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Series & Trilogias Literarias
Beta Undone
É culpa dele que o companheiro do Alfa não gosta de uma piada?
Depois de chatear o companheiro do Alpha, Kia é enviado em um trabalho: checagem de merda para Madge, o lobisomem louco que vive perto das terras da matilha. Kia não tem nenhum amor para o lobo maluco que faz balas de prata projetadas para matar outros lobisomens. Ele logo veria o bastardo partir.
Até que ele o encontra. O lobo meio louco é sexy e tímido e Kia quer nada mais do que cair como um filhote de cachorro adulto para o cara.
Madge só quer ficar sozinho. Se as crianças da matilha local parassem de assediar ele, ele estaria perfeito, exceto que ele tem certeza que a prata com que ele trabalha todos os dias está matando-o lentamente.
A única coisa que ele não precisa é um lindo lobo Beta perseguindo sua propriedade sob o pretexto de ajudá-lo. E talvez descobrir a verdade.
Capítulo 1
Kia se inclinou para trás, chutou os calcanhares no sofá, abriu uma cerveja e soltou um suspiro. Tinha sido um longo par de semanas. Ele tinha trabalhado todas as noites durante o último mês no Distant Howl, preenchendo Rowan enquanto ele tinha seus pés no chão como Alfa.
Entre as noites de trabalho e os dias de trabalho treinando com os outros Betas novos na matilha – ainda por cima em malditos turnos de guarda - ele estava acabado.
Eles tinham finalmente contratado um pouco de ajuda no bar - três lobos jovens da matilha. Com eles totalmente treinados, naquela tarde Kia anunciou ao mundo que ele estava tirando a noite de folga.
Ele não estava deslocando sua bunda fora deste sofá para as próximas quatro ou cinco horas.
Ele pegou o controle remoto e clicou na enorme tela plana que eles tinham instalado. Viver na casa do Alfa tinha algumas vantagens.
Uma repetição de Supernatural encheu a tela. Oh sim. Kia se contorceu e ficou confortável. Quentes homens sexy procurando bandidos loucos como pedra.
— Que porra é essa?
Kia mal reagiu ao grito do companheiro do Alfa, olhando para a porta da cozinha e depois descartando o som. Se ele precisasse se preocupar, Craigh iria buscá-lo.
Ele não teve muito tempo para esperar. Segundos depois, Craigh entrou na sala, segurando uma meia branca entre as pontas dos dedos.
— O que é sua meia nojenta, desagradável está fazendo no balcão da cozinha? — Craigh soltou.
— Ah, então foi para lá que foi. Estava mesmo faltando uma.
Craigh lançou o material ofensivo no rosto de Kia. Kia se encolheu e deu uma bofetada.
— Ei.
— Agora você sabe como o resto de nós se sente. Você é um lobisomem. Não é um porco.
Kia encolheu os ombros e se inclinou mais para dentro das almofadas do sofá.
— Bem, nem todos nós somos tão sortudos quanto Rowan para ter um companheiro pequeno para pegar depois.
Um grunhido baixo roncou através da garganta de Craigh.
— Eu não sou seu pequeno.
Isso não é uma merda, pensou Kia. Por ser um lobo Ômega, Craigh era malditamente enorme, quase tão grande quanto Rowan. Não quase como dominante, mas não um submisso. Kia gostava de agitar o cara um pouco, só por diversão.
— Awww. A pequena esposa está ficando magoada com seus sentimentos?
— Seu idiota. — as palavras rosnadas revelaram os dentes caninos de Craigh - afiados, grandes e não muito apropriados em sua boca. O companheiro do alfa parecia à beira de mudar. Kia franziu os lábios e emitiu um beijo de beijo no ar.
O vermelho brilhou nos olhos de Craigh e seus dedos se fecharam em punhos. Kia piscou. E esperou.
Um grunhido frustrado roncou da garganta de Ômega. Craigh se virou e saiu correndo da sala, os pés ecoando enquanto ele batia as escadas.
Kia riu e tomou outro longo gole de sua cerveja. A porta do andar superior fechou-se e com ela, começou o grito.
Droga, Craigh era fácil de atormentar.
Kia bloqueou o ruído de fundo e concentrou-se em Dean Winchester, achando-o mais bonito que Sam. Ele gostava de seus homens grandes e mesquinhos. Ele não ia para os bonitos ou os caras que ele achava que ele poderia esmagar quando fodia.
Ele não conseguiu desfrutar da paz por muito tempo.
Pés soaram mais uma vez na escada, só que desta vez, eles encabeçaram para baixo e com o baque distintivo de um Alfa zangado.
— Que porra, homem? — Rowan bateu Kia na parte de trás da cabeça dura o suficiente para picar.
Kia ignorou o golpe e olhou para o amigo. — Essa é a segunda vez em menos de cinco minutos que alguém me perguntou isso.
— Sim, sério. Você tem que dizer coisas que você sabe que vai irritar meu companheiro?
— É minha culpa ele não pode aguentar uma piada?
— Sim, meio que é. E desde que você irritou meu companheiro, você vai fazer um trabalho para mim.
— É a minha primeira noite de folga em um mês. — Kia protestou, o som saindo com mais lamentos do que ele teria gostado.
Instinto animal exigiu que ele balançasse os pés para o chão e levantasse para mostrar respeito por seu Alfa. Ele lutou com todas as fibras de seu ser. Inferno, Rowan tinha sido um amigo, um Lobo Solitário como Kia, até que ele tinha matado o Alfa anterior e assumiu a matilha.
— Eu era simpático até que você irritou meu companheiro. Agora, eu vou ficar aqui e acalmar Craigh o suficiente para que você possa dormir sem a ameaça de sua garganta sendo cortada aberta. Você vai fazer uma pequena viagem.
Kia suspirou, o som dramaticamente diferente do barulho satisfeito que ele tinha feito quando ele se esticou pela primeira vez. Inferno, ele não estava saindo disso. Se ele empurrasse demais, Rowan iria virar Alfa cheio em sua bunda e não seria bonito para qualquer um deles.
Sentou-se e deixou cair os pés no chão. Ele se inclinou e pegou suas botas de montaria.
— Para onde eu vou? — ele puxou as botas de couro.
— Eu preciso que você vá ver Madge.
Kia saltou para ficar de pé.
— De jeito nenhum. Não vou me aproximar daquele bastardo louco. — Rowan não falou. Ele cruzou os braços em seu peito e olhou para Kia. — Por que você quer verificar esse idiota em tudo?
— Algumas crianças têm estado perturbando ele, jogando pedras em sua casa, inclinando sobre seus potes de prata. Esse tipo de coisa.
— Bom.
O brilho de Rowan ficou mais profundo e Kia reconheceu o peso do poder do Alfa. Ele baixou o olhar, olhando para baixo o suficiente para Rowan aceitar que ele não estava desafiando o lobo mais forte. O momento passou e Kia ergueu os olhos.
— Foi um assédio bastante consistente. — continuou Rowan, ignorando o momento tenso. — E eu não tenho notícias dele em poucos dias.
— Isso é bom, certo? — Kia não queria ouvir sobre o bastardo nunca.
— Seria uma boa notícia, exceto que eu tenho medo que ele tenha tomado as coisas em suas próprias mãos. Eu não quero que ele vá atrás de alguns adolescentes da matilha porque ele está com um humor péssimo. Garanta-lhe que estou trabalhando em descobrir quem está fazendo isso e ele tem que ser paciente.
Kia zombou. Ele não conhecia bem o outro lobo - o inferno - mas das duas vezes que se conheceram, Madge não irradiou “paciência”. Ele gritava “bastardo recluso louco”.
— Que tal isso? — ofereceu Kia. — Você vai verificar Madge e eu ficar aqui e pedir desculpas a Craigh. Diabos, eu até vou preparar o jantar.
— Eu já cozinhei o jantar e não. Você me irritou para que você conseguisse o trabalho de merda. Lide com isso.
Kia se ergueu até sua altura máxima, quase 1,82 e um pouco mais baixo do que Rowan.
— Quando você se tornou um idiota?
— Eu sempre fui um idiota. — Rowan sorriu. — É agora, você tem que me ouvir.
Kia balançou a cabeça.
— Eu nunca deveria ter concordado em me juntar a esta maldita matilha. — ele murmurou.
— Como se eu te desse muita escolha. — Rowan riu. Ele levantou um dedo. — Falando em jantar. Espere.
Com esse comando, ele se virou e correu para a cozinha, retornando segundos depois com um recipiente de plástico de tamanho médio.
— Dê isso a Madge.
Ele empurrou o Tupperware para as mãos de Kia.
— O quê? Você está alimentando o pequeno merdinha agora?
Era só tempo de Rowan suspirar e Kia teve pouca satisfação com o barulho.
Pelo menos ele não era o único irritado com a noite agora.
— Uau. Quem sabia que você se tornaria tão estimulante? Deve ser por causa de seu companheiro bonito e pequeno.
Rowan rosnou. Kia decidiu agora que seria um bom momento para um retiro estratégico. Ele sorriu quando ele deu um passo para trás, pegou sua jaqueta do gancho e correu para fora da porta da frente.
O ar fresco da queda correu contra sua pele e incitou um arrepio vivo. Seu pênis se animou, desejando qualquer tipo de sensação.
Com Kia de repente um Beta na matilha, seus amigos de foda tinham quase desaparecido. Eles gostavam de ter seus traseiros batidos por um lobo solitário, mas assim que ele se tornou o segundo do Alpha, eles pararam de entrar.
Ele não tinha nada mais do que um trabalho de mão nas últimas quatro semanas. Hmmm, talvez eu faça uma corrida para o Distant Howl depois de verificar o bastardo louco e ver quem está por perto.
Exceto se ele fosse ao bar, acabaria trabalhando. Mesmo que eles não lhe pedissem para trabalhar, ele passaria o tempo monitorando os novos caras, certificando-se de que eles não estragavam as coisas.
Ainda assim, tinha que ser melhor do que voltar para casa. No momento em que ele terminou de verificar Madge, Rowan teria não só obtido o seu companheiro de bom humor, eles estariam fodidamente se pegando. Você pensaria que eles eram coelhos, Kia rosnou, inteligente o suficiente para manter o som em sua cabeça.
Amontoou o recipiente de plástico em seu alforje, amaldiçoando silenciosamente tanto Rowan, e balançou a perna sobre a moto, montando na grande Harley. Ele esfregou a mão pelo lado, amando o poder puro entre as pernas, toda enfeitada em um trabalho de pintura lustroso.
O motor arrancou com um ronronar que vibrou diretamente em suas bolas e fez seu pau se contrair. Definitivamente preciso ter um encontro, ele pensou. Vou acabar fodendo minha carona. Ele puxou para a estrada principal, o vento mudando de frio para congelante quando ele acelerou.
Droga, ele amava essa época do ano. Só um pouco frio demais para estar lá fora sem um casaco, perfeito para se aconchegar, uh, foder na frente de uma lareira. Não que ele tivesse feito isso. Ele era mais do tipo de empurrar seu amante contra algum tipo de parede. Duro e rápido. Era assim que ele gostava.
Ele não tinha muito para ir. A casa de Madge estava sentada em um pequeno ponto perto do rio a leste das terras da matilha. Era imobiliário primário. Nos velhos tempos, uma matilha teria acabado de assumir e empurraria Madge para fora. O bastardo louco não era da matilha e tecnicamente só vivia na área porque o Alfa permitia.
No mundo de hoje, até mesmo as matilhas tinham que comprar terras e de acordo com Rowan, Madge mostrou-lhe uma ação legal agradável para a trama que ele possuía.
Kia diminuiu a velocidade quando se virou na estrada de terra que levava à casa de Madge. Ele resmungou quando seu pneu dianteiro atingiu o primeiro buraco. Porra.
Mesmo indo devagar, cada batida vibrou na coluna de Kia. Movendo-se da “estrada” para a cobertura das árvores, ele parou e estacionou sua moto. Ele não iria arruinar a suspensão em seu passeio porque Madge era um bastardo barato e não pavimentaria seu caminho. Ele rosnou e saiu da motocicleta, lembrando-se no último minuto para pegar a tigela de plástico que Rowan tinha empurrado em suas mãos.
— Eu pareço o maldito vagão de boas-vindas. — ele murmurou quando ele começou a descer o caminho. Madge, obviamente, deixou a estrada tão inóspita quanto possível. Mesmo andando, Kia pensou que ele torceria um tornozelo.
Não seja um chorão, ele zombou mentalmente. Faça o trabalho, sobreviva a ira de Rowan e você pode ir beber e encontrar algum pequeno traseiro apertado para foder. A conversa animada, que provavelmente nunca chegaria a qualquer vestiário, o fez sorrir e estimular seus passos. A casa de Madge ficava a cerca de um quilômetro e meio e o sol estava se pondo.
A escuridão não o incomodava - seus sentidos de lobo compensavam a luz baixa - mas quanto mais perto chegava à cabana, mais achava que poderia estar vazia. Ele teria dito que a pequena casa parecia abandonada, exceto que estava muito arrumada. Inferno, as flores floresciam nos jarros de janela. Não durariam muito mais. As noites estavam esfriando.
Ainda assim, elas adicionavam uma sensação...
Que porra você está pensando? Você não está aqui para um episódio de Casa & Jardim de Lobos.
Aproximou-se da casa, todos os sentidos em alerta para qualquer sinal do lobo louco que morava aqui. Imaginou que Madge conseguiria uma emoção de saltar e assustar a merda fora dele.
Kia contornou a porta da frente e foi até o lado da cabana, pegando a terra antes de bater.
Uma pequena fornalha caseira brilhava com uma luz brilhante. Kia aproximou-se, sabendo o que encontraria na panela profunda no interior. Ele se inclinou para frente.
O clique-clack distintivo de uma espingarda sendo carregada fez o cabelo em seu traseiro levantar-se. Ele congelou no lugar.
— O que você está fazendo aqui? — Madge exigiu de algum lugar atrás de costas de Kia.
Ninguém jamais poderia descrever Madge como “estável” e Kia sabia melhor do que dar a um louco qualquer motivo para atirar nele. Ele lentamente levantou suas mãos longe de seu corpo - um pouco estranho enquanto segurando Tupperware - para mostrar que ele não carregava uma arma.
— É Kia. — ele disse, mantendo a voz baixa, quase calmante. — Eu sou da matilha de Rowan.
— Eu sei quem você é. O que você está fazendo aqui?
Kia se virou e olhou para o outro lobo.
Madge só tinha cerca de 1,52, então Kia teve que dirigir o olhar para baixo. Um brilho ligeiramente insano, definitivamente paranoico brilhou nos brilhantes olhos prateados do outro homem.
Kia nunca tinha olhado para Madge, seus encontros anteriores eram rápidos e sarcásticos. Raios corajosos de prata atravessavam seu longo cabelo, mas não faziam nada para fazê-lo parecer mais velho, se aquele era o olhar que Madge esperava. Seus cabelos rodeavam seu rosto em um corte desgrenhado como se alguém tivesse cortado às cegas. Os dramáticos matizes escuros e claros deram ao rosto de Madge uma aparência rígida, quase magro, como se quisesse ser o próximo supermodelo.
Kia afastou os pensamentos. A aparência de Madge significava menos do que nada, exceto... Os lábios cor de rosa em um beicinho fizeram Kia pensar em quão bonita essa boca seria enrolada ao redor de seu pau. A ideia entrou em espiral em seu pênis e a maldita coisa empurrou contra o zíper de sua calça jeans.
A sensação sacudiu Kia de suas fantasias. Ele balançou a cabeça para limpar a imagem ultrajante de seu cérebro e se concentrou no fato de o outro homem ainda apontar uma espingarda carregada em seu peito. Eles estavam a apenas dez pés de distância. Se Madge atirasse nele agora, nenhuma quantidade de cura de lobisomem mística ajudaria.
A mandíbula de Madge se apertou e ele trocou a arma em suas mãos, como se a estabilizasse, mostrando a Kia que estava falando sério.
— É assim que você cumprimenta as pessoas? Com uma arma carregada? — Kia exigiu, sua voz subindo para a faixa “WTF1“. A sacudida do medo mudou para raiva entre um batimento cardíaco e o seguinte.
— Quando chegam à minha propriedade sem serem convidados, sim.
— Aposto que essa coisa tem balas de prata também. — Kia ergueu o queixo para a espingarda.
— Isso é pelo que eu sou conhecido. — os dedos de Madge resvalaram ao longo do lado da arma. — Agora, eu vou perguntar uma vez mais... o que você está fazendo aqui?
Kia apertou os dentes de volta, resistindo ao desejo de arrancar a arma da mão do sujeito e bater nele. Sua segunda opção era dizer, “foda-se” e ir embora. Rowan queria que ele verificasse Madge, bem ele tinha. Madge estava vivo. Seu trabalho estava feito.
Mas inferno, Rowan perguntaria como o cara estava e perseguiria Kia até que ele obtivesse respostas. Além disso, algo além da loucura brilhava nesses olhos. Medo? Raiva? Kia não era bom em ler as pessoas, mas o que mais estava acontecendo naquele cérebro, não era uma emoção feliz e radiante.
O lobo de Kia lutou contra o controle humano, tentando se livrar. Curioso sobre a criatura estranha na frente deles, o lobo queria investigar, explorar. Lamber.
O pênis de Kia deu um pequeno ressurgimento de interesse. Péssima ideia.
— Rowan me enviou para checar você.
— Por quê?
Riso gritou fora da garganta de Kia no tom confuso, ligeiramente irritadiço de Madge.
— Isso é o que eu disse. — ele sorriu, compartilhando a piada com o outro homem.
Madge não parecia achar engraçado. Ele olhou de volta para Kia com olhos branquíssimos.
Bastardo sem humor. Claro, isso significava a resposta instintiva de Kia para pegar o cara até ele ter uma reação levantada.
— Ele estava preocupado que você tivesse amarrado os adolescentes porque você não aguenta ter uma piada.
O cano da arma se inclinou e Madge deu um passo à frente. Um cheiro de água limpa masculina e fresca flutuava sobre Kia e ele respirou fundo, querendo capturar cada pedaço do cheiro delicioso.
— Quebrar cada janela em minha casa não é uma piada, idiota. — Madge rosnou.
Kia levou um momento para processar o que Madge dissera, porque, por alguma razão, seu lobo queria ver se o outro homem saboreava tão bem quanto cheirava.
— Espere, eles quebraram suas janelas?
— Eu disse a Rowan isso.
— Ele disse que algumas crianças estavam jogando pedras em sua casa.
— O que você acha que as rochas fazem quando encontram vidro?
Kia estremeceu, sentindo-se um pouco estúpido. Ele ergueu-se até a altura máxima, com a mente saltando para o próximo passo, o que era bom, porque ele realmente não precisava deixar seus pensamentos voltarem-se para o quão bom Madge cheirava ou como era bonito. Você não gosta de seus homens bonitos, lembra?
Exceto que “bonito” parecia bom em Madge, especialmente com a maneira como seus lábios se diluíram em raiva e seus olhos brilhavam. Talvez Madge considerasse ocupar o espaço vazio deixado pelos camaradas de Kia, ou talvez não. O cara era também espinhoso e provavelmente não seria sem alguns drinques e jantar.
Foco!
Ele olhou ao redor da casa. As janelas tinham sido substituídas já. Bom. As noites estavam esfriando.
— Quando isto aconteceu?
Madge encolheu os ombros.
— Na semana passada.
Kia inclinou a cabeça em direção à floresta.
— Você fez check-out? Pegou algum perfume?
— Sim e sim. — eu não sou um idiota. Madge não disse essas palavras, mas Kia as ouviu.
— E? — Kia alertou, tentando não rosnar. Agora ele entendia a frase “ranger os dentes”. — Eu não conheço a sua matilha o suficiente para reconhecer nenhum dos perfumes que encontrei.
Kia assentiu.
— Por que eu não faço uma verificação rápida e talvez eu possa...
— Não. — Madge levantou o cano da arma e apontou para o peito de Kia. A ponta da espingarda não vacilou. Kia teve a impressão nítida de ignorar os desejos de Madge, ele se tornaria um pato na galeria de tiro.
A maneira casual como o sujeito lidava com a arma fazia a pele de Kia coçar. Muito para cima e para baixo com a coisa para ele ser confortável.
Mas Kia não era um de recuar. Se as crianças estavam vandalizando a casa do cara, eles precisavam ser pegos e punidos. Se Kia tivesse sido um Lobo Solitário ainda, ele teria ignorado completamente a situação. Viver e deixar viver tinha sido o seu lema.
Agora, ele era um membro, um maldito líder na matilha de Rowan e ele não podia deixar isso deslizar.
Além disso, não era bom escolher o louco que vivia na floresta.
— Não há problema. Só me levará alguns minutos para fazer uma...
— Eu disse que não. Mantenha-se fora da minha floresta. — Madge balançou de pé a pé como se decidisse em que direção avançar. — E saia da minha terra.
Kia sacudiu a cabeça. — Só estou tentando ajudar.
— Não preciso de sua ajuda.
— Uau, você realmente é um idiota.
Madge encolheu os ombros, o epítome do desinteresse, mas algo em seu comportamento - talvez porque o encolhimento de ombros revelou o quão magro os ombros de Madge estavam, estreitos ao ponto de puxar os ossos no coração de Kia.
Ele não entendia as sensações estranhas. O sujeito irritava o mundo em geral e fazia balas de prata que ele vendia para “caçadores” que caçavam lobisomens. Kia queria deixar o merda chafurdar em sua bagunça, mas porra, ele não podia ignorar a atração simpática.
Mas o cara não queria sua ajuda. E receber um tiro só para fazer uma boa ação não soava como a ideia de Kia de diversão.
Ele encolheu os ombros. Ele tinha feito o que Rowan lhe pediu para fazer. Ele poderia relatar que Madge estava vivo e ele não tinha uma fileira de cadáveres adolescentes que alinhavam sua propriedade - pelo menos não que Kia pudesse ver. Com a consciência limpa, poderia ir até The Distant Howl tomar uma bebida, uma refeição quente e uma foda ainda mais quente.
A lista mental lembrou-lhe o recipiente na mão.
— Ah, aqui.
Ele ofereceu a tigela de plástico.
Madge recuou como se Kia tentasse lhe entregar uma cobra.
— O que é isso?
— Uhm. — Kia olhou para o recipiente semi-claro. — Guisado de veado, eu acho. Rowan o enviou.
Madge deu um passo para trás, o cano da arma mais uma vez inclinado em direção ao chão.
— Posso me sustentar - declarou Madge, o orgulho e o desafio fluindo através das palavras simples. O corpo magro, quase magro desmentia esse anúncio. Kia não duvidava que, se Madge tirasse a camisa dele, cada uma de suas costelas iria mostrar.
— Não é disso que se trata.
De repente, pareceu imperioso que Madge tomasse o guisado, comesse. Mas como ele conseguiria que o cara aceitasse a oferenda e mantivesse seu orgulho?
— Desde que Rowan está se acasalando, ele se tornou tão malditamente domesticado que mal podemos suportar. — ele levantou a tigela como se ela oferecesse prova. — Ele começou a cozinhar. Ele faz potes enormes deste material. Há apenas quatro de nós na casa e se eu levar isso de volta, ele vai nos fazer comê-lo para o jantar. Novamente.
Ele mostrou um sorriso fraco.
— Quero dizer, é bom e tudo, mas estamos todos um pouco cansados disso. — disse ele, esperando que Madge não pudesse dizer mais do que Kia disse que era uma mentira.
O guisado de carne de veado era recém-feito e apesar do fato de que havia apenas quatro deles na casa, eles poderiam devorar a refeição enorme em um, no máximo duas, sessões. E isso não contando outros membros da matilha parando e agarrando uma mordida.
Kia tinha aprendido a comer cedo, comia muitas vezes desde que se mudou para a casa Alfa, se ele não queria morrer de fome.
Madge olhou fixamente por um longo momento como se estivesse tentando avaliar a honestidade de Kia. Kia manteve o rosto em branco. Muita simpatia ou a sugestão de um sorriso provavelmente deixaria o cara espinhoso com a pulga atrás da orelha.
Finalmente Madge assentiu.
Kia ofereceu o guisado a Madge e esperou que o outro lobo o pegasse. Madge agarrou a tigela e se afastou, pisando para o lado, abrindo um caminho em direção à estrada.
Pequena merda.
Ainda assim, baseado em como o rapaz era magricela, ele provavelmente tinha razão.
Madge não lhe disse para sair novamente, mas o convite para partir era óbvio.
— Tem certeza de que não quer que eu percorra os bosques e veja se reconheço algum cheiro?
— Não.
Kia assentiu e esfregou a língua ao longo da frente de seus dentes, segurando as perguntas. Não era hora de empurrar. Mas não parecia certo deixar o cara aqui sozinho.
— Escute... — Kia mergulhou em seu bolso traseiro. O cano da arma se ergueu, apontando para o peito de Kia. — Apenas tirando minha carteira.
Quando Madge não puxou o gatilho, Kia tomou como um sinal que ele poderia prosseguir. Tirou a carteira e pegou um de seus cartões de visita.
Eles não eram tecnicamente cartões de visita. Eram cartões de conexão. Ele dava aos homens que ele não se importaria de foder novamente. Ele não dava muitos deles, mas eles tinham seu número de telefone.
— Se alguém vier aqui te incomodando, me ligue.
— O que você vai fazer sobre isso?
Kia encolheu os ombros. — Quem sabe? Sou muito útil para se ter ao redor.
Madge não pegou o cartão oferecido. Claro, suas mãos estavam cheias - com guisado e a espingarda. Kia deu um passo à frente, agarrando o outro homem, mantendo os olhos trancados no de Madge para que ele soubesse que Kia não o machucaria.
Kia estendeu a mão e enfiou o cartão no bolso dianteiro do jeans de Madge. As costas de seus dedos roçaram a pele morna de Madge, com apenas uma camada fina de material entre eles. O jeans estava muito solto nos quadris do homem. Parte de Kia queria alimentá-lo. A outra porção mais vocal queria puxar aquelas calças jeans e ver se elas deslizavam tão facilmente quanto Kia suspeitava.
— Ligue-me se tiver problemas.
Ele não esperou por uma resposta. Mesmo a partir dos poucos minutos de seu conhecimento, Kia sabia Madge não iria dar-lhe qualquer tipo de resposta positiva.
Ele examinou a floresta enquanto se afastava, procurando por algo incomum.
Madge fez balas de prata projetadas para matar lobisomens. O fato era de conhecimento comum em torno da matilha. Que segredo poderia ser pior? Kia não sabia o quê, mas Madge estava escondendo alguma coisa.
Madge virou-se, seguindo Kia enquanto o grande lobisomem seguia seu caminho em direção à rodovia. Ele deveria ter deixado seu passeio de volta no ponto de corte. Madge não tinha ouvido o veículo cair no caminho de terra profundamente esburacada, por isso que ele tinha sido surpreendido pela aparência do lobo Beta.
Madge manteve a estrada desse jeito de propósito, querendo desanimar o visitante casual ou o campista que queria estacionar perto do rio.
Sua mão apertou na base da arma, seu dedo pairando perto do gatilho. Ele apoiou os dentes de volta e suspirou. De jeito nenhum ele poderia parecer durão enquanto segurando uma espingarda em uma mão e um recipiente de guisado de veado na outra. Ele deslizou a tigela de plástico em um toco de árvore e levantou a arma de volta, dizendo a si mesmo que iria atirar se Kia virasse para fora do caminho.
Não importava o que acontecesse, ele não podia deixar aquele lobo perto do bosque em volta de sua casa.
Ele rosnou suavemente, percebendo que agora tinha outro problema. Adolescentes assediando ele era uma coisa. Kia era outra. Ele não conhecia bem o outro lobo, mas podia dizer que Kia não era alguém que desistia facilmente. Madge amaldiçoou em silêncio. Ele provavelmente despertou a curiosidade do Beta recusando-se a deixá-lo entrar na floresta.
Era muito grande de um risco.
Madge estava vulnerável agora, mas se alguma vez soubessem a verdade, encontraria sua garganta cortada antes que um grito saísse de sua boca.
Uma vez que Kia deixou a poça sombria de luz da casa, Madge o perdeu de vista, sua visão não forte o suficiente para penetrar no escuro próximo. Ele teve que assumir a fé e instinto que Kia continuou sua caminhada pela estrada.
Mas Madge não era tão confiante.
Ele esperou por dez minutos, observando, parecendo que podia ver além da fraca luz da varanda da cabine. Seu estômago roncou, o fraco cheiro do veado no guisado pegando sua atenção. Ele odiava aceitar caridade, mas se o que Kia tinha dito era verdade, ele estava fazendo-lhes um favor comendo-o antes de jogá-lo fora. E maldição, a carne fresca cheirava bem. Ele decidiu acreditar no lobo Beta. A possibilidade de o guisado ter sido envenenado atravessou sua mente, mas ele a dispensou. Rowan não era aquele tipo de Alfa. Se ele quisesse matar Madge, ele viria e rasgaria sua garganta.
Outro resmungo de seu estômago mandou Madge para dentro. Ou Kia tinha ido embora ou não, mas Madge se recusou a ficar de pé e olhar para a escuridão por mais tempo.
Ele fechou a porta atrás dele e deixou cair a barra de madeira sobre a entrada. Provavelmente parecia um pouco extremo para a maioria, mas então, a maioria das pessoas o chamavam de louco.
Mas o que era o ditado? Só porque você é paranoico, não significa que eles não estão fora de você.
Capítulo 2
Kia subiu as escadas. Tinha sido mais uma longa semana - embora parcialmente por sua própria culpa – e ele tinha a noite de folga. Não importa o quê, ele estava indo para pousar sua bunda no sofá e não se mover. Mesmo que isso significasse ser gentil com Craigh.
Ele pensou em correr para The Distant Howl por alguns drinques, mas na semana passada havia sido um busto, ele não estava interessado.
Ele tinha deixado o lugar de Madge, seu pau ainda tentando chamar sua atenção, e foi para o bar, decidindo tentar a chance de um pedaço de traseiro superar o risco de ser arrastado para o serviço.
Depois de duas horas explorando o talento, ele praticamente implorou para trabalhar. Fez-lhe parecer útil em vez de desesperado. Ele não entendia. Em torno de Madge, seu pau e lobo haviam se levantado e pronto para a ação. Nenhum dos homens de The Distant Howl criou qualquer tipo de resposta.
Tarde da noite, enquanto ele fazia uma pausa, um de seus velhos amigos de foda deslizou ao redor do bar. O homem... Bill? Ou talvez Biff? Chamou-o. Eles saíram para trás e Kia o deixou chupá-lo – foda-se, ele se estabeleceu em Bill porque ninguém neste subúrbio era chamado de Biff. Mas a única maneira que ele manteve seu pau duro foi pensando em Madge.
A estranha atração atrapalhou Kia. Pequeno Madge era bonito como um tipo de pixie e ele tinha belos lábios que ficaria bem preenchidos com o pau de Kia.
A parte estranha era... Kia continuava a imaginar-se de joelhos, Madge pressionado contra a parede de sua casa, o eixo de Madge profundamente na garganta de Kia.
Seu pau endureceu ao pensar. E seu lobo rosnou sua aprovação. Estranho. Kia não costumava ficar de joelhos.
Não que ele não gostasse de chupar pau - ele gostava - ele simplesmente não fazia isso muitas vezes. Seu lobo não se importava com qualquer aparência de submissão. Ele não era um Alfa. Ele não queria liderar nem mesmo dominar necessariamente alguém. Ele não gostava de se submeter. Quase o matava baixar os olhos ao redor de Rowan.
Exceto com Madge, ele não estaria se submetendo. Kia estaria de joelhos, mas ainda estaria no comando. Madge, contorcendo-se debaixo dele, implorando para gozar. Kia lambeu os lábios. Oh sim.
De alguma forma a imagem sexy de Kia chupando o pau Madge fez seu pau mais duro do que a boca de Bill no eixo de Kia. Kia fechou os olhos e imaginou chupar Madge, gozo salgado cobrindo sua língua.
Quando se tratava de cuidar de Bill, o lobo na cabeça de Kia se rebelou com o pensamento de tocar o outro homem, então ele mandou Bill acariciar seu próprio pau.
Depois, Bill se levantou, sorriu e se inclinou para beijar. Kia recuou para trás. Ele não era grande em beijar em um bom dia, muito menos agora, então. Não era que ele se importasse com o gosto do seu próprio gozo na língua de um homem - apenas não este homem.
Os lábios de Kia se afastaram e ele rosnou. Bill se encolheu, saltando e sacudindo as calças.
— Que diabos? Pensei que poderíamos...
— Você pensou errado. — Kia arranhou seu pescoço. O desejo irresistível de se banhar e tirar o cheiro do outro homem fez com que sua pele coçasse.
De pé na varanda da frente, o lobo de Kia grunhiu ante a lembrança - muito chateado desde que ele deixara Bill sugá-lo.
Durante a semana passada, até mesmo olhar para outro homem enviou seu lobo em profundos, lamentos de tristeza. A única coisa que satisfez o animal irritante era a promessa de ver Madge.
Kia tinha levado a estacionar sua moto no final da estrada de Madge depois que ele tinha terminado o trabalho para a noite, deslocando-se e correndo pelo caminho mal raspado até que a luz da janela de Madge brilhou ao longe. De lá, Kia desviou-se e ficou em pé nas árvores observando a casa, como um Romeo patético esperando por um sinal de Julieta.
Seu maior medo era que Madge pudesse decidir ir em uma corrida à meia-noite. Mas fora das cinco noites Kia não tinha sido capaz de convencer seu lobo que tornar-se um stalker2 não iria melhorar a sua vida, ele não tinha visto nada semelhante a outro lobo na área.
A lua cheia não bateu por mais uma semana, então Madge não sentiria a compulsão de mudar, mas Kia ficava nervoso se ele não mudasse a cada poucos dias.
Ontem à noite, finalmente Kia tinha sido capaz de fazer alguma coisa boa. Ele estava agachado na floresta perto da frente da casa de Madge, quando os uivos e rosnados de lobos juvenis ecoaram pelo ar noturno.
Kia partiu, contornando a cabana de Madge e descendo pelo caminho da floresta. Os lobos novos uivaram, claramente construindo sua confiança antes que atacassem.
Ele os seguiu até o rio, deixando sua voz juntar-se na mistura. Os lobos jovens entraram em pânico no momento em que seu grunhido atingiu o ar livre. Gritos frenéticos tomaram o lugar de uivos agressivos. Ele chegou à margem do rio a tempo de vê-los correr de volta pela água e desaparecer na densa cobertura da árvore.
Para solidificar sua retirada, ele desnudou os dentes e grunhiu em sua direção geral. Chefe dele, satisfeito com os esforços da noite, então trotou de volta à casa de Madge, seu lobo muito feliz consigo mesmo, pronto para ficar de guarda, triunfante que ele tinha protegido o outro lobo.
A sensação durou até que Madge saiu em sua varanda e disparou aquela maldita espingarda no ar. O som vibrou no crânio de Kia. Seu lobo bateu e voltou para sua motocicleta. Ele voltou para sua forma humana e grunhiu.
Quando ele puxou suas roupas de volta, ele decidiu que estava feito com a tentativa de ajudar o merdinha espinhoso.
Só que agora ele tinha uma boa ideia de quem estava incomodando Madge. Ele pegou o perfume distinto de um dos lobos. Um pouco familiar. Isso o lembrava de Bill. Não exatamente, mas o jovem lobo passou muito tempo ao redor de Bill.
Mais cedo no dia, Kia aprendeu que Bill tinha um filho adolescente chamado Garrett e ele saía com um grupo de meninos.
Mini-bandidos, pensou Kia.
Imaginou que tinha feito sua boa ação - construindo um bom Karma - para o dia em que ele parasse na casa de Bill para conversar com o adolescente e seu pai.
Os olhos de Bill se arregalaram quando ele entrou na sala de estar para ver o lobo Beta ali. Suor pontilhou sua testa como se ele pensasse que Kia planejava foder sua bunda, enquanto ele estava casado com uma mulher humana.
Muitos lobos machos se casavam com mulheres humanas. A característica de lobo tendia a ser dominante, as crianças seriam capazes de mudar e as mulheres humanas tendiam a ser um pouco mais fáceis de controlar do que as mulheres lobas.
Além disso, acasalar com uma loba significava que você não poderia foder ao redor. Ela saberia e ela iria chutar sua bunda. Pelo menos foi isso que Kia aprendeu em sua matilha de nascimento.
— O que você está fazendo aqui? — perguntou Bill em voz baixa. — Você não vai...?
— Estou aqui para ver seu filho, Garrett.
Bill recuou. — Por quê? O que aconteceu?
— Eu preciso falar com ele sobre Madge.
— Aquele bastardo louco perto do rio?
O lobo de Kia chocava-se com o nome, mesmo que Kia chamasse Madge dessas mesmas coisas. Ou tinha no passado. Droga, quando ele virou tão malditamente protetor? E um lobo insano? Ele esperou. Não. Seu lobo não se importava de chamar Madge de louco. O animal não gostava da maneira como Bill dizia.
Bill puxou seu corpo para cima, soprando seu peito.
— O que ele fez com meu garoto? Eu vou matá-lo. Eu sempre soube que era uma ideia má deixar esse bastardo permanecer perto das terras da matilha. Se ele tocou meu...
Cansado do discurso antes que começasse, Kia levantou a mão.
— Garrett está bem, tanto quanto eu sei. Você pode chamar ele?
As bordas dos lábios de Bill apertaram os cantos. Ele se virou e caminhou até a base da escada, se inclinou sobre a grade e chamou.
— Garrett. Venha cá.
Kia fez um exame lento da sala enquanto esperava. Parecia uma casa humana típica, mas mais masculina do que Kia esperava. A influência da esposa de Bill não se estendia a esta sala.
Alguns segundos depois, Garrett correu escada abaixo, seus passos diminuindo quando ele viu Kia.
— O que está acontecendo?
— O que você estava fazendo na noite passada perto do rio? — Kia deu um passo à frente para que o garoto soubesse responder-lhe.
Os olhos de Garrett saltaram para o pai. Os músculos de sua garganta se contraíram em uma tragada dura antes de olhar para Kia.
— Eu não estava perto do rio ontem à noite. — rebeldia marcou a resposta do garoto. Se a pergunta tivesse chegado como um choque, Kia teria esperado alguma confusão.
— Você não é um bom mentiroso.
— Não chame meu menino de mentiroso.
Kia ignorou a interrupção de Bill.
— Eu estava lá e eu cheirei seu lobo.
Garrett encolheu um ombro.
— Nós estávamos apenas correndo por aí.
— Você tem incomodado Madge. E isso para agora.
— Nós estávamos apenas brincando. Nós não estávamos ferindo nada.
— Você quebrou as janelas dele.
— Isso não era nós. — Garrett murmurou, mas ele deixou cair seu olhar como se tivesse medo de encontrar os olhos de Kia. Ele arrastou os pés e olhou para o chão, então pareceu achar a coragem asinina que apenas os adolescentes possuíam. Ele revirou os ombros e inclinou o queixo. — Além disso é nossa terra. Ele não deveria estar lá de qualquer maneira.
Bill ficou tenso. Mesmo a cinco metros de distância, Kia sentiu seu desconforto. Ele não sabia a causa e não se importou, mas sua mente registrou a mudança na atmosfera.
Kia manteve seu foco em Garrett.
— O que você quer dizer? Madge comprou a terra legalmente.
Rowan tinha verificado o que pertencia a matilha quando ele se tornou Alfa.
Kia tinha concordado em chutar Madge fora das terras da matilha – até mesmo alegremente se ofereceu para fazê-lo sozinho - até que ele descobriu que não eram terras da matilha. O Alfa anterior vinha vendendo lotes de terras e ele vendera aquela para Madge.
— Ele fez com que o Alfa vendesse. — protestou Garrett.
— O quê?
— Garrett, já basta. — as palavras de Bill não pareciam fazer muito para silenciar seu filho, o que era bom porque as palavras do garoto atraíram a curiosidade de Kia.
— Mas, pai, ele ameaçou o Alfa com prata e fez com que ele vendesse a terra. Pertence a nossa matilha e se o nosso Alfa não está disposto a levá-la de volta, nós vamos. — Garrett inchou, queixo levantado, peito para fora. O desafio adolescente fez com que a mandíbula de Kia doesse apertando os dentes juntos.
Kia sacudiu a cabeça.
— Você vai ficar fora disso e deixar Rowan lidar com isso. Ele é seu Alfa agora e ele não gosta que as pessoas sejam incomodadas.
— Mas...
— Vou verificar. Se o que você diz é verdade, isso é algo que o Alfa precisa saber. — Kia ouviu as palavras vindo de sua boca e teve um flashback assustador dos Betas de seu pai. Porra, quando eu me tornei meus pais? — De qualquer maneira, Rowan vai lidar com isso. Isso significa que você e seus amigos ficarão nas terras atuais da matilha e você ficará longe da casa de Madge.
— Ele é apenas um lobo louco. — Garrett murmurou, enfiando as mãos nos bolsos. — Eu não sei por que ninguém se importa de qualquer maneira.
— Ele não está machucando ninguém por viver lá, então eu vou te dizer mais uma vez... — Kia deu um passo à frente, dominando Garrett. Ele se sentia um pouco como um idiota assustando um menino de dezessete anos de idade, mas o garoto, obviamente, não estava recebendo a mensagem. Madge estava sob sua proteção. — Fique fora de sua terra. Afaste-se de sua casa e fique longe dele. Você entendeu?
Garrett baixou o olhar e assentiu sombriamente.
— Eu vou falar com ele. — Bill disse em um tom falso e jovial como se ele e Kia fossem velhos camaradas. Ele deu um tapa nas costas de Kia e o guiou até a porta. — Você sabe como as crianças são. Os meninos serão meninos, hein? Eles colocam alguma ideia selvagem em suas cabeças e apenas não tiram. Vou falar com ele e os amigos dele. Não se preocupe com nada.
Kia não respondeu. A voz de Bill virou-se para um tom familiar e sedoso. Bill usava sempre que ele queria que Kia o fodesse. Ele deve ter pensado que o som era sedutor. Ele não percebeu que Kia simplesmente o considerava um corpo disponível.
Seu lobo protestou contra as lembranças enquanto Kia fazia uma varredura casual através delas. Seu estômago revirava a lembrança do Bill. Deus não permita que Madge descubra. O pequeno lobo não aprovaria e... por que diabos ele se importava? Mas ele fez. Ele nunca poderia dizer ao homenzinho sobre o uso de Bill como um amigo de foda.
Kia colocou o pé no degrau superior da varanda do Alfa, falando sozinho, tentando conseguir que sua mente estivesse em ordem.
Você não vai ver Madge novamente. O cara quase atirou em você na noite passada. Você sabe que havia balas de prata naquela arma. Ele é louco. Ele está irritado. Ele está...
Aqui.
Uma voz masculina estridente ecoou pela porta da frente fechada e enquanto o som teria desligado qualquer alma normal, o pau de Kia ficou duro e seu lobo uivou.
Madge. Na casa do Alfa. E ele estava chateado.
Kia não conseguiu deter seu sorriso. Madge puto era algo bom. O lobo de Kia fez uma dança de cachorro feliz dentro de seu cérebro. Maldito, ele não entendeu o fascínio do seu lobo com o homem irritante e sexy.
Ele abriu a porta, incapaz de esconder seu sorriso. Ele tinha aprendido a lição sobre irritar Craigh - isso o tiraria para fora de casa durante a noite. Agora ele tinha Madge para brincar. Isto seria divertido.
Ele entrou na cena. Rowan estava no centro da sala, com os olhos arqueados, os braços cruzados sobre o peito. Madge mal se aproximou do ombro de Rowan, mas isso não retardou sua agressividade. Ele se inclinou para frente, entrando diretamente no rosto do Alfa.
— Droga, Rowan, eu disse para você manter sua matilha fora de minha terra. Se você não pode controlar esses malditos animais, eu vou.
— Madge, eu não sei do que você está falando. Todo mundo tem ordens estritas para ficar longe de sua propriedade.
— Mesmo? Diga isso para o seu maldito Beta.
— Random? — Rowan piscou e recuou alguns centímetros, a declaração pegando-o desprevenido.
— Não, ele. — Madge apontou para Kia sem olhar sua direção.
— Kia? — Rowan não se incomodou em terminar a pergunta. Ele olhou para Kia e suspirou. — O que você estava fazendo na terra de Madge?
— Ajudando.
— Eu não preciso de sua ajuda. Eu preciso que você fique longe.
Kia revirou os olhos e olhou para Madge, balançando a cabeça.
— Esse é o agradecimento que recebo? Eu assusto um bando de filhotes, você praticamente dispara na minha bunda, e você corre para o meu Alpha como se eu fosse um lobo ruim? — ele se aproximou, forçando Madge a inclinar a cabeça para trás e olhar para cima. — Se você acha que eu preciso ser punido, você poderia pelo menos se oferecer para fazê-lo sozinho.
Os olhos de Madge se arregalaram e ele rosnou. Kia viu o brilho da luxúria naquele olhar azul-prateado.
Rowan estava de costas para o outro lobo e só ouviu o som.
— Kia, recue, porra.
Uma mão envolveu seu cotovelo e o puxou para trás. Somente o conhecimento visceral de que o aperto pertencia a seu Alfa impediu seu lobo de agarrar, mas apenas um pouco. Ele não gostava de ser arrancado de Madge. Seu lobo queria estar perto.
O lado humano de Kia não entendia bem o fascínio, mas confiava nos instintos de seu lobo. E seu lobo queria Madge. Se era apenas para uma foda de uma noite ou mais, ele não sabia, mas logo, muito em breve, ele teria o outro lobo sob ele.
O lobo de Kia lambeu os lábios, salivando com o pensamento, completamente satisfeito com o conceito.
— Agora... — Rowan pisou entre os dois. O lobo de Kia não gostava que ninguém bloqueasse seu caminho, mas Rowan iria colocá-lo no chão em um piscar de olhos, se ele desafiasse o Alpha. Rowan enfrentou Kia. — Fale-me sobre os lobos na casa de Madge?
Kia lutou para manter um suspiro por dentro. Ele não queria falar com Rowan. Ele queria Madge, queria esfregar contra o lobo até que seu cheiro o cobrisse. Infelizmente, essa opção poderia fazer Rowan e Craigh um pouco desconfortável, então ele encolheu os ombros e tentou seguir a conversa.
— Eu estava curioso sobre quem o estava atormentando, assim eu fui para seu lugar.
— E você acabou de encontrar os lobos me incomodando? — Madge zombou, espiando ao redor do ombro de Rowan. Rowan olhou para trás e rosnou. Madge teve o bom senso de recuar alguns passos. — Isso é conveniente. — o lobo pequeno teve a coragem de atirar.
Quando Rowan voltou seu olhar para Kia, ele sabia que tinha que responder. Droga, foi uma merda quando seu melhor amigo se tornou Alfa.
— Não na primeira noite.
— Quantas vezes você esteve lá fora? — Rowan perguntou.
Um par de vezes. Ou cinco.
— Você disse que alguém estava assediando ele. Haviam quebrado todas as janelas de sua casa. Isso não está certo. Eu pensei que se eu pudesse reconhecer um perfume, eu poderia descobrir quem fez isso.
— E você fez?
— Não importa. Eu não quero ele na minha terra.
Rowan acenou para Madge ficar em silêncio.
— Sim. Parecia ser cerca de seis adolescentes, Garrett e alguns de seus amigos. Eu falei com ele. — ele não levantou as acusações de que Madge tinha forçado o Alfa Frank para vender o terreno. De alguma forma, Kia não podia imaginar aquele vicioso bastardo desistindo de propriedade privilegiada porque alguém como Madge o ameaçava. Ele teria feito com que um de seus lobos Beta escorregasse durante a escuridão da noite e cortasse a garganta de Madge.
Kia inclinou a cabeça para o lado, olhando por cima do ombro de Rowan, tentando tranquilizar Madge.
— Você não deve ter mais problemas.
— O único problema que tenho é você. Fique longe da minha terra. — Madge se virou e se aproximou da porta da frente. — Ou da próxima vez eu não vou errar.
— Você nem estava apontando para mim. — Kia gritou, mas o pequeno lobo não reagiu. Ele pisou fora, fora do alcance do protesto de Kia.
A porta se fechou atrás dele e o som reanimou Rowan.
— Que diabos, Kia?
— Ele está sendo uma merda, Rowan, você sabe disso. — Kia foi em direção à porta, não querendo que o outro lobo tivesse a última palavra.
Ele saiu para fora, suas longas pernas comendo a distância e fechando a lacuna entre ele e Madge. Ele alcançou o outro lobo quando Madge alcançou seu caminhão. Kia apertou a mão no ombro de Madge e girou-o, enviando-o de as costas contra a porta lateral do motorista.
— Que diabos, cara? Eu estava ajudando você.
— Eu não preciso de sua ajuda.
— Certo, aquela espingarda que você acena em volta poderia derrubar um ou dois lobos. Se eles tivessem atacado como um grupo, ou se tivessem se transformado completamente, você teria sido um petisco.
A questão deixou sua boca, mas ele mal notou se havia alguma resposta. Um cheiro fraco, mas delicioso, encheu sua cabeça e o desejo dinâmico de investigar o levou mais perto. Ele pressionou para a frente, mergulhando a cabeça para encontrar o cheiro mais delicioso na base da garganta de Madge.
Ele esfregou o nariz contra o ponto doce entre a nuca do pescoço de Madge e seu ombro.
— O que você está fazendo? — Madge exigiu.
Kia ignorou a pergunta.
— Porra, você cheira bem. Por que você cheira tão bem? — ele murmurou.
Incapaz de resistir à degustação, abriu a boca, capturando o sabor cativante em sua língua. Ele cavou mais fundo, querendo mais.
Madge inclinou a cabeça para longe, estranhamente complacente, mostrando seu pescoço, dando acesso a Kia mais. Ele aproveitou ao máximo, raspando os dentes pelo músculo apertado, amando a maneira como Madge tremeu em seus braços. Foda-se.
Seu pau inchou a toda a dureza e maldição, o órgão faminto precisava de alguma atenção. Kia balançou seus quadris para a frente, esmagando sua ereção na virilha de Madge, triunfante quando reconheceu um pau correspondentemente duro contra o seu próprio.
O lobo em sua cabeça uivava, emocionado com a obediência do pequenino.
— É isso aí, amor. — ele sussurrou as palavras contra a pele de Madge.
Madge gemeu e torceu como se quisesse escapar. O lobo de Kia não entendeu por que seu amante queria fazer isso. Ele rosnou, ordenando silenciosamente que o outro lobo permanecesse no lugar.
Madge choramingou e se Kia não tivesse sentido o outro homem rolar seus quadris para frente, esfregando seu pau contra o de Kia, ele poderia estar preocupado. Sabendo que Madge estava excitado libertou os instintos do seu lobo e ele se concentrou em obter um melhor sabor do delicioso homem enjaulado entre ele e o caminhão.
— Não se preocupe, amor. Eu cuidarei de você. — ele deslizou seus lábios acima da mandíbula de Madge, raspando os dentes ao longo da curva esticada do queixo de Madge. — Porra, você também é bom. — ele deslizou uma mão entre seus corpos e cobriu o pênis de Madge na palma da mão, certificando-se de que o outro homem sabia exatamente que parte do corpo de Madge, Kia queria em sua boca.
Madge rolou seus quadris para a frente, balançando seu pau na mão de Kia. O lobo grande recompensou o comportamento com outra mordida logo abaixo da orelha de Madge. Um suave grito chegou a Kia e ele gemeu. Porra, o homem era sensível. Ele vai ser divertido para brincar. Brinque com ele até que ele implore para gozar.
Kia zumbiu ao pensar. Mas isso seria para mais tarde, quando eles tivessem tempo e poderiam ficar nus. A imagem o fez gemer. Ele não tinha visto Madge nu, mas com base no pequeno corpo apertado contra o dele, ele tinha alguma força. Músculos tensos e duros que lutariam por cada momento de prazer. Porra, sim, ele pensou de novo.
Ele apertou o pau duro em sua mão, sorrindo quando Madge ofegou. Ele não sabia para onde o homem mal-humorado que ele tinha se familiarizado tinha desaparecido. Madge soava chocado por cada toque. E Kia queria lhe dar mais.
Kia virou a cabeça e capturou os lábios de Madge, afundando sua língua dentro da caverna quente e doce antes que Madge pudesse se afastar. O homenzinho debaixo dele congelou por um breve momento, depois relaxou, aceitando a gentil invasão de Kia. Ele manteve a calma, não querendo assustar o homem. Ele com certeza não queria que ele partisse agora.
Pensou em abrir a calça jeans de Madge e puxá-la para fora para que pudesse ter uma boa olhada - talvez até um bom gosto - mas se ele afastasse a mão, até mesmo para desfazer o zíper de Madge, o outro poderia recuperar os sentidos e Kia realmente, realmente não queria que isso acontecesse.
Seus dedos apertaram no eixo dentro da calça jeans de Madge, espremendo tanto quanto o jeans solto permitiria. Porra, não foi o suficiente. Ele soltou o pau de Madge e apertou ambas as mãos no traseiro do homem.
Músculos firmes apertados encheram suas palmas. Ele gemeu ao pensar nessas bochechas nuas e redondas empurrando contra sua virilha. Ah, sim, ele precisava levá-los para algum lugar onde pudessem foder.
Exceto que ele não conseguia forçar seu corpo a se afastar. Os suspiros suaves e doces vindos dos lábios de Madge o levaram. Ele queria mais desses ruídos sexy.
Ele apertou seu aperto nas costas de Madge e balançou seus corpos juntos. Pau duro contra pau duro. Seus gemidos se combinavam. Kia segurou o homem menor no lugar e rolou seus quadris para frente, bombeando sua ereção contra Madge, pulsando um ritmo superficial, mantendo constante estimulação surgindo entre eles.
Kia puxou a boca para longe, desesperado para respirar, seu pênis doendo e querendo gozar, mas ele precisava arrastar Madge lá primeiro.
— Vamos, amor. É isso aí. — ele murmurou, pressionando seus lábios ao ouvido de Madge. — Deixe-me ver você gozar. Eu quero isso, amor.
Ele beliscou o lobo. Um grito suave encheu o ar. A boca de Madge se abriu e seu corpo inteiro ficou tenso.
Kia gemeu, suas palavras positivas e a mordida minúscula empurraram Madge sobre a borda tanto quanto a pressão em seu pau.
O cheiro almiscarado de gozo invadiu o estreito espaço entre eles e Kia inalou profundamente sua recompensa.
Droga, apenas alguns golpes. Kia não podia apenas imaginar o quão duro Madge gozaria quando ele realmente começasse a fodê-lo.
— Isso foi divertido. — Kia sussurrou tomando os lábios frouxos de Madge em outro beijo suave. — Agora é minha vez. O que você acha de irmos até o meu quarto e começarmos de lá? Eu quero ver o que você parece gozando em meu pau.
Madge piscou e olhou por um longo momento além do ombro de Kia, como se a névoa sensual desaparecesse quando as palavras de Kia se apagassem. A tensão real substituiu o tipo sexual.
Madge plantou as mãos no peito de Kia e empurrou, empurrando o homem maior para longe.
Kia poderia ter parado ele, mas inferno, se o cara queria sair, Kia tinha que deixá-lo ir. Talvez. Ele recuou sob a força do impulso de Madge. Seu calcanhar pegou um buraco no caminho e ele tropeçou para trás, pousando em sua bunda. Verdade, ele acrescentou um pouco de drama para a queda, indo para o voto de simpatia. Ele não deveria ter se incomodado. Madge nem sequer desacelerou.
— Fique longe de mim. — ele atirou. As palavras tremeram quando saíram da boca de Madge. Ele se virou, abriu a porta do motorista e praticamente se lançou no banco.
Completamente preparado para Madge gritar fora do estacionamento de cascalho, Kia empurrou suas pernas para trás, mas não se levantou. Ele ficou deitado ali e olhou para baixo. Talvez, talvez ele parecesse pungente o suficiente para inspirar uma pitada de culpa em Madge.
Aparentemente não. Madge acionou a chave e o motor arrancou.
Como se decidido a ignorá-lo, Madge virou a cabeça para baixo e longe de Kia. O caminhão empurrou para frente, depois parou.
A janela rolou para baixo e a surpresa enviou Kia erguida. Não podia imaginar o que Madge queria lhe dizer. Ele duvidava que seria um convite sussurrado para vir para sua casa e foder. Que pena.
— Aqui.
Kia piscou, limpando os olhos para certificar-se de que ele estava vendo o que ele pensava estar vendo - a tigela de plástico de Rowan. Vazia, limpa.
Madge balançou a mão, instando silenciosamente Kia a pegá-la.
Kia gemeu e rolou para seus pés, limpando o seu traseiro, virando o suficiente para Madge ter uma bela vista.
Madge não reagiu. Muito. Sua boca apertou, bem nos cantos como se ele lutasse para se impedir de lamber seus lábios. Bom. Que ele aprecie a visão.
Um pequeno grão de tensão liberou o peito de Kia. Ele não estava sozinho nisso.
— Você poderia ter mantido. — Kia pegou o recipiente dos dedos de Madge.
Madge encolheu os ombros.
— Minha mãe sempre ficava chateada quando alguém não devolvia seu bom Tupperware.
— A minha também. — Kia sorriu e por um breve segundo ele pensou que Madge poderia sorrir de volta.
Exceto que Madge inclinou seu olhar para baixo e suas bochechas ficaram rosadas.
— Diga a Rowan obrigado. Estava bom.
Kia abriu a boca para fazer alguma piada sobre como ele não poderia dizer a Rowan isso, porque não iria querer acariciar o ego do homem. Talvez ele pudesse transformar a provocação na ideia de acariciar algo mais. Ele nunca conseguiu uma sílaba.
Como esperado, Madge atirou em sua máquina e rasgou fora do caminho, sujeira e cascalho cuspindo atrás dele. Kia ergueu o braço, protegendo os olhos.
Ficou ali por muito tempo, observando a poeira passar por trás da saída de Madge. Droga. O que há com esse cara?
Kia escovou a sujeira de seu cabelo e pisou de volta dentro, determinado a afastar qualquer pensamento de Madge. O cara obviamente não quer você.
Um pau duro não mente, a consciência de Kia apontou. Ainda assim, ele não está interessado. Vou seguir em frente.
Sem problemas. Então por que diabos ainda estou pensando nele?
Porque ele parece triste.
Rolou seus olhos para seus próprios pensamentos emocionais. Quando você se transformou em uma menina tão pequena? Ele pode cuidar de si mesmo e ele claramente não quer nenhuma ajuda.
Ele entrou e gemeu. Rowan o esperava, com os braços cruzados sobre o peito, olhando para Kia.
— O que você estava fazendo na casa dele?
— Você me disse para verificá-lo. — Kia respondeu.
— Eu disse para você checar ele uma vez, não o perseguir.
— Eu não estava perseguindo ele. Queria saber o que ele tem escondido naquela floresta.
— Talvez ele só queira ficar sozinho. — disse Rowan.
— Bom. Vou deixá-lo em paz.
— Estou falando sério, Kia. Fique longe dele.
— Você tem a minha palavra de que não vou me aproximar dele. — Kia levantou a mão direita para jurar.
Demorou um momento para perceber que ele tinha deslizado a mão esquerda atrás das costas e cruzado os dedos.
Madge dirigiu pela estrada. Lágrimas queimaram seus olhos, mas ele se recusou a deixá-las cair.
Que porra é essa? Ele silenciosamente perguntou a seu pênis. O gozo em suas cuecas tornou-se pegajoso. Ele agarrou a perna de sua calça jeans e tirou o denim de sua pele.
— É embaraçoso o suficiente que você goza com apenas alguns golpes, mas fazê-lo para Kia? Sem dúvida, ele está lá dentro contando a Rowan até agora. — suas bochechas queimaram ao pensar. Só que ele realmente não acreditava nisso. Kia não faria isso. Não é?
— Não importa. — ele disse para o silêncio do caminhão. — Ele foi proibido de entrar em minha terra e até mesmo Kia não pode ignorar seu Alfa. Certo?
Uma voz no fundo de sua mente riu. Pelo que tinha visto, Kia não tinha nenhum problema em ignorar uma ordem de Rowan.
Madge soltou uma respiração pesada e guiou seu caminhão pela estrada intencionalmente esburacada, virando para os lados, seguindo o caminho suave perto das bordas. Ele tinha feito o melhor para fazer um desafio a sua casa, mas ele não queria que a suspensão em seu caminhão batesse o inferno cada vez que ele decidiu sair, o que se tornou menos frequente a cada dia.
Ele deveria ter aproveitado a oportunidade para ir ao supermercado, mas o encontro com Kia o derrubou. Ele deixou o homem tocá-lo. Ele poderia ter, provavelmente deveria ter, empurrado para longe. Não era como se Kia o tivesse atacado. Tudo o que Madge teria que fazer era ter dito “não”.
Exceto que não fez.
As sensações estranhas da mão de outro haviam seduzido seu cérebro e ele o deixou. Agora ele estava pagando o preço... e não apenas no fato de que suas cuecas de boxer estavam aderidas à sua pele. Não, ele deixou o homem se aproximar, deixou-o pegar seu cheiro. Porra, seria muito fácil para Kia rastreá-lo agora.
Capítulo 1
Kia passou uma faca afiada pelas espessas camadas de lasanha, cortando cerca de um quarto da panela. Ele pegou o conhecido recipiente de plástico. Agarrando a espátula ao lado do fogão, pegou quatro ou cinco colheres amontoadas e as colocou na tigela. O queijo e os macarrões se aglomeravam e não pareciam tão bonitos como na panela, mas Kia não se preocupou. Os gostosos sabores ainda existiam.
Era a noite de Rowan cozinhar. Ele tinha desenvolvido habilidades perversas, uma vez que ele tinha descoberto que Craigh sufocava-o com elogios e carinho quando a refeição acabava deliciosa.
Como se o pensamento de Kia o tivesse convocado, Craigh entrou na cozinha. Ele inclinou a cabeça para o lado e olhou para Kia.
— O que você está fazendo?
— Só tomando algumas sobras. — ele disse o mais casualmente possível. Ele realmente não queria responder a nenhuma pergunta. Ele não podia explicar para si mesmo. De jeito nenhum ele poderia explicar a outra pessoa.
— Como podem ser sobras quando ainda não comemos o jantar?
Kia rosnou e largou o recipiente cheio no balcão, virando-se e olhando para o companheiro do Alfa.
— Há muito. Nós não vamos comer tudo.
Craigh ficou ali, em silêncio por um momento, mas Kia sabia que o silêncio não duraria.
— Rowan disse para você ficar longe dele. — advertiu Craigh, sua voz caindo tão baixo que mesmo a audição lobisomem sensível foi desafiada a capturá-lo.
— Eu estou. Eu vou. Eu só... — ele olhou para o balcão, incapaz de encontrar os olhos do companheiro do Alfa. — Ele é tão malditamente magro. Eu não acho que ele está caçando e ele nunca sai de casa, então eu sei que ele não está comprando comida.
Ele tomou uma respiração lenta, se preparando para o aviso terrível de Craigh para manter-se afastado de Madge.
— Você está certo. — a voz quase solene de Craig golpeou Kia no peito. — Provavelmente não vamos comer todo esse pão também.
Ele acenou com a cabeça para o pão de alho que Rowan comprou para ir com a lasanha. Craigh virou-se e saiu, deixando Kia sozinho para cortar um bom pedaço de delícia envolto em alho e embrulhá-lo em papel alumínio.
Empurrando ambos os itens em um saco, ele agarrou suas chaves e saiu para sua moto. Acabava de enfiar o recipiente na alforje quando a voz de Rowan ecoou pela janela.
— Quem diabos levou metade do pão?
Kia sorriu quando ele começou a andar de motocicleta e virou o carro.
O passeio até Madge não demorou muito. Kia mais uma vez estacionou no final da estrada e entrou. Ele tinha certeza que se Madge ouviu que ele viesse, ele esconderia ou pelo menos se recusaria a abrir a porta. Surpresa permanecia sua melhor opção.
Seu lobo o levou mais rápido, o animal ansioso para ver o outro homem. Três dias se passaram desde que Madge tinha visitado Rowan, e Kia mantivera sua palavra. Ele tinha ficado longe. Na maioria das vezes. Ele não tinha tecnicamente ido na terra de Madge, mas ele tinha contornado as bordas, procurando por aromas, procurando por qualquer intrusos.
Nada. Sem membros da matilha, sem lobos selvagens. A terra parecia tranquila e pacífica. Kia zombou. Talvez sua conversa com Garrett tivesse feito alguma coisa boa.
Seus passos diminuíram quando ele alcançou a clareira da cabana de Madge.
O homem que ele procurava estava ajoelhado no telhado, seu torso nu, calça jeans solta pendendo baixo em seus quadris. O sol brilhante brilhava no suor que decorava a pele clara de Madge. Ele levantou um martelo e bateu em um prego.
Droga. Apenas droga. Os sonhos de Kia de ficar nu com Madge só se tornaram muito mais explícitos. Ele lambeu os lábios, imaginando arrastar os jeans para baixo e arrastar a língua por cada centímetro do corpo do homem. Seu pênis - que quase ficava duro quando ele pensava em Madge - bateu contra o seu zíper, acrescentando uma dor perversa à sensação.
Kia caminhou para a frente, não querendo assustar o outro lobo quando ele se agachava três metros acima do chão, e esperou perto do canto da casa. Ele sabia o momento exato em que Madge reconheceu a presença de Kia.
A tensão ondulou pelos músculos de Madge. Seus dedos apertaram o martelo e levantou-o como se avisasse Kia que ele tinha uma arma. Lentamente, Madge se virou, seu aperto tremulando ao longo do cabo de madeira. Seu olhar pousou em Kia e respiração quebrou de seus lábios. A maior parte da tensão parecia deixar seu corpo e ele fez uma careta.
— É você.
— Eu acho que é melhor do que ‘dê o fora da minha propriedade’.
— Essas eram as minhas próximas palavras.
Kia deu uma risadinha. — Trouxe-lhe mais sobras.
Os olhos de Madge se apertaram, a suspeita brilhando nas profundezas de prata. Kia encolheu os ombros.
— O que posso dizer? Rowan não sabe cozinhar pequenas refeições. — ele colocou o saco na mesa de piquenique na frente da casa e vagueou para o lado da cabana. Uma escada se inclinava contra o beiral e ele subiu, sabendo que esperaria para sempre um convite.
— O que você está fazendo? — ele alcançou o degrau superior e olhou para uma enorme abertura. — O que diabos aconteceu?
Cerca de metade da encosta estava queimada, deixando um buraco de bom tamanho no telhado.
— Um dos seus vasos de prata pegou fogo?
Os lábios de Madge apertaram nas bordas. — Sim, isso é exatamente o que aconteceu.
Kia reteve seus pensamentos sobre Karma reembolsando Madge por fazer balas de prata para matar outros lobisomens. O teto do homem tinha um enorme espaço aberto. Não o chute enquanto ele está para baixo.
— Agora, vá embora. — disse Madge. — Eu preciso fazer isso. — ele olhou para cima. O sol queimava no céu azul cristalino. — Deve chover.
Kia revirou os olhos.
— Você nunca pode confiar nas pessoas do clima. Eles não sabem o que eles estão falando. — ele empurrou seu caminho até os últimos degraus da escada. — Quer ajuda?
Madge virou-se e agarrou uma das telhas queimadas, rasgou-a e jogou-a no chão.
— Não, obrigado.
— Deixa-me ajudar. Eu sou muito bom com... — Kia se encolheu e deixou escapar as próximas palavras. — O que diabos aconteceu com você?
Ele olhou para os ombros de Madge.
As cicatrizes finas como papel percorriam a espinha do homem. Feridas antigas, prateadas e planas, mas ainda visíveis. Madge se endireitou e virou-se deliberadamente, encarando Kia, pondo as costas para fora da vista.
— Nada da sua conta.
— Lobisomens não cicatrizam. Nós curamos. — Kia apontou.
Madge fez uma careta. — Você não sabe que é rude perguntar às pessoas perguntas assim?
— Sim, os caras sempre dizem que eu não tenho filtro. Então o que aconteceu?
— Nada. Da. Porra. Da. Sua. Conta.
Ele avançou e Kia teve que voltar para baixo ou Madge iria sobre ele. Desceu a escada e segurou-a com firmeza enquanto Madge descia.
O pequeno homem olhou para ele, mas ele não rosnou, assim Kia tomou o silêncio como um agradecimento.
Madge continuou a brilhar quando Kia permaneceu no lugar, uma mão na escada, seu corpo bloqueando o caminho. O sujeito poderia facilmente caminhar ao redor de Kia, mas ele claramente não estava preparado para dar uma polegada. Passaria por Kia se tivesse que fazê-lo.
Maldição, o homem é espinhoso, pensou Kia e adorou. Madge recuou do nada. Nem mesmo um lobo Alpha.
Kia sorriu e Madge o pegou.
— Do que você está sorrindo? — perguntou o lobo.
— Só pensando em ontem. Você, encarando Rowan. — ele riu. — Você parecia um Chihuahua latindo em um Grande Dinamarquês.
— Morde-me.
Kia riu novamente.
— Eu fiz. — ele bateu o queixo de Madge. — Bem ali.
Madge se afastou de seu toque.
Kia não o empurrou. Ele não estava pronto para ser mandado embora, ainda não.
— Saia do meu caminho. — ordenou Madge.
Pelo menos não era outro comando para sair de sua terra. Kia deu um passo atrás e seguiu Madge enquanto ele ia em frente e pegava uma garrafa de água da mesa. Ele inclinou a cabeça para trás e tomou um longe gole. Uma gota de água escapou do lado da boca e desceu pelo queixo e pela garganta.
Kia lutou contra o impulso de se inclinar e cobrir a pele de Madge.
— O quê? — Madge baixou a garrafa e Kia percebeu que seu gemido não estava contido dentro de sua cabeça.
— O quê? Oh, nada. — apenas pensando o quanto eu quero lamber seu corpo. Sim, não algo que iria bem. — Uh, você deve colocar isso fora. — ele agarrou o saco de comida. — Não quero que fique ruim.
Sem esperar por um convite, ele subiu os degraus da varanda e abriu a porta da frente.
A casa era pequena, mas limpa e organizada. A combinação sala de estar/cozinha tomou o quarto principal. Uma porta permaneceu fechada, que ele assumiu que escondia um banheiro. A outra estava aberta, revelando uma cama, coberta de roupas de cama amarrotadas.
A sala de estar poderia parecer apertada. Em vez disso espaço e luz enchia o cômodo.
Claro que o buraco de quatro pés no telhado provavelmente ajudou. A luz do sol atravessava a abertura acima da pequena mesa da cozinha. Kia pensou em fazer uma piada sobre a adição de uma clarabóia, mas a realidade da cena o atingiu antes que as palavras saíssem de sua boca.
Os raios do sol rebentavam nas paredes e não revelavam marcas de fogo. A madeira queimada cercava o buraco no teto, mas nenhuma marca de queimadura marcava as paredes, nenhum lugar para o fogo subir.
Era possível que o fogo pudesse ter ardido, de uma única fonte na mesa, mas isso significava uma chama de sete pés de altura. Em linha reta para cima.
O estômago de Kia se apertou. Este fogo não começou dentro da casa. Ele deu um passo à frente e olhou para cima, para a abertura queimada.
— Eles incendiaram a sua casa.
Não era uma pergunta, mas ele ainda esperava algum tipo de resposta.
Quando Madge ficou em silêncio, Kia girou e olhou para o outro lobo.
— O que eles fizeram?
Madge deu de ombros.
Kia balançou a cabeça e caminhou em sua direção. Demorou toda sua força para segurar seu lobo. O animal implorou para sair, proteger o seu...
Droga. Ele não sabia como chamar o homem. Companheiro? Se Madge era seu companheiro, com certeza ele sentiria um cheiro exótico? Alguma coisa? Em vez disso ele apenas cheirava... gostoso. Comestível.
Ainda assim, sem dúvida Kia sabia que ele precisava proteger e cuidar do outro homem.
— O que aconteceu? — ele agarrou Madge pelos ombros, forçando o outro homem a permanecer no lugar.
— Fogos de artifício. — Madge murmurou. — Eu acho que foi fogos de artifício ou algo assim. Eu ouvi alguns estalidos altos fora da casa. Eu acho que eles estavam apenas tentando me assustar e um escapou.
Kia estendeu a mão por cima do ombro, agarrou o decote da camisa e empurrou-a sobre a cabeça.
— O que você está fazendo? — Madge parou seu braço.
— Eu vou mudar para que eu possa pegar seu cheiro. Se é Garrett e seus amigos...
— Não.
— O quê?
— Não, eu não quero você na minha terra. Eu vou lidar com isso.
— Mas...
Madge suspirou.
— Por favor.
Dor e necessidade englobavam a palavra, puxando o coração de Kia.
O lobo de Kia gemeu dentro de sua cabeça, frustrado por não poder ajudar, mas também não podia ignorar os desejos de Madge.
Ele não entendia, mas o que ele poderia fazer? Ele puxou a camisa de volta para baixo sobre sua cabeça.
Quando o material limpou os olhos, ele olhou para o outro lobo. Uma fraca satisfação acalmou seu animal interno quando notou Madge inspecionando seu peito. A luxúria brilhou naqueles olhos prateados, mas a luz desapareceu quando viu Kia olhando para ele.
Kia fez uma pausa, esperando o próximo humor de Madge, qualquer que fosse.
Derrota. Madge enfiou as mãos nos bolsos e saltou sobre os calcanhares, o olhar caindo ao chão.
Kia suspirou.
— Eu não sei o que está acontecendo com você, mas eu só quero ajudar. — nenhuma resposta. — Você tem que confiar em alguém.
Novamente, Madge mal levantou os olhos.
Kia acenou com a cabeça para a sacola de plástico com a lasanha e o pão que colocara no balcão.
— Não se esqueça de guardar isso.
— Obrigado.
Ele quase perdeu a resposta silenciosa, mas ele não parou enquanto saía da casa. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas Madge estava escondendo alguma coisa e era algo grande.
Kia olhou para a fila de óculos diante dele, seus olhos realmente não vendo nada.
— Kia? — ele levantou a cabeça. Rowan baixou o queixo e examinou o lobo Beta. — Você está bem?
— Sim. — Kia virou e descansou seu quadril contra o balcão. O Distant Howl abriu alguns minutos atrás e apenas alguns clientes tinham perambulado dentro. Lobos da matilha para que Kia sentisse confortável em perguntar:
— O que faria uma cicatriz em um lobisomem?
Random balançou a cabeça.
— Nada. Nós curamos.
— Prata. — Craigh apontou para fora do outro lado da barra. Toda a casa estava aqui esta noite.
Rowan deve estar esperando uma grande multidão, pensou Kia.
— Mas essas eram longas listras em suas costas, como se ele tivesse sido chicoteado.
— Algumas matilhas usam um chicote amarrado com prata para marcar um membro do bando desonrado. — Rowan disse. — Quem tinha as marcas? Madge?
Kia assentiu.
— Porra, Kia, eu disse para você ficar longe dele.
— Eles incendiaram sua casa.
— O quê? — Rowan veio ao redor do balcão e Craigh se levantou.
— Ele está bem?
— Ele está bem. Há um buraco enorme em seu telhado.
— Quem era? — perguntou Rowan, em modo Alpha.
— Eu não sei. Ele não me deixou verificar. — ele balançou a cabeça. — Ele está escondendo alguma coisa.
Rowan colocou a mão no ombro de Kia. — Vou vê-lo amanhã. Talvez ele me deixe cheirar.
— Não ajudará se a chuva que os meteorologistas estão prevendo, vir.
Rowan zombou. — Esses caras nunca estão certos.
A porta da frente se abriu e um grupo de cinco lobos entrou no bar. Kia reconheceu a maioria deles e levantou o queixo em saudação. Ele lidaria com Madge e sua merda amanhã.
Esta noite, ele iria se concentrar no trabalho e não pensar naquele lobo louco e sexy. Não muito.
Capítulo 4
O sol estava se pondo, a espera quase terminada. Eles estavam se aproximando cada vez.
Os fogos de artifício da noite passada quase queimaram sua casa. Se conseguissem queimar, ele teria que vender. Ele não podia pagar o seguro. Ele não seria capaz de reconstruir.
A porção lógica de seu cérebro lhe disse para sair agora. Vender a casa enquanto o edifício permanecia em pé e se mudar. Encontrar um lugar onde ninguém o conhecia. Muito provável entre seres humanos. Poderiam chamá-lo de louco, mas o deixariam em paz. Provavelmente. Só que os humanos não gostavam de estranhos, especialmente estranhos reclusos.
É por isso que ele se mudou para a borda das terras da matilha. Os lobos talvez não gostassem dele, mas não os assustava. Muito.
Ele suspirou. A ideia de se mudar fez seu estômago revirar. Ele amava sua pequena cabana. Tinha estado aqui por muito tempo desde que deixou sua matilha de nascimento quase há uma dúzia de anos. Seus olhos ardiam com a ameaça de lágrimas, mas ele piscou para que nenhuma pudesse cair. Esta era sua casa e maldição, ele não ia deixar que eles o assustassem.
Resolução o empurrou para frente.
Ele enrolou as mangas e abriu a pequena fornalha. O calor o atingiu como um tijolo, mas ele ignorou a sensação. Ele trabalhou com prata por tantos anos, ele mal notou a temperatura.
Esmagando os dentes de volta, estendeu a mão direita e olhou para os dedos, desejando que suas garras aparecessem. O lobo enterrado profundamente dentro dele gritou seu desafio, mas Madge não deixou ir. Ele forçou a besta a subir à superfície. O fogo percorreu a ponta dos dedos.
Ele bateu os lábios juntos para conter o grito barulhando através de sua garganta. A dor penetrou seus ossos enquanto suas garras explodiam através da pele. Ele tomou fôlego, dando seus nervos um momento para se recuperar antes de virar para o outro lado.
Ele se concentrou em sua mão esquerda, desejando que seu corpo reagisse até os cinco centímetros de garras enroladas de todas as oito pontas dos dedos.
Seu coração bateu em seu peito quando a dor se misturou com o ruído de fundo geral. O tempo pressionou sua alma. Ele agarrou o pequeno prato de aparas de aço e despejou-as na prata derretida.
Uma vez que suas mãos ficaram firmes, ele estendeu os dedos sobre a piscina de metal derretido e mergulhou, cobrindo as pontas de suas garras de prata, girando suavemente para que ele pegasse tantos dos minúsculos estilhaços de aço quanto possível.
Ele tinha aprendido o truque de um caçador louco em Louisiana. O aço mais duro do que prata raspou a pele deixando dezenas de pequenos cortes, proporcionando mais lugares para a prata derretida entrar na corrente sanguínea. Suas garras se cobriram, ele puxou as mãos para trás e manteve os dedos abertos, esperando o metal esfriar. Ele teria que manter as garras abertas até que tirasse a prata. Mesmo com sua resistência, prata, muito provavelmente iria matá-lo.
Ele não costumava usar a própria prata. Ele não precisava. As pessoas costumam deixá-lo sozinho. Mas esta noite, ele podia sentir.
Eles viriam para ele e ele estaria pronto.
Kia colocou a cerveja no balcão e pegou o dinheiro do fofinho. Ele piscou - mesmo que não estivesse interessado, era pago para flertar - e voltou para a caixa registradora, escorregando o dinheiro sob o braço de plástico. Um pedaço de papel esvoaçou na caixa e Kia percebeu que não era uma conta - era um número de telefone.
Ele olhou por cima do ombro. O twink3 piscou para trás, girou em torno de seu calcanhar e caminhou para uma mesa perto da porta, o traseiro do sujeito balançando para a frente e para trás com cada passo tentador.
Ou deveria ter sido tentador. Na verdade, ele não viu isso acontecer. Seu lobo queria Madge.
Queria muito Madge. E parecia que o animal maldito não tomaria qualquer substituto.
Ele forçou um sorriso e enfiou a nota no bolso. Ele não iria usá-lo - pelo menos não até que seu lobo superasse seu estranho fascínio com Madge - mas clientes felizes que pensam que você pode fodê-los mais tarde, era melhor.
Kia olhou para os cinco restantes na mão dele e atirou-a no frasco da ponta antes de pegar uma caixa e pegar o olho de Random. Ele inclinou a cabeça em direção à sala dos fundos para indicar que precisava carregar os copos na máquina de lavar louça.
O trabalho estúpido não ajudava. Isso lhe dava muito tempo para pensar. Realmente não faz sentido. Ele gostava de provocar Madge mas isso limitava-se à obsessão.
Incapaz de parar o fluxo de seus pensamentos, ele decidiu folheá-los mais uma vez. Talvez Madge seja seu companheiro. Possível, mas não provável. O outro lobo o intrigava, o fez sorrir e Kia queria foder o cara até que nenhum deles tivesse força para ficar de pé, mas o clique imediato de que sempre ouvira parecia estar faltando.
E Madge obviamente não sentia a mesma atração. Ele não tinha tido problemas em afastar-se naquela tarde, quando Kia o beijou.
Kia bateu a porta com força na máquina de lavar louça, fazendo a máquina girar sobre o seu suporte.
— Nós não podemos pagar outra dessas. — anunciou Random atrás de Kia.
Kia se virou e assentiu. — Desculpa. Dia difícil.
— Tem alguma coisa a ver com um lobo louco?
Todo mundo parecia saber sobre sua obsessão estranha.
— Não. Sim. Talvez. Ah, porra, eu não sei.
— Talvez seja isso que você precisa.
Kia levantou as sobrancelhas em questão. Random encolheu os ombros.
— Aquele doce jovem lhe deu o número, não é? Por que esperar para ligar quando ele está bem ali?
— Eu não estou sentindo isso.
— Você se importa se eu sentir isso? — Random brincou.
Kia sabia que seu amigo não queria dizer isso - Random não precisava de ajuda para que os caras se curvassem para ele - mas, diabos, Kia não iria usá-lo. Ele enfiou os dedos no bolso e tirou o papel.
— Pegue.
— Ele deu a você.
— Só porque você estava ocupado. Ele está apenas procurando uma foda rápida.
— E você está procurando algo mais?
Kia sacudiu a cabeça. — Eu não sei.
— Talvez ele seja seu companheiro. — sugeriu Random.
Companheiro. Seu lobo agarrou a palavra.
— Nós temos mesmo isso? — Kia perguntou. — Quero dizer, existem “companheiros predestinados” e toda essa merda?
Random encolheu os ombros.
— Eles dizem isso em todos os romances. — ele fez uma pausa e suas bochechas se tornaram um leve tom de rosa. — Pelo menos, eu ouvi isso.
— Podemos analisar as escolhas questionáveis de leitura de Random mais tarde? — Rowan encheu a porta. — Nós temos gente vindo do frio e o quarto está se enchendo rapidamente.
Kia realmente pensou que ele poderia ter corado. Porra, o que diabos estava errado com ele? Ele seguiu Rowan e Random para a área principal.
Rowan não estava brincando. Nos poucos minutos que ele tinha ido, uma dúzia de outros lobos tinham entrado. Incluindo Bill e alguns de seus amigos. Eles pegaram uma mesa cheia no canto. Bill se sentou, de costas para a parede, de frente para o bar. Kia olhou para cima, perguntando-se se o outro lobo intencionalmente se posicionou para poder ver Kia.
Não fazia sentido. Eles eram... diabos, ele nem sequer podia chamá-los de amigos de foda. De vez em quando, Bill tinha a necessidade de um pau e Kia o deixava usar o dele.
Kia abaixou a cabeça e começou a misturar bebidas, silenciando sua mente enquanto trabalhava.
— Dê-me outro. — a voz de Bill quebrou a névoa de trabalho de Kia. — Estou achando que vai ser uma noite longa. — Bill colocou um copo no balcão.
Kia agarrou o copo, colocou-o na pilha para ser lavado, puxou um limpo e derramou a Bill outra cerveja. Ele conhecia o pedido do cara.
Bill inclinou-se sobre a barra enquanto Kia colocava o copo no balcão.
— Está um pouco frio aqui hoje à noite. — ele baixou a voz e acrescentou aquele tom que ele considerava sedutor. Hoje à noite, o som fez a pele de Kia coçar.
— Rowan colocou o ar-condicionado em alta por causa do calor. — ele explicou, lançando seu tom para o “tão entediado que eu não posso suportar”.
Bill empurrou-se na ponta dos pés.
— Eu vou precisar de algo quente para me aquecer. — disse ele. Sua voz ondulava baixa no registo, mas porra, em uma sala cheia de lobisomens, alguém ouviu as palavras. Bill ergueu os olhos e encontrou o olhar de Kia com um olhar significativo.
Se Kia tivesse estado no humor, ele poderia ter levado o cara para cima na oferta, mas sua mente queria Madge. E apenas Madge.
— Vou começar um pote de café. Cinco dólares da cerveja.
Bill fez uma careta mas deixou cair uma de cinco no contador. Kia pegou o dinheiro e seguiu em frente. Ele sabia que era melhor não se aproximar de nenhum dos caras da matilha.
Ele e Random haviam jurado ficar longe dos lobos da matilha e ambos tinham quebrado suas promessas. Na verdade... Bill não era feio e banhava-se em uma base regular. Quando Kia tinha sido um Lobo Solitário, tomar banho regularmente não tinha sido sempre alto na lista de prioridades de seus amigos de foda.
Kia abaixou a cabeça e tentou concentrar-se no trabalho, mas não importa o quê, seus pensamentos continuaram circulando de volta para Madge.
A porta se abriu e três caras entraram, sacudindo a água de seus casacos. Kia olhou fixamente, seus olhos capturando um momento da escuridão exterior antes da porta se fechar. A chuva caía.
Chuva. Porra.
Não havia nenhuma maneira ele teria sido capaz de corrigir esse buraco em um dia.
A luz atravessou a janela e, um segundo depois, o trovão sacudiu o vidro. Mais uma vez a porta se abriu e uma pequena multidão se apressou a entrar, tentando escapar do aguaceiro. Um arrepio simpático percorreu a coluna de Kia.
— Kia, homem, mova-se. Temos pessoas esperando.
— Eu tenho que ir. — ele se virou para Rowan. — Eu tenho que ir. — ele repetiu, seus pensamentos pulando em frente para o que ele iria encontrar.
— Onde? — Rowan agarrou seu braço enquanto Kia passava.
— Eu tenho que ir vê-lo. — ele disse, quase para si mesmo. O aperto de Rowan se apertou e ele deu um pequeno tremor a Kia, forçando-o a olhar para cima.
— Quem? Madge?
Kia assentiu, implorando para Rowan compreender, deixá-lo ir. O lobo perambulava em sua cabeça, desesperado para correr, precisando estar perto de seu companheiro.
A palavra o parou por um batimento cardíaco, mas ele sacudiu a sensação. Ele lidaria com a questão mais tarde. Uma vez que ele se certificasse de que Madge estava a salvo. Cada segundo que passava fazia o peito de Kia arder.
Rowan assentiu e ele soltou seu aperto em Kia.
Kia caminhou ao redor do final do bar e puxou seu casaco. Não era muito, mas o couro lhe daria alguma proteção.
— Aqui. — Rowan bateu as chaves do caminhão na mão de Kia. — Você não pode andar de relâmpago em sua motocicleta.
Seus dedos se fecharam em torno do pesado anel de chave. Ele acenou com a cabeça e se dirigiu para a porta, sem parar para perguntar como Rowan e Craigh iriam para casa. A concentração total de Kia centrou-se em Madge.
— Kia! — a voz de Random percorreu seus pensamentos. Rosnando suavemente - ele não tinha tempo para isso - olhou para trás. Um disco preto veio voando para ele. Ele o agarrou do ar e a virou na mão. Chapéu de vaqueiro aleatório. — Vai manter a chuva fora de você.
Ele acenou com a cabeça e empurrou a coisa em sua cabeça. Ele nunca usava chapéus. Ele parecia estúpido neles, mas Random tinha um ponto.
Ele encolheu os ombros e correu para o estacionamento de Rowan. Um relâmpago estalou no céu e o trovão rugiu um segundo depois. Esta tempestade caía acima deles e não iria em qualquer lugar em breve.
Sua mente se agitou quando ele dirigiu a uma velocidade apenas um pouco aterrorizante na estrada. Companheiro. Companheiro.
Madge tinha que ser seu companheiro. Seu lobo ansiava pelo outro lobo e queria protegê-lo e protegê-lo.
Será que isso significa que eles iriam ter um automático felizes para sempre? Não. Kia conhecia muitos casais que diziam ser companheiros, mas na verdade não gostavam um do outro. Tinha sido uma existência miserável para seus pais.
A borda da boca de Kia se curvou em um meio sorriso. Seria interessante e um inferno de um monte de divertido ver se ele e Madge poderiam viver juntos como seres humanos. Claramente seu lobo gostava da ideia. Agora ele tinha que ver o que o homem pensava.
Madge odiaria, negaria até mesmo. Os lábios de Kia se espalharam em um sorriso cheio no pensamento. Teria um bom momento para convencer o pequeno lobo.
Seus lábios achatados em uma linha fina quando ele dirigiu pela estrada escura, saltando caminhão de Rowan ao longo do caminho rude. Ele ajudaria a pagar por uma nova suspensão se ele precisasse, mas ele não podia perder tempo andando. Ele puxou o caminhão para o carro estreito, estacionando atrás do veículo de Madge.
A chuva golpeou o teto da cabine, soando como pequenas ondas de choque com cada gota. Ele espiou através do vidro encharcado. Nenhuma luz iluminava o interior da casa de Madge. Uma miríade de pensamentos correu pela cabeça de Kia. Ele não está em casa. Não, seu caminhão está aqui. Sua energia acabou. Exceto a luz do alpendre, era escura e destinada apenas a guiá-lo para casa e não como um farol de boas-vindas, brilhando.
Talvez tenha ido embora.
Kia estremeceu ao pensar. Odiava a pele molhada.
Ainda assim, não havia como escapar. Ele não podia evitar ficar molhado. Novamente. A movimentação não tinha sido suficientemente longa para que ele se secasse, mas pelo menos o calor tinha levantado o frio fora de sua pele. Ele empurrou o chapéu de Random para baixo em sua cabeça.
Ele se preparou para o ataque de água. Felizmente a chuva estava quente, quase agradável.
Não muito.
Ele abriu a porta e seus pés bateram no chão, lama escorregando em torno de suas botas quase até os tornozelos.
A sensação estranha de ser assistido fez o cabelo na parte de trás de seu pescoço estremecer, mas ele o empurrou para o lado. Podia haver qualquer número de animais curiosos escondidos na floresta, incluindo Madge.
Levou apenas alguns segundos antes que a chuva encharcasse suas roupas e água escorresse pela parte de trás de seu chapéu, causando um pequeno rio abaixo de sua espinha. Apesar do fato de que o resto do seu corpo permaneceu encharcado, a única linha abaixo suas costas escovando fazia cócegas em sua pele.
Quando esta noite acabar, estou me encontrando com uma bebida quente e um garoto gostoso.
Ele deslizou entre o caminhão de Rowan e o de Madge, contornando os degraus da frente.
Lógica lhe disse para bater à porta, mas o instinto o enviou para o outro lado da casa, o lado onde o telhado estava aberto.
Ele inclinou a cabeça para trás e olhou para a chuva. Um pano azul preso no lugar por quatro grandes rochas cobria o furo. De jeito nenhum a água não está entrando nesta casa, pensou Kia. Seu cérebro imediatamente saltou para resolver o problema, mas antes que ele pudesse perseguir a porta da frente de Madge, bater nele e exigir que o lobo relutante permitisse que ele ajudasse, um peso bateu em suas costas, enviando-o duro para o chão.
Quem o atingiu levou seu joelho para a base da coluna de Kia e seu cotovelo no pescoço de Kia, enfiando seu rosto na lama. A pressão ameaçadora enviou o lobo de Kia para sobrecarga.
Kia bateu as mãos no chão e jogou seu corpo para trás, lançando seu atacante. Mas o outro homem usou o ímpeto e o peso de Kia para mantê-los em movimento. Eles rolaram até Kia aterrissar em suas costas com uma mão apertada enrolada em torno de sua garganta e um corpo pequeno e denso sentado em seu peito.
Kia piscou a água de seus olhos e olhou para cima.
Madge? Seu cérebro correu para alcançá-lo, o lobo identificando seu companheiro.
Metal frio e áspero escavou em sua garganta enquanto Madge apertava seus dedos no pescoço de Kia.
Kia congelou. O esmalte brilhante e selvagem dos olhos prateados de Madge enviou uma onda de choque através de Kia. Madge afastou os lábios de seus dentes e grunhiu, o som suspeitamente humano para toda a tensão no corpo do homem. A pressão contra a garganta de Kia se intensificou.
Em qualquer outro momento, ele provavelmente consideraria uma coisa boa para Madge, mas a luz enlouquecida dos olhos de Madge descartou esses pensamentos.
Kia prendeu a respiração. Movimentos repentinos agora gritavam má ideia.
— Madge? — perguntou, sussurrando a palavra, esperando que sua voz provocasse algum tipo de memória, consciência, alguma coisa.
A chuva continuava a derramar-se ao redor deles, a água arrastando os longos fios do cabelo de Madge ao redor de seu rosto.
— Sou eu, Kia. — ele engoliu em seco. Os picos individuais das garras de Madge queimavam contra sua carne. Inferno, o que quer que ele tinha mergulhado seus dedos dentro, feriria como o inferno se quebrasse através da pele. — Madge? — o nome saiu com um pouco mais de um rangido do que Kia teria gostado, mas nada que ele disse até agora parecia ser penetrante. Ele tentou uma tática diferente. — Baby?
A chamada gentil pareceu chegar onde suas outras palavras não tinham. Madge recuou.
Infelizmente o movimento aumentou seu aperto na garganta de Kia. O suspiro voou entre eles. O som penetrou no cérebro de Madge e, de alguma forma, o barulho reconfortante despertou seus pensamentos.
Ele antecipou um rosnado, um grunhido, algum sinal de agressão. Em vez disso, ele obteve tons suaves, palavras tentadoras.
Ele piscou e sua visão se aclarou. O chapéu preto que ele viu ocultando o rosto de quem se aproximava estava mergulhando na lama.
A chuva gotejava pelos longos cabelos. Olhou através da chuva e encontrou os brilhantes olhos verdes de Kia.
— O que você está fazendo aqui? — seu coração gaguejou ao pensar que Kia poderia ser um dos homens que tentavam assustá-lo.
— Verificando você. — a resposta saiu macia e grave. — Você pode...
Kia não terminou de falar e não moveu a cabeça, mas seus olhos se contraíram em direção ao pescoço... e as garras de Madge descansando contra sua garganta.
Madge hesitou. Kia podia ser a primeira onda do ataque desta noite. Ou ele pode estar checando Madge.
Você tem que confiar em alguém.
As palavras de Kia tocaram em sua cabeça, mas isso significava que ele deveria confiar em Kia?
Ele ainda não te machucou. E ele teve muitas oportunidades.
Madge forçou os músculos de seus dedos a relaxarem e aliviou suas garras. Kia exalou e desabou no chão, sua cabeça espirrando em uma poça.
— Perfeito. Um banho de lama. — murmurou. — Algumas pessoas pagam centenas de dólares por isso.
Madge ignorou a tentativa de humor.
— O que você está fazendo aqui? — ele perguntou novamente.
— Verificando você. — Kia olhou para o telhado. — Eu sabia que você não teria tido tempo de consertar o buraco antes da chuva bater. Eu queria ter certeza que você estava bem.
— Estou bem.
Os olhos de Kia brilharam com alguma emoção que Madge não reconheceu, mas claramente o grande lobo Beta não acreditou nele.
Madge empurrou-se de volta para os calcanhares e se levantou, dando alguns passos de distância, ouvindo os sons dos outros. Pelo pouco que sabia sobre Kia, o homem adorava a vida de um verdadeiro Lobo Solitário. Ele só se juntou a matilha de Rowan por causa da amizade entre os dois homens.
O coração de Madge afundou. Isso significava que Kia faria qualquer coisa que Rowan lhe pedisse.
— Quem você está esperando? — Kia perguntou quando ele rolou e se levantou. Lama cobria sua jaqueta de couro e jeans pretos. Provavelmente arruinou os dois.
Madge sacudiu a cabeça.
— Porra, Madge. Eu quero ajudar. Quem você acha que vai vir para você esta noite? — ele estendeu a mão e agarrou o pulso de Madge, levantando a mão na luz fraca que brilhava da varanda. Prata brilhou na iluminação fraca. — Você não tinha isto mais cedo hoje. Você estava esperando alguém. — Kia sacudiu seu pulso. — Quem?
— Eu não sei. — ele empurrou sua mão. — Eles se aproximam cada vez. Achei que depois da noite passada, eles voltariam e terminariam.
Ele esperou por Kia convencê-lo de “meninos serão meninos” e toda essa merda.
— Sim, você pode estar certo.
Ele piscou e olhou para o outro lobo, a chuva tornando difícil de ver.
— Vamos entrar e descobrir o que fazer em seguida.
Kia acenou para ele e Madge se viu virando e conduzindo o outro homem para sua casa. Não fazia nenhum sentido. Tinha estado sozinho desde os quinze anos. Aprendera a confiar em si mesmo. Então por que diabos ele estava deixando Kia levá-lo? O cara não era nem um Alfa.
Ele não podia compreender por que permitiu que o lobo Beta entrasse em sua casa antes de oferecer-lhe uma toalha e, eventualmente, um chuveiro.
Percorreu a pequena alcova que ele chamava de cozinha, ouvindo a libra de água no telhado. Os estalidos das gotas de chuva afogaram o barulho do banho de Kia.
Kia tinha razão. Madge não conseguira reparar seu teto em um dia. Ele tinha mais fé nos meteorologistas do que Kia e ele conseguiu impermeabilizar o buraco tanto quanto possível. Apenas um pequeno vazamento apareceu e Madge empurrou um balde sob o gotejamento.
A visão enviou uma onda de satisfação através dele. Apesar do que Kia poderia pensar dele, ele era capaz de cuidar de si mesmo. Ele não precisava de mais ninguém para...
As palavras trancaram em sua garganta quando a porta do banheiro se abriu e Kia saiu, nu, exceto por uma toalha enrolada na cintura.
Céus misericordiosos e doces.
O lobo Beta entrou na sala de estar, completamente inconsciente. E por que ele deveria estar? Ele era a perfeição definida por Michelangelo. Maldição, cada músculo formava a linha perfeita, um equilíbrio vibrante entre força e estrutura. Pernas longas e fortes, quadris esbeltos e um pacote de oito gominhos que Madge desejava explorar.
Kia caminhou até a lareira, que Madge tinha começado a pedido do hóspede, e se inclinou para frente, absorvendo o calor. A borda da toalha puxou para trás, sugerindo tesouros abaixo. Madge empurrou os olhos para cima, não querendo invadir as privações do homem, uh, privacidade.
Mas ele não podia arrastar completamente o olhar do lobo bonito e só porque ele olhou atentamente para a Kia que os viu.
Oito marcas vermelhas distintas, listras finas que revestiam os lados do pescoço de Kia. Marcas das garras de Madge.
Nenhum sangue, mas a prata tinha definitivamente queimado sua pele.
Ele olhou para elas, seu estômago se agitando a visão. Ele estendeu a mão, tentado a aliviar as feridas, mas puxou a mão para trás, sabendo que ele só poderia torná-la pior.
Kia seguiu seu olhar e sorriu fracamente. Ele esfregou as pontas dos dedos através dos vergões vermelhos.
— Eu sempre fui sensível à prata.
Madge estremeceu.
— Me desculpe por isso.
Kia encolheu os ombros.
— Você não sabia. Você estava protegendo sua casa.
Kia apoiou suas mãos em seus quadris, uma polegada acima da toalha agora baixa. Madge engoliu em seco e tentou concentrar-se nas palavras de Kia.
— Você parece ter certeza de que voltarão esta noite. Quem você acha que está lá fora?
Madge congelou. Ele não tinha resposta. Qualquer coisa que ele dissesse o faria parecer ainda mais louco e por alguma razão, ele não queria que Kia o colocasse de volta na caixa de ‘louco-maluco esquisito’.
— Ninguém.
Os lábios de Kia se curvaram para cima em um meio sorriso.
— Certo. Você anda sempre com uma quantidade letal de prata em suas garras. — Kia enrolou seus dedos em torno do pulso de Madge e ergueu a mão no ar. — Quem você estava esperando? — ele perguntou novamente. — Eram esses adolescentes?
Um caroço entupiu a garganta de Madge. Ele não sabia como dizer as palavras - para dizer a Kia que ele tinha a sensação de que esta noite seria a noite...
Ele nunca teve a oportunidade de terminar seu pensamento. Um uivo subiu do lado de fora da cabine. O som estranho fez tremer a coluna de Madge.
O medo imediatamente se transformou em raiva e ele se encaminhou para a porta, enganchando sua espingarda quando ele alcançou a alça.
— Não. — o comando de Kia fez um aperto no lobo latente de Madge e o arrastou para a submissão.
O lado humano de Madge - muito mais forte e dominante - protestou contra a restrição. Esses lobos ameaçaram sua casa. Ele tinha o direito de protegê-la.
— Deixe-me ir. — Kia chicoteou a toalha de sua cintura e jogou o pano úmido para o lado.
Antes que Madge pudesse protestar - ou conseguir uma chance de olhar, maldição - Kia abriu a porta e carregou para fora, transformando-se em seu lobo quando ele saltou fora os degraus da frente. A beleza feroz da criatura invadiu quando a besta magnífica desembarcou. A poderosa imagem vacilou um pouco quando o lobo de Kia balançou, sacudindo a chuva encharcada de sua pele.
Madge sorriu, mas o desejo morreu quando mais uivos encheram a noite. Kia rosnou e saiu, indo em direção à fonte.
— Foda-se.
Madge agarrou sua espingarda e perseguiu-o. Ele não iria ficar para trás como uma heroína indefesa em um romance. Ele podia não ser capaz de mudar para o seu lobo, mas ele era mais do que capaz de se proteger.
Capítulo 5
Madge mergulhou na floresta perseguindo o outro lobo. Kia havia desaparecido, mas Madge seguiu os ruídos. Os uivos de um grupo de lobos ecoaram no leste. Ele partiu, seguindo os caminhos humanos, sabendo que Kia correria ao longo das trilhas dos animais. Ele alcançaria os invasores primeiro, mas Madge não iria deixar o Beta lutar por conta própria.
Pelo número de uivos enchendo o ar, pelo menos meia dúzia de lobos invadiram sua propriedade. Kia não podia vencê-los todos.
Se essa é a intenção dele, o lado cansado da mente de Madge comentou. Talvez isso seja apenas um truque para me atrair para longe da minha casa.
Ele cerrou os dentes. Você tem que confiar em alguém.
— Kia. — seu grito evaporou sob a chuva encharcada. Odiava a indecisão. Chuva bateu no rosto enquanto corria pela floresta, esquivando-se de raízes perigosas e agarrando ramos como um personagem de um conto de fadas de desenhos animados.
Os uivos se transformaram em latidos e rosnados quando ele se aproximou.
Madge acelerou, tropeçando em um ramo de árvore, mas se pegando enquanto tropeçava em uma pequena clareira. O rio corria a vinte metros de distância. Sete lobos formavam um meio círculo ao redor de um único lobo. Kia.
Madge engoliu para limpar sua garganta e deu um passo adiante, se movendo para o lado de Kia. O grande lobo Beta puxou seus lábios para trás e rosnou para ele. Madge hesitou. Ele tinha adivinhado errado? Confiado errado?
Então Kia caminhou para frente, colocando-se entre Madge e os outros lobos. Kia ainda estava tentando protegê-lo.
Chega dessa merda. Madge ergueu sua espingarda, e puxou a trava, a arma fazendo o ruído distintivo associado com uma arma carregada.
— Saia da minha terra ou alguns de vocês não vão para casa.
O lobo mais próximo de Madge rosnou e deu um passo adiante. Antes que Madge pudesse disparar a arma, Kia saltou para a frente, pegando o suposto atacante de Madge.
Seu movimento pareceu provocar uma explosão. Os outros lobos se lançaram para frente. Madge não hesitou. Ele tinha avisado e ele estava cansado de ser fodido. Ele disparou em direção ao lobo mais afastado de Kia, não querendo ferir o macho.
O lobo gritou e caiu.
O estômago de Madge rolou e a bile subiu em sua garganta. Ele odiava isso. Ele não queria matá-los. Ele não queria matar ninguém. Ele só queria ficar sozinho.
Kia tirou dois dos lobos, mas os três restantes chegaram a ele. Eles estavam desorganizados. Sem um alfa entre eles, seu ataque faltava foco. Kia os pegou, mas eles estavam recebendo algumas boas mordidas. Sangue marcava a pele de Kia e sua perna traseira parecia deslocada.
Madge não podia disparar. Eles estavam muito perto e ele poderia atingir Kia. Ele tinha carregado sua arma com pelotas de prata. Podia acidentalmente golpear o lobo tentando ajudá-lo.
Ele virou a arma e girou, batendo a bunda no crânio de um dos atacantes de Kia. O animal disparou e saltou. Madge virou a arma de volta.
— Saia daqui ou eu vou te levar para baixo. — ele carregou a próxima rodada na arma. Ele sabia que soava como um filme ruim, mas as palavras saíram de sua língua. Ele apontou para o peito do lobo. O animal hesitou e correu, saindo da clareira. O lado bom dos lobos era seres conscientes - eles entendiam o que significava uma arma.
Kia girou para a esquerda e agarrou um lobo cinzento ao lado dele. O lobo dançou para trás, mas Kia seguiu. Ele avançou, os dentes afundando no pescoço do animal. Ele não mordia completamente como se não quisesse matar o lobo.
Na esquina da visão de Madge, outro animal saltou ao redor, os caninos descobertos, pronto para pular nas costas de Kia. Madge apontou a arma para o lobo de pé.
— Se eu atirar em você a essa distância, você está morto. — anunciou Madge. — Nenhuma cura do lobisomem vai salvá-lo.
O alcance próximo da espingarda não permitiria qualquer chance de recuperação. O lobo rosnou mas afastou-se.
Um uivo distante fez o coração de Madge pular uma batida. Sua casa. A cabeça de Kia estalou e ele soltou o lobo agarrado em suas mandíbulas. O animal gemeu e rolou, mostrando sua garganta e barriga para Kia.
O lobo Beta não parecia notar. Kia grunhiu um aviso e saiu pelo caminho, mancando, mas correndo em direção à cabana de Madge.
— Foda-se!
Incapaz de competir com a chuva, ele murmurou a palavra quando ele se virou, preparando-se para perseguir Kia através da floresta.
Um grunhido baixo atrás dele arrepiou o cabelo na nuca. Madge fez uma pausa para examinar os restos da batalha. Dois lobos estavam mortos. Dois feridos. Os outros desapareceram nas árvores. O lobo remanescente, aquele que tinha mostrado sua barriga para Kia, saltou para seus pés e começou a perseguir Madge.
Ele levantou a espingarda apontando para a cabeça do lobo. Estavam apenas a uns dez metros um do outro. O lobo não sobreviveria.
— Já matei um de vocês. Não posso me meter em mais problemas para tirar outro. — o lobo cinzento recuou, escorregando para o lado mais distante da clareira.
Madge fez o mesmo, recuando o caminho, observando enquanto o outro lobo se virava e trotava na floresta. Ele não podia confiar que o cara não esperaria até Madge virar as costas para vir atrás dele novamente, mas ele não podia deixar Kia para lutar sozinho. Ele precisava descobrir o que estava acontecendo em sua casa.
Ele andou para o lado do caminho um pouco, verificando a cada poucos passos que alguém chegasse atrás dele. Sua visão noturna era uma porcaria, mas sua audição permanecia sensível ao lobo e ele não ouviu ninguém se aproximar. Depois de alguns minutos, ele desistiu e saiu correndo lentamente em direção à cabine.
A chuva aligeirou um pouco, mas a chuva tinha criado polegadas de lama e folhas encharcadas para pegar seus sapatos e deslizá-lo fora da trilha. Ele diminuiu a velocidade, movendo-se tão rapidamente quanto o caminho traiçoeiro o deixaria.
Quando chegou à clareira perto de sua cabana, lama e água saturavam suas calças até os joelhos e ele já não sentia a chuva quente caindo. Cada pedaço de roupa estava encharcada e preso nele como uma segunda pele. Não ficaria desconfortável até que tentasse se despir.
Ele levantou a espingarda para seu ombro. Respirou o peito enquanto se aproximava da cabana. Nenhum som ecoou do prédio e nenhuma chama disparou pelo teto. Ele considerou ambos os bons sinais.
Ele se arrastou pelo lado da casa. A porta da frente estava aberta, a luz fluindo de dentro.
Passos ecoaram em seu chão de madeira e Madge reposicionou sua arma, apontando para a entrada.
Kia entrou na luz, humano, nu, e parecendo um deus vingador. Sangue e arranhões marcavam seu ombro e seu quadril. A lama sempre presente cobria seus pés, mas ele não pareceu notar nada disso. A iluminação captou a curva acentuada dos músculos de Kia. Madge ofegou e baixou a arma, muito cativado para fazer qualquer coisa, além de olhar fixamente. Pura força e beleza delineavam cada centímetro de carne.
E Madge queria tocar, queria o direito de passar os dedos por cada parte do corpo do outro, talvez seguir com sua língua.
Ele balançou a cabeça, tentando limpar a imagem. A energia subiu através de suas veias, seu coração batendo forte. Kia o ajudara. Gratidão. Isso é tudo o que é. Exceto que gratidão não costumava fazer seu pau duro. Sua ereção cavou no material molhado de seu jeans. Com medo de olhar para baixo, receoso que seu tesão parecesse óbvio, Madge aumentou seu aperto na arma e manteve seus olhos treinados adiante, esperando que Kia não veria. Ou não comentaria se o fizesse.
Os olhos de Kia brilharam de vermelho quando ele escaneou a área finalmente aterrissando em Madge. Ele se adiantou. Madge estremeceu sob o poder do olhar de Kia.
O lobo maior sacudiu a arma da mão de Madge.
— Estou ficando muito doente de você apontar armas para mim.
A agressão nas palavras de Kia provocou uma resposta semelhante em Madge.
— Eu não sabia quem estava lá dentro, idiota. Poderia ter sido qualquer um. — Madge agarrou a espingarda do aperto de Kia e pisoteou ao redor do homem grande. Ele apoiou a arma contra o batente da porta, querendo a arma para fora da chuva, mas perto, se ela precisasse.
— Exatamente. — Kia virou-se e saiu atrás dele. — Você não sabia quem estava na floresta também, mas você foi embora, por bem ou por mal...
— Por bem ou por mal? — Madge não conseguiu parar seu sorriso ou as palavras escorregando de sua boca. Uma frase muito antiquada, uma que a sua avó costumava dizer.
— Cale a boca. — Kia rejeitou sua zombaria. — O ponto é...
Madge puxou os ombros para trás e encontrou o olhar feroz do lobo Beta. Ele não ia ser intimidado. Ele não iria.
— Qual é o ponto? — ele perguntou, desafio zumbindo através de suas palavras.
— O ponto é, o que diabos você estava pensando? — Kia exigiu. Kia agarrou a camisa de Madge e o empurrou para trás. Ele bateu na parede da cabana com força, mas a adrenalina que bombeava através do seu sangue não permitia que nenhuma dor se registasse. O homem que o perseguia comandava todo o seu foco.
Kia continuou vindo, empurrando até que seu corpo apertou em Madge do joelho para ombro.
— Eu disse para você me deixar cuidar disso.
— Posso guardar minha própria terra. — grunhiu Madge. — Eu não preciso que você me proteja.
— Merda. — Kia agarrou os pulsos de Madge e os arrastou acima de sua cabeça, imobilizando, encharcando-o com aquele corpo forte e poderoso. — Você precisa de uma coleira.
Apesar da chuva caindo, Madge sentiu-se quase protegido, cuidado. Muito tentador.
Antes que pudesse rejeitar a ideia, Kia o beijou. Seus lábios cobriram os de Madge, duro e exigente. E ele percebeu que seus beijos anteriores eram primos fracos das capacidades do homem. Ele mergulhou a língua na boca aberta de Madge, tomando, conquistando, comandando uma resposta.
O lobo na cabeça de Madge choramingou, feliz por agradar ao animal dominante, ansioso por dar-lhe mais. Cada instinto gritava que ele deveria afundar em seus joelhos e se oferecer. Ele reagiu da mesma maneira que a primeira vez que Kia o beijou. Só que as sensações eram cinco vezes mais intensas. Ele queria, precisava oferecer tudo ao outro lobo.
Ele gemeu no beijo, sugando a língua invasora de Kia, dando-lhe as boas-vindas para tomar o que quisesse.
Kia arrastou a boca para longe, deixando Madge desolado. A conexão tornou-se vital para sua existência. Ele se inclinou para frente, pedindo em silêncio por mais. Kia desviou seu apelo, cutucando a mandíbula para o lado antes de se curvar e raspar seus dentes afiados no pescoço de Madge.
A sensação de prazer-dor embaçou seu cérebro e ele gritou. Ele estendeu a mão, desesperado para tocar, para puxar o outro homem em cima dele, mas parou, lembrando-se no último segundo - prata mortal cobria as pontas dos seus dedos. Frustração rasgou um grito faminto de seus lábios.
— É isso, amor, deixe-me ouvir o que você quer.
Kia agarrou as bordas da camisa de Madge e as separou, espalhando os botões, deixando seu peito nu. Ainda mordiscando a pele sensível entre o pescoço e o ombro de Madge, Kia correu as mãos para dentro da flanela molhada, com as pontas dos dedos tropeçando em cada uma das costelas de Madge.
— Demasiado magro. — ele murmurou, embora Madge não estivesse certo que Kia sabia que ele tinha falado as palavras em voz alta. Através da chuva úmida e pesada, os dedos de Kia irradiavam calor através da pele de Madge. Ele agarrou um mamilo entre seu polegar e indicador, beliscando-o, levando a sensação ao limite de “muito”, mesmo quando colocou outra mordida mais duro ao ombro de Madge. — Vou fazer você me sentir em toda parte.
Madge gemeu, amando a doce dor dos dentes de Kia, o fogo sexual de suas palavras. Ele não conseguia parar o impulso compulsivo de seus quadris, balançando. Mesmo através do jeans encharcado, o calor da pele nua de Kia fluía para dentro dele. E ele queria mais. Ele fundiu seu pênis duro contra os músculos sólidos, amando o pênis duro cavando em seu quadril.
— Oh não, amor. — Kia apertou os quadris de Madge, segurando-o no lugar. — Você não vai gozar em suas calças novamente.
Com seu lobo lutando pelo controle, o cérebro de Madge não podia formar palavras coerentes. Um gemido suave ondulou de sua garganta enquanto ele virou a cabeça e beliscou o queixo de Kia, desesperado por mais do toque do outro homem, então lambeu o local como um cachorro.
Kia deu uma risadinha.
— Não se preocupe. Eu não vou deixar você. Você vai gozar, mas eu vou estar enterrado profundamente dentro dessa bunda apertada quando isso acontece.
Madge gemeu. Porra, Kia o confundia. Num minuto ele estava chateado, no seguinte ele brincava sobre fazer Madge gozar. Mas ele ignorou as personalidades em constante mudança. Kia parecia empenhado em fodê-lo e pela primeira vez no que parecia ser para sempre, ele queria um homem dentro dele. Um gemido que ele não esperava escapou de seus lábios e Kia sorriu.
Anos de experiência lhe disseram para recuar, empurrar para longe do homem zombando dele, mas em um cegante momento de clareza, ele percebeu que Kia não estava rindo dele. Ele estava apenas feliz – malditamente alegre com o pensamento de ter Madge.
— É isso aí, amor. — Kia bombeou seus quadris contra o de Madge, certificando-se de que ele sentia cada centímetro de pau duro e grosso. — Eu vou te foder e te fazer gozar, meu pau batendo seu traseiro, com força, dentro de você.
As palavras sexy obscureceram a mente de Madge e ele gemeu. Seu pênis saltou para cima, como um cachorro animado, ansioso para agradar seu mestre.
Kia alcançou entre eles, agarrou o zíper do jeans de Madge e arrastou para baixo. Seu pau avançou, dando as boas-vindas ao invasor.
O calor cercou seu eixo e Madge não conseguiu fazer nada além de gemer, saboreando o calor que envolveu e controlou seu pau. A única graça salvadora veio no gemido de aprovação de Kia.
— Legal — ele murmurou, deslizando os dedos até o pênis de Madge, aumentando seu aperto, colocando uma pressão perversa em cima de qualquer outra sensação. — Foda-se, sim, eu sabia que você estaria duro. Você quer isso. Isso vai ser tão doce.
Kia não esperou por uma resposta. Em um movimento suave, ele soltou o pênis de Madge, deu um passo para trás e virou Madge, até que ele pousou seu rosto em direção à parede.
Madge pegou a si mesmo, suas mãos estendidas contra a madeira. Ele poderia ter protestado, exceto pelo retorno do pênis de Kia, duro e grosso cavando em seu traseiro, provocando-o com a possibilidade de ser fodido. Sua calça jeans, ainda amarrada ao redor de sua cintura, bloqueava o delicioso calor que ele desejava. Seu cérebro cheio de luxúria não conseguia descobrir como fazer isso acontecer. Ele só queria mais.
Ele disse a si mesmo para ficar quieto, mas foda-se, a ganância e a fome no toque de Kia o empurraram. Ele arqueou as costas e apertou seu traseiro para trás, moendo contra o pênis de Kia.
— Cuidado, amor. É melhor você parar se quiser ser fodido. — os dentes de Kia beliscaram sua garganta. — Eu vou gozar antes que eu entre em seu doce buraco se você não desacelerar.
Madge gemeu e sacudiu a cabeça. Ele não queria diminuir a velocidade. Ele queria o que Kia descreveu - uma foda profunda.
Graças a Deus, Kia não parecia ter a intenção de ir devagar.
Ele agarrou as costas dos jeans de Madge e os empurrou para baixo. O denim normalmente frouxo se agarrou à sua pele molhada, resistindo aos esforços de Kia. Madge baixou a mão para ajudar, mas Kia agarrou seu pulso e levou-o de volta para a parede, prendendo-o contra a madeira.
— Eu disse para você deixar suas mãos lá.
Madge fez uma pausa. Ele podia estar louco e um pouco paranoico, mas sua memória de curto prazo estava bem.
— Você não disse.
Kia suspirou e baixou a testa para o ombro de Madge.
— Madge...
— Eu só estou dizendo que você não me disse para manter minhas mãos lá.
— Bem, eu estou dizendo a você agora.
— Bom.
Kia riu e se enrolou ao redor do corpo de Madge, com os dois braços em volta da cintura, um punho enrolado ao redor de seu pênis. Ele o rodeou. A reconfortante carícia parecia ser uma recompensa por concordar com o lobo Beta.
Kia colocou um beijo e uma mordida na nuca do pescoço de Madge.
— Isso significa que você sempre fará o que eu disser para você fazer? — Madge deu um soco em seu ombro para trás, meio empurrando Kia. Ainda assim, ele não tirou as mãos da parede. Kia rosnou. — Talvez eu apenas te prometa uma foda dura toda vez que você se comportar e agir como um lobo bom.
Madge engoliu para conter a tensão que amarrava sua garganta. Ele não podia dar ao bastardo tanta satisfação, mesmo que as palavras de Kia o fizessem querer se dobrar em qualquer superfície plana para o lobo maior. E Kia indicou que poderia haver eventos repetidos. Seu pau inchou com a possibilidade de obter atenção regular de alguém além de seu dono.
Mas Madge guardava todos esses pensamentos enlouquecidos. Em vez disso, ele virou a cabeça para trás, jogando os fios longos e molhados de seu rosto, e olhou por cima do ombro.
— Você está muito confiante de que vou deixar você me foder.
— Sim. — o punho de Kia apertou no eixo de Madge. Sua voz baixou. — Isto e a maneira que você mantem-se esfregando sua bunda contra meu pau diz-me que você quer me sentir dentro de você. E eu vou te foder tão bem que você estará implorando por outra rodada. E outra.
Madge bufou mesmo que seu coração batesse em seu peito e seu pênis se contorcesse dentro do aperto de Kia como se estivesse tentando mostrar ao outro o quão bom ele poderia ser.
— Sim, isso é perfeito, amor. Agora mantenha as mãos onde estão e deixe-me chegar àquela bunda doce com que estive sonhando.
Madge gemeu. Ele não acreditava que Kia estivesse sonhando com seu traseiro, mas o pensamento aqueceu o núcleo de Madge. O som triste se transformou em um guincho enquanto Kia liberava o pau de Madge. O ar frio correu pelo eixo quando o aperto quente da mão de Kia desapareceu.
Ele pensou que poderia ficar mole, mas Kia deslizou os dedos contra os quadris de Madge, aliviando as pontas por baixo da cintura dos jeans de Madge. Mãos quentes deslizaram contra sua pele e Kia empurrou para baixo, arrastando o jeans molhado com ele.
Ajoelhou-se atrás de Madge, guiando o material pesado para o chão.
Madge enrolou os dedos para segurar seu corpo no lugar. Suas garras morderam na madeira de sua cabana, e ele se forçou a respirar, sabendo que Kia podia ver cada cicatriz em suas costas e pernas.
Esses dedos fortes deslizaram para cima, tropeçando sobre seus tornozelos e joelhos, acariciando até chegarem a suas coxas. As mãos desapareceram, deixando-o gelado e sozinho.
— Shhh. — sussurrou Kia mesmo que Madge não tivesse percebido que ele tinha feito um som.
O calor voltou quando Kia correu um dedo em uma linha reta através da parte de trás da coxa de Madge, traçando uma das cicatrizes prateadas.
Ele fechou os olhos, a memória de quando ele recebeu aquelas marcas invadindo seu cérebro. A tensão comprimiu seus músculos.
Um picar afiado na bochecha de seu traseiro o tirou da memória antes que ele pudesse afundar muito fundo.
— Ow. — Kia beijou o local gentilmente como se estivesse se desculpando. Então ele mordeu de novo. — Por que você está me mordendo na bunda? — Madge soltou por cima do ombro dele.
Kia riu suavemente antes de acariciar sua língua através do local, acalmando a pequena queimadura.
— Porque é tão redonda e perfeita. — ele lambeu novamente. — E chamou sua atenção. Eu não sei o que você estava pensando, mas não era em mim.
Madge abriu a boca para apanhar algo sobre ganancioso bastardo de atenção, mas Kia o beliscou novamente, um pouco mais alto na curva de suas costas. Antes que ele pudesse rosnar, outra mordida, um formigamento brilhante começou em sua parte inferior das costas. Em seguida, sua espinha e alguns mordidelas em seus ombros. As picadas não rompiam a pele, mas elas não eram gentis.
Kia abriu caminho até o corpo de Madge, deixando vestígios de fogo atrás dele.
Ele queimou, marcado pelos dentes de Kia. As cicatrizes de prata já não importavam, as carícias pungentes sobrescreveram as memórias cheias de dor. Lágrimas picaram os cantos dos olhos dele quando ele percebeu o que Kia tinha feito.
Mas o momento doce desapareceu quando Kia se levantou e se inclinou para Madge, seu peito apertando contra as costas de Madge, seu pênis deslizando ao longo da fenda no rabo de Madge.
Madge não conseguiu impedir que seu corpo reagisse, empurrando para trás e tentando atrair o outro homem mais fundo. O espesso eixo deslizou entre suas pernas, batendo em suas bolas, e os olhos de Madge se arregalaram. Ele não tinha tido muita oportunidade de verificar o pau ereto de Kia e maldição, o homem parecia enorme – largo e longo.
Porra, ele ia ficar doído quando Kia terminasse com ele. Ele nunca pensou em si mesmo como uma rainha de tamanho, mas sim, ele queria Kia dentro dele. Não não não. Você não pode ser sugado por...
Seus pensamentos tropeçaram quando um dedo fresco e liso deslizou entre as bochechas de seu traseiro. Infelizmente, ele não podia fechar seu cérebro completamente para baixo e apenas apreciar.
— Onde você conseguiu o lubrificante? — ele murmurou.
Esses braços se envolveram mais uma vez, mais como um abraço do que um sexual.
— Isso é o que você tem se preocupado? — Kia esfregou o nariz logo atrás da orelha de Madge. — Eu te digo que eu vou te foder até a próxima semana e você quer saber onde eu obtive lubrificante?
As garras de Madge cavaram na madeira e ele rosnou, odiando a provocação de Kia. Ele não podia evitar o modo como sua mente funcionava.
Ele disse a si mesmo para empurrar o Beta para longe, mas mais uma vez o lobo assumiu o comando. Madge pousou seu traseiro para trás, levando metaforicamente seu conto e implorando ao outro homem que venha dentro dele.
Kia pareceu reconhecer a súplica silenciosa. Ele libertou uma mão e alcançou, voltando seu dedo para a apertada abertura do traseiro de Madge. Ele brincava com a borda, não penetrando, quase brincando como se quisesse que Madge o recebesse.
Madge fechou os olhos e desejou que seu corpo relaxasse, deixando seu lobo assumir mais controle. Como se o animal estivesse esperando por aquele momento, um gemido escapou de seus lábios e abriu as pernas o mais longe possível. O jeans cobriu os tornozelos, mas a separação pareceu ser suficiente.
— É isso, amor. Deixe-me entrar.
Kia manteve seu braço trancado em torno da cintura de Madge, segurando-o no lugar enquanto um dedo lentamente deslizava dentro do buraco de Madge. O toque delicado quase o levou a seus joelhos, uma queimadura deliciosa, lançando seus nervos em curto-circuito. — Tão quente — Kia continuou murmurando sua aprovação enquanto acrescentava outro dedo, tascando beijos e mordidas mais perversas na parte superior do pescoço e na garganta de Madge, os estreitamentos quase duros combatidos por palavras suaves e murmuradas, dizendo a Madge o quanto ele o queria, quão bom era tocá-lo.
O lobo e o corpo de Madge conspiravam contra sua mente racional e ele se viu arqueando a espinha, pressionando seu traseiro para trás, tentando deslizar Kia mais fundo.
— Em breve, vamos prepará-lo. — a risada provocadora que Madge estava esperando de Kia ecoou suavemente em seu ouvido. — Eu quero que você sinta cada centímetro do meu pau deslizando dentro, mas eu não quero que você se machuque.
Madge queria lhe dizer que gostava da dor, mas não conseguiu resistir aos maravilhosos e lentos impulsos dos dedos de Kia. As sensações o embalaram, mas o lobo de Madge se movia rapidamente para além da fase gentil e entrou na porção da noite. Ele fechou os olhos e tentou relaxar. De alguma forma, ele sabia, enquanto exigia que o outro homem fodesse, ele poderia excitar Kia até o fim, não iria mover o lobo Beta junto.
Ele deixou cair a cabeça para frente e empurrou seu traseiro para trás, tentando um tato diferente. Em vez de esconder suas respostas, ele deixou tudo ir livre. Kia enrolou seu dedo dentro do buraco de Madge, provocando a glândula sensível, atirando uma espiga de prazer na espinha de Madge.
Um gemido escapou de sua garganta. Ele poderia ter ficado envergonhado com o som, exceto que parecia ganhar outro golpe. Ansioso por mais, ele gemeu e tentou abrir as pernas.
— Por favor. Tão bom.
— Shhh, não se preocupe, amor. Eu vou estar dentro de você em apenas alguns minutos. — a promessa só fez sua tensão pior.
Porra, precisava ser agora.
Capítulo 6
Kia se afastou, deixando Madge vazio por um breve momento antes de apertar três dedos na passagem de Madge. A queimadura iluminou seus nervos, quase demais para ser bom. Essa tensão não durou muito tempo. Em segundos, Madge caiu no ritmo da penetração de Kia.
— Você está pronto, amor? — ele perguntou, seus lábios escovando a orelha de Madge.
— Porra, sim. Agora, maldição. — ele rosnou, esquecendo por um momento que Kia não reagiria bem às exigências.
Exceto que seu amante desejava apenas rir.
— Lá está ele. — ele beliscou o ombro de Madge. A dor brilhante intensificou o núcleo de Madge e fez seu pênis impossivelmente mais duro. — Você estava sendo tão doce, eu pensei que alienígenas tinham roubado seu cérebro.
O desejo de rosnar provocou os lábios de Madge, mas ele se absteve, mantendo o rosnado dentro dele. Apesar de querer enfiar o cotovelo na caixa torácica de Kia, Madge permaneceu imóvel. Ele queria ser fodido mais do que queria machucar Kia. Pelo menos por agora.
Fazia anos que outro homem o tinha tocado, mesmo que ele o tivesse recebido. Ele não queria fazer nada que pudesse impedir Kia de deslizar seu pau no rabo de Madge.
A penetração superficial dos dedos de Kia desapareceu e Madge se equilibrou entre desapontamento e antecipação. A preparação curta e intensa deixou-o aberto e ansioso por mais. Ele não teve que esperar muito. O pau polido de Kia pressionou contra sua abertura, mais largo que seus dedos. A queimada voltou e Madge se esforçou para não ficar tenso.
— Porra, é isso. Deixe-me entrar. — a voz de Kia mudou mais uma vez, o riso desaparecendo e pura luxúria tomando seu lugar. — Você se sente tão bem, amor.
Madge assentiu, incapaz de encontrar as palavras. A delicada queimadura transformou-se em uma dor profunda, uma necessidade sensual dentro dele. Kia continuou empurrando para frente até que sua virilha descansou contra o rabo de Madge, os cabelos encaracolados na base de seu pênis provocando a pele de Madge.
Os dedos ásperos quentes deslizaram em torno de seu eixo. A combinação deliciosa de ser preenchido com o pau grosso de Kia e de ter essa mão forte cobrindo seu pau empurrou-o demasiado rapidamente à borda.
Ele se abaixou - abandonando a ordem de Kia - e agarrou a mão do lobo grande, sacudindo-a.
Kia rosnou como um cão com um osso. O som atravessou o núcleo de Madge, deixando sussurros de medo e remanescentes de puro desejo.
— O que diabos? — Kia perguntou, apertando sua mão. Madge olhou para baixo. Uma fina linha de rosa apareceu na pele de Kia, a prata nos dedos de Madge queimando o outro homem com um toque.
— Droga. Eu sinto muito.
Ele tentou se mover, mas Kia agarrou seus quadris e segurou-o no lugar, usando a restrição para empurrar seu pau ainda mais profundo. Os olhos de Madge rolaram para a parte de trás de sua cabeça ao golpe perverso. Cada nervo em sua bunda iluminou, mas arrependimento, auto-nojo empurrou o prazer de distância. Ele machucou Kia. Ele...
— Não se preocupe com isso. — Kia comandou, sua voz baixa e sexual. Ele esfregou o nariz contra o cabelo de Madge, uma carícia minúscula que se sentia mais amorosa do que luxuriosa. O resvalar gentil chamando algo no fundo de Madge. — Agora me diga o que está acontecendo? Você quer que eu saia?
— Sim, quero dizer não. — ele balançou a cabeça. Ele realmente não queria que Kia parasse. Mais do que qualquer coisa que ele pudesse imaginar, ele não queria que Kia parasse.
— É um ou outro. — a diversão voltou à voz de Kia. — Me diga o que você quer.
A instrução contornou seu cérebro humano e provocou a resposta do lobo. O animal uivou em sua cabeça, exigindo que seu lado humano cumprisse, fazendo o que fosse necessário para que Kia o fodesse.
Madge agarrou a parede à sua frente, sua mão intuitivamente voltando para onde Kia a tinha colocado mais cedo. Cada impulso submisso que ele suprimia diariamente subia ao primeiro plano. Ele choramingou e se contorceu, pedindo silenciosamente ao lobo maior para levá-lo.
Mas Kia não estava tendo isso.
— Diga-me. — Kia pontuou o comando com um rolar lento de seus quadris, para frente e para trás, provocando Madge com promessas sexuais se ele apenas dissesse as palavras.
— Foda-me. — ele disse, o apelo suave, apenas audível com a chuva derramando em torno deles.
— Então você quer que eu puxe meu pau para fora... — ele demonstrou ao puxar seus quadris para trás. Seu membro escapou do rabo de Madge. Arrepios perversos correram pelo seu centro, agarrando suas bolas. — Então eu posso colocá-lo de volta dentro.
Ele empurrou para a frente, enchendo o buraco de Madge mais uma vez. Kia se inclinou e pressionou os lábios na orelha de Madge, acrescentando uma pequena mordida que Madge sabia que estava destinada a atormentá-lo.
— Quer que eu faça de novo? Uma e outra vez até você gritar, gozando em meu pau?
Madge bateu a testa contra a parede da cabana e gemeu, arqueando as costas, empurrando sua bunda na virilha de Kia.
— Isso não é resposta.
A provocação na voz de Kia fez doer os dentes de Madge. Ele rosnou e tentou chicotear em volta, mas ele realmente não queria desalojar Kia. Ele só queria que o homem se movesse.
As mãos de Kia mantiveram seu corpo mais baixo no lugar, mas permitiu-lhe liberdade suficiente para torcer e olhar para o homem invadindo seu corpo.
Kia olhou fixamente de volta, o riso e a fome se misturando em seu olhar. — Você me assusta quando fica muito complacente.
— Foda-se.
Kia inclinou a cabeça para trás e riu, o som soando pelo céu. — Deixe-me te terminar primeiro, amor.
Antes que Madge pudesse responder, Kia recuou e bateu nele, duro e profundo, a cabeça de seu pau conectando-se com a próstata de Madge, dando-lhe um choque delicioso através de suas bolas.
Kia gemeu como se sentisse a centelha também.
— Deus, amor, eu não acho que vou durar. — apesar de sua reivindicação, ele bateu o traseiro de Madge, longos traços sólidos, cada vez batendo naquele ponto doce dentro de Madge.
Ele apoiou-se contra a parede, segurando seu corpo no lugar, aberto e disponível para tomar cada impulso pesado.
A pausa momentânea poucos minutos antes tinha arrancado ele de volta da borda, mas cada vez que Kia dirigiu dentro dele, Madge tropeçou mais perto.
Exceto que ele não poderia gozar, não sem uma mão em seu pênis. Ele precisava... Seus dedos devem ter se contraído no painel de madeira.
— Não pense nisso. — Kia rosnou, o comando gutural e um pouco ofegante.
— Por favor. — ele não sabia se ele implorava a Kia para tocá-lo ou para permissão para se tocar, mas ele precisava de alguma coisa.
— Ainda não. Aguente. Eu vou te levar lá. — os empurrões de Kia cresceram mais duros e um pouco mais rápido. Madge gritou, seu corpo acolhendo cada penetração, mas precisando de mais, precisando de uma carícia para mandá-lo voar.
Kia mergulhou fundo uma última vez. Cada músculo contraiu quando ele congelou, seu eixo trancado no traseiro de Madge. Choques quentes de gozo pulsaram em seu buraco enquanto Kia gemia e cedeu para frente, sua testa pousando no ombro de Madge.
— Foda-se, amor. — o duro peito do homem bateu contra as costas de Kia enquanto lutava para recuperar o fôlego.
Madge fechou os olhos e triturou os dentes de volta, o lado humano dele sofrendo de uma mistura selvagem de sensações – emocionado que Kia tinha gozado, que seu amante tinha encontrado o que parecia ser uma quantidade perversa de prazer em fodê-lo.
Mas o pau duro de Madge colocou um amortecedor em alguma dessas alegrias. Claro, claro, ele era tudo sobre ser um amante altruísta, dando prazer a seu parceiro, blá, blá, blá, mas droga, Kia tinha prometido a ele um orgasmo.
Tinha sido tão fodidamente longo desde que ele tinha gozado - sozinho ou com qualquer outra pessoa. Ele não contou o outro dia. Ele não tinha certeza se Kia queria fazer com que ele gozasse. Ele queria um orgasmo real, intencional!
Kia agarrou os quadris de Madge e afastou-se, puxando seu pau para fora, seu gozo escorrendo do traseiro de Madge enquanto ele se retirava. A sensação enviou novos arrepios através do núcleo de Madge e colocou a necessidade em seu pau.
Abriu os olhos e olhou para a tábua de madeira diante dele. Seu pênis doía e Kia estava saindo.
— Idiota. — murmurou Madge, sem saber se ele queria dizer a palavra para Kia ou para si mesmo por ser tão estúpido. Foda-se. Ele cuidaria disso sozinho.
Ignorando as instruções anteriores do outro lobo, ele soltou a parede e envolveu seus dedos em torno de seu pau, esfregando rápidos golpes rápidos para o seu eixo.
— De jeito nenhum, amor. — a mão de Kia fechou em torno do pulso de Madge e empurrou, puxando-o para longe de seu próprio pênis. Ele não plantou a mão de Madge contra a parede. Em vez disso, Kia virou Madge de modo que suas costas pressionaram contra a cabana. Chuva continuou a batucá-los, mas Madge mal notou. — Esse é o meu prêmio.
— Mas você disse... — Madge fechou a boca com força. Ele não imploraria. Ele não lembraria a Kia que ele havia dito que Madge poderia gozar enquanto Kia o fodesse.
A luz nos olhos de Kia brilhava de riso.
— Mudança de planos. — ele se inclinou, pressionando seu corpo nu contra Madge. Madge ainda usava sua camisa, os lados se abriam e o pesado peso de seu jeans molhado encostava seus pés. Kia inclinou a cabeça e cobriu a boca de Madge com um beijo lento e sensual.
O homem parecia sem pressa. Claro que não. Ele já tinha gozado. Era apenas Madge que tinha sido deixado pendurado.
— Droga, você cheira bem. — Kia cantarolou quando ele arrastou seus lábios para baixo da garganta de Madge. — Você cheira bem em todo lugar?
Kia caiu de joelhos e enterrou o rosto na virilha de Madge, o restolho de sua bochecha quase demais para o pau sensibilizado de Madge. O choque, tanto quanto a sensação, fez ele se encolher. Ele se sacudiu e gemeu, mas Kia não o deixou escapar. Em vez disso, Kia respirou fundo e gemeu.
— Foda-se, é ainda melhor. — ele sacudiu a língua para fora, lambendo a curva mais baixa do pênis de Madge. Kia cobriu o pau de Madge, segurando-o no lugar enquanto Kia parecia satisfeito em esfregar os lábios e o nariz através dos cachos perfeitamente aparados na base do pênis de Madge.
Madge não se permitiu muitas vaidades, mas manteve seus pelos curtos, amando quão sensível a pele lisa ficava.
— Espalhe suas pernas, amor.
Ele lutou para seguir a instrução de Kia, mas o denim em torno de seus tornozelos não o deixaria. A risada de Kia deu um arrepio nas bolas de Madge.
— Isso é perfeito. — ele seguiu as palavras com um movimento da língua para o saco de Madge. O movimento quente e rápido provocou mais uma sacudida na espinha. — Oh sim, depois que você gozar na minha boca — Kia esfregou sua bochecha contra a coxa de Madge, a queimadura cintilando as sensações. — Eu vou levá-lo para dentro e espalhá-lo. — ele arrastou seus lábios a meio do pênis de Madge, língua balançando sobre a pele, provocando pequenos toques que o faziam doer. — Farei você implorar para ter meu pau de volta em seu traseiro apertado, doce.
As imagens enchiam o cérebro de Madge, deixando-o tonto. Ele bateu as mãos contra as paredes da cabana, suas garras escavando na madeira. A risada de Kia foi o único sinal de que ele até mesmo reconheceu a angústia de Madge. Ele não parou. Ele beijou e lambeu e provou o comprimento total do eixo de Madge, lambendo a gota de pré-gozo na cabeça antes de retornar à base e soprar na pele sensível.
— Por favor. — Madge pensou a palavra, talvez ele disse em voz alta, ele não sabia, mas a súplica criou a resposta que ele buscava. Kia parou sua provocação, arrastando a ponta de sua língua ao longo da parte inferior do pau de Madge até que ele alcançou o topo. Ele abriu a boca e chupou a cabeça, não tendo muito, mas o suficiente para enfraquecer o controle de Madge. Seus quadris balançaram para a frente, dirigindo seu pau mais fundo no calor incrível.
Kia estalou a cabeça para trás, o ar frio arrepiante seu poço molhado.
— Fique parado. — ele se inclinou mais perto, suavizando a reprimenda com outro movimento da língua. Ele parecia cativado pelo sabor da pele de Madge. — Se você for um bom menino, você vai conseguir o que quiser.
— E se eu não for? — Madge desafiou, sua voz parte humana, parte lobo irritadiço. O animal dentro dele voluntariamente submetido - a um ponto. Agora, seu lobo exigia satisfação.
Uma luz brilhou nos olhos de Kia.
— Se você não se comportar, então eu vou amarrá-lo à cama para que eu possa brincar com você enquanto eu quiser.
As palavras construíram uma imagem em seu cérebro que se moveu como uma carícia física direto para seu pênis. Ele jurou que a maldita coisa saltou como se mostrando sua aprovação para a sugestão de Kia, uh, ameaça.
Kia sorriu e Madge temeu que o outro lobo pudesse se afastar, poderia decidir que agora era um bom momento para torturar ainda mais Madge. Em vez disso, Kia abriu a boca e uma vez mais sugou o pênis de Madge dentro. O calor perverso cercou seu pênis, a sensação inchando através de seu corpo, fazendo a parte de trás de seus olhos queimarem.
Madge jogou suas garras na madeira da parede da cabine, lutando com todas as suas forças para manter os quadris imóveis. Rezando que Kia cumpriria sua palavra.
Sucção perfeita revestiu seu eixo quando Kia recuou lentamente, parando com a cabeça capturada entre seus lábios. Kia começou devagar, como tinha feito quando ele tinha fodido Madge, como se ele pudesse jogar toda a maldita noite, o que Madge suspeitava que ele fizera porque... inferno, ele não faria nada para parar o Beta. A promessa de prazer era demais para negar.
Kia manteve o chupar intenso e constante, recuando sempre que Madge estava prestes a chegar. Inferno, ele podia sentir a diversão silenciosa do outro homem. Kia sem dúvida estaria sorrindo se sua boca não estivesse cheia.
O bastardo provocante não o deixou ter um pouco de controle.
Se Madge fizesse o menor movimento indicando que iria foder a boca de Kia, o grande lobo recuaria. Frustração misturou com prazer e ele finalmente desistiu, desmoronando de volta contra a parede da cabana, deixando Kia ter tudo o que ele queria.
Parecia ser o sinal que Kia estava esperando. Seus golpes aceleraram. Maldição, o homem deveria ter uma mandíbula de ferro. Ele balançou a cabeça, a sucção tornando-se mais forte com cada retirada. A tensão limitou as bolas de Madge e enrolou através de seu núcleo.
— Eu não entendo você. — ele rosnou embora seu peito mal o deixou respirar o suficiente para conseguir as palavras. — Quando eu me submeto, você quer que eu lute. Quando eu luto, você quer que eu me submeta. Que diabos?
Ele olhou para o homem chupando seu pau. Os olhos de Kia sorriram e ele puxou para trás, amarrando a língua ao longo do lado de baixo do pau de Madge.
— Bastardo. — resmungou Madge. Ele sabia que Kia estava rindo dele, mas como não impediu o Beta de adorar o pênis de Madge com golpes longos e poderosos, Madge permitiu que ele passasse.
Com cada pulso, Kia parecia estar tentando tomar o pau de Madge profundamente, deixando a ponta arredondada tocar a parte de trás de sua garganta de cada vez.
Madge baixou a cabeça para trás, o golpe contra a madeira mal penetrava a sensual neblina criada pelos lábios de Kia. Aqueles belos lábios... envoltos em torno de seu pau, chupando duro, puxando o pênis de Madge profundamente com cada puxão.
Prazer quase até o ponto de dor ondulou através de sua virilha. Seu traseiro latejava com a deliciosa dor de ser fodido. Incapaz de impedir que seus quadris se movessem, ele avançou, encontrando a aproximação de Kia. A cabeça do pênis de Madge escorregou na garganta de Kia e o outro homem engoliu, levando-o muito mais fundo.
— Foda-se! — a palavra queimou suas cordas vocais, mas a chuva densa capturou o ruído e sufocou.
O grito pareceu chegar ao seu atormentador. Segundos depois, Kia o levou profundamente, engolindo o pênis de Madge novamente. O poderoso golpe para o seu eixo enviou outro arrepio de puro prazer em seu núcleo. Não haveria nenhuma parada desta vez. Ele reconheceu a determinação de Kia para fazê-lo gozar.
Ele agarrou a bunda de Madge em suas mãos, seus dedos deslizaram na divisão entre as bochechas arredondadas. Ele fez cócegas no buraco de Madge, provocando a sensível abertura com delicadas vibrações tão diferentes das batidas duras que ele lhe dera antes.
Os golpes suaves destacaram a dor em seu traseiro mesmo quando Kia afundou, dirigindo o eixo de Madge para a parte de trás de sua garganta e engolindo. A perversa contração ao redor da cabeça o inclinou sobre a borda, enviando-o livre caindo no espaço.
Prazer cravou, batendo em suas bolas, derramando através de seu pênis. Madge agarrou o elemento mais estável em seu mundo. Suas mãos pousaram nos ombros de Kia e ele cravou suas garras, desesperado para aproximar o macho.
A tensão rasgou o corpo de Kia e ele se afastou, um uivo cheio de dor que estilhaçou-se na noite. A respiração ficou trancada na garganta de Madge quando Kia se retorceu no chão, seus músculos se contraíram e apertaram, suas costas se arquearam, esforçando-se como para escapar.
Ele virou o estômago e Madge ofegou. Oito arranhões longos sangraram nos ombros tensos de Kia.
Madge ergueu as mãos e olhou para os dedos de prata. Minúsculas gotas de sangue decoravam os minúsculos estilhaços de aço. Não!
Ajoelhou-se ao lado de Kia.
— Rowan. — Kia raspou, o som quase abaixo da audição de Madge. — Ligue para Rowan.
A instrução abafada provocou a reação de Madge. Ele pulou para seus pés, puxando para cima seu jeans quando ele tropeçou dentro e encontrou seu telefone. Ele tinha chamado Rowan algumas vezes no mês passado para que seu número estivesse perto do topo.
Ele bateu na tela e esperou enquanto ele se apressava de volta para fora.
Os olhos de Kia estavam fechados. Ele parecia inconsciente, exceto pela tensão que ligava seus músculos.
— Madge, estou meio ocupado agora. — Rowan respondeu, gritando por causa do barulho do bar. — Pode...
— É Kia. Ele... — as palavras se misturaram no cérebro de Madge. Ele tinha machucado a única pessoa que tinha tentado ajudá-lo em anos. — Eu o cortei. Com prata. Ele está sangrando. Não sei se ele está respirando.
— Porra, onde você está?
— M-minha casa. Eu...
Ele não precisava se preocupar em pensar em mais palavras para dizer. Rowan se foi. Sem dúvida já estava a caminho da casa de Madge.
Madge olhou fixamente para o forte homem se contorcendo na lama. Ele precisava manter Kia vivo até que seu Alfa viesse.
O peito de Kia subiu e caiu em respirações ofegantes rasas, seu corpo lutando para combater o veneno de prata.
Prata. Ele não conseguia parar o que já havia entrado na corrente sanguínea, mas talvez ele pudesse limpar quaisquer vestígios na superfície. Ele correu até a casa, entrou no pequeno banheiro e agarrou a garrafa de álcool.
Ele agarrou sua jaqueta de chuva e correu de volta para fora, cobrindo a cobertura de plástico sobre sua cabeça e ao redor de Kia enquanto trabalhava. O brilho opaco da prata ainda marcava as pontas dos dedos. Ele não podia tocar Kia sem piorar. Usando apenas as palmas das mãos, abriu a garrafa e despejou o álcool sobre as feridas sangrando.
O líquido atingiu sua pele e Kia gritou. Suas costas arquearam, mas ele não abriu os olhos.
— Eu sinto muito. Eu sinto muito. — as lágrimas escorriam pelas bochechas de Madge, mas elas se misturaram com a chuva persistente e se lavaram. Ele não sabia se o álcool ajudaria, mas ele tinha que acreditar que não faria nenhum mal. A segunda vez que jogou o líquido sobre as costas de Kia, o homem quase não gemeu.
Ele esvaziou a garrafa, tentando acertar cada um dos arranhões. O sangue cobria as costas de Kia. Feridas de prata não curavam rapidamente e elas deixavam cicatrizes. Madge sabia disso por experiência pessoal.
Ele ficou sobre Kia, protegendo-o da chuva, até que uma única luz apareceu saltando pela estrada. Ele manteve a cabeça baixa, esperando a aproximação iminente.
— Afaste-se dele. — Rowan gritou enquanto deixava cair sua motocicleta na lama.
— Eu estou apenas...
Ele não teve a chance de responder. Rowan agarrou seu ombro e puxou-o para trás, jogando-o para longe.
O som de outra motocicleta encheu o ar e Madge enrijeceu. Claro, Rowan não viria sozinho.
O ruído da moto desligou.
— Random, ajude-me a colocá-lo no caminhão.
Ignorando Madge, Rowan e Random pegaram o corpo grande de Kia e o levaram para o veículo.
— Onde estão as chaves? — Rowan perguntou, a pergunta soou mais animal que comunicação humana.
Madge piscou, sua mente não processando as palavras.
— O quê? — Chaves. Certo. Provavelmente nas calças de Kia. Empurrou-se para fora da lama e correu para sua casa, pingando água e sujeira a cada passo. Kia tinha colocado sua calça jeans sobre o sofá para secar.
Ele cavou no bolso, encontrou as chaves do caminhão e correu de volta para a chuva.
Rowan arrancou-as de sua mão. Madge tropeçou para trás em direção à porta de sua cabana. O lobo alfa controlado que tinha sido simpático a sua situação tinha desaparecido e em seu lugar estava o Lobo Solitário perigoso que tinha vindo primeiramente à cidade um pouco mais de um ano.
— Você está vindo conosco. — Rowan comandou enquanto ele se virava e caminhava em direção ao caminhão. Não se deu ao trabalho de verificar se Madge o seguia.
Madge engoliu em seco para banir o caroço que entupia sua garganta. Ele considerou fazer uma corrida para ele, mas não faria nada de bom. Rowan o pegaria antes de chegar à beira da clareira.
E correr só iria atrasar Kia recebendo ajuda.
Rowan ligou o motor. Random esticou Kia no banco de trás e pulou atrás dele. Madge não hesitou. Ele subiu na parte de trás do caminhão, não se atrevendo a acreditar que ele seria bem-vindo dentro da cabine. Não havia grilhões reais em torno de seus tornozelos e pulsos, mas ele era seu prisioneiro da mesma forma.
Antes que Madge se acomodasse nas costas, Rowan ligou o motor e saiu, rodando para a estrada. As rodas da frente atingiram o primeiro buraco e Madge voou para o ar, pousando de volta no metal com um baque e um gemido. Ele sacudiu a cabeça para limpá-la.
Isso não poderia ser bom para Kia.
Ele rastejou para o outro lado, se inclinando para gritar para Rowan.
— Pare! — por um momento, ele temeu que o lobo Alfa o ignorasse. Mas o caminhão parou e a janela rolou para baixo. Rowan não falou. Esperou por Madge. — Puxe para o lado esquerdo. É suave e quando você vê que os mergulhos começaram de novo, vá para a direita.
Rowan resmungou. Madge não tinha certeza se o barulho significava “obrigado” ou “foda-se”, mas o Alfa arrancou e guiou o caminhão para o outro lado da estrada.
Madge olhou pela janela de trás. Kia estava deitado, os olhos fechados, o peito subindo e descendo em respirações rasas e pulsantes.
Madge deslizou para baixo, colocando as costas contra a janela.
O que eu fiz?
Capítulo 7
Craigh encostou-se ao batente da porta e observou seu companheiro. Rowan passeava ao longo do comprimento da cama, cabeça para baixo, cabelo pendurado na frente de seu rosto. Ele tinha uma mão levantada, os dentes mastigando o lábio. Craigh considerou a pose de Rowan de “estou preocupado com algo que eu não posso controlar”.
Kia estava em seu quarto. Inconsciente, mas respirando mais fácil. O Doutor da matilha disse que Kia se recuperaria. Random se ofereceu para sentar com ele.
Madge estava preso na cela do porão com Cledwyn e Josiah vigiando. Craigh agarrou o lábio inferior entre os dentes. Seus pensamentos se misturaram. Que diabos tinha acontecido?
Rowan fez outro circuito na sala e Craigh afastou suas preocupações sobre Kia e Madge. Ele precisava se concentrar em seu companheiro.
— Você está bem? — ele perguntou, entrando no quarto e fechando a porta atrás dele. Rowan sacudiu a cabeça.
— Não. Porra, o que eu estava pensando?
Craigh não conseguiu parar de rir. Rowan levantou a cabeça. Ele puxou seus lábios para trás e grunhiu. Craigh ignorou o som. Seu companheiro nunca o machucaria.
— Você se tornou um tal Alfa.
— Eu sou um Alfa.
— Sim, e um bom, mas você não é responsável por isso.
— Enviei Kia para lá.
— Duas semanas atrás. Madge não o machucou então. Madge não o feriu nas outras visitas. Mesmo depois que você disse Kia para ficar longe, ele foi até lá. Você não é responsável por isso.
— Então quem é?
— Madge.
— Mas eu deveria ter visto. Eu deveria ter visto que ele estava perto de quebrar. Porra.
Craigh atravessou a sala e envolveu seus braços em torno dos ombros de seu companheiro, puxando seu companheiro para ele. Rowan se inclinou contra ele, deixando que Craigh tomasse um pouco de seu peso.
— Você não pode tomar isso em si mesmo. Toda vez que você conversava com Madge, ele parecia razoável?
— Puto, mas sim, razoável.
— Não há como saber o que deixou Madge esta noite. Kia estava lá fora, nu, então temos que assumir que ele mudou. Talvez tenha surpreendido Madge.
— Ele ia verificar Madge. Eu pensei que ele estava se tornando amigo de Madge.
Craigh deu de ombros.
—Eu acho que ele estava. Ou pelo menos ele pensava que estava.
Rowan suspirou, o som doloroso para o coração de Craigh.
Ele guiou seu companheiro ao redor, empurrando-o para trás até que ele se sentou no colchão alto. Rowan seguiu sua orientação silenciosa, olhando fixamente para frente.
— Eu simplesmente não entendi. — disse ele. — Eu não entendo as marcas de garra. — ele piscou e olhou para Craigh como se ele tivesse a resposta. — Você acha que Madge o emboscou? Eu não consigo imaginar ele derrubando Kia em uma luta justa.
Craigh sacudiu a cabeça.
— Eu não sei. Vamos descobrir quando Kia acordar. — ele ajoelhou-se entre as coxas de Rowan. — E Kia vai acordar.
Rowan deu um meio assentimento. Uma pitada de consciência brilhou em seus olhos como se ele percebesse que seu companheiro estava de joelhos, um leve brilho em seu belo olhar azul. A luz desapareceu rapidamente.
— Não sei se é a melhor hora.
Passou os dedos pelos cabelos de Craigh como que para suavizar o golpe enquanto ele o rejeitava.
Craigh reteve o rosnado que amarrava sua garganta. Porra, parte do seu trabalho era consolar seu companheiro e ele ia fazer exatamente isso.
Rowan colocou as mãos na cama como se quisesse se levantar. Craig o derrubou.
— Este é o momento perfeito. Você precisa de distração. Todos os outros estão atendidos.
Sua mão foi para os jeans de Rowan.
— Deixe-me cuidar de você.
Por um momento ele pensou que Rowan poderia recusá-lo. Em vez disso, ele se inclinou para trás, dando Craigh o pouco acesso que ele precisava para desfazer o botão e deslizar o zíper para baixo. Rowan não estava duro, ainda não, mas Craigh não tinha dúvida de que poderia fazer isso acontecer. O cérebro de Rowan podia estar envolvido na crise atual, mas Craigh sabia apenas o método para distrair seu companheiro intenso.
Ele alcançou a calça jeans de Rowan, deslizando as mãos para trás, segurando o traseiro firme. Ele deixou seus dedos provocarem a fenda entre as bochechas de seu companheiro, sutilmente lembrando-o de sua promessa de deixar Craigh por cima dele algum dia.
Rowan ergueu uma sobrancelha, o olhar parte desafio, parte divertimento. Craigh piscou em troca.
Esta noite não era a noite, mas ele não ia permitir que Rowan esquecesse.
Um dia em breve ele iria gostar de superar seu companheiro dominante.
Ele escavou as mãos para baixo, ao mesmo tempo instando Rowan a levantar os quadris quando Craigh deslizou o jeans para baixo. Rowan tinha ido ao comando, mas isso era bastante padrão para o seu companheiro.
O pesado eixo descansava entre suas pernas, já mostrando sinais de endurecimento. Gostoso. Craigh lambeu os lábios. Ele amava um pau grosso em sua boca e o pau de Rowan definia a perfeição. Agora que Craigh não tinha que fingir ser um topo o tempo todo, ele encontrou muitas oportunidades de estar de joelhos com seu companheiro. E ambos amavam.
Sem dizer mais uma palavra, ele envolveu suas mãos em torno da base do eixo, segurando-o no lugar enquanto arrastava seus lábios ao longo de todo o comprimento. Craigh sacudiu a língua sobre a cabeça redonda, provocando o lado de baixo, onde sabia que Rowan ficaria louco.
Não demorou muito. O pau largo inchou ainda mais, crescendo mais e mais com cada golpe.
Rowan fechou os olhos e apertou os lábios, como se tentasse parar de gemer.
Oh, isso nunca vai acontecer. Craigh deslizou sua mão entre as pernas de Rowan e segurou suas bolas pesadas. Ele apertou suavemente quando abriu a boca e sugou a cabeça arredondada entre seus lábios. Em qualquer outra noite, ele poderia brincar e brincar, mas esta noite, Rowan precisava de algo duro e rápido para ajudá-lo a dormir.
Ele pegou o pau de seu companheiro para a parte de trás de sua garganta. Ele não podia fazer uma garganta profunda - seu pênis era muito grosso -, mas Craigh adorava tomar o que podia, acariciando a língua através do lado de baixo, usando as mãos para acariciar a metade inferior do eixo duro.
Em poucos minutos, Rowan começou a gemer, balançando os quadris para cima, tentando dirigir seu pau mais fundo na boca de Craigh. Foi uma luta cada vez e Craigh adorou. Amou a força de seu companheiro, amava que poderia quebrar o controle do seu companheiro.
— Porra, baby, eu vou...
Rowan colocou suas mãos sobre as costas de Craigh, seus dedos cavando os músculos apertados. Sim. Perfeito.
Garras finas queimando sobre seus ombros quando Rowan arrastou suas unhas em toda a pele de Craigh.
Craigh zumbiu em torno do eixo doce, mesmo quando sua mente saltou para a dor agradável deixada pelas unhas de Rowan.
Ele sacudiu a cabeça para trás, o pênis de Rowan estalando de sua boca.
— Meu Deus. Eu descobri isso.
Rowan abriu os olhos, piscou e olhou para seu companheiro, confusão e choque guerreando em seu rosto. Craigh se pôs de pé e correu para a porta.
— Que diabos você descobriu? E você tem que fazer isso agora?!
A voz de Rowan o seguiu para fora do quarto. Segundos depois ouviram um rosnado, então os pés de seu companheiro desceram os degraus atrás dele. Craigh continuou descendo até o porão.
Cledwyn e Josiah levantaram-se quando Craigh atravessou a porta. Ele os ignorou e foi direto para a gaiola que segurava Madge. O outro lobo não estava dormindo. Ele se sentou no canto, seus joelhos se aproximaram de seu peito. O brilho opaco de prata permanecia nas pontas de suas garras.
— Você não queria machucá-lo, não é?
Madge sacudiu a cabeça.
Rowan entrou atrás de seu companheiro.
— O que diabos está acontecendo? — ele exigiu.
Madge puxou os joelhos mais apertados e perguntou a mesma coisa. A raiva derramou Rowan como uma força física.
Perguntaram-lhe o que tinha acontecido quando o jogaram na cela e ele lhes disse que não tinha intenção de fazê-lo. Nenhum deles acreditou nele. De alguma forma, parecia que Craigh alcançara a verdade independente da afirmação de Madge.
Madge tentou não despertar suas esperanças. O fato permanecia - ele machucou, talvez até matou Kia. Sua intenção não importaria, não quando ele usou prata amarrada com aço para fazê-lo.
Craigh virou-se para Rowan.
— Os arranhões nas costas. Sei de onde vieram.
— E eu também. Eles vieram das garras desse idiota. — ele apontou para Madge. Madge engoliu e tentou se fazer o menor possível.
Ele deveria ter partido quando ele teve a chance, desaparecido e encontrado um lar entre os humanos.
Agora, eles o matariam. A inevitabilidade dele fez seu estômago apertar.
— Ele admitiu. — acrescentou Rowan.
— Sim, mas acho que entendo. — disse Craigh. Ele se virou e mostrou as costas para seu companheiro. — Como é isso?
Os guardas se levantaram e fizeram um check-out também. Madge não podia ver o que estavam fazendo ou o que estava nas costas de Craigh que era tão interessante.
Ele não ousou se aproximar. Ele não tinha certeza se podia suportar. Suas pernas tremiam. Ao longo dos anos, seu corpo se adaptou à presença de prata, mas esta noite ele não tinha sido capaz de limpar suas garras. As quantidades microscópicas que filtraram em sua corrente sanguínea em uma base constante enfraqueceram seus músculos.
Rowan olhou para os ombros de Craigh, encolheu os ombros e então estalou seu olhar para trás.
— Espere. — seus olhos se arregalaram. — Meu Deus.
— Exatamente. — disse Craigh.
Rowan olhou para Madge, os olhos apertados e desconfiados.
— Kia estava lhe dando um boquete?
O calor correu para as faces de Madge.
— Seja um pouco sutil. — Craigh bateu a parte de trás de sua mão no estômago nu do Alfa. — É isso que era, Madge? — o companheiro do alfa se aproximou um pouco mais, até o final da cela. Ele se agachou colocando-o no nível de Madge. — Vocês estavam...
Ele parou como se não soubesse como chamá-lo.
— Fodendo? — Madge forneceu. Sua perna saltou, os nervos dispararam quando tensão correu através de seus músculos. — Sim.
— Isso é incrível. — Rowan disse, as palavras suaves, quase como se ele disse para si mesmo. — Não acredito.
Craigh levantou-se e olhou para seu companheiro. Ele permaneceu no lugar, como se quisesse mostrar solidariedade com Madge.
— Por que isso é um choque? Madge é um cara bonito e vamos enfrentá-lo, Kia é um pouco de uma puta.
— Não, sim, ele é ótimo, não é isso. — Rowan fez uma careta e pareceu mergulhar no pensamento. — Kia nunca chupa um cara. Tipo nunca. — seus olhos baixaram os olhos e ele olhou para Madge através das grades. — Eu acho que nunca não é exatamente a palavra certa, não é?
— E como você sabe disso?
A sugestão de aço sob a pergunta de Craigh fez Madge sorrir. Seus lábios não permaneceriam planos quando Rowan arregalou os olhos e o Alfa sacudiu a cabeça.
— Baby, você sabe, Kia e eu, nós nunca... — ele fez uma careta. — Nós nos mataríamos lutando para estar no topo. — ele deu de ombros. — Mas nós conversamos e ele não faz isso... — ele indicou a Madge. — Muitas vezes.
— Hmmm. — disse Craigh. — Isso deve significar que Madge é especial.
As palavras golpearam Madge como um punho no peito e ele ofegou em uma respiração. Ele não era especial. Ele era apenas o lobo louco perto do rio.
Craigh virou-se para o guarda mais alto.
— Cledwyn, abra a porta.
— Craigh...
O companheiro do Alfa girou e o olhar que deu a Rowan fez o Alfa se encolher.
— Não podemos mantê-lo trancado. Ele não queria machucar Kia e tenho certeza que uma vez que Kia acordar...
As palavras fizeram Madge se levantar. Atravessou a pequena cela e agarrou as barras.
— Ele vai ficar bem?
Craigh não desviou o olhar. Ele continuou a olhar para seu companheiro enquanto Madge esperava.
Rowan suspirou.
— Ele vai ficar bem. O médico da matilha disse que tudo o que você fez para limpar as feridas provavelmente salvou sua vida.
Craigh ergueu o punho e deu um soco em seu companheiro no queixo. A cabeça de Rowan bateu para trás e ele tropeçou em Cledwyn. O lobo Beta pegou seu Alpha e o colocou de volta em seus pés.
Madge olhou fixamente, boca aberta, olhos arregalados. Craigh seguiu adiante. Um rugido baixo ressoou pelo ar vibrando tão forte que os mamilos de Madge formigavam.
— Você sabia disso e não disse nada? Por que diabos você o trancou? — Craigh estava quase tão alto quanto o Alfa.
— Agora, baby... — ele ergueu as mãos.
— Não me venha com “baby”, idiota. Você sabia que ele tentou ajudar Kia e você ainda o colocou em uma cela?
— Companheiro do alfa, se me permite... — Cledwyn curvou a cabeça e se endireitou para a posição militar completa. — Ele atacou um Beta de nossa matilha e baseado na lei, ele deve ser contido até que a evidência possa ser fornecida, sua intenção não era ferir o lobo Beta. Mesmo assim, com base na prata em suas garras, poderia ser...
Craigh passou a mão para o lado e os lábios de Cledwyn se fecharam.
— Minhas desculpas, companheiro do alfa. — Cledwyn disse, curvando a cabeça. O Beta certificou-se de que seu Alfa permanecesse estável em seus pés e depois deu um passo para trás.
— Agora... — Craigh aproximou-se de seu companheiro. — Diga aos seus aduladores para abrirem a porra da porta e deixar Madge sair. Ele provavelmente está enlouquecendo e querendo ver Kia.
Madge empurrou as mãos para longe das barras e enrolou-as em torno de suas costas.
— Não. Eu não preciso vê-lo. Estou feliz por saber que ele está bem.
Rowan ergueu o queixo para a porta. Cledwyn pegou a chave fora do gancho e caminhou para a cela, seu corpo reto e apertado.
Aposto que Kia brinca com ele sem piedade, pensou Madge, tentando conter seu sorriso. Kia deve...
Madge se deu um tremor. Ele precisava tirar Kia da cabeça. O lobo Beta sobreviveria. Madge não o tinha matado - graças a Deus -, mas seu tempo estava se esgotando. Madge teria que partir, ir embora antes que alguém soubesse a verdade.
As chaves trinaram na fechadura e a porta se abriu.
Madge hesitou, seus instintos avisando de uma armadilha, mesmo que sua mente lógica dissesse que confiasse no companheiro do Alpha. Forçando as sensações paranoicas para a parte de trás de seu cérebro, ele deu um passo à frente.
Craigh entrou e passou o braço em volta do ombro de Madge, atraindo-o pela porta aberta.
— Agora, vamos levá-lo para cima e arranjar algo para você comer. Vamos deixar você verificar Kia e você pode dormir no quarto de hóspedes.
Madge parou.
— Eu não posso ficar. Minha casa... — ele balançou a cabeça. — Eles vão...
Queimá-la ao chão. Ele guardou as palavras dentro de sua cabeça. Rowan sabia que Madge tinha matado um dos lobos da matilha esta noite? O Alfa não o protegeria assim que soubesse o que Madge havia feito.
— Rowan? — Craigh perguntou, a única palavra carregando um peso que Madge não entendia.
O Lobo Alfa olhou para seu companheiro e esfregou o queixo, as pontas dos dedos testando o local que Craigh tinha atingido.
— Posso mandar alguém para assisti-la.
Cledwyn deu um passo à frente, com a coluna reta, os ombros para trás.
— É tarde e Josiah tem aula amanhã.
O guarda mais novo suspirou e revirou os olhos.
— Eu vou ficar bem. Eu não sou uma criança.
— Você é o suficiente de um. — Rowan disse com um sorriso indulgente. — Vá para casa para que seus pais não pensem que eu tenho você amarrado em alguma orgia.
Josias zombou.
— Eu não teria tanta sorte. — ele murmurou enquanto subia as escadas. Os quatro homens foram embora até que a porta do andar de cima se fechou antes que alguém falasse.
Rowan virou-se para o companheiro. — Josiah é gay? Você sabia disso?
— Nunca perguntei. — Craigh deu de ombros. — Ele sempre foi um cara tão sério.
— Porra, não diga ao Random. Tudo o que não precisamos é ele cheirando o garoto.
— Não se preocupe, Alfa. — Cledwyn disse nos tons formais Madge achou que parecia normal para este homem. — Vou falar com ele. E Josias tem uma boa cabeça nos ombros.
Pela primeira vez desde que Cledwyn falou, Madge ouviu um traço de opinião e não foi positivo.
— Ele não será atraído pelos pequenos jogos de Random. Ele é mais esperto do que isso. — Cledwyn curvou-se ligeiramente. — Agora, se você tem certeza que tudo está bem aqui, eu vou até a cabana de Madge e me certificarei de que tudo está ileso.
Rowan e Craigh assentiram, um leve sorriso curvou a boca do Alfa. Cledwyn se virou e subiu as escadas. Mais uma vez, esperaram até que a porta se fechou antes que Craig se voltasse para seu companheiro.
— Não parece que nosso lobo Beta gosta muito de seu colega de trabalho.
— Vou ficar de olho nele. Agora, o que vamos fazer sobre ele? — Rowan inclinou a cabeça em direção a Madge.
— Nós vamos alimentá-lo e deixá-lo ver Kia...
Madge abriu a boca para dizer que não era necessário, mas parecia não haver nenhuma parada Craigh.
— E depois encontraremos para ele algum lugar perto para dormir. Kia vai querer ele perto quando ele acordar.
Madge não acreditou. Claro que Kia o ajudara. Fodeu ele. E chupou-o. E Madge pagou-o envenenando seu sistema com bastante prata para matar um elefante.
Sua mente ainda estava presa na memória, ele se viu conduzido para cima e sentado à mesa. Apesar de ter passado da meia-noite, Rowan puxou uma panela quase vazia de lasanha da geladeira, cortou uma fatia grossa e colocou no micro-ondas. Momentos depois, ele colocou o prato fumegante na frente de Madge.
— Aqui. Esta boa. Nós tivemos isso para o jantar hoje à noite.
Madge apertou os lábios e assentiu. Teve-o para o jantar esta noite também.
— Não temos mais pão. Alguém meteu metade do pão antes mesmo de jantar.
Madge baixou os olhos e pegou o garfo. Tanto para as reivindicações de Kia de sobras.
Ele não estava com fome, mas não ousou dizer nada. Ele deu a primeira mordida. Um suave gemido escapou de sua garganta. A mistura picante de salsicha e queijo derreteu em sua língua. Seu estômago roncou indicando que poderia estar com mais fome do que pensava.
Rowan deu um riso e sentou-se. Ele apoiou os cotovelos na mesa e concentrou sua atenção em Madge.
— Agora, conte-me tudo o que aconteceu hoje à noite.
Kia acordou e instantaneamente desejou não ter feito isso.
O fogo queimava sobre seus ombros como se alguém tivesse raspado sua pele com uma marca quente incandescente.
Um suspiro que ele não esperava e não podia conter, estourou de seus lábios quando ele lutou para não se mover, bastante confiante que movimento só iria tornar tudo pior.
— Kia? Cara, você acordou?
O rosto de Random apareceu em sua linha de visão. Linhas cansadas circundavam os olhos do amigo, mas isso não era incomum. A parte incomum era Random no quarto de Kia.
— Como você está se sentindo?
— Como se alguém estivesse tentando começar uma fogueira nas minhas costas. O que diabos aconteceu?
Por que ele decidiu que era uma boa ideia empurrar-se para cima, ele nunca iria compreender. Ele colocou a mão no colchão e empurrou...
— Eu não... — Random não precisou terminar o pensamento.
Os músculos do ombro esquerdo de Kia se engajaram e ele aprendeu o que ele achava que era ruim antes não era nada.
— Aahh! — a queima mudou de uma dor superficial para a sensação de ser apunhalado com uma flecha flamejante.
— ... me moveria. — concluiu Random. — Você vai reabrir as feridas.
Feridas que feridas?
Graças a Deus Random não o obrigou a perguntar. — Madge arranhou você com prata.
Kia sacudiu a cabeça. Ele não acreditava. A dor nublou sua mente e ele não conseguia se lembrar.
— Ele não... — me machucaria. Ele não faria isso, disse a si mesmo.
— Sim, nós sabemos. Feche os olhos, cara. Volta a dormir. Você vai se sentir muito melhor quando você acordar.
Kia pensou em assentir, mas levou muito esforço. Ele fechou os olhos e deixou sua mente vagar, classificando através de memórias para descobrir o que tinha acontecido.
Capítulo 8
— Qualquer mudança?
A voz de Rowan penetrou o silêncio do cérebro de Kia. Não podia jurar que estava dormindo, mais flutuando do que qualquer outra coisa.
— Acho que sim. — disse Random. — Ele parou de choramingar, então acho que deve ser um bom sinal.
— Morda-me. — Kia rosnou, o som abafado pelo travesseiro praticamente preso em sua boca.
— Vê? Ele está se sentindo melhor.
O tom presunçoso de Random fez os dentes de Kia doerem, como se seus caninos quisessem mergulhar para baixo.
Kia forçou os olhos abertos. Uma lavagem de branco encheu sua visão. Os dedos de Rowan engancharam a borda da fronha e a arrastaram para baixo.
— Como você está se sentindo? — ele perguntou.
— Melhor.
— Mesmo? Porque você parece uma merda.
Rowan suspirou.
— Você não está ajudando, Random.
— Claro que ele está. Ele está me dando a força para me levantar para que eu possa chutar sua bunda.
— Veem? Eu estou ajudando.
Kia apertou os dentes e decidiu se arriscar. Ele não sabia quanto tempo ele esteve deitado nesta cama, mas tinha que ser dias baseados no modo como sua bexiga gritava para ele. Ele apertou as mãos no colchão. Cada nervo em seu corpo se contraiu, alerta para a facada afiada de dor.
Em vez disso uma queimadura minúscula perpassou através de sua pele, a sensação mais como uma arma de tatuagem e não carvões de um incêndio. Ele começou a se virar, mas a mão de Rowan agarrou seu braço e puxou-o para cima.
— É melhor você não deitar nas suas costas ainda.
— Lá se vai sua vida sexual.
Rowan fechou os olhos e respirou fundo.
— Random, foda-se.
— Finalmente! Eu estive sentado na minha bunda por setenta e duas horas malditas. — Random chicoteou ao redor e caminhou em direção à porta. — Ainda bem que você está se sentindo melhor, cara. — ele saiu e entrou de volta, dirigindo suas palavras para Rowan. — E o que é isso que eu ouvi de que Josiah é gay? A criança é maior de idade, certo?
Os músculos da mandíbula de Rowan se contraíram e ele olhou para Kia como se fosse culpa dele.
— Fique longe dele, Random. — ordenou o Alfa.
— Sim, certo. — a risada de Random durou muito depois que a porta se fechou.
— Eu vou ter que derrubá-lo. — Rowan murmurou.
— Naw, deixe Madge usá-lo como alvo de prática. — as palavras escaparam de sua boca antes de pensar sobre elas.
— Falando de Madge... — Rowan deixou a frase rastrear.
— Ele me arranhou.
— Sim.
Agora que seu cérebro podia se concentrar, a memória voltou com uma vingança. A chuva, o calor.
A bunda doce de Madge segurando o pau de Kia. E o gosto do sêmen de Madge em sua língua.
Lembrou-se de chupar Madge, lembrou-se que ele estava gozando, o sabor salgado de sua semente, então... dor.
— Ele não quis fazer isso. — ele precisava ter certeza de que Rowan sabia disso e não punisse o outro homem. — Foi um acidente.
Rowan recostou-se nos calcanhares.
— Então você e Madge, hein? — uma riqueza de significado fluía através daquela única pergunta.
— Eu acho que sim. Meu lobo acha que ele é nosso companheiro.
Rowan assentiu.
— Meu lobo fez a mesma coisa com Craigh. — Rowan balançou para trás e se levantou. — Limpe-se e vamos descobrir o que vamos fazer a seguir.
Quando Kia fez xixi e tomou banho, sentiu-se mais como ele. Seu lobo clamou dentro de sua alma, querendo sair, querendo Madge. Nenhum dos quais ele poderia ter agora, então.
Kia sentou-se na cama e limpou sua mente. Ele precisava mudar. Mudança aceleraria a cura. Então ele iria encontrar o seu...
Seus pensamentos paralisaram na palavra, mas o lobo de Kia reconheceu a verdade.
Companheiro. Seu lobo chupou sua aprovação ao pensar em reivindicar Madge como seu companheiro.
Kia sacudiu a cabeça. A vida seria interessante. Ele nunca tinha encontrado um lobo mais preguiçoso. Inferno, ele nem sequer tinha certeza se Madge queria ser seu companheiro. Ele sorriu. Ele adorava um desafio.
Ele afastou a ideia, colocando-a na lista de “lidar com isso mais tarde”, depois que ele se livrou da queimação em sua pele.
Ele relaxou e deixou o lobo subir à superfície.
Apenas que a besta ficou dentro, choramingando, praticamente arranhando para ser libertada. Kia rolou os ombros para trás e exalou, mais uma vez chamando o lobo. O animal estava lá. Ele podia ouvir, sentir.
Franzindo a testa, imaginou a outra forma. Adolescentes usavam este método quando mudavam pela primeira vez - imagine o lobo, transforme-se na forma animal. Ao longo dos anos, tornou-se tão natural como respirar. Então por que seu lobo não aparecia?
Ele tentou novamente, mais forte, menos fluído e mais empurrão. O lobo permaneceu preso atrás de um muro invisível, nenhum deles poderia atravessar.
O pânico bateu na parte de trás do crânio. Ele não entrava em pânico. Sempre. Ok, ele entrava em pânico um pouco quando ele achava Madge poderia estar em perigo, mas que era diferente.
Ele puxou alguns jeans e uma camisa, deixando o topo desabotoado. Ele não planejava se vestir por muito tempo. Esperançosamente Rowan teria uma ideia sobre por que ele não poderia mudar. Ou talvez Cledwyn. Ele parecia bem versado em lei e mito de lobisomem. O cara era um pouco puritano para o gosto de Kia mas ele era eficiente e um bom lutador.
Kia desceu as escadas. Suas meias deslizaram no chão bem polido enquanto ele empurrava para uma parada na área principal. Meia dúzia de pessoas abarrotavam a sala. Ele examinou o espaço reconhecendo Rowan e Craigh, saltando por Bill e seus amigos e focando em Madge.
O pequeno lobo estava sentado no canto do sofá, parecendo que esperava desvanecer-se no estofamento.
A visão de seu companheiro fez o lobo de Kia gritar dentro de seu cérebro. Ele lambeu os lábios, ansioso para satisfazer a fome do lobo. Madge. Uma razão muito melhor para ficar nu do que mudar. A dor em suas costas mal doía.
Os outros na sala desbotaram em importância. Cledwyn e Josiah ficaram atrás de Rowan, mas Kia voltou sua atenção para seu companheiro.
Madge levantou os olhos. Kia não podia ler nada no olhar do outro homem exceto o medo. Seus dedos estavam retorcidos juntos em seu colo, os dígitos pareciam dolorosos e rígidos como se ele segurasse a tensão do mundo em suas mãos.
Kia atravessou a sala e parou na frente de Madge. Madge inclinou a cabeça para trás, mantendo os olhos trancados nos de Kia.
— Você está bem?
— Eu...
A voz estridente de Bill cortou a resposta de Madge.
— Maldito seja, Alfa, você deve cumprir seu dever. — disse Bill, continuando claramente a conversa que a chegada de Kia havia interrompido.
Os joelhos de Madge tremiam. Ele os apertou, mas um fraco tremor se deteve.
Kia cruzou os braços sobre o peito e plantou-se ao lado de Madge, preparado para defender seu companheiro de qualquer ameaça que pudesse vir a eles. O pequeno lobo piscou, mas não tentou falar novamente.
Kia arrastou o olhar para longe dos olhos amedrontados de Madge e encontrou o olhar sombrio de Rowan.
— O que está acontecendo? — perguntou ao Alfa.
— Bill e Mitchell estão reclamando que você e Madge os atacaram. E que você matou dois membros da matilha.
— Estávamos protegendo a casa de Madge.
Rowan assentiu. — Estamos esperando que Kal chegue aqui.
Tensão percorreu a voz de Rowan. Kalidel servia como membro do Conselho Superior. Ele também era amigo de Rowan.
O Alto Conselho estabelecia e aplicava as leis que regiam as matilhas de Lobos no país. O fato de ele ter sido convocado significava que Rowan queria contornar alguma lei.
Recusando-se a deixar o lado de Madge, Kia permaneceu no lugar, olhando furiosamente para Bill, desafiando-o a falar.
Eles não tiveram que esperar muito. Kal vivia um pouco além da fronteira. Como membro do Conselho, ele não podia viver nas terras da matilha e Kia nunca tinha estado em seu lugar. Rowan disse que a pequena casa era próxima. Rowan e Kal se tornaram amigos em algum momento do passado. Havia alguma dica que Kal devia a Rowan um favor ou talvez Rowan tivesse material de chantagem sobre o membro do Conselho Superior. Ninguém realmente sabia.
O rosnado gutural de um carro caro vociferou pelo ar. O som ondulou através de suas bolas e Kia não conseguiu resistir a olhar pela janela. Tinha visto o veículo de Kal antes - um Pantera reconstruído dos anos 70. Agradável.
O homem alto desdobrou-se do carro esportivo baixo. Kia tinha que admitir - Kal se carregava com uma atitude de poder. Ele não conseguia uma vibração “Alfa” do outro lobo, mas a força e a confiança irradiavam do Conselheiro.
Representando o Alto Conselho, sua palavra era a lei e se ele dissesse que Madge deveria morrer pelo que aconteceu naquela noite...
Kia sacudiu a cabeça. Ele não deixaria isso acontecer. Ele pegaria o outro lobo, jogaria ele na parte traseira de sua motocicleta e desapareceria.
Kia tinha sido um Lobo Solitário durante a maior parte de sua vida adulta. Ele poderia fazer isso de novo. Ele gostava de estar na matilha de Rowan, mas não iria matá-lo estar por conta própria novamente, especialmente se Madge viesse com ele.
Madge era um Lobo Solitário em tudo, menos o nome.
A porta se abriu e Kal entrou. Bill e seus amigos se curvaram profundamente. Kal balançou a cabeça em resposta, mas a linha sombria de seus lábios advertiu Kia que a nova chegada achava as ações tediosas.
Ele falou com Rowan.
— Diga-me o que se passa.
— Ele está louco e matou dois lobos. — anunciou Bill, apontando para Madge. Kal ergueu a mão, pedindo silêncio.
— Rowan, me diga o que está acontecendo.
Rowan fez uma careta, mas explicou os acontecimentos da outra noite - três dias atrás, se Kia tivesse que adivinhar. Ele estava fora na maior parte do tempo, mas com base nos comentários, três dias parecia ser um período de tempo adequado.
Kal ouvia e cada vez que Bill tentava interpor algum ponto, o Conselheiro silenciou-o com uma mão. Quando Rowan terminou, Kal se voltou para Bill e o deixou falar. O homem comentou sobre como Madge representava um perigo para todos eles, como ele havia atirado em dois de seus companheiros de matilha e ameaçou todos eles.
Madge se contorceu e Kia não aguentou.
— Isso não é...
Kal piscou a palma de sua mão para Kia.
Ele piscou e olhou fixamente. Ele tinha acabado de ser silenciado. Por uma mão. Mais do que um pouco ofendido, ele olhou para seu companheiro em busca de apoio e conforto. Madge enrolou os lábios juntos como se os mordesse para parar de rir. Mesmo? Kia olhou para seu amante, mas a contração de seus próprios lábios diminuiu o impacto.
A voz de Bill tornou-se um borrão no fundo quando Kia observou os olhos prateados de Madge. Maldição, o homem é lindo. A prata brilhando em seus cabelos deveria ter feito ele parecer velho, em vez disso o fez parecer quase angelical.
Kia sorriu maliciosamente. Certo. Madge angelical. Ele queria o outro lobo, gostava dele, poderia ser capaz de amá-lo com bastante facilidade, mas não duvidava que Madge passasse boa parte de sua vida à beira da loucura.
Ainda assim, Kia descobriu que ele poderia lidar com loucura.
O silêncio finalmente reinou e Kia afastou seu olhar dos olhos gloriosos de Madge. Ele encontrou o olhar fixo de Kal, o desafio piscando. Um aviso brilhou no rosto do Conselheiro, dizendo a Kia para recuar. Kia olhou para Rowan. Seu Alfa deu um lento, quase imperceptível mergulho de sua cabeça.
Kia empurrou seu instinto protetor, mesmo dando um passo para trás e deixando Kal mover-se entre ele e Madge.
— Sua vez. Diga-me o que aconteceu.
A voz de Madge soou suave e hesitante no início até que ele parecia perceber Kal pretendia ouvir, não interromper ou saltar em cada frase. As palavras flutuavam pelo ar. Demorou um momento para a mente de Kia processar o que seu companheiro disse: Madge assumia a responsabilidade por tudo o que aconteceu.
Kia deslocou seu peso de um pé para o outro, ansioso para injetar um comentário. Apenas um brilho de Kal, seguido por um rosnado de Rowan o manteve quieto, enquanto Madge confessava matar os dois lobos na floresta e “atacar” Kia.
Quando terminou, Madge caiu em si mesmo, cabeça para baixo, olhos focados em seus joelhos, balançando lentamente para frente e para trás.
Kal se endireitou e assentiu. Ele se virou e colocou as costas na parede, então todos na sala estavam diante dele.
— Algum comentário final? — ele perguntou, dirigindo a pergunta para Kia.
— Sim. — retrucou Kia. — Madge não matou os dois lobos. — ele deu um passo à frente, protegendo Madge com seu corpo. — Eu matei um deles e eu teria matado mais. Eles estavam atacando e agressivos e...
Bill tentou interromper, mas Kia continuou falando. Ele não deixaria Madge levar a culpa.
— E ele não queria me machucar. Porra, eu... — ele balançou a cabeça. Ele não estava indo jorrar para fora que tinha tido o pau de Madge em sua boca naquele tempo.
Demorou um momento para perceber que o resto do quarto tinha caído em silêncio. Apenas sua voz soou pelo espaço.
Ele piscou e olhou para Kal, depois Rowan, finalmente Madge - que olhou para ele com olhos arregalados.
O riso cintilou nos olhos de Kal.
— Eu entendo a imagem. — ele disse, esfregando as mãos. Ele encontrou o olhar de cada pessoa na sala antes de falar com a multidão. — A questão aqui é a validade das matanças na floresta naquela noite. Baseado no testemunho, eu acho que Madge e Kia tem justificativa em suas matanças dos membros da matilha.
— O quê? Ele...
Kal silenciou Bill com um brilho de seus olhos.
— Você e seus amigos estavam invadindo a propriedade de Madge depois de semanas de constante assédio. — respondeu Kal.
— Apenas algumas crianças brincando. — Bill murmurou.
— Brincando e quase queimando sua casa! — Kia se lançou em direção a Bill, mas não avançou quando duas mãos agarraram seus braços. Ele olhou para baixo e percebeu Kal e Madge o segurando de volta.
Sua primeira reação foi encolher os ombros e jogar seu corpo no lobo ofensivo, mas um olhar no olhar prateado de Madge interrompeu sua intenção. Ele parou, a súplica visual de seu companheiro atraindo-o de volta.
A voz de Kal soou pelo espaço, o poder forte o suficiente para sufocar cada desafio no quarto.
— Eu tomei minha decisão.
Bill acenou com a cabeça, mas o conjunto de sua mandíbula advertiu que não estava terminado.
— Ele ainda tem que morrer... — Bill inclinou-se para a frente e apontou para Madge. — Ele está com defeito. Ele não pode mudar para seu lobo.
Todos os olhos se encaixaram em direção ao orador.
— Nós estivemos em sua propriedade, sim, mas é porque não há perfume de lobo. Como poderíamos saber onde sua propriedade começa quando seu lobo não marcou a área? — Bill puxou para a sua altura e zombou de Madge. — Nenhum lobo pode resistir à atração da lua e ele não tomou sua forma de lobo por mais de um mês. Ele está com defeito.
A palavra surgiu da boca de Bill e atingiu Madge como um punho.
Ele se encolheu e se agachou, como se estivesse esperando que os golpes físicos seguissem os ataques verbais.
— Isso significa que ele precisa ser eliminado. — o tom estranhamente alegre na voz de Bill encheu o quarto. — Qualquer lobo que não pode mudar deve ser destruído. É a lei.
— Seu bastardo. — Kia rosnou, seu corpo tencionando. Seu lobo saltou sobre a ideia de saltar em Bill e arrancar a garganta do idiota.
O sorriso arrogante no rosto de Bill saltou entre Madge e Kia.
Bill queria a terra de Madge, mas Kia se perguntou se não poderia haver algum ciúme também.
Kal virou-se para Madge. Sob o peso desse olhar, ele soltou o braço de Kia e deu um passo para trás.
— Isso é verdade, Madge? Você é incapaz de mudar?
A revelação atingiu Kia como uma bofetada. Claro. Madge não queria que ele estivesse correndo em seus bosques porque ele teria reconhecido a falta de cheiro.
Madge engoliu em seco, como se precisasse limpar a garganta para falar, mas depois de um momento pareceu desistir da ideia e assentiu.
— Você sabe a causa? — Kal perguntou suavemente.
Kia queria estender a mão e pegar a mão de Madge, mas Kal ainda segurava ele, seus dedos cavando no cotovelo de Kia, machucando a articulação.
— É a prata. — Madge disse, sua voz mal audível. — Trabalhando com ela, ela entra em minha corrente sanguínea e bloqueia o lobo.
Kia suspirou. Isso deve ser o porque de eu não poder mudar, ele pensou, confortado. Quando a prata deixasse sua corrente sanguínea, ele deveria estar bem.
— Isso só piora. O bastardo louco trouxe sobre si mesmo e agora ele vai morrer por isso. — o quarto inteiro virou e enfrentou Bill. O lobo abriu as mãos e deu de ombros, piscando em uma espécie de inocência arrogante. — Não me culpe. Eu não escrevi a lei.
Kal sacudiu a cabeça.
— Essa é uma lei antiga, desde os dias em que viajamos como matilhas. Ela foi projetada para abater os fracos. Não se aplica mais.
— Ainda está nos livros. — ele se virou e encarou Rowan. — Como Alfa, eu insisto que cumpra a lei e mate o animal defeituoso que vive em seu território.
Vozes entraram em erupção no quarto - Rowan rosnando, Kia gritando que ele tomaria Madge e correria antes que ele deixasse qualquer coisa acontecer com ele. Bill e seus amigos se juntaram para exigir que os Alfa seguissem a lei. Mesmo Kal, que tinha sido tão comandante, parecia ter perdido o controle.
Cledwyn ergueu a mão como um professor diante de um bando de alunos do segundo grau e pisou no meio da sala, girando lentamente até que cada um parou de falar.
Rowan levantou uma sobrancelha em questão, mesmo quando seus lábios se tornaram brancos nos cantos. O Alfa claramente não gostava de ser dito o que fazer, mesmo de um amigo.
— Alfa, se me permite? — Cledwyn curvou-se na direção de Rowan. — Eu estudei a tradição dos lobisomens e as leis antigas. Bill está correto.
— Mas...
Cledwyn ergueu a mão para silenciar o protesto de Kia. Kia recuou, chocado que qualquer um exceto talvez Rowan ousasse comandá-lo.
Junto com a arrogância, um leve apelo tremulou nos olhos de Cledwyn, como se implorando a Kia para deixar Cledwyn ajudar. Uma faísca de esperança que Madge não esperava, acendeu em seu peito. Ele também conhecia as velhas leis. A última matilha que tinha vivido perto tinha vindo atrás dele com forcados, preparado para matá-lo e atirar seu corpo no rio.
— Um lobo que não pode se transformar tanto em seu homem como em sua forma de lobo é um perigo para a matilha e deve ser destruído... — Cledwyn deu um leve encolher de ombros. — Não há dúvida. É assim que se lê a lei. Ele deve ser destruído a menos que seu companheiro esteja disposto a caçar para ele e fornecer proteção em caso de ataque.
O coração de Madge afundou. Ele estaria a salvo... exceto para o menor, deslumbrante fato não tinha um companheiro. A breve explosão de esperança caiu sobre si mesma, sufocando a pequena chama antes que ela pudesse se acender.
— Desde que essa pequena aberração não tem um companheiro, nós conseguiremos matá-lo.
O excitamento vicioso na voz de Bill rasgou garras invisíveis abaixo da espinha de Madge. Ele só podia orar por uma morte rápida.
— Eu sou seu companheiro.
O anúncio de Kia enviou ondas de choque visíveis através da sala. Cabeças surgiram. As espinhas se endireitaram e mais de um par de olhos se arregalaram. Madge incluído.
Rowan se recuperou primeiro, embora o olhar desajeitado não contava tanto como uma recuperação.
— O quê?
Kia não recuou do seu Alfa.
— Eu sou companheiro de Madge. Ele é meu companheiro. Nós estamos... acasalados.
— Merda! — Bill gritou.
Madge observou, esperando a resposta violenta de Kia, mas o lobo Beta apenas balançou a cabeça.
— Não. Somos companheiros e como seu companheiro, eu prometo... — ele olhou para Cledwyn. — O quê? Caçar por ele? Fornecer proteção? Sem problemas.
Bill deu um passo à frente, parecendo medroso.
— Quando aconteceu esse chamado acasalamento?
— Três noites atrás. — Kia respondeu sem pausa. — Na cabana de Madge.
— Isso foi antes ou depois que ele te atacou com prata? — Bill estalou.
Kia hesitou desta vez, olhando para Madge, uma pergunta brilhando naqueles olhos verdes quentes.
— Antes, obviamente. — disse Madge acrescentando tanto sarcasmo a suas palavras quanto ele poderia. — Antes de eu, acidentalmente, cortá-lo. Nunca machucaria conscientemente meu companheiro.
— Como você pode acidentalmente arranhar alguém assim? Eu ouvi sobre suas feridas. Não foi por acaso.
— Confie em mim. — cada pouco de força e confiança Madge tinha subido à superfície. Ele ainda poderia ir para baixo, mas ele iria para baixo lutando. — Quando este homem tem seus lábios enrolados em torno de seu pau, você não pode pensar em linha reta.
— Ele te chupou? — as palavras de Bill perderam parte de sua raiva e pareciam mais confusas. — Ele nunca...
O outro homem fechou a boca, como se para conter o resto do seu protesto.
A mente de Madge encheu o espaço vazio.
— Espere. — ele se virou para Kia. — Você está fodendo aquele idiota?
Kia sacudiu a cabeça. — Não mais. Não por um tempo.
— Quanto tempo?
— O quê?
— Quanto tempo tem sido desde que você o fodeu? — Madge deu um passo em direção a Kia. O lobo maior deu um passo para trás.
— Um mês ou algo assim, embora eu acho que eu deixei ele me chupar um pouco mais de uma semana atrás.
— Ele está mentindo. Eu nunca...
Madge ignorou o outro homem. Não importava. Vermelho chamuscou as bordas da visão de Madge enquanto olhava para Kia.
— Eu prometo, amor, assim que você e eu começamos...
— Então, se eu me recusar a foder você, você vai sair e encontrar algum outro pedaço de bunda?
— O quê? Não, eu...
A risada de Rowan, o primeiro ruído positivo de todo esse evento, flutuou pelo ar e pareceu chocar a todos pela fúria.
— Eu acho que não há dúvida de que eles são companheiros, não é? — ele olhou fixamente para Craigh. Seu companheiro bateu no estômago de Rowan com o dorso de sua mão. — O quê? Só estou dizendo que soam como nós.
Kal avançou. — Madge, Kia vocês dois estão anunciando que vocês são companheiros?
O poder da pergunta atingiu Madge. Ele estalou o olhar para Kia. O lobo Beta olhou para ele, uma pergunta brilhando através desse olhar perverso.
A pressão em seu peito se elevou e Madge assentiu.
— Sim, nós somos companheiros.
— E eu prometo proteger e prover alimento ao meu companheiro. — Kia anunciou ao quarto.
Craigh zombou.
— Talvez ele possa soar um pouco menos “Game of Thrones” da próxima vez?
Um ruído baixo saiu da garganta de Kia, mas Kal saltou antes que Craigh estivesse em perigo.
— Eu declaro isto um acasalamento seguro e sadio. — ele levantou suas mãos como ele pretendia chamar os céus. — Então, vá em frente e reproduzam. — murmurou Kal.
Bill e seus amigos resmungaram, mas ter um membro do Alto Conselho presente amorteceu seus protestos. Depois de alguns minutos, eles partiram, deixando Rowan e seu círculo íntimo para trás.
Madge enrolou os dedos em punhos e deu um soco em suas coxas. Ele tinha feito a declaração ousada sobre Kia ser seu companheiro, mas ele tinha feito isso para que ele não fosse morto. Na realidade, Kia não podia ligar-se a um lobo louco.
Só que eles tinham feito o anúncio. Em público.
Ambos aceitaram o acasalamento diante de um membro do Alto Conselho.
Ele caiu de volta no sofá. Um peso invisível pressionado no peito de Madge.
Que diabos eu fiz? Ele amarrou o outro lobo.
— Madge, está tudo bem.
Ele piscou e inclinou o olhar do tapete, encontrando o olhar reconfortante do companheiro do Alfa.
— Você não tem que aceitar Kia como seu companheiro.
— O que diabos? — Kia deu um passo adiante e colocou os dedos sobre o ombro de Craigh, arrastando-o de volta. — Ele acaba de anunciar a uma meia dúzia de membros da matilha que estamos acasalados.
Craigh saiu do aperto de Kia e se ajoelhou na frente de Madge. A intensidade de seus olhos perfurou a alma de Madge.
— Verdadeiramente, você não tem que acasalar com Kia. Podemos consertar isso.
Madge olhou de relance para o lobo irritado que tinha declarado seu status de acasalamento antes do quarto. A linha de sua mandíbula se contraiu como se lutasse para conter seu lobo.
— Eu... — Ele olhou nos olhos de Kia. — Quero acasalar com ele. — assegurou a Craigh.
— Antes de tomar essa decisão, você precisa verificar o quarto deste homem. — Craigh chicoteou seu dedo sobre seu ombro e apontou para Kia. — Estou falando sério. Ele é um porco. Você acasala com ele e tem uma vida inteira de pegar meias sujas e cuecas escorregadias.
— Foi uma vez. — protestou Kia.
— Foi no balcão da cozinha. — respondeu Craigh. — Você é um porco e Madge precisa estar ciente do que ele está se metendo antes de ele concordar em ser seu companheiro.
Madge piscou e olhou para cima, primeiro em Craigh e depois em uma Kia que fazia uma careta.
— Eu... uh... — suas bochechas esquentaram quando a sala inteira o encarou. — Eu ainda o quero. — as palavras tropeçaram em sua língua. — Mas você realmente não precisa acasalar comigo. Eu posso deixar...
— Não! — o grito de Kia sacudiu as janelas. — Você vai ficar. Aqui. — ele olhou para cima. — Bem, talvez não aqui, porque Craigh é meio fresco e quando ele e Rowan vão foder não há lugar seguro nesta casa.
— Morda-me!
— Você é um idiota!
Kia não parecia notar os insultos lançados contra ele pelo Alfa e seu companheiro. Ele olhou para Madge e piscou.
A bola de tensão no peito de Madge começou a relaxar.
Uau. Um companheiro. E uma matilha. Ele nunca imaginou que uma seria possível e agora ele tinha as duas coisas.
— Você vai se arrepender disso. — advertiu Craigh, gritando sobre o ombro de Rowan enquanto o Alfa arrastando seu companheiro para longe. — Você vai encontrar meias imundas em sua geladeira e bolinhos de cereais mofados sob a cama. Não diga que não o avisei.
De alguma forma, a partida de Craigh provocou um êxodo em massa, deixando Madge sozinho com Kia.
Kia deslizou os dedos na palma de Madge e levantou a mão para seus lábios. O gesto cortês parecia descontroladamente fora de lugar... até que Kia beliscou no final da ponta do dedo de Madge. A picada afiada enviou uma arremetida de calor em sua virilha.
— Craigh está certo. Eu sou um pouco babaca. — Kia confessou, colocando um beijo suave na parte de trás da mão de Madge. — Mas eu compenso isso sendo muito bom na cama.
Um riso que Madge não conseguiu controlar escapou de seus lábios. Ter Kia como companheiro não seria fácil, mas tampouco estaria vivendo com um lobo louco.
Ainda assim, os olhos de Kia brilhavam de excitação e alguma forma de afeição que Madge não podia categorizar. Não, não seria fácil, pensou, mas talvez, apenas talvez valesse a pena.
Tielle St. Clare
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