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Series & Trilogias Literarias
Para reivindicar sua companheira, ele terá que ser o herói que ela precisa
Uma irmã desaparecida
Quando a irmã gêmea de Penelope Baptiste desaparece, a polícia se recusa a ajudá-la. Bibliotecária de dia e hacker de noite, a determinada Penélope decide tomar o assunto em suas próprias mãos. Depois de se aprofundar um pouco na web em suas pesquisas, ela acaba com mais perguntas do que respostas.
Um nerd assumido
Cato sabe que Penelope é sua companheira no momento em que a encontra invadindo seu sistema de computador. Irritado e incapaz de pensar direito, ele chega à biblioteca sem um plano, mas uma vez que se oferece para ajudar com sua missão, os dois rapidamente se dão bem. Brincadeiras sobre super-heróis podem conquistar seu coração, mas encontrar a irmã gêmea de Penelope exigirá que Cato revele sua própria identidade secreta.
Uma busca ousada
Quando Cato finalmente mostra Penelope seu dragão, as peças do quebra-cabeça se encaixam para ela. Com a ajuda da House of Flames, Penelope finalmente sabe onde encontrar sua irmã. Cato e equipe rastreiam os vampiros responsáveis, mas será que podem chegar lá a tempo? E mesmo se o fizerem, será que a gêmea de Penelope ainda será a mesma pessoa?
Capítulo 1
Penélope Baptiste gemeu, batendo no despertador que zumbia. Ela tirou o telefone da mesa e ele caiu com um baque no chão. Sabia que não deveria ter ficado acordada até tão tarde ontem à noite. Mas que escolha tinha? Se não procurasse pela sua irmã gêmea Flora, quem iria?
A polícia tinha sido inútil, então ela teve que tomar para si a responsabilidade. Mas uma noite inteira invadindo bancos de dados do governo e câmeras de segurança a deixaram exausta.
Rolando para fora da cama, forçou os olhos a se abrirem e arrastou-se para o banheiro. Quando se olhou no espelho, seus olhos cor de avelã estavam inchados e vermelhos. Seu longo cabelo castanho-mel estava emaranhado, e suas curvas pareciam mais curvas do que nunca.
— Nota: evite Ben e Jerry enquanto hackear tarde da noite.
Penélope entrou no chuveiro, lavou-se e correu para se vestir. Com apenas alguns momentos de sobra, escovou o cabelo e colocou um pouco de maquiagem. Ela empurrou os óculos na ponta do nariz e sorriu. Seus lábios vermelhos desmentiam sua exaustão e a crescente sensação de pânico que sentia todos os dias pelo desaparecimento da sua irmã Flora.
Penélope correu para fora do prédio, pulou no ônibus e seguiu para o centro em direção a Biblioteca Pública de Seattle. Era Chefe de Tecnologia da Informação para o sistema de bibliotecas de toda cidade e percorreu um longo caminho desde que se formou no mestrado em TI, ano passado.
Sua irmã, claro, ainda estava terminando seu doutorado em Ciência Genética. Não que ela estivesse competindo com Flora... A quem estava enganando, elas sempre competiam. Mas pensar nisso agora, com sua irmã desaparecida por mais de uma semana, fez com que ela se sentisse como a maior V1 que já existiu.
Penélope desceu do ônibus em frente à biblioteca e entrou. Foi recebida pelo guarda de segurança e depois pelo gerente da filial a caminho de seu escritório no segundo andar.
Fazendo seu login, começou o dia resolvendo bugs no catálogo de cartões da biblioteca. Ela desenvolveu e implementou um sistema novinho em folha no mês passado e que ainda estava sendo melhorado. Até agora, os clientes adoravam o mecanismo de pesquisa mais rápido e simplificado que permitia que eles pesquisassem e comprassem livros de qualquer filial com mais rapidez, facilidade e menos confusão do que nunca.
Ela não tirou os olhos do computador por três horas inteiras antes de perceber que estava tão profundamente concentrada que seus pés estavam dormentes. Gemendo, se levantou, indo para a sala de descanso para tomar uma xícara de café e conversar com quem estivesse por perto.
Encontrou sua colega de trabalho, Candice, mexendo o creme em seu café recém-passado, enquanto olhava pela janela para os trabalhadores da construção do outro lado da rua. Penélope jogou uma cápsula na máquina de café, espremeu-o e começou a preparar sua caneca favorita.
— O que eu não faria para provar isso. — Ronronou Candice.
Penélope se aventurou pela sala de descanso e olhou na direção do olhar de Candice. Ele era um trabalhador da construção civil musculoso que se agachou vestindo jeans, dando-lhes uma visão de seu traseiro bastante gostoso.
Ela pigarreou e desviou o olhar, voltando rapidamente para a cafeteira, onde sua xícara terminava de ser preparada.
— Não finja que você não quer um pedaço disso. — Disse Candice, lambendo a colher.
— Eu não. — Disse Penélope, empurrando os óculos na ponte do nariz. — Ele é... fofo,. — Se aventurou. Embora soubesse que provavelmente não era o melhor adjetivo.
— Fofo? Ele é gostoso. — Corrigiu Candice.
— Certo. Sim. Foi isso que eu quis dizer.
— Você está bem, Penélope? Como está o homem caçador?
— Homem caçador?
— Eu sei que você tem namorado online.
— Oh, certo, isso. Hum ... não está.
— O que? Mentira que você não consegue encontrar um amor nessa cidade? Tenho certeza de que há um grupo de nerds fazendo fila para uma garota tão bonita e inteligente quanto você.
— Um grupo de... — Penélope olhou para Candice, estupefata.
Candice jogou a cabeça para trás e riu
— Eu tenho certeza que você poderia conseguir um desses também se você quisesse. — Ela disse, franzindo os lábios para os trabalhadores da construção civil. Ela então balançou a cabeça como se os caras ali fossem demais para serem reais.
— Não há nerds ou outros tipos. — Admitiu Penélope.
— Por que não? Você é uma ótima garota. Você não está tentando?
Penélope tentou namorar homens. E Candice estava certa; com seu intelecto e título de trabalho, ela atraiu alguns nerds top de linha de Seattle. Homens com bons empregos. Eles tinham muito o que conversar, mas esses relacionamentos nunca pareceram levar a lugar algum. Ninguém poderia selar o acordo.
Quando ela namorava o tipo que trabalhava com as mãos ou tinha um emprego em escritório regular, acabavam não tendo nada para conversar. Eles se inclinaram para beijá-la no final da noite, mas ela não sentira nada porque ficou entediada a noite inteira.
— Um dia você conseguirá encontrar o seu cara. — Disse Candice. — Mas, enquanto isso, não há vergonha em provar o buffet. Você é jovem, Penélope, viva um pouco.
— Eu vou ter que tentar isso. — Disse Penélope, tomando café e saindo da sala de descanso.
Ela desejou ter a confiança de Candice com os homens. Penélope tinha tido namorados antes na faculdade, mas desde que se formou, tornou-se ainda mais desafiador encontrar alguém com quem se conectasse. Mentalmente e fisicamente. Ela queria tudo. E por que não iria querer? Teve muitas chances de jogar nesse meio; poderia ir para a cama com caras que achava atraentes. Mas com os chatos simplesmente não conseguia fazer isso. Parecia errado.
Então, ela estava sozinha por quanto tempo? Mais de um ano? Dois anos? Porcaria. Fazia dois anos desde que esteve com alguém. Penélope não dispunha de tempo para pensar em coisas tão bobas agora. Tinha trabalho a fazer. E mais importante, precisava encontrar Flora.
Voltou para o escritório e passou mais uma hora nos sistemas de computação da biblioteca. Quando levantou os olhos do trabalho, já era hora do almoço. Evitando a sala de descanso e o conselho amoroso de Candice, desceu as escadas e atravessou a rua em direção ao café, onde gostava de fazer intervalos para o almoço.
Pediu uma salada Caesar no menu do almoço e levou seu prato para uma mesa perto da janela. Abrindo seu laptop, reviu os arquivos que havia hackeado do departamento de polícia na noite anterior. Se alguém soubesse que ela tinha esses arquivos, iria para a cadeia por um longo tempo. Mas ninguém nunca saberia. Ela era muito boa.
Eles haviam recebido o relatório de sua irmã desaparecida, mas logo arquivaram como um caso resolvido. Eles explicaram o desaparecimento de Flora como o caso de uma pessoa que não queria ser encontrada. Sua irmã estava escrevendo uma dissertação sobre engenharia genética na principal universidade do estado e nunca fez uma única coisa em sua vida para levar alguém a concluir que ela decidiria sair da cidade e desaparecer.
Não estava certo, e Penélope estava determinada a chegar ao fundo da questão. Ela não descansaria. A partir de sua pesquisa, descobriu que houve uma enorme quantidade de casos de pessoas desaparecidas, assim como a de Flora. Outras pessoas na internet e na Deep web2 estavam reclamando que seu amigo, membro da família ou cônjuge estavam desaparecidos e a polícia não tinha feito nada para ajudá-los. Todas essas pessoas eram livres de drogas e bons cidadãos sem histórico prévio de desaparecimento. Não fazia sentido para ninguém.
Quanto mais Penélope cavava, mais se sentia em pânico. Ela não era muito fã de teorias de conspiração, mas muitas das pessoas com quem conversou na internet eram. Havia uma crescente suspeita de que isso era uma conspiração dos departamentos de polícia em todo o país para encobrir esses casos de pessoas desaparecidas.
Penélope não suportava isso. Encontraria sua irmã nem se fosse a última coisa que fizesse. Empurrando um bocado de salada Caesar em sua boca, olhou para as mensagens de texto em sua tela de um usuário anônimo em um fórum que estava participando.
A mensagem era ridícula, e ela assumiu que essa pessoa era apenas uma típica lunática da internet. Piscou várias vezes e enxugou os dedos em um guardanapo de papel, relendo a mensagem de novo e de novo.
— Sua irmã foi levada por vampiros.
Ela fechou o laptop e saiu apressada do café, atravessando a rua em direção à biblioteca. Olhando por cima do ombro para o canteiro de obras enquanto entrava, suspirou. Aquele mesmo trabalhador da construção estava olhando para ela do segundo andar do novo complexo de apartamentos.
Ele sorriu e piscou. Penélope franziu os lábios e abriu a porta da biblioteca. Não tinha tempo para homens, por mais bonitinho que este fosse. Pena que não poderia simplesmente desligar seu cérebro e usá-lo da maneira que Candice sugeriu. Os homens faziam isso há séculos e ela acreditava em direitos iguais. Mas talvez isso fosse um pouco longe demais.
Depois que terminou o dia, tendo descoberto noventa e nove por cento dos bugs em seu novo sistema, pegou o ônibus para seu lindo apartamento com vista superior do Green Lake Park.
Amava sua casa e teve sorte de ter herdado de sua tia-avó. Com os preços na cidade aumentando mais a cada ano, até mesmo alguém com seu salário nunca poderia se dar ao luxo de morar sozinha nesse prédio. Ela e Flora moraram aqui juntas, o que talvez fosse parte do motivo pelo qual ela nunca poderia trazer ninguém para casa. Sua irmã nunca aprovou os homens que namorou. Claro, Penélope nunca aprovou nenhum dos namorados dela também. Ninguém nunca era bom o suficiente para sua irmã, e Flora sentia o mesmo. Essa atitude ou as impedia de cometer erros terríveis ou as mantinha solitárias. Ainda não tinha decidido qual.
Nunca namoraria ninguém pelo resto de sua vida se isso significasse que ela encontraria sua irmã. Penélope e Flora eram gêmeas idênticas, com personalidades, disposições e QI's semelhantes. Foram inseparáveis por toda a vida e ainda mais desde que perderam seus pais em um estranho acidente de esqui quando crianças. Elas foram morar com sua tia-avó Camilla, que as incentivou a serem as melhores que poderiam ser. Tinha valido a pena. Ambas as meninas ganharam bolsas de estudo completas para a Universidade de Washington, mas escolheram caminhos divergentes depois de começarem.
Ela estava apaixonada por tecnologia e sistemas de computador. Flora encontrou sua paixão pela genética. Penélope terminou a escola e conseguiu um emprego enquanto sua irmã continuava seus estudos. Isso tornou a competição ao longo da vida mais pronunciada no início, mas ambas gostaram do que o seu salário fazia pelo estilo de vida em geral. Então, depois de alguns meses, Flora parou de provocá-la por não continuar sua educação e aceitar um emprego na biblioteca pública.
Como ela desejava poder ouvir uma das piadas desafiadoras de Flora agora, sentada em frente à mesa e ligando o computador. A mensagem que recebeu daquele usuário do fórum anônimo a assombrou o dia todo. Não poderia ser verdade. Vampiros? Isso era simplesmente insano. Porém, quanto mais considerava, mais isso penetrava em sua mente e começava a criar raízes.
Abriu seu navegador Deep web e seguiu as informações que o usuário havia lhe dado, invadindo a porta dos fundos de um sistema com protocolos de segurança tão rígidos que ela suspeitava que fosse mais difícil do que hackear o Pentágono.
Quando finalmente entrou, encontrou um código tão brilhante que quase se molhou. Não teve muito tempo para ficar impressionada, porque após cerca de cinco segundos de estar dentro do sistema, ela foi repentinamente expulsa.
— Oops. — Disse ela. — Isso não é bom.
Ela então cortou a energia em todos os seus computadores.
Capítulo 2
— Intruso detectado. — Bethi, IA da House of Flames, afirmou.
Cato piscou surpreso enquanto seus dedos se moviam sobre o painel holográfico, tentando detectar o intruso.
— Coloque o intruso em quarentena. — Disse Cato. — E remova-o do nosso sistema imediatamente.
Os bancos de dados da House of Flames eram tão seguros que Cato não acreditava que qualquer ser humano pudesse quebrá-los. Mas aqui estava ele, observando sua tela enquanto Bethi perseguia o intruso através de seu sistema para, eventualmente, chutá-lo.
— Intruso expulso. — Afirmou Bethi.
— Houve algum dano? Qualquer dado perdido? Quem era ele afinal?
— O intruso entrou por uma fraqueza em nosso firewall. — Disse Bethi. — Ele só conseguiu acessar um pequeno fragmento do nosso banco de dados.
— Mas ainda assim esse intruso foi capaz de entrar em nosso sistema. — Cato refletiu, esfregando o queixo. — Bethi, avalie os protocolos de segurança. Nunca pensei que diria isso, mas precisaremos fortalecer nossos firewalls contra humanos. Era humano, correto?
— Isso é indeterminado. — Disse Bethi.
— Quero que você rastreie esse hacker. — Disse Cato. — Vou encontrá-lo e impedi-lo de invadir meu sistema novamente. Preciso saber o que esse homem descobriu enquanto estava no meu banco de dados.
— O hacker fez um caminho por vários IPs. Estou rastreando-os agora.
— Bom. — Cato afastou-se do painel e ficou em pé. Ele podia imaginar que um vampiro poderia quebrar seu sistema, já que eles sabiam que os dragões existiam. Mas um humano? Nunca. A tecnologia humana era éons3 menos avançada que a dos dragões.
— Endereço IP de origem localizado. — Disse Bethi. — Está vindo de um apartamento no centro de Seattle.
— O quê? — Perguntou Cato.
Essa era a última coisa que esperava. Vampiros geralmente viviam em complexos com o clã inteiro vivendo junto. Ou eles ficavam em uma mansão mais próxima da cidade se trabalhassem ou estivessem envolvidos na política local. O que era bastante comum.
Mas o endereço que Bethi forneceu para ele era um simples apartamento de três quartos em um prédio de classe média alta. Não é o tipo de lugar que ele esperaria encontrar vampiros.
— Quem é o dono deste apartamento? — Ele perguntou.
— O apartamento é de propriedade de Penélope e Flora Baptiste. — Uma foto das mulheres apareceu na tela. Elas eram irmãs gêmeas idênticas. Adoráveis mulheres jovens com cabelo castanho mel e grandes olhos castanhos.
— Penélope Baptiste é a chefe de TI do sistema da Biblioteca Pública de Seattle — Disse Bethi.
— Você está me dizendo que uma bibliotecária hackeou nosso sistema?
— Parece que sim. — Disse Bethi.
— Isso é ridículo. — Cato disse andando pela sala. — Dê-me todas as informações que puder sobre Penélope Baptiste.
De repente, sua tela estava coberta de fotos da jovem. Cato foi atingido no coração pela sensação mais intensa que já havia experimentado. Embora quase completamente idêntica a sua irmã Flora, ele achava que Penélope era a mulher mais linda que já vira. Curvas generosas foram evidenciadas por um biquíni rosa de bolinhas enquanto jogava um frisbee com sua gêmea em um dia quente e ensolarado na praia. Lábios cheios e luxuriosos se abriram enquanto ela mastigava a ponta de uma caneta, deitada sobre um livro em uma biblioteca. Seu lindo rosto oval era emoldurado por óculos de aro de tartaruga rosa com enfeites de cristal nos cantos.
Seu dragão interior rugiu tão alto que Cato caiu de joelhos agarrando suas têmporas quando o som ultrapassou todos os outros pensamentos em seu cérebro. Engasgou, temendo que pudesse perder a cabeça.
Desde que os dragões da House of Flame despertaram dois meses atrás, cada um deles sentiu seu impulso de acasalamento ativado. Era uma necessidade profunda que todos os dragões sentiam quando encontravam sua companheira. Cato atribuiu essa ativação à presença de Dragon Souls no planeta.
Quando os dragões de Dragonia escaparam do planeta durante o evento cataclísmico após a morte do sol, os sobreviventes procuraram por um novo lar. Quando finalmente encontraram o planeta Terra um milhão de anos atrás, os dragões haviam semeado no planeta primordial com as almas de seus ancestrais.
Eles espalharam DNA de dragão pelo mundo, esperando que um dia seu DNA se enraizasse e se misturasse com as formas de vida que caminhavam pelo planeta naquela época.
Eles tinham entrado em suas cápsulas de sono e enterrado suas naves profundamente debaixo d'água, apenas para serem acordados quando estivesse tudo preparado. Ninguém esperava dormir por milhões de anos, mas então quando acordaram, a House of Flames descobriu que a semeadura havia funcionado. As Dragon Souls viviam entre os humanos, carregando consigo DNA de dragão recessivo. Entre estas Dragon Souls estavam as companheiras predestinadas dos dragões despertos.
O primeiro a encontrar sua companheira foi o líder deles, Kian. Então seu guerreiro mais agressivo, Dax, encontrou sua mulher. Seguido então pelo velhaco da tripulação, Aidan. Cato temia que sua consorte nunca chegasse, mas agora enquanto olhava na tela do computador e via uma foto de Penélope Baptiste, sabia que ela lhe pertencia.
Seu dragão rosnou impiedosamente dentro de seu cérebro. Cato se pôs de pé, tentando afastar o rugido de sua mente.
Companheira, companheira, companheira! — Seu dragão gritava.
— Ok, tudo bem. — Disse Cato. — Eu te escuto.
Quando os outros homens da tripulação encontraram suas companheiras, Cato não acreditou plenamente na extensão do impulso de acasalamento. Todos eles sentiram ao acordar, e ele tinha pensado "quão ruim poderia ser?" Agora que dragão viu Penélope, ele sabia exatamente o quão ruim era.
Cato temia que nunca pensasse direito novamente. Sua mente estava confusa e desconexa. Como poderia tomar decisões ou saber como agir? Seu cérebro era uma bagunça, se sentiu como um maldito idiota. Não era como costumava se sentir como oficial de tecnologia da House of Flames. Teria que fazer isso parar de alguma forma.
— Penélope Baptiste formou-se com um mestrado em Tecnologia da Informação pela Universidade de Washington há um ano. Ela é a mais jovem chefe de TI que a Biblioteca Pública de Seattle contratou com apenas 26 anos de idade. Sua irmã gêmea Flora Baptiste, está fazendo doutorado na Universidade de Washington em engenharia genética. Elas moram juntas na 126 Green Lake Ave. em Seattle, WA. Seus pais morreram quando tinham doze anos e foram criadas por sua tia-avó Camilla Baptiste. Ficou claro desde tenra idade que as meninas eram muito talentosas. Ambas receberam bolsas de estudos integrais para a universidade e tiveram as melhores notas desde então.
— Uma semana atrás, Flora Baptiste foi dada como desaparecida pela polícia de Seattle. O caso de pessoa desaparecida foi encerrado, concluindo que Flora havia escolhido deixar sua vida estruturada e sair da cidade.
— Isso não faz qualquer sentido. — Cato refletiu.
— Penélope Baptiste projetou recentemente um novo mecanismo de busca para todo o sistema da Biblioteca Pública de Seattle e está trabalhando duro para implementar seu novo design. Ela foi elogiada como uma inovadora, e vários recrutadores de várias empresas de tecnologia tentaram contratá-la.
— Por que ela trabalha para a biblioteca?
— Eu não posso responder a essa pergunta.
Cato coçou o queixo, olhando para a garota. Ela era tão linda que sua boca salivou. Seu dragão queria explodir em chamas todo o laboratório. Apertou a testa e rangeu os dentes, rosnando.
— Ela é claramente altamente inteligente. E linda ... — Ele desmaiou.
De onde veio isso? Cato, diretor de tecnologia da House of Flames, não desmaiava. Primeiramente trabalho. Ele tinha que determinar se essa mulher era de fato uma Alma Dragônica.
— Bethi, quero que você encontre informações de DNA sobre Penélope Baptiste. Analise qualquer coisa que encontrar e me diga se ela é uma Alma Dragônica.
— Informação de DNA localizada. Penélope doou sangue na unidade de sangue da universidade dezoito meses atrás. Examinando amostra no arquivo.... Penélope Baptiste é uma alma de dragão.
— Isso resolve a questão então. — Cato disse, os gritos de seu dragão afogando todos os pensamentos racionais. Era quase impossível para ele organizar sua mente assim. Sentia-se como se estivesse se arrastando na lama enquanto seu dragão interior usava cada centímetro de sua força para chorar dizendo Penélope era sua companheira.
— Isso é ridículo. — Cato resmungou.
— O que é ridículo? — Kian perguntou, entrando na nave que haviam enterrado no porão.
— Meu dragão. Quero dizer, meu impulso de acasalamento. Quero dizer... Meu dragão acha que encontrei minha companheira.
— Parabéns! — Disse Kian, dando um tapinha nas costas de Cato. A força do golpe de Kian fez Cato cambalear para frente, deixando-o completamente desprevenido. Ele se sentia desajeitado e lento. Não só mentalmente, mas fisicamente também.
— Quem é ela? — Perguntou Kian.
— Uma garota chamada Penélope Baptiste. Ela invadiu nossos bancos de dados. Mas não posso ter certeza de que essa mulher é minha companheira até que eu faça a análise de acasalamento, assim como o resto de vocês.
— Claro, claro. — Disse Kian.
À medida que o sol no sistema Dragoniano começou a morrer mais de um milhão de anos atrás, a taxa de natalidade feminina entre os dragões havia diminuído rapidamente. Menos fêmeas nasciam a cada ano com o passar do tempo. E na geração de Cato, era inédito que confiassem no instinto para encontrar suas companheiras predestinadas. Tudo era feito por computador para garantir que a correspondência fosse cientificamente precisa. Quando havia tão poucas mulheres no mundo, ninguém podia pegar mentirosas ou trapaceiras. Todos tinham que ter certeza de quem era sua companheira predestinada.
E porque fazia tanto tempo desde que os dragões tinham confiado no instinto para encontrar suas companheiras predestinadas, quando os dragões da House of Flames começaram a encontrar as deles, Cato e Kian decidiram que continuariam a confiar na análise de acasalamento antes de aceitar qualquer instinto do dragão sobre sua companheira.
Mesmo com uma fração de um por cento dos seres humanos sendo Dragon Souls, havia muitas dezenas de milhares de possíveis parceiros no planeta. Mas os dragões também estavam escondidos. Eles não podiam permitir que os seres humanos soubessem que existiam. Estavam aqui para protegê-los de seus antigos inimigos, os vampiros, que agora também viviam no planeta Terra.
Se os humanos soubessem que estes existiam, isso poderia levar o mundo ao pânico e ao caos podendo destruir a sociedade e o mundo como os humanos conheciam. Os dragões não queriam contribuir para um apocalipse social. Então, qualquer coisa que revelasse sua identidade para a população, era desaprovada. Eles tinham que se certificar de que qualquer mulher com quem namorassem e se acasalassem era de fato sua companheira predestinada. Não havia outra maneira.
— Todos nós estávamos certos sobre nossas companheiras. — Lembrou Kian.
— Seja como for, senhor. — Disse Cato, dirigindo-se a seu capitão e príncipe com seu merecido respeito. — Devemos manter os protocolos para a segurança dos dragões e a segurança do mundo.
— Certo, Cato. — Kian disse, batendo de volta em Cato. A força da mão de Kian quase soltou o ar dos pulmões de Cato.
— Você está bem? — Perguntou Kian. — Você não parece ser você mesmo.
— Estou bem. É só isso. O impulso de acasalamento foi ativado e é mil vezes pior agora do que quando saí da cápsula. Mal posso pensar, apenas caminhar e falar ao mesmo tempo é um desafio. Não sei como resolver isso.
— Na minha experiência, — Disse Kian. — A melhor maneira de resolver o impulso de acasalamento é acasalar com a sua predestinada.
Cato esfregou as têmporas enquanto o dragão interior rugia. Ele mal podia ouvir as palavras de Kian sobre os gritos. Mas parecia correto. Tudo o que Kian disse parecia perfeitamente lógico. Pelo menos alguma coisa fazia sentido.
Capítulo 3
— Não posso acreditar que deixei isso acontecer! — Penélope resmungou consigo mesma. — O que eu sou? Um amadora?
Ela cortou a força de todo o seu sistema, desligou todos os cabos, e agora estava no processo de reconfigurar... tudo. Felizmente, tinha todos os seus dados particionados em várias unidades protegidas por senha. Ela instalou um sistema operacional completamente novo enquanto estava off-line e alterou seu endereço de IP, rencaminhando-o através de vários proxies.
Isso levou a noite toda, então não conseguiu procurar por sua irmã e só conseguiu uma hora de sono. Estava tão cansada no dia seguinte que considerou fingir estar doente. Mas então pensou em Flora. – O que diria Flora? – Ela sabia exatamente o que sua irmã diria, então rolou para fora da cama, preparou-se, bebeu um pouco de café e uma outra bebida energética enquanto saía pela porta.
Chegou à biblioteca com cinco minutos de sobra e subiu as escadas para o escritório, entrou e fechou a porta atrás dela. Sua cabeça estava girando por falta de sono e não conseguia parar de pensar em ter sido hackeada.
Afastando-se da mesa, Penélope gemeu e levantou-se. Precisava de mais café. Muito mais cafeína. Se arrastou para a sala de descanso que, felizmente, estava vazia.
Ela amava Candice. Era uma grande amiga e uma mulher incrível, inteligente e motivada. Mas Penélope não queria falar sobre homens agora e este parecia ser o assunto favorito de Candice. E ela certamente não negava a Candice sua diversão. Não era ciumenta ou julgava, simplesmente não conseguia acompanhar. Se houvesse um assunto em que não pudesse competir, preferia evitá-lo completamente. E namorar o sexo oposto era definitivamente um desses assuntos.
Penélope preparou duas cápsulas de café em sua caneca, olhando para o líquido preto que jorrava na porcelana branca.
— Aí está você. — Ouviu a voz de Candice atrás dela. — Observou os gatos da equipe de construção hoje?
— Há novos? — Penélope perguntou, não tirando os olhos de seu café.
— Oh, querida. — Disse Candice. — Eu não sei se eles são novos, mas está quente lá fora hoje e eles estão todos vestindo camisetas sem mangas. Seus músculos são matadores!
Penélope teve que rir. Candice não era nada se não consistente. Ela se inclinou para fora da janela se abanando.
— Garota, você tem que olhar para esses prisioneiros.
— Eu não estou de bom humor. — Penélope resmungou. — Não dormi muito na noite passada.
— Você não dormiu? Você aceitou meu conselho e conseguiu um pouco de amor?
Penélope considerou por um momento se deveria ou não dizer a sua colega de trabalho que passara a noite inteira limpando o sistema do computador porque havia invadido o banco de dados mais complexo que já vira e então foi abruptamente ejetada, fazendo com que quase sofresse um derrame na idade de vinte e seis anos. Ela ainda não tinha ideia de qual sistema havia invadido. Talvez tenha sido a CIA. Ou o Pentágono.
— Algo assim. — Penélope murmurou, tomando seu café cheio de creme.
Sabia que a qualquer momento homens de terno preto iriam prendê-la e levá-la embora para sempre. Franziu as sobrancelhas e espalmou a testa. Não importavam as consequências, precisava encontrar sua irmã. E esse caminho de informação tinha sido uma das poucas pistas que teve para seguir. Isso se não contasse a outra pista insana que tinha encontrado: a sugestão de que Flora havia sido sequestrada por vampiros. Ela não tinha certeza do que era pior, invadir acidentalmente algum banco de dados secreto do governo ou acreditar em vampiros.
— Eu tenho que ir. — Disse Penélope, tropeçando no batente da porta quando saia da sala de descanso.
Xingou baixinho quando derramou café em suas mãos. O calor do líquido doeu por um momento e ela lambeu as gotas. Gemendo e revirando os olhos, correu para o escritório e sentou-se em frente à sua mesa.
O usuário anônimo respondeu à sua mensagem. — Isso não é uma farsa. Me encontre em quinze minutos na frente do Mercado Pike Place.
— Quem é você? — Perguntou ela. — E como sabe disso?
Resmungou e pegou a bolsa e a xícara de café e saiu do escritório. No primeiro andar, disse ao gerente da filial que precisava de uma pausa rápida e saiu correndo.
Ela pulou no ônibus e saiu no mercado, perdendo-se na agitação da multidão. Artistas de rua tocavam música e os peixeiros gritavam ordens. Penélope procurou por alguma indicação do homem que queria conhecê-la. Precisava saber onde sua irmã estava. Não importa o quão louco parecesse, ela estava disposta a segui-lo.
Ficou parada ali enquanto as pessoas circulavam dos dois lados. Tomou um gole de café, esperando por algum sinal de que o usuário anônimo estivesse lá. Rangendo os dentes, checou a hora no telefone. Ela já estava fora do trabalho há vinte minutos. Tinha um emprego seguro e bom salário, e estar ausente por um breve período durante o dia não a faria ser demitida, mas ela se orgulhava de seu trabalho e sabia que ter tempo extra para seus intervalos era inapropriado.
Olhou em volta, girando no sentido horário e depois de volta, examinando a multidão em busca de rostos que estivessem procurando por alguém como ela. Checou seu telefone de novo, passou meia hora. Seu café acabou e sua cabeça estava embaçada. Penélope xingou e revirou os olhos, afastando-se do Mercado Pike Place.
Quem quer que tenha dito para encontrá-lo não estava lá e provavelmente nunca iria. Certamente era apenas alguém brincando com ela. E isso a deixou tão irritada que poderia cuspir. Subiu no ônibus e voltou para sua mesa uma hora depois de ter saído.
Agora ela teria que trabalhar durante o almoço para compensar o tempo. Não ficou satisfeita. Perdeu uma noite inteira de sono, teria que pular uma refeição e não estava mais perto de encontrar sua irmã. Esfregou as têmporas; o café não foi suficiente para mantê-la acordada e voltou ao trabalho.
Quando o dia acabou, Penélope estava exausta e morrendo de fome. Bateu o ponto e dirigiu-se ao ponto de ônibus. Quando chegou ao seu bairro, parou no supermercado e olhou para o freezer de sorvete.
Sabia que, se comprasse um pote de sorvete, não sobraria nada além de pedaços de chocolate no fundo do recipiente pela manhã.
Ela rosnou para si mesma e enfiou a mão dentro, pegando seu sabor favorito. Deixou cair em sua cesta junto com um pacote de bananas, uma pizza congelada e um quilo de café. Apenas o essencial.
Em casa, o silêncio e o vazio arranhavam seu peito. Sentia tanta falta de Flora que doía. Uma lágrima de raiva deslizou por sua bochecha. Penélope deixou cair a sacola de papel no balcão da cozinha e enxugou a lágrima.
— Eu vou te encontrar Flora. — Disse, ligando o forno e jogando sua pizza de pepperoni dentro. Colocou todo o resto longe e pegou o pote de sorvete e uma colher antes de ir para seus computadores. Ela checou sua segurança, certificando-se de que ninguém a encontrasse após a reconstrução de seu sistema.
Tudo parecia seguro. Deu um suspiro de alívio quando empurrou a colher em sua Cherry Garcia4. Pegou uma grande colherada de cerejas e chocolate e abriu o fórum da Internet onde conheceu o usuário anônimo que tinha esquecido dela hoje.
— Sinto muito por hoje. — Dizia sua mensagem.
Era de quinze minutos atrás, enquanto ela estava na mercearia. — Eu acho que eles me acharam. Vou ter que me calar. Se está lendo esta mensagem, isso significa que eles ainda não a encontraram. Se você perseguir sua irmã, corre o risco de você também ser levada. Escolha cuidadosamente antes de decidir se quer aceitar esse perigo. Eu perdi minha namorada. Não desistiria de tentar encontrá-la, mas agora eles estão atrás de mim também. Se cuida. E se você puder, nunca desista de lutar.
— Ótimo. — Disse Penélope, com a boca cheia de sorvete. — Esse cara é um lunático. Não acredito que fui tentar conhecê-lo durante o trabalho.
Sua pizza terminou de assar e ela deslizou metade dela em um prato e devorou-a. Estava morrendo de fome e exausta; precisava comer e dormir. Isso era tudo em que conseguia pensar agora. Por mais que ela quisesse seguir qualquer pista possível para encontrar sua irmã, necessitava descansar um pouco. A última coisa que fez antes de subir na cama foi hackear a conta do usuário anônimo no fórum.
Capítulo 4
— Eu tenho que encontrá-la. — Disse Cato, passando por Kian. — Não posso apenas sentar aqui enquanto meu dragão me despedaça.
— Por todo o inferno! — Disse Kian. — Vá encontrá-la.
Cato avançou pela sala de estar, passando por Aiden e Winnifred, Dax e Aria. Aiden tocava seu violão enquanto Aria cantava, e Winnifred e Dax ouviam. Cato sentiu o zumbido da melodia mágica de Aria enchendo seu coração. Mas isso não estava ajudando. Não diminuiu o tormento que seu dragão estava submetendo a ele.
Ao passar da sala para o corredor, tropeçou no carpete e quase caiu de cara no chão. Ouviu Dax rindo atrás dele quando caiu em suas mãos. Cato resmungou, levantando-se e afastando-se. Saiu correndo pela porta da frente sem uma palavra e ouviu Aiden perguntando a Kian o que tinha dado nele.
Cato não ficou por perto para ouvir a explicação. Não queria saber o que Kian diria, e não se importava. Ele nunca se sentiu tão frustrado, incompetente e desajeitado em sua vida. Ele não era o dragão mais rápido nem o mais forte da House of Flames, mas certamente era o mais inteligente. E até mesmo sua mente estava agora traindo-o.
Pulou no Lamborghini, saiu da garagem e correu pela rua, abandonando a mansão.
— Você vai encontrá-la? — Kian perguntou através de sua ligação mental.
— Sim. — Respondeu Cato.
— Quando você acha que vai voltar?
— Quando eu a fizer minha. — Cato rosnou.
— Mas, e a análise de acasalamento? — Kian perguntou.
— Vou realizar a análise assim que obtenho algum material novo de DNA. — Disse Cato, antes de desligar o elo mental.
Ele não queria mais ouvir. Sua mente estava uma bagunça entre rugir, rosnar e coçar, batendo as asas e mordendo as presas. Esfregou a mão no rosto enquanto dirigia o carro com a outra. Empurrando o pé no acelerador, correu pela estrada, entrou na outra pista e quase bateu em um caminhão de um fazendeiro vindo na outra direção.
Cato praguejou em dragoniano enquanto voltava para sua pista. As coisas não estavam indo bem do seu jeito. Precisava encontrar essa mulher, provar que era sua e depois acasalar com ela. Ele não podia viver assim.
Rosnou para si mesmo, sabendo que havia instruído os outros dragões sobre seus impulsos de acasalamento. Disse a Kian para levar as coisas devagar. Convenceu a Dax para ser menos agressivo. E disse a Aiden para ser menos reservado. Mas agora, no meio de seu próprio impulso de acasalamento, sentia-se um idiota cego.
Tinha que entrar na cidade o mais rápido possível para começar a conquistar Penélope imediatamente. Ele assistiu a todos os filmes românticos e os estudou implacavelmente, como havia dito aos outros para fazerem. Agora que era a sua vez, estava totalmente perdido.
Tudo o que queria fazer era acusá-la e exigir que aliviasse a insistência do dragão dentro dele. O que não faria para parar e recuperar o controle de sua mente.
Cato era conhecido por sua natureza inteligente e ponderada. E nesse momento era apenas atrapalhado e confuso. Como poderia conquistar essa mulher neste estado? Isso seria impossível. Ele dirigiu o mais rápido que pôde, saindo para a autoestrada.
— Bethi. — Disse à AI através de sua ligação mental. — Examine a estrada e avise sobre a polícia. Preciso chegar à cidade o mais rápido que puder e a última coisa de que preciso é ser perseguido.
— Você está livre pelos próximos oitenta quilômetros. — Disse Bethi.
Cato pressionou o pé no acelerador e entrou na pista rápida. Com as duas mãos no volante e os olhos na estrada, avançou pela autoestrada o mais rápido que conseguiu. Ele quase se deparou com um caminhão na estrada perto da mansão, e não ia deixar nada parecido acontecer de novo. Tinha que ficar focado. Necessitava ficar atento, mas seu dragão não cedia.
Companheira, companheira, companheira! — Ele gritava, como as banshees de Baldos One.
Abriu seus olhos, gemendo. Quando quase entrou em outra pista, agarrou o volante e piscou repetidamente até conseguir se controlar o suficiente para não matar ninguém.
Ele não tinha mudado para a forma de dragão por medo do que a besta pudesse fazer se ganhasse controle sobre seu corpo. Não, isso nunca seria algo que deixaria acontecer. Tinha que permanecer em sua forma bípede, onde seu intelecto superior tinha domínio. Jamais abandonaria o controle à fera.
— Viatura policial em três quilômetros. — Disse Bethi.
Cato reduziu a velocidade até o limite da via quando se aproximou da cidade. Logo estava indo em direção a rampa de saída. Dirigiu pelas ruas, seguindo o mapa até a localização de Penélope.
— Aproximando-se da principal filial da Biblioteca Pública de Seattle. — Disse Bethi. — O estacionamento está à sua direita.
Ele entrou no estacionamento, subiu três andares e encontrou uma vaga. Resmungando, saiu do Lamborghini, fechou a porta e foi para a porta da frente da biblioteca.
Com os dentes cerrados e a cabeça latejando, examinou o primeiro andar da biblioteca, procurando por sinais da mulher que estava causando a ele todo esse problema.
— Onde seu departamento de TI está localizado? — Perguntou ao balcão de informações.
— A chefia de TI está no segundo andar. — Disse o funcionário. — Mas a TI tem escritórios particulares. Você só pode vê-la com hora marcada.
— Eu gostaria de marcar uma hora. — Disse ele.
— Você terá que ligar para ela e marcar. — Disse o funcionário. — Esse não é meu trabalho.
Cato franziu a testa e se virou, subindo as escadas para o segundo andar. A luz do sol entrava na biblioteca de uma parede de janelas, iluminando os livros e os rostos dos clientes. No segundo andar, a janela era forrada de árvores e plantas que acrescentavam uma vegetação fresca à cena.
Geralmente, Cato ficaria muito feliz de estar em um local de aprendizado, onde a sabedoria e o conhecimento da espécie estavam alojados. Ele adorava bibliotecas, eram um dos seus lugares favoritos no universo. Mas hoje, tudo o que sentia era raiva e repugnância consigo mesmo e tudo mais.
Aproximou-se do balcão de informações para perguntar sobre Penélope. A bibliotecária atrás do balcão olhou para ele por cima dos óculos de leitura e franziu os lábios estreitos. Seu cabelo loiro e magro estava puxado para trás em um coque bagunçado e sua blusa branca tinha uma pequena mancha amarela no colarinho que provavelmente era de mostarda do almoço. A compulsão de esfregar a mancha de mostarda na camisa era quase irresistível.
— Penélope Baptiste trabalha neste andar? — Perguntou Cato, no tom mais polido possível.
— Oh, sim. — Ela disse, sua voz firme e cortada. — O escritório de Penélope fica neste andar.
— Eu preciso falar com ela. — Disse Cato.
— Você tem que marcar uma hora, jovem. — Disse a mulher.
— Eu não tenho tempo para isso, — Disse ele. — É uma emergência.
— Uma emergência de TI? — Perguntou a mulher, olhando para o telefone.
— Sim. — Disse, tentando chegar a uma mentira viável. — É sobre sua segurança na Internet.
— Que empresa você representa? — Perguntou a bibliotecária.
— Estou com a empresa de banda larga. — Disse ele.
— Onde está seu uniforme? — Ela perguntou.
— Sou um consultor. — Gritou. — Eu não uso uniforme.
Estava de fato usando um short cáqui, tênis Converse e uma camisa de manga curta. Ela olhou-o de cima a baixo e franziu a testa.
— Vou dizer a Penélope que você está aqui. — Disse a mulher, pegando o telefone.
— Obrigado. — Disse Cato, tentando pensar no que diria quando ela finalmente saísse.
— Penélope. — Disse a mulher. — Há um jovem aqui para ver você. Ele diz que está com a empresa de banda larga. Sim. Disse que é sobre segurança na Internet. Bem, eu não sei. Tudo bem. Obrigada. — Ela desligou o telefone e soltou um suspiro profundo. — Penélope vai sair logo.
— Bom. Isso é muito importante. — Disse ele.
Um momento depois, uma sombra de movimento chamou sua atenção entre as prateleiras, e uma imagem de beleza veio andando na direção dele entre os corredores dos livros. Seu coração quase parou e seu dragão parou de rosnar por meio segundo. Cato achava que estava tendo um ataque cardíaco e poderia morrer. Ofegou, sentindo os joelhos começarem a se curvar quando Penélope se aproximou e inclinou a cabeça para o lado. Ela ofereceu-lhe a mão.
— Olá. — Ela disse em um tom questionador. — Eu sou Penélope Baptiste. Você está com a empresa de banda larga?
— Sim. — Disse, pegando a mão dela. — Sou um consultor freelancer que trabalha com segurança na Internet. Estava executando protocolos de diagnóstico no sistema de bibliotecas e encontrei algumas anomalias preocupantes.
— Que tipo de anomalia? — Penélope perguntou em um tom agudo.
— Parece que a informação do usuário está vazando do sistema de bibliotecas.
— Isso não é possível. — Disse Penélope, cruzando os braços.
— Oh, mas é. — Insistiu Cato.
— Como você sabe disso?
— Eu trabalho com a empresa de banda larga. Tenho acesso aos seus roteadores.
— Vou precisar de mais informações.
— É por isso que vim aqui hoje. — Disse ele. — Para lhe dar mais informações.
Penélope balançou a cabeça para ele, estupefata. Não acreditou nele. Nem deveria, estava falando bobagens. Mas sabia que ela estava preocupada com a segurança da biblioteca e estava disposta a falar com ele apenas no caso de que o que estava dizendo fosse verdade. Tinha que tentar com isso por enquanto. Tudo o que precisava fazer era estar perto dela. Seu dragão foi ligeiramente acalmado por sua presença. Em vez de rosnar e gritar, estava arrulhando e ronronando. A repetição incessante da palavra “companheira” não cessou, mas pelo menos o rugido atordoante e barulhento diminuiu.
— Posso te mostrar se você me permitir acesso à sua rede. — Disse ele.
— Eu tenho receio que isso não possa acontecer. — Disse ela, franzindo a testa. — Você parece um pouco despreparado.
— Vim o mais rápido que pude. Não havia tempo a perder.
— Esta é uma biblioteca pública, não uma usina nuclear. — Disse ela. — Não sei por que você está tão agitado. Mas vou ter que pedir para sair.
Seu dragão se elevou dentro de sua mente, ameaçando rasgar toda a sua psique se ele fosse embora. Penélope se virou e Cato pensou que tudo estaria perdido. Mas viu um fio de cabelo na parte de trás do suéter dela. O mais rápido possível, ele arrancou o cabelo do suéter e enfiou-o no bolso da frente da camisa.
— Voltarei. — Disse. — E vou trazer minha pesquisa comigo.
— Faça isso. — Disse acenando sem se virar para olhar para trás.
Ele cerrou os dentes. Causou uma má impressão. Ela pensou que era um idiota ou possivelmente insano. Agora tinha que ir para casa, pegar um de seus laptops e fazer com que Bethi criasse algo para apoiar a história maluca que acabara de contar.
Pelo menos havia encontrado uma amostra de DNA. Agora podia provar ou desmentir de uma vez por todas que ela era sua companheira predestinada. E talvez, se provasse que Penélope não era sua consorte, seu dragão o deixaria em paz, e poderia voltar à sua vida normal. Mas se a mulher fosse o seu destino, então tinha toda uma carga de outros problemas para lidar. Ele cerrou o punho e tentou se comportar como um ser humano educado, o que, claro, não era. Era um dragão zangado.
Capítulo 5
— De volta tão cedo? — Kian perguntou quando Cato passou pela porta da frente.
— Onde ele esteve? — Dax perguntou.
— Eu não tenho tempo para isso. — Disse Cato, passando por eles e descendo as escadas para a nave espacial. — Tenho trabalho a fazer.
Kian o seguiu até a nave quando Cato começou a montar equipamentos de informática e a fabricar uma história convincente usando as impressoras IA e 3D da nave.
— O que você está fazendo? — Kian perguntou.
— Eu estou executando uma análise de acasalamento. — Disse ele, deixando cair o cabelo em uma placa de teste.
— Eu entendo essa parte. — Disse Kian, olhando para Cato quando ele desconectou seus computadores humanos de suas conexões com a nave.
— Tenho que voltar. Eu tenho que inventar algo crível. Ao contrário de Aiden, posso pensar no futuro quando se trata de proteger minha companheira. Não planejo dormir na chuva.
— Eu ouvi isso. — Disse Aiden, descendo as escadas.
— O que você quer, Aiden? — Cato disse, juntando seus computadores em uma bandeja antigravidade que poderia levar de volta para o carro.
— Dax disse que você estava agindo como louco. Eu precisava ver por mim mesmo.
Cato virou-se para Aiden e rosnou, mostrando os dentes.
— O que você planeja fazer, Cato? — Kian perguntou.
— Alugarei um apartamento em frente a ela e estou fabricando um trabalho que me permitirá interagir com ela diariamente.
A impressora 3D terminou seus IDs e Bethi terminou de criar evidências das informações falsas perdidas dos servidores de Internet da biblioteca. Cato deu um suspiro de alívio ao enfiar a carteira no bolso.
— Você vai se incomodar muito com uma mulher que você nem reconhece como sua companheira ainda. — Disse Aiden, cruzando os braços e sorrindo. — Você não foi aquele que mais insistiu em esperar pela análise do acasalamento?
— Isso é irrelevante. — Disse Cato, subindo a bandeja antigravidade com computadores pelas escadas.
Aiden e Kian seguiram atrás dele até a sala de estar onde Dax, Winnifred, Aria e Everly estavam sentados brincando com o bebê Ember. Dax deu uma risadinha. Everly perguntou se ele estava bem. Aria cantou algumas notas de sua música mágica, reforçando seu poder. Kian perguntou se precisava de alguma coisa. E Aiden resmungou algo baixinho que Cato não conseguiu ouvir. De braços cruzados, Cato franziu o cenho para eles.
— Entendo suas preocupações, — Disse Cato. — Mas é desnecessário. Sou perfeitamente capaz de me conduzir de maneira calma e profissional. Agora, se vocês me derem licença, preciso fazer minha amiga acreditar que estou com a empresa de banda larga.
Cato deixou a mansão e carregou seu equipamento na parte de trás do SUV. Era um carro mais razoável para um consultor de TI. O Lamborghini pode ser menos crível.
— Ei. — Disse Everly, em pé na porta segurando Ember. — Esse é o nosso carro favorito.
— Há muitos outros carros. — Disse Cato, abrindo a porta do motorista.
Everly virou-se e desapareceu na casa e foi substituído na porta por Kian.
— Você tem certeza que está tudo bem? — Kian perguntou, aproximando-se dele.
— Por que não estaria? — Perguntou Cato.
— Todos nós fomos afetados pelo impulso de acasalamento.
— Eu não posso ter certeza de que é o que estou experimentando. Não até que tenha uma análise completa de acasalamento!
— É. — disse Kian. — Confie em mim.
— Possivelmente. Mas sou capaz de controlar meus impulsos.
— Todos nós pensávamos isso. Até que aconteceu com a gente.
— Vou ficar bem. Minha mulher ficará bem. Eu tenho um plano que me permitirá estar perto dela e continuar minha pesquisa. Cada vez que um de nós encontra nossos companheiros, aprendemos um pouco mais. Deveria ser muito mais fácil para mim do que para o resto de vocês.
— Bem, se você precisar de alguma coisa, — Disse Kian. — Não hesite em nos informar.
— Tenho isso sob controle. — Disse Cato estendendo a mão para fechar a porta.
— Tudo bem, então. Boa sorte.
Cato saiu do estacionamento e correu pela estrada. Estava de volta à cidade pouco depois, descarregando suas coisas no apartamento mobiliado que alugou do outro lado da rua da casa de Penélope. Ele teve tempo de sobra antes que Penélope saísse do turno. Então, preparou seus computadores, sua identificação e sua história antes de dirigir de volta para a biblioteca.
Se aproximou do mesmo balcão de informações que ele havia sido tão rudemente rejeitado no início daquele dia e exibiu sua identidade falsa.
— Preciso ver Penélope Baptiste sobre vazamentos de informações do sistema de computador da biblioteca. — Disse ele à bibliotecária no balcão de informações.
A mulher revirou os olhos e pegou o telefone. — Penélope, aquele cara da empresa de banda larga está de volta. — Pausa. — Penélope disse que ela já vai sair. — A mulher disse a ele, desligando o telefone.
Um momento depois, Penélope saiu de seu escritório e desceu em direção a ele.
— Você estava certo. — Disse Penélope, sacudindo a cabeça. — Fiz um resumo completo do nosso fluxo de dados através da Internet, e encontrei algumas evidências de vazamento.
Cato se certificou de que Bethi deixasse provas digitais que Penélope poderia encontrar. Já estava valendo a pena.
— Tentei encontrar a fonte do problema. — Disse ela. — Mas toda vez que eu cavava mais fundo, não conseguia encontrar onde se originou o vazamento.
— Era disso que eu estava com medo. Trouxe meu equipamento. Vou ter que reconfigurar seus roteadores.
— Tudo bem. — Disse ela.
— Eu preciso ver o seu hub principal.
— No porão. — Disse ela. — Venha comigo.
Ela levou-o para o andar de baixo em uma sala cheia de servidores e observou-o enquanto resolvia um problema que nunca existira em primeiro lugar. Ele tinha uma tecnologia alienígena milhões de anos mais avançada que os humanos. Mas usá-la com ela olhando por cima do ombro mostrou-se desafiador.
— Você está atualizando nossos protocolos de segurança? — Ela perguntou, olhando para a tela do laptop.
— Sim. — Disse ele. — Logo depois que eu reiniciei todos os seus roteadores.
— Eu ainda não entendo como isso aconteceu.
— Mesmo os melhores dos melhores podem cometer erros.
— Nunca cometo erros. — Disse ela, cruzando os braços. — Assim não.
Cato se sentiu mal por tê-la questionado, mas era a única maneira que conseguiu pensar para se aproximar dela. Ele mentiu quando estava de volta à mansão com os outros dragões. Pareciam desculpas no momento. E reconhecidamente, elas não eram as melhores.
— Está tudo resolvido. — Disse ele, fechando o laptop. — Não deverá haver problema agora. Eu continuarei monitorando a situação. Avisarei se houver mais problemas.
— Bem, estou feliz que você pegou antes que piorasse.
— É por isso que estou aqui. Você pode me ver na biblioteca nas próximas semanas. É mais fácil monitorar os novos protocolos de segurança dentro do prédio.
— Ótimo. — Disse Penélope enquanto pegavam o elevador de volta ao andar principal.
— Eu vou agora. — Disse ele, dando um passo em direção à porta da frente.
— Você poderia me ensinar o que estava fazendo? — Ela perguntou. — Eu nunca vi um código assim. Exceto...
Uma onda de pânico cresceu em seu peito. Ele havia acabado de se expor? Penélope tinha invadido seus computadores, e viu o código dele, é claro que reconheceria isso. A atração de passar mais tempo com ela era maior que sua necessidade de manter o segredo de suas origens.
— Sim. Poderíamos nos encontrar mais tarde, se você quiser. —Disse ele.
— Eu estou saindo agora. — Disse ela. — Você poderia ir comigo.
Capítulo 6
Penélope não tinha o hábito de convidar homens para seu apartamento. Mas o código de Cato era magnífico. Quase a lembrou do que ela tinha visto naquele banco de dados que tinha hackeado. Mas isso não era possível, era? Estava desconfiada, mas precisava saber mais sobre a codificação dele. Sua curiosidade anulou todo o resto. Quando o encontrou pela primeira vez, pensou que ele era uma pessoa maluca. Um cara quente, sexy e louco. Até que ela mesma analisou seus sistemas e encontrou os vazamentos de que estava falando. Quando ele voltou para a biblioteca mais tarde naquele dia, ficou aliviada.
Enquanto atravessavam a rua e pegavam o ônibus para o apartamento dela, conversaram casualmente sobre o trabalho e suas vidas. E ela olhou para o rosto dele na penumbra do ônibus enquanto o sol se punha sobre o Puget Sound5. Cato não só era extremamente inteligente, imensamente talentoso e um tanto misterioso como também era incrivelmente lindo. Uma combinação que fez Penélope fraca dos joelhos. Trazer o estranho cara da banda larga para casa para falar sobre o código contava como um encontro, certo? Teria que perguntar a Candice de manhã.
Subindo para o seu apartamento, ela abriu a porta para deixá-lo entrar. Penélope tinha um spray de pimenta em sua gaveta e seu celular ajustado para discagem rápida 911 no caso dele realmente ser um psicopata. Mas era adulta, poderia trazer alguém como Cato para casa, se quisesse.
— Desculpe a bagunça. — Disse ela, passando por cima do jornal de ontem.
— Você tem um bom lugar. — Disse Cato olhando em volta.
— Herdei da minha tia-avó. Minha irmã e eu morávamos aqui juntas.
— Costumavam a morar juntas? — Perguntou Cato.
— Minha irmã está desaparecida há uma semana. Relatei isso à polícia quase imediatamente. E então, vinte e quatro horas depois, e novamente na manhã seguinte. Quarenta e oito horas depois de seu desaparecimento, eles fecharam o caso de pessoa desaparecida, alegando que ela havia decidido abandonar a cidade. É a coisa mais ridícula que eu já ouvi. Minha irmã nunca faria isso.
— Isso é estranho. — Disse Cato, colocando seu laptop em sua mesa de jantar.
— Tenho procurado por ela. Não cheguei muito longe. Ah, sim, exceto pelo usuário anônimo do fórum que me informou que ela havia sido sequestrada por vampiros. Isso foi imensamente útil.
— Vampiros? — Cato disse, virando-se para ela.
— Louco, certo? — Ela disse com uma risada.
O tom em sua voz quase parecia nervoso. Por que a menção de vampiros a deixaria nervosa? As coisas não estavam bem com Penélope. Ela tinha suspeitas nostálgicas no fundo de sua mente. Quem era Cato mesmo? Ele entrou em sua biblioteca com uma história estranha sobre o vazamento de dados que ela não tinha testemunhado até depois que chegou. Então encontrou o vazamento, convenientemente algumas horas depois ele apareceu novamente e corrigiu o problema, usando um código que parecia misteriosamente semelhante ao código no banco de dados que ela havia hackeado ontem. Um banco de dados que encontrou depois de uma ajuda desse mesmo usuário anônimo.
Olhou para a gaveta onde ela mantinha seu spray e acariciou o celular no bolso. Iria levar assim o máximo que pudesse. Cato não fez nenhum movimento para prejudicá-la, então talvez estivessem do mesmo lado. Por mais que ela duvidasse de qualquer história sobre vampiros, estava começando a sentir que havia algo mais profundo acontecendo.
— Honestamente. — Disse ela. — Eu acho que é tudo uma grande conspiração. Encontrei evidências de outras pessoas desaparecidas. Pessoas confiáveis que desapareceram. A polícia fez a mesma coisa sobre eles. Eram mães e pais e profissionais. Pessoas que simplesmente não desaparecem sem motivo.
— Que tipo de conspiração?
— Tráfico humano? Ainda assim não faz sentido. Claro, Flora era uma jovem atraente. Mas muitas dessas pessoas eram de meia-idade, algumas até mesmo idosas, traficantes de seres humanos geralmente não têm como alvo homens idosos.
— Você está certa. Isso não faz muito sentido. — Disse Cato sentando-se à mesa da sala de jantar e abrindo seu laptop.
— Sinto muito. — Disse ela, dirigindo-se a ele. — Não convidei você aqui para falar sobre meus problemas. Quero aprender mais sobre os protocolos de segurança que você instalou na biblioteca.
— Sua irmã está desaparecida. Isso é muito mais importante do que protocolos de segurança na biblioteca.
— Concordo. Mas não posso esperar que você se envolva com isso.
— Eu gostaria de ajudá-la.
— Ajudar como?
— Eu posso obter informações que você pode não ter acesso.
Ela se sentou ao lado dele e riu, tamborilando os dedos no tampo da mesa. — Não há muitas informações que eu não tenha acesso.
Ele olhou para ela e depois voltou para o seu computador. — Não tenho dificuldade em acreditar nisso.
— Minha última pista foi embora. O garoto vampiro desapareceu.
— Você precisa de ajuda para localizá-lo?
— Eu já fiz. Ele desapareceu ontem de manhã. Nunca apareceu para o trabalho. Ainda não foi dado como desaparecido, mas tenho certeza que estará em breve. A pior parte é que ele me disse que aconteceria. Ele me avisou que isso aconteceria comigo também porque os vampiros viriam atrás de mim.
— Oh. E você não está preocupada?
Ela zombou. — Quão preocupada eu poderia estar? É uma história ridícula. Você não acha?
Ela estudou seu rosto, tentando ler sua expressão, que se mostrou extremamente difícil. Seu rosto estava completamente impassível. Ele fechou o computador e olhou-a com grandes olhos azuis. Podia-se dizer que ele sentia compaixão por ela. Mas era somente isso.
— O que você acha?
— Te disse o que penso. Acho ridículo. Mas é a última pista que tive. Todo o resto era um beco sem saída. As mesmas pessoas contando as mesmas histórias. Ninguém tem mais informações do que eu. Na verdade, tenho mais informações. Estava ajudando os outros. Era só o cara vampiro que tinha um pedaço do quebra-cabeça que eu estava perdendo. Mas você não pode realmente chamar de "sua irmã foi sequestrada por vampiros" um pedaço de qualquer quebra-cabeça, não é?
— Talvez tenha sido uma metáfora? — Cato disse, esfregando o queixo.
— Uma metáfora? Eu suponho. Mas uma metáfora para o quê?
— Você disse que achava que era uma conspiração. Pessoas estão sendo sequestradas e a polícia está encobrindo. Agora, se o vampiro é uma metáfora para um certo tipo de pessoa, de que tipo seria uma metáfora?
— Deixe-me ver. Vampiros sugam o sangue das pessoas. Eles são imortais, ricos e poderosos.
Ela parou e ficou em silêncio enquanto as peças do quebra-cabeça se uniam, e uma imagem começou a tomar forma.
— Por que os ricos e poderosos levariam minha irmã? Por que eles sequestrariam homens e mulheres velhos? O que eles querem?
— Talvez não entendamos seus motivos. — Disse ele.
— Mas entender o porquê é a melhor maneira de entender como, quando e onde.
— Eu posso ver o seu ponto. — Disse Cato.
Ela recostou-se na cadeira, enfiando as mãos nos bolsos. Ainda estava desconfiada de Cato, mas ele já estava provando ser útil. Agora que estava pensando em “vampiros” de uma maneira diferente, estava começando a fazer sentido. Talvez as pessoas que foram sequestradas tivessem alguma habilidade especial que essas pessoas queriam. Tinha que haver uma semelhança entre eles. Algo que os ligava, algo que os tornaria desejáveis o suficiente para os ricos e poderosos sequestrá-los.
— Nós apenas temos que descobrir o que essas pessoas tinham em comum. — Disse ela, puxando seu próprio laptop pela mesa em sua direção.
— Você tem uma lista de nomes? — Perguntou Cato.
— Tenho. — Disse ela. — Dê-me seu endereço de e-mail e enviarei para você agora.
Deu-lhe seu endereço de e-mail e ambos começaram a digitar furiosamente em seus laptops. Olhando para as vidas das pessoas que foram sequestradas, ela encontrou uma ampla seção transversal de pessoas. Na superfície, não havia semelhança alguma. Os dois trabalharam fundo durante a noite, procurando por qualquer ligação possível entre as dezenas de pessoas que haviam desaparecido misteriosamente e depois seus casos fechados. A maior semelhança que conseguiu encontrar, logo de cara, foi que eram todos responsáveis que não iriam desaparecer dessa maneira. Isso foi o que fez suas famílias suspeitarem.
— A maioria dessas pessoas era talentosa e inteligente. — Disse Cato, várias horas depois. — Eles vêm de várias esferas da vida, mas todos tinham algo especial sobre eles. Algo que os separava das pessoas comuns.
— Estava começando a ver o mesmo padrão. — Disse Penélope. — No começo, não era óbvio, mas então ficou claro. Por exemplo, essa mãe que fica em casa. Na superfície, ela parecia uma mãe normal de duas crianças que deixou seu emprego no escritório quando seus filhos nasceram. Mas então descobri que ela vinha desenvolvendo jardins urbanos para jovens da cidade. Esse desenvolvimento foi atribuído à redução da taxa de criminalidade nesses bairros em cinco por cento. Não é um número insignificante. O homem de setenta e cinco anos que morava em uma casa de repouso. Trabalhou para uma companhia de seguros por quarenta anos. Mas em sua juventude, esteve no exército e foi premiado com uma medalha de valor por seus atos de bravura.
— Estou observando a mesma coisa. — Disse Cato.
— Mas o que os ricos e poderosos querem com essas pessoas? Como poderiam aproveitar e usar esses talentos? Isso simplesmente não faz nenhum sentido. A menos que ... Não. Isso é loucura.
— O quê? — Perguntou Cato.
— A menos que realmente haja algo sobre o sangue deles. — Ponderou Penélope.
— Está ficando tarde. — Disse Cato, olhando para o relógio.
— Oh, droga. — Disse Penélope. — Preciso estar no trabalho em três horas. Esta é a terceira noite desta semana que fiz isso.
— Faz o que?
— Fiquei acordada a noite toda trabalhando. Você está certo. Preciso ir para a cama.
— Muito bem. — Disse ele fechando seu laptop e ficando em pé.
Ela o levou até a porta e a abriu, aliviada por ele não ter tentado estuprá-la ou assassiná-la durante a sessão de pesquisa.
— Obrigado pela ajuda. Sinto que fiz muito progresso esta noite.
— Não agradeça. — Ele disse. — Posso ir verificar meu trabalho na biblioteca amanhã.
— Está bem então. Vejo você amanhã.
Penélope fechou a porta e suas suspeitas sobre Cato estavam piores do que nunca. Mas mesmo que ele não fosse o que alegava ser, ainda estava ajudando-a. Se os vampiros eram reais, talvez os super-heróis também fossem. Talvez o homem fosse como o Super-Homem e a identidade do consultor de segurança da Internet fosse apenas um disfarce. Riu de si mesma; sua falta de sono estava chegando. Penélope atravessou seu apartamento, apagou todas as luzes e desmoronou na cama. Se ele era como o Super-Homem, talvez ela pudesse ser sua Lois Lane. Um bom pensamento para adormecer.
Capítulo 7
Cato voltou para o seu apartamento do outro lado da rua do prédio de Penélope e montou um sistema de vigilância que o alertaria sobre qualquer atividade suspeita que acontecesse nas proximidades de seu condomínio. Então contatou Kian sobre seu progresso e foi dormir.
Quando acordou de manhã, repassou o que havia acontecido no dia anterior com Penélope. Ele contornou o assunto dos vampiros bem o suficiente. Mas eventualmente teria que falar algo sobre. Se Penélope fosse de fato sua companheira, aprenderia sobre eles por padrão. Considerou dizer a ela na noite passada, mas tinha decidido por não falar.
Ainda não sabia se era sua predestinada. Não podia confiar nos delírios de sua besta interior para lhe dar essa informação. Ele precisava de fatos. Uma confirmação da análise de acasalamento era tudo o que aceitaria. Até então, só cuidaria dela e se asseguraria de que não fosse atacada pelos mesmos vampiros que levaram sua irmã. Certamente, se os vampiros puderam levar sua gêmea, eles viriam atrás dela também.
Isso preocupou Cato mais do que um pouco, e estava feliz por ter se esforçado para protegê-la. O que os Dragões Guardiões ousariam fazer para proteger a Dragon Soul? Matar ou não.
Tomou banho, vestiu-se e tomou um rápido café da manhã antes de pegar suas coisas e ir para a biblioteca. Penélope já estava lá quando chegou. Ele colocou seu laptop em uma mesa no canto do segundo andar.
— Ei. — Disse Penélope, parando ao lado da mesa. — Você já está aqui.
— Sim. Queria continuar monitorando minha atualização de segurança.
— Ótimo. — Ela disse. Sua voz demonstrando desconfiança. — Bem, deixe-me saber se você precisar de alguma coisa. — Ela saiu e desapareceu atrás da porta do escritório.
Precisava que acreditasse nele, pelo menos até que pudesse confirmar que ela era ou não sua companheira. Então decidiria como melhor protegê-la. Se ele e sua tripulação pudessem proteger cada Dragon Soul no planeta, então fariam isso. Mas como estava, não podiam.
A companheira de Aiden, Winnifred, descobriu que quando um vampiro mordia uma Dragon Soul, o sangue era tóxico para o vampiro. O mais velho que a tinha mordido tinha caído morto quando a provou. Cato estava pesquisando as implicações de tal toxina, com a esperança de criar um tipo de vacina contra esses bebedores de sangue para todos os Dragon Souls e possivelmente humanos também. Estavam nos estágios iniciais, realmente apenas uma ideia neste momento. Ele foi forçado a abandonar sua pesquisa quando descobriu Penélope.
A insistência de seu dragão de que ela era sua companheira não deixava espaço para mais nada. A evidência promissora de uma toxina vampírica teria que ser deixada para outro momento. Agora, sua única prioridade era sua consorte. Sua mulher em potencial, se corrigiu.
Quando fosse confirmado, ele decidiria o que fazer em seguida. Pena que seu dragão não concordava. Cato nunca estivera tão em extremo com sua besta. Normalmente, seu Dragão interior era tão estudioso e racional quanto ele. Mas assim que viu o rosto de Penélope na tela do computador, perdeu todo o controle.
Cato odiava que o impulso de acasalamento pudesse fazer isso com ele. Estava cometendo erros ridículos em todo o lugar. Veio para Seattle sem um plano, dando a Penélope uma história ridícula, que felizmente acreditou. Foi até a casa dela, quase confirmou a existência de vampiros e enviou-a em uma perseguição selvagem procurando por seres humanos malignos em posições de poder. Se cometesse outro erro dessa magnitude, não sabia o que faria com ele mesmo.
— Você quer ir almoçar? — Penélope perguntou, se aproximando de sua mesa mais tarde naquele dia.
— Claro. — Disse ele. — Estava terminando.
— Há um ótimo café em frente com a melhor salada Caesar com frango. Se você gosta desse tipo de coisa.
— Amo salada. — Disse ele, seguindo-a pelas escadas até o primeiro andar da biblioteca.
Eles atravessaram a rua. Ouviu um apito dos trabalhadores da construção no prédio ao lado. Olhou para o homem no jeans apertado desbotado. O homem estava olhando para Penélope com luxúria em seus olhos.
— Ele está chamando você de gata? — Perguntou Cato.
— Provavelmente. — Penélope murmurou. — Minha colega de trabalho gosta de flertar com eles na sala de descanso. Ela me faz fazer isso às vezes.
Cato podia sentir seu sangue começar a ferver. Levou cada grama de sua força para se impedir de mudar, pular no ar e comer aquele homem humano em uma mordida.
— Você quer que eu faça algo sobre isso? — Perguntou em uma voz firme enquanto pisavam na calçada em frente ao café.
— O que? Não, por favor, não. Tem havido uma coisa toda com as bibliotecárias e esses caras desde que a construção começou. Acho que ele quer namorar comigo para ser honesta. Pena que não é meu tipo.
Cato resmungou baixinho e sacudiu a cabeça. — Qual é o seu tipo? — Perguntou enquanto segurava a porta do café para ela.
Ela deu-lhe um olhar malicioso e corou. Afastando-se, se escondeu atrás da cascata de seu cabelo castanho ondulado.
— Vou comer uma salada Caesar com frango e um smoothie verde. — Disse Penélope para a moça do balcão. Virando-se para Cato, ela disse. — Estou tentando comer de forma saudável. — Esfregou o estômago. — Tenho que perder alguns quilos.
— Por quê? — Perguntou Cato, completamente confuso. Ela parecia perfeita. Mais que perfeita. Suas curvas deliciosas estavam deixando-o louco naquele exato momento. Por que iria querer perdê-las? A garota atrás do balcão deu-lhe um olhar de lado e Penélope riu.
— Todas as mulheres não dizem isso?
— Elas não deveriam. — Cato resmungou. — Você não deveria.
— O que você gostaria? — Perguntou o caixa. Cato olhou para cima e percebeu que ele estava segurando a fila por vários minutos, contemplando as curvas perfeitas de Penélope.
— Oh, o mesmo que ela.
O funcionário pegou seu dinheiro e entregou-lhe um recipiente de salada. Eles ficaram no final do bar enquanto o fabricante do smoothie misturava suas bebidas. Com as bebidas na mão, Penélope e Cato levaram seus lanches para um balcão perto da janela.
— Gosto de ver as pessoas passando enquanto almoço. — Disse Penélope. — Isso faz me sentir menos sozinha.
— Por que você se sentiria sozinha? — Perguntou.
— Sempre tive minha irmã, mesmo que tenha tido dificuldade em fazer amigos, especialmente namorados. — Ela riu. — Mas agora que não consigo encontrá-la, fica mais difícil do que nunca.
— Então, você não tem um? Um namorado, é isso?
— Não. — Disse ela, olhando para a salada enquanto espetava um grande pedaço de alface romana com o garfo de plástico.
— Você nunca me disse o seu tipo. — Disse ele, as palavras saindo de sua boca como se não tivesse controle de si mesmo. Sentiu vontade de dar um tapa na testa, mas não conseguiria deixar mais óbvio que idiota estava sendo.
— Ha, meu tipo. Bem... — Ela continuou comendo sem olhar para ele, olhando para a salada. Soltou um longo suspiro e o encarou, sorrindo como se estivesse prestes a rir. Suas bochechas tinham um belo tom de rosa. — Para ser honesta, alguém parecido com... Você. — Disse ela, olhando-o diretamente nos olhos.
— Oh.
O que ele ia fazer agora? Diga que se os Deuses tivessem feito uma mulher exatamente de acordo com suas especificações, seria ela? Diga que a besta interior estava naquele momento gritando para agarrá-la e beijá-la? E não parava por aí. Não, exigia que ele não parasse até que a fizesse sua para sempre? Não podia dizer isso. Em vez disso, sentou-se em silêncio como um tolo mudo.
— Qual é o seu tipo? — Ela disse, quebrando o silêncio.
— O q-que? — Ele gaguejou. — Meu tipo. Eu ...
— Por que você está tão envergonhado? — Ela disse provocativamente. —Você me perguntou. O que ... você gosta de algo esquisito, como garotas que se vestem de gatos?
Gatos? — Ele murmurou. — Não. Não é isso.
— Apenas fale então. — Ela riu.
— A verdade é que eu me sinto atraído por você desde o primeiro momento em que te vi.
— Oh. — Disse ela, o rosa em suas bochechas ficando mais brilhante. — Bom saber.
— Bem, agora nós admitimos nossa atração um pelo outro. — Ele disse, sua garganta incrivelmente seca. Teve que chupar seu smoothie até que acabou para limpar o caroço que se formou. — O que você acha que devemos fazer?
— Em circunstâncias normais, eu diria que devemos começar a namorar mas preciso encontrar minha irmã. Posso sentir que ela está em perigo. Flora nunca sairia no meio de sua dissertação e não voltaria. Isso não é possível. Algo está definitivamente errado. Alguém a levou, e ela não pode voltar para casa ou até mesmo entrar em contato comigo. Preciso encontrá-la. E acho que você pode me ajudar.
— Eu posso ser capaz. — Ele murmurou.
— Olha, Cato. Eu sei que há algo que você não está me dizendo. Essa falsa história sobre a segurança da internet foi pouco convincente. Você não acha? Mantenho um controle muito apertado, e não encontrei evidências de perda de dados até que você aparecesse. Isso é muita coincidência.
— Eu não posso te dizer mais do que já tenho feito.
— Você é como um super-herói ou algo assim? Aqui para proteger Seattle do crime?
— Algo parecido.
— Ha, eu sabia disso. — Disse ela em tom de brincadeira. — Não mesmo. Sei que há algo. Tenho a suspeita de que eu hackeei seu banco de dados na outra noite o que o levou a vir me checar. Provavelmente não deveria estar lhe dizendo isso, mas aí está. Passamos a noite toda juntos ontem à noite, e nós dois acabamos de admitir que estávamos um na mira do outro. Está ficando um pouco intimista demais para ficarmos rodando em círculos. Então, estou contando o que suspeito. É pegar ou largar.
Cato suspirou. Ele não podia acreditar que ela o expusesse assim. Então, novamente, poderia. Era sua companheira e não deveria esperar menos dela.
— Ok, eu admito. Foi meu banco de dados que você invadiu.
— Eu sabia!
— E falando sobre sua irmã, eu não posso revelar o que é ainda. Preciso saber algo primeiro. É para sua própria segurança.
- Hum. Você não precisa me proteger. Posso cuidar de mim mesma.
— Não, eu não acho que você pode, não dessas pessoas. Veja o que aconteceu com sua irmã.
— Você quer dizer a irmã que foi sequestrada por vampiros?
— Isso mesmo. — Disse ele.
— Bem. Não me diga. — Disse ela, pulando do banquinho. — Preciso voltar ao trabalho. Te vejo por aí. Tenho suas informações se você quiser se conectar depois do trabalho.
E desapareceu porta afora, o deixando sentado ali, observando-a enquanto o trabalhador da construção civil lhe gritava de cima. Cato rosnou. Ele estava perto, mas ainda um pouco longe. Tudo nele queria ir agarrá-la e dizer-lhe que pertencia a ele, que foram feitos um para o outro e que precisavam estar juntos em todos os sentidos. Mas ele não podia. Isso iria contra tudo em que acreditava.
Cato soltou um suspiro irritado. Não sabia no que ele acreditava mais. Lá estava ela, entrando na biblioteca do outro lado da rua. A imagem da beleza. O começo e o fim de todo o seu desejo. Ele percebeu naquele momento que acreditava nela, neles, antes de qualquer outra coisa.
Maldita análise de acasalamento, ele precisava de sua mulher.
Capítulo 8
Penélope estava começando a ficar realmente irritada porque Cato não lhe dizer o que sabia. Se ele tinha informações que pudessem levar a sua irmã, tinha a obrigação de contar a ela, não importando o que fosse. A história ridícula sobre vampiros era apenas isso, ridícula. E se houvesse pessoas ricas e poderosas sequestrando seres humanos excepcionais, mais uma razão para ajudá-la a derrubar o círculo do crime.
Voltou a trabalhar, mas não o viu pelo resto do dia. Ele estava mentindo sobre estar com a empresa de banda larga em primeiro lugar, ficou desapontada por ter acreditado por um segundo sequer. O resto do dia no trabalho foi quase insuportável. Candice continuou a provocá-la sobre o cara da internet dizendo que eles fariam lindos bebês nerds. Penélope teve que se impedir de revirar os olhos para a amiga mais do que algumas vezes.
Como o dia se estendeu e Cato não voltou, estava começando a se preocupar que talvez o tivesse assustado. Não só ela precisava da ajuda dele, e da informação que estava escondendo dela, estava realmente começando a gostar dele. Não conseguia explicar. Havia algo sobre ele que a atraia. Não era típico encontrar um cara que fosse tão inteligente, talentoso e que também fosse sexy demais.
Ele tinha mais de um metro e oitenta de altura, ombros largos e tonificados, abdômen de tanquinho que escondia sob aquelas camisas de manga curta surradas que usava. Viu na noite em que eles estavam pesquisando juntos. Se quisesse, poderia ser tão quente quanto os operários de construção do outro lado da rua da biblioteca. Facilmente. Provavelmente até mais. Além disso, ele escreveu o código mais elegante que já testemunhou em toda a sua vida. Era coisa de alto nível. Os poucos segundos que esteve dentro de seu banco de dados, tinha explodido sua mente. E estava ansiosa para voltar a entrar no sistema o mais rápido possível. Mas essa não era a única coisa que ela estava ansiosa para fazer.
Ele usava bermuda cáqui que escondia seu corpo com bastante eficiência, mas pelos poucos olhares cuidadosos que Penélope havia roubado, podia ver que malhava. Quando saiu e esperou no ponto de ônibus, balançou a cabeça para si mesma. Não podia acreditar que estava tendo esses pensamentos. Mas não conseguia evitar. Os profundos olhos azuis de Cato chamavam-na. As conversas que compartilhavam e a energia que irradiava entre eles a faziam querer muito mais.
Poderia realmente ter tudo? Poderia realmente ter conhecido um homem ao qual ela tanto se interessava fisicamente quanto intelectualmente? Penélope nunca pensara que isso aconteceria. Mas havia. No pior momento possível. Deveria que se concentrar em encontrar sua irmã, e esperava que Cato pudesse ajudá-la.
O ônibus parou na frente dela e os freios de ar explodiram quando a porta se abriu. Subiu a bordo e encontrou um lugar, tirando o celular do bolso. Enviou uma mensagem a Cato.
— É sexta à noite. — Começou. — A maioria das pessoas está se divertindo. Você está pronto para pegar o cara mau, Batman?
— Eu não sou Batman. — Ele mandou uma mensagem de volta.
— Não. — Ela respondeu. Esperou várias batidas com os polegares pairando sobre o teclado. Mordeu o lábio e digitou o resto do texto. — Você é mais bonito.
— Qual Batman você está se referindo? Michael Keaton provavelmente. Christian Bale, imagino que não.
— Eu diria todos eles. Até George Clooney.
— Não, de jeito nenhum. — Ele respondeu.
— Podemos continuar esta conversa mais tarde. Você quer me encontrar no meu apartamento para uma pequena sessão de hackers?
— Estarei lá em dez minutos.
— Venha em vinte. E traga uma pizza.
— Que sabor?
— Bacon e abacaxi canadense.
— Você gosta de abacaxi na pizza?
— Não comece.
— Vou escolher meia havaiano e meia supremo. O que acha?
— Parece bom, desde que seja grande.
— Feito. — Ele digitou de volta.
Penélope abriu um sorriso imenso enquanto descia do ônibus em sua parada. Apressando-se para seu apartamento, arrumou um pouco em antecipação à chegada de Cato. Estava tão ocupada procurando por sua irmã que mal cuidava de si mesma. Pegou toda a roupa suja, enxaguou a louça na pia e jogou na máquina de lavar louça, juntou todos os jornais velhos do chão. Ela estava pronta quando ele bateu na porta.
— Estou tão feliz em ver você. — Disse ela, pegando a caixa de pizza e se afastando.
— Eu ou a pizza? — Cato perguntou seguindo-a para dentro.
— Principalmente a pizza, — Disse ela.
— Estou feliz em ver você também. — Disse ele.
— Estou apenas provocando. Mas estou morrendo de fome. Uma menina não pode viver de saladas e smoothies verdes.
— Você que está dizendo. Eu tenho o apetite de uma fera voraz.
Abriu a caixa de pizza e olhou para ele através de seus cílios. — Oh, sério mesmo?
— Você não tem ideia.
— Então, é isso que você está escondendo de mim? Você é realmente um lobisomem? E eu aqui pensando que você fosse o Batman.
— Não sou nem Batman nem lobisomem.
— Bem, isso são apenas duas suposições, eu tenho dezoito mais.
— Dezoito?
— Sim, dezoito de vinte. Do jogo vinte perguntas?
— Não sabia que estávamos fazendo vinte perguntas.
— Bem, agora você sabe. — Disse ela, colocando três pedaços de pizza havaiana em um prato de papel. Sentou-se à mesa da sala de jantar e limpou as mãos em uma toalha de papel.
— Pergunta número três. Você é de Seattle?
— Defina “é de”.
— Você nasceu aqui?
— Não.
— Pergunta número quatro. Você é um extraterrestre?
— O que?
Ele ficou sentado olhando para ela por longos momentos. Ela deu uma mordida na pizza e depois outra, e depois outra, ficando mais nervosa quanto mais ele permanecia em silêncio.
— Vou tomar isso como um sim. — Disse ela. — Continuando. Onde você aprendeu a codificar aqui?
— No meu planeta natal.
— O seu planeta natal fica nesta galáxia?
— Sim.
— E os humanos sabem isso?
— Não, eles não sabem.
— Você está aqui para escravizar todos os humanos?
— Definitivamente não.
— Humm, então me deixe pensar. Você está aqui porque quer se acasalar com as garotas da Terra?
— Parcialmente.
— Você tem que responder sim ou não.
— Sim.
— Que outro motivo você poderia ter para estar aqui? — Ela perguntou, batendo com o dedo nos lábios.
— Já terminamos este jogo? — Ele perguntou, dando uma mordida na pizza suprema. Um pedaço de pimentão caiu em seu prato e ele se inclinou para frente desajeitadamente, como se tentasse pegá-lo em sua boca, mas se atrapalhou, deixando cair ainda mais recheio no prato. — Revelei todos os meus segredos para você.
— Mais uma pergunta. Como você sabe o que aconteceu com a minha irmã?
— Isso não é uma pergunta sim ou não.
— Minha irmã foi sequestrada por vampiros?
— Provavelmente sim. — Disse ele.
Penélope suspirou e pousou a pizza, esfregando os olhos. — Ok, ok, terminei. Vamos falar sério agora. Preciso descobrir o que aconteceu com ela. Se você sabe alguma coisa, Cato, precisa me contar.
— Você é a única que começou a falar sobre Batman e lobisomens.
— Você brincou junto. O que é essa história sobre ser um extraterrestre? Isso foi você, amigo.
— Você me pegou. — Disse ele. — Precisamos levar isso mais a sério.
— Sim. Nós definitivamente precisamos. Quanto mais tempo Flora ficar desaparecida, é mais provável que nunca mais voltará. Fiz muita pesquisa sobre pessoas desaparecidas, e as primeiras vinte e quatro horas são as mais cruciais. Estatisticamente falando, minha irmã deve estar morta agora se ela foi realmente sequestrada. Não houve pedido de resgate. Em comparação com outros casos como esse, a probabilidade de dela já estar falecida é extremamente alta. Mas sei que minha gêmea não chegou ao fim da vida. Posso sentir ela. Como um sexto sentido. Sei que está viva, e apavorada. E senti dores. Não posso explicar isso, apenas sei. Tenho que encontrá-la. Cato, se você sabe de alguma coisa, precisa me contar agora.
— Estou tentando ajudar. Mas também estou pretendendo mantê-la segura, Penélope. Você tem que entender que é mais importante para mim do que qualquer outra coisa.
— Por que você se importa tanto em me manter segura? Acabamos de nos conhecer.
— Você é uma boa pessoa. E me mataria se qualquer coisa ruim acontecesse a você. Então, tenho que ter cuidado com o que te digo. Se souber muito cedo as coisas, pode ser realmente prejudicial.
— O que é que você precisa saber antes que possa me dizer a verdade? — Ela disse, levantando-se da mesa. Eles estavam brincando a um minuto atrás, mas de repente se lembrou de como estava irritada com a falta de transparência. Gostava dele. Esse era o problema. Simpatizava muito com ele. Poderiam sentar aqui em cima, comer pizza e brincar a noite toda sobre Batman e lobisomens. Mas se ia esconder a verdade dela, nada disso importava. Precisava encontrar sua irmã. Flora era a pessoa mais importante em todo o mundo e Cato morreria se algo acontecesse com ela.
— Eu vou dizer assim que puder. Você tem que confiar em mim.
— Por quê? Por que eu tenho que confiar em você? Não sei nada sobre você. O que sei é que você é um mentiroso.
— Penélope...
Ela soltou um suspiro profundo e começou a andar pela sala de jantar. Ele olhou para ela, um brilho ferido vinha de seus olhos.
— Talvez eu deva ir.
— Não. Você não vai a lugar nenhum.
— Não estou mentindo para você.
— Você me disse que trabalhava em uma empresa de banda larga. Isso foi uma mentira. Agora você está mentindo sobre mentir.
— Isso foi um erro. Eu não sabia mais o que dizer.
— Então você trouxe essa identidade. Todos esses dados falsos. Você invadiu meu sistema e fez parecer que havia um vazamento de informações. Não apenas mentiu para mim, como criou uma grande cortina de fumaça para me convencer de que é algo que você não é. E agora tudo o que sei é que você não é o Batman e não é um lobisomem. Mas você é um extraterrestre, de um planeta não descoberto nesta galáxia, está aqui para acasalar com as garotas da Terra. Além disso, você é um completo mistério.
— E me disse que pode me ajudar a encontrar minha irmã, que sabia algo sobre ela. Você sabe o que me levou ao seu banco de dados? O mesmo cara que me disse que minha irmã foi sequestrada por vampiros. Ele me disse que eu tinha que te encontrar. Disse que você estava envolvido. Pelo que sei, você é um dos sequestradores.
Ela caminhou até a gaveta da escrivaninha onde mantinha seu spray de pimenta e a abriu. Acariciou a lata dentro da gaveta e olhou para ele. Seus ombros estavam caídos e estava olhando para o prato de papel gorduroso na sua frente.
— Sinto muito sobre a coisa da banda larga. Isso foi tão idiota. Fiz todas essas coisas para poder falar com você. Eu te disse que estou tentando te proteger. Por favor, apenas acredite em mim.
— Não tenho nenhum motivo para acreditar em você.
— Se você não acredita em minhas palavras, então pode acreditar no meu coração?
Ele se levantou e atravessou a sala, tirando a mão da gaveta e colocando-a contra o peito. Olhou nos olhos dela, seu olhar implorando. Seus lábios acenando. Ela desviou o olhar, prestes a puxar as mãos para pegar o spray e borrifá-lo na cara dele, mas algo dentro dela assumiu e colocou os braços em volta do pescoço dele. Levantando-se na ponta dos pés, plantou um beijo quente e profundo em seus lábios lindos.
Poços profundos de desejo inundaram sua consciência, abafando todas as palavras e preocupações. Ele envolveu seus braços ao redor dela, puxando-a com força contra seu corpo rígido. Ela podia sentir a força enrolada dentro dele enquanto a segurava. Esfregando as mãos para cima e para baixo nas costas e para cima e para baixo nas coxas.
O beijo deles se aprofundou, ficando úmido e voraz. Sua língua entrava e saía de sua boca enquanto ele segurava a cabeça dela com uma mão e as costas com a outra. Ela segurou seu rosto nas palmas das mãos, sentindo a leve barba no queixo dele. Eles se consumiam, gemendo quando a inundação de desejo a puxou tão profundamente que teve que respirar por ar. Se abraçaram, ofegantes.
— Oh, meu Deus. — Ela engasgou.
— Penélope — Disse ele. — Eu sinto muito. Não posso fazer isso quero mais do que posso dizer. Tenho que ir.
Ele a soltou, se afastando. Saiu pela porta sem olhar para trás e fechou, deixando-a sozinha, excitada e confusa.
— Então é assim que se parece um alienígena. — Ela murmurou para si mesma, tentando acalmar seu coração selvagem.
Capítulo 9
Cato saiu da casa de Penélope, sentindo-se um idiota. Por que tinha se envolvido nessa brincadeira boba? Havia revelado demais. Mais importante ainda: por que a beijou? Claro que sabia o porquê. Não pôde resistir a ela. Isso estava deixando-o louco. Em cada momento de cada dia desde a primeira vez que colocou os olhos nela, seu dragão gritava em seus ouvidos. Não podia pensar, mal conseguia andar, falar ou passar o dia sem sentir a agonia mental de seu dragão interior. Estava ficando demais, mesmo para ele. Depois daquele beijo, Cato teve que admitir para si mesmo que acreditava que Penélope era sua companheira, independentemente da análise de acasalamento.
Resmungou consigo mesmo enquanto atravessava a rua e entrava no prédio onde alugara um apartamento. Penélope também o queria. Aquele beijo não mentia. Ele não podia ficar longe dela por mais tempo. Tinha que vê-la novamente, o mais breve possível.
Entrou em seu apartamento, sentou-se em frente ao computador e sacudiu o mouse para acordar a tela. Começou a digitar, interagindo com a IA, Bethi, de sua nave. Ele ainda estava pesquisando a possibilidade de uma vacina contra vampiros. Se pudesse desenvolver algo, seria um longo passo na luta contra os vampiros. Mas, por mais interessante que fosse o conceito, Cato não conseguia acalmar seu dragão ou afastar seus pensamentos de Penélope, e a sensação de seu corpo mole em seus braços, por mais alguns instantes, por mais uma vez. Ele praguejou em Dragoniano e pegou seu celular.
— Sei que é tarde. — Ele mandou uma mensagem para Penélope. — Mas queria saber se você gostaria de passar o dia juntos.
Olhou para o celular por um longo momento, e então finalmente o colocou no chão. Com um suspiro, voltou a trabalhar na vacina. Um momento depois, seu celular tocou. Pegou e olhou para a tela. Havia uma mensagem de texto de Penélope.
— Pensei que isso fosse uma chamada. — Disse ela.
— Você quer que seja um telefonema? — Perguntou. Ele cerrou os dentes. Por que continuava se apaixonando por ela?
— Talvez. — Ela respondeu.
— Eu estava prestes a ir para a cama.
—Você tem um plano?... Estou apenas brincando! Quer sair amanhã.?
— Na verdade não tenho planos. Só queria ver você de novo.
— Eu quero ver você também. Desculpe por mais cedo. Estou muito frustrada. E odeio não saber o que está acontecendo. Espero que você compartilhe seus segredos comigo em breve.
— Acredite em mim, eu quero.
— O que quer que esteja acontecendo, Cato, vou tentar confiar em você. Normalmente, não confiaria, mas tenho um bom pressentimento. E se você me enganar, vai pagar por isso.
— Talvez um piquenique. Justo. Você quer se encontrar para um almoço?
— Isso parece ótimo. — Ela digitou. — É melhor eu dormir agora. Não tenho conseguido dormir o suficiente ultimamente.
— Eu também. Boa noite.
Boa noite, minha linda companheira, pensou consigo mesmo. Cato gemeu e pousou o celular. Esfregando os olhos, se arrastou até o quarto e desabou no colchão. Enquanto respirava fundo e tentava relaxar o suficiente para dormir, Bethi falou em sua mente.
— Análise de acasalamento completa. — Disse a IA.
Cato sentou na cama, subitamente acordado.
— Qual o resultado? — Perguntou. Já sabendo a resposta.
— Está confirmado que Penélope Baptiste é sua companheira.
— Sim!
Caindo de volta na cama, seu dragão interior ronronou dentro de sua mente. Finalmente, a besta relaxou e se encolheu no canto de sua consciência. Pela primeira vez em dias, Cato conseguia pensar direito. Adormeceu, imaginando sua vida junto com Penélope. Beijando-a, fazendo amor com ela, criando seus filhos juntos. Seu coração pulsou em antecipação e teve sonhos felizes sobre seu futuro.
Quando acordou na manhã seguinte, estava no melhor humor que teve em toda a sua vida. Ele não conseguia parar de sorrir. Tomou um banho, radiante. Comeu seu cereal com um sorriso nos lábios. Checou seu computador, quase rindo de prazer. Então notou alguns resultados de informações muito interessantes de sua pesquisa na noite anterior. Havia uma possibilidade distinta de que seria possível desenvolver uma vacina para Dragon Souls sintetizando o sangue das próprias. Coçou o queixo, considerando os pontos. Ainda havia muito mais trabalho a fazer, mas essa análise preliminar era promissora.
Por volta das onze horas, mandou uma mensagem para Penélope e disse que estava a caminho de seu apartamento, se ela estivesse pronta para ir.
— Acabei de colocar minha maquiagem. Estou faminta. Você está pronto para comer?
— Estou sempre pronto para comer.
— Nós temos muito em comum. Te vejo em breve.
Ele saiu pela porta com uma canção em seu coração e um sorriso radiante ainda curvado em seus lábios. Desceu a rua até a florista na esquina e comprou um grande buquê de flores. Conhecia o nome de cada flor pelo seu nome comum e em latim. Mas o que importava mais era como faria Penélope sorrir.
Desceu a rua com um passo entusiasmado. Quando chegou à sua porta, ele bateu feliz, e ela abriu, imediatamente reagindo à sua energia radiante. E possivelmente às flores.
— Estas são para você. — Disse, entregando a ela. Ele tinha visto isso em mais de um dos filmes românticos que estudou.
— Elas são lindas, Cato. Obrigada. — Disse, pegando as flores.
Ele entrou em seu apartamento enquanto ela colocava as flores em um vaso e pegava suas coisas.
— Estou pronta para ir. — Disse, verificando sua bolsa mais uma vez.
Pegaram o elevador até o primeiro andar e atravessaram a rua até o carro.
— Este é um bom carro. — Disse, enquanto ele a ajudava a entrar no banco do passageiro da SUV.
— Meu outro carro é um Lamborghini. — Disse ele, fechando a porta atrás dela.
Ainda estava rindo quando ele subiu no banco do motorista e virou a chave na ignição.
— Pedi nosso almoço para levar, se estiver tudo bem. Pensei que poderíamos dar uma pequena volta no campo. Tomar um pouco de ar fresco.
— Isso parece ótimo. — Disse ela.
Cato parou e pegou a sacola no restaurante que havia pedido e começou a sair da cidade. Pararam em um parque do condado, na periferia da cidade para almoçar. Sentado em uma mesa de piquenique perto do parquinho, Cato observou Penélope sorrir para as crianças.
— Elas são fofas. — Disse.
— Eu gosto de crianças. — Disse ele. — Sempre quis uma família.
— Mesmo? Não são muitos caras solteiros que admitem isso.
Ele percebeu que homens humanos tomam suas vidas como garantidas. Suas mulheres, seus filhos, suas famílias. Os dragões perderam tudo, até o planeta deles. E agora estavam aqui na Terra, lutando desesperadamente para proteger o que restava. Eles também tinham sido tolos uma vez. Os anciãos se recusaram a deixar Dragonia quando o sol começou a morrer; mesmo com as mulheres desaparecendo e doenças crescendo em todo planeta.
Desde que a House of Flames despertou, tudo isso havia mudado. Kian era um líder sábio e bom; e entendia a importância da família desde o nascimento de Ember. E quando encontrou sua companheira Everly, tudo se encaixou.
— Por que não admitiria que queria uma família? — Perguntou ele, perplexo.
— Você pergunta para mim? — Penélope disse. — Acho que é algo sobre a liberdade.
— A liberdade de desapego é superestimada. — Disse ele.
— Tenho que concordar com você nisso. Eu e minha irmã Flora, estamos competindo uma com a outra desde que me lembro. Sempre empurrando uma a outra para conseguir mais. Especialmente desde que nossos pais morreram. Mas isso significava que nenhuma de nós encontrou o amor que precisávamos. Nós sempre tivemos uma a outra, mas agora que somos adultas, há um buraco vazio lá. Preciso encontrar Flora. Sem ela, mesmo a melhor vida não valeria a pena ser vivida. E não vou descansar até levá-la para casa.
— Eu sei. — Disse ele.
— Por favor, me diga o que você sabe. — Disse ela, dobrando o papel que segurava seu sanduíche.
— Eu vou. — Disse ele. — Estou apenas tentando descobrir como.
Penélope ficou em pé e jogou o papel na lata de lixo.
— Você está pronta para ir?
— Sim. Mas você vai ter que descobrir como me dizer o que sabe rapidamente. Eu trouxe meu spray de pimenta. E estou com vontade de usá-lo.
Ele riu, não tendo certeza se ela estava falando sério ou não. Nem sempre podia acreditar nela. Ela riu também, mas parou abruptamente e deu-lhe um olhar de morte.
— Eu estou falando sério. — Disse ela categoricamente.
— Acredito em você. — Disse ele, acenando com as mãos em sinal de rendição. — Vamos indo. Tenho mais que quero te mostrar.
— Oh sim? — Falou ao subir no banco do passageiro do carro.
— Procurei “os melhores lugares para ter um encontro na área de Seattle" na Internet esta manhã. Houve algumas excelentes sugestões.
— É isso que estamos tendo? Um encontro? — Disse quando ele saiu do estacionamento.
— Se for isso que você quer que seja. — Disse ele, entrando na estrada.
— Vou ter que pensar sobre isso. Depende se eu tenho que acertar você ou não. Spray de pimenta é igual a nenhum encontro. Nenhum Spray de pimenta pode ser igual a um encontro apropriado.
— Entendido. — Disse ele, olhando para ela para verificar sua expressão. Estava rindo, então ele tomou isso como um bom sinal.
Capítulo 10
Penélope aproveitou seu tempo com Cato. Ouviram música enquanto ele dirigia ao longo da costa, indo para o norte.
— Vou mostrar-lhe esta pequena praia isolada. — Disse ele. — É para ser muito romântico.
— Ah, romance. — Disse ela abanando as sobrancelhas para ele.
— Você disse que isso pode ou não ser um encontro, dependendo se você precisa ou não me machucar.
— De fato.
— E quais são os parâmetros que indicariam que eu mereço o spray de pimenta?
— Basicamente, se você não descobrir como me dizer o que você sabe, Sr. Extraterrestre.
— Honestamente, eu não acho que você queira saber. — Disse, saindo da estrada em uma cidade rural.
Cato atravessou a pequena cidade até a estrada estreita em direção ao oeste.
— Não está longe agora. — Disse ele.
— Claro que quero saber. — Disse. — O que possivelmente faria você pensar que eu não queira saber a verdade?
— É complicado, Penélope. — Disse ele com uma respiração irregular.
— Eu sou adulta. Algumas pessoas me consideram altamente inteligente. Acho que posso lidar com isso.
— O que tenho a dizer não tem nada a ver com inteligência.
Ela sentou-se em silêncio por longos momentos enquanto seguiam pela estrada rural. Saíram em uma estrada de cascalho que levava a um estacionamento com vista para o oceano. Ela ficou tão cativada pela vista que esqueceu por um momento o que estava acontecendo entre ela e Cato.
Saiu do carro e caminhou até a cerca de madeira, colocando a mão na superfície lisa. O dia estava um pouco nublado, mas quente, e as águas do Oceano Pacífico ondulavam contra a costa cinzenta. O ar salgado passou por seus cabelos, indo por trás dela e em seu pescoço. Fechou os olhos e respirou fundo. Fazia muito tempo desde que tinha saído da cidade. Para a praia. Ou respirado ar fresco. Era realmente bom. Ela abriu os olhos e olhou para Cato, de pé ao seu lado. Ele estava respirando fundo e olhando para o mar.
— Isso é lindo. — Disse ela.
— Quer dar um passeio na praia? — Ele perguntou.
— Sim. — Disse.
Ele abriu a mão, oferecendo-a. Ela olhou para seus olhos por uma fração de segundo e depois pensou: Que diabos. Eles já tinham se beijado, estava no meio do nada com ele, poderia também segurar sua mão. Sempre poderia jogar o spray de pimenta nele mais tarde.
Caminharam de mãos dadas por um caminho rochoso até a praia. Penélope rapidamente tirou os sapatos e segurou-os na mão livre. Cato fez o mesmo e desceram até a beira do mar. A água fria do Pacífico banhava a praia e beijava as pontas dos dedos dos pés. Ela gritou de prazer quando o frio formigou em sua pele. Eles correram em direção às ondas recuadas e depois fugiram quando a onda voltou. Serpenteando ao longo da praia, chegaram a uma pilha de troncos maciços sob um penhasco íngreme e desmoronado. Os ciprestes se agarravam à borda, afastando-se da costa.
Ela respirou fundo quando fechou os olhos, sentindo uma sensação de paz ao seu redor. Imediatamente se sentiu culpada. Enquanto estava aqui com seu homem misterioso e bonito, sua irmã estava sendo mantida em cativeiro em algum lugar. Era sua gêmea. Sabia disso nas profundezas de sua alma. Flora estava viva e estava em perigo.
— Diga-me agora Cato. — Disse, de frente para ele. — Diga-me o que você sabe sobre minha irmã. Ou nunca nos veremos novamente.
— Penélope. Você não pode.
— O que eu não posso fazer, Cato?
— Tenho que te ver de novo. Eu tenho que.
— Por que isso exatamente? — Ela perguntou.
Ele suspirou e se virou, olhando para o horizonte.
— Tudo faz parte da mesma história. Uma história que poucos humanos sabem.
— Você não é humano? Oh espere, isso mesmo. Você é extraterrestre.
— Você pensou que eu estava brincando ontem à noite. Mas a coisa é que tudo o que te disse é verdade.
Ela soltou a mão dele e se afastou, franzindo a testa profundamente e juntando as sobrancelhas com raiva. — Agora você está brincando comigo.
Começou a se afastar, correndo pela praia para chegar tão longe dele quanto possível. Não iria ouvir essa porcaria. Se tivesse que voltar para aquela pequena cidade e chamar um Uber aqui para levá-la para casa, que assim seja. Ele correu atrás dela e pegou seu braço, puxando-a de volta para encará-lo. Colocou as mãos nos ombros dela e a olhou nos olhos.
— Penélope, me escute. Você tem que ouvir o que estou dizendo. Sei que isso é difícil. E eu nunca deveria ter brincado sobre isso. Mas há coisas que os humanos simplesmente não conhecem. A maior parte é considerada mitologia. Ou lendas.
— Pare com isso, Cato. Apenas pare.
— A informação que eu estava esperando, recebi. Agora posso te dizer. Agora tenho que fazer você entender. É crítico para minha própria sobrevivência que você saiba a verdade.
— Do que diabos você está falando? — Ela exigiu, afastando as mãos dele. Cruzou os braços sobre o peito e o olhou.
— Não tenho ideia de como te dizer. — Disse ele balançando a cabeça e esfregando as têmporas.
— Apenas fale!
— Eu já posso dizer que você não vai acreditar em mim.
As ondas batiam contra a costa quando a maré entrou, subindo na praia. O vento aumentou, passando em suas orelhas, mas não abafou o som do coração batendo em seu peito. Ela não sabia o que a incomodava mais, a história ridícula, sua irmã perdida, ou o fato de que o cara por quem ela estava se apaixonando era um lunático.
— Não. Eu não acredito em você. Acho que você está brincando comigo. E deveria te agradecer por isso.
— Penélope, por favor.
Ela enfiou a mão no bolso e tirou o spray de pimenta. Iria usá-lo se fosse necessário. Mas ao invés disso se virou e começou a marchar pela praia. Ele a pegou novamente, girando ao seu redor e sem uma palavra, plantou um beijo em seus lábios. Ela se derreteu em seus braços enquanto seus corpos se esmagavam juntos e seus lábios devoravam um ao outro. O calor que construiu em seu núcleo ameaçou queimá-la.
Gemeu, enquanto a língua dele escorregava entre seus lábios, e o fogo líquido do beijo deles descia pela garganta e misturava-se com o desejo já ardente na base da espinha. Ela entrou em erupção, como magma quente vomitado de um vulcão. Engasgou, gemendo, puxando-o com mais força contra ela.
O que estava fazendo?! Como poderia se deixar cair novamente? Empurrou-o para longe, levantando a lata de spray de pimenta, pronta para borrifa-lo. Mas então algo inimaginável aconteceu. Cato deu um passo para trás e, diante de seus olhos, seu corpo se contorceu, mudando de forma, ficando maior, até que não era mais Cato em pé diante dela, mas um imenso dragão vermelho. Ela pensou que estava alucinando. Ele tinha colocado drogas em seu almoço? Esfregando os olhos, piscou furiosamente e olhou de volta para ele. Ainda estava lá. E ainda era um dragão.
Tão rapidamente quanto mudou de forma, ele voltou ao normal. Ali estava Cato com o shortinho de carga e a camisa de manga curta. Tudo o que havia mudado era um protetor de bolso e uma parte desajeitada em seu cabelo preto. Super Dragão, conheça Clark Kent. Ela se virou, balançando a cabeça enquanto descia a praia.
— Penélope, espere. — Disse ele, correndo ao lado dela.
— Não sei o que você fez comigo, Cato. Mas não estou bem com isso. — Andou o mais rápido que suas pernas bambas podiam levá-la.
— Eu não fiz nada para você. O que viu foi real. Sou realmente um dragão. De outro planeta. Então, sim, tecnicamente sou um extraterrestre para um terráqueo. Essa parte era verdade.
Ela se virou para ele, olhando de boca aberta. — Qual diabos é o problema com você? Acabou de se transformar em um dragão bem na minha frente sem qualquer aviso?
Ele zombou. — Se bem me lembro, avisei-a repetidamente. Você não queria ouvir.
Ela revirou os olhos, cruzando os braços sobre o peito enquanto segurava os sapatos na mão. Se abraçou com força, tentando entender o que estava acontecendo. Sentiu como se estivesse em um sonho. Era isso! Estava sonhando. Esse beijo certamente parecia um sonho.
— OK. Está certo. Você me avisou. Entendi. Agora, se me der licença, preciso ter um colapso nervoso.
— Eu sinto muito. Lamento que você tenha que descobrir assim.
— Você não precisa se desculpar por ser um dragão alienígena. Não pode mudar o que você é.
— Deveria ter encontrado uma maneira mais delicada de dizer a você. Mas você ia me jogar spray de pimenta ...
— Eu ainda devo jogar. — Ela murmurou. — Você merece isso. Parando de repente no meio da praia, se virou para ele. — O que você sabe sobre a minha irmã?
— Não sei exatamente onde ela está, mas sei quem provavelmente a levou. Se você está pronta para saber, estou pronto para lhe contar.
— Depois de ver o que acabei de ver, não acho que mais alguma coisa possa me chocar.
— Eu não teria tanta certeza sobre isso. Você não levou a parte do dragão muito bem.
— Acho que fui muito bem, considerando a sua demonstração terrível.
— Não se esqueça, eu avisei você.
— Sim, Sim, Sim. Apenas me fale sobre a minha irmã. — Disse sentada em um tronco de madeira flutuante. — O tempo está se esgotando. Enquanto você está mudando de forma na praia, ela está em sério perigo.
— OK. Vou começar do começo.
— O começo é geralmente bom lugar para começar.
Olhou para ela e franziu a testa. — Não me interrompa, ou eu vou me distrair.
— Bem. Apenas fale.
— Tudo começou há um milhão de anos.
Ela gemeu revirando os olhos. — Você está falando sério?
— Você disse que não iria interromper. — Ele retrucou.
— Certo, desculpe. Por favor, conte-me sobre a história que começou há um milhão de anos. Porque vê como se você tivesse um milhão de anos, certo?
— Tecnicamente sim. Mas essa parte não é importante.
Ela deu-lhe um olhar de lado e sorriu, mas permaneceu em silêncio. Isso ia ser muito interessante.
— Há mais de um milhão de anos terrestres atrás, os dragões remanescentes do planeta chamado Dragonia, na extremidade da Via Láctea, escaparam do planeta durante um cataclismo. Nosso sol estava morrendo há milhares de anos e apesar de todas as indicações, os anciãos insistiram para que descêssemos com a nave, por assim dizer. Durante milênios nosso sol morreu lentamente, as fêmeas do nosso planeta se tornaram cada vez mais raras.
— Então, você está aqui para acasalar com as garotas da Terra. — Disse ela, incapaz de se conter.
— Calma. — Ela bufou e ele continuou. — A última fêmea nascida em Dragonia era uma Dragoness Prime. Isso significava que ela poderia acasalar com qualquer macho. Ela pegou a semente do líder de cada casa restante e deu à luz a uma grande quantidade de ovos. Quando os dragõezinhos eclodiram, a Dragoness sucumbiu ao estresse do nascimento e morreu. Os líderes de cada casa reivindicaram seus filhos. Pequenos grupos escaparam do planeta assim que o sol implodiu em um buraco negro. Nós procuramos na galáxia por um novo lar e finalmente, encontramos a Terra.
— Um milhão de anos atrás, a Terra era um planeta primordial de selva com criaturas bípedes primitivas. Nós tínhamos grandes esperanças que essas criaturas algum dia, de alguma forma, pudessem evoluir para seres que poderiam ser nossos companheiros. Nós semeamos a terra com as almas dos nossos antepassados. O DNA de cada casa de Dragonia. Então todos nós entramos em cápsulas de sono, enterrando nossas naves bem abaixo do oceano e dormimos todo esse tempo. Até poucos meses atrás, quando acordamos, descobrimos que nosso experimento genético havia funcionado. A raça humana evoluiu para seres avançados e inteligentes. Nós rapidamente descobrimos que as Dragon Souls viviam entre os humanos. Eles são humanos com DNA de dragão latente suficiente para serem compatíveis com dragões. Entre estas Dragon Souls estão as nossas companheiras predestinadas. A primeira e única para cada dragão. Os outros três dragões da House of Flames, minha casa, já encontraram suas companheiras. E agora, eu também.
— O que isso tem a ver com a minha irmã? — Disse cortando sua reunião secreta sobre as companheiras. Ela não se importava com nada disso, precisava saber para onde Flora tinha sido levada.
— Você vê, quando acordamos, descobrimos que nosso antigo inimigo também havia residido no planeta. Quando deixamos nosso planeta um milhão de anos atrás, os vampiros ainda estavam no poder. Foi surpreendente encontrá-los aqui, para dizer o mínimo. Mas nossas projeções indicam que eles provavelmente devoraram todas as outras espécies no planeta dentro de alguns milhares de anos após nossa partida. Sem os dragões nos sistemas estelares vizinhos, todas as outras espécies ficaram sem proteção. De alguma forma, os vampiros chegaram aqui. Eles perderam muito de sua magia e tiveram que se integrar ao sistema social humano. Estimamos que estejam aqui há aproximadamente 10.000 anos. Eles preferem Dragon Souls como sua principal fonte de alimento já que o sangue delas lhes dá muito mais poder do que um humano comum.
— Vampiros?
— Sim. E isso é o que eu acredito que aconteceu com sua irmã Flora. Já que você é uma Dragon Soul, é altamente provável que sua gêmea seja uma também. De alguma forma, os vampiros a identificaram. Nós acreditamos que é pelo cheiro. Eles ainda não a drenaram porque o sangue dela é provavelmente muito valioso para ser tomado de uma só vez. Descobrimos que eles mantêm Dragon Soul de alta potência cativas e drenam seu sangue lentamente. Deixando o corpo recuperar sua força e, em seguida, tomam novamente. Estamos tentando encontrar uma maneira de impedir que os vampiros se alimentem de humanos e das almas dragão. Nós tentamos barganhar com eles, raciocinar com eles, até ameaçá-los, mas nada funcionou. Não são confiáveis. Meu comandante, Kian, teve a sabedoria de ver que este planeta precisa de proteção e todos nós juramos ser os Guardiões da humanidade e das Dragon Souls. É a nossa nova missão.
Penélope ficou sentada em silêncio enquanto Cato terminava sua história. Ela nunca teria acreditado em uma palavra se não o tivesse visto em forma de dragão com seus próprios olhos. Era ridículo. Ridículo. Inacreditável. Mas lá estava a verdade que estava pedindo. Acariciou a garrafa de spray de pimenta com o polegar, ainda considerando borrifar em seus olhos. Mas essa opção perdeu seu sentido. Ela tinha mais perguntas agora do que antes.
— Onde está minha irmã? Como nós a encontramos? Você vai me ajudar?
— Eu não posso responder a primeira parte. Mas para a última parte, a resposta é um sim definitivamente.
Capítulo 11
— Onde começamos? — Penélope perguntou.
— Sugiro que voltemos à House of Flames e usemos os computadores da minha nave para procurar sua irmã. Comecei essa pesquisa quando te encontrei pela primeira vez, mas fui desviado. Eu sabia que você era minha companheira desde o momento em que te vi, porém tive que confirmar com nossa análise de acasalamento. Isso foi confirmado agora e é por isso que estou dizendo tudo isso. Como minha companheira, você tem que saber toda a história. Espero que entenda porque guardei isso de você. Não podemos permitir que os humanos saibam que existimos.
— Certo. Entendi.
— Se os humanos soubessem sobre nós, isso poderia comprometer nossa capacidade de protegê-los. Os dragões e vampiros estão em guerra, mas é uma guerra furtiva, travada a portas fechadas e sob o manto da invisibilidade. Nós nos esforçamos para manter nossos segredos desde que chegamos. E vamos continuar a fazê-lo em prol da humanidade. O conhecimento de nossa existência poderia levar a sociedade ao caos. Nós não vamos permitir que isso aconteça.
Ela soltou um suspiro profundo como se considerasse suas palavras. Então assentiu com a cabeça, sua postura relaxando.
— Você está certo. Claro que está certo.
— Que bom que entende. Não tem ideia de como foi difícil manter as coisas longe de você, de inventar histórias para estar perto de você. Mas sabia que você era uma Dragon Soul e que os vampiros viriam atrás de você. Tive que te proteger.
— Tudo bem. — Ela disse acenando com a mão no ar. — Tudo o que importa agora é que você vai me ajudar a encontrar minha irmã.
— Eu vou. Quanto mais cedo voltarmos ao complexo, melhor. Sugiro que voemos.
— Voar?
— Minha forma de dragão voa muito mais rápido do que um carro pode dirigir. Nós moramos ao norte do Monte Rainier. Pode levar horas de carro, mas apenas cerca de dez minutos voando.
— Como eu vou chegar lá?
— Você pode ficar nas minhas costas. Ouvi dizer que é razoavelmente seguro.
— Você está brincando comigo agora?
— Pareço estar brincando?
— Não sei. Eu não posso dizer isso.
— Não estou brincando. Não há nada para brincar. É muito mais rápido, isso é simplesmente um fato.
Ela gemeu. — Mas cavalgar em um dragão? Acabei de descobrir que dragões e vampiros existem, e agora quer que eu cavalgue nas suas costas enquanto você voa a 180km/h!
— É a coisa mais lógica a fazer. Entendo que você está com medo, mas não há razão para estar.
— Isso é fácil para você dizer.
— Na verdade é. Apenas respire fundo e deixe ir. Faça isso algumas vezes e pense em coisas agradáveis. Ouvi que isso é relaxante para os humanos. E francamente, também funciona para os dragões.
— Alguém já disse que você é um idiota?
— Eu? Um idiota? Depende.
Ela resmungou e ele riu. Amava a maneira como eles se comunicavam. Isso o mantinha na ponta dos pés, fazia seu coração cantar. Penélope era muito inteligente, rápida e engraçada. Poderiam passar o resto de suas vidas jogando palavras provocantes. Mas agora, tinha que convencê-la a ficar em suas costas e voar para a mansão. E isso exigiria alguma sinceridade.
— Penélope. — Disse, pegando as mãos dela. — Entendo que é assustador. Mas quanto mais cedo voltarmos para a mansão, mais cedo poderemos localizar sua irmã.
— Tudo bem. — Ela bufou. — Respirar fundo.
— Isso mesmo. — Disse ele, se levantando e se preparando para mudar.
Cato respirou fundo e soltou o dragão, transformando-se em poucos segundos na praia. Penélope gritou, afastando-se dele em terror. Quando a transformação foi concluída, olhou-a com seus olhos de dragão afiados. Lentamente, ela se levantou, ganhando coragem. Deu um passo em sua direção, a mão estendida, olhando em seus olhos. Bufou uma lufada de ar sobre a mão dela, absorvendo o seu cheiro. Penélope tocou o focinho dele, a boca aberta em choque e descrença, os olhos arregalados. Balançou a cabeça enquanto o tocava, passando a mão pela mandíbula dele.
— Isso não pode ser real. — Disse ela.
Cato se abaixou até o chão e estendeu o joelho para ela usar para subir em suas costas. Ela balançou a cabeça enquanto andava de lado e subia.
— Eu li o meu quinhão de romances de fantasia, mas isso é ridículo. — Murmurou, agarrando-se ao pescoço dele.
Esticou o pescoço, virando-se para olhá-la e sorriu, sorrindo e mostrando seus longos dentes afiados. Ela fez uma careta e desviou o olhar, apertando as pernas nas costas dele.
— Estou pronta. — Bufou. — Não me mate, menino dragão.
Ativando seu modo furtivo, Cato estendeu suas asas. Lançando-se no ar, com o máximo de cuidado possível, bombeou as asas, levando-os para o céu. Penélope gritou quando se levantaram, percebendo que ela se tornara invisível. Ele queria poder dizer que tudo estava bem, mas não tinha como se comunicar em forma de dragão com um humano. Contanto que ela ficasse em suas costas, tudo ficaria bem. Precisava levá-la de volta para a mansão o mais rápido possível e compartilhar com a equipe o que estava acontecendo com sua irmã. Todos eles queriam ajudar a encontrá-la.
Voou com Penélope agarrada às costas, fazendo um bom tempo enquanto se dirigiam para a montanha. Toda vez que subia ou descia em correntes de ar muito abruptamente, Penélope gritava e se agarrava a ele com mais força. Precisava levá-la para casa e em segurança o mais rápido possível. Sabia que ela estaria cansada dessa experiência.
Desceu lentamente sob os escudos gerados por sua nave no porão, pousando no quintal do complexo. Abaixou-se no chão, e Penélope imediatamente deslizou das suas costas franzindo a testa e resmungando para si mesma enquanto passeava pela grama ao lado dele. Ele mudou em um piscar de olhos e estava lá para ela, oferecendo sua mão.
— Isso foi muito irreal. — Disse, piscando rapidamente enquanto ela balançava a cabeça.
— Você foi bem. — Disse ele.
— Eu não caí, nem morri. Se é isso que você quer dizer.
— É precisamente isso o que quero dizer. Foi ótima.
Ela zombou e revirou os olhos, mas depois sorriu. Ele olhou para cima e viu o resto da tripulação emergindo da porta dos fundos da casa. Kian e Everly foram os primeiros a sair. Kian segurava Ember em seus braços, e Everly esfregava seu estômago arredondado enquanto andava em direção a eles. Dax e Aria saíram da piscina, enrolando-se em roupões quando se aproximaram. Aiden e Winnifred saíram das portas francesas da sala de estar, Winnifred usando um avental manchado de tinta. Aiden segurando seu violão.
— Esta é sua companheira? — Everly perguntou chegando com Kian. Ela estendeu a mão para Penélope. — Sou a companheira de Kian. E esse pacote de fofura de dragão é nossa filha Ember.
— É um prazer conhecer você, Everly. — Disse Penélope, apertando a mão dela.
— É bom ter você aqui. — Disse Kian.
— Cato disse que você pode me ajudar a encontrar minha irmã. Ela foi sequestrada por vampiros.
— Se você é uma Dragon Soul, seria lógico que sua irmã gêmea seria também fosse uma. — Disse Kian.
— Você sabe sobre mim e minha irmã? — Ela perguntou a Kian.
— Cato nos informou sobre sua situação. Nós estamos prontos para ajudar.
— É hora de resgatar uma Dragon Soul? — Dax perguntou, esfregando o cabelo loiro desgrenhado com uma toalha felpuda.
— É, mas temos que encontrá-la primeiro. — Disse Cato.
— Eu sou Dax, a propósito. — Disse o grande dragão, oferecendo a Penélope a mão molhada. — E esta é minha companheira Aria.
— É bom conhecer vocês dois. — Disse Penélope.
— E este é Aiden e sua companheira Winnifred. — Disse Cato, apresentando o ladino e sua companheira.
— Nós estávamos preocupados com Cato por um tempo. — Disse Dax. — Ele estava ficando mais estranho do que o habitual.
— Mais estranho do que o habitual? — Penélope disse dando a Cato um olhar de lado.
— Sim, bem. Vamos prosseguir para o laboratório. Temos muito a discutir.
— O almoço está na mesa. — Disse Kian. — Nós vamos comer primeiro.
Todos entraram e sentaram-se ao redor da mesa da cozinha. Everly pegou Ember e a colocou em uma cadeira alta enquanto Kian servia o almoço. Ele fez lasanha de carne e uma grande tigela de salada crocante com legumes crus e molho de rancho. Comeram, todos perguntando a Penélope sobre sua vida e sobre sua irmã.
— Como você sabe, Flora e eu somos gêmeas. Ela estava em seu último ano de seu programa de doutorado na Universidade de Washington e escrevendo sua tese sobre engenharia genética. Desapareceu há uma semana e a polícia não conseguiu fazer nada por mim. Eles alegam que ela deixou a cidade por sua própria vontade e não queria ser encontrada. Não há como acreditar nisso.
— Por que a polícia chegou a essa conclusão? — Perguntou Kian.
— Minha teoria é que eles estão nisso. E em minha pesquisa on-line, cheguei à conclusão de que minha teoria está correta. Ouvi sussurros sobre a existência de vampiros e até Cato revelar sua verdadeira natureza para mim, não acreditava. Pensei que era apenas insanidade. Mas agora vejo que é verdade. Esses mesmos sugadores de sangues podem dominar a sociedade humana. Ditando a reação da polícia a casos como este. Há muitas outras famílias que sofreram a mesma perda e receberam a mesma reação da polícia. Estas eram pessoas que nunca teriam simplesmente desaparecido de suas vidas. É uma situação complicada e ninguém está ajudando. Eu me recuso a deixar minha irmã ir. Vou encontrá-la.
— E nós vamos ajudá-la. — Disse Kian.
— Se ela está fora há uma semana, já pode estar morta. — Dax argumentou.
— Dax, por favor. — Disse Cato. — Estamos tentando permanecer esperançosos.
— Os vampiros deixaram seu complexo. — Aiden informou o grupo. — Desde a morte do ancião desperto, eles desapareceram. Fui em uma missão de reconhecimento para espionar o complexo e encontrei o lugar abandonado.
— Quando foi isso? — Perguntou Cato, irritado por não ter recebido essa informação.
— Isso foi ontem. — Disse Aiden. — Não sei há quanto tempo eles se foram.
— Você foi investigar? Ou você acabou ficando em volta do perímetro? — Perguntou Cato.
— Testei suas proteções e descobri que elas estavam caídas. Então caminhei para o jardim. O lugar estava estranhamente calmo. Peguei uma fechadura para entrar, olhei ao redor brevemente e determinei que eles realmente foram embora.
— Sugiro voltarmos lá e procurarmos pistas. Podemos encontrar algo que nos indique a sua nova localização. — Disse Cato.
— Vocês três podem ir depois do almoço. — Disse Kian. — Eu ficarei aqui com as senhoras. Nós vamos proteger você, Penélope.
— Não vou ficar aqui. — Objetou Penélope. — Flora é minha irmã. Eu vou encontrá-la.
— Você é uma Dragon Soul não marcada. — Disse Kian. — É muito perigoso para você.
— Vou com vocês ou vou sozinha. — Disse Penélope.
— Penélope. — Disse Cato. — Pode ser mais prudente para você ficar aqui. — Admirava a determinação teimosa de sua companheira, mas ao mesmo tempo estava preocupado com ela.
— Se eles não mataram minha irmã, eles não me matarão. Então, se ela ainda está viva, não há razão para ter medo pela minha vida. Sei que está viva. Ela está desesperada e aterrorizada, mas viva. Sou a única que pode encontrá-la. E não vou ficar para trás.
Cato suspirou, aceitando o raciocínio de sua companheira. — Se você vai conosco em uma missão, então vai precisar de um dispositivo de pulso.
Capítulo 12
Penélope seguiu Cato pela mansão e desceu as escadas até o porão. No final do corredor, uma porta se abria para o que só poderia ser descrito como a ponte de uma espaçonave alienígena. Não podia acreditar em seus olhos enquanto absorvia a tecnologia avançada. Piscando várias vezes, colocou a mão sobre o coração que batia descontroladamente em seu peito. Era a coisa mais impressionante que já viu em sua vida.
Balançando a cabeça, andou para frente, estendendo a mão para o painel de controle da nave. Cato deu um passo à frente e deslizou a mão sobre o painel, trazendo uma tela holográfica tridimensional diante deles.
— Bethi, preciso de você para imprimir um dispositivo de pulso para Penélope.
— Penélope Baptiste, coloque sua mão na placa de análise.
Penélope deu um passo à frente, sem saber o que fazer. Cato guiou a mão até uma placa de metal no painel. Ela pressionou a palma da mão e os dedos no que parecia ser um copo frio. Lasers voavam para cima e para baixo e para trás e para frente da mão dela.
— Análise completa. — Disse a AI. — Início da impressão do dispositivo de pulso.
Um momento depois, um tipo de bracelete surgiu do painel. Cato pegou e trouxe para ela.
— Sua mão direita é a sua dominante, correto? — Ele perguntou.
— Sim. — Disse ela, levantando o braço direito para ele.
Ele soltou o bracelete e prendeu-o no pulso dela. Se encaixa perfeitamente, ajustando-se automaticamente.
— Passe a mão pelo pulso para ativar o holograma. — Disse ele.
Ela fez o que foi instruído e o painel de controle do holograma apareceu sobre a palma da mão.
— Caramba. — Ela murmurou, olhando-o. — Inacreditável.
— Não temos tempo para analisar todos os detalhes, mas este dispositivo está configurado para o seu idioma, para que possa estudá-lo como quiser. Sei que alguém tão inteligente quanto você pode conseguir por conta própria. Mas vou mostrar algumas das funções mais pertinentes antes de partirmos. Se navegar para a tela de armas, verá uma variedade disponíveis à sua disposição. Selecionando uma arma do painel, ela aparecerá imediatamente na sua mão. Eu sugeriria um dispositivo de projétil. Estes tendem a exigir o mínimo de habilidade de luta. Não que você não consiga atingir essas habilidades ao longo do tempo, mas o que sei sobre sua história pessoal é que atualmente você não possui essas habilidades físicas.
— Uau, obrigada. — Disse ela, percorrendo a tela de armas.
— Isso não é um insulto. Também uso uma arma de projétil. Meu principal papel não é como lutador, mas como analista. Um não é mais valioso que o outro.
— Eu não poderia concordar mais. — Disse ela. — Sempre sonhei em ter uma arma laser.
Ela bateu na pistola de laser na tela de armas depois de ler a breve descrição e imediatamente apareceu em sua mão. Gritou de alegria com o equipamento e virou de um lado para o outro, inspecionando a arma. Não podia acreditar em como podia ser real quando era apenas uma projeção do dispositivo de pulso em seu braço.
— É só puxar o gatilho para atirar. — Disse Cato.
— Entendi. — Disse Penélope.
— Se navegar para a tela de defesas, mostrarei como ativar um escudo pessoal. Seria bom que tivesse um desses se encontrássemos vampiros.
— Isso vai impedi-los de me sequestrar? — Perguntou, recolhendo sua arma laser e navegando para a tela do escudo.
— Isso é imprevisível. — Disse ele. — Vampiros usam magia. É possível que eles possam transportá-la e não consigam tocar em você. Enquanto a energia do dispositivo de pulso permanecer.
— Essa coisa perde o poder?
Dispositivos de pulso mantêm o poder estando perto da nave. Eles também podem ser recarregados através da energia solar. Mas suponho que se você fosse mantida no subsolo por um longo período, o dispositivo poderia perder toda a carga. Mas não prevejo que isso aconteça.
Penélope percorreu os possíveis escudos pessoais. Havia apenas alguns. Um deles era mais defensivo que os outros, como uma carapaça de tartaruga. Um deles explodiu ao contato, mas caiu completamente. E o terceiro tornava o usuário invisível.
— Gosto do modo furtivo. — Disse ela. — Eu sempre quis ser invisível.
— Usamos esse escudo com bastante frequência. — Disse Cato. — É muito útil na Terra.
— O que é essa coisa de ligação mental? — Ela perguntou.
— É um pouco como um Bluetooth que permite a comunicação mente a mente. Mas você não poderá usar esse recurso.
— Por que isso? — Perguntou um pouco desapontada.
— Isso requer a implantação de um chip microscópico dentro do cérebro. E atualmente não temos tempo para realizar a cirurgia necessária.
— Oh. — Ela disse.
— Kian e eu temos discutido implantar em nossas companheiras, para que todos possamos permanecer em comunicação, mas a cirurgia nunca foi realizada em um cérebro humano. Estamos relutantes em testá-la até estarmos cem por cento certos de que não haverá efeitos colaterais negativos.
— Isso é provavelmente o melhor. — Disse Penélope, percorrendo as outras telas de opções em seu holograma. — Essa coisa é incrível. Muito melhor que o meu iPhone.
— Sim, bem... os Dragonianos são milhões de anos mais avançados tecnologicamente que os humanos, então...
— Muito exibido, não?
— Isso não é exibir-se. É apenas um fato. — Disse Cato, cruzando os braços sobre o peito.
— Sim, Sim, Sim. Minha espécie é primitiva, e você foi responsável por criar nossa inteligência avançada, blá, blá, blá ...
— Nunca me gabaria dessas coisas. Mesmo que seja verdade.
Uma risada rangente saiu de seu peito e ela revirou os olhos.
— Entendi. Fatos são fatos. Não vou me sentir inferior por causa disso.
— Nem deveria.
— Obrigada pelo dispositivo de pulso. Esta é provavelmente a parte mais legal da tecnologia que já vi na minha vida.
— Depois que encontrarmos sua irmã, vai conhecer melhor Bethi, o computador IA da nossa nave.
— Mal posso esperar. — Disse ela sorrindo de orelha a orelha.
— Estamos prontos para ir. — Disse Aiden da porta. — Aria vai cantar para nós antes de sairmos.
— Você vai fazer um show antes de irmos investigar uma mansão de vampiros? — Penélope perguntou. — Vocês dragões têm prioridades estranhas.
— A música de Aria é como um amortecedor mágico. Sua música é uma de suas qualidades especiais de Dragon Soul. Everly tem a criação. Winnifred tem sua intuição e arte. E a sua é inteligência, curiosidade e capacidade de resolver problemas. Você invadiu meu banco de dados. Isso deveria ser impossível para humanos.
— Flora e eu sempre fomos consideradas especiais. — Penélope refletiu. — Mas há muitas pessoas inteligentes na raça humana.
— Descobrimos que Dragon Souls tem algo especial sobre eles. Nem sempre é intelecto como expliquei.
— Isso tudo é muito fascinante. — Penélope disse, seguindo Aiden subindo as escadas. — Mas pode esperar até depois de investigarmos a mansão abandonada dos vampiros.
Todos estavam reunidos na sala de estar. Aiden pegou seu violão para acompanhar Aria. Enquanto as primeiras notas da música vibravam no ar, Penélope podia jurar que sentia o poder bombeando através das ondas sonoras. Foi incrível. Ouviu Aria cantando com muita atenção. Aiden e Aria não eram apenas músicos incríveis, a música parecia enchê-la de poderosas emoções positivas. Quando as últimas notas da música soaram pelo ar e lentamente ficaram em silêncio, Penélope soltou um suspiro que não percebeu estar segurando. Os cabelos na parte de trás do pescoço estavam em pé como se tivesse sido provocada pela eletricidade estática.
— Continuo dizendo que eles deveriam gravar um álbum. — Disse Winnifred. — Poderíamos compartilhá-lo com as pessoas da Terra. Eles não teriam ideia de que o poder que sentiriam era mágico. Acho que ajudaria as pessoas em todos os lugares. Faria-os sentir a beleza do mundo.
— Podemos facilmente produzir uma coisa dessas com nosso equipamento de computação. — Disse Cato. — Vocês só têm que decidir o que vão fazer.
— Aria e eu estamos trabalhando em várias músicas originais. Nós realmente não podemos usar a música de outras pessoas.
— Eu lhe disse que posso conseguir os direitos de qualquer música que você quiser em cerca de cinco minutos. — Disse Cato.
— Não sei, cara. — Disse Aiden, baixando o violão. — Isso parece um pouco como trapaça.
— Eu não poderia concordar mais. — Disse Aria. — Se vamos produzir um álbum, ele precisa ser original.
— Mas amo a sua versão de Imagine, de John Lennon. — Disse Winnifred.
— Mas isso é tão clichê. — Disse Aiden.
— Nunca tomei você por um esnobe até ouvi-lo dizer isso. — Brincou Winnifred.
— Não é sobre o esnobismo. É sobre integridade artística. Você deveria entender isso melhor do que ninguém, Winnifred. — Aiden argumentou.
— Vamos manter a Imagine em segundo plano, tudo bem. — Disse Aria. — Também amo essa música. Mas Aiden e eu estamos trabalhando em algumas músicas originais fabulosas. Elas ainda não estão prontas. O álbum terá que esperar até terminarmos e, neste momento, temos uma Dragon Soul para salvar desses vampiros sujos e porcos.
— Ela está certa. Não podemos ficar aqui conversando sobre música o dia todo. Precisamos encontrar Flora. — Disse Dax.
Dax, Aiden e Cato foram para fora com Penélope logo atrás deles. Ela sabia que teria que montar um dragão novamente e temia. Os três se moveram na grama e subiu pela segunda vez em Cato naquele dia. Depois da primeira vez, disse a si mesma que nunca faria isso de novo. Mas que escolha tinha? Precisava encontrar Flora.
Os três dragões se lançaram ao ar enquanto se agarrava às costas de Cato por sua vida. Em uma fração de segundo, todos ficaram invisíveis; a sensação de andar nas costas de um dragão enquanto invisível era quase insuportável. Mas fechou os olhos e enfiou a cabeça nas costas dele. O poder da canção de Aria ainda fluía através de seu sangue, dando-lhe força física e força de vontade. A segunda vez que cavalgou não foi tão assustadora quanto a primeira.
Eles voaram por algum tempo e o sol começou a afundar em direção ao horizonte. Finalmente, nas primeiras horas da tarde, eles pousaram na floresta profunda perto de uma grande mansão moderna. Escorregou das costas de Cato, seus próprios escudos furtivos ainda estavam ativados. Não podia ouvir ou ver os dragões ao seu redor, mas eles apareceram um momento depois. Ela soltou seu próprio escudo também.
— Não poderemos nos comunicar com ela por meio do link mental se não tiver um implante. — Disse Cato como se continuasse conversando.
— Por que não vamos apenas nos esgueirar em plena forma de dragão com nossos escudos abaixados? — Aidan zombou.
— Nós a trouxemos. — Disse Dax. — Só temos que entrar como seres humanos ou em modo meio dragão. Ou não acha que pode protegê-la, Aidan?
— Eu não sou fã de ataques frontais completos. — Disse Aidan. — Prefiro discrição. E entrar lá assim não é o ideal.
— Todos percebemos isso. — Disse Cato. — Mas nós concordamos em trazer Penélope. Ela tem o direito de estar aqui. Então pare de fazê-la se sentir mal.
— Desculpe. — Disse Penélope, cruzando os braços. — Eu não percebi que era tão inconveniente.
— É uma questão de comunicação. — Disse Aidan, recuando.
— Apenas vamos. — Disse Dax. — Estou cansado de falar.
— Coloque seus escudos defensivos, Penélope. — Disse Cato. — E prepare sua arma.
Fez o que ele mandou, andaram lentamente até a borda da floresta e examinaram os terrenos vazios do complexo. Cato examinou a área com o dispositivo de pulso.
— Não estou pegando nenhuma leitura para vampiros. É bastante seguro assumir que não há ninguém aqui.
Caminharam para frente, inspecionando a área enquanto se moviam. A cada poucas centenas de metros, Cato fez outra varredura e avançaram novamente. Eles chegaram à porta dos fundos da mansão e Aidan pegou a fechadura. Uma vez lá dentro, Cato começou uma análise completa do prédio.
— Parece que o incêndio que vimos na última vez que estivemos aqui foi mais extenso do que o divulgado. Parecia consertado, era ilusão de mágica. O dano de fogo é extenso.
— É possível que tenha sido queimado recentemente? — Perguntou Aidan.
— Não. Minha análise indica que esse fogo se originou aproximadamente na mesma época em que resgatamos Aria.
— Talvez manter a ilusão mágica tenha sido um dreno para o poder deles? — Perguntou Aidan.
— Isso é possível. Especialmente com a perda do mais velho deles. — Disse Cato. — Estou procurando por algo que indicasse sua localização atual.
Cato foi mais longe na mansão e Penélope seguiu atrás. Ele continuou examinando o prédio. A mobília estava em seu lugar, quase como se alguém tivesse voltado. Mas enquanto caminhavam para os fundos da casa, encontraram quartos inteiros carbonizados e abertos aos elementos. Subiram as escadas até a torre no terceiro andar e entraram em uma sala circular com nada além de uma cama em uma mesa perto da parede.
— Este é o lugar onde eles mantiveram Aria. — Dax rosnou.
Penélope examinou a sala com os olhos, tentando encontrar qualquer indício de que Flora estivesse ali. Estava ficando desesperada enquanto os momentos se arrastavam. Mas então ela viu, uma sugestão de turquesa sob a cama de solteiro. A luz do sol que entrava pela parede quebrada atingiu o ângulo certo. Correu em direção a ela, caindo de joelhos. Pegou o objeto e puxou-o para fora. Era o colar turquesa de Flora desde que a família passara férias no Arizona. A pedra lisa e polida em forma de lágrima estava em uma corrente de prata, o fecho quebrado. A pedra estava manchada de sangue. Ela apertou-o na mão e pressionou-o contra o peito, segurando as lágrimas.
— O que é isso? — Cato disse, examinando a área.
— É o colar da Flora. E acho que está coberto de sangue dela.
Capítulo 13
— O sangue no colar é uma combinação genética da Penélope. — Disse Cato, examinando o colar. — Posso concluir com segurança que pertence a Flora. A amostra tem apenas pouco mais de vinte e quatro horas. O que significa que eles deixaram o complexo recentemente.
— Nós não estamos mais perto de encontrá-la — Disse Aiden, olhando para a parede quebrada.
— Nós vamos encontrá-la, — Disse Dax.
— Precisamos continuar procurando — Disse Penélope em pé. Enfiou o colar no bolso e enxugou uma lágrima do olho com as costas do braço.
— Se ela estava viva quando eles foram embora, — Cato disse, tentando tranquilizá-la. — Há uma boa chance que ainda esteja.
— Sei que ainda está viva. Posso sentir. Ela está apavorada. Temos que nos apressar. Eu posso sentir pânico em sua mente. Isso não é bom.
Cato abriu a ligação mental com Bethi e pediu-lhe para escanear toda a área usando câmeras de vigilância humanas para qualquer indicação da presença do vampiro. Se não pudessem encontrar pistas sobre o paradeiro deles no local, a última opção era tentar encontrá-los dessa maneira. Conseguiram identificar a presença de vampiros usando imagens dos drones de Bethi antes, mas os vampiros estavam entrincheirados naquele local há anos. Era improvável que ela pudesse encontrá-los agora, a menos que eles fizessem a sua presença conhecida de alguma forma.
— Análise começando. — Bethi chiou dentro de sua mente.
— Tenho Bethi trabalhando no problema— Informou Cato ao restante do grupo.
Caminharam até o porão onde a tripulação acreditava que os vampiros estavam mantendo Everly e Aria depois de tirá-las do complexo. Depois de pesquisar o lugar inteiro de cima para baixo, não puderam encontrar mais pistas.
— Pelo menos sabemos que ela estava aqui— Disse Penélope quando os dragões se reuniram no quintal fora da mansão.
— Presença de vampiro detectada— Bethi disse dentro de sua mente. — Uma família de agricultores foi encontrada morta em suas casas, juntamente com todo o rebanho de ovelhas em uma pequena cidade fora de Vancouver, no Canadá. Evidência forense da cena sugere que eles foram mortos por vampiros.
— Você tem alguma informação adicional? Imagens de câmeras de vigilância que sugerem que eles têm Flora com eles? Perguntou Cato à IA.
— Procurando na área por evidências adicionais. — Bethi disse dentro de sua mente.
— Bethi encontrou uma pista sugerindo que o clã cruzou a fronteira para o Canadá.
— Quanto tempo para chegarmos lá? — Penélope perguntou.
— São várias horas de voo daqui até Vancouver. Se partirmos agora, chegaremos no meio da noite, o tempo mais forte dos vampiros. — Disse Cato.
— Bethi sabia exatamente onde eles estavam ou apenas de modo geral? — Perguntou Aiden.
— Uma família da fazenda e todas as suas ovelhas foram encontradas mortas em uma pequena cidade fora de Vancouver. Ela ainda está procurando por evidências adicionais.
— Devemos ir. — Disse Dax.
Dax se mexeu sem outra palavra e os outros dois dragões seguiram o exemplo. Penélope subiu nas costas de Cato e começaram seu voo para o noroeste em direção à fronteira canadense do complexo original do vampiro no leste de Washington.
Era noite quando eles chegaram e pousaram no estacionamento de um hotel, mudando antes de deixarem seus escudos. Reservaram quartos adjacentes no hotel para a noite e decidiram descansar, pedindo o jantar em vez de sair. Todos se reuniram no quarto de Cato para a entrega de comida chinesa. Quando chegou, espalharam-na na mesa circular e compartilharam porções de frango agridoce, carne de vaca da Mongólia, arroz frito de camarão, frango Kung pow6, rolinhos primavera e sopa.
Penélope comeu seu frango Kung com pauzinhos, olhando para a parede silenciosamente. Lavou o sangue do colar de Flora e arrumou o fecho. A peça de joalheria agora estava pendurada no pescoço de Penélope e ela a acariciou momentaneamente, com os olhos vidrados e a boca com uma linha dura e fina entre as mordidas de comida.
— Bethi encontrou alguma outra coisa? — Perguntou Aidan.
— Ainda está pesquisando. — Disse Cato. — Devemos ter mais informações pela manhã.
— Flora está realmente assustada. — Penélope murmurou. — Temos que encontrá-la em breve ou receio que seja tarde demais.
— Nós vamos encontrá-la. — Disse Dax, cerrando o punho, a boca cheia de carne mongol.
Cato sentiu-se impotente para consolar sua companheira. Penélope podia sentir sua irmã em sua alma. Era comum para gêmeos. A sensação de que sua irmã estava em grave perigo deve ter sido excruciante para sua companheira. Perguntou a Bethi novamente se encontrou alguma coisa, mas a resposta foi a mesma. Ainda processando.
Aiden e Dax deixaram o quarto de Cato, mas Penélope ficou imóvel como uma estátua olhando para a parede. Se virou para ela, comendo o último rolinho na caixa enquanto examinava seu rosto em busca de pistas sobre seu estado emocional. Desejou saber o que dizer para acalmar sua dor, mas esse nunca foi seu ponto forte. Sem as respostas que precisava, não havia nada que ele pudesse fazer. Cerrou os punhos e os dentes, irritado com seus déficits.
— Posso ficar com você um pouco mais? — Ela perguntou. — Não quero ficar sozinha.
— Claro.
Ela deixou a caixinha de frango meio comido e subiu em sua cama, enroscando-se na posição fetal. Fungou e enxugou a bochecha com a palma da mão.
— Cato? — Sussurrou. — Você me abraçaria?
Sem uma palavra, subiu na cama e passou os braços ao redor dela, movendo-se tão perto que seu perfume encheu seus sentidos. Seu dragão rugiu, gritando para reivindicá-la. Ela era tudo. O começo e o fim, o Alfa e o Ômega, e tudo mais. Apertou os olhos fechados, sem saber o que fazer. As visões encheram sua mente. Afundando seus dentes profundamente em seu pescoço enquanto bombeava seu pênis molhado em sua boceta, encharcando sua boceta com sementes.
Ela precisava da proximidade reconfortante do amor. E tanto quanto este dragão queria levá-la e torná-la sua, ele a segurava assim, suave e gentil em seus braços enquanto adormecia. Ela se virou e o encarou, segurando sua bochecha em sua mão.
— Você é o mais doce, Cato. Obrigado por me ajudar. — Disse, inclinando-se para beijar seus lábios.
Respirou fundo pelo nariz, puxando-a com mais força contra ele. Seu corpo ficou duro enquanto passava as mãos pelas costas dela e segurava sua bunda, pressionando-a contra sua dura necessidade. Penélope engasgou-se, abrindo a boca e deixando a língua disparar contra a sua. O calor líquido passou entre eles, envolvendo-os em uma torrente de emoção e luxúria. Ela o beijou mais fundo, mais forte, moendo contra ele. Se afastou, incapaz de entender o que sua companheira queria. Estava tão desanimada com sua irmã. Será que poderia realmente querer isso agora?
— Eu não posso tirar vantagem de você em um estado emocionalmente frágil. — Ele murmurou quando ela começou a desabotoar sua camisa, lambendo seu peito, mordiscando seus mamilos.
— Quero que você tire vantagem de mim. — Ela respirou. — Eu quero que você me faça esquecer. Ou nunca vou conseguir dormir.
Cato rosnou, rangendo os dentes enquanto seu dragão ardia em seus olhos arregalados. Não sabia o que fazer, tudo lógico e racional dentro dele dizia que não deveria ceder a esse pedido. Mas seu dragão interior cortou suas garras em sua mente, furioso e gritando tão alto que afogou todas as vozes da razão.
— Eu posso fazer isso. — Rugiu, devorando sua boca com o beijo.
Os dois se consumiam, seus corpos pressionados com tanta força que não havia espaço entre eles. Tirou as roupas dela em um frenesi de tecidos e botões. Logo, ambos estavam nus, deitados sobre os cobertores. Cato chupou seus mamilos rosados e tensos em sua boca, um após o outro enquanto apertava e amassava seus seios. Penélope gemeu, seus beijos avançando pelo peito. Ele lambeu sua barriga e desceu entre as pernas dela. O cheiro de sua boceta o intoxicou. Ele queria devorá-la, consumi-la, saborear até a última gota de seu doce néctar.
Mergulhou a língua entre as pernas dela em um frenesi de necessidade, entrando e saindo de seu canal liso e úmido. O gosto dela acendeu um fogo em sua barriga que ameaçava inflamar seu dragão e forçar sua mudança. Ele respirou contra sua boceta e ela choramingou de prazer. Abanou a língua em seu clitóris enquanto bombeava os dedos em seu núcleo, e sua mulher liberou seu clímax como uma deusa dando à luz ao mundo.
Seu corpo vibrou com o orgasmo, o perfume de seu prazer encharcando seus sentidos até que estava se afogando nele. Estava tão duro que sentiu que poderia explodir. Penélope estava diante dele, molhada, aberta e pronta para ser amada. Inclinou seu pênis em direção a ela, pressionando a ponta contra sua necessidade faminta. Ela choramingou, abrindo as pernas e passando as mãos sobre sua doce e tenra carne. Provocou seu núcleo, circulando seu pau grosso sobre seu clitóris.
— Não posso. — Disse ele. — Eu vou reivindicá-la se eu estiver dentro de você. Meu dragão não será detido se levarmos isso tão longe.
Se afastou, balançando as pernas para o lado da cama e sentado com a cabeça entre as mãos.
— Espera. Volte. — Penélope disse, agarrando seu pênis latejante. — Eu não vou deixar você assim.
— O quê? — Disse, olhando para ela. — O que você quer que eu faça?
— Deite-se na cama. Cuidarei de você.
Cato descansou a cabeça no travesseiro, observando-a rastejar sobre ele na luz fraca da lamparina. Sua pele dourada brilhava enquanto suas longas tranças escuras emolduravam seus lindos seios redondos. Beijou-o, esfregando sua boceta molhada sobre seu eixo duro.
— Eu te disse que não posso. — Disse ele entre beijos.
— E eu não vou deixar você. — Disse ela, puxando as mãos sobre a cabeça e segurando-o pelos pulsos. — Não estou pronta para ser sua companheira. Mas estou pronta para chupar seu pau. — Ela riu.
— O que? — Murmurou enquanto ela deslizou suas belas curvas para baixo do corpo dele.
Seus seios acariciaram seu eixo quando ela afundou entre as pernas dele, agarrando seu comprimento com as mãos.
— Você tem um pau grande, menino dragão. — Disse ela, acariciando-o com as mãos.
— É? — Ele sussurrou.
— Oh sim. — Disse com uma risada. — Definitivamente.
Lambeu a ponta de seu pênis, circulando sua língua ao redor. Mergulhou a boca sobre ele e chupou. Cato gemeu e jogou a cabeça para trás quando ela colocou as mãos sob a boca e começou a subir e descer sobre ele.
— O que é isso? — Perguntou olhando para ela.
— Quando eu era adolescente, — Disse ela, vindo em busca de ar. — eles disseram que era uma boa maneira de não engravidar.
— Como? — Perguntou.
— Seja um garoto lerdo quieto e me deixe te explodir. — Ela riu e o colocou de volta em sua boca.
— Penélope! — Ele gemeu. — Pelos deuses, Penélope!
O prazer cresceu tão intensamente quando seu dragão se debateu dentro de sua mente, pronto para ser libertado. Ele estava enrolado como uma cobra se preparando para atacar. Cato resistiu desesperadamente ao impulso exigente de virá-la, afundar seu pênis faminto dentro de sua vagina, liberar sua semente e plantar o dragão em seu ventre. Ele se conteve, exercendo cada grama de controle à sua disposição. Sua linda companheira chupou seu pau e o acariciou até que estava pronto para explodir. Ele não sabia o que fazer. Viria a qualquer momento, encharcando sua garganta com sua semente. Era isso que ela queria?
— Penélope. Eu vou...
Suas palavras só a fizeram chupar e acariciar mais vigorosamente, como se o forçando a explodir dentro de sua boca. Não conseguiu segurar mais um segundo. Aquele poço profundo de necessidade apertou seus testículos e soprou através de seu eixo na parte de trás de sua garganta. Ela gemeu, engolindo seu sêmen avidamente como se isso fosse exatamente o que queria. Seu corpo tenso relaxou quando os últimos ecos de prazer pulsaram através dele. Segurando seu pênis amolecendo em sua mão, ela lambeu a última gota de seu gozo e então subiu na cama ao lado dele, envolvendo a mão sobre seu peito.
— Eu não queria ... Na sua boca.
— Claro que você queria. — Disse ela. — Não vamos mais falar sobre isso. — Sua voz era preguiçosa e cansada. Ela fechou os olhos quando se deitou ao seu lado. Ele se inclinou e beijou sua testa antes de ir rapidamente para o sono mais agradável de sua vida.
Capítulo 14
Penélope olhou para o café e o pão, sentindo-se um pouco embaraçada pela noite anterior. Não se sentia culpada nem envergonhada de si mesma, mas estava envolvida em emoções sobre sua irmã. Não estava realmente pensando direito. Gostava muito de Cato e, em circunstâncias normais, despir-se e brincar com ele teria sido perfeito. Mas estava no meio da busca por sua irmã e um grupo de vampiros, o que tornou um pouco inapropriado.
Dane-se isso.
Ela não se arrependia, decidiu. Estar com Cato tirou sua mente de tudo. Ele deu-lhe prazer sem esperar nada em troca, e quando o tinha em suas mãos, nunca sentiu tanto poder ou luxúria. Não podia esperar para estar com ele novamente. Mas agora, tinha que deixar isso de lado e se concentrar em encontrar Flora.
— Você ouviu alguma coisa da sua IA? — Perguntou a Cato enquanto ele dava uma mordida no bagel do café da manhã continental do hotel, no andar de baixo.
— Estou recebendo algo agora. — Disse ele.
Ela esperou por vários momentos e então ele assentiu.
— Bethi me informou que uma grande propriedade não longe daqui foi comprada por um homem chamado Marco Morelli ontem. Esse é o nome de um dos líderes do coven. Ele passou por vários sobrenomes, incluindo Morelli, até onde sei. — Disse Cato. — Não é certo, mas é uma pista muito boa.
— Isso soa como uma excelente pista. — Disse Penélope.
— Definitivamente vale a pena conferir. Estou informando os outros agora.
Penélope enfiou o resto do bagel na boca e bebeu o café justo quando Aiden e Dax entraram no quarto de Cato no hotel.
— Você não está pronta? — Dax perguntou.
— Estamos saindo agora. — Disse Cato.
Penélope enxugou as mãos no guardanapo enquanto se levantava, seguindo os rapazes até a porta.
— Onde vamos fazer a coisa toda da mudança? — Penélope perguntou.
— Vamos colocar nossos escudos furtivos agora. — Disse Cato. — Eu vou levar você para o complexo.
Todos eles foram para fora, já sob sigilo com os dragões em forma invisível. Cato segurou a mão dela e pegou-a nos braços. Ele se lançou no céu. A cidade ficando abaixo deles, ganhou altitude e voou através das grandes nuvens fofas.
Ela podia ver o oceano à distância e as montanhas do outro lado. Mesmo sendo completamente invisível, o voo pelo céu era magnífico e ela apreciava a beleza da paisagem ao redor. Nunca se acostumaria com a sensação de voar invisivelmente pelo ar. Mas havia algo profundamente comovente sobre isso.
Os dragões se dirigiram para o leste, voando para o interior, longe da costa. Após uma hora de voo, eles começaram a descer em uma vasta extensão de floresta. Quando os pés de Cato encontraram o chão se agachou em sua barriga, ela deslizou de seus braços e soltou a respiração profunda que estava segurando.
Os homens permaneciam invisíveis, mas ela podia ouvi-los sussurrando usando suas vozes.
— O complexo está bem por entre estas árvores. — Cato sussurrou. — Vamos ficar invisíveis para investigar.
Ele pegou a mão dela na sua e se arrastaram para frente. Os dragões estavam em silêncio enquanto caminhavam, mas Penélope não era tão graciosa quanto eles. Seus pés esmagaram a vegetação rasteira, quebraram paus e arrastaram as folhas secas. Finalmente, pararam na beira da clareira e espiaram por cima de uma mansão gótica com paisagem moribunda e estátuas cobertas de musgo. Penélope não pôde deixar de pensar em como era apropriado para um grupo de vampiros. Não conseguia ver uma alma viva se movendo pelo terreno ou dentro da casa.
— Suas proteções mágicas são fracas. — Cato sussurrou.
— Eles acabaram de chegar ontem. Provavelmente uma prioridade baixa. — Disse Aiden em voz baixa.
— Precisamos nos aproximar. — Disse Dax.
— Estou analisando suas proteções, Dax. — Cato assobiou. — Não vá correndo.
Dax resmungou.
Esperaram por vários longos momentos enquanto Cato analisava as proteções dos vampiros. Ela teve tempo para deixar transparecer que agora vivia em um mundo onde coisas como vampiros, proteções mágicas e tecnologia avançada eram coisas reais. Se não estivesse desesperada para encontrar sua irmã, poderia estar perdendo a cabeça. Talvez estivesse perdendo a cabeça, pensou.
— Acredito que podemos passar por essas proteções sem sermos notados. — Disse Cato. — Só me dê mais um momento.
Penélope prendeu a respiração quando Cato quebrou as proteções com o dispositivo de pulso.
— Tudo bem. — Disse ele. — Podemos passar com segurança agora.
Eles saíram da floresta, os dedos de Penélope entraram na mão de Cato. Os quatro caminharam silenciosamente pelo gramado morto dos fundos, pisaram nos arbustos secos e quebraram vasos até chegarem no pátio dos fundos da velha mansão. Uma onda de emoção atingiu Penélope. Engasgou, segurando o pescoço. Era medo. Terror. Mas então o terror foi lentamente entrelaçado com um sentimento de ... desejo?
Penélope ficou tão confusa que correu para frente e olhou pela janela da mansão. Tudo o que podia ver era um corredor escuro e sombrio. Houve movimento dentro. Vários homens e mulheres riram ao passar de um aposento para o outro. Sentiu a mão de Cato encontrar a dela, sentindo-se quente e reconfortante.
Ela sabia que os caras podiam falar um com o outro dentro de suas mentes, mas não podia ouvir uma coisa que eles disseram. Se sentia perdida e cega e era verdadeiramente invisível. Se abaixou e ativou sua arma, pronta para lutar. Cato sussurrou em seu ouvido.
— Siga-me. Fique invisível.
Ele a levou ao redor do prédio para o que parecia uma porta de tempestade. A porta se abriu e eles rapidamente deslizaram para dentro. A porta se fechou acima dela e se encontraram em um porão, iluminado apenas pelo fino fluxo de luz que vinha entre a porta. Móveis velhos empoeirados, panelas quebradas, enlatados antigos revestiam prateleiras frágeis. O cheiro de poeira e mofo atingiu seu nariz e conteve um espirro.
Cato conduziu-a mais fundo no porão até uma escada. Ela o seguiu subindo as escadas até uma porta estreita onde pararam. Permaneceram lá por vários momentos. A mão de Cato apertou a dela tranquilizando-a. Ela segurou sua arma laser na outra mão, pronta para atirar se fosse necessário. Tinha sido fortalecida pela música de Aria, assim como os outros. Sabia que poderia se defender se fosse obrigada.
A porta se abriu e eles passaram rapidamente. Do outro lado, se encontraram no corredor que tinha visto pela janela. Depois de passar rapidamente pelo corredor, começaram a subir uma escada para o segundo andar. Ela rangeu os dentes, tentando permanecer em silêncio enquanto se moviam sobre as tábuas de madeira frágeis. Parando em um par de portas duplas, esperou que os dragões fizessem o movimento.
Um grupo de vampiros passou por ali, vestindo jeans skinny e blusões.
— Este lugar é um depósito. — Disse um deles.
— É verdade. — Disse outro. — Tem cheiro de mofo. Marco e Victor não estão cumprindo suas promessas.
— Eu aconselho você a não falar mal de Marco ou Victor. — Disse outro.
— Então, e se eu fizer?
— Você deve sua vida e sua fidelidade ao clã. Além disso, ouvi dizer que eles têm algo muito especial planejado.
— O que? Com essa Dragon Soul?
— Ela? É apenas uma diversão temporária. Eles se cansarão em breve e, finalmente, a comerão como deveriam ter feito no primeiro dia.
Penélope rangeu os dentes e apertou as mãos. Sabia que eles estavam falando sobre Flora.
— Então, tem algo mais?
— Sim. Algo muito maior. Maior do que qualquer um de nós já viu.
Os dois homens de capuz saíram pelo corredor e desapareceram do outro lado da porta. Penélope sacudiu a cabeça, piscando para conter as lágrimas de raiva que se formavam nos cantos de seus olhos. Queria atirar nos bastardos ali mesmo.
Assim que os outros vampiros desapareceram, as portas se abriram e os dragões apareceram, de pé em suas formas brutais, segurando suas armas prontas enquanto enfrentavam seus oponentes do outro lado.
— Ah. — Disse um homem de terno liso em pé na sala além. — Já era hora de vocês chegarem. O que eu te disse, Flora? Eles vieram por você depois de tudo.
Capítulo 15
A boca de Penélope caiu quando viu a irmã ao lado de um homem sentado no que só poderia ser descrito como um trono. Estava com um vestido de noite vermelho, a mão em seus quadris e seus longos cabelos castanhos espiralando em cachos que cascateavam ao redor de seus ombros.
— Você estava certo, Marco. — Disse ela.
Cato dissera a ela para ficar invisível. E mesmo que não tivesse dito, estava muito atordoada para se mexer. O que a irmã dela estava fazendo? Por que não estava lutando? Penélope notou duas marcas vermelhas no pescoço da irmã e gotículas de sangue escorrendo pela garganta. Ela foi mordida? Tinha sido transformada? Esses vampiros alienígenas poderiam fazer isso?
— Viemos pela garota. — Disse Cato, apontando sua espada de laser para o homem na cadeira.
— E ela não quer ir com você. — Disse Marco.
— Flora. — Disse ele. — Estamos aqui pela sua irmã, Penélope. Nós viemos para salvá-la. Venha comigo agora.
— Humm. — Disse Flora, pressionando um dedo vermelho pintado no queixo. — Não. Eu não acho que vou.
O que acontecera com ela? Por que estava agindo assim?
— O que você fez com ela? — Dax gritou, levantando sua espada nas mãos.
— O que eu não fiz para ela? — Disse Marco. — Essa seria uma pergunta melhor.
Os dois riram, olhando um para o outro, como se compartilhassem algum tipo de piada de forma doentia.
— Esta é apenas uma das muitas surpresas que tenho para você hoje. — Disse Marco. — Você chegou na hora certa.
O pânico bateu no peito de Penélope. Fez tudo que podia para se manter furtiva, mas seu amor pela irmã venceu. Ela deixou cair o escudo.
— Flora? O que aconteceu com você? — Ela perguntou freneticamente.
Flora jogou a cabeça para trás e riu loucamente, depois olhou diretamente nos olhos de Penélope. Os olhos de Flora estavam brilhando com uma luz sobrenatural que aterrorizava Penélope. Ela deu um passo para trás, segurando sua arma laser com medo. Isso não poderia estar acontecendo. Sua irmã não poderia ser um deles.
— Eu finalmente decidi deixar de ser fraca. Depois de uma semana do Marco me oferecendo a oportunidade de me transformar em algo maior, finalmente aceitei. Agora, não sei o que me levou esperar tanto tempo. Sou mais forte, mais rápida, mais inteligente. Nunca me senti melhor. Podemos oferecer o mesmo para você, Penélope, se você se juntar a nós.
— Flora, esta não é você! — Penélope implorou. — Temos que transformá-la de volta.
Penélope sabia que era um apelo vazio. Tinha acabado de aprender sobre dragões e vampiros, mas pelo que sabia dos mitos dos vampiros era que uma vez que alguém fosse transformado, eles não podiam voltar. O passo final era a morte.
— Isso não vai acontecer. — Disse Flora. — Eu vou ficar aqui, Marco me tomou como sua companheira.
Ela levantou o pulso para a boca de Marco, e ele afundou os dentes em suas veias. Flora jogou a cabeça para trás e abriu a boca, seus olhos rolando como se estivesse em puro êxtase.
— Flora ... — Penélope sussurrou.
— Não há nada que possamos fazer. — Disse Cato. — Nós devemos ir.
— Temos que salvá-la. — Implorou Penélope quando Cato passou o braço em volta dela e a afastou.
— Saindo tão rápido? — Marco perguntou? — Você vai sentir falta da minha próxima surpresa.
Das sombras, três homens e duas mulheres apareceram, vestindo a roupa de vários séculos passados. Eles sorriram e riram dos dragões, avançando a frente quando Cato a agarrou e ficou invisível.
Ele a puxou para fora do quarto, levando-a para longe da cena sangrenta que acontecia além das portas duplas. Movendo-se rapidamente sob o manto da invisibilidade, pendurada no ombro de Cato, ela permaneceu em silêncio, sabendo que seus protestos não mudariam sua opinião.
Lágrimas escorriam de seus olhos. Estava muito atrasada. Sua Flora se foi. Mas no fundo de seu coração, sabia que sua irmã ainda estava dentro dela, de alguma forma. Cato abraçou-a com força e lançou-se para o ar fora da mansão, voando com ela nos braços.
— Sinto muito. — Disse ele. — Eu não poderia permitir que você ficasse em perigo.
— Deve haver um jeito de salvá-la, Cato. Você tem que voltar.
— Eu não posso te deixar sozinha. Você está quase completamente indefesa. E aqueles vampiros eram anciãos. Sem o sangue de uma Dragon Soul, não podemos derrotá-los.
— Apenas me deixe na floresta. Ficarei sob meus escudos. Precisamos tentar salvá-la. Estou te implorando.
— Penélope. Não posso.
— Se você me ama, Cato, você vai. Vai voltar para ela. Não posso imaginar minha vida sem minha irmã. Eu não quero.
Ele rosnou alto como se estivesse completamente em conflito por suas palavras. Finalmente, desceu, aterrissando no meio da floresta profunda. Escorregou de seus braços e soltaram seus escudos de invisibilidade, olhando um para o outro nas sombras da floresta.
— Por favor, vá buscar minha irmã.
— Ela é uma vampira. Eu não sei o que pode ser feito por ela.
— Temos que tentar.
— Pode haver uma solução. Flora acabou de se transformar. Portanto, existe uma pequena chance de ser revertido. Eu não posso te prometer nada.
— Por favor, apenas vá buscá-la. Ela não gostaria de permanecer assim.
— Por você, eu farei qualquer coisa.
Penélope ativou seus escudos mais fortes e ficou invisível, observando Cato lançar-se no ar e desaparecer quando atravessou a copa da floresta. Ela se sentou e fechou os olhos, conectando-se com a irmã naquele lugar onde os gêmeos se sentem mais próximos do que qualquer outro vínculo.
— Eu não vou desistir de você, Flora. — Disse Penélope. — Não desistirei.
Capítulo 16
Cato voou de volta para o complexo do dragão, mantendo o controle com o resto da tripulação enquanto eles lutavam.
— Nós devemos sair. — Disse Aiden. — Os anciãos são fortes demais para nós.
— Não podemos sair sem a garota. — Disse Cato.
— Ela está perdida. — Disse Aiden.
— Sempre há esperança. — Disse Dax, contradizendo Aiden. Era o seu jogo competitivo habitual. Pela primeira vez, Cato gostou. Ele precisava ajudar Flora, mesmo que apenas pelo bem de Penélope.
Cato voltou ao local e deixou cair seu manto de invisibilidade. Aiden e Dax estavam lutando desesperadamente contra uma multidão de jovens vampiros e cinco anciãos. A briga havia escapado do escritório de Marco e para os jardins do lado de fora da mansão. Onda após onda de jovens vampiros saltavam sobre eles enquanto Aiden e Dax os despachavam dois, três de cada vez. Cato entrou na briga, em sua forma meio dragão, disparando armas laser duplas na multidão que se aproximava.
Não foram os jovens vampiros que lhes deram problema. Fortalecidos pela música de Aria, eles conseguiram entrar e matar os jovens. Mas os anciãos? Essa era uma história diferente. Eles poderiam causar ferimentos, mas assim que acontecessem, os antigos vampiros se curariam quase instantaneamente, voltariam a se levantar e atacariam novamente.
Aiden dançou em sua forma de meio dragão, espadas de laser rodopiando enquanto cortava a multidão. Pulou no ar, pronto para atacar um dos antigos vampiros. Ele cortou suas espadas em um movimento de tesoura no pescoço de uma vampira em um vestido de baile Eduardiano e uma alta peruca branca. Suas espadas fizeram contato e sua cabeça caiu do pescoço com o grito. Mas quase tão logo sua cabeça bateu no chão, subiu no ar e se fixou de volta ao pescoço. Ela sorriu maniacamente e se lançou para ele, boca aberta e dentes à mostra.
Ela afundou os dentes em seu pescoço e mordeu como um cachorro voraz. Aiden gritou, suas asas bombeando quando ele levantou no ar. Voou para o céu e a jogou fora. Seu corpo foi em direção ao chão, mas ela desapareceu nas sombras antes de bater na terra.
Dois vampiros masculinos vestidos com túnicas e capas medievais decorativas corriam para Dax em sua forma completa de dragão. Eles pularam nas costas, mordendo suas escamas. Um vampiro mais jovem nunca seria capaz de perfurar as escamas de um dragão. Mas esses antigos podiam. Dax rugiu e rolou de costas, esfregando-se e contorcendo-se na Terra em um esforço para removê-los. Ele os esmagou sob o peso de seu enorme dragão, mas eles desapareceram na fumaça com risadas psicóticas soando no ar atrás deles.
Um homem e uma mulher vestidos com ornamentos vitorianos inclinavam a cabeça e sorriam com olhos escuros e vazios enquanto olhavam para Cato.
— Você deve ser o esperto do grupo. — Disse a mulher.
Suas saias roxas e pálidas saltaram ao redor dela enquanto ela caminhava em direção a ele. O homem, usando um terno de três peças da era vitoriana, tinha uma bengala na mão enluvada e um chapéu na cabeça.
— O sangue dele deve ser delicioso. — Disse o homem.
— Eu sempre quis provar um dragão. — Disse a mulher, lambendo os lábios.
Cato atirou neles repetidamente, mas seus lasers não tiveram efeito. As balas de laser queimaram buracos nas roupas dos vampiros, e o sangue escorria das feridas, mas não parou seu ritmo lento e constante em direção a ele.
— Acalme-se, pequeno dragão. — Disse a mulher, entre os dentes.
Cato recuou, mas os vampiros se moviam com uma velocidade alucinante, voando como sombras sobre a grama seca e quebradiça. Reapareceram bem na frente dele. Agarraram-no pelos braços, sorrindo com aqueles olhos escuros e vazios e investiram contra o pescoço dele. Ele se transformou em dragão, derrubando-os de seu corpo quando se lançou no ar.
— Precisamos sair daqui. — Disse Aiden. — Nós fomos superados.
— Não sem a garota. Prometi a Penélope.
— Eu sei que você quer ajudar sua companheira — disse Dax através de sua ligação mental. — Mas não podemos vencê-los. Os antigos são muito fortes. Até para mim.
Agora havia um acordo completo entre Aiden e Dax. Cato sentiu-se derrotado.
— Vão então. — Disse Cato, voando mais alto acima do complexo. Ele caiu sob o manto de invisibilidade e se transformou de volta na forma de meio dragão. A encontrarei eu mesmo.
— Não podemos deixar você fazer isso. — Disse Aiden. — Eu te devo um favor, e vou pagar de volta agora.
— Eu também vou. — disse Dax.
— Dax, vá encontrar Penélope e proteja-a. Aiden, venha comigo.
Sob seus mantos de invisibilidade em forma de meio dragão, Aiden e Cato pairavam sobre o complexo. Cato examinou todo o local com o dispositivo de pulso, procurando por Flora. Não tinha ideia do que faria quando a encontrasse, como a levaria de volta ao complexo dos dragões, ou como ajudá-la quando o fizessem. Tudo o que sabia era que ele tinha que tentar.
— Eu a encontrei. — Disse Cato sobre a ligação mental. — Ela está em um túnel subterrâneo.
— Como entramos? — Aiden disse.
— Há uma abertura a uma milha de distância, além da linha da propriedade.
— Quantos estão com ela?
— Pelo que posso dizer, é apenas o Marco.
— Vamos lá.
Aiden e Cato voaram silenciosamente em direção à abertura do túnel e esperaram sob seus escudos de invisibilidade Marco e Flora aparecerem. Apenas momentos depois, uma porta se abriu do subsolo e os dois saíram para a luz fraca do dia nublado.
— O que agora? — Aiden perguntou através de sua ligação mental.
— Você toma Marco. — Disse Cato. — Eu vou pegar a garota.
Marco e Flora caminharam de mãos dadas pela floresta em direção ao carro à beira da linha das árvores. Aiden saiu da invisibilidade e atacou Marco, empurrando sua espada laser nas costas do vampiro. Flora se virou, gritando de raiva. Marco caiu, jovem demais para superar o poder da música de Aria. Quando Aiden queimou o corpo do vampiro, Cato criou uma câmara de contenção com seu dispositivo de pulso e jogou-o sobre Flora. Ela gritou contra as barras da prisão, incapaz de se libertar.
Cato saiu da invisibilidade e se virou para Aiden, que continuou a queimar o corpo de Marco. Ele era um dos líderes do clã de vampiros que lhes causara tantos problemas desde o despertar.
— Eu vou matar você! — Flora gritou. — Ele era meu amor!
— Ele era um psicopata assassino que manipulou você para aceitar sua transformação. — Cato argumentou.
— Eu queria me tornar uma vampira. — Flora insistiu.
— Eu conheço sua irmã. E se for como ela, você nunca iria querer isso. Não se tivesse uma escolha.
— Você não sabe nada sobre mim! — Flora gritou, sacudindo as barras de sua prisão.
— Prometi a sua irmã que te salvaria. Não sei se posso, mas tenho que tentar.
— Não se atreva a me transformar de volta! — Ela gritou. — Não se atreva!
Aiden e Cato ativaram seus escudos furtivos, pegaram o topo da prisão laser e voaram para onde Dax e Penélope estavam esperando na floresta. Ele pediu a Dax para carregar Penélope, não querendo que ela visse Flora nesse estado. Parte dele temia que talvez essa mulher realmente quisesse ser uma vampira. E se ressentiria com Penélope para sempre por tirar isso dela. Vampiros eram imortais, fortes e poderosos. A atração de sua magia não podia ser negada. Parte dele achava que talvez devesse tê-la deixado por conta própria. Talvez ela tivesse feito a escolha de ser transformada por vontade própria e eles agora estavam tirando isso dela.
Esses pensamentos sombrios rodaram em sua mente enquanto faziam a longa jornada para casa. Quando finalmente chegaram ao complexo do dragão e se estabeleceram no gramado dos fundos, já era noite. Soltaram seus escudos de invisibilidade e Penélope escorregou dos braços de Dax, correndo em direção a ele e à prisão de Flora.
— Sua puta estúpida! — Disse Flora. — O que lhe dá o direito de interferir na minha vida?
— Flora ... — Penélope disse.
— Você não quer ver isso. — Disse Cato. — Essa não é quem ela costumava ser.
— Ela ainda está lá dentro. — Disse Penélope. — Eu posso sentir isso.
— Isto é minha vida. Como se atreve a me tirar da minha casa e matar meu companheiro?
— Flora, foi sua escolha ir com eles ou sequestraram você? — Penélope perguntou.
— Eles me tiraram do estacionamento da escola uma noite. No começo eu resisti. Mas depois de muitas sangrias, percebi a futilidade e a estupidez dessa vida mortal. Ser inútil e fraca. No final, eles me ofereceram a escolha de ser um vampiro, e aceitei. Foi a melhor decisão que já tomei. E agora você quer tirar isso de mim. Sempre fui forte. Você é fraca, Penélope. Você não pode ver além de seus desejos mortais estúpidos.
— Vamos levá-la para o laboratório. — Disse Cato, vendo o olhar chocado e desesperado no rosto de Penélope. — Ela não precisa ouvir mais nada disso.
— Nós cometemos um erro, Cato? Você acha que ela estava feliz?
— Feliz? Com isso? Acho que não.
— Você acha que realmente há esperança de trazê-la de volta? — Perguntou, torcendo as mãos.
— Bethi fez muitas simulações e concluiu que há uma chance de quinze por cento de poder trazê-la de volta. Isso exigirá uma transfusão de sangue total do sangue de sua gêmea.
— Como posso dar-lhe o meu sangue?
— Podemos pegar uma amostra e criar uma correspondência sintética. Ainda tenho muito trabalho a fazer. Seria melhor se você descansasse um pouco.
— Não. Eu quero ajudar.
— Muito bem então. — Disse ele. — Vamos precisar de muito café.
Capítulo 17
Penélope seguiu Cato até o porão, seu coração batendo de ansiedade. Não podia aceitar que sua irmã tivesse ido embora, transformada nessa criatura maligna. Ela não poderia parar e não fazer nada para trazer sua doce Flora de volta. Sim, as duas sempre tiveram uma competição entre elas, mas isso apenas as levou a serem melhores. Flora era sua melhor amiga e maior aliada. Penélope nunca desistiria dela.
No porão, Flora gritava por trás das barras de laser, os dentes arreganhados e os olhos negros e selvagens. Penélope mal podia olhá-la. Era como se não restasse nada da Flora que ela conhecera. Mas sabia que devia haver alguma coisa. Podia sentir isso em seu intestino. Dax e Aiden estavam esperando no porão, mantendo guarda sobre a vampira recém transformada.
— O que você vai fazer? — Perguntou Aiden.
— Vou tentar salvá-la. — Disse Cato.
— Existe alguma coisa que podemos fazer? — Dax perguntou.
— Penélope e eu vamos trabalhar nisso, vou deixar vocês saberem se precisarmos de alguma coisa.
Aiden e Dax assentiram e saíram do porão. Penélope se virou para Cato, desesperada por segurança. O olhar em seu rosto não lhe deu muito para continuar. Flora gritou, seus berros estridentes ecoando nas paredes. Cato sacudiu o dispositivo de pulso e transformou a prisão à prova de som, cortando o som dos alaridos da mulher. Penélope exalou, relaxando os ombros diante do silêncio. Cato estava sentado no computador e sentou-se ao lado dele.
Cato deslizou os dedos sobre o painel de vidro transparente enquanto os hologramas passavam pela tela à sua frente.
— Vamos precisar de uma amostra do seu sangue para começar a sintetizar o volume necessário para uma transfusão. Nunca ouvi falar de um vampiro voltar depois de uma transformação. A probabilidade de sucesso é, de novo, bastante baixa. — Disse ele, não encontrando seus olhos. — Mas sei que você quer tentar. Então, nós iremos.
— O que vai acontecer com ela se falharmos?
— De acordo com as simulações, dependendo das variáveis, há chances iguais de ela permanecer como vampira ou morrer.
— Talvez devêssemos deixá-la ir viver a sua vida como esta criatura.
— Você acha que a velha Flora teria desejado isso?
Penélope procurou em seu coração, pensando em tudo o que sabia sobre sua irmã. A mulher que era tão cheia de vida e risos e amor. A garota com quem cresceu, mais perto do que qualquer outra pessoa poderia ser. Compartilhando roupas, segredos e corações uma da outra. Elas podiam sentir uma a outra como se ainda fossem um ser.
Penélope soltou um suspiro trêmulo, cerrando os punhos e apertando os olhos com força. Piscou várias vezes e enxugou uma lágrima em sua bochecha.
— Eu conheço a Flora. Sei que ela não gostaria de viver assim. Sua personalidade é completamente diferente agora. É como se minha doce, talentosa e inteligente irmã fosse substituída por uma psicopata. Sinceramente acredito que Flora prefere morrer.
— Essa é a nossa resposta então. — Disse Cato passando os dedos sobre o painel, enquanto os hologramas giravam em padrões tridimensionais diante deles.
Uma seringa surgiu de dentro do painel. Ele pegou-a na mão, virando-se para Penélope com um olhar interrogativo em seus olhos.
— Você está pronta para começar?
— Sim. — Disse ela, exalando uma respiração irregular.
Ele apertou a ponta da seringa na dobra do cotovelo dela, e Penélope sugou o ar através dos dentes quando a ponta da agulha mordeu sua carne. Recuou a seringa, enchendo a câmara com o seu sangue. Quando terminou, esfregou-o com uma loção de cura e depositou o plasma em uma câmara de análise no painel do computador.
— Quanto tempo vai demorar para sintetizar o sangue?
— Várias horas. — Disse ele.
— Eu não suporto vê-la assim. — Disse ela.
Os sons dos gritos de Flora foram abafados pelos escudos, mas Penélope ainda podia vê-la batendo os punhos cerrados contra as paredes de sua prisão. Seus olhos eram negros e sua boca estava escancarada e ensanguentada. Ela mostrou os dentes afiados para sua gêmea, rosnando quando seus olhos se encontraram.
O coração de Penélope se apertou no peito. Foi a coisa mais perturbadora que já experimentou. Desviou o olhar, enxugando uma lágrima do olho.
— Eu não sei mais o que fazer. — Penélope murmurou.
— Sinceramente acredito que isso é o melhor. Eu não gostaria de viver minha vida como um deles.
— Mesmo que isso significasse mais poder e uma vida eterna?
— De que serve a vida eterna se você se tornar uma criatura assim?
— Você acha que ela ainda está lá? — Penélope perguntou.
— A análise de Bethi sugere que o estado de transformação inicial ainda é maleável. E você mesmo disse que ainda sente que ela está lá dentro. Não duvide de sua conexão com sua irmã gêmea. Você precisa mais agora do que nunca.
— Pude sentir algo mudando na noite passada. Quando estávamos juntos. Eu não queria encarar isso, então deixei de pensar nela. E então nós ... me sinto tão culpada.
— Tenho certeza que sua irmã não gostaria que você se negasse prazer. — Disse Cato estendendo a mão para ela.
— Eu sei que ela também não desejaria isso. Mas não significa que me sinto menos culpada. Deveria ter procurado por ela na noite passada. Talvez eu pudesse ter evitado isso. Talvez todos nós pudéssemos ter.
— Não havia nada que qualquer um de nós pudesse ter feito. Nós mal escapamos durante o dia. Os vampiros são mais fortes à noite. E os anciãos que eles trouxeram de seu sono profundo são alguns dos mais poderosos que encontramos.
— Eu sei, Cato. Entendo sua decisão de não atacar à noite. E nós a encontramos. Se não inteira, mas em parte. Só tenho que esperar que possamos salvá-la.
Penélope se levantou, afastando-se de Cato e indo em direção às escadas. Ele pegou o braço dela e virou-a para encará-lo.
— Você não se arrepende do que aconteceu ontem à noite, não é? — Perguntou.
— Eu não sei. Talvez sim. Abaixei minha guarda por um minuto e então isso aconteceu. Sabia que algo tinha mudado esta manhã. E por mais ilógico que seja acreditar que tenha algo a ver com a gente, eu não pude ajudar, me sinto como se tivesse fracassado.
Ele estendeu a mão para sua e ela se afastou. Não podia aceitar o toque dele ou sua ternura. Se sentiu como um fracasso. Subindo as escadas, deixando Cato sozinho no porão com sua selvagem irmã delirante, se perguntou o que Flora faria se estivesse em sua posição. Teria insistido que eles atacassem ontem à noite? Teria deixado Penélope em sua nova vida como vampira?
Ela não sabia. E isso só piorava as coisas.
No piso principal da casa, encontrou Aiden tocando seu violão enquanto Aria cantava, e Dax e Winnifred assistiam. Winnifred estava brincando com Ember em um cobertor no chão, mostrando-lhe como usar lápis de cera. A energia da música de Aria, acompanhada da habilidade de tocar de Aiden, encheu Penélope com um senso de certo e errado. Independentemente do que Flora teria feito, sabia que ela e os dragões tinham tomado a decisão certa. A decisão certa para a segurança de todos, a decisão certa para a alma de Flora.
Vendo todas essas pessoas felizes juntas, tão próximas quanto qualquer família poderia ser, desejou que ela e Flora pudessem fazer parte. Depois que perderam os pais e depois a tia, ficaram sozinhas uma com a outra. Agora que ela e Cato estavam juntos, sua família poderia ser dela. E eles eram todos pessoas boas, sabia que depois da missão com Dax e Aiden. As senhoras da House of Flames eram tão boas e gentis. Não tinham feito nada além de boas-vindas para ela desde que chegou ontem.
Queria dar algo de volta para eles. Mas agora, ela não tinha nada para dar, apenas um profundo abismo de necessidade. Precisava de sua irmã. Necessitava de resolução. Desejava a paz.
— Está com fome? — Everly perguntou a Penélope, saindo da cozinha enquanto esfregava as mãos em uma toalha de cozinha. — O jantar está quase pronto. Kian está fazendo churrasco no pátio perto da piscina. Pensamos que seria bom relaxar lá fora por um tempo, com tudo acontecendo no porão.
— Eu não sei se consigo relaxar. — Disse Penélope. — Esta é a pior coisa que já aconteceu comigo.
— Oh, querida. — Disse Everly, andando em sua direção e agarrando seu braço. — Eu não pretendia ser insensível. Estamos apenas tentando ajudá-la a se sentir um pouco melhor.
— Você não precisa se desculpar. Todos vocês foram tão receptivos e prestativos. Não sei o que teria feito sem Cato e os caras. Nunca teria encontrado ela. E se tivesse, eu seria um cadáver ou exatamente como ela agora.
— Nossa missão neste mundo é proteger humanos e Dragon Souls do flagelo dos vampiros — Disse Kian se juntando a Everly. — Nós oferecemos tratados várias vezes, sugerindo que os vampiros escolhem usar o sangue de animais ou de voluntários. Mas eles recusaram todas as vezes. Nós não vamos descansar, e nós não vamos parar de lutar até que eles tenham cumprido ou tenham sido erradicados deste planeta.
— Cato me contou sobre sua missão. É tão honroso da sua parte se colocar na linha assim. Com todo o seu dinheiro, sua grande mansão e tecnologia avançada, você poderia viver uma vida de prazer e esquecer-se de nós, mortais bárbaros. Mas não fez. Escolheu nos proteger.
— E nós vamos. Vamos compartilhar nossa missão com cada nova casa que desperta. Quanto mais dragões estiverem presentes neste mundo, mais forte será nossa posição contra os vampiros.
— Nós ainda não ouvimos nada de nenhuma outra casa. — Disse Everly, colocando a mão no ombro de Kian. — Isso te preocupa?
— Eu não tenho medo. — Disse Kian. — Acredito no destino dos Dragonianos. Mais casas serão despertadas em breve. Devemos permanecer fiéis e vigilantes.
Everly olhou para Kian com olhos amorosos, mostrando sua adoração e respeito por seu companheiro e líder da House of Flames. Cato e Penélope se conheceram por um curto período, mas naquela época ela sentia o mesmo.
Respeitava Cato mais a cada dia. Era uma mistura de profundo desejo e inexplicável compreensão. Ele fez seu coração bater um pouco mais rápido, sua boca sorrir um pouco mais, e seus olhos brilharem toda vez que estava perto. Ela queria contar tudo isso a ele, mas com a irmã sofrendo no porão, parecia egoísta estar se apaixonando.
Teve muita sorte enquanto Flora sofria tanto. No esquema da vida, não deveria ser assim. Quando eram mais jovens, costumavam usar as mesmas roupas. Quando eram mais velhas, elas foram para a mesma faculdade. Viviam juntas e compartilhavam os segredos uma da outra. Aprovaram ou desaprovaram os namorados uma da outra. Como suas vidas poderiam ter divergido tanto? Não estava certo. Penélope rezava com toda a fé em seu coração para que sua irmã tivesse o que tinha com Cato.
— O jantar está pronto para todos. — Disse Everly, dirigindo-se ao grupo enquanto as últimas notas da música de Aiden e Aria ecoavam pela sala de estar. — Kian preparou uma festa de churrasco no pátio dos fundos.
— Churrasco. — Gemeu Dax, esfregando o estômago.
Penélope teve que rir porque naquele exato momento, Dax a lembrou de Homer Simpson. Aria pegou sua mão e eles começaram a sair para o pátio. Winnifred pegou Ember e carregou-a com Aiden andando ao lado dela.
— Você percorreu um longo caminho com sua playlist. — Disse Winnifred. — Você deve estar pronto para gravar seu álbum muito em breve.
— Tudo a seu tempo. — Disse Aiden. — Queremos que seja simplesmente perfeito.
— Essas músicas são incríveis. Melhor do que a maioria das que ouço na rádio. Se você colocar isso lá fora, com certeza será um sucesso.
Cato subiu os degraus e aproximou-se dela, pisando bem fora do seu espaço pessoal. Parecia relutante em tocá-la e havia uma certa distância em seus olhos. Ela sabia que tinha causado isso e doeu. Depois de ver Kian e Everly juntos, sabia mais do que nunca que queria estar com Cato.
— Comecei o processo de síntese. — Disse Cato. — Isso deve estar pronto no final da tarde. Então podemos começar a transfusão.
— Venha comer. — Disse Everly. — Toda a conversa sobre ciência pode esperar até mais tarde.
Cato e Penélope seguiram Everly e Kian para o pátio, onde o clã servia as costelas de churrasco, hambúrgueres, salada de batata, milho grelhado, espetos de frango e gelatina recheada com frutas em pratos de cores vivas. Ember gritou feliz quando Winnifred lhe ofereceu um pouco de gelatina.
A piscina cristalina brilhava à luz do sol do entardecer enquanto os grilos cantavam no ar suave da primavera. Era uma cena de tamanha felicidade que Penélope quase quis fugir. Sua respiração engasgou em sua garganta e ela parou na porta. Kian e Everly sentaram-se ao redor da mesa. Cato parou e se virou para ela, um olhar preocupado em seus olhos.
— O que há de errado? — Ele perguntou.
— Eu quero isso para minha irmã. Para nós dois. Nós não temos uma família assim desde ... desde que nossos pais morreram. Nossa tia era ótima, mas depois que perdemos mamãe e papai, tudo o que fizemos foi tentar realizar coisas, acho que foi à nossa maneira de lidar com a perda. Agora estou aqui e ela é essa coisa. Só não sei se posso.
— Você não sabe se pode jantar? — Cato disse, gentilmente segurando o cotovelo dela.
Ela riu, olhando para os pés, o ombro caindo.
— Você está certo. O que há de errado comigo? É só jantar. Não estou tomando banho de champanhe nua enquanto rio histericamente sobre sua grama.
— Hum. — Ele disse, o canto de sua boca subindo. — Essa é uma imagem interessante.
— Você sabe o que eu quero dizer.
— Vamos comer. Você quer costelas, carne, frango ou hambúrguer?
— Tenho que escolher? — Perguntou, percebendo que estava faminta. Ela não tinha comido desde aquele meio baguete esta manhã.
— Claro que não. — Disse ele.
— Bom. Eu quero um pouco de tudo.
Capítulo 18
Penélope sentou-se à mesa de piquenique com o clã da House of Flames, sentindo-se mais em casa do que em tantos anos. Foi perturbador no início, mas depois relaxou no abraço confortável da família de Cato.
As brincadeiras e a boa competição entre os rapazes e a calorosa irmandade que se formava entre as mulheres eram uma lufada de ar fresco. Depois de comer várias porções do delicioso churrasco de Kian, uma fatia enorme de bolo de chocolate de Everly com cobertura de chocolate e duas taças de vinho branco, ela estava se sentindo muito melhor do que no começo da refeição.
O sol começou a se pôr atrás da montanha a oeste e as luzes do pátio se acenderam, iluminando os rostos da família e cintilando na água vítrea da piscina. Colocou os dedos na mão de Cato, na palma da sua mão. Ele olhou para ela e sorriu, apertando carinhosamente.
— Você parece tão linda na luz solar fraca. Ela brilha no seu cabelo e ilumina seus olhos.
Se inclinou e beijou-o suavemente nos lábios, inalando o cheiro de seu corpo. Ela queria abraçá-lo e agradecer-lhe por tudo que ele fizera. Mas sabia que os olhos da equipe estavam neles, por mais que estivesse amando essas pessoas, nunca tinha sido uma grande fã de demonstrações públicas de afeto. Recostou-se na cadeira e tomou mais um gole de vinho antes de pousar o copo e limpar seus pensamentos.
— Qual é o status da síntese sanguínea?
— A síntese está demorando mais do que o previsto. Provavelmente não será feita até a manhã.
— E a Flora?
— Eu dei a ela um pouco do sangue da carne que nós cozinhamos hoje à noite, para garantir que ela permaneça forte o suficiente para a transfusão pela manhã. É o melhor que podemos fazer.
— Entendo. — Penélope disse olhando para longe.
A bela vista do pátio do outro lado da propriedade desmentia o terrível segredo escondido no porão. Sua própria irmã era um monstro que assombraria os sonhos de Penélope até que se curasse ou deixasse de existir. Ela esfregou as têmporas com as pontas dos dedos e rangeu os dentes.
— Você deveria descansar um pouco — Disse Cato. — Amanhã será um dia desafiador.
— Eu não quero ficar sozinha — Disse ela.
— Você pode dormir no meu quarto. — Disse ele enquanto o resto da família desaparecia pelas portas do pátio, levando os pratos sujos com eles.
Dax, Aria e Everly voltaram um momento depois para recuperar o resto dos pratos sujos e Cato parou brevemente para dizer a Everly que estava levando Penélope para o andar de cima.
— Tente dormir, querida, você vai precisar. Vou mandar Kian com um chá relaxante para você.
— Obrigada, Everly. — Disse Penélope. — Você foi tão gentil e acolhedora.
— Não é nada. Você agora faz parte do nosso clã agora. Nossa família.
Penélope se virou, com lágrimas nos olhos. Era o que queria mais que tudo. Pertencer. Para ter pessoas em quem confiar. Esses homens e mulheres incríveis, talentosos e fortes a receberam de braços abertos e até arriscaram sua própria segurança para resgatar sua irmã. Suas emoções eram esmagadoras, e ela não podia falar enquanto subia as escadas.
Uma vez no segundo andar, percebeu que não tinha ideia de onde ficava o quarto de Cato e se virou para ele, esperando que assumisse a frente. Enxugou as lágrimas e fungou.
— Eu não sei onde estou indo. — Ela riu.
— Venha comigo. Deixe-me cuidar de você. — Ele pegou a mão dela e levou-a pelo corredor.
Foram para a ala mais distante da casa, onde ele abriu a porta em uma suíte bastante grande. Havia uma sala de estar com mobília simples, mas confortável e uma mesa de computador com várias telas. Além de um par de portas, ela viu uma cama grande com um edredom cinza e uma cabeceira acolchoada da mesma cor.
Cato certamente não era de babados, mas ela também não. Seu quarto estava arrumado, o que não podia dizer de seu próprio apartamento. E havia um ar de conforto e segurança nele, ela não se sentia em casa desde que Flora desaparecera.
Entraram no quarto e ele abriu outra porta que dava para o banheiro. Dentro, abriu a torneira em uma banheira profunda e esguichou os sais de espuma na água corrente.
— Você toma banho de espuma perfumado com rosas? — Ela perguntou, levantando uma sobrancelha e sorrindo.
— Um cara precisa se mimar de vez em quando, não acha? — Disse em pé e beijando sua testa.
— Definitivamente. — Disse ela envolvendo os braços em volta do pescoço.
Ela amava o quão confortável ele estava com sua masculinidade. Como o cérebro da tripulação, Cato não era um lutador por natureza. Era o analista da House of Flames. Mas tudo sobre ele era puro homem. E adorava as partes dele que eram suaves contra suas próprias arestas, fazia tudo dar certo. Houve uma batida na porta do quarto.
— Provavelmente é Kian com o seu chá. — Disse ele. — Você entra no banho e eu trago o chá para você.
Desapareceu pela porta, fechando-a atrás dele para lhe dar privacidade. Ela se despiu e entrou na água borbulhante e cheirosa. O calor parecia o céu em sua pele quando afundou na banheira e descansou suas costas contra a superfície lisa inclinada atrás dela. A água subiu sobre seus seios, cobrindo-a em bolhas. Quando a banheira estava cheia, usou o pé para desligar a torneira e soltou um longo e satisfeito suspiro, fechando os olhos.
Cato espiou para dentro do banheiro um momento depois, carregando uma grande caneca de chá de ervas. O cheiro das ervas relaxantes e do doce banho de espuma era uma combinação deliciosa que a fazia sentir que tudo ficaria bem. Se deixou afundar naquilo, tentando não pensar em mais nada.
Ela pegou a caneca e bebeu com cuidado, apreciando o sabor de camomila e mel.
— Isso é tão legal. — Ela respirou. — Não é sempre que eu tenho esse luxo.
— Não é nada mais do que você merece todos os dias da sua vida.
— Obrigada Cato — Disse, estendendo a mão para ele com a mão molhada e cheia de espuma. Ele se inclinou em sua direção, permitindo que segurasse sua bochecha. Ele se moveu mais baixo enquanto ela o guiava em sua direção, seus lábios pressionados juntos em um beijo ardente e quente.
— Muito mais disso e vou entrar aí com você. — Ele rosnou.
— Tem espaço. — Ela riu.
Ele se levantou, olhando para as bolhas que disfarçavam suas curvas, arregalando os olhos. Olhou-o, seus lábios se curvando em um sorriso travesso. Chamou-o com o dedo, atraindo-o para ela.
— Ok. — Ele disse, desabotoando sua camisa. — Você me convenceu.
Ele tirou suas roupas, revelando seu corpo lindo e tonificado e endurecendo sua masculinidade. Penélope mordeu o lábio, bebendo à vista de seu namorado inspirador. Sim namorado. Companheiro. Ele era dela e ela era dele.
Ele mergulhou a ponta do pé na água e afundou cuidadosamente no interior, fazendo grunhidos enquanto descia. Sentou-se desajeitadamente no outro lado da banheira, tentando dar-lhe tanto espaço quanto possível. Ela riu e engatinhou em sua direção, montando-o enquanto pressionava seus seios contra o peito dele.
— O que você está fazendo aí? — Ela disse. — Estava ficando solitária.
— Eu não quero que você se sinta solitária. — Disse ele correndo as mãos para cima e para baixo nas suas costas.
Pressionou os lábios contra os dele, bebendo seu beijo. Gemendo, ele segurou seu rosto, puxando-a para mais perto enquanto sua masculinidade se erguia sob seu núcleo. Resistiu sob ela e ela se afastou, ofegando quando seus olhos se arregalaram. Sua mão deslizou escorregadia por trás, colocando em sua bunda e apertando-a contra ele.
— Porque Cato, — Brincou ela. — Eu não achei que você tivesse isso em você.
— Oh, eu tenho muito mais de onde isso veio. — Ele rosnou.
Ele consumiu sua boca, beijando-a profundamente, deixando-a sem fôlego. Arrastou beijos pelo pescoço dela, roçando seus dentes afiados sobre sua carne. Suas mãos agarraram seus seios, beliscando seus mamilos enquanto a empurrava para trás e os chupava em sua boca. Mordiscando sua carne, ela gemeu de excitação quando deslizou sobre seu eixo rígido.
— Eu quero fazer você minha. — Ele sussurrou. — Toda minha.
— Ser sua companheira?
— Minha para sempre. Só minha.
— Como?
— Eu vou te mostrar. — Disse ele, deslizando-a para frente e para trás ao longo de seu comprimento. — Você está pronta?
O calor de seu toque aumentou o fogo em seu núcleo, deixando-a faminta por tê-lo apagando. Ela estava pronta. Precisava disso. Necessitava dele. E o que quer que significasse ser reivindicada, estava disposta a deixá-lo fazer isso.
— Diga sim. — Disse ele, pressionando contra o sexo dela e quebrando-a de seus pensamentos.
— Sim. — Ela respirou.
Ele pressionou a cabeça do seu pau contra sua abertura, deslizando dentro de uma fração de uma polegada e depois para fora novamente. Afundou as mãos na água e pressionou o polegar contra o clitóris enquanto deslizava as mãos entre a fenda da bunda dela, balançando-a para frente e para trás em sua dureza. A sensação era tão intensa que ela teve que se afastar de seu beijo voraz e tomar várias respirações profundas e gemendo quando o prazer a bombardeou de todos os lados.
— Oh, Cato. — Gemeu. Sabia que esse homem nunca tinha estado com uma mulher antes. De alguma forma, Cato estava lidando com seu corpo com mais habilidade especializada do que qualquer homem que ela já conheceu.
— Fiz uma extensa pesquisa. — Ele sussurrou, como se lesse sua mente.
Sua boca caiu quando a ponta de seu polegar rodou em seu clitóris e seus dedos deslizaram sobre sua bunda. Sua língua entrou e saiu de sua boca, enquanto seus mamilos eretos pressionavam contra seu peito duro. Ela se sentiu sem peso na água borbulhante.
Enroscou os braços ao redor de seu pescoço, segurando-o perto enquanto seu clímax aumentava de forma alarmante sob as habilidosas ministrações de Cato. Jogou a cabeça para trás, gemendo quando o orgasmo a atingiu. Ele segurou seu queixo com a mão, beijando seu pescoço ferozmente enquanto sua boceta apertava e pulsava em seu eixo.
— Eu vou afundar minhas presas em seu pescoço enquanto empurro meu pau em sua boceta. — Ele retumbou contra sua garganta. — Você será minha para sempre.
— Sim. — Disse. — Eu quero que você me reivindique.
Ela não queria nada mais do que ter suas presas profundas em seu pescoço, dando-lhe a mordida que a faria dele para sempre.
Puxou-a para frente e pressionou a cabeça de seu pênis contra seu núcleo macio, deslizando lentamente em seu corpo, centímetro por centímetro de forma agonizante. Se agarrou a ele, querendo que a preenchesse. Seus braços a abraçaram, segurando-a com força contra ele. Suas mãos agarraram suas costas e, em seguida, deslizou para baixo de sua bunda, guiando-a lentamente sobre ele enquanto seu corpo envolvia sua cintura.
Sua masculinidade grossa a abriu quando deslizou mais fundo. A doce tortura de seu ritmo lento a fez gemer quando ele pressionou contra o ponto G dela. Todo o desejo construído explodiu como um gêiser e ela gritou. Cato pegou o grito com a boca. Quando sua boceta apertou e pulsou sobre seu eixo, empurrou todo o caminho dentro dela. Segurando-a contra ele, sua masculinidade longa e espessa enterrada dentro de seu canal, Penélope puxou várias respirações profundas, se acostumando com seu tamanho enorme. E seu companheiro segurou seu rosto, beijando-a e olhando em seus olhos.
— Isso é bom? — Ele perguntou.
— Oh, sim. — Gemeu, beijando-o com força enquanto deslizava por seu eixo.
Quando saiu dela, empurrou-a de volta para seu colo, enterrando-se profundamente dentro dela mais uma vez. A sensação instantaneamente construiu outra onda de prazer, pronta para arrebentar e irromper no clímax. Deixou que Cato tomasse o controle, movendo-a em ondas. Ele a guiou para cima e para baixo em seu colo quando empurrava duro e rápido em seu núcleo.
Ela não sabia onde um clímax terminava e o seguinte começava. Seus olhos reviraram em sua cabeça. Penélope, a profissional de TI inteligente e capaz, tornou-se inconsciente com a luxúria nas mãos de seu companheiro dragão. Se soltou completamente, entregando-se ao prazer e paixão que Cato lhe dava generosamente. Suas presas deslizaram por seu pescoço.
— Você está pronta para ser minha? — Perguntou, pressionando o dedo em sua boca. Ela chupou vigorosamente, gemendo quando gozava novamente.
— Sim. Me leve. Faça-me sua.
Ele rugiu, inclinando a cabeça na curva do pescoço dela. Seus movimentos rápidos a pegaram de surpresa quando sua boca se abriu e mordeu seu pescoço. A respiração ficou presa na garganta e seus olhos se arregalaram com o choque. Prazer misturado com dor, sua boceta apertou em seu pau empurrando. Penélope podia senti-lo dentro dela, pronto para explodir. E chupou mais forte em seu dedo, além da borda do controle, seu intelecto e razão se foram. Ela se tornaria um instrumento de prazer para este homem e lhe daria qualquer coisa.
Ele veio dentro dela. Seus dentes apertaram o pescoço dela. Naquele instante eterno, foi como se um trovão soasse ao redor deles, mergulhando-os juntos em um ser, com uma mente.
Penélope caiu do pensamento consciente em um momento eterno, onde despertou em uma visão dela e Cato contra o pano de fundo do universo. Estrelas se espalhavam acima e abaixo enquanto pairavam sem peso no vasto oceano do espaço. Ela chorou, estendendo a mão para ele. Ele veio puxando-a para um abraço enquanto giravam juntos no oceano do tempo.
E então, no instante seguinte, ela voltou para a banheira com Cato. Presas lentamente se retraindo de seu pescoço quando ele a escorregou e a apoiou gentilmente contra seu peito. Ela estremeceu em seus braços, o abraço da água quente era um casulo reconfortante.
— Eu tive uma visão de nós suspensos no tempo, como duas almas imortais se tornando uma.
— Eu também vi. — Disse ele. — Estaremos sempre juntos naquele espaço, uma dualidade unida, sempre girando juntos pelos oceanos do cosmos.
— Eu te amo muito, Cato. — Sussurrou, segurando sua bochecha enquanto olhava para ele.
— O amor não é uma palavra forte o suficiente. — Ele meditou.
— É como se você fosse agora parte de mim. Como se todo o amor que eu tinha por mim agora incluísse você.
— Sim. — Ele disse beijando sua testa. — Isso é exatamente como me sinto.
Eles saíram da banheira e se arrastaram juntos para a cama, segurando um ao outro tão perto que mal podia dizer onde um terminava e o próximo começava. Ela queria que fosse sempre assim, e de alguma forma sabia que seria assim.
Capítulo 19
— Síntese de sangue completa. — Bethi chiou dentro do cérebro de Cato.
Ele se sentou na cama, respirando fundo enquanto afastava o sono de seus olhos.
Olhou para Penélope, que estava enroscada nos lençóis ao lado dele. Queria deixá-la descansar, mas sabia que ela iria querer ir para o porão com ele.
— Penélope. — Disse, sacudindo suavemente seu ombro até que seus lindos olhos cor de avelã se abriram.
— O que foi? — Ela gemeu.
— A síntese está completa. Podemos começar a transfusão.
Penélope abruptamente se levantou na cama, chegando a plena consciência. Piscou sonolenta e assentiu.
— Vamos. — Ela disse.
A luz escura do amanhecer pairava fracamente sobre a área externa de sua janela. Ele checou os sinais vitais de Flora através do link mental, não querendo que Penélope enfrentasse qualquer choque esta manhã. Agora que estavam acasalados, sabia que não havia muito que pudesse esconder dela. Mas ainda queria protegê-la o máximo que pudesse.
— A paciente Flora Baptiste permanece inalterada. — Bethi chiou dentro de sua mente.
— Prepare-se para a transfusão.
Penélope vestiu uma roupa que Kian havia trazido para ela da coleção de roupas pré-gravidez de Everly. Penélope era um pouco mais magra que Everly, mas um agasalho vestia-a confortavelmente.
Desceram as escadas até a cozinha, onde Cato insistiu que parassem para tomar um rápido café da manhã antes de irem para o laboratório. Seria um dia longo e traumático para Penélope, e ela precisava estar preparada. Ambos precisariam de sua resistência para a transfusão e o que quer que viesse depois.
Com enormes xícaras de café para viagem em uma mão e bagels na outra, Cato e Penélope desceram para o porão, onde foram recebidos com o rosto maligno de Flora. Ela bateu contra as paredes de sua prisão, gritando e fazendo caretas para eles implacavelmente. Penélope desviou o olhar, mordendo o pão enquanto se aproximava do computador e sentou-se diante do painel.
— Como vamos fazer isso? — Perguntou ela.
— Não vai ser bonito. — Alertou Cato. — Você deve terminar seu café da manhã antes de começarmos.
— Apenas me diga o que vamos fazer. — Disse. — Eu quero estar emocionalmente preparada.
— Ok. — Ele disse, soltando uma respiração profunda. — Tenho controle total da unidade de contenção que ela está atualmente abrigada e posso transformá-la de infinitas maneiras. Primeiro, vou mudar a unidade em uma câmara de transfusão, algemar ela a uma parede, virar a unidade em suas costas, anexar um IV para o braço direito e outro para o esquerdo. Enquanto bombeamos no sangue limpo, tiramos o sangue vampírico. Quando o plasma tiver sido completamente transferido, saberemos se conseguimos.
Penélope fez uma careta, largando o bagel no prato e limpando as mãos.
— Isso parece horrível. — Disse ela.
— Você está tendo dúvidas?
— Não. — Suspirou pesadamente. — Eu não vou deixar minha irmã ficar assim. — Disse apontando para a lunática delirante atrás das paredes da prisão. — E se tivermos que realizar este procedimento para recuperá-la, então é o que faremos. Essa é a decisão mais difícil que já tomei na minha vida.
— Entendo. — Disse Cato, estendendo a mão para tocar seu ombro.
Podia sentir as emoções conflitantes de Penélope agitando-se dentro dela, lutando umas contra as outras em uma batalha acalorada de certo e errado. Deveria permitir que sua irmã vivesse como vampira, respeitando sua decisão em seu estado atual? Ou deveria acreditar que a Flora real nunca teria desejado isso em primeiro lugar?
Ele estava feliz por não ser sua decisão. Mas apoiou sua companheira cem por cento por escolher seguir com o procedimento. Se a mesma coisa tivesse acontecido com alguém da sua tripulação, teria escolhido a mesma coisa. Não há como Dax, Aidan ou Kian desejarem ser um vampiro. Nem qualquer uma das suas companheiras. Foi uma decisão simples; por mais horrível que fosse, estavam tentando salvá-la de uma vida de loucura psicótica.
— Estou pronta. — Disse Penélope.
Cato deslizou os dedos pelo painel do computador, dando instruções a Bethi para prosseguir. A unidade de contenção começou a se transformar em uma câmara médica de transfusão de sangue.
Penélope assistiu com horror quando sua irmã foi presa contra o lado da parede da câmara, algemada em seu pescoço, tornozelos e pulsos. A câmara inclinou-se para trás, apoiando-se horizontalmente numa plataforma que descia da nova base. Flora balançava a cabeça freneticamente de um lado para o outro, convulsionando enquanto lutava.
Cato olhou de Penélope para Flora e deslizou a mão pelo painel, escondendo o horror com uma capa opaca. Não podia mudar a situação, mas podia impedir que sua companheira tivesse que testemunhar cada detalhe sangrento da transfusão. Eles assistiram a um diagrama holográfico tridimensional acima do terminal do computador, como os IVs de transfusão embutidos nos braços de Flora.
Observar o holograma era claramente mais fácil para Penélope do que testemunhar o tormento de sua irmã. Assim que os IVs foram incorporados com segurança, a transfusão começou. O sangue vampírico era drenado para uma unidade receptora enquanto o sangue puro era bombeado para dentro.
— Quanto tempo isso vai levar? — Ela perguntou, sua voz tremendo.
— Vai levar algum tempo. Possivelmente várias horas. Você deveria voltar para o andar de cima e descansar mais. Posso ficar aqui e observar o processo.
— Não. — Ela disse, balançando a cabeça. — Quero estar aqui para ela. Mesmo que me odeie agora e prefira morder minha cabeça a me abraçar. Não vou sair do lado dela por um minuto.
— Você é uma boa irmã. — Ele disse.
— Espero que sim. Espero que seja uma boa irmã e não apenas uma cadela egoísta.
— Nunca diga isso. Se fosse qualquer uma das pessoas que eu amo, faria o mesmo por elas.
— Não posso deixar de sentir que estou interferindo. Como se estivesse tentando controlá-la.
— Nós dois sabemos que ela não permitiu essa transformação por vontade própria.
Penélope olhou para as mãos cruzadas no colo e soltou um longo suspiro.
— Eu sei. — Disse sem olhar para cima. — Sei disso sem sombra de dúvida. Ela preferiria ter morrido.
— Então você não tem nada com que se preocupar, minha amada. Você tem um coração bom e puro, cheio de amor por sua irmã. Não quero que você questione isso. Por mais difícil que seja, é a coisa certa.
— Quando ela voltar para nós, — Disse, olhando para cima e afastando as lágrimas em seus olhos. — Então saberei se fiz a escolha certa.
Agarrou as mãos dela, desejando que ela fosse forte. Desejou que houvesse mais que pudesse oferecer, mas sabia que tudo o que podia fazer era apoiá-la e ficar ao lado dela, não importava o que acontecesse.
Capítulo 20
— Transfusão, cinquenta por cento completa. — Bethi chiou.
Penélope observava a tela holográfica diante dela, monitorando os sinais vitais da irmã com atenção ininterrupta. Como vampira, a pressão arterial e o ritmo cardíaco eram semelhantes aos de um humano vivo, se não levemente deprimidos. Mas naquele momento, todo o seu sistema caiu. Uma nota aguda encheu a sala, indicando uma linha reta.
— O que está acontecendo? — Penélope gritou, levantando-se da cadeira.
Cato estava trabalhando freneticamente na unidade médica, afastando os escudos que bloqueavam. Flora estava pálida e sem vida, deitada algemada na cama.
— Faça alguma coisa! — Penélope gritou.
— Eu estou tentando reanimar o coração dela. — Cato disse em uma voz plana e uniforme. — Por favor, recue.
Penélope estava com raiva, mas fez o que ele pediu. Seu pânico a estava desorganizando e sabia que Cato precisava de espaço para trabalhar.
— Ajude-a. — Sussurrou.
Cato deslizou o dedo sobre o dispositivo de pulso, de pé sobre o corpo sem vida de Flora. Ela pulou violentamente, mas o tom da linha plana continuou. Ele rosnou e bateu o holograma no seu dispositivo de pulso várias vezes mais. E a mulher se sacudiu novamente, arqueando as costas e lutando contra as restrições. De novo é de novo, num total de três vezes, o corpo da vampira convulsionou na cama. Quando finalmente, um ritmo lento e constante retornou ao monitor cardíaco. Penélope deu um suspiro de alívio, uma lágrima escorrendo por sua bochecha.
— Ela está de volta. — Cato sussurrou, voltando-se para Penélope.
Correu para ele e se jogou em seus braços, lágrimas escorrendo pelo rosto.
— Estava com medo de tê-la perdido. — Soluçou ela.
— Eu também. — Disse Cato, esfregando a mão nas costas dela.
— Você conseguiu, você a trouxe de volta.
— Ainda não terminamos, mas acho que passamos o pior.
Cato e Penélope sentaram-se no laboratório o dia inteiro, observando o progresso da transfusão. Everly e Kian trouxeram comida para eles. Aria veio e cantou para ela. Winnifred levou o bebê ao andar de baixo para visitar Penélope e animá-la. O apoio da tripulação mitigou o terror e a tristeza que pesavam sobre suas costas como uma montanha de desespero empilhada em cima dela. No final da tarde, a transfusão estava quase completa.
— Um por cento restante. — Bethi chiou.
Penélope sentou-se e observou Flora, que permanecia inconsciente desde que seu coração havia recomeçado. As últimas gotas do sangue sintetizado bombearam em seu sistema.
— Transfusão completa.
Penélope levantou-se, correndo para a irmã. Cato examinou-a com o dispositivo de pulso, lendo seus sinais vitais e o DNA.
— Funcionou? — Perguntou, segurando a mão da irmã.
— É difícil dizer — Disse Cato. — Sua fisiologia é de noventa e nove por cento humana. Parece que a transformação vampírica foi revertida. Mas um por cento de vampiro permanece. Eu não sei o que isso significa, e nós não saberemos até que ela desperte.
— Penélope? — Flora disse fracamente.
— Flora?
— Onde estou? — Flora perguntou, tentando se sentar.
— Você não se lembra? — Penélope perguntou, olhando nos olhos da irmã.
Os olhos de Flora haviam mudado de breu para o avelã normal. A cor retornara a suas bochechas e parecia a irmã que Penélope sempre conhecera.
— A última coisa que me lembro ... — O rosto de Flora caiu em terror abjeto. — Oh meu Deus. Oh meu Deus!
— O que é isso? O que há de errado? — Penélope perguntou.
— Eles me levaram. Beberam meu sangue. E então ... me torturaram por vários dias. A dor era insuportável. Me disseram que eu poderia morrer ou me juntar a eles. Eu queria morrer. Disse a eles para me matarem, no último segundo, assim que a noite negra da morte me agarrou em seu abraço frio, um dos vampiros me ofereceu seu pulso encharcado de sangue. E eu ... Oh, o que eu fiz?
— Tudo bem, Flora. Você não teve escolha.
— Eu fiz. Poderia ter recusado. Poderia ter me deixado morrer. Mas não, eu aceitei. Bebi de seu pulso. E então, me tornei uma coisa como eles. Como você me trouxe de volta?
— Nós demos a você uma transfusão de sangue completa. A transformação não estava completa, então ainda havia tempo — Disse Cato.
— Posso sair dessas algemas? — Flora perguntou.
— Ela ainda tem uma ligeira fisiologia vampírica. — Objetou Cato.
— Deixe-a desamarrada.
— Não sabemos como ela vai se comportar. — Disse Cato.
— Cato, ela está bem. Está de volta. Você não consegue ver isso?
— Certo. — Cato finalmente cedeu.
Ele deslizou o dedo sobre o dispositivo de pulso e as algemas na cama médica se retraíram. Flora se sentou, esfregando os pulsos e olhando em volta.
— Onde estamos? O que é esse lugar?
— Este é o leme da nossa nave espacial.
— Quem é esse cara? — Flora perguntou, pulando da cama.
Ela cambaleou em seus pés, e Penélope ajudou-a sentar em uma das cadeiras diante do painel do computador.
— Cato, é um dragão da House of Flames. — Explicou Penélope.
— Interessante. — Disse Flora, examinando o computador. — E você tem a tecnologia para sintetizar sangue compatível e executar uma transfusão inteira? O que mais você pode fazer? — Flora perguntou, passando os dedos pelo painel do computador.
— Vamos explicar tudo no devido tempo. — Disse Cato, puxando a mão dela de volta.
Penélope estreitou os olhos para ele, sem saber por que estava sendo tão desconfiado. Um segundo, Flora estava sentada na cadeira ao lado dela, e no seguinte, estava em cima de Penélope no chão. Flora afundou seus dentes planos no pescoço de da sua irmã, mordendo com tanta força que tirou sangue. Cato estava lá instantaneamente, afastando a mulher voraz. A arremessou através do quarto e ela bateu contra a parede, caindo no chão inconsciente.
Penélope agarrou a dor lancinante da mordida de sua irmã. Ferida e confusa, ela se aproximou da irmã, olhando-a com total decepção e pavor.
— O que aconteceu? — Penélope perguntou enquanto Cato examinava seus sinais vitais.
— Meu palpite educado é que o pouquinho da fisiologia vampírica anulou seu verdadeiro eu e a obrigou a beber seu sangue. Mas pelas minhas leituras, parece que o seu sangue de Dragon Soul acasalada inverteu a fisiologia final do vampiro.
— Ela é agora cem por cento humana. — Declarou Bethi.
— Você tem certeza? — Penélope perguntou, ainda segurando seu pescoço.
Cato tirou Flora do chão e a depositou na cama médica, a algemou e se virou para Penélope.
— Deixe-me ajudá-la com isso. — Disse ele, pegando um tubo de loção curativa do sintetizador.
Ele examinou a mordida e disse. — Não parece infectada. — Cato passou loção na ferida, instantaneamente aliviando a dor. Então aplicou uma bandagem de seu dispositivo de pulso e pegou as mãos de Penélope, olhando nos olhos dela com simpatia.
— Você está bem?
— A dor se foi.
— Eu não quero dizer fisicamente.
— Emocionalmente? Não, definitivamente não.
Ele puxou-a em seus braços, segurando-a com força e tentando consolá-la.
— Você acha que ela vai ficar bem agora?
— Espero que sim. Eu não sei o que mais poderíamos fazer.
— Penélope. — Flora soluçou.
Penélope se afastou de Cato e correu para o lado de sua irmã.
— Estou aqui. — Flora, disse ela, segurando a mão algemada.
— Eu sinto muito. Não sei por que fiz isso. Era como se estivesse possuída. Eu precisava de sangue como se estivesse sufocando sem ele.
— Entendo. Nós removemos o último pedacinho do DNA vampiro dentro de você. Foi morto pelo meu sangue.
— Você acha que vai funcionar?
— Só podemos esperar. — Disse Penélope.
— Posso pegar algo para comer? — Flora perguntou. — Estou faminta.
— Esse é um ótimo sinal. — Cato disse. — Vampiros não comem nada além de sangue.
Capítulo 21
Cato construiu uma unidade de contenção de tamanho confortável para que Flora ficasse em repouso, com seu consentimento, e trouxe para ela várias refeições para comer enquanto estava sob observação.
— Quando podemos deixá-la sair? — Penélope perguntou.
— Vai levar algum tempo. — Admitiu Cato. — Não posso deixá-la solta na casa perto do bebê, se houver qualquer suspeita de que ela possa reverter.
— Entendi. — Disse Flora, comendo as sobras de churrasco da noite anterior. — Estes são deliciosos. Quem os cozinhou?
— Foi o Kian, líder da House of Flames. — Explicou Penélope.
— Conte-me sobre esses dragões. — Disse Flora enquanto Penélope se sentava ao lado dela no outro lado da parede de contenção.
Penélope começou a história, explicando a história dos dragões e como eles chegaram à Terra. Um alarme soou em todo o complexo. A voz de Kian veio através do elo mental de Cato. — Estamos sob ataque, Cato. É melhor você subir aqui.
— Os vampiros estão aqui. — Disse Cato.
Se virou e subiu as escadas correndo, juntando-se à tripulação no primeiro andar. Aria estava cantando para todos eles enquanto discutiam seus planos de batalha. Cato levantou uma exibição holográfica do centro em seu dispositivo de pulso. Os intrusos vinham de todos os lados. Ele examinou seus rostos, reconhecendo Victor e os cinco anciões que haviam lutado antes.
— Reforce nossos escudos externos. — Instruiu Cato a Bethi.
— Eu quero todas as mulheres na sala de segurança. — Disse Kian quando Aria terminou sua música.
— Eu tenho Ember. — Disse Everly, segurando o bebê apertado contra o peito.
Winnifred, Aria e Everly correram escada abaixo até o porão, onde se trancaram na sala do cofre.
— Penélope deveria se juntar a elas. — Disse Kian.
— Não acho que ela vá deixar sua irmã. — Cato disse. — Estou fechando a escotilha da nave. É impenetrável para vampiros.
— Escudos em noventa e oito por cento. — Bethi disse através do elo mental.
Dax, Aiden e Kian olharam para ele e ele rangeu os dentes.
— Eles estão quebrando mais rapidamente desta vez. — Disse Kian.
— A magia dos anciãos é forte. — Disse Cato.
— É melhor irmos lá — Disse Kian.
Os dragões mudaram no gramado. Dax apareceu em sua forma completa de dragão, Aidan ficou como meio dragão com suas espadas de laser nas mãos. Kian se tornou dragão completo, e Cato meio que se mexeu, precisando monitorar a batalha com seu dispositivo de pulso. Ele construiu sua arma laser e segurou-a em uma mão enquanto analisava os escudos com a outra.
— Escudos em noventa e sete por cento. — Disse Bethi.
— Dax para o norte. Aiden para o oeste. Eu irei para o sul. Cato, tome o Leste. — Kian ordenou.
Cato correu para o lado leste do complexo, voando para a borda de seus escudos. Ele viu uma dúzia de vampiros arranhando e rosnando enquanto batiam e esmagavam os escudos. Um dos anciãos caminhou entre eles, ela levantou a mão, palma para cima e atirou uma explosão de magia no escudo. Ele tremeluziu e vibrou com o golpe.
— Eu quero atacar esses capangas. — Disse Dax.
— Vamos precisar ir para a ofensiva. — Disse Kian. — Dax, você tem permissão para cruzar o escudo. Vocês todos têm.
Cato observou sua tela holográfica, monitorando o complexo e viu Dax, Aiden e Kian cruzarem a barreira para encontrar o inimigo em frente.
— O que há de errado, pequeno dragão? — A vampira perguntou do outro lado do escudo, inclinando a cabeça e sorrindo. — Você tem medo da velhinha?
— Não. — Disse Cato. — Estou simplesmente procurando uma maneira melhor de derrotá-la. Veja, o resto da minha equipe é de lutadores. Sou um cientista. Vou derrotá-la com minha mente, não com meu músculo.
— Então você vai ficar aí como um covarde. — Ela perguntou, seus lábios se afastando para revelar seus dentes afiados ensanguentados.
— De jeito nenhum. — Ele disse. — Estou trabalhando em uma nova arma.
— Bethi. — Ele disse dentro de sua ligação mental. — Quero que você encontre uma maneira de imbuir nossas armas com o anticorpo do sangue de Dragon Souls.
— Processando. — Disse Bethi.
— O que você está esperando? — A vampira gritou quando seus lacaios se chocaram contra seus escudos.
— Escudos em noventa por cento — Disse Bethi.
Cato apontou o dedo para o ar, indicando que ela deveria esperar. — Estarei com você em breve. — Disse ele.
— Bethi, você encontrou uma maneira de imbuir os anticorpos?
— Ainda processando. — Bethi chiou.
— São treze vampiros. — Disse Aiden sobre o elo mental.
— Eu estou com quatorze. — Disse Dax.
— Continue assim. — Disse Kian. — A propósito, eu estou com vinte.
— Processamento completo. — Disse Bethi. — Ativando anticorpos em todas as armas.
— Humm. — Disse Dax. — O que aconteceu? Acabei de tirar cinco com um golpe?
— Eu adicionei os anticorpos de Dragon Souls em todas as nossas armas. Isso deve nos permitir despachar esses vampiros incluindo os mais velhos.
— Você está encolhendo, covarde! — A vampira gritou do outro lado do escudo.
Cato levantou a arma, apontou-a e atirou bem entre os olhos da vampira. Ela engasgou uma última vez e caiu no chão. Os lacaios que estavam batendo nos escudos olharam para cima e para o corpo sem vida de sua líder. Em uma corrida maciça de sombras, os lacaios sumiram e desapareceram.
— Onde eles estão indo? — Dax reclamou. — Isso estava começando a ficar divertido.
— Matei um dos anciãos. — Disse Aiden triunfante.
— Eu também. — Disse Cato. — Acho que todos eles vão sair agora.
— Escudos se estabilizando. — Bethi disse enquanto o resto dos vampiros corria para longe.
Os dragões se encontraram no gramado dos fundos, mudando para suas formas humanas.
— Você pensou rápido. — Disse Kian, elogiando Cato. — Muito bem.
— Não foi um salto muito lógico. — Disse Cato. — Se os anticorpos são tóxicos para os vampiros, incluindo os anciãos, nós só temos que encontrar uma maneira de injetá-los. Essa atualização efetivamente torna todas as nossas armas venenosas para os vampiros.
— Eles vão pensar duas vezes antes de atacar novamente. — Disse Kian.
— Ou eles vão acordar o resto dos anciãos e nos atacar todos de uma vez. — Disse Aiden.
— É possível que eles tenham esgotado a quantidade de recursos que eles têm disponível nesta área. Seu centro atual está localizado perto de Vancouver. É possível que tenham exagerado seus números. — Cato disse.
— Devemos estar preparados para qualquer coisa. — Disse Kian. — Mas esta nova arma definitivamente ajudará.
Capítulo 22
Flora passou uma semana em sua confortável câmera de contenção no porão, sob monitoramento contínuo. Cato não permitiria outro incidente como o primeiro. Os sinais vitais de Flora, marcadores fisiológicos e amostras de sangue, todos indicavam que a presença de DNA vampírico havia sido revertida.
— Vai ser tão bom sair daqui. — Disse Flora. — Não que eu não tenha apreciado sua hospitalidade.
Ela e Penélope riram quando Cato abriu a câmara. As irmãs se abraçaram quando a porta se abriu.
— Obrigado por me salvar. — Flora soluçou.
— Eu não podia deixar você assim. — Penélope disse, fungando de volta as lágrimas.
— Tudo parece normal. — Disse Cato, fazendo uma última varredura do sistema de Flora.
— Kian preparou uma festa. — Penélope informou sua irmã. — Todo mundo está esperando.
Cato seguiu as irmãs para o andar de cima enquanto elas caminhavam juntas. Ele estava tão feliz que a irmã de sua mulher havia sido curada. Podia sentir o alívio intenso de Penélope e sua alegria irradiando através dele. A conexão que sentia com sua companheira permitiu-lhe um ligeiro vislumbre da conexão que ela sentia com sua gêmea. E sabia que Flora era a pessoa mais importante em sua vida. O vínculo de companheirismo era magnífico e global, mas também o vínculo de gêmeos. Era algo que nunca iria subestimar ou negar a ela.
Na sala de estar no topo da escada, o resto da família estava esperando. Aiden e Aria começaram a cantar para ela Jolly Good Fellow7 no segundo que Flora emergiu do porão. Rindo e cobrindo a boca, todos se revezaram abraçando-a e a Penélope, parabenizando-as por sua força, perseverança, saúde e o amor que compartilhavam como irmãs.
— Kian e eu preparamos uma festa no pátio. — Anunciou Everly. — Espero que você goste de churrasco.
— Quem não gosta de churrasco?
Todos saíram para comer a enorme refeição, sentados em volta da grande mesa sob a sombra da varanda. Cato observou as irmãs enquanto ajudavam a servir os pratos uma da outra. Elas eram tão parecidas que um estranho poderia confundir as duas. Ambas eram igualmente bonitas e igualmente engenhosas.
— Conte-me mais sobre sua tese de engenharia genética, Cato. — Pediu a Flora.
— Oh, sim. — Disse ela, depois de engolir um bocado de costelas grelhadas.
Ela limpou os dedos em um guardanapo e tomou um gole de vinho branco. — Estou quase terminando. O assunto é a ativação dos genes recessivos na prevenção de doenças.
— Gostaria de saber se sua pesquisa poderia ser aplicada de forma mais ampla. — Cato refletiu.
— Tenho certeza que poderia. O que você tem em mente?
— Como você sabe, o DNA da Dragon Soul é uma coleção de genes recessivos. Eles são essencialmente inativos até que a mordida de acasalamento os ative. Eu tenho pesquisado os anticorpos resultantes encontrados no sangue de Dragon Soul para potencialmente serem usados como um tipo de inoculação, para outras almas dragão e, possivelmente, para humanos contra os vampiros. Mas me pergunto se combinarmos nossos esforços talvez poderíamos encontrar uma solução mais rapidamente.
— Isso parece fascinante. — Disse Flora. — Eu ficaria honrada em participar dessa pesquisa colaborativa.
— Como está o trabalho no álbum? — Penélope perguntou a Aiden e Aria.
— Estamos prontos para começar a gravar. — Disse Aria. — Todas as nossas músicas originais foram escritas e garantimos as licenças para várias capas.
— Sim! Winnifred. — Disse. — Vocês fazem uns dos melhores covers dos Beatles que eu já ouvi.
— Temos Cato trabalhando na gravação e distribuição. — Disse Aria. — Se ele não estiver muito ocupado salvando a raça humana dos vampiros.
— Sua música também é uma ferramenta importante. — Disse Cato. — Vocês dois juntos criam uma ressonância profunda. E as leituras que tirei de suas gravações indicam que é tão poderoso quando é distribuído dessa maneira
— É melhor ficar de olho nele, Penélope, ou vai trabalhar tanto que não terá tempo para você.
— O trabalho de Cato é tão importante para mim quanto é para ele. Além disso, preciso voltar para a biblioteca. Minha licença termina amanhã.
— E eu preciso voltar para a escola. — Disse Flora. — Se já não tiver sido expulsa.
— Podemos criar algumas desculpas razoáveis para você. — Disse Cato. — Atestados médicos, registros policiais etc. Nós só precisamos encontrar uma explicação plausível para a sua ausência.
— Isso nos leva a questionar sua segurança. — Disse Kian.
— Porque ela mordeu Penélope, Flora agora tem os anticorpos contra vampiros. Estou dando a ela um dispositivo de pulso que permitirá que use armas a laser imbuídas de anticorpos também. Ela deve estar segura.
— E o resto de nós? — Everly perguntou. — Nós seremos capazes de deixar o complexo por conta própria?
— Após mais testes extensivos, cheguei à conclusão de que Dragon Souls emparelhadas estão a salvo de vampiros. Você já foi equipada com dispositivos de pulso e terá armas defensivas se for atacada.
— Não quero que Ember deixe o complexo sem um dragão presente. — Disse Kian.
— Isso vai lhe dar uma chance de passar mais tempo com sua filha quando for fazer compras. — Everly disse, com uma risadinha.
— Isso vai ser adorável. — Disse Kian, colocando uma colherada de molho de maçã na boca da filha e sorrindo como um pai orgulhoso. — A Princesa da House of Flames precisa aprender os comandos como a próxima líder do nosso clã.
—Ela não é um pouco jovem para isso? — Dax perguntou.
— Nunca é cedo demais. — Disse Kian, arrulhando em sua filha.
Everly riu e esfregou sua barriga redonda, olhando amorosamente para seu companheiro e a criança que ela adotou como se fosse sua. Logo, a House of Flames teria outro membro, a segunda filha de Kian e o primeiro dragonkin nascido na Terra.
— Mensagem de entrada. — A voz de Bethi chiou através do link mental.
Todos os dragões se entreolharam, cada um tendo ouvido a comunicação.
— Devo transmitir?
— Sim, Bethi. — Disse Kian dentro do link.
— Saudações, House of Flames! Sou eu, o príncipe Hanish da House of Storms. Fico feliz em encontrar outra casa acordada. Estamos ansiosos para conhecê-los. Em breve emergiremos do Oceano Pacífico e empregaremos os serviços de um... qual era a palavra? Ah sim ... um corretor de imóveis!
Scarlett Grove
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