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Era uma vez um homem bondoso e sábio, que viveu no oriente da Pérsia faz mais de três mil anos, que se propôs compreender os segredos que guardava a alma humana e descobriu os mistérios da vida.
Após se retirar para pensar em solidão e permanecer afastado do mundo durante dez anos, o bondoso sábio, cujo nome era Zaratustra, o Zoroastro, acreditou ter chegado o dia de abandonar sua reclusão, pois, certa noite em que olhava ensimesmado as estrelas, teve uma revelação e viu lá longe um grande resplendor que, mesmo durante alguns instantes, lhe permitiu descobrir duas colunas que sustinham o céu e a terra. Estavam muito distantes uma da outra, separadas e rodeadas pelo extenso vazio e ao lado de cada coluna, Zaratustra distinguiu as figuras dos deuses gémeos Ahura Mazda e Ahriman. Ah, exclamou Zaratustra, é aqui os dois pilares do mundo! ... Mas, antes de poder seguir falando, foi vencido pelo sono.
Na manhã seguinte, quando os primeiros raios de sol douravam a superfície do lago, as pontas dos galhos das arvores, a erva e o feno dos prados..., Zaratustra despertou de um sonho e, enquanto a claridade da aurora roçava seu rosto, sentiu que seu ânimo se renovava e, nesse instante, lembrou-se de ter visto os deuses gémeos, Ahura Mazda e Ahriman, e no mesmo instante abriu os olhos e concluiu que, na verdade, duas forças, dois únicos princípios governavam o mundo e o pensamento das pessoas; o Bem e o Mal.
Então, Zaratustra tomou a sábia decisão de abandonar sua reclusão e retornar e procurar a companhia de seus semelhantes. Devia partir imediatamente, recorrer as aldeias e pernoitar nas cidades. Todos os homens teriam notícias da sua visão e a todos que encontrasse em seu caminho lhes revelaria a existência do Bem e do Mal.
Assim falou Zaratustra, deixou escrito um notável filósofo alemão cujo nome todo o mundo conhece: Nietzsche. Com a alma em intempérie, Zaratustra falou desde a árvore da montanha e revelou o segredo do universo aos humanos:
Respeitais toda forma de vida:
para serdes livres.
Que neste mundo se uiva em paz.
sem medo.
Mantendes vossa promessa de não
declarar guerra aos que habitam o outro
lado da colina, ou em aldeias
longínquas, mais além das montanhas.
Não sujais os rios, nem os mares,
nem os oceanos.
Mostrais agradecimento para com a vossa
terra, os ventos e as brisas que limpam
vossos campos.
Palavras sabias de Zaratustra que não devem ser ignoradas pelos humanos e que recolhem o espírito do Avestã, o livro sagrado dos adoradores do fogo, onde estão contidos os cantos, chamados gathas, salmos ou recitações que compõe o melhor dos legados de todos os tempos.
Faz vários milénios que se escreveu o Avestá, diz-se que em peles de boi com letras de ouro. Mas os pergaminhos originais foram destruídos pelos conquistadores do Ira no século quatro antes da nossa era. O Avestá que se conserva hoje em dia, é uma interpretação daqueles originais antigos e foi composto em épocas posteriores, nos tempos dos sasánidas.
Segundo o relato sagrado, Zaratustra foi levado pelos anjos perante a presença do deus Ahura Mazda, também chamado Ormuz, que em a encarnação do bem, da bondade e da poesia de todos os conhecimentos do mundo. Zaratustra soube, então, que o deus Ahura Mazda era o Grande Sábio, pois tinha criado o sol, a lua e as estrelas. Mesmo assim, Zaratustra soube da existência de Ahriman, o deus maligno que a tudo destruía. Ahura Mazda e Ahriman eram irmãos gémeos, filhos do deus Zurvan, o qual morava no espaço infinito antes de que o tempo fora engolido pelo vazio.
O relato do mito narra que Zurvan prometeu entregar o trono do mundo ao filho que nascesse antes, mas que o malvado Ahriman se engenhou para rasgar o ventre de seu pai e sair ao mundo antes de seu irmão, Ahura Mazda. Porém, Zurvan descobriu que seu verdadeiro filho era Ahura Mazda, por isso lhe entregou um galho de oliveira em reconhecimento a sua primogenitura. Para não faltar com sua promessa, Zurvan deixou sua herança, em partes iguais, entre os dois irmãos. De forma que Ahura Mazda e Ahriman iniciaram juntos o governo do mundo.
Mas, após transcorrido um bom tempo e depois de Ahura Mazda ter criado primeiro o céu, logo a água e em continuação, a terra, as plantas e os animais ef finalmente, o homem, Ahriman, cujo nome significa o espírito destruidor, introduziu a obscuridade e as sombras infernais no mundo.
Assim pois, a luta do Bem contra o Mal tinha começado. Ahura Mazda, o deus do Bem, conta com a ajuda dos anjos bons, os arcanjos, os espíritos e santos imortais e também com o apoio do juiz protetor e guia das almas. Em contra partida, Ahriman, deus do Mal, tinha como aliados os anjos caídos, os demónios, os envenenadores e uma grande quantidade de génios do mal e seus maléficos que povoam o mundo. Ahura Mazda e Ahriman batalham sem trégua, lutam sem descanso.
Nada tinham em comum, nem seus pensamentos, nem seus desejos, nem sua vontade, nem seus projetos, Ahura Mazda havia criado o primeiro homem, e o primeiro sacerdote do fogo, mas Ahriman o envenenou e desde então, a morte, a destruição, o dano e o vício estão presentes no mundo. Até que, por fim, acontece uma batalha decisiva entre o arcanjo que serve ao Bem, e que luta em nome de Ahura Mazda, e o escravo do Mal, o demónio que obedece as ordens do malvado Ahriman. Decidida e absoluta a luz vencerá as trevas.
Mas, o desenlace deste enfrentamento decisivo se conhecera no final dos tempos, quando chegar a purificação e surgir um mundo no qual não haja lugar para o mal. Entretanto, as preces dos homens e das mulheres, a compaixão, a piedade, a humanidade, a misericórdia e toda classe de virtudes inclinaram a balança para o lado do Bem. Tudo isto, junto com as recitações dos cantos, os salmos} os gatha, de Zaratustra, acabará no triunfo definitivo do Bem sobre o Mal...Assim falou Zaratustra.
Mithra, deus persa da luz, havia nascido de uma rocha e emanava uma força e uma energia insuperáveis. Em certa ocasião lançou com tal potência uma flecha que perfurou a rocha e fez brotar agua em abundância. Logo, se enfrentou com um touro selvagem, ao qual domou e em seguida sacrificou, A lenda fala de como o sangue do touro serviu de alimento para que nascessem todas as criaturas.
Desde então, se considera o deus Míthra não só o criador dos seres vivos, como também o intercessor entre os mortais e os deuses superiores, pois seu fim primordial é salvar as almas dos homens e mulheres do mundo. Nas suas cavernas e grutas, as cavernas sagradas de Mithra, sacrificavam touros e se reuniam seus adoradores, os quais se faziam uma incisão em forma de “x” na fronte e praticavam os ritos de seus mistérios iniciãtícos para que o deus da luz fornecesse a todos os assistentes a maior felicidade terrestre.
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