ponto de ser utilizada por um homem branco. Quem sou eu, de verdade, não conta.. Tudo o que pode ver é a cor de minha pele—. Se passou em um suspiro. —Sinto-me como o inferno por isso, mas esta é a pele com a que nasci.

 

Caminhou lentamente para ela.

 

—O que se supõe que vou fazer agora, Indigo? Começamos com que ponha de joelhos ante meu? Aí é onde pertencem as índias, verdade? Não quero te decepcionar outra vez.

 

Ela fixou seus olhos horrorizados nele.

 

—OH, sim, ouvi o que ele te disse esse dia, cada palavra feia, doente, horrível. Vamos—. Estalou os dedos e apontou ao chão—. Aqui mesmo, em frente de mim. Vamos quero ver como te arrasta. Não é isto o que estiveste esperando? Para mim, para que veja o que realmente é e te trate da maneira que Brandon fez?

 

—Isso não é justo—, sussurrou com voz trêmula.

 

—Justo? foi justo para mim?— perguntou com voz tensa.

 

Índigo ficou olhando borrosamente através das lágrimas. Ela não tinha sido justa com ele, nenhuma só vez, desde o começo.

—OH, Jake, me perdoe. Por favor, me perdoe. Sei que me levei mau. Sinto muito…

 

Seus olhos, escuros e cheios de sombras de tanto dor, olharam-na um momento imensamente largo. Logo sussurrou:

—Se o sentir, realmente o sente, ponha de joelhos e me diga isso Prova para mim e para tí mesma, aqui e agora, que você sabe que não sou igual a Brandon Marshall.

 

Indigo fechando as mãos nos punhos.

—Você não é como ele—, soluçou. —Eu sei que não o é.

 

—isso prova. Dá a cara, fazendo a única coisa que mas te aterra e deixa-o ao fim detrás—, exortou, com a voz entrecortada. —Confia em mim, e averigua de uma vez por todas o que eu acredito que é bom para uma pele-vermelha. Juro-lhe isso por minha vida que não te arrependerá.

 

As lembranças se deslizaram pela mente do Indigo, feios e duros. viu-se os treze anos, de pé em um claro com cinco homens que foram a por ela, todos decididos a fazer que se ajoelhasse ante eles. Decididos a forçá-la, a utilizá-la. Puta a Índia. O nome se ecoou em sua cabeça. Ela olhou ao chão, onde Jake lhe tinha famoso, e parecia como se se tratasse de um centenar de quilômetros de distância. Ele não era nada como Brandon Marshall e seus amigos. Ela sabia. Mas Deus a ajudasse, não podia ficar de joelhos ante ele.

 

Seus ombros se moveram de um puxão pelos soluços, exclamou.

—Eu-eu não posso.

 

—por que?

—Eu, tenho medo—, admitiu. —Não deveria o ter. Sei que não deveria o ter. Mas não posso evitá-lo. Tenho medo.

 

Seu rosto cinzelado pela dor, olhou-a por um momento. Depois suspirou.

—Obrigado, por pouco ou por muito, pelo menos. A verdade, por uma vez. Eu não acredito que nunca te tinha ouvido dizê-lo. As duas palavras mais difíceis em nosso idioma, verdade? tenho medo.

 

Com isto, voltou-se para a porta.

 

Imaginou caminhando para fora e não voltar jamais. Seu nó no estômago era já uma bola de dor.

—Aonde vai?

 

Atirou a porta de atrás com tal força que golpeou a parede. Detendo-se na soleira, disse,

—Vou, pelo inferno, antes de fazer algo do que mas tarde me arrependa.

 

Atirou freneticamente na colcha, tratando de reunir as dobras restantes.

—Jake, espera. Por favor, espera. Deixa que me explique.

 

—Explicar? Para meu está claro como o cristal—. Pôs-se a rir com dureza. —Sabe o que é a angústia? Eu poderia te haver tido—, estalou os dedos—, tal que assim. Se não me importassem seus sentimentos, poderia havê-lo feito provavelmente uma dúzia de vezes ao dia durante estas últimas três semanas. Isso tivesse passado, se a meu não tivesse importado.

 

Com essa frase de despedida, saiu. Um instante depois, a porta deu um golpe.

 

Ela inclinou a cabeça e se balançou de lado a lado, sentindo ao fim verdadeiro medo. A dor em seu interior era quase mais do que podia suportar. Ele se ia, e ela não o culpou. Era provável que não voltasse a lhe ver. E por que não? Não lhe tinha dado uma só razão para querer ficar.

 

As palavras que lhe tinha arrojado se reproduziam uma e outra vez em sua cabeça, uma e outra vez, tendo mais e mais sentido cada vez que as escutava. Um squaw de nada. Pouco a pouco, dolorosamente, deu-se conta do que Jake tinha estado tratando de fazê-la ver, não é que ele tivesse a opinião de que ela fosse humilde, ela foi a que lhe deu essa visão de se mesma.

 

Imagens dele alagaram sua mente. Seu sorriso preguiçoso. A forma em que seus olhos se esquentavam quando a olhava. Probáblemente se tinha ido agora até o arroio para recolher suas botas. Logo volveria certamente para recolher suas coisas. E logo se iria, porque ela não podia lhe dizer que queria desesperadamente que ficasse.

                                   Capítulo 21

A casa estava às escuras quando Jake retornou. depois de fechar a porta, parou-se até que seus olhos se acostumaram à escuridão. A luz da lua se filtrava pela janela, dourada-a madeira envernizada dos móveis com toques de prata. Escutou o silêncio, e logo fechou os olhos em uma onda de pesar. Tinha esperado que estivesse até aqui depois de todas as coisas terríveis que havia dito a ela?

 

Abrindo acontecer com través das sombras, Jake procurou provas o sofá e se derrubou sobre ele. É surpreendente quão clara a mente do homem poderia conseguir voltar-se depois de estar sentado fora na escuridão durante uma hora, e de congelar o traseiro. Jogando para trás sua cabeça, ficou olhando o reflexo da lua no teto. Raios de lua. Uma menina que caminhava sobre raios da lua. As lágrimas encheram seus olhos. Jesus, que filho de puta que era. Que direito tinha ele a destroçá-la?

 

Jake apoiou um cotovelo no braço do sofá e se cobriu os olhos com a mão. Cada palavra desagradável que havia dito ricocheteavam através de sua mente. Não lhe tinha deixado a ela nenhuma pingo de dignidade ou uma ilusão. Como se ela fosse a única pessoa na terra que se escondia detrás de uma máscara? Era lançar pedras a seu próprio telhado.

 

por que? por que em nome de Deus, tinha perdido os estribos dessa maneira? Ele tinha feito sonar como se três semanas sem sexo fossem uma eternidade, como se lhe tivesse utilizado para felpudo todo o tempo. Pobre velho Jake. Era um maltratado filho de puta. Pensava que as árvores lhe impediam de ver o bosque? Onde diabos estava colocada sua cabeça? Em seu culo, pensou. O que podia esperar de uma garota inexperiente e assustada? Que rodasse sobre suas costas e se abrisse de pernas depois de lhe conhecer menos de um mês?

 

E agora o que? Supunha que poderia ir a casa de seus pais e arrastar a de volta a casa. depois de tudo, já não tinha que preocupar-se a respeito do que pensasse dele. Esta noite, tinha cansado tão baixo como era possível. Ou poderia fazer algo decente e deixá-la livre. O matrimônio poderia ser anulado. Podia sair de sua vida e deixá-la com a pouca dignidade que incluso no tinha destruído.

 

Um squaw, nada. por que lhe havia dito isso? Às vezes os sentimentos mais profundos de uma pessoa eram muito dolorosos para expor-se à luz do dia. Mas se tivesse duvidado? Diabos, não. Tudo no que ele tinha sido capaz de pensar era na dor em sua virilha. Mai Belle lhe havia dito uma verdade como um templo, o cérebro de um homem, estava entre suas pernas. Ele tinha sido um príncipe, Indigo estava em dívida, e ele se empenhou em conseguir sua recompensa.

 

Algo frio e úmido tocou os pés do Jake. Então se inclinou para olhar ao Sonny olisqueando a seu redor. Indigo não tivesse deixado ao cachorrinho atrás. Passou do medo à esperança, sentou-se erguido e lançou um olhar por cima do ombro.

 

Tremendo como um menino perdido, ficou de pé nas sombras da sala, um espectro envolto em chenilla branco, seu cabelo avermelhado aceso por um raio de lua.

 

—Ainda está aqui?—, disse estupidamente.

 

Ela se deslizou para diante uns poucos passos.

—Eu e-esperei para poder verte an-antes de que fosse..—.

 

O peito do Jake se contraiu. O que esperava? Um convite para ficar? Ele se deu a volta e se cobriu os braços sobre os joelhos, acariciando a cabeça do Sonny com a mão pendurando. As lágrimas lhe fizeram cócegas nas bochechas. A última vez que tinha chorado foi sobre a tumba de sua mãe. Isso parecia adequado, pela segunda vez em sua vida, estava perdendo a pessoa mais importante em seu mundo. Piscou e rezou para poder pensar em algo que dizer, para poder convencer a de que lhe desse uma oportunidade mais. Não havia Deus no céu. A única palavra que veio a ele era seu nome.

Índigo. Faz um mês, essa palavra só tinha conjurado imagens vagas de cor azul escura. Agora, pensou nas canções do vento e as margaridas, nos raios da lua e o uivo dos lobos, de doçura e pureza. O lhe tinha feito a ver a fealdade dentro de si mesmo. Como se tinha atrevido?

 

Com a intenção de lhe pedir perdão, Jake disse,

—Indigo, eu…

Ela dió um passo adiante.

—Não, não! Por favor, não o diga!

 

retorcia-se as mãos nas dobras da colcha. Tremiam tanto que tinha medo de cair, deu-lhe a volta ao sofá e foi parar se frente a ele. antes de que ele adivinhasse o que ia fazer, deixou-se cair de joelhos e deixou cair a colcha de chenille por seus magros braços.

 

Com um soluço estrangulado, exclamou:

—Eu-Estou te falando de joelhos, suplico-lhe isso. Perdoa-me?

 

—OH, Jesus, não o faça—. Jake a agarrou pelos ombros. Os tremores que sacudiam seu corpo faziam que vibrasse em seus braços.

 

Seu rosto pequeno e desencaixado, e ela contendo a respiração por um momento, tratando de afogar seus soluços convulsivos.

—Você não é como Brandon. Eu sinto te fazer p-pensar isso.

 

—Carinho, não quero que faça isto. te levante daí. Perdi os estribos e te tenho feito mal, quando eu não tinha…

 

Ela negou enfaticamente com a cabeça.

—Não!— -gemeu. —Tódo o que há dito… É certo. A-la maior parte é verdade. Que eu me s-se sentia como se não fora nada—. Conteve o fôlego de novo, enquanto lhe olhava com lágrimas em seus olhos inchados, suplicantes que brilhavam como prata de lua. Um soluço escapou, o ar assobiou de seus pulmões em uma corrente de lágrimas. —E e-então chegou você. E te começar a me fazer sentir coisas—. Levantou as mãos trementes como se não pudesse expressar tudo só com palavras. —P-Por favor não vá. Se me der uma oportunidade mais, Eu vou a c-cambiar. Já o verá. Realmente o farei. Não vou ter medo de ti nunca mais. E não vou pensar sobre as margaridas. E eu n-não voltarei a mentir. E embora eu pense que me vais golpear, não voltarei a me encolher.

 

Mil palavras encheram a garganta do Jake, mas não podia as obrigar a sair do nó de vergonha que se formou em seu interior. Querido Deus, o que tinha feito com ela? Não ia deixar a. Por alguma razão, o que ela dizia lhe doía mais que qualquer outra coisa. Ela tinha tido medo, e em vez de tranqüilizá-la, tinha-lhe gritado.

 

Como não podia falar, ele fez quão único sabia fazer e se deslizou do sofá. Com braços trementes, abraçou-a e afundou o rosto em seu cabelo sedoso.

Durante vários segundos, esforçou-se por dizer algo, algo. Quando por fim o obteve, tudo o que podia sair era seu nome e duas palavras,

—Amo-te.

 

Procurava provas as palavras, como era típico nele. Ele não era muito bom com a palavras, nunca o tinha sido. Essas duas palavras não eram particularmente profundas, e o não esperava que fizessem magia, mas o fizeram. Índigo envolveu seus braços ao redor de seu pescoço e se aferrou a ele, sussurrando:

—OH, Jake . Te amo, também.

 

Não havia dúvida de seu medo, podia senti-lo na rigidez de seu corpo e a natureza dos batimentos do coração de seu coração. Ele sabia o que lhe havia flanco aproximar-se dele como o tinha feito, nua e de joelhos. Que tivesse encontrado a coragem para fazê-lo, fazia ainda mais valioso esse gesto. Também lhe disse o muito que o queria. Oxalá pudesse encontrar as palavras para dizer-lhe

 

Jake apertou seus braços ao redor dela, fazendo ornamento da sensação de sua pele aveludada debaixo de suas mãos. Riscou a escada frágil de suas costelas e lhe sorriu à forma em que pareceu encolher-se debaixo de seu tato. Valente como ela sozinha, mas até com um comprido caminho que percorrer para deixar atrás seu medo. Mas não era isso o que em realidade era o amor, assumir riscos?

 

Ela se tornou para trás. Seus olhos grandes e luminosos lhe buscavam através da penumbra.

—Perdoa-me? Se que vai ser um d-duro caminho.

 

Jake se sentiu cair por um buraco vertiginoso. Com muito desgosto recordou como se comportou com ela essa ultima hora, e desejo jogar atrás no tempo, para havê-lo evitado. Que Deus a benza, ele séria capaz de dormir sobre uma cama inteira de pedras, se isso a fizesse feliz.

—Acredito que a pergunta aqui é se você me pode perdoar—. A dor em sua expressão lhe dava vontade de chutar-se a si mesmo. —Não era a rocha ou as margaridas ou que tivesse medo. O que me partiu foi que ainda não estava lista para fazer o amor. Não posso disfarçar que foi meu maldito orgulho o que te golpeou. Em honra à verdade, é que tive uma dor e uma grande necessidade de ti do momento em que te pus os olhos em cima, e depois de três semanas de dormir contigo e de me ter a mim mesmo sob controle para não te tocar, sabendo de que tênia todo o direito do mundo a te possuir, mas não queria te obrigar… mas ao fim me pôde meu desejo por tí: —interrompeu-se e tragou saliva. —fui um maldito egoista. Sinto muito.

 

—Eu estou lista para tí—, proclamou com voz trêmula. Ela fez um gesto veemente. —Na verdade, estou-o.

 

Jake se pôs-se a rir pelo baixo. Não era exatamente que ela gotejasse entusiasmo. As pontas de seus mamilos lhe roçaram o peito, e sentiu a sacudida na virilha. Com um esforço tenso, disse,

—Tem alguma idéia de quanto te amo? E o mal que me sinto a respeito das coisas que te disse?—

 

Ela tomou ar.

—Era tudo certo. Virtualmente tudo o que me há dito. Salvo a parte em que há dito que te comparo com o Brandon, você não é como ele. Conheceste-me isso melhor que ninguém em toda minha vida..—. Sua boca começou a tremer e as covinhas do queixo. —É a-algo assim como ter medo na escuridão. Não-não se sabe o que se esconde ali realmente, mas não se pode deixar de sentir medo. Não posso deixar de pensá-lo.

 

A dor no peito do Jake se intensificou.

 

Tomou ar e se precipitou adiante.

—Quando meu pai me pediu que me casasse contigo, pensei que quizas-teria…— Ela fechou os olhos e fez um suave som de sua garganta. —Não é o mesmo para os homens. Quando se casam, seguem sendo o chefe. Mas uma mulher não tem nenhum controle, e se ela for feliz depende totalmente de seu marido—. Se esforçou por tragar. —Alguns maridos pensam em suas algemas como posses, que só são boas para servir a suas necessidades, e ter bebês, e cuidar da casa.

 

Jake sabia que tinha aparecido culpado do que lhe contava.

 

—É mil vezes pior nas índias se se casarem com homens assim. um milhão de vezes pior, porque são pessoas que a nada nem ninguém lhes importa a forma em que são tratadas.

 

Jake tentou falar, mas ela o interrompeu.

 

—É certo! Vi-o. Os homens brancos casados com índias as tratam pior que a cães. E eu tinha medo—. Sua voz se apagou. —Eu não te conheço muito bem—. Ela lambeu seu lábio superior e suspirou. —Tinha medo de te fazer zangar, queria fazê-lo tudo bem. E-— Seu olhar se afastou da sua. —E eu tive medo de que não fosse muito agradável começou há me proibir coisas.

 

te proibir coisas? Pelo menos era um passo adiante, horrível. Jake se inclinou e agarrou a colcha. O agarrou um pico, secou-lhe o lábio superior e bochechas chorosas com o tecido. Podia sentir a umidade no peito, onde as lágrimas se escorreram, escorregando até seus seios.

 

—A obediência cega ao marido é parte. Isso não era uma mentira. É sem dúvida o caminho da gente de meu pai. A mulher é total para tudo. Sonha horrível, mas esse é o costume. Assim é como uma mulher honra a seu marido e ele o reconhece nela com com grande respeito. Até é mais horrível quando uma mulher se casa com um homem branco que a despreza. —passou-se a palma da mão esfregando seus olhos. —Eu não tinha maneira de saber como me trataria.

 

—OH, meu amor...

 

Um calafrio mais, percorreu-a.

—Uma vez que f-fuímos a uma feira em J'ville, e um c-cazador chegou ali com seu squaw. Ela derramou o prato de comida que lhe comprou. Foi só um acidente, mas se comportou como se ela o tivesse feito a propósito. Ele a insultou vilmente, e lhe deu patadas por atirar seu dinheiro. Então lhe disse que ficasse de joelhos, e a quatro patas, comesse-se a comida que tinha cansado sobre a terra. As demais pessoas, de pé, ao redor riam porque ela o fez. puseram-se a rir. —Um mundo de angústia se refletia em seus olhos brilhantes. —O caçador se gabou de que ela sempre ia fazer o que ele ordenasse. Uma estúpida squaw, chamou-a. —cobriu-se o rosto com as mãos. —Só agora, sei que você não é assim. Mas eu não podia deixar de sentir medo. Às vezes, meu pai é muito crédulo. devido a que só tem bondade em seu coração, só vê o bom em outros. Tinha medo de que se equivocou contigo. Sinto-o tanto.

 

Reuniu a seu redor a colcha, envolvendo-a e a levou em seus braços, movendo-se algo cambaleante. Tratou de imaginar como ela via o mundo, como se sentia, sabendo que os homens poderiam maltratá-la, tão somente se ela lhes dava a oportunidade. lembrou-se de sua palidez durante suas bodas, seu medo tremente depois, e ele a entendeu agora como nunca o tinha feito antes. Entretanto, ali estava ela, nua e de joelhos, lhe pedindo perdão?

 

—Indigo, eu sou o que o sente—. Se alisou a mão pelo cabelo. —Sinto muito.

 

Jake se balançava com ela. Envolvendo-a em seus braços, sentia-se tão perfeitamente bem. Incrível e perfeitamente bem. Não queria voltar a deixá-la ir. secou-se a bochecha em seu cabelo. Logo inclinou a cabeça e acariciou o caminho a doce curva de seu pescoço. Se um rastro de gambá ficou, não pôde cheirá-lo.

 

—Estamos de acordo em nos perdoar o um ao outro?— perguntou com voz rouca. —Ou devemos brigar por isso?—

 

Ela o recompensou com um sorriso úmido, e estrangulada. Ele a atraiu brandamente a seus pés. Não estava seguro se estava tremendo de frio, dos nervos ou o frio, escondida entre as dobras de chenilla a seu redor. Olhando para baixo à cara, que havia se tornado tão preciosa para ele, pensou Jake na squaw que se arrastou de joelhos para comer seu comidaen o chão. Queria afastar da memória de Índigo o medo, de que isso tinha ocorrido, para sempre. Entretanto, sabia que as palavras sós nunca seriam suficientes.

 

Moveu as mãos para cima e abaixo por seus braços, Jake sussurrou,

—Quero que fique de pé onde está. Não te mova e não fale. Fará-o?

 

Apesar de que parecia perplexa e preocupada com suas palavras, ela assentiu com a cabeça. Jake lhe deu um apertão tranqüilizador ombros, e logo a soltou. O que ia fazer ia completamente contra sua natureza. Até este instante, de fato, manteve-se firme e lutaria até a morte antes de que sequer o considerasse. depois de tomar uma respiração profunda, deixou-se cair de joelhos diante dela.

 

A primeira sensação que afetou ao Jake era a humilhação, uma quebra de onda atrás de outra da mesma. Logo abafado. Não era um homem de grandes gestos, mas tampouco tinha a eloqüência necessária para levá-los a cabo. Agora que estava aqui embaixo, não podia pensar em uma maldita coisa que dizer. Nem em só uma maldita coisa. Ela pensaria que estava louco.

 

O que se supõe que ele era .um louco de amor?. Jogou a cabeça atrás para olhar para ela. Seus olhos se encheram de lágrimas outra vez, mas, obediente como sempre, ela não falava. Não tinha que fazê-lo. Jake podia ver a expressão de incredulidade em seu olhar, e isso lhe disse tudo o que precisava saber. Já não se sentia um idiota. Inclinando-se, agarrou-se com suas mãos ao redor dos tornozelos de ossos finos e a beijou na parte superior de seus pequenos pés.

 

—OH, não ..—. exclamou. —Jake, não ...

 

Liberou-a, pouco a pouco se endireitou. Sua voz cheia de emoção, disse:

—Isso é o que este homem branco pensa, que seu squaw é muito boa para ele.

 

Ela se cobriu o rosto com as mãos e começou a chorar, o pranto que vinha de seu peito, era seco e sem lágrimas. Suas pernas se dobraram. Jake tomou quando ela caiu ao chão. Sustentando-a embalada em seus braços, balançou-a e lhe acariciou o cabelo. Tão difícil como foi ouvir seu grito, ele sabia que as lágrimas tinham demorado seis anos em chegar, e que nunca poderia pôr ao Brandon Marshall no esquecimento por completo até que ela mesma purgasse a dor.

 

Entre soluços, ela começou a lhe falar desse dia. Jake quase poderia visualizar o claro do bosque e os cinco homens que a tinha atraído ali. Indigo, aos treze anos. A umidade lhe queimava nos olhos do Jake. Aos dezenove anos, ela era ainda uma menina de muitas maneiras, blindada como o tinha estado do mundo exterior em Terra de Lobos. Nunca tinha conhecido a alguém tão puro de coração. Como de inocente e confiada ela devia ter sido, como uma adolescente apaixonada pela primeira vez? Seu coração se rompeu um pouco pela menina que fué e pela mulher que agora tinha em seus braços. Seu único pecado tinha sido nascer.

 

A traição da que tinha sido objeto ela, impactou contra Jake. Ela tinha adorado Brandon e confiava nele. Até que a levou a armadilha no claro, Aquele homem a tinha tratado como a frágil vidro, com uma chuva de floridos elogios. Era de sentir saudades que ela se assustasse ao sentir-se de novo dessa maneira, outra vez com outro homem branco? De repente, o cão era capaz de ver-se a si mesmo através de seus próprios olhos e entender a incerteza que devia havê-la afetado. Era o que parecia ser, um homem amável e gentil, que realmente se preocupava com ela? Ou era um monstro perigoso jogando a um jogo cruel de gato e o camundongo?

 

—Índigo—, sussurrou. —Quero que me escute e escuta bem porque não quero que se esqueça disto. Você é a pessoa mais formosa que conheci. O último lugar onde deve estar sempre é de joelhos ante meu, ou ante qualquer outra pessoa. Perdi os estribos, e te disse coisas que não deveria te haver dito. te pedir que ponha de joelhos é imperdoável. Quero que ponha de novo sua faca no quadril a partir de manhã., entende? E não me importa se lhe fala com todos e cada um dos animais no bosque.

 

Uma risada molhada apanhada em sua garganta.

—Muito bem—.Disse ela.

 

—E outra coisa—, acrescentou com voz rouca —daqui em diante, é meu desejo, meu comando, minha ordem—sorriu e se apartou o cabelo de seus formosos olhos, —que nunca me obedecerá quando meus desejos fiquem em uma situação que te humilha. Nunca.

 

Lhe deu um olhar inquieto.

—Mas você é meu marido. Tenho que te obedecer, sempre.

 

Jake lhe agarrou o queixo.

 

—Isso não é importante, quando tiver que sacrificar sua dignidade—. Ele perdia seu olhar em seu rosto. —Digo-o a sério. vou esculpir esta ordem na pedra, se tiver que fazê-lo, porque não quero que o esqueça. Seu orgulho significa muito mais para mim que a obediência cega. Se eu for sempre tão estúpido para te fazer algo degradante, quero que me diga isso, para ir diretamente ao inferno. fui claro?

 

—Sim—, murmurou. —Muito claro.

 

Plenamente consciente de que lhe pedia algo que ia contra tudo o que ela acreditava e, que provavelmente nunca o faria se o momento nunca chegasse, Jake disse:

—jura-me isso

 

Ela parecia indecisa.

—Jake, eu…

 

—Jura-o—, insistiu em voz serena. —Neste momento, quero que comecemos de novo. Não quero que volte a recordar a pobre squaw comendo da terra e não quero que se preocupe de que isso possa te passar a ti—. Lhe agarrou o queixo de novo e lhe deu uma pequena sacudida. —jura-me isso —Yo no voy a necesitar eso—, dijo con voz temblorosa.

 

—Eu-Lhe juro isso—, respondeu finalmente. —Eu não acredito que seja correto, mas lhe juro isso.

 

—Esta bem para mim, e já que sou o marido neste lar, é a forma em que vai ser.

 

Jake a levantou de seu regaço e ficou em pé, atraindo-a com ele. Seu olhar se deslocou até os ombros trementes.

—vais ser minha morte… —, disse ele com voz rouca. —Sem fogo aceso, esta casa é tão fria como uma tumba.

 

tornou-se para trás e se esfregou a cara com as Palmas das mãos. Levantou uma esquina da colcha para secá-las bochechas de novo. Quando o último vestígio de umidade se foi, ele se inclinou para beijar seus olhos brilhantes fechados e a agarrou em seus braços. Quando chegou à habitação, ele a baixou a sentar-se na cama e se dirigiu à cadeira a por sua camisola de flanela.

 

—Eu não vou necessitar isso—, disse com voz tremente.

 

Jake se voltou para ela e ficou imóvel. Ela se sentou em um raio de lua. A colcha estava em dobras ao redor dos quadris. via-se tão formosa com seu cabelo solto ao redor com brilhos de prata, como fundido com a lua, as pontas escuras de seus seios, aparecendo orgulhosos através de suas mechas. Seu olhar caiu a sua esbelta cintura, que fluía brandamente até seus bem arredondadas quadris e as coxas ágeis.

 

—Indigo..—. encolheu-se os dedos na flanela. —Carinho, não temos que…

 

—Eu quero—, insistiu em um fio de voz. —De verdade.

 

A boca do Jake se curvou em um sorriso. Ele tinha recebido convites mais entusiastas.

—Não acredito que esta noite seja…

 

—Por favor? Não quero sentir medo.

 

A flanela escorregou dos dedos intumescidos do Jake e caiu esquecida no chão. Ele não era um santo, não o era.

—Está segura?

 

Ela respondeu com um gesto de determinação. Jake deu um passo para ela. Maldita seja, como ia resistir?

 

Na verdade, Indigo não estava do todo segura de nada. Ainda estava tão assustada como o tinha estado fazia só duas horas. Mas ela amava a este homem, e se tinha que deitar-se com ele para que não se fora, estava disposta a fazê-lo, esta noite e cada noite.

 

À medida que se aproximou dela, o medo subiu à garganta e sentiu cortar-se sua respiração. Não era muito positiva pensando o que esperava que ele fizesse. Pensava que ia iniciar a imediatamente, beijando-a, e empurrando-a sobre a cama, e começando a agarrá-la em suas partes íntimas.

 

Mas em lugar de seus piores prognósticos, ele se agachou frente a ela. Queria cobrir-se, mas o negou a se mesma, apertando os punhos na colcha.

No claro de lua, seus olhos escuros estavam infestados de brilhos de prata. Seu olhar se movia lentamente sobre ela. Foram os segundos mais humilhantes de sua vida.

 

—Tem alguma idéia de quão encantadora é?— Tocou-lhe com a mão à bochecha, e logo remontou o nariz e os lábios com um dedo suave. —Às vezes durante a noite me acordado e te encontro aqui só lhe Miro enquanto dorme. Temo até me mover por medo de que te desvaneça como um raio de luz de lua apagado por uma sombra.

 

Índigo tentou falar, mas tudo o que saiu foi um gemido suave.

 

perdia-se um dedo através da clavícula.

—Querida, está tremendo como uma folha.

 

esforçou-se por tragar. sacudiu-se o dedo polegar na boca.

—Tem medo.

 

Ela fez um gesto brusco assentindo.

—um pouco.

 

Jake conteve um sorriso. Olhou-a docemente, ela, com os olhos como esferas gigantes de medo, e seus rasgos tensos. Tirou-a dos ombros, brandamente a deitou de costas e se acomodou a seu lado, a parte superior do corpo apoiado em um cotovelo.

 

Colocou uma mão sobre sua cintura, inclinou a cabeça para beijar os olhos fechados.

 

—me fale de suas margaridas—, sussurrou enquanto perdia seus lábios em sua orelha.—São de cor branca, rosa, vermelho?

 

—Brancas—, exclamou ela, enquanto os dentes dele raspavam no lugar sensível debaixo da orelha. —Branco-Branco com os centros amarelos.

 

—Onde estão? Em uma ladeira?

 

Indigo apertou as pálpebras fechando-os melhor, tratando desesperadamente de que aparecessem as imagens para não sentir os dentes do Jake mordiscando ao longo de seu pescoço. Seu fôlego, um sussurro suave, apoderou-se de sua pele e enviou calafrios por seu espinho dorsal.

—Estão em um prado.

 

—Mmmm?—. Ele mordiscou sua garganta. —Um prado grande?—

 

—Sim. Com um arroio que o atravessa—. Ela sentiu que seus dente beliscavam brandamente o começo de seu peito esquerdo, e seus olhos se abriram de repente. Quando ele havia descrito as coisas que faria com ela, não tinha mencionado que ia morder. Não é que lhe doesse. Entretanto lhe viu com horror congelado enquanto mordiscava seu caminho para o mamilo. —Jake?

 

—Hmmm? Margaridas, Indigo. Só fecha os olhos e pensa nas margaridas—. Com beliscões ligeiros, como pequenas brincadeiras, rodeou o mamilo. —Branco com os centros amarelos, recorda?

 

Indigo podia ver sua traiçoeira carne endurecendo-se e empurrando com entusiasmo para sua boca. Seu corpo parecia não dar-se conta do que esperava dele. Com cada passo, em círculos cada vez mais perto da crista escura. Entre os bocados pequenos, começou a lhe fazer cócegas com a ponta da língua. A ponta de seu peito começou a inchar-se, e com cada pulsado de seu coração que palpitava, como se tudo o sangue em seu corpo pulsasse nela.

 

Sua língua se moveu por sua pele lhe deixando um rastro de pele de galinha. O batimento do coração se converteu em uma dor aguda. Ela tomou uma respiração irregular, ficou boquiaberta quando finalmente se apoderou da ponta torcida. Esperando a dor, ficou rígida, então gemeu quando um choque de puro prazer sacudiu todo seu corpo. Ele ficou a lhe dar pequenas dentadas, e logo agarrou a ponta endurecida, firmemente, com seus dentes brancos e miserável sua língua sobre ela. Uma vez, duas vezes. Indigo se sacudiu com cada passada. Não, não se exatamente agradável, mas tampouco exatamente desagradável. Inquietante, talvez. Discordante era uma palavra melhor. Não. lhe frustrem, assim era como se sentia. A fazia querer, necessitar algo mais. Mas não estava segura do que. Algo assim como quando tinha o desejo de algo e se comia todo à vista tratando de satisfazer a necessidade. Só que pior. Muito, muito pior.

 

Com um gemido, lhe aconteceu os dedos por seu cabelo grosso e se arqueou hacìa ele.

 

Ela sentiu que ele sabia o que estava fazendo e cresceu a frustração até que teve uma boa idéia ao lhe dar a seu cabelo um puxão. Ela odiava ser objeto de brincadeiras, e isto foi o pior.

—Jake?

 

Em resposta, ele fechou a boca quente ao redor dela e lhe deu um puxão seco que apertou até os dedos dos pés. Soluçou e se aferrou a ele para salvar sua vida. Quebra de onda detrás quebra de onda de sensação elétrica fluía através dela. Seu ventre se fez nós e começou a sentir suaves espasmos. No profundo dela, um intenso calor começou a nascer. Com fome, passou à outra mama e se amamentou. Então ele começou a tomar o cabelo outra vez, mordiscando-a com os dentes riscando novas linhas, até que se retorceu com o desejo de sua boca fechando-se sobre ela de novo.

 

Quando ele se afastou se sentia extrañamente vazia e sozinha. Seus olhos procuraram o olhar dela. Logo se inclinou para lhe beijar a frente.

—Confia em mim?— -perguntou em um sussurro palpitante.

 

—S-fui.

 

Tomou o rosto entre as mãos.

—Tem medo?

 

—Sim.

 

O coração do Jake ficou apanhado nas emoções múltiplos que nadavam em seus olhos. A confusão, o temor e desejo. Havia também um mundo de amor brilhando ali. Muito mais do que merecia.

—Não há necessidade de ter medo. O que acabo de fazer, foi agradável?

 

—Sim, mais ou menos—, admitiu. —A primeira parte foi-enloquecedora. A última parte era muito agradável, entretanto. Muito bom.

 

—O resto será ainda melhor.

 

—Promete-o?

 

—Juro-lhe isso.

 

Lhe acaricio a bochecha com sua mão.

—Quando vem a parte que dói?

 

—Lhe vou dizer isso de antemão, como te prometi—. Lhe esfregou o polegar ao longo de sua mandíbula. —Mas não quero que se preocupe por isso. vai acontecer tão rápido, que quase não o sentirá. Te vai doer muito menos que o corte que te fez no braço.

 

Seus olhos se abriram aos seus.

—E alguma vez, doerá de novo?

 

—Nunca mais.

 

A ternura em seus olhos aliviou ao Indigo de uma maneira o que as palavras não podiam. Seu peito roçou seus seios e envó um calafrio através dela. Queria sentir sua boca nela, mas lhe dava vergonha pedir-lhe Com mãos trementes, apertou os punhos em seu cabelo e lhe atirou da cabeça aproximando-lhe lhe dizendo com seu corpo o que não podia dizer com palavras. Agradou-a com uma minuciosidad que a deixou dando giros vertiginosos.

 

Então abandonou seus peitos e procurou sua boca.

Indigo se sentia como se se estivesse derretendo com ele. Passou-lhe as mãos por cima dos músculos apertados de seus ombros e abriu os lábios para lhe conceder entrada a sua língua. encolheu-se sob a mão quente ao redor de seu quadril, seus dedos amassando, e logo acariciando-a brandamente.

 

Então sentiu que sua palma calosa se aproximava de seu ventre. Muito delicadamente, as gemas de seus dedos se meteram no ninho encaracolado, no vértice de suas coxas.

 

—Não tenha medo—, sussurrou-lhe contra seus lábios. Ele a convenceu fazendo que separasse suas pernas ligeiramente. —Esta é minha garota.

 

Seus dedos a tocaram ligeiramente, com grande conhecimento sobre ela, chegando até o lugar entre suas pernas que temia que lhe doesse. Levantou a cabeça para beijar seu pescoço, sussurrou-lhe:

—Deus, é tão doce. Só lhe tocar me volta louco.

 

Perdida em um redemoinho de sensações, deixou que sua cabeça caísse para trás para dar capacidade a seus lábios como seda. A necessidade a enchia, e apertou as coxas ao redor de sua mão lhe acariciem e levantou seus quadris, sem saber o que era o que queria.

Jake sim sabia. Ela cravou as unhas nos ombros e se inclinou a suas costas, seu fôlego que entrava em suspiros curtos, pequenos, rápidos. Jake sorriu na escuridão iluminada pela lua, perguntando-se de que cor eram suas margaridas agora. Viu seu rosto quando ele a trouxe para seu clímax. Uma expressão de perplexidade absoluta tocou seu doce rosto, e a fez abrir as pestanas. No primeiro espasmo, seus olhos se encheram de medo.

 

—Está bem, carinho—, tranqüilizou ele. —Deixa que venha.

 

Outro espasmo a balançava. O coração do Jake ficou apanhado na confusão que leu em seu olhar surpreendido.

—Carinho, confia em mim.

 

Depois, enquanto ela estava ali tremendo e aturdida, e extrañamente lânguida, Jake chegou a seu jeans baixando-os de repente e se moveu entre suas pernas. Quando ele agarrou seus quadris, ela abriu os olhos e o olhou desde debaixo das pálpebras pesadas de paixão.

 

Com toda sua força de vontade, Jake se mantinha sob controle. Queria-a. Nunca lhe tinha doído assim uma mulher. depois de tomar essa atenção para afastar seu passado de medo, depois de odiar sacudir suas costas pequena à consciência. Mas lhe tinha prometido adverti-la. Em primeiro lugar, decidiu-se a revisar a situação. Talvez, só talvez, um milagre ia passar, e ele poderia entrar nela sem lhe causar dor.

 

Empurrou seus quadris para diante e se pressionou nela. Sua respiração áspera e desigual, Jake se moderou em um pouco mais. Odiava fazê-la dano. A verdade de Deus era que ele não sabia quão mau seria. converteu-se em seu hábito de evitar vírgenes em sua cama, por isso sua experiência neste campo era nula. Por certo, até com todas as boas sensações que ele tinha trazido para seu corpo com sua boca, ele sabia que já estava causando seu mal-estar, e ainda não tinha começado ainda.

 

—Indigo—, sussurrou com voz rouca.

 

Ela centrou olhos grandes e confiados nele.

—Agora?— perguntou-lhe com uma vocecita débil.

 

antes de que ela pudesse esticar-se, coisa que estava seguro de que aumentaria sua dor, Jake sussurrou:

—Sim, agora—, e empurrou com força a seus quadris para diante. Seu corpo ficou rígido, e ela deu um guincho. Jake estalou em um suor frio. depois de afundar-se nela, envolveu-a em seus braços e ficou imóvel. Ela se aferrou a seu pescoço.

 

—Dói-me—, exclamou.

 

Jake apertou os dentes, em uma agonia de remorso, porque ele trazia a dor e a culpa, já que, apesar de que sabia que estava fazendo-a dano, pelo inferno, que não queria parar. Estar dentro dela se sentia o mais maravilhoso que algo que jamais tinha experiente. Seu corpo lhe embainhava com tanta força. Isso por si só lhe estava empurrando até o bordo.

 

—OH, Deus, Indigo, sinto muito.

 

Sem poder conter-se, moveu de novo seu quadril. Ela abriu a boca e conteve o fôlego. Resistente a lhe fazer danifico, Jake se obrigou a ir ainda mais. Enquanto jazia ali, abraçando-a, tratando de acalmá-la, a crescente pressão em seu interior explorou, e lhe aconteceu como a um jovem Randy com sua primeira mulher. Ele fechou os olhos e se estremeceu, deixando-o vir, gemendo com seu próprio prazer, já que não tinha um inferno de muito mais que dizer a respeito.

 

Indigo ofegou de novo como alagada de sua umidade. Com um pequeno suspiro, murmurou:

—OH meu amor!—. sentia-se a tensão drenando-se fora dela. Então, como um baterista novato partindo a seu próprio ritmo, completamente alheio ao feito de que ela estava fora de sintonia com o resto da banda, ondulou seus quadris procurando seu próprio e primeiro climax.

 

Jake não sabia se rir ou chorar. Seu corpo se sentia como um lugar úmido, necessitado, e agora ela era a resposta? Em seus braços que se agitavam com debilidade, suspendeu-se por cima dela, decidido a esperá-la, embora isso o matasse. Quanto poderia deixar-se levar?. Seu coração estava golpeando como um cavalo rapidamente.

 

No claro de lua, podia ver os rastros de prata das lágrimas nas bochechas femininas. Ela levantou o olhar luminoso à sua. Um sorriso de incredulidade, muito brilhante tocou os lábios. Ela levantou seus quadris em um abandono ingênuo, torpe, um pouco fora de centro, e sem a força que ele sabia que ia trazê-la a seu prazer. Mas ainda assim, os músculos de seu rosto se endureceram. Com uma alegre gemer, ela se retirou, e logo se chocou contra ele.

—OH, Jake—, sussurrou. —Amo-te. OH, sim ...

 

Os pensamentos do Jake eram dispersos e fora de linha.

—OH, não ..—. Mas então pensou que todo homem tinha ao menos direito a um milagre em sua vida, e ao ver sua esposa inocente descobrir os prazeres do amor em sua primeira vez, Jake finalmente obteve o seu, seu próprio milagre. Embora parecesse incrível, inadvertidamente, sentiu-se como um relâmpago, o fogo passou através de suas costas. Ainda tremendo de seu primeiro climax, sentiu a pressão de outro começando a nacer.Volvió a sentir-se tão duro como a primeira vez. Com cuidado, moveu-se ao encontro dos impulsos torpes e pequenos dos quadris estreitos do Indigo, conjuntando o ritmo, cheio de dor, e de um prazer no som de seus instáveis gemidos e gritos agudos quando ela experimentava seus primeiros choques de êxtase.

 

Logo atirou dele a paixão pela voragem dela. Ele assumiu o controle e establecio um ritmo mais magistral, que sabia que ia trazer para seu corpo muito mais agradar. Quase sorriu quando ela dobrou os joelhos e juntou os quadris entre suas coxas para absorver melhor o impacto. Era tão imensamente preciosa, tão completamente sem malícia. Queria que isto fosse formoso para ela.

 

De repente, ela se arqueou e ficou rígida. O corpo do Jake respondeu com uma ferocidade primitiva. À medida que seu segundo clímax em menos de quatro minutos se sacudiu através dele, teve dois pensamentos racionais surpreendentes. Um deles era que tinha que estar infringindo algum tipo de recorde mundial que qualquer pessoa, não documentado em fenômenos deste tipo. O segundo foi um pouco mais profundo.

 

depois de toda uma vida de não saber de tudo certo, agora estava absolutamente seguro de que havia um lugar como o céu. Não estava em Califórnia, como tinha acreditado fazia anos, e contrariamente à opinião popular, um homem não tinha que morrer para chegar ali. O céu estava aqui na terra. Nos braços de Índigo.

                                             Capítulo 22

O alvorada raiava o céu plúmbeo com mechas de luz, tocando o dormitório com um brilho rosado. Desde detrás de suas pálpebras fechadas, Jake viu a cor rosada e se perguntou se ele tinha morrido e ido ao céu depois de tudo. Sentia os peitos nus do Indigo contra seu peito e a coxa torneada estreitado entre os seus. Se isto não era o céu, já não sabia o que era.

 

Como à ligeira, como asas de mariposa, sentiu seus dedos riscando as linhas de seu rosto e se deu conta do que o tinha despertado. Ele estava sendo estudado. resistiu à tentação de abrir os olhos. Se se desse conta de que estava acordado, provavelmente sua coragem se converteria em tímidez.

 

Tocou-lhe o nariz, seguindo a crista com um dedo tímido. Logo lhe explorou a boca, a orelha, a textura de seu cabelo. Quando ela se tornou para trás e roçando sua Palmas das mãos sobre o peito, esteve a ponto de sorrir. O mamilo masculino era, obviamente, uma curiosidade. A ternura lhe encheu por dentro enquanto jogava com ele, pois tinha o seu tratando de provocar a mesma resposta. Ela capturou a ponta e o fez rodar entre seus dedos. Elevou as pestanas um pouco. Seus grandes olhos se encheram de assombro infantil.

 

Evidentemente, aborrecida de seu mamilo que não respondia, retornou a cabo a seu pêlo no peito e logo empurrou as gemas nos músculos. A seguir dirigiu a ponta dos dedos por sua caixa torácica. A respiração do Jake ficou apanhada quando ela seguiu a linha do cabelo em seu ventre até seu destino final. Um gesto pequeno franziu suas sobrancelhas delicadas, quando envolveu sua mão ao redor de sua dignidade dormida. Lhe deu um pequeno apertão tentativo. Seu cenho se aprofundou. Riscou a coroa com delicadeza.

 

Confundindo os tentadores toques femininos como uma chamada, seu flácido apêndice começou a ficar rígido. Ela ficou imóvel, olhando para baixo à barra torcida que se encontrou sustentando. Seus olhos se abriram, e ela apartou a mão para trás como se a queimasse. Seu olhar surpreendido voou à sua.

 

O jogo tinha terminado. Jake esboçou um sorriso.

 

—Está em busca de problemas, senhora Rand? Se for assim, encontraste-os.

 

O carmesim alagou seu rosto, e ela começou a escapulir-se. Ele a tirou da cintura.

—aonde vai com tanta pressa? Tinha a esperança de que fora meu turno.

 

Seu rosto se ruborizou um vermelho mais escuro.

—Está acordado.

 

Bem acordado, Jake se deu conta que era a vítima de uma sedução não intencionada. Tirou o outro braço de debaixo do travesseiro e a imitou, riscando as linhas de sua cara e fingindo assombro curioso. Pouco a pouco, caminhou para o peito e explorou seu mamilo.

 

—O que temos aqui?— -perguntou com voz rouca. —Interessante, muito interessante. Têm um uso específico, ou são só para fazer bonito?

 

Seus olhos se obscureceram e se voltaram turbulentos quando capturou um pico duro e o beliscou brandamente. Jake deslizou a palma da mão no peito e o levantou. Inclinou a cabeça, e o provou com a ponta da língua.

 

—É delicioso. Importa-te se tomo um bocado ou dois, ou três?

 

Seus lábios se separaram e ela expulsou um pequeno suspiro suave.

 

Jake se tornou para trás e sorriu.

—Egoísta com eles, verdade?

 

Uma quente frouxidão entrou em seus olhos, e suas pestanas se calleron. inclinou-se para diante para tomar seu peito com mais detalhe na mão. Cobriu-o com a palma de sua mão e se esfregou o polegar por cima de sua auréola.

 

—E bem? Comeram-lhe a língua?

 

—Sim—, sussurrou em resposta tardia.

 

—Sim, o que? É egoísta com elas?

 

—Não. Pode mordiscar tudo o que queira.

 

Apertou o braço em sua cintura, levantou-a um pouco e logo a atraiu para si. Quando sua mama estava dentro de uma polegada de sua boca, ele a soltou. Olhando para cima em seus escuros olhos a paixão, sussurrou:

—Ontem de noite, eu tive que tomar. Quer me fazer um presente agora?

 

Seu olhar caiu até sua boca. Tragou saliva e a apertou ainda mais. Quando ele não fez nada, ela emitiu um gemido desço em sua garganta. Um rubor tímido se apoderou de suas bochechas enquanto se tocava o mamilo e o aproximava os lábios. Com uma ternura sem precedentes, levou-a a boca e observou as expressões que se desenhou em seu rosto enquanto se amamentava.

 

Era, sem lugar a dúvidas, o mais doce, mais precioso presente que tinha recebido nunca.

 

Eram as nove e meia, Jake não se foi à mina, sua esposa ainda dormia, e ele não tinha tomado o café da manhã. Mas lhe importava? Diabos, não.

 

Jake se sentou sobre o bordo da cama e pôs um braço ao outro lado dela.

 

—Tenho que ir, pequena arpía—, sussurrou. — Mantive-te acordada toda a noite, você gostaria de ficar em casa hoje?

 

—Mmmmmm..—.Um suspiro—Me estas esperando a meu?— disse meio dormida

 

Sua beijada e torcida boca se curvou em um sorriso sonhador. Sem abrir os olhos, murmurou:

—Mmm, atirarei a pedra, prometo-lhe isso.

 

Jake lhe acariciou o pescoço.

—Para que é, de todos os modos? Um encanto Comanche de algum tipo?

 

Ela se acurrucó mais profundamente sob o edredom.

 

—Não, um remédio—, respondeu ela aturdida. — Então ficaria com ele…

 

Com seus lábios flutuando debaixo da orelha, ficou imóvel.

—Com que ou quem ficaria?

 

—Mmmm. Com um bebê—. Seu sorriso se aprofundou. —Assim não me incomode.

 

Agora que Jake pensava nisso, recordou ter ouvido uma vez que uma pedra colocada no lado do marido do colchão, pode acelerar a concepção, a idéia é que quanto menos dormia um homem, com mais freqüência ia fazer o amor com sua esposa.

 

De algum jeito, não acreditava que esse resultado tivesse sido a meta do Indigo, e riu entre dentes.

—Maldita seja, nunca acabará de atirá-la longe. Denunciarei-te por isso—. Ele mordiscou o caminho fazia sua boca. —Não é que eu esteja contra fazer bebês. Podemos começar a trabalhar nisso esta mesma noite.

 

—Esta noite—, ela esteve de acordo sonolenta.

 

—vamos anotar que temos que ter uma dúzia—, disse com um sorriso. —Um centenar, para cada um. Se não ter perdido fole para então, então podrar atirar a rocha fora!—

 

—Mmmm. Uma dúzia, sim.

 

Jake lhe deu um beijo de despedida, logo se levantou para olhar para ela por um momento. Deus, quanto a amava. perguntou-se se ela tinha alguma idéia de quanto. Ele deu ao Sonny uma carícia de despedida entre as orelhas, e logo deslizou seu olhar à janela. Ontem à noite, pela primeira vez da morte do Wolf, Índigo se tinha esquecido de abri-la.

 

Mais tarde essa manhã, quando Índigo finalmente despertou, foi esquentar um recipiente com água para poder lavar-se. depois de vestir-se, recolheu sua camisa arruinada e as calças jeans do Jake, e logo se dirigiu à quebrada, aquela roupa cheirava tão mal que era impossível de salvar. Minutos mais tarde, teve uma pequena fogueira acesa. À medida que arrojou os objetos de vestir às chamas, começou a recordar, olhando para trás no tempo, em uma noite de fazia seis anos quando ela tinha queimado toda sua roupa de mulher e prometeu não voltar a reconhecer seu sangue branco. Colocada entre os braços do Jake tinha apagado toda a dor de seu coração.

 

sentia-se de novo bem de tudo, e sua mente sanou.

 

Um sorriso apareceu em sua boca ao recordar a primeira vez que tinha visto o Jake. Se alguém lhe houvesse dito então que menos de um mês mais tarde, ele ia ficar de joelhos ante ela e beijar seus pés, teria se dobrado da risada. Agora que tinha acontecido, entretanto, não ria. E pensar que Jake, de todos os homens que conhecia, tinha-o feito. Trouxe-lhe lágrimas de emoção a seus olhos.

 

Arrojou seus calções no fogo e respirou fundo. Era estranho quando pensava nisso. Durante muito tempo, obstinado-se desesperadamente ao pouco orgulho que Brandon a tinha deixado. Logo, com apenas umas poucas palavras, Jake a tinha despojado de nem sequer isso. Entretanto, agora se sentia glorificada. Era como se ele a tivesse esvaziado da fealdade, para logo enchê-la até acima com apenas coisas boas.

 

A fumaça incomodou os olhos do Indigo. Os entrecerró e se abraçou a si mesmo, desfrutando de do calor. O louro era muito mais escasso que o pinheiro e mais difícil de cortar, é uma madeira dura que tênia um processo lento de ignição, mas também era o mas quente, e o fogo de mais larga duração.

 

Como o amor do Jake, pensou. O seu não era o tipo de queimar quente e rápido, e logo esfumar-se.

 

Apesar de seu desconforto física depois de fazer o amor pela primeira vez, Indigo atacou as tarefas domésticas com entusiasmo quando entrou de novo na casa. Embora possivelmente só temporário, esta pequena casa era o lar do Jake, e ela queria que estivesse algo mais que ordenado. Quando chegasse do trabalho pela tarde, seria capaz de saber com apenas olhar ao redor o muito que o amava e que estava muito orgulhosa de ser sua esposa.

 

depois de trocar a roupa de cama, Indigo tinha decidido que hoje seria um momento perfeito para fazer uma limpeza profunda, símbolo do novo começo, que ela e Jake faziam a noite anterior. Arrastou tudo os tapetes fora e as golpeou com a vassoura. Então, antes de varrer, decidiu limpar as cinzas da estufa e a chaminé. Acabou na primeiro cozinha, e logo se transladou à sala de estar. De joelhos ante o lar, inclinou-se para recolher as cinzas e o sebo.

 

No fundo do lar, no mais profundo jaziam os restos logo que queimados de um pedaço de papel. Indigo o teria descartado se seu olhar não se enganchou no cabeçalho parcialmente carbonizado. Uma pontada de inquietação se arrastou até a parte posterior de seu pescoço. Ore-cal ENTERPRISES? Seu olhar baixou das partes queimadas da carta, ao escrito com letra clara, e masculina.

Querido Jacob:

 

Envio-te uma má notícia, temo-me. Como me temia, minha investigação posterior confirmou minhas suspeitas. Estamos vadeando até os joelhos na mierda. -Uma grande parte do parágrafo se queimou e ilegível-. Terminou com- para ter o trabalho sujo feito. Se pudermos, vamos pôr as provas sob o mesmo nariz de pai e não o chamarei um trabalho bem feito, até que possa obter o inferno, tirá-lo fora dali e retornar a casa. É aborrecido como o inferno estar aqui sem ti, e Emily não me dá um momento de paz, perguntando quando estará de volta para que possa fixar a data. Já não recorda ao Em, sua noiva? Ela está começando a me perguntar por que não a tem escrito. Tomei a liberdade de lhe dizer o mesmo que lhe disse ao pai, que estava arrasado, e muito necessitado de férias. Menos probabilidade de que nos descobrisse dessa maneira.

 

vou chegar ali logo que me seja possível. É mais seguro para manter sua história lhe dizer a Lobos todo tão perto da verdade como é possível e lhe dizer que seu irmão vai vir a te visitar. Nunca fomos muito bons em fazer -, nossas explicações tem que ser bem elaboradas. Ah, mas não eram por- - os velhos tempos?

Até th-

 

Seu her-

Indigo começou a tremer. ficou olhando a carta e quis que desaparecesse. Quando isso não funcionou, voltou-a a ler e orou para que não parecesse tão incriminatoria pela segunda vez. Jake estava conectado de algum jeito a Ore-cal ENTERPRISES? Qual foi o trabalho sujo do Jeremy refere? E quem era Em?

 

OH, Deus!

 

Indigo pôs a mão sobre sua boca. Mentiras, todo mentiras. Tudo o que cada vez lhe disse a respeito de si mesmo tinha sido uma mentira. Ela sabia ao que o trabalho sujo que punha na carta do Jeremy se referia, a sabotagem da mina. É obvio! Tinha todo um perfeito sentido. Se se podia pôr a seu pai em um apuro financeiro grave, teria que vender a um preço baixo a Ore-cal.

 

Tudo caiu, junto ao Indigo, como as peças dispersas de um quebra-cabeças. A chegada do Jake no mesmo dia em que esperavam ao representante de Ore-cal. A falta de calos em sua Palmas. Inclusive sua relutância a tê-la na mina, agora tomou um novo significado. Ele não a queria trabalhando ali por medo de que lhe desbaratasse seus planos.

 

A dor que sentia era insuportável. Se acurrucó no chão e se abraçou a si mesmo. Como tinha podido confiar em outro homem branco? Não foi suficiente, uma vez, para aprender?

 

Ela não significava nada para ele. Tal como tinha sido nada para o Brandon. Ele a tinha estado usando. Era provável que nem sequer se considera a si mesmo casado, sobre tudo porque ela era só uma Índia. Inclusive se se pensava casado, não duvidaria em conseguir um divórcio. Mas pior que isso era o que estava fazendo a seu pai. Arruiná-lo. A destruição de tudo o que tinha trabalhado durante estes últimos vinte anos.

 

Como podia lhes fazer isto? OH, Deus! como podia fazê-lo? Facilmente, uma pequena voz em sua mente respondeu. Você pai não é ninguém, ao igual a ela era nada.

 

Com um soluço furioso, Índigo ficou em pé, imaginando a seu pai, quebrado e incapaz de ficar de pé. Ela caminhou através da habitação. Seu olhar se congelou no lugar onde Jake se pôs de joelhos ante ela. Tropeçou com um montão das lembranças daquela noite, apoderando-se dela. Só havia confusão em sua cabeça. Recordou seu amor gentil, seus sussurros carinhosos. Suas pernas se sentiam como se fossem derreter se, e se sentou no sofá a olhar a carta. Um mentiroso? Um ator consumado? Como podia um homem tão alto, forte e orgulhoso como Jake Rand ficar de joelhos e humilhar-se a si mesmo igual a uma mulher, a menos que sinceramente se preocupasse com ela?

 

Quando Jake abriu a porta a finais da tarde, quão último esperava era ver Indigo sentada no sofá, com o rosto inchado de tanto chorar e com nervuras de gaze negra pintando toda sua cara.

 

—meu deus, o que passou? É seu pai? Sua mãe?— Lançou um olhar pela habitação. —Onde está Sonny?

 

Índigo o olhou.

—Está dormindo debaixo da cama.

 

Jake fechou a porta e se apoiou nela. Seu coração começou a correr mais forte de repente.

—Carinho, é Fada dos Dentes? O que te fez chorar?

 

Ela não respondeu, simplesmente ficou olhando-o fixamente. Emoldurado pela graxa negra, seus olhos se viam de um azul muito claro, que recordou ao Jake uma piscina de água clara profunda e sem fim. olhou-se neles e se sentiu como se estivesse afogando-se. Um silêncio ensurdecedor se elevava ao redor deles. Continuando, uma estranha sensação se deslizou sobre ele. sentia-se como se ela estivesse procurando a claridade de sua alma.

 

Então se deu conta de que ela poderia estar fazendo precisamente isso. Parecia sobrenatural, e havia uma expressão longínqua em seu rosto, como se estivesse escutando algo que não podia ouvir. Jake se sentia vulnerável em uma forma que nunca esteve, e muito nu. Queria olhar para outro lado. Quase o fez. Mas teve a sensação de que fazê-lo seria um engano irrevogável.

 

depois de muito tempo, ela ficou em pé e estendeu uma mão tremente para ele. Viu que ela tinha um pedaço chamuscado de papel, em seus magros dedos. Seu olhar se voltou para a chaminé.

 

—Todo isso não se queimou—, disse simplesmente.

 

Jake gemeu.

—Maldita seja ao inferno!

 

—Temo-me que isso não é o que quero ouvir.

 

Jake levantou as mãos, e logo os deixou cair.

—Não é tão mau como…— lhe deu uma risada amarga. —Em realidade, é tão mau como parece. É por isso que não tinha as guelra para lhe dizer isso

 

—diga-me isso agora—, disse em voz baixa.

 

Jake tragou devagar.

—Suponho que já o há dito a seu pai.

 

Seus doloridos olhos piscaram.

—A ponto estive que fazê-lo—. Sua boca tremia ligeiramente. —Se as coisas forem como esta carta faz que se vejam, o único que te devo é te rachar com a faca as tripas. E logo, é obvio, cuspir sobre sua tumba.

 

Jake fechou os olhos.

—Jesus, Indigo. depois de tudo o que compartilhamos a noite anterior, não pode dizer isso.

 

Um brilho se deslizou em seus olhos.

—Seriamente que compartilhamos algo especial? Ou simplesmente estava utilizando uma estúpida squaw? Quem é Emily?

 

—Ela é, né..—. Elevou as mãos de novo. —Ela era minha noiva.

 

Indigo o Miro com frio assassino em seus olhos.

—Tem quebrado o compromisso? Ou é que pensa voltar para ela uma vez que te tenha aborrecido de te divertir comigo?

 

Jake soltou uma gargalhada sem senso de humor.

—Não pode acreditar isso. Casei-me contigo, pelo amor de Deus. Eu diria que isso pôs fim a meu compromisso com o Emily. Não tive tempo…— Se interrompeu, já não era capaz de dar cor à verdade. Sabia que Indigo tinha uma definição completamente nova de honestidade. Ela sabia se lhe estava mentindo agora.

 

—Em realidade, tive muito tempo para lhe escrever contando-lhe Mas não pude encontrar uma maneira de fazê-lo a suas costas.

 

—Porque me teria informado de sua existência—. Ela baixou seu braço e deixou cair ao chão o papel com um lijero bato as asas. —Assim estou casada com um homem que está comprometido com outra mulher? Com um homem que ama a outra mulher?— Seu corpo ficou rígido. —Quando penso nas coisas que te permiti fazer a noite anterior comigo, sinto-me tão suja e usada. Pior que Brandon me fez sentir. Pelo menos, então, lutei contra ele. Tratou de me violar à força, que era pelo menos honesto em sua maldade. Você me violaste com mentiras.

 

—Indigo, tem que me escutar.

 

Seus delicados ombros se endireitaram.

—por que crie que estou ainda aqui? Sentia que te devia muito. Apesar de que pareça que o trabalho sujo quase matou a meu pai. Apesar de que parece que me tem feito fazer o ridículo mas grande, inclusive mas grande que me apaixonar com 13 anos do Brandon. Algo que nunca teria imaginado que voltasse a acontecer.

 

Tremia-lhe a voz com a intensidade de seus sentimentos.

—A pesar que parece que tudo o que me tem feito acreditar foi mentira, eu não podia te trair sem ter ouvido o que tinha que dizer—. Ela deslizou seus braços ao redor de sua cintura e o olhou. —Se houver algo que possa dizer para fazer que o dano dentro de mim se detenha, por favor, faz-o.

 

Jake se limpou o rosto com a manga da camisa. Queria nada mais que cruzar a habitação e tomá-la em seus braços. Mas tinha medo de tentá-lo. Parecia como se ela pudesse romper-se se a tocava. Mas havia esperança. Ainda lhe amava, ou se nó, não estaria aqui.

 

—Amo-te—, disse com voz rouca. —Isso não é uma mentira, e nunca foi. E não importa o mal que se vê, eu vim aqui para ajudar a seu pai, não a lhe fazer danifico—. Com as pernas tremendo de tensão nervosa, Jake se aproximou do sofá e se sentou. O olhar em sua cara parecia tão assustada como se ela pudesse ver o inferno. —Não era meu trabalho sujo, ao que Jeremy se referia na carta. Era o de nosso pai.

 

Vacilante e sem estar absolutamente seguro de que ele estivesse lhe dando algum sentido, Jake arrastou a história das vísceras. Ela ficou escutando em um silêncio gelado, horrível.

 

—Nunca te hei dito uma mentira—. Fez um gesto com as mãos. —Sei que não fui honesto. Possivelmente menti por omissão. Cria-o ou não, de onde eu venho, isso não se considera uma mentira. Sei que não tem nenhum maldito sentido para ti, não a sua maneira de ver as coisas, mas em meu mundo, se suas intenções forem boas, como eram as minhas, e ocultar a verdade facilita as coisas, dá mas poder a um.

 

Ela seguia sem dizer nada.

 

—Índigo, quando cheguei aqui, todos vós foram pessoas sem rosto. Nunca tive a intenção de ferir ninguém com o engano, só queria ajudar—. Se esforçou por tragar. —Eu nunca quis me apaixonar por ti. No momento de te conhecer comecei a me dar conta do muito que me preocupava com ti, mas então já tinha cavado minha própria tumba. Queria te dizer a verdade, mas o deixava fora, orava por que Jeremy encontrasse a prova de que nosso pai não estava detrás de tudo. Então, ao menos, o relato não teria sido tão terrível.

 

Ela ainda não falava.

 

Jake deixou cair sua cabeça entre suas mãos.

—Suponho que ainda estamos à espera de conhecer o Emily.

 

—É muito ardiloso.

 

Olhou para cima.

—Eu realmente nunca a amei. Ambos passamos muito tempo juntos. Eu gostava de sua companhia. Ela provinha de uma família aceitável. Eu tinha quase trinta anos. Pedir que se casasse comigo parecia o mais normal. Lamentei-o desde muito antes de te conhecer, já tinha começado a me arrepender. Não estou apaixonado por ela. Eu nunca lhe teria feito mal deliberadamente. Mas não havia magia com ela para mim. Não da maneira que a há quando estou contigo.

 

—Ela é formosa?— perguntou-lhe com uma vocecita oca.

 

Jake teve vontades de lhe dizer que Emily tinha as mandíbulas, como um cão e babava constantemente.

—Sim, ela é bonita—. Ele sabia que essas palavras podiam feri-la, mas se terminou a mentira. —É uma mulher encantadora e uma pessoa encantadora. Você gostaria, se a conhecesse, parece-me—. Apertou os dentes e logo suspirou. —Mas eu não a quero. Quero a tí. Nem sequer posso recordar exatamente como é sua cara.

 

—Ela…Tem vestidos de franzidos e volantes e anáguas de encaixe?

Jake sabia que estava em um terreno perigoso. Indigo se sentia inferior às mulheres que gostavam disso.

 

—Nunca me fixei em suas saias.

 

Os olhos dela tinham aparência arroxeada, fixavam-se sobre ele azuis e limpos.

—Você diz que ela vem de uma família aceitável. É…Você é rico, não? A casa que me falou desse dia no palheiro, a que é tão grande que sua família pode perder-se nela, é uma casa muito bonita, não? A casa de um homem rico?

 

Jake pensou em sua casa e as muitas habitações elegantes. Ele podia perder mais disto. E para que? Sua vida no Portland? Não podia conformar-se com isso. Durante anos, tinha pensado que a pobreza era o que tinha experiente quando era menino. Agora se dava conta que o mais rico dos homens poderia estar morrendo de fome. Aqui, em Terra de Lobos tinha encontrado coisas que o dinheiro não poderia nunca comprar, o amor, a lealdade, a risada, a honestidade intrínseca, a pureza de coração. O mais prezado de tudo, é obvio, era a garota que tinha diante. Como em nome de Deus ia viver sem ela, agora que tinha descoberto a maneira maravilhosamente doce que a vida realmente poderia ser?

 

—Sim, é a casa de um homem rico—, admitiu com voz rouca. —À exceção de minha habitação, e um escritório—. Procurou o olhar. —É provavelmente a única habitação que você gostaria. É a única que eu gosto. Tudo está feito a mão e simples—. Tragou saliva.

 

—Sou rico. Posso comprar quase algo que eu queira—. Com um encolhimento de ombros disse: —Uma esposa de setecentos dólares, três de cem por um cachorrinho de lobo. Todo o resto que comprei não significa nada para mim. Assim tinha meu escritório para me esconder, e a enchi de pinturas de todas as coisas que meu dinheiro não podia comprar. Montanhas, as árvores e arroios cristalinos. Eu me criei neste tipo de mundo, e o perdi. A primeira vez que comecei a me dar conta foi o dia que estivemos passeando pelo campo até a cabana Geunther .

 

Ïndigo se esfregou os braços como se estivesse fria. Havia uma expressão de angústia em seus olhos.

—Você deveria estar casado com uma mulher distinta, alguém da que possa estar orgulhoso quando a pressente sua família. Uma mulher de uma família aceitável.

 

Jake deixou escapar um suspiro. Restelo uma mão tremente pelo cabelo, disse,

—Em realidade, estou muito mais preocupado por ser orgulhoso quando te der conta do tipo de vida que levei. Posso te levar a qualquer lugar e estar orgulhoso de ti, Indigo. Mas eu não sei se posso manter a cabeça muito alta sabendo o que meu pai tem feito. Ele suja tudo o que acreditei que sou. Está tão preocupada com ser o suficientemente boa para mim? Carinho, a verdade é que eu sou o que não está à altura.

—Eu não estou casada com os demas de sua família, e…— respondeu ela em voz baixa. —Os pecados dos outros não são teus.

 

Jake sentiu os primeiros indícios de esperança.

 

Ela se lambeu os lábios.

—Acredito sinceramente, Jake que deveria ir falar com meu pai. merece-se saber tudo o que acaba de me dizer.

 

Jake tratou de imaginar a reação de Caçador.

—antes de fazê-lo, tenho que saber onde estou contigo, Indigo. E se me joga por isto?

 

Com uma dolorosa tristeza, seu olhar se aferrou à sua.

—vou rezar para que não aconteça. Mas se o faz—, Ela olhou a graxa que até cobria suas pequenas mãos, logo as levantou em sinal de súplica. —Se realmente me amar e me quer tal como sou, eu…— —OH, quero-te—, assegurou-lhe com voz entrecortada. —Quero-te, Índigo.

 

As lágrimas brilharam em seus olhos.

—Então eu estou disposta a te dizer que foste um homem muito estúpido, mas também estou disposta a começar de novo sem nenhuma mentira entre nós.

 

Jake não podia acreditar que ele a tivesse convencido com tanta facilidade. Ele? O homem que sempre tinha sido tão mau para expressar-se com palavras? Cuja língua parecia atada conosco quando tentava falar mas de três sílabas seguidas? Ele se levantou lentamente do sofá.

—E se seu pai me diz que vá ao inferno, e me feita de sua casa e a mina?

 

Sua boca tremia.

—Acredito que vais encontrar que meu pai escuta a seu coração e o que escuta são mais que palavras. Ele olhará a seus olhos, e sim o permite, como me deixaste fazê-lo , poderá ver que a bondade brilha através de todas as mentiras que há dito.

 

Jake recordou como ela o tinha cuidadoso aos olhos quando entrou na casa, a sensação de sentir-se nu.

—Que mais viu em mim, além de um pouco de bondade?— perguntou-se em voz baixa.

 

Seus olhos se voltaram turvos.

—Acredito que você sabe. Seu olhou para trás em suas lembranças e abriu esse tempo seu mesmo, trazendo-o para flutuação, para que eu pudesse vê-lo.

 

Jake sentia a garganta apertada.

—Deve ter visto o amor então. E o medo, porque estava morto de medo de te perder—. Ele se moveu lentamente para ela. —E a dor, porque eu desejava ter sido honesto desde o começo. Nunca vou mentir te de novo, juro-lhe isso.

 

Ela fez um gesto quase imperceptível.

 

—E vou escrever esta noite, ao Emily. Você poderá ler a carta e enviá-la por correio a você mesma. Perdoa-me?

 

Sua resposta foi a seus braços com esperança.

 

                                               Capítulo 23

Indigo estava na cozinha, tratando de lavar a graxa incrustada das mãos e a cara quando se inteirou que a porta principal se abria. Uma voz profunda trovejou:

—Bom, já estou aqui, maldita seja. Então, onde está minhas bem-vinda?

 

Apesar de que não esperava que Jake voltasse tão logo, à conclusão de seu bate-papo com seu pai, a voz soava como a sua, e o homem alto, moreno, que ela vislumbrou através da porta da cozinha se parecia com ele.

 

—Aqui—, respondeu ela. —Estou coberta de sabão!

 

Ela se inclinou sobre a pia e se esfregou a cara.

 

—Estou tratando limpar todo o negro—. Se enxaguou, logo procurou provas a toalha. Depois secando-os olhos, olhou para a figura larga de costas e imprecisa que estava parada na porta. —O que disse?

 

—Com ele que falei, disse-me que Jake Rand vive aqui—. respondeu uma voz rica. —Acabo de fazer algo imperdoável, e entrei na casa equivocada?

 

Indigo piscou e tratou de concentrar-se. O rosto moreno e arrumado, sonriendo para ela, não pertencia a seu marido. Pouco a pouco se endireitou e voltou a piscar. parecia-se muito ao Jake, tanto era assim poderiam ter passado por gêmeos.

 

—Ah. Não, esta é a casa, indicaram-lhe bem—. Ela sentiu o calor que se levanta o pescoço e orou por que tivesse conseguido retirar toda a fuligem de sua cara. —Você deve ser Jeremy.

 

Fez estalar os dedos, nivelado com o dedo indicador para ela, e lhe deu uma piscada.

—Eu estou ante você, em uma clara desvantagem, e quando se trata de uma jovem encantada, não posso permitir isso. Quem é?

 

Em todas suas piores imaginações, nunca tinha considerado, nenhuma sou-a vez que Jake não estivesse presente para lhe apresentar ao Jeremy quando ele chegasse. Ela não tinha o descaramento de falar de seu matrimônio e fazer frente à desaprovação de seu irmão com suficiente aprumo.

—Sou Índigo.

 

Seus olhos escuros viajaram lentamente sobre ela e se esquentaram com reconhecimento.

—Indigo?..—. Ele inclinou a cabeça, insistindo-a a completar a introdução.

 

—Lobos é meu sobrenome de solteira—, disse ela. —Índigo Lobos.

—Ah, seu pai é dono da mina onde Jake trabalha—. Ele flexionou seus largos ombros e se endireitou. Sua elegante camisa de cambraia azul parecia desconjurado, a diferença da lã azul, manchada de terra que Jake levava. —E está aqui fazendo..—. Olhou a seu ao redor da casa—.…as tarefas do lar?

 

Isto era bastante certo.

—Sim—, respondeu ela, aliviada de que a ele sim lhe tinha ocorrido dar com uma explicação. —As tarefas do lar, sim.

 

Seus olhos cintilantes se deslizaram de novo a ela.

 

Assinalando a à bochecha, disse,

—deixou-se um pouco de fuligem aí.

 

Indigo se esfregou.

—Eu, ummm, suponho que está procurando o Jake—. Se deu conta de quão estúpido soava e lhe deu uma risada nervosa. —Mas é obvio que está procurando Jake ou não estaria em nossa casa—. Seu coração lhe deu um puxão ao dar-se conta do engano gramatical. —Sua casa—. Corrigiu.

 

Com um leve sorriso, ele a olhou por um momento.

 

—Sabe onde está?

 

—foi ver meu pai. Deveria estar em casa logo. Refiro-me a que, que deve estar de volta já mesmo—. Se secou as mãos em suas calças. —O, né, sirvo um pouco de café? Posso pôr um pouco a esquentar. E tenho um pouco de bolo preparado. Gosta do chocolate?

 

—eu adoro o chocolate—. Levantou uma sobrancelha. —Você faz a comida, também?

 

Indigo se voltou para a estufa e se deu conta que teria que acender o fogo. olhou-se as manchas negras nas mangas de sua camisa de ante. Jake estava acostumado a que ela usasse as peles manchadas de trabalho quando fazia as tarefas sujas, mas o que pensaria Jeremy? Parecia uma cerda que tinha estado pinçando na terra. Este era seu pior pesadelo. Tivesse sido o suficientemente forte para cumprir com os parentes do Jake quando estava em seu melhor momento, mas se notava muito em desvantagem com essa cara. —Eu, sim, eu faço tanto a cozinha, como a limpeza.

 

Um grunhido do Sonny fez Jeremy voltar-se. Indigo se precipitou sobre o lobito, passando do Jeremy e chegando a sua perna a tempo antes que as mordesse, conseguiu capturar o cachorrinho de lobo por seu pescoço.

 

—Não está acostumado aos estranhos—. Se endireitou e se abraçaram ao redor do perrito. —Vou a, um-se me permite, a me levar isso vou encerrá-lo no dormitório. Pode lhe morder, temo-me.

 

Jeremy deu um passo atrás. Indigo se lançou diante dele. Uma vez que ganhou o dormitório, e fechou a porta para que Sonny não escapasse, tomou um olhar frenético no espelho por cima do móvel e se encolheu. Esfregou sua bochecha até manchada com uma só mão, e correu a abrir uma gaveta com a outra e tirou uma camisa de couro limpa. A trocou em um tempo recorde, continuando, alisou-se o cabelo. Não era perfeito, bom, mas era melhor, decidiu.

 

Jeremy estava sentado à mesa quando retornou à cozinha. Seu olhar se posou na blusa limpa, e sua expressão se tornou zombadora. Indigo deu um coice. Não se tinha detido a pensar a que conjetura chegaria ele, se a via aparecer de repente com um objeto limpa.

 

Os olhos escuros do Jeremy se levantaram seu olhar.

—Está você vivendo aqui com meu irmão, Indigo?

 

Fixou os olhos horrorizados dele.

—Não exatamente, não. Mais ou menos, entretanto. Não da forma-es dizer, não há nada incorreto nisso.

 

—E o que faz ou diz seu marido a respeito?— Ele a olhava com atenção. —Você disse que Lobos, é seu sobrenome de solteira, assim suponho que está casada?

 

Indigo tragou saliva e enviou uma oração se desesperada para que Jake voltasse logo.

—Meu marido, ele , ehhh, não diz nada. Não lhe importa, quero dizer. — Outra risada nervosa estalou dela. —Ele não o faria de nenhuma outra maneira. de verdade.

 

Jeremy assentiu com a cabeça. —Já vejo—, disse, seu tom de voz o implicava que não via absolutamente nenhuma correção em tudo o que lhe havia dito.

 

Indigo retrocedeu um passo.

—Acredito que vou ir a procurar o Jake—. Moveu a mão em direção da porta principal.

 

Um músculo na mandíbula do Jeremy começou a funcionar. Índigo tinha visto esse mesmo olhar no rosto do Jake quando ele se estava zangando.

—Foi um prazer lhe conhecer—, disse.

 

—Sim, um prazer. me reunir com você, refiro-me.

Ela riu de novo.

—Jake deve estar aqui em qualquer momento.

—Se você lhe esperar, não se pode perder.

 

Um pouco enjoada, Indigo se foi derechita à porta, seu único pensamento era sair dali e não voltar até que Jake chegasse a sua casa. Assim como tocou o trinco, abriu-se e Jake caminhou decidido, sem dar-se conta de que tinham visita, colheu-a com suas mãos amplas ao redor da cintura, e de um puxão a levantou com agilidade, e girou com ela como um crio.

—Seu pai é o homem mais pormenorizado que conheci—, disse efusivamente. —Sinto-me como se um milhar de libras se tiraram de meus ombros.

 

Deslizou sua mão livre a sua parte inferior, sobre seu traseiro e inclinou a cabeça para beijá-la.

—Deus, carinho, sente-se tão condenadamente bem. depois do que acabo de fazer, quero te abraçar e nunca deixar ir.

 

—Jake, não havemos-não—. Ela se arqueou para tomar um pouco de distância, em um ataque de pânico para manter as mãos em lugares mais corretos. —Já está bem. Você-— Seus olhos se abriram de par em par quando sentiu a palma aberta da mão de seu marido metendo-se por debaixo da cinturilla de suas calças, direta a seu traseiro nu que estava debaixo. —Jake, por favor, que já- eu-basta!—

 

—Já basta? Isso fez um eco —, disse com voz rouca, inclinando a cabeça para mordiscar seu pescoço.

 

—me dê dois segundos, e vou ter que mendigar que me dê carinho—. Uma tabela do piso rangeu atrás dela. interrompeu-se e ficou tenso. Quando elevou a vista, disse.

—Jeremy.

 

Indigo fechou os olhos. Era a única opção quando seu recém conhecido cunhado estava de pé a menos de dez metros de distância olhando a seu marido pouco a pouco tirar a mão fora de suas calças.

 

—O sentimento é mútuo—, disse Jeremy com frieza. —Surpresa, surpresa.

 

Jake a mantinha sujeita com seu braço ao redor da cintura de Índigo.

—conheceste a Índigo?

 

Os olhos do Jeremy rodaram para ela.

—Sim.

 

—E ela te contou…

 

—Acredito que entendo a situação, sim—. respondeu Jeremy.

 

Indigo agarrou a parte dianteira da camisa do Jake e lhe deu sacudida selvagem com a cabeça.

—Ele não o entende!—

 

A boca do Jake fez uma careta quando voltou a olhar a seu irmão.

—Não vejo alegria em seus olhos, Jeremy?

 

Jeremy apoiou um ombro contra o marco da porta e lhe mostrou um sorriso para Índigo.

—vamos falar disso logo que a senhora se vá.

 

—Ela não se vai—, respondeu Jake com um sorriso pícaro. —Ela vive aqui. Jeremy, eu gostaria que conheça -—

 

—Não acredito o que meus próprios olhos vêem—, mordeu a voz do Jeremy. Jogando uma olhada em tom de desculpa para o Indigo, disse: —Desculpe. Poderia me dar a meu e a meu irmão um momento em privado?

 

Jake apertou o braço pela cintura de Índigo.

 

—Jeremy, antes de dizer algo que mais tarde poderia lamentar, acredito que deve saber que Índigo é minha esposa.

—Isso não é desculpa—, disparou Jeremy a bocajarro. —Não posso acreditar que você, de todas as pessoas do mundo, depois de todas as vezes que me repreendeste, maldito seja o inferno? O que é isto, Jake? E com uma garota de sua idade? Com a filha do homem que supostamente veio a…—. Se interrompeu. —O que acaba de dizer?

 

—Índigo é minha esposa.

 

O peito do Jeremy subiu e desceu em uma funda respiração. deslizou-se uma olhada perplexa a Índigo, e logo voltou a olhar ao Jake.

 

Jake riu entre dentes.

—Índigo, este é seu novo cunhado, Jeremy. Às vezes parece que tem rochas entre as orelhas, mas não é um mau tipo uma vez que chegue a conhecê-lo.

 

Em uma agonia de terror, Índigo observou o rosto do Jeremy a por sua reação. depois da surpresa inicial, sua boca se voltou em um sorriso.

—Sério? Sua esposa? Foi e te casou?

 

Jake assentiu com a cabeça.

 

—Isso é imperdoável. Como pudeste te casar sem nenhum de nós aqui?— Jeremy caminhava lentamente para eles, o olhar fixo em Índigo. Seus olhos se iluminaram com a risada. —por que não me o dijistes, Índigo? Pensei:— passou-se uma mão pelo cabelo. O hábito recordou ao Indigo que Jake para um gesto igual. um pouco de seu nervosismo interior fugiu. —Pensei que meu irmão, bom, é óbvio que o que eu pensava. Que o muito… se estava aproveitando de ti, de uma menina… Eu estava disposto a matá-lo.

 

—Ou morrer no intento—, respondeu rápido Jake.

 

Jeremy o ignorou e tomou pelos ombros a Índigo para atrai-la do lado do Jake para conseguir um bom olhar nela.

 

—E bem?— Jake lhe perguntou com orgulho. —O que pensa dela?

 

O olhar do Jeremy era quente.

—Minha única pergunta é, onde estava escondida? Ela não tem uma irmã, verdade?

 

Jake riu entre dentes.

—Não terá essa sorte.

 

Jeremy lhe fez uma piscada a Índigo.

—Advertiu-te com que tipo de família te casava?— voltou-se um olhar significativo ao Jake. —Sabe o canalhas que somos?

 

Jake assentiu com a cabeça.

—Sabe tudo, Jeremy.

 

Jeremy se inclinou e beijou a bochecha de Índigo.

—Jake, sinceramente, penso que é encantadora. Deixou-o tudo para encontrar à garota mais formosa no Oregón e te casar com ela, antes de que eu pudesse estar a um tiro de pedra nela—. Se endireitou e deu um passo atrás—. Bem-vindo a nossa família. Agora mesmo lhe falta um pouco de respeitabilidade. Mas é de esperar, Jake e eu vamos corrigir isso.

 

Índigo se dirigiu para a cozinha.

—vou acender o fogo da cozinha e pôr o café e começar com o jantar.

 

Indigo ouviu o Jake falar em voz baixa ao Jeremy. Um momento mais tarde, lhe aproximou por detrás na cozinha e agarrou pelos ombros.

—Carinho, está bem?

 

—Aliviada—, sussurrou. —Não sabia o que dizer quando o chegou e não tênia seu apoio moral, tinha medo de lhe dizer que nos casamos. E então…

 

—Não, quero dizer… bem… o contrário—. Seus olhos escuros procuraram os dela. —Justo agora, quando entrastes aqui, parecia que estava um pouco rígida.

 

A cor alagou seu rosto.

—OH, isso. Não é nada.

 

Ela agachou um pouco o queixo e ele franziu o cenho.

—Nada? Carinho, dói-te até? De… bom do de ontem à noite.

 

Lhe pôs a mão sobre os lábios e lhe disparou um olhar de preocupação para a sala de estar.

—Não é nada—, sussurrou. —vai desaparecer.

 

Ele a conduziu para a mesa.

—Sente-se. Eu me encarregarei do café e o jantar. O que precisa é um comprido e agradável banho em uma tina de água quente—. A apertou em uma cadeira. —Não discuta.

 

—te cale—, disse ela em um gritito baixo.

 

Deu-lhe um beijo rápido e se voltou para a estufa.

 

—Adiante, Jer. Parece que nos toca cozinhar esta noite. Índigo se sente um pouco mal.

 

Índigo deu um coice, e aprofundou sua cor escarlate em suas bochechas. Jake tomou nota da vermelha dolorosa e progressiva ascensão de sua cor e lhe sorriu.

 

Jeremy entrou na cozinha.

—Não se sente bem?—

 

Jake pôs a madeira na cozinha, chegou com um fosforo, e acendeu o fogo.

—Não é mais que um pouco de dor—, explicou ele, deslizando um olhar travesso a sua esposa. —Ontem, ela e eu dedicamos a uma atividade inusitada e temo que exagerei um pouco.

 

Jeremy deslizou um olhar curioso, dos olhos do Jake, movendo-se com uma piscada inocente para o semblante escarlate de Índigo. Tomou uma cadeira, sentou-se e sorriu.

—A melhor padre para isso é mais do mesmo.

 

Indigo inclinou a cabeça e arranhou em um ponto inexistente na toalha.

 

—Penso igual a você—, disse Jake com um sorriso. deu-se a volta para a prateleira dos pratos, com a cafeteira e retirou a panela de frijoles recém moídos.

 

—portanto, Jeremy, houve novidades desde sua carta?

 

Jeremy olhou para Índigo.

—Posso falar com liberdade?

 

Jake estava assentando a cafeteira sobre o fogo e deu um suspiro de alívio.

—Sim, graças a Deus. Índigo é consciente de tudo.

 

Jeremy se acomodou em sua cadeira.

—Pai, está detrás de tudo. Estou seguro disso.

 

Jake fixava seus olhos na estufa, sua expressão se fez repentinamente sombria.

—Sonhas muito seguro.

 

Jeremy assentiu com a cabeça.

—Por desgraça assim é. encontrei registro de três bancos. Pai fez cheques em nome do Hank. Em cada caso, realizou-se o pagamento uma semana antes de que houvesse problemas aqui. Isso é muito para ser coincidência. Hank contratou a alguém para fazer o trabalho sujo. Ele utilizou os cheques para fazer os pagamentos.

 

Jake apoiou o quadril contra o móvel ourives e se cruzou de braços. Sua expressão se escureceu.

—Ainda não posso acreditá-lo.

 

—Acredita-o—, disse Jeremy em tom baixo. Apoiou uma bota no joelho e estudou seu talão e sua sola durante um comprido momento. —Isso não é o pior de tudo—. Levantou o olhar solene para o Jake. —Outro pagamento se fez faz cinco dias.

Jake ficou tenso.

—Assim, deveríamos esperar mais problemas?

 

—Se não me equivocar em minhas suspeitas, sim, e acredito que estarei bastante acertado nisto. Se as coisas forem segundo o previsto, podemos esperar que algo aconteça padado amanhã, ou talvez o dia seguinte.

 

Índigo olhou ao Jake, seus olhos se encheram de alarme.

—Outro de desmoronamento, o que te parece?—

 

—Não se que posso dizer—. Jake se arranhou a mandíbula.

 

—Temos que começar a vigiar as minas de amanhã de noite em adiante—. Lançou um olhar ao Jeremy. —Cada vez que aconteceu algo, os túneis foram sabotados a noite anterior do acidente. Não seria muito supor que nosso homem se adere aos mesmos métodos, já que funcionaram bem. Não encontraste nada que aponte para onde pode ser esta vez dirigido a sabotagem?

 

Jeremy negou com a cabeça.

—Pai é muito inteligente para deixar perseverança por escrito desse tipo de coisas. Imagino que tudo foi dirigido por acordo verbal, pago em dinheiro, por isso nunca poderá ser provado—. Se voltou para olhar ao Indigo. —Não pode saber quanto o sinto, o que aconteceu a seu pai e todo o resto. O que pensa que devemos fazer?

 

—Eu acredito que é muito amável de sua parte tratar de detê-lo—, disse em voz baixa. —E compadeço a seu pai. Deve ser um homem infeliz.

 

A cafeteira começou a ferver. Jake a moveu a um lado para que não se transbordasse. Disse para o Jeremy,

—Está disposto a fazer algumas vigílias a meia-noite? Acredito que deveríamos vigiar ambas as minas, no caso de. Se formos capazes de agarrar ao bastardo andando por aí em qualquer sítio, poderemos obter todas as provas que necessitamos para fazer frente a Pai.

 

Jeremy assentiu com a cabeça.

—E então o que, Jake?

 

Uma sensação de opressão no peito se instalou no Jake. Nunca lhe tinha gostado de seu pai, mas os laços de sangue estavam ali, e não podia deixar de pensar nisso. Doía-lhe pensar em obter a queda do ancião. Por outra parte, Jake não podia esquecer o dano causado a Caçador de Lobos e sua família, e a muitos outros.

 

Por não falar de sua mãe. Em certo modo, talvez era coisa do destino que seus filhos devessem destruir ao homem que tão cruelmente a habia destruído a ela. Jake olhou a Índigo. Sua esposa. Agora que se deitou com ela, sentiu-se mil vezes mais protetor. Nunca, nunca, comprometeu-se, em mil anos, terei que repetir os enganos de seu pai. Nada voltaria a ser tão importante para ele que pusesse em perigo o bem-estar de Índigo.

 

Arrastando sua mente de novo ao momento, à pergunta do Jeremy, Jake respondeu:

—Não sei, Jeremy. Não posso pensar tão longe ainda. vamos obter a evidência, e logo nos preocuparemos do que fazer com ele. Tendra que pagar por isso, isso é uma certeza. além disso, vamos ter que decidir logo.

 

Jeremy apertou os lábios, seu rosto era sério.

—Sim, suponho que tem razão—. Tomou ar tonificante. —Então, qual é o plano, você vigia uma mina e eu a outra?

 

Jake assentiu com a cabeça.

 

Indigo se endireitou.

—Eu quero ir, também. Três pares de olhos vêem mais que dois.

 

Jake a olhou. Sem vacilação alguma, disse:

—Não, nem te passe pela cabeça.

Indigo ficou tensa. O tom severo do Jake não admitia discussão, mas isto era muito importante para deixá-lo passar.

—Jake, toda a vida de meu pai está em jogo. Tudo o que trabalhamos durante anos para construir. Se está preocupado pelo perigo, por favor não o faça. É meu risco e minha decisão.

 

Sua mandíbula se esticou.

—Correção. É minha decisão, e eu só o farei. Não irá a nenhuma parte perto dali—.

 

—Mas eu…

 

Ele a arrebitou com seu olhar.

—Corríjeme se estou equivocado, mas não acredito que eu haja dito que o assunto estava aberto para o debate.

 

—Jake, há uma área grande para ver aí acima—, exclamou. —Tendriamos uma melhor oportunidade de apanhá-lo se três pessoas se encontrassem em posição. Está sendo irracional.

 

Olhando aos olhos de cor azul de Índigo, Jake podia ver quão importante era para ela que lhe permitisse ir. Por desgraça, tudo o que podia pensar era no possível perigo. Deixar que trabalhasse junto a ele durante o dia na mina era uma coisa, mas estaria condenado se deliberadamente a pusesse em uma situação em que pudessem machucá-la. A mina maldita de seu pai não era tão importante. Nada era tão importante.

 

—Se surgir a necessidade, cuidar-se de mim mesma—, assegurou-lhe.

 

—Você tem um marido para cuidar de ti agora.

 

—Por favor, Jake, isto é importante para mim—. Ela apertou os punhos. —Seja quem é, quase matou a meu pai. Tenho direito a meu pequeno pedaço de vingança.

 

A expressão do Jake se manteve implacável.

—tomei minha decisão.

 

—Se que não é uma festa.

 

—Não, terá que ser justos. Você é minha esposa, e vais fazer o que te digo, a respeito disto e todo o resto. Fim da discussão.

 

Índigo se sentia como se lhe tivessem dado uma bofetada. Ardiam-lhe as bochechas, ela se sentou um momento e olhou ao chão, muito consciente do Jeremy sentado na mesa perto dela. Um tenso silêncio se apoderou da habitação. Recordou que Jake tinha sido solícito a respeito de seus sentimentos ontem de noite e não podia deixar de sentir que acabava de fazer uma mudança radical de postura. Ela levantou a vista para encontrar que Jeremy estava sonriendo, como se encontrasse o intercâmbio entre ela e Jake divertidísimo. perguntou-se se a mudança na atitude do Jake tinha algo que ver com a chegada de seu irmão.

 

—Algumas costure nunca trocam—, disse Jeremy com um sorriso.

 

Jake se esclareceu garganta.

—Espero que nos desculpe. Ao igual a todos os recém casados, encontramo-nos com uma ruga ocasional que tem que ser resolvida.

 

Índigo não apreciou especialmente nomear seus sentimentos a respeito de um pouco tão importante, riéndosedose disso como uma ruga. levantou-se de sua cadeira e, sem levantar a vista, disse:

—Acredito que vou deitar me um momento.

 

—Eu te levarei um pouco de água, porei-a a esquentar—, disse Jake.

 

Índigo se deteve na porta.

—Realmente preferiria não tomar um banho de esta noite—. Lançou um olhar significativo na direção do Jeremy. —Se estiver melhor pela manhã, posso fazê-lo então.

 

Jake tirou o cubo de debaixo da prateleira.

—Então teria dor durante todo o dia de amanhã. vou gritar quando tiver a banheira e tudo preparado. Jeremy pode permanecer na sala de estar enquanto isso.

 

O cabelo da nuca de Índigo se arrepiou. Esperava que ela se banhasse quando seu irmão estava na casa? Olhou-o fixamente.

—Jake, realmente…

 

—Só me deixe isso —,replicou de novo.

 

Pela segunda vez em outros tantos minutos, estava sendo arrogante com sua autoridade. Indigo lhe lançou um olhar rebelde e abandonou a habitação.

                                     Capítulo 24

As noites seguintes, Jake levou Indigo a casa de seus pais perto da meia-noite para que não ficasse sou-a e estivesse tranquila,mientras que ele e Jeremy velavam sobre as minas. Contrariamente à predição do Jeremy, não se produziu nenhum problema, e não viram ninguém à espreita perto dos túneis. Uma noite, Jeremy pensou que viu uma sombra que se movia perto da entrada número dois, mas quando se arrastou perto, não havia ninguém ali.

 

O raciocínio de que qualquer vandalismo, provavelmente se produziria nas horas mortas depois da meia-noite, não se levou a cabo, os dois homens deixaram seus postos às três e se dirigiram para Terra de Lobos.

 

Jake não era alheio ao feito de que Índigo estava molesta por excluir a de suas incursões noturnas e do Jeremy. Ele sabia que ela teria preferido não ficar cada noite em casa de seus pais. Seu único consolo era o conhecimento de que sua decisão de manter sua segurança, era por seu próprio bem. Um dia, uma vez que ela superasse sua irritação, estava seguro de que se daria conta disso.

 

Ao Jeremy, que vigiava a segunda mina, Wahat, levava-lhe hora e meia mas retornar do que tomava voltar para o Jake, da número um. Esse lapso de tempo dava ao Jake uma oportunidade de entrar na casa dos Lobos para comer o sanduíche que Loretta lhe deixava esperando por ele cada noite e ainda assim ter a intimidade necessária para fazer o amor a sua esposa depois de ter caminhado a sua casa. Não deixou que a relutância inicial do Indigo adiantar-se o de fazer precisamente isso. Nunca tinha sido capaz de resistir a uma provocação, especialmente quando a recompensa era tão incrivelmente doce.

 

Índigo. Ela era uma febre no sangue do Jake. Inclusive quando tratava de resistir, ao final, respondia a seu contato com um abandono apaixonado que nunca tinha esperado. Jake tratou de uma dúzia de diferentes momentos de enrolá-la para que deixasse de estar zangada com ele, mas, como sempre, as palavras não lhe serviam bem. Em sua urgência por comunicar seus sentimentos para ela, pressionava sua atenção com mais paixão e posse do que poderia ter a eloqüência de suas palavras.

 

Não estava seguro de como se sentia Índigo sobre fazer o amor com ele quando se sentia ressentida. Sabia que lhe picava o orgulho, que a simples carícia de sua mão podia fazer a seus sentidos cambalear-se, mas ela se entregava com tanta doçura, que Jake não podia resistir a tentação. Pelo menos quando estava em seus braços não havia ira entre eles. Ao igual a quão explosivos dirigia com tanta perícia, uma vez que chegou a sua mecha acesa, era como um pequeno pacote de dinamite.

 

Uma noite, enquanto a acariciava antes de lhe fazer o amor, olhou-a aos olhos cheios de paixão e não pôde resistir burlar-se dela.

—Para uma garota que não queria saber nada disto, não se por onde tomar tanto entusiasmo diário.

 

Sem fôlego e tremendo, ela se esforçava nas pontas dos pés para beijá-lo.

—O mesmo me aconteceu com os aspargos.

 

Jake sorriu e tomou o traseiro com suas mãos, levantando-a para que sua boca pudesse chegar a ele.

—Aspargos?

 

—Sim—. Se mordeu os lábios com impaciência. —Joguei-lhes uma olhada e pensei que o odiava—. Se passou as mãos em seu cabelo e jogou a cabeça para baixo para acomodar-se. —Mamãe finalmente me obrigou a comer um pouco, e durante semanas não pude conseguir comer bastante… me os tênia que pôr diariamente.

 

Esse foi seu último pensamento antes de que Jake assentisse e beijasse à pequena marimacho que era e que esperava que não perdesse seu desejo por ele em umas poucas semanas. necessitaria-se toda uma vida de amá-la para satisfazer sua própria necessidade interior.

Como se tinha convertido em seu hábito, Índigo estava no círculo de braço forte do Jake depois de fazer o amor essa noite e se perguntou o que se deu procuração dela. Desde seu desacordo, fazia o descobrimento desconcertante que não podia resistir a seu contato, nem sequer quando estava zangada com ele. Uma carícia estratégica de sua mão podia fazê-la tremer como uma corda pulsada.

 

A parte mais humilhante de tudo era que ele sabia o poder que tinha sobre ela. Às vezes, na agonia da paixão, a cabeça de Índigo se apagava e quão único via eram os olhos do Jake cheios de um brilho possessivo, lhe dizendo satisfeito, com mais claridade que as palavras,

—É minha-total- e irrevocablemente - minha. Trata de lutar contra isso, se que você gostar. Quando te toco, não te pode sustentar sobre sua irritação.

 

E ela sabia que era verdade. A realização de seu medo. Jake tendia a ser sobreprotector. Se lhe dava com muita facilidade poder sobre isto, poderia ser tão autocrático em todas as coisas. Era crucial que tomasse uma posição agora e lhe fazer saber que ela não poderia ser feliz se a mimava em demasia. Se se derretia em seus braços cada vez que a tocava, não estava indo tomar a sério seus sentimentos.

 

Entretanto, derretia-se de paixão, sempre.

 

Era irônico em certo modo. Toda sua vida tinha temido ser propriedade de um homem branco. Agora ela pertencia em corpo e alma, ao Jake Rand. apoderou-se dela não com a força do braço, a não ser com frágeis fios de amor e os brincos de fogo da paixão que levou a seu redor e lhe lambeu em um inferno de necessidade.

 

Na sétima noite, Indigo imediatamente percebeu que algo andava mal quando Jake passou por casa de seus pais a caminhar a sua casa. Pelo general ele iniciava o assalto a seus sentidos com um beijo ao segundo que desciam do alpendre de seus pais, e logo acariciando brandamente sua bochecha, o pescoço, o ombro, o braço. No momento em que chegaram à casa, sempre havia um comichão de entusiasmo por seus beijos. Mas esta noite, parecia preocupado.

—Jake? passou algo—

 

Ele parecia ligeiramente surpreso.

—Passado? Não.

—Parece estar longe.

 

riu e dobrou um braço ao redor dela.

—Sinto muito. meu carinho—. Riscou um círculo ao redor de sua orelha com os lábios. —logo que deixe a meus pensamentos, comprometo-me a me concentrar em tí.

 

As bochechas do Indigo queimavam.

—Eu não estava fazendo alusão à falta de atenção.

 

—Que decepção. É uma pequena cosita caprichosa. Em primeiro lugar, farta-te dos aspargos e agora de mim—. Ele inclinou a cabeça para lhe dar um beijo. —Mmmmm, que não sabe como manter nenhum interesse.

 

Indigo pôs os olhos em branco.

—O que estava pensando antes? É algo que tenha que ver com as minas?— inclinou-se para diante para olhá-lo. —me pode dizer isso

 

Suspirou.

—Não estou tratando de te excluir, carinho. Não estou seguro do que simplesmente esta passando—. Ele negou com a cabeça. —Sete noites, e não vimos nada. Estou começando a me perguntar se meu pai se deu conta de que tínhamos dado com ele e avisou ao Hank para chamar a seus cães.

 

Índigo se mordeu o lábio.

—Se isso for assim então muito provavelmente nunca vai ou seja quem provocou os desmoronamentos. Seu pai acabará por ir-se em busca de outra mina, e o contato daqui que quase matou a meu pai nunca será castigado.

 

—Exatamente—. Jake suspirou. —estive esperando que vão fazer um movimento. Mas não se vê como se fossem fazer algo.

 

À medida que desceram do passeio, girou-a entre seus braços e lhe aconteceu uma mão sob sua saia. O choque de ar frio em contraste com sua mão quente fez dar um grito entrecortado a Índigo. Tratou de resistir porque se odiava a si mesmo quando sentia que seu pulso se acelerava.

 

—Tenho que conseguir me fazer mais pololos —, disse sem fôlego.

 

—Não tenho um centavo de sobra para isso.

 

Seus dedos se deslizaram à base de suas coxas. A cabeça do Indigo caiu para trás.

—Você é rico. Pode comprar o que quiser.

 

Em uma voz entrecortada, disse:

—O que quero é sentir seu culito nu.

 

—Alguém nos vai ver!

 

—É o meio da noite?—. Apertou seu braço ao redor de sua cintura. —É tão doce, tão incrivelmente doce.

 

Índigo se queixou em voz baixa e arqueou as costas no braço para olhar ao céu girar. Ramos de árvores. Uma nuvem varrendo a lua. Estrelas débeis. E ela levantando o braço, celebrando cada carícia. centrou-se nisso, tal e como se arqueou no ar, e fechou os olhos esperando o beijo do Jake inclinado para ela… Um ruído surdo, repugnante, de madeira, afundou-se na carne e o osso.

 

O corpo do Jake se dobrou ante ela.

 

antes de que pudesse dar-se conta do que tinha acontecido, Índigo chocou com o chão sobre suas costas. Jake caiu sobre ela como um peso morto de duas toneladas. Ela piscou e se esforçou por extrair oxigênio em seus pulmões. Ouviu o Sonny grunhindo. Então ele uivou lastimero e ficou em silêncio.

 

Aturdida, Índigo foi lenta para compreender a realidade. Jake estava inconsciente. As sombras de dois homens estavam sobre eles, já em seu círculo. A sensação da mão sem vida de seu marido atirado sobre sua perna. Sem vida. Um grito brotou, mas sem ire em seu interior para dar um novo impulso, quão único saiu foi um chiado apenas audível. Jake, OH, Meu deus, Jake .

 

Um dos homens se ajoelhou perto de sua cabeça.

—Um som mais, Índigo, e vou degolar ao bastardo. Racharei a garganta ao filho de puta—. As palavras giraram misteriosamente dentro de sua cabeça, não tem sentido. Essa voz, essa voz a conhecia. Ela piscou e tratou de ver através da falta de luz da noite. Brandon. OH, Meu deus, era Brandon!

 

Movendo um pouco a cabeça para o outro lado se enganchou com seu olhar impreciso. Arrastou em um gemido sua respiração, de repente aterrorizada. Ela envolveu seus braços ao redor dos ombros frouxos do Jake.

 

—Q-O que tem feito com ele? O que tem feito?

 

Brandon se aproximou mais. Podia vê-lo agora. Luz da lua brilhava em seu cabelo loiro e brilhava em seus olhos azuis.

—até agora, tudo o que fiz foi lhe dar os ingredientes para uma dor de cabeça gigante. Um movimento em teu falso, entretanto, e ele está morto. Entende? É comovedor, verte com seus bracitos ao redor dele e tudo. Mas se esquece dele agora, e me dá sua faca. Lentamente, realmente lento, Índigo .

 

Moveu um dos braços de ao redor do Jake e procurou provas no quadril. Enquanto seus dedos se fecharam em torno do punho de sua faca, considerava suas opções e se deu conta que não tinha nenhuma. Brandon, notando sua reticência, levou a folha de uma faca comprido contra o pescoço do Jake.

 

Ela tirou sua arma de sua vagem e o deixou cair à terra. Com um sorriso, Brandon a olhou satisfeito.

—Agora te tenho onde desejava. Indefesa—. Olhou para cima. —A mordaça, Denny.

 

Denny? Uma sombra se inclinou sobre ela. Mãos cruéis obrigou a suas mandíbulas a abrir-se. Um trapo se meteu entre os dentes. Denver Tompkins. Denny. Fechou os olhos enquanto se ata uma tira de tecido sobre sua boca.

 

—Minha primo, Denver—, disse Brandon com um sorriso. —Alguma vez fez uma conexão, verdade, zorra estúpida?. Ele era minha fonte de informação no interior até que seu marido se desfez dele.

 

Movendo-se, Brandon fez um gesto a Denver.

 

—Tira a de debaixo do bastardo para que possamos atá-la. E cuidado com ela. É rápida.

 

Mãos cruéis engancharam ao Indigo pelas axilas e a arrastaram por debaixo do Jake. Em lugar de centrar-se na dor, concentrou-se na mão do Jake, branda e quente, arrastada pela coxa e se baixou de repente sobre a terra. Ouviu-o gemer.

 

Atiraram dela, e se cambaleou vertiginosamente. Índigo lançou um olhar frenético nos edifícios escuros ao longo da rua. Inclusive se tivesse podido gritar, não havia ninguém para escutá-la. Ninguém ia vir. Ela deslizou um olhar doente ao Sonny e orou por que despertasse e começava a ladrar. Não podia ver uma ferida grave. Denver atraiu seus braços para detrás, com uma corda, afundando-a em suas bonecas.

 

—Já está, toda envolta, Bran, e atada com um laço.

 

—Bom trabalho. Agora vamos correr como o inferno fora daqui.

 

Cada homem a agarrou por um cotovelo, Índigo foi levada médio em volandas por eles para o escuro bosque, por detrás dos edifícios. Ouviu o murmúrio rugiente do baixio do Creek. Eles deram uma volta à esquerda. Minutos mais tarde, os dois loiros a levaram a outro lado do pátio traseiro de seus pais.

 

Indigo desejava gritar. Seu pai estava um pouco além da janela traseira. Ainda em muletas como estava, Indigo sabia que viria a ajudá-la, se podia despertá-lo.

 

A labareda breve de esperança morreu quando Brandon e Denver a arrastaram entre eles para a montanha. Indigo tinha os olhos a ponto de sair-se de suas órbitas. Alguma parte do tecido da mordaça tinha subido por cima de seu nariz, e cada respiração que fazia, era um esforço redobrado. A mina. dirigiam-se para a número um.

 

Quando aumentou o caminho íngreme, Indigo perdeu a esperança de que alguém a ajudasse. Tinha havido alguma possibilidade quando estavam no povo, mas por ali, ninguém passava na escuridão da noite. Jeremy para voltar para casa seguiria outra rota descendo da mina dois, esse caminho estava um quarto de milha para o este. OH, Deus! Se Jake recuperava o conhecimento, não teria idéia de onde estava.

 

Evidentemente, seus dois captores compartilharam seu sentimento de que qualquer possibilidade de interferência tinha passado, já que se desaceleraram o ritmo e a soltaram de seus braços. O alívio do Indigo foi de curta duração. Brandon retrocedeu uns passos e colocou a ponta da bota em seu traseiro. Com um empurrão, enviou-lhe toda velocidade. Com os braços atados detrás dela, Índigo não pôde deter sua queda. Ela golpeou nos joelhos, estrelou-se a cara em primeiro lugar, e se deslizou uns centímetros abaixo do pendente. Só a mordaça lhe salvou a cara.

 

Fingindo simpatia, Brandon a agarrou por ombro e rodou em cima dela.

—Sinto muito. Pensei que seria melhor rastreando agora—. Apertou o queixo em um agarre cruel. —Mas suponho que ninguém te ensinou ainda. Isso está bem. Darei-te classes.

 

endireitou-se e lhe fez gestos a seus pés. Indigo se retorceu para sentar-se, e logo lutou para ficar de pé. Ele se aproximou.

—Vê-te tão surpreendida. Não te lembra de minha promessa de que lhe ensinaria a engatinhar, Indigo? Como se supõe que as índias devem fazer? claro que sim—. Tinha a boca cheia de cicatrizes e esta se retorceu em um sorriso horrível. —É o momento de pagar, amor—. Jogou seu loiro cabelo para trás para revelar a orelha com o grotesco entalhe. —Nunca deveria ter lutado, já sabe. Tivesse sido muito mais fácil só te abrindo de pernas. Agora tenho que te ensinar como as índias têm que arrastar-se por mim.

 

Denver se pôs-se a rir.

—lhe diga. lhe diga o que lhe vamos fazer.

 

O temor irritado no Indigo, era marcado e arrepiante. Suas pernas tremiam debaixo dela, e acreditava que ia cair. Tinham planejado isto. E o que tinham em memore para ela, sabia que ia ser diabólico.

 

Brandon olhou de esguelha a ela. —É simples, realmente. Esta noite, vais arrastar te e pedir que lhe faça isso, ou vais ser enterrada viva. É sua eleição, doce.

 

—E a mim também—, inserida em Denver. —Eu te terei… em justa vingança depois do que Rand me fez .

 

Inclusive através da bruma do medo, em que Indigo estava apanhada, deslizou um olhar perplexo para ele. A ira ardia nos olhos de Denver.

 

—Ele alguma vez lhe disse isso?— Ele ladrou a gargalhadas. —O filho de puta me deu uma surra e me despediu.

 

Índigo ficou olhando. Jake tinha se despedido de Denver? Pensou de novo em seu meio-dia na mina e de repente se deu conta de que não tinha visto o loiro ali esse dia. Tinha sido uma falha feliz, assim que ela não o tinha pensado então. por que não lhe disse nada Jake?

 

Denver se aproximou.

—Sabe por que? Porque me atrevi a me passar da raia contigo. Pode acreditá-lo? me passar da raia com uma puta a Índia? Atuou como se tivesse insultado à maldita Rainha da Inglaterra ou algo assim.

 

Brandon se apoderou dos braços de Índigo e atirou dela em um passeio.

—Seu reinado foi curto. Agora é hora de voltar para a realidade—. riu entre dentes. —Deus, não posso acreditar que o tempo este finalmente à mão. esperei seis anos para isto, seis anos—. Lhe deu uma pequena sacudida. —Não acredito que o marido de teu mierda venha a te resgatar. O fato de que lhe temos, mostra que somos mais preparados.

 

Denver interrompeu com uma risada.

—estivemos observando para pilhá-lo com o guarda baixo durante quase uma semana!

 

—O que não contava era que ele queria te ter a ti vigiada, não tanto como à maldita mina. Quando vimos que não ia deixar que nos acercaramos a ti, começamos a pensar outra estratégia. Foi fácil, solo tínhamos que lhes seguir, e lhes assaltar no caminho de volta a casa. Só esperava lhe agarrar com o guarda baixo, se era uma armadilha singela. Sua foi a ceva, a distração de nossa armadilha. O idiota caminhou direito para ela.

 

Indigo sibilaba o ar através da mordaça, movia as pernas para tentar manter o ritmo. Sua mente era capaz de concentrar-se em uma só coisa. A mina. OH, Deus, levavam-na a mina. Enterrada viva. Ela sabia o que pensavam fazer. Querido Deus, sabia.

 

Brandon a olhou e sorriu com a boca torcida.

—Tem que lhe figurar isso já, não? Acredito que é tudo quão branco há em ti. Mais inteligente que a maioria de sua classe. Então, o que pensa você, amor? vais ajoelhar te e me suplicar a mim e ao Denny para nos dar agradar? Ou mas bem quer morrer por centenas quilogramas de rochas dentro da mina?

 

rebelou-se, Indigo tratou de dar um puxão do braço ficar livre de seu alcance.

 

Ele riu entre dentes.

—Não cria que não o farei, Índigo. Devo-lhe isso há seis anos—. Fez um gesto de sua boca. —Você arruinou minha cara, cadela. De verdade pensou que acabaria de desaparecer de sua vida e alguma vez te faria pagar?— Apertou mais perto. —Ao princípio, só te ia matar. A primeira vez, amaldiçoei o perto que estive de matar a seu pai em lugar da tí. Isso resultou bem. Foi tão te gratifiquem verte te lamentar pelo que lhe tinha acontecido a ele.

Índigo logo se sentiu enjoada. Piscou e se tropeçou para recuperar o equilíbrio.

 

—E então o lobo. Deus, que era rico. Refiro-me a te disparar e matar ao pobre Wolf em seu lugar. Sentei-me ali nessa ladeira e pus-se a rir ali mesmo até que adoeci.

 

O piei do Indigo apanhado em uma rocha a fez tropeçar. Brandon lhe impedia de cair.

 

—depois de que o deslizamento de rochas não deu resultado, decidi que um objetivo mais específico era necessário. Falando com o Denny, pensamos em uma dúzia de planos diferentes, mas a única coisa que ficou gravada foi quão divertido tinha sido ver que te retorcia. Então nos ocorreu esta idéia. te ajoelhar ou morrer. Se te arrastar de joelhos bem para nós e nos provas o suficiente bem com seus encantos, vamos deixar que vivas., entende?

 

Indigo entendeu, tudo, claro e diafano.

 

Lhe deu outro empurrão, esta vez não muito duro o suficiente para enviá-la mas rápido na ascensão.

—Sua tumba espera, senhora.

 

Enquanto andavam o resto do caminho à mina, Brandon pintou um quadro vivo de sua sorte se ela decidisse não ajoelhar-se. Esta vez, tinha eleito cuidadosamente as madeiras que danificaram. Quando o túnel paralisasse, uma pequena seção no extremo permaneceria intacta. Aí seria onde expiraria seu último fôlego, centenas de pés na terra, em total escuridão, frio até os ossos, o oxigênio pouco a pouco acabando-se. Uma tumba grande, cuidadosamente selecionada, em que ela ia morrer pouco a pouco e com o terror.

 

Índigo quase desejou que os dois homens a violassem e a matassem seguido, acabar de uma vez. Mas sabia que a satisfação sexual não era realmente o que Brandon desejava. Em sua mente retorcida, ela era um pedaço de terra que se utilizava e não só se atreveu a negar-se o mas também além o tinha deixado marcado de por vida, tratando de defender sua virtude. Por isso a ele concernia, uma mulher como ela tinha um uso, e ser casta, não era um deles. Para sentir-se vingado, tinha que degradá-la. Em troca de sua vida esperava vê-la ajoelhada e lhe rogar para ser desonrada. Por isso ele podia ver, esse era seu único recurso.

 

O que Brandon não entendia era que sem sua honra, realmente seria a criatura de nada que sempre tinha acreditado.

 

Quando chegaram à mina, os homens acenderam as lanternas, e logo atiraram dela profundamente nas vísceras da terra. O frio mortal penetrou até os ossos do Indigo. Giraram à direita em uma deriva de túneis reconstruídos. Parecia-lhe que caminhava eternamente. Quando chegaram perto do final do tunel, Brandon passou por debaixo de algumas madeiras estreitamente agrupadas e se deteve, sustentando a lanterna alta para dirigir o olhar do Indigo fazia eles. Podia ver as marcas recentes de tocha na madeira escura.

 

—Escorado—, disse em voz baixa. —Um ponto débil que havia na parede com as madeiras quando conseguiram esta seção escavada de novo—. Enquanto falava, um torrão de terra caiu do teto de barro. Ele sorriu. —Arrumado a que há sangue e suor de você marido aqui, lhes ajudando a pôr estes escoras, sem saber que ele estava construindo uma armadilha para a tumba de sua esposa.

referiu-se a duas cordas que estavam atadas ao redor como muitas madeiras.

 

—Estas madeiras estão debilitadas, o que crie que acontecerá Denny e eu desenrolamos a longitude extra da corda e damos um bom puxão ao chegar à boca deste tunel?— Moveu sua lanterna e fez um som SW-shh-sh. —Em um abrir e fechar, tudo se reduz. O colapso será provavelmente só uns poucos pés de largura, mas é suficiente para servir a nossos propósitos—. Dirigiu um sorriso lento.

 

—Crie que alguém adivinhará onde está, doçura? vais estar no lado da tumba, em um pequeno embolsamiento de espaço, sem buracos de ar. vais durar umas poucas horas, no máximo—. Seus olhos brilhavam nos seus. —Umas poucas horas que lhe parecerão uma eternidade.

 

Com isso lhe deu um empurrão. Com as pernas que se sentiam como apêndices de borracha fria, Indigo se aproximou da escuridão por diante. Sua tumba. O medo se arrastou sobre ela.

 

Quando chegaram ao final da galeria, Brandon deixou a lanterna de um lado e lhe desatou a mordaça. Dando um passo atrás, correu o olhar brilhante sobre ela.

—Que linda squaw! Rogará-nos?

 

Denny golpeou sua lanterna no chão e se aproximou para ela.

—vamos tirar lhe a camisa e ver esse par de belezas que oculta, Bran.

 

—Não—, grunhiu Brandon. Seu rosto desencaixado, continuando, instalou-se em um sorriso forçado. —Ela tem que nos pedir o e suplicará de joelhos—. Se aproximou mais. —me diga como de doce são seus peitos, Indigo. E como se queimam por meus beijos?—. Olhou aos olhos assustados. —me peça que atire da camisa para cima, né? Me pediras tomar ?Diga-o, realmente, doce… Ou morre.

 

Indigo moveu a boca e lhe cuspiu na cara. Durante vários segundos, Brandon se limitou a olhá-la. A surpresa escandalizada em seu olhar disse ao Indigo algo que tinha deixado de ver faz anos. Brandon não tinha a menor ideia do que era a dignidade, porque ele não tinha nenhuma. Tinha estado engatinhando toda sua vida e ele não sabia.

 

—Vete diretamente ao inferno, Brandon—, sussurrou. —Não posso impedir que me viole, mas nunca vou pedir nem a te suplicar que me toque. Não, nem com meu último fôlego.

 

Ele começou a tremer de raiva.

 

—vais aceitar isso?— Denver choramingou. — Zúrrala, lhe tire a mierda a golpe—.

 

Por um momento, pensou Indigo, Brandon poderia fazer exatamente isso, mas no segundo último, pareceu recuperar o controle.

 

—Não. Se começar a golpear à cadela, não vou ser capaz de me deter. Eu quero que ela mora lúcida—. Respirando com dificuldade, retrocedeu e a assinalou com o dedo. —Você o escolheu, que raça mas estúpida, acaba de me recordar isso Não me tendras entre suas pernas embora me suplique por isso.

 

Denver se pôs-se a rir.

—Vamos, Bran. Temos um montão de tempo. Estou tudo preparado para ela—. Se levou uma mão a seu entrepierna, enquanto lhe lançava um olhar de desejo.

 

Brandon disparou a sua primo um olhar iracundo.

—vá ver uma puta. Não está metido nisto comigo só para conseguir um pó. esperei muitos anos. Este era o plano desde o começo, tem que suplicar que nos atiremos isso ou morrer. Você sabia quando me disse que me ajudaria.

Denver levantou as mãos.

—Bom, joder, realmente pensou que ia escolher morrer? Vamos, Bran. Não sempre é tão bom quando tem que pagar por isso.

 

—Disse-te que não!

 

Índigo viu como Brandon recolhia sua lanterna. Denver fez o mesmo a contra gosto. Brandon tirou outra parte da corda de sua jaqueta.

—Toma minha lanterna, Denny—.

 

Indigo ficou imóvel, enquanto que Brandon lhe atava os tornozelos. Quando se levantou, dedicou-lhe um sorriso frio.

—Para que não te possa mover com segurança. Quem sabe? Talvez chegue a querer uma morte rápida, e consiga rodar até debaixo do desmoronamento e terminar antes.No vai há conseguir isso… vais demorar muito em morrer.

 

Ele se afastou lentamente.

—Adeus, Indigo. lhe diga olá ao diabo.

Com isso, os dois homens se afastaram. Indigo esperou até que seus abajures se moveram como pontos minúsculos de luz na escuridão, e logo se deixou cair a seu lado para fazer o que tinha sugerido Brandon, tentar rodar. A sujeira e rocha a cortavam. Ela ignorou a dor. As madeiras. Tinha que rodar seu caminho além delas. Tinha que fazê-lo.

 

Ele vertigem se apoderou dela. Empurrou com o pé e rodou contra uma parede de terra. A escuridão a seu redor se converteu em absoluta. Estava inclusive rodando na direção correta? Tinha perdido seu sentido da orientação.

 

—Adeus, puta a Índia, boa para nada! —

 

A voz do Brandon ecoou a seu redor. A-diii-ooossss—ooosss--osss. In-diaa-Innn-diiiiaa. Os sons se extinguiram na mescla de ecos. Continuando, um ruído surdo salpicou a despedida. A terra debaixo do Indigo se sacudiu pelas vibrações. As partículas de sujeira choveram sobre ela. Logo se fez o silêncio, um horrível, silêncio negro, sem fim. Indigo ficou ali, paralisada pela incredulidade. Não pode ser. Era muito horrível para ser real.

 

Tinha sido enterrada viva.

                                      Capítulo 25

A negrume se formava redemoinhos ao redor do Jake. Gemia e tratava de sair dela, chamado por uma voz longínqua, a voz do Jeremy. Tratou de localizar a direção de onde tinha saído e avançar para ali. A luz da lua lhe apunhalou os olhos. Chegou a tocar a explosão de dor na parte posterior da cabeça.

—Jake, pelo amor de Deus, o que aconteceu? Onde está Índigo?

 

Índigo. O pânico na voz de seu irmão trouxe para o Jake à consciência dolorosa com uma sacudida.

—meu deus, quíen me deu?

 

Com um braço de borracha, empurrou-se a uma posição sentada e piscou para esclarecê-la vista. Para o este viu as cintas da cor rosa pálido ao negro profundo, raia bronze no céu detrás dos picos das montanhas. Amanhecia? Ele negou com a cabeça.

—Quanto tempo estive...

 

Olhou a seu redor e viu a uma faca do Indigo atirado no chão. O medo se disparou a sua coluna vertebral.

—Índigo? Não está aqui?— centrou-se na cara de olhos chorosos do Jeremy. —Que demônios passou? Estávamos…— Se interrompeu, tratando de recordar. Tudo o que ficou claro em sua mente foi ver a cara doce de Índigo inclinada para trás, os lábios entreabiertos de prazer sem fôlego. Então negrume repentina. Jake empurrou a seus pés a mover-se e levantar-se.

—Doce Jesus, onde está?

 

Jake se cambaleou para um lado antes de que chegasse o equilíbrio. Uma quebra de onda de náuseas rodou sobre ele. Apoiou as mãos sobre os joelhos e respirou fundo várias vezes. Enquanto isso, Jeremy rastreou a terra de ao redor.

 

—Dois homens da pé—, disse com gravidade. endireitou-se e olhou para a baía de baixios. —levaram-se ao Indigo com eles.

 

Jake entrecerró os olhos contra a dor cegador de olhar na escuridão dos bosques. Seu coração começou a golpear em seu peito. Quanto tempo tinha estado aqui? Duas horas, talvez três? Tinha recolhido ao Indigo ao redor das três e vinte. Tinha que ser perto de seis.

 

Jeremy se voltou para ele.

—vamos ter que esperar à luz do dia. Não podemos ver o final de nosso nariz em uma escuridão como esta.

 

Jake se cambaleou de novo.

—Podemos tratar de lhes dar seguimento a cavalo, com lanternas—. Ele viu uma parte de madeira estendida perto e tocou o batimento do coração que tinha na parte posterior de seu crânio. —Filho de puta. Segui ao inferno longe de ali, tratando de protegê-la, e agora lhe aconteceu algo de todos os modos.

 

—Não podemos realizar um seguimento de ninguém com lanternas, Jake—, argumentou Jeremy. —Fará-se de dia em menos de uma hora. vamos esperar até que possamos ver que diabos estamos fazendo.

 

Jake se dirigiu para o estábulo da casa dos Lobos.

—Você fará o que queira. É minha mulher a que esta por aí em alguma parte.

 

Uma vez no celeiro, Jeremy aceitou a situação e ajudou ao Jake selar os cavalos. Jake se tinha levado só ao ar livre ao Buck, quando escutou um som que enviou calafrios por sua coluna vertebral. ficou paralisado e voltou a cabeça, escutou-se a chamada se desesperada para um lobo, elevada misteriosamente em um crescendo triste na distante escuridão. Não podia acreditar o que escutava. Wolf. Tinha ouvido o uivo do lobo só uma vez, mas o som era inconfundível. Não era um coiote. Jake tinha ouvido um montão dos uivos do lobo ao redor do povo e das minas, e havia uma marcada diferença nos uivos.

 

—Pode ser Sonny, o que te parece?— Jeremy lhe perguntou.

 

Jake se deu uma dura sacudida mental. Só agora sentiu falta de à cria. Tinha seguido, evidentemente, ao Indigo.

—Sonny é muito jovem para poder uivar assim— disse com voz rouca.

 

Jake se voltou para procurar a escuridão, tratando de seguir a chamada. A dor em sua cabeça ficou no esquecimento agora. O uivo chegou de novo, comprido e triste. Outro calafrio sobrenatural se apoderou dele. O uivo de morte do Wolf foi exatamente igual a este. A chamada foi gravada em sua memória, cada nota, cheia de uma angústia que nunca esqueceria. À medida que o grito se apagou, Jake sussurrou:

—Jeremy, esse é Wolf.

 

—Acredito que ao Wolf dispararam.

 

Jake ficou olhando a silhueta de cor negra da montanha e se esforçou por falar.

—Dispararam-lhe. Esta morto.

 

Jeremy se apoiou em seu cavalo e olhou através da escuridão.

—Esse golpe na cabeça te sacudiu bem.

 

O uivo se levantou outra vez. Jake fez gestos ao Jeremy que fizesse o silêncio e se dirigiu para o som.

—Está acima na mina—, disse com voz tremente. —Isso é o uivo do Wolf, Jeremy. Conheceria sua chamada em qualquer lugar.

 

—perdeste a cabeça?— Jeremy soltou uma risada baixa. —Que demônios está pensando, Jake? E aonde crie que vai?

 

Jake rodeou ao flanco esquerdo do Buck e montou na cadeira.

—vou subir ali. O que você crie? Isso é Wolf, asseguro-lhe isso.

Jeremy se apressou a montar em seu cavalo. Cavalgo ao lado do Jake.

 

—Está louco. Poderia parar e escutar com um pouco de sentido?

 

Jake se manteve ao trote a cavalo.

 

—Sua esposa está no bosque, em algum lugar—, gritou Jeremy. —E que demônios está fazendo? Em vez de segui-la a ela, está perseguindo os uivos de um lobo? Maldita seja, Jake. te centre. Não está pensando com claridade. Deve ser o golpe na cabeça. me escute, joder!

 

Jake estava escutando outro uivo do lobo em aumento na noite. Não podia explicar ao Jeremy. Não podia ordenar seus sentimentos e lhes dar um sentido próprio. Quão único sabia era que um pouco muito profundo dentro dele, onde a razão não podia chegar, dizia-lhe que vinha do pranto de lobo do Wolf. Acreditava com tanta força, que estava disposto a apostar a vida do Indigo e a dele.

 

O ar gelado e úmido se estava fazendo irrespirável. Indigo tinha os olhos feridos de olhar fixamente na escuridão. Tremendo, tomou uma respiração superficial e terminou o último estribilho de sua canção de morte.

—Nei, Índigo, que habbe-ich-negociado, que, Índigo, está-te procurando a morte.

 

Silêncio. Ela só podia ouvir o som de sua respiração. Logo, ela não teria fôlego para cantar as canções de seu pai ou de dizer as orações de sua mãe, e ia morrer enterrada no terrível silêncio. Tratou de defender do pânico.

 

—Ja-aA-ke!— gritou, dando passo ao terror. —Jake!—

 

Seu nome se ecoou a seu redor, e logo se apagou. Sabia que ia mover céu e terra para salvá-la. Confiava nele. Tinha completa e absoluta confiança. Tinha passado tanto tempo em chegar a tê-la, e agora a confiança era cega.

 

Jake. As lágrimas rodavam por suas bochechas, e soluçou. Frente à morte e cega na escuridão, pôde finalmente ver com claridade. As diferenças nos dois mundos não eram tão gigantescas. Agora, todas as coisas que tinha temido a chamavam como a promessa do céu. Ir-se com o Jake ao mundo além das montanhas. OH, sim. Se tão somente pudesse ter essa oportunidade. Com ele a seu lado, que terei que temer?

 

Imaginou de joelhos ante ela, seu cabelo brilhava azul-negro na luz da lua como quando se inclinou para beijar seus pés. Esta semana passada a havia embridado constantemente, porque lhe tinha proibido aproximar-se das minas. Ela temia que sua arrogante negativa fosse um prelúdio do que viria depois, que a ia proibir fazer outras coisas igualmente importantes, e faria de sua vida uma miséria. havia-se ressentido pela forma em que seu contato e suas carícias poderiam fazer que a queimassem com nostalgia por ele. E por que? devido a que era um símbolo de seu controle sobre ela. Ainda rodeado por seu amor, ela se tinha obstinado ao velho medo de converter-se em um bem imóvel de um homem branco.

 

Jake, ser seu bem imóvel. Aqui na escuridão, Indigo poderia levar a seu temor de que fora assim e o examinava com atenção. A posse do Jake, sua pulseira, seu squaw? OH, sim . Estaria para sempre fazendo essas coisas, se tivesse a oportunidade.

 

Estava ainda com vida? Rezou para que o estivesse, e então orou para que Deus de algum jeito encontrasse uma forma de evitar morrer. Só uma oportunidade mais para arrumar as coisas entre eles, era tudo o que pediu. Talvez Jake se limitasse a mantê-la dentro de sua casa e o lar, faria-a mãe de seus filhos. Isso seria um destino tão horrível? Era bom e amável e atento em todo o resto. Inclusive se a levasse longe de Terra de Lobos a um mundo no que ela seria uma emparelha, ao menos estaria com ele. Ele era tudo o que necessitava em seu mundo, de todos os modos.

 

Já era de dia completamente no momento que Jake freou Buck, e se deteve perto da entrada à mina. voltou-se lentamente da cadeira e examinou as ladeiras dos arredores por um espectro de cor prata e negro. Wolf. Um nó se fazia na garganta enquanto se movia para o buraco negro do túnel. Jeremy se aproximou e saltou de seu cavalo.

 

—Bom, estamos aqui, e não há nenhum maldito lobo —, disse. —Podemos voltar a baixar agora e procurar as pistas?

 

—te cale, Jeremy. Volta se quiser, mas se te vais ficar comigo, te cale de uma puta vez.

 

Jake se agachou para agarrar uma lanterna. Rapidamente a acendeu e a sustentou em alto, dando um passo à entrada da negra galeria. O medo golpeou através de seu corpo. Quase esperava ver o Indigo jazendo morta ante ele. Em seu lugar, viu uns olhos brilhantes, de ouro. Seu pulso se acelerou. Continuando, um grito estridente se ecoou ao momento nele.

 

—Sonny—, disse com um sorriso trêmulo. —Ouça, amigo.

 

Claramente assustado, Jeremy se pôs-se a rir também, o som agudo e tremente.

—Bom, isso explica nosso uivo de lobo. No interior do túnel como que o eco lhe fez soar mais forte do normal.

 

Jake já não lhe importava quem tinha feito o uivo.

 

—Jeremy, se Sonny estiver aqui, sei que estará Índigo.

 

Sem esperar uma resposta de seu irmão, Jake levantou a lanterna e se apressou à mina. Um frio mortal se fechou ao redor dele.

 

À deriva. À deriva na escuridão. Indigo lutou contra o sentimento, mas se sentia tão reconfortante sucumbir nele, ao sentir, além de seu corpo congelado. As palavras se mesclavam em sua cabeça. Sua mãe, orações, canções de seu pai. Um intumescimento pesado se deslizou sobre ela. Seus pulmões doloridos tomavam ar superficial, a ritmo rápido e frenético.

 

—nosso pai, bendito é o fruto de seu ventre, de todo coração o sinto...

 

As palavras derramavam sem cessar de seus lábios, seu único consolo, a única arma que tinha para lutar contra o pânico. Índigo Rand. Rand, Rand, Rand. Fechou os olhos em lágrimas assustada. Assim, cheia de medo. Não queria morrer sozinha, uma bolinha de um nada na escuridão total. Um ponto que estava sendo absorvido e cada vez mais pequeno. Uma partícula pequena girando. imaginou a cara do Jake. Em sua mente, essa imagem parecia tão real, tão perto. imaginou em seus braços fechados a seu redor, fortes e quentes.

 

E então Wolf. Sua língua úmida lhe tocou a bochecha. Ah, sim, Wolf, seu bom amigo. Deu um uivo baixo e triste que se levantou sua redor e em cascata do teto ondulado, fazendo-se eco. Wolf, seu leal lobo. Ela tinha permanecido a seu lado para cantar sua canção de morte, e agora que tinha chegado seu turno o devia cantar para ela. Não estava sozinha, depois de tudo.

 

—Wolf—, sussurrou.

 

Ele gemeu e lhe lambeu a cara de novo. Logo se deitou a seu lado. Tão real, tão real. Indigo desejava os braços para estar livre para poder envolvê-los ao redor de seu pescoço de grossa e fofo pelagem, como o tinha feito em vida. Em seu lugar, conseguiu pressionar sua bochecha contra sua pele. Seu calor se filtrou nela e a rodeou. Suas lágrimas corriam através de seu colar.

 

Wolf .

 

—OH, doce Jesus, não!—. Jake estava congelado e ficou olhando a seção derrubada da galeria, com o coração golpeando com um medo tão frio que lhe voltou o sangue em gelo. A partir dos escombros pendiam duas cordas. Jogou um olhar e sabia o que tinha acontecido. Deixou a lanterna, o pânico se apoderava dele. —Jesus, Jeremy, ela está ali.

 

Jeremy se aproximou por detrás do Jake.

—Não sabemos, Jake. O que terá que fazer aqui é tratar de manter a calma.

Jeremy logo que falou, quando Sonny lhes adiantou e arranhou freneticamente na parede de terra. Jake jurou e começou a atirar pedras.

—Brandon Marshall! Jesucristo! Foi ele todo o tempo. Deveria ter velado por ela cada segundo. O filho de puta a enterrou aqui!—

 

Jeremy agarrou o braço do Jake.

—Necessitamos pás. Jake, pelo amor de Deus, temos que conseguir ajuda. Você não pode cavar com as mãos.

Jake fez um gesto atirando o braço das mãos do Jeremy e procedeu a fazer justamente isso. Arrancou a terra e a rocha como um homem selvagem, soltando palavrões, rezando, chorando.

 

—Não pode ser.

 

Jake se voltou.

—me traga uma pá, maldito!—

 

Jeremy retrocedeu um passo, assustado pelo aspecto da loucura nos olhos de seu irmão.

 

Quatro horas mais tarde, Jake escavava através da última barreira de terra com as mãos ensangüentadas. A abertura que ele e Jeremy tinham conseguido era apenas um túnel estreito e muito instável que em qualquer momento poderia causar seu colapso. Jake se ajoelhou ante ele e olhou através do poço da escuridão mais à frente, mais aterrorizado do que tinha estado alguma vez em sua vida.

 

—Indigo?

 

O silêncio envolveu a ele. Lançou um torturada olhar ao Jeremy.

—vou entrar.

 

Jeremy lhe agarrou por ombro.

 

Ambos os homens sabiam que Jake poderia facilmente ser enterrado vivo se a terra se deslocava. Jeremy nunca seria capaz de escavar só, e a tempo. Jake se encontrou com o olhar de seu irmão. Por uma vez, as palavras não eram necessárias. Algumas emocione não podem ser expressas, e inclusive Jeremy se reduziu à mudez por uma vez em sua vida.

 

Jake se voltou para a abertura e cuidadosamente começou a atravessá-la. Neste ponto, encheu-se de tanto medo que já não podia sentir nada mais. A morte não tinha nenhum perigo. Viver sem Índigo era o que mais lhe aterrava.

 

Uma falta de ar espantoso golpeou a cara do Jake à medida que ganhava o outro extremo da abertura do oco. Caiu na escuridão sem fundo. Seus pulmões imediatamente convulsionaram e se expandiram freneticamente para conseguir o oxigênio. Soube então., mas sabia que não podia deixar solto seu medo, sabia que o último raio da esperança estava nesse oco sem logo que ire.

 

Medindo na escuridão, encontrou-a. Tão pequena e tão fria. Ar, tinha que tirá-la ao ar. arrastou-se com ela para o feixe de luz tênue. Quando chegou, chamou através ao Jeremy.

 

—Tenho-a, Jer. Tenho-a. Lhe vou entregar isso através do tunel. Agarra a dos ombros e tira dela em adiante.

 

Com cuidado, OH, tão cuidadosamente, Jake a empurrou para a luz. Jeremy se arrastou para frente para agarrá-la pelos ombros. A partir daí, Jake só podia olhar e rezar para que Jeremy o fizesse antes que a terra se derrubasse. À luz. Certamente Deus lhe concederia isso. Se não fora pelo Jake, o que faria Índigo, uma menina feita de raios da lua e canções de vento. Ela não pertencia à escuridão.

 

Quando Jeremy atirou dela através do buraco, Jake, esteve a ponto de chorar de alívio. Seguro que estaria a salvo. Lutando para encher seus pulmões com o ar que entrava pela abertura, Jake venceu a uma onda de enjôos causados pela falta de oxigênio. Logo começou a passar través ele mesmo, emano sobre mão, um pé de uma vez. Para a luz e para Índigo. Quando se arrastou livre e se deslizou pelo outro lado, a terra paralisou em uma chuva. Um instante depois, o túnel que ele e Jeremy tinha arranhado na terra fechou suas mandíbulas detrás dele.

 

Foi um milagre que ambos tivessem saído a tempo. Um milagre. Deus lhe tinha dado outro milagre.

 

Jake ficou em pé, estirou as pernas tremendo de alegria. voltou-se e viu o Jeremy que se interpunha entre ele e a forma acurrucada de sua esposa. Pela forma em que Jeremy se levantou e preparou suas pernas muito separadas, Jake soube. Mas sua mente não o podia aceitar.

 

—Jake—. A voz do Jeremy se estremeceu, e uma horrível expressão apareceu em seus olhos. —OH, Deus, Jake, sinto muito.

 

Um estremecimento percorreu o corpo do Jake. ficou ali um momento, olhando fixamente à cara lastimosa de seu irmão. Logo se mudou com seu olhar para o corpo sem vida detrás dele.

—Não ..—. A palavra saiu ao ar na negação trêmula. —Não ..—.

 

Com sua maltratada mão, tocou-lhe a bochecha, logo o pescoço, procurando a carne fria, sem vida, para detectar qualquer signo de um pulso.

 

—Jake, ela não está respirando—, sussurrou-lhe Jeremy. —Eu sei ver isso.

 

Não respirava. ajoelhou-se junto suas pernas, Jake tomou o rosto entre as mãos ensangüentadas e lhe tocou os lábios com os seus. Daria-lhe seu fôlego, maldita seja. Tomou ar e o obrigou a entrar de seus pulmões a sua boca. Este se deteve na parte posterior de sua garganta. Ele inclinou a cabeça para trás e a obrigou a seus separar é dentes.

 

—Respira, Indigo. Ouve-me? Respira, maldita seja!

 

Obrigou-a a respirar insuflando ar em seu corpo. Uma vez. E outra.

—Jake, pelo amor de Deus—. Jeremy lhe apartou com um grito quebrado. —me escute, já não está.. Por favor.

 

Jake se aproximou para voltar a lhe dar ire e disparou a seu irmão um olhar com os olhos exagerados.

 

—Jer, maldita seja! Não fique aí sem fazer nada! Reza!— Voltando para o Indigo, apertou suas mãos freneticamente aos lados de sua cara. —Respira, Indigo. Ouve-me? Respira, maldita seja! Fez todas as coisas que te pedi alguma vez. Digo-te que respire. Ouve-me? Sou seu marido, e EU ORDENO QUE RESPIRE.!

 

Quando ela não respondeu, ele começou a chorar.

—Amo-te. Não te pode morrer. Não te dou permissão para morrer, joder!

 

Durante vários minutos mais, Jake compartilhou seu fôlego com ela. Sabia que não era suficiente. Na parte posterior de sua mente, sabia que não era suficiente. Queria obrigar a seu coração pulsar. Queria derramar seu sangue palpitante em seu interior. Queria lhe dar seu calor. Teria morrido encantado e lhe teria dado sua própria vida. Mas essa não era a forma das coisas. E compartilhar só o fôlego com ela, não era suficiente.

 

Na escuridão, havia um pequeno túnel de luz. Alguém lhe falou de ali. A voz era rica e cálida e maravilhosa, mas extrañamente triste. As palavras derivaram até ela, pouco mais que sussurros às vezes, e logo profunda e contundente, repetindo-se através de longínquos ecos.

 

Amo-te, disse a voz. As palavras enroscadas a seu redor, cálidas e doces. Não acredito que alguma vez te haja dito quanto. Umas mãos cálidas se moveram sobre ela. Braços fortes a abraçaram. Um soluço a estremeceu, irregular, através dela. deixou-se levar mais perto da voz. Falou-lhe com ela sobre a lua e o lobo, de cor amarela-branco e margaridas, de canções no vento e as criaturas selvagens devendo comer de suas mãos. Soava como o céu de maravilhoso. Sei que é onde se encontra. Em alguma parte, flutuando em raios da lua.

 

Índigo franziu o cenho e tratou de levantar as pestanas. Ela não estava em um campo de margaridas. Sentiu frio, um frio horrível. Jake. Ela tratou de chegar a por ele. Estava chorando. Não lágrimas silenciosas, a não ser grandes soluços destroçados que sacudiram todo seu corpo. Tinha que consolá-lo. Mas não o pudía encontrar. Estava perto, muito perto, em algum lugar da negrume. Ela se moveu para a luz. Sim, esse era o lugar onde estava, fora de seu alcance no túnel de luz.

 

De repente, ouviu gritar. Ela está viva. Jeremy, maldita seja, vêem aqui! Ela está viva. A voz ricocheteou a seu redor. aproximou-se da luz. O cegamiento brilhante. Ela entrecerró os olhos e tratou de mover a cabeça para que não fizesse mal a seus olhos.

 

—Índigo. Carinho? Índigo ...

 

O mundo entrou em verruma. Uns braços a levantaram. Alguém a estava levando. Indigo tratou desesperadamente de entrar na luz, mas em troca, girou de novo, de novo na escuridão…

 

Quando Índigo estava próxima à superfície, o rosto gasto do Jake foi o primeiro que viu quando abriu os olhos. Ela piscou e se centrou, perplexa porque estava a salvo em sua casa na cama com a luz de lua penetrando pela janela. Jake se sentava em uma cadeira da cozinha aproximada da cama, com os cotovelos apoiados no colchão, uma das mãos colocadas na sua.

 

—Bem-vinda de novo—, disse ele com voz rouca. depois de beijá-la em cada um de seus dedos, sorriu. —Que preguiçosos que são, dormindo o dia e a metade da noite.

 

Indigo se tocou a bochecha arranhada.

—tive uns sonhos do mais estranhos—, sussurrou com voz rouca. —Seres terríveis. estive doente?—

 

Deu um suspiro entrecortado. —Quase te perco.

 

Correu um dedo por debaixo do olho do Jake.

—Sonhei que estava chorando—. Ela esboçou um sorriso tremente. —É toda uma confusão. Brandon Marshall e Denver-— Fechou os olhos. —E Wolf vindo para mim. Pensei que me estava morrendo, e chegou a cantar minha canção de morte. Parecia tão real...

 

Pouco a pouco, para que pudesse absorver, Jake lhe disse o que tinha acontecido.

—Brandon e Denver estão no cárcere do Jacksonville. O xerife Hilton e o xerife do Jacksonville os agarraram esta tarde. Brandon confessou tudo. Diz que conheceu o Hank no salão de J'ville faz uns meses. O contou que necessitava a alguém para um trabalho de caráter confidencial, e Brandon estava interessado. Quando descobriu que a mina de seu pai era o objetivo, viu uma maneira de vingar-se de tí e ser generosamente pago, enquanto o estava fazendo.

 

—Por seu pai—, disse com tristeza. —O que acontecerá ele agora, Jake? Com seu pai, refiro-me.

 

Inclinou a cabeça para beijar suas mãos de novo.

 

—Índigo, estive no inferno e retornei hoje em dia, por causa de meu pai e devido aos prejuízos, pela loucura do Brandon Marshall. Não respirava quando te tirei dali. Pensamos que tinha morrido—. As lágrimas encheram seus olhos enquanto a olhava, e ele se encolheu de ombros. —Suponho que soa louco, mas acredito que talvez eram realmente e que…

 

Sua voz se quebrou, e olhou pela janela durante um momento antes de continuar. Por fim, meneou a cabeça.

—Tudo o que fosse, em realidade não importa agora. O importante é que saí dessa mina contigo viva em meus braços, e não há lugar em meu interior para meu pai. Não há amor, nem ódio, só um sentimento de nada. Jeremy e eu decidimos deixar que a lei dita seu destino.

 

O olhar em seus olhos disse ao Indigo que realmente queria dizer isso. Nunca lhe tinha visto tão esgotado. Entretanto, também parecia extrañamente em paz. Triste, mas em paz.

 

—Sempre será seu pai—, disse-lhe em voz baixa.

 

Sua boca torcida.

—O homem que me engendrou, mas nunca foi um pai. Há uma diferença. Meu único consolo é que não acredito que alguma vez quis que ninguém sofresse dano. Seu engano foi ser governado pela cobiça e contratar a um louco como Marshall para fazer este trabalho—. Se fixou um olhar de determinação sobre a dela. —Mas esses foram seus enganos, não meus. terminei com o pagamento do que ele fez—. A apertava em sua mão. —Hoje em dia, quase paguei o último preço. Acredito que de agora em diante ele pode expiar seus próprios pecados.

 

—Eu não estou morta, Jake. Estou aqui, falando contigo.

 

Ele assentiu com a cabeça, claramente incapaz de falar. No claro de lua, viu as lágrimas derramando-se por suas bochechas. depois de um momento, tragou saliva e disse:

—Temos uma segunda oportunidade, você e eu, vou fazer o melhor que ele e viver a cada segundo como se fora o último.

 

Lhe secou as lágrimas de suas bochechas e deslizou uma mão à parte posterior de sua cabeça.

—Não chore então. Quero até nosso último segundo para ser feliz.

 

Com um soluço horrível, reuniu-se com ela na cama e tomou em seus braços. Indigo o abraçou perto, tinha medo porque ela nunca o tinha visto assim. Todo seu corpo estava tremendo. Ele a abraçou com tanta força que ela teve a sensação de que tinha medo de deixá-la ir.

 

depois de vários minutos, ele passou de uma respiração entrecortada a uma mais relaxada, secando-as bochechas com seu cabelo.

—Não me deixe nunca. me prometa isso.

 

Fechou os olhos e sorriu, recordando todas as revelações que tinham chegado a ela na mina.

 

—Prometo-lhe isso, Jake. Onde você vá, eu irei. Inclusive se for ao Portland. Enquanto eu esteja contigo, o pensar nisso já não me assusta.

 

—Ao diabo com o Portland—, respondeu ele com voz rouca. —Pode que tenha que subir por umas poucas semanas para estabelecer ao Jeremy à frente de nosso negócio, mas depois disso, Terra de Lobos é minha casa, e é onde fico.

 

—Quando você vá, eu irei contigo.

 

—Sei—, disse com um sorriso em sua voz.

 

—Nem sequer soa surpreso.

 

—Não o estou—. Lhe deu um beijo na têmpora. —Você e eu estamos destinados a estar juntos. Qualquer problema que nos encontremos, arrumaremo-lo, vamos conseguir que funcionei.

 

—O que tem que Ore-cal?

 

Ele riu brandamente.

—Acredito que é hora de que Jeremy se faça cargo. E por que não? levei a carga durante anos. Agora é seu turno. Pode dirigir a situação. Ganhei-me o direito a ser eu mesmo e viver minha própria vida. Tenho a intenção de fazer isso aqui em Terra de Lobos, com meu dinamitera e com nossos doze filhos.

 

Indigo se agitou, muito consciente de uma mensagem tácita detrás dessas palavras.

—Eu? A senhora do Jake Rand, a dinamitera?

— vamos ver que canção se canta quando é o momento de fazer algumas exploda.

 

Passou-lhe uma mão pelas costas, amando-a como nunca tinha amado a ninguém.

 

—Aprendi uma lição muito importante nas últimas vinte e quatro horas. Não posso te proteger de tudo. Eu estava contigo ontem à noite, quando Brandon chegou, recorda?

 

—Bom, ele te golpeou por detrás. Não pode te culpar por isso.

 

Suspirou.

—Não. E não posso ir pela vida me culpando a mim mesmo por todo o resto, por tudo quão mau acontece ou, simplesmente porque não posso evitá-lo—. Com voz entrecortada, contou-lhe sobre a morte de sua mãe.

 

—Quase lhe perder me fez parar e me dar conta de que é a qualidade de vida o que importa, não o tempo que viva.

 

Ele respirou fundo e exalou um suspiro.

—A verdadeira tragédia da vida de minha mãe era que ela era miserablemente infeliz durante sua curta estadia na terra. Eu posso te proteger até a velhice e fazer todos os dias de sua vida miseráveis, dentro de uma jaula de ouro, ou te posso dar a liberdade de desfrutar de cada minuto da liberdade.

 

ficou em silencio por um momento.

—Equivoquei-me, Índigo, sobre tantas coisas. Mary Beth, por exemplo. Só fica rezar que não seja muito tarde para que troque.

 

—vais deixar que estude Leis?

 

—terminei envolvendo às mulheres que amo no algodão—. Ele respirou fundo e exalou um suspiro.

 

—Tenho a ti, por exemplo. Quer saber que me deu a felicidade. No final, quando temos que dizer adeus, em nosso último momento, as lembranças são as únicas coisas que nos consolam.

 

Parecia como se tivesse aprendido da experiência pessoal. Indigo apertou a bochecha contra seu peito e escutou os golpes, rítmicos, fortes, de seu coração.

 

—Sério, não? Em realidade vais deixar que me ocupe da dinamite e estabelecer as cargas.

 

Apertou os braços ao redor dela.

—Carinho, sempre vou ser sobreprotector. Isso é parte de minha bagagem, assim como a necessidade de ser livre é parte da tua. Eu não me vejo feliz de pé a um lado enquanto você esgota com o trabalho. vamos ter que chegar a compromissos ambos para poder viver. Mas a dinamite é diferente. A menos que se sopre por acaso, não te fará mal sabendo como sabe dirigir a situação.

 

O coração Indigo se encheu de alegria.

—Tomarei cuidado, de verdade que o farei.

 

Ele riu entre dentes.

—É melhor que o faça. Já tomei uma decisão que vou estar a seu lado quando manipular o condenado material. Se te voar ao outro mundo, vou contigo.

 

Exceto pelo açoite do vento nos beirais fora da casa, um silêncio aprazível se esparcia ao redor deles. Envolta na felicidade, o sonho de Índigo cresceu e se deixou levar entre o sonho e a vigília. Ela piscou quando Jake despertou e brandamente se apartou e saiu da cama. Sem saber que Indigo estava acordada, Jake se transladou à janela. Não sabia por que, mas o som das rajadas de vento o levou. apertou-se contra o cristal e ficou na escuridão iluminada pela lua nas sombras cambiantes. Quando ficou olhando o tempo suficiente, as sombras pareciam tomar forma. Sabia que era sua imaginação, mas na distância, pareceu-lhe ouvir o uivo desesperado de um lobo no vento.

 

Com um sorriso tímido, levantou a folha e abriu todo o largo da janela. Desde seu matrimônio com o Indigo, acostumou-se a dormir no ar fresco da noite. Além disso, que dano podia fazer ao deixar a janela aberta?

 

No caso de.

 

Com lágrimas nos olhos, Indigo olhou ao Jake ali de pé ante a janela aberta, olhando para a noite.

 

Ela sabia o que estava passando por sua mente. Voltou a cabeça no travesseiro e escutava a canção do vento, cheia de alegria, porque Jake tinha chegado por fim um passo além do explicável, e poderia compartilhar a beleza dela com ele.

 

voltou-se para ela, seus olhos brilhavam como a prata na lua. Indigo se encontrou com seu olhar e deixou que tudo o que estava dentro dele, fluíra de saída. Um sorriso lento curvou sua boca à medida que avançava para ela. Ela sabia que ele escutou a mensagem, apesar de que não tinha falado, ao igual a ela ouviu o que lhe enviou.

 

Fosse ou não o espírito do Wolf, se na verdade ficou aqui neste lugar era uma pergunta que já não parecia importante. O lobo ficou em seu coração, e era suficiente sabê-lo. O que realmente importava era que Jake tinha chegado de algum jeito a aceitar essas coisas sobre ela que sempre tinha tido medo de compartilhar. A parte a Índia que a distinguia em um mundo hostil. Levantou os braços para ele, o conteúdo de uma maneira que nunca tinha sonhado que podia ser.

 

Quando Jake se moveu da janela, seu corpo cortou através da luz da lua e sua sombra caiu sobre a cama. Por um momento, Indigo foi tragada pela escuridão. Quando deu outro passo, a luz caiu sobre ela.

 

Indigo. Uma menina caprichosa feita de raios de lua que escutava canções no vento, uma garota que não parecia parte deste mundo, entretanto, absolutamente necessária para que fosse completo. uniu-se a ela na cama e tomou em seus braços, acariciando o momento, agradecendo a seus muitos deuses por esta segunda oportunidade. Sabia que era uma loucura, uma loucura, totalmente irracional, mas se ele chegava aos mil anos, sempre ia acreditar que ela tinha sido arrebatada das garras da morte e tirada de novo graças a ele e graças a um lobo leal, prata e negro, cujos uivos fazia a deriva sempre no vento da noite, uma parte intrínseca das montanhas e a luz da lua.

 

Índigo. Ela era de fato o presente mais prezado.

 

                                                                        Catherine Anderson

 

 

                                         

O melhor da literatura para todos os gostos e idades