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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


BECAUSE OF LILA
BECAUSE OF LILA

                                                                                                                                   

 

                                                              

 

 

Biblio VT

 

 

 

 

Estendi a mão e desliguei a frigideira, em seguida, agarrei-a e a levantei para colocá-la no balcão. Espalhei seus joelhos abertos, me coloquei entre eles e puxei-a contra mim antes de tomar sua boca novamente. Eu poderia ficar assim durante toda a noite.

Com suas pernas em volta da minha cintura, ela agarrou meu rosto e me beijou de volta com tanta paixão quanto eu sentia. Era intoxicante. Cada toque, cheiro, som que ela fez me deixou louco. Meu maior arrependimento foi ter dormido com ela bêbado, como se ela fosse um caso de uma noite. Ela era especial. Eu queria lembrar como era a sensação de estar dentro dela. Saber como seu rosto parecia quando ela gritasse com um orgasmo.

Suas mãos se moveram para o meu peito, e ela os correu sobre o meu abdômen. Sentindo cada um enquanto ainda me beijava. Nossas línguas entrelaçadas. Nossa respiração sincronizada. Corri minhas mãos para cima em suas coxas querendo tocá-la e vê-la se contorcer e implorar para ter seu perfume nos meus dedos.

Ela abriu mais as pernas e a saia curta que ela usava deslizou por suas coxas até que estivesse nua. Eu podia ver o cetim branco e renda de sua calcinha. O tecido úmido estava agarrado a ela, e como um homem das cavernas, eu queria bater no meu peito que eu tinha feito isso. Eu a tinha deixado toda molhada apenas com um beijo.

Esfregando um dedo sobre o tecido fino, delicado, vi seu rosto enquanto seus olhos queimaram e seu rosto corou. Deslizando um dedo dentro, eu gemi de prazer ao calor que tocou meu dedo. Eu podia sentir sua excitação. Ela queria que eu a tocasse. Ela queria isso também.

“Eu beijei você aqui.” A memória voltou claramente. O cheiro me bateu e com ele veio à memória de suas pernas jogadas sobre meus ombros enquanto eu a comia como uma porra de um buffet que eu não poderia obter o suficiente.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você gozou na minha língua.” Minha voz era rouca de desejo.

“Sim.” Ela sussurrou.

Eu comecei a ficar de joelhos, e ela agarrou meus braços. “Não, não.”

Eu parei e olhei para ela. Esperei por uma razão para não. Eu nunca tinha tido uma mulher me pedindo para não lambê-la.

Ela respirou fundo. “Eu não estou preparada para isso. Preciso de tempo.”

Ela não estava bêbada. Nós não estávamos em um bar. E eu estava agindo como um maníaco louco por sexo.

“Eu sinto muito. Eu me empolguei. A memória...” Eu parei.

“Foi fantástico. Mas... Eu já passei por outras coisas desde então. Preciso de tempo. Eu gosto de você, Eli. Você me faz sorrir. Eu não quero estragar isso. Minha cabeça e meu coração precisam estar no mesmo lugar.”

Isto não era apenas sobre o nosso tempo. Tratava-se de Cruz Kerrington. Eu tinha que competir com as lembranças dele. Mas eu não tinha medo disso. Ele a tinha machucado. Eu nunca faria isso. Eu poderia ajudá-la a curar, e eu sou paciente, Deus, porra, eu sou tão paciente. Lila se encaixa comigo. Nós nos complementamos. Temos as mesmas ideias, gostos, crenças, e poderíamos ser um excelente casal. Eu nunca a faria sofrer.

Mas ela tinha que superar Cruz em primeiro lugar e seguir em frente com o que ela passou. Se eu fosse dar o meu coração para outra mulher, eu precisava saber que ela queria. Eu poderia ser paciente e esperar.

Eu deixei minhas mãos descansarem sobre as coxas. “Ok. Eu posso esperar.”

Ela suspirou de alívio e me abraçou. “Obrigada. Eu tenho muita sorte de ter você. Agora, eu estaria perdida e sozinha. Mas você está aqui e eu... Estou muito feliz que você veio.”


Trinta e Um

Lila Kate

 


DEPOIS DO JANTAR eu levei Eli para uma caminhada pela cidade. Ele tinha ouvido Bliss falar muito sobre este lugar, e queria ver mais. As noites aqui eram muito familiares. Crianças andando de bicicleta ao longo das calçadas, casais andando e comendo cones de sorvete e desfrutando de um dia quente, o riso dos adolescentes enquanto andavam em grupos, e a maioria deles ainda vestiam seus trajes de banho. Também havia os turistas, e era o que mantinha a área próspera.

“É um local de férias para os ricos,” Eli disse com um tom divertido.

“Aqui não é como Sea Breeze. Não há condomínios, apenas casas costeiras de luxo para alugar. Atrai um público muito diferente. Não somente adolescentes bêbados dirigindo e gritando uns com os outros através de seus tetos solares ou janelas. Eu gosto disso.”

“Há condomínios... só não gosto dos seus condomínios. Estes são pequenos e os edifícios têm somente dois andares. Como aquele lá.” Apontei para o que eu estava falando.

Eli riu. “Isso não é um condomínio. Você viu os vinte edifícios de vinte andares em Sea Breeze. Você sabe do que estou falando.”

Concordei que era muito diferente, e ele não estava mesmo do lado da elite de Rosemary Beach, que foi isolada para os turistas. Kerrington Club era o início da área privada. Eu não queria levá-lo lá. Ainda não.

“Lila Kate!” Eu ouvi meu nome e fiz uma pausa para olhar ao redor. Então eu vi o Mustang vermelho que Jace Montgomery tinha ganhado em sua formatura do ensino médio este ano. Eu acenei para ele.

“Lado errado da cidade, baby. Você se perdeu?” Eu ignorei o fato de que um jovem de dezoito anos de idade me chamou de ‘baby’, simplesmente porque esse era Jace. Ele estava brincando. Ele sempre foi alegre, e eu o conhecia desde o seu nascimento. Eu tinha ido para o hospital com meus pais quando ele nasceu.

“Mudei-me para cá.” Eu disse quando ele estacionou o carro ao nosso lado.

“Você mudou-se para o centro da cidade?” Ele perguntou incrédulo.

Eu balancei a cabeça. “Sim. Jace este é meu amigo, Eli Hardy. Eli, este é Jace Montgomery.”

Jace lançou-lhe um sorriso branco brilhante. “Prazer em conhecê-lo, Eli.”

“Mesmo aqui.” Eli respondeu.

Então Jace olhou para mim. “Você está morando aqui de verdade?”

“Sim, Jace. Acima do prédio onde eu vou abrir meu estúdio de dança.”

Os olhos de Jace se arregalaram. “Droga, isso é incrível. Última vez que ouvi sobre você tinha saído da cidade e Cruz tinha ido atrás de você. Pelo menos isso foi o que disseram.”

“Estou de volta. Decidi começar minha vida aqui.”

Ele assentiu. “Sinto muito por sua avó. Eu não estava na cidade quando aconteceu. É por isso que eu não vim com meus pais.”

“Obrigada. Tudo bem.”

Ele sorriu para Eli novamente. “Mantenha esta selvagem na coleira. Tenham uma boa noite. Tenho que ir.”

“Tchau, Jace.” Eu disse. Ele girou suas rodas em resposta e se dirigiu de volta para o outro lado da cidade.

“Ele tem dezoito anos. Essa é a única desculpa que tenho por ele.” Eu disse a Eli quando Jace se foi.

Eli riu. “Eu percebi isso. Eu tive dezoito anos, uma vez também.”

O ar da noite ainda estava quente, mas eu senti um arrepio apesar disso. Meu coração vibrou engraçado, e eu o reconheci. A maior parte da minha vida eu tinha reagido dessa forma quando Cruz estava perto. Eu queria fingir que eu não o senti agora. Que ele tinha ido embora. Mas eu olhei por cima do ombro, porque eu precisava saber se o meu corpo ainda estava me traindo.

Com certeza, lá estava ele. Sua motocicleta estacionada de frente ao meu prédio. Os braços cruzados sobre o peito e o olhar fixo em nossas costas enquanto nos afastávamos. Ele tinha vindo me ver. Eu senti meu peito apertar, e porque ele estava aqui para me ver me irritou. Eu queria não me importar. Eu queria ser a mulher forte e independente que tinha seguido em frente.

Mas não era assim. Eu queria falar com ele. Eu queria saber por que ele estava lá. Olho para ele e gostaria que ele fosse mais. Gostaria que fosse o cara dos contos de fadas. Desejo todos os tipos de coisas inúteis que eu nunca teria. Isso nunca aconteceria.

Eu não fui para ele. Voltei minha atenção de volta para Eli, onde estávamos andando, apreciando o céu noturno, qualquer coisa, menos Cruz. Não era justo deixar Eli para falar com Cruz e nem eu estava levando-o de volta para lá. Cruz nos viu. Ele sabia que Eli estava aqui agora. Ele também sabia que eu escolhi Eli.

Cada passo que demos para longe de Cruz meu coração doeu mais. Era tudo que eu podia fazer para não virar e correr para ele. Para pedir-lhe para ser diferente.

Quando Eli perguntou se eu queria um sorvete, eu sorri para ele e disse que eu queria. Então eu arrisquei um olhar para trás. Cruz ainda estava lá. Ele precisava sair. Eu precisava que ele fosse para outro lugar agora.

O Shack Sugar tinha uma fila até o lado de fora. Era o único lugar que tinha sorvete na cidade e atraia uma multidão. Chegamos à fila e vi como as crianças imploravam por doces e outras guloseimas. Os pais estavam de férias e estavam explodindo sorrisos. O estresse diário do dia se foi. Muitos adultos tinham um frozen em suas mãos. Tentei me concentrar na cena em torno de mim e não olhar para trás.

“Este lugar parece popular.” Disse Eli.

“É o único lugar para tomar sorvete na cidade.”

Ele pareceu surpreso. “Alguém precisa dar-lhes alguma competição.”

Eu ri com isso, mas tomei a minha chance de olhar para trás, para Cruz novamente. Desta vez, ele tinha ido embora.

O peso no meu peito estava lá. Meu apetite para tomar sorvete desapareceu. Mas eu sorri de qualquer maneira. Deixei-me ser uma parte da felicidade em torno de mim. O sol beijou a pele das crianças que não tinham preocupações, nenhum desgosto. Se apenas a vida ainda fosse assim, tão fácil.

“Eli...” eu disse enquanto olhei para ele.

“Sim?”

“Eu acho que eu sou um desperdício do seu tempo.”

Ele parecia triste por um momento, e então ele colocou o dedo embaixo do meu queixo e segurou meu rosto com os dedos. “Você nunca vai ser um desperdício do tempo de ninguém.”

“E se você estiver errado?”

Ele me deu um pequeno sorriso. “Então eu terei uma lembrança incrível de uma menina que eu tive sorte o suficiente de conhecer.”

Se apenas suas palavras me fizessem sentir melhor.

Olhando para trás mais uma vez, eu olhei para Cruz ou quaisquer sinais de que ele fosse magicamente reaparecer.

Ouvi Eli suspirar suavemente. “Ele se foi, Lila.”


Trinta e Dois

Eli Hardy

 


TUDO PARECIA MELHOR QUANDO acordei com o cheiro de bacon. Ontem à noite não foi o que eu esperava que fosse. Lila estava presa a Cruz Kerrington, e eu fiz o meu melhor para ignorar o fato de que ela não estava completamente comigo ontem à noite. Seus pensamentos estavam em outro lugar.

Mas eu gostava de bacon. Alonguei-me, bocejei e me sentei para ver Lila, em um pijama rosa e seus cabelos em um rabo de cavalo, de pé na cozinha. Essa era uma visão que eu poderia passar o resto da minha vida desfrutando. No entanto, quanto mais tempo eu passasse com ela, mais eu percebia que ela seria a única a ir embora. A garota da qual eu falaria por anos e anos, quando relembrasse os velhos tempos.

“Cheira bem.” Eu disse com a minha voz ainda embargada do sono.

Ela levantou a cabeça, pois estava mexendo em uma tigela e sorriu. “Nada especial. Panquecas e bacon. Mas eu tenho blueberries frescas e calda de mirtilos para colocar sobre elas. Mesmo um pouco de chatilly, se você estiver se sentindo aventureiro.”

Eu ri me levantando. “Estou sempre me sentindo aventureiro. Especialmente com panquecas.”

O olhar de Lila percorreu o meu peito nu, então eu levei o meu tempo pegando a camisa que eu tinha descartado ontem à noite. Deixei-a olhar bem. Eu sabia que meu peito era impressionante. Eu trabalhei duro para manter meu corpo em forma. Eu a assisti, e quando ela percebeu que tinha sido pega me verificando desviou o olhar e corou adoravelmente. Eu considerei ficar sem camisa, mas decidi que isso seria desespero.

Puxando minha camisa sobre a minha cabeça, eu caminhei até a cozinha, peguei um banquinho e me sentei em frente de onde ela estava trabalhando. “Eu me ofereceria para ajudar, mas você parece ter tudo sob controle e parece que você está quase acabando.”

“Eu terminei. Quer um café?”

Eu preferia chá, mas eu assenti. “Sim, mas eu pego.”

Ela virou-se e pegou um copo. “Não. Fique sentado.”

Observei-a pegar o meu copo. “Creme ou açúcar?”

“Não, obrigado.”

Ela entregou-me. “Aqui está.”

Eu comecei a falar, mas quando bateram na porta lá embaixo nós dois paramos. Lila franziu a testa e esperamos. Logo depois, aconteceu de novo. Ela tirou a frigideira fora do fogão. “Eu acho que alguém está na porta.”

“Vou verificar,” eu disse, já em pé. “Você está no meio de tudo isso.”

“Ok. Obrigada.” Ela respondeu e voltou para terminar o bacon.

Eu estava quase descendo as escadas quando percebi quem eu estava prestes a cumprimentar na porta. Foi uma coisa de instinto. Eu deveria ter esperado que ele voltasse depois da noite passada. Lila estava tão ocupada olhando para Cruz que ela não tinha percebido que eu verifiquei para ver o que tinha sua atenção. O cara ficou lá por algum tempo. Ela não ir para ele foi como uma jogada ousada, mas eu ainda achava que ela estava frágil. Ele vir aqui esta manhã não era bom.

Mas esta não era a minha decisão a tomar.

Quando cruzei o estúdio e cheguei às portas duplas da entrada, lá estava ele. Exatamente quem eu esperava. Parecendo que bebeu um litro de uísque e não tinha dormido nada.

Eu queria deixar sua bunda lá fora. Segura longe de Lila. Para não magoá-la ainda mais. Mas então ela poderia ter uma razão de ficar zangada comigo. Eu não estava aqui para protegê-la. Pelo menos não por isso.

“Cruz.” Eu disse enquanto abria a porta.

Ele me empurrou e se dirigiu para a porta dos fundos, que levava para o apartamento. Eu estava certo sobre o uísque, ele fedia como um bar. Isto não era o que ela precisava. Mas ele não pareceu dar a mínima.

“Você está tentando machucá-la?” Eu perguntei ainda de pé na porta, desejando que ele fosse embora. Ele parou e esperou um pouco antes de olhar de volta para mim.

“Você não sabe de nada. Ela não te ama. Você é a porra de um curativo.” O ódio em seu tom foi um pouco alarmante.

Dei de ombros. Eu não me afetei pelo seu ódio e eu não estava com medo dele. Ele era forte, alto, mas estava de ressaca, e eu tinha a vantagem. “Eu sei que ela está sofrendo. Ela está tentando se curar. Mas você não a deixa. Você se mantém rasgando-a uma e outra vez.”

Ele olhou para mim. Como se quisesse me matar com as próprias mãos. Eu não me movi. Eu não quero lutar com o cara. Lila não ficaria feliz com isso.

“Eu não sou bom o suficiente para ela. Por que ela não pode ver isso?” Ele parecia aflito. Tinha muito menos raiva e mais sofrimento.

“Eu acho que ela pode. Mas você pode?”

Seu ódio veio à vida. “Eu a amo. Eu morreria por ela. Eu tomaria a porra de um tiro por ela. Você pode dizer isso? Você mal a conhece. Eu a conheço toda a minha vida. Amei-a mais que a metade disso. Eu só não queria.” Quando ele disse as palavras, eu pude ver o choque em seus olhos. Ele se surpreendeu. Eu duvidei que ele alguma vez tenha admitido isso em voz alta.

“Você tem um jeito engraçado de demonstrar amor.” Eu disse a ele.

Ele passou as mãos pelos cabelos e o olhar selvagem em seus olhos era de um homem destruído. “Ela está me destruindo. Porra, eu estou arruinado. Eu preciso dela. Eu estou tão viciado nela que eu não consigo funcionar direito. Eu não suporto que ela esteja com você. Que você ou alguém como você vai ser o caminho certo para ela. Bom o bastante. Que ela vá pertencer a outro homem. Eu não posso aguentar!” Ele rugiu e puxou os cabelos como um homem possuído.

“Você bebeu demais. Vá para casa, durma um pouco. Pense nisso e se você ainda quiser volte.”

Ele balançou sua cabeça. “Eu não posso sair. Não com você lá em cima com ela.”

Isso era pior do que eu pensava. Ela estava apaixonada por um psicopata. Por que ninguém em sua vida se preocupou com isso? O cara precisava de alguma ajuda mental.

“Se você a ama, então seja o homem que ela merece. Isso...” eu disse acenando com a mão para ele. “Não é o homem certo. Você está uma bagunça do caralho.”

Ele me olhou e começou a vir para mim. Seus punhos estavam cerrados ao lado do corpo, então eu me preparei para me defender. Eu odiava bater em um homem bêbado, mas eu não iria deixá-lo chutar a minha bunda também.

“Cruz!” A voz de Lila o deteve. Olhei por cima do ombro para vê-la lá, em pé. Tão inocente e doce. Este louco, que ela amava, não estava nada bem.

Ele fez uma pausa, em seguida, virou-se para ela. “Lila.”

As lágrimas em seus olhos não estavam caindo ainda, mas elas estavam lá. Não derramadas.

“O que você está fazendo?” Perguntou ela, soando como um professor brigando com um estudante indisciplinado.

“Eu te amo.” Disse ele.

Suas lágrimas se soltaram em seguida. “Eu ouvi.”

Eles ficaram lá olhando um para o outro. Eu andei em torno deles e de volta para cima para pegar minhas coisas. Eu não pertenço a este lugar. Não agora.


Trinta e Três

Cruz Kerrington

 


LUTAR ERA IMPOSSÍVEL. Eu tentei. Eu tinha tentado tão forte. Mas eu não podia. Eu era bom o suficiente para Lila Kate? Não. Ela sabia todos os meus segredos obscuros? Não. Será que ela me amaria se soubesse? Provavelmente não. Ela me odeia. Eu não quero que ela me odeie.

Ela virou-se e agarrou o braço de Eli quando ele veio para baixo com sua mochila. Ele passar a noite aqui tinha sido a última gota. Eu tinha quebrado. Meu peito explodindo teria doído menos do que vê-la com ele na noite passada. Comendo um fodido sorvete, andando pela cidade como um casal. Eu não podia suportar isso. Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.

“Deixe-me falar com ele, você não tem que ir.” Ela disse a Eli.

“Sim, ele tem que ir.” Argumentei.

Ela franziu a testa para mim. “Não, ele não tem.”

“Sim, eu tenho.” Disse ele, me salvando de ter que discutir com ela. Porque esse idiota precisava voltar para a porra do Alabama e ficar lá. “Isso...” disse ele apontando entre Lila Kate e eu. “Isso precisa ser resolvido. Estou no caminho, e honestamente, eu não quero ver mais um acidente de trem.”

Dei um passo em direção a ele, minhas mãos cerrando os punhos. Lila Kate estava na minha frente antes que eu pudesse dar dois passos. Ambas as mãos no meu peito. “Cruz. Não. Basta ir lá pra cima. Por favor.”

Seus grandes e belos olhos estavam me dizendo para ir lá para cima... Para o apartamento dela. Isso significava que eu não seria aquele que iria embora. Então eu recuei e concordei.

“Obrigada.” Ela sussurrou, como se ele não pudesse ouvi-la.

“Não toque nela.” Eu o avisei, certificando-me de que ele entendeu que eu o encontraria, e me certificaria que suas mãos não trabalhassem novamente.

“Cruz, por favor.” Lila Kate implorou.

Me virei e caminhei até a porta, apenas olhando para trás uma vez.

“Sinto muito sobre tudo isso,” ela disse. “Eu nunca esperei que ele viesse aqui.”

“Mas você está feliz que ele fez.” Eli respondeu.

“Sim.” Disse ela sem hesitação.

Deixei-os. Ela me queria. Ela não estava pedindo-lhe para ficar. Proclamando que o amava. Chorando por ele. Eu não a tinha perdido ainda. Não era tarde demais para nós. Eu me preocuparia com meus segredos mais tarde. A merda que eu ainda tinha que acabar. Eu lidaria com isso. Por agora, eu só precisava de Lila Kate.

O cheiro de bacon encheu o apartamento quando cheguei ao degrau superior. A área era um grande espaço aberto, espaçoso, e Lila Kate tinha colocado seu toque nele. Sorri para todos os tons de vermelhos e amarelos. Ela adorava cores vibrantes. De alguma forma ela fez as cores, que eu normalmente não me importava, atraente.

Havia panquecas no balcão, junto com mirtilos e bacon. Ela tinha feito o café da manhã. Ciúme me comeu por dentro. A única coisa que me manteve são foi o fato do sofá-cama estar aberto e usado. Eles não tinham dormido juntos. A ideia deles embrulhados juntos na noite passada tinha sido o que me enviou a beber. Em um ponto, eu tinha bebido o suficiente para que eu tivesse desmaiado. Só dormi três horas antes de acordar torturado, outra vez, sobre a ideia deles juntos.

Peguei um pedaço de bacon e o comi, em seguida, verifiquei se havia leite na geladeira. Eu estava com fome. Eu não tinha comido durante toda a noite, e quanto mais eu pensava sobre Lila Kate cozinhando tudo isso para Eli, mais eu queria comê-lo. Tomar o que ele pensava ser dele. Foi meu primeiro, droga.

“Eu não posso continuar fazendo isso com você, Cruz.” Lila Kate disse no momento em que entrou no apartamento. Ela não estava mais chorando. Ela estava mais intensa. Séria. “Isso está mexendo com a minha cabeça. Eu sou um náufrago. Aquele cara que você apenas colocou pra fora daqui é um bom rapaz. É doce e gentil. Gosta de mim. Ele não precisa de mulheres em todos os lugares para bajulá-lo, para fazê-lo se sentir como homem. Ele é perfeito. Completamente perfeito. Então porque é que no momento em que você aparece eu esqueço tudo isso? Por que você não pode ver que isso está me arruinando? Nesse vai e volta.” Suas mãos estavam em seus quadris, e ela estava mantendo distância. Eu queria ela aqui comigo. Comendo essa refeição. Sorrindo para mim. Neste balcão, com as pernas abertas, enquanto eu a fodo. Havia muito que eu queria dela. Mas apenas uma coisa era importante.

“Você me ama?” Eu perguntei a ela. Era simples. Era o que eu precisava saber.

Ela suspirou e fechou os olhos com força. “Sim. Você sabe que sim.”

Isso era o que eu precisava ouvir. Eu andei em torno do balcão e fui direto para ela. Ela abriu os olhos quando me ouviu se aproximar. Eles estavam assombrados com a dor. A dor que eu tinha causado. Dor que ela não merecia. Eu ficaria com ela. Gostaria de passar minha vida inteira ao lado dela.

“Então me perdoe, por favor, me dê outra chance. Porque, Lila Kate Carter, eu estou completamente apaixonado por você. Eu não consigo ver minha vida sem você nela. Tudo o que eu quero, quando eu abro os meus olhos todas as manhãs é vê-la ali, ao meu lado. E a noite, eu quero dormir com você em meus braços. Então, deixe-me mostrar que eu posso ser esse cara. O que você pensou que tinha encontrado em Eli. Eu posso ser ele. Porra, apenas um pouco mais emocionante, porque ele é também extremamente certinho e você logo estaria entediada como o inferno.”

“Porque agora? O que mudou?” Ela perguntou ainda cautelosa e insegura.

“Porque eu não posso mais lutar contra isso. Eu achava que estava protegendo você de mim, mas eu posso ser o cara que você merece. Eu te amo pra caralho e nunca haverá um homem que te ame mais. Isso posso lhe garantir.”

Ela sorriu. Era um pequeno e suave sorriso, em seguida, ela balançou a cabeça em descrença. “Eu sou uma idiota.”

Isso não era o que eu queria ouvir.

“Não, você não é.”

Ela inclinou a cabeça para trás. O queixo levantado. “Sim, eu sou, porque se eu ficar aqui e discutir com você, eu irei perdoá-lo. Vou fazê-lo novamente se eu tiver que fazer. Por que eu não consigo me livrar de você, Cruz? Por quê? Como você continua me segurando assim?”

Meu coração se sentiu tão malditamente cheio que eu queria fazer um punho, socar o ar e soltar um grito de vitória. “Eu sou muito, muito doce.” Eu brinquei com ela.

Ela sorriu. “Não, você não é.”

“Ok. Bem, talvez não tão doce, mas eu posso ser. Eu serei. Vou ser tudo que você precisa que eu seja. Eu juro.”

“O que acontece quando você se cansar de mim?”

Estendi a mão para ela. “Eu te conheço toda a minha vida. Nunca, você me entediou em nenhuma vez. Nem mesmo quando você estava tão tensa que mal conseguia andar.” Sorri quando eu disse isso.

Ela riu. Isso era o que eu estava tentando fazer. “Isso não é exatamente fácil de falar.”

Segurei-a por trás e pressionei-a contra mim. “Não? Eu vou trabalhar nisso, então.”

Curvando-me beijei seus lábios suavemente. Ela se inclinou para mim e me beijou de volta. Um gemido suave, satisfeito veio de sua boca, e eu a provei com mais intensidade. Segurei-a mais perto. Isso era tudo que eu precisava. Fez todas as outras vezes, todas as outras meninas e mulheres pálidas. Elas eram totalmente esquecíveis. Lila Kate tinha reivindicado a minha alma.


Trinta e Quatro

Lila Kate

 


A ÚLTIMA PANQUECA de mirtilos, que eu tinha feito para Eli, foi comida por Cruz quando ele se sentou ao meu lado no balcão. Sua mão esquerda estava na minha coxa enquanto ele usava a mão direita para comer. Ele me manteve perto. Mesmo depois do nosso beijo, ele não queria parar de me tocar. Como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

Tão irreal quanto tudo isso era, eu estava lidando com a culpa sobre a forma como Eli tinha saído. Eu tentei falar com ele e convencê-lo a ficar, mas ele estava certo. Ele e eu nunca tivemos uma chance, enquanto Cruz ainda tinha tanto espaço no meu coração.

“Isso foi incrível. Eu estava morrendo de fome. Uma noite cheia de arrependimentos e Jack Daniels faz isso com você.”

Eu sorri e comecei a me mover, mas sua mão apertou o cerco contra a minha perna. “Não vá.”

“Eu preciso limpar.”

Ele se virou para mim e capturou minhas pernas entre as coxas. “Tudo vai ficar aqui. Você não tem que limpar agora.”

A maneira como ele olhou para mim tinha me preocupado que este fosse um sonho e eu estava prestes a acordar. Era difícil de aceitar. “Você só quer sentar aqui e olhar para mim, então?” Perguntei-lhe desfrutando disso, no caso de eu acordar logo e tivesse o meu coração partido por ele novamente.

“Nós poderíamos,” disse ele, em seguida, suas mãos foram para o meu pijama e o puxou sobre a minha cabeça. Eu não tinha colocado um sutiã esta manhã, desde que o meu pijama era largo. Meus seios ficaram nus para ele. O foco dele estava sobre eles e nada mais. “Ou eu poderia continuar te deixando nua, levá-la até o sofá-cama e afundar meu pau nessa sua sedosa buceta quente.” A voz dele tinha baixado para seu grunhido sexy.

“Oh...” eu respondi.

Ele riu. “Sim, oh...” Ele repetiu e então eu estava em seus braços e nós fomos para o sofá-cama.

Ele mordiscava minha orelha, fazendo-me contorcer em seus braços e começou a sussurrar exatamente o que ele queria fazer para mim. Assim como em New Orleans, ele estava focado em mim. Como ele poderia me fazer sentir. Mas quando ele me colocou para baixo eu não me deitei. Eu não estava nervosa. Agora não.

Eu subi e comecei a desfazer seu jeans. Ele me observou. Ele não falou ou se moveu. Soltando os seu jeans, eu o puxei para baixo dos quadris até que caiu no chão e ele o tirou. Então eu puxei sua cueca boxer para baixo e seu pau grosso, maior do que eu me lembrava, saltou livre.

“Se você continuar olhando para o meu pau assim, nós não vamos ter quaisquer preliminares.” Alertou.

Eu fiquei de joelhos e corri minhas mãos até a frente de suas coxas. Os músculos sob minhas mãos tensionaram. Seu corpo ficou completamente imóvel, como se congelado. Quando levei minha mão direita em volta do seu pau rígido, ele gemeu. Eu não lhe dei tempo para reagir. Minha boca cobriu a cabeça, e eu chupei tanto em minha boca quanto era possível.

“Fooooda...” ele gemeu e os joelhos tremeram. A mão estava na minha cabeça, e suas coxas continuavam tremendo. “Lila, Jesus.”

Como a minha boca cobria a pele lisa, minha mão começou a deslizar facilmente para cima e para baixo após cada lambida e o puxei em minha boca. Cruz começou a ofegar. Sua respiração era irregular e forte. Eu podia ouvi-lo, e saboreei a maneira como ele estava completamente sob meu controle.

Minha língua circundou a cabeça e ele sussurrou enquanto sua mão puxou os meus cabelos. Meu rabo de cavalo estava em volta de sua mão quando ele começou a puxar e empurrar minha cabeça enquanto eu trabalhava minha boca sobre ele.

“Eu não quero saber por que você é tão boa nisso. Jesus, Lila, inferno santo, isto é melhor do que todas as vezes que eu imaginei isso enquanto tomava banho.”

Eu sorri para ele, e ele sorriu enquanto seu peito subia e descia rapidamente. Eu o assisti. Mantive nossos olhos conectados enquanto eu corria minha língua sobre ele. Provocando. Sacudindo a ponta e, em seguida, voltando para chupá-lo.

“Deus, baby, apenas continue. Porra, isso é bom.”

Eu nunca quis dar um boquete em um cara antes. Mas Cruz, eu tinha imaginado isso e pensei sobre isso. Desejei isso com ele. Mais de uma vez, ao longo dos últimos anos.

“Eu não posso...” ele gemeu e me puxou de volta, em seguida, me jogou na cama. Seus olhos estavam escuros, as pupilas dilatadas. Com um puxão, ele tirou minhas calças de pijama e calcinha. O corpo muscular firme por quem eu era fascinada me cobriu. “Abra para mim, Lila.” Pediu ele.

Minhas coxas se abriram, e ele capturou ambos os meus pulsos e os prendeu sobre a minha cabeça, fixando-me ao colchão. “Eu ia ser o caralho doce, mas agora eu preciso dessa buceta. Você me fez louco, e isso não será nada parecido com doce, baby.”

O primeiro impulso foi forte e eu gritei de dor, mas meu corpo formigava com prazer.

“Você,” ele rosnou, em seguida, mergulhou em mim novamente. “Não pode chupar meu pau como uma profissional e parecer como um anjo, e esperar que eu fique são.”

Comecei a rir quando ele me encheu de novo e de novo, tomando o meu fôlego. Todos os meus pensamentos. Apenas a subida constante em direção ao orgasmo que eu sabia que estava por vir. A bela explosão que só era possível em seus braços.

“Eu sou viciado nisso. Em você. Na sua maldita buceta.” Ele disse como se estivesse bravo com isso. Mas então ele começou a beijar meu pescoço e dando pequenas mordidas na minha pele. Era erótico e doce, mesmo se ele achasse que não era. Cruz nunca iria ser como Eli. Ele não era estruturado, educado, ou previsível. Aqueles eram traços meus. Eu ansiava por algo mais. Eu quis a emoção e a selvageria de Cruz, sua boca suja, seu lado quebrador de regras. Todas as coisas que eu não era. Ele me equilibrava. Ele era do meu jeito.

“Lila?” Disse ele quando levantou a cabeça e afundou-me completamente.

“Sim?” Eu estava sem fôlego.

“Eu amo você, mas estou prestes a virar você e fodê-la como se eu tivesse pago por isso.”

Eu não tive tempo para responder antes que ele me tivesse no chão e suas mãos estivessem em meus quadris quando começou a bater em mim por trás. Eu perdi a minha respiração. O ângulo em que ele entrou em mim me enviou mais perto do clímax do que eu desejava.

“Então, porra é a própria perfeição o seu rabo no ar para eu foder,” disse ele entre impulsos. “Goze para mim, baby.” Soou como um comando. Meu corpo reagiu como se fosse um.

Eu explodi em chamas e gritei seu nome. Ele puxou seu pau e descarregou o seu gozo por todo o meu traseiro. Senti o calor do líquido quando jorrou em mim. Nós dois ficamos quietos. Meu corpo estava zumbindo de ser levado tão ferozmente.

“Eu tenho uma coisa por gozar em todo o corpo.” Ele declarou.

“Eu gosto disso.” Eu admiti sorrindo no travesseiro que usei para descansar.

“Fique aqui.” Disse ele, como se eu tivesse energia para levantar e ir a qualquer lugar. Eu estava perto de desmaiar. Dormir um pouco soava bem. Meu corpo passou da melhor forma imaginável.

Um pano quente me assustou, pois correu sobre minhas costas, parte inferior e entre as minhas coxas. Com uma última limpeza, ele deslizou-a sobre a área sensível entre as minhas coxas e eu ofeguei.

“Sensível?” Perguntou.

Eu balancei a cabeça.

Ele se deitou ao meu lado e me puxou contra ele. “Desculpe, eu fui tão bruto. Você me enlouqueceu com a melhor chupada do mundo.”

Eu ri e enterrei minha cabeça em seu peito.

“Ria o quanto você quiser. Você é uma profissional, e agora que sua boca não está no meu pau eu estou um pouco preocupado sobre como você ficou tão boa.”

Me movi para que pudesse vê-lo. Seus braços ainda em torno de mim. “Você dormiu com centenas de mulheres, e você está preocupado com as minhas habilidades no boquete?”

Ele fez uma careta. “Sim. Eu estou.”

Eu ri. Simplesmente porque eu só tinha feito isso uma vez antes e eu não me tornei uma grande fã, então.

“Que bom que você me acha engraçado.” Ele não parecia satisfeito.

“E se eu dissesse que eu estou preocupada com o fato de que você pode despir uma menina e estar dentro dela em menos de trinta segundos?”

Ele ainda estava carrancudo. “Eu diria que você sabia que eu era um prostituto. Eu sei que você é uma boa menina. Há uma diferença.”

Eu enterrei minha cabeça em seu pescoço e tracei um coração em seu peito. “É porque era você.” Eu finalmente admiti.

“O quê?” Perguntou.

“Foi você. Eu queria. Eu sonhei com isso. Fantasiei. Você sabe.”

Ele se afastou e inclinou a cabeça para trás até que eu tive que olhar para ele. “Você está me dizendo que você fantasiou sobre chupar o meu pau?”

Eu balancei a cabeça.

“Porra, baby. Tudo o que tinha que fazer era dizer, ‘Cruz, posso chupar seu pau?’ e eu teria feito esse sonho realidade muito mais rápido.”


Trinta e Cinco

Cruz Kerrington

 


EU TINHA UMA MERDA para consertar. Era vital que eu lidasse com isso antes que fosse tarde demais. Alguns segredos eram melhores mantidos dessa forma. O meu era um deles. Eu não ia perder Lila Kate agora que eu tive coragem suficiente para admitir que eu a queria. Que eu a amava. Eu saltei e fiz isso. Eu não estava deixando-a ir. Nem eu iria deixá-la.

Ela se tornou tão importante para mim quanto respirar. É assustador como o inferno, mas é a verdade.

Deixá-la para trabalhar em seu estúdio enquanto eu ia ao clube para uma reunião com meu pai teria sido a coisa certa. A única coisa inteligente. Mas a ideia de deixá-la não tinha sido atraente, então eu pedi que ela viesse comigo e almoçássemos.

Ela não queria este mundo. Ela tinha saído dele. Ela havia se mudado para a cidade. No entanto, eu estava lembrando-a que eu era deste mundo. Eu um dia possuiria o clube e tudo o que vinha com ele. Claro, ela sabia onde meu futuro estava, mas eu ainda não queria lembrá-la. Nada dessa droga por agora.

Quando chegamos ao manobrista, saímos do carro e fomos para dentro, ela parecia bastante feliz. Deslizei meu braço em volta de sua cintura e ela não congelou ou ficou nervosa. Ela estava bem com essa exposição pública de afeto. Eu estava apenas começando a me divertir quando Shelby, uma garçonete cujo último nome eu não lembro, veio andando para fora da sala de jantar. Eu murmurei uma maldição sob a minha respiração quando seus olhos se fixaram em mim e ela sorriu completamente perplexa com o fato de o meu braço estar ao redor da cintura de Lila Kate.

“Cruz.” Disse ela dando-me um sorriso que era muito familiar. Malditamente sexual.

“Olá.” Eu respondi com um aceno e com a esperança de continuar caminhando sobre o passado com ela. Ela era uma empregada; portanto, era óbvio que eu deveria saber quem ela era. Não era um dado, no entanto, que eu deveria saber que ela faz uma depilação brasileira uma vez por mês.

“Eu só ficarei até a troca do café da manhã.” Ela piscou para mim como se isso significasse alguma coisa.

“Então, aproveite o resto do seu dia.” Felizmente, ela entendeu o recado. Seus olhos saíram de mim para Lila Kate, e eles se abriram como se só agora percebesse que eu estava com alguém.

“Vocês estão...” Ela não terminou a pergunta enquanto sacudia o dedo para nós dois.

“Sim, estamos.” Eu respondi. “Aproveite o seu sábado.” Então, continuei esperando que Shelby tivesse terminado o seu questionamento...

“Você não tem que ficar tão tenso quando isso acontece, Cruz. Eu te conheço toda a minha vida. Vai acontecer muitas vezes.”

Olhei para Lila Kate. “Eu gostaria de poder fazer isso parar. Eu não quero que você fique desconfortável.”

Ela sorriu. “Namorar você significa lidar com todos os seus relacionamentos passados.”

“Shelby não foi um relacionamento. Ela era uma merda.”

Lila Kate suspirou. “Eu estava tentando ser mais delicada.”

Isso me fez rir. “Shelby nunca me considerou um relacionamento também. Eu prometo.”

Com um pequeno elevar de seu ombro, ela disse, “Eu não imagino que qualquer garota pensou nisso.”

Nunca desejei que eu pudesse voltar atrás e mudar essa merda. Até agora. A opinião de Lila Kate sobre mim não era ótima. E o pior é que não era mesmo preciso. Eu era muito pior do que ela pensava.

“Eu vou pegar uma mesa e pedir uma bebida enquanto você se encontra com seu pai.” Ela me disse quando nos aproximávamos da entrada do restaurante.

“Ok. Eu não demorarei, vou deixá-lo saber que você está esperando por mim. Isso deve adiantar as coisas.”

“Você está pronto para contar a seus pais sobre isso? Você não acha que devemos esperar até que você tenha certeza?” A dúvida em sua voz e em suas palavras me magoou. Mesmo agora, depois da cena dramática que eu tinha feito esta manhã, ela ainda estava sendo cautelosa. Eu merecia.

Puxei sua mão do meu peito e dei um beijo em seus dedos. “Não tenho certeza se eu deixei claro esta manhã. Mas eu estou certo. Não há dúvida em minha mente. Você tem alguma?” Porque se ela ainda não sabe se quer fazer isso eu poderia ter de recorrer a medidas drásticas. Como sequestrá-la e levá-la para uma cabana nas montanhas e ter certeza que ela ficasse tão viciada em mim como eu estava por ela.

Suspirei interiormente. O fato de eu apenas pensar em algo como isso significava que eu estava afundado muito profundo.

“Eu estive certa desde que eu tinha quatorze anos.” Ela respondeu.

Eu tinha começado a empurrá-la para longe, mesmo naquela época. Quando eu sabia que tínhamos alguma coisa, mas eu a feri no final. Então eu a feri no início também. Agora eu tinha um monte de anos para compensar.

Eu agarrei a parte de trás de sua cabeça e a beijei até que ela estivesse agarrada a mim e nossos peitos estivesse subindo e descendo rapidamente. “Eu te amo.” Eu a lembrei. Então eu pressionei mais um beijo em seus lábios antes de virar em direção ao escritório do meu pai.

Eu não tinha estado tão feliz por estar aqui, respirar o ar limpo e comer neste lugar por um maldito longo tempo. Desde a minha infância, pelo menos.

Olhei para trás para me certificar de que Lila Kate tinha ido para a sala de jantar antes de bater na porta de meu pai.

“Entre.” Ele gritou.

Pela primeira vez eu não estava temendo isso. Abri a porta, e meu pai estava ali encostado na frente de sua mesa e com os braços cruzados sobre o peito. Uma carranca no seu rosto e os olhos brilhando em minha direção.

“Explique-me o que acabei de ver lá fora. Vá lentamente. Seja minucioso.”

Merda.

“Eu não tenho certeza do que você está se referindo.” Foi minha resposta covarde.

“Cruz, eu não estou na porra do clima.”

Isso precisaria ser tratado mais cedo ou mais tarde. Acho que, pelo menos, tiraríamos logo isso do caminho. “Eu estou apaixonado por Lila Kate.”

O olhar de meu pai desapareceu, e as sobrancelhas se juntaram enquanto ele me estudou. “Apaixonado? Como amando apenas uma única mulher?”

Jesus, ele tinha uma baixa opinião de mim. “Existe outro tipo de amor? Porque eu sempre acreditei que se você estivesse apaixonado, era apenas por uma mulher. A menos que você ame as mulheres em geral.”

“Você é um espertalhão.” Disse ele carrancudo novamente. “Quando você decidiu que estava apaixonado por Lila Kate?”

Por que isso importa? Eu não estava aqui para me defender. Eu teria que fazer isso com Grant. Eu não deveria ter que fazer isso com meu pai. “Isso importa?”

Ele me deu um aceno de cabeça afiada e continuou a olhar para mim.

“Quando eu pensei que ia perdê-la. Foi quando eu percebi.”

“Perdê-la? E quando é que você a teve?”

“Eu não a tive, mas só a ideia de que ela poderia amar alguém, me esquecer, seguir em frente, foi um tapa na minha cara. Um que eu precisava.”

Meu pai se levantou e eu gemi. “Essa não é a resposta que eu queria ouvir. Você não pode simplesmente achar que a ama, a fim de mantê-la te amando. Então se cansará e quebrará seu coração. Isso é cruel, filho. Egoísta. Eu ensinei-lhe melhor do que isso.”

“Eu a amei por um longo tempo, tudo bem? Eu sabia que se eu me deixasse eu sentiria algo especial. Mas Lila Kate é... ela é importante. Eu não poderia machucá-la. Eu estava protegendo-a.”

Eu vi quando ele esfregou a testa, como se estivesse frustrado. Este não era o seu negócio. Nós não éramos crianças que estavam apenas se pegando na porra de um banco de trás do carro. “Você queria se encontrar comigo sobre a franquia Kipling.” Eu o lembrei.

“Você está mudando de assunto.”

Eu balancei a cabeça. “Sim.”

Ele começou a dizer outra coisa e parou. “Bem, vocês são adultos. Se você quiser fazer isso, eu não posso pará-lo. Mas Lila Kate não é como as mulheres que você costuma passar tempo. Ela é frágil, doce, insegura... Eu não quero que você a machuque.”

Olhei diretamente para o meu pai. “Nada jamais foi tão sério na minha vida. Eu vou matar qualquer um que tente machucá-la.”

Papai sentou ali por um momento, então, levantou uma de suas sobrancelhas. “Bem, filho, eu acho que perdi a aposta.”

“O quê?”

Ele caminhou até seu lado da mesa. “Eu disse a sua mãe que você seria um solteirão até que tivesse pelo menos quarenta. Ela apostou que você se apaixonaria antes do ano acabar. Ela disse que só tinha um sentimento.”

Irritado com os meus pais, eu me levantei. “Eu não posso acreditar que vocês estavam apostando nisso. Espero que ela apenas esvazie a porra dos seus bolsos.”

Papai riu. “Eu não vou dizer-lhe sobre o que foi a aposta... você não poderia lidar com isso.”


Trinta e Seis

Lila Kate

 


O CHÁ OOLONG FOI ficando frio enquanto esperava Cruz. Eu tinha tomado alguns goles, mas meus pensamentos estavam em outro lugar, e eu tinha esquecido sobre isso enquanto eu ponderava essa situação. Eu não estava brincando quando eu tinha dito que lidaria com um monte de ‘Shelbys’. É assim que as coisas eram.

O problema era que eu imediatamente comecei a comparar-me com ela e encontrar meus defeitos. Ela era mais alta, tinha pernas compridas, os cabelos eram loiros e encaracolados. Ela era confiante. Eu não poderia fazer isso toda vez que entrasse em contato com uma mulher com quem Cruz tinha dormido. Eu acabaria por tornar-me miserável. Eu tinha que construir alguma confiança, tinha que pensar sobre as minhas boas qualidades e me lembrar que Cruz tinha dito que me amava.

Eu tinha quase certeza de que ele nunca tinha dito isso para outra mulher. Não era um comportamento dele proclamar o amor.

“Desculpe ter demorado tanto tempo.” A voz de Cruz me assustou, me fazendo saltar um pouco. Ele sorriu obviamente se divertindo. Quando se sentou, acrescentou, “Você estava em um pensamento profundo.”

Eu balancei a cabeça. “Sim. Só pensando.”

Que acabou com seu sorriso. “Sobre?”

Ele era tão inseguro quanto eu. Isso ajudou um pouco. Eu não era a única a me sentir vulnerável. “Sobre tudo. Nada específico.”

Ele se inclinou e olhou para mim com uma expressão séria e intensa. “Por favor, não questione o que temos ou eu... Dê-me tempo, eu posso ser todas essas coisas que você pensa que eu não posso ser.”

Enfiei minha mão sobre a mesa e cobri a sua. “Eu sei. Isso não é o que eu estava pensando.”

Ele parecia aliviado e seu polegar esfregou os meus dedos. “Bom.”

“Olá Lila Kate, Cruz.” A interrupção foi de Kelsey Torrent, chefe de marketing da Kerrington Club.

A mão de Cruz escapou da minha abruptamente, e ele endireitou-se em sua cadeira. Ninguém mais iria perceber que ele tinha feito isso tão bem. Mas a interrupção de Kelsey tinha lhe assustado. Ela estava trabalhando para o clube há cinco anos. Eu não a conhecia muito bem.

“Olá, Kelsey.” Cruz respondeu mal olhando para ela.

Kelsey sorriu como se a nossa saudação tivesse sido muito mais quente. Senti um incômodo que não fazia sentido pairar sobre nós. “Olá.” Eu disse tentando compensar a resposta de Cruz.

Kelsey mal olhou para mim. “Seu pai quer falar com você.” Ela disse a Cruz. Seu tom era irritado. Ela não pareceu se importar muito com ele. Eu me perguntava se ela se sentia ameaçada por sua posição no clube. Eu poderia imaginar que ela não estava animada sobre responder a alguém vinte anos mais jovem que ela nos próximos anos.

“Eu acabei de sair do escritório dele.” Cruz respondeu.

Ela estava tentando cobrir sua raiva súbita. Mas eu consegui ver por atrás do falso sorriso dela. “Isso pode ser verdade, mas ele quer que você volte. Tenho certeza.” Ela olhou para mim com um sorriso apertado. “Senhorita Carter pode terminar o almoço sozinha.”

Comecei a dizer a ele que eu podia simplesmente voltar para o estúdio e trabalhar, mas Cruz falou primeiro. “Eu vou comer o meu almoço, e depois verei o que o meu pai precisa em seu escritório.”

Kelsey Torrent não estava satisfeita. Estava mais do que irritada. Quando se virou e foi embora, eu soltei o suspiro que estava segurando. Pensei que os dois iriam fazer uma cena. O que provavelmente a teria demitido, e deixado Cruz em sérios problemas.

“Eu não acho que ela gosta muito de você.” Eu disse calmamente uma vez que ela estava fora da sala de jantar.

Ele deu de ombros, como se não se importasse, mas ele estava tenso. Isso o havia incomodado. Eu me senti mal por ele. Ter que se juntar a uma empresa como esta e lidar com funcionários que não gostavam que ele eventualmente fosse seu chefe. “Ela é estressada.” Foi tudo que ele disse.

Pedimos a nossa comida e Cruz tentou relaxar, mas não teve sucesso. Eu queria que ele descobrisse o que seu pai desejava em vez de se preocupar em ignorá-lo ou afastá-lo. Olhei para o meu telefone e decidi ajudar Cruz e terminar o almoço. Ele se preocuparia todo o tempo se não respondesse o seu pai logo.

“Oh, essa é a decoradora que eu preciso encontrar. Ela está disponível agora, mas não estará novamente até quinta-feira. Eu preciso ver o que ela pode fazer e obter uma cotação. Você se importa?”

“Não, está tudo bem. Você precisa se encontrar com ela e eu estarei lá ainda hoje. Eu preciso lidar com o meu pai pela primeira vez.”

“Obrigada. Eu sinto muito. Eu posso apenas pedir a cozinha para arrumar a minha comida para levar.”

Ele ficou então. “Eu vou buscá-la na cozinha. Eles vão tomar o seu tempo de outra forma.” Ele estava sendo útil, mas sua cabeça estava em outro lugar. Nós. Nosso novo relacionamento e ser visto em público era novo. Então, eu não sinto que eu poderia questioná-lo muito sobre o que o estava distraindo. Eu teria que deixá-lo me dizer o que estava acontecendo quando ele estiver pronto.

Eu pego a minha bolsa e bebo o resto do meu chá antes dele voltar com um saco contendo o meu almoço. Era difícil perder que vários olhos o seguiam enquanto ele caminhava através do restaurante. Muitos falaram com ele. Outros observavam como se ele fosse uma refeição que eles queriam. Eu não poderia culpá-los. Ele era tão bom de se olhar.

Quando ele chegou à mesa, eu me levantei e ele me beijou. Bem ali, para todo mundo ver. Era como se ele estivesse fazendo uma reivindicação. Deixando todos saber. Mas, na realidade, ele estava mostrando que ele estava falando sério. Peguei o saco uma vez que o beijo terminou e senti meu rosto ficar quente.

“Você está corando.” Ele sorriu.

“Sim,” eu sussurrei. “Essas pessoas podem não me conhecer, mas todos eles sabem que você é.”

“Eles conhecem você, Lila Kate Carter.”

Minhas bochechas estavam em chamas agora.

“Deus, você é linda.” Disse ele, rindo agora. Sua tensão anteriormente tinha aliviado. “Vejo você em breve.”

Com um aceno de cabeça e um sorriso tímido, saí olhando para frente, com medo de fazer contato visual com qualquer pessoa. Cruz já havia desaparecido na outra direção.

“Lila Kate.” Uma voz feminina me parou. Me virei para ver Adelle Boyd me dando um olhar calculista. Ela estava sentada em uma mesa com sua mãe e sua irmã mais nova. Todas as três usavam saias de tênis como se tivessem acabado de sair da quadra. O que provavelmente tinha acontecido.

“Olá.” Eu disse por tabela, já sabendo do que se tratava. Aquele beijo era doce, mas eu sabia que ia chamar um pouco de atenção que eu não queria. Ou devo dizer drama.

“Você está namorando Cruz?” Perguntou ela com um toque de descrença em seu tom.

Forcei um sorriso. “Sim.”

Sua mãe fez um som estranho no fundo da garganta. Eu não olhei para ela.

“Desde quando?”

“É novo.” Eu disse a ela docemente. O que eu queria era ser rude e dizer-lhe que não era da sua conta.

Sua boca transformou-se em um sorriso divertido. “E vai ser curto também.”

Tanto a mãe quanto a irmã tentaram abafar seus risos. Eu não tenho tempo para isso.

“Tenham um dia maravilhoso também.” Eu disse antes de sair e esperando que ninguém me parasse novamente.

Uma vez fora, eu respirei com alívio. Isso era apenas o começo. Eu tinha que aprender a lidar melhor com as reações das pessoas.


Trinta e Sete

Cruz Kerrington

 


VIREI-ME E FUI EM OUTRA DIREÇÃO quando Lila Kate deixou o clube. Meu estômago se apertou e meus demônios me perseguiram. A razão pela qual eu tinha mantido distância de Lila Kate, a razão pela qual eu a queria e agora eu sabia que a amava, mas nunca iria chegar perto o suficiente, só estava vigiando-a. Eu tinha visto esta oportunidade e tinha ido atrás dela mesmo sabendo que eu tinha merda o suficiente para nos destruir, mesmo antes de ter começado. Eu tinha jurado a ela que não iria machucá-la. Eu estava prestes a ter certeza de que iria cumprir essa promessa.

Virando à esquerda em vez da direita, eu me dirigi para o escritório de Kelsey. Meu pai não a tinha enviado para mim. Ela tinha me visto com Lila Kate e veio atrás de mim. Normalmente, ela não interfere na minha vida sexual. Ela era uma mulher casada, afinal das contas. Mas ela sabia... Lila Kate Carter era diferente.

Eu não bato em sua porta. Eu apenas entro. Ela estava de pé do outro lado da sala com um copo de água gelada na mão olhando pela janela.

“Você não pode sair com ela,” foi tudo que ela disse. Nem sequer virou-se para mim.

“Eu posso fazer qualquer merda que eu quiser fazer, Kelsey,” eu respondo com raiva, pois ela pensa que sua buceta é tão mágica que pode me controlar. Talvez isso fosse verdade quando eu tinha dezesseis anos e ela me trouxe neste escritório em uma noite tardia, após um baile e chupou meu pau pela primeira vez. Ela tinha algum poder sobre mim. Mas eu não era mais um garoto. Eu tive muitas mulheres desde que ela me apresentou ao sexo.

“Eu não me importo com todas as suas prostitutas. Isso é tudo o que elas são. Você é um homem. Homens gostam de sexo. Eles gostam de variedade e eu estou bem com isso. Mas não ela. Você sabe que ela não é uma prostituta. Você quer mais com ela,” então ela se virou para mim. “Estou certa?”

“Sim, você está certa. O que nós fizemos não estava certo. Você é casada. Nós deveríamos ter parado isso há muito tempo. Inferno, nunca deveria ter começado. Mas eu era um adolescente com tesão e você tirou vantagem disso. Eu não me importava com o seu marido. Eu deveria ter me importado, mas meu desejo sexual estava em ação. Acabamos. Eu a amo. Há apenas ela para mim.”

Kelsey era uma mulher bonita. Alta, esbelta, peitos generosos e uma aberração quando se tratava de sexo. Eu a fodi sobre essa mesa muitas vezes e em várias posições diferentes. E ela me assistiu foder outras meninas, ficava esperando para transar porque isso a excitava. Tinha sido divertido. Antes. Mas, no ano passado, ela ficou pegajosa. Mais carente. Mais possessiva.

“É isso que você acha? Que você pode me foder por cinco anos e em seguida ir embora. Bem desse jeito?”

“Nós nunca tivemos um relacionamento. Nós transamos. Nunca foi exclusivo. Você é casada. Lembra? Eu posso fazer o que diabos eu quiser fazer. Esta coisa que fizemos está terminada.”

O fogo em seus olhos não era uma coisa boa. Ela não gostava de ouvir não. Ela normalmente tem o que quer. Eu estava mais do que certo de que eu não era o único adolescente que a tinha fodido. Ela gostava de jovens. Ela me disse isso quando mostrou os peitos para mim e me chupou pela primeira vez.

Apesar de ter relações sexuais com ela nos últimos cinco anos ter sido divertido, eu sabia que era errado. Era algo que Lila Kate nunca entenderia. Eu tinha que ter certeza de que isso foi enterrado. Esquecido.

“Você acha que tem controle sobre isso?” Kelsey perguntou enquanto dava um passo em minha direção. Ela estava desabotoando sua camisa. Antes ela teria conseguido me excitar. Agora, ela só me deixava puto.

“Sim, eu acho. Está feito. Acabou.” Eu era direto. Olhei nos olhos dela e fiz com que ela visse o quão sério eu estava.

Sua blusa estava aberta, mas eu não olhei para baixo. Eu não queria isso dela. Não mais.

Sua mão estava em meu pau, e ela apertou. “Sério?” Sua voz era um ronronar.

“Sim, realmente,” eu respondi, me afastando dela. “Simplesmente pare. Você é patética.”

Ela congelou, seu rosto previamente sorrindo se transformou em um estado de fúria. “Seu pequeno bastardo malcriado. Você vai se arrepender.”

“Não, eu não vou,” eu lhe assegurei isso, virei e fui embora. O fim do que eu estava fazendo com Kelsey estava muito atrasado. Quando eu estava quase fora, ela encontrou uma maneira de me parar.

“Estou grávida. Meu marido é estéril. Eu estava me preparando para lhe dizer sobre nós. Eu ainda estou. Você não pode me virar as costas, Cruz. Você vai ser pai.”

Eu a olhei. Ela estava mentindo. “Eu nunca te fodi sem proteção. Nunca. Então esse bebê é de outra pessoa. Não é meu. Você diz a ele que é meu e você vai ter que provar isso.” Eu não era mais um adolescente. Ela não podia me enganar com essa merda.

Seus olhos se encheram de lágrimas. “Preservativos não são cem por cento eficaz.”

“O controle da natalidade é,” eu respondi.

Ela enxugou uma lágrima que rolou pelo seu rosto. “Eu parei de tomá-los um ano atrás. Eu queria um bebê. Eu quero um bebê seu.”

Eu balancei minha cabeça. Não. Ela estava mentindo. Esta era sua maneira de me manipular. Mas isso não iria funcionar. “Você é uma mentirosa,” Eu rugi sem me importar com quem me ouvia, em seguida, sai do escritório. Longe do clube, a merda estava aproximando-se de mim. Eu pensei que ela ia ficar quieta por medo de perder o seu casamento. Ela me disse uma vez que amava o marido, mas ele não cuidava dela sexualmente. Ela precisava de mais. A sujeira, a excitação. Eu tinha sentido pena dela e não entendia como um homem não iria desfrutar de suas necessidades sexuais insanas. Tinha sido divertido. Agora eu vi que a diversão se tornou em algo fodido.

Isso também iria me destruir se ela continuasse com essa mentira. Eu tinha que encontrar uma maneira de parar com isso. Para proteger Lila Kate. Eu nunca quis que ela visse esse lado da minha vida. Nem descobrir a merda sórdida que eu tinha feito.

Chegar até Lila Kate era tudo que eu precisava agora. Para segurá-la. Sentir seu cheiro. Senti-la. O brilho de seu mundo fez meu passado danificado desaparecer.

Dirigi para seu estúdio, era apenas algumas milhas de distância, mas parecia uma eternidade. O medo de que ela descobrisse tudo e me odiasse pesava sobre mim. Sua recusa em me ouvir e me amar estava arranhando nos meus calcanhares. Eu dirigi mais rápido e focado em conseguir chegar até ela.

Tomei passos largos e rápidos do meu carro para a porta. Quando eu a empurrei aberta, lá estava Lila. Ela já tinha colocado suas roupas manchadas de tinta, jogou os cabelos em um coque e estava dançando uma música enquanto limpava um pincel. Ela era boa. Perfeita. Pura.

Eu tranquei a porta atrás de mim e fui até ela. Ela olhou para cima, assustada no início e depois sorriu.

“Ei,” foi à única coisa que ela teve tempo de dizer antes que eu estivesse na sua frente. Recuei-a até que estivesse no canto bloqueando as janelas. As sombras não mascaravam a surpresa e emoção em seu rosto.

Eu não tomei tempo para beijar e abraçar ela. Eu não podia. Os lobos que estavam me perseguindo, me assombrando, tinham me desesperado. Eu empurrei para baixo seu short e sua calcinha, então, rapidamente empurrei meu jeans até que meu pau estivesse livre. Agarrando-a pela cintura, apertei-a entre a parede e meu corpo, em seguida, empurrei nela com um gemido.

Ela agarrou meus ombros e gritou meu nome. Isso só estava me deixando mais selvagem para piorar. Minha boca devorava a dela, tomando tudo. Eu estava transando com ela enquanto a amava.

“Isto é meu,” eu disse para ela mordendo seu pescoço. “Você não pode me deixar.” Minhas palavras iriam parecer loucura para ela, mas elas saíram de qualquer maneira.

“Ok,” ela disse enquanto sua cabeça foi jogada para trás contra a parede e sua garganta exposta para mim enquanto eu lambia e deixava minha marca nela.

“Eu sempre vou precisar disso. Preciso de você. Eu sou viciado em você. Viciado porra.”

Ela gemeu e eu bati com mais força. Querendo ficar tão profundo que nós seríamos como uma só pessoa. Ninguém jamais seria isso para mim. Ela era tudo que eu precisava. Estar dentro dela fez a escuridão e as mentiras irem embora. Tudo o que importava era ela. Isto. Nós.

“Oh Deus,” ela gritou, em seguida, mordeu meu ombro. Ela estava tremendo nos meus braços. “AH!” Seu orgasmo apertou meu pau e eu me deixei ir com ela.

“Porra! É isso aí, baby. Goze em todo no meu pau.”

“Ahhhh! Cruz! Eu não posso,” ela estava agarrada a mim agora. Seus braços em volta de mim. A cabeça na dobra do meu pescoço.

Eu explodi dentro dela tentando retirar, mas era tarde demais.

“Merda,” eu gemi quanto o resto da minha libertação revestiu o interior de sua coxa.

Ficamos ali no canto suados, enrolados, ofegantes. Isso era algo que eu nunca tinha feito com ninguém. Eu sempre tinha sido cuidadoso. Mas minha insanidade quando se tratava de Lila Kate tinha assumido o poder.

“Está tudo bem,” ela sussurrou finalmente. “Lembra que eu estou tomando pílula.”

Eu balancei a cabeça e continuei segurando-a. Desejando que eu ainda estivesse dentro. Pulsando minha libertação até que ela corresse livremente dentro dela. Fazendo-a minha.

Eu estava me assustando.


Trinta e Oito

Lila Kate

 


EU TINHA A INTENÇÃO de conseguir um lote feito neste fim de semana. Mas Cruz tinha mudado esse plano. Após o sexo selvagem que tivemos lá embaixo, ele tinha me levado para o chuveiro, onde ele agora estava banhando-me lentamente. Ele não estava falando muito. Tinha um olhar assombrado em seus olhos como se estivesse fugindo de alguma coisa e precisasse de mim para protegê-lo era difícil de não perceber. Era como se ele estivesse seguro, desde que estivéssemos nos tocando.

Ele era mais importante do que o estúdio. Tudo o que eu podia esperar. Por enquanto, eu gostava dele. Gostava de estar com ele. Ele precisava de reafirmação. Isso era novo. Eu diria que precisava de reafirmação também, mas da maneira como ele estava pairando sobre mim eu estava começando a achar que era demais.

Domingo nós dormimos, tomamos café da manhã que nós cozinhamos juntos e assistimos filmes durante todo o dia.

Quando a segunda-feira de manhã veio, assim como Ophelia. Eu tinha acabado de sair do banho e estava ansiosa pelo café que cheirava na cozinha quando a ouvi dizer, “Puta merda. Isso não está acontecendo.”

Peguei uma toalha, enrolei-a em torno de mim e corri para lá. Ophelia estava de pé na cozinha com uma mala olhando de boca aberta para Cruz, que estava vestindo apenas uma cueca boxer enquanto segurava uma forma de muffins que eu tinha deixado no forno.

“Bom dia, Ophelia. Não posso dizer que estou feliz que você esteja de volta,” disse Cruz quando ele se virou para olhar para mim e piscou.

Ophelia virou seu olhar para mim. “Oh meu Deus,” era tudo que ela podia dizer. Seus olhos estavam arregalados, e ela deixou cair a bolsa de seu ombro esquerdo para o chão com um baque alto. "O que aconteceu?"

“É rude pedir detalhes, O. Você devia pensar melhor,” Cruz estava zombando dela.

Ela olhou para ele. “Eu não quero detalhes! Eu quero uma explicação que não inclui o que você dois...” ela sacode um dedo entre nós e disse, “estão fazendo.”

Cruz riu alto. “Você acabou de dizer ‘estão fazendo’?” Perguntou ele e em seguida, riu um pouco mais.

Ela desistiu dele e virou completamente para mim. Eu ainda estava ali silenciosamente despreparada. “Lila Kate?” Ela perguntou.

“Eu, bem, uh,” Olhei para Cruz que estava comendo um muffin e sorrindo e gostando um pouco demais disso. “Sim, nós fizemos isso,” eu disparei.

Cruz começou há rir um pouco mais.

“Você perdeu a cabeça?” Ela perguntou apontando para ele. “Ele é uma puta!”

“Ei, eu tenho sentimentos. Você está esmagando-os,” não parecia totalmente esmagados.

Ela revirou os olhos e balançou a cabeça.

“Não, eu sou, uh, nós somos, você vê,” Eu estava atrapalhada.

“Nós somos exclusivos. Eu desisti do meu jejum, porque Lila Kate me deu um gosto e eu fiquei viciado. Há também o pequeno detalhe muito importante que eu estou apaixonado por ela.”

Sua explicação não era tão doce e romântica como as coisas que ele disse para mim, mas meu peito inchou de qualquer maneira. Isso foi tão doce como Cruz deixou o mundo vê-lo. Ele tinha se aberto e apenas ficou mais vulnerável ao admitir isso.

“Apaixonado?” Ophelia repetiu como se fosse uma palavra estrangeira que nunca tinha ouvido antes. Ela olhou para mim.

“Sim. Eu também o amo.”

Derrotada, ela sentou-se em sua mala e balançou a cabeça. “Eu preciso de um momento. Isto... apenas Uau.”

“Muffin?” Cruz perguntou segurando a tigela para ela e depois para mim. “Eles estão deliciosos pra cacete. Pegue um agora porque eu vou comer todos.”

Passei por Ophelia, e ela me olhou como se eu estivesse prestes a criar asas e voar. Quando ela se sentou no bar, peguei um muffin da tigela, em seguida, fui me servir um pouco de café.

“Você vai,” ela acenou para Cruz. “Andar por aí em sua cueca?”

Ele sorriu. "Não. Você não é tão sortuda. Eu não sabia que você estaria intrometendo-se tão cedo.”

“São dez,” respondeu ela.

“Exatamente o raiar do dia.”

“Lila Kate, você não pode estar falando sério sobre isso. Ele é... ele é Cruz!”

Sorri para minha xícara de café. Este foi o nosso primeiro encontro com um amigo ou membro da família. Imaginei que isso ia acontecer muitas vezes.

“E Eli? Eu pensei que você gostasse dele.”

O sorriso de Cruz desapareceu, e ele fez uma careta. “Ela não gosta,” ele respondeu. Seu tom de provocação agora tinha desaparecido.

Eu coloquei meu copo para baixo. “Eli é um grande cara. Mas eu estive apaixonada por Cruz por um longo tempo.”

“Por quê?”

Cruz riu novamente. “Droga, Ophelia. Eu não sabia que sua opinião sobre mim era tão elevada.”

Ela inclinou a cabeça e olhou para ele com uma expressão de ‘cai na real.’ “Você feriu a maioria das minhas amigas. E quando eu digo isso, quero dizer todas elas. E agora você está dormindo com Lila Kate.”

Ele fez uma careta. “Vamos discutir meu passado? Isso já passou, está para trás. Eu gostaria de deixá-lo lá.”

Ophelia levantou-se e deixou escapar um suspiro pesado. “Isso vai acabar mal. Então Grant Carter vai matá-lo. Guarde minhas palavras,” ela disse enquanto carregava sua mala e sua bolsa para o quarto que era para ser seu.

Eu deslizei um braço em volta da cintura de Cruz e me apoiei nele. “Ela vai ser mais otimista em breve.”

Ele beijou o topo da minha cabeça. “Isso é o que eu espero que vá acontecer com todos em nossa vida.”

Ele provavelmente estava certo. Então, eu só mantive minha boca fechada e ele me abraçou. “Eu estou feliz. Eu nunca estive mais feliz,” eu assegurei isso a ele.

“Eu também. E honestamente isso me assusta como o inferno.”

“Por quê?” Perguntei inclinando a cabeça para trás para olhar para ele.

“Porque eu sei como é sentir isto e eu não posso viver mais sem isso ou você.”

“Você nunca vai ter que fazer isto, então não é um problema. Eu não vou a lugar nenhum.”

Aquele olhar desesperado, assombrado voltou novamente. Eu gostaria de poder acalmá-lo e suas preocupações. Eu era a única que deveria estar preocupada. Não ele.

“Vocês podem colocar suas roupas pelo menos enquanto eu retiro uma das caixas do meu carro?” Ophelia nos lembrou de sua presença.

Cruz puxou a toalha que estava em torno de mim e eu tentei pegá-la de volta. “Você está tirando toda a diversão,” disse para Ophelia. “Eu gosto dela em uma toalha. Mais fácil para deixá-la nua.”

“Deus! Você é um porco,” ela respondeu e voltou a descer as escadas.

Dei um tapa em seu peito e agarrei a toalha dele. “Pare com isso!”

Ele me puxou para o seu peito. “Acha que ela se importaria se nós fossemos para o seu quarto e tivéssemos mais uma rodada?”

Por mais tentador que fosse eu não ia fazer isso com Ophelia. “Vista-se Cruz,” eu disse a ele, em seguida, ele sorriu e soltou a minha toalha enquanto eu caminhava até as escadas para o meu quarto.

“Droga, você está pedindo por isso,” ameaçou.

Olhei para trás e pisquei para ele. “Guarde-o para mais tarde.”

“Eu vou levá-la de volta,” ele disse olhando para mim.

“O que?”

“Você não é uma boneca de porcelana, e nada sobre você é frio.”

Eu sorri e mordi meu lábio para não sorrir mais.

“Você é incrivelmente forte, e o seu corpo é tão gostoso que eu nunca vou ter o suficiente.”

Essas eram palavras que você nunca ouviria em um soneto mas vindo de Cruz Kerrington era poesia.


Trinta e Nove

Cruz Kerrington

 


OPHELIA andando com Lila Kate não era o ideal, mas ao longo da próxima semana isso até que funcionou. Eu até comecei a me relacionar melhor com meu pai, mas foi principalmente devido a minha chegada na hora certa para o trabalho. Indo nas reuniões que eram necessárias e em toda a merda que eu vinha ignorando.

Pensar em Agosto, quando eu tinha que voltar para a faculdade, era um saco. Lila Kate já tinha terminado. Ela estaria aqui e eu teria que deixá-la. Eu não gosto disso. Me preocupar com isso agora só me deu mais estresse. Evitar Kelsey tinha sido o meu maior obstáculo no trabalho. Ela não tinha dito nada para o meu pai, nada que eu soubesse. Eu estava esperando que ela estivesse blefando, só para me assustar.

Independentemente disso, o bebê não era meu. Eu estava disposto a fazer um teste de paternidade para provar isso. Isso se ela estivesse mesmo esperando um bebê. Eu duvidava disso também. Quando eu tinha dezesseis anos, era sexy e emocionante uma mulher mais velha. No entanto, durante o ano passado eu tinha começado a perceber o quanto tudo isso era louco.

A multidão de verão já estava a todo vapor e em pleno andamento quando eu saí do estúdio de Lila Kate às oito da manhã. Eu tinha planejado caminhar para buscar café em frente ao estacionamento e comprar para Lila Kate um desses chás extravagantes que ela gostava e um muffin. Eu definitivamente não estava esperando encontrar com Grant Carter de pé contra o sua caminhonete, com os braços cruzados sobre o peito e olhando para mim como se quisesse me matar com as próprias mãos.

Merda.

“Grant,” eu disse tentando não parecer culpado de passar a noite com sua filha.

“Não venha com joguinhos de merda, rapaz.”

Eu não fiz isso. "Não senhor. Não imaginei que você gostasse disso.”

Ele deixou cair às mãos para os lados e olhou para as janelas do apartamento de Lila Kate. “Aquela garota lá dentro é a outra metade do meu mundo. Ela e sua mãe têm sido cada sonho, cada desejo, cada maldita coisa que significa alguma coisa para mim desde o momento em que eu a segurei em meus braços.”

“Eu entendo que...” eu comecei, mas ele deu um passo em minha direção e sua carranca foi se aprofundando.

“Não. você não entende. Você não entende uma coisa maldito garoto. Você nunca teve uma mulher que amasse mais que a própria vida, nem segurou uma bebê tão preciosa em seus braços, ela foi um milagre e eu sabia que a minha vida seria para protegê-la. Você não sabe o que é isso.”

Ele estava bem ali. Eu balancei a cabeça com medo, se eu disser qualquer coisa, ele estará pronto para mim e iria quebrar um dos ossos do meu rosto. Eu gosto do meu rosto do jeito que está.

“Ela é igual à mãe. Como, doce, inteligente, e quando ela ama, ela ama com tudo o que ela tem. Isso é muito difícil para um homem lidar. Muito para ele apreciar. Eu não soube disse tudo com a mãe dela imediatamente e quase perdi a única coisa que eu tinha e pela qual valia a pena viver. Seu pai me queria morto. Eu não o culpo.”

Eu balancei a cabeça, ainda sem falar nada.

Grant ficou cara a cara comigo, os ombros mais largos e os braços mais grossos do que os meus. “Se você foder com o coração do meu bebê eu não vou dar a mínima importância para quem são seus pais. Tudo o que eu vi você fazer é foder todas por aí. Brincar. Desfrutando de mulheres. Mas aquela menina lá em cima,” ele disse apontando para dar ênfase. “Ela não é o tipo de mulher para você fazer isso. Porque eu vou te dizer agora...” ele apontou o dedo na minha cara. “Ela tem que te amar ou você nem estaria aqui. Ela nunca teria subido em sua moto e partido como ela fez. Isso não era Lila Kate. Ela fez isso porque tem sentimentos por você. Então, ou você tem os mesmos sentimentos por ela, ou você termina e dá o fora da cidade antes que eu possa encontrá-lo. Eu fui claro?”

Agora é a minha vez de falar. “Sim, senhor,” eu disse. “Eu sei de todas essas coisas sobre ela. É por isso que eu mantive minha distância por tanto tempo. Mas quando ela partiu, eu sabia que ia perdê-la ou perder qualquer chance com ela. Eu tive que tomar uma decisão e eu fui atrás dela. Eu me convenci de que era para protegê-la, mas eu sabia no fundo, o que eu estava fazendo. Eu amo Lila Kate. Eu não preciso de ninguém.”

A carranca de Grant se aliviou um pouco, mas ele ainda não parecia convencido. “Eu gosto de você. Eu gosto de sua família. Mas eu não posso simplesmente confiar em ninguém com a minha menina. Não sei se algum dia eu conseguirei. Eu não vou parar de vigiá-la. Eu não vou recuar. Se você a machucar, espere que eu irei atrás de você.”

Jesus. Era uma maravilha Lila Kate já ter conseguido um encontro na escola. Eu estava esperando que ele tirasse uma arma para fora da caminhonete e começasse a atirar a qualquer minuto. “Eu nunca vou machucá-la.”

Não parecia que ele tivesse acreditado nisso. “Seu passado não é bonito, garoto. Ele poderia voltar para assombrá-lo. Se fosse por mim, ela o deixaria sozinho. Encontraria um cara que não tivesse o objetivo de foder toda a população feminina desta cidade. Mas não depende de mim. Ela é uma mulher. É a sua escolha. Mas eu sou o pai dela e se você foder isso não haverá nenhum lugar seguro para você. Eu vou te encontrar.”

“Papai!” Grita Lila Kate e eu olho por cima do ombro para vê-la de pé na porta da frente em seu macio robe rosa com uma expressão muito infeliz em seu rosto. Felizmente, ela foi dirigida para o seu pai. Não para mim.

“Ei, querida,” ele respondeu.

Ela deu passos largos em direção a nós. “É melhor que isso não seja o que eu acho que é,” disse ela.

Ele deu de ombros como se não fosse grande coisa. “Eu sou seu pai. Eu estava vindo para visitar e encontrei Cruz deixando seu apartamento. Só queria ter certeza de que algumas coisas ficassem claras para ele.”

Como o fato de que ele ia me matar se eu ferisse sua filha. Embora eu não fosse mencionar isso.

“Eu não preciso de você para ameaçar os homens na minha vida, papai,” ela disse a ele.

“Homens?” Grant e eu dissemos ao mesmo tempo. Não havia outros homens.

Ela revirou os olhos para nós dois. “Oh, saco. O ‘homem’ da minha vida. Eu sou uma adulta. Eu posso dormir com quem eu quiser. Posso namorar quem eu quiser. E eu posso amar quem eu quiser. Você tem que confiar em mim para cuidar de mim mesma.”

“Eu confio,” disse ele dando-lhe um sorriso encantador que eu tenho certeza de que não havia sido dado antes. “Basta ter certeza de que Cruz esteja na mesma página que você. Isso é tudo.”

Lila Kate colocou as mãos nos quadris. “E que página é essa?”

“Que ele esteja tão sério sobre isso como você está.”

“E é o que estou dizendo. Não é da sua conta isso.”

“Você é minha filha e isso nunca vai mudar. Eu vou fazer toda merda ser da minha conta quando se tratar de proteger você durante o tempo que eu estiver vivo.”

Lila Kate suspirou e me deu um olhar de desculpas. “Você está mudando de opinião agora?” Ela me perguntou.

Eu sorri. Como se Grant Carter pudesse me fazer parar de querê-la. “Não. Nem mesmo perto.”

Seus olhos se acalmaram e por um momento eu esqueci de que seu pai estava mesmo lá com a gente arruinando um perfeito bom dia. Nosso tranquilo café da manhã não estava indo como planejado.

“Jesus,” Grant murmurou. Então ele se aproximou e abraçou Lila Kate. “Eu não posso te ajudar com isso, você sabe,” ele sussurrou.

“Eu o amo,” disse ela com seu olhar mudando para mim.

“E isso faz dele o homem mais sortudo, além de mim, eu sei.”

Então Lila Kate sorriu para seu pai.

Eu estava esperando por isso. Eu estava feliz que tinha acabado. Agora eu só tinha que ter certeza de que a merda de Kelsey estivesse acabado. Essa era uma bomba-relógio que ameaçava tudo. Se eu perdesse Lila Kate por causa dela, eu ficaria feliz em deixar que Grant acabasse com a minha miséria.


Quarenta

Lila Kate

 


MAMÃE TINHA ME CHAMADO para almoçarmos juntas no clube hoje. Eu tinha estado tão ocupada que não a tinha visto muito. Entre deixar pronto o estúdio e passar um tempo com Cruz, meus dias foram cheios. Eu estava prestes a entrar no interior do edifício principal do clube quando meu celular vibrou. Quando chequei, era uma mensagem de Eli.

Ele me verificava uma vez por semana, se não mais. Cruz não era a favor sobre a nossa amizade, mas ele permitiu isso. Se ele soubesse que eu tive relações sexuais bêbada com Eli, eu duvido que ele ficasse bem com isso. Isso foi antes de nós, então eu percebi que não era importante para contar.

Eu não pergunto sobre todas as garotas com quem ele dormiu antes de mim.


Estúdio quase pronto? Perguntou a mensagem de Eli.


Parei de andar e respondi.


Mais duas semanas e será aberto para negócios. Indo almoçar com a minha mãe. Falo com você mais tarde. Eu joguei meu celular de volta na minha bolsa e olhei para cima para ver Kelsey a poucos metros na minha frente.


Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Isto era tão diferente da Kelsey que eu conhecia. Ela sempre foi tão eficiente, eu não conseguia imaginá-la como emocional. Seu olhar estava parado em mim. Quase como se eu fosse à fonte de sua dor. Olhei ao meu redor para ver se não havia mais ninguém ao redor, mas era só eu.

“Eu preciso falar com você,” ela disse com a voz rouca de emoção.

Ela estava chateada por isso eu não pude dizer, ‘Não, obrigada. Eu tenho um almoço com a minha mãe.’

Em vez disso, apenas balancei a cabeça.

“Você pode vir ao meu escritório?” Ela perguntou.

Eu balancei a cabeça novamente e ela se virou e foi na direção ao escritório. Olhei em volta mais uma vez. Eu não queria ir ao escritório dessa mulher, mas eu também não vi uma saída para rejeitar o seu pedido, seria rude.

A porta estava aberta quando ela entrou. Relutantemente, eu a segui.

Ela parou e fechou a porta depois que eu entrei. Eu queria que ela tivesse a deixado aberta. Algo sobre ela me deixou nervosa.

“Eu vou ser breve. Há apenas uma coisa que você precisa saber. Eu tentei conversar com Cruz, mas ele não está cooperando. Ele é...” ela faz uma pausa e seus olhos se enchem de lágrimas novamente. “Tenho certeza que você sabe o quanto cruel e egoísta que ele pode ser.”

Isso chamou a minha atenção. “Cruz não é nenhuma dessas coisas,” eu disse em defesa dele. Os problemas dessa mulher com sua posição no clube precisavam ser tratados com o Woods.

Seu rosto manchado de lágrimas parecia menos derrotado e mais como a mulher arrogante que eu tinha visto quando ela tinha falado com Cruz, na semana passada, quando nós estávamos comendo.

“Você é tão jovem e ingênua,” disse ela com um olhar de desgosto em seus olhos. “Você não está em um conto de fadas. Cruz não é seu príncipe encantado e ele não é o tipo de cara que vai sossegar e se casar com você. Ele precisa de sexo com mulheres diferentes. Uma variedade,” ela fez uma pausa e em seguida, sorriu como se ela achasse graça de mim.

“Quando ele tinha dezesseis anos eu ensinei a ele tudo sobre sexo. Eu comecei seu vício. Nós fodemos nesta mesma mesa tantas vezes que eu nem posso contar. Eu estive aqui com as minhas pernas enquanto ele lambia minha buceta até que eu não conseguisse ficar de pé. Eu o deixei ficar com outras meninas para que ele pudesse prová-las. Mas eu sabia que ele sempre voltaria aqui. Ele me queria. Precisava do que eu lhe dei. Ele é bom em sexo, porque eu mostrei a ele o que uma mulher quer. O que ela deseja. Essa boca que você tem beijado passou por todo este corpo,” ela apalpou seu peito enquanto ela dizia isso.

Eu não conseguia encontrar as palavras. As coisas que ela dizia soava como devaneios de uma mulher louca. Ela queria que eu acreditasse que ele tinha tido relações sexuais com uma mulher casada de quarenta anos de idade, quando ele tinha dezesseis anos?

“Você está tentando afundar suas garras no que é meu.”

“Você é casada,” eu disse ainda em choque com ela, achando que eu acreditaria nela.

Ela riu de mim. “Isso não importa. Não a nós. Cruz e eu nos desejamos. Ele era meu até que você chegar. Agora estou grávida de seu filho e ele não quer ter nada a ver comigo ou com o bebê. Você está levando o pai do meu filho para longe.” Ela tocou seu estômago delicadamente.

“Você está mentindo.” Eu disse, balançando a cabeça e indo em direção à porta. Eu sabia que Cruz tinha sido um pouco selvagem. Isso não era um segredo. Mas ele não tinha feito isso. Eu tinha certeza disso.

“Eu sabia que você não iria acreditar em mim,” ela disse pegando um controle remoto de sua mesa. Os sons de sexo encheram a sala e eu me virei para ver a tela plana atrás de mim.

Não haveria como negar o que eu assisti. Kelsey estava nua, com as pernas bem abertas e a cabeça jogada para trás e Cruz estava fodendo-a em sua mesa. Assim como ela havia dito.

“Gostávamos de filmar o nosso sexo e vê-lo mais tarde. Deixava-nos quente e excitados. Muitas vezes nós nos fodíamos enquanto nos observávamos na tela. Esse é o tipo de coisa que Cruz precisa para fazê-lo verdadeiramente feliz. Eu também o observei. Ele fodia uma garota enquanto eu escondida o assistia. Ele gostava de saber que eu estava lá enquanto ele fazia sexo. Observando-os. Ele ficava tão excitado que nós dois ficávamos loucos por isso. Eu tenho vídeos também se você precisa ver.”

“Foda-se, sim, Kelsey. Se abra toda sua puta suja. Dê-me o que eu quero,” as palavras de Cruz vieram da tela e eu me encolhi. “Puta indecente. Minha pequena cadela indecente me dê essa bunda.” Disse Cruz, em seguida, virou-a. Puxando seus quadris para que sua bunda estivesse presa no ar. Ele cuspiu no ânus dela, em seguida, enfiou os dedos dentro. “Cu apertado. Você quer o meu pau dentro dessa bunda, não é?” Ela gritou. “Sim, foda minha bunda. Foda-me forte!” Ela virou a cabeça para olhar para ele e ele cobriu a boca dela com a dele, isso era demais. Eu corri. Eu corri através da porta. Eu corri para o meu carro. Corri de tudo. Eu dirigi. Eu não parei. Eu não sabia aonde eu estava indo, mas minha alma tinha sido destruída.

Meu telefone não parava de tocar, mas eu não podia atender. Desliguei-o. Se fosse minha mãe eu não seria capaz de falar. Ela ficaria preocupada. Tudo o que eu podia fazer era dirigir. Fugir de tudo. Senti como se meu peito tivesse sido esmagado.

As palavras que ele tinha dito a Kelsey e a imagem deles juntos repetia mais e mais na minha cabeça. Náuseas arranhavam minha garganta. Descrença que eu pude realmente confiar nele. Pensei que o que tínhamos fosse real. Mas ele... ele era mais sombrio do que eu sabia. Quando as lágrimas finalmente começaram a cair, eu virei em uma saída e estacionei em um hotel. Eu chorei por tudo o que eu tinha sonhado. Toda a felicidade que eu pensei que tinha encontrado. E isso tudo iria me mudar e marcar para sempre. Eu nunca mais seria a mesma. Minha fantasia tinha sido apenas isso. Nada tinha sido real. Não haveria boas recordações. Apenas um pesadelo.


Eu sinto muito. Mas eu estou bem. Eu só precisava de um pouco de espaço.


Mandei uma mensagem para a minha mãe para não mantê-la preocupada. Havia vinte e oito mensagens perdidas e cinquenta chamadas não atendidas quando eu liguei o telefone de volta. Eu ignorei todas elas, desliguei-o novamente e fui pagar por um quarto para esta noite.


Quarenta e Um

Cruz Kerrington

 


TINHA SIDO sexo. Era isso. Como eu tinha feito o meu caso com Kelsey chegar a isso? Eu mantive minha cabeça enterrada em minhas mãos enquanto o meu pai andava na minha frente. A sala estava em silêncio agora. O seu discurso e gritaria tinham terminado.

“Ela está bem. Era Harlow no telefone. Lila Kate mandou um texto simples dizendo que ela está bem, mas precisava de espaço.” Minha mãe anunciou quando entrou na sala de estar.

Olhei para cima, pela primeira vez em um grande tempo. Que alívio, Lila Kate estar segura ajudou a aliviar os meus medos. A dor ainda rasgava através do meu peito. Eu tinha ligado para ela e mandado mensagens inúmeras vezes pedindo-lhe para me ouvir. Ela não respondeu a nenhum deles.

“Ela disse para onde foi?” Perguntei já sabendo que as chances dos Carter me dizerem era quase nula.

Mãe balançou a cabeça. “Não. Acho que Grant está tentando rastrear seu celular.”

Ele estava ocupado se preocupando com a segurança de Lila Kate. Eu sabia que uma vez que ela estivesse de volta aqui em segurança, ele viria a mim. Agora, eu esperava que ele fizesse isso. Eu deveria ter lidado com Kelsey. Pensar que ela iria apenas ir embora foi estúpido.

“Ela está ameaçando uma ação judicial,” disse meu pai. “Eu já confisquei todos os itens em seu escritório. Os vídeos foram encontrados. Há alguns quando você era menor de idade. Estes irão proteger o clube. Ela vai ser a única a enfrentar acusações se ela seguir em frente com isso.”

Mamãe sentou-se na beirada da cadeira na minha frente. “Você era apenas um bebê. Ela tinha a minha idade. Eu só não entendo como ela poderia fazer isso?”

“Ele era um parceiro disposto, Della,” meu pai lembrou. “E se ela está mesmo grávida, então temos que lidar com eles.”

Eu balancei minha cabeça. “Esse bebê não é meu. Se houver um.”

“Mas se for, você não é mais um adolescente que esta sendo aproveitado. Você é um homem burro crescido que sabe mais do que só andar com uma mulher casada.”

Minha mãe empalideceu com suas palavras. Eu tinha machucado tantas pessoas. Como é que eu achei que merecia alguém como Lila Kate? Depois de toda a merda que eu tinha feito.

“Eu sei disso,” eu disse a ele levantando meus olhos para encontrar os dele. “Eu deveria ter parado. Inferno, eu não deveria ter começado. Mas eu estou pagando por isso. Eu amo Lila e agora eu a perdi. Ela está sofrendo e a culpa é toda minha. Isso está me matando.”

Papai fez uma careta. “Sim. Na vida, você vai cometer erros, mas este é mais do que um erro. É egoísta, irresponsável e com certeza até mesmo desonesto. Essa mulher é casada. Eu entendo que você era um adolescente com hormônios em fúria, mas ela é uma mulher casada. Isso...” disse ele apontando para mim. “Isso foi onde você ferrou tudo. Não, Lila Kate não vai perdoá-lo. Como poderia?”

Levantei-me incapaz de me sentar aqui e ficar ouvindo os meus erros novamente. Eu sabia que tinha fodido tudo. Eu não preciso do meu pai me lembrando mais e mais. O que eu precisava fazer era encontrar uma maneira de corrigir isso. Que parecia impossível.

“Onde você está indo?” A raiva de meu pai não se dissipou em nada durante a hora em que ele estava gritando comigo.

“Não estamos terminando aqui?” Eu respondi.

Ele fechou o espaço entre nós e olhou para mim. “Você dormiu com uma funcionária casada de um negócio que será seu um dia. Você fez vídeos de sexo com ela. Ela está alegando estar grávida de seu filho. Não, não estamos terminados, porra. Falei com os advogados. Falei com o marido de Kelsey. Estamos nos reunido em uma hora na sala de reuniões do clube. Você não vai a lugar nenhum.”

Lila Kate estava lá fora e eu não tinha ideia onde ou como encontrá-la ou onde procurar. Eu tinha ligado para Nate, mas ele jurou que ela não tinha chegado a Sea Breeze. Ela precisava ouvir o meu lado da história. Tinha que explicar a ela. Talvez ela entendesse depois que eu tivesse a oportunidade de explicar como tudo começou e como funcionou, até que corri atrás dela quando ela deixou a cidade. Eu não tinha visto nenhum problema com o que estava fazendo. Vejo agora. Se eu pudesse ser o homem que ela queria que eu fosse e apagar toda a merda do passado eu teria feito. Eu era um fodido estúpido. Agora eu iria pagar por isso.

“Ela precisa de espaço. Você não pode encontrá-la de qualquer maneira. Você não sabe onde ela foi.” A voz da minha mãe estava calma e compreensiva.

"Eu fiz isso. Eu a feri.” Minha voz falhou com emoção quando eu disse isso.

Minha mãe concordou. “Sim. E você será o único que poderá consertar isso. Mas, por agora, tem outra coisa para corrigir.”

“Absolutamente certo que ele tem,” A voz de papai estava com raiva e irritação.

“Woods, acalme-se. Eu sei que você está com raiva. Mas isso começou quando ele era criança. Ela se aproveitou dele. Lembre-se disso.”

Papai levantou as mãos em frustração. “Ela é casada, Della. Casada. Eu gostaria de pensar que o meu filho tem mais moral do que isso.”

Mãe concordou. “Eu também. Mas o que está feito está feito. Nós pensamos que era só uma raiva de adolescente e ele ia superar isso. Nós deveríamos termos prestado mais atenção.”

Pai apontou para mim. “Ele deveria ter usado seu maldito cérebro e não seu pau!”

Mãe estremeceu. “Sério, querido. Essas são palavras necessárias?”

Ele balançou sua cabeça. “É só isso. Foda-se. Eu não era perfeito na sua idade, mas eu não fiz isso. Eu não coloquei o clube em uma questão jurídica. E eu não trepei com as funcionárias casadas.”

Mas eu tinha.

“Quando é que vamos para o clube?” Perguntei.

“Devemos sair agora. Eu preciso garantir que a sala esteja pronta. E os nossos advogados precisam passar algumas coisas com você. O que você pode e não pode dizer.”

Mãe levantou-se. “Eu vou.”

“Não,” meu pai e eu dissemos ao mesmo tempo.

Mãe franziu a testa. “Por que não?”

Olhei para meu pai, e ele suspirou. “Porque Della, temo ter que lidar com questões mais do que as legais quando você ver Kelsey. Os vídeos serão discutidos e eu não confio em você para não atacar a mulher.”

Ele tinha uma razão melhor do que a minha. Eu estava preocupado, pois iria aborrecê-la.

“Ela está grávida. Pode não ser o filho de Cruz, mas eu nunca iria ferir uma mulher grávida,” mamãe argumentou.

Papai levantou a sobrancelha. “Você ainda não viu os vídeos.”

Mamãe soltou um suspiro profundo, em seguida, assentiu. “Talvez você tenha razão.”

Papai andou até a minha mãe, puxou-a em seus braços, em seguida, beijou sua cabeça. “Eu vou mantê-la informada.”

Ela assentiu com a cabeça contra seu peito. Eles sempre tinham sido assim. Próximos. Unidos. Papai a adorava e ela o adorava. Eu não queria isso. Eu sempre pensei que os deixavam vulneráveis. Eu não confio nisso. Era uma aposta de amar assim. Eu tinha ouvido de Kelsey, por anos, o quão terrível a maioria dos casamentos eram. Eu acreditei nela.

Mas os vendo assim percebi que eu queria isso também. Eu tive um gosto com Lila Kate. Por um breve período de tempo eu soube que ela era tudo que eu iria querer. Agora ela se foi. O que os meus pais tinham não era exclusivo para eles. Era simplesmente porque eles se amavam.

Kelsey não amava. Havia uma diferença.

Meus pais não eram vulneráveis devido ao seu amor. Eles eram mais fortes por causa disso. Minhas mentiras e segredos tiveram que sair para eu visse e entendesse esse tipo de amor. Por que esse teve que ser o caso? Por que eu não pude perceber isso anos atrás e salvar tantas pessoas da dor?

Eu não perderia Lila Kate sem uma luta. Eu curaria tudo o que eu tinha quebrado da melhor maneira que pudesse. Gostaria de aprender e seguir em frente. Então, gostaria de encontrar uma maneira para que ela me perdoe. Mesmo que isso tomasse o resto de nossas vidas. Eu esperaria por ela. Por nós.


Quarenta e Dois

Eli Hardy

 


VER LILA ANDANDO em minha direção com luzes em seus cabelos e os perfeitos traços marcados com dor, eu percebi uma coisa. Ela se sentia “mais.” Ela tinha experimentado o “mais” que nós todos esperávamos. Essa intensidade que o agarra e o prende com tanta força que você não pode fazer nada, a não ser desfrutar do passeio e esperar o melhor.

Eu não era o passeio para ela. Na noite em que a conheci, ela já tinha sido arrebatada por ele. Inferno, ela já estava no passeio e não queria estar. Cruz havia roubado seu coração há muito tempo. Mas eu estava grato, pois sua jornada a tinha trazido para mim. Sem ela, sem os sentimentos que desenvolvi por ela, eu nunca teria acreditado que eu poderia amar alguém como amei Bliss. Eu sabia agora que eu estava errado. Bliss era minha melhor amiga, ela era minha infância. Somos crescidos agora e nosso passeio acabou.

Lila parou na mesa que tínhamos encontrado fora da padaria em Sea Breeze. Eu já tinha comido aqui muitas vezes. Ela me ligou dois dias depois que Nate veio me ver perguntando se eu tinha ouvido falar dela. Eu não tinha no momento. Mas ele me disse que alguma merda tinha acontecido com Cruz e Lila tinha fugido.

Eu tinha perguntado onde ela estava quando ela ligou e me disse que estava em Nashville. Pensei em encontrar com ela. Mas eu não fiz. Ela não era minha. Ela nunca seria. Mas esta manhã eu tinha conseguido uma mensagem. Ela estava em Sea Breeze. Ela queria me ver.

O círculo escuro sob seus lindos olhos e a tristeza óbvias em sua expressão me doeu. Eu odiava vê-la assim. Eu sabia o desgosto que ela sentia. Nunca foi fácil. Destrói você. Recuperar-se depois exigiria força. E eu sabia que Lila tinha essa força.

“Eu pedi seu café do jeito que você gosta,” eu disse a ela quando se sentou à minha frente.

Ela tentou um sorriso. Ele era fraco e não encontrou seus olhos. “Obrigada.”

Eu a vi tomar um pequeno gole e depois levantar o olhar para mim. “Obrigada por me encontrar aqui.”

Dei de ombros. “Não tinha nada melhor para fazer. Sea Breeze tem sido chata.”

Lila não riu da minha tentativa de aliviar o clima. Em vez disso, eu podia ver os olhos dela irem para outro lugar. Seus pensamentos perdidos em outro momento. Eu a deixei ir viajar em seus pensamentos sozinha enquanto eu bebia um pouco do meu chá. Ela estava mais quebrada do que qualquer outra mulher que eu já tinha visto. Nate tinha-me contato a história. O que Cruz tinha feito. Por que Lila tinha deixado e como ela descobriu. Foi uma bagunça. Mas depois de conhecer Cruz isso não me surpreendeu. Nate disse que sabia que Cruz fodia aquela mulher casada quando eles eram adolescentes. Ele só não tinha pensado mais sobre isso ao longo dos anos.

“Você dormiu um pouco?” Perguntei trazendo-a de volta para o aqui e agora. Sem os demônios a provocando em sua cabeça.

Ela se concentrou em mim novamente, em seguida, começou a acenar com a cabeça e parou. “Não, não realmente. Quando eu fecho meus olhos... Eu estou lá naquela sala. Ela está me mostrando o vídeo... Eu os ouvi.” Ela parou e balançou a cabeça. “E eu sei que foi antes de mim. Eu sei que ele esteve com muitas, muitas mulheres antes de mim.” Ela fechou os olhos como se tivesse que dizer algo que ela não queria. Que não podia suportar olhar para mim como ela disse. “Aquela mulher se aproveitou dele. Eu nem sequer o culpo completamente pelo caso. Ela era a adulta na maior parte do seu... relacionamento.” Ela abriu os olhos lentamente e encontrou meu olhar. “É o vídeo. As coisas que ele disse a ela,” sua voz era um sussurro. “Se é isso que ele quer. Ele nunca disse essas coisas para mim. Nosso sexo... deve tê-lo aborrecido.”

Como eu estava completamente curioso eu queria saber o que ele tinha dito a mulher durante o sexo que a fez tão preocupada, eu fiz a pergunta óbvia. “Você não está preocupada com o fato dela estar grávida?”

Lila balançou a cabeça. “Não. Mesmo que ela esteja grávida, o que eu não acredito que seja verdade, não é dele. As mulheres afirmam a gravidez para tentar segurar um homem que perdeu desde o início da raça humana, eu acho. No início, eu acreditei nela e fiquei arrasada. Eu tive tempo para pensar sobre suas ações. O jeito que ela me disse. Como ela disse. Ela não é uma pessoa mentalmente estável.”

Eu tive que concordar com a parte do mentalmente estável. Se ela tinha começado a porra com o Cruz quando ele tinha dezesseis anos, então algo estava errado em sua cabeça. “Você vai voltar logo?” Perguntei.

Ela encolheu os ombros. “Eu vou ter que ir, eventualmente. Eu tenho meu estúdio para terminar. Minha vida para voltar. Vai ser difícil. Cruz não mentiu para mim porque eu nunca perguntei sobre suas experiências sexuais passadas. Mas ele sabia que essa coisa com Kelsey estava prestes a explodir e ele não me disse nada. Talvez ter sexo com ela quando ele era jovem e estúpido pode ser perdoado. Mas o vídeo que eu vi foi mais recente. Ele era mais velho. Ele ainda foi vê-la. Como posso confiar nele se ele não tem culpa por foder uma mulher casada?”

Ela tinha um ponto. E eu não tinha certeza se eu tinha uma resposta para ela. O que eu sabia era que todos tinham os seus segredos. Sua própria escuridão. Algo que eles escondiam do mundo. Escolher perdoá-los era uma escolha. Estaria perdendo a chance de ter esse “mais” que todos nós queríamos somente por ser incapaz de perdoar? Ou amar poderia ser o suficiente? Para cobrir tudo e curá-los tanto?

“Você ama Cruz?” Eu perguntei a ela.

Ela assentiu com a cabeça.

“Esse... vídeo ou as palavras desta mulher mataram um pouco desse amor? O enfraqueceu de alguma forma?”

Ela fez uma pausa, em seguida, sacudiu a cabeça. Seus ombros caíram, infelizmente, quando ela admitiu.

“Então você deve isso a si mesma, ouvi-lo e perdoá-lo. Se você não fizer isso está apenas prejudicando a si mesma.”

Os olhos de Lila se encheram de lágrimas. “Mas eu posso não ser suficiente para segurá-lo. Eu não estou... Eu não sou experiente. Eu não faço coisas como as que vi e ouvi. Eu sou.. Eu sou entediante.”

Isso me deu vontade de rir. A mulher na minha frente não era nada chata. Mas eu não ri porque eu tinha mulheres suficientes na minha vida para saber quando elas dizem merda que acreditam. Rindo disso não iria ajudar.

“Você não é nada chata. Claro, você é educada, formal e adequada. Você é gentil e atenciosa. Não usa sua beleza como uma arma. É completamente fascinante. Os homens olham para você. Eles ficam atordoados por você e você não percebe isso porque é distraída, o que a torna mais atraente. Cruz Kerrington e eu temos muito pouco em comum. Mas a única coisa que temos é que somos ambos heterossexuais. Eu sei o que ele vê quando olha para você. Sei também que o homem veio correndo atrás de você quando você deixou a cidade. Ele não queria perdê-la. Ele te ama, Lila. Eu o vi no seu apartamento naquela manhã. Volte. Deixe-o se explicar.”

Ela me deu um pequeno sorriso em seguida. “Você pensa tudo isso sobre mim?”

“Exatamente cada palavra que eu disse.”

“Por que não podia ter sido você? Por que meu coração tem que amá-lo?”

Eu ri então. Eu me perguntava a mesma coisa no começo, mas eu tive tempo para pensar nisso e eu sabia que tinha algumas coisas a enfrentar. Coisas para admitir para mim mesmo. E antes desse mês passado, eu não estaria pronto para seguir em frente. Eu estaria desperdiçando minha vida querendo uma mulher que nunca ia sentir o mesmo. Eu ainda estaria bagunçando cada encontro que eu tinha, porque eu estava comparando-as a Bliss. Mas as coisas eram diferentes agora. Eu era diferente.

Eu tinha que agradecê-la. Foi tudo por causa de Lila.


Quarenta e Três

Lila Kate

 


LEVOU TRÊS HORAS para que meus pais fossem embora. Quando eu mandei uma mensagem para eles dizendo que estava em casa, eles vieram com alimentos depois de uma hora. Eles não falaram sobre Cruz ou a razão de eu ter fugido. Nós comemos. Eu disse a eles todos os lugares onde eu tinha ido. Foi uma conversa difícil no início. Quando meu pai mencionou que iria lidar com alguns problemas, eu imediatamente o avisei que eu nunca o perdoaria se ele dissesse ou fizesse qualquer coisa para Cruz. Ele parecia muito infeliz com isso, mas com o incentivo de minha mãe, que tinha concordado em deixá-lo em paz.

Conseguir que eles saíssem e me dessem um tempo sozinha, tinha sido outro problema. Quando Ophelia chegou em casa, eles finalmente saíram. Deixei escapar um suspiro de alívio quando saíram pela porta.

“Faz tempo que eles estão aqui?” Ela perguntou enquanto se servia de um copo de água.

“Sim. Mas eles estavam preocupados e precisavam saber que eu estou bem. Apenas feliz que acabou.”

Ophelia se aproximou e sentou-se em minha frente no sofá. “Você falou com ele?”

Eu sabia que ela estava se referindo a Cruz. Eu balancei minha cabeça.

“Você vai?” Ela perguntou.

Eu pensei em tudo que Eli havia dito na minha volta para casa ontem. “Sim. Eventualmente. Teremos de falar.”

“Kelsey não esta grávida,” ela disse me observando de perto para ver minha reação.

“Eu realmente nunca pensei que ela estivesse. Mas como é que eles sabem disso?”

“Mamãe disse que Woods ameaçou dar queixa de pornografia infantil. Ela tinha vídeos em seu escritório tendo relações sexuais quando ele tinha... bem, quando tinha dezesseis anos.”

Eu não poderia responder a isso. Eu odiava esses vídeos.

“Desculpa... Eu não deveria ter tocado no assunto, mas pensei que você gostaria de saber. Quer dizer, eu fiquei chocada sobre você estar com Cruz. Vocês dois, bem, vocês realmente não se encaixam. Ele é Cruz. Os vídeos de sexo, uma mulher diferente a cada noite, as festas loucas de Cruz.”

Isso era tudo o que as pessoas viam quando eles olhavam para Cruz. O que ele tinha feito. Não quem ele era. Ninguém nunca olhou de perto o suficiente para se importar? Ninguém além de mim?

“Ele é inteligente e cheio de ideias. Ele tem um grande coração e nunca quis machucar ninguém. Ele ama a sua família e não quer decepcionar o seu pai. Há muito mais sobre o Cruz do que o que ele fez.”

Ophelia sentou-se calmamente e seus olhos me estudaram. “Você realmente o ama, não é?!” Isso não era uma pergunta.

“Meu amor por ele não é o problema. O que me preocupa é se isso é o suficiente.”

Ophelia se levantou, andou até mim e colocou o braço em volta. “É sobre encontrar a sua própria perfeição torcida, se deixando apaixonar tanto e ter uma chance. Se você já fez tudo isso, você não tem nenhuma razão para desistir. Não agora.”

“E se ele não estiver desistindo, mas só aceitando a realidade?” Eu perguntei a ela.

Ela sorriu. “Você não sabe o que é a realidade ainda.”

Isso tudo parecia fácil. Mas eu sabia que nada daquilo era. Amar Cruz foi como brincar com uma chama muito quente. Eu ia ficar queimada, eventualmente. Fui dormir naquela noite me perguntando se isso valeu a pena.

Uma semana mais tarde, eu percebi que toda a minha preocupação em perdoá-lo era inútil. Cruz não tinha vindo falar comigo. Ele não tinha ligado para me verificar. Todas as mensagens de voz e de textos me implorando para perdoá-lo no dia em que fugi eram dele. Ele não me ligou ou mandou uma mensagem novamente. Esta cidade não era pequena. Ele sabia que eu estava de volta e não veio se explicar. Ele não estava fazendo nada.

Passei os dias trabalhando no estúdio, pedindo para isso acabar, chorei no chuveiro até que estivesse cansada demais para chorar mais e, em seguida, fui para a cama. Isso se tornou uma rotina. Minha mãe tinha me chamado para almoçar, mas eu disse a ela que estava muito ocupada. Ela acabou vindo me trazer comida no estúdio outro dia.

Ophelia foi para Sea Breeze com sua família. Eles estavam indo visitar Nate e Bliss por algumas semanas. O apartamento estava em silêncio. Tudo que eu tinha eram meus pensamentos e esses eram sempre sobre Cruz. Eu estava começando a ansiar pelo dia em que eu iria tomar um banho e não acabaria em lágrimas. Eu queria a minha felicidade de volta.

A pintura foi feita. Espelhos seriam instalados com barras ao longo das paredes. Em seguida seria o chão. Os sons de construção e trabalhadores me deu algo para me concentrar diferente de Cruz.

Quando há segunda semana, desde o meu retorno, chegou ao fim, eu não chorava mais no chuveiro. Eu assisti a um filme antes de ir dormir e comi uma refeição inteira em vez de apenas mordiscar. Olhando para o teto naquela noite eu percebi que a minha vida ia ficar bem. Cruz não veio me ver. Mas eu precisava do fechamento. Suas ações ou não ações contaram-me o que eu precisava saber sobre nós. Ele estava acabado, mas eu tinha algumas coisas a dizer a ele primeiro.

Eu me levantei de manhã e gostaria de encontrar Cruz. Eu nos daria o fechamento que eu precisava. Então eu iria finalmente colocar Cruz Kerrington para trás. Seguiria em frente e desta vez não olharia para trás.


Quarenta e Quatro

Cruz Kerrington

 


MAIS FELIZ. Lila Kate estava mais feliz. Eu a tinha visto. Eu fui a Sea Breeze mesmo depois que Nate tinha me dito que ela não estava lá e eu a encontrei. Ela estava lá. Ela estava mais feliz. Eli estava sentado a sua frente e ela estava sorrindo. Ele sorria. Eles estavam livres de culpa, escuridão e de dor. Lila Kate pertencia a ele. Aceitar isso tinha sido doloroso. Eu queria que ela fosse feliz. Eu a tinha machucado de uma maneira que ele nunca faria. Eu precisava dela. Mas ela precisava dele. Eu a amava mais do que qualquer homem jamais faria.

Isso não importa. Vendo seu sorriso. Rir. Tudo tinha sido tão claro. Ela precisava dele. Não de mim. Fodido Cruz Kerrington não merecia Lila Kate. Ela teria alguém novo. Alguém que não iria quebrar o seu coração. Eu queria que ela fosse feliz. Deixando-a lá com ele tinha sido uma das coisas mais difíceis que eu tinha feito. Mas ela voltou para a casa. E agora eu estava aqui.

Eu a assisti por duas semanas. Ela não saiu. Trabalhou durante todo o dia, pediu comida, então foi para a cama cedo. Mais de uma dúzia de vezes eu quase saí desta maldita caminhonete do trabalho que eu estava usando do departamento de manutenção de campos do clube e fui até lá bater em sua porta. Mas eu não podia. Ela não tinha me ligado. Ela não tinha vindo me encontrar. Nem mesmo uma mensagem.

Meu passado era mais do que ela podia aceitar. Mas o que eu podia esperar? Lila Kate não estava manchada de qualquer forma. Ela nunca teve uma situação tão complicada. Eu era a porra do seu único pesar. Tomei um gole de café que eu tinha começado a beber porque não conseguia dormir à noite e a exaustão que veio com essa falta de sono exigia cafeína.

Meu pai não me queria no clube. Ele disse que eu tinha que crescer muito para poder trabalhar lá. Agora que o problema com Kelsey foi tratado e ela se foi, ele decidiu que era melhor que eu não tivesse relações com o clube, eu só podia trabalhar na equipe de cuidados com o gramado do campo de golfe.

Eu acordava às quatro da manhã para cortar a grama, colher erva daninha e limpar o lixo sete dias por semana. Papai disse que se eu não quisesse fazer isso e trabalhar, iria ser da maneira mais difícil, eu era bem-vindo para encontrar outro futuro. O clube significava muito para ele confiá-lo a mim depois de expor o meu comportamento imoral.

Eu esqueci o pedaço de bolo na minha mão que eu tinha trazido do café quando vi Lila Kate andar fora pela primeira vez em duas semanas. Deixei-o no assoalho do carro e coloquei meu copo para baixo enquanto ela fazia seu caminho até o carro. Ela estava indo para algum lugar. Estava indo de volta para ele? Ela estava deixando este lugar para ir a Sea Breeze? O pânico se estabeleceu em mim pois eu sabia que ela merecia o que Eli Hardy poderia lhe dar.

Uma vez que ela dirigiu, eu a segui. Percebi que isso não era saudável, mas eu acreditei que eu estava fodido na cabeça como meu pai tinha dito. Eu precisava de terapia ou algo assim. Imaginei que essa merda de cuidar do gramado antes do sol nascer era uma boa terapia.

Não me levou muito tempo para descobrir que ela estava indo para a minha casa, não para Sea Breeze. Antes dela virar na minha entrada, parou o carro na calçada e eu desacelerei a caminhonete. A porta do carro se abriu e ela virou para olhar para mim com as mãos nos quadris como se estivesse irritada.

Eu vinha atrás dela, virei a caminhonete e sai.

“Você está me seguindo?” Ela perguntou. “Você acha que óculos escuros e um boné de beisebol são um disfarce real?”

Eu pensei que tinha me escondido o suficiente. Eu estava dirigindo esta caminhonete velha e empoeirada. Fiquei impressionado que ela tinha prestado a atenção ao seu redor para perceber que ela estava sendo seguida. “Sim.”

“Por quê?” Ela perguntou.

“Eu estava preocupado com você.” E tentando criar coragem de falar com você. Mas eu não disse isso.

Lila Kate caminhou na minha direção e suas mãos pequenas me empurram com força no peito. “Eu voltei há duas semanas. Isso é tudo que você tem a dizer?” Ela gritou me empurrando para trás. “Você estava preocupado comigo? Por que Cruz? Por que você estava preocupado comigo? Porque sua amiga casada e insana me mostrou fodidos vídeos de vocês dois e me disse que estava grávida de seu filho?” Lila Kate foi falando mais alto e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Estendi a mão para tocar seus braços. Para impedi-la de me empurrar para a estrada, tentando acalmá-la.

“NÃO! Não me toque. Você não pode me tocar! Eu te amei! E você esperou por duas semanas, sentado do lado de fora e me vigiando!”

Ela sabia que eu estava sentado do lado de fora de sua casa? Droga. Ela era mais perspicaz do que eu imaginava.

Lágrimas estavam fluindo livremente pelo seu rosto agora. Ela chorou e me bateu com os punhos. Uma vez no braço e outra no peito. Depois que ela me atacou, virou-se e começou a correr de volta para seu carro.

“Você disse que me amava,” Eu falei. “Isso é passado, Lila Kate. Está acabado? Você ama alguém tão rápido assim?” O medo estava obstruindo minha garganta. Eu a observei, enquanto segurava um pequeno pingo de esperança de que ela me perdoasse. Que ela não tinha se mudado tão rapidamente para Eli Hardy. Que ela ainda me amava. Que não seria capaz de me amar depois do que ela viu, do que ela sabia, era pior. Como eu lutaria por ela se ela não me ama mais?

Ela parou. Nós dois ali. Ela estava de costas para mim. Esperei mesmo que eu quisesse correr para ela. Para segurá-la. Para pedir-lhe para me amar.

“O que você quer de mim?” ela perguntou voltando-se para mim. Seu rosto coberto de lágrimas estava manchado e vermelho.

“Tudo,” eu respondi honestamente.

“Onde você esteve?”

“Do lado de fora da sua casa. Nessa maldita caminhonete,” eu admiti.

“Por quê?”

“Porque eu estava aterrorizado com isso. Que eu não tivesse chance de fazer isso direito. Que eu tivesse perdido tudo. Que eu tivesse perdido você.”

“Então você não veio me procurar? Você deixou-me pensar que tínhamos terminado?”

Eu balancei minha cabeça. “Eu liguei, mandei mensagens para você e você nunca respondeu. Eu estava esperando. Dando-lhe tempo. E... Eu vi você com ele. Eu vi você sorrir. Eu vi você rir. Você estava feliz, Lila. Eu quero que você seja feliz. Eu não fui embora. Eu estava do lado de fora o tempo todo. Exceto quando eu estava cortando grama e colhendo erva daninha às quatro da manhã no campo de golfe.”

“Você me viu sorrindo com quem?” Ela perguntou com confusão no rosto.

“Eli.”

“Eli? Em Sea Breeze?”

“Eu fui procurar por você. Eu encontrei você. Com ele. Ele fez você sorrir. Ele é bom. Ele não fez mal a você como eu fiz.”

Ela não respondeu de primeira. Ela só ficou lá olhando para mim enquanto deixava a minha confissão se afundar. Ela não podia negar o que eu tinha visto. Como Eli a tinha feito esquecer a dor. Tinha-lhe dado uma razão para sorrir. Ele nunca iria machucá-la como eu fiz, mas nós dois sabíamos que ele nunca poderia amá-la como eu a amo. Ninguém poderia.

“Quando foi a última vez que esteve com ela?” Ela me perguntou.

“Três meses atrás. Eu estava bêbado. Ela me chamou. Fui até ela. Era um hábito. Um que vou me arrepender para o resto da minha vida.”

“No começo, você a amava?”

“Eu era um garoto, Lila. Eu amava qualquer mulher que deixasse meu pau ficar em sua boceta. Então ela começou a me contar o quão maltratada ela era e como seu marido não tinha relações sexuais com ela. Eu senti pena dela. Em um ponto, eu acho que eu pensei que nós éramos amigos, mas sempre foi uma manipulação da parte dela. Eu nunca a amei. Eu me apaixonei uma vez. Eu ainda estou. Mesmo quando eu não percebia isso, Lila, foi você. Sempre você. A garota que eu nunca me senti bom o suficiente. A menina que eu observava de longe e sonhava à noite. Só você.”

Ela fungou e enxugou uma lágrima. “Eu tenho medo de que você vá ficar entediado comigo. Nós somos tão diferentes. Eu... Eu não sou tão experiente ou aventureira. Eu poderia ser, mas eu nem sei como.”

Meu peito estava mais leve do que em semanas. Eu puxei a minha primeira respiração profunda desde o momento que descobri que Lila Kate estava desaparecida. “Você está falando sério?” Perguntei dando um passo em sua direção.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você tem alguma ideia de quão perfeita você é para mim?”

Ela balançou a cabeça neste momento.

“Não houve uma vez em minha vida que eu pensasse sobre meu futuro e não te vi nele. Seu rosto estava sempre lá. A sua voz na minha cabeça quando eu estava fazendo a coisa errada. Aqueles olhos me assombravam mesmo quando eu estava desmaiado de bêbado. Você tem estado comigo em cada momento da minha vida. Mesmo se eu não quisesse você lá, meu coração queria você. Minha alma encontrou a sua companheira quando eu era criança. Eu poderia ter lutado contra ela, mas a conexão já tinha sido feita. Sempre será assim.” Dei mais um passo em sua direção. “Você pode até me odiar. Você nunca pode nunca me perdoar. Você pode me dizer para sair e não voltar. Mas eu vou te amar para sempre. Isso não vai mudar.”

Ela fungou novamente. “Isso significa que você vai sentar-se do lado de fora como um perseguidor me vigiando?”

Eu sorri. “Provavelmente sim.”

Lila Kate fechou a pequena distância entre nós e colocou as mãos no meu peito suavemente desta vez. “Isso não me deixa nenhuma outra escolha, então farei isso.”

“Você está indo para obter uma ordem de restrição?” Eu provoquei.

Ela sorriu então. Um grande sorriso bonito que deixava meus joelhos fracos durante o tempo que eu me lembrava. “Essa é uma opção,” ela respondeu. “Mas eu acho que eu vou com a opção número dois.”

“E qual é?” Perguntei.

Ela ficou na ponta dos pés e deu um beijo em meu queixo. “Te amar pelo resto da minha vida.”

Eu segurei seu rosto em minhas mãos e olhei para a mulher que seria sempre a que me salvou. Ela era meu centro. Amá-la tinha me destruído. O velho eu tinha ido embora. O homem descuidado, egoísta que eu era não estava mais lá. Eu queria ser bom o suficiente para ela. E eu seria. Eu seria o tipo de homem que meu pai era. Minha vida tinha um propósito.

Tudo por causa de Lila

Estendi a mão e desliguei a frigideira, em seguida, agarrei-a e a levantei para colocá-la no balcão. Espalhei seus joelhos abertos, me coloquei entre eles e puxei-a contra mim antes de tomar sua boca novamente. Eu poderia ficar assim durante toda a noite.

Com suas pernas em volta da minha cintura, ela agarrou meu rosto e me beijou de volta com tanta paixão quanto eu sentia. Era intoxicante. Cada toque, cheiro, som que ela fez me deixou louco. Meu maior arrependimento foi ter dormido com ela bêbado, como se ela fosse um caso de uma noite. Ela era especial. Eu queria lembrar como era a sensação de estar dentro dela. Saber como seu rosto parecia quando ela gritasse com um orgasmo.

Suas mãos se moveram para o meu peito, e ela os correu sobre o meu abdômen. Sentindo cada um enquanto ainda me beijava. Nossas línguas entrelaçadas. Nossa respiração sincronizada. Corri minhas mãos para cima em suas coxas querendo tocá-la e vê-la se contorcer e implorar para ter seu perfume nos meus dedos.

Ela abriu mais as pernas e a saia curta que ela usava deslizou por suas coxas até que estivesse nua. Eu podia ver o cetim branco e renda de sua calcinha. O tecido úmido estava agarrado a ela, e como um homem das cavernas, eu queria bater no meu peito que eu tinha feito isso. Eu a tinha deixado toda molhada apenas com um beijo.

Esfregando um dedo sobre o tecido fino, delicado, vi seu rosto enquanto seus olhos queimaram e seu rosto corou. Deslizando um dedo dentro, eu gemi de prazer ao calor que tocou meu dedo. Eu podia sentir sua excitação. Ela queria que eu a tocasse. Ela queria isso também.

“Eu beijei você aqui.” A memória voltou claramente. O cheiro me bateu e com ele veio à memória de suas pernas jogadas sobre meus ombros enquanto eu a comia como uma porra de um buffet que eu não poderia obter o suficiente.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você gozou na minha língua.” Minha voz era rouca de desejo.

“Sim.” Ela sussurrou.

Eu comecei a ficar de joelhos, e ela agarrou meus braços. “Não, não.”

Eu parei e olhei para ela. Esperei por uma razão para não. Eu nunca tinha tido uma mulher me pedindo para não lambê-la.

Ela respirou fundo. “Eu não estou preparada para isso. Preciso de tempo.”

Ela não estava bêbada. Nós não estávamos em um bar. E eu estava agindo como um maníaco louco por sexo.

“Eu sinto muito. Eu me empolguei. A memória...” Eu parei.

“Foi fantástico. Mas... Eu já passei por outras coisas desde então. Preciso de tempo. Eu gosto de você, Eli. Você me faz sorrir. Eu não quero estragar isso. Minha cabeça e meu coração precisam estar no mesmo lugar.”

Isto não era apenas sobre o nosso tempo. Tratava-se de Cruz Kerrington. Eu tinha que competir com as lembranças dele. Mas eu não tinha medo disso. Ele a tinha machucado. Eu nunca faria isso. Eu poderia ajudá-la a curar, e eu sou paciente, Deus, porra, eu sou tão paciente. Lila se encaixa comigo. Nós nos complementamos. Temos as mesmas ideias, gostos, crenças, e poderíamos ser um excelente casal. Eu nunca a faria sofrer.

Mas ela tinha que superar Cruz em primeiro lugar e seguir em frente com o que ela passou. Se eu fosse dar o meu coração para outra mulher, eu precisava saber que ela queria. Eu poderia ser paciente e esperar.

Eu deixei minhas mãos descansarem sobre as coxas. “Ok. Eu posso esperar.”

Ela suspirou de alívio e me abraçou. “Obrigada. Eu tenho muita sorte de ter você. Agora, eu estaria perdida e sozinha. Mas você está aqui e eu... Estou muito feliz que você veio.”


Trinta e Um

Lila Kate

 


DEPOIS DO JANTAR eu levei Eli para uma caminhada pela cidade. Ele tinha ouvido Bliss falar muito sobre este lugar, e queria ver mais. As noites aqui eram muito familiares. Crianças andando de bicicleta ao longo das calçadas, casais andando e comendo cones de sorvete e desfrutando de um dia quente, o riso dos adolescentes enquanto andavam em grupos, e a maioria deles ainda vestiam seus trajes de banho. Também havia os turistas, e era o que mantinha a área próspera.

“É um local de férias para os ricos,” Eli disse com um tom divertido.

“Aqui não é como Sea Breeze. Não há condomínios, apenas casas costeiras de luxo para alugar. Atrai um público muito diferente. Não somente adolescentes bêbados dirigindo e gritando uns com os outros através de seus tetos solares ou janelas. Eu gosto disso.”

“Há condomínios... só não gosto dos seus condomínios. Estes são pequenos e os edifícios têm somente dois andares. Como aquele lá.” Apontei para o que eu estava falando.

Eli riu. “Isso não é um condomínio. Você viu os vinte edifícios de vinte andares em Sea Breeze. Você sabe do que estou falando.”

Concordei que era muito diferente, e ele não estava mesmo do lado da elite de Rosemary Beach, que foi isolada para os turistas. Kerrington Club era o início da área privada. Eu não queria levá-lo lá. Ainda não.

“Lila Kate!” Eu ouvi meu nome e fiz uma pausa para olhar ao redor. Então eu vi o Mustang vermelho que Jace Montgomery tinha ganhado em sua formatura do ensino médio este ano. Eu acenei para ele.

“Lado errado da cidade, baby. Você se perdeu?” Eu ignorei o fato de que um jovem de dezoito anos de idade me chamou de ‘baby’, simplesmente porque esse era Jace. Ele estava brincando. Ele sempre foi alegre, e eu o conhecia desde o seu nascimento. Eu tinha ido para o hospital com meus pais quando ele nasceu.

“Mudei-me para cá.” Eu disse quando ele estacionou o carro ao nosso lado.

“Você mudou-se para o centro da cidade?” Ele perguntou incrédulo.

Eu balancei a cabeça. “Sim. Jace este é meu amigo, Eli Hardy. Eli, este é Jace Montgomery.”

Jace lançou-lhe um sorriso branco brilhante. “Prazer em conhecê-lo, Eli.”

“Mesmo aqui.” Eli respondeu.

Então Jace olhou para mim. “Você está morando aqui de verdade?”

“Sim, Jace. Acima do prédio onde eu vou abrir meu estúdio de dança.”

Os olhos de Jace se arregalaram. “Droga, isso é incrível. Última vez que ouvi sobre você tinha saído da cidade e Cruz tinha ido atrás de você. Pelo menos isso foi o que disseram.”

“Estou de volta. Decidi começar minha vida aqui.”

Ele assentiu. “Sinto muito por sua avó. Eu não estava na cidade quando aconteceu. É por isso que eu não vim com meus pais.”

“Obrigada. Tudo bem.”

Ele sorriu para Eli novamente. “Mantenha esta selvagem na coleira. Tenham uma boa noite. Tenho que ir.”

“Tchau, Jace.” Eu disse. Ele girou suas rodas em resposta e se dirigiu de volta para o outro lado da cidade.

“Ele tem dezoito anos. Essa é a única desculpa que tenho por ele.” Eu disse a Eli quando Jace se foi.

Eli riu. “Eu percebi isso. Eu tive dezoito anos, uma vez também.”

O ar da noite ainda estava quente, mas eu senti um arrepio apesar disso. Meu coração vibrou engraçado, e eu o reconheci. A maior parte da minha vida eu tinha reagido dessa forma quando Cruz estava perto. Eu queria fingir que eu não o senti agora. Que ele tinha ido embora. Mas eu olhei por cima do ombro, porque eu precisava saber se o meu corpo ainda estava me traindo.

Com certeza, lá estava ele. Sua motocicleta estacionada de frente ao meu prédio. Os braços cruzados sobre o peito e o olhar fixo em nossas costas enquanto nos afastávamos. Ele tinha vindo me ver. Eu senti meu peito apertar, e porque ele estava aqui para me ver me irritou. Eu queria não me importar. Eu queria ser a mulher forte e independente que tinha seguido em frente.

Mas não era assim. Eu queria falar com ele. Eu queria saber por que ele estava lá. Olho para ele e gostaria que ele fosse mais. Gostaria que fosse o cara dos contos de fadas. Desejo todos os tipos de coisas inúteis que eu nunca teria. Isso nunca aconteceria.

Eu não fui para ele. Voltei minha atenção de volta para Eli, onde estávamos andando, apreciando o céu noturno, qualquer coisa, menos Cruz. Não era justo deixar Eli para falar com Cruz e nem eu estava levando-o de volta para lá. Cruz nos viu. Ele sabia que Eli estava aqui agora. Ele também sabia que eu escolhi Eli.

Cada passo que demos para longe de Cruz meu coração doeu mais. Era tudo que eu podia fazer para não virar e correr para ele. Para pedir-lhe para ser diferente.

Quando Eli perguntou se eu queria um sorvete, eu sorri para ele e disse que eu queria. Então eu arrisquei um olhar para trás. Cruz ainda estava lá. Ele precisava sair. Eu precisava que ele fosse para outro lugar agora.

O Shack Sugar tinha uma fila até o lado de fora. Era o único lugar que tinha sorvete na cidade e atraia uma multidão. Chegamos à fila e vi como as crianças imploravam por doces e outras guloseimas. Os pais estavam de férias e estavam explodindo sorrisos. O estresse diário do dia se foi. Muitos adultos tinham um frozen em suas mãos. Tentei me concentrar na cena em torno de mim e não olhar para trás.

“Este lugar parece popular.” Disse Eli.

“É o único lugar para tomar sorvete na cidade.”

Ele pareceu surpreso. “Alguém precisa dar-lhes alguma competição.”

Eu ri com isso, mas tomei a minha chance de olhar para trás, para Cruz novamente. Desta vez, ele tinha ido embora.

O peso no meu peito estava lá. Meu apetite para tomar sorvete desapareceu. Mas eu sorri de qualquer maneira. Deixei-me ser uma parte da felicidade em torno de mim. O sol beijou a pele das crianças que não tinham preocupações, nenhum desgosto. Se apenas a vida ainda fosse assim, tão fácil.

“Eli...” eu disse enquanto olhei para ele.

“Sim?”

“Eu acho que eu sou um desperdício do seu tempo.”

Ele parecia triste por um momento, e então ele colocou o dedo embaixo do meu queixo e segurou meu rosto com os dedos. “Você nunca vai ser um desperdício do tempo de ninguém.”

“E se você estiver errado?”

Ele me deu um pequeno sorriso. “Então eu terei uma lembrança incrível de uma menina que eu tive sorte o suficiente de conhecer.”

Se apenas suas palavras me fizessem sentir melhor.

Olhando para trás mais uma vez, eu olhei para Cruz ou quaisquer sinais de que ele fosse magicamente reaparecer.

Ouvi Eli suspirar suavemente. “Ele se foi, Lila.”


Trinta e Dois

Eli Hardy

 


TUDO PARECIA MELHOR QUANDO acordei com o cheiro de bacon. Ontem à noite não foi o que eu esperava que fosse. Lila estava presa a Cruz Kerrington, e eu fiz o meu melhor para ignorar o fato de que ela não estava completamente comigo ontem à noite. Seus pensamentos estavam em outro lugar.

Mas eu gostava de bacon. Alonguei-me, bocejei e me sentei para ver Lila, em um pijama rosa e seus cabelos em um rabo de cavalo, de pé na cozinha. Essa era uma visão que eu poderia passar o resto da minha vida desfrutando. No entanto, quanto mais tempo eu passasse com ela, mais eu percebia que ela seria a única a ir embora. A garota da qual eu falaria por anos e anos, quando relembrasse os velhos tempos.

“Cheira bem.” Eu disse com a minha voz ainda embargada do sono.

Ela levantou a cabeça, pois estava mexendo em uma tigela e sorriu. “Nada especial. Panquecas e bacon. Mas eu tenho blueberries frescas e calda de mirtilos para colocar sobre elas. Mesmo um pouco de chatilly, se você estiver se sentindo aventureiro.”

Eu ri me levantando. “Estou sempre me sentindo aventureiro. Especialmente com panquecas.”

O olhar de Lila percorreu o meu peito nu, então eu levei o meu tempo pegando a camisa que eu tinha descartado ontem à noite. Deixei-a olhar bem. Eu sabia que meu peito era impressionante. Eu trabalhei duro para manter meu corpo em forma. Eu a assisti, e quando ela percebeu que tinha sido pega me verificando desviou o olhar e corou adoravelmente. Eu considerei ficar sem camisa, mas decidi que isso seria desespero.

Puxando minha camisa sobre a minha cabeça, eu caminhei até a cozinha, peguei um banquinho e me sentei em frente de onde ela estava trabalhando. “Eu me ofereceria para ajudar, mas você parece ter tudo sob controle e parece que você está quase acabando.”

“Eu terminei. Quer um café?”

Eu preferia chá, mas eu assenti. “Sim, mas eu pego.”

Ela virou-se e pegou um copo. “Não. Fique sentado.”

Observei-a pegar o meu copo. “Creme ou açúcar?”

“Não, obrigado.”

Ela entregou-me. “Aqui está.”

Eu comecei a falar, mas quando bateram na porta lá embaixo nós dois paramos. Lila franziu a testa e esperamos. Logo depois, aconteceu de novo. Ela tirou a frigideira fora do fogão. “Eu acho que alguém está na porta.”

“Vou verificar,” eu disse, já em pé. “Você está no meio de tudo isso.”

“Ok. Obrigada.” Ela respondeu e voltou para terminar o bacon.

Eu estava quase descendo as escadas quando percebi quem eu estava prestes a cumprimentar na porta. Foi uma coisa de instinto. Eu deveria ter esperado que ele voltasse depois da noite passada. Lila estava tão ocupada olhando para Cruz que ela não tinha percebido que eu verifiquei para ver o que tinha sua atenção. O cara ficou lá por algum tempo. Ela não ir para ele foi como uma jogada ousada, mas eu ainda achava que ela estava frágil. Ele vir aqui esta manhã não era bom.

Mas esta não era a minha decisão a tomar.

Quando cruzei o estúdio e cheguei às portas duplas da entrada, lá estava ele. Exatamente quem eu esperava. Parecendo que bebeu um litro de uísque e não tinha dormido nada.

Eu queria deixar sua bunda lá fora. Segura longe de Lila. Para não magoá-la ainda mais. Mas então ela poderia ter uma razão de ficar zangada comigo. Eu não estava aqui para protegê-la. Pelo menos não por isso.

“Cruz.” Eu disse enquanto abria a porta.

Ele me empurrou e se dirigiu para a porta dos fundos, que levava para o apartamento. Eu estava certo sobre o uísque, ele fedia como um bar. Isto não era o que ela precisava. Mas ele não pareceu dar a mínima.

“Você está tentando machucá-la?” Eu perguntei ainda de pé na porta, desejando que ele fosse embora. Ele parou e esperou um pouco antes de olhar de volta para mim.

“Você não sabe de nada. Ela não te ama. Você é a porra de um curativo.” O ódio em seu tom foi um pouco alarmante.

Dei de ombros. Eu não me afetei pelo seu ódio e eu não estava com medo dele. Ele era forte, alto, mas estava de ressaca, e eu tinha a vantagem. “Eu sei que ela está sofrendo. Ela está tentando se curar. Mas você não a deixa. Você se mantém rasgando-a uma e outra vez.”

Ele olhou para mim. Como se quisesse me matar com as próprias mãos. Eu não me movi. Eu não quero lutar com o cara. Lila não ficaria feliz com isso.

“Eu não sou bom o suficiente para ela. Por que ela não pode ver isso?” Ele parecia aflito. Tinha muito menos raiva e mais sofrimento.

“Eu acho que ela pode. Mas você pode?”

Seu ódio veio à vida. “Eu a amo. Eu morreria por ela. Eu tomaria a porra de um tiro por ela. Você pode dizer isso? Você mal a conhece. Eu a conheço toda a minha vida. Amei-a mais que a metade disso. Eu só não queria.” Quando ele disse as palavras, eu pude ver o choque em seus olhos. Ele se surpreendeu. Eu duvidei que ele alguma vez tenha admitido isso em voz alta.

“Você tem um jeito engraçado de demonstrar amor.” Eu disse a ele.

Ele passou as mãos pelos cabelos e o olhar selvagem em seus olhos era de um homem destruído. “Ela está me destruindo. Porra, eu estou arruinado. Eu preciso dela. Eu estou tão viciado nela que eu não consigo funcionar direito. Eu não suporto que ela esteja com você. Que você ou alguém como você vai ser o caminho certo para ela. Bom o bastante. Que ela vá pertencer a outro homem. Eu não posso aguentar!” Ele rugiu e puxou os cabelos como um homem possuído.

“Você bebeu demais. Vá para casa, durma um pouco. Pense nisso e se você ainda quiser volte.”

Ele balançou sua cabeça. “Eu não posso sair. Não com você lá em cima com ela.”

Isso era pior do que eu pensava. Ela estava apaixonada por um psicopata. Por que ninguém em sua vida se preocupou com isso? O cara precisava de alguma ajuda mental.

“Se você a ama, então seja o homem que ela merece. Isso...” eu disse acenando com a mão para ele. “Não é o homem certo. Você está uma bagunça do caralho.”

Ele me olhou e começou a vir para mim. Seus punhos estavam cerrados ao lado do corpo, então eu me preparei para me defender. Eu odiava bater em um homem bêbado, mas eu não iria deixá-lo chutar a minha bunda também.

“Cruz!” A voz de Lila o deteve. Olhei por cima do ombro para vê-la lá, em pé. Tão inocente e doce. Este louco, que ela amava, não estava nada bem.

Ele fez uma pausa, em seguida, virou-se para ela. “Lila.”

As lágrimas em seus olhos não estavam caindo ainda, mas elas estavam lá. Não derramadas.

“O que você está fazendo?” Perguntou ela, soando como um professor brigando com um estudante indisciplinado.

“Eu te amo.” Disse ele.

Suas lágrimas se soltaram em seguida. “Eu ouvi.”

Eles ficaram lá olhando um para o outro. Eu andei em torno deles e de volta para cima para pegar minhas coisas. Eu não pertenço a este lugar. Não agora.


Trinta e Três

Cruz Kerrington

 


LUTAR ERA IMPOSSÍVEL. Eu tentei. Eu tinha tentado tão forte. Mas eu não podia. Eu era bom o suficiente para Lila Kate? Não. Ela sabia todos os meus segredos obscuros? Não. Será que ela me amaria se soubesse? Provavelmente não. Ela me odeia. Eu não quero que ela me odeie.

Ela virou-se e agarrou o braço de Eli quando ele veio para baixo com sua mochila. Ele passar a noite aqui tinha sido a última gota. Eu tinha quebrado. Meu peito explodindo teria doído menos do que vê-la com ele na noite passada. Comendo um fodido sorvete, andando pela cidade como um casal. Eu não podia suportar isso. Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.

“Deixe-me falar com ele, você não tem que ir.” Ela disse a Eli.

“Sim, ele tem que ir.” Argumentei.

Ela franziu a testa para mim. “Não, ele não tem.”

“Sim, eu tenho.” Disse ele, me salvando de ter que discutir com ela. Porque esse idiota precisava voltar para a porra do Alabama e ficar lá. “Isso...” disse ele apontando entre Lila Kate e eu. “Isso precisa ser resolvido. Estou no caminho, e honestamente, eu não quero ver mais um acidente de trem.”

Dei um passo em direção a ele, minhas mãos cerrando os punhos. Lila Kate estava na minha frente antes que eu pudesse dar dois passos. Ambas as mãos no meu peito. “Cruz. Não. Basta ir lá pra cima. Por favor.”

Seus grandes e belos olhos estavam me dizendo para ir lá para cima... Para o apartamento dela. Isso significava que eu não seria aquele que iria embora. Então eu recuei e concordei.

“Obrigada.” Ela sussurrou, como se ele não pudesse ouvi-la.

“Não toque nela.” Eu o avisei, certificando-me de que ele entendeu que eu o encontraria, e me certificaria que suas mãos não trabalhassem novamente.

“Cruz, por favor.” Lila Kate implorou.

Me virei e caminhei até a porta, apenas olhando para trás uma vez.

“Sinto muito sobre tudo isso,” ela disse. “Eu nunca esperei que ele viesse aqui.”

“Mas você está feliz que ele fez.” Eli respondeu.

“Sim.” Disse ela sem hesitação.

Deixei-os. Ela me queria. Ela não estava pedindo-lhe para ficar. Proclamando que o amava. Chorando por ele. Eu não a tinha perdido ainda. Não era tarde demais para nós. Eu me preocuparia com meus segredos mais tarde. A merda que eu ainda tinha que acabar. Eu lidaria com isso. Por agora, eu só precisava de Lila Kate.

O cheiro de bacon encheu o apartamento quando cheguei ao degrau superior. A área era um grande espaço aberto, espaçoso, e Lila Kate tinha colocado seu toque nele. Sorri para todos os tons de vermelhos e amarelos. Ela adorava cores vibrantes. De alguma forma ela fez as cores, que eu normalmente não me importava, atraente.

Havia panquecas no balcão, junto com mirtilos e bacon. Ela tinha feito o café da manhã. Ciúme me comeu por dentro. A única coisa que me manteve são foi o fato do sofá-cama estar aberto e usado. Eles não tinham dormido juntos. A ideia deles embrulhados juntos na noite passada tinha sido o que me enviou a beber. Em um ponto, eu tinha bebido o suficiente para que eu tivesse desmaiado. Só dormi três horas antes de acordar torturado, outra vez, sobre a ideia deles juntos.

Peguei um pedaço de bacon e o comi, em seguida, verifiquei se havia leite na geladeira. Eu estava com fome. Eu não tinha comido durante toda a noite, e quanto mais eu pensava sobre Lila Kate cozinhando tudo isso para Eli, mais eu queria comê-lo. Tomar o que ele pensava ser dele. Foi meu primeiro, droga.

“Eu não posso continuar fazendo isso com você, Cruz.” Lila Kate disse no momento em que entrou no apartamento. Ela não estava mais chorando. Ela estava mais intensa. Séria. “Isso está mexendo com a minha cabeça. Eu sou um náufrago. Aquele cara que você apenas colocou pra fora daqui é um bom rapaz. É doce e gentil. Gosta de mim. Ele não precisa de mulheres em todos os lugares para bajulá-lo, para fazê-lo se sentir como homem. Ele é perfeito. Completamente perfeito. Então porque é que no momento em que você aparece eu esqueço tudo isso? Por que você não pode ver que isso está me arruinando? Nesse vai e volta.” Suas mãos estavam em seus quadris, e ela estava mantendo distância. Eu queria ela aqui comigo. Comendo essa refeição. Sorrindo para mim. Neste balcão, com as pernas abertas, enquanto eu a fodo. Havia muito que eu queria dela. Mas apenas uma coisa era importante.

“Você me ama?” Eu perguntei a ela. Era simples. Era o que eu precisava saber.

Ela suspirou e fechou os olhos com força. “Sim. Você sabe que sim.”

Isso era o que eu precisava ouvir. Eu andei em torno do balcão e fui direto para ela. Ela abriu os olhos quando me ouviu se aproximar. Eles estavam assombrados com a dor. A dor que eu tinha causado. Dor que ela não merecia. Eu ficaria com ela. Gostaria de passar minha vida inteira ao lado dela.

“Então me perdoe, por favor, me dê outra chance. Porque, Lila Kate Carter, eu estou completamente apaixonado por você. Eu não consigo ver minha vida sem você nela. Tudo o que eu quero, quando eu abro os meus olhos todas as manhãs é vê-la ali, ao meu lado. E a noite, eu quero dormir com você em meus braços. Então, deixe-me mostrar que eu posso ser esse cara. O que você pensou que tinha encontrado em Eli. Eu posso ser ele. Porra, apenas um pouco mais emocionante, porque ele é também extremamente certinho e você logo estaria entediada como o inferno.”

“Porque agora? O que mudou?” Ela perguntou ainda cautelosa e insegura.

“Porque eu não posso mais lutar contra isso. Eu achava que estava protegendo você de mim, mas eu posso ser o cara que você merece. Eu te amo pra caralho e nunca haverá um homem que te ame mais. Isso posso lhe garantir.”

Ela sorriu. Era um pequeno e suave sorriso, em seguida, ela balançou a cabeça em descrença. “Eu sou uma idiota.”

Isso não era o que eu queria ouvir.

“Não, você não é.”

Ela inclinou a cabeça para trás. O queixo levantado. “Sim, eu sou, porque se eu ficar aqui e discutir com você, eu irei perdoá-lo. Vou fazê-lo novamente se eu tiver que fazer. Por que eu não consigo me livrar de você, Cruz? Por quê? Como você continua me segurando assim?”

Meu coração se sentiu tão malditamente cheio que eu queria fazer um punho, socar o ar e soltar um grito de vitória. “Eu sou muito, muito doce.” Eu brinquei com ela.

Ela sorriu. “Não, você não é.”

“Ok. Bem, talvez não tão doce, mas eu posso ser. Eu serei. Vou ser tudo que você precisa que eu seja. Eu juro.”

“O que acontece quando você se cansar de mim?”

Estendi a mão para ela. “Eu te conheço toda a minha vida. Nunca, você me entediou em nenhuma vez. Nem mesmo quando você estava tão tensa que mal conseguia andar.” Sorri quando eu disse isso.

Ela riu. Isso era o que eu estava tentando fazer. “Isso não é exatamente fácil de falar.”

Segurei-a por trás e pressionei-a contra mim. “Não? Eu vou trabalhar nisso, então.”

Curvando-me beijei seus lábios suavemente. Ela se inclinou para mim e me beijou de volta. Um gemido suave, satisfeito veio de sua boca, e eu a provei com mais intensidade. Segurei-a mais perto. Isso era tudo que eu precisava. Fez todas as outras vezes, todas as outras meninas e mulheres pálidas. Elas eram totalmente esquecíveis. Lila Kate tinha reivindicado a minha alma.


Trinta e Quatro

Lila Kate

 


A ÚLTIMA PANQUECA de mirtilos, que eu tinha feito para Eli, foi comida por Cruz quando ele se sentou ao meu lado no balcão. Sua mão esquerda estava na minha coxa enquanto ele usava a mão direita para comer. Ele me manteve perto. Mesmo depois do nosso beijo, ele não queria parar de me tocar. Como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

Tão irreal quanto tudo isso era, eu estava lidando com a culpa sobre a forma como Eli tinha saído. Eu tentei falar com ele e convencê-lo a ficar, mas ele estava certo. Ele e eu nunca tivemos uma chance, enquanto Cruz ainda tinha tanto espaço no meu coração.

“Isso foi incrível. Eu estava morrendo de fome. Uma noite cheia de arrependimentos e Jack Daniels faz isso com você.”

Eu sorri e comecei a me mover, mas sua mão apertou o cerco contra a minha perna. “Não vá.”

“Eu preciso limpar.”

Ele se virou para mim e capturou minhas pernas entre as coxas. “Tudo vai ficar aqui. Você não tem que limpar agora.”

A maneira como ele olhou para mim tinha me preocupado que este fosse um sonho e eu estava prestes a acordar. Era difícil de aceitar. “Você só quer sentar aqui e olhar para mim, então?” Perguntei-lhe desfrutando disso, no caso de eu acordar logo e tivesse o meu coração partido por ele novamente.

“Nós poderíamos,” disse ele, em seguida, suas mãos foram para o meu pijama e o puxou sobre a minha cabeça. Eu não tinha colocado um sutiã esta manhã, desde que o meu pijama era largo. Meus seios ficaram nus para ele. O foco dele estava sobre eles e nada mais. “Ou eu poderia continuar te deixando nua, levá-la até o sofá-cama e afundar meu pau nessa sua sedosa buceta quente.” A voz dele tinha baixado para seu grunhido sexy.

“Oh...” eu respondi.

Ele riu. “Sim, oh...” Ele repetiu e então eu estava em seus braços e nós fomos para o sofá-cama.

Ele mordiscava minha orelha, fazendo-me contorcer em seus braços e começou a sussurrar exatamente o que ele queria fazer para mim. Assim como em New Orleans, ele estava focado em mim. Como ele poderia me fazer sentir. Mas quando ele me colocou para baixo eu não me deitei. Eu não estava nervosa. Agora não.

Eu subi e comecei a desfazer seu jeans. Ele me observou. Ele não falou ou se moveu. Soltando os seu jeans, eu o puxei para baixo dos quadris até que caiu no chão e ele o tirou. Então eu puxei sua cueca boxer para baixo e seu pau grosso, maior do que eu me lembrava, saltou livre.

“Se você continuar olhando para o meu pau assim, nós não vamos ter quaisquer preliminares.” Alertou.

Eu fiquei de joelhos e corri minhas mãos até a frente de suas coxas. Os músculos sob minhas mãos tensionaram. Seu corpo ficou completamente imóvel, como se congelado. Quando levei minha mão direita em volta do seu pau rígido, ele gemeu. Eu não lhe dei tempo para reagir. Minha boca cobriu a cabeça, e eu chupei tanto em minha boca quanto era possível.

“Fooooda...” ele gemeu e os joelhos tremeram. A mão estava na minha cabeça, e suas coxas continuavam tremendo. “Lila, Jesus.”

Como a minha boca cobria a pele lisa, minha mão começou a deslizar facilmente para cima e para baixo após cada lambida e o puxei em minha boca. Cruz começou a ofegar. Sua respiração era irregular e forte. Eu podia ouvi-lo, e saboreei a maneira como ele estava completamente sob meu controle.

Minha língua circundou a cabeça e ele sussurrou enquanto sua mão puxou os meus cabelos. Meu rabo de cavalo estava em volta de sua mão quando ele começou a puxar e empurrar minha cabeça enquanto eu trabalhava minha boca sobre ele.

“Eu não quero saber por que você é tão boa nisso. Jesus, Lila, inferno santo, isto é melhor do que todas as vezes que eu imaginei isso enquanto tomava banho.”

Eu sorri para ele, e ele sorriu enquanto seu peito subia e descia rapidamente. Eu o assisti. Mantive nossos olhos conectados enquanto eu corria minha língua sobre ele. Provocando. Sacudindo a ponta e, em seguida, voltando para chupá-lo.

“Deus, baby, apenas continue. Porra, isso é bom.”

Eu nunca quis dar um boquete em um cara antes. Mas Cruz, eu tinha imaginado isso e pensei sobre isso. Desejei isso com ele. Mais de uma vez, ao longo dos últimos anos.

“Eu não posso...” ele gemeu e me puxou de volta, em seguida, me jogou na cama. Seus olhos estavam escuros, as pupilas dilatadas. Com um puxão, ele tirou minhas calças de pijama e calcinha. O corpo muscular firme por quem eu era fascinada me cobriu. “Abra para mim, Lila.” Pediu ele.

Minhas coxas se abriram, e ele capturou ambos os meus pulsos e os prendeu sobre a minha cabeça, fixando-me ao colchão. “Eu ia ser o caralho doce, mas agora eu preciso dessa buceta. Você me fez louco, e isso não será nada parecido com doce, baby.”

O primeiro impulso foi forte e eu gritei de dor, mas meu corpo formigava com prazer.

“Você,” ele rosnou, em seguida, mergulhou em mim novamente. “Não pode chupar meu pau como uma profissional e parecer como um anjo, e esperar que eu fique são.”

Comecei a rir quando ele me encheu de novo e de novo, tomando o meu fôlego. Todos os meus pensamentos. Apenas a subida constante em direção ao orgasmo que eu sabia que estava por vir. A bela explosão que só era possível em seus braços.

“Eu sou viciado nisso. Em você. Na sua maldita buceta.” Ele disse como se estivesse bravo com isso. Mas então ele começou a beijar meu pescoço e dando pequenas mordidas na minha pele. Era erótico e doce, mesmo se ele achasse que não era. Cruz nunca iria ser como Eli. Ele não era estruturado, educado, ou previsível. Aqueles eram traços meus. Eu ansiava por algo mais. Eu quis a emoção e a selvageria de Cruz, sua boca suja, seu lado quebrador de regras. Todas as coisas que eu não era. Ele me equilibrava. Ele era do meu jeito.

“Lila?” Disse ele quando levantou a cabeça e afundou-me completamente.

“Sim?” Eu estava sem fôlego.

“Eu amo você, mas estou prestes a virar você e fodê-la como se eu tivesse pago por isso.”

Eu não tive tempo para responder antes que ele me tivesse no chão e suas mãos estivessem em meus quadris quando começou a bater em mim por trás. Eu perdi a minha respiração. O ângulo em que ele entrou em mim me enviou mais perto do clímax do que eu desejava.

“Então, porra é a própria perfeição o seu rabo no ar para eu foder,” disse ele entre impulsos. “Goze para mim, baby.” Soou como um comando. Meu corpo reagiu como se fosse um.

Eu explodi em chamas e gritei seu nome. Ele puxou seu pau e descarregou o seu gozo por todo o meu traseiro. Senti o calor do líquido quando jorrou em mim. Nós dois ficamos quietos. Meu corpo estava zumbindo de ser levado tão ferozmente.

“Eu tenho uma coisa por gozar em todo o corpo.” Ele declarou.

“Eu gosto disso.” Eu admiti sorrindo no travesseiro que usei para descansar.

“Fique aqui.” Disse ele, como se eu tivesse energia para levantar e ir a qualquer lugar. Eu estava perto de desmaiar. Dormir um pouco soava bem. Meu corpo passou da melhor forma imaginável.

Um pano quente me assustou, pois correu sobre minhas costas, parte inferior e entre as minhas coxas. Com uma última limpeza, ele deslizou-a sobre a área sensível entre as minhas coxas e eu ofeguei.

“Sensível?” Perguntou.

Eu balancei a cabeça.

Ele se deitou ao meu lado e me puxou contra ele. “Desculpe, eu fui tão bruto. Você me enlouqueceu com a melhor chupada do mundo.”

Eu ri e enterrei minha cabeça em seu peito.

“Ria o quanto você quiser. Você é uma profissional, e agora que sua boca não está no meu pau eu estou um pouco preocupado sobre como você ficou tão boa.”

Me movi para que pudesse vê-lo. Seus braços ainda em torno de mim. “Você dormiu com centenas de mulheres, e você está preocupado com as minhas habilidades no boquete?”

Ele fez uma careta. “Sim. Eu estou.”

Eu ri. Simplesmente porque eu só tinha feito isso uma vez antes e eu não me tornei uma grande fã, então.

“Que bom que você me acha engraçado.” Ele não parecia satisfeito.

“E se eu dissesse que eu estou preocupada com o fato de que você pode despir uma menina e estar dentro dela em menos de trinta segundos?”

Ele ainda estava carrancudo. “Eu diria que você sabia que eu era um prostituto. Eu sei que você é uma boa menina. Há uma diferença.”

Eu enterrei minha cabeça em seu pescoço e tracei um coração em seu peito. “É porque era você.” Eu finalmente admiti.

“O quê?” Perguntou.

“Foi você. Eu queria. Eu sonhei com isso. Fantasiei. Você sabe.”

Ele se afastou e inclinou a cabeça para trás até que eu tive que olhar para ele. “Você está me dizendo que você fantasiou sobre chupar o meu pau?”

Eu balancei a cabeça.

“Porra, baby. Tudo o que tinha que fazer era dizer, ‘Cruz, posso chupar seu pau?’ e eu teria feito esse sonho realidade muito mais rápido.”


Trinta e Cinco

Cruz Kerrington

 


EU TINHA UMA MERDA para consertar. Era vital que eu lidasse com isso antes que fosse tarde demais. Alguns segredos eram melhores mantidos dessa forma. O meu era um deles. Eu não ia perder Lila Kate agora que eu tive coragem suficiente para admitir que eu a queria. Que eu a amava. Eu saltei e fiz isso. Eu não estava deixando-a ir. Nem eu iria deixá-la.

Ela se tornou tão importante para mim quanto respirar. É assustador como o inferno, mas é a verdade.

Deixá-la para trabalhar em seu estúdio enquanto eu ia ao clube para uma reunião com meu pai teria sido a coisa certa. A única coisa inteligente. Mas a ideia de deixá-la não tinha sido atraente, então eu pedi que ela viesse comigo e almoçássemos.

Ela não queria este mundo. Ela tinha saído dele. Ela havia se mudado para a cidade. No entanto, eu estava lembrando-a que eu era deste mundo. Eu um dia possuiria o clube e tudo o que vinha com ele. Claro, ela sabia onde meu futuro estava, mas eu ainda não queria lembrá-la. Nada dessa droga por agora.

Quando chegamos ao manobrista, saímos do carro e fomos para dentro, ela parecia bastante feliz. Deslizei meu braço em volta de sua cintura e ela não congelou ou ficou nervosa. Ela estava bem com essa exposição pública de afeto. Eu estava apenas começando a me divertir quando Shelby, uma garçonete cujo último nome eu não lembro, veio andando para fora da sala de jantar. Eu murmurei uma maldição sob a minha respiração quando seus olhos se fixaram em mim e ela sorriu completamente perplexa com o fato de o meu braço estar ao redor da cintura de Lila Kate.

“Cruz.” Disse ela dando-me um sorriso que era muito familiar. Malditamente sexual.

“Olá.” Eu respondi com um aceno e com a esperança de continuar caminhando sobre o passado com ela. Ela era uma empregada; portanto, era óbvio que eu deveria saber quem ela era. Não era um dado, no entanto, que eu deveria saber que ela faz uma depilação brasileira uma vez por mês.

“Eu só ficarei até a troca do café da manhã.” Ela piscou para mim como se isso significasse alguma coisa.

“Então, aproveite o resto do seu dia.” Felizmente, ela entendeu o recado. Seus olhos saíram de mim para Lila Kate, e eles se abriram como se só agora percebesse que eu estava com alguém.

“Vocês estão...” Ela não terminou a pergunta enquanto sacudia o dedo para nós dois.

“Sim, estamos.” Eu respondi. “Aproveite o seu sábado.” Então, continuei esperando que Shelby tivesse terminado o seu questionamento...

“Você não tem que ficar tão tenso quando isso acontece, Cruz. Eu te conheço toda a minha vida. Vai acontecer muitas vezes.”

Olhei para Lila Kate. “Eu gostaria de poder fazer isso parar. Eu não quero que você fique desconfortável.”

Ela sorriu. “Namorar você significa lidar com todos os seus relacionamentos passados.”

“Shelby não foi um relacionamento. Ela era uma merda.”

Lila Kate suspirou. “Eu estava tentando ser mais delicada.”

Isso me fez rir. “Shelby nunca me considerou um relacionamento também. Eu prometo.”

Com um pequeno elevar de seu ombro, ela disse, “Eu não imagino que qualquer garota pensou nisso.”

Nunca desejei que eu pudesse voltar atrás e mudar essa merda. Até agora. A opinião de Lila Kate sobre mim não era ótima. E o pior é que não era mesmo preciso. Eu era muito pior do que ela pensava.

“Eu vou pegar uma mesa e pedir uma bebida enquanto você se encontra com seu pai.” Ela me disse quando nos aproximávamos da entrada do restaurante.

“Ok. Eu não demorarei, vou deixá-lo saber que você está esperando por mim. Isso deve adiantar as coisas.”

“Você está pronto para contar a seus pais sobre isso? Você não acha que devemos esperar até que você tenha certeza?” A dúvida em sua voz e em suas palavras me magoou. Mesmo agora, depois da cena dramática que eu tinha feito esta manhã, ela ainda estava sendo cautelosa. Eu merecia.

Puxei sua mão do meu peito e dei um beijo em seus dedos. “Não tenho certeza se eu deixei claro esta manhã. Mas eu estou certo. Não há dúvida em minha mente. Você tem alguma?” Porque se ela ainda não sabe se quer fazer isso eu poderia ter de recorrer a medidas drásticas. Como sequestrá-la e levá-la para uma cabana nas montanhas e ter certeza que ela ficasse tão viciada em mim como eu estava por ela.

Suspirei interiormente. O fato de eu apenas pensar em algo como isso significava que eu estava afundado muito profundo.

“Eu estive certa desde que eu tinha quatorze anos.” Ela respondeu.

Eu tinha começado a empurrá-la para longe, mesmo naquela época. Quando eu sabia que tínhamos alguma coisa, mas eu a feri no final. Então eu a feri no início também. Agora eu tinha um monte de anos para compensar.

Eu agarrei a parte de trás de sua cabeça e a beijei até que ela estivesse agarrada a mim e nossos peitos estivesse subindo e descendo rapidamente. “Eu te amo.” Eu a lembrei. Então eu pressionei mais um beijo em seus lábios antes de virar em direção ao escritório do meu pai.

Eu não tinha estado tão feliz por estar aqui, respirar o ar limpo e comer neste lugar por um maldito longo tempo. Desde a minha infância, pelo menos.

Olhei para trás para me certificar de que Lila Kate tinha ido para a sala de jantar antes de bater na porta de meu pai.

“Entre.” Ele gritou.

Pela primeira vez eu não estava temendo isso. Abri a porta, e meu pai estava ali encostado na frente de sua mesa e com os braços cruzados sobre o peito. Uma carranca no seu rosto e os olhos brilhando em minha direção.

“Explique-me o que acabei de ver lá fora. Vá lentamente. Seja minucioso.”

Merda.

“Eu não tenho certeza do que você está se referindo.” Foi minha resposta covarde.

“Cruz, eu não estou na porra do clima.”

Isso precisaria ser tratado mais cedo ou mais tarde. Acho que, pelo menos, tiraríamos logo isso do caminho. “Eu estou apaixonado por Lila Kate.”

O olhar de meu pai desapareceu, e as sobrancelhas se juntaram enquanto ele me estudou. “Apaixonado? Como amando apenas uma única mulher?”

Jesus, ele tinha uma baixa opinião de mim. “Existe outro tipo de amor? Porque eu sempre acreditei que se você estivesse apaixonado, era apenas por uma mulher. A menos que você ame as mulheres em geral.”

“Você é um espertalhão.” Disse ele carrancudo novamente. “Quando você decidiu que estava apaixonado por Lila Kate?”

Por que isso importa? Eu não estava aqui para me defender. Eu teria que fazer isso com Grant. Eu não deveria ter que fazer isso com meu pai. “Isso importa?”

Ele me deu um aceno de cabeça afiada e continuou a olhar para mim.

“Quando eu pensei que ia perdê-la. Foi quando eu percebi.”

“Perdê-la? E quando é que você a teve?”

“Eu não a tive, mas só a ideia de que ela poderia amar alguém, me esquecer, seguir em frente, foi um tapa na minha cara. Um que eu precisava.”

Meu pai se levantou e eu gemi. “Essa não é a resposta que eu queria ouvir. Você não pode simplesmente achar que a ama, a fim de mantê-la te amando. Então se cansará e quebrará seu coração. Isso é cruel, filho. Egoísta. Eu ensinei-lhe melhor do que isso.”

“Eu a amei por um longo tempo, tudo bem? Eu sabia que se eu me deixasse eu sentiria algo especial. Mas Lila Kate é... ela é importante. Eu não poderia machucá-la. Eu estava protegendo-a.”

Eu vi quando ele esfregou a testa, como se estivesse frustrado. Este não era o seu negócio. Nós não éramos crianças que estavam apenas se pegando na porra de um banco de trás do carro. “Você queria se encontrar comigo sobre a franquia Kipling.” Eu o lembrei.

“Você está mudando de assunto.”

Eu balancei a cabeça. “Sim.”

Ele começou a dizer outra coisa e parou. “Bem, vocês são adultos. Se você quiser fazer isso, eu não posso pará-lo. Mas Lila Kate não é como as mulheres que você costuma passar tempo. Ela é frágil, doce, insegura... Eu não quero que você a machuque.”

Olhei diretamente para o meu pai. “Nada jamais foi tão sério na minha vida. Eu vou matar qualquer um que tente machucá-la.”

Papai sentou ali por um momento, então, levantou uma de suas sobrancelhas. “Bem, filho, eu acho que perdi a aposta.”

“O quê?”

Ele caminhou até seu lado da mesa. “Eu disse a sua mãe que você seria um solteirão até que tivesse pelo menos quarenta. Ela apostou que você se apaixonaria antes do ano acabar. Ela disse que só tinha um sentimento.”

Irritado com os meus pais, eu me levantei. “Eu não posso acreditar que vocês estavam apostando nisso. Espero que ela apenas esvazie a porra dos seus bolsos.”

Papai riu. “Eu não vou dizer-lhe sobre o que foi a aposta... você não poderia lidar com isso.”


Trinta e Seis

Lila Kate

 


O CHÁ OOLONG FOI ficando frio enquanto esperava Cruz. Eu tinha tomado alguns goles, mas meus pensamentos estavam em outro lugar, e eu tinha esquecido sobre isso enquanto eu ponderava essa situação. Eu não estava brincando quando eu tinha dito que lidaria com um monte de ‘Shelbys’. É assim que as coisas eram.

O problema era que eu imediatamente comecei a comparar-me com ela e encontrar meus defeitos. Ela era mais alta, tinha pernas compridas, os cabelos eram loiros e encaracolados. Ela era confiante. Eu não poderia fazer isso toda vez que entrasse em contato com uma mulher com quem Cruz tinha dormido. Eu acabaria por tornar-me miserável. Eu tinha que construir alguma confiança, tinha que pensar sobre as minhas boas qualidades e me lembrar que Cruz tinha dito que me amava.

Eu tinha quase certeza de que ele nunca tinha dito isso para outra mulher. Não era um comportamento dele proclamar o amor.

“Desculpe ter demorado tanto tempo.” A voz de Cruz me assustou, me fazendo saltar um pouco. Ele sorriu obviamente se divertindo. Quando se sentou, acrescentou, “Você estava em um pensamento profundo.”

Eu balancei a cabeça. “Sim. Só pensando.”

Que acabou com seu sorriso. “Sobre?”

Ele era tão inseguro quanto eu. Isso ajudou um pouco. Eu não era a única a me sentir vulnerável. “Sobre tudo. Nada específico.”

Ele se inclinou e olhou para mim com uma expressão séria e intensa. “Por favor, não questione o que temos ou eu... Dê-me tempo, eu posso ser todas essas coisas que você pensa que eu não posso ser.”

Enfiei minha mão sobre a mesa e cobri a sua. “Eu sei. Isso não é o que eu estava pensando.”

Ele parecia aliviado e seu polegar esfregou os meus dedos. “Bom.”

“Olá Lila Kate, Cruz.” A interrupção foi de Kelsey Torrent, chefe de marketing da Kerrington Club.

A mão de Cruz escapou da minha abruptamente, e ele endireitou-se em sua cadeira. Ninguém mais iria perceber que ele tinha feito isso tão bem. Mas a interrupção de Kelsey tinha lhe assustado. Ela estava trabalhando para o clube há cinco anos. Eu não a conhecia muito bem.

“Olá, Kelsey.” Cruz respondeu mal olhando para ela.

Kelsey sorriu como se a nossa saudação tivesse sido muito mais quente. Senti um incômodo que não fazia sentido pairar sobre nós. “Olá.” Eu disse tentando compensar a resposta de Cruz.

Kelsey mal olhou para mim. “Seu pai quer falar com você.” Ela disse a Cruz. Seu tom era irritado. Ela não pareceu se importar muito com ele. Eu me perguntava se ela se sentia ameaçada por sua posição no clube. Eu poderia imaginar que ela não estava animada sobre responder a alguém vinte anos mais jovem que ela nos próximos anos.

“Eu acabei de sair do escritório dele.” Cruz respondeu.

Ela estava tentando cobrir sua raiva súbita. Mas eu consegui ver por atrás do falso sorriso dela. “Isso pode ser verdade, mas ele quer que você volte. Tenho certeza.” Ela olhou para mim com um sorriso apertado. “Senhorita Carter pode terminar o almoço sozinha.”

Comecei a dizer a ele que eu podia simplesmente voltar para o estúdio e trabalhar, mas Cruz falou primeiro. “Eu vou comer o meu almoço, e depois verei o que o meu pai precisa em seu escritório.”

Kelsey Torrent não estava satisfeita. Estava mais do que irritada. Quando se virou e foi embora, eu soltei o suspiro que estava segurando. Pensei que os dois iriam fazer uma cena. O que provavelmente a teria demitido, e deixado Cruz em sérios problemas.

“Eu não acho que ela gosta muito de você.” Eu disse calmamente uma vez que ela estava fora da sala de jantar.

Ele deu de ombros, como se não se importasse, mas ele estava tenso. Isso o havia incomodado. Eu me senti mal por ele. Ter que se juntar a uma empresa como esta e lidar com funcionários que não gostavam que ele eventualmente fosse seu chefe. “Ela é estressada.” Foi tudo que ele disse.

Pedimos a nossa comida e Cruz tentou relaxar, mas não teve sucesso. Eu queria que ele descobrisse o que seu pai desejava em vez de se preocupar em ignorá-lo ou afastá-lo. Olhei para o meu telefone e decidi ajudar Cruz e terminar o almoço. Ele se preocuparia todo o tempo se não respondesse o seu pai logo.

“Oh, essa é a decoradora que eu preciso encontrar. Ela está disponível agora, mas não estará novamente até quinta-feira. Eu preciso ver o que ela pode fazer e obter uma cotação. Você se importa?”

“Não, está tudo bem. Você precisa se encontrar com ela e eu estarei lá ainda hoje. Eu preciso lidar com o meu pai pela primeira vez.”

“Obrigada. Eu sinto muito. Eu posso apenas pedir a cozinha para arrumar a minha comida para levar.”

Ele ficou então. “Eu vou buscá-la na cozinha. Eles vão tomar o seu tempo de outra forma.” Ele estava sendo útil, mas sua cabeça estava em outro lugar. Nós. Nosso novo relacionamento e ser visto em público era novo. Então, eu não sinto que eu poderia questioná-lo muito sobre o que o estava distraindo. Eu teria que deixá-lo me dizer o que estava acontecendo quando ele estiver pronto.

Eu pego a minha bolsa e bebo o resto do meu chá antes dele voltar com um saco contendo o meu almoço. Era difícil perder que vários olhos o seguiam enquanto ele caminhava através do restaurante. Muitos falaram com ele. Outros observavam como se ele fosse uma refeição que eles queriam. Eu não poderia culpá-los. Ele era tão bom de se olhar.

Quando ele chegou à mesa, eu me levantei e ele me beijou. Bem ali, para todo mundo ver. Era como se ele estivesse fazendo uma reivindicação. Deixando todos saber. Mas, na realidade, ele estava mostrando que ele estava falando sério. Peguei o saco uma vez que o beijo terminou e senti meu rosto ficar quente.

“Você está corando.” Ele sorriu.

“Sim,” eu sussurrei. “Essas pessoas podem não me conhecer, mas todos eles sabem que você é.”

“Eles conhecem você, Lila Kate Carter.”

Minhas bochechas estavam em chamas agora.

“Deus, você é linda.” Disse ele, rindo agora. Sua tensão anteriormente tinha aliviado. “Vejo você em breve.”

Com um aceno de cabeça e um sorriso tímido, saí olhando para frente, com medo de fazer contato visual com qualquer pessoa. Cruz já havia desaparecido na outra direção.

“Lila Kate.” Uma voz feminina me parou. Me virei para ver Adelle Boyd me dando um olhar calculista. Ela estava sentada em uma mesa com sua mãe e sua irmã mais nova. Todas as três usavam saias de tênis como se tivessem acabado de sair da quadra. O que provavelmente tinha acontecido.

“Olá.” Eu disse por tabela, já sabendo do que se tratava. Aquele beijo era doce, mas eu sabia que ia chamar um pouco de atenção que eu não queria. Ou devo dizer drama.

“Você está namorando Cruz?” Perguntou ela com um toque de descrença em seu tom.

Forcei um sorriso. “Sim.”

Sua mãe fez um som estranho no fundo da garganta. Eu não olhei para ela.

“Desde quando?”

“É novo.” Eu disse a ela docemente. O que eu queria era ser rude e dizer-lhe que não era da sua conta.

Sua boca transformou-se em um sorriso divertido. “E vai ser curto também.”

Tanto a mãe quanto a irmã tentaram abafar seus risos. Eu não tenho tempo para isso.

“Tenham um dia maravilhoso também.” Eu disse antes de sair e esperando que ninguém me parasse novamente.

Uma vez fora, eu respirei com alívio. Isso era apenas o começo. Eu tinha que aprender a lidar melhor com as reações das pessoas.


Trinta e Sete

Cruz Kerrington

 


VIREI-ME E FUI EM OUTRA DIREÇÃO quando Lila Kate deixou o clube. Meu estômago se apertou e meus demônios me perseguiram. A razão pela qual eu tinha mantido distância de Lila Kate, a razão pela qual eu a queria e agora eu sabia que a amava, mas nunca iria chegar perto o suficiente, só estava vigiando-a. Eu tinha visto esta oportunidade e tinha ido atrás dela mesmo sabendo que eu tinha merda o suficiente para nos destruir, mesmo antes de ter começado. Eu tinha jurado a ela que não iria machucá-la. Eu estava prestes a ter certeza de que iria cumprir essa promessa.

Virando à esquerda em vez da direita, eu me dirigi para o escritório de Kelsey. Meu pai não a tinha enviado para mim. Ela tinha me visto com Lila Kate e veio atrás de mim. Normalmente, ela não interfere na minha vida sexual. Ela era uma mulher casada, afinal das contas. Mas ela sabia... Lila Kate Carter era diferente.

Eu não bato em sua porta. Eu apenas entro. Ela estava de pé do outro lado da sala com um copo de água gelada na mão olhando pela janela.

“Você não pode sair com ela,” foi tudo que ela disse. Nem sequer virou-se para mim.

“Eu posso fazer qualquer merda que eu quiser fazer, Kelsey,” eu respondo com raiva, pois ela pensa que sua buceta é tão mágica que pode me controlar. Talvez isso fosse verdade quando eu tinha dezesseis anos e ela me trouxe neste escritório em uma noite tardia, após um baile e chupou meu pau pela primeira vez. Ela tinha algum poder sobre mim. Mas eu não era mais um garoto. Eu tive muitas mulheres desde que ela me apresentou ao sexo.

“Eu não me importo com todas as suas prostitutas. Isso é tudo o que elas são. Você é um homem. Homens gostam de sexo. Eles gostam de variedade e eu estou bem com isso. Mas não ela. Você sabe que ela não é uma prostituta. Você quer mais com ela,” então ela se virou para mim. “Estou certa?”

“Sim, você está certa. O que nós fizemos não estava certo. Você é casada. Nós deveríamos ter parado isso há muito tempo. Inferno, nunca deveria ter começado. Mas eu era um adolescente com tesão e você tirou vantagem disso. Eu não me importava com o seu marido. Eu deveria ter me importado, mas meu desejo sexual estava em ação. Acabamos. Eu a amo. Há apenas ela para mim.”

Kelsey era uma mulher bonita. Alta, esbelta, peitos generosos e uma aberração quando se tratava de sexo. Eu a fodi sobre essa mesa muitas vezes e em várias posições diferentes. E ela me assistiu foder outras meninas, ficava esperando para transar porque isso a excitava. Tinha sido divertido. Antes. Mas, no ano passado, ela ficou pegajosa. Mais carente. Mais possessiva.

“É isso que você acha? Que você pode me foder por cinco anos e em seguida ir embora. Bem desse jeito?”

“Nós nunca tivemos um relacionamento. Nós transamos. Nunca foi exclusivo. Você é casada. Lembra? Eu posso fazer o que diabos eu quiser fazer. Esta coisa que fizemos está terminada.”

O fogo em seus olhos não era uma coisa boa. Ela não gostava de ouvir não. Ela normalmente tem o que quer. Eu estava mais do que certo de que eu não era o único adolescente que a tinha fodido. Ela gostava de jovens. Ela me disse isso quando mostrou os peitos para mim e me chupou pela primeira vez.

Apesar de ter relações sexuais com ela nos últimos cinco anos ter sido divertido, eu sabia que era errado. Era algo que Lila Kate nunca entenderia. Eu tinha que ter certeza de que isso foi enterrado. Esquecido.

“Você acha que tem controle sobre isso?” Kelsey perguntou enquanto dava um passo em minha direção. Ela estava desabotoando sua camisa. Antes ela teria conseguido me excitar. Agora, ela só me deixava puto.

“Sim, eu acho. Está feito. Acabou.” Eu era direto. Olhei nos olhos dela e fiz com que ela visse o quão sério eu estava.

Sua blusa estava aberta, mas eu não olhei para baixo. Eu não queria isso dela. Não mais.

Sua mão estava em meu pau, e ela apertou. “Sério?” Sua voz era um ronronar.

“Sim, realmente,” eu respondi, me afastando dela. “Simplesmente pare. Você é patética.”

Ela congelou, seu rosto previamente sorrindo se transformou em um estado de fúria. “Seu pequeno bastardo malcriado. Você vai se arrepender.”

“Não, eu não vou,” eu lhe assegurei isso, virei e fui embora. O fim do que eu estava fazendo com Kelsey estava muito atrasado. Quando eu estava quase fora, ela encontrou uma maneira de me parar.

“Estou grávida. Meu marido é estéril. Eu estava me preparando para lhe dizer sobre nós. Eu ainda estou. Você não pode me virar as costas, Cruz. Você vai ser pai.”

Eu a olhei. Ela estava mentindo. “Eu nunca te fodi sem proteção. Nunca. Então esse bebê é de outra pessoa. Não é meu. Você diz a ele que é meu e você vai ter que provar isso.” Eu não era mais um adolescente. Ela não podia me enganar com essa merda.

Seus olhos se encheram de lágrimas. “Preservativos não são cem por cento eficaz.”

“O controle da natalidade é,” eu respondi.

Ela enxugou uma lágrima que rolou pelo seu rosto. “Eu parei de tomá-los um ano atrás. Eu queria um bebê. Eu quero um bebê seu.”

Eu balancei minha cabeça. Não. Ela estava mentindo. Esta era sua maneira de me manipular. Mas isso não iria funcionar. “Você é uma mentirosa,” Eu rugi sem me importar com quem me ouvia, em seguida, sai do escritório. Longe do clube, a merda estava aproximando-se de mim. Eu pensei que ela ia ficar quieta por medo de perder o seu casamento. Ela me disse uma vez que amava o marido, mas ele não cuidava dela sexualmente. Ela precisava de mais. A sujeira, a excitação. Eu tinha sentido pena dela e não entendia como um homem não iria desfrutar de suas necessidades sexuais insanas. Tinha sido divertido. Agora eu vi que a diversão se tornou em algo fodido.

Isso também iria me destruir se ela continuasse com essa mentira. Eu tinha que encontrar uma maneira de parar com isso. Para proteger Lila Kate. Eu nunca quis que ela visse esse lado da minha vida. Nem descobrir a merda sórdida que eu tinha feito.

Chegar até Lila Kate era tudo que eu precisava agora. Para segurá-la. Sentir seu cheiro. Senti-la. O brilho de seu mundo fez meu passado danificado desaparecer.

Dirigi para seu estúdio, era apenas algumas milhas de distância, mas parecia uma eternidade. O medo de que ela descobrisse tudo e me odiasse pesava sobre mim. Sua recusa em me ouvir e me amar estava arranhando nos meus calcanhares. Eu dirigi mais rápido e focado em conseguir chegar até ela.

Tomei passos largos e rápidos do meu carro para a porta. Quando eu a empurrei aberta, lá estava Lila. Ela já tinha colocado suas roupas manchadas de tinta, jogou os cabelos em um coque e estava dançando uma música enquanto limpava um pincel. Ela era boa. Perfeita. Pura.

Eu tranquei a porta atrás de mim e fui até ela. Ela olhou para cima, assustada no início e depois sorriu.

“Ei,” foi à única coisa que ela teve tempo de dizer antes que eu estivesse na sua frente. Recuei-a até que estivesse no canto bloqueando as janelas. As sombras não mascaravam a surpresa e emoção em seu rosto.

Eu não tomei tempo para beijar e abraçar ela. Eu não podia. Os lobos que estavam me perseguindo, me assombrando, tinham me desesperado. Eu empurrei para baixo seu short e sua calcinha, então, rapidamente empurrei meu jeans até que meu pau estivesse livre. Agarrando-a pela cintura, apertei-a entre a parede e meu corpo, em seguida, empurrei nela com um gemido.

Ela agarrou meus ombros e gritou meu nome. Isso só estava me deixando mais selvagem para piorar. Minha boca devorava a dela, tomando tudo. Eu estava transando com ela enquanto a amava.

“Isto é meu,” eu disse para ela mordendo seu pescoço. “Você não pode me deixar.” Minhas palavras iriam parecer loucura para ela, mas elas saíram de qualquer maneira.

“Ok,” ela disse enquanto sua cabeça foi jogada para trás contra a parede e sua garganta exposta para mim enquanto eu lambia e deixava minha marca nela.

“Eu sempre vou precisar disso. Preciso de você. Eu sou viciado em você. Viciado porra.”

Ela gemeu e eu bati com mais força. Querendo ficar tão profundo que nós seríamos como uma só pessoa. Ninguém jamais seria isso para mim. Ela era tudo que eu precisava. Estar dentro dela fez a escuridão e as mentiras irem embora. Tudo o que importava era ela. Isto. Nós.

“Oh Deus,” ela gritou, em seguida, mordeu meu ombro. Ela estava tremendo nos meus braços. “AH!” Seu orgasmo apertou meu pau e eu me deixei ir com ela.

“Porra! É isso aí, baby. Goze em todo no meu pau.”

“Ahhhh! Cruz! Eu não posso,” ela estava agarrada a mim agora. Seus braços em volta de mim. A cabeça na dobra do meu pescoço.

Eu explodi dentro dela tentando retirar, mas era tarde demais.

“Merda,” eu gemi quanto o resto da minha libertação revestiu o interior de sua coxa.

Ficamos ali no canto suados, enrolados, ofegantes. Isso era algo que eu nunca tinha feito com ninguém. Eu sempre tinha sido cuidadoso. Mas minha insanidade quando se tratava de Lila Kate tinha assumido o poder.

“Está tudo bem,” ela sussurrou finalmente. “Lembra que eu estou tomando pílula.”

Eu balancei a cabeça e continuei segurando-a. Desejando que eu ainda estivesse dentro. Pulsando minha libertação até que ela corresse livremente dentro dela. Fazendo-a minha.

Eu estava me assustando.


Trinta e Oito

Lila Kate

 


EU TINHA A INTENÇÃO de conseguir um lote feito neste fim de semana. Mas Cruz tinha mudado esse plano. Após o sexo selvagem que tivemos lá embaixo, ele tinha me levado para o chuveiro, onde ele agora estava banhando-me lentamente. Ele não estava falando muito. Tinha um olhar assombrado em seus olhos como se estivesse fugindo de alguma coisa e precisasse de mim para protegê-lo era difícil de não perceber. Era como se ele estivesse seguro, desde que estivéssemos nos tocando.

Ele era mais importante do que o estúdio. Tudo o que eu podia esperar. Por enquanto, eu gostava dele. Gostava de estar com ele. Ele precisava de reafirmação. Isso era novo. Eu diria que precisava de reafirmação também, mas da maneira como ele estava pairando sobre mim eu estava começando a achar que era demais.

Domingo nós dormimos, tomamos café da manhã que nós cozinhamos juntos e assistimos filmes durante todo o dia.

Quando a segunda-feira de manhã veio, assim como Ophelia. Eu tinha acabado de sair do banho e estava ansiosa pelo café que cheirava na cozinha quando a ouvi dizer, “Puta merda. Isso não está acontecendo.”

Peguei uma toalha, enrolei-a em torno de mim e corri para lá. Ophelia estava de pé na cozinha com uma mala olhando de boca aberta para Cruz, que estava vestindo apenas uma cueca boxer enquanto segurava uma forma de muffins que eu tinha deixado no forno.

“Bom dia, Ophelia. Não posso dizer que estou feliz que você esteja de volta,” disse Cruz quando ele se virou para olhar para mim e piscou.

Ophelia virou seu olhar para mim. “Oh meu Deus,” era tudo que ela podia dizer. Seus olhos estavam arregalados, e ela deixou cair a bolsa de seu ombro esquerdo para o chão com um baque alto. "O que aconteceu?"

“É rude pedir detalhes, O. Você devia pensar melhor,” Cruz estava zombando dela.

Ela olhou para ele. “Eu não quero detalhes! Eu quero uma explicação que não inclui o que você dois...” ela sacode um dedo entre nós e disse, “estão fazendo.”

Cruz riu alto. “Você acabou de dizer ‘estão fazendo’?” Perguntou ele e em seguida, riu um pouco mais.

Ela desistiu dele e virou completamente para mim. Eu ainda estava ali silenciosamente despreparada. “Lila Kate?” Ela perguntou.

“Eu, bem, uh,” Olhei para Cruz que estava comendo um muffin e sorrindo e gostando um pouco demais disso. “Sim, nós fizemos isso,” eu disparei.

Cruz começou há rir um pouco mais.

“Você perdeu a cabeça?” Ela perguntou apontando para ele. “Ele é uma puta!”

“Ei, eu tenho sentimentos. Você está esmagando-os,” não parecia totalmente esmagados.

Ela revirou os olhos e balançou a cabeça.

“Não, eu sou, uh, nós somos, você vê,” Eu estava atrapalhada.

“Nós somos exclusivos. Eu desisti do meu jejum, porque Lila Kate me deu um gosto e eu fiquei viciado. Há também o pequeno detalhe muito importante que eu estou apaixonado por ela.”

Sua explicação não era tão doce e romântica como as coisas que ele disse para mim, mas meu peito inchou de qualquer maneira. Isso foi tão doce como Cruz deixou o mundo vê-lo. Ele tinha se aberto e apenas ficou mais vulnerável ao admitir isso.

“Apaixonado?” Ophelia repetiu como se fosse uma palavra estrangeira que nunca tinha ouvido antes. Ela olhou para mim.

“Sim. Eu também o amo.”

Derrotada, ela sentou-se em sua mala e balançou a cabeça. “Eu preciso de um momento. Isto... apenas Uau.”

“Muffin?” Cruz perguntou segurando a tigela para ela e depois para mim. “Eles estão deliciosos pra cacete. Pegue um agora porque eu vou comer todos.”

Passei por Ophelia, e ela me olhou como se eu estivesse prestes a criar asas e voar. Quando ela se sentou no bar, peguei um muffin da tigela, em seguida, fui me servir um pouco de café.

“Você vai,” ela acenou para Cruz. “Andar por aí em sua cueca?”

Ele sorriu. "Não. Você não é tão sortuda. Eu não sabia que você estaria intrometendo-se tão cedo.”

“São dez,” respondeu ela.

“Exatamente o raiar do dia.”

“Lila Kate, você não pode estar falando sério sobre isso. Ele é... ele é Cruz!”

Sorri para minha xícara de café. Este foi o nosso primeiro encontro com um amigo ou membro da família. Imaginei que isso ia acontecer muitas vezes.

“E Eli? Eu pensei que você gostasse dele.”

O sorriso de Cruz desapareceu, e ele fez uma careta. “Ela não gosta,” ele respondeu. Seu tom de provocação agora tinha desaparecido.

Eu coloquei meu copo para baixo. “Eli é um grande cara. Mas eu estive apaixonada por Cruz por um longo tempo.”

“Por quê?”

Cruz riu novamente. “Droga, Ophelia. Eu não sabia que sua opinião sobre mim era tão elevada.”

Ela inclinou a cabeça e olhou para ele com uma expressão de ‘cai na real.’ “Você feriu a maioria das minhas amigas. E quando eu digo isso, quero dizer todas elas. E agora você está dormindo com Lila Kate.”

Ele fez uma careta. “Vamos discutir meu passado? Isso já passou, está para trás. Eu gostaria de deixá-lo lá.”

Ophelia levantou-se e deixou escapar um suspiro pesado. “Isso vai acabar mal. Então Grant Carter vai matá-lo. Guarde minhas palavras,” ela disse enquanto carregava sua mala e sua bolsa para o quarto que era para ser seu.

Eu deslizei um braço em volta da cintura de Cruz e me apoiei nele. “Ela vai ser mais otimista em breve.”

Ele beijou o topo da minha cabeça. “Isso é o que eu espero que vá acontecer com todos em nossa vida.”

Ele provavelmente estava certo. Então, eu só mantive minha boca fechada e ele me abraçou. “Eu estou feliz. Eu nunca estive mais feliz,” eu assegurei isso a ele.

“Eu também. E honestamente isso me assusta como o inferno.”

“Por quê?” Perguntei inclinando a cabeça para trás para olhar para ele.

“Porque eu sei como é sentir isto e eu não posso viver mais sem isso ou você.”

“Você nunca vai ter que fazer isto, então não é um problema. Eu não vou a lugar nenhum.”

Aquele olhar desesperado, assombrado voltou novamente. Eu gostaria de poder acalmá-lo e suas preocupações. Eu era a única que deveria estar preocupada. Não ele.

“Vocês podem colocar suas roupas pelo menos enquanto eu retiro uma das caixas do meu carro?” Ophelia nos lembrou de sua presença.

Cruz puxou a toalha que estava em torno de mim e eu tentei pegá-la de volta. “Você está tirando toda a diversão,” disse para Ophelia. “Eu gosto dela em uma toalha. Mais fácil para deixá-la nua.”

“Deus! Você é um porco,” ela respondeu e voltou a descer as escadas.

Dei um tapa em seu peito e agarrei a toalha dele. “Pare com isso!”

Ele me puxou para o seu peito. “Acha que ela se importaria se nós fossemos para o seu quarto e tivéssemos mais uma rodada?”

Por mais tentador que fosse eu não ia fazer isso com Ophelia. “Vista-se Cruz,” eu disse a ele, em seguida, ele sorriu e soltou a minha toalha enquanto eu caminhava até as escadas para o meu quarto.

“Droga, você está pedindo por isso,” ameaçou.

Olhei para trás e pisquei para ele. “Guarde-o para mais tarde.”

“Eu vou levá-la de volta,” ele disse olhando para mim.

“O que?”

“Você não é uma boneca de porcelana, e nada sobre você é frio.”

Eu sorri e mordi meu lábio para não sorrir mais.

“Você é incrivelmente forte, e o seu corpo é tão gostoso que eu nunca vou ter o suficiente.”

Essas eram palavras que você nunca ouviria em um soneto mas vindo de Cruz Kerrington era poesia.


Trinta e Nove

Cruz Kerrington

 


OPHELIA andando com Lila Kate não era o ideal, mas ao longo da próxima semana isso até que funcionou. Eu até comecei a me relacionar melhor com meu pai, mas foi principalmente devido a minha chegada na hora certa para o trabalho. Indo nas reuniões que eram necessárias e em toda a merda que eu vinha ignorando.

Pensar em Agosto, quando eu tinha que voltar para a faculdade, era um saco. Lila Kate já tinha terminado. Ela estaria aqui e eu teria que deixá-la. Eu não gosto disso. Me preocupar com isso agora só me deu mais estresse. Evitar Kelsey tinha sido o meu maior obstáculo no trabalho. Ela não tinha dito nada para o meu pai, nada que eu soubesse. Eu estava esperando que ela estivesse blefando, só para me assustar.

Independentemente disso, o bebê não era meu. Eu estava disposto a fazer um teste de paternidade para provar isso. Isso se ela estivesse mesmo esperando um bebê. Eu duvidava disso também. Quando eu tinha dezesseis anos, era sexy e emocionante uma mulher mais velha. No entanto, durante o ano passado eu tinha começado a perceber o quanto tudo isso era louco.

A multidão de verão já estava a todo vapor e em pleno andamento quando eu saí do estúdio de Lila Kate às oito da manhã. Eu tinha planejado caminhar para buscar café em frente ao estacionamento e comprar para Lila Kate um desses chás extravagantes que ela gostava e um muffin. Eu definitivamente não estava esperando encontrar com Grant Carter de pé contra o sua caminhonete, com os braços cruzados sobre o peito e olhando para mim como se quisesse me matar com as próprias mãos.

Merda.

“Grant,” eu disse tentando não parecer culpado de passar a noite com sua filha.

“Não venha com joguinhos de merda, rapaz.”

Eu não fiz isso. "Não senhor. Não imaginei que você gostasse disso.”

Ele deixou cair às mãos para os lados e olhou para as janelas do apartamento de Lila Kate. “Aquela garota lá dentro é a outra metade do meu mundo. Ela e sua mãe têm sido cada sonho, cada desejo, cada maldita coisa que significa alguma coisa para mim desde o momento em que eu a segurei em meus braços.”

“Eu entendo que...” eu comecei, mas ele deu um passo em minha direção e sua carranca foi se aprofundando.

“Não. você não entende. Você não entende uma coisa maldito garoto. Você nunca teve uma mulher que amasse mais que a própria vida, nem segurou uma bebê tão preciosa em seus braços, ela foi um milagre e eu sabia que a minha vida seria para protegê-la. Você não sabe o que é isso.”

Ele estava bem ali. Eu balancei a cabeça com medo, se eu disser qualquer coisa, ele estará pronto para mim e iria quebrar um dos ossos do meu rosto. Eu gosto do meu rosto do jeito que está.

“Ela é igual à mãe. Como, doce, inteligente, e quando ela ama, ela ama com tudo o que ela tem. Isso é muito difícil para um homem lidar. Muito para ele apreciar. Eu não soube disse tudo com a mãe dela imediatamente e quase perdi a única coisa que eu tinha e pela qual valia a pena viver. Seu pai me queria morto. Eu não o culpo.”

Eu balancei a cabeça, ainda sem falar nada.

Grant ficou cara a cara comigo, os ombros mais largos e os braços mais grossos do que os meus. “Se você foder com o coração do meu bebê eu não vou dar a mínima importância para quem são seus pais. Tudo o que eu vi você fazer é foder todas por aí. Brincar. Desfrutando de mulheres. Mas aquela menina lá em cima,” ele disse apontando para dar ênfase. “Ela não é o tipo de mulher para você fazer isso. Porque eu vou te dizer agora...” ele apontou o dedo na minha cara. “Ela tem que te amar ou você nem estaria aqui. Ela nunca teria subido em sua moto e partido como ela fez. Isso não era Lila Kate. Ela fez isso porque tem sentimentos por você. Então, ou você tem os mesmos sentimentos por ela, ou você termina e dá o fora da cidade antes que eu possa encontrá-lo. Eu fui claro?”

Agora é a minha vez de falar. “Sim, senhor,” eu disse. “Eu sei de todas essas coisas sobre ela. É por isso que eu mantive minha distância por tanto tempo. Mas quando ela partiu, eu sabia que ia perdê-la ou perder qualquer chance com ela. Eu tive que tomar uma decisão e eu fui atrás dela. Eu me convenci de que era para protegê-la, mas eu sabia no fundo, o que eu estava fazendo. Eu amo Lila Kate. Eu não preciso de ninguém.”

A carranca de Grant se aliviou um pouco, mas ele ainda não parecia convencido. “Eu gosto de você. Eu gosto de sua família. Mas eu não posso simplesmente confiar em ninguém com a minha menina. Não sei se algum dia eu conseguirei. Eu não vou parar de vigiá-la. Eu não vou recuar. Se você a machucar, espere que eu irei atrás de você.”

Jesus. Era uma maravilha Lila Kate já ter conseguido um encontro na escola. Eu estava esperando que ele tirasse uma arma para fora da caminhonete e começasse a atirar a qualquer minuto. “Eu nunca vou machucá-la.”

Não parecia que ele tivesse acreditado nisso. “Seu passado não é bonito, garoto. Ele poderia voltar para assombrá-lo. Se fosse por mim, ela o deixaria sozinho. Encontraria um cara que não tivesse o objetivo de foder toda a população feminina desta cidade. Mas não depende de mim. Ela é uma mulher. É a sua escolha. Mas eu sou o pai dela e se você foder isso não haverá nenhum lugar seguro para você. Eu vou te encontrar.”

“Papai!” Grita Lila Kate e eu olho por cima do ombro para vê-la de pé na porta da frente em seu macio robe rosa com uma expressão muito infeliz em seu rosto. Felizmente, ela foi dirigida para o seu pai. Não para mim.

“Ei, querida,” ele respondeu.

Ela deu passos largos em direção a nós. “É melhor que isso não seja o que eu acho que é,” disse ela.

Ele deu de ombros como se não fosse grande coisa. “Eu sou seu pai. Eu estava vindo para visitar e encontrei Cruz deixando seu apartamento. Só queria ter certeza de que algumas coisas ficassem claras para ele.”

Como o fato de que ele ia me matar se eu ferisse sua filha. Embora eu não fosse mencionar isso.

“Eu não preciso de você para ameaçar os homens na minha vida, papai,” ela disse a ele.

“Homens?” Grant e eu dissemos ao mesmo tempo. Não havia outros homens.

Ela revirou os olhos para nós dois. “Oh, saco. O ‘homem’ da minha vida. Eu sou uma adulta. Eu posso dormir com quem eu quiser. Posso namorar quem eu quiser. E eu posso amar quem eu quiser. Você tem que confiar em mim para cuidar de mim mesma.”

“Eu confio,” disse ele dando-lhe um sorriso encantador que eu tenho certeza de que não havia sido dado antes. “Basta ter certeza de que Cruz esteja na mesma página que você. Isso é tudo.”

Lila Kate colocou as mãos nos quadris. “E que página é essa?”

“Que ele esteja tão sério sobre isso como você está.”

“E é o que estou dizendo. Não é da sua conta isso.”

“Você é minha filha e isso nunca vai mudar. Eu vou fazer toda merda ser da minha conta quando se tratar de proteger você durante o tempo que eu estiver vivo.”

Lila Kate suspirou e me deu um olhar de desculpas. “Você está mudando de opinião agora?” Ela me perguntou.

Eu sorri. Como se Grant Carter pudesse me fazer parar de querê-la. “Não. Nem mesmo perto.”

Seus olhos se acalmaram e por um momento eu esqueci de que seu pai estava mesmo lá com a gente arruinando um perfeito bom dia. Nosso tranquilo café da manhã não estava indo como planejado.

“Jesus,” Grant murmurou. Então ele se aproximou e abraçou Lila Kate. “Eu não posso te ajudar com isso, você sabe,” ele sussurrou.

“Eu o amo,” disse ela com seu olhar mudando para mim.

“E isso faz dele o homem mais sortudo, além de mim, eu sei.”

Então Lila Kate sorriu para seu pai.

Eu estava esperando por isso. Eu estava feliz que tinha acabado. Agora eu só tinha que ter certeza de que a merda de Kelsey estivesse acabado. Essa era uma bomba-relógio que ameaçava tudo. Se eu perdesse Lila Kate por causa dela, eu ficaria feliz em deixar que Grant acabasse com a minha miséria.


Quarenta

Lila Kate

 


MAMÃE TINHA ME CHAMADO para almoçarmos juntas no clube hoje. Eu tinha estado tão ocupada que não a tinha visto muito. Entre deixar pronto o estúdio e passar um tempo com Cruz, meus dias foram cheios. Eu estava prestes a entrar no interior do edifício principal do clube quando meu celular vibrou. Quando chequei, era uma mensagem de Eli.

Ele me verificava uma vez por semana, se não mais. Cruz não era a favor sobre a nossa amizade, mas ele permitiu isso. Se ele soubesse que eu tive relações sexuais bêbada com Eli, eu duvido que ele ficasse bem com isso. Isso foi antes de nós, então eu percebi que não era importante para contar.

Eu não pergunto sobre todas as garotas com quem ele dormiu antes de mim.


Estúdio quase pronto? Perguntou a mensagem de Eli.


Parei de andar e respondi.


Mais duas semanas e será aberto para negócios. Indo almoçar com a minha mãe. Falo com você mais tarde. Eu joguei meu celular de volta na minha bolsa e olhei para cima para ver Kelsey a poucos metros na minha frente.


Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Isto era tão diferente da Kelsey que eu conhecia. Ela sempre foi tão eficiente, eu não conseguia imaginá-la como emocional. Seu olhar estava parado em mim. Quase como se eu fosse à fonte de sua dor. Olhei ao meu redor para ver se não havia mais ninguém ao redor, mas era só eu.

“Eu preciso falar com você,” ela disse com a voz rouca de emoção.

Ela estava chateada por isso eu não pude dizer, ‘Não, obrigada. Eu tenho um almoço com a minha mãe.’

Em vez disso, apenas balancei a cabeça.

“Você pode vir ao meu escritório?” Ela perguntou.

Eu balancei a cabeça novamente e ela se virou e foi na direção ao escritório. Olhei em volta mais uma vez. Eu não queria ir ao escritório dessa mulher, mas eu também não vi uma saída para rejeitar o seu pedido, seria rude.

A porta estava aberta quando ela entrou. Relutantemente, eu a segui.

Ela parou e fechou a porta depois que eu entrei. Eu queria que ela tivesse a deixado aberta. Algo sobre ela me deixou nervosa.

“Eu vou ser breve. Há apenas uma coisa que você precisa saber. Eu tentei conversar com Cruz, mas ele não está cooperando. Ele é...” ela faz uma pausa e seus olhos se enchem de lágrimas novamente. “Tenho certeza que você sabe o quanto cruel e egoísta que ele pode ser.”

Isso chamou a minha atenção. “Cruz não é nenhuma dessas coisas,” eu disse em defesa dele. Os problemas dessa mulher com sua posição no clube precisavam ser tratados com o Woods.

Seu rosto manchado de lágrimas parecia menos derrotado e mais como a mulher arrogante que eu tinha visto quando ela tinha falado com Cruz, na semana passada, quando nós estávamos comendo.

“Você é tão jovem e ingênua,” disse ela com um olhar de desgosto em seus olhos. “Você não está em um conto de fadas. Cruz não é seu príncipe encantado e ele não é o tipo de cara que vai sossegar e se casar com você. Ele precisa de sexo com mulheres diferentes. Uma variedade,” ela fez uma pausa e em seguida, sorriu como se ela achasse graça de mim.

“Quando ele tinha dezesseis anos eu ensinei a ele tudo sobre sexo. Eu comecei seu vício. Nós fodemos nesta mesma mesa tantas vezes que eu nem posso contar. Eu estive aqui com as minhas pernas enquanto ele lambia minha buceta até que eu não conseguisse ficar de pé. Eu o deixei ficar com outras meninas para que ele pudesse prová-las. Mas eu sabia que ele sempre voltaria aqui. Ele me queria. Precisava do que eu lhe dei. Ele é bom em sexo, porque eu mostrei a ele o que uma mulher quer. O que ela deseja. Essa boca que você tem beijado passou por todo este corpo,” ela apalpou seu peito enquanto ela dizia isso.

Eu não conseguia encontrar as palavras. As coisas que ela dizia soava como devaneios de uma mulher louca. Ela queria que eu acreditasse que ele tinha tido relações sexuais com uma mulher casada de quarenta anos de idade, quando ele tinha dezesseis anos?

“Você está tentando afundar suas garras no que é meu.”

“Você é casada,” eu disse ainda em choque com ela, achando que eu acreditaria nela.

Ela riu de mim. “Isso não importa. Não a nós. Cruz e eu nos desejamos. Ele era meu até que você chegar. Agora estou grávida de seu filho e ele não quer ter nada a ver comigo ou com o bebê. Você está levando o pai do meu filho para longe.” Ela tocou seu estômago delicadamente.

“Você está mentindo.” Eu disse, balançando a cabeça e indo em direção à porta. Eu sabia que Cruz tinha sido um pouco selvagem. Isso não era um segredo. Mas ele não tinha feito isso. Eu tinha certeza disso.

“Eu sabia que você não iria acreditar em mim,” ela disse pegando um controle remoto de sua mesa. Os sons de sexo encheram a sala e eu me virei para ver a tela plana atrás de mim.

Não haveria como negar o que eu assisti. Kelsey estava nua, com as pernas bem abertas e a cabeça jogada para trás e Cruz estava fodendo-a em sua mesa. Assim como ela havia dito.

“Gostávamos de filmar o nosso sexo e vê-lo mais tarde. Deixava-nos quente e excitados. Muitas vezes nós nos fodíamos enquanto nos observávamos na tela. Esse é o tipo de coisa que Cruz precisa para fazê-lo verdadeiramente feliz. Eu também o observei. Ele fodia uma garota enquanto eu escondida o assistia. Ele gostava de saber que eu estava lá enquanto ele fazia sexo. Observando-os. Ele ficava tão excitado que nós dois ficávamos loucos por isso. Eu tenho vídeos também se você precisa ver.”

“Foda-se, sim, Kelsey. Se abra toda sua puta suja. Dê-me o que eu quero,” as palavras de Cruz vieram da tela e eu me encolhi. “Puta indecente. Minha pequena cadela indecente me dê essa bunda.” Disse Cruz, em seguida, virou-a. Puxando seus quadris para que sua bunda estivesse presa no ar. Ele cuspiu no ânus dela, em seguida, enfiou os dedos dentro. “Cu apertado. Você quer o meu pau dentro dessa bunda, não é?” Ela gritou. “Sim, foda minha bunda. Foda-me forte!” Ela virou a cabeça para olhar para ele e ele cobriu a boca dela com a dele, isso era demais. Eu corri. Eu corri através da porta. Eu corri para o meu carro. Corri de tudo. Eu dirigi. Eu não parei. Eu não sabia aonde eu estava indo, mas minha alma tinha sido destruída.

Meu telefone não parava de tocar, mas eu não podia atender. Desliguei-o. Se fosse minha mãe eu não seria capaz de falar. Ela ficaria preocupada. Tudo o que eu podia fazer era dirigir. Fugir de tudo. Senti como se meu peito tivesse sido esmagado.

As palavras que ele tinha dito a Kelsey e a imagem deles juntos repetia mais e mais na minha cabeça. Náuseas arranhavam minha garganta. Descrença que eu pude realmente confiar nele. Pensei que o que tínhamos fosse real. Mas ele... ele era mais sombrio do que eu sabia. Quando as lágrimas finalmente começaram a cair, eu virei em uma saída e estacionei em um hotel. Eu chorei por tudo o que eu tinha sonhado. Toda a felicidade que eu pensei que tinha encontrado. E isso tudo iria me mudar e marcar para sempre. Eu nunca mais seria a mesma. Minha fantasia tinha sido apenas isso. Nada tinha sido real. Não haveria boas recordações. Apenas um pesadelo.


Eu sinto muito. Mas eu estou bem. Eu só precisava de um pouco de espaço.


Mandei uma mensagem para a minha mãe para não mantê-la preocupada. Havia vinte e oito mensagens perdidas e cinquenta chamadas não atendidas quando eu liguei o telefone de volta. Eu ignorei todas elas, desliguei-o novamente e fui pagar por um quarto para esta noite.


Quarenta e Um

Cruz Kerrington

 


TINHA SIDO sexo. Era isso. Como eu tinha feito o meu caso com Kelsey chegar a isso? Eu mantive minha cabeça enterrada em minhas mãos enquanto o meu pai andava na minha frente. A sala estava em silêncio agora. O seu discurso e gritaria tinham terminado.

“Ela está bem. Era Harlow no telefone. Lila Kate mandou um texto simples dizendo que ela está bem, mas precisava de espaço.” Minha mãe anunciou quando entrou na sala de estar.

Olhei para cima, pela primeira vez em um grande tempo. Que alívio, Lila Kate estar segura ajudou a aliviar os meus medos. A dor ainda rasgava através do meu peito. Eu tinha ligado para ela e mandado mensagens inúmeras vezes pedindo-lhe para me ouvir. Ela não respondeu a nenhum deles.

“Ela disse para onde foi?” Perguntei já sabendo que as chances dos Carter me dizerem era quase nula.

Mãe balançou a cabeça. “Não. Acho que Grant está tentando rastrear seu celular.”

Ele estava ocupado se preocupando com a segurança de Lila Kate. Eu sabia que uma vez que ela estivesse de volta aqui em segurança, ele viria a mim. Agora, eu esperava que ele fizesse isso. Eu deveria ter lidado com Kelsey. Pensar que ela iria apenas ir embora foi estúpido.

“Ela está ameaçando uma ação judicial,” disse meu pai. “Eu já confisquei todos os itens em seu escritório. Os vídeos foram encontrados. Há alguns quando você era menor de idade. Estes irão proteger o clube. Ela vai ser a única a enfrentar acusações se ela seguir em frente com isso.”

Mamãe sentou-se na beirada da cadeira na minha frente. “Você era apenas um bebê. Ela tinha a minha idade. Eu só não entendo como ela poderia fazer isso?”

“Ele era um parceiro disposto, Della,” meu pai lembrou. “E se ela está mesmo grávida, então temos que lidar com eles.”

Eu balancei minha cabeça. “Esse bebê não é meu. Se houver um.”

“Mas se for, você não é mais um adolescente que esta sendo aproveitado. Você é um homem burro crescido que sabe mais do que só andar com uma mulher casada.”

Minha mãe empalideceu com suas palavras. Eu tinha machucado tantas pessoas. Como é que eu achei que merecia alguém como Lila Kate? Depois de toda a merda que eu tinha feito.

“Eu sei disso,” eu disse a ele levantando meus olhos para encontrar os dele. “Eu deveria ter parado. Inferno, eu não deveria ter começado. Mas eu estou pagando por isso. Eu amo Lila e agora eu a perdi. Ela está sofrendo e a culpa é toda minha. Isso está me matando.”

Papai fez uma careta. “Sim. Na vida, você vai cometer erros, mas este é mais do que um erro. É egoísta, irresponsável e com certeza até mesmo desonesto. Essa mulher é casada. Eu entendo que você era um adolescente com hormônios em fúria, mas ela é uma mulher casada. Isso...” disse ele apontando para mim. “Isso foi onde você ferrou tudo. Não, Lila Kate não vai perdoá-lo. Como poderia?”

Levantei-me incapaz de me sentar aqui e ficar ouvindo os meus erros novamente. Eu sabia que tinha fodido tudo. Eu não preciso do meu pai me lembrando mais e mais. O que eu precisava fazer era encontrar uma maneira de corrigir isso. Que parecia impossível.

“Onde você está indo?” A raiva de meu pai não se dissipou em nada durante a hora em que ele estava gritando comigo.

“Não estamos terminando aqui?” Eu respondi.

Ele fechou o espaço entre nós e olhou para mim. “Você dormiu com uma funcionária casada de um negócio que será seu um dia. Você fez vídeos de sexo com ela. Ela está alegando estar grávida de seu filho. Não, não estamos terminados, porra. Falei com os advogados. Falei com o marido de Kelsey. Estamos nos reunido em uma hora na sala de reuniões do clube. Você não vai a lugar nenhum.”

Lila Kate estava lá fora e eu não tinha ideia onde ou como encontrá-la ou onde procurar. Eu tinha ligado para Nate, mas ele jurou que ela não tinha chegado a Sea Breeze. Ela precisava ouvir o meu lado da história. Tinha que explicar a ela. Talvez ela entendesse depois que eu tivesse a oportunidade de explicar como tudo começou e como funcionou, até que corri atrás dela quando ela deixou a cidade. Eu não tinha visto nenhum problema com o que estava fazendo. Vejo agora. Se eu pudesse ser o homem que ela queria que eu fosse e apagar toda a merda do passado eu teria feito. Eu era um fodido estúpido. Agora eu iria pagar por isso.

“Ela precisa de espaço. Você não pode encontrá-la de qualquer maneira. Você não sabe onde ela foi.” A voz da minha mãe estava calma e compreensiva.

"Eu fiz isso. Eu a feri.” Minha voz falhou com emoção quando eu disse isso.

Minha mãe concordou. “Sim. E você será o único que poderá consertar isso. Mas, por agora, tem outra coisa para corrigir.”

“Absolutamente certo que ele tem,” A voz de papai estava com raiva e irritação.

“Woods, acalme-se. Eu sei que você está com raiva. Mas isso começou quando ele era criança. Ela se aproveitou dele. Lembre-se disso.”

Papai levantou as mãos em frustração. “Ela é casada, Della. Casada. Eu gostaria de pensar que o meu filho tem mais moral do que isso.”

Mãe concordou. “Eu também. Mas o que está feito está feito. Nós pensamos que era só uma raiva de adolescente e ele ia superar isso. Nós deveríamos termos prestado mais atenção.”

Pai apontou para mim. “Ele deveria ter usado seu maldito cérebro e não seu pau!”

Mãe estremeceu. “Sério, querido. Essas são palavras necessárias?”

Ele balançou sua cabeça. “É só isso. Foda-se. Eu não era perfeito na sua idade, mas eu não fiz isso. Eu não coloquei o clube em uma questão jurídica. E eu não trepei com as funcionárias casadas.”

Mas eu tinha.

“Quando é que vamos para o clube?” Perguntei.

“Devemos sair agora. Eu preciso garantir que a sala esteja pronta. E os nossos advogados precisam passar algumas coisas com você. O que você pode e não pode dizer.”

Mãe levantou-se. “Eu vou.”

“Não,” meu pai e eu dissemos ao mesmo tempo.

Mãe franziu a testa. “Por que não?”

Olhei para meu pai, e ele suspirou. “Porque Della, temo ter que lidar com questões mais do que as legais quando você ver Kelsey. Os vídeos serão discutidos e eu não confio em você para não atacar a mulher.”

Ele tinha uma razão melhor do que a minha. Eu estava preocupado, pois iria aborrecê-la.

“Ela está grávida. Pode não ser o filho de Cruz, mas eu nunca iria ferir uma mulher grávida,” mamãe argumentou.

Papai levantou a sobrancelha. “Você ainda não viu os vídeos.”

Mamãe soltou um suspiro profundo, em seguida, assentiu. “Talvez você tenha razão.”

Papai andou até a minha mãe, puxou-a em seus braços, em seguida, beijou sua cabeça. “Eu vou mantê-la informada.”

Ela assentiu com a cabeça contra seu peito. Eles sempre tinham sido assim. Próximos. Unidos. Papai a adorava e ela o adorava. Eu não queria isso. Eu sempre pensei que os deixavam vulneráveis. Eu não confio nisso. Era uma aposta de amar assim. Eu tinha ouvido de Kelsey, por anos, o quão terrível a maioria dos casamentos eram. Eu acreditei nela.

Mas os vendo assim percebi que eu queria isso também. Eu tive um gosto com Lila Kate. Por um breve período de tempo eu soube que ela era tudo que eu iria querer. Agora ela se foi. O que os meus pais tinham não era exclusivo para eles. Era simplesmente porque eles se amavam.

Kelsey não amava. Havia uma diferença.

Meus pais não eram vulneráveis devido ao seu amor. Eles eram mais fortes por causa disso. Minhas mentiras e segredos tiveram que sair para eu visse e entendesse esse tipo de amor. Por que esse teve que ser o caso? Por que eu não pude perceber isso anos atrás e salvar tantas pessoas da dor?

Eu não perderia Lila Kate sem uma luta. Eu curaria tudo o que eu tinha quebrado da melhor maneira que pudesse. Gostaria de aprender e seguir em frente. Então, gostaria de encontrar uma maneira para que ela me perdoe. Mesmo que isso tomasse o resto de nossas vidas. Eu esperaria por ela. Por nós.


Quarenta e Dois

Eli Hardy

 


VER LILA ANDANDO em minha direção com luzes em seus cabelos e os perfeitos traços marcados com dor, eu percebi uma coisa. Ela se sentia “mais.” Ela tinha experimentado o “mais” que nós todos esperávamos. Essa intensidade que o agarra e o prende com tanta força que você não pode fazer nada, a não ser desfrutar do passeio e esperar o melhor.

Eu não era o passeio para ela. Na noite em que a conheci, ela já tinha sido arrebatada por ele. Inferno, ela já estava no passeio e não queria estar. Cruz havia roubado seu coração há muito tempo. Mas eu estava grato, pois sua jornada a tinha trazido para mim. Sem ela, sem os sentimentos que desenvolvi por ela, eu nunca teria acreditado que eu poderia amar alguém como amei Bliss. Eu sabia agora que eu estava errado. Bliss era minha melhor amiga, ela era minha infância. Somos crescidos agora e nosso passeio acabou.

Lila parou na mesa que tínhamos encontrado fora da padaria em Sea Breeze. Eu já tinha comido aqui muitas vezes. Ela me ligou dois dias depois que Nate veio me ver perguntando se eu tinha ouvido falar dela. Eu não tinha no momento. Mas ele me disse que alguma merda tinha acontecido com Cruz e Lila tinha fugido.

Eu tinha perguntado onde ela estava quando ela ligou e me disse que estava em Nashville. Pensei em encontrar com ela. Mas eu não fiz. Ela não era minha. Ela nunca seria. Mas esta manhã eu tinha conseguido uma mensagem. Ela estava em Sea Breeze. Ela queria me ver.

O círculo escuro sob seus lindos olhos e a tristeza óbvias em sua expressão me doeu. Eu odiava vê-la assim. Eu sabia o desgosto que ela sentia. Nunca foi fácil. Destrói você. Recuperar-se depois exigiria força. E eu sabia que Lila tinha essa força.

“Eu pedi seu café do jeito que você gosta,” eu disse a ela quando se sentou à minha frente.

Ela tentou um sorriso. Ele era fraco e não encontrou seus olhos. “Obrigada.”

Eu a vi tomar um pequeno gole e depois levantar o olhar para mim. “Obrigada por me encontrar aqui.”

Dei de ombros. “Não tinha nada melhor para fazer. Sea Breeze tem sido chata.”

Lila não riu da minha tentativa de aliviar o clima. Em vez disso, eu podia ver os olhos dela irem para outro lugar. Seus pensamentos perdidos em outro momento. Eu a deixei ir viajar em seus pensamentos sozinha enquanto eu bebia um pouco do meu chá. Ela estava mais quebrada do que qualquer outra mulher que eu já tinha visto. Nate tinha-me contato a história. O que Cruz tinha feito. Por que Lila tinha deixado e como ela descobriu. Foi uma bagunça. Mas depois de conhecer Cruz isso não me surpreendeu. Nate disse que sabia que Cruz fodia aquela mulher casada quando eles eram adolescentes. Ele só não tinha pensado mais sobre isso ao longo dos anos.

“Você dormiu um pouco?” Perguntei trazendo-a de volta para o aqui e agora. Sem os demônios a provocando em sua cabeça.

Ela se concentrou em mim novamente, em seguida, começou a acenar com a cabeça e parou. “Não, não realmente. Quando eu fecho meus olhos... Eu estou lá naquela sala. Ela está me mostrando o vídeo... Eu os ouvi.” Ela parou e balançou a cabeça. “E eu sei que foi antes de mim. Eu sei que ele esteve com muitas, muitas mulheres antes de mim.” Ela fechou os olhos como se tivesse que dizer algo que ela não queria. Que não podia suportar olhar para mim como ela disse. “Aquela mulher se aproveitou dele. Eu nem sequer o culpo completamente pelo caso. Ela era a adulta na maior parte do seu... relacionamento.” Ela abriu os olhos lentamente e encontrou meu olhar. “É o vídeo. As coisas que ele disse a ela,” sua voz era um sussurro. “Se é isso que ele quer. Ele nunca disse essas coisas para mim. Nosso sexo... deve tê-lo aborrecido.”

Como eu estava completamente curioso eu queria saber o que ele tinha dito a mulher durante o sexo que a fez tão preocupada, eu fiz a pergunta óbvia. “Você não está preocupada com o fato dela estar grávida?”

Lila balançou a cabeça. “Não. Mesmo que ela esteja grávida, o que eu não acredito que seja verdade, não é dele. As mulheres afirmam a gravidez para tentar segurar um homem que perdeu desde o início da raça humana, eu acho. No início, eu acreditei nela e fiquei arrasada. Eu tive tempo para pensar sobre suas ações. O jeito que ela me disse. Como ela disse. Ela não é uma pessoa mentalmente estável.”

Eu tive que concordar com a parte do mentalmente estável. Se ela tinha começado a porra com o Cruz quando ele tinha dezesseis anos, então algo estava errado em sua cabeça. “Você vai voltar logo?” Perguntei.

Ela encolheu os ombros. “Eu vou ter que ir, eventualmente. Eu tenho meu estúdio para terminar. Minha vida para voltar. Vai ser difícil. Cruz não mentiu para mim porque eu nunca perguntei sobre suas experiências sexuais passadas. Mas ele sabia que essa coisa com Kelsey estava prestes a explodir e ele não me disse nada. Talvez ter sexo com ela quando ele era jovem e estúpido pode ser perdoado. Mas o vídeo que eu vi foi mais recente. Ele era mais velho. Ele ainda foi vê-la. Como posso confiar nele se ele não tem culpa por foder uma mulher casada?”

Ela tinha um ponto. E eu não tinha certeza se eu tinha uma resposta para ela. O que eu sabia era que todos tinham os seus segredos. Sua própria escuridão. Algo que eles escondiam do mundo. Escolher perdoá-los era uma escolha. Estaria perdendo a chance de ter esse “mais” que todos nós queríamos somente por ser incapaz de perdoar? Ou amar poderia ser o suficiente? Para cobrir tudo e curá-los tanto?

“Você ama Cruz?” Eu perguntei a ela.

Ela assentiu com a cabeça.

“Esse... vídeo ou as palavras desta mulher mataram um pouco desse amor? O enfraqueceu de alguma forma?”

Ela fez uma pausa, em seguida, sacudiu a cabeça. Seus ombros caíram, infelizmente, quando ela admitiu.

“Então você deve isso a si mesma, ouvi-lo e perdoá-lo. Se você não fizer isso está apenas prejudicando a si mesma.”

Os olhos de Lila se encheram de lágrimas. “Mas eu posso não ser suficiente para segurá-lo. Eu não estou... Eu não sou experiente. Eu não faço coisas como as que vi e ouvi. Eu sou.. Eu sou entediante.”

Isso me deu vontade de rir. A mulher na minha frente não era nada chata. Mas eu não ri porque eu tinha mulheres suficientes na minha vida para saber quando elas dizem merda que acreditam. Rindo disso não iria ajudar.

“Você não é nada chata. Claro, você é educada, formal e adequada. Você é gentil e atenciosa. Não usa sua beleza como uma arma. É completamente fascinante. Os homens olham para você. Eles ficam atordoados por você e você não percebe isso porque é distraída, o que a torna mais atraente. Cruz Kerrington e eu temos muito pouco em comum. Mas a única coisa que temos é que somos ambos heterossexuais. Eu sei o que ele vê quando olha para você. Sei também que o homem veio correndo atrás de você quando você deixou a cidade. Ele não queria perdê-la. Ele te ama, Lila. Eu o vi no seu apartamento naquela manhã. Volte. Deixe-o se explicar.”

Ela me deu um pequeno sorriso em seguida. “Você pensa tudo isso sobre mim?”

“Exatamente cada palavra que eu disse.”

“Por que não podia ter sido você? Por que meu coração tem que amá-lo?”

Eu ri então. Eu me perguntava a mesma coisa no começo, mas eu tive tempo para pensar nisso e eu sabia que tinha algumas coisas a enfrentar. Coisas para admitir para mim mesmo. E antes desse mês passado, eu não estaria pronto para seguir em frente. Eu estaria desperdiçando minha vida querendo uma mulher que nunca ia sentir o mesmo. Eu ainda estaria bagunçando cada encontro que eu tinha, porque eu estava comparando-as a Bliss. Mas as coisas eram diferentes agora. Eu era diferente.

Eu tinha que agradecê-la. Foi tudo por causa de Lila.


Quarenta e Três

Lila Kate

 


LEVOU TRÊS HORAS para que meus pais fossem embora. Quando eu mandei uma mensagem para eles dizendo que estava em casa, eles vieram com alimentos depois de uma hora. Eles não falaram sobre Cruz ou a razão de eu ter fugido. Nós comemos. Eu disse a eles todos os lugares onde eu tinha ido. Foi uma conversa difícil no início. Quando meu pai mencionou que iria lidar com alguns problemas, eu imediatamente o avisei que eu nunca o perdoaria se ele dissesse ou fizesse qualquer coisa para Cruz. Ele parecia muito infeliz com isso, mas com o incentivo de minha mãe, que tinha concordado em deixá-lo em paz.

Conseguir que eles saíssem e me dessem um tempo sozinha, tinha sido outro problema. Quando Ophelia chegou em casa, eles finalmente saíram. Deixei escapar um suspiro de alívio quando saíram pela porta.

“Faz tempo que eles estão aqui?” Ela perguntou enquanto se servia de um copo de água.

“Sim. Mas eles estavam preocupados e precisavam saber que eu estou bem. Apenas feliz que acabou.”

Ophelia se aproximou e sentou-se em minha frente no sofá. “Você falou com ele?”

Eu sabia que ela estava se referindo a Cruz. Eu balancei minha cabeça.

“Você vai?” Ela perguntou.

Eu pensei em tudo que Eli havia dito na minha volta para casa ontem. “Sim. Eventualmente. Teremos de falar.”

“Kelsey não esta grávida,” ela disse me observando de perto para ver minha reação.

“Eu realmente nunca pensei que ela estivesse. Mas como é que eles sabem disso?”

“Mamãe disse que Woods ameaçou dar queixa de pornografia infantil. Ela tinha vídeos em seu escritório tendo relações sexuais quando ele tinha... bem, quando tinha dezesseis anos.”

Eu não poderia responder a isso. Eu odiava esses vídeos.

“Desculpa... Eu não deveria ter tocado no assunto, mas pensei que você gostaria de saber. Quer dizer, eu fiquei chocada sobre você estar com Cruz. Vocês dois, bem, vocês realmente não se encaixam. Ele é Cruz. Os vídeos de sexo, uma mulher diferente a cada noite, as festas loucas de Cruz.”

Isso era tudo o que as pessoas viam quando eles olhavam para Cruz. O que ele tinha feito. Não quem ele era. Ninguém nunca olhou de perto o suficiente para se importar? Ninguém além de mim?

“Ele é inteligente e cheio de ideias. Ele tem um grande coração e nunca quis machucar ninguém. Ele ama a sua família e não quer decepcionar o seu pai. Há muito mais sobre o Cruz do que o que ele fez.”

Ophelia sentou-se calmamente e seus olhos me estudaram. “Você realmente o ama, não é?!” Isso não era uma pergunta.

“Meu amor por ele não é o problema. O que me preocupa é se isso é o suficiente.”

Ophelia se levantou, andou até mim e colocou o braço em volta. “É sobre encontrar a sua própria perfeição torcida, se deixando apaixonar tanto e ter uma chance. Se você já fez tudo isso, você não tem nenhuma razão para desistir. Não agora.”

“E se ele não estiver desistindo, mas só aceitando a realidade?” Eu perguntei a ela.

Ela sorriu. “Você não sabe o que é a realidade ainda.”

Isso tudo parecia fácil. Mas eu sabia que nada daquilo era. Amar Cruz foi como brincar com uma chama muito quente. Eu ia ficar queimada, eventualmente. Fui dormir naquela noite me perguntando se isso valeu a pena.

Uma semana mais tarde, eu percebi que toda a minha preocupação em perdoá-lo era inútil. Cruz não tinha vindo falar comigo. Ele não tinha ligado para me verificar. Todas as mensagens de voz e de textos me implorando para perdoá-lo no dia em que fugi eram dele. Ele não me ligou ou mandou uma mensagem novamente. Esta cidade não era pequena. Ele sabia que eu estava de volta e não veio se explicar. Ele não estava fazendo nada.

Passei os dias trabalhando no estúdio, pedindo para isso acabar, chorei no chuveiro até que estivesse cansada demais para chorar mais e, em seguida, fui para a cama. Isso se tornou uma rotina. Minha mãe tinha me chamado para almoçar, mas eu disse a ela que estava muito ocupada. Ela acabou vindo me trazer comida no estúdio outro dia.

Ophelia foi para Sea Breeze com sua família. Eles estavam indo visitar Nate e Bliss por algumas semanas. O apartamento estava em silêncio. Tudo que eu tinha eram meus pensamentos e esses eram sempre sobre Cruz. Eu estava começando a ansiar pelo dia em que eu iria tomar um banho e não acabaria em lágrimas. Eu queria a minha felicidade de volta.

A pintura foi feita. Espelhos seriam instalados com barras ao longo das paredes. Em seguida seria o chão. Os sons de construção e trabalhadores me deu algo para me concentrar diferente de Cruz.

Quando há segunda semana, desde o meu retorno, chegou ao fim, eu não chorava mais no chuveiro. Eu assisti a um filme antes de ir dormir e comi uma refeição inteira em vez de apenas mordiscar. Olhando para o teto naquela noite eu percebi que a minha vida ia ficar bem. Cruz não veio me ver. Mas eu precisava do fechamento. Suas ações ou não ações contaram-me o que eu precisava saber sobre nós. Ele estava acabado, mas eu tinha algumas coisas a dizer a ele primeiro.

Eu me levantei de manhã e gostaria de encontrar Cruz. Eu nos daria o fechamento que eu precisava. Então eu iria finalmente colocar Cruz Kerrington para trás. Seguiria em frente e desta vez não olharia para trás.


Quarenta e Quatro

Cruz Kerrington

 


MAIS FELIZ. Lila Kate estava mais feliz. Eu a tinha visto. Eu fui a Sea Breeze mesmo depois que Nate tinha me dito que ela não estava lá e eu a encontrei. Ela estava lá. Ela estava mais feliz. Eli estava sentado a sua frente e ela estava sorrindo. Ele sorria. Eles estavam livres de culpa, escuridão e de dor. Lila Kate pertencia a ele. Aceitar isso tinha sido doloroso. Eu queria que ela fosse feliz. Eu a tinha machucado de uma maneira que ele nunca faria. Eu precisava dela. Mas ela precisava dele. Eu a amava mais do que qualquer homem jamais faria.

Isso não importa. Vendo seu sorriso. Rir. Tudo tinha sido tão claro. Ela precisava dele. Não de mim. Fodido Cruz Kerrington não merecia Lila Kate. Ela teria alguém novo. Alguém que não iria quebrar o seu coração. Eu queria que ela fosse feliz. Deixando-a lá com ele tinha sido uma das coisas mais difíceis que eu tinha feito. Mas ela voltou para a casa. E agora eu estava aqui.

Eu a assisti por duas semanas. Ela não saiu. Trabalhou durante todo o dia, pediu comida, então foi para a cama cedo. Mais de uma dúzia de vezes eu quase saí desta maldita caminhonete do trabalho que eu estava usando do departamento de manutenção de campos do clube e fui até lá bater em sua porta. Mas eu não podia. Ela não tinha me ligado. Ela não tinha vindo me encontrar. Nem mesmo uma mensagem.

Meu passado era mais do que ela podia aceitar. Mas o que eu podia esperar? Lila Kate não estava manchada de qualquer forma. Ela nunca teve uma situação tão complicada. Eu era a porra do seu único pesar. Tomei um gole de café que eu tinha começado a beber porque não conseguia dormir à noite e a exaustão que veio com essa falta de sono exigia cafeína.

Meu pai não me queria no clube. Ele disse que eu tinha que crescer muito para poder trabalhar lá. Agora que o problema com Kelsey foi tratado e ela se foi, ele decidiu que era melhor que eu não tivesse relações com o clube, eu só podia trabalhar na equipe de cuidados com o gramado do campo de golfe.

Eu acordava às quatro da manhã para cortar a grama, colher erva daninha e limpar o lixo sete dias por semana. Papai disse que se eu não quisesse fazer isso e trabalhar, iria ser da maneira mais difícil, eu era bem-vindo para encontrar outro futuro. O clube significava muito para ele confiá-lo a mim depois de expor o meu comportamento imoral.

Eu esqueci o pedaço de bolo na minha mão que eu tinha trazido do café quando vi Lila Kate andar fora pela primeira vez em duas semanas. Deixei-o no assoalho do carro e coloquei meu copo para baixo enquanto ela fazia seu caminho até o carro. Ela estava indo para algum lugar. Estava indo de volta para ele? Ela estava deixando este lugar para ir a Sea Breeze? O pânico se estabeleceu em mim pois eu sabia que ela merecia o que Eli Hardy poderia lhe dar.

Uma vez que ela dirigiu, eu a segui. Percebi que isso não era saudável, mas eu acreditei que eu estava fodido na cabeça como meu pai tinha dito. Eu precisava de terapia ou algo assim. Imaginei que essa merda de cuidar do gramado antes do sol nascer era uma boa terapia.

Não me levou muito tempo para descobrir que ela estava indo para a minha casa, não para Sea Breeze. Antes dela virar na minha entrada, parou o carro na calçada e eu desacelerei a caminhonete. A porta do carro se abriu e ela virou para olhar para mim com as mãos nos quadris como se estivesse irritada.

Eu vinha atrás dela, virei a caminhonete e sai.

“Você está me seguindo?” Ela perguntou. “Você acha que óculos escuros e um boné de beisebol são um disfarce real?”

Eu pensei que tinha me escondido o suficiente. Eu estava dirigindo esta caminhonete velha e empoeirada. Fiquei impressionado que ela tinha prestado a atenção ao seu redor para perceber que ela estava sendo seguida. “Sim.”

“Por quê?” Ela perguntou.

“Eu estava preocupado com você.” E tentando criar coragem de falar com você. Mas eu não disse isso.

Lila Kate caminhou na minha direção e suas mãos pequenas me empurram com força no peito. “Eu voltei há duas semanas. Isso é tudo que você tem a dizer?” Ela gritou me empurrando para trás. “Você estava preocupado comigo? Por que Cruz? Por que você estava preocupado comigo? Porque sua amiga casada e insana me mostrou fodidos vídeos de vocês dois e me disse que estava grávida de seu filho?” Lila Kate foi falando mais alto e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Estendi a mão para tocar seus braços. Para impedi-la de me empurrar para a estrada, tentando acalmá-la.

“NÃO! Não me toque. Você não pode me tocar! Eu te amei! E você esperou por duas semanas, sentado do lado de fora e me vigiando!”

Ela sabia que eu estava sentado do lado de fora de sua casa? Droga. Ela era mais perspicaz do que eu imaginava.

Lágrimas estavam fluindo livremente pelo seu rosto agora. Ela chorou e me bateu com os punhos. Uma vez no braço e outra no peito. Depois que ela me atacou, virou-se e começou a correr de volta para seu carro.

“Você disse que me amava,” Eu falei. “Isso é passado, Lila Kate. Está acabado? Você ama alguém tão rápido assim?” O medo estava obstruindo minha garganta. Eu a observei, enquanto segurava um pequeno pingo de esperança de que ela me perdoasse. Que ela não tinha se mudado tão rapidamente para Eli Hardy. Que ela ainda me amava. Que não seria capaz de me amar depois do que ela viu, do que ela sabia, era pior. Como eu lutaria por ela se ela não me ama mais?

Ela parou. Nós dois ali. Ela estava de costas para mim. Esperei mesmo que eu quisesse correr para ela. Para segurá-la. Para pedir-lhe para me amar.

“O que você quer de mim?” ela perguntou voltando-se para mim. Seu rosto coberto de lágrimas estava manchado e vermelho.

“Tudo,” eu respondi honestamente.

“Onde você esteve?”

“Do lado de fora da sua casa. Nessa maldita caminhonete,” eu admiti.

“Por quê?”

“Porque eu estava aterrorizado com isso. Que eu não tivesse chance de fazer isso direito. Que eu tivesse perdido tudo. Que eu tivesse perdido você.”

“Então você não veio me procurar? Você deixou-me pensar que tínhamos terminado?”

Eu balancei minha cabeça. “Eu liguei, mandei mensagens para você e você nunca respondeu. Eu estava esperando. Dando-lhe tempo. E... Eu vi você com ele. Eu vi você sorrir. Eu vi você rir. Você estava feliz, Lila. Eu quero que você seja feliz. Eu não fui embora. Eu estava do lado de fora o tempo todo. Exceto quando eu estava cortando grama e colhendo erva daninha às quatro da manhã no campo de golfe.”

“Você me viu sorrindo com quem?” Ela perguntou com confusão no rosto.

“Eli.”

“Eli? Em Sea Breeze?”

“Eu fui procurar por você. Eu encontrei você. Com ele. Ele fez você sorrir. Ele é bom. Ele não fez mal a você como eu fiz.”

Ela não respondeu de primeira. Ela só ficou lá olhando para mim enquanto deixava a minha confissão se afundar. Ela não podia negar o que eu tinha visto. Como Eli a tinha feito esquecer a dor. Tinha-lhe dado uma razão para sorrir. Ele nunca iria machucá-la como eu fiz, mas nós dois sabíamos que ele nunca poderia amá-la como eu a amo. Ninguém poderia.

“Quando foi a última vez que esteve com ela?” Ela me perguntou.

“Três meses atrás. Eu estava bêbado. Ela me chamou. Fui até ela. Era um hábito. Um que vou me arrepender para o resto da minha vida.”

“No começo, você a amava?”

“Eu era um garoto, Lila. Eu amava qualquer mulher que deixasse meu pau ficar em sua boceta. Então ela começou a me contar o quão maltratada ela era e como seu marido não tinha relações sexuais com ela. Eu senti pena dela. Em um ponto, eu acho que eu pensei que nós éramos amigos, mas sempre foi uma manipulação da parte dela. Eu nunca a amei. Eu me apaixonei uma vez. Eu ainda estou. Mesmo quando eu não percebia isso, Lila, foi você. Sempre você. A garota que eu nunca me senti bom o suficiente. A menina que eu observava de longe e sonhava à noite. Só você.”

Ela fungou e enxugou uma lágrima. “Eu tenho medo de que você vá ficar entediado comigo. Nós somos tão diferentes. Eu... Eu não sou tão experiente ou aventureira. Eu poderia ser, mas eu nem sei como.”

Meu peito estava mais leve do que em semanas. Eu puxei a minha primeira respiração profunda desde o momento que descobri que Lila Kate estava desaparecida. “Você está falando sério?” Perguntei dando um passo em sua direção.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você tem alguma ideia de quão perfeita você é para mim?”

Ela balançou a cabeça neste momento.

“Não houve uma vez em minha vida que eu pensasse sobre meu futuro e não te vi nele. Seu rosto estava sempre lá. A sua voz na minha cabeça quando eu estava fazendo a coisa errada. Aqueles olhos me assombravam mesmo quando eu estava desmaiado de bêbado. Você tem estado comigo em cada momento da minha vida. Mesmo se eu não quisesse você lá, meu coração queria você. Minha alma encontrou a sua companheira quando eu era criança. Eu poderia ter lutado contra ela, mas a conexão já tinha sido feita. Sempre será assim.” Dei mais um passo em sua direção. “Você pode até me odiar. Você nunca pode nunca me perdoar. Você pode me dizer para sair e não voltar. Mas eu vou te amar para sempre. Isso não vai mudar.”

Ela fungou novamente. “Isso significa que você vai sentar-se do lado de fora como um perseguidor me vigiando?”

Eu sorri. “Provavelmente sim.”

Lila Kate fechou a pequena distância entre nós e colocou as mãos no meu peito suavemente desta vez. “Isso não me deixa nenhuma outra escolha, então farei isso.”

“Você está indo para obter uma ordem de restrição?” Eu provoquei.

Ela sorriu então. Um grande sorriso bonito que deixava meus joelhos fracos durante o tempo que eu me lembrava. “Essa é uma opção,” ela respondeu. “Mas eu acho que eu vou com a opção número dois.”

“E qual é?” Perguntei.

Ela ficou na ponta dos pés e deu um beijo em meu queixo. “Te amar pelo resto da minha vida.”

Eu segurei seu rosto em minhas mãos e olhei para a mulher que seria sempre a que me salvou. Ela era meu centro. Amá-la tinha me destruído. O velho eu tinha ido embora. O homem descuidado, egoísta que eu era não estava mais lá. Eu queria ser bom o suficiente para ela. E eu seria. Eu seria o tipo de homem que meu pai era. Minha vida tinha um propósito.

Tudo por causa de Lila

Estendi a mão e desliguei a frigideira, em seguida, agarrei-a e a levantei para colocá-la no balcão. Espalhei seus joelhos abertos, me coloquei entre eles e puxei-a contra mim antes de tomar sua boca novamente. Eu poderia ficar assim durante toda a noite.

Com suas pernas em volta da minha cintura, ela agarrou meu rosto e me beijou de volta com tanta paixão quanto eu sentia. Era intoxicante. Cada toque, cheiro, som que ela fez me deixou louco. Meu maior arrependimento foi ter dormido com ela bêbado, como se ela fosse um caso de uma noite. Ela era especial. Eu queria lembrar como era a sensação de estar dentro dela. Saber como seu rosto parecia quando ela gritasse com um orgasmo.

Suas mãos se moveram para o meu peito, e ela os correu sobre o meu abdômen. Sentindo cada um enquanto ainda me beijava. Nossas línguas entrelaçadas. Nossa respiração sincronizada. Corri minhas mãos para cima em suas coxas querendo tocá-la e vê-la se contorcer e implorar para ter seu perfume nos meus dedos.

Ela abriu mais as pernas e a saia curta que ela usava deslizou por suas coxas até que estivesse nua. Eu podia ver o cetim branco e renda de sua calcinha. O tecido úmido estava agarrado a ela, e como um homem das cavernas, eu queria bater no meu peito que eu tinha feito isso. Eu a tinha deixado toda molhada apenas com um beijo.

Esfregando um dedo sobre o tecido fino, delicado, vi seu rosto enquanto seus olhos queimaram e seu rosto corou. Deslizando um dedo dentro, eu gemi de prazer ao calor que tocou meu dedo. Eu podia sentir sua excitação. Ela queria que eu a tocasse. Ela queria isso também.

“Eu beijei você aqui.” A memória voltou claramente. O cheiro me bateu e com ele veio à memória de suas pernas jogadas sobre meus ombros enquanto eu a comia como uma porra de um buffet que eu não poderia obter o suficiente.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você gozou na minha língua.” Minha voz era rouca de desejo.

“Sim.” Ela sussurrou.

Eu comecei a ficar de joelhos, e ela agarrou meus braços. “Não, não.”

Eu parei e olhei para ela. Esperei por uma razão para não. Eu nunca tinha tido uma mulher me pedindo para não lambê-la.

Ela respirou fundo. “Eu não estou preparada para isso. Preciso de tempo.”

Ela não estava bêbada. Nós não estávamos em um bar. E eu estava agindo como um maníaco louco por sexo.

“Eu sinto muito. Eu me empolguei. A memória...” Eu parei.

“Foi fantástico. Mas... Eu já passei por outras coisas desde então. Preciso de tempo. Eu gosto de você, Eli. Você me faz sorrir. Eu não quero estragar isso. Minha cabeça e meu coração precisam estar no mesmo lugar.”

Isto não era apenas sobre o nosso tempo. Tratava-se de Cruz Kerrington. Eu tinha que competir com as lembranças dele. Mas eu não tinha medo disso. Ele a tinha machucado. Eu nunca faria isso. Eu poderia ajudá-la a curar, e eu sou paciente, Deus, porra, eu sou tão paciente. Lila se encaixa comigo. Nós nos complementamos. Temos as mesmas ideias, gostos, crenças, e poderíamos ser um excelente casal. Eu nunca a faria sofrer.

Mas ela tinha que superar Cruz em primeiro lugar e seguir em frente com o que ela passou. Se eu fosse dar o meu coração para outra mulher, eu precisava saber que ela queria. Eu poderia ser paciente e esperar.

Eu deixei minhas mãos descansarem sobre as coxas. “Ok. Eu posso esperar.”

Ela suspirou de alívio e me abraçou. “Obrigada. Eu tenho muita sorte de ter você. Agora, eu estaria perdida e sozinha. Mas você está aqui e eu... Estou muito feliz que você veio.”


Trinta e Um

Lila Kate

 


DEPOIS DO JANTAR eu levei Eli para uma caminhada pela cidade. Ele tinha ouvido Bliss falar muito sobre este lugar, e queria ver mais. As noites aqui eram muito familiares. Crianças andando de bicicleta ao longo das calçadas, casais andando e comendo cones de sorvete e desfrutando de um dia quente, o riso dos adolescentes enquanto andavam em grupos, e a maioria deles ainda vestiam seus trajes de banho. Também havia os turistas, e era o que mantinha a área próspera.

“É um local de férias para os ricos,” Eli disse com um tom divertido.

“Aqui não é como Sea Breeze. Não há condomínios, apenas casas costeiras de luxo para alugar. Atrai um público muito diferente. Não somente adolescentes bêbados dirigindo e gritando uns com os outros através de seus tetos solares ou janelas. Eu gosto disso.”

“Há condomínios... só não gosto dos seus condomínios. Estes são pequenos e os edifícios têm somente dois andares. Como aquele lá.” Apontei para o que eu estava falando.

Eli riu. “Isso não é um condomínio. Você viu os vinte edifícios de vinte andares em Sea Breeze. Você sabe do que estou falando.”

Concordei que era muito diferente, e ele não estava mesmo do lado da elite de Rosemary Beach, que foi isolada para os turistas. Kerrington Club era o início da área privada. Eu não queria levá-lo lá. Ainda não.

“Lila Kate!” Eu ouvi meu nome e fiz uma pausa para olhar ao redor. Então eu vi o Mustang vermelho que Jace Montgomery tinha ganhado em sua formatura do ensino médio este ano. Eu acenei para ele.

“Lado errado da cidade, baby. Você se perdeu?” Eu ignorei o fato de que um jovem de dezoito anos de idade me chamou de ‘baby’, simplesmente porque esse era Jace. Ele estava brincando. Ele sempre foi alegre, e eu o conhecia desde o seu nascimento. Eu tinha ido para o hospital com meus pais quando ele nasceu.

“Mudei-me para cá.” Eu disse quando ele estacionou o carro ao nosso lado.

“Você mudou-se para o centro da cidade?” Ele perguntou incrédulo.

Eu balancei a cabeça. “Sim. Jace este é meu amigo, Eli Hardy. Eli, este é Jace Montgomery.”

Jace lançou-lhe um sorriso branco brilhante. “Prazer em conhecê-lo, Eli.”

“Mesmo aqui.” Eli respondeu.

Então Jace olhou para mim. “Você está morando aqui de verdade?”

“Sim, Jace. Acima do prédio onde eu vou abrir meu estúdio de dança.”

Os olhos de Jace se arregalaram. “Droga, isso é incrível. Última vez que ouvi sobre você tinha saído da cidade e Cruz tinha ido atrás de você. Pelo menos isso foi o que disseram.”

“Estou de volta. Decidi começar minha vida aqui.”

Ele assentiu. “Sinto muito por sua avó. Eu não estava na cidade quando aconteceu. É por isso que eu não vim com meus pais.”

“Obrigada. Tudo bem.”

Ele sorriu para Eli novamente. “Mantenha esta selvagem na coleira. Tenham uma boa noite. Tenho que ir.”

“Tchau, Jace.” Eu disse. Ele girou suas rodas em resposta e se dirigiu de volta para o outro lado da cidade.

“Ele tem dezoito anos. Essa é a única desculpa que tenho por ele.” Eu disse a Eli quando Jace se foi.

Eli riu. “Eu percebi isso. Eu tive dezoito anos, uma vez também.”

O ar da noite ainda estava quente, mas eu senti um arrepio apesar disso. Meu coração vibrou engraçado, e eu o reconheci. A maior parte da minha vida eu tinha reagido dessa forma quando Cruz estava perto. Eu queria fingir que eu não o senti agora. Que ele tinha ido embora. Mas eu olhei por cima do ombro, porque eu precisava saber se o meu corpo ainda estava me traindo.

Com certeza, lá estava ele. Sua motocicleta estacionada de frente ao meu prédio. Os braços cruzados sobre o peito e o olhar fixo em nossas costas enquanto nos afastávamos. Ele tinha vindo me ver. Eu senti meu peito apertar, e porque ele estava aqui para me ver me irritou. Eu queria não me importar. Eu queria ser a mulher forte e independente que tinha seguido em frente.

Mas não era assim. Eu queria falar com ele. Eu queria saber por que ele estava lá. Olho para ele e gostaria que ele fosse mais. Gostaria que fosse o cara dos contos de fadas. Desejo todos os tipos de coisas inúteis que eu nunca teria. Isso nunca aconteceria.

Eu não fui para ele. Voltei minha atenção de volta para Eli, onde estávamos andando, apreciando o céu noturno, qualquer coisa, menos Cruz. Não era justo deixar Eli para falar com Cruz e nem eu estava levando-o de volta para lá. Cruz nos viu. Ele sabia que Eli estava aqui agora. Ele também sabia que eu escolhi Eli.

Cada passo que demos para longe de Cruz meu coração doeu mais. Era tudo que eu podia fazer para não virar e correr para ele. Para pedir-lhe para ser diferente.

Quando Eli perguntou se eu queria um sorvete, eu sorri para ele e disse que eu queria. Então eu arrisquei um olhar para trás. Cruz ainda estava lá. Ele precisava sair. Eu precisava que ele fosse para outro lugar agora.

O Shack Sugar tinha uma fila até o lado de fora. Era o único lugar que tinha sorvete na cidade e atraia uma multidão. Chegamos à fila e vi como as crianças imploravam por doces e outras guloseimas. Os pais estavam de férias e estavam explodindo sorrisos. O estresse diário do dia se foi. Muitos adultos tinham um frozen em suas mãos. Tentei me concentrar na cena em torno de mim e não olhar para trás.

“Este lugar parece popular.” Disse Eli.

“É o único lugar para tomar sorvete na cidade.”

Ele pareceu surpreso. “Alguém precisa dar-lhes alguma competição.”

Eu ri com isso, mas tomei a minha chance de olhar para trás, para Cruz novamente. Desta vez, ele tinha ido embora.

O peso no meu peito estava lá. Meu apetite para tomar sorvete desapareceu. Mas eu sorri de qualquer maneira. Deixei-me ser uma parte da felicidade em torno de mim. O sol beijou a pele das crianças que não tinham preocupações, nenhum desgosto. Se apenas a vida ainda fosse assim, tão fácil.

“Eli...” eu disse enquanto olhei para ele.

“Sim?”

“Eu acho que eu sou um desperdício do seu tempo.”

Ele parecia triste por um momento, e então ele colocou o dedo embaixo do meu queixo e segurou meu rosto com os dedos. “Você nunca vai ser um desperdício do tempo de ninguém.”

“E se você estiver errado?”

Ele me deu um pequeno sorriso. “Então eu terei uma lembrança incrível de uma menina que eu tive sorte o suficiente de conhecer.”

Se apenas suas palavras me fizessem sentir melhor.

Olhando para trás mais uma vez, eu olhei para Cruz ou quaisquer sinais de que ele fosse magicamente reaparecer.

Ouvi Eli suspirar suavemente. “Ele se foi, Lila.”


Trinta e Dois

Eli Hardy

 


TUDO PARECIA MELHOR QUANDO acordei com o cheiro de bacon. Ontem à noite não foi o que eu esperava que fosse. Lila estava presa a Cruz Kerrington, e eu fiz o meu melhor para ignorar o fato de que ela não estava completamente comigo ontem à noite. Seus pensamentos estavam em outro lugar.

Mas eu gostava de bacon. Alonguei-me, bocejei e me sentei para ver Lila, em um pijama rosa e seus cabelos em um rabo de cavalo, de pé na cozinha. Essa era uma visão que eu poderia passar o resto da minha vida desfrutando. No entanto, quanto mais tempo eu passasse com ela, mais eu percebia que ela seria a única a ir embora. A garota da qual eu falaria por anos e anos, quando relembrasse os velhos tempos.

“Cheira bem.” Eu disse com a minha voz ainda embargada do sono.

Ela levantou a cabeça, pois estava mexendo em uma tigela e sorriu. “Nada especial. Panquecas e bacon. Mas eu tenho blueberries frescas e calda de mirtilos para colocar sobre elas. Mesmo um pouco de chatilly, se você estiver se sentindo aventureiro.”

Eu ri me levantando. “Estou sempre me sentindo aventureiro. Especialmente com panquecas.”

O olhar de Lila percorreu o meu peito nu, então eu levei o meu tempo pegando a camisa que eu tinha descartado ontem à noite. Deixei-a olhar bem. Eu sabia que meu peito era impressionante. Eu trabalhei duro para manter meu corpo em forma. Eu a assisti, e quando ela percebeu que tinha sido pega me verificando desviou o olhar e corou adoravelmente. Eu considerei ficar sem camisa, mas decidi que isso seria desespero.

Puxando minha camisa sobre a minha cabeça, eu caminhei até a cozinha, peguei um banquinho e me sentei em frente de onde ela estava trabalhando. “Eu me ofereceria para ajudar, mas você parece ter tudo sob controle e parece que você está quase acabando.”

“Eu terminei. Quer um café?”

Eu preferia chá, mas eu assenti. “Sim, mas eu pego.”

Ela virou-se e pegou um copo. “Não. Fique sentado.”

Observei-a pegar o meu copo. “Creme ou açúcar?”

“Não, obrigado.”

Ela entregou-me. “Aqui está.”

Eu comecei a falar, mas quando bateram na porta lá embaixo nós dois paramos. Lila franziu a testa e esperamos. Logo depois, aconteceu de novo. Ela tirou a frigideira fora do fogão. “Eu acho que alguém está na porta.”

“Vou verificar,” eu disse, já em pé. “Você está no meio de tudo isso.”

“Ok. Obrigada.” Ela respondeu e voltou para terminar o bacon.

Eu estava quase descendo as escadas quando percebi quem eu estava prestes a cumprimentar na porta. Foi uma coisa de instinto. Eu deveria ter esperado que ele voltasse depois da noite passada. Lila estava tão ocupada olhando para Cruz que ela não tinha percebido que eu verifiquei para ver o que tinha sua atenção. O cara ficou lá por algum tempo. Ela não ir para ele foi como uma jogada ousada, mas eu ainda achava que ela estava frágil. Ele vir aqui esta manhã não era bom.

Mas esta não era a minha decisão a tomar.

Quando cruzei o estúdio e cheguei às portas duplas da entrada, lá estava ele. Exatamente quem eu esperava. Parecendo que bebeu um litro de uísque e não tinha dormido nada.

Eu queria deixar sua bunda lá fora. Segura longe de Lila. Para não magoá-la ainda mais. Mas então ela poderia ter uma razão de ficar zangada comigo. Eu não estava aqui para protegê-la. Pelo menos não por isso.

“Cruz.” Eu disse enquanto abria a porta.

Ele me empurrou e se dirigiu para a porta dos fundos, que levava para o apartamento. Eu estava certo sobre o uísque, ele fedia como um bar. Isto não era o que ela precisava. Mas ele não pareceu dar a mínima.

“Você está tentando machucá-la?” Eu perguntei ainda de pé na porta, desejando que ele fosse embora. Ele parou e esperou um pouco antes de olhar de volta para mim.

“Você não sabe de nada. Ela não te ama. Você é a porra de um curativo.” O ódio em seu tom foi um pouco alarmante.

Dei de ombros. Eu não me afetei pelo seu ódio e eu não estava com medo dele. Ele era forte, alto, mas estava de ressaca, e eu tinha a vantagem. “Eu sei que ela está sofrendo. Ela está tentando se curar. Mas você não a deixa. Você se mantém rasgando-a uma e outra vez.”

Ele olhou para mim. Como se quisesse me matar com as próprias mãos. Eu não me movi. Eu não quero lutar com o cara. Lila não ficaria feliz com isso.

“Eu não sou bom o suficiente para ela. Por que ela não pode ver isso?” Ele parecia aflito. Tinha muito menos raiva e mais sofrimento.

“Eu acho que ela pode. Mas você pode?”

Seu ódio veio à vida. “Eu a amo. Eu morreria por ela. Eu tomaria a porra de um tiro por ela. Você pode dizer isso? Você mal a conhece. Eu a conheço toda a minha vida. Amei-a mais que a metade disso. Eu só não queria.” Quando ele disse as palavras, eu pude ver o choque em seus olhos. Ele se surpreendeu. Eu duvidei que ele alguma vez tenha admitido isso em voz alta.

“Você tem um jeito engraçado de demonstrar amor.” Eu disse a ele.

Ele passou as mãos pelos cabelos e o olhar selvagem em seus olhos era de um homem destruído. “Ela está me destruindo. Porra, eu estou arruinado. Eu preciso dela. Eu estou tão viciado nela que eu não consigo funcionar direito. Eu não suporto que ela esteja com você. Que você ou alguém como você vai ser o caminho certo para ela. Bom o bastante. Que ela vá pertencer a outro homem. Eu não posso aguentar!” Ele rugiu e puxou os cabelos como um homem possuído.

“Você bebeu demais. Vá para casa, durma um pouco. Pense nisso e se você ainda quiser volte.”

Ele balançou sua cabeça. “Eu não posso sair. Não com você lá em cima com ela.”

Isso era pior do que eu pensava. Ela estava apaixonada por um psicopata. Por que ninguém em sua vida se preocupou com isso? O cara precisava de alguma ajuda mental.

“Se você a ama, então seja o homem que ela merece. Isso...” eu disse acenando com a mão para ele. “Não é o homem certo. Você está uma bagunça do caralho.”

Ele me olhou e começou a vir para mim. Seus punhos estavam cerrados ao lado do corpo, então eu me preparei para me defender. Eu odiava bater em um homem bêbado, mas eu não iria deixá-lo chutar a minha bunda também.

“Cruz!” A voz de Lila o deteve. Olhei por cima do ombro para vê-la lá, em pé. Tão inocente e doce. Este louco, que ela amava, não estava nada bem.

Ele fez uma pausa, em seguida, virou-se para ela. “Lila.”

As lágrimas em seus olhos não estavam caindo ainda, mas elas estavam lá. Não derramadas.

“O que você está fazendo?” Perguntou ela, soando como um professor brigando com um estudante indisciplinado.

“Eu te amo.” Disse ele.

Suas lágrimas se soltaram em seguida. “Eu ouvi.”

Eles ficaram lá olhando um para o outro. Eu andei em torno deles e de volta para cima para pegar minhas coisas. Eu não pertenço a este lugar. Não agora.


Trinta e Três

Cruz Kerrington

 


LUTAR ERA IMPOSSÍVEL. Eu tentei. Eu tinha tentado tão forte. Mas eu não podia. Eu era bom o suficiente para Lila Kate? Não. Ela sabia todos os meus segredos obscuros? Não. Será que ela me amaria se soubesse? Provavelmente não. Ela me odeia. Eu não quero que ela me odeie.

Ela virou-se e agarrou o braço de Eli quando ele veio para baixo com sua mochila. Ele passar a noite aqui tinha sido a última gota. Eu tinha quebrado. Meu peito explodindo teria doído menos do que vê-la com ele na noite passada. Comendo um fodido sorvete, andando pela cidade como um casal. Eu não podia suportar isso. Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.

“Deixe-me falar com ele, você não tem que ir.” Ela disse a Eli.

“Sim, ele tem que ir.” Argumentei.

Ela franziu a testa para mim. “Não, ele não tem.”

“Sim, eu tenho.” Disse ele, me salvando de ter que discutir com ela. Porque esse idiota precisava voltar para a porra do Alabama e ficar lá. “Isso...” disse ele apontando entre Lila Kate e eu. “Isso precisa ser resolvido. Estou no caminho, e honestamente, eu não quero ver mais um acidente de trem.”

Dei um passo em direção a ele, minhas mãos cerrando os punhos. Lila Kate estava na minha frente antes que eu pudesse dar dois passos. Ambas as mãos no meu peito. “Cruz. Não. Basta ir lá pra cima. Por favor.”

Seus grandes e belos olhos estavam me dizendo para ir lá para cima... Para o apartamento dela. Isso significava que eu não seria aquele que iria embora. Então eu recuei e concordei.

“Obrigada.” Ela sussurrou, como se ele não pudesse ouvi-la.

“Não toque nela.” Eu o avisei, certificando-me de que ele entendeu que eu o encontraria, e me certificaria que suas mãos não trabalhassem novamente.

“Cruz, por favor.” Lila Kate implorou.

Me virei e caminhei até a porta, apenas olhando para trás uma vez.

“Sinto muito sobre tudo isso,” ela disse. “Eu nunca esperei que ele viesse aqui.”

“Mas você está feliz que ele fez.” Eli respondeu.

“Sim.” Disse ela sem hesitação.

Deixei-os. Ela me queria. Ela não estava pedindo-lhe para ficar. Proclamando que o amava. Chorando por ele. Eu não a tinha perdido ainda. Não era tarde demais para nós. Eu me preocuparia com meus segredos mais tarde. A merda que eu ainda tinha que acabar. Eu lidaria com isso. Por agora, eu só precisava de Lila Kate.

O cheiro de bacon encheu o apartamento quando cheguei ao degrau superior. A área era um grande espaço aberto, espaçoso, e Lila Kate tinha colocado seu toque nele. Sorri para todos os tons de vermelhos e amarelos. Ela adorava cores vibrantes. De alguma forma ela fez as cores, que eu normalmente não me importava, atraente.

Havia panquecas no balcão, junto com mirtilos e bacon. Ela tinha feito o café da manhã. Ciúme me comeu por dentro. A única coisa que me manteve são foi o fato do sofá-cama estar aberto e usado. Eles não tinham dormido juntos. A ideia deles embrulhados juntos na noite passada tinha sido o que me enviou a beber. Em um ponto, eu tinha bebido o suficiente para que eu tivesse desmaiado. Só dormi três horas antes de acordar torturado, outra vez, sobre a ideia deles juntos.

Peguei um pedaço de bacon e o comi, em seguida, verifiquei se havia leite na geladeira. Eu estava com fome. Eu não tinha comido durante toda a noite, e quanto mais eu pensava sobre Lila Kate cozinhando tudo isso para Eli, mais eu queria comê-lo. Tomar o que ele pensava ser dele. Foi meu primeiro, droga.

“Eu não posso continuar fazendo isso com você, Cruz.” Lila Kate disse no momento em que entrou no apartamento. Ela não estava mais chorando. Ela estava mais intensa. Séria. “Isso está mexendo com a minha cabeça. Eu sou um náufrago. Aquele cara que você apenas colocou pra fora daqui é um bom rapaz. É doce e gentil. Gosta de mim. Ele não precisa de mulheres em todos os lugares para bajulá-lo, para fazê-lo se sentir como homem. Ele é perfeito. Completamente perfeito. Então porque é que no momento em que você aparece eu esqueço tudo isso? Por que você não pode ver que isso está me arruinando? Nesse vai e volta.” Suas mãos estavam em seus quadris, e ela estava mantendo distância. Eu queria ela aqui comigo. Comendo essa refeição. Sorrindo para mim. Neste balcão, com as pernas abertas, enquanto eu a fodo. Havia muito que eu queria dela. Mas apenas uma coisa era importante.

“Você me ama?” Eu perguntei a ela. Era simples. Era o que eu precisava saber.

Ela suspirou e fechou os olhos com força. “Sim. Você sabe que sim.”

Isso era o que eu precisava ouvir. Eu andei em torno do balcão e fui direto para ela. Ela abriu os olhos quando me ouviu se aproximar. Eles estavam assombrados com a dor. A dor que eu tinha causado. Dor que ela não merecia. Eu ficaria com ela. Gostaria de passar minha vida inteira ao lado dela.

“Então me perdoe, por favor, me dê outra chance. Porque, Lila Kate Carter, eu estou completamente apaixonado por você. Eu não consigo ver minha vida sem você nela. Tudo o que eu quero, quando eu abro os meus olhos todas as manhãs é vê-la ali, ao meu lado. E a noite, eu quero dormir com você em meus braços. Então, deixe-me mostrar que eu posso ser esse cara. O que você pensou que tinha encontrado em Eli. Eu posso ser ele. Porra, apenas um pouco mais emocionante, porque ele é também extremamente certinho e você logo estaria entediada como o inferno.”

“Porque agora? O que mudou?” Ela perguntou ainda cautelosa e insegura.

“Porque eu não posso mais lutar contra isso. Eu achava que estava protegendo você de mim, mas eu posso ser o cara que você merece. Eu te amo pra caralho e nunca haverá um homem que te ame mais. Isso posso lhe garantir.”

Ela sorriu. Era um pequeno e suave sorriso, em seguida, ela balançou a cabeça em descrença. “Eu sou uma idiota.”

Isso não era o que eu queria ouvir.

“Não, você não é.”

Ela inclinou a cabeça para trás. O queixo levantado. “Sim, eu sou, porque se eu ficar aqui e discutir com você, eu irei perdoá-lo. Vou fazê-lo novamente se eu tiver que fazer. Por que eu não consigo me livrar de você, Cruz? Por quê? Como você continua me segurando assim?”

Meu coração se sentiu tão malditamente cheio que eu queria fazer um punho, socar o ar e soltar um grito de vitória. “Eu sou muito, muito doce.” Eu brinquei com ela.

Ela sorriu. “Não, você não é.”

“Ok. Bem, talvez não tão doce, mas eu posso ser. Eu serei. Vou ser tudo que você precisa que eu seja. Eu juro.”

“O que acontece quando você se cansar de mim?”

Estendi a mão para ela. “Eu te conheço toda a minha vida. Nunca, você me entediou em nenhuma vez. Nem mesmo quando você estava tão tensa que mal conseguia andar.” Sorri quando eu disse isso.

Ela riu. Isso era o que eu estava tentando fazer. “Isso não é exatamente fácil de falar.”

Segurei-a por trás e pressionei-a contra mim. “Não? Eu vou trabalhar nisso, então.”

Curvando-me beijei seus lábios suavemente. Ela se inclinou para mim e me beijou de volta. Um gemido suave, satisfeito veio de sua boca, e eu a provei com mais intensidade. Segurei-a mais perto. Isso era tudo que eu precisava. Fez todas as outras vezes, todas as outras meninas e mulheres pálidas. Elas eram totalmente esquecíveis. Lila Kate tinha reivindicado a minha alma.


Trinta e Quatro

Lila Kate

 


A ÚLTIMA PANQUECA de mirtilos, que eu tinha feito para Eli, foi comida por Cruz quando ele se sentou ao meu lado no balcão. Sua mão esquerda estava na minha coxa enquanto ele usava a mão direita para comer. Ele me manteve perto. Mesmo depois do nosso beijo, ele não queria parar de me tocar. Como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

Tão irreal quanto tudo isso era, eu estava lidando com a culpa sobre a forma como Eli tinha saído. Eu tentei falar com ele e convencê-lo a ficar, mas ele estava certo. Ele e eu nunca tivemos uma chance, enquanto Cruz ainda tinha tanto espaço no meu coração.

“Isso foi incrível. Eu estava morrendo de fome. Uma noite cheia de arrependimentos e Jack Daniels faz isso com você.”

Eu sorri e comecei a me mover, mas sua mão apertou o cerco contra a minha perna. “Não vá.”

“Eu preciso limpar.”

Ele se virou para mim e capturou minhas pernas entre as coxas. “Tudo vai ficar aqui. Você não tem que limpar agora.”

A maneira como ele olhou para mim tinha me preocupado que este fosse um sonho e eu estava prestes a acordar. Era difícil de aceitar. “Você só quer sentar aqui e olhar para mim, então?” Perguntei-lhe desfrutando disso, no caso de eu acordar logo e tivesse o meu coração partido por ele novamente.

“Nós poderíamos,” disse ele, em seguida, suas mãos foram para o meu pijama e o puxou sobre a minha cabeça. Eu não tinha colocado um sutiã esta manhã, desde que o meu pijama era largo. Meus seios ficaram nus para ele. O foco dele estava sobre eles e nada mais. “Ou eu poderia continuar te deixando nua, levá-la até o sofá-cama e afundar meu pau nessa sua sedosa buceta quente.” A voz dele tinha baixado para seu grunhido sexy.

“Oh...” eu respondi.

Ele riu. “Sim, oh...” Ele repetiu e então eu estava em seus braços e nós fomos para o sofá-cama.

Ele mordiscava minha orelha, fazendo-me contorcer em seus braços e começou a sussurrar exatamente o que ele queria fazer para mim. Assim como em New Orleans, ele estava focado em mim. Como ele poderia me fazer sentir. Mas quando ele me colocou para baixo eu não me deitei. Eu não estava nervosa. Agora não.

Eu subi e comecei a desfazer seu jeans. Ele me observou. Ele não falou ou se moveu. Soltando os seu jeans, eu o puxei para baixo dos quadris até que caiu no chão e ele o tirou. Então eu puxei sua cueca boxer para baixo e seu pau grosso, maior do que eu me lembrava, saltou livre.

“Se você continuar olhando para o meu pau assim, nós não vamos ter quaisquer preliminares.” Alertou.

Eu fiquei de joelhos e corri minhas mãos até a frente de suas coxas. Os músculos sob minhas mãos tensionaram. Seu corpo ficou completamente imóvel, como se congelado. Quando levei minha mão direita em volta do seu pau rígido, ele gemeu. Eu não lhe dei tempo para reagir. Minha boca cobriu a cabeça, e eu chupei tanto em minha boca quanto era possível.

“Fooooda...” ele gemeu e os joelhos tremeram. A mão estava na minha cabeça, e suas coxas continuavam tremendo. “Lila, Jesus.”

Como a minha boca cobria a pele lisa, minha mão começou a deslizar facilmente para cima e para baixo após cada lambida e o puxei em minha boca. Cruz começou a ofegar. Sua respiração era irregular e forte. Eu podia ouvi-lo, e saboreei a maneira como ele estava completamente sob meu controle.

Minha língua circundou a cabeça e ele sussurrou enquanto sua mão puxou os meus cabelos. Meu rabo de cavalo estava em volta de sua mão quando ele começou a puxar e empurrar minha cabeça enquanto eu trabalhava minha boca sobre ele.

“Eu não quero saber por que você é tão boa nisso. Jesus, Lila, inferno santo, isto é melhor do que todas as vezes que eu imaginei isso enquanto tomava banho.”

Eu sorri para ele, e ele sorriu enquanto seu peito subia e descia rapidamente. Eu o assisti. Mantive nossos olhos conectados enquanto eu corria minha língua sobre ele. Provocando. Sacudindo a ponta e, em seguida, voltando para chupá-lo.

“Deus, baby, apenas continue. Porra, isso é bom.”

Eu nunca quis dar um boquete em um cara antes. Mas Cruz, eu tinha imaginado isso e pensei sobre isso. Desejei isso com ele. Mais de uma vez, ao longo dos últimos anos.

“Eu não posso...” ele gemeu e me puxou de volta, em seguida, me jogou na cama. Seus olhos estavam escuros, as pupilas dilatadas. Com um puxão, ele tirou minhas calças de pijama e calcinha. O corpo muscular firme por quem eu era fascinada me cobriu. “Abra para mim, Lila.” Pediu ele.

Minhas coxas se abriram, e ele capturou ambos os meus pulsos e os prendeu sobre a minha cabeça, fixando-me ao colchão. “Eu ia ser o caralho doce, mas agora eu preciso dessa buceta. Você me fez louco, e isso não será nada parecido com doce, baby.”

O primeiro impulso foi forte e eu gritei de dor, mas meu corpo formigava com prazer.

“Você,” ele rosnou, em seguida, mergulhou em mim novamente. “Não pode chupar meu pau como uma profissional e parecer como um anjo, e esperar que eu fique são.”

Comecei a rir quando ele me encheu de novo e de novo, tomando o meu fôlego. Todos os meus pensamentos. Apenas a subida constante em direção ao orgasmo que eu sabia que estava por vir. A bela explosão que só era possível em seus braços.

“Eu sou viciado nisso. Em você. Na sua maldita buceta.” Ele disse como se estivesse bravo com isso. Mas então ele começou a beijar meu pescoço e dando pequenas mordidas na minha pele. Era erótico e doce, mesmo se ele achasse que não era. Cruz nunca iria ser como Eli. Ele não era estruturado, educado, ou previsível. Aqueles eram traços meus. Eu ansiava por algo mais. Eu quis a emoção e a selvageria de Cruz, sua boca suja, seu lado quebrador de regras. Todas as coisas que eu não era. Ele me equilibrava. Ele era do meu jeito.

“Lila?” Disse ele quando levantou a cabeça e afundou-me completamente.

“Sim?” Eu estava sem fôlego.

“Eu amo você, mas estou prestes a virar você e fodê-la como se eu tivesse pago por isso.”

Eu não tive tempo para responder antes que ele me tivesse no chão e suas mãos estivessem em meus quadris quando começou a bater em mim por trás. Eu perdi a minha respiração. O ângulo em que ele entrou em mim me enviou mais perto do clímax do que eu desejava.

“Então, porra é a própria perfeição o seu rabo no ar para eu foder,” disse ele entre impulsos. “Goze para mim, baby.” Soou como um comando. Meu corpo reagiu como se fosse um.

Eu explodi em chamas e gritei seu nome. Ele puxou seu pau e descarregou o seu gozo por todo o meu traseiro. Senti o calor do líquido quando jorrou em mim. Nós dois ficamos quietos. Meu corpo estava zumbindo de ser levado tão ferozmente.

“Eu tenho uma coisa por gozar em todo o corpo.” Ele declarou.

“Eu gosto disso.” Eu admiti sorrindo no travesseiro que usei para descansar.

“Fique aqui.” Disse ele, como se eu tivesse energia para levantar e ir a qualquer lugar. Eu estava perto de desmaiar. Dormir um pouco soava bem. Meu corpo passou da melhor forma imaginável.

Um pano quente me assustou, pois correu sobre minhas costas, parte inferior e entre as minhas coxas. Com uma última limpeza, ele deslizou-a sobre a área sensível entre as minhas coxas e eu ofeguei.

“Sensível?” Perguntou.

Eu balancei a cabeça.

Ele se deitou ao meu lado e me puxou contra ele. “Desculpe, eu fui tão bruto. Você me enlouqueceu com a melhor chupada do mundo.”

Eu ri e enterrei minha cabeça em seu peito.

“Ria o quanto você quiser. Você é uma profissional, e agora que sua boca não está no meu pau eu estou um pouco preocupado sobre como você ficou tão boa.”

Me movi para que pudesse vê-lo. Seus braços ainda em torno de mim. “Você dormiu com centenas de mulheres, e você está preocupado com as minhas habilidades no boquete?”

Ele fez uma careta. “Sim. Eu estou.”

Eu ri. Simplesmente porque eu só tinha feito isso uma vez antes e eu não me tornei uma grande fã, então.

“Que bom que você me acha engraçado.” Ele não parecia satisfeito.

“E se eu dissesse que eu estou preocupada com o fato de que você pode despir uma menina e estar dentro dela em menos de trinta segundos?”

Ele ainda estava carrancudo. “Eu diria que você sabia que eu era um prostituto. Eu sei que você é uma boa menina. Há uma diferença.”

Eu enterrei minha cabeça em seu pescoço e tracei um coração em seu peito. “É porque era você.” Eu finalmente admiti.

“O quê?” Perguntou.

“Foi você. Eu queria. Eu sonhei com isso. Fantasiei. Você sabe.”

Ele se afastou e inclinou a cabeça para trás até que eu tive que olhar para ele. “Você está me dizendo que você fantasiou sobre chupar o meu pau?”

Eu balancei a cabeça.

“Porra, baby. Tudo o que tinha que fazer era dizer, ‘Cruz, posso chupar seu pau?’ e eu teria feito esse sonho realidade muito mais rápido.”


Trinta e Cinco

Cruz Kerrington

 


EU TINHA UMA MERDA para consertar. Era vital que eu lidasse com isso antes que fosse tarde demais. Alguns segredos eram melhores mantidos dessa forma. O meu era um deles. Eu não ia perder Lila Kate agora que eu tive coragem suficiente para admitir que eu a queria. Que eu a amava. Eu saltei e fiz isso. Eu não estava deixando-a ir. Nem eu iria deixá-la.

Ela se tornou tão importante para mim quanto respirar. É assustador como o inferno, mas é a verdade.

Deixá-la para trabalhar em seu estúdio enquanto eu ia ao clube para uma reunião com meu pai teria sido a coisa certa. A única coisa inteligente. Mas a ideia de deixá-la não tinha sido atraente, então eu pedi que ela viesse comigo e almoçássemos.

Ela não queria este mundo. Ela tinha saído dele. Ela havia se mudado para a cidade. No entanto, eu estava lembrando-a que eu era deste mundo. Eu um dia possuiria o clube e tudo o que vinha com ele. Claro, ela sabia onde meu futuro estava, mas eu ainda não queria lembrá-la. Nada dessa droga por agora.

Quando chegamos ao manobrista, saímos do carro e fomos para dentro, ela parecia bastante feliz. Deslizei meu braço em volta de sua cintura e ela não congelou ou ficou nervosa. Ela estava bem com essa exposição pública de afeto. Eu estava apenas começando a me divertir quando Shelby, uma garçonete cujo último nome eu não lembro, veio andando para fora da sala de jantar. Eu murmurei uma maldição sob a minha respiração quando seus olhos se fixaram em mim e ela sorriu completamente perplexa com o fato de o meu braço estar ao redor da cintura de Lila Kate.

“Cruz.” Disse ela dando-me um sorriso que era muito familiar. Malditamente sexual.

“Olá.” Eu respondi com um aceno e com a esperança de continuar caminhando sobre o passado com ela. Ela era uma empregada; portanto, era óbvio que eu deveria saber quem ela era. Não era um dado, no entanto, que eu deveria saber que ela faz uma depilação brasileira uma vez por mês.

“Eu só ficarei até a troca do café da manhã.” Ela piscou para mim como se isso significasse alguma coisa.

“Então, aproveite o resto do seu dia.” Felizmente, ela entendeu o recado. Seus olhos saíram de mim para Lila Kate, e eles se abriram como se só agora percebesse que eu estava com alguém.

“Vocês estão...” Ela não terminou a pergunta enquanto sacudia o dedo para nós dois.

“Sim, estamos.” Eu respondi. “Aproveite o seu sábado.” Então, continuei esperando que Shelby tivesse terminado o seu questionamento...

“Você não tem que ficar tão tenso quando isso acontece, Cruz. Eu te conheço toda a minha vida. Vai acontecer muitas vezes.”

Olhei para Lila Kate. “Eu gostaria de poder fazer isso parar. Eu não quero que você fique desconfortável.”

Ela sorriu. “Namorar você significa lidar com todos os seus relacionamentos passados.”

“Shelby não foi um relacionamento. Ela era uma merda.”

Lila Kate suspirou. “Eu estava tentando ser mais delicada.”

Isso me fez rir. “Shelby nunca me considerou um relacionamento também. Eu prometo.”

Com um pequeno elevar de seu ombro, ela disse, “Eu não imagino que qualquer garota pensou nisso.”

Nunca desejei que eu pudesse voltar atrás e mudar essa merda. Até agora. A opinião de Lila Kate sobre mim não era ótima. E o pior é que não era mesmo preciso. Eu era muito pior do que ela pensava.

“Eu vou pegar uma mesa e pedir uma bebida enquanto você se encontra com seu pai.” Ela me disse quando nos aproximávamos da entrada do restaurante.

“Ok. Eu não demorarei, vou deixá-lo saber que você está esperando por mim. Isso deve adiantar as coisas.”

“Você está pronto para contar a seus pais sobre isso? Você não acha que devemos esperar até que você tenha certeza?” A dúvida em sua voz e em suas palavras me magoou. Mesmo agora, depois da cena dramática que eu tinha feito esta manhã, ela ainda estava sendo cautelosa. Eu merecia.

Puxei sua mão do meu peito e dei um beijo em seus dedos. “Não tenho certeza se eu deixei claro esta manhã. Mas eu estou certo. Não há dúvida em minha mente. Você tem alguma?” Porque se ela ainda não sabe se quer fazer isso eu poderia ter de recorrer a medidas drásticas. Como sequestrá-la e levá-la para uma cabana nas montanhas e ter certeza que ela ficasse tão viciada em mim como eu estava por ela.

Suspirei interiormente. O fato de eu apenas pensar em algo como isso significava que eu estava afundado muito profundo.

“Eu estive certa desde que eu tinha quatorze anos.” Ela respondeu.

Eu tinha começado a empurrá-la para longe, mesmo naquela época. Quando eu sabia que tínhamos alguma coisa, mas eu a feri no final. Então eu a feri no início também. Agora eu tinha um monte de anos para compensar.

Eu agarrei a parte de trás de sua cabeça e a beijei até que ela estivesse agarrada a mim e nossos peitos estivesse subindo e descendo rapidamente. “Eu te amo.” Eu a lembrei. Então eu pressionei mais um beijo em seus lábios antes de virar em direção ao escritório do meu pai.

Eu não tinha estado tão feliz por estar aqui, respirar o ar limpo e comer neste lugar por um maldito longo tempo. Desde a minha infância, pelo menos.

Olhei para trás para me certificar de que Lila Kate tinha ido para a sala de jantar antes de bater na porta de meu pai.

“Entre.” Ele gritou.

Pela primeira vez eu não estava temendo isso. Abri a porta, e meu pai estava ali encostado na frente de sua mesa e com os braços cruzados sobre o peito. Uma carranca no seu rosto e os olhos brilhando em minha direção.

“Explique-me o que acabei de ver lá fora. Vá lentamente. Seja minucioso.”

Merda.

“Eu não tenho certeza do que você está se referindo.” Foi minha resposta covarde.

“Cruz, eu não estou na porra do clima.”

Isso precisaria ser tratado mais cedo ou mais tarde. Acho que, pelo menos, tiraríamos logo isso do caminho. “Eu estou apaixonado por Lila Kate.”

O olhar de meu pai desapareceu, e as sobrancelhas se juntaram enquanto ele me estudou. “Apaixonado? Como amando apenas uma única mulher?”

Jesus, ele tinha uma baixa opinião de mim. “Existe outro tipo de amor? Porque eu sempre acreditei que se você estivesse apaixonado, era apenas por uma mulher. A menos que você ame as mulheres em geral.”

“Você é um espertalhão.” Disse ele carrancudo novamente. “Quando você decidiu que estava apaixonado por Lila Kate?”

Por que isso importa? Eu não estava aqui para me defender. Eu teria que fazer isso com Grant. Eu não deveria ter que fazer isso com meu pai. “Isso importa?”

Ele me deu um aceno de cabeça afiada e continuou a olhar para mim.

“Quando eu pensei que ia perdê-la. Foi quando eu percebi.”

“Perdê-la? E quando é que você a teve?”

“Eu não a tive, mas só a ideia de que ela poderia amar alguém, me esquecer, seguir em frente, foi um tapa na minha cara. Um que eu precisava.”

Meu pai se levantou e eu gemi. “Essa não é a resposta que eu queria ouvir. Você não pode simplesmente achar que a ama, a fim de mantê-la te amando. Então se cansará e quebrará seu coração. Isso é cruel, filho. Egoísta. Eu ensinei-lhe melhor do que isso.”

“Eu a amei por um longo tempo, tudo bem? Eu sabia que se eu me deixasse eu sentiria algo especial. Mas Lila Kate é... ela é importante. Eu não poderia machucá-la. Eu estava protegendo-a.”

Eu vi quando ele esfregou a testa, como se estivesse frustrado. Este não era o seu negócio. Nós não éramos crianças que estavam apenas se pegando na porra de um banco de trás do carro. “Você queria se encontrar comigo sobre a franquia Kipling.” Eu o lembrei.

“Você está mudando de assunto.”

Eu balancei a cabeça. “Sim.”

Ele começou a dizer outra coisa e parou. “Bem, vocês são adultos. Se você quiser fazer isso, eu não posso pará-lo. Mas Lila Kate não é como as mulheres que você costuma passar tempo. Ela é frágil, doce, insegura... Eu não quero que você a machuque.”

Olhei diretamente para o meu pai. “Nada jamais foi tão sério na minha vida. Eu vou matar qualquer um que tente machucá-la.”

Papai sentou ali por um momento, então, levantou uma de suas sobrancelhas. “Bem, filho, eu acho que perdi a aposta.”

“O quê?”

Ele caminhou até seu lado da mesa. “Eu disse a sua mãe que você seria um solteirão até que tivesse pelo menos quarenta. Ela apostou que você se apaixonaria antes do ano acabar. Ela disse que só tinha um sentimento.”

Irritado com os meus pais, eu me levantei. “Eu não posso acreditar que vocês estavam apostando nisso. Espero que ela apenas esvazie a porra dos seus bolsos.”

Papai riu. “Eu não vou dizer-lhe sobre o que foi a aposta... você não poderia lidar com isso.”


Trinta e Seis

Lila Kate

 


O CHÁ OOLONG FOI ficando frio enquanto esperava Cruz. Eu tinha tomado alguns goles, mas meus pensamentos estavam em outro lugar, e eu tinha esquecido sobre isso enquanto eu ponderava essa situação. Eu não estava brincando quando eu tinha dito que lidaria com um monte de ‘Shelbys’. É assim que as coisas eram.

O problema era que eu imediatamente comecei a comparar-me com ela e encontrar meus defeitos. Ela era mais alta, tinha pernas compridas, os cabelos eram loiros e encaracolados. Ela era confiante. Eu não poderia fazer isso toda vez que entrasse em contato com uma mulher com quem Cruz tinha dormido. Eu acabaria por tornar-me miserável. Eu tinha que construir alguma confiança, tinha que pensar sobre as minhas boas qualidades e me lembrar que Cruz tinha dito que me amava.

Eu tinha quase certeza de que ele nunca tinha dito isso para outra mulher. Não era um comportamento dele proclamar o amor.

“Desculpe ter demorado tanto tempo.” A voz de Cruz me assustou, me fazendo saltar um pouco. Ele sorriu obviamente se divertindo. Quando se sentou, acrescentou, “Você estava em um pensamento profundo.”

Eu balancei a cabeça. “Sim. Só pensando.”

Que acabou com seu sorriso. “Sobre?”

Ele era tão inseguro quanto eu. Isso ajudou um pouco. Eu não era a única a me sentir vulnerável. “Sobre tudo. Nada específico.”

Ele se inclinou e olhou para mim com uma expressão séria e intensa. “Por favor, não questione o que temos ou eu... Dê-me tempo, eu posso ser todas essas coisas que você pensa que eu não posso ser.”

Enfiei minha mão sobre a mesa e cobri a sua. “Eu sei. Isso não é o que eu estava pensando.”

Ele parecia aliviado e seu polegar esfregou os meus dedos. “Bom.”

“Olá Lila Kate, Cruz.” A interrupção foi de Kelsey Torrent, chefe de marketing da Kerrington Club.

A mão de Cruz escapou da minha abruptamente, e ele endireitou-se em sua cadeira. Ninguém mais iria perceber que ele tinha feito isso tão bem. Mas a interrupção de Kelsey tinha lhe assustado. Ela estava trabalhando para o clube há cinco anos. Eu não a conhecia muito bem.

“Olá, Kelsey.” Cruz respondeu mal olhando para ela.

Kelsey sorriu como se a nossa saudação tivesse sido muito mais quente. Senti um incômodo que não fazia sentido pairar sobre nós. “Olá.” Eu disse tentando compensar a resposta de Cruz.

Kelsey mal olhou para mim. “Seu pai quer falar com você.” Ela disse a Cruz. Seu tom era irritado. Ela não pareceu se importar muito com ele. Eu me perguntava se ela se sentia ameaçada por sua posição no clube. Eu poderia imaginar que ela não estava animada sobre responder a alguém vinte anos mais jovem que ela nos próximos anos.

“Eu acabei de sair do escritório dele.” Cruz respondeu.

Ela estava tentando cobrir sua raiva súbita. Mas eu consegui ver por atrás do falso sorriso dela. “Isso pode ser verdade, mas ele quer que você volte. Tenho certeza.” Ela olhou para mim com um sorriso apertado. “Senhorita Carter pode terminar o almoço sozinha.”

Comecei a dizer a ele que eu podia simplesmente voltar para o estúdio e trabalhar, mas Cruz falou primeiro. “Eu vou comer o meu almoço, e depois verei o que o meu pai precisa em seu escritório.”

Kelsey Torrent não estava satisfeita. Estava mais do que irritada. Quando se virou e foi embora, eu soltei o suspiro que estava segurando. Pensei que os dois iriam fazer uma cena. O que provavelmente a teria demitido, e deixado Cruz em sérios problemas.

“Eu não acho que ela gosta muito de você.” Eu disse calmamente uma vez que ela estava fora da sala de jantar.

Ele deu de ombros, como se não se importasse, mas ele estava tenso. Isso o havia incomodado. Eu me senti mal por ele. Ter que se juntar a uma empresa como esta e lidar com funcionários que não gostavam que ele eventualmente fosse seu chefe. “Ela é estressada.” Foi tudo que ele disse.

Pedimos a nossa comida e Cruz tentou relaxar, mas não teve sucesso. Eu queria que ele descobrisse o que seu pai desejava em vez de se preocupar em ignorá-lo ou afastá-lo. Olhei para o meu telefone e decidi ajudar Cruz e terminar o almoço. Ele se preocuparia todo o tempo se não respondesse o seu pai logo.

“Oh, essa é a decoradora que eu preciso encontrar. Ela está disponível agora, mas não estará novamente até quinta-feira. Eu preciso ver o que ela pode fazer e obter uma cotação. Você se importa?”

“Não, está tudo bem. Você precisa se encontrar com ela e eu estarei lá ainda hoje. Eu preciso lidar com o meu pai pela primeira vez.”

“Obrigada. Eu sinto muito. Eu posso apenas pedir a cozinha para arrumar a minha comida para levar.”

Ele ficou então. “Eu vou buscá-la na cozinha. Eles vão tomar o seu tempo de outra forma.” Ele estava sendo útil, mas sua cabeça estava em outro lugar. Nós. Nosso novo relacionamento e ser visto em público era novo. Então, eu não sinto que eu poderia questioná-lo muito sobre o que o estava distraindo. Eu teria que deixá-lo me dizer o que estava acontecendo quando ele estiver pronto.

Eu pego a minha bolsa e bebo o resto do meu chá antes dele voltar com um saco contendo o meu almoço. Era difícil perder que vários olhos o seguiam enquanto ele caminhava através do restaurante. Muitos falaram com ele. Outros observavam como se ele fosse uma refeição que eles queriam. Eu não poderia culpá-los. Ele era tão bom de se olhar.

Quando ele chegou à mesa, eu me levantei e ele me beijou. Bem ali, para todo mundo ver. Era como se ele estivesse fazendo uma reivindicação. Deixando todos saber. Mas, na realidade, ele estava mostrando que ele estava falando sério. Peguei o saco uma vez que o beijo terminou e senti meu rosto ficar quente.

“Você está corando.” Ele sorriu.

“Sim,” eu sussurrei. “Essas pessoas podem não me conhecer, mas todos eles sabem que você é.”

“Eles conhecem você, Lila Kate Carter.”

Minhas bochechas estavam em chamas agora.

“Deus, você é linda.” Disse ele, rindo agora. Sua tensão anteriormente tinha aliviado. “Vejo você em breve.”

Com um aceno de cabeça e um sorriso tímido, saí olhando para frente, com medo de fazer contato visual com qualquer pessoa. Cruz já havia desaparecido na outra direção.

“Lila Kate.” Uma voz feminina me parou. Me virei para ver Adelle Boyd me dando um olhar calculista. Ela estava sentada em uma mesa com sua mãe e sua irmã mais nova. Todas as três usavam saias de tênis como se tivessem acabado de sair da quadra. O que provavelmente tinha acontecido.

“Olá.” Eu disse por tabela, já sabendo do que se tratava. Aquele beijo era doce, mas eu sabia que ia chamar um pouco de atenção que eu não queria. Ou devo dizer drama.

“Você está namorando Cruz?” Perguntou ela com um toque de descrença em seu tom.

Forcei um sorriso. “Sim.”

Sua mãe fez um som estranho no fundo da garganta. Eu não olhei para ela.

“Desde quando?”

“É novo.” Eu disse a ela docemente. O que eu queria era ser rude e dizer-lhe que não era da sua conta.

Sua boca transformou-se em um sorriso divertido. “E vai ser curto também.”

Tanto a mãe quanto a irmã tentaram abafar seus risos. Eu não tenho tempo para isso.

“Tenham um dia maravilhoso também.” Eu disse antes de sair e esperando que ninguém me parasse novamente.

Uma vez fora, eu respirei com alívio. Isso era apenas o começo. Eu tinha que aprender a lidar melhor com as reações das pessoas.


Trinta e Sete

Cruz Kerrington

 


VIREI-ME E FUI EM OUTRA DIREÇÃO quando Lila Kate deixou o clube. Meu estômago se apertou e meus demônios me perseguiram. A razão pela qual eu tinha mantido distância de Lila Kate, a razão pela qual eu a queria e agora eu sabia que a amava, mas nunca iria chegar perto o suficiente, só estava vigiando-a. Eu tinha visto esta oportunidade e tinha ido atrás dela mesmo sabendo que eu tinha merda o suficiente para nos destruir, mesmo antes de ter começado. Eu tinha jurado a ela que não iria machucá-la. Eu estava prestes a ter certeza de que iria cumprir essa promessa.

Virando à esquerda em vez da direita, eu me dirigi para o escritório de Kelsey. Meu pai não a tinha enviado para mim. Ela tinha me visto com Lila Kate e veio atrás de mim. Normalmente, ela não interfere na minha vida sexual. Ela era uma mulher casada, afinal das contas. Mas ela sabia... Lila Kate Carter era diferente.

Eu não bato em sua porta. Eu apenas entro. Ela estava de pé do outro lado da sala com um copo de água gelada na mão olhando pela janela.

“Você não pode sair com ela,” foi tudo que ela disse. Nem sequer virou-se para mim.

“Eu posso fazer qualquer merda que eu quiser fazer, Kelsey,” eu respondo com raiva, pois ela pensa que sua buceta é tão mágica que pode me controlar. Talvez isso fosse verdade quando eu tinha dezesseis anos e ela me trouxe neste escritório em uma noite tardia, após um baile e chupou meu pau pela primeira vez. Ela tinha algum poder sobre mim. Mas eu não era mais um garoto. Eu tive muitas mulheres desde que ela me apresentou ao sexo.

“Eu não me importo com todas as suas prostitutas. Isso é tudo o que elas são. Você é um homem. Homens gostam de sexo. Eles gostam de variedade e eu estou bem com isso. Mas não ela. Você sabe que ela não é uma prostituta. Você quer mais com ela,” então ela se virou para mim. “Estou certa?”

“Sim, você está certa. O que nós fizemos não estava certo. Você é casada. Nós deveríamos ter parado isso há muito tempo. Inferno, nunca deveria ter começado. Mas eu era um adolescente com tesão e você tirou vantagem disso. Eu não me importava com o seu marido. Eu deveria ter me importado, mas meu desejo sexual estava em ação. Acabamos. Eu a amo. Há apenas ela para mim.”

Kelsey era uma mulher bonita. Alta, esbelta, peitos generosos e uma aberração quando se tratava de sexo. Eu a fodi sobre essa mesa muitas vezes e em várias posições diferentes. E ela me assistiu foder outras meninas, ficava esperando para transar porque isso a excitava. Tinha sido divertido. Antes. Mas, no ano passado, ela ficou pegajosa. Mais carente. Mais possessiva.

“É isso que você acha? Que você pode me foder por cinco anos e em seguida ir embora. Bem desse jeito?”

“Nós nunca tivemos um relacionamento. Nós transamos. Nunca foi exclusivo. Você é casada. Lembra? Eu posso fazer o que diabos eu quiser fazer. Esta coisa que fizemos está terminada.”

O fogo em seus olhos não era uma coisa boa. Ela não gostava de ouvir não. Ela normalmente tem o que quer. Eu estava mais do que certo de que eu não era o único adolescente que a tinha fodido. Ela gostava de jovens. Ela me disse isso quando mostrou os peitos para mim e me chupou pela primeira vez.

Apesar de ter relações sexuais com ela nos últimos cinco anos ter sido divertido, eu sabia que era errado. Era algo que Lila Kate nunca entenderia. Eu tinha que ter certeza de que isso foi enterrado. Esquecido.

“Você acha que tem controle sobre isso?” Kelsey perguntou enquanto dava um passo em minha direção. Ela estava desabotoando sua camisa. Antes ela teria conseguido me excitar. Agora, ela só me deixava puto.

“Sim, eu acho. Está feito. Acabou.” Eu era direto. Olhei nos olhos dela e fiz com que ela visse o quão sério eu estava.

Sua blusa estava aberta, mas eu não olhei para baixo. Eu não queria isso dela. Não mais.

Sua mão estava em meu pau, e ela apertou. “Sério?” Sua voz era um ronronar.

“Sim, realmente,” eu respondi, me afastando dela. “Simplesmente pare. Você é patética.”

Ela congelou, seu rosto previamente sorrindo se transformou em um estado de fúria. “Seu pequeno bastardo malcriado. Você vai se arrepender.”

“Não, eu não vou,” eu lhe assegurei isso, virei e fui embora. O fim do que eu estava fazendo com Kelsey estava muito atrasado. Quando eu estava quase fora, ela encontrou uma maneira de me parar.

“Estou grávida. Meu marido é estéril. Eu estava me preparando para lhe dizer sobre nós. Eu ainda estou. Você não pode me virar as costas, Cruz. Você vai ser pai.”

Eu a olhei. Ela estava mentindo. “Eu nunca te fodi sem proteção. Nunca. Então esse bebê é de outra pessoa. Não é meu. Você diz a ele que é meu e você vai ter que provar isso.” Eu não era mais um adolescente. Ela não podia me enganar com essa merda.

Seus olhos se encheram de lágrimas. “Preservativos não são cem por cento eficaz.”

“O controle da natalidade é,” eu respondi.

Ela enxugou uma lágrima que rolou pelo seu rosto. “Eu parei de tomá-los um ano atrás. Eu queria um bebê. Eu quero um bebê seu.”

Eu balancei minha cabeça. Não. Ela estava mentindo. Esta era sua maneira de me manipular. Mas isso não iria funcionar. “Você é uma mentirosa,” Eu rugi sem me importar com quem me ouvia, em seguida, sai do escritório. Longe do clube, a merda estava aproximando-se de mim. Eu pensei que ela ia ficar quieta por medo de perder o seu casamento. Ela me disse uma vez que amava o marido, mas ele não cuidava dela sexualmente. Ela precisava de mais. A sujeira, a excitação. Eu tinha sentido pena dela e não entendia como um homem não iria desfrutar de suas necessidades sexuais insanas. Tinha sido divertido. Agora eu vi que a diversão se tornou em algo fodido.

Isso também iria me destruir se ela continuasse com essa mentira. Eu tinha que encontrar uma maneira de parar com isso. Para proteger Lila Kate. Eu nunca quis que ela visse esse lado da minha vida. Nem descobrir a merda sórdida que eu tinha feito.

Chegar até Lila Kate era tudo que eu precisava agora. Para segurá-la. Sentir seu cheiro. Senti-la. O brilho de seu mundo fez meu passado danificado desaparecer.

Dirigi para seu estúdio, era apenas algumas milhas de distância, mas parecia uma eternidade. O medo de que ela descobrisse tudo e me odiasse pesava sobre mim. Sua recusa em me ouvir e me amar estava arranhando nos meus calcanhares. Eu dirigi mais rápido e focado em conseguir chegar até ela.

Tomei passos largos e rápidos do meu carro para a porta. Quando eu a empurrei aberta, lá estava Lila. Ela já tinha colocado suas roupas manchadas de tinta, jogou os cabelos em um coque e estava dançando uma música enquanto limpava um pincel. Ela era boa. Perfeita. Pura.

Eu tranquei a porta atrás de mim e fui até ela. Ela olhou para cima, assustada no início e depois sorriu.

“Ei,” foi à única coisa que ela teve tempo de dizer antes que eu estivesse na sua frente. Recuei-a até que estivesse no canto bloqueando as janelas. As sombras não mascaravam a surpresa e emoção em seu rosto.

Eu não tomei tempo para beijar e abraçar ela. Eu não podia. Os lobos que estavam me perseguindo, me assombrando, tinham me desesperado. Eu empurrei para baixo seu short e sua calcinha, então, rapidamente empurrei meu jeans até que meu pau estivesse livre. Agarrando-a pela cintura, apertei-a entre a parede e meu corpo, em seguida, empurrei nela com um gemido.

Ela agarrou meus ombros e gritou meu nome. Isso só estava me deixando mais selvagem para piorar. Minha boca devorava a dela, tomando tudo. Eu estava transando com ela enquanto a amava.

“Isto é meu,” eu disse para ela mordendo seu pescoço. “Você não pode me deixar.” Minhas palavras iriam parecer loucura para ela, mas elas saíram de qualquer maneira.

“Ok,” ela disse enquanto sua cabeça foi jogada para trás contra a parede e sua garganta exposta para mim enquanto eu lambia e deixava minha marca nela.

“Eu sempre vou precisar disso. Preciso de você. Eu sou viciado em você. Viciado porra.”

Ela gemeu e eu bati com mais força. Querendo ficar tão profundo que nós seríamos como uma só pessoa. Ninguém jamais seria isso para mim. Ela era tudo que eu precisava. Estar dentro dela fez a escuridão e as mentiras irem embora. Tudo o que importava era ela. Isto. Nós.

“Oh Deus,” ela gritou, em seguida, mordeu meu ombro. Ela estava tremendo nos meus braços. “AH!” Seu orgasmo apertou meu pau e eu me deixei ir com ela.

“Porra! É isso aí, baby. Goze em todo no meu pau.”

“Ahhhh! Cruz! Eu não posso,” ela estava agarrada a mim agora. Seus braços em volta de mim. A cabeça na dobra do meu pescoço.

Eu explodi dentro dela tentando retirar, mas era tarde demais.

“Merda,” eu gemi quanto o resto da minha libertação revestiu o interior de sua coxa.

Ficamos ali no canto suados, enrolados, ofegantes. Isso era algo que eu nunca tinha feito com ninguém. Eu sempre tinha sido cuidadoso. Mas minha insanidade quando se tratava de Lila Kate tinha assumido o poder.

“Está tudo bem,” ela sussurrou finalmente. “Lembra que eu estou tomando pílula.”

Eu balancei a cabeça e continuei segurando-a. Desejando que eu ainda estivesse dentro. Pulsando minha libertação até que ela corresse livremente dentro dela. Fazendo-a minha.

Eu estava me assustando.


Trinta e Oito

Lila Kate

 


EU TINHA A INTENÇÃO de conseguir um lote feito neste fim de semana. Mas Cruz tinha mudado esse plano. Após o sexo selvagem que tivemos lá embaixo, ele tinha me levado para o chuveiro, onde ele agora estava banhando-me lentamente. Ele não estava falando muito. Tinha um olhar assombrado em seus olhos como se estivesse fugindo de alguma coisa e precisasse de mim para protegê-lo era difícil de não perceber. Era como se ele estivesse seguro, desde que estivéssemos nos tocando.

Ele era mais importante do que o estúdio. Tudo o que eu podia esperar. Por enquanto, eu gostava dele. Gostava de estar com ele. Ele precisava de reafirmação. Isso era novo. Eu diria que precisava de reafirmação também, mas da maneira como ele estava pairando sobre mim eu estava começando a achar que era demais.

Domingo nós dormimos, tomamos café da manhã que nós cozinhamos juntos e assistimos filmes durante todo o dia.

Quando a segunda-feira de manhã veio, assim como Ophelia. Eu tinha acabado de sair do banho e estava ansiosa pelo café que cheirava na cozinha quando a ouvi dizer, “Puta merda. Isso não está acontecendo.”

Peguei uma toalha, enrolei-a em torno de mim e corri para lá. Ophelia estava de pé na cozinha com uma mala olhando de boca aberta para Cruz, que estava vestindo apenas uma cueca boxer enquanto segurava uma forma de muffins que eu tinha deixado no forno.

“Bom dia, Ophelia. Não posso dizer que estou feliz que você esteja de volta,” disse Cruz quando ele se virou para olhar para mim e piscou.

Ophelia virou seu olhar para mim. “Oh meu Deus,” era tudo que ela podia dizer. Seus olhos estavam arregalados, e ela deixou cair a bolsa de seu ombro esquerdo para o chão com um baque alto. "O que aconteceu?"

“É rude pedir detalhes, O. Você devia pensar melhor,” Cruz estava zombando dela.

Ela olhou para ele. “Eu não quero detalhes! Eu quero uma explicação que não inclui o que você dois...” ela sacode um dedo entre nós e disse, “estão fazendo.”

Cruz riu alto. “Você acabou de dizer ‘estão fazendo’?” Perguntou ele e em seguida, riu um pouco mais.

Ela desistiu dele e virou completamente para mim. Eu ainda estava ali silenciosamente despreparada. “Lila Kate?” Ela perguntou.

“Eu, bem, uh,” Olhei para Cruz que estava comendo um muffin e sorrindo e gostando um pouco demais disso. “Sim, nós fizemos isso,” eu disparei.

Cruz começou há rir um pouco mais.

“Você perdeu a cabeça?” Ela perguntou apontando para ele. “Ele é uma puta!”

“Ei, eu tenho sentimentos. Você está esmagando-os,” não parecia totalmente esmagados.

Ela revirou os olhos e balançou a cabeça.

“Não, eu sou, uh, nós somos, você vê,” Eu estava atrapalhada.

“Nós somos exclusivos. Eu desisti do meu jejum, porque Lila Kate me deu um gosto e eu fiquei viciado. Há também o pequeno detalhe muito importante que eu estou apaixonado por ela.”

Sua explicação não era tão doce e romântica como as coisas que ele disse para mim, mas meu peito inchou de qualquer maneira. Isso foi tão doce como Cruz deixou o mundo vê-lo. Ele tinha se aberto e apenas ficou mais vulnerável ao admitir isso.

“Apaixonado?” Ophelia repetiu como se fosse uma palavra estrangeira que nunca tinha ouvido antes. Ela olhou para mim.

“Sim. Eu também o amo.”

Derrotada, ela sentou-se em sua mala e balançou a cabeça. “Eu preciso de um momento. Isto... apenas Uau.”

“Muffin?” Cruz perguntou segurando a tigela para ela e depois para mim. “Eles estão deliciosos pra cacete. Pegue um agora porque eu vou comer todos.”

Passei por Ophelia, e ela me olhou como se eu estivesse prestes a criar asas e voar. Quando ela se sentou no bar, peguei um muffin da tigela, em seguida, fui me servir um pouco de café.

“Você vai,” ela acenou para Cruz. “Andar por aí em sua cueca?”

Ele sorriu. "Não. Você não é tão sortuda. Eu não sabia que você estaria intrometendo-se tão cedo.”

“São dez,” respondeu ela.

“Exatamente o raiar do dia.”

“Lila Kate, você não pode estar falando sério sobre isso. Ele é... ele é Cruz!”

Sorri para minha xícara de café. Este foi o nosso primeiro encontro com um amigo ou membro da família. Imaginei que isso ia acontecer muitas vezes.

“E Eli? Eu pensei que você gostasse dele.”

O sorriso de Cruz desapareceu, e ele fez uma careta. “Ela não gosta,” ele respondeu. Seu tom de provocação agora tinha desaparecido.

Eu coloquei meu copo para baixo. “Eli é um grande cara. Mas eu estive apaixonada por Cruz por um longo tempo.”

“Por quê?”

Cruz riu novamente. “Droga, Ophelia. Eu não sabia que sua opinião sobre mim era tão elevada.”

Ela inclinou a cabeça e olhou para ele com uma expressão de ‘cai na real.’ “Você feriu a maioria das minhas amigas. E quando eu digo isso, quero dizer todas elas. E agora você está dormindo com Lila Kate.”

Ele fez uma careta. “Vamos discutir meu passado? Isso já passou, está para trás. Eu gostaria de deixá-lo lá.”

Ophelia levantou-se e deixou escapar um suspiro pesado. “Isso vai acabar mal. Então Grant Carter vai matá-lo. Guarde minhas palavras,” ela disse enquanto carregava sua mala e sua bolsa para o quarto que era para ser seu.

Eu deslizei um braço em volta da cintura de Cruz e me apoiei nele. “Ela vai ser mais otimista em breve.”

Ele beijou o topo da minha cabeça. “Isso é o que eu espero que vá acontecer com todos em nossa vida.”

Ele provavelmente estava certo. Então, eu só mantive minha boca fechada e ele me abraçou. “Eu estou feliz. Eu nunca estive mais feliz,” eu assegurei isso a ele.

“Eu também. E honestamente isso me assusta como o inferno.”

“Por quê?” Perguntei inclinando a cabeça para trás para olhar para ele.

“Porque eu sei como é sentir isto e eu não posso viver mais sem isso ou você.”

“Você nunca vai ter que fazer isto, então não é um problema. Eu não vou a lugar nenhum.”

Aquele olhar desesperado, assombrado voltou novamente. Eu gostaria de poder acalmá-lo e suas preocupações. Eu era a única que deveria estar preocupada. Não ele.

“Vocês podem colocar suas roupas pelo menos enquanto eu retiro uma das caixas do meu carro?” Ophelia nos lembrou de sua presença.

Cruz puxou a toalha que estava em torno de mim e eu tentei pegá-la de volta. “Você está tirando toda a diversão,” disse para Ophelia. “Eu gosto dela em uma toalha. Mais fácil para deixá-la nua.”

“Deus! Você é um porco,” ela respondeu e voltou a descer as escadas.

Dei um tapa em seu peito e agarrei a toalha dele. “Pare com isso!”

Ele me puxou para o seu peito. “Acha que ela se importaria se nós fossemos para o seu quarto e tivéssemos mais uma rodada?”

Por mais tentador que fosse eu não ia fazer isso com Ophelia. “Vista-se Cruz,” eu disse a ele, em seguida, ele sorriu e soltou a minha toalha enquanto eu caminhava até as escadas para o meu quarto.

“Droga, você está pedindo por isso,” ameaçou.

Olhei para trás e pisquei para ele. “Guarde-o para mais tarde.”

“Eu vou levá-la de volta,” ele disse olhando para mim.

“O que?”

“Você não é uma boneca de porcelana, e nada sobre você é frio.”

Eu sorri e mordi meu lábio para não sorrir mais.

“Você é incrivelmente forte, e o seu corpo é tão gostoso que eu nunca vou ter o suficiente.”

Essas eram palavras que você nunca ouviria em um soneto mas vindo de Cruz Kerrington era poesia.


Trinta e Nove

Cruz Kerrington

 


OPHELIA andando com Lila Kate não era o ideal, mas ao longo da próxima semana isso até que funcionou. Eu até comecei a me relacionar melhor com meu pai, mas foi principalmente devido a minha chegada na hora certa para o trabalho. Indo nas reuniões que eram necessárias e em toda a merda que eu vinha ignorando.

Pensar em Agosto, quando eu tinha que voltar para a faculdade, era um saco. Lila Kate já tinha terminado. Ela estaria aqui e eu teria que deixá-la. Eu não gosto disso. Me preocupar com isso agora só me deu mais estresse. Evitar Kelsey tinha sido o meu maior obstáculo no trabalho. Ela não tinha dito nada para o meu pai, nada que eu soubesse. Eu estava esperando que ela estivesse blefando, só para me assustar.

Independentemente disso, o bebê não era meu. Eu estava disposto a fazer um teste de paternidade para provar isso. Isso se ela estivesse mesmo esperando um bebê. Eu duvidava disso também. Quando eu tinha dezesseis anos, era sexy e emocionante uma mulher mais velha. No entanto, durante o ano passado eu tinha começado a perceber o quanto tudo isso era louco.

A multidão de verão já estava a todo vapor e em pleno andamento quando eu saí do estúdio de Lila Kate às oito da manhã. Eu tinha planejado caminhar para buscar café em frente ao estacionamento e comprar para Lila Kate um desses chás extravagantes que ela gostava e um muffin. Eu definitivamente não estava esperando encontrar com Grant Carter de pé contra o sua caminhonete, com os braços cruzados sobre o peito e olhando para mim como se quisesse me matar com as próprias mãos.

Merda.

“Grant,” eu disse tentando não parecer culpado de passar a noite com sua filha.

“Não venha com joguinhos de merda, rapaz.”

Eu não fiz isso. "Não senhor. Não imaginei que você gostasse disso.”

Ele deixou cair às mãos para os lados e olhou para as janelas do apartamento de Lila Kate. “Aquela garota lá dentro é a outra metade do meu mundo. Ela e sua mãe têm sido cada sonho, cada desejo, cada maldita coisa que significa alguma coisa para mim desde o momento em que eu a segurei em meus braços.”

“Eu entendo que...” eu comecei, mas ele deu um passo em minha direção e sua carranca foi se aprofundando.

“Não. você não entende. Você não entende uma coisa maldito garoto. Você nunca teve uma mulher que amasse mais que a própria vida, nem segurou uma bebê tão preciosa em seus braços, ela foi um milagre e eu sabia que a minha vida seria para protegê-la. Você não sabe o que é isso.”

Ele estava bem ali. Eu balancei a cabeça com medo, se eu disser qualquer coisa, ele estará pronto para mim e iria quebrar um dos ossos do meu rosto. Eu gosto do meu rosto do jeito que está.

“Ela é igual à mãe. Como, doce, inteligente, e quando ela ama, ela ama com tudo o que ela tem. Isso é muito difícil para um homem lidar. Muito para ele apreciar. Eu não soube disse tudo com a mãe dela imediatamente e quase perdi a única coisa que eu tinha e pela qual valia a pena viver. Seu pai me queria morto. Eu não o culpo.”

Eu balancei a cabeça, ainda sem falar nada.

Grant ficou cara a cara comigo, os ombros mais largos e os braços mais grossos do que os meus. “Se você foder com o coração do meu bebê eu não vou dar a mínima importância para quem são seus pais. Tudo o que eu vi você fazer é foder todas por aí. Brincar. Desfrutando de mulheres. Mas aquela menina lá em cima,” ele disse apontando para dar ênfase. “Ela não é o tipo de mulher para você fazer isso. Porque eu vou te dizer agora...” ele apontou o dedo na minha cara. “Ela tem que te amar ou você nem estaria aqui. Ela nunca teria subido em sua moto e partido como ela fez. Isso não era Lila Kate. Ela fez isso porque tem sentimentos por você. Então, ou você tem os mesmos sentimentos por ela, ou você termina e dá o fora da cidade antes que eu possa encontrá-lo. Eu fui claro?”

Agora é a minha vez de falar. “Sim, senhor,” eu disse. “Eu sei de todas essas coisas sobre ela. É por isso que eu mantive minha distância por tanto tempo. Mas quando ela partiu, eu sabia que ia perdê-la ou perder qualquer chance com ela. Eu tive que tomar uma decisão e eu fui atrás dela. Eu me convenci de que era para protegê-la, mas eu sabia no fundo, o que eu estava fazendo. Eu amo Lila Kate. Eu não preciso de ninguém.”

A carranca de Grant se aliviou um pouco, mas ele ainda não parecia convencido. “Eu gosto de você. Eu gosto de sua família. Mas eu não posso simplesmente confiar em ninguém com a minha menina. Não sei se algum dia eu conseguirei. Eu não vou parar de vigiá-la. Eu não vou recuar. Se você a machucar, espere que eu irei atrás de você.”

Jesus. Era uma maravilha Lila Kate já ter conseguido um encontro na escola. Eu estava esperando que ele tirasse uma arma para fora da caminhonete e começasse a atirar a qualquer minuto. “Eu nunca vou machucá-la.”

Não parecia que ele tivesse acreditado nisso. “Seu passado não é bonito, garoto. Ele poderia voltar para assombrá-lo. Se fosse por mim, ela o deixaria sozinho. Encontraria um cara que não tivesse o objetivo de foder toda a população feminina desta cidade. Mas não depende de mim. Ela é uma mulher. É a sua escolha. Mas eu sou o pai dela e se você foder isso não haverá nenhum lugar seguro para você. Eu vou te encontrar.”

“Papai!” Grita Lila Kate e eu olho por cima do ombro para vê-la de pé na porta da frente em seu macio robe rosa com uma expressão muito infeliz em seu rosto. Felizmente, ela foi dirigida para o seu pai. Não para mim.

“Ei, querida,” ele respondeu.

Ela deu passos largos em direção a nós. “É melhor que isso não seja o que eu acho que é,” disse ela.

Ele deu de ombros como se não fosse grande coisa. “Eu sou seu pai. Eu estava vindo para visitar e encontrei Cruz deixando seu apartamento. Só queria ter certeza de que algumas coisas ficassem claras para ele.”

Como o fato de que ele ia me matar se eu ferisse sua filha. Embora eu não fosse mencionar isso.

“Eu não preciso de você para ameaçar os homens na minha vida, papai,” ela disse a ele.

“Homens?” Grant e eu dissemos ao mesmo tempo. Não havia outros homens.

Ela revirou os olhos para nós dois. “Oh, saco. O ‘homem’ da minha vida. Eu sou uma adulta. Eu posso dormir com quem eu quiser. Posso namorar quem eu quiser. E eu posso amar quem eu quiser. Você tem que confiar em mim para cuidar de mim mesma.”

“Eu confio,” disse ele dando-lhe um sorriso encantador que eu tenho certeza de que não havia sido dado antes. “Basta ter certeza de que Cruz esteja na mesma página que você. Isso é tudo.”

Lila Kate colocou as mãos nos quadris. “E que página é essa?”

“Que ele esteja tão sério sobre isso como você está.”

“E é o que estou dizendo. Não é da sua conta isso.”

“Você é minha filha e isso nunca vai mudar. Eu vou fazer toda merda ser da minha conta quando se tratar de proteger você durante o tempo que eu estiver vivo.”

Lila Kate suspirou e me deu um olhar de desculpas. “Você está mudando de opinião agora?” Ela me perguntou.

Eu sorri. Como se Grant Carter pudesse me fazer parar de querê-la. “Não. Nem mesmo perto.”

Seus olhos se acalmaram e por um momento eu esqueci de que seu pai estava mesmo lá com a gente arruinando um perfeito bom dia. Nosso tranquilo café da manhã não estava indo como planejado.

“Jesus,” Grant murmurou. Então ele se aproximou e abraçou Lila Kate. “Eu não posso te ajudar com isso, você sabe,” ele sussurrou.

“Eu o amo,” disse ela com seu olhar mudando para mim.

“E isso faz dele o homem mais sortudo, além de mim, eu sei.”

Então Lila Kate sorriu para seu pai.

Eu estava esperando por isso. Eu estava feliz que tinha acabado. Agora eu só tinha que ter certeza de que a merda de Kelsey estivesse acabado. Essa era uma bomba-relógio que ameaçava tudo. Se eu perdesse Lila Kate por causa dela, eu ficaria feliz em deixar que Grant acabasse com a minha miséria.


Quarenta

Lila Kate

 


MAMÃE TINHA ME CHAMADO para almoçarmos juntas no clube hoje. Eu tinha estado tão ocupada que não a tinha visto muito. Entre deixar pronto o estúdio e passar um tempo com Cruz, meus dias foram cheios. Eu estava prestes a entrar no interior do edifício principal do clube quando meu celular vibrou. Quando chequei, era uma mensagem de Eli.

Ele me verificava uma vez por semana, se não mais. Cruz não era a favor sobre a nossa amizade, mas ele permitiu isso. Se ele soubesse que eu tive relações sexuais bêbada com Eli, eu duvido que ele ficasse bem com isso. Isso foi antes de nós, então eu percebi que não era importante para contar.

Eu não pergunto sobre todas as garotas com quem ele dormiu antes de mim.


Estúdio quase pronto? Perguntou a mensagem de Eli.


Parei de andar e respondi.


Mais duas semanas e será aberto para negócios. Indo almoçar com a minha mãe. Falo com você mais tarde. Eu joguei meu celular de volta na minha bolsa e olhei para cima para ver Kelsey a poucos metros na minha frente.


Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Isto era tão diferente da Kelsey que eu conhecia. Ela sempre foi tão eficiente, eu não conseguia imaginá-la como emocional. Seu olhar estava parado em mim. Quase como se eu fosse à fonte de sua dor. Olhei ao meu redor para ver se não havia mais ninguém ao redor, mas era só eu.

“Eu preciso falar com você,” ela disse com a voz rouca de emoção.

Ela estava chateada por isso eu não pude dizer, ‘Não, obrigada. Eu tenho um almoço com a minha mãe.’

Em vez disso, apenas balancei a cabeça.

“Você pode vir ao meu escritório?” Ela perguntou.

Eu balancei a cabeça novamente e ela se virou e foi na direção ao escritório. Olhei em volta mais uma vez. Eu não queria ir ao escritório dessa mulher, mas eu também não vi uma saída para rejeitar o seu pedido, seria rude.

A porta estava aberta quando ela entrou. Relutantemente, eu a segui.

Ela parou e fechou a porta depois que eu entrei. Eu queria que ela tivesse a deixado aberta. Algo sobre ela me deixou nervosa.

“Eu vou ser breve. Há apenas uma coisa que você precisa saber. Eu tentei conversar com Cruz, mas ele não está cooperando. Ele é...” ela faz uma pausa e seus olhos se enchem de lágrimas novamente. “Tenho certeza que você sabe o quanto cruel e egoísta que ele pode ser.”

Isso chamou a minha atenção. “Cruz não é nenhuma dessas coisas,” eu disse em defesa dele. Os problemas dessa mulher com sua posição no clube precisavam ser tratados com o Woods.

Seu rosto manchado de lágrimas parecia menos derrotado e mais como a mulher arrogante que eu tinha visto quando ela tinha falado com Cruz, na semana passada, quando nós estávamos comendo.

“Você é tão jovem e ingênua,” disse ela com um olhar de desgosto em seus olhos. “Você não está em um conto de fadas. Cruz não é seu príncipe encantado e ele não é o tipo de cara que vai sossegar e se casar com você. Ele precisa de sexo com mulheres diferentes. Uma variedade,” ela fez uma pausa e em seguida, sorriu como se ela achasse graça de mim.

“Quando ele tinha dezesseis anos eu ensinei a ele tudo sobre sexo. Eu comecei seu vício. Nós fodemos nesta mesma mesa tantas vezes que eu nem posso contar. Eu estive aqui com as minhas pernas enquanto ele lambia minha buceta até que eu não conseguisse ficar de pé. Eu o deixei ficar com outras meninas para que ele pudesse prová-las. Mas eu sabia que ele sempre voltaria aqui. Ele me queria. Precisava do que eu lhe dei. Ele é bom em sexo, porque eu mostrei a ele o que uma mulher quer. O que ela deseja. Essa boca que você tem beijado passou por todo este corpo,” ela apalpou seu peito enquanto ela dizia isso.

Eu não conseguia encontrar as palavras. As coisas que ela dizia soava como devaneios de uma mulher louca. Ela queria que eu acreditasse que ele tinha tido relações sexuais com uma mulher casada de quarenta anos de idade, quando ele tinha dezesseis anos?

“Você está tentando afundar suas garras no que é meu.”

“Você é casada,” eu disse ainda em choque com ela, achando que eu acreditaria nela.

Ela riu de mim. “Isso não importa. Não a nós. Cruz e eu nos desejamos. Ele era meu até que você chegar. Agora estou grávida de seu filho e ele não quer ter nada a ver comigo ou com o bebê. Você está levando o pai do meu filho para longe.” Ela tocou seu estômago delicadamente.

“Você está mentindo.” Eu disse, balançando a cabeça e indo em direção à porta. Eu sabia que Cruz tinha sido um pouco selvagem. Isso não era um segredo. Mas ele não tinha feito isso. Eu tinha certeza disso.

“Eu sabia que você não iria acreditar em mim,” ela disse pegando um controle remoto de sua mesa. Os sons de sexo encheram a sala e eu me virei para ver a tela plana atrás de mim.

Não haveria como negar o que eu assisti. Kelsey estava nua, com as pernas bem abertas e a cabeça jogada para trás e Cruz estava fodendo-a em sua mesa. Assim como ela havia dito.

“Gostávamos de filmar o nosso sexo e vê-lo mais tarde. Deixava-nos quente e excitados. Muitas vezes nós nos fodíamos enquanto nos observávamos na tela. Esse é o tipo de coisa que Cruz precisa para fazê-lo verdadeiramente feliz. Eu também o observei. Ele fodia uma garota enquanto eu escondida o assistia. Ele gostava de saber que eu estava lá enquanto ele fazia sexo. Observando-os. Ele ficava tão excitado que nós dois ficávamos loucos por isso. Eu tenho vídeos também se você precisa ver.”

“Foda-se, sim, Kelsey. Se abra toda sua puta suja. Dê-me o que eu quero,” as palavras de Cruz vieram da tela e eu me encolhi. “Puta indecente. Minha pequena cadela indecente me dê essa bunda.” Disse Cruz, em seguida, virou-a. Puxando seus quadris para que sua bunda estivesse presa no ar. Ele cuspiu no ânus dela, em seguida, enfiou os dedos dentro. “Cu apertado. Você quer o meu pau dentro dessa bunda, não é?” Ela gritou. “Sim, foda minha bunda. Foda-me forte!” Ela virou a cabeça para olhar para ele e ele cobriu a boca dela com a dele, isso era demais. Eu corri. Eu corri através da porta. Eu corri para o meu carro. Corri de tudo. Eu dirigi. Eu não parei. Eu não sabia aonde eu estava indo, mas minha alma tinha sido destruída.

Meu telefone não parava de tocar, mas eu não podia atender. Desliguei-o. Se fosse minha mãe eu não seria capaz de falar. Ela ficaria preocupada. Tudo o que eu podia fazer era dirigir. Fugir de tudo. Senti como se meu peito tivesse sido esmagado.

As palavras que ele tinha dito a Kelsey e a imagem deles juntos repetia mais e mais na minha cabeça. Náuseas arranhavam minha garganta. Descrença que eu pude realmente confiar nele. Pensei que o que tínhamos fosse real. Mas ele... ele era mais sombrio do que eu sabia. Quando as lágrimas finalmente começaram a cair, eu virei em uma saída e estacionei em um hotel. Eu chorei por tudo o que eu tinha sonhado. Toda a felicidade que eu pensei que tinha encontrado. E isso tudo iria me mudar e marcar para sempre. Eu nunca mais seria a mesma. Minha fantasia tinha sido apenas isso. Nada tinha sido real. Não haveria boas recordações. Apenas um pesadelo.


Eu sinto muito. Mas eu estou bem. Eu só precisava de um pouco de espaço.


Mandei uma mensagem para a minha mãe para não mantê-la preocupada. Havia vinte e oito mensagens perdidas e cinquenta chamadas não atendidas quando eu liguei o telefone de volta. Eu ignorei todas elas, desliguei-o novamente e fui pagar por um quarto para esta noite.


Quarenta e Um

Cruz Kerrington

 


TINHA SIDO sexo. Era isso. Como eu tinha feito o meu caso com Kelsey chegar a isso? Eu mantive minha cabeça enterrada em minhas mãos enquanto o meu pai andava na minha frente. A sala estava em silêncio agora. O seu discurso e gritaria tinham terminado.

“Ela está bem. Era Harlow no telefone. Lila Kate mandou um texto simples dizendo que ela está bem, mas precisava de espaço.” Minha mãe anunciou quando entrou na sala de estar.

Olhei para cima, pela primeira vez em um grande tempo. Que alívio, Lila Kate estar segura ajudou a aliviar os meus medos. A dor ainda rasgava através do meu peito. Eu tinha ligado para ela e mandado mensagens inúmeras vezes pedindo-lhe para me ouvir. Ela não respondeu a nenhum deles.

“Ela disse para onde foi?” Perguntei já sabendo que as chances dos Carter me dizerem era quase nula.

Mãe balançou a cabeça. “Não. Acho que Grant está tentando rastrear seu celular.”

Ele estava ocupado se preocupando com a segurança de Lila Kate. Eu sabia que uma vez que ela estivesse de volta aqui em segurança, ele viria a mim. Agora, eu esperava que ele fizesse isso. Eu deveria ter lidado com Kelsey. Pensar que ela iria apenas ir embora foi estúpido.

“Ela está ameaçando uma ação judicial,” disse meu pai. “Eu já confisquei todos os itens em seu escritório. Os vídeos foram encontrados. Há alguns quando você era menor de idade. Estes irão proteger o clube. Ela vai ser a única a enfrentar acusações se ela seguir em frente com isso.”

Mamãe sentou-se na beirada da cadeira na minha frente. “Você era apenas um bebê. Ela tinha a minha idade. Eu só não entendo como ela poderia fazer isso?”

“Ele era um parceiro disposto, Della,” meu pai lembrou. “E se ela está mesmo grávida, então temos que lidar com eles.”

Eu balancei minha cabeça. “Esse bebê não é meu. Se houver um.”

“Mas se for, você não é mais um adolescente que esta sendo aproveitado. Você é um homem burro crescido que sabe mais do que só andar com uma mulher casada.”

Minha mãe empalideceu com suas palavras. Eu tinha machucado tantas pessoas. Como é que eu achei que merecia alguém como Lila Kate? Depois de toda a merda que eu tinha feito.

“Eu sei disso,” eu disse a ele levantando meus olhos para encontrar os dele. “Eu deveria ter parado. Inferno, eu não deveria ter começado. Mas eu estou pagando por isso. Eu amo Lila e agora eu a perdi. Ela está sofrendo e a culpa é toda minha. Isso está me matando.”

Papai fez uma careta. “Sim. Na vida, você vai cometer erros, mas este é mais do que um erro. É egoísta, irresponsável e com certeza até mesmo desonesto. Essa mulher é casada. Eu entendo que você era um adolescente com hormônios em fúria, mas ela é uma mulher casada. Isso...” disse ele apontando para mim. “Isso foi onde você ferrou tudo. Não, Lila Kate não vai perdoá-lo. Como poderia?”

Levantei-me incapaz de me sentar aqui e ficar ouvindo os meus erros novamente. Eu sabia que tinha fodido tudo. Eu não preciso do meu pai me lembrando mais e mais. O que eu precisava fazer era encontrar uma maneira de corrigir isso. Que parecia impossível.

“Onde você está indo?” A raiva de meu pai não se dissipou em nada durante a hora em que ele estava gritando comigo.

“Não estamos terminando aqui?” Eu respondi.

Ele fechou o espaço entre nós e olhou para mim. “Você dormiu com uma funcionária casada de um negócio que será seu um dia. Você fez vídeos de sexo com ela. Ela está alegando estar grávida de seu filho. Não, não estamos terminados, porra. Falei com os advogados. Falei com o marido de Kelsey. Estamos nos reunido em uma hora na sala de reuniões do clube. Você não vai a lugar nenhum.”

Lila Kate estava lá fora e eu não tinha ideia onde ou como encontrá-la ou onde procurar. Eu tinha ligado para Nate, mas ele jurou que ela não tinha chegado a Sea Breeze. Ela precisava ouvir o meu lado da história. Tinha que explicar a ela. Talvez ela entendesse depois que eu tivesse a oportunidade de explicar como tudo começou e como funcionou, até que corri atrás dela quando ela deixou a cidade. Eu não tinha visto nenhum problema com o que estava fazendo. Vejo agora. Se eu pudesse ser o homem que ela queria que eu fosse e apagar toda a merda do passado eu teria feito. Eu era um fodido estúpido. Agora eu iria pagar por isso.

“Ela precisa de espaço. Você não pode encontrá-la de qualquer maneira. Você não sabe onde ela foi.” A voz da minha mãe estava calma e compreensiva.

"Eu fiz isso. Eu a feri.” Minha voz falhou com emoção quando eu disse isso.

Minha mãe concordou. “Sim. E você será o único que poderá consertar isso. Mas, por agora, tem outra coisa para corrigir.”

“Absolutamente certo que ele tem,” A voz de papai estava com raiva e irritação.

“Woods, acalme-se. Eu sei que você está com raiva. Mas isso começou quando ele era criança. Ela se aproveitou dele. Lembre-se disso.”

Papai levantou as mãos em frustração. “Ela é casada, Della. Casada. Eu gostaria de pensar que o meu filho tem mais moral do que isso.”

Mãe concordou. “Eu também. Mas o que está feito está feito. Nós pensamos que era só uma raiva de adolescente e ele ia superar isso. Nós deveríamos termos prestado mais atenção.”

Pai apontou para mim. “Ele deveria ter usado seu maldito cérebro e não seu pau!”

Mãe estremeceu. “Sério, querido. Essas são palavras necessárias?”

Ele balançou sua cabeça. “É só isso. Foda-se. Eu não era perfeito na sua idade, mas eu não fiz isso. Eu não coloquei o clube em uma questão jurídica. E eu não trepei com as funcionárias casadas.”

Mas eu tinha.

“Quando é que vamos para o clube?” Perguntei.

“Devemos sair agora. Eu preciso garantir que a sala esteja pronta. E os nossos advogados precisam passar algumas coisas com você. O que você pode e não pode dizer.”

Mãe levantou-se. “Eu vou.”

“Não,” meu pai e eu dissemos ao mesmo tempo.

Mãe franziu a testa. “Por que não?”

Olhei para meu pai, e ele suspirou. “Porque Della, temo ter que lidar com questões mais do que as legais quando você ver Kelsey. Os vídeos serão discutidos e eu não confio em você para não atacar a mulher.”

Ele tinha uma razão melhor do que a minha. Eu estava preocupado, pois iria aborrecê-la.

“Ela está grávida. Pode não ser o filho de Cruz, mas eu nunca iria ferir uma mulher grávida,” mamãe argumentou.

Papai levantou a sobrancelha. “Você ainda não viu os vídeos.”

Mamãe soltou um suspiro profundo, em seguida, assentiu. “Talvez você tenha razão.”

Papai andou até a minha mãe, puxou-a em seus braços, em seguida, beijou sua cabeça. “Eu vou mantê-la informada.”

Ela assentiu com a cabeça contra seu peito. Eles sempre tinham sido assim. Próximos. Unidos. Papai a adorava e ela o adorava. Eu não queria isso. Eu sempre pensei que os deixavam vulneráveis. Eu não confio nisso. Era uma aposta de amar assim. Eu tinha ouvido de Kelsey, por anos, o quão terrível a maioria dos casamentos eram. Eu acreditei nela.

Mas os vendo assim percebi que eu queria isso também. Eu tive um gosto com Lila Kate. Por um breve período de tempo eu soube que ela era tudo que eu iria querer. Agora ela se foi. O que os meus pais tinham não era exclusivo para eles. Era simplesmente porque eles se amavam.

Kelsey não amava. Havia uma diferença.

Meus pais não eram vulneráveis devido ao seu amor. Eles eram mais fortes por causa disso. Minhas mentiras e segredos tiveram que sair para eu visse e entendesse esse tipo de amor. Por que esse teve que ser o caso? Por que eu não pude perceber isso anos atrás e salvar tantas pessoas da dor?

Eu não perderia Lila Kate sem uma luta. Eu curaria tudo o que eu tinha quebrado da melhor maneira que pudesse. Gostaria de aprender e seguir em frente. Então, gostaria de encontrar uma maneira para que ela me perdoe. Mesmo que isso tomasse o resto de nossas vidas. Eu esperaria por ela. Por nós.


Quarenta e Dois

Eli Hardy

 


VER LILA ANDANDO em minha direção com luzes em seus cabelos e os perfeitos traços marcados com dor, eu percebi uma coisa. Ela se sentia “mais.” Ela tinha experimentado o “mais” que nós todos esperávamos. Essa intensidade que o agarra e o prende com tanta força que você não pode fazer nada, a não ser desfrutar do passeio e esperar o melhor.

Eu não era o passeio para ela. Na noite em que a conheci, ela já tinha sido arrebatada por ele. Inferno, ela já estava no passeio e não queria estar. Cruz havia roubado seu coração há muito tempo. Mas eu estava grato, pois sua jornada a tinha trazido para mim. Sem ela, sem os sentimentos que desenvolvi por ela, eu nunca teria acreditado que eu poderia amar alguém como amei Bliss. Eu sabia agora que eu estava errado. Bliss era minha melhor amiga, ela era minha infância. Somos crescidos agora e nosso passeio acabou.

Lila parou na mesa que tínhamos encontrado fora da padaria em Sea Breeze. Eu já tinha comido aqui muitas vezes. Ela me ligou dois dias depois que Nate veio me ver perguntando se eu tinha ouvido falar dela. Eu não tinha no momento. Mas ele me disse que alguma merda tinha acontecido com Cruz e Lila tinha fugido.

Eu tinha perguntado onde ela estava quando ela ligou e me disse que estava em Nashville. Pensei em encontrar com ela. Mas eu não fiz. Ela não era minha. Ela nunca seria. Mas esta manhã eu tinha conseguido uma mensagem. Ela estava em Sea Breeze. Ela queria me ver.

O círculo escuro sob seus lindos olhos e a tristeza óbvias em sua expressão me doeu. Eu odiava vê-la assim. Eu sabia o desgosto que ela sentia. Nunca foi fácil. Destrói você. Recuperar-se depois exigiria força. E eu sabia que Lila tinha essa força.

“Eu pedi seu café do jeito que você gosta,” eu disse a ela quando se sentou à minha frente.

Ela tentou um sorriso. Ele era fraco e não encontrou seus olhos. “Obrigada.”

Eu a vi tomar um pequeno gole e depois levantar o olhar para mim. “Obrigada por me encontrar aqui.”

Dei de ombros. “Não tinha nada melhor para fazer. Sea Breeze tem sido chata.”

Lila não riu da minha tentativa de aliviar o clima. Em vez disso, eu podia ver os olhos dela irem para outro lugar. Seus pensamentos perdidos em outro momento. Eu a deixei ir viajar em seus pensamentos sozinha enquanto eu bebia um pouco do meu chá. Ela estava mais quebrada do que qualquer outra mulher que eu já tinha visto. Nate tinha-me contato a história. O que Cruz tinha feito. Por que Lila tinha deixado e como ela descobriu. Foi uma bagunça. Mas depois de conhecer Cruz isso não me surpreendeu. Nate disse que sabia que Cruz fodia aquela mulher casada quando eles eram adolescentes. Ele só não tinha pensado mais sobre isso ao longo dos anos.

“Você dormiu um pouco?” Perguntei trazendo-a de volta para o aqui e agora. Sem os demônios a provocando em sua cabeça.

Ela se concentrou em mim novamente, em seguida, começou a acenar com a cabeça e parou. “Não, não realmente. Quando eu fecho meus olhos... Eu estou lá naquela sala. Ela está me mostrando o vídeo... Eu os ouvi.” Ela parou e balançou a cabeça. “E eu sei que foi antes de mim. Eu sei que ele esteve com muitas, muitas mulheres antes de mim.” Ela fechou os olhos como se tivesse que dizer algo que ela não queria. Que não podia suportar olhar para mim como ela disse. “Aquela mulher se aproveitou dele. Eu nem sequer o culpo completamente pelo caso. Ela era a adulta na maior parte do seu... relacionamento.” Ela abriu os olhos lentamente e encontrou meu olhar. “É o vídeo. As coisas que ele disse a ela,” sua voz era um sussurro. “Se é isso que ele quer. Ele nunca disse essas coisas para mim. Nosso sexo... deve tê-lo aborrecido.”

Como eu estava completamente curioso eu queria saber o que ele tinha dito a mulher durante o sexo que a fez tão preocupada, eu fiz a pergunta óbvia. “Você não está preocupada com o fato dela estar grávida?”

Lila balançou a cabeça. “Não. Mesmo que ela esteja grávida, o que eu não acredito que seja verdade, não é dele. As mulheres afirmam a gravidez para tentar segurar um homem que perdeu desde o início da raça humana, eu acho. No início, eu acreditei nela e fiquei arrasada. Eu tive tempo para pensar sobre suas ações. O jeito que ela me disse. Como ela disse. Ela não é uma pessoa mentalmente estável.”

Eu tive que concordar com a parte do mentalmente estável. Se ela tinha começado a porra com o Cruz quando ele tinha dezesseis anos, então algo estava errado em sua cabeça. “Você vai voltar logo?” Perguntei.

Ela encolheu os ombros. “Eu vou ter que ir, eventualmente. Eu tenho meu estúdio para terminar. Minha vida para voltar. Vai ser difícil. Cruz não mentiu para mim porque eu nunca perguntei sobre suas experiências sexuais passadas. Mas ele sabia que essa coisa com Kelsey estava prestes a explodir e ele não me disse nada. Talvez ter sexo com ela quando ele era jovem e estúpido pode ser perdoado. Mas o vídeo que eu vi foi mais recente. Ele era mais velho. Ele ainda foi vê-la. Como posso confiar nele se ele não tem culpa por foder uma mulher casada?”

Ela tinha um ponto. E eu não tinha certeza se eu tinha uma resposta para ela. O que eu sabia era que todos tinham os seus segredos. Sua própria escuridão. Algo que eles escondiam do mundo. Escolher perdoá-los era uma escolha. Estaria perdendo a chance de ter esse “mais” que todos nós queríamos somente por ser incapaz de perdoar? Ou amar poderia ser o suficiente? Para cobrir tudo e curá-los tanto?

“Você ama Cruz?” Eu perguntei a ela.

Ela assentiu com a cabeça.

“Esse... vídeo ou as palavras desta mulher mataram um pouco desse amor? O enfraqueceu de alguma forma?”

Ela fez uma pausa, em seguida, sacudiu a cabeça. Seus ombros caíram, infelizmente, quando ela admitiu.

“Então você deve isso a si mesma, ouvi-lo e perdoá-lo. Se você não fizer isso está apenas prejudicando a si mesma.”

Os olhos de Lila se encheram de lágrimas. “Mas eu posso não ser suficiente para segurá-lo. Eu não estou... Eu não sou experiente. Eu não faço coisas como as que vi e ouvi. Eu sou.. Eu sou entediante.”

Isso me deu vontade de rir. A mulher na minha frente não era nada chata. Mas eu não ri porque eu tinha mulheres suficientes na minha vida para saber quando elas dizem merda que acreditam. Rindo disso não iria ajudar.

“Você não é nada chata. Claro, você é educada, formal e adequada. Você é gentil e atenciosa. Não usa sua beleza como uma arma. É completamente fascinante. Os homens olham para você. Eles ficam atordoados por você e você não percebe isso porque é distraída, o que a torna mais atraente. Cruz Kerrington e eu temos muito pouco em comum. Mas a única coisa que temos é que somos ambos heterossexuais. Eu sei o que ele vê quando olha para você. Sei também que o homem veio correndo atrás de você quando você deixou a cidade. Ele não queria perdê-la. Ele te ama, Lila. Eu o vi no seu apartamento naquela manhã. Volte. Deixe-o se explicar.”

Ela me deu um pequeno sorriso em seguida. “Você pensa tudo isso sobre mim?”

“Exatamente cada palavra que eu disse.”

“Por que não podia ter sido você? Por que meu coração tem que amá-lo?”

Eu ri então. Eu me perguntava a mesma coisa no começo, mas eu tive tempo para pensar nisso e eu sabia que tinha algumas coisas a enfrentar. Coisas para admitir para mim mesmo. E antes desse mês passado, eu não estaria pronto para seguir em frente. Eu estaria desperdiçando minha vida querendo uma mulher que nunca ia sentir o mesmo. Eu ainda estaria bagunçando cada encontro que eu tinha, porque eu estava comparando-as a Bliss. Mas as coisas eram diferentes agora. Eu era diferente.

Eu tinha que agradecê-la. Foi tudo por causa de Lila.


Quarenta e Três

Lila Kate

 


LEVOU TRÊS HORAS para que meus pais fossem embora. Quando eu mandei uma mensagem para eles dizendo que estava em casa, eles vieram com alimentos depois de uma hora. Eles não falaram sobre Cruz ou a razão de eu ter fugido. Nós comemos. Eu disse a eles todos os lugares onde eu tinha ido. Foi uma conversa difícil no início. Quando meu pai mencionou que iria lidar com alguns problemas, eu imediatamente o avisei que eu nunca o perdoaria se ele dissesse ou fizesse qualquer coisa para Cruz. Ele parecia muito infeliz com isso, mas com o incentivo de minha mãe, que tinha concordado em deixá-lo em paz.

Conseguir que eles saíssem e me dessem um tempo sozinha, tinha sido outro problema. Quando Ophelia chegou em casa, eles finalmente saíram. Deixei escapar um suspiro de alívio quando saíram pela porta.

“Faz tempo que eles estão aqui?” Ela perguntou enquanto se servia de um copo de água.

“Sim. Mas eles estavam preocupados e precisavam saber que eu estou bem. Apenas feliz que acabou.”

Ophelia se aproximou e sentou-se em minha frente no sofá. “Você falou com ele?”

Eu sabia que ela estava se referindo a Cruz. Eu balancei minha cabeça.

“Você vai?” Ela perguntou.

Eu pensei em tudo que Eli havia dito na minha volta para casa ontem. “Sim. Eventualmente. Teremos de falar.”

“Kelsey não esta grávida,” ela disse me observando de perto para ver minha reação.

“Eu realmente nunca pensei que ela estivesse. Mas como é que eles sabem disso?”

“Mamãe disse que Woods ameaçou dar queixa de pornografia infantil. Ela tinha vídeos em seu escritório tendo relações sexuais quando ele tinha... bem, quando tinha dezesseis anos.”

Eu não poderia responder a isso. Eu odiava esses vídeos.

“Desculpa... Eu não deveria ter tocado no assunto, mas pensei que você gostaria de saber. Quer dizer, eu fiquei chocada sobre você estar com Cruz. Vocês dois, bem, vocês realmente não se encaixam. Ele é Cruz. Os vídeos de sexo, uma mulher diferente a cada noite, as festas loucas de Cruz.”

Isso era tudo o que as pessoas viam quando eles olhavam para Cruz. O que ele tinha feito. Não quem ele era. Ninguém nunca olhou de perto o suficiente para se importar? Ninguém além de mim?

“Ele é inteligente e cheio de ideias. Ele tem um grande coração e nunca quis machucar ninguém. Ele ama a sua família e não quer decepcionar o seu pai. Há muito mais sobre o Cruz do que o que ele fez.”

Ophelia sentou-se calmamente e seus olhos me estudaram. “Você realmente o ama, não é?!” Isso não era uma pergunta.

“Meu amor por ele não é o problema. O que me preocupa é se isso é o suficiente.”

Ophelia se levantou, andou até mim e colocou o braço em volta. “É sobre encontrar a sua própria perfeição torcida, se deixando apaixonar tanto e ter uma chance. Se você já fez tudo isso, você não tem nenhuma razão para desistir. Não agora.”

“E se ele não estiver desistindo, mas só aceitando a realidade?” Eu perguntei a ela.

Ela sorriu. “Você não sabe o que é a realidade ainda.”

Isso tudo parecia fácil. Mas eu sabia que nada daquilo era. Amar Cruz foi como brincar com uma chama muito quente. Eu ia ficar queimada, eventualmente. Fui dormir naquela noite me perguntando se isso valeu a pena.

Uma semana mais tarde, eu percebi que toda a minha preocupação em perdoá-lo era inútil. Cruz não tinha vindo falar comigo. Ele não tinha ligado para me verificar. Todas as mensagens de voz e de textos me implorando para perdoá-lo no dia em que fugi eram dele. Ele não me ligou ou mandou uma mensagem novamente. Esta cidade não era pequena. Ele sabia que eu estava de volta e não veio se explicar. Ele não estava fazendo nada.

Passei os dias trabalhando no estúdio, pedindo para isso acabar, chorei no chuveiro até que estivesse cansada demais para chorar mais e, em seguida, fui para a cama. Isso se tornou uma rotina. Minha mãe tinha me chamado para almoçar, mas eu disse a ela que estava muito ocupada. Ela acabou vindo me trazer comida no estúdio outro dia.

Ophelia foi para Sea Breeze com sua família. Eles estavam indo visitar Nate e Bliss por algumas semanas. O apartamento estava em silêncio. Tudo que eu tinha eram meus pensamentos e esses eram sempre sobre Cruz. Eu estava começando a ansiar pelo dia em que eu iria tomar um banho e não acabaria em lágrimas. Eu queria a minha felicidade de volta.

A pintura foi feita. Espelhos seriam instalados com barras ao longo das paredes. Em seguida seria o chão. Os sons de construção e trabalhadores me deu algo para me concentrar diferente de Cruz.

Quando há segunda semana, desde o meu retorno, chegou ao fim, eu não chorava mais no chuveiro. Eu assisti a um filme antes de ir dormir e comi uma refeição inteira em vez de apenas mordiscar. Olhando para o teto naquela noite eu percebi que a minha vida ia ficar bem. Cruz não veio me ver. Mas eu precisava do fechamento. Suas ações ou não ações contaram-me o que eu precisava saber sobre nós. Ele estava acabado, mas eu tinha algumas coisas a dizer a ele primeiro.

Eu me levantei de manhã e gostaria de encontrar Cruz. Eu nos daria o fechamento que eu precisava. Então eu iria finalmente colocar Cruz Kerrington para trás. Seguiria em frente e desta vez não olharia para trás.


Quarenta e Quatro

Cruz Kerrington

 


MAIS FELIZ. Lila Kate estava mais feliz. Eu a tinha visto. Eu fui a Sea Breeze mesmo depois que Nate tinha me dito que ela não estava lá e eu a encontrei. Ela estava lá. Ela estava mais feliz. Eli estava sentado a sua frente e ela estava sorrindo. Ele sorria. Eles estavam livres de culpa, escuridão e de dor. Lila Kate pertencia a ele. Aceitar isso tinha sido doloroso. Eu queria que ela fosse feliz. Eu a tinha machucado de uma maneira que ele nunca faria. Eu precisava dela. Mas ela precisava dele. Eu a amava mais do que qualquer homem jamais faria.

Isso não importa. Vendo seu sorriso. Rir. Tudo tinha sido tão claro. Ela precisava dele. Não de mim. Fodido Cruz Kerrington não merecia Lila Kate. Ela teria alguém novo. Alguém que não iria quebrar o seu coração. Eu queria que ela fosse feliz. Deixando-a lá com ele tinha sido uma das coisas mais difíceis que eu tinha feito. Mas ela voltou para a casa. E agora eu estava aqui.

Eu a assisti por duas semanas. Ela não saiu. Trabalhou durante todo o dia, pediu comida, então foi para a cama cedo. Mais de uma dúzia de vezes eu quase saí desta maldita caminhonete do trabalho que eu estava usando do departamento de manutenção de campos do clube e fui até lá bater em sua porta. Mas eu não podia. Ela não tinha me ligado. Ela não tinha vindo me encontrar. Nem mesmo uma mensagem.

Meu passado era mais do que ela podia aceitar. Mas o que eu podia esperar? Lila Kate não estava manchada de qualquer forma. Ela nunca teve uma situação tão complicada. Eu era a porra do seu único pesar. Tomei um gole de café que eu tinha começado a beber porque não conseguia dormir à noite e a exaustão que veio com essa falta de sono exigia cafeína.

Meu pai não me queria no clube. Ele disse que eu tinha que crescer muito para poder trabalhar lá. Agora que o problema com Kelsey foi tratado e ela se foi, ele decidiu que era melhor que eu não tivesse relações com o clube, eu só podia trabalhar na equipe de cuidados com o gramado do campo de golfe.

Eu acordava às quatro da manhã para cortar a grama, colher erva daninha e limpar o lixo sete dias por semana. Papai disse que se eu não quisesse fazer isso e trabalhar, iria ser da maneira mais difícil, eu era bem-vindo para encontrar outro futuro. O clube significava muito para ele confiá-lo a mim depois de expor o meu comportamento imoral.

Eu esqueci o pedaço de bolo na minha mão que eu tinha trazido do café quando vi Lila Kate andar fora pela primeira vez em duas semanas. Deixei-o no assoalho do carro e coloquei meu copo para baixo enquanto ela fazia seu caminho até o carro. Ela estava indo para algum lugar. Estava indo de volta para ele? Ela estava deixando este lugar para ir a Sea Breeze? O pânico se estabeleceu em mim pois eu sabia que ela merecia o que Eli Hardy poderia lhe dar.

Uma vez que ela dirigiu, eu a segui. Percebi que isso não era saudável, mas eu acreditei que eu estava fodido na cabeça como meu pai tinha dito. Eu precisava de terapia ou algo assim. Imaginei que essa merda de cuidar do gramado antes do sol nascer era uma boa terapia.

Não me levou muito tempo para descobrir que ela estava indo para a minha casa, não para Sea Breeze. Antes dela virar na minha entrada, parou o carro na calçada e eu desacelerei a caminhonete. A porta do carro se abriu e ela virou para olhar para mim com as mãos nos quadris como se estivesse irritada.

Eu vinha atrás dela, virei a caminhonete e sai.

“Você está me seguindo?” Ela perguntou. “Você acha que óculos escuros e um boné de beisebol são um disfarce real?”

Eu pensei que tinha me escondido o suficiente. Eu estava dirigindo esta caminhonete velha e empoeirada. Fiquei impressionado que ela tinha prestado a atenção ao seu redor para perceber que ela estava sendo seguida. “Sim.”

“Por quê?” Ela perguntou.

“Eu estava preocupado com você.” E tentando criar coragem de falar com você. Mas eu não disse isso.

Lila Kate caminhou na minha direção e suas mãos pequenas me empurram com força no peito. “Eu voltei há duas semanas. Isso é tudo que você tem a dizer?” Ela gritou me empurrando para trás. “Você estava preocupado comigo? Por que Cruz? Por que você estava preocupado comigo? Porque sua amiga casada e insana me mostrou fodidos vídeos de vocês dois e me disse que estava grávida de seu filho?” Lila Kate foi falando mais alto e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Estendi a mão para tocar seus braços. Para impedi-la de me empurrar para a estrada, tentando acalmá-la.

“NÃO! Não me toque. Você não pode me tocar! Eu te amei! E você esperou por duas semanas, sentado do lado de fora e me vigiando!”

Ela sabia que eu estava sentado do lado de fora de sua casa? Droga. Ela era mais perspicaz do que eu imaginava.

Lágrimas estavam fluindo livremente pelo seu rosto agora. Ela chorou e me bateu com os punhos. Uma vez no braço e outra no peito. Depois que ela me atacou, virou-se e começou a correr de volta para seu carro.

“Você disse que me amava,” Eu falei. “Isso é passado, Lila Kate. Está acabado? Você ama alguém tão rápido assim?” O medo estava obstruindo minha garganta. Eu a observei, enquanto segurava um pequeno pingo de esperança de que ela me perdoasse. Que ela não tinha se mudado tão rapidamente para Eli Hardy. Que ela ainda me amava. Que não seria capaz de me amar depois do que ela viu, do que ela sabia, era pior. Como eu lutaria por ela se ela não me ama mais?

Ela parou. Nós dois ali. Ela estava de costas para mim. Esperei mesmo que eu quisesse correr para ela. Para segurá-la. Para pedir-lhe para me amar.

“O que você quer de mim?” ela perguntou voltando-se para mim. Seu rosto coberto de lágrimas estava manchado e vermelho.

“Tudo,” eu respondi honestamente.

“Onde você esteve?”

“Do lado de fora da sua casa. Nessa maldita caminhonete,” eu admiti.

“Por quê?”

“Porque eu estava aterrorizado com isso. Que eu não tivesse chance de fazer isso direito. Que eu tivesse perdido tudo. Que eu tivesse perdido você.”

“Então você não veio me procurar? Você deixou-me pensar que tínhamos terminado?”

Eu balancei minha cabeça. “Eu liguei, mandei mensagens para você e você nunca respondeu. Eu estava esperando. Dando-lhe tempo. E... Eu vi você com ele. Eu vi você sorrir. Eu vi você rir. Você estava feliz, Lila. Eu quero que você seja feliz. Eu não fui embora. Eu estava do lado de fora o tempo todo. Exceto quando eu estava cortando grama e colhendo erva daninha às quatro da manhã no campo de golfe.”

“Você me viu sorrindo com quem?” Ela perguntou com confusão no rosto.

“Eli.”

“Eli? Em Sea Breeze?”

“Eu fui procurar por você. Eu encontrei você. Com ele. Ele fez você sorrir. Ele é bom. Ele não fez mal a você como eu fiz.”

Ela não respondeu de primeira. Ela só ficou lá olhando para mim enquanto deixava a minha confissão se afundar. Ela não podia negar o que eu tinha visto. Como Eli a tinha feito esquecer a dor. Tinha-lhe dado uma razão para sorrir. Ele nunca iria machucá-la como eu fiz, mas nós dois sabíamos que ele nunca poderia amá-la como eu a amo. Ninguém poderia.

“Quando foi a última vez que esteve com ela?” Ela me perguntou.

“Três meses atrás. Eu estava bêbado. Ela me chamou. Fui até ela. Era um hábito. Um que vou me arrepender para o resto da minha vida.”

“No começo, você a amava?”

“Eu era um garoto, Lila. Eu amava qualquer mulher que deixasse meu pau ficar em sua boceta. Então ela começou a me contar o quão maltratada ela era e como seu marido não tinha relações sexuais com ela. Eu senti pena dela. Em um ponto, eu acho que eu pensei que nós éramos amigos, mas sempre foi uma manipulação da parte dela. Eu nunca a amei. Eu me apaixonei uma vez. Eu ainda estou. Mesmo quando eu não percebia isso, Lila, foi você. Sempre você. A garota que eu nunca me senti bom o suficiente. A menina que eu observava de longe e sonhava à noite. Só você.”

Ela fungou e enxugou uma lágrima. “Eu tenho medo de que você vá ficar entediado comigo. Nós somos tão diferentes. Eu... Eu não sou tão experiente ou aventureira. Eu poderia ser, mas eu nem sei como.”

Meu peito estava mais leve do que em semanas. Eu puxei a minha primeira respiração profunda desde o momento que descobri que Lila Kate estava desaparecida. “Você está falando sério?” Perguntei dando um passo em sua direção.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você tem alguma ideia de quão perfeita você é para mim?”

Ela balançou a cabeça neste momento.

“Não houve uma vez em minha vida que eu pensasse sobre meu futuro e não te vi nele. Seu rosto estava sempre lá. A sua voz na minha cabeça quando eu estava fazendo a coisa errada. Aqueles olhos me assombravam mesmo quando eu estava desmaiado de bêbado. Você tem estado comigo em cada momento da minha vida. Mesmo se eu não quisesse você lá, meu coração queria você. Minha alma encontrou a sua companheira quando eu era criança. Eu poderia ter lutado contra ela, mas a conexão já tinha sido feita. Sempre será assim.” Dei mais um passo em sua direção. “Você pode até me odiar. Você nunca pode nunca me perdoar. Você pode me dizer para sair e não voltar. Mas eu vou te amar para sempre. Isso não vai mudar.”

Ela fungou novamente. “Isso significa que você vai sentar-se do lado de fora como um perseguidor me vigiando?”

Eu sorri. “Provavelmente sim.”

Lila Kate fechou a pequena distância entre nós e colocou as mãos no meu peito suavemente desta vez. “Isso não me deixa nenhuma outra escolha, então farei isso.”

“Você está indo para obter uma ordem de restrição?” Eu provoquei.

Ela sorriu então. Um grande sorriso bonito que deixava meus joelhos fracos durante o tempo que eu me lembrava. “Essa é uma opção,” ela respondeu. “Mas eu acho que eu vou com a opção número dois.”

“E qual é?” Perguntei.

Ela ficou na ponta dos pés e deu um beijo em meu queixo. “Te amar pelo resto da minha vida.”

Eu segurei seu rosto em minhas mãos e olhei para a mulher que seria sempre a que me salvou. Ela era meu centro. Amá-la tinha me destruído. O velho eu tinha ido embora. O homem descuidado, egoísta que eu era não estava mais lá. Eu queria ser bom o suficiente para ela. E eu seria. Eu seria o tipo de homem que meu pai era. Minha vida tinha um propósito.

Tudo por causa de Lila

Estendi a mão e desliguei a frigideira, em seguida, agarrei-a e a levantei para colocá-la no balcão. Espalhei seus joelhos abertos, me coloquei entre eles e puxei-a contra mim antes de tomar sua boca novamente. Eu poderia ficar assim durante toda a noite.

Com suas pernas em volta da minha cintura, ela agarrou meu rosto e me beijou de volta com tanta paixão quanto eu sentia. Era intoxicante. Cada toque, cheiro, som que ela fez me deixou louco. Meu maior arrependimento foi ter dormido com ela bêbado, como se ela fosse um caso de uma noite. Ela era especial. Eu queria lembrar como era a sensação de estar dentro dela. Saber como seu rosto parecia quando ela gritasse com um orgasmo.

Suas mãos se moveram para o meu peito, e ela os correu sobre o meu abdômen. Sentindo cada um enquanto ainda me beijava. Nossas línguas entrelaçadas. Nossa respiração sincronizada. Corri minhas mãos para cima em suas coxas querendo tocá-la e vê-la se contorcer e implorar para ter seu perfume nos meus dedos.

Ela abriu mais as pernas e a saia curta que ela usava deslizou por suas coxas até que estivesse nua. Eu podia ver o cetim branco e renda de sua calcinha. O tecido úmido estava agarrado a ela, e como um homem das cavernas, eu queria bater no meu peito que eu tinha feito isso. Eu a tinha deixado toda molhada apenas com um beijo.

Esfregando um dedo sobre o tecido fino, delicado, vi seu rosto enquanto seus olhos queimaram e seu rosto corou. Deslizando um dedo dentro, eu gemi de prazer ao calor que tocou meu dedo. Eu podia sentir sua excitação. Ela queria que eu a tocasse. Ela queria isso também.

“Eu beijei você aqui.” A memória voltou claramente. O cheiro me bateu e com ele veio à memória de suas pernas jogadas sobre meus ombros enquanto eu a comia como uma porra de um buffet que eu não poderia obter o suficiente.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você gozou na minha língua.” Minha voz era rouca de desejo.

“Sim.” Ela sussurrou.

Eu comecei a ficar de joelhos, e ela agarrou meus braços. “Não, não.”

Eu parei e olhei para ela. Esperei por uma razão para não. Eu nunca tinha tido uma mulher me pedindo para não lambê-la.

Ela respirou fundo. “Eu não estou preparada para isso. Preciso de tempo.”

Ela não estava bêbada. Nós não estávamos em um bar. E eu estava agindo como um maníaco louco por sexo.

“Eu sinto muito. Eu me empolguei. A memória...” Eu parei.

“Foi fantástico. Mas... Eu já passei por outras coisas desde então. Preciso de tempo. Eu gosto de você, Eli. Você me faz sorrir. Eu não quero estragar isso. Minha cabeça e meu coração precisam estar no mesmo lugar.”

Isto não era apenas sobre o nosso tempo. Tratava-se de Cruz Kerrington. Eu tinha que competir com as lembranças dele. Mas eu não tinha medo disso. Ele a tinha machucado. Eu nunca faria isso. Eu poderia ajudá-la a curar, e eu sou paciente, Deus, porra, eu sou tão paciente. Lila se encaixa comigo. Nós nos complementamos. Temos as mesmas ideias, gostos, crenças, e poderíamos ser um excelente casal. Eu nunca a faria sofrer.

Mas ela tinha que superar Cruz em primeiro lugar e seguir em frente com o que ela passou. Se eu fosse dar o meu coração para outra mulher, eu precisava saber que ela queria. Eu poderia ser paciente e esperar.

Eu deixei minhas mãos descansarem sobre as coxas. “Ok. Eu posso esperar.”

Ela suspirou de alívio e me abraçou. “Obrigada. Eu tenho muita sorte de ter você. Agora, eu estaria perdida e sozinha. Mas você está aqui e eu... Estou muito feliz que você veio.”


Trinta e Um

Lila Kate

 


DEPOIS DO JANTAR eu levei Eli para uma caminhada pela cidade. Ele tinha ouvido Bliss falar muito sobre este lugar, e queria ver mais. As noites aqui eram muito familiares. Crianças andando de bicicleta ao longo das calçadas, casais andando e comendo cones de sorvete e desfrutando de um dia quente, o riso dos adolescentes enquanto andavam em grupos, e a maioria deles ainda vestiam seus trajes de banho. Também havia os turistas, e era o que mantinha a área próspera.

“É um local de férias para os ricos,” Eli disse com um tom divertido.

“Aqui não é como Sea Breeze. Não há condomínios, apenas casas costeiras de luxo para alugar. Atrai um público muito diferente. Não somente adolescentes bêbados dirigindo e gritando uns com os outros através de seus tetos solares ou janelas. Eu gosto disso.”

“Há condomínios... só não gosto dos seus condomínios. Estes são pequenos e os edifícios têm somente dois andares. Como aquele lá.” Apontei para o que eu estava falando.

Eli riu. “Isso não é um condomínio. Você viu os vinte edifícios de vinte andares em Sea Breeze. Você sabe do que estou falando.”

Concordei que era muito diferente, e ele não estava mesmo do lado da elite de Rosemary Beach, que foi isolada para os turistas. Kerrington Club era o início da área privada. Eu não queria levá-lo lá. Ainda não.

“Lila Kate!” Eu ouvi meu nome e fiz uma pausa para olhar ao redor. Então eu vi o Mustang vermelho que Jace Montgomery tinha ganhado em sua formatura do ensino médio este ano. Eu acenei para ele.

“Lado errado da cidade, baby. Você se perdeu?” Eu ignorei o fato de que um jovem de dezoito anos de idade me chamou de ‘baby’, simplesmente porque esse era Jace. Ele estava brincando. Ele sempre foi alegre, e eu o conhecia desde o seu nascimento. Eu tinha ido para o hospital com meus pais quando ele nasceu.

“Mudei-me para cá.” Eu disse quando ele estacionou o carro ao nosso lado.

“Você mudou-se para o centro da cidade?” Ele perguntou incrédulo.

Eu balancei a cabeça. “Sim. Jace este é meu amigo, Eli Hardy. Eli, este é Jace Montgomery.”

Jace lançou-lhe um sorriso branco brilhante. “Prazer em conhecê-lo, Eli.”

“Mesmo aqui.” Eli respondeu.

Então Jace olhou para mim. “Você está morando aqui de verdade?”

“Sim, Jace. Acima do prédio onde eu vou abrir meu estúdio de dança.”

Os olhos de Jace se arregalaram. “Droga, isso é incrível. Última vez que ouvi sobre você tinha saído da cidade e Cruz tinha ido atrás de você. Pelo menos isso foi o que disseram.”

“Estou de volta. Decidi começar minha vida aqui.”

Ele assentiu. “Sinto muito por sua avó. Eu não estava na cidade quando aconteceu. É por isso que eu não vim com meus pais.”

“Obrigada. Tudo bem.”

Ele sorriu para Eli novamente. “Mantenha esta selvagem na coleira. Tenham uma boa noite. Tenho que ir.”

“Tchau, Jace.” Eu disse. Ele girou suas rodas em resposta e se dirigiu de volta para o outro lado da cidade.

“Ele tem dezoito anos. Essa é a única desculpa que tenho por ele.” Eu disse a Eli quando Jace se foi.

Eli riu. “Eu percebi isso. Eu tive dezoito anos, uma vez também.”

O ar da noite ainda estava quente, mas eu senti um arrepio apesar disso. Meu coração vibrou engraçado, e eu o reconheci. A maior parte da minha vida eu tinha reagido dessa forma quando Cruz estava perto. Eu queria fingir que eu não o senti agora. Que ele tinha ido embora. Mas eu olhei por cima do ombro, porque eu precisava saber se o meu corpo ainda estava me traindo.

Com certeza, lá estava ele. Sua motocicleta estacionada de frente ao meu prédio. Os braços cruzados sobre o peito e o olhar fixo em nossas costas enquanto nos afastávamos. Ele tinha vindo me ver. Eu senti meu peito apertar, e porque ele estava aqui para me ver me irritou. Eu queria não me importar. Eu queria ser a mulher forte e independente que tinha seguido em frente.

Mas não era assim. Eu queria falar com ele. Eu queria saber por que ele estava lá. Olho para ele e gostaria que ele fosse mais. Gostaria que fosse o cara dos contos de fadas. Desejo todos os tipos de coisas inúteis que eu nunca teria. Isso nunca aconteceria.

Eu não fui para ele. Voltei minha atenção de volta para Eli, onde estávamos andando, apreciando o céu noturno, qualquer coisa, menos Cruz. Não era justo deixar Eli para falar com Cruz e nem eu estava levando-o de volta para lá. Cruz nos viu. Ele sabia que Eli estava aqui agora. Ele também sabia que eu escolhi Eli.

Cada passo que demos para longe de Cruz meu coração doeu mais. Era tudo que eu podia fazer para não virar e correr para ele. Para pedir-lhe para ser diferente.

Quando Eli perguntou se eu queria um sorvete, eu sorri para ele e disse que eu queria. Então eu arrisquei um olhar para trás. Cruz ainda estava lá. Ele precisava sair. Eu precisava que ele fosse para outro lugar agora.

O Shack Sugar tinha uma fila até o lado de fora. Era o único lugar que tinha sorvete na cidade e atraia uma multidão. Chegamos à fila e vi como as crianças imploravam por doces e outras guloseimas. Os pais estavam de férias e estavam explodindo sorrisos. O estresse diário do dia se foi. Muitos adultos tinham um frozen em suas mãos. Tentei me concentrar na cena em torno de mim e não olhar para trás.

“Este lugar parece popular.” Disse Eli.

“É o único lugar para tomar sorvete na cidade.”

Ele pareceu surpreso. “Alguém precisa dar-lhes alguma competição.”

Eu ri com isso, mas tomei a minha chance de olhar para trás, para Cruz novamente. Desta vez, ele tinha ido embora.

O peso no meu peito estava lá. Meu apetite para tomar sorvete desapareceu. Mas eu sorri de qualquer maneira. Deixei-me ser uma parte da felicidade em torno de mim. O sol beijou a pele das crianças que não tinham preocupações, nenhum desgosto. Se apenas a vida ainda fosse assim, tão fácil.

“Eli...” eu disse enquanto olhei para ele.

“Sim?”

“Eu acho que eu sou um desperdício do seu tempo.”

Ele parecia triste por um momento, e então ele colocou o dedo embaixo do meu queixo e segurou meu rosto com os dedos. “Você nunca vai ser um desperdício do tempo de ninguém.”

“E se você estiver errado?”

Ele me deu um pequeno sorriso. “Então eu terei uma lembrança incrível de uma menina que eu tive sorte o suficiente de conhecer.”

Se apenas suas palavras me fizessem sentir melhor.

Olhando para trás mais uma vez, eu olhei para Cruz ou quaisquer sinais de que ele fosse magicamente reaparecer.

Ouvi Eli suspirar suavemente. “Ele se foi, Lila.”


Trinta e Dois

Eli Hardy

 


TUDO PARECIA MELHOR QUANDO acordei com o cheiro de bacon. Ontem à noite não foi o que eu esperava que fosse. Lila estava presa a Cruz Kerrington, e eu fiz o meu melhor para ignorar o fato de que ela não estava completamente comigo ontem à noite. Seus pensamentos estavam em outro lugar.

Mas eu gostava de bacon. Alonguei-me, bocejei e me sentei para ver Lila, em um pijama rosa e seus cabelos em um rabo de cavalo, de pé na cozinha. Essa era uma visão que eu poderia passar o resto da minha vida desfrutando. No entanto, quanto mais tempo eu passasse com ela, mais eu percebia que ela seria a única a ir embora. A garota da qual eu falaria por anos e anos, quando relembrasse os velhos tempos.

“Cheira bem.” Eu disse com a minha voz ainda embargada do sono.

Ela levantou a cabeça, pois estava mexendo em uma tigela e sorriu. “Nada especial. Panquecas e bacon. Mas eu tenho blueberries frescas e calda de mirtilos para colocar sobre elas. Mesmo um pouco de chatilly, se você estiver se sentindo aventureiro.”

Eu ri me levantando. “Estou sempre me sentindo aventureiro. Especialmente com panquecas.”

O olhar de Lila percorreu o meu peito nu, então eu levei o meu tempo pegando a camisa que eu tinha descartado ontem à noite. Deixei-a olhar bem. Eu sabia que meu peito era impressionante. Eu trabalhei duro para manter meu corpo em forma. Eu a assisti, e quando ela percebeu que tinha sido pega me verificando desviou o olhar e corou adoravelmente. Eu considerei ficar sem camisa, mas decidi que isso seria desespero.

Puxando minha camisa sobre a minha cabeça, eu caminhei até a cozinha, peguei um banquinho e me sentei em frente de onde ela estava trabalhando. “Eu me ofereceria para ajudar, mas você parece ter tudo sob controle e parece que você está quase acabando.”

“Eu terminei. Quer um café?”

Eu preferia chá, mas eu assenti. “Sim, mas eu pego.”

Ela virou-se e pegou um copo. “Não. Fique sentado.”

Observei-a pegar o meu copo. “Creme ou açúcar?”

“Não, obrigado.”

Ela entregou-me. “Aqui está.”

Eu comecei a falar, mas quando bateram na porta lá embaixo nós dois paramos. Lila franziu a testa e esperamos. Logo depois, aconteceu de novo. Ela tirou a frigideira fora do fogão. “Eu acho que alguém está na porta.”

“Vou verificar,” eu disse, já em pé. “Você está no meio de tudo isso.”

“Ok. Obrigada.” Ela respondeu e voltou para terminar o bacon.

Eu estava quase descendo as escadas quando percebi quem eu estava prestes a cumprimentar na porta. Foi uma coisa de instinto. Eu deveria ter esperado que ele voltasse depois da noite passada. Lila estava tão ocupada olhando para Cruz que ela não tinha percebido que eu verifiquei para ver o que tinha sua atenção. O cara ficou lá por algum tempo. Ela não ir para ele foi como uma jogada ousada, mas eu ainda achava que ela estava frágil. Ele vir aqui esta manhã não era bom.

Mas esta não era a minha decisão a tomar.

Quando cruzei o estúdio e cheguei às portas duplas da entrada, lá estava ele. Exatamente quem eu esperava. Parecendo que bebeu um litro de uísque e não tinha dormido nada.

Eu queria deixar sua bunda lá fora. Segura longe de Lila. Para não magoá-la ainda mais. Mas então ela poderia ter uma razão de ficar zangada comigo. Eu não estava aqui para protegê-la. Pelo menos não por isso.

“Cruz.” Eu disse enquanto abria a porta.

Ele me empurrou e se dirigiu para a porta dos fundos, que levava para o apartamento. Eu estava certo sobre o uísque, ele fedia como um bar. Isto não era o que ela precisava. Mas ele não pareceu dar a mínima.

“Você está tentando machucá-la?” Eu perguntei ainda de pé na porta, desejando que ele fosse embora. Ele parou e esperou um pouco antes de olhar de volta para mim.

“Você não sabe de nada. Ela não te ama. Você é a porra de um curativo.” O ódio em seu tom foi um pouco alarmante.

Dei de ombros. Eu não me afetei pelo seu ódio e eu não estava com medo dele. Ele era forte, alto, mas estava de ressaca, e eu tinha a vantagem. “Eu sei que ela está sofrendo. Ela está tentando se curar. Mas você não a deixa. Você se mantém rasgando-a uma e outra vez.”

Ele olhou para mim. Como se quisesse me matar com as próprias mãos. Eu não me movi. Eu não quero lutar com o cara. Lila não ficaria feliz com isso.

“Eu não sou bom o suficiente para ela. Por que ela não pode ver isso?” Ele parecia aflito. Tinha muito menos raiva e mais sofrimento.

“Eu acho que ela pode. Mas você pode?”

Seu ódio veio à vida. “Eu a amo. Eu morreria por ela. Eu tomaria a porra de um tiro por ela. Você pode dizer isso? Você mal a conhece. Eu a conheço toda a minha vida. Amei-a mais que a metade disso. Eu só não queria.” Quando ele disse as palavras, eu pude ver o choque em seus olhos. Ele se surpreendeu. Eu duvidei que ele alguma vez tenha admitido isso em voz alta.

“Você tem um jeito engraçado de demonstrar amor.” Eu disse a ele.

Ele passou as mãos pelos cabelos e o olhar selvagem em seus olhos era de um homem destruído. “Ela está me destruindo. Porra, eu estou arruinado. Eu preciso dela. Eu estou tão viciado nela que eu não consigo funcionar direito. Eu não suporto que ela esteja com você. Que você ou alguém como você vai ser o caminho certo para ela. Bom o bastante. Que ela vá pertencer a outro homem. Eu não posso aguentar!” Ele rugiu e puxou os cabelos como um homem possuído.

“Você bebeu demais. Vá para casa, durma um pouco. Pense nisso e se você ainda quiser volte.”

Ele balançou sua cabeça. “Eu não posso sair. Não com você lá em cima com ela.”

Isso era pior do que eu pensava. Ela estava apaixonada por um psicopata. Por que ninguém em sua vida se preocupou com isso? O cara precisava de alguma ajuda mental.

“Se você a ama, então seja o homem que ela merece. Isso...” eu disse acenando com a mão para ele. “Não é o homem certo. Você está uma bagunça do caralho.”

Ele me olhou e começou a vir para mim. Seus punhos estavam cerrados ao lado do corpo, então eu me preparei para me defender. Eu odiava bater em um homem bêbado, mas eu não iria deixá-lo chutar a minha bunda também.

“Cruz!” A voz de Lila o deteve. Olhei por cima do ombro para vê-la lá, em pé. Tão inocente e doce. Este louco, que ela amava, não estava nada bem.

Ele fez uma pausa, em seguida, virou-se para ela. “Lila.”

As lágrimas em seus olhos não estavam caindo ainda, mas elas estavam lá. Não derramadas.

“O que você está fazendo?” Perguntou ela, soando como um professor brigando com um estudante indisciplinado.

“Eu te amo.” Disse ele.

Suas lágrimas se soltaram em seguida. “Eu ouvi.”

Eles ficaram lá olhando um para o outro. Eu andei em torno deles e de volta para cima para pegar minhas coisas. Eu não pertenço a este lugar. Não agora.


Trinta e Três

Cruz Kerrington

 


LUTAR ERA IMPOSSÍVEL. Eu tentei. Eu tinha tentado tão forte. Mas eu não podia. Eu era bom o suficiente para Lila Kate? Não. Ela sabia todos os meus segredos obscuros? Não. Será que ela me amaria se soubesse? Provavelmente não. Ela me odeia. Eu não quero que ela me odeie.

Ela virou-se e agarrou o braço de Eli quando ele veio para baixo com sua mochila. Ele passar a noite aqui tinha sido a última gota. Eu tinha quebrado. Meu peito explodindo teria doído menos do que vê-la com ele na noite passada. Comendo um fodido sorvete, andando pela cidade como um casal. Eu não podia suportar isso. Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.

“Deixe-me falar com ele, você não tem que ir.” Ela disse a Eli.

“Sim, ele tem que ir.” Argumentei.

Ela franziu a testa para mim. “Não, ele não tem.”

“Sim, eu tenho.” Disse ele, me salvando de ter que discutir com ela. Porque esse idiota precisava voltar para a porra do Alabama e ficar lá. “Isso...” disse ele apontando entre Lila Kate e eu. “Isso precisa ser resolvido. Estou no caminho, e honestamente, eu não quero ver mais um acidente de trem.”

Dei um passo em direção a ele, minhas mãos cerrando os punhos. Lila Kate estava na minha frente antes que eu pudesse dar dois passos. Ambas as mãos no meu peito. “Cruz. Não. Basta ir lá pra cima. Por favor.”

Seus grandes e belos olhos estavam me dizendo para ir lá para cima... Para o apartamento dela. Isso significava que eu não seria aquele que iria embora. Então eu recuei e concordei.

“Obrigada.” Ela sussurrou, como se ele não pudesse ouvi-la.

“Não toque nela.” Eu o avisei, certificando-me de que ele entendeu que eu o encontraria, e me certificaria que suas mãos não trabalhassem novamente.

“Cruz, por favor.” Lila Kate implorou.

Me virei e caminhei até a porta, apenas olhando para trás uma vez.

“Sinto muito sobre tudo isso,” ela disse. “Eu nunca esperei que ele viesse aqui.”

“Mas você está feliz que ele fez.” Eli respondeu.

“Sim.” Disse ela sem hesitação.

Deixei-os. Ela me queria. Ela não estava pedindo-lhe para ficar. Proclamando que o amava. Chorando por ele. Eu não a tinha perdido ainda. Não era tarde demais para nós. Eu me preocuparia com meus segredos mais tarde. A merda que eu ainda tinha que acabar. Eu lidaria com isso. Por agora, eu só precisava de Lila Kate.

O cheiro de bacon encheu o apartamento quando cheguei ao degrau superior. A área era um grande espaço aberto, espaçoso, e Lila Kate tinha colocado seu toque nele. Sorri para todos os tons de vermelhos e amarelos. Ela adorava cores vibrantes. De alguma forma ela fez as cores, que eu normalmente não me importava, atraente.

Havia panquecas no balcão, junto com mirtilos e bacon. Ela tinha feito o café da manhã. Ciúme me comeu por dentro. A única coisa que me manteve são foi o fato do sofá-cama estar aberto e usado. Eles não tinham dormido juntos. A ideia deles embrulhados juntos na noite passada tinha sido o que me enviou a beber. Em um ponto, eu tinha bebido o suficiente para que eu tivesse desmaiado. Só dormi três horas antes de acordar torturado, outra vez, sobre a ideia deles juntos.

Peguei um pedaço de bacon e o comi, em seguida, verifiquei se havia leite na geladeira. Eu estava com fome. Eu não tinha comido durante toda a noite, e quanto mais eu pensava sobre Lila Kate cozinhando tudo isso para Eli, mais eu queria comê-lo. Tomar o que ele pensava ser dele. Foi meu primeiro, droga.

“Eu não posso continuar fazendo isso com você, Cruz.” Lila Kate disse no momento em que entrou no apartamento. Ela não estava mais chorando. Ela estava mais intensa. Séria. “Isso está mexendo com a minha cabeça. Eu sou um náufrago. Aquele cara que você apenas colocou pra fora daqui é um bom rapaz. É doce e gentil. Gosta de mim. Ele não precisa de mulheres em todos os lugares para bajulá-lo, para fazê-lo se sentir como homem. Ele é perfeito. Completamente perfeito. Então porque é que no momento em que você aparece eu esqueço tudo isso? Por que você não pode ver que isso está me arruinando? Nesse vai e volta.” Suas mãos estavam em seus quadris, e ela estava mantendo distância. Eu queria ela aqui comigo. Comendo essa refeição. Sorrindo para mim. Neste balcão, com as pernas abertas, enquanto eu a fodo. Havia muito que eu queria dela. Mas apenas uma coisa era importante.

“Você me ama?” Eu perguntei a ela. Era simples. Era o que eu precisava saber.

Ela suspirou e fechou os olhos com força. “Sim. Você sabe que sim.”

Isso era o que eu precisava ouvir. Eu andei em torno do balcão e fui direto para ela. Ela abriu os olhos quando me ouviu se aproximar. Eles estavam assombrados com a dor. A dor que eu tinha causado. Dor que ela não merecia. Eu ficaria com ela. Gostaria de passar minha vida inteira ao lado dela.

“Então me perdoe, por favor, me dê outra chance. Porque, Lila Kate Carter, eu estou completamente apaixonado por você. Eu não consigo ver minha vida sem você nela. Tudo o que eu quero, quando eu abro os meus olhos todas as manhãs é vê-la ali, ao meu lado. E a noite, eu quero dormir com você em meus braços. Então, deixe-me mostrar que eu posso ser esse cara. O que você pensou que tinha encontrado em Eli. Eu posso ser ele. Porra, apenas um pouco mais emocionante, porque ele é também extremamente certinho e você logo estaria entediada como o inferno.”

“Porque agora? O que mudou?” Ela perguntou ainda cautelosa e insegura.

“Porque eu não posso mais lutar contra isso. Eu achava que estava protegendo você de mim, mas eu posso ser o cara que você merece. Eu te amo pra caralho e nunca haverá um homem que te ame mais. Isso posso lhe garantir.”

Ela sorriu. Era um pequeno e suave sorriso, em seguida, ela balançou a cabeça em descrença. “Eu sou uma idiota.”

Isso não era o que eu queria ouvir.

“Não, você não é.”

Ela inclinou a cabeça para trás. O queixo levantado. “Sim, eu sou, porque se eu ficar aqui e discutir com você, eu irei perdoá-lo. Vou fazê-lo novamente se eu tiver que fazer. Por que eu não consigo me livrar de você, Cruz? Por quê? Como você continua me segurando assim?”

Meu coração se sentiu tão malditamente cheio que eu queria fazer um punho, socar o ar e soltar um grito de vitória. “Eu sou muito, muito doce.” Eu brinquei com ela.

Ela sorriu. “Não, você não é.”

“Ok. Bem, talvez não tão doce, mas eu posso ser. Eu serei. Vou ser tudo que você precisa que eu seja. Eu juro.”

“O que acontece quando você se cansar de mim?”

Estendi a mão para ela. “Eu te conheço toda a minha vida. Nunca, você me entediou em nenhuma vez. Nem mesmo quando você estava tão tensa que mal conseguia andar.” Sorri quando eu disse isso.

Ela riu. Isso era o que eu estava tentando fazer. “Isso não é exatamente fácil de falar.”

Segurei-a por trás e pressionei-a contra mim. “Não? Eu vou trabalhar nisso, então.”

Curvando-me beijei seus lábios suavemente. Ela se inclinou para mim e me beijou de volta. Um gemido suave, satisfeito veio de sua boca, e eu a provei com mais intensidade. Segurei-a mais perto. Isso era tudo que eu precisava. Fez todas as outras vezes, todas as outras meninas e mulheres pálidas. Elas eram totalmente esquecíveis. Lila Kate tinha reivindicado a minha alma.


Trinta e Quatro

Lila Kate

 


A ÚLTIMA PANQUECA de mirtilos, que eu tinha feito para Eli, foi comida por Cruz quando ele se sentou ao meu lado no balcão. Sua mão esquerda estava na minha coxa enquanto ele usava a mão direita para comer. Ele me manteve perto. Mesmo depois do nosso beijo, ele não queria parar de me tocar. Como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

Tão irreal quanto tudo isso era, eu estava lidando com a culpa sobre a forma como Eli tinha saído. Eu tentei falar com ele e convencê-lo a ficar, mas ele estava certo. Ele e eu nunca tivemos uma chance, enquanto Cruz ainda tinha tanto espaço no meu coração.

“Isso foi incrível. Eu estava morrendo de fome. Uma noite cheia de arrependimentos e Jack Daniels faz isso com você.”

Eu sorri e comecei a me mover, mas sua mão apertou o cerco contra a minha perna. “Não vá.”

“Eu preciso limpar.”

Ele se virou para mim e capturou minhas pernas entre as coxas. “Tudo vai ficar aqui. Você não tem que limpar agora.”

A maneira como ele olhou para mim tinha me preocupado que este fosse um sonho e eu estava prestes a acordar. Era difícil de aceitar. “Você só quer sentar aqui e olhar para mim, então?” Perguntei-lhe desfrutando disso, no caso de eu acordar logo e tivesse o meu coração partido por ele novamente.

“Nós poderíamos,” disse ele, em seguida, suas mãos foram para o meu pijama e o puxou sobre a minha cabeça. Eu não tinha colocado um sutiã esta manhã, desde que o meu pijama era largo. Meus seios ficaram nus para ele. O foco dele estava sobre eles e nada mais. “Ou eu poderia continuar te deixando nua, levá-la até o sofá-cama e afundar meu pau nessa sua sedosa buceta quente.” A voz dele tinha baixado para seu grunhido sexy.

“Oh...” eu respondi.

Ele riu. “Sim, oh...” Ele repetiu e então eu estava em seus braços e nós fomos para o sofá-cama.

Ele mordiscava minha orelha, fazendo-me contorcer em seus braços e começou a sussurrar exatamente o que ele queria fazer para mim. Assim como em New Orleans, ele estava focado em mim. Como ele poderia me fazer sentir. Mas quando ele me colocou para baixo eu não me deitei. Eu não estava nervosa. Agora não.

Eu subi e comecei a desfazer seu jeans. Ele me observou. Ele não falou ou se moveu. Soltando os seu jeans, eu o puxei para baixo dos quadris até que caiu no chão e ele o tirou. Então eu puxei sua cueca boxer para baixo e seu pau grosso, maior do que eu me lembrava, saltou livre.

“Se você continuar olhando para o meu pau assim, nós não vamos ter quaisquer preliminares.” Alertou.

Eu fiquei de joelhos e corri minhas mãos até a frente de suas coxas. Os músculos sob minhas mãos tensionaram. Seu corpo ficou completamente imóvel, como se congelado. Quando levei minha mão direita em volta do seu pau rígido, ele gemeu. Eu não lhe dei tempo para reagir. Minha boca cobriu a cabeça, e eu chupei tanto em minha boca quanto era possível.

“Fooooda...” ele gemeu e os joelhos tremeram. A mão estava na minha cabeça, e suas coxas continuavam tremendo. “Lila, Jesus.”

Como a minha boca cobria a pele lisa, minha mão começou a deslizar facilmente para cima e para baixo após cada lambida e o puxei em minha boca. Cruz começou a ofegar. Sua respiração era irregular e forte. Eu podia ouvi-lo, e saboreei a maneira como ele estava completamente sob meu controle.

Minha língua circundou a cabeça e ele sussurrou enquanto sua mão puxou os meus cabelos. Meu rabo de cavalo estava em volta de sua mão quando ele começou a puxar e empurrar minha cabeça enquanto eu trabalhava minha boca sobre ele.

“Eu não quero saber por que você é tão boa nisso. Jesus, Lila, inferno santo, isto é melhor do que todas as vezes que eu imaginei isso enquanto tomava banho.”

Eu sorri para ele, e ele sorriu enquanto seu peito subia e descia rapidamente. Eu o assisti. Mantive nossos olhos conectados enquanto eu corria minha língua sobre ele. Provocando. Sacudindo a ponta e, em seguida, voltando para chupá-lo.

“Deus, baby, apenas continue. Porra, isso é bom.”

Eu nunca quis dar um boquete em um cara antes. Mas Cruz, eu tinha imaginado isso e pensei sobre isso. Desejei isso com ele. Mais de uma vez, ao longo dos últimos anos.

“Eu não posso...” ele gemeu e me puxou de volta, em seguida, me jogou na cama. Seus olhos estavam escuros, as pupilas dilatadas. Com um puxão, ele tirou minhas calças de pijama e calcinha. O corpo muscular firme por quem eu era fascinada me cobriu. “Abra para mim, Lila.” Pediu ele.

Minhas coxas se abriram, e ele capturou ambos os meus pulsos e os prendeu sobre a minha cabeça, fixando-me ao colchão. “Eu ia ser o caralho doce, mas agora eu preciso dessa buceta. Você me fez louco, e isso não será nada parecido com doce, baby.”

O primeiro impulso foi forte e eu gritei de dor, mas meu corpo formigava com prazer.

“Você,” ele rosnou, em seguida, mergulhou em mim novamente. “Não pode chupar meu pau como uma profissional e parecer como um anjo, e esperar que eu fique são.”

Comecei a rir quando ele me encheu de novo e de novo, tomando o meu fôlego. Todos os meus pensamentos. Apenas a subida constante em direção ao orgasmo que eu sabia que estava por vir. A bela explosão que só era possível em seus braços.

“Eu sou viciado nisso. Em você. Na sua maldita buceta.” Ele disse como se estivesse bravo com isso. Mas então ele começou a beijar meu pescoço e dando pequenas mordidas na minha pele. Era erótico e doce, mesmo se ele achasse que não era. Cruz nunca iria ser como Eli. Ele não era estruturado, educado, ou previsível. Aqueles eram traços meus. Eu ansiava por algo mais. Eu quis a emoção e a selvageria de Cruz, sua boca suja, seu lado quebrador de regras. Todas as coisas que eu não era. Ele me equilibrava. Ele era do meu jeito.

“Lila?” Disse ele quando levantou a cabeça e afundou-me completamente.

“Sim?” Eu estava sem fôlego.

“Eu amo você, mas estou prestes a virar você e fodê-la como se eu tivesse pago por isso.”

Eu não tive tempo para responder antes que ele me tivesse no chão e suas mãos estivessem em meus quadris quando começou a bater em mim por trás. Eu perdi a minha respiração. O ângulo em que ele entrou em mim me enviou mais perto do clímax do que eu desejava.

“Então, porra é a própria perfeição o seu rabo no ar para eu foder,” disse ele entre impulsos. “Goze para mim, baby.” Soou como um comando. Meu corpo reagiu como se fosse um.

Eu explodi em chamas e gritei seu nome. Ele puxou seu pau e descarregou o seu gozo por todo o meu traseiro. Senti o calor do líquido quando jorrou em mim. Nós dois ficamos quietos. Meu corpo estava zumbindo de ser levado tão ferozmente.

“Eu tenho uma coisa por gozar em todo o corpo.” Ele declarou.

“Eu gosto disso.” Eu admiti sorrindo no travesseiro que usei para descansar.

“Fique aqui.” Disse ele, como se eu tivesse energia para levantar e ir a qualquer lugar. Eu estava perto de desmaiar. Dormir um pouco soava bem. Meu corpo passou da melhor forma imaginável.

Um pano quente me assustou, pois correu sobre minhas costas, parte inferior e entre as minhas coxas. Com uma última limpeza, ele deslizou-a sobre a área sensível entre as minhas coxas e eu ofeguei.

“Sensível?” Perguntou.

Eu balancei a cabeça.

Ele se deitou ao meu lado e me puxou contra ele. “Desculpe, eu fui tão bruto. Você me enlouqueceu com a melhor chupada do mundo.”

Eu ri e enterrei minha cabeça em seu peito.

“Ria o quanto você quiser. Você é uma profissional, e agora que sua boca não está no meu pau eu estou um pouco preocupado sobre como você ficou tão boa.”

Me movi para que pudesse vê-lo. Seus braços ainda em torno de mim. “Você dormiu com centenas de mulheres, e você está preocupado com as minhas habilidades no boquete?”

Ele fez uma careta. “Sim. Eu estou.”

Eu ri. Simplesmente porque eu só tinha feito isso uma vez antes e eu não me tornei uma grande fã, então.

“Que bom que você me acha engraçado.” Ele não parecia satisfeito.

“E se eu dissesse que eu estou preocupada com o fato de que você pode despir uma menina e estar dentro dela em menos de trinta segundos?”

Ele ainda estava carrancudo. “Eu diria que você sabia que eu era um prostituto. Eu sei que você é uma boa menina. Há uma diferença.”

Eu enterrei minha cabeça em seu pescoço e tracei um coração em seu peito. “É porque era você.” Eu finalmente admiti.

“O quê?” Perguntou.

“Foi você. Eu queria. Eu sonhei com isso. Fantasiei. Você sabe.”

Ele se afastou e inclinou a cabeça para trás até que eu tive que olhar para ele. “Você está me dizendo que você fantasiou sobre chupar o meu pau?”

Eu balancei a cabeça.

“Porra, baby. Tudo o que tinha que fazer era dizer, ‘Cruz, posso chupar seu pau?’ e eu teria feito esse sonho realidade muito mais rápido.”


Trinta e Cinco

Cruz Kerrington

 


EU TINHA UMA MERDA para consertar. Era vital que eu lidasse com isso antes que fosse tarde demais. Alguns segredos eram melhores mantidos dessa forma. O meu era um deles. Eu não ia perder Lila Kate agora que eu tive coragem suficiente para admitir que eu a queria. Que eu a amava. Eu saltei e fiz isso. Eu não estava deixando-a ir. Nem eu iria deixá-la.

Ela se tornou tão importante para mim quanto respirar. É assustador como o inferno, mas é a verdade.

Deixá-la para trabalhar em seu estúdio enquanto eu ia ao clube para uma reunião com meu pai teria sido a coisa certa. A única coisa inteligente. Mas a ideia de deixá-la não tinha sido atraente, então eu pedi que ela viesse comigo e almoçássemos.

Ela não queria este mundo. Ela tinha saído dele. Ela havia se mudado para a cidade. No entanto, eu estava lembrando-a que eu era deste mundo. Eu um dia possuiria o clube e tudo o que vinha com ele. Claro, ela sabia onde meu futuro estava, mas eu ainda não queria lembrá-la. Nada dessa droga por agora.

Quando chegamos ao manobrista, saímos do carro e fomos para dentro, ela parecia bastante feliz. Deslizei meu braço em volta de sua cintura e ela não congelou ou ficou nervosa. Ela estava bem com essa exposição pública de afeto. Eu estava apenas começando a me divertir quando Shelby, uma garçonete cujo último nome eu não lembro, veio andando para fora da sala de jantar. Eu murmurei uma maldição sob a minha respiração quando seus olhos se fixaram em mim e ela sorriu completamente perplexa com o fato de o meu braço estar ao redor da cintura de Lila Kate.

“Cruz.” Disse ela dando-me um sorriso que era muito familiar. Malditamente sexual.

“Olá.” Eu respondi com um aceno e com a esperança de continuar caminhando sobre o passado com ela. Ela era uma empregada; portanto, era óbvio que eu deveria saber quem ela era. Não era um dado, no entanto, que eu deveria saber que ela faz uma depilação brasileira uma vez por mês.

“Eu só ficarei até a troca do café da manhã.” Ela piscou para mim como se isso significasse alguma coisa.

“Então, aproveite o resto do seu dia.” Felizmente, ela entendeu o recado. Seus olhos saíram de mim para Lila Kate, e eles se abriram como se só agora percebesse que eu estava com alguém.

“Vocês estão...” Ela não terminou a pergunta enquanto sacudia o dedo para nós dois.

“Sim, estamos.” Eu respondi. “Aproveite o seu sábado.” Então, continuei esperando que Shelby tivesse terminado o seu questionamento...

“Você não tem que ficar tão tenso quando isso acontece, Cruz. Eu te conheço toda a minha vida. Vai acontecer muitas vezes.”

Olhei para Lila Kate. “Eu gostaria de poder fazer isso parar. Eu não quero que você fique desconfortável.”

Ela sorriu. “Namorar você significa lidar com todos os seus relacionamentos passados.”

“Shelby não foi um relacionamento. Ela era uma merda.”

Lila Kate suspirou. “Eu estava tentando ser mais delicada.”

Isso me fez rir. “Shelby nunca me considerou um relacionamento também. Eu prometo.”

Com um pequeno elevar de seu ombro, ela disse, “Eu não imagino que qualquer garota pensou nisso.”

Nunca desejei que eu pudesse voltar atrás e mudar essa merda. Até agora. A opinião de Lila Kate sobre mim não era ótima. E o pior é que não era mesmo preciso. Eu era muito pior do que ela pensava.

“Eu vou pegar uma mesa e pedir uma bebida enquanto você se encontra com seu pai.” Ela me disse quando nos aproximávamos da entrada do restaurante.

“Ok. Eu não demorarei, vou deixá-lo saber que você está esperando por mim. Isso deve adiantar as coisas.”

“Você está pronto para contar a seus pais sobre isso? Você não acha que devemos esperar até que você tenha certeza?” A dúvida em sua voz e em suas palavras me magoou. Mesmo agora, depois da cena dramática que eu tinha feito esta manhã, ela ainda estava sendo cautelosa. Eu merecia.

Puxei sua mão do meu peito e dei um beijo em seus dedos. “Não tenho certeza se eu deixei claro esta manhã. Mas eu estou certo. Não há dúvida em minha mente. Você tem alguma?” Porque se ela ainda não sabe se quer fazer isso eu poderia ter de recorrer a medidas drásticas. Como sequestrá-la e levá-la para uma cabana nas montanhas e ter certeza que ela ficasse tão viciada em mim como eu estava por ela.

Suspirei interiormente. O fato de eu apenas pensar em algo como isso significava que eu estava afundado muito profundo.

“Eu estive certa desde que eu tinha quatorze anos.” Ela respondeu.

Eu tinha começado a empurrá-la para longe, mesmo naquela época. Quando eu sabia que tínhamos alguma coisa, mas eu a feri no final. Então eu a feri no início também. Agora eu tinha um monte de anos para compensar.

Eu agarrei a parte de trás de sua cabeça e a beijei até que ela estivesse agarrada a mim e nossos peitos estivesse subindo e descendo rapidamente. “Eu te amo.” Eu a lembrei. Então eu pressionei mais um beijo em seus lábios antes de virar em direção ao escritório do meu pai.

Eu não tinha estado tão feliz por estar aqui, respirar o ar limpo e comer neste lugar por um maldito longo tempo. Desde a minha infância, pelo menos.

Olhei para trás para me certificar de que Lila Kate tinha ido para a sala de jantar antes de bater na porta de meu pai.

“Entre.” Ele gritou.

Pela primeira vez eu não estava temendo isso. Abri a porta, e meu pai estava ali encostado na frente de sua mesa e com os braços cruzados sobre o peito. Uma carranca no seu rosto e os olhos brilhando em minha direção.

“Explique-me o que acabei de ver lá fora. Vá lentamente. Seja minucioso.”

Merda.

“Eu não tenho certeza do que você está se referindo.” Foi minha resposta covarde.

“Cruz, eu não estou na porra do clima.”

Isso precisaria ser tratado mais cedo ou mais tarde. Acho que, pelo menos, tiraríamos logo isso do caminho. “Eu estou apaixonado por Lila Kate.”

O olhar de meu pai desapareceu, e as sobrancelhas se juntaram enquanto ele me estudou. “Apaixonado? Como amando apenas uma única mulher?”

Jesus, ele tinha uma baixa opinião de mim. “Existe outro tipo de amor? Porque eu sempre acreditei que se você estivesse apaixonado, era apenas por uma mulher. A menos que você ame as mulheres em geral.”

“Você é um espertalhão.” Disse ele carrancudo novamente. “Quando você decidiu que estava apaixonado por Lila Kate?”

Por que isso importa? Eu não estava aqui para me defender. Eu teria que fazer isso com Grant. Eu não deveria ter que fazer isso com meu pai. “Isso importa?”

Ele me deu um aceno de cabeça afiada e continuou a olhar para mim.

“Quando eu pensei que ia perdê-la. Foi quando eu percebi.”

“Perdê-la? E quando é que você a teve?”

“Eu não a tive, mas só a ideia de que ela poderia amar alguém, me esquecer, seguir em frente, foi um tapa na minha cara. Um que eu precisava.”

Meu pai se levantou e eu gemi. “Essa não é a resposta que eu queria ouvir. Você não pode simplesmente achar que a ama, a fim de mantê-la te amando. Então se cansará e quebrará seu coração. Isso é cruel, filho. Egoísta. Eu ensinei-lhe melhor do que isso.”

“Eu a amei por um longo tempo, tudo bem? Eu sabia que se eu me deixasse eu sentiria algo especial. Mas Lila Kate é... ela é importante. Eu não poderia machucá-la. Eu estava protegendo-a.”

Eu vi quando ele esfregou a testa, como se estivesse frustrado. Este não era o seu negócio. Nós não éramos crianças que estavam apenas se pegando na porra de um banco de trás do carro. “Você queria se encontrar comigo sobre a franquia Kipling.” Eu o lembrei.

“Você está mudando de assunto.”

Eu balancei a cabeça. “Sim.”

Ele começou a dizer outra coisa e parou. “Bem, vocês são adultos. Se você quiser fazer isso, eu não posso pará-lo. Mas Lila Kate não é como as mulheres que você costuma passar tempo. Ela é frágil, doce, insegura... Eu não quero que você a machuque.”

Olhei diretamente para o meu pai. “Nada jamais foi tão sério na minha vida. Eu vou matar qualquer um que tente machucá-la.”

Papai sentou ali por um momento, então, levantou uma de suas sobrancelhas. “Bem, filho, eu acho que perdi a aposta.”

“O quê?”

Ele caminhou até seu lado da mesa. “Eu disse a sua mãe que você seria um solteirão até que tivesse pelo menos quarenta. Ela apostou que você se apaixonaria antes do ano acabar. Ela disse que só tinha um sentimento.”

Irritado com os meus pais, eu me levantei. “Eu não posso acreditar que vocês estavam apostando nisso. Espero que ela apenas esvazie a porra dos seus bolsos.”

Papai riu. “Eu não vou dizer-lhe sobre o que foi a aposta... você não poderia lidar com isso.”


Trinta e Seis

Lila Kate

 


O CHÁ OOLONG FOI ficando frio enquanto esperava Cruz. Eu tinha tomado alguns goles, mas meus pensamentos estavam em outro lugar, e eu tinha esquecido sobre isso enquanto eu ponderava essa situação. Eu não estava brincando quando eu tinha dito que lidaria com um monte de ‘Shelbys’. É assim que as coisas eram.

O problema era que eu imediatamente comecei a comparar-me com ela e encontrar meus defeitos. Ela era mais alta, tinha pernas compridas, os cabelos eram loiros e encaracolados. Ela era confiante. Eu não poderia fazer isso toda vez que entrasse em contato com uma mulher com quem Cruz tinha dormido. Eu acabaria por tornar-me miserável. Eu tinha que construir alguma confiança, tinha que pensar sobre as minhas boas qualidades e me lembrar que Cruz tinha dito que me amava.

Eu tinha quase certeza de que ele nunca tinha dito isso para outra mulher. Não era um comportamento dele proclamar o amor.

“Desculpe ter demorado tanto tempo.” A voz de Cruz me assustou, me fazendo saltar um pouco. Ele sorriu obviamente se divertindo. Quando se sentou, acrescentou, “Você estava em um pensamento profundo.”

Eu balancei a cabeça. “Sim. Só pensando.”

Que acabou com seu sorriso. “Sobre?”

Ele era tão inseguro quanto eu. Isso ajudou um pouco. Eu não era a única a me sentir vulnerável. “Sobre tudo. Nada específico.”

Ele se inclinou e olhou para mim com uma expressão séria e intensa. “Por favor, não questione o que temos ou eu... Dê-me tempo, eu posso ser todas essas coisas que você pensa que eu não posso ser.”

Enfiei minha mão sobre a mesa e cobri a sua. “Eu sei. Isso não é o que eu estava pensando.”

Ele parecia aliviado e seu polegar esfregou os meus dedos. “Bom.”

“Olá Lila Kate, Cruz.” A interrupção foi de Kelsey Torrent, chefe de marketing da Kerrington Club.

A mão de Cruz escapou da minha abruptamente, e ele endireitou-se em sua cadeira. Ninguém mais iria perceber que ele tinha feito isso tão bem. Mas a interrupção de Kelsey tinha lhe assustado. Ela estava trabalhando para o clube há cinco anos. Eu não a conhecia muito bem.

“Olá, Kelsey.” Cruz respondeu mal olhando para ela.

Kelsey sorriu como se a nossa saudação tivesse sido muito mais quente. Senti um incômodo que não fazia sentido pairar sobre nós. “Olá.” Eu disse tentando compensar a resposta de Cruz.

Kelsey mal olhou para mim. “Seu pai quer falar com você.” Ela disse a Cruz. Seu tom era irritado. Ela não pareceu se importar muito com ele. Eu me perguntava se ela se sentia ameaçada por sua posição no clube. Eu poderia imaginar que ela não estava animada sobre responder a alguém vinte anos mais jovem que ela nos próximos anos.

“Eu acabei de sair do escritório dele.” Cruz respondeu.

Ela estava tentando cobrir sua raiva súbita. Mas eu consegui ver por atrás do falso sorriso dela. “Isso pode ser verdade, mas ele quer que você volte. Tenho certeza.” Ela olhou para mim com um sorriso apertado. “Senhorita Carter pode terminar o almoço sozinha.”

Comecei a dizer a ele que eu podia simplesmente voltar para o estúdio e trabalhar, mas Cruz falou primeiro. “Eu vou comer o meu almoço, e depois verei o que o meu pai precisa em seu escritório.”

Kelsey Torrent não estava satisfeita. Estava mais do que irritada. Quando se virou e foi embora, eu soltei o suspiro que estava segurando. Pensei que os dois iriam fazer uma cena. O que provavelmente a teria demitido, e deixado Cruz em sérios problemas.

“Eu não acho que ela gosta muito de você.” Eu disse calmamente uma vez que ela estava fora da sala de jantar.

Ele deu de ombros, como se não se importasse, mas ele estava tenso. Isso o havia incomodado. Eu me senti mal por ele. Ter que se juntar a uma empresa como esta e lidar com funcionários que não gostavam que ele eventualmente fosse seu chefe. “Ela é estressada.” Foi tudo que ele disse.

Pedimos a nossa comida e Cruz tentou relaxar, mas não teve sucesso. Eu queria que ele descobrisse o que seu pai desejava em vez de se preocupar em ignorá-lo ou afastá-lo. Olhei para o meu telefone e decidi ajudar Cruz e terminar o almoço. Ele se preocuparia todo o tempo se não respondesse o seu pai logo.

“Oh, essa é a decoradora que eu preciso encontrar. Ela está disponível agora, mas não estará novamente até quinta-feira. Eu preciso ver o que ela pode fazer e obter uma cotação. Você se importa?”

“Não, está tudo bem. Você precisa se encontrar com ela e eu estarei lá ainda hoje. Eu preciso lidar com o meu pai pela primeira vez.”

“Obrigada. Eu sinto muito. Eu posso apenas pedir a cozinha para arrumar a minha comida para levar.”

Ele ficou então. “Eu vou buscá-la na cozinha. Eles vão tomar o seu tempo de outra forma.” Ele estava sendo útil, mas sua cabeça estava em outro lugar. Nós. Nosso novo relacionamento e ser visto em público era novo. Então, eu não sinto que eu poderia questioná-lo muito sobre o que o estava distraindo. Eu teria que deixá-lo me dizer o que estava acontecendo quando ele estiver pronto.

Eu pego a minha bolsa e bebo o resto do meu chá antes dele voltar com um saco contendo o meu almoço. Era difícil perder que vários olhos o seguiam enquanto ele caminhava através do restaurante. Muitos falaram com ele. Outros observavam como se ele fosse uma refeição que eles queriam. Eu não poderia culpá-los. Ele era tão bom de se olhar.

Quando ele chegou à mesa, eu me levantei e ele me beijou. Bem ali, para todo mundo ver. Era como se ele estivesse fazendo uma reivindicação. Deixando todos saber. Mas, na realidade, ele estava mostrando que ele estava falando sério. Peguei o saco uma vez que o beijo terminou e senti meu rosto ficar quente.

“Você está corando.” Ele sorriu.

“Sim,” eu sussurrei. “Essas pessoas podem não me conhecer, mas todos eles sabem que você é.”

“Eles conhecem você, Lila Kate Carter.”

Minhas bochechas estavam em chamas agora.

“Deus, você é linda.” Disse ele, rindo agora. Sua tensão anteriormente tinha aliviado. “Vejo você em breve.”

Com um aceno de cabeça e um sorriso tímido, saí olhando para frente, com medo de fazer contato visual com qualquer pessoa. Cruz já havia desaparecido na outra direção.

“Lila Kate.” Uma voz feminina me parou. Me virei para ver Adelle Boyd me dando um olhar calculista. Ela estava sentada em uma mesa com sua mãe e sua irmã mais nova. Todas as três usavam saias de tênis como se tivessem acabado de sair da quadra. O que provavelmente tinha acontecido.

“Olá.” Eu disse por tabela, já sabendo do que se tratava. Aquele beijo era doce, mas eu sabia que ia chamar um pouco de atenção que eu não queria. Ou devo dizer drama.

“Você está namorando Cruz?” Perguntou ela com um toque de descrença em seu tom.

Forcei um sorriso. “Sim.”

Sua mãe fez um som estranho no fundo da garganta. Eu não olhei para ela.

“Desde quando?”

“É novo.” Eu disse a ela docemente. O que eu queria era ser rude e dizer-lhe que não era da sua conta.

Sua boca transformou-se em um sorriso divertido. “E vai ser curto também.”

Tanto a mãe quanto a irmã tentaram abafar seus risos. Eu não tenho tempo para isso.

“Tenham um dia maravilhoso também.” Eu disse antes de sair e esperando que ninguém me parasse novamente.

Uma vez fora, eu respirei com alívio. Isso era apenas o começo. Eu tinha que aprender a lidar melhor com as reações das pessoas.


Trinta e Sete

Cruz Kerrington

 


VIREI-ME E FUI EM OUTRA DIREÇÃO quando Lila Kate deixou o clube. Meu estômago se apertou e meus demônios me perseguiram. A razão pela qual eu tinha mantido distância de Lila Kate, a razão pela qual eu a queria e agora eu sabia que a amava, mas nunca iria chegar perto o suficiente, só estava vigiando-a. Eu tinha visto esta oportunidade e tinha ido atrás dela mesmo sabendo que eu tinha merda o suficiente para nos destruir, mesmo antes de ter começado. Eu tinha jurado a ela que não iria machucá-la. Eu estava prestes a ter certeza de que iria cumprir essa promessa.

Virando à esquerda em vez da direita, eu me dirigi para o escritório de Kelsey. Meu pai não a tinha enviado para mim. Ela tinha me visto com Lila Kate e veio atrás de mim. Normalmente, ela não interfere na minha vida sexual. Ela era uma mulher casada, afinal das contas. Mas ela sabia... Lila Kate Carter era diferente.

Eu não bato em sua porta. Eu apenas entro. Ela estava de pé do outro lado da sala com um copo de água gelada na mão olhando pela janela.

“Você não pode sair com ela,” foi tudo que ela disse. Nem sequer virou-se para mim.

“Eu posso fazer qualquer merda que eu quiser fazer, Kelsey,” eu respondo com raiva, pois ela pensa que sua buceta é tão mágica que pode me controlar. Talvez isso fosse verdade quando eu tinha dezesseis anos e ela me trouxe neste escritório em uma noite tardia, após um baile e chupou meu pau pela primeira vez. Ela tinha algum poder sobre mim. Mas eu não era mais um garoto. Eu tive muitas mulheres desde que ela me apresentou ao sexo.

“Eu não me importo com todas as suas prostitutas. Isso é tudo o que elas são. Você é um homem. Homens gostam de sexo. Eles gostam de variedade e eu estou bem com isso. Mas não ela. Você sabe que ela não é uma prostituta. Você quer mais com ela,” então ela se virou para mim. “Estou certa?”

“Sim, você está certa. O que nós fizemos não estava certo. Você é casada. Nós deveríamos ter parado isso há muito tempo. Inferno, nunca deveria ter começado. Mas eu era um adolescente com tesão e você tirou vantagem disso. Eu não me importava com o seu marido. Eu deveria ter me importado, mas meu desejo sexual estava em ação. Acabamos. Eu a amo. Há apenas ela para mim.”

Kelsey era uma mulher bonita. Alta, esbelta, peitos generosos e uma aberração quando se tratava de sexo. Eu a fodi sobre essa mesa muitas vezes e em várias posições diferentes. E ela me assistiu foder outras meninas, ficava esperando para transar porque isso a excitava. Tinha sido divertido. Antes. Mas, no ano passado, ela ficou pegajosa. Mais carente. Mais possessiva.

“É isso que você acha? Que você pode me foder por cinco anos e em seguida ir embora. Bem desse jeito?”

“Nós nunca tivemos um relacionamento. Nós transamos. Nunca foi exclusivo. Você é casada. Lembra? Eu posso fazer o que diabos eu quiser fazer. Esta coisa que fizemos está terminada.”

O fogo em seus olhos não era uma coisa boa. Ela não gostava de ouvir não. Ela normalmente tem o que quer. Eu estava mais do que certo de que eu não era o único adolescente que a tinha fodido. Ela gostava de jovens. Ela me disse isso quando mostrou os peitos para mim e me chupou pela primeira vez.

Apesar de ter relações sexuais com ela nos últimos cinco anos ter sido divertido, eu sabia que era errado. Era algo que Lila Kate nunca entenderia. Eu tinha que ter certeza de que isso foi enterrado. Esquecido.

“Você acha que tem controle sobre isso?” Kelsey perguntou enquanto dava um passo em minha direção. Ela estava desabotoando sua camisa. Antes ela teria conseguido me excitar. Agora, ela só me deixava puto.

“Sim, eu acho. Está feito. Acabou.” Eu era direto. Olhei nos olhos dela e fiz com que ela visse o quão sério eu estava.

Sua blusa estava aberta, mas eu não olhei para baixo. Eu não queria isso dela. Não mais.

Sua mão estava em meu pau, e ela apertou. “Sério?” Sua voz era um ronronar.

“Sim, realmente,” eu respondi, me afastando dela. “Simplesmente pare. Você é patética.”

Ela congelou, seu rosto previamente sorrindo se transformou em um estado de fúria. “Seu pequeno bastardo malcriado. Você vai se arrepender.”

“Não, eu não vou,” eu lhe assegurei isso, virei e fui embora. O fim do que eu estava fazendo com Kelsey estava muito atrasado. Quando eu estava quase fora, ela encontrou uma maneira de me parar.

“Estou grávida. Meu marido é estéril. Eu estava me preparando para lhe dizer sobre nós. Eu ainda estou. Você não pode me virar as costas, Cruz. Você vai ser pai.”

Eu a olhei. Ela estava mentindo. “Eu nunca te fodi sem proteção. Nunca. Então esse bebê é de outra pessoa. Não é meu. Você diz a ele que é meu e você vai ter que provar isso.” Eu não era mais um adolescente. Ela não podia me enganar com essa merda.

Seus olhos se encheram de lágrimas. “Preservativos não são cem por cento eficaz.”

“O controle da natalidade é,” eu respondi.

Ela enxugou uma lágrima que rolou pelo seu rosto. “Eu parei de tomá-los um ano atrás. Eu queria um bebê. Eu quero um bebê seu.”

Eu balancei minha cabeça. Não. Ela estava mentindo. Esta era sua maneira de me manipular. Mas isso não iria funcionar. “Você é uma mentirosa,” Eu rugi sem me importar com quem me ouvia, em seguida, sai do escritório. Longe do clube, a merda estava aproximando-se de mim. Eu pensei que ela ia ficar quieta por medo de perder o seu casamento. Ela me disse uma vez que amava o marido, mas ele não cuidava dela sexualmente. Ela precisava de mais. A sujeira, a excitação. Eu tinha sentido pena dela e não entendia como um homem não iria desfrutar de suas necessidades sexuais insanas. Tinha sido divertido. Agora eu vi que a diversão se tornou em algo fodido.

Isso também iria me destruir se ela continuasse com essa mentira. Eu tinha que encontrar uma maneira de parar com isso. Para proteger Lila Kate. Eu nunca quis que ela visse esse lado da minha vida. Nem descobrir a merda sórdida que eu tinha feito.

Chegar até Lila Kate era tudo que eu precisava agora. Para segurá-la. Sentir seu cheiro. Senti-la. O brilho de seu mundo fez meu passado danificado desaparecer.

Dirigi para seu estúdio, era apenas algumas milhas de distância, mas parecia uma eternidade. O medo de que ela descobrisse tudo e me odiasse pesava sobre mim. Sua recusa em me ouvir e me amar estava arranhando nos meus calcanhares. Eu dirigi mais rápido e focado em conseguir chegar até ela.

Tomei passos largos e rápidos do meu carro para a porta. Quando eu a empurrei aberta, lá estava Lila. Ela já tinha colocado suas roupas manchadas de tinta, jogou os cabelos em um coque e estava dançando uma música enquanto limpava um pincel. Ela era boa. Perfeita. Pura.

Eu tranquei a porta atrás de mim e fui até ela. Ela olhou para cima, assustada no início e depois sorriu.

“Ei,” foi à única coisa que ela teve tempo de dizer antes que eu estivesse na sua frente. Recuei-a até que estivesse no canto bloqueando as janelas. As sombras não mascaravam a surpresa e emoção em seu rosto.

Eu não tomei tempo para beijar e abraçar ela. Eu não podia. Os lobos que estavam me perseguindo, me assombrando, tinham me desesperado. Eu empurrei para baixo seu short e sua calcinha, então, rapidamente empurrei meu jeans até que meu pau estivesse livre. Agarrando-a pela cintura, apertei-a entre a parede e meu corpo, em seguida, empurrei nela com um gemido.

Ela agarrou meus ombros e gritou meu nome. Isso só estava me deixando mais selvagem para piorar. Minha boca devorava a dela, tomando tudo. Eu estava transando com ela enquanto a amava.

“Isto é meu,” eu disse para ela mordendo seu pescoço. “Você não pode me deixar.” Minhas palavras iriam parecer loucura para ela, mas elas saíram de qualquer maneira.

“Ok,” ela disse enquanto sua cabeça foi jogada para trás contra a parede e sua garganta exposta para mim enquanto eu lambia e deixava minha marca nela.

“Eu sempre vou precisar disso. Preciso de você. Eu sou viciado em você. Viciado porra.”

Ela gemeu e eu bati com mais força. Querendo ficar tão profundo que nós seríamos como uma só pessoa. Ninguém jamais seria isso para mim. Ela era tudo que eu precisava. Estar dentro dela fez a escuridão e as mentiras irem embora. Tudo o que importava era ela. Isto. Nós.

“Oh Deus,” ela gritou, em seguida, mordeu meu ombro. Ela estava tremendo nos meus braços. “AH!” Seu orgasmo apertou meu pau e eu me deixei ir com ela.

“Porra! É isso aí, baby. Goze em todo no meu pau.”

“Ahhhh! Cruz! Eu não posso,” ela estava agarrada a mim agora. Seus braços em volta de mim. A cabeça na dobra do meu pescoço.

Eu explodi dentro dela tentando retirar, mas era tarde demais.

“Merda,” eu gemi quanto o resto da minha libertação revestiu o interior de sua coxa.

Ficamos ali no canto suados, enrolados, ofegantes. Isso era algo que eu nunca tinha feito com ninguém. Eu sempre tinha sido cuidadoso. Mas minha insanidade quando se tratava de Lila Kate tinha assumido o poder.

“Está tudo bem,” ela sussurrou finalmente. “Lembra que eu estou tomando pílula.”

Eu balancei a cabeça e continuei segurando-a. Desejando que eu ainda estivesse dentro. Pulsando minha libertação até que ela corresse livremente dentro dela. Fazendo-a minha.

Eu estava me assustando.


Trinta e Oito

Lila Kate

 


EU TINHA A INTENÇÃO de conseguir um lote feito neste fim de semana. Mas Cruz tinha mudado esse plano. Após o sexo selvagem que tivemos lá embaixo, ele tinha me levado para o chuveiro, onde ele agora estava banhando-me lentamente. Ele não estava falando muito. Tinha um olhar assombrado em seus olhos como se estivesse fugindo de alguma coisa e precisasse de mim para protegê-lo era difícil de não perceber. Era como se ele estivesse seguro, desde que estivéssemos nos tocando.

Ele era mais importante do que o estúdio. Tudo o que eu podia esperar. Por enquanto, eu gostava dele. Gostava de estar com ele. Ele precisava de reafirmação. Isso era novo. Eu diria que precisava de reafirmação também, mas da maneira como ele estava pairando sobre mim eu estava começando a achar que era demais.

Domingo nós dormimos, tomamos café da manhã que nós cozinhamos juntos e assistimos filmes durante todo o dia.

Quando a segunda-feira de manhã veio, assim como Ophelia. Eu tinha acabado de sair do banho e estava ansiosa pelo café que cheirava na cozinha quando a ouvi dizer, “Puta merda. Isso não está acontecendo.”

Peguei uma toalha, enrolei-a em torno de mim e corri para lá. Ophelia estava de pé na cozinha com uma mala olhando de boca aberta para Cruz, que estava vestindo apenas uma cueca boxer enquanto segurava uma forma de muffins que eu tinha deixado no forno.

“Bom dia, Ophelia. Não posso dizer que estou feliz que você esteja de volta,” disse Cruz quando ele se virou para olhar para mim e piscou.

Ophelia virou seu olhar para mim. “Oh meu Deus,” era tudo que ela podia dizer. Seus olhos estavam arregalados, e ela deixou cair a bolsa de seu ombro esquerdo para o chão com um baque alto. "O que aconteceu?"

“É rude pedir detalhes, O. Você devia pensar melhor,” Cruz estava zombando dela.

Ela olhou para ele. “Eu não quero detalhes! Eu quero uma explicação que não inclui o que você dois...” ela sacode um dedo entre nós e disse, “estão fazendo.”

Cruz riu alto. “Você acabou de dizer ‘estão fazendo’?” Perguntou ele e em seguida, riu um pouco mais.

Ela desistiu dele e virou completamente para mim. Eu ainda estava ali silenciosamente despreparada. “Lila Kate?” Ela perguntou.

“Eu, bem, uh,” Olhei para Cruz que estava comendo um muffin e sorrindo e gostando um pouco demais disso. “Sim, nós fizemos isso,” eu disparei.

Cruz começou há rir um pouco mais.

“Você perdeu a cabeça?” Ela perguntou apontando para ele. “Ele é uma puta!”

“Ei, eu tenho sentimentos. Você está esmagando-os,” não parecia totalmente esmagados.

Ela revirou os olhos e balançou a cabeça.

“Não, eu sou, uh, nós somos, você vê,” Eu estava atrapalhada.

“Nós somos exclusivos. Eu desisti do meu jejum, porque Lila Kate me deu um gosto e eu fiquei viciado. Há também o pequeno detalhe muito importante que eu estou apaixonado por ela.”

Sua explicação não era tão doce e romântica como as coisas que ele disse para mim, mas meu peito inchou de qualquer maneira. Isso foi tão doce como Cruz deixou o mundo vê-lo. Ele tinha se aberto e apenas ficou mais vulnerável ao admitir isso.

“Apaixonado?” Ophelia repetiu como se fosse uma palavra estrangeira que nunca tinha ouvido antes. Ela olhou para mim.

“Sim. Eu também o amo.”

Derrotada, ela sentou-se em sua mala e balançou a cabeça. “Eu preciso de um momento. Isto... apenas Uau.”

“Muffin?” Cruz perguntou segurando a tigela para ela e depois para mim. “Eles estão deliciosos pra cacete. Pegue um agora porque eu vou comer todos.”

Passei por Ophelia, e ela me olhou como se eu estivesse prestes a criar asas e voar. Quando ela se sentou no bar, peguei um muffin da tigela, em seguida, fui me servir um pouco de café.

“Você vai,” ela acenou para Cruz. “Andar por aí em sua cueca?”

Ele sorriu. "Não. Você não é tão sortuda. Eu não sabia que você estaria intrometendo-se tão cedo.”

“São dez,” respondeu ela.

“Exatamente o raiar do dia.”

“Lila Kate, você não pode estar falando sério sobre isso. Ele é... ele é Cruz!”

Sorri para minha xícara de café. Este foi o nosso primeiro encontro com um amigo ou membro da família. Imaginei que isso ia acontecer muitas vezes.

“E Eli? Eu pensei que você gostasse dele.”

O sorriso de Cruz desapareceu, e ele fez uma careta. “Ela não gosta,” ele respondeu. Seu tom de provocação agora tinha desaparecido.

Eu coloquei meu copo para baixo. “Eli é um grande cara. Mas eu estive apaixonada por Cruz por um longo tempo.”

“Por quê?”

Cruz riu novamente. “Droga, Ophelia. Eu não sabia que sua opinião sobre mim era tão elevada.”

Ela inclinou a cabeça e olhou para ele com uma expressão de ‘cai na real.’ “Você feriu a maioria das minhas amigas. E quando eu digo isso, quero dizer todas elas. E agora você está dormindo com Lila Kate.”

Ele fez uma careta. “Vamos discutir meu passado? Isso já passou, está para trás. Eu gostaria de deixá-lo lá.”

Ophelia levantou-se e deixou escapar um suspiro pesado. “Isso vai acabar mal. Então Grant Carter vai matá-lo. Guarde minhas palavras,” ela disse enquanto carregava sua mala e sua bolsa para o quarto que era para ser seu.

Eu deslizei um braço em volta da cintura de Cruz e me apoiei nele. “Ela vai ser mais otimista em breve.”

Ele beijou o topo da minha cabeça. “Isso é o que eu espero que vá acontecer com todos em nossa vida.”

Ele provavelmente estava certo. Então, eu só mantive minha boca fechada e ele me abraçou. “Eu estou feliz. Eu nunca estive mais feliz,” eu assegurei isso a ele.

“Eu também. E honestamente isso me assusta como o inferno.”

“Por quê?” Perguntei inclinando a cabeça para trás para olhar para ele.

“Porque eu sei como é sentir isto e eu não posso viver mais sem isso ou você.”

“Você nunca vai ter que fazer isto, então não é um problema. Eu não vou a lugar nenhum.”

Aquele olhar desesperado, assombrado voltou novamente. Eu gostaria de poder acalmá-lo e suas preocupações. Eu era a única que deveria estar preocupada. Não ele.

“Vocês podem colocar suas roupas pelo menos enquanto eu retiro uma das caixas do meu carro?” Ophelia nos lembrou de sua presença.

Cruz puxou a toalha que estava em torno de mim e eu tentei pegá-la de volta. “Você está tirando toda a diversão,” disse para Ophelia. “Eu gosto dela em uma toalha. Mais fácil para deixá-la nua.”

“Deus! Você é um porco,” ela respondeu e voltou a descer as escadas.

Dei um tapa em seu peito e agarrei a toalha dele. “Pare com isso!”

Ele me puxou para o seu peito. “Acha que ela se importaria se nós fossemos para o seu quarto e tivéssemos mais uma rodada?”

Por mais tentador que fosse eu não ia fazer isso com Ophelia. “Vista-se Cruz,” eu disse a ele, em seguida, ele sorriu e soltou a minha toalha enquanto eu caminhava até as escadas para o meu quarto.

“Droga, você está pedindo por isso,” ameaçou.

Olhei para trás e pisquei para ele. “Guarde-o para mais tarde.”

“Eu vou levá-la de volta,” ele disse olhando para mim.

“O que?”

“Você não é uma boneca de porcelana, e nada sobre você é frio.”

Eu sorri e mordi meu lábio para não sorrir mais.

“Você é incrivelmente forte, e o seu corpo é tão gostoso que eu nunca vou ter o suficiente.”

Essas eram palavras que você nunca ouviria em um soneto mas vindo de Cruz Kerrington era poesia.


Trinta e Nove

Cruz Kerrington

 


OPHELIA andando com Lila Kate não era o ideal, mas ao longo da próxima semana isso até que funcionou. Eu até comecei a me relacionar melhor com meu pai, mas foi principalmente devido a minha chegada na hora certa para o trabalho. Indo nas reuniões que eram necessárias e em toda a merda que eu vinha ignorando.

Pensar em Agosto, quando eu tinha que voltar para a faculdade, era um saco. Lila Kate já tinha terminado. Ela estaria aqui e eu teria que deixá-la. Eu não gosto disso. Me preocupar com isso agora só me deu mais estresse. Evitar Kelsey tinha sido o meu maior obstáculo no trabalho. Ela não tinha dito nada para o meu pai, nada que eu soubesse. Eu estava esperando que ela estivesse blefando, só para me assustar.

Independentemente disso, o bebê não era meu. Eu estava disposto a fazer um teste de paternidade para provar isso. Isso se ela estivesse mesmo esperando um bebê. Eu duvidava disso também. Quando eu tinha dezesseis anos, era sexy e emocionante uma mulher mais velha. No entanto, durante o ano passado eu tinha começado a perceber o quanto tudo isso era louco.

A multidão de verão já estava a todo vapor e em pleno andamento quando eu saí do estúdio de Lila Kate às oito da manhã. Eu tinha planejado caminhar para buscar café em frente ao estacionamento e comprar para Lila Kate um desses chás extravagantes que ela gostava e um muffin. Eu definitivamente não estava esperando encontrar com Grant Carter de pé contra o sua caminhonete, com os braços cruzados sobre o peito e olhando para mim como se quisesse me matar com as próprias mãos.

Merda.

“Grant,” eu disse tentando não parecer culpado de passar a noite com sua filha.

“Não venha com joguinhos de merda, rapaz.”

Eu não fiz isso. "Não senhor. Não imaginei que você gostasse disso.”

Ele deixou cair às mãos para os lados e olhou para as janelas do apartamento de Lila Kate. “Aquela garota lá dentro é a outra metade do meu mundo. Ela e sua mãe têm sido cada sonho, cada desejo, cada maldita coisa que significa alguma coisa para mim desde o momento em que eu a segurei em meus braços.”

“Eu entendo que...” eu comecei, mas ele deu um passo em minha direção e sua carranca foi se aprofundando.

“Não. você não entende. Você não entende uma coisa maldito garoto. Você nunca teve uma mulher que amasse mais que a própria vida, nem segurou uma bebê tão preciosa em seus braços, ela foi um milagre e eu sabia que a minha vida seria para protegê-la. Você não sabe o que é isso.”

Ele estava bem ali. Eu balancei a cabeça com medo, se eu disser qualquer coisa, ele estará pronto para mim e iria quebrar um dos ossos do meu rosto. Eu gosto do meu rosto do jeito que está.

“Ela é igual à mãe. Como, doce, inteligente, e quando ela ama, ela ama com tudo o que ela tem. Isso é muito difícil para um homem lidar. Muito para ele apreciar. Eu não soube disse tudo com a mãe dela imediatamente e quase perdi a única coisa que eu tinha e pela qual valia a pena viver. Seu pai me queria morto. Eu não o culpo.”

Eu balancei a cabeça, ainda sem falar nada.

Grant ficou cara a cara comigo, os ombros mais largos e os braços mais grossos do que os meus. “Se você foder com o coração do meu bebê eu não vou dar a mínima importância para quem são seus pais. Tudo o que eu vi você fazer é foder todas por aí. Brincar. Desfrutando de mulheres. Mas aquela menina lá em cima,” ele disse apontando para dar ênfase. “Ela não é o tipo de mulher para você fazer isso. Porque eu vou te dizer agora...” ele apontou o dedo na minha cara. “Ela tem que te amar ou você nem estaria aqui. Ela nunca teria subido em sua moto e partido como ela fez. Isso não era Lila Kate. Ela fez isso porque tem sentimentos por você. Então, ou você tem os mesmos sentimentos por ela, ou você termina e dá o fora da cidade antes que eu possa encontrá-lo. Eu fui claro?”

Agora é a minha vez de falar. “Sim, senhor,” eu disse. “Eu sei de todas essas coisas sobre ela. É por isso que eu mantive minha distância por tanto tempo. Mas quando ela partiu, eu sabia que ia perdê-la ou perder qualquer chance com ela. Eu tive que tomar uma decisão e eu fui atrás dela. Eu me convenci de que era para protegê-la, mas eu sabia no fundo, o que eu estava fazendo. Eu amo Lila Kate. Eu não preciso de ninguém.”

A carranca de Grant se aliviou um pouco, mas ele ainda não parecia convencido. “Eu gosto de você. Eu gosto de sua família. Mas eu não posso simplesmente confiar em ninguém com a minha menina. Não sei se algum dia eu conseguirei. Eu não vou parar de vigiá-la. Eu não vou recuar. Se você a machucar, espere que eu irei atrás de você.”

Jesus. Era uma maravilha Lila Kate já ter conseguido um encontro na escola. Eu estava esperando que ele tirasse uma arma para fora da caminhonete e começasse a atirar a qualquer minuto. “Eu nunca vou machucá-la.”

Não parecia que ele tivesse acreditado nisso. “Seu passado não é bonito, garoto. Ele poderia voltar para assombrá-lo. Se fosse por mim, ela o deixaria sozinho. Encontraria um cara que não tivesse o objetivo de foder toda a população feminina desta cidade. Mas não depende de mim. Ela é uma mulher. É a sua escolha. Mas eu sou o pai dela e se você foder isso não haverá nenhum lugar seguro para você. Eu vou te encontrar.”

“Papai!” Grita Lila Kate e eu olho por cima do ombro para vê-la de pé na porta da frente em seu macio robe rosa com uma expressão muito infeliz em seu rosto. Felizmente, ela foi dirigida para o seu pai. Não para mim.

“Ei, querida,” ele respondeu.

Ela deu passos largos em direção a nós. “É melhor que isso não seja o que eu acho que é,” disse ela.

Ele deu de ombros como se não fosse grande coisa. “Eu sou seu pai. Eu estava vindo para visitar e encontrei Cruz deixando seu apartamento. Só queria ter certeza de que algumas coisas ficassem claras para ele.”

Como o fato de que ele ia me matar se eu ferisse sua filha. Embora eu não fosse mencionar isso.

“Eu não preciso de você para ameaçar os homens na minha vida, papai,” ela disse a ele.

“Homens?” Grant e eu dissemos ao mesmo tempo. Não havia outros homens.

Ela revirou os olhos para nós dois. “Oh, saco. O ‘homem’ da minha vida. Eu sou uma adulta. Eu posso dormir com quem eu quiser. Posso namorar quem eu quiser. E eu posso amar quem eu quiser. Você tem que confiar em mim para cuidar de mim mesma.”

“Eu confio,” disse ele dando-lhe um sorriso encantador que eu tenho certeza de que não havia sido dado antes. “Basta ter certeza de que Cruz esteja na mesma página que você. Isso é tudo.”

Lila Kate colocou as mãos nos quadris. “E que página é essa?”

“Que ele esteja tão sério sobre isso como você está.”

“E é o que estou dizendo. Não é da sua conta isso.”

“Você é minha filha e isso nunca vai mudar. Eu vou fazer toda merda ser da minha conta quando se tratar de proteger você durante o tempo que eu estiver vivo.”

Lila Kate suspirou e me deu um olhar de desculpas. “Você está mudando de opinião agora?” Ela me perguntou.

Eu sorri. Como se Grant Carter pudesse me fazer parar de querê-la. “Não. Nem mesmo perto.”

Seus olhos se acalmaram e por um momento eu esqueci de que seu pai estava mesmo lá com a gente arruinando um perfeito bom dia. Nosso tranquilo café da manhã não estava indo como planejado.

“Jesus,” Grant murmurou. Então ele se aproximou e abraçou Lila Kate. “Eu não posso te ajudar com isso, você sabe,” ele sussurrou.

“Eu o amo,” disse ela com seu olhar mudando para mim.

“E isso faz dele o homem mais sortudo, além de mim, eu sei.”

Então Lila Kate sorriu para seu pai.

Eu estava esperando por isso. Eu estava feliz que tinha acabado. Agora eu só tinha que ter certeza de que a merda de Kelsey estivesse acabado. Essa era uma bomba-relógio que ameaçava tudo. Se eu perdesse Lila Kate por causa dela, eu ficaria feliz em deixar que Grant acabasse com a minha miséria.


Quarenta

Lila Kate

 


MAMÃE TINHA ME CHAMADO para almoçarmos juntas no clube hoje. Eu tinha estado tão ocupada que não a tinha visto muito. Entre deixar pronto o estúdio e passar um tempo com Cruz, meus dias foram cheios. Eu estava prestes a entrar no interior do edifício principal do clube quando meu celular vibrou. Quando chequei, era uma mensagem de Eli.

Ele me verificava uma vez por semana, se não mais. Cruz não era a favor sobre a nossa amizade, mas ele permitiu isso. Se ele soubesse que eu tive relações sexuais bêbada com Eli, eu duvido que ele ficasse bem com isso. Isso foi antes de nós, então eu percebi que não era importante para contar.

Eu não pergunto sobre todas as garotas com quem ele dormiu antes de mim.


Estúdio quase pronto? Perguntou a mensagem de Eli.


Parei de andar e respondi.


Mais duas semanas e será aberto para negócios. Indo almoçar com a minha mãe. Falo com você mais tarde. Eu joguei meu celular de volta na minha bolsa e olhei para cima para ver Kelsey a poucos metros na minha frente.


Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Isto era tão diferente da Kelsey que eu conhecia. Ela sempre foi tão eficiente, eu não conseguia imaginá-la como emocional. Seu olhar estava parado em mim. Quase como se eu fosse à fonte de sua dor. Olhei ao meu redor para ver se não havia mais ninguém ao redor, mas era só eu.

“Eu preciso falar com você,” ela disse com a voz rouca de emoção.

Ela estava chateada por isso eu não pude dizer, ‘Não, obrigada. Eu tenho um almoço com a minha mãe.’

Em vez disso, apenas balancei a cabeça.

“Você pode vir ao meu escritório?” Ela perguntou.

Eu balancei a cabeça novamente e ela se virou e foi na direção ao escritório. Olhei em volta mais uma vez. Eu não queria ir ao escritório dessa mulher, mas eu também não vi uma saída para rejeitar o seu pedido, seria rude.

A porta estava aberta quando ela entrou. Relutantemente, eu a segui.

Ela parou e fechou a porta depois que eu entrei. Eu queria que ela tivesse a deixado aberta. Algo sobre ela me deixou nervosa.

“Eu vou ser breve. Há apenas uma coisa que você precisa saber. Eu tentei conversar com Cruz, mas ele não está cooperando. Ele é...” ela faz uma pausa e seus olhos se enchem de lágrimas novamente. “Tenho certeza que você sabe o quanto cruel e egoísta que ele pode ser.”

Isso chamou a minha atenção. “Cruz não é nenhuma dessas coisas,” eu disse em defesa dele. Os problemas dessa mulher com sua posição no clube precisavam ser tratados com o Woods.

Seu rosto manchado de lágrimas parecia menos derrotado e mais como a mulher arrogante que eu tinha visto quando ela tinha falado com Cruz, na semana passada, quando nós estávamos comendo.

“Você é tão jovem e ingênua,” disse ela com um olhar de desgosto em seus olhos. “Você não está em um conto de fadas. Cruz não é seu príncipe encantado e ele não é o tipo de cara que vai sossegar e se casar com você. Ele precisa de sexo com mulheres diferentes. Uma variedade,” ela fez uma pausa e em seguida, sorriu como se ela achasse graça de mim.

“Quando ele tinha dezesseis anos eu ensinei a ele tudo sobre sexo. Eu comecei seu vício. Nós fodemos nesta mesma mesa tantas vezes que eu nem posso contar. Eu estive aqui com as minhas pernas enquanto ele lambia minha buceta até que eu não conseguisse ficar de pé. Eu o deixei ficar com outras meninas para que ele pudesse prová-las. Mas eu sabia que ele sempre voltaria aqui. Ele me queria. Precisava do que eu lhe dei. Ele é bom em sexo, porque eu mostrei a ele o que uma mulher quer. O que ela deseja. Essa boca que você tem beijado passou por todo este corpo,” ela apalpou seu peito enquanto ela dizia isso.

Eu não conseguia encontrar as palavras. As coisas que ela dizia soava como devaneios de uma mulher louca. Ela queria que eu acreditasse que ele tinha tido relações sexuais com uma mulher casada de quarenta anos de idade, quando ele tinha dezesseis anos?

“Você está tentando afundar suas garras no que é meu.”

“Você é casada,” eu disse ainda em choque com ela, achando que eu acreditaria nela.

Ela riu de mim. “Isso não importa. Não a nós. Cruz e eu nos desejamos. Ele era meu até que você chegar. Agora estou grávida de seu filho e ele não quer ter nada a ver comigo ou com o bebê. Você está levando o pai do meu filho para longe.” Ela tocou seu estômago delicadamente.

“Você está mentindo.” Eu disse, balançando a cabeça e indo em direção à porta. Eu sabia que Cruz tinha sido um pouco selvagem. Isso não era um segredo. Mas ele não tinha feito isso. Eu tinha certeza disso.

“Eu sabia que você não iria acreditar em mim,” ela disse pegando um controle remoto de sua mesa. Os sons de sexo encheram a sala e eu me virei para ver a tela plana atrás de mim.

Não haveria como negar o que eu assisti. Kelsey estava nua, com as pernas bem abertas e a cabeça jogada para trás e Cruz estava fodendo-a em sua mesa. Assim como ela havia dito.

“Gostávamos de filmar o nosso sexo e vê-lo mais tarde. Deixava-nos quente e excitados. Muitas vezes nós nos fodíamos enquanto nos observávamos na tela. Esse é o tipo de coisa que Cruz precisa para fazê-lo verdadeiramente feliz. Eu também o observei. Ele fodia uma garota enquanto eu escondida o assistia. Ele gostava de saber que eu estava lá enquanto ele fazia sexo. Observando-os. Ele ficava tão excitado que nós dois ficávamos loucos por isso. Eu tenho vídeos também se você precisa ver.”

“Foda-se, sim, Kelsey. Se abra toda sua puta suja. Dê-me o que eu quero,” as palavras de Cruz vieram da tela e eu me encolhi. “Puta indecente. Minha pequena cadela indecente me dê essa bunda.” Disse Cruz, em seguida, virou-a. Puxando seus quadris para que sua bunda estivesse presa no ar. Ele cuspiu no ânus dela, em seguida, enfiou os dedos dentro. “Cu apertado. Você quer o meu pau dentro dessa bunda, não é?” Ela gritou. “Sim, foda minha bunda. Foda-me forte!” Ela virou a cabeça para olhar para ele e ele cobriu a boca dela com a dele, isso era demais. Eu corri. Eu corri através da porta. Eu corri para o meu carro. Corri de tudo. Eu dirigi. Eu não parei. Eu não sabia aonde eu estava indo, mas minha alma tinha sido destruída.

Meu telefone não parava de tocar, mas eu não podia atender. Desliguei-o. Se fosse minha mãe eu não seria capaz de falar. Ela ficaria preocupada. Tudo o que eu podia fazer era dirigir. Fugir de tudo. Senti como se meu peito tivesse sido esmagado.

As palavras que ele tinha dito a Kelsey e a imagem deles juntos repetia mais e mais na minha cabeça. Náuseas arranhavam minha garganta. Descrença que eu pude realmente confiar nele. Pensei que o que tínhamos fosse real. Mas ele... ele era mais sombrio do que eu sabia. Quando as lágrimas finalmente começaram a cair, eu virei em uma saída e estacionei em um hotel. Eu chorei por tudo o que eu tinha sonhado. Toda a felicidade que eu pensei que tinha encontrado. E isso tudo iria me mudar e marcar para sempre. Eu nunca mais seria a mesma. Minha fantasia tinha sido apenas isso. Nada tinha sido real. Não haveria boas recordações. Apenas um pesadelo.


Eu sinto muito. Mas eu estou bem. Eu só precisava de um pouco de espaço.


Mandei uma mensagem para a minha mãe para não mantê-la preocupada. Havia vinte e oito mensagens perdidas e cinquenta chamadas não atendidas quando eu liguei o telefone de volta. Eu ignorei todas elas, desliguei-o novamente e fui pagar por um quarto para esta noite.


Quarenta e Um

Cruz Kerrington

 


TINHA SIDO sexo. Era isso. Como eu tinha feito o meu caso com Kelsey chegar a isso? Eu mantive minha cabeça enterrada em minhas mãos enquanto o meu pai andava na minha frente. A sala estava em silêncio agora. O seu discurso e gritaria tinham terminado.

“Ela está bem. Era Harlow no telefone. Lila Kate mandou um texto simples dizendo que ela está bem, mas precisava de espaço.” Minha mãe anunciou quando entrou na sala de estar.

Olhei para cima, pela primeira vez em um grande tempo. Que alívio, Lila Kate estar segura ajudou a aliviar os meus medos. A dor ainda rasgava através do meu peito. Eu tinha ligado para ela e mandado mensagens inúmeras vezes pedindo-lhe para me ouvir. Ela não respondeu a nenhum deles.

“Ela disse para onde foi?” Perguntei já sabendo que as chances dos Carter me dizerem era quase nula.

Mãe balançou a cabeça. “Não. Acho que Grant está tentando rastrear seu celular.”

Ele estava ocupado se preocupando com a segurança de Lila Kate. Eu sabia que uma vez que ela estivesse de volta aqui em segurança, ele viria a mim. Agora, eu esperava que ele fizesse isso. Eu deveria ter lidado com Kelsey. Pensar que ela iria apenas ir embora foi estúpido.

“Ela está ameaçando uma ação judicial,” disse meu pai. “Eu já confisquei todos os itens em seu escritório. Os vídeos foram encontrados. Há alguns quando você era menor de idade. Estes irão proteger o clube. Ela vai ser a única a enfrentar acusações se ela seguir em frente com isso.”

Mamãe sentou-se na beirada da cadeira na minha frente. “Você era apenas um bebê. Ela tinha a minha idade. Eu só não entendo como ela poderia fazer isso?”

“Ele era um parceiro disposto, Della,” meu pai lembrou. “E se ela está mesmo grávida, então temos que lidar com eles.”

Eu balancei minha cabeça. “Esse bebê não é meu. Se houver um.”

“Mas se for, você não é mais um adolescente que esta sendo aproveitado. Você é um homem burro crescido que sabe mais do que só andar com uma mulher casada.”

Minha mãe empalideceu com suas palavras. Eu tinha machucado tantas pessoas. Como é que eu achei que merecia alguém como Lila Kate? Depois de toda a merda que eu tinha feito.

“Eu sei disso,” eu disse a ele levantando meus olhos para encontrar os dele. “Eu deveria ter parado. Inferno, eu não deveria ter começado. Mas eu estou pagando por isso. Eu amo Lila e agora eu a perdi. Ela está sofrendo e a culpa é toda minha. Isso está me matando.”

Papai fez uma careta. “Sim. Na vida, você vai cometer erros, mas este é mais do que um erro. É egoísta, irresponsável e com certeza até mesmo desonesto. Essa mulher é casada. Eu entendo que você era um adolescente com hormônios em fúria, mas ela é uma mulher casada. Isso...” disse ele apontando para mim. “Isso foi onde você ferrou tudo. Não, Lila Kate não vai perdoá-lo. Como poderia?”

Levantei-me incapaz de me sentar aqui e ficar ouvindo os meus erros novamente. Eu sabia que tinha fodido tudo. Eu não preciso do meu pai me lembrando mais e mais. O que eu precisava fazer era encontrar uma maneira de corrigir isso. Que parecia impossível.

“Onde você está indo?” A raiva de meu pai não se dissipou em nada durante a hora em que ele estava gritando comigo.

“Não estamos terminando aqui?” Eu respondi.

Ele fechou o espaço entre nós e olhou para mim. “Você dormiu com uma funcionária casada de um negócio que será seu um dia. Você fez vídeos de sexo com ela. Ela está alegando estar grávida de seu filho. Não, não estamos terminados, porra. Falei com os advogados. Falei com o marido de Kelsey. Estamos nos reunido em uma hora na sala de reuniões do clube. Você não vai a lugar nenhum.”

Lila Kate estava lá fora e eu não tinha ideia onde ou como encontrá-la ou onde procurar. Eu tinha ligado para Nate, mas ele jurou que ela não tinha chegado a Sea Breeze. Ela precisava ouvir o meu lado da história. Tinha que explicar a ela. Talvez ela entendesse depois que eu tivesse a oportunidade de explicar como tudo começou e como funcionou, até que corri atrás dela quando ela deixou a cidade. Eu não tinha visto nenhum problema com o que estava fazendo. Vejo agora. Se eu pudesse ser o homem que ela queria que eu fosse e apagar toda a merda do passado eu teria feito. Eu era um fodido estúpido. Agora eu iria pagar por isso.

“Ela precisa de espaço. Você não pode encontrá-la de qualquer maneira. Você não sabe onde ela foi.” A voz da minha mãe estava calma e compreensiva.

"Eu fiz isso. Eu a feri.” Minha voz falhou com emoção quando eu disse isso.

Minha mãe concordou. “Sim. E você será o único que poderá consertar isso. Mas, por agora, tem outra coisa para corrigir.”

“Absolutamente certo que ele tem,” A voz de papai estava com raiva e irritação.

“Woods, acalme-se. Eu sei que você está com raiva. Mas isso começou quando ele era criança. Ela se aproveitou dele. Lembre-se disso.”

Papai levantou as mãos em frustração. “Ela é casada, Della. Casada. Eu gostaria de pensar que o meu filho tem mais moral do que isso.”

Mãe concordou. “Eu também. Mas o que está feito está feito. Nós pensamos que era só uma raiva de adolescente e ele ia superar isso. Nós deveríamos termos prestado mais atenção.”

Pai apontou para mim. “Ele deveria ter usado seu maldito cérebro e não seu pau!”

Mãe estremeceu. “Sério, querido. Essas são palavras necessárias?”

Ele balançou sua cabeça. “É só isso. Foda-se. Eu não era perfeito na sua idade, mas eu não fiz isso. Eu não coloquei o clube em uma questão jurídica. E eu não trepei com as funcionárias casadas.”

Mas eu tinha.

“Quando é que vamos para o clube?” Perguntei.

“Devemos sair agora. Eu preciso garantir que a sala esteja pronta. E os nossos advogados precisam passar algumas coisas com você. O que você pode e não pode dizer.”

Mãe levantou-se. “Eu vou.”

“Não,” meu pai e eu dissemos ao mesmo tempo.

Mãe franziu a testa. “Por que não?”

Olhei para meu pai, e ele suspirou. “Porque Della, temo ter que lidar com questões mais do que as legais quando você ver Kelsey. Os vídeos serão discutidos e eu não confio em você para não atacar a mulher.”

Ele tinha uma razão melhor do que a minha. Eu estava preocupado, pois iria aborrecê-la.

“Ela está grávida. Pode não ser o filho de Cruz, mas eu nunca iria ferir uma mulher grávida,” mamãe argumentou.

Papai levantou a sobrancelha. “Você ainda não viu os vídeos.”

Mamãe soltou um suspiro profundo, em seguida, assentiu. “Talvez você tenha razão.”

Papai andou até a minha mãe, puxou-a em seus braços, em seguida, beijou sua cabeça. “Eu vou mantê-la informada.”

Ela assentiu com a cabeça contra seu peito. Eles sempre tinham sido assim. Próximos. Unidos. Papai a adorava e ela o adorava. Eu não queria isso. Eu sempre pensei que os deixavam vulneráveis. Eu não confio nisso. Era uma aposta de amar assim. Eu tinha ouvido de Kelsey, por anos, o quão terrível a maioria dos casamentos eram. Eu acreditei nela.

Mas os vendo assim percebi que eu queria isso também. Eu tive um gosto com Lila Kate. Por um breve período de tempo eu soube que ela era tudo que eu iria querer. Agora ela se foi. O que os meus pais tinham não era exclusivo para eles. Era simplesmente porque eles se amavam.

Kelsey não amava. Havia uma diferença.

Meus pais não eram vulneráveis devido ao seu amor. Eles eram mais fortes por causa disso. Minhas mentiras e segredos tiveram que sair para eu visse e entendesse esse tipo de amor. Por que esse teve que ser o caso? Por que eu não pude perceber isso anos atrás e salvar tantas pessoas da dor?

Eu não perderia Lila Kate sem uma luta. Eu curaria tudo o que eu tinha quebrado da melhor maneira que pudesse. Gostaria de aprender e seguir em frente. Então, gostaria de encontrar uma maneira para que ela me perdoe. Mesmo que isso tomasse o resto de nossas vidas. Eu esperaria por ela. Por nós.


Quarenta e Dois

Eli Hardy

 


VER LILA ANDANDO em minha direção com luzes em seus cabelos e os perfeitos traços marcados com dor, eu percebi uma coisa. Ela se sentia “mais.” Ela tinha experimentado o “mais” que nós todos esperávamos. Essa intensidade que o agarra e o prende com tanta força que você não pode fazer nada, a não ser desfrutar do passeio e esperar o melhor.

Eu não era o passeio para ela. Na noite em que a conheci, ela já tinha sido arrebatada por ele. Inferno, ela já estava no passeio e não queria estar. Cruz havia roubado seu coração há muito tempo. Mas eu estava grato, pois sua jornada a tinha trazido para mim. Sem ela, sem os sentimentos que desenvolvi por ela, eu nunca teria acreditado que eu poderia amar alguém como amei Bliss. Eu sabia agora que eu estava errado. Bliss era minha melhor amiga, ela era minha infância. Somos crescidos agora e nosso passeio acabou.

Lila parou na mesa que tínhamos encontrado fora da padaria em Sea Breeze. Eu já tinha comido aqui muitas vezes. Ela me ligou dois dias depois que Nate veio me ver perguntando se eu tinha ouvido falar dela. Eu não tinha no momento. Mas ele me disse que alguma merda tinha acontecido com Cruz e Lila tinha fugido.

Eu tinha perguntado onde ela estava quando ela ligou e me disse que estava em Nashville. Pensei em encontrar com ela. Mas eu não fiz. Ela não era minha. Ela nunca seria. Mas esta manhã eu tinha conseguido uma mensagem. Ela estava em Sea Breeze. Ela queria me ver.

O círculo escuro sob seus lindos olhos e a tristeza óbvias em sua expressão me doeu. Eu odiava vê-la assim. Eu sabia o desgosto que ela sentia. Nunca foi fácil. Destrói você. Recuperar-se depois exigiria força. E eu sabia que Lila tinha essa força.

“Eu pedi seu café do jeito que você gosta,” eu disse a ela quando se sentou à minha frente.

Ela tentou um sorriso. Ele era fraco e não encontrou seus olhos. “Obrigada.”

Eu a vi tomar um pequeno gole e depois levantar o olhar para mim. “Obrigada por me encontrar aqui.”

Dei de ombros. “Não tinha nada melhor para fazer. Sea Breeze tem sido chata.”

Lila não riu da minha tentativa de aliviar o clima. Em vez disso, eu podia ver os olhos dela irem para outro lugar. Seus pensamentos perdidos em outro momento. Eu a deixei ir viajar em seus pensamentos sozinha enquanto eu bebia um pouco do meu chá. Ela estava mais quebrada do que qualquer outra mulher que eu já tinha visto. Nate tinha-me contato a história. O que Cruz tinha feito. Por que Lila tinha deixado e como ela descobriu. Foi uma bagunça. Mas depois de conhecer Cruz isso não me surpreendeu. Nate disse que sabia que Cruz fodia aquela mulher casada quando eles eram adolescentes. Ele só não tinha pensado mais sobre isso ao longo dos anos.

“Você dormiu um pouco?” Perguntei trazendo-a de volta para o aqui e agora. Sem os demônios a provocando em sua cabeça.

Ela se concentrou em mim novamente, em seguida, começou a acenar com a cabeça e parou. “Não, não realmente. Quando eu fecho meus olhos... Eu estou lá naquela sala. Ela está me mostrando o vídeo... Eu os ouvi.” Ela parou e balançou a cabeça. “E eu sei que foi antes de mim. Eu sei que ele esteve com muitas, muitas mulheres antes de mim.” Ela fechou os olhos como se tivesse que dizer algo que ela não queria. Que não podia suportar olhar para mim como ela disse. “Aquela mulher se aproveitou dele. Eu nem sequer o culpo completamente pelo caso. Ela era a adulta na maior parte do seu... relacionamento.” Ela abriu os olhos lentamente e encontrou meu olhar. “É o vídeo. As coisas que ele disse a ela,” sua voz era um sussurro. “Se é isso que ele quer. Ele nunca disse essas coisas para mim. Nosso sexo... deve tê-lo aborrecido.”

Como eu estava completamente curioso eu queria saber o que ele tinha dito a mulher durante o sexo que a fez tão preocupada, eu fiz a pergunta óbvia. “Você não está preocupada com o fato dela estar grávida?”

Lila balançou a cabeça. “Não. Mesmo que ela esteja grávida, o que eu não acredito que seja verdade, não é dele. As mulheres afirmam a gravidez para tentar segurar um homem que perdeu desde o início da raça humana, eu acho. No início, eu acreditei nela e fiquei arrasada. Eu tive tempo para pensar sobre suas ações. O jeito que ela me disse. Como ela disse. Ela não é uma pessoa mentalmente estável.”

Eu tive que concordar com a parte do mentalmente estável. Se ela tinha começado a porra com o Cruz quando ele tinha dezesseis anos, então algo estava errado em sua cabeça. “Você vai voltar logo?” Perguntei.

Ela encolheu os ombros. “Eu vou ter que ir, eventualmente. Eu tenho meu estúdio para terminar. Minha vida para voltar. Vai ser difícil. Cruz não mentiu para mim porque eu nunca perguntei sobre suas experiências sexuais passadas. Mas ele sabia que essa coisa com Kelsey estava prestes a explodir e ele não me disse nada. Talvez ter sexo com ela quando ele era jovem e estúpido pode ser perdoado. Mas o vídeo que eu vi foi mais recente. Ele era mais velho. Ele ainda foi vê-la. Como posso confiar nele se ele não tem culpa por foder uma mulher casada?”

Ela tinha um ponto. E eu não tinha certeza se eu tinha uma resposta para ela. O que eu sabia era que todos tinham os seus segredos. Sua própria escuridão. Algo que eles escondiam do mundo. Escolher perdoá-los era uma escolha. Estaria perdendo a chance de ter esse “mais” que todos nós queríamos somente por ser incapaz de perdoar? Ou amar poderia ser o suficiente? Para cobrir tudo e curá-los tanto?

“Você ama Cruz?” Eu perguntei a ela.

Ela assentiu com a cabeça.

“Esse... vídeo ou as palavras desta mulher mataram um pouco desse amor? O enfraqueceu de alguma forma?”

Ela fez uma pausa, em seguida, sacudiu a cabeça. Seus ombros caíram, infelizmente, quando ela admitiu.

“Então você deve isso a si mesma, ouvi-lo e perdoá-lo. Se você não fizer isso está apenas prejudicando a si mesma.”

Os olhos de Lila se encheram de lágrimas. “Mas eu posso não ser suficiente para segurá-lo. Eu não estou... Eu não sou experiente. Eu não faço coisas como as que vi e ouvi. Eu sou.. Eu sou entediante.”

Isso me deu vontade de rir. A mulher na minha frente não era nada chata. Mas eu não ri porque eu tinha mulheres suficientes na minha vida para saber quando elas dizem merda que acreditam. Rindo disso não iria ajudar.

“Você não é nada chata. Claro, você é educada, formal e adequada. Você é gentil e atenciosa. Não usa sua beleza como uma arma. É completamente fascinante. Os homens olham para você. Eles ficam atordoados por você e você não percebe isso porque é distraída, o que a torna mais atraente. Cruz Kerrington e eu temos muito pouco em comum. Mas a única coisa que temos é que somos ambos heterossexuais. Eu sei o que ele vê quando olha para você. Sei também que o homem veio correndo atrás de você quando você deixou a cidade. Ele não queria perdê-la. Ele te ama, Lila. Eu o vi no seu apartamento naquela manhã. Volte. Deixe-o se explicar.”

Ela me deu um pequeno sorriso em seguida. “Você pensa tudo isso sobre mim?”

“Exatamente cada palavra que eu disse.”

“Por que não podia ter sido você? Por que meu coração tem que amá-lo?”

Eu ri então. Eu me perguntava a mesma coisa no começo, mas eu tive tempo para pensar nisso e eu sabia que tinha algumas coisas a enfrentar. Coisas para admitir para mim mesmo. E antes desse mês passado, eu não estaria pronto para seguir em frente. Eu estaria desperdiçando minha vida querendo uma mulher que nunca ia sentir o mesmo. Eu ainda estaria bagunçando cada encontro que eu tinha, porque eu estava comparando-as a Bliss. Mas as coisas eram diferentes agora. Eu era diferente.

Eu tinha que agradecê-la. Foi tudo por causa de Lila.


Quarenta e Três

Lila Kate

 


LEVOU TRÊS HORAS para que meus pais fossem embora. Quando eu mandei uma mensagem para eles dizendo que estava em casa, eles vieram com alimentos depois de uma hora. Eles não falaram sobre Cruz ou a razão de eu ter fugido. Nós comemos. Eu disse a eles todos os lugares onde eu tinha ido. Foi uma conversa difícil no início. Quando meu pai mencionou que iria lidar com alguns problemas, eu imediatamente o avisei que eu nunca o perdoaria se ele dissesse ou fizesse qualquer coisa para Cruz. Ele parecia muito infeliz com isso, mas com o incentivo de minha mãe, que tinha concordado em deixá-lo em paz.

Conseguir que eles saíssem e me dessem um tempo sozinha, tinha sido outro problema. Quando Ophelia chegou em casa, eles finalmente saíram. Deixei escapar um suspiro de alívio quando saíram pela porta.

“Faz tempo que eles estão aqui?” Ela perguntou enquanto se servia de um copo de água.

“Sim. Mas eles estavam preocupados e precisavam saber que eu estou bem. Apenas feliz que acabou.”

Ophelia se aproximou e sentou-se em minha frente no sofá. “Você falou com ele?”

Eu sabia que ela estava se referindo a Cruz. Eu balancei minha cabeça.

“Você vai?” Ela perguntou.

Eu pensei em tudo que Eli havia dito na minha volta para casa ontem. “Sim. Eventualmente. Teremos de falar.”

“Kelsey não esta grávida,” ela disse me observando de perto para ver minha reação.

“Eu realmente nunca pensei que ela estivesse. Mas como é que eles sabem disso?”

“Mamãe disse que Woods ameaçou dar queixa de pornografia infantil. Ela tinha vídeos em seu escritório tendo relações sexuais quando ele tinha... bem, quando tinha dezesseis anos.”

Eu não poderia responder a isso. Eu odiava esses vídeos.

“Desculpa... Eu não deveria ter tocado no assunto, mas pensei que você gostaria de saber. Quer dizer, eu fiquei chocada sobre você estar com Cruz. Vocês dois, bem, vocês realmente não se encaixam. Ele é Cruz. Os vídeos de sexo, uma mulher diferente a cada noite, as festas loucas de Cruz.”

Isso era tudo o que as pessoas viam quando eles olhavam para Cruz. O que ele tinha feito. Não quem ele era. Ninguém nunca olhou de perto o suficiente para se importar? Ninguém além de mim?

“Ele é inteligente e cheio de ideias. Ele tem um grande coração e nunca quis machucar ninguém. Ele ama a sua família e não quer decepcionar o seu pai. Há muito mais sobre o Cruz do que o que ele fez.”

Ophelia sentou-se calmamente e seus olhos me estudaram. “Você realmente o ama, não é?!” Isso não era uma pergunta.

“Meu amor por ele não é o problema. O que me preocupa é se isso é o suficiente.”

Ophelia se levantou, andou até mim e colocou o braço em volta. “É sobre encontrar a sua própria perfeição torcida, se deixando apaixonar tanto e ter uma chance. Se você já fez tudo isso, você não tem nenhuma razão para desistir. Não agora.”

“E se ele não estiver desistindo, mas só aceitando a realidade?” Eu perguntei a ela.

Ela sorriu. “Você não sabe o que é a realidade ainda.”

Isso tudo parecia fácil. Mas eu sabia que nada daquilo era. Amar Cruz foi como brincar com uma chama muito quente. Eu ia ficar queimada, eventualmente. Fui dormir naquela noite me perguntando se isso valeu a pena.

Uma semana mais tarde, eu percebi que toda a minha preocupação em perdoá-lo era inútil. Cruz não tinha vindo falar comigo. Ele não tinha ligado para me verificar. Todas as mensagens de voz e de textos me implorando para perdoá-lo no dia em que fugi eram dele. Ele não me ligou ou mandou uma mensagem novamente. Esta cidade não era pequena. Ele sabia que eu estava de volta e não veio se explicar. Ele não estava fazendo nada.

Passei os dias trabalhando no estúdio, pedindo para isso acabar, chorei no chuveiro até que estivesse cansada demais para chorar mais e, em seguida, fui para a cama. Isso se tornou uma rotina. Minha mãe tinha me chamado para almoçar, mas eu disse a ela que estava muito ocupada. Ela acabou vindo me trazer comida no estúdio outro dia.

Ophelia foi para Sea Breeze com sua família. Eles estavam indo visitar Nate e Bliss por algumas semanas. O apartamento estava em silêncio. Tudo que eu tinha eram meus pensamentos e esses eram sempre sobre Cruz. Eu estava começando a ansiar pelo dia em que eu iria tomar um banho e não acabaria em lágrimas. Eu queria a minha felicidade de volta.

A pintura foi feita. Espelhos seriam instalados com barras ao longo das paredes. Em seguida seria o chão. Os sons de construção e trabalhadores me deu algo para me concentrar diferente de Cruz.

Quando há segunda semana, desde o meu retorno, chegou ao fim, eu não chorava mais no chuveiro. Eu assisti a um filme antes de ir dormir e comi uma refeição inteira em vez de apenas mordiscar. Olhando para o teto naquela noite eu percebi que a minha vida ia ficar bem. Cruz não veio me ver. Mas eu precisava do fechamento. Suas ações ou não ações contaram-me o que eu precisava saber sobre nós. Ele estava acabado, mas eu tinha algumas coisas a dizer a ele primeiro.

Eu me levantei de manhã e gostaria de encontrar Cruz. Eu nos daria o fechamento que eu precisava. Então eu iria finalmente colocar Cruz Kerrington para trás. Seguiria em frente e desta vez não olharia para trás.


Quarenta e Quatro

Cruz Kerrington

 


MAIS FELIZ. Lila Kate estava mais feliz. Eu a tinha visto. Eu fui a Sea Breeze mesmo depois que Nate tinha me dito que ela não estava lá e eu a encontrei. Ela estava lá. Ela estava mais feliz. Eli estava sentado a sua frente e ela estava sorrindo. Ele sorria. Eles estavam livres de culpa, escuridão e de dor. Lila Kate pertencia a ele. Aceitar isso tinha sido doloroso. Eu queria que ela fosse feliz. Eu a tinha machucado de uma maneira que ele nunca faria. Eu precisava dela. Mas ela precisava dele. Eu a amava mais do que qualquer homem jamais faria.

Isso não importa. Vendo seu sorriso. Rir. Tudo tinha sido tão claro. Ela precisava dele. Não de mim. Fodido Cruz Kerrington não merecia Lila Kate. Ela teria alguém novo. Alguém que não iria quebrar o seu coração. Eu queria que ela fosse feliz. Deixando-a lá com ele tinha sido uma das coisas mais difíceis que eu tinha feito. Mas ela voltou para a casa. E agora eu estava aqui.

Eu a assisti por duas semanas. Ela não saiu. Trabalhou durante todo o dia, pediu comida, então foi para a cama cedo. Mais de uma dúzia de vezes eu quase saí desta maldita caminhonete do trabalho que eu estava usando do departamento de manutenção de campos do clube e fui até lá bater em sua porta. Mas eu não podia. Ela não tinha me ligado. Ela não tinha vindo me encontrar. Nem mesmo uma mensagem.

Meu passado era mais do que ela podia aceitar. Mas o que eu podia esperar? Lila Kate não estava manchada de qualquer forma. Ela nunca teve uma situação tão complicada. Eu era a porra do seu único pesar. Tomei um gole de café que eu tinha começado a beber porque não conseguia dormir à noite e a exaustão que veio com essa falta de sono exigia cafeína.

Meu pai não me queria no clube. Ele disse que eu tinha que crescer muito para poder trabalhar lá. Agora que o problema com Kelsey foi tratado e ela se foi, ele decidiu que era melhor que eu não tivesse relações com o clube, eu só podia trabalhar na equipe de cuidados com o gramado do campo de golfe.

Eu acordava às quatro da manhã para cortar a grama, colher erva daninha e limpar o lixo sete dias por semana. Papai disse que se eu não quisesse fazer isso e trabalhar, iria ser da maneira mais difícil, eu era bem-vindo para encontrar outro futuro. O clube significava muito para ele confiá-lo a mim depois de expor o meu comportamento imoral.

Eu esqueci o pedaço de bolo na minha mão que eu tinha trazido do café quando vi Lila Kate andar fora pela primeira vez em duas semanas. Deixei-o no assoalho do carro e coloquei meu copo para baixo enquanto ela fazia seu caminho até o carro. Ela estava indo para algum lugar. Estava indo de volta para ele? Ela estava deixando este lugar para ir a Sea Breeze? O pânico se estabeleceu em mim pois eu sabia que ela merecia o que Eli Hardy poderia lhe dar.

Uma vez que ela dirigiu, eu a segui. Percebi que isso não era saudável, mas eu acreditei que eu estava fodido na cabeça como meu pai tinha dito. Eu precisava de terapia ou algo assim. Imaginei que essa merda de cuidar do gramado antes do sol nascer era uma boa terapia.

Não me levou muito tempo para descobrir que ela estava indo para a minha casa, não para Sea Breeze. Antes dela virar na minha entrada, parou o carro na calçada e eu desacelerei a caminhonete. A porta do carro se abriu e ela virou para olhar para mim com as mãos nos quadris como se estivesse irritada.

Eu vinha atrás dela, virei a caminhonete e sai.

“Você está me seguindo?” Ela perguntou. “Você acha que óculos escuros e um boné de beisebol são um disfarce real?”

Eu pensei que tinha me escondido o suficiente. Eu estava dirigindo esta caminhonete velha e empoeirada. Fiquei impressionado que ela tinha prestado a atenção ao seu redor para perceber que ela estava sendo seguida. “Sim.”

“Por quê?” Ela perguntou.

“Eu estava preocupado com você.” E tentando criar coragem de falar com você. Mas eu não disse isso.

Lila Kate caminhou na minha direção e suas mãos pequenas me empurram com força no peito. “Eu voltei há duas semanas. Isso é tudo que você tem a dizer?” Ela gritou me empurrando para trás. “Você estava preocupado comigo? Por que Cruz? Por que você estava preocupado comigo? Porque sua amiga casada e insana me mostrou fodidos vídeos de vocês dois e me disse que estava grávida de seu filho?” Lila Kate foi falando mais alto e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Estendi a mão para tocar seus braços. Para impedi-la de me empurrar para a estrada, tentando acalmá-la.

“NÃO! Não me toque. Você não pode me tocar! Eu te amei! E você esperou por duas semanas, sentado do lado de fora e me vigiando!”

Ela sabia que eu estava sentado do lado de fora de sua casa? Droga. Ela era mais perspicaz do que eu imaginava.

Lágrimas estavam fluindo livremente pelo seu rosto agora. Ela chorou e me bateu com os punhos. Uma vez no braço e outra no peito. Depois que ela me atacou, virou-se e começou a correr de volta para seu carro.

“Você disse que me amava,” Eu falei. “Isso é passado, Lila Kate. Está acabado? Você ama alguém tão rápido assim?” O medo estava obstruindo minha garganta. Eu a observei, enquanto segurava um pequeno pingo de esperança de que ela me perdoasse. Que ela não tinha se mudado tão rapidamente para Eli Hardy. Que ela ainda me amava. Que não seria capaz de me amar depois do que ela viu, do que ela sabia, era pior. Como eu lutaria por ela se ela não me ama mais?

Ela parou. Nós dois ali. Ela estava de costas para mim. Esperei mesmo que eu quisesse correr para ela. Para segurá-la. Para pedir-lhe para me amar.

“O que você quer de mim?” ela perguntou voltando-se para mim. Seu rosto coberto de lágrimas estava manchado e vermelho.

“Tudo,” eu respondi honestamente.

“Onde você esteve?”

“Do lado de fora da sua casa. Nessa maldita caminhonete,” eu admiti.

“Por quê?”

“Porque eu estava aterrorizado com isso. Que eu não tivesse chance de fazer isso direito. Que eu tivesse perdido tudo. Que eu tivesse perdido você.”

“Então você não veio me procurar? Você deixou-me pensar que tínhamos terminado?”

Eu balancei minha cabeça. “Eu liguei, mandei mensagens para você e você nunca respondeu. Eu estava esperando. Dando-lhe tempo. E... Eu vi você com ele. Eu vi você sorrir. Eu vi você rir. Você estava feliz, Lila. Eu quero que você seja feliz. Eu não fui embora. Eu estava do lado de fora o tempo todo. Exceto quando eu estava cortando grama e colhendo erva daninha às quatro da manhã no campo de golfe.”

“Você me viu sorrindo com quem?” Ela perguntou com confusão no rosto.

“Eli.”

“Eli? Em Sea Breeze?”

“Eu fui procurar por você. Eu encontrei você. Com ele. Ele fez você sorrir. Ele é bom. Ele não fez mal a você como eu fiz.”

Ela não respondeu de primeira. Ela só ficou lá olhando para mim enquanto deixava a minha confissão se afundar. Ela não podia negar o que eu tinha visto. Como Eli a tinha feito esquecer a dor. Tinha-lhe dado uma razão para sorrir. Ele nunca iria machucá-la como eu fiz, mas nós dois sabíamos que ele nunca poderia amá-la como eu a amo. Ninguém poderia.

“Quando foi a última vez que esteve com ela?” Ela me perguntou.

“Três meses atrás. Eu estava bêbado. Ela me chamou. Fui até ela. Era um hábito. Um que vou me arrepender para o resto da minha vida.”

“No começo, você a amava?”

“Eu era um garoto, Lila. Eu amava qualquer mulher que deixasse meu pau ficar em sua boceta. Então ela começou a me contar o quão maltratada ela era e como seu marido não tinha relações sexuais com ela. Eu senti pena dela. Em um ponto, eu acho que eu pensei que nós éramos amigos, mas sempre foi uma manipulação da parte dela. Eu nunca a amei. Eu me apaixonei uma vez. Eu ainda estou. Mesmo quando eu não percebia isso, Lila, foi você. Sempre você. A garota que eu nunca me senti bom o suficiente. A menina que eu observava de longe e sonhava à noite. Só você.”

Ela fungou e enxugou uma lágrima. “Eu tenho medo de que você vá ficar entediado comigo. Nós somos tão diferentes. Eu... Eu não sou tão experiente ou aventureira. Eu poderia ser, mas eu nem sei como.”

Meu peito estava mais leve do que em semanas. Eu puxei a minha primeira respiração profunda desde o momento que descobri que Lila Kate estava desaparecida. “Você está falando sério?” Perguntei dando um passo em sua direção.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você tem alguma ideia de quão perfeita você é para mim?”

Ela balançou a cabeça neste momento.

“Não houve uma vez em minha vida que eu pensasse sobre meu futuro e não te vi nele. Seu rosto estava sempre lá. A sua voz na minha cabeça quando eu estava fazendo a coisa errada. Aqueles olhos me assombravam mesmo quando eu estava desmaiado de bêbado. Você tem estado comigo em cada momento da minha vida. Mesmo se eu não quisesse você lá, meu coração queria você. Minha alma encontrou a sua companheira quando eu era criança. Eu poderia ter lutado contra ela, mas a conexão já tinha sido feita. Sempre será assim.” Dei mais um passo em sua direção. “Você pode até me odiar. Você nunca pode nunca me perdoar. Você pode me dizer para sair e não voltar. Mas eu vou te amar para sempre. Isso não vai mudar.”

Ela fungou novamente. “Isso significa que você vai sentar-se do lado de fora como um perseguidor me vigiando?”

Eu sorri. “Provavelmente sim.”

Lila Kate fechou a pequena distância entre nós e colocou as mãos no meu peito suavemente desta vez. “Isso não me deixa nenhuma outra escolha, então farei isso.”

“Você está indo para obter uma ordem de restrição?” Eu provoquei.

Ela sorriu então. Um grande sorriso bonito que deixava meus joelhos fracos durante o tempo que eu me lembrava. “Essa é uma opção,” ela respondeu. “Mas eu acho que eu vou com a opção número dois.”

“E qual é?” Perguntei.

Ela ficou na ponta dos pés e deu um beijo em meu queixo. “Te amar pelo resto da minha vida.”

Eu segurei seu rosto em minhas mãos e olhei para a mulher que seria sempre a que me salvou. Ela era meu centro. Amá-la tinha me destruído. O velho eu tinha ido embora. O homem descuidado, egoísta que eu era não estava mais lá. Eu queria ser bom o suficiente para ela. E eu seria. Eu seria o tipo de homem que meu pai era. Minha vida tinha um propósito.

Tudo por causa de Lila

Estendi a mão e desliguei a frigideira, em seguida, agarrei-a e a levantei para colocá-la no balcão. Espalhei seus joelhos abertos, me coloquei entre eles e puxei-a contra mim antes de tomar sua boca novamente. Eu poderia ficar assim durante toda a noite.

Com suas pernas em volta da minha cintura, ela agarrou meu rosto e me beijou de volta com tanta paixão quanto eu sentia. Era intoxicante. Cada toque, cheiro, som que ela fez me deixou louco. Meu maior arrependimento foi ter dormido com ela bêbado, como se ela fosse um caso de uma noite. Ela era especial. Eu queria lembrar como era a sensação de estar dentro dela. Saber como seu rosto parecia quando ela gritasse com um orgasmo.

Suas mãos se moveram para o meu peito, e ela os correu sobre o meu abdômen. Sentindo cada um enquanto ainda me beijava. Nossas línguas entrelaçadas. Nossa respiração sincronizada. Corri minhas mãos para cima em suas coxas querendo tocá-la e vê-la se contorcer e implorar para ter seu perfume nos meus dedos.

Ela abriu mais as pernas e a saia curta que ela usava deslizou por suas coxas até que estivesse nua. Eu podia ver o cetim branco e renda de sua calcinha. O tecido úmido estava agarrado a ela, e como um homem das cavernas, eu queria bater no meu peito que eu tinha feito isso. Eu a tinha deixado toda molhada apenas com um beijo.

Esfregando um dedo sobre o tecido fino, delicado, vi seu rosto enquanto seus olhos queimaram e seu rosto corou. Deslizando um dedo dentro, eu gemi de prazer ao calor que tocou meu dedo. Eu podia sentir sua excitação. Ela queria que eu a tocasse. Ela queria isso também.

“Eu beijei você aqui.” A memória voltou claramente. O cheiro me bateu e com ele veio à memória de suas pernas jogadas sobre meus ombros enquanto eu a comia como uma porra de um buffet que eu não poderia obter o suficiente.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você gozou na minha língua.” Minha voz era rouca de desejo.

“Sim.” Ela sussurrou.

Eu comecei a ficar de joelhos, e ela agarrou meus braços. “Não, não.”

Eu parei e olhei para ela. Esperei por uma razão para não. Eu nunca tinha tido uma mulher me pedindo para não lambê-la.

Ela respirou fundo. “Eu não estou preparada para isso. Preciso de tempo.”

Ela não estava bêbada. Nós não estávamos em um bar. E eu estava agindo como um maníaco louco por sexo.

“Eu sinto muito. Eu me empolguei. A memória...” Eu parei.

“Foi fantástico. Mas... Eu já passei por outras coisas desde então. Preciso de tempo. Eu gosto de você, Eli. Você me faz sorrir. Eu não quero estragar isso. Minha cabeça e meu coração precisam estar no mesmo lugar.”

Isto não era apenas sobre o nosso tempo. Tratava-se de Cruz Kerrington. Eu tinha que competir com as lembranças dele. Mas eu não tinha medo disso. Ele a tinha machucado. Eu nunca faria isso. Eu poderia ajudá-la a curar, e eu sou paciente, Deus, porra, eu sou tão paciente. Lila se encaixa comigo. Nós nos complementamos. Temos as mesmas ideias, gostos, crenças, e poderíamos ser um excelente casal. Eu nunca a faria sofrer.

Mas ela tinha que superar Cruz em primeiro lugar e seguir em frente com o que ela passou. Se eu fosse dar o meu coração para outra mulher, eu precisava saber que ela queria. Eu poderia ser paciente e esperar.

Eu deixei minhas mãos descansarem sobre as coxas. “Ok. Eu posso esperar.”

Ela suspirou de alívio e me abraçou. “Obrigada. Eu tenho muita sorte de ter você. Agora, eu estaria perdida e sozinha. Mas você está aqui e eu... Estou muito feliz que você veio.”


Trinta e Um

Lila Kate

 


DEPOIS DO JANTAR eu levei Eli para uma caminhada pela cidade. Ele tinha ouvido Bliss falar muito sobre este lugar, e queria ver mais. As noites aqui eram muito familiares. Crianças andando de bicicleta ao longo das calçadas, casais andando e comendo cones de sorvete e desfrutando de um dia quente, o riso dos adolescentes enquanto andavam em grupos, e a maioria deles ainda vestiam seus trajes de banho. Também havia os turistas, e era o que mantinha a área próspera.

“É um local de férias para os ricos,” Eli disse com um tom divertido.

“Aqui não é como Sea Breeze. Não há condomínios, apenas casas costeiras de luxo para alugar. Atrai um público muito diferente. Não somente adolescentes bêbados dirigindo e gritando uns com os outros através de seus tetos solares ou janelas. Eu gosto disso.”

“Há condomínios... só não gosto dos seus condomínios. Estes são pequenos e os edifícios têm somente dois andares. Como aquele lá.” Apontei para o que eu estava falando.

Eli riu. “Isso não é um condomínio. Você viu os vinte edifícios de vinte andares em Sea Breeze. Você sabe do que estou falando.”

Concordei que era muito diferente, e ele não estava mesmo do lado da elite de Rosemary Beach, que foi isolada para os turistas. Kerrington Club era o início da área privada. Eu não queria levá-lo lá. Ainda não.

“Lila Kate!” Eu ouvi meu nome e fiz uma pausa para olhar ao redor. Então eu vi o Mustang vermelho que Jace Montgomery tinha ganhado em sua formatura do ensino médio este ano. Eu acenei para ele.

“Lado errado da cidade, baby. Você se perdeu?” Eu ignorei o fato de que um jovem de dezoito anos de idade me chamou de ‘baby’, simplesmente porque esse era Jace. Ele estava brincando. Ele sempre foi alegre, e eu o conhecia desde o seu nascimento. Eu tinha ido para o hospital com meus pais quando ele nasceu.

“Mudei-me para cá.” Eu disse quando ele estacionou o carro ao nosso lado.

“Você mudou-se para o centro da cidade?” Ele perguntou incrédulo.

Eu balancei a cabeça. “Sim. Jace este é meu amigo, Eli Hardy. Eli, este é Jace Montgomery.”

Jace lançou-lhe um sorriso branco brilhante. “Prazer em conhecê-lo, Eli.”

“Mesmo aqui.” Eli respondeu.

Então Jace olhou para mim. “Você está morando aqui de verdade?”

“Sim, Jace. Acima do prédio onde eu vou abrir meu estúdio de dança.”

Os olhos de Jace se arregalaram. “Droga, isso é incrível. Última vez que ouvi sobre você tinha saído da cidade e Cruz tinha ido atrás de você. Pelo menos isso foi o que disseram.”

“Estou de volta. Decidi começar minha vida aqui.”

Ele assentiu. “Sinto muito por sua avó. Eu não estava na cidade quando aconteceu. É por isso que eu não vim com meus pais.”

“Obrigada. Tudo bem.”

Ele sorriu para Eli novamente. “Mantenha esta selvagem na coleira. Tenham uma boa noite. Tenho que ir.”

“Tchau, Jace.” Eu disse. Ele girou suas rodas em resposta e se dirigiu de volta para o outro lado da cidade.

“Ele tem dezoito anos. Essa é a única desculpa que tenho por ele.” Eu disse a Eli quando Jace se foi.

Eli riu. “Eu percebi isso. Eu tive dezoito anos, uma vez também.”

O ar da noite ainda estava quente, mas eu senti um arrepio apesar disso. Meu coração vibrou engraçado, e eu o reconheci. A maior parte da minha vida eu tinha reagido dessa forma quando Cruz estava perto. Eu queria fingir que eu não o senti agora. Que ele tinha ido embora. Mas eu olhei por cima do ombro, porque eu precisava saber se o meu corpo ainda estava me traindo.

Com certeza, lá estava ele. Sua motocicleta estacionada de frente ao meu prédio. Os braços cruzados sobre o peito e o olhar fixo em nossas costas enquanto nos afastávamos. Ele tinha vindo me ver. Eu senti meu peito apertar, e porque ele estava aqui para me ver me irritou. Eu queria não me importar. Eu queria ser a mulher forte e independente que tinha seguido em frente.

Mas não era assim. Eu queria falar com ele. Eu queria saber por que ele estava lá. Olho para ele e gostaria que ele fosse mais. Gostaria que fosse o cara dos contos de fadas. Desejo todos os tipos de coisas inúteis que eu nunca teria. Isso nunca aconteceria.

Eu não fui para ele. Voltei minha atenção de volta para Eli, onde estávamos andando, apreciando o céu noturno, qualquer coisa, menos Cruz. Não era justo deixar Eli para falar com Cruz e nem eu estava levando-o de volta para lá. Cruz nos viu. Ele sabia que Eli estava aqui agora. Ele também sabia que eu escolhi Eli.

Cada passo que demos para longe de Cruz meu coração doeu mais. Era tudo que eu podia fazer para não virar e correr para ele. Para pedir-lhe para ser diferente.

Quando Eli perguntou se eu queria um sorvete, eu sorri para ele e disse que eu queria. Então eu arrisquei um olhar para trás. Cruz ainda estava lá. Ele precisava sair. Eu precisava que ele fosse para outro lugar agora.

O Shack Sugar tinha uma fila até o lado de fora. Era o único lugar que tinha sorvete na cidade e atraia uma multidão. Chegamos à fila e vi como as crianças imploravam por doces e outras guloseimas. Os pais estavam de férias e estavam explodindo sorrisos. O estresse diário do dia se foi. Muitos adultos tinham um frozen em suas mãos. Tentei me concentrar na cena em torno de mim e não olhar para trás.

“Este lugar parece popular.” Disse Eli.

“É o único lugar para tomar sorvete na cidade.”

Ele pareceu surpreso. “Alguém precisa dar-lhes alguma competição.”

Eu ri com isso, mas tomei a minha chance de olhar para trás, para Cruz novamente. Desta vez, ele tinha ido embora.

O peso no meu peito estava lá. Meu apetite para tomar sorvete desapareceu. Mas eu sorri de qualquer maneira. Deixei-me ser uma parte da felicidade em torno de mim. O sol beijou a pele das crianças que não tinham preocupações, nenhum desgosto. Se apenas a vida ainda fosse assim, tão fácil.

“Eli...” eu disse enquanto olhei para ele.

“Sim?”

“Eu acho que eu sou um desperdício do seu tempo.”

Ele parecia triste por um momento, e então ele colocou o dedo embaixo do meu queixo e segurou meu rosto com os dedos. “Você nunca vai ser um desperdício do tempo de ninguém.”

“E se você estiver errado?”

Ele me deu um pequeno sorriso. “Então eu terei uma lembrança incrível de uma menina que eu tive sorte o suficiente de conhecer.”

Se apenas suas palavras me fizessem sentir melhor.

Olhando para trás mais uma vez, eu olhei para Cruz ou quaisquer sinais de que ele fosse magicamente reaparecer.

Ouvi Eli suspirar suavemente. “Ele se foi, Lila.”


Trinta e Dois

Eli Hardy

 


TUDO PARECIA MELHOR QUANDO acordei com o cheiro de bacon. Ontem à noite não foi o que eu esperava que fosse. Lila estava presa a Cruz Kerrington, e eu fiz o meu melhor para ignorar o fato de que ela não estava completamente comigo ontem à noite. Seus pensamentos estavam em outro lugar.

Mas eu gostava de bacon. Alonguei-me, bocejei e me sentei para ver Lila, em um pijama rosa e seus cabelos em um rabo de cavalo, de pé na cozinha. Essa era uma visão que eu poderia passar o resto da minha vida desfrutando. No entanto, quanto mais tempo eu passasse com ela, mais eu percebia que ela seria a única a ir embora. A garota da qual eu falaria por anos e anos, quando relembrasse os velhos tempos.

“Cheira bem.” Eu disse com a minha voz ainda embargada do sono.

Ela levantou a cabeça, pois estava mexendo em uma tigela e sorriu. “Nada especial. Panquecas e bacon. Mas eu tenho blueberries frescas e calda de mirtilos para colocar sobre elas. Mesmo um pouco de chatilly, se você estiver se sentindo aventureiro.”

Eu ri me levantando. “Estou sempre me sentindo aventureiro. Especialmente com panquecas.”

O olhar de Lila percorreu o meu peito nu, então eu levei o meu tempo pegando a camisa que eu tinha descartado ontem à noite. Deixei-a olhar bem. Eu sabia que meu peito era impressionante. Eu trabalhei duro para manter meu corpo em forma. Eu a assisti, e quando ela percebeu que tinha sido pega me verificando desviou o olhar e corou adoravelmente. Eu considerei ficar sem camisa, mas decidi que isso seria desespero.

Puxando minha camisa sobre a minha cabeça, eu caminhei até a cozinha, peguei um banquinho e me sentei em frente de onde ela estava trabalhando. “Eu me ofereceria para ajudar, mas você parece ter tudo sob controle e parece que você está quase acabando.”

“Eu terminei. Quer um café?”

Eu preferia chá, mas eu assenti. “Sim, mas eu pego.”

Ela virou-se e pegou um copo. “Não. Fique sentado.”

Observei-a pegar o meu copo. “Creme ou açúcar?”

“Não, obrigado.”

Ela entregou-me. “Aqui está.”

Eu comecei a falar, mas quando bateram na porta lá embaixo nós dois paramos. Lila franziu a testa e esperamos. Logo depois, aconteceu de novo. Ela tirou a frigideira fora do fogão. “Eu acho que alguém está na porta.”

“Vou verificar,” eu disse, já em pé. “Você está no meio de tudo isso.”

“Ok. Obrigada.” Ela respondeu e voltou para terminar o bacon.

Eu estava quase descendo as escadas quando percebi quem eu estava prestes a cumprimentar na porta. Foi uma coisa de instinto. Eu deveria ter esperado que ele voltasse depois da noite passada. Lila estava tão ocupada olhando para Cruz que ela não tinha percebido que eu verifiquei para ver o que tinha sua atenção. O cara ficou lá por algum tempo. Ela não ir para ele foi como uma jogada ousada, mas eu ainda achava que ela estava frágil. Ele vir aqui esta manhã não era bom.

Mas esta não era a minha decisão a tomar.

Quando cruzei o estúdio e cheguei às portas duplas da entrada, lá estava ele. Exatamente quem eu esperava. Parecendo que bebeu um litro de uísque e não tinha dormido nada.

Eu queria deixar sua bunda lá fora. Segura longe de Lila. Para não magoá-la ainda mais. Mas então ela poderia ter uma razão de ficar zangada comigo. Eu não estava aqui para protegê-la. Pelo menos não por isso.

“Cruz.” Eu disse enquanto abria a porta.

Ele me empurrou e se dirigiu para a porta dos fundos, que levava para o apartamento. Eu estava certo sobre o uísque, ele fedia como um bar. Isto não era o que ela precisava. Mas ele não pareceu dar a mínima.

“Você está tentando machucá-la?” Eu perguntei ainda de pé na porta, desejando que ele fosse embora. Ele parou e esperou um pouco antes de olhar de volta para mim.

“Você não sabe de nada. Ela não te ama. Você é a porra de um curativo.” O ódio em seu tom foi um pouco alarmante.

Dei de ombros. Eu não me afetei pelo seu ódio e eu não estava com medo dele. Ele era forte, alto, mas estava de ressaca, e eu tinha a vantagem. “Eu sei que ela está sofrendo. Ela está tentando se curar. Mas você não a deixa. Você se mantém rasgando-a uma e outra vez.”

Ele olhou para mim. Como se quisesse me matar com as próprias mãos. Eu não me movi. Eu não quero lutar com o cara. Lila não ficaria feliz com isso.

“Eu não sou bom o suficiente para ela. Por que ela não pode ver isso?” Ele parecia aflito. Tinha muito menos raiva e mais sofrimento.

“Eu acho que ela pode. Mas você pode?”

Seu ódio veio à vida. “Eu a amo. Eu morreria por ela. Eu tomaria a porra de um tiro por ela. Você pode dizer isso? Você mal a conhece. Eu a conheço toda a minha vida. Amei-a mais que a metade disso. Eu só não queria.” Quando ele disse as palavras, eu pude ver o choque em seus olhos. Ele se surpreendeu. Eu duvidei que ele alguma vez tenha admitido isso em voz alta.

“Você tem um jeito engraçado de demonstrar amor.” Eu disse a ele.

Ele passou as mãos pelos cabelos e o olhar selvagem em seus olhos era de um homem destruído. “Ela está me destruindo. Porra, eu estou arruinado. Eu preciso dela. Eu estou tão viciado nela que eu não consigo funcionar direito. Eu não suporto que ela esteja com você. Que você ou alguém como você vai ser o caminho certo para ela. Bom o bastante. Que ela vá pertencer a outro homem. Eu não posso aguentar!” Ele rugiu e puxou os cabelos como um homem possuído.

“Você bebeu demais. Vá para casa, durma um pouco. Pense nisso e se você ainda quiser volte.”

Ele balançou sua cabeça. “Eu não posso sair. Não com você lá em cima com ela.”

Isso era pior do que eu pensava. Ela estava apaixonada por um psicopata. Por que ninguém em sua vida se preocupou com isso? O cara precisava de alguma ajuda mental.

“Se você a ama, então seja o homem que ela merece. Isso...” eu disse acenando com a mão para ele. “Não é o homem certo. Você está uma bagunça do caralho.”

Ele me olhou e começou a vir para mim. Seus punhos estavam cerrados ao lado do corpo, então eu me preparei para me defender. Eu odiava bater em um homem bêbado, mas eu não iria deixá-lo chutar a minha bunda também.

“Cruz!” A voz de Lila o deteve. Olhei por cima do ombro para vê-la lá, em pé. Tão inocente e doce. Este louco, que ela amava, não estava nada bem.

Ele fez uma pausa, em seguida, virou-se para ela. “Lila.”

As lágrimas em seus olhos não estavam caindo ainda, mas elas estavam lá. Não derramadas.

“O que você está fazendo?” Perguntou ela, soando como um professor brigando com um estudante indisciplinado.

“Eu te amo.” Disse ele.

Suas lágrimas se soltaram em seguida. “Eu ouvi.”

Eles ficaram lá olhando um para o outro. Eu andei em torno deles e de volta para cima para pegar minhas coisas. Eu não pertenço a este lugar. Não agora.


Trinta e Três

Cruz Kerrington

 


LUTAR ERA IMPOSSÍVEL. Eu tentei. Eu tinha tentado tão forte. Mas eu não podia. Eu era bom o suficiente para Lila Kate? Não. Ela sabia todos os meus segredos obscuros? Não. Será que ela me amaria se soubesse? Provavelmente não. Ela me odeia. Eu não quero que ela me odeie.

Ela virou-se e agarrou o braço de Eli quando ele veio para baixo com sua mochila. Ele passar a noite aqui tinha sido a última gota. Eu tinha quebrado. Meu peito explodindo teria doído menos do que vê-la com ele na noite passada. Comendo um fodido sorvete, andando pela cidade como um casal. Eu não podia suportar isso. Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.

“Deixe-me falar com ele, você não tem que ir.” Ela disse a Eli.

“Sim, ele tem que ir.” Argumentei.

Ela franziu a testa para mim. “Não, ele não tem.”

“Sim, eu tenho.” Disse ele, me salvando de ter que discutir com ela. Porque esse idiota precisava voltar para a porra do Alabama e ficar lá. “Isso...” disse ele apontando entre Lila Kate e eu. “Isso precisa ser resolvido. Estou no caminho, e honestamente, eu não quero ver mais um acidente de trem.”

Dei um passo em direção a ele, minhas mãos cerrando os punhos. Lila Kate estava na minha frente antes que eu pudesse dar dois passos. Ambas as mãos no meu peito. “Cruz. Não. Basta ir lá pra cima. Por favor.”

Seus grandes e belos olhos estavam me dizendo para ir lá para cima... Para o apartamento dela. Isso significava que eu não seria aquele que iria embora. Então eu recuei e concordei.

“Obrigada.” Ela sussurrou, como se ele não pudesse ouvi-la.

“Não toque nela.” Eu o avisei, certificando-me de que ele entendeu que eu o encontraria, e me certificaria que suas mãos não trabalhassem novamente.

“Cruz, por favor.” Lila Kate implorou.

Me virei e caminhei até a porta, apenas olhando para trás uma vez.

“Sinto muito sobre tudo isso,” ela disse. “Eu nunca esperei que ele viesse aqui.”

“Mas você está feliz que ele fez.” Eli respondeu.

“Sim.” Disse ela sem hesitação.

Deixei-os. Ela me queria. Ela não estava pedindo-lhe para ficar. Proclamando que o amava. Chorando por ele. Eu não a tinha perdido ainda. Não era tarde demais para nós. Eu me preocuparia com meus segredos mais tarde. A merda que eu ainda tinha que acabar. Eu lidaria com isso. Por agora, eu só precisava de Lila Kate.

O cheiro de bacon encheu o apartamento quando cheguei ao degrau superior. A área era um grande espaço aberto, espaçoso, e Lila Kate tinha colocado seu toque nele. Sorri para todos os tons de vermelhos e amarelos. Ela adorava cores vibrantes. De alguma forma ela fez as cores, que eu normalmente não me importava, atraente.

Havia panquecas no balcão, junto com mirtilos e bacon. Ela tinha feito o café da manhã. Ciúme me comeu por dentro. A única coisa que me manteve são foi o fato do sofá-cama estar aberto e usado. Eles não tinham dormido juntos. A ideia deles embrulhados juntos na noite passada tinha sido o que me enviou a beber. Em um ponto, eu tinha bebido o suficiente para que eu tivesse desmaiado. Só dormi três horas antes de acordar torturado, outra vez, sobre a ideia deles juntos.

Peguei um pedaço de bacon e o comi, em seguida, verifiquei se havia leite na geladeira. Eu estava com fome. Eu não tinha comido durante toda a noite, e quanto mais eu pensava sobre Lila Kate cozinhando tudo isso para Eli, mais eu queria comê-lo. Tomar o que ele pensava ser dele. Foi meu primeiro, droga.

“Eu não posso continuar fazendo isso com você, Cruz.” Lila Kate disse no momento em que entrou no apartamento. Ela não estava mais chorando. Ela estava mais intensa. Séria. “Isso está mexendo com a minha cabeça. Eu sou um náufrago. Aquele cara que você apenas colocou pra fora daqui é um bom rapaz. É doce e gentil. Gosta de mim. Ele não precisa de mulheres em todos os lugares para bajulá-lo, para fazê-lo se sentir como homem. Ele é perfeito. Completamente perfeito. Então porque é que no momento em que você aparece eu esqueço tudo isso? Por que você não pode ver que isso está me arruinando? Nesse vai e volta.” Suas mãos estavam em seus quadris, e ela estava mantendo distância. Eu queria ela aqui comigo. Comendo essa refeição. Sorrindo para mim. Neste balcão, com as pernas abertas, enquanto eu a fodo. Havia muito que eu queria dela. Mas apenas uma coisa era importante.

“Você me ama?” Eu perguntei a ela. Era simples. Era o que eu precisava saber.

Ela suspirou e fechou os olhos com força. “Sim. Você sabe que sim.”

Isso era o que eu precisava ouvir. Eu andei em torno do balcão e fui direto para ela. Ela abriu os olhos quando me ouviu se aproximar. Eles estavam assombrados com a dor. A dor que eu tinha causado. Dor que ela não merecia. Eu ficaria com ela. Gostaria de passar minha vida inteira ao lado dela.

“Então me perdoe, por favor, me dê outra chance. Porque, Lila Kate Carter, eu estou completamente apaixonado por você. Eu não consigo ver minha vida sem você nela. Tudo o que eu quero, quando eu abro os meus olhos todas as manhãs é vê-la ali, ao meu lado. E a noite, eu quero dormir com você em meus braços. Então, deixe-me mostrar que eu posso ser esse cara. O que você pensou que tinha encontrado em Eli. Eu posso ser ele. Porra, apenas um pouco mais emocionante, porque ele é também extremamente certinho e você logo estaria entediada como o inferno.”

“Porque agora? O que mudou?” Ela perguntou ainda cautelosa e insegura.

“Porque eu não posso mais lutar contra isso. Eu achava que estava protegendo você de mim, mas eu posso ser o cara que você merece. Eu te amo pra caralho e nunca haverá um homem que te ame mais. Isso posso lhe garantir.”

Ela sorriu. Era um pequeno e suave sorriso, em seguida, ela balançou a cabeça em descrença. “Eu sou uma idiota.”

Isso não era o que eu queria ouvir.

“Não, você não é.”

Ela inclinou a cabeça para trás. O queixo levantado. “Sim, eu sou, porque se eu ficar aqui e discutir com você, eu irei perdoá-lo. Vou fazê-lo novamente se eu tiver que fazer. Por que eu não consigo me livrar de você, Cruz? Por quê? Como você continua me segurando assim?”

Meu coração se sentiu tão malditamente cheio que eu queria fazer um punho, socar o ar e soltar um grito de vitória. “Eu sou muito, muito doce.” Eu brinquei com ela.

Ela sorriu. “Não, você não é.”

“Ok. Bem, talvez não tão doce, mas eu posso ser. Eu serei. Vou ser tudo que você precisa que eu seja. Eu juro.”

“O que acontece quando você se cansar de mim?”

Estendi a mão para ela. “Eu te conheço toda a minha vida. Nunca, você me entediou em nenhuma vez. Nem mesmo quando você estava tão tensa que mal conseguia andar.” Sorri quando eu disse isso.

Ela riu. Isso era o que eu estava tentando fazer. “Isso não é exatamente fácil de falar.”

Segurei-a por trás e pressionei-a contra mim. “Não? Eu vou trabalhar nisso, então.”

Curvando-me beijei seus lábios suavemente. Ela se inclinou para mim e me beijou de volta. Um gemido suave, satisfeito veio de sua boca, e eu a provei com mais intensidade. Segurei-a mais perto. Isso era tudo que eu precisava. Fez todas as outras vezes, todas as outras meninas e mulheres pálidas. Elas eram totalmente esquecíveis. Lila Kate tinha reivindicado a minha alma.


Trinta e Quatro

Lila Kate

 


A ÚLTIMA PANQUECA de mirtilos, que eu tinha feito para Eli, foi comida por Cruz quando ele se sentou ao meu lado no balcão. Sua mão esquerda estava na minha coxa enquanto ele usava a mão direita para comer. Ele me manteve perto. Mesmo depois do nosso beijo, ele não queria parar de me tocar. Como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

Tão irreal quanto tudo isso era, eu estava lidando com a culpa sobre a forma como Eli tinha saído. Eu tentei falar com ele e convencê-lo a ficar, mas ele estava certo. Ele e eu nunca tivemos uma chance, enquanto Cruz ainda tinha tanto espaço no meu coração.

“Isso foi incrível. Eu estava morrendo de fome. Uma noite cheia de arrependimentos e Jack Daniels faz isso com você.”

Eu sorri e comecei a me mover, mas sua mão apertou o cerco contra a minha perna. “Não vá.”

“Eu preciso limpar.”

Ele se virou para mim e capturou minhas pernas entre as coxas. “Tudo vai ficar aqui. Você não tem que limpar agora.”

A maneira como ele olhou para mim tinha me preocupado que este fosse um sonho e eu estava prestes a acordar. Era difícil de aceitar. “Você só quer sentar aqui e olhar para mim, então?” Perguntei-lhe desfrutando disso, no caso de eu acordar logo e tivesse o meu coração partido por ele novamente.

“Nós poderíamos,” disse ele, em seguida, suas mãos foram para o meu pijama e o puxou sobre a minha cabeça. Eu não tinha colocado um sutiã esta manhã, desde que o meu pijama era largo. Meus seios ficaram nus para ele. O foco dele estava sobre eles e nada mais. “Ou eu poderia continuar te deixando nua, levá-la até o sofá-cama e afundar meu pau nessa sua sedosa buceta quente.” A voz dele tinha baixado para seu grunhido sexy.

“Oh...” eu respondi.

Ele riu. “Sim, oh...” Ele repetiu e então eu estava em seus braços e nós fomos para o sofá-cama.

Ele mordiscava minha orelha, fazendo-me contorcer em seus braços e começou a sussurrar exatamente o que ele queria fazer para mim. Assim como em New Orleans, ele estava focado em mim. Como ele poderia me fazer sentir. Mas quando ele me colocou para baixo eu não me deitei. Eu não estava nervosa. Agora não.

Eu subi e comecei a desfazer seu jeans. Ele me observou. Ele não falou ou se moveu. Soltando os seu jeans, eu o puxei para baixo dos quadris até que caiu no chão e ele o tirou. Então eu puxei sua cueca boxer para baixo e seu pau grosso, maior do que eu me lembrava, saltou livre.

“Se você continuar olhando para o meu pau assim, nós não vamos ter quaisquer preliminares.” Alertou.

Eu fiquei de joelhos e corri minhas mãos até a frente de suas coxas. Os músculos sob minhas mãos tensionaram. Seu corpo ficou completamente imóvel, como se congelado. Quando levei minha mão direita em volta do seu pau rígido, ele gemeu. Eu não lhe dei tempo para reagir. Minha boca cobriu a cabeça, e eu chupei tanto em minha boca quanto era possível.

“Fooooda...” ele gemeu e os joelhos tremeram. A mão estava na minha cabeça, e suas coxas continuavam tremendo. “Lila, Jesus.”

Como a minha boca cobria a pele lisa, minha mão começou a deslizar facilmente para cima e para baixo após cada lambida e o puxei em minha boca. Cruz começou a ofegar. Sua respiração era irregular e forte. Eu podia ouvi-lo, e saboreei a maneira como ele estava completamente sob meu controle.

Minha língua circundou a cabeça e ele sussurrou enquanto sua mão puxou os meus cabelos. Meu rabo de cavalo estava em volta de sua mão quando ele começou a puxar e empurrar minha cabeça enquanto eu trabalhava minha boca sobre ele.

“Eu não quero saber por que você é tão boa nisso. Jesus, Lila, inferno santo, isto é melhor do que todas as vezes que eu imaginei isso enquanto tomava banho.”

Eu sorri para ele, e ele sorriu enquanto seu peito subia e descia rapidamente. Eu o assisti. Mantive nossos olhos conectados enquanto eu corria minha língua sobre ele. Provocando. Sacudindo a ponta e, em seguida, voltando para chupá-lo.

“Deus, baby, apenas continue. Porra, isso é bom.”

Eu nunca quis dar um boquete em um cara antes. Mas Cruz, eu tinha imaginado isso e pensei sobre isso. Desejei isso com ele. Mais de uma vez, ao longo dos últimos anos.

“Eu não posso...” ele gemeu e me puxou de volta, em seguida, me jogou na cama. Seus olhos estavam escuros, as pupilas dilatadas. Com um puxão, ele tirou minhas calças de pijama e calcinha. O corpo muscular firme por quem eu era fascinada me cobriu. “Abra para mim, Lila.” Pediu ele.

Minhas coxas se abriram, e ele capturou ambos os meus pulsos e os prendeu sobre a minha cabeça, fixando-me ao colchão. “Eu ia ser o caralho doce, mas agora eu preciso dessa buceta. Você me fez louco, e isso não será nada parecido com doce, baby.”

O primeiro impulso foi forte e eu gritei de dor, mas meu corpo formigava com prazer.

“Você,” ele rosnou, em seguida, mergulhou em mim novamente. “Não pode chupar meu pau como uma profissional e parecer como um anjo, e esperar que eu fique são.”

Comecei a rir quando ele me encheu de novo e de novo, tomando o meu fôlego. Todos os meus pensamentos. Apenas a subida constante em direção ao orgasmo que eu sabia que estava por vir. A bela explosão que só era possível em seus braços.

“Eu sou viciado nisso. Em você. Na sua maldita buceta.” Ele disse como se estivesse bravo com isso. Mas então ele começou a beijar meu pescoço e dando pequenas mordidas na minha pele. Era erótico e doce, mesmo se ele achasse que não era. Cruz nunca iria ser como Eli. Ele não era estruturado, educado, ou previsível. Aqueles eram traços meus. Eu ansiava por algo mais. Eu quis a emoção e a selvageria de Cruz, sua boca suja, seu lado quebrador de regras. Todas as coisas que eu não era. Ele me equilibrava. Ele era do meu jeito.

“Lila?” Disse ele quando levantou a cabeça e afundou-me completamente.

“Sim?” Eu estava sem fôlego.

“Eu amo você, mas estou prestes a virar você e fodê-la como se eu tivesse pago por isso.”

Eu não tive tempo para responder antes que ele me tivesse no chão e suas mãos estivessem em meus quadris quando começou a bater em mim por trás. Eu perdi a minha respiração. O ângulo em que ele entrou em mim me enviou mais perto do clímax do que eu desejava.

“Então, porra é a própria perfeição o seu rabo no ar para eu foder,” disse ele entre impulsos. “Goze para mim, baby.” Soou como um comando. Meu corpo reagiu como se fosse um.

Eu explodi em chamas e gritei seu nome. Ele puxou seu pau e descarregou o seu gozo por todo o meu traseiro. Senti o calor do líquido quando jorrou em mim. Nós dois ficamos quietos. Meu corpo estava zumbindo de ser levado tão ferozmente.

“Eu tenho uma coisa por gozar em todo o corpo.” Ele declarou.

“Eu gosto disso.” Eu admiti sorrindo no travesseiro que usei para descansar.

“Fique aqui.” Disse ele, como se eu tivesse energia para levantar e ir a qualquer lugar. Eu estava perto de desmaiar. Dormir um pouco soava bem. Meu corpo passou da melhor forma imaginável.

Um pano quente me assustou, pois correu sobre minhas costas, parte inferior e entre as minhas coxas. Com uma última limpeza, ele deslizou-a sobre a área sensível entre as minhas coxas e eu ofeguei.

“Sensível?” Perguntou.

Eu balancei a cabeça.

Ele se deitou ao meu lado e me puxou contra ele. “Desculpe, eu fui tão bruto. Você me enlouqueceu com a melhor chupada do mundo.”

Eu ri e enterrei minha cabeça em seu peito.

“Ria o quanto você quiser. Você é uma profissional, e agora que sua boca não está no meu pau eu estou um pouco preocupado sobre como você ficou tão boa.”

Me movi para que pudesse vê-lo. Seus braços ainda em torno de mim. “Você dormiu com centenas de mulheres, e você está preocupado com as minhas habilidades no boquete?”

Ele fez uma careta. “Sim. Eu estou.”

Eu ri. Simplesmente porque eu só tinha feito isso uma vez antes e eu não me tornei uma grande fã, então.

“Que bom que você me acha engraçado.” Ele não parecia satisfeito.

“E se eu dissesse que eu estou preocupada com o fato de que você pode despir uma menina e estar dentro dela em menos de trinta segundos?”

Ele ainda estava carrancudo. “Eu diria que você sabia que eu era um prostituto. Eu sei que você é uma boa menina. Há uma diferença.”

Eu enterrei minha cabeça em seu pescoço e tracei um coração em seu peito. “É porque era você.” Eu finalmente admiti.

“O quê?” Perguntou.

“Foi você. Eu queria. Eu sonhei com isso. Fantasiei. Você sabe.”

Ele se afastou e inclinou a cabeça para trás até que eu tive que olhar para ele. “Você está me dizendo que você fantasiou sobre chupar o meu pau?”

Eu balancei a cabeça.

“Porra, baby. Tudo o que tinha que fazer era dizer, ‘Cruz, posso chupar seu pau?’ e eu teria feito esse sonho realidade muito mais rápido.”


Trinta e Cinco

Cruz Kerrington

 


EU TINHA UMA MERDA para consertar. Era vital que eu lidasse com isso antes que fosse tarde demais. Alguns segredos eram melhores mantidos dessa forma. O meu era um deles. Eu não ia perder Lila Kate agora que eu tive coragem suficiente para admitir que eu a queria. Que eu a amava. Eu saltei e fiz isso. Eu não estava deixando-a ir. Nem eu iria deixá-la.

Ela se tornou tão importante para mim quanto respirar. É assustador como o inferno, mas é a verdade.

Deixá-la para trabalhar em seu estúdio enquanto eu ia ao clube para uma reunião com meu pai teria sido a coisa certa. A única coisa inteligente. Mas a ideia de deixá-la não tinha sido atraente, então eu pedi que ela viesse comigo e almoçássemos.

Ela não queria este mundo. Ela tinha saído dele. Ela havia se mudado para a cidade. No entanto, eu estava lembrando-a que eu era deste mundo. Eu um dia possuiria o clube e tudo o que vinha com ele. Claro, ela sabia onde meu futuro estava, mas eu ainda não queria lembrá-la. Nada dessa droga por agora.

Quando chegamos ao manobrista, saímos do carro e fomos para dentro, ela parecia bastante feliz. Deslizei meu braço em volta de sua cintura e ela não congelou ou ficou nervosa. Ela estava bem com essa exposição pública de afeto. Eu estava apenas começando a me divertir quando Shelby, uma garçonete cujo último nome eu não lembro, veio andando para fora da sala de jantar. Eu murmurei uma maldição sob a minha respiração quando seus olhos se fixaram em mim e ela sorriu completamente perplexa com o fato de o meu braço estar ao redor da cintura de Lila Kate.

“Cruz.” Disse ela dando-me um sorriso que era muito familiar. Malditamente sexual.

“Olá.” Eu respondi com um aceno e com a esperança de continuar caminhando sobre o passado com ela. Ela era uma empregada; portanto, era óbvio que eu deveria saber quem ela era. Não era um dado, no entanto, que eu deveria saber que ela faz uma depilação brasileira uma vez por mês.

“Eu só ficarei até a troca do café da manhã.” Ela piscou para mim como se isso significasse alguma coisa.

“Então, aproveite o resto do seu dia.” Felizmente, ela entendeu o recado. Seus olhos saíram de mim para Lila Kate, e eles se abriram como se só agora percebesse que eu estava com alguém.

“Vocês estão...” Ela não terminou a pergunta enquanto sacudia o dedo para nós dois.

“Sim, estamos.” Eu respondi. “Aproveite o seu sábado.” Então, continuei esperando que Shelby tivesse terminado o seu questionamento...

“Você não tem que ficar tão tenso quando isso acontece, Cruz. Eu te conheço toda a minha vida. Vai acontecer muitas vezes.”

Olhei para Lila Kate. “Eu gostaria de poder fazer isso parar. Eu não quero que você fique desconfortável.”

Ela sorriu. “Namorar você significa lidar com todos os seus relacionamentos passados.”

“Shelby não foi um relacionamento. Ela era uma merda.”

Lila Kate suspirou. “Eu estava tentando ser mais delicada.”

Isso me fez rir. “Shelby nunca me considerou um relacionamento também. Eu prometo.”

Com um pequeno elevar de seu ombro, ela disse, “Eu não imagino que qualquer garota pensou nisso.”

Nunca desejei que eu pudesse voltar atrás e mudar essa merda. Até agora. A opinião de Lila Kate sobre mim não era ótima. E o pior é que não era mesmo preciso. Eu era muito pior do que ela pensava.

“Eu vou pegar uma mesa e pedir uma bebida enquanto você se encontra com seu pai.” Ela me disse quando nos aproximávamos da entrada do restaurante.

“Ok. Eu não demorarei, vou deixá-lo saber que você está esperando por mim. Isso deve adiantar as coisas.”

“Você está pronto para contar a seus pais sobre isso? Você não acha que devemos esperar até que você tenha certeza?” A dúvida em sua voz e em suas palavras me magoou. Mesmo agora, depois da cena dramática que eu tinha feito esta manhã, ela ainda estava sendo cautelosa. Eu merecia.

Puxei sua mão do meu peito e dei um beijo em seus dedos. “Não tenho certeza se eu deixei claro esta manhã. Mas eu estou certo. Não há dúvida em minha mente. Você tem alguma?” Porque se ela ainda não sabe se quer fazer isso eu poderia ter de recorrer a medidas drásticas. Como sequestrá-la e levá-la para uma cabana nas montanhas e ter certeza que ela ficasse tão viciada em mim como eu estava por ela.

Suspirei interiormente. O fato de eu apenas pensar em algo como isso significava que eu estava afundado muito profundo.

“Eu estive certa desde que eu tinha quatorze anos.” Ela respondeu.

Eu tinha começado a empurrá-la para longe, mesmo naquela época. Quando eu sabia que tínhamos alguma coisa, mas eu a feri no final. Então eu a feri no início também. Agora eu tinha um monte de anos para compensar.

Eu agarrei a parte de trás de sua cabeça e a beijei até que ela estivesse agarrada a mim e nossos peitos estivesse subindo e descendo rapidamente. “Eu te amo.” Eu a lembrei. Então eu pressionei mais um beijo em seus lábios antes de virar em direção ao escritório do meu pai.

Eu não tinha estado tão feliz por estar aqui, respirar o ar limpo e comer neste lugar por um maldito longo tempo. Desde a minha infância, pelo menos.

Olhei para trás para me certificar de que Lila Kate tinha ido para a sala de jantar antes de bater na porta de meu pai.

“Entre.” Ele gritou.

Pela primeira vez eu não estava temendo isso. Abri a porta, e meu pai estava ali encostado na frente de sua mesa e com os braços cruzados sobre o peito. Uma carranca no seu rosto e os olhos brilhando em minha direção.

“Explique-me o que acabei de ver lá fora. Vá lentamente. Seja minucioso.”

Merda.

“Eu não tenho certeza do que você está se referindo.” Foi minha resposta covarde.

“Cruz, eu não estou na porra do clima.”

Isso precisaria ser tratado mais cedo ou mais tarde. Acho que, pelo menos, tiraríamos logo isso do caminho. “Eu estou apaixonado por Lila Kate.”

O olhar de meu pai desapareceu, e as sobrancelhas se juntaram enquanto ele me estudou. “Apaixonado? Como amando apenas uma única mulher?”

Jesus, ele tinha uma baixa opinião de mim. “Existe outro tipo de amor? Porque eu sempre acreditei que se você estivesse apaixonado, era apenas por uma mulher. A menos que você ame as mulheres em geral.”

“Você é um espertalhão.” Disse ele carrancudo novamente. “Quando você decidiu que estava apaixonado por Lila Kate?”

Por que isso importa? Eu não estava aqui para me defender. Eu teria que fazer isso com Grant. Eu não deveria ter que fazer isso com meu pai. “Isso importa?”

Ele me deu um aceno de cabeça afiada e continuou a olhar para mim.

“Quando eu pensei que ia perdê-la. Foi quando eu percebi.”

“Perdê-la? E quando é que você a teve?”

“Eu não a tive, mas só a ideia de que ela poderia amar alguém, me esquecer, seguir em frente, foi um tapa na minha cara. Um que eu precisava.”

Meu pai se levantou e eu gemi. “Essa não é a resposta que eu queria ouvir. Você não pode simplesmente achar que a ama, a fim de mantê-la te amando. Então se cansará e quebrará seu coração. Isso é cruel, filho. Egoísta. Eu ensinei-lhe melhor do que isso.”

“Eu a amei por um longo tempo, tudo bem? Eu sabia que se eu me deixasse eu sentiria algo especial. Mas Lila Kate é... ela é importante. Eu não poderia machucá-la. Eu estava protegendo-a.”

Eu vi quando ele esfregou a testa, como se estivesse frustrado. Este não era o seu negócio. Nós não éramos crianças que estavam apenas se pegando na porra de um banco de trás do carro. “Você queria se encontrar comigo sobre a franquia Kipling.” Eu o lembrei.

“Você está mudando de assunto.”

Eu balancei a cabeça. “Sim.”

Ele começou a dizer outra coisa e parou. “Bem, vocês são adultos. Se você quiser fazer isso, eu não posso pará-lo. Mas Lila Kate não é como as mulheres que você costuma passar tempo. Ela é frágil, doce, insegura... Eu não quero que você a machuque.”

Olhei diretamente para o meu pai. “Nada jamais foi tão sério na minha vida. Eu vou matar qualquer um que tente machucá-la.”

Papai sentou ali por um momento, então, levantou uma de suas sobrancelhas. “Bem, filho, eu acho que perdi a aposta.”

“O quê?”

Ele caminhou até seu lado da mesa. “Eu disse a sua mãe que você seria um solteirão até que tivesse pelo menos quarenta. Ela apostou que você se apaixonaria antes do ano acabar. Ela disse que só tinha um sentimento.”

Irritado com os meus pais, eu me levantei. “Eu não posso acreditar que vocês estavam apostando nisso. Espero que ela apenas esvazie a porra dos seus bolsos.”

Papai riu. “Eu não vou dizer-lhe sobre o que foi a aposta... você não poderia lidar com isso.”


Trinta e Seis

Lila Kate

 


O CHÁ OOLONG FOI ficando frio enquanto esperava Cruz. Eu tinha tomado alguns goles, mas meus pensamentos estavam em outro lugar, e eu tinha esquecido sobre isso enquanto eu ponderava essa situação. Eu não estava brincando quando eu tinha dito que lidaria com um monte de ‘Shelbys’. É assim que as coisas eram.

O problema era que eu imediatamente comecei a comparar-me com ela e encontrar meus defeitos. Ela era mais alta, tinha pernas compridas, os cabelos eram loiros e encaracolados. Ela era confiante. Eu não poderia fazer isso toda vez que entrasse em contato com uma mulher com quem Cruz tinha dormido. Eu acabaria por tornar-me miserável. Eu tinha que construir alguma confiança, tinha que pensar sobre as minhas boas qualidades e me lembrar que Cruz tinha dito que me amava.

Eu tinha quase certeza de que ele nunca tinha dito isso para outra mulher. Não era um comportamento dele proclamar o amor.

“Desculpe ter demorado tanto tempo.” A voz de Cruz me assustou, me fazendo saltar um pouco. Ele sorriu obviamente se divertindo. Quando se sentou, acrescentou, “Você estava em um pensamento profundo.”

Eu balancei a cabeça. “Sim. Só pensando.”

Que acabou com seu sorriso. “Sobre?”

Ele era tão inseguro quanto eu. Isso ajudou um pouco. Eu não era a única a me sentir vulnerável. “Sobre tudo. Nada específico.”

Ele se inclinou e olhou para mim com uma expressão séria e intensa. “Por favor, não questione o que temos ou eu... Dê-me tempo, eu posso ser todas essas coisas que você pensa que eu não posso ser.”

Enfiei minha mão sobre a mesa e cobri a sua. “Eu sei. Isso não é o que eu estava pensando.”

Ele parecia aliviado e seu polegar esfregou os meus dedos. “Bom.”

“Olá Lila Kate, Cruz.” A interrupção foi de Kelsey Torrent, chefe de marketing da Kerrington Club.

A mão de Cruz escapou da minha abruptamente, e ele endireitou-se em sua cadeira. Ninguém mais iria perceber que ele tinha feito isso tão bem. Mas a interrupção de Kelsey tinha lhe assustado. Ela estava trabalhando para o clube há cinco anos. Eu não a conhecia muito bem.

“Olá, Kelsey.” Cruz respondeu mal olhando para ela.

Kelsey sorriu como se a nossa saudação tivesse sido muito mais quente. Senti um incômodo que não fazia sentido pairar sobre nós. “Olá.” Eu disse tentando compensar a resposta de Cruz.

Kelsey mal olhou para mim. “Seu pai quer falar com você.” Ela disse a Cruz. Seu tom era irritado. Ela não pareceu se importar muito com ele. Eu me perguntava se ela se sentia ameaçada por sua posição no clube. Eu poderia imaginar que ela não estava animada sobre responder a alguém vinte anos mais jovem que ela nos próximos anos.

“Eu acabei de sair do escritório dele.” Cruz respondeu.

Ela estava tentando cobrir sua raiva súbita. Mas eu consegui ver por atrás do falso sorriso dela. “Isso pode ser verdade, mas ele quer que você volte. Tenho certeza.” Ela olhou para mim com um sorriso apertado. “Senhorita Carter pode terminar o almoço sozinha.”

Comecei a dizer a ele que eu podia simplesmente voltar para o estúdio e trabalhar, mas Cruz falou primeiro. “Eu vou comer o meu almoço, e depois verei o que o meu pai precisa em seu escritório.”

Kelsey Torrent não estava satisfeita. Estava mais do que irritada. Quando se virou e foi embora, eu soltei o suspiro que estava segurando. Pensei que os dois iriam fazer uma cena. O que provavelmente a teria demitido, e deixado Cruz em sérios problemas.

“Eu não acho que ela gosta muito de você.” Eu disse calmamente uma vez que ela estava fora da sala de jantar.

Ele deu de ombros, como se não se importasse, mas ele estava tenso. Isso o havia incomodado. Eu me senti mal por ele. Ter que se juntar a uma empresa como esta e lidar com funcionários que não gostavam que ele eventualmente fosse seu chefe. “Ela é estressada.” Foi tudo que ele disse.

Pedimos a nossa comida e Cruz tentou relaxar, mas não teve sucesso. Eu queria que ele descobrisse o que seu pai desejava em vez de se preocupar em ignorá-lo ou afastá-lo. Olhei para o meu telefone e decidi ajudar Cruz e terminar o almoço. Ele se preocuparia todo o tempo se não respondesse o seu pai logo.

“Oh, essa é a decoradora que eu preciso encontrar. Ela está disponível agora, mas não estará novamente até quinta-feira. Eu preciso ver o que ela pode fazer e obter uma cotação. Você se importa?”

“Não, está tudo bem. Você precisa se encontrar com ela e eu estarei lá ainda hoje. Eu preciso lidar com o meu pai pela primeira vez.”

“Obrigada. Eu sinto muito. Eu posso apenas pedir a cozinha para arrumar a minha comida para levar.”

Ele ficou então. “Eu vou buscá-la na cozinha. Eles vão tomar o seu tempo de outra forma.” Ele estava sendo útil, mas sua cabeça estava em outro lugar. Nós. Nosso novo relacionamento e ser visto em público era novo. Então, eu não sinto que eu poderia questioná-lo muito sobre o que o estava distraindo. Eu teria que deixá-lo me dizer o que estava acontecendo quando ele estiver pronto.

Eu pego a minha bolsa e bebo o resto do meu chá antes dele voltar com um saco contendo o meu almoço. Era difícil perder que vários olhos o seguiam enquanto ele caminhava através do restaurante. Muitos falaram com ele. Outros observavam como se ele fosse uma refeição que eles queriam. Eu não poderia culpá-los. Ele era tão bom de se olhar.

Quando ele chegou à mesa, eu me levantei e ele me beijou. Bem ali, para todo mundo ver. Era como se ele estivesse fazendo uma reivindicação. Deixando todos saber. Mas, na realidade, ele estava mostrando que ele estava falando sério. Peguei o saco uma vez que o beijo terminou e senti meu rosto ficar quente.

“Você está corando.” Ele sorriu.

“Sim,” eu sussurrei. “Essas pessoas podem não me conhecer, mas todos eles sabem que você é.”

“Eles conhecem você, Lila Kate Carter.”

Minhas bochechas estavam em chamas agora.

“Deus, você é linda.” Disse ele, rindo agora. Sua tensão anteriormente tinha aliviado. “Vejo você em breve.”

Com um aceno de cabeça e um sorriso tímido, saí olhando para frente, com medo de fazer contato visual com qualquer pessoa. Cruz já havia desaparecido na outra direção.

“Lila Kate.” Uma voz feminina me parou. Me virei para ver Adelle Boyd me dando um olhar calculista. Ela estava sentada em uma mesa com sua mãe e sua irmã mais nova. Todas as três usavam saias de tênis como se tivessem acabado de sair da quadra. O que provavelmente tinha acontecido.

“Olá.” Eu disse por tabela, já sabendo do que se tratava. Aquele beijo era doce, mas eu sabia que ia chamar um pouco de atenção que eu não queria. Ou devo dizer drama.

“Você está namorando Cruz?” Perguntou ela com um toque de descrença em seu tom.

Forcei um sorriso. “Sim.”

Sua mãe fez um som estranho no fundo da garganta. Eu não olhei para ela.

“Desde quando?”

“É novo.” Eu disse a ela docemente. O que eu queria era ser rude e dizer-lhe que não era da sua conta.

Sua boca transformou-se em um sorriso divertido. “E vai ser curto também.”

Tanto a mãe quanto a irmã tentaram abafar seus risos. Eu não tenho tempo para isso.

“Tenham um dia maravilhoso também.” Eu disse antes de sair e esperando que ninguém me parasse novamente.

Uma vez fora, eu respirei com alívio. Isso era apenas o começo. Eu tinha que aprender a lidar melhor com as reações das pessoas.


Trinta e Sete

Cruz Kerrington

 


VIREI-ME E FUI EM OUTRA DIREÇÃO quando Lila Kate deixou o clube. Meu estômago se apertou e meus demônios me perseguiram. A razão pela qual eu tinha mantido distância de Lila Kate, a razão pela qual eu a queria e agora eu sabia que a amava, mas nunca iria chegar perto o suficiente, só estava vigiando-a. Eu tinha visto esta oportunidade e tinha ido atrás dela mesmo sabendo que eu tinha merda o suficiente para nos destruir, mesmo antes de ter começado. Eu tinha jurado a ela que não iria machucá-la. Eu estava prestes a ter certeza de que iria cumprir essa promessa.

Virando à esquerda em vez da direita, eu me dirigi para o escritório de Kelsey. Meu pai não a tinha enviado para mim. Ela tinha me visto com Lila Kate e veio atrás de mim. Normalmente, ela não interfere na minha vida sexual. Ela era uma mulher casada, afinal das contas. Mas ela sabia... Lila Kate Carter era diferente.

Eu não bato em sua porta. Eu apenas entro. Ela estava de pé do outro lado da sala com um copo de água gelada na mão olhando pela janela.

“Você não pode sair com ela,” foi tudo que ela disse. Nem sequer virou-se para mim.

“Eu posso fazer qualquer merda que eu quiser fazer, Kelsey,” eu respondo com raiva, pois ela pensa que sua buceta é tão mágica que pode me controlar. Talvez isso fosse verdade quando eu tinha dezesseis anos e ela me trouxe neste escritório em uma noite tardia, após um baile e chupou meu pau pela primeira vez. Ela tinha algum poder sobre mim. Mas eu não era mais um garoto. Eu tive muitas mulheres desde que ela me apresentou ao sexo.

“Eu não me importo com todas as suas prostitutas. Isso é tudo o que elas são. Você é um homem. Homens gostam de sexo. Eles gostam de variedade e eu estou bem com isso. Mas não ela. Você sabe que ela não é uma prostituta. Você quer mais com ela,” então ela se virou para mim. “Estou certa?”

“Sim, você está certa. O que nós fizemos não estava certo. Você é casada. Nós deveríamos ter parado isso há muito tempo. Inferno, nunca deveria ter começado. Mas eu era um adolescente com tesão e você tirou vantagem disso. Eu não me importava com o seu marido. Eu deveria ter me importado, mas meu desejo sexual estava em ação. Acabamos. Eu a amo. Há apenas ela para mim.”

Kelsey era uma mulher bonita. Alta, esbelta, peitos generosos e uma aberração quando se tratava de sexo. Eu a fodi sobre essa mesa muitas vezes e em várias posições diferentes. E ela me assistiu foder outras meninas, ficava esperando para transar porque isso a excitava. Tinha sido divertido. Antes. Mas, no ano passado, ela ficou pegajosa. Mais carente. Mais possessiva.

“É isso que você acha? Que você pode me foder por cinco anos e em seguida ir embora. Bem desse jeito?”

“Nós nunca tivemos um relacionamento. Nós transamos. Nunca foi exclusivo. Você é casada. Lembra? Eu posso fazer o que diabos eu quiser fazer. Esta coisa que fizemos está terminada.”

O fogo em seus olhos não era uma coisa boa. Ela não gostava de ouvir não. Ela normalmente tem o que quer. Eu estava mais do que certo de que eu não era o único adolescente que a tinha fodido. Ela gostava de jovens. Ela me disse isso quando mostrou os peitos para mim e me chupou pela primeira vez.

Apesar de ter relações sexuais com ela nos últimos cinco anos ter sido divertido, eu sabia que era errado. Era algo que Lila Kate nunca entenderia. Eu tinha que ter certeza de que isso foi enterrado. Esquecido.

“Você acha que tem controle sobre isso?” Kelsey perguntou enquanto dava um passo em minha direção. Ela estava desabotoando sua camisa. Antes ela teria conseguido me excitar. Agora, ela só me deixava puto.

“Sim, eu acho. Está feito. Acabou.” Eu era direto. Olhei nos olhos dela e fiz com que ela visse o quão sério eu estava.

Sua blusa estava aberta, mas eu não olhei para baixo. Eu não queria isso dela. Não mais.

Sua mão estava em meu pau, e ela apertou. “Sério?” Sua voz era um ronronar.

“Sim, realmente,” eu respondi, me afastando dela. “Simplesmente pare. Você é patética.”

Ela congelou, seu rosto previamente sorrindo se transformou em um estado de fúria. “Seu pequeno bastardo malcriado. Você vai se arrepender.”

“Não, eu não vou,” eu lhe assegurei isso, virei e fui embora. O fim do que eu estava fazendo com Kelsey estava muito atrasado. Quando eu estava quase fora, ela encontrou uma maneira de me parar.

“Estou grávida. Meu marido é estéril. Eu estava me preparando para lhe dizer sobre nós. Eu ainda estou. Você não pode me virar as costas, Cruz. Você vai ser pai.”

Eu a olhei. Ela estava mentindo. “Eu nunca te fodi sem proteção. Nunca. Então esse bebê é de outra pessoa. Não é meu. Você diz a ele que é meu e você vai ter que provar isso.” Eu não era mais um adolescente. Ela não podia me enganar com essa merda.

Seus olhos se encheram de lágrimas. “Preservativos não são cem por cento eficaz.”

“O controle da natalidade é,” eu respondi.

Ela enxugou uma lágrima que rolou pelo seu rosto. “Eu parei de tomá-los um ano atrás. Eu queria um bebê. Eu quero um bebê seu.”

Eu balancei minha cabeça. Não. Ela estava mentindo. Esta era sua maneira de me manipular. Mas isso não iria funcionar. “Você é uma mentirosa,” Eu rugi sem me importar com quem me ouvia, em seguida, sai do escritório. Longe do clube, a merda estava aproximando-se de mim. Eu pensei que ela ia ficar quieta por medo de perder o seu casamento. Ela me disse uma vez que amava o marido, mas ele não cuidava dela sexualmente. Ela precisava de mais. A sujeira, a excitação. Eu tinha sentido pena dela e não entendia como um homem não iria desfrutar de suas necessidades sexuais insanas. Tinha sido divertido. Agora eu vi que a diversão se tornou em algo fodido.

Isso também iria me destruir se ela continuasse com essa mentira. Eu tinha que encontrar uma maneira de parar com isso. Para proteger Lila Kate. Eu nunca quis que ela visse esse lado da minha vida. Nem descobrir a merda sórdida que eu tinha feito.

Chegar até Lila Kate era tudo que eu precisava agora. Para segurá-la. Sentir seu cheiro. Senti-la. O brilho de seu mundo fez meu passado danificado desaparecer.

Dirigi para seu estúdio, era apenas algumas milhas de distância, mas parecia uma eternidade. O medo de que ela descobrisse tudo e me odiasse pesava sobre mim. Sua recusa em me ouvir e me amar estava arranhando nos meus calcanhares. Eu dirigi mais rápido e focado em conseguir chegar até ela.

Tomei passos largos e rápidos do meu carro para a porta. Quando eu a empurrei aberta, lá estava Lila. Ela já tinha colocado suas roupas manchadas de tinta, jogou os cabelos em um coque e estava dançando uma música enquanto limpava um pincel. Ela era boa. Perfeita. Pura.

Eu tranquei a porta atrás de mim e fui até ela. Ela olhou para cima, assustada no início e depois sorriu.

“Ei,” foi à única coisa que ela teve tempo de dizer antes que eu estivesse na sua frente. Recuei-a até que estivesse no canto bloqueando as janelas. As sombras não mascaravam a surpresa e emoção em seu rosto.

Eu não tomei tempo para beijar e abraçar ela. Eu não podia. Os lobos que estavam me perseguindo, me assombrando, tinham me desesperado. Eu empurrei para baixo seu short e sua calcinha, então, rapidamente empurrei meu jeans até que meu pau estivesse livre. Agarrando-a pela cintura, apertei-a entre a parede e meu corpo, em seguida, empurrei nela com um gemido.

Ela agarrou meus ombros e gritou meu nome. Isso só estava me deixando mais selvagem para piorar. Minha boca devorava a dela, tomando tudo. Eu estava transando com ela enquanto a amava.

“Isto é meu,” eu disse para ela mordendo seu pescoço. “Você não pode me deixar.” Minhas palavras iriam parecer loucura para ela, mas elas saíram de qualquer maneira.

“Ok,” ela disse enquanto sua cabeça foi jogada para trás contra a parede e sua garganta exposta para mim enquanto eu lambia e deixava minha marca nela.

“Eu sempre vou precisar disso. Preciso de você. Eu sou viciado em você. Viciado porra.”

Ela gemeu e eu bati com mais força. Querendo ficar tão profundo que nós seríamos como uma só pessoa. Ninguém jamais seria isso para mim. Ela era tudo que eu precisava. Estar dentro dela fez a escuridão e as mentiras irem embora. Tudo o que importava era ela. Isto. Nós.

“Oh Deus,” ela gritou, em seguida, mordeu meu ombro. Ela estava tremendo nos meus braços. “AH!” Seu orgasmo apertou meu pau e eu me deixei ir com ela.

“Porra! É isso aí, baby. Goze em todo no meu pau.”

“Ahhhh! Cruz! Eu não posso,” ela estava agarrada a mim agora. Seus braços em volta de mim. A cabeça na dobra do meu pescoço.

Eu explodi dentro dela tentando retirar, mas era tarde demais.

“Merda,” eu gemi quanto o resto da minha libertação revestiu o interior de sua coxa.

Ficamos ali no canto suados, enrolados, ofegantes. Isso era algo que eu nunca tinha feito com ninguém. Eu sempre tinha sido cuidadoso. Mas minha insanidade quando se tratava de Lila Kate tinha assumido o poder.

“Está tudo bem,” ela sussurrou finalmente. “Lembra que eu estou tomando pílula.”

Eu balancei a cabeça e continuei segurando-a. Desejando que eu ainda estivesse dentro. Pulsando minha libertação até que ela corresse livremente dentro dela. Fazendo-a minha.

Eu estava me assustando.


Trinta e Oito

Lila Kate

 


EU TINHA A INTENÇÃO de conseguir um lote feito neste fim de semana. Mas Cruz tinha mudado esse plano. Após o sexo selvagem que tivemos lá embaixo, ele tinha me levado para o chuveiro, onde ele agora estava banhando-me lentamente. Ele não estava falando muito. Tinha um olhar assombrado em seus olhos como se estivesse fugindo de alguma coisa e precisasse de mim para protegê-lo era difícil de não perceber. Era como se ele estivesse seguro, desde que estivéssemos nos tocando.

Ele era mais importante do que o estúdio. Tudo o que eu podia esperar. Por enquanto, eu gostava dele. Gostava de estar com ele. Ele precisava de reafirmação. Isso era novo. Eu diria que precisava de reafirmação também, mas da maneira como ele estava pairando sobre mim eu estava começando a achar que era demais.

Domingo nós dormimos, tomamos café da manhã que nós cozinhamos juntos e assistimos filmes durante todo o dia.

Quando a segunda-feira de manhã veio, assim como Ophelia. Eu tinha acabado de sair do banho e estava ansiosa pelo café que cheirava na cozinha quando a ouvi dizer, “Puta merda. Isso não está acontecendo.”

Peguei uma toalha, enrolei-a em torno de mim e corri para lá. Ophelia estava de pé na cozinha com uma mala olhando de boca aberta para Cruz, que estava vestindo apenas uma cueca boxer enquanto segurava uma forma de muffins que eu tinha deixado no forno.

“Bom dia, Ophelia. Não posso dizer que estou feliz que você esteja de volta,” disse Cruz quando ele se virou para olhar para mim e piscou.

Ophelia virou seu olhar para mim. “Oh meu Deus,” era tudo que ela podia dizer. Seus olhos estavam arregalados, e ela deixou cair a bolsa de seu ombro esquerdo para o chão com um baque alto. "O que aconteceu?"

“É rude pedir detalhes, O. Você devia pensar melhor,” Cruz estava zombando dela.

Ela olhou para ele. “Eu não quero detalhes! Eu quero uma explicação que não inclui o que você dois...” ela sacode um dedo entre nós e disse, “estão fazendo.”

Cruz riu alto. “Você acabou de dizer ‘estão fazendo’?” Perguntou ele e em seguida, riu um pouco mais.

Ela desistiu dele e virou completamente para mim. Eu ainda estava ali silenciosamente despreparada. “Lila Kate?” Ela perguntou.

“Eu, bem, uh,” Olhei para Cruz que estava comendo um muffin e sorrindo e gostando um pouco demais disso. “Sim, nós fizemos isso,” eu disparei.

Cruz começou há rir um pouco mais.

“Você perdeu a cabeça?” Ela perguntou apontando para ele. “Ele é uma puta!”

“Ei, eu tenho sentimentos. Você está esmagando-os,” não parecia totalmente esmagados.

Ela revirou os olhos e balançou a cabeça.

“Não, eu sou, uh, nós somos, você vê,” Eu estava atrapalhada.

“Nós somos exclusivos. Eu desisti do meu jejum, porque Lila Kate me deu um gosto e eu fiquei viciado. Há também o pequeno detalhe muito importante que eu estou apaixonado por ela.”

Sua explicação não era tão doce e romântica como as coisas que ele disse para mim, mas meu peito inchou de qualquer maneira. Isso foi tão doce como Cruz deixou o mundo vê-lo. Ele tinha se aberto e apenas ficou mais vulnerável ao admitir isso.

“Apaixonado?” Ophelia repetiu como se fosse uma palavra estrangeira que nunca tinha ouvido antes. Ela olhou para mim.

“Sim. Eu também o amo.”

Derrotada, ela sentou-se em sua mala e balançou a cabeça. “Eu preciso de um momento. Isto... apenas Uau.”

“Muffin?” Cruz perguntou segurando a tigela para ela e depois para mim. “Eles estão deliciosos pra cacete. Pegue um agora porque eu vou comer todos.”

Passei por Ophelia, e ela me olhou como se eu estivesse prestes a criar asas e voar. Quando ela se sentou no bar, peguei um muffin da tigela, em seguida, fui me servir um pouco de café.

“Você vai,” ela acenou para Cruz. “Andar por aí em sua cueca?”

Ele sorriu. "Não. Você não é tão sortuda. Eu não sabia que você estaria intrometendo-se tão cedo.”

“São dez,” respondeu ela.

“Exatamente o raiar do dia.”

“Lila Kate, você não pode estar falando sério sobre isso. Ele é... ele é Cruz!”

Sorri para minha xícara de café. Este foi o nosso primeiro encontro com um amigo ou membro da família. Imaginei que isso ia acontecer muitas vezes.

“E Eli? Eu pensei que você gostasse dele.”

O sorriso de Cruz desapareceu, e ele fez uma careta. “Ela não gosta,” ele respondeu. Seu tom de provocação agora tinha desaparecido.

Eu coloquei meu copo para baixo. “Eli é um grande cara. Mas eu estive apaixonada por Cruz por um longo tempo.”

“Por quê?”

Cruz riu novamente. “Droga, Ophelia. Eu não sabia que sua opinião sobre mim era tão elevada.”

Ela inclinou a cabeça e olhou para ele com uma expressão de ‘cai na real.’ “Você feriu a maioria das minhas amigas. E quando eu digo isso, quero dizer todas elas. E agora você está dormindo com Lila Kate.”

Ele fez uma careta. “Vamos discutir meu passado? Isso já passou, está para trás. Eu gostaria de deixá-lo lá.”

Ophelia levantou-se e deixou escapar um suspiro pesado. “Isso vai acabar mal. Então Grant Carter vai matá-lo. Guarde minhas palavras,” ela disse enquanto carregava sua mala e sua bolsa para o quarto que era para ser seu.

Eu deslizei um braço em volta da cintura de Cruz e me apoiei nele. “Ela vai ser mais otimista em breve.”

Ele beijou o topo da minha cabeça. “Isso é o que eu espero que vá acontecer com todos em nossa vida.”

Ele provavelmente estava certo. Então, eu só mantive minha boca fechada e ele me abraçou. “Eu estou feliz. Eu nunca estive mais feliz,” eu assegurei isso a ele.

“Eu também. E honestamente isso me assusta como o inferno.”

“Por quê?” Perguntei inclinando a cabeça para trás para olhar para ele.

“Porque eu sei como é sentir isto e eu não posso viver mais sem isso ou você.”

“Você nunca vai ter que fazer isto, então não é um problema. Eu não vou a lugar nenhum.”

Aquele olhar desesperado, assombrado voltou novamente. Eu gostaria de poder acalmá-lo e suas preocupações. Eu era a única que deveria estar preocupada. Não ele.

“Vocês podem colocar suas roupas pelo menos enquanto eu retiro uma das caixas do meu carro?” Ophelia nos lembrou de sua presença.

Cruz puxou a toalha que estava em torno de mim e eu tentei pegá-la de volta. “Você está tirando toda a diversão,” disse para Ophelia. “Eu gosto dela em uma toalha. Mais fácil para deixá-la nua.”

“Deus! Você é um porco,” ela respondeu e voltou a descer as escadas.

Dei um tapa em seu peito e agarrei a toalha dele. “Pare com isso!”

Ele me puxou para o seu peito. “Acha que ela se importaria se nós fossemos para o seu quarto e tivéssemos mais uma rodada?”

Por mais tentador que fosse eu não ia fazer isso com Ophelia. “Vista-se Cruz,” eu disse a ele, em seguida, ele sorriu e soltou a minha toalha enquanto eu caminhava até as escadas para o meu quarto.

“Droga, você está pedindo por isso,” ameaçou.

Olhei para trás e pisquei para ele. “Guarde-o para mais tarde.”

“Eu vou levá-la de volta,” ele disse olhando para mim.

“O que?”

“Você não é uma boneca de porcelana, e nada sobre você é frio.”

Eu sorri e mordi meu lábio para não sorrir mais.

“Você é incrivelmente forte, e o seu corpo é tão gostoso que eu nunca vou ter o suficiente.”

Essas eram palavras que você nunca ouviria em um soneto mas vindo de Cruz Kerrington era poesia.


Trinta e Nove

Cruz Kerrington

 


OPHELIA andando com Lila Kate não era o ideal, mas ao longo da próxima semana isso até que funcionou. Eu até comecei a me relacionar melhor com meu pai, mas foi principalmente devido a minha chegada na hora certa para o trabalho. Indo nas reuniões que eram necessárias e em toda a merda que eu vinha ignorando.

Pensar em Agosto, quando eu tinha que voltar para a faculdade, era um saco. Lila Kate já tinha terminado. Ela estaria aqui e eu teria que deixá-la. Eu não gosto disso. Me preocupar com isso agora só me deu mais estresse. Evitar Kelsey tinha sido o meu maior obstáculo no trabalho. Ela não tinha dito nada para o meu pai, nada que eu soubesse. Eu estava esperando que ela estivesse blefando, só para me assustar.

Independentemente disso, o bebê não era meu. Eu estava disposto a fazer um teste de paternidade para provar isso. Isso se ela estivesse mesmo esperando um bebê. Eu duvidava disso também. Quando eu tinha dezesseis anos, era sexy e emocionante uma mulher mais velha. No entanto, durante o ano passado eu tinha começado a perceber o quanto tudo isso era louco.

A multidão de verão já estava a todo vapor e em pleno andamento quando eu saí do estúdio de Lila Kate às oito da manhã. Eu tinha planejado caminhar para buscar café em frente ao estacionamento e comprar para Lila Kate um desses chás extravagantes que ela gostava e um muffin. Eu definitivamente não estava esperando encontrar com Grant Carter de pé contra o sua caminhonete, com os braços cruzados sobre o peito e olhando para mim como se quisesse me matar com as próprias mãos.

Merda.

“Grant,” eu disse tentando não parecer culpado de passar a noite com sua filha.

“Não venha com joguinhos de merda, rapaz.”

Eu não fiz isso. "Não senhor. Não imaginei que você gostasse disso.”

Ele deixou cair às mãos para os lados e olhou para as janelas do apartamento de Lila Kate. “Aquela garota lá dentro é a outra metade do meu mundo. Ela e sua mãe têm sido cada sonho, cada desejo, cada maldita coisa que significa alguma coisa para mim desde o momento em que eu a segurei em meus braços.”

“Eu entendo que...” eu comecei, mas ele deu um passo em minha direção e sua carranca foi se aprofundando.

“Não. você não entende. Você não entende uma coisa maldito garoto. Você nunca teve uma mulher que amasse mais que a própria vida, nem segurou uma bebê tão preciosa em seus braços, ela foi um milagre e eu sabia que a minha vida seria para protegê-la. Você não sabe o que é isso.”

Ele estava bem ali. Eu balancei a cabeça com medo, se eu disser qualquer coisa, ele estará pronto para mim e iria quebrar um dos ossos do meu rosto. Eu gosto do meu rosto do jeito que está.

“Ela é igual à mãe. Como, doce, inteligente, e quando ela ama, ela ama com tudo o que ela tem. Isso é muito difícil para um homem lidar. Muito para ele apreciar. Eu não soube disse tudo com a mãe dela imediatamente e quase perdi a única coisa que eu tinha e pela qual valia a pena viver. Seu pai me queria morto. Eu não o culpo.”

Eu balancei a cabeça, ainda sem falar nada.

Grant ficou cara a cara comigo, os ombros mais largos e os braços mais grossos do que os meus. “Se você foder com o coração do meu bebê eu não vou dar a mínima importância para quem são seus pais. Tudo o que eu vi você fazer é foder todas por aí. Brincar. Desfrutando de mulheres. Mas aquela menina lá em cima,” ele disse apontando para dar ênfase. “Ela não é o tipo de mulher para você fazer isso. Porque eu vou te dizer agora...” ele apontou o dedo na minha cara. “Ela tem que te amar ou você nem estaria aqui. Ela nunca teria subido em sua moto e partido como ela fez. Isso não era Lila Kate. Ela fez isso porque tem sentimentos por você. Então, ou você tem os mesmos sentimentos por ela, ou você termina e dá o fora da cidade antes que eu possa encontrá-lo. Eu fui claro?”

Agora é a minha vez de falar. “Sim, senhor,” eu disse. “Eu sei de todas essas coisas sobre ela. É por isso que eu mantive minha distância por tanto tempo. Mas quando ela partiu, eu sabia que ia perdê-la ou perder qualquer chance com ela. Eu tive que tomar uma decisão e eu fui atrás dela. Eu me convenci de que era para protegê-la, mas eu sabia no fundo, o que eu estava fazendo. Eu amo Lila Kate. Eu não preciso de ninguém.”

A carranca de Grant se aliviou um pouco, mas ele ainda não parecia convencido. “Eu gosto de você. Eu gosto de sua família. Mas eu não posso simplesmente confiar em ninguém com a minha menina. Não sei se algum dia eu conseguirei. Eu não vou parar de vigiá-la. Eu não vou recuar. Se você a machucar, espere que eu irei atrás de você.”

Jesus. Era uma maravilha Lila Kate já ter conseguido um encontro na escola. Eu estava esperando que ele tirasse uma arma para fora da caminhonete e começasse a atirar a qualquer minuto. “Eu nunca vou machucá-la.”

Não parecia que ele tivesse acreditado nisso. “Seu passado não é bonito, garoto. Ele poderia voltar para assombrá-lo. Se fosse por mim, ela o deixaria sozinho. Encontraria um cara que não tivesse o objetivo de foder toda a população feminina desta cidade. Mas não depende de mim. Ela é uma mulher. É a sua escolha. Mas eu sou o pai dela e se você foder isso não haverá nenhum lugar seguro para você. Eu vou te encontrar.”

“Papai!” Grita Lila Kate e eu olho por cima do ombro para vê-la de pé na porta da frente em seu macio robe rosa com uma expressão muito infeliz em seu rosto. Felizmente, ela foi dirigida para o seu pai. Não para mim.

“Ei, querida,” ele respondeu.

Ela deu passos largos em direção a nós. “É melhor que isso não seja o que eu acho que é,” disse ela.

Ele deu de ombros como se não fosse grande coisa. “Eu sou seu pai. Eu estava vindo para visitar e encontrei Cruz deixando seu apartamento. Só queria ter certeza de que algumas coisas ficassem claras para ele.”

Como o fato de que ele ia me matar se eu ferisse sua filha. Embora eu não fosse mencionar isso.

“Eu não preciso de você para ameaçar os homens na minha vida, papai,” ela disse a ele.

“Homens?” Grant e eu dissemos ao mesmo tempo. Não havia outros homens.

Ela revirou os olhos para nós dois. “Oh, saco. O ‘homem’ da minha vida. Eu sou uma adulta. Eu posso dormir com quem eu quiser. Posso namorar quem eu quiser. E eu posso amar quem eu quiser. Você tem que confiar em mim para cuidar de mim mesma.”

“Eu confio,” disse ele dando-lhe um sorriso encantador que eu tenho certeza de que não havia sido dado antes. “Basta ter certeza de que Cruz esteja na mesma página que você. Isso é tudo.”

Lila Kate colocou as mãos nos quadris. “E que página é essa?”

“Que ele esteja tão sério sobre isso como você está.”

“E é o que estou dizendo. Não é da sua conta isso.”

“Você é minha filha e isso nunca vai mudar. Eu vou fazer toda merda ser da minha conta quando se tratar de proteger você durante o tempo que eu estiver vivo.”

Lila Kate suspirou e me deu um olhar de desculpas. “Você está mudando de opinião agora?” Ela me perguntou.

Eu sorri. Como se Grant Carter pudesse me fazer parar de querê-la. “Não. Nem mesmo perto.”

Seus olhos se acalmaram e por um momento eu esqueci de que seu pai estava mesmo lá com a gente arruinando um perfeito bom dia. Nosso tranquilo café da manhã não estava indo como planejado.

“Jesus,” Grant murmurou. Então ele se aproximou e abraçou Lila Kate. “Eu não posso te ajudar com isso, você sabe,” ele sussurrou.

“Eu o amo,” disse ela com seu olhar mudando para mim.

“E isso faz dele o homem mais sortudo, além de mim, eu sei.”

Então Lila Kate sorriu para seu pai.

Eu estava esperando por isso. Eu estava feliz que tinha acabado. Agora eu só tinha que ter certeza de que a merda de Kelsey estivesse acabado. Essa era uma bomba-relógio que ameaçava tudo. Se eu perdesse Lila Kate por causa dela, eu ficaria feliz em deixar que Grant acabasse com a minha miséria.


Quarenta

Lila Kate

 


MAMÃE TINHA ME CHAMADO para almoçarmos juntas no clube hoje. Eu tinha estado tão ocupada que não a tinha visto muito. Entre deixar pronto o estúdio e passar um tempo com Cruz, meus dias foram cheios. Eu estava prestes a entrar no interior do edifício principal do clube quando meu celular vibrou. Quando chequei, era uma mensagem de Eli.

Ele me verificava uma vez por semana, se não mais. Cruz não era a favor sobre a nossa amizade, mas ele permitiu isso. Se ele soubesse que eu tive relações sexuais bêbada com Eli, eu duvido que ele ficasse bem com isso. Isso foi antes de nós, então eu percebi que não era importante para contar.

Eu não pergunto sobre todas as garotas com quem ele dormiu antes de mim.


Estúdio quase pronto? Perguntou a mensagem de Eli.


Parei de andar e respondi.


Mais duas semanas e será aberto para negócios. Indo almoçar com a minha mãe. Falo com você mais tarde. Eu joguei meu celular de volta na minha bolsa e olhei para cima para ver Kelsey a poucos metros na minha frente.


Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Isto era tão diferente da Kelsey que eu conhecia. Ela sempre foi tão eficiente, eu não conseguia imaginá-la como emocional. Seu olhar estava parado em mim. Quase como se eu fosse à fonte de sua dor. Olhei ao meu redor para ver se não havia mais ninguém ao redor, mas era só eu.

“Eu preciso falar com você,” ela disse com a voz rouca de emoção.

Ela estava chateada por isso eu não pude dizer, ‘Não, obrigada. Eu tenho um almoço com a minha mãe.’

Em vez disso, apenas balancei a cabeça.

“Você pode vir ao meu escritório?” Ela perguntou.

Eu balancei a cabeça novamente e ela se virou e foi na direção ao escritório. Olhei em volta mais uma vez. Eu não queria ir ao escritório dessa mulher, mas eu também não vi uma saída para rejeitar o seu pedido, seria rude.

A porta estava aberta quando ela entrou. Relutantemente, eu a segui.

Ela parou e fechou a porta depois que eu entrei. Eu queria que ela tivesse a deixado aberta. Algo sobre ela me deixou nervosa.

“Eu vou ser breve. Há apenas uma coisa que você precisa saber. Eu tentei conversar com Cruz, mas ele não está cooperando. Ele é...” ela faz uma pausa e seus olhos se enchem de lágrimas novamente. “Tenho certeza que você sabe o quanto cruel e egoísta que ele pode ser.”

Isso chamou a minha atenção. “Cruz não é nenhuma dessas coisas,” eu disse em defesa dele. Os problemas dessa mulher com sua posição no clube precisavam ser tratados com o Woods.

Seu rosto manchado de lágrimas parecia menos derrotado e mais como a mulher arrogante que eu tinha visto quando ela tinha falado com Cruz, na semana passada, quando nós estávamos comendo.

“Você é tão jovem e ingênua,” disse ela com um olhar de desgosto em seus olhos. “Você não está em um conto de fadas. Cruz não é seu príncipe encantado e ele não é o tipo de cara que vai sossegar e se casar com você. Ele precisa de sexo com mulheres diferentes. Uma variedade,” ela fez uma pausa e em seguida, sorriu como se ela achasse graça de mim.

“Quando ele tinha dezesseis anos eu ensinei a ele tudo sobre sexo. Eu comecei seu vício. Nós fodemos nesta mesma mesa tantas vezes que eu nem posso contar. Eu estive aqui com as minhas pernas enquanto ele lambia minha buceta até que eu não conseguisse ficar de pé. Eu o deixei ficar com outras meninas para que ele pudesse prová-las. Mas eu sabia que ele sempre voltaria aqui. Ele me queria. Precisava do que eu lhe dei. Ele é bom em sexo, porque eu mostrei a ele o que uma mulher quer. O que ela deseja. Essa boca que você tem beijado passou por todo este corpo,” ela apalpou seu peito enquanto ela dizia isso.

Eu não conseguia encontrar as palavras. As coisas que ela dizia soava como devaneios de uma mulher louca. Ela queria que eu acreditasse que ele tinha tido relações sexuais com uma mulher casada de quarenta anos de idade, quando ele tinha dezesseis anos?

“Você está tentando afundar suas garras no que é meu.”

“Você é casada,” eu disse ainda em choque com ela, achando que eu acreditaria nela.

Ela riu de mim. “Isso não importa. Não a nós. Cruz e eu nos desejamos. Ele era meu até que você chegar. Agora estou grávida de seu filho e ele não quer ter nada a ver comigo ou com o bebê. Você está levando o pai do meu filho para longe.” Ela tocou seu estômago delicadamente.

“Você está mentindo.” Eu disse, balançando a cabeça e indo em direção à porta. Eu sabia que Cruz tinha sido um pouco selvagem. Isso não era um segredo. Mas ele não tinha feito isso. Eu tinha certeza disso.

“Eu sabia que você não iria acreditar em mim,” ela disse pegando um controle remoto de sua mesa. Os sons de sexo encheram a sala e eu me virei para ver a tela plana atrás de mim.

Não haveria como negar o que eu assisti. Kelsey estava nua, com as pernas bem abertas e a cabeça jogada para trás e Cruz estava fodendo-a em sua mesa. Assim como ela havia dito.

“Gostávamos de filmar o nosso sexo e vê-lo mais tarde. Deixava-nos quente e excitados. Muitas vezes nós nos fodíamos enquanto nos observávamos na tela. Esse é o tipo de coisa que Cruz precisa para fazê-lo verdadeiramente feliz. Eu também o observei. Ele fodia uma garota enquanto eu escondida o assistia. Ele gostava de saber que eu estava lá enquanto ele fazia sexo. Observando-os. Ele ficava tão excitado que nós dois ficávamos loucos por isso. Eu tenho vídeos também se você precisa ver.”

“Foda-se, sim, Kelsey. Se abra toda sua puta suja. Dê-me o que eu quero,” as palavras de Cruz vieram da tela e eu me encolhi. “Puta indecente. Minha pequena cadela indecente me dê essa bunda.” Disse Cruz, em seguida, virou-a. Puxando seus quadris para que sua bunda estivesse presa no ar. Ele cuspiu no ânus dela, em seguida, enfiou os dedos dentro. “Cu apertado. Você quer o meu pau dentro dessa bunda, não é?” Ela gritou. “Sim, foda minha bunda. Foda-me forte!” Ela virou a cabeça para olhar para ele e ele cobriu a boca dela com a dele, isso era demais. Eu corri. Eu corri através da porta. Eu corri para o meu carro. Corri de tudo. Eu dirigi. Eu não parei. Eu não sabia aonde eu estava indo, mas minha alma tinha sido destruída.

Meu telefone não parava de tocar, mas eu não podia atender. Desliguei-o. Se fosse minha mãe eu não seria capaz de falar. Ela ficaria preocupada. Tudo o que eu podia fazer era dirigir. Fugir de tudo. Senti como se meu peito tivesse sido esmagado.

As palavras que ele tinha dito a Kelsey e a imagem deles juntos repetia mais e mais na minha cabeça. Náuseas arranhavam minha garganta. Descrença que eu pude realmente confiar nele. Pensei que o que tínhamos fosse real. Mas ele... ele era mais sombrio do que eu sabia. Quando as lágrimas finalmente começaram a cair, eu virei em uma saída e estacionei em um hotel. Eu chorei por tudo o que eu tinha sonhado. Toda a felicidade que eu pensei que tinha encontrado. E isso tudo iria me mudar e marcar para sempre. Eu nunca mais seria a mesma. Minha fantasia tinha sido apenas isso. Nada tinha sido real. Não haveria boas recordações. Apenas um pesadelo.


Eu sinto muito. Mas eu estou bem. Eu só precisava de um pouco de espaço.


Mandei uma mensagem para a minha mãe para não mantê-la preocupada. Havia vinte e oito mensagens perdidas e cinquenta chamadas não atendidas quando eu liguei o telefone de volta. Eu ignorei todas elas, desliguei-o novamente e fui pagar por um quarto para esta noite.


Quarenta e Um

Cruz Kerrington

 


TINHA SIDO sexo. Era isso. Como eu tinha feito o meu caso com Kelsey chegar a isso? Eu mantive minha cabeça enterrada em minhas mãos enquanto o meu pai andava na minha frente. A sala estava em silêncio agora. O seu discurso e gritaria tinham terminado.

“Ela está bem. Era Harlow no telefone. Lila Kate mandou um texto simples dizendo que ela está bem, mas precisava de espaço.” Minha mãe anunciou quando entrou na sala de estar.

Olhei para cima, pela primeira vez em um grande tempo. Que alívio, Lila Kate estar segura ajudou a aliviar os meus medos. A dor ainda rasgava através do meu peito. Eu tinha ligado para ela e mandado mensagens inúmeras vezes pedindo-lhe para me ouvir. Ela não respondeu a nenhum deles.

“Ela disse para onde foi?” Perguntei já sabendo que as chances dos Carter me dizerem era quase nula.

Mãe balançou a cabeça. “Não. Acho que Grant está tentando rastrear seu celular.”

Ele estava ocupado se preocupando com a segurança de Lila Kate. Eu sabia que uma vez que ela estivesse de volta aqui em segurança, ele viria a mim. Agora, eu esperava que ele fizesse isso. Eu deveria ter lidado com Kelsey. Pensar que ela iria apenas ir embora foi estúpido.

“Ela está ameaçando uma ação judicial,” disse meu pai. “Eu já confisquei todos os itens em seu escritório. Os vídeos foram encontrados. Há alguns quando você era menor de idade. Estes irão proteger o clube. Ela vai ser a única a enfrentar acusações se ela seguir em frente com isso.”

Mamãe sentou-se na beirada da cadeira na minha frente. “Você era apenas um bebê. Ela tinha a minha idade. Eu só não entendo como ela poderia fazer isso?”

“Ele era um parceiro disposto, Della,” meu pai lembrou. “E se ela está mesmo grávida, então temos que lidar com eles.”

Eu balancei minha cabeça. “Esse bebê não é meu. Se houver um.”

“Mas se for, você não é mais um adolescente que esta sendo aproveitado. Você é um homem burro crescido que sabe mais do que só andar com uma mulher casada.”

Minha mãe empalideceu com suas palavras. Eu tinha machucado tantas pessoas. Como é que eu achei que merecia alguém como Lila Kate? Depois de toda a merda que eu tinha feito.

“Eu sei disso,” eu disse a ele levantando meus olhos para encontrar os dele. “Eu deveria ter parado. Inferno, eu não deveria ter começado. Mas eu estou pagando por isso. Eu amo Lila e agora eu a perdi. Ela está sofrendo e a culpa é toda minha. Isso está me matando.”

Papai fez uma careta. “Sim. Na vida, você vai cometer erros, mas este é mais do que um erro. É egoísta, irresponsável e com certeza até mesmo desonesto. Essa mulher é casada. Eu entendo que você era um adolescente com hormônios em fúria, mas ela é uma mulher casada. Isso...” disse ele apontando para mim. “Isso foi onde você ferrou tudo. Não, Lila Kate não vai perdoá-lo. Como poderia?”

Levantei-me incapaz de me sentar aqui e ficar ouvindo os meus erros novamente. Eu sabia que tinha fodido tudo. Eu não preciso do meu pai me lembrando mais e mais. O que eu precisava fazer era encontrar uma maneira de corrigir isso. Que parecia impossível.

“Onde você está indo?” A raiva de meu pai não se dissipou em nada durante a hora em que ele estava gritando comigo.

“Não estamos terminando aqui?” Eu respondi.

Ele fechou o espaço entre nós e olhou para mim. “Você dormiu com uma funcionária casada de um negócio que será seu um dia. Você fez vídeos de sexo com ela. Ela está alegando estar grávida de seu filho. Não, não estamos terminados, porra. Falei com os advogados. Falei com o marido de Kelsey. Estamos nos reunido em uma hora na sala de reuniões do clube. Você não vai a lugar nenhum.”

Lila Kate estava lá fora e eu não tinha ideia onde ou como encontrá-la ou onde procurar. Eu tinha ligado para Nate, mas ele jurou que ela não tinha chegado a Sea Breeze. Ela precisava ouvir o meu lado da história. Tinha que explicar a ela. Talvez ela entendesse depois que eu tivesse a oportunidade de explicar como tudo começou e como funcionou, até que corri atrás dela quando ela deixou a cidade. Eu não tinha visto nenhum problema com o que estava fazendo. Vejo agora. Se eu pudesse ser o homem que ela queria que eu fosse e apagar toda a merda do passado eu teria feito. Eu era um fodido estúpido. Agora eu iria pagar por isso.

“Ela precisa de espaço. Você não pode encontrá-la de qualquer maneira. Você não sabe onde ela foi.” A voz da minha mãe estava calma e compreensiva.

"Eu fiz isso. Eu a feri.” Minha voz falhou com emoção quando eu disse isso.

Minha mãe concordou. “Sim. E você será o único que poderá consertar isso. Mas, por agora, tem outra coisa para corrigir.”

“Absolutamente certo que ele tem,” A voz de papai estava com raiva e irritação.

“Woods, acalme-se. Eu sei que você está com raiva. Mas isso começou quando ele era criança. Ela se aproveitou dele. Lembre-se disso.”

Papai levantou as mãos em frustração. “Ela é casada, Della. Casada. Eu gostaria de pensar que o meu filho tem mais moral do que isso.”

Mãe concordou. “Eu também. Mas o que está feito está feito. Nós pensamos que era só uma raiva de adolescente e ele ia superar isso. Nós deveríamos termos prestado mais atenção.”

Pai apontou para mim. “Ele deveria ter usado seu maldito cérebro e não seu pau!”

Mãe estremeceu. “Sério, querido. Essas são palavras necessárias?”

Ele balançou sua cabeça. “É só isso. Foda-se. Eu não era perfeito na sua idade, mas eu não fiz isso. Eu não coloquei o clube em uma questão jurídica. E eu não trepei com as funcionárias casadas.”

Mas eu tinha.

“Quando é que vamos para o clube?” Perguntei.

“Devemos sair agora. Eu preciso garantir que a sala esteja pronta. E os nossos advogados precisam passar algumas coisas com você. O que você pode e não pode dizer.”

Mãe levantou-se. “Eu vou.”

“Não,” meu pai e eu dissemos ao mesmo tempo.

Mãe franziu a testa. “Por que não?”

Olhei para meu pai, e ele suspirou. “Porque Della, temo ter que lidar com questões mais do que as legais quando você ver Kelsey. Os vídeos serão discutidos e eu não confio em você para não atacar a mulher.”

Ele tinha uma razão melhor do que a minha. Eu estava preocupado, pois iria aborrecê-la.

“Ela está grávida. Pode não ser o filho de Cruz, mas eu nunca iria ferir uma mulher grávida,” mamãe argumentou.

Papai levantou a sobrancelha. “Você ainda não viu os vídeos.”

Mamãe soltou um suspiro profundo, em seguida, assentiu. “Talvez você tenha razão.”

Papai andou até a minha mãe, puxou-a em seus braços, em seguida, beijou sua cabeça. “Eu vou mantê-la informada.”

Ela assentiu com a cabeça contra seu peito. Eles sempre tinham sido assim. Próximos. Unidos. Papai a adorava e ela o adorava. Eu não queria isso. Eu sempre pensei que os deixavam vulneráveis. Eu não confio nisso. Era uma aposta de amar assim. Eu tinha ouvido de Kelsey, por anos, o quão terrível a maioria dos casamentos eram. Eu acreditei nela.

Mas os vendo assim percebi que eu queria isso também. Eu tive um gosto com Lila Kate. Por um breve período de tempo eu soube que ela era tudo que eu iria querer. Agora ela se foi. O que os meus pais tinham não era exclusivo para eles. Era simplesmente porque eles se amavam.

Kelsey não amava. Havia uma diferença.

Meus pais não eram vulneráveis devido ao seu amor. Eles eram mais fortes por causa disso. Minhas mentiras e segredos tiveram que sair para eu visse e entendesse esse tipo de amor. Por que esse teve que ser o caso? Por que eu não pude perceber isso anos atrás e salvar tantas pessoas da dor?

Eu não perderia Lila Kate sem uma luta. Eu curaria tudo o que eu tinha quebrado da melhor maneira que pudesse. Gostaria de aprender e seguir em frente. Então, gostaria de encontrar uma maneira para que ela me perdoe. Mesmo que isso tomasse o resto de nossas vidas. Eu esperaria por ela. Por nós.


Quarenta e Dois

Eli Hardy

 


VER LILA ANDANDO em minha direção com luzes em seus cabelos e os perfeitos traços marcados com dor, eu percebi uma coisa. Ela se sentia “mais.” Ela tinha experimentado o “mais” que nós todos esperávamos. Essa intensidade que o agarra e o prende com tanta força que você não pode fazer nada, a não ser desfrutar do passeio e esperar o melhor.

Eu não era o passeio para ela. Na noite em que a conheci, ela já tinha sido arrebatada por ele. Inferno, ela já estava no passeio e não queria estar. Cruz havia roubado seu coração há muito tempo. Mas eu estava grato, pois sua jornada a tinha trazido para mim. Sem ela, sem os sentimentos que desenvolvi por ela, eu nunca teria acreditado que eu poderia amar alguém como amei Bliss. Eu sabia agora que eu estava errado. Bliss era minha melhor amiga, ela era minha infância. Somos crescidos agora e nosso passeio acabou.

Lila parou na mesa que tínhamos encontrado fora da padaria em Sea Breeze. Eu já tinha comido aqui muitas vezes. Ela me ligou dois dias depois que Nate veio me ver perguntando se eu tinha ouvido falar dela. Eu não tinha no momento. Mas ele me disse que alguma merda tinha acontecido com Cruz e Lila tinha fugido.

Eu tinha perguntado onde ela estava quando ela ligou e me disse que estava em Nashville. Pensei em encontrar com ela. Mas eu não fiz. Ela não era minha. Ela nunca seria. Mas esta manhã eu tinha conseguido uma mensagem. Ela estava em Sea Breeze. Ela queria me ver.

O círculo escuro sob seus lindos olhos e a tristeza óbvias em sua expressão me doeu. Eu odiava vê-la assim. Eu sabia o desgosto que ela sentia. Nunca foi fácil. Destrói você. Recuperar-se depois exigiria força. E eu sabia que Lila tinha essa força.

“Eu pedi seu café do jeito que você gosta,” eu disse a ela quando se sentou à minha frente.

Ela tentou um sorriso. Ele era fraco e não encontrou seus olhos. “Obrigada.”

Eu a vi tomar um pequeno gole e depois levantar o olhar para mim. “Obrigada por me encontrar aqui.”

Dei de ombros. “Não tinha nada melhor para fazer. Sea Breeze tem sido chata.”

Lila não riu da minha tentativa de aliviar o clima. Em vez disso, eu podia ver os olhos dela irem para outro lugar. Seus pensamentos perdidos em outro momento. Eu a deixei ir viajar em seus pensamentos sozinha enquanto eu bebia um pouco do meu chá. Ela estava mais quebrada do que qualquer outra mulher que eu já tinha visto. Nate tinha-me contato a história. O que Cruz tinha feito. Por que Lila tinha deixado e como ela descobriu. Foi uma bagunça. Mas depois de conhecer Cruz isso não me surpreendeu. Nate disse que sabia que Cruz fodia aquela mulher casada quando eles eram adolescentes. Ele só não tinha pensado mais sobre isso ao longo dos anos.

“Você dormiu um pouco?” Perguntei trazendo-a de volta para o aqui e agora. Sem os demônios a provocando em sua cabeça.

Ela se concentrou em mim novamente, em seguida, começou a acenar com a cabeça e parou. “Não, não realmente. Quando eu fecho meus olhos... Eu estou lá naquela sala. Ela está me mostrando o vídeo... Eu os ouvi.” Ela parou e balançou a cabeça. “E eu sei que foi antes de mim. Eu sei que ele esteve com muitas, muitas mulheres antes de mim.” Ela fechou os olhos como se tivesse que dizer algo que ela não queria. Que não podia suportar olhar para mim como ela disse. “Aquela mulher se aproveitou dele. Eu nem sequer o culpo completamente pelo caso. Ela era a adulta na maior parte do seu... relacionamento.” Ela abriu os olhos lentamente e encontrou meu olhar. “É o vídeo. As coisas que ele disse a ela,” sua voz era um sussurro. “Se é isso que ele quer. Ele nunca disse essas coisas para mim. Nosso sexo... deve tê-lo aborrecido.”

Como eu estava completamente curioso eu queria saber o que ele tinha dito a mulher durante o sexo que a fez tão preocupada, eu fiz a pergunta óbvia. “Você não está preocupada com o fato dela estar grávida?”

Lila balançou a cabeça. “Não. Mesmo que ela esteja grávida, o que eu não acredito que seja verdade, não é dele. As mulheres afirmam a gravidez para tentar segurar um homem que perdeu desde o início da raça humana, eu acho. No início, eu acreditei nela e fiquei arrasada. Eu tive tempo para pensar sobre suas ações. O jeito que ela me disse. Como ela disse. Ela não é uma pessoa mentalmente estável.”

Eu tive que concordar com a parte do mentalmente estável. Se ela tinha começado a porra com o Cruz quando ele tinha dezesseis anos, então algo estava errado em sua cabeça. “Você vai voltar logo?” Perguntei.

Ela encolheu os ombros. “Eu vou ter que ir, eventualmente. Eu tenho meu estúdio para terminar. Minha vida para voltar. Vai ser difícil. Cruz não mentiu para mim porque eu nunca perguntei sobre suas experiências sexuais passadas. Mas ele sabia que essa coisa com Kelsey estava prestes a explodir e ele não me disse nada. Talvez ter sexo com ela quando ele era jovem e estúpido pode ser perdoado. Mas o vídeo que eu vi foi mais recente. Ele era mais velho. Ele ainda foi vê-la. Como posso confiar nele se ele não tem culpa por foder uma mulher casada?”

Ela tinha um ponto. E eu não tinha certeza se eu tinha uma resposta para ela. O que eu sabia era que todos tinham os seus segredos. Sua própria escuridão. Algo que eles escondiam do mundo. Escolher perdoá-los era uma escolha. Estaria perdendo a chance de ter esse “mais” que todos nós queríamos somente por ser incapaz de perdoar? Ou amar poderia ser o suficiente? Para cobrir tudo e curá-los tanto?

“Você ama Cruz?” Eu perguntei a ela.

Ela assentiu com a cabeça.

“Esse... vídeo ou as palavras desta mulher mataram um pouco desse amor? O enfraqueceu de alguma forma?”

Ela fez uma pausa, em seguida, sacudiu a cabeça. Seus ombros caíram, infelizmente, quando ela admitiu.

“Então você deve isso a si mesma, ouvi-lo e perdoá-lo. Se você não fizer isso está apenas prejudicando a si mesma.”

Os olhos de Lila se encheram de lágrimas. “Mas eu posso não ser suficiente para segurá-lo. Eu não estou... Eu não sou experiente. Eu não faço coisas como as que vi e ouvi. Eu sou.. Eu sou entediante.”

Isso me deu vontade de rir. A mulher na minha frente não era nada chata. Mas eu não ri porque eu tinha mulheres suficientes na minha vida para saber quando elas dizem merda que acreditam. Rindo disso não iria ajudar.

“Você não é nada chata. Claro, você é educada, formal e adequada. Você é gentil e atenciosa. Não usa sua beleza como uma arma. É completamente fascinante. Os homens olham para você. Eles ficam atordoados por você e você não percebe isso porque é distraída, o que a torna mais atraente. Cruz Kerrington e eu temos muito pouco em comum. Mas a única coisa que temos é que somos ambos heterossexuais. Eu sei o que ele vê quando olha para você. Sei também que o homem veio correndo atrás de você quando você deixou a cidade. Ele não queria perdê-la. Ele te ama, Lila. Eu o vi no seu apartamento naquela manhã. Volte. Deixe-o se explicar.”

Ela me deu um pequeno sorriso em seguida. “Você pensa tudo isso sobre mim?”

“Exatamente cada palavra que eu disse.”

“Por que não podia ter sido você? Por que meu coração tem que amá-lo?”

Eu ri então. Eu me perguntava a mesma coisa no começo, mas eu tive tempo para pensar nisso e eu sabia que tinha algumas coisas a enfrentar. Coisas para admitir para mim mesmo. E antes desse mês passado, eu não estaria pronto para seguir em frente. Eu estaria desperdiçando minha vida querendo uma mulher que nunca ia sentir o mesmo. Eu ainda estaria bagunçando cada encontro que eu tinha, porque eu estava comparando-as a Bliss. Mas as coisas eram diferentes agora. Eu era diferente.

Eu tinha que agradecê-la. Foi tudo por causa de Lila.


Quarenta e Três

Lila Kate

 


LEVOU TRÊS HORAS para que meus pais fossem embora. Quando eu mandei uma mensagem para eles dizendo que estava em casa, eles vieram com alimentos depois de uma hora. Eles não falaram sobre Cruz ou a razão de eu ter fugido. Nós comemos. Eu disse a eles todos os lugares onde eu tinha ido. Foi uma conversa difícil no início. Quando meu pai mencionou que iria lidar com alguns problemas, eu imediatamente o avisei que eu nunca o perdoaria se ele dissesse ou fizesse qualquer coisa para Cruz. Ele parecia muito infeliz com isso, mas com o incentivo de minha mãe, que tinha concordado em deixá-lo em paz.

Conseguir que eles saíssem e me dessem um tempo sozinha, tinha sido outro problema. Quando Ophelia chegou em casa, eles finalmente saíram. Deixei escapar um suspiro de alívio quando saíram pela porta.

“Faz tempo que eles estão aqui?” Ela perguntou enquanto se servia de um copo de água.

“Sim. Mas eles estavam preocupados e precisavam saber que eu estou bem. Apenas feliz que acabou.”

Ophelia se aproximou e sentou-se em minha frente no sofá. “Você falou com ele?”

Eu sabia que ela estava se referindo a Cruz. Eu balancei minha cabeça.

“Você vai?” Ela perguntou.

Eu pensei em tudo que Eli havia dito na minha volta para casa ontem. “Sim. Eventualmente. Teremos de falar.”

“Kelsey não esta grávida,” ela disse me observando de perto para ver minha reação.

“Eu realmente nunca pensei que ela estivesse. Mas como é que eles sabem disso?”

“Mamãe disse que Woods ameaçou dar queixa de pornografia infantil. Ela tinha vídeos em seu escritório tendo relações sexuais quando ele tinha... bem, quando tinha dezesseis anos.”

Eu não poderia responder a isso. Eu odiava esses vídeos.

“Desculpa... Eu não deveria ter tocado no assunto, mas pensei que você gostaria de saber. Quer dizer, eu fiquei chocada sobre você estar com Cruz. Vocês dois, bem, vocês realmente não se encaixam. Ele é Cruz. Os vídeos de sexo, uma mulher diferente a cada noite, as festas loucas de Cruz.”

Isso era tudo o que as pessoas viam quando eles olhavam para Cruz. O que ele tinha feito. Não quem ele era. Ninguém nunca olhou de perto o suficiente para se importar? Ninguém além de mim?

“Ele é inteligente e cheio de ideias. Ele tem um grande coração e nunca quis machucar ninguém. Ele ama a sua família e não quer decepcionar o seu pai. Há muito mais sobre o Cruz do que o que ele fez.”

Ophelia sentou-se calmamente e seus olhos me estudaram. “Você realmente o ama, não é?!” Isso não era uma pergunta.

“Meu amor por ele não é o problema. O que me preocupa é se isso é o suficiente.”

Ophelia se levantou, andou até mim e colocou o braço em volta. “É sobre encontrar a sua própria perfeição torcida, se deixando apaixonar tanto e ter uma chance. Se você já fez tudo isso, você não tem nenhuma razão para desistir. Não agora.”

“E se ele não estiver desistindo, mas só aceitando a realidade?” Eu perguntei a ela.

Ela sorriu. “Você não sabe o que é a realidade ainda.”

Isso tudo parecia fácil. Mas eu sabia que nada daquilo era. Amar Cruz foi como brincar com uma chama muito quente. Eu ia ficar queimada, eventualmente. Fui dormir naquela noite me perguntando se isso valeu a pena.

Uma semana mais tarde, eu percebi que toda a minha preocupação em perdoá-lo era inútil. Cruz não tinha vindo falar comigo. Ele não tinha ligado para me verificar. Todas as mensagens de voz e de textos me implorando para perdoá-lo no dia em que fugi eram dele. Ele não me ligou ou mandou uma mensagem novamente. Esta cidade não era pequena. Ele sabia que eu estava de volta e não veio se explicar. Ele não estava fazendo nada.

Passei os dias trabalhando no estúdio, pedindo para isso acabar, chorei no chuveiro até que estivesse cansada demais para chorar mais e, em seguida, fui para a cama. Isso se tornou uma rotina. Minha mãe tinha me chamado para almoçar, mas eu disse a ela que estava muito ocupada. Ela acabou vindo me trazer comida no estúdio outro dia.

Ophelia foi para Sea Breeze com sua família. Eles estavam indo visitar Nate e Bliss por algumas semanas. O apartamento estava em silêncio. Tudo que eu tinha eram meus pensamentos e esses eram sempre sobre Cruz. Eu estava começando a ansiar pelo dia em que eu iria tomar um banho e não acabaria em lágrimas. Eu queria a minha felicidade de volta.

A pintura foi feita. Espelhos seriam instalados com barras ao longo das paredes. Em seguida seria o chão. Os sons de construção e trabalhadores me deu algo para me concentrar diferente de Cruz.

Quando há segunda semana, desde o meu retorno, chegou ao fim, eu não chorava mais no chuveiro. Eu assisti a um filme antes de ir dormir e comi uma refeição inteira em vez de apenas mordiscar. Olhando para o teto naquela noite eu percebi que a minha vida ia ficar bem. Cruz não veio me ver. Mas eu precisava do fechamento. Suas ações ou não ações contaram-me o que eu precisava saber sobre nós. Ele estava acabado, mas eu tinha algumas coisas a dizer a ele primeiro.

Eu me levantei de manhã e gostaria de encontrar Cruz. Eu nos daria o fechamento que eu precisava. Então eu iria finalmente colocar Cruz Kerrington para trás. Seguiria em frente e desta vez não olharia para trás.


Quarenta e Quatro

Cruz Kerrington

 


MAIS FELIZ. Lila Kate estava mais feliz. Eu a tinha visto. Eu fui a Sea Breeze mesmo depois que Nate tinha me dito que ela não estava lá e eu a encontrei. Ela estava lá. Ela estava mais feliz. Eli estava sentado a sua frente e ela estava sorrindo. Ele sorria. Eles estavam livres de culpa, escuridão e de dor. Lila Kate pertencia a ele. Aceitar isso tinha sido doloroso. Eu queria que ela fosse feliz. Eu a tinha machucado de uma maneira que ele nunca faria. Eu precisava dela. Mas ela precisava dele. Eu a amava mais do que qualquer homem jamais faria.

Isso não importa. Vendo seu sorriso. Rir. Tudo tinha sido tão claro. Ela precisava dele. Não de mim. Fodido Cruz Kerrington não merecia Lila Kate. Ela teria alguém novo. Alguém que não iria quebrar o seu coração. Eu queria que ela fosse feliz. Deixando-a lá com ele tinha sido uma das coisas mais difíceis que eu tinha feito. Mas ela voltou para a casa. E agora eu estava aqui.

Eu a assisti por duas semanas. Ela não saiu. Trabalhou durante todo o dia, pediu comida, então foi para a cama cedo. Mais de uma dúzia de vezes eu quase saí desta maldita caminhonete do trabalho que eu estava usando do departamento de manutenção de campos do clube e fui até lá bater em sua porta. Mas eu não podia. Ela não tinha me ligado. Ela não tinha vindo me encontrar. Nem mesmo uma mensagem.

Meu passado era mais do que ela podia aceitar. Mas o que eu podia esperar? Lila Kate não estava manchada de qualquer forma. Ela nunca teve uma situação tão complicada. Eu era a porra do seu único pesar. Tomei um gole de café que eu tinha começado a beber porque não conseguia dormir à noite e a exaustão que veio com essa falta de sono exigia cafeína.

Meu pai não me queria no clube. Ele disse que eu tinha que crescer muito para poder trabalhar lá. Agora que o problema com Kelsey foi tratado e ela se foi, ele decidiu que era melhor que eu não tivesse relações com o clube, eu só podia trabalhar na equipe de cuidados com o gramado do campo de golfe.

Eu acordava às quatro da manhã para cortar a grama, colher erva daninha e limpar o lixo sete dias por semana. Papai disse que se eu não quisesse fazer isso e trabalhar, iria ser da maneira mais difícil, eu era bem-vindo para encontrar outro futuro. O clube significava muito para ele confiá-lo a mim depois de expor o meu comportamento imoral.

Eu esqueci o pedaço de bolo na minha mão que eu tinha trazido do café quando vi Lila Kate andar fora pela primeira vez em duas semanas. Deixei-o no assoalho do carro e coloquei meu copo para baixo enquanto ela fazia seu caminho até o carro. Ela estava indo para algum lugar. Estava indo de volta para ele? Ela estava deixando este lugar para ir a Sea Breeze? O pânico se estabeleceu em mim pois eu sabia que ela merecia o que Eli Hardy poderia lhe dar.

Uma vez que ela dirigiu, eu a segui. Percebi que isso não era saudável, mas eu acreditei que eu estava fodido na cabeça como meu pai tinha dito. Eu precisava de terapia ou algo assim. Imaginei que essa merda de cuidar do gramado antes do sol nascer era uma boa terapia.

Não me levou muito tempo para descobrir que ela estava indo para a minha casa, não para Sea Breeze. Antes dela virar na minha entrada, parou o carro na calçada e eu desacelerei a caminhonete. A porta do carro se abriu e ela virou para olhar para mim com as mãos nos quadris como se estivesse irritada.

Eu vinha atrás dela, virei a caminhonete e sai.

“Você está me seguindo?” Ela perguntou. “Você acha que óculos escuros e um boné de beisebol são um disfarce real?”

Eu pensei que tinha me escondido o suficiente. Eu estava dirigindo esta caminhonete velha e empoeirada. Fiquei impressionado que ela tinha prestado a atenção ao seu redor para perceber que ela estava sendo seguida. “Sim.”

“Por quê?” Ela perguntou.

“Eu estava preocupado com você.” E tentando criar coragem de falar com você. Mas eu não disse isso.

Lila Kate caminhou na minha direção e suas mãos pequenas me empurram com força no peito. “Eu voltei há duas semanas. Isso é tudo que você tem a dizer?” Ela gritou me empurrando para trás. “Você estava preocupado comigo? Por que Cruz? Por que você estava preocupado comigo? Porque sua amiga casada e insana me mostrou fodidos vídeos de vocês dois e me disse que estava grávida de seu filho?” Lila Kate foi falando mais alto e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Estendi a mão para tocar seus braços. Para impedi-la de me empurrar para a estrada, tentando acalmá-la.

“NÃO! Não me toque. Você não pode me tocar! Eu te amei! E você esperou por duas semanas, sentado do lado de fora e me vigiando!”

Ela sabia que eu estava sentado do lado de fora de sua casa? Droga. Ela era mais perspicaz do que eu imaginava.

Lágrimas estavam fluindo livremente pelo seu rosto agora. Ela chorou e me bateu com os punhos. Uma vez no braço e outra no peito. Depois que ela me atacou, virou-se e começou a correr de volta para seu carro.

“Você disse que me amava,” Eu falei. “Isso é passado, Lila Kate. Está acabado? Você ama alguém tão rápido assim?” O medo estava obstruindo minha garganta. Eu a observei, enquanto segurava um pequeno pingo de esperança de que ela me perdoasse. Que ela não tinha se mudado tão rapidamente para Eli Hardy. Que ela ainda me amava. Que não seria capaz de me amar depois do que ela viu, do que ela sabia, era pior. Como eu lutaria por ela se ela não me ama mais?

Ela parou. Nós dois ali. Ela estava de costas para mim. Esperei mesmo que eu quisesse correr para ela. Para segurá-la. Para pedir-lhe para me amar.

“O que você quer de mim?” ela perguntou voltando-se para mim. Seu rosto coberto de lágrimas estava manchado e vermelho.

“Tudo,” eu respondi honestamente.

“Onde você esteve?”

“Do lado de fora da sua casa. Nessa maldita caminhonete,” eu admiti.

“Por quê?”

“Porque eu estava aterrorizado com isso. Que eu não tivesse chance de fazer isso direito. Que eu tivesse perdido tudo. Que eu tivesse perdido você.”

“Então você não veio me procurar? Você deixou-me pensar que tínhamos terminado?”

Eu balancei minha cabeça. “Eu liguei, mandei mensagens para você e você nunca respondeu. Eu estava esperando. Dando-lhe tempo. E... Eu vi você com ele. Eu vi você sorrir. Eu vi você rir. Você estava feliz, Lila. Eu quero que você seja feliz. Eu não fui embora. Eu estava do lado de fora o tempo todo. Exceto quando eu estava cortando grama e colhendo erva daninha às quatro da manhã no campo de golfe.”

“Você me viu sorrindo com quem?” Ela perguntou com confusão no rosto.

“Eli.”

“Eli? Em Sea Breeze?”

“Eu fui procurar por você. Eu encontrei você. Com ele. Ele fez você sorrir. Ele é bom. Ele não fez mal a você como eu fiz.”

Ela não respondeu de primeira. Ela só ficou lá olhando para mim enquanto deixava a minha confissão se afundar. Ela não podia negar o que eu tinha visto. Como Eli a tinha feito esquecer a dor. Tinha-lhe dado uma razão para sorrir. Ele nunca iria machucá-la como eu fiz, mas nós dois sabíamos que ele nunca poderia amá-la como eu a amo. Ninguém poderia.

“Quando foi a última vez que esteve com ela?” Ela me perguntou.

“Três meses atrás. Eu estava bêbado. Ela me chamou. Fui até ela. Era um hábito. Um que vou me arrepender para o resto da minha vida.”

“No começo, você a amava?”

“Eu era um garoto, Lila. Eu amava qualquer mulher que deixasse meu pau ficar em sua boceta. Então ela começou a me contar o quão maltratada ela era e como seu marido não tinha relações sexuais com ela. Eu senti pena dela. Em um ponto, eu acho que eu pensei que nós éramos amigos, mas sempre foi uma manipulação da parte dela. Eu nunca a amei. Eu me apaixonei uma vez. Eu ainda estou. Mesmo quando eu não percebia isso, Lila, foi você. Sempre você. A garota que eu nunca me senti bom o suficiente. A menina que eu observava de longe e sonhava à noite. Só você.”

Ela fungou e enxugou uma lágrima. “Eu tenho medo de que você vá ficar entediado comigo. Nós somos tão diferentes. Eu... Eu não sou tão experiente ou aventureira. Eu poderia ser, mas eu nem sei como.”

Meu peito estava mais leve do que em semanas. Eu puxei a minha primeira respiração profunda desde o momento que descobri que Lila Kate estava desaparecida. “Você está falando sério?” Perguntei dando um passo em sua direção.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você tem alguma ideia de quão perfeita você é para mim?”

Ela balançou a cabeça neste momento.

“Não houve uma vez em minha vida que eu pensasse sobre meu futuro e não te vi nele. Seu rosto estava sempre lá. A sua voz na minha cabeça quando eu estava fazendo a coisa errada. Aqueles olhos me assombravam mesmo quando eu estava desmaiado de bêbado. Você tem estado comigo em cada momento da minha vida. Mesmo se eu não quisesse você lá, meu coração queria você. Minha alma encontrou a sua companheira quando eu era criança. Eu poderia ter lutado contra ela, mas a conexão já tinha sido feita. Sempre será assim.” Dei mais um passo em sua direção. “Você pode até me odiar. Você nunca pode nunca me perdoar. Você pode me dizer para sair e não voltar. Mas eu vou te amar para sempre. Isso não vai mudar.”

Ela fungou novamente. “Isso significa que você vai sentar-se do lado de fora como um perseguidor me vigiando?”

Eu sorri. “Provavelmente sim.”

Lila Kate fechou a pequena distância entre nós e colocou as mãos no meu peito suavemente desta vez. “Isso não me deixa nenhuma outra escolha, então farei isso.”

“Você está indo para obter uma ordem de restrição?” Eu provoquei.

Ela sorriu então. Um grande sorriso bonito que deixava meus joelhos fracos durante o tempo que eu me lembrava. “Essa é uma opção,” ela respondeu. “Mas eu acho que eu vou com a opção número dois.”

“E qual é?” Perguntei.

Ela ficou na ponta dos pés e deu um beijo em meu queixo. “Te amar pelo resto da minha vida.”

Eu segurei seu rosto em minhas mãos e olhei para a mulher que seria sempre a que me salvou. Ela era meu centro. Amá-la tinha me destruído. O velho eu tinha ido embora. O homem descuidado, egoísta que eu era não estava mais lá. Eu queria ser bom o suficiente para ela. E eu seria. Eu seria o tipo de homem que meu pai era. Minha vida tinha um propósito.

Tudo por causa de Lila

Estendi a mão e desliguei a frigideira, em seguida, agarrei-a e a levantei para colocá-la no balcão. Espalhei seus joelhos abertos, me coloquei entre eles e puxei-a contra mim antes de tomar sua boca novamente. Eu poderia ficar assim durante toda a noite.

Com suas pernas em volta da minha cintura, ela agarrou meu rosto e me beijou de volta com tanta paixão quanto eu sentia. Era intoxicante. Cada toque, cheiro, som que ela fez me deixou louco. Meu maior arrependimento foi ter dormido com ela bêbado, como se ela fosse um caso de uma noite. Ela era especial. Eu queria lembrar como era a sensação de estar dentro dela. Saber como seu rosto parecia quando ela gritasse com um orgasmo.

Suas mãos se moveram para o meu peito, e ela os correu sobre o meu abdômen. Sentindo cada um enquanto ainda me beijava. Nossas línguas entrelaçadas. Nossa respiração sincronizada. Corri minhas mãos para cima em suas coxas querendo tocá-la e vê-la se contorcer e implorar para ter seu perfume nos meus dedos.

Ela abriu mais as pernas e a saia curta que ela usava deslizou por suas coxas até que estivesse nua. Eu podia ver o cetim branco e renda de sua calcinha. O tecido úmido estava agarrado a ela, e como um homem das cavernas, eu queria bater no meu peito que eu tinha feito isso. Eu a tinha deixado toda molhada apenas com um beijo.

Esfregando um dedo sobre o tecido fino, delicado, vi seu rosto enquanto seus olhos queimaram e seu rosto corou. Deslizando um dedo dentro, eu gemi de prazer ao calor que tocou meu dedo. Eu podia sentir sua excitação. Ela queria que eu a tocasse. Ela queria isso também.

“Eu beijei você aqui.” A memória voltou claramente. O cheiro me bateu e com ele veio à memória de suas pernas jogadas sobre meus ombros enquanto eu a comia como uma porra de um buffet que eu não poderia obter o suficiente.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você gozou na minha língua.” Minha voz era rouca de desejo.

“Sim.” Ela sussurrou.

Eu comecei a ficar de joelhos, e ela agarrou meus braços. “Não, não.”

Eu parei e olhei para ela. Esperei por uma razão para não. Eu nunca tinha tido uma mulher me pedindo para não lambê-la.

Ela respirou fundo. “Eu não estou preparada para isso. Preciso de tempo.”

Ela não estava bêbada. Nós não estávamos em um bar. E eu estava agindo como um maníaco louco por sexo.

“Eu sinto muito. Eu me empolguei. A memória...” Eu parei.

“Foi fantástico. Mas... Eu já passei por outras coisas desde então. Preciso de tempo. Eu gosto de você, Eli. Você me faz sorrir. Eu não quero estragar isso. Minha cabeça e meu coração precisam estar no mesmo lugar.”

Isto não era apenas sobre o nosso tempo. Tratava-se de Cruz Kerrington. Eu tinha que competir com as lembranças dele. Mas eu não tinha medo disso. Ele a tinha machucado. Eu nunca faria isso. Eu poderia ajudá-la a curar, e eu sou paciente, Deus, porra, eu sou tão paciente. Lila se encaixa comigo. Nós nos complementamos. Temos as mesmas ideias, gostos, crenças, e poderíamos ser um excelente casal. Eu nunca a faria sofrer.

Mas ela tinha que superar Cruz em primeiro lugar e seguir em frente com o que ela passou. Se eu fosse dar o meu coração para outra mulher, eu precisava saber que ela queria. Eu poderia ser paciente e esperar.

Eu deixei minhas mãos descansarem sobre as coxas. “Ok. Eu posso esperar.”

Ela suspirou de alívio e me abraçou. “Obrigada. Eu tenho muita sorte de ter você. Agora, eu estaria perdida e sozinha. Mas você está aqui e eu... Estou muito feliz que você veio.”


Trinta e Um

Lila Kate

 


DEPOIS DO JANTAR eu levei Eli para uma caminhada pela cidade. Ele tinha ouvido Bliss falar muito sobre este lugar, e queria ver mais. As noites aqui eram muito familiares. Crianças andando de bicicleta ao longo das calçadas, casais andando e comendo cones de sorvete e desfrutando de um dia quente, o riso dos adolescentes enquanto andavam em grupos, e a maioria deles ainda vestiam seus trajes de banho. Também havia os turistas, e era o que mantinha a área próspera.

“É um local de férias para os ricos,” Eli disse com um tom divertido.

“Aqui não é como Sea Breeze. Não há condomínios, apenas casas costeiras de luxo para alugar. Atrai um público muito diferente. Não somente adolescentes bêbados dirigindo e gritando uns com os outros através de seus tetos solares ou janelas. Eu gosto disso.”

“Há condomínios... só não gosto dos seus condomínios. Estes são pequenos e os edifícios têm somente dois andares. Como aquele lá.” Apontei para o que eu estava falando.

Eli riu. “Isso não é um condomínio. Você viu os vinte edifícios de vinte andares em Sea Breeze. Você sabe do que estou falando.”

Concordei que era muito diferente, e ele não estava mesmo do lado da elite de Rosemary Beach, que foi isolada para os turistas. Kerrington Club era o início da área privada. Eu não queria levá-lo lá. Ainda não.

“Lila Kate!” Eu ouvi meu nome e fiz uma pausa para olhar ao redor. Então eu vi o Mustang vermelho que Jace Montgomery tinha ganhado em sua formatura do ensino médio este ano. Eu acenei para ele.

“Lado errado da cidade, baby. Você se perdeu?” Eu ignorei o fato de que um jovem de dezoito anos de idade me chamou de ‘baby’, simplesmente porque esse era Jace. Ele estava brincando. Ele sempre foi alegre, e eu o conhecia desde o seu nascimento. Eu tinha ido para o hospital com meus pais quando ele nasceu.

“Mudei-me para cá.” Eu disse quando ele estacionou o carro ao nosso lado.

“Você mudou-se para o centro da cidade?” Ele perguntou incrédulo.

Eu balancei a cabeça. “Sim. Jace este é meu amigo, Eli Hardy. Eli, este é Jace Montgomery.”

Jace lançou-lhe um sorriso branco brilhante. “Prazer em conhecê-lo, Eli.”

“Mesmo aqui.” Eli respondeu.

Então Jace olhou para mim. “Você está morando aqui de verdade?”

“Sim, Jace. Acima do prédio onde eu vou abrir meu estúdio de dança.”

Os olhos de Jace se arregalaram. “Droga, isso é incrível. Última vez que ouvi sobre você tinha saído da cidade e Cruz tinha ido atrás de você. Pelo menos isso foi o que disseram.”

“Estou de volta. Decidi começar minha vida aqui.”

Ele assentiu. “Sinto muito por sua avó. Eu não estava na cidade quando aconteceu. É por isso que eu não vim com meus pais.”

“Obrigada. Tudo bem.”

Ele sorriu para Eli novamente. “Mantenha esta selvagem na coleira. Tenham uma boa noite. Tenho que ir.”

“Tchau, Jace.” Eu disse. Ele girou suas rodas em resposta e se dirigiu de volta para o outro lado da cidade.

“Ele tem dezoito anos. Essa é a única desculpa que tenho por ele.” Eu disse a Eli quando Jace se foi.

Eli riu. “Eu percebi isso. Eu tive dezoito anos, uma vez também.”

O ar da noite ainda estava quente, mas eu senti um arrepio apesar disso. Meu coração vibrou engraçado, e eu o reconheci. A maior parte da minha vida eu tinha reagido dessa forma quando Cruz estava perto. Eu queria fingir que eu não o senti agora. Que ele tinha ido embora. Mas eu olhei por cima do ombro, porque eu precisava saber se o meu corpo ainda estava me traindo.

Com certeza, lá estava ele. Sua motocicleta estacionada de frente ao meu prédio. Os braços cruzados sobre o peito e o olhar fixo em nossas costas enquanto nos afastávamos. Ele tinha vindo me ver. Eu senti meu peito apertar, e porque ele estava aqui para me ver me irritou. Eu queria não me importar. Eu queria ser a mulher forte e independente que tinha seguido em frente.

Mas não era assim. Eu queria falar com ele. Eu queria saber por que ele estava lá. Olho para ele e gostaria que ele fosse mais. Gostaria que fosse o cara dos contos de fadas. Desejo todos os tipos de coisas inúteis que eu nunca teria. Isso nunca aconteceria.

Eu não fui para ele. Voltei minha atenção de volta para Eli, onde estávamos andando, apreciando o céu noturno, qualquer coisa, menos Cruz. Não era justo deixar Eli para falar com Cruz e nem eu estava levando-o de volta para lá. Cruz nos viu. Ele sabia que Eli estava aqui agora. Ele também sabia que eu escolhi Eli.

Cada passo que demos para longe de Cruz meu coração doeu mais. Era tudo que eu podia fazer para não virar e correr para ele. Para pedir-lhe para ser diferente.

Quando Eli perguntou se eu queria um sorvete, eu sorri para ele e disse que eu queria. Então eu arrisquei um olhar para trás. Cruz ainda estava lá. Ele precisava sair. Eu precisava que ele fosse para outro lugar agora.

O Shack Sugar tinha uma fila até o lado de fora. Era o único lugar que tinha sorvete na cidade e atraia uma multidão. Chegamos à fila e vi como as crianças imploravam por doces e outras guloseimas. Os pais estavam de férias e estavam explodindo sorrisos. O estresse diário do dia se foi. Muitos adultos tinham um frozen em suas mãos. Tentei me concentrar na cena em torno de mim e não olhar para trás.

“Este lugar parece popular.” Disse Eli.

“É o único lugar para tomar sorvete na cidade.”

Ele pareceu surpreso. “Alguém precisa dar-lhes alguma competição.”

Eu ri com isso, mas tomei a minha chance de olhar para trás, para Cruz novamente. Desta vez, ele tinha ido embora.

O peso no meu peito estava lá. Meu apetite para tomar sorvete desapareceu. Mas eu sorri de qualquer maneira. Deixei-me ser uma parte da felicidade em torno de mim. O sol beijou a pele das crianças que não tinham preocupações, nenhum desgosto. Se apenas a vida ainda fosse assim, tão fácil.

“Eli...” eu disse enquanto olhei para ele.

“Sim?”

“Eu acho que eu sou um desperdício do seu tempo.”

Ele parecia triste por um momento, e então ele colocou o dedo embaixo do meu queixo e segurou meu rosto com os dedos. “Você nunca vai ser um desperdício do tempo de ninguém.”

“E se você estiver errado?”

Ele me deu um pequeno sorriso. “Então eu terei uma lembrança incrível de uma menina que eu tive sorte o suficiente de conhecer.”

Se apenas suas palavras me fizessem sentir melhor.

Olhando para trás mais uma vez, eu olhei para Cruz ou quaisquer sinais de que ele fosse magicamente reaparecer.

Ouvi Eli suspirar suavemente. “Ele se foi, Lila.”


Trinta e Dois

Eli Hardy

 


TUDO PARECIA MELHOR QUANDO acordei com o cheiro de bacon. Ontem à noite não foi o que eu esperava que fosse. Lila estava presa a Cruz Kerrington, e eu fiz o meu melhor para ignorar o fato de que ela não estava completamente comigo ontem à noite. Seus pensamentos estavam em outro lugar.

Mas eu gostava de bacon. Alonguei-me, bocejei e me sentei para ver Lila, em um pijama rosa e seus cabelos em um rabo de cavalo, de pé na cozinha. Essa era uma visão que eu poderia passar o resto da minha vida desfrutando. No entanto, quanto mais tempo eu passasse com ela, mais eu percebia que ela seria a única a ir embora. A garota da qual eu falaria por anos e anos, quando relembrasse os velhos tempos.

“Cheira bem.” Eu disse com a minha voz ainda embargada do sono.

Ela levantou a cabeça, pois estava mexendo em uma tigela e sorriu. “Nada especial. Panquecas e bacon. Mas eu tenho blueberries frescas e calda de mirtilos para colocar sobre elas. Mesmo um pouco de chatilly, se você estiver se sentindo aventureiro.”

Eu ri me levantando. “Estou sempre me sentindo aventureiro. Especialmente com panquecas.”

O olhar de Lila percorreu o meu peito nu, então eu levei o meu tempo pegando a camisa que eu tinha descartado ontem à noite. Deixei-a olhar bem. Eu sabia que meu peito era impressionante. Eu trabalhei duro para manter meu corpo em forma. Eu a assisti, e quando ela percebeu que tinha sido pega me verificando desviou o olhar e corou adoravelmente. Eu considerei ficar sem camisa, mas decidi que isso seria desespero.

Puxando minha camisa sobre a minha cabeça, eu caminhei até a cozinha, peguei um banquinho e me sentei em frente de onde ela estava trabalhando. “Eu me ofereceria para ajudar, mas você parece ter tudo sob controle e parece que você está quase acabando.”

“Eu terminei. Quer um café?”

Eu preferia chá, mas eu assenti. “Sim, mas eu pego.”

Ela virou-se e pegou um copo. “Não. Fique sentado.”

Observei-a pegar o meu copo. “Creme ou açúcar?”

“Não, obrigado.”

Ela entregou-me. “Aqui está.”

Eu comecei a falar, mas quando bateram na porta lá embaixo nós dois paramos. Lila franziu a testa e esperamos. Logo depois, aconteceu de novo. Ela tirou a frigideira fora do fogão. “Eu acho que alguém está na porta.”

“Vou verificar,” eu disse, já em pé. “Você está no meio de tudo isso.”

“Ok. Obrigada.” Ela respondeu e voltou para terminar o bacon.

Eu estava quase descendo as escadas quando percebi quem eu estava prestes a cumprimentar na porta. Foi uma coisa de instinto. Eu deveria ter esperado que ele voltasse depois da noite passada. Lila estava tão ocupada olhando para Cruz que ela não tinha percebido que eu verifiquei para ver o que tinha sua atenção. O cara ficou lá por algum tempo. Ela não ir para ele foi como uma jogada ousada, mas eu ainda achava que ela estava frágil. Ele vir aqui esta manhã não era bom.

Mas esta não era a minha decisão a tomar.

Quando cruzei o estúdio e cheguei às portas duplas da entrada, lá estava ele. Exatamente quem eu esperava. Parecendo que bebeu um litro de uísque e não tinha dormido nada.

Eu queria deixar sua bunda lá fora. Segura longe de Lila. Para não magoá-la ainda mais. Mas então ela poderia ter uma razão de ficar zangada comigo. Eu não estava aqui para protegê-la. Pelo menos não por isso.

“Cruz.” Eu disse enquanto abria a porta.

Ele me empurrou e se dirigiu para a porta dos fundos, que levava para o apartamento. Eu estava certo sobre o uísque, ele fedia como um bar. Isto não era o que ela precisava. Mas ele não pareceu dar a mínima.

“Você está tentando machucá-la?” Eu perguntei ainda de pé na porta, desejando que ele fosse embora. Ele parou e esperou um pouco antes de olhar de volta para mim.

“Você não sabe de nada. Ela não te ama. Você é a porra de um curativo.” O ódio em seu tom foi um pouco alarmante.

Dei de ombros. Eu não me afetei pelo seu ódio e eu não estava com medo dele. Ele era forte, alto, mas estava de ressaca, e eu tinha a vantagem. “Eu sei que ela está sofrendo. Ela está tentando se curar. Mas você não a deixa. Você se mantém rasgando-a uma e outra vez.”

Ele olhou para mim. Como se quisesse me matar com as próprias mãos. Eu não me movi. Eu não quero lutar com o cara. Lila não ficaria feliz com isso.

“Eu não sou bom o suficiente para ela. Por que ela não pode ver isso?” Ele parecia aflito. Tinha muito menos raiva e mais sofrimento.

“Eu acho que ela pode. Mas você pode?”

Seu ódio veio à vida. “Eu a amo. Eu morreria por ela. Eu tomaria a porra de um tiro por ela. Você pode dizer isso? Você mal a conhece. Eu a conheço toda a minha vida. Amei-a mais que a metade disso. Eu só não queria.” Quando ele disse as palavras, eu pude ver o choque em seus olhos. Ele se surpreendeu. Eu duvidei que ele alguma vez tenha admitido isso em voz alta.

“Você tem um jeito engraçado de demonstrar amor.” Eu disse a ele.

Ele passou as mãos pelos cabelos e o olhar selvagem em seus olhos era de um homem destruído. “Ela está me destruindo. Porra, eu estou arruinado. Eu preciso dela. Eu estou tão viciado nela que eu não consigo funcionar direito. Eu não suporto que ela esteja com você. Que você ou alguém como você vai ser o caminho certo para ela. Bom o bastante. Que ela vá pertencer a outro homem. Eu não posso aguentar!” Ele rugiu e puxou os cabelos como um homem possuído.

“Você bebeu demais. Vá para casa, durma um pouco. Pense nisso e se você ainda quiser volte.”

Ele balançou sua cabeça. “Eu não posso sair. Não com você lá em cima com ela.”

Isso era pior do que eu pensava. Ela estava apaixonada por um psicopata. Por que ninguém em sua vida se preocupou com isso? O cara precisava de alguma ajuda mental.

“Se você a ama, então seja o homem que ela merece. Isso...” eu disse acenando com a mão para ele. “Não é o homem certo. Você está uma bagunça do caralho.”

Ele me olhou e começou a vir para mim. Seus punhos estavam cerrados ao lado do corpo, então eu me preparei para me defender. Eu odiava bater em um homem bêbado, mas eu não iria deixá-lo chutar a minha bunda também.

“Cruz!” A voz de Lila o deteve. Olhei por cima do ombro para vê-la lá, em pé. Tão inocente e doce. Este louco, que ela amava, não estava nada bem.

Ele fez uma pausa, em seguida, virou-se para ela. “Lila.”

As lágrimas em seus olhos não estavam caindo ainda, mas elas estavam lá. Não derramadas.

“O que você está fazendo?” Perguntou ela, soando como um professor brigando com um estudante indisciplinado.

“Eu te amo.” Disse ele.

Suas lágrimas se soltaram em seguida. “Eu ouvi.”

Eles ficaram lá olhando um para o outro. Eu andei em torno deles e de volta para cima para pegar minhas coisas. Eu não pertenço a este lugar. Não agora.


Trinta e Três

Cruz Kerrington

 


LUTAR ERA IMPOSSÍVEL. Eu tentei. Eu tinha tentado tão forte. Mas eu não podia. Eu era bom o suficiente para Lila Kate? Não. Ela sabia todos os meus segredos obscuros? Não. Será que ela me amaria se soubesse? Provavelmente não. Ela me odeia. Eu não quero que ela me odeie.

Ela virou-se e agarrou o braço de Eli quando ele veio para baixo com sua mochila. Ele passar a noite aqui tinha sido a última gota. Eu tinha quebrado. Meu peito explodindo teria doído menos do que vê-la com ele na noite passada. Comendo um fodido sorvete, andando pela cidade como um casal. Eu não podia suportar isso. Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.

“Deixe-me falar com ele, você não tem que ir.” Ela disse a Eli.

“Sim, ele tem que ir.” Argumentei.

Ela franziu a testa para mim. “Não, ele não tem.”

“Sim, eu tenho.” Disse ele, me salvando de ter que discutir com ela. Porque esse idiota precisava voltar para a porra do Alabama e ficar lá. “Isso...” disse ele apontando entre Lila Kate e eu. “Isso precisa ser resolvido. Estou no caminho, e honestamente, eu não quero ver mais um acidente de trem.”

Dei um passo em direção a ele, minhas mãos cerrando os punhos. Lila Kate estava na minha frente antes que eu pudesse dar dois passos. Ambas as mãos no meu peito. “Cruz. Não. Basta ir lá pra cima. Por favor.”

Seus grandes e belos olhos estavam me dizendo para ir lá para cima... Para o apartamento dela. Isso significava que eu não seria aquele que iria embora. Então eu recuei e concordei.

“Obrigada.” Ela sussurrou, como se ele não pudesse ouvi-la.

“Não toque nela.” Eu o avisei, certificando-me de que ele entendeu que eu o encontraria, e me certificaria que suas mãos não trabalhassem novamente.

“Cruz, por favor.” Lila Kate implorou.

Me virei e caminhei até a porta, apenas olhando para trás uma vez.

“Sinto muito sobre tudo isso,” ela disse. “Eu nunca esperei que ele viesse aqui.”

“Mas você está feliz que ele fez.” Eli respondeu.

“Sim.” Disse ela sem hesitação.

Deixei-os. Ela me queria. Ela não estava pedindo-lhe para ficar. Proclamando que o amava. Chorando por ele. Eu não a tinha perdido ainda. Não era tarde demais para nós. Eu me preocuparia com meus segredos mais tarde. A merda que eu ainda tinha que acabar. Eu lidaria com isso. Por agora, eu só precisava de Lila Kate.

O cheiro de bacon encheu o apartamento quando cheguei ao degrau superior. A área era um grande espaço aberto, espaçoso, e Lila Kate tinha colocado seu toque nele. Sorri para todos os tons de vermelhos e amarelos. Ela adorava cores vibrantes. De alguma forma ela fez as cores, que eu normalmente não me importava, atraente.

Havia panquecas no balcão, junto com mirtilos e bacon. Ela tinha feito o café da manhã. Ciúme me comeu por dentro. A única coisa que me manteve são foi o fato do sofá-cama estar aberto e usado. Eles não tinham dormido juntos. A ideia deles embrulhados juntos na noite passada tinha sido o que me enviou a beber. Em um ponto, eu tinha bebido o suficiente para que eu tivesse desmaiado. Só dormi três horas antes de acordar torturado, outra vez, sobre a ideia deles juntos.

Peguei um pedaço de bacon e o comi, em seguida, verifiquei se havia leite na geladeira. Eu estava com fome. Eu não tinha comido durante toda a noite, e quanto mais eu pensava sobre Lila Kate cozinhando tudo isso para Eli, mais eu queria comê-lo. Tomar o que ele pensava ser dele. Foi meu primeiro, droga.

“Eu não posso continuar fazendo isso com você, Cruz.” Lila Kate disse no momento em que entrou no apartamento. Ela não estava mais chorando. Ela estava mais intensa. Séria. “Isso está mexendo com a minha cabeça. Eu sou um náufrago. Aquele cara que você apenas colocou pra fora daqui é um bom rapaz. É doce e gentil. Gosta de mim. Ele não precisa de mulheres em todos os lugares para bajulá-lo, para fazê-lo se sentir como homem. Ele é perfeito. Completamente perfeito. Então porque é que no momento em que você aparece eu esqueço tudo isso? Por que você não pode ver que isso está me arruinando? Nesse vai e volta.” Suas mãos estavam em seus quadris, e ela estava mantendo distância. Eu queria ela aqui comigo. Comendo essa refeição. Sorrindo para mim. Neste balcão, com as pernas abertas, enquanto eu a fodo. Havia muito que eu queria dela. Mas apenas uma coisa era importante.

“Você me ama?” Eu perguntei a ela. Era simples. Era o que eu precisava saber.

Ela suspirou e fechou os olhos com força. “Sim. Você sabe que sim.”

Isso era o que eu precisava ouvir. Eu andei em torno do balcão e fui direto para ela. Ela abriu os olhos quando me ouviu se aproximar. Eles estavam assombrados com a dor. A dor que eu tinha causado. Dor que ela não merecia. Eu ficaria com ela. Gostaria de passar minha vida inteira ao lado dela.

“Então me perdoe, por favor, me dê outra chance. Porque, Lila Kate Carter, eu estou completamente apaixonado por você. Eu não consigo ver minha vida sem você nela. Tudo o que eu quero, quando eu abro os meus olhos todas as manhãs é vê-la ali, ao meu lado. E a noite, eu quero dormir com você em meus braços. Então, deixe-me mostrar que eu posso ser esse cara. O que você pensou que tinha encontrado em Eli. Eu posso ser ele. Porra, apenas um pouco mais emocionante, porque ele é também extremamente certinho e você logo estaria entediada como o inferno.”

“Porque agora? O que mudou?” Ela perguntou ainda cautelosa e insegura.

“Porque eu não posso mais lutar contra isso. Eu achava que estava protegendo você de mim, mas eu posso ser o cara que você merece. Eu te amo pra caralho e nunca haverá um homem que te ame mais. Isso posso lhe garantir.”

Ela sorriu. Era um pequeno e suave sorriso, em seguida, ela balançou a cabeça em descrença. “Eu sou uma idiota.”

Isso não era o que eu queria ouvir.

“Não, você não é.”

Ela inclinou a cabeça para trás. O queixo levantado. “Sim, eu sou, porque se eu ficar aqui e discutir com você, eu irei perdoá-lo. Vou fazê-lo novamente se eu tiver que fazer. Por que eu não consigo me livrar de você, Cruz? Por quê? Como você continua me segurando assim?”

Meu coração se sentiu tão malditamente cheio que eu queria fazer um punho, socar o ar e soltar um grito de vitória. “Eu sou muito, muito doce.” Eu brinquei com ela.

Ela sorriu. “Não, você não é.”

“Ok. Bem, talvez não tão doce, mas eu posso ser. Eu serei. Vou ser tudo que você precisa que eu seja. Eu juro.”

“O que acontece quando você se cansar de mim?”

Estendi a mão para ela. “Eu te conheço toda a minha vida. Nunca, você me entediou em nenhuma vez. Nem mesmo quando você estava tão tensa que mal conseguia andar.” Sorri quando eu disse isso.

Ela riu. Isso era o que eu estava tentando fazer. “Isso não é exatamente fácil de falar.”

Segurei-a por trás e pressionei-a contra mim. “Não? Eu vou trabalhar nisso, então.”

Curvando-me beijei seus lábios suavemente. Ela se inclinou para mim e me beijou de volta. Um gemido suave, satisfeito veio de sua boca, e eu a provei com mais intensidade. Segurei-a mais perto. Isso era tudo que eu precisava. Fez todas as outras vezes, todas as outras meninas e mulheres pálidas. Elas eram totalmente esquecíveis. Lila Kate tinha reivindicado a minha alma.


Trinta e Quatro

Lila Kate

 


A ÚLTIMA PANQUECA de mirtilos, que eu tinha feito para Eli, foi comida por Cruz quando ele se sentou ao meu lado no balcão. Sua mão esquerda estava na minha coxa enquanto ele usava a mão direita para comer. Ele me manteve perto. Mesmo depois do nosso beijo, ele não queria parar de me tocar. Como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

Tão irreal quanto tudo isso era, eu estava lidando com a culpa sobre a forma como Eli tinha saído. Eu tentei falar com ele e convencê-lo a ficar, mas ele estava certo. Ele e eu nunca tivemos uma chance, enquanto Cruz ainda tinha tanto espaço no meu coração.

“Isso foi incrível. Eu estava morrendo de fome. Uma noite cheia de arrependimentos e Jack Daniels faz isso com você.”

Eu sorri e comecei a me mover, mas sua mão apertou o cerco contra a minha perna. “Não vá.”

“Eu preciso limpar.”

Ele se virou para mim e capturou minhas pernas entre as coxas. “Tudo vai ficar aqui. Você não tem que limpar agora.”

A maneira como ele olhou para mim tinha me preocupado que este fosse um sonho e eu estava prestes a acordar. Era difícil de aceitar. “Você só quer sentar aqui e olhar para mim, então?” Perguntei-lhe desfrutando disso, no caso de eu acordar logo e tivesse o meu coração partido por ele novamente.

“Nós poderíamos,” disse ele, em seguida, suas mãos foram para o meu pijama e o puxou sobre a minha cabeça. Eu não tinha colocado um sutiã esta manhã, desde que o meu pijama era largo. Meus seios ficaram nus para ele. O foco dele estava sobre eles e nada mais. “Ou eu poderia continuar te deixando nua, levá-la até o sofá-cama e afundar meu pau nessa sua sedosa buceta quente.” A voz dele tinha baixado para seu grunhido sexy.

“Oh...” eu respondi.

Ele riu. “Sim, oh...” Ele repetiu e então eu estava em seus braços e nós fomos para o sofá-cama.

Ele mordiscava minha orelha, fazendo-me contorcer em seus braços e começou a sussurrar exatamente o que ele queria fazer para mim. Assim como em New Orleans, ele estava focado em mim. Como ele poderia me fazer sentir. Mas quando ele me colocou para baixo eu não me deitei. Eu não estava nervosa. Agora não.

Eu subi e comecei a desfazer seu jeans. Ele me observou. Ele não falou ou se moveu. Soltando os seu jeans, eu o puxei para baixo dos quadris até que caiu no chão e ele o tirou. Então eu puxei sua cueca boxer para baixo e seu pau grosso, maior do que eu me lembrava, saltou livre.

“Se você continuar olhando para o meu pau assim, nós não vamos ter quaisquer preliminares.” Alertou.

Eu fiquei de joelhos e corri minhas mãos até a frente de suas coxas. Os músculos sob minhas mãos tensionaram. Seu corpo ficou completamente imóvel, como se congelado. Quando levei minha mão direita em volta do seu pau rígido, ele gemeu. Eu não lhe dei tempo para reagir. Minha boca cobriu a cabeça, e eu chupei tanto em minha boca quanto era possível.

“Fooooda...” ele gemeu e os joelhos tremeram. A mão estava na minha cabeça, e suas coxas continuavam tremendo. “Lila, Jesus.”

Como a minha boca cobria a pele lisa, minha mão começou a deslizar facilmente para cima e para baixo após cada lambida e o puxei em minha boca. Cruz começou a ofegar. Sua respiração era irregular e forte. Eu podia ouvi-lo, e saboreei a maneira como ele estava completamente sob meu controle.

Minha língua circundou a cabeça e ele sussurrou enquanto sua mão puxou os meus cabelos. Meu rabo de cavalo estava em volta de sua mão quando ele começou a puxar e empurrar minha cabeça enquanto eu trabalhava minha boca sobre ele.

“Eu não quero saber por que você é tão boa nisso. Jesus, Lila, inferno santo, isto é melhor do que todas as vezes que eu imaginei isso enquanto tomava banho.”

Eu sorri para ele, e ele sorriu enquanto seu peito subia e descia rapidamente. Eu o assisti. Mantive nossos olhos conectados enquanto eu corria minha língua sobre ele. Provocando. Sacudindo a ponta e, em seguida, voltando para chupá-lo.

“Deus, baby, apenas continue. Porra, isso é bom.”

Eu nunca quis dar um boquete em um cara antes. Mas Cruz, eu tinha imaginado isso e pensei sobre isso. Desejei isso com ele. Mais de uma vez, ao longo dos últimos anos.

“Eu não posso...” ele gemeu e me puxou de volta, em seguida, me jogou na cama. Seus olhos estavam escuros, as pupilas dilatadas. Com um puxão, ele tirou minhas calças de pijama e calcinha. O corpo muscular firme por quem eu era fascinada me cobriu. “Abra para mim, Lila.” Pediu ele.

Minhas coxas se abriram, e ele capturou ambos os meus pulsos e os prendeu sobre a minha cabeça, fixando-me ao colchão. “Eu ia ser o caralho doce, mas agora eu preciso dessa buceta. Você me fez louco, e isso não será nada parecido com doce, baby.”

O primeiro impulso foi forte e eu gritei de dor, mas meu corpo formigava com prazer.

“Você,” ele rosnou, em seguida, mergulhou em mim novamente. “Não pode chupar meu pau como uma profissional e parecer como um anjo, e esperar que eu fique são.”

Comecei a rir quando ele me encheu de novo e de novo, tomando o meu fôlego. Todos os meus pensamentos. Apenas a subida constante em direção ao orgasmo que eu sabia que estava por vir. A bela explosão que só era possível em seus braços.

“Eu sou viciado nisso. Em você. Na sua maldita buceta.” Ele disse como se estivesse bravo com isso. Mas então ele começou a beijar meu pescoço e dando pequenas mordidas na minha pele. Era erótico e doce, mesmo se ele achasse que não era. Cruz nunca iria ser como Eli. Ele não era estruturado, educado, ou previsível. Aqueles eram traços meus. Eu ansiava por algo mais. Eu quis a emoção e a selvageria de Cruz, sua boca suja, seu lado quebrador de regras. Todas as coisas que eu não era. Ele me equilibrava. Ele era do meu jeito.

“Lila?” Disse ele quando levantou a cabeça e afundou-me completamente.

“Sim?” Eu estava sem fôlego.

“Eu amo você, mas estou prestes a virar você e fodê-la como se eu tivesse pago por isso.”

Eu não tive tempo para responder antes que ele me tivesse no chão e suas mãos estivessem em meus quadris quando começou a bater em mim por trás. Eu perdi a minha respiração. O ângulo em que ele entrou em mim me enviou mais perto do clímax do que eu desejava.

“Então, porra é a própria perfeição o seu rabo no ar para eu foder,” disse ele entre impulsos. “Goze para mim, baby.” Soou como um comando. Meu corpo reagiu como se fosse um.

Eu explodi em chamas e gritei seu nome. Ele puxou seu pau e descarregou o seu gozo por todo o meu traseiro. Senti o calor do líquido quando jorrou em mim. Nós dois ficamos quietos. Meu corpo estava zumbindo de ser levado tão ferozmente.

“Eu tenho uma coisa por gozar em todo o corpo.” Ele declarou.

“Eu gosto disso.” Eu admiti sorrindo no travesseiro que usei para descansar.

“Fique aqui.” Disse ele, como se eu tivesse energia para levantar e ir a qualquer lugar. Eu estava perto de desmaiar. Dormir um pouco soava bem. Meu corpo passou da melhor forma imaginável.

Um pano quente me assustou, pois correu sobre minhas costas, parte inferior e entre as minhas coxas. Com uma última limpeza, ele deslizou-a sobre a área sensível entre as minhas coxas e eu ofeguei.

“Sensível?” Perguntou.

Eu balancei a cabeça.

Ele se deitou ao meu lado e me puxou contra ele. “Desculpe, eu fui tão bruto. Você me enlouqueceu com a melhor chupada do mundo.”

Eu ri e enterrei minha cabeça em seu peito.

“Ria o quanto você quiser. Você é uma profissional, e agora que sua boca não está no meu pau eu estou um pouco preocupado sobre como você ficou tão boa.”

Me movi para que pudesse vê-lo. Seus braços ainda em torno de mim. “Você dormiu com centenas de mulheres, e você está preocupado com as minhas habilidades no boquete?”

Ele fez uma careta. “Sim. Eu estou.”

Eu ri. Simplesmente porque eu só tinha feito isso uma vez antes e eu não me tornei uma grande fã, então.

“Que bom que você me acha engraçado.” Ele não parecia satisfeito.

“E se eu dissesse que eu estou preocupada com o fato de que você pode despir uma menina e estar dentro dela em menos de trinta segundos?”

Ele ainda estava carrancudo. “Eu diria que você sabia que eu era um prostituto. Eu sei que você é uma boa menina. Há uma diferença.”

Eu enterrei minha cabeça em seu pescoço e tracei um coração em seu peito. “É porque era você.” Eu finalmente admiti.

“O quê?” Perguntou.

“Foi você. Eu queria. Eu sonhei com isso. Fantasiei. Você sabe.”

Ele se afastou e inclinou a cabeça para trás até que eu tive que olhar para ele. “Você está me dizendo que você fantasiou sobre chupar o meu pau?”

Eu balancei a cabeça.

“Porra, baby. Tudo o que tinha que fazer era dizer, ‘Cruz, posso chupar seu pau?’ e eu teria feito esse sonho realidade muito mais rápido.”


Trinta e Cinco

Cruz Kerrington

 


EU TINHA UMA MERDA para consertar. Era vital que eu lidasse com isso antes que fosse tarde demais. Alguns segredos eram melhores mantidos dessa forma. O meu era um deles. Eu não ia perder Lila Kate agora que eu tive coragem suficiente para admitir que eu a queria. Que eu a amava. Eu saltei e fiz isso. Eu não estava deixando-a ir. Nem eu iria deixá-la.

Ela se tornou tão importante para mim quanto respirar. É assustador como o inferno, mas é a verdade.

Deixá-la para trabalhar em seu estúdio enquanto eu ia ao clube para uma reunião com meu pai teria sido a coisa certa. A única coisa inteligente. Mas a ideia de deixá-la não tinha sido atraente, então eu pedi que ela viesse comigo e almoçássemos.

Ela não queria este mundo. Ela tinha saído dele. Ela havia se mudado para a cidade. No entanto, eu estava lembrando-a que eu era deste mundo. Eu um dia possuiria o clube e tudo o que vinha com ele. Claro, ela sabia onde meu futuro estava, mas eu ainda não queria lembrá-la. Nada dessa droga por agora.

Quando chegamos ao manobrista, saímos do carro e fomos para dentro, ela parecia bastante feliz. Deslizei meu braço em volta de sua cintura e ela não congelou ou ficou nervosa. Ela estava bem com essa exposição pública de afeto. Eu estava apenas começando a me divertir quando Shelby, uma garçonete cujo último nome eu não lembro, veio andando para fora da sala de jantar. Eu murmurei uma maldição sob a minha respiração quando seus olhos se fixaram em mim e ela sorriu completamente perplexa com o fato de o meu braço estar ao redor da cintura de Lila Kate.

“Cruz.” Disse ela dando-me um sorriso que era muito familiar. Malditamente sexual.

“Olá.” Eu respondi com um aceno e com a esperança de continuar caminhando sobre o passado com ela. Ela era uma empregada; portanto, era óbvio que eu deveria saber quem ela era. Não era um dado, no entanto, que eu deveria saber que ela faz uma depilação brasileira uma vez por mês.

“Eu só ficarei até a troca do café da manhã.” Ela piscou para mim como se isso significasse alguma coisa.

“Então, aproveite o resto do seu dia.” Felizmente, ela entendeu o recado. Seus olhos saíram de mim para Lila Kate, e eles se abriram como se só agora percebesse que eu estava com alguém.

“Vocês estão...” Ela não terminou a pergunta enquanto sacudia o dedo para nós dois.

“Sim, estamos.” Eu respondi. “Aproveite o seu sábado.” Então, continuei esperando que Shelby tivesse terminado o seu questionamento...

“Você não tem que ficar tão tenso quando isso acontece, Cruz. Eu te conheço toda a minha vida. Vai acontecer muitas vezes.”

Olhei para Lila Kate. “Eu gostaria de poder fazer isso parar. Eu não quero que você fique desconfortável.”

Ela sorriu. “Namorar você significa lidar com todos os seus relacionamentos passados.”

“Shelby não foi um relacionamento. Ela era uma merda.”

Lila Kate suspirou. “Eu estava tentando ser mais delicada.”

Isso me fez rir. “Shelby nunca me considerou um relacionamento também. Eu prometo.”

Com um pequeno elevar de seu ombro, ela disse, “Eu não imagino que qualquer garota pensou nisso.”

Nunca desejei que eu pudesse voltar atrás e mudar essa merda. Até agora. A opinião de Lila Kate sobre mim não era ótima. E o pior é que não era mesmo preciso. Eu era muito pior do que ela pensava.

“Eu vou pegar uma mesa e pedir uma bebida enquanto você se encontra com seu pai.” Ela me disse quando nos aproximávamos da entrada do restaurante.

“Ok. Eu não demorarei, vou deixá-lo saber que você está esperando por mim. Isso deve adiantar as coisas.”

“Você está pronto para contar a seus pais sobre isso? Você não acha que devemos esperar até que você tenha certeza?” A dúvida em sua voz e em suas palavras me magoou. Mesmo agora, depois da cena dramática que eu tinha feito esta manhã, ela ainda estava sendo cautelosa. Eu merecia.

Puxei sua mão do meu peito e dei um beijo em seus dedos. “Não tenho certeza se eu deixei claro esta manhã. Mas eu estou certo. Não há dúvida em minha mente. Você tem alguma?” Porque se ela ainda não sabe se quer fazer isso eu poderia ter de recorrer a medidas drásticas. Como sequestrá-la e levá-la para uma cabana nas montanhas e ter certeza que ela ficasse tão viciada em mim como eu estava por ela.

Suspirei interiormente. O fato de eu apenas pensar em algo como isso significava que eu estava afundado muito profundo.

“Eu estive certa desde que eu tinha quatorze anos.” Ela respondeu.

Eu tinha começado a empurrá-la para longe, mesmo naquela época. Quando eu sabia que tínhamos alguma coisa, mas eu a feri no final. Então eu a feri no início também. Agora eu tinha um monte de anos para compensar.

Eu agarrei a parte de trás de sua cabeça e a beijei até que ela estivesse agarrada a mim e nossos peitos estivesse subindo e descendo rapidamente. “Eu te amo.” Eu a lembrei. Então eu pressionei mais um beijo em seus lábios antes de virar em direção ao escritório do meu pai.

Eu não tinha estado tão feliz por estar aqui, respirar o ar limpo e comer neste lugar por um maldito longo tempo. Desde a minha infância, pelo menos.

Olhei para trás para me certificar de que Lila Kate tinha ido para a sala de jantar antes de bater na porta de meu pai.

“Entre.” Ele gritou.

Pela primeira vez eu não estava temendo isso. Abri a porta, e meu pai estava ali encostado na frente de sua mesa e com os braços cruzados sobre o peito. Uma carranca no seu rosto e os olhos brilhando em minha direção.

“Explique-me o que acabei de ver lá fora. Vá lentamente. Seja minucioso.”

Merda.

“Eu não tenho certeza do que você está se referindo.” Foi minha resposta covarde.

“Cruz, eu não estou na porra do clima.”

Isso precisaria ser tratado mais cedo ou mais tarde. Acho que, pelo menos, tiraríamos logo isso do caminho. “Eu estou apaixonado por Lila Kate.”

O olhar de meu pai desapareceu, e as sobrancelhas se juntaram enquanto ele me estudou. “Apaixonado? Como amando apenas uma única mulher?”

Jesus, ele tinha uma baixa opinião de mim. “Existe outro tipo de amor? Porque eu sempre acreditei que se você estivesse apaixonado, era apenas por uma mulher. A menos que você ame as mulheres em geral.”

“Você é um espertalhão.” Disse ele carrancudo novamente. “Quando você decidiu que estava apaixonado por Lila Kate?”

Por que isso importa? Eu não estava aqui para me defender. Eu teria que fazer isso com Grant. Eu não deveria ter que fazer isso com meu pai. “Isso importa?”

Ele me deu um aceno de cabeça afiada e continuou a olhar para mim.

“Quando eu pensei que ia perdê-la. Foi quando eu percebi.”

“Perdê-la? E quando é que você a teve?”

“Eu não a tive, mas só a ideia de que ela poderia amar alguém, me esquecer, seguir em frente, foi um tapa na minha cara. Um que eu precisava.”

Meu pai se levantou e eu gemi. “Essa não é a resposta que eu queria ouvir. Você não pode simplesmente achar que a ama, a fim de mantê-la te amando. Então se cansará e quebrará seu coração. Isso é cruel, filho. Egoísta. Eu ensinei-lhe melhor do que isso.”

“Eu a amei por um longo tempo, tudo bem? Eu sabia que se eu me deixasse eu sentiria algo especial. Mas Lila Kate é... ela é importante. Eu não poderia machucá-la. Eu estava protegendo-a.”

Eu vi quando ele esfregou a testa, como se estivesse frustrado. Este não era o seu negócio. Nós não éramos crianças que estavam apenas se pegando na porra de um banco de trás do carro. “Você queria se encontrar comigo sobre a franquia Kipling.” Eu o lembrei.

“Você está mudando de assunto.”

Eu balancei a cabeça. “Sim.”

Ele começou a dizer outra coisa e parou. “Bem, vocês são adultos. Se você quiser fazer isso, eu não posso pará-lo. Mas Lila Kate não é como as mulheres que você costuma passar tempo. Ela é frágil, doce, insegura... Eu não quero que você a machuque.”

Olhei diretamente para o meu pai. “Nada jamais foi tão sério na minha vida. Eu vou matar qualquer um que tente machucá-la.”

Papai sentou ali por um momento, então, levantou uma de suas sobrancelhas. “Bem, filho, eu acho que perdi a aposta.”

“O quê?”

Ele caminhou até seu lado da mesa. “Eu disse a sua mãe que você seria um solteirão até que tivesse pelo menos quarenta. Ela apostou que você se apaixonaria antes do ano acabar. Ela disse que só tinha um sentimento.”

Irritado com os meus pais, eu me levantei. “Eu não posso acreditar que vocês estavam apostando nisso. Espero que ela apenas esvazie a porra dos seus bolsos.”

Papai riu. “Eu não vou dizer-lhe sobre o que foi a aposta... você não poderia lidar com isso.”


Trinta e Seis

Lila Kate

 


O CHÁ OOLONG FOI ficando frio enquanto esperava Cruz. Eu tinha tomado alguns goles, mas meus pensamentos estavam em outro lugar, e eu tinha esquecido sobre isso enquanto eu ponderava essa situação. Eu não estava brincando quando eu tinha dito que lidaria com um monte de ‘Shelbys’. É assim que as coisas eram.

O problema era que eu imediatamente comecei a comparar-me com ela e encontrar meus defeitos. Ela era mais alta, tinha pernas compridas, os cabelos eram loiros e encaracolados. Ela era confiante. Eu não poderia fazer isso toda vez que entrasse em contato com uma mulher com quem Cruz tinha dormido. Eu acabaria por tornar-me miserável. Eu tinha que construir alguma confiança, tinha que pensar sobre as minhas boas qualidades e me lembrar que Cruz tinha dito que me amava.

Eu tinha quase certeza de que ele nunca tinha dito isso para outra mulher. Não era um comportamento dele proclamar o amor.

“Desculpe ter demorado tanto tempo.” A voz de Cruz me assustou, me fazendo saltar um pouco. Ele sorriu obviamente se divertindo. Quando se sentou, acrescentou, “Você estava em um pensamento profundo.”

Eu balancei a cabeça. “Sim. Só pensando.”

Que acabou com seu sorriso. “Sobre?”

Ele era tão inseguro quanto eu. Isso ajudou um pouco. Eu não era a única a me sentir vulnerável. “Sobre tudo. Nada específico.”

Ele se inclinou e olhou para mim com uma expressão séria e intensa. “Por favor, não questione o que temos ou eu... Dê-me tempo, eu posso ser todas essas coisas que você pensa que eu não posso ser.”

Enfiei minha mão sobre a mesa e cobri a sua. “Eu sei. Isso não é o que eu estava pensando.”

Ele parecia aliviado e seu polegar esfregou os meus dedos. “Bom.”

“Olá Lila Kate, Cruz.” A interrupção foi de Kelsey Torrent, chefe de marketing da Kerrington Club.

A mão de Cruz escapou da minha abruptamente, e ele endireitou-se em sua cadeira. Ninguém mais iria perceber que ele tinha feito isso tão bem. Mas a interrupção de Kelsey tinha lhe assustado. Ela estava trabalhando para o clube há cinco anos. Eu não a conhecia muito bem.

“Olá, Kelsey.” Cruz respondeu mal olhando para ela.

Kelsey sorriu como se a nossa saudação tivesse sido muito mais quente. Senti um incômodo que não fazia sentido pairar sobre nós. “Olá.” Eu disse tentando compensar a resposta de Cruz.

Kelsey mal olhou para mim. “Seu pai quer falar com você.” Ela disse a Cruz. Seu tom era irritado. Ela não pareceu se importar muito com ele. Eu me perguntava se ela se sentia ameaçada por sua posição no clube. Eu poderia imaginar que ela não estava animada sobre responder a alguém vinte anos mais jovem que ela nos próximos anos.

“Eu acabei de sair do escritório dele.” Cruz respondeu.

Ela estava tentando cobrir sua raiva súbita. Mas eu consegui ver por atrás do falso sorriso dela. “Isso pode ser verdade, mas ele quer que você volte. Tenho certeza.” Ela olhou para mim com um sorriso apertado. “Senhorita Carter pode terminar o almoço sozinha.”

Comecei a dizer a ele que eu podia simplesmente voltar para o estúdio e trabalhar, mas Cruz falou primeiro. “Eu vou comer o meu almoço, e depois verei o que o meu pai precisa em seu escritório.”

Kelsey Torrent não estava satisfeita. Estava mais do que irritada. Quando se virou e foi embora, eu soltei o suspiro que estava segurando. Pensei que os dois iriam fazer uma cena. O que provavelmente a teria demitido, e deixado Cruz em sérios problemas.

“Eu não acho que ela gosta muito de você.” Eu disse calmamente uma vez que ela estava fora da sala de jantar.

Ele deu de ombros, como se não se importasse, mas ele estava tenso. Isso o havia incomodado. Eu me senti mal por ele. Ter que se juntar a uma empresa como esta e lidar com funcionários que não gostavam que ele eventualmente fosse seu chefe. “Ela é estressada.” Foi tudo que ele disse.

Pedimos a nossa comida e Cruz tentou relaxar, mas não teve sucesso. Eu queria que ele descobrisse o que seu pai desejava em vez de se preocupar em ignorá-lo ou afastá-lo. Olhei para o meu telefone e decidi ajudar Cruz e terminar o almoço. Ele se preocuparia todo o tempo se não respondesse o seu pai logo.

“Oh, essa é a decoradora que eu preciso encontrar. Ela está disponível agora, mas não estará novamente até quinta-feira. Eu preciso ver o que ela pode fazer e obter uma cotação. Você se importa?”

“Não, está tudo bem. Você precisa se encontrar com ela e eu estarei lá ainda hoje. Eu preciso lidar com o meu pai pela primeira vez.”

“Obrigada. Eu sinto muito. Eu posso apenas pedir a cozinha para arrumar a minha comida para levar.”

Ele ficou então. “Eu vou buscá-la na cozinha. Eles vão tomar o seu tempo de outra forma.” Ele estava sendo útil, mas sua cabeça estava em outro lugar. Nós. Nosso novo relacionamento e ser visto em público era novo. Então, eu não sinto que eu poderia questioná-lo muito sobre o que o estava distraindo. Eu teria que deixá-lo me dizer o que estava acontecendo quando ele estiver pronto.

Eu pego a minha bolsa e bebo o resto do meu chá antes dele voltar com um saco contendo o meu almoço. Era difícil perder que vários olhos o seguiam enquanto ele caminhava através do restaurante. Muitos falaram com ele. Outros observavam como se ele fosse uma refeição que eles queriam. Eu não poderia culpá-los. Ele era tão bom de se olhar.

Quando ele chegou à mesa, eu me levantei e ele me beijou. Bem ali, para todo mundo ver. Era como se ele estivesse fazendo uma reivindicação. Deixando todos saber. Mas, na realidade, ele estava mostrando que ele estava falando sério. Peguei o saco uma vez que o beijo terminou e senti meu rosto ficar quente.

“Você está corando.” Ele sorriu.

“Sim,” eu sussurrei. “Essas pessoas podem não me conhecer, mas todos eles sabem que você é.”

“Eles conhecem você, Lila Kate Carter.”

Minhas bochechas estavam em chamas agora.

“Deus, você é linda.” Disse ele, rindo agora. Sua tensão anteriormente tinha aliviado. “Vejo você em breve.”

Com um aceno de cabeça e um sorriso tímido, saí olhando para frente, com medo de fazer contato visual com qualquer pessoa. Cruz já havia desaparecido na outra direção.

“Lila Kate.” Uma voz feminina me parou. Me virei para ver Adelle Boyd me dando um olhar calculista. Ela estava sentada em uma mesa com sua mãe e sua irmã mais nova. Todas as três usavam saias de tênis como se tivessem acabado de sair da quadra. O que provavelmente tinha acontecido.

“Olá.” Eu disse por tabela, já sabendo do que se tratava. Aquele beijo era doce, mas eu sabia que ia chamar um pouco de atenção que eu não queria. Ou devo dizer drama.

“Você está namorando Cruz?” Perguntou ela com um toque de descrença em seu tom.

Forcei um sorriso. “Sim.”

Sua mãe fez um som estranho no fundo da garganta. Eu não olhei para ela.

“Desde quando?”

“É novo.” Eu disse a ela docemente. O que eu queria era ser rude e dizer-lhe que não era da sua conta.

Sua boca transformou-se em um sorriso divertido. “E vai ser curto também.”

Tanto a mãe quanto a irmã tentaram abafar seus risos. Eu não tenho tempo para isso.

“Tenham um dia maravilhoso também.” Eu disse antes de sair e esperando que ninguém me parasse novamente.

Uma vez fora, eu respirei com alívio. Isso era apenas o começo. Eu tinha que aprender a lidar melhor com as reações das pessoas.


Trinta e Sete

Cruz Kerrington

 


VIREI-ME E FUI EM OUTRA DIREÇÃO quando Lila Kate deixou o clube. Meu estômago se apertou e meus demônios me perseguiram. A razão pela qual eu tinha mantido distância de Lila Kate, a razão pela qual eu a queria e agora eu sabia que a amava, mas nunca iria chegar perto o suficiente, só estava vigiando-a. Eu tinha visto esta oportunidade e tinha ido atrás dela mesmo sabendo que eu tinha merda o suficiente para nos destruir, mesmo antes de ter começado. Eu tinha jurado a ela que não iria machucá-la. Eu estava prestes a ter certeza de que iria cumprir essa promessa.

Virando à esquerda em vez da direita, eu me dirigi para o escritório de Kelsey. Meu pai não a tinha enviado para mim. Ela tinha me visto com Lila Kate e veio atrás de mim. Normalmente, ela não interfere na minha vida sexual. Ela era uma mulher casada, afinal das contas. Mas ela sabia... Lila Kate Carter era diferente.

Eu não bato em sua porta. Eu apenas entro. Ela estava de pé do outro lado da sala com um copo de água gelada na mão olhando pela janela.

“Você não pode sair com ela,” foi tudo que ela disse. Nem sequer virou-se para mim.

“Eu posso fazer qualquer merda que eu quiser fazer, Kelsey,” eu respondo com raiva, pois ela pensa que sua buceta é tão mágica que pode me controlar. Talvez isso fosse verdade quando eu tinha dezesseis anos e ela me trouxe neste escritório em uma noite tardia, após um baile e chupou meu pau pela primeira vez. Ela tinha algum poder sobre mim. Mas eu não era mais um garoto. Eu tive muitas mulheres desde que ela me apresentou ao sexo.

“Eu não me importo com todas as suas prostitutas. Isso é tudo o que elas são. Você é um homem. Homens gostam de sexo. Eles gostam de variedade e eu estou bem com isso. Mas não ela. Você sabe que ela não é uma prostituta. Você quer mais com ela,” então ela se virou para mim. “Estou certa?”

“Sim, você está certa. O que nós fizemos não estava certo. Você é casada. Nós deveríamos ter parado isso há muito tempo. Inferno, nunca deveria ter começado. Mas eu era um adolescente com tesão e você tirou vantagem disso. Eu não me importava com o seu marido. Eu deveria ter me importado, mas meu desejo sexual estava em ação. Acabamos. Eu a amo. Há apenas ela para mim.”

Kelsey era uma mulher bonita. Alta, esbelta, peitos generosos e uma aberração quando se tratava de sexo. Eu a fodi sobre essa mesa muitas vezes e em várias posições diferentes. E ela me assistiu foder outras meninas, ficava esperando para transar porque isso a excitava. Tinha sido divertido. Antes. Mas, no ano passado, ela ficou pegajosa. Mais carente. Mais possessiva.

“É isso que você acha? Que você pode me foder por cinco anos e em seguida ir embora. Bem desse jeito?”

“Nós nunca tivemos um relacionamento. Nós transamos. Nunca foi exclusivo. Você é casada. Lembra? Eu posso fazer o que diabos eu quiser fazer. Esta coisa que fizemos está terminada.”

O fogo em seus olhos não era uma coisa boa. Ela não gostava de ouvir não. Ela normalmente tem o que quer. Eu estava mais do que certo de que eu não era o único adolescente que a tinha fodido. Ela gostava de jovens. Ela me disse isso quando mostrou os peitos para mim e me chupou pela primeira vez.

Apesar de ter relações sexuais com ela nos últimos cinco anos ter sido divertido, eu sabia que era errado. Era algo que Lila Kate nunca entenderia. Eu tinha que ter certeza de que isso foi enterrado. Esquecido.

“Você acha que tem controle sobre isso?” Kelsey perguntou enquanto dava um passo em minha direção. Ela estava desabotoando sua camisa. Antes ela teria conseguido me excitar. Agora, ela só me deixava puto.

“Sim, eu acho. Está feito. Acabou.” Eu era direto. Olhei nos olhos dela e fiz com que ela visse o quão sério eu estava.

Sua blusa estava aberta, mas eu não olhei para baixo. Eu não queria isso dela. Não mais.

Sua mão estava em meu pau, e ela apertou. “Sério?” Sua voz era um ronronar.

“Sim, realmente,” eu respondi, me afastando dela. “Simplesmente pare. Você é patética.”

Ela congelou, seu rosto previamente sorrindo se transformou em um estado de fúria. “Seu pequeno bastardo malcriado. Você vai se arrepender.”

“Não, eu não vou,” eu lhe assegurei isso, virei e fui embora. O fim do que eu estava fazendo com Kelsey estava muito atrasado. Quando eu estava quase fora, ela encontrou uma maneira de me parar.

“Estou grávida. Meu marido é estéril. Eu estava me preparando para lhe dizer sobre nós. Eu ainda estou. Você não pode me virar as costas, Cruz. Você vai ser pai.”

Eu a olhei. Ela estava mentindo. “Eu nunca te fodi sem proteção. Nunca. Então esse bebê é de outra pessoa. Não é meu. Você diz a ele que é meu e você vai ter que provar isso.” Eu não era mais um adolescente. Ela não podia me enganar com essa merda.

Seus olhos se encheram de lágrimas. “Preservativos não são cem por cento eficaz.”

“O controle da natalidade é,” eu respondi.

Ela enxugou uma lágrima que rolou pelo seu rosto. “Eu parei de tomá-los um ano atrás. Eu queria um bebê. Eu quero um bebê seu.”

Eu balancei minha cabeça. Não. Ela estava mentindo. Esta era sua maneira de me manipular. Mas isso não iria funcionar. “Você é uma mentirosa,” Eu rugi sem me importar com quem me ouvia, em seguida, sai do escritório. Longe do clube, a merda estava aproximando-se de mim. Eu pensei que ela ia ficar quieta por medo de perder o seu casamento. Ela me disse uma vez que amava o marido, mas ele não cuidava dela sexualmente. Ela precisava de mais. A sujeira, a excitação. Eu tinha sentido pena dela e não entendia como um homem não iria desfrutar de suas necessidades sexuais insanas. Tinha sido divertido. Agora eu vi que a diversão se tornou em algo fodido.

Isso também iria me destruir se ela continuasse com essa mentira. Eu tinha que encontrar uma maneira de parar com isso. Para proteger Lila Kate. Eu nunca quis que ela visse esse lado da minha vida. Nem descobrir a merda sórdida que eu tinha feito.

Chegar até Lila Kate era tudo que eu precisava agora. Para segurá-la. Sentir seu cheiro. Senti-la. O brilho de seu mundo fez meu passado danificado desaparecer.

Dirigi para seu estúdio, era apenas algumas milhas de distância, mas parecia uma eternidade. O medo de que ela descobrisse tudo e me odiasse pesava sobre mim. Sua recusa em me ouvir e me amar estava arranhando nos meus calcanhares. Eu dirigi mais rápido e focado em conseguir chegar até ela.

Tomei passos largos e rápidos do meu carro para a porta. Quando eu a empurrei aberta, lá estava Lila. Ela já tinha colocado suas roupas manchadas de tinta, jogou os cabelos em um coque e estava dançando uma música enquanto limpava um pincel. Ela era boa. Perfeita. Pura.

Eu tranquei a porta atrás de mim e fui até ela. Ela olhou para cima, assustada no início e depois sorriu.

“Ei,” foi à única coisa que ela teve tempo de dizer antes que eu estivesse na sua frente. Recuei-a até que estivesse no canto bloqueando as janelas. As sombras não mascaravam a surpresa e emoção em seu rosto.

Eu não tomei tempo para beijar e abraçar ela. Eu não podia. Os lobos que estavam me perseguindo, me assombrando, tinham me desesperado. Eu empurrei para baixo seu short e sua calcinha, então, rapidamente empurrei meu jeans até que meu pau estivesse livre. Agarrando-a pela cintura, apertei-a entre a parede e meu corpo, em seguida, empurrei nela com um gemido.

Ela agarrou meus ombros e gritou meu nome. Isso só estava me deixando mais selvagem para piorar. Minha boca devorava a dela, tomando tudo. Eu estava transando com ela enquanto a amava.

“Isto é meu,” eu disse para ela mordendo seu pescoço. “Você não pode me deixar.” Minhas palavras iriam parecer loucura para ela, mas elas saíram de qualquer maneira.

“Ok,” ela disse enquanto sua cabeça foi jogada para trás contra a parede e sua garganta exposta para mim enquanto eu lambia e deixava minha marca nela.

“Eu sempre vou precisar disso. Preciso de você. Eu sou viciado em você. Viciado porra.”

Ela gemeu e eu bati com mais força. Querendo ficar tão profundo que nós seríamos como uma só pessoa. Ninguém jamais seria isso para mim. Ela era tudo que eu precisava. Estar dentro dela fez a escuridão e as mentiras irem embora. Tudo o que importava era ela. Isto. Nós.

“Oh Deus,” ela gritou, em seguida, mordeu meu ombro. Ela estava tremendo nos meus braços. “AH!” Seu orgasmo apertou meu pau e eu me deixei ir com ela.

“Porra! É isso aí, baby. Goze em todo no meu pau.”

“Ahhhh! Cruz! Eu não posso,” ela estava agarrada a mim agora. Seus braços em volta de mim. A cabeça na dobra do meu pescoço.

Eu explodi dentro dela tentando retirar, mas era tarde demais.

“Merda,” eu gemi quanto o resto da minha libertação revestiu o interior de sua coxa.

Ficamos ali no canto suados, enrolados, ofegantes. Isso era algo que eu nunca tinha feito com ninguém. Eu sempre tinha sido cuidadoso. Mas minha insanidade quando se tratava de Lila Kate tinha assumido o poder.

“Está tudo bem,” ela sussurrou finalmente. “Lembra que eu estou tomando pílula.”

Eu balancei a cabeça e continuei segurando-a. Desejando que eu ainda estivesse dentro. Pulsando minha libertação até que ela corresse livremente dentro dela. Fazendo-a minha.

Eu estava me assustando.


Trinta e Oito

Lila Kate

 


EU TINHA A INTENÇÃO de conseguir um lote feito neste fim de semana. Mas Cruz tinha mudado esse plano. Após o sexo selvagem que tivemos lá embaixo, ele tinha me levado para o chuveiro, onde ele agora estava banhando-me lentamente. Ele não estava falando muito. Tinha um olhar assombrado em seus olhos como se estivesse fugindo de alguma coisa e precisasse de mim para protegê-lo era difícil de não perceber. Era como se ele estivesse seguro, desde que estivéssemos nos tocando.

Ele era mais importante do que o estúdio. Tudo o que eu podia esperar. Por enquanto, eu gostava dele. Gostava de estar com ele. Ele precisava de reafirmação. Isso era novo. Eu diria que precisava de reafirmação também, mas da maneira como ele estava pairando sobre mim eu estava começando a achar que era demais.

Domingo nós dormimos, tomamos café da manhã que nós cozinhamos juntos e assistimos filmes durante todo o dia.

Quando a segunda-feira de manhã veio, assim como Ophelia. Eu tinha acabado de sair do banho e estava ansiosa pelo café que cheirava na cozinha quando a ouvi dizer, “Puta merda. Isso não está acontecendo.”

Peguei uma toalha, enrolei-a em torno de mim e corri para lá. Ophelia estava de pé na cozinha com uma mala olhando de boca aberta para Cruz, que estava vestindo apenas uma cueca boxer enquanto segurava uma forma de muffins que eu tinha deixado no forno.

“Bom dia, Ophelia. Não posso dizer que estou feliz que você esteja de volta,” disse Cruz quando ele se virou para olhar para mim e piscou.

Ophelia virou seu olhar para mim. “Oh meu Deus,” era tudo que ela podia dizer. Seus olhos estavam arregalados, e ela deixou cair a bolsa de seu ombro esquerdo para o chão com um baque alto. "O que aconteceu?"

“É rude pedir detalhes, O. Você devia pensar melhor,” Cruz estava zombando dela.

Ela olhou para ele. “Eu não quero detalhes! Eu quero uma explicação que não inclui o que você dois...” ela sacode um dedo entre nós e disse, “estão fazendo.”

Cruz riu alto. “Você acabou de dizer ‘estão fazendo’?” Perguntou ele e em seguida, riu um pouco mais.

Ela desistiu dele e virou completamente para mim. Eu ainda estava ali silenciosamente despreparada. “Lila Kate?” Ela perguntou.

“Eu, bem, uh,” Olhei para Cruz que estava comendo um muffin e sorrindo e gostando um pouco demais disso. “Sim, nós fizemos isso,” eu disparei.

Cruz começou há rir um pouco mais.

“Você perdeu a cabeça?” Ela perguntou apontando para ele. “Ele é uma puta!”

“Ei, eu tenho sentimentos. Você está esmagando-os,” não parecia totalmente esmagados.

Ela revirou os olhos e balançou a cabeça.

“Não, eu sou, uh, nós somos, você vê,” Eu estava atrapalhada.

“Nós somos exclusivos. Eu desisti do meu jejum, porque Lila Kate me deu um gosto e eu fiquei viciado. Há também o pequeno detalhe muito importante que eu estou apaixonado por ela.”

Sua explicação não era tão doce e romântica como as coisas que ele disse para mim, mas meu peito inchou de qualquer maneira. Isso foi tão doce como Cruz deixou o mundo vê-lo. Ele tinha se aberto e apenas ficou mais vulnerável ao admitir isso.

“Apaixonado?” Ophelia repetiu como se fosse uma palavra estrangeira que nunca tinha ouvido antes. Ela olhou para mim.

“Sim. Eu também o amo.”

Derrotada, ela sentou-se em sua mala e balançou a cabeça. “Eu preciso de um momento. Isto... apenas Uau.”

“Muffin?” Cruz perguntou segurando a tigela para ela e depois para mim. “Eles estão deliciosos pra cacete. Pegue um agora porque eu vou comer todos.”

Passei por Ophelia, e ela me olhou como se eu estivesse prestes a criar asas e voar. Quando ela se sentou no bar, peguei um muffin da tigela, em seguida, fui me servir um pouco de café.

“Você vai,” ela acenou para Cruz. “Andar por aí em sua cueca?”

Ele sorriu. "Não. Você não é tão sortuda. Eu não sabia que você estaria intrometendo-se tão cedo.”

“São dez,” respondeu ela.

“Exatamente o raiar do dia.”

“Lila Kate, você não pode estar falando sério sobre isso. Ele é... ele é Cruz!”

Sorri para minha xícara de café. Este foi o nosso primeiro encontro com um amigo ou membro da família. Imaginei que isso ia acontecer muitas vezes.

“E Eli? Eu pensei que você gostasse dele.”

O sorriso de Cruz desapareceu, e ele fez uma careta. “Ela não gosta,” ele respondeu. Seu tom de provocação agora tinha desaparecido.

Eu coloquei meu copo para baixo. “Eli é um grande cara. Mas eu estive apaixonada por Cruz por um longo tempo.”

“Por quê?”

Cruz riu novamente. “Droga, Ophelia. Eu não sabia que sua opinião sobre mim era tão elevada.”

Ela inclinou a cabeça e olhou para ele com uma expressão de ‘cai na real.’ “Você feriu a maioria das minhas amigas. E quando eu digo isso, quero dizer todas elas. E agora você está dormindo com Lila Kate.”

Ele fez uma careta. “Vamos discutir meu passado? Isso já passou, está para trás. Eu gostaria de deixá-lo lá.”

Ophelia levantou-se e deixou escapar um suspiro pesado. “Isso vai acabar mal. Então Grant Carter vai matá-lo. Guarde minhas palavras,” ela disse enquanto carregava sua mala e sua bolsa para o quarto que era para ser seu.

Eu deslizei um braço em volta da cintura de Cruz e me apoiei nele. “Ela vai ser mais otimista em breve.”

Ele beijou o topo da minha cabeça. “Isso é o que eu espero que vá acontecer com todos em nossa vida.”

Ele provavelmente estava certo. Então, eu só mantive minha boca fechada e ele me abraçou. “Eu estou feliz. Eu nunca estive mais feliz,” eu assegurei isso a ele.

“Eu também. E honestamente isso me assusta como o inferno.”

“Por quê?” Perguntei inclinando a cabeça para trás para olhar para ele.

“Porque eu sei como é sentir isto e eu não posso viver mais sem isso ou você.”

“Você nunca vai ter que fazer isto, então não é um problema. Eu não vou a lugar nenhum.”

Aquele olhar desesperado, assombrado voltou novamente. Eu gostaria de poder acalmá-lo e suas preocupações. Eu era a única que deveria estar preocupada. Não ele.

“Vocês podem colocar suas roupas pelo menos enquanto eu retiro uma das caixas do meu carro?” Ophelia nos lembrou de sua presença.

Cruz puxou a toalha que estava em torno de mim e eu tentei pegá-la de volta. “Você está tirando toda a diversão,” disse para Ophelia. “Eu gosto dela em uma toalha. Mais fácil para deixá-la nua.”

“Deus! Você é um porco,” ela respondeu e voltou a descer as escadas.

Dei um tapa em seu peito e agarrei a toalha dele. “Pare com isso!”

Ele me puxou para o seu peito. “Acha que ela se importaria se nós fossemos para o seu quarto e tivéssemos mais uma rodada?”

Por mais tentador que fosse eu não ia fazer isso com Ophelia. “Vista-se Cruz,” eu disse a ele, em seguida, ele sorriu e soltou a minha toalha enquanto eu caminhava até as escadas para o meu quarto.

“Droga, você está pedindo por isso,” ameaçou.

Olhei para trás e pisquei para ele. “Guarde-o para mais tarde.”

“Eu vou levá-la de volta,” ele disse olhando para mim.

“O que?”

“Você não é uma boneca de porcelana, e nada sobre você é frio.”

Eu sorri e mordi meu lábio para não sorrir mais.

“Você é incrivelmente forte, e o seu corpo é tão gostoso que eu nunca vou ter o suficiente.”

Essas eram palavras que você nunca ouviria em um soneto mas vindo de Cruz Kerrington era poesia.


Trinta e Nove

Cruz Kerrington

 


OPHELIA andando com Lila Kate não era o ideal, mas ao longo da próxima semana isso até que funcionou. Eu até comecei a me relacionar melhor com meu pai, mas foi principalmente devido a minha chegada na hora certa para o trabalho. Indo nas reuniões que eram necessárias e em toda a merda que eu vinha ignorando.

Pensar em Agosto, quando eu tinha que voltar para a faculdade, era um saco. Lila Kate já tinha terminado. Ela estaria aqui e eu teria que deixá-la. Eu não gosto disso. Me preocupar com isso agora só me deu mais estresse. Evitar Kelsey tinha sido o meu maior obstáculo no trabalho. Ela não tinha dito nada para o meu pai, nada que eu soubesse. Eu estava esperando que ela estivesse blefando, só para me assustar.

Independentemente disso, o bebê não era meu. Eu estava disposto a fazer um teste de paternidade para provar isso. Isso se ela estivesse mesmo esperando um bebê. Eu duvidava disso também. Quando eu tinha dezesseis anos, era sexy e emocionante uma mulher mais velha. No entanto, durante o ano passado eu tinha começado a perceber o quanto tudo isso era louco.

A multidão de verão já estava a todo vapor e em pleno andamento quando eu saí do estúdio de Lila Kate às oito da manhã. Eu tinha planejado caminhar para buscar café em frente ao estacionamento e comprar para Lila Kate um desses chás extravagantes que ela gostava e um muffin. Eu definitivamente não estava esperando encontrar com Grant Carter de pé contra o sua caminhonete, com os braços cruzados sobre o peito e olhando para mim como se quisesse me matar com as próprias mãos.

Merda.

“Grant,” eu disse tentando não parecer culpado de passar a noite com sua filha.

“Não venha com joguinhos de merda, rapaz.”

Eu não fiz isso. "Não senhor. Não imaginei que você gostasse disso.”

Ele deixou cair às mãos para os lados e olhou para as janelas do apartamento de Lila Kate. “Aquela garota lá dentro é a outra metade do meu mundo. Ela e sua mãe têm sido cada sonho, cada desejo, cada maldita coisa que significa alguma coisa para mim desde o momento em que eu a segurei em meus braços.”

“Eu entendo que...” eu comecei, mas ele deu um passo em minha direção e sua carranca foi se aprofundando.

“Não. você não entende. Você não entende uma coisa maldito garoto. Você nunca teve uma mulher que amasse mais que a própria vida, nem segurou uma bebê tão preciosa em seus braços, ela foi um milagre e eu sabia que a minha vida seria para protegê-la. Você não sabe o que é isso.”

Ele estava bem ali. Eu balancei a cabeça com medo, se eu disser qualquer coisa, ele estará pronto para mim e iria quebrar um dos ossos do meu rosto. Eu gosto do meu rosto do jeito que está.

“Ela é igual à mãe. Como, doce, inteligente, e quando ela ama, ela ama com tudo o que ela tem. Isso é muito difícil para um homem lidar. Muito para ele apreciar. Eu não soube disse tudo com a mãe dela imediatamente e quase perdi a única coisa que eu tinha e pela qual valia a pena viver. Seu pai me queria morto. Eu não o culpo.”

Eu balancei a cabeça, ainda sem falar nada.

Grant ficou cara a cara comigo, os ombros mais largos e os braços mais grossos do que os meus. “Se você foder com o coração do meu bebê eu não vou dar a mínima importância para quem são seus pais. Tudo o que eu vi você fazer é foder todas por aí. Brincar. Desfrutando de mulheres. Mas aquela menina lá em cima,” ele disse apontando para dar ênfase. “Ela não é o tipo de mulher para você fazer isso. Porque eu vou te dizer agora...” ele apontou o dedo na minha cara. “Ela tem que te amar ou você nem estaria aqui. Ela nunca teria subido em sua moto e partido como ela fez. Isso não era Lila Kate. Ela fez isso porque tem sentimentos por você. Então, ou você tem os mesmos sentimentos por ela, ou você termina e dá o fora da cidade antes que eu possa encontrá-lo. Eu fui claro?”

Agora é a minha vez de falar. “Sim, senhor,” eu disse. “Eu sei de todas essas coisas sobre ela. É por isso que eu mantive minha distância por tanto tempo. Mas quando ela partiu, eu sabia que ia perdê-la ou perder qualquer chance com ela. Eu tive que tomar uma decisão e eu fui atrás dela. Eu me convenci de que era para protegê-la, mas eu sabia no fundo, o que eu estava fazendo. Eu amo Lila Kate. Eu não preciso de ninguém.”

A carranca de Grant se aliviou um pouco, mas ele ainda não parecia convencido. “Eu gosto de você. Eu gosto de sua família. Mas eu não posso simplesmente confiar em ninguém com a minha menina. Não sei se algum dia eu conseguirei. Eu não vou parar de vigiá-la. Eu não vou recuar. Se você a machucar, espere que eu irei atrás de você.”

Jesus. Era uma maravilha Lila Kate já ter conseguido um encontro na escola. Eu estava esperando que ele tirasse uma arma para fora da caminhonete e começasse a atirar a qualquer minuto. “Eu nunca vou machucá-la.”

Não parecia que ele tivesse acreditado nisso. “Seu passado não é bonito, garoto. Ele poderia voltar para assombrá-lo. Se fosse por mim, ela o deixaria sozinho. Encontraria um cara que não tivesse o objetivo de foder toda a população feminina desta cidade. Mas não depende de mim. Ela é uma mulher. É a sua escolha. Mas eu sou o pai dela e se você foder isso não haverá nenhum lugar seguro para você. Eu vou te encontrar.”

“Papai!” Grita Lila Kate e eu olho por cima do ombro para vê-la de pé na porta da frente em seu macio robe rosa com uma expressão muito infeliz em seu rosto. Felizmente, ela foi dirigida para o seu pai. Não para mim.

“Ei, querida,” ele respondeu.

Ela deu passos largos em direção a nós. “É melhor que isso não seja o que eu acho que é,” disse ela.

Ele deu de ombros como se não fosse grande coisa. “Eu sou seu pai. Eu estava vindo para visitar e encontrei Cruz deixando seu apartamento. Só queria ter certeza de que algumas coisas ficassem claras para ele.”

Como o fato de que ele ia me matar se eu ferisse sua filha. Embora eu não fosse mencionar isso.

“Eu não preciso de você para ameaçar os homens na minha vida, papai,” ela disse a ele.

“Homens?” Grant e eu dissemos ao mesmo tempo. Não havia outros homens.

Ela revirou os olhos para nós dois. “Oh, saco. O ‘homem’ da minha vida. Eu sou uma adulta. Eu posso dormir com quem eu quiser. Posso namorar quem eu quiser. E eu posso amar quem eu quiser. Você tem que confiar em mim para cuidar de mim mesma.”

“Eu confio,” disse ele dando-lhe um sorriso encantador que eu tenho certeza de que não havia sido dado antes. “Basta ter certeza de que Cruz esteja na mesma página que você. Isso é tudo.”

Lila Kate colocou as mãos nos quadris. “E que página é essa?”

“Que ele esteja tão sério sobre isso como você está.”

“E é o que estou dizendo. Não é da sua conta isso.”

“Você é minha filha e isso nunca vai mudar. Eu vou fazer toda merda ser da minha conta quando se tratar de proteger você durante o tempo que eu estiver vivo.”

Lila Kate suspirou e me deu um olhar de desculpas. “Você está mudando de opinião agora?” Ela me perguntou.

Eu sorri. Como se Grant Carter pudesse me fazer parar de querê-la. “Não. Nem mesmo perto.”

Seus olhos se acalmaram e por um momento eu esqueci de que seu pai estava mesmo lá com a gente arruinando um perfeito bom dia. Nosso tranquilo café da manhã não estava indo como planejado.

“Jesus,” Grant murmurou. Então ele se aproximou e abraçou Lila Kate. “Eu não posso te ajudar com isso, você sabe,” ele sussurrou.

“Eu o amo,” disse ela com seu olhar mudando para mim.

“E isso faz dele o homem mais sortudo, além de mim, eu sei.”

Então Lila Kate sorriu para seu pai.

Eu estava esperando por isso. Eu estava feliz que tinha acabado. Agora eu só tinha que ter certeza de que a merda de Kelsey estivesse acabado. Essa era uma bomba-relógio que ameaçava tudo. Se eu perdesse Lila Kate por causa dela, eu ficaria feliz em deixar que Grant acabasse com a minha miséria.


Quarenta

Lila Kate

 


MAMÃE TINHA ME CHAMADO para almoçarmos juntas no clube hoje. Eu tinha estado tão ocupada que não a tinha visto muito. Entre deixar pronto o estúdio e passar um tempo com Cruz, meus dias foram cheios. Eu estava prestes a entrar no interior do edifício principal do clube quando meu celular vibrou. Quando chequei, era uma mensagem de Eli.

Ele me verificava uma vez por semana, se não mais. Cruz não era a favor sobre a nossa amizade, mas ele permitiu isso. Se ele soubesse que eu tive relações sexuais bêbada com Eli, eu duvido que ele ficasse bem com isso. Isso foi antes de nós, então eu percebi que não era importante para contar.

Eu não pergunto sobre todas as garotas com quem ele dormiu antes de mim.


Estúdio quase pronto? Perguntou a mensagem de Eli.


Parei de andar e respondi.


Mais duas semanas e será aberto para negócios. Indo almoçar com a minha mãe. Falo com você mais tarde. Eu joguei meu celular de volta na minha bolsa e olhei para cima para ver Kelsey a poucos metros na minha frente.


Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Isto era tão diferente da Kelsey que eu conhecia. Ela sempre foi tão eficiente, eu não conseguia imaginá-la como emocional. Seu olhar estava parado em mim. Quase como se eu fosse à fonte de sua dor. Olhei ao meu redor para ver se não havia mais ninguém ao redor, mas era só eu.

“Eu preciso falar com você,” ela disse com a voz rouca de emoção.

Ela estava chateada por isso eu não pude dizer, ‘Não, obrigada. Eu tenho um almoço com a minha mãe.’

Em vez disso, apenas balancei a cabeça.

“Você pode vir ao meu escritório?” Ela perguntou.

Eu balancei a cabeça novamente e ela se virou e foi na direção ao escritório. Olhei em volta mais uma vez. Eu não queria ir ao escritório dessa mulher, mas eu também não vi uma saída para rejeitar o seu pedido, seria rude.

A porta estava aberta quando ela entrou. Relutantemente, eu a segui.

Ela parou e fechou a porta depois que eu entrei. Eu queria que ela tivesse a deixado aberta. Algo sobre ela me deixou nervosa.

“Eu vou ser breve. Há apenas uma coisa que você precisa saber. Eu tentei conversar com Cruz, mas ele não está cooperando. Ele é...” ela faz uma pausa e seus olhos se enchem de lágrimas novamente. “Tenho certeza que você sabe o quanto cruel e egoísta que ele pode ser.”

Isso chamou a minha atenção. “Cruz não é nenhuma dessas coisas,” eu disse em defesa dele. Os problemas dessa mulher com sua posição no clube precisavam ser tratados com o Woods.

Seu rosto manchado de lágrimas parecia menos derrotado e mais como a mulher arrogante que eu tinha visto quando ela tinha falado com Cruz, na semana passada, quando nós estávamos comendo.

“Você é tão jovem e ingênua,” disse ela com um olhar de desgosto em seus olhos. “Você não está em um conto de fadas. Cruz não é seu príncipe encantado e ele não é o tipo de cara que vai sossegar e se casar com você. Ele precisa de sexo com mulheres diferentes. Uma variedade,” ela fez uma pausa e em seguida, sorriu como se ela achasse graça de mim.

“Quando ele tinha dezesseis anos eu ensinei a ele tudo sobre sexo. Eu comecei seu vício. Nós fodemos nesta mesma mesa tantas vezes que eu nem posso contar. Eu estive aqui com as minhas pernas enquanto ele lambia minha buceta até que eu não conseguisse ficar de pé. Eu o deixei ficar com outras meninas para que ele pudesse prová-las. Mas eu sabia que ele sempre voltaria aqui. Ele me queria. Precisava do que eu lhe dei. Ele é bom em sexo, porque eu mostrei a ele o que uma mulher quer. O que ela deseja. Essa boca que você tem beijado passou por todo este corpo,” ela apalpou seu peito enquanto ela dizia isso.

Eu não conseguia encontrar as palavras. As coisas que ela dizia soava como devaneios de uma mulher louca. Ela queria que eu acreditasse que ele tinha tido relações sexuais com uma mulher casada de quarenta anos de idade, quando ele tinha dezesseis anos?

“Você está tentando afundar suas garras no que é meu.”

“Você é casada,” eu disse ainda em choque com ela, achando que eu acreditaria nela.

Ela riu de mim. “Isso não importa. Não a nós. Cruz e eu nos desejamos. Ele era meu até que você chegar. Agora estou grávida de seu filho e ele não quer ter nada a ver comigo ou com o bebê. Você está levando o pai do meu filho para longe.” Ela tocou seu estômago delicadamente.

“Você está mentindo.” Eu disse, balançando a cabeça e indo em direção à porta. Eu sabia que Cruz tinha sido um pouco selvagem. Isso não era um segredo. Mas ele não tinha feito isso. Eu tinha certeza disso.

“Eu sabia que você não iria acreditar em mim,” ela disse pegando um controle remoto de sua mesa. Os sons de sexo encheram a sala e eu me virei para ver a tela plana atrás de mim.

Não haveria como negar o que eu assisti. Kelsey estava nua, com as pernas bem abertas e a cabeça jogada para trás e Cruz estava fodendo-a em sua mesa. Assim como ela havia dito.

“Gostávamos de filmar o nosso sexo e vê-lo mais tarde. Deixava-nos quente e excitados. Muitas vezes nós nos fodíamos enquanto nos observávamos na tela. Esse é o tipo de coisa que Cruz precisa para fazê-lo verdadeiramente feliz. Eu também o observei. Ele fodia uma garota enquanto eu escondida o assistia. Ele gostava de saber que eu estava lá enquanto ele fazia sexo. Observando-os. Ele ficava tão excitado que nós dois ficávamos loucos por isso. Eu tenho vídeos também se você precisa ver.”

“Foda-se, sim, Kelsey. Se abra toda sua puta suja. Dê-me o que eu quero,” as palavras de Cruz vieram da tela e eu me encolhi. “Puta indecente. Minha pequena cadela indecente me dê essa bunda.” Disse Cruz, em seguida, virou-a. Puxando seus quadris para que sua bunda estivesse presa no ar. Ele cuspiu no ânus dela, em seguida, enfiou os dedos dentro. “Cu apertado. Você quer o meu pau dentro dessa bunda, não é?” Ela gritou. “Sim, foda minha bunda. Foda-me forte!” Ela virou a cabeça para olhar para ele e ele cobriu a boca dela com a dele, isso era demais. Eu corri. Eu corri através da porta. Eu corri para o meu carro. Corri de tudo. Eu dirigi. Eu não parei. Eu não sabia aonde eu estava indo, mas minha alma tinha sido destruída.

Meu telefone não parava de tocar, mas eu não podia atender. Desliguei-o. Se fosse minha mãe eu não seria capaz de falar. Ela ficaria preocupada. Tudo o que eu podia fazer era dirigir. Fugir de tudo. Senti como se meu peito tivesse sido esmagado.

As palavras que ele tinha dito a Kelsey e a imagem deles juntos repetia mais e mais na minha cabeça. Náuseas arranhavam minha garganta. Descrença que eu pude realmente confiar nele. Pensei que o que tínhamos fosse real. Mas ele... ele era mais sombrio do que eu sabia. Quando as lágrimas finalmente começaram a cair, eu virei em uma saída e estacionei em um hotel. Eu chorei por tudo o que eu tinha sonhado. Toda a felicidade que eu pensei que tinha encontrado. E isso tudo iria me mudar e marcar para sempre. Eu nunca mais seria a mesma. Minha fantasia tinha sido apenas isso. Nada tinha sido real. Não haveria boas recordações. Apenas um pesadelo.


Eu sinto muito. Mas eu estou bem. Eu só precisava de um pouco de espaço.


Mandei uma mensagem para a minha mãe para não mantê-la preocupada. Havia vinte e oito mensagens perdidas e cinquenta chamadas não atendidas quando eu liguei o telefone de volta. Eu ignorei todas elas, desliguei-o novamente e fui pagar por um quarto para esta noite.


Quarenta e Um

Cruz Kerrington

 


TINHA SIDO sexo. Era isso. Como eu tinha feito o meu caso com Kelsey chegar a isso? Eu mantive minha cabeça enterrada em minhas mãos enquanto o meu pai andava na minha frente. A sala estava em silêncio agora. O seu discurso e gritaria tinham terminado.

“Ela está bem. Era Harlow no telefone. Lila Kate mandou um texto simples dizendo que ela está bem, mas precisava de espaço.” Minha mãe anunciou quando entrou na sala de estar.

Olhei para cima, pela primeira vez em um grande tempo. Que alívio, Lila Kate estar segura ajudou a aliviar os meus medos. A dor ainda rasgava através do meu peito. Eu tinha ligado para ela e mandado mensagens inúmeras vezes pedindo-lhe para me ouvir. Ela não respondeu a nenhum deles.

“Ela disse para onde foi?” Perguntei já sabendo que as chances dos Carter me dizerem era quase nula.

Mãe balançou a cabeça. “Não. Acho que Grant está tentando rastrear seu celular.”

Ele estava ocupado se preocupando com a segurança de Lila Kate. Eu sabia que uma vez que ela estivesse de volta aqui em segurança, ele viria a mim. Agora, eu esperava que ele fizesse isso. Eu deveria ter lidado com Kelsey. Pensar que ela iria apenas ir embora foi estúpido.

“Ela está ameaçando uma ação judicial,” disse meu pai. “Eu já confisquei todos os itens em seu escritório. Os vídeos foram encontrados. Há alguns quando você era menor de idade. Estes irão proteger o clube. Ela vai ser a única a enfrentar acusações se ela seguir em frente com isso.”

Mamãe sentou-se na beirada da cadeira na minha frente. “Você era apenas um bebê. Ela tinha a minha idade. Eu só não entendo como ela poderia fazer isso?”

“Ele era um parceiro disposto, Della,” meu pai lembrou. “E se ela está mesmo grávida, então temos que lidar com eles.”

Eu balancei minha cabeça. “Esse bebê não é meu. Se houver um.”

“Mas se for, você não é mais um adolescente que esta sendo aproveitado. Você é um homem burro crescido que sabe mais do que só andar com uma mulher casada.”

Minha mãe empalideceu com suas palavras. Eu tinha machucado tantas pessoas. Como é que eu achei que merecia alguém como Lila Kate? Depois de toda a merda que eu tinha feito.

“Eu sei disso,” eu disse a ele levantando meus olhos para encontrar os dele. “Eu deveria ter parado. Inferno, eu não deveria ter começado. Mas eu estou pagando por isso. Eu amo Lila e agora eu a perdi. Ela está sofrendo e a culpa é toda minha. Isso está me matando.”

Papai fez uma careta. “Sim. Na vida, você vai cometer erros, mas este é mais do que um erro. É egoísta, irresponsável e com certeza até mesmo desonesto. Essa mulher é casada. Eu entendo que você era um adolescente com hormônios em fúria, mas ela é uma mulher casada. Isso...” disse ele apontando para mim. “Isso foi onde você ferrou tudo. Não, Lila Kate não vai perdoá-lo. Como poderia?”

Levantei-me incapaz de me sentar aqui e ficar ouvindo os meus erros novamente. Eu sabia que tinha fodido tudo. Eu não preciso do meu pai me lembrando mais e mais. O que eu precisava fazer era encontrar uma maneira de corrigir isso. Que parecia impossível.

“Onde você está indo?” A raiva de meu pai não se dissipou em nada durante a hora em que ele estava gritando comigo.

“Não estamos terminando aqui?” Eu respondi.

Ele fechou o espaço entre nós e olhou para mim. “Você dormiu com uma funcionária casada de um negócio que será seu um dia. Você fez vídeos de sexo com ela. Ela está alegando estar grávida de seu filho. Não, não estamos terminados, porra. Falei com os advogados. Falei com o marido de Kelsey. Estamos nos reunido em uma hora na sala de reuniões do clube. Você não vai a lugar nenhum.”

Lila Kate estava lá fora e eu não tinha ideia onde ou como encontrá-la ou onde procurar. Eu tinha ligado para Nate, mas ele jurou que ela não tinha chegado a Sea Breeze. Ela precisava ouvir o meu lado da história. Tinha que explicar a ela. Talvez ela entendesse depois que eu tivesse a oportunidade de explicar como tudo começou e como funcionou, até que corri atrás dela quando ela deixou a cidade. Eu não tinha visto nenhum problema com o que estava fazendo. Vejo agora. Se eu pudesse ser o homem que ela queria que eu fosse e apagar toda a merda do passado eu teria feito. Eu era um fodido estúpido. Agora eu iria pagar por isso.

“Ela precisa de espaço. Você não pode encontrá-la de qualquer maneira. Você não sabe onde ela foi.” A voz da minha mãe estava calma e compreensiva.

"Eu fiz isso. Eu a feri.” Minha voz falhou com emoção quando eu disse isso.

Minha mãe concordou. “Sim. E você será o único que poderá consertar isso. Mas, por agora, tem outra coisa para corrigir.”

“Absolutamente certo que ele tem,” A voz de papai estava com raiva e irritação.

“Woods, acalme-se. Eu sei que você está com raiva. Mas isso começou quando ele era criança. Ela se aproveitou dele. Lembre-se disso.”

Papai levantou as mãos em frustração. “Ela é casada, Della. Casada. Eu gostaria de pensar que o meu filho tem mais moral do que isso.”

Mãe concordou. “Eu também. Mas o que está feito está feito. Nós pensamos que era só uma raiva de adolescente e ele ia superar isso. Nós deveríamos termos prestado mais atenção.”

Pai apontou para mim. “Ele deveria ter usado seu maldito cérebro e não seu pau!”

Mãe estremeceu. “Sério, querido. Essas são palavras necessárias?”

Ele balançou sua cabeça. “É só isso. Foda-se. Eu não era perfeito na sua idade, mas eu não fiz isso. Eu não coloquei o clube em uma questão jurídica. E eu não trepei com as funcionárias casadas.”

Mas eu tinha.

“Quando é que vamos para o clube?” Perguntei.

“Devemos sair agora. Eu preciso garantir que a sala esteja pronta. E os nossos advogados precisam passar algumas coisas com você. O que você pode e não pode dizer.”

Mãe levantou-se. “Eu vou.”

“Não,” meu pai e eu dissemos ao mesmo tempo.

Mãe franziu a testa. “Por que não?”

Olhei para meu pai, e ele suspirou. “Porque Della, temo ter que lidar com questões mais do que as legais quando você ver Kelsey. Os vídeos serão discutidos e eu não confio em você para não atacar a mulher.”

Ele tinha uma razão melhor do que a minha. Eu estava preocupado, pois iria aborrecê-la.

“Ela está grávida. Pode não ser o filho de Cruz, mas eu nunca iria ferir uma mulher grávida,” mamãe argumentou.

Papai levantou a sobrancelha. “Você ainda não viu os vídeos.”

Mamãe soltou um suspiro profundo, em seguida, assentiu. “Talvez você tenha razão.”

Papai andou até a minha mãe, puxou-a em seus braços, em seguida, beijou sua cabeça. “Eu vou mantê-la informada.”

Ela assentiu com a cabeça contra seu peito. Eles sempre tinham sido assim. Próximos. Unidos. Papai a adorava e ela o adorava. Eu não queria isso. Eu sempre pensei que os deixavam vulneráveis. Eu não confio nisso. Era uma aposta de amar assim. Eu tinha ouvido de Kelsey, por anos, o quão terrível a maioria dos casamentos eram. Eu acreditei nela.

Mas os vendo assim percebi que eu queria isso também. Eu tive um gosto com Lila Kate. Por um breve período de tempo eu soube que ela era tudo que eu iria querer. Agora ela se foi. O que os meus pais tinham não era exclusivo para eles. Era simplesmente porque eles se amavam.

Kelsey não amava. Havia uma diferença.

Meus pais não eram vulneráveis devido ao seu amor. Eles eram mais fortes por causa disso. Minhas mentiras e segredos tiveram que sair para eu visse e entendesse esse tipo de amor. Por que esse teve que ser o caso? Por que eu não pude perceber isso anos atrás e salvar tantas pessoas da dor?

Eu não perderia Lila Kate sem uma luta. Eu curaria tudo o que eu tinha quebrado da melhor maneira que pudesse. Gostaria de aprender e seguir em frente. Então, gostaria de encontrar uma maneira para que ela me perdoe. Mesmo que isso tomasse o resto de nossas vidas. Eu esperaria por ela. Por nós.


Quarenta e Dois

Eli Hardy

 


VER LILA ANDANDO em minha direção com luzes em seus cabelos e os perfeitos traços marcados com dor, eu percebi uma coisa. Ela se sentia “mais.” Ela tinha experimentado o “mais” que nós todos esperávamos. Essa intensidade que o agarra e o prende com tanta força que você não pode fazer nada, a não ser desfrutar do passeio e esperar o melhor.

Eu não era o passeio para ela. Na noite em que a conheci, ela já tinha sido arrebatada por ele. Inferno, ela já estava no passeio e não queria estar. Cruz havia roubado seu coração há muito tempo. Mas eu estava grato, pois sua jornada a tinha trazido para mim. Sem ela, sem os sentimentos que desenvolvi por ela, eu nunca teria acreditado que eu poderia amar alguém como amei Bliss. Eu sabia agora que eu estava errado. Bliss era minha melhor amiga, ela era minha infância. Somos crescidos agora e nosso passeio acabou.

Lila parou na mesa que tínhamos encontrado fora da padaria em Sea Breeze. Eu já tinha comido aqui muitas vezes. Ela me ligou dois dias depois que Nate veio me ver perguntando se eu tinha ouvido falar dela. Eu não tinha no momento. Mas ele me disse que alguma merda tinha acontecido com Cruz e Lila tinha fugido.

Eu tinha perguntado onde ela estava quando ela ligou e me disse que estava em Nashville. Pensei em encontrar com ela. Mas eu não fiz. Ela não era minha. Ela nunca seria. Mas esta manhã eu tinha conseguido uma mensagem. Ela estava em Sea Breeze. Ela queria me ver.

O círculo escuro sob seus lindos olhos e a tristeza óbvias em sua expressão me doeu. Eu odiava vê-la assim. Eu sabia o desgosto que ela sentia. Nunca foi fácil. Destrói você. Recuperar-se depois exigiria força. E eu sabia que Lila tinha essa força.

“Eu pedi seu café do jeito que você gosta,” eu disse a ela quando se sentou à minha frente.

Ela tentou um sorriso. Ele era fraco e não encontrou seus olhos. “Obrigada.”

Eu a vi tomar um pequeno gole e depois levantar o olhar para mim. “Obrigada por me encontrar aqui.”

Dei de ombros. “Não tinha nada melhor para fazer. Sea Breeze tem sido chata.”

Lila não riu da minha tentativa de aliviar o clima. Em vez disso, eu podia ver os olhos dela irem para outro lugar. Seus pensamentos perdidos em outro momento. Eu a deixei ir viajar em seus pensamentos sozinha enquanto eu bebia um pouco do meu chá. Ela estava mais quebrada do que qualquer outra mulher que eu já tinha visto. Nate tinha-me contato a história. O que Cruz tinha feito. Por que Lila tinha deixado e como ela descobriu. Foi uma bagunça. Mas depois de conhecer Cruz isso não me surpreendeu. Nate disse que sabia que Cruz fodia aquela mulher casada quando eles eram adolescentes. Ele só não tinha pensado mais sobre isso ao longo dos anos.

“Você dormiu um pouco?” Perguntei trazendo-a de volta para o aqui e agora. Sem os demônios a provocando em sua cabeça.

Ela se concentrou em mim novamente, em seguida, começou a acenar com a cabeça e parou. “Não, não realmente. Quando eu fecho meus olhos... Eu estou lá naquela sala. Ela está me mostrando o vídeo... Eu os ouvi.” Ela parou e balançou a cabeça. “E eu sei que foi antes de mim. Eu sei que ele esteve com muitas, muitas mulheres antes de mim.” Ela fechou os olhos como se tivesse que dizer algo que ela não queria. Que não podia suportar olhar para mim como ela disse. “Aquela mulher se aproveitou dele. Eu nem sequer o culpo completamente pelo caso. Ela era a adulta na maior parte do seu... relacionamento.” Ela abriu os olhos lentamente e encontrou meu olhar. “É o vídeo. As coisas que ele disse a ela,” sua voz era um sussurro. “Se é isso que ele quer. Ele nunca disse essas coisas para mim. Nosso sexo... deve tê-lo aborrecido.”

Como eu estava completamente curioso eu queria saber o que ele tinha dito a mulher durante o sexo que a fez tão preocupada, eu fiz a pergunta óbvia. “Você não está preocupada com o fato dela estar grávida?”

Lila balançou a cabeça. “Não. Mesmo que ela esteja grávida, o que eu não acredito que seja verdade, não é dele. As mulheres afirmam a gravidez para tentar segurar um homem que perdeu desde o início da raça humana, eu acho. No início, eu acreditei nela e fiquei arrasada. Eu tive tempo para pensar sobre suas ações. O jeito que ela me disse. Como ela disse. Ela não é uma pessoa mentalmente estável.”

Eu tive que concordar com a parte do mentalmente estável. Se ela tinha começado a porra com o Cruz quando ele tinha dezesseis anos, então algo estava errado em sua cabeça. “Você vai voltar logo?” Perguntei.

Ela encolheu os ombros. “Eu vou ter que ir, eventualmente. Eu tenho meu estúdio para terminar. Minha vida para voltar. Vai ser difícil. Cruz não mentiu para mim porque eu nunca perguntei sobre suas experiências sexuais passadas. Mas ele sabia que essa coisa com Kelsey estava prestes a explodir e ele não me disse nada. Talvez ter sexo com ela quando ele era jovem e estúpido pode ser perdoado. Mas o vídeo que eu vi foi mais recente. Ele era mais velho. Ele ainda foi vê-la. Como posso confiar nele se ele não tem culpa por foder uma mulher casada?”

Ela tinha um ponto. E eu não tinha certeza se eu tinha uma resposta para ela. O que eu sabia era que todos tinham os seus segredos. Sua própria escuridão. Algo que eles escondiam do mundo. Escolher perdoá-los era uma escolha. Estaria perdendo a chance de ter esse “mais” que todos nós queríamos somente por ser incapaz de perdoar? Ou amar poderia ser o suficiente? Para cobrir tudo e curá-los tanto?

“Você ama Cruz?” Eu perguntei a ela.

Ela assentiu com a cabeça.

“Esse... vídeo ou as palavras desta mulher mataram um pouco desse amor? O enfraqueceu de alguma forma?”

Ela fez uma pausa, em seguida, sacudiu a cabeça. Seus ombros caíram, infelizmente, quando ela admitiu.

“Então você deve isso a si mesma, ouvi-lo e perdoá-lo. Se você não fizer isso está apenas prejudicando a si mesma.”

Os olhos de Lila se encheram de lágrimas. “Mas eu posso não ser suficiente para segurá-lo. Eu não estou... Eu não sou experiente. Eu não faço coisas como as que vi e ouvi. Eu sou.. Eu sou entediante.”

Isso me deu vontade de rir. A mulher na minha frente não era nada chata. Mas eu não ri porque eu tinha mulheres suficientes na minha vida para saber quando elas dizem merda que acreditam. Rindo disso não iria ajudar.

“Você não é nada chata. Claro, você é educada, formal e adequada. Você é gentil e atenciosa. Não usa sua beleza como uma arma. É completamente fascinante. Os homens olham para você. Eles ficam atordoados por você e você não percebe isso porque é distraída, o que a torna mais atraente. Cruz Kerrington e eu temos muito pouco em comum. Mas a única coisa que temos é que somos ambos heterossexuais. Eu sei o que ele vê quando olha para você. Sei também que o homem veio correndo atrás de você quando você deixou a cidade. Ele não queria perdê-la. Ele te ama, Lila. Eu o vi no seu apartamento naquela manhã. Volte. Deixe-o se explicar.”

Ela me deu um pequeno sorriso em seguida. “Você pensa tudo isso sobre mim?”

“Exatamente cada palavra que eu disse.”

“Por que não podia ter sido você? Por que meu coração tem que amá-lo?”

Eu ri então. Eu me perguntava a mesma coisa no começo, mas eu tive tempo para pensar nisso e eu sabia que tinha algumas coisas a enfrentar. Coisas para admitir para mim mesmo. E antes desse mês passado, eu não estaria pronto para seguir em frente. Eu estaria desperdiçando minha vida querendo uma mulher que nunca ia sentir o mesmo. Eu ainda estaria bagunçando cada encontro que eu tinha, porque eu estava comparando-as a Bliss. Mas as coisas eram diferentes agora. Eu era diferente.

Eu tinha que agradecê-la. Foi tudo por causa de Lila.


Quarenta e Três

Lila Kate

 


LEVOU TRÊS HORAS para que meus pais fossem embora. Quando eu mandei uma mensagem para eles dizendo que estava em casa, eles vieram com alimentos depois de uma hora. Eles não falaram sobre Cruz ou a razão de eu ter fugido. Nós comemos. Eu disse a eles todos os lugares onde eu tinha ido. Foi uma conversa difícil no início. Quando meu pai mencionou que iria lidar com alguns problemas, eu imediatamente o avisei que eu nunca o perdoaria se ele dissesse ou fizesse qualquer coisa para Cruz. Ele parecia muito infeliz com isso, mas com o incentivo de minha mãe, que tinha concordado em deixá-lo em paz.

Conseguir que eles saíssem e me dessem um tempo sozinha, tinha sido outro problema. Quando Ophelia chegou em casa, eles finalmente saíram. Deixei escapar um suspiro de alívio quando saíram pela porta.

“Faz tempo que eles estão aqui?” Ela perguntou enquanto se servia de um copo de água.

“Sim. Mas eles estavam preocupados e precisavam saber que eu estou bem. Apenas feliz que acabou.”

Ophelia se aproximou e sentou-se em minha frente no sofá. “Você falou com ele?”

Eu sabia que ela estava se referindo a Cruz. Eu balancei minha cabeça.

“Você vai?” Ela perguntou.

Eu pensei em tudo que Eli havia dito na minha volta para casa ontem. “Sim. Eventualmente. Teremos de falar.”

“Kelsey não esta grávida,” ela disse me observando de perto para ver minha reação.

“Eu realmente nunca pensei que ela estivesse. Mas como é que eles sabem disso?”

“Mamãe disse que Woods ameaçou dar queixa de pornografia infantil. Ela tinha vídeos em seu escritório tendo relações sexuais quando ele tinha... bem, quando tinha dezesseis anos.”

Eu não poderia responder a isso. Eu odiava esses vídeos.

“Desculpa... Eu não deveria ter tocado no assunto, mas pensei que você gostaria de saber. Quer dizer, eu fiquei chocada sobre você estar com Cruz. Vocês dois, bem, vocês realmente não se encaixam. Ele é Cruz. Os vídeos de sexo, uma mulher diferente a cada noite, as festas loucas de Cruz.”

Isso era tudo o que as pessoas viam quando eles olhavam para Cruz. O que ele tinha feito. Não quem ele era. Ninguém nunca olhou de perto o suficiente para se importar? Ninguém além de mim?

“Ele é inteligente e cheio de ideias. Ele tem um grande coração e nunca quis machucar ninguém. Ele ama a sua família e não quer decepcionar o seu pai. Há muito mais sobre o Cruz do que o que ele fez.”

Ophelia sentou-se calmamente e seus olhos me estudaram. “Você realmente o ama, não é?!” Isso não era uma pergunta.

“Meu amor por ele não é o problema. O que me preocupa é se isso é o suficiente.”

Ophelia se levantou, andou até mim e colocou o braço em volta. “É sobre encontrar a sua própria perfeição torcida, se deixando apaixonar tanto e ter uma chance. Se você já fez tudo isso, você não tem nenhuma razão para desistir. Não agora.”

“E se ele não estiver desistindo, mas só aceitando a realidade?” Eu perguntei a ela.

Ela sorriu. “Você não sabe o que é a realidade ainda.”

Isso tudo parecia fácil. Mas eu sabia que nada daquilo era. Amar Cruz foi como brincar com uma chama muito quente. Eu ia ficar queimada, eventualmente. Fui dormir naquela noite me perguntando se isso valeu a pena.

Uma semana mais tarde, eu percebi que toda a minha preocupação em perdoá-lo era inútil. Cruz não tinha vindo falar comigo. Ele não tinha ligado para me verificar. Todas as mensagens de voz e de textos me implorando para perdoá-lo no dia em que fugi eram dele. Ele não me ligou ou mandou uma mensagem novamente. Esta cidade não era pequena. Ele sabia que eu estava de volta e não veio se explicar. Ele não estava fazendo nada.

Passei os dias trabalhando no estúdio, pedindo para isso acabar, chorei no chuveiro até que estivesse cansada demais para chorar mais e, em seguida, fui para a cama. Isso se tornou uma rotina. Minha mãe tinha me chamado para almoçar, mas eu disse a ela que estava muito ocupada. Ela acabou vindo me trazer comida no estúdio outro dia.

Ophelia foi para Sea Breeze com sua família. Eles estavam indo visitar Nate e Bliss por algumas semanas. O apartamento estava em silêncio. Tudo que eu tinha eram meus pensamentos e esses eram sempre sobre Cruz. Eu estava começando a ansiar pelo dia em que eu iria tomar um banho e não acabaria em lágrimas. Eu queria a minha felicidade de volta.

A pintura foi feita. Espelhos seriam instalados com barras ao longo das paredes. Em seguida seria o chão. Os sons de construção e trabalhadores me deu algo para me concentrar diferente de Cruz.

Quando há segunda semana, desde o meu retorno, chegou ao fim, eu não chorava mais no chuveiro. Eu assisti a um filme antes de ir dormir e comi uma refeição inteira em vez de apenas mordiscar. Olhando para o teto naquela noite eu percebi que a minha vida ia ficar bem. Cruz não veio me ver. Mas eu precisava do fechamento. Suas ações ou não ações contaram-me o que eu precisava saber sobre nós. Ele estava acabado, mas eu tinha algumas coisas a dizer a ele primeiro.

Eu me levantei de manhã e gostaria de encontrar Cruz. Eu nos daria o fechamento que eu precisava. Então eu iria finalmente colocar Cruz Kerrington para trás. Seguiria em frente e desta vez não olharia para trás.


Quarenta e Quatro

Cruz Kerrington

 


MAIS FELIZ. Lila Kate estava mais feliz. Eu a tinha visto. Eu fui a Sea Breeze mesmo depois que Nate tinha me dito que ela não estava lá e eu a encontrei. Ela estava lá. Ela estava mais feliz. Eli estava sentado a sua frente e ela estava sorrindo. Ele sorria. Eles estavam livres de culpa, escuridão e de dor. Lila Kate pertencia a ele. Aceitar isso tinha sido doloroso. Eu queria que ela fosse feliz. Eu a tinha machucado de uma maneira que ele nunca faria. Eu precisava dela. Mas ela precisava dele. Eu a amava mais do que qualquer homem jamais faria.

Isso não importa. Vendo seu sorriso. Rir. Tudo tinha sido tão claro. Ela precisava dele. Não de mim. Fodido Cruz Kerrington não merecia Lila Kate. Ela teria alguém novo. Alguém que não iria quebrar o seu coração. Eu queria que ela fosse feliz. Deixando-a lá com ele tinha sido uma das coisas mais difíceis que eu tinha feito. Mas ela voltou para a casa. E agora eu estava aqui.

Eu a assisti por duas semanas. Ela não saiu. Trabalhou durante todo o dia, pediu comida, então foi para a cama cedo. Mais de uma dúzia de vezes eu quase saí desta maldita caminhonete do trabalho que eu estava usando do departamento de manutenção de campos do clube e fui até lá bater em sua porta. Mas eu não podia. Ela não tinha me ligado. Ela não tinha vindo me encontrar. Nem mesmo uma mensagem.

Meu passado era mais do que ela podia aceitar. Mas o que eu podia esperar? Lila Kate não estava manchada de qualquer forma. Ela nunca teve uma situação tão complicada. Eu era a porra do seu único pesar. Tomei um gole de café que eu tinha começado a beber porque não conseguia dormir à noite e a exaustão que veio com essa falta de sono exigia cafeína.

Meu pai não me queria no clube. Ele disse que eu tinha que crescer muito para poder trabalhar lá. Agora que o problema com Kelsey foi tratado e ela se foi, ele decidiu que era melhor que eu não tivesse relações com o clube, eu só podia trabalhar na equipe de cuidados com o gramado do campo de golfe.

Eu acordava às quatro da manhã para cortar a grama, colher erva daninha e limpar o lixo sete dias por semana. Papai disse que se eu não quisesse fazer isso e trabalhar, iria ser da maneira mais difícil, eu era bem-vindo para encontrar outro futuro. O clube significava muito para ele confiá-lo a mim depois de expor o meu comportamento imoral.

Eu esqueci o pedaço de bolo na minha mão que eu tinha trazido do café quando vi Lila Kate andar fora pela primeira vez em duas semanas. Deixei-o no assoalho do carro e coloquei meu copo para baixo enquanto ela fazia seu caminho até o carro. Ela estava indo para algum lugar. Estava indo de volta para ele? Ela estava deixando este lugar para ir a Sea Breeze? O pânico se estabeleceu em mim pois eu sabia que ela merecia o que Eli Hardy poderia lhe dar.

Uma vez que ela dirigiu, eu a segui. Percebi que isso não era saudável, mas eu acreditei que eu estava fodido na cabeça como meu pai tinha dito. Eu precisava de terapia ou algo assim. Imaginei que essa merda de cuidar do gramado antes do sol nascer era uma boa terapia.

Não me levou muito tempo para descobrir que ela estava indo para a minha casa, não para Sea Breeze. Antes dela virar na minha entrada, parou o carro na calçada e eu desacelerei a caminhonete. A porta do carro se abriu e ela virou para olhar para mim com as mãos nos quadris como se estivesse irritada.

Eu vinha atrás dela, virei a caminhonete e sai.

“Você está me seguindo?” Ela perguntou. “Você acha que óculos escuros e um boné de beisebol são um disfarce real?”

Eu pensei que tinha me escondido o suficiente. Eu estava dirigindo esta caminhonete velha e empoeirada. Fiquei impressionado que ela tinha prestado a atenção ao seu redor para perceber que ela estava sendo seguida. “Sim.”

“Por quê?” Ela perguntou.

“Eu estava preocupado com você.” E tentando criar coragem de falar com você. Mas eu não disse isso.

Lila Kate caminhou na minha direção e suas mãos pequenas me empurram com força no peito. “Eu voltei há duas semanas. Isso é tudo que você tem a dizer?” Ela gritou me empurrando para trás. “Você estava preocupado comigo? Por que Cruz? Por que você estava preocupado comigo? Porque sua amiga casada e insana me mostrou fodidos vídeos de vocês dois e me disse que estava grávida de seu filho?” Lila Kate foi falando mais alto e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Estendi a mão para tocar seus braços. Para impedi-la de me empurrar para a estrada, tentando acalmá-la.

“NÃO! Não me toque. Você não pode me tocar! Eu te amei! E você esperou por duas semanas, sentado do lado de fora e me vigiando!”

Ela sabia que eu estava sentado do lado de fora de sua casa? Droga. Ela era mais perspicaz do que eu imaginava.

Lágrimas estavam fluindo livremente pelo seu rosto agora. Ela chorou e me bateu com os punhos. Uma vez no braço e outra no peito. Depois que ela me atacou, virou-se e começou a correr de volta para seu carro.

“Você disse que me amava,” Eu falei. “Isso é passado, Lila Kate. Está acabado? Você ama alguém tão rápido assim?” O medo estava obstruindo minha garganta. Eu a observei, enquanto segurava um pequeno pingo de esperança de que ela me perdoasse. Que ela não tinha se mudado tão rapidamente para Eli Hardy. Que ela ainda me amava. Que não seria capaz de me amar depois do que ela viu, do que ela sabia, era pior. Como eu lutaria por ela se ela não me ama mais?

Ela parou. Nós dois ali. Ela estava de costas para mim. Esperei mesmo que eu quisesse correr para ela. Para segurá-la. Para pedir-lhe para me amar.

“O que você quer de mim?” ela perguntou voltando-se para mim. Seu rosto coberto de lágrimas estava manchado e vermelho.

“Tudo,” eu respondi honestamente.

“Onde você esteve?”

“Do lado de fora da sua casa. Nessa maldita caminhonete,” eu admiti.

“Por quê?”

“Porque eu estava aterrorizado com isso. Que eu não tivesse chance de fazer isso direito. Que eu tivesse perdido tudo. Que eu tivesse perdido você.”

“Então você não veio me procurar? Você deixou-me pensar que tínhamos terminado?”

Eu balancei minha cabeça. “Eu liguei, mandei mensagens para você e você nunca respondeu. Eu estava esperando. Dando-lhe tempo. E... Eu vi você com ele. Eu vi você sorrir. Eu vi você rir. Você estava feliz, Lila. Eu quero que você seja feliz. Eu não fui embora. Eu estava do lado de fora o tempo todo. Exceto quando eu estava cortando grama e colhendo erva daninha às quatro da manhã no campo de golfe.”

“Você me viu sorrindo com quem?” Ela perguntou com confusão no rosto.

“Eli.”

“Eli? Em Sea Breeze?”

“Eu fui procurar por você. Eu encontrei você. Com ele. Ele fez você sorrir. Ele é bom. Ele não fez mal a você como eu fiz.”

Ela não respondeu de primeira. Ela só ficou lá olhando para mim enquanto deixava a minha confissão se afundar. Ela não podia negar o que eu tinha visto. Como Eli a tinha feito esquecer a dor. Tinha-lhe dado uma razão para sorrir. Ele nunca iria machucá-la como eu fiz, mas nós dois sabíamos que ele nunca poderia amá-la como eu a amo. Ninguém poderia.

“Quando foi a última vez que esteve com ela?” Ela me perguntou.

“Três meses atrás. Eu estava bêbado. Ela me chamou. Fui até ela. Era um hábito. Um que vou me arrepender para o resto da minha vida.”

“No começo, você a amava?”

“Eu era um garoto, Lila. Eu amava qualquer mulher que deixasse meu pau ficar em sua boceta. Então ela começou a me contar o quão maltratada ela era e como seu marido não tinha relações sexuais com ela. Eu senti pena dela. Em um ponto, eu acho que eu pensei que nós éramos amigos, mas sempre foi uma manipulação da parte dela. Eu nunca a amei. Eu me apaixonei uma vez. Eu ainda estou. Mesmo quando eu não percebia isso, Lila, foi você. Sempre você. A garota que eu nunca me senti bom o suficiente. A menina que eu observava de longe e sonhava à noite. Só você.”

Ela fungou e enxugou uma lágrima. “Eu tenho medo de que você vá ficar entediado comigo. Nós somos tão diferentes. Eu... Eu não sou tão experiente ou aventureira. Eu poderia ser, mas eu nem sei como.”

Meu peito estava mais leve do que em semanas. Eu puxei a minha primeira respiração profunda desde o momento que descobri que Lila Kate estava desaparecida. “Você está falando sério?” Perguntei dando um passo em sua direção.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você tem alguma ideia de quão perfeita você é para mim?”

Ela balançou a cabeça neste momento.

“Não houve uma vez em minha vida que eu pensasse sobre meu futuro e não te vi nele. Seu rosto estava sempre lá. A sua voz na minha cabeça quando eu estava fazendo a coisa errada. Aqueles olhos me assombravam mesmo quando eu estava desmaiado de bêbado. Você tem estado comigo em cada momento da minha vida. Mesmo se eu não quisesse você lá, meu coração queria você. Minha alma encontrou a sua companheira quando eu era criança. Eu poderia ter lutado contra ela, mas a conexão já tinha sido feita. Sempre será assim.” Dei mais um passo em sua direção. “Você pode até me odiar. Você nunca pode nunca me perdoar. Você pode me dizer para sair e não voltar. Mas eu vou te amar para sempre. Isso não vai mudar.”

Ela fungou novamente. “Isso significa que você vai sentar-se do lado de fora como um perseguidor me vigiando?”

Eu sorri. “Provavelmente sim.”

Lila Kate fechou a pequena distância entre nós e colocou as mãos no meu peito suavemente desta vez. “Isso não me deixa nenhuma outra escolha, então farei isso.”

“Você está indo para obter uma ordem de restrição?” Eu provoquei.

Ela sorriu então. Um grande sorriso bonito que deixava meus joelhos fracos durante o tempo que eu me lembrava. “Essa é uma opção,” ela respondeu. “Mas eu acho que eu vou com a opção número dois.”

“E qual é?” Perguntei.

Ela ficou na ponta dos pés e deu um beijo em meu queixo. “Te amar pelo resto da minha vida.”

Eu segurei seu rosto em minhas mãos e olhei para a mulher que seria sempre a que me salvou. Ela era meu centro. Amá-la tinha me destruído. O velho eu tinha ido embora. O homem descuidado, egoísta que eu era não estava mais lá. Eu queria ser bom o suficiente para ela. E eu seria. Eu seria o tipo de homem que meu pai era. Minha vida tinha um propósito.

Tudo por causa de Lila

Estendi a mão e desliguei a frigideira, em seguida, agarrei-a e a levantei para colocá-la no balcão. Espalhei seus joelhos abertos, me coloquei entre eles e puxei-a contra mim antes de tomar sua boca novamente. Eu poderia ficar assim durante toda a noite.

Com suas pernas em volta da minha cintura, ela agarrou meu rosto e me beijou de volta com tanta paixão quanto eu sentia. Era intoxicante. Cada toque, cheiro, som que ela fez me deixou louco. Meu maior arrependimento foi ter dormido com ela bêbado, como se ela fosse um caso de uma noite. Ela era especial. Eu queria lembrar como era a sensação de estar dentro dela. Saber como seu rosto parecia quando ela gritasse com um orgasmo.

Suas mãos se moveram para o meu peito, e ela os correu sobre o meu abdômen. Sentindo cada um enquanto ainda me beijava. Nossas línguas entrelaçadas. Nossa respiração sincronizada. Corri minhas mãos para cima em suas coxas querendo tocá-la e vê-la se contorcer e implorar para ter seu perfume nos meus dedos.

Ela abriu mais as pernas e a saia curta que ela usava deslizou por suas coxas até que estivesse nua. Eu podia ver o cetim branco e renda de sua calcinha. O tecido úmido estava agarrado a ela, e como um homem das cavernas, eu queria bater no meu peito que eu tinha feito isso. Eu a tinha deixado toda molhada apenas com um beijo.

Esfregando um dedo sobre o tecido fino, delicado, vi seu rosto enquanto seus olhos queimaram e seu rosto corou. Deslizando um dedo dentro, eu gemi de prazer ao calor que tocou meu dedo. Eu podia sentir sua excitação. Ela queria que eu a tocasse. Ela queria isso também.

“Eu beijei você aqui.” A memória voltou claramente. O cheiro me bateu e com ele veio à memória de suas pernas jogadas sobre meus ombros enquanto eu a comia como uma porra de um buffet que eu não poderia obter o suficiente.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você gozou na minha língua.” Minha voz era rouca de desejo.

“Sim.” Ela sussurrou.

Eu comecei a ficar de joelhos, e ela agarrou meus braços. “Não, não.”

Eu parei e olhei para ela. Esperei por uma razão para não. Eu nunca tinha tido uma mulher me pedindo para não lambê-la.

Ela respirou fundo. “Eu não estou preparada para isso. Preciso de tempo.”

Ela não estava bêbada. Nós não estávamos em um bar. E eu estava agindo como um maníaco louco por sexo.

“Eu sinto muito. Eu me empolguei. A memória...” Eu parei.

“Foi fantástico. Mas... Eu já passei por outras coisas desde então. Preciso de tempo. Eu gosto de você, Eli. Você me faz sorrir. Eu não quero estragar isso. Minha cabeça e meu coração precisam estar no mesmo lugar.”

Isto não era apenas sobre o nosso tempo. Tratava-se de Cruz Kerrington. Eu tinha que competir com as lembranças dele. Mas eu não tinha medo disso. Ele a tinha machucado. Eu nunca faria isso. Eu poderia ajudá-la a curar, e eu sou paciente, Deus, porra, eu sou tão paciente. Lila se encaixa comigo. Nós nos complementamos. Temos as mesmas ideias, gostos, crenças, e poderíamos ser um excelente casal. Eu nunca a faria sofrer.

Mas ela tinha que superar Cruz em primeiro lugar e seguir em frente com o que ela passou. Se eu fosse dar o meu coração para outra mulher, eu precisava saber que ela queria. Eu poderia ser paciente e esperar.

Eu deixei minhas mãos descansarem sobre as coxas. “Ok. Eu posso esperar.”

Ela suspirou de alívio e me abraçou. “Obrigada. Eu tenho muita sorte de ter você. Agora, eu estaria perdida e sozinha. Mas você está aqui e eu... Estou muito feliz que você veio.”


Trinta e Um

Lila Kate

 


DEPOIS DO JANTAR eu levei Eli para uma caminhada pela cidade. Ele tinha ouvido Bliss falar muito sobre este lugar, e queria ver mais. As noites aqui eram muito familiares. Crianças andando de bicicleta ao longo das calçadas, casais andando e comendo cones de sorvete e desfrutando de um dia quente, o riso dos adolescentes enquanto andavam em grupos, e a maioria deles ainda vestiam seus trajes de banho. Também havia os turistas, e era o que mantinha a área próspera.

“É um local de férias para os ricos,” Eli disse com um tom divertido.

“Aqui não é como Sea Breeze. Não há condomínios, apenas casas costeiras de luxo para alugar. Atrai um público muito diferente. Não somente adolescentes bêbados dirigindo e gritando uns com os outros através de seus tetos solares ou janelas. Eu gosto disso.”

“Há condomínios... só não gosto dos seus condomínios. Estes são pequenos e os edifícios têm somente dois andares. Como aquele lá.” Apontei para o que eu estava falando.

Eli riu. “Isso não é um condomínio. Você viu os vinte edifícios de vinte andares em Sea Breeze. Você sabe do que estou falando.”

Concordei que era muito diferente, e ele não estava mesmo do lado da elite de Rosemary Beach, que foi isolada para os turistas. Kerrington Club era o início da área privada. Eu não queria levá-lo lá. Ainda não.

“Lila Kate!” Eu ouvi meu nome e fiz uma pausa para olhar ao redor. Então eu vi o Mustang vermelho que Jace Montgomery tinha ganhado em sua formatura do ensino médio este ano. Eu acenei para ele.

“Lado errado da cidade, baby. Você se perdeu?” Eu ignorei o fato de que um jovem de dezoito anos de idade me chamou de ‘baby’, simplesmente porque esse era Jace. Ele estava brincando. Ele sempre foi alegre, e eu o conhecia desde o seu nascimento. Eu tinha ido para o hospital com meus pais quando ele nasceu.

“Mudei-me para cá.” Eu disse quando ele estacionou o carro ao nosso lado.

“Você mudou-se para o centro da cidade?” Ele perguntou incrédulo.

Eu balancei a cabeça. “Sim. Jace este é meu amigo, Eli Hardy. Eli, este é Jace Montgomery.”

Jace lançou-lhe um sorriso branco brilhante. “Prazer em conhecê-lo, Eli.”

“Mesmo aqui.” Eli respondeu.

Então Jace olhou para mim. “Você está morando aqui de verdade?”

“Sim, Jace. Acima do prédio onde eu vou abrir meu estúdio de dança.”

Os olhos de Jace se arregalaram. “Droga, isso é incrível. Última vez que ouvi sobre você tinha saído da cidade e Cruz tinha ido atrás de você. Pelo menos isso foi o que disseram.”

“Estou de volta. Decidi começar minha vida aqui.”

Ele assentiu. “Sinto muito por sua avó. Eu não estava na cidade quando aconteceu. É por isso que eu não vim com meus pais.”

“Obrigada. Tudo bem.”

Ele sorriu para Eli novamente. “Mantenha esta selvagem na coleira. Tenham uma boa noite. Tenho que ir.”

“Tchau, Jace.” Eu disse. Ele girou suas rodas em resposta e se dirigiu de volta para o outro lado da cidade.

“Ele tem dezoito anos. Essa é a única desculpa que tenho por ele.” Eu disse a Eli quando Jace se foi.

Eli riu. “Eu percebi isso. Eu tive dezoito anos, uma vez também.”

O ar da noite ainda estava quente, mas eu senti um arrepio apesar disso. Meu coração vibrou engraçado, e eu o reconheci. A maior parte da minha vida eu tinha reagido dessa forma quando Cruz estava perto. Eu queria fingir que eu não o senti agora. Que ele tinha ido embora. Mas eu olhei por cima do ombro, porque eu precisava saber se o meu corpo ainda estava me traindo.

Com certeza, lá estava ele. Sua motocicleta estacionada de frente ao meu prédio. Os braços cruzados sobre o peito e o olhar fixo em nossas costas enquanto nos afastávamos. Ele tinha vindo me ver. Eu senti meu peito apertar, e porque ele estava aqui para me ver me irritou. Eu queria não me importar. Eu queria ser a mulher forte e independente que tinha seguido em frente.

Mas não era assim. Eu queria falar com ele. Eu queria saber por que ele estava lá. Olho para ele e gostaria que ele fosse mais. Gostaria que fosse o cara dos contos de fadas. Desejo todos os tipos de coisas inúteis que eu nunca teria. Isso nunca aconteceria.

Eu não fui para ele. Voltei minha atenção de volta para Eli, onde estávamos andando, apreciando o céu noturno, qualquer coisa, menos Cruz. Não era justo deixar Eli para falar com Cruz e nem eu estava levando-o de volta para lá. Cruz nos viu. Ele sabia que Eli estava aqui agora. Ele também sabia que eu escolhi Eli.

Cada passo que demos para longe de Cruz meu coração doeu mais. Era tudo que eu podia fazer para não virar e correr para ele. Para pedir-lhe para ser diferente.

Quando Eli perguntou se eu queria um sorvete, eu sorri para ele e disse que eu queria. Então eu arrisquei um olhar para trás. Cruz ainda estava lá. Ele precisava sair. Eu precisava que ele fosse para outro lugar agora.

O Shack Sugar tinha uma fila até o lado de fora. Era o único lugar que tinha sorvete na cidade e atraia uma multidão. Chegamos à fila e vi como as crianças imploravam por doces e outras guloseimas. Os pais estavam de férias e estavam explodindo sorrisos. O estresse diário do dia se foi. Muitos adultos tinham um frozen em suas mãos. Tentei me concentrar na cena em torno de mim e não olhar para trás.

“Este lugar parece popular.” Disse Eli.

“É o único lugar para tomar sorvete na cidade.”

Ele pareceu surpreso. “Alguém precisa dar-lhes alguma competição.”

Eu ri com isso, mas tomei a minha chance de olhar para trás, para Cruz novamente. Desta vez, ele tinha ido embora.

O peso no meu peito estava lá. Meu apetite para tomar sorvete desapareceu. Mas eu sorri de qualquer maneira. Deixei-me ser uma parte da felicidade em torno de mim. O sol beijou a pele das crianças que não tinham preocupações, nenhum desgosto. Se apenas a vida ainda fosse assim, tão fácil.

“Eli...” eu disse enquanto olhei para ele.

“Sim?”

“Eu acho que eu sou um desperdício do seu tempo.”

Ele parecia triste por um momento, e então ele colocou o dedo embaixo do meu queixo e segurou meu rosto com os dedos. “Você nunca vai ser um desperdício do tempo de ninguém.”

“E se você estiver errado?”

Ele me deu um pequeno sorriso. “Então eu terei uma lembrança incrível de uma menina que eu tive sorte o suficiente de conhecer.”

Se apenas suas palavras me fizessem sentir melhor.

Olhando para trás mais uma vez, eu olhei para Cruz ou quaisquer sinais de que ele fosse magicamente reaparecer.

Ouvi Eli suspirar suavemente. “Ele se foi, Lila.”


Trinta e Dois

Eli Hardy

 


TUDO PARECIA MELHOR QUANDO acordei com o cheiro de bacon. Ontem à noite não foi o que eu esperava que fosse. Lila estava presa a Cruz Kerrington, e eu fiz o meu melhor para ignorar o fato de que ela não estava completamente comigo ontem à noite. Seus pensamentos estavam em outro lugar.

Mas eu gostava de bacon. Alonguei-me, bocejei e me sentei para ver Lila, em um pijama rosa e seus cabelos em um rabo de cavalo, de pé na cozinha. Essa era uma visão que eu poderia passar o resto da minha vida desfrutando. No entanto, quanto mais tempo eu passasse com ela, mais eu percebia que ela seria a única a ir embora. A garota da qual eu falaria por anos e anos, quando relembrasse os velhos tempos.

“Cheira bem.” Eu disse com a minha voz ainda embargada do sono.

Ela levantou a cabeça, pois estava mexendo em uma tigela e sorriu. “Nada especial. Panquecas e bacon. Mas eu tenho blueberries frescas e calda de mirtilos para colocar sobre elas. Mesmo um pouco de chatilly, se você estiver se sentindo aventureiro.”

Eu ri me levantando. “Estou sempre me sentindo aventureiro. Especialmente com panquecas.”

O olhar de Lila percorreu o meu peito nu, então eu levei o meu tempo pegando a camisa que eu tinha descartado ontem à noite. Deixei-a olhar bem. Eu sabia que meu peito era impressionante. Eu trabalhei duro para manter meu corpo em forma. Eu a assisti, e quando ela percebeu que tinha sido pega me verificando desviou o olhar e corou adoravelmente. Eu considerei ficar sem camisa, mas decidi que isso seria desespero.

Puxando minha camisa sobre a minha cabeça, eu caminhei até a cozinha, peguei um banquinho e me sentei em frente de onde ela estava trabalhando. “Eu me ofereceria para ajudar, mas você parece ter tudo sob controle e parece que você está quase acabando.”

“Eu terminei. Quer um café?”

Eu preferia chá, mas eu assenti. “Sim, mas eu pego.”

Ela virou-se e pegou um copo. “Não. Fique sentado.”

Observei-a pegar o meu copo. “Creme ou açúcar?”

“Não, obrigado.”

Ela entregou-me. “Aqui está.”

Eu comecei a falar, mas quando bateram na porta lá embaixo nós dois paramos. Lila franziu a testa e esperamos. Logo depois, aconteceu de novo. Ela tirou a frigideira fora do fogão. “Eu acho que alguém está na porta.”

“Vou verificar,” eu disse, já em pé. “Você está no meio de tudo isso.”

“Ok. Obrigada.” Ela respondeu e voltou para terminar o bacon.

Eu estava quase descendo as escadas quando percebi quem eu estava prestes a cumprimentar na porta. Foi uma coisa de instinto. Eu deveria ter esperado que ele voltasse depois da noite passada. Lila estava tão ocupada olhando para Cruz que ela não tinha percebido que eu verifiquei para ver o que tinha sua atenção. O cara ficou lá por algum tempo. Ela não ir para ele foi como uma jogada ousada, mas eu ainda achava que ela estava frágil. Ele vir aqui esta manhã não era bom.

Mas esta não era a minha decisão a tomar.

Quando cruzei o estúdio e cheguei às portas duplas da entrada, lá estava ele. Exatamente quem eu esperava. Parecendo que bebeu um litro de uísque e não tinha dormido nada.

Eu queria deixar sua bunda lá fora. Segura longe de Lila. Para não magoá-la ainda mais. Mas então ela poderia ter uma razão de ficar zangada comigo. Eu não estava aqui para protegê-la. Pelo menos não por isso.

“Cruz.” Eu disse enquanto abria a porta.

Ele me empurrou e se dirigiu para a porta dos fundos, que levava para o apartamento. Eu estava certo sobre o uísque, ele fedia como um bar. Isto não era o que ela precisava. Mas ele não pareceu dar a mínima.

“Você está tentando machucá-la?” Eu perguntei ainda de pé na porta, desejando que ele fosse embora. Ele parou e esperou um pouco antes de olhar de volta para mim.

“Você não sabe de nada. Ela não te ama. Você é a porra de um curativo.” O ódio em seu tom foi um pouco alarmante.

Dei de ombros. Eu não me afetei pelo seu ódio e eu não estava com medo dele. Ele era forte, alto, mas estava de ressaca, e eu tinha a vantagem. “Eu sei que ela está sofrendo. Ela está tentando se curar. Mas você não a deixa. Você se mantém rasgando-a uma e outra vez.”

Ele olhou para mim. Como se quisesse me matar com as próprias mãos. Eu não me movi. Eu não quero lutar com o cara. Lila não ficaria feliz com isso.

“Eu não sou bom o suficiente para ela. Por que ela não pode ver isso?” Ele parecia aflito. Tinha muito menos raiva e mais sofrimento.

“Eu acho que ela pode. Mas você pode?”

Seu ódio veio à vida. “Eu a amo. Eu morreria por ela. Eu tomaria a porra de um tiro por ela. Você pode dizer isso? Você mal a conhece. Eu a conheço toda a minha vida. Amei-a mais que a metade disso. Eu só não queria.” Quando ele disse as palavras, eu pude ver o choque em seus olhos. Ele se surpreendeu. Eu duvidei que ele alguma vez tenha admitido isso em voz alta.

“Você tem um jeito engraçado de demonstrar amor.” Eu disse a ele.

Ele passou as mãos pelos cabelos e o olhar selvagem em seus olhos era de um homem destruído. “Ela está me destruindo. Porra, eu estou arruinado. Eu preciso dela. Eu estou tão viciado nela que eu não consigo funcionar direito. Eu não suporto que ela esteja com você. Que você ou alguém como você vai ser o caminho certo para ela. Bom o bastante. Que ela vá pertencer a outro homem. Eu não posso aguentar!” Ele rugiu e puxou os cabelos como um homem possuído.

“Você bebeu demais. Vá para casa, durma um pouco. Pense nisso e se você ainda quiser volte.”

Ele balançou sua cabeça. “Eu não posso sair. Não com você lá em cima com ela.”

Isso era pior do que eu pensava. Ela estava apaixonada por um psicopata. Por que ninguém em sua vida se preocupou com isso? O cara precisava de alguma ajuda mental.

“Se você a ama, então seja o homem que ela merece. Isso...” eu disse acenando com a mão para ele. “Não é o homem certo. Você está uma bagunça do caralho.”

Ele me olhou e começou a vir para mim. Seus punhos estavam cerrados ao lado do corpo, então eu me preparei para me defender. Eu odiava bater em um homem bêbado, mas eu não iria deixá-lo chutar a minha bunda também.

“Cruz!” A voz de Lila o deteve. Olhei por cima do ombro para vê-la lá, em pé. Tão inocente e doce. Este louco, que ela amava, não estava nada bem.

Ele fez uma pausa, em seguida, virou-se para ela. “Lila.”

As lágrimas em seus olhos não estavam caindo ainda, mas elas estavam lá. Não derramadas.

“O que você está fazendo?” Perguntou ela, soando como um professor brigando com um estudante indisciplinado.

“Eu te amo.” Disse ele.

Suas lágrimas se soltaram em seguida. “Eu ouvi.”

Eles ficaram lá olhando um para o outro. Eu andei em torno deles e de volta para cima para pegar minhas coisas. Eu não pertenço a este lugar. Não agora.


Trinta e Três

Cruz Kerrington

 


LUTAR ERA IMPOSSÍVEL. Eu tentei. Eu tinha tentado tão forte. Mas eu não podia. Eu era bom o suficiente para Lila Kate? Não. Ela sabia todos os meus segredos obscuros? Não. Será que ela me amaria se soubesse? Provavelmente não. Ela me odeia. Eu não quero que ela me odeie.

Ela virou-se e agarrou o braço de Eli quando ele veio para baixo com sua mochila. Ele passar a noite aqui tinha sido a última gota. Eu tinha quebrado. Meu peito explodindo teria doído menos do que vê-la com ele na noite passada. Comendo um fodido sorvete, andando pela cidade como um casal. Eu não podia suportar isso. Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.

“Deixe-me falar com ele, você não tem que ir.” Ela disse a Eli.

“Sim, ele tem que ir.” Argumentei.

Ela franziu a testa para mim. “Não, ele não tem.”

“Sim, eu tenho.” Disse ele, me salvando de ter que discutir com ela. Porque esse idiota precisava voltar para a porra do Alabama e ficar lá. “Isso...” disse ele apontando entre Lila Kate e eu. “Isso precisa ser resolvido. Estou no caminho, e honestamente, eu não quero ver mais um acidente de trem.”

Dei um passo em direção a ele, minhas mãos cerrando os punhos. Lila Kate estava na minha frente antes que eu pudesse dar dois passos. Ambas as mãos no meu peito. “Cruz. Não. Basta ir lá pra cima. Por favor.”

Seus grandes e belos olhos estavam me dizendo para ir lá para cima... Para o apartamento dela. Isso significava que eu não seria aquele que iria embora. Então eu recuei e concordei.

“Obrigada.” Ela sussurrou, como se ele não pudesse ouvi-la.

“Não toque nela.” Eu o avisei, certificando-me de que ele entendeu que eu o encontraria, e me certificaria que suas mãos não trabalhassem novamente.

“Cruz, por favor.” Lila Kate implorou.

Me virei e caminhei até a porta, apenas olhando para trás uma vez.

“Sinto muito sobre tudo isso,” ela disse. “Eu nunca esperei que ele viesse aqui.”

“Mas você está feliz que ele fez.” Eli respondeu.

“Sim.” Disse ela sem hesitação.

Deixei-os. Ela me queria. Ela não estava pedindo-lhe para ficar. Proclamando que o amava. Chorando por ele. Eu não a tinha perdido ainda. Não era tarde demais para nós. Eu me preocuparia com meus segredos mais tarde. A merda que eu ainda tinha que acabar. Eu lidaria com isso. Por agora, eu só precisava de Lila Kate.

O cheiro de bacon encheu o apartamento quando cheguei ao degrau superior. A área era um grande espaço aberto, espaçoso, e Lila Kate tinha colocado seu toque nele. Sorri para todos os tons de vermelhos e amarelos. Ela adorava cores vibrantes. De alguma forma ela fez as cores, que eu normalmente não me importava, atraente.

Havia panquecas no balcão, junto com mirtilos e bacon. Ela tinha feito o café da manhã. Ciúme me comeu por dentro. A única coisa que me manteve são foi o fato do sofá-cama estar aberto e usado. Eles não tinham dormido juntos. A ideia deles embrulhados juntos na noite passada tinha sido o que me enviou a beber. Em um ponto, eu tinha bebido o suficiente para que eu tivesse desmaiado. Só dormi três horas antes de acordar torturado, outra vez, sobre a ideia deles juntos.

Peguei um pedaço de bacon e o comi, em seguida, verifiquei se havia leite na geladeira. Eu estava com fome. Eu não tinha comido durante toda a noite, e quanto mais eu pensava sobre Lila Kate cozinhando tudo isso para Eli, mais eu queria comê-lo. Tomar o que ele pensava ser dele. Foi meu primeiro, droga.

“Eu não posso continuar fazendo isso com você, Cruz.” Lila Kate disse no momento em que entrou no apartamento. Ela não estava mais chorando. Ela estava mais intensa. Séria. “Isso está mexendo com a minha cabeça. Eu sou um náufrago. Aquele cara que você apenas colocou pra fora daqui é um bom rapaz. É doce e gentil. Gosta de mim. Ele não precisa de mulheres em todos os lugares para bajulá-lo, para fazê-lo se sentir como homem. Ele é perfeito. Completamente perfeito. Então porque é que no momento em que você aparece eu esqueço tudo isso? Por que você não pode ver que isso está me arruinando? Nesse vai e volta.” Suas mãos estavam em seus quadris, e ela estava mantendo distância. Eu queria ela aqui comigo. Comendo essa refeição. Sorrindo para mim. Neste balcão, com as pernas abertas, enquanto eu a fodo. Havia muito que eu queria dela. Mas apenas uma coisa era importante.

“Você me ama?” Eu perguntei a ela. Era simples. Era o que eu precisava saber.

Ela suspirou e fechou os olhos com força. “Sim. Você sabe que sim.”

Isso era o que eu precisava ouvir. Eu andei em torno do balcão e fui direto para ela. Ela abriu os olhos quando me ouviu se aproximar. Eles estavam assombrados com a dor. A dor que eu tinha causado. Dor que ela não merecia. Eu ficaria com ela. Gostaria de passar minha vida inteira ao lado dela.

“Então me perdoe, por favor, me dê outra chance. Porque, Lila Kate Carter, eu estou completamente apaixonado por você. Eu não consigo ver minha vida sem você nela. Tudo o que eu quero, quando eu abro os meus olhos todas as manhãs é vê-la ali, ao meu lado. E a noite, eu quero dormir com você em meus braços. Então, deixe-me mostrar que eu posso ser esse cara. O que você pensou que tinha encontrado em Eli. Eu posso ser ele. Porra, apenas um pouco mais emocionante, porque ele é também extremamente certinho e você logo estaria entediada como o inferno.”

“Porque agora? O que mudou?” Ela perguntou ainda cautelosa e insegura.

“Porque eu não posso mais lutar contra isso. Eu achava que estava protegendo você de mim, mas eu posso ser o cara que você merece. Eu te amo pra caralho e nunca haverá um homem que te ame mais. Isso posso lhe garantir.”

Ela sorriu. Era um pequeno e suave sorriso, em seguida, ela balançou a cabeça em descrença. “Eu sou uma idiota.”

Isso não era o que eu queria ouvir.

“Não, você não é.”

Ela inclinou a cabeça para trás. O queixo levantado. “Sim, eu sou, porque se eu ficar aqui e discutir com você, eu irei perdoá-lo. Vou fazê-lo novamente se eu tiver que fazer. Por que eu não consigo me livrar de você, Cruz? Por quê? Como você continua me segurando assim?”

Meu coração se sentiu tão malditamente cheio que eu queria fazer um punho, socar o ar e soltar um grito de vitória. “Eu sou muito, muito doce.” Eu brinquei com ela.

Ela sorriu. “Não, você não é.”

“Ok. Bem, talvez não tão doce, mas eu posso ser. Eu serei. Vou ser tudo que você precisa que eu seja. Eu juro.”

“O que acontece quando você se cansar de mim?”

Estendi a mão para ela. “Eu te conheço toda a minha vida. Nunca, você me entediou em nenhuma vez. Nem mesmo quando você estava tão tensa que mal conseguia andar.” Sorri quando eu disse isso.

Ela riu. Isso era o que eu estava tentando fazer. “Isso não é exatamente fácil de falar.”

Segurei-a por trás e pressionei-a contra mim. “Não? Eu vou trabalhar nisso, então.”

Curvando-me beijei seus lábios suavemente. Ela se inclinou para mim e me beijou de volta. Um gemido suave, satisfeito veio de sua boca, e eu a provei com mais intensidade. Segurei-a mais perto. Isso era tudo que eu precisava. Fez todas as outras vezes, todas as outras meninas e mulheres pálidas. Elas eram totalmente esquecíveis. Lila Kate tinha reivindicado a minha alma.


Trinta e Quatro

Lila Kate

 


A ÚLTIMA PANQUECA de mirtilos, que eu tinha feito para Eli, foi comida por Cruz quando ele se sentou ao meu lado no balcão. Sua mão esquerda estava na minha coxa enquanto ele usava a mão direita para comer. Ele me manteve perto. Mesmo depois do nosso beijo, ele não queria parar de me tocar. Como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

Tão irreal quanto tudo isso era, eu estava lidando com a culpa sobre a forma como Eli tinha saído. Eu tentei falar com ele e convencê-lo a ficar, mas ele estava certo. Ele e eu nunca tivemos uma chance, enquanto Cruz ainda tinha tanto espaço no meu coração.

“Isso foi incrível. Eu estava morrendo de fome. Uma noite cheia de arrependimentos e Jack Daniels faz isso com você.”

Eu sorri e comecei a me mover, mas sua mão apertou o cerco contra a minha perna. “Não vá.”

“Eu preciso limpar.”

Ele se virou para mim e capturou minhas pernas entre as coxas. “Tudo vai ficar aqui. Você não tem que limpar agora.”

A maneira como ele olhou para mim tinha me preocupado que este fosse um sonho e eu estava prestes a acordar. Era difícil de aceitar. “Você só quer sentar aqui e olhar para mim, então?” Perguntei-lhe desfrutando disso, no caso de eu acordar logo e tivesse o meu coração partido por ele novamente.

“Nós poderíamos,” disse ele, em seguida, suas mãos foram para o meu pijama e o puxou sobre a minha cabeça. Eu não tinha colocado um sutiã esta manhã, desde que o meu pijama era largo. Meus seios ficaram nus para ele. O foco dele estava sobre eles e nada mais. “Ou eu poderia continuar te deixando nua, levá-la até o sofá-cama e afundar meu pau nessa sua sedosa buceta quente.” A voz dele tinha baixado para seu grunhido sexy.

“Oh...” eu respondi.

Ele riu. “Sim, oh...” Ele repetiu e então eu estava em seus braços e nós fomos para o sofá-cama.

Ele mordiscava minha orelha, fazendo-me contorcer em seus braços e começou a sussurrar exatamente o que ele queria fazer para mim. Assim como em New Orleans, ele estava focado em mim. Como ele poderia me fazer sentir. Mas quando ele me colocou para baixo eu não me deitei. Eu não estava nervosa. Agora não.

Eu subi e comecei a desfazer seu jeans. Ele me observou. Ele não falou ou se moveu. Soltando os seu jeans, eu o puxei para baixo dos quadris até que caiu no chão e ele o tirou. Então eu puxei sua cueca boxer para baixo e seu pau grosso, maior do que eu me lembrava, saltou livre.

“Se você continuar olhando para o meu pau assim, nós não vamos ter quaisquer preliminares.” Alertou.

Eu fiquei de joelhos e corri minhas mãos até a frente de suas coxas. Os músculos sob minhas mãos tensionaram. Seu corpo ficou completamente imóvel, como se congelado. Quando levei minha mão direita em volta do seu pau rígido, ele gemeu. Eu não lhe dei tempo para reagir. Minha boca cobriu a cabeça, e eu chupei tanto em minha boca quanto era possível.

“Fooooda...” ele gemeu e os joelhos tremeram. A mão estava na minha cabeça, e suas coxas continuavam tremendo. “Lila, Jesus.”

Como a minha boca cobria a pele lisa, minha mão começou a deslizar facilmente para cima e para baixo após cada lambida e o puxei em minha boca. Cruz começou a ofegar. Sua respiração era irregular e forte. Eu podia ouvi-lo, e saboreei a maneira como ele estava completamente sob meu controle.

Minha língua circundou a cabeça e ele sussurrou enquanto sua mão puxou os meus cabelos. Meu rabo de cavalo estava em volta de sua mão quando ele começou a puxar e empurrar minha cabeça enquanto eu trabalhava minha boca sobre ele.

“Eu não quero saber por que você é tão boa nisso. Jesus, Lila, inferno santo, isto é melhor do que todas as vezes que eu imaginei isso enquanto tomava banho.”

Eu sorri para ele, e ele sorriu enquanto seu peito subia e descia rapidamente. Eu o assisti. Mantive nossos olhos conectados enquanto eu corria minha língua sobre ele. Provocando. Sacudindo a ponta e, em seguida, voltando para chupá-lo.

“Deus, baby, apenas continue. Porra, isso é bom.”

Eu nunca quis dar um boquete em um cara antes. Mas Cruz, eu tinha imaginado isso e pensei sobre isso. Desejei isso com ele. Mais de uma vez, ao longo dos últimos anos.

“Eu não posso...” ele gemeu e me puxou de volta, em seguida, me jogou na cama. Seus olhos estavam escuros, as pupilas dilatadas. Com um puxão, ele tirou minhas calças de pijama e calcinha. O corpo muscular firme por quem eu era fascinada me cobriu. “Abra para mim, Lila.” Pediu ele.

Minhas coxas se abriram, e ele capturou ambos os meus pulsos e os prendeu sobre a minha cabeça, fixando-me ao colchão. “Eu ia ser o caralho doce, mas agora eu preciso dessa buceta. Você me fez louco, e isso não será nada parecido com doce, baby.”

O primeiro impulso foi forte e eu gritei de dor, mas meu corpo formigava com prazer.

“Você,” ele rosnou, em seguida, mergulhou em mim novamente. “Não pode chupar meu pau como uma profissional e parecer como um anjo, e esperar que eu fique são.”

Comecei a rir quando ele me encheu de novo e de novo, tomando o meu fôlego. Todos os meus pensamentos. Apenas a subida constante em direção ao orgasmo que eu sabia que estava por vir. A bela explosão que só era possível em seus braços.

“Eu sou viciado nisso. Em você. Na sua maldita buceta.” Ele disse como se estivesse bravo com isso. Mas então ele começou a beijar meu pescoço e dando pequenas mordidas na minha pele. Era erótico e doce, mesmo se ele achasse que não era. Cruz nunca iria ser como Eli. Ele não era estruturado, educado, ou previsível. Aqueles eram traços meus. Eu ansiava por algo mais. Eu quis a emoção e a selvageria de Cruz, sua boca suja, seu lado quebrador de regras. Todas as coisas que eu não era. Ele me equilibrava. Ele era do meu jeito.

“Lila?” Disse ele quando levantou a cabeça e afundou-me completamente.

“Sim?” Eu estava sem fôlego.

“Eu amo você, mas estou prestes a virar você e fodê-la como se eu tivesse pago por isso.”

Eu não tive tempo para responder antes que ele me tivesse no chão e suas mãos estivessem em meus quadris quando começou a bater em mim por trás. Eu perdi a minha respiração. O ângulo em que ele entrou em mim me enviou mais perto do clímax do que eu desejava.

“Então, porra é a própria perfeição o seu rabo no ar para eu foder,” disse ele entre impulsos. “Goze para mim, baby.” Soou como um comando. Meu corpo reagiu como se fosse um.

Eu explodi em chamas e gritei seu nome. Ele puxou seu pau e descarregou o seu gozo por todo o meu traseiro. Senti o calor do líquido quando jorrou em mim. Nós dois ficamos quietos. Meu corpo estava zumbindo de ser levado tão ferozmente.

“Eu tenho uma coisa por gozar em todo o corpo.” Ele declarou.

“Eu gosto disso.” Eu admiti sorrindo no travesseiro que usei para descansar.

“Fique aqui.” Disse ele, como se eu tivesse energia para levantar e ir a qualquer lugar. Eu estava perto de desmaiar. Dormir um pouco soava bem. Meu corpo passou da melhor forma imaginável.

Um pano quente me assustou, pois correu sobre minhas costas, parte inferior e entre as minhas coxas. Com uma última limpeza, ele deslizou-a sobre a área sensível entre as minhas coxas e eu ofeguei.

“Sensível?” Perguntou.

Eu balancei a cabeça.

Ele se deitou ao meu lado e me puxou contra ele. “Desculpe, eu fui tão bruto. Você me enlouqueceu com a melhor chupada do mundo.”

Eu ri e enterrei minha cabeça em seu peito.

“Ria o quanto você quiser. Você é uma profissional, e agora que sua boca não está no meu pau eu estou um pouco preocupado sobre como você ficou tão boa.”

Me movi para que pudesse vê-lo. Seus braços ainda em torno de mim. “Você dormiu com centenas de mulheres, e você está preocupado com as minhas habilidades no boquete?”

Ele fez uma careta. “Sim. Eu estou.”

Eu ri. Simplesmente porque eu só tinha feito isso uma vez antes e eu não me tornei uma grande fã, então.

“Que bom que você me acha engraçado.” Ele não parecia satisfeito.

“E se eu dissesse que eu estou preocupada com o fato de que você pode despir uma menina e estar dentro dela em menos de trinta segundos?”

Ele ainda estava carrancudo. “Eu diria que você sabia que eu era um prostituto. Eu sei que você é uma boa menina. Há uma diferença.”

Eu enterrei minha cabeça em seu pescoço e tracei um coração em seu peito. “É porque era você.” Eu finalmente admiti.

“O quê?” Perguntou.

“Foi você. Eu queria. Eu sonhei com isso. Fantasiei. Você sabe.”

Ele se afastou e inclinou a cabeça para trás até que eu tive que olhar para ele. “Você está me dizendo que você fantasiou sobre chupar o meu pau?”

Eu balancei a cabeça.

“Porra, baby. Tudo o que tinha que fazer era dizer, ‘Cruz, posso chupar seu pau?’ e eu teria feito esse sonho realidade muito mais rápido.”


Trinta e Cinco

Cruz Kerrington

 


EU TINHA UMA MERDA para consertar. Era vital que eu lidasse com isso antes que fosse tarde demais. Alguns segredos eram melhores mantidos dessa forma. O meu era um deles. Eu não ia perder Lila Kate agora que eu tive coragem suficiente para admitir que eu a queria. Que eu a amava. Eu saltei e fiz isso. Eu não estava deixando-a ir. Nem eu iria deixá-la.

Ela se tornou tão importante para mim quanto respirar. É assustador como o inferno, mas é a verdade.

Deixá-la para trabalhar em seu estúdio enquanto eu ia ao clube para uma reunião com meu pai teria sido a coisa certa. A única coisa inteligente. Mas a ideia de deixá-la não tinha sido atraente, então eu pedi que ela viesse comigo e almoçássemos.

Ela não queria este mundo. Ela tinha saído dele. Ela havia se mudado para a cidade. No entanto, eu estava lembrando-a que eu era deste mundo. Eu um dia possuiria o clube e tudo o que vinha com ele. Claro, ela sabia onde meu futuro estava, mas eu ainda não queria lembrá-la. Nada dessa droga por agora.

Quando chegamos ao manobrista, saímos do carro e fomos para dentro, ela parecia bastante feliz. Deslizei meu braço em volta de sua cintura e ela não congelou ou ficou nervosa. Ela estava bem com essa exposição pública de afeto. Eu estava apenas começando a me divertir quando Shelby, uma garçonete cujo último nome eu não lembro, veio andando para fora da sala de jantar. Eu murmurei uma maldição sob a minha respiração quando seus olhos se fixaram em mim e ela sorriu completamente perplexa com o fato de o meu braço estar ao redor da cintura de Lila Kate.

“Cruz.” Disse ela dando-me um sorriso que era muito familiar. Malditamente sexual.

“Olá.” Eu respondi com um aceno e com a esperança de continuar caminhando sobre o passado com ela. Ela era uma empregada; portanto, era óbvio que eu deveria saber quem ela era. Não era um dado, no entanto, que eu deveria saber que ela faz uma depilação brasileira uma vez por mês.

“Eu só ficarei até a troca do café da manhã.” Ela piscou para mim como se isso significasse alguma coisa.

“Então, aproveite o resto do seu dia.” Felizmente, ela entendeu o recado. Seus olhos saíram de mim para Lila Kate, e eles se abriram como se só agora percebesse que eu estava com alguém.

“Vocês estão...” Ela não terminou a pergunta enquanto sacudia o dedo para nós dois.

“Sim, estamos.” Eu respondi. “Aproveite o seu sábado.” Então, continuei esperando que Shelby tivesse terminado o seu questionamento...

“Você não tem que ficar tão tenso quando isso acontece, Cruz. Eu te conheço toda a minha vida. Vai acontecer muitas vezes.”

Olhei para Lila Kate. “Eu gostaria de poder fazer isso parar. Eu não quero que você fique desconfortável.”

Ela sorriu. “Namorar você significa lidar com todos os seus relacionamentos passados.”

“Shelby não foi um relacionamento. Ela era uma merda.”

Lila Kate suspirou. “Eu estava tentando ser mais delicada.”

Isso me fez rir. “Shelby nunca me considerou um relacionamento também. Eu prometo.”

Com um pequeno elevar de seu ombro, ela disse, “Eu não imagino que qualquer garota pensou nisso.”

Nunca desejei que eu pudesse voltar atrás e mudar essa merda. Até agora. A opinião de Lila Kate sobre mim não era ótima. E o pior é que não era mesmo preciso. Eu era muito pior do que ela pensava.

“Eu vou pegar uma mesa e pedir uma bebida enquanto você se encontra com seu pai.” Ela me disse quando nos aproximávamos da entrada do restaurante.

“Ok. Eu não demorarei, vou deixá-lo saber que você está esperando por mim. Isso deve adiantar as coisas.”

“Você está pronto para contar a seus pais sobre isso? Você não acha que devemos esperar até que você tenha certeza?” A dúvida em sua voz e em suas palavras me magoou. Mesmo agora, depois da cena dramática que eu tinha feito esta manhã, ela ainda estava sendo cautelosa. Eu merecia.

Puxei sua mão do meu peito e dei um beijo em seus dedos. “Não tenho certeza se eu deixei claro esta manhã. Mas eu estou certo. Não há dúvida em minha mente. Você tem alguma?” Porque se ela ainda não sabe se quer fazer isso eu poderia ter de recorrer a medidas drásticas. Como sequestrá-la e levá-la para uma cabana nas montanhas e ter certeza que ela ficasse tão viciada em mim como eu estava por ela.

Suspirei interiormente. O fato de eu apenas pensar em algo como isso significava que eu estava afundado muito profundo.

“Eu estive certa desde que eu tinha quatorze anos.” Ela respondeu.

Eu tinha começado a empurrá-la para longe, mesmo naquela época. Quando eu sabia que tínhamos alguma coisa, mas eu a feri no final. Então eu a feri no início também. Agora eu tinha um monte de anos para compensar.

Eu agarrei a parte de trás de sua cabeça e a beijei até que ela estivesse agarrada a mim e nossos peitos estivesse subindo e descendo rapidamente. “Eu te amo.” Eu a lembrei. Então eu pressionei mais um beijo em seus lábios antes de virar em direção ao escritório do meu pai.

Eu não tinha estado tão feliz por estar aqui, respirar o ar limpo e comer neste lugar por um maldito longo tempo. Desde a minha infância, pelo menos.

Olhei para trás para me certificar de que Lila Kate tinha ido para a sala de jantar antes de bater na porta de meu pai.

“Entre.” Ele gritou.

Pela primeira vez eu não estava temendo isso. Abri a porta, e meu pai estava ali encostado na frente de sua mesa e com os braços cruzados sobre o peito. Uma carranca no seu rosto e os olhos brilhando em minha direção.

“Explique-me o que acabei de ver lá fora. Vá lentamente. Seja minucioso.”

Merda.

“Eu não tenho certeza do que você está se referindo.” Foi minha resposta covarde.

“Cruz, eu não estou na porra do clima.”

Isso precisaria ser tratado mais cedo ou mais tarde. Acho que, pelo menos, tiraríamos logo isso do caminho. “Eu estou apaixonado por Lila Kate.”

O olhar de meu pai desapareceu, e as sobrancelhas se juntaram enquanto ele me estudou. “Apaixonado? Como amando apenas uma única mulher?”

Jesus, ele tinha uma baixa opinião de mim. “Existe outro tipo de amor? Porque eu sempre acreditei que se você estivesse apaixonado, era apenas por uma mulher. A menos que você ame as mulheres em geral.”

“Você é um espertalhão.” Disse ele carrancudo novamente. “Quando você decidiu que estava apaixonado por Lila Kate?”

Por que isso importa? Eu não estava aqui para me defender. Eu teria que fazer isso com Grant. Eu não deveria ter que fazer isso com meu pai. “Isso importa?”

Ele me deu um aceno de cabeça afiada e continuou a olhar para mim.

“Quando eu pensei que ia perdê-la. Foi quando eu percebi.”

“Perdê-la? E quando é que você a teve?”

“Eu não a tive, mas só a ideia de que ela poderia amar alguém, me esquecer, seguir em frente, foi um tapa na minha cara. Um que eu precisava.”

Meu pai se levantou e eu gemi. “Essa não é a resposta que eu queria ouvir. Você não pode simplesmente achar que a ama, a fim de mantê-la te amando. Então se cansará e quebrará seu coração. Isso é cruel, filho. Egoísta. Eu ensinei-lhe melhor do que isso.”

“Eu a amei por um longo tempo, tudo bem? Eu sabia que se eu me deixasse eu sentiria algo especial. Mas Lila Kate é... ela é importante. Eu não poderia machucá-la. Eu estava protegendo-a.”

Eu vi quando ele esfregou a testa, como se estivesse frustrado. Este não era o seu negócio. Nós não éramos crianças que estavam apenas se pegando na porra de um banco de trás do carro. “Você queria se encontrar comigo sobre a franquia Kipling.” Eu o lembrei.

“Você está mudando de assunto.”

Eu balancei a cabeça. “Sim.”

Ele começou a dizer outra coisa e parou. “Bem, vocês são adultos. Se você quiser fazer isso, eu não posso pará-lo. Mas Lila Kate não é como as mulheres que você costuma passar tempo. Ela é frágil, doce, insegura... Eu não quero que você a machuque.”

Olhei diretamente para o meu pai. “Nada jamais foi tão sério na minha vida. Eu vou matar qualquer um que tente machucá-la.”

Papai sentou ali por um momento, então, levantou uma de suas sobrancelhas. “Bem, filho, eu acho que perdi a aposta.”

“O quê?”

Ele caminhou até seu lado da mesa. “Eu disse a sua mãe que você seria um solteirão até que tivesse pelo menos quarenta. Ela apostou que você se apaixonaria antes do ano acabar. Ela disse que só tinha um sentimento.”

Irritado com os meus pais, eu me levantei. “Eu não posso acreditar que vocês estavam apostando nisso. Espero que ela apenas esvazie a porra dos seus bolsos.”

Papai riu. “Eu não vou dizer-lhe sobre o que foi a aposta... você não poderia lidar com isso.”


Trinta e Seis

Lila Kate

 


O CHÁ OOLONG FOI ficando frio enquanto esperava Cruz. Eu tinha tomado alguns goles, mas meus pensamentos estavam em outro lugar, e eu tinha esquecido sobre isso enquanto eu ponderava essa situação. Eu não estava brincando quando eu tinha dito que lidaria com um monte de ‘Shelbys’. É assim que as coisas eram.

O problema era que eu imediatamente comecei a comparar-me com ela e encontrar meus defeitos. Ela era mais alta, tinha pernas compridas, os cabelos eram loiros e encaracolados. Ela era confiante. Eu não poderia fazer isso toda vez que entrasse em contato com uma mulher com quem Cruz tinha dormido. Eu acabaria por tornar-me miserável. Eu tinha que construir alguma confiança, tinha que pensar sobre as minhas boas qualidades e me lembrar que Cruz tinha dito que me amava.

Eu tinha quase certeza de que ele nunca tinha dito isso para outra mulher. Não era um comportamento dele proclamar o amor.

“Desculpe ter demorado tanto tempo.” A voz de Cruz me assustou, me fazendo saltar um pouco. Ele sorriu obviamente se divertindo. Quando se sentou, acrescentou, “Você estava em um pensamento profundo.”

Eu balancei a cabeça. “Sim. Só pensando.”

Que acabou com seu sorriso. “Sobre?”

Ele era tão inseguro quanto eu. Isso ajudou um pouco. Eu não era a única a me sentir vulnerável. “Sobre tudo. Nada específico.”

Ele se inclinou e olhou para mim com uma expressão séria e intensa. “Por favor, não questione o que temos ou eu... Dê-me tempo, eu posso ser todas essas coisas que você pensa que eu não posso ser.”

Enfiei minha mão sobre a mesa e cobri a sua. “Eu sei. Isso não é o que eu estava pensando.”

Ele parecia aliviado e seu polegar esfregou os meus dedos. “Bom.”

“Olá Lila Kate, Cruz.” A interrupção foi de Kelsey Torrent, chefe de marketing da Kerrington Club.

A mão de Cruz escapou da minha abruptamente, e ele endireitou-se em sua cadeira. Ninguém mais iria perceber que ele tinha feito isso tão bem. Mas a interrupção de Kelsey tinha lhe assustado. Ela estava trabalhando para o clube há cinco anos. Eu não a conhecia muito bem.

“Olá, Kelsey.” Cruz respondeu mal olhando para ela.

Kelsey sorriu como se a nossa saudação tivesse sido muito mais quente. Senti um incômodo que não fazia sentido pairar sobre nós. “Olá.” Eu disse tentando compensar a resposta de Cruz.

Kelsey mal olhou para mim. “Seu pai quer falar com você.” Ela disse a Cruz. Seu tom era irritado. Ela não pareceu se importar muito com ele. Eu me perguntava se ela se sentia ameaçada por sua posição no clube. Eu poderia imaginar que ela não estava animada sobre responder a alguém vinte anos mais jovem que ela nos próximos anos.

“Eu acabei de sair do escritório dele.” Cruz respondeu.

Ela estava tentando cobrir sua raiva súbita. Mas eu consegui ver por atrás do falso sorriso dela. “Isso pode ser verdade, mas ele quer que você volte. Tenho certeza.” Ela olhou para mim com um sorriso apertado. “Senhorita Carter pode terminar o almoço sozinha.”

Comecei a dizer a ele que eu podia simplesmente voltar para o estúdio e trabalhar, mas Cruz falou primeiro. “Eu vou comer o meu almoço, e depois verei o que o meu pai precisa em seu escritório.”

Kelsey Torrent não estava satisfeita. Estava mais do que irritada. Quando se virou e foi embora, eu soltei o suspiro que estava segurando. Pensei que os dois iriam fazer uma cena. O que provavelmente a teria demitido, e deixado Cruz em sérios problemas.

“Eu não acho que ela gosta muito de você.” Eu disse calmamente uma vez que ela estava fora da sala de jantar.

Ele deu de ombros, como se não se importasse, mas ele estava tenso. Isso o havia incomodado. Eu me senti mal por ele. Ter que se juntar a uma empresa como esta e lidar com funcionários que não gostavam que ele eventualmente fosse seu chefe. “Ela é estressada.” Foi tudo que ele disse.

Pedimos a nossa comida e Cruz tentou relaxar, mas não teve sucesso. Eu queria que ele descobrisse o que seu pai desejava em vez de se preocupar em ignorá-lo ou afastá-lo. Olhei para o meu telefone e decidi ajudar Cruz e terminar o almoço. Ele se preocuparia todo o tempo se não respondesse o seu pai logo.

“Oh, essa é a decoradora que eu preciso encontrar. Ela está disponível agora, mas não estará novamente até quinta-feira. Eu preciso ver o que ela pode fazer e obter uma cotação. Você se importa?”

“Não, está tudo bem. Você precisa se encontrar com ela e eu estarei lá ainda hoje. Eu preciso lidar com o meu pai pela primeira vez.”

“Obrigada. Eu sinto muito. Eu posso apenas pedir a cozinha para arrumar a minha comida para levar.”

Ele ficou então. “Eu vou buscá-la na cozinha. Eles vão tomar o seu tempo de outra forma.” Ele estava sendo útil, mas sua cabeça estava em outro lugar. Nós. Nosso novo relacionamento e ser visto em público era novo. Então, eu não sinto que eu poderia questioná-lo muito sobre o que o estava distraindo. Eu teria que deixá-lo me dizer o que estava acontecendo quando ele estiver pronto.

Eu pego a minha bolsa e bebo o resto do meu chá antes dele voltar com um saco contendo o meu almoço. Era difícil perder que vários olhos o seguiam enquanto ele caminhava através do restaurante. Muitos falaram com ele. Outros observavam como se ele fosse uma refeição que eles queriam. Eu não poderia culpá-los. Ele era tão bom de se olhar.

Quando ele chegou à mesa, eu me levantei e ele me beijou. Bem ali, para todo mundo ver. Era como se ele estivesse fazendo uma reivindicação. Deixando todos saber. Mas, na realidade, ele estava mostrando que ele estava falando sério. Peguei o saco uma vez que o beijo terminou e senti meu rosto ficar quente.

“Você está corando.” Ele sorriu.

“Sim,” eu sussurrei. “Essas pessoas podem não me conhecer, mas todos eles sabem que você é.”

“Eles conhecem você, Lila Kate Carter.”

Minhas bochechas estavam em chamas agora.

“Deus, você é linda.” Disse ele, rindo agora. Sua tensão anteriormente tinha aliviado. “Vejo você em breve.”

Com um aceno de cabeça e um sorriso tímido, saí olhando para frente, com medo de fazer contato visual com qualquer pessoa. Cruz já havia desaparecido na outra direção.

“Lila Kate.” Uma voz feminina me parou. Me virei para ver Adelle Boyd me dando um olhar calculista. Ela estava sentada em uma mesa com sua mãe e sua irmã mais nova. Todas as três usavam saias de tênis como se tivessem acabado de sair da quadra. O que provavelmente tinha acontecido.

“Olá.” Eu disse por tabela, já sabendo do que se tratava. Aquele beijo era doce, mas eu sabia que ia chamar um pouco de atenção que eu não queria. Ou devo dizer drama.

“Você está namorando Cruz?” Perguntou ela com um toque de descrença em seu tom.

Forcei um sorriso. “Sim.”

Sua mãe fez um som estranho no fundo da garganta. Eu não olhei para ela.

“Desde quando?”

“É novo.” Eu disse a ela docemente. O que eu queria era ser rude e dizer-lhe que não era da sua conta.

Sua boca transformou-se em um sorriso divertido. “E vai ser curto também.”

Tanto a mãe quanto a irmã tentaram abafar seus risos. Eu não tenho tempo para isso.

“Tenham um dia maravilhoso também.” Eu disse antes de sair e esperando que ninguém me parasse novamente.

Uma vez fora, eu respirei com alívio. Isso era apenas o começo. Eu tinha que aprender a lidar melhor com as reações das pessoas.


Trinta e Sete

Cruz Kerrington

 


VIREI-ME E FUI EM OUTRA DIREÇÃO quando Lila Kate deixou o clube. Meu estômago se apertou e meus demônios me perseguiram. A razão pela qual eu tinha mantido distância de Lila Kate, a razão pela qual eu a queria e agora eu sabia que a amava, mas nunca iria chegar perto o suficiente, só estava vigiando-a. Eu tinha visto esta oportunidade e tinha ido atrás dela mesmo sabendo que eu tinha merda o suficiente para nos destruir, mesmo antes de ter começado. Eu tinha jurado a ela que não iria machucá-la. Eu estava prestes a ter certeza de que iria cumprir essa promessa.

Virando à esquerda em vez da direita, eu me dirigi para o escritório de Kelsey. Meu pai não a tinha enviado para mim. Ela tinha me visto com Lila Kate e veio atrás de mim. Normalmente, ela não interfere na minha vida sexual. Ela era uma mulher casada, afinal das contas. Mas ela sabia... Lila Kate Carter era diferente.

Eu não bato em sua porta. Eu apenas entro. Ela estava de pé do outro lado da sala com um copo de água gelada na mão olhando pela janela.

“Você não pode sair com ela,” foi tudo que ela disse. Nem sequer virou-se para mim.

“Eu posso fazer qualquer merda que eu quiser fazer, Kelsey,” eu respondo com raiva, pois ela pensa que sua buceta é tão mágica que pode me controlar. Talvez isso fosse verdade quando eu tinha dezesseis anos e ela me trouxe neste escritório em uma noite tardia, após um baile e chupou meu pau pela primeira vez. Ela tinha algum poder sobre mim. Mas eu não era mais um garoto. Eu tive muitas mulheres desde que ela me apresentou ao sexo.

“Eu não me importo com todas as suas prostitutas. Isso é tudo o que elas são. Você é um homem. Homens gostam de sexo. Eles gostam de variedade e eu estou bem com isso. Mas não ela. Você sabe que ela não é uma prostituta. Você quer mais com ela,” então ela se virou para mim. “Estou certa?”

“Sim, você está certa. O que nós fizemos não estava certo. Você é casada. Nós deveríamos ter parado isso há muito tempo. Inferno, nunca deveria ter começado. Mas eu era um adolescente com tesão e você tirou vantagem disso. Eu não me importava com o seu marido. Eu deveria ter me importado, mas meu desejo sexual estava em ação. Acabamos. Eu a amo. Há apenas ela para mim.”

Kelsey era uma mulher bonita. Alta, esbelta, peitos generosos e uma aberração quando se tratava de sexo. Eu a fodi sobre essa mesa muitas vezes e em várias posições diferentes. E ela me assistiu foder outras meninas, ficava esperando para transar porque isso a excitava. Tinha sido divertido. Antes. Mas, no ano passado, ela ficou pegajosa. Mais carente. Mais possessiva.

“É isso que você acha? Que você pode me foder por cinco anos e em seguida ir embora. Bem desse jeito?”

“Nós nunca tivemos um relacionamento. Nós transamos. Nunca foi exclusivo. Você é casada. Lembra? Eu posso fazer o que diabos eu quiser fazer. Esta coisa que fizemos está terminada.”

O fogo em seus olhos não era uma coisa boa. Ela não gostava de ouvir não. Ela normalmente tem o que quer. Eu estava mais do que certo de que eu não era o único adolescente que a tinha fodido. Ela gostava de jovens. Ela me disse isso quando mostrou os peitos para mim e me chupou pela primeira vez.

Apesar de ter relações sexuais com ela nos últimos cinco anos ter sido divertido, eu sabia que era errado. Era algo que Lila Kate nunca entenderia. Eu tinha que ter certeza de que isso foi enterrado. Esquecido.

“Você acha que tem controle sobre isso?” Kelsey perguntou enquanto dava um passo em minha direção. Ela estava desabotoando sua camisa. Antes ela teria conseguido me excitar. Agora, ela só me deixava puto.

“Sim, eu acho. Está feito. Acabou.” Eu era direto. Olhei nos olhos dela e fiz com que ela visse o quão sério eu estava.

Sua blusa estava aberta, mas eu não olhei para baixo. Eu não queria isso dela. Não mais.

Sua mão estava em meu pau, e ela apertou. “Sério?” Sua voz era um ronronar.

“Sim, realmente,” eu respondi, me afastando dela. “Simplesmente pare. Você é patética.”

Ela congelou, seu rosto previamente sorrindo se transformou em um estado de fúria. “Seu pequeno bastardo malcriado. Você vai se arrepender.”

“Não, eu não vou,” eu lhe assegurei isso, virei e fui embora. O fim do que eu estava fazendo com Kelsey estava muito atrasado. Quando eu estava quase fora, ela encontrou uma maneira de me parar.

“Estou grávida. Meu marido é estéril. Eu estava me preparando para lhe dizer sobre nós. Eu ainda estou. Você não pode me virar as costas, Cruz. Você vai ser pai.”

Eu a olhei. Ela estava mentindo. “Eu nunca te fodi sem proteção. Nunca. Então esse bebê é de outra pessoa. Não é meu. Você diz a ele que é meu e você vai ter que provar isso.” Eu não era mais um adolescente. Ela não podia me enganar com essa merda.

Seus olhos se encheram de lágrimas. “Preservativos não são cem por cento eficaz.”

“O controle da natalidade é,” eu respondi.

Ela enxugou uma lágrima que rolou pelo seu rosto. “Eu parei de tomá-los um ano atrás. Eu queria um bebê. Eu quero um bebê seu.”

Eu balancei minha cabeça. Não. Ela estava mentindo. Esta era sua maneira de me manipular. Mas isso não iria funcionar. “Você é uma mentirosa,” Eu rugi sem me importar com quem me ouvia, em seguida, sai do escritório. Longe do clube, a merda estava aproximando-se de mim. Eu pensei que ela ia ficar quieta por medo de perder o seu casamento. Ela me disse uma vez que amava o marido, mas ele não cuidava dela sexualmente. Ela precisava de mais. A sujeira, a excitação. Eu tinha sentido pena dela e não entendia como um homem não iria desfrutar de suas necessidades sexuais insanas. Tinha sido divertido. Agora eu vi que a diversão se tornou em algo fodido.

Isso também iria me destruir se ela continuasse com essa mentira. Eu tinha que encontrar uma maneira de parar com isso. Para proteger Lila Kate. Eu nunca quis que ela visse esse lado da minha vida. Nem descobrir a merda sórdida que eu tinha feito.

Chegar até Lila Kate era tudo que eu precisava agora. Para segurá-la. Sentir seu cheiro. Senti-la. O brilho de seu mundo fez meu passado danificado desaparecer.

Dirigi para seu estúdio, era apenas algumas milhas de distância, mas parecia uma eternidade. O medo de que ela descobrisse tudo e me odiasse pesava sobre mim. Sua recusa em me ouvir e me amar estava arranhando nos meus calcanhares. Eu dirigi mais rápido e focado em conseguir chegar até ela.

Tomei passos largos e rápidos do meu carro para a porta. Quando eu a empurrei aberta, lá estava Lila. Ela já tinha colocado suas roupas manchadas de tinta, jogou os cabelos em um coque e estava dançando uma música enquanto limpava um pincel. Ela era boa. Perfeita. Pura.

Eu tranquei a porta atrás de mim e fui até ela. Ela olhou para cima, assustada no início e depois sorriu.

“Ei,” foi à única coisa que ela teve tempo de dizer antes que eu estivesse na sua frente. Recuei-a até que estivesse no canto bloqueando as janelas. As sombras não mascaravam a surpresa e emoção em seu rosto.

Eu não tomei tempo para beijar e abraçar ela. Eu não podia. Os lobos que estavam me perseguindo, me assombrando, tinham me desesperado. Eu empurrei para baixo seu short e sua calcinha, então, rapidamente empurrei meu jeans até que meu pau estivesse livre. Agarrando-a pela cintura, apertei-a entre a parede e meu corpo, em seguida, empurrei nela com um gemido.

Ela agarrou meus ombros e gritou meu nome. Isso só estava me deixando mais selvagem para piorar. Minha boca devorava a dela, tomando tudo. Eu estava transando com ela enquanto a amava.

“Isto é meu,” eu disse para ela mordendo seu pescoço. “Você não pode me deixar.” Minhas palavras iriam parecer loucura para ela, mas elas saíram de qualquer maneira.

“Ok,” ela disse enquanto sua cabeça foi jogada para trás contra a parede e sua garganta exposta para mim enquanto eu lambia e deixava minha marca nela.

“Eu sempre vou precisar disso. Preciso de você. Eu sou viciado em você. Viciado porra.”

Ela gemeu e eu bati com mais força. Querendo ficar tão profundo que nós seríamos como uma só pessoa. Ninguém jamais seria isso para mim. Ela era tudo que eu precisava. Estar dentro dela fez a escuridão e as mentiras irem embora. Tudo o que importava era ela. Isto. Nós.

“Oh Deus,” ela gritou, em seguida, mordeu meu ombro. Ela estava tremendo nos meus braços. “AH!” Seu orgasmo apertou meu pau e eu me deixei ir com ela.

“Porra! É isso aí, baby. Goze em todo no meu pau.”

“Ahhhh! Cruz! Eu não posso,” ela estava agarrada a mim agora. Seus braços em volta de mim. A cabeça na dobra do meu pescoço.

Eu explodi dentro dela tentando retirar, mas era tarde demais.

“Merda,” eu gemi quanto o resto da minha libertação revestiu o interior de sua coxa.

Ficamos ali no canto suados, enrolados, ofegantes. Isso era algo que eu nunca tinha feito com ninguém. Eu sempre tinha sido cuidadoso. Mas minha insanidade quando se tratava de Lila Kate tinha assumido o poder.

“Está tudo bem,” ela sussurrou finalmente. “Lembra que eu estou tomando pílula.”

Eu balancei a cabeça e continuei segurando-a. Desejando que eu ainda estivesse dentro. Pulsando minha libertação até que ela corresse livremente dentro dela. Fazendo-a minha.

Eu estava me assustando.


Trinta e Oito

Lila Kate

 


EU TINHA A INTENÇÃO de conseguir um lote feito neste fim de semana. Mas Cruz tinha mudado esse plano. Após o sexo selvagem que tivemos lá embaixo, ele tinha me levado para o chuveiro, onde ele agora estava banhando-me lentamente. Ele não estava falando muito. Tinha um olhar assombrado em seus olhos como se estivesse fugindo de alguma coisa e precisasse de mim para protegê-lo era difícil de não perceber. Era como se ele estivesse seguro, desde que estivéssemos nos tocando.

Ele era mais importante do que o estúdio. Tudo o que eu podia esperar. Por enquanto, eu gostava dele. Gostava de estar com ele. Ele precisava de reafirmação. Isso era novo. Eu diria que precisava de reafirmação também, mas da maneira como ele estava pairando sobre mim eu estava começando a achar que era demais.

Domingo nós dormimos, tomamos café da manhã que nós cozinhamos juntos e assistimos filmes durante todo o dia.

Quando a segunda-feira de manhã veio, assim como Ophelia. Eu tinha acabado de sair do banho e estava ansiosa pelo café que cheirava na cozinha quando a ouvi dizer, “Puta merda. Isso não está acontecendo.”

Peguei uma toalha, enrolei-a em torno de mim e corri para lá. Ophelia estava de pé na cozinha com uma mala olhando de boca aberta para Cruz, que estava vestindo apenas uma cueca boxer enquanto segurava uma forma de muffins que eu tinha deixado no forno.

“Bom dia, Ophelia. Não posso dizer que estou feliz que você esteja de volta,” disse Cruz quando ele se virou para olhar para mim e piscou.

Ophelia virou seu olhar para mim. “Oh meu Deus,” era tudo que ela podia dizer. Seus olhos estavam arregalados, e ela deixou cair a bolsa de seu ombro esquerdo para o chão com um baque alto. "O que aconteceu?"

“É rude pedir detalhes, O. Você devia pensar melhor,” Cruz estava zombando dela.

Ela olhou para ele. “Eu não quero detalhes! Eu quero uma explicação que não inclui o que você dois...” ela sacode um dedo entre nós e disse, “estão fazendo.”

Cruz riu alto. “Você acabou de dizer ‘estão fazendo’?” Perguntou ele e em seguida, riu um pouco mais.

Ela desistiu dele e virou completamente para mim. Eu ainda estava ali silenciosamente despreparada. “Lila Kate?” Ela perguntou.

“Eu, bem, uh,” Olhei para Cruz que estava comendo um muffin e sorrindo e gostando um pouco demais disso. “Sim, nós fizemos isso,” eu disparei.

Cruz começou há rir um pouco mais.

“Você perdeu a cabeça?” Ela perguntou apontando para ele. “Ele é uma puta!”

“Ei, eu tenho sentimentos. Você está esmagando-os,” não parecia totalmente esmagados.

Ela revirou os olhos e balançou a cabeça.

“Não, eu sou, uh, nós somos, você vê,” Eu estava atrapalhada.

“Nós somos exclusivos. Eu desisti do meu jejum, porque Lila Kate me deu um gosto e eu fiquei viciado. Há também o pequeno detalhe muito importante que eu estou apaixonado por ela.”

Sua explicação não era tão doce e romântica como as coisas que ele disse para mim, mas meu peito inchou de qualquer maneira. Isso foi tão doce como Cruz deixou o mundo vê-lo. Ele tinha se aberto e apenas ficou mais vulnerável ao admitir isso.

“Apaixonado?” Ophelia repetiu como se fosse uma palavra estrangeira que nunca tinha ouvido antes. Ela olhou para mim.

“Sim. Eu também o amo.”

Derrotada, ela sentou-se em sua mala e balançou a cabeça. “Eu preciso de um momento. Isto... apenas Uau.”

“Muffin?” Cruz perguntou segurando a tigela para ela e depois para mim. “Eles estão deliciosos pra cacete. Pegue um agora porque eu vou comer todos.”

Passei por Ophelia, e ela me olhou como se eu estivesse prestes a criar asas e voar. Quando ela se sentou no bar, peguei um muffin da tigela, em seguida, fui me servir um pouco de café.

“Você vai,” ela acenou para Cruz. “Andar por aí em sua cueca?”

Ele sorriu. "Não. Você não é tão sortuda. Eu não sabia que você estaria intrometendo-se tão cedo.”

“São dez,” respondeu ela.

“Exatamente o raiar do dia.”

“Lila Kate, você não pode estar falando sério sobre isso. Ele é... ele é Cruz!”

Sorri para minha xícara de café. Este foi o nosso primeiro encontro com um amigo ou membro da família. Imaginei que isso ia acontecer muitas vezes.

“E Eli? Eu pensei que você gostasse dele.”

O sorriso de Cruz desapareceu, e ele fez uma careta. “Ela não gosta,” ele respondeu. Seu tom de provocação agora tinha desaparecido.

Eu coloquei meu copo para baixo. “Eli é um grande cara. Mas eu estive apaixonada por Cruz por um longo tempo.”

“Por quê?”

Cruz riu novamente. “Droga, Ophelia. Eu não sabia que sua opinião sobre mim era tão elevada.”

Ela inclinou a cabeça e olhou para ele com uma expressão de ‘cai na real.’ “Você feriu a maioria das minhas amigas. E quando eu digo isso, quero dizer todas elas. E agora você está dormindo com Lila Kate.”

Ele fez uma careta. “Vamos discutir meu passado? Isso já passou, está para trás. Eu gostaria de deixá-lo lá.”

Ophelia levantou-se e deixou escapar um suspiro pesado. “Isso vai acabar mal. Então Grant Carter vai matá-lo. Guarde minhas palavras,” ela disse enquanto carregava sua mala e sua bolsa para o quarto que era para ser seu.

Eu deslizei um braço em volta da cintura de Cruz e me apoiei nele. “Ela vai ser mais otimista em breve.”

Ele beijou o topo da minha cabeça. “Isso é o que eu espero que vá acontecer com todos em nossa vida.”

Ele provavelmente estava certo. Então, eu só mantive minha boca fechada e ele me abraçou. “Eu estou feliz. Eu nunca estive mais feliz,” eu assegurei isso a ele.

“Eu também. E honestamente isso me assusta como o inferno.”

“Por quê?” Perguntei inclinando a cabeça para trás para olhar para ele.

“Porque eu sei como é sentir isto e eu não posso viver mais sem isso ou você.”

“Você nunca vai ter que fazer isto, então não é um problema. Eu não vou a lugar nenhum.”

Aquele olhar desesperado, assombrado voltou novamente. Eu gostaria de poder acalmá-lo e suas preocupações. Eu era a única que deveria estar preocupada. Não ele.

“Vocês podem colocar suas roupas pelo menos enquanto eu retiro uma das caixas do meu carro?” Ophelia nos lembrou de sua presença.

Cruz puxou a toalha que estava em torno de mim e eu tentei pegá-la de volta. “Você está tirando toda a diversão,” disse para Ophelia. “Eu gosto dela em uma toalha. Mais fácil para deixá-la nua.”

“Deus! Você é um porco,” ela respondeu e voltou a descer as escadas.

Dei um tapa em seu peito e agarrei a toalha dele. “Pare com isso!”

Ele me puxou para o seu peito. “Acha que ela se importaria se nós fossemos para o seu quarto e tivéssemos mais uma rodada?”

Por mais tentador que fosse eu não ia fazer isso com Ophelia. “Vista-se Cruz,” eu disse a ele, em seguida, ele sorriu e soltou a minha toalha enquanto eu caminhava até as escadas para o meu quarto.

“Droga, você está pedindo por isso,” ameaçou.

Olhei para trás e pisquei para ele. “Guarde-o para mais tarde.”

“Eu vou levá-la de volta,” ele disse olhando para mim.

“O que?”

“Você não é uma boneca de porcelana, e nada sobre você é frio.”

Eu sorri e mordi meu lábio para não sorrir mais.

“Você é incrivelmente forte, e o seu corpo é tão gostoso que eu nunca vou ter o suficiente.”

Essas eram palavras que você nunca ouviria em um soneto mas vindo de Cruz Kerrington era poesia.


Trinta e Nove

Cruz Kerrington

 


OPHELIA andando com Lila Kate não era o ideal, mas ao longo da próxima semana isso até que funcionou. Eu até comecei a me relacionar melhor com meu pai, mas foi principalmente devido a minha chegada na hora certa para o trabalho. Indo nas reuniões que eram necessárias e em toda a merda que eu vinha ignorando.

Pensar em Agosto, quando eu tinha que voltar para a faculdade, era um saco. Lila Kate já tinha terminado. Ela estaria aqui e eu teria que deixá-la. Eu não gosto disso. Me preocupar com isso agora só me deu mais estresse. Evitar Kelsey tinha sido o meu maior obstáculo no trabalho. Ela não tinha dito nada para o meu pai, nada que eu soubesse. Eu estava esperando que ela estivesse blefando, só para me assustar.

Independentemente disso, o bebê não era meu. Eu estava disposto a fazer um teste de paternidade para provar isso. Isso se ela estivesse mesmo esperando um bebê. Eu duvidava disso também. Quando eu tinha dezesseis anos, era sexy e emocionante uma mulher mais velha. No entanto, durante o ano passado eu tinha começado a perceber o quanto tudo isso era louco.

A multidão de verão já estava a todo vapor e em pleno andamento quando eu saí do estúdio de Lila Kate às oito da manhã. Eu tinha planejado caminhar para buscar café em frente ao estacionamento e comprar para Lila Kate um desses chás extravagantes que ela gostava e um muffin. Eu definitivamente não estava esperando encontrar com Grant Carter de pé contra o sua caminhonete, com os braços cruzados sobre o peito e olhando para mim como se quisesse me matar com as próprias mãos.

Merda.

“Grant,” eu disse tentando não parecer culpado de passar a noite com sua filha.

“Não venha com joguinhos de merda, rapaz.”

Eu não fiz isso. "Não senhor. Não imaginei que você gostasse disso.”

Ele deixou cair às mãos para os lados e olhou para as janelas do apartamento de Lila Kate. “Aquela garota lá dentro é a outra metade do meu mundo. Ela e sua mãe têm sido cada sonho, cada desejo, cada maldita coisa que significa alguma coisa para mim desde o momento em que eu a segurei em meus braços.”

“Eu entendo que...” eu comecei, mas ele deu um passo em minha direção e sua carranca foi se aprofundando.

“Não. você não entende. Você não entende uma coisa maldito garoto. Você nunca teve uma mulher que amasse mais que a própria vida, nem segurou uma bebê tão preciosa em seus braços, ela foi um milagre e eu sabia que a minha vida seria para protegê-la. Você não sabe o que é isso.”

Ele estava bem ali. Eu balancei a cabeça com medo, se eu disser qualquer coisa, ele estará pronto para mim e iria quebrar um dos ossos do meu rosto. Eu gosto do meu rosto do jeito que está.

“Ela é igual à mãe. Como, doce, inteligente, e quando ela ama, ela ama com tudo o que ela tem. Isso é muito difícil para um homem lidar. Muito para ele apreciar. Eu não soube disse tudo com a mãe dela imediatamente e quase perdi a única coisa que eu tinha e pela qual valia a pena viver. Seu pai me queria morto. Eu não o culpo.”

Eu balancei a cabeça, ainda sem falar nada.

Grant ficou cara a cara comigo, os ombros mais largos e os braços mais grossos do que os meus. “Se você foder com o coração do meu bebê eu não vou dar a mínima importância para quem são seus pais. Tudo o que eu vi você fazer é foder todas por aí. Brincar. Desfrutando de mulheres. Mas aquela menina lá em cima,” ele disse apontando para dar ênfase. “Ela não é o tipo de mulher para você fazer isso. Porque eu vou te dizer agora...” ele apontou o dedo na minha cara. “Ela tem que te amar ou você nem estaria aqui. Ela nunca teria subido em sua moto e partido como ela fez. Isso não era Lila Kate. Ela fez isso porque tem sentimentos por você. Então, ou você tem os mesmos sentimentos por ela, ou você termina e dá o fora da cidade antes que eu possa encontrá-lo. Eu fui claro?”

Agora é a minha vez de falar. “Sim, senhor,” eu disse. “Eu sei de todas essas coisas sobre ela. É por isso que eu mantive minha distância por tanto tempo. Mas quando ela partiu, eu sabia que ia perdê-la ou perder qualquer chance com ela. Eu tive que tomar uma decisão e eu fui atrás dela. Eu me convenci de que era para protegê-la, mas eu sabia no fundo, o que eu estava fazendo. Eu amo Lila Kate. Eu não preciso de ninguém.”

A carranca de Grant se aliviou um pouco, mas ele ainda não parecia convencido. “Eu gosto de você. Eu gosto de sua família. Mas eu não posso simplesmente confiar em ninguém com a minha menina. Não sei se algum dia eu conseguirei. Eu não vou parar de vigiá-la. Eu não vou recuar. Se você a machucar, espere que eu irei atrás de você.”

Jesus. Era uma maravilha Lila Kate já ter conseguido um encontro na escola. Eu estava esperando que ele tirasse uma arma para fora da caminhonete e começasse a atirar a qualquer minuto. “Eu nunca vou machucá-la.”

Não parecia que ele tivesse acreditado nisso. “Seu passado não é bonito, garoto. Ele poderia voltar para assombrá-lo. Se fosse por mim, ela o deixaria sozinho. Encontraria um cara que não tivesse o objetivo de foder toda a população feminina desta cidade. Mas não depende de mim. Ela é uma mulher. É a sua escolha. Mas eu sou o pai dela e se você foder isso não haverá nenhum lugar seguro para você. Eu vou te encontrar.”

“Papai!” Grita Lila Kate e eu olho por cima do ombro para vê-la de pé na porta da frente em seu macio robe rosa com uma expressão muito infeliz em seu rosto. Felizmente, ela foi dirigida para o seu pai. Não para mim.

“Ei, querida,” ele respondeu.

Ela deu passos largos em direção a nós. “É melhor que isso não seja o que eu acho que é,” disse ela.

Ele deu de ombros como se não fosse grande coisa. “Eu sou seu pai. Eu estava vindo para visitar e encontrei Cruz deixando seu apartamento. Só queria ter certeza de que algumas coisas ficassem claras para ele.”

Como o fato de que ele ia me matar se eu ferisse sua filha. Embora eu não fosse mencionar isso.

“Eu não preciso de você para ameaçar os homens na minha vida, papai,” ela disse a ele.

“Homens?” Grant e eu dissemos ao mesmo tempo. Não havia outros homens.

Ela revirou os olhos para nós dois. “Oh, saco. O ‘homem’ da minha vida. Eu sou uma adulta. Eu posso dormir com quem eu quiser. Posso namorar quem eu quiser. E eu posso amar quem eu quiser. Você tem que confiar em mim para cuidar de mim mesma.”

“Eu confio,” disse ele dando-lhe um sorriso encantador que eu tenho certeza de que não havia sido dado antes. “Basta ter certeza de que Cruz esteja na mesma página que você. Isso é tudo.”

Lila Kate colocou as mãos nos quadris. “E que página é essa?”

“Que ele esteja tão sério sobre isso como você está.”

“E é o que estou dizendo. Não é da sua conta isso.”

“Você é minha filha e isso nunca vai mudar. Eu vou fazer toda merda ser da minha conta quando se tratar de proteger você durante o tempo que eu estiver vivo.”

Lila Kate suspirou e me deu um olhar de desculpas. “Você está mudando de opinião agora?” Ela me perguntou.

Eu sorri. Como se Grant Carter pudesse me fazer parar de querê-la. “Não. Nem mesmo perto.”

Seus olhos se acalmaram e por um momento eu esqueci de que seu pai estava mesmo lá com a gente arruinando um perfeito bom dia. Nosso tranquilo café da manhã não estava indo como planejado.

“Jesus,” Grant murmurou. Então ele se aproximou e abraçou Lila Kate. “Eu não posso te ajudar com isso, você sabe,” ele sussurrou.

“Eu o amo,” disse ela com seu olhar mudando para mim.

“E isso faz dele o homem mais sortudo, além de mim, eu sei.”

Então Lila Kate sorriu para seu pai.

Eu estava esperando por isso. Eu estava feliz que tinha acabado. Agora eu só tinha que ter certeza de que a merda de Kelsey estivesse acabado. Essa era uma bomba-relógio que ameaçava tudo. Se eu perdesse Lila Kate por causa dela, eu ficaria feliz em deixar que Grant acabasse com a minha miséria.


Quarenta

Lila Kate

 


MAMÃE TINHA ME CHAMADO para almoçarmos juntas no clube hoje. Eu tinha estado tão ocupada que não a tinha visto muito. Entre deixar pronto o estúdio e passar um tempo com Cruz, meus dias foram cheios. Eu estava prestes a entrar no interior do edifício principal do clube quando meu celular vibrou. Quando chequei, era uma mensagem de Eli.

Ele me verificava uma vez por semana, se não mais. Cruz não era a favor sobre a nossa amizade, mas ele permitiu isso. Se ele soubesse que eu tive relações sexuais bêbada com Eli, eu duvido que ele ficasse bem com isso. Isso foi antes de nós, então eu percebi que não era importante para contar.

Eu não pergunto sobre todas as garotas com quem ele dormiu antes de mim.


Estúdio quase pronto? Perguntou a mensagem de Eli.


Parei de andar e respondi.


Mais duas semanas e será aberto para negócios. Indo almoçar com a minha mãe. Falo com você mais tarde. Eu joguei meu celular de volta na minha bolsa e olhei para cima para ver Kelsey a poucos metros na minha frente.


Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Isto era tão diferente da Kelsey que eu conhecia. Ela sempre foi tão eficiente, eu não conseguia imaginá-la como emocional. Seu olhar estava parado em mim. Quase como se eu fosse à fonte de sua dor. Olhei ao meu redor para ver se não havia mais ninguém ao redor, mas era só eu.

“Eu preciso falar com você,” ela disse com a voz rouca de emoção.

Ela estava chateada por isso eu não pude dizer, ‘Não, obrigada. Eu tenho um almoço com a minha mãe.’

Em vez disso, apenas balancei a cabeça.

“Você pode vir ao meu escritório?” Ela perguntou.

Eu balancei a cabeça novamente e ela se virou e foi na direção ao escritório. Olhei em volta mais uma vez. Eu não queria ir ao escritório dessa mulher, mas eu também não vi uma saída para rejeitar o seu pedido, seria rude.

A porta estava aberta quando ela entrou. Relutantemente, eu a segui.

Ela parou e fechou a porta depois que eu entrei. Eu queria que ela tivesse a deixado aberta. Algo sobre ela me deixou nervosa.

“Eu vou ser breve. Há apenas uma coisa que você precisa saber. Eu tentei conversar com Cruz, mas ele não está cooperando. Ele é...” ela faz uma pausa e seus olhos se enchem de lágrimas novamente. “Tenho certeza que você sabe o quanto cruel e egoísta que ele pode ser.”

Isso chamou a minha atenção. “Cruz não é nenhuma dessas coisas,” eu disse em defesa dele. Os problemas dessa mulher com sua posição no clube precisavam ser tratados com o Woods.

Seu rosto manchado de lágrimas parecia menos derrotado e mais como a mulher arrogante que eu tinha visto quando ela tinha falado com Cruz, na semana passada, quando nós estávamos comendo.

“Você é tão jovem e ingênua,” disse ela com um olhar de desgosto em seus olhos. “Você não está em um conto de fadas. Cruz não é seu príncipe encantado e ele não é o tipo de cara que vai sossegar e se casar com você. Ele precisa de sexo com mulheres diferentes. Uma variedade,” ela fez uma pausa e em seguida, sorriu como se ela achasse graça de mim.

“Quando ele tinha dezesseis anos eu ensinei a ele tudo sobre sexo. Eu comecei seu vício. Nós fodemos nesta mesma mesa tantas vezes que eu nem posso contar. Eu estive aqui com as minhas pernas enquanto ele lambia minha buceta até que eu não conseguisse ficar de pé. Eu o deixei ficar com outras meninas para que ele pudesse prová-las. Mas eu sabia que ele sempre voltaria aqui. Ele me queria. Precisava do que eu lhe dei. Ele é bom em sexo, porque eu mostrei a ele o que uma mulher quer. O que ela deseja. Essa boca que você tem beijado passou por todo este corpo,” ela apalpou seu peito enquanto ela dizia isso.

Eu não conseguia encontrar as palavras. As coisas que ela dizia soava como devaneios de uma mulher louca. Ela queria que eu acreditasse que ele tinha tido relações sexuais com uma mulher casada de quarenta anos de idade, quando ele tinha dezesseis anos?

“Você está tentando afundar suas garras no que é meu.”

“Você é casada,” eu disse ainda em choque com ela, achando que eu acreditaria nela.

Ela riu de mim. “Isso não importa. Não a nós. Cruz e eu nos desejamos. Ele era meu até que você chegar. Agora estou grávida de seu filho e ele não quer ter nada a ver comigo ou com o bebê. Você está levando o pai do meu filho para longe.” Ela tocou seu estômago delicadamente.

“Você está mentindo.” Eu disse, balançando a cabeça e indo em direção à porta. Eu sabia que Cruz tinha sido um pouco selvagem. Isso não era um segredo. Mas ele não tinha feito isso. Eu tinha certeza disso.

“Eu sabia que você não iria acreditar em mim,” ela disse pegando um controle remoto de sua mesa. Os sons de sexo encheram a sala e eu me virei para ver a tela plana atrás de mim.

Não haveria como negar o que eu assisti. Kelsey estava nua, com as pernas bem abertas e a cabeça jogada para trás e Cruz estava fodendo-a em sua mesa. Assim como ela havia dito.

“Gostávamos de filmar o nosso sexo e vê-lo mais tarde. Deixava-nos quente e excitados. Muitas vezes nós nos fodíamos enquanto nos observávamos na tela. Esse é o tipo de coisa que Cruz precisa para fazê-lo verdadeiramente feliz. Eu também o observei. Ele fodia uma garota enquanto eu escondida o assistia. Ele gostava de saber que eu estava lá enquanto ele fazia sexo. Observando-os. Ele ficava tão excitado que nós dois ficávamos loucos por isso. Eu tenho vídeos também se você precisa ver.”

“Foda-se, sim, Kelsey. Se abra toda sua puta suja. Dê-me o que eu quero,” as palavras de Cruz vieram da tela e eu me encolhi. “Puta indecente. Minha pequena cadela indecente me dê essa bunda.” Disse Cruz, em seguida, virou-a. Puxando seus quadris para que sua bunda estivesse presa no ar. Ele cuspiu no ânus dela, em seguida, enfiou os dedos dentro. “Cu apertado. Você quer o meu pau dentro dessa bunda, não é?” Ela gritou. “Sim, foda minha bunda. Foda-me forte!” Ela virou a cabeça para olhar para ele e ele cobriu a boca dela com a dele, isso era demais. Eu corri. Eu corri através da porta. Eu corri para o meu carro. Corri de tudo. Eu dirigi. Eu não parei. Eu não sabia aonde eu estava indo, mas minha alma tinha sido destruída.

Meu telefone não parava de tocar, mas eu não podia atender. Desliguei-o. Se fosse minha mãe eu não seria capaz de falar. Ela ficaria preocupada. Tudo o que eu podia fazer era dirigir. Fugir de tudo. Senti como se meu peito tivesse sido esmagado.

As palavras que ele tinha dito a Kelsey e a imagem deles juntos repetia mais e mais na minha cabeça. Náuseas arranhavam minha garganta. Descrença que eu pude realmente confiar nele. Pensei que o que tínhamos fosse real. Mas ele... ele era mais sombrio do que eu sabia. Quando as lágrimas finalmente começaram a cair, eu virei em uma saída e estacionei em um hotel. Eu chorei por tudo o que eu tinha sonhado. Toda a felicidade que eu pensei que tinha encontrado. E isso tudo iria me mudar e marcar para sempre. Eu nunca mais seria a mesma. Minha fantasia tinha sido apenas isso. Nada tinha sido real. Não haveria boas recordações. Apenas um pesadelo.


Eu sinto muito. Mas eu estou bem. Eu só precisava de um pouco de espaço.


Mandei uma mensagem para a minha mãe para não mantê-la preocupada. Havia vinte e oito mensagens perdidas e cinquenta chamadas não atendidas quando eu liguei o telefone de volta. Eu ignorei todas elas, desliguei-o novamente e fui pagar por um quarto para esta noite.


Quarenta e Um

Cruz Kerrington

 


TINHA SIDO sexo. Era isso. Como eu tinha feito o meu caso com Kelsey chegar a isso? Eu mantive minha cabeça enterrada em minhas mãos enquanto o meu pai andava na minha frente. A sala estava em silêncio agora. O seu discurso e gritaria tinham terminado.

“Ela está bem. Era Harlow no telefone. Lila Kate mandou um texto simples dizendo que ela está bem, mas precisava de espaço.” Minha mãe anunciou quando entrou na sala de estar.

Olhei para cima, pela primeira vez em um grande tempo. Que alívio, Lila Kate estar segura ajudou a aliviar os meus medos. A dor ainda rasgava através do meu peito. Eu tinha ligado para ela e mandado mensagens inúmeras vezes pedindo-lhe para me ouvir. Ela não respondeu a nenhum deles.

“Ela disse para onde foi?” Perguntei já sabendo que as chances dos Carter me dizerem era quase nula.

Mãe balançou a cabeça. “Não. Acho que Grant está tentando rastrear seu celular.”

Ele estava ocupado se preocupando com a segurança de Lila Kate. Eu sabia que uma vez que ela estivesse de volta aqui em segurança, ele viria a mim. Agora, eu esperava que ele fizesse isso. Eu deveria ter lidado com Kelsey. Pensar que ela iria apenas ir embora foi estúpido.

“Ela está ameaçando uma ação judicial,” disse meu pai. “Eu já confisquei todos os itens em seu escritório. Os vídeos foram encontrados. Há alguns quando você era menor de idade. Estes irão proteger o clube. Ela vai ser a única a enfrentar acusações se ela seguir em frente com isso.”

Mamãe sentou-se na beirada da cadeira na minha frente. “Você era apenas um bebê. Ela tinha a minha idade. Eu só não entendo como ela poderia fazer isso?”

“Ele era um parceiro disposto, Della,” meu pai lembrou. “E se ela está mesmo grávida, então temos que lidar com eles.”

Eu balancei minha cabeça. “Esse bebê não é meu. Se houver um.”

“Mas se for, você não é mais um adolescente que esta sendo aproveitado. Você é um homem burro crescido que sabe mais do que só andar com uma mulher casada.”

Minha mãe empalideceu com suas palavras. Eu tinha machucado tantas pessoas. Como é que eu achei que merecia alguém como Lila Kate? Depois de toda a merda que eu tinha feito.

“Eu sei disso,” eu disse a ele levantando meus olhos para encontrar os dele. “Eu deveria ter parado. Inferno, eu não deveria ter começado. Mas eu estou pagando por isso. Eu amo Lila e agora eu a perdi. Ela está sofrendo e a culpa é toda minha. Isso está me matando.”

Papai fez uma careta. “Sim. Na vida, você vai cometer erros, mas este é mais do que um erro. É egoísta, irresponsável e com certeza até mesmo desonesto. Essa mulher é casada. Eu entendo que você era um adolescente com hormônios em fúria, mas ela é uma mulher casada. Isso...” disse ele apontando para mim. “Isso foi onde você ferrou tudo. Não, Lila Kate não vai perdoá-lo. Como poderia?”

Levantei-me incapaz de me sentar aqui e ficar ouvindo os meus erros novamente. Eu sabia que tinha fodido tudo. Eu não preciso do meu pai me lembrando mais e mais. O que eu precisava fazer era encontrar uma maneira de corrigir isso. Que parecia impossível.

“Onde você está indo?” A raiva de meu pai não se dissipou em nada durante a hora em que ele estava gritando comigo.

“Não estamos terminando aqui?” Eu respondi.

Ele fechou o espaço entre nós e olhou para mim. “Você dormiu com uma funcionária casada de um negócio que será seu um dia. Você fez vídeos de sexo com ela. Ela está alegando estar grávida de seu filho. Não, não estamos terminados, porra. Falei com os advogados. Falei com o marido de Kelsey. Estamos nos reunido em uma hora na sala de reuniões do clube. Você não vai a lugar nenhum.”

Lila Kate estava lá fora e eu não tinha ideia onde ou como encontrá-la ou onde procurar. Eu tinha ligado para Nate, mas ele jurou que ela não tinha chegado a Sea Breeze. Ela precisava ouvir o meu lado da história. Tinha que explicar a ela. Talvez ela entendesse depois que eu tivesse a oportunidade de explicar como tudo começou e como funcionou, até que corri atrás dela quando ela deixou a cidade. Eu não tinha visto nenhum problema com o que estava fazendo. Vejo agora. Se eu pudesse ser o homem que ela queria que eu fosse e apagar toda a merda do passado eu teria feito. Eu era um fodido estúpido. Agora eu iria pagar por isso.

“Ela precisa de espaço. Você não pode encontrá-la de qualquer maneira. Você não sabe onde ela foi.” A voz da minha mãe estava calma e compreensiva.

"Eu fiz isso. Eu a feri.” Minha voz falhou com emoção quando eu disse isso.

Minha mãe concordou. “Sim. E você será o único que poderá consertar isso. Mas, por agora, tem outra coisa para corrigir.”

“Absolutamente certo que ele tem,” A voz de papai estava com raiva e irritação.

“Woods, acalme-se. Eu sei que você está com raiva. Mas isso começou quando ele era criança. Ela se aproveitou dele. Lembre-se disso.”

Papai levantou as mãos em frustração. “Ela é casada, Della. Casada. Eu gostaria de pensar que o meu filho tem mais moral do que isso.”

Mãe concordou. “Eu também. Mas o que está feito está feito. Nós pensamos que era só uma raiva de adolescente e ele ia superar isso. Nós deveríamos termos prestado mais atenção.”

Pai apontou para mim. “Ele deveria ter usado seu maldito cérebro e não seu pau!”

Mãe estremeceu. “Sério, querido. Essas são palavras necessárias?”

Ele balançou sua cabeça. “É só isso. Foda-se. Eu não era perfeito na sua idade, mas eu não fiz isso. Eu não coloquei o clube em uma questão jurídica. E eu não trepei com as funcionárias casadas.”

Mas eu tinha.

“Quando é que vamos para o clube?” Perguntei.

“Devemos sair agora. Eu preciso garantir que a sala esteja pronta. E os nossos advogados precisam passar algumas coisas com você. O que você pode e não pode dizer.”

Mãe levantou-se. “Eu vou.”

“Não,” meu pai e eu dissemos ao mesmo tempo.

Mãe franziu a testa. “Por que não?”

Olhei para meu pai, e ele suspirou. “Porque Della, temo ter que lidar com questões mais do que as legais quando você ver Kelsey. Os vídeos serão discutidos e eu não confio em você para não atacar a mulher.”

Ele tinha uma razão melhor do que a minha. Eu estava preocupado, pois iria aborrecê-la.

“Ela está grávida. Pode não ser o filho de Cruz, mas eu nunca iria ferir uma mulher grávida,” mamãe argumentou.

Papai levantou a sobrancelha. “Você ainda não viu os vídeos.”

Mamãe soltou um suspiro profundo, em seguida, assentiu. “Talvez você tenha razão.”

Papai andou até a minha mãe, puxou-a em seus braços, em seguida, beijou sua cabeça. “Eu vou mantê-la informada.”

Ela assentiu com a cabeça contra seu peito. Eles sempre tinham sido assim. Próximos. Unidos. Papai a adorava e ela o adorava. Eu não queria isso. Eu sempre pensei que os deixavam vulneráveis. Eu não confio nisso. Era uma aposta de amar assim. Eu tinha ouvido de Kelsey, por anos, o quão terrível a maioria dos casamentos eram. Eu acreditei nela.

Mas os vendo assim percebi que eu queria isso também. Eu tive um gosto com Lila Kate. Por um breve período de tempo eu soube que ela era tudo que eu iria querer. Agora ela se foi. O que os meus pais tinham não era exclusivo para eles. Era simplesmente porque eles se amavam.

Kelsey não amava. Havia uma diferença.

Meus pais não eram vulneráveis devido ao seu amor. Eles eram mais fortes por causa disso. Minhas mentiras e segredos tiveram que sair para eu visse e entendesse esse tipo de amor. Por que esse teve que ser o caso? Por que eu não pude perceber isso anos atrás e salvar tantas pessoas da dor?

Eu não perderia Lila Kate sem uma luta. Eu curaria tudo o que eu tinha quebrado da melhor maneira que pudesse. Gostaria de aprender e seguir em frente. Então, gostaria de encontrar uma maneira para que ela me perdoe. Mesmo que isso tomasse o resto de nossas vidas. Eu esperaria por ela. Por nós.


Quarenta e Dois

Eli Hardy

 


VER LILA ANDANDO em minha direção com luzes em seus cabelos e os perfeitos traços marcados com dor, eu percebi uma coisa. Ela se sentia “mais.” Ela tinha experimentado o “mais” que nós todos esperávamos. Essa intensidade que o agarra e o prende com tanta força que você não pode fazer nada, a não ser desfrutar do passeio e esperar o melhor.

Eu não era o passeio para ela. Na noite em que a conheci, ela já tinha sido arrebatada por ele. Inferno, ela já estava no passeio e não queria estar. Cruz havia roubado seu coração há muito tempo. Mas eu estava grato, pois sua jornada a tinha trazido para mim. Sem ela, sem os sentimentos que desenvolvi por ela, eu nunca teria acreditado que eu poderia amar alguém como amei Bliss. Eu sabia agora que eu estava errado. Bliss era minha melhor amiga, ela era minha infância. Somos crescidos agora e nosso passeio acabou.

Lila parou na mesa que tínhamos encontrado fora da padaria em Sea Breeze. Eu já tinha comido aqui muitas vezes. Ela me ligou dois dias depois que Nate veio me ver perguntando se eu tinha ouvido falar dela. Eu não tinha no momento. Mas ele me disse que alguma merda tinha acontecido com Cruz e Lila tinha fugido.

Eu tinha perguntado onde ela estava quando ela ligou e me disse que estava em Nashville. Pensei em encontrar com ela. Mas eu não fiz. Ela não era minha. Ela nunca seria. Mas esta manhã eu tinha conseguido uma mensagem. Ela estava em Sea Breeze. Ela queria me ver.

O círculo escuro sob seus lindos olhos e a tristeza óbvias em sua expressão me doeu. Eu odiava vê-la assim. Eu sabia o desgosto que ela sentia. Nunca foi fácil. Destrói você. Recuperar-se depois exigiria força. E eu sabia que Lila tinha essa força.

“Eu pedi seu café do jeito que você gosta,” eu disse a ela quando se sentou à minha frente.

Ela tentou um sorriso. Ele era fraco e não encontrou seus olhos. “Obrigada.”

Eu a vi tomar um pequeno gole e depois levantar o olhar para mim. “Obrigada por me encontrar aqui.”

Dei de ombros. “Não tinha nada melhor para fazer. Sea Breeze tem sido chata.”

Lila não riu da minha tentativa de aliviar o clima. Em vez disso, eu podia ver os olhos dela irem para outro lugar. Seus pensamentos perdidos em outro momento. Eu a deixei ir viajar em seus pensamentos sozinha enquanto eu bebia um pouco do meu chá. Ela estava mais quebrada do que qualquer outra mulher que eu já tinha visto. Nate tinha-me contato a história. O que Cruz tinha feito. Por que Lila tinha deixado e como ela descobriu. Foi uma bagunça. Mas depois de conhecer Cruz isso não me surpreendeu. Nate disse que sabia que Cruz fodia aquela mulher casada quando eles eram adolescentes. Ele só não tinha pensado mais sobre isso ao longo dos anos.

“Você dormiu um pouco?” Perguntei trazendo-a de volta para o aqui e agora. Sem os demônios a provocando em sua cabeça.

Ela se concentrou em mim novamente, em seguida, começou a acenar com a cabeça e parou. “Não, não realmente. Quando eu fecho meus olhos... Eu estou lá naquela sala. Ela está me mostrando o vídeo... Eu os ouvi.” Ela parou e balançou a cabeça. “E eu sei que foi antes de mim. Eu sei que ele esteve com muitas, muitas mulheres antes de mim.” Ela fechou os olhos como se tivesse que dizer algo que ela não queria. Que não podia suportar olhar para mim como ela disse. “Aquela mulher se aproveitou dele. Eu nem sequer o culpo completamente pelo caso. Ela era a adulta na maior parte do seu... relacionamento.” Ela abriu os olhos lentamente e encontrou meu olhar. “É o vídeo. As coisas que ele disse a ela,” sua voz era um sussurro. “Se é isso que ele quer. Ele nunca disse essas coisas para mim. Nosso sexo... deve tê-lo aborrecido.”

Como eu estava completamente curioso eu queria saber o que ele tinha dito a mulher durante o sexo que a fez tão preocupada, eu fiz a pergunta óbvia. “Você não está preocupada com o fato dela estar grávida?”

Lila balançou a cabeça. “Não. Mesmo que ela esteja grávida, o que eu não acredito que seja verdade, não é dele. As mulheres afirmam a gravidez para tentar segurar um homem que perdeu desde o início da raça humana, eu acho. No início, eu acreditei nela e fiquei arrasada. Eu tive tempo para pensar sobre suas ações. O jeito que ela me disse. Como ela disse. Ela não é uma pessoa mentalmente estável.”

Eu tive que concordar com a parte do mentalmente estável. Se ela tinha começado a porra com o Cruz quando ele tinha dezesseis anos, então algo estava errado em sua cabeça. “Você vai voltar logo?” Perguntei.

Ela encolheu os ombros. “Eu vou ter que ir, eventualmente. Eu tenho meu estúdio para terminar. Minha vida para voltar. Vai ser difícil. Cruz não mentiu para mim porque eu nunca perguntei sobre suas experiências sexuais passadas. Mas ele sabia que essa coisa com Kelsey estava prestes a explodir e ele não me disse nada. Talvez ter sexo com ela quando ele era jovem e estúpido pode ser perdoado. Mas o vídeo que eu vi foi mais recente. Ele era mais velho. Ele ainda foi vê-la. Como posso confiar nele se ele não tem culpa por foder uma mulher casada?”

Ela tinha um ponto. E eu não tinha certeza se eu tinha uma resposta para ela. O que eu sabia era que todos tinham os seus segredos. Sua própria escuridão. Algo que eles escondiam do mundo. Escolher perdoá-los era uma escolha. Estaria perdendo a chance de ter esse “mais” que todos nós queríamos somente por ser incapaz de perdoar? Ou amar poderia ser o suficiente? Para cobrir tudo e curá-los tanto?

“Você ama Cruz?” Eu perguntei a ela.

Ela assentiu com a cabeça.

“Esse... vídeo ou as palavras desta mulher mataram um pouco desse amor? O enfraqueceu de alguma forma?”

Ela fez uma pausa, em seguida, sacudiu a cabeça. Seus ombros caíram, infelizmente, quando ela admitiu.

“Então você deve isso a si mesma, ouvi-lo e perdoá-lo. Se você não fizer isso está apenas prejudicando a si mesma.”

Os olhos de Lila se encheram de lágrimas. “Mas eu posso não ser suficiente para segurá-lo. Eu não estou... Eu não sou experiente. Eu não faço coisas como as que vi e ouvi. Eu sou.. Eu sou entediante.”

Isso me deu vontade de rir. A mulher na minha frente não era nada chata. Mas eu não ri porque eu tinha mulheres suficientes na minha vida para saber quando elas dizem merda que acreditam. Rindo disso não iria ajudar.

“Você não é nada chata. Claro, você é educada, formal e adequada. Você é gentil e atenciosa. Não usa sua beleza como uma arma. É completamente fascinante. Os homens olham para você. Eles ficam atordoados por você e você não percebe isso porque é distraída, o que a torna mais atraente. Cruz Kerrington e eu temos muito pouco em comum. Mas a única coisa que temos é que somos ambos heterossexuais. Eu sei o que ele vê quando olha para você. Sei também que o homem veio correndo atrás de você quando você deixou a cidade. Ele não queria perdê-la. Ele te ama, Lila. Eu o vi no seu apartamento naquela manhã. Volte. Deixe-o se explicar.”

Ela me deu um pequeno sorriso em seguida. “Você pensa tudo isso sobre mim?”

“Exatamente cada palavra que eu disse.”

“Por que não podia ter sido você? Por que meu coração tem que amá-lo?”

Eu ri então. Eu me perguntava a mesma coisa no começo, mas eu tive tempo para pensar nisso e eu sabia que tinha algumas coisas a enfrentar. Coisas para admitir para mim mesmo. E antes desse mês passado, eu não estaria pronto para seguir em frente. Eu estaria desperdiçando minha vida querendo uma mulher que nunca ia sentir o mesmo. Eu ainda estaria bagunçando cada encontro que eu tinha, porque eu estava comparando-as a Bliss. Mas as coisas eram diferentes agora. Eu era diferente.

Eu tinha que agradecê-la. Foi tudo por causa de Lila.


Quarenta e Três

Lila Kate

 


LEVOU TRÊS HORAS para que meus pais fossem embora. Quando eu mandei uma mensagem para eles dizendo que estava em casa, eles vieram com alimentos depois de uma hora. Eles não falaram sobre Cruz ou a razão de eu ter fugido. Nós comemos. Eu disse a eles todos os lugares onde eu tinha ido. Foi uma conversa difícil no início. Quando meu pai mencionou que iria lidar com alguns problemas, eu imediatamente o avisei que eu nunca o perdoaria se ele dissesse ou fizesse qualquer coisa para Cruz. Ele parecia muito infeliz com isso, mas com o incentivo de minha mãe, que tinha concordado em deixá-lo em paz.

Conseguir que eles saíssem e me dessem um tempo sozinha, tinha sido outro problema. Quando Ophelia chegou em casa, eles finalmente saíram. Deixei escapar um suspiro de alívio quando saíram pela porta.

“Faz tempo que eles estão aqui?” Ela perguntou enquanto se servia de um copo de água.

“Sim. Mas eles estavam preocupados e precisavam saber que eu estou bem. Apenas feliz que acabou.”

Ophelia se aproximou e sentou-se em minha frente no sofá. “Você falou com ele?”

Eu sabia que ela estava se referindo a Cruz. Eu balancei minha cabeça.

“Você vai?” Ela perguntou.

Eu pensei em tudo que Eli havia dito na minha volta para casa ontem. “Sim. Eventualmente. Teremos de falar.”

“Kelsey não esta grávida,” ela disse me observando de perto para ver minha reação.

“Eu realmente nunca pensei que ela estivesse. Mas como é que eles sabem disso?”

“Mamãe disse que Woods ameaçou dar queixa de pornografia infantil. Ela tinha vídeos em seu escritório tendo relações sexuais quando ele tinha... bem, quando tinha dezesseis anos.”

Eu não poderia responder a isso. Eu odiava esses vídeos.

“Desculpa... Eu não deveria ter tocado no assunto, mas pensei que você gostaria de saber. Quer dizer, eu fiquei chocada sobre você estar com Cruz. Vocês dois, bem, vocês realmente não se encaixam. Ele é Cruz. Os vídeos de sexo, uma mulher diferente a cada noite, as festas loucas de Cruz.”

Isso era tudo o que as pessoas viam quando eles olhavam para Cruz. O que ele tinha feito. Não quem ele era. Ninguém nunca olhou de perto o suficiente para se importar? Ninguém além de mim?

“Ele é inteligente e cheio de ideias. Ele tem um grande coração e nunca quis machucar ninguém. Ele ama a sua família e não quer decepcionar o seu pai. Há muito mais sobre o Cruz do que o que ele fez.”

Ophelia sentou-se calmamente e seus olhos me estudaram. “Você realmente o ama, não é?!” Isso não era uma pergunta.

“Meu amor por ele não é o problema. O que me preocupa é se isso é o suficiente.”

Ophelia se levantou, andou até mim e colocou o braço em volta. “É sobre encontrar a sua própria perfeição torcida, se deixando apaixonar tanto e ter uma chance. Se você já fez tudo isso, você não tem nenhuma razão para desistir. Não agora.”

“E se ele não estiver desistindo, mas só aceitando a realidade?” Eu perguntei a ela.

Ela sorriu. “Você não sabe o que é a realidade ainda.”

Isso tudo parecia fácil. Mas eu sabia que nada daquilo era. Amar Cruz foi como brincar com uma chama muito quente. Eu ia ficar queimada, eventualmente. Fui dormir naquela noite me perguntando se isso valeu a pena.

Uma semana mais tarde, eu percebi que toda a minha preocupação em perdoá-lo era inútil. Cruz não tinha vindo falar comigo. Ele não tinha ligado para me verificar. Todas as mensagens de voz e de textos me implorando para perdoá-lo no dia em que fugi eram dele. Ele não me ligou ou mandou uma mensagem novamente. Esta cidade não era pequena. Ele sabia que eu estava de volta e não veio se explicar. Ele não estava fazendo nada.

Passei os dias trabalhando no estúdio, pedindo para isso acabar, chorei no chuveiro até que estivesse cansada demais para chorar mais e, em seguida, fui para a cama. Isso se tornou uma rotina. Minha mãe tinha me chamado para almoçar, mas eu disse a ela que estava muito ocupada. Ela acabou vindo me trazer comida no estúdio outro dia.

Ophelia foi para Sea Breeze com sua família. Eles estavam indo visitar Nate e Bliss por algumas semanas. O apartamento estava em silêncio. Tudo que eu tinha eram meus pensamentos e esses eram sempre sobre Cruz. Eu estava começando a ansiar pelo dia em que eu iria tomar um banho e não acabaria em lágrimas. Eu queria a minha felicidade de volta.

A pintura foi feita. Espelhos seriam instalados com barras ao longo das paredes. Em seguida seria o chão. Os sons de construção e trabalhadores me deu algo para me concentrar diferente de Cruz.

Quando há segunda semana, desde o meu retorno, chegou ao fim, eu não chorava mais no chuveiro. Eu assisti a um filme antes de ir dormir e comi uma refeição inteira em vez de apenas mordiscar. Olhando para o teto naquela noite eu percebi que a minha vida ia ficar bem. Cruz não veio me ver. Mas eu precisava do fechamento. Suas ações ou não ações contaram-me o que eu precisava saber sobre nós. Ele estava acabado, mas eu tinha algumas coisas a dizer a ele primeiro.

Eu me levantei de manhã e gostaria de encontrar Cruz. Eu nos daria o fechamento que eu precisava. Então eu iria finalmente colocar Cruz Kerrington para trás. Seguiria em frente e desta vez não olharia para trás.


Quarenta e Quatro

Cruz Kerrington

 


MAIS FELIZ. Lila Kate estava mais feliz. Eu a tinha visto. Eu fui a Sea Breeze mesmo depois que Nate tinha me dito que ela não estava lá e eu a encontrei. Ela estava lá. Ela estava mais feliz. Eli estava sentado a sua frente e ela estava sorrindo. Ele sorria. Eles estavam livres de culpa, escuridão e de dor. Lila Kate pertencia a ele. Aceitar isso tinha sido doloroso. Eu queria que ela fosse feliz. Eu a tinha machucado de uma maneira que ele nunca faria. Eu precisava dela. Mas ela precisava dele. Eu a amava mais do que qualquer homem jamais faria.

Isso não importa. Vendo seu sorriso. Rir. Tudo tinha sido tão claro. Ela precisava dele. Não de mim. Fodido Cruz Kerrington não merecia Lila Kate. Ela teria alguém novo. Alguém que não iria quebrar o seu coração. Eu queria que ela fosse feliz. Deixando-a lá com ele tinha sido uma das coisas mais difíceis que eu tinha feito. Mas ela voltou para a casa. E agora eu estava aqui.

Eu a assisti por duas semanas. Ela não saiu. Trabalhou durante todo o dia, pediu comida, então foi para a cama cedo. Mais de uma dúzia de vezes eu quase saí desta maldita caminhonete do trabalho que eu estava usando do departamento de manutenção de campos do clube e fui até lá bater em sua porta. Mas eu não podia. Ela não tinha me ligado. Ela não tinha vindo me encontrar. Nem mesmo uma mensagem.

Meu passado era mais do que ela podia aceitar. Mas o que eu podia esperar? Lila Kate não estava manchada de qualquer forma. Ela nunca teve uma situação tão complicada. Eu era a porra do seu único pesar. Tomei um gole de café que eu tinha começado a beber porque não conseguia dormir à noite e a exaustão que veio com essa falta de sono exigia cafeína.

Meu pai não me queria no clube. Ele disse que eu tinha que crescer muito para poder trabalhar lá. Agora que o problema com Kelsey foi tratado e ela se foi, ele decidiu que era melhor que eu não tivesse relações com o clube, eu só podia trabalhar na equipe de cuidados com o gramado do campo de golfe.

Eu acordava às quatro da manhã para cortar a grama, colher erva daninha e limpar o lixo sete dias por semana. Papai disse que se eu não quisesse fazer isso e trabalhar, iria ser da maneira mais difícil, eu era bem-vindo para encontrar outro futuro. O clube significava muito para ele confiá-lo a mim depois de expor o meu comportamento imoral.

Eu esqueci o pedaço de bolo na minha mão que eu tinha trazido do café quando vi Lila Kate andar fora pela primeira vez em duas semanas. Deixei-o no assoalho do carro e coloquei meu copo para baixo enquanto ela fazia seu caminho até o carro. Ela estava indo para algum lugar. Estava indo de volta para ele? Ela estava deixando este lugar para ir a Sea Breeze? O pânico se estabeleceu em mim pois eu sabia que ela merecia o que Eli Hardy poderia lhe dar.

Uma vez que ela dirigiu, eu a segui. Percebi que isso não era saudável, mas eu acreditei que eu estava fodido na cabeça como meu pai tinha dito. Eu precisava de terapia ou algo assim. Imaginei que essa merda de cuidar do gramado antes do sol nascer era uma boa terapia.

Não me levou muito tempo para descobrir que ela estava indo para a minha casa, não para Sea Breeze. Antes dela virar na minha entrada, parou o carro na calçada e eu desacelerei a caminhonete. A porta do carro se abriu e ela virou para olhar para mim com as mãos nos quadris como se estivesse irritada.

Eu vinha atrás dela, virei a caminhonete e sai.

“Você está me seguindo?” Ela perguntou. “Você acha que óculos escuros e um boné de beisebol são um disfarce real?”

Eu pensei que tinha me escondido o suficiente. Eu estava dirigindo esta caminhonete velha e empoeirada. Fiquei impressionado que ela tinha prestado a atenção ao seu redor para perceber que ela estava sendo seguida. “Sim.”

“Por quê?” Ela perguntou.

“Eu estava preocupado com você.” E tentando criar coragem de falar com você. Mas eu não disse isso.

Lila Kate caminhou na minha direção e suas mãos pequenas me empurram com força no peito. “Eu voltei há duas semanas. Isso é tudo que você tem a dizer?” Ela gritou me empurrando para trás. “Você estava preocupado comigo? Por que Cruz? Por que você estava preocupado comigo? Porque sua amiga casada e insana me mostrou fodidos vídeos de vocês dois e me disse que estava grávida de seu filho?” Lila Kate foi falando mais alto e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Estendi a mão para tocar seus braços. Para impedi-la de me empurrar para a estrada, tentando acalmá-la.

“NÃO! Não me toque. Você não pode me tocar! Eu te amei! E você esperou por duas semanas, sentado do lado de fora e me vigiando!”

Ela sabia que eu estava sentado do lado de fora de sua casa? Droga. Ela era mais perspicaz do que eu imaginava.

Lágrimas estavam fluindo livremente pelo seu rosto agora. Ela chorou e me bateu com os punhos. Uma vez no braço e outra no peito. Depois que ela me atacou, virou-se e começou a correr de volta para seu carro.

“Você disse que me amava,” Eu falei. “Isso é passado, Lila Kate. Está acabado? Você ama alguém tão rápido assim?” O medo estava obstruindo minha garganta. Eu a observei, enquanto segurava um pequeno pingo de esperança de que ela me perdoasse. Que ela não tinha se mudado tão rapidamente para Eli Hardy. Que ela ainda me amava. Que não seria capaz de me amar depois do que ela viu, do que ela sabia, era pior. Como eu lutaria por ela se ela não me ama mais?

Ela parou. Nós dois ali. Ela estava de costas para mim. Esperei mesmo que eu quisesse correr para ela. Para segurá-la. Para pedir-lhe para me amar.

“O que você quer de mim?” ela perguntou voltando-se para mim. Seu rosto coberto de lágrimas estava manchado e vermelho.

“Tudo,” eu respondi honestamente.

“Onde você esteve?”

“Do lado de fora da sua casa. Nessa maldita caminhonete,” eu admiti.

“Por quê?”

“Porque eu estava aterrorizado com isso. Que eu não tivesse chance de fazer isso direito. Que eu tivesse perdido tudo. Que eu tivesse perdido você.”

“Então você não veio me procurar? Você deixou-me pensar que tínhamos terminado?”

Eu balancei minha cabeça. “Eu liguei, mandei mensagens para você e você nunca respondeu. Eu estava esperando. Dando-lhe tempo. E... Eu vi você com ele. Eu vi você sorrir. Eu vi você rir. Você estava feliz, Lila. Eu quero que você seja feliz. Eu não fui embora. Eu estava do lado de fora o tempo todo. Exceto quando eu estava cortando grama e colhendo erva daninha às quatro da manhã no campo de golfe.”

“Você me viu sorrindo com quem?” Ela perguntou com confusão no rosto.

“Eli.”

“Eli? Em Sea Breeze?”

“Eu fui procurar por você. Eu encontrei você. Com ele. Ele fez você sorrir. Ele é bom. Ele não fez mal a você como eu fiz.”

Ela não respondeu de primeira. Ela só ficou lá olhando para mim enquanto deixava a minha confissão se afundar. Ela não podia negar o que eu tinha visto. Como Eli a tinha feito esquecer a dor. Tinha-lhe dado uma razão para sorrir. Ele nunca iria machucá-la como eu fiz, mas nós dois sabíamos que ele nunca poderia amá-la como eu a amo. Ninguém poderia.

“Quando foi a última vez que esteve com ela?” Ela me perguntou.

“Três meses atrás. Eu estava bêbado. Ela me chamou. Fui até ela. Era um hábito. Um que vou me arrepender para o resto da minha vida.”

“No começo, você a amava?”

“Eu era um garoto, Lila. Eu amava qualquer mulher que deixasse meu pau ficar em sua boceta. Então ela começou a me contar o quão maltratada ela era e como seu marido não tinha relações sexuais com ela. Eu senti pena dela. Em um ponto, eu acho que eu pensei que nós éramos amigos, mas sempre foi uma manipulação da parte dela. Eu nunca a amei. Eu me apaixonei uma vez. Eu ainda estou. Mesmo quando eu não percebia isso, Lila, foi você. Sempre você. A garota que eu nunca me senti bom o suficiente. A menina que eu observava de longe e sonhava à noite. Só você.”

Ela fungou e enxugou uma lágrima. “Eu tenho medo de que você vá ficar entediado comigo. Nós somos tão diferentes. Eu... Eu não sou tão experiente ou aventureira. Eu poderia ser, mas eu nem sei como.”

Meu peito estava mais leve do que em semanas. Eu puxei a minha primeira respiração profunda desde o momento que descobri que Lila Kate estava desaparecida. “Você está falando sério?” Perguntei dando um passo em sua direção.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você tem alguma ideia de quão perfeita você é para mim?”

Ela balançou a cabeça neste momento.

“Não houve uma vez em minha vida que eu pensasse sobre meu futuro e não te vi nele. Seu rosto estava sempre lá. A sua voz na minha cabeça quando eu estava fazendo a coisa errada. Aqueles olhos me assombravam mesmo quando eu estava desmaiado de bêbado. Você tem estado comigo em cada momento da minha vida. Mesmo se eu não quisesse você lá, meu coração queria você. Minha alma encontrou a sua companheira quando eu era criança. Eu poderia ter lutado contra ela, mas a conexão já tinha sido feita. Sempre será assim.” Dei mais um passo em sua direção. “Você pode até me odiar. Você nunca pode nunca me perdoar. Você pode me dizer para sair e não voltar. Mas eu vou te amar para sempre. Isso não vai mudar.”

Ela fungou novamente. “Isso significa que você vai sentar-se do lado de fora como um perseguidor me vigiando?”

Eu sorri. “Provavelmente sim.”

Lila Kate fechou a pequena distância entre nós e colocou as mãos no meu peito suavemente desta vez. “Isso não me deixa nenhuma outra escolha, então farei isso.”

“Você está indo para obter uma ordem de restrição?” Eu provoquei.

Ela sorriu então. Um grande sorriso bonito que deixava meus joelhos fracos durante o tempo que eu me lembrava. “Essa é uma opção,” ela respondeu. “Mas eu acho que eu vou com a opção número dois.”

“E qual é?” Perguntei.

Ela ficou na ponta dos pés e deu um beijo em meu queixo. “Te amar pelo resto da minha vida.”

Eu segurei seu rosto em minhas mãos e olhei para a mulher que seria sempre a que me salvou. Ela era meu centro. Amá-la tinha me destruído. O velho eu tinha ido embora. O homem descuidado, egoísta que eu era não estava mais lá. Eu queria ser bom o suficiente para ela. E eu seria. Eu seria o tipo de homem que meu pai era. Minha vida tinha um propósito.

Tudo por causa de Lila

Estendi a mão e desliguei a frigideira, em seguida, agarrei-a e a levantei para colocá-la no balcão. Espalhei seus joelhos abertos, me coloquei entre eles e puxei-a contra mim antes de tomar sua boca novamente. Eu poderia ficar assim durante toda a noite.

Com suas pernas em volta da minha cintura, ela agarrou meu rosto e me beijou de volta com tanta paixão quanto eu sentia. Era intoxicante. Cada toque, cheiro, som que ela fez me deixou louco. Meu maior arrependimento foi ter dormido com ela bêbado, como se ela fosse um caso de uma noite. Ela era especial. Eu queria lembrar como era a sensação de estar dentro dela. Saber como seu rosto parecia quando ela gritasse com um orgasmo.

Suas mãos se moveram para o meu peito, e ela os correu sobre o meu abdômen. Sentindo cada um enquanto ainda me beijava. Nossas línguas entrelaçadas. Nossa respiração sincronizada. Corri minhas mãos para cima em suas coxas querendo tocá-la e vê-la se contorcer e implorar para ter seu perfume nos meus dedos.

Ela abriu mais as pernas e a saia curta que ela usava deslizou por suas coxas até que estivesse nua. Eu podia ver o cetim branco e renda de sua calcinha. O tecido úmido estava agarrado a ela, e como um homem das cavernas, eu queria bater no meu peito que eu tinha feito isso. Eu a tinha deixado toda molhada apenas com um beijo.

Esfregando um dedo sobre o tecido fino, delicado, vi seu rosto enquanto seus olhos queimaram e seu rosto corou. Deslizando um dedo dentro, eu gemi de prazer ao calor que tocou meu dedo. Eu podia sentir sua excitação. Ela queria que eu a tocasse. Ela queria isso também.

“Eu beijei você aqui.” A memória voltou claramente. O cheiro me bateu e com ele veio à memória de suas pernas jogadas sobre meus ombros enquanto eu a comia como uma porra de um buffet que eu não poderia obter o suficiente.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você gozou na minha língua.” Minha voz era rouca de desejo.

“Sim.” Ela sussurrou.

Eu comecei a ficar de joelhos, e ela agarrou meus braços. “Não, não.”

Eu parei e olhei para ela. Esperei por uma razão para não. Eu nunca tinha tido uma mulher me pedindo para não lambê-la.

Ela respirou fundo. “Eu não estou preparada para isso. Preciso de tempo.”

Ela não estava bêbada. Nós não estávamos em um bar. E eu estava agindo como um maníaco louco por sexo.

“Eu sinto muito. Eu me empolguei. A memória...” Eu parei.

“Foi fantástico. Mas... Eu já passei por outras coisas desde então. Preciso de tempo. Eu gosto de você, Eli. Você me faz sorrir. Eu não quero estragar isso. Minha cabeça e meu coração precisam estar no mesmo lugar.”

Isto não era apenas sobre o nosso tempo. Tratava-se de Cruz Kerrington. Eu tinha que competir com as lembranças dele. Mas eu não tinha medo disso. Ele a tinha machucado. Eu nunca faria isso. Eu poderia ajudá-la a curar, e eu sou paciente, Deus, porra, eu sou tão paciente. Lila se encaixa comigo. Nós nos complementamos. Temos as mesmas ideias, gostos, crenças, e poderíamos ser um excelente casal. Eu nunca a faria sofrer.

Mas ela tinha que superar Cruz em primeiro lugar e seguir em frente com o que ela passou. Se eu fosse dar o meu coração para outra mulher, eu precisava saber que ela queria. Eu poderia ser paciente e esperar.

Eu deixei minhas mãos descansarem sobre as coxas. “Ok. Eu posso esperar.”

Ela suspirou de alívio e me abraçou. “Obrigada. Eu tenho muita sorte de ter você. Agora, eu estaria perdida e sozinha. Mas você está aqui e eu... Estou muito feliz que você veio.”


Trinta e Um

Lila Kate

 


DEPOIS DO JANTAR eu levei Eli para uma caminhada pela cidade. Ele tinha ouvido Bliss falar muito sobre este lugar, e queria ver mais. As noites aqui eram muito familiares. Crianças andando de bicicleta ao longo das calçadas, casais andando e comendo cones de sorvete e desfrutando de um dia quente, o riso dos adolescentes enquanto andavam em grupos, e a maioria deles ainda vestiam seus trajes de banho. Também havia os turistas, e era o que mantinha a área próspera.

“É um local de férias para os ricos,” Eli disse com um tom divertido.

“Aqui não é como Sea Breeze. Não há condomínios, apenas casas costeiras de luxo para alugar. Atrai um público muito diferente. Não somente adolescentes bêbados dirigindo e gritando uns com os outros através de seus tetos solares ou janelas. Eu gosto disso.”

“Há condomínios... só não gosto dos seus condomínios. Estes são pequenos e os edifícios têm somente dois andares. Como aquele lá.” Apontei para o que eu estava falando.

Eli riu. “Isso não é um condomínio. Você viu os vinte edifícios de vinte andares em Sea Breeze. Você sabe do que estou falando.”

Concordei que era muito diferente, e ele não estava mesmo do lado da elite de Rosemary Beach, que foi isolada para os turistas. Kerrington Club era o início da área privada. Eu não queria levá-lo lá. Ainda não.

“Lila Kate!” Eu ouvi meu nome e fiz uma pausa para olhar ao redor. Então eu vi o Mustang vermelho que Jace Montgomery tinha ganhado em sua formatura do ensino médio este ano. Eu acenei para ele.

“Lado errado da cidade, baby. Você se perdeu?” Eu ignorei o fato de que um jovem de dezoito anos de idade me chamou de ‘baby’, simplesmente porque esse era Jace. Ele estava brincando. Ele sempre foi alegre, e eu o conhecia desde o seu nascimento. Eu tinha ido para o hospital com meus pais quando ele nasceu.

“Mudei-me para cá.” Eu disse quando ele estacionou o carro ao nosso lado.

“Você mudou-se para o centro da cidade?” Ele perguntou incrédulo.

Eu balancei a cabeça. “Sim. Jace este é meu amigo, Eli Hardy. Eli, este é Jace Montgomery.”

Jace lançou-lhe um sorriso branco brilhante. “Prazer em conhecê-lo, Eli.”

“Mesmo aqui.” Eli respondeu.

Então Jace olhou para mim. “Você está morando aqui de verdade?”

“Sim, Jace. Acima do prédio onde eu vou abrir meu estúdio de dança.”

Os olhos de Jace se arregalaram. “Droga, isso é incrível. Última vez que ouvi sobre você tinha saído da cidade e Cruz tinha ido atrás de você. Pelo menos isso foi o que disseram.”

“Estou de volta. Decidi começar minha vida aqui.”

Ele assentiu. “Sinto muito por sua avó. Eu não estava na cidade quando aconteceu. É por isso que eu não vim com meus pais.”

“Obrigada. Tudo bem.”

Ele sorriu para Eli novamente. “Mantenha esta selvagem na coleira. Tenham uma boa noite. Tenho que ir.”

“Tchau, Jace.” Eu disse. Ele girou suas rodas em resposta e se dirigiu de volta para o outro lado da cidade.

“Ele tem dezoito anos. Essa é a única desculpa que tenho por ele.” Eu disse a Eli quando Jace se foi.

Eli riu. “Eu percebi isso. Eu tive dezoito anos, uma vez também.”

O ar da noite ainda estava quente, mas eu senti um arrepio apesar disso. Meu coração vibrou engraçado, e eu o reconheci. A maior parte da minha vida eu tinha reagido dessa forma quando Cruz estava perto. Eu queria fingir que eu não o senti agora. Que ele tinha ido embora. Mas eu olhei por cima do ombro, porque eu precisava saber se o meu corpo ainda estava me traindo.

Com certeza, lá estava ele. Sua motocicleta estacionada de frente ao meu prédio. Os braços cruzados sobre o peito e o olhar fixo em nossas costas enquanto nos afastávamos. Ele tinha vindo me ver. Eu senti meu peito apertar, e porque ele estava aqui para me ver me irritou. Eu queria não me importar. Eu queria ser a mulher forte e independente que tinha seguido em frente.

Mas não era assim. Eu queria falar com ele. Eu queria saber por que ele estava lá. Olho para ele e gostaria que ele fosse mais. Gostaria que fosse o cara dos contos de fadas. Desejo todos os tipos de coisas inúteis que eu nunca teria. Isso nunca aconteceria.

Eu não fui para ele. Voltei minha atenção de volta para Eli, onde estávamos andando, apreciando o céu noturno, qualquer coisa, menos Cruz. Não era justo deixar Eli para falar com Cruz e nem eu estava levando-o de volta para lá. Cruz nos viu. Ele sabia que Eli estava aqui agora. Ele também sabia que eu escolhi Eli.

Cada passo que demos para longe de Cruz meu coração doeu mais. Era tudo que eu podia fazer para não virar e correr para ele. Para pedir-lhe para ser diferente.

Quando Eli perguntou se eu queria um sorvete, eu sorri para ele e disse que eu queria. Então eu arrisquei um olhar para trás. Cruz ainda estava lá. Ele precisava sair. Eu precisava que ele fosse para outro lugar agora.

O Shack Sugar tinha uma fila até o lado de fora. Era o único lugar que tinha sorvete na cidade e atraia uma multidão. Chegamos à fila e vi como as crianças imploravam por doces e outras guloseimas. Os pais estavam de férias e estavam explodindo sorrisos. O estresse diário do dia se foi. Muitos adultos tinham um frozen em suas mãos. Tentei me concentrar na cena em torno de mim e não olhar para trás.

“Este lugar parece popular.” Disse Eli.

“É o único lugar para tomar sorvete na cidade.”

Ele pareceu surpreso. “Alguém precisa dar-lhes alguma competição.”

Eu ri com isso, mas tomei a minha chance de olhar para trás, para Cruz novamente. Desta vez, ele tinha ido embora.

O peso no meu peito estava lá. Meu apetite para tomar sorvete desapareceu. Mas eu sorri de qualquer maneira. Deixei-me ser uma parte da felicidade em torno de mim. O sol beijou a pele das crianças que não tinham preocupações, nenhum desgosto. Se apenas a vida ainda fosse assim, tão fácil.

“Eli...” eu disse enquanto olhei para ele.

“Sim?”

“Eu acho que eu sou um desperdício do seu tempo.”

Ele parecia triste por um momento, e então ele colocou o dedo embaixo do meu queixo e segurou meu rosto com os dedos. “Você nunca vai ser um desperdício do tempo de ninguém.”

“E se você estiver errado?”

Ele me deu um pequeno sorriso. “Então eu terei uma lembrança incrível de uma menina que eu tive sorte o suficiente de conhecer.”

Se apenas suas palavras me fizessem sentir melhor.

Olhando para trás mais uma vez, eu olhei para Cruz ou quaisquer sinais de que ele fosse magicamente reaparecer.

Ouvi Eli suspirar suavemente. “Ele se foi, Lila.”


Trinta e Dois

Eli Hardy

 


TUDO PARECIA MELHOR QUANDO acordei com o cheiro de bacon. Ontem à noite não foi o que eu esperava que fosse. Lila estava presa a Cruz Kerrington, e eu fiz o meu melhor para ignorar o fato de que ela não estava completamente comigo ontem à noite. Seus pensamentos estavam em outro lugar.

Mas eu gostava de bacon. Alonguei-me, bocejei e me sentei para ver Lila, em um pijama rosa e seus cabelos em um rabo de cavalo, de pé na cozinha. Essa era uma visão que eu poderia passar o resto da minha vida desfrutando. No entanto, quanto mais tempo eu passasse com ela, mais eu percebia que ela seria a única a ir embora. A garota da qual eu falaria por anos e anos, quando relembrasse os velhos tempos.

“Cheira bem.” Eu disse com a minha voz ainda embargada do sono.

Ela levantou a cabeça, pois estava mexendo em uma tigela e sorriu. “Nada especial. Panquecas e bacon. Mas eu tenho blueberries frescas e calda de mirtilos para colocar sobre elas. Mesmo um pouco de chatilly, se você estiver se sentindo aventureiro.”

Eu ri me levantando. “Estou sempre me sentindo aventureiro. Especialmente com panquecas.”

O olhar de Lila percorreu o meu peito nu, então eu levei o meu tempo pegando a camisa que eu tinha descartado ontem à noite. Deixei-a olhar bem. Eu sabia que meu peito era impressionante. Eu trabalhei duro para manter meu corpo em forma. Eu a assisti, e quando ela percebeu que tinha sido pega me verificando desviou o olhar e corou adoravelmente. Eu considerei ficar sem camisa, mas decidi que isso seria desespero.

Puxando minha camisa sobre a minha cabeça, eu caminhei até a cozinha, peguei um banquinho e me sentei em frente de onde ela estava trabalhando. “Eu me ofereceria para ajudar, mas você parece ter tudo sob controle e parece que você está quase acabando.”

“Eu terminei. Quer um café?”

Eu preferia chá, mas eu assenti. “Sim, mas eu pego.”

Ela virou-se e pegou um copo. “Não. Fique sentado.”

Observei-a pegar o meu copo. “Creme ou açúcar?”

“Não, obrigado.”

Ela entregou-me. “Aqui está.”

Eu comecei a falar, mas quando bateram na porta lá embaixo nós dois paramos. Lila franziu a testa e esperamos. Logo depois, aconteceu de novo. Ela tirou a frigideira fora do fogão. “Eu acho que alguém está na porta.”

“Vou verificar,” eu disse, já em pé. “Você está no meio de tudo isso.”

“Ok. Obrigada.” Ela respondeu e voltou para terminar o bacon.

Eu estava quase descendo as escadas quando percebi quem eu estava prestes a cumprimentar na porta. Foi uma coisa de instinto. Eu deveria ter esperado que ele voltasse depois da noite passada. Lila estava tão ocupada olhando para Cruz que ela não tinha percebido que eu verifiquei para ver o que tinha sua atenção. O cara ficou lá por algum tempo. Ela não ir para ele foi como uma jogada ousada, mas eu ainda achava que ela estava frágil. Ele vir aqui esta manhã não era bom.

Mas esta não era a minha decisão a tomar.

Quando cruzei o estúdio e cheguei às portas duplas da entrada, lá estava ele. Exatamente quem eu esperava. Parecendo que bebeu um litro de uísque e não tinha dormido nada.

Eu queria deixar sua bunda lá fora. Segura longe de Lila. Para não magoá-la ainda mais. Mas então ela poderia ter uma razão de ficar zangada comigo. Eu não estava aqui para protegê-la. Pelo menos não por isso.

“Cruz.” Eu disse enquanto abria a porta.

Ele me empurrou e se dirigiu para a porta dos fundos, que levava para o apartamento. Eu estava certo sobre o uísque, ele fedia como um bar. Isto não era o que ela precisava. Mas ele não pareceu dar a mínima.

“Você está tentando machucá-la?” Eu perguntei ainda de pé na porta, desejando que ele fosse embora. Ele parou e esperou um pouco antes de olhar de volta para mim.

“Você não sabe de nada. Ela não te ama. Você é a porra de um curativo.” O ódio em seu tom foi um pouco alarmante.

Dei de ombros. Eu não me afetei pelo seu ódio e eu não estava com medo dele. Ele era forte, alto, mas estava de ressaca, e eu tinha a vantagem. “Eu sei que ela está sofrendo. Ela está tentando se curar. Mas você não a deixa. Você se mantém rasgando-a uma e outra vez.”

Ele olhou para mim. Como se quisesse me matar com as próprias mãos. Eu não me movi. Eu não quero lutar com o cara. Lila não ficaria feliz com isso.

“Eu não sou bom o suficiente para ela. Por que ela não pode ver isso?” Ele parecia aflito. Tinha muito menos raiva e mais sofrimento.

“Eu acho que ela pode. Mas você pode?”

Seu ódio veio à vida. “Eu a amo. Eu morreria por ela. Eu tomaria a porra de um tiro por ela. Você pode dizer isso? Você mal a conhece. Eu a conheço toda a minha vida. Amei-a mais que a metade disso. Eu só não queria.” Quando ele disse as palavras, eu pude ver o choque em seus olhos. Ele se surpreendeu. Eu duvidei que ele alguma vez tenha admitido isso em voz alta.

“Você tem um jeito engraçado de demonstrar amor.” Eu disse a ele.

Ele passou as mãos pelos cabelos e o olhar selvagem em seus olhos era de um homem destruído. “Ela está me destruindo. Porra, eu estou arruinado. Eu preciso dela. Eu estou tão viciado nela que eu não consigo funcionar direito. Eu não suporto que ela esteja com você. Que você ou alguém como você vai ser o caminho certo para ela. Bom o bastante. Que ela vá pertencer a outro homem. Eu não posso aguentar!” Ele rugiu e puxou os cabelos como um homem possuído.

“Você bebeu demais. Vá para casa, durma um pouco. Pense nisso e se você ainda quiser volte.”

Ele balançou sua cabeça. “Eu não posso sair. Não com você lá em cima com ela.”

Isso era pior do que eu pensava. Ela estava apaixonada por um psicopata. Por que ninguém em sua vida se preocupou com isso? O cara precisava de alguma ajuda mental.

“Se você a ama, então seja o homem que ela merece. Isso...” eu disse acenando com a mão para ele. “Não é o homem certo. Você está uma bagunça do caralho.”

Ele me olhou e começou a vir para mim. Seus punhos estavam cerrados ao lado do corpo, então eu me preparei para me defender. Eu odiava bater em um homem bêbado, mas eu não iria deixá-lo chutar a minha bunda também.

“Cruz!” A voz de Lila o deteve. Olhei por cima do ombro para vê-la lá, em pé. Tão inocente e doce. Este louco, que ela amava, não estava nada bem.

Ele fez uma pausa, em seguida, virou-se para ela. “Lila.”

As lágrimas em seus olhos não estavam caindo ainda, mas elas estavam lá. Não derramadas.

“O que você está fazendo?” Perguntou ela, soando como um professor brigando com um estudante indisciplinado.

“Eu te amo.” Disse ele.

Suas lágrimas se soltaram em seguida. “Eu ouvi.”

Eles ficaram lá olhando um para o outro. Eu andei em torno deles e de volta para cima para pegar minhas coisas. Eu não pertenço a este lugar. Não agora.


Trinta e Três

Cruz Kerrington

 


LUTAR ERA IMPOSSÍVEL. Eu tentei. Eu tinha tentado tão forte. Mas eu não podia. Eu era bom o suficiente para Lila Kate? Não. Ela sabia todos os meus segredos obscuros? Não. Será que ela me amaria se soubesse? Provavelmente não. Ela me odeia. Eu não quero que ela me odeie.

Ela virou-se e agarrou o braço de Eli quando ele veio para baixo com sua mochila. Ele passar a noite aqui tinha sido a última gota. Eu tinha quebrado. Meu peito explodindo teria doído menos do que vê-la com ele na noite passada. Comendo um fodido sorvete, andando pela cidade como um casal. Eu não podia suportar isso. Eu sabia que tinha que fazer alguma coisa.

“Deixe-me falar com ele, você não tem que ir.” Ela disse a Eli.

“Sim, ele tem que ir.” Argumentei.

Ela franziu a testa para mim. “Não, ele não tem.”

“Sim, eu tenho.” Disse ele, me salvando de ter que discutir com ela. Porque esse idiota precisava voltar para a porra do Alabama e ficar lá. “Isso...” disse ele apontando entre Lila Kate e eu. “Isso precisa ser resolvido. Estou no caminho, e honestamente, eu não quero ver mais um acidente de trem.”

Dei um passo em direção a ele, minhas mãos cerrando os punhos. Lila Kate estava na minha frente antes que eu pudesse dar dois passos. Ambas as mãos no meu peito. “Cruz. Não. Basta ir lá pra cima. Por favor.”

Seus grandes e belos olhos estavam me dizendo para ir lá para cima... Para o apartamento dela. Isso significava que eu não seria aquele que iria embora. Então eu recuei e concordei.

“Obrigada.” Ela sussurrou, como se ele não pudesse ouvi-la.

“Não toque nela.” Eu o avisei, certificando-me de que ele entendeu que eu o encontraria, e me certificaria que suas mãos não trabalhassem novamente.

“Cruz, por favor.” Lila Kate implorou.

Me virei e caminhei até a porta, apenas olhando para trás uma vez.

“Sinto muito sobre tudo isso,” ela disse. “Eu nunca esperei que ele viesse aqui.”

“Mas você está feliz que ele fez.” Eli respondeu.

“Sim.” Disse ela sem hesitação.

Deixei-os. Ela me queria. Ela não estava pedindo-lhe para ficar. Proclamando que o amava. Chorando por ele. Eu não a tinha perdido ainda. Não era tarde demais para nós. Eu me preocuparia com meus segredos mais tarde. A merda que eu ainda tinha que acabar. Eu lidaria com isso. Por agora, eu só precisava de Lila Kate.

O cheiro de bacon encheu o apartamento quando cheguei ao degrau superior. A área era um grande espaço aberto, espaçoso, e Lila Kate tinha colocado seu toque nele. Sorri para todos os tons de vermelhos e amarelos. Ela adorava cores vibrantes. De alguma forma ela fez as cores, que eu normalmente não me importava, atraente.

Havia panquecas no balcão, junto com mirtilos e bacon. Ela tinha feito o café da manhã. Ciúme me comeu por dentro. A única coisa que me manteve são foi o fato do sofá-cama estar aberto e usado. Eles não tinham dormido juntos. A ideia deles embrulhados juntos na noite passada tinha sido o que me enviou a beber. Em um ponto, eu tinha bebido o suficiente para que eu tivesse desmaiado. Só dormi três horas antes de acordar torturado, outra vez, sobre a ideia deles juntos.

Peguei um pedaço de bacon e o comi, em seguida, verifiquei se havia leite na geladeira. Eu estava com fome. Eu não tinha comido durante toda a noite, e quanto mais eu pensava sobre Lila Kate cozinhando tudo isso para Eli, mais eu queria comê-lo. Tomar o que ele pensava ser dele. Foi meu primeiro, droga.

“Eu não posso continuar fazendo isso com você, Cruz.” Lila Kate disse no momento em que entrou no apartamento. Ela não estava mais chorando. Ela estava mais intensa. Séria. “Isso está mexendo com a minha cabeça. Eu sou um náufrago. Aquele cara que você apenas colocou pra fora daqui é um bom rapaz. É doce e gentil. Gosta de mim. Ele não precisa de mulheres em todos os lugares para bajulá-lo, para fazê-lo se sentir como homem. Ele é perfeito. Completamente perfeito. Então porque é que no momento em que você aparece eu esqueço tudo isso? Por que você não pode ver que isso está me arruinando? Nesse vai e volta.” Suas mãos estavam em seus quadris, e ela estava mantendo distância. Eu queria ela aqui comigo. Comendo essa refeição. Sorrindo para mim. Neste balcão, com as pernas abertas, enquanto eu a fodo. Havia muito que eu queria dela. Mas apenas uma coisa era importante.

“Você me ama?” Eu perguntei a ela. Era simples. Era o que eu precisava saber.

Ela suspirou e fechou os olhos com força. “Sim. Você sabe que sim.”

Isso era o que eu precisava ouvir. Eu andei em torno do balcão e fui direto para ela. Ela abriu os olhos quando me ouviu se aproximar. Eles estavam assombrados com a dor. A dor que eu tinha causado. Dor que ela não merecia. Eu ficaria com ela. Gostaria de passar minha vida inteira ao lado dela.

“Então me perdoe, por favor, me dê outra chance. Porque, Lila Kate Carter, eu estou completamente apaixonado por você. Eu não consigo ver minha vida sem você nela. Tudo o que eu quero, quando eu abro os meus olhos todas as manhãs é vê-la ali, ao meu lado. E a noite, eu quero dormir com você em meus braços. Então, deixe-me mostrar que eu posso ser esse cara. O que você pensou que tinha encontrado em Eli. Eu posso ser ele. Porra, apenas um pouco mais emocionante, porque ele é também extremamente certinho e você logo estaria entediada como o inferno.”

“Porque agora? O que mudou?” Ela perguntou ainda cautelosa e insegura.

“Porque eu não posso mais lutar contra isso. Eu achava que estava protegendo você de mim, mas eu posso ser o cara que você merece. Eu te amo pra caralho e nunca haverá um homem que te ame mais. Isso posso lhe garantir.”

Ela sorriu. Era um pequeno e suave sorriso, em seguida, ela balançou a cabeça em descrença. “Eu sou uma idiota.”

Isso não era o que eu queria ouvir.

“Não, você não é.”

Ela inclinou a cabeça para trás. O queixo levantado. “Sim, eu sou, porque se eu ficar aqui e discutir com você, eu irei perdoá-lo. Vou fazê-lo novamente se eu tiver que fazer. Por que eu não consigo me livrar de você, Cruz? Por quê? Como você continua me segurando assim?”

Meu coração se sentiu tão malditamente cheio que eu queria fazer um punho, socar o ar e soltar um grito de vitória. “Eu sou muito, muito doce.” Eu brinquei com ela.

Ela sorriu. “Não, você não é.”

“Ok. Bem, talvez não tão doce, mas eu posso ser. Eu serei. Vou ser tudo que você precisa que eu seja. Eu juro.”

“O que acontece quando você se cansar de mim?”

Estendi a mão para ela. “Eu te conheço toda a minha vida. Nunca, você me entediou em nenhuma vez. Nem mesmo quando você estava tão tensa que mal conseguia andar.” Sorri quando eu disse isso.

Ela riu. Isso era o que eu estava tentando fazer. “Isso não é exatamente fácil de falar.”

Segurei-a por trás e pressionei-a contra mim. “Não? Eu vou trabalhar nisso, então.”

Curvando-me beijei seus lábios suavemente. Ela se inclinou para mim e me beijou de volta. Um gemido suave, satisfeito veio de sua boca, e eu a provei com mais intensidade. Segurei-a mais perto. Isso era tudo que eu precisava. Fez todas as outras vezes, todas as outras meninas e mulheres pálidas. Elas eram totalmente esquecíveis. Lila Kate tinha reivindicado a minha alma.


Trinta e Quatro

Lila Kate

 


A ÚLTIMA PANQUECA de mirtilos, que eu tinha feito para Eli, foi comida por Cruz quando ele se sentou ao meu lado no balcão. Sua mão esquerda estava na minha coxa enquanto ele usava a mão direita para comer. Ele me manteve perto. Mesmo depois do nosso beijo, ele não queria parar de me tocar. Como se eu fosse desaparecer a qualquer momento.

Tão irreal quanto tudo isso era, eu estava lidando com a culpa sobre a forma como Eli tinha saído. Eu tentei falar com ele e convencê-lo a ficar, mas ele estava certo. Ele e eu nunca tivemos uma chance, enquanto Cruz ainda tinha tanto espaço no meu coração.

“Isso foi incrível. Eu estava morrendo de fome. Uma noite cheia de arrependimentos e Jack Daniels faz isso com você.”

Eu sorri e comecei a me mover, mas sua mão apertou o cerco contra a minha perna. “Não vá.”

“Eu preciso limpar.”

Ele se virou para mim e capturou minhas pernas entre as coxas. “Tudo vai ficar aqui. Você não tem que limpar agora.”

A maneira como ele olhou para mim tinha me preocupado que este fosse um sonho e eu estava prestes a acordar. Era difícil de aceitar. “Você só quer sentar aqui e olhar para mim, então?” Perguntei-lhe desfrutando disso, no caso de eu acordar logo e tivesse o meu coração partido por ele novamente.

“Nós poderíamos,” disse ele, em seguida, suas mãos foram para o meu pijama e o puxou sobre a minha cabeça. Eu não tinha colocado um sutiã esta manhã, desde que o meu pijama era largo. Meus seios ficaram nus para ele. O foco dele estava sobre eles e nada mais. “Ou eu poderia continuar te deixando nua, levá-la até o sofá-cama e afundar meu pau nessa sua sedosa buceta quente.” A voz dele tinha baixado para seu grunhido sexy.

“Oh...” eu respondi.

Ele riu. “Sim, oh...” Ele repetiu e então eu estava em seus braços e nós fomos para o sofá-cama.

Ele mordiscava minha orelha, fazendo-me contorcer em seus braços e começou a sussurrar exatamente o que ele queria fazer para mim. Assim como em New Orleans, ele estava focado em mim. Como ele poderia me fazer sentir. Mas quando ele me colocou para baixo eu não me deitei. Eu não estava nervosa. Agora não.

Eu subi e comecei a desfazer seu jeans. Ele me observou. Ele não falou ou se moveu. Soltando os seu jeans, eu o puxei para baixo dos quadris até que caiu no chão e ele o tirou. Então eu puxei sua cueca boxer para baixo e seu pau grosso, maior do que eu me lembrava, saltou livre.

“Se você continuar olhando para o meu pau assim, nós não vamos ter quaisquer preliminares.” Alertou.

Eu fiquei de joelhos e corri minhas mãos até a frente de suas coxas. Os músculos sob minhas mãos tensionaram. Seu corpo ficou completamente imóvel, como se congelado. Quando levei minha mão direita em volta do seu pau rígido, ele gemeu. Eu não lhe dei tempo para reagir. Minha boca cobriu a cabeça, e eu chupei tanto em minha boca quanto era possível.

“Fooooda...” ele gemeu e os joelhos tremeram. A mão estava na minha cabeça, e suas coxas continuavam tremendo. “Lila, Jesus.”

Como a minha boca cobria a pele lisa, minha mão começou a deslizar facilmente para cima e para baixo após cada lambida e o puxei em minha boca. Cruz começou a ofegar. Sua respiração era irregular e forte. Eu podia ouvi-lo, e saboreei a maneira como ele estava completamente sob meu controle.

Minha língua circundou a cabeça e ele sussurrou enquanto sua mão puxou os meus cabelos. Meu rabo de cavalo estava em volta de sua mão quando ele começou a puxar e empurrar minha cabeça enquanto eu trabalhava minha boca sobre ele.

“Eu não quero saber por que você é tão boa nisso. Jesus, Lila, inferno santo, isto é melhor do que todas as vezes que eu imaginei isso enquanto tomava banho.”

Eu sorri para ele, e ele sorriu enquanto seu peito subia e descia rapidamente. Eu o assisti. Mantive nossos olhos conectados enquanto eu corria minha língua sobre ele. Provocando. Sacudindo a ponta e, em seguida, voltando para chupá-lo.

“Deus, baby, apenas continue. Porra, isso é bom.”

Eu nunca quis dar um boquete em um cara antes. Mas Cruz, eu tinha imaginado isso e pensei sobre isso. Desejei isso com ele. Mais de uma vez, ao longo dos últimos anos.

“Eu não posso...” ele gemeu e me puxou de volta, em seguida, me jogou na cama. Seus olhos estavam escuros, as pupilas dilatadas. Com um puxão, ele tirou minhas calças de pijama e calcinha. O corpo muscular firme por quem eu era fascinada me cobriu. “Abra para mim, Lila.” Pediu ele.

Minhas coxas se abriram, e ele capturou ambos os meus pulsos e os prendeu sobre a minha cabeça, fixando-me ao colchão. “Eu ia ser o caralho doce, mas agora eu preciso dessa buceta. Você me fez louco, e isso não será nada parecido com doce, baby.”

O primeiro impulso foi forte e eu gritei de dor, mas meu corpo formigava com prazer.

“Você,” ele rosnou, em seguida, mergulhou em mim novamente. “Não pode chupar meu pau como uma profissional e parecer como um anjo, e esperar que eu fique são.”

Comecei a rir quando ele me encheu de novo e de novo, tomando o meu fôlego. Todos os meus pensamentos. Apenas a subida constante em direção ao orgasmo que eu sabia que estava por vir. A bela explosão que só era possível em seus braços.

“Eu sou viciado nisso. Em você. Na sua maldita buceta.” Ele disse como se estivesse bravo com isso. Mas então ele começou a beijar meu pescoço e dando pequenas mordidas na minha pele. Era erótico e doce, mesmo se ele achasse que não era. Cruz nunca iria ser como Eli. Ele não era estruturado, educado, ou previsível. Aqueles eram traços meus. Eu ansiava por algo mais. Eu quis a emoção e a selvageria de Cruz, sua boca suja, seu lado quebrador de regras. Todas as coisas que eu não era. Ele me equilibrava. Ele era do meu jeito.

“Lila?” Disse ele quando levantou a cabeça e afundou-me completamente.

“Sim?” Eu estava sem fôlego.

“Eu amo você, mas estou prestes a virar você e fodê-la como se eu tivesse pago por isso.”

Eu não tive tempo para responder antes que ele me tivesse no chão e suas mãos estivessem em meus quadris quando começou a bater em mim por trás. Eu perdi a minha respiração. O ângulo em que ele entrou em mim me enviou mais perto do clímax do que eu desejava.

“Então, porra é a própria perfeição o seu rabo no ar para eu foder,” disse ele entre impulsos. “Goze para mim, baby.” Soou como um comando. Meu corpo reagiu como se fosse um.

Eu explodi em chamas e gritei seu nome. Ele puxou seu pau e descarregou o seu gozo por todo o meu traseiro. Senti o calor do líquido quando jorrou em mim. Nós dois ficamos quietos. Meu corpo estava zumbindo de ser levado tão ferozmente.

“Eu tenho uma coisa por gozar em todo o corpo.” Ele declarou.

“Eu gosto disso.” Eu admiti sorrindo no travesseiro que usei para descansar.

“Fique aqui.” Disse ele, como se eu tivesse energia para levantar e ir a qualquer lugar. Eu estava perto de desmaiar. Dormir um pouco soava bem. Meu corpo passou da melhor forma imaginável.

Um pano quente me assustou, pois correu sobre minhas costas, parte inferior e entre as minhas coxas. Com uma última limpeza, ele deslizou-a sobre a área sensível entre as minhas coxas e eu ofeguei.

“Sensível?” Perguntou.

Eu balancei a cabeça.

Ele se deitou ao meu lado e me puxou contra ele. “Desculpe, eu fui tão bruto. Você me enlouqueceu com a melhor chupada do mundo.”

Eu ri e enterrei minha cabeça em seu peito.

“Ria o quanto você quiser. Você é uma profissional, e agora que sua boca não está no meu pau eu estou um pouco preocupado sobre como você ficou tão boa.”

Me movi para que pudesse vê-lo. Seus braços ainda em torno de mim. “Você dormiu com centenas de mulheres, e você está preocupado com as minhas habilidades no boquete?”

Ele fez uma careta. “Sim. Eu estou.”

Eu ri. Simplesmente porque eu só tinha feito isso uma vez antes e eu não me tornei uma grande fã, então.

“Que bom que você me acha engraçado.” Ele não parecia satisfeito.

“E se eu dissesse que eu estou preocupada com o fato de que você pode despir uma menina e estar dentro dela em menos de trinta segundos?”

Ele ainda estava carrancudo. “Eu diria que você sabia que eu era um prostituto. Eu sei que você é uma boa menina. Há uma diferença.”

Eu enterrei minha cabeça em seu pescoço e tracei um coração em seu peito. “É porque era você.” Eu finalmente admiti.

“O quê?” Perguntou.

“Foi você. Eu queria. Eu sonhei com isso. Fantasiei. Você sabe.”

Ele se afastou e inclinou a cabeça para trás até que eu tive que olhar para ele. “Você está me dizendo que você fantasiou sobre chupar o meu pau?”

Eu balancei a cabeça.

“Porra, baby. Tudo o que tinha que fazer era dizer, ‘Cruz, posso chupar seu pau?’ e eu teria feito esse sonho realidade muito mais rápido.”


Trinta e Cinco

Cruz Kerrington

 


EU TINHA UMA MERDA para consertar. Era vital que eu lidasse com isso antes que fosse tarde demais. Alguns segredos eram melhores mantidos dessa forma. O meu era um deles. Eu não ia perder Lila Kate agora que eu tive coragem suficiente para admitir que eu a queria. Que eu a amava. Eu saltei e fiz isso. Eu não estava deixando-a ir. Nem eu iria deixá-la.

Ela se tornou tão importante para mim quanto respirar. É assustador como o inferno, mas é a verdade.

Deixá-la para trabalhar em seu estúdio enquanto eu ia ao clube para uma reunião com meu pai teria sido a coisa certa. A única coisa inteligente. Mas a ideia de deixá-la não tinha sido atraente, então eu pedi que ela viesse comigo e almoçássemos.

Ela não queria este mundo. Ela tinha saído dele. Ela havia se mudado para a cidade. No entanto, eu estava lembrando-a que eu era deste mundo. Eu um dia possuiria o clube e tudo o que vinha com ele. Claro, ela sabia onde meu futuro estava, mas eu ainda não queria lembrá-la. Nada dessa droga por agora.

Quando chegamos ao manobrista, saímos do carro e fomos para dentro, ela parecia bastante feliz. Deslizei meu braço em volta de sua cintura e ela não congelou ou ficou nervosa. Ela estava bem com essa exposição pública de afeto. Eu estava apenas começando a me divertir quando Shelby, uma garçonete cujo último nome eu não lembro, veio andando para fora da sala de jantar. Eu murmurei uma maldição sob a minha respiração quando seus olhos se fixaram em mim e ela sorriu completamente perplexa com o fato de o meu braço estar ao redor da cintura de Lila Kate.

“Cruz.” Disse ela dando-me um sorriso que era muito familiar. Malditamente sexual.

“Olá.” Eu respondi com um aceno e com a esperança de continuar caminhando sobre o passado com ela. Ela era uma empregada; portanto, era óbvio que eu deveria saber quem ela era. Não era um dado, no entanto, que eu deveria saber que ela faz uma depilação brasileira uma vez por mês.

“Eu só ficarei até a troca do café da manhã.” Ela piscou para mim como se isso significasse alguma coisa.

“Então, aproveite o resto do seu dia.” Felizmente, ela entendeu o recado. Seus olhos saíram de mim para Lila Kate, e eles se abriram como se só agora percebesse que eu estava com alguém.

“Vocês estão...” Ela não terminou a pergunta enquanto sacudia o dedo para nós dois.

“Sim, estamos.” Eu respondi. “Aproveite o seu sábado.” Então, continuei esperando que Shelby tivesse terminado o seu questionamento...

“Você não tem que ficar tão tenso quando isso acontece, Cruz. Eu te conheço toda a minha vida. Vai acontecer muitas vezes.”

Olhei para Lila Kate. “Eu gostaria de poder fazer isso parar. Eu não quero que você fique desconfortável.”

Ela sorriu. “Namorar você significa lidar com todos os seus relacionamentos passados.”

“Shelby não foi um relacionamento. Ela era uma merda.”

Lila Kate suspirou. “Eu estava tentando ser mais delicada.”

Isso me fez rir. “Shelby nunca me considerou um relacionamento também. Eu prometo.”

Com um pequeno elevar de seu ombro, ela disse, “Eu não imagino que qualquer garota pensou nisso.”

Nunca desejei que eu pudesse voltar atrás e mudar essa merda. Até agora. A opinião de Lila Kate sobre mim não era ótima. E o pior é que não era mesmo preciso. Eu era muito pior do que ela pensava.

“Eu vou pegar uma mesa e pedir uma bebida enquanto você se encontra com seu pai.” Ela me disse quando nos aproximávamos da entrada do restaurante.

“Ok. Eu não demorarei, vou deixá-lo saber que você está esperando por mim. Isso deve adiantar as coisas.”

“Você está pronto para contar a seus pais sobre isso? Você não acha que devemos esperar até que você tenha certeza?” A dúvida em sua voz e em suas palavras me magoou. Mesmo agora, depois da cena dramática que eu tinha feito esta manhã, ela ainda estava sendo cautelosa. Eu merecia.

Puxei sua mão do meu peito e dei um beijo em seus dedos. “Não tenho certeza se eu deixei claro esta manhã. Mas eu estou certo. Não há dúvida em minha mente. Você tem alguma?” Porque se ela ainda não sabe se quer fazer isso eu poderia ter de recorrer a medidas drásticas. Como sequestrá-la e levá-la para uma cabana nas montanhas e ter certeza que ela ficasse tão viciada em mim como eu estava por ela.

Suspirei interiormente. O fato de eu apenas pensar em algo como isso significava que eu estava afundado muito profundo.

“Eu estive certa desde que eu tinha quatorze anos.” Ela respondeu.

Eu tinha começado a empurrá-la para longe, mesmo naquela época. Quando eu sabia que tínhamos alguma coisa, mas eu a feri no final. Então eu a feri no início também. Agora eu tinha um monte de anos para compensar.

Eu agarrei a parte de trás de sua cabeça e a beijei até que ela estivesse agarrada a mim e nossos peitos estivesse subindo e descendo rapidamente. “Eu te amo.” Eu a lembrei. Então eu pressionei mais um beijo em seus lábios antes de virar em direção ao escritório do meu pai.

Eu não tinha estado tão feliz por estar aqui, respirar o ar limpo e comer neste lugar por um maldito longo tempo. Desde a minha infância, pelo menos.

Olhei para trás para me certificar de que Lila Kate tinha ido para a sala de jantar antes de bater na porta de meu pai.

“Entre.” Ele gritou.

Pela primeira vez eu não estava temendo isso. Abri a porta, e meu pai estava ali encostado na frente de sua mesa e com os braços cruzados sobre o peito. Uma carranca no seu rosto e os olhos brilhando em minha direção.

“Explique-me o que acabei de ver lá fora. Vá lentamente. Seja minucioso.”

Merda.

“Eu não tenho certeza do que você está se referindo.” Foi minha resposta covarde.

“Cruz, eu não estou na porra do clima.”

Isso precisaria ser tratado mais cedo ou mais tarde. Acho que, pelo menos, tiraríamos logo isso do caminho. “Eu estou apaixonado por Lila Kate.”

O olhar de meu pai desapareceu, e as sobrancelhas se juntaram enquanto ele me estudou. “Apaixonado? Como amando apenas uma única mulher?”

Jesus, ele tinha uma baixa opinião de mim. “Existe outro tipo de amor? Porque eu sempre acreditei que se você estivesse apaixonado, era apenas por uma mulher. A menos que você ame as mulheres em geral.”

“Você é um espertalhão.” Disse ele carrancudo novamente. “Quando você decidiu que estava apaixonado por Lila Kate?”

Por que isso importa? Eu não estava aqui para me defender. Eu teria que fazer isso com Grant. Eu não deveria ter que fazer isso com meu pai. “Isso importa?”

Ele me deu um aceno de cabeça afiada e continuou a olhar para mim.

“Quando eu pensei que ia perdê-la. Foi quando eu percebi.”

“Perdê-la? E quando é que você a teve?”

“Eu não a tive, mas só a ideia de que ela poderia amar alguém, me esquecer, seguir em frente, foi um tapa na minha cara. Um que eu precisava.”

Meu pai se levantou e eu gemi. “Essa não é a resposta que eu queria ouvir. Você não pode simplesmente achar que a ama, a fim de mantê-la te amando. Então se cansará e quebrará seu coração. Isso é cruel, filho. Egoísta. Eu ensinei-lhe melhor do que isso.”

“Eu a amei por um longo tempo, tudo bem? Eu sabia que se eu me deixasse eu sentiria algo especial. Mas Lila Kate é... ela é importante. Eu não poderia machucá-la. Eu estava protegendo-a.”

Eu vi quando ele esfregou a testa, como se estivesse frustrado. Este não era o seu negócio. Nós não éramos crianças que estavam apenas se pegando na porra de um banco de trás do carro. “Você queria se encontrar comigo sobre a franquia Kipling.” Eu o lembrei.

“Você está mudando de assunto.”

Eu balancei a cabeça. “Sim.”

Ele começou a dizer outra coisa e parou. “Bem, vocês são adultos. Se você quiser fazer isso, eu não posso pará-lo. Mas Lila Kate não é como as mulheres que você costuma passar tempo. Ela é frágil, doce, insegura... Eu não quero que você a machuque.”

Olhei diretamente para o meu pai. “Nada jamais foi tão sério na minha vida. Eu vou matar qualquer um que tente machucá-la.”

Papai sentou ali por um momento, então, levantou uma de suas sobrancelhas. “Bem, filho, eu acho que perdi a aposta.”

“O quê?”

Ele caminhou até seu lado da mesa. “Eu disse a sua mãe que você seria um solteirão até que tivesse pelo menos quarenta. Ela apostou que você se apaixonaria antes do ano acabar. Ela disse que só tinha um sentimento.”

Irritado com os meus pais, eu me levantei. “Eu não posso acreditar que vocês estavam apostando nisso. Espero que ela apenas esvazie a porra dos seus bolsos.”

Papai riu. “Eu não vou dizer-lhe sobre o que foi a aposta... você não poderia lidar com isso.”


Trinta e Seis

Lila Kate

 


O CHÁ OOLONG FOI ficando frio enquanto esperava Cruz. Eu tinha tomado alguns goles, mas meus pensamentos estavam em outro lugar, e eu tinha esquecido sobre isso enquanto eu ponderava essa situação. Eu não estava brincando quando eu tinha dito que lidaria com um monte de ‘Shelbys’. É assim que as coisas eram.

O problema era que eu imediatamente comecei a comparar-me com ela e encontrar meus defeitos. Ela era mais alta, tinha pernas compridas, os cabelos eram loiros e encaracolados. Ela era confiante. Eu não poderia fazer isso toda vez que entrasse em contato com uma mulher com quem Cruz tinha dormido. Eu acabaria por tornar-me miserável. Eu tinha que construir alguma confiança, tinha que pensar sobre as minhas boas qualidades e me lembrar que Cruz tinha dito que me amava.

Eu tinha quase certeza de que ele nunca tinha dito isso para outra mulher. Não era um comportamento dele proclamar o amor.

“Desculpe ter demorado tanto tempo.” A voz de Cruz me assustou, me fazendo saltar um pouco. Ele sorriu obviamente se divertindo. Quando se sentou, acrescentou, “Você estava em um pensamento profundo.”

Eu balancei a cabeça. “Sim. Só pensando.”

Que acabou com seu sorriso. “Sobre?”

Ele era tão inseguro quanto eu. Isso ajudou um pouco. Eu não era a única a me sentir vulnerável. “Sobre tudo. Nada específico.”

Ele se inclinou e olhou para mim com uma expressão séria e intensa. “Por favor, não questione o que temos ou eu... Dê-me tempo, eu posso ser todas essas coisas que você pensa que eu não posso ser.”

Enfiei minha mão sobre a mesa e cobri a sua. “Eu sei. Isso não é o que eu estava pensando.”

Ele parecia aliviado e seu polegar esfregou os meus dedos. “Bom.”

“Olá Lila Kate, Cruz.” A interrupção foi de Kelsey Torrent, chefe de marketing da Kerrington Club.

A mão de Cruz escapou da minha abruptamente, e ele endireitou-se em sua cadeira. Ninguém mais iria perceber que ele tinha feito isso tão bem. Mas a interrupção de Kelsey tinha lhe assustado. Ela estava trabalhando para o clube há cinco anos. Eu não a conhecia muito bem.

“Olá, Kelsey.” Cruz respondeu mal olhando para ela.

Kelsey sorriu como se a nossa saudação tivesse sido muito mais quente. Senti um incômodo que não fazia sentido pairar sobre nós. “Olá.” Eu disse tentando compensar a resposta de Cruz.

Kelsey mal olhou para mim. “Seu pai quer falar com você.” Ela disse a Cruz. Seu tom era irritado. Ela não pareceu se importar muito com ele. Eu me perguntava se ela se sentia ameaçada por sua posição no clube. Eu poderia imaginar que ela não estava animada sobre responder a alguém vinte anos mais jovem que ela nos próximos anos.

“Eu acabei de sair do escritório dele.” Cruz respondeu.

Ela estava tentando cobrir sua raiva súbita. Mas eu consegui ver por atrás do falso sorriso dela. “Isso pode ser verdade, mas ele quer que você volte. Tenho certeza.” Ela olhou para mim com um sorriso apertado. “Senhorita Carter pode terminar o almoço sozinha.”

Comecei a dizer a ele que eu podia simplesmente voltar para o estúdio e trabalhar, mas Cruz falou primeiro. “Eu vou comer o meu almoço, e depois verei o que o meu pai precisa em seu escritório.”

Kelsey Torrent não estava satisfeita. Estava mais do que irritada. Quando se virou e foi embora, eu soltei o suspiro que estava segurando. Pensei que os dois iriam fazer uma cena. O que provavelmente a teria demitido, e deixado Cruz em sérios problemas.

“Eu não acho que ela gosta muito de você.” Eu disse calmamente uma vez que ela estava fora da sala de jantar.

Ele deu de ombros, como se não se importasse, mas ele estava tenso. Isso o havia incomodado. Eu me senti mal por ele. Ter que se juntar a uma empresa como esta e lidar com funcionários que não gostavam que ele eventualmente fosse seu chefe. “Ela é estressada.” Foi tudo que ele disse.

Pedimos a nossa comida e Cruz tentou relaxar, mas não teve sucesso. Eu queria que ele descobrisse o que seu pai desejava em vez de se preocupar em ignorá-lo ou afastá-lo. Olhei para o meu telefone e decidi ajudar Cruz e terminar o almoço. Ele se preocuparia todo o tempo se não respondesse o seu pai logo.

“Oh, essa é a decoradora que eu preciso encontrar. Ela está disponível agora, mas não estará novamente até quinta-feira. Eu preciso ver o que ela pode fazer e obter uma cotação. Você se importa?”

“Não, está tudo bem. Você precisa se encontrar com ela e eu estarei lá ainda hoje. Eu preciso lidar com o meu pai pela primeira vez.”

“Obrigada. Eu sinto muito. Eu posso apenas pedir a cozinha para arrumar a minha comida para levar.”

Ele ficou então. “Eu vou buscá-la na cozinha. Eles vão tomar o seu tempo de outra forma.” Ele estava sendo útil, mas sua cabeça estava em outro lugar. Nós. Nosso novo relacionamento e ser visto em público era novo. Então, eu não sinto que eu poderia questioná-lo muito sobre o que o estava distraindo. Eu teria que deixá-lo me dizer o que estava acontecendo quando ele estiver pronto.

Eu pego a minha bolsa e bebo o resto do meu chá antes dele voltar com um saco contendo o meu almoço. Era difícil perder que vários olhos o seguiam enquanto ele caminhava através do restaurante. Muitos falaram com ele. Outros observavam como se ele fosse uma refeição que eles queriam. Eu não poderia culpá-los. Ele era tão bom de se olhar.

Quando ele chegou à mesa, eu me levantei e ele me beijou. Bem ali, para todo mundo ver. Era como se ele estivesse fazendo uma reivindicação. Deixando todos saber. Mas, na realidade, ele estava mostrando que ele estava falando sério. Peguei o saco uma vez que o beijo terminou e senti meu rosto ficar quente.

“Você está corando.” Ele sorriu.

“Sim,” eu sussurrei. “Essas pessoas podem não me conhecer, mas todos eles sabem que você é.”

“Eles conhecem você, Lila Kate Carter.”

Minhas bochechas estavam em chamas agora.

“Deus, você é linda.” Disse ele, rindo agora. Sua tensão anteriormente tinha aliviado. “Vejo você em breve.”

Com um aceno de cabeça e um sorriso tímido, saí olhando para frente, com medo de fazer contato visual com qualquer pessoa. Cruz já havia desaparecido na outra direção.

“Lila Kate.” Uma voz feminina me parou. Me virei para ver Adelle Boyd me dando um olhar calculista. Ela estava sentada em uma mesa com sua mãe e sua irmã mais nova. Todas as três usavam saias de tênis como se tivessem acabado de sair da quadra. O que provavelmente tinha acontecido.

“Olá.” Eu disse por tabela, já sabendo do que se tratava. Aquele beijo era doce, mas eu sabia que ia chamar um pouco de atenção que eu não queria. Ou devo dizer drama.

“Você está namorando Cruz?” Perguntou ela com um toque de descrença em seu tom.

Forcei um sorriso. “Sim.”

Sua mãe fez um som estranho no fundo da garganta. Eu não olhei para ela.

“Desde quando?”

“É novo.” Eu disse a ela docemente. O que eu queria era ser rude e dizer-lhe que não era da sua conta.

Sua boca transformou-se em um sorriso divertido. “E vai ser curto também.”

Tanto a mãe quanto a irmã tentaram abafar seus risos. Eu não tenho tempo para isso.

“Tenham um dia maravilhoso também.” Eu disse antes de sair e esperando que ninguém me parasse novamente.

Uma vez fora, eu respirei com alívio. Isso era apenas o começo. Eu tinha que aprender a lidar melhor com as reações das pessoas.


Trinta e Sete

Cruz Kerrington

 


VIREI-ME E FUI EM OUTRA DIREÇÃO quando Lila Kate deixou o clube. Meu estômago se apertou e meus demônios me perseguiram. A razão pela qual eu tinha mantido distância de Lila Kate, a razão pela qual eu a queria e agora eu sabia que a amava, mas nunca iria chegar perto o suficiente, só estava vigiando-a. Eu tinha visto esta oportunidade e tinha ido atrás dela mesmo sabendo que eu tinha merda o suficiente para nos destruir, mesmo antes de ter começado. Eu tinha jurado a ela que não iria machucá-la. Eu estava prestes a ter certeza de que iria cumprir essa promessa.

Virando à esquerda em vez da direita, eu me dirigi para o escritório de Kelsey. Meu pai não a tinha enviado para mim. Ela tinha me visto com Lila Kate e veio atrás de mim. Normalmente, ela não interfere na minha vida sexual. Ela era uma mulher casada, afinal das contas. Mas ela sabia... Lila Kate Carter era diferente.

Eu não bato em sua porta. Eu apenas entro. Ela estava de pé do outro lado da sala com um copo de água gelada na mão olhando pela janela.

“Você não pode sair com ela,” foi tudo que ela disse. Nem sequer virou-se para mim.

“Eu posso fazer qualquer merda que eu quiser fazer, Kelsey,” eu respondo com raiva, pois ela pensa que sua buceta é tão mágica que pode me controlar. Talvez isso fosse verdade quando eu tinha dezesseis anos e ela me trouxe neste escritório em uma noite tardia, após um baile e chupou meu pau pela primeira vez. Ela tinha algum poder sobre mim. Mas eu não era mais um garoto. Eu tive muitas mulheres desde que ela me apresentou ao sexo.

“Eu não me importo com todas as suas prostitutas. Isso é tudo o que elas são. Você é um homem. Homens gostam de sexo. Eles gostam de variedade e eu estou bem com isso. Mas não ela. Você sabe que ela não é uma prostituta. Você quer mais com ela,” então ela se virou para mim. “Estou certa?”

“Sim, você está certa. O que nós fizemos não estava certo. Você é casada. Nós deveríamos ter parado isso há muito tempo. Inferno, nunca deveria ter começado. Mas eu era um adolescente com tesão e você tirou vantagem disso. Eu não me importava com o seu marido. Eu deveria ter me importado, mas meu desejo sexual estava em ação. Acabamos. Eu a amo. Há apenas ela para mim.”

Kelsey era uma mulher bonita. Alta, esbelta, peitos generosos e uma aberração quando se tratava de sexo. Eu a fodi sobre essa mesa muitas vezes e em várias posições diferentes. E ela me assistiu foder outras meninas, ficava esperando para transar porque isso a excitava. Tinha sido divertido. Antes. Mas, no ano passado, ela ficou pegajosa. Mais carente. Mais possessiva.

“É isso que você acha? Que você pode me foder por cinco anos e em seguida ir embora. Bem desse jeito?”

“Nós nunca tivemos um relacionamento. Nós transamos. Nunca foi exclusivo. Você é casada. Lembra? Eu posso fazer o que diabos eu quiser fazer. Esta coisa que fizemos está terminada.”

O fogo em seus olhos não era uma coisa boa. Ela não gostava de ouvir não. Ela normalmente tem o que quer. Eu estava mais do que certo de que eu não era o único adolescente que a tinha fodido. Ela gostava de jovens. Ela me disse isso quando mostrou os peitos para mim e me chupou pela primeira vez.

Apesar de ter relações sexuais com ela nos últimos cinco anos ter sido divertido, eu sabia que era errado. Era algo que Lila Kate nunca entenderia. Eu tinha que ter certeza de que isso foi enterrado. Esquecido.

“Você acha que tem controle sobre isso?” Kelsey perguntou enquanto dava um passo em minha direção. Ela estava desabotoando sua camisa. Antes ela teria conseguido me excitar. Agora, ela só me deixava puto.

“Sim, eu acho. Está feito. Acabou.” Eu era direto. Olhei nos olhos dela e fiz com que ela visse o quão sério eu estava.

Sua blusa estava aberta, mas eu não olhei para baixo. Eu não queria isso dela. Não mais.

Sua mão estava em meu pau, e ela apertou. “Sério?” Sua voz era um ronronar.

“Sim, realmente,” eu respondi, me afastando dela. “Simplesmente pare. Você é patética.”

Ela congelou, seu rosto previamente sorrindo se transformou em um estado de fúria. “Seu pequeno bastardo malcriado. Você vai se arrepender.”

“Não, eu não vou,” eu lhe assegurei isso, virei e fui embora. O fim do que eu estava fazendo com Kelsey estava muito atrasado. Quando eu estava quase fora, ela encontrou uma maneira de me parar.

“Estou grávida. Meu marido é estéril. Eu estava me preparando para lhe dizer sobre nós. Eu ainda estou. Você não pode me virar as costas, Cruz. Você vai ser pai.”

Eu a olhei. Ela estava mentindo. “Eu nunca te fodi sem proteção. Nunca. Então esse bebê é de outra pessoa. Não é meu. Você diz a ele que é meu e você vai ter que provar isso.” Eu não era mais um adolescente. Ela não podia me enganar com essa merda.

Seus olhos se encheram de lágrimas. “Preservativos não são cem por cento eficaz.”

“O controle da natalidade é,” eu respondi.

Ela enxugou uma lágrima que rolou pelo seu rosto. “Eu parei de tomá-los um ano atrás. Eu queria um bebê. Eu quero um bebê seu.”

Eu balancei minha cabeça. Não. Ela estava mentindo. Esta era sua maneira de me manipular. Mas isso não iria funcionar. “Você é uma mentirosa,” Eu rugi sem me importar com quem me ouvia, em seguida, sai do escritório. Longe do clube, a merda estava aproximando-se de mim. Eu pensei que ela ia ficar quieta por medo de perder o seu casamento. Ela me disse uma vez que amava o marido, mas ele não cuidava dela sexualmente. Ela precisava de mais. A sujeira, a excitação. Eu tinha sentido pena dela e não entendia como um homem não iria desfrutar de suas necessidades sexuais insanas. Tinha sido divertido. Agora eu vi que a diversão se tornou em algo fodido.

Isso também iria me destruir se ela continuasse com essa mentira. Eu tinha que encontrar uma maneira de parar com isso. Para proteger Lila Kate. Eu nunca quis que ela visse esse lado da minha vida. Nem descobrir a merda sórdida que eu tinha feito.

Chegar até Lila Kate era tudo que eu precisava agora. Para segurá-la. Sentir seu cheiro. Senti-la. O brilho de seu mundo fez meu passado danificado desaparecer.

Dirigi para seu estúdio, era apenas algumas milhas de distância, mas parecia uma eternidade. O medo de que ela descobrisse tudo e me odiasse pesava sobre mim. Sua recusa em me ouvir e me amar estava arranhando nos meus calcanhares. Eu dirigi mais rápido e focado em conseguir chegar até ela.

Tomei passos largos e rápidos do meu carro para a porta. Quando eu a empurrei aberta, lá estava Lila. Ela já tinha colocado suas roupas manchadas de tinta, jogou os cabelos em um coque e estava dançando uma música enquanto limpava um pincel. Ela era boa. Perfeita. Pura.

Eu tranquei a porta atrás de mim e fui até ela. Ela olhou para cima, assustada no início e depois sorriu.

“Ei,” foi à única coisa que ela teve tempo de dizer antes que eu estivesse na sua frente. Recuei-a até que estivesse no canto bloqueando as janelas. As sombras não mascaravam a surpresa e emoção em seu rosto.

Eu não tomei tempo para beijar e abraçar ela. Eu não podia. Os lobos que estavam me perseguindo, me assombrando, tinham me desesperado. Eu empurrei para baixo seu short e sua calcinha, então, rapidamente empurrei meu jeans até que meu pau estivesse livre. Agarrando-a pela cintura, apertei-a entre a parede e meu corpo, em seguida, empurrei nela com um gemido.

Ela agarrou meus ombros e gritou meu nome. Isso só estava me deixando mais selvagem para piorar. Minha boca devorava a dela, tomando tudo. Eu estava transando com ela enquanto a amava.

“Isto é meu,” eu disse para ela mordendo seu pescoço. “Você não pode me deixar.” Minhas palavras iriam parecer loucura para ela, mas elas saíram de qualquer maneira.

“Ok,” ela disse enquanto sua cabeça foi jogada para trás contra a parede e sua garganta exposta para mim enquanto eu lambia e deixava minha marca nela.

“Eu sempre vou precisar disso. Preciso de você. Eu sou viciado em você. Viciado porra.”

Ela gemeu e eu bati com mais força. Querendo ficar tão profundo que nós seríamos como uma só pessoa. Ninguém jamais seria isso para mim. Ela era tudo que eu precisava. Estar dentro dela fez a escuridão e as mentiras irem embora. Tudo o que importava era ela. Isto. Nós.

“Oh Deus,” ela gritou, em seguida, mordeu meu ombro. Ela estava tremendo nos meus braços. “AH!” Seu orgasmo apertou meu pau e eu me deixei ir com ela.

“Porra! É isso aí, baby. Goze em todo no meu pau.”

“Ahhhh! Cruz! Eu não posso,” ela estava agarrada a mim agora. Seus braços em volta de mim. A cabeça na dobra do meu pescoço.

Eu explodi dentro dela tentando retirar, mas era tarde demais.

“Merda,” eu gemi quanto o resto da minha libertação revestiu o interior de sua coxa.

Ficamos ali no canto suados, enrolados, ofegantes. Isso era algo que eu nunca tinha feito com ninguém. Eu sempre tinha sido cuidadoso. Mas minha insanidade quando se tratava de Lila Kate tinha assumido o poder.

“Está tudo bem,” ela sussurrou finalmente. “Lembra que eu estou tomando pílula.”

Eu balancei a cabeça e continuei segurando-a. Desejando que eu ainda estivesse dentro. Pulsando minha libertação até que ela corresse livremente dentro dela. Fazendo-a minha.

Eu estava me assustando.


Trinta e Oito

Lila Kate

 


EU TINHA A INTENÇÃO de conseguir um lote feito neste fim de semana. Mas Cruz tinha mudado esse plano. Após o sexo selvagem que tivemos lá embaixo, ele tinha me levado para o chuveiro, onde ele agora estava banhando-me lentamente. Ele não estava falando muito. Tinha um olhar assombrado em seus olhos como se estivesse fugindo de alguma coisa e precisasse de mim para protegê-lo era difícil de não perceber. Era como se ele estivesse seguro, desde que estivéssemos nos tocando.

Ele era mais importante do que o estúdio. Tudo o que eu podia esperar. Por enquanto, eu gostava dele. Gostava de estar com ele. Ele precisava de reafirmação. Isso era novo. Eu diria que precisava de reafirmação também, mas da maneira como ele estava pairando sobre mim eu estava começando a achar que era demais.

Domingo nós dormimos, tomamos café da manhã que nós cozinhamos juntos e assistimos filmes durante todo o dia.

Quando a segunda-feira de manhã veio, assim como Ophelia. Eu tinha acabado de sair do banho e estava ansiosa pelo café que cheirava na cozinha quando a ouvi dizer, “Puta merda. Isso não está acontecendo.”

Peguei uma toalha, enrolei-a em torno de mim e corri para lá. Ophelia estava de pé na cozinha com uma mala olhando de boca aberta para Cruz, que estava vestindo apenas uma cueca boxer enquanto segurava uma forma de muffins que eu tinha deixado no forno.

“Bom dia, Ophelia. Não posso dizer que estou feliz que você esteja de volta,” disse Cruz quando ele se virou para olhar para mim e piscou.

Ophelia virou seu olhar para mim. “Oh meu Deus,” era tudo que ela podia dizer. Seus olhos estavam arregalados, e ela deixou cair a bolsa de seu ombro esquerdo para o chão com um baque alto. "O que aconteceu?"

“É rude pedir detalhes, O. Você devia pensar melhor,” Cruz estava zombando dela.

Ela olhou para ele. “Eu não quero detalhes! Eu quero uma explicação que não inclui o que você dois...” ela sacode um dedo entre nós e disse, “estão fazendo.”

Cruz riu alto. “Você acabou de dizer ‘estão fazendo’?” Perguntou ele e em seguida, riu um pouco mais.

Ela desistiu dele e virou completamente para mim. Eu ainda estava ali silenciosamente despreparada. “Lila Kate?” Ela perguntou.

“Eu, bem, uh,” Olhei para Cruz que estava comendo um muffin e sorrindo e gostando um pouco demais disso. “Sim, nós fizemos isso,” eu disparei.

Cruz começou há rir um pouco mais.

“Você perdeu a cabeça?” Ela perguntou apontando para ele. “Ele é uma puta!”

“Ei, eu tenho sentimentos. Você está esmagando-os,” não parecia totalmente esmagados.

Ela revirou os olhos e balançou a cabeça.

“Não, eu sou, uh, nós somos, você vê,” Eu estava atrapalhada.

“Nós somos exclusivos. Eu desisti do meu jejum, porque Lila Kate me deu um gosto e eu fiquei viciado. Há também o pequeno detalhe muito importante que eu estou apaixonado por ela.”

Sua explicação não era tão doce e romântica como as coisas que ele disse para mim, mas meu peito inchou de qualquer maneira. Isso foi tão doce como Cruz deixou o mundo vê-lo. Ele tinha se aberto e apenas ficou mais vulnerável ao admitir isso.

“Apaixonado?” Ophelia repetiu como se fosse uma palavra estrangeira que nunca tinha ouvido antes. Ela olhou para mim.

“Sim. Eu também o amo.”

Derrotada, ela sentou-se em sua mala e balançou a cabeça. “Eu preciso de um momento. Isto... apenas Uau.”

“Muffin?” Cruz perguntou segurando a tigela para ela e depois para mim. “Eles estão deliciosos pra cacete. Pegue um agora porque eu vou comer todos.”

Passei por Ophelia, e ela me olhou como se eu estivesse prestes a criar asas e voar. Quando ela se sentou no bar, peguei um muffin da tigela, em seguida, fui me servir um pouco de café.

“Você vai,” ela acenou para Cruz. “Andar por aí em sua cueca?”

Ele sorriu. "Não. Você não é tão sortuda. Eu não sabia que você estaria intrometendo-se tão cedo.”

“São dez,” respondeu ela.

“Exatamente o raiar do dia.”

“Lila Kate, você não pode estar falando sério sobre isso. Ele é... ele é Cruz!”

Sorri para minha xícara de café. Este foi o nosso primeiro encontro com um amigo ou membro da família. Imaginei que isso ia acontecer muitas vezes.

“E Eli? Eu pensei que você gostasse dele.”

O sorriso de Cruz desapareceu, e ele fez uma careta. “Ela não gosta,” ele respondeu. Seu tom de provocação agora tinha desaparecido.

Eu coloquei meu copo para baixo. “Eli é um grande cara. Mas eu estive apaixonada por Cruz por um longo tempo.”

“Por quê?”

Cruz riu novamente. “Droga, Ophelia. Eu não sabia que sua opinião sobre mim era tão elevada.”

Ela inclinou a cabeça e olhou para ele com uma expressão de ‘cai na real.’ “Você feriu a maioria das minhas amigas. E quando eu digo isso, quero dizer todas elas. E agora você está dormindo com Lila Kate.”

Ele fez uma careta. “Vamos discutir meu passado? Isso já passou, está para trás. Eu gostaria de deixá-lo lá.”

Ophelia levantou-se e deixou escapar um suspiro pesado. “Isso vai acabar mal. Então Grant Carter vai matá-lo. Guarde minhas palavras,” ela disse enquanto carregava sua mala e sua bolsa para o quarto que era para ser seu.

Eu deslizei um braço em volta da cintura de Cruz e me apoiei nele. “Ela vai ser mais otimista em breve.”

Ele beijou o topo da minha cabeça. “Isso é o que eu espero que vá acontecer com todos em nossa vida.”

Ele provavelmente estava certo. Então, eu só mantive minha boca fechada e ele me abraçou. “Eu estou feliz. Eu nunca estive mais feliz,” eu assegurei isso a ele.

“Eu também. E honestamente isso me assusta como o inferno.”

“Por quê?” Perguntei inclinando a cabeça para trás para olhar para ele.

“Porque eu sei como é sentir isto e eu não posso viver mais sem isso ou você.”

“Você nunca vai ter que fazer isto, então não é um problema. Eu não vou a lugar nenhum.”

Aquele olhar desesperado, assombrado voltou novamente. Eu gostaria de poder acalmá-lo e suas preocupações. Eu era a única que deveria estar preocupada. Não ele.

“Vocês podem colocar suas roupas pelo menos enquanto eu retiro uma das caixas do meu carro?” Ophelia nos lembrou de sua presença.

Cruz puxou a toalha que estava em torno de mim e eu tentei pegá-la de volta. “Você está tirando toda a diversão,” disse para Ophelia. “Eu gosto dela em uma toalha. Mais fácil para deixá-la nua.”

“Deus! Você é um porco,” ela respondeu e voltou a descer as escadas.

Dei um tapa em seu peito e agarrei a toalha dele. “Pare com isso!”

Ele me puxou para o seu peito. “Acha que ela se importaria se nós fossemos para o seu quarto e tivéssemos mais uma rodada?”

Por mais tentador que fosse eu não ia fazer isso com Ophelia. “Vista-se Cruz,” eu disse a ele, em seguida, ele sorriu e soltou a minha toalha enquanto eu caminhava até as escadas para o meu quarto.

“Droga, você está pedindo por isso,” ameaçou.

Olhei para trás e pisquei para ele. “Guarde-o para mais tarde.”

“Eu vou levá-la de volta,” ele disse olhando para mim.

“O que?”

“Você não é uma boneca de porcelana, e nada sobre você é frio.”

Eu sorri e mordi meu lábio para não sorrir mais.

“Você é incrivelmente forte, e o seu corpo é tão gostoso que eu nunca vou ter o suficiente.”

Essas eram palavras que você nunca ouviria em um soneto mas vindo de Cruz Kerrington era poesia.


Trinta e Nove

Cruz Kerrington

 


OPHELIA andando com Lila Kate não era o ideal, mas ao longo da próxima semana isso até que funcionou. Eu até comecei a me relacionar melhor com meu pai, mas foi principalmente devido a minha chegada na hora certa para o trabalho. Indo nas reuniões que eram necessárias e em toda a merda que eu vinha ignorando.

Pensar em Agosto, quando eu tinha que voltar para a faculdade, era um saco. Lila Kate já tinha terminado. Ela estaria aqui e eu teria que deixá-la. Eu não gosto disso. Me preocupar com isso agora só me deu mais estresse. Evitar Kelsey tinha sido o meu maior obstáculo no trabalho. Ela não tinha dito nada para o meu pai, nada que eu soubesse. Eu estava esperando que ela estivesse blefando, só para me assustar.

Independentemente disso, o bebê não era meu. Eu estava disposto a fazer um teste de paternidade para provar isso. Isso se ela estivesse mesmo esperando um bebê. Eu duvidava disso também. Quando eu tinha dezesseis anos, era sexy e emocionante uma mulher mais velha. No entanto, durante o ano passado eu tinha começado a perceber o quanto tudo isso era louco.

A multidão de verão já estava a todo vapor e em pleno andamento quando eu saí do estúdio de Lila Kate às oito da manhã. Eu tinha planejado caminhar para buscar café em frente ao estacionamento e comprar para Lila Kate um desses chás extravagantes que ela gostava e um muffin. Eu definitivamente não estava esperando encontrar com Grant Carter de pé contra o sua caminhonete, com os braços cruzados sobre o peito e olhando para mim como se quisesse me matar com as próprias mãos.

Merda.

“Grant,” eu disse tentando não parecer culpado de passar a noite com sua filha.

“Não venha com joguinhos de merda, rapaz.”

Eu não fiz isso. "Não senhor. Não imaginei que você gostasse disso.”

Ele deixou cair às mãos para os lados e olhou para as janelas do apartamento de Lila Kate. “Aquela garota lá dentro é a outra metade do meu mundo. Ela e sua mãe têm sido cada sonho, cada desejo, cada maldita coisa que significa alguma coisa para mim desde o momento em que eu a segurei em meus braços.”

“Eu entendo que...” eu comecei, mas ele deu um passo em minha direção e sua carranca foi se aprofundando.

“Não. você não entende. Você não entende uma coisa maldito garoto. Você nunca teve uma mulher que amasse mais que a própria vida, nem segurou uma bebê tão preciosa em seus braços, ela foi um milagre e eu sabia que a minha vida seria para protegê-la. Você não sabe o que é isso.”

Ele estava bem ali. Eu balancei a cabeça com medo, se eu disser qualquer coisa, ele estará pronto para mim e iria quebrar um dos ossos do meu rosto. Eu gosto do meu rosto do jeito que está.

“Ela é igual à mãe. Como, doce, inteligente, e quando ela ama, ela ama com tudo o que ela tem. Isso é muito difícil para um homem lidar. Muito para ele apreciar. Eu não soube disse tudo com a mãe dela imediatamente e quase perdi a única coisa que eu tinha e pela qual valia a pena viver. Seu pai me queria morto. Eu não o culpo.”

Eu balancei a cabeça, ainda sem falar nada.

Grant ficou cara a cara comigo, os ombros mais largos e os braços mais grossos do que os meus. “Se você foder com o coração do meu bebê eu não vou dar a mínima importância para quem são seus pais. Tudo o que eu vi você fazer é foder todas por aí. Brincar. Desfrutando de mulheres. Mas aquela menina lá em cima,” ele disse apontando para dar ênfase. “Ela não é o tipo de mulher para você fazer isso. Porque eu vou te dizer agora...” ele apontou o dedo na minha cara. “Ela tem que te amar ou você nem estaria aqui. Ela nunca teria subido em sua moto e partido como ela fez. Isso não era Lila Kate. Ela fez isso porque tem sentimentos por você. Então, ou você tem os mesmos sentimentos por ela, ou você termina e dá o fora da cidade antes que eu possa encontrá-lo. Eu fui claro?”

Agora é a minha vez de falar. “Sim, senhor,” eu disse. “Eu sei de todas essas coisas sobre ela. É por isso que eu mantive minha distância por tanto tempo. Mas quando ela partiu, eu sabia que ia perdê-la ou perder qualquer chance com ela. Eu tive que tomar uma decisão e eu fui atrás dela. Eu me convenci de que era para protegê-la, mas eu sabia no fundo, o que eu estava fazendo. Eu amo Lila Kate. Eu não preciso de ninguém.”

A carranca de Grant se aliviou um pouco, mas ele ainda não parecia convencido. “Eu gosto de você. Eu gosto de sua família. Mas eu não posso simplesmente confiar em ninguém com a minha menina. Não sei se algum dia eu conseguirei. Eu não vou parar de vigiá-la. Eu não vou recuar. Se você a machucar, espere que eu irei atrás de você.”

Jesus. Era uma maravilha Lila Kate já ter conseguido um encontro na escola. Eu estava esperando que ele tirasse uma arma para fora da caminhonete e começasse a atirar a qualquer minuto. “Eu nunca vou machucá-la.”

Não parecia que ele tivesse acreditado nisso. “Seu passado não é bonito, garoto. Ele poderia voltar para assombrá-lo. Se fosse por mim, ela o deixaria sozinho. Encontraria um cara que não tivesse o objetivo de foder toda a população feminina desta cidade. Mas não depende de mim. Ela é uma mulher. É a sua escolha. Mas eu sou o pai dela e se você foder isso não haverá nenhum lugar seguro para você. Eu vou te encontrar.”

“Papai!” Grita Lila Kate e eu olho por cima do ombro para vê-la de pé na porta da frente em seu macio robe rosa com uma expressão muito infeliz em seu rosto. Felizmente, ela foi dirigida para o seu pai. Não para mim.

“Ei, querida,” ele respondeu.

Ela deu passos largos em direção a nós. “É melhor que isso não seja o que eu acho que é,” disse ela.

Ele deu de ombros como se não fosse grande coisa. “Eu sou seu pai. Eu estava vindo para visitar e encontrei Cruz deixando seu apartamento. Só queria ter certeza de que algumas coisas ficassem claras para ele.”

Como o fato de que ele ia me matar se eu ferisse sua filha. Embora eu não fosse mencionar isso.

“Eu não preciso de você para ameaçar os homens na minha vida, papai,” ela disse a ele.

“Homens?” Grant e eu dissemos ao mesmo tempo. Não havia outros homens.

Ela revirou os olhos para nós dois. “Oh, saco. O ‘homem’ da minha vida. Eu sou uma adulta. Eu posso dormir com quem eu quiser. Posso namorar quem eu quiser. E eu posso amar quem eu quiser. Você tem que confiar em mim para cuidar de mim mesma.”

“Eu confio,” disse ele dando-lhe um sorriso encantador que eu tenho certeza de que não havia sido dado antes. “Basta ter certeza de que Cruz esteja na mesma página que você. Isso é tudo.”

Lila Kate colocou as mãos nos quadris. “E que página é essa?”

“Que ele esteja tão sério sobre isso como você está.”

“E é o que estou dizendo. Não é da sua conta isso.”

“Você é minha filha e isso nunca vai mudar. Eu vou fazer toda merda ser da minha conta quando se tratar de proteger você durante o tempo que eu estiver vivo.”

Lila Kate suspirou e me deu um olhar de desculpas. “Você está mudando de opinião agora?” Ela me perguntou.

Eu sorri. Como se Grant Carter pudesse me fazer parar de querê-la. “Não. Nem mesmo perto.”

Seus olhos se acalmaram e por um momento eu esqueci de que seu pai estava mesmo lá com a gente arruinando um perfeito bom dia. Nosso tranquilo café da manhã não estava indo como planejado.

“Jesus,” Grant murmurou. Então ele se aproximou e abraçou Lila Kate. “Eu não posso te ajudar com isso, você sabe,” ele sussurrou.

“Eu o amo,” disse ela com seu olhar mudando para mim.

“E isso faz dele o homem mais sortudo, além de mim, eu sei.”

Então Lila Kate sorriu para seu pai.

Eu estava esperando por isso. Eu estava feliz que tinha acabado. Agora eu só tinha que ter certeza de que a merda de Kelsey estivesse acabado. Essa era uma bomba-relógio que ameaçava tudo. Se eu perdesse Lila Kate por causa dela, eu ficaria feliz em deixar que Grant acabasse com a minha miséria.


Quarenta

Lila Kate

 


MAMÃE TINHA ME CHAMADO para almoçarmos juntas no clube hoje. Eu tinha estado tão ocupada que não a tinha visto muito. Entre deixar pronto o estúdio e passar um tempo com Cruz, meus dias foram cheios. Eu estava prestes a entrar no interior do edifício principal do clube quando meu celular vibrou. Quando chequei, era uma mensagem de Eli.

Ele me verificava uma vez por semana, se não mais. Cruz não era a favor sobre a nossa amizade, mas ele permitiu isso. Se ele soubesse que eu tive relações sexuais bêbada com Eli, eu duvido que ele ficasse bem com isso. Isso foi antes de nós, então eu percebi que não era importante para contar.

Eu não pergunto sobre todas as garotas com quem ele dormiu antes de mim.


Estúdio quase pronto? Perguntou a mensagem de Eli.


Parei de andar e respondi.


Mais duas semanas e será aberto para negócios. Indo almoçar com a minha mãe. Falo com você mais tarde. Eu joguei meu celular de volta na minha bolsa e olhei para cima para ver Kelsey a poucos metros na minha frente.


Seus olhos estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Isto era tão diferente da Kelsey que eu conhecia. Ela sempre foi tão eficiente, eu não conseguia imaginá-la como emocional. Seu olhar estava parado em mim. Quase como se eu fosse à fonte de sua dor. Olhei ao meu redor para ver se não havia mais ninguém ao redor, mas era só eu.

“Eu preciso falar com você,” ela disse com a voz rouca de emoção.

Ela estava chateada por isso eu não pude dizer, ‘Não, obrigada. Eu tenho um almoço com a minha mãe.’

Em vez disso, apenas balancei a cabeça.

“Você pode vir ao meu escritório?” Ela perguntou.

Eu balancei a cabeça novamente e ela se virou e foi na direção ao escritório. Olhei em volta mais uma vez. Eu não queria ir ao escritório dessa mulher, mas eu também não vi uma saída para rejeitar o seu pedido, seria rude.

A porta estava aberta quando ela entrou. Relutantemente, eu a segui.

Ela parou e fechou a porta depois que eu entrei. Eu queria que ela tivesse a deixado aberta. Algo sobre ela me deixou nervosa.

“Eu vou ser breve. Há apenas uma coisa que você precisa saber. Eu tentei conversar com Cruz, mas ele não está cooperando. Ele é...” ela faz uma pausa e seus olhos se enchem de lágrimas novamente. “Tenho certeza que você sabe o quanto cruel e egoísta que ele pode ser.”

Isso chamou a minha atenção. “Cruz não é nenhuma dessas coisas,” eu disse em defesa dele. Os problemas dessa mulher com sua posição no clube precisavam ser tratados com o Woods.

Seu rosto manchado de lágrimas parecia menos derrotado e mais como a mulher arrogante que eu tinha visto quando ela tinha falado com Cruz, na semana passada, quando nós estávamos comendo.

“Você é tão jovem e ingênua,” disse ela com um olhar de desgosto em seus olhos. “Você não está em um conto de fadas. Cruz não é seu príncipe encantado e ele não é o tipo de cara que vai sossegar e se casar com você. Ele precisa de sexo com mulheres diferentes. Uma variedade,” ela fez uma pausa e em seguida, sorriu como se ela achasse graça de mim.

“Quando ele tinha dezesseis anos eu ensinei a ele tudo sobre sexo. Eu comecei seu vício. Nós fodemos nesta mesma mesa tantas vezes que eu nem posso contar. Eu estive aqui com as minhas pernas enquanto ele lambia minha buceta até que eu não conseguisse ficar de pé. Eu o deixei ficar com outras meninas para que ele pudesse prová-las. Mas eu sabia que ele sempre voltaria aqui. Ele me queria. Precisava do que eu lhe dei. Ele é bom em sexo, porque eu mostrei a ele o que uma mulher quer. O que ela deseja. Essa boca que você tem beijado passou por todo este corpo,” ela apalpou seu peito enquanto ela dizia isso.

Eu não conseguia encontrar as palavras. As coisas que ela dizia soava como devaneios de uma mulher louca. Ela queria que eu acreditasse que ele tinha tido relações sexuais com uma mulher casada de quarenta anos de idade, quando ele tinha dezesseis anos?

“Você está tentando afundar suas garras no que é meu.”

“Você é casada,” eu disse ainda em choque com ela, achando que eu acreditaria nela.

Ela riu de mim. “Isso não importa. Não a nós. Cruz e eu nos desejamos. Ele era meu até que você chegar. Agora estou grávida de seu filho e ele não quer ter nada a ver comigo ou com o bebê. Você está levando o pai do meu filho para longe.” Ela tocou seu estômago delicadamente.

“Você está mentindo.” Eu disse, balançando a cabeça e indo em direção à porta. Eu sabia que Cruz tinha sido um pouco selvagem. Isso não era um segredo. Mas ele não tinha feito isso. Eu tinha certeza disso.

“Eu sabia que você não iria acreditar em mim,” ela disse pegando um controle remoto de sua mesa. Os sons de sexo encheram a sala e eu me virei para ver a tela plana atrás de mim.

Não haveria como negar o que eu assisti. Kelsey estava nua, com as pernas bem abertas e a cabeça jogada para trás e Cruz estava fodendo-a em sua mesa. Assim como ela havia dito.

“Gostávamos de filmar o nosso sexo e vê-lo mais tarde. Deixava-nos quente e excitados. Muitas vezes nós nos fodíamos enquanto nos observávamos na tela. Esse é o tipo de coisa que Cruz precisa para fazê-lo verdadeiramente feliz. Eu também o observei. Ele fodia uma garota enquanto eu escondida o assistia. Ele gostava de saber que eu estava lá enquanto ele fazia sexo. Observando-os. Ele ficava tão excitado que nós dois ficávamos loucos por isso. Eu tenho vídeos também se você precisa ver.”

“Foda-se, sim, Kelsey. Se abra toda sua puta suja. Dê-me o que eu quero,” as palavras de Cruz vieram da tela e eu me encolhi. “Puta indecente. Minha pequena cadela indecente me dê essa bunda.” Disse Cruz, em seguida, virou-a. Puxando seus quadris para que sua bunda estivesse presa no ar. Ele cuspiu no ânus dela, em seguida, enfiou os dedos dentro. “Cu apertado. Você quer o meu pau dentro dessa bunda, não é?” Ela gritou. “Sim, foda minha bunda. Foda-me forte!” Ela virou a cabeça para olhar para ele e ele cobriu a boca dela com a dele, isso era demais. Eu corri. Eu corri através da porta. Eu corri para o meu carro. Corri de tudo. Eu dirigi. Eu não parei. Eu não sabia aonde eu estava indo, mas minha alma tinha sido destruída.

Meu telefone não parava de tocar, mas eu não podia atender. Desliguei-o. Se fosse minha mãe eu não seria capaz de falar. Ela ficaria preocupada. Tudo o que eu podia fazer era dirigir. Fugir de tudo. Senti como se meu peito tivesse sido esmagado.

As palavras que ele tinha dito a Kelsey e a imagem deles juntos repetia mais e mais na minha cabeça. Náuseas arranhavam minha garganta. Descrença que eu pude realmente confiar nele. Pensei que o que tínhamos fosse real. Mas ele... ele era mais sombrio do que eu sabia. Quando as lágrimas finalmente começaram a cair, eu virei em uma saída e estacionei em um hotel. Eu chorei por tudo o que eu tinha sonhado. Toda a felicidade que eu pensei que tinha encontrado. E isso tudo iria me mudar e marcar para sempre. Eu nunca mais seria a mesma. Minha fantasia tinha sido apenas isso. Nada tinha sido real. Não haveria boas recordações. Apenas um pesadelo.


Eu sinto muito. Mas eu estou bem. Eu só precisava de um pouco de espaço.


Mandei uma mensagem para a minha mãe para não mantê-la preocupada. Havia vinte e oito mensagens perdidas e cinquenta chamadas não atendidas quando eu liguei o telefone de volta. Eu ignorei todas elas, desliguei-o novamente e fui pagar por um quarto para esta noite.


Quarenta e Um

Cruz Kerrington

 


TINHA SIDO sexo. Era isso. Como eu tinha feito o meu caso com Kelsey chegar a isso? Eu mantive minha cabeça enterrada em minhas mãos enquanto o meu pai andava na minha frente. A sala estava em silêncio agora. O seu discurso e gritaria tinham terminado.

“Ela está bem. Era Harlow no telefone. Lila Kate mandou um texto simples dizendo que ela está bem, mas precisava de espaço.” Minha mãe anunciou quando entrou na sala de estar.

Olhei para cima, pela primeira vez em um grande tempo. Que alívio, Lila Kate estar segura ajudou a aliviar os meus medos. A dor ainda rasgava através do meu peito. Eu tinha ligado para ela e mandado mensagens inúmeras vezes pedindo-lhe para me ouvir. Ela não respondeu a nenhum deles.

“Ela disse para onde foi?” Perguntei já sabendo que as chances dos Carter me dizerem era quase nula.

Mãe balançou a cabeça. “Não. Acho que Grant está tentando rastrear seu celular.”

Ele estava ocupado se preocupando com a segurança de Lila Kate. Eu sabia que uma vez que ela estivesse de volta aqui em segurança, ele viria a mim. Agora, eu esperava que ele fizesse isso. Eu deveria ter lidado com Kelsey. Pensar que ela iria apenas ir embora foi estúpido.

“Ela está ameaçando uma ação judicial,” disse meu pai. “Eu já confisquei todos os itens em seu escritório. Os vídeos foram encontrados. Há alguns quando você era menor de idade. Estes irão proteger o clube. Ela vai ser a única a enfrentar acusações se ela seguir em frente com isso.”

Mamãe sentou-se na beirada da cadeira na minha frente. “Você era apenas um bebê. Ela tinha a minha idade. Eu só não entendo como ela poderia fazer isso?”

“Ele era um parceiro disposto, Della,” meu pai lembrou. “E se ela está mesmo grávida, então temos que lidar com eles.”

Eu balancei minha cabeça. “Esse bebê não é meu. Se houver um.”

“Mas se for, você não é mais um adolescente que esta sendo aproveitado. Você é um homem burro crescido que sabe mais do que só andar com uma mulher casada.”

Minha mãe empalideceu com suas palavras. Eu tinha machucado tantas pessoas. Como é que eu achei que merecia alguém como Lila Kate? Depois de toda a merda que eu tinha feito.

“Eu sei disso,” eu disse a ele levantando meus olhos para encontrar os dele. “Eu deveria ter parado. Inferno, eu não deveria ter começado. Mas eu estou pagando por isso. Eu amo Lila e agora eu a perdi. Ela está sofrendo e a culpa é toda minha. Isso está me matando.”

Papai fez uma careta. “Sim. Na vida, você vai cometer erros, mas este é mais do que um erro. É egoísta, irresponsável e com certeza até mesmo desonesto. Essa mulher é casada. Eu entendo que você era um adolescente com hormônios em fúria, mas ela é uma mulher casada. Isso...” disse ele apontando para mim. “Isso foi onde você ferrou tudo. Não, Lila Kate não vai perdoá-lo. Como poderia?”

Levantei-me incapaz de me sentar aqui e ficar ouvindo os meus erros novamente. Eu sabia que tinha fodido tudo. Eu não preciso do meu pai me lembrando mais e mais. O que eu precisava fazer era encontrar uma maneira de corrigir isso. Que parecia impossível.

“Onde você está indo?” A raiva de meu pai não se dissipou em nada durante a hora em que ele estava gritando comigo.

“Não estamos terminando aqui?” Eu respondi.

Ele fechou o espaço entre nós e olhou para mim. “Você dormiu com uma funcionária casada de um negócio que será seu um dia. Você fez vídeos de sexo com ela. Ela está alegando estar grávida de seu filho. Não, não estamos terminados, porra. Falei com os advogados. Falei com o marido de Kelsey. Estamos nos reunido em uma hora na sala de reuniões do clube. Você não vai a lugar nenhum.”

Lila Kate estava lá fora e eu não tinha ideia onde ou como encontrá-la ou onde procurar. Eu tinha ligado para Nate, mas ele jurou que ela não tinha chegado a Sea Breeze. Ela precisava ouvir o meu lado da história. Tinha que explicar a ela. Talvez ela entendesse depois que eu tivesse a oportunidade de explicar como tudo começou e como funcionou, até que corri atrás dela quando ela deixou a cidade. Eu não tinha visto nenhum problema com o que estava fazendo. Vejo agora. Se eu pudesse ser o homem que ela queria que eu fosse e apagar toda a merda do passado eu teria feito. Eu era um fodido estúpido. Agora eu iria pagar por isso.

“Ela precisa de espaço. Você não pode encontrá-la de qualquer maneira. Você não sabe onde ela foi.” A voz da minha mãe estava calma e compreensiva.

"Eu fiz isso. Eu a feri.” Minha voz falhou com emoção quando eu disse isso.

Minha mãe concordou. “Sim. E você será o único que poderá consertar isso. Mas, por agora, tem outra coisa para corrigir.”

“Absolutamente certo que ele tem,” A voz de papai estava com raiva e irritação.

“Woods, acalme-se. Eu sei que você está com raiva. Mas isso começou quando ele era criança. Ela se aproveitou dele. Lembre-se disso.”

Papai levantou as mãos em frustração. “Ela é casada, Della. Casada. Eu gostaria de pensar que o meu filho tem mais moral do que isso.”

Mãe concordou. “Eu também. Mas o que está feito está feito. Nós pensamos que era só uma raiva de adolescente e ele ia superar isso. Nós deveríamos termos prestado mais atenção.”

Pai apontou para mim. “Ele deveria ter usado seu maldito cérebro e não seu pau!”

Mãe estremeceu. “Sério, querido. Essas são palavras necessárias?”

Ele balançou sua cabeça. “É só isso. Foda-se. Eu não era perfeito na sua idade, mas eu não fiz isso. Eu não coloquei o clube em uma questão jurídica. E eu não trepei com as funcionárias casadas.”

Mas eu tinha.

“Quando é que vamos para o clube?” Perguntei.

“Devemos sair agora. Eu preciso garantir que a sala esteja pronta. E os nossos advogados precisam passar algumas coisas com você. O que você pode e não pode dizer.”

Mãe levantou-se. “Eu vou.”

“Não,” meu pai e eu dissemos ao mesmo tempo.

Mãe franziu a testa. “Por que não?”

Olhei para meu pai, e ele suspirou. “Porque Della, temo ter que lidar com questões mais do que as legais quando você ver Kelsey. Os vídeos serão discutidos e eu não confio em você para não atacar a mulher.”

Ele tinha uma razão melhor do que a minha. Eu estava preocupado, pois iria aborrecê-la.

“Ela está grávida. Pode não ser o filho de Cruz, mas eu nunca iria ferir uma mulher grávida,” mamãe argumentou.

Papai levantou a sobrancelha. “Você ainda não viu os vídeos.”

Mamãe soltou um suspiro profundo, em seguida, assentiu. “Talvez você tenha razão.”

Papai andou até a minha mãe, puxou-a em seus braços, em seguida, beijou sua cabeça. “Eu vou mantê-la informada.”

Ela assentiu com a cabeça contra seu peito. Eles sempre tinham sido assim. Próximos. Unidos. Papai a adorava e ela o adorava. Eu não queria isso. Eu sempre pensei que os deixavam vulneráveis. Eu não confio nisso. Era uma aposta de amar assim. Eu tinha ouvido de Kelsey, por anos, o quão terrível a maioria dos casamentos eram. Eu acreditei nela.

Mas os vendo assim percebi que eu queria isso também. Eu tive um gosto com Lila Kate. Por um breve período de tempo eu soube que ela era tudo que eu iria querer. Agora ela se foi. O que os meus pais tinham não era exclusivo para eles. Era simplesmente porque eles se amavam.

Kelsey não amava. Havia uma diferença.

Meus pais não eram vulneráveis devido ao seu amor. Eles eram mais fortes por causa disso. Minhas mentiras e segredos tiveram que sair para eu visse e entendesse esse tipo de amor. Por que esse teve que ser o caso? Por que eu não pude perceber isso anos atrás e salvar tantas pessoas da dor?

Eu não perderia Lila Kate sem uma luta. Eu curaria tudo o que eu tinha quebrado da melhor maneira que pudesse. Gostaria de aprender e seguir em frente. Então, gostaria de encontrar uma maneira para que ela me perdoe. Mesmo que isso tomasse o resto de nossas vidas. Eu esperaria por ela. Por nós.


Quarenta e Dois

Eli Hardy

 


VER LILA ANDANDO em minha direção com luzes em seus cabelos e os perfeitos traços marcados com dor, eu percebi uma coisa. Ela se sentia “mais.” Ela tinha experimentado o “mais” que nós todos esperávamos. Essa intensidade que o agarra e o prende com tanta força que você não pode fazer nada, a não ser desfrutar do passeio e esperar o melhor.

Eu não era o passeio para ela. Na noite em que a conheci, ela já tinha sido arrebatada por ele. Inferno, ela já estava no passeio e não queria estar. Cruz havia roubado seu coração há muito tempo. Mas eu estava grato, pois sua jornada a tinha trazido para mim. Sem ela, sem os sentimentos que desenvolvi por ela, eu nunca teria acreditado que eu poderia amar alguém como amei Bliss. Eu sabia agora que eu estava errado. Bliss era minha melhor amiga, ela era minha infância. Somos crescidos agora e nosso passeio acabou.

Lila parou na mesa que tínhamos encontrado fora da padaria em Sea Breeze. Eu já tinha comido aqui muitas vezes. Ela me ligou dois dias depois que Nate veio me ver perguntando se eu tinha ouvido falar dela. Eu não tinha no momento. Mas ele me disse que alguma merda tinha acontecido com Cruz e Lila tinha fugido.

Eu tinha perguntado onde ela estava quando ela ligou e me disse que estava em Nashville. Pensei em encontrar com ela. Mas eu não fiz. Ela não era minha. Ela nunca seria. Mas esta manhã eu tinha conseguido uma mensagem. Ela estava em Sea Breeze. Ela queria me ver.

O círculo escuro sob seus lindos olhos e a tristeza óbvias em sua expressão me doeu. Eu odiava vê-la assim. Eu sabia o desgosto que ela sentia. Nunca foi fácil. Destrói você. Recuperar-se depois exigiria força. E eu sabia que Lila tinha essa força.

“Eu pedi seu café do jeito que você gosta,” eu disse a ela quando se sentou à minha frente.

Ela tentou um sorriso. Ele era fraco e não encontrou seus olhos. “Obrigada.”

Eu a vi tomar um pequeno gole e depois levantar o olhar para mim. “Obrigada por me encontrar aqui.”

Dei de ombros. “Não tinha nada melhor para fazer. Sea Breeze tem sido chata.”

Lila não riu da minha tentativa de aliviar o clima. Em vez disso, eu podia ver os olhos dela irem para outro lugar. Seus pensamentos perdidos em outro momento. Eu a deixei ir viajar em seus pensamentos sozinha enquanto eu bebia um pouco do meu chá. Ela estava mais quebrada do que qualquer outra mulher que eu já tinha visto. Nate tinha-me contato a história. O que Cruz tinha feito. Por que Lila tinha deixado e como ela descobriu. Foi uma bagunça. Mas depois de conhecer Cruz isso não me surpreendeu. Nate disse que sabia que Cruz fodia aquela mulher casada quando eles eram adolescentes. Ele só não tinha pensado mais sobre isso ao longo dos anos.

“Você dormiu um pouco?” Perguntei trazendo-a de volta para o aqui e agora. Sem os demônios a provocando em sua cabeça.

Ela se concentrou em mim novamente, em seguida, começou a acenar com a cabeça e parou. “Não, não realmente. Quando eu fecho meus olhos... Eu estou lá naquela sala. Ela está me mostrando o vídeo... Eu os ouvi.” Ela parou e balançou a cabeça. “E eu sei que foi antes de mim. Eu sei que ele esteve com muitas, muitas mulheres antes de mim.” Ela fechou os olhos como se tivesse que dizer algo que ela não queria. Que não podia suportar olhar para mim como ela disse. “Aquela mulher se aproveitou dele. Eu nem sequer o culpo completamente pelo caso. Ela era a adulta na maior parte do seu... relacionamento.” Ela abriu os olhos lentamente e encontrou meu olhar. “É o vídeo. As coisas que ele disse a ela,” sua voz era um sussurro. “Se é isso que ele quer. Ele nunca disse essas coisas para mim. Nosso sexo... deve tê-lo aborrecido.”

Como eu estava completamente curioso eu queria saber o que ele tinha dito a mulher durante o sexo que a fez tão preocupada, eu fiz a pergunta óbvia. “Você não está preocupada com o fato dela estar grávida?”

Lila balançou a cabeça. “Não. Mesmo que ela esteja grávida, o que eu não acredito que seja verdade, não é dele. As mulheres afirmam a gravidez para tentar segurar um homem que perdeu desde o início da raça humana, eu acho. No início, eu acreditei nela e fiquei arrasada. Eu tive tempo para pensar sobre suas ações. O jeito que ela me disse. Como ela disse. Ela não é uma pessoa mentalmente estável.”

Eu tive que concordar com a parte do mentalmente estável. Se ela tinha começado a porra com o Cruz quando ele tinha dezesseis anos, então algo estava errado em sua cabeça. “Você vai voltar logo?” Perguntei.

Ela encolheu os ombros. “Eu vou ter que ir, eventualmente. Eu tenho meu estúdio para terminar. Minha vida para voltar. Vai ser difícil. Cruz não mentiu para mim porque eu nunca perguntei sobre suas experiências sexuais passadas. Mas ele sabia que essa coisa com Kelsey estava prestes a explodir e ele não me disse nada. Talvez ter sexo com ela quando ele era jovem e estúpido pode ser perdoado. Mas o vídeo que eu vi foi mais recente. Ele era mais velho. Ele ainda foi vê-la. Como posso confiar nele se ele não tem culpa por foder uma mulher casada?”

Ela tinha um ponto. E eu não tinha certeza se eu tinha uma resposta para ela. O que eu sabia era que todos tinham os seus segredos. Sua própria escuridão. Algo que eles escondiam do mundo. Escolher perdoá-los era uma escolha. Estaria perdendo a chance de ter esse “mais” que todos nós queríamos somente por ser incapaz de perdoar? Ou amar poderia ser o suficiente? Para cobrir tudo e curá-los tanto?

“Você ama Cruz?” Eu perguntei a ela.

Ela assentiu com a cabeça.

“Esse... vídeo ou as palavras desta mulher mataram um pouco desse amor? O enfraqueceu de alguma forma?”

Ela fez uma pausa, em seguida, sacudiu a cabeça. Seus ombros caíram, infelizmente, quando ela admitiu.

“Então você deve isso a si mesma, ouvi-lo e perdoá-lo. Se você não fizer isso está apenas prejudicando a si mesma.”

Os olhos de Lila se encheram de lágrimas. “Mas eu posso não ser suficiente para segurá-lo. Eu não estou... Eu não sou experiente. Eu não faço coisas como as que vi e ouvi. Eu sou.. Eu sou entediante.”

Isso me deu vontade de rir. A mulher na minha frente não era nada chata. Mas eu não ri porque eu tinha mulheres suficientes na minha vida para saber quando elas dizem merda que acreditam. Rindo disso não iria ajudar.

“Você não é nada chata. Claro, você é educada, formal e adequada. Você é gentil e atenciosa. Não usa sua beleza como uma arma. É completamente fascinante. Os homens olham para você. Eles ficam atordoados por você e você não percebe isso porque é distraída, o que a torna mais atraente. Cruz Kerrington e eu temos muito pouco em comum. Mas a única coisa que temos é que somos ambos heterossexuais. Eu sei o que ele vê quando olha para você. Sei também que o homem veio correndo atrás de você quando você deixou a cidade. Ele não queria perdê-la. Ele te ama, Lila. Eu o vi no seu apartamento naquela manhã. Volte. Deixe-o se explicar.”

Ela me deu um pequeno sorriso em seguida. “Você pensa tudo isso sobre mim?”

“Exatamente cada palavra que eu disse.”

“Por que não podia ter sido você? Por que meu coração tem que amá-lo?”

Eu ri então. Eu me perguntava a mesma coisa no começo, mas eu tive tempo para pensar nisso e eu sabia que tinha algumas coisas a enfrentar. Coisas para admitir para mim mesmo. E antes desse mês passado, eu não estaria pronto para seguir em frente. Eu estaria desperdiçando minha vida querendo uma mulher que nunca ia sentir o mesmo. Eu ainda estaria bagunçando cada encontro que eu tinha, porque eu estava comparando-as a Bliss. Mas as coisas eram diferentes agora. Eu era diferente.

Eu tinha que agradecê-la. Foi tudo por causa de Lila.


Quarenta e Três

Lila Kate

 


LEVOU TRÊS HORAS para que meus pais fossem embora. Quando eu mandei uma mensagem para eles dizendo que estava em casa, eles vieram com alimentos depois de uma hora. Eles não falaram sobre Cruz ou a razão de eu ter fugido. Nós comemos. Eu disse a eles todos os lugares onde eu tinha ido. Foi uma conversa difícil no início. Quando meu pai mencionou que iria lidar com alguns problemas, eu imediatamente o avisei que eu nunca o perdoaria se ele dissesse ou fizesse qualquer coisa para Cruz. Ele parecia muito infeliz com isso, mas com o incentivo de minha mãe, que tinha concordado em deixá-lo em paz.

Conseguir que eles saíssem e me dessem um tempo sozinha, tinha sido outro problema. Quando Ophelia chegou em casa, eles finalmente saíram. Deixei escapar um suspiro de alívio quando saíram pela porta.

“Faz tempo que eles estão aqui?” Ela perguntou enquanto se servia de um copo de água.

“Sim. Mas eles estavam preocupados e precisavam saber que eu estou bem. Apenas feliz que acabou.”

Ophelia se aproximou e sentou-se em minha frente no sofá. “Você falou com ele?”

Eu sabia que ela estava se referindo a Cruz. Eu balancei minha cabeça.

“Você vai?” Ela perguntou.

Eu pensei em tudo que Eli havia dito na minha volta para casa ontem. “Sim. Eventualmente. Teremos de falar.”

“Kelsey não esta grávida,” ela disse me observando de perto para ver minha reação.

“Eu realmente nunca pensei que ela estivesse. Mas como é que eles sabem disso?”

“Mamãe disse que Woods ameaçou dar queixa de pornografia infantil. Ela tinha vídeos em seu escritório tendo relações sexuais quando ele tinha... bem, quando tinha dezesseis anos.”

Eu não poderia responder a isso. Eu odiava esses vídeos.

“Desculpa... Eu não deveria ter tocado no assunto, mas pensei que você gostaria de saber. Quer dizer, eu fiquei chocada sobre você estar com Cruz. Vocês dois, bem, vocês realmente não se encaixam. Ele é Cruz. Os vídeos de sexo, uma mulher diferente a cada noite, as festas loucas de Cruz.”

Isso era tudo o que as pessoas viam quando eles olhavam para Cruz. O que ele tinha feito. Não quem ele era. Ninguém nunca olhou de perto o suficiente para se importar? Ninguém além de mim?

“Ele é inteligente e cheio de ideias. Ele tem um grande coração e nunca quis machucar ninguém. Ele ama a sua família e não quer decepcionar o seu pai. Há muito mais sobre o Cruz do que o que ele fez.”

Ophelia sentou-se calmamente e seus olhos me estudaram. “Você realmente o ama, não é?!” Isso não era uma pergunta.

“Meu amor por ele não é o problema. O que me preocupa é se isso é o suficiente.”

Ophelia se levantou, andou até mim e colocou o braço em volta. “É sobre encontrar a sua própria perfeição torcida, se deixando apaixonar tanto e ter uma chance. Se você já fez tudo isso, você não tem nenhuma razão para desistir. Não agora.”

“E se ele não estiver desistindo, mas só aceitando a realidade?” Eu perguntei a ela.

Ela sorriu. “Você não sabe o que é a realidade ainda.”

Isso tudo parecia fácil. Mas eu sabia que nada daquilo era. Amar Cruz foi como brincar com uma chama muito quente. Eu ia ficar queimada, eventualmente. Fui dormir naquela noite me perguntando se isso valeu a pena.

Uma semana mais tarde, eu percebi que toda a minha preocupação em perdoá-lo era inútil. Cruz não tinha vindo falar comigo. Ele não tinha ligado para me verificar. Todas as mensagens de voz e de textos me implorando para perdoá-lo no dia em que fugi eram dele. Ele não me ligou ou mandou uma mensagem novamente. Esta cidade não era pequena. Ele sabia que eu estava de volta e não veio se explicar. Ele não estava fazendo nada.

Passei os dias trabalhando no estúdio, pedindo para isso acabar, chorei no chuveiro até que estivesse cansada demais para chorar mais e, em seguida, fui para a cama. Isso se tornou uma rotina. Minha mãe tinha me chamado para almoçar, mas eu disse a ela que estava muito ocupada. Ela acabou vindo me trazer comida no estúdio outro dia.

Ophelia foi para Sea Breeze com sua família. Eles estavam indo visitar Nate e Bliss por algumas semanas. O apartamento estava em silêncio. Tudo que eu tinha eram meus pensamentos e esses eram sempre sobre Cruz. Eu estava começando a ansiar pelo dia em que eu iria tomar um banho e não acabaria em lágrimas. Eu queria a minha felicidade de volta.

A pintura foi feita. Espelhos seriam instalados com barras ao longo das paredes. Em seguida seria o chão. Os sons de construção e trabalhadores me deu algo para me concentrar diferente de Cruz.

Quando há segunda semana, desde o meu retorno, chegou ao fim, eu não chorava mais no chuveiro. Eu assisti a um filme antes de ir dormir e comi uma refeição inteira em vez de apenas mordiscar. Olhando para o teto naquela noite eu percebi que a minha vida ia ficar bem. Cruz não veio me ver. Mas eu precisava do fechamento. Suas ações ou não ações contaram-me o que eu precisava saber sobre nós. Ele estava acabado, mas eu tinha algumas coisas a dizer a ele primeiro.

Eu me levantei de manhã e gostaria de encontrar Cruz. Eu nos daria o fechamento que eu precisava. Então eu iria finalmente colocar Cruz Kerrington para trás. Seguiria em frente e desta vez não olharia para trás.


Quarenta e Quatro

Cruz Kerrington

 


MAIS FELIZ. Lila Kate estava mais feliz. Eu a tinha visto. Eu fui a Sea Breeze mesmo depois que Nate tinha me dito que ela não estava lá e eu a encontrei. Ela estava lá. Ela estava mais feliz. Eli estava sentado a sua frente e ela estava sorrindo. Ele sorria. Eles estavam livres de culpa, escuridão e de dor. Lila Kate pertencia a ele. Aceitar isso tinha sido doloroso. Eu queria que ela fosse feliz. Eu a tinha machucado de uma maneira que ele nunca faria. Eu precisava dela. Mas ela precisava dele. Eu a amava mais do que qualquer homem jamais faria.

Isso não importa. Vendo seu sorriso. Rir. Tudo tinha sido tão claro. Ela precisava dele. Não de mim. Fodido Cruz Kerrington não merecia Lila Kate. Ela teria alguém novo. Alguém que não iria quebrar o seu coração. Eu queria que ela fosse feliz. Deixando-a lá com ele tinha sido uma das coisas mais difíceis que eu tinha feito. Mas ela voltou para a casa. E agora eu estava aqui.

Eu a assisti por duas semanas. Ela não saiu. Trabalhou durante todo o dia, pediu comida, então foi para a cama cedo. Mais de uma dúzia de vezes eu quase saí desta maldita caminhonete do trabalho que eu estava usando do departamento de manutenção de campos do clube e fui até lá bater em sua porta. Mas eu não podia. Ela não tinha me ligado. Ela não tinha vindo me encontrar. Nem mesmo uma mensagem.

Meu passado era mais do que ela podia aceitar. Mas o que eu podia esperar? Lila Kate não estava manchada de qualquer forma. Ela nunca teve uma situação tão complicada. Eu era a porra do seu único pesar. Tomei um gole de café que eu tinha começado a beber porque não conseguia dormir à noite e a exaustão que veio com essa falta de sono exigia cafeína.

Meu pai não me queria no clube. Ele disse que eu tinha que crescer muito para poder trabalhar lá. Agora que o problema com Kelsey foi tratado e ela se foi, ele decidiu que era melhor que eu não tivesse relações com o clube, eu só podia trabalhar na equipe de cuidados com o gramado do campo de golfe.

Eu acordava às quatro da manhã para cortar a grama, colher erva daninha e limpar o lixo sete dias por semana. Papai disse que se eu não quisesse fazer isso e trabalhar, iria ser da maneira mais difícil, eu era bem-vindo para encontrar outro futuro. O clube significava muito para ele confiá-lo a mim depois de expor o meu comportamento imoral.

Eu esqueci o pedaço de bolo na minha mão que eu tinha trazido do café quando vi Lila Kate andar fora pela primeira vez em duas semanas. Deixei-o no assoalho do carro e coloquei meu copo para baixo enquanto ela fazia seu caminho até o carro. Ela estava indo para algum lugar. Estava indo de volta para ele? Ela estava deixando este lugar para ir a Sea Breeze? O pânico se estabeleceu em mim pois eu sabia que ela merecia o que Eli Hardy poderia lhe dar.

Uma vez que ela dirigiu, eu a segui. Percebi que isso não era saudável, mas eu acreditei que eu estava fodido na cabeça como meu pai tinha dito. Eu precisava de terapia ou algo assim. Imaginei que essa merda de cuidar do gramado antes do sol nascer era uma boa terapia.

Não me levou muito tempo para descobrir que ela estava indo para a minha casa, não para Sea Breeze. Antes dela virar na minha entrada, parou o carro na calçada e eu desacelerei a caminhonete. A porta do carro se abriu e ela virou para olhar para mim com as mãos nos quadris como se estivesse irritada.

Eu vinha atrás dela, virei a caminhonete e sai.

“Você está me seguindo?” Ela perguntou. “Você acha que óculos escuros e um boné de beisebol são um disfarce real?”

Eu pensei que tinha me escondido o suficiente. Eu estava dirigindo esta caminhonete velha e empoeirada. Fiquei impressionado que ela tinha prestado a atenção ao seu redor para perceber que ela estava sendo seguida. “Sim.”

“Por quê?” Ela perguntou.

“Eu estava preocupado com você.” E tentando criar coragem de falar com você. Mas eu não disse isso.

Lila Kate caminhou na minha direção e suas mãos pequenas me empurram com força no peito. “Eu voltei há duas semanas. Isso é tudo que você tem a dizer?” Ela gritou me empurrando para trás. “Você estava preocupado comigo? Por que Cruz? Por que você estava preocupado comigo? Porque sua amiga casada e insana me mostrou fodidos vídeos de vocês dois e me disse que estava grávida de seu filho?” Lila Kate foi falando mais alto e seus olhos estavam cheios de lágrimas. Estendi a mão para tocar seus braços. Para impedi-la de me empurrar para a estrada, tentando acalmá-la.

“NÃO! Não me toque. Você não pode me tocar! Eu te amei! E você esperou por duas semanas, sentado do lado de fora e me vigiando!”

Ela sabia que eu estava sentado do lado de fora de sua casa? Droga. Ela era mais perspicaz do que eu imaginava.

Lágrimas estavam fluindo livremente pelo seu rosto agora. Ela chorou e me bateu com os punhos. Uma vez no braço e outra no peito. Depois que ela me atacou, virou-se e começou a correr de volta para seu carro.

“Você disse que me amava,” Eu falei. “Isso é passado, Lila Kate. Está acabado? Você ama alguém tão rápido assim?” O medo estava obstruindo minha garganta. Eu a observei, enquanto segurava um pequeno pingo de esperança de que ela me perdoasse. Que ela não tinha se mudado tão rapidamente para Eli Hardy. Que ela ainda me amava. Que não seria capaz de me amar depois do que ela viu, do que ela sabia, era pior. Como eu lutaria por ela se ela não me ama mais?

Ela parou. Nós dois ali. Ela estava de costas para mim. Esperei mesmo que eu quisesse correr para ela. Para segurá-la. Para pedir-lhe para me amar.

“O que você quer de mim?” ela perguntou voltando-se para mim. Seu rosto coberto de lágrimas estava manchado e vermelho.

“Tudo,” eu respondi honestamente.

“Onde você esteve?”

“Do lado de fora da sua casa. Nessa maldita caminhonete,” eu admiti.

“Por quê?”

“Porque eu estava aterrorizado com isso. Que eu não tivesse chance de fazer isso direito. Que eu tivesse perdido tudo. Que eu tivesse perdido você.”

“Então você não veio me procurar? Você deixou-me pensar que tínhamos terminado?”

Eu balancei minha cabeça. “Eu liguei, mandei mensagens para você e você nunca respondeu. Eu estava esperando. Dando-lhe tempo. E... Eu vi você com ele. Eu vi você sorrir. Eu vi você rir. Você estava feliz, Lila. Eu quero que você seja feliz. Eu não fui embora. Eu estava do lado de fora o tempo todo. Exceto quando eu estava cortando grama e colhendo erva daninha às quatro da manhã no campo de golfe.”

“Você me viu sorrindo com quem?” Ela perguntou com confusão no rosto.

“Eli.”

“Eli? Em Sea Breeze?”

“Eu fui procurar por você. Eu encontrei você. Com ele. Ele fez você sorrir. Ele é bom. Ele não fez mal a você como eu fiz.”

Ela não respondeu de primeira. Ela só ficou lá olhando para mim enquanto deixava a minha confissão se afundar. Ela não podia negar o que eu tinha visto. Como Eli a tinha feito esquecer a dor. Tinha-lhe dado uma razão para sorrir. Ele nunca iria machucá-la como eu fiz, mas nós dois sabíamos que ele nunca poderia amá-la como eu a amo. Ninguém poderia.

“Quando foi a última vez que esteve com ela?” Ela me perguntou.

“Três meses atrás. Eu estava bêbado. Ela me chamou. Fui até ela. Era um hábito. Um que vou me arrepender para o resto da minha vida.”

“No começo, você a amava?”

“Eu era um garoto, Lila. Eu amava qualquer mulher que deixasse meu pau ficar em sua boceta. Então ela começou a me contar o quão maltratada ela era e como seu marido não tinha relações sexuais com ela. Eu senti pena dela. Em um ponto, eu acho que eu pensei que nós éramos amigos, mas sempre foi uma manipulação da parte dela. Eu nunca a amei. Eu me apaixonei uma vez. Eu ainda estou. Mesmo quando eu não percebia isso, Lila, foi você. Sempre você. A garota que eu nunca me senti bom o suficiente. A menina que eu observava de longe e sonhava à noite. Só você.”

Ela fungou e enxugou uma lágrima. “Eu tenho medo de que você vá ficar entediado comigo. Nós somos tão diferentes. Eu... Eu não sou tão experiente ou aventureira. Eu poderia ser, mas eu nem sei como.”

Meu peito estava mais leve do que em semanas. Eu puxei a minha primeira respiração profunda desde o momento que descobri que Lila Kate estava desaparecida. “Você está falando sério?” Perguntei dando um passo em sua direção.

Ela assentiu com a cabeça.

“Você tem alguma ideia de quão perfeita você é para mim?”

Ela balançou a cabeça neste momento.

“Não houve uma vez em minha vida que eu pensasse sobre meu futuro e não te vi nele. Seu rosto estava sempre lá. A sua voz na minha cabeça quando eu estava fazendo a coisa errada. Aqueles olhos me assombravam mesmo quando eu estava desmaiado de bêbado. Você tem estado comigo em cada momento da minha vida. Mesmo se eu não quisesse você lá, meu coração queria você. Minha alma encontrou a sua companheira quando eu era criança. Eu poderia ter lutado contra ela, mas a conexão já tinha sido feita. Sempre será assim.” Dei mais um passo em sua direção. “Você pode até me odiar. Você nunca pode nunca me perdoar. Você pode me dizer para sair e não voltar. Mas eu vou te amar para sempre. Isso não vai mudar.”

Ela fungou novamente. “Isso significa que você vai sentar-se do lado de fora como um perseguidor me vigiando?”

Eu sorri. “Provavelmente sim.”

Lila Kate fechou a pequena distância entre nós e colocou as mãos no meu peito suavemente desta vez. “Isso não me deixa nenhuma outra escolha, então farei isso.”

“Você está indo para obter uma ordem de restrição?” Eu provoquei.

Ela sorriu então. Um grande sorriso bonito que deixava meus joelhos fracos durante o tempo que eu me lembrava. “Essa é uma opção,” ela respondeu. “Mas eu acho que eu vou com a opção número dois.”

“E qual é?” Perguntei.

Ela ficou na ponta dos pés e deu um beijo em meu queixo. “Te amar pelo resto da minha vida.”

Eu segurei seu rosto em minhas mãos e olhei para a mulher que seria sempre a que me salvou. Ela era meu centro. Amá-la tinha me destruído. O velho eu tinha ido embora. O homem descuidado, egoísta que eu era não estava mais lá. Eu queria ser bom o suficiente para ela. E eu seria. Eu seria o tipo de homem que meu pai era. Minha vida tinha um propósito.

Tudo por causa de Lila

 

 

                                                                  Abbi Glines

 

 

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