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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


BEAUTY FRON ASHES / Harper Wylde e Quinn Arthurs
BEAUTY FRON ASHES / Harper Wylde e Quinn Arthurs

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Acasalada. A palavra ecoou na minha cabeça enquanto olhava para as sombras em movimento no teto. Eu sou uma fêmea acasalada. Quando Ciarán invadiu meus aposentos algumas semanas, achei que fosse para me rejeitar novamente. Para me dizer que não era suficiente. Em vez disso, meu orgulhoso e teimoso Celta se ajoelhou em prantos no chão e se desculpou. Para mim e meus ursos. Aparentemente, um pouco de coração para coração com Nix deu a ele um novo senso de propósito, e ele me disse que não existia nada que ele quisesse mais do que acasalar comigo, conosco, e formar a família que ele sempre quis. Em sua declaração inflexível, seu Púca se levantou e, juntos, eles mudaram para uma nova forma, um urso, para mostrar seu amor por mim e seu compromisso com nossa família e sua promessa. Choque e euforia guerreavam dentro de mim, mesmo quando ele me pegou em seus braços e me beijou até que eu derretesse. Ele me queria. Ele realmente me queria.
Nem tive a chance de agradecer a Nix antes de nossas vidas explodirem. Com o aparecimento de Tao como um Qilin e a chegada de um verdadeiro convite à guerra, nossas vidas foram uma emergência após a outra. Mas Ciarán fez sua mágica, remendando uma pequena cerimônia com nossos amigos e família para nós cinco. Agora estou deitada na cama, ouvindo meus ursos roncarem como motosserras, enquanto uma sensação de calor e paz absolutos tomam conta de mim. Isso era exatamente o que estava esperando.
— Não consegue dormir, ursinho? — O braço de Ciarán me envolveu, puxando-me contra ele enquanto eu chiava.
— Só pensando, — admiti com um suspiro, me aconchegando mais perto. O calor cresceu em meu corpo quando seu peito duro e nu esfregou contra minhas costas. O homem estava dilacerado e sabia como usar bem aquele corpo.
Ciarán me virou, inclinando minha cabeça para examinar meus olhos. — Você está se arrependendo? — Embora sua voz estivesse calma, podia ver o nervosismo em seus olhos, a forma como o verde jade pálido girava com sombras com o pensamento. Meu doce Púca. Ele colocou aquele escudo com todos os outros, escondendo o homem que ele realmente era. O homem doce, sexy e violento que estava envolto em camadas de falso humor, manipulação e estoicismo.
— Não, — o assegurei imediatamente, pressionando um beijo gentil em seus lábios. — Não, claro que não. Estava pensando em como estou feliz. Quanto devo a Nix por isso. — Eu nunca pararia de dever a ela por isso. Se tivesse formado o vínculo com meus ursos, não existiria maneira de adicionar Ciarán a isso. Eu teria vivido minha vida com uma peça faltando, tudo porque estávamos ambos presos por nossas próprias inseguranças para sermos honestos um com o outro e ter esperança de um futuro.
Ciarán passou a mão pelo meu cabelo, seus dedos brincando com os fios como se fossem a seda mais macia contra sua pele. — Ela te ama muito.
— Você também, — eu o lembrei. E ri quando um pensamento me ocorreu. — Você sabe, quando ela se acasalar com seus homens, vamos acabar como cunhadas.
Um sorriso brilhante varreu o rosto de Ciarán enquanto pensava nisso. — Acho que ela ficaria muito feliz com essa ideia. — Ele acariciou meu pescoço, beliscando suavemente enquanto eu prendia a respiração. — Faltam apenas algumas semanas para a cerimônia.
Murmurei minha concordância, mesmo enquanto ele tentava me distrair. — Ainda gostaria que ela tivesse concordado com uma cerimônia dupla, — disse a ele, minha voz rouca e ofegante enquanto ele traçava pequenos círculos em minhas costas, seus dedos mergulhando nas covinhas na base da minha espinha.
— Eu não. — Seus lábios encontraram os meus, sua língua disparando em minha boca para me provar, me consumindo antes que ele se afastasse para olhar nos meus olhos. — Hoje foi para nós, Serena, — ele ronronou, e meus ursos se mexeram, acordando e murmurando sua concordância com os sentimentos de Ciarán. — Para te mostrar o quanto te amamos, o quanto sempre te amaremos. Não importa o que aconteça, ursinho de pelúcia, não importa o que esta guerra traga, você é o raio de sol da minha vida. E tenho sorte de ter você. Todos nós temos.
O desespero bateu em mim com a ideia de perdê-lo, perder qualquer um deles, e fundi meus lábios nos dele novamente. Lentamente, outras mãos começaram a acariciar minhas costas, minha coxa, meu braço e sorri contra os lábios de Ciarán enquanto me afastava para olhar nos olhos de meus outros companheiros, Barrett, Donovan e Cayden.
— Eu amo todos vocês, — disse a eles com um sorriso enquanto me acariciavam.
Ciarán me jogou nos braços de meus ursos, fazendo-me gritar e rir. — Então vamos adorá-la, por todo o tempo que temos. — Definitivamente não fui tola o suficiente para dizer não a esse tipo de oferta, e os deixei me levar, o prazer lavando minhas preocupações enquanto todos nós nos exauríamos mais uma vez. Para esta noite, o futuro não importava. Para esta noite, não existia guerra, sem conspirações, sem deveres. Esta noite era para mim e meus companheiros, e iria aproveitar cada momento disso.

 


 


Um

NIX

Enviar às pessoas um convite para a morte levava o comportamento egocêntrico e passivo-agressivo a um extremo que nunca acreditei que existisse. Bati o cartão em relevo contra minha cabeça, recostando-me na cadeira enquanto olhava para a escrita elegante rabiscada no papel grosso.

— Você está pronta, querida? — Damien retumbou em meu ouvido, e inclinei minha cabeça para olhar para ele com um suspiro. Seus olhos escuros procuraram os meus, mas ele não empurrou, esperando que eu estendesse a mão para ele ao invés de rasgar minhas paredes mentais para cavar meus pensamentos e emoções.

Estendi minha mão, puxando-o para um beijo rápido. — Só esperando por você, — murmurei, antes de ficar de pé e colocar o cartão de lado. O nervosismo doeu em meu estômago enquanto Damien me conduzia da sala em direção à prisão que montamos.

Passaram-se duas semanas desde que nossa fortaleza foi invadida por Birdman que carregava este convite para nossa suposta morte para não mencionar jogar uma bomba em todos nós, alegando que eu era filha de Stepanov. Um arrepio percorreu minha pele, e minha Fênix gritou tanto sua negação da possibilidade quanto sua fúria pelo híbrido que invadiu nosso santuário.

Esperava que ele atacasse, com o veneno que ele usou em mim antes, mas ele simplesmente se acomodou em uma cadeira e esperou que lêssemos o convite antes de lidarmos com ele. Ele não lutou, não falou, simplesmente se permitiu ser amarrado e feito refém sem reclamar não que ele tivesse muito do que reclamar, na verdade. Não éramos cruéis como foram comigo. Theo colheu amostras de sangue e fez exames no shifter na tentativa de descobrir o que ele era, mas não torturamos o homem não precisávamos, não com Damien. Ou pelo menos foi o que acreditamos.

Damien tentou várias vezes pesquisar a mente do híbrido, questioná-lo, sem sucesso, para sua frustração. — Eu ainda não gosto disso, — Killian murmurou, dando um passo ao nosso lado enquanto caminhávamos.

— Nenhum de nós gosta, — Damien respondeu brevemente. — Mas ela é a única constante em sua mente. Se não consigo encontrar algo que possa usar como foco, não posso procurá-lo. — Uma careta percorreu seu rosto bonito, e acariciei meu braço.

— Ei, está tudo bem, — acalmei, estendendo minha outra mão para repetir o gesto em Killian, tentando confortar meus dois companheiros. — Vocês todos estarão lá, certo? — Eu os lembrei. — Nada vai acontecer.

— Eu não entendo a mente dele. — Os olhos de Damien estavam ligeiramente desfocados, embora seus pés nunca vacilassem em seu caminho. — É como se estivesse olhando para as mentes de várias pessoas ao mesmo tempo, e nenhuma delas é inteira ou estável. — Apertei sua mão, encorajando-o enquanto ele tentava resolver o problema. Theo, Ryder, Hiro e Joshua estavam esperando por nós do lado de fora das salas lacradas que serviam como nossa prisão, ofereci a eles um sorriso, não querendo interromper a linha de pensamento de Damien para cumprimentá-los.

— Então ele é louco. — Meu coelhinho não puxou nada, especialmente quando se tratava da segurança de sua família.

Damien fez um barulho com a garganta. — Não tenho certeza se ele é são, mas também não posso dizer que ele é louco.

— O que você quer dizer? — Theo perguntou, ajustando os óculos, mesmo enquanto ignorava a mecha de cabelo loiro escuro que caía sobre sua testa.

— Estava dentro da mente de Ishida, — Damien começou, esfregando sua têmpora. — Estive dentro da mente de outros depois que eles se despedaçaram. Isso é exatamente o que acontece eles realmente se estilhaçam, como um espelho contra uma pedra. Sua mente não é assim. Nunca experimentei nada parecido.

— Você quer dizer que ele é como Ciarán? — Ryder meditou, passando a mão pelos fios roxos de seu cabelo. E amei como a cor iluminou ao capturar a iluminação do teto, quase brilhando contra sua pele beijada pelo sol.

— Não. — Apesar da gravidade da situação, quase pude ouvir o não dito (Graças a Deus) no final da frase. — Ciarán estava cobrindo sua mente, escondendo-a, tentando se fazer parecer estúpido e sem foco, e usava a música e pensamentos racionais para agir como um disfarce para seu verdadeiro eu. É mais como ... — Ele nos considerou por um momento, procurando as palavras de que precisava. — É mais como se ele não tivesse um eu verdadeiro. — Damien se recostou na parede, deixando a madeira aguentar seu peso enquanto pensava. — Sempre posso sentir a alteração de uma pessoa em suas mentes, mas é um eco, não é uma presença real. Quando uma mente está despedaçada, é como mexer em pedaços. Sua mente não se parece com nada disso. É uma confusão de linhas borradas e bordas afiadas, todas juntas e combinadas em uma única entidade.

— Você pode me mostrar? — Os olhos azuis de Theo eram penetrantes.

Damien inclinou a cabeça. — Eu posso tentar. Não tenho certeza se posso passar a sensação completa, no entanto, — ele avisou.

— Apenas tente, — encorajei. — Talvez se eu puder entender um pouco melhor, isso vai me ajudar quando falar com ele.

Damien abriu nosso link e eu o senti empurrar uma impressão dele buscando a mente de Birdman em minha direção. Era uma visão de nosso complexo, dos edifícios de cima, e percebi. Deveria ter sido simples, um flash de mim mesmo, mas em um momento, entendi o que Damien quis dizer. E senti como se estivesse vendo através de uma tela mal filtrada, cada parte da imagem colorida e processada de forma ligeiramente diferente. Emoções me golpearam, nenhuma delas parecendo se conectar, e cada um desses fragmentos parecia desconectado, desconectado, mas ainda era claramente uma parte do todo.

Ryder praguejou, cambaleando ligeiramente, antes que Hiro o pegasse, mantendo-o firme em seus pés. Joshua estava ligeiramente pálido, estendendo a mão para se apoiar contra a parede. — O que diabos é isso? — Joshua sussurrou, seus olhos arregalados enquanto olhava para nós.

— É isso que você está olhando? — Questionei sem fôlego. — Toda a sua mente é assim?

A boca de Damien estava pressionada em uma linha fina. — Tudo. Não consigo nem chegar a tudo. Grande parte dela ainda está isolada, mas as partes que ele me deixou entrar? É tudo a mesma coisa.

— O que pode causar isso? — Killian perguntou, e até mesmo o celta robusto parecia um pouco doente, sua pele clara ligeiramente verde.

Theo suspirou, empurrando os óculos no nariz. — Pode até fazer sentido. — Todos os nossos olhos se voltaram para o Kraken. — Terminei todos os testes em que estou trabalhando. Eu ia repassar os resultados com você antes de entrarmos lá hoje, mas está vendo isso? Isso torna tudo um pouco mais claro.

Damien acenou com a mão para ele continuar e me puxou contra seu peito, aninhando sua cabeça no meu cabelo.

Theo olhou para todos nós por sua vez. — Ele é um híbrido.

— Nós já sabíamos disso, — Killian resmungou.

— Você não entende. As crianças? Eles são talvez dois tipos de shifters. Os tipos são forçados a se integrar, ao contrário de um acasalamento típico, mas ainda são dois tipos. Ele? — Theo balançou a cabeça. — Encontrei marcações para pelo menos oito tipos de shifters em seu DNA. Tipos ativos de shifters. — Seus olhos travaram com a mente quando ele acrescentou: — Incluindo um marcador aviário que só vi uma outra vez.

Eu congelo. — Ele é parte fênix?

— Não Fênix, — Theo me assegurou. — Mas seja qual for a linhagem de seu pai. Ainda não tive sorte em identificar isso.

— Mas você sabe que não é o Koschei de Stepanov, — indiquei. — Não corresponde ao que está no banco de dados.

— Eu só sei que o que ele doou para o banco de dados não corresponde, — Theo me lembrou gentilmente. — Ele poderia ter seus próprios motivos para não querer que seu material genético fosse catalogado e simplesmente forneceu material falso.

— Ele não é uma ave, no entanto, — Ryder argumentou, batendo a mão na parede. — Não entendo por que aquele cara, ou Stepanov, aliás, faria esse tipo de afirmação!

— Jogos mentais, — Killian respondeu friamente. — O que mais poderia ser? Ele sabia que iria foder com a cabeça da nossa garota como nada mais. — Killian não estava errado, e estremeci de novo, apesar do calor de Damien nas minhas costas. Eu já tinha me livrado de um pai assassino, apenas para ouvir que tinha outro. Foi como se estivesse amaldiçoada. Eu sabia que linhagens não definiam uma pessoa, mas eu ainda não queria ser relacionada a aquele cretino malvado.

— Ryder tem razão, — murmurei, puxando os braços de Damien mais apertados em torno de mim. — Ele é muito assustador, mas não é um pássaro.

Joshua estremeceu, esfregando a nuca. — Na verdade, isso não é verdade. — Todos nós congelamos, virando-nos ligeiramente para olhar para ele. — Ou pode não ser verdade, — acrescentou ele apressadamente. — É uma lenda antiga, você tem que cavar para descobrir, mas tem quem diga que um koschei pode assumir outra forma um pássaro. Meu pai mencionou isso uma vez. Stepanov mantém a lenda abafada, jura que é uma mentira, uma manipulação humana da lenda para tentar adicionar algo menos temível à sua espécie.

— Como a história de que basiliscos podem ser mortos por um galo cantando? — Ryder perguntou secamente, cutucando o lado de Joshua com o dedo. Joshua não se ofendeu, apenas assentiu.

Eu gemi, cedendo nas mãos de Damien, sabendo que minha Gárgula não me deixaria cair. — Vamos lidar com essa parte mais tarde, — implorei, descansando minha cabeça contra ele.

— O que mais você aprendeu sobre o prisioneiro? — Damien perguntou a Theo, pressionando seus lábios suavemente contra minha cabeça.

Theo fez uma careta. — Ele é uma mistura de shifters aviários e reptilianos que mudam em direção às áreas venenosas, embora nada tão raro quanto os basiliscos. Não posso garantir quais características ele ganhou de cada um, apenas que você precisa ser cauteloso.

— Vou monitorar sua mente tanto quanto puder. Se nada mais, espero poder pelo menos descobrir se ele está nos dizendo a verdade. — Damien não parecia esperançoso e acariciei seu braço para me tranquilizar. — Mantenha seus olhos abertos. Ele não tentou nada, mas é do Conselho. Eu ainda não fui capaz de descobrir por que eles o sacrificariam sem motivo. — Os outros assentiram bruscamente, seus olhos alertas.

Engoli em seco e tentei um sorriso que sabia que estava trêmulo nas bordas. — Bem, vamos ver se podemos resolver isso de um pássaro para outro. — Damien me soltou suavemente enquanto Joshua abria a porta selada, permitindo a nossa entrada.

A sala para a qual ele nos indicou era fria, e a escassa mobília estava presa às paredes de blocos de concreto escuro presumi que fosse para que nada pudesse ser usado como arma. O homem que passei a chamar de Homem-Pássaro desde meu tempo em cativeiro estava preso em um berço do tamanho de uma cama de solteiro, embora as amarrações presas entre seus pulsos e a parede lhe dessem alguma liberdade de movimento, o suficiente para que ele pudesse alcance o vaso sanitário e a pia no canto e tenha alguma flexibilidade na maneira como se sentava ou dormia na cama sem se machucar. Mesmo aqui, ele permaneceu na mudança parcial de que me lembrava, com uma cauda de penas intercaladas com escamas em tons de joias que se destacavam na luz fraca, refletindo contra o tecido pálido da roupa que ele usaria. Damien entrou primeiro, mas os olhos de Birdman não se voltaram para ele até que cruzei a soleira em seu caminho.

Eles estavam escuros e profundos quando me pegaram em suas profundezas e, embora possa ter sido um truque da luz, seus ombros pareceram relaxar um pouco, mesmo enquanto meus companheiros entravam na sala, mantendo uma parede de corpos entre nós.

— Olá. — Estremeci quando a palavra saiu, mas não tinha certeza de como saudar um prisioneiro. O interrogatório 101 não era exatamente oferecido na faculdade, e não fomos tão longe com meu treinamento de rebelião. Ryder fez um barulho com a garganta e tinha certeza de que ele engoliu uma risada.

Birdman piscou para mim, o movimento lento, antes de inclinar a cabeça. — Olá, Nix. — Minha Fênix sibilou para ele, embora surpreendentemente ela não estivesse me pressionando para atacar da maneira que eu esperava.

— Qual o seu nome?

Ele encolheu os ombros. — Se os membros do conselho quisessem me chamar de alguma coisa quando estávamos perto de outras pessoas, ocasionalmente me chamavam de Mordred. Normalmente, eles não precisam usar um nome, então eles não me chamam de nada.

Verdade. A voz de Damien escapou de nosso link mental. Isso é mais do que ele nos disse desde que chegou aqui. Você está indo bem, querida.

Passei meus braços na minha barriga enquanto o estudava. — Isso parece solitário. — Droga, Birdman parecia um nome melhor do que esse. Quando ele não respondeu, tentei novamente. — Por que você quer falar comigo?

— Você me interessa. — Eu podia sentir meus companheiros tensos com sua admissão antes que eles se posicionassem na minha frente.

Eu não acho que ele está atraído por ela, Damien rosnou, mas havia hesitação em seu tom. É mais ... curiosidade? Eu nem sei se isso está certo.

— Por quê?

— Você cheira como eu. — Ele encolheu os ombros com indiferença e mexeu a roupa de cama para ter algo para fazer. Abri minha boca por um segundo, então fechei novamente, sem saber o que dizer. — Eu não percebi no começo, — ele continuou quando só pude olhar para ele. — É por isso que não consegui ficar longe de você. Você não respondeu da maneira que esperava, o que foi interessante o suficiente, mas você cheirava diferente. Então percebi que você cheirava como eu.

— O marcador que você compartilha, — Theo explicou suavemente. — Seu olfato é forte o suficiente para captar uma conexão familiar minuciosa?

Mordred não respondeu, apenas me olhou fixamente.

Repita sua pergunta, Damien instruiu. Eu podia sentir meu rosto se contrair em confusão, mas obedeci, repetindo a pergunta de Theo.

Mordred inclinou a cabeça. — Sim. É uma das coisas para as quais fui criado.

Então ele só vai responder a ela, Hiro imaginou. Isso vai ficar complicado.

Pergunte por que ele veio, Killian exigiu. Porque diabos ele ficou.

— Por que você trouxe o convite para nós? — Mudei ligeiramente, sentindo a mão quente de Killian contra minhas costas, oferecendo apoio e encorajamento.

— Porque fui ordenado a fazê-lo.

Verdade. A voz mental de Damien era corajosa, como se ele estivesse se esforçando. Sua mente é tão difícil de classificar, mas posso obter verdades e mentiras básicas.

— Mas por que ficar? — Pressionei, meus olhos não deixando os seus olhos cinzentos. — Você não tentou atacar nenhum de nós. Você não fugiu. Você apenas ... ficou. Por quê?

— Recebi ordem de entregar a carta. Não fui mandado voltar. Não fui ordenado a matar ninguém. — Ele ergueu um ombro ligeiramente. — Eu não queria voltar. Então não fiz.

Verdade ou mentira? Theo perguntou, seu tom mental agudo.

A primeira parte foi uma verdade, eu acho. Damien não parecia certo. Eu simplesmente não entendo. A segunda parte ... é mais fluida. Ele não quer voltar, mas também não acho que queira ficar. Não entendo.

— Se você não quer voltar, o que você quer? — Questionei, sabendo que precisávamos da verdade.

— Socorro. — A palavra foi quase arrancada de sua garganta quando ele pressionou a mão na cabeça, suas correntes chacoalhando e seus ombros arqueando como se ele tivesse levado um golpe forte.

— Socorro? — Repeti, olhando rapidamente para meus companheiros.

— Para te ajudar e ter você me ajudando. — Seus olhos insondáveis brilharam quando olharam para os meus, seus ombros ainda curvados longe de qualquer dor que cortou em sua mente. — Irmã.

 


DOIS

NIX

Quase tropecei. E provavelmente teria se não fosse pelos braços sólidos de Killian me envolvendo, me segurando com força no lugar, o calor de seu peito pressionando firmemente contra minhas costas. O choque foi rapidamente substituído por raiva.

— Ok, as pessoas realmente precisam parar de me reivindicar como família! — Joguei meus braços para o ar, tentando avançar para olhar para o homem misterioso que me estudava solenemente, avaliando cada movimento meu enquanto eu fervia. — Primeiro Stepanov envia aquela carta afirmando que sou filha dele, depois você afirma que sou sua irmã. O suficiente!

— Calma, menina Annie. — O aperto de Killian aumentou, a única coisa me impedindo de avançar enquanto a fúria surgia em minhas veias. — É meu trabalho entrar em fúria, lembra? — ele ronronou em meu ouvido, e um pequeno arrepio percorreu minha pele, distraindo-me da raiva cega que me arranhou.

Eu sabia que o rubor em minhas bochechas não era apenas de raiva agora, vergonha e um pouco de calor fluiu na mistura quando Hiro e Joshua acariciaram gentilmente, encorajando as mãos pelos braços que Killian ainda segurava preso em meu corpo trêmulo. Respirei profundamente, recostando-me em seu toque enquanto tentava acalmar a ira dentro de mim no momento.

— Interessante. — Com o seu comentário suave, minha Fênix sibilou, e queria ficar com raiva de novo, embora conseguisse morder minha língua e respirar através dela.

É isso, querida, Damien murmurou. Você está indo bem. Eu queria bufar. Quase pular para frente para acertá-lo não se qualificou exatamente como um bom desempenho, mas foi um acerto a mais.

— Para ser justo, irmã pode não ser mais o termo técnico, — disse Birdman. — Eu posso sentir o cheiro do relacionamento familiar. No entanto, como minha genealogia é complicada neste ponto, se você preferir primo ou outro termo, por favor, use-o. — Ele levantou um ombro em um encolher de ombros acentuado.

— Você está sentindo o cheiro da relação? — Theo perguntou bruscamente, seus olhos azuis agora focados.

Com a recusa de Birdman em responder, suspirei, cansada do jogo que estávamos jogando. — Estes são meus amigos, você pode tratar as perguntas deles como se fossem minhas.

Ele a encarou, mas finalmente concordou com um leve movimento da cabeça, e Theo repetiu a pergunta.

Prendemos a respiração, esperando até que Birdman, Mordred, me corrigi com um estremecimento assentiu e começou a responder. — Sim. Meu olfato é muito superior até mesmo ao dele. — Ele indicou Hiro com um aceno negligente, suas correntes tilintando a cada movimento. — Eu conheço meu próprio cheiro. Eu podia sentir o mesmo cheiro em Stepanov.

— Como você pode saber que não é apenas por estar perto de você? — Theo desafiou. — Ou por ser o mesmo tipo de metamorfo?

Mordred arqueou uma sobrancelha, ficando tenso ao sentar-se na cama. — Como você pode explicar a maneira como manipula a água? Ou como você sabia que poderia respirar embaixo dela em vez de se afogar? Sua habilidade é um conhecimento por si só, Kraken. Algumas coisas eu simplesmente sei. Outras não. Por exemplo, se conhecesse seu cheiro, talvez não o conhecesse como um kraken mas assim que descobrisse o que era um kraken, poderia identificá-lo. Assim que conheci sua família, pude identificar que você compartilhava sangue.

A contragosto, Theo inclinou a cabeça em aceitação quando Damien murmurou, Verdade.

— Então ele é meu pai. — As palavras saíram mais fortes do que esperava, embora não pudesse ter certeza de quanto tempo essa força duraria. Os olhos cinzentos de Mordred estavam claros quando ele olhou para mim, mas seu olhar estava vazio e frio como gelo.

— Você cheira como ele, — afirmou simplesmente.

— Então por que ele te mandou aqui? — Joshua desafiou. — Você é obviamente um híbrido, o que significa que você deve saber sobre seu programa de reprodução distorcido. Você sabe sobre sua conexão com Nix. Parece que você vale mais para nós do que para ele apenas para obter informações. Por que ele enviaria você?

Mordred inspecionou suas amarras. — Porque ele acredita que vai vencer, e meu conhecimento se mostrará tão inútil para você quanto sou agora para ele. — Sua resposta foi plana, sem emoção para colorir, e tão simples como se lesse um bloco de notas.

Mas isso foi uma revelação por si só? Ele estava lendo um roteiro para nós? Um pobre ator recitando as falas que o Conselho o alimentou?

— O programa de reprodução foi paralisado por esta guerra que você incitou. — Ele dobrou os joelhos e descansou os pulsos em cima, e de alguma forma, ele parecia exatamente o prisioneiro que era. Preso. Confinado. — Mesmo depois de terminar, se o Conselho vencer, como eles têm certeza que irão, levará anos para reconstruir seus números e garantir seu poder. A atenção deles precisará permanecer focada em outras coisas. Ele não está mais escondendo seu relacionamento com Nix, então meu conhecimento de tal relacionamento não afeta seus planos.

— Dane-se, — cuspiu Killian. — Estou mais interessado no que você quer dela. Você pode falar o quanto quiser sobre o Conselho depois talvez seja uma mentira, talvez não. O que você está tentando tirar disso? Afinal, é isso que significa. Seus braços ainda estavam em volta de mim, me protegendo tanto quanto me contendo, e estendi a mão para acariciar suavemente meu Púca. Eu sabia que ele odiava isso, odiava ter-me perto de alguém que ele considerava uma ameaça para nós e nosso vínculo, nossa família.

— É simples, realmente. — Mordred olhou para nós, mortalmente sério. — Eu quero mudar.

— Você quer se juntar à rebelião? — Ryder zombou.

Mordred arqueou uma sobrancelha. — Não. — Seu tom esfriou ligeiramente. Aparentemente, ele sentiu algo, afinal. — Por que eu seguiria sua rebelião?

— Você não quer voltar para o Conselho, mas também não quer se juntar a nós. Você claramente não pode se juntar aos humanos. — Joshua acenou com a mão em direção às pequenas manchas de penas e escamas que decoravam pedaços visíveis de sua pele.

— Ouvi boatos sobre alguns de seus membros da rebelião. — Mordred não se preocupou em responder a Joshua. — Que existem alguns que gostariam de ver tudo que eles são arrancados.

Minha Fênix soltou um grito áspero, instintivamente recuando do que estava dizendo. — Você quer seu alter despojado?

Os olhos de Mordred eram penetrantes enquanto me examinavam, e ele mudou-se para a beira da cama. Seus pés estavam apoiados no chão e suas mãos descansavam roboticamente em seu colo. Os caras ficaram tensos e relaxaram quando ele não fez outro movimento.

— Eu cresci naquele laboratório. E fui o experimento favorito deles por muitos anos, aquele que sobreviveu. Que conseguiu tirar tudo que me foi dado e ainda desenvolver. Com o tempo, passei de um experimento a um ... — Ele fez uma pausa, procurando um termo. — Soldado de infantaria, você poderia dizer. Raramente saía do laboratório, mas, quando saía, era para tarefas curtas e específicas, pois minhas mutações não podiam ser ocultadas por mais do que algumas horas, no máximo. Eu não era o resultado final que eles queriam, nem o sucesso de que precisavam. Eu fui simplesmente útil, uma curiosidade, um grunhido, um menino chicoteador.

Lágrimas queimaram meus olhos e meu peito doeu com a imagem que ele pintou um menino pobre e abusado que foi torturado e manipulado. Nosso passado pode ter sido muito diferente, mas havia um tema comum entre nós, e foi o suficiente para me suavizar um pouco.

Ele inclinou a cabeça, me estudando. — Mais uma vez, você chora por alguém que não é você. Você já fez isso antes. Não estou triste com meu passado. É simplesmente o que era. — Ele encolheu os ombros como se o mundo de dor que experimentou não tivesse consequências. — O que quero é me livrar dos outros seres dentro de mim. Eles estão errados, são estrangeiros e não pertencem. Direi o que puder, mas não espere revelações sobre isso. — Essas palavras foram um aviso claro. — Não sou a chave para revelar seus segredos. Se é isso que você espera em troca por remover minha maldição, você não vai conseguir. Ele olhou para cada um de nós por sua vez, certificando-se de que entendíamos a verdade por trás de suas palavras. — Posso, no entanto, fornecer algumas informações sobre o programa sobre o qual você parece ansiosa para saber mais.

Seus olhos se voltaram para Theo, que assentiu ligeiramente antes de Mordred continuar.

— Se você concordar em arrancar o que não pertence, direi o que sei, mas eu não sabia de seus segredos, não fazia parte do círculo deles. Não sou uma arma para ajudá-lo a vencer sua guerra é por isso que eles me enviaram. Sou apenas mais um peão que estão varrendo de seu barco. Eu era confiável o suficiente, considerado leal o suficiente, para fazer esse trabalho sem falhar, sem correr ou virar, e aceitar meu destino. Essa é a razão pela qual fui escolhido.

Verdade. A voz mental de Damien soou com pura fúria, embora seu rosto mostrasse emoção enquanto ouvia.

— Se você não quiser fazer parte da rebelião, não terá permissão para ficar dentro de nossas paredes. — Damien não era cruel, mas era firme. — Não podemos ter ninguém aqui que possa acabar sendo um risco, e saber que sua lealdade não é conosco significa que não podemos lhe conceder refúgio.

Ryder pigarreou. — Na verdade, podemos ter um problema diferente. — Todos os olhos se voltaram para ele enquanto sua mão puxava a bainha de sua camisa. — Se você está escolhendo ter seus poderes removidos, eu não tenho um problema com isso. Tivemos alguns híbridos que já perguntaram sobre isso.

Meus pensamentos voaram para as crianças híbridas. Havia alguns que não tinham controle sobre seus poderes e se sentiam deslocados, apesar da camaradagem das outras crianças e das pessoas afetuosas agindo como seus cuidadores.

— No entanto, — Ryder continuou, — ao contrário de despir um shifter regular, nós simplesmente não sabemos o que você fará como um híbrido. Você tem DNA de oito espécies e, se estou entendendo as coisas corretamente, você se conecta mentalmente com algumas delas. — Mordred inclinou a cabeça em concordância. — Remover o alter de um shifter geralmente é debilitante, remover os alteres de um híbrido, muito menos um híbrido como você com tantos ... envolve muito risco. Você está arriscando a dor física, mas também está correndo o risco da verdadeira insanidade, assim como da morte. Os olhos de Ryder, geralmente tão brilhantes, tão cheios de diversão, estavam sérios agora enquanto observava Mordred. — Existe uma razão pela qual não fiz esta opção viável para os híbridos sob nossos cuidados.

Mordred apenas encolheu os ombros. — Vida como sou. Mente como sou. Qual é a diferença? — Um arrepio passou por mim com sua atitude blasé. — Se isso funcionar, serei humano. Devo viver em seu mundo. Se não funcionar, estarei morto e o problema será resolvido. Todas as festas são felizes então, sim? — Vários de meus companheiros assobiaram, e sabia que estavam tão chocados quanto eu estava em sua simples aceitação de sua própria morte possível.

— Se isso é o que você quer, então vou te conceder a opção, — Damien disse lentamente, mesmo enquanto parte de mim se rebelava com a ideia de potencialmente matar alguém.

Eu posso ser a líder da Facção Opala, mas a ideia de despir shifters não caiu bem para mim. Em meu curto tempo como líder de facção, fiz um progresso considerável defendendo a escolha em relação a este mesmo tópico apenas shifters que pedissem pelo serviço seriam dispensados. Além de alguns radicais, a maior parte da minha facção parecia razoável. Ainda assim, era difícil para mim realmente envolver minha cabeça em realmente destruir um alter. Minha Fênix guinchou ansiosamente na minha cabeça enquanto eu reprimia minha objeção.

Foi escolha de Mordred, e pude entender. Além disso, precisava lembrar que estávamos em uma guerra, à qual nem todos sobreviveriam. Esse perigo empalideceu em comparação com o que estávamos prestes a enfrentar.

— Por enquanto, vou pedir que você pense em qualquer coisa que possa ser útil para nós. Será mais rápido compartilhar as informações mentalmente enquanto Ryder se prepara. — Damien e Mordred se olharam enquanto Ryder e Theo desapareciam da sala, reunindo tudo o que precisavam para seguir em frente com a remoção de seus poderes.

— Você está bem? — Killian sussurrou em meu ouvido, beijando a pele macia atrás dela suavemente.

— Você não tem que ficar para esta parte, — Hiro acrescentou, sua voz tão baixa quanto. — Nós seremos capazes de lidar com isso.

— Está tudo bem. — Eu sorri, vendo a forma como seus olhos suavizaram enquanto procuravam meu rosto. Hiro não precisava de habilidades de leitura de mente para me ler, ele só precisava da minha linguagem corporal. — Eu quero. Eu preciso saber o que acontece, — admiti.

Demorou apenas alguns minutos para Theo e Ryder retornarem com um kit e um balde entre eles, enquanto Damien e Mordred continuaram seu olhar silencioso. — Você está pronto? — Ryder perguntou, as linhas ao redor de seus olhos apertadas. Eu sabia que ele não gostaria disso, meu gentil homem. Ele queria salvar pessoas, não as ferir.

— Estou pronto, — respondeu Mordred calmamente.

— Nós vamos precisar amarrar você, — Theo disse a ele. Ele indicou o balde, que agora percebi que continha água. — Eu sei que suas correntes prendem você agora, mas com o que estamos prestes a fazer, prefiro ter restrições adicionais.

— Por favor — concordou Mordred, seus olhos assustadoramente vazios rastreando seus movimentos. — O que você precisar. — Ele reclinou-se na cama, a cabeça apoiada no travesseiro, as correntes em seus pulsos soltas enquanto esperava pacientemente pelo que Theo e Ryder planejaram.

Isso é algum tipo de armadilha? Ryder perguntou com cautela.

Acho que não, Damien respondeu. Ele abriu sua mente para mim tanto quanto pôde, talvez até mais do que pretendia. Ele realmente parece desejar se tornar humano. Embora eu manteria os olhos nele quando ele estiver se isso realmente funcionar. A última parte parecia ser uma reflexão tardia.

A água subiu rapidamente, solidificando-se em grossas barras de gelo que prendiam as mãos e pernas de Mordred à cama antes que Theo e Ryder se aproximassem com o que quer que estivesse na seringa de Ryder.

— Como curandeiro, quero perguntar a você novamente, — Ryder disse. — Existe uma chance significativa de isso te matar ou te deixar louco. Tem certeza de que está disposto a correr esse risco?

Meu coração estava partido por Ryder, e sabia que isso o mataria se Mordred morresse sob seus cuidados, apesar do fato de que ele não era um dos nossos e ainda era tecnicamente nosso inimigo. Ryder era um curandeiro por completo, e eu nunca quis que isso mudasse.

— Estou.

— Então prossiga, — Damien declarou, recuando para se juntar a nós enquanto Theo e Ryder se posicionavam em cada lado de Mordred. Meus outros companheiros se fecharam em torno de mim, seus ombros tensos enquanto assistiam. Se funcionasse, poderia oferecer às crianças aqui que fizeram experiências em uma vida diferente mas isso dependia do custo. A injeção foi suave e simples quando Ryder e Theo se afastaram, permitindo que o veneno se infiltrasse em suas veias. Eu não tinha visto isso funcionar antes e não tinha ideia do que estava esperando. Demorou alguns minutos? Horas? A partir de seus olhos vigilantes, claramente não era algo que demorasse dias. Mordred permaneceu calmo e quieto, apenas respirando como se planejasse tirar uma soneca onde se deitara na cama.

Me virei para Damien, minha boca se abrindo para perguntar, quando um grito rasgou pela sala, ecoando no teto. E quase caí, a dor no som assombrando quando saiu dele novamente, suas costas arqueando para fora da cama. Ele gritou pela terceira vez, tão alto que tinha certeza de que sua garganta iria rasgar, quando ele jogou a cabeça no colchão, seus olhos vazios fixos no teto.

— O que está acontecendo? — Eu perguntei, enquanto Killian e Joshua me prendiam.

Ryder e Theo pularam para frente, segurando-o enquanto ele se debatia e uivava. Uma linha de sangue escorria de sua orelha, uma única linha carmesim caindo para pousar no lençol branco.

— É o veneno — respondeu Joshua severamente. — É sempre doloroso, mas isso ...— Ele balançou a cabeça, sua própria capa dourada enquanto observava, sua mão procurando a minha em conforto. Estremeci, incapaz de desviar o olhar, mesmo enquanto minha mente gritava para me virar, para me esconder de seu sofrimento. Podem ter se passado minutos, embora pareceram semanas, quando os gritos diminuíram para choramingos e ele caiu inerte na cama. Sua pele estava cinza, brilhando de suor, e ele ficou quieto enquanto sua cabeça pendia para o lado. Ryder se esforçou para encontrar qualquer sinal de vida, curvando a cabeça para ouvir por um momento enquanto seus dedos procuravam o pulso de Mordred. A sala estava dolorosamente silenciosa enquanto esperávamos.

— Ele está vivo, — Ryder sussurrou, seu olhar levantando para encontrar o meu. — Agora é só esperar até que ele acorde.

Eu caí, mas os reflexos rápidos de Killian me impediram de bater no chão enquanto ele me pegava. — Vamos, — ele rosnou. — Você fez sua parte. Mais do que sua parte. Você vai comer e descansar.

— Vamos atualizá-la quando soubermos de alguma coisa. — Theo sorriu suavemente, enquanto puxava as restrições de gelo de Mordred. — Killian está certo. Você precisa descansar.

— Tudo bem, — suspirei. — Mas não quero treinar mais esta noite.

Hiro riu, levando Killian e eu da sala e pelo corredor, de volta ao saguão para que pudéssemos ir para casa. — Agora, isso não é nada legal. Acho que vou adicionar essa atitude à minha conta. — Seus olhos escuros eram calorosos quando encontraram os meus, um sorriso malicioso em seus lábios. — E estou contando, querida, então tenho certeza que posso descobrir algo que podemos fazer para ajudar a distrair você e desestressar.

A promessa impertinente em seu sorriso me fez mudar nos braços de Killian, meu dia iluminando. Oh, gostei de onde isso estava indo. — Promessas, promessas, — rosnei, e seus olhos brilharam.

— São dois, — Hiro respondeu, começando a arregaçar as mangas. — Killian, vamos voltar para nossa cabana. Estou pensando que nossa companheira aqui quer que eu conte até três.

 


TRÊS

NIX

O som de risadas era uma grande diferença dos gritos de dor de Mordred que ainda ecoavam na minha cabeça. Sorri enquanto observava Emersyn correr e brincar com as outras crianças híbridas, seus gritos de alegria deixando meu coração pesado um pouco mais leve. O sol pairava acima do horizonte, brilhando na neve que finalmente havia parado de cair. Eu queria ver a grama de novo, pendurar minha jaqueta e sentir o sol em minha pele, e não pude deixar de imaginar como seria o verão que se aproximava para todos nós. Como seria o mundo shifter depois que a guerra acabasse, e mais importante, ainda estaríamos vivos para testemunhar isso?

— Você tem aquele pequeno vinco na testa que surge quando você pensa muito sobre algo, — observou Killian com uma pitada de provocação por trás de sua voz rouca. Eu levei um minuto para suspirar enquanto nós dois assistíamos Ryder fazer um péssimo trabalho de esconder das crianças em um jogo de esconde-esconde. Desde que voltamos para casa da nossa briga com Ishida, ele estava diferente. Feliz, apesar de tudo o que aconteceu. Ele podia ver sua irmã, Ally, nos olhos de Emersyn, e isso curou um pedaço dele que estava quebrado desde que ela foi levada.

— Não consigo parar de pensar em ... Deus, em tudo. — Soprei em minhas mãos frias para aquecer meus dedos congelados antes de liberar outra onda de calor. Ele caiu sobre nós como um cobertor aconchegante, afastando o frio.

— É sobre o seu irmão? — Killian perguntou com uma carranca no rosto. Ele não escondeu sua antipatia pelo Homem-Pássaro e, honestamente, eu não poderia culpá-lo. Por mais que os testes dissessem que havia uma ligação genética entre nós, ele não se sentia alguém importante para mim. Eu tinha uma família, a que escolhi, e isso era mais forte do que compartilhar uma linha de sangue.

— Sim ... não ... talvez um pouco, — admiti, sem ter certeza de como colocar minhas emoções tumultuadas em palavras.

— Só podemos nos concentrar em um dia de cada vez, — Hiro me lembrou, enquanto usava seu poder para cultivar alguns brotos verdes na camada de neve para se divertir. Tive a sensação de que meu Kitsune estava tão cansado da neve quanto eu.

— É mais fácil falar do que fazer. — Eu dei a ele um sorriso fraco antes de me virar para assistir Ryder desaparecer na esquina, apenas para trotar de volta em sua forma de Ceraptor, fazendo as crianças aplaudirem. Emersyn amava especialmente vê-lo em sua forma alterada, e eu sempre me divertia quando ela o chamava de unicórnio, embora ela ficasse triste com a falta de cores do arco-íris. Juntos, fizemos acessórios de arco-íris que ela gostava de prender em sua crina, tornando-o o que ela chamou de um 'pônei bonito'. Felizmente, Ryder nunca se importou, simplesmente feliz em ver o sorriso da menina.

— Ok, então vamos resolver um problema de cada vez. — Hiro entrelaçou nossos dedos e me deu um pequeno puxão, sacudindo a cabeça em direção à nossa cabana. Acenei para Ryder, que agora estava dando passeios de pônei para as crianças. Seu casaco aveludado brilhava de ônix contra a neve cristalina e ele relinchou para mim antes de sair trotando como um cavalo de adestramento, exibindo-se para as crianças.

Killian nos seguiu até que estivéssemos de volta em nossa casa temporária. Inclinando-me perto da lareira, aqueci as mãos e joguei uma bola nas toras, feliz quando elas pegaram fogo e estalaram bem. Acomodei-me no sofá e observei as chamas dançantes antes de olhar para as janelas pitorescas de cada lado, que exibiam a paisagem de neve.

Tirei meu casaco de inverno enquanto Hiro estava na frente do fogo, aquecendo as mãos. — Tudo bem, — ele começou, girando nos calcanhares para me encarar. — O que está te incomodando mais?

— É difícil escolher apenas um. — Eu coloquei minha jaqueta de lado, enrolei minhas pernas no sofá e inclinei-me em Killian, quadro quente. Ele estava vestindo uma camisa cor de vinho de manga comprida que se estendia sobre seus bíceps grossos. A cor combinava com seu cabelo vermelho escuro e pele clara. O cheiro de trevos e magia ondulou ao meu redor, e eu respirei profundamente, deixando isso acalmar meus nervos. O braço de Killian cruzou as costas do sofá atrás de mim enquanto eu me aninhava ao seu lado. — Mas eu acho que se eu tivesse que começar por algum lugar ...— Parei enquanto reunia meus pensamentos e decidia por onde começar. — Temos muito mais com que nos preocupar agora que Emersyn está em nossas vidas. Precisamos fazer provisões para ela no caso ... — Minhas palavras caíram pela segunda vez quando minha língua se recusou a formar o resto da frase.

— Caso algo aconteça conosco? — Uma sobrancelha escura se ergueu atrás dos óculos de aro escuro de Hiro enquanto ele adivinhava a direção dos meus pensamentos. Eu tive que dar a ele, mesmo sem Damien presente, ele sempre parecia saber o que eu estava pensando. Nós éramos tão conectados.

— Sim. É uma preocupação real. — Eu torci minhas mãos enquanto pensava nisso. Embora tecnicamente Emersyn estivesse sob os cuidados de Ryder como seu único parente vivo, ela passava muito tempo com Angela, a mãe de Theo e Molly, e se apegou a ela imediatamente, dada sua personalidade suave e modos maternais. Com todos nós sete morando em uma cabana, o espaço era limitado e era difícil adicionar uma criança de seis anos à mistura. Embora fosse doce como o inferno ver os caras se amontoarem no sofá, namoradeira e camas improvisadas no chão para que Emersyn pudesse ter seu próprio quarto, isso cobrou um preço depois de algumas noites e os resmungos durante nossas sessões de treinamento os músculos doloridos e as costas doloridas nos fizeram reconsiderar nossas condições de vida enquanto nos preparávamos para a guerra. Quando Angela interveio e insistiu que ela levasse Emersyn à noite, nenhum de nós reclamou. Eu pensei que os caras se sentiam egoístas por terem gostado de me ter só para eles de novo, mas a verdade era que logo estaríamos acasalados e precisávamos da capacidade de ficar juntos sem olhinhos observando cada movimento nosso. — Felizmente, Emersyn ama Ângela. Não sei a logística de famílias extensas em acasalamentos como o nosso, mas ela é quase como uma avó para Emy. Seria egoísmo pedir a ela para criar Emersyn se algo acontecesse conosco?

— Não vejo por que não, mas isso é algo que devemos discutir com Ryder. Eu sei que ele ficará grato por você estar pensando sobre a logística que nenhum de nós quer ponderar. Acho que todos nós já passamos por dificuldades o suficiente para saber que precisamos nos preparar para o pior enquanto esperamos o melhor, — Hiro raciocinou enquanto se sentava na mesa de centro na minha frente, se inclinou para frente, apoiou os braços seus joelhos vestidos de jeans e cruzou as mãos. — Se ele for receptivo, abordaremos Ângela com a ideia.

A respiração que soltei tirou um pouco da minha tensão com ela, e Killian deslizou seu braço do sofá até meus ombros e apertou levemente, me emprestando seu apoio. — Obrigado. Não tenho estômago para pensar em algo acontecendo com ela. Já estive em lares adotivos suficientes e ... — Minha voz falhou. — Eu nunca quis isso para ela.

A raiva de Killian era palpável, mas não era dirigida a mim. Era tudo voltado para o meu passado e a merda que vivi. Ele enfiou o nariz no meu cabelo e inalou profundamente, se acalmando com a minha fragrância e o formigamento da nossa magia misturada. — Faremos as provisões, mas não vamos precisar delas no final. Vamos vencer e viver felizes para sempre, porra, — ele rosnou como se pudesse forçar esse resultado apenas por pura vontade.

Inclinei minha cabeça e beijei o maxilar de Killian. — Eu sei que vamos, mas não vou descansar até saber que tudo está em ordem.

— É uma jogada inteligente, — Hiro concordou gentilmente de seu lugar na minha frente. — Mas eu concordo com Killian. Destruiremos o resto do Conselho e depois iremos para casa.

— Casa. — Fechei os olhos e imaginei a casa deles o quarto que eles me deram, a sala de estar onde jogamos Twister, a cozinha em que passei incontáveis horas cozinhando com Damien, o quintal onde me mudei pela primeira vez Tempo. — Tenho saudade.

— Eu também, — confessou Killian. — Mal posso esperar para chegar em casa.

Atrás de nós, a porta se abriu e fechou enquanto falávamos, e o cheiro viciante da névoa do oceano invadiu a sala.

— Você está falando sobre casa? — Theo perguntou, e assenti, focando nele enquanto ele caminhava ao redor do sofá carregando uma garrafa térmica e um punhado de canecas de plástico. — Damien me disse onde vocês estavam, e peguei o final de sua conversa quando entrei. — Ele sorriu timidamente e colocou tudo ao lado de Hiro na mesa de café. — Trouxe isso para fora para todos vocês, mas vejo que vocês se mudaram para um local mais quente. — Os olhos azuis celestes de Theo percorreram onde eu estava aninhada em Kill e ele sorriu suavemente.

Theo estava fazendo mais exames de sangue em Mordred agora que ele era essencialmente humano, e ele estava examinando os dados com Rune na clínica, certificando-se de que suas descobertas estavam corretas enquanto examinávamos a mudança de shifter para humano.

Nem precisei prefaciar de quem estava falando quando perguntei: — Como ele está?

Eu não tinha certeza se queria saber, mas não pude evitar ficar sabendo o que aconteceu depois da escolha que meu irmão er, Mordred fez, não importa o quão difícil fosse testemunhar. Eu precisava engolir o terror de assistir seus alteres sendo destruídos e encontrar uma maneira de superar isso. Afinal, eu era a líder da Facção Opala e era isso que eles representavam. Contanto que o processo fosse seguro, quem era eu para ficar no caminho de um shifter que queria ser despojado de sua criatura para viver como um humano? Não era meu dever fazer, e aos meus olhos, era o ponto crucial da rebelião - a liberdade de fazer escolhas, estar livre do medo e viver sem opressão. Se começamos a tomar decisões em contrário, não éramos melhores do que o próprio Conselho.

— Surpreendentemente, ele está bem. Melhor do que. Ele parece estar se saindo melhor agora que seu corpo não precisa dividir o espaço com tantos alter. Damien disse que sua mente está mais clara, mas ... — Theo esfregou a nuca, hesitando.

— O que? — Eu perguntei, precisando saber.

— Viver com uma mente tão lotada por tanto tempo tem cobrado seu preço. Não é provável que seu cérebro se recupere do trauma de suas mutações genéticas. Seu corpo pode ser totalmente humano e seus alter podem ter ido embora, mas isso não significa que ele será o que os humanos chamariam de normal.

— Então ele está tão fodido quanto antes? — Killian questionou com uma cadência incrédula.

— Não. — Theo balançou a cabeça enquanto desatarraxava a tampa da garrafa térmica. — Você o viu. Ele parece humano agora, e só isso o ajudará a se reintegrar na sociedade, mas é possível que ele sofra algo semelhante ao Transtorno Dissociativo de Identidade. Por anos ele viveu com um excedente de criaturas fraturadas em sua mente, todas clamando para serem ouvidas. Removemos seus alter, mas essa parte dele não vai embora. Ele ainda se lembra. Ele ainda tem que lidar com a perda e sua mente pode nunca se curar.

— Bem, acho que é tudo o que você pode pedir. — Killian passou a mão pelo rosto. — Pelo menos ele parece humano. Isso lhe dará uma chance no mundo humano. Com sorte, ele encontrará uma vida para si mesmo, longe de todas as merdas pelas quais passou.

— Nesse sentido, acho que somos semelhantes. — Peguei a caneca que Theo ofereceu, deixando o calor do chocolate quente dentro de minhas mãos enquanto eu olhava para os marshmallows flutuantes que ele acrescentou. — Ambos estamos fugindo de nosso passado fodido.

— Você não está mais correndo, Nix, — Hiro repreendeu suavemente. — Você parou de correr há muito tempo. Agora você está lutando de volta.

Sentei-me ereta, me mexendo até que meus pés estivessem de volta no chão. — Não parece assim. Tudo o que aconteceu é apenas mais um fio que tece uma teia cheia de mais perguntas do que respostas. Tipo, por que diabos Stepanov afirma ser meu pai?

— Eu te disse isso antes. Ele está tentando foder com sua cabeça, — Killian rosnou, quase esmagando a caneca que agora segurava. Jurei que ouvi o plástico gemer com a força de seu aperto.

— Mas se Birdman é meu irmão — engoli minha garganta seca— e ele nasceu no programa de reprodução distorcido que o Conselho criou — olhei para cada um deles por sua vez — e o elo comum entre nós é nosso pai, então é possível, não é? O que Mordred e Stepanov afirmam pode ser verdade.

A cabana inteira ficou em silêncio enquanto os caras trocavam olhares intensos, mas foi Theo quem falou primeiro. — A tradição é obscura na melhor das hipóteses, mas se um dos poderes de Stepanov é se transformar em um corvo, então sim, é possível.

— Você pode comparar os marcadores com essa teoria, Theo? — Hiro perguntou, seus olhos escuros afiados por trás dos óculos.

— Eu já estou, — Theo divulgou. — Estava curioso. Espero que você não esteja chateado. — Ele olhou na minha direção e ofereci a ele um sorriso vacilante.

— Acho que é melhor saber com certeza. — Soprei levemente por cima do meu chocolate quente antes de tomar um gole, dando tempo aos meus pensamentos para se organizarem. — Tem algo que não faz sentido. Como Michael ou Henri, o que quer que seja entra em tudo isso? O que ele estava fazendo com minha mãe e como ele acabou me criando? Se Stepanov fosse meu pai, ele não teria como deixar uma fênix crescer fora de seu domínio. Não tenho dúvidas de que ele teria me usado para seus próprios fins, quaisquer que fossem.

— Talvez fosse algum tipo de merda de triângulo amoroso? Como se sua mãe estivesse com os dois e depois tivesse escolhido Henri em vez de Stepanov? Eles teriam que fugir se fosse esse o caso, porque o bom e velho Stepanov mandaria matar Henri por tomar o que via como seu. E ter um shifter fênix como companheira teria dado a ele um impulso social, mesmo sobre seu próprio alter poderoso, — Killian meditou.

— Eu não sei. Não parece certo. Eu realmente não me lembro dela, então talvez seja apenas uma fantasia de infância, mas não acho que minha mãe teria se envolvido com nenhum deles. Ambos são uns canalhas. — Eu cuspi a última palavra, pensar em minha mãe com qualquer um dos homens foi uma decepção que eu não tinha certeza se meu coração poderia suportar. Pelo que pude lembrar, ela foi a única que se importou comigo até que eu conheci os caras. Ela estar romanticamente envolvida com qualquer um dos homens de merda parecia uma traição.

— Scumbag é uma palavra para eles. Foda-se é outra. — Killian sorriu.

— Eu prefiro canoas douche. — O sorriso de Theo ergueu os cantos da boca enquanto eu ficava boquiaberto.

— Nenhum desses é forte o suficiente. — Hiro soltou uma série de palavras em japonês que presumi serem maldições coloridas, e balancei a cabeça.

— Eu não posso com vocês. — Eu ri e isso ajudou a me relaxar. — Embora eu não possa repetir o seu, Hiro, parecia muito bonito para ser uma maldição. Nunca vou me cansar de ouvir você falar em sua língua nativa.

Theo se apoiou no braço da namoradeira e deu um grande gole em sua caneca, falando novamente quando a sala se aquietou. — A verdade é que talvez nunca conheçamos toda a sua história, mas se for algo que o está incomodando, especialmente com sua conexão com Mordred e a possível ligação genética com Stepanov, podemos fazer o nosso melhor para descobrir o que pudermos para você.

Eu balancei a cabeça enquanto pensava sobre isso.

— Se você está realmente curiosa sobre seu passado, Nix, talvez Damien possa ajudar, — Kill resmungou ao meu lado, claramente infeliz com a ideia de eu mergulhar de volta no meu passado depois da última vez, mas oferecendo a sugestão de qualquer maneira.

Sinceramente, eu não tinha certeza se esperava tentar aquele pequeno truque novamente, embora confiasse em Damien para me ajudar se eu decidisse que valeria a pena.

— Eu sei que não temos Gaspard para guiá-lo agora, mas Damien é forte, — Hiro interrompeu, seu tom tão calmo e gentil como se ele estivesse bajulando um coelho de seu esconderijo depois que cheirou seu Kitsune. De alguma forma, eu sabia que ele poderia realizar essa façanha, e seu tenor suave foi um bálsamo para meus nervos. — Tenho certeza de que ele poderia ajudá-lo a alcançar as memórias que você esqueceu. Umas com sua mãe nelas. — Parecia tentador e vacilei ao imaginar que poderia vê-la novamente em minhas memórias. — Cada teoria que inventamos é apenas conjectura. Talvez ajude a responder algumas de suas perguntas e a colocar alguns de seus medos de lado.

— Eu vou pensar sobre isso, — prometi, enviando a cada um deles um olhar apreciativo enquanto desejava que Damien estivesse aqui para que eles pudessem sentir minha gratidão e amor através da conexão mental que ele exercia. Em vez disso, enviei a eles um sorriso suave, com mais certeza das minhas próximas palavras do que jamais estive sobre qualquer coisa. — A verdade é que meu passado é meu passado. Não posso mudar nada do que aconteceu e, embora possa ter mais perguntas do que respostas, tudo o que realmente importa é meu futuro, e isso é com você. Todos vocês.

Killian praticamente ronronou ao meu lado, seus olhos verdes intensos quando ele me puxou para seu colo, embalou meu rosto entre suas mãos grandes e me beijou profundamente. Cada pressão de seus lábios e varredura de sua língua disparou direto para o meu coração e me colocou em chamas até que todas as minhas preocupações e preocupações foram empurradas para o fundo para lidar com outro dia.

— Nunca ouvi nada tão bom em toda a minha vida, — ele murmurou quando finalmente recuperamos o ar.

— Oh, eu não sei. Eu poderia pensar em algo melhor, — provoquei, deixando todo o resto sumir, exceto meus companheiros.

Hiro cantarolou um som profundo e estrondoso. — E o que é isso?

Eu sorri pecaminosamente. — Que tal me leve lá para cima?

O riso percorreu a escada enquanto Killian os subia dois de cada vez comigo em seus braços, e enquanto os três eram donos do meu corpo e me mostravam o quanto me amavam, sabia que o que eu disse era verdade.

Meus homens eram meu futuro e estava mais do que pronta para abraçá-lo.

 


QUATRO

NIX

— Hoje foi muito divertido! — Emersyn gritou com um grande sorriso estampado em seu rostinho. O ar fresco da noite beliscou suas bochechas e nariz, tornando-os rosados. Sua pequena mão estava agarrada à minha, e a maneira descuidada com que ela as balançou entre nós com uma inocência infantil fez meu coração apertar no meu peito. Depois de todas as dificuldades e dores de cabeça que ela sofreu, ela permaneceu resiliente, e eu estava decidida a dar a ela a infância que nenhum de nós foi abençoado por ter até agora.

— Você gostou de patinar no gelo com o tio Theo? — Questionei, sabendo que ela mais do que gostou. Enquanto o resto dos meus homens estava ocupado treinando e se ajustando aos nossos novos papéis como líderes da rebelião, Theo foi facilmente coagido a criar um rinque de patinação para nós e ser nosso próprio instrutor pessoal. Ele estava tão fascinado com a menina quanto o resto de nós, observando-a aprender a deslizar pelo gelo com orgulho.

— Eu adorei, — ela jorrou. — Era como voar. — Soltando minha mão, ela abriu os braços e jogou a cabeça para trás. Sem olhar para onde estava indo, ela escorregou em um local gelado e me lancei para firmá-la antes que ela caísse na neve.

— Cuidado, — avisei gentilmente, e ela sorriu timidamente. Estar perto de Emy era mais natural do que esperava e, embora ela não fosse minha filha, era mais fácil imaginar ter uma família só minha algum dia. Até então, estava totalmente ocupada com meus seis amigos e Emy também.

— Minha barriga está tão cheia. — Emersyn esfregou a mão sobre o estômago enquanto caminhávamos pelo caminho que levava ao chalé. — Tio Damien é o melhor cozinheiro. Ele faz macarrão com queijo realmente gostoso.

Eu ri. — Vou me certificar de dizer a ele para fazer mais para você em breve. Eu acho que ele está tentando uma nova receita de pizza amanhã à noite.

Emy observava o solo enquanto caminhávamos, chutando a neve enquanto nos aproximávamos do alojamento. Suas sobrancelhas loiras estavam franzidas enquanto ela contemplava algo.

Estendi a mão e a parei em seu caminho. Minha Fênix enviou uma onda de calor e murmurou baixinho na minha cabeça, percebendo a mudança de humor tão claramente quanto a mudança de temperatura no ar.

— O que está errado? — Perguntei gentilmente, e fiquei impressionada com a tristeza nos olhos de Emy quando ela olhou para mim.

— Jamais ficaremos sem comida, certo? — ela perguntou com uma onda de preocupação em sua voz minúscula. — Quando estava com mamãe, às vezes não havia o suficiente para comer. Tio Damien faz muita comida. Eu poderia comer menos para durar mais. — Ela torceu as mãos enquanto olhava para mim, preocupada com questões muito além de sua idade. Nenhuma criança deveria se preocupar de onde viria sua próxima refeição.

— Não, querida. — Balancei minha cabeça e me certifiquei de que ela viu a verdade em meu olhar. — Não vamos ficar sem comida. Seus tios e eu vamos garantir que você sempre tenha tudo de que precisa a partir de agora, ok? Eu prometo.

Emersyn se jogou em meus braços e me peguei piscando para conter as lágrimas que se acumularam ao longo dos meus olhos. Na mesma hora, jurei que nunca deixaria nada acontecer com Emersyn.

Eu sabia o que era ter uma infância difícil, imaginar de onde viria sua comida ou se a eletricidade continuaria ligada. Tantas noites fiquei na cama com fome enquanto ouvia Michael voltar para casa, esperando como o inferno que ele estivesse bêbado o suficiente para desmaiar e esquecer sua sede de sangue e a necessidade de me machucar.

Durante a maior parte da minha vida, eu queria um dia estar em uma posição de ajudar crianças a saírem de situações de merda como aquela em que cresci. Foi a força motriz por trás do meu desejo de ir para a faculdade e estudar Justiça Criminal.

Eu queria trancar os infratores e jogar a chave fora. Mas o Conselho nunca seria interrompido por um conjunto de barras. Eles precisavam ser eliminados, e ver o medo na expressão de Emy sobre algo tão simples como uma refeição fez com que a raiva se agitasse no meu estômago. Eles precisavam pagar pelo dano que causaram à vida de inúmeras pessoas, e eu não descansaria até que seu merecimento fosse servido.

Era engraçado, no entanto, como a vida costumava voltar. Posso não estar mais na faculdade, mas meu sonho de ajudar crianças não tinha morrido quando preenchi meus papéis de retirada. Agora fui abençoado com uma menina que precisava de uma família e de um novo começo, e não a decepcionaria. Eu morreria antes de deixar qualquer coisa ruim acontecer com ela novamente.

— Você acha que minha mãe sabe que encontrei o tio Ryder? — O abraço de Emy diminuiu enquanto meu coração apertava, e eu me agachei e juntei suas mãos suavemente nas minhas.

Por um momento, olhei para o céu claro da noite, absorvendo o frio do inverno que se infiltrava pela bolha aquecida ao nosso redor enquanto eu contemplava sua pergunta.

Seus olhos verdes piscaram para mim quando olhei para baixo em seu rosto doce. — Gosto de pensar que nossas mães estão nos desprezando de onde quer que estejam, cuidando de nós.

Emy inclinou a cabeça para o lado. — Como anjos?

— Possivelmente. — Sorri suavemente, esperando não estar explicando coisas que estavam além do nível de compreensão de uma criança de seis anos, mas Emy era perceptiva e passou por mais do que a maioria das crianças juntas em sua curta vida, assim como eu.

— Às vezes acho que o espírito da minha mãe está na brisa fresca do outono, nas flores mais rosadas do verão ou nos flocos de neve cintilantes que caem ao meu redor no inverno. Acho que ela está sempre por perto, cuidando de mim. — Coloquei os cachos loiros de Emy atrás da orelha. — E sua mãe também.

Emersyn olhou em volta, observando a neve cintilante e as nuvens de um branco puro acima, enquanto o vento mais leve despenteava seu cabelo.

— Eu gosto disso, — ela sussurrou. Seu sorriso me aqueceu de dentro para fora e apertei suas mãos.

— Boa. Eu também.

— Não me lembro muito, mas lembro que minha mãe amava muito o tio Ry. — Ela fez um gesto com nossas mãos entrelaçadas, tornando-as cada vez mais largas até que quase perdi o equilíbrio e caí no chão frio.

Eu ri. — Eu sei que seu tio adoraria ouvir isso. Ele sente falta dela assim como você.

— Eu gostaria de poder falar com ela. — O rosto expressivo de Emy caiu.

— Você pode, — eu rapidamente a tranquilizei. — Você sempre pode falar com ela. E se você se sente boba falando em voz alta para si mesma, talvez possa falar comigo, — sugeri. — Eu nunca poderia substituir sua mãe, e não gostaria, mas talvez você possa me dizer tudo o que quer que ela saiba. Eu sei que ela estaria ouvindo cada palavra, dando-lhe grandes abraços invisíveis.

Emy franziu os lábios e eu pude praticamente ver sua mente trabalhando. — Você poderia falar comigo e contar coisas à sua mãe também.

Funguei, incapaz de conter as lágrimas que nublaram minha visão. — Gostaria disso.

Emersyn acenou com a cabeça uma vez, como se tivéssemos acabado de fazer um negócio complicado. — Ok, Aun tie Nix. É um acordo. — Ela estendeu o dedo mindinho e dei uma risada aguada antes de enganchar o meu no dela e sacudir em nossa promessa.

Conduzi Emy para dentro, onde estava quente e a ouvi falar sobre seu dia enquanto pegávamos o elevador para o andar de Ângela. Felizmente, Ryder estava esperando por nós do lado de fora da porta de Angela, e Emy correu direto para seus braços abertos. Pegando-a, Ryder a apertou com força, provocando-a sobre abraços de urso antes de bater na porta. Ele sorriu para mim por cima do ombro, seus olhos castanhos brilhando na luz fraca do corredor.

— Você se divertiu com Nix? — Ryder perguntou a Emy de repente bocejando.

— Ela é minha tia favorita, — ela comentou através de seu cansaço.

— Ela é sua única tia, — Ryder brincou.

— Não, ela não é. — Emy jogou a cabeça de um lado para o outro, seus cachos balançando. — Rini e Molly também são minhas tias. Eu tenho uma grande família.

Ryder deu um peteleco no nariz dela assim que Angela abriu a porta, e Emy desceu de Ryder para abraçá-la.

Aproximei-me de Ryder, que colocou o braço em volta dos meus ombros e me conduziu para dentro.

— Você deixou uma boa impressão, — ele murmurou em meu ouvido, sua felicidade evidente em sua voz.

— Ela é fácil de amar. — Suspirei, observando Emy reencenar sua rotina de patinação no gelo para Molly e Ângela, que estavam rindo e torcendo por ela.

Ryder me puxou contra seu peito, segurando meu rosto e acariciando o polegar ao longo da curva da minha bochecha. — Você também, Nix. — Ele se inclinou, inclinando a cabeça para me dar um beijo, mas antes que nossos lábios se tocassem, o grito de Emy e o ataque de risos nos afastaram um do outro.

— Você vai beijar? Ai credo! — ela gargalhou com uma risada, seus olhos brilhando com muita travessura para uma garotinha que estava bocejando apenas alguns momentos atrás. De onde as crianças obtinham sua energia extra, eu não fazia ideia.

Ryder piscou para mim e se afastou. — Talvez eu apenas te beije em vez disso! — Eu ri enquanto ele a perseguia ao redor da sala, dando-lhe uma ou duas boas voltas antes de pegá-la e pousar uma grande framboesa molhada em sua bochecha. Poucos minutos depois, nós a acalmamos, e Angela a preparou para dormir, completa com pijamas e dentes escovados.

— Tudo bem, hora de dormir. Diga boa noite, vocês três, — Ângela repreendeu de uma maneira que só uma mãe poderia fazer. Ry a pegou e a colocou na cama, colocando o cobertor em volta dela.

— Eu te amo, tio Ryder, — Emy murmurou sonolenta, seu abraço apertado se afrouxando enquanto ela bocejava e fechava os olhos.

— Eu também te amo, Twilight Sparkle, — ele respondeu brincando, usando meu apelido para ele, mas o amor que ele sentia era claro na adoração enchendo sua expressão.

Quando sua mão escorregou na minha quando saímos da sala, ele trouxe meus dedos aos lábios e os roçou na minha pele. — Eu também te amo, você sabe.

— E eu te amo, Pinkie Pie. — Eu sorri amplamente quando seus olhos se estreitaram.

— E pensar que iria mimá-la com uma surpresa. — Ele balançou a cabeça, como se fosse uma pena que tive a ousadia de provocá-lo.

— Surpresa? — Mordi meu lábio e praticamente pulei enquanto ele me levava para o elevador.

Ele apitou e abriu quando ele levantou uma sobrancelha para mim. — Depende. Você vai se comportar? — Eu o segui e ele apertou um botão para fechar a porta ou e nos levar de volta ao saguão para que pudéssemos ir para casa.

Eu franzi meus lábios, fingindo pensar sobre isso. — Nunca.

— Resposta correta. — Seu sorriso era amplo, enviando as borboletas no meu estômago em uma confusão de asas vibrantes. — Agora então, minha senhora. — Ele curvou a cabeça em tom de brincadeira e, em seguida, esticou o cotovelo, oferecendo-o galantemente quando as portas se abriram. — Você vai me dar o prazer de sua companhia por uma noite que você não vai querer perder?

Estreitei meus olhos para ele mesmo enquanto pegava seu braço. — O que você está fazendo? — Eu pressionei.

— Ah, mas um segredo é tão bom quanto o silêncio que o cerca, — Ryder falou, colocando um sotaque falso e pomposo que me fez rir enquanto ele nos apressava para fora da porta e pelo caminho que levava para casa. — Confie em mim, mikró pouláki. Vai valer a pena.

— Com você, Ry ...— Me inclinei contra seu ombro, compartilhando uma explosão de calor enquanto pensava em todas as coisas que ele ajudou a planejar para mim no passado. O jogo Twister em sua sala de estar, a apresentação de karaokê quando ganhei uma aposta, o encontro quente que ainda enviava calor ao meu núcleo quando pensava sobre como os caras me levaram na água. — Sempre é.

 


CINCO

NIX

O cheiro de rosas invadiu meus sentidos quando entrei pela porta da frente da cabana. Encolhendo meus ombros, respirei fundo, apreciando o buquê floral no ar. Parecia que fazia eras desde que tinha visto a grama ou cheirado o doce aroma das flores, e quase gemi com o puro prazer da fragrância infundindo minha casa, misturando-se e colidindo com os aromas característicos de meus companheiros.

Por baixo de tudo, eu poderia jurar que peguei uma pitada de chocolate e minha boca imediatamente encheu de água.

Ryder pegou minha jaqueta e pendurou no gancho perto da porta.

— O que está acontecendo? — Eu queria investigar, para descobrir o que os caras estavam tramando, mas não havia nenhum deles à vista, exceto pelo meu Ceraptor.

— Eu acho que você vai ter que subir e descobrir, não é? — Ryder sorriu atrevidamente, mas foi a maneira como seus olhos brilharam que me fez inclinar e pressionar meus lábios docemente nos dele.

— E se eu quiser apenas ficar bem aqui, arrastá-lo para o sofá e beijá-lo até que ambos esqueçamos nossos nomes ou que dia é hoje? — Provoquei de brincadeira. Olhei por baixo dos meus cílios enquanto corria minhas mãos em sua frente, apreciando as linhas esculpidas de seus abdominais logo abaixo do tecido de sua camisa. Suas mãos capturaram as minhas com um gemido, e ele me parou antes que eu me aventurasse em sua bainha, pronta para sentir sua pele lisa sob minhas palmas.

— Nix, — ele gemeu, e vi a hesitação escrita em seu rosto. Ele queria aceitar minha oferta sedutora, mas também queria que eu subisse.

— Eu acho que é justo para os outros. — Mordi meu lábio e o afastei, adicionando um pouco de agitação à minha caminhada para mostrar a ele exatamente o que ele deixou passar. Ouvi outro gemido enquanto balançava minha bunda escada acima, excessivamente divertida com o quão fácil era deixar meus caras em um frenesi. Nunca esperei encontrar tanto poder em minha própria sexualidade, mas adorei.

Quase alcancei o topo quando algo vermelho chamou minha atenção, e parei antes de pisar no patamar.

Pétalas de rosa lindas e macias cobriam o piso de madeira em uma trilha espalhada que levava aos dois quartos.

— O que é tudo isso? — Minha voz saiu mais ofegante do que pretendia, mas se os caras estavam tentando me namorar, eles já estavam fazendo um ótimo trabalho.

— Percebi o quanto você estava sentindo falta da vegetação e achei que gostaria de um pouco de cor na sua vida. — O meio sorriso sexy de Hiro curvou seus lábios quando ele saiu pela porta no final do corredor, vestido com nada além de uma calça de moletom cinza escura que pendurava de seu corpo de uma forma que deveria ser ilegal. O contorno de seu pau rapidamente endurecimento chamou a minha atenção, e respirei enquanto bebia na sua exposição de pele. Seu peito e abdômen eram duros, linhas delineadas que levavam a um cinto Adônis com fio que passava direto em sua cintura.

— Eu ... Hum, — gaguejei, minha boca ficando seca enquanto as borboletas no meu estômago vibravam descontroladamente. Minha pulsação acelerou quando Damien saiu da primeira porta, vestido como Hiro, apenas vestindo um par de jeans. E me perguntei se ele estava usando alguma coisa por baixo, ou se era apenas uma peça de roupa que separava o resto dele do meu olhar. Seria muito fácil cair de joelhos e puxar o zíper para baixo?

Damien gemeu, e foi ecoado pelo resto dos meus homens enquanto ele voluntariamente compartilhava meus pensamentos com os outros, criando um fervor sexual entre nós que esperava que saciássemos antes que a noite acabasse.

— Ah-ha, — Ryder repreendeu atrás de mim, e dei o último passo quando ele me cutucou para frente antes de se mover ao meu redor e me bloquear com seu corpo. Ele cruzou os braços enquanto olhava para os outros. — Se eu posso deixar o sexo com Nix no sofá, então você pode deixar de fazer isso agora. Eu trabalhei muito duro para conseguir tudo isso para deixar você estragar tudo com sexo.

— Uh ...— Entrei na conversa, espiando em torno de seu corpo para meus homens seminus. Killian apareceu, também sem camisa, e agora estava encostado na parede, seus grandes bíceps definidos enquanto ele arqueava uma sobrancelha grossa e vermelha para Ryder. — Eu gostaria de salientar que fazer sexo definitivamente não arruinaria minha noite, — murmurei, esperando defender meu caso.

— Se você quiser um orgasmo, Nix, tudo o que você precisa fazer é pedir. — A voz rouca de Killian enviou arrepios pelo meu corpo que se estabeleceram na minha barriga, adicionando combustível para o fogo que Ryder iniciou.

— Sim por favor! — Mordi meu lábio, tão pronta para Killian me foder contra uma parede ou algo igualmente delicioso.

Foram duas semanas de inferno enquanto todos nós nos ajustávamos para comandar a rebelião. Enquanto a maioria dos líderes se afastou de boa vontade até com gratidão outros não estavam tão interessados em entregar seu poder conquistado com tanto esforço só porque Tao mudou para seu Qilin quando todos nós demos as mãos. Aquela primeira semana não foi nada além de discussões enquanto todos nós nos estabelecemos em um novo normal com os líderes das facções se reportando a nós. Felizmente, nossos defensores tornaram-se aliados e logo fomos eleitos os líderes oficiais. Aparentemente, o aparecimento de um Qilin era raro, reverenciado e não deveria ser questionado, e a importância do simbolismo não foi perdida por mim.

Estar no comando de uma rebelião durante uma guerra era uma grande responsabilidade que pesava sobre todos os nossos ombros e, com a adição de Emy à nossa família, nossas vidas praticamente mudaram da noite para o dia. Foi em momentos como esse que sentia falta de Gaspard e de sua sabedoria, mas ele ensinou bem seu neto, e Damien assumiu o papel que sempre foi feito para representar. Ele era um líder nato, e vê-lo trabalhar diplomaticamente com cada facção fez com que eu me apaixonasse ainda mais por ele do que já estava.

No entanto, tanto trabalho significava que tínhamos menos tempo para brincar, e isso impactou diretamente nossa vida sexual. Na maioria das noites, íamos para a cama cansados demais para fazer muito mais do que dormir, e quando tínhamos aquele tempo íntimo juntos, era geralmente com um ou dois deles ao mesmo tempo. Não nos tocávamos como um grupo fazia tempo, e senti falta das mãos dos meus companheiros no meu corpo de uma vez.

— Eu posso sentir seu desejo daqui, Nix, — Killian comentou, seu timbre baixo e rouco.

— E eu posso ler claro como o dia em seus pensamentos, — Damien adicionou, seus olhos castanhos derretidos.

— Gente, — Ryder choramingou, passando a mão pelo cabelo roxo. Com a tinta recentemente renovada, os fios eram ricos em cores e cheiravam levemente a uva, graças aos produtos que ele usava.

— Ryder está certo. — Theo passou por Damien enquanto ele passava pela porta. — Somos cavalheiros o suficiente para mostrar a nossa senhora uma boa noite.

— Sexo é bom, — murmurei principalmente para mim mesma, muito ocupada babando para me concentrar em minhas palavras, mas deve ter sido alto o suficiente para Theo ouvir, porque seus olhos azuis brilharam com diversão e um sorriso cruzou seus lábios pecaminosamente sexy. Lembrei-me de como eles pareciam em volta do meu clitóris, me sugando em sua boca enquanto sua língua passava descontroladamente sobre o ponto sensível. Me contorci no lugar, e as narinas dilataram quando ele inalou o cheiro da minha excitação ondulando no ar.

— Se sexo é apenas bom, querida, então estamos fazendo algo errado, — Damien ronronou, e seus olhos escuros brilharam apesar da indecisão em seu rosto enquanto ele lutava contra a necessidade de me mostrar o quão além de bom ele poderia levar nossas atividades carnais. Estava quase pronta para deixá-lo provar a si mesmo quando Ryder me bloqueou com o clitóris.

— Não. Não. Eu não planejei tudo isso para ver isso ir para o lixo em questão de segundos, porque todos vocês não podem manter seus paus nas calças, — ele resmungou com um beicinho.

Killian bufou, e Theo e Hiro riram enquanto Damien balançou a cabeça, já completamente exasperado com o Ceraptor.

— Você está pronta, Nix? — Theo perguntou, e jurei que balancei em direção a ele até que percebi que ele não estava falando sobre balançar meu mundo com sua língua, mas sim acenar para eu entrar na sala antes de mim.

Me retirei do meu torpor de luxúria e limpei minha garganta enquanto um rubor manchava minhas bochechas.

— Oh. Uh-huh. Sim. Estou com calor ... quero dizer aqui ... quero dizer bem. Estou pronta.

— Eu aposto que você está. — Damien riu enquanto eu procurava minhas palavras e tentava reprimir minhas fantasias. Eu já precisava de um ventilador para me refrescar, e eles nem mesmo me tocaram. Damien captou a direção de meus pensamentos, no entanto, e o rosto de Theo se aqueceu quando a imagem dele de joelhos diante de mim passou de minha mente para a dele, um elogio de meu Gárgula.

Com o rosto em chamas, passei por todos eles e fui para o quarto principal, pressionando minhas mãos nas bochechas, esperando que ainda estivessem frias o suficiente por causa do ar rígido externo para esfriar o calor.

Theo me seguiu para dentro da sala, e o aroma da névoa do oceano me envolveu quando ele se aproximou, seus lábios quase roçando a concha sensível da minha orelha. — Em breve, Nix, terei meu rosto enterrado naquela bela boceta enquanto suas coxas tremem em volta das minhas orelhas. Mal posso esperar para te provar de novo. — Theo estava sorrindo quando se endireitou e passou por mim, levando seu cheiro tentador com ele. Um arrepio de desejo percorreu minha espinha, e quase gozei apenas com suas palavras. Maldito seja ele. Ele deve estar tendo aulas de Hiro sobre como falar sujo diretamente para a minha boceta, não que ela já tenha sido fechada para qualquer um dos meus companheiros. No que lhes dizia respeito, havia um grande letreiro luminoso de néon aberto sobre a cabeceira da cama. Quanto mais, melhor por todas as coisas para dormir, abraçar e sexo.

Estava nervosa quando entrei no quarto pela primeira vez, então demorei um momento para registrar o que estava ao meu redor. A cama estava coberta com um edredom de pelúcia que parecia um sonho, e pétalas de flores espalhadas pela superfície felpuda. Velas, velas de verdade, foram acesas e colocadas estrategicamente ao redor da sala enquanto o cheiro de lavanda flutuava do banheiro anexo onde Joshua estava testando a temperatura da água em uma banheira cheia.

Eu não fui responsável pelo barulho que deixou meus lábios quando o vi adicionar sais de banho a agua, mas o sorriso de resposta que meu Basilisco me deu quando se virou e me viu olhando para ele me fez morder o lábio.

— Você está vestindo roupas demais, querida. — Ele se endireitou e caminhou em minha direção, segurando meu pescoço e acariciando meu queixo com os polegares. — Acho que é hora de relaxar um pouco, não é?

Eu não pude deixar de acenar com a cabeça enquanto o resto dos meus homens entravam na sala.

— Bem-vinda ao nosso spa, mikró pouláki. Seu tempo para descansar, relaxar e deixar-nos cuidar de você começa agora. — Eu poderia jurar que ouvi os caras gemerem na encenação de Ryder enquanto meu Ceraptor sorria. Joshua deu um passo para trás com um pequeno aceno de cabeça e um sorriso divertido se contorcendo em seus lábios. Ryder abriu os braços, mostrando a sala em geral que todos eles trabalharam tão duro. — Acredito que sua estadia comece com um banho quente e perfumado. — Ele acenou com a cabeça em direção ao banheiro antes de desviar seu olhar para o canto mais distante da sala, onde uma cadeira confortável agora estava, os braços cobertos por toalhas de mão e a mesa lateral cheia de esmaltes de unha. — Seguido por uma manicure e pedicure. Assim que suas unhas estiverem secas, você se juntará aos massagistas no quarto de hóspedes antes de terminar a noite com uma sobremesa decadente feita por nosso chef cinco estrelas.

Eu ri, meu sorriso crescendo amplamente quando me virei para absorver tudo. Havia até um fogo aceso na lareira para tirar o frio da sala. — Não acredito que você fez tudo isso por mim.

— Foi ideia de Ryder. — Killian esfregou a nuca e olhou ao redor. Eu sabia que sua definição de romance não se parecia em nada com a de Ryder, e ele parecia inseguro. — Você gosta disso?

Saltei até ele e passei meus braços em volta de seu corpo largo, pressionando-me contra seu peito nu.

— Sim. É a coisa mais doce de todas. — Inclinando meu queixo para cima e descansando em seu peito, esperava que meus olhos refletissem o quanto apreciei ele acompanhando as palhaçadas de Ryder, enquanto também transmitia que eu não precisava de todas essas coisas exageradas para amá-las. Killian mostrou amor de forma diferente do que Ry fez, e ambos os métodos aqueceram meu coração.

Os músculos tensos de Killian relaxaram em meu aperto, e ele sorriu torto para mim, envolvendo-me em um tipo de abraço de urso que só ele poderia dar. Me deu um beijo doce para o topo da minha cabeça antes de me liberar para que eu pudesse abraçar o resto dos meus companheiros.

Hiro me conduziu até o banheiro onde Joshua esperava, e os dois assistiram com olhares intensos enquanto me despia diante de seus olhos, entrava na banheira e afundava nas profundezas aquecidas com um suspiro que não pude conter.

— Humm. — Murmurei o som longo e ininteligível enquanto a água trabalhava para roubar o estresse e o frio do dia dos últimos dias, na verdade. Quando foi a última vez que estive no topo por tempo suficiente para praticar o autocuidado? Honestamente? Eu não conseguia lembrar. — Isso é exatamente o que precisava, — sussurrei, muito apanhada na tranquilidade para quebrar o momento com palavras em voz alta.

Hiro riu. — Acho que ela está feliz.

O murmúrio de concordância de Joshua foi seguido por um pop alto que me assustou o suficiente para abrir os olhos. Joshua encheu uma taça de cristal com champanhe e trouxe para mim, empoleirando-se ao lado da banheira com seu jeito gracioso e elegante enquanto me entregava a taça.

— Eu não acho que já bebi champanhe antes, — admiti timidamente enquanto provava, as bolhas brincando na minha língua.

Relaxei na banheira até temer que minha pele ficasse enrugada, e relutantemente rastejei para fora da toalha que Joshua segurou para mim. Estava perfeitamente aquecida e agradavelmente tonta. Ele me secou com um tapinha e me entregou a Hiro, que me ofereceu uma túnica branca e fofa que parecia nuvens e presa na minha cintura.

— Está se divertindo, querida? — Ryder questionou quando saí do banheiro aconchegante e passei para o quarto principal. Parei no meu caminho, pressionando meus lábios para conter a risada que queria explodir enquanto testemunhava Killian se equilibrando na pequena poltrona que estava diante da cadeira estofada verde. Um por um, ele inspecionou os frascos de esmalte, zombando dos nomes das cores enquanto tentava organizá-los de alguma forma. Ele estava classificando-os por sombra? Oh Deus, onde estava uma câmera quando você precisava dela?

Em vez disso, tirei uma foto mental, na esperança de nunca esquecer este momento, sabendo que ele me amava o suficiente para se torturar seguindo os planos elaborados de Ryder.

— Você vai pintar meus dedos dos pés, Abra? — Mordi meu lábio para diminuir o largo sorriso de divisão de rosto tentando curvar minha boca enquanto me sentava na cadeira diante dele.

Ele resmungou para si mesmo por um momento, e vi a tonalidade vermelha abrindo caminho em sua pele pálida quando ele pegou um dos meus pés e o apoiou em seu joelho dobrado.

— Acho que vou tentar, — ele resmungou, mas não havia rancor por trás disso.

Inclinando-me para frente, coloquei sua bochecha em minha palma, apreciando o arranhão de sua barba clara contra minha pele. — Obrigada, Abra.

— Para quê? — Suas sobrancelhas franziram, seus olhos esmeralda penetrantes, mas confusos.

— Por me amar tanto. — Olhei para o esmalte e então voltei minha atenção para Kill.

Seu rubor aumentou, e cinco minutos depois, um esmalte laranja avermelhado que me lembrava minha Fênix estava sendo aplicado nas minhas unhas, uma pincelada de cada vez, enquanto eu bebia. Killian não teve pressa, pintando cada um como se estivesse criando uma obra-prima na Capela Sistina.

O champanhe subiu à minha cabeça, e estava uma bagunça rindo, rindo toda vez que Killian resmungava sobre colocar esmalte em qualquer lugar menos nas minhas unhas. Ele tinha feito um trabalho surpreendentemente bom e, quando terminou, parecia que eu acabara de sair de um salão de beleza que fazia isso profissionalmente.

Ryder assobiou enquanto se sentava em Killian e inspecionava seu trabalho. — Droga. Eu não achei que você tivesse isso em você. Sinceramente, esperava ter que tirar tudo isso e começar de novo.

Killian olhou furioso, cruzando os braços sobre o peito corpulento. — Se você pensou que eu iria estragar tudo, por que diabos você me fez fazer isso em primeiro lugar?

Ryder deu de ombros, completamente inalterado enquanto pegava seus suprimentos e começava a me dar dicas de cortes que só tinha visto na foto. Crescendo, eu tinha sorte se cortasse o cabelo e usasse roupas que me servissem, e esta foi a primeira vez que tive uma manicure e uma pedicure que não fiz eu mesma.

— Porque — Ryder sorriu, acenando com a cabeça para Killian pegar minha taça para que ele pudesse trabalhar — Eu pensei que seria divertido ver você tentar.

Killian parecia que estava a um segundo de estrangular Ryder, que começou a cantarolar alegremente enquanto trabalhava, curvado sobre minhas unhas. Incapaz de alcançar Kill, enviei a ele um sorriso agradecido que pareceu acalmar a ira crescente, e ele balançou a cabeça com um suspiro longo e prolongado antes de beijar minha cabeça mais uma vez e sair da sala para encontrar os outros.

— Você não deve antagonizá-lo tanto, você sabe, — repreendi Ryder levemente, cujo sorriso se transformou em um sorriso aberto.

— Mas nós temos tão pouco entretenimento, — ele brincou, e ri, balançando minha cabeça desta vez. — Com toda a seriedade ...— Ryder ficou sério. — Ele queria fazer isso, mesmo que tenha dificuldade em verbalizar. Ele, todos nós na verdade fariam qualquer coisa para te fazer feliz, Nix. — Os olhos castanhos de Ryder estavam sérios e intensos quando ele me pegou em seu olhar. Ele fez uma pausa em seu trabalho, segurando minha mão suavemente na sua. — No momento, não podemos dar a você a vida que você merece. Não temos nem uma casa de verdade no momento. Até mesmo começar a reivindicá-la oficialmente como nossa companheira parecerá diferente. Nenhum de nós esperava que nosso acasalamento estivesse no meio de uma rebelião.

— Eu não quero esperar mais, — comecei, mas Ryder me silenciou suavemente antes que eu pudesse travar uma discussão completa.

— Nem qualquer um de nós, — ele me assegurou suavemente. — Não muda que nosso casamento vai acontecer no meio de uma guerra. Todos nós esperávamos dar-lhe o melhor. Esta é a minha forma de tentar recuperar um pouco de normalidade. Para lhe dar algo que teria sido parte de sua preparação para o acasalamento se estivéssemos em casa.

Usando o calor da minha Fênix, sequei minhas unhas instantaneamente e deslizei para frente na cadeira até estar perto o suficiente para beijar Ryder. Seus lábios eram macios sob os meus, e ele respondeu a cada doce pressão.

— Não parece possível, mas me apaixono por todos vocês um pouco mais a cada dia, — sussurrei quando me afastei. — Obrigada por me devolver este pedaço de normalidade.

Ryder me beijou novamente e voltou ao trabalho, terminando as últimas unhas e dando-lhes uma olhada para se certificar de que estavam perfeitas.

— Minha vez. — Damien entrou na sala, cheirando levemente a chocolate. Uma linha de farinha espalhou-se em uma bochecha, e a afastei quando ele se inclinou e capturou meus lábios em um beijo que senti na ponta dos pés. Nossas línguas se enredaram muito brevemente, e senti um leve gosto do chocolate que cheirei nele.

— Você tem gosto de sobremesa, — eu disse a ele, sem me preocupar em esconder a fome em minha voz quando ele se afastou e tomou o lugar de Ryder no banquinho, me surpreendendo quando ele puxou meu peito para seu colo.

— Você pode me provar a hora que quiser, querida. — A insinuação de Damien me fez contorcer na cadeira. — E se você gosta dessa pequena amostra, sei que vai adorar o efeito total do tratamento especial que fiz para você.

— Faz anos venho tentando fazer com que você me faça uma sobremesa. — Ryder fez beicinho ao voltar com uma pilha de revistas na mão. — Não me entenda mal, estou feliz que nossa garota tenha ajudado você a superar sua aversão ao açúcar, mas todos esses anos cheios de um potencial delicioso ... desperdiçado. — No fundo, sabia que Ryder estava brincando, mas sua expressão cabisbaixa era tão sincera naquele momento que me perguntei se não havia mais verdade por trás de sua melancolia do que ele deixou transparecer. Meu Ceraptor tinha a maior queda por doces que já vi, uma característica que se refletia em sua sobrinha. Talvez fosse uma coisa de unicórnio?

— Todas as coisas boas com moderação, — Damien repreendeu, e seus dedos começaram a trabalhar cavando nas almofadas macias dos meus pés. Eu gemia descaradamente. — A menos que tenha algo a ver com nossa companheira. Então, dou minha total permissão para gozar o quanto quiser. — Seus dedos se cravaram novamente, repetindo o movimento indutor de baba.

— Oh meu Deus. — O elogio saiu dos meus lábios entreabertos antes que eu tivesse um pensamento consciente, e meus olhos se fecharam, não muito fechados, mas definitivamente não abertos também enquanto gostava do jeito que Damien trabalhava seus polegares nos músculos que eu nem percebi que estavam doloridos.

— Porra, os sons que você faz são sexys como o inferno. — A voz de Ryder caiu para um tenor rouco, e forcei meus olhos a abrirem para olhá-lo.

— O que é tudo isso? — Eu perguntei, sem ter certeza da pilha de revistas que ele estava segurando. Para que eram?

— Agora ... lembre-se que você disse que me ama, — ele prefaciou, antes de deixar cair a carga inteira no meu colo sem cerimônia.

— Revistas de casamento? — Estremeci, olhando para o vestido branco volumoso que estava na primeira capa. Eu poderia querer acasalar e reivindicar meus homens antes de irmos para a nossa batalha final contra o Conselho eu queria esses homens para serem meu antes que enfrentamos nossas potenciais mortes, mas não estava realmente em vestidos com babados ou ter uma audiência para um compromisso sagrado e especial.

— Bem, não temos muito tempo para planejar ou fazer arranjos, tantas coisas que você encontrará lá não haverá coisas com que você precisa se preocupar, — Joshua entrou na conversa quando reapareceu e me ofereceu uma garrafa de água. Abri a tampa e tomei um gole, preparando-me para pular para as páginas em meu colo.

— Para que servem as guias codificadas por cores? — Questionei com uma sobrancelha franzida enquanto abria a primeira página.

— Meu sistema organizacional. As guias roxas são minhas e as amarelas são de Joshua. Cada um de nós sinalizou alguns de nossos vestidos e paletas de cores favoritos para você olhar. — Ryder parecia esperançoso, e colei um rosto corajoso enquanto Damien fazia algo incrível com os arcos dos meus pés. Folheando a revista, examinei cada página que eles marcaram. E me perguntei brevemente se deveria esconder o quanto estava gostando da magia que Damien estava trabalhando com aqueles dedos talentosos dele isso seria uma forma de suborno no futuro se eles percebessem que me transformava em massa literal em suas mãos.

Embora todos os vestidos fossem bonitos, não havia muitos que me chamavam. Vários eram muito chamativos, e outros pareciam simplesmente desconfortáveis, muito restritos e rígidos. Alguns dos que tinham mangas tinham saias de princesa enormes que eu não conseguia imaginar usando, e alguns eram muito escassas, mostrando mais pele do que eu poderia imaginar na frente de meus amigos e família futura.

Mas então um chamou minha atenção. E congelei, minha mão traçando o design elegante. O tule caiu como uma cascata de água, apenas cheio o suficiente e não muito pesado para o modelo. O decote era um pouco mais baixo do que eu gostaria, mas sabia que ficaria perfeitamente feliz com ele. Era uma das únicas páginas que tinha os dois conjuntos de notas autoadesivas que a consideravam importantes. — Este é bom, — sussurrei sonhadora.

Damien se inclinou para frente para ver o que chamou minha atenção total. — É uma bela escolha. — Ele me deu um sorriso gentil e soltei um suspiro.

— Que tal este? — Joshua passou para a única outra página com duas notas adesivas.

Eu suspirei. Tinha todos os elementos que adorei no primeiro design, com um corpete muito melhor. Minha Fênix arrulhou na minha cabeça, arrepiando suas penas, igualmente encantada.

— É do mesmo designer. Nós dois pensamos que você adoraria este, — Ryder me disse gentilmente, obviamente não querendo me obrigar a amar o vestido se houvesse algo sobre ele que eu não gostasse.

— As penas são tão únicas e elegantes. — A maneira como eles abraçaram o corpete e incorporaram um elemento de quem eu era, um pássaro, uma fênix, me deixou com lágrimas. Eu devia muito ao meu alter. Se não fosse por ela, eu nunca teria sobrevivido à minha infância, muito menos acabado conhecendo meus rapazes. Ela não era uma entidade separada, mas sim uma grande parte de quem eu era no meu íntimo. Éramos uma e o mesmo, e ela me cercou com o calor de seu amor e carinho, assim como Ryder, Joshua e Damien sorriram para mim quando espiei da revista para ver seus rostos felizes.

— É lindo, — eu disse enquanto balançava minha cabeça. — Mas não seremos capazes de obter um vestido como este em tão curto prazo. É divertido sonhar, mas o vestido, as cores, as flores ... nenhum deles realmente importa tanto para mim. — Eu gentilmente fechei a revista, ainda equilibrando a pilha em meu colo para não a derrubar. — Eu só queria acasalar com vocês. Reivindicar vocês e ser reivindicada por vocês. Vou usar um saco de papel, se for necessário para andar pelo corredor.

— E você ficaria tão linda. — Damien apertou meus dedos dos pés com amor.

— Você vai ficar linda com o que quer que use, mas sei que podemos fazer melhor do que um saco de papel. — Ryder torceu o nariz como se tivesse acabado de cheirar ou saborear algo nojento. — Nenhuma companheira minha ficará sem um vestido para vestir. Então, novamente ... — Sua expressão clareou antes que seus lábios se curvassem em um sorriso malicioso. — Ter uma cerimônia privada e ficar nus tem algum apelo e economizaria tempo na lua de mel.

Joshua estendeu a mão e deu um tapa na cabeça de Ryder, um gesto brincalhão, e não para machucar.

— Felizmente, — interrompi, — Rini me ofereceu seu vestido. Ela é um pouco mais magra do que eu, mas amarra nas costas com laços em vez de zíper, então acho que vai caber.

— Essa é uma ótima notícia, querida. Não importa as cores que escolhemos, a comida que servimos ou o vestido que você usa, será um dia incrível. Mal posso esperar para chamá-la de minha para sempre, Nix. Eu só queria ... — Damien parou, e suas mãos pararam. Me endireitei no assento, e Joshua pegou as revistas para que eu pudesse alcançar Damien e tentar aliviar a tristeza que se infiltrou em seu olhar e foi direto para a minha alma.

— Você gostaria que sua família pudesse estar lá. — Eu nem precisei dizer isso, facilmente lendo seus pensamentos em sua expressão quebrada.

— Gaspard teria adorado levar você até o altar. — Ele me deu um sorriso aguado. — Ele sempre pensou em você como sua neta. Ele ficaria orgulhoso de você, Nix. Orgulhoso de todos nós.

— Eu sei, Batman. Eu sei. Ele era como um avô para mim também, e acredite quando digo que sei que ele estará lá. — Coloquei minha mão contra seu peito, diretamente sobre seu coração. — Ele estará lá assim como seus pais estarão, e minha mãe. — Estava tentando muito não pensar muito nela, na esperança de evitar o clima melancólico que suas memórias me colocariam, mas era difícil abordar um momento tão crucial na vida que deveria ser cercado por uma família e não me pergunto como minha vida seria se ela estivesse viva. Quase podia imaginá-la ajudando-me a vestir o vestido. Eu podia ver Celeste jorrando sobre a foto que fiz antes de Raphael beijar minha bochecha e me entregar a Gaspard para dirigir o corredor para os seis homens deslumbrantes em smokings. Foi fácil se perder em uma foto tão bonita.

— Vamos. — Damien fungou e limpou a garganta, levantando-se da cadeira e me oferecendo sua mão para me puxar para cima. — Hoje não é para memórias tristes. É para novas.

— Além disso — Ryder balançou as sobrancelhas para mim — a próxima parte é o grande finale.

Eu o segui até o quarto de hóspedes, feliz com a distração dos pensamentos que queriam me engolir. No início, tudo que vi foi Theo encostado na mureta, esperando por nós, e levei um momento para desviar o olhar do meu companheiro de peito nu para olhar ao redor da sala. A sala inteira foi reorganizada. Todas as camas de solteiro tinham sido empurradas contra a parede para dar lugar à mesa de massagem que ficava no meio do chão.

— O que no mundo? Como você ... de onde veio isso? — Fiquei boquiaberta.

Ryder parecia envergonhado. — Existia um spa no hotel. Só não está em uso agora, então roubei uma.

— E nos fez arrastá-lo para fora, para a cabana, subindo os degraus e aqui, — Killian me informou de onde ele se recostou em uma das camas. — Adivinha quem fez a maior parte do trabalho pesado? — Ele esfregou o ombro.

— Ah, Abra. Você precisa de uma massagem? Ouvi dizer que tem uma mesa de massagem muito boa disponível, — provoquei, e Theo gargalhou enquanto Ryder sorria maliciosamente.

— Tenho certeza de que você poderia esfregar algo para ele, mas não serão seus ombros, — Ryder brincou, e meu Púca lançou um travesseiro em sua cabeça. Meu queixo caiu enquanto voava pela sala e bateu no rosto de Ryder com força suficiente para fazê-lo tropeçar. Seu cabelo perfeitamente penteado caía em sua testa em desordem.

Tudo ficou em silêncio por um minuto inteiro antes de eu começar a rir. Lágrimas escorreram de meus olhos, o incidente quebrando a tensão que vinha crescendo durante nossa conversa. Eu sabia que essas lágrimas foram reservadas para a tristeza que me inundou, mas a represa rompeu de outra maneira, e deixei escapar a emoção enquanto Ryder olhava furioso pela sala.

— Droga, Killian. Você sabe quanto tempo demorei para fazer meu cabelo esta manhã?

— Eu faço. É por isso que é tão engraçado. — Killian sorriu, exibindo uma brilhante dentição branca.

— Estávamos todos pensando nisso, — Ryder murmurou, devolvendo o travesseiro não muito gentilmente para Killian um momento antes de se levantar e sair da cama, perseguindo Ryder para fora do quarto. E ouvi seus passos ecoando escada abaixo.

— Um dia desses ele vai pegar Ryder, e então o que vai acontecer? — Eu observei enquanto recuperava o fôlego e me acalmava. Meu abdômen doía por causa do ataque, mas meu sorriso estava de volta, e senti o estresse das últimas duas semanas desaparecer dos meus ombros.

— Isso serve a Ryder por antagonizá-lo o tempo todo. Não tenho dúvidas de que eles vão encontrar uma maneira de resolver isso, — Theo disse, empurrando os óculos no nariz enquanto seu olhar passeava pela minha forma quase nua. A única coisa que nos separava era esse manto fofo. Em um movimento ousado, deixei escapar dos meus ombros, apreciando a maneira como seus olhos brilharam e seu controle firmemente seguro escorregou enquanto sua respiração aumentava.

— Eu acho que você é minha última parada. — Aproximei-me, correndo meus dedos sobre seu peito nu e traçando as linhas de seus abdominais.

— Você sabe o que dizem ...— As mãos de Theo pousaram em meus quadris e ele me puxou para mais perto, deixando-me sentir a longa linha de seu corpo. — Você deve sempre deixar o melhor para o final.

 


SEIS

NIX

Fiquei na ponta dos pés e passei meus lábios ao longo do pescoço de Theo, subindo até que ele abaixou a cabeça e devorou minha boca em um beijo apaixonado.

— Bem, então, — ronronei quando finalmente recuperamos o ar, — mostre-me o que você tem, Kraken.

Theo sorriu, seus olhos azuis brilhando por trás dos óculos. Minhas mãos correram sobre seu corpo quando ele se inclinou para frente e sussurrou em meu ouvido, seu hálito quente fazendo cócegas ao longo do meu pescoço. — Ponha-se na mesa, Nix.

Quando ele me soltou, um arrepio percorreu minha espinha. Se era puramente pela promessa sexy em suas palavras ou pelo ar frio que correu ao meu redor em seu rastro, eu não tinha certeza. Talvez um pouco de ambos. Meus mamilos já estavam duros e doloridos no momento em que rastejei para a superfície macia. Theo me deu instruções para deitar de bruços primeiro, e me acomodei na mesa, esperando que ele se juntasse a mim. Havia algo erótico em ser exibida diante dele assim, descoberta para seu prazer visual, especialmente enquanto ele ainda permanecia parcialmente vestido.

Mordi meu lábio e me apoiei nos cotovelos e antebraços, observando enquanto Theo juntava seus suprimentos. Não importa o que meus homens façam, eles nunca fazem pela metade. Eles tinham óleos de massagem, pedras quentes e toalhas aquecidas, mas embora estivesse ansiosa para ver as mãos de Theo em meu corpo, gostei da visão de suas costas tensas e do estiramento dos músculos que mudavam mais a cada movimento. Como tive tanta sorte com meus companheiros, eu não sabia, mas agradeci a qualquer destino ou força que nos uniu e nos projetou para sermos companheiros verdadeiros. Não conseguia imaginar minha vida sem eles agora.

— O que você pensa sobre? — Theo perguntou com um curioso levantar de sua sobrancelha.

— O quanto eu não posso esperar para ser capaz de chamá-la oficialmente de minha, — respondi com um calor que esperava que ele pudesse sentir. — Eu sei que demorei um pouco para chegar a um lugar onde estivesse pronta para acasalar.

— Você cresceu humana. Todos nós entendemos que você tinha uma visão diferente do casamento. Você nunca cresceu com a ideia de acasalar, especialmente tão jovem. — Theo encolheu os ombros como se não fosse grande coisa ter esperado, mas foi. Cada vez que eles concordaram em esperar, eles construíram minha confiança e aprofundaram nossas conexões. Eles nunca pressionaram ou ficaram chateados quando eu disse que precisava de mais tempo.

— Você me deu o tempo que eu precisava e então, quando Joshua se juntou a nós, algo mudou.

— Completamos nossa família. — Theo assentiu.

— Certo. E agora com a guerra ... eu simplesmente não quero esperar. Se tem uma coisa que aprendi é que a vida é preciosa e nunca garantida. Estou pronta agora, e a paciência de todos ao longo desta jornada só me fez amá-los ainda mais.

Havia muito amor nos olhos de Theo enquanto ele se aproximava. — Nós também te amamos, Nix. — Ele acariciou minha bochecha com as costas dos dedos e seus olhos brilharam com calor. — Agora comporte-se e deixe-me mostrar quanto.

Mordendo meu lábio em antecipação, deito e fico confortável. Theo espalhou óleo quente e perfumado sobre minha pele e, de pé na cabeceira da mesa, passou as mãos levemente nas minhas costas. A força de seus polegares massageava meu pescoço e o topo dos meus ombros.

Gemi, incapaz de conter o som.

Ele trabalhou por mais alguns minutos antes que seu timbre profundo quebrasse o silêncio paralisado. — Isso é bom?

— Mmhmm. — Estava praticamente babando na mesa.

Suas mãos deslizaram sobre minha pele lisa sem resistência, cavando em meus músculos e atingindo cada ponto sensível que eu tinha. A música leve tocando ao fundo e o cheiro de amêndoa e baunilha me relaxaram a cada toque dedicado de suas mãos. Ele aumentou a pressão das palmas das mãos e as correu pelos lados da minha espinha. Contornando a mesa, ele continuou suas ministrações até chegar ao arco da parte inferior das minhas costas.

— Eu já disse a você o quanto amo suas curvas? — O ronronar de Theo foi direto para meu clitóris e me contorci, flexível e excitada. Ele nunca parou, suas mãos trabalhando com fluidez sobre o meu corpo enquanto se movia para o final da mesa.

Cruzei os braços sob a cabeça e tentei dar uma olhada em Theo com o canto do olho. — Tenho certeza de que sim, e você sempre me mostrou.

— Bom, porque você merece ser adorada. — Theo agarrou minha bunda, massageando meus glúteos com os polegares, ofeguei e mordi meu lábio. Provocando-me, ele voltou para a curva da minha cintura antes de arrastar as mãos sobre a minha bunda e correr os polegares do topo das minhas coxas até os globos da minha bunda, mergulhando-os mais perto do meio a cada passagem.

Eu já estava molhada e minha respiração acelerou enquanto ele repetia o movimento uma e outra vez, o óleo cobrindo minha pele, até que seus polegares roçaram o botão de rosa no centro.

Estava praticamente ofegante quando Theo espalhou minhas bochechas e correu o polegar em um círculo ao redor do buraco apertado. — Cada parte de você é linda, — Theo rosnou, puro desejo escorrendo de seu tom enquanto ele tocava a parte mais íntima do meu corpo.

Eu queria rastejar de joelhos e implorar para ele me levar. Estava encharcada por ele, mais do que um pouco preocupada por já ter deixado uma mancha molhada na mesa.

Eu nunca soube que uma parte de mim poderia ser tão boa, mas ser tocada em um lugar tão tabu não só me parecia travesso, mas enviava nervos que eu nunca soube que tinha em uma onda de sensação.

Quando Theo soltou minha bunda e começou a se mover do meu centro para outras partes do meu corpo, quase chorei de quão excitada estava. Precisava dele, e ele parecia saber se sua risada baixa era uma indicação. Ele estava seriamente divertido com o quanto eu sofria por ele? O idiota. Quase rolei para repreendê-lo. Quase.

Exceto quando ele alcançou meus pés, ele dobrou meu joelho e se inclinou, sugando meus dedos dos pés em sua boca.

— Oh meu Deus, — ofeguei. A atenção que ele dedicou aos meus pés era ao mesmo tempo deliciosa e, de alguma forma, ainda excitante. Ele mudou-se para o outro lado e repetiu a ação, depois voltou a subir.

Seus dedos brincaram ao longo da dobra das minhas coxas e bunda, mergulhando e roçando seus longos dedos contra o meu centro.

Antes que um apelo escorregasse pelos meus lábios, Theo agarrou meus quadris e me ajudou a me mover para que meus joelhos ficassem embaixo de mim. Descansei em meus antebraços, segurando a borda da mesa enquanto ele se curvava e passava sua língua sobre minha boceta em uma longa lambida. Fiquei tão exposta nessa posição, mas ele não me deu um momento para pensar ou me sentir constrangida, apenas me devorou como se nunca tivesse tido nada tão bom em sua vida.

Ele gemeu ao mesmo tempo que eu e mergulhou de volta com gosto. Ele lambeu cada parte das minhas dobras antes de serpentear sua língua entre elas para obter um sabor melhor do meu canal. Longa língua estendida, ele sacudiu a ponta sobre o meu clitóris em uma vibração rápida antes de puxar para trás e colocá-la dentro de mim.

— Você tem um gosto tão bom, Nix, — ele murmurou contra minha carne molhada. Ele chupou meus lábios externos, não deixando nenhuma parte do meu núcleo intocada. — É isso aí. Creme para mim. Você é como açúcar na minha língua. — Ele gemeu e enterrou o rosto na minha boceta. Sua língua estava em toda parte, batendo contra meu clitóris, lambendo meu suco, empurrando para dentro e, em seguida, começando tudo de novo. Deste ângulo, o nariz de Theo roçou a carne tenra entre minha boceta e bunda, e ele moveu seu rosto para frente e para trás enquanto trabalhava, massageando cada ponto enquanto me trazia para mais perto do meu orgasmo iminente.

Estava tão molhada para ele que minha essência pingou de seu queixo enquanto ele me devorava, e só fiquei mais escorregadia quando ele passou um braço em volta da minha perna e trouxe o polegar para o meu clitóris, circulando a saliência latejante. Cada lambida me incendiava enquanto sua língua prometia acalmá-la a cada golpe.

— Porra! Theo! — Eu mal conseguia formular pensamentos coerentes, muito menos responder com mais do que um gemido, e minhas mãos apertaram a mesa enquanto aquentava o passeio. Estava desmoronando, sem saber se viveria com o prazer de ver o outro lado.

Meu orgasmo estava tão perto.

Theo saltou de volta e choraminguei, embora seus dedos nunca parassem de provocar meu clitóris. Sua mão pousou no centro da minha parte inferior das costas e ele me pressionou para baixo, fazendo-me arquear e apresentar minha boceta a ele de forma mais completa. O ar frio jogou sobre meu núcleo aquecido e Theo acrescentou sua respiração, soprando sobre meu centro úmido, me fazendo esperar que ele me lambesse novamente. Eu me contorci.

— Por favor, Theo! Eu preciso de você. Eu preciso da sua boca em mim. — Súplica após súplica saiu de meus lábios.

— Que boa menina, — Hiro elogiou de algum lugar atrás de mim, e olhei para trás para vê-lo parado na porta com Ryder, seus olhares encobertos de desejo enquanto observavam seu amigo me devorar. — Implore a ele, Nix. Deixe o saber exatamente o que você precisa.

— E-eu preciso de mais. — Não sabia verbalizar o que precisava. Só mais. — Estou tão perdida.

— Theo, ajude-a a virar, — Hiro exigiu, entrando na sala para se encostar na parede e assistir. Suas mãos estavam enfiadas nos bolsos de seu moletom, o cós puxado precariamente para baixo, apenas seu pau longo e duro segurando o tecido enquanto também testava seus limites.

Minhas coxas tremiam quando Theo gemeu e acenou com a cabeça, mas ele usou o movimento para mostrar a língua e me dar mais algumas carícias fortes antes de me endireitar e me guiar de costas na mesa de massagem.

Todos os caras pareciam se comunicar silenciosamente enquanto Theo lambia os lábios. Minha suspeita foi confirmada um momento depois, quando Damien, Joshua e Killian entraram na sala carregando um banquinho que colocaram diante de Theo, que se sentou diante de mim, deixando-o no nível do meu núcleo. Pressionei minhas pernas juntas, mas Theo cantarolou sua desaprovação.

— Nem pense em esconder essa boceta rosa bonita de mim. — Suas mãos pousaram em minhas coxas e me abriram para todos os meus companheiros verem. Um rubor envolveu minhas bochechas enquanto todos, exceto Ryder e Theo, assumiram posições ao redor da sala. Killian se esticou em uma das camas de solteiro ao longo da parede, um braço dobrado atrás da cabeça, o outro vagando sobre seu abdômen definido, enquanto Joshua descansava perto de Hiro em toda sua glória dourada, e Damien inclinou um ombro novamente na porta, tornozelos cruzado, parecendo que acabou de sair das páginas de uma revista. Ryder caminhou para frente, movendo-se para o meu lado esquerdo, seu olhar avelã vagando sobre minha pele exposta como uma carícia. Meus companheiros eram tão sexys que quase não era justo.

— Você é simplesmente sexy pra caralho, querida. Especialmente espalhada diante de nós como você está, — Damien me assegurou, tendo lido meus pensamentos facilmente. Estava tão acostumada com a presença dele na minha cabeça que mal percebi que ele estava ali, mas não queria bloqueá-lo. Eu o queria comigo eu queria todos eles comigo enquanto Theo e Ryder me mandavam para aquele precipício. Para que experimentassem meu prazer como se fosse deles.

— Olhe para você, mikró pouláki, — Ryder murmurou reverentemente. Seus olhos estavam escuros quando ele olhou para mim. Ele correu os dedos levemente pelo meu braço, pela minha barriga e ao redor dos meus seios antes de começar a trilha novamente. — Seus seios estão cheios, seus mamilos estão doendo por minha boca, e sua linda boceta está pingando para nós, não é? Quer que te façamos bem, Nix? Para fazer suas pernas tremerem e seu clitóris latejar enquanto você se curva para fora da mesa, gritando nossos nomes? —

Sim! Eu gritei para Damien e tentei fazer minha boca formar a palavra, mas eu já estava queimando, e o único som coerente que eu fiz foi um miado ofegante que foi definitivamente uma afirmação.

— Theo, — Hiro rosnou enquanto se afastava da parede e caminhava para o meu lado oposto a Ryder. Eles não precisavam de mais comunicação, ao que parecia.

— Dobre os joelhos, Nix, e se abra para mim, — Theo gentilmente ordenou, e eu obedeci enquanto meu rosto corava com mais calor. Eu puxei meus joelhos para cima e para trás, expondo meu centro brilhante.

Usando seus polegares, ele espalhou minha bunda, e eu mal tive tempo de respirar chocada antes de sua língua lamber meu botão de rosa. Eu gritei e mexi enquanto sua língua circulava a carne apertada uma e outra vez. Cada terminação nervosa estava acordada e formigando.

— Isso é incrível, — resmunguei, minha cabeça girando enquanto minha boceta apertava.

— Porra! — Theo gemeu contra minha bunda. Seus dentes beliscaram minha carne tenra e então sua língua estava sondando minha entrada proibida, pressionando úmida dentro de mim. Meu corpo se rendeu a ele, relaxado de uma maneira que eu nunca tinha estado enquanto explorávamos este novo território juntos. Seus dentes e língua continuaram a lamber, beliscar e empurrar, e quando minhas pernas começaram a tremer, Hiro puxou uma de volta para mim, me segurando no lugar enquanto seu amigo devorava minha bunda.

Achei que Ryder faria o mesmo, mas ele se aproximou de Theo - se acomodando ao lado dele - se abaixou, enganchou minha perna por cima de seu ombro e abaixou a cabeça. Olhando para mim por trás de seus cílios loiros, ele sacudiu a língua e tocou meu clitóris inchado, dando uma lambida leve que me fez saltar da mesa com o duplo prazer.

Ele me enviou um sorriso malicioso e fez de novo, desta vez adicionando mais pressão.

Minhas mãos procuraram algo para segurar. Theo e Ryder começaram a trabalhar juntos, ambos me levando ao orgasmo, mas nenhum dos dois me deixou gozar. Ambas suas línguas rodaram, seus dentes roçaram e seus gemidos dançaram com os meus. Não conseguia pensar, não conseguia respirar. Ryder prendeu os lábios em torno do meu clitóris e chupou ao mesmo tempo que Theo pressionou sua língua na minha bunda, e foi apenas a mão de Hiro na minha barriga, me segurando para baixo, que me impediu de voar para fora da mesa.

Gemidos soaram ao meu redor, e eu estava vagamente ciente dos meus outros companheiros se tocando enquanto viam o show que estávamos fazendo, mas eu não conseguia abrir os olhos e assistir. Eu estava muito perdido, muito cru e exposto para fazer qualquer coisa além de me lembrar de respirar.

Meus gemidos mudaram quando Theo enterrou o rosto na minha bunda até que ele não conseguia respirar e Hiro beliscou um dos meus mamilos com força. Ryder lambeu meu clitóris para o lado em pequenos movimentos rápidos, atingindo os pontos mais sensíveis e sensíveis com a ponta da língua enquanto ele chupava, e perdi todo o senso de tempo e realidade quando caí na borda. Eu gritei, seus nomes em meus lábios enquanto minha boceta convulsionava, precisando deles para me encher. Minha bunda apertou em torno da língua de Theo, e seu gemido adicionou uma vibração que prolongou meu orgasmo. A língua de Ryder nunca cessou, levando-me mais alto, mais rápido, até que eu não aguentava mais e lutei para tirar sua língua ansiosa daquele ponto sensível.

O banquinho de Theo raspou no chão e ele se levantou, pegando seu jeans apertado para abaixar o zíper.

Hiro e Ryder me soltaram e recuaram, dando espaço a seu irmão.

— Nix, — Theo implorou, o olhar em seus olhos me dizendo que ele precisava do meu corpo. Ele não precisou me perguntar duas vezes.

— Sim. Deus, sim.

Ele agarrou meus quadris e me colocou na ponta da mesa com um puxão.

— Você está tão molhada, querida. Veja como você está para nós. — Seus dedos percorreram minhas dobras escorregadias e ele os chupou em sua boca, engolindo meu creme. — Eu poderia comer sua boceta e bunda o dia todo e nunca me cansar do seu gosto, — ele confessou com entusiasmo, acariciando seu pau.

— É sexy que você goste tanto do meu corpo, — admiti, meu olhar caindo para a cabeça do seu pau que estava quase roxa com a restrição que ele usou para me dar prazer primeiro. Pré sêmem pingou da ponta e abri minhas pernas para ele. — Meu corpo é seu, Theo.

Meu Kraken fechou os olhos momentaneamente e engoliu em seco. Alinhando-se com a minha entrada, ele agarrou meus quadris e em um mergulho profundo, ele pegou o que era dele.

Eu estava tão cheio. O alongamento era quase uma queimadura de quão duro ele estava, mas eu estava molhada o suficiente para que deslizasse facilmente, apesar de sua circunferência. Ele empurrou dentro de mim, usando meu corpo para seu prazer enquanto gozava. Sua necessidade irresistível me excitou, e eu deslizei a mão pelo meu estômago para esfregar meu clitóris, ajudando a me trazer de volta ao pico. Seus gases brilharam na luz fraca e Theo fechou os olhos, inclinando a cabeça para trás enquanto me fodia.

Agarrando minha bunda, Theo apertou com força suficiente para machucar e me puxou para mais perto. Meus quadris deixaram a mesa e envolvi minhas pernas em volta de sua cintura. O novo ângulo o tinha arrastado sobre o meu inchado ponto G, e eu gritei quando ele se perdeu no desejo cru e primitivo de acasalar.

— Nix! — ele gritou, a cadência de sua voz se tornando uma melodia enquanto ele repetia meu nome em cada impulso. Mais alguns movimentos dos meus dedos e eu estava lá, limpando com a necessidade, até que ele quebrou sobre mim, lavando meu corpo em onda após onda de prazer. Eu segurei Theo, gozando tão forte quanto quando ele usou sua boca, só que desta vez eu estava deliciosamente cheia.

A melodia dos gritos de Theo parou quando ele gemeu longo e baixo e gozou dentro de mim com jorro após jorro.

Ele ofegou enquanto descia de seu orgasmo.

— Droga, — Ryder elogiou do lado de fora. — Eu nunca vi o Kraken perder o controle assim.

Theo me lançou um olhar tímido quando percebeu o quão forte ele me fodeu na frente de seus amigos, e ele cuidadosamente me colocou no chão, me ajudando a ficar com as pernas bambas. Seu gozo pingou para cobrir minhas coxas, e Joshua apareceu com uma toalha molhada que deve ter pegado no banheiro.

Mas eu sabia o que queria e balancei a cabeça. — Não.

— Não? — As sobrancelhas loiras franziram enquanto ele olhava para os caras, tentando descobrir o que ele fez de errado.

— Você me ouviu. — Peguei a toalha dele e joguei na mesa de massagem. Então me colei em seu corpo, sem vergonha de sentir as cristas nuas de seu abdômen tenso enquanto o guiava para trás, passo a passo. — Eu disse não. — Minhas mãos caíram para o cós de sua calça jeans enquanto os outros gemiam.

Nix, tem certeza? O que você compartilhou com Theo foi intenso. Você não precisa sentir que precisa dar prazer a todos nós, Damien raciocinou.

Não se trata de obrigação, Batman, assegurei a ele e os outros que eu tinha certeza tinham uma conexão unilateral com nossa conversa paralela. Baixei o zíper de Joshua e ele mordeu o lábio. Era tão quente ver a carne rosa entre seus dentes enquanto eu o dominava pela primeira vez.

— Estes. Fora. Agora, —ordenei, e os olhos de Joshua brilharam com o desafio, mas ele não lutou de volta. Ele baixou as calças e saiu delas, ficando nu diante de mim. Seu pau era longo e curvado em direção à sua barriga, e de repente fiquei dividida entre tomá-lo do jeito que eu queria ou cair de joelhos para prová-lo. No final, empurrei-o contra o colchão e disse-lhe para recuar até que se sentasse com as costas contra a parede.

Eu rastejei em direção a ele e estraguei sua cintura. Minha boceta deslizou contra seu pau, deixando-o escorregadio com a mistura do gozo de Theo e minha essência. Joshua gemeu enquanto agarrava minha cintura e observava onde nossos corpos se tocavam, apreciando a visão.

— Você gosta de saber que está coberta pelo gozo de Theo? — As palavras sujas saíram facilmente dos meus lábios enquanto eu o provocava, plantando minhas mãos na parede de cada lado de sua cabeça. — Você gosta de saber que ele já esteve dentro de mim? Pegou o que é seu? Deixou sua marca? — Inclinei meus quadris, capturando seu pau entre seu abdômen e minha boceta, esfregando-me sobre ele em movimentos lentos e lentos. Muitas vezes ele quase escorregou dentro de mim. Isto seria tão fácil. Estava molhada, mas estava no controle desta vez, e estava doida pelo poder de possuir o prazer de Joshua apenas desta vez.

No entanto, Joshua não me deu o controle por muito tempo, me correspondendo palavra por palavra, passo por passo. Ele ficou parado enquanto eu o provocava, o que era um poder por si só, e o fogo em seu olhar quase me queimou quando ele olhou de volta nos meus olhos castanhos.

— Sim querida. — Ele ergueu o queixo desafiadoramente, com um sorriso pecaminoso nos lábios. — Eu amo saber que a semente do meu irmão está dentro de você, pingando de sua boceta enquanto você esfrega seu lindo clitóris por todo o meu pau. Você vai gozar para mim assim? Ou você quer sentir o que meu pau pode fazer quando te arrasto até o limite pela terceira vez?

Minha respiração ficou presa na garganta e Joshua sorriu maliciosamente, sabendo que venceu. Ele não esperou minha resposta. Agarrando meus quadris, ele me levantou, procurou algo em meus olhos que parecia encontrar e me bateu em seu comprimento.

— Foda-se, — Damien sibilou enquanto sentia meu prazer através de nossa conexão mental. — Sim, — ele rosnou, e me virei para encontrar sua calça jeans aberta enquanto ele se acariciava da raiz às pontas. Sua fenda avermelhada estava derramando pré sêmem por todo o punho, as veias destacando-se em forte contraste ao longo de seu eixo aveludado.

A necessidade de Damien por mim surgiu através da conexão ao mesmo tempo que Joshua me levantou e me jogou de volta no chão uma segunda vez. Eu juro que meus olhos rolaram para a parte de trás do meu anúncio momentaneamente quando vi estrelas.

O homem sabia como usar seu pau, e não negaria que gostava quando algum deles ficava um pouco áspero comigo.

— É isso, Nix, — Joshua elogiou, — deixe-os ver o quanto você gosta de montar meu pau comprido. Mostre a eles como é incrível quando o seu Basilisco fode você bem e forte.

Gemi e baixei minha cabeça, usando a parede que minhas palmas estavam contra para me alavancar quando comecei a pular em cima dele, tomando cada centímetro que ele me deu.

Eu não tinha ilusões sobre quem estava no controle. Joshua decidiu o quanto eu tomei e quão duro.

A mão de Joshua foi ao redor de minha garganta e ele apertou o suficiente para chamar minha atenção. Um desejo quente e escuro agitou baixo em minha barriga, e minha boceta estremeceu em torno dele quando me encontrou impulso por impulso. — Você vai gozar para mim, Nix? Você vai me deixar encher você? Você quer que eu goze pintando suas coxas do jeito que Theo fez?

Sua conversa suja me deixou ofegante enquanto balançava sobre ele. Eu não era nada além de um nervo em carne viva neste momento, cada toque, carícia empurrava uma sobrecarga em meus sentidos.

— Sim, —suspirei. — Por favor, Joshua.

— Sim, o que? — ele perguntou, apertando os dedos em volta da minha garganta mais uma vez.

Tive a sensação de que meus olhos brilharam como os azuis dele. — Sim senhor.

— É isso, — ele rosnou, deixando cair as mãos para agarrar minha bunda. Seus dedos se espalharam sobre as áreas que eu sabia que estariam com hematomas pela maneira como Theo me agarrou, mas não me arrependi nem um segundo. Às vezes, a dor era boa, e quaisquer marcas de amor que recebesse enquanto estava na cama com meus homens eram medalhas merecidas. Prova visual do quanto nos amávamos. Uma marca que queria ver na minha pele, uma dor que precisava. Eu sabia que iria tocá-los, acariciá-los, até mesmo pressioná-los para sentir as marcas pulsando sob meus próprios dedos enquanto pensava no que eles fizeram com meu corpo esta noite.

As mãos de Joshua agarraram minha bunda, me guiando em um ritmo de sua fabricação enquanto ele nos levava mais alto.

— Mais forte, Nix, — Joshua comandou, e aumentei meu ritmo, batendo contra seus quadris. Meu clitóris inchado esfregou contra seu osso púbico em cada impacto, e logo meu corpo tinha uma mente e um ritmo próprios. Beijei seu ombro, pescoço e queixo enquanto o cavalgava freneticamente, e quando seu aperto aumentou, eu sabia que o tinha bem onde queria.

Belisquei o lóbulo de sua orelha e meu hálito quente lavou a concha de sua orelha enquanto sussurrava: — Goze para mim, Joshua. Encha-me até que eu não aguente mais. Marque-me. Me faça sua.

— Porra! — Joshua praguejou, e girei meus quadris, enviando-o xingando em uma liberação poderosa. Ele bombeou para dentro de mim, e quando o primeiro fluxo se soltou dentro do meu canal, perdi o controle da realidade quando gozei novamente. Meu clitóris latejava enquanto ordenhava Joshua até a última gota, e quando ele cedeu contra a parede, deixando-o segurá-lo, desmontei e deslizei da cama, orgulhosa de mim mesma por ainda ser capaz de andar.

Minha boceta pingou enquanto eu fazia meu caminho para Damien, que gemeu ao me ver.

— Você é como a porra de uma deusa. — Sua mão acariciou seu pau longo e grosso. Damien era tão longo quanto Joshua e um pouco mais grosso. As veias pipocando ao longo de seu eixo com a tensão de segurar seu orgasmo prometiam adicionar uma textura totalmente nova à nossa vida amorosa.

— Se eu sou uma deusa, então você certamente é um deus. — Parei diante dele e mordi meu lábio, olhando para ele por baixo dos meus cílios. — Você me quer, Damien?

Sua mente se abriu e meus joelhos dobraram enquanto sentia cada empurrão, cada puxão e cada torção de seu punho sobre a cabeça de seu pau. A cada deslize de sua mão, ele se imaginava me levando em uma posição diferente. Eu vi um flash do meu rosto em sua mente, minha expressão era de pura felicidade enquanto gozava ao redor dele.

— Isso não é nem uma pergunta, querida, — ele rangeu em sua felicidade, sua mão mantendo seu pau duro e bom para mim. — Venha aqui, Nix.

Fechei os últimos dois pés de espaço entre nós e suas mãos vieram ao meu redor. Ele me ergueu como se eu não pesasse nada, sua gárgula logo abaixo da superfície. Girando, ele me prendeu contra a parede, e a superfície fria me aterrou enquanto empurrava o jeans de Damien mais para baixo em seus quadris. Minhas pernas envolveram sua cintura e sua mão rasgou minha bunda enquanto a outra segurava acima da minha cabeça.

Seu pau era uma linha dura contra o meu núcleo e me mexi, tentando fazê-lo se alinhar e dirigir para casa. Estava tão molhada contra ele, cheia demais e ainda não quase saciada. Eu não ficaria até pegá-los todos.

— Eu não vou durar desta vez, — ele rosnou.

Minhas mãos estavam em seus ombros, e as passei pelo pescoço até que se enredaram em seu cabelo. Não havia espaço entre nós. Onde ele terminou, eu comecei, e meus seios esfregaram contra o cabelo claro em seu peito, criando uma abrasão doce contra os picos sensíveis.

— Eu também não vou. — Meu corpo era apenas uma massa de tremores secundários. Os pontos sensíveis dentro da minha boceta estavam tão inchados que cada vez que me movia, gemia. — Eu preciso de você, Damien. Reivindique-me como seu irmão fez, — eu desafiei, e seus olhos acenderam fogo.

Com um rosnado, ele mudou e deslizou para dentro de mim lentamente. Ao contrário dos passos febris de Theo e Joshua, Damien me deixou sentir cada centímetro conforme ele deslizava para dentro de mim. Ele esticou minha boceta e minhas mãos apertaram seus cachos castanhos até que ele estivesse totalmente acomodado.

— Sente isso, querida? Cada centímetro é para você. Isso é o quanto você me excita. Isso é o quanto quero você. — Ele arrastou seus quadris dolorosamente devagar e pressionou de volta com o mesmo ritmo controlado, me levando para fora da minha mente com o deslizamento lento.

Soltei seu cabelo e agarrei seus ombros.

— Mais profundo, — sussurrei em um apelo, e ele rosnou, pressionando seus quadris nos meus e me afastando ainda mais. — Sim, Damien!

Meu grito foi abafado quando ele desceu na minha boca em um choque de lábios, dentes e língua enquanto engolia meus gemidos. Sua língua brincou com a minha na mesma dança lenta e erótica que combinava com a maneira como ele fazia amor comigo.

Ele mudou de posição e agarrou minha bunda com as duas mãos. Levantando-me, ele me puxou para longe da parede em um feito de força que foi tão sexy de se testemunhar, antes de guiar meus quadris sobre seu pau, aumentando o ritmo ligeiramente e nunca interrompendo nosso beijo por muito tempo. O aroma de sexo estava no ar, misturado com o perfume característico de Damien. Sob minhas mãos, os músculos da minha Gárgula se contraíram quando mordi seu lábio inferior, sugando-o em minha boca enquanto ele voltava ao fundo do poço.

Estava animada com a maneira como ele me fazia sentir, minha boceta vibrando ao redor dele, tentando mantê-lo trancado dentro de mim cada vez que ele puxava para fora, e agitando-se com felicidade cada vez que ele mergulhava de volta.

— Sua boceta é como uma luva. Você se encaixa tão bem em torno de mim, querida. Você sente isso? Quão fundo estou enterrado dentro de sua boceta? — Uma mão deu um tapa na minha bunda, e eu apertei em torno dele em um guincho que floresceu em um gemido quando a picada floresceu em um calor mais profundo.

Eu me afastei de seus lábios para me inclinar e morder a curva de seu ombro e pescoço, meus dentes deixando marcas em sua pele.

— Jesus Cristo, — ele rosnou e se sacudiu. As asas de sua gárgula brotaram de suas costas e seu pau ficou ainda mais grosso em sua mudança parcial.

Acariciei minha mão para baixo em uma de suas asas, apreciando a maneira como ele estremeceu.

— Isso é bom? — Sussurrei em seu ouvido e depois o lambi.

— Poraaaaaaa, — foi a única resposta de Damien, e sabia que ele estava longe demais. Acariciei suas asas, apreciando a maneira como suas estocadas ficaram mais fortes e menos controladas, e como ele inchou impossivelmente maior dentro de mim.

— Porra! — A maldição não era nada além de uma respiração aérea. — Goze para mim, Damien, — ordenei. — Esvazie-se dentro de mim.

Ele rugiu. Suas unhas se transformaram em pontas afiadas que espetaram onde ele me segurava, e seus dentes se alongaram quando ele jogou a cabeça para trás. Ele abriu sua mente e compartilhou sua liberação comigo, oprimindo meus sentidos enquanto estalava por sua espinha e se acomodava em suas bolas um momento antes de explodir.

— Sim! É isso aí. Dê-me até a última gota. — Minha conversa suja o fez tremer com a intensidade de seu orgasmo, e eu o segui em minha própria liberação, deixando-o me reivindicar inesperadamente e formigar para fora até que meus músculos estivessem lânguidos.

Hiro e Ryder me pegaram quando Damien me colocou no chão, seus braços tremendo enquanto ele tropeçava para trás e se apoiava contra a parede, o peito arfando.

Hiro me pegou em seus braços e me carregou pela porta com Ryder seguindo atrás, levando-me para o quarto principal, onde ele me colocou no edredom macio.

— Você acha que pode aguentar mais, querida? — Hiro ronronou, seu olhar aquecido caindo entre minhas pernas. Jurei que ele lambeu os lábios quando viu a mistura deixada pelos meus outros companheiros.

— Sim. — Estendi a mão para ele e puxei-o para baixo em cima de mim quando ele me deu sua mão.

Ryder riu, e o colchão afundou ao meu lado. Ele se aproximou com as mãos tingidas de azul. Minha pele formigou com o calor e sua magia afundou abaixo da minha pele. — Deixe-me curar você um pouco primeiro. Tenho que consertar aqueles pequenos cortes que Damien deixou em sua bunda. Eu não acho que ele já mudou no meio assim. Você nos deixa loucos, mikró pouláki. — Ryder sorriu, mesmo enquanto me fazia corar.

— Você nos quer um de cada vez, Nix? Ou podemos levá-la juntos? — Hiro e Ryder trocaram um olhar, e eu vi a preferência de Ryder na forma como suas narinas se dilataram, seu olhar escureceu e a maneira como ele nos olhou com fome.

— Juntos. — Eu rolei em minhas mãos e joelhos, profundamente ciente de como Hiro estava estudando minhas coxas molhadas enquanto dava uma olhada nas minhas curvas.

Ryder se despiu e eu o puxei para baixo, apreciando o salto de seu pau enquanto ele se acomodava contra os travesseiros. As pétalas de rosa se esmagaram sob nós, e sua fragrância inebriante adicionada ao romance. Eu estraguei Ryder e ele espalmou meus seios, rolando meus mamilos entre os dedos, beliscando-os do jeito que eu gostava.

— Você é linda. — Ryder brincou com meu corpo enquanto meus outros homens entraram para assistir.

— Você se importa se estivermos aqui? — Damien questionou, puxando o zíper de sua calça jeans enquanto ele se enfiava longe de vista, exausto e feliz, mas ainda investido no meu prazer.

Hiro olhou para Ryder, esperando sua resposta. Faríamos tudo o que o deixasse confortável e, felizmente, ele me enviou uma piscadela.

— Claro. Somos todos companheiros. Deixe-os ver como Hiro e eu cuidamos de você.

Minha boceta jorrou com a imagem de Hiro e Ryder me enchendo ao mesmo tempo enquanto os outros assistiam.

Hiro montou nas pernas de Ryder e se moveu atrás de mim. Eu me acomodei em seu amigo e Hiro estendeu a mão ao meu redor para agarrar o pau de Ryder. Ele bateu a cabeça contra o meu clitóris, me fazendo ofegar, e então o colocou na minha entrada antes de me guiar para afundar nele. Ryder gemeu e agarrou meus quadris, empurrando ao máximo.

Joshua contornou a cama e sentou-se em uma cadeira de acento, colocando os cotovelos nos joelhos enquanto nos observava atentamente. Killian pegou a cadeira verde que eles usaram para a minha manicure, inclinando-se para trás e acariciando seu pau. Ele me enviou um sorriso pecaminoso que estava cheio de promessas perversas enquanto abusava de seu pau, girando o punho sobre a cabeça de seu pau com força.

Eu gemia com a visão, sentindo que não era nada além de uma bola em chamas de calor e fogo enquanto Ryder empurrava seus quadris abaixo de mim.

Damien e Theo estavam perto da porta, relaxando com olhares fervorosos.

Afastei todos eles quando as mãos de Hiro alisaram minhas costas e empurraram meus ombros, me inclinando para frente sobre Ry.

— Deixe-o chupar esses mamilos rosados enquanto ele fode você por baixo, — Hiro exigiu, e fiz o que ele pediu.

Os lábios de Ryder capturaram um mamilo, sugando e girando sua língua sobre o pico endurecido. Cada puxada no meu peito tinha uma conexão direta com o meu clitóris, disparando arrepios na protuberância que latejava com a necessidade de atenção. Eu queria deslizar meus dedos até ele e me levar a mais um orgasmo alucinante, mas foram os dedos de Hiro no meu botão de rosa que me fizeram pular de Ryder.

Eu me afastei de Ry brevemente e deixei Hiro acariciar seu pau algumas vezes antes que ele mergulhasse dois dedos no meu calor e juntasse um pouco do gozo dos outros, arrastando-o até minha bunda para usar como lubrificante. Ele juntou mais, e eu me virei para vê-lo cobrir seu pau com sua semente antes de Ryder me reivindicar novamente, balançando-me sobre sua ereção, enquanto Hiro violava meu buraco apertado com um dedo e depois dois. Abaixei minha cabeça e foquei na queimadura intensa que floresceu em êxtase um minuto depois.

— Oh Deus, por que isso é tão bom? — Ainda não entendia como sentia tanto prazer em um lugar tão proibido.

— Relaxe para mim, assim como você fez antes, — Hiro instruiu, e logo ele estava pressionando contra minha carne enrugada. Houve uma pressão constante, e então ele entrou, trabalhando tão lentamente para deixar minha bunda acomodar sua circunferência.

— Porra, isso é intenso! — Gemi, e Hiro estendeu a mão para dedilhar meu clitóris. Estrelas dançaram na frente dos meus olhos quando os dois começaram a se mover juntos, ambos empurrando para dentro de mim ao mesmo tempo. Eu tremi. Meus braços imploraram para ceder, enquanto minha boceta convulsionou e minha bunda apertou em torno de Hiro. Eles esfregaram seus pau juntos através das minhas paredes finas, todos nós gemendo enquanto cavalgávamos onda após onda de intenso prazer. Minhas coxas tremeram e o som de nossos corpos colidindo encheu o ar.

— Boa menina, — Hiro sussurrou, espalhando beijos pela minha espinha, enviando arrepios ao longo da minha pele. — Olha como você é suja, pegando dois paus no mesmo lugar. Você me sente fodendo você e Ryder? Você gosta de como nossos pau te enchem? Você está cheia, Nix? — ele ronronou, sua voz suave como xarope.

— Por favor por favor por favor!

— Por favor o quê, princesa? Diga-nos o que você precisa.

— Eu preciso gozar, — respondi com um gemido. — Eu preciso que você goze. — Eu não aguentava mais. Eu já estava flutuando ao redor deles na primeira onda de prazer, mas ainda não cheguei lá.

— Você sente o quão profundo estou em sua bunda? — Hiro perguntou, e sua mão bateu contra minha pele. A pontada de dor se transformou em um calor quente que fez minha boceta ter espasmos.

— Sim! — Eu assobiei.

— Eu não vou durar, — Ryder rangeu os dentes apertados um momento antes de soltar um ruído sexy e derramar dentro de mim. Senti seu gozo pingando do meu canal, meu corpo muito cheio para segurar o de todos ao mesmo tempo.

Os dedos de Hiro trabalharam mais rápido no meu clitóris e logo eu estava quebrando junto com Ryder. Eu apertei, segurando Hiro dentro da minha bunda até que eu estava saciada, e então caí no peito de Ryder.

Ry agarrou minha bunda e separou minhas bochechas.

— Cuidado, — ele ordenou a Hiro, um novo papel para ele. — Observe como você afunda em seu buraco apertado uma e outra vez. Observe como nossa preciosa companheira leva todos vocês em sua bunda e lhe dá prazer.

Um doce tremor percorreu meu corpo enquanto Hiro g rugia, seguindo as demandas de Ryder.

— Tão doce pra caralho, — ele mordeu fora, e suas mãos acariciaram minhas costas.

— Venha para nós, Hiro. — A voz de Ryder estava rouca enquanto observava sua companheira. Eu balancei de volta em Hiro, ouvindo sua respiração aumentar, e então me apertei em torno dele, fazendo-me um ajuste ainda mais apertado.

— Boa menina, — Hiro murmurou no final de um gemido. — Tão bom pra caralho! — Seu gozo espirrou dentro do meu canal traseiro com bomba após bomba, e quando Hiro terminou, ele desabou ao nosso lado.

Eu ri com a visão que devemos ter feito, totalmente exaustos e mole como espaguete cozido demais.

Hiro estendeu a mão e deu um tapa na minha bunda para garantir.

Depois de um minuto para recuperar o fôlego, Killian apareceu ao pé da cama e me mexi até o fim, pronta para tomá-lo também.

— Venha comigo, querida. — Ele estendeu os braços e me pegou em estilo de noiva quando estava perto o suficiente.

Killian me carregou em direção ao banheiro, mas eu rapidamente me mexi, escorregando de seus braços e descendo por seu corpo.

— Não. Ainda não terminamos. Eu não levei você ainda, Killian. — Minhas mãos estavam em seu peito, já o empurrando de volta para a cadeira em que ele estava sentado.

Ele mal se mexeu e estreitei meus olhos enquanto ele balançava a cabeça.

— Você não tem que fazer isso, queirda. Você deve estar cansada agora. — Ele acenou com a cabeça em direção ao banheiro. — Deixe-me ajudar a limpar você. Você pode descansar e podemos brincar mais tarde.

Agarrei sua mão e a trouxe para cobrir meu sexo. Meu fluido, junto com o de seus irmãos, revestiu seus grandes dedos, e ele gemeu. Seus olhos brilharam e sabia que o tinha.

— Eu não estou cansada, Killian. Estou doendo. Estou implorando. Eu quero segurar um pedaço de cada um de vocês dentro de mim esta noite, e você é meu último companheiro. — Esfreguei sua mão sedutoramente sobre minha boceta, respirando fundo quando seu dedo deslizou facilmente entre minhas dobras e contra meu clitóris.

Era sensível e necessitado quando a áspera almofada de seu dedo roçou sobre ele.

— Nix, — ele começou a protestar novamente, mas seu pau estava duro atrás de sua cueca, e alcancei sua braguilha aberta e deslizei minha palma sobre ela. Eu apertei suas bolas pesadas, amando a maneira como seu pau se estendia até meu antebraço. Killian era um cara grande e seu pau combinava com a maior parte de seu corpo.

Lambi meus lábios.

— Você vai me deixar ter você? Ou você precisa de mais convencimento?

Minha mão envolveu seu membro dolorido e ele assobiou por entre os dentes.

— E-eu ... Foda-se! — Ele não conseguiu terminar qualquer recusa em sua língua, porque minha pequena mão acariciou seu pau da raiz às pontas, deixando-o sem palavras enquanto corria meu polegar sobre aquele ponto sensível na base de sua cabeça de cogumelo. — Foda-se, Nix, — ele rosnou. — Você provavelmente está dolorida, — ele raciocinou, mas balancei minha cabeça.

— Ryder me curou antes de sua vez. Estou deliciosamente dolorida da sessão, mas também quero você, Killian. Eu soltei sua mão, e ele a manteve entre minhas pernas, massageando-me onde eu mais precisava, esfregando o gozo que eu segurava de todo o meu sexo.

Eu plantei minha mão livre em seu peito e empurrei novamente, então rolei meus olhos quando ele ainda não se mexeu. Eu o soltei totalmente e apoiei minhas mãos em meus quadris.

— Não me faça ficar física, eu relaxei de brincadeira, e Killian arqueou uma sobrancelha que me disse que gostaria de me ver tentar. Ele provavelmente pensou que eu pareceria um rato tentando mover uma montanha, mas eu tinha meus caminhos sedutores. Felizmente, não tive que testar nenhum deles, já que ele cedeu por sua própria vontade.

— Tudo certo, querida. Como você me quer? — ele perguntou, seu olhar quente e pesado enquanto cruzava os braços e me encarava.

Oh, as possibilidades. Ele deve subestimar minha criatividade, ou talvez minha ousadia, se ele pensou que eu não iria apresentar uma resposta.

Eu já sentia falta de suas mãos em meu corpo e rapidamente ajudei a tirá-lo de suas roupas.

Fiz um gesto para a grande cadeira estofada verde.

— Sente-se, Killian, e deixe-me amar você. — Deixei a decisão em suas mãos e me alegrei quando ele finalmente se sentou. O ar quente da lareira acesa acariciou meu peito enquanto eu girava e lhe dava minhas costas. Com cuidado, me sentei em seu colo e abri minhas pernas, uma de cada lado das dele. Killian segurou minha cintura e eu apoiei meus pés na beirada da cadeira e me levantei para pegar seu pau. Eu me abaixei sobre ele uma vez, então duas vezes, vivendo para os grunhidos que ele fez quando assumi o controle. Minhas costas estavam contra seu peito enorme quando me inclinei para ele e saltei em sua enorme ereção.

Meus outros companheiros faziam sons de aprovação ao meu redor enquanto assistiam Killian afundar em minhas profundezas, e eu sabia que, nesta posição, eu estava realmente dando um show para eles - minhas pernas bem abertas, minha boceta em plena exibição a cada estocada e movimento, e até meu clitóris cintilante duro e necessitado de seus olhos.

Graças a Deus eu já tinha os outros e era bom e flexível para Killian, porque ele era maior e mais duro do que nunca, e sempre foi bem-dotado. Suas bolas já estavam puxadas firmemente contra seu corpo, prontas para derramar.

Os calos ásperos em suas mãos roçaram minha pele enquanto ele me acariciava com amor.

— Porra, bebê. Sim. Bem desse jeito. Foda-se no meu pau, — ele falou lentamente, sua cadência escocesa mais pronunciada já que eu o tinha muito distraído. — Pegue o que você precisa de mim.

Uma de suas mãos deslizou para o topo do meu sexo, e ele trabalhou círculos suaves em torno do meu pequeno clitóris molhado, massageando-me em todos os lugares, exceto onde eu precisava. Meu lábio abusado abriu caminho entre meus dentes enquanto eu trabalhava nossos corpos juntos.

A barba de Killian arranhou meu pescoço e ombro enquanto ele beijava ao longo da coluna da minha garganta e sussurrava palavras doces em meu ouvido.

— Você é incrível, Nix. Veja como você pegou cada um de nós, nos amando tão bem com seu corpo doce e firme. Você foi feito para ser nosso. Você deveria estar fodendo a minha, — ele murmurou, seus quadris não encostando nos meus.

Seu pau trabalhava dentro e fora de mim enquanto brincava com meu sexo com os dedos, e quando eu estava apertando em torno de sua dureza, ele finalmente sacudiu a pequena protuberância.

— Oh meu inferno! — Ofeguei, chorei e louvei os céus quando ele fez isso de novo e de novo, atingindo os pontos sensíveis de cada lado do meu clitóris.

Eu me contorci e me contorci e, quando ele o beliscou, gritei.

— Killian! Bebê! Sim! — Luzes piscaram e estrelas explodiram atrás de minhas pálpebras fechadas. Viemos ao mesmo tempo, seu grito grunhido me levando mais alto. Seus dedos nunca soltaram meu botão, prolongando meu orgasmo até que eu estava tremendo e ofegante.

— Nix. — Meu nome era uma oração e um pedido de misericórdia enquanto minha boceta o ordenhava sem parar, e quando o mundo finalmente parou de girar, nós apenas respiramos um contra o outro. Seu peito levantava meu corpo a cada respiração, mas nenhum de nós conseguia ficar de pé.

Sua semente se espalhou e se misturou com a semente dos outros quando Killian se libertou, e eu senti uma profunda satisfação por saber que tinha todos eles. Que eu tinha brincado com eles e ficado satisfeito com eles. Que fui marcada por cada um deles tão intimamente com um pedaço deles dentro de mim, encharcando minha boceta e cobrindo minha pele.

Os olhares ardentes dos meus companheiros se estabeleceram no meu centro brilhante, e eu sabia que eles experimentaram o mesmo contentamento pacífico caindo sobre mim como um cobertor quente e lânguido.

Esta noite parecia a reivindicação que todos nós estávamos nos preparando para fazer em nosso dia de acasalamento. Mas esta noite? Isso tinha sido apenas para nós.

— Eu te amo, amor. — Killian baixou a cabeça para o meu ombro e deu um beijo amoroso na carne tenra.

— Eu também te amo, Abra. Sempre e para sempre, — eu prometi.

— Para todo o sempre. — Ele respirou nossos aromas mistos e um arrepio percorreu sua espinha.

Poucos minutos depois, Killian me carregou para o banheiro onde Theo já tinha água aberta. O vapor encheu o chuveiro e Killian me depositou dentro antes de se juntar a mim sob o spray.

— Eu sinto que tudo o que tenho feito é gemer, mas puta que pariu, isso é bom. — A água massageou meus músculos sobrecarregados, e o dilúvio desceu pelas minhas costas e sobre minhas curvas, acalmando meu traseiro e lavando alguns dos resíduos em minhas coxas. Em menos de um minuto, eu estava rejuvenescido com o calor marcando meu corpo.

Killian esguichou sabonete líquido em suas mãos e ensaboou-as, então ele lavou meu corpo lentamente, começando no meu pescoço e ombros, e descendo pelos meus seios e estômago. Caindo de joelhos, ele teve o cuidado de limpar meu núcleo bem usado, certificando-se de que estava completo. Seus dedos eram gentis e reverentes, e a suave carícia me relaxou mais do que a água quente.

Naquela noite, eu me arrastei para a cama ao lado dos meus companheiros enquanto todos nós nos amontoávamos, e eu sabia, sem dúvida, que nunca tinha sido tão feliz em toda a minha vida.

Quando adormeci, fiz um desejo para qualquer estrela cadente que existisse no universo que tivéssemos uma vida inteira de momentos como este - seguros, felizes, juntos e apaixonados.

Mas não importa o que o futuro reservasse, eu seguraria isso uma noite pelo resto da minha vida, deixando-me lembrar pelo que eu estava lutando.

Damien, Killian, Theo, Hiro, Ryder e Joshua.

Minha família. A única que importava.

 


SETE

NIX

— Pare de se contorcer. — Rini deu um tapa na minha perna enquanto se ajoelhava diante de mim com a boca cheia de alfinetes, suas pontas afiadas apontando para fora de onde ela os segurava entre os dentes. — Se você não fizer isso, vamos acabar com sangue em seu vestido, — ela repreendeu em um murmúrio, agarrando outro alfinete de entre os lábios e empurrando-o no vestido enquanto o prendia da maneira certa.

— Ela sempre foi uma criança mandona, — Li Min brincou, relaxando ao lado. Ela inclinou a cabeça, seu cabelo castanho caindo de seu ombro enquanto observava sua filha trabalhar no vestido. — Seus homens estão com as mãos ocupadas.

— Ei! — Rini murmurou, mas ela não protestou mais, seus lábios puxando para cima nos cantos.

— O que? É verdade. — Li Min escondeu o sorriso atrás da taça de vinho enquanto bebia o líquido vermelho que havia dentro. — Este vestido ficou tão lindo na minha filha no dia do casamento, e ficará igualmente bonito em você, Nix, — ela murmurou, e enviei um sorriso agradecido enquanto Rini ajustava o comprimento para caber com as sapatilhas que tive que lutar para vestir.

Ryder me queria de salto e em mais de uma ocasião ele tentou me fazer concordar com as engenhocas ridículas, indo tão longe a ponto de tentar usá-las ele mesmo para me mostrar que era possível andar em bengalas de dez centímetros. Ao ar livre. Na neve. Eu ri pra caramba quando ele caiu apenas tentando andar pela sala, mas valeu a pena ver a expressão envergonhada em seu rosto quando ele cedeu, me deixando usar o que eu quisesse por baixo do vestido.

Meu rosto corou quando me lembrei dos outros comentários sobre o que eu deveria usar ou não usar por baixo do meu vestido de noiva. Depois de levar cada um dos meus homens na outra noite, não mentiria estava ansiosa pela lua de mel mais do que pela cerimônia de acasalamento.

— Você está animada? — Molly perguntou sonhadora enquanto tocava a renda que decorava o vestido. Eu nunca me imaginei vestindo algo tão tradicional, mas estava feliz por ter algo apropriado para caminhar até o altar. Eu realmente não me importava com o que aparecesse, contanto que pudesse dizer meus votos e reivindicar meus companheiros como meus.

— Para ser honesta, estou ansiosa para ser acasalada. Os detalhes realmente não importam para mim. Estou muito animada para pertencer oficialmente a eles e eles a mim, —admiti, olhando para meu reflexo no espelho de corpo inteiro na minha frente.

— Eu não culpo você. A lua de mel é onde está, — Rini brincou, sua voz chegando apenas a Molly e eu.

Eu ri e Molly corou, um largo sorriso aparecendo em seu rosto jovem.

— Você está corrompendo minha filha? — Angela questionou. Malícia brilhou em seus olhos quando ela voltou para a sala carregando uma grande bandeja cheia de salgadinhos, deixando a porta fechar atrás dela enquanto os colocava em uma mesa de centro próxima. Felizmente, garantimos uma sala de estar privativa para a prova do vestido e planejamento do casamento, cumprimentos de Valleria. Nós duas formamos uma amizade nesta época incerta, e era grata por ter outra mulher em minha vida em quem pudesse confiar.

— Eu gostaria que pudéssemos ter acasalamentos tradicionais para vocês duas, — Li Min lamentou antes de compartilhar um olhar triste com Angela, seus olhos cheios de empatia por como a vida era diferente para todas nós agora, especialmente pelas mudanças que isso forçou em grandes eventos da vida, como cerimônias de acasalamento.

Surpreendentemente, ou talvez sem surpresa, houve uma série de acasalamentos nas últimas duas semanas. Parecia que muitos dos outros casais e grupos de companheiros também estavam sentindo a pressão crescente da guerra, e o ataque que tirou a vida de Gaspard foi um chamado de alerta para todos nós. Agora que tínhamos um prazo iminente para nossa batalha final, nosso foco mudou para a preparação para a luta e aproveitar ao máximo o tempo que tínhamos até o dia fatídico chegar. Sabíamos que haveria perdas e isso nos levou a viver nossas melhores vidas. Ninguém queria morrer com arrependimentos, e embora tivesse fé que meus homens e eu sobreviveríamos, selar nosso acasalamento se tornou algo que eu queria e precisava fazer.

— Qual seria a aparência de um acasalamento tradicional? — Questionei, passando minhas mãos pelo corpete do meu vestido, a renda macia, mas com textura sob minhas palmas.

— Bem, — Angela começou enquanto arrumava uma variedade de frutas, vegetais, queijo e doces na mesa de centro, — existem tantos tipos diferentes de shifters, e cada espécie, seja mitológica ou regular, tem suas próprias tradições culturais. Muitas vezes, os grupos de companheiros optam por incorporar um pedaço de sua cultura à cerimônia, seja por meio de roupas, votos ou costumes. Kraken, por exemplo, usam água em sua cerimônia de união. — Seus olhos ficaram vidrados quando ela se lembrou de seu próprio dia de acasalamento. Não querendo aborrecê-la, forçando-a a percorrer o caminho da memória, mudei a direção da minha próxima pergunta.

— Então, Killian usaria um kilt? — Provoquei enquanto Rini puxava o último alfinete de sua boca e colocava ao longo da bainha do vestido. — Porque acho que poderia ficar atrás do meu grande companheiro escocês de saia.

Molly fingiu vomitar enquanto Rini me enviou um sorriso malicioso. — Fale sobre fácil acesso. Pense nas possibilidades. Sinto que precisamos fazer isso acontecer para os irmãos O'Connor.

Balancei minhas sobrancelhas e enviei a ela um olhar penetrante. — Então, como foi a lua de mel, Rini?

Ela corou e Molly deixou escapar um suspiro dramático. — Sim, conte-nos tudo. Deixe-me viver indiretamente através de você, já que obviamente não estou conseguindo nada com a vigilância apertada que meu irmão mantém sobre mim. — Molly se deixou cair no sofá com um beicinho fofo nos lábios.

— Mocinha, — Angela repreendeu, mas sua expressão era mais divertida do que chateada, ou mesmo chocada.

— O que? Estarei segura quando chegar a hora. — Molly corou e Rini e eu compartilhamos um sorriso secreto. Tive a sensação de que Molly estava prestes a levar as coisas para o próximo nível com Cedric, e fiz uma nota mental para ter uma conversa fraternal com ela mais tarde para ter certeza de que ela estava preparada e tinha proteção.

Ângela e Molly brincaram de um lado para outro amorosamente sobre companheiros em potencial, e sorri de como tudo parecia normal. Foi bom ter um dia em que pudéssemos nos concentrar em algo além da guerra e derrubar os membros restantes do conselho.

Rini se levantou e inspecionou seu trabalho, e chamei sua atenção quando ela ergueu o olhar.

— Não pense que você está fora do gancho, — murmurei, e ela acenou com a cabeça, enviando-me uma piscadela que me disse que iria compartilhar todos os detalhes suculentos de sua lua de mel mais tarde. Afinal, estávamos ambas prestes a ser mulheres recém-acasaladas. O sexo provavelmente estaria em nossas mentes por um bom tempo, e pode ser divertido comparar um pouco as notas.

— Tivemos muita sorte de o vestido ter uma renda nas costas, porque não precisaremos alterar as costuras laterais, — ela meditou enquanto circulava o vestido para se certificar de que o ajuste era o mais perfeito que poderíamos fazer.

— Obrigada. — Estendi a mão e a parei, e seus olhos castanhos estavam cheios de curiosidade enquanto se fixavam nos meus.

— Para quê? — Rini colocou o cabelo castanho atrás da orelha. Desde que chegamos à rebelião, ele cresceu e roçava o topo de seus ombros.

— Por estar aqui. Quando entrei no dormitório naquele dia, não fazia ideia do quanto minha vida estava prestes a mudar, mas conhecer você foi a melhor coisa que já me aconteceu. Você não apenas me ajudou a encontrar meus companheiros, mas também se tornou a melhor amiga que eu nunca soube que precisava. Eu só ... — Funguei, tentando não ficar toda aguada. — Estou muito grata por ter uma amiga como você.

Me virei para Molly em seguida, percebendo que o resto da sala havia se aquietado durante nosso momento emocionante. — Você também, sabe. Não só ganhei uma melhor amiga quando te conheci, mas uma futura irmã também.

— Aww, — Molly sussurrou, acenando com a mão na frente dos olhos como se o vento leve ajudasse a secar suas lágrimas repentinas. — Você está prestes a bagunçar meu rímel.

— Oh, coitadinha, — brinquei, jogando a mão sobre o meu coração em falsa simpatia.

Todas nós começamos rir e Rini pegou minha mão.

— Sabe, nunca acreditei realmente no destino antes de conhecê-la, mas agora acho que ele absolutamente existe. De que outra forma podemos explicar o que a trouxe ao Alasca, ou como Killian era o motorista do Uber naquele dia? Não tem outra explicação do porquê insisti que precisava morar no dormitórios em vez de morar com Cayden, Barrett e Donovan. Era porque deveríamos nos encontrar. Você sempre foi destinada a ser minha melhor amiga, Nix. E agora olhe para nós. Duas amigas acasaladas, ou quase acasaladas, à beira de uma nova vida.

— Falando em novas vidas, — Ângela interrompeu, com um sorriso suave e maternal no rosto. — Li Min e eu temos uma coisinha para você.

Ela estendeu a mão e a peguei, soltando Rini enquanto nos movíamos para sentar no sofá. Eu cuidadosamente coloquei meu vestido embaixo de mim enquanto me sentava, observando os alfinetes para ter certeza de não me espetar no processo.

Angela se acomodou em um lado meu e Li Min ficou com o outro, as duas parecendo ansiosas, se não um pouco hesitantes.

— Agora, sabemos que você está fazendo uma cerimônia de acasalamento e não uma cerimônia de casamento, mas seus homens perceberam que a tradição humana era aquela com a qual você pode se sentir mais confortável, e Li Min e eu tivemos uma ideia para você, — Angela começou.

— Um presente, se você quiser. — Li Min estava vibrando com energia excitada ao meu lado, praticamente quicando em seu assento enquanto Ângela puxava uma caixa quadrada do tamanho de sua mão. Ela deu a Li Min antes de tirar uma caixa menor e segurá-la entre os dedos.

— Também entendemos que essa tradição é muitas vezes compartilhada entre mãe e filha, e pensamos muito em presentear você com esses presentes, — admitiu Ângela, seu olhar procurando meu rosto enquanto estudava minha reação.

— Celebrações como casamentos costumam ser muito familiares, e nós duas sabemos como deve ser difícil para você enfrentar um evento tão grande sem sua mãe ao seu lado. Mas queremos que saiba que pensamos em você como uma filha, Annika, — disse Li Min gentilmente, e sua mão pousou suavemente no meu braço. Ela aplicou uma pressão leve, apertando que era reconfortante e paternal.

Rini se empoleirou no braço do sofá ao lado de sua mãe com olhos brilhantes, e comecei a sentir as lágrimas se acumulando ao longo da linha dos meus cílios.

— Eu soube desde a primeira vez que ouvi Theo pronunciar seu nome que você era importante para ele, — Angela falou, chamando minha atenção, — e isso só foi confirmado quando eu finalmente consegui conhecê-la pessoalmente. Você entrou na minha casa e vi isso escrito no rosto dele. — Ângela sorriu como se se lembrasse do momento como se fosse ontem. — Ele amava você, assim como os outros meninos. Eles foram apaixonados, e ainda estão. — Ela acenou para sua filha, que estava sentada à nossa frente. — Molly pode te dizer, assim que todos vocês foram embora, me virei para ela e disse que você era a pessoa para eles. A companheira. Sua verdadeira companheira. E soube então que você era minha filha com a mesma certeza que reconheci meu companheiro no pai de Theo na primeira vez que o conheci. A família é um vínculo forte e inquebrável comigo, Nix. E você é parte da minha família. Você tem sido desde o primeiro dia.

Pisquei e olhei para baixo, tentando me recompor. A verdade é que tenho pensado cada vez mais em minha mãe ultimamente. Desde minha conversa com a doce e pequena Emersyn, me perguntava como seria se minha mãe ainda estivesse viva.

Não pensei muito sobre os e se do meu passado, porque sabia que não poderia mudar nada disso, e desejar algo diferente não era saudável. Sobrevivi ao inferno, caminhei pelo fogo e emergi mais forte do outro lado.

O que não pude deixar de dedicar horas de pensamento, no entanto, foi me perguntando como minha mãe era. Tentei imaginá-la aqui comigo hoje, mexendo no meu vestido e rindo comigo enquanto sonhava com meu futuro. Odiava não lembrar o suficiente dela para ser capaz de formar uma imagem clara. Eu mal me lembrava de seu rosto, muito menos de sua personalidade.

A falta de memórias deixou um buraco em mim que não pude preencher. Eu não a conhecia, e esse pensamento doeu mais do que as picadas afiadas e penetrantes de uma centena de abelhas. Isso me incomodava e me deixava mais inquieta a cada dia que passava.

Fungando, cedi e limpei meus olhos, oferecendo às duas mulheres ao meu lado um sorriso lacrimejante. — A verdade é que não me lembro muito da minha mãe. Ambas conhecem minha história. Não tenho família para chamar de minha, — divulguei, não querendo deixar minha mente vagar para Mordred ou Stepanov, nenhum dos quais reivindiquei como família, apesar de qualquer DNA que compartilhamos, — mas sempre me senti tão bem-vinda e amada por vocês duas. — Estendi a mão para elas, orgulhosa de quão longe cheguei desde que saí daquele avião e coloquei os pés no Alasca, e cada uma delas pegou uma de minhas mãos. — Você me abraçou quando mais precisei e fui realmente abençoada por ter vocês duas em minha vida como figuras maternas. Considero sua família há muito tempo e estou feliz por ter você aqui comigo hoje, me ajudando a me preparar para meu próximo acasalamento.

Angela e Li Min estavam chorando agora, e todos nós rimos enquanto nos revezávamos enxugando os olhos e nos recompondo antes de Li Min apertar a caixa que segurava em minhas mãos.

— Vocês não tinham que fazer ... seja lá o que for, — eu disse a elas enquanto meus dedos traçavam as linhas da linda caixa de presente. Parecia que alguma joia entrou, e estava curiosa para saber o que havia dentro.

— Shhh, claro que sim, — Angela respondeu com um aceno de mão antes de acenar para Rini para intervir.

— Nossas mães queriam fazer algo especial para você, Nix, e juntas decidimos presenteá-la com algo antigo, algo novo, algo emprestado e algo azul. O que foi emprestado é o vestido de noiva, — Rini explicou, e então sua mãe bateu na caixa em sua mão.

— Abra, querida. — Li Min sorriu quando puxei a tampa e suspirei.

— Eu não posso aceitar isso. Não é uma herança de família? — Dentro da caixa estava o intrincado pente de cabelo que Rini usara no dia do acasalamento. Pequenas pérolas brancas estavam aninhadas em um cenário elaborado que brilhava na luz quente.

— Claro que você pode. É um presente e agora é algo antigo. — Li Min fechou minha mão em torno da caixa, frustrando meu plano de colocá-la de volta em seus braços e dizer que era um presente precioso demais. — Além disso, Rini é minha única filha, e ela está acasalada agora. Você é a próxima. Minha própria filha honorária.

— Queremos que você fique com ele, — Rini insistiu, e mordi meu lábio, balançando a cabeça ao aceitar o presente. Corri meu dedo sobre os belos enfeites, prometendo que iria valorizá-los.

Li Min guardou o pente e o colocou na mesa de centro para que Ângela também pudesse me dar seu presente. Quase tive medo de abrir o pacote quadrado, imaginando o que encontraria dentro. Como deveria aceitar dois presentes hoje? Eu tinha quase certeza de que o pente era a coisa mais bonita que eu possuía.

— Abra, — Angela pressionou com uma risada alegre por trás de suas palavras que me disseram que ela sabia exatamente o que eu estava pensando.

Lentamente, abri a tampa articulada e olhei para o lindo anel aninhado em uma cama de cetim.

— Angela, — ofeguei, totalmente sem palavras além de murmurar o nome dela.

A pedra topázio foi colocada no centro de uma onda de metal, a personificação total do oceano em uma joia. A banda tinha um padrão entrelaçado esculpido na prata brilhante, e quase tive medo de tocá-la por medo de quebrar uma bugiganga tão inestimável.

— O pai de Theo me deu aquele anel no nosso primeiro aniversário, uma homenagem ao primeiro dia em que nadamos juntos. — O tom de Angela era calmo e pacífico, e levantei meu olhar ao rosto dela.

— Isso é demais, Ângela.

Ela ergueu um dedo e o pressionou contra meus lábios. — Shh. Não existe tal coisa, e espero que em breve você se sinta confortável o suficiente para me chamar de mãe, como Theo e Molly fazem. Você será minha nora em questão de dias, querida, e seria uma honra ganhar o título, se você concordar com isso.

Eu nem mesmo tive que pensar sobre isso.

— Claro que vou. — Eu também quis dizer isso. Ângela não era nada além de uma mãe para mim, e ter uma mulher tão forte em minha vida que eu poderia chamar de mãe preencheu um pequeno pedaço do buraco deixado pela ausência de minha própria mãe.

Ângela me puxou para seus braços e me deu um longo abraço que retribuí de bom grado, e quando ela se afastou, segurou minha bochecha. — Agora você tem o seu algo azul.

Molly marcou os itens em seus dedos. — Algo emprestado, o vestido, algo antigo, o pente de cabelo, e algo azul, o anel. Que tal algo novo?

Rini sorriu como se guardasse um segredo. — Vamos apenas dizer que os homens de Nix estão trabalhando em algo nos bastidores. Não se preocupe, Molly, todas as bases serão cobertas.

— Mais surpresas? — Questionei, mas não consegui esconder o calor rosado que encontrou seu caminho em minhas bochechas enquanto lembrava da última surpresa dos caras.

E quando Angela e Li Min começaram a distribuir lanches em minúsculos pratos de sobremesa e perguntando quem queria um bolinho, Rini se inclinou com um sorriso atrevido e onisciente, antes de sussurrar nada muito baixinho: — Agora quem é a amiga que precisa servir todos os detalhes sujos? Para que é esse rubor, Nix?

Eu a beijei levemente, mas não consegui ficar irritada com sua provocação por muito tempo. Afinal, a vida era curta demais e estava pronta para vivê-la ao máximo.

Apenas mais alguns dias, e eu oficialmente teria uma família, seis companheiros e uma vida inteira de felicidade esperando por mim.

Esses pensamentos reconfortantes afugentaram qualquer melancolia persistente que sentia por minha mãe e me aqueceram de dentro para fora.

Sim, estava pronta. Mais que preparada.

Mas primeiro, alguém disse algo sobre cupcakes?

 


OITO

NIX

Andava do lado de fora do escritório de Damien, tentando criar coragem para bater na porta ou simplesmente entrar. Não tinha dúvidas de que ele ficaria feliz em me ver. Meus companheiros sempre ficavam, mas meu estômago estava enrolado em nós apertados que levariam dias para se desenrolar.

Por que me convenci de novo?

Uma imagem borrada e desfocada de minha mãe nadou em meus pensamentos, e soltei uma respiração calma e firme e levantei meu punho.

Meus nós dos dedos bateram levemente contra a porta de madeira e prendi a respiração, ouvindo qualquer barulho do outro lado.

Talvez ele não estivesse lá. Ele foi almoçar? Sim, ele provavelmente precisava comer. Eu deveria voltar outra -

— Estava me perguntando quando você iria se decidir entrar, — Damien disse enquanto abria a porta. Seu sorriso puxou um lado de sua boca enquanto ele se encostava na moldura, parecendo a personificação de Thor e do Capitão América. Damien era lindo, com músculos fortes, pele dourada e cabelo escuro. Se não estivesse tão perturbada por dentro agora, estaria pensando em empurrá-lo para dentro do escritório, trancar a porta e balançar seu mundo em cima da mesa.

Seus olhos devoraram a visão de mim parada diante dele, e ele abriu mais a porta.

— Você vai entrar? — ele falou lentamente, o estrondo de sua voz sedutora me atraindo para dentro antes que eu abrisse minha boca para lhe dar uma resposta.

Cada um dos meus homens era como um ímã, atraindo-me para eles como uma mariposa para uma linda chama colorida. Engraçado, vendo como eu era a única com o poder de fogo, mas fiquei cativado por seu fascínio, incapaz de resistir.

— Eu não queria incomodar você. — Procurei qualquer desculpa para sair. Esta foi uma má ideia. A pior. Eu não deveria estar pedindo a Damien para me ajudar, muito menos tentando realmente levar essa ideia adiante.

A porta se fechou, e Damien passou por mim, movendo-se para encostar na frente de sua mesa recém-nomeada. Ele cruzou os braços e os tornozelos, criando a imagem de um CEO importante ou, você sabe, o líder de uma rebelião.

— Sua mente está fechada com tanta força que não consigo nem ter uma ideia do que está te incomodando. O que há de errado, querida?

— Devo ser fácil de ler se você consegue perceber que algo está errado só de olhar para mim, — respondi, dando-me mais alguns minutos para colocar as palavras que precisava dizer em minha língua.

Damien me estudou e seu olhar aqueceu minha pele.

— Você está mexendo com os dedos. — Seus olhos caíram para onde torcia minhas mãos, e imediatamente parei. — E sua frequência cardíaca aumentou puramente de ansiedade. Com minha audição aprimorada, posso distinguir cada batida forte enquanto bate um ritmo staccato em seu peito. Você gostaria de mais exemplos ou está pronta para parar de enrolar e compartilhar suas preocupações comigo? — Damien cutucou suavemente. — Não posso ajudar se não sei o que está errado.

— Essa e a coisa. — Mordi meu lábio, então finalmente o soltei e apenas soltei. — Estou nervosa até para perguntar isso.

Damien suavizou, e ele empurrou a mesa, andando e parando na minha frente. Apenas dois pés nos separavam, e Damien pegou meu rosto entre suas grandes mãos levemente calosas. — Dê um salto de fé e, pelo menos, deixe-me ouvir o que está em sua mente para que eu possa julgar por mim mesmo se é algo para ficar nervoso.

Seus polegares se moveram para frente e para trás acariciando, e derreti nele, liberando toda a minha tensão acumulada em um suspiro. Abri minha mente para ele, derrubando a única barreira que nos separava, e ele fechou os olhos, apoiando a testa na minha enquanto investigava tudo o que eu estava pensando.

— Quer saber mais sobre sua mãe? — Ele sussurrou, seu hálito quente uma suave carícia contra meus lábios.

— Sim. — Inclinei minha cabeça para cima e Damien mudou, seus olhos castanhos travando nos meus. — Me incomoda que não me lembre dela. Com pessoas alegando que sou sua família a torto e a direito, parece errado que não consiga nem mesmo formar uma imagem completa de como ela era. Só me lembro de que a amava e de que senti sua falta quando ela se foi. Eu quero mais do que isso.

— Isso é compreensível. Não consigo imaginar não saber sobre a mulher que me criou. Minha própria mãe sempre foi uma parte importante da minha vida. — Ele fez uma pausa, e um lampejo de hesitação apareceu em seu olhar.

— O que? — Solicitei, e seus braços caíram para envolver a minha cintura, me segurando frouxamente contra seu peito.

— Só estou me lembrando de como foi difícil cavar em suas memórias quando pedimos que Gaspard tentasse. Tenho certeza de que posso fazer isso, mas você tem certeza, certeza de que deseja explorar seu passado? Não sabemos o que vamos encontrar.

— É por isso que estou nervosa, mas preciso saber. O risco de descobrir algo que não quero saber vale a recompensa. Eu preciso conhecê-la, Damien. Para vê-la novamente, mesmo que apenas em minhas memórias.

— Você tem certeza? — ele perguntou uma última vez e assenti.

— Sim. Durante a prova do vestido, Ângela e Li Min foram tão doces, tão amorosas. Eu realmente as vejo como figuras mães em minha vida, mas isso me fez pensar sobre a minha própria vida. Eu disse a Emy que ela sempre poderia falar com sua mãe, e não importa onde ela estivesse, ela estaria ouvindo. Eu quis dizer o que disse, mas me fez perceber que nunca fiz a mesma coisa. Não fui capaz de afastar a sensação de que existe toda essa parte de mim que está ... faltando. — Minhas mãos agarraram a camisa de Damien, e o abracei mais perto. — Quando eu andar pelo corredor em sua direção no dia do nosso acasalamento, quero carregar um pedaço dela comigo, mesmo que seja apenas a memória dela em minha mente.

Os olhos de Damien brilharam e ele beijou minha testa. — Tudo bem, querida. Você me convenceu. Obviamente, você pensou muito sobre isso e, se tiver certeza, estarei com você a cada passo do caminho. — Ele se afastou e agarrou meu ombro. — Você se sente bem para fazer isso agora? Com nosso acasalamento a apenas alguns dias de distância, gostaria que você tivesse tempo para processar tudo o que encontrarmos.

Soltei um suspiro trêmulo, me preparando e colocando uma barreira ao redor do meu coração, o suficiente para deixar o bem entrar enquanto tento bloquear o mal. Eu sabia que era um risco, mas era forte e lidaria com o que encontrasse.

— Estou pronta. Mal posso esperar para vê-la novamente. — A emoção revestiu meu tom, e pisquei para conter as lágrimas pressionando para frente. Balançando minha cabeça, eu ri. — Deus, eu sinto muito. Não vou ficar emocionada com isso.

Damien apertou meus ombros e eu olhei para ele novamente. — Você deve sempre ser emocional quando se trata das pessoas que ama. Tentei bloquear a morte dos meus próprios pais da minha mente. Tentei evitar a dor, não me permitindo sentir o impacto total. E deixe-me dizer a você, Nix, essa foi a decisão errada. A dor faz parte da vida. Permite-nos saber que estamos vivos. A dor que vem de perder um dos pais ou um ente querido, não importa quão jovem ou velho você seja quando isso acontecer, é real. Não importa como sua mãe foi tirada de você, só importa que ela se foi e isso dói. Você pode sentir essa dor, mesmo agora, todos esses anos depois.

Lágrimas escorreram de meus cílios e escorreram pelo meu rosto. Eu me colei na minha Gárgula e ele me apertou contra o peito em um abraço de urso que comprimia os pulmões. Eu o deixei me abraçar e o segurei, pressionando-o contra meu corpo o mais forte que pude.

— Obrigada, Damien. — Funguei e minhas lágrimas molharam o tecido macio de sua camisa. — Tem certeza de que isso não tornará sua própria cura mais difícil?

— Eu não vou mentir. É doloroso pensar sobre meus pais e Gaspard, — Damien murmurou em meu cabelo, pontilhando beijos intermitentes no topo da minha cabeça, — mas as memórias, a lembrança daqueles momentos preciosos que compartilhamos durante suas vidas, valem a pena. Você tem que aceitar o mal com o bem. Eu sempre vou mantê-los perto. A dor me lembra o quão grande é a perda de suas presenças em minha vida, mas sei que sinto essa dor por causa do quanto amei e fui amado por eles.

— Acho que ela me amava, — eu disse. — Minha mãe.

— Tenho certeza que sim, querida. Você está pronta para descobrir?

Balancei a cabeça e me afastei. A mão de Damien se entrelaçou com a minha e ele me levou em direção ao sofá que revestia uma das paredes de seu escritório. Ele se sentou e não me deu a chance de sentar ao lado dele antes de me puxar para baixo em seu colo. Seus braços me envolveram protetoramente.

— Feche os olhos, Nix, e relaxe. Deixe-me entrar em sua mente e não me bloqueie. Se for demais, é só dizer a palavra. Vou precisar sair devagar para não danificar nenhuma das memórias que tocar, mas vou sair o mais rápido que puder. — Damien esperou pelo meu aceno lento e a mão que repousava na minha perna alisou minha coxa. Concentrei-me no movimento repetitivo, deixando-o me acalmar.

— Tente pensar em sua mãe. Qualquer pedaço dela de que você se lembrar vai me ajudar a agarrar as lembranças que estou procurando em sua mente.

Fechei meus olhos e pensei de volta, tentando fazer como Damien instruiu. — Lembro que ela deu uma risada doce. Sempre me fez sorrir. — Meus lábios se contraíram nos cantos. — E ela tinha olhos escuros como eu. Acho que me pareço com ela. — Flashes de pele bronzeada e olhos quentes de chocolate nadaram em minha mente.

— Certo. É isso aí. Segure essa memória, Nix. — Damien pressionou mais em minha mente, e suspirei quando ele trouxe uma imagem nítida de minha mãe.

— Ela é linda, — sussurrei, incapaz de conter o fluxo de lágrimas. Eu vi imagem após imagem dela enquanto memórias passavam como vídeos em minha mente.

Ela riu, girando em torno de um coelhinho de brinquedo enquanto brincava comigo. Seus olhos eram gentis e amorosos. Ela segurou o coelho pelas orelhas e o fez dançar enquanto eu ria incontrolavelmente.

— Eu me lembro de como ela trabalhou duro para me comprar aquele coelho, — eu disse a Damien. — Eu costumava ir trabalhar com ela e me escondia no armário do zelador enquanto ela terminava seu turno. Não tínhamos muito dinheiro, mas tínhamos muito amor.

— Como devemos chamá-lo, hmm? — ela provocou, estendendo a mão para fazer cócegas no meu queixo com o rabo de pelúcia.

— De Sr. Fluffbutt? — Eu ri e ela jogou a cabeça para trás e riu.

— Se é assim que você quer chamá-lo, esse é o nome dele, — ela concordou.

Outra memória revelou as linhas tensas ao redor de seus olhos quando ela me enfiou na cama noite após noite, muitas vezes em um novo local.

Eu suspirei. — Lembro-me dos motéis em que costumávamos ficar. Não gostei deles, mas era melhor do que morar no nosso carro. Ela se esforçou ao máximo para garantir que sempre tivéssemos um quarto aquecido para ficarmos à noite.

— Eu te amo, minha doce pequena Annika, — ela sussurrou em meu ouvido, acariciando meu cabelo com amor enquanto meus olhos se fechavam, induzindo-me a um sono profundo que eu tinha certeza de que ela nunca compartilhou. — Vou mantê-la segura. — O brilho do ouro chamou minha atenção enquanto a memória desaparecia de uma para outra.

— Ela estava usando a pulseira. — Agarrei-me a Damien, minhas sobrancelhas franzidas enquanto me concentrei o mais forte que pude, tentando marcar cada memória em minha mente para que eu nunca esquecesse minha mãe novamente.

— Você quer continuar? Nós podemos parar-

— Não! — Balancei minha cabeça e disse novamente, mais suave desta vez. — Não. Eu quero ver mais.

As memórias eram confusas quanto mais jovem eu era, mas as de quando eu tinha quatro anos eram mais claras, e as imagens de quando eu tinha cinco eram as mais embaçadas.

— Para onde estamos indo, mamãe? — Perguntei pela milionésima vez. O vento soprava no meu cabelo da janela aberta do carro da minha mãe. Não parecia muito, mas ela trabalhou muito para isso e a gasolina que ela sempre colocava no tanque.

— Muito longe. — Ela sorriu, tentando esconder o que a estava incomodando. — Para um lugar totalmente novo. Vamos ter uma casa agora.

Outra lembrança.

— Isso é tão lindo! — Suspirei, passando meus dedinhos pela pulseira de ouro que minha mãe sempre usava. — Quando serei grande o suficiente para usar coisas bonitas?

Minha mãe me puxou para seu colo, esfregando o nariz no meu cabelo enquanto ela me inspirava. — Logo, minha pequena Nix. Logo você terá que usar uma igual eu.

— A minha pode ser roxo? Essa é a minha cor favorita.

Ela deu uma risadinha. — Eu sei que é, mas sua linda pulseira terá que ser de ouro como a minha, então não vai incomodar sua pele.

— Joias roxas dói? — Eu franzi meu nariz e inclinei minha cabeça, tentando entender.

— Não ...— Minha mãe hesitou, sua voz ficando mais tensa. — Eu vou explicar para você algum dia, querida. Por enquanto, que tal irmos almoçar? — Ela me ajudou a levantar e cavar sua bolsa, contando as poucas notas preciosas que havia dentro. — Vamos. — Ela se levantou e estendeu a mão. — Vamos buscar o seu favorito!

— Biscoitos? — Sorri, balançando nossos braços quando pegou minha mão.

— Estava pensando em pizza. Um pouco mais recheio do que biscoitos, você não acha?

— Não se você comer muitos biscoitos. — Eu sorri para minha mãe enquanto ela balançava a cabeça, completamente divertida.

As memórias vieram mais rápido agora, cheias de pequenos momentos que eu sempre quis valorizar, e então desaceleraram, chegando ao fim.

— Se encontrarem você, minha preciosa Nix, você corre, ok? — Ela embalou meu rosto em suas mãos, implorando-me com olhos frenéticos. Eu não sabia o que aconteceu, mas ela estava preocupada. Muito preocupada. — Você entendeu?

— Quem, mamãe? — Questionei, tentando entender por que ela estava tão assustada.

— Apenas me prometa.

Eu concordei. — Eu prometo, — sussurrei.

E então a última memória que tive de minha mãe passou por trás de minhas pálpebras fechadas, meus cílios molhados com lágrimas que corriam em riachos pelo meu rosto.

O som de alguém batendo no chão me acordou um momento antes de minha mãe se levantar da cama que estávamos compartilhando. Este motel cheirava engraçado. Mamãe disse que fedia como naftalina, o que quer que fosse, e enruguei meu nariz enquanto sufoquei um grito, tentando não respirar muito pesadamente.

— Annika! — ela sussurrou-gritou, gesticulando para que eu fugisse para debaixo da cama. Corri para ela, chutando as cobertas que tentavam se enroscar em minhas pernas.

— Saia, saia, onde quer que esteja. E acredite em mim, eu sei que você está aí. Eu rastreei você agora, e não vou embora sem você. Não adianta se esconder agora, Fênix.

— Aquela voz. — Balancei nos braços de Damien. — Michael...

— Nix, você não precisa ver isso.

— Não! — Chorei. — Não ouse parar com isso. Eu preciso ver o que ele fez com ela. Eu preciso saber.

Os braços do meu Gárgula se apertaram ao meu redor, sua mão apertando minha perna logo acima do meu joelho como se ele pudesse me segurar enquanto meu coração se despedaçava dentro do meu peito.

Minha mãe me empurrou para o banheiro, e as lágrimas escorreram por seu rosto enquanto ela beijava minha testa, segurando meu rosto com força entre as mãos.

— Tranque a porta, Annika. Não se atreva a abri-la, a menos que seja eu, entendeu?

— Mamãe! — Eu chorei.

— Shh, — ela silenciou. — Shh, querida. Você tem que ficar quieta agora. Assim como temos praticado. E mesmo que fique silencioso, você não abre a porta, lembra? Não até ouvir a voz da mamãe. Esconda-se, minha doce Nix. Esconda-se exatamente como te ensinei.

— Quem é ele? — Minha voz vacilou de susto, e meus punhos se fecharam em torno da pulseira de ouro que ela pressionou em minhas mãos sua joia favorita.

— Você vai querer isso da maneira mais difícil, não é, sua vadia nojenta? Disseram que você seria fácil de pegar, mas acho que todos a subestimaram. Não cometerei o mesmo erro. — O homem do outro lado da porta parecia possesso, e então a madeira estilhaçou quando ele chutou.

— Coloque isso e nunca tire, — minha mãe instruiu, e seus olhos já estavam brilhando como ouro.

— A Fênix dela, — Damien sussurrou reverentemente enquanto observava a cena, compartilhando minha mente.

A porta se fechou com um clique e tranquei, assim como mamãe disse. Então me arrastei para a banheira e fechei a cortina. Eu me enrolei e balancei, contando os segundos até a porta se abrir e eu ver minha mãe novamente. Algo bateu contra a parede. E ouvi seu grito, e então ouvi uma correria enquanto o ar esquentava como se fosse verão quando na verdade era outono.

Contei várias vezes e não consegui conter o gemido quando ouvi minha mãe chorar de dor.

— Como? — ela exigiu, sua voz áspera e falhando. — Como você me achou?

— Eu apenas segui o cheiro de sua prole, ou você se administrou muito ferro tentando se esconder que você não percebeu que seu alter estava subindo logo abaixo da superfície, exalando o doce cheiro de fogo e poder como um delicioso trilha para eu seguir?

— Não, — ela ofegou. — Isso ... isso não pode ser. Eu ...

— Você não sabia. — Ele riu. — Se você não tivesse se disfarçado com aqueles suplementos —algo quebrou, pequenos sons de ping chovendo depois — você teria notado. É realmente triste a falha em seu plano. Se você simplesmente a tivesse deixado para trás, estaria livre. Da forma como está agora, tenho duas fênix para entregar em casa.

— Não, — ela soluçou. — Não tem mais ninguém aqui. Sou só eu.

— Você mentiria para mim? — Michael rosnou, e o som de um tapa ecoou na sala ao lado. Me encolhi na banheira, cobrindo minha boca com a mão para tentar ficar quieta, mesmo enquanto lutava para respirar em torno das lágrimas enchendo minha boca e entupindo meu nariz. — E eu aqui pensando que estávamos nos dando muito bem.

— Leve-me! Eu irei. Apenas ... deixe-a, — minha mãe implorou, mas Michael deu uma risada.

— Eu sou um caçador de recompensas, querida. Você realmente acha que vou deixar de marcar um duplo nesta corrida? — Ele fez uma pausa e então sua voz continuou. — Fui pago para pegar vocês duas, mas talvez eu fique com a pequena cadela para mim. Se a criatura dela já estiver perto da superfície, eu poderia ganhar uma fortuna vendendo seu sangue no mercado negro. Você percebe o que as pessoas vão pagar por até mesmo uma gota de seu sangue?

Minha mãe gritou, o barulho desumano e o som de uma briga do lado de fora da porta abafaram o batimento do meu coração em meus ouvidos.

— Pare de lutar, sua vadia louca. Você já perdeu! — o homem rugiu e então tudo ficou em silêncio.

— Mamãe? — Sussurrei, esperando que ela abrisse a porta e me puxasse para seus braços. — Mamãe?

A maçaneta da porta sacudiu e então caiu fora de suas dobradiças, explodindo em uma enxurrada de lascas e madeira quebrada.

— Bem, bem, bem. O que temos aqui? — O rosto de Michael, mais jovem do que eu lembrava, apareceu na porta. — Pelo menos tenho uma de vocês, — ele rosnou.

— Eu vou ficar doente, —disse a Damien, e o segurei, minhas unhas cravando em sua carne enquanto meu estômago revirava.

Tudo foi um borrão depois disso.

Ele me agarrou, e eu chutei e gritei quando ele me puxou da banheira.

— Não! — Lutei para alcançar a pulseira que deixei cair, meus dedos segurando-a no último segundo antes que ele me puxasse para fora do banheiro por cima do ombro.

— Mamãe! — Eu gritei, procurando seu rosto familiar. Seus olhos suaves e sorriso caloroso. Mas tudo o que vi foram comprimidos espalhados no chão, nossa mala derrubada espalhando tudo o que possuíamos no carpete encardido coberto de poeira e uma lâmina brilhando opaca na luz fraca.

Damien deixou escapar um som agonizante ao ver a cena, e senti sua mente analisando tudo o que ele viu enquanto eu revivia a maneira como Michael me deu um tapa e me dito para ficar quieta. Disse que era meu pai e que precisava ir com ele.

— Por dias depois disso, esperei que ela viesse e me salvasse. — Engoli em seco, deixando Damien lentamente se retirar da minha mente. — Mas ela nunca fez isso.

Damien me virou em seu colo até que estivesse montada em sua cintura para que ele pudesse ver meus olhos. — Ela se foi, Nix. Ele a matou.

— Mas ela deveria ter voltado. Ela deveria ter renascido, — argumentei com veemência.

Damien engoliu em seco, seus olhos castanhos distantes antes de voltarem para mim, escondendo o quanto minhas memórias o abalaram. — Eu não tenho as respostas, — ele disse firmemente, um tremor em seu tom normalmente estável. — Gostaria de ter entendido exatamente o que aconteceu, mas não sei se algum dia saberemos com certeza.

— Eu - — Engoli, minha garganta seca e quente. — Eu sei. — Tive que aceitar que talvez nunca soubesse os detalhes da morte de minha mãe, mas pelo menos tinha sua memória comigo agora. — Era difícil processar tudo naquela idade e, em algum momento, comecei a acreditar em Michael quando ele disse que era meu pai. Mas ... ele ... ele estava lá apenas para nos deter.

Suas mãos acariciaram meu quadril e pernas, me confortando com seu toque. — Ele era um caçador de recompensas. — Ele inclinou a cabeça, estudando minha reação, mas não fiquei chocada. Eu captei essa parte da memória também.

— Faz sentido. Ele estava atrás de sangue de fênix, como suspeitávamos. Ele estava nos caçando enquanto minha mãe fugia de alguma coisa. — Balancei minha cabeça, tentando colocar todas as peças do quebra-cabeça juntas, mas eu simplesmente não tinha todas para completar o quadro. Entretanto, era melhor do que o que tinha antes, que era uma caixa vazia.

— Ou alguém, — Damien interrompeu. — Alguém estava disposto a pagar um bom dinheiro para tê-la de volta, embora seja discutível se eles sabiam de você.

— E-eu não consigo nem pensar nisso agora. — Estendi a mão e esfreguei minhas têmporas, e um arrepio percorreu minha espinha. Minha resposta de fuga ou luta foi alta, a adrenalina das memórias inundando minhas veias.

— Você está segura, querida. Entendi você. — A voz profunda de Damien retumbou em seu peito. — Você não está vivendo o passado. Eu sei que os efeitos de mergulhar em memórias como essa podem tornar difícil se distanciar do que já aconteceu e do que está acontecendo agora, mas você está bem aqui comigo. No meu escritório.

Eu soltei uma respiração reprimida. — Eu sei agora. Estou bem.

Eu sorri tremulamente quando fui capaz de abrir meus olhos, e encontrei o olhar firme e amoroso de Damien enquanto ele me protegia e cuidava de mim. Do jeito que ele sempre fez e sempre faria.

— Ela sabia o que a pulseira faria e ela me deu para me proteger. Ela sabia que isso ajudaria a me disfarçar e suprimir minha Fênix, assim como fez com a dela. — Quase toquei o lugar onde ela ficava no meu braço, a pele parecendo nua e exposta sem o peso familiar com o qual me acostumei ao longo dos anos.

— Mas não foi o suficiente. Você viu os comprimidos?

Fechei os olhos e tentei relembrar a memória sem deixar que ela me dominasse.

— Comprimidos de ferro? — Minhas sobrancelhas franziram quando abri meus olhos novamente e balancei minha cabeça. — Eu não entendo. Theo disse que o ferro era como a criptonita para Fênix. Eles não a envenenariam essencialmente?

— Essa é uma pergunta melhor para Theo, mas acho que sim.

— Então por quê?

— Ela estava protegendo você, Nix. Tentando cobrir seu cheiro o suficiente para se esconder no mundo humano. Meu palpite é que não era forte o suficiente para cobrir totalmente o cheiro dela. É por isso que pudemos sentir seu cheiro quando você chegou ao Alasca. Ela tomou os comprimidos para terminar o trabalho. Parecia que ela não esperava que você assumisse seus poderes tão cedo.

— Foi minha culpa, — sussurrei.

— Não! — Damien sentou-se para frente, quase me jogando no chão em sua pressa. Ele me pegou e me sacudiu ligeiramente. — Nunca mais me deixe ouvir você dizer isso de novo. Você não é responsável pela morte dela. Michael sim. Quem estava atrás de você estava. Às vezes, coisas ruins acontecem e não tem nada que pudéssemos ter feito para evitá-las. Você era uma criança, querida. Nada disso foi culpa sua, — Damien insistiu, tentando me fazer ver seu lado, entender. Para acreditar nele.

Funguei e balancei a cabeça através das lágrimas nadando em meus olhos castanhos.

— Leve-me para casa, Damien. Eu preciso estar cercada por todos os meus companheiros agora.

Não precisei perguntar duas vezes. Damien me pegou em seus braços e me carregou como uma noiva através da porta.

Ele deve ter feito uma chamada mental para os outros, porque eles estavam todos lá quando passamos pela porta. Eles mantiveram a conversa privada enquanto ele os contava sobre o que aconteceu e tudo que aprendemos, e então eles me tiraram dele e me carregaram para cima, onde se aninharam ao meu redor e me lembraram que eu não estava sozinha.

Suas mãos acariciaram meu corpo, acariciando-me e acalmando-me até que as más lembranças desapareceram e tudo o que restou foi o rosto sorridente de minha mãe.

E soube naquele momento que colocaria meu passado para descansar.

— Damien está certo, — comentei suavemente. — O que aconteceu com minha mãe não foi minha culpa, e posso nunca saber totalmente o que aconteceu ou as circunstâncias que cercaram sua necessidade de correr constantemente, para se esconder, mas cavar em minhas memórias me ajudou a perceber algo.

— O que é isso, querida? — Joshua perguntou, seus dedos dançando sobre minha pele.

— O amor transcende a morte. Agora que me lembro dela, posso sentir seu amor por mim, mesmo agora, e acho que ela esteve comigo esse tempo todo. Posso não ter nenhuma outra família verdadeira minha comigo no dia da manhã, mas sei que ela estará lá conosco. Acho que ela mandou Angela e Li Min para minha vida também. Mulheres que poderiam estar lá para mim quando ela não pudesse. Isso soa bobo?

— Nem um pouco, — observou Theo. — Sempre me senti assim em relação ao meu pai. Por anos carreguei a culpa de sua morte comigo, mas desde que compartilhei isso com todos vocês, é como se um peso fosse tirado e eu pudesse sentir seu amor e orgulho pelo homem que me tornei. Eu sei que ele teria te amado, Nix.

— O que há para não amar? — Ryder zombou e me deu uma piscadela de onde estava deitado no final da cama, brincando com meus pés, sua carícia deliciosa me fazendo sorrir.

— Eu não sei, — provoquei, precisando aliviar um pouco o clima. Eu não queria entrar no meu acasalamento sentindo-me deprimida ou com pena de mim mesma. Era hora de deixar o passado para trás e seguir em direção ao meu futuro. Eu tinha as imagens dela para guardar em meu coração, mesmo se não soubesse o que realmente acabou com sua vida ou o que aconteceu para impedi-la de voltar para mim. — Eu ouvi de alguns de vocês que ocupo a cama toda.

Sorrindo, me estiquei e todos os caras se mexeram até que Hiro caiu da beira da cama em que ele estava se equilibrando precariamente. Killian riu enquanto os outros usavam várias expressões de diversão às custas de seu irmão caído.

— Nix, — Hiro repreendeu levemente, se levantando e se limpando. Eu sorri docemente e ele apenas balançou a cabeça.

— Eu acho que é um. — Ele assinalou com o dedo, começando a contagem do castigo novamente.

Que futuro lindo, amoroso, divertido e sexy seria.

 


NOVE

NIX

Folheei a lista de convidados uma última vez com uma caneta pendurada na minha boca. Mastiguei o final dela enquanto estremecia com a quantidade de nomes ainda listados em cada linha. Eu realmente esperava um casamento pequeno, e até mesmo as cinquenta pessoas que convidamos pareciam demais. Infelizmente, não pensei que pudesse reduzir muito mais. Estar em um lugar de poder dentro da rebelião veio com a responsabilidade adicional de agradar as pessoas, e expulsar as pessoas de nosso evento sagrado foi aparentemente rude.

Ouvi os caras muito antes de vê-los, seus sussurros abafados me fazendo sorrir enquanto jogava a lista de convidados de lado assim que eles entraram em casa. Seu equipamento de neve foi depositado perto da porta, e um por um eles vieram se juntar a mim na sala de estar.

Killian levantou minhas pernas de onde estavam esparramadas no sofá e se sentou, colocando meus pés em seu colo enquanto começava a massagear meus dedos. Hiro se inclinou sobre o encosto do sofá e deu aos meus lábios um beijo doce e casto, e então os lábios de Ryder estavam lá fazendo o mesmo.

Sorri enquanto Theo verificava o fogo, certificando-se de que estava bem alimentado e quente. Eu mesma fiz o mesmo alguns minutos antes, mas gostei de vê-lo se curvar para inspecionar as chamas, apreciando a vista de sua bunda tonificada e o abraço de sua calça jeans escura.

— Ela está verificando você, Kraken. — Ryder sorriu, balançando os olhos para mim enquanto se sentava no colo de Hiro, que ocupava a poltrona no canto. Hiro envolveu um braço em volta da cintura de Ryder enquanto ele se sentava de lado, certificando-se de não bloquear a visão de Hiro de mim.

O rosto de Theo estava levemente vermelho quando ele se levantou, fosse por causa do fogo ou da minha atenção constante, eu não sabia, mas gostei da cor que manchava suas maçãs do rosto salientes.

Joshua encostou-se na parede perto de Hiro e Ryder, enviando-me um sorriso brilhante que fez o friozinho na barriga dançar enquanto ele enfiava as mãos nos bolsos do jeans.

— Olá querida. — Damien entrou na sala, seus olhos quentes pousando em mim.

— Olá você. — Devorei a visão dele, totalmente grata pela interrupção no planejamento ou cerimônia de acasalamento que ocorreria em apenas dois dias. Aparentemente, havia muito o que fazer para se preparar, mas meus companheiros estavam ajudando, junto com Rini, Molly, Angela, Li Min e até mesmo Emersyn. Foi preciso percorrer uma cidade e, felizmente, a minha foi incrível.

Inclinei minha cabeça, me perguntando por que minha Gárgula estava com um sorriso tão reservado.

— Isso não tem a ver com o meu 'algo novo', tem? — Olhei de um rosto culpado para outro, mas Damien balançou a cabeça. — Não tenho ideia do que você está falando, amor.

Cruzei meus braços, tentando parecer intimidante, mas a risada que estourou pelos meus lábios um segundo depois quando Killian fez cócegas em meus pés quebrou a fachada.

— Abra! — Repreendi, mas ele apenas sorriu maliciosamente para mim, nem um pouco arrependido.

— Quero dizer ... pode funcionar. — Ryder encolheu os ombros e me deu uma piscadela quando levantei uma sobrancelha.

— O que você fez? — Questionei, sentando-me um pouco mais reta.

— Algo que você disse outro dia antes de cavarmos em suas memórias realmente ressoou em mim, — Damien começou, e então olhou para o meu Kraken dourado. — Isso estimulou uma ideia e perguntei a Theo se era possível. Quando ele me garantiu que sim, nós fizemos acontecer.

— Demorou alguns dias. — Theo sorriu gentilmente.

— E um voo rápido para ir buscá-lo, — Kill murmurou ao meu lado.

— Mas nós realmente queríamos fazer algo especial para você, — Joshua terminou.

Olhei para Hiro, que acenou com a cabeça encorajadoramente, e depois para Ryder, que estava praticamente quicando. Eu sabia o quanto meu Ceraptor amava surpresas, presentes e eventos especiais, especialmente quando eles diziam respeito a mim.

Eu me sentei na cadeira, enrolando minhas pernas debaixo de mim enquanto me sentava. Rastreei Damien enquanto ele se movia na minha frente e se sentava na mesa de café. Em suas mãos, ele segurava uma pequena caixa preta e se inclinou para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos antes de abri-la.

A luz do sol refletia o ouro e o fazia brilhar, refletindo o amarelo brilhante contra o cetim branco de dentro.

Alcançando, Damien tirou o anel de onde ele estava e o segurou agilmente entre os dedos.

Meu queixo estava aberto, e olhei ao redor da sala para todos os rostos sorridentes e ansiosos, esperando para ver se eu gostava de seu presente.

— É impressionante, — murmurei, pressionando a mão sobre meu peito onde meu coração apertou e tamborilou sobre o gesto romântico.

— É da pulseira da sua mãe, — Damien explicou lentamente, tentando avaliar minha reação. — Espero que não se importe, mas mandamos derreter e remover o revestimento de ouro do núcleo de ferro.

— Encontramos um joalheiro que fez este projeto para você usando o ouro, — explicou Theo, e fiquei sem palavras.

— Eu sinto que tenho chorado muito ultimamente, mas oh meu Deus. Você fez tudo isso por mim? — Fiquei boquiaberta, absolutamente atordoada.

— Claro que sim. — Os olhos escuros de Hiro estavam atentos por trás da armação preta que ele usava.

— Ela realmente não deveria estar chocada agora. Quantas vezes nós a enchemos de presentes? — Ryder provocou, e Hiro fez cócegas em seu lado em resposta, fazendo o Ceraptor pular e bater em suas mãos errantes.

— Ele não está errado, — acrescentou Killian, pela primeira vez concordando com Ry. — Nós amamos você, bebê. Queremos mostrar isso a você de várias maneiras. Alguns deles serão presentes.

— Você sabe que nunca preciso de coisas materiais, mas isso ...— Estendi a mão e toquei o ouro liso. — Isto é especial. Muito especial.

— Todos nós criamos as bandas, — Joshua me informou, preenchendo o silêncio. — Mostre a ela, Damien.

Com uma torção cuidadosa dos dedos, Damien quebrou o anel. Quase gritei até que percebi que o anel era feito de seis peças intrincadas penduradas em uma faixa dourada central. Lentamente, Damien começou a arrumar os anéis de volta no lugar, juntando as peças até que formassem uma peça sólida de joia novamente.

— É como um anel de quebra-cabeça. Sem cada uma das peças, o anel não está completo, assim como nosso relacionamento. — Ele estendeu a mão e eu coloquei minha palma sobre a dele. Dedos grandes se agarraram aos meus, e o polegar de Damien passou sobre os nós dos meus dedos antes dele colocar o anel no meu dedo.

— E, assim como nosso relacionamento, todos os anéis intrincados tecem em torno da banda no centro. É você, Nix — Theo disse, olhando o anel em meu dedo com orgulho e alegria.

— Alguns de nós podem ter sido amigos antes de você entrar em nossas vidas, mas tudo mudou quando te conhecemos. Você nos reuniu mais do que você jamais saberá. — O tom de Damien era rouco, e sua mente se abriu para compartilhar o fluxo constante de amor que era direcionado a mim de todos os caras.

— Você nos liga, — Hiro afirmou.

— Você nos torna mais fortes, — acrescentou Killian. Sua mão pousou na minha perna com um aperto suave e uma carícia.

— Você nos completa — concluiu Joshua, e Damien reverentemente levou minha mão à boca e deu um beijo nas costas.

— Você sempre carregará sua mãe em seu coração e em suas memórias, mas agora você terá um pequeno pedaço dela com você fisicamente também, — Damien murmurou.

Todos os pares de olhos estavam em mim enquanto eu puxava minha mão da de Damien e inspecionava o anel, inclinando-o de todas as maneiras para que eu não perdesse um único detalhe que foi amorosamente colocado em seu design.

— Eu amo isso, — sussurrei, minha voz muito cheia de emoção para ficar mais alta. — Eu não posso acreditar que vocês fizeram isso por mim. Obrigada. Muito obrigada.

Levantei-me do sofá e, um a um, abracei e beijei cada um deles, mostrando meu apreço sem palavras bonitas.

— Não se acostume a usar isso ainda. — Ryder me enviou um sorriso tímido.

— Queríamos mostrar-lhe o anel e explicar a sua importância em particular, mas se estiver tudo bem, gostaríamos de lhe dar oficialmente em dois dias, quando você caminhar pelo corredor e nos reivindicar como seu companheiros, — Damien esclareceu.

— Eu amo essa ideia, — concordei, mas então mordi meu lábio. — Mas posso usá-lo por um pouco mais de tempo? Por favor? — Fiz meu melhor beicinho, esperando que eles cedessem. — Eu quase não terminei de cobiçar meu dedo ainda.

Killian riu e todos os caras sorriram. — Você sabe que eles não vão negar nada quando você implorar, — ele zombou sussurrou para mim, recebendo reviravoltas dramáticas dos meus companheiros restantes quando eu ri.

— Ei, nada de ensinar a ela coisas assim, — Ryder objetou, jogando um travesseiro no grande celta. — O beicinho dela já é ruim o suficiente.

— Oh, mas nós gostamos quando ela implora, — Hiro rosnou, seus olhos escuros brilhando enquanto ele acariciava o pescoço de Ryder.

— Bem, é isso. — A voz de Ryder estava ligeiramente rouca quando ele se inclinou para o abraço de Hiro.

Inclinei minha cabeça, observando a luz refletir no ouro enquanto meus rapazes continuavam a provocar uns aos outros em torno de mim, acariciando os fios intrincadamente entrelaçados com a outra mão. Isso, bem aqui, era tudo que eu precisava para o meu para sempre. Não eram diamantes, nem dinheiro, nem mesmo a própria banda que tornava a aliança de casamento especial. É que eles me conheciam tão bem, se conheciam tão bem uns dos outros, que pensariam nisso e só me apresentariam para que eu pudesse entender o significado. Eles me chamavam de centro, mas eram todos meus, envolvendo-me com força e me segurando junto, puxando-me para esta família que eles criaram. Isso era o que o para sempre deveria ser, e com esse brilho de ouro no meu dedo, iria ter certeza de que para sempre era exatamente o que tínhamos.

 


DEZ

NIX

Estava me casando hoje. O pensamento tamborilou sem parar em minha mente enquanto olhava pela janela para o céu azul brilhante com um sorriso permanente colado em meus lábios enquanto cantarolava para mim mesma. Então, tecnicamente, era um acasalamento, não um casamento, mas para mim significava a mesma coisa. Aos olhos do mundo shifter, meus homens seriam meus maridos. Para sempre. Gritos atrás de mim chamaram minha atenção, e olhei para trás para ver Molly entrando na sala e saltando até mim. Seus braços macios me envolveram em um abraço entusiasmado que me balançou de um lado para o outro.

— Eu já te considero minha irmã, mas agora você realmente será. — Sua voz estava tão brilhante, tão feliz, meu sorriso só aumentou quando me virei para encará-la. Seu cabelo loiro estava penteado para trás hoje, realçando seus olhos azul oceano, e o vestido azul liso que ela usava caía no chão em ondas sutis de chiffon que abraçavam suas curvas. Apesar do clima do Alasca, sabia que ela ficaria confortável graças à sua herança Kraken e ao calor que minha Fênix estaria emitindo para proteger aqueles mais próximos de mim durante a cerimônia.

— Você está linda, — disse a ela, uma sugestão de lágrimas já se formando quando encontrei seu olhar. — E você sabe que já a considero uma irmã também.

Não poderia ser mais verdadeiro. Angela, Li Min, Rini e Molly se levantaram para formar uma família para mim com meus homens sem qualquer hesitação. Eles me receberam de braços e corações abertos, e floresci sob a atenção feminina que elas ficaram felizes em oferecer.

Ela gritou e me abraçou novamente. — Estou tão animada por hoje. Além de você se tornar oficialmente família, espero conseguir uma dança com Ceddy mais tarde também.

— Apenas Ceddy? — Provoquei, sabendo que um certo Qilin chamou sua atenção também. — E quanto a Tao?

As bochechas de Molly coraram. — Se ele me perguntar, não direi não. — Molly sorriu timidamente. — Felizmente, Theo ficará tão encantado com você e sua linda pessoa que não terá tempo de bancar o guarda-costas para mim.

Eu joguei minha cabeça para trás e ri. Molly sempre reclamava da interferência de Theo em sua vida amorosa, mas hoje ela estava certa.

— Bem, farei o meu melhor para ajudar, irmãzinha. — Enunciei as últimas palavras, a felicidade crescendo através de mim.

— Oh, por favor, — ela zombou, acenando com a mão para mim. — Parecendo assim? Você não precisa tentar nada. Theo e os outros vão ficar babando no final do corredor.

Mordi meu lábio, olhando para o meu vestido. Eu ainda não conseguia acreditar que estava usando esse vestido. Eu nunca, em um milhão de anos, teria imaginado que meus homens teriam ido tão longe para me dar o vestido que vi na revista, mas aqui estava eu, passando minhas mãos pelo lindo tecido. Era lindo e me cabia como um sonho. O corpete era coberto com penas macias que acentuavam o decote em forma de coração e adicionavam um visual caprichoso, quase de conto de fadas ao vestido. A cintura era encrustada com cristais, e a saia era feita em camadas de chiffon fino que caía em cascata pelas minhas pernas e se agarrava a mim quando me movia de uma forma que era sexy e sutil. Não era enorme e volumoso vestido de princesa que Ryder me ameaçou nos últimos dias enquanto me provocava. Em vez disso, me senti fantasiosa, sexy e poderosa.

— É perfeito, não é? — Passei meus dedos trêmulos sobre ele novamente, apenas me assegurando de que era real. Eu não tinha ideia de como Ryder e Joshua conseguiram mexer os pauzinhos com o designer, e eu tinha certeza de que nunca iria querer saber quanto eles pagaram por isso processamento apressado e tudo mas era tudo que eu poderia ter desejado.

Os olhos de Molly se suavizaram enquanto ela me segurava com o braço estendido e me olhava com orgulho e sinceridade. Sua expressão tinha umidade pressionando atrás dos meus olhos. — Isto é. Estou tão feliz por você.

Soltei um suspiro, reprimindo as lágrimas. — Ok, Rini vai nos matar se arruinarmos seu trabalho de maquiagem, você sabe disso, certo? — Queria que ela estivesse aqui comigo agora, mas ela estava com seus ursos no local da cerimônia, fazendo com que tudo corresse bem antes de eu chegar.

Molly passou cuidadosamente os dedos sob os olhos, sendo extremamente cuidadosa com o delineador, antes de rir. — Confie em mim. Eu sei. Ela já me avisou disso quando fez o meu. Ela está falando sério também. — Molly fechou os olhos, recompondo-se.

Eu recebi o mesmo aviso da ursinha mal-humorada quando ela cuidadosamente fez minha maquiagem e alisou meu cabelo antes de prendê-lo para trás do meu rosto e deixá-lo cair em uma cortina de tinta pelas minhas costas.

— Ok, eu só tinha que entrar e verificar você. Vou voltar e ajudar Rini a controlar a multidão. — Seu nariz enrugou ligeiramente com isso. — Eu sabia que teríamos alguns parasitas, mas, caramba, algumas das pessoas que vieram bajular vocês são simplesmente irritantes. Mas não se preocupe. Estamos mantendo os convidados extras na parte de trás e fora do caminho, então está tudo resolvido. Não se preocupe com nada.

Acenei quando ela saiu e depois voltei para a paisagem e meus devaneios. Achei que ficaria nervosa, talvez até um pouco triste, mas meu coração só tinha espaço para alegria no momento. Meus companheiros finalmente seriam meus em todos os sentidos. Foi o primeiro passo em direção ao futuro que sonhávamos, de paz, de família, de filhos até. Pode não ter sido tradicional por shifter ou padrões humanos mas era nosso, e eu iria valorizar cada momento disso, imprimi-lo em minha própria alma, e nunca o esquecer.

Uma batida suave soou e corri para abrir a porta. Ciarán sorriu para mim, seus olhos verdes mais suaves que os de seu irmão. — Irmãzinha, você é linda.

— Obrigada, Ciar. — Eu sorri para ele.

— Rini e Molly me disseram que está na hora. Seus futuros companheiros estão prontos e esperando por você. Você está pronta para a cerimônia? — Ele estendeu a mão para a minha e a segurei ansiosamente, deixando-o me levar para fora da sala para o frio.

— Mais do que pronta, — admiti, minha Fênix gritando em concordância, adicionando um cobertor de calor ao ar que não apenas nos manteve aquecidos enquanto mudávamos para um caminho para a longa caminhada até a cerimônia privada, mas também provava que sua presença era comigo, tão perto da superfície que podia senti-la logo abaixo da minha pele. Ela queria nossos companheiros e os queria agora.

— Eu acredito que esta é a parte em que devo lembrá-la de que você é boa demais para meu irmão e seus amigos, e que iria mandá-lo embora se você quisesse. No entanto, não apenas amo meu irmão, mas acredito firmemente que minha própria cônjuge me mutilaria em meu sono se tentasse fazer tal discurso, então podemos ambos representá-lo em nossas cabeças e pressioná-lo em nossos bancos de memória, — Ciarán. provocou enquanto íamos em direção ao local da cerimônia. Como de costume, suas travessuras me fizeram rir, e levei um momento para estudá-lo. Ele parecia mais calmo agora, menos frenético do que no passado.

— Eu só direi que espero que a vida de acasalada combine comigo tão bem quanto parece se adequar a você, — eu disse a ele, apertando seu braço. — Ver você e Rini tão felizes com Donovan, Barrett e Cayden só mostra que o acasalamento agora é a melhor ideia.

— Não tenho dúvidas de que sim. — Eu podia ouvir o som de música vindo do terreno enquanto seguíamos a trilha limpa através das montanhas de neve caída. Minha empolgação era palpável enquanto me agarrava a Ciarán, e minha Fênix liberou outra explosão de calor que ajudou a diminuir a névoa que cada respiração criava no ar, especialmente porque eu não estava usando um casaco de inverno.

Eu me apressei muito, sabendo que embora tivéssemos providenciado aquecedores de propano portáteis colocados ao redor do terreno e os convidados estariam todos com roupas para clima frio, Killian, Ryder e Joshua provavelmente estavam com frio em seus smokings. O calor que meus poderes poderiam fornecer seria muito melhor para eles do que qualquer calor residual que chegasse até eles do aquecedor mais próximo. Ciarán deu uma risadinha, mas também acelerou o passo, até que viramos para uma pequena clareira no meio de um campo.

As montanhas criaram sua própria estrutura acima da proa, circundando o campo por todos os lados. Seus picos irregulares irromperam no céu turquesa como lanças. A neve cobria os galhos das árvores como gelo, pesando os galhos em uma dança elegante. O gelo e a neve cintilavam em pilhas e picos, e um arco de gelo rodopiando na ponta do campo, captando e dispersando a luz como um diamante. As flores se enredavam em uma dança elegante, produzindo manchas de cores brilhantes entre o fundo leitoso. Sob o arco, todos os meus companheiros estavam em um semicírculo, seus olhos me devorando em meu vestido enquanto eles usavam sorrisos brilhantes em seus rostos.

As borboletas no meu estômago vibraram loucamente de excitação. Eles me tiraram o fôlego.

Seus smokings pretos marcantes se destacavam em contraste com a neve cristalina. Coletes e gravatas pretas se apoiavam em camisas de botões brancas e imaculadas, e suas jaquetas e calças pareciam feitas sob medida, cabendo cada uma delas em todos os lugares certos. Minha pulsação acelerou com a imagem pitoresca que eles fizeram, parados ali esperando por mim. Eu não sabia que meu coração poderia se expandir mais do que já tinha, e ainda assim o amor que eu sentia por eles parecia ilimitado.

Rini e Molly ficaram de lado, e vi um vislumbre de lágrimas em seus olhos. Elas sorriram de forma encorajadora e me virei para Ciarán.

— Obrigada por estar aqui, — sussurrei, e seu olhar brilhou para mim enquanto seu sorriso suavizava.

— Eu não estaria em nenhum outro lugar. — Ele enganchou meu braço em volta dele e deu um tapinha na mão que agora descansava em seu antebraço antes de me levar para o corredor.

Eu soltei um suspiro e levantei meu olhar, travando os olhos nos meus companheiros enquanto Ciarán me conduzia em direção a eles.

Olhei para cada um deles enquanto caminhava pelo corredor, e o mundo inteiro desapareceu até que fôssemos apenas eles e eu. De repente, cristais de gelo encheram o ar, incrivelmente brilhantes, capturando a luz como purpurina enquanto oscilavam no ar. Ofeguei e sorri, sabendo que meu Kraken estava tornando este momento ainda mais mágico.

Observei o olhar azul-celeste radiante de Theo, o sorriso largo e feliz de Damien e o olhar intenso de Killian. Hiro tinha sua mão presa no ombro de Ryder, apertando enquanto os dois sorriam para mim como se eu fosse a criatura mais linda que eles já viram. Ao lado deles, Joshua enxugou os olhos, suas profundezas azuis cintilando tão intensamente quanto o céu acima.

Assim que cheguei perto o suficiente, deixei escapar uma onda de amor, meu poder estendendo-se para acariciá-los e confortá-los quando me juntei a eles.

Antes que percebesse, Ciarán me fez parar na frente do corredor e se abaixou para beijar minha cabeça antes de falar alto, sua voz chegando às pessoas reunidas a vários metros de nós.

— Killian O'Connor, Hiro Takama, Ryder Onasis, Theodore King, Damien LaCroix e Joshua Williams. Todos vocês se reuniram hoje para tomar Annika Coxx como sua verdadeira companheira, para ligar suas almas para a eternidade. Esse ainda é o seu desejo?

— Sim, — eles declararam em uníssono, suas vozes se fundindo em uma bela harmonia, seus olhares fixos em mim.

— Então, como seu futuro irmão, eu a passo a vocês para os votos de união. Que seu acasalamento seja feliz. — Ele se afastou, movendo-se para o lado deles para agir como seu padrinho.

— Você está linda. — Damien não se incomodou em sussurrar as palavras, elas soaram alto e em bom som através da clareira.

Lágrimas de alegria se juntaram em meus olhos enquanto olhava entre eles, minha Fênix arrulhando e sussurrando, empurrando contra mim na tentativa de alcançá-los. Uma por uma, suas mãos tocaram meu braço, conectando nossa pele, seus sorrisos tão brilhantes quanto a neve ao nosso redor. Os votos seriam feitos individualmente, com cada um deles oferecendo sua promessa e eu repetindo-a de volta. Eu me perguntava se seria capaz de memorizá-las, mas as belas linhas que Joshua me disse que eram os votos dos avós dele não era algo que eu jamais seria capaz de esquecer. Eles vibraram dentro de mim, dançando na minha língua como se precisassem ser gritados para o mundo ao nosso redor.

— Ela é sempre bonita, — Killian interrompeu, sua mão se movendo para agarrar a minha antes de começar seu voto. Os outros murmuraram concordando, embora não tenham interrompido, sabendo que ele era o primeiro a oferecer sua promessa. Seus olhos verdes estavam brilhando, seu Púca tão presente quanto a minha Fênix, precisando dessa reivindicação, dessa marca um no outro. Sua outra mão alcançou meu rosto, acariciando minha bochecha com um dedo como se tentasse me memorizar com seu toque.

— Nix -

Suas palavras foram cortadas quando um grito soou atrás de mim, me fazendo girar, meu vestido voando em volta dos meus pés como asas. Dezenas de shifters estavam saindo das árvores ao nosso lado, alguns em suas formas alteradas, outros carregando armas, enquanto saltavam sobre os convidados e meus companheiros.

Meus companheiros já estavam em movimento, empurrando-me atrás deles enquanto agiam como uma parede entre mim e a ameaça. Um grito borbulhou na minha garganta quando um minotauro se chocou contra Ryder, jogando-o através do campo aberto para cair com força em suas costas, mas ele se levantou um momento depois, mudando para seu Ceraptor e retirando o ataque. O caos estourou em torno de nós, e Killian desarmou dois atacantes, mandando-os esparramados na neve, imóveis. Ele jogou uma das armas para Joshua e eles viraram as costas um para o outro, agindo como uma equipe para manter um par do que parecia ser Golems longe de mim enquanto avançavam. Damien tinha mudado, suas asas destruindo o smoking que ele usava em nada além de pedaços de tecido enquanto ele voava para rasgar as Harpias acima. As mãos de Hiro estavam erguidas, seus olhos apertados com concentração enquanto ele arrancava vinhas do chão, tecendo-as ao redor de atacantes empunhando armas contra nossos convidados. Theo ficou de sentinela na minha frente, sua mão disparando repetidamente enquanto ele atirava adagas de gelo em qualquer agressor que se aproximasse demais de nós.

Meu batimento cardíaco disparou em meu peito como uma manada de cavalos selvagens, e meu vestido agarrou-se às minhas pernas quando me virei para encontrar Molly e Rini. Adagas de gelo semelhantes às que seu irmão empunhava brilhavam nas mãos de Molly, e o Urso-Solar de Rini pressionou para frente, transformando suas mãos em patas perigosas com garras perversas.

Valleria e Victoria se juntaram à luta, enquanto outros líderes como Rune levaram alguns dos convidados mais indefesos para as árvores, tentando levá-los para a segurança do Hotel.

Outros convidados haviam mudado ou empunhado armas, presumivelmente de nossos atacantes, para se juntar à batalha.

— Alguém precisa nos ouvir, — Molly ofegou enquanto atirava outra adaga em uma criatura que eu não consegui identificar. — Não estamos muito longe do hotel ou dos chalés! — ela rosnou. A garota tinha uma pontaria certeira, a coisa desmoronou no chão, sua adaga alojada em sua garganta. Minha Fênix gritou concordando, seu poder pressionando contra mim, permitindo-me chamar bolas de fogo para minhas mãos.

À distância, vi Tao brandindo uma faca em um homem que rapidamente se transformou em um lobo muito menor que o de Ceddy antes de atacar o Qilin. Tao rolou, escapando do ataque, e afundou a lâmina entre as omoplatas da fera.

Minha atenção foi rapidamente desviada quando uma das Harpias que Damien estava lutando se libertou de sua luta e mergulhou em mim e nas meninas. Praguejei de forma colorida e lancei meu poder para o céu, tirando-o antes de mirar em outros alvos no ar em uma tentativa de ajudar Damien enquanto ele disparava e descia, suas garras arranhando nossos inimigos.

O sangue choveu e estragou a neve imaculada, e os corpos começaram a se acumular ao redor da outrora bela clareira. Reconheci alguns dos rostos da Facção Opala, minha facção e minha raiva se transformaram em fúria.

Eles se atreveram a se mover contra mim e meus companheiros? No meu dia de acasalamento?

Mesmo com a cacofonia da batalha, ouvi Killian praguejando, e meus olhos se voltaram infalivelmente para ele quando vi sangue escorrendo de seu braço, onde um golpe deve ter acertado.

Minha raiva cedeu à preocupação por meus companheiros, momentaneamente me distraindo da luta.

— Cuidado! A voz de Risa estava afiada, e me virei enquanto a ninfa da água derrubava outro shifter adversário a alguns metros de distância, uma carranca esculpida em seu rosto. Ele caiu aos pés dela, batendo e olhando para ela com olhos que se arregalaram em seu rosto assustado.

Estreitei meus olhos para ela, sem perceber que ela veio para um casamento para o qual não foi convidada. Aparentemente ela era uma das penetras que Molly mencionou antes, mas com seu poder voltado para derrubar nossos inimigos, deixei a infração passar. Precisávamos de toda a ajuda que pudéssemos obter se quiséssemos vencer essa batalha que nunca pedimos.

Risa criou uma bolha d'água, envolvendo-a ao redor da cabeça do shifter, cortando seu ar. Não importava o quanto ele tentasse, ele não conseguiria lutar contra o líquido. Forcei minha atenção para longe, não precisando assistir outra vida sendo extinta. Já houve mortes o suficiente, mas sabia que todos nós sofreríamos mais antes dessa batalha, dessa guerra e dessa rebelião chegar ao fim. Mesmo por minhas próprias mãos.

Deixei outra rajada de fogo voar de meus braços, e então procurei Killian para me certificar de que ele estava bem. Joshua mergulhou para cobrir meu Púca enquanto os dois trabalhavam em conjunto, e minha atenção voltou para os céus onde, com ataque após ataque, minhas bolas de fogo pousaram, danificando nossos inimigos no ar.

A fúria montou minha corrente sanguínea em uma onda, turvando minha visão para o vermelho. Eles destruíram meu casamento, atacaram meus companheiros, meus amigos, minha família, e não os deixaria ganhar.

— Lá! — Molly gritou, sua mão agarrando meu ombro e apontando para Theo, que foi arrastado para mais longe de nós. Um shifter estava prestes a pular de seu lado cego. Mudei para o lado e disparei uma flecha de fogo por reflexo, regozijando-me quando acertou em cheio. Um sorriso sombrio apareceu em meus lábios quando ele se encolheu antes mesmo de alcançar Theo, e então tudo se transformou em um borrão.

— Não! Nix! — A voz frenética de Molly cravou medo e adrenalina em meu peito. O tempo desacelerou e mal fui capaz de responder antes que Molly navegasse na minha frente. Tudo aconteceu muito rápido, mas peguei um flash do rosnado retorcido e dentes arreganhados de Risa. O pânico tomou conta de mim, uma dor aguda como uma faca em meu abdômen quando peguei o corpo de Molly contra o meu. A força de suas costas colidindo com minha frente nos derrubou na neve enquanto Molly gritava.

Nada além de frieza me cercou. Tentei respirar, mas o vento foi soprado de meu corpo, a inspiração parecia adagas em meus pulmões.

— Você pensou que poderia ganhar? — Risa zombou, de pé sobre nós. Uma longa lâmina de gelo fluiu de seu pulso e mão, e a segui para baixo, incapaz de entender o que estava vendo em meio ao meu choque. Risa empurrou e Molly soltou um grito silencioso que foi refletido por um grito meu.

Meu abdômen queimava e meus pulmões doíam.

— Bem, acho que levo dois por um — sibilou Risa, seus olhos maníacos enquanto olhava para Molly e para mim. — Ela saltou no caminho, mas não vou ficar chateado em livrar o mundo de outro simpatizante mitológico. Você realmente pensou que eu deixaria você se safar assumindo a posição que era minha por direito? Que eu não tinha seguidores leais que queriam ver você e seus amigos despojados de seus alter? Acho que a morte deles terá que ser suficiente, mas teria sido uma vingança mais doce ver todos vocês despojados de seus preciosos altares. Sendo humanos. Feito para sofrer sem um pedaço de sua alma.

Risa não conseguiu terminar seu discurso bem-preparado. Seus olhos se arregalaram quando o rosnado de Rini cortou o ar. Ela investiu contra Risa, jogando-a para longe com um flash de garras perversas. Ouvi os gritos de dor de Risa antes de bloqueá-los.

Minha Fênix guinchou e uma labareda de calor passou por mim, derretendo o gelo e a neve. Saí de debaixo de Molly com uma explosão de adrenalina e a coloquei suavemente no chão, meus olhos arregalados, minhas mãos tremendo.

Eu não poderia estar vendo isso corretamente.

— Molly? — Minha voz era um estridente quadrado de emoção, meus dedos tremulando sobre o corte incrivelmente grande cortando seu vestido. O sangue jorrou da ferida, espalhando-se em um círculo cada vez maior para manchar o chiffon pálido, o rio pegajoso de vermelho moldando-o em seu corpo.

— Não. — Meu grito rouco e sussurrado deixou meus lábios em um apelo confuso. — Não, não, não. — Pressionei minhas mãos em seu estômago, tentando estancar o sangramento, mas o corte longo era muito grande. Muito dela foi exposto. O ferimento foi muito grave. O sangue encharcou meu vestido, as penas ensanguentadas, o chiffon branco coberto de carmesim.

Molly estendeu a mão para mim fracamente. O sangue jorrou de seus lábios, mas ela tentou falar além disso. — Seja ff-feliz, — ela ofegou. Seus dedos mal roçaram minha bochecha, deixando uma mancha de sangue quente, antes de sua mão cair frouxamente ao seu lado.

Sua exalação foi alta em meus ouvidos enquanto as lágrimas escorriam de meus olhos.

— Molly! — Desta vez, o nome dela foi um grito, uma prece, um maldito apelo. Minha voz estava tensa e em pânico. — M-Molly! — Eu chorei.

Apertando as mãos pousou em seu peito e comecei as compressões.

— Ryder! — Seu nome apareceu em meus lábios enquanto gritava por ele. Isso não poderia estar acontecendo, não poderia ser real. Molly não. Não a doce, ensolarada e linda Molly.

Rini apareceu, com as mãos ensopadas de sangue de Risa. Os gritos da ninfa da água cessaram, e olhei para trás para ver a forma sem vida e cega da ex-líder Opala. A fúria tentou me cegar. Eu queria rugir, gritar. Eu queria ressuscitá-la dos mortos e fazê-la pagar tudo de novo pelo que fez. Pelo que ela pegou.

Já perderia muito e não aguentaria mais um.

— Molly? — Rini caiu de joelhos na neve, seus olhos lacrimejando enquanto eu mantinha o coração de Molly batendo pelo único meio que eu sabia. Inclinei-me e respirei duas vezes antes de começar novamente.

— Ela não se foi, — Rosnei. — Eu não vou perder outra pessoa. Eu não vou. — Minha voz falhou. — Eu não posso.

Visões de Molly dançando no quarto de Rini durante a noite das nossas primeiras garotas passaram pela minha mente a cada movimento de minhas mãos. Seu sorriso brilhante e lindo e aquela risada infantil que ela tinha. Eu não conseguia tirar a imagem de seus olhos azuis estrelados da minha cabeça quando ela me abraçou esta manhã e falou sobre os homens que ela esperava ter como seus próprios companheiros. Ela me acolheu e me amou quando eu nem tinha certeza se me amava. Ela me viu através da minha própria cura, e eu não iria, não poderia abandoná-la agora.

Olhei ao redor furiosamente enquanto Rini entrava em ação, recolhendo a saia de seu vestido e empurrando-o contra o estômago mutilado de Molly para tentar estancar o sangramento. Eu bombeava e bombeava enquanto procurava meu Ceraptor, mas não o vi em lugar nenhum.

Rini empurrou dois dedos contra a garganta pálida de Molly, procurando qualquer sinal de batimento cardíaco, e um soluço escapou de seus lábios trêmulos.

— Precisamos de Ryder. — Meu desespero fez Rini parar e olhar nos meus olhos.

— Nix —Ela balançou a cabeça, e engoli o caroço que me sufocava.

— Não. — Eu não quis ouvir. Eu não queria ouvir o que ela estava prestes a dizer, apenas continuei bombeando, continuei respirando. Se continuasse me movendo, continuasse forçando seu peito a subir e descer, então ela viveria. Ela tinha que viver.

— Molly! — Angústia, horror e fúria absorveram aquele grito, e Theo caiu de joelhos ao meu lado, segurando a cabeça de sua irmã. Ele próprio estava respingado de sangue, exausto pela batalha. — Molls. — Seu soluço sussurrado foi quebrado e de partir o coração.

— Rini, — eu rebati, meu tom desesperado, quebrando com fúria e medo. — Precisamos de Ryder.

Seus ombros tremiam com fortes soluços quebrados enquanto ela continuava a sacudir a cabeça.

Meus braços continuaram seu bombeamento desordenado, combinando os momentos que ela tinha deixado para Ryder curá-la. — Ele consegue. Ele pode consertá-la.

Lágrimas caíram em minhas mãos, minhas ou de Rini, eu não tinha certeza. — Espere um pouco, Molly, — implorei. — Ele virá, você sabe que ele virá.

— Molls, você tem que esperar. — A voz de Theo falhou enquanto ele acariciava seu cabelo ensolarado. — Vamos, querida, abra os olhos novamente. — Seu olhar azul estava frenético por trás dos óculos, o cabelo espetado para cima enquanto ele estendia a mão para adicionar mais pressão ao ferimento de sua irmã. — Ryder! — ele gritou. — Damien! — ele gritou, e eu sabia que ele estava lançando seu apelo a Damien também, esperando que ele abrisse o link mental e pudéssemos alcançar Ry enquanto a batalha continuava ao nosso redor.

— Ela se foi, — disse Rini. — Ele não pode curá-la quando ela se foi. — Sua voz falhou na última palavra, e ela estendeu a mão ensanguentada para acariciar a bochecha de Molly, manchando sua pele cinzenta.

— Não. — Eu não sabia se eu realmente disse a palavra, ou se era apenas um eco na minha cabeça, meu coração, minha própria alma. Eu não posso fazer isso de novo. Eu não posso. Eu não podia perder Molly também, não minha irmãzinha. A tontura me alagou, a escuridão invadindo minha visão, mas a empurrei, meu único foco era a garota diante de mim, a garota ficando fria apesar do calor que tentei forçar nela.

Minha Fênix soltou um grito penetrante dentro de mim, empurrando contra minha mente, seu poder rolando sobre mim em uma onda e, em seguida, através de Molly, revelando o menor lampejo de algo que eu não conseguia identificar, mas sabia que era a única coisa que poderia segura-la para nós.

— Tem algo lá. — Eu podia sentir isso, mesmo que não entendesse. Uma faísca dentro dela, uma brasa, mal brilhando em seu peito, tentando queimar. Eu sabia, eu simplesmente sabia que se pudesse continuar, mantê-la aquecida, então Ryder poderia curá-la.

— Molly. — O nome dela saiu dos lábios de Theo em um apelo desesperado e áspero enquanto ele pressionava sua testa contra a dela. — Sinto muito, Molly. — Suas lágrimas desceram por suas bochechas, quase como se fossem suas, enquanto ele embalava sua cabeça suavemente, acariciando seus cabelos e cantando seu nome.

— Ela não está morrendo. Eu não vou deixar. Eu não aceito isso. Nada disso. — Minhas palavras ecoaram em meus ouvidos enquanto minha Fênix se empurrava contra minha mente, me pedindo para deixá-la assumir o controle.

O poder vibrava pelo meu corpo, batendo forte com os batimentos cardíacos. Eu só tinha que ajudá-la a se segurar. Eu tive que manter seu espírito aqui. Ciarán não me disse algo sobre as almas? Sobre sua luz?

Minha Fênix arrulhou, encorajando-me nessa linha de pensamento. Não foi assim que aconteceu com Gaspard. Eu não fui capaz de salvar o vovô. Ele tinha ido muito longe, seu corpo mutilado, sua luz apagada, e estava muito fraca, tendo acabado de matar Ishida. A ferida de Molly era grave, mas era curável. Seu corpo não estava mutilado como o de Gaspard, após a cura de até mesmo Ryder com sua força total.

Ela era jovem. Ela ainda tinha muita vida para viver.

Visões dela caminhando por seu próprio corredor um dia em direção a Cedric e talvez até mesmo Tao deixaram uma esperança calorosa em meu peito dolorido. Seus braços rodearam seu próprio bebê loiro, que se parecia com ela. O rosto sorridente de Ângela enquanto ela roubava o bebê e arrulhava, uma avó feliz e orgulhosa.

Eu não deixaria sua luz se apagar. Eu não me importava quanto custasse.

Eu só precisava de um tempo para desacelerar. Eu só precisava que Ryder chegasse aqui. Eu só precisava evitar que Molly perdesse mais sangue. Eu só precisava manter seu corpo aquecido.

Os pensamentos se agitaram dentro da minha cabeça, uma verdade desesperada que eu não podia ignorar.

— Traga Ryder, Rini, — ordenei, minha garganta e voz rouca.

Seus olhos se voltaram para mim.

— Nix ...— Ela tentou explicar o que achava que sabia, e eu não a culpei por isso, mas estávamos sem tempo. Ela precisava seguir ordens.

— Traga ele! — Exigi.

Seus olhos se arregalaram e ela acenou com a cabeça, fungou e ficou em pé nos pés vacilantes. O sangue de Molly encharcou quase cada centímetro da frente de seu vestido, assim como fez com o meu. O vestido de noiva branco do qual eu tanto me orgulhava estava escondido sob pura carnificina enquanto o tecido pegajoso grudava na minha pele.

Ondas de luz se reuniram ao meu redor, anunciando minha mudança enquanto minha Fênix se forçava para frente. Ela estava no controle agora, e felizmente a deixei liderar. Se isso salvasse Molly, faria tudo o que ela pedisse. Seus instintos sabiam de algo que minha mente humana não havia elaborado totalmente. Eu precisava da ajuda dela e ela precisava das rédeas.

Seu grito estridente suplicou aos céus, como se desafiasse o mundo a tirar nossa amiga, nossa irmã, de nós. Theo foi forçado a recuar quando a luz ao meu redor se expandiu, e nos acomodamos bem sobre o coração de Molly, diretamente sobre a ferida aberta que Risa havia feito nela.

Fluxos de poder voaram de nós, fitas brancas e douradas, envolvendo-se em torno de nós enquanto o tempo parecia diminuir. Os flocos de neve mais leves dançavam no ar ao nosso redor, um resquício da dor de Theo. A neve, a água e o gelo responderam à sua agonia como se também chorassem a vida de Molly. Eles derreteram lentamente em pequenas gotas de água como vidro, suspensas no ar enquanto meu calor aumentava. Eu senti aquela faísca, aquela queimadura, e agarrei nela, empurrei tudo que eu tinha nela, me recusando a deixar o fogo dentro dela virar cinzas.

Tudo doeu. Meu corpo inteiro. Até minhas penas. Deus, doeu, mas eu já havia sentido uma dor incomensurável antes. No fundo da mente da minha Fênix, nos lembramos da sensação, dessa sensação de desconexão. Foi como quando perdi o controle de meus poderes nas câmaras do conselho depois que os pais de Damien foram mortos. Mas isso era diferente.

Em vez de se alimentar da minha fúria, isso puxou de outra coisa. Pura tristeza. Fúria pura. Pura agonia.

Eu dei tudo. Eu dei tudo que tinha para salvá-la.

— Nix. — A voz de Theo era lenta e abafada, presa atrás das ondas de meus poderes, mas minha Fênix a ignorou, com a cabeça pressionada na garganta de Molly. Sutilmente, tão leve que teria perdido, senti a mais leve pulsação de uma batida de coração sob minha cabeça.

A alegria chamejou ao meu lado e empurrei com mais força, derramando mais calor, mais poder, em direção a essa faísca, mesmo quando a dor rasgou meu abdômen e a escuridão apunhalou minha mente.

Eu não perderia mais ninguém. Eu não iria.

Foi uma cadência. Uma oração. Uma promessa para o próprio universo.

Minha Fênix soltou um trinado baixo de concordância, o som quase inaudível, era tão fraco, e seu poder cintilou.

— Inferno sangrento, Nix, deixe cair a barreira! — As palavras foram mais claras, um pouco mais rápidas desta vez. Eu conhecia aquele rugido, percebi entorpecida, enquanto minha mente começava a escapar.

— Nix! — Outro apelo familiar e silencioso chegou aos meus ouvidos. — Eu tenho que curá-la!

A batida constante abaixo de mim ainda era lenta, mas mais forte agora. A cor infiltrou-se na pele de Molly e suspirei enquanto empurrava uma última vez, atiçando aquela brasa tão brilhantemente quanto pude, drenando até a última gota de mim mesma.

Ouvindo o som forte e doce da batida, batendo forte do coração da minha irmã, escorreguei para o abraço familiar da escuridão.


ONZE

JOSHUA

— Ryder! — Ouvi Theo gritar novamente pelo nosso irmão enquanto Killian e eu lutávamos contra a horda que havia invadido nosso território. A lâmina que agarrei girou em minhas mãos em um borrão prateado, atingindo qualquer um que chegasse muito perto dos tesouros que eu guardava, mas eu não podia correr o risco de virar para verificá-los, não importa o quanto precisasse ver o que estava acontecendo com meus próprios olhos. Precisava abrir um caminho e era isso que eu faria. Os sons da batalha me cercaram, misturando-se em uma sinfonia horrível o barulho de armas, grunhidos de golpes caindo, e horríveis gritos de agonia que pareciam sem fim enviaram arrepios na minha espinha.

— Porra. — A voz de Killian quebrou com a palavra quando ele bateu em um Kelpie, a magia faiscando ao redor dele em flashes de luz nos cantos dos meus olhos. Eu podia ver Ryder agora no meio da multidão, seu Ceraptor usando seu chifre mortal e cascos poderosos em uma tentativa de derrubar o Minotauro que o desafiava no campo de batalha. O Minotauro era um grande filho da puta, facilmente duas vezes o tamanho do Ceraptor de Ryder, e entre seus chifres enrolados e o machado de batalha que ele empunhava, ele não era uma presa fácil para Ry derrubar. Seu tamanho e alcance impediram Ryder de ser capaz de voar para o céu sem potencialmente ferir uma de suas asas frágeis. Pelos gritos frenéticos atrás de nós, sabia que não tínhamos muito mais tempo para levá-lo até nós.

Um borrão de branco e verde disparou através da neve respingada de sangue e teceu através das escaramuças. Hiro mudou, percebi. A forma pequena de seu Kitsune era ágil o suficiente para evitar qualquer um dos ataques enquanto ele disparava para Ryder. Balancei novamente e novamente, de costas para Killian, confiando nele para proteger meus pontos cegos, enquanto dirigíamos a batalha para longe de nossa família caída. Eu não tinha ideia do que o Kitsune havia planejado, mas se Ryder chegasse a nós mais rápido, então eu apoiaria o que quer que fosse. O sangue espirrou em meu rosto, o único calor que permaneceu neste inverno gelado, e meu alter assobiou sua fúria não tínhamos muito mais tempo aqui. O frio já estava nos retardando, fechando nosso corpo. Não estávamos vestidos para a guerra, e sem os aquecedores ou a magia de nossa companheira, não poderíamos lidar com essas temperaturas. Precisava acabar com isso e acabar agora, antes que acontecesse.

Enquanto minha espada voava como um raio, vi o Kitsune voar pelo chão, sem ser notado ou visto como nenhuma ameaça devido ao seu tamanho e poderes baseados na floresta, enquanto ele se dirigia direto para o minotauro. Ele o lançou do chão, seus dentes arreganhados e suas caudas verdes voando atrás dele quando ele pousou nas costas do Minotauro. Ele rastejou e arranhou enquanto cavava na criatura antes de se lançar em uma cambalhota intrincada sobre o Minotauro e nas costas de Ryder, bem entre suas asas. Seu casaco branco estava agora coberto de vermelho, estrias de sangue estragando-o em uma imitação mórbida da neve a nossos pés.

O Minotauro rugiu para seu novo alvo enquanto o Ceraptor de Ryder trombeteava, sacudindo a cabeça sem derrubar Hiro. Os olhos do Kitsune eram quase neon, uma esmeralda brilhante entre o campo branco em suas costas, quando o Minotauro explodiu em uma explosão de videiras e flores. Gore voou em todas as direções enquanto os restos de sua carcaça escorriam para o chão em meio ao ninho de flora que emergiu como um fantasma de dentro da besta.

— Puta que pariu! — Apenas a ação rápida de Killian pegou o golpe apontado para mim enquanto eu quase caí em choque. O que diabos o Kitsune fez? Ele caiu nas costas de Ryder enquanto o Ceraptor alçava voo, pairando sobre nós com movimentos rápidos e seguros.

— Existe uma razão para você não mexer com kitsune, — Killian rosnou. Atrás dele, pude ver reforços vindo em nossa direção colina acima, mas com a morte do Minotauro, a maior parte da batalha parecia ter murchado. Eu me virei quando o nome de Nix saiu de Theo atrás de nós, o medo finalmente penetrando na parede que eu construí dentro de mim.

— Não! — Tropecei, minha lâmina caindo enquanto me arrastava pela lama em que o sangue tinha transformado a neve e o gelo enquanto me dirigia para a cena atrás de mim. Os pés de Killian bateram contra a neve derretida enquanto ele me seguia. Hiro e Ryder já haviam mudado, indiferentes à sua nudez enquanto batiam na barreira que Nix tinha de alguma forma erguido. Ele bombeava calor em ondas, o bloqueio de calor e luz nos impedindo de alcançar Molly ou a pequena Fênix que estava envolta em seu peito. As lágrimas correram descontroladamente pelo rosto de Theo, e seus olhos azuis estavam selvagens enquanto ele batia de novo e de novo na barreira, sangue manchando suas palmas enquanto ele tentava alcançar nossa companheiro e sua irmã.

Damien caiu do céu, um anjo vingador enquanto ele mudava. — O que aconteceu?

— Risa, — Rini respondeu severamente, acenando com a mão para a mulher morta. — Ela atacou Nix e Molly ...— Ela parou, as lágrimas escorrendo pelo rosto, deixando rastros no sangue e sujeira que agora a cobria. — Ela ... ela está morta. — A voz de Rini falhou.

Ciarán ficou embaçado, seus braços envolvendo a pequena ursa, balançando-a para o lado enquanto seus ursos avançavam agora que a batalha estava terminando. Eles a cercaram em murmúrios e amor.

Rini fungou e empurrou o grupo de seus companheiros preocupados. — Nix, ela disse que sentiu algo e então ...— Seu olhar foi para o lado, sua atenção indo para Theo como se ela esperasse que ele terminasse por ela, para preencher os espaços em branco, mas Theo simplesmente continuou a bater na barreira.

— Inferno sangrento, Nix, deixe cair a barreira! — Killian rugiu, agarrando Theo na tentativa de salvar suas mãos, mas o Kraken o empurrou. A barreira estava rachando, oscilando e encolhendo à medida que avançávamos.

— Será que ... a mão de Molly se moveu? — Rini suspirou, empurrando Ciarán. — Isso não é possível. Ela não tinha pulso! — Seus olhos castanhos estavam arregalados quando ela empurrou seu companheiro.

— Nix! Eu tenho que curá-la! — Ryder implorou, empurrando contra a barreira. — Deixe-me entrar, mikró pouláki.

A barreira se dissolveu em um instante, enviando todos nós para frente, e Ryder mergulhou para a mão de Molly enquanto a garota choramingava. Sua sobrancelha se franziu enquanto suas mãos brilhavam com a luz, empurrando seu poder para ela. Seu corpo estava encharcado de sangue, o azul claro de seu vestido de dama de honra não era mais visível sob o carmesim que deveria ter decorado sua mortalha.

— Fênix não podem curar, — Hiro murmurou, cambaleando ligeiramente com o uso excessivo de poder.

— Ela não fez, — Ryder rangeu para fora. — A ferida de Molly ainda está aqui. Não tenho ideia do que diabos ela fez. — Seu rosto estava pálido enquanto ele trabalhava para selar o ferimento.

— Nix, vamos lá, querida, — adulei, estendendo minhas mãos. — Você fez isso. Venha aqui para que Ryder possa curá-la mais facilmente. — Suas penas vermelhas e douradas eram lindas, mesmo revestidas de sangue, mas ela não se moveu. Meu Basilisco se debateu, sibilando loucamente, e o medo rasgou meu coração. — Nix? — Minha voz quebrou quando me joguei em direção a ela.

— Nix! — Meus gritos foram ecoados por meus irmãos, e suas mãos se juntaram às minhas enquanto levantava seu corpo pequeno e flácido de Molly e embalava minha companheira contra o meu peito. Até Ryder poupou uma mão, suor crescendo em sua testa enquanto ele canalizava sua magia de cura para a irmã de Theo.

Um soluço saiu de mim com o quão quieta ela estava, quão fria. Eu nunca soube que Nix fosse fria. Minha pequena bola de fogo sempre foi quente contra mim mas não agora. Até suas penas pareciam geladas contra minha pele quando tocaram meus dedos. — Ela sangrou. — Ryder sufocou as palavras enquanto seu poder continuava a brilhar. Eu podia ver onde seus dedos acariciavam ao longo de um corte em seu abdômen que foi escondido por sua posição e o sangue que a cobria.

Rini choramingou atrás de mim. — Ela também foi cortada. Ela ... ela não disse que estava ferida. Ela só estava preocupada com Molly. — Seu tom era suplicante, mas eu só tinha olhos para a forma vazia de minha companheira enquanto cantava impotente para a concha que deveria estar cheia de vida.

— Ela vai voltar. — A voz de Damien estava rouca enquanto ele colocava a mão no meu ombro e, embora houvesse uma promessa em suas palavras, podia ouvir o tom de desespero por trás delas, a verdade que ele precisava acreditar por si mesmo tanto quanto por mim. — Irmão, respire. Ela vai voltar, eu prometo. Nossa companheira não vai nos deixar. Mas um renascimento demora um pouco. Precisamos levá-la para dentro, limpá-la, cuidar de seu corpo e mantê-la segura.

Braços em volta de mim, meus irmãos me emprestando sua força enquanto segurava nossa companheira. — Eu não posso perdê-la. — As palavras foram arrancadas de minha própria alma. — Eu não posso. — Olhei para os meus irmãos agora, assim como a apertei com força contra meu peito, com medo que ela iria desaparecer se não tivesse seu corpo pressionado contra o meu.

— Nós sabemos, — Hiro acalmou. — Nós passamos pelo renascimento com ela várias vezes. Não fica mais fácil, mas entendemos o que ela precisa durante isso. Estamos bem aqui com você. — Balancei Nix suavemente, suas penas contra a minha pele e as palavras dos meus irmãos, o único conforto que minha mente poderia encontrar no momento.

Ryder se afastou de Molly com um suspiro. — Ela está estável, — ele nos disse, soltando um suspiro profundo. — Eu não posso ... eu não posso te dizer como ela sobreviveu. — Ele olhou para nós com olhos arregalados.

— Vamos conversar sobre isso lá dentro, — Damien ordenou asperamente. — Ciarán, você pode garantir que o resto disso seja limpo? Qualquer pessoa ainda viva precisa ser questionada.

— Eu vou cuidar disso, — ele prometeu severamente, seus lábios pressionados em uma linha apertada, sangue escorrendo em seu rosto em uma exibição berrante.

— Você tem Nix? — Killian resmungou, flexionando as mãos. Eu sabia que ele estava ansioso para tirá-la de mim, para examiná-la por si mesmo, mas não podia liberá-la, nem mesmo para ele. Balancei a cabeça rigidamente, me levantei e me virei para começar a longa caminhada de volta para nossa casa.

Embora soubesse que ela não podia me ouvir, inclinei-me para sussurrar em seu ouvido. — Volte para mim, está me ouvindo, Nix? Eu não me importo se você já fez os votos ou não. Você me prometeu para sempre, e é exatamente isso que estou exigindo, companheira. Com o gelo no ar gravando um aviso em meus ossos, e o peso morto de minha companheira em meus braços, voltei para nossa cabana para esperar ao lado de sua cama pelo tempo que demorou para ela voltar para nós novamente.

 


DOZE

THEO

Fechei a porta suavemente na forma adormecida de Molly e descansei minha cabeça contra a porta com um suspiro. Fazia uma semana que Nix se esgotou para salvar minha irmãzinha, e era capaz de tirar um cartão do livro de estratégias de Hiro e bater em sua bunda. Classificar o que aconteceu quando as duas morreram sobre nós foi uma luta, mas entre Rini, Damien, Ryder e Ciarán, fomos capazes de juntar tudo.

Risa se voltou contra nós, incapaz de aceitar o fim da Facção Opala e a nova ordem da rebelião, e procurou membros marginais da equipe do Conselho. Quando ela encontrou batedores observando nossos movimentos, ela fez um acordo que funcionou para ela e utilizou nossa cerimônia de acasalamento, sabendo que queríamos a privacidade de estar longe do hotel para nosso dia especial.

Estúpido. Tão idiota. Estávamos tão cegos por nossa certeza de que Stepanov precisava de seu exibicionismo, de sua glória, que não nos preocupamos com a dissidência de outras fontes, muito menos dentro de nossas próprias paredes. De certa forma, os batedores e seus amigos tiveram sorte de termos os matado Stepanov os teria torturado por uma eternidade quando descobrisse que eles tentaram ir pelas costas e destruir a intrincada guerra que ele planejou para defender sua frente de seus seguidores.

Não havia dúvidas em minha mente de que ele planejava tentar matar Nix pessoalmente, querendo a glória e o direito de se gabar de destruir uma fênix quando voltasse para casa vitorioso. Que outra pessoa tentasse sabotar seus esforços era facilmente uma sentença de morte. Ele e os outros membros do conselho mataram por menos.

Nix havia literalmente se esgotado para salvar Molly depois que Risa a matou na neve, mas me perguntei se ela teria feito isso se soubesse quais eram os custos.

O que nenhum deles percebeu foi que quando Molly foi ferida, Nix obteve um ferimento para ela. Embora não fosse mortal em sua forma humana, o dano em seu abdômen seria significativo em uma forma do tamanho de sua Fênix. Quando ela mudou e se deitou sobre o peito de Molly, seu poder agarrado ao último lampejo de vida de Molly, seu sangue literalmente jorrou de sua própria ferida para a de Molly. Sabíamos que seu sangue tinha poder, ainda mais em sua forma de alter, mas nenhum de nós jamais arriscou uma quantia tão grande quanto o que ela transferiu para minha irmã.

Quando combinado com a quantidade de magia que ela usou, parecia que ela tinha de alguma forma capturado a alma da minha irmã antes que pudesse deixar seu corpo e forçou-a a ressuscitar da mesma forma que ela teria ressuscitado, embora ela não fosse forte o suficiente para curar o corpo de Molly e precisou da intervenção de Ryder.

Enrolei minha mão em punho, respirando profundamente através da dor que me dominava, através da raiva que me encorajou a bater meus punhos nas paredes e demolir o mundo ao meu redor. Mas minha irmã dormia atrás da porta, e eu não conseguia liberar essa raiva aqui, não importa o quanto minha mente implorasse pela liberação.

Fui muito lento. Muito focado em outras ameaças. Muito focado em minha própria maldita necessidade de reivindicar Nix como minha. Molly deu um passo diante de uma lâmina de gelo destinada à minha companheira, e quase a perdi também. Quantos mais íamos perder?

Engoli em seco contra a bile que subiu na minha garganta. Embora tivéssemos garantido a Joshua que Nix voltaria para nós, que simplesmente tínhamos que cuidar de seu corpo, o medo permaneceu, um espectro nas costas de nossas almas, puxando nosso vínculo com ela.

Nenhum de nós sabia quantas vezes ela poderia realmente se regenerar mesmo Gaspard não fazia ideia. Não era como se fosse algo que já foi estudado, e os poderes de Nix já foram levados ao limite antes que ela se mudasse para o Alasca e se desse conta do que ela era. Poderíamos realmente prometer um ao outro que ela voltaria cada vez que falhássemos em nossos deveres como seus companheiros?

Ela tinha seis de nós. Seis!

Seis homens que falharam com ela no dia em que estávamos preparados para jurar protegê-la por toda a eternidade. Mordi o interior da minha boca, o sabor de cobre inundando minha língua enquanto lutava contra a vontade de gritar. Minha irmãzinha foi quem se colocou entre ela e uma lâmina enquanto o resto de nós estava distraídos. Mesmo assim, não percebi que ela estava ferida, não consegui levar Ryder até ela rapidamente, falhei em convencê-la a baixar a barreira para que Ryder pudesse curá-la antes que ela desse muito. Falhou, falhou, falhou. A palavra queimou em minha mente.

— Theo? — A voz rouca e crua me fez virar com um rosnado. O par de frente para mim estava seguindo meus passos na última semana, e sibilei antes de inclinar minha cabeça, indicando que eles me seguissem.

— Como ela está? — Tao foi o primeiro a falar, sua voz rouca, quando estávamos mais longe e improvável que a perturbássemos.

— O mesmo, — rosnei com um encolher de ombros.

— Isso não é suficiente! — Cedric gritou, dando um passo à frente antes de Tao agarrar seu braço.

Bem, agora. Meus olhos penetrantes percorreram o par, considerando-os. Era hora de uma conversa e precisava tirar um pouco dessa agressão de qualquer maneira. — Me siga. Eu não estou falando sobre isso aqui, — rebati.

D, estou levando esses dois babacas para Ciarán. Tenho um palpite sobre algo e preciso da ajuda dele.

Fique seguro, ele falou de volta. Deixe-me saber se você precisa de ajuda. Ou um mestre de cerimônias.

Nem Tao nem Cedric estremeceram enquanto os conduzia pela tempestade que assolava do lado de fora, nem quando bati brevemente na porta de Ciarán, sem me preocupar em esperar sua resposta antes de entrar.

Ciarán ergueu os olhos da mesa, franzindo os lábios para os meus convidados, antes de se recostar na poltrona de couro em que estava sentado. — Agora, normalmente, tenho o hábito de atender eu mesmo, sabe? Sei que é um hábito estranho, mas que se tornou um dos favoritos. — Ele arqueou uma sobrancelha acobreada para mim, mas ignorei, conduzindo o par para dentro da sala e batendo a porta antes de ficar na frente dele com meus braços cruzados.

— Esses dois estavam esperando do lado de fora do quarto de Molly de novo, — resmunguei, acenando minha mão para Tao e Cedric. — Eles parecem pensar que têm o direito de saber como ela está. — Ciarán juntou os dedos, pressionando os dedos indicadores nos lábios com um zumbido enquanto os estudava. Ficou claro que os dois perderam peso na semana anterior. A pele deles era pálida, os olhos rodeados por sombras escuras e a barba por fazer em seus rostos. Seus olhos eram planos e escuros e velados pela dor enquanto nos observavam com atenção.

— Entendo, — murmurou Ciarán, seus olhos procurando os meus por um momento antes de voltar para eles. — Isso é verdade?

Tao e Cedric trocaram um olhar antes de Cedric erguer o queixo. — Ela é nossa. Temos certeza disso. — As palavras vieram dele. — Nós não a reivindicamos ainda, não comparamos as marcas, mas tenho certeza de que corresponderiam.

Os olhos de Ciarán se aguçaram quando ele se inclinou para a frente. — Seria?

Tao fez uma careta. — Quando ... quando Molly morreu, algo aconteceu. — Os olhos de Ciarán encontraram os meus sobre os ombros de Tao, alargando-se um pouco. Essa era a peça que faltava. O quebra-cabeça que nenhum de nós foi capaz de resolver.

— Foi uma agonia. — A voz de Cedric quebrou com a palavra enquanto ele estremecia, seus olhos vidrados enquanto ele se lembrava. — Não consigo nem descrever a dor. — Sua pele já cinzenta adquiriu uma tonalidade esverdeada, o suor escorrendo de sua testa.

— Foi como se alguém tivesse retalhado minha alma, — Tao murmurou, estendendo a mão para segurar o ombro de Cedric em apoio. — Rasgou, queimou, congelou ...

— Isso não é o que acontece quando companheiros morrem, — apontei, encostando-me no batente de madeira da porta. — Mesmo companheiros vinculados. Nenhuma história sobre companheiros verdadeiros aconteceu também.

— Não foi quando ela caiu, — sussurrou Cedric, encostando-se em Tao. — Eu estava muito longe para chegar perto dela, mas vi. Eu simplesmente não consegui passar. Meu coração se partiu, mas não senti dor. Então vi Nix envolvê-la naquele poder, vi isso engoli-la. Então ... — Meu Kraken rugiu com a ideia de que ele culpou minha companheira.

— Nix a salvou, — eu o lembrei, meus dentes cerrados.

— Você diz isso, mas não vai nos deixar vê-la! — Cedric gritou, seus olhos brilhando com lágrimas. — Você não vai nos dizer como ela está, mas toda vez que você sai daquele quarto, parece que ela está tão morta quanto naquele maldito banco de neve! Minha marca de companheiro se foi, droga. Foi arrancado da porra do meu alter depois de tudo o que Nix fez com Molly. Também foi arrancado de Tao e pulverizou minha alma no processo, então me perdoe se não acredito em você quando diz que ela foi salva. — Ele estava gritando as palavras, e apenas os braços de Tao o impediram de se jogar em cima de mim, seus olhos frenéticos.

Meus joelhos quase cederam, meus ombros caíram quando a verdade do que eles disseram me atingiu. — Porra. Ciar.

— Cedric. Tao. Sente-se, — Ciarán ofereceu com um suspiro. — Nós vamos te dizer o que pudermos. — Ainda era estranho ver o celta insano como um líder, mas no momento, estava grato pela máscara dura e legal que ele foi capaz de colocar quando precisava, porque a minha estava faltando.

Os dois se acomodaram com cuidado, os ombros juntos, e estava claro que encontraram força um no outro durante esse tempo. — Nix conseguiu salvar Molly. Ryder não a teria alcançado, e o sangue de Nix é poderoso. Pelo que podemos dizer, Nix pegou a alma de Molly antes que ela pudesse deixar seu corpo e basicamente usou sua própria alma para mantê-la no lugar. Seu sangue o ligou a seu corpo. Ela sangrou dentro dela. Tanto sangue de fênix é bem, uma quantidade insana de poder. Território desconhecido.

— Por exemplo, — interrompi. — Com uma pequena injeção de sangue de sua forma humana menos poderosa sem magia por trás disso, consegui quase acabar com todos os meus irmãos e varrer uma ponte de gelo com vinte metros sólidos. Enquanto em minha forma humana. Sem tentar. — Seus olhos se arregalaram. — No entanto, também perdi o controle completo.

— Agora imagine isso vezes mil, — acrescentou Ciarán secamente.

— Mais, — admiti. — A quantidade exponencial de sangue que ela teria recebido diretamente em seu corpo, mais a quantidade de magia, mais a forma em que ela estava ...— Eu não tinha feito a matemática real sobre isso porque o número provavelmente induziria a um pesadelo. Eu realmente pude ouvir Tao engolir em seco a imagem que pintei.

— Ela literalmente forçou Molly a ressuscitar, — expliquei suavemente. — O problema é que nenhuma outra criatura senão uma fênix jamais ressuscitou.

— Já salvamos pessoas antes, — protestou Cedric.

Ciarán suspirou. — Acho que pode ser por isso que você foi trazido para mim. — Quando balancei a cabeça para seu olhar aguçado, ele se inclinou para frente. — O que você está prestes a aprender não sai desta sala, entendeu? — Gelo rolou fora de seu tom. — Eu faço concessões para todas as coisas, e esta é uma situação em que não posso evitar me explicar, mas vou porque Theo é meu irmão. Vocês dois não são. Eu faço isso por ele, e se eu achar que vocês dois são ameaças para ele ou para qualquer outra pessoa da minha família, não hesitarei em encontrá-lo. — As palavras sussurradas uniformemente foram um choque do alegre ruivo, e os dois homens congelaram. — Não pense que você pode se esconder de mim também. — A fumaça se acumulou ao redor de Ciarán, seus olhos verdes brilharam. — Provei suas almas agora. Eu posso encontrar vocês em qualquer lugar deste planeta, em qualquer plano de existência. — O sorriso em seu rosto não era gentil, era absolutamente assustador, fazendo meu Kraken sibilar na minha cabeça. — E assim que eu encontrar suas almas, destruí-las seria um fim misericordioso.

— Nós entendemos, — Tao falou. Cedric sacudiu a cabeça em um aceno afiado. O efeito gelado passou e Ciarán recostou-se, voltando ao normal, e os dois homens estremeceram como se a pressão tivesse caído da sala e eles pudessem respirar novamente.

— Meu poder é o de um caminhante dos sonhos, — Ciar divulgou em tom de conversa, como se não tivesse acabado de lançar uma ameaça assustadora e dramática. — Parte desse poder, no entanto, é que posso ver, tocar, saborear e seguir almas. Eu também posso ver companheiros verdadeiros, almas iguais. — Cedric respirou fundo e Ciarán balançou a cabeça como se o elogiasse. — Sim, pode ser útil. Posso arrancar almas do corpo também durante a batalha. O que muitos não percebem é que depois que o corpo morre, pode levar algum tempo para a alma morrer. Isso não significa que o corpo não está morto. Se eles estivessem em um hospital, isso não significa que seriam revividos. Simplesmente significa que sua alma não desocupou imediatamente este reino. Talvez sejam aqueles que desejam ficar com seus entes queridos, talvez estejam simplesmente em choque não sei. — Seu encolher de ombros foi elegante. — Nix sentiu que a alma de Molly ainda estava perto. Pelo que sei, Nix segurando Molly enquanto ela morria evitou que sua alma fugisse de seu corpo em primeiro lugar.

— Então, ela manteve sua alma em seu corpo por tempo suficiente para Ryder curá-la, — Tao supôs lentamente.

— Sim, — respondi.

— E não, — acrescentou Ciarán. — Eu poderia manter uma alma em um corpo, acredito, da mesma forma que as arranco deles. Eu poderia tê-la segurado lá enquanto Ryder curava seu corpo. Eu, entretanto, não poderia ter reconectado uma alma e um corpo e forçado seu peito a começar a bater novamente com uma alma ligada. Isso ... — Ele balançou a cabeça, caindo para trás. — Eu não consigo explicar.

— Por que quase nos matou também? — Cedric exigiu. — Por que nossas marcas de companheiro sumiram? — Compartilhei um olhar com Ciarán, que Tao captou.

— Porque ela não é a mesma. — As palavras de Tao foram suaves, mas alcançaram todos os nossos ouvidos. Seus olhos nos avaliaram, observando cada movimento que fizemos. — É ela?

Cedric quase caiu enquanto olhava para nós, tentando julgar se o que Tao disse era verdade.

Suspirei, esfregando minhas mãos no rosto. — Ela está viva, — eu resmunguei. — O coração dela está batendo. Ela está acordando. Concentre-se nisso. O resto ... a parte do companheiro ...

Um grito angustiado saiu de Cedric enquanto ele enterrava a cabeça nas mãos. Tao parecia doente ao se virar para encarar a parede antes de olhar para Ciarán. — É a alma dela? — Sua mandíbula estava tensa. — O que tem nela agora? Ainda é a alma dela?

Os olhos de Ciarán eram suaves enquanto o consideravam. — Eu nunca cheirei uma alma ressuscitada, para responder à sua pergunta. Posso dizer que ela não cheira a sol e mar como antes, Tao. Isso significa que ela não é a mesma alma? A mesma pessoa? Não é para você julgar, não para mim? — Tao fez uma careta com o julgamento daquela questão, envolvendo seu braço ao redor de Cedric e ajudando-o a se levantar. Eu dei um passo para o lado, permitindo que o par passasse.

Cedric parou na porta, virando-se para olhar para mim, seus olhos assombrados e vazios eu nem tinha certeza se ele me viu parado ali. — Eu sinto muito por ter falhado com ela. Eu nunca tive a chance de dizer que ela era minha.

A porta se fechou atrás deles com um clique suave, excluindo o resto do mundo. — O que você acha que eles vão fazer? — Murmurei.

— Lamentar. Pensar. Maravilha. — Ciarán se acomodou em sua cadeira. — Então ... acho que eles vão ter esperança. Espero que sua companheiro ainda esteja lá. Que o futuro deles ainda possa existir, marca de companheiro ou não. Não é mais uma garantia para eles. Agora é uma escolha. Caberá a todos eles viver até o fim desta guerra e decidir o que querem fazer.

— Obrigado, Ciarán. — Eu sabia minha escolha. Nix. Os meus irmãos. Eu levaria qualquer resquício de tempo que o destino me desse com eles. Eu lutaria por cada momento. Se morresse nesta última batalha, faria isso com minha companheira ligada a mim, meus irmãos ao meu lado e o gosto de Nix na minha língua. Essa foi minha escolha, e não iria me arrepender.

 


TREZE

NIX

Envolvi minhas mãos com mais força, apreciando a pontada de dor enquanto fechava os punhos e olhava para o saco de pancadas. O material preto foi tudo que vi, e ataquei, socando com toda a força que pude. O baque ecoou pelo ginásio, e a bolsa balançou para trás com o impacto antes de balançar na minha direção. Eu me preparei e balancei, batendo meu punho nele novamente. Minha mão doía, meus dedos gritavam e ainda assim me preparei para outro golpe.

Dor sempre foi uma das únicas constantes em minha vida, e não me falhou agora.

Minha Fênix gritou na minha cabeça, mas o barulho era indiferente. Ela sentiu a dor agonizante pelo que fizemos tanto quanto eu.

Molly nunca mais seria a mesma. E foi tudo minha culpa. Tudo isso. Até ter o acasalamento fora e longe da cabana, ser estúpida o suficiente para confiar que Risa se ajustaria a não ser mais a líder da Facção Opala. Ela rasgou Molly em sua tentativa de chegar até mim, e não conseguia dormir. Não conseguia pensar. Não consegui comer.

Theo me disse que Molly estava se saindo bem, que todos estavam gratos por ela estar viva, mas eu o conhecia bem o suficiente para ver os círculos escuros sob seus olhos e a maneira como ele olhava para longe de mim sempre que me contava a meia verdade.

Meus braços tremeram, ainda fracos do meu renascimento, mas não dei atenção aos seus protestos, e girei para o saco novamente, em seguida, chutei quando ele se atreveu a retornar, fazendo-o girar para longe de mim. Saltei sobre meus pés, me soltando, e fiz pontaria, acertando repetidamente.

— Não deveríamos impedi-la? — Ouvi Joshua perguntar ao fundo, mas me desliguei de todos, não querendo deixar meu foco e sentir mais. Eu precisava de uma saída, e este saco era minha redenção.

— Dê um tempo a ela, — Killian murmurou, e o amei um pouco mais por saber quando eu precisava trabalhar minha agressividade.

Minhas mãos estavam sangrando apesar dos envoltórios no momento em que meus braços se recusaram a levantar, e deixei cair minha cabeça para trás, deixando o sangue gotejar de meus punhos para as esteiras abaixo.

— Se sentindo melhor? — Meu Celta falou lentamente, caminhando pelo chão até que me alcançou e se moveu para pegar minhas mãos para inspecionar minhas feridas.

— Não, — avisei e dei um passo para trás, puxando-me para fora de seu alcance. — Estou sangrando, não me toque.

— Nix, — Theo repreendeu. — É disso que se trata? Você acha que vai machucar alguém?

— Sim, não é? — Olhei para o meu Kraken, ferido pelo estremecimento que cruzou seu rosto quando ele se aproximou. — Você não vai me deixar vê-la, — eu rosnei, minha chateação vazando em meu tom. — Por que você não me deixa vê-la?

— Ela não quer ver ninguém agora. — O rosto de Theo se suavizou. — Não é você, Nix. Molly é apenas ... diferente. — Algo mais. Embora ele não tenha dito as palavras em voz alta, as senti ecoar involuntariamente através de nossa ligação mental desde que voltei do meu renascimento. O que isso significava, não tinha certeza, mas sabia que não era bom, não era natural.

— Por minha causa. — Comecei a desembrulhar minhas mãos, saboreando a picada de minhas feridas. Andei para longe dos meus companheiros, o resto deles se reuniram na porta, testando meu humor um de cada vez, parecia.

— Você a salvou. — Theo me seguiu, seu olhar azul glacial e inflexível. — Minha irmã ainda está viva por causa de você e de qualquer magia que sua Fênix teceu.

— Talvez eu tenha sido egoísta. — Joguei os envoltórios na lata de lixo com apenas um olhar para a pele vermelha, em carne viva e rachada em meus dedos abusados. — Eu a salvei para mim porque não conseguia imaginar perdê-la. Eu a salvei para você porque não queria que você perdesse sua irmã. Eu queria que ela tivesse um futuro. Eu não queria transformá-la em outra coisa. Nunca quis roubar a vida dela. Estava tentando ter certeza de que ela ainda tinha uma vida.

Eu já tinha pensado na discussão uma dúzia de vezes e ainda não conseguia imaginar deixar a alma de Molly desaparecer no éter para sempre. Eu só ... não conseguia nem imaginar.

— Salvar Molly foi egoísta, Nix, mas também foi altruísta, — argumentou Killian, condenando meu ódio por mim mesmo enquanto me contava a verdade nua e crua do jeito que eu sabia que ele sempre faria. — Você fez o que qualquer um de nós teria feito se fossemos capazes.

— Nenhum de nós sabe a extensão total das mudanças de Molly ainda, mas ela está viva, e sou grato por isso, Nix.

— Você não está bravo?

— O que? — Theo perguntou incrédulo. — Me desculpe se fiz você sentir que estava chateado com você por tentar salvar minha irmã. Não deixar você ver Molly não tem nada a ver com querer mantê-lo longe dela. Estou tentando respeitar o desejo de privacidade de Molly. Isso é tudo. Eu prometo. E se não parecia eu mesmo, é porque estou apenas ... lamentando a perda de quem ela costumava ser da mesma maneira que ela está lidando com tudo. Isso não significa que nem todos vamos nos ajustar. Ela tem uma chance de um futuro que seria negado se sua Fênix não intervisse. Você deu sua vida para salvar a dela. Como você pode pensar que estou chateado com isso?

— Quero dizer, não faça isso de novo, — resmungou Killian. — Eu não aguento mais renascimentos, Nix. Eles me dão um maldito ataque cardíaco toda vez.

Seu resmungo mal-humorado quase trouxe um sorriso ao meu rosto, mas eu ainda estava muito crua para me deixar sentir feliz.

— Concordo, — Joshua acrescentou com um estremecimento quando ele se juntou a nós no ginásio. — Esse é um visual que não vou conseguir esquecer tão cedo.

— Esse foi apenas o seu primeiro. Apenas espere. Não fica mais fácil, — Killian reclamou inutilmente.

— Obrigado pela conversa encorajadora. — Joshua revirou os olhos.

Eles brincaram enquanto eu mordia meu lábio, e quando ficaram quietos, meu olhar foi para o de Theo.

— Ela me odeia, não é? — Sussurrei em vez disso, precisando saber se Molly se ressentia de mim pelo que fiz. Ela teria preferido morrer do que ser o que era agora? Não exatamente Kraken, não exatamente ela mesma algo diferente depois de tanto sangue Fênix, depois de forçar seu corpo e alma por um renascimento que nunca foi feito para experimentar.

— Eu não acho que Molly sabe como se sentir agora. Ela não está realmente falando com nenhum de nós. Ela nem mesmo verá Cedric ou Tao. Acho que todos nós precisamos dar a ela algum tempo. — Theo suspirou, querendo acreditar em seu próprio sentimento tanto quanto ele queria que eu acreditasse. — Ela é forte. Ela tem sido desde o dia em que nasceu com um par de pulmões que poderia rivalizar com o de uma sereia. Ela vai superar isso. Eu não vou dar a ela uma escolha. — Os olhos de Theo brilharam com determinação e, pela primeira vez em todo o dia, meus lábios se ergueram da carranca permanente que havia entre eles.

— Você é um bom irmão mais velho, Theo, — o assegurei.

— E você é uma boa irmã, Nix. Não me importa se já dissemos nossos votos ou não. Você é minha companheira, e isso faz de você a família de Molly. Ela vai precisar de nós nos próximos dias.

Funguei e balancei a cabeça, esfregando minhas mãos no meu rosto antes de estremecer com a dor em meus dedos abusados.

— Você já se acalmou o suficiente para me permitir curar essas feridas? — Ryder caminhou para o ginásio cheirando a Hiro, cujos braços ele acabou de deixar enquanto me observavam tentar destruir o saco de pancadas indefeso.

Mordi meu lábio com força enquanto considerava deixá-lo tocar minhas mãos feridas. Eu quis dizer o que disse a Killian antes. Eu não queria machucar ninguém.

— Meu sangue é imprevisível, Ry. Talvez devêssemos apenas deixar curar naturalmente.

Ryder zombou. — Nix, estive perto de você e do seu sangue mais vezes do que posso contar, infelizmente, e embora adorasse que você parasse de sangrar ao meu redor, é só porque não quero que você se machuque. Agora me dê suas mãos.

Eu hesitei.

— Nix. — Meu nome na língua de Theo era tanto um conforto quanto um aviso.

— Meu sangue está incontrolável, Theo.

Ele balançou a cabeça, se aproximando de mim como se tivesse lido uma página do livro de estratégias de Hiro, como se eu fosse um animal ferido e ele estivesse tomando cuidado para não me assustar. — Você sabe que isso não é verdade. Quantas experiências fiz para provar que sua história está errada?

— Eu sei que você está testando, mas-

— Sem mas, Nix. Seu sangue não é incontrolável. Na verdade, é exatamente o oposto, e o que aconteceu com Molly apenas prova meu ponto.

— Como? — Eu perguntei, mantendo meus punhos perto do meu corpo e longe das mãos azuis brilhantes de Ryder.

— Pense nisso. Seu sangue carrega poderes, e esses poderes se tornam mais ou menos potentes dependendo da quantidade, como é dado uso externo versus injeção versus ingestão e em que forma você estava quando o sangue em questão foi tomado. — Theo empurrou os óculos, implorando para que eu seguisse sua lógica enquanto explicava a ciência por trás disso, descartando minha preocupação. — Lembra quando Ryder foi exposto ao seu sangue na ilha quando ele te salvou de Stone e o que agora sabemos foi o programa de reprodução?

— Isso é difícil de esquecer, — eu disse, e a boca de Theo se curvou para um lado.

— Ele tem o sangue da sua Fênix em sua pele. Minha teoria é que seu sangue é o que despertou os poderes que ele nunca soube que tinha. Não tive certeza a princípio, mas tudo funcionou quando testei seu sangue por mim mesmo naquele dia na montanha e perdi o controle. Seu sangue aumentou meus poderes e os fortaleceu, fazendo de mim uma arma. O mesmo aconteceu com Joshua quando ele foi injetado com o sangue que o Conselho tomou quando você estava em sua forma humana. O poder em seu sangue despertou seu brilho mortal e aumentou sua força.

Balancei a cabeça, olhando para o meu doce Basilisco cujos olhos ainda estavam ligeiramente coloridos por causa daquele poder recém-descoberto.

— Nossas novas habilidades se estabeleceram enquanto o resto se dissipou depois que seu sangue saiu de nosso sistema.

— Você está dizendo que o efeito que meu sangue teve sobre Molly também vai passar? — Perguntei, meio horrorizada, imaginando se isso significava que sua ressurreição era temporária, e meio esperando que sua alma permanecesse em seu corpo enquanto os efeitos do meu sangue passassem e permitissem que ela voltasse ao seu estado normal.

Theo balançou a cabeça, a tristeza crescendo através da conexão mental que Damien abriu lentamente. — Não. O DNA de Molly parece ter se alterado em nível molecular, mas isso é uma conversa para outro dia. O que importa é que Molly está viva. Você fez isso, Nix. A quantidade de sangue de Fênix que Molly recebeu diretamente da fonte, junto com qualquer magia que sua Fênix adicionou à mistura, a salvou. Você colocou sua alma de volta em seu corpo, e isso parece ser irreversível. Não podemos começar a contabilizar o número de possibilidades para as quais seu sangue poderia ser usado, mas sua eficácia está diretamente relacionada a quanto dele estamos expostos. — Theo acenou com a cabeça em direção aos meus dedos sangrando. — Isso, por exemplo, dificilmente nos fará alguma coisa. Você é humana agora, é uma quantidade tão pequena, e não vamos lamber suas mãos. Ryder só quer curar. Se ele tivesse sangue na pele, não sofreria nenhuma ramificação.

Soltei um suspiro e assenti, estendendo minhas mãos lentamente para Ryder segurar nas suas. A magia azul iluminou-se entre as palmas das mãos em concha e ele uniu minha pele novamente, curando meus ferimentos autossustentados.

— Pronto. — Ele inspecionou sua obra. — Tudo melhor. — Ele sacrificou sua camisa e enxugou o sangue pegajoso antes de colocar um beijo suave e doce sobre meus dedos recém-curados.

— Obrigada. — Eu fiquei na ponta dos pés e beijei sua bochecha. — Por sempre me curar e por não ter medo.

— Você sempre teve fé em mim e nunca teve medo da minha magia negra, mesmo quando estava com medo de mim mesmo. Eu nunca poderia temer qualquer parte de você, incluindo seu sangue, — ele sussurrou, e beliscou minha orelha antes de deslizar atrás de mim para envolver seus braços em volta dos meus ombros. Eu segurei seus antebraços, e minha Fênix arrulhou, contente agora que a raiva havia diminuído e eu tinha mais respostas do que antes.

— O problema com todos os meus testes é que estou usando muito sangue. E percebo agora o quão potente apenas algumas gotas podem ser, e se usássemos bem, seu sangue poderia ser usado como uma arma eficaz em vez de uma bomba incontrolável, — Theo meditou, seus olhos brilhando com aquele brilho inteligente que ele sempre mostrava quando tinha uma boa ideia que ele mal podia esperar para investigar.

— Eu não sei, — evitei, preocupada em tentar mais testes, mas também instantaneamente curiosa com a ideia de que meu sangue poderia ajudar a proteger as pessoas que eu mais me importava. A imagem do corpo sem vida de Molly já estava gravada na minha memória da mesma forma que os pais de Damien e Gaspard.

— A ideia tem mérito, — Damien falou, finalmente entrando na academia de onde estava nos observando o tempo todo. — Mas só se Nix estiver bem com uma última rodada de testes. Eu também precisaria ver os resultados antes de aprová-lo para uso em nosso grupo, mas se isso nos ajudasse a nos dar uma vantagem, mesmo a menor vantagem sobre Stepanov, Rahal e Maldonado, vale a pena explorar uma última vez.

— O que você acha, Nix? — A atenção de Theo caiu sobre mim como um cobertor quente, e me vi assentindo. No mínimo, ajudaria a dar a Theo uma tarefa em que se concentrar enquanto aguardávamos a recuperação de Molly e o prazo final de nossa batalha final.

— Se você acha que vai ajudar, sangraria mil vezes para nos ajudar a vencer essa luta. Não temos futuro sem ele, então sim. Por Emy, por Molly, por todos vocês e pela vida que sonho ter com vocês muito depois que esta guerra acabar.

Theo sorriu com orgulho, e foi a maior vida que vi em seus olhos desde nosso dia de acasalamento, há pouco mais de uma semana.

Meu coração doeu pela cerimônia de acasalamento que perdemos, pela irmã que quase morreu e pela dor e sofrimento que foram infligidos a tantos guerreiros que ficaram ao nosso lado e lutaram contra as forças opostas. E a verdade era que a verdadeira luta ainda não havia começado.

Ainda precisávamos lutar contra a morte e sair vitoriosos do outro lado.

E havia uma coisa que sabia com certeza: vencer Stepanov seria um milagre.

Ou talvez, apenas um pouco do meu sangue.

 


QUATORZE

HIRO

— Deveria estar descansando, você sabe. Ordens de Theo após minha coleta de sangue na noite passada. — A risada de Nix chegou aos meus ouvidos e um sorriso curvou-se no canto dos meus lábios enquanto considerava a porta semifechada do nosso quarto. Aparentemente, minha pequena Fênix estava tramando travessuras enquanto estava fora hoje e não me ouviu entrar. A questão era: quem a estava ajudando a desobedecer às ordens do Kraken?

— Ah, mikró pouláki. Isso é descansar. — A voz provocadora de Ryder fez meu sorriso se espalhar amplamente. Bem, isso não ia ser divertido? Mandei uma mensagem rápida para Theo, certificando-me de que Nix estaria segura para compartilhar algum tempo de brincadeira comigo, agora que já se passaram quase vinte e quatro horas desde que ele tirou sua última amostra de sangue, e meu sorriso cresceu quando ele deu luz verde.

Coloquei minha mão atrás da minha cabeça, puxando meu suéter com facilidade e jogando-o no chão. Fazia muito tempo desde que eu tinha meus dois companheiros para brincar, e com a força de Nix restaurada após seu renascimento, iria aproveitar este tempo que tínhamos. Desabotoei meu jeans, deixando-o cair na minha cintura antes de ir ver em que problema aqueles dois estavam se metendo sem mim.

Entrei no quarto sem ser notado para encontrá-los na cama e revirei os olhos, mal engolindo um gemido. Ryder estava tentando equilibrar uma tigela do que parecia ser trufas de chocolate nas linhas duras de seu estômago enquanto ele as jogava no ar tentando pegá-las com a boca. Pelo número que eu podia ver no chão e os poucos que pareciam estar esmagados em nossos lençóis, eles pareciam terrivelmente ruins no jogo.

Ryder tomou uma bebedeira de açúcar sem supervisão, havia marshmallows, Twizzlers, M & M's, pipoca e uma série de outros doces espalhados em tigelas ao redor deles enquanto observavam algo na tigela que Ryder equilibrou precariamente entre eles. Eles estavam rindo de algo que eu não podia ver enquanto Ryder jogava outra trufa no ar e Nix tentava inutilmente pegá-la, quicando em sua testa e caindo no chão enquanto riam loucamente.

— Bem agora. — Os dois gemeram quase idênticos de alarme quando disse lentamente as palavras, e tive que morder a língua para engolir um sorriso quando eles lançaram olhares de culpa em minha direção. Fiz um show olhando para o desastre que era nosso quarto antes de cruzar os braços sobre o peito agora nu. Dois pares de olhos dispararam para as linhas do meu bíceps e para baixo no meu abdômen, tornando-se vítreos por um momento antes de retornar à bagunça que eles criaram.

— Eu só estava ajudando Nix a relaxar. Ela merece depois dos últimos dias, — Ryder raciocinou com um sorriso brilhante. Levantei uma sobrancelha para ele, inclinando-me contra o batente da porta e esticando minhas costas para que os músculos do meu abdômen ondulassem. Nix deixou cair a tigela que ela estava equilibrando, embora fingisse não notar enquanto olhava para Ry.

— Tenho certeza de que é por essa razão que parece que uma fábrica de doces explodiu em nossa sala, — respondi secamente. — Mas isso não explica por que está tudo em nossos lençóis.

— Um ...— O par compartilhou outro olhar culpado enquanto eu andava para frente, caminhando pela bagunça.

Abaixando-me, peguei uma trufa da tigela, levei-a aos lábios e enrolei minha língua em torno da borda antes de mordê-la lentamente ao meio. — Parece que vocês estão desperdiçando um pouco, companheiros. — Lambi o chocolate do meu lábio inferior e Nix gemeu. Os olhos castanhos de Ryder estavam semicerrados enquanto ele olhava para minha boca.

— Bem, não desperdice, não queira, — Nix murmurou.

— Oh, eu quero, — assegurei a ela, avançando para deslizar o chocolate entre seus lábios. Coloquei minhas mãos em seus cabelos e a ouvi suspirar. — Eu quero brincar com meus dois companheiros. — Um gemido caiu dos lábios de Nix quando a soltei e me coloquei de pé. — Felizmente, você foi liberada para mais ... atividades vigorosas. — Os olhos de Nix brilharam e ela capturou o lábio entre os dentes. Ela não fazia ideia do que aquele pequeno movimento fez comigo. Como isso me deixou quente. — Nix. Dispa-se. Bom e lento para nós dois, — ordenei, observando enquanto ela escorregava dos lençóis. Nix tirou sua camiseta vermelha sobre a cabeça, revelando sua pele dourada. Seus seios estavam pesados, seus mamilos rosados já duros, implorando por minhas mãos e boca. Seu short de dormir preto a seguiu, deixando-a apenas com um minúsculo pedaço de seda vermelha.

— Foda-se, — Ryder sussurrou. — Se eu soubesse que você estava usando isso, nunca teria sido capaz de me concentrar naquele filme, — ele admitiu, sua voz caindo para um tenor rouco.

— Deixe a calcinha, — exigi, passando minha língua sobre os dentes. Porra, ela parecia deliciosa assim. Meus olhos foram para Ryder agora, e acenei para o local ao lado de Nix. — Sua vez. Nu. Agora. Não toque em si mesmo ou nela. — Ele gemeu, deslizando da cama para ficar ao lado de Nix. Ele alcançou atrás de sua cabeça, puxando a camiseta branca que ele usava e jogando-a de lado, o roxo escuro de seu cabelo bagunçado com a ação. Seu peito estava esculpido com músculos sólidos e ondulantes enquanto ele se mexia sob o meu olhar quente. Ele já estava duro sob a calça do pijama azul marinho que vestia, e os olhos de Nix acariciaram cada centímetro de seu corpo enquanto ele o expunha para ela. Sua pele era quase do mesmo tom de ouro que a de Nix, e eu mal podia esperar para ver o quão semelhantes eles eram quando os coloquei lado a lado. Ele deslizou a calça para baixo para formar uma piscina a seus pés, deixando-se nu enquanto um leve rubor coloria suas bochechas.

— Mmm, — murmurei em aprovação, passando a mão pelo meu peito e sobre o meu comprimento, mostrando a eles o quanto estava gostando de seus corpos. — Agora, já que você fez isso comigo, acho que podemos muito bem colocar isso em prática. — Olhos confusos encontraram os meus enquanto eu sorria. Puxei as tigelas da cama e as coloquei na mesa de cabeceira antes de rolar o edredom para o chão para coletar mais tarde. — Ryder, já que você parece ser o instigador dela, vamos começar com você. Nas suas costas. — Ryder deslizou para a cama, deitado de costas, e acenei para Nix para se juntar a mim ao lado de Ryder.

Nix já estava sem fôlego quando subi ao lado dela, e ela se firmou com a mão no meu peito. Movendo-me, movi-me atrás dela e puxei-a contra mim, suas costas niveladas com meu peito enquanto colocava seu cabelo sobre seu ombro. — Lembre-se sempre de que vocês dois detêm o poder. Você diz para parar e tudo para, não importa onde estejamos. Caso contrário, quero brincar com vocês dois. — Tenho certeza de que olhei para os dois essa mensagem não era apenas para Nix, era para Ryder também. — Nenhum de vocês pode gozar até que eu diga. Eu quero vocês dois tão envolvidos um no outro, em mim, que vocês fiquem loucos quando vierem gozarem, entendeu?

— Sim, senhor, — Nix suspirou enquanto eu raspava meus dentes na linha de seu pescoço.

Meus olhos brilharam para Ryder, meu marrom encontrando seu castanho enquanto esperava por seu consentimento. — Sim, senhor, — ele sussurrou, seus olhos quentes enquanto rastreavam minha boca na garganta de nossa companheira.

— Nix, eu tinha toda a intenção de remar sua bunda até que você não pudesse sentar por uma semana depois de nos assustar como o inferno, — eu disse a ela, agarrando seu cabelo em meu punho e puxando sua cabeça para o lado, fazendo-a gemer com a sensação. Nós raramente jogávamos duro, mas ela já mostrou que gostava do lado mais sombrio de fazer amor, adicionando um toque de dor ao seu prazer. Eventualmente testaria esse limite, ver onde estava sua fala para saber exatamente onde dançar, para extrair o máximo de prazer possível dela quando a fizesse gritar. Mas esse era um projeto para trabalhar, não pular com os dois pés, especialmente logo após uma ressurreição. Temos nossas vidas inteiras juntos para descobrir se ela gostaria de uma mão para deixar sua bunda rosada ou se ela gostaria da mordida de um chicote contra sua pele, se ela se esquivaria de ter seus mamilos pinçados ou se adoraria o dor de ter as pinças removidas, se ela queria uma das centenas de coisas que poderíamos fazer com ela ou não. Nada seria proibido para Nix. Se ela quisesse testá-lo, seguiríamos essa linha com ela. — Mas acho que vamos deixar isso para outro dia. — Mordi a junção de seu ombro. — Isso não significa que não estou contando, querida.

Segurei seus seios, rolando seus mamilos entre meus dedos enquanto ela se inclinava para mim, sorrindo quando os olhos de Ryder devoraram o movimento. — Eu acho que seu companheiro gosta do que vê, Nix, — zombei sussurrando. — Olha como ele fica duro por você quando te toco. Ele quer sua boca nesses lindos seios. Quer provar esses mamilos para si mesmo. — Eu os apertei, fazendo-a contorcer sua bunda contra o meu pau rígido. Eu liberei seus seios, mudando-a ligeiramente. — Traga-me as trufas, Nix, — ordenei, minha voz caindo enquanto olhava para Ryder. Ela lutou para alcançá-lo, sua posição fazendo com que seus seios pendurassem diretamente sobre seus lábios e ele gemeu, fechando as mãos em punhos apertados enquanto lutava contra a necessidade de alcançá-la e puxá-la para sua boca. Ela deslizou de volta para mim, me entregando a tigela pela metade. Selecionei uma com cuidado, meus olhos em Ryder enquanto levantei o chocolate para ele ver. — Há muitas outras bagunças a fazer com isso além de destruir nosso quarto, — repreendi.

Coloquei o chocolate nos meus lábios, respirando suavemente sobre ele para aquecê-lo antes de pressioná-lo na curva do seio de Nix, deslizando a trufa por sua pele. O doce derreteu sob o meu cuidado e o calor de sua pele, deixando uma marca em seu seio, então desceu sobre seu mamilo. Pintei faixa após faixa em seus seios enquanto ela se contorcia sob meu toque até que apenas um pequeno pedaço do chocolate permanecesse. Inclinando-me para frente, deslizei o doce entre os lábios de Ryder, colocando-o em sua língua antes de deslizar meus dedos em sua boca. — Chupa. — Sua língua enrolou em torno dos meus dedos, sugando e lambendo o chocolate pelas pontas. Murmurei minha aprovação quando tirei meus dedos de sua boca, tocando seus lábios suavemente. — Olhos em nós, Ryder. Se você estiver desviando o olhar, verei como você responde à dor.

Calor flamejou nos olhos de Ryder antes que ele abaixasse a cabeça. — Sim senhor.

Puxei Nix para frente, empurrando-a para ficar escarranchada nas coxas de Ryder. Curvei meu corpo em torno do dela, deslocando-a para que pudesse deslizar minha língua pela trilha de doce derretido que deixei para trás. Ela estremeceu quando me pressionei contra ela, minha mão espalmada em seu estômago e a apertando com força contra mim enquanto lambia e chupava o caminho que criei. Nix se contorceu quando joguei meu anel de língua contra seu mamilo, e Ryder praguejou, suas mãos se fechando nos cobertores quando o movimento pressionou seu monte coberto de seda contra seu pau duro.

— Mm, acho que nosso menino gostou disso, — ronronei antes de chupar seu mamilo profundamente em minha boca e fazê-la resistir novamente. Os cheiros de chocolate e excitação eram densos no ar, e não consegui o suficiente enquanto Nix colocava a mão em meu cabelo, me segurando contra ela e terminei de limpar a bagunça que fiz em sua pele. Movi minhas mãos até os quadris de Nix, balançando-a para frente e para trás para que ela continuasse a se esfregar contra Ryder com cada movimento de seus quadris.

— Hiro, — Nix gritou enquanto mordia seu pescoço, minhas mãos continuando o ritmo agonizantemente lento que criei para os dois o suficiente para estimular e provocar, mas não o suficiente para levá-los onde eles precisavam.

— Você precisa de mais, querida? — Murmurei, pressionando meus dedos com mais força contra seus quadris, fazendo-a choramingar com a faísca de dor.

— Sim!

— E quanto a Ryder? — Provoquei. — Você acha que ele precisa de mais? — Eu o observei, a maneira como ele estava esparramado debaixo de nós, sua pele dourada brilhando, seu peito arfando enquanto olhava para a forma como minhas mãos acariciavam o corpo de Nix. — Ele está bem enquanto te provo. — Ela deu um gemido de assentimento. Embalando seus quadris com uma mão, envolvi seu cabelo com a outra. — Beije-o, Nix. Mostre a ele o quanto você o deseja. Nos quer. — Eu a equilibrei cuidadosamente enquanto ela se lançava para frente, sua boca devorando a dele em um beijo frenético de desespero e calor, suas línguas se entrelaçando enquanto gemiam. — Vocês são lindos juntos, — eu disse a eles, mesmo enquanto puxava Nix de volta ao meu abraço.

— Agora, acho que Ryder é aquele que gosta de doces, então é justo que ele sinta o gosto de alguma doçura também. — Mordi seu pescoço. — Abra suas pernas, Nix. — Ela as abriu para mim, e chamei meu Kitsune para me ajudar a livrar nossa companheira de seu último pedaço de tecido. Unhas afiadas se formaram em meus dedos, e cortei as tiras finas apoiadas nas curvas de seus quadris antes de lembrar meu alter. Eu puxei sua calcinha, jogando-a no chão. Nix se contorceu, nua diante de nós.

— Deixe-o ver aquela boceta bonita, — ordenei, e Ryder gemeu, profundo e longo, enquanto ele notava o quão molhada nossa companheira estava. Peguei outra trufa da tigela e deixe minha respiração aquecê-la novamente antes de desliza-la sobre o interior de suas coxas para derreter contra sua pele macia, misturar com o creme já revestindo suas coxas.

— Mmhmm, — Nix gemeu, enquanto eu deslizava minha outra mão ao redor de seu clitóris, circulando sem realmente aplicar pressão onde ela mais precisava.

Levei o restante do chocolate aos lábios, colocando-o contra a minha língua. — Mais doce do que o chocolate, — sussurrei para ela. — Eu definitivamente acho que Ryder precisa provar.

— Sim, por favor. — A língua de Ryder disparou para molhar seus lábios enquanto seus olhos traçavam o chocolate em sua pele.

— Ryder, coloque as mãos atrás da cabeça, — ordenei, e Ryder se apressou em obedecer, fazendo os músculos de seus braços e tórax flexionarem e ondularem. — Nix, você vai foder a cara dele. Você pode gozar desta vez, querida. Eu sei que você adora ter essa linda buceta lambida. Ryder, se você tirar cada gota de chocolate da nossa companheira e fazê-la gozar nessa sua boca suja, eu vou te dar uma recompensa.

Ryder gemeu. — A boceta dela é uma recompensa, mas vou pegar outra. Venha aqui, mikró pouláki. Eu quero o seu gosto na minha boca. — Seus olhos castanhos estavam quentes enquanto devoravam Nix.

— Rasteje para ele. Segure-se na parede acima dele e pegue o que você precisa. — Minha voz estava rouca enquanto acariciava sua bochecha e minha dureza. — Eu quero ver você se foder na língua dele até gozar em seu rosto. Você é linda quando goza para nós, quando encontra seu prazer em nossos corpos.

Um rubor atingiu suas bochechas, presumi com a ideia de estar na posição que estava pedindo, mas ela não hesitou em montá-lo enquanto se equilibrava. Ryder enterrou o rosto entre suas coxas, gemendo sua aprovação em seu sabor enquanto ela jogava a cabeça para trás, balançando os quadris contra ele enquanto perseguia seu orgasmo. Ele inclinou a cabeça, chupando o chocolate de sua coxa, beliscando e mordendo antes de enfiar a língua de volta dentro dela, deixando-a cavalgar seu rosto completamente.

— Deus, Ry! — Nix ofegou, rolando seus quadris contra seu rosto. — Isso é tão bom. — Inclinei-me para frente, acariciando com minha mão o cabelo de Nix enquanto ela montava seu rosto.

— Ele está fazendo um bom trabalho para você, querida? Fodendo você com a língua dele? Apertando sua boca contra aquele lindo clitóris? — Meu pau latejava na minha calça jeans, mas me contive. Precisava dar prazer aos meus companheiros antes de encontrar minha própria liberação, precisava daquele controle que eles estavam tão felizes em me dar.

— Sim! — Nix gritou.

— É isso, — eu a encorajei, estendendo a mão para acariciar meus dedos pelo cabelo de Ryder, pressionando-o com mais força contra ela. — Monte-o exatamente como você precisa para encontrar seu prazer. Ele é tão bom para você, Nix. Tão desesperado por você, amando o gosto da sua buceta, seu creme revestindo sua boca e queixo. Ele não pode esperar que você goze sobre ele, para beber de você. Ryder gemeu em uma aprovação quando agarrei sua nuca.

— Oh, Deus, — Nix gritou, seus quadris se movendo mais rápido, girando em círculos apertados. Eu puxei sua cabeça para trás para que eu pudesse olhar em seus olhos castanhos chocolate, cega e perdida de prazer enquanto pressionava minha boca na dela, passando minha língua por seus lábios. Nix estremeceu sob minha boca, soluçando pelo prazer de sua liberação quando peguei seu peso em minhas mãos. Quando ela terminou de surfar nas ondas, eu a ajudei a deslizar para fora de Ryder.

— Boa menina, — elogiei. — Olhe para o seu companheiro, olhe o quanto ele gostou disso. — Seus olhos se concentraram enquanto se voltavam para Ryder, observando a cor de seu rosto, a umidade que revestia suas bochechas, nariz, boca e a maneira como ele lambia os lábios, procurando cada gota dela. Ela gemeu em aprovação e eu empurrei suas coxas abertas, acariciando seu núcleo. — Acho que Ryder era um menino muito bom e merece uma recompensa. O que você acha?

— Oh, sim, — Nix concordou com um suspiro. — Ele definitivamente quer.

— É a sua vez de assistir, Nix, — eu disse a ela. — Você vai me assistir atacá-lo, e então vou te foder até você gritar. Nós dois podemos te foder ao mesmo tempo. — Seus olhos escuros brilharam, seu peito arfando com minhas palavras. — Ah, você gostou da ideia, querida? — Meu olhar se moveu para Ryder enquanto traçava meus dedos pelas linhas duras de seu abdômen, deixando meus dedos mergulharem em cada curva de seu estômago tonificado. — E você, Ry? Você gosta da ideia de nós dois transando com nossa companheira ao mesmo tempo?

— Sim, senhor, — ele ofegou, seu estômago estremecendo enquanto ele lutava contra o desejo de arquear com o meu toque.

— Como você a levaria? — Inclinei-me, arrastando minha língua sobre a mesma linha que meus dedos tinham acabado de traçar. Eu mantive meus olhos em Nix enquanto enrolava minha língua em torno do mamilo de Ry. — Você foderia a boca dela do jeito que ela fodeu a sua enquanto eu tomo sua boceta? — Ele gemeu quando meu piercing de língua raspou na ponta de pedra. — Ou você gostaria de tomar sua boceta enquanto eu deslizava meu pau em sua bunda, fodendo-a juntos para que eu pudesse sentir seu pau se mover contra o meu? — Ambos gemeram com as imagens que pintei enquanto envolvia minha mão em torno de seu pau.

— Oh, foda-se! — Ryder praguejou e eu ri.

— Oh, nós definitivamente iremos, — prometi. — E você, Nix? De que maneira você nos quer? Ou você quer que nós dois estiquemos sua boceta ao mesmo tempo, enchendo você a ponto de você não achar que pode aguentar mais até que ambos gozemos, pintando você com a nossa libertação? — Os olhos de Nix estavam arregalados quando um gemido escapou de seus lábios enquanto minha boca deslizava pelo abdômen de Ryder.

— Hiro! — Ryder ofegou quando minha língua acariciou seu quadril.

— Você gosta da minha língua em você, Ryder? — Eu ronronei enquanto raspava meus dentes sobre sua pélvis.

— Sim!

Mordi em advertência, fazendo-o resistir enquanto gritava.

— Sim, senhor, — ele se corrigiu, ofegando enquanto seus quadris empurravam para cima. Como Nix, Ryder gostou da pontada de dor que eu poderia causar a ele e fiquei feliz em obedecer.

— E você, Nix? — Eu girei minha língua em torno de sua base enquanto sua cabeça se debatia, observando a forma como Nix ofegava, suas mãos se contraindo. — Abra suas coxas para mim, — eu ordenei. — Deixe Ryder e eu vermos essa boceta. — Nix choramingou, mas cedeu, abrindo bem as pernas para que ficasse totalmente em exibição. Ela estava encharcada, absolutamente pingando creme, tão molhada que eu podia vê-la brilhando daqui. — Você adora me ver tocar em Ryder. — Minha língua disparou para fora, varrendo o sêmem de sua ponta enquanto ele empurrava contra mim. — Assistindo-me prová-lo. Você gostaria de me ver foder com ele também, deslizar meu pau para dentro dele até que ele gozasse em seu estômago para nós.

Nix estremeceu, suas mãos apertando a cama enquanto eu chupava a cabeça do pau de Ryder em minha boca, fazendo-o gemer. — Isso é tão sexy, — ela admitiu, seu olhar preso na minha língua, provocando o pau duro e grosso de Ryder. — Eu amo assistir vocês dois juntos.

— Hiro, por favor, — Ryder implorou, sua cabeça jogada para trás enquanto empurrava seus quadris para cima. — Estou tão perto. Por favor!

— Goze para mim, Ryder, — ordenei. — Eu quero provar você na minha boca, quero engolir cada gota de você, — rosnei antes de sugá-lo em minha boca, engolindo em torno dele para levá-lo profundamente em minha garganta. Eu cantarolei e Ryder me soltou com um grito, seu sabor salgado cobrindo minha língua enquanto eu o trabalhava durante sua liberação. Eu o deslizei da minha boca, lambendo meus lábios para ter certeza de que tomaria cada gota. — Salgado e doce, — murmurei, olhando entre os dois, minha boca se curvando em um sorriso malicioso. — Minha combinação favorita. Ryder, deixe-nos ficar com a cama.

Ryder sorriu, saindo da cama e caindo na cadeira. Perto o suficiente para ver, mas não tocar.

— Venha aqui, Nix, — exigi, puxando para baixo o zíper da minha calça jeans. Ela quase tropeçou na pressa de chegar até mim. Eu agarrei sua nuca, arrastei-a para mim e coloquei minha língua em sua boca, deixando-a provar Ryder em mim enquanto eu removia meu jeans. — Desta vez eu quero você debaixo de mim, — eu disse a ela quando quebrei nosso beijo. — Eu vou te foder forte e profundamente, Nix, você me entende?

— Sim, senhor, — ela ofegou, enquanto eu a empurrava para a cama, puxando suas pernas para cima em volta dos meus quadris. Eu mergulhei nela com um golpe forte, fazendo-a gritar, suas mãos alcançando meu peito, deixando marcas em seu rastro. — É isso, querida, — rosnei enquanto fodia com força. — Marque-me. Você sabe que eu gosto quando dói. Cave com essas unhas, esses dentes. Marque-me como seu. — Nix não hesitou, agarrando suas mãos em meus braços enquanto eu pressionava em seu calor apertado, sentindo o prazer construir na base da minha espinha enquanto eu batia nela.

— Hiro, Deus, sim, — ela gritou, sua cabeça balançando de um lado para o outro, seu cabelo voando em uma onda de seda escura. Inclinei-me para ela, empurrando nossos corpos juntos enquanto esfregava minha pélvis na dela, prendendo minha mão em torno dela.

— Você é minha, — rosnei, forçando seu olhar de bêbado de prazer a travar com o meu. — Nosso. Nosso companheiro. Nosso para proteger, para foder, para marcar.

— Sim! — Seus quadris empurraram contra os meus, tentando me empurrar mais fundo dentro dela, sua boceta já vibrando ao meu redor enquanto ela se aproximava de seu orgasmo.

— Você vai gozar para mim novamente, Nix. Você vai gozar em torno do meu pau enquanto eu te fodo, então vou bombear essa linda boceta completa, — eu ordenei, meus dentes cerrando quando o prazer surgiu quase dolorosamente por mim enquanto eu cavalgava aquela borda. Suas mãos se moveram sobre meus ombros, suas unhas arranhando minhas costas enquanto ela avançava, cravando os dentes na junção em meu ombro e garganta, marcando-me forte e profundamente, seus dentinhos afiados rompendo a pele ligeiramente. — Porra, sim! — Eu bati nela uma vez, então novamente, enquanto a sentia estremecer ao meu redor com um gemido, sua boceta ordenhando meu pau enquanto eu pressionava sua boca em minha garganta enquanto me esvaziava dentro dela.

Eu nos rolei, levando seu peso através do meu corpo enquanto ela ficava mole com a liberação, inclinando minha cabeça para olhar para Ryder enquanto eu batia na cama ao nosso lado, esperando que ele entrasse. — Isso é o que você deveria estar fazendo em nosso quarto com doce, — eu provoquei, enquanto Ryder e eu acariciamos gentilmente as mãos sobre Nix, apreciando os ruídos chorosos que ela fazia enquanto os tremores secundários passavam por ela.

— Vou me lembrar disso na próxima vez, — Ryder murmurou, seus lábios roçando os meus. — Quem sabe, talvez possamos experimentar um doce diferente a cada vez.

Nix gemeu. — Vocês dois vão me matar se fizermos isso. — Suas palavras foram abafadas contra meu peito, mas eu podia sentir seu sorriso contra minha pele.

— Ah, mas que caminho a percorrer. — Pressionei meus lábios em seu cabelo. — Descanse, amores. Vamos limpar tudo isso em um momento. — O par murmurou seu acordo. Ryder se enrolou ao meu lado, seu braço envolvendo Nix enquanto a acariciamos e acalmamos, e eu fechei meus olhos, enquadrando este momento em minha mente. Não importa o que acontecesse, eu tinha o amor por essas duas pessoas incríveis, e isso era algo que ninguém poderia tirar de mim, um presente que eu não perderia, e até mesmo isso me remodelou profundamente. Eu daria minha vida para proteger qualquer um deles se esse fosse o custo pelo tempo que tínhamos compartilhado juntos, porque eu não iria perder isso. Com o gosto de Ryder na minha língua e o calor de Nix na minha pele, eu me deixei cair no sono, sonhando em passar dias assim pela eternidade.

 


QUINZE

NIX

— Novamente! — A ordem de Killian ecoou no pátio de treinamento, onde muitos de nós nos reunimos para mais uma das sessões de tortura que ele considerava instrução. Eu cerrei meus dentes, batendo meu corpo no de Rini e o barril rolando sobre seu ombro uma segunda vez, antes de bater no chão e ficar de pé. Ao meu redor, a cacofonia da batalha ressoou enquanto os shifters gritavam, rugiam e marcavam seu caminho através dos ataques enquanto as armas colidiam umas com as outras, o metal rangendo enquanto se conectava novamente e novamente. Correndo para frente, colidi com Hiro, usando uma lâmina de fogo para cortar seu escudo de matéria vegetal, e lancei-me para dentro para acertar antes de passar para o próximo alvo.

— Bom! — Killian elogiou, sua voz forte, seus olhos verdes afiados enquanto nos examinavam. — Todos vocês estão indo bem - concentre-se em encontrar alguém cujas habilidades equilibrem as suas, em vez de se colocar em um canto. É tentador ter alguém em mente para desafiar, para acertar contas. — Os penetrantes olhos verdes de Killian dispararam pela área, procurando certos indivíduos.

A voz de Theo ecoou pelo campo quando ele gritou: — Esta guerra não é a hora nem o lugar para isso. Trata-se de garantir que o maior número possível de pessoas deixe este lugar com a vida intacta. Temos uma chance melhor disso se analisarmos a batalha e trabalharmos no campo para que estejamos onde podemos ser mais úteis. — Rosnei quando um cotovelo me acertou no estômago, fluindo ao redor do golpe.

Killian ajudou uma Rini rosnando a se levantar antes de empurrá-la de volta para a briga. — Se você não pode chegar a alguém contra quem é forte, você precisa descobrir como fazer suas fraquezas trabalharem a seu favor, em vez de contra você!

Me encontrei cara a cara com Theo agora, suas mãos cheias de adagas de gelo enquanto me enfrentava. Um sorriso malicioso curvou seus lábios enquanto, com um pensamento, suas adagas se transformaram em chicotes de água. Com gelo, eu tinha a vantagem. Com água, ele fez. Eu considerei minhas opções enquanto circulávamos cada uma dela, os sons das outras batalhas desaparecendo. Theo e eu treinamos juntos um pouco, mas nunca havíamos colocado nossos poderes um contra o outro diretamente no passado. Eu poderia mudar, me levantar de sua linha de ataque, mas isso não encerraria a batalha com ele, seria apenas fugir. Em uma batalha real, isso pode não ser uma opção, especialmente se eu estivesse protegendo meus companheiros. Minha Fênix soltou um grito - protegê-los é exatamente o que ela planejava fazer, mas um tipo diferente de energia estava zumbindo através de nós agora. Eu gostava de enfrentar fora com eles, eu percebi. Eu gostei da sensação de que isso me deu enquanto me desafiava contra eles de qualquer forma. Eu tinha visto um pouco disso quando Damien e eu lutamos no ar antes, mas era fácil ver como isso poderia rapidamente se tornar uma obsessão.

Theo disparou para frente, seus chicotes atacando. Eu reagi com fogo instintivamente, a água chiando e evaporando quando atingiu a borda brilhante de minhas chamas, mesmo quando meu fogo encolheu brevemente sob o ataque. Eu girei de seu próximo ataque, esquivando-me dos chicotes e formando um par meu para neutralizar o dele. Eu bombeei calor extra nas chamas, forçando seus chicotes a se dissolverem mais rápido sob a temperatura mais alta. Eu não queria machucar Theo, mesmo sabendo que Ryder estava esperando por qualquer lesão que fosse obtida durante sua sessão de treinamento, mas eu não queria perder também. Minha Fênix cantou seu acordo - ela queria mostrar aos nossos companheiros o que podíamos fazer. Os olhos azuis de Theo estavam brilhantes, sua cabeça ligeiramente inclinada enquanto ele me olhava, sua própria estratégia de batalha fluindo por sua mente enquanto ele considerava nossos pontos fortes e fracos.

Movendo-se como um raio, ele atacou com água novamente, enrolando uma onda em volta de mim e tentando me achatar no chão. Eu deixei o calor sair do meu corpo, focando no calor ao invés das ondas de fogo em si, me transformando em um forno vivo. Eu bombeei onda após onda de energia, alimentando a chama cada vez mais alto, forçando a água de Theo a evaporar antes que fosse capaz de me atingir e me dobrar à sua vontade. O sorriso de Theo era brilhante, seus olhos se estreitaram enquanto ele se concentrava em mim enquanto ele circulava como o predador que era. Ele não poderia me oprimir com sua água à distância, mas eu não podia arriscar ficar muito perto dele. Eu apertei minhas mãos, me concentrando enquanto forçava bolas de fogo a dançar no ar ao meu redor, atacando seus ataques, lançando-me para frente como adagas na tentativa de acertá-lo, mas ele apenas fluiu em torno de cada ataque, como um líquido como as armas que ele empunhou contra mim.

Mordi meu lábio, empurrando-me com mais força enquanto aumentava meu alcance de calor, a parede escaldante se aproximando ainda mais enquanto minhas bolas de fogo disparavam e giravam em torno dele. Theo estava suando, seu cabelo dourado grudando em seu couro cabeludo, enquanto ele enfrentava a barreira que eu havia criado. Seus próprios poderes aumentaram para combatê-lo, criando uma névoa de equipe ao nosso redor, as gavinhas brancas embaçando o ar enquanto o contato do meu calor e sua água chiava.

— Você não pode fugir para sempre, Nix, — Theo repreendeu levemente, o gelo se transformando em bolas grossas ao redor das chamas que eu tinha dançando no ar, transformando-se em estrelas de cristal para atirar em mim. Mesmo enquanto ele dizia as palavras, eu avancei, empurrando com meus poderes. Eu puxei a sensação no fundo do meu peito, desacelerando o mundo ao nosso redor por apenas alguns batimentos cardíacos. Eu ataquei, chutando seu abdômen e, em seguida, golpeando suas pernas debaixo dele, aterrissando com meus dois joelhos em seu peito e a estrela brilhante de gelo e chamas que eu tinha chamado pressionada contra sua garganta.

— Quem disse que estava fugindo? — Provoquei enquanto deixava meus poderes caírem, minha Fênix gritando sua vitória.

— Isso foi um show. — Virei-me com o estrondo profundo, meu poder queimando em minhas mãos enquanto me virei para enfrentar a voz desconhecida. De pé ao lado de um Damien radiante estava ninguém menos que o ex conselheiro Drake Williams.

— Papai! — A voz de Joshua quebrou o choque que estava me segurando no lugar, e cuidadosamente deslizei para fora de Theo, estendendo a mão para levantá-lo. Eu não era o único nervoso. Ao nosso redor, amigos e aliados murmuravam e se mexiam enquanto observavam a dupla se cumprimentando com um abraço apertado. Eu sabia que muitos daqueles olhos estavam focados em Damien, observando-o para uma indicação de como responder, mas sua postura relaxada e sorriso radiante estavam focados em mim.

— Como você fez isso, Nix? — Damien chamou, acenando com a cabeça para Theo. — Ele é o seu polo oposto. Com certeza e tenho certeza de que havia apostas ele deveria ter vencido a partida.

Um rubor tomou conta de minhas bochechas, mesmo enquanto observava Joshua e Drake com o canto do olho, onde eles se viraram para ver minha resposta. — Eu sabia que seus poderes eram um contra-ataque direto aos meus, e que se eu chegasse muito perto, ele seria capaz de silenciar meu poder com o dele. Eu precisava virar seu poder contra ele, e imaginei que ele não seria capaz de resistir a provar que era capaz de encerrar minhas bolas de fogo no gelo - adagas de gelo são suas favoritas, afinal.

Theo gemeu, esfregando o pescoço. — Isso é o que ganho por ser previsível, — ele murmurou enquanto os outros riam.

— Eu não podia comandar suas adagas, mas podia chamar minhas bolas de fogo, então, quando ele encerrou meu fogo com seu gelo, fui capaz de ganhar o controle delas, — continuei. — Eu me perguntei se eu poderia simplesmente envolvê-lo no calor e ...— Considerei as palavras que queria. — Secar o ar? Impedi-lo de usar sua água?

— Até certo ponto, você fez, — Theo admitiu, empurrando os óculos no nariz. — Mas há água em tudo - desde o ar, o solo e meu próprio corpo - que eu posso tirar, especialmente aqui estando cercado de neve e gelo. Eu simplesmente teria que estender a mão para fora de sua parede de calor para manipulá-lo. Devolver meu poder a mim foi um plano muito mais eficiente, pois não canalizou tanto a sua própria força. — Ele piscou para mim quando acrescentou: — Nem me escaldou do jeito que poderia - mesmo com Ryder por perto, não acho que essas queimaduras teriam sido muito divertidas.

— Você foi muito bem, — Killian elogiou, seu carinho se aprofundando em afeto enquanto ele caminhava para passar a mão no meu pescoço, apertando ligeiramente em apoio. — Exatamente o que quisemos dizer sobre transformar suas fraquezas em forças. —Seus olhos verdes se voltaram para Drake e Joshua e ele inclinou a cabeça em saudação.

D, se importa em nos dar uma dica? Normalmente é melhor antes de lançar uma bomba, Ryder comentou secamente através de nosso vínculo mental, vindo para ficar ao nosso lado com linhas duras gravadas em torno de seus olhos castanhos.

Eu planejava, mas não queria interromper a batalha deles, Damien explicou. — Se vocês todos tiverem um minuto? — ele perguntou em voz alta, indicando o prédio com um aceno.

Killian se voltou para os outros. — Continue praticando, rapazes. Vou fazer todos passarem por outra rodada daqui a pouco. — Murmúrios misturados com gemidos em sua declaração enquanto muitos voltaram ao treinamento, embora alguns mantivessem seus olhos no vereador em seu meio, não que eu pudesse culpá-los.

Ele está limpo, Damien nos assegurou. Você sabe que não o teria deixado passar pelas proteções de outra forma.

Ainda estranho, Killian resmungou enquanto íamos para dentro, ignorando nossas roupas encharcadas de suor enquanto nos dirigíamos para uma das salas de reunião protegidas para manter nossa conversa o mais privada possível.

Eu tenho que concordar com isso, Ryder admitiu. Desculpe, J, mas é. Joshua não vacilou nem um pouco, não traindo a discussão que estávamos segurando em nossas cabeças.

Eu entendo, ele nos assegurou suavemente. Mas ele renunciou ao Conselho e me salvou com a ajuda de Tao. Ele é meu pai. Eu só quero saber o que ele tem a dizer. Uma onda de concordância desceu pelo vínculo, e podia vagamente sentir Damien pedindo para Hiro assumir a liderança com o vereador, e Hiro inclinou a cabeça em saudação.

— Vereador Williams. Isso é uma surpresa. Presumo que você tenha sido bem-vindo? — O tom de Hiro era suave enquanto estendia a mão para Drake.

— Só Drake, por favor. Ou o Sr. Williams, se você se sentir desconfortável com isso, — acrescentou ele apressadamente após uma rápida olhada em seu filho. — Não sou mais um vereador. — Seus ombros se curvaram levemente enquanto ele balançava a cabeça. — Sim, eles estão me dando as boas-vindas, embora eu só esteja aqui há algum tempo. Apenas o suficiente para ver Annika aqui derrubar o jovem Kraken. — Um sorriso apareceu em seus lábios, o canto se curvando de uma forma que me lembrou de Joshua.

— Drake então, — Hiro respondeu educadamente, e embora eu tenha sentido uma pitada de sua curiosidade através do vínculo, nem um lampejo dela foi traído em seu rosto. Droga, ele era bom nisso.

— Isso vai servir, — Damien interrompeu brevemente, destrancando uma porta e acenando para que entrássemos. O espaço era grande, aparentemente configurado como uma sala de conferências de quando o hotel era usado anteriormente. Sabendo que muitos dos meus companheiros não gostavam do frio, me concentrei por um segundo, trazendo a intrincada lareira de pedra no canto rugindo à vida. As ondas de calor caíram sobre todos nós enquanto Joshua e Drake suspiravam, seus sapatos relaxando em uníssono quando o calor os atingiu. Deve ser muito difícil para os basiliscos viverem naquele clima.

Essa é provavelmente uma das razões pelas quais o mantiveram aqui. O pensamento de Theo passou pela minha mente. O frio o enfraquece, o torna mais maleável e o impede de mudar por longos períodos do ano seria exatamente o que Stepanov e Maldonado iriam querer de um basilisco, uma forma de mantê-lo sob controle.

Bem, foda-se. Esse pensamento nem passou pela minha cabeça, mas me perguntei se poderia ser verdade. Considerei meus companheiros, avaliando-os da maneira que fizera no treino. De todos eles, Theo e Damien foram os únicos que realmente lidaram bem com o frio. O alter de Theo, no entanto, o impediu de se deslocar na terra e obter a vantagem do tamanho e da força de seu Kraken. Ryder, Killian, Joshua e Hiro eram todos sensíveis ao frio a ponto de as temperaturas extremas do Alasca poderem incapacitá-los. Eu sabia disso, mas o pensamento não tinha realmente sido processado antes.

Companheiros, quantos tipos de shifters se dão bem no frio? Questionei, estudando-os.

Poucos, Damien admitiu. Aqueles de nós com o histórico genético para isso são bastante raros, e aqueles que têm tendem a ser menos poderosos ou têm outros problemas por causa disso, como Theo, sendo limitado em h, está mudando em terra, apesar de sua capacidade de lidar com temperaturas frias. Outros de nós são simplesmente imunes ao frio, apesar de nossa genética.

Deixe-me adivinhar, observei secamente. Stepanov e Maldonado são ambos impenetráveis.

Na maior parte, Joshua admitiu. Os Koschei são de origem russa e podem lidar bem com o frio extremo. Manananggal parece ser resistente às flutuações de temperatura, assim como Damien. Em voz alta, ele acrescentou: — Por favor, pai, sente-se. — Ele acenou para uma cadeira diretamente em frente à lareira, e Drake afundou nela agradecido, um suspiro pesado deixando seus lábios.

Então o Conselho acumulou poder em uma área onde, digamos, noventa por cento dos shifters ficarão enfraquecidos por uma boa parte do ano. Por que acho que não é uma coincidência? Minha Fênix sibilou concordando.

— Pai, o que você está fazendo aqui? — Joshua perguntou gentilmente. — Quer dizer, eu sabia que você poderia voltar, mas estou honestamente surpreso em vê-lo... — Ele parou, balançando a cabeça enquanto dava de ombros, impotente.

— Eu vim ajudar, — Drake sussurrou, olhando para suas mãos. — Tentei recrutar depois que deixei você, tentei encontrar outros basiliscos para nos ajudar, assim como prometi, mas a maioria me recusou. Chamou isso de suicídio e apenas me implorou para trazê-lo para nossas ilhas, para trazer você e seus amigos para casa. — Ele fez uma careta, esfregando a nuca. — E pensei ... pensei que teria mais a oferecer, mas parece que estava errado. — Endireitando-se, ele olhou para seu filho com lágrimas nos olhos. — Não tenho sua força, Joshua, sua capacidade de atrair todos ao seu redor. Meu nome, minha imagem, está muito manchada pelos anos sob as mãos do Conselho. Mas há uma coisa que posso oferecer. Posso oferecer informações. E posso oferecer a verdade. — Seus olhos encontraram os meus agora, inabaláveis mesmo com as lágrimas escorrendo pelo seu rosto. — Eu posso te dizer quem você é, Annika.

 


DEZESSEIS

NIX

— O que? — A palavra foi um sussurro, mas ecoou na sala silenciosa enquanto olhava para o homem na minha frente.

— Eu tenho informações. Não apenas sobre você, mas sobre o próprio Conselho. Estive nisso por tempo suficiente, — ele admitiu com uma careta. — Damien já me contou sobre a bomba que Stepanov lançou para você. Fornecerei todas as informações que puder.

— A que custo? — Killian rosnou atrás de mim.

— Kill - — Hiro começou, mas Killian o cortou com um golpe duro de sua mão.

— É uma pergunta justa. — Os olhos azuis de Theo estavam planos, sua boca pressionada em uma linha sombria enquanto ele acenava para Killian. — Se ele está tentando se colocar de volta em uma cadeira do Conselho no final disso, precisamos deixar claro que isso não vai acontecer. — Seus olhos encontraram os de Joshua e suavizaram-se um pouco atrás de seus quadros. — Eu te amo, irmãozinho, e não falo mal facilmente de alguém de quem você gosta, mas não vou deixar minha falta de vontade de dizer algo aqui machucar a todos nós. — Joshua engoliu em seco, mas inclinou a cabeça, concordando com a declaração de Theo.

Drake pigarreou, enxugando os olhos. — Não tem custo. Sem planos. Se sobreviver a isso, não tenho desejo de ficar no Alasca. Voltarei para a ilha com os outros basilares e viverei meus dias entre minha própria espécie. Eu não tenho mais lugar entre os shifters aqui, não tenho o direito de pedir isso a eles, e nenhum desejo de fazer isso. — Sua voz falhou ligeiramente e ele olhou para as chamas. — Os poucos de minha família extensa que se juntaram a mim voltarão comigo também. Eles apenas enfrentaram este lugar por dever para com nossa própria espécie, não para os shifters como um todo.

Interessante, mas não surpreendente se eles fossem tão reclusos como eu disse. Considerando como Joshua foi tratado, apesar de ser filho de um vereador, pude entender seu desejo de viver separado, de ter uma vida sem medo ou nojo voltado para eles a cada movimento que fizessem.

Damien inclinou levemente a cabeça, indicando que estava dizendo a verdade, e todos nós lentamente nos acomodamos nas cadeiras ao redor da mesa de conferência. Enrolei meus pés debaixo de mim, lutando contra o desejo de apertar minhas mãos em minhas coxas.

Drake se mexeu, esfregando as têmporas. Seu olhar permaneceu nas chamas dançantes na lareira como se ele não pudesse suportar olhar para nós diretamente. — Esta história é um pouco complicada e sinto muito se não respondi as coisas em uma ordem que trate de suas preocupações imediatas primeiro, mas colocar tudo de uma vez pode ser a solução mais eficaz.

Minha Fênix sibilou, mas só consegui acenar com a cabeça. Eu queria respostas, mas constantemente forçá-lo a pular para responder às minhas perguntas não nos traria tudo de que precisávamos.

— O Conselho nunca deveria se transformar no que se tornou, — ele começou lentamente. — Mesmo quando Gaspard se sentou entre nós, uma escuridão já havia se infiltrado em nosso meio. Se formos honestos conosco mesmos, aquela escuridão foi semeada de volta até The Landing. — Endureci, considerando-o. Ele sabia que The Landing fora mencionado no convite de Stepanov? Eu sabia que meus amigos conheciam a localização, mas para ele trazer isso à tona agora parecia que poderia haver mais coisas sobre a localização do que eu acreditava.

— Rapazes, eu sei que vocês estão cientes de nossa história, mas estou assumindo que nenhum de vocês preencheu Nix. — Os caras se mexeram um pouco, e pude ver a cor tingir o arco das bochechas de Theo. Levantei meu queixo enquanto falava com Drake.

— Infelizmente, temos estado ocupados correndo por nossas vidas e tentando salvar uma cultura que você ajudou a destruir. As aulas de história não têm sido exatamente um assunto para discussão.

Um canto de seus lábios estremeceu em um sorriso. Aparentemente, eu o diverti.

Uma mão apertou minha coxa, e não tive que virar minha cabeça para saber que era Hiro me oferecendo seu apoio silencioso.

Drake continuou como se eu não tivesse interrompido, contando sua história. — Houve um tempo em que shifters eram caçados por humanos é por isso que nossa espécie ainda permanece escondida. Muitos de nós fugimos das áreas mais populosas da Europa e da Ásia, em busca de refúgio das guerras que nos assolavam. O que encontramos foi o deserto do Alasca. — Ele olhou para as chamas dançantes, seus olhos vendo algo que não pude. — Essa descoberta foi intitulada The Landing, e o nome cresceu para abranger a área aonde nossa espécie chegou. Foi o primeiro grande assentamento para shifters de outros continentes, você vê, e quando a notícia se espalhou de volta para os irmãos dos colonos sobre a segurança a ser encontrada aqui, muitos outros fizeram a jornada.

Considerei isso por um momento enquanto olhava para os meus rapazes. Fazia sentido se considerasse suas origens e as minhas. Mesmo as raízes de Rini não eram locais, embora eu realmente não tivesse pensado muito sobre isso no passado. — Ok, então você se juntou aos shifters locais?

— Sim. — Drake inclinou a cabeça. — Poucos mitológicos viviam na América do Norte na época, e a área era habitada principalmente por shifters animais. Nosso povo se fundiu facilmente, nos isolando para evitar que qualquer ser humano tropeçasse em nós. Com o tempo, porém, a necessidade de ordem tornou-se aparente. Lutas e desafios irrompiam, havia descontentamento entre as diferentes espécies, disputas territoriais que começavam a se espalhar pelos continentes. Foi tomada a decisão de que um Conselho seria formado. — Ele bufou, balançando a cabeça. — Esta parte está aberta para interpretação, — ele avisou, olhando para nós, — e sendo há tanto tempo, não pode ser verificado. Alguns acreditam que o Conselho foi concebido para ser um órgão eleitoral, não governante. Um sistema legal, se preferir. Shifters respeitam o poder, não importa sua linhagem, e então uma guerra foi travada a fim de determinar o mais forte entre nós que seria adequado para nos liderar e lidar com a luta que estava atormentando nossa espécie e ameaçadora exposição aos humanos. Eles se tornaram o primeiro Conselho.

— Talvez se tivessem se concentrado nas coisas mais sábias ou mais compassivas, teria sido diferente. — As palavras amargas caíram de meus lábios antes que eu pudesse impedi-las, mas não estava disposta a retirá-las. Era verdade. O Conselho governava por força e medo, não por empatia e conhecimento. No mínimo, eles os enterraram, tentando manter sua força acima de tudo, atrás de paredes de mentiras e dor que cegavam seu povo para a realidade do que eles eram e poderiam ser.

Drake inclinou a cabeça. — Esse, querida menina, é o problema. É também o que Gaspard acreditava. — Sua voz falhou ligeiramente com o nome. — Alguns dizem que aconteceu com o tempo, outros acreditam que o Conselho foi corrupto desde o início, — ele continuou após uma respiração profunda, acomodando-se ainda mais na grande cadeira de couro. — Alguns acreditam que se embriagaram com o poder, com as riquezas que acumularam, enquanto outros acreditam que conquistaram sua própria ascensão ao poder a partir do momento em que chegaram aqui. — Ele encolheu os ombros, o movimento quase impotente. — Nenhum de nós pode saber a verdade.

A raiva queimou como ácido em meu estômago e balancei minha cabeça. — Então, eles estão basicamente nos levando a algum tipo de seita religiosa para tentar recuperar seu poder, destruindo-me lá? — Achei que a área era estratégica para a batalha que planejaram, só não percebi que a estratégia era mental, além de militarista. Se eles ganhassem contra a rebelião, fazê-lo em The Landing enviaria ondas de choque através da comunidade sobrenatural e tornaria mais fácil para eles esmagar quaisquer sementes remanescentes de oposição contra eles.

— Sim, — Drake respondeu simplesmente. — A terra também é facilmente acessível para todos os tipos de metamorfos, desde que tenham tolerância ao frio. — Eu lancei um olhar preocupado para Joshua, que apenas sorriu suavemente com a preocupação que eu sabia que estava brilhando em meus olhos. Ele entendeu que estava com medo de ele ser exposto ao frio e seu corpo se fechando como antes. — Também lhes dá a chance de vigiar a área por conta própria. O Landing está dividido como estava antes das batalhas para determinar a liderança do Conselho. Há uma linha literal cruzando o campo de batalha, uma divisão esculpida na própria terra que não deve ser cruzada por ar, água ou terra.

Sua atenção se voltou para Damien e Theo agora, seu rosto duro. — Não se esqueça da linha, — alertou. — As lendas da magia que contém foram profundamente enterradas pelo Conselho por uma razão. Se você cruzar essa linha antes do início da batalha, sua magia se voltará contra você. Suponho que seja por isso que eles estão forçando você lá, eles esperam que você atravesse e se prejudique antes mesmo de a batalha começar.

A mandíbula de Damien estava firme, seus olhos escuros brilhando. — Não estávamos cientes disso. — Sua voz estava tão dura quanto seus ombros. — Agradeço o aviso.

Drake concordou. — Claro. No entanto, oferece a você suas próprias proteções. Assim como você não pode cruzar, eles também não. Eles já terão chegado para se estabelecer, se entrincheirar e treinar na área. Use batedores aéreos com visão à distância. Certifique-se de saber que lado da linha eles escolheram e conduza suas tropas para o outro lado, mesmo que isso signifique sair do seu caminho. — Seus olhos estavam duros, seus dedos cravando em suas coxas enquanto ele balançava a cabeça. — Não dê a eles nenhuma vantagem contra você.

— Papai. — Joshua estendeu a mão, apertando a mão de seu pai, liberando o aperto contundente que segurava contra sua coxa antes de se acomodar novamente em seu assento, deixando Drake se recompor para que pudesse continuar.

Ele bufou e tentou dar um pequeno sorriso pelo bem de Joshua. — Suponho que não preciso dizer que eles não lutarão de maneira justa e estar à procura de truques. — Bufei com isso, e ele deu de ombros. — Bem, eu não ficaria confortável comigo mesmo se não mencionasse isso.

— Então nosso povo estará seguro para se mover agora, — Theo murmurou, quase para si mesmo, seus olhos azuis vidrados enquanto ele olhava para o teto. — Isso nos daria tempo para nos familiarizarmos com a área. — Ele enfiou os óculos no nariz, estudando Drake. — Quão clara é esta linha?

— Você verá e sentirá, não importa a sua forma, — ele o assegurou. — Ela só fica ativo quando uma guerra é convocada, então você não notaria se já tivesse visitado o local no passado.

Limpei a garganta, chamando sua atenção de volta para mim. — Eu sinto Muito. Eu sei que isso é importante, mas não vejo como isso se conecta a mim.

Drake estremeceu agora, a pouca cor que ele ganhou drenando de suas bochechas. — Sim. — Ele se sacudiu, como se lutasse para empurrar as palavras adiante. — Stepanov nunca se contentou com as tentativas de Gaspard de ajudar nosso povo. Seu foco estava no poder e ele trabalhou nos bastidores para conseguir o que queria, protegendo sua mente e suas intenções de Gaspard. Gaspard ... — ele fez uma pausa, limpando a garganta com força antes que pudesse continuar. — Ele queria se dar bem com seu povo, mas era um entre muitos. Com uma companheira e um filho, sua atenção ficou dividida, e Stepanov usou isso a seu favor. — Lágrimas surgiram em meus olhos enquanto olhava para Damien, absorvendo a dor crua que se formara em seu rosto com a lembrança de seu avô, e empurrei meu amor por ele através do vínculo.

— Stepanov sempre temeu uma coisa acima de todas as outras, — explicou Drake. — Morrendo. Ele quer que sua vida seja eterna, e se isso não for possível, então ele quer que seu legado seja assim.

— O programa de reprodução, — Ryder suspirou suavemente, e meu olhar chicoteou para ele. Seus olhos castanhos estavam arregalados enquanto ele olhava para Drake.

— Não sabíamos sobre o programa por muitos anos, — Drake disse suavemente, uma lágrima rastreando sua bochecha. — No momento em que fizemos ...— Eles estavam muito envolvidos, pensei. Eles foram coagidos pelo poder, ou tinham famílias, filhos, amigos e pessoas que poderiam ser utilizadas contra eles se fizessem qualquer objeção às maquinações distorcidas de Stepanov.

— Minha mãe? — Estava tremendo agora, a cadeira rangendo suavemente enquanto meu corpo zumbia com a tensão enrolando dentro de mim.

— Stepanov viajava com frequência na juventude. Ostensivamente, ele estava procurando por uma companheira. Só mais tarde descobriríamos que ele estava apenas procurando maneiras de se tornar imortal. — Meu sangue gelou com o pensamento era para isso que ele precisava de uma fênix. — Nunca juntei as peças, não até recentemente. Ele nos falou de uma mulher com quem pretendia acasalar, uma mulher que ele se gabou elevaria seu status. Ele deu a entender que ela era rara, tinha um poder incrível, embora se recusasse a nos dizer o que ela era. Ele, no entanto, deixou escapar um nome.

Meu peito estava apertado, meu coração batendo tão forte que tinha certeza de que meus companheiros podiam ouvir enquanto eu lutava por ar. Drake ergueu o rosto, e mesmo através do borrão de lágrimas cobrindo minha visão, e pude ver o azul vívido e o marrom de seu olhar incompatível.

— O nome dela era Kamilah Farouq. — Minha Fênix soltou um grito, o calor queimando em mim com as palavras.

— Ele nunca anunciou uma companheira, — Hiro objetou, mesmo enquanto acariciava minhas costas com a mão, me permitindo recuperar o fôlego.

Drake inclinou a cabeça. — Ele voltou sem ela, ou assim pensamos. Ele alegou que houve uma tragédia, que ela e sua família foram dizimadas durante um terremoto. Ele ficou mais frio, mais duro, e atribuímos isso ao luto.

— Eu não entendo, — sussurrei.

— Nenhum de nós fez. Não fazia sentido até a época em que Joshua foi embora. Línguas soltas, temperamentos exaltados. Foi só então que ouvi o nome dela novamente. Eu não pensava nisso há anos, sabe. Nunca me ocorreu que você seria parente dela. Eu não sabia que ela era uma fênix. — Suas palavras foram quase um apelo quando ele se dirigiu a nós. — Stepanov e Maldonado estavam esbravejando, delirando na verdade, sobre o colapso da ilha e o fato de que o programa de reprodução foi encerrado depois de sua invasão. Maldonado estava xingando você, Nix, você e seus companheiros. Ele mencionou que o sangue diria, que Stepanov nunca deveria tê-la sequestrado e iniciado tudo. Que foi sua própria culpa, ele acabou com uma fênix em vez de um koschei.

— Ele a roubou, — sussurrei em um suspiro quando a dor rasgou meu estômago. Claro que sim. Pelas memórias que descobri, sabia que minha mãe era doce, mas forte. Se ela soubesse o que ele queria seu sangue, provavelmente eu não poderia vê-la concordando em acasalar com o homem. Estremeci ao perceber que ele estuprou minha mãe ou feito experimentos com ela.

— Ele fez, — Drake respondeu severamente. — E parece que uma decisão deu início a uma longa tradição de utilização de caçadores para encontrar e pegar shifters raros para seu programa. — Fúria e choque rugiram através de mim, meu corpo tenso como um arame com as implicações de sua declaração. Como minha mãe o rejeitou em sua busca pelo poder, Stepanov a possuiu e nasci dessa violência. Ele usou a recusa dela como desculpa para roubar outros e continuar seus jogos doentios.

— Ela escapou? — Theo adivinhou, ajustando os óculos. Sua voz era como gelo, e podia sentir a tensão irradiando dele daqui.

Drake concordou. — Pelo que entendo, sim. Ela escapou enquanto ainda estava grávida de Nix, antes mesmo que ele soubesse se ela estava carregando um homem ou uma mulher, muito menos que tipo de shifter ela seria. O resto disso é mais inferido de conhecer Stepanov e ouvir o que eu fiz de seu argumento. Parece que Stepanov presumiu que teria um koschei como ele. Ele não acreditava que seria capaz de criar outra fênix.

Eu zombei. Claro que não. Ele se via como invencível, todo-poderoso. Ele realmente acreditava, como muitos shifters pareciam, que o chamado shifter dominante se reproduzia, não importava o que a ciência dizia.

— Tenho certeza de que ele presumiu que você fosse parente de Kamilah, apesar do seu nome, mas não foi até que estudaram o sangue que tiraram de você que puderam verificar sua paternidade.

— Então seu próprio programa saiu pela culatra para ele, — Hiro murmurou. — Ele contratou caçadores de recompensas para fornecer a ele shifters raros. Michael a encontrou ...

— Mas não queria me entregar imediatamente, — acrescentei suavemente. — Vendo uma maneira de lucrar comigo mesmo.

— Quando você voltou, Stepanov pensou que poderia continuar seus experimentos usando seu sangue em vez de sua mãe, usando seus ovos para criar mais fênix com outros tipos de linhagens mitológicas, embora eles fossem misteriosamente destruídos antes que ele tivesse a chance de apresentar esse plano à fruição. É por isso que ele lutou para controlá-la e mantê-la por perto. Agora, porém, ele tem outro motivo para sua destruição você representa o fracasso. Seu próprio sangue não provou ser puro o suficiente para fornecer o que ele mais desejava, um herdeiro koschei para manter sua imortalidade e legado. — Os olhos multicoloridos de Drake se fecharam enquanto ele balançava a cabeça. — Eu fiz tantas coisas que destruíram minha alma, Nix, mas juro para você que não estava ciente de sua linhagem até recentemente. Meu único desejo agora é ver o Conselho destruído e meu filho ao seu lado antes que eu desapareça. É mais do que mereço, mas é o meu maior desejo.

Afundei para trás em minha cadeira enquanto a mão de Hiro escorregava, minha mente girando com tudo que Drake nos disse. The Landing era uma armadilha, que sempre presumimos, mas agora tínhamos uma maneira de contornar o plano. Minha paternidade era certa, apesar das implicações sombrias que o segredo revelou. Drake foi capaz de nos dar algumas dicas antes do início desta guerra, e poderíamos utilizar cada peça que recebemos.

— Drake, tenho certeza de que teremos mais perguntas para você, — Hiro falou, seu tom suave fluindo sobre mim. — Pode haver mais problemas com The Landing ou com sua estratégia que queremos abordar. Tenho certeza de que você está cansado após sua jornada. Posso mostrar a você um quarto para descansar.

— Eu agradeceria, — Drake admitiu, olhando rapidamente para mim. — Nix, gostaria de ter mais para você. Por que, como. Tudo o que posso dizer é que sinto muito. Eu gostaria que as coisas tivessem mudado antes de agora, e lamento ter lançado você, meu filho, e seus outros companheiros em uma guerra por causa das escolhas daqueles que vieram antes de você. — Ele ficou de pé, arriscando um olhar para Joshua, cujo rosto pálido estava voltado para baixo, os cabelos cobrindo os olhos. Hiro conduziu Drake para fora da sala enquanto eu olhava ao meu redor, observando as expressões dos meus companheiros.

— Ele queria me destruir. Ele não esperava me tornar mais forte. — As palavras ressoaram com a minha Fênix e ela empurrou contra mim, seu calor cavalgando minha pele. — Annika Coxx era a menina que eles destruíram. — Eu me levantei agora, as chamas dançando em meus ombros e costas em uma imitação de asas. — Nix Farouq? — Eu sabia que o sorriso no meu rosto era mortal e, lentamente, os sorrisos dos meus companheiros cresceram e escureceram para combinar com os meus. — Ela vai lembrá-lo do que ele mais teme.


DEZESSETE

NIX

Torci minhas mãos na minha frente, sentindo-me infinitamente estranha quando Mordred saiu do pequeno quarto que providenciamos para ele com uma mochila de roupas pendurada no ombro.

— Você tem certeza disso? O mundo real nem sempre é um pêssego. — Foi minha melhor tentativa de dissuadi-lo de deixar o mundo shifter para trás. — Talvez você se sinta mais confortável com a forma como nosso novo mundo é administrado quando tudo isso acabar, — ofereci, dando-lhe outra escolha que não foi dada anteriormente. Esta foi a primeira vez que estendi o ramo de oliveira desde que seus alter foram retirados, mas ainda lutava com o fato de que o homem parado diante de mim não se sentia como uma família, mesmo que compartilhássemos uma linhagem distorcida.

— Estou, irmã. Não tem lugar para mim aqui, e não quero ficar. — Sua mão apertou a alça de sua bolsa.

— Espero que você encontre paz, Mordred, — disse, tentando não perceber quando seu nome passou por meus lábios. Talvez um dia ele se identificasse com algo menos taciturno e mudasse seu nome.

— O mesmo para você. Boa sorte, Annika. E obrigado. — Ele acenou com a cabeça e então se foi.

— Você está bem? — Hiro se aproximou, observando o homem sair até as portas do chalé se fecharem atrás dele. Ele embarcou em seu transporte, e não desviei meu olhar das altas janelas de vidro até que ele se tornou um ponto no horizonte.

— Eu deveria agradecê-lo pelas poucas vezes que me ajudou? Ele é tecnicamente meu irmão, a única família que realmente tenho, mas não sei como falar com ele. — Eu pausei. — Ou se eu mesmo quero.

Toda a base estava em uma agitação turbulenta hoje, enquanto todos faziam as malas e se preparavam para partir para The Landing. Chegou a hora de nos reunirmos, e Theo, Damien e Killian estavam coordenando as rotas de viagem, planos de batalha e estratégias de ataque enquanto Joshua ajudava a carregar nossos pertences e Ryder verificava as crianças híbridas antes de partirmos. Eu sabia que me separar de Emy seria muito mais difícil para mim do que ver Mordred desaparecer na neve derretida.

— Eu acho que você lidou bem com isso. Nem todos os parentes têm relacionamentos uns com os outros. Basta olhar para minha família disfuncional. — No fundo, estar afastado de sua família incomodava Hiro, mas ele lidou bem com a dor de seu abandono e da traição de seu irmão.

— Eu sei. — Balancei minha cabeça rapidamente, ignorando todo o encontro com meu irmão. Talvez um dia as coisas fossem diferentes e nos reconectássemos em outro tempo e lugar, mas depois de tudo que passei, não estava prestes a forçar um relacionamento com alguém por obrigação ou dever. A vida era muito difícil e fui privada de qualquer afeto verdadeiro por muito tempo. Eu não me sujeitaria a um relacionamento forçado quando não o sentisse em meu coração. Tanto eu quanto Mordred merecíamos mais do que isso, depois da vida dolorosa que vivemos.

— Hoje já parece difícil, mas você está pronta para se encontrar com Ryder e dizer adeus a Emy? — Os dedos de Hiro se entrelaçaram com os meus e ele me puxou para seu abraço caloroso enquanto meu ânimo caía.

Soltei um suspiro e balancei a cabeça sob o queixo de Hiro.

— Vai ser tão difícil deixá-la para trás por alguns dias. Eu sei que é apenas temporário, mas ela se tornou uma grande parte da minha vida. Estou tão acostumada a vê-la todos os dias, — admiti, meu coração já doendo. — Ela é minha. — A declaração foi simples, mas significou tudo para mim.

— Vamos sentir falta dela também. — Hiro deu um beijo na linha do meu cabelo. — Ryder vai ficar um caco quando a deixarmos, mas ela está mais segura aqui com Angela, Molly e as outras crianças híbridas. Acredite em mim, Ângela vai mantê-los tão ocupados jogando, eles nem vão perceber que fomos embora até que estejamos andando de volta por aquelas portas.

Olhei para Hiro, um sorriso suave curvando meus lábios. — Como você sempre sabe a coisa certa a dizer? — Sempre me surpreendeu que ele não só conseguisse ler meu estado de espírito, mas também verbalizar exatamente o que precisava ouvir para aliviar minha preocupação e levantar meu ânimo. Não podia nem ser atribuído ao seu alter ele não tinha magia emocional. Era apenas Hiro puro, o que tornava tudo ainda mais especial.

— Chame de presente. — Ele sorriu, e eu mordi meu lábio.

— Um de muitos. — Eu me mexi contra ele, e seus olhos castanhos escuros brilharam com calor.

— Eu preciso adicionar outra infração ao seu registro por tentar me persuadir em público, Nix? — Seu tom profundo e baixo continha uma promessa pecaminosa, e dei a ele um olhar atrevido sob meus cílios.

— Acho que isso depende de você, senhor, — murmurei com a voz rouca e então me afastei, puxando-o atrás de mim enquanto ele soltava um rosnado sexy e estrondoso.

— Continue assim, pequena companheira, e será a sua vez de ter o prazer negado em minhas mãos enquanto te torturo até que você me implore para deixá-la gozar.

Meu sorriso era largo e brilhante quando lancei um olhar faminto por cima do ombro, levando Hiro para o elevador.

— Promessas, promessas. — Eu ri enquanto ele me perseguia por dentro, me beijando sem sentido até que as portas do elevador se abriram e nos colocaram no andar de Ângela.

— Espere, Nix. — Sua respiração estava quente contra minha orelha quando ele se inclinou sobre meu ombro, fazendo votos que me fizeram estremecer. — Eu tenho tantos planos para você e aquela boca.

Os soluços de Emersyn ainda estavam frescos em meus ouvidos quando saímos do hotel, e o calor que Hiro inspirou em mim antes havia esfriado, guardado para outro dia. Eu ainda podia sentir suas mãozinhas agarradas a mim enquanto ela me abraçava em despedida enquanto prometia que a veria novamente em poucos dias.

— Ela vai ficar bem, — Damien me assegurou, sua grande e quente palma esfregando círculos suaves em minhas costas. A jaqueta de inverno estava bem apertada em volta do meu corpo, e minha Fênix soltou uma explosão de calor enquanto caminhávamos para o hangar.

Killian fez verificações de última hora antes de chamar Damien e Theo para verificar as coordenadas e a trajetória de voo. Damien continuamente olhava para mim, certificando-se de que estava bem, mas a verdade era que agora que a parte difícil passou - dizer adeus a Emy - algo estava mudando dentro de mim como uma mudança nos ventos.

— Você sente isso? — Perguntei a Joshua, Hiro e Ryder, esfregando minhas mãos para mantê-las aquecidas contra o frio que tentava passar pelo meu calor.

— Essa é a emoção da batalha, — respondeu Joshua, aninhando-me ao seu lado para compartilhar meu calor enquanto olhava ao redor do terreno. Shifters, tanto mitológicos quanto animais, convergiram para fora do hangar, misturando-se enquanto esperavam por seu transporte. As facções não eram mais distinguíveis, Malaquita se misturando com Topázio e assim por diante, do jeito que sempre deveria ter sido. Uma força, um corpo, movendo-se contra o Conselho.

— É uma bela vista. — Os olhos lacrimejantes e vermelhos de Ryder clarearam enquanto ele absorvia a atmosfera, alimentando-se dela enquanto reconstruía sua força. Dizer adeus a Emy destruiu nós dois, mas era hora de nos concentrarmos para que pudéssemos voltar para casa com ela o mais rápido possível, preparados para dar a ela a vida que todos queríamos para ela.

A vida que ela e todos os outros shifters mereciam ter. Uma de liberdade e igualdade, libertado da opressão daqueles mais fortes do que eles. Tínhamos a vantagem da raiva do nosso lado, e eu esperava que o Conselho soubesse que eles estavam prestes a receber o peso disso por foder conosco.

Eu, pessoalmente, estava ansiosa para ver suas cabeças rolarem pelos pecados do passado. Suas ofensas contra minha mãe, meus companheiros e eu.

— O que vocês dizem, meninos? — Eu perguntei quando Killian abriu a porta do avião. Olhei de um para o outro em sucessão, memorizando a determinação feroz escrita em seus rostos. O Conselho nos prejudicou de muitas maneiras, e agora chegou a hora de retribuição. — Prontos para acabar com isso?

Seus sons de afirmação ecoaram em meus ouvidos enquanto embarcávamos no avião e nos dirigíamos para The Landing.

Eu sabia que o Alasca era vasto, mas de repente fiquei feliz por termos decidido partir alguns dias antes da batalha programada. A viagem de avião durou duas horas. Nunca tinha visto tantas montanhas e tanta água espalhada em toda a minha vida. Meu nariz estava praticamente colado na janela enquanto os caras falavam de estratégia, debatendo a melhor maneira de abordar The Landing e descobrir que lado o Conselho escolheu para eles.

Graças à inteligência de Williams, pudemos decifrar muitas rotas nos mapas que Theo e Damien desejaram, mas agora que estávamos nos aproximando, todo o nosso planejamento estava prestes a ser colocado à prova.

— É difícil imaginar uma civilização aqui, — comentei principalmente para mim mesma, mas Ryder se inclinou e olhou pela janela no assento à frente do meu.

— Você ficaria surpresa. — Ele bateu no vidro, seu hálito quente embaçando a janela fria. — A ilha em que vivíamos já foi tão natural quanto está paisagem, cheia de árvores, fauna e animais. The Landing deve ser um tanto primitivo, visto que não tem telefone ou internet ou conveniências modernas, mas uma vez que você começa a derrubar árvores e construir alojamentos, não demora muito para construir uma civilização do nada.

— Suponho que seja uma bênção, — murmurou Damien, e passou a mão pelo rosto. — Vamos ter que começar do zero de volta para casa quando tudo isso acabar.

— Você deveria ver isso. Nossa casa de infância nada mais é do que restos carbonizados e cinzas. — Joshua balançou a cabeça, lembrando-se da noite fatídica em que o Conselho incendiou a ilha e todos os seus habitantes que se recusaram a cumprir seus desejos. — Agora não passa de um terreno baldio.

— Talvez isso seja uma coisa boa. — Levantei meu ombro em um pequeno encolher de ombros. — O que o Conselho fez foi errado e perturbador, mas agora temos uma folha em branco para começar. Existe beleza nas cinzas. Podemos reconstruir. Vai levar tempo, mas quando terminar, não teremos qualquer vestígio do Conselho ou de sua regra, e nada soa melhor do que isso.

— Forros prateados. — Hiro alcançou os assentos e apertou meu ombro com amor. — Eu gosto disso, querida.

Todos nós ficamos em silêncio quando Killian nos informou que estávamos nos aproximando do povoado, e Theo e Damien ficaram tensos enquanto observavam do céu.

Abaixo de nós, cortado no terreno acidentado, estava uma pequena comunidade com a maioria dos edifícios posicionados ao lado de uma linha profundamente gravada que estragava a terra. O formigamento da magia passou pela minha pele mesmo daquela altitude, e queria jurar, assim como meu Púca fez quando sentiu a mesma sensação.

— Isso é uma magia poderosa, — observou Theo, seu tom temeroso.

— Poderosa e velha, — Killian resmungou, e ele inclinou a cabeça em direção a Damien. — Acho que sabemos que lado o Conselho escolheu. — Ele olhou para o aglomerado de edifícios com desdém. — Justo meu asno. Levá-la para o outro lado?

Damien agarrou seu binóculo e estudou a situação abaixo antes de finalmente concordar.

— Há movimento à esquerda, o lado com mais edifícios. Você pode circular em volta das montanhas e entrar do outro lado? Eu não quero chegar perto dessa porra de linha, — Damien instruiu, sua mandíbula tensa o suficiente para dobrar o aço.

— Vou fazer. — Killian pegou o rádio e traduziu a mensagem para o avião que voava poucos minutos atrás de nós, levando Rini, Ciarán, Barrett, Cayden, Donovan, Valleria, Victoria, Rune e os representantes de outras facções, bem como seus guarda-costas.

Segurei enquanto Killian habilmente pousava o avião no meio do terreno acidentado, levando-o para baixo na água graças aos esquis acoplados.

— Eu quero que os próximos que chegarem pousem ao norte e tomem está até o acampamento, — Damien aconselhou enquanto ele e Theo traçavam uma estratégia e montavam um plano para o restante de nossas tropas. — Não vamos desistir tão cedo. E não quero ninguém perto dessa maldita linha, não importa o motivo. — Theo assentiu e organizou a comunicação.

Liberei uma explosão de calor enquanto os caras me ajudaram a sair do avião antes de pegar nossas coisas. Caminhamos até a costa enquanto Killian protegia a aeronave, se preparando para entregá-la ao outro piloto que viajou conosco e planejava levá-la de volta ao hotel, reabastecer e retornar com o próximo lote de pessoas.

Calafrios tentaram subir pela minha espinha enquanto minhas calças molhadas se agarravam às minhas pernas, e liberei mais calor para aquecer meus homens.

Juntos, meus companheiros e eu demos as mãos e caminhamos em direção à linha, observando a figura familiar do outro lado nos estudando com um olhar mortal. Sua grande estrutura e cabeça raspada formavam uma figura impressionante na paisagem invernal.

— Ah, você conseguiu, — Rahal berrou, agindo com mais entusiasmo do que já tinha visto o homem estoico.

— Rahal. — Damien ergueu o queixo, recusando-se a mostrar ao homem o respeito que foi forçado a dar a ele sua vida inteira.

— Stepanov ficará muito satisfeito em saber que você recebeu seu convite sem falta. Ele odeia quando seus planos não vão de acordo, — Rahal falou enquanto arrastava um shifter muito jovem em direção à linha que nenhum de nós ousou cruzar. Ela se afastou dele como se sua vida dependesse disso enquanto ele tomava um grande gole de qualquer álcool que segurava na mão, e me perguntei se ela sabia que tinha uma escolha entre ser seu brinquedo ou se juntar à rebelião. Uma chance de liberdade não valia a pena assumir uma vida de servidão forçada e respeito fingido, mesmo que a morte se tornasse a resposta?

Ela parece miserável. Ela deve acreditar que não temos chance de vencer para sermos rebatidos contra Rahal dessa maneira, rosnei.

Ela fez sua escolha, Joshua respondeu calmamente, embora seus olhos traíssem seu nível de preocupação. Era difícil olhar para essa garota e se perguntar se ela sobreviveria aos próximos dias. Se algum de nós quisesse. Ela morreria por nossas mãos simplesmente por estar do lado errado dessa linha? Meu estômago embrulhou, ameaçando virar.

De repente, tudo que eu queria fazer era segurar meus companheiros. Minha Fênix suavemente arrulhou seu acordo. A dor que abalou meu peito foi tão cortante quanto o vento frio que cortou a água, nos mordendo sem misericórdia.

— Pegamos as casas da direita, você é mais que bem-vinda para cruzar com as da esquerda. De acordo com as antigas regras a respeito de declarações diretas de guerra, não haverá luta até o dia 23 às três da tarde. — Ele projetou o queixo em direção ao alojamento ao qual se referia, que por acaso estava do seu lado da linha, e estreitei os olhos.

— Obrigada, mas não, obrigada. Não pense que também não sabemos sobre as regras antigas. — Abaixei meu olhar para a linha visível marcada na terra e brevemente ponderei que tipo de criatura poderosa a forjou.

O olhar de Rahal se estreitou e ele zombou. — Que assim seja. Até o dia 23, Fênix, — ele cuspiu. Sinceramente, pensei que ele poderia cruzar a linha para chegar até mim, ou pelo menos enviar uma rajada de magia do seu lado na tentativa de me atingir e me tirar antes mesmo de o show começar, mas parecia que a magia antiga se manteve, e meu companheiros me guiaram para longe, nunca virando as costas até que estivéssemos longe o suficiente para sermos considerados seguros.

— Vamos. — Theo pressionou os óculos enquanto ouvíamos o avião se aproximando ao longe, carregando minha melhor amiga, seus companheiros e os outros. — Vamos nos preparar. Serão dois longos dias.

 


DEZOITO

NIX

Afundei em nossa barraca para todos os climas, feliz que meus companheiros garantissem uma grande o suficiente para conter todos nós, mesmo que fosse um aperto. Damien insistiu que nossos lutadores pegassem o abrigo limitado disponível para nós, especialmente porque ele tinha um companheiro que poderia aquecer sua barraca para ele.

A cada dia nosso grupo ganhava o respeito duramente conquistado dos outros shifters, mitológicos e animais.

Killian se encaixou facilmente no papel de treinador, desafiando os lutadores ao mesmo tempo que os ajudava a crescer e melhorar.

Theo estava envolvido em todas as discussões e decisões logísticas, pesando cada escolha que ele fazia estatística e analiticamente, uma habilidade que nenhum de nós possuía.

Ryder começou a curar ferimentos após cada sessão de treinos, mantendo nossas tropas em perfeitas condições.

Hiro tinha um jeito de fluir perfeitamente de um grupo para outro, sempre encontrando uma maneira de se relacionar com eles e se encaixar. Provavelmente foi por isso que ele fez um maravilhoso AR na universidade quando o conheci.

Joshua era um farol para todos com quem me encontrava, ajudando constantemente aonde quer que fosse necessário, sem reclamar. Esse homem era um enigma para mim, duro e suave, escuro e claro, dominante mas gentil. Ele tinha muitos lados e amei cada um. Lentamente, os outros shifters ajustaram suas visões do Basilisco, ficando com menos medo a cada dia. Esperava eventualmente que a falta de medo se traduzisse em nossa comunidade como um todo, e não apenas nos lutadores que foram forçados a trabalhar ao lado dele e ver quem ele realmente era.

Damien era um líder nato, firme em seu comando e confiante em suas decisões. Ele segurou essa rebelião em seus ombros, esperando o dia em que ele poderia decretar sua vingança por tudo que o Conselho tirou dele. Ele perdeu tudo e nada o impedia enquanto todos nós estávamos ao seu lado.

— E quanto a você? — Os olhos castanhos escuros de Hiro procuraram os meus pela tenda enquanto me acomodava no colchão de ar com um gemido. Culpei Theo pela revanche intensa que ele me fez passar. Fluí ao redor de seu gelo, tentando fazer com que ele envolvesse meu fogo novamente para que pudesse ter controle sobre seu elemento, mas o mesmo truque não funcionou duas vezes, o astuto Kraken.

— E quanto a mim? — Enviei um olhar confuso para Hiro enquanto Ryder rastejou em minha direção e se acomodou ao meu lado. Ele me acalmou e colocou uma mão brilhante na minha barriga, suspirando fisicamente com o calor do meu corpo enquanto derramava sua energia de cura em mim, levando embora minhas dores e sofrimentos.

— Você elogiou cada um de nós, mas não se incluiu. Precisamos de outra lição sobre o seu valor e autoestima? — Hiro castigou levemente, claramente tendo lido meus pensamentos através da conexão mental que Damien deixou aberta. Aqueles olhos escuros dele brilharam através da tenda, e pressionei minhas coxas juntas pela promessa pecaminosa em suas profundezas.

Killian gemeu, o som a meio caminho entre um rosnado e um suspiro de prazer. — Sério, você teve que ir e ligá-la? Esta é uma pequena tenda, e não é preciso muito para enchê-la com o cheiro de sua excitação. Agora estou duro como uma rocha.

— Ignore o celta rabugento e responda à minha pergunta, Nix. — Hiro me avaliou por trás de seus aros escuros.

— Não acho que tenho uma função específica como muitos de vocês, mas gosto de ajudar no treinamento às vezes. Gosto de verificar todos vocês e ver se posso dar apoio. — Encolhi os ombros o melhor que pude na minha posição horizontal.

— Você não se vê através dos olhos dos outros, então, — Damien comentou quando ele entrou na tenda por último, fechando o zíper atrás dele antes que ele endurecesse de onde estava dobrado na cintura. — Droga, isso cheira bem.

— Isso é o que eu estava dizendo. Fumaça doce. Porra viciante, — Killian resmungou, jogando um braço sobre os olhos enquanto pressionava a mão contra seu pau vestido com jeans, tentando domesticá-lo até a submissão.

— Acho engraçado que você não veja o papel importante que desempenhou na rebelião, Nix. — Ryder me deu um tapinha no nariz e balançou a cabeça ironicamente. — Você é apenas o jogador mais importante do jogo.

Eu zombei. — Acho que não-

— Ele está certo, — Damien interrompeu. — Sem você, nossos números não seriam tão favoráveis quanto são. Você incitou os shifters animais a se levantarem contra suas injustiças quando você tentou salvar aquele servo que Maldonado estava ansioso para matar durante seu primeiro encontro com Joshua. Você se levantou contra o Conselho, um feito que ninguém jamais foi capaz de realizar.

— Ou teve a coragem de tentar, — Killian adicionou prestativamente, sorrindo maliciosamente por trás do braço que ele colocou em seu rosto.

— Você mostrou a eles que o Conselho não era tão invencível como sempre tentaram parecer quando você matou Khan, e você abriu um caminho para que outros mitológicos abdiquem, sigam seus passos, — argumentou Theo, entrando na conversa puxando a camisa pela cabeça enquanto se trocava para dormir. Meu olhar rastreou seus músculos cortados e cintura afilada enquanto ele desafivelava sua calça jeans e a abaixava, ficando apenas em sua boxer agora. Quando ele pegou meu olhar lascivo, demorou mais do que o normal, levando um tempo extra para colocar sua calça de moletom, deixando-a baixa em seus quadris definidos apenas para me provocar e me fazer babar sobre seu corpo.

Era um bom plano, porque estava funcionando.

— Sem você, Tao nunca teria mudado para seu Qilin. Você nos pressiona a fazer a coisa certa. Você não tolera injustiças e é apenas uma das muitas coisas que amamos em você, — concluiu Joshua.

— Não sabia que você pensava tanto nisso, — admiti.

— É difícil não fazer. Estamos orgulhosos de você, querida. Você se saiu tão bem. Você tem sido um catalisador de mudanças. Você torna o mundo um lugar melhor apenas por estar nele, e esses shifters, essas pessoas, eles veem você como a pedra angular deste movimento. Eu realmente acredito que sem você, não haveria uma rebelião em funcionamento.

— Nunca pedi nada disso, — respondi. — Eu simplesmente não gostava da política do Conselho e de seu tratamento vil aos que estavam sob seu governo. Um líder deve proteger e guiar, não sujeitar os que estão abaixo deles ao medo e à violência.

— E é isso que amamos em você. — Killian baixou o braço e virou a cabeça na minha direção. — Você faz o que é certo por instinto. Nunca houve outra escolha para você. Você nunca aceitaria a merda do Conselho sem fazer nada. Dessa forma, você é tão ardente como sua Fênix, Nix. E eu nunca iria querer você de forma diferente. — Kill esticou o braço pela pequena tenda e pegou minha mão. — Não importa o que aconteça amanhã ... Killian engoliu em seco, sua voz rouca na garganta. — Eu nunca vou me arrepender de ter seguido você na guerra. Pegar você naquele dia no aeroporto foi o melhor dia da minha vida, mesmo que não soubesse o quanto a mulher sexy e agressiva na parte de trás do meu Hummer iria balançar meu mundo. Eu te amo pra caralho, Nix. Eu não me importo que não fizemos nossos votos, porque juro agora, diante dos meus irmãos, amar você pelo resto da minha vida e além.

— Kill. — Eu mudei, e Ryder me deixou levantar para que eu pudesse rastejar mais perto do meu grande e forte Celta e me engessar contra seu peito. — Essa é a coisa mais doce que você já me disse. Eu também te amo. — Abaixei minha boca para a dele, sentindo o gosto doce e fresco dele enquanto o cheiro de trevo e magia me deixava inebriante.

— Você sabe — meditou Joshua, — tenho pensado muito nisso e não vejo por que precisamos esperar por alguma cerimônia chique para acasalar. Nesta tenda estão as seis pessoas de quem mais gosto neste mundo. Não sei sobre todos vocês, mas não preciso de mais nada. Estou pronto, Nix. Estou pronto para me ligar a você de todas as maneiras, para tomá-la como minha companheira, como minha esposa, se isso é o que você também deseja. Não tenho vergonha de admitir que estou com medo. O pensamento de perder qualquer um de vocês ... — Ele engoliu em seco. — Eu preciso de você está noite. Honestamente — ele olhou para cada um de nós por sua vez — Eu preciso de todos vocês. Cada um de vocês acrescenta algo à minha vida. Vocês são tão importantes para mim quanto minha companheira, porque somos uma família agora. Eu só quero que passemos esta noite juntos como um grupo unificado e acasalado.

— Joshua está certo. — Theo chegou mais perto enquanto todos nós nos acomodávamos nos colchões de ar no chão. — Estava me sentindo da mesma maneira, só não tinha expressado isso, também me envolvi em tudo com Molly de volta ao chalé e depois me preparei para a batalha, mas nada disso é importante agora. Você sabe o que sinto por você, Nix. Eu só quero ser seu e espero que você seja minha. Eu não me importo com o evento em si. Eu gostaria de completar nosso acasalamento, apenas entre nós sete.

Hiro e Ryder estudaram um ao outro, e ambos se viraram para mim com sorrisos suaves e encorajadores. — Você já sabe como nos sentimos. Já estamos acasalados aos meus olhos, mas gostaria que fosse mais oficial. Eu sou um sim, — Hiro proclamou.

Ryder suspirou dramaticamente. — Acho que podemos passar sem o grande evento, mas todos vocês me devem outra tentativa no futuro. Uma recepção. Uma festa. Algo que eu posso planejar, — ele brincou. — Mas com toda a seriedade, vamos fazer isso. Eu quero chamar nossa garota de uma vez por todas, e não preciso de smokings extravagantes ou pombas ou um bolo de chocolate de sete camadas para me selar a você, querida.

— Você me ama mais do que bolo? — Eu pressionei minha mão no meu coração em um choque simulado.

— Eu te amo mais do que bolo. — Ryder sorriu e piscou. — Embora o bolo venha em segundo lugar.

Hiro lançou seu travesseiro na cabeça do Ceraptor, deixando seu cabelo penteado torto no processo, e Ryder sorriu, erguendo as mãos em sinal de rendição. — Certo terceiro. Bolo está em terceiro lugar, querida, — ele emendou. — Estava apenas brincando com você.

Hiro ergueu dois dedos, balançando-os para Ryder para deixá-lo saber que ele estava contando, e Ryder estremeceu momentaneamente, seu prazer com esse lembrete irradiando através de nossa conexão mental.

Os outros caras riram enquanto Ryder corria os dedos por seus cachos roxos profundos, escondendo seu estilo.

— Como você se sente sobre tudo isso, Nix? — Damien olhou para mim, embora não tivesse respondido a pergunta por si mesmo.

— Estou pronto. Nunca precisei de uma cerimônia. Eu só preciso de todos vocês. — Foi curto e doce, e cem por cento verdadeiro. Empurrei a riqueza de minhas emoções para meus homens no vínculo mental e os deixei ler e sentir o quanto gostava da ideia de ser deles. Seus olhos dilataram-se, escurecendo sua coloração natural, quando eles perceberam o quanto precisava deles esta noite.

Amanhã enfrentaríamos Stepanov e, por mais confiante que estivesse em nossa capacidade de vencê-lo, não conseguia me livrar do nervosismo que me dominou o dia todo, nem do desejo de minha Fênix de estar perto de seus companheiros. Se essa fosse nossa última noite juntos, não queria ter nenhum arrependimento. E me arrependeria de não ter aproveitado ao máximo nosso tempo juntos para resolver nosso relacionamento e amor um pelo outro.

— Bem, então, estou feliz como o inferno por ter agarrado isso. — Damien enfiou a mão no bolso da calça jeans e pegou o anel de ouro que eles projetaram para mim. — Tenho andado por aí com isso no bolso o dia todo, me perguntando como abordar esse assunto. Sei que a última vez que tentamos não terminou bem, mas gostaria de chamá-la de minha antes de partirmos amanhã, querida. Eu perdi toda a família de sangue que tenho, mas bem aqui, antes de meus irmãos, antes de você, minha companheira, e diante dos céus acima de nós, eu juro amá-la, provê-la e protegê-la enquanto eu viver, e fazer o mesmo por meus irmãos. Você é minha família agora, aquela em que vou me apoiar e apoiar. — Damien se ajoelhou diante de mim em um joelho, e os outros se moveram ao meu redor para fazer o mesmo, me colocando em seu centro. — Você aceita, Nix? Você nos reivindica como nós reivindicamos você?

— Eu faço. — Estava claro como cristal na luz decrescente, uma declaração e uma promessa.

— Você se lembra de seus votos? — Joshua estimulou todos nós.

Cada um de nós assentiu, e os caras se moveram para formar um semicírculo diante de mim. Meu coração estava uma confusão animada no meu peito. Nós estávamos fazendo isso. Estávamos realmente fazendo isso.

Joshua sorriu brilhantemente, assumindo a liderança enquanto suas vozes se juntavam em um coro.

— Sua felicidade antes da minha, sempre eu juro. Seus sonhos antes dos meus, sempre eu juro. Sua vida antes da minha, sempre eu juro. Sua alma antes da minha, sempre eu juro. Prometeu eternamente. Pela vida, pela morte, eternamente unidos.

Damien quebrou o anel e lentamente começou a reconstruí-lo, uma peça de cada vez para simbolizar nossa unidade, sete peças de um todo, cada uma linda por si só, mas mais forte quando entrelaçada. Gentilmente, ele o colocou no meu dedo trêmulo enquanto cada um dos meus homens tocava alguma parte do meu corpo, juntando-se a todos nós nesta unidade que tínhamos feito.

Minha voz não vacilou enquanto eu dizia meus votos, olhando para cada um dos meus homens enquanto selava minha vida com a deles e prometia a eles meu para sempre. — Sua felicidade antes da minha, sempre eu juro. Seus sonhos antes dos meus, sempre eu juro. Sua vida antes da minha, sempre eu juro. Sua alma antes da minha, sempre eu juro. Prometeu eternamente. Pela vida, pela morte, eternamente ligados. Somos apenas sete faíscas da mesma chama e vou queimar por você por toda a eternidade, — prometi, e jurei que realmente podia sentir a corrente nos unindo enquanto me esmagavam entre eles, cada um deles se beijando, se abraçando e me amando de alguma forma.

— Porra, eu te amo, — Killian rosnou, uma mão acariciando minhas costas enquanto a outra capturou meu queixo para que ele pudesse roubar um beijo longo e persistente que foi surpreendentemente gentil para meu grande companheiro.

Damien me segurou com força contra seu peito, apenas a ponto de me esmagar com muita força enquanto enterrava o rosto na curva do meu pescoço e ombro, respirando meu cheiro doce e esfumaçado de assinatura. — Eu te amo. Eu te amo. Eu te amo, — ele murmurou, antes que sua barba clara roçasse minha pele, causando arrepios nas minhas costas. Os outros caíram e me agarrei a ele, minhas unhas cravando em seus ombros até que ele se afastou e colou seus lábios nos meus. O gosto de suas lágrimas se misturou com o sabor rico de sua língua contra a minha, e o bebi enquanto ele reclamava minha boca uma e outra vez.

Eu mal registrei que ele me empurrou de volta para o colchão até que embalou meu corpo quando Damien se estabeleceu sobre mim.

Seus lábios se moveram para roçar em meu pescoço antes de roçar minha orelha enquanto ele sussurrava: — Beije seus outros companheiros, Nix. Eles precisam de você tanto quanto eu.

Em seguida, estendi a mão para Theo, que em seu curto espaço de tempo se despiu dos meus braços, puxando-o para baixo até que sua boca capturasse a minha. Ele tinha um gosto saboroso e doce, a combinação inebriante enquanto ele lambia meus lábios. Eu abri para ele, concedendo a entrada de sua língua para dentro e provocar os recessos da minha boca. Chupei sua língua e mordisquei seu lábio antes que ele recuasse e acenasse com a cabeça em direção a Joshua, que estava sentado do meu outro lado.

Agarrei sua camiseta, lamentando que ela ainda cobria sua linda pele enquanto eu o puxava para baixo e tomava sua boca. Sua língua duelou com a minha, nós dois lutando pelo domínio que prometia ser tão delicioso quanto esse beijo, nossas línguas dançando, os dentes se chocando, os lábios sugando.

Sua boca se moveu para a coluna da minha garganta enquanto Theo arrastava os dedos ao longo do meu peito, provocando meus mamilos duros através da minha camisa. Com a ajuda de Damien, Theo me despiu de minha blusa e sutiã, e suas mãos em meus seios pareciam gelo para o meu fogo, brincando com meus sentidos enquanto ele beliscava meus mamilos e acariciava meus seios.

Levantando-me como se não pesasse nada, Killian deixou Damien se despir e deslizar para o colchão onde estava apenas um momento atrás, e então ele me acomodou em cima do peito do Gárgula, de costas para sua frente. Seu comprimento duro pressionado contra minha bunda e Killian se estabeleceu diante de mim.

— Nós vamos fazer amor com você, bebê. Vamos mostrar o quanto você significa para nós com nossas bocas, nossas línguas, nossas mãos, nossos lábios e nossos paus. Vamos reivindicá-la como nossa com nossos corpos, assim como fizemos com nossos votos. Você é nossa doce companheira. Nossa companheira forte. — As mãos de Killian subiram levemente pelos meus lados, fazendo cócegas na minha carne e provocando arrepios por todo o meu corpo. Meus mamilos endureceram mais e Theo gemeu, inclinando-se e batendo sua língua contra um deles.

Eu gemia, meu coração cheio e meu corpo implorando para estar. — Eu já sou sua. Tenho sido sua desde aquele primeiro dia. Eu amo todos vocês mais do que palavras podem explicar. Não sei como viveria sem você. Você é um pedaço de mim tanto quanto meu próprio coração. Reivindique-me esta noite. Mostre-me o quanto você me ama para que eu possa mostrar-lhe em troca. —

As mãos de Damien acariciaram meus quadris com provocantes toques leves ao longo da minha pele sensível, mas quando eu fiz minha declaração, seus dedos se apertaram, e quando eu ordenei que me reivindicassem, ele levantou meu corpo já pingando e se alinhou.

— Por favor, Damien, — implorei, enquanto Joshua se abaixava e dedilhava meu clitóris, atirando calor direto pela minha boceta. — Eu preciso de você. Eu preciso de você mais do que ar.

— Eu te amo, Nix, — ele ofegou enquanto deslizava para casa, me enchendo e me esticando deliciosamente. Ele bombeou dentro de mim enquanto Joshua e Theo agarraram meus seios, suas línguas girando em torno dos meus mamilos enrugados, machucando meu corpo. As sensações duplas me levaram mais alto, e eu gritei quando Killian se inclinou e correu sua língua em um círculo lento e agonizante ao redor do meu clitóris, provocando o cerne com a ponta da língua antes que ele o achatasse e lambesse diretamente por cima.

— Oh, porra, isso é bom!

Killian chupou o ponto doce entre seus lábios e inundou-o com atenção que me fez sentir creme sobre Damien.

— Faça barulho, Nix. Não seja tímido. Deixe-os saber o quanto você ama a maneira como eles estão tocando você, provando você, — Hiro ronronou.

Observei, ofegante, chamando seus nomes, balançando em Damien e puxando o cabelo de Killian enquanto ele me comia como se eu fosse sua última refeição. Quando eu estava molhada, Damien puxou e pressionou seu pau contra minha bunda. Hiro jogou um pouco de lubrificante que ele comprou de uma de suas bolsas para Joshua, que me ajudou a me preparar para o pau de seu irmão. Seus dedos massagearam minha carne apertada, trabalhando seu dedo em minha bunda enquanto ele me deixava agradável e escorregadia para Damien.

Killian manteve sua boca no meu clitóris, distraindo-me completamente quando a pressão contra a minha bunda fez minha cabeça girar enquanto Damien pressionava dentro do meu buraco apertado. Damien soltou uma série de maldições enquanto empurrava dentro do meu corpo, suas mãos segurando meus quadris com força. Eu sabia que pela manhã, eu teria a marca de suas impressões digitais deixadas na minha pele para me lembrar de como ele me reivindicou.

— Boa menina. Olhe como você se estica por Damien, — Hiro elogiou, e todos os caras se moveram ao meu redor, o calor de seus olhares na minha boceta me deixando mais quente. Killian se ajoelhou entre minhas coxas, espalhando-me amplamente para ele, e ele assistiu Damien se movendo para dentro e para fora do meu corpo em movimentos lentos e regulares.

— Eu nunca soube que compartilhar você poderia ser tão quente, Nix. Mas agora, não quero nada mais do que enchê-lo com meus irmãos. Você pertence a mim e a eles. Nunca amaremos outro. Nunca tome outra. Você é nossa companheira, deste dia em diante. Eu quero um futuro com você. Eu quero aquelas crianças que eu vi na minha visão com você. Quero você na minha cama, ou na cama de um dos meus irmãos, todas as malditas noites até que estejamos velhos e grisalhos e ainda tenhamos sexo quente porque a amamos, entendeu?

— Sim! Eu quero essas coisas também, Killian. Eu quero o lindo futuro que você viu. Eu quero uma vida plena com você. Todos vocês.

Os braços de Killian tremeram enquanto ele segurava meus joelhos abertos e pressionava de volta em direção ao meu peito enquanto seu pau acariciava meu clitóris uma, duas vezes. Então ele lentamente deslizou seu pau dentro da minha boceta, me esticando sem parar enquanto seu irmão estava enterrado até o cabo na minha bunda.

— Foda-se, — Killian rosnou, o som corajoso e sexy que saiu de seus lábios. Seus braços estavam tensos, seu pescoço apertado enquanto ele se concentrava em onde nos juntamos.

Ryder e Hiro abaixaram suas cabeças e capturaram meus seios desta vez, e a picada afiada dos dentes de Hiro quando ele beliscou um mamilo atrevido me fez resistir entre Killian e Damien. Sua risada me aqueceu quase tanto quanto o calor acumulando na minha barriga enquanto eu lutava por algo para segurar. Joshua e Theo agarraram meus pulsos, guiando-os até meus dedos envolverem seus duros e grossos paus, cada um gemendo quando minhas pequenas mãos começaram a acariciar o aço coberto de seda.

— É isso aí, Nix. Reivindique-nos como estamos reivindicando você. Toque-nos, querida. Mostre a Theo e a mim o quanto você nos ama com cada toque e puxão de sua mão. — Joshua e Theo nunca paravam de seus toques carinhosos, seu ritmo de massagem dançando sobre minha pele.

Meu corpo estava em sobrecarga sensorial quando Killian e Damien alteraram quem me fodeu, cada um dando uma guinada em meu corpo e, em seguida, recuando para que o outro pudesse ter uma vez. Cada ponto doce dentro de mim queimava com o melhor tipo de fogo, mas eu precisava de mais. Eu precisava de todos os meus companheiros.

— Hiro, Ryder. — Seus nomes eram um apelo em meus lábios, e ambos gemeram, pegando a direção dos meus pensamentos de Damien.

Ajoelhando-se em cada lado da minha cabeça, eles se posicionaram na altura certa, e me virei para Ryder primeiro, lambendo a fenda na cabeça de seu pau. A gota de pré sêmem era salgada na minha língua, um sabor saboroso que me fez querer mais. Eu o levei em minha boca, deixando-o úmido para mim antes de virar para nosso companheiro e fazer o mesmo com Hiro, cujos olhos brilharam com o calor escuro enquanto observava meus lábios deslizarem por seu eixo.

Juntos, trabalhamos, agradamos, recebemos e doamos, e nosso amor cresceu a partir de como agradávamos um ao outro. Eu queria ver meus homens até a liberação, mas mais do que isso, queria que eles sentissem a profunda conexão da alma que forjamos juntos. Eu não seria o mesmo depois disso. Eu era novo, emergindo como seu verdadeiro companheiro vinculado, assim como minha Fênix emergia após cada renascimento. De certa forma, foi um renascimento. Minha vida como Annika Coxx havia acabado e agora eu era Nix Farouq, a verdadeira companheira de seis homens incríveis - um Gárgula, um Kitsune, um Ceraptor, um Kraken, um Púca e um Basilisco. Os seis homens que roubaram meu coração, mas eu não o queria de volta. Era deles para manter, deles para entesourar, assim como eram meus para fazer o mesmo.

— Goze para mim, Nix, — Damien implorou, e o som de sua necessidade de gozar em seu apelo me fez apertar com força em torno dele e de Killian.

— Juntos, por favor! Eu preciso de vocês, — implorei em retorno.

Com um rosnado que personificava seu desejo absoluto, Killian mudou seu ritmo, entrando em mim ao mesmo tempo que Damien. Minhas mãos acariciaram vigorosamente Joshua e Theo, ambos gemendo de prazer. Corri meus polegares ao longo da parte inferior de suas cabeças antes de acariciar para baixo e depois voltar, girando meus punhos sobre suas pontas. Eles vazaram por todas as minhas mãos, tão perto, tão perto de seus lançamentos. Meus gemidos foram silenciados pelo pau de Hiro na minha boca, seus quadris girando apenas além de seu controle enquanto eu o agradava com minha língua girando antes de deixá-lo necessitado e me virar para seu companheiro. Ryder enterrou a mão no meu cabelo enquanto eu o engolia pela minha garganta e, em seguida, balançava sobre ele, chupando-o com a quantidade perfeita de pressão, meus lábios apertados em torno de seu pau latejante.

Os dedos de alguém tamborilaram sobre meu clitóris e eu gritei minha libertação, as estrelas explodindo atrás dos meus olhos tão brilhantes e fortes como fogos de artifício enquanto arrancavam meu prazer do meu corpo. Tudo ficou tenso, minha boceta espasmando descontroladamente enquanto minha bunda agarrava Damien. Eles gritaram e eu senti seu gozo me enchendo ao mesmo tempo.

— Sim, bebê, — Killian assobiou, sua cabeça jogada para trás em êxtase. — Ordenhe meu pau. Leve tudo o que temos para você.

— Sim! — Theo gritou, seus quadris resistindo em meu punho acariciando um momento antes de ele grunhir e derramar em meu estômago, desencadeando a liberação de Joshua . Juntos, eles revestiram minha pele com seu gozo, e com meus lábios sugados em torno de Ryder, ele empurrou para sua própria liberação, sua semente salgada na minha língua enquanto eu o engolia. Virando-me para Hiro, abri minha boca e ele desceu para compartilhar a gozada de Ryder comigo com um gemido.

— Boa menina, Nix. Agora acabe comigo, querida, enquanto Killian cuida daquele doce clitóris durante seus tremores secundários - ele ronronou e guiou minha boca sobre seu pau. Obedecendo, Killian acariciou seu polegar através de seu gozo e o usou para cobrir minha protuberância, fazendo minha boceta vibrar enquanto choques elétricos de prazer disparavam pelo meu corpo como um orgasmo longo e prolongado. Hiro empurrou em minha boca enquanto minha língua massageava seu eixo, e quando estendi a mão e apertei suas bolas, provocando sua contaminação com meus dedos, ele gozou com um suspiro, seu gosto mais doce, mas almiscarado do que o de Ryder tinha sido.

Passados, todos nós desabamos juntos, suas mãos nunca deixando meu corpo enquanto nos ajustávamos nos colchões de ar. Alguém puxou os cobertores sobre nós enquanto eu liberava outra explosão de calor que manteria para ver meus companheiros durante a longa noite.

— Não me interpretem mal, — murmurei para todos eles enquanto caminhávamos naquele doce espaço entre a vigília e o sono. — Estou preocupada com essa luta, consumido por ela tem alguns dias, mas nunca estive tão assustada quanto estou agora.

— O que tem de errado, querida? — Damien perguntou, de repente alerta, sua mão no meu corpo pausando sua carícia preguiçosa enquanto ele se levantava para me ver mais claramente. Sua pele dourada estava mais fria na escuridão da noite, as sombras brincando com as curvas e curvas de seu corpo.

— Temos o mundo a ganhar se sairmos vitoriosos, — murmurei, minha voz quase um sussurro na tenda escura, — mas também tenho o mundo a perder. Você é meu mundo. Eu não acho que seria capaz de respirar sem você. Vocês estão gravados em minha alma. Vocês carregam um pedaço de mim agora, uma promessa, um voto inquebrável, assim como carrego um pedaço de você. Prometa-me que amanhã cada um de vocês terá cuidado, porque não posso viver sem cada um de vocês. Eu não estarei completo a menos que estejamos todos juntos.

— Nós prometemos, — Damien respondeu pelo grupo, seus murmúrios de assentimento acalmando meu coração uma fração. — Durma, Nix, nós pegamos você.

Fechei os olhos, mas estávamos todos inquietos e não me permiti descansar de verdade até as primeiras horas da manhã, ocupada demais memorizando cada faceta de meus companheiros para segurar e carregar comigo na batalha que viria.

Fechei os olhos assim que o sol nasceu, permitindo que a paz me reclamasse por algumas horas preciosas.

Antes de adormecer, mais promessas sussurradas caíram dos meus lábios.

— Você é minha força. Você me dá vida. Eu te amo, Damien, Killian, Hiro, Ryder, Theo e Joshua. —

Eles murmuraram de volta para mim, nenhum deles realmente dormindo também, e seus sussurros de amor me envolveram, me perseguindo e me aquecendo mais do que o fogo da minha Fênix. Uma brasa, uma faísca, uma chama, uma chama que ficaria para sempre na minha alma.

 


DEZENOVE

NIX

O vento cortou a água, chicoteando meu cabelo em volta do meu rosto enquanto nos reuníamos do nosso lado da linha. Segurei a mão de Damien de um lado e a de Theo do outro, cada um deles segurando a outra das mãos dos meus companheiros até formarmos uma corrente unida. Tao ficou de lado em sua forma Qilin. Seu pelo verde se agitava com a brisa, parecendo mais esmeralda à luz da tarde do que jade.

Do outro lado da linha, Maldonado zombou de Tao antes de olhar maliciosamente para cada um de nós, a sede de sangue galopante em seu olhar. Ele não usava camisa presumi que tornaria a mudança mais fácil e seu longo casaco preto enfeitava a poeira de neve sob seus pés. Eu quase podia sentir o gosto de sua emoção no ar, o Manananggal antecipando os minutos até que pudesse rasgar um de nós e provar nosso sangue.

— Firme, — Theo avisou, sua voz áspera enquanto as tropas ficavam impacientes atrás dele. Atrás de nós, Valleria rosnou, e pude ouvi-la se mexendo ansiosa enquanto se preparava para se lançar à batalha. Ela sempre amou uma boa luta, e sabia que a Valquíria estava pronta para destruir algumas pessoas.

Ao lado de Maldonado estava Rahal, sozinho desta vez. Ele estalou os nós dos dedos e jogou a cabeça de um lado para o outro para estralar o pescoço. Seus olhos estavam brilhando assustadoramente com a presença de seu Aqrabuamelu, e seu exoesqueleto mudava de foco ao longo de seus braços grossos, a visão ligeiramente nauseante enquanto ele se preparava para mudar o momento em que o relógio marcava para baixo.

As tensões estavam altas faltando apenas alguns minutos para que pudéssemos cruzar a linha protegida enquanto procurava por Stepanov.

Lembre-se, corte a cabeça da cobra e ela morrerá, Damien declarou um momento antes de estremecer mentalmente. Desculpe, Joshua. Você sabe o que eu quis dizer.

Estou totalmente a favor de decapitar Stepanov. Está tudo bem, Joshua respondeu, e olhei para baixo para oferecer a ele um sorriso tenso, encontrando-o girando os ombros para aliviar a tensão. Enviei outra onda enorme de calor em todas as direções, aquecendo aqueles ao meu redor. Só esperava que durasse e que a batalha fosse rápida, em vez de longa e demorada. Muitos de nossos shifters lutaram no tempo frio, e seu equipamento de inverno tornava seus movimentos mais lentos, o que era um déficit que não podíamos pagar em uma luta até a morte. Nossa melhor esperança era acabar com Stepanov e os outros membros do conselho. Sem eles, era duvidoso que os outros continuassem a lutar.

Troquei um olhar longo e pesado com Rini, que estava posicionado à minha direita, segurando as mãos de Ciarán e Donovan com Cayden e Barrett nas pontas de sua linha. Eu a abracei esta manhã antes de começarmos a nos preparar para a luta, mas seu olhar era solene, preocupado e com medo enquanto ela olhava para mim. Enviei uma rajada direta de calor em sua direção, esperando que transmitisse o que não poderia dizer em palavras. Ela sorriu, e embora não atingisse totalmente seus olhos, sabia que ela recebeu a mensagem.

Nós duas viramos quando os lutadores do lado oposto começaram a aplaudir quando Stepanov apareceu, vestido com perfeição em uma túnica complexa que se arrastava atrás dele como uma sombra na neve compactada. Suspirei quando vi que estava coberto de penas escuras como tinta, o oposto direto das minhas penas douradas e vermelhas.

Ele caminhou através da multidão que se dividiu como o Mar Vermelho, e seu olhar travou no meu enquanto ele passeava até a linha como se sua magia não o afetasse.

Eu fiquei tensa e olhei de volta.

— Então você é meu pai verdadeiro? Fale sobre não corresponder às expectativas, — provoquei, tentando fazer com que ele ultrapassasse a linha e me atacasse.

Mas Stepanov simplesmente sorriu, seus olhos brilhando sombriamente.

— Ora, Annika, você está tão bonita quanto sua mãe no dia em que te criei. — Sua voz era doce como um xarope, praticamente pingando veneno enquanto ele inclinava a cabeça. — Você deveria ter visto o jeito que ela me implorou.

O ódio, tão mortal quanto o veneno, rastejou em minhas veias e me lançou para frente, mas Damien e Theo me seguraram com força, não querendo me permitir nem um passo fora de nossas fileiras.

Não o deixe chegar até você, Nix. Ele está tentando fazer você cruzar essa linha. Não dê a ele a satisfação de ver você reagir. Mostre a ele sua raiva quando você separa a cabeça de seus ombros, Damien me aconselhou, e controlei minhas emoções, mascarando a raiva em meu rosto, embora tivesse certeza de que meus olhos continuariam brilhando, prometendo que se ele ficasse muito perto de minhas chamas, ele iria se queimar.

— Dois minutos, Stepanov, — avisou Maldonado, seu forte sotaque porto-riquenho pairando sobre o anúncio.

— Vejo você em breve, Annika, e estou muito ansioso para a reunião de família. — Com uma varredura excessivamente dramática de seu manto, ele desapareceu de volta pela multidão, apenas para emergir um minuto depois em um pódio elaborado, completo com trono, sua plataforma de observação pessoal onde ele poderia desfrutar da carnificina da guerra.

As mãos de Damien e Theo apertaram as minhas e senti os olhos dos caras em mim.

Eu amo vocês, declarei, usando o nosso link para manter a nossa conversa privada enquanto minha ansiedade e adrenalina fluía livremente através da minha corrente sanguínea. Eu amo vocês muito. Fiquem seguros. Não faça movimentos drásticos se não for necessário. E lembrem-se, cada um de vocês tem um frasco do meu sangue em volta do pescoço. Use-o.

Levará apenas alguns segundos para ativar, já que não sera ingerindo diretamente, Theo acrescentou, seus olhos procurando os de seus irmãos antes que o relógio chegasse ao fim. Isso aumentará sua força, poder e magia, mas a dose é pequena e suficiente para não ativar nenhuma habilidade nova ou tornar incontrolável as que você tem atualmente.

Vou atrás de Stepanov, informei os outros, e eles ficaram tensos, mas já havíamos conversado sobre isso. Vá para Maldonado e Rahal. Retire-os e Stepanov não terá seus lacaios para apoiá-lo. Vou abrir caminho até Stepanov e acabar com ele.

Eu odeio isso, porra, Killian rosnou. Eu não quero você perto daquele filho da puta.

Não temos escolha, Abra, eu disse. É agora ou nunca. Olhei para cada um deles, derramando meu amor e determinação neles por meio de nossa conexão mental. Nós damos a isso tudo que temos. Para nosso futuro. Por Emy. Para Molly. Para nossa espécie.

— Não mate ninguém que se rende. Nós não somos o Conselho, e nossa misericórdia será mostrada, — Damien gritou em voz alta, sua voz chegando não apenas aos nossos líderes e tropas, mas aos guerreiros do outro lado. Eu vi alguns deles se mexerem, seus olhos incertos enquanto eles estavam com Stepanov, debatendo a verdade das palavras de Damien. Eles não viram que tinham outra opção? Eles poderiam depor suas armas. Eles poderiam se render. Eles poderiam se juntar a nós e pavimentar o caminho para o futuro de nossa espécie, tanto para os shifters animais quanto mitológicos.

Os segundos passaram e o tempo mudou, a magia liberando seu domínio. A mudança era palpável, a energia carregada contra nossa pele como eletricidade estática. O vento estava forte em nossos ouvidos enquanto todo o resto estava silencioso ao nosso redor.

Por um instante, ninguém se moveu. Maldonado e Rahal sorriram maliciosamente um para o outro e mudaram de posição, sinalizando para que suas tropas avançassem. Meus tímpanos estalaram com os gritos ensurdecedores da batalha, e meu coração saltou na minha garganta. Apertei minhas mãos com força em torno de Damien e Theo, não querendo deixá-los ir.

Eu amo vocês pra caralho. Eu não poderia fazer isso. Eu não poderia deixá-los ir. Minha Fênix arrulhou, prometendo-me que veríamos nossos companheiros novamente. Força que eu não sabia que tinha me fortalecido, e afrouxei meus dedos um por um até que suas mãos estivessem livres.

E nós te amamos. Damien desceu, agarrou meu queixo e deu um beijo frenético em meus lábios antes de desaparecer. Suas asas brotaram de suas costas e ele voou para o céu.

O grito furioso da minha Fênix bateu nas minhas têmporas e entrei em ação.

As mãos de Theo já estavam atirando raios de gelo em nossos inimigos enquanto eu corria para o lado dele, cobrindo-o e explodindo meu fogo na multidão. Meus olhos estavam cegos enquanto cortava pessoa após pessoa, minhas chamas cortando-os e queimando-os vivos. Seus gritos eram melodias cheias de dor que enchiam o ar com o cheiro de sangue. O sabor acobreado era ácido na minha língua simplesmente de respirar.

Um por um, os shifters caíram ao meu redor. Rini e seus ursos eram flashes de pelo marrom e preto enquanto passavam por nós, suas garras e mandíbulas poderosas rasgando aqueles que ousavam enfrentá-los, enquanto Ciarán se misturava atrás das linhas inimigas, solidificando-se por tempo suficiente para quebrar um pescoço ou cortar uma alma de um corpo, esculpindo a primeira onda de soldados diante dele com a facilidade da água.

Mais de seus soldados saíram dos edifícios e sobre as colinas para se juntar à luta, superando nossas forças.

A água! Damien gritou em nossas mentes, e estremeci, a distração momentânea me custando sangue. Um ferimento cortou meu lado quando Fenrir passou disparado, passando suas garras ao longo de minha caixa torácica. Pressionei a mão contra ele e apliquei pressão enquanto girava. A criatura mostrou os dentes para mim e minhas mãos se aqueceram com a promessa de retribuição.

De repente, uma rajada de coelhos coloridos do arco-íris dançou a seus pés, ondulando entre as patas letais, atordoando a criatura enquanto ela golpeava as ilusões. Se a luta não fosse tão terrível, eu teria rido do absurdo disso. Como estava, meu estômago caiu aos meus pés quando Killian emergiu como um deus das trevas através da briga, se lançou sobre as costas da coisa e jogou a barra de seu braço ao redor do pescoço da besta, puxando-a para trás. O Fenrir ficou em pé, deixando a barriga exposta, e Theo e eu aproveitamos ao máximo, lançando fogo e gelo, cortando a besta que me cortou. Killian montou a coisa até o chão, onde morreu e estrepou suas costas com agilidade, suas ilusões desaparecendo diante dos meus olhos.

— Ninguém machuca minha companheira. — Ele acenou para mim antes de voltar para a batalha para enviar seus coelhos mágicos para atacar alguma outra pobre alma desavisada.

Theo, água! Agora! Temos companhia, Damien gritou mais uma vez, e Theo apertou minha mão antes de sair correndo, rasgando sua camisa e mergulhando no mar gélido. Eu vi o flash de seu Kraken abaixo das ondas e voltei para a batalha.

Corpos espalhados pelo campo, lutadores caídos de ambos os lados pintando seu sangue no campo de batalha em uma obra-prima macabra.

Minha Fênix lançou um grito de choro. Toda essa vida desperdiçada.

Ela pressionou sob minha pele, mas a segurei. Eu tinha um plano, e se a deixasse sair muito cedo, não seríamos nada além de um alvo em chamas, o único foco do Conselho. Precisávamos reservar sua força. Estava guardando para Stepanov.

Minhas chamas cobriram minhas mãos quando me abaixei e teci meu caminho através da linha que um dia nos dividiu. Usando todo o treinamento que Killian me deu, deslizei por baixo das pernas de um Minotauro, chamuscando seu pelo e escaldando sua carne. Ele caiu para frente e Valleria emergiu em toda sua glória, asas negras perturbando o ar enquanto ela descia e usava uma espada poderosa para cortar sua garganta e derramar seu sangue pelo chão. Os rugidos do Minotauro transformaram-se em gorgolejos, e o Minotauro voltou a ser um homem na lama onde deu seu último suspiro.

Valleria acenou para mim, e suas asas sopraram meu cabelo para trás de meus ombros. Ao lado da Gárgula de Damien e do Thunderbird de James, ela lutou contra os outros shifters no ar. Nuvens se acumularam no alto enquanto meu guarda-costas anterior chamava o trovão e o relâmpago, e eles estalavam ao longo de suas asas, raios mortais de energia que ele dirigia através de seus alvos no solo. As presas de Damien afundaram em um Griffin, rasgando suas asas e tornando-o incapaz de voar. Ele caiu no chão na minha frente e pulei para trás enquanto evitava o golpe.

Nix! Cuidado! Damien avisou através do nosso link, nosso batedor de cima.

No começo pensei que seu aviso era um segundo tarde demais, olhando o Griffin morto aos meus pés, mas então mãos se fecharam em volta de mim por trás, e minhas unhas arranharam meu braço em minha garganta enquanto eu chutava loucamente quando meus pés deixaram o chão.

— Nos encontramos de novo, lindo passarinho. — O hálito rançoso de Maldonado enviou arrepios assustadores pelo meu pescoço. Minhas mãos aqueceram e pressionei minhas palmas em chamas contra seus antebraços flexionados, fazendo-o me soltar com um silvo. O chão amorteceu minha queda, a neve extinguindo minhas chamas. Fiquei de pé e me virei para lutar cara a cara com o Manananggal.

Ele não perdeu tempo com uma conversa, e seus olhos brilharam em um vermelho assustador, como dois rubis no lugar dos olhos, enquanto seu estômago se alongava e então se partia em um esmagamento que me fez querer vomitar.

O ácido atingiu o fundo da minha garganta e minha Fênix avançou. Juntas, colocamos um escudo de fogo no lugar para bloquear a mandíbula afiada que nos atacou. O cheiro abrasador de carne queimada me fez engasgar, e tropecei para trás enquanto Maldonado tentava repetidas vezes me alcançar através das chamas.

— Se renda! — O silvo do outro mundo de Maldonado encheu meus ouvidos. — Renda-se e podemos poupar seus companheiros patéticos.

— Renda-se você, —disse suor escorrendo na minha testa enquanto segurava a barreira, mas estava enfraquecendo o longo tempo que segurei a parede de fogo no lugar.

O solo tremeu e se partiu quando veias semelhantes a cobras envolveram as pernas de Maldonado, capturando-o e impedindo sua capacidade de se mover. Deixei cair meu escudo de fogo, meus braços tremendo enquanto recuava no peito de Hiro. Ao seu lado, o rosto normalmente dourado de Ryder drenado para uma palidez gelada, e seus olhos estavam sem cor, um frasco caindo da ponta de seus dedos para a neve.

— Vai! — Hiro gentilmente me empurrou, apontando para o caminho que se limpava rapidamente que levava ao pódio de Stepanov.

Com as mãos apoiadas no parapeito, Stepanov comandava a guerra lá embaixo como um general ou rei, um sorriso vil estampado em seu rosto pálido.

Beijei a bochecha de Hiro rapidamente e fui embora. Um último olhar para trás mostrou Ryder coberto por tentáculos escuros de magia que lentamente se arrastou em direção ao Conselheiro.

À distância, Joshua deslizou e contornou a forma de escorpião de Rahal, esquivando-se do estalo afiado das garras e da picada letal de sua cauda. Eu sabia que ele teria consumido meu sangue imediatamente, contando com isso para neutralizar sua intensa sensibilidade ao frio nesta forma.

Eu me virei na direção de Stepanov e nossos olhos se encontraram em um olhar mortal para baixo. Sombras escuras se deslocaram sobre seu rosto, vindas de cima, enquanto corvos emergiam de todas as direções para circular ao meu redor. Uma cauda afiada beliscou minha mão enquanto eles desciam, grasnando em uma enxurrada de penas e garras para arranhar minha pele e tirar sangue.

Minha Fênix assobiou e se contorceu, e juntos lançamos uma onda gigantesca de calor, chamuscando penas para evitar que os bicos e garras afiadas infligissem mais feridas.

Estou quase lá, alertei os caras, mas ninguém respondeu.

Eu por acaso olhei para trás para ver todos eles lutando, e me lancei para frente com novo vigor, ansiosa para acabar com isso de uma vez por todas.

Garras compridas e afiadas cravaram-se em meus ombros e, com um puxão doloroso, me levantei e voei pelo ar.

Uma respiração irregular deixou meus pulmões enquanto me contorcia e tentava me libertar, ousando olhar para cima para ver uma massa de penas pretas tão escuras que brilhavam com reflexos roxos e azuis dependendo de como a luz as pegava. O sangue escorria pelo meu peito e braços de onde as enormes garras me seguravam, abrindo buracos na carne e nos músculos antes que a criatura me jogasse no topo de uma saliência com vista para a batalha abaixo.

Ofeguei para respirar, pressionando a mão em um ombro, embora o movimento doesse como uma cadela.

A criatura esquelética pousou e inclinou sua cabeça ossuda para mim, avaliando-me astutamente através de olhos escuros e sem fundo que prometiam me engolir por inteiro e nunca me deixar ver a luz do dia novamente.

— Stepanov, — chamei, minha voz rouca enquanto ele se mexia em uma agitação de penas antes de vestir um manto que deve ter plantado aqui nesta rocha. Puxando o cinto com força, ele sorriu, a expressão de gelar os ossos.

Fiquei de pé, ignorando minhas feridas doloridas.

— Estou tão feliz que você pôde se juntar a mim, Annika. Eu não disse que teríamos uma pequena reunião de família? — Ele gesticulou ao seu redor para a pequena mesa e cadeiras que ele transferiu para cá, como se fôssemos nos sentar e tomar chá enquanto ele tentava matar meus amigos e todos que eu amava.

— Isso é um pouco distorcido. — Estreitei meus olhos na configuração elaborada.

— Tudo parte da minha loucura, eu suponho. Esperava que você parasse com essa tolice de rebelião e se juntasse a mim. Você deve ver que não tem esperança de vencer. — Ele sorriu, a expressão toda errada em seu rosto. Forçado. Falsa.

O clangor de armas, estrondo de corpos, gritos de moribundos e gritos de batalha elevaram-se ao nosso redor, enchendo o ar com os sons de nossa mortalidade.

— Podemos parar com isso, Stepanov — implorei, dando a meu pai uma chance, a única que ele receberia de mim, de acabar com isso agora. — Pare com a loucura. Nosso mundo não precisa de shifters destruindo outros shifters. Somos tão poucos. Abaixe-se, abdique de sua posição e tudo isso acabará.

— E o que? — ele zombou, estudando suas mãos cobertas de sangue enquanto caminhava mais perto de mim. — Passar o resto dos meus dias em uma cela? Não, não penso assim. Sou muito arriscado para você manter vivo. Mas você não se lembra, criança? — Ele abriu os braços. — Eu sou a morte. Tudo isso é em vão, Annika, pois não posso morrer e você, infelizmente, não pode viver.

Olhando-me, ele levou a mão à boca e lambeu meu sangue obscenamente de seus dedos.

Minhas mãos criaram bolas de fogo que giraram em minhas palmas. — Então vamos acabar com isso aqui. Hoje.

— Tão ansiosa para morrer? — Stepanov estreitou os olhos. — Igualzinho a sua mãe vadia. Ela pensou que poderia escapar de mim. Ninguém, nem mesmo uma fênix, pode escapar da morte. — Sua voz ficou baixa, seu tenor profundo enquanto me ameaçava com o mesmo destino que se abateu sobre minha mãe.

Stepanov investiu, sacando as armas que estavam escondidas nas mangas largas de seu manto. Ele empunhou uma engenhoca que parecia um cruzamento entre soqueiras e garras de aparência perversa, tornando até mesmo suas mãos humanas letais enquanto ele batia em mim.

Pega de surpresa, pulei para trás, cambaleando na beirada da saliência sem ter para onde ir quando ele atacou. O metal atingiu minha carne, cortando-a em tiras, e gritei, jogando a mão sobre meu abdômen sangrando.

Empurrei a dor, segurei meu pé e girei, deslizando para me agachar enquanto batia minha perna em Stepanov, derrubando-o no chão pedregoso.

Ele riu e rapidamente se levantou, levando a arma à boca e lambendo uma longa linha de aço, juntando meu sangue em sua língua.

Meu abdômen queimou, e sibilei enquanto usava meu calor para selar a carne de volta, cauterizando a ferida para que pudesse continuar, mas não funcionou muito, a ferida reabrindo novamente e gotejando sangue pelo meu corpo.

Minha Fênix empurrou descontroladamente sob minha pele, e a deixei subir. Mudei em uma explosão gloriosa de chamas, faíscas e fumaça, minhas roupas queimando em nada além de cinzas. Lá no meu corpo estava a minha marca de explosão estelar, recentemente cercada com um símbolo para cada um dos meus homens. Marcada. Acasalada. Um lembrete pelo que estava lutando.

— Sim! — Os olhos de Stepanov brilharam e nós dançamos, cada um de nós trocando golpe após golpe. Passei minhas garras pelo rosto de Stepanov, estragando seu sorriso cruel com um golpe que cortou seus lábios sorridentes.

Gritando, circulei ao redor dele com as penas da minha cauda brilhando atrás de mim.

Arriscando uma queimadura, ele agarrou minha cauda quando cheguei muito perto e me arrancou do céu, balançando-me em um amplo arco sobre sua cabeça e me jogando contra a rocha dura. Minha cabeça girou e estrelas dançaram diante dos meus olhos. O arrastar de garras pelo meu pescoço me fez gritar, meu bico estalando nele enquanto se inclinava e lambia uma trilha até a ferida, cantarolando sua apreciação antes de se afastar com um sorriso sangrento.

Suas pupilas estavam dilatadas, seus olhos claros quase negros em seu rosto pálido.

— Ahh, — ele suspirou, rolando seu pescoço enquanto meu sangue fazia efeito.

A trilha de fogo ao longo do meu pescoço não sarava e continuei a sangrar, o mundo ficando confuso nas bordas. Lutei para me levantar do chão, vendo a piscina que havia deixado para trás.

Stepanov se lançou para ele, lambendo o chão como um cachorro enquanto bebia o que podia da superfície de pedra fria. Se pudesse ter engasgado dessa forma, eu teria.

Tentei voar, mas minhas asas balançaram e falharam. Eu caí de volta na borda e usei meus pés para me carregar para longe do Conselheiro.

Stepanov riu enquanto eu pressionava minha asa contra o ferimento, na esperança de parar o sangue que fluía livremente.

Porra, isso dói.

Como se pudesse ler meus pensamentos, Stepanov riu enquanto avançava, passando o dedo ao longo de uma garra perversa para reunir mais do meu sangue antes de sugá-lo de seu dedo. — Você já se perguntou como sua mãe morreu?

Gritei, adagas imaginárias voando nele com meu olhar afiado enquanto queimei minha própria carne novamente com minhas chamas, mas foi como dar um tapa em um Band-Aid sobre um ferimento a bala.

Nix! Damien chamou.

Estou - estou bem. Eu só ... não sei por que dói tanto. O cheiro de carne queimada fez cócegas em meu nariz enquanto tentei novamente, fazendo meu estômago revirar com o fedor nauseante.

— Claro que você deve ter percebido que o homem que a criou — rosnou Stepanov — a matou. Mas você já se perguntou por que ela nunca voltou?

Stepanov parou à mesa e pegou uma xícara, derramando um pouco de chá nela antes de tomar um gole para controlar o sabor do meu sangue em sua língua.

— Aquele shifter inútil que você uma vez chamou de pai derramou tudo quando nós prometemos a ele sua liberdade em troca de informações. O bobo. — Stepanov riu cruelmente. — Ferro, minha querida filha. Ou você não percebeu que essa era a sua fraqueza?

Minhas asas bateram com força, levantando-me fracamente no ar. A luz do sol caindo brilhou nas garras de metal de Stepanov, e de repente tudo clicou.

Merda! Não admira que não estivesse curando. Ele estava tentando me sangrar. Para consumir meu sangue e se tornar mais forte enquanto eu morria.

— Vejo que tudo está bem para você agora.

Eu me sentei na borda, longe o suficiente de Stepanov para estar segura, e mudei para trás, indiferente à minha nudez coberta de sangue.

— Exceto que tem uma coisa que você está esquecendo, Stepanov, — eu zombei enquanto minha mente ficava louca, procurando uma maneira de acabar com ele.

— Eu não acho que estou esquecendo de nada. — Ele empurrou o manto para trás e pegou o vento, ondulando para fora de seu corpo enquanto caminhávamos, circulando um ao outro bem acima da guerra abaixo.

— Você sempre se viu como a morte, esquecendo que você, você mesmo, pode morrer. Você não é imortal ou se convenceu do contrário? — Inclinei minha cabeça, estudando a maneira como seus olhos se estreitaram de raiva.

— Eu sou a morte, — ele rosnou.

— Não. Você controla a morte, — eu o lembrei, e ele rugiu. — Essas são duas coisas completamente diferentes.

— Você está certa, doce filha. — Ele sorriu. — Eu controlo a morte.

Sua cabeça tombou para trás e ele liberou seu poder crescente e mutante, deixando-o se estender a partir dele. O grito em minha cabeça foi acompanhado por uma rajada de fogo que nos protegeu das gavinhas brancas que chicoteavam de seu corpo, em busca de uma alma para sugar, drenar, para beber.

Eles caíram em cascata para fora da borda, e assisti com horror quando as gavinhas se dividiram, espalhando-se como vinhas indesejáveis se enrolando em meus companheiros. Penas pretas brotaram ao longo dos braços e pernas de Stepanov quando ele se ergueu no ar, seu corpo se contorcendo diante dos meus olhos enquanto ele voltava a se transformar em um monstruoso corvo de pesadelos. Seu grasnar arranhou minhas costas como garras, e gritei quando ele começou a tirar a vida de meus companheiros. Os tentáculos brancos brilhavam e brilhavam no crepúsculo que caía ao nosso redor, lançando longas sombras sobre o cemitério sangrento abaixo.

Minha Fênix construiu sob minha pele, reunindo sua energia, seu poder, nossa magia combinada. Bem dentro de mim, eu me segurei na magia que não era totalmente fênix. Aquele que tinha gosto diferente, que parecia diferente em minhas veias. O mesmo que surgiu quando matei Khan e salvei Molly.

Minha mãe era a vida, uma fênix, e meu pai, um koschei, era a morte, e ambos os legados viveram dentro de mim.

O baque dos meus pés correspondeu ao meu batimento cardíaco acelerado quando me lancei contra Stepanov, mudando no ar enquanto batia em seu corpo. Os tentáculos brancos vacilaram e ele gritou, o som tão sombrio quanto a própria morte.

Minha velocidade vertiginosa nos lançou sobre o penhasco em um emaranhado de asas, penas e fogo. Ele gritou enquanto minhas chamas o carbonizavam, e sangue escorria de nós dois em uma chuva sangrenta enquanto nos rasgávamos, o ferro ainda preso em suas garras me enfraquecendo a cada golpe enquanto destruímos um ao outro em uma luta pela vida e morte.

Abaixo de mim, peguei vislumbres de meus companheiros caindo no chão enquanto girava no ar, caindo com Stepanov, sua força vital enfraquecida por ele. Eu chorei quando suas mentes começaram a fugir enquanto Damien perdia o controle sobre nossa conexão.

Não! Não, não, não! Esforcei-me por suas mentes enquanto eles deslizavam para longe, morrendo enquanto eu estava caindo.

Meu Kraken - amoroso, firme e lógico Theo.

Meu Púca - rosnado, possessivo Killian.

Minha gárgula - Damien protetor e forte.

Meu Ceraptor - divertido, doce Ryder.

Meu Kitsune - Hiro compassivo e dominante.

Meu Basilisco - gentil e doce Joshua.

Meu amor por eles era um mar sem limites, sem fim. Estendia-se até o fundo do oceano mais profundo e estendia-se muito além do céu acima, insondável em sua profundidade.

Explodi em uma bola de fogo, e minha Fênix arrulhou na minha cabeça, deixando-me saber que tudo ficaria bem.

Alcançando dentro de mim, agarrei a parte mais negra da minha alma.

Gavinhas brancas intercaladas com ouro, roxo, vermelho e preto voaram para fora do meu peito e envolveram Stepanov, unindo-nos a éter. Ele tentou escapar, voando mais alto, antes que eu amarrasse suas asas. Sua mudança formigou contra mim enquanto ele tentava se transformar de volta em sua pele humana, lutando contra minha magia. Com um último olhar malicioso, ele enfiou as garras de ferro em meu estômago. Nossos gritos comuns de dor se misturaram, perfurando minha cabeça enquanto ele queimava em minhas mãos.

Eu era a filha da vida.

Eu era a filha da morte.

Foco. Lutei para bloquear a agonia, pensando no meu próximo movimento. Instintivamente, puxei, os tentáculos queimando, e suguei a vida dele um gole de cada vez, destruindo o poder que ele roubou de mim e sufocando a chama vermelha profunda de sua essência vital. Sua alma parecia errada, escura e tóxica em meu peito enquanto era expelida dele. A lama de ônix me sufocou, demais para segurar. Pontos negros nadou na minha visão e meu batimento cardíaco diminuiu.

Minhas asas queimaram quando meu fogo me envolveu, meu poder enfraquecendo enquanto drenava Stepanov. Seu peito finalmente parou de subir e descer, e ele se desintegrou em minhas chamas, transformando-se em nada além de poeira no vento.

Tentei bater minhas asas enquanto o chão ficava mais perto, mas a dor era muito grande, o fogo excruciante quanto nunca foi antes. Minha Fênix tentou me proteger da dor, dando-me misericórdia quando minhas penas começaram a cair, dançando ao meu redor enquanto meus olhos queimavam.

Com minha última explosão de energia, diminuí o tempo, precisando de cada segundo. O vento que passou rapidamente se transformou em uma mera brisa enquanto olhava para o céu acima. Respirei agonizante e empurrei todo o meu amor para meus companheiros.

Nix! O grito de Damien por mim foi ecoado por todos os meus companheiros, lento e prolongado conforme os segundos passavam em uma fração de sua velocidade normal.

Nix, voe, querida. Por favor, voe! Killian implorou, implorou e orou. Seu pânico o sufocou, estrangulando sua voz em minha mente. Não é assim que termina!

Fechei os olhos, só querendo ver meus companheiros enquanto imaginava o lindo futuro que Killian me mostrou.

Eu os vi no dia do nosso casamento, sorrindo para mim enquanto caminhava em direção a eles, desta vez cercados por flores coloridas e grama verde. Damien me surpreendendo com as chaves de nossa nova casa. Ryder saltando pelos quartos, planejando todas as coisas que iria comprar para enchê-la e torná-la um lar. Joshua esfregando meu estômago inchado, rindo de Ryder enquanto ele me alimentava com guloseimas, enquanto Damien o repreendia por encorajar meu desejo por doces. Theo em seu computador, procurando nomes de bebês com Hiro ao seu lado enquanto Killian tentava proteger a casa, suas mãos grandes atrapalhando-se com todas as pequenas fechaduras. A empolgação deles quando tivemos um filho, todos nós felizes por criá-lo no mundo que lutamos tanto para construir. Pude vê-los como maridos e pais, toda a nossa vida juntos se espalhou na minha memória, um milhão de momentos felizes que deveriam ser nossos.

Eu amo vocês. Enviei o pensamento para eles, esperando que chegasse a tempo, sabendo que nunca seria o suficiente.

Como você dizia adeus a alguém quando havia mais um milhão de momentos que vocês deveriam compartilhar juntos? A agonia rasgou meu coração enquanto minha alma se estilhaçava.

Eu amo vocês muito. Muito. Lágrimas saíram de meus olhos, mesmo na minha forma de Fênix. Viva para mim. Todos os dias. Nunca se esqueçam do quanto vocês sempre significaram para mim. Sua felicidade antes da minha, sempre eu juro. Seus sonhos antes dos meus, sempre eu juro. Sua vida antes da minha, sempre eu juro. Sua alma antes da minha, sempre eu juro. Prometeu eternamente. Pela vida, pela morte, eternamente ligados.

Meus companheiros foram o último pensamento em minha mente quando minha Fênix envolveu suas asas em volta de mim, me embalando em seu calor enquanto nossa chama se transformava em uma faísca, depois em uma brasa, e então em nada.

Meu último suspiro foi nada mais do que uma nuvem de fumaça quando me transformei em cinzas e me tornei parte do céu.

VINTE

KILLIAN

Um mês desde a morte de Nix ...

Gritei quando o corpo de Nix caiu de volta na terra, um lento e agonizante segundo de cada vez.

— Nix! — Seu nome foi um grito rouco em meus lábios.

Observei seu corpo queimar em chamas laranja e vermelhas, penas chovendo ao nosso redor enquanto ela caía. E então ela simplesmente ... se foi. As cinzas se espalharam ao vento.

— Não! Nix! — Eu me debati, minha garganta em carne viva de quantas vezes chamei seu nome. Corri para frente, mas ela não estava lá. Ela não estava em lugar nenhum. — Nix! Bebê!

— Ela se foi, — Damien sussurrou, sua mão agarrando seu coração enquanto os restos mortais de Nix flutuavam pelo ar. — Ela se foi.

— O que você quer dizer com ela se foi? — Ryder gritou, suas mãos enterradas em seu cabelo, puxando os fios roxos com força suficiente para arranca-los.

— Não, — sussurrei, caindo de joelhos na neve.

— O ferro. Seu corpo ... simplesmente ... se foi.

— Ela sempre volta, — sussurrou Theo. Esperamos em silêncio, a guerra travada, a batalha ganha.

Esse silêncio ficou mais alto em meus ouvidos até que percebi que estava gritando, lamentando, implorando por minha companheira.

— Não! Isso não está certo. Não é assim que acaba. Volte para mim. Volte para mim, Nix! — O nome dela era uma ladainha na minha língua. Lágrimas caíram, rastreando minhas bochechas pela primeira vez desde que era criança.

— Killian! — O chamado agudo do meu nome me assustou, e enfiei a mão no meu cabelo enquanto sacudia para cima, os lençóis se enrolando em minha metade inferior.

— Foda-se, — murmurei, minha voz verdadeiramente crua.

— Você estava gritando por ela de novo, — Damien me informou da porta, não ousando entrar na sala. Para dois caras que compartilhavam os mesmos aposentos, fazíamos questão de não nos vermos tanto quanto podíamos.

— D-desculpe, — murmurei, ainda tentando engolir minha garganta seca e irritada.

Foi por isso que eu não dormi, porra. Fechei os olhos, jurando que ainda podia senti-la no ar. Ela sempre se sentia mais próxima quando um dos meus irmãos estava por perto, e era por isso que nenhum de nós se via. Doeu pra caralho.

Meu coração estava morto no meu peito, e soquei meu travesseiro quando Damien saiu sem dizer outra palavra, fechando minha porta atrás dele com um clique.

Não conseguia pensar, não conseguia respirar, não conseguia dormir, porra.

Em vez disso, olhei para as sombras em movimento no meu teto, tentando não pensar sobre como costumava ser a sensação de ter o corpo ágil de Nix deitado ao meu lado, sua mão no meu peito enquanto ela se aninhava perto.

Meus olhos lacrimejaram e coloquei um braço sobre o rosto, tentando bloquear as memórias. Pensar nela arrancou meu coração do peito, deixando um buraco onde o órgão vital costumava ficar enquanto sangrava no chão.

Incapaz de demorar mais um segundo, levantei-me, vesti-me e saí para a noite. Eu não sabia para onde estava indo até estar na parte de trás de um maldito Uber, tentando não me separar enquanto pensava no dia em que conheci o amor da minha vida.

Joguei algum dinheiro para o motorista, esperando que estivesse correto, e caminhei até o hangar antes de abrir a porta e encarar meu avião. A última vez que voei foi um mês atrás, e desejei como o inferno ter mudado a porra da coisa. Desejei nunca ter deixado Nix em qualquer lugar perto daquele campo de batalha naquele dia. Por que escolhemos lutar? Por que a deixamos ir atrás de Stepanov? Por que simplesmente não a pegamos e corremos quando tivemos a chance? Mesmo uma vida fugindo do Conselho teria sido melhor do que isso, porque Nix ainda estaria aqui. Comigo. Com os irmãos que eu mal tinha visto desde que ela nos deixou.

Eu poderia ter impedido. Quantas noites fiquei acordado, esboçando aquela cena exata? Quantas vezes?

Enfiando a mão no bolso, tirei um dos meus desenhos, estudando-o pela milionésima vez desde que Nix me deixou, procurando pistas de como eu poderia ter evitado o que aconteceu.

Com um rugido, rasguei o papel em pequenos pedaços e os deixei espalhar ao vento, assim como as cinzas de Nix haviam feito. Eu tinha visto isso, e não fui capaz de impedir. Agarrei meu cabelo, precisando sentir algo, qualquer coisa, além da agonia que rasgava meu peito.

— Mudar suas visões não é sua responsabilidade, Abra.

Eu ainda podia ouvir sua voz clara como o dia em minha mente, e ansiava por isso, me esforçando para manter sua doce cadência. Fechei meus olhos, meio que esperando sentir o cheiro doce e esfumaçado que era todo de minha companheira.

— Nix, — sussurrei entrecortadamente na noite minguante.

Minha mente ficou entorpecida o suficiente para passar pelas verificações antes do voo, então me arrastei para dentro e taxiei pela pista, levantando a nave no ar e deixando o vento bater nas asas.

Era assim que Nix parecia voar? Para voar alto? Sua alma estava em algum lugar lá fora agora, voando comigo?

Minhas mãos agarraram os controles e não parei as lágrimas que correram novamente. Ninguém esperava que um homem, especialmente alguém tão grande e ranzinza quanto eu, chorasse, mas perder minha companheira me deixou de joelhos e me reduziu a nada. Eu não era nada sem ela.

Voei por tempo suficiente para assistir ao nascer do sol, tentando chegar um pouco mais perto de minha companheira, procurando por ela nas estrelas que escureciam, a lua crescente, o sol nascente, enquanto me concedia este indulto e chorava.


VINTE E UM

HIRO

Dois meses desde a morte de Nix ...

Empurrando meu laptop para longe com um gemido de desgosto, me dirigi para a estação de café na borda do meu escritório, minha visão muito embaçada para responder qualquer outro dos e-mails que se acumularam. Eu nem sabia há quanto tempo estava acordado neste momento dois dias? Três? mas estava além do ponto de me importar. Cada dia era apenas mais uma cicatriz na minha alma, outra marca de contagem contra o que deveria ter sido o meu futuro de sonho. Dois companheiros, meus irmãos e eventuais filhos ao meu lado. Mesmo quando não queria me permitir sonhar, eu fiz.

— Dois meses, querida. — Olhei para o teto, murmurando as palavras para mim mesmo, meio delirando com a falta de sono e a cafeína que estava usando em seu lugar. Eu não conseguia dormir, se dormia, sonhava. Se sonhasse ... — Você sabe quantos ataques você somou? — A memória me penetrou. Meu Kitsune gritou sua dor dentro da minha cabeça, enrolando-se sob suas caudas. Eu não tinha mudado desde a morte dela ele se retirou bem dentro de mim, longe da agonia de nossa perda.

Meu computador apitou novamente e limpei as lágrimas que borraram meus olhos. Eu sabia quais eram as mensagens, o que todas eram realmente. Derramamentos de tristeza e esperança daqueles que estiveram conosco na rebelião eram frequentes, mas a maior parte do que eu lidava agora eram aqueles que ainda estavam em dúvida sobre os novos padrões de vida. Shifters testando a água, querendo buscar alianças ou nos desafiar para ver se as coisas voltariam a ser como eram, todos com suas próprias agendas. Fui forçado a esconder minha dor atrás de uma máscara política, o sorriso de embaixador que me ensinaram desde o berço, mas o próprio dia que passou parecia quebrar essa fachada um pouco mais.

Precisava dos meus irmãos, precisava de Ryder, mas aqui estava eu sentado sozinho mais uma vez, o vínculo que foi nosso salva-vidas por uma década tão morto quanto minha companheira. Eu tinha estendido a mão para Ryder depois da batalha e, por um momento, apenas um, despejamos nossa dor nos braços um do outro, mas a culpa era demais para suportar. Eu amava Ryder, mas sentir que quando Nix não estava ao nosso lado rasgou essa emoção, a culpa nos corroendo até que não podíamos nem mesmo lidar com estar na mesma sala que o outro. Como eu ainda poderia sentir amor com um de meus companheiros morto? Como poderia sentir atração quando nunca mais teria o gosto de Nix em meus lábios novamente? Como poderia justificar buscar conforto nos braços ou na cama de Ryder quando não havia conforto para Nix, apenas uma morte final ardente quando prometemos a ela para sempre?

As lágrimas caíam em cascata pelo meu rosto agora, pingando no meu café mesmo enquanto bebia sem pensar. Eu não conseguia dormir, não podia arriscar. Uma das duas coisas aconteceu quando dormi eu assistia Nix morrer novamente e acordei gritando de dor para meu quarto vazio, ou a segurei em meus braços, jurando protegê-la, apenas para acordar com frio e sozinho, sentindo meu coração arrancado do meu peito de novo. Não, dormir não era uma opção.

Eu cumpriria meu dever para com nosso povo, ajudaria eles a se estabelecerem na nova vida pela qual Nix se sacrificou, e espero que talvez um dia eu seja capaz de dormir novamente, respirar novamente, viver novamente. Ela morreu para nos salvar, para nos dar a chance de ser uma família, e nós falhamos até mesmo nisso.

Se ao menos ela nunca tivesse vindo para nós, nunca nos conhecido ... Meu Kitsune soltou um grito triste. Ela ainda estaria viva, pensei teimosamente, lutando contra a dor que dilacerava minhas entranhas. Eu não a teria, mas seu coração ainda estaria batendo. Sua alma ainda estaria neste mundo.

— Amo você, Nix. — Meus ombros tremeram com os soluços enquanto me encostei na parede. — Você deveria nos deixar protegê-la. Você sempre voltou para nós. Por que você teve que parar? — Joguei minha caneca de café contra a parede, sem me importar com os pedaços quebrados enquanto voavam de volta para mim, arranhando minha pele, o latejar surdo do meu sangue deixando meu corpo apenas uma sensação incômoda em minha mente.

— Sinto muito, querida. — Tanta tristeza derramou nessas palavras quando voltei para a minha mesa, meu peito se rasgando de dor. Fiquei triste por não a proteger de ser encontrada. Por não a salvar de nenhuma das mortes que sofreu sob nossos cuidados. Lamentei por ter falhado com ela, mesmo agora, enquanto me afastava do conforto de que precisava, me fechando para a nossa família. Trabalho era tudo que eu tinha a dar a ela agora, então trabalharia até cair. Pelo menos então eu a veria novamente ...

 


VINTE E DOIS

RYDER

Três meses desde a morte de Nix ...

— Tio Ry? — A voz suave me puxou, rasgando a névoa em minha mente, forçando minha atenção de volta ao presente. Os gritos que ecoavam dentro de mim diminuíram para um rugido abafado que era constante nos últimos três meses.

— Ei, Emy passarinho — murmurei, acariciando seu cabelo macio. — Desculpe. Estava sonhando acordado. — Mais como um sonho de pesadelo. Será que existe uma palavra para isso? Pesadelos que rasgavam você mesmo no meio do dia, despedaçando sua mente a cada respiração, rasgando seu peito até que você quisesse abri-lo sozinho para ver se isso iria parar a dor?

Aqueles grandes olhos castanhos eram muito maduros enquanto examinavam meu rosto, sua pequena mão deslizando na minha para me dar um pequeno aperto. Olhei para o chão do quarto dela, onde estávamos sentados juntos, tentando me recompor, e meus olhos se desviaram, apertando-se enquanto me obrigava a respirar. Emy queria brincar de boneca comigo, mas vendo as conchas vazias espalhadas no chão ao nosso redor naquelas posições quebradas ... Meu Ceraptor empinou em minha cabeça, batendo em mim com asas e cascos, gritando por nossos companheiros, nossos irmãos, nossos família.

— Eu também sinto falta da tia Nix. — A voz de Emy estava baixa, e engoli em seco com o nó na garganta. Emy brincou com meus dedos, olhando para mim sob a cachoeira de seu cabelo loiro-branco.

— Eu sei, Emy. Eu sinto muito. — As palavras me rasgaram, corroendo minha garganta.

— Eu sinto falta do tio Hiro e dos meus outros tios também, — ela sussurrou, olhando para mim novamente através dos cílios úmidos, e a labareda de agonia que essas palavras evocaram foi como um chicote em minha pele. Conhecíamos os riscos de perder Nix, de perder qualquer um de nós, mas não acho que nenhum de nós esperava a devastação que reinou em nossas vidas. Mesmo com Emy e os outros híbridos para me manter ocupado, não foi o suficiente para bloquear a dor. Eu perdi não apenas Nix naquele dia, mas tudo. Eu não poderia estar perto de Hiro, não quando precisava dele tão desesperadamente, não quando tocá-lo, tê-lo, ser confortado por ele era uma traição de tudo que prometi a Nix - a eternidade. Eu não o merecia, não merecia nenhum deles. Era o curandeiro, aquele que deveria consertar tudo de novo, e nem mesmo tive a chance de tentar. Ela acabou de sair e eu era tão inútil como se não tivesse nenhum poder, não importa o quanto seu sangue tivesse me estimulado.

— Todo mundo está trabalhando muito duro agora, Emy, — eu a lembrei, limpando minha garganta enquanto forcei as palavras para fora. Trabalhando muito para evitar um ao outro. Em evitar as memórias. A dor. A agonia de nos vermos e sabermos que nosso âmago, nossa própria razão de viver, foi varrida da existência.

— Com a ajuda da tia Nix, não tem problema em sentir falta das pessoas quando elas vão embora. — Emy pegou uma de suas bonecas, embalando-a contra o peito enquanto balançava. Meu Ceraptor soltou um grito de trombeta com essas palavras simples, e mordi minha língua com força, o gosto de cobre enchendo minha boca enquanto lutava contra meu próprio soluço de dor. Precisava ser forte por Emy, mas Deus, era difícil. — Ela disse que sentia falta de sua mãe como eu sinto da minha, e que quando eu sentir falta dela, deveria falar com ela. Que embora ela não esteja aqui, ela pode me ouvir porque ela está cuidando de mim. — Lágrimas correram por suas bochechas rosadas, caindo suavemente na boneca que ela embalou. — Eu sei que tia Nix está me ouvindo agora também. Ela sempre prometeu que me ouviria quando eu precisasse dela.

— Emy. — O nome dela saiu dos meus lábios e puxei a menina para o meu colo, dando um beijo em seu cabelo, respirando-a enquanto lutava para me controlar.

— Você também pode falar com ela — sussurrou Emy, sua mãozinha agarrando minha camisa como se tivesse medo de que eu desaparecesse como sua mãe, como Nix. — Eu acho que ela gostaria disso. Eu sei que gosto quando você fala comigo. E sempre me sinto melhor depois de falar com mamãe e Nix.

Sussurrei para Emy, balançando-a para frente e para trás. — Vou tentar, Emy passarinho — murmurei para ela. Como poderia dizer a esta pequena criatura que ela estava quebrando meu coração e pulverizando o pequeno controle que eu tinha? Ela não poderia saber que falei com Nix, gritei por ela, implorei por ela, solucei por ela, precisando que ela me ouvisse, para manter sua promessa e voltar. Sem ela, não éramos nada. Nem amantes, nem companheiros, nem amigos, nem irmãos. Éramos conchas sem vida, tão seguramente quanto as bonecas que estavam ao redor dos meus pés.

 

VINTE E TRÊS

THEO

Quatro meses desde a morte de Nix ...

Joguei o livro contra a parede com um rugido antes de enfiar minhas mãos no meu cabelo enquanto olhava para a confusão ao meu redor. Livros espalhados pela escrivaninha, o chão, a mesa jogados lá em minha fúria ou batidos lá em minha negligência. Meu computador zumbia na mesa ao meu lado, um programa piscando rapidamente na tela.

— Nada! — Bati minha mão sobre a mesa enquanto fechava os olhos com força antes de pular e ir para a estante, agarrando o próximo livro que meus dedos tocaram enquanto tentava forçar a entrada de ar em minha boca. Faz quatro meses. Quatro meses desde que a luz em nossa família se apagou. E não estava mais perto de encontrar uma maneira de trazê-la de volta do que meses atrás. Procurei em todos os locais que pude pensar, vasculhei todos os livros, procurei em todas as pistas. Bati em Ciarán como o inferno enquanto implorava a ele para rastrear sua alma, para encontrar um link para ela em algum lugar, em qualquer lugar. Ele me disse que sua alma era um reflexo da nossa própria, e que sempre teríamos um pedaço dela dentro de nós antes que eu esmagasse sua cabeça contra a parede.

Rastreei um Cerberus e até um Shinigami, desesperado para tentar se conectar com o espírito de Nix, se nada mais. Ambos ofereceram condolências, mesmo com minhas lâminas na garganta, antes de me informar que apenas guiavam os espíritos. Falar diretamente com os mortos não era um conjunto de habilidades mitológicas, me disseram, mas eles deviam estar errados. Devia haver um aliado, um feitiço, uma pista em algum lugar. Meu Kraken rugiu se pudesse apenas ouvi-la novamente, senti-la novamente, poderia trazê-la de volta, eu sabia que poderia. Eu a faria voltar para nós, pegaria seu espírito e o forçaria de volta a este plano.

Uma batida soou na minha porta e rosnei, minha atenção enterrada no livro que segurava. Encontraria algo, droga.

— Theo. — Engoli as palavras raivosas que queriam sair da minha garganta enquanto me concentrei em minha mãe. Seus olhos estavam suaves e cheios de lágrimas enquanto percebiam a destruição ao nosso redor.

— O que você precisa? — Minha voz estava rouca, quebrada e áspera por causa dos gritos que dei quando cada nova pista se provou inútil, provou que minha vida estava fora do meu alcance pela eternidade.

— Para você parar de lamentar, — ela respondeu simplesmente. Rosnei, ignorando completamente o olhar que ela me deu. — A limpeza desta guerra não durará para sempre, Theo. Você não pode mais se enterrar em batalhas durante o dia do que em livros à noite.

— Então vou me enterrar em livros o dia todo! — Bati o livro na mesa enquanto ficava de pé. — Eu não me importo em ser a porra do general ou líder da guerra ou qualquer título que eles ficaram felizes em conceder a mim. Chame-me de historiador maldito se quiser um sinal para minha porta, mas não vou desistir dela e não posso acreditar que você vá! A fúria saiu de mim em ondas e, pela primeira vez, foi direcionada à minha mãe. — Ela salvou sua filha, ou você esqueceu isso? Deu sua própria vida por ela. Ela se virou e desistiu de sua imortalidade por todos os outros. Ela encontrou uma maneira de fazer o impossível, e nós devemos a ela fazer a mesma coisa! — Meu peito arfou enquanto gritava as palavras, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Minha mãe não vacilou com a minha rispidez, apenas erguendo a mão para segurar minha bochecha, mas recuei com o contato. Era o toque de Nix que precisava, nenhum outro faria.

— Nunca esquecerei o que Nix fez por minha família. Ela era minha filha tanto quanto sua companheira, — ela declarou simplesmente, com lágrimas enchendo seus olhos. — Amarei aquela criança até o dia de minha morte, da mesma forma que ainda amo seu pai. — Seus olhos ficaram mais duros enquanto ela olhava para mim. — Mas isso não é honrá-la. Rasgar sua família em pedaços, a coisa que ela mais amou, é não a amar ou sua memória, Theo.

Bati meu punho na parede, ignorando a forma como o gesso rachou em volta da minha mão, enquanto as palavras se recusavam a passar pela minha garganta apertada. Ela não conseguia entender. Ninguém conseguia entender.

Mamãe suspirou, balançando a cabeça. — Eu posso ver o que você está pensando, Theodore. Eu perdi meu próprio companheiro, ou você esqueceu? Eu sei o que significa ter sua alma arrancada de dentro de você. Mas, por mais culpado que você se sinta, por mais sujo que você se sinta, por mais doloroso que seja, chega um momento em que a dor começa a desaparecer. Quando sua mente se concentra nas memórias felizes que vocês construíram juntos, não apenas nas tristes. E vai parecer que você a está traindo, traindo tudo que você amou, mas não é uma traição. Você viveu, Theo. Você e seus irmãos. Vocês precisarão um do outro, e Nix esperaria isso por você. Ela ficaria furiosa com o que todos vocês fizeram uns aos outros.

Balancei minha cabeça, frenética. — Não pode desaparecer. — Minha voz falhou. — Não pode. Se desaparecer, pararei de procurar. E se eu parar de procurar...

— Ela já se foi, Theo. Você procurar maneiras de trazê-la de volta não faz nada. Não existe criatura que possa devolvê-la para nós. Mas existem seus irmãos que estão sofrendo enquanto seguem seu próprio caminho, precisando de alguém para reuni-los novamente. Sua família será diferente agora, mas ainda há bons momentos para lembrar e bons momentos para o futuro. — Meu Kraken se debateu dentro de mim, recusando suas palavras, e não encontraria seus olhos enquanto ela suspirava. — Apenas pense sobre isso, bebê. Todos nós sentimos sua falta.

A porta se fechou suavemente atrás dela, e voltei para o livro que estava procurando. Ninguém acreditava que uma fênix existia, ninguém acreditava que ela poderia salvar Molly, ninguém acreditava que ela poderia derrotar Stepanov. Mas eu acreditei. Nix fazia o impossível todos os dias e, desta vez, iria ajudá-la. A felicidade do meus irmãos só poderia ser resgatada quando trouxesse Nix de volta para nós e, até então, derrubaria este mundo para encontrar a chave.

 


VINTE E QUATRO

DAMIEN

Cinco meses desde a morte de Nix ...

Olhei fixamente para o memorando diante de mim, e as palavras nadaram diante dos meus olhos. Quantas vezes li isso? Eu não tinha certeza, mas meu braço estava rígido e meu pescoço estava começando a doer. Eu o deixei cair na minha mesa e recostei-me na cadeira, beliscando a ponta do meu nariz enquanto exalava um suspiro, puxando-me da memória da minha companheira que me perdi. Foi assim durante os últimos cinco meses da minha vida.

Nix. O nome dela cantou em minha mente, e engoli em seco, tentando enfiar o nó permanente na minha garganta de volta para baixo pelo menos até o final do dia. Até então, eu era necessário, esperado para funcionar, mesmo quando tudo que queria fazer era desmoronar.

Limpei a garganta e voltei ao memorando, feliz em ver que não era outro relatório de levantes em um de nossos outros assentamentos enquanto eles lutavam para se adaptar ao novo mundo e às novas regras. Infelizmente, embora os vereadores estivessem mortos e desaparecidos, seus simpatizantes continuavam vivendo em grupos extremistas que estávamos tentando esmagar. Adicione os humanos ameaçando expor nossos segredos agora que nos recusamos a alimentá-los com produtos subornáveis do mundo shifter como sangue de fênix ou penas de grifo e meus dias foram cheios de estresse. Ambas as provações me causaram dores de cabeça regulares e fiquei feliz em ver algo positivo finalmente surgir em minha mesa. Lendo de verdade dessa vez, sorri suavemente e assinei meu nome na parte inferior, ao lado das assinaturas de Ciarán, Valleria, Li Min, Tao, Donovan e dos outros representantes. Este foi um projeto pelo qual lutei e, felizmente, não encontrei resistência. Tornar o lar das crianças uma realidade era uma das minhas principais prioridades e daria às crianças híbridas um lugar permanente para viver e crescer.

Nix teria ficado emocionada, e era por isso que eu ainda estava aqui, sentado nesta maldita cadeira todos os dias, do nascer ao pôr do sol. Depois que Nix morreu, não consegui abandonar a posição que me fora oferecida no novo Conselho, formado por um sistema democrático. As cadeiras estavam ocupadas com uma distribuição uniformemente equilibrada de poder, mitológicos sentados ao lado de shifters animais, todos com voto e palavra iguais. Nos primeiros meses, foi fácil me jogar no meu trabalho, me desgastando reconstruindo nosso mundo até que a extrema exaustão me reivindicou no final de cada dia, arrastando-me para o único mundo onde Nix ainda existia em meus sonhos. Agora que as coisas estavam funcionando mais suavemente, no entanto, estava ficando mais difícil preencher meu tempo a cada dia, trabalhar até a exaustão cega que precisava esquecer, manter a máscara pintada no meu rosto para que ninguém pudesse me ver quebrar.

— Este é para você, querida, — sussurrei, olhando para a página antes de colocá-la de volta na minha mesa.

O som da construção em nossa terceira onda de moradias encheu o ar do lado de fora da minha janela, e me perguntei se algum dos meus irmãos reivindicaria uma para si. Passaram-se meses desde que nos falamos, muito menos nos vimos. Vê-los doeu pra caralho. A culpa que senti por deixar Nix lutar naquele dia foi esmagadora. Eu não conseguia olhar em seus rostos. Eu não conseguia ler suas mentes e suportar sua dor quando estava mal respirando por conta própria. Ergui paredes em torno de nosso elo mental no momento em que percebi o que aconteceu, fechando-o do jeito que prometi a ela que não faria, mas a dor era demais.

Arrastei uma respiração irregular e tentei bloquear minhas emoções, assim como havia bloqueado meus pensamentos e os dos outros.

Entorpecer foi a única maneira de passar o dia intacto.

Pegando o sanduíche pré-embrulhado, abri e enruguei o nariz, cheirando antes de testar uma mordida que acabou indo direto para a lata de lixo. Sentia saudades de boa comida, mas mal conseguia sentir o gosto ultimamente e não conseguia fazer o esforço. Estar na cozinha sem Nix parecia errado. Vazio. Sem sentido.

O que restou do meu coração apertou no meu peito, a dor da perda me lembrando que ainda estava vivo. Se você pudesse chamar isso de vida.

Uma batida na minha porta me tirou de minha tristeza, e olhei para cima para ver Ciarán e Rini parados na minha porta.

Balancei minha cabeça. — Não estou realmente disposto a receber visitantes.

— Bem, isso é muito ruim, — Rini resmungou enquanto entrava no meu escritório. Ciarán agarrou seu braço gentilmente e estalou a mão.

— Lembre-se, querida, eu disse para jogar bonito, — provocou Ciarán com ternura.

— Isso sou eu sendo legal. — Ela puxou o braço para fora do aperto de seu companheiro, e ele riu enquanto segurava sua mão no sinal universal de rendição.

— O que posso fazer para você? — Eu solicitei, esperando seguir em frente. Ver os dois juntos doía pra caralho, e por mais que não quisesse ficar com raiva dos meus amigos por terem um relacionamento próspero, estava com raiva por não ter mais o que eles tinham.

Deveríamos ter anos. Para sempre. Prometemos um ao outro a eternidade. Tínhamos feito o voto. E isso não mudou nada ela ainda estava morta.

— Isso não é viver, Damien, — Rini repreendeu, agitando os braços ao redor do escritório, embora eu não pudesse ver por mim mesmo. — Quando foi a última vez que você comeu? Ou tomou banho? Ou viu a luz do sol além da janela do escritório?

— Eu ainda estou aqui, Rini, então diria que estou bem, — rosnei, um participante relutante nesta conversa.

— Ela não gostaria de ver você assim. — A voz feminina de Rini se suavizou, e queria fechar meus olhos e esperar ouvir Nix ao lado dela.

Eu os mantive abertos.

— Ela não está aqui, Rini. — Sussurrei as palavras com a garganta apertada. — Ou você não percebeu que ela está morta?

— Ela pode ter morrido fisicamente, Damien, — disse Rini, — mas isso não significa que Nix se foi.

— Você encontrou algo? — Sentei-me reto, minhas mãos agarrando a borda da minha mesa. A esperança acendeu em meu peito, o primeiro calor que senti em cinco meses agonizantes. — Eu ouvi que Theo pediu para você pesquisar, ela está -

Ciarán balançou a cabeça, sufocando a centelha de esperança antes mesmo de ela se firmar, e ergueu a mão, caminhando agilmente em direção à minha mesa. — Não. O que resta da alma de Nix vive através de você e seus irmãos. As almas de companheiros são um reflexo uma da outra, e ela marcou você como se fosse sua.

A emoção bloqueou minha garganta e virei minha cabeça, piscando enquanto meu coração congelava no meu peito.

— Por que você não os viu, Damien? Você sabe que eles sempre olham para você e Theo. Eles precisam de você, D, e acho que você precisa deles, — Rini argumentou.

— O que preciso é ter minha companheira de volta, — rosnei, querendo ficar sozinha para poder chorar e gritar e me enfurecer para o céu. Eu nunca fiquei com raiva rapidamente, mas queria virar a mesa, jogar alguma coisa e voar para o céu e nunca mais descer, apenas para poder estar mais perto de onde quer que Nix estivesse no universo.

— Você está falhando com ela. — Rini balançou a cabeça em clara decepção.

— Eu sei que falhei com ela! — Minha cadeira raspou no chão enquanto empurrava para ficar de pé, batendo minhas mãos na mesa enquanto fervia. — Você acha que eu não sei disso?

— Não então, — Ciarán respondeu enquanto puxava Rini de volta para seu peito, seu tom severo dado como acabei de gritar com sua companheira. Ele estava realmente protegendo Rini de mim? Essa ideia me rasgou como uma faca nas minhas asas. — Você está falhando com ela agora.

— Ela não iria querer isso para você. Para qualquer um de vocês. — Rini prendeu o cabelo para trás, seu estilo típico retornou depois de ter crescido muito durante a rebelião. — Ela morreu para te dar vida e para dar a todos nós uma chance de mudar as coisas. Você está fazendo um bom trabalho reconstruindo nosso mundo, Damien, mas agora é hora de reconstruir sua família. Nix não gostaria de ser o que separou vocês. Acredite em mim quando digo que ela rasgaria um novo para você, se pudesse, mas uma vez que ela não está conosco, eu, como sua melhor amiga, sua irmã, farei isso por ela se você não se recompor. Você sempre foi como um irmão para mim, Damien, mas mesmo você e eu nunca fomos tão próximos quanto o vínculo que você compartilha com Theo, Hiro, Ryder, Killian e Joshua. Não deixe sua irmandade morrer com Nix. Ela nunca teria desejado isso. Ela nunca aceitaria bem isso.

Minha cabeça estava girando quando Rini girou e me deixou sozinha com esse sentimento, e desabei em minha cadeira, inclinei-me para frente e enterrei minha cabeça em minhas mãos.

— Nix. — Minha voz era apenas um fragmento de som quase inaudível enquanto engasgava com as lágrimas que se recusavam a ficar presas atrás dos meus olhos por mais tempo. Eles escorreram pelo meu rosto e pressionaram minhas mãos enquanto eu dizia as palavras que queria dizer para Nix. — Eu sinto muito, porra.

 


VINTE E CINCO

JOSHUA

Seis meses desde a morte de Nix ...

Um músculo pulsou ao lado do meu olho enquanto olhava para a porta na minha frente. Eu não queria estar aqui. Francamente, queria estar em qualquer lugar menos aqui. A cela na qual eu quase queimei até a morte parecia uma opção de resort de luxo no momento.

Mas Damien me ligou. Ele me pediu para vir aqui. E recusei no início. Era demais ouvir falar dele depois de tantos meses, e então isso? Mas eu devia a Damien, e se isso era o que ele precisava, então faria, mesmo que destruísse a pequena parte da minha alma que restou.

Deslizei a chave na porta antes de abri-la, meus olhos cerrados com força enquanto me forcei a respirar. O ar tinha apenas a primeira mordida de outono, o sol quente contra minha pele, e eu queria correr. Para fugir de volta para a solidão em que estava enrolado. Perdido nem começou a descrever os últimos meses da minha vida. Sem família. Sem irmãos. Sem emprego. Apenas um quarto escuro, uma lareira crepitante e a dor que me deixava contorcendo-se de agonia a cada respiração.

Ela foi feita para mim, para nós. Ela era nosso elo com tudo o que era bom nesta vida. Eu deveria passar meus dias cuidando dela, de nossos filhos, enquanto a fazia rir todos os dias. A fez sorrir. Fez as sombras em seus olhos desaparecerem até que houvesse apenas luz e amor queimando dentro dela, destruindo a mancha de seu passado sombrio. Ela era nossa rainha e sem ela não havia nada.

Mas Damien me disse que precisava disso. Precisávamos disso. E embora uma parte de mim odiasse a força que envolvia seu tom, uma força que deveria ter sumido desde que ela se foi, desde que eu fui, não iria traí-lo e me afastar quando ele pedisse. Então, estava aqui e iria superar isso. Gostaria de ouvir o que ele tinha a dizer. Então voltaria para o fogo crepitante que deixei para trás e me perderia em suas chamas, deixando-as queimar em minha mente até que pudesse fingir que eram dela.

Entrei na casa que compartilhamos com ela, piscando para clarear meus olhos enquanto olhava para a sala de estar. A sala de estar onde eu disse pela primeira vez que sabia o que era para ela. Aquele em que cantei e dancei com meus irmãos enquanto minha linda Fênix ria de prazer absoluto. Engoli em seco, me forçando para frente. Os outros estariam aqui em breve. Eu não tive a coragem de Damien para ligar para eles, mas mandei uma mensagem, dizendo a eles que apoiava Damien, que estaria aqui e eles precisavam estar também. Ignorei a poeira que grudou em cada superfície enquanto meus olhos se voltaram para a escada. Para o quarto dela. Ela ainda tinha roupas lá, eu tinha certeza. Seu xampu ainda estaria na prateleira do banheiro, pronto para encher a sala com seu cheiro familiar. Eu gemi, enterrando minha cabeça em minhas mãos. Por que pensei que poderia fazer isso?

— Joshua? — A voz de Ryder estava crua enquanto olhava para a porta onde ele estava. Levei um minuto para processar o que estava vendo o cabelo do Ceraptor era loiro. Eu nunca o tinha visto sem seus cachos roxos característicos, e meu cérebro estava demorando um momento para entender. Eu poderia dizer que ainda havia um matiz de cor nas pontas, como se os fios tivessem crescido e ele simplesmente não tivesse se importado o suficiente para tingir ou cortar novamente.

— Ryder. — Minha própria voz estava rouca enquanto esperava para ver se ele entraria. Seus olhos castanhos estavam cheios de dor quando ele deu um passo à frente, se aproximando de mim.

— Alguém mais aqui? — ele perguntou, seu olhar correndo ao redor enquanto procurava.

— Eles estarão aqui em breve. Todos nós dissemos que viríamos. — Dissemos que a protegeríamos também, mas aqui estávamos. Talvez nossas promessas não significassem muito. O embaralhamento na entrada atraiu meu olhar para Killian. Seu rosto estava esculpido em uma carranca profunda, seus olhos verdes inexpressivos quando ele viu o que uma vez foi nosso santuário.

— Ei, Kill, — Ryder sussurrou. Killian não se preocupou em responder, apenas inclinando a cabeça em reconhecimento à saudação.

Desta vez, ouvi portas de carros batendo e me mexi para ver Theo e Hiro entrando pela porta. Eles chegaram juntos? Pela maneira como eles se afastaram um do outro, recusando-se a fazer contato visual, duvidei eles nunca teriam sobrevivido à toda a viagem com a tensão tão alta.

Hiro enfiou os óculos no nariz. — Ei. — Sua voz suave ecoou na sala, e ouvi Ryder respirar fundo. Damien disse que o par não tinha se visto, mas não acreditei nele, não realmente. Hiro e Ryder se amavam profundamente, seu próprio vínculo de companheiro era sólido entre eles, mas parecia que isso foi abandonado desde o dia em que nossas vidas implodiram. Theo ficou em silêncio, o músculo de sua mandíbula trabalhando hora extra enquanto ele olhava para todos os lados, menos para nós.

— Damien nos queria aqui. Onde ele está? — Killian rugiu.

— Bem aqui. — A voz rouca chamou minha atenção para a porta, e observei os olhos castanhos de Damien enquanto eles se enchiam de dor.

— Então vamos acabar com isso, — Theo rosnou, fazendo uma boa imitação de Killian. — Não deveríamos estar aqui. Hoje não. — Sua voz falhou e suas mãos se fecharam em punhos.

— Sim hoje. — Damien fechou a porta com firmeza, acendendo a luz e me fazendo estremecer. — Sente-se, todos. — Todos nós nos arrastamos para obedecer à ordem, acomodando-nos negligentemente nos móveis carregados de poeira, nenhum de nós se importando quando ele grudou em nossas roupas e pele. Ao contrário de quando nos reuníamos nas áreas comuns antes, nenhum de nós se sentou perto um do outro, tendo conforto um do outro. Estávamos rígidos, empolgados e espalhados entre as superfícies enquanto esperávamos Damien soltar a bomba de porque ele nos queria aqui.

— Eu concordo com Theo, — Killian saltou. — Pedir isso de nós hoje foi cruel, Damien. — Uma explosão de raiva explodiu em seus olhos verdes antes que ele desviasse o olhar.

— Acho que o dia em que ela veio para o Alasca merece ser homenageado. — O tom de Damien era suave, mas seu queixo estava levantado.

Ryder soltou uma risada, embora o som fosse tudo menos feliz. — Certo. Vamos comemorar o dia em que a encontramos para que ela pudesse morrer. Ótimo plano. Tenho certeza de que ela ficaria impressionada. — Ouvir palavras tão amargas e cortantes de Ryder foi uma dor por si só, e meu Basilisco assobiou dentro de mim. Ele queria confortar seu irmão, ele queria correr, ele não sabia. Ele só queria que tudo parasse.

— Entendo o sentimento, Damien, mas tenho que concordar, isso é duro. — As palavras de Hiro foram frias enquanto seu olhar rastreava escada acima, seguindo um caminho mental para o quarto dela, eu tinha certeza. — Estar aqui é uma agonia.

— Então nós nos livramos do lugar, — Damien respondeu simplesmente. Eu congelei, incapaz de respirar, e sabia que os outros também. — Foi negligenciado, como você pode ver. Nenhum de nós quer estranhos aqui quando suas coisas, seu cheiro, ainda estão presos aqui. Mas vai começar a cair em torno de nossas orelhas se não cuidarmos. Tenho certeza de que já há danos deste inverno.

— Você não pode vendê-la, — Killian falou.

— Então é melhor deixar desmoronar? — Damien desafiou, arqueando uma sobrancelha. — Para deixá-la desmoronar pouco a pouco até que eles o destruam? — A dor rugiu através de mim e empurrei minha mão contra o peito. Eu não tinha passado tanto tempo aqui quanto os outros, mas não podia deixar isso acontecer. Nix amava esta casa. Foi seu primeiro lugar seguro.

— Eu cuidarei disso. — Minha voz falhou e lambi meus lábios enquanto seus olhos se voltaram para mim. — Eu não tenho uma função que preciso preencher. Eu nunca quis a política, e ainda não sou confiável por causa do que sou e das conexões de meu pai. — As palavras saíram de meus lábios enquanto lutava para não olhar para eles. — Eu não posso deixar este lugar ir, Damien. Odeio estar aqui. Odeio isso. Mas era dela, então eu vou cuidar disso. — Ela ficaria arrasada se pudesse ver o estado deste lugar agora.

— Se isso estiver resolvido, então? — Os olhos de Theo estavam marejados de lágrimas enquanto ele falava com os dentes cerrados.

— Não está. — A boca de Damien se firmou enquanto ele andava entre nós. — Já se passaram seis meses. Seis meses em que perdi não só minha alma, minha companheira, mas meus irmãos. — Sua voz vacilou por um momento quando nossos olhares se desviaram dele, mas ele empurrou para frente. — Prometemos a ela, desde o momento em que a conhecemos, que nada nos separaria. Que primeiro éramos uma família. Ainda assim, nós nos tornamos mentirosos repetidamente. Ela morreu para nos dar uma vida, e o que fizemos com isso? Destruímos o único pedaço dela que nos resta.

— Não é nossa família sem ela, — Killian rosnou.

— Eu nunca disse que era, — Damien retrucou, se levantando. — Estamos quebrados, despedaçados, transformados em cinzas com a mesma certeza que ela. Eu luto por ela a cada momento de cada dia que passa por nós, mas não posso continuar a chorar por ela sem vocês. Não posso continuar lamentando por todos quando vocês estão vivos e perto de mim e é apenas minha própria culpa e orgulho que me impede de chegar até vocês.

Minhas mãos tremiam e as lágrimas escorriam pelo meu rosto enquanto eu o observava. — O que você está perguntando, D?

— Eu quero nós juntos novamente. Eu quero que encontremos uma maneira de manter suas memórias entre nós. Quero reconstruir o vínculo que deixamos implodir. Quero saber se posso voltar para todos vocês no final do dia e dizer que sinto falta dela e compartilhar esses pensamentos com vocês. — O queixo de Damien estava levantado, mas não impediu que as lágrimas caíssem. — Tenho sido orgulhoso. Deixando minha culpa e minha vergonha me afastar de todos vocês. Mas não posso mais. Não posso continuar traindo-a dessa maneira. Ela teria passado a odiar a nós e a si mesma se soubesse que nos separou. E se ... se eu tenho que acreditar que ela está na vida após a morte, então tenho que acreditar que ela está cuidando de nós, e não posso deixá-la chorar por nós quando posso tentar mudar isso. Vou implorar se for preciso, irmãos.

Sua voz falhou, sua cabeça caindo enquanto as lágrimas caíam na poeira ao nosso redor. — Eu nunca imploro, mas por todos vocês, vou. — Ele puxou uma caixa do bolso, abrindo-a para mostrar o anel que demos a Nix, quebrado e espalhado em todos os seus pedaços. Eu não percebi que ele pegou depois da batalha, nem mesmo percebi que ele o encontrou. — Pegue um pedaço. Volte para mim, para nós. Ela não pode estar aqui para ser nosso centro, mas suas memórias podem estar se todos tentarmos juntos. Por favor. Eu preciso de meus irmãos. Eu preciso da minha família. — Ele tirou um anel da caixa e esperou, segurando sua dor e esperança diante de nós.

— Eu não posso ser o que eu era, não sem ela. — As mãos de Theo estavam fechadas em punhos em suas coxas, sua perna quicando loucamente.

— Então não sinta. Seja o que você pode ser. Contanto que você esteja aqui conosco.

— Eu não sei se consigo, — Hiro sussurrou, balançando a cabeça. — Estar aqui. Estar com todos vocês. Não é justo com ela.

— Morrer não foi justo com ela, — Ryder cuspiu, empurrando para ficar ao lado de Damien. Ele enfiou a mão na caixa e pegou um dos anéis, seus ombros rígidos. — Damien está certo. Eu sou egoísta. E machuquei todos vocês. E machuquei Emy. Nós machucamos Emy. — Meus olhos se fecharam por um momento com a menção da menina. Ryder foi o único a vê-la desde nosso retorno, e esse foi seu próprio tipo de agonia, e vi o mesmo pensamento refletido nos olhos dos outros quando olhei para cima novamente. — Nix a considerava uma sobrinha, até mesmo uma filha, e nós nos afastamos dela com a mesma certeza que um do outro. Prometi a Nix que daria a Emy uma vida melhor. Quebrei minha promessa de mantê-la segura. E quebrei minha promessa de ficar com todos vocês. Mas cansei de quebrar promessas a ela. Emy ... — ele respirou fundo, seus olhos encontrando os de Damien. — Emy disse que Nix disse que ela poderia conversar com as pessoas que ela amava que já haviam partido. Se ela estiver certa se você estiver certo e Nix estiver cuidando de nós, estou cansado de desapontá-la.

— Eu jurei que ela era meu único amor. E nunca amaria outra. — A voz de Killian falhou, e sabia que ele estava revivendo a memória de nossa noite na tenda quando trocamos nossos votos. — Mas sei que ela não significaria amar vocês como irmãos. Ela queria todos nós juntos. Sempre. — Ele passou a mão pelo cabelo ruivo, deixando-o espetar em todas as direções enquanto se inclinava para frente e pegava um anel.

— Ela salvou Molly. Ela nos salvou. Mesmo assim, falhei com ela repetidas vezes Theo sussurrou, o rosto pálido. — Eu não posso falhar mais com ela. Não sei o que posso ser para todos vocês. Não sei se ainda tenho algo dentro de mim para dar, mesmo apenas na fraternidade. Mas se você precisa que eu fique com você, então eu fico. Eu não pude salvá-la, mas posso tentar salvar o sonho que ela teve para nós. — Ele pegou um anel, esfregando os dedos suavemente como se procurasse seu calor.

— Não sou nada sem ela, — admitiu Hiro. — Não sobrou nada de bom dentro de mim desde que a luz dela se apagou, e toda vez que até mesmo um lampejo de felicidade cresce dentro de mim, eu a arranco. Por que deveria ter luz ou irmandade ou amor — seus olhos pousaram em Ryder, sua voz falhando — quando ela estava no escuro, sozinha? Vou chorar por ela com todos vocês. Eu vou ficar ao seu lado. Mas não sei se posso nutrir o que resta dentro de mim e encontrar uma maneira de lembrar de algo bom. — Ele pegou um anel da caixa e seus olhos se voltaram para mim.

— Nós prometemos a ela para sempre. Eternidade. Isso é o que juramos. — Eu dei um passo à frente, pegando os dois anéis finais da caixa e batendo o recipiente da mão de Damien para que ele caísse no chão, soprando como cinzas enquanto dançava no ar. — Mesmo que a eternidade não seja nada além de dor, é para ela. Eu disse que morreria por ela. Eu não sabia que teria que viver por ela. Eu não percebi que isso é uma tortura por si só. — Parado em um círculo com meus irmãos, observei as lágrimas escorrendo por suas bochechas.

— Um ano atrás, Nix entrou em nossas vidas, uma brasa que acendeu a chama dentro de nós. Ela brilhou antes de se transformar em fumaça e cinzas, mas sua memória ainda está dentro de nós. A memória de nossa companheira é nossa para manter, compartilhar e cuidar. Juntos, — Damien murmurou.

Ele estendeu seu anel e Ryder adicionou o seu, sua mão segurando o anel no lugar enquanto esperava por Killian. Lentamente, Killian colocou o terceiro anel, esperando pelo próximo. Theo e Hiro se inclinaram para frente, colocando seus próprios anéis em posição, o ouro quase invisível agora sob suas mãos. Coloquei meu anel na mistura e amarrei o dela sobre ele, prendendo-os juntos enquanto minha mão se juntava à minha mão nas outras, todas fechadas em torno da peça de ouro que segurava todos os nossos corações, nossas almas, dentro dela.

— Para sempre, Nix, — sussurrei. — Você não conseguiu cumprir essa promessa, mas vamos cumpri-la para você. Você está dentro de nós para sempre, meu amor. — Minhas lágrimas se juntaram às de meus irmãos, nossas mãos úmidas onde se apertaram, nossas cabeças inclinadas enquanto, pela primeira vez, pranteamos nosso companheiro como um.

O som do nosso luto foi interrompido por uma explosão. As janelas se estilhaçaram ao nosso redor em uma chuva de cacos brilhantes, cortando nossa pele quando um guincho ecoou pela sala, rasgando nossos tímpanos e nos cegando pela luz, nos jogando para longe um do outro e na poeira. Eu perdi a consciência com os nomes dos meus irmãos em meus lábios.


VINTE E SEIS

DAMIEN

Acordei com ondas de dor irradiando pelo meu corpo. Eu podia sentir o sangue em minhas bochechas enquanto rolei, me empurrando para cima. O que diabos aconteceu? Estava com meus irmãos ... O pânico se apoderou de mim quando me endireitei. Deus não. Não, não, não. Isso não poderia estar acontecendo. Acabei de fazer as pazes com eles, acabei de recuperá-los e então nossa casa explodiu.

Corri para o corpo mais próximo, minha gárgula rugindo freneticamente em minha cabeça. Eu podia ver o pulso batendo na garganta de Joshua, mesmo enquanto o sangue continuava a escorrer de seus ouvidos e aterrissar com um leve baque no chão cheio de destroços. Cacos de vidro estavam espalhados por seu corpo, embora a maioria parecesse ter ficado presa em suas roupas, graças a Deus. Ryder porra, precisávamos dele. O medo e o pânico me fizeram rasgar as paredes que construí ao redor da minha mente e arrancar o vínculo mental que formei com minha família. Eu os senti imediatamente, seus corações ainda batendo, e o alívio me inundou. Se pudesse apenas levantar Ryder, ele curaria a todos, e poderíamos descobrir o que diabos aconteceu.

Gemidos lentamente encheu a sala enquanto meus irmãos finalmente se moviam, a maneira desesperada que agarrei em suas mentes os forçando de volta à consciência.

— Porra. — A voz de Theo ecoou estranhamente, e percebi que devia ser por causa dos meus ouvidos, mesmo enquanto limpava freneticamente o sangue. Devíamos ter ficado inconscientes por um tempo após a explosão, então quem quer que tenha bombardeado nossa casa claramente esperava que estivéssemos mortos, considerando que eles não entraram para terminar o trabalho, apesar do fato de que as janelas e a porta estavam faltando, deixando-nos vulneráveis.

— Idiota Ciarán para manter as malditas proteções ativas, — Kill murmurou, levantando-se meio grogue. — O idiota nunca escuta. — Uma parte maníaca de mim queria rir disso, era apenas uma coisa de Killian de se dizer, atacando seu irmão mesmo enquanto sua orelha e cabeça estavam sangrando.

— Ryder! — A voz de Hiro estava em pânico enquanto ele se arrastava para seu companheiro gemendo, embora suas mãos fossem gentis enquanto o ajudava a se sentar. — Droga, Ry. — Sua voz falhou, e ele encostou a cabeça na de Ryder antes de olhar para trás para verificar cada um de nós. — Esses momentos de quase morte precisam parar, — ele murmurou. — Eu não posso lidar com isso. — Os olhos de Ryder estavam abertos agora enquanto ele olhava para Hiro em estado de choque antes de sua mão se levantar para tocar a orelha que ainda sangrava. A luz azul brilhou em torno de sua palma, e algumas rugas no rosto de Hiro suavizaram enquanto Ryder tirava sua dor.

— Não consigo ouvir muito bem agora, mas o que quer que seja, não afetou meus poderes, então posso consertar cada um de vocês, — Ryder gritou.

— Se preocupe com você, Ry, — Joshua murmurou. — Você está sangrando também, você está bem agora.

Ryder acenou com a mão. — Eu não posso me curar, lembra? Além disso, a maior parte senti minha falta. Vou pedir a outro curandeiro para olhar nos meus ouvidos quando voltarmos, mas se eu tivesse que adivinhar, é apenas um tímpano rompido pelo que diabos aconteceu.

— Não brinca, — Theo sibilou, levantando-se enquanto olhava ao redor. Eu não poderia culpá-lo. Fomos atirados do centro da sala em todas as direções diferentes, derrubando móveis e acessórios para fora do nosso caminho no processo. — Vamos precisar de uma equipe aqui. Não tenho ideia do que diabos causou essa explosão talvez o Conselho tenha definido isso para nós antes da guerra, para o caso de voltarmos para casa, ou talvez estejamos sendo alvos dos simpatizantes restantes do Conselho mas não é algo que eu queira bagunçar com. — Ele poderia dizer isso de novo. Mesmo com a quase impenetrabilidade da minha Gárgula, meu corpo doía como um dente estragado, cada músculo latejando como se não o tivesse usado há muito tempo. Deus, essa merda dói.

Joshua gritou, quase caindo na tentativa de se levantar, e me esforcei para pegá-lo. Seus olhos estavam arregalados em choque enquanto ele olhava para mim, e um rubor apareceu em minhas bochechas. — Você colocou o link de volta no lugar.

Dei de ombros. — Foi a maneira mais rápida de verificar todos vocês. — Mesmo agora, eu podia sentir a sensação incômoda de sua dor ecoando até mim, aumentando minhas próprias dores. Eu não recusaria Ryder para uma cura, isso era certo.

Obrigado, Killian sussurrou em minha mente, e inclinei minha cabeça quando seus olhos verdes encontraram os meus. Já me sentia mais no controle com nossa conexão de volta, sabendo que as mentes dos meus irmãos estavam apenas a um pincel da minha, que se alguma coisa acontecesse eu poderia estar lá em segundos para protegê-los. O conhecimento havia aliviado algo dentro de mim, fazendo minha Gárgula quase ronronar de contentamento. Que porra foi essa?

Mesmo quando o pensamento cruzou minha mente, um som nos fez rosnar enquanto girávamos. A mesinha de centro estava virada, meio quebrada nos escombros, e todos podíamos ouvir o barulho atrás dela. Os olhos de Hiro estavam frios e duros enquanto ele apoiava Ryder, puxando-o para ficar de pé. Lâminas de gelo apareceram nas mãos de Theo em um instante, e pude sentir Killian e Joshua ficando tensos, se preparando para enfrentar o que quer que estivesse vindo para nós. Se aquela coisa tivesse mais de uma bomba ou pudesse usar qualquer que fosse esse poder, estávamos todos fodidos, mas nenhum dos meus irmãos estava recuando, todos voltando-se para proteger os outros contra qualquer que fosse essa nova ameaça à nossa família.

O farfalhar veio de novo, e as videiras dispararam das mãos de Hiro, envolvendo a mesa e puxando-a para expor nosso carrasco. A pequena forma rolou, deixando escapar um pequeno grito antes de embaralhar novamente, e meus joelhos fraquejaram quando seis mentes entraram em choque ao mesmo tempo quando penas vermelhas e douradas se desenrolaram para revelar olhos escuros e firmes.

A palavra saiu de mim com um suspiro, completamente fora do meu controle enquanto olhava em estado de choque, tudo ecoou em meu vínculo mental quando as vozes dos meus irmãos se juntaram à minha. — Nix?


VINTE E SETE

NIX

Dor. Muita dor.

Esse pensamento, essa sensação, foi minha companheira constante por muito tempo agora era difícil pensar, embora estivesse diminuindo.

Houve uma explosão de luz no início, a necessidade dela me chamando, mas eu sabia que havia outra coisa me chamando também. Uma promessa, um vínculo que me envolveu, puxando-me de volta pelo caminho que vim, e me virei para a escuridão, para a agonia. Se soubesse qual era a minha escolha, teria sido forte o suficiente para fazer isso?

No começo não sabia de nada além de dor, me destruindo pedaço por pedaço até que não houvesse mais nada e então começar de novo. Uma parte de mim sabia que experimentamos uma dor antes, uma dor lancinante e agonizante, mas isso era diferente. Não houve trégua nisso, cada onda mais intensa que a anterior, além do ponto que eu podia compreender, e tudo que podia fazer era gritar, chorar, fazer algo para liberar um pouco do tormento, mas eu não poderia. Não havia corpo para fazer essas coisas por mim, nenhum corpo para perder a consciência e me oferecer até mesmo um alívio momentâneo. Naqueles breves segundos em que a agonia não passou por mim, me queimando, me eviscerando, pulverizando-me nas melhores cinzas, fiquei com a dor emocional, que era melhor e, no entanto, muito pior.

Mesmo isso foi difícil de compreender no início, pois os lampejos chamaram minha atenção, me chamando para longe da escuridão, da dor. Me agarrei a esses momentos, precisando de alívio, apenas para ter outro tipo de tortura queimando em mim quando percebi que a luz não era uma pausa. Eu não tinha um nome para as sensações no começo. Não reconhecia visão ou som. Não entendi esse novo tipo de dor que estava me esfolando ainda mais. E me afastei, apenas para me trazer de volta, dançando entre os tormentos gêmeos que eram tudo o que restava de mim.

Então, vozes penetraram naquela névoa. Visões se desenrolaram diante de meus olhos. Foram breves, meros instantâneos de tempo, mas me agarrei a eles, me envolvendo em torno deles, sabendo sem dúvida que tinha que protegê-los, protegê-los, com tudo o que restava de mim. Eu poderia conter o fogo que me transformou em cinzas, mas não podia fazer nada contra o que percebi que eram as emoções me atacando.

Lentamente, tão lentamente que parecia que demorou uma eternidade, mais pensamentos foram processados. Nomes nadaram em minha consciência, um conhecimento do que quem estava protegendo. Killian. Hiro. Ryder. Theo. Damien. Joshua. Eternamente ligados. Eu me agarrei a esses nomes, aqueles flashes, mesmo enquanto a dor deles me batia de novo e de novo. Enrolei-me em torno deles, minhas penas um escudo, e me agarrei a eles. A necessidade de gritar, de chorar, de alcançá-los crescia a cada piscar. Eles precisavam de mim. Esse conhecimento brilhou dentro de mim, lentamente começando a vencer a dor.

Precisava salvá-los. Eu os salvaria. Não foi uma decisão, não mesmo. Era simplesmente uma certeza. Tão certo quanto sabia que haveria outra onda de dor, eu sabia que precisava protegê-los.

Então lutei mais duro, cavando, empurrando de volta o sofrimento, cauterizando as feridas que eles infligiam continuamente. Eles estavam sofrendo, lamentando, dilacerados tão certamente quanto eu. Eu não aguentava, e a cada momento que podia ver e ouvir falar deles ficava mais claro, conforme meus pedaços chamuscados começavam a se reformar, eu sabia que iria alcançá-los. Eu fiz uma promessa. Eternidade juntos.

Algo estava se construindo, rolando sobre minha forma em ondas, me chamando. Eu não queria deixá-los, não queria arriscá-los, mas a chamada não podia mais ser negada. Uma última chicotada daquele chicote de fogo e meu grito de agonia foi dado quando tudo ao meu redor explodiu.

Eu sabia que estava sofrendo, que meu corpo doía e latejava, mas estava tão leve agora que parecia que estava entrando em um banho quente. Eu poderia aguentar essa dor. Por todos os dias e ser grata. Sons me cumprimentaram, o estrondo de vozes em pânico e irritadas, mas de alguma forma calmantes. Meu peito apertou com força enquanto tentava processar, pensar, me mover, mas tudo que podia fazer era mergulhar naquelas vozes. Algo sussurrou em minha mente e balancei minha cabeça, tentando me concentrar em torno da névoa.

Obrigado. O ruído daquelas palavras sussurrando em minha mente estava claro, e bati minhas asas, tentando encontrar a fonte enquanto o contentamento corria por mim. Precisava disso, precisava da mesma maneira que sabia que precisava de ar para respirar. As vozes tinham desaparecido agora, embora tivesse ouvido um barulho, um rosnado baixo alcançando meus ouvidos, então empurrei novamente, tentando lutar contra o que quer que estivesse preso. Meus movimentos eram lentos, frouxos, enquanto lutava para controlá-los. De repente, o que quer que estivesse me cobrindo foi puxado para longe, e rolei em direção à luz em um movimento indigno enquanto minhas asas lutavam contra mim. Levantei minha cabeça, piscando novamente contra a luz brilhante, enquanto procurava pela fonte daquele puxão dentro de mim.

— Nix? — Ao meu redor, os homens caíram de joelhos, seus corpos fraquejando enquanto me encaravam.

— Inferno sangrento, todos nós perdemos nossas mentes. — Eu conhecia aquele sussurro, percebi, virando a cabeça. Ryder. Esse foi Ryder.

— Eles ficaram por perto, criaram uma ilusão? — Theo. Eu conhecia aquela voz também, mesmo quando era crua e áspera.

— Nix? — Joshua repetiu a palavra, e minha mente levou um momento para processar as lágrimas em seu rosto enquanto soltava um suave som. Eles não podiam chorar. Estava aqui para protegê-los. Eu só precisava que essa névoa se dissipasse, precisava pensar.

— Alguém me diga se é real, — Hiro murmurou. — Foda-se, não me diga. Eu não me importo. Eles podem me matar se quiserem, desde que continuem assim. — Pestanejei, chilreando para ele em minha irritação. Ninguém iria matá-lo. Estava aqui agora.

— Não é possível. — O rugido de Killian era tão espesso que suas palavras eram quase indecifráveis. Algo puxou minha mente e chilreando novamente, voltando meu olhar para o homem de cabelos escuros e olhos castanhos na minha frente.

— Querida? — Damien resmungou, sua mão trêmula quando ele se aproximou de mim. Chilreando novamente, minha cabeça esfregando suavemente contra sua palma, e ele soltou um grito angústia, alegria, alívio, medo, tudo enrolado naquele som, soprando através de mim.

Todos eles se mexeram, estendendo a mão para me tocar com mãos gentis. Senti o pulso da magia e pisquei para Ryder, suas mãos quase neon azul enquanto ele se concentrava, seus olhos castanhos apertados enquanto ele me estudava. — Ela está dolorida e fraca, mas está inteira. — Seus ombros tremiam com os soluços, mesmo quando um sorriso brilhante se estendeu por seu rosto. Lágrimas respingaram contra minhas penas e estremeci, meu coração doendo com a sensação.

Algo me empurrou, puxando, e o calor explodiu. Um momento depois, estava com falta de ar enquanto estendia minhas próprias mãos trêmulas. — Não chore, amor. — Minha voz estava rouca, crua, e as palavras pareciam estranhas caindo de lábios que ficaram em silêncio por tanto tempo. — Por favor, não chore.

— Nix, — Killian rosnou, enterrando o rosto no meu cabelo. — Annie garota. Porra.

— Eu acho que desta vez você não pode fazer o que quer, querida, — Theo murmurou, acariciando meu braço. — Essas lágrimas não são algo que possamos parar.

Mais da névoa estava rolando de minha mente enquanto seus toques me centralizavam, empurrando de volta a dor persistente, a incerteza e me trazendo de volta para mim mesma. — Eu disse que éramos para sempre, — murmurei, mesmo enquanto a exaustão me puxava, tentando me puxar de volta para a escuridão. Mesmo sabendo que este não era o mesmo tipo de escuridão, lutei contra isso. Lábios choveram sobre mim, mãos me acariciaram e as lágrimas decoraram minha pele como uma marca enquanto meus companheiros se aglomeravam ao meu redor. Estava em casa. Memórias me puxaram e inclinei minha cabeça, olhando em volta antes que meus olhos se arregalassem e tentasse me levantar. Muitas mãos me agarraram, evitando isso, mas só pude ficar boquiaberta. — O que aconteceu aqui? — Vidro e madeira estavam espalhados pela nossa sala de estar ou era nossa sala de estar? Meu nariz enrugou quando o cheiro de poeira e mofo me assaltou e, mesmo sob a destruição, pude ver que nem todos os danos foram causados pelo que quer que tenha explodido.

— Nix, o que você lembra? — O tom de Theo era suave enquanto pressionava beijos contra minha mão, seus dedos entrelaçados nos meus como se ele pudesse me segurar para sempre.

Minha testa franziu enquanto tentava me concentrar, o que era difícil com todos eles me tocando. — Hum, The Landing? — Tentei me mexer novamente enquanto isso era processado, e novamente fui mantido imóvel por uma dúzia de mãos. — O que aconteceu? Estão todos bem? — Minhas próprias mãos começaram uma busca frenética enquanto eu procurava cada um dos meus companheiros, revistando-os.

— Estamos todos aqui, mikró pouláki. Vivos e bem. Perdemos guerreiros, mais do que gostaríamos, mas nossa família e amigos estão seguros, — Ryder me assegurou suavemente. O alívio me fez voltar ao toque deles.

— O que mais você lembra? — Damien perguntou suavemente, seus dedos emaranhados no meu cabelo.

Meu corpo tremia, meus músculos estavam fracos pelo renascimento enquanto tentava me concentrar na dor que ainda podia ver em seus rostos. Como eles esperavam que eu pensasse se sabia que eles estavam sofrendo? — Stepanov — murmurei, olhando para cada um de seus rostos sombrios. — Ele está realmente morto então? — Precisava da confirmação, mesmo sabendo que nenhum deles estaria sentado aqui se ele não estivesse.

— Sim, querida, — Joshua me disse suavemente. — Ele ... Joshua balançou a cabeça, o rosto pálido. — Você se lembra do que aconteceu? — A batalha voltou para mim em uma onda. A batalha e minha própria morte.

— Eu me lembro, — admiti em um suspiro. — Eu o matei, mas levou tudo que eu tinha. E morri. — Olhei ao redor, meu nariz enrugando novamente. — Eu realmente não entendo isso. Quero dizer, normalmente vocês me deixam no meu quarto para um renascimento ... — Parei quando meu olhar pousou em Ryder novamente. Em um Ryder louro. — Oh, não, — sussurrei. Memórias da dor que vivi ecoaram através de mim, e pelos rosnados e estremecimentos, sabia que tinha enviado acidentalmente o vínculo. — Desculpe, desculpe. — Me esforcei para me proteger. — Foi real? — Pensei sobre os flashes que tinha visto, os momentos que segurei. A fúria de Theo, o desespero de Killian, a aversão a si mesmo de Ryder, a vergonha de Hiro, a culpa de Damien, a desesperança de Joshua e a solidão geral contra a qual eu havia sofrido. — Quão mais? — Olhei entre eles, minhas próprias lágrimas agora em minhas bochechas. — Quanto tempo vocês ficaram separados?

— Você se foi há seis meses, Nix. — Hiro estremeceu, mesmo enquanto acariciava minha perna. — Seis meses agonizantes. — O choque passou por mim. Seis meses? Levei horas ou dias para renascer no passado. Mas meses?

— Você se transformou em cinzas, querida, — Damien explicou calmamente. — Nós nem tínhamos seu corpo para cuidar. Você tinha ido.

Mesmo com minhas paredes mentais erguidas, senti o choque e o medo percorrerem o vínculo. — Porra. Porra! — Ryder soltou um grito angustiado enquanto olhava entre nós. — É nossa culpa? — Quando todos congelaram, ele virou seu rosto coberto de lágrimas para mim. — Nix, não estamos juntos há seis meses. No entanto, no minuto em que voltarmos juntos e chorarmos você como um grupo, você voltou? — Ele estava tremendo agora, e estendi a mão para confortá-lo, mesmo quando ele estremeceu.

— Não, Ry, não. — Eu sabia que não era verdade. — Eu tive que passar pelo renascimento. Parece que foi muito, muito mais difícil desta vez. — Fiz uma pausa, pensando sobre isso. — Eu tive uma escolha, — eu disse a eles lentamente. — Havia um calor, uma luz, que me chamou. Mas sabia que estava segurando algo. Que era necessário. Acho que poderia ter escolhido ir embora, seguir em frente, mas sempre havia algo que me puxava de volta, um vínculo que me lembrava que eu era amada.

— O vínculo de companheira — Joshua respirou com os olhos arregalados e frenéticos. — Os verdadeiros companheiros se unem para a eternidade, suas almas se combinando, se entrelaçando.

— Mas nunca houve nada assim antes, — Theo murmurou mais coloquialmente. — Ela reviveu no dia em que tentamos fazer nossos votos ...— Todos congelaram. Esse calor que sentimos, essa certeza, essa conexão. E se isso não fosse apenas alegria por poder reivindicá-los como meus? E se isso fosse algo que os mantivesse verdadeiramente ligados a mim?

— Você disse que seus avós eram companheiros de verdade, — Hiro o lembrou. — É por isso que você queria esses votos em particular.

Joshua acenou com a cabeça, colocando minha bochecha em sua mão. — Sim. Sempre disseram que fazia parte de um verdadeiro companheiro. Só não tinha percebido o que aconteceria quando disséssemos.

— Você manteve o vínculo, — Damien murmurou, sua mão ainda massageando minha cabeça. — Você lutou por um renascimento final, que deveria ter sido impossível com você virando cinza, porque você tinha os laços para guiá-lo de volta para nós. Para amarrar você.

— É isso que a dor era? — A voz de Killian falhou com a pergunta e estremeci.

— Estou aqui agora, — respondi suavemente. — Eu faria de novo se isso significasse salvar você e aqueles que amo.

— Nunca, — Ryder ofegou. — Nunca, nunca. Você não tem permissão para morrer sobre nós novamente, Nix. Não vamos sobreviver.

— Vocês deveriam ter um ao outro. — Lágrimas encheram meus olhos enquanto me lembrava dos flashes do que tinha visto, como eles se afastaram um do outro em sua dor. — Lamento muito que vocês passaram por isso. — Por isso a casa estava um desastre. Eles não estiveram aqui, não estiveram juntos. Eles sofreram sozinhos, assim como eu.

Hiro deu um beijo na minha cabeça e depois outro na de Ryder. Ryder derreteu nele, embora suas mãos continuassem a me acariciar. — Nós nos perdemos por um tempo, — Hiro admitiu. — Mas já havíamos começado a encontrar o caminho de casa. Isso é o que hoje foi, uma promessa um ao outro de reconstruir algo entre nós. Para honrar você. Para que você soubesse, não importa onde você estivesse, que nós o amávamos.

Eu deixei as lágrimas caírem enquanto sorria para elas. — Nunca esqueci de verdade, — disse a eles. — Eu sempre soube que tinha que proteger vocês. Que vocês precisavam de mim aqui.

— Você jurou estar conosco para sempre, Nix, — Damien me lembrou, o menor dos sorrisos em seus lábios. — Se tivermos que vinculá-la a nós para garantir que cumpra esse voto, nós o faremos.

— Não vou a lugar nenhum, — prometi a todos. Meu olhar se voltou para Killian agora, e passei minha mão contra sua bochecha. — Parece que vamos ter o seu feliz para sempre, não é, Abra? — Eu pude perder a memória do que ele me mostrou no vínculo, a esperança que eu tinha para o nosso futuro todos nós reunidos nesta casa, rindo e amando juntos com bebês em nossos braços.

Seus olhos brilharam verdes enquanto um sorriso se espalhava por seu rosto. — Isso nós fazemos.

Gritei enquanto braços me pegavam, e estava pressionada contra o peito de Damien. — Eu não vou esperar mais um minuto para começar isso para sempre, — ele rosnou, suas asas explodindo em suas costas e rasgando sua camisa enquanto ele olhava entre seus irmãos, alegria absoluta irradiando de todos os rostos. — Vamos nos limpar e mostrar à nossa companheira o quanto ela fez falta. — Ele encostou sua testa na minha. — Tenho a sensação de que vai demorar para sempre.

Uma risada borbulhou do meu peito enquanto ele subia as escadas, o som de pés batendo e risadas se juntando a nós em sua corrida louca. Foi por isso que lutei. Pelo o que queimei.

Esta era a minha eternidade e estava pronta para começar.


EPÍLOGO

NIX

Um ano depois...

Rodopio em meu vestido novo, o tecido champanhe e ouro cintilando na luz do verão. Emy imitou meu giro, seu próprio vestido de ouro bonito se alargando e longe de suas pernas do jeito que todos os bons vestidos de princesa faziam, ou foi o que Emy disse.

— Você está pronta? — Rini perguntou, verificando cada detalhe da minha aparência, do meu cabelo à minha roupa e os saltos baixos que usava especificamente para Ryder. Achei que eles eram um meio-termo entre os saltos altíssimos que ele parecia achar sexy e os sapatos que achava mais confortável. Não que ele se importasse. Tudo o que importava para meus homens era me ter em seus braços e me chamar de sua. Mesmo um ano depois, ainda nos agarramos um ao outro, lembrando os dias, os meses que passamos separados, separados pela morte, até que eles me trouxeram de volta.

— Você está brincando comigo? — Provoquei. — Você sabe quantas tentativas isso é um acasalamento? Estava pronta há muito tempo.

— Deixe para Ryder insistir no grande casamento branco er, ouro. — Rini se corrigiu no meio da frase, tomando cuidado para não arrastar lembranças dolorosas para o que deveria ser um dia feliz. Ter um casamento de branco, ou um casamento que se assemelhava a minha primeira viagem pelo corredor, era um assunto difícil de conversa. Acontece que era normal sofrer um pouco de PTSD devido a eventos traumáticos. Mesmo agora, Molly permanecia no canto, longe de todos nós, enquanto olhava pela janela para os convidados.

Fui até ela e gentilmente coloquei minha mão em seu ombro. — Tem certeza de que quer continuar com isso? Não ficarei ofendida se você se sentir desconfortável. Inferno, também estou desconfortável e é o dia do meu casamento.

Molly me ofereceu um pequeno sorriso que nunca alcançou seus olhos, uma concha da garota borbulhante que ela fora, mas pelo menos ela estava tentando, o que tinha que contar para sua recuperação de alguma forma.

Outro pedido de desculpas estava maduro na minha língua, mas engoli de volta. Hoje foi o primeiro dia em que Molly esteve perto de multidões novamente, e eu não iria abusar da sorte com outro sinto muito apenas para me apaziguar. Era uma amiga melhor do que isso. Eu também era uma irmã melhor. Se Molly precisasse de mais tempo, ficaria feliz em dar isso a ela, mas esperava que ela soubesse que estaria esperando lá de braços abertos se ela precisasse.

— Nós vamos ir logo, mamãe Nix? Quero mostrar ao papai Ry meu lindo vestido. — Ela balançou a saia de um lado para o outro, parecendo muito fofa para uma florista. Meu coração inchou com o novo nome. Mamãe Nix. Foi uma das primeiras vezes que ouvi esse sentimento ser usado, já que ela me perguntou há poucos dias se poderia me chamar de mamãe. A verdade é que eu não queria que ela pensasse que estava tentando substituir sua mãe, então, juntos, decidimos adicionar meu nome depois, e me certifiquei de que ela soubesse que era duplamente especial, e que foi por isso que ela teve duas mães em sua vida, além de todas as muitas pessoas que a amavam, especialmente seus tios.

Segurando a mão de Emy, saímos da sala onde estávamos nos arrumando e passamos pela grande sala de estar.

— É melhor você ter cuidado com seu controle de natalidade, Nix. Olhe para este lugar. — Rini olhou ao redor da minha nova casa, uma que estava situada perto do centro da ilha que Damien escolheu como o novo assentamento dos shifters logo após a guerra e estava se construindo desde então. — Com tanto espaço, tenho a sensação de que seus companheiros vão querer enchê-la de bebês mais cedo do que você pensa.

Parei por um momento para olhar ao redor, apreciando o layout que era tão próximo, senão um pouco maior do que a casa que dividíamos em Anchorage, que agora era reservada para visitas ao continente. A casa estava vazia, usada principalmente nos fins de semana, quando um dos meus rapazes precisava de um tempo sozinho ou decidíamos fazer uma pausa juntos como um grupo. Sempre teria um lugar especial em meu coração, mas esperava fazer novas memórias na casa que meus companheiros trabalharam tanto para criar e prover para mim.

Revirei os olhos para Rini, mas o rubor que envolveu minhas bochechas foi revelador. — É algo sobre o qual falamos e está definitivamente nas cartas ... algum dia ... mas agora só queremos nos concentrar em tornar nossa sociedade uma entidade estável antes de começarmos a falar sobre adicionar crianças à mistura, além de Emy, é claro. — Apertei a mão de Em antes que ela se afastasse e corresse para mostrar seu vestido para a vovó Ângela.

— Eu entendo, — disse Rini, mas ela mordeu o lábio, uma tonalidade rosada manchando suas bochechas.

— Rini ...— Ofeguei, agarrando seus ombros e gentilmente virando-a para olhar para mim. — Você está? — Nem terminei a pergunta antes de ver o brilho em seu olhar tímido. Rini nunca foi tímida um dia em sua vida, e gritei, pulando para cima e para baixo antes de cambalear nos calcanhares e ter que me contentar com uma dança feliz em vez disso. — Você está grávida?

— Sim! Você não tem ideia de como foi difícil esperar para te contar. Estava tentando manter isso em segredo até depois do casamento, — ela admitiu.

— Você está feliz? —Perguntei, passando minhas mãos em seus braços afetuosamente.

— Infinitamente assim. — Suas mãos tremularam sobre seu estômago ainda plano em uma carícia amorosa. — Você está? — ela questionou, seu olhar castanho gentil procurando meu rosto.

— Estou apaixonada e tenho meus companheiros e minha família ao meu lado. Não preciso de mais nada para ser feliz, — murmurei, sabendo em meu coração que era verdade. Contanto que tivesse Damien, Theo, Killian, Hiro, Ryder e Joshua, ficaria feliz. Eu seria capaz de enfrentar qualquer coisa que surgisse em nosso caminho no futuro. Eu só precisava estar rodeado por seu amor, seus corações e suas almas. — Nem mesmo um casamento poderia me deixar mais contente.

Rini se inclinou e deixou um beijo na minha bochecha antes de pegar minha mão e me puxar para fora da porta, onde as outras mulheres da minha vida estavam esperando por mim. Observei seus rostos sorridentes e radiantes. Angela segurou Emy em seus braços enquanto Li Min batia palmas e murmurava como eu estava linda. Até mesmo os lábios de Molly se contraíram em uma aparência de um sorriso enquanto ela tentava se juntar à diversão, embora seus olhos permanecessem planos e opacos.

A música explodiu ao longe e, juntas, todas as mulheres da minha vida me acompanharam em direção ao meu futuro antes de tomarem seus lugares e seguirem pelo corredor antes de mim.

Ciarán borrifou-se ao meu lado e ofereceu-me o braço.

— Vamos tentar de novo, irmãzinha? — Ele me deu um sorriso bobo que me fez rir, especialmente considerando o quão galante ele parecia em seu smoking impecável.

Coloquei minha mão na dele sem hesitação. — Leve-me aos meus companheiros, Ciar.

E ele fez.

A música era uma melodia linda, mas ela sumiu conforme percebia a cena ao meu redor. Onde quer que olhasse, havia vermelhos, roxos, amarelos, rosas e laranjas salpicados contra a vegetação, desde as folhas das árvores até o arco elaborado que ficava no topo do corredor. As flores decoravam cada superfície com toques de cor que me lembraram as penas da minha Fênix, enchendo o ar com a fragrância mais doce. O contraste total com a minha última tentativa pelo corredor era vasto, e meu coração se encheu de amor por quanto meus companheiros trabalharam para tornar este dia especial e diferente. Sinceramente, parecia que alguém deixou Ryder e Hiro soltos para criar uma cena diretamente de Sonho de uma noite de verão, apenas com mais cor. Cristais pendiam dos ramos delicados das árvores, brilhando lindamente graças às luzes cintilantes intercaladas ao redor deles e ao sol do final da tarde no horizonte. Até mesmo o Púca de Killian se envolveu na diversão, enquanto as ilusões de borboletas flutuavam nos arredores e as velas apareciam ao longo do corredor.

Ainda assim, por mais bonito que fosse, tudo em que conseguia me concentrar eram os seis homens esperando por mim no final, cada um vestindo um smoking com gravatas de cores diferentes, adicionando à exibição majestosamente colorida ao nosso redor.

— Nix. — A voz de Damien era nada mais do que uma rouquidão emocional quando cheguei ao fim, beijei Ciar na bochecha e me juntei ao semicírculo de meus companheiros.

— Você parece ...— Até Ryder estava sem palavras, o que dizia algo.

Cada um deixou seus olhares vagarem pelo meu corpo, estudando os intrincados fios de ouro entrelaçados que decoravam meu vestido cor de champanhe.

— Isso é ... — Joshua perdeu o fôlego em um suspiro pasmo.

— Você gosta disso? — Perguntei, virando-me para um lado e para o outro, permitindo que estudassem as imagens que o bordado dourado criou no vestido. — É a nossa história. — Apontei para o avião que simbolizava minha vinda ao Alasca e para a luta dos dois ursos, a primeira ilusão que o Púca de Killian tentou jogar em mim. Eu os deixei rastrear os símbolos que escolhi para cada um deles, contando a história de como nos conhecemos, a admiração que senti ao acariciar um unicórnio, naquela primeira noite em que nos sentamos em volta da mesa da sala de jantar e compartilhamos um refeição, minha primeira mudança que eles me viram, que revelou minha Fênix. Ela arrulhou na minha cabeça, se exibindo diante de seus companheiros. No tecido elegante estava a história de como eles me salvaram, me mostraram o amor e me deram um lar. Eles me ajudaram a superar meu passado com sua infinita paciência e gentileza. Cuidaram de mim, me viram em incontáveis renascimentos, sempre ali quando abri meus olhos novamente. Os fios eram um lembrete dos bons tempos cozinhar com Damien na cozinha, noites de jogos cheias de Twister, datas especiais como patinar no gelo com Theo e fazer amor nas fontes termais. Eles também eram um lembrete das dificuldades pelas quais vimos cada um passar nossa luta com o Conselho, as pessoas que amamos e perdemos, os dias que passamos separados, nossos corações, nossas próprias almas quebradas além do reparo. Chegamos tão longe e passamos por tanta coisa. Juntos, eles me amaram e me deixaram amá-los em troca, em meu próprio tempo, trazendo-nos aqui até hoje.

Seus olhos estavam vidrados enquanto eles se aproximavam, cada um me tocando de alguma forma, e juntos, na frente de nossas famílias, recitamos nossos votos de companheiro em tons altos e claros, a melodia de nossas vozes se fundindo e dançando juntas enquanto nos uníamos nossos futuros.

— Eternamente ligados. Sete faíscas da mesma chama, que nunca se apagam, — finalizamos em uníssono.

Tomando minha mão, Joshua colocou o lindo anel de ouro de volta em seu lugar. Eu mal o tirei no ano passado, usando-o com orgulho como um símbolo de nossa união. Ele deu um beijo em meus dedos, indiferente ao brilho em seus olhos que escorregou para molhar minha mão.

Virando-me para Emy, acenei para ela, e ela orgulhosamente saltou até mim, segurando a pequena bolsa que dei para ela no início do dia. Ela me deu um lindo sorriso ao entregá-lo e depois correu de volta para Rini.

Inclinando a sacola, peguei os seis anéis que diz na palma da minha mão e me virei para meus companheiros, apreciando a expressão de surpresa em seus rostos. Era tão difícil esconder qualquer coisa deles, especialmente com Damien sendo capaz de ler meus pensamentos, mas mantive isso guardado, guardado em minha mente, para que pudesse fazer algo especial por eles do jeito que sempre fizeram por mim.

— Damien, Theo, Hiro, Ryder, Killian, Joshua ... esses anéis são um símbolo do meu amor por vocês, um lembrete físico das promessas que fizemos naquela tenda há mais de um ano, e os votos que renovamos hoje em frente de todos que amamos. Nunca soube que era capaz de amar tanto alguém, quanto mais seis homens incríveis. Vocês mudaram meu mundo. Tornaram cada dia muito mais doce simplesmente porque está nele. É comum dizer a frase 'Não consigo imaginar minha vida sem você', mas nossa história é diferente. Cada um de nós tem plena consciência de como é a vida sem o outro, separados pela morte e separados pela dor, então, em vez disso, direi que meu amor por você nunca terá fim. Ele abrange os oceanos, as estrelas e se estende pela eternidade. Meu amor está sempre com vocês, não importa onde estejamos. Os círculos desses anéis são infinitos. Eles não têm começo nem fim, assim como meu amor sem limites por vocês. Eu prometo a vocês meu hoje, meu amanhã e o meu para sempre.

Um por um, coloquei seus anéis em seus dedos, selando cada promessa individual com um beijo apaixonado que esperava que eles pudessem sentir em suas almas como eu sentia na minha.

Sorri, olhando para cada companheiro por vez, sabendo que cada um deles me completou de alguma forma, e eu os completei.

Nós rimos enquanto corríamos pelo corredor, Ryder gritando alto o suficiente para assustar os pássaros das árvores, e eles me levaram embora, indiferentes aos convidados que deixamos para festejar em nossa ausência.

— Você é nossa agora, nossa companheiro preciosa. Para melhor ou pior. — Joshua sorriu quando Damien abriu a porta de nossa casa, deixando todos nós entrarmos.

Antes que eu pudesse passar pela porta, Hiro me pegou e me carregou até a soleira, não querendo me colocar no chão enquanto subia as escadas, ignorando minhas risadas e protestos com um sorriso malicioso em seus lábios sensuais.

— Nós temos que voltar! — Repreendi. — E a recepção? Nossos convidados?

— Eles vão esperar, querida, — Killian prometeu, já puxando sua gravata e afrouxando os botões em sua garganta.

— Como você escondeu isso de mim? — Damien olhou com os olhos arregalados para a bela aliança de ouro em seu dedo, a cor tão brilhante quanto a minha Fênix.

— Foi um desafio, — admiti, — mas precisava fazer algo especial depois de tudo que vocês fizeram por mim ao longo dos anos. Eu queria que você carregasse um símbolo como eu. — Olhei sonhadoramente para o anel em meu dedo, cada faixa tecida junto, tornando cada uma mais forte.

— O casamento foi tudo que você sonhou que seria? — Ryder perguntou, sua jaqueta agora pendurada em uma cadeira na sala enquanto ele desabotoava a camisa. Hiro e eu lambemos nossos lábios ao mesmo tempo em que centímetro após centímetro de pele dourada foi colocada para nós.

Ao meu redor, meus companheiros se despiram.

— É engraçado como os sonhos mudam, — comentei, recuando lentamente em direção à cama enquanto o calor baixava na minha barriga. As chamas que meus companheiros inspiraram em mim estavam sempre a apenas uma faísca de distância, esperando brasas prontas para queimar de volta à vida. — O casamento foi lindo, mas não foi um sonho meu.

Virando, puxei meu cabelo por cima do ombro e deixei Killian puxar meu zíper para baixo com dedos grandes e hábeis antes de girar de volta. Lentamente, muito lentamente, deixei meu vestido cair do meu corpo para formar uma elegante pilha de tecido no chão. Eu me contorci enquanto seus olhos famintos me bebiam, caindo para a bela renda que cobria meus seios e núcleo, apenas mantendo minha carne longe de seus olhares.

— Qual é o seu sonho agora, querida? — Damien perguntou, mesmo enquanto ele rondava para frente.

— Era uma vez, sonhava com uma nova vida e então conheci vocês. Costumava sonhar em ajudar crianças, e agora tenho Emy. Costumava sonhar em me apaixonar, e agora estou acasalada, — eu disse, recuando lentamente em direção à cama.

— E com o que você sonha agora, Nix? — Theo ronronou, seus olhos azuis como o sol contra o oceano mais brilhante.

— Hmm, — cantarolei e rastejei para trás na cama, apreciando os seis olhares encapuzados que observaram quando cheguei atrás de mim e desabotoei minha lingerie. — Bem, neste exato minuto, sonho em ser devorado por vocês até que vocês me façam gritar seus nomes.

— E depois? — Ryder pressionou, mordendo o lábio enquanto eu jogava a renda fora.

— E então quero viver feliz para sempre com vocês, — respondi baixinho, sonhando com todas as coisas que esperávamos em nosso futuro. Eu pegaria todos eles, os bons com os ruins, enquanto estivéssemos juntos.

— Eu acho que você mereceu seu final de conto de fadas, — Hiro meditou, seus olhos escuros me prometendo o mundo.

— Nós todos temos. Vivemos na escuridão, passamos pelo fogo e emergimos do outro lado mais fortes por causa disso. Agora podemos celebrar a luz. — Seis sorrisos combinavam com o do meu rosto enquanto estendia meus braços para meus companheiros, e o colchão afundou enquanto eles se arrastavam em minha direção, prontos para começar nosso para sempre.

Isso aqui era felicidade. De que sonhos foram feitos.

Esta era a eternidade.

E foi perfeito.

 

 

                                                   Harper Wylde e Quinn Arthurs         

 

 

 

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