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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


BREATHE / Abbi Glines
BREATHE / Abbi Glines

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                   

 

 

Biblio VT

 

 

 

 

A vida sempre foi uma luta para mim. Pelo que posso dizer, não foi margaritas para todos os outros também. Eu nunca deixei ir a fantasia de que um dia que eu não me sentiria tão sozinha e isolada do resto do mundo normal. Meu sonho é o que me manteve muitas noites, quando eu lutei com o desejo de simplesmente desaparecer. Seria mais fácil se eu não tivesse nascido. Tenho certeza de que minha mãe vê as coisas da mesma maneira. Eu sei o que você está pensando e, não, eu nunca disse essas palavras, mas a minha entrada para o mundo mudou radicalmente o curso de sua vida. Ela foi uma rainha da beleza em uma pequena cidade no Arkansas, onde ela cresceu. Todo mundo disse que faria algo grande, um dia, de alguma forma, talvez a sua beleza e encanto teria aberto as portas, se não tivesse encontrado o homem que ajudou a dar-me a vida. O fato é que escapou de se tornar uma estrela e se apaixonou por um homem muito bem casado que nunca me reconheceu e não a ajudou temendo manchar o seu status social na grande cidade de Nashville, Tennessee. 
Um barraco de um cômodo nas montanhas do Tennessee é onde passamos a primeira parte da minha vida. Até o dia em que minha mãe se levantou e decidiu que a vida seria mais fácil, no Alabama. Na costa sul, poderia encontrar trabalho, e a luz do sol seria ótima para nós, pelo menos foi o que ela disse. Eu sabia que ela precisava de uma fuga, ou talvez apenas um lugar para começar de novo. Se alguém colocar um ímã para os perdedores, minha mãe se encaixa nesse perfil, e, infelizmente, estava prestes a trazer outra criança para a vida instável que ela conseguia levar, o que muito confidenciou a uma menina, para mim, para lidar com as coisas. Se eu tivesse deixado de tomar decisões por ela no mundo do namoro, como fez com o resto de sua vida. Mas, infelizmente, fomos em direção ao sul de Alabama, onde o sol deve brilhar mais e lavar todas as nossas preocupações... sim, é claro.

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-Mãe, você está indo pro trabalho hoje? Revirei os olhos, minha mãe muito grávida estava deitada na cama, usando somente calcinha e sutiã. A gravidez fez de Jéssica, uma rainha do drama ainda pior do que era antes de ter relações sexuais desprotegidas com outro perdedor. Ela gemeu e cobriu a cabeça com um travesseiro.
- Eu me sinto tão mal Sadie, basta ir ao meu lugar ok.
Sadie tinha visto isso vindo há um quilômetro de distância, mesmo antes de sair da escola. O último dia de aula foi ontem, mas em vez de ser capaz de sair e ser uma adolescente normal, Jéssica esperava que eu fizesse o dinheiro. Era quase como se ela tivesse planejado que eu fosse trabalhar em seu lugar o tempo todo.
 - Mãe, eu não posso ir ao seu local de trabalho e tomar a sua posição. Eles não vão ficar felizes com sua filha de 17 anos ir lá e fazer seu trabalho! Ela tirou o travesseiro do rosto e me deu o carrancudo olhar que ela tinha aperfeiçoado durante anos.
 - Sadie, eu não posso manter a limpeza da casa com o estômago do tamanho de uma bola de praia!  Eu estou quente e cansada e preciso de sua ajuda. Você sempre resolve as coisas. Aproximei-me da janela do ar condicionador e o desliguei.
 - Se você parasse de usar o ar-condicionado por um tempo, nós poderíamos ser capazes de viver com menos dinheiro. Você tem alguma ideia de quanto custa usar um ar condicionado durante todo o dia? Ela sabia que não estava que Jéssica não estava ciente, ou sequer importava, mas ainda assim perguntou. Jéssica fez uma careta e se sentou. 
- Você tem alguma ideia de como eu estou quente com todo esse peso extra? Ela respondeu de volta. Levou todo o meu autocontrole para evitar lembrá-la de não ter usado preservativo. Eu comprei para ela e os coloquei em sua bolsa, e sempre continha vários lá. Eu mesma a lembrei sobre isso antes dela sair para os seus encontros. Lembre-se que ser o adulto em nosso relacionamento pode ser difícil às vezes. Na maioria das vezes eu senti os papéis foram totalmente invertidos, sendo um adulto, no entanto, não significa que ela estava tomando decisões inteligentes, porque Jéssica, só não sabia como ser responsável.
 - Eu sei que você está superaquecida, mas não pode gastar o dinheiro que fazemos somente com o ar condicionado. Ela suspirou e se jogou sobre a cama.
 - O que quer que seja. Ela queixou-se. Fui até a bolsa e a abri.
 - Tudo bem, eu vou para o trabalho hoje, por mim, e espero que eu seja autorizada a entrar pelos portões. Se isso não funcionar, não diga que eu não avisei. Eu só estou qualificada para empregos que pagam salários mínimos e eles não pagam todas as nossas contas. Mas se você vier comigo, nós teríamos uma melhor oportunidade para tomar estas vagas. Eu sabia que enquanto eu falava as palavras, eu havia sido ignorada. Ela havia trabalhado por dois meses e conseguiu manter o trabalho. 
- Sadie, você e eu sabemos que você pode lidar com isso sozinha. Suspirou derrotadamente e deixou-se cair por lá. Ela ia dormir tão logo eu saísse. Eu queria ficar brava com ela, mas vendo-a tão grande eu só sentia muito. Ela não era a melhor mãe do mundo, mas era a que eu tinha. Depois de colocar as minhas roupas, fui para o quarto dela e olhei para dentro do quarto, ela roncava suavemente com o ar condicionado novamente calibrado em vinte graus. Pensei até em desativá-lo, mas mudei de ideia. O apartamento já estava quente, e durante o dia só aquecia mais. Eu saí e subi na minha moto. Levei 30 minutos para chegar à ponte, a que me levaria a exclusiva ilha ligada a Sea Breeze, Alabama. A ilha não era onde as pessoas viviam, mas aonde os ricos vinham durante o verão, e que empregava muitos funcionários. Jéssica conseguiu prender um trabalho como empregada doméstica em uma das casas que fazem $ 12 por hora. Eu orei para ser capaz de cuidar de seu posto sem problemas. Eu encontrei o endereço em seu cartão de empregado que eu havia recuperado de sua bolsa. Minhas chances de conseguir esse trabalho eram pequenas. Quanto mais pedalava em direção à ilha, maiores e mais extravagante as casas se tornavam. O endereço da casa onde minha mãe trabalhava era de três casas para baixo. Ela, é claro, tem que trabalhar na casa mais extravagante no bloco, para não mencionar a última antes da praia. Eu parei por em frente a um grande portão de ferro, peguei o cartão e entreguei para cara que trabalha na entrada. Ele franziu a testa para mim. Entreguei-lhe minha carteira de motorista.
- Eu sou filha de Jéssica. Ela está doente, e eu tenho que trabalhar por ela hoje. Ele continuou franzindo a testa enquanto pegava um telefone e ligava para alguém. Isso não era uma coisa boa, considerando que ninguém aqui sabia que eu estava chegando ao lugar. Dois homens grandes apareceram e se aproximaram de mim. Ambos usavam óculos escuros e lembravam os jogadores que deviam usar uniformes de futebol da NFL ao invés de ternos pretos. 
- Miss White, podemos ver sua bolsa, por favor?  Perguntou um deles, enquanto o outro a tirou do meu ombro. Engoli em seco e lutei contra o impulso de tremer. Eles eram intimidante, grandes mesmo, e não pareciam confiar em mim. Perguntei-me se eu, de alguma forma, parecia perigosa pra eles com meus meros 1,63m. Olhei para o meu minúsculo short branco e blusa roxa e me questionei se eles sentiram que seria impossível esconder armas nestas roupas. Achei um pouco estranho que os dois grandes homens estavam relutantes em me deixar entrar, mesmo se você passou a ser uma ameaça, eu acho que qualquer um deles poderia ter-me levado com os olhos vendados e as mãos amarradas atrás das costas. A imagem apareceu em minha mente e me deu vontade de rir. Mordi o lábio e esperei para ver se eu teria permissão para entrar nestes portões de ferro maiores que a vida.
 - O seu acesso está liberado, senhorita White. Por favor, tome a entrada dos funcionários á esquerda do muro de pedra, entre pela cozinha e você será instruída á como proceder. 
Quem eram essas pessoas que precisavam de dois homens do tamanho do gigante Golias para proteger as suas costas? Voltei pra minha moto e atravessei as portas já abertas. Uma vez que eu passei no canto dos jardins tropicais e palmeiras, eu vi a casa. Fez-me lembrar das casas de estilo de vida dos ricos e famosos. Eu nunca pensei, realmente, que havia casas como esta no Alabama. Eu já tinha ido a Nashville uma vez e viu casas semelhantes em tamanho, mas nada tão espetacular como esta. Eu me recompus, empurrei a bicicleta ao redor tentando não parar e olhar para o tamanho de tudo. Inclinei-me a minha moto contra uma parede fora de vista. A entrada para os funcionários tinha sido projetada para impressionar também, pelo menos 40 pés de altura, não era somente alta, a porta era muito pesada e tinha a letra S gravada belamente adornando-a, e me fez usar toda minha força para abri-la. Olhei dentro do amplo hall de entrada e em uma pequena área com três capas diferentes para escolher um arco a minha frente. Como nunca estive aqui, eu não sabia onde a cozinha ficava então fui direto para a primeira porta à direita e olhei através da abertura. Parecia ser uma grande sala de reuniões, mas nada extravagante e sem utensílios de cozinha, por isso mudei-me para a porta número dois, eu olhei para dentro e encontrei uma grande mesa redonda com pessoas sentadas em torno dela. Uma senhora idosa estava na frente de um fogão diferente de qualquer outro que eu já tinha visto em uma casa. Era algo que você encontraria em um restaurante. Isso tinha que ser o lugar. Eu dei um passo para dentro. A senhora de pé me viu e franziu a testa. 
- Eu posso ajudá-la? Ela perguntou em tom de autoridade muito forte, embora ela me lembrou a Tia Bea de Andy Griffith Show. Eu sorri e o calor aumentou, ameaçando atravessar o topo da minha cabeça
enquanto eu observava todas as pessoas na sala olhando para pra mim. Eu odiava a atenção e faria qualquer coisa para não ser notada jamais. Embora pareça cada vez mais difícil quanto mais eu crescia. Tudo o que incentivava as pessoas a falar, eu faria o possível para evitar o máximo que eu pudesse. Não que seja uma solitária nem nada disso, é só que eu tenho tantas responsabilidades e tudo é muito complicado... Compreendi cedo na vida que as amizades nunca funcionaram para mim. Estou muito ocupada cuidando de minha mãe. Portanto, eu aperfeiçoei a arte de ser desinteressante.
- Mmm, oh claro! Disseram-me para me apresentar na cozinha para obter instruções. - Eu limpei minha garganta e esperei em silêncio. Eu não gosto do olhar que a mulher atirou em mim, mas desde que eu estava aqui, eu não tinha muitas escolhas, somente ficar. 
-Tenho certeza de quem eu contratei. Quem lhe disse para vir aqui? Eu odiava todos aqueles olhos em mim e queria que Jéssica não tivesse sido tão teimosa. Ela precisava estar aqui, pelo menos por hoje. Por que eu sempre faço essas coisas?
- Eu sou Sadie White, filha de Jéssica White. Ela... Eh... Não pôde vir então eu estou aqui para trabalhar no lugar dela. Eh... Supostamente... para trabalhar com ela neste verão. Eu gostaria de não ter soado tão nervosa, mas as pessoas me olhavam. A mulher a frente franziu a testa como Tia Bea, como quando alguém está com raiva. Era tentador virar e correr loucamente.
 - Jéssica não perguntou se você poderia vir e ajudar neste verão, e não contratamos crianças. Não é uma boa ideia pra a família que vêm para o verão. Talvez no outono, quando eles saírem, nós podemos lhe dar uma chance. 
Meu nervosismo de ser o centro das atenções desapareceu imediatamente, e eu entrei em pânico só de pensar em perder essa renda que nós precisávamos desesperadamente. Se ela soubesse que eu não poderia trabalhar por ela, tudo ficaria péssima. Peguei minha voz de mulher fora do armário e decidi que precisava mostrar a vessa senhora que eu poderia fazer um trabalho melhor do que ninguém. 
- Eu posso entender sua preocupação. No entanto, se você me der uma chance, eu posso demonstrar que eu sou muito boa em tudo o que eu faço. Eu jamais chegarei atrasada para o trabalho e sempre vou completar as tarefas atribuídas a mim. Por favor, apenas me dê uma chance. A senhora olhou para alguém na mesa, para obter uma opinião. Ele moveu seus olhos para mim, e eu podia vê-lo decidindo o que fazer sobre a situação.
- Tudo bem, Sadie White, a sua oportunidade começa agora. Eu vou lhe colocar com Fran que trabalha nesta casa, tanto quanto eu tenho trabalhado. Ele vai te instruir e me informar sobre tudo o que você faz. Eu vou ter uma resposta no final do dia. Aqui está a sua chance, senhorita White, e eu sugiro que você não arruíne isso. Eu balancei a cabeça e sorri para Fran que agora está em pé.
- Siga-me. Disse o alto, ruivo e magro que parecia ter pelo menos 65 anos, antes de voltar e sair da sala. Fiz o que disse e não fiz contato visual com qualquer um dos outros na sala. Eu tinha um trabalho para salvar. Fran me levou por um corredor e passadas várias portas, ele parou, abriu uma e entrou. O quarto tinha prateleiras de livros do chão ao teto. Grandes cadeiras de couro marrom escuro estavam espalhadas ao redor da sala. Não ficavam próximas, ou pareciam ser usadas para qualquer tipo de visita ou de socialização. O quarto era claramente uma biblioteca. Um lugar onde alguém poderia vir, encontrar um livro, e se perder em uma das cadeiras grandes confortáveis. Fran levantou o braço na frente dela apontando para o quarto com um pouco de estilo.
 - Este é o lugar favorito da Sra. Stone. Fica fechado o ano inteiro. Você vai tirar o pó dos livros e das prateleiras, limpar a madeira com produtos de limpeza especiais e janelas com Windex (1). Você vai aspirar as cortinas, limpá-las e encerar as madeiras. Esta sala deve brilhar. A Sra. Stone gosta de coisas perfeitas no seu santuário. Eu virei buscá-la na hora do almoço, e você comerá na cozinha. Ele foi até a porta, e eu ouvi alguém agradecer. Ele deu um passo para dentro puxando um carrinho cheio de materiais de limpeza.
 - Isso terá tudo que precisa. Cuidado com todas as obras emolduradas e peças de arte. Eu devo adverti-la de que tudo nesta casa é muito importante e deve ser tratado com cuidado. Agora, eu espero que você trabalhe duro e não perca tempo com bobagens. A Sra. Fran saiu da sala com um rosto bem. Fiquei vagando, olhando para a extravagância do que me rodeia. O quarto não era muito grande, mas ele só parecia tão lotado. Eu poderia limpar isso com certeza. Eu, absolutamente, não tinha pedido para fazer algo impossível, então fui para o carrinho de limpeza e me dirigi para as escadas que eram ligadas as prateleiras. Poderia muito bem começar no topo, assim a poeira baixaria. Consegui tirar todo o pó e limpar todas as janelas antes de Fran voltar para eu ir para o almoço. Eu precisava de um descanso e um pouco de comida. Sua carranca era uma visão bem-vinda, já que isso garantiria o meu sustento. Ele desviou o olhar ao redor da sala e acenou antes de levar de voltar pelo mesmo caminho que ele havia tomado esta manhã em silêncio. O cheiro de pão fresco me bateu ao virar a esquina e entrei na grande cozinha brilhante. A Sra. Maria estava no fogão apontando para uma mulher mais jovem que usava o cabelo em um coque coberto com uma rede de cabelo igual ao da Sra. Maria. 
- O cheiro está ótimo Henrietta!
-Eu acho que sim. Vamos tentar isso com o pessoal hoje, e se todos gostarem, você pode assumir o cozimento dos pães para as refeições da família. A Sra. Mary virou-se, enxugando as mãos no avental.
- Ah, aqui está a nossa mais nova colaboradora. Como estão as coisas Srta. White? A Sra. Fran acenou com a cabeça e disse: - Tudo bem. 
Ou esta senhora não sorria muito ou simplesmente não gostava de mim. 
- Sente-se, sente-se, tem muita coisa para fazer antes de a família chegar.
 Sentei-me depois de Fran fez, e a Sra. Mary deixou bandejas de comida na frente de nós. Eu devo estar fazendo alguma coisa certa, porque Fran dirigiu as suas palavras para mim. 
- Todo o pessoal come nesta mesa. Todos nós estamos aqui em diferentes turnos para o almoço e você escolhe o que quer comer.
 Eu balancei a cabeça afirmativamente e peguei a bandeja de sanduíches, escolhi um que parecia delicioso, tomei um pouco de suco de frutas frescas. 
- As bebidas estão lá na geladeira, você pode ir e escolher o que quiser lá ou faça alguma coisa para si mesma.
 Fui até lá e peguei um pouco de limonada. Comi em silêncio enquanto ouvia a Sra. Mary conversar animadamente com a Sra. Henrietta. Elas pareciam estar fazendo pão para o jantar esta noite. Nem Fran nem eu fizemos qualquer tentativa de conversa. Depois que terminei, passei por Fran para ir a pia onde os pratos são lavados e colocados na máquina de lavar louça. Apenas em silêncio, voltamos para a biblioteca. Eu estava um pouco menos nervosa agora, e mais interessada em tudo o que estava ao meu redor. Notei as imagens enquanto caminhava pelo corredor. Havia duas crianças muito bonitas. Quanto mais eu andava, mais velhos as crianças se tornavam nas fotografias. Havia uma grande porta que levava para a biblioteca, um rosto estranhamente familiar sorriu de uma pintura em tamanho natural. Um rosto que eu tinha visto muitas vezes na televisão e em revistas. Ontem à noite, no jantar, esse mesmo rosto estava na TV. Jéssica via canais de entretenimento diariamente durante a nossa refeição. O roqueiro adolescente e galã Jax Stone era um de seus temas favoritos. Ontem à noite tinha estado de braços dados com uma menina, o que foi espalhando boatos de que  estavam juntos em seu novo vídeo musical. Fran estava bem atrás de mim. Virei-me para ela, e ela parecia focada no retrato. 
- Esta é a sua casa de verão. Ele virá com seus pais e irmão a qualquer momento. Você pode lidar com isso? Eu apenas balancei a cabeça, totalmente incapaz de formar palavras a partir do choque de ver o rosto de Jax pedra na parede. Fran voltou, e eu a segui para a biblioteca.
 - Ele é a razão pela qual eu não contrato adolescentes. Este é um refúgio privado para ele. Quando ele era mais jovem, seus pais insistiram para que ele fizesse uma pausa em todos os verões e passasse tempo com eles, longe das luzes brilhantes de Hollywood. Agora é maior e ainda assim, vêm aqui para o verão. Ele vai, de vez em quando, em alguns eventos diferentes, mas na maioria das vezes, esta é a sua fuga. Traz a sua família com ele sempre, já que eles não se veem muito durante o ano. Se você não pode lidar com isso, ele te despedirá imediatamente, a sua privacidade é de extrema importância. É por isso que este é um bom emprego.
Sentei-me e peguei o balde que estava usando.
 - Eu posso lidar com qualquer coisa. Este trabalho é mais importante para mim do que uma estrela do rock adolescente. 
Fran acenou com a cabeça, mas a partir de seu cenho, eu podia ver que ela não acreditou em mim. Concentrei-me mais força no meu trabalho. No final de um dia longo, enquanto escutava a Fran, silenciosa e desagradável, informando a Sra. Maria. Ela achou que eu seria uma boa trabalhadora, e que eu merecia que me fosse dada uma chance. Eu agradeci e Sra. Maria. Devo ser capaz de economizar dinheiro suficiente para o outono, quando a minha mãe teria o bebê e não estaria trabalhando, e eu estaria de volta na escola. Eu poderia fazer isso. Sim, Jax Stone era famoso, e seus incríveis olhos azuis de aço faziam meu coração acelerar descontrolado. Todo mundo sabe que a beleza é algo superficial. Obriguei-me a admitir isso. No entanto, foi somente porque ele passou a ser uma das mais belas criações conhecidas pelo homem. Todo mundo sabe que a beleza é superficial, e em suas veias a superficialidade deve estar escorrendo nesse exato momento e deve ser nojento pensar não se importaria se eu limpei a casa dele e os seus corredores. Além disso, os caras eram uma espécie de que eu não sabia nada. Eu nunca tive tempo para conversar com um, mesmo quando eles fizeram o seu melhor para falar comigo. Eu sempre tive grandes problemas na vida, como ter certeza que nós comemos e minha mãe se importando em pagar nossas contas. Quando eu penso em todo o dinheiro que tinha gasto com os preservativos coloquei em suas mãos e carteira antes dela sair com os inúmeros homens que vieram ter com ela, eu realmente tive um tempo difícil ficando brava com ela. Mesmo usando roupas de brechó, ela ficava linda. Um de seus muitos homens nojentos me disse que eu herdei sua maldita aparência, de seus cabelos loiros encaracolados e olhos azuis claros e cílios negros, eu consegui tudo. No entanto, eu não tinha a única coisa que eu sabia que eu estava salvo do desastre certo, eu realmente parecia um pouco chata, sem graça. Algo que minha mãe gostava de me lembrar sempre, no entanto, ao invés de ficar chateada, eu me agarrei a isso pra a vida inteira. O que ela pensou que seria uma queda na minha existência, na verdade eu gostava de ser assim, como se isso fosse a minha bóia salvavidas. Eu não queria ser como ela. Se eu tenho uma personalidade chata e isso me impede de seguir seus passos, então era assim que eu seria.
O apartamento onde vivíamos por quase 500 dólares por mês era em uma casa enorme e velha. Eu entrei pra perceber que ela não estava lá dentro. Com apenas quatro ambientes, Jéssica não podia ter ido longe. 
- Mãe? Eu não recebi resposta. 
O sol estava se pondo quando eu vi Jéssica aparecendo pelo pátio. Se você me perguntar a verdade, o pátio não era bem um pátio, era mais como um pequeno pedaço muito velho de laje. Ela estava de pé no quintal com seu barriga enorme à vista de todos, em um biquíni que havia comprado em um brechó há algumas semanas atrás. Ela se virou e sorriu. A fachada de doente desta manhã não apareceu mais em seu rosto. Em vez disso, ela parecia estar brilhando. 
-Sadie, como foi o trabalho? A Sra. Mary deu-lhe um momento difícil? Se assim for, espero que tenha sido bom. Precisamos desse trabalho, e você, ás vezes, pode ser tão rude e insociável. Eu ouvi sobre a minha falta de habilidades sociais e esperei até que ela terminou, antes de falar qualquer coisa.
 - Eu tenho o trabalho para o verão, se eu quiser. Jéssica suspirou dramaticamente. - Maravilhoso, eu realmente tenho que descansar nos próximos meses. O bebê está sugando tudo de mim. Você não entende o quão difícil é estar grávida. 
Eu queria lembrá-la que eu tentei evitar a sua gravidez, sacrificando o dinheiro dos alimentos para comprar os estúpidos preservativos aos quais ela não usou, o que não ajudou em nada! No entanto, concordei e entrei com ela em casa.
 - Estou morrendo de fome, Sadie. Há alguma que você pode cozinhar bem rapidinho? Estou comendo por dois nos dias de hoje, você sabe né?
 Eu já tinha planejado o que iria fazer para o jantar antes de voltar para casa. Eu sabia que minha mãe não podia fazer nada na cozinha. De  alguma forma eu sobrevivi os primeiros oito anos da minha vida com manteiga de amendoim e geléia. Na época em que eu tinha oito anos, eu percebi que minha mãe precisava de ajuda, e eu comecei a crescer mais rapidamente do que as crianças normais. Quanto mais eu me oferecia para fazer as coisas, mais coisas apareciam pra eu fazer. Até o momento eu tinha alcançado onze anos, tudo já era minha responsabilidade. Com macarrão e molho de carne cozinhando, eu fui para o meu quarto. Tirei minhas roupas de trabalho e coloquei um par de jeans do brechó, que passou a ser o centro do meu armário, e uma camisa. Meu guarda-roupa era muito simples. A panela na cozinha com macarrão assobiou para me avisar que eu precisava dar uma olhadinha na comida. Jéssica não ia se levantar e checar as coisas. Corri de volta para a pequena cozinha, peguei um espaguete com um garfo, e o joguei na parede atrás do fogão, ele ficou preso, então ele estava pronto.
 - Realmente Sadie, Jogar o macarrão na parede está além da minha compreensão. De onde você tirou essa idéia maluca? Olhei para cima, direto para Jéssica. Ela se jogou no sofá pastel que veio com o apartamento, ainda usando o seu biquíni.
-Eu vi na TV uma vez, quando eu era mais jovem. Eu faço isso desde então. Além do mas, o importante é que funciona. 
- É nojento, isso é o que é! Jéssica murmurou do seu lugar no sofá. Ela não podia ferver água, se eu pedisse, mas eu decidi que morder minha língua e terminar com o jantar era o melhor que eu podia fazer.
- Mãe, está pronto Eu coloquei um monte de espaguete em um prato, sabendo que ela pediria pra que eu a servisse. 
- Traga-o pra mim... Você quer um pouquinho querida? Eu sorri. Eu estava um passo à frente dela. Raramente ela se levantava estes dias, a não ser que fosse absolutamente necessário. Coloquei um garfo e uma colher no prato a servi. Nem sequer se sentou. Em vez disso, colocou o prato em cima enorme barriga que tinha desenvolvido, e comeu. Coloquei um copo de chá gelado ao seu lado e fui procurar um para mim. Eu havia trabalhado bastante hoje. Precisava mesmo de comida. 
(1) limpador de vidros.
 
CAPÍTULO 2
Eu não tinha mais que ser registrada, e até me deram uma carta de identificação para mostrar na porta daqui por diante. As coisas estavam tornando-se mais suaves. Fran até sorriu uma vez. Depois do almoço, a Sra. Mary me mandou para o terceiro andar, onde estava a maioria dos quartos. Era fácil observar como a casa era limpa. Eu não tinha amigos para contar sobre o trabalho. Ninguém imaginava que estes eram os dormitórios onde a estrela teen mais quente do mundo estaria dormindo durante todo o verão, o que realmente não era uma coisa assim tão incrível. Entrei em seu quarto e me virei, não era o quarto do adolescente típico. Tudo parecia tão confortável que eu achei estranho. Na parede tinham morcegos e bolas com assinaturas diferentes, mas apenas alguns estavam em bom estado. As camisas de times, que deviam ter sido usadas na infância estavam penduradas nas paredes com orgulho. Eu poderia facilmente imaginar o menino que tinha visto em fotografias ontem usando aquelas camisas e jogando bola na cidade como um garoto normal. Fiz uma inspeção mais minuciosa e encontrou imagens de uma das equipes em que jogou. Nas fotos mais antigas, eu me esforcei para ver qual das crianças pequenas é a famosa estrela do rock agora. Quando ele parecia ter dez ou onze anos, eu o identifiquei facilmente. A camisa e as imagens estavam em ordenadas por ano desde o jardim de infância até a idade de treze anos, depois parou. Fazia cerca de um ano ou mais antes que ela se lembrava de ter ouvido o seu nome pela primeira vez no rádio. Ele parecia viver uma vida normal até o momento em que foi descoberto.
 O espaço acima de sua cama o mantinha separado como um garoto adolescente normal. Guitarras de todas as formas, tamanhos e cores foram penduradas nas paredes. Muitos delas foram autografados, algumas brilhavam por serem tão novas. Uma parecia ter ouro de verdade nela, não seria surpreendente se fosse mesmo. Eu fiquei na ponta dos pés e examinou-a mais de perto. Estava escrito Fender (1) nela. Eu continuei a examinar as assinaturas de guitarras mais caras. Eu andei o dedo sobre o nome Jon Bon Jovi e sorri. Aparentemente, até mesmo uma estrela do rock tem ídolos. No centro de todas as guitarras penduradas havia um violão pequeno, gasto. O fato de que pairava no centro de sua coleção era óbvio que ele deve ter sido o primeiro e mais amado. 
Olhei para fora da porta para me certificar de que ninguém estava do lado de fora, e então fiquei sob o violão e eu imaginei como tudo começou. Eu não era uma fã louca, mas vendo algo que era responsável por estimular um sonho parecia quase, de certa forma, sagrado.
 Meu carrinho de limpeza estava intocado perto da porta, e eu sabia que eu precisava começar a trabalhar. Eu não queria aprender coisas novas, coisas pessoais sobre ele. Eu queria que ele ficasse na superfície e intocável aos meus olhos. Sabendo que um dia ele bonito, um pequeno menino com cabelos castanhos escuros e um sorriso que poderia um dia provocar um frenesi geral, fazia parecer tudo mais real e não tão divino. Eu precisava manter o meu interesse por ele ao mínimo. Movime rapidamente ao redor da sala tirando o pó e varrendo, e depois limpei todas as caríssimas madeiras e molduras. Decidi que seria melhor acabar com essa sala rapidamente antes de eu encontrar alguma coisa que me faça imaginá-lo como o lindo menininho nas fotos Eu me concentrei em meus pensamentos sobre o meu futuro e eu bloqueei todos os outros sobre Jax Stone.
-  Sadie, você ainda não terminou? A família está aqui, e nós temos que ir para o quarto dos empregados!  Fran disse da porta. Eu coloquei minhas fontes de limpeza de volta no carro e me dirigi para a porta, onde Fran estava muito nervosa.
 - Claro, eu já acabei. Fran acenou com a cabeça e foi em direção ao elevador, ela estava mudando a equipe da casa de um andar para outro sem ser visto pela família. Fran se apressou a entrar uma vez que a porta do elevador estava aberta, e eu comecei a segui-la quando uma garrafa de limpador de vidro caiu do carrinho. Tomei um pequeno pano e peguei a garrafa do chão. Eu o sequei-o da melhor forma que eu poderia fazer.
 -Rápido, por favor. Fran chamou um tom de ansiedade de dentro do elevador. A família já deve ter sido direcionada para cá. Levantei-me, e uma sensação de formigamento percorreu meus cabelos do pescoço. Assustada, me virei e o vi ali, me assistindo. Ele não era mais o menino com os cabelos encaracolados, em seu lugar estava o famoso astro do rock. 
Eu congelei não sabendo o que fazer, pois a minha presença foi reconhecida, logo que era algo que a Sra. Mary não queria de forma alguma. Um sorriso se espalhou pelo rosto ridiculamente sexy, o calor ardia em meu rosto, e eu olhei para o outro lado e empurrei o carrinho para dentro do elevador.
 Ele não parecia zangado que uma adolescente fosse trabalhar em sua casa. Seu sorriso dizia que ele estava se divertindo. Fran fez uma careta quando eu dei uma olhada, mas ela não disse nada. Eu coloquei o meu carro e fui para a cozinha para informar que eu terminei. A Sra. Mary tinha as mãos nos quadris, esperando a nossa chegada. Uma conversa silenciosa acontecia entre Fran e Sra. Mary. Depois que a Sra. Mary assentiu, pegou alguma coisa da mesa e entregou- me, uma roupa preta, dobrada.
 - Todos usam uniformes quando a família está na residência. Além disso, você não irá limpar a casa, você vai ajudar na cozinha e dar Sr. Greg nos jardins. No entanto, esta noite eu preciso de você para servir o jantar. Ms. Stone pediu para que todos os funcionários sejam visto com uma aparência atraente para a família e para os convidados. William, o jovem contratado para ajudar Marcus a serviço da família, ligou para dizer que estava doente a cerca de dez minutos, e você é tudo que eu tenho. Você provou ser uma boa trabalhadora, e você parece levar a sério o trabalho. Sua idade me preocupa quando o dono da casa está próximo a sua idade e é um ídolo aos olhos da maioria das meninas. Meu instinto me diz que isso tem pouco significado para você, mas eu espero que você continue mostrando a sua maturidade. 
Na verdade, não sei o que dizer depois de tudo que ela disse, então eu apenas assenti. 
- Bem. Agora, você tem que usar o uniforme todos os dias. Eu tenho mais dois do seu tamanho, e devem ser deixados aqui todas as noites para serem lavados e passados. Certifique-se de entrar sempre pelo mesmo lugar e imediatamente você deve ir para a lavanderia. Ah, eu preciso de você para me ajudar a começar a preparar o jantar antes de vestir o uniforme. Você tem que estar limpa e arrumada para quando você servir. 
Nas próximas duas horas, eu cortei, apertei, ajeitei, e mexi todos os tipos de carnes e legumes. No momento, a Sra. Mary me disse para ir me trocar e pentear os meus cabelos, o cansaço tomou conta do meu corpo. Eu usava uma saia preta que vinha até os joelhos e uma blusa branca com botões e gola. Também usava um avental preto sobre a minha blusa e saia. Tomando meu cabelo, coloquei meus cachos em cima da minha cabeça. Lavei o rosto e as mãos e suspirou ver meu rosto refletido no espelho. O rosto da minha mãe conseguiu um emprego como uma servidora esta noite, mas minha personalidade reservada ganhou a confiança da Sra. Mary. Enquanto os olhos de minha mãe brilhavam com malícia, os meus eram sérios e dedicados.
O sorriso de Jax Stone me deslumbrou tanto quanto ele o fez milhões de vezes em fotos que eu tinha visto em revistas e em pôsters. No entanto, isso significava que eu seria tola o suficiente para ser atraída para ele como o resto do mundo. Com um profundo suspiro, abri a porta e voltei para a cozinha, onde a Sra. Mary me esperava.
 - Bem. Agora, lembre-se, você comporte-se em frente do Mr. Jax da exata forma que Marcus se- ela acenou para um homem jovem e alto, que eu ainda não tinha encontrado- comporta em frente à Sra. Stone. Vocês serão os únicos que estarão na mesa esta noite. Mr. Stone e Jason chegam amanhã, por isso, esta noite, vocês dois são os únicos a estar servir. 
- Certifique-se que você está em silêncio por trás do Mestre Jax enquanto ele come e siga os passos de Marcus. Ele irá ajudá-la com qualquer coisa que não se sinta segura.
 Desviei o olhar para Marcus que parecia ser apenas alguns anos mais velho que eu, provavelmente em idade universitária. Seu cabelo loiro de areia e olhos verdes sorrindo imediatamente me relaxou. Ele me deu a mão bronzeada e sorriu.
 - Marcus Hardy. Enfiei minha mão na sua, e ele apertou. 
- Sadie White. Ele acenou com a cabeça, ainda sorrindo, e pegou a bandeja. 
- Eu vi o seu desempenho corajoso de ontem, você fez certo o seu trabalho aqui. Fiquei surpreso como seus olhos passaram de nervosos a determinados em menos de um segundo. Ele pegou a bandeja na frente dele, sorriu e levantou-a calmamente diante de mim.
 - Você pode me seguir... Desde que você sirva a comida da Sra. Stone. Ele me deu uma piscada antes de se virar e ir em direção à entrada da sala de jantar. 
A grande sala não era nova para mim. Eu tinha limpado os andares naquela manhã. Marcus tomou seu lugar atrás da Sra. Stone, que estava sentada atrás da entrada. O alarme natural em meu corpo me disse, enquanto eu andava, a ficar atrás de Jax, que estava sentado na mesa principal. Marcus olhou para me guiar. Ele acenou com a cabeça, e colocou a salada na mesa exatamente ao mesmo tempo. Dei um passo para trás. Marcus acenou para eu ficar ao lado dele, então eu fiz. 
- Eu ainda não entendo por que papai está fazendo tudo ir para Jason ir a entrevista em Yale, se ele não quer ir para lá. A voz de Jax soou tão suave que era quase irreal. Eu senti como se tivesse entrado em um filme, e eu estava assistindo a cena diante de mim. 
- Seu irmão não sabe o que é melhor para ele. Ele tem um cérebro para ser muito mais do que apenas o irmão mais novo de Jax Stone. Ele poderia fazer um nome para si mesmo, se ele se concentrar, ao invés de passar o tempo jogando com o mercado de ações. Sua cabeça para números está sendo desperdiçada.
 Jax olhou para mim e parecia sorrir antes de voltar a olhar para sua mãe. - Os dois irão acabar se afastando. Você está certa, ele é inteligente e não requer que você pense por ele.
A Sra. Stone deu uma risada curta e dura. - E você não estaria onde está hoje se eu não tivesse te pressionado tanto. Tudo o que você queria fazer era jogar beisebol com seus amigos e tocar em uma banda de garagem, sem talento, além de você.
 Jax suspirou, tomando um gole de água gelada, e se virou para sua mãe. - Chega mamãe, não comece a falar mal dos únicos verdadeiros amigos que já tive.
A Sra. Stone olhou para trás, e Marcus tocou minha mão para chamar minha atenção para ela, é por isso que eu estava lá. Demos um passo à frente, ao mesmo tempo, removendo os pratos de salada dos Stones.
 - Podemos conseguir algo mais do que água para beber com a sua refeição? Perguntou Marcus com um charmoso sotaque sulista. Cruzei meus olhos com os dele mais uma vez. Eu lutei contra a tentação de deixar meus olhos vaguearem para a direção de Jax.
 Sra. Stone suspirou. - Eu acho que um copo de Merlot não deveria me ferir. Ela olhou para o filho e alisou o guardanapo no colo, como se estivesse tentando decidir. - Traga-me um copo de Merlot que temos na adega.
 Jax se inclinou para trás, e eu pude ver que ainda estava olhando para mim. Então eu respirei e assenti para ele.
 - Se você puder trazer um copo de chá gelado doce da Sra. Mary, por favor.
Eu balancei a cabeça e resisti a sorrir de volta. 
- Sim Senhor. - Marcus disse. Ele deu um passo para trás e acenou com a mão para que eu tomasse o caminho de volta para a cozinha. Deixei a sala de jantar e imediatamente tomei uma respiração profunda. Eu não tinha percebido o quão angustiante que isso poderia ser. Assim que entrei na cozinha, Marcus sorriu. 
- O quê? Fiz algo errado? - Marcus balançou a cabeça e uma mecha de cabelo loiro caiu em seus olhos. - Não, você foi ótima. Agora vamos encontrar a sopa de caranguejo antes que a Sra. Mary tem um ataque. Virou-se para a governanta. Sra. Mary, precisamos do Merlot da adega. 
A Sra. Mary lhe entregou a garrafa já aberta juntamente com um copo. - Eu tinha pensado nisso, e aqui está o chá doce Jax.
 - Eu vou cuidar das bebidas. - Marcus disse.
Eu era muito grata para me perguntar o por que. Apenas balancei a cabeça e o segui pelo corredor para a sala de jantar. Pouco antes de entrarmos, Marcus virou-se para olhar para mim. - Ignore que ele está te observando. Você é um prazer para os olhos. Eu não posso culpá-lo, mas se você quiser manter este trabalho, tente ficar invisível.  Piscou para mim, e em seguida, abriu a porta. 
Meu objetivo na vida era me tornar invisível. Pelo menos, eu pensei que estava tentando fazer isso. Aparentemente, eu precisava tentar mais. 
- Tenho a intenção de ter muito tempo para relaxar na praia. Eu gosto do acesso às praias privadas que temos aqui e ser capaz de relaxar sem ninguém tentar falar comigo, ou me conhecer, ou levar-me a assinar um autógrafo é algo que eu tenho sonhado por um ano. Eu preciso de uma pausa. Eu sei que Gregory odeia a idéia de que não estou disponível por três meses, mas eu preciso disso para minha sanidade. - Jax olhou para mim enquanto eu colocava a sopa diante dele. – Obrigado- ele sussurrou. 
- Eu também quero que você tenha uma pausa. Gregory pensa que um pouco de tempo na frente de seus fãs neste verão seria ótimo para o PR (2). Talvez você pudesse fazer um show na praia, ou apenas ir a algumas estréias de filmes.
 Jax negou com a cabeça. - De jeito nenhum, mamãe. Recuso-me a saberem que estou aqui. Escolhi o Alabama por que não uma área altamente povoada. Melhor ainda, esta pequena ilha é privada. Vou considerar algumas estréias de filmes, mas nada mais. Não há concertos. 
A Sra. Stone encolheu os ombros. - Bem, eu disse a Gregory que tentaria, e eu fiz. Ele pode lidar com você, você é um adulto. Eu não vou te pressionar mais.
Jax continuou a comer, e eu estava perto da janela olhando para fora junto a Marcus, e Jax estava esperando o momento eu teria que retirar a seu copo. Olhei para Marcus, e ele encontrou meus olhos com um sorriso. Ele era todo o formal, e eu percebi que ele queria que eu fizesse as coisas muito bem aqui. Eu tinha feito um amigo. Marcus tocou levemente meu braço e deu um passo adiante. Imediatamente seguiu e levou a taça.
 - Mais chá doce, senhor? 
Jax olhou para mim e deslizou seu olhar para Marcus. - Sim, por favor. 
A taça da Sra. Stone estava secando rapidamente. Marcus novamente recuou e permitiu-me ir primeiro. Fizemos a mesma rotina de antes.
Uma vez na cozinha, pegou as bandejas e as preparava com as mais ricas e exóticas comidas que eu já tinha visto. 
-Wow, com certeza eles comem muito. 
 -A Sra. Stone raramente prova a sua comida como hoje, e meu palpite é que ela apenas tocará nisso.
- Ele come tudo dele. 
- Sim, mas ele é um menino crescendo. 
Eu ri com a imitação da Sra. Mary que Marcus fez, ele pegou a bandeja e, em seguida fomos pelo corredor agora familiar. Uma vez lá dentro, coloquei a comida na frente de Jax novamente, e Marcus colocou o chá doce para mim. 
Jax e sua mãe comeram em silêncio neste momento. Às vezes, eu sentia que ele estava olhando para mim, e um breve toque da mão de Marcus, certamente, me lembrava que eu precisava ser invisível. Nunca olhei para aqueles olhos azuis de aço curiosos. Mãe e filho trocaram algumas palavras casuais, mas na maior parte do tempo, eles comeram em silêncio. Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, olhei para Jax para ver se ele tinha terminado, e nossos olhos se encontraram. 
Tentei desviar o olhar, mas seus olhos tinham uma pitada de riso. Olhei para meus pés, e Marcus apertou meu braço. Fiquei impressionada. Eu olhei para ele, e ele acenou com a cabeça para que pudéssemos pegar os pratos. Limpamos os lugares na frente deles de uma só vez, e caminhamos em direção à porta. 
- Eu não quero sobremesa. A Sra. Stone disse a Marcus. - Eu odeio te deixar comendo sozinho, mas estou exausta filho. Eu vou estar no meu quarto, se você precisar de mim. 
Jax parou quando sua mãe deixou a mesa. Uma vez que ela foi e sentou-se novamente.
 - Eu amaria a sobremesa. – Ele disse isso pra nós ou disse isso diretamente pra mim? Marcus assentiu. 
- Sim, senhor. Disse ele em um tom sério, e saímos a esquerda. Uma vez na cozinha, Marcus colocou sua bandeja. 
- Bem, isso é estranho. Você deveria levar o seu prato, e desde que sua mãe saiu, eu não tenho nenhuma razão para voltar. Eu poderia ir em seu lugar, o que seria a melhor idéia, mas estou com medo que ele vá ficar com raiva. Ele te notou, e eu sei que você vai fazer o tudo pra ficar longe dele, mas eu esperava já que ele é famoso e não prestaria atenção em mais um rostinho bonito. Marcus suspirou e inclinou seu quadril na mesa e cruzou as longas pernas. Eu estou deixando isso para você fazer.
 - Eu? 
- O que você quer que eu faça Sadie? Não é sobre o seu trabalho, é sobre o meu. Se você não voltar, eu poderia perder meu emprego por tomar seu lugar. Acho que ele percebeu que eu estou te protegendo. Se você vai ou não, o seu emprego está seguro... por enquanto. Suspirei e peguei a bandeja com a sobremesa. 
- Eu não colocaria em risco o trabalho de outro por me ajudar. Eu vou. 
Sem outra palavra, eu entrei na sala sozinha. Uma vez que entrei, olhos azuis de aço encontraram os meus e ele sorriu. 
- Ah, então você veio sozinha. Eu estava me perguntando se no seu lugar eu iria vê-lo. Eu não sorri com o comentário, mas eu o fiz na verdade. Eu coloquei a sobremesa na frente dele e tomei o meu lugar. 
- Você fala? - Ele perguntou.
 - Sim. Marcus tinha falado por mim a noite toda. 
- Nós geralmente não temos jovens mulheres empregadas. Como você fez para convencer Mary?
 -Eu sou madura para a minha idade. Ele apenas acenou com a cabeça e deu uma mordida de um tipo de bolo de chocolate com gotas de chocolate no interior. Depois que ele mastigou e engoliu, ele olhou para mim. Olhei pela janela, as ondas quebrando na praia.
 - Quantos anos você tem? 
- Dezessete.
 Eu, sinceramente, esperava que minha resposta simples acabaria com sua interrogação.
 - Como você sabia que eu moro aqui? 
Sua pergunta me pegou de surpresa e eu encontrei o seu olhar. 
- É difícil não olhar para as imagens enquanto eu tirava o pó. Ele franziu a testa.
 - Você veio para este trabalho sem saber que eu moro aqui? Eu percebi que ele achava que eu era uma fã que passava pelas frestas da sua segurança e ele queria saber como eu fiz isso. 
- Minha mãe fez a limpeza aqui por dois meses. No entanto, a gravidez evoluiu e ela me mandou para cá em seu lugar. Eu provei que merecia estar aqui, e Sra. Mary permitiu que eu ficasse. A minha estadia aqui não tem nada a ver com você, senhor, mas tem tudo a ver com o fato de que eu quero comer e pagar o aluguel de onde eu moro. 
Eu sabia que parecia chateada, eu estava chateada mesmo e eu não poderia evitar isso. Ele balançou a cabeça e se levantou. 
- Me desculpe. Quando eu vi você, e você é jovem e bem... Atraente, eu pensei que a única razão para que alguém como você trabalhar aqui era para estar perto de mim. Eu lido muito com mulheres e adolescentes, e eu achei que você estava trabalhando aqui para estar perto de mim e isso não é justo. Por favor, me perdoe. Engoli o nó na garganta.
 Eu senti que este trabalho que estava escapando das minhas mãos, mas eu não iria chorar.
 – Está tudo bem. Eu consegui deixar sair. 
O sorriso de uma criança apareceu em seus lábios, e ele balançou a cabeça em direção à porta. 
- Acho que eu deveria ter adivinhado que você está envolvida com o outro funcionário, pela forma possessiva como ele te mantêm ao lado dele. Olhei pra você mais do que devia, mas eu continuei esperando por você pedir um autógrafo ou um deslize do seu número em um guardanapo.
 Eu levantei minhas sobrancelhas em surpresa.
 Ele deu de ombros. - Essas coisas fazem parte do tipo de vida que eu tenho. Eu só estava esperando.
 Eu sorri de volta neste momento. Ele não era tão ruim quanto eu pensava. Ele não quis dizer adeus.
- Estou aqui para fazer meu trabalho, senhor, nada mais.
- Faça-me um favor e não me chame de "senhor". Sou apenas dois anos mais velho que você. 
Peguei o prato, tomando cuidado para não tocar com as mãos, e dei um passo para trás.  - Tudo bem. Eu disse, esperando o momento de sair.
- Então, ele é seu namorado?
Ele me pegou de surpresa com essa pergunta, e eu parei bruscamente. - Quem? Marcus? 
Um sorriso irônico apareceu em seu rosto. Era difícil não olhar pra ele. - Se Marcus é o cara que parecia muito determinado a garantir que nenhum erro acontecesse hoje à noite, então sim. 
- Não, ele é... Ele é um amigo. 
Como era estranho dizer essas palavras. Eu nunca chamei ninguém de um amigo na minha vida. Jax sorriu e inclinou-se para sussurrar no meu ouvido.
- Espero que um dia você me considere um amigo assim. Eu não tenho muitos amigos.
Meu rosto ficou quente, e minha pele arrepiou com sua proximidade. Seu hálito quente na minha pele tornou difícil para formar as palavras. Engoli em seco, tentando concentrar-se em seus comentários e não desmaiar a seus pés como uma lunática maluca. 
- Eu só tenho um. Eu respondi como uma idiota. 
Jax franziu a testa. - Eu acho isso difícil de acreditar nisso. 
Eu dei de ombros. - Eu não tenho tempo para ter amigos. 
Jax adiantou-se, abrindo a porta para mim e sorriu.
 - Bem, eu espero que você possa encontrar algum tempo em sua agenda lotada, porque acontece que eu preciso de um amigo... Alguém que não se importe com quem eu sou... Alguém que ri das minhas piadas que não são nada engraçadas. E se não estou enganado, não importa pra você o fato de que eu estou na capa da Rolling Stone deste mês, e nas paredes dos quartos de todas as adolescentes nos Estados Unidos. 
O seu comentário pareceu aliviar meu lapso momentâneo de senso comum por causa de sua proximidade, e balancei a cabeça.
 - Nem todos os adolescentes nos Estados Unidos. Você nunca viu minhas paredes. Então eu acho que você está certo. Eu não me importo com nada disso. 
Eu fui embora, deixando-o atrás de mim.
 (1) Fender Stratocaster: marca de guitarra.
 (2) PR: relações públicas.
 
CAPÍTULO 3
Marcus estava esperando por mim na cozinha, tomando chá gelado e conversando com a Sra. Mary.
 Ele se levantou quando me viu. - Bem, como foi?
 - Ele pensou que eu era uma fã que deslizou através das rachaduras das paredes, e queria saber como eu fiz isso. Eu informei a ele que estou substituindo minha mãe devido a sua gravidez, ela não era uma fã, e eu não sabia que a casa pertencia a ele quando assumi o cargo. 
Marcus franziu a testa. - Como você se sentiu lhe dando tantas explicações? 
- Eu não acho que haja qualquer problema, agora que ele sabe que eu não sou uma fã louca a ponto de deslizar o meu número em um guardanapo. Duvido que ele perceba minha existência a partir de agora.
 Marcus ergueu as sobrancelhas, como se não acreditasse em mim. A Sra. Mary veio e pegou a bandeja das minhas mãos. - Bem, eu sabia que você estava indo fazer o seu trabalho muito bem. Agora mude o seu uniforme e vá para casa. Eu não espero que você de volta até sete horas de amanhã.
 Corri para a lavanderia. Uma vez que eu estava de volta em minhas roupas, eu me dirigi para a porta. A Sra. Mary zumbido durante a limpeza, e Marcus estava encostado na porta, me esperando. 
- Está tarde, você dirige ou vai andando? 
Ele perguntou quando cheguei a ele. - Eu vim de bicicleta. 
Ele abriu a porta e saímos para a noite juntos. - Deixe-me colocar sua bicicleta na minha camionete e te levarei para casa. 
Ele realmente parecia preocupado comigo.
 - Tudo bem. Obrigado.
Uma vez que nós dois estávamos na caminhonete, eu relaxei e me recostei em seus assentos de couro desgastados. 
- Então, quanto tempo você trabalha na mansão dos Stone? 
Ele olhou para mim. - Comecei no verão passado. Eu só trabalho os verões aqui. Sou um cidadão local, mas estou atualmente estudando na Universidade do Alabama. Este é só um trabalho de verão para mim. 
- Obviamente, é um emprego de verão para mim também. Vou começar meu último ano no outono. Acabamos de nos mudar do Tennessee. 
Ficamos em silêncio por alguns minutos, e eu olhei para fora da janela quando as famílias andavam pelas calçadas, mesmo em sua moda praia. Eu nunca tinha visto a praia antes de nos mudarmos pra cá. Eu não poderia deixar de estar fascinada vendo as ondas quebrando na praia arenosa.
- Você parece muito madura pra uma menina do ensino médio. Na verdade, você parece mais madura do que a maioria dos meus colegas de classe.
 Eu sorri para mim mesma. Se ele soubesse. Mas esta noite não era noite para contar a minha vida pra alguém que poderia tornar-se um verdadeiro amigo.
 - Eu sei. Eu sempre fui uma grande mulher no corpo de uma menina. Isso diz a minha mãe maluca. 
- Eu não diria que você é uma mulher, você é apenas mais madura do que as outras garotas de dezessete anos. 
Os adolescentes normais rindo e flertando nas ruas. O romance de verão não era algo que eu entendia, mas, aparentemente, era uma coisa muito grande por aqui. As meninas aqui se referiam aos turistas como garotos de verão. Eu realmente não entendia, ou eu o fazia, mas não via nada de normal. Marcus virou-se para mim. 
- Eu machuquei seus sentimentos? Eu não quis fazer isso. Foi um elogio, na verdade. Eu me canso da estupidez e a superficialidade das meninas. Você é como uma lufada de ar fresco pra mim. 
Virei à cabeça pra trás na direção dele e eu o vi sorrir. Ele realmente era um bom rapaz. Eu queria as minhas entranhas quentes e formigando novamente enquanto eu estava olhando-o, mas aparentemente o meu corpo têm essa resposta reservada para estrelas do rock. O pensamento de que poderia ser superficial, por dentro, me fez sentir doente. 
- Obrigado, eu nunca fui elogiada pela minha personalidade estranha antes. 
Ele franziu a testa e balançou a cabeça. - Eu não chamaria isso de estranho... Em vez disso, eu chamaria de refrescante e único. 
Eu ri de sua tentativa de fazê-lo soar melhor.
- Obrigado. Sons refrescantes e únicos são muito mais atraentes. Vire à direita no próximo semáforo, e são duas casas para baixo, à esquerda. Ficamos em silêncio o resto do caminho até o apartamento.
- Coloque- o ao lado. Nós não estamos autorizados a usar a vaga do dono. Eles são os donos da casa. Alugamos o pequeno apartamento de baixo. Marcus parou na porta. 
- Mais uma vez obrigado pela carona. 
Ele abriu a porta, pulou e pegou a minha bicicleta fora do bagageiro da sua caminhonete. Eu vi como ele abaixou e encostou-a à parede da casa, ao lado da porta. -A qualquer hora. Se você quiser, se sairmos ao mesmo tempo eu posso te dar uma carona. 
Agradeci novamente. Ele arrastou os pés e olhou para mim. - Já que você é nova aqui, e estamos trabalhando juntos neste verão, por que não saímos depois do trabalho uma noite, ou domingo, durante o dia, quando nós dois estamos livres? Eu posso te mostrar o que é legal aqui e apresentá-la a algumas pessoas. Você sabe, como amigos.
 Parecia engraçado, mas eu estava um pouco surpresa com o comentário no domingo. - Domingo? Eu perguntei. 
Ele franziu a testa. - Você não sabe que temos folga aos domingos? Inclusive a Sra. Mary? 
Eu balancei minha cabeça. - Não, eu não sabia. Mas, sim, eu adoraria ir conhecer a cidade com alguém que sabe pra onde ir. 
Ele sorriu e passou a mão pelo seu cabelo loiro. -Legal! Vou fazer planos esta semana e que você vai saber o que te tenho preparado. 
Despedimos-nos, e o assisti voltar para sua caminhonete. Eu acenei, e me preparei para o questionário de Jéssica. Ela virou o rosto e suas indubitáveis vinte perguntas sobre por que eu tinha demorado tanto. O apartamento estava silencioso e escuro. Olhei para o quarto de Jéssica e encontrei-a dormindo em cima sobre a cama, com o ar condicionado ligado. Peguei um cobertor e a cobri antes de ir para o meu quarto e preparar-me pra uma chuveirada. Ela tinha ido para a cama mais cedo. Havia vinte perguntas, e eu não tinha que preparar o jantar. Eu sorri e caminhei até o banheiro, precisava ficar limpa e dormir. 
Eu tinha superado o meu maior obstáculo. Amanhã deve ser mais fácil. Não há mais reuniões com Jax, e tenho um amigo deve tornar as coisas ainda mais agradáveis. A semana seguinte caiu em uma rotina. Chegar ao trabalho e ir direto para a cozinha com a Sra. Mary. Ela falou muito mais do que Fran e suas histórias foram um entretenimento a parte. Ela me contou tudo sobre suas duas filhas e seus sete netos. Uma filha morava em Michigan, com cinco filhas na conta. A outra filha vivia na Geórgia, e tinha uma criança de nove anos e um menino que era amado imensamente por uma família cheia de garotas. Sua vida erguendo as filhas me fez perceber como disfuncional minha vida com Jéssica soaria. Imaginei uma vida normal, como a da Sra. Mary. Eu sabia que um dia poderia ter uma, tão cheia de pessoas e amor como ela parecia ter. Muitas vezes sonhava uma vida como ela me disse. 
Meu primeiro dia com o Sr. Greg começou um pouco tensa, já que ele não gostava de ter um adolescente ajudando, mas depois de um dia de não ter que apoiar os seus joelhos artríticos, ele parecia apreciar a minha presença. Depois do meu quarto dia, o Sr. Greg e eu nos sentávamos e jogávamos xadrez no gazebo, quando o dia de trabalho terminava. Eu perdi o tempo todo, mas estava começando a gostar dele e prometi melhorar as minhas habilidades, e que um dia eu iria ganhar. 
Eu vi Marcus à noite quando todos se sentaram ao redor da mesa e desfrutaram de uma tigela de sopa e salada. A Sra. Mary sempre enviava um prato de comida para Jéssica, e eu suspeitava que ela fizesse isso por mim. De alguma forma, sem me dizer, ela parecia entender como meu trabalho era importante pra vida lá em casa. Depois que Marcus saía do trabalho, ele me dava carona e levávamos minha bicicleta pra casa. A Sra. Mary contratou outro empregado que Marcus sugeriu. Ele estava trabalhando, e as coisas pareciam correr bem com a equipe e a família.
 A manhã de domingo chegou antes de eu perceber. Deitei na cama, cobrindo meu rosto contra a luz do sol que entrava pela janela. Era ótimo não ter que saltar e me preparar para sair. Eu gostava do meu trabalho, mas eu também gostava de dormir até tarde. Eu bocejei e me espreguicei. Eu iria sair com um amigo e estava mais animada do que uma pessoa normal faria, mas eu não poderia evitar isso. Sentei e esfreguei meu rosto, tentando acordar o suficiente para ir para o café da manhã. 
A casa estava muito tranquila, desde que Jéssica dormia normalmente até as onze todos os dias, eu fui para a cozinha e me servi de uma taça de manteiga de amendoim, e depois fui sentar-me no pedaço de laje, abaixo da nossa porta dos fundos. O sol brilhou para fora da água, e me senti feliz de como eu gostei da minha tigela de cereal. Naquele dia, parecia o meu primeiro dia real de verão. Nesse dia eu seria capaz de ir e fazer algo que todos os meninos de dezessete anos costumam fazer.
 - O que você está comendo? Jéssica perguntou quando ela caminhou até a porta, ou melhor, rebolando até a porta.
- Cereal. 
Eu respondi, e enfiei outra colher na minha boca. Ela afundou-se na cadeira do gramado ao lado de mim e suspirou.
 - Você me ama? Revirei os olhos, sabendo que as palavras que se seguem. 
- Sim.  Eu disse, e peguei outra colherada de cereal. 
- Então você tem piedade de mim e meu estômago enorme, e pegue uma tigela de cereal quando você tiver terminado? Esse era um jogo antigo. Ela achava que era bonito antes de perguntar se ela queria me pedir para ir buscar alguma coisa. Eu comi o resto do meu cereal e bebi todo o leite antes de meus ficar de pé.
 - Eu vou pegar o seu cereal. Eu disse, andando de volta para a porta.
 - Obrigado, querida. Disse ela, sem abrir os olhos. 
Eu derramei uma tigela grande de cereais, eliminando a necessidade de buscar uma segunda vez, e eu levei pra ela. Tinha a falar sobre Marcus antes de ele chegar. Eu dei o copo, e ela se inclinou para trás, repousando sobre uma cadeira não reclinável, e pegou a tigela.
- Muito obrigado. Ela disse, sorrindo. Sentei-me de volta.
 - Eu fiz um amigo no trabalho, e ele vem me encontrar hoje, para me mostrar a cidade e sair um pouco. 
Jéssica colocou a colher cheia de cereal para baixo. - Um menino? E Você? 
- Ele não é um cara que eu estou namorando. Ele é apenas um amigo. Ele está aqui e quer sair hoje. 
Ela sorriu e deu uma mordida no cereal. Mal tinha engolido quando ela disse:          
 - Eu não posso acreditar que você falou com alguém o suficiente para fazer um amigo. Ou ele é um prisioneiro também? 
Levantei-me, eu não estava no clima para piadas com a minha mãe. Ela gostava de lembrar-me que eu não tinha habilidades sociais. Eu comecei a ir, e ela riu. 
- Eu só estou brincando com você, Sadie. Não se incomode. Fico feliz que você tenha um amigo. Mas não se esqueça de mim e você está fora o dia todo. Eu me sinto sozinha por aqui. 
Eu odiava quando ela me fazia sentir culpada. - Você tem um carro. Vá a algum lugar e faça alguma coisa. 
Ela deu um suspiro melodramático. - Eu preciso ir fazer as unhas no salão, porque eu não consigo ver meus pés. 
Eu balancei minha cabeça. - Não, isso não é algo necessário pra se gastar dinheiro. Faça algo que não consuma o pouco dinheiro que nós temos, como uma caminhada ao longo da praia. 
Ela revirou os olhos e entrou. Eu fiz um caminho mais curto para o dinheiro escondido que tinha salvo das contas, e o escondi em outro lugar. Não havia necessidade de chegar em casa e ver que ela tinha gasto todas as nossas reservas. Depois que o dinheiro estava seguro, eu fui para ficar pronta para o meu encontro com Marcus. Eu tive que lavar meu cabelo e colocar protetor solar. O sol aqui pode ser brutal. Mas, primeiro, eu tinha que encontrar um maiô. Eu chequei o tempo, trinta minutos até que ele viesse me pegar. Eu tinha que estar pronta para que Jéssica não abrisse a porta e encontrasse uma maneira de me constranger. 
- Bom dia. Disse Marcus quando eu abri. 
- Bom dia para você também! Espere um segundo, deixe-me pegar minha bolsa. Eu me virei, e voltei para a sala, peguei a bolsa que tinha deixado sobre a mesa.
 - Eu estou indo. Saia e vá fazer alguma coisa mãe. Eu disse à minha mãe antes de caminhar até a porta. 
- O quê? Não vai trazê-lo aqui? - Ela ainda estava vestindo sua camisola preta, que estava totalmente esticada sobre seu estômago.
- Não, mamãe, não com você usando a sua camisola de dormir. Ela riu, e eu corri de volta para a porta. 
- Você está pronta para ver este lugar a partir de uma perspectiva de um morador? Ele perguntou com um sorriso. Eu balancei a cabeça com entusiasmo. 
- Sim, eu estou. Ele abriu a porta da caminhonete para mim, e eu entrei. Ele saltou e colocou um par de óculos escuros. 
- Você come ostras?
- De jeito nenhum! 
Ele sorriu. - Eu devia ter adivinhado, já que você é uma garota de Tennessee. Mas tudo bem, também podemos comer hambúrgueres assados, espigas de milho, e costelas. 
- Eu amo hambúrguer, milho e costelas.
- Ah, ok. Bem, vamos para a casa de um amigo. Eles são fazendo um churrasco hoje, com ostras em meia concha como lanches. 
Estremeci com o pensamento das matérias viscosas macias em conchas que as pessoas realmente vão colocar em suas bocas. Ele riu na minha cara. 
- Eu acho que quando você cresce por aqui, não parece tão ruim. Eu não respondi por que eu não tinha certeza de que alguém pudesse se acostumar a comer lama.
 -Rock tem sido o meu melhor amigo desde a escola primária. Você vai gostar dele. Vamos para um churrasco e, em seguida, vamos pro esqui aquático. Eles têm um barco e vamos brincar na marina. Alguma vez você esquiou? 
- Eu não, mas eu posso tentar. Parecia que era o que eu tinha a dizer, porque um grande sorriso estourou em seu rosto.
 - Eu posso te ensinar. Você vai esquiar antes do dia terminar. 
Chegamos a uma casa de um nível, construída sobre estacas, como a maioria das casas lá. Não era luxuosa, e parecia ter sobrevivido a alguns furacões. O forro foi remendado algumas vezes. Marcus me pegou quando eu saí da caminhonete, ele colocou um par de óculos de sol no meu rosto. 
- Você vai precisar deles. Sem eles, o sol vai lhe dar uma dor de cabeça. 
- Você sempre usa óculos de sol feminino? Eu perguntei de brincadeira. Ele riu. 
- Não, eu tenho uma irmã. 
Eu não sabia nada de sua família. Eu realmente queria saber algo sobre ele que não era óbvio. 
- Por favor, me diga que você está usando protetor solar. Até os mais bronzeados se queimam por aqui. 
- Sim, eu estou usando. 
- Venha aqui.  Disse ele, puxando-me por uma grama muito alta, que crescia na areia. A piscina retangular simples estava no centro do pátio, cercado por meninos em sungas e garotas de biquíni. Eles jogaram lama em algumas conchas, e eu me lembrei de que eu não deveria fazer careta quando eu falar e comer essas coisas. Marcus apertou minha mão e me puxou para a festa. 
- Marcus, já era tempo de você ter chegado. Todos os depósitos estão quase vazios. Chamou-lhe um cara com dreadlocks castanhos e longos. 
Marcus sorriu e sussurrou: - Eu não vou comer na sua frente, eu prometo. Eu balancei minha cabeça.
 - Não, na verdade, está tudo bem. Ele riu e me levou para o grupo de jovens que estavam ao lado do cara dos dreadlocks. Várias pessoas chamavam Marcus, e ele acenou e acenou com a cabeça. Meu estômago revirou nervosamente enquanto eu percebi que muitos me observavam.
- Ei, pessoal, esta é Sadie, Sadie este é o Rock. - um tipo musculoso, muito grande, com a cabeça raspada, - Preston. - que poderia ser considerado um vagabundo de praia, com longos cabelos loiros e pele bronzeada - e Dwayne - o cara dos dreads, que também possuía várias tatuagens e piercings. 
- Nós somos amigos desde a segunda série. Dwayne dreadlocks espanou os olhos e sorriu.
 - Uma vez que Rock bateu no Preston e o velho Marcus aqui pulou para defendê-lo, em seguida, começou a tomar a surra pelo Rock, até que eu pulei, e todos fomos suspensos da escola. - Os quatro riram da memória, e eu tentei imaginá-los como crianças em combate. 
- Nossos pais ficaram muito orgulhosos. Éramos delinquentes do ensino fundamental. - Dwayne sorriu e comeu outra ostra. 
- Dwayne lembrará isso durante todo o dia se você deixá-lo. Não aja como você pudesse desfrutar de suas histórias, ele não vai parar. 
Marcus sorriu. A amizade entre esses quatro me fez sentir quente por dentro. Não era algo que era familiar pra mim.
 - Então, Sadie, como é que a bunda feia de Marcus encontrou uma garota linda e cega? Perguntou Rock, com o tempo ele virava um hambúrguer na grelha. Olhei para Marcus só para ver como ele sorria. 
- Trabalhamos juntos. Ele veio em meu socorro no meu segundo dia lá, e minha visão é 20/20. Um deles assobiou, e o outro riu maliciosamente.
- Marcus é um cavaleiro de armadura brilhante, eu garanto. Dwayne disse com um aceno de seus dreadlocks. Marcus o empurrou de brincadeira, e Dwayne riu.
- Vou levá-la para conhecer as outras pessoas, se você não pode se comportar. 
- O que eu fiz? Marcus enviou-lhe um olhar interrogativo antes de se virar para mim. 
- Você está com sede? Dwayne chegou a um refrigerador por trás dele e me ofereceu uma bebida. Levei-o, agradeci, e ouvi sobre um jogo de voleibol de praia a ser realizado no próximo fim de semana, entre eles e uma equipe rival. Eles me fizeram perguntas, e eu entrei na conversa de vez em quando, mas na maioria das vezes apenas planejavam e inventavam estratégias. Eu não tinha ideia de que o vôlei de praia é um esporte sério. Uma loira de biquíni rosa quente que mal cobria as coisas importantes veio por trás Rock, rodeou sua cintura com os braços, e beijou seu pescoço. 
- Sadie, essa é Trisha, a noiva de Rock, e Trisha, essa é Sadie, uma amiga minha. Trisha sorriu e, em seguida, passou a mão sobre a cabeça do Rock.
 - Se você ficar entediada com a conversa dos meninos, você é bemvinda para ficar comigo e com as meninas.
 - Tudo bem. Obrigada.
 - Você está entediada? Quer nadar e se refrescar? 
Eu não tinha certeza se eu queria tirar meu vestido de verão na frente de todas aquelas pessoas. Meu biquíni vermelho não era tão pequeno quanto os das outras meninas, e eu não o enchia como elas o faziam. Pensei em minhas pernas longas e finas e comparadas com curvas das meninas com grandes torsos deitadas lá fora, eu queria muito manter minhas roupas. No entanto, também queria fazer amigos e não decepcionar Marcus, então eu precisava ir para o sol ou nadar. Mas se eu fosse nadar, estaria coberta a maior parte do tempo, então, decidi que seria a melhor opção. 
- Nadar me parece muito bom. 
Ele sorriu e tirou sua camisa para revelar um peito muito bronzeado e musculoso. Engoli em seco e que pensei que eu não poderia fazer isso, mas eu sabia que eu deveria, mais cedo ou mais tarde. Assim tirei o vestido e o coloquei ao lado da camisa de Marcus. Eu não queria fazer contato visual com ninguém, queria pular na água sem ter que ir com calma e entrar. Ouvi um assovio atrás de mim que me surpreendeu e um "ouch”. Olhei para trás pra ver Marcus brigando com Dwayne e Preston.
- Desculpe Sadie, esses dois não têm boas maneiras. 
Ele pegou minha mão novamente. Ele sempre pegou minha mão por acidente. Nunca me incomodou antes, mas ele estando quase nu fez a situação um pouco desconfortável. 
- Vamos. Vamos nadar. 
Ele sorriu para mim, mesmo sem prestar atenção ao meu corpo. Fiquei aliviada e envergonhada ao mesmo tempo. Eu não queria que Marcus gostasse de mim mais do que como um amigo, mas não queria se tão sem no meu maiô para ele nem mesmo percebesse. Eu decidi parar de pensar tanto sobre tudo, e apenas segui-o até a água. 
Nós nos juntamos a um jogo de basquete com um alvo flutuando no meio da piscina. Joguei super bem, mas ninguém era melhor que Marcus e um cara chamado Rick, pareciam bons, então eu não me preocupei muito. Depois nadar com Marcus no comprimento da piscina, e ganhar uma das três vezes, ele saiu para pegar algo para comer. Fui para o meu vestido de verão e Marcus veio atrás de mim e enrolou uma toalha em torno do meu corpo.
- Obrigado.
 Ele sorriu. Nossa amizade estava indo muito bem, e isso fez o meu sorriso brilhar um pouco mais. Talvez a minha personalidade não fosse tão ruim como disse Jéssica. Marcus inclinou e cochichou no meu ouvido: 
- Hambúrgueres, costelas, ou ambos? Pensei na bagunça que seria as costelas e todas as pessoas que estavam no pequeno quintal.
- Hambúrguer. Sussurrei.
 Ele balançou a cabeça e dirigiu-se para a grade, e conseguiu um hambúrguer pra mim e costeletas pra ele. Nós nos aproximamos de uma mesa cheia de coisas para colocar no meu hambúrguer, e Marcus acrescentou um pouco de molho de tomate e queijo. Marcus tinha nossas bebidas, e nos dirigimos para uma área de sombra desocupado. Nós sentamos e comemos em silêncio por alguns minutos. Eu o vi usar pelo menos quinze guardanapos. Ele riu quando ele estendeu a mão, e tudo o que tinha já estava usado. 
- Você pensa que minha bagunça é engraçada, né? Dei de ombros e soltei outra risada que não conseguia conter. Cheguei ao meu prato e entreguei-lhe o guardanapo. 
- Obrigado. Ele tomou o guardanapo e limpou seus lábios. 
- Você está se divertindo? Ele perguntou depois de terminar com o churrasco de seu rosto.
 - Sim. Eu me sinto como a mais nova aqui, mas eu estou me divertindo. Marcus assentiu. 
- Você é a mais jovem aqui. Esqueci-me que no meu antigo grupo, todo mundo é da minha idade. 
- Não, na verdade eu estou gostando. Preston, cuja atenção parecia estar focada em nós, sacudiu a cabeça.
- Temo que meu amigo ali goste de você. Você vai ter que simplesmente ignorá-lo. Eu fiz uma careta. 
- Ele gosta? Com todas essas mulheres atraentes e mais velhas aqui? Marcus virou os olhos para mim, estudou o meu rosto por um minuto e sorriu. 
- Você realmente acha isso, certo? 
-Acho o quê?
- Que as outras meninas aqui são melhores do que você? Eu ri e dei de ombros. 
- Eu não sou cega, Marcus. Ele ergueu as sobrancelhas. 
- Ou você é cega ou não tem um espelho em casa. Você continua fazendo coisas tão doces, como corar, e você terá Preston cantando baladas de amor do lado de fora de sua janela. Mais uma vez eu ri e balancei a cabeça. 
- Eu realmente espero que não. Marcus olhou para Preston. 
- Ele adora pernas, e nota-se que você tem o melhor par que eu já vi em um longo tempo. Mas eu acho que ele realmente caiu quando você piscou seus lindos olhos azuis bebê para ele e sorriu. Eu fiz uma careta. 
- Eu não me lembro de piscar os olhos pra ninguém, e minhas pernas são longas e magrelas. Marcus sorriu. 
- Eu espero que você seja para sempre assim. Doce e inocente. Mas eu quero ser o único a iluminá-la. Suas pernas são sexy como o inferno, e os seus cílios são tão grossos e compridos que ao piscar parece que você está batendo-os, e isso é muito atraente. Eu não tinha certeza de acreditar nele, mas eu sorri de qualquer maneira.
 - Você é um cara legal. Obrigado por tentar me fazer sentir melhor. 
- Isso é o que eu estou fazendo? Ele perguntou com um sorriso. 
Eu sorri. 
- Acho que sim. 
Ele riu e balançou a cabeça. 
- Claro que você pensa isso, Sadie.
1. –Um poste de madeira, ferro ou concreto, que é conduzido no chão para suportar uma carga ou fortalecer as fundações.
 
CAPÍTULO 4
Na quarta-feira à noite, Marcus veio me buscar no jardim.
 - Ei Sadie, a família Stone está jantando esta noite na casa de um amigo, então eu vou sair mais cedo. Quanto tempo até você sair? 
O Sr. Greg parecia realmente sofrendo de sua artrite hoje e eu sabia que não podia sair mais cedo. Seria ruim voltar de bicicleta para casa esta noite. 
- Vá em frente. Eu parei de trabalhar aqui. Além disso, eu vou fazer uma parada no supermercado e pegar algumas coisas no meu caminho para casa. 
Marcus franziu a testa como se estivesse tentando decidir algo. Finalmente, ele disse: 
- Eu realmente não gosto da idéia de você voltar sozinha pra casa à noite, e depois tentar andar de bicicleta com os sacos de comida. 
Eu comecei a discutir com ele e assegurar-lhe que tudo ficaria bem, mas seus olhos deixaram os meus e pousou em algo atrás de mim. Eu virei e vi Jax Stone chegando até nós de dentro do gazebo. Eu ainda não o tinha visto entrar nele.
 - Concordo sobre você voltar para casa no escuro e com sacolas de alimentos. Eu a levarei pra casa. Você pode ir agora Marcus, ela estará segura. 
Marcus me olhou com preocupação. Eu sorri tranquilizando-o do quanto eu gostei deste arranjo. 
- Uh, uh, sim, Sr. Stone, obrigado. Até amanhã, Sadie. Ele disse com um vinco entre as sobrancelhas. Eu percebi que eu não tinha certeza sobre isso. 
- Vejo você amanhã. 
Eu disse e vi o vi, relutantemente, se virar e ir embora. Não porque eu não o queria ver mais, mas porque eu tinha de me acalmar antes que eu enfrentasse Jax. De alguma forma, eu me tornei tão patética quanto o resto do mundo adolescente. Eu tinha visto lampejos de Jax nos últimos dois dias, e cada vez que ele olhou em minha direção, eu sorria. Meu coração deu um pequeno salto traidor. Antes que eu percebesse, eu tinha um cartaz idiota na minha parede, de Jax.
- Obrigado.
 Eu consegui dizer sem tropeçar em minha língua. Ele me deu um daqueles sorrisos destinados a derreter corações de meninas em todos os lugares.
 - Se soubesse que você andava de bicicleta para ir e voltar do trabalho, eu teria feito algo sobre isso há muito tempo. Fico feliz em ter esses funcionários tão prestativos. Mas eu gostaria de saber, novamente, ele é somente seu amigo, não é? 
Eu sorri. - Marcus é um cara muito legal. 
Jax se inclinou e disse baixinho: - E quanto a mim... Eu sou um cara legal? 
Eu não tinha certeza do que dizer sobre isso, então eu decidi ser apenas honesta.
 - Eu não sei, realmente, mas eu sei que você assina os meus cheques de salário, por isso não tenho certeza de como responder a isso. 
Jax jogou a cabeça para trás e riu. Eu encontrei-me sorrindo. Parecia quase palpável quando ele riu. Ele ofereceu o braço e segurou a minha mão completamente.
 - Bem, então, Sadie White, por que você não me dá a honra de dar um passeio na praia comigo, para que possamos conversar? Então, talvez, você pode decidir por si mesmo, se eu sou um cara legal ou não. 
Eu fiz uma careta e olhou para o Sr. Greg.
- Eu não sei se eu posso. O Sr. Greg tem artrite, e ele precisa de eu para ajudá-lo, mesmo que ele admitia isso ou não. Os Joelhos dele não são fáceis e muito doloridos. 
- Realmente? Ele perguntou com preocupação em seu rosto, virou-se e caminhou até onde estava o Sr. Greg fingindo trabalhar, mas eu sabia que ele estava observando Jax e eu. Eu não conseguia ouvir o que Jax dizia, mas o Sr. Greg parecia gostar do que ouviu e assentiu com a cabeça, e apertou a mão de Jax, parecia estar mantendo suas coisas. Jax se virou para onde eu estava. 
- O Sr. Greg decidiu tirar à tarde de folga e descansar seus joelhos. Ele também me pediu para lhe dizer que não podia esperar até amanhã para o seu jogo de xadrez.
 Eu sorri para o homem mais velho que eu tinha vindo para se preocupar. Ele piscou, e eu balancei a cabeça para ele. Jax, mais uma vez ofereceu o braço, e eu hesitei antes de deslizar minha mão dentro do seu braço dobrado.
 - Tudo bem. 
Eu não sabia o que dizer e perguntei-me se ele podia ouvir meu coração batendo no meu peito. 
- Vamos ver...você não só se preocupa com os velhos joelhos dele, mas também joga xadrez com ele à noite.
Eu endureci e parei. Ser provocada sobre o meu relacionamento com o Sr. Greg me incomodou. 
- Calma tigresa. Ele acariciou minha mão. - Eu não estou zombando de você. Estou realmente impressionado. Eu nunca conheci uma garota que tivesse um pouco de compaixão antes, e estou muito intrigado. Eu relaxei.
 - Eu acho que no seu mundo, as meninas são muito diferentes do que aqui no mundo real. Tenho certeza que se você passar algum tempo com as meninas todos os dias, você vai ver que eu não sou única. 
Ele sorriu. 
- As meninas são pessoas comuns, escrevem-me cartas de fãs e compram meus discos. As meninas gritam meu nome e correm atrás de mim como animais enlouquecidos. Você nem sequer tentou esgueirar-se para o meu quarto e jorrou o seu perfume no meu travesseiro.
 Eu hesitei, meu queixo caindo em estado de choque.
 - Por favor, me diga essas coisas realmente não aconteceram antes e que você está inventando isso? 
Jax deu de ombros e balançou a cabeça. - Eu tenho medo do que elas fazem. Estes são apenas alguns exemplos. Eu deixei de fora as coisas impróprias para os ouvidos de uma menina jovem como você. Você não quer ou não sabe até que ponto é que as meninas vão para chamar minha atenção. É uma das razões pelas quais eu preciso deste refúgio durante o verão. Se eu não tivesse isso, eu teria saído do negócio há muito tempo. 
Chegamos até a orla e paramos. Ele fez um gesto com a mão sobre a areia branca aos nossos pés.
 - Você quer se sentar? 
Eu afundei na posição de estilo indiano. Ele gentilmente sentou-se de uma forma tão suave que me fez sentir uma estúpida com meus movimentos estabanados. Por que eu me importo? Eu nunca pensei sobre como eu me sinto antes. Eu não preciso começar a pensar nele como algo mais do que um homem. Um cara que assina o meu salário. 
- Então, me fale sobre Sadie White. 
Ele se inclinou para trás em suas mãos e esticou as longas pernas diante dele. Dei de ombros, sem saber o que dizer. 
- O que você saber? Eu não sou muito interessante. 
Ele riu. 
- Eu discordo, mas não vamos discutir. Conte-me sobre sua família. 
O sangue correu para minhas bochechas por pedido, mas eu me forcei a falar em vez de corar como um idiota.
 - Bem, eu moro com minha mãe, e sempre fomos nós duas. No entanto, ela está grávida neste momento, por isso a nós duas logo seremos três. Nós apenas nos mudamos há alguns meses, viemos do Tennessee. Eu amo o mar muito mais do que as montanhas, e até agora tem sido bom.
 Jax olhou para mim enquanto eu falava, e concentrou-se em olhar para as minhas mãos.
 - Eu não quero entrar no seu espaço pessoal, me diga se eu perguntar algo que você se sinta na obrigação de responder. Mas, onde está o pai do bebê?
 Eu ri de sua pergunta, porque, sim, isso era pessoal, e a resposta era sórdida, mas algo sobre ele me fez relaxar e dizer coisas que normalmente não falaria. 
- Minha mãe é linda, mas o seu senso comum é uma porcaria, infelizmente. Ela gosta da atenção que ela recebe de homens e recolhe sempre o pior disso. Eu dei-lhe um pequeno sorriso que ele sabia que não viria para os meus olhos. - Quando eu digo pior, quero dizer o pior mesmo! Eles são casados ou noivos, ou tão desprezíveis que nunca consideram se assentar. O homem que ajudou minha mãe na minha concepção é casado, e eu ainda sei quem ele é e onde ele mora, mas eu nunca quis ir me apresentar. O pai desse bebê também é um perdedor.
Ele não é casado, mas ele não tem a intenção de ajudar ou contribuir para o sustento do bebê. 
Eu estava compartilhando muita roupa suja, então parei de falar e olhei sobre as ondas do mar. Ele sentou-se, e seu braço roçou o meu. Calor percorreu meu corpo. 
- Você é um adulto em casa, certo? 
Eu fiquei tensa na descrição correta. Eu balancei a cabeça, e eu podia sentir sua respiração perto do meu pescoço. 
- Não é à toa que você é tão diferente. Você tem muito em seus ombros a considerar, até mesmo pendurar alguns cartazes de uma estrela do rock adolescente superficial em suas paredes. 
Eu sorri para seu humor. 
- Você não é superficial. Claro, eu pensei que eu era no início, mas você me surpreendeu.
 Longos dedos deslizaram para baixo da minha coxa e pegou minha mão.
 - É este o trabalho que paga as contas, então? Quando você mencionou que você paga a sua alimentação na noite que nos conhecemos, eu pensei que talvez fosse uma brincadeira ou talvez fosse você sendo melodramática, mas agora... 
Ele fez uma pausa. Peguei onde ele parou. 
- A gravidez já está muito adiantada, e é muito difícil para ela trabalhar. Ela não mantém seus empregos também. Durante o ano letivo, acaba mudando de um emprego para o outro. Ela trabalhou aqui até o meu primeiro dia de escola. 
Ele não disse nada, e eu também não. Ficamos ali sentados de mãos dadas e olhando o pôr do sol sobre a água. Pouco antes de afundar, Jax se levantou. Ele estendeu a mão para levá-la. 
- É melhor voltar antes que o sol se ponha completamente.
Seus dedos nunca deixaram os meus enquanto caminhávamos de volta para a casa. A única maneira de explicar isso é dizer que eu estava muito perto de uma experiência fora do corpo. De mãos dadas com Jax Stone e eu só sinto que estamos conectados. Ele não parecia um astro do rock. Não era o cara que eu vi em outdoors e em revistas. Ele não era o chocolate que eu tinha visto na MTV. Era apenas Jax. Eu pensei nas vezes que Marcus pegou a minha mão, e parecia casual. Mas o calor da mão de Jax enviou uma sensação de formigamento até meus braços.
Ele era uma estrela do rock, e eu era sua empregada, pelo amor de Deus. Eu lavava os seus vegetais! 
Paramos em frente à entrada para a cozinha.
 - Obrigado por hoje, pelo passeio.
 Ele sorriu para mim, e meu corpo se tornou mole. Eu estava em apuros. Eu gostei dessa forma mais homem dele, melhor do que eu deveria, considerando as circunstâncias. 
- Não foi nada. Eu sei que soa estúpido, mas eu realmente não sei mais o que dizer. 
- Quando você precisa que te leve pra casa? 
Eu balancei minha cabeça. Eu tinha quase esquecido sua promessa de levar=me em casa. 
-Eu vou ficar bem, realmente. Eu estive no mercado um milhão de vezes na minha bicicleta. Marcus não percebe que é tudo muito manejável.
 - Fora de questão. Eu vou ter um carro à sua espera na entrada principal. Quando você estiver pronta para ir, você poderá ir de carro. O motorista irá levá-la onde você precisar. 
Comecei a discutir e ele colocou um de seus dedos talentosos nos meus lábios.
- Não discuta. Eu não gosto da idéia mais do que o seu amigo faz. Ele está certo. Não é seguro. Eu sabia que não era certo, mas eu não estaria aqui discutindo sobre isso e fazendo exatamente o que Marcus prometeu que faria. 
- Tudo bem, eu vou ver se a Sra. Mary precisa de ajuda antes de eu ir. Jax sorriu aparentemente satisfeito que ele não iria discutir. 
- Obrigado pela carona. Eu disse de novo e me virei para ir embora. Eu queria vê-lo ir embora, mas eu sabia que não seria nada bom. Não importa o quão louca a idéia de uma amizade com Jax Stone parecia realmente, eu acreditava que estávamos no início de uma. 
Ajudei a Sra. Mary para acabar com os pratos, e depois voltei para a lavanderia para me trocar. Eu queria chegar em casa, deitar na minha cama e pensar no meu tempo livre na praia, com Jax. Eu queria memorizar cada palavra e olhar. Eu queria me dar um soco, porque minha reação beirava o ridículo. Eu precisava da esperança de que ele iria manter a distância e não continuar a amizade comigo, porque eu temia que eu pudesse tornar-me uma daquelas garotas com uma paixão enlouquecida por ele.
Eu disse meu adeus a Sra. Mary e saí pela entrada para os funcionários. Fui até a frente da casa, e então parou no veículo utilitário muito caro, prata, esperando por mim. Eu andei até o carro. Um homem vestido de preto parou ao lado da máquina. Ele deu um passo para frente com uma expressão séria no rosto e abriu a porta. Lembrei-me dele como um dos grandes homens que tinham estado aqui no primeiro dia em que cheguei. 
- Obrigado. Eu disse, e entrei. Eu não esperava que tivesse alguém lá dentro. 
- Minha intenção era deixá-la ir para casa sozinha, mas odeio essa idéia. Eu espero que você não se importe com a minha companhia. 
Jax se sentou no banco em frente a mim, bebeu uma garrafa de água e assistiu a um jogo de beisebol. Ele pegou um controle remoto e mudou o jogo de beisebol na TV mostrando sobre a minha cabeça. Sentei-me no assento de couro preto e sorri. Meu coração batia forte, e eu queria não parecer tão afetada por sua aparência. 
- Hum, não, eu não me importo. 
Ele sorriu e me entregou uma água. - Você está com sede? 
Tomei a água na esperança de que iria facilitar minha garganta subitamente seca.
 - Sim, obrigado. 
- Nada. Qual loja que você quer ir? Sorri com o pensamento de Jax Stone perguntando onde eu queria ir comprar comida. 
- Alimentos de Sea Breeze seria ótimo. É perto do meu apartamento. 
Ele pegou o controle remoto novamente e, com um clique de um botão, o vidro matizado entre nós e o motorista desceu.
- Alimentos Sea Breeze, por favor, Kane. O gigante assentiu no banco da frente e subiu o vidro Jax novamente.
 - Você se importa se eu for com você? Eu estou desejando comer um Reese [1].
Eu fiz uma careta, lembrando o seu desejo de permanecer oculto. 
- Não, eu não me importo. Mas não iria explodir as coisas pra você se o vissem andando pelo mercado, somente pra comer uma barra de chocolate? Ele piscou para mim e sorriu. 
- Sim, isso poderia acontecer, mas estou preparado. 
Ele estendeu a mão para o banco e abriu uma revista. Levou toda a minha força de vontade para não inclinar-me para sentir se o seu cheiro era tão bom quanto parecia. Eu já tinha visto isso antes, mas não tanto como ele fez agora, tão perto. Ele recostou-se na cadeira, e não contive um sorriso em meu rosto. Ele colocou um boné de beisebol preto com a letra A na frente, que eu imediatamente reconheci como o logotipo da Universidade do Alabama. 
- Ótimo toque. Eu disse sorrindo para ele, sobre a sua tentativa de se manter incógnito. Então ele deslizou um óculos escuro.
 - Não é um pouco tarde para usar óculos de sol? Ele sorriu. 
- Na verdade, estes são para a noite. São os óculos usados para ver, para não sombrear o sol. 
Seu jeans e camisa preta agarraram-se a seu peito musculoso e braços. Eu fiz uma careta. 
- Não, você vai ser notado nesta camisa. 
Ele olhou para si mesmo. - Você acha mesmo? 
Eu tentei não gaguejar em estado de choque que o seu sorriso causou ao meu sistema emocional. 
- Eu sei. Qualquer garota em um raio de 10 quilômetros vai olhar diretamente pra você, se você usá-la. É impossível não fazer isso. 
Um sorriso enorme se espalhou em seu rosto. 
– Quer dizer que você gosta desta camisa? Eu sou impossível de não notar? 
Suspirei e sentei-me um pouco mais ereta. 
- Eu sou madura para minha idade, Jax, não cega. 
Ele riu novamente e abriu o compartimento sob o assento.
- Tanto quanto eu gosto da idéia de que você não pode tirar os olhos de cima de mim, eu não quero chamar atenção, assim, o que você acha sobre isso? Ele caiu em uma velha, azul e desbotada camisa Jeans. Ela cobriu seu corpo de uma forma impressionante. 
- Muito melhor. Eu assegurei a ele assim que o enorme veículo utilitário havia parado.
 Jax baixou o vidro novamente. - Kane, não abra as portas e vá para o estacionamento. Eu quero parecer normal, simplesmente saindo do carro.
Kane franziu a testa e balançou a cabeça. 
- Então vamos às compras!
Jax levantou-se, pegou na minha mão, e eu fui atrás dele. Caminhamos em silêncio em direção à entrada do supermercado. De repente, fui assaltada pelos meus nervos. E se as pessoas o reconhecerem e o bombardearem com pedidos de autógrafos e abraços, e pior, gritos? Eu não queria que a sua tentativa de ser agradável fosse arruinada por loucas fãs adolescentes. 
Entramos na loja, e me virei para ver Kane atrás de nós. Ele parou e ficou fora da janela de vidro. Aparentemente, montando guarda caso acontecesse uma louca corrida de fãs. Eu devia ter adivinhado que o gigante servia como um guarda-costas. 
- Por onde começamos? Perguntou Jax, sorrindo enquanto puxava um carrinho de compras e entrava no Supermercado. 
- Você parece muito animado com uma pequena compra de alimentos. Eu disse baixinho, não querendo que nenhum dos que nos rodeavam pudessem me ouvir. 
- Eu não estive em um supermercado desde que eu era uma criança pendurada no carrinho da minha mãe e pedindo Big League Chew [1]. 
Eu senti pena pela criança que havia perdido tantas coisas tão simples, como uma ida ao supermercado. 
- Bem, então, vamos fazer esta compra memorável. Se você for bom, eu vou pegar alguns Big League Chew pra você. 
- Eles ainda são produzidos? 
Eu dei de ombros.
- Claro, nós estamos no Sul, Jax. As coisas não mudam muito por aqui. O Tempo parou por estes lados. 
Ele acenou com a cabeça.
 - Eu sei, é uma das razões pelas quais eu amo isso aqui. Ninguém está com pressa. 
Eu andava, e ele puxava o carrinho. Eu estava um pouco envergonhada quando eu percebi que ele iria testemunhar minhas compras e minhas pechinchas. Eu não tinha pensado que ele iria ver o quanto eu me preocupava com o preço do pão. Eu não podia sair dessa agora. Eu tinha engolir o meu orgulho e conseguir o que eu precisava. Peguei os pães. Não queria enfrentá-lo, mas eu sabia que ele estava observando.
Fui para a delicatessen e peguei o presunto que Jéssica amava. Eu odiava desperdiçar dinheiro em carnes caras, mas se não fizesse isso, eu teria de ouvir os gemidos de Jéssica durante uma semana. Um sussurro veio atrás de nós.
 - Não, mãe, eu sei que é ele!
Eu virei para ver uma menina de nove anos de idade, estudando Jax. Ele sorriu, e seu rosto iluminou-se. Ela deixou o lado de sua mãe e sua mãe estendeu a mão para pegar seu braço, mas não conseguiu. 
- Desculpe, mas ela está convencida de que você está Jax Stone. 
Jax apenas sorriu e deu de ombros e, em seguida, agachou-se a altura da garotinha. 
- Olá! Disse ele em um tom que, eu juro, poderia derreter uma lata de manteiga. 
- Você é Jax Stone, não é? Ele olhou para a mãe e a criança novamente e colocou um dedo sobre a boca. 
- Sim, sou eu, mas você pode guardar um segredo? Seu rosto se iluminou e ele sorriu de orelha a orelha. A mãe da menina parecia atordoada. Jax enfiou a mão no bolso da calça jeans e tirou um cartão.
- Aqui, este é o meu número de telefone e endereço de e-mail. Você tem uma caneta, Sadie? 
Eu estava tão fascinada como uma criança. Eu levei um segundo para registrar o que ele queria. Peguei minha mochila, tirei uma caneta e entreguei-a. Ele assinou-o e perguntou seu nome. 
- Megan Jones. Respondeu ela.
Ele puxou outro cartão e escreveu o nome dele. 
- Agora, Megan, diga a sua mãe para ligar para o meu agente. Ele estará esperando um telefonema de Megan Jones. Eu vou parar em Pensacola, na Flórida, durante a minha visita, e isso vai lhe dar assentos na primeira fila e um passe para os bastidores. 
A menina começou a gritar, e Jax novamente colocou um dedo sobre os lábios. Ela acenou com a cabeça vigorosamente e cobriu a boca. 
- Basta manter o segredo de que eu estou aqui, ok? 
Ela assentiu com a cabeça e ele beijou-a na testa antes de se levantar. Os olhos da mãe brilhavam. Eu percebi que as lágrimas também queimaram a parte de trás de meus olhos. A mãe da menina sorriu em meio às lágrimas. 
- Obrigado, eu não, eu quero dizer, eu não posso... - Ela respirou fundo e sorriu. Obrigado. Ela te ama. Você está em todas as paredes do seu quarto. 
Mais lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto, e ela enxugou-as.
- Desculpe, eu estou sendo tão boba, mas este ano não tem sido fácil para ela. Seu pai morreu no Iraque, e as coisas têm sido tão difíceis. Ela soltou um pequeno gemido e balançou a cabeça, sorrindo fracamente. 
- Muito obrigado. 
A menina correu para a mãe e entregou-lhe o cartão. Ela se virou para Jax, colocou o seu dedo mindinho na boca e sorriu. Ele se inclinou e soprou-lhe um beijo. A pequena mão da garotinha veio no ar e pegou o beijo invisível, e o colocou em seus lábios. Meu coração derreteu enquanto as assisti ir embora, a menina olhando para trás e sorrindo até que estivessem fora de vista. Enxuguei as lágrimas do meu rosto. 
- Sim, isso foi duro pra mim também. Ele se aproximou de mim, e enxugou uma lágrima de meu rosto, e colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. 
- No entanto, eu não queria te fazer chorar. Só que eu tenho uma fraqueza para os meus fãs mais pequenininhos. 
- Não, eu gostei de vê-lo. Foi lindo. Você foi tão doce com ela, e eu pude ver, com certeza, o melhor momento da sua vida. 
Jax sorriu. - Duvido que seja o melhor momento da minha vida. 
Eu levantei minhas sobrancelhas e disse: 
- Bem, você está errado. Quando tiver 30 anos de idade, ela ainda vai falar sobre a noite em que ela conheceu Jax Stone em um supermercado.
 Jax sorriu. - Se eu te der os passes do backstage e eu soprar um beijo pra você, esse será o melhor momento da sua vida? 
Eu consegui evitar ser hipnotizados por seus incríveis olhos focados em mim tão intensamente. 
- Não, isso só funciona com os fãs. 
Ele franziu o cenho e colocou a mão sobre seu coração. - Ouch... Isso doeu! 
Eu ri e fui direto para o corredor de cereais, deixando-o para trás e ele veio me seguindo. Conseguimos encontrar o resto das coisas que eu precisava, sem grandes dificuldades. Jax manteve seu olhar no chão.
Ele parecia muito interessado nas coisas que eu comprava, ele parecia um observador casual. No entanto, eu sabia que ele não queria fazer contato visual com ninguém. Ele tomou um grande pacote de manteiga de amendoim de Reese Cups [2] enquanto eu encontrei o seu Big League Chew na fila para a caixa, e acrescentei no meu carrinho quando ele não estava prestando atenção.
 Uma vez que as compras foram feitas, ele colocou tudo no carro e saiu do mercado. Kane estava parado esperando por nós, e então se voltou lentamente. O carro deu um “bip” e as luzes se acenderam quando nos aproximamos. Jax começou a colocar minhas compras no porta-malas, não percebendo ou ignorando Kane, pairando atrás de nós. 
- Eu o faço isso Sr. Stone. Kane disse, com sua voz profunda e áspera. 
Jax olhou para trás e sorriu largamente.
 – Não, eu cuido disso. Você já dirigiu por mim. Kane acenou com a cabeça, deu um passo para trás e deixou Jax terminar, mas não se moveu até que ele abriu a porta para nós. Jax suspirou e fez um gesto para eu entrar primeiro. Ele deslizou logo atrás de mim, sentando ao meu lado, em vez de na minha frente, desta vez. 
- Você está determinada a não deixar se impressionar com o meu cavalheirismo, e está tirando toda a graça disso. 
Disse ele sorrindo. Eu não o via como uma pessoa artificial e egoísta. Não depois da cena que eu tinha testemunhado no supermercado. Nunca me esquecerei do olhar da menina quando Jax beijou sua mão, enquanto ainda estiver viva. 
- Você compartilhará esses pensamentos profundos comigo? 
Eu dei de ombros.
- Estou apenas lembrando a expressão da menina. O que você fez foi muito amável. Não imaginei que você pudesse ser assim. 
Ele franziu a testa. - Como? 
- Bem, eu achei que você perceberia a menina, ou mesmo que você falaria com ela, mas você fez o seu sonho se tornar realidade. Ou seja, você poderia tê-la rejeitado ou fingir que não era Jax Stone. 
Eu parei de falar e olhei para ele, porque a sua boca formou um sorriso torto.
- O quê? Eu perguntei. 
Ele passou levemente o dedo da minha orelha e no meu queixo.
- Eu acho que você é a única garota que eu conheci que está impressionada com a minha bondade para com as crianças e não comigo mesmo.
 Meu coração trovejou em meu peito com seu toque. Encher meus pulmões com ar se tornou muito difícil nesse momento. 
- Bem, então você realmente precisa ser mais seletivo sobre com quem você gasta o seu tempo. 
Eu consegui dizer sem soar desnorteada. Ele jogou a cabeça para trás e riu, o que tornava impossível não sorrir de volta. 
- Você está certa, Sadie, eu devo fazer isso, e eu acho que encontrei alguém que eu quero passar um tempo, uma pessoa que tende a se lamentar por meninas que não conhece, e que perdeu o pai na guerra. 
Eu não queria pensar na doce menina sem um pai, pois as lágrimas já se acumulavam em meus olhos novamente, e eu pareceria mais ridícula.
 - Você vai se cansar de mim rapidamente. Eu sou entediante.  
Admiti em voz alta, antes que eu percebesse. Ele deslizou um dedo no meu queixo novamente, levantando minha cabeça. 
- Nada sobre você é chato ou entediante. A simples visão de que você acha que o é, faz tudo muito mais divertido. 
Eu fiz uma careta, então ele beijou minha cabeça, exatamente como ele havia feito com a menina, e riu baixinho. 
-Não franza as sobrancelhas, linda. Você me fascina. 
Meu rosto começou a esquentar, e meu coração batia tão forte no meu peito, que pensei que a qualquer momento ele iria pular da minha caixa torácica. Não era justo que tão facilmente, ele poderia me afetar assim. O veículo parou, fazendo com que eu notasse que estávamos de frente ao meu apartamento. Eu me assustei. 
- Eu nunca lhes disse como chegar aqui. 
Ele sorriu e abriu a porta. 
- Você trabalha para mim, Sadie. Tirei um tempo para procurar o seu endereço e dar a Kane antes de sair. 
- Eu não tinha pensado nisso. Eu murmurei. 
Ele saiu do carro e me ofereceu sua mão. Enfiei minha mão na sua e desci. 
- Eu posso levar as sacolas para dentro com você? Ele perguntou. 
- Não! 
Pensei que Jéssica poderia vê-lo, ou pior ainda, pensei sobre o que ela estaria vestindo, eu fiquei apavorada. 
- Hum, eu... É só que minha mãe não é muito favorável à companhia humana nos dias de hoje. 
Ele abriu o porta-malas do carro. 
- Bem, pelo menos deixe- me levar as sacolas até a sua porta. 
- Tudo bem. 
Eu andei ao lado dele até a porta, tirando as sacolas de seus braços uma vez que chegamos lá. Então tirei os chocolates da sacola e não sabia o que dizer, então cheguei a ele e os entreguei, e seu rosto se iluminou. O sorriso lembrou-me um pouco de suas fotos de menino, era um sorriso que nunca havia saído nas revistas. 
- Vou tomar isso como um sinal de que eu fiz algo muito bem.
 - Obrigado, mais uma vez, pela companhia e pela carona.  Eu disse, balançando a cabeça.
 - Quando você quiser. Ele respondeu, fazendo uma reverência a mim alegremente.
 O olhei pela última vez e entrei em casa. Fechei a porta e encostei-me nela. Jax Stone acabava de agitar o meu mundo, e não sabia o que fazer sobre isso.
[1] Chocolate
[2] Tortas de chocolate.
 
CAPÍTULO 5
Três dias se passaram desde a minha ida ao supermercado com Jax. Odiava me encontrar olhando para ter pequenos vislumbres dele. Em algum lugar, lá no fundo, eu realmente pensei que eu iria vê-lo outra vez. No entanto, após três dias de não colocar os olhos sobre ele, eu sabia que a nossa noite no supermercado, aparentemente, significou mais para mim do que para ele. Sim, ele me levou para fazer compras, e depois para casa, mas apenas por causa de sua promessa a Marcus. Claro, segurou minha mão por alguns minutos, mas a quem eu estava enganando, provavelmente Jax Stone segurava a mão de uma menina diferente a cada dia. 
Eu tive que encontrar humor na minha estupidez supondo que isso significava mais, ou eu me enroscaria em uma bola e choraria rios de lágrimas. Ele disse que estava fascinado, mas realmente não tinha dado conta que eu era só à fascinação do dia. Eu odiava pensar mal dele por não me procurar de novo, porque eu não poderia esquecer a maneira como ele tratou a menina, e eu sabia que ele não era um carinha superficial. Afinal, para Jax Stone, eu era apenas outra garota. Ele não havia prometido o seu amor eterno a mim, nem mesmo me disse que ia voltar a me ver. Despedimos-nos na minha casa, sem promessas. Nada do que ele disse me fez pensar que eu ia me levar de novo. Claro, disse que gostava de passar o tempo comigo, mas era como se eu pudesse me firmar mesmo em suas palavras. 
Pensando nisso eu estava ficando louca. Eu tinha de me concentrar em outras coisas. Eu disse não a Marcus, que me convidou para fazer um passeio de barco com ele e seus amigos no domingo. Eu perdi um bom tempo com meu amigo porque eu escolhi meu mau humor sobre Jax. Eu precisava ir e deixá-lo ir. Minha noite com Jax seria uma memória muito boa que eu nunca iria esquecer como aquela pequena menina. Quando eu cheguei à mansão Stone, a Sra. Mary me encontrou na porta. 
- Sadie, estamos ocupadíssimos hoje à noite. O Sr. Jax trará alguns amigos, e haverá dança e música e um bar aberto e muita comida! Então eu preciso de todos os meus funcionários mais jovens para servir a noite toda. Temos alguns uniformes especiais para isso. Marcus estará aqui em breve com o novo servente, William, e trazendo alguns outros amigos que também nos ajudando. Não se preocupe com a mudança nesse momento. 
Ela se virou e pegou um balde grande de algo não muito apetitoso. 
- Alguma vez você já descascou camarão? 
As palavras me falharam, e, aparentemente, o meu rosto mostrava meu horror, porque ela riu ruidosamente. 
- Claro que não, você é uma garota Tennessee. Venha, vou mostrar-lhe como descascá-los. Nós mesmos temos vinte quilos de camarão fresco que precisamos descascar e fazer diferentes aperitivos. 
Eu balancei a cabeça e rezei para que o meu estômago fosse de ferro, porque eu sabia que iria precisar para esta tarefa horrível. A Sra. Mary me deu uma bacia de lavagem, levou um balde vazio e colocou-a dentro. Ela trouxe uma grande tigela de aço inoxidável e colocou no outro lado da pia. 
- Aqui. 
Ela me deu um camarão, que eu não iria ver ou tocar morto ou frito, e muito menos cru.
- Primeiro você os descasca, assim como este, em seguida, leva-o pra cá, então você escorregar no canto superior direito aqui, e usa-o para obter este cabo preto.  Puxa tudo descascando e também o fio negro aqui e, em seguida, coloque o camarão na tigela limpa. 
Eu dei um pequeno aceno de cabeça e, em seguida, engoli a bile na garganta. 
- O que é esse fio negro? Eu perguntei. 
Ela sorriu.
 -Menina, pela cor de seu rosto, você não deve saber nada sobre esse fiozinho. Agora, apenas fique feliz que o Sr. Greg veio aqui mais cedo e tirou as cabeças destes para você, porque se você acha que isso é sério, você teria um grande problema cortando as cabeças.
 Eu levantei minha mão em sinal de protesto. 
- Por favor, não diga mais nada, pare. 
Eu disse, pois meu estômago estava revirando aos poucos. Ela me deu um tapinha nas costas.
 - Quando você tiver terminado com eles, você será uma verdadeira menina sul do Alabama. 
Estudei as criaturas na minha frente e eu decidi naquele momento que se é isso que eu preciso para ser uma verdadeira menina do sul do  Alabama, eu prefiro ser o que sou e me manter fiel às montanhas do Tennessee. 
Quatro horas mais tarde, depois de uma pequena ajuda de Marcus, e até mesmo uma pequena ajuda do Sr. Greg, nós tínhamos 20 kg de camarão limpo. Agora, eu nunca coloquei um na minha boca, mas eu tenho certeza que posso descascar e retirar as veias de um camarão "como ninguém...” Ou pelo menos o Sr. Greg disse que eu podia. A Sra. Mary veio e me entregou uma bacia de suco de limão e água. 
- Aqui, menina, mergulhe as mãos nisso. O cheiro vai desaparecer em cerca de dez minutos. 
Olhei com horror para as minhas mãos e eu notei o cheiro que eu consegui depois de trabalhar com os pequenos desagradáveis camarões, agora estava grudado em minhas mãos. Eu as coloquei na mistura de limpeza o mais rápido que pude. Meu rosto deve ter expressado meus pensamentos, porque a Sra. Mary jogou a cabeça para trás e riu de uma de suas profundas gargalhadas sempre me fez sorrir.
 - Menina, você com certeza torna este lugar mais interessante. Eu não sei o que eu estava fazendo antes de vir aqui para rir. 
Eu sorri e dei de ombros timidamente. Marcus entrou na cozinha e viu as minhas mãos na mistura de suco de limão, e depois se sentou ao meu lado e colocou as dele também. 
- Eu também tenho esse cheiro nos meus dedos e eu percebi que eu precisava de alguma ajuda urgente. 
Eu deslizei minhas mãos e dei-lhe um monte de espaço.
 - Eu não entendo é por que as pessoas comem essas coisas de forma voluntária. Acho que sua aparência é tudo o que é necessário para não comê-los. E se o aspecto desagradável deles não é suficiente, eles deveriam sentar e tentar descascar essas malditas coisas. 
Marcus sorriu e deu de ombros. 
- Acontece que eu gosto e muito dessas malditas coisinhas. Eu não resisti e revirei os olhos.
- É porque todas as pessoas da praia pensam que este é o alimento dos deuses, quando na verdade eles são apenas velhos alimentadores desagradáveis fundo do mar. 
Marcus balançou as sobrancelhas. 
- Talvez sim, mas com certeza têm um bom gosto. 
Eu fiz um som de vômito, e ele riu. 
- Bem, vocês dois, eu preciso me limpar e me vestir em uma hora. 
A Sra. Mary estava com as mãos nos quadris. Ela disse a Marcus: 
- Quando é que William e os outros estarão aqui?
Marcus olhou para o relógio digital do aço inoxidável da geladeira de tamanho industrial, e, em seguida, para a Sra. Mary. 
- Em 23,4 minutos, senhora. 
Ela revirou os olhos e voltou-se para o forno. 
- Uma vez que eles cheguem aqui, espero que você e William deem as suas ordens. Sadie, apenas faça como Marcus te direcionar. Ele fez isso antes pelo Sr. Jax, e está consciente de tudo. 
Marcus tirou as mãos e enxugou-as com a toalha que estava ao meu lado. Eu considerei a remoção das minhas também, mas decidi que eu tinha trabalhado mais com camarão do que o resto deles e precisava de mais imersão, então eu fiquei onde estava.
- Não é como quando você serve a família. Eles esperam que você sorria e se misture entre os convidados com comida em uma bandeja, e não esbarre em ninguém, ou deixe a sua bandeja. 
Seu olhar correu para a Sra. Mary, que ainda estava de costas, e depois voltou para mim. 
- Eu quero te advertir sobre uma coisa. Haverá muitos homens por aqui essa noite. E você não será invisível para eles. 
Ele estendeu a mão e pegou um dos cachos que caíam fora do meu rabo de cavalo. - Este cabelo e os seus olhos são difíceis de não notar, e embora eu tenha que dizer que Jax é um cara legal e não como a maioria dos homens em sua posição, alguns caras aqui hoje à noite não serão tão legais. 
Eu balancei a cabeça, não sei o que ele quis dizer com isso. 
- Tudo bem. Eu disse, esperando que ele entrasse em detalhes. Ele se inclinou em direção a minha orelha.
 - Eles irão flertar pesadamente e paquerar com você, e alguns podem até tocar em você, em algumas áreas impróprias. Diga-me se eles fizerem algo parecido. Eu não me importo quem é ou quanto dinheiro eles tem, é errado fazer esse tipo de coisa. 
- ok. 
Eu disse de novo por medo de que a minha voz trairia meu nervosismo se eu dissesse mais. 
Marcus levantou-se. - Você não está sozinha, então não se preocupe. Preston e Rock virão também. Essa é outra razão pela qual você deve me dizer se alguém mexer com você. Se Preston ver isso acontecendo, nós poderíamos ser expulsos daqui rapidamente. 
Com um piscar de olhos, ele saiu da sala. Eu fiquei lá com as minhas mãos no suco de limão e pensei o que pode envolver um flerte pesado, e como eu poderia sair bem deste evento hoje à noite.
 -Menina tire suas mãos, o cheiro saiu há uma hora. Agora você está deixando o cheiro de limão. 
Tirei-as para fora da mistura de limão e as sequei na mesma toalha de mão que Marcus havia usado. O odor de camarão havia sumido, porém o cheiro de limão havia ficado, mas era muito mais refrescante.
 - Ah, muito melhor. A Sra. Mary riu e balançou a cabeça.
 Eu parei, tomei a bacia que havia usado e derramei o suco de limão na pia, coloquei o recipiente na máquina de lavar. Não havia muito tempo para me trocar antes da festa começar, então eu lutava para manter o foco e não pensar no que poderia acontecer. Além disso, eu sou muito resistente. Inferno, eu acabei de descascar 20 kg de camarão! Eu poderia fazer isso dar certo.
 Marcus não podia esperar para sacrificar o seu trabalho e defender a minha honra. Não seria a primeira vez que um homem poderia fazer avanços indesejados contra mim. Preston poderia ser uma preocupação, mas eu não estava convencida de que Marcus estava certo sobre o interesse de Preston em mim. Quanto tempo isso pode durar, afinal? Ele pode lidar com qualquer coisa por algumas horas... Certo? 
O servente trouxe o que as meninas tinham que usar e me fez lembrar de um traje francês de empregada doméstica com um pouco mais de tecido. Marcus parecia tão preocupado em fazer-me sentir confortável durante esta noite, eu não podia deixar que ninguém soubesse o quão nervosa eu estava na realidade. Primeiro, sabia que veria Jax hoje à noite.
 O fato de que ele não havia feito nenhum esforço para me ver ou falar comigo depois da nossa ida ao supermercado, doía, mas a verdade é que eu não deveria ter esperado mais. Ele era famoso, rico e bonito, e eu trabalhava na cozinha. Isso me irritava quando pensava em todas as coisas que eu disse. Algo em seus olhos me fez querer derramar a minha alma. Eu era muito estúpida para ficar com o coração na lua por uma estrela do rock. 
Joguei meu cabelo em um coque frouxo no topo da minha cabeça, eu sempre pensei que isso me fazia parecer mais velha. E nesse momento eu precisava de toda a confiança que eu poderia reunir. Viver extensivamente em minha idade real, eu tendia a perder o bom senso em tempos de stress. Eu serviria ostras, pequenas coisas desagradáveis, e o coquetel de camarão, com o qual eu parecia ter formado uma ligação meio estranha, então eu não me importava muito. 
Marcus estava na cozinha conversando com Preston e Rock. Trisha e uma menina que eu me lembrava da piscina estavam de pé ao lado de rindo.
 - Ei. Eu disse, forçando um sorriso. 
As borboletas se estabeleceram no meu estômago, mas eu agi casualmente. 
- Sadie, você pode trabalhar comigo. Ofereceu-se Preston, com uma piscadela, e deu uma cotovelada em Marcus.
 - Pare com isso, ou eu vou mandar você pra casa sem dinheiro nenhum. Preston suspirou e encolheu os ombros. 
- Não se pode ser um homem amável por aqui não? Marcus revirou os olhos. 
- Agora, todo mundo, lembrem-se o que eu disse. As meninas ignoram e desencorajam qualquer progresso dos caras lá fora. - Todos eles concordaram, e a Sra. Mary interrompeu.
- É a hora do show meninos! Eu quero que todos formem uma linha para que eu possa inspecioná-los. 
Ver a Sra. Mary ser séria sobre tudo isso me fez sorrir. No início, ela parecia intimidante, mas agora eu sabia mais sobre ela. A Sra. Mary era a querida senhora que mantinha as coisas sob controle. 
- Suas bandejas estão sobre a mesa, sempre alinhadas e sempre no mesmo lugar. Vão e peguem as bandejas que já estão separadas para vocês. Sem tempo para descansar, e se tiverem que ir ao banheiro, eu tenho que aprovar primeiro, ok? Espero que nenhum de vocês fume, porque eu não vou tolerar fazer pausa para fumar. 
Ela enxugou as mãos no avental assentiu. 
- Vamos, mexam-se!
 Todo mundo se adiantou e pegou sua bandeja. Marcus nos conduziu pelo corredor até a sala de jantar. 
- Vá por aqui. Quando te enviar, eu vou te dar instruções sobre o caminho a seguir em primeiro lugar. Faça como eu instruí e isso vai ser o dinheiro mais interessante que você fez. 
Ele sorriu para nós e outra menina riu. Eu queria rolar os olhos para sua expressão atordoada com o fato de que estava prestes a encontrarse com Jax, que era, no mínimo, dois anos mais novo do que ela. Eu queria dizer a ela para crescer, mas lembrei-me das borboletas no meu estômago, e tão ruim quanto eu me arrependo de admitir, eu sabia que elas estavam lá por causa Jax. Eu realmente não poderia atirar pedras em ninguém. Chegou a minha vez, e fui para a porta. Marcus sorriu e piscou.
- Eu estou aqui, e você fará tudo muito bem. Agora, vá para a esquerda e trabalhe o seu caminho ao redor da sala e faça em um grande círculo. 
Eu respirei fundo, passei pela sala de jantar, e fui direto para a pista de dança. A banda conhecida estava se aquecendo, obviamente, estava aqui somente para a ocasião. Todos os convidados lembraram-me as propagandas e anúncios da Abercrombie. Eles estavam misturados, dançando e conversando. Desliguei a sobrecarga de imagens e sons, me concentrei em ostras na concha na minha bandeja, e comecei a circular. 
As coisas estavam indo bem. Eu sorri enquanto eu caminhava por cada grupo de pessoas maravilhosas, alguns dos quais eu reconheci da televisão ou revistas. Eles levaram as ostras como se isso pudesse ter realmente um gosto bom e jogavam essas coisas desagradáveis em suas gargantas antes de colocar a casca de volta na bandeja. Isso foi uma das coisas mais grosseiras que eu já tinha visto. Eu mantive o meu sorriso no lugar e olhei para Marcus e outro com o canto do meu olho. Queria me certificar de que não esqueci nada. Eu vi que Marcus flertava abertamente com uma convidada, e reprimi um sorriso. Uma respiração quente fez cócegas na minha orelha. Eu congelei, mas não me virei para encontrar a fonte.
 - Parece que minha convidada gosta de seu amigo. Jax sussurrou em meu ouvido. 
Eu me virei para ele. 
- Ele é uma pessoa interessante. Jax olhou para mim como se estivesse tentando avaliar a minha atitude. 
Eu ofereci a bandeja, e sorri. 
- Seus sentimentos não serão afetados se eu optar por não aceitar o que você está oferecendo, certo? Eu não me atrevo a comer uma dessas coisas.
 Eu sufoquei uma risada e sacudi a cabeça. 
- Jamais o culparia por isso. Sussurrei. 
Jax levantou as sobrancelhas. 
- Nós temos algo em comum. Dei-lhe o meu melhor sorriso despreocupado. 
- Aparentemente. 
Eu sabia que estar em pé e conversando com Jax logo todos começariam a falar, e não queria esse tipo de atenção, então eu assenti com a cabeça, e saí. Sem olhar para trás, eu fui para o próximo grupo. Levou toda a minha concentração esquecer o calor que ainda adere ao meu ouvido e me concentrar no meu trabalho.
- Só de como uma dessas, se você me deixar alimentá-la primeiramente. Um rapaz alto "todo loiro americano" piscou para mim, e eu despertei de meu torpor de Jax. Eu dei-lhe um sorriso forçado, então balancei a cabeça. 
- Desculpe. - Eu consegui falar sem que minha voz traísse meus nervos. 
- Não me deixa alimentá-la com ostras, hein? Bem, que tal uma caminhada pela praia?
 Eu comecei a dizer não quando o cara que estava ao lado dele saiu do meu lado, e eu o reconheci imediatamente como Jason Stone. 
- Trey, deixe-a quieta, ok. Ela foi contratada para trabalhar, somente isso. 
Trey franziu a testa e voltou sua atenção para mim. 
- Eu acho que se ela está bem com uma caminhada, então, depois que ela terminar esta noite, Jax não teria nada a dizer sobre isso. Além disso, o que você espera quando ele deixou uma bela loira do sul servindo os pratos? Ele estava fazendo barulho na frente das pessoas. Eu devia esperar por isso.
 Jason olhou para onde Jax estava, mas eu não me atrevi a fazer o mesmo. Eu percebi que Jason parecia um pouco nervoso. 
- Ouça Trey, Jax não contrata as pessoas. Precisamos de alguém para lidar com a contratação de funcionários. Eu deliberadamente não a colocaria aqui como se fosse parte do cardápio, então a deixe em paz. 
Jason me cutucou e eu tomei isso como minha deixa para sair. Entrei para o grupo seguinte com minhas mãos tremendo e meu coração batendo. 
- Espere, eu nunca recebi as minhas ostras. 
Dedos fortes prenderam em volta do meu braço, e eu lutei contra a vontade de jogar e correr. Eu deixei ele me puxar para trás, porque a minha outra opção significaria que as ostras cairiam por todo o chão. Rapidamente procurei no meio da multidão por Marcus, temendo que ele viesse voando para me resgatar e perdesse o emprego. Eu tive que permanecer em silêncio para evitar que ele soubesse sobre a minha situação. Mantive expressão de dor no meu rosto, pois o punho de ferro de sua mão estava começando a me machucar.
 De repente, outro conjunto de dedos quentes gentilmente, mas com firmeza, pegou o meu outro braço. 
- Solte o braço dela Trey, e reze para que não tenha nenhum machucado nela. Disse uma voz familiar em um tom muito irritado.
 Estremeci com alívio ao ouvir o som de sua voz. Trey soltou meu braço, e encolheu os ombros, sorrindo. 
- Eu só queria uma ostra, e ela não me serviu.
 Eu abri minha boca para protestar quando os dedos quentes segurando gentilmente meu braço me apertou para me mostrar segurança. Então, eu fiquei quieta.
 - Jason, por favor, acompanhe o seu amigo até a porta. Eu não tenho nenhuma outra razão para conversar com ele a não ser que Sadie tem uma contusão, alguma marca duradoura de suas mãos, ai então eu vou vê-lo novamente.
 Jax levou a bandeja para fora da minha mão e entregou-a a Marcus. Eu não tinha percebido que ele estava ali. Marcus tinha uma careta no rosto, ele estava aparentemente, muito preocupado. Eu dei um pequeno sorriso, na esperança de aliviar suas preocupações. 
- Venha comigo. Jax disse em uma voz apenas alta o suficiente para eu ouvir. 
Eu deixei ele me levar pelo corredor e na sala conhecida como a biblioteca. Ele fechou a porta, então se virou para mim. 
- Você está bem? 
Ele perguntou com uma voz preocupada. Um arrepio correu pelo meu corpo. Eu balancei a cabeça. 
- Eu estou bem, realmente. Marcus me avisou que algo assim poderia acontecer, então tentei vir mentalmente preparada. 
Jax murmurou o que parecia ser uma maldição e me puxou para uma grande cadeira de couro. 
- Você não deveria estar no serviço hoje. Eu não sei o que a Sra. Mary estava pensando. 
Suas palavras me chatearam. Eu imediatamente senti a necessidade de defender a Sra. Mary e eu. 
- Eu sou muito resistente e acho que ela confiou em mim para servir e segui suas instruções muito bem. Eu não vejo como é culpa dela, se um idiota achou que eu estava no cardápio também. 
Jax olhou para mim confuso, e depois sorriu. Ele veio e se sentou ao meu lado. 
- Eu não pensei que você não era capaz de servir. Quero dizer que você é muito jovem e bonita demais para ser ostentada na frente dos caras que pensam que têm dinheiro suficiente e poder para tomar o que eles querem.
 Minha garganta estava seca, com suas palavras. Ele sorriu e inclinouse e perguntou em voz baixa. 
 - Você sabe que você é linda, não sabe? 
Engoli em seco, esperando conseguir falar como se não houvesse um nó me bloqueando a minha garganta.
 - Eu não diria "linda". Eu sei que tenho cabelos e olhos bonitos. Sou parecida com minha mãe. Mas eu não tenho uma boa personalidade. Então, realmente o resto não se leva muito em conta. 
 Minhas palavras foram ditas em voz alta, mas eu percebi que consegui despir a minha alma para esse cara de novo. O poder que Jax tinha sobre mim me incomodou. Jax sorriu e pegou um dos meus cachos soltos e brincou com ele de braços cruzados.
- Então, sua personalidade é ruim, certo? 
Ele riu então, e eu endureci. Ele traçou minhas bochechas e a ponte do meu nariz. 
- Desculpe ser o primeiro a dar a notícia, mas sua personalidade passa a ser o seu bem mais encantador. 
Procurei algum sinal em seu rosto perfeito dizendo que ele não quis dizer o que disse. 
- Eu não acredito que você disse isso. Finalmente eu o ouvi dizer algo.
Ele tocou o dedo em meus lábios. 
- Eu acho que eles ficam aquém de sua personalidade. 
A sensação de formigamento quente trabalhou seu caminho através das minhas veias, e eu tremi. 
- Ah, e você vai e faz algo tão lindo como sentir calafrios, e quase quebra a minha boa vontade. Ele deixou cair as mãos do meu rosto e me fez parar de sentir essas coisas incrivelmente maravilhosas. Ele levantouse, caminhou até uma prateleira de livros, e encostou-se nela como se posando para uma câmera. 
- Eu posso ser bom por aqui. É um território muito mais seguro. 
Eu fiz uma careta, e ele me deu um sorriso culpado. 
- Você me tenta, Sadie White. Você é doce, honesta, carinhosa, perfeitamente original, e por todas essas razões, eu estou mantendo distância de você. 
Franzi a testa, sem saber por que todas essas coisas significava que ele tinha que ficar longe. 
- Sadie, eu sempre consigo o que eu quero. Mesmo antes de me tornar rico e famoso, eu tinha um talento especial para conseguir o que eu desejava. Agora eu tenho fama e fortuna para conseguir o que eu quero quando eu quero e, pela primeira vez na minha vida, eu quero algo que eu não posso ter. 
Ele me deu um sorriso triste. 
- Pela primeira vez, o objeto que eu quero é mais importante do que a realização dos meus desejos. 
Antes que eu pudesse formar palavras para responder, ele abriu uma gaveta e tirou várias revistas e estava diante de mim. 
- São da coleção da minha mãe. Ele explicou. 
Eram fotos dele com as estrelas de cinema, lendas do rock, e até mesmo o presidente. Seu nome era ligado a várias mulheres famosas, e sua vida pessoal exposta para que todos pudessem para ver. Tinha visto artigos como estes antes, mas depois de conhecer Jax realmente e conhecê-lo como uma pessoa real, parecia difícil pensar nele como a estrela do rock dos meios de comunicação representados. 
- Olha.
 Ele disse com um sorriso.
- Minha vida não é normal. Não há espaço para ter uma amizade ou um relacionamento com alguém como você. A cada dia eu quero passar mais e mais tempo com você, e para ser honesto, a amizade não é realmente o que eu mais desejo quando se trata de você. Encontro-me querendo muito mais, mas qualquer garota que entra em um relacionamento comigo tem que ser fria para suportar a vida eu sou forçado a viver.
 Ele sorriu e caminhou em minha direção. 
- Você é tudo sobre o que escrevo nas minhas músicas, mas eu nunca posso ter. 
Estudei as fotos no meu colo. Era mais fácil olhar para as coisas do que ouvi-lo dizer coisas que eu não queria ouvir. Mesmo que ele estivesse certo. Quanto mais tempo eu gasto com ele, eu o quero mais também, e eu não conhecia o garoto nessas fotos. Era alguém completamente estranho para mim. Só conhecia o Jax, doce, o cara que queria entrar em um supermercado e comprar um pote de manteiga de amendoim Reese e aproveitava o tempo para ser bom para as menininhas. Eu nunca seria capaz de caber em seu mundo, até queria discordar, mas eu não podia. Ele vivia em um mundo que eu nunca me encaixaria, e não podia protestar. Ele deu um passo à frente e parou diante de mim.
- Haverá um transporte para você lá na frente, dentro de alguns momentos. A Sra. Mary já têm instruções para deixá-la sair na parte da tarde. Você precisa tirar essa chateação do seu rosto bonito, porque, ela já sabe o que aconteceu, e se preocupa com você também. Ele passou ao meu redor e dirigiu-se pra porta.
- Fique aqui o tempo que você precisar. Tenho uma sala cheia de pessoas querendo saber o que eu estou fazendo com a bela loira que eu sequestrei. Ele sorriu maliciosamente, e imediatamente desapareceu em um gesto triste, antes de deixar o quarto.
 
CAPÍTULO 6
E tudo continuou da mesma forma. A Sra. Mary ainda sorria pra mim e preparava pra mim um pequeno desjejum quente todas as manhãs. O Sr. Greg me contava histórias de sua época na Segunda Guerra Mundial e na maioria dos dias eu estava perdendo no xadrez. Marcus e eu ainda conversávamos no caminho pra casa à noite. Eu mesmo fui para o esqui aquático e kneeboarding com Marcus, Preston, Rock, Trisha e Dwayne no domingo. Mas, mesmo com os novos amigos e trabalhando com pessoas que realmente se preocupavam com a minha vida, parecia sempre estar faltando alguma coisa. Havia um vazio, e eu sabia por quê. A parte frustrante é que eu me perdi. Obriguei-me aceitar o fato de que eu tinha perdido o meu coração para Jax Stone na noite do supermercado. 
A noite na biblioteca, quando ele admitiu ter interesse em mim, só colocou mais um prego no meu caixão. Eu me apaixonei por Jax. Ele foi o protagonista nos meus sonhos, tanto de dia como de noite. Meu coração disparava com a perspectiva de uma visão dele. Suas palavras me assombravam. Aqueles momentos em que eu não podia acreditar que Jax havia me notado o suficiente para me querer. Lembrei-me da tristeza em seus olhos quando ele saiu pela porta, e eu realmente acreditei que ele estava falando sério. Nada mudou o fato de eu trabalhar em sua casa e ele assinar meus contracheques. Nada mais do que por estas duas razões, qualquer coisa entre Jax e eu seria impossível. Mas isso não era tudo. Eu nunca poderia estar no seu mundo. 
Sentei-me na praia, à espera de Marcus terminar o seu turno e me levar para casa. O Sr. Greg saiu mais cedo por causa de seu desconforto. Saí, pois não havia nada para fazer. Eu puxei meus joelhos embaixo do meu queixo e apreciei a vista. As ondas estavam suaves esta noite. Deixei-me pensar em Jax e seu rosto quando ele sorriu. Ajudou eu me lembrar dele sorrindo e feliz, ao invés da expressão em seu rosto quando ele me deixou na biblioteca. Foi suficiente triste fazer parte de uma tragédia a La Shakespeare. A garota que nunca pensou que iria cair pela pessoa que nunca poderia amá-la de volta. De alguma forma, o fato de me sentar aqui e comparar a minha vida com Shakespeare mostrou o quão baixo eu tinham caído. 
Passos chamaram a atenção dos meus pensamentos focados em Jax, e eu percebi que Marcus devia ter terminado. Eu não me virei, fiquei onde estava e esperei até que ele parou atrás de mim. 
- Vista linda, não é? 
- Sim, é. Está com pressa para chegar em casa ou podemos fazer algo juntos? 
Ele deu de ombros e sentou-se ao meu lado. Sorri para mim mesma quando eu percebi que não tinha muita graça também. Eu tinha mais em comum com Marcus. Mesmo se ele não me deixasse arrepiada e me sentindo quente e formigando. Esses sentimentos foram viciantes, e não poderiam ser saudáveis. Nós assistimos as ondas em silêncio por alguns minutos antes de Marcus voltar-se para mim. Olhei em seus olhos e sorri. Meu amigo. Esse pensamento me fez sorrir ainda mais. Ele suspirou e balançou a cabeça. 
- O quê? Perguntei confusa. Ele me deu um sorriso tímido.
- Sadie, quando você sorri, você faz meu coração fazer coisas malucas.
 Ele corou e balançou a olhar de volta para a água. 
- Eu sei que eu sou três anos mais velho que você, mas você parece muito mais velha para sua idade. 
Ele tomou uma respiração profunda. 
- Bem, aqui vai, eu estou tentando te dizer que tenho sentimentos mais profundos por você do que somente amizade, então tenha paciência comigo. 
Isso não poderia estar acontecendo. Eu não sabia o que eu ia dizer. E este desastre poderia prejudicar a nossa amizade? 
- Se eu dissesse que não, você ainda seria meu amigo? Olhei para ele, esperando que as palavras que eu temia iriam mudar a nossa relação para sempre, enquanto um nó se formava em meu doente estômago. Eu não queria que isso acontecesse. Parecia tão injusto. Primeiro eu perdi a Jax, que nunca tive, para começar, e agora eu ia perder o meu amigo, o cara que sempre me fez rir quando eu precisei. 
- Sadie.
 A voz ouvida apenas em sonhos estes dias quebrou o silêncio, e eu me virei. Jax estava caminhando em nossa direção. Eu queria chorar. Eu não tinha certeza se elas seriam lágrimas de alegria ao ver o objeto da minha obsessão, ou ouvi-lo dizer meu nome novamente.
- Jax. 
Eu disse, um pouco ofegante quando me levantei e olhei para ele. Seu olhar passou por Marcus. 
- Você pode ir Marcus, eu providenciarei o transporte para Sadie. 
Ele despachou a Marcus como se estivesse zangado com ele. Olhei para Marcus. Um desafio brilhou em seus olhos, e eu percebi que eu teria que negar-me o que eu mais queria, um tempo a sós com Jax, a fim de salvar o trabalho de meu amigo. 
- Obrigado Jax, mas eu realmente prefiro que Marcus me leve para casa. 
Os olhos de Jax deixaram os meus, e ele franziu o cenho para Marcus antes de se virar para mim. 
- Por favor, Sadie, eu sei que não mereço, mas eu quero falar com você. Eu preciso falar com você. 
Minha resolução quebrou-se ao ouvi-lo dizer por favor. Eu não poderia dizer não novamente.
Olhei para Marcus, seu rosto mais irritado do que eu já tinha visto, e mais uma vez me trouxe de volta para a razão pela qual eu disse que não, para começar. 
- Jax, isso realmente não é necessário. Marcus me leva para casa todas as noites, e nós estávamos no meio de uma conversa que tem que terminar. Você tem coisas melhores a fazer do que levar para casa a sua ajudante de cozinha.
 Eu não tinha a intenção que as minhas palavras saíssem tão duras e ressentidas, e quando Jax fez uma carranca, eu me odiei. 
Ele afastou-se para que pudéssemos passar. 
- Claro. 
Ele disse com os olhos fixos na água, em vez de olhar pra mim. Se corações podem quebrar, o meu acabou de fazê-lo. Marcus pegou delicadamente minha mão e me puxou para longe de Jax para sua caminhonete. Eu sabia que tinha que desviar o olhar, mas não consegui. Como se ouvisse os meus pensamentos, Jax se virou para mim com um olhar assombrado em seus olhos. 
Marcus parou e largou a mão da minha. Ouvi Marcus suspirando de frustração antes que ele disse: 
 Abbi Glines – [Sea Breeze 01] - Breathe
- Eu espero que você saiba o que está fazendo, Sadie. Você só vai se machucar. 
Eu balancei a cabeça, porque eu sabia que ele estava certo.
- Desculpe. Eu sussurrei. 
Marcus merecia uma explicação, mas eu lhe daria uma. Isto era entre Jax e eu. Dei um passo para trás e olhei para o meu amigo. 
- Tenho que fazer isso.
 Foi a melhor explicação que eu poderia dar. Virei-me e o deixei, voltando para Jax. Um sorriso de alívio se espalhou sobre a face de Jax. Eu quase ri quando ele respirou fundo, como se estivesse segurando a respiração, esperando para ver se eu iria voltar. Ele apertou os olhos contra o brilho do sol se pondo. 
- Você estava certa. Você deveria ter ido com ele. 
Eu balancei minha cabeça. 
- Eu tentei, mas não consegui. 
Ele estendeu a mão e pegou a minha. A sensação de formigamento quente pelo meu braço e todos os membros do meu corpo.
 - Vamos, Sadie, vamos dar um passeio. 
Ficamos de mãos dadas enquanto caminhávamos ao longo da borda da água. Não conversamos. Fui até ele, porque eu não podia fugir. Eu precisava saber por que ele tinha vindo para mim, mas não perguntei. Eu esperei. 
Então, ele parou e olhou para mim. 
- Você sabe por que eu não queria que Marcus a levasse para casa? 
Deixe-me acreditar que eu o tinha perdido não era um caminho seguro para os meus pensamentos. Eu balancei minha cabeça. Jax soltou uma pequena risada. 
- Eu sou ciumento, Sadie. 
Fiquei ali, tentando fazer com que a sua admissão esclarecesse algo. Se ele me disse eu me perdi, não pude acreditar. O ciúme, no entanto, parecia muito difícil de entender. 
- Eu estive no meu quarto assistindo-os durante as últimas duas semanas, e me matava cada vez que te via sair com ele. Sentei-me no meu quarto e imaginei como eu reagiria se você se apaixonasse por ele.
Como eu poderia estar aqui e ver que você o olhar com esses olhos lindos, da maneira que eu quero que você veja somente a mim? 
Ele passou a mão pelo cabelo longo e escuro e suspirou. 
- Esta noite eu não podia ficar no meu quarto. Eu vi você aqui sozinha e lutei contra o desejo de te alcançar. Então ele veio e os vi juntos por mais tempo do que deveria. Minha decisão de ficar longe de você quebrou, e fiz meu caminho até aqui antes que eu pudesse parar. 
Ele franziu a testa e virou-se pra mim. 
- Ele parecia com um homem que sabe o que quer Sadie, e o problema é que ele quer o que eu quero. Se fosse algo ou uma pessoa qualquer, eu podia ir e deixá-lo levar. 
Seus olhos azuis olharam para mim. 
- Mas eu não posso deixar que ele a tenha. 
Se ele soubesse como cada pensamento meu se agarrava a ele e somente ele. 
- Marcus sempre será apenas meu amigo. Meus sentimentos por ele nunca serão mais profundos que isso. 
Jax se aproximou e girou um dos meus cachos soltos em volta do seu dedo. Prendi a respiração e olhei para ele. Finalmente, depois de um momento, ele colocou o meu cabelo atrás da minha orelha. 
- Tenho medo de não ser capaz de sentar-me e vê-la somente de longe. Acredite em mim quando eu lhe digo que eu tentei te empurrar pra longe dos meus pensamentos.
 Ele aproximou-se da água, o seu foco em algo distante.
- Minha vida não tem sido normal durante anos. Esta é a única vez que eu pude ser somente eu mesmo. O resto do tempo, eu estou na estrada, e, em várias ocasiões, eu estou no ar a caminho de Tóquio, Paris ou Roma. Eu viajo constantemente, meu nome está em toda parte, em revistas com fotos de garotas que, supõe-se, eu deveria estar namorando, mas o fato é que eu não tenho tempo para um relacionamento. Se outra adolescente famosa está perto, tiramos fotos juntos. É exatamente o que se faz, é o que é esperado de mim. 
Ele falou sobre um cara que eu não conhecia. Eu odiava lembrar que ele era o ídolo intocável. Ele virou-se pra mim e sorriu tristemente.
- É egoísta da minha parte, mas acho que não aguento mais. A vida média e medíocre que eu tenho... 
Ele estendeu as mãos para fora da casa e da propriedade à beira-mar em torno dele e me deu um sorriso que não alcançou seus olhos. 
- Bem, eu quero dizer que a minha vida pode chegar a ser algo, e eu quero compartilhar isso com você. Quando eu estiver na estrada este ano, viajando de cidade em cidade, eu quero ter as lembranças do meu tempo com você para me manter vivo. 
Ele estendeu as mãos como se estivesse oferecendo isso mim.
- Eu não quero mendigar ou prometer coisas que não posso lhe dar. Não há muito de mim para te dar, mas o que tenho é seu. Isso tudo depende de você, Sadie. Se você me quiser, eu sou seu. Se você não, então eu vou embora e eu vou deixá-la sozinha. Eu juro. 
Levantei-me e olhei para o cara de pé na minha frente, e eu sabia que eu tinha a dizer "não" e sair. Meu coração me fez lembrar com uma cotovelada no peito que sempre me arrependerei de não dizer "sim". Eu duvidava que alguma vez me sentiria assim por outra pessoa. Dei um passo a frente, e imediatamente e ele se aproximou de mim e me puxou contra ele. Nós estávamos lá, envoltos em nossos braços por muito tempo antes de nos mover ou falar. Eu sabia que não era a decisão mais inteligente, por que quando setembro chegasse e o verão acabasse eu iria me transformar em uma menina de verão a mais. Mas neste momento, nada mais importava. Eu sussurrei contra seu peito com força suficiente para me ouvir:
- Eu quero qualquer parte de você que eu possa ter. 
Seus braços me apertaram mais forte. Isto eventualmente poderia me quebrar. Eu amava Jax. 
Seus lábios tocaram minha cabeça, e fechei os olhos e apreciei a doçura do momento. Nos braços de outra pessoa isso não seria tão certo. 
- Eu quero passar mais tempo com você. Eu não quero perder um minuto. 
Ele disse, e eu acenti com a cabeça em seu peito, e então me inclinei para trás e sorri.
 - Amanhã, você vai pescar em alto mar comigo? 
Hesitei com sua pergunta. Eu trabalho todos os dias, exceto no domingo, ele sabia o meu horário.
 - Ainda tenho um trabalho, que eu me lembre. 
Jax franziu a testa e balançou a cabeça. 
- Você não trabalha mais pra mim. 
Eu endureci.
- Jax, eu tenho que trabalhar. Se você não me quer aqui, eu tenho que encontrar outro emprego. 
Ele colocou um dedo sobre os lábios e balançou a cabeça. 
- Não, eu vou cuidar de suas contas e suas necessidades. 
Eu recuei longe de seus braços. Meu estômago se contraiu. Eu não seria como minha mãe. Não preciso de um homem para cuidar de mim. Ele não pagaria para eu passar um tempo com ele. Eu respirei fundo esperando para explicar isso para ele entenda.
- Jax, ouça, é importante para eu ganhar o meu próprio dinheiro. Você não pode me pagar para passar um tempo com você, porque, de alguma forma eu me sentiria uma prostituta. Eu quero estar com você, mas você não deve me pagar por isso. Eu tenho que ser igual, e tão louco quanto parece, a única maneira que eu posso esperar para fazer isso é de alguma forma trabalhando pelo dinheiro que eu tenho. Por favor, eu gostaria de trabalhar com a Sra. Mary e o Sr. Greg e até com Marcus. Eu poderia ir para outro lugar, se você não quer que trabalhe mais pra você, mas eu gosto daqui.
 Jax suspirou e estendeu a mão para pegar a minha.
- Desculpe. Estou acostumado com as pessoas que tomam o meu dinheiro, sem nenhum tipo de reserva. Você não é como ninguém que eu conheço, então eu deveria ter percebido que você não se sentiria confortável com a minha proposta. Você pode ficar aqui o tempo que quiser e isso vai me dar uma razão para visitar a cozinha mais vezes.
 Ele piscou para mim e eu corei.
- Obrigado. 
Eu disse através do aperto na garganta, lutando contra as lágrimas de alívio e alegria.
 Jax sorriu.
- Eu deveria ser o único a agradecer. Eu não te mereço, mas eu sou grato que você não percebe isso. 
Eu ri para ele. 
- Venha pra dentro comigo, enquanto Kane cotira o carro da garagem.
 Então fomos para a casa dele. Eu percebi que eu estava indo pela porta da família, e parei. 
- O que aconteceu?
 Perguntou ele.
- Eu, hum, eu tenho que entrar pela porta lateral. 
Ele negou com a cabeça. 
- Eu concordo com você trabalhando pra mim, mas você não vai se limitar a entrada de serviço. Você está comigo, Sadie. Quando você está fora do seu horário de trabalho, você não é minha funcionária. Você é meu... Ar. 
Eu fiz uma careta. 
– Eu sou o seu ar? 
Ele sorriu. 
- Bem, namorada parece ser uma palavra muito vazia para explicar o que eu sinto por você. Estas duas últimas semanas têm sido como se estivesse controlando minha respiração. Quando eu a via com Marcus, meu peito ficava apertado, e tornava-se tão difícil respirar. Mas então eu via você sorrir e então eu podia respirar novamente.
Não é à toa que ele escrevia músicas. 
Meus olhos ardiam, e eu não gostei do fato de que eles sempre pareciam ter vontade de chorar quando eu estava com ele.
- Obrigado. 
Eu sussurrei por falta de palavras melhores. Eu não tinha um talento com as palavras também. 
- Então, isso significa que eu ganhei? Você me daria a honra de me acompanhar até minha casa como minha convidada, em vez de ajudante contratada? 
Eu sorri.
 - Enquanto isso for fora do meu horário. 
Ele suspirou em derrotado. 
- Vou pegar o que eu posso pegar né!
 Ele pegou minha mão e me levou para a casa. Eu não tinha certeza de como eu me comportaria na frente de sua mãe ou seu pai. Como é que eles reagiriam quando descobrissem que ele estava namorando a empregada? Mas, novamente, eu duvidei se pelo menos sabiam que eu trabalhava lá. Exceto pela única vez que servi a Jax, eu nunca tinha estado perto de um dos seus pais. 
Jax apertou minha mão. 
- Espere aqui, deixe-me pegar meu celular e Kane trará o nosso carro.
 Eu balancei a cabeça e o observei se aproximar do armário de casacos e abri-lo. Ele estendeu a mão e tirou à jaqueta de couro preta, que me lembrei de tê-la visto em uma foto recente de uma revista. Pegou em um bolso o aparelho fino e liso e bateu algumas vezes, e, em seguida, colocou-o no bolso. Ele virou o seu sorriso para mim e torceu o dedo. Meu coração pegou seu ritmo com a expressão de seu rosto. 
- O carro está nos esperando, minha senhora. 
Aproximei-me dele e enfiei a mão no seu braço estendido. 
- Sempre um cavalheiro. Eu brinquei. 
- Tudo o que é necessário para fazer à senhora sorrir. 
Uma vez em casa, eu estava deitada na cama olhando para o teto e pensando em como ele poderia abalar uma vida em dois meses curtos que não seriam o suficiente para manter o interesse de Jax. Mas eu o amava o suficiente para desfrutar a breve janela de tempo que teríamos juntos. 
Quando o verão terminasse e ele fosse embora, eu ainda teria minha mãe e o bebê para cuidar. Se eu continuasse a manter o meu 4.0 de GPA, a escola podia ser uma solução para manter a minha mente longe da dor. Mas, novamente, eu nunca poderia respirar novamente, uma vez que ele estivesse longe de mim.
 
CAPÍTULO 7
Entrei na cozinha na manhã seguinte e pendurei minha mochila no gancho antes de dar uma boa olhada na cozinha, onde eu sabia que a Sra. Mary já havia preparado o café da manhã para os Stone. 
- Bom dia, Sra. Mary. Virei lhe ajudar assim que eu me trocar, tudo bem?
A Sra. Mary olhou para mim e, em seguida, olhou para a mesa com uma careta. Eu segui seu olhar. Recostado na cadeira, olhando ridiculamente sexy para mim, estava Jax. Ele me deu um sorriso torto, e meu coração entrou em um frenesi louco. 
– Olá. 
Eu disse sem soar afetada por sua presença. Eu sabia que ele tinha dito que estaria na cozinha com mais frequência, mas não sabia o que isso significava tão cedo da manhã. 
- O quê? Por que você está aqui? 
Ele ergueu as sobrancelhas e sorriu. 
- Eu teria pensado que teria sido meio óbvio. 
Eu sabia que estava corando. Virei-me para a Sra. Mary e depois para ele. Eu sabia que ela não estava feliz com a presença dele, e eu sabia que isso poderia causar um problema.
- Tudo bem, Sadie. Ela não está brava com você. Ela está com raiva de mim. Você passou a ser a sua protegida. 
- Eu, hum, eu preciso ir me trocar. Eu estarei aqui em breve. 
Eu disse, esperando que carranca as Sra. Mary não fosse mesmo pra mim. Fui até a lavanderia. Meu coração estava batendo fora de controle. Saber que Jax queria me ver me fez muito bem, mas não quero perturbar a Sra. Mary de forma alguma. Jax murmurou algo que soou como se ele estivesse na defensiva. Eu precisava me apressar. Eu não queria deixá-lo sozinho com a Sra. Mary. Isso parecia bobo, já que ela trabalha para ele.
- Eu não vou machucá-la. Eu sei que ela é especial e eu tentei ficar longe, mas quando eu estou perto dela eu não me sinto tão frio e sozinho. 
Jax ficou na frente da mesa com a sua atenção na Sra. Mary. Eu estava na porta. A Sra. Mary virou-se pela cozinha e apontou para Jax com uma colher de pau.
- Eu entendo. No entanto, essa menina tem muito em seus ombros para uma menina de sua idade, e, bem, você não pode evitá-lo, mas você vai quebrar seu coração quando você for embora. 
Seu sussurro não foi tão silencioso. Ela virou-se para mexer a panela e balançou a cabeça. 
- Só não quero que você a machuque. 
Jax não respondeu imediatamente.
Finalmente, ele sussurrou: 
- Eu estou tentando descobrir como eu vou fazer isso dar certo, eu não quero prejudicá-la jamais. Dor é a última coisa que quero causar a ela.
 Eu esperei um minuto e, em seguida, entrei na cozinha. 
- Bem, Sra. Mary, por onde eu começo? 
A Sra. Mary me deu dois pratos. 
- Apenas vá e desfrute do seu café da manhã com o Sr. Jax. 
Virei-me para ele, enquanto caminhava ao seu lado. 
- Não discuta, por favor.
 Ele sussurrou pra mim, e pegou os pratos das minhas mãos e os levou para a mesa. Olhei impotente para a Sra. Mary. Ela sorriu e me deu dois copos altos com suco de laranja.
- Só coma com o rapaz antes que ele comece a implorar e envergonharse a si mesmo.
 Ela disse alto o suficiente para ele ouvir. Jax colocou os pratos sobre a mesa com um sorriso.
- É a verdade e você sabe.
 Ele disse ela.
Eu não pude deixar de sorrir. Tirei os óculos escuros e fui até a mesa. Jax puxou a cadeira para mim e me sentei. Ele sentou-se ao meu lado, colocou a mão debaixo da mesa e pegou minha mão. 
- Obrigado por dividir o café da manhã comigo. 
Eu sorri e acenei com a cabeça. Eu não acho que dizer "o prazer é meu” soaria bem. Eu devo ser a única a agradecer-lhe. Eu estava com tanta fome, e o pequeno café da manhã de hoje tinha um sabor muito melhor do que normalmente tinha depois que os Stone terminavam o seu café. Peguei um pedaço de bacon e o comi, mas o peso dos olhos de Jax me fez sentir desconfortável. Engoli em seco e murmurei, não querendo que a Sra. Mary nos ouvisse.
- Eu não vou ser capaz de comer, se você continuar me encarando desse jeito. Ele sorriu.
- Desculpe, é apenas algo que eu não tinha visto antes.
 Eu fiz uma careta, não sei o que ele quis dizer. 
- Você nunca viu uma menina comer? Eu perguntei confusa. 
Ele riu.
- Bem, agora que você mencionou, não, eu tenho visto muitos comerem. Normalmente eles não podem comer na minha frente, ou eles simplesmente não o fazem. Mas o que eu quero dizer é que eu nunca vi você comer, e é bonito. Eu não queria te constranger. Desculpe.
 Ele me lembrou daquele menino novamente, tentando escapar de uma punição, e eu não pude deixar de sorrir.
- Tudo bem, mas você já me viu, então pare de olhar para mim e coma seu café da manhã antes que esfrie. 
Ele sorriu e olhou para a sua própria comida. A porta da cozinha se abriu e Marcus veio assobiando. 
- Bom dia, Sra. Mary, você tem algo de bom para comer? A Sra. Mary lhe deu um aviso silencioso que disse claramente para ele se comportar, e Marcus franziu a testa e virou-se para nós. Jax se recostou na cadeira e tomou um gole de suco. 
- Ah. Bom dia, Sadie, Sr. Stone. 
Jax cabeça acenou para Marcus, e o olhar de Marcus não parou por aí. Ele foi para a lavanderia se trocar. Eu suspirei de alívio que ele não disse nada estúpido. Jax se inclinou para mim.
- Nada do que ele possa dizer vai me fazer demiti-lo, a menos que seja contra você, então pare de se preocupar. Ele está com raiva de mim, e uma parte minha não o culpa por isso, mas a outra parte está aliviada que você quer a mim e não a ele. 
O lugar no meu coração, onde Jax passou a residir, cresceu e expandiu. Eu não podia não sorrir.
- Obrigado. 
Ele deu de ombros e se inclinou para trás.
- Você não tem nada que me agradecer, mas eu gosto disso.
O resto do café da manhã correu bem, e Jax me chamou de lado antes de eu ir para ajudar a limpar o café da manhã.
- Tentarei ficar longe de você, se eu puder, enquanto você trabalha. Mas assim que você tiver terminado, eu virei para você. 
Um sorriso bobo caiu em meu rosto, e eu assenti. Ele pegou minha mão e beijou-a ternamente antes de sair. Obriguei-me a empurrar os pensamentos de Jax de lado para me concentrar no resto do dia. Várias vezes, um formigamento quente atravessava meu corpo e meu coração disparava, eu sabia que ele estava me observando. O fim do meu dia de trabalho não poderia vir mais cedo. Assim que eu saí da lavanderia depois de trocar meu uniforme pelas minhas roupas, uma mão agarrou meu braço.
- Venha comigo. 
Jax sussurrou, e eu deixei ele me levar pelas escadas que eu nunca tinha usado e através de várias portas e corredores que nunca soube que existiam. Finalmente, estávamos na porta de seu quarto. Ele claramente se lembrou da última vez que estive aqui, mas estar lá dentro, andando ao seu lado fez tudo diferente. Este era o lugar onde ele dormia e escrevia canções. Algo dentro de mim sabia que toda vez que me aproximava dele, tornava-se muito mais difícil ter que deixá-lo ir.
 Ele entrou, fechou a porta e virou-se para mim sorrindo. 
- Eu queria que você visse o meu quarto. Bem, eu acho que eu deveria dizer que eu queria que você visse o meu quarto comigo.
 Ele pegou minha mão e me levou até a parede de guitarras. Ele chegou à velha guitarra usada, e a retirou da parede. A veneração que ele tinha pelo instrumento me fez sorrir. 
- Essa deve ter sido a sua primeira guitarra. Parece muito especial pra você. Ele acenou com a cabeça e a entregou pra mim. Tomei a madeira fresca e dura em minhas mãos e estudei a escrita sobre ela. Primeiro pensei que foi autografada por alguém famoso, mas olhando-a mais de perto, eu vi a letra de criança que dizia claramente "Jax Stone". Corri meus dedos sobre o nome, imaginando quanto tempo passou para ele desde que escreveu ali o seu nome. 
- Quando eu tinha sete anos, eu implorei a meus pais por uma guitarra. Eles não compraram porque no ano anterior eu chorei por uma bateria e não fui assistir às aulas. Eu prometi que eu iria aprender a tocar sem aulas, se eu pudesse ter apenas a guitarra. Eles levaram dois anos para finalmente me dar. Acordei um Natal, e ela estava em pé na frente da árvore de Natal. Eu nunca vou esquecer a emoção que correu através de mim. Peguei a guitarra e corri direto para o meu quarto. Toquei até que eu aprendi a tocar o refrão de "Wanted Dead or Alive". Foi quando eu percebi que eu poderia tocar de ouvido. Eu tinha lido as notas uma vez. 
- Eu aposto que seus pais ficaram surpresos. 
Ele riu e acenou com a cabeça.
 - Sim, não são todos os dias uma criança de nove anos pega uma guitarra e toca uma música do Bon Jovi, sem nenhum treinamento formal. 
Eu sorri e dei-lhe a guitarra. 
- Então, é assim que tudo começou. Não é à toa que você a tem no centro de tudo. 
Ele balançou a cabeça e voltou-se para pendurá-lo na parede novamente. 
- Não, espere.
 Eu estendi a mão e toquei-lhe o braço. Ele olhou para mim. 
- Toque para mim. 
Ele se virou para a parede de guitarras caras. 
- Bem, na verdade eu te trouxe aqui para te dar o meu presente, que é um ímã para meninas. Ele me deu um sorriso irônico. 
- Tendo em vista que a minha personalidade de estrela não te impressiona, vou te enganar e tocar com a Fender Stratocaster (1) original e tocar pra você um dos meus números um e ver se eu posso levá-la a tornar-se massa em minhas mãos.
 Eu ri e balancei a cabeça. 
- Desculpe desapontá-lo, mas a sua Fender Stratocaster original e um hit número um, eu já ouvi inúmeras vezes no rádio, eu não me tornarei massa mole em suas mãos. No entanto, se eu ouvir você tocar essa  guitarra e a primeira música que você tocou, eu vou ver o que posso fazer para que me torne uma massinha de modelar pra você. 
Ele suspirou profundamente e sentou-se na beira da cama, bateu um lugar ao lado dele, e eu me sentei.
- Eu estou trabalhando com a desvantagem de uma velha guitarra gasta e uma música que eu não toquei em anos, mas se é isso que é preciso para te impressionar então aqui vai. 
Ele começou a tocar e logo juntou a sua voz à guitarra.
Se ele queria que eu me tornasse massa de modelar, isso realmente aconteceu porque o som de sua voz aqueceu meu corpo inteiro. Queria fechar os olhos e imaginar o menino em seu quarto na manhã de Natal. Eu podia ver o menino antes de se tornar uma estrela. O desejo que ele fosse normal, e não famoso, ficou mais forte em mim. Eu me senti culpada, mas eu não podia me sentir diferente. Se ele fosse um cara normal que tocava guitarra e cantava para mim, e passeava comigo pela praia. Permiti-me olhar para ele enquanto ele cantava as palavras, com um sorriso no rosto. Imaginei-o cantando para si mesmo como uma criança, enquanto caminhava ao ar livre que fingia ser um cowboy. A canção chegou ao fim, e ele sorriu.
- Bem, o que você acha? Eu sorri. 
- Perfeito.
 Ele riu e balançou a cabeça. 
- A maioria das meninas querem músicas românticas, e você quer uma canção sobre um cowboy procurado vivo ou morto. 
Ele colocou a guitarra novamente na parede. Bateram na porta e Jason Stone entrou. Ele me viu e parou. 
- Uh, desculpe. Eu não sabia que você tinha companhia. Eu só ouvi a velha música e pensei que eu deveria vir e ver o que causou essa memória do passado. 
Jax se virou e sorriu para o irmão.
- Tudo bem. Você pode entrar. 
Jason entrou e fechou a porta atrás de si.
- Eu trouxe Sadie aqui para jogar um dos meus números favoritos que eu já fiz e eu vim a perceber que ela não tem um favorito. Não gosta de nada. 
Eu ri de sua expressão, e a expressão de espanto Jason tornou-se instantaneamente um sorriso quando percebeu que seu irmão só queria me irritar. 
- Não é verdade. Acontece que eu gosto da música que você canta sobre a luta para encontrar a si mesmo. 
Jax chegou a outra guitarra e congelou. Ele se virou para mim. Eu não sabia o que eu disse de errado, mas ele me olhou muito sério nos olhos pelo que pareceu uma eternidade. Lentamente, um sorriso se formando em seus lábios perfeitos, pouco depois ele perguntou. 
- Sério? 
Eu balancei a cabeça, não sei por que ele ficou surpreso. 
- Eu também. 
Ele finalmente disse, antes de abaixar a outra guitarra. Olhei para seu irmão, confusa, e Jason sorriu. 
- "War Inside" foi a primeira canção que Jax escreveu. Ele lutou com unhas e dentes para conseguir lançá-la. Até este ponto em sua carreira, ele tinha apenas músicas gravadas escritas por outras pessoas. Ele lutou com "War Inside" e ela nunca chegou ao número um, mas estava no top ten. Posteriormente, foram dadas a ele as rédeas livres sobre o que ele cantaria em seus álbuns. 
Eu balancei a cabeça. Jax tinha tomado outra guitarra e ficou ao lado da cama me olhando. 
- A maioria das garotas gostam das minhas canções de amor. 
Ele deu de ombros. 
- Você continua me surpreendendo, Sadie. 
Tentei me lembrar uma canção de amor que ele tinha gravado, mas nenhuma veio à minha mente. Em casa, Jéssica forçou-me a ouvir as músicas da década de oitenta. Ela escutou um pouco mais. A música não era algo que eu sabia muito.
- Bem, cante uma das suas famosas canções de amor.
 Eu sorri e ele tocou uma melodia suave e macia. Logo se juntou a sua voz, e eu me encontrei incapaz de tirar os olhos dele. 
“Só para fazer seus olhos brilharem, eu faria qualquer coisa. 
Eu poderia deixar tudo isso para saber que você é minha garota. 
Só de estar com você e ouvir a sua risada é o que te faz ser a minha outra metade. 
Eu estava perdido e frio dentro de casa quando o seu coração chamou o meu.
 Agora eu sei que você é a única coisa que me mantém suportando, quando o resto do mundo parece desmoronar.
- Não me deixe agora! Eu não posso fazê-lo! Não me deixe agora. Eu não sou forte o suficiente! Você é a razão que eu posso pegar essa guitarra e voltar a cantar. Não me deixe agora, ou eu vou quebrar. 
Eu sei que às vezes a vida comigo é difícil. 
Estou preso entre luzes e multidões. Mas você é a razão de eu continuar tocando. 
Sem você, garota, tudo iria morrer.
 Apoie-se em mim através desta viagem, por favor, porque se você deixar de ir eu vou também. 
Se o brilho em seus olhos começa a desvanecer-se, meu coração não vai bater e música desaparecerá. 
- Não me deixe agora! Eu não posso fazê-lo! Não me deixe agora. Eu não sou forte o suficiente! Você é a razão que eu posso pegar essa guitarra e voltar a cantar. Não me deixe agora, ou eu vou quebrar. Não me deixe agora, ou eu vou quebrar. Garota, se você me deixar, tudo vai desmoronar...”
 
Sua voz suave e rouca parou e lentamente tocou guitarra. Quando a música terminou, eu olhava para ele incapaz de dizer qualquer coisa. Ele sorriu timidamente. 
- O primeiro número que eu escrevi. É a música que as meninas sempre querem ouvir. 
Eu sorri e então suspirei. 
- Eu gostaria de poder fazer uma piada, mas depois do seu desempenho, eu não sei se me levanto e aplaudo ou se desmaio. 
Ele jogou a cabeça para trás e riu. 
- Ah, finalmente! 
- Eu gostaria de ter aprendido a tocar guitarra. Eu nunca tinha visto uma menina que não balança quando ele começa a cantar uma canção de amor. 
Disse Jason. Eu encolhi os ombros em derrota. 
- Eu gostaria de poder discutir, mas eu tenho que admitir, vê-lo cantar essa música e tocar guitarra é incrivelmente difícil de resistir. Eu já tinha ouvido cantá-la antes, mas nunca com a imagem que você me deu, e nunca mudarei de estação quando ouvir novamente. 
Jason riu e sorriu pra Jax. 
- Nunca vou deixá-lo passar sem ser lembrando que nem todos são afetados por quem eu sou certo? Nós não queremos que você se torne mais difícil. 
Jason riu novamente.
- Você é um problema desde a primeira vez que soube que era um prodígio. 
- Eu estou apenas brincando. Eu nunca ouvi suas músicas. A verdade é que eu quase não ouço música no rádio. Nós só temos um rádio em casa, e minha mãe ama os anos oitenta. Eu sei mais músicas daquela época do que do tempo atual. 
- Eu odeio a música dos anos oitenta, eu sinto muito por você.
 Jason disse com sinceridade. Eu sorri e dei de ombros.
- Não é tão ruim quando é tudo o que você já ouviu. 
Jason ergueu as sobrancelhas, como se não tivesse certeza. 
- Ah, sim, claro. Ele disse e fez uma careta.
Jason olhou pra Jax atrás de mim, e depois limpou a garganta e se levantou. 
- Hum, bem, eu acho que estou indo. Eu tenho que estar em outro lugar. Vemos-nos por aí, Sadie.
- Ok, adeus. 
Voltei minha atenção para Jax após a saída apressada de seu irmão. 
- Por que você o mandou sair? 
Jax fingiu inocência. 
- Eu não tenho nenhuma idéia do que você está falando. Você o ouviu falar, ele tinha que estar em outro lugar. 
Eu ri. 
- Claro.
 Jax sorriu, aproximou-se de uma cômoda e abriu uma gaveta. 
-Se eu te der uma coisa minha você aceitaria? Se eu realmente quisesse que você a tivesse? 
Eu não tinha certeza de como responder. 
-Hum, eu acho que depende do que você quer me dar. 
Ele pegou um iPod e o trouxe pra mim. 
- Eu quero que você fique com isso. É meu e têm vários músicas incríveis, mas eu quero que fique com ele, pois cada música que eu gravei está aqui também.
 Peguei o iPod de suas mãos. 
- Obrigado. 
-Se você não quiser me ouvir, tudo bem. Há outros cantores se quiser, coloque outros também, ou eu posso colocá-los pra você. 
Ele chegou à gaveta.
- Oh, e aqui está um fone de ouvido. Vou pegar um sem fio, mas você precisa fazê-los de acordo com suas orelhas. Nós podemos fazê-los no domingo. 
Eu ri com o seu entusiasmo.
 -Estes fones estão ótimos. 
Ele balançou a cabeça. 
-Você diz isso agora, mas se você já usou um fone de ouvido sem fio, sabe que não é verdade. 
Suspirei e concordei.
- Tudo bem. 
Ele parecia tão animado por ser capaz de me dar algo que eu não queria estragar isso. Eu gostava de vê-lo agir como uma criança. Minhas entranhas foram suavizadas durante as vezes que ele abriu o suficiente para mostrar o seu lado vulnerável. 
-Eu vou te ouvir enquanto eu for dormir à noite. 
Eu assegurei ao menino que parecia preocupado com o seu presente. Ele fechou os olhos com força.
- Você não sabe o quão bem me faz sentir pensar nisso, mas agora eu terei dificuldade para dormir à noite sabendo que eu estou cantando no seu ouvido.
 Ele abriu os olhos para olhar para mim, eu vi alguma coisa lá que ele só havia chegado a desejar, e meu coração só podia estar estava mentindo para mim. 
(1) A Fender Stratocaster é um modelo de guitarra elétrica desenhada por Leo Fender, em 1954.
 
CAPÍTULO 8 
Quando cheguei ao trabalho no dia seguinte, havia uma nota esperando por mim. A Sra. Mary suspirou e deu-me logo que entrei. Olhei para a mesa, e uma onda de decepção me bateu quando eu vi a cadeira vazia onde eu esperava que Jax estivesse sentado. 
- Não há necessidade de ficar tão triste. Leia a nota, então se apresse e prepare-se. 
Eu fui para a lavanderia antes de abrir a carta. Eu não li nada na frente dos olhos curiosos da Sra. Mary.  Sadie, desculpe-me, eu não posso tomar café da manhã com você esta manhã. Estive tão ocupado pensando o quão maravilhoso é poder te ter pra mim, e que você se deu pra mim de presente... meu ar... e eu esqueci a estréia de um filme que é suposto eu tenho que ir esta noite. Estou voando para Hollywood esta manhã e estarei de volta assim que isso acabar. Eu pretendo pegar um avião e voltar o mais breve possível. Por favor, me perdoe.
Jax
 Eu engoli o nó na garganta, chateada comigo mesmo mais do que qualquer outra coisa. Jax era uma estrela do rock. Tinha uma banda e as pessoas que dependiam dele. Ele tinha que ir para coisas, como estréias de filmes. Eu sabia que, quanto mais tempo passava com ele, mais as coisas seriam difíceis de suportar, mas eu também precisava decidir se eu queria estar com ele o suficiente para superar essas coisas. Troquei-me rapidamente e joguei água fria em meu rosto. Eu precisava me concentrar, não pensar em Jax e sua vida real. Era algo que eu nunca saberia ou entenderia. Eu precisava me controlar. Eu limpei o meu rosto com uma toalha e fui para a cozinha. 
- Por onde eu começo?
 A Sra. Mary virou. Eu sorri, e ela franziu a testa, e depois sorriu com relutância.
- Tenho quatro quilos de batatas aqui, recém-saídas da minha horta. Comece lavando-as, e depois as descasque todas para mim. 
Eu balancei a cabeça e fui direto para o trabalho. Limpar as batatas me deu uma grande oportunidade para tirar a minha mente de outras coisas. Eu já sentia muita falta dele. Dois dias e eu estava tão viciada em sua presença que me sentia totalmente perdida sem ele.
 Mas então eu me lembrei do meu IPOD, e eu pulei e fui para a minha mochila e puxei-o para fora. Eu tinha sentado na noite anterior no meu quarto imaginando-o. Eu o encontrei no último álbum, eu coloquei Jax e os fones de ouvido. Ouvi-lo me ajudava. Eu não via uma estrela no palco ao escutá-lo. Eu vi um cara sentado em sua cama com seu violão velho, sorrindo. Sua voz me ajudou mais que as batatas, e a manhã passou muito mais rápida.
 Eu estava tão perdida em meus pensamentos e em sua música que eu pulei quando alguém tocou meu ombro. Marcus olhou para mim. 
- Perdida na música, eu posso ver. 
Ele disse, sorrindo. Eu balancei a cabeça e tirei os fones de ouvido.
 - Sim, eu estava mesmo.
 Marcus empurrou um banquinho e sentou-se ao meu lado. 
- Deixe-me adivinhar que você está ouvindo. Poderia ser o número um nas paradas das últimas três semanas, Jax Stone? 
Eu estava feliz que Marcus parecia estar em um estado de espírito brincalhão. Eu balancei a cabeça e sorri. 
- Eu acho que eu sou muito óbvia. 
Marcus suspirou. 
- Infelizmente, sim, você é. 
- Sei que passo todo o meu tempo com Jax. Mas eu só tenho este verão com ele, então ele vai embora da minha vida, e eu vou ter que aprender a me manter viva. 
Marcus encostou-se à parede e franziu a testa.
 - Você sabe que quando ele se for, estará tudo terminado. Quero dizer, ele disse isso pra você, com certeza. 
Pensei em como responder, que isso era entre Jax e eu, mas Marcus era meu amigo e eu precisava de algumas respostas. Ele também merecia algumas respostas.
- Nós dois sabemos que a tentativa de ter um relacionamento, já que ele é um Stone no mundo e eu que ainda irei terminar escola, é impossível.
Nós sabíamos isso quando começamos com esse tudo isso, e nós dois concordamos que estarmos juntos agora é o que queremos. 
Marcus olhou para a grande pilha de batatas. 
- E você está bem com isso? Quero dizer, você está bem em estar com ele agora? Depois, ele só vai embora quando o verão terminar e você não estará com o coração partido? 
Deixei escapar uma risada curta. 
- Eu não disse que o meu coração não vai quebrar. Tenho medo de que isso seja inevitável. 
Marcus inclinou-se sobre os joelhos e me estudou. - Então por que está fazendo isso para você mesma? Ele perguntou o suficiente baixo para que ninguém que estivesse por perto pudesse ouvi-lo. Coloquei a última batata na pilha. 
- É tarde demais Marcus. Eu o amo. Agora eu não tenho mais escolha. 
Ele reagiu como se eu tivesse batido nele, e eu odiava vê-lo machucado, mas eu sabia que ele precisava saber.
 - Ele não te merece. Ele pode ter o amor de qualquer garota no mundo, e ele levou o seu. Alguém que merece muito mais do que um simples caso de verão.
 Ele levantou-se e começou a sair, mas parou e olhou para mim. 
- Se você fosse minha, eu nunca a deixaria ir. 
Ele saiu da cozinha. O resto do dia passou devagar, e eu estava feliz quando finalmente acabou. Fui trocar de roupa e sai pela porta, quando a Sra. Mary me chamou. 
- Eu me esqueci de te dizer que haverá um carro esperando para levá-la para casa quando estiver pronta. 
Suspirei e pensei em ir pra casa sozinha em um de seus carros e neguei com a cabeça.
- Tudo bem, eu quero usar minha bicicleta esta noite. Ainda é cedo, e eu preciso de um pouco de ar fresco. 
A Sra. Mary balançou a cabeça. 
- Ele não vai gostar de ouvir isso. Você pode ter certeza de que Kane vai dizer que você saiu de bicicleta para casa. 
Eu sorri e abri a porta.
- Ele é meu... Amigo, Sra. Mary, não é meu tutor. 
Respondi. 
Voltar pra casa de bicicleta, enquanto o sol se punha era muito agradável. Parei na praia pública e sentei-me por alguns minutos enquanto assistia as famílias aproveitando o último raio de luz solar. Os turistas com a pele vermelha encheriam a praia, e eu reconheci algumas crianças da escola trabalhando no aluguel de cadeiras, guarda-sóis e Jet skis. Todos pareciam estar fechando. Eu respirei fundo e deixei o ar úmido do oceano e encher meus pulmões. Algo sobre o ar parecia estar me curando. Como se você fizesse tudo certo apenas para ser limpo e puro e cheio de algo agradável. 
- Sadie White? 
Eu ouvi o meu nome e eu virei para ver uma menina que eu reconheci da minha classe de biologia, de pé ao meu lado em um maiô vermelho. Eu não conseguia lembrar seu apelido, mas me lembrei de seu nome. 
- Sim, Amanda, certo? Ela sorriu e acenou amigavelmente. 
- Sim, eu não a vi desde que saí da escola. 
Eu balancei a cabeça.
- Eu tenho trabalhado.
 Ela sorriu. 
- Você não sabe que a melhor coisa sobre a vida aqui é que você pode trabalhar na praia? 
Pensei exatamente o mesmo no início do verão. Eu queria ter um trabalho na praia, mas agora as coisas eram muito diferentes. 
- Tenho certeza de que é sim, mas eu ganho um bom dinheiro fazendo trabalhos domésticos. 
Ele franziu a testa. 
- Mas onde está à diversão nisso... A menos que por lá tenham caras bem gatos? Você deve fazer o teste para ser salva-vidas. Ser uma salvavidas é divertido. Existem caras quentes em toda parte... E muitas vezes, começamos a trabalhar com um!
 Ela acenou com a cabeça em direção a um homem alto, loiro e bronzeado que estava saindo do posto de salva-vidas, com uma sunga vermelha.
 - Como Todd Mitchell! Ele veio ano passado e vai para a faculdade em Tucaloosa no próximo outono! Ele é muuuito fofo! Você sabe nadar? 
Eu balancei a cabeça, tentando seguir o fio da conversa. 
- Sim, mas eu estou bem onde estou agora. Enfim, se eu ficar realmente entediada, eu procuro pelo trabalho de salva-vidas. 
Ela franziu a testa de uma maneira que me fez lembrar a irmã pequena da Barbie. 
- Tudo bem, eu acho. Hey, você deve vir para a festa em 04 de julho, na casa de Dylan McCovey. Ele tem uma casa de praia. É ótimo! Você deve vir! 
Por alguma razão, ela gostava de uma garota borbulhante. Eu, sem qualquer personalidade. E ela não iria despejá-la novamente. 
- Ok, bem, é claro. Hum, eu vou te dizer se eu for ok. Eu tenho que ver o meu horário de trabalho e tudo mais.
 Eu pensei em Jax e eu me perguntava se iríamos passar o 04 de julho juntos. Ela assentiu e enfiou a mão na bolsa rosa brilhante com pontos e tirou um celular. 
- Qual é o seu número? 
Eu pensei sobre isso um minuto. Eu não tinha certeza do que dizer. Jéssica tinha um telefone celular, mas a conta não foi paga. Eu percebi que eu poderia dar o número de Jéssica e esperar quando até que ela me ligasse, se isso acontecesse essa semana. 
-555 A 9987. 
Eu digitei no celular fino e rosa e coloquei-ode volta em sua bolsa. 
- Legal, eu te ligo mais tarde nesta semana para ver se você pode. 
Concordei, e disse adeus. Ela virou à esquerda saltitando. Ela parecia muito feliz e amigável. Tudo o que eu queria ser. No entanto, não necessariamente querendo saltitar como ela. Voltei para a minha bicicleta e fui para casa. Eu estaria em casa a tempo de fazer o jantar para Jéssica.
 O momento em que entrei na porta, minha mãe me chamou do quarto dela. 
- Sadie? É você? 
- Sim. 
Eu respondi, quando fui vê-la e assim ela não precisaria gritar. Eu parei quando cheguei à porta de seu quarto e encontrei-a de pé de calcinha e sutiã na frente da janela com um sorvete na mão grande. 
- O calor está me matando, Sadie! Eu juro, eu não posso esperar para ter meu corpo de volta. 
Suspirei e mordi minha língua para não lembrá-la de que isto foi culpa dela.
 - Eu tenho certeza que você quer mãe. 
Foi tudo o que me permiti dizer.
 - Então, você está em casa cedo hoje. Você não foi demitida, certo?
 Ela me perguntou toda séria, enquanto a idéia de que eu não tinha trabalho começou a enraizar-se em seus pensamentos. Eu balancei minha cabeça e encostei-me no batente da porta. 
- Não, a família viajou hoje à noite, assim eu pude voltar para casa mais cedo.
 Eu ainda não sabia de nada sobre Jax. Cuidar das pessoas era coisa dele, não minha. Eu não queria que ninguém tomasse conta de mim. Eu queria ser autossuficiente.
- Hmmm, bem, isso é bom para mim e o bebê. Estamos com fome, e a idéia de trabalhar em uma cozinha quente é desastrosa. 
Eu balancei a cabeça e me virei. A cozinha tinha tudo o que precisávamos para fazer tacos. E Jéssica amava tacos. Tirei a carne da geladeira e coloque em água morna para que descongelasse. 
- Amanhã eu tenho que ir à clínica para uns exames. Você vai pro trabalho? 
Eu queria fugir de sua pergunta. Eu tinha trabalhado todos os dias desde que eu havia terminado a escola, exceto os domingos, claro. Eu não estava reclamando, porque se não fosse assim, não ganharia o dinheiro, e não veria Jax.
 - Sim.
 - Oh merda! Eu odeio dirigir. 
Eu não respondi. Em vez disso, eu procurei nos armários o tempero para os tacos. 
- Você sabe, eu vou fazer 31 semanas na segunda-feira, e dentro de dois meses, eu vou ter esse bebê. Eu ainda nem escolhi o nome ainda. 
Um nó nervoso cresceu no meu estômago ao pensar que um bebê de verdade estaria em casa. O bebê não parecia real até que tinha um nome, mas nomeá-lo de alguma forma tornou-o real, e eu estava muito nervosa sobre isso. 
- Eu estava pensando que eu gosto do nome Sasha, se for uma menina. Você sabe os nomes vão ficar com S. Sadie, Sasha. 
Eu não disse nada. 
- Ou se é um menino, o que você acha Sam? 
Tentei ignorá-la. Realmente não queria nomear o bebê. E o meu coração fez coisas estranhas. O pensamento de comida de bebê, desenhos, fraldas, e, bem, um bebê, me assustou. Eu podia ver Jéssica chegar a casa e dizer que eu podia cuidar dele e me entregar o bebê para mim. Eu não tinha idéia do que fazer com um bebê. Eu realmente precisava dela para ser a mãe. Precisava ser madura sobre o bebê. Porque eu não estava pronta. 
-Bom... Assim, você gostaria que o nome fosse Sam ou Sasha? Ela perguntou novamente. 
- Não, eu gosto de qualquer um dos dois. É só que eu não tenho nenhuma preferência.
Ela ficou em silêncio por um momento, e eu me perguntava se ela percebeu o meu medo. E então ela disse:
- Bem, eu acho que vai ser uma menina, por isso vou chamá-la de Jewel Sasha White. 
Eu engoli o caroço apareceu na minha garganta e me forcei a responder. 
- Claro mamãe. Parece bom. 
Jéssica comeu na frente da janela usando somente roupas intimas, e eu comi sozinha na mesa. Quando terminamos, eu lavei a louça e fui tomar um banho. Eu queria ir para a cama mais cedo que o habitual, e dormir de repente parecia muito atraente.
 - Sadie! 
Sentei-me na cama ao som de minha mãe gritando meu nome. Baixei os pés no chão de madeira dura e antes que ele pudesse alcançar a porta, ela começou a gritar novamente. 
- Sadie!
 Corri pelo corredor e entrei no quarto dela. Ela se sentou na beira da cama, segurando a barriga, com o suor de seu rosto. 
- Algo está errado. Ela suspirou. 
- Dói como o inferno! 
Eu peguei o roupão e deslizei por cima dos seus braços. 
- Venha, vamos para o hospital. 
Ela gemeu e levantou-se. Tínhamos andado por todo o corredor quando soltou outro grito de gelar o sangue e se inclinou para segurar seu estômago. 
- Ajuda-me, Sadie, isso dói!  
Disse ela em meio a lágrimas. Era difícil esconder meu pânico. Vendo a minha mãe gritando de dor me aterrorizou. Coloquei-a no carro e lembrei-me de sua bolsa, então eu corri para dentro para pegá-la. No meu caminho para a porta, ela gritou novamente, e eu esperava que alguém fosse ouvi-la e se oferecer para vir nos ajudar. Naquele momento, eu não era competente o suficiente, e realmente queria ajudar. Corri para o carro, abri a porta e saltei para dentro. Virei-me para a estrada e fomos para o hospital local. Felizmente estávamos a apenas alguns quilômetros de distância. Olhei para Jéssica enquanto ela descansava a cabeça no lugar.
- Você está bem? Eu perguntei, rezando por um sim.
- Por enquanto. Disse ela calmamente.
 Eu não perguntei mais. Não queria causar mais dor. Chegamos à sala de emergência de forma rápida, como as estradas estavam vazias às quatro horas da manhã. Eu parei na entrada e corri para abrir a porta. Ela não tinha sentido mais dores desde que saímos da casa, e era grata a Deus por isso. Concentrar-me na estrada era muito difícil com meu coração batendo fora do meu peito e minhas mãos suadas.
- Espere aqui. Vou buscar ajuda. Não ande. 
Ela balançou a cabeça com firmeza, e eu corri para dentro. O cheiro de desinfetante no hospital bateu no meu nariz e, por uma vez, o cheiro me confortou. Uma senhora foi atrás de uma mesa, me observando. 
- Minha mãe está no carro. Está grávida e está sentindo muita dor. 
A moça correu para outra sala e saiu com uma cadeira de rodas. 
- O carro está estacionado em frente. Eu disse a ela quando passava pela mesa e caminhava apressadamente para o carro. A senhora e eu ajudamos Jéssica a sentar-se na cadeira de rodas. A senhora imediatamente começou a perguntar-lhe várias coisas, e eu mordi minha língua para lhe dizer que ela precisava fazer alguma coisa para parar a dor. Uma vez lá dentro, pegaram as suas informações e, em seguida, me mandaram ficar na sala de espera, enquanto eles faziam um checkup. O que parecia bom para mim, já que eu não fui com eles. 
Sentei-me sozinha por alguns minutos para acalmar meu coração disparado, eu precisava desse descanso. Havia muitos lugares vazios no momento, então eu encontrei uma cadeira na frente de uma TV pendurada na parede, então eu fiquei assistindo as notícias sem ouvir qualquer som.
 - Olá. – Uma mão tremia um pouco no meu ombro e uma voz feminina me acordou. Sentei na minha cadeira. 
- Hum, sim, desculpe. Minha mãe está bem? A enfermeira sorriu. 
- Sim, ela está bem. Ela teve um caso grave de desidratação causada por não beber líquidos os suficiente, mas vai ficar bem e o bebê também.
 Eu suspirei de alívio. 
- Ela está dormindo, e a colocaram em outro quarto. Uma vez que a hidratemos e tivermos certeza de que as contrações cessaram, ela será liberada. Você pode ir vê-la em seu quarto, se quiser. Eu balancei a cabeça e me levantei. A televisão sem som informava que era 07h30min no canto direito, e eu congelei, lembrando que deveria ter chegado ao trabalho há 1 hora. 
- Eu tenho que fazer uma chamada antes de ir vê-la. Posso usar o telefone? Ela sorriu. 
- Sim, você deve usá-lo. Eu vou estar na mesa quando você estiver pronta, e então te levarei até o quarto. Agradeci e fui até a porta, onde Jéssica tinha entrado a um par de horas antes. Enfiei a mão na bolsa e tirei o celular de minha mãe. Será que ela mantinha o número da Sra. Mary em algum lugar? Eu procurei os contatos até que eu encontrei.
 - Olá, Sadie. 
Respondeu a Sra. Mary ao primeiro toque. 
- Olá, Mary. Sinto muito pelo atraso. Eu tive que trazer minha mãe ao hospital às quatro horas da manhã, e acabei dormindo na sala de espera. Eles acabaram de me dizer que eu posso ir para o quarto para vê-la. Desculpe não ter ligado. 
- Oh, meu Deus, ela está bem? 
- Sim, sim, tudo bem. Era um processo de desidratação, e ela ficará aqui o resto do dia, até que seja hidratada e esteja estável. Eu tenho que ficar e levá-la para casa quando ela estiver pronta. Eu sinto muito. 
-Menina, é melhor você parar de se desculpar. Estou feliz que você esteja bem. Agora, aqui é o número do Sr. Jax, você precisa chamá-lo. Ele foi a sua casa para buscá-la. Eu nunca vi esse garoto tão preocupado porque você não chegava. Não se preocupe com nada, e chame-o, por favor, antes que ele chame a polícia para encontrá-la. 
Agradeci e disse adeus, e imediatamente liguei para o número de Jax.
 - Olá? Jax sou eu, Sadie. 
- Sadie você está bem? Onde você está?
- Eu estou bem. Eu trouxe minha mãe para o hospital a cerca de quatro horas. Ela sentia muita dor, mas agora ela está melhor, e estão lhe dando fluidos para que fique bem. Deve ser capaz de deixar o hospitalem breve. 
- Estou indo ao hospital agora.
 - Não Jax, espere. Você não pode vir aqui.
 Houve uma grande pausa enquanto eu tentava pensar claramente. 
- Por quê? Eu ri. 
- Porque você vai ser esmagado por seus admiradores. 
Ele suspirou. 
- Eu posso fazer um par de chamadas e colocá-la em uma área privada. 
Eu ri novamente. 
- Não, não há nenhuma razão. Estamos saindo em breve, e eu não tenho como dar qualquer explicação sobre você para a minha mãe. E, no entanto, hoje não é um bom dia para fazer isso. 
- Acho que você está certa. 
- Sim, eu estou. 
- Eu sinto a sua falta, muito.
 Senti um formigamento apenas com as suas palavras.
 - Eu sinto sua falta também.
 - Você sabe, eu posso pegar um par de cartazes para as suas paredes... 
Eu tive que rir. 
- Eu passo. Acontece que eu estou interessada em alguém que não se parece com o cara nos cartazes. 
Ele hesitou, e então disse:
- Obrigado.
- Vejo você mais tarde. 
Eu disse e desliguei. 
Olhei para o sol da manhã e sorri antes de dar a volta em meus pés voltar para o hospital para ver como estava Jéssica. Não a deixaria se desidratar novamente se eu pudesse fazer isso. Toda aquela experiência não era algo que eu queria repetir. Ela recebeu alta perto do almoço, e parecia cansada e chorosa. Eu não podia esperar para levá-la em casa e ir trabalhar. Assim, eu a deito em sua cama com um grande jarro de água gelada e um copo ao lado, assim eu a deixei. 
 
CAPÍTULO 9
Quando eu abri a porta, o Hummer da família Stone parou na entrada. Jax saiu e caminhou em minha direção. Ele sorriu timidamente.
- Me avisaram do hospital assim que a sua mãe saiu. 
Eu sorri e olhei em seus olhos, que estavam escondidos atrás de óculos escuros. Ele usava um boné New York Giants para baixo, sobre a sua testa. 
- Vejo que você está disfarçado? Ele sorriu e acenou com a cabeça. Eu balancei a cabeça em direção ao Hummer e ri.
- Você não deve dirigir um veículo que chama tanta atenção, se você não quer ser reconhecido. 
Ele franziu a testa. 
- O quê? Esta é a coisa mais barata na minha garagem. 
Eu ri. 
– Então, você veio me levar para o trabalho? 
Ele negou. 
- Não, nós vamos ao cinema. Você está liberada o resto do dia.
- Você não pode ir ao cinema. 
Ele ergueu as sobrancelhas.
- Quer apostar? 
Abriu a porta do seu carro, me pegou pela cintura e me colocou no tanque de guerra, que ele dizia ser barato. Ele deslizou para o banco do motorista e dirigiu-se para o grande cinema na cidade.
- Jax, você não percebe que as pessoas vão reconhecê-lo nessas roupas se eles te olharem de perto. 
Ele sorriu para mim.
- Eu sei, mas não terão essa oportunidade. 
Eu esperei por uma explicação.
- Eu tenho feito isso por muito tempo, então eu sei me esconder de fãs, confie em mim. 
Eu esperava que ele estivesse certo. Eu odiaria se fossemos bombardeados por fãs loucas e descontroladas. Talvez ele estivesse acostumado, mas era algo que eu queria não experimentar. Chegamos à parte de trás do cinema e uma porta se abriu. Um homem mais velho vestido de preto saiu. Jax sorriu.
- Eu abro a porta. 
Eu comecei a dizer que eu poderia fazê-lo, mas ele colocou o dedo na minha boca e piscou para mim. 
- Eu quero fazer isso. 
Eu derreti no meu lugar. Minha porta se abriu e ele agarrou minha cintura e me colocou para baixo. 
- Sr. Stone, se nós formos por este caminho, teremos o cinema fechado, conforme o senhor solicitou. 
Jax segurou forte a minha mão. Percebi que estávamos entrando pela saída de emergência e ninguém além deste homem sabia que estávamos aqui. Eu nunca pensaria nisso. Jax entrou e acenou com a mão em direção aos assentos. 
- Faça a sua escolha. 
Ele sorriu. Eu apontei para o centro e ele suspirou com alívio. 
- Perfeito! Meus lugares favoritos. 
Ele se virou para o homem da porta.
 - Todas as portas foram fechadas? 
Perguntou Jax. O homem acenou com a cabeça.
- Sim senhor, ninguém pode entrar.
Jax lhe entregou algo que eu assumi que era dinheiro. Ele virou-se, pegou a minha mão e fomos para nossos lugares. 
- O que estamos assistindo? 
Perguntei quando o homem deixou um carrinho com dois sacos de pipoca, duas bebidas, nachos com queijo e qualquer coisa doce disponível no estande. Olhei para Jax.
 - Você convidou um exército? 
Ele sorriu, pegou nossas bebidas e os deixou no porta copos.
 - Não, mas os filmes me deixam com fome e eu não sabia o que queria. 
- Pipoca?
 Ele perguntou já me oferecendo um saco, e pegando outro.
 - Você perguntou o que estávamos vendo?
Eu sorri e peguei uma mão cheia de pipoca. 
- Nigth Horse. Ele respondeu.
Eu queria ver esse filme depois de ver o thrailer na televisão na noite anterior. E então isso me bateu.
- Nigth Horse?  Mas ainda não estreou nos cinemas! Ele não estará nos cinemas até a próxima sexta-feira.
 Ele estava sorrindo para mim.
 - Para todos os outros, mas para você e para mim, está prestes a estrear. 
E como se fosse mágica, as luzes diminuíram, a tela grande piscou, e o filme começou. Quando percebi que não iria ver os créditos, eu comecei a dizer algo e então me lembrei de algo, esta era a primeira vez que eu senti como se estivesse namorando alguém de outro mundo. Antes, Jax tinha sido um cara, um cara normal, com quem eu poderia falar. Hoje, tornou-se uma estrela do Rock. Isso me incomodou. Eu olhei para seu rosto e vi o cara que cantou Wanted Dead or Alive em uma guitarra que tinha implorado por ela até a exaustão. Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios. Corei e ele inclinou-se para sussurrar no meu ouvido. 
- Se você continuar me olhando assim, eu vou ter mais dificuldade para me concentrar no filme do que eu já estou tendo agora. 
Eu fiz uma careta. 
- Por que você está tendo um momento difícil? Ele sorriu e deixou a pipoca antes de pegar minhas mãos.
 - Porque eu estou com uma menina linda que eu quero muito, e estamos em um ambiente escuro, sozinhos, e tudo que eu quero fazer é me sentar aqui e observá-la, mas eu sei que se fizer isso, eu não vou ser capaz de evitar beijar seus lábios muito perfeitos e totalmente tentadores. 
Engoli em seco e meu coração batia no acelerado no meu peito. De repente, a escuridão em volta de mim parecia me segurar e uma força  que não parecia capaz de controlar manteve nossos olhos fixos. As mãos de Jax deixaram os minhas, deslizando-as por trás do meu pescoço e inclinando-me para ele. Os lábios do único garoto que eu nunca poderia amar tocaram os meus e eu esqueci onde estávamos e tudo o que estava ao nosso redor. 
A sua outra mão deslizou por trás da minha cabeça, enquanto ele me beijava suavemente. Sua língua tocou meu lábio inferior e eu abri minha boca com cuidado, sabendo que era o que ele queria. No momento em que sua língua deslizou em minha boca, um gemido baixo saiu da minha garganta e suas mãos tocaram meu rosto e meus cabelos. Logo minhas mãos fizeram o seu caminho pelo seu pescoço e se enredaram em seu cabelo. Parecia que eu estava caindo, mas eu não me importava. 
Eu me agarrei a ele e deixei minha língua explorá-lo. No momento em que minha língua tocou a dele, ele sussurrou algo, soltando-me e jogando-se para trás na poltrona, colocando distância entre nós. Eu estava preocupada que eu tivesse feito algo errado, eu congelei, olhando, sem saber o que dizer. Ele esfregou o rosto com as mãos e me deu um sorriso torto que eu, simplesmente amava.
- Sinto muito, mas... wow! Eu, uh, eu não estava... Quero dizer, eu sabia que ia ser bom, mas, wow... Sadie seu gosto tão é incrível. 
Eu mantive meus olhos para baixo, ainda não entendendo o que tinha acontecido. Eu poderia tê-lo beijado durante todo o dia. O “wow” me fez pensar que ele gostou tanto quanto eu, mas queria saber por que ele tinha parado. De qualquer forma, não vou perguntar. Estudei minhas mãos por um momento. Seu dedo escorregou debaixo do meu queixo e deixei-me levantar o rosto para encará-lo. 
- O que você está pensando? 
Eu balancei minha cabeça e não respondi. 
- Você sabe por que eu parei. Certo? 
Eu queria parecer séria e dizer que sim, mas não podia mentir, então relutantemente balancei minha cabeça. 
-Não. 
Ele suspirou e sorriu para mim. 
- Agora, eu quero saber o que você está pensando. 
Ele virou-se em sua cadeira para me encarar completamente.
- Sadie, esse foi o beijo mais incrível que eu já experimentei na minha vida. Eu nunca tinha completamente me perdido em um beijo antes. Isso me fez querer coisas que eu e você não estamos prontos pra fazer. Você é perfeita. Eu não tenho forças para beijá-la por um longo tempo e manter minhas mãos longe de você. 
Deixei que explicação clareasse minha mente e assenti. Eu concentrei a minha atenção na tela e gemi. De repente, suas mãos deslizaram através de meu cabelo e me virei para encará-lo. Seu sorriso se tornou em um olhar ardente e ele novamente tocou meus lábios com os seus. Eu abri minha boca prontamente, sentindo o meu coração disparar e minhas mãos tremerem. Corri minhas mãos através de seu cabelo e, mais uma vez, deixe-me tocar com sua língua. Desta vez, quando ele soltou um grunhido e ao invés de me soltar, ele me puxou para mais perto, e eu ouvi outro gemido que eu notei ser meu. Aproximei-me mais ainda, tanto quanto ele deixou e não me empurrou de volta. Eu queria estar ainda mais perto. 
Ele quebrou o beijo novamente. Mas antes que eu pudesse lamentar a perda, ele levou-me em seu colo, beijou minha boca e deixou suas mãos acariciarem meus braços enquanto ele me beijava mais e mais duro. A respiração de Jax era rápida e superficial, e eu derreti. Corri minhas mãos em seu peito e seu corpo estremeceu sob o meu toque. Ele gemeu e seu beijo tornou-se ainda mais frenético. Tornou-se mais difícil de respirar e meu coração batia descontrolado no meu peito. Eu me empurrei contra ele e outro rosnado saiu de seu peito enquanto eu recuei. 
Nós nos sentamos olhando para um para o outro, ofegando por ar. Nenhuma explicação era necessária neste momento. No final, eu me sentei na cadeira e respirei fundo.
 - Pode ser aconselhável eu não tocá-la novamente hoje. Eu não sou forte o suficiente para parar outra vez. Pelo menos não pelas próximas 24 horas.
- Ok.
 Eu disse e sorri. Virei-me para a grande tela. Saber que ele gostou tanto de me beijar quanto eu gostei de beijá-lo fez o meu coração vai encher-se mais um pouco. Em algum momento, nós finalmente acompanhamos o que havíamos perdido do filme. Jax conseguiu comer toda a sua pipoca, um saco de M & M e alguns nachos com queijo. E eu comi metade da minha pipoca e eu comi alguns de seus nachos com queijo, que ele me deu. Bem, eu não tive que trabalhar muito. No minuto em que ele levantava algo para minha boca, eu pegava.
Deixamos o cinema tão facilmente como havíamos entrado. Jax deslizou de volta a seu disfarce. 
- Que tal uma caminhada na praia? 
Eu gostei da ideia, especialmente neste momento do dia.
- Parece bom, mas não vamos para uma praia pública. 
Ele apontou para seu boné e óculos escuros. 
- Eu me disfarcei e ninguém vai ficar tão perto pra perceber que sou eu. Eu pensei em Amanda e seus amigos. Se Jax fosse descoberto, as coisas podiam sair do controle, e rápido. 
- Eu conheço algumas pessoas na praia pública. Lembre-se, eu moro aqui. Eu vou para a escola com os caras. E se um deles vier falar comigo, eles vão te ver. 
Jax não disse nada, mas a testa estava franzida em seus traços perfeitos.
 - O que foi que eu disse? 
Eu perguntei, sem ser respondida. Ele olhou para mim como se não quisesse responder a minha pergunta. 
- Eu acho que esqueci que você tem uma vida fora da minha casa e longe de mim. Eu gosto de ter você só para mim, eu sei que é egoísta, mas o fato de você voltar para a escola para viver a vida normal de uma adolescente com festas e jogos de futebol e dança, me deixa com inveja como o inferno. 
Deixei escapar uma risada surpreso.
 - Minha vida é muito mais fácil de aceitar do que a sua. Indo a estréias de filmes, estar nas capas de revistas e canais de entretenimento é tudo que você faz. Eu tenho que viver com você indo para o outro mundo. Quando você está no palco, você pertence a todos os outros. 
Ele não respondeu por um período que parecia ser pra sempre. Paramos em uma parte isolada da praia e ele desligou o motor.
- Sei que estar comigo não é simples. Mas eu quero que você entenda que ninguém me tem, ou me teve algum dia, somente você. 
Engoli em seco, com a construção de uma emoção tão forte dentro de mim. Eu somente tive forças para assentir com a cabeça, pois sabia que minha voz não iria funcionar. Ele deslizou um dos meus cachos atrás da minha orelha. 
-Eu nunca conheci alguém que tinha passado direto pela estrela e encontrado o meu verdadeiro eu. Mas, mesmo que você não tivesse encontrado o Jax que o mundo não conhece, ainda assim, eu gostaria de ser seu. Quando você sorriu pra mim pela primeira vez, eu estava totalmente perdido. Eu apenas tive sorte com o resto sobre você. 
Eu queria apoiar-me nele, mas não fiz. 
- Vamos, vamos andar antes que eu comece a beijá-la novamente e me force a usar os poderes sobre-humanos, que eu não possuo mais, para me parar. 
Eu ri e sai do Hummer. Quando andamos à beira da água, Jax pegou minha mão. A brisa da noite e o som das ondas eram calmantes. Era fácil esquecer a realidade aqui.
- Quando eu cheguei em casa ontem à noite, queria te chamar naquele momento e eu percebi que eu não podia. Foi tão difícil ir dormir sem ouvir sua voz e saber que você estava bem. 
Jax admitiu.
- Sinto muito que você não poder me chamar, mas eu fico feliz em saber que você não quer me perder de vista. 
Ele riu. 
- Não é só saudades. Eu estava obcecado com o que você estava fazendo e você estava bem e com quem você estava falando. Eu percebi que eu vou ter um tempo difícil quando o verão terminar. 
Ele parou e se virou para mim. 
- Tenho um evento de caridade em que eu tenho que ir à próxima semana. Eles vão leiloar algumas das minhas coisas e eu tenho que estar lá. Eu quero que você venha comigo. 
Meu coração batia forte no meu peito. Entrar no seu mundo era algo que eu não esperava fazer.
- Eu não sei. Eu tenho que trabalhar e minha mãe... 
-Por favor, por mim. Não me faça ir sem você. 
Afastei-me de seus olhos suplicantes, eles me fariam prometer qualquer coisa. 
- Jax, eu não me encaixo no seu mundo. Eu não tenho roupa para vestir pra algo assim, e eu não tenho nenhuma idéia do que dizer às pessoas ou como agir e as câmeras, com certeza, me deixarão uma pilha de nervos. 
Ele ficou atrás de mim, me apertou contra ele e apoiou o queixo na minha cabeça. 
- Você será vestida pelo meu personal stylist e você não têm que falar com ninguém além de mim. E sim, as câmeras estarão lá, mas tudo o que você tem que fazer é sorrir. E eu não vou deixá-la sozinha, exceto quando eu tiver que cantar e então você pode esperar na parte de trás do palco. 
Eu queria fazê-lo feliz, e também queria saber cada parte de sua vida, mas eu estava tão apavorada.
- Eu não sei. Apenas sussurrei.
 Ficamos ali um bom tempo sem dizer nada. No final, ele me virou para encará-lo.
 -Por favor, eu preciso do meu ar viver, e você é o meu ar. 
Minhas dúvidas quebraram e eu assenti. 
- Ok. Eu vou conversar sobre isso com a minha mãe. 
Seu rosto sério abriu um sorriso enorme e me beijou novamente. Segurei minha vontade de estar mais e mais perto. Afastei-me antes que eu não pudesse fazê-lo. 
- Você faz ficar tudo tão bem. 
Ele sussurrou em meu ouvido, e em seguida passou os dedos pelo meu cabelo e enrolou um fio entre os dedos. 
- Eu adoro seu cabelo. 
Disse baixinho e continuou a brincar com meus cachos. Meu rosto ardia com o um calor incrível.
- Tarde demais. Eu já a vi corar. Pare de tentar esconder isso de mim. Eu acho que é como tudo em você, simplesmente adorável. 
 
CAPÍTULO 10 
A Sra. Mary começou a reclamar comigo quando entrei pela porta. sorriu e gostei imensamente enquanto eu assegurei a ele que Jéssica e eu estávamos bem.
- Uma garota da sua idade ter que correr com sua mãe pro médico no meio da noite não é justo, e estou falando muito sério. Você é jovem demais para dormir em uma sala de espera sozinha. 
Ela virou-se e apontou a colher pra Jax.
 - Você deveria ter estado lá. Quão bom você é, se você não está lá quando ela precisa de você? 
- Sra. Mary, ele não sabia nada sobre o que estava acontecendo também. Eu não chamei ninguém. A Senhora não pode culpar Jax por alguma coisa. 
A Sra. Mary soltou um sonoro "Hummm" e começou a agitar o pote de grãos de queijo novamente. 
- Bem, você deveria ter chamado. Ele teria ido. Você é muito jovem para ficar sozinha em hospitais. Pessoas loucas estão por aí.
 Jax levou meu prato para mesa, e depois torceu o dedo para me chamar para sentar-me ao seu lado. 
- Eu não pensei em chamar ninguém. Estou cuidando da minha mãe por muito tempo. Não é grande coisa. 
A Sra. Mary virou-se e apontou a colher para mim.
- E isso não é certo. Quem cuida de você? 
Ela esperou pela minha resposta e não obteve nenhuma, assentiu com a cabeça.
- Isso mesmo, ninguém faz isso. Você não sabe quando pedir ajuda, porque você nunca teve ninguém pra te ajudar antes. Bem, agora você tem! Tem um menino aí do seu lado, que parece beber a água do seu banho se você pedir, e você me têm, e ao Sr. Greg, e Marcus. Faça as suas escolhas. Pare de tentar fazer tudo sozinha! 
Ela soltou um suspiro profundo e se virou para o fogão. Jax apertou minha mão.
- Ela está certa. Mas eu prefiro que você me chame. 
Eu sorri, e ele riu. 
- E, sim, se você me perguntar, eu beberia a água do seu banho. 
Eu gargalhei alto e balancei a cabeça. 
- Você é louco. 
Ele acenou com a cabeça. 
– Sim, totalmente louco por você. 
Meu coração pulou uma batida, e respirei fundo para me acalmar. 
- Desculpe por não ligar. Ela está certa. Eu não estou acostumada a pedir ajuda. Mas é bom saber que tenho pessoas ao meu redor que se importam comigo. Tudo isto é tão novo para mim.
 Jax se inclinou e cochichou no meu ouvido. 
- Não importa onde eu esteja eu sempre vou estar lá quando você precisar de mim. 
Estremeci por seu hálito quente contra a minha pele e acenei com a cabeça, mas não encontrei seu olhar. Todos os meus sentimentos estavam explícitos nos meus olhos pela primeira vez. 
Marcus veio quando estávamos terminando o nosso café da manhã. Vi quando ela entrou na cozinha. 
- Sua mãe está melhor?
 - Sim, obrigado. 
Forcei um sorriso.
- Bom. 
Disse ele, e passou por mim em direção à lavanderia, para trocar suas roupas pelo uniforme. Virei-me para Jax quando ele terminou seu suco. 
- Eu tenho que ir trabalhar também. 
Ele franziu a testa e, em seguida, levantou-se e levou nossos pratos para a pia. Fui buscar o meu avental, e Sra. Mary balançou a cabeça. 
- Não, o Sr. Greg precisa de você hoje, mais do que eu preciso. Ele está lutando contra a sua artrite hoje. Ele não admite isso, mas eu posso ver em seu rosto. Vá ajudá-lo.
 Eu balancei a cabeça e olhei para Jax pra dizer adeus antes de eu sair. Ele sorriu. 
- Eu tenho uma música que eu estou trabalhando, então me sentar no gazebo hoje soa perfeito para ser criativo. Vou vê-la em pouco tempo. 
Eu sorri e sai, saber que Jax estaria comigo hoje fez o dia parecer muito mais brilhante. Eu andei até o Sr. Greg que estava ajoelhado no jardim das ervas, murmurando coisas para si mesmo. 
- Bom dia, Sr. Greg. Por que o senhor não se levanta e me deixa fazer isso. 
Ele franziu a testa. 
- Eu tenho um problema com você, senhorita. Supõe-se que qualquer garota de sua idade não deveria correr ao redor da cidade, no meio da noite e sozinha. Você deveria ter me chamado. 
Senti-me aquecida por sua generosidade. Eu havia feito uma nova família aqui. 
- Eu sei Sr. Greg, e eu sinto muito por isso. Mas estou acostumada a cuidar das coisas por conta própria, e não pensei sobre o fato de que há pessoas que se importam comigo o suficiente para me ajudar. 
Ele se levantou lentamente, e eu lutei contra a vontade de estender o meu braço para ajudá-lo. Eu sabia que o seu orgulho não levaria a minha oferta de ajuda muito bem. 
- Pelo o que eu entendo agora, você tem pessoas para ajudá-la. Deus sabe que o menino Stone teria corrido se você o chamasse. Eu nunca vi um cachorrinho tão doente de amor na minha vida. 
Eu corei com a sua brincadeira. 
- Eu não diria que ele está doente de amor. 
O Sr. Greg levantou uma sobrancelha.
- Mas essa é a verdade. Ele balançou a cabeça. 
- Bem, acho que temos que falar sobre o trabalho agora, não temos? Vá em frente e arranque as ervas daninhas do jardim, mas tenha cuidado com as outras ervas. Assim que estiver pronto, vá em frente e pegue um pouco de alecrim e dill [1] para a Sra. Mary. Ela precisa de um pouco para a cozinha. Eu vou limpar a areia e arrumar tudo na ponte. Eu balancei a cabeça, ajoelhei-me e comecei a arrancar as ervas daninha. 
Trabalhar no jardim nunca foi fácil, porque tinham muitas ervas que pareciam ervas daninhas, não era algo que eu poderia fazer sem pensar, então me concentrei no meu trabalho. 
O som de uma guitarra quebrou minha concentração, e eu olhei para cima para ver Jax sentado gazebo, dedilhando um violão e olhando pra mim. Eu sorri e acenei, e então eu virei para as ervas daninhas. Era difícil pensar sobre o que eu tinha que fazer quando sua voz flutuava em todo o pátio. Parei várias vezes para ouvir suas palavras, mas não me atrevi a olhá-lo. Sua música logo se tornou esporádica, e eu me virei para vê-lo escrever em um pedaço de papel e trabalhar com afinco em seu violão. Seu cenho franzido e concentração eram difíceis de não olhar. Eu sabia que se o atrapalhasse, eu poderia arruinar seu processo de criação. Outras vezes, eu o vi me observando, ele piscava um olho pra mim, e eu em troca, corava igual uma boba, no entanto, o calor fazia as minhas bochechas ainda mais coradas, e felizmente me ajudou a esconder. 
Depois que eu terminei de remover todas as ervas, entreguei o alecrim e o dill para a Sra. Mary, me foi dada a tarefa de recolher todo o lixo que foi acumulado durante a noite. Eu tinha levado um punhado de galhos a um barril com rodas onde o Sr. Greg estava, quando Jason saiu. Ele foi conversar com Jax, e eu voltei para recolher o entulho. Jax se levantou e seguiu Jason. Tentei não deixar minha mente se perguntar sobre onde estavam indo os irmãos, e me concentrei mais no meu trabalho.
 Marcus veio me chamar para o almoço, e fui almoçar com ele, com a Sra. Mary e Fran. Todo mundo parecia tão tranquilo e eu não falei muito. Fran mencionou que ela tinha que escrever uma lista de compras para ser pega na loja de limpeza, e Marcus nos fez rir com todas as histórias sobre o novo garoto da porta da frente. A Sra. Mary parecia nervosa com alguma coisa, e Fran não me olhava nos olhos. Marcus apenas se mantinha normal. 
Depois de comer, eu comecei a limpeza e preparação de frutas frescas que a Sra. Mary tinha comprado no mercado dos agricultores. Tentei manter o foco no meu trabalho, e no jantar, quando Jax não tinha retornado novamente, eu concordei em um jogo de xadrez com o Sr. Greg. Já tinha adiado várias vezes na semana passada porque Jax estava sempre esperando por mim. Embora eu parecesse ter melhorado no xadrez, e até ganhei algumas partidas recentemente, o Sr. Greg venceu hoje porque minha mente estava em Jax. Deixei o homem mais velho tripudiar, e sorri de sua piada, e então fui pra cozinha. Marcus colocou sobre a mesa uma bandeja de comida. Eu sorri. 
– Ei, você. Quem ganhou o jogo de xadrez? Eu os vi muito concentrados no jogo hoje. 
Eu sorri e dei de ombros. 
- Ele ganhou. Eu estava fora do jogo hoje.
 Marcus franziu a testa e suspirou. 
- Sim, eu posso entender. Vocês dois têm sido inseparáveis recentemente. Eu posso ver por que se preocupa com a sua chegada. Suas palavras me assustaram. 
- O que quer dizer? A chegada de quem?
 Marcus jogou os olhos para a Sra. Mary, que fez um som estranho, mas manteve de costas para nós. 
- Ah, desculpe, eu pensei que você soubesse. Eu, hum... 
Ele fez uma pausa e trocou seus pés como ele prefere sair da sala. A Sra. Mary suspirou. 
- Vá em frente e coloque pra fora, rapaz. Deixe o gato fora do saco. Não a deixe com dúvidas.
 Marcus assentiu com a cabeça e disse:
 - Eu não sei o quanto você lê sobre essas coisas de celebridades, mas Star Holloway, a princesa do pop, e Jax são uma fofoca por um tempo. Mesmo antes de vir aqui neste verão. Ela voou em seu jato particular esta tarde e passará a noite aqui antes de voltar para terminar sua turnê. 
Meus joelhos foram fracos.
 - Não faça parecer pior do que é, rapaz. A Sra. Mary o repreendeu. 
- Eu acho que ela é só uma amiga do Sr. Jax. A maneira como ele vêm te seguindo menina, como se fosse um cachorrinho, eu não posso imaginar que ele tenha outra garota. 
Eu não conseguia formar palavras. Olhei para Marcus, que deu de ombros. Eu não sabia o que dizer ou pensar. Precisava de um tempo sozinha, então eu fui para a lavanderia e me troquei. A idéia de que Jax tinha uma estrela pop como namorada não fazia sentido para mim. Ele nunca tinha falado isso antes. Marcus não mentiria pra mim. Star Holloway estava nessa casa, e ela também passou a ser a razão pela qual Jax não voltou mais. Doía saber que ele não veio, não tirou um tempo para explicar nada. Mas, novamente, o que ele poderia dizer a sua hóspede: - “Desculpe, mas eu tenho que ir dizer a ajudante de cozinha que você está aqui e eu não vou vê-la hoje”. Quero dizer, realmente isso seria difícil de entender para alguém do seu mundo. 
Respirei fundo e me lembrei que eu sabia desde o início que a relação com ele era impossível. Ele era uma estrela do rock, e eu trabalhava na cozinha e no jardim. Eu andei direto pra uma situação sem um final feliz, e eu sabia disso, mas eu tomei o caminho de qualquer maneira, só porque um par de olhos azuis de aço fez meu coração disparar e um sorriso infantil me fez derreter. Estúpida pode ser o tipo de palavra certa para mim. Engoli o nó na garganta e sai da lavanderia. Passei pela Sra. Mary, que estava torcendo as mãos esperando por mim. 
- Eu sabia que você ia se machucar. 
Ela disse com preocupação em sua voz. Mordi o lábio, ainda não confiava em mim pra falar.
- Espere. Marcus lhe levará para casa. 
A idéia de ter que falar com Marcus, e esperar nesta casa por mais tempo, enquanto Jax estava sentado na sala de jantar com a princesa do pop, que por razões óbvias era um jogo muito melhor para ele do que eu. Entrei em pânico e eu tinha que escapar. Engoli em seco novamente, e eu disse a Sra. Mary:
- Eu estou bem, mas eu quero ir para casa agora. Eu a vejo amanhã pela manhã. Um passeio de bicicleta é exatamente o que eu preciso. 
Eu sorri, mas o sorriso não alcançou meus olhos. A Sra. Mary franziu a testa e me fez lembrar de ter cuidado. Fui para casa o mais rápido que pude. Quanto mais longe chegava, mais difícil parecia ser voltar para lá. A idéia de voltar me machucava então eu não tinha certeza de que eu poderia fazer isso. Eu era tão forte, agora eu tenho uma ferida profunda. Eu tinha perguntado isso quando eu concordei com Jax. Deixei-me deslumbrar com sua boa aparência e personalidade encantadora, seus olhos intensos e um sorriso de menino de alguma forma me fazia estúpida e descuidada. Eu precisava me proteger. 
O pensamento horrível que eu poderia ser como a minha mãe me abateu, e as lágrimas queimaram meus olhos. Parei na praia pública. Uma caminhada ajudaria a me acalmar antes de ir para casa para enfrentar e Jéssica. Amanda começou a descer do posto de salva-vidas. Quando eu a vi, e ela jogou seu sorriso despreocupado e borbulhante em mim. 
- Sadie! Liguei hoje de manhã, mas você não atendeu. Deixei uma mensagem, no entanto. Então, você virá pra festa?
 Eu tinha esquecido sobre a festa. 
- Mmm sim, eu vou.
 Ela parecia genuinamente feliz. Eu não conseguia entender por que esta menina bonita, alegre, parecia tão ansiosa para ser minha amiga.
 - Sobre o trabalho de salva-vidas. Quanto eles pagam? 
Ela olhou para mim de novo, aparentemente animada com a idéia de eu ser uma salva-vidas. 
- Doze dólares por hora e você terá os benefícios de estar na praia o dia todo!
 Isso era um bom dinheiro. Não tanto quanto eu faço agora, mas perto o suficiente.
- Muito bem, eu estou interessada, o que eu tenho que fazer? 
Ela agarrou minha mão e me levou para o prédio localizado em frente ao mar, com banheiros, um bar na praia e alguns escritórios. 
- Você deveria ir lá e ver Jerry pela manhã. Pode dar-lhe todas as informações. Há treinamento de resistência e de alguns dias de aula. Dependendo de quão boa você faz é, vai levar o tempo que for preciso. Mas a Cherry apenas renunciou na semana passada, e precisamos de um salva-vidas, então agora é uma boa hora para ir e ver. Eu balancei a cabeça
- Obrigado, vou vê-la amanhã à noite, então. 
Amanda sorriu. 
- Ótimo, nos veremos então.
 Virei-me e caminhei na praia. Eu estava vestindo short curto e uma blusa azul sem mangas, mas a brisa da noite ainda tinha o calor do dia, por isso não importava. Fui até a beira da praia pública e sentei-me em uma das cadeiras de madeira abandonada pelo aluguel. Sem as almofadas que vêm com elas, eram um pouco desconfortáveis, mas não o suficiente para eu me sentar na areia da praia. Deitei-me e fechei os olhos, deixando o som do oceano e das ondas me acalmarem. 
Eu deixei isso acontecer. Eu sabia que quando eu concordei em passar o tempo com Jax, iria acabar me importando demais. Ele nunca disse que éramos exclusivos. Ele nunca disse que me amava. Sim, disse muitas outras coisas, como eu era o seu ar e ele precisava de mim, mas agora todas essas palavras pareciam irreais. Frustrada por eu fazer exatamente o que todas as meninas nos Estados Unidos fizeram, eu não era diferente do resto delas. Seus olhos e seu sorriso me derreteram e enviaram calafrios na minha espinha. Eu tinha que começar a superar isso. Jax gosta de passar um tempo comigo porque eu era o tipo sem condições. Ele gostava de ficar perto de mim, porque eu não acho que tudo o que ele fazia era maravilhoso. Ele já tinha o suficiente. Ele não pediu ou precisava do meu amor. Eu fui e me apaixonei por ele por minha própria vontade. 
Esfreguei meus olhos com o punho e lutei contra as lágrimas que caíam. Lamentar não me ajudaria ou nem me faria sentir melhor. No entanto eu estava aqui, sentada e sozinha na praia, chorando como um fracasso no amor. 
- Urgh! 
Sentei-me e limpei o meu rosto com a minha camisa e decidi que não ia chorar outra lágrima por Jax Stone. Meu peito doía com a idéia de deixar a Sra. Mary e o Sr. Greg e Marcus... Diabos eu iria perder até a Sra. Fran, mas não poderia estar lá e vê-lo em sua casa, amando-o como eu o fazia! Deixei escapar um suspiro, sem saber o que fazer. 
Em momentos como este, eu realmente precisava de uma mãe com bom senso e sábias palavras. 
- Sadie. 
Eu me virei. Marcus estava andando em minha direção. Limpei o resto das minhas lágrimas e me levantei. Ele ainda usava a roupa branca de trabalho, mas a camisa estava para fora das calças e a gola solta. Quando estava perto o suficiente para ouvir a minha voz sobre o vento e as ondas, perguntei a Marcus:
- O que você está fazendo aqui? 
Marcus sorriu timidamente e apontou de volta para a estação de salvavidas com o polegar, por cima do ombro. 
- Eu tenho uma fonte de dentro. 
Confusa, eu fiz uma careta e olhei para onde ele falou com Amanda. Ele viu a carranca no meu rosto e deu um suspiro dramático. 
- Você sabe o nome da Amanda? 
Eu balancei minha cabeça negando lentamente, tentando lembrar se ela tivesse me dito seu nome.
- Amanda Hardy, também conhecida como a minha irmãzinha. 
Minha boca formou um "O" e eu me virei para ele, estudando suas características atraentes. De repente, eu percebi que ele e sua irmã compartilham os mesmos olhos e sorriso. 
- Ela sabe que eu trabalho com você? 
Ela nunca tinha dito nada antes, e a sua bondade fazia muito mais sentido por ser a irmã do meu amigo. Ele balançou a cabeça como se estivesse condenado por um crime. 
- Sim, eu a mencionei em sua primeira noite de trabalho, quando eu cheguei a minha casa, e ela lembrou-se de você da escola. 
Eu balancei a cabeça, ainda chocada com a conexão. Eu realmente nunca pensei que Marcus tinha família aqui, e que eu pudesse conhecêla. E então eu percebi: O que ela sabia sobre Jax?
 - Ela sabe... ? Marcus balançou a cabeça. 
-Não. Não, eu não posso falar sobre Jax. Ela iria enlouquecer e começar a me perseguir no meu local de trabalho. 
Eu sorri tristemente, mas uma onda de alívio tomou conta de mim.
- Ela não se parece com o tipo de perseguidora. 
Marcus riu e ergueu as sobrancelhas loiras.
- Jax Stone é tudo o que existe em suas paredes do quarto. 
Eu ri e sentei-me novamente.
 - Por que você veio aqui? 
Marcus sentou-se na cadeira ao meu lado.
- Você é minha amiga, e eu odeio saber que você está ferida. Queria que você tivesse esperado para eu levá-la pra casa, mas eu entendo porque você queria ir. 
Eu não respondi por que eu não sabia o que dizer. Nós olhamos para a água por algum tempo. Finalmente, Marcus me disse: 
- Você sabia que ele só estaria aqui por um tempo. Ele irá embora, e você vai ficar aqui. Seus mundos são muito diferentes. Ele fez uma pausa e pigarreou. 
- Você não é como as outras meninas, Sadie, e isso é atraente pra um homem. Estamos cansados da mesma coisa, e quando alguém tão bonita como você aparece, com toda a sua personalidade doce, ingênua, aceitando a vida como ela é... Você é tudo o que estamos procurando. 
Comecei a discutir, mas ele me parou com as mãos.
- Eu não estou explicando isso direito, então eu vou terminar e ver se eu consigo explicar isto melhor. A primeira vez que te vi, eu fiquei imediatamente atraído por sua aparência. No entanto, depois de falar com você, conhecê-la e vê-la no trabalho, eu percebi que tinha sido atraído por você porque você é única e simples e tímida. Meu palpite é que Jax não tem estado em torno de alguém com as suas características por um longo tempo, e isso se misturou ao fato de que você é uma bela loira e “bam"! Ele estava viciado em você. Não se pode culpá-lo por te querer tanto. 
A mão de Marcus tornou-se um punho em seu colo. Ele estava com raiva agora. 
- Mas eu não posso culpá-lo por agir em seu interesse por você. Ele desencadeou todo o seu encanto em você, sabendo que só poderia ser por um curto tempo. E por isso, eu vou fazê-lo pagar. 
Um nó de medo repentino formou no meu estômago, e imediatamente balancei minha cabeça. 
- Marcus, não! Eu escolhi isso. Você está certo, eu sabia que era ruim pra mim, até mesmo o pouco tempo que tínhamos juntos, eu estava de acordo. Eu me permiti me importar muito, e é minha estupidez. Nada do que ele fez foi errado. 
Marcus balançou a cabeça. 
 -Ele é maior e melhor informado sobre os caminhos loucos do mundo do que você. É totalmente culpa dele. 
Eu ri, eu não sei como, mas eu fiz. 
- Eu preciso de um amigo, Marcus, e não um cavaleiro de armadura branca. Marcus sorriu.
- Eu sou seu amigo Sadie, e isso nunca vai mudar. No entanto, eu não me importaria de ser o seu cavaleiro de armadura branca também. 
Eu balancei minha cabeça. 
- Eu realmente não tinha escolha, Marcus. Meu coração fez essa escolha por mim. Eu não queria amá-lo. Eu sabia que iria acabar quebrando meu coração, mas eu não poderia fazer nada quanto a isso. Toda vez que estou perto dele, fico fora de órbita. Ele não é o tipo que todo mundo vê na TV. Não é um Rockeiro rico e superficial, na verdade ele tem um grande coração, e há uma criança dentro dele, que ainda precisa da aprovação de quem se importa com ele. Ele aceita os outros pelo que eles são e não julga as pessoas.
 A expressão de Marcus parecia tão triste. 
- Você foi dentro da estrela e encontrou o seu coração. Isso só será mais difícil para você. 
Ele veio e pegou a minha mão. 
- Estou aqui com um ombro para você chorar, cada vez que você precisar. 
Eu queria chorar, mas sabia que não podia fazê-lo na frente de Marcus. Eu não queria que ele ficasse bravo com Jax porque eu havia me tornado uma boba apaixonada. Em vez disso, eu me levantei.
 - Eu tenho que ir para casa.
 Coloquei minhas mãos nos bolsos da minha bermuda. O vento da tarde começou a esfriar. 
- Eu posso te levar para casa? 
Eu pensei sobre isso, então balancei a cabeça.
- Estou muito perto de casa, e a viagem será boa pra mim. 
- Tudo bem, se é isso que você quer.
- É. Eu disse.
 - Será que vou te ver amanhã no trabalho, ou você vai estar aqui para o trabalho de salva vidas? 
- Eu estarei no trabalho amanhã. 
Eu não tinha percebido que havia tomado uma decisão, até que eu disse isso em voz alta.
 
CAPÍTULO 11 
Eu havia perdido a conta de quantas vezes tentei me convencer a não voltar para a mansão Stone. Fiquei me lembrando de que precisávamos do dinheiro, e não agiria como fez Jéssica. Eu não escapava da minha vida. Eu enfrentava os meus problemas e lidava com eles. Poderia ser mais forte do que um coração partido. Estupidamente, eu dei meu coração para alguém que não precisava, ou não merecia. E foi só culpa minha. No entanto, eu não vou continuar a fazê-lo. Lição aprendida. Fazia muito tempo que aprendi a não cometer o mesmo erro duas vezes. 
Eu abri a porta da cozinha e a Sra. Mary virou-se para mim. Alívio nublava seu rosto. Ela deveria estar preocupada, caso eu não voltasse. Sua expressão, que parecia perdida, fez o meu retorno valer a pena.
 - Bom dia, Sra. Mary. 
Olhei para a mesa à espera de encontrar o lugar vazio, e eu congelei em meu lugar quando eu vi Jax, sentado no lugar de costume. Sua testa franzida em preocupação. Eu assenti para ele com a cabeça e obrigueime a virar para a Sra. Mary.
 - Se a senhora não se importa, esta manhã eu gostaria de começar cedo com o jardim. Eu posso voltar mais tarde para ajudá-la a preparar o almoço. 
A Sra. Mary limpou a garganta. Ela parecia um pouco insegura, e finalmente conseguiu assentir. 
- O Sr. Greg ficará feliz em vê-la tão cedo.
 Fui direto para a lavanderia e troquei-me. Não poderia lidar com ele esta manhã. Eu precisava de tempo, e eu também tinha que trabalhar e não tinha tempo pra conversas. Meu uniforme já estava limpo e passado, pendurado no armário juntamente com todos os outros. Eu procurei entre todos até que eu encontrei o meu. Ontem, quando eu estava fazendo exatamente o mesmo, o meu coração estava batendo como um louco, sabendo que Jax estaria esperando.
 Muitas coisas podem acontecer em um dia. Meu coração se partiu um pouco, e balancei a cabeça para clarear meus pensamentos. Eu poderia continuar. Eu precisava encontrar algum tipo de controle sobre as minhas emoções. Por que quando eu finalmente me apaixonei, tive que escolher um ídolo do Rock? Não poderia ser como as garotas normais e me apaixonar por um menino da escola? Ou do trabalho? Como Marcus, por exemplo. Por que o meu coração dançava tango por Jax, e não conseguia nem pular uma batida por Marcus? Rosnei frustrada por minha própria estupidez. 
Eu encontraria uma maneira de superar isso. Abotoei a camisa e tomei outra respiração calmante, apenas para o caso de encontrar Jax ainda sentado na cozinha. Quando abri a porta da lavanderia e sai, Jax bloqueou meu caminho. Deveria ter esperado que ele me seguisse. Jax Stone não era rejeitado por uma garota. Isso não poderia ser algo que ele sabia como lidar. Eu suspirei, sabendo que eu não poderia passar sem que ele permitisse isso, assim me virei para colocar alguma distância entre nós. 
- Sadie, por favor, fale comigo. 
Ele procurou a minha mão, mas logo as tirei e as coloquei no meu bolso.
- Sadie, por favor. 
Eu odiava o menino inseguro em seus olhos, e eu odiava que me afetasse tanto. Que saco!
- Não há nada para falar Jax. Eu trabalho aqui, somos amigos, pelo menos eu acho, e você passou muito tempo comigo. Sua namorada está aqui. Não têm problema. Agora, se você pudesse sair da minha frente. 
Ele pegou meu braço e suavemente, e com firmeza me empurrou de volta para a lavanderia e fechou a porta atrás de si.
 - O que você está fazendo? 
Eu perguntei quando eu percebi que ele tinha trancado a porta. 
- Necessitamos esclarecer algumas coisas, e eu não posso deixar você ir trabalhar até que eu tenha certeza que você entendeu tudo. 
Eu odiava a forma como ele estava agindo, como se eu precisasse de qualquer lembrança da realidade. Eu fiquei tensa e virei o rosto para a janela. 
- Lembra quando eu disse que eu tinha que tirar fotos com algumas mulheres, estrelas teen ou seja quem for que esteja por perto, como publicidade? 
Não me virei e nem respondi as suas palavras. Ele suspirou.
 - Será que você se lembra? De qualquer forma, Juntaram a mim e a Star desde que tínhamos quinze anos. Ela é a garota do mundo adolescente, e as pessoas gostam de sonhar com um romance entre nós. Uma vez que ambos passamos a nossa adolescência na frente das câmeras, nós nos tornamos amigos. 
Náuseas agitaram dentro de mim. Eu não precisava de um lembrete de que Star seria muito melhor como um par para ele do que eu. 
- Mas amigos é a única coisa que sempre fomos! Eu não vou mentir, num primeiro momento, nós tentamos ter um relacionamento. Parecia natural para nós, mas falhamos miseravelmente. Fomos capazes de terminar tudo e manter a nossa amizade. Eu não sabia o que estava por vir ontem. Por anos ela foi apaixonada por um garoto de sua cidade natal. Eles esforçaram-se para fazer as coisas funcionarem, mas com seu estilo de vida complicado, eles nunca conseguiam ter tempo suficiente juntos. Ela soube que ele se casará na próxima semana, pois engravidou uma menina, e Star está chateada com a coisa toda. Então ela veio aqui para me ver. Ela precisava de um amigo.
Ele parou de falar, e eu sabia que tinha que me virar e responder. Só não tinha certeza de como fazê-lo, sem agir como uma desesperada namorada idiota em que eu havia me tornado. Eu respirei fundo e exalei, na esperança de acalmar minhas emoções, e eu me virei para ele. 
- Você não tem que explicar nada. Desde o início eu sabia que vivia em um mundo do qual eu não sei nada, e eu nunca saberei nada. Mesmo que fosse sua namorada, a única coisa que você deve ter se sentido culpado é beijar alguém mais. Você não me deve qualquer explicação. Eu sou apenas alguém com quem você passou algum tempo durante o verão. 
 Forcei um sorriso e balancei a cabeça em direção à porta. 
- Agora que esclarecemos tudo, eu preciso ir trabalhar. 
Andei até a saída, e a mão de Jax voou e agarrou meu braço. Fechei os olhos e esperei que ele falasse. 
- Você acha que é apenas alguém com quem eu passei um tempo?
 Eu engoli o caroço na minha garganta. Ele olhou para mim, incrédulo, e eu não sabia o que dizer. Ele devolveu o olhar. Ele parecia chateado e magoado. Eu odiava ter que machucá-lo. 
- Então, o que eu sou Jax? Eu me ouvi murmurar. 
- Como posso ser mais do que apenas isso? 
Ele me puxou para ele. 
- Você tem sido muito mais do que isso desde a noite em que eu a levei para casa. Quer saber o que você é? 
Ele pegou minha mão e colocou-a sobre seu coração. 
- Você é a pessoa que o possui. 
Meus olhos se encheram de lágrimas. 
- Eu não quero amar você.
Eu consegui dizer, apesar do nó na minha garganta. 
- Deus, eu espero que você o faça, porque eu te pertenço completamente Sadie. 
Ele sussurrou, e então se inclinou e me beijou com tanta emoção que as lágrimas escaparam e deslizaram pelo meu rosto. Ele segurou meu rosto para me beijar, até que meus joelhos ficaram fracos, e eu segureime em seus braços para não cair. Quando ele quebrou o beijo, não me deixou ir, felizmente, porque sem o seu apoio eu não teria forças para ficar de pé. 
- Eu deveria ter vindo e dizer-lhe isso, mas ela não parava de chorar e chorar por tudo o que tinha acontecido. Ela precisava de um ombro e eu dei-lhe o meu. Eu sabia que tinha arruinado tudo quando cheguei pra te ver na noite passada e você tinha ido embora. Prometa-me que você nunca vai sair de casa sozinha novamente? Eu fiquei na entrada da sua casa depois de eu ter a certeza que a sua bicicleta estava lá e vi as janelas por um tempo, querendo saber o qual era a sua. Se eu soubesse, então eu teria te procurado, mas eu também não queria acordar sua mãe. 
Ele colocou um cacho dos meus cabelos atrás da minha orelha, e eu tremi ao seu toque.
- Eu estou tentando forçar meu corpo pra te deixar ir antes que a Sra. Mary venha buscá-la, mas você treme quando eu te toco e isso enfraquece a minha decisão de deixá-la ir. 
Eu descansei minha cabeça em seu peito, e sorri. Eu o amava. Eu sabia que, inevitavelmente, meu coração doeria quando ele fosse embora, mas eu sabia que ele me amava também.
Depois do trabalho, eu esperei por Jax no gazebo. Eu tinha prometido a Amanda que iria com ela para a festa esta noite. Eu mandei uma mensagem para Marcus com o horário e o lugar onde nos encontraríamos. Eu tinha esquecido, até que ele me lembrou. Eu precisava falar com Jax sobre isso, porque se ele queria fazer algo comigo, eu teria que cancelar meus planos anteriores. 
Agora, eu não teria aceitado o convite de Amanda, mas ela parecia animada para me apresentar para as pessoas. 
- Por que a está chateada, linda? 
Jax entrou no gazebo e sentou-se ao meu lado. 
- Eu não estou chateada. Estou somente pensando. 
- Sobre o quê? 
Eu suspirei. - Fui convidada para uma festa na casa de um garoto de escola. A irmã mais nova de Marcus, Amanda, está na minha classe, e ela me convidou para acompanhá-la. Eu disse que sim, mas isso foi ontem, quando eu fui embora cedo por causa de Star. 
Ele recostou-se e colocou o braço em volta de mim.
- Bem, você iria concordar em ir à festa como em um encontro? 
Eu fiquei tensa. 
- Um encontro? 
Ele sorriu. 
- Sim, a menos que você tenha vergonha de ser vista em público comigo.
Eu não tinha certeza do que ele quis dizer. Obviamente, isso poderia significar que ele iria comigo? 
- Você diz que quer ir pra a festa? 
Ele acenou com a cabeça. 
- Sim, acho que sim. 
Eu fiz uma careta e decidi comentar o óbvio. 
- Você sabe que essas pessoas vão pular em cima você, certo? 
Ele encolheu os ombros. 
- No início, provavelmente, mas eu imagino que superarão o choque inicial e nos deixarão em sozinhos. 
- Eu posso cancelar tudo. 
Ele balançou a cabeça, levantou-se e virou para mim.
- Eu vou por uma razão egoísta. Eu quero que todos eles saibam que você é minha.
- Tudo bem, mas qual é a razão, além de ser a inveja de cada menina nessa cidade? 
Ele sorriu. 
-Vou deixar a população masculina saber que você não está disponível e que devem ficar muito distantes de você. 
Eu tive que rir. 
- Tudo bem, então, “Senhor Super importante Rock Star", vamos a essa festa para que você possa intimidar todos os caras que estão num raio 50 km.
 
CAPÍTULO 12 
Jax me fez prometer não ir trabalhar na manhã seguinte, depois nós conversamos até três da tarde. O sol foi ficando mais brilhante, e as minhas persianas brancas pouco fizeram para bloquear a luz. Me espreguicei e tive que levantar. Eu olhei para o quarto de Jéssica, ela já estava acordada. Quando entrei na cozinha, Jéssica estava pegando uma tigela de cereal. Ela franziu a testa. 
- É melhor você não perder esse trabalho devido à sua sonolência excessiva. Que horas você chegou, afinal? 
Era hora de contar a ela sobre Jax. Ele queria que eu fosse a uma festa beneficente com ele na próxima semana, e eu tinha que dizer a Jéssica. Eu só não tinha certeza de por onde começar, então me sentei à mesa. 
- Nós precisamos conversar sobre algo. 
Ela colocou o prato sobre a mesa. 
-Menina, se você me disser que você está grávida, eu poderia enlouquecer nesse exato momento. 
Eu ri. 
- Isso não vai acontecer. E, não, isso não é sobre uma gravidez indesejada mamãe...
 Jéssica inclinou a cabeça para um lado.
 - Isso responde à minha pergunta sobre o porquê de você demorar a chegar na noite passada? 
Eu balancei a cabeça. Ela apontou a colher para mim, me indicando a continuar, e depois deu uma grande mordida de seu cereal. Eu tomei uma respiração profunda.
- Eu não tenho certeza por onde começar. 
Jéssica parou com a colher no ar. 
- Você quer dizer que isso vai ser muito bom? 
Revirei os olhos. Às vezes, eu desejava que ela fosse uma mãe normal, mas então eu não era normal, por que eu deveria esperar que ela fosse?
- Bem, quando você trabalhou para os Stone, você sabia com quem você trabalhava? 
Ela assentiu com a cabeça.
 - Claro! O roqueiro adolescente Jax Stone. Eu não podia parar de olhar as fotos nas paredes.
 Eu suspirei aliviada que pelo menos ela sabia disso. 
- Bem, eu estou namorando ele. 
Eu parei e esperei. Ela engoliu o bocado, e deixou cair o queixo.
- De jeito nenhum!
 Eu esperava por uma resposta mais profunda dela. Mas, em seguida, a profundidade não era uma característica de Jéssica.
- Estamos namorando há algumas semanas agora, e bem, tenho que ir para Hollywood para uma festa beneficente na próxima semana, e quero ir com ele como sua namorada.
 Isso chamou a atenção de Jéssica. 
- Ele quer levá-la para Hollywood? 
Eu balancei a cabeça e eu comi meu cereal em segundos.
- Eu não acho que é uma boa idéia. 
Ela disse, finalmente, e eu não esperava que ela se importasse se eu iria ou não. 
- Posso perguntar por quê? 
Ela se recostou na cadeira e suspirou. 
- Sadie, até agora, Jax Stone nunca havia namorado ninguém. Você é linda, mas você é jovem e ingênua. Seu mundo não é algo para o qual você está pronta. Claro, sair com ele aqui é uma coisa, mas ficar em seu mundo é outra. Eu sei que não sou a melhor mãe do mundo, mas eu te amo, e eu vou dizer não apenas pra protegê-la. Você não está pronta para isso, e as angústias que isso trará, será como nada que você já experimentou. A relação com ele com qualquer quantidade razoável de tempo é impossível. Você só vai se apaixonar por ele, e ele estará indo embora. Ele tem que ir. Ele não pode ser Jax Stone em Sea Breeze, Alabama. 
Eu queria discutir, mas sabia que ela estava certa. 
- Eu já o amo. 
Eu sussurrei. 
Ela se levantou, caminhou até mim, colocou as mãos nos meus ombros e os apertou. 
- Oh, querida, você só está prestes a descobrir o que o amor realmente é ruim e que dói muito. 
Ela beijou minha cabeça e saiu pela porta dos fundos. Eu não podia ir, o que me decepcionou, mas de alguma forma eu sabia que seria melhor. Eu não caberia no mundo de Hollywood. Eu não podia sequer lidar com algo tão simples como o ensino médio. 
Jax não gostou da decisão de minha mãe, mas a aceitou. Dizer adeus mesmo que seja por um momento faria o meu peito ia doer. Eu temi isso dia todo. Se isso era o que se sentia ao vê-lo ir por pouco tempo, como seria pior em setembro?
 Eu o ouvi andando atrás de mim antes que ele dissesse alguma coisa. Levantei-me do meu trabalho com as rosas e olhei para ele. Tinha a aparência de um modelo de revista, lutei contra o impulso de chegar a ele e tomar posse de Jax, abraçá-lo e dizer que eu o amava, mas não o estranho na minha frente. Ele estendeu a mão, pegou a minha, e tirou as minhas luvas. 
- Eu já sinto saudades de você. 
Disse ele quando começou a beijar meus dedos. 
- Estes serão os mais longos dois dias da minha vida. 
Obriguei-me a sorrir.
- Eles acabarão antes de você perceber. 
Ele franziu a testa e me puxou para mais perto.
- Deus me ajude se me pedirem para cantar uma canção de amor. Eu não sei se vou ser capaz de lembrar as letras.
 Eu sorri e estendi minha mão para correr os dedos pelo cabelo escuro e espesso.
- Você terá todos comendo na palma da sua mão. Tudo que você tem a fazer é sorrir. 
Ele sorriu pra mim. 
- Acho que você está um pouco tendenciosa pro meu lado. 
Comecei a rir.
 - Não, eu não estou. Eu vi uma sala cheia de meninas encantadas com um simples sorriso seu. 
Ele franziu a testa e se inclinou para beijar minha bochecha, e depois beijou o caminho para a minha orelha antes de sussurrar:
- Você é a única que eu estou interessado em encantar. 
Eu suspirei.
- Bem, não se preocupe, eu estou completamente encantada. 
Ele se inclinou para trás e colocou a mão no bolso.
 - Eu tenho uma coisa para você, mas é na verdade é mais pra mim. Eu preciso de você o aceite, então eu serei capaz de ficar tranquilo enquanto eu estiver fora. 
Ele segurava um celular fino na mão. 
- Por favor, mantenha-o com você em todos os momentos, para que eu possa ouvir a sua voz quando eu puder. 
De alguma forma, ele conseguiu dizer as únicas palavras que eu iriam me fazer aceitar um presente dele.
- Eu não sei se eu posso usá-lo. Parece complicado.
 Ele sorriu.
 - É uma tela sensível ao toque. Ao tocar na tela, não são necessários todos os botões. 
Eu segui as instruções da tela e veio à vida.
 - É como um IPod que você me deu. 
- Isso é porque ele é um iphone. 
Eu o coloquei no meu bolso. 
-Eu estou a apenas um telefonema de distância. 
Jax sorriu tristemente.
- Odeio isso. 
Eu não queria tornar as coisas difíceis para ele, então eu me forcei a sorrir.
- Você estará de volta em breve. Ele se inclinou para me beijar. Eu não fechei os olhos. Eu queria vê-lo como ele virou o meu mundo. Mas no momento em que sua mão desenhou meu rosto, eu perdi toda a concentração e só queria desfrutar de estar em seus braços. Ele deu um passo para trás e quebrou o beijo.
 - Eu voltarei peã você o mais rápido possível. 
Disse ele com a voz rouca. Eu realmente sei que o nosso beijo o afetou.
 - Eu sei. 
Ele me deu um sorriso e foi embora. Eu o assisti até que ele estava quase fora de vista. Ele se virou e me parou. Ele colocou dois dedos à boca e soprou um beijo para mim antes de você virar a esquina. O telefone fino no meu bolso lembrou-me que ele iria me chamar logo, e eu ouviria a sua voz. Isso tem que ser o suficiente. 
Marcus me levou para casa depois do trabalho. Jax tinha deixado um carro para me levar, mas não se atrevi a ir para casa no carro sem ele. 
- O que eu tenho que fazer para te fazer sorrir assim? 
Ele perguntou, quando paramos próximo ao meu apartamento. Suspirei e forcei um sorriso. 
- Nada. 
Ele recostou-se no banco e fechou os olhos. 
- Espero que ele saiba o que ele tem. 
Olhei para o meu amigo, sem saber o que dizer. Eu deixei a minha mão na porta do carro. Aparentemente, ele queria conversar. 
- Eu sou a que têm recebido algo especial. Jax não é como as pessoas pensam. Ele é um grande cara, é simpático e educado e doce. Ele me faz rir e é feliz apenas me segurando. Em seus braços eu me sinto segura. É como se, finalmente, eu encontrei um lugar a que eu pertenço. 
Marcus deu uma risada curta e difícil. 
- Sadie, sustentá-la não é uma dificuldade para ele, eu posso te garantir. Como você sabe que você não pode encontrar todas essas qualidades em outra pessoa? Jax não é a única pessoa, na terra, educada e doce.
- Tenho certeza de que você está certo. Mas nenhum cara que eu conheci fez meu coração entrar em um frenesi e minha pele formigar apenas com sua presença em uma sala. De alguma forma, ele é o único que tem sido capaz de tocar minha alma.
 Marcus suspirou e balançou a cabeça.
- Você está certo, não é algo que qualquer um pode fazer por você. Apenas Jax Stone é o único que faz você estremecer. 
Deixei escapar uma pequena risada. 
- Eu sempre o amarei, mas eu sei que em breve vou ter que aprender a viver sem ele e seguir em frente. Agora não é esse momento. 
Marcus assentiu. Abri a porta e sai.
 - Obrigado pela carona. 
Ele sorriu. 
- Em qualquer momento. 
Entrei em casa. Marcus era um grande cara, e se eu não amasse Jax, talvez pudesse sentir algo por ele. Mas a minha alma foi tirada de mim. 
Eu não queria dormir por medo Jax ligar e eu não atender. Eu varri a cozinha e limpei o banheiro, antes de finalmente tomar uma ducha. Deixei o telefone na pia, no caso do telefone tocar. Quando eu terminei, coloquei na minha camisola, e voltei para a minha cama, lutando contra a vontade de rastejar dentro dela. Eu sabia que se fizesse eu adormeceria facilmente. Fechar meus olhos estava fora de questão, embora eles pesassem muito. 
Sentei-me na beirada da cama e pensei sobre a probabilidade de que ele iria me ligar hoje à noite. Eu tinha quase me convencido quando ouvi Jax cantando "Wanted Dead or Alive". Eu não esperava esse tom de chamada, e ri quando eu atendi ao telefone. 
- Olá. 
- Olá, linda!
 - Aconteceu que eu tenho a única versão registrada de Jax Stone cantando "Wanted Dead or Alive" como tom de chamada? 
Eu perguntei incapaz de parar o sorriso bobo do meu rosto. 
- Sim, princesa. Quando eu tentei pensar em uma música para tocar quando ligasse, eu percebi que eu nunca tinha gravado uma música que você gostava, então eu fui para o meu estúdio em casa e gravei o que eu sabia que você gostaria. 
Eu sorri e cruzei minhas pernas no estilo indiano na minha cama. 
- Acontece que eu me tornei uma fã obcecada. Você poderia ter colocado uma de suas canções lá e eu teria sido abertamente feliz com isso também. 
- Então é assim? Eu gostaria que você me dissesse que você era uma fã. Eu deixaria a minha porta aberta para que você pudesse entrar e bombardear o seu perfume no meu travesseiro. 
Eu ri alto, e depois cobri minha boca para que Jéssica não acordasse e viesse aqui. Jax não tinha falado com ela de novo, e não esperava que o fizesse.
 - Eu não uso perfume. 
- Quer dizer que você cheira tão bem, sem nenhum tipo de ajuda? 
- Acho que sim. 
- Humm... Bem, como se sente sobre eu autografar uma parte do seu corpo... Eu escolho!
Ele riu ao telefone e eu corei, e fiquei com mais um sorriso bobo no rosto.
- Bem, talvez eu não seja uma fã tão louca assim, mas eu sou uma fã de qualquer maneira. Eu ouço sua música todas as noites quando vou dormir. 
Ele gemeu. 
- Sadie, você tem que me lembrar disso? É bastante difícil fechar meus olhos quando eu vou dormir. Eu não preciso de imagens de você deitada em sua cama, com o cabelo solto, enquanto eu canto em seu ouvido.
- Desculpe, mas eu não quero que você pense que eu prefiro as músicas do Jon Bon Jovi as suas.
- Obrigado por isso.
- Nada. Estou com saudades. 
- Eu sinto sua falta também. 
- Vá dormir baby, vejo você em breve. 
Suspirei e eu realmente desejei que eu tivesse um pôster dele na minha parede.
- Boa noite, Jax.
- Boa noite, doce Sadie. 
Desliguei o telefone e entrei debaixo dos lençóis com Jax cantando deliciosamente nos meus ouvidos.
 A Sra. Mary parou Henrietta, que parecia estar a fazer pão, quando eu entrei na cozinha na manhã seguinte. 
– Agora, a Sra. Stone disse que ela precisa do pão integral, mas eu o quero leve e fofo, não pesado. 
Henrietta acenou com a cabeça e continuou a amassar a massa antes dela. Sorri e fui com elas para a lavanderia me trocar. Hoje não ia ser nada fácil, sem Jax, mas pelo menos eu estava em casa, perto das suas coisas. Era melhor do que nada. Vesti meu uniforme e fui para a cozinha.
 - Vá em frente e pegue um pouco de pão fresco pra você. Henrietta fez para o almoço de hoje, mas é muito bom, com um pouco de manteiga sobre ele enquanto ainda quente.
Eles não tiveram que me dizer duas vezes. Meu estômago roncou. Eu cortei um pedaço e coloque a manteiga. O pão caseiro fresco derretido minha boca. 
- Ei, não coma tudo. - Marcus me cutucou nas costelas e tomou a faca para cortar um pedaço para ele também. Eu sorri.
- Bom dia para você também. Ele sorriu e deu uma mordida no seu pão. Marcus fechou os olhos e gemeu em voz alta, e a pobre Henrietta pulou alto. A Sra. Mary revirou os olhos. 
- Rapaz, você não pode comer mais tranquilamente? 
Com um sorriso, ele balançou a cabeça. 
-Não. 
Limpei minhas mãos em uma toalha de papel e virei para a Sra. Mary. 
- O que você tem para mim hoje? 
Ela sorriu e apontou para a despensa. 
- Eu preciso que você verifique todas as datas de validade dos alimentos da dispensa pra mim. Temos que tirar tudo o que esta velho e substituílos. 
Eu balancei a cabeça e fui direto para o trabalho. Com Jax cantando nos meus ouvidos, a manhã voou. Marcus se juntou a mim na hora do almoço.
 - Como você está? 
Ele sorriu e sentou-se com o prato cheio de comida.
- Bem, obrigado, e você? Marcus deu de ombros. 
- O mesmo de sempre, eu acho.
 Ele me estudou como se estivesse esperando que eu dissesse alguma coisa. 
- O quê? 
Eu perguntei antes de dar uma mordida no meu sanduíche Reuben (1). 
- Nada, pensei que poderia estar um pouco irritada. Você não falou muito, esta manhã, e eu achei que você sabia. 
Eu fiz uma careta e baixei meu copo. 
- O quê? 
Era como se estivesse tentando decidir se falava ou não. 
- E então? 
- Hum, por que não saímos para comer... E falamos. 
Um nó nervoso formado no meu estômago, mas eu queria saber o que Marcus sabia. Eu levei a minha comida e eu segui para o gazebo. 
- Tudo bem, diga- me o que é. 
Marcus não se sentou. Ele se aproximou da borda do mirante e inclinou o quadril contra a grade.
- Amanda está inscrita por e-mail em vários sites de notícias adolescentes. Esta manhã veio correndo para o meu quarto antes de eu vir trabalhar, perguntando-me se você e Jax ainda estavam namorando. Eu disse que sim, e ela me mostrou a adolescente Fan Star. Há várias fotos tiradas ontem à noite na cidade, de Jax com a atriz Kirk Baily.
 Meu estômago retorceu, mas isso aconteceu comigo antes com Jax, e eu sabia que não podia fazer nada com fotos publicitárias e novos relatórios. Forcei um sorriso. 
- Não é um grande problema. Ele tem que tirar essas fotos por motivos publicitários. Eu não estou preocupada. 
Marcus suspirou e enfiou a mão no bolso de trás para pegar alguns documentos. 
– Essas são as fotos. 
Peguei o papel de suas mãos e cai no banco com imagens Jax de mãos dadas com uma garota de cabelos escuros bonita. Uma foto o mostrava curvando-se e rindo do que ela estava dizendo. A outra mostrava com o braço em volta dos ombros, apontando para algo e sorrindo. Eu não li as palavras, mas comecei a ler de qualquer maneira: 
Na noite passada, Jax Stone foi visto pela primeira vez nas últimas semanas de braços dados com Kirk Baily (The Dream Date e Way Winter). Ambos pareciam muito interessados um no outro. Há rumores de que Jax tem escondido uma nova garota de sorte são falsos, porque parece muito interessado em Ms. Kirk. 
Eu entreguei os papéis para Marcus e me levantei.
- Eu não tenho mais fome, vou voltar ao trabalho.
 Ele agarrou meu braço quando passei por ele. 
- Ele não merece você. 
Eu não queria que ele visse minha cara, porque as lágrimas estavam ameaçando cair a qualquer momento.
- Eu não sou parte do seu mundo. Ele tem uma vida lá fora, que é muito diferente da sua vida aqui comigo.
 Eu estava me afogando em um sussurro. Me soltei e comecei a voltar para casa. Marcus veio atrás de mim e pegou minha mão.
- Pare Sadie. 
Eu parei, mas eu não me virei. As lágrimas rolaram pelo meu rosto e não queria me humilhar mais.
 - Eu sei que eu já disse isso antes, mas você vale mais do que aquilo que ele lhe dá. Você é linda, inteligente, simpática e divertida, e não se importa se o seu cabelo parece ruim ou se você quebrar uma unha. Você nunca está ocupada demais para jogar xadrez com um homem velho, e você está cuidando da sua mãe e nunca reclama de nada. 
Ele suspirou, pegou meu rosto e eu me virei para ele.
 -Por que você não percebe como você é especial? 
Eu mantive meus olhos para baixo. Ele enxugou minhas lágrimas. 
- Eu devo chutar a bunda dele por fazer você chorar. 
Eu balancei minha cabeça. 
- Eu escolhi isso. É a minha escolha. Eu escolhi isso. Não posso evitar o que o meu coração sente. 
Marcus apertou sua mandíbula e acenou com a cabeça antes de deixar cair as mãos e recuando como se tivesse sido queimado. Ele era um bom rapaz. Eu realmente odiava a verdade o machucasse tanto. Fechei a lacuna que eu havia criado ou estendi a mão para tocar seu rosto.
 - Você é muito especial, e um dia alguém vai roubar seu coração e se tornar uma garota de sorte. 
Deixei-o e me virei para ir embora.
- Mas e se ela já o tem, mas o seu coração já está ocupado? 
Ele perguntou em um sussurro rouco. 
Fechei os olhos e respirei fundo, em seguida, virei-me para encará-lo.
- Então, não é certo. 
Ele caminhou na minha direção em um longo passo.
- Mas e se ela estiver errada?
 Ele disse, pouco antes de sua boca cair na minha. Fiquei surpresa com o primeiro lugar, e, em seguida, entrei em pânico. Eu não poderia fazer isso. Eu coloquei minhas mãos em seu peito e empurrei-o antes de me virar e correr. Corri direto para a minha bicicleta e pedalei duro tanto quanto eu podia, mas consegui chegar em casa.
 O telefone tocou. Eu tinha acabado de chegar na minha rua e estava fora do ar, pois estava vindo muito rápido. Eu parei, caindo em uma árvore e respirei fundo. Eu precisava atender a ligação. Gostaria de falar com ele sobre a atriz quando ele chegasse em casa, não tiraria conclusões precipitadas sem ele estar aqui para se defender. Mesmo que as fotos fossem muito incriminadoras. 
- Olá. 
Eu disse. 
- Onde você está?  
A voz de Jax soou dura e tensa.
- Uh... 
Eu percebi que eram duas horas da tarde, e eu estava quase em casa. Como eu poderia explicar isso? 
- Bem, parei no caminho de falar com você. 
Eu disse, falando a coisa mais simples que eu poderia imaginar naquele momento. 
- Por que não está na minha casa? 
Sua voz soava um pouco menos dura, mas tensa. 
- Bem, uh... - Eu não queria mentir, mas eu não queria dizer a verdade também. Pelo menos, não por telefone. - Estou indo para casa mais cedo. 
Ele parou por um minuto. 
- Pode me dizer por quê?
- Eu tenho que lhe dizer isso? 
- Sim, eu acho que é necessário. 
- Eu tenho uma dor de cabeça. 
Não era uma mentira.
- Jason, ele testemunhou algo de sua janela há cerca de trinta minutos. 
Suspirei e descansei minha cabeça contra a árvore. 
- Isso é algo que eu queria esperar e discutir quando você chegasse em casa. 
- Eu não posso esperar. Ele disse que você estava chorando e disse que... viu Marcus beijá-la. 
A última parte foi tão dito tão alto e com tanta raiva que eu temi por Marcus. 
- Há muito mais do que isso. 
- Então me diga. 
Eu sabia que isso não ia acabar até que lhe contar tudo. 
- A irmã de Marcus, Amanda, viu algumas fotos de você on-line ontem à noite com Kirk Baily, e você foi muito simpático e gentil com ela. Você parecia feliz. E eu tive um tempo ruim com essas fotos, e Marcus disse algumas coisas sobre o nosso relacionamento que eu não queria ouvir, e eu chorei um pouco, ele me parou e tentou me confortar, e eu comecei a sair de novo e ele... ele me beijou. 
Jax não disse nada pelo o que parecia ser uma vida.
- Ele está despedido, e eu estou em um avião de volta para casa agora. 
- Jax, não! Ele, ele... Eu acho que ele está apaixonado por mim. 
Jax soltou uma risada áspera. 
- Eu sei. 
- Bem, ele estava preocupado comigo e tentou me convencer de que alguém como ele seria um algo melhor para mim. 
Jax assobiou. 
- Ele está sendo despedido nesse exato momento! Eu lhe disse que não o demitiria a menos que ele dissesse algo contra você, e ele fez. Ele tentou convencê-la de que eu não te amo. 
Eu suspirei. Eu não poderia suportar isso. Tudo era culpa minha. 
- Eu não o beijei de volta, eu sai correndo rapidamente. Nada mais aconteceu.
 - Eu sei que você fez, e que você o empurrou, Jason viu tudo. Também a viu correndo loucamente. Ele me ligou e me disse imediatamente. Deixei uma sessão de fotos e chamei meu piloto. Eu estou indo para você agora. 
- Você me explicou sobre as fotos antes. Eu só não estava preparada para vê-las em primeira mão, e ler as palavras dos jornalistas não foi divertido. Tentei não me incomodar. 
Jax suspirou.
 - Cada uma das fotos foram tiradas ontem à noite pelo agente dela. Ela estará em um novo filme, e precisa de propaganda. Eles me disseram que eu deveria fazer todas as fotos, nada mais que isso. 
Alívio tomou o lugar da dor, mas a culpa ainda pesa sobre mim, porque Marcus estaria fora de seu trabalho. 
- Obrigado por explicar tudo. 
Ele riu de novo, e era o som quente que eu amava. 
- Espere por mim. Eu a verei em breve. 
- Eu vou te esperar, sempre. 
 
CAPÍTULO 13 
Jax não teve que demitir Marcus, ele pediu demissão. A Sra. Mary disse que era o melhor e que eu não me preocupasse. Marcus iria voltar para a faculdade em poucas semanas e, provavelmente, precisava desse tempo para se preparar. No entanto, William também pediu demissão, o que deixou a Sra. Mary com um grande problema. Nenhum servente. 
- Eu vi dois candidatos hoje, e apenas um é apropriado. Mas precisa de alguma ajuda por ser a sua primeira vez.
 A Sra. Mary estava sobre uma pilha de papéis na frente dela. 
- Eu vou hoje à noite. Eu sei como fazê-lo. O único candidato adequado pode ajudar. 
Sra. Mary colocou os olhos em mim e fez uma careta. 
- Não tenho a certeza. O senhor Jax não vai gostar. Uma vez que você está reclamando sobre você trabalhar no sol, e me fez prometer não fazer camarão ou ostras novamente, desde que descobriu como você os odeia. Eu ri.
- Bem, ele tem que superar. Além disso, o que mais você pode fazer? 
A Sra. Mary mordeu o lábio inferior, em seguida, assentiu. 
- Bem, acho que você está certa. Você é minha única maneira de sair dessa bagunça. 
A porta se abriu, e Jax entrou com um sorriso no rosto. 
- Ah, justo quem eu queria ver! 
Ele se inclinou e beijou meu nariz, e deu a Sra. Mary seu sorriso de criança encantador. 
- Tem um pouco de chá gelado? 
- Eu o conheço Sr. Jax. Fiz um agora a pouco.
Ela se levantou para servir a bebida. 
- Enquanto estiver aqui, eu quero que você saiba que, como meus serventes se demitiram, Sadie será irá servir hoje à noite com o servente novo, para treiná-lo. Jax franziu a testa. 
- Não...não, ela não fará isso. 
- Jax, não vejo porque não. A Sra. Mary precisa de ajuda. 
Eu me sentei e coloquei minhas mãos em seus quadris, pronta para brigar se preciso. Ele sorriu e passou os braços ao redor da minha cintura. 
- Toda a minha família vai jantar fora hoje à noite, e eu vou estar ocupado. Então não há necessidade de serventes. 
Ele virou-se para a Sra. Mary e sorriu. 
- Tire a noite de folga também. 
Eu olhei para ele. 
- Você me daria a honra de ir jantar comigo?  
A Sra. Mary riu, e eu sorri.
 - Eu adoraria isso!
Ele pegou minha mão e me levou até a entrada para a parte principal da casa.
- Boa noite, Sra. Mary. 
Disse ele por cima do ombro e caminhamos para o seu quarto.
 - O meu estilista comprou roupas pra você, para a viagem que você não chegou a fazer comigo. Se quisermos desfrutar de uma refeição sem fãs, então nós temos que ir para um lugar onde o código de vestimenta é um pouco mais reservado do que a maioria. 
Ele abriu o grande closet, entrou e logo saiu com uma caixa branca em suas mãos. 
- São um presente pra você. 
Ele disse, sorrindo. Eu não gosto da idéia de ele me comprar roupas, mas o sorriso ansioso no seu rosto me fez morder minha língua e esquecer isso.
 Coloquei-a na cama e a abri. Dentro estava um vestido azul pálido parecia ser feita com um tecido tão delicado que ele quebraria quando eu o tocasse. 
- Tenho medo de danificá-lo. 
Sussurrei olhei pra ele. Ele riu e andou atrás de mim. Seu fôlego acariciou minha orelha. 
- Tudo o que você vai fazer é provocar a inveja de todos ao redor. 
Voltou ao seu armário e trouxe com ele uma caixa de sapatos. 
- Precisa destes também. 
Eu a abri e dentro havia um par de sapatos prateados de salto alto com tiras de renda. 
- Espero que eu possa andar com eles. 
 Minha vai voz saiu nervosa, até mesmo para mim. Ele pegou um dos sapatos, deslizou seu dedo e deixou-o pendurado.
 - Estes são complicados sim, mas posso imaginar você os usando, e a imagem está me fazendo suar. Eu realmente preciso ficar longe de você. 
Ele pegou o vestido e me guiou para um quarto de hóspedes. 
- Tome um banho e fique a vontade, você vai achar tudo o que precisa para se vestir para esta noite.
- Tudo bem. 
Eu disse, ao deixar o vestido na cama e voltar para a porta. Ele me deu um sorriso arrogante.
- Te buscarei as sete, se estiver tudo bem?
 Olhei para o relógio na mesa de cabeceira. Disse um cinco e quarenta e cinco agora.
 - Eu o vejo ás sete então. 
Ele curvou-se e fechou a porta atrás de si. 
Entrei no banheiro. Maquiagem e gel de banho, sabonetes, sais, cremes e loções corporais diferentes enchiam as bancadas de mármore. Mordi o lábio para não rir em voz alta. Ele estava preparado para eu dizer “sim”. Um pedaço de papel estava acima das toalhas, toalhas de banho, esponjas e outros objetos, coisas que nunca tinha visto antes. Eu peguei o papel e sorri quando eu percebi que era Jax.  Sadie,
Eu não tinha idéia do que você precisa. Tomei a liberdade de comprar tudo o que eu pensei que cheirava bem. Nada disto cheira tão bem quanto você, mas o vendedor me garantiu que todas as mulheres querem se sentir mimadas no banheiro. Então, eu acabei por comprar tudo. Quanto à maquiagem, você não precisa de nenhuma, sua beleza natural é o suficiente pra eu ficar de joelhos, mas eu queria que você ficasse feliz, por isso o vendedor me deu tudo o que uma bela loira com a pele incrível e impressionantes olhos azuis com cílios que são longos e negros sem qualquer ajuda, poderia precisar. Eu lhe disse você não precisava de nada, mas ele me deu um par de coisas que eu pensei que fariam você feliz.
Eu te amo, Jax.
 Eu ri, peguei o bilhete e coloquei-o na minha bolsa. Eu podia sentir o cheiro das fragrâncias diferentes e, finalmente, decidi por uma e comecei a tarefa de me fazer bonita pra ele.
 
CAPÍTULO 14
No domingo de manhã, eu dormi muito de novo. Eu podia ouvir que Jéssica já havia se levantado e estava na cozinha. Estiquei-me antes de me levantar e ir pegar o meu telefone e deslizá-lo no bolso das minhas calças de pijama. Eu deveria me encontrar com Jax esta tarde para surfar, algo que eu nunca tinha experimentado.
Eu caminhava do pequeno corredor para a cozinha e vi Jéssica encostada no bar bebendo um grande copo de leite. 
- Era tempo de a bela adormecida acordar. 
Eu reprimi um bocejo e encolhi os ombros. 
- Então, eu dormi até tarde. Eu me levanto cedo todos os dias da semana.
 Jéssica concordou. 
- Sim, mas hoje é o dia que você começa a saber o que acontece com as meninas que namoram estrelas do rock.
 Eu fiz uma careta.
 - Do que você está falando?
 Ela se afastou do bar e jogou o jornal de domingo na mesa diante de mim. 
- A única coisa boa é que você tem a pele grossa, porque isto não é lisonjeiro. 
Ela virou-se e saiu da sala. Eu olhei para baixo pela segunda vez em uma foto de Jax, mas nesta o braço de Jax estava enrolado na minha cintura. Ele parecia estar sussurrando em meu ouvido ou me beijando. Eu afundei em minha cadeira quando eu percebi que eu estava usando meu maiô. A foto foi tirada no 04 de julho, enquanto estávamos dançando. A maioria das fotos dizia: 
"O Príncipe do Rock é flagrado com sua empregada doméstica." 
Meu estômago caiu. 
- Jax Stone está vivendo clandestinamente aqui no Sea Breeze neste verão, cortejando sua empregada contratada para o verão, senhorita Sadie White. O casal foi visto juntos em uma festa realizada na casa do prefeito McCovey. Dylan McCovey, que comemorou seu anual 04 de julho na casa com seus pais em Seagull Drive, e Sadie White era uma das convidadas. Quando falamos com Dylan, ele disse: “Ninguém esperava isso. Sadie é apenas uma menina que se mudou este ano. Não tinha idéia que ela estava namorando Jax Stone. Mas os dois eram inseparáveis." Sadie é uma empregada da casa de Jax Stone, ela monta na sua bicicleta e vai para a casa na ilha exclusiva de Sea Breeze, onde apenas os ricos têm casas de verão extraordinárias. Ela trabalha em sua cozinha e serve as refeições da família. Aparentemente, ele a leva para casa depois trabalho. Sadie vive com sua mãe em um apartamento. Sua mãe é uma mãe solteira que está esperando um bebê, prestes a nascer a qualquer momento. Sadie parece ser a única com um emprego efetivo. Curiosamente, ela conseguiu ser a garota de Jax Stone neste Verão.
Fechei os olhos e descansei a cabeça sobre a mesa. Eu não podia acreditar que o jornal local tinha descoberto tudo isso. Jax havia sido pintado como um idiota frio que se aproveitava de seus empregados. 
- É melhor você vir aqui Sadie.
Ouvi Jéssica me chamado da sala de estar. 
- As coisas parecem estar ficando melhores e melhores. 
Eu olhei para cima. Ela estava assistindo televisão. Eu sabia que no fundo eu não queria ver o que ela estava vendo, mas eu me levantei e me forcei a ir lá. 
- Star Holloway tem a noticia sobre o roqueiro adolescente favorito de todos. Jax Stone, que foi visto com Kirk Baily semana passada aqui em Beverly Hills, e foi localizado no Alabama. Isso mesmo fãs. Ele tem passado seu tempo neste verão na costa do Alabama, e não está sozinho. Ele está namorando uma empregada contratado para o verão.
 Fotos minhas com Jax apareceram na tela. 
- Nossa fonte de informações privilegiadas diz que ela monta sua bicicleta e vai pra sua casa, onde ela costumava trabalhar na cozinha e no jardim. Quando Jax tem algum tempo livre, ele o passa nesta linda costa do Alabama. Aparentemente, a garota que vive em um pequeno apartamento e cuida de sua solteira, e ainda grávida mãe. Ela subiu a escada e encontrou uma maneira de sair da pobreza. Resta-nos saber se ela vai conseguir espremer tudo o que puder da ferida estrela do rock. Jax Stone é realmente um cara de grande coração. É uma das razões por que é tão incrivelmente comestível! 
Eu corri para fora da sala e fui direto para o banheiro. Desta vez, eu fiquei doente. Depois que esvaziei tudo o que havia dentro de mim, lavei o rosto com água, e então eu cai no chão e descansei a cabeça na banheira. Isso não era algo que eu estava esperando. Eu tinha me preparado para muita coisa, mas isso não era algo que eu temia. Agora minha vida foi espirrada em toda a mídia. Ou eu parecia uma vagabunda caçadora de ouro, ou Jax parecia um aproveitador estúpido de meninas ingênuas do sul. Houve uma batida na porta do banheiro. Eu não poderia lidar com Jéssica agora. Eu só precisava ficar sozinha. 
- Vômitos não farão isso melhorar. Você pode muito bem vir e as outras versões dos canais de notícias. Alguns deles não nos pintam como lixo branco. Eu gemi. 
-Não. 
Eu fiquei no chão do banheiro, até que ouvi alguém na porta, e eu sabia, sem dúvida que era Jax.
- Sadie, querida, você tem companhia. 
Jéssica me chamou de fora da porta. Eu não queria deixá-lo com ela, então eu me levantei e me olhei no espelho. Meus olhos estavam vermelhos, e não havia nada que eu pudesse fazer sobre isso. Abri aporta e em vez de Jéssica foi um Jax realmente irritado que entrou. Ele me agarrou e me tomou em seus braços. 
- Eu juro, eu vou matar quem fez isso.
 Ele se afastou o suficiente para que eu pudesse ver seu rosto.
 - Você vem comigo? 
Eu assenti com a cabeça.
 Jax me levou com o braço firmemente ao redor da minha cintura. 
- Sra. White, eu só vou ficar com Sadie por um tempo. Vou trazê-la de volta em breve.
 Jéssica bufou. 
- Só não se esqueça de trazê-la de volta mais feliz do que ela está agora. 
Ele franziu a testa e fomos para o seu Hummer. Kane sentou-se no assento do motorista, e eu estava feliz por não ter de renunciar às armas de Jax para ele dirigir. Um flash disparou, e Jax estava diante de mim.
- Apresse-se, entre no carro. 
Ele subiu atrás de mim, e nós estávamos na proteção dos vidros escuros.
- Sadie, eu sinto muito. 
Ela sussurrou novamente. Eu inalei e limpei meus olhos.
- Não é culpa sua.
 Ele riu. 
- Sim, é sim. Eu estava descuidado. Eu queria que todos soubessem que você era minha, e eu a coloquei em perigo. Os meios de comunicação são como abutres famintos. Eles te escolhem e te secam até a última gota. Mas isso não vai longe. 
Eu estremeci ao pensar mais sobre a minha vida pessoal compartilhada com o mundo. 
- Como você faz isso? Como você lida com a invasão de privacidade? 
Eu sussurrei através das minhas lágrimas que entupiam a minha garganta. Ele suspirou.
- É tudo que eu conheço há muito tempo. 
- Isso é difícil, eu admiti. 
Seus olhos estavam assombrados. Eu odiava que eu era a causa de tudo isso. Estar comigo parecia só trazer problemas pra ele.
- Eu sou forte. Eu me forcei a sorrir. 
- Eu posso viver com isso.
 Jax não disse nada por alguns minutos. Ele estendeu a mão e me levou em seus braços, e sentou-se em silêncio.
- Eu prometi nunca deixar nada te machucar. 
Ele fechou os olhos com força e sussurrou, como se as imagens em sua cabeça havia sido demais. - E em vez disso, não só te machuquei, mas a sua mãe também.
Toquei seu braço odiando vê-lo tão dilacerado por dentro. 
- Eu disse que era difícil. Não é culpa sua. 
Ele largou o abraço e se afastou de mim e inclinou-se sobre os joelhos.
- Não, Sadie, não! Isso tudo é culpa minha. Eu sou a estrela do rock mais popular do mundo. Eu vivo na mídia. Mas ouvi-los... - ele parou e sua mandíbula apertou-se. - ouvi-los falar sobre você dessa maneira. Eu preciso... Eu quero machucar alguém por isso.
 Eu deslizei do meu lugar para perto dele.
- Jax, por favor, eu deveria ter sabido que algo assim aconteceria. Sim, dói, mas eu posso viver com isso. Eu posso viver com qualquer coisa, contanto que eu tenha você comigo. 
Ele balançou a cabeça violentamente. 
- Você percebe Sadie, este é apenas o começo. Sua vida nunca mais será a mesma. Eu sabia disso quando eu percebi que eu queria estar com você. Minha vida não é feita para os relacionamentos. Somente garotas no centro das atenções podem lidar com isso, e eu nunca encontrei uma que eu desejasse. Então você veio... Doce, linda, generosa, tudo o que eu nunca havia conhecido. E fui egoísta por deixar isso acontecer. Eu fui egoísta quando eu decidi conquistar você, e quando eu trabalhava, eu fui egoísta por querer esperar por você. 
Ele pegou minhas mãos nas dele. 
- Eu te amo mais do que qualquer coisa ou qualquer pessoa que eu conheço. Você tornou-se de alguma forma a música dentro de mim. E é porque eu te amo tanto que eu vou sair da sua vida e permitir-lhe se curar e encontrar alguém digno de você. Alguém que pode levá-la pra ver um filme e sair para comer uma pizza e não ter que se preocupar em ser mutilada por fãs, ou tirar uma foto e ser exposta em todos os noticiários. Eu quero você mais do que eu te posso dar. 
Olhei pela janela e percebi que estávamos sentados do lado de fora do meu apartamento novo. 
- Eu não sou forte o suficiente para fazer isso, Sadie. Se você me ama, saia do carro e vá embora. 
Meu coração estava partido, e eu não podia respirar profundamente. Meus olhos estavam embaçados com lágrimas não derramadas. Mas eu não me mexi, eu não podia. 
- Eu não quero ficar longe de você. Eu amo você, como você pode me pedir para fazer isso? 
Eu sussurrei e estudei seus olhos duros.
- Sadie, eu vou embora em algumas semanas. Nós não poderíamos continuar nos vendo depois que eu fosse. Isto e muito mais aconteceria se eu tentasse voltar aqui durante meu tempo livre. 
- Mas você disse que me amava.
Sua risada soou dura e mecânica.
- Às vezes, Sadie, o amor não é suficiente. Este é um desses momentos.
 A porta do meu lado se abriu e Kane estendeu a mão pra mim. Os olhos de Jax pareciam desprovidos de emoção.
- Adeus, Sadie. 
Eu sempre soube que teria de ser a única que acabava com isso. Eu nunca poderia ficar longe dele, pelo contrário. Mas ele queria agora. Ele queria me deixar. Eu era um obstáculo para a sua vida. Eu não poderia me encaixar naquilo e eu me odiava por minha fraqueza e minhas emoções. Mas sabia que elas eram parte de mim, e eu não poderia evitá-las. Não podia ser o que ele precisava. Saí do carro e caminhei em direção à porta, onde minha mãe estava esperando por mim. De alguma forma ela sabia que eu estava voltando desta forma. As lágrimas rolaram pelo meu rosto enquanto eu falava com ela, e pela primeira vez desde que eu era uma criança, eu pulei em seus braços e chorei.
 
CAPÍTULO 15
Eu nunca tinha sido vazia e seca antes, mesmo durante os tempos difíceis, eu tinha um sonho pro meu futuro. Viver sem um sonho ou esperança de felicidade era como ser um morto-vivo. Não havia futuro eu percebi, pois ele tinha me dado razões para sonhar. Eu não tinha deixado o meu quarto por dias, não sei quantos, mas não tive coragem de levantar-me. Jéssica estava fora da minha porta todos os dias e falava comigo. Ela deixava comida que eu não comia e ameaçou me internar. Mas quando alguém não se importa se você toma a sua próxima respiração, as ameaças não significam nada.
 Jéssica começou a sair de casa por algumas horas em um momento. O som do seu carro puxando me fazia saber que ela estava saindo. Após o pôr do sol, o carro voltava. Ela sempre me perguntava se estava tudo bem e me incentivava a comer. Mas eu não podia comer, meu apetite foi embora. Eu sabia que sem o meu trabalho, nós não teríamos dinheiro, mas eu não poderia me importar. Algo dentro de mim queria estar nesta quarto e não se mover mais. Se eu me movia, doía, e eu não poderia lidar com a dor novamente. 
Em algum lugar na escuridão meu telefone tocou. O tom de uma música familiar que enviou flechas no meu coração. Eu sabia que era para mim, mas eu não podia responder. Sua voz na outra linha abriria a escuridão que havia em volta de mim, e eu precisava da escuridão pra manter presa a dor que queria sair. Então, eu deixei tocar. A música finalmente parou, e eu sabia que nunca iria ouvir aquele tom novamente. Tive a escuridão pra me segurar, Mantinha a dor. Era muito mais fácil dessa maneira. 
Uma batida na minha janela me assustou, e eu pulei. A janela se abriu e eu me sentei imóvel incapaz de parar o intruso. A luta em mim tinha ido embora. Eu vi como meu intruso entrou na escuridão, e o rosto familiar de um amigo veio através do cobertor escuro, e minhas lágrimas começaram a cair. Marcus sentou ao meu lado contra a parede e me tomou em seus braços. Eu era como uma menina e me aconcheguei no seu colo e chorei. Ele não disse nada, apenas me abraçou e o silêncio e a aceitação aliviaram a dor. Quando minhas lágrimas finalmente pararam, eu olhei para ele e toquei seu rosto. Ele era real, e estava lá. Mesmo depois de ter sido a razão pela qual ele perdeu o emprego, ele tinha chegado a mim no escuro. 
- Sadie. 
Ele sussurrou, como se suas palavras pudessem ser demais para mim.
- Preciso que você coma, por mim.
Ele continuou e se moveu, por isso sentei-me ao lado dele. Eu fiz uma careta, confusa. Por que ele estava falando sobre comida? 
- Sadie, ouça. Você já esteve aqui por três dias sem comida ou bebida. Você tem que comer querida, ou eu vou ter que levá-la ao hospital.
Lá estávamos novamente em risco, eu balancei minha cabeça. Eu não queria me alimentar. Marcus pegou meu rosto em suas mãos, como se eu fosse frágil e pudesse quebrar a qualquer momento. 
- Sadie, você quer melhorar? 
Mesmo no escuro, eu sabia que não queria piorar. Eu queria melhorar. Eu queria ter um motivo pra sorrir. 
- Eu sei que sim. Agora, eu tenho um pouco de água e pão, e eu vou ficar aqui com você, e quero que você coma por mim, tudo bem? 
Ele segurou o copo com água na minha boca e bebi obedientemente. Eu iria melhorar, e sabia que a água não era a resposta para a dor, mas tomei mesmo assim. Eu queria remover o olhar assustado em seus olhos.
- Boa menina. 
Ele disse suavemente, e rasgou um pedaço de pão e segurou-o até a minha boca. 
- Agora pegue um pedaço.
Eu fiz, e ele sorriu. Ao vê-lo sorrir me lembrei de que eu nunca poderia voltar a sorrir.
 - Isso é bom. Agora, beba outra vez. 
Eu fiz, e ele parecia encantado. Então eu comi mais quando ele me ofereceu e bebi do copo em suas mãos. Quando eu terminei o que ele trouxe, ele sorriu como se tivesse ganhado algum tipo de medalha.
 - Você fez muito bem. Agora, por que nós não te limpamos, e podemos ir para a praia e ver as ondas? 
Eu percebi que queria sair desta sala escura. Talvez eu possa encontrar outra maneira de lidar com a dor. O oceano sempre me acalmava. Eu gostava do oceano. Balancei a cabeça e me levantei. Minhas pernas tremiam e eu me apeguei a seus braços para me apoiar. 
- Essa é minha garota. Agora, se segure em mim. 
Eu andei com ele no corredor e Jéssica estava lá com alívio em seus olhos. 
- Ela comeu? 
Marcus concordou. 
- Oh, baby, isso é maravilhoso. Agora, vamos te limpar. 
Ela pegou minha mão e eu enrijeci. Uma espécie de dor tentou romper.
- Uh, talvez seja melhor eu levá-la lá em primeiro lugar, e vamos ver como vai ser a partir daí. 
Jéssica assentiu com a cabeça e deu um passo para trás. Marcus me levou até o banheiro e me colocou na frente do espelho. A menina pálida, com olheiras sob seus olhos olhando para mim me assustou. Eu estremeci. 
- Agora você vê porque você tem que vir comigo. Você precisa de ar fresco e a brisa do mar é o melhor para você. Mas, primeiro, você tem que parar e esperar na porta, deixe sua mãe entrar aqui pra te ajudar. Você esta fraca de qualquer alimento e esta desidratada. 
Eu queria ser eu novamente. Eu não gosto da estranha no espelho. Eu balancei a cabeça, e então ele me deixou, e Jéssica entrou no banheiro minúsculo. Deixei que me ajudasse a tomar um banho e lavar o meu cabelo. Uma vez terminado, o rosto no espelho parecia menos assustador, mas ainda não era eu.
 O ar salgado e fresco era maravilhoso. Eu estava à beira da areia e vendo como as ondas caiam na minha frente. A água salpicou os meus tornozelos e panturrilhas, mas eu fiquei e somente observando a água.
- Eu teria vindo mais cedo, se eu soubesse. 
Disse Marcus atrás de mim. Eu não queria falar sobre isso. Não era o seu problema. Suas mãos tocaram gentilmente meu braço. 
- Eu sei que tudo que você precisa é de um amigo agora, e eu quero ser isso para você. 
Sim, eu queria um amigo. 
- Eu gosto disso. 
Ele apertou delicadamente meus braços.
- Eu não vou pedir-lhe para falar sobre qualquer coisa que você não esteja pronta.
 - Obrigado. 
Não queria precisar da escuridão.
 - A Sra. Mary me ligou ontem. Ela está preocupada com você, e sente sua falta. Ela disse para lhe dizer que você é sempre bem-vinda em sua casa. 
Isso aliviou a dor de saber que eu tinha perdido tudo. 
- E o Sr. Greg quer levá-la lá para jogar xadrez, assim que você estiver pronta pra isso. 
Eu queria sorrir, mas não consegui. 
- A fofoca está começando a desaparecer agora. Mas eu tenho medo que você sempre será garota mais desejada na escola de Sea Breeze. 
Fiquei rígida. Eu queria ser desconhecida e esquecida.
- Ei, não vá ficar toda tensa. Não é uma coisa ruim. 
Eu balancei minha cabeça. 
- Eu não quero pensar sobre a escola. 
Ele suspirou.
- Sadie, você vai ter que seguir em frente. Não falar sobre qualquer coisa vai impedi-la de ter uma vida. 
Eu sabia que ele estava certo, mas os pensamentos evocados causavam um sofrimento tão intenso.
- A dor... Eu não posso respirar quando eu começo a lembrar de tudo.
 Ele não disse nada de imediato. Nós assistimos as ondas juntos. Eu poderia respirar sem dor pela primeira vez desde que Jax tinha ido embora. 
- Espero que um dia eu possa causar em alguém tão incrível como você, esse tipo de amor e necessidade. 
Olhei para ele. 
- É a coisa mais incrível do mundo quando se está junto, mas quando acaba, dói, dói mais do que você jamais poderia imaginar. 
Ouvi as palavras saírem, e eu me surpreendi por falar meus pensamentos em voz alta. 
- Você faria diferente se pudesse, agora que você sabe como tudo termina? 
Eu me permiti pensar sorriso de Jax e seus braços ao redor de mim, e eu sabia que não mudaria nada. Nossa última dança, que eu tinha memorizado cada segundo, veio em minha mente e, com essa memória, veio também a dor. Meus joelhos se dobraram, e os braços de Marcus vieram ao meu redor e me levantaram. Eu lutei contra a dor com a felicidade que eu havia conhecido, e pareceu ajudar um pouco. Não, se eu pudesse voltar eu faria de novo, tudo o que eu gostaria de fazer é apenas tentar ser mais forte ou... Mais justa. Gostaria de tentar ser alguém que pudesse ficar com ele. Alguém que poderia merecê-lo. 
- Não, eu não mudaria nada.
 Eu sussurrei, e eu sabia que eu não iria perder um momento. Dizê-lo em voz alta, e sabendo que eu nunca iria esquecer ou abandonar as lembranças, a dor diminuiu um pouco. 
- Ele te ama. 
Marcus admitiu no escuro. Eu me perguntei se ele estava dizendo essas palavras, na esperança de me fazer sentir melhor, ou se ele realmente queria dizer.
- Ele não me amava o suficiente. 
Eu disse na brisa da noite e voltei minha atenção de volta para a água. Ele me ajudou a acalmar. 
- Quanto é o suficiente? 
Perguntou Marcus. 
Suspirei e fechei os olhos.
 - O suficiente é estar disposto a passar pelas coisas difíceis juntos. 
As palavras faziam sentido, mas eu odiava porque parecia que eu estava traindo Jax.
- Eu não sei por que você o defende, mas acho que ele te deixou para te proteger. Desde a primeira vez que ele te viu, ele a colocou em primeiro lugar. 
Deixei escapar uma risada fria e dura, que não soava como eu.
- Como tirar a razão pela qual meu coração bate pode ser bom para mim? 
Marcus pegou meu braço.
- Jax sabia que quando ele a conheceu, que não seria capaz de te manter. Ele sabia que você não caberia no seu mundo. Eu me culpo por colocá-la de frente a ele, porque isso quebrou sua decisão de ficar longe de você. Ele não conseguia lidar com o ciúme. Pela primeira vez em sua vida, ele queria algo que não podia ter, e ele lutou por você. Eu vi. Mas, em seguida tudo entrou em colapso, e quando aconteceu, foi o começo do fim. Eu o odeio por não ser forte o suficiente. Eu o odeio por te machucar. Mas, mais do que qualquer coisa, eu o odeio porque ele roubou o seu coração e eu acho que você nunca será a mesma.
 Eu não queria brigar com Marcus, ele veio para me tirar do escuro quando ninguém mais fez. Ele era um amigo. Meu primeiro amigo. Eu sabia que ele nunca iria entender que eu não me arrependo de um momento que passei com Jax. A dor que eu estava suportando agora valeu a pena cada momento do tempo que passei com ele. Então, eu toco em seu braço e vejo além de seu rosto triste.
- Você está certo sobre uma coisa. Meu coração se foi com ele.
 
No dia seguinte, minha escuridão lentamente desapareceu. Minhas memórias começaram a iluminar os locais escuros. Eu não podia voltar para a casa de Jax e trabalhar. Meu tempo acabou. Depois de uma semana de estar em casa, Jéssica veio ao meu quarto.
 - Se nós comemos, nós precisamos de dinheiro. Ninguém vai me contratar quando eu estou pronta pra dar à luz a qualquer momento. Eu sei que você está sofrendo, mas você vai morrer de fome e calor se você não encontrar um emprego. 
Eu estava esperando por isso. Eu sabia que o nosso dinheiro estava acabando, e Jéssica estava certa, ela não podia trabalhar. Eu era o corpo capaz por aqui. Ela me trouxe um pedaço de papel. 
 
- Chame a Sra. Mary. Ela disse que poderia conseguir um emprego se você quiser a sua ajuda. O que ela puder arrumar será muito melhor do que qualquer coisa que você pode encontrar por sua própria conta. Além disso, os Stone deixaram os empregados indenizados por todo o verão, uma vez que passou um mês e meio antes. Ela disse que estava enviando o cheque. 
Estremeci, e Jéssica suspirou e sentou-se na minha cama. 
-Eu sei que dói de pensar nisso, e você está não orgulhosa de receber dinheiro com isso, é difícil para você, mas agora, eu estou prestes a ter um bebê e precisamos desse dinheiro. 
Eu puxei meus joelhos sob o queixo. 
-Sim, mas a família saiu mais cedo por minha causa. Por que eu tenho que receber se eu forcei a sua saída? 
Jéssica suspirou e balançou a cabeça. 
-Você não fez nada de errado, apenas se apaixonou por uma estrela de rock. Eu não posso culpá-la, ele era um gato, mas um relacionamento com alguém como ele era impossível desde o início. Eles foram mais cedo, e você perdeu seu emprego por causa disso. Devem-te por isso. 
Eu balancei minha cabeça.
 - Não, eles não me devem nada! 
Jéssica parou.
- Independentemente do que você pensa, vamos pegar o cheque e pagar nossas contas e encher a nossa cozinha e ir comprar fraldas. Pare de ser tão egoísta e abra os olhos para os fatos, Sadie. Estamos prestes a ter mais uma boca para alimentar, e nenhuma quantidade do seu “lamentar-se e chafurdar-se” na auto piedade ou orgulho vai atender às nossas necessidades. Então, você para e encara os fatos. 
Jéssica se virou e saiu do meu quarto.
 Uma coisa que eu concordava era de que precisamos do dinheiro. Então eu me levantei e me vesti, porque eu estava fora de mim para encontrar um emprego.
CAPÍTULO 16 
A Sra. Mary era bem conectada. Durante três semanas, eu estava fazendo a papelada no escritório de um advogado local. Aparentemente, o vizinho da Sra. Mary trabalhou para um advogado e o advogado precisava de alguém para vir a ser sua secretária. Com a brilhante recomendação da Sra. Mary, ele me contratou e ele estava pagando exatamente o que tinha ganho antes. 
Quando as aulas começaram, eu ia direto para o seu escritório e, em seguida, trabalhava até seis horas todas as noites. Mary Ellis, sua secretária, era em torno da idade de Jéssica e foi fácil de trabalhar com ela. Eu gostava do trabalho, e houve momentos em que eu estava tão ocupada que nem sequer pensava no Sr. Greg e suas histórias sobre a guerra, ou o riso da Sra. Mary. 
Eu tinha acabado a minha terceira semana de trabalho, e meu cheque estava em minhas mãos. Não que eu realmente precisasse, no entanto, considerando a quantidade ridícula de que eu tinha recebido de Jax e Jéssica recusou-se a deixar-me ter o cheque em mãos, era melhor ela ficar com o cheque. A Sra. Mary me garantiu que eles todos receberam algo igualmente ridículo. Acalmei-me um pouco, mas não o suficiente. 
De alguma forma, eu ainda estava comprada. Eu odiava a pensar dessa forma, mas eu o fazia. Eu estacionei minha bicicleta ao lado da porta, e um grito veio de dentro da casa. Meu coração começou a correr. Eu abri a porta e corri para dentro. Jéssica estava encostada ao lado do balcão da cozinha e água sangrenta estava correndo pelas pernas e se espalhava pelo chão.
 - O que está acontecendo?
Perguntei apavorada. 
- Ligue para o 911 agora! 
Seu telefone estava em cima do balcão, e o peguei. Ela gritou novamente. Minhas mãos estavam tremendas tanto que era difícil de marcar os números. Algo estava terrivelmente errado. 
- 911, qual é a sua emergência? 
- Minha mãe está sangrando e sentindo muita dor, está gritando. Ela está grávida de oito meses. 
As minhas palavras soaram tão apressadas, e eu rezava para que fizesse sentido. 
- A ajuda está a caminho agora. Diga-me o que sua mãe está fazendo. 
A voz era tão calma.
- Ela está respirando pesadamente e forte, e está sentada em uma cadeira.
 - Pergunte a ela como ele se sente. 
Eu olhei e toda a cor tinha desaparecido de seu rosto. Seus olhos estavam arregalados e assustados. Vendo a minha mãe preocupada e com dor me fez entrar em pânico. 
- Como você se sente mãe?
- Melhorou por agora, mas isso não quer dizer nada. Vai acontecer de novo. 
Ela cerrou os dentes e fechou os olhos. 
- Ela está bem agora, mas disse que a dor está voltando.
- Ela tem razão, mais uma vez. Sua mãe está em trabalho de parto. Agora eu preciso que você fique calma e hidrate o seu rosto com uma toalha molhada fria. Isso irá ajudá-la a se acalmar. 
Fiz o que disse a voz. Jéssica sentou-se em silêncio enquanto lavava o seu rosto. 
- Como vai você? 
A voz perguntou.
- Ela está bem. Lavei o rosto e está respirando com mais facilidade.
 - Isso é bom. O bebê está chegando rapidamente. Agora, se você pegar um pouco de gelo picado dê para ela chupar, também vai ajudá-la. 
Comecei a tomar alguns cubos de gelo e quebrar em pedaços pequenos quando ouvi a ambulância chegar. 
- A ambulância está aqui! 
Eu disse a voz ao telefone. 
- Bom. Então, tudo ficará bem, e você fez um trabalho muito bom. Eu deixarei você ir falar com eles.
- Obrigado. 
Eu disse, e desliguei o telefone, hesitante. Corri para a porta e abri-a totalmente.
- Ela está aqui. 
Eu apontei. Eles vieram rapidamente com uma mulher atrás deles e conversaram, checaram seu pulso e temperatura. Quando terminaram os exames e perguntas, Jéssica se sentou em uma maca e deslizou de volta pra a ambulância. Eu estava congelada e insegura. Jéssica não era a melhor mãe do mundo, mas eu a amava e as lágrimas corriam pelo meu rosto. Eu não acho que nada aconteceu. A mulher me disse:
- Oh, querida, está tudo bem. Sua mãe só está em trabalho de parto. Venha enxugar essas lágrimas antes que ela te veja. A última coisa que ela precisa é ver você triste.
 Eu fiz o que ela disse. De repente, eu percebi que se eu não estava dirigindo, estaríamos sem transporte quando precisássemos voltar para casa. E então o fato de que eu precisava obter o assento do carro e todas as outras coisas que ela precisava para o hospital veio à mente. 
- Eu preciso... O nosso carro, e as coisas para o bebê.
O paramédico homem caminhou em minha direção, um sorriso fácil no rosto.
- Então vá e pegue as coisas que você precisa para o bebê e pra sua mãe, e pegue o carro. Quando você chegar ao hospital, vá a informações e eles vão levá-la até a sua mãe. Eu vi a mulher quando ela subiu na ambulância com Jessica.
- Não esqueça de suas coisas também. Ela vai precisar de produtos de higiene pessoal e pijamas, e, claro, algo pra quando ela voltar para casa. 
Eu balancei a cabeça e fechei as portas. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Eu os assisti de pé, e então corri para dentro para embalar tudo o que ela precisava. Primeiro eu limpei todo o sangue e água que estava no chão e na cadeira onde ela estava sentada. Ter um bebê realmente era uma coisa repugnante. 
Após a cozinha estar limpa, eu fui até o quarto de Jéssica e encontrei o assento infantil que Jéssica tinha comprado em um brechó antes de sairmos do Tennessee. A Sra. Mary enviou sacos de roupas de bebê para menino e menina no meu local de trabalho na semana passada. Ela tinha mantido quase tudo o que ele tinha comprado para seus netos e já eles tinham pouco.
 Enfiei minha mão através das roupas de bebê perfumadas para encontrar a menor coisa que havia. Era um body amarelo suave com os pés juntos e rendas nas costas. Este seguramente deve servir para um menino ou uma menina. Eu peguei e rapidamente pegou um saco de fraldas e os itens que Jéssica tinha comprado para o bebê. Sem idéia de que forma tudo aquilo era usado, eu tinha as coisas do bebê prontas, as de Jéssica embaladas, um vestido de verão bonito e roupa interior de elástico, junto com alguns pijamas. Ela tinha muito poucas roupas que eram modestas, então eu arrumei algumas camisas largas para dormir com eles sobre seus pijamas. 
Uma vez eu tinha tudo arrumado, fui para o carro e o liguei. Eu queria estar lá quando o bebê nascesse. Eu queria experimentar a sua vinda ao mundo. Ele foi um estranho para mim por nove meses. Até agora, tudo o que eu tinha era Jéssica. Agora eu teria um irmão. 
 
Empurrando pra trás em meus braços o saco de fraldas escorregadio quando eu sai do elevador. A sala de espera estava cheia de emoção, as pessoas esperançosas, de todas as idades. Avós estavam saltando seus netos nos joelhos e apontou para os bebês que estavam do outro lado da janela. Este era um lugar feliz onde a vida começava. Eu andei até as portas duplas que levavam para a sala de parto. Eu fui para os novos pais ou como os novos pais, que estavam perto da máquina de café, compartilhando histórias de horror de mulheres que se tornaram monstros. Alguns decidiram que se esconder aqui foi uma idéia melhor do que assistir ao nascimento de seus filhos. 
Gostaria de saber se Jéssica era um daqueles monstros enlouquecidos ao olhar para o quarto 321. Eu já iria descobrir, respirei fundo antes de entrar. Eu era tudo o que Jéssica tinha. Não haveria ninguém com ela pra pegar sua mão. Era só eu e eu não podia ir a qualquer lugar. 
- Sadie, oh bem, você tem tudo? Eu deveria ter feito isso, mas eu não esperava que isso acontecesse tão cedo. 
Eu balancei a cabeça, colocando os sacos em uma cadeira, e caminhei em direção a ela. Todos os tipos de cabos foram conectados a ela. Molhada de suor, o cabelo grudado na cabeça e ainda estava pálida. Fora isso, ela não estava xingando e jogando espuma da sua boca, o que aparentemente era o que as mulheres estavam fazendo por aqui. 
- Hum, você está bem. 
Eu admiti. Ela sorriu e deu de ombros. 
- Bem, ainda não acabou querida, e ficará muito pior. Agora minha dilatação desacelerou e me deram Demerol ao máximo. Eu sei que há dor, mas pareço não me importar no momento. 
Eu balancei a cabeça, sem saber o que aquilo significava.
- Bem, você precisa de alguma coisa? 
Perguntei, querendo ser útil. 
- Mais de gelo seria ótimo. 
Ela murmurou. Balancei a cabeça e sai pela porta, atrás de gelo. 
- Espere! Preciso da minha bacia. 
Virei-me e fui pra a bacia plástica branca estava ao lado de sua cama.
- Eu vou estar de volta em uns minutos.
 Uma vez fora da sala, eu peguei gelo e enchi o copo totalmente. Queria ter certeza de que ela estava bem antes de chamar a Sra. Mary. Uma vez que dei o gelo pra minha mãe, eu saí da sala e deixei o hospital. Liguei para a senhora Mary.
- Olá. 
Sua voz feliz iluminou meu humor.
 – Sra. Mary, é Sadie. Eu só queria ligar e deixá-la saber que a minha mãe está tendo o bebê. 
- Oh, é cedo, mas não se preocupe com isso. Eu tive as minhas duas meninas de várias semanas antes do previsto, e tudo correu bem. Vejote assim que eu sair do trabalho. Agora, como você está? 
Sorri calor que me encheu quando a Sra. Mary se preocupava comigo. Jéssica me amava, mas ela nunca tinha se preocupado.
- Eu estou bem, e minha mãe está também. Eles lhe deram alguns Demerol, e ela diz que a droga não importa se ela não sentir dor. 
A Sra. Mary riu.
- Isso é uma coisa incrível, eu lhe digo. Bem, logo estarei com você e talvez já tenha um bebê para eu segurar. Chame-me se você precisar de algo, ok? 
Eu não pude deixar de sorrir.
- Adeus, por enquanto. 
Disse em seu tom alegre que sempre fazia parecer que tudo ficaria bem.
- Adeus. 
Eu disse antes de terminar a chamada. Liguei o telefone e coloquei de volta no bolso. No momento em que cheguei ao quarto de Jéssica, eu ouvi o grito familiar e o tumulto dentro do quarto. Jéssica estava sentada com as pernas abertas, coberta com cobertores, graças a Deus. A enfermeira, que parecia estar muito tranquila e concentrada, tendo em vista que sua paciente estava gritando atrocidades, ela sorriu. Sorri, como um meio de pedir desculpas e fui para ficar ao lado de Jéssica. 
- Ela está prestes a ter o bebê? 
Perguntei nervosamente. 
- Sim. A enfermeira assentiu. 
- Assim que o médico entrou, ela pode começar a fazer força. 
Meu estômago revirou. A idéia de começar a fazer força e por onde é que este bebê viria ao mundo fez-me tonta. No entanto, um dos gritos arrepiantes de Jéssica era como um tapa na cara, e rapidamente balançou esses pensamentos da minha cabeça. 
- O que eu posso fazer?
Eu perguntei, olhando ansiosamente para a enfermeira. 
- Você me tranca no quarto, se eu decidir ir a um encontro novamente.
 Jéssica gritou e agarrou meu braço quando outra onda de contrações bateu nela. Eu fiz uma careta e lutei contra o desejo de tirar as mãos de cima de mim. Assim quando terminou e ela percebeu que seu aperto estava muito além, eu andei pra longe de seu alcance. A enfermeira sorriu.
- Isso pode ser prudente. Sussurrei quando ela passou para verificar a máquina que emitia um sinal sonoro. Jéssica começou a gritar de novo, e desta vez a grade da cama serviu como um aperto. Eu esfreguei meu braço, grato por ter colocado a distância entre nós. 
- Ah, o médico está aqui. 
Disse a enfermeira sorrindo, obviamente, pronto para fazer isso, a fim de escapar da violência que está sendo jogado da boca de minha mãe.
 - Você vai ficar nessa parte? Perguntou o médico, franzindo a testa enquanto ele empurrou luvas cirúrgicas nas mãos e Jéssica suspirou e acenou com a cabeça. 
- Sim! Ela vai ficar. 
Jéssica chorou e então soltou outro grito feroz. Eu balancei a cabeça. Ele deu de ombros e tomou o seu lugar debaixo de seus pés. 
- Muito bem, Sra. White, Você está pronta para fazer isso?
Perguntou o médico jovialmente e eu me perguntei se alguém seria louco e muito feliz por estar em um quarto com uma mulher gritando retirar um humano de seu corpo. 
- Tire-o logo de mim! 
Ela gritou novamente. O médico sorriu 
- Ela estará de volta ao normal em breve. 
Eu pisquei e acenei para a enfermeira. Ela andou sobre a cabeça de Jéssica quando ele empurrou o lençol branco até os joelhos.
- Tudo bem, Sra. White, quando a contração começar, eu quero que a senhora empurre tão forte quanto puder ok? 
Ele instruiu. Jéssica suspirou, em seguida, começou a gritar e empurrar, tudo de uma vez. 
- Isso é ótimo! Fique bem e terá um bebê em questão de segundos. Ela fez uma pausa para recuperar o fôlego antes de seu rosto se transformou em um monstro que aqueles homens tinham falado, e ela gritou e empurrou novamente. Nós atravessamos o processo muitas vezes quando eu ouvi um grito que era tão suave que não poderia ser outra coisa senão um bebê. 
- Lindo! Você pode relaxar agora, a Sra. White, ele chegou! 
O médico disse "ele". Eu já não me importava cena desastrosa desenrolando-se sob meus olhos. Só queria ver essa pequena vida que agora fazia parte da minha. A enfermeira envolveu-o em um cobertor e sorriu.
- Você tem um irmão!
 Ela segurava o bebê para Jéssica que, mesmo exausta, sorriu para a pequena vida em suas mãos.
 - Oi Sam... Ela sussurrou. 
Debrucei-me sobre ela e vi seus pequenos trejeitos. 
- Sam, conheça sua irmã, Sadie. 
Jéssica disse, estendendo o pacote pequeno pra mim. Eu endureci e olhei como se ela fosse louca. 
- Oh, vamos lá. Ele é apenas um bebê, pegue-o. 
Eu deslizei meus braços por baixo dele e o tirei de minha mãe. Seu fino e pequeno polegar fez o seu caminho através do cobertor, lanço-o no ar e soltou um pequeno grito. Eu ri. Ele era como um pequeno milagre. 
- Precisamos limpá-lo e deixar que o médico o verifique. No entanto, vamos trazê-lo de volta para comer muito em breve, a enfermeira estava na minha frente, com os braços estendidos.
- Ok. 
Eu disse, ainda sentindo um nó na minha garganta. Relutantemente, eu entreguei essa nova pequena pessoa que eu amava e assisti levá-lo embora.
- Não se preocupe, você também era feia quando você nasceu, mas depois de alguns dias, se tornou o bebê mais lindo que eu já tinha visto. 
Olhei para Jéssica, que inclinou a cabeça e fechou os olhos. 
- Ele é bonito agora. 
Eu respondi. Deu-me vontade de defendê-lo agora. Ela soltou uma gargalhada 
- Não, ele se parece como um joelho! Todos os recém-nascidos são assim. 
Eu fiz uma careta e tentei me lembrar de que Jéssica não era normal, então eu não devia esperar que seu bebê fosse normal. 
- Desculpe-nos, mas é preciso verificar algumas coisas em sua mãe e levá-la pro quarto. Por que você não vai comer e relaxar um pouco? Tudo isso foi emocionante para você, eu tenho certeza disso.
Essa era enfermeira que tinha estado lá através de tudo aquilo, com a gente, e eu sorri. Saí da sala. Fiquei chocada pelas consequências quando entrei na sala de espera e fui imediatamente cercada.
 
CAPÍTULO 17
- Você está bem?
Marcus veio ao meu lado e tocou no meu braço. Eu olhei diretamente em seus olhos grandes e preocupados, e sorri. 
- Pra trás, menino, e dê-lhe espaço pra respirar. Ela não acabou de dar à luz, a mãe dela o fez! 
O Braço da Sra. Mary tirou o braço de Marcus de mim e caminhou em minha direção. 
- É tão bonito como você? 
Eu ri e balancei a cabeça. 
- Não, ele é mais bonito do que qualquer coisa que eu já vi! 
Eu respondi honestamente.
- Ele não se parece em nada com uma ameixa ou um joelho. Ele é perfeito.
- Acho que é difícil acreditar que alguém seria capaz de te superar quando se fala em beleza. 
Veio outra voz familiar. Preston moveu seus pés e sorriu. Eu não tinha o visto atrás de Marcus. Eu sorri e dei de ombros.
 - Bem, acredite. 
Eu disse, e todos riram. 
- Saia da minha frente bando de abutres. Eu não posso nem ver a menina e muito menos falar com ela! 
O Sr. Greg murmurou enquanto empurrou Marcus fora do caminho. 
- É um menino! Bem, isso não é uma boa notícia? Saudável e tudo? 
Eu balancei a cabeça, olhei pela janela e vi a enfermeira trazê-lo e colocá-lo em seu berço. 
- Lá está ele! Venham ver. 
Virei-me e caminhei em direção ao vidro. Era tudo em cobertores pra trás novamente, mas desta vez ele estava limpo e branco. A enfermeira que o tinha levado me viu e trouxe-o para a janela para que todos pudessem vê-lo.
- Ele é lindo! Disse a senhora Mary. 
- Olhe pro rapaz. Ele já tem o seu punho levantado pronto para uma luta. 
Marcus riu. Eu balancei minha cabeça e ri, antes de voltar o olhar para o meu irmão.
- Suponho que, se há homens bonitos, então este seria um. 
Admitiu o Sr. Greg do seu lugar atrás de mim. Eu não poderia concordar mais.
- Bem, então, como está a sua mãe? 
A Sra. Mary perguntou, afastando-se para que outros o pudessem ver. 
- Está tudo bem. Ela, uh, ficou um pouco louca e furiosa no fim, mas está bem agora e ela estava dormindo quando eu saí. A Sra. Mary riu e balançou a cabeça.
 - Você não quer ter filhos logo depois de testemunhar isso. 
Eu ri.
- Você está certa, eu não vou. 
Marcus se aproximou de mim.
 - Por que você não me deixa te levar para comer algo, enquanto você espera? Você deve estar com fome. 
Eu estava me preparando para rejeitar a oferta de Marcus quando a Sra. Mary assentiu. 
- Deixe os meninos te levar para comer um lanche. Levará uma hora pra deixarem você entrar no quarto de sua mãe. Além disso, quando você tiver que sair será muito tarde pra parar em algum lugar sozinha.
– Claro. 
Eu sabia que teria de enfrentar as conversas profundas tanto de Preston, quanto de Marcus. Eu estava com fome e sair do hospital seria uma boa mudança de cenário. 
Felizmente, não tivemos que viajar na van apertada de Marcus porque Preston trouxe seu Jipe. Marcus, no entanto, manteve-se na parte de trás, e Preston parecia extremamente satisfeito com isso. Todos nós concordamos em ir comer um hambúrguer no Pickle Shack. Eu não tinha tido qualquer tempo livre desde que eu comecei no meu novo emprego, e as visitas de Marcus eram sempre rápidas. Eu estava feliz que nós poderíamos nos sentar e conversar sem ter que me apressar para chegar ao trabalho.
 Preston escolheu nossa mesa e ele olhou pra Marcus quando ele deslizou perto de mim. Comecei a pensar que Marcus não estava exagerando, e que talvez fosse verdade que Preston gostasse de mim. Isso não importa. Meu coração não disparava toda vez que eu o via. Meus joelhos não se tornavam fracos quando ele sorria. Era apenas mais um cara. Eu sabia que sempre seria. 
Estava ficando cada vez melhor sobre como lidar com a dor e as lembranças. Uma vez que eu havia aceitado o fato de que eu nunca iria querer alguém do jeito que eu amava Jax, então era um pouco mais fácil respirar. Ele sempre estará em meu coração, eu querendo ou não. Só não tem espaço suficiente pra ninguém mais. Ele era o guardião do meu coração, minha alma e do meu ar. 
- Então, você está pronta para seu último ano? 
 Preston inclinou sobre a mesa e sorriu. Ele tinha um sorriso bonito, até mesmo sexy, mas eu não sentia nada. Suspirei e encolhi os ombros, porque a verdade é que eu não me importava com a escola. Eu não pensava sobre o meu futuro na forma como eu fazia antes do início do verão. 
- Eu acho que estou tão pronta como eu possa estar.
 Eu gaguejei. 
Ele franziu a testa.
 - O último ano é suposto ser o melhor ano de sua vida. Você tem que estar animada para ele! 
Eu não estava e sabia que eles não iriam entender, então eu não tentava explicar que a razão pela qual eu respirava, havia ido embora. Eu balancei a cabeça para concordar com ele e apenas mantive minha boca fechada. 
- Em uma semana eu voltarei a Tuscaloosa. Eu tenho que encontrar um apartamento e me mudar antes que o semestre comece. 
As palavras de Marcus me surpreenderam. Eu não tinha pensado que sua partida seria em breve.
 - Sério?
Eu perguntei, ouvindo a tristeza na minha voz. Ele balançou a cabeça e puxou seu olhar.
- Bem, não se esqueça de me dizer adeus antes de ir, ok? 
Eu o lembrei, pensando que pelo menos este adeus não aniquilaria a minha vida. Ele olhou para mim com uma expressão estranha no rosto, como se quisesse dizer alguma coisa, mas estava lutando para não dizer. 
- Sim, eu farei isso. 
Disse ele, finalmente sorrindo. 
- Bem, a boa notícia é que eu não vou a lugar nenhum e você pode me chamar a qualquer momento e eu vou estar mais do que dispostos a, uh, você sabe, levá-la para jantar, ver um filme, ou um... Ouch! 
Preston levantou-se e deu um olhar mortal para Marcus. 
- Por que você fez isso? 
Ele o desafiou. Marcus revirou os olhos. 
- Fiz para te parar antes que você se fizesse um idiota ainda maior do que já é. 
Preston inalou profundamente. 
- Ele é sempre tão temperamental quando está com você?
 Deixei escapar uma pequena risada e balancei a cabeça. 
- Não... 
Preston deixou escapar um sorriso. 
- Então, você não gosta de competição, certo, criança grande? 
Isso foi incômodo, e Marcus lançou um olhar frio para o amigo e suspirou antes de se virar para mim.
 - O que ele não sabe, é que não existe concorrência aqui. 
Preston franziu a testa e, em seguida, como se uma luz tivesse sido acesa, sentou-se e olhou sério, pela primeira vez. 
- Posso oferecer-lhes algo para beber... Espere, Oh meu Deus! Você! Ah, eu não posso acreditar! A namorada de Jax Stone!
 A menina chegou a seu avental e tirou um pedaço de papel e entregoume uma caneta. 
- Posso ter o seu autógrafo, por favor? 
Fiquei muito surpresa pra responder, ou me mover para ser mais exata. Olhei para Marcus, e eu acho que ele sentiu o pânico em meus olhos, porque ele pegou o papel e a caneta e devolveu para a menina.
- Ei, é melhor que você pegue os nossos pedidos. 
O sorriso da garota caiu, e deixei meus olhos em minhas mãos. Eu não sabia o que dizer ou como reagir. Isso era algo que eu não tinha visto vindo. Marcus pediu pra mim uma coca-cola e, em seguida, pegou minha mão. 
- Eu suponho que você não veio ao centro recentemente? 
Perguntou com cautela. Eu balancei minha cabeça, mas não encontrei o seu olhar. Ele suspirou profundamente e se inclinou para mim. 
- As coisas vão ser um pouco diferente, pelo menos por um tempo. Há algumas novidades e, assim, nessa pequena cidade, você é uma estrela. Ninguém foi tão perto de ser famoso por aqui. 
Fechei os olhos. Isso não deveria estar acontecendo. Jax haviam me deixado para impedir que isso acontecesse. Minha vida vai ser sempre assim? Quando todo mundo iria perceber que eu tinha sido deixada pela estrela do rock? Eu não era dele, e não era interessante. Eu era apenas Sadie White. 
- Sadie, olhe para mim, por favor. 
Marcus sussurrou. Levei meus olhos lentamente para os seus olhos e notei a garçonete apontando em nossa direção. 
- Ótimo. Ela está anunciando pra todos que eu estou aqui.
 Eu murmurei. Marcus virou-se para ver as meninas olhando para nós. Virei-me para Preston:
- Você poderia fazer um daqueles olhares de menino bonito que você tem pra desviar a atenção do esquadrão ' Oh Meu Deus ' lá. 
Preston acenou com a cabeça. 
- Claro!
 Ele foi em direção às meninas, e, quase imediatamente tudo se acalmou, ele sempre rindo e sorrindo. Eu estava aliviada.
 - Você acha que ele pode ir comigo para a escola e me ajudar com isso? 
Eu perguntei em voz baixa. Marcus riu. 
- Não, você está por sua conta lá. Mas lembrem-se, eles vão superar isso. É só que Jax acaba de gravar uma nova canção, e há boatos de que é sobre você. Ele alcançou o número um em sua primeira semana no rádio. O barulho está sendo alimentado um pouco mais.
 Eu engoli o caroço na minha garganta. 
- O que diz a música?
 Ouvi-me perguntar. Porquê a necessidade de saber estava além de mim? Isso ia ser doloroso, mas eu queria saber. Marcus soltou minhas mãos e se mexeu desconfortavelmente em seu assento.
- É o suficiente saber que é sobre você. 
Disse ele, sem emoção na voz. 
Eu balancei a cabeça e me concentrei em observar o mundo fora da janela. Preston voltou com nossas bebidas e as colocou sobre a mesa. 
- Obrigado por isso.
 Eu disse, apontando com a cabeça para as meninas sorrindo agora só tinha olhos para Preston. Ele deu de ombros e sorriu.
- Não tem problema. Eu estou contente que esses olhares são bons pra alguma coisa. 
Ele piscou para mim e tomou um gole de sua Coca-Cola. 
Relaxei e tomei um gole também. Eu tinha tanta coisa para processar hoje. Nós duas nos tornamos três e era necessário nos preparar para ter um bebê em casa. E depois havia o fato de que, aparentemente, eu era conhecida por completos estranhos. 
Deixei minha mente ir para a nova música de Jax, e meu coração começou a correr enquanto eu pensava. Eu já o tinha visto escrevendo no gazebo, enquanto eu trabalhava nos jardins nas últimas semanas que estivemos juntos. Naquele tempo, eu nunca sonharia que o que ele estava trabalhando podia ser sobre mim. E se fosse sobre mim, o que dizia? As palavras me furariam e trariam de volta a escuridão em que me perdi? Marcus teria que voltar para o meu quarto e me forçar para fora da minha dor? Eu precisava saber o que diziam essas palavras. Precisava saber se era falado com alegria ou tristeza. Ele encontrou luz em nossas memórias, ou elas desapareceram pra ele? 
Eu pedi o meu hambúrguer e comi rapidamente. Marcus e Preston falaram do casamento do Rock que estava muito próximo de acontecer e, em seguida, sobre futebol. Finalmente, uma vez que eu sabia que eu era forte o suficiente para ouvir a resposta, perguntei a Marcus. 
- As palavras vão me machucar?
Eu sabia que ele ia entender o que eu quis dizer. Marcus sorriu tristemente e balançou a cabeça.
- Acho que não, Sadie, mas isso depende do que te machuca. Ele fala sobre como ele se sente sobre você. Se é doloroso pra você, então sim. 
Engoli em seco pra manter a minha garganta fechada. 
Preston pigarreou. 
- Do que você está falando? 
Marcus apertou minha mão. 
- A nova música número um de Jax. 
Os olhos de Preston se arregalaram, ele olhou para mim perplexo e, em seguida, virou-se para Marcus.
 - É sobre Sadie? 
Marcus ergueu as sobrancelhas, como o desafiando a se atrever a dizer mais.
- Sim, é. 
Ele soltou palavras como um desafio. 
- Inferno, sem dúvida, do porque as pessoas querem seu autógrafo.
 Ele gaguejou e deu uma mordida em seu sanduíche. Eu tenho que ouvir essa música. 
- Preston, eu quero ir pro seu Jeep e ouvir o rádio. Você se importa? 
Ele balançou a cabeça. 
- Não, as chaves estão lá dentro. 
Marcus levantou-se e deixou-me ir. Eu comecei a andar em direção à porta, e ele segurou minha mão. Virei-me para ele. 
- Você vai ficar bem sozinha? - Perguntou em voz baixa.
- Eu preciso fazer isso sozinha. 
Eu assegurei a ele, e saí. 
Sentei-me e eu estava mudando a estação até que eu encontrei uma que sabia tocaria a música, provavelmente, muitas vezes, e esperei. Eu tive que esperar um longo tempo. Mas no momento em que ouvi a guitarra, eu sabia de quem era a música. Eu tinha ouvido os mesmos acordes que estavam sendo tocados enquanto eu trabalhava no jardim. Mesmo que ele não houvesse escrito a música pra mim, ele a havia escrito enquanto estava comigo. Quando ele era meu, por isso era especial para mim. E, em seguida, a sua voz se juntou a música, e eu me perdi.
“Seus olhos têm a chave para a minha alma,
Suas mãos curam toda a minha dor e você é tudo o que faz esse garoto completo.
Quando você respira, emite calor em minhas veias.
Quando você ri, meu corpo enlouquece,
Você é tudo que eu preciso para sobreviver,
Seu corpo é o que me faz sentir vivo.
Não chore, Eu não sou tão forte,
Pois eu não posso estar aqui quando seu coração está quebrado.
Como eu desejo ser tudo que você precisa,
Mas ao invés disso, eu sou tudo o que está errado.
Não, não, não chore.
Eu não sou tão forte,
Eu não posso estar aqui quando seu coração está quebrado.
Como eu desejo ser tudo que você precisa.
Mas ao invés disso eu sou tudo o que está errado.
O dia que você entrou na minha vida,
Eu sabia que não era um sacrifício deixá-la entrar
Eu não queria nada mais que ganhar seu coração.
E uma vez que eu o tinha, meu veneno arruinou tudo.
Portanto, agora tudo o que posso fazer é ficar aqui,
Sozinho com meu violão e cantar...
Não chore.
Eu não sou tão forte.
Eu não posso estar aqui quando o seu calor está quebrado.
Como eu desejo ser tudo que você precisa.
Mas ao invés disso eu sou tudo o que está errado.
Não, não, não chore.
Eu não sou tão forte.
Eu não posso ficar aqui, Quando o seu coração está quebrado.
Como eu desejo ser tudo que você precisa.
Mas ao invés disso, eu sou tudo o que está errado.
 - É isso meus amigos, esse é o novo hit Don’t Cry de Jax Stone. 
A voz do D. J. começou e eu desliguei o rádio. 
Sim, me machucava. A dor estava lá, mas sua voz era como um bálsamo pras minhas feridas. Agora eu tinha algo que poderia ajudar a aliviar a dor. Claro que não a faria desaparecer, mas ouvir a voz dele foi suficiente para aliviar a dor, mesmo que apenas por um curto período de tempo. Eu poderia sobreviver ao meu dia-a-dia, se eu só ouvisse a voz dele. Se eu só ouvisse a minha música.
 
CAPÍTULO 18
Sam não conseguia dormir à noite, dormia maravilhosamente bem durante o dia enquanto eu trabalhava, mas à noite ele ficava acordado. Jéssica parecia estar em algum tipo de depressão, e quando cheguei à porta, ela me dava o Sam e foi para o quarto e chorava. A Sra. Mary disse que era normal. Jéssica sofria com os "Baby Blues" (1), então eu não me preocupava com isso também, só que eu não estava conseguindo dormir. Jéssica dormia a noite toda, e se eu tentasse acordá-la, ela rompia em lágrimas. Quando ela chorava, Sam chorava então eu só a deixava sozinha.
 Ele e eu nos unimos durante este tempo. Eu conversava com ele sobre tudo o que você eu não podia contar a ninguém. Nós conversamos sobre a vida com Jéssica e como ele a amaria, mas que não esperasse uma mãe normal. Assegurei-lhe que ele seria bom, porque eu sempre estaria lá se eu precisasse de mim. 
Contei-lhe sobre Jax. Eu esvaziei minha alma para um bebê recémnascido, mas tornou-se mais fácil respirar livremente quando eu falava sobre isso. Sam, calmamente sorria e chutava. Ele gostava quando eu falava então eu continuava a falar. Eu o fazia feliz, e ele me ajudou a lidar com tudo. Não importava o quão especial que esses tempos com ele fossem às primeiras horas da manhã, ainda me cansava. Lutei contra a vontade de rastejar para um canto no trabalho e dormir. 
Algumas noites, Sam dormia duas horas seguidas, se eu o colocasse ao lado da minha cama. Aqueles dias eu trabalhava melhor, se tivesse pelo menos 5 horas de sono. Jéssica e eu não nos falamos muito. Quando eu chegava a casa, ela ia para o quarto chorar e ouvir música da década de 80. Eu sempre pegava Sam antes de ir todas as manhãs, alimentava-o, colocava-lhe uma fralda limpa e roupas pro dia. Liguei para ela do trabalho e lembrei-lhe sobre as refeições, pois eles pareciam fazê-los juntos. Eu estava começando a ficar nervosa sobre sair de casa e deixálo com ela, mas lembrei-me que ela era a mãe, não eu.
 A escola começou novamente. Marcus se foi duas semanas antes, e eu estava no jardim, acenando para ele enquanto ele se afastava. Em primeiro lugar, eu entrei em pânico, porque eu estava preocupada com o que iria acontecer se eu estivesse de volta na escuridão. Mas depois me lembrei de Sam e o comportamento instável Jéssica, e eu sabia que esse cenário não poderia acontecer. Eu tinha alguém para cuidar agora. Eu não podia me perder de novo. Minha vida não é minha. 
Às vezes, parecia que o meu tempo com Jax aconteceu em outra vida. Mas a lembrança de seu sorriso e sua risada me fez lembrar o quão perto eu tinha estado da felicidade. Eu suspirei, peguei minha mochila e eu olhei para Sam, dormindo. Eu deixei minha porta aberta e deixei-o no berço ao lado da minha cama. Jéssica abriu a porta e ela se virou, olhando para mim com os olhos vermelhos e inchados.
 - Eu vou chegar atrasada, se eu não for agora. Eu lhe alimentei há uma hora, e coloquei uma nova fralda. Ele está dormindo no meu quarto.
 Parei lá e me forcei a não dar qualquer instrução sobre os cuidados de seu filho. Ela bocejou e se espreguiçou. 
- Tudo bem. Obrigado, Sadie. Eu sei que eu tenho precisado muito de você ultimamente. Eu não consigo fazer isso sozinha. 
Ela parecia ferida. Eu balancei a cabeça e deixei-a lá. Não sabia o que dizer, porque o que eu queria dizer era: “Cresça! Você tem um bebê agora!”. Mas eu sabia que não podia, então eu fui embora. 
Meu passeio de bicicleta para a escola era rápido e eu estava lá, no prédio com um monte de tempo para encontrar o meu novo armário e minha primeira aula. As pessoas olhavam para mim e sussurravam um pouco, mas eu as ignorei e foquei em minha tarefa. Recebi um armário na parte de cima e no corredor. Aparentemente, o sênior recebeu o melhor armário esse ano. 
- Ei, estranha. 
Disse uma voz familiar atrás de mim e me virei para ver Amanda. Eu não tinha passado muito tempo com ela, porque ela queria sair com seu irmão e amigos.
- Oi, Amanda, como você está? 
Ela sorriu e deu de ombros. 
- Ótima! Finalmente nós somos do último ano! 
Eu sorri e quis que ela pensasse que eu me importava. 
- Sim, finalmente.
Eu disse fingindo entusiasmo. Seus olhos eram simpáticos.
- Sinto muito por tudo que aconteceu. Marcus me disse antes de sair, que eu mantivesse um olho em você e o chamasse se você precisasse de algo. 
Eu não pude deixar de sorrir ao ouvir suas palavras.
 - Seu irmão é um amigo muito bom e que eu não mereço. 
Eu me virei para colocar o resto dos meus livros no meu armário antes de ir para outra aula. Ela riu.
 - Sim, bem, isso seria porque ele queria que você se preocupasse com ele da mesma forma que você o faz por Jax Stone. 
Eu congelei e mordi o lábio enquanto eu estremecia com a dor.
- Me desculpe, eu... Marcus me disse para não falar de Jax. 
Eu balancei minha cabeça.
 - Está tudo bem. As pessoas vão falar sobre isso e eu vou aprender a lidar com isso. 
Ela assentiu, mas não parecia muito segura. 
- Bem, é melhor eu ir para a aula. Talvez eu a veja mais tarde. Podemos ter algumas aulas juntas. 
Eu sorri e acenei com a cabeça.
- Isso seria bom!
 Ela sorriu e se virou para sair, mas parou e olhou pra mim. 
- Eu, bem... eh ... Bem, não sei se isso está fora dos limites pra falar, mas "Don’t Cry” é sobre você? 
Minha garganta se fechou quando eu me lembrei de que tinha ouvido a canção inúmeras vezes, eu me enrolei como memórias que pesavam sobre mim. Ultimamente, eu tinha parado de ouvi-la porque eu me colocava em um humor que não podia escapar. Sam precisava de mim e eu não podia fazer isso com ele. Eu queria acreditar que a música era para mim, mas não sei ao certo. Eu sabia os acordes em que ele havia trabalhado enquanto estávamos juntos. Mas eu não tinha certeza se isso tinha alguma coisa a ver comigo. 
Eu dei de ombros. 
- Eu não sei. 
Ela suspirou tristemente e saiu. Eu levei um momento para me acalmar, pois as palavras encheram a minha cabeça. Eu tive que me controlar e ir para a aula. Depois de várias respirações profundas, eu me virei e fui para a sala 223. 
Comecei meu dia de aula este ano com trigonometria. Que emocionante!
 Depois de duas pessoas me perguntarem sobre Jax e eu não responder, a idéia de ir para o refeitório, onde eu seria a principal fonte de informação sobre Jax Stone me fez tremer. Eu estava no meu armário mais do que o necessário e, em seguida, fui para a biblioteca ao invés do refeitório. Eu poderia comer quando chegasse a casa. Eu começaria a minha lição de casa. Eu coloquei minha mochila em cima da mesa, tirei o meu livro de trigonometria, eu comecei a trabalhar. Meus olhos, no entanto, tiveram muitas dificuldades em permanecerem focados e tive que lutar para evitar fechá-los.
- Sadie! Acorde! Sadie! 
Eu levantei minha cabeça para ver Amanda franzindo a testa para mim. 
- Você está bem? 
Ela perguntou me lembrando de seu irmão mais velho. Eu esfreguei os olhos e assenti.
 - Sim, eu acho que eu dormi demais. 
Eu sabia que precisava dormir mais. Mas eu não iria fazê-lo até Sam conseguir dormir durante a noite.
- Bem, vamos lá, você está atrasada para a aula de literatura e o Sr. Harris quase não me deixou vir encontrá-la. Eu disse que achava a sua próxima aula era espanhol e ele concordou em eu vir procurá-la. 
Sorri pela sua imaginação. 
- Obrigado.
 Ela pegou meus livros e puxou meu braço. 
- Não me agradeça agora. Podemos estar em apuros, se você não se apressar. E livre-se do olhar de "Eu acabei de acordar”. Vai estragar o meu disfarce.
 Eu esfreguei meu rosto e acenei com a cabeça. Primeiro tivemos que ir para o meu armário e trocar meus livros. 
- De qualquer forma, por que você estava na biblioteca? 
Ela perguntou enquanto eu pegava os livros certos.
- Porque eu não queria enfrentar o almoço e todas aquelas perguntas.
 Murmurei. Ela assentiu com a cabeça. 
- Bem, você perdeu. A única razão pela qual não foi bombardeada aqui na biblioteca, foi porque no momento em que toda a gente percebeu onde você estava, e almoço já tinha acabado. 
Suspirei e fechei a porta do armário. 
– Eu quero ser invisível. Eu reclamei e diminuí o passo. Amanda franziu a testa e balançou a cabeça.
 - Não vai acontecer. Você tem que se preparar. O baile de graduação é no próximo mês, e você vai ser atingida por muitos pedidos de acompanhantes.
 Isso não era sequer uma opção. Não saio com ninguém. Recuso-me a ir a qualquer baile. 
- Bem, ajude-me a espalhar a fofoca de que eu não danço. Murmurei quando ela abriu a porta e entramos na sala. Felizmente, o Sr. Harris só me deu um olhar severo, mas não disse nada. Eu deslizei para a única mesa livre, atrás de um homem alto, cabelos escuros, cuja cabeça bloqueava a minha visão do professor. 
Eu estava inclinada para escrever os números das páginas que deveria ler em casa quando o cara alto na minha frente virou-se. 
- Você é Sadie White, certo? 
Perguntou sorrindo. Eu balancei a cabeça, desejando que eu pudesse mentir e dizer que não. Ele limpou a garganta. 
- Eu sou Dameon Wallace. 
Eu dei-lhe um pequeno sorriso e olhei para a página que deveríamos estar lendo.
 - Você têm algo contra mim? 
Suspirei e olhei para cima. Ele lançou o que deveria ser um sorriso encantador. Ele não era ruim na verdade. Ele era atraente o suficiente. Seus olhos azuis não tinham a intensidade dos olhos azuis de Jax. Seu sorriso não parecia muito sincero. Talvez mais seguro de si e arrogante.
- Estou atrasada nessa aula e estou tentando alcançar o professor. 
Ele me deu um sorriso irônico que, aparentemente, também pensei que era bonito. 
- Não se preocupe você não perdeu muita coisa. Então você está solteira de novo? 
No meu estômago se formou um nó. Eu dei-lhe um sorriso tenso e acenou antes de voltar para o meu livro.
- Quais são seus planos pra depois da escola? 
Eu estava pensando que poderíamos sair para uma bebida e ir para a praia. Parecia tão seguro de si mesmo e de sua oferta que eu tinha que me lembrar de que eu era uma boa pessoa e não maliciosa. Eu sorri e disse: 
- Eu trabalho depois da escola, me desculpe. 
Voltei a tentar ler a minha página. 
- Depois do trabalho? 
Agora ele parecia um pouco inseguro.
- Desculpe, mas eu tenho que ir direto para casa, fazer minha lição de casa e ajudar a minha mãe com meu irmão mais novo.
 E eu queria acrescentar mais: "Eu não vou namorar ninguém, então me deixe em paz”, mas eu não o fiz e voltei para a minha leitura. Eu assisti alguns segundos e então o ouvi suspirar e virar-se em sua cadeira. 
Tentei entender o que eu estava lendo, mas eu não conseguia me concentrar nas palavras. Eu odiava me sentir como um item a ser estudado em uma estante. Todos queriam me assistir e ver o que eu faria. Quando o sino tocou, peguei meus livros e me dirigi para a porta tão rápido quanto fosse humanamente possível. Tinha de escapar pra longe, muito longe. 
- Ei, Sadie.
 Amanda me chamou. Eu diminuí o passo e me virei para ver o que ela queria.
 - O que Dameon Wallace te falou? 
Ela quase chorou de alegria. Eu fiz uma careta e tentou me lembrar da nossa conversa unilateral. 
- Bem, ele me convidou para sair, eu disse que não, e foi isso. 
Eu mantive meus olhos no corredor e não acho que as pessoas olhavam pra mim. 
- Ele pediu você pra sair?
 Ela perguntou, com uma reverência calma. Eu simplesmente assenti. 
- Deus, com certeza ele é o cara mais quente de Sea Breeze. Você sabe que ele é um zagueiro, e não só isso, ele tem várias escolas da Ivy League interessadas nele.
 Eu não tinha idéia e não me importava. Dei de ombros e abri o meu armário para pegar minha bolsa. 
- Isso é ótimo. Bom para ele. 
Eu respondi.
 Ela olhou para mim com a boca aberta. 
- Eu não posso entender como você disse não. Ninguém diz que não pra ele. As meninas sonham com ele à noite. Ele é lindo! Você já viu os braços dele? 
Ela inclinou-se para o ar. 
– Wow. 
Adicionou um efeito extra. 
Revirei os olhos. 
- Na verdade, Amanda, se você gosta tanto dele, então vá falar com ele. Eu apenas não estou interessada. 
Amanda suspirou e encostou-se e no gabinete. 
- Se ele soubesse da minha existência, então eu iria atrás dele. Mas, até hoje, ele nunca esteve interessado em uma menina da escola. Ele sai com as meninas da faculdade. 
Eu coloquei a bolsa por cima do meu ombro.
 - Bem, aparentemente ele mudou de idéia. 
Murmurei.
- Ele é tão bonito. Eu não sei como você o recusou. 
Eu passei por ela, realmente gostava de Amanda, mas não estava com disposição para isso. Eu não estava interessada em um cara. 
- Eu tenho que ir trabalhar. Obrigado novamente por me acordar. 
Ela assentiu com a cabeça e se dirigiu para a saída. 
Meu primeiro dia de volta e eu estava odiando escola. Se eu pudesse camuflar-me e passar despercebida, isso seria suportável. Eu olhei para cima para ver Dameon enfrentar meu caminho e acelerei meu ritmo. Eu me perguntava quão óbvio seria se eu corresse para minha bicicleta. Meu ritmo acelerado aparentemente avisou a ele que eu não estava com disposição para falar, porque ele parou de correr atrás de mim. Eu tive que ir trabalhar, mas eu queria ligar e verificar a Sam. 
A primeira semana não correu bem. A única boa notícia foi que Dameon tinha tomado à dica e me deixou em paz. No entanto, depois que adormeci novamente na biblioteca durante o almoço, percebi que ia ter que parar de ir lá. Obriguei-me a levantar-me para a multidão do almoço. Na verdade, não foi tão ruim como eu pensava. Amanda me salvou um assento ao lado dela, e eu gostava de seus amigos. Dylan McCovey queria relembrar um pouco a sua festa 04 de julho, mas diferente disso, ele estava bem. 
Na maioria dos dias, eu me sentei à mesa e ouvia os outros falarem. Ocasionalmente, alguém me fazia uma pergunta ou tentava me convencer a participar da conversa, mas as minhas deficiências sociais, misturada com meu esgotamento, não contribuiu para eu ser uma boa conversadora. 
Na sexta-feira, Dylan finalmente teve coragem de perguntar sobre "Dont Cry" e fiquei orgulhosa de como eu lidei com isso. Eu consegui falar através do caroço na minha garganta. Minha respiração tornou-se muito apertada. Em todas as formas eu parecia normal e tranquila. Respondi com sucesso: Eu não sei sobre quem é. Ele nunca a cantou pra mim. Não sufoquei dessa vez.
Na segunda-feira, eu passei o meu primeiro período sem cair no sono, o que foi um milagre, porque Sam ainda não havia ajustado seus dias e noites, nem sequer um pouco. Mesmo quando eu tinha chamado a Sra. Mary e perguntei-lhe o que fazer e ela disse que tinha que mantê-lo acordado mais durante o dia. O problema com isso foi que Jéssica queria que ele estivesse dormindo, então ela não teria que lidar com ele. 
Eu odiava admitir para mim, mas minha mãe não era muito boa em ser a mãe de Sam. Principalmente o ignorava, e ainda chorava com frequência. Eu poderia explicar tudo isso para a Sra. Mary porque Jéssica soaria má, e eu não ousava quebrá-la aos olhos de ninguém. Ela parecia tão frágil. De qualquer forma, eu ainda estava conseguindo ficar acordada na escola, e depois de lutar contra as minhas pálpebras pesadas durante uma palestra muito chata, eu fui direto para o banheiro e joguei água fria na cara para acordar. Tive que lutar contra esta dormência. Eu não iria conseguir as notas para uma bolsa de estudos, se eu não pudesse ficar acordada na aula. 
Eu passei por um grupo de meninas que estavam pelo saguão lotado, e uma delas me apontou. Eu estava acostumada a isso, eu ignorei e mantive meus olhos no banheiro. No entanto, ela se virou.
 - Sadie White? 
Eu parei e considerado mentir sobre meu nome, dizendo que não, que na verdade era Ivana, uma estudante de intercâmbio que não fala bem Inglês. Mas ao invés disso, eu me virei para ver a ruivinha que havia conhecido no 4 de julho. Eu imediatamente percebi que brilho nos seus olhos hostis. 
- Oi, eu sou Mary Ann Moore. Nós nos conhecemos na casa de Dylan neste verão, mas eu duvido que você se lembre de mim, depois de tantas pessoas que você conheceu naquela noite. 
Ela fez uma pausa, como se quisesse dizer algo, mas eu continuei olhando para ela, esperando que ela me dissesse. 
- Sim, bem, hum, eu tenho a nova edição da Following teens, e há uma imagem de Jax Stone com sua nova namorada, Alana Harvey. Ela estará em seu novo clipe... Você sabe, chamado "Don’t Cry”. 
Entendi o que essa garota queria agora, e eu não sabia o que tinha feito para que me odiar tanto. Minha garganta secou e começou a fechar. Então eu decidi não responder. Ela sorriu como se satisfeita com a minha reação e me entregou a revista. 
- Estrelas do Rock são criaturas inconstantes. Você nunca sabe quem vai querer mais tarde. Tome a revista, eu não preciso.
 E com isso, ela estalou os dedos e o grupo a seguiu por aí como um cardume de peixes. Tentei engolir, mas sem sucesso. Eu não podia suportar. A dor voltou e eu não tive forças para detê-la. Eu me virei para correr, e Amanda estava lá bloqueando meu caminho.
- Ela só está sendo podre com você, por causa de Dameon. Agora, venha comigo, vou ajudá-la a se recompor no banheiro. Eu andei obedientemente atrás dela. 
- O que é que Dameon tem a ver com isso? 
Eu perguntei, segurando a revista que ela havia colocado em minhas mãos. Amanda me levou para o banheiro e tomou a revista para mim.
- Dameon e Mary Ann saíram neste verão. Quando ela soube que ele estava interessado em você, então você se tornou sua inimiga. Mesmo quando ela ouviu que você o mandou pelos ares. Eu acho que faz com que não goste de você. 
Eu fiz uma careta. 
- Por quê? 
Amanda me deu uma toalha de papel umedecida. 
- Porque você ignorou o que ela quer muito. Veja, a coisa é que Dameon saiu com ela neste verão e, assim, depois de algumas semanas, ele deixou seu apartamento. Ela o quer de volta, porque namorar Dameon a faria a garota mais popular da escola. 
Suspirei e fechei os olhos. 
- O Ensino médio é tão estúpido. 
Eu murmurei. Amanda apertou minha mão e limpou o meu rosto com uma toalha de papel úmida e fresca.
 - Você tem que ter controle sobre si mesmo. Se todo mundo acha que pode chegar até você mostrando-lhe imagens de Jax com outras garotas, você vai ser atacada por eles.
 Fui para a revista e levantei-a olhando contra a minha vontade. Lá, na página diante de mim era Jax no Teen Choice Awards e em seu braço era uma bela loira com cabelos encaracolados. Eu respirei fundo e caiu contra a parede. 
- Droga, Sadie, por que você está olhando pra isso? 
Amanda tentou tirá-la de mim, mas eu balancei a cabeça e agarrei-me ela com firmeza.
 - Não, deixe-me ler. 
Eu sabia que o que tinha escrito sobre essas coisas não era verdade, mas de alguma forma queria me machucar mais. 
- Não! Amanda disse com firmeza e puxou-a abruptamente de minhas mãos. Eu deixei-a levar. Ela virou-se. 
- Droga, pelo menos, seus cachos são naturais Sadie! 
Disse ela antes de lançar a revista no lixo.
 Fechei os olhos para a dor e me sentei no chão. O manto escuro parecia vir para mim, e eu sabia que eu ia ter que lutar mais para evitar isso. Havia paz no vazio, mas depois eu não seria capaz de cuidar de Sam se o vazio entrasse, e Sam precisava de mim. Eu balancei minha cabeça e levantei rapidamente, antes que me atingisse. Eu me concentrei em meu reflexo no espelho e acalmei os meus nervos até que meus olhos pararam de olhar estar tão assombrado. Amanda veio por trás de mim e agarrou meu braço. 
- É apenas uma foto publicitária. 
Disse calmamente. Eu balancei a cabeça, porque ela estava certa. A foto dele com a menina não tinha sido tão difícil quanto vê-lo tão feliz na mesma. Eu queria ser feliz. Eu poderia ser feliz. Por que não estava?
Porque eu era a pessoa que o amava muito. Apenas me demoraria mais tempo do que ele para sorrir tão brilhantemente. Eu tinha que trabalhar pra isso. Pensei nas pessoas ao meu redor que me amam e que tinham que ter o primeiro lugar na minha vida. Em seguida, havia Sam, que precisava de mim. Eu tinha que aprender a ser forte. Certa vez que pensei que era muito forte. Agora eu tenho que encontrar isso de novo. 
 
CAPÍTULO 19
Setembro acabaria em uma semana, e eu sabia que o tempo estava correndo tão rápido que quase me alcançava. Minhas notas eram baixas, mas ficar acordada na aula parecia uma tarefa impossível. Sam ainda me mantinha acordada a noite toda. A Sra. Mary disse que provavelmente eram cólicas, e passei a dar-lhe remédio para ajudá-lo a aliviar os gases. 
Jéssica estava cada vez mais reclusa, até o ponto que eu tinha que chamá-la da escola para verificar e certificar-me de que se lembrou de alimentar Sam. Várias noites quando cheguei em casa, parecia que não tinha sequer mudado a fralda de Sam a muito tempo. Toda vez que eu o limpava, eu aplicava o creme para assaduras que tinha encontrado na farmácia. Tentei explicar para Jéssica que isso era bom para ele, mas ela pareceu não ouvir. Sam precisava dela. Eu não era capaz de acordála e fazê-la encarar o fato de que ela tinha um bebê agora. Sam tinha somente a mim, e eu precisava me manter dura pra não cair aos pedaços também. 
Quanto mais eu pensava sobre a faculdade, mais eu descobria que não havia nenhuma maneira que eu poderia ir e deixar Sam com Jéssica. Ele não iria sobreviver. Eu considerei deixar a escola para ir trabalhar. As medicações e fraldas custam uma fortuna. A idéia de deixar a escola e buscar o meu certificado por correspondência cruzou várias noites pela minha cabeça quando cheguei em casa para encontrar Sam chorando e com fome e Jéssica gritando em seu quarto para eu fazer algo com ele. Minha vida estava em uma espiral descendente, e parecia que quanto mais eu tentava controlar a queda, mais rápida ela se tornava. 
Eu acordei com a minha cabeça na mesa da cozinha e a mamadeira vazia na mão, e Sam chorando no berço ao meu lado. Esfreguei meus olhos para concentrar-me, olhei para as horas, e eu percebi que eu tinha adormecido. Levantei e preparei outra mamadeira e o alimentei. Tentei por duas vezes tirar Jéssica da cama e me ajudar, mas ela jogou o travesseiro e me disse que tinha dor de cabeça de novo. 
Eu consegui me vestir e organizar as tarefas que se espalharam por toda a mesa, enquanto eu cuidava de Sam à noite. Troquei as fraldas e roupas de Sam e, é claro, só depois ele adormeceu. De certo modo, eu apreciava que ele dormia muito durante o dia, porque se não fosse assim, eu me preocuparia com o que Jéssica poderia fazer.
Eu fui dizer adeus a Jéssica, mas ela estava dormindo novamente. Não há sentido em acordá-la. Eu fui para a minha bicicleta e de repente o mundo pareceu estremecer. Parei e me encostei-me à casa até que o tremor passou, e depois fui pegar minha bicicleta. Meu estômago se agitava como se eu tivesse comido alguma coisa ruim. Ficar doente não estava na minha lista de "coisas a fazer". Eu não tinha tempo para isso. Eu tinha que ir pra a escola. 
Saí da estrada e me dirigi pra avenida principal, de repente, tudo parecia tornar-se turvo. Eu virei na rua principal e me dirigi para a escola o mais rápido que pude. Era como dirigir em um túnel que estava se tornando menor, o mundo ao meu redor tornou-se tênue. Tudo ficou escuro quando a escola ficou à vista. 
A dor aguda na minha cabeça me acordou. Eu não conseguia abrir os olhos, então eu estendi a mão para sentir algo quente e úmido no meu cabelo. Algo saltou de algum lugar. Meu braço estava pesado, e eu não podia controlá-lo. Eu deixei cair, e meus olhos não queriam cooperar. Lentamente, eu pisei na escuridão. Era bem-vinda, porque me lembrou do meu refúgio escuro, e queria que a dor fosse embora. Flutuei por minhas memórias. Uma viagem sem dor. 
O rosto de Jax sorrindo para mim me encheu de felicidade e a sensação de formigamento dada a sua proximidade. Vi Jax agachado na frente da menina no supermercado, e meu coração agitou-se lembrando de seu rosto quando ele a beijou. Jax inclinando-se sobre seu violão, cantando "Wanted Dead or Alive" me deu vontade de rir, mas por alguma razão eu não podia. E então Jax cantando para mim no luar e seus braços me apertando. Mais memórias que eu tentei duramente para reprimir voltaram, e havia tantas. Eu queria rir, mas não conseguia. O cobertor pesado tornou impossível de me mover. Então eu fiquei lá e apreciei as memórias sem dor. E, como antes, a escuridão chegou, e eu fui para ela.
A música e uma voz que eu reconhecia me chamaram. Tentei afastar o manto da escuridão pra que eu pudesse me aproximar dele. Eu conhecia aquela voz. A música vinha dele. Sua voz soava triste, mas suas palavras me pertenciam. Era a minha música. Eu lutei contra a escuridão, mas ainda era muito difícil, e a escuridão tomou conta de mim novamente. A música desapareceu. Minha cabeça latejava e meus braços formigavam. Tentei mover meus dedos, e funcionou. Tentei mover meus pés, e eu consegui. O manto escuro tinha ido embora. Eu queria abrir os olhos, mas o pensamento fez minha cabeça latejar mais. Não acreditava ser capaz de abri-los ainda. Por alguma razão, a escuridão me deu uma dor de cabeça horrível. Lembrei-me de que do líquido quente na minha cabeça, e eu me perguntei se foi isso que me causou problemas. Eu levantei o braço, mas só o tinha elevado um pouco antes de cair novamente. Alguém se moveu ao meu lado e segurou a minha mão.
 - Sadie? 
Minha respiração parou e esperei para ver se eu podia ouvir a voz suave dizer o meu nome novamente.
- Sadie, você está me ouvindo? 
Eu queria falar, mas não tinha certeza se as palavras saíam então eu fiquei em silêncio. A mão quente deslizou para a minha, e eu estremeci de uma maneira familiar. A mão pertencia o Jax.
- Sadie, por favor, se você puder me ouvir, me mostre. Eu vi você se mover. Você pode fazê-lo novamente? 
Era Jax. Sua voz soou preocupada e ansiosa. Movi a minha mão na dele e tentei abrir os olhos. A luz me machucou, e eu parei de tentar.
 -Você pode me ouvir. Ok, baby, escute, eu vou chamar a enfermeira. 
Enfermeira? Que enfermeira? Eu não queria que ele fosse embora. Eu apertei sua mão com força, tentando segurá-lo, e então o ouvi rir e, de repente, o peso desapareceu, e eu podia respirar. Meus lábios formaram um sorriso neste momento, e seu hálito quente fez cócegas na minha orelha.
- Eu não te deixarei. Eu juro, mas, por favor, deixe-me chamar a enfermeira. 
Ele sussurrou, e senti arrepios em meus braços. Ele riu suavemente, com a mão esquerda na minha. A sala estava em silêncio, e as trevas começaram a retornar. Eu queria lutar contra isso. Eu queria ver Jax. Eu precisava ver seu rosto. Mas a escuridão vinha pra mim de qualquer maneira, e uma vez que você a deixa vir, ela flutua sobre você e te torna incapaz de controlar a sua força.
 Um som quente em meus ouvidos, e eu me esforcei para entender. Quando cheguei mais perto, pareciam palavras claras. Era familiar, mas não conseguia chegar perto o suficiente para entender. Eu lutei contra a escuridão e me esforcei para ouvir as palavras suaves, que pareciam enviar ondas de calor pelo meu corpo frio. Eu apertei a mão para ter certeza que eu poderia controlá-lo, e então houve silêncio. As palavras pararam, e eu queria ouvi-lo novamente. Tentei falar, mas nada parecia sair. Apertei novamente e o calor em minhas mãos me lembrou de que eu não estava sozinho.
 - Sadie? Você pode me ouvir?
 Eu queria dizer que sim, mas ao invés disso eu consegui mudar minha cabeça. 
- Eu não vou te deixar, baby. Eu vou ficar bem aqui, você pode abrir seus olhos para mim? 
Sua voz estava tão ansiosa e preocupada que eu queria tranquilizá-lo. Mas a luz parecia muito brilhante. Eu tinha que falar. Concentrei-me tanto nas palavras, e então me lembrei de como falar. 
- As luzes. 
Eu me ouvi coaxar. 
- Vou apagá-las, espere um segundo. 
Sua mão se foi, e então eu podia ver a escuridão do outro lado das minhas pálpebras. Sua mão deslizou de volta para a minha, e apertou.
- Por favor, abra os olhos para mim. 
Ele implorou, e lentamente eu consegui abri-los. Tudo parecia desfocado na escuridão. Pisquei lentamente, e as coisas começaram a clarear. Procurei por Jax e rapidamente descobri que ele estava ao meu lado. Ele parecia exausto. Seus olhos tinham olheiras sob eles, e precisava fazer a barba.
 - Ah, se não são os meus belos olhos azuis. 
Ele murmurou com alívio em seu rosto. 
- Olá. 
Eu me esforcei pra falar com minha garganta seca. Ele sorriu, e meu coração acelerou como de costume.
- Olá. 
Ele disse calmamente. 
- Por que você está aqui?
 Eu perguntei, mas levei minha até a minha garganta e descobri que eu tinha tubos e agulhas em minhas mãos. Olhei pra ele, confusa, mas agora entendi porque chamar a enfermeira fazia sentido. Eu estava em um hospital.
- Estou aqui pela razão de eu me levantar todas as manhãs, você precisa de mim, tanto quanto eu preciso de você. 
Fechei os olhos, tentando entender o que ele quis dizer.
- Por favor, não feche os olhos de novo. 
Ele pediu em voz baixa. Eu os abri imediatamente. Eu não entendi a sua urgência e preocupação. E porque ele parecia tão cansado?
 - Por que estou aqui? 
Eu perguntei apesar de minha garganta e boca estar tão seca quanto um deserto. Ele suspirou e beijou minha mão segurando-a. 
- Você estava exausta e desmaiou enquanto estava andando na sua bicicleta. Você bateu a cabeça com tanta força que você a fraturou. Não a encontraram imediatamente.
 Ele parou e parecia estar lutando com as palavras. 
- Porque, quando te trouxeram pra cá, estava inconsciente e não podiam me dizer se você voltar pra mim. 
Ele lutou com a última parte, e eu apertei a mão dele tão duro quanto eu podia.
 - Eu o fiz. 
Ele sorriu e inclinou a cabeça contra as nossas mãos por um momento. 
- Eu sabia que você faria, mas isso não significa que eu não tenho estado muito preocupado desde que a Sra. Mary me ligou há uma semana.
 Uma semana! Estive inconsciente durante uma semana. E então me lembrei de Sam. Comecei a sentar-me. Jéssica não podia cuidar de Sam por uma semana. Ele podia estar... Eu nem sequer consigo pensar nisso. Eu precisava levantar.
-Wow, o que você está fazendo? Você não pode se levantar. Eu ainda tenho que trazer a enfermeira aqui. 
Eu balancei minha cabeça, e comecei a bater. 
– Sam!
 Falei em meio ao meu pânico. 
Jax me segurou firmemente na cama.
- Sam está com a Sra. Mary e está bem. Inclusive agora, ele dorme a noite inteira. 
Como é que Sam está com a Sra. Mary? Olhei para ele, eu precisava de respostas, mas minha garganta seca atingiu seu limite.
 - Jéssica está recebendo ajuda. Ela está doente, Sadie. Chama-se a depressão pós-parto, e ela tem um caso muito grave. Ela está na melhor clínica que o dinheiro pode pagar, e quando ela voltar estará como nova. Eu juro. 
Eu afundei de volta contra a cama, e eu notei que minha cabeça doer muito. Estremeci.
- Espere, eu vou chamar a enfermeira. Não feche seus olhos, por favor, mantenha-os abertos.
 Eu balancei a cabeça e observei-o sair da sala e, em seguida, gritar.
- Ela está acordada!
 Ele imediatamente voltou para mim. 
- Os enfermeiros e os médicos, provavelmente, me jogarão pra fora em um minuto, mas eu não vou a lugar nenhum. Eu vou ficar fora dessa porta, e se você precisar de mim eu estarei aqui. 
Eu balancei a cabeça, e meu coração disparou quando ele se inclinou e sua respiração fez cócegas na minha orelha. 
- Eu nunca vou ser capaz de sair novamente. Eu não sou tão forte pra isso. 
As portas se abriram e entrou um cara que eu nunca tinha visto antes. 
- Há quanto tempo ela está acordada? 
Perguntou a uma senhora grande com o cabelo castanho escuro, cortado em picos, enquanto corria ao meu lado. Jax piscou. 
- Hum, há poucos minutos. 
Ela sacudiu o dedo para ele e disse:
- OK, menino bonito, sua música deve ter feito algumas coisa boa, mas agora eu quero você fora daqui. Sua frequência cardíaca está fora do normal. Você não pode fazer isso, a garota estava em coma.
- Eu disse para não usarem essa palavra!
Ela foi interrompida com uma voz que me surpreendeu. Ela suspirou e balançou a cabeça.
- Desculpe, eu esqueci. Ela tem estado “inconsciente” durante uma semana. Não preciso de você aqui fazendo seu coração disparar. 
Ele parecia preocupado, e eu queria dizer a senhora que não o incomodasse. 
- Isso vai doer? Será que ela vai ficar acordada? 
A senhora sorriu para mim, e, em seguida, virou-se para Jax.
- Ela vai ficar bem. Agora vá. 
Ele me deu um olhar e, em seguida, foi saindo da sala e outra enfermeira que acabava de entrar. 
-Wow, estou feliz que você acordou. Esse pobre rapaz está prestes a desmaiar de exaustão. Embora eu tenha que admitir que fosse bom ouvir um pouco de concerto aqui. Nós mantivemos a porta aberta e eu escutava enquanto ele cantava. Às vezes, passava horas apenas cantando. Eu juro que ele cantou "Don’t Cry” uma centena de vezes. 
Sorri ao pensar em Jax cantando.
 - Sim, vá em frente e sorria. Se eu tivesse uma estrela sexy do rock cantando pra mim e cuidando de mim como uma mamãe galinha, eu também sorriria!
 Zombou, e em seguida, pegou um copo de água. 
- Está com sede? 
Eu balancei a cabeça, sabendo que minha garganta estava seca demais para falar. Ela se sentou na minha cama e me instruiu a tomar pequenos goles. Eu fiz isso por alguns minutos. Depois de beber, eu disse:
- Minha garganta dói.
 A enfermeira assentiu. 
- Você tinha um tubo em sua garganta por um tempo. Depois de uma breve acordar a noite passada, nós a levamos para fora no caso de você acordar de novo e ir entrar em pânico durante a noite. Eu balancei a cabeça e peguei o copo.
 - Lembre-se, pequenos goles.
 Ela advertiu, em seguida, continuou a trabalhar em mim. Ela examinou minha cabeça e balançou a cabeça.
- Você vai ficar bem, Srta. White. Antes que você perceba, você está pronta pra ter alta. No entanto, desta vez, as coisas deveriam ser mais fáceis pra você. Este Rockstar parece estar cuidando de tudo. 
Meu coração se encheu quando me lembrei de que Jax estava plantado na minha porta. 
- Você já teve outros visitantes que não ficaram por períodos muito longos. Tenho certeza de que eles desejam ser contatados. Você pode encorajá-los. Mas eu não tenho certeza se você quer alertá-los imediatamente. 
Eu balancei a cabeça e sorri. 
- Tudo bem. 
Ela tomou as disposições e abriu a porta. Jax olhou para dentro da sala, e para mim, em seguida, para ela, ansioso.
- Tudo bem. Ela vai estar fora daqui a um par de dias.
Jax parecia quase desmaiar de alívio. Ele voltou para o quarto e fechou a porta atrás de si. 
- Você está bem? 
Ele perguntou, e desta vez minha garganta funcionou muito melhor. 
- Sim, eu estou bem. 
Eu assegurei a ele e ele olhou para mim. Ele puxou um banquinho veio pra mim novamente, pegou minha mão.
-Sadie, me perdoe. Deixei você aqui, pensando que era o melhor para você, e eu sabia que você não tem uma vida familiar estável. Eu queria dar-lhe um carro e dinheiro. 
Riu amargamente. 
- Eu queria dar-te tudo o que você poderia precisar. Mas eu sabia que você não iria aceitar e ainda ficaria chateada. Te deixar, sabendo que você não tinha ninguém foi realmente difícil. Mas eu estava convencido de que você estaria melhor sem mim. A Sra. Mary prometeu conseguir um bom emprego com um bom salário e benefícios pra você. Eu queria que você tivesse um ano escolar seguro e confortável. Eu não tinha idéia... 
Eu coloquei meu dedo sobre sua boca.
- Basta, nada disso é culpa sua. Você fez o que tinha que fazer. Seu mundo é muito diferente do meu, e eu entendo isso.
 Ele beijou meus dedos, e eu prendi a respiração.
 - Eu sabia que quando eu me permiti estar com você, a sua vida seria virada de cabeça pra baixo. Meu mundo estava indo afetá-la, mas eu ignorei esses pensamentos, e apenas vivi o momento. Quando eu vi seu rosto na televisão, e ouvi você falar como se a sua vida pessoal não fosse nada, eu perdi o controle. Eu queria ferir alguém, e quando eu percebi que era minha culpa, eu queria me machucar. Então eu me feri o mais profundo que eu podia me afastando de você o máximo possível... 
Ele parou e segurou a minha mão contra o rosto dele. 
- Eu não queria te machucar. Eu estava tentando te salvar de mim, mas isso foi um plano muito ruim, e eu sinto muito.
 Lambi meus lábios secos e sorri. 
- Obrigado por estar aqui agora. Eu lutei com a escuridão, porque eu continuei ouvindo algo, era a sua música. Lembro-me de pensar que o som me fez sentir quente por dentro e eu lutei o máximo que pude. Agora eu sei que foi você. Se você não tivesse aqui cantando para mim, não tenho certeza que eu poderia ter lutado por alguma coisa. 
Ele fechou os olhos por um minuto, e dor cruzou seu rosto. 
- Eu tive tempo pra pensar sobre nós e eu sei que minha vida não é normal e eu não posso ser o cara que senta na sua classe, não importa quão atraente isso possa parecer, mas eu não posso fugir novamente. Eu não sou forte.
 Ele se aproximou de mim e tocou meu rosto com a outra mão. 
- Se você ainda me quiser, eu sou seu. Sua vida nunca mais será normal. Você será o centro das atenções, mas eu tentarei te manter o mais segura possível. Aqui está à coisa, eu não vou à escola, eu perdi todas as minhas experiências, porque eu estava em turnê na estrada. Eu não posso fazer isso com você. Eu preciso de você pra viver cada experiência escolar oferecida a você, e divirta-se... por mim. Voltarei pra casa uma semana por mês, e em qualquer outro momento eu posso fugir. Eu sei que minha agenda é uma loucura agora com a turnê, mas eu vou fazer isso dar certo. Eu juro. 
Fiquei ali, tentando entender suas palavras e sabendo que faria qualquer coisa pra tê-lo de volta na minha vida. Eu não me importo se a minha privacidade fosse invadida, se eu estivesse ele, eu não me importaria. 
- Que experiências há pra mim na escola? Eu odeio tudo aquilo.
 Ele sorriu e correu pelo meu rosto com seu dedo.
- Bem, jogos de futebol e danças e falar enquanto caminha pelo corredor. A péssima comida do refeitório, viagens e, que diabos, não sei o que mais eu perdi. Eu só não quero que um dia você se arrependa do que você não viveu. Porque quando isso acontecer, vai ser minha culpa.
Eu estou pedindo pra você desistir de muitas coisas pra estar comigo. Eu não posso aceitar que você renuncie a tudo. 
Eu suspirei.
- Mas eu nunca faço essas coisas, nunca vou aos jogos de futebol, e não vou pra bailes. Sam precisa de mim. 
Jax negou com a cabeça. 
- Não. Quando Jéssica voltar pra casa, Sam terá uma mãe, e uma irmã mais velha cuidando dele. Estou em contato com o seu médico, e ele diz que ela está muito melhor, mas estava em um estado péssimo.
 O alívio tomou conta de mim. Sabendo que Jéssica voltaria ao normal soava maravilhoso. Ser mãe aos dezessete anos quase me matou, e eu precisava que ela fosse uma para Sam. 
- Eu ainda não quero fazer nenhuma dessas coisas. Ele sorriu maliciosamente. 
Suspirei e fechei os olhos, desejando que ele não me pedisse para mudar outra coisa, não isso. Finalmente, eu abri meus olhos e balancei a cabeça. 
- Tudo bem, eu vou fazer isso por você. 
Ele me deu um sorriso enorme, inclinou-se e beijou meus lábios suavemente. 
- Obrigado.
 Ele sussurrou antes de voltar a sentar-se em linha reta. 
- A Sra. Mary está na sala de espera, morrendo de vontade de lhe ver, e também está ai... hum ... o Marcus. 
Ele terminou com relutância. Eu sorri e apertei sua mão.
- Marcus foi um grande amigo ao longo deste tempo. 
Jax assentiu.
- Sim, ele me ameaçou se eu te machucasse novamente. Então ele me deu um resumo muito descritivo sobre o que aconteceu depois que eu saí. 
Jax engoliu em seco e desviou o olhar. Somente por que ele fez tudo o que eu tinha que fazer, deixe-o estar aqui. Jax sorriu quando ele se levantou e foi até a porta.
- Mas se ele aproximar os lábios dele um pouquinho que seja dos seus lábios, toda essa trégua acaba. 
Eu ri, e Jax me deu um último sorriso sexy antes de sair pela porta para os meus amigos para entrarem. A Sra. Mary veio com uma carranca ansiosa no rosto mãe preocupada. 
- Oh, Sadie querida, estou tão feliz em vê-la acordada. Garota, você me deu o maior susto da minha vida. Senhor, se eu soubesse que as coisas estavam tão ruins eu poderia ter feito algo. Ela tocou minha mão, se inclinou e beijou minha testa. 
- Eu estou bem agora. Como está o Sam? 
Ela sorriu e sentou-se ao meu lado na cadeira que Jax tinha estado antes. 
- Ele é maravilhoso. Eu comecei a dar-lhe um pouco de cereal de arroz, e agora dorme a noite toda. 
Eu a beijei.
- Obrigado, muito obrigado por tudo. Eu não tenho que me preocupar com ele quando eu sei que está com a Senhora. Isso significa muito pra mim, que a Sra. cuide dele. 
As lágrimas brotaram dos meus olhos.
 - Eu não poderia fazer de outra forma Sadie, querida você é minha família também. Eu te amo como um dos meus filhos e não precisa me agradecer.
Por suas palavras, as lágrimas caíram. Eu tinha uma família agora. Nós sempre fomos Jéssica e eu contra o mundo, mas agora eu tinha outras pessoas que eu amo e me amavam de volta.
 - Oh, Deus, se Jax a pega chorando, ele vai me tirar daqui pra sempre. Pare com isso agora. Você tem Marcus e Jax lá fora e pela maneira como eles estão se olhando, não demoram muito a começar uma luta sem precedentes. Estou indo. 
Ela soltou minha mão. 
- Fico feliz que você vai voltar para nós, querida. Nós te amamos.
Ela se virou para ir embora. 
- Sra. Mary. 
Ela parou e disse: - Sim, querida? 
Eu sorri através das minhas lágrimas. 
- Eu também te amo.
Ela suspirou e enxugou uma lágrima de seus olhos. - Eu sei menina, eu sei que você o faz. 
Ela saiu. 
Jax voltou e franziu a testa, preocupado. 
- Você está bem? A Sra. Mary está chorando, e você também. 
Ele veio e enxugou as lágrimas do meu rosto. 
Eu sorri. 
- Trata-se de lágrimas de felicidade. Agora pare de se preocupar e deixe Marcus entrar.
 Ele acenou com a cabeça, mas não sorriu, e depois voltou para o corredor. Mascus entrou com uma feroz carranca em seu rosto.
- Eu juro Sadie, se você me assusta assim de novo, eu não tenho certeza se eu vou sobreviver. 
Eu sorri. 
- Eu não tenho nenhuma intenção de assustar ninguém outra vez. 
Ele sorriu e sentou-se ao meu lado. 
- Eu não pude passar muito tempo aqui, enquanto você estava inconsciente... Hum... Jax se recusou a sair do seu lado, e só permitem entrar uma pessoa por vez. No entanto, Jax me deixou entrar uma vez, mas ele não se foi, ele ficou no corredor tocando violão e cantando. Eu juro que todas as mulheres nesse hospital estão caídas de paixão por ele. 
Revirei os olhos e ri.
 - Não deixe que isso te afete, Marcus. Ele é uma estrela de rock. Elas estariam apaixonadas por ele, mesmo que ele não estivesse cantando para mim.
 Marcus suspirou e recostou-se na cadeira.
- Eu não sei Sadie. Eu sou um cara, e eu vou ser honesto com você, pra ver alguém como ele em um canto de um hospital, tocando sem parar e recusando-se a sair do seu lado, foi muito emocionante. Eu consegui colocar de lado meu ressentimento em relação a ele.
Imaginei Jax cantando para mim, e eu queria estar acordada para vê-lo. 
- Eu o amo tanto.
 Eu sussurrei. 
Marcus assentiu. 
- Eu sei que você o faz. Você o tem amado todo o tempo que eu te conheço. É algo que eu tenho que aceitar. Eu nunca tive uma chance. Ele roubou seu coração primeiro. 
Eu sorri tristemente pro amigo que eu sempre amaria. Ele foi o meu cavaleiro de armadura brilhante quando eu precisei de um.
 - Eu também te amo. 
Eu disse, quase com um nó na garganta. 
Ele sorriu.
 - Eu sei. Só não é da mesma maneira como você o ama.
- Você é o melhor amigo que já tive Marcus. Você esteve lá para mim quando eu mais precisei alguém. Eu nunca vou esquecer isso. Mas ele roubou meu fôlego a primeira vez que o vi. Ele é o meu ar. 
Marcus olhou para baixo por um momento, e o seu tempo comigo acabou. Finalmente, ele olhou para mim.
- Eu pensei que ele não merecia o seu amor, mas agora eu acho que ele é tão apaixonado por você como você é por ele. Eu quero que você seja feliz, e se ele te faz feliz, então todo o resto não importa. 
- Ele afeta todas as minhas emoções. Minha felicidade está totalmente ligada a ele.
 Marcus assentiu com a cabeça e se levantou. 
- Sim, eu pensei a mesma coisa. 
Olhou para a porta.
- Ele vai entrar a qualquer momento e ele vai ficar chateado se eu ainda estiver aqui, então é melhor eu ir antes que isso aconteça. 
Eu ri. 
- Tudo bem, obrigado por tudo.
 Marcus sorriu. 
- Foi um prazer. 
Ele saiu da sala. Eu sabia que Marcus estaria sempre lá quando necessário, mas de alguma forma, eu acabei de libertá-lo. 
Jax entrou na sala, sorrindo. 
- Você pode tentar comer alguma coisa? 
Eu pensei em comida e, de repente, eu estava faminta. Balancei a cabeça. 
-Sim, acho que sim. 
Ele sorriu, abriu a porta e falou com uma enfermeira. 
- Ela quer comer. 
A enfermeira enfiou a cabeça pela porta e sorriu. 
- Você está pronta para uma gelatina? 
Gelatina não era algo em que eu estava pensando, mas, aparentemente, tinha que começar de algum lugar.
- Sim, por favor. 
Ela balançou a cabeça e saiu da sala. Jax tirou seu violão do canto, sentou-se e começou a tocar. Ele sorriu, e a voz suave que o fez famoso se uniu a doce melodia do seu violão.
CAPÍTULO 20 
Eu estava no hospital há uma semana, mas eu não me importava. Tendo Jax comigo durante todo o dia, fez com que os dias passassem mais rápido. Uma vez que me permitiram ter mais visitas, o Sr. Greg veio e jogamos xadrez por horas a fio. Ele me deixou ganhar, e não percebeu que eu já sabia o que ele estava tentando fazer. Falei com Jéssica por telefone várias vezes, e ela parecia feliz e mais como ela mesma. Ela também queria ver Sam desesperadamente. Na verdade, não seria nada fácil lidar com o que ela havia feito. Jax me garantiu que também receberia ajuda pra lidar com a culpa que sentia. 
A Sra. Mary me trouxe pra mim frango empanado com purê de batatas e torta de maçã, o que foi uma grande pausa da comida do hospital. E Jax continuou cantando para mim. As enfermeiras espiavam pela porta e suspiravam quando o viam. Eu entendo. O cara que eu amava também tendia a ser o galã mais famoso do mundo. Eu já tinha aceitado isso.
 Jax se recusava a deixar-me voltar para o meu apartamento, e a Sra. Mary se recusou a deixar Jax me levar para casa com ele. Então acabei indo para a casa com a Sra. Mary. Eu estava ansiosa para ver Sam. Eu havia conseguido enterrar o pequeno ser em meu coração profundamente. Eu tinha que me lembrar de que o meu papel em sua vida era de irmã cada vez que eu começava a pensar sobre o seu futuro e me preocupar com coisas que não devo me preocupar, porque essa não era a minha responsabilidade. Tudo melhorou quando o segurei e deixei seus dedinhos rechonchudos apertar firmemente em torno do meu dedo. 
Jax se sentou ao meu lado no sofá da Sra. Mary e olhou para Sam. 
- Ele é um bebê muito lindo! Ele tem seus olhos. 
Eu sorri e acenei com a cabeça. 
- Aparentemente, Jéssica tem alguns genes muito fortes. 
Jax gentilmente tocou o nariz de Sam. 
- Bem, amigo, então você será um dos caras mais legais que eu já vi. 
Eu ri, e a Sra. Mary também.
- OK, eu cuido dele, e agora você precisa dizer adeus a Jax e descansar um pouco. 
Ela olhou para Jax. 
- Você já esteve com ela durante duas semanas. Precisa de uma pausa também. 
Comecei a discutir, mas Jax negou com a cabeça. 
- Não, ela está certa. Você precisa descansar. Na segunda-feira, você poderá voltar para a escola, e eu a quero bem descansada até lá. 
Eu não acho que eu possa estar muito mais descansada do que já estou. Eu estive na cama por duas semanas.
-Tudo bem, tudo bem. 
Eu murmurei e afundei no sofá.
Jax riu e se inclinou para beijar minha testa. 
– Cancelei dois shows da minha turnê, e eu tenho que reprogramá-los. Eu não vou demorar muito tempo. Eu só preciso ir pra casa e lidar com as milhares de chamadas que eu tenho evitado. 
Eu não queria que ele saísse, mas eu sabia que ele tinha desistido de tudo para estar comigo nestas duas semanas. 
- Tudo bem. 
Forcei um sorriso.
 Ele suspirou. 
- Vamos Sadie, não olhe assim pra mim. Você faz isso mais difícil. Você tem escola na segunda-feira, e eu estarei em um avião para Nova York amanhã à tarde. 
Eu sabia que disso. Tínhamos conversado sobre sua agenda para os próximos meses. Eu não ia fazer isso ainda mais difícil. Eu tinha jurado a mim mesma que iria fazer as coisas tão simples como podiam ser. 
- Eu sei, e você está certo. Não vou mais fazer mais beicinho, eu prometo. 
Ele riu, abaixou a cabeça e desta vez ele beijou meus lábios. Eu respondi imediatamente, ele gemeu e quebrou o beijo.
 - Vamos, não faça isso comigo na casa da Sra. Mary. Toda a culpa será minha se ela nos descobre. 
Eu sorri. 
- Desculpe. 
Ele ergueu as sobrancelhas e sorriu.
 - Sim, claro que você se arrepende! 
Ele levantou e caminhou até a porta, onde parou e disse: 
- Eu voltarei o mais breve possível. Enquanto isso durma, pois quando eu voltar, podemos falar sem ter a Sra. Mary entorno de nós o tempo todo. 
Eu balancei a cabeça e ele me deu um beijo, em seguida, virou-se e caminhou em direção à saída. O nosso último dia juntos foi super rápido, antes que eu percebesse, Jax tinha ido embora de novo, e eu estava me preparando para voltar para a escola. Eu acordei antes que o sol veio e tomei um banho. Combater o ensino médio, depois de passar tanto tempo com Jax era deprimente. 
Quando eu me vesti e fui para a cozinha, a Sra. Mary já tinha panquecas e bacon na mesa. 
- Você levantou-se mais cedo. Porque você demorou tanto? Venha comer antes que esfrie. Ninguém nunca tinha feito um café da manhã quente pra mim, antes de eu ir para a escola. Eu não pude deixar de sorrir, apesar da minha tristeza.
 - Obrigado, Sra. Mary. Desculpe eu demorei tanto tempo.
Eu não disse mais nada, e ela virou da pia e colocou uma mão cheia de sabão em seu quadril. 
- Bem, eu sei que você se perde sem esse menino. Eu posso entender completamente. No entanto, desde que você prometeu que ia aproveitar seu último ano, e não pode ter sucesso nenhum se você continuar reclamando!
Sua carranca estava de volta, e eu acenei com a cabeça.
- A Senhora está certa, é claro. Eu tenho tantas coisas pra que eu seja feliz. Começando com você. 
As faces coraram e ela acenou com a mão cheia de sabão em minha direção. 
- Oh, eu brigando com você e você vai e diz algo lindo assim. Você é especial, menina, isso é certo. 
Ela se virou e terminou de lavar os pratos. Eu tomei mais café e levei o prato pra lavar. 
- Bem, agora vá e tenha um bom dia. 
Eu balancei a cabeça e peguei minha mochila. Sam gemeu e eu andei até ele, inclinei-me e beijei sua doce cabecinha careca. 
- Seja legal com a Sra. Mary, bebê! Vejo você depois da escola.
 Seus braços gordinhos levantaram e ele chutou. Era seu passatempo favorito. Entrei na cozinha e disse adeus, enquanto caminhava para a porta. Kane estava encostado no Hummer. Quando ele me viu, olhou pras horas em seu relógio, como se fosse tarde demais. Eu parei de me mover, confusa com a sua presença aqui. Foi quando meu telefone tocou. Enfiei a mão no bolso e puxei-o para fora. 
- Olá? 
- Bom dia, linda! Agora, eu quero que você me faça um favor e entre no veículo com Kane. Não discuta comigo. Acontece que eu tenho ordens do médico dizendo que você não pode lidar com sua bicicleta por pelo menos dois meses. 
Eu fiquei no meu lugar olhando pra Kane e sorrindo agora. 
- Ordens do Doutor, hein? Não aconteceu de você ter pago ao médico pra obter essa indicação, certo?
- Nunca! Agora entre no Hummer antes Kane faça o que foi instruído. 
Eu congelei e olhei para o gigante em frente a mim. 
- Quais eram essas instruções? 
- Conseguir que entre naquele veículo, não importa o quê. 
Eu sorri, encolhi os ombros, derrotada, e caminhei até o Hummer. Kane abriu a porta, e tive de inclinar-me sobre a sua mão para subir.
- Tudo bem, rockstar, estou dentro do seu Hummer. 
- Obrigado. 
Eu havia sido presa à espera de sua resposta, mas a forma simples como ele respondeu fez meu coração disparar.
- Não foi nada.
- Eu sinto sua falta. Ele disse suavemente.
 - Eu sinto sua falta também. 
- Tenho um show na quinta-feira à noite, e depois outra no sábado, mas, em seguida, voltarei pra casa no domingo, pelo menos.
 -Eu vou te esperar. 
- Divirta-se na escola para mim, por favor. Lembre-se, você está experimentando a escola por nós dois. 
Eu suspirei. 
-Eu vou manter isso em mente quando eu for incomodada ao comer, nos corredores e quando comer aquela comida horrível. 
Ele riu e, em seguida, sua voz tornou-se muito grave. 
- Se alguém lhe incomodar, ameace-os comigo. 
Desta vez, eu ri alto. 
- Claro. Isso vai me ajudar a me encaixar perfeitamente. 
- Eu amo você, Sadie. 
Meu coração ainda corria quando ele disse essas palavras. 
- Eu também te amo. 
- Eu vou deixá-la porque Kane e está chegando à escola.
Olhei pela janela e percebi que ele estava certo. 
- Sim, acabamos de chegar. 
- Adeus, tenha um bom dia. 
- Adeus.
Eu terminei a chamada e suspirei, peguei minha mochila apenas quando Kane abriu a minha porta. 
Sorrindo, eu disse: - Obrigado, Kane.
 Ele acenou com a cabeça, e eu posso jurar que vi um sorriso. Fui para o meu armário, eu ia ter um monte de trabalho com o que eu precisaria pegar. Eu precisava esvaziar minha mochila pra que eu pudesse caber tudo lá.
- Sadie, estou feliz por você estar de volta à escola. É muito triste o que aconteceu. 
Dylan McCovey veio pro meu lado. Deixando Kane olhar e sorrir.
- Realmente, você tem um par das mais doces de rodas que eu já vi.
 Eu tive que trabalhar muito duro pra não revirar os olhos. Em vez disso, eu assenti. 
- Eu não posso lidar com a minha bicicleta por um tempo. 
Dylan riu. 
- Sim, bem, eu duvido que você vai conduzir a sua bicicleta novamente. A cidade inteira está falando sobre Jax Stone ficado em seu quarto de hospital e cantando até que você saísse do coma. Então, aparentemente, ele não a deixava por um minuto. O cara parece muito apaixonado. 
Eu sorri ao ouvir as palavras de Dylan, mas não respondi. Entramos no prédio da escola. 
- Eu vou entrar agora. Vejo você mais tarde, Dylan. 
Eu disse sobre o meu ombro enquanto me afastava dele. Eu não discutiria a minha vida privada com ninguém. No momento em que coloquei os pés no corredor, as pessoas pararam e olharam para mim. Eu queria dar meia volta e correr para fora. Em vez disso, eu forcei meus pés a caminhar até o meu armário. Eu não fiz contato visual com ninguém, mas não parecia importar. Antes que você pudesse dar cinco passos, as pessoas começaram a atacar.
 "Estou tão feliz que você é melhor, Sadie.”
“Sadie, é verdade que Jax Stone ficou com você no hospital?”
 “Esse era o Hummer Jax? Ele te trouxe pra a escola?”
 “Você está vivendo com ele?”
“Jax Stone vai se mudar para cá?”
Eu queria colocar as mãos sobre os ouvidos e gritar com eles pra saírem. Eu ouvi mais vozes, e as pessoas começaram a fazer mais uma pergunta que eu não queria responder, já que não era da conta de ninguém. 
- Saiam da frente! Todos têm aulas, então eu sugiro que vocês a deixem!
 Gritou o diretor Farmer por cima dos abutres. Eles se saíram, mas todos pior com relutância. Voltei para o meu armário e olhei pro que eu precisava.
- Senhorita White, nós estamos contentes que você está de volta e que esteja bem.
Disse o Sr. Farmer atrás de mim. 
Virei-me e sorri. 
- Obrigado. Ele balançou a cabeça e limpou a garganta. 
- Eu quero que você saiba que se você precisar de alguma coisa, ou se você estiver tendo problemas como o que acabei de ver, você pode me avisar, e eu vou resolver tudo. Eu quero que a sua experiência aqui no Sea Breeze high seja agradável. 
Ele nunca tinha falado comigo, assim que seu súbito desejo de me fazer feliz era um pouco estranho. 
- Obrigado, senhor. Eu disse, apesar da minha confusão. 
- Sim, bem, eu também quero que você saiba que se o seu, hum, namorado quiser participar de qualquer uma de nossas festividades, nós gostaríamos de recebê-lo. Ele é mais do que bem-vindo. 
Então tudo veio junto, e eu queria rir. O Sr. Farmer estava tão impressionado com a estrela como todos os outros. Não confiante do que eu poderia falar, então eu apenas balancei a cabeça e fui para a aula. Provavelmente já era tarde. O almoço na cantina foi uma espécie de cruzamento entre massa e tomates, que era difícil de engolir. Eu fiz o melhor que pude, mas depois de algumas mordidas, pedi permissão pra levar só a minha água. 
Eu reconheci Amanda e eu me sentei com ela. Nós fomos cercadas por amigos e pessoas que queriam saber sobre Jax. Eu não disse muito. Consegui ignorar todas as perguntas, e Amanda tentou tudo o que podia para mantê-los longe de mim. 
- Então, quem está pronto para o baile de boas vindas nesta sextafeira? 
Perguntou Amanda, tentando distrair a mente de todos para outra coisa.
 - Eu achei o vestido mais bonito em Mobile, na semana passada!
Uma menina pulou na frente de Amanda. Algumas outras meninas falaram sobre suas roupas e como eles planejaram para arrumar o cabelo. Acabei por ouvir, mas eu não tinha nada a acrescentar à conversa, e que eu não iria participar. 
- Sadie, você irá pro jogo? 
Amanda perguntou antes de tomar uma mordida de sua maçã. Eu comecei a responder que não, mas depois eu me lembrei da minha promessa de Jax e seu desejo de ir a jogos de futebol. 
- Hum, eu não sei. 
Amassei a minha garrafa de água. 
Amanda engoliu em seco. 
- Por favor, venha comigo! Eu vou ao baile com Jeff Garner, mas ele está na equipe, então eu não tenho nada pra fazer durante o jogo. 
Isso parecia bom pra mim. Eu poderia ir pro jogo e dizer pra Jax, e talvez satisfazê-lo por um tempo.
- Claro! isso soa bem.
 Amanda sorriu feliz.
 - Ótimo! Você pode vir a minha casa depois da escola, e podemos brincar com os seus cachos incríveis que eu sou tão ciumenta por não serem meus, e encontrar uma maneira de corrigir o seu cabelo, e então você pode me ajudar com meu cabelo reto como uma tábua Eu fiz uma careta. 
- Hum, importa como meu cabelo está pro jogo de futebol? 
Ela sorriu e acenou com a cabeça. 
- Sim, porque você não vai ter tempo pra fazer nada porque logo em seguida começa o baile e a dança. 
- Oh, bem, eu não vou ao baile, por isso você não tem que fazer muito. 
Amanda franziu a testa. 
- Por que não? 
Bem, não quero ir ao baile sem Jax. Dei de ombros, em vez de dizer a verdade. Ela se inclinou sobre mim e sussurrou. 
- Se você quiser um encontro, tudo que você tem a fazer é chamar com o seu dedo e cada garoto virá da escola correndo. 
Eu balancei minha cabeça. 
- Não, não é isso. Eu só não quero ir. 
Ela suspirou. 
- Então você vai me deixar... Eu pensei que você tinha dito que Jax queria que você tivesse todas as experiências do ensino médio. 
Eu balancei a cabeça com relutância. 
- Bem, o jogo e o baile de boas vindas é a maior experiência do ano. 
Eu suspirei. Amanda estava certa. Ele mencionou os bailes. Eu poderia ir e sair rapidamente. 
- Tudo bem, eu irei. 
Amanda sorriu. 
- Perfeito! Você quer um encontro? 
Eu balancei a cabeça. 
- Não, eu vou sozinha. 
Ela suspirou e encolheu os ombros. 
- Tanto faz. Estou feliz que você vá.
Ganhamos o jogo de boas vindas, por esse motivo o baile era uma festa fora de controle. As líderes de torcida usavam roupas de torcida, e os jogadores usavam uniformes sem as ombreiras. Eles estavam sujos e suados, e eu me perguntava como Amanda dançaria com Jeff cheirando a suor. Eu torci o nariz com o pensamento.
O DJ começou a tocar uma música quando todos começaram a entrar, e como eu já estava olhando o relógio pra fazer a minha fuga. Amanda tentou convencer-me a ir comprar um vestido novo com ela, mas eu a assegurei que eu já tinha um que eu poderia usar. Ele pulou pra todos os lados quando viu o vestido azul Jax tinha me dado. Eu deixei-a trabalhar em meu cabelo, e eu gostei muito, mas no final, apenas o usei solto. Era muito mais fácil dessa maneira.
- Sadie? Você aceita dançar comigo? 
Eu me virei pra ver Daemon, e, claro, ele tinha seu uniforme muito suado. Eu não dançaria com ninguém, somente com Jax. Daemon poderia estar limpo e bonito, mas ainda assim eu não dançaria com ele. Comecei a balançar a cabeça quando Mary Ann veio e passou o braço dela em torno de Daemon. 
- Olá, Sadie. Sozinha? Hoje à noite? 
Eu sorri, porque, realmente, ela era garota muito insegura. 
- Sim, eu estou. 
Eu assegurei a ela. Daemon me olhou como se tivesse ganhado um prêmio superimportante.
- Mais uma vez, você parece ter sido rejeitada pelo seu amigo famoso.
Ela ronronou e puxou o braço de Daemon.
- Vamos dançar?
 Ele olhou pra mim como se quisesse dizer alguma coisa, mas eu me virei pra que ele soubesse que eu não estava interessada. Mary Ann puxou-o novamente, e eles se afastaram. Eu exalei alto.
 Amanda me cumprimentou da pista de dança, eu sorri e acenei de volta. O relógio me disse que eu tinha estado lá há vinte minutos, e eu prometi a Jax que eu ficaria pelo menos 30 minutos, então eu ainda tinha dez minutos de sobra. Virei-me para procurar algo pra beber, e eu congelei quando ouvi a música que saiu dos alto-falantes. Era a minha música. Vi casais diminuindo o ritmo pista de dança e se aproximando. Ouvir sua voz me fez sentir menos sozinha. 
- Desculpe- me, mas você dançaria comigo?
 Meu coração disparou. Engoli em seco, e eu rezei pra que eu estivesse imaginando tudo isso. Virei-me, e Jax estava lá, sorrindo pra mim com a mão estendida. 
- Jax! Engoli em seco, e então pulei em seus braços. 
Ele riu no meu ouvido e me abraçou tão apertado.
- O que você está fazendo aqui? Como? Amanhã à noite você tem um concerto em Detroit! 
Ele riu mais uma vez e se inclinou pra me beijar suavemente.
- Eu não podia permitir que você viesse a um baile sem mim. 
Eu descansei minha cabeça contra seu peito, e inalei seu perfume. 
- Por que você não me disse que estava vindo? 
Eu disse mais alto. 
- Porque eu queria fazer uma surpresa! 
Eu sorri.
- Eu gostei desse tipo de surpresa. 
- E eu não estava completamente certo de que eu poderia chegar a tempo. Esta manhã, quando nos falávamos no telefone, você parecia tão triste que eu decidi que não importava mais nada. Eu encontrei o caminho. Você sempre vai ser mais importante que tudo na minha vida. 
Eu beijei seu peito, e em seguida, olhei pros olhos intensos. 
- Eu me tornei tão egoísta. Tudo o que importa é que você está aqui. 
Ele riu, pegou minha mão e a beijou.
- Tudo bem, comigo você pode ser tão egoísta quanto você quiser ser. Eu sou seu.
 Suspirei e escutei os batimentos cardíacos. Ele inclinou-se pra falar ao ouvido. 
- Venha pra praia comigo. 
Eu concordei com a cabeça, e ele pegou minha mão. Caminhamos em silêncio para o estacionamento da escola, e depois descemos a colina que levava à praia. 
- Eu quero segurar você por um tempo, longe de toda essa audiência que tivemos lá dentro.
 Ele parou e sentou-se com a mesma graça que ele tinha feito a primeira vez que viemos a praia juntos. Sentei-me de frente a ele, e ele franziu a testa. Ele apontou para a areia ao lado dele.
- Venha aqui. 
Disse ele, sorrindo maliciosamente. Eu ri e me aproximei tanto quanto eu poderia. Então ele se deitou na areia, com uma mão atrás da cabeça e a outra estendida ao lado dele. 
- Agora, deite-se aqui comigo. 
Ele disse, apontando pro seu ombro. Deitei-me lá e ele me abraçou mais e, em seguida, começou a brincar com o meu cabelo. 
- Isso é muito mais difícil do que eu imaginava.  
Ele murmurou no escuro. Eu suspirei.
- Estar longe de seu "ar" nunca é fácil. 
Ele sorriu.
- Nem me diga. Esta semana me custou muito respirar. Eu não quero te dizer nada mais do quê esqueça tudo isso e venha comigo, mas eu não posso fazer isso. Quero que você viva tudo isso. E eu vou estar aqui, tanto quanto possível. Quero experimentar tudo o que eu perdi através de você. Eu só quero que você saiba que não há nenhum minuto em que eu não sou surpreendido pensando em e sobre você, ou desejando abraçar você. 
Debrucei-me sobre o meu braço e sai de seu ombro.
 - Quando tudo acabar e eu me formar, o que vai acontecer então?
Ele sorriu.
- Então eu vou sequestrar você e nunca mais devolvê-la. 
Eu ri baixinho. Seu rosto tornou-se sério. 
- O que você quer que aconteça quando isso acabar? 
Pensei na faculdade, e meu desejo de ser muito mais do que Jéssica tinha sido. Eu queria ter um propósito de vida.
- Eu sempre pensei que eu iria pra a faculdade. Mas agora... 
Jax se inclinou sobre os cotovelos. 
- A universidade é uma ideia boa, Sadie. Há muitas universidades na Califórnia. 
Ele fez uma pausa. 
- Ou você acha que quer ficar perto de casa? 
Eu fingi estar pensando. 
- Hum, bem, eu acho que eu poderia ir a algum lugar na Califórnia, isto é, se eu for aceita.
 Ele ergueu as sobrancelhas. 
- Você ainda não percebeu que eu posso mover algumas montanhas? 
Eu ri e balancei a cabeça.
- Você não vai mover montanhas pra eu ser aceita em uma universidade. 
Ele se sentou e me levou com ele, em seguida, pegou meu rosto em suas mãos. 
- Eu vou fazer o que eu tiver que fazer pra estar com você. Eu não vou mentir, Este ano será o ano mais difícil da minha vida. Mas quando terminar, eu quero você perto de mim. 
Eu também queria isso. O meu futuro era Jax. Sim, eu queria ir para a faculdade, mas eu queria estar com Jax mais do que qualquer coisa. Se eu pudesse ter as duas coisas acontecendo, eu não vou deixar que a minha teimosia me deixar no caminho. 
- Eu só quero estar com você.
 Minhas palavras fizeram um enorme sorriso em seu belo rosto. 
- Você é o meu presente e meu futuro Sadie, eu vou fazer qualquer coisa pra fazê-la feliz. 
Ele se inclinou e tocou seus lábios perfeitos nos meus, e meu coração parou. Eu nunca me cansarei de seus beijos. 
Jax Stone era o meu tudo, pra sempre.

 

 

                                                                  Abbi Glines

 

 

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