Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites
CINQUENTA TONS DE LIBERDADE
Segunda Parte
Eu sorrio para ele enquanto ele me carrega para dentro da grande sala, e depois de um breve beijo, ele me coloca gentilmente no piso de madeira. A decoração interior é austera e me lembra da sala principal no Escala... paredes brancas, madeira escura, e arte contemporânea abstrata. O corredor se abre para uma larga sala de estar onde três sofás de couro off-white cercam uma fogueira de pedra que domina o cômodo. A única cor vem das almofadas fofas espalhadas pelos sofás. Mia agarra a mão de Ethan e o arrasta para dentro da casa. Christian estreita seus olhos para as suas figuras partindo, sua boca se afinando. Ele balança a cabeça e se vira para mim.
Kate assobia alto.
— Ótimo lugar.
Eu olho ao redor para ver Eliot ajudando Taylor com a nossa bagagem. Eu me pergunto novamente se ela sabe que a Gia tem uma mão nesse lugar.
— Um tour? — Christian me pergunta, e seja lá o que esteja passando pela cabeça dele sobre a Mia e o Ethan some. Ele está radiando excitação... ou é ansiedade? Difícil dizer.
— Claro. — Mais uma vez eu fico embasbacada pela riqueza. O quanto esse lugar deve ter custado...? E eu não contribuí nada com isso. Brevemente eu sou transportada para a primeira vez que o Christian me levou para o Escala... eu fiquei embasbacada então. Você se acostumou, meu subconsciente sibila para mim. Christian franze a sobrancelha, mas pega a minha mão, me levando pelos vários quartos. A cozinha de última geração é composta por balcões claros de mármore e armários pretos. Há uma adega impressionante, e um espaço grande, completo com tela de plasma, sofás macios... e uma mesa de bilhar. Eu fico pasma, e ruborizo, quando Christian me pega.
— Quer jogar? — ele pergunta, um brilho malicioso em seu olhar. Eu balanço a cabeça, e sua sobrancelha franze mais uma vez. Pegando a minha mão novamente, ele me leva para o primeiro andar. Há quatro quartos no andar de cima, cada um com uma suíte.
A suíte principal é outra história... a cama é enorme, maior do que a cama em casa, e está de frente para uma enorme janela com vista para Aspen e na direção das montanhas viçosas.
— Aquela é a Montanha Ájax... ou Montanha Aspen, se você preferir, — Christian diz, me observando cuidadosamente. Ele está de pé no batente da porta, seus polegares presos nas presilhas do cinto de seu jeans preto. Eu assinto.
— Você está bem quieta, — ele murmura.
— É amável, Christian. — E eu de repente estou ansiosa para voltar ao Escala.
Em cinco longas passadas ele está de pé na minha frente, estendendo a mão e pegando o meu queixo, liberando o meu lábio inferior do aperto dos meus dentes.
— O que foi? — ele pergunta, seus olhos procurando os meus.
— Você é bem rico.
— Sim.
— Algumas vezes, isso me pega de surpresa, o quão rico você é.
— Nós somos.
— Nós somos, — eu murmuro automaticamente.
— Não se estresse sobre isso, Ana, por favor. É apenas uma casa.
— E o que a Gia fez aqui exatamente?
— Gia? — Ele ergue uma sobrancelha surpreso.
— Sim. Ela remodelou esse lugar?
— Sim. Ela colocou aquela sala no andar debaixo. – Ele passa a mão pelo cabelo e faz uma careta para mim. – Por que você está falando sobre a Gia?
— Você sabia que ela teve um caso com Eliot?
Christian me observa por um momento, olhos cinzas ilegíveis.
— Eliot fodeu grande parte de Seattle, Ana.
Eu fico boquiaberta.
— A maioria mulheres, pelo que eu sei, — Christian brinca. Eu acho que ele está entretido com a minha expressão.
— Mentira!
Christian assente.
— Não é da minha conta. – Ele ergue as mãos para cima.
— Eu não acho que a Kate sabe.
— Eu não tenho certeza se ele comenta com todas essa informação. Kate parece estar se segurando bem.
Estou chocada. O doce, despretensioso, loiro, de olhos azuis, o Eliot? Eu o encaro em descrença.
Christian inclina a cabeça para um lado, examinando-me.
— Isso não pode ser apenas sobre a Gia ou a promiscuidade do Eliot.
— Eu sei. Sinto muito. Depois de tudo que aconteceu essa semana, é só...
Eu dou de ombros, sentindo-me triste de repente. Christian parece relaxar de alívio. Puxando-me para os seus braços, ele me abraça com força, seu nariz no meu cabelo.
— Eu sei. Sinto muito, também. Vamos relaxar e curtir juntos, ok? Você pode ficar aqui e ler, ver programas ruins de TV, fazer compras, caminhar... até pescar. O que você quiser fazer. E esqueça o que eu disse sobre o Eliot. Isso foi indiscreto da minha parte.
— Isso explica o porquê de ele estar sempre te provocando, — eu murmurei, me aconchegando em seu peito.
— Ele realmente não tem ideia sobre o meu passado. Eu te disse, minha família presumiu que eu era gay. Celibatário, mas gay.
Eu dou uma risadinha, e começo a relaxar em seus braços.
— Eu pensei que você era celibatário. O quão errada eu estava. – Eu coloco meus braços ao redor dele, me maravilhando com o ridículo de Christian ser gay.
— Sra. Grey, você está sorrindo sarcasticamente para mim?
— Talvez um pouco, — eu concedo. — Sabe, o que eu não entendo é por que você tem essa casa?
— O que você quer dizer? — ele beija o meu cabelo.
— Você tem um barco, o que eu entendo, você tem a casa em Nova Iorque para negócios... mas por que aqui? Não é como se você a dividisse com alguém.
Christian fica imóvel, e em silêncio por alguns momentos.
— Eu estava esperando por você, — ele diz suavemente, seus olhos de um cinza escuro e luminosos.
— Isso é... isso é uma coisa muito amável para se dizer.
— É verdade. Eu não sabia na época. — ele sorri o seu sorriso tímido.
— Estou contente por você ter esperado.
— Você vale a pena esperar, Sra. Grey. — Ele ergue o meu queixo com o seu dedo, se inclina, e me beija carinhosamente.
— Você também. — Eu sorrio. — Apesar de que eu sinto que eu trapaceei. Eu não tive que esperar nem um pouco por você.
Ele sorri.
— Eu sou um prêmio tão grande?
— Christian, você é a bolada da loteria, a cura do câncer, e os três desejos da lâmpada do Aladin tudo em uma coisa só.
Ele ergue uma sobrancelha.
— Quando você vai perceber isso? — Eu o repreendo. — Você era um solteiro cobiçado. E eu não quero dizer por causa disso aqui. — Eu aceno com desdém para o nosso ambiente chique. — Eu quero dizer aqui. — Eu coloco minha mão sobre o coração dele, e seus olhos se arregalam. O meu marido sexy e confiante se foi, e eu estou de frente para o meu menino perdido. — Acredite em mim, Christian, por favor, — eu sussurro e estendo a mão para tocar o seu rosto, puxando seus lábios para os meus. Ele geme, e eu não sei se é a dor de ouvir o que eu tenho a dizer ou a sua habitual resposta primitiva. Eu o clamo, meus lábios se movendo contra os dele, minha língua invadindo a boca dele.
Quando nós dois ficamos se ar, ele se afasta, olhando-me duvidoso.
— Quando você vai enfiar nessa cabeça excepcionalmente dura sua que eu te amo? — eu pergunto, exasperada.
Ele engole.
— Um dia, — ele diz.
Isso é progresso. Eu sorrio e sou recompensada com seu sorriso tímido em resposta.
— Vamos. Vamos almoçar... os outros estão se perguntando onde nós estamos. Nós podemos discutir o que nós queremos fazer.
— Ah não! – Kate diz repentinamente.
Todos os olhos se viram para ela.
— Olha, — ela diz, apontando para a grande janela. Lá fora, chuva começava a cair. Nós estamos sentados ao redor da mesa de madeira escura na cozinha tendo consumido um banquete italiano de antipasto, preparado pela Sra. Bentley, e uma garrafa ou duas de Frascati. Estou cheia e um pouco alegre por causa do álcool.
— Lá se vai a nossa caminhada, — Eliot murmura, soando vagamente aliviado. Kate faz uma careta para ele. Algo definitivamente está acontecendo com eles... Eles estão relaxados como todos nós, mas não um com o outro.
— Nós podíamos ir até a cidade, — Mia sugere. Ethan sorri para ela.
— Tempo perfeito para pescar, — Christian sugere.
— Eu vou pescar, — Ethan diz.
— Vamos nos dividir. –— Mia bate palmas. — Garotas, compras... garotos, coisas chatas ao ar livre.
Eu olho para Kate, que observa Mia indulgentemente. Pescar ou compras?
Afe, que escolha.
— Ana, o que você quer fazer? — Christian pergunta.
— Eu não me importo, — eu minto.
Kate pega o meu olhar e balbucia ‘compras’ para mim, talvez ela quer conversar.
— Mas eu ficarei mais do que feliz em ir fazer compras. — Eu acrescento, sorrindo ironicamente para Kate e Mia. Christian dá um sorrisinho. Ele sabe que eu odeio compras.
— Eu posso ficar aqui contigo, se você quiser, — ele murmura, e algo escuro se desenrola em minha barriga pelo seu tom.
— Não, você pode ir pescar, — eu respondo. Christian precisa de um tempo com os meninos.
— Soa como um plano, — Kate diz, levantando da mesa.
— Taylor irá acompanhar vocês, — Christian diz, e isso é óbvio... não está aberto para discussão.
— Nós não precisamos de babá, — Kate responde sem rodeios, direta como sempre. Eu coloco minha mão no braço de Kate. — Kate, Taylor deve vir.
Ela faz uma careta, então encolhe os ombros, e pela primeira vez ela segura a língua. Eu sorrio timidamente para o Christian. Sua expressão permanece sem emoção. Ah, eu espero que ele não esteja bravo com Kate.
Eliot faz uma careta.
— Eu preciso pegar uma bateria para o meu relógio na cidade.
Ele olha rapidamente para Kate, e eu percebo ele ficar levemente ruborizado. Ela não nota porque ela está intencionalmente ignorando-o.
— Pegue o Audi, Eliot. Quando você voltar nós podemos ir pescar. — Christian diz.
— Sim! — Eliot, mas ele parece distraído. — Bom plano.
— Aqui. — Pegando minha mão, Mia me arrasta para a butique de marca que é decorada toda com seda rosa e mobília sombria rústica à moda francesa. Kate nos segue enquanto Taylor aguarda do lado de fora, se abrigando sob o toldo para fugir da chuva. Aretha está cantando ‘Say A Little Prayer’ no sistema sem fio de som. Eu amo essa música. Eu deveria colocar no iPod do Christian.
— Isso vai ficar incrível em você, Ana. — Mia ergue um pedaço de material prateado. — Aqui, experimenta.
— Hum... é um pouco curto.
— Você vai ficar fantástica nele. Christian vai amar.
— Você acha?
Mia sorri para mim.
— Ana, você tem pernas matadoras, e se nós formos dançar hoje a noite... — ela sorri, sentindo a presa fácil... — você estará gostosa para o seu marido.
Eu pisco para ela, levemente chocada. Nós vamos sair para dançar? Eu não saio para dançar.
Kate ri com a minha expressão. Ela parece mais relaxada agora que ela está longe do Eliot.
— Nós temos que curtir essa noite, — ela diz.
— Vá experimentar, — Mia exige, e relutantemente eu sigo para o trocador.
Enquanto eu espero Kate e Mia saírem do trocador, eu caminho até a janela da loja e olho para fora, sem ver nada específico, o outro lado da rua. A compilação de soul continua: Dionne Warwick está cantando ‘Walk on By’. – Outra grande música... uma das favoritas da minha mãe. Eu olho para. O Vestido na minha mão. Esse Vestido talvez seja exagerado. Ele deixa as costas nua e é bem curto, mas Mia já o declarou como vencedor, perfeito para dançar pela noite afora. Aparentemente, eu preciso de sapatos também, e um colar enorme, o que é o próximo na nossa lista para acharmos. Revirando meus olhos, eu reflito mais uma vez na sorte que eu tenho de ter Caroline Acton, minha consultora de compras.
Através da janela da butique eu sou distraída pela visão de Eliot. Ele aparece do outro lado da rua cheia de folhas, saindo de um grande Audi. Eliot entra na loja como se atira para dentro da loja como se para fugir da chuva. Parece uma joalheria... talvez ele esteja procurando por aquela bateria para o relógio. Ele emerge alguns minutos depois, e não sozinho... com uma mulher.
Porra! Ele está falando com Gia! Que porra ela está fazendo aqui?
Enquanto eu assisto, eles se abraçam rapidamente e ela segura sua cabeça para trás, rindo animadamente de algo que ele diz. Ele beija a bochecha dela e então corre para o carro que está aguardando. Ela vira e segue pela rua, e eu fico boquiaberta para ela. O que foi isso? Eu me viro ansiosamente na direção dos provadores, mas ainda não há sinal da Kate ou da Mia.
Eu olho para Taylor, onde ele está esperando do lado de fora da loja. Ele me pega olhando e então dá de ombros. Ele testemunhou o pequeno encontro do Eliot também. Eu ruborizo, envergonhada por ter sido pega bisbilhotando. Virando de costas, Mia e Kate surgem, ambas rindo. Kate me olha curiosamente.
— O que foi, Ana? — ela pergunta. — Você está tendo dúvidas sobre o vestido? Você ficou sensacional nele.
— Hum, não.
— Você está bem? — Os olhos da Kate se arregalam.
— Estou ótima. Vamos pagar? — Eu sigo para o caixa me juntando a Mia que escolheu duas camisetas.
— Boa tarde, senhora. — A jovem assistente de vendas... que tem mais gloss em seus lábios do que eu já vi em um lugar só... sorri para mim. — O total será de oitocentos e cinquenta dólares.
— O quê? Por esse pedaço de pano! Eu pisco para ela e humildemente entrego o meu cartão preto Amex.
— Sra. Grey, — Srta. Gloss ronrona.
Eu sigo Kate e Mia em transe pelas próximas duas horas, me preocupando. Eu devo contar para a Kate? O meu subconsciente firmemente balança a cabeça. Sim, eu devo contar para ela. Não, eu não devo. Pode ter sido apenas um encontro inocente. Merda. O que eu faço?
— Bem, você gostou dos sapatos, Ana? — Mia está com os punhos nos quadris.
— Hum... sim, claro.
Eu termino com um desconfortável salto alto da Manolo Blahnik com alças que pareciam como se tivessem sido feitas de espelhos. Elas combinavam perfeitamente com o vestido e deixando o Christian mil dólares mais pobre. Eu tenho mais sorte com a corrente longa de prata que a Kate insiste que eu compre; é um barganho por oitenta e quatro dólares.
— Se acostumando a ter dinheiro? — Kate pergunta, sem maldade, enquanto nós voltamos para o carro. Mia já foi na frente.
— Você sabe que isso não sou eu, Kate. Eu fico um pouco desconfortável com tudo isso. Mas eu fui seguramente informada que isso faz parte do pacote. — Eu aperto meus lábios para ela, e ela coloco o braço ao meu redor.
— Você vai se acostumar, Ana, — ela diz com simpatia. — Você ficará ótima.
— Kate, como está você e o Eliot? — eu pergunto. Seus olhos azuis arregalados miram os meus.
Ah não.
Ela balança a cabeça.
— Eu não quero falar sobre isso agora. — Ela assente em direção a Mia. – Mas as coisas estão... — Ela não termina sua frase. Isso não combina com a minha tenaz Kate. Merda. Eu sabia que algo estava errado. Eu conto para ela? Digo a ela o que eu vi? O que eu vi? Eliot e Srta. Predadora-Sexual-Bem-Arrumada falando, abraçando, e aquele beijo na bochecha. Certamente eles são apenas velhos amigos? Não, eu não vou contar a ela. Não agora. Eu vou dar a ela o meu aceno eu-entendo-completamente-e-respeito-a-sua-privacidade. Ela pega a minha mão e dá um aperto de gratidão, e lá está... um rápido olhar de dor e mágoa em seus olhos que ela rapidamente suprime com uma piscada. Naquele momento eu sinto uma onda de protecionismo pela minha querida amiga. Que porra o Eliot Biscate Grey está jogando?
Quando voltamos a casa, Kate decide que nós merecemos coquetéis depois da nossa extravagância nas compras e prepara daiquiris de morango para nós. Nós sentamos nos sofás da sala de estar na frente da lenha ardente.
— Eliot está apenas um pouco distante ultimamente, — Kate murmura, olhando as chamas. Kate e eu finalmente temos um momento para nós enquanto Mia guarda suas compras.
— Oh?
— Eu acho que estou encrencada por ter te deixado encrencada, — ela acrescenta.
— Você escutou sobre isso?
— Sim. Christian ligou para Eliot; Eliot me ligou.
Eu desvio o olhar. Ah Cinquenta, Cinquenta, Cinquenta.
— Sinto muito. Christian é... protetor. Você não viu Eliot desde o barraco no coquetel?
— Não.
— Ah.
— Eu realmente gosto dele, Ana, — ela sussurra. E por um terrível minuto eu acho que ela vai chorar. Ah não... A Kate não é assim. Isso significa que eu devolvo o pijama rosa? Ela vira seu olhar para mim.
— Eu me apaixonei por ele. De primeira eu achei que era apenas um ótimo sexo. Mas ele é charmoso e bondoso e carinhoso e engraçado. Eu posso nos ver ficando velhos juntos... sabe... filhos, netos... tudo.
— O seu felizes para sempre, — eu sussurro.
Ela assente triste.
— Talvez você devesse falar com ele. Tente encontrar algum tempo sozinhos. Descubra o que está incomodando ele.
Quem está incomodando ele, o meu subconsciente rosna. Eu faço ele ficar quieto, chocada com a obstinação dos meus próprios pensamentos.
— Talvez vocês pudessem sair para caminhar amanhã de manhã?
— Vamos ver.
— Kate, eu odeio te ver dessa forma.
Ela sorri fracamente, e eu me inclino para abraçá-la. Eu resolvo não mencionar a Gia, apesar de que eu posso mencionar isso para o biscate pessoalmente. Como ele pode brincar com as afeições da minha amiga dessa forma?
Mia retorna, e nós seguimos para territórios mais seguros.
O fogo sibila e cospe faíscas na lareira enquanto eu o alimento com a última tora. Nós já estamos quase sem madeira. Apesar de ainda ser verão, o fogo é muito bem-vindo nesse dia úmido.
— Mia, você sabe onde a madeira é mantida? — eu pergunto enquanto ela toma um gole de seu daiquiri.
— Eu acho que está na garagem.
— Eu vou procurar mais. Isso me dará uma oportunidade para explorar.
A chuva diminui quando eu me aventuro do lado de fora e sigo para a garagem de três carros ao lado da casa. A porta lateral está destrancada e eu entro, ligando a luz para combater a escuridão. As tiras fluorescentes revivem ruidosamente.
Há um carro na garagem, e eu percebo que é o Audi no qual eu vi o Eliot esta tarde. Há também alguns carrinhos para andar na neve. Mas o que realmente chama a minha atenção são as duas motos de trilha, ambas com 125cc. Memórias do Ethan bravamente se esforçando para me ensinar a andar no último verão passam pela minha mente. Inconscientemente, eu esfrego meu braço onde eu me machuquei feio durante uma queda.
— Você pilota? — Eliot pergunta atrás de mim.
Eu me viro.
— Você voltou.
— Parece que sim. — Ele sorri, e eu percebo que Christian pode dizer as mesmas coisas para mim... mas sem o enorme sorriso de derreter o coração.
— Bem? — ele pergunta.
Mulherengo!
— Mais ou menos.
— Você quer andar?
Eu bufo.
— Hum, não... eu não acho que o Christian ficaria muito feliz se eu o fizesse.
— O Christian não está aqui. – Eliot se desfaz em sorriso... ah, isso é um traço de família... e acena seu braço para indicar que estamos sozinhos. Ele caminha até a moto mais próxima e oscila uma perna longa vestida com jeans sobre a sela, monta e agarra o guidão.
— O Christian tem, hum... preocupações sobre a minha segurança. Eu não devo.
— Você sempre faz o que ele fala? – Eliot tem um brilho perverso em seus olhos azuis-bebê e eu vejo um vislumbre do bad boy... o bad boy que a Kate se apaixonou. O bad boy de Detroit.
— Não. — Eu arqueio uma sobrancelha advertindo-o. — Mas eu estou tentando fazer tudo certo. Ele já tem o bastante para se preocupar sem me acrescentar na lista. Ele já voltou?
— Eu não sei.
— Você não foi pescar?
Eliot balança a cabeça.
— Eu tive alguns negócios para lidar na cidade.
Negócios! Puta merda... negócios loiros e bem arrumados! Eu respiro pesadamente e bocejo para ele.
— Se você não quer andar, o que você está fazendo na garagem? — Eliot está intrigado.
— Estou procurando madeira para o fogo.
— Aí está você. Ah, Eliot... você voltou. — Kate nos interrompe.
— Ei, amor. – Ele sorri amplamente.
— Pegou algo?
Ah merda.
— Eu vim aqui ver porque a Ana estava demorando tanto. — Kate nos observa, confusa.
— Nós estávamos apenas jogando conversa fora, — Eliot diz, e a tensão crepita entre eles.
Nós pausamos quando ouvimos um carro encostar lá fora. Ah! O Christian está de volta. Graças aos céus. A porta da garagem chia alto para abrir, nos assustando, e a porta abre lentamente para revelar o Christian e o Ethan descarregando a caminhonete preta. Christian para quando ele nos vê parados na garagem.
— Reunião de garagem? — ele pergunta sarcasticamente quando vem em nossa direção, seguindo diretamente para mim.
Eu sorrio. Estou aliviada por vê-lo. Embaixo de seu casaco de cera ele está usando o macacão que eu fiz ele comprar no Claytons.
— Oi, — ele diz olhando para mim curiosamente, ignorando tanto a Kate quanto o Eliot.
— Oi. Bonito macacão.
— Muitos bolsos. Bem útil para pescar. – Sua voz é suave e sedutora, somente os meus ouvidos, e quando ele olha para mim sua expressão é quente.
Eu ruborizo, e ele sorri um enorme sorriso, sem barreiras e só para mim.
— Você está molhado, — eu murmuro.
— Estava chovendo. O que vocês estão fazendo na garagem? — Finalmente ele reconhece que nós não estamos sozinhos.
— Ana veio buscar um pouco de madeira, — Eliot dá um sorrisinho. De alguma forma ele consegue deixar essa sentença soar suja. — Eu tentei chamá-la para dar uma volta. – Ele é o mestre do duplo sentido.
O rosto do Christian cai, e o meu coração para.
— Ela disse não. Que você não iria gostar, — Eliot acrescenta gentilmente... e sem segundas intenções.
O olhar cinza de Christian volta para mim.
— Ela fez isso então? — ele murmura.
— Escuta, sou totalmente a favor de ficar aqui discutindo o que a Ana vai fazer depois, mas vamos voltar lá para dentro? — Kate fala brava. Ela sai batendo o pé, pega dois tocos de madeira, e vira os calcanhares, batendo o pé em direção à porta. Ah merda. Kate está brava... mas eu sei que não sou eu. Eliot suspira e, sem uma palavra, a segue para fora. Eu olho para os dois, mas Christian me distrai.
— Você consegue pilotar motocicleta? — ele pergunta, sua voz cheia de incredulidade.
— Não muito bem. Ethan me ensinou.
Seus olhos se congelaram imediatamente.
— Você tomou a decisão certa, — ele diz, sua voz bem mais tranquila. — O chão está muito duro no momento, e a chuva o deixou muito mais traiçoeiro e escorregadio.
— Onde você quer colocar os equipamentos de pesca? – Ethan chama do lado de fora.
— Deixe aí, Ethan... Taylor vai cuidar disso.
— E quanto ao peixe? — Ethan continua, sua voz vagamente provocadora.
— Você pegou um peixe? — Eu pergunto surpresa.
— Não eu. Kavanagh pegou. — E Christian faz biquinho... bonitinho. Eu caio na risada.
— Sra. Bentley irá lidar com isso, — ele fala. Ethan sorri e segue para dentro da casa.
— Estou te divertindo, Sra. Grey?
— Bastante. Você está molhado... Deixe-me te preparar um banho.
— Contanto que você se junte a mim. — Ele se inclina e me beija.
Eu encho a banheira em forma de ovo gigante no banheiro e despejo um pouco de óleo de banho caro, que começa a fazer espuma imediatamente. O aroma é celestial... jasmim, eu acho. De volta ao quarto, eu começo a pendurar o vestido enquanto a banheira enche.
— Você se divertiu? — Christian pergunta enquanto ele entra no cômodo. Ele está apenas com uma camiseta e calça de moletom, seus pés descalços. Ele fecha a porta atrás dele.
— Sim, — eu murmuro, absorvendo-o. Eu senti falta dele. Ridículo... apenas passou o quê, algumas horas?
Ele inclina a cabeça para um lado e olha para mim.
— O que foi?
— Eu estava pensando no quanto eu senti a sua falta.
— Você soa como se você estivesse totalmente apaixonada, Sra. Grey.
— Eu estou, Sr. Grey.
Ele caminha na minha direção até que ele está de pé na minha frente.
— O que você comprou? — ele sussurra, e eu sei que é para mudar o tópico da conversa.
— Um vestido, sapatos, um colar. Eu gastei uma grande parte do seu dinheiro. — Eu olho para ele, me sentindo culpada.
Ele está entretido.
— Bom, — ele murmura, e sua mão se estende para colocar uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. — E pela bilionésima vez, nosso dinheiro. — Ele pega o meu queixo, tirando meu lábio dos meus dentes e corre seu dedo indicador pela frente da minha camiseta, descendo o meu esterno, entre os meus seios, descendo pelo meu estômago, passando pela minha barriga até a bainha.
— Você não vai precisar disso no banho, — ele sussurra, e pega a bainha da minha camiseta com as duas mãos, lentamente levantado-a. — Levante seus braços.
Eu cedo, sem tirar meus olhos dos dele, e ele joga a minha camiseta no chão.
— Eu pensei que nós íamos apenas tomar banho. — Meu pulso acelera.
— Eu quero te deixar bem suja antes. Eu senti sua falta também. — Ele se inclina e me beija.
— Merda, a água! — Eu lutei para me sentar, completamente no pós-orgasmo e atordoada. Christian não me solta.
— Christian, o banho! — Eu olho para ele da minha posição de bruços em cima do peito dele.
Ele ri.
— Relaxa... é só um cômodo molhado. — Ele rola e me beija rapidamente. — Eu vou desligar a torneira.
Ele sai graciosamente da cama e caminha até o banheiro. Meus olhos gulosamente o seguem o caminho inteiro. Humm... meu marido, nu e logo molhado. Minha deusa interior lambe seus lábios de maneira provocante e me dá o seu sorriso de bem-fodida. Eu pulo para fora da cama.
Nós nos sentamos em lados opostos da banheira, que está bem cheia... tão cheia que sempre que nos movemos, a água bate do lado e molha o chão. É bem decadente. Ainda mais decadente é o Christian lavando meus pés, massageando as solas, puxando gentilmente os meus dedos. Ele beija cada um deles e gentilmente morde o menor.
— Ahhh! — Eu sinto... lá, na minha virilha.
— Assim? — ele suspira.
Ele começa a massagear novamente. Ah, isso é bom. Eu fecho meus olhos.
— Eu vi Gia na cidade, — eu murmuro.
— Sério? Eu acho que ela tem uma casa aqui, — ele diz despreocupado. Ele não está nem um pouco interessado.
— Ela estava com o Eliot.
Christian para de massagear. Isso chamou a atenção dele. Quando eu abro meus olhos, sua cabeça está inclinada para o lado, como se ele não estivesse entendendo.
— O que você quer dizer com o Eliot? — ele pergunta, perplexo ao invés de preocupado.
Eu explico o que eu vi.
— Ana, eles são apenas amigos. Eu acho que o Eliot está bem caído pela Kate. — Ele pausa e então acrescenta baixinho. — De fato eu sei que ele está bem caído por ela. — E ele me dá um daqueles seus olhares deus-saber-o-porquê.
— Kate é linda. — eu discordo, defendendo minha amiga.
Ele bufa.
— Ainda continuo feliz que foi você que caiu no meu escritório. — Ele beija o meu dedo maior, e então solta o meu pé esquerdo e pega o meu direito, começando o processo de massagem de novo. Seus dedos são fortes e ágeis, eu relaxo novamente. Eu não quero brigar sobre a Kate. Eu fecho meus olhos e deixo os dedos dele realizarem a sua mágica nos meus pés.
Eu fico boquiaberta na frente do espelho de corpo inteiro, sem reconhecer o mulherão que está me encarando. Kate foi com tudo e brincou de Barbie comigo essa noite, arrumando o meu cabelo e a maquiagem. Meu cabelo está com volume e liso, meus olhos contornados de preto, meus lábios vermelho escarlate. Eu estou... gostosa. Estou virada em pernas, especialmente nos Manolos de salto alto e o meu vestido indecentemente curto. Eu preciso da aprovação do Christian, apesar de eu ter um pressentimento horrível de que ele não vai gostar de tanta pele minha exposta. Em vista do nosso acordo cordial, eu decido que devo perguntar a ele. Eu pego o meu BlackBerry, já que eu duvido que ele vá me ouvir daqui de cima.
De: Anastásia Grey
Assunto: A Minha Bunda Está Muito Grande Nisso?
Data: 27 de Agosto, 2011 18:53
Para: Christian Grey
Sr. Grey
Eu preciso do seu conselho sobre vestuário.
Sua
Sra. G
Beijo
De: Christian Grey
Assunto: Maravilhoso
Data: 27 de Agosto, 2011 18:55
Para: Anastásia Grey
Sra. Grey
Eu seriamente duvido disso.
Mas eu irei subir e dar a sua bunda uma análise aprofundada só para ter certeza.
Seu em antecipação
Sr. G
Beijo
Christian Grey,
CEO & Fiscalizador de Bunda, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
Enquanto eu leio o e-mail dele, a porta do quarto se abre e o Christian congela no batente. A boca dele se escancara e seus olhos se arregalam. Puta merda... isso pode ir para qualquer lado.
— Bem? – eu sussurro.
— Ana, você está... uau.
— Você gosta?
— Sim, eu acho que sim. — Ele está um pouco rouco. Lentamente ele entra no quarto e fecha a porta. Ele está com um jeans preto e camisa branca, mas com uma jaqueta preta... ele está divino. Ele anda lentamente até onde estou, mas logo que ele me alcança, ele coloca as mãos nos meus ombros e me vira para encarar o espelho de corpo inteiro, enquanto ele fica de pé atrás de mim. Meu olhar encontra o dele no espelho, então ele olha para baixo, fascinado pelas minhas costas nuas. Seu dedo desliza pela minha espinha e alcança a borda do meu vestido na parte de baixo das costas, onde a pele pálida se encontra com o tecido prateado.
— Isso é bem revelador, — ele murmura.
Sua mão desliza mais para baixo, sobre o meu traseiro e até a minha coxa nua. Ele faz uma pausa, olhos cinzentos queimando intensamente e virando azul. Então, lentamente, ele arrasta os dedos para trás até a barra da minha saia.
Assistindo seus longos dedos se moverem lentamente, provocadoramente em toda a minha pele, sentindo os arrepios que eles deixam em seu rastro, minha boca forma um perfeito O.
— Não é muito longe daqui. — Ele toca a barra, em seguida, ele move seus dedos mais para cima. — Até aqui, — ele sussurra. Eu suspiro enquanto os dedos dele acariciam meu sexo, movendo-se tentadoramente sobre a minha calcinha, sentindo-me, me provocando.
— E seu ponto é? – eu sussurro.
— Meu ponto é... não é longe daqui... — seus dedos deslizam sobre a minha calcinha, e então um está dentro, contra a minha pele suave e molhada — ...até aqui. E então... até aqui. — Ele desliza um dedo dentro de mim. Eu ofego e dou um gemido baixinho.
— Isso é meu, — ele murmura em meu ouvido. Fechando seus olhos ele move seu dedo lentamente para dentro e para fora de mim. — Eu não quero que ninguém mais veja isso.
A minha respiração falha, ela fica ofegante combinando com o ritmo do dedo dele. Vendo-o no espelho, fazendo isso... é além de erótico.
— Então seja uma boa menina e não se abaixe, e você deverá ficar bem.
— Você aprova? — eu sussurro.
— Não, mas eu não vou te impedir de usá-lo. Você está incrível, Anastásia. — Abruptamente ele retira seu dedo, deixando-me querendo mais, e ele se move para me encarar. Ele coloca a ponta de seu dedo invasor no meu lábio inferior. Instintivamente, eu franzo os lábios e beijo seu dedo, e sou recompensada com um sorriso perverso. Ele coloca o dedo na boca e sua expressão me informa que eu tenho um gosto bom... muito bom. Eu ruborizo. Sempre irá me chocar quando ele faz isso?
Ele pega a minha mão.
— Venha, — ele comanda suavemente. Eu quero responder de alguma forma sarcástica, mas em luz do que aconteceu no quarto de jogos ontem, eu decido não forçar.
Nós esperamos pela sobremesa em um restaurante requintado e exclusivo na cidade. Foi uma noite bem animada até agora, e Mia está determinada a continuá-la e que nós devemos sair para dançar. Nesse momento ela está sentada em silêncio – até que enfim – prestando atenção em cada palavra do Ethan enquanto ele e o Christian conversam. Mia obviamente está afim do Ethan, e o Ethan está... bem é difícil de dizer. Eu não sei se eles são apenas amigos ou se há algo mais.
Christian parece tranquilo. Ele estava falando animadamente com o Ethan... eles obviamente criaram uma ligação na pescaria. Eles estavam falando sobre psicologia, principalmente. Ironicamente, é o Christian que parece ter mais conhecimento. Eu bufo suavemente enquanto eu meio que escuto a conversa deles, infelizmente reconhecendo que a especialidade dele é resultado de muitos psiquiatras.
Você é a melhor terapia. Palavras dele, sussurradas enquanto nós estávamos fazendo amor uma vez, ecoam na minha mente. Eu sou? Ah, Christian, eu espero que sim. Eu olho para a Kate. Ela está linda, mas, no entanto, ela sempre está. Ela e o Eliot estão menos animados. Ele parece nervoso, as piadas dele um pouco forçadas e sua risada um pouco estranha. Eles brigaram? O que está incomodando-o? É aquela mulher? Meu coração afunda ao pensar que ele possa estar machucando a minha melhor amiga. Eu olho para a entrada, meio que esperando ver a Gia entrar calmamente com seu traseiro bem arrumado cruzando o restaurante em nossa direção. Minha mente está me pregando pegadinhas... eu suspeito que é o tanto de álcool que eu tomei. Minha cabeça está começando a doer.
Abruptamente, Eliot nos assusta ao se levantar e empurrar sua cadeira para trás assim arranhando o piso. Todos os olhos se viram para ele. Ele olha para Kate por um momento e então cai de joelhos ao lado dela. Ah. Meu. Deus.
Ele alcança a mão dela, e o silêncio se acomoda como uma coberta sobre o restaurante inteiro enquanto todos param de comer, param de falar, param de andar, e encaram.
— Minha linda Kate, eu te amo. A sua graça, sua beleza, e seu espírito aventureiro não possuem igual, e você capturou o meu coração. Passe sua vida comigo. Case comigo.
Puta merda!
A atenção de todo o restaurante é fixado em Kate e Elliot, esperando ansiosamente como um só. A expectativa é insuportável. O silêncio se estende como um elástico esticado. O ambiente é opressivo, apreensivo, e ainda esperançoso.
Kate olha fixamente para Elliot como ele olha para ela, seus olhos arregalados de medo, medo mesmo. Santa Porcaria, Kate! Ponha-o fora da sua miséria. Por favor. Caramba, ele poderia ter pedido ela em particular.
Uma única lágrima escorre pelo seu rosto embora ela permaneça impassível. Merda! Kate está chorando? Então ela sorri, um sorriso de Eu-Acho-Que-Encontrei-A-Cidade-Perdida-De-El Dourado.
— Sim, — ela sussurra, ofegante, doce-aceitação não Kate como em tudo. Por um nano segundo há uma pausa enquanto o restaurante inteiro exala um suspiro coletivo de alívio, e depois o barulho é ensurdecedor. Aplausos espontâneos, vaias, gritos, e de repente eu tenho lágrimas escorrendo pelo meu rosto, borrando minha Barbie-conhece- Joan Jett na maquiagem.
Alheios ao alvoroço em torno deles, os dois estão presos em seu próprio mundinho. Do bolso Elliot retira uma pequena caixa, abre-a, e apresenta-a para Kate. Um anel. E pelo que posso ver, um anel requintado, mas eu preciso de um olhar mais atento. É isso o que ele estava fazendo com Gia? Escolhendo um anel? Merda! Oh, estou tão feliz que eu não disse a Kate.
Kate olha do anel para Elliot, em seguida, joga seus braços ao redor de seu pescoço. Eles se beijam, notavelmente casto para eles, e a multidão vai à loucura. Elliot se levanta e reconhece a aprovação com um arco gracioso então surpreendentemente, vestindo um sorriso de autossatisfação enorme, se senta novamente. Eu não posso tirar meus olhos deles. Tirando o anel para fora de sua caixa, Elliot desliza suavemente para o dedo de Kate, e eles se beijam mais uma vez.
Christian aperta minha mão. Eu não sabia que eu estava segurando a mão dele de forma tão apertada. Eu liberto um pouco embaraçada, e ele abana a mão, balbuciando:
— Ow.
— Desculpe. Será que você sabia sobre isso? — Eu sussurro.
Christian sorri, e sei que ele sabia. Ele chama o garçom.
— Duas garrafas de Cristal por favor. Em 2002, se tiver.
Eu sorrio maliciosamente para ele.
— O quê? — Ele pergunta.
— Como o 2002 é muito melhor do que o de 2003 — eu o provoco.
Ele ri.
— Para o paladar exigente, Anastásia.
— Você tem um paladar muito exigente, Sr. Grey, e gostos singulares.
— Eu sorrio.
— Isso eu tenho Sra. Grey. — Ele se inclina para perto. — E seu gosto é o melhor — ele sussurra, e beija um determinado ponto atrás da minha orelha, provocando pequenos arrepios na espinha. Eu fico corada e com carinho lembro sua demonstração antes os defeitos bastante literais do meu vestido.
Mia é a primeira a abraçar Kate e Elliot, e todos nós revezamos para felicitar o feliz casal. Aperto Kate em um abraço feroz.
— Viu? Ele estava apenas preocupado com a sua proposta — eu sussurro.
— Oh, Ana. — Ela dá risadinhas de soluços.
— Kate, eu estou tão feliz por você. Parabéns.
Christian está atrás de mim. Ele aperta a mão de Elliot, e então surpreendendo tanto Elliot quanto a mim o puxa para um abraço. Eu posso apenas pegar o que ele diz.
— Muito bem, Lelliot, — ele murmura. Elliot não diz nada — pela primeira vez atordoado em silêncio, então cautelosamente retorna o abraço de seu irmão.
Lelliot?
— Obrigado, Christian, — Elliot engasga.
Christian dá um breve e desajeitado, quase abraço em Kate. Eu sei que a distancia entre Christian e Kate é tolerante, na melhor das hipóteses, ambivalentes na maioria das vezes, por isso isto é um progresso. Liberando-a, ele diz isso em silêncio só a ela e eu posso ouvir:
— Eu espero que você seja tão feliz em seu casamento como eu sou no meu.
— Obrigada, Christian. Espero que sim, também, — ela diz graciosamente.
O garçom volta com o champanhe, abrindo-o discretamente.
Christian tem sua taça de champanhe no alto.
— Para Kate e meu querido irmão, Elliot, parabéns.
Nós todos bebemos, bem, eu engulo. Hmm, o gosto do Cristal é tão bom, e eu me lembro da primeira vez que eu bebi no clube com Christian e, mais tarde, nossa viagem de elevador agitado para o primeiro andar.
Christian franze a testa para mim.
— O que você está pensando? — Ele sussurra.
— A primeira vez que bebi champanhe.
Sua carranca se torna mais enigmática.
— Nós estávamos em seu clube. — Eu disse.
Ele sorri.
— Oh sim. Eu me lembro. — Ele pisca para mim.
— Elliot, você definiu uma data?n — Mia explode.
Elliot dá a sua irmã um olhar exasperado.
— Eu apenas perguntei a Kate, então vamos contatar você sobre isso, ok?
— Oh, façamos um casamento de Natal. Isso seria tão romântico, e você não teria nenhuma dificuldade em lembrar o seu aniversário. — Mia bate palminhas.
— Vou levar isso em consideração. — Elliot sorri para ela.
— Depois do champanhe, será que podemos ir a uma discoteca? — Mia se vira e dá a Christian seu grande olhar de olhos castanhos.
— Acho que devemos perguntar a Elliot e Kate o que eles gostariam de fazer.
Como um, voltamos com expectativa para eles. Elliot encolhe os ombros e Kate gira. Sua intenção carnal para seu noivo é tão clara que eu quase cuspi o champanhe de quatrocentos dólares por toda a mesa.
Zax é a boate mais exclusiva em Aspen ou algo assim diz Mia. Christian caminha, seu braço em volta da minha cintura, para frente da curta linha e é imediatamente concedido acesso. Pergunto-me brevemente se ele é dono do lugar. Olho para meu relógio, onze e meia da noite, e estou me sentindo leve. Os dois copos de champanhe e vários copos de Pouilly-Fumé durante nossa refeição estão começando a ter um efeito, e eu sou grata por Christian ter o seu braço em volta de mim.
— Sr. Grey, bem-vindo de volta— diz uma loira muito atraente, pernas compridas em cetim preto, calças quentes, combinando camisa sem mangas, e uma gravata vermelha. Ela sorri, revelando perfeito para todos os americanos dentes entre os lábios escarlates que correspondem à sua gravata borboleta. — Max pegará o seu casaco.
Um jovem todo vestido de preto, felizmente, não acetinado, sorri enquanto se oferece para levar o meu casaco. Seus olhos escuros são acolhedores e convidativos. Eu sou a única com um casaco, Christian insistiu para que eu pegasse um casaco de Mia para cobrir meu traseiro então Max só tem que lidar comigo.
— Belo casaco, — ele diz, olhando-me fixamente.
Ao meu lado Christian franze o cenho e fixa Max com um olhar saia agora. Ele avermelha e entrega rapidamente nas mãos de Christian o meu bilhete de seleção do casaco.
— Deixe-me mostrar-lhe a sua mesa. — Diz a Senhorita calças quentes de cetim tremula seus cílios para o meu marido, agitando seus longos cabelos loiros, e escorregando através da entrada. Eu aperto forte em torno Christian, e ele olha para mim interrogativamente por um momento, então sorri quando seguimos senhorita calças de cetim quentes no bar.
A iluminação é abafada, as paredes são pretas, e os móveis vermelhos escuros. Existem cabines que flanqueiam dois lados das paredes e uma barra em forma de U grande no meio. Está lotado, dado que estamos aqui fora de época, mas não muito lotado com os ricos de Aspen que gostam de se divertir num sábado à noite.
O código de vestuário está relaxado, e pela primeira vez me sinto um pouco mais. . . hum, vestida. Eu não tenho certeza qual. O piso e as paredes vibram com a música pulsante da pista de dança atrás do bar, e as luzes estão girando e piscando ligado e desligado.
No meu estado inebriante, eu acho que é preguiçosamente um pesadelo de um epiléptico.
A senhorita de calça de cetim quentes nos leva a uma mesa de canto que está enredada fora. É perto do bar com acesso à pista de dança. É evidente que é os melhores lugares da casa.
— Haverá alguém junto para ter o seu pedido em breve.— Ela nos dá o seu sorriso cheio megawatts e, com uma vibração final de cílios para o meu marido, escorregando de volta de onde ela veio. Mia já está saltitando de pé para pé, ansiosa para entrar na pista de dança, e Ethan tem pena dela.
— Champanhe? — Christian pergunta enquanto eles seguem de mãos dadas em direção à pista de dança. Ethan dá-lhe um polegar para cima e Mia acena com entusiasmo.
Kate e Elliot sentam no assento de veludo macio, de mãos dadas. Eles parecem tão felizes, o traço dos seus rostos esta radiantes sobre o brilho das luzes tremulantes infusas em suportes de cristal acima mesa. Christian gesticula para me sentar, e eu corro ao lado de Kate. Ele se senta ao meu lado com inquietude observando o lugar.
— Mostre-me seu anel. — Eu levanto a minha voz por cima da música. Eu estarei rouca quando sair. Kate sorri para mim e levanta sua mão. O anel é requintado, um solitário em uma única garra bem elaborada com pequenos diamantes em ambos os lados. Tem um look retro vitoriana nele.
— É lindo.
Ela acena a cabeça com prazer e, alcançando mais, aperta a coxa Elliot. Ele se inclina e beija.
— Obtenha um quarto, — eu digo.
Elliot sorri.
Uma jovem com cabelos curtos e um sorriso maroto, vestindo um similar de cetim preto, calças quentes, vem para tomar o nosso pedido.
— O que você quer beber? — Christian pergunta.
— Você não está pagando a conta para isso, também, — Elliot resmunga.
— Não comece essa merda, Elliot, — Christian diz suavemente.
Apesar das objeções de Kate, Elliot e Ethan, Christian paga a refeição que acabamos de comer. Ele simplesmente os acena de lado e não ouve de ninguém pagando. Eu olho para ele com amor. Meu cinquenta tons. . . sempre no controle.
Elliot abre a boca para dizer algo, mas, sabiamente talvez, fecha-a novamente.
— Vou tomar uma cerveja, — ele diz.
— Kate? — Christian pergunta.
— Mais champanhe, por favor. O Cristal é delicioso. Mas tenho certeza de que Ethan prefere uma cerveja. — Ela sorri docemente, sim, docemente, a Christian. Ela é incandescente com a felicidade. Eu sinto que irradia fora dela, e é um prazer me aquecer de sua alegria.
— Ana?
— Champanhe, por favor.
— Garrafa de Cristal, Peronis três, e uma garrafa de água Mineral gelada, seis copos, — ele diz na sua habitual autoridade, de forma sensata.
É meio quente.
— Obrigada, senhor. Virá imediatamente. — Senhorita Calças quentes Número Dois dá-lhe um sorriso gracioso, mas ela poupa a agitação dos cílios embora seu rosto core um pouco.
Sacudo a cabeça em resignação.
Ele é meu, amiga.
— O quê? — Ele me pede.
— Ela não agitou os cílios para você. — Eu sorrio.
— Oh. Ela deveria? — Pergunta ele, não conseguindo esconder sua alegria.
— As mulheres costumam fazer. — Meu tom é irônico.
Ele sorri. — Sra. Grey, você está com ciúmes?
— Nem um pouco. — Eu faço beicinho para ele. E percebo nesse momento que eu estou começando a tolerar as mulheres com olhar provocativo para o meu marido. Quase. Christian aperta minha mão e beija meus dedos.
— Você não tem nada para ter ciúmes, Sra. Grey, — ele murmura perto da minha orelha, sua respiração me fazendo cócegas.
— Eu sei.
— Bom.
A garçonete retorna, e momentos mais tarde, eu estou bebendo um copo de champanhe.
— Aqui — Christian me dá um copo de água. — Beba isso.
Eu franzo o cenho para ele, ao invés de ouvir, o seu suspiro.
— Três copos de vinho branco na hora do jantar e duas de champanhe, depois de um daiquiri de morango e dois copos de Frascati na hora do almoço. Bebe. Agora, Ana .
Como ele sabe sobre os cocktails esta tarde? Eu franzo o cenho para ele. Mas na verdade ele tem um ponto. Tomando o copo de água, eu bebo de uma forma grosseira para registrar meu protesto por ter sido dito o que fazer. . . novamente. Eu limpo a minha mão em toda a volta da minha boca.
— Boa menina, — ele diz, sorrindo. — Você já vomitou em mim uma vez. Eu não gostaria de experimentar isso de novo com pressa.
— Eu não sei o que você está reclamando. Você teve que dormir comigo.
Ele sorri e seus olhos amolecem.
— Sim, eu tive.
Ethan e Mia estão de volta.
— Ethan teve o suficiente, por enquanto. Vamos lá, meninas. Vamos bater no chão. Faça uma pose, jogue algumas formas, trabalhe fora as calorias da mousse de chocolate.
Kate fica de pé imediatamente.
— Vem? — Ela pergunta a Elliot.
— Deixe-me observar você, — ele diz. E eu tenho que desviar o olhar rapidamente, corando no olhar que ele lhe dá. Ela sorri enquanto fico em pé.
— Eu vou queimar algumas calorias, — eu digo, e me inclino para sussurrar no ouvido do Christian: — Você pode me ver.
— Não se curve, — ele rosna.
— Ok. — Eu levanto abruptamente. Uau! A cabeça roda e eu agarro o ombro de Christian enquanto a sala muda e se inclina um pouco.
— Talvez você deva ter um pouco mais de água — Christian bufa, uma advertência clara a sua voz.
— Eu estou bem. Estes lugares são baixos e os meus saltos são altos.
Kate pega a minha mão, e eu tomo uma respiração profunda. Eu a sigo e a Mia, perfeitamente equilibrada, na pista de dança.
A música é pulsante, uma batida Techno com uma linha de baixo batendo. A pista de dança não está lotada, o que significa que temos algum espaço. A mistura é eclética, jovens e velhos dançando pela noite fora. Eu nunca fui uma boa dançarina. Na verdade, é apenas desde que eu estive com o Christian que eu danço em tudo. Kate abraça-me.
— Estou muito feliz, — ela grita por cima da música, e ela começa a dançar. Mia está fazendo o que Mia faz, sorrindo para nós, lançando-se ao redor. Puxa, ela está ocupando muito espaço na pista de dança. Olho para trás em direção à mesa. Nossos homens estão nos observando. Eu começo a me mover. É um ritmo pulsante. Eu fecho meus olhos e me entrego a ele.
Abro os olhos para encontrar a pista de dança enchendo. Kate, Mia e eu somos forçadas a nos aproximar. E para minha surpresa eu acho que eu estou realmente me divertindo. Eu começo a me mover um pouco mais. . . bravamente. Kate dá-me dois polegares para cima, e eu mando de volta para ela.
Eu fecho meus olhos. Por que eu passei os primeiros vinte anos da minha vida não fazendo isso? Eu escolhi a leitura sobre a dança. Jane Austen não têm grandes músicas para mover e Thomas Hardy. . . caramba, ele teria se sentido culpado como um pecado por não ter dançado com sua primeira esposa. Eu ri com o pensamento.
É Christian. Ele me deu essa confiança no meu corpo e como eu posso movê-lo.
De repente, há duas mãos em meus quadris. Eu sorrio. Christian se juntou a mim. Eu sacudo, e suas mãos se movem para trás e me apertam, depois de volta para meus quadris.
Abro os olhos. E Mia está olhando para mim com horror. Merda. .. . Eu sou tão ruim assim? Eu chego até as mãos de Christian. Elas são peludas. Porra! Elas não são dele. Eu giro ao redor, e em cima de mim, esta um gigante loiro com mais dentes do que é natural e um sorriso malicioso para exibi-los.
— Tire suas mãos de mim! — Eu grito com raiva sobre a música palpitante e apologética.
— Vamos, docinho, é apenas diversão. — Ele sorri, segurando as mãos simiescas para cima, seus olhos azuis brilhando sob as luzes ultravioletas pulsantes.
Antes de saber o que estou fazendo, eu bato nele com força no rosto.
Ow! Merda. . . minha mão. Pica.
— Fique longe de mim! — Eu grito. Ele olha para mim, colocando a mão o rosto vermelho. Enfio minha mão não lesionada na frente do rosto, espalhando os meus dedos para mostrar-lhe os meus anéis.
— Eu sou casada, seu idiota!
Ele encolhe os ombros arrogantes e dá-me um meio sorriso, de desculpas.
Olho em volta freneticamente. Mia está à minha direita, olhando para o Gigante Loiro. Kate se perde no momento fazendo a sua coisa. Christian não está na mesa. Oh, eu espero que ele tenha ido ao banheiro. Eu me afasto uma frente que conheço bem. Oh merda. Christian coloca o braço em volta da minha cintura e me move para o lado dele.
— Mantenha a porra das suas mãos longe da minha mulher, — diz ele. Ele não está gritando, mas de alguma forma ele pode ser ouvido sobre a música.
Puta merda!
— Ela pode cuidar de si mesma — o gigante loiro grita. Move a mão de sua bochecha onde eu lhe dei um tapa, e Christian bate nele. É como se eu estivesse assistindo em câmera lenta. Um golpe perfeitamente cronometrado direto no queixo que se move a uma velocidade tal, mas com tão pouco desperdício de energia, o Gigante Loiro não o vê chegando. Ele desmorona no chão como a escoria que ele é.
Porra.
— Christian, não! — Eu suspiro em pânico, de pé na frente dele para segurá-lo. Merda, ele vai matá-lo. — Eu já o bati — eu grito por cima da música. Christian não olha para mim. Ele está olhando para meu agressor com uma maldade que eu não vi antes que queima em seus olhos. Bem, talvez uma vez depois que Jack Hyde fez um avanço para mim.
Os outros dançarinos se movem para fora como uma onda em uma lagoa, abrindo espaço ao nosso redor, mantendo uma distância segura. O loiro Gigante se embaralha em seus pés quando Elliot junta-se a nós.
Oh não! Kate está comigo, boquiaberta para todos nós. Elliot agarra o braço de Christian enquanto Ethan aparece, também.
— Acalme-se, ok? Não foi com má intenção. — O gigante loiro mantém as mãos levantadas em sinal de derrota, batendo em retirada. Os olhos de Christian o seguem para fora da pista. Ele não olha para mim.
As mudanças de músicas de letras explícitas de — Sexy Bitch— a um número de dança pulsando Techno onde uma mulher canta com uma voz apaixonada. Elliot olha para mim, então através de Christian, e libera Christian, puxa Kate para uma dança. Coloco os braços em volta do pescoço de Christian, até que ele finalmente faz contato com os olhos, os olhos ainda em chamas primal e selvagens. Um vislumbre de um adolescente brigando. Puta merda.
Ele perscruta o meu rosto.
— Você está bem? — Pergunta, finalmente.
— Sim. — Eu esfrego minha mão, tentando dissipar a dor, e trazer as minhas mãos até o peito. Minha mão está latejando. Eu nunca bati em ninguém antes. O que me possuiu? Tocar-me não era o pior crime contra a humanidade. Era?
Mas no fundo eu sei por que bati nele. É porque eu sabia instintivamente como Christian reagiria vendo algum estranho me apalpando. Eu sabia que ele iria perder seu precioso autocontrole. E o pensamento de que algum estúpido poderia atrapalhar meu marido, meu amor, bem, isso me deixa louca. Realmente louca.
— Você quer sentar?— Christian pergunta sobre a batida pulsante.
Oh, volte para mim, por favor.
— Não. Dança comigo.
Ele olha para mim, impassível, sem dizer nada.
Toque-me. . . a mulher canta.
— Dança comigo. — Ele ainda está furioso. — Dance. Christian, por favor. — Tomo suas mãos. Christian observa atrás do cara, mas eu começo a me mover contra ele, torcendo-me ao seu redor.
A multidão de dançarinos está circulando-nos mais uma vez, embora há agora uma zona de exclusão de dois metros em torno de nós.
— Você bateu nele? — Christian pergunta, em pé imóvel. Tomo suas mãos punhos.
— Claro que eu fiz. Eu pensei que era você, mas suas mãos eram mais peludas. Por favor, dance comigo.
Quando Christian olha para mim, o fogo em seus olhos lentamente muda, evolui para algo mais, algo mais sombrio, alguma coisa mais quente. De repente, ele agarra meus pulsos e me puxa para nivelar contra ele, prendendo minhas mãos atrás das costas.
— Você quer dançar? Vamos dançar, — ele rosna perto da minha orelha, e enquanto ele roda seus quadris em torno de mim, não posso fazer nada, apenas seguir, suas mãos segurando as minhas contra meu traseiro.
Oh. . . Christian pode se mover, realmente se mover. Ele me mantém perto, não me deixa ir, mas suas mãos gradualmente relaxam na minha, me liberta. Minhas mãos rastejam ao redor, nos braços, sentindo seus músculos agrupados por meio de sua jaqueta, até os ombros. Aperto-me contra ele, e sigo seus movimentos lentamente enquanto ele sensualmente dança comigo no ritmo da batida pulsante da música do clube.
No momento em que agarra a minha mão e gira-me primeiro uma forma, depois o outro, eu sei que ele está de volta comigo. Eu sorrio. Ele sorri.
Nós dançamos juntos e é libertador, divertido. Sua ira esquecida ou suprimida, ele gira em torno de mim com habilidade consumada no nosso pequeno espaço na pista de dança, nunca me deixando ir. Ele faz-me graciosa, o que é a sua habilidade. Ele faz-me sexy, porque é isso que ele é. Ele me faz sentir amada, porque, apesar de suas cinquenta máscaras, ele tem uma riqueza de amor para dar. Vê-lo agora, se divertindo. . . poderia ser perdoado por pensar que ele não tem um cuidado no mundo. Mas eu sei que seu amor é nublado com questões de protecionismo e sobre controle, mas ele não me faz amá-lo menos.
Estou sem fôlego quando troca de uma música para outra.
— Podemos sentar?— Engasgo-me.
— Claro. — Ele me leva para fora da pista.
— Você me fez muito quente e suada, — murmuro quando voltamos para a mesa.
Ele puxa-me em seus braços.
— Eu gosto de você quente e suada. Embora eu prefira fazê-la quente e suada em privado, — ele ronrona, e um sorriso lascivo puxa seus lábios.
Enquanto eu me sento, é como se o incidente na pista de dança nunca aconteceu. Estou vagamente surpreendida que não fomos expulsos. Olho em torno do bar. Ninguém está olhando para nós, e eu não posso ver o Gigante Loiro. Talvez ele saiu, ou talvez ele tenha sido expulsos. Kate e Elliot estão sendo indecentes na pista de dança, Ethan e Mia menos. Eu tomo outro gole de champanhe.
—Aqui. — Christian coloca um copo de água a minha frente e me observa atentamente. Sua expressão é expectante. — Beba-o agora.
Faço o que me disse. Além disso, eu estou com sede.
Ele levanta uma garrafa de Peroni do balde de gelo sobre a mesa e toma um longo gole.
— O que aconteceria se tivesse imprensa aqui? — Eu pergunto.
Christian imediatamente sabe a que estou me referindo a ele batendo no Gigante Loiro em sua bunda.
— Eu tenho advogados caros, — ele diz friamente, tudo de uma vez a arrogância em pessoa.
Eu franzo o cenho para ele.
— Mas você não está acima da lei, Christian. Eu tinha a situação sob controle.
Seus olhos são gelados.
— Ninguém toca o que é meu, — ele diz, com a finalidade de relaxar, como se eu não percebesse o óbvio.
Oh. . . Eu tomo mais um gole do meu champanhe. De repente eu me sinto sobrecarregada. A música é alta, batendo, minha cabeça e os pés estão doendo, e me sinto tonta. Ele pega minha mão.
— Vem, vamos embora. Eu quero te levar para casa , — ele diz. Kate e Elliot se juntam a nós.
— Você já vai? — Kate pergunta e sua voz é esperançosa.
— Sim, — Christian diz.
— Bom, nós vamos com vocês.
Enquanto esperamos Christian para recuperar o meu casaco, Kate me pergunta.
— O que aconteceu com esse cara na pista de dança?
— Ele estava me apalpando.
— Eu abri meus olhos e você estava acertando-o.
Eu dou de ombros.
— Bem, eu sabia que Christian iria termonuclear, e que poderia arruinar a sua noite. — Eu realmente não processei como me sinto sobre o comportamento de Christian. Eu estava preocupada com o pior.
— Nossa noite, — ela esclarece. — Ele é um pouco de cabeça quente, não é?— Kate acrescenta secamente, olhando para Christian que recolhe o meu casaco.
Eu bufo e sorrio.
— Você poderia dizer isso?
— Eu acho que você lida com ele também.
— Lidar?— Eu franzo a testa. Posso lidar com Christian?
— Aqui. — Christian segura meu casaco aberto para mim para que eu possa colocá-lo.
— Acorde Ana. — Christian está me sacudindo delicadamente. Chegamos de volta na casa. Relutantemente eu abro meus olhos e cambaleio da minivan. Kate e Elliot desaparecem, e Taylor está esperando pacientemente ao lado do veículo.
— Preciso levar você? — Christian pergunta.
Sacudo a cabeça.
— Eu vou buscar a senhorita Grey e o Sr. Kavanagh — Taylor diz.
Christian acena com a cabeça, em seguida, leva-me a porta da frente. Meus pés estão latejando, e eu tropeço depois dele. Na porta da frente, ele se abaixa, agarra meu tornozelo, e gentilmente arranca fora um sapato em primeiro lugar, depois o outro. Oh, que alívio. Ele endireita e olha de baixo para mim, segurando meus Manolos.
— Melhor? — Ele pergunta, divertido.
Concordo com a cabeça.
— Eu tive visões deliciosas destes ao redor de meus ouvidos, — ele murmura, olhando melancolicamente para os meus sapatos. Ele balança a cabeça e, tomando minha mão mais uma vez, leva-me pela casa escura, e sobe as escadas para o quarto.
— Você está destruída, não é? — Diz ele em voz baixa, olhando para mim.
Concordo com a cabeça. Ele começa a desatar o cinto no meu casaco.
— Eu vou fazer isso, — eu murmuro, fazendo uma tentativa indiferente para empurrá-lo.
— Deixe-me.
Eu suspiro. Eu não tinha ideia de que eu estava tão cansada.
— É a altitude. Você não está acostumada. E a beber, é claro. — Ele sorri, despoja-me do meu casaco, e joga-o em uma das cadeiras do quarto. Pegando minha mão, ele me leva para o banheiro. Por que estamos indo por aqui?
— Sente-se, — ele diz.
Eu sento na cadeira e fecho os olhos. Eu escuto enquanto ele mexe com as garrafas sobre a pia. Estou cansada demais para abrir meus olhos e descobrir o que ele está fazendo. Um momento depois, puxa minha cabeça para trás, e eu abro os olhos, surpresa.
— Olhos fechados, — Christian diz. Caramba, ele está segurando uma bola de algodão! Gentilmente, ele esfrega por cima do meu olho direito. Sento-me chocada como ele metodicamente remove a maquiagem.
— Ah. Aqui está a mulher com quem casei, — ele diz depois de alguns poucos panos.
— Você não gosta de maquiagem?
— Eu gosto o suficiente, mas eu prefiro o que está abaixo dela. — Ele beija minha testa. — Aqui. Pegue-os. — Ele coloca alguns Advil em minha mão e me dá um copo de água.
Eu olho e franzo o cenho.
— Pegue-os, — ele ordena.
Desvio o olhar, mas faço o que está dizendo.
— Ótimo. Você precisa de um momento a sós? — Ele pergunta sarcasticamente.
Eu bufo.
— Tão modesto o Sr. Grey. Sim, eu preciso fazer xixi.
Ele ri.
— Você espera que eu vá embora?
Eu riu.
— Você quer ficar?
Ele inclina sua cabeça para um lado, a sua expressão divertida.
— Você é um pervertido filho da puta. Fora. Eu não quero que você me assista fazer xixi. Esse é um passo longe demais. — Eu defendo e aceno-lhe para fora do banheiro.
Quando eu saio do banheiro, ele está de pijamas. Hmm... Christian em PJs. Hipnotizada, eu olho para o abdômen, seus músculos, seu caminho feliz. É uma distração. Ele caminha para mim.
— Apreciando a vista? — Pergunta ele ironicamente.
— Sempre.
— Eu acho que você está um pouco bêbada, Sra. Grey.
— Acho que, pela primeira vez, eu tenho que concordar com você, Sr. Grey.
— Deixe-me ajudá-la a tirar o pouco que há de vestido. Realmente deve vir com um alerta de saúde. — Ele se vira em torno de mim e desfaz o único botão no pescoço.
— Você estava tão bravo, — murmuro.
— Sim. Eu estava.
— Comigo?
— Não. Não com você. — Ele beija meu ombro. — Pela primeira vez.
Eu sorrio. Não bravo comigo. Isto é progresso.
— Fez uma boa mudança.
— Sim. Fez. — Ele beija meu ombro, em seguida, outros botões do meu vestido caem para baixo sobre a minha parte traseira e no chão. Ele elimina a calcinha ao mesmo tempo, deixando-me nua. Subindo, ele pega a minha mão.
— Dê um passo, — ele comanda, e eu dou um passo para fora do vestido, segurando sua mão para equilibrar.
Ele se levanta e joga o meu vestido e calcinha na cadeira junto com o casaco de Mia.
— Braços para cima, — ele diz em voz baixa. Ele desliza sua camiseta em cima de mim e puxa-a para baixo, cobrindo-me. Estou pronta para a cama.
Ele puxa-me em seus braços e me beija, minha respiração hortelã misturando-se com a sua.
— Por mais que eu adoraria me enterrar em você, Sra. Grey, você bebeu demais, você está em cerca de oito mil pés, e você não dormiu bem na noite passada. Venha. Vá para a cama. — Ele puxa o edredom e eu escalo dentro. Ele me cobre e beija minha testa mais uma vez.
— Feche os olhos. Quando eu voltar para a cama, eu vou esperar que você esteja dormindo. — É uma ameaça, um comando. . . é Christian.
— Não vá, — eu imploro.
— Eu tenho algumas chamadas a fazer, Ana.
— Hoje é sábado. É tarde. Por favor.
Ele passa a mão pelos cabelos.
— Ana, se eu for para a cama com você agora, você não vai ter qualquer descanso. Dorme. — Ele é inflexível. Eu fecho meus olhos e os seus lábios roçam minha testa mais uma vez.
— Boa noite, bebê, — ele suspira.
Imagens do dia lampejam pela minha mente. . . Christian puxando-me por cima do ombro no avião. Sua ansiedade quanto à possibilidade de que eu não gostasse da casa. Fazer amor esta tarde. O banho. Sua reação ao meu vestido. Minha mão formiga com a lembrança do Loiro Gigante. E, em seguida, Christian me colocando na cama.
Quem teria pensado? Eu sorrio muito, a palavra progresso corre pelo meu cérebro enquanto eu derivo.
Eu estou muito quente. Christian está quente. Sua cabeça está no meu ombro, e ele está respirando suavemente no meu pescoço enquanto dorme, com as pernas enfiadas nas minhas, o seu braço em volta da minha cintura. Eu hesito na borda da consciência, consciente de que se eu acordar totalmente eu vou acordá-lo, também, e ele não dorme o suficiente. Vagamente minha mente vagueia através dos acontecimentos da noite de ontem.
Bebi demais. Estou impressionado que Christian me deixou. Sorrio quando me lembro dele me colocando na cama. Isso foi doce, realmente doce e inesperado.
Eu faço um rápido “check up” mental de como estou me sentindo. Estômago? Bem. Cabeça? Surpreendentemente, tudo bem, mas difusa. Palma da minha mão ainda está vermelha da noite de ontem. Sheesh. Ociosamente eu penso sobre as palmas das mãos de Christian quando ele me bateu. Eu me contorço e ele acorda.
— O que aconteceu? — Seus olhos cinzas sonolentos procuram o meu.
— Nada. Bom dia. — Corro os dedos da minha mão ilesa pelos cabelos.
— Sra. Grey, você está linda esta manhã, — diz ele, beijando minha bochecha, e eu acendo por dentro.
— Obrigada por cuidar de mim na noite passada.
— Gosto de cuidar de você. É o que eu quero fazer, — ele diz calmamente, mas seus olhos o traem quando o triunfo explode em suas profundezas cinzas. É como se ele vencesse a World Series ou o Super Bowl.
Oh, meu Cinquenta.
— Você me faz sentir amada.
— Isso é porque você é , — ele murmura e aperta meu coração.
Ele aperta minha mão e eu estremeço. Ele me solta de imediato, alarmado.
— O soco? — Pergunta ele. Seus olhos gelados enquanto ele examina os meus, e sua voz esta cheia de ira.
— Eu lhe dei um tapa. Eu não bati nele.
— Aquele filho da puta!
Pensei que nós tínhamos resolvidos isso na noite passada.
— Eu não posso suportar que ele tocou em você.
— Ele não me machucou, ele foi apenas inadequado. Christian, eu estou bem. Minha mão está um pouco vermelha, isso é tudo. Certamente você sabe o que é isso? — Eu sorrio, e sua expressão muda para uma surpresa divertida.
— Por que Sra. Grey, eu estou muito familiarizado com isso. — Seus lábios torcem em diversão. — Eu poderia me reencontrar com esse sentimento neste minuto, se assim o desejar.
— Oh, guarde a palma de sua mão inquieta, Sr. Grey. — Eu percorro seu rosto com a minha mão machucada, meus dedos acariciando sua costeleta. Gentilmente eu puxo os pelinhos. Isto o distrai, e ele pega a minha mão e planta um beijo carinhoso. Milagrosamente, a dor desaparece.
— Por que você não me disse que isso doeu na noite passada?
— Um. . . Eu realmente não senti isso na noite passada. Está tudo bem agora.
Seus olhos suavizam e sua boca entorta. — Como você está se sentindo?
— Melhor do que eu mereço.
— Você tem absolutamente um braço direito bom, Sra. Grey.
— Você faz bem em lembrar, Sr. Grey.
— Sério?— Ele rola de repente, de modo que ele está totalmente em cima de mim, pressionando-me no colchão, segurando meus pulsos acima da minha cabeça. Ele olha para mim.
— Eu brigo com você todo o dia, Sra. Grey. Na verdade, subjugar você na cama é uma fantasia minha. — Ele beija minha garganta.
O quê?
— Eu pensei que você me subjugava o tempo todo. — Eu suspiro quando ele mordisca o lóbulo da minha orelha.
— Hmm. . . mas eu gostaria de alguma resistência, — ele murmura, seu nariz contornando minha mandíbula.
Resistência? Não me movo. Ele para, liberando minhas mãos, e inclina-se nos cotovelos.
— Você quer que eu lute com você? Aqui? — Eu sussurro, tentando conter minha surpresa. Ok, o meu choque. Ele balança a cabeça, seus olhos encobertos, mas cauteloso enquanto ele mede a minha reação.
— Agora?
Ele encolhe os ombros, e eu vejo voar a ideia em sua mente. Ele me dá um sorriso tímido e acena mais uma vez, lentamente.
Oh meu Deus. . . Ele está tenso, deitado em cima de mim, e sua ereção crescente está cavando tentadoramente em minha carne macia querendo me distrair. Que história é essa? Brigas? Fantasia? Será que ele vai me machucar? Minha deusa interior sacode a cabeça “Nunca”. Ela tem seu quimono de caratê, e ela está com novos golpes. Claude ficaria satisfeito.
— É isso que você quis dizer sobre a vinda para a cama com raiva?
Ele acena com a cabeça mais uma vez, seus olhos ainda cautelosos.
Hmm. . . meu Cinquenta quer rugir.
— Não morda seu lábio, — adverte.
Complacente, eu libero o meu lábio.
— Eu acho que você me tem em desvantagem Sr. Grey. — Eu bato meus cílios e contorço-me provocativamente abaixo dele. Isso pode ser divertido.
— Desvantagem?
— Certamente você já me tem onde você quer?
Ele sorri e aperta a sua virilha na minha mais uma vez.
— Bom ponto Sra. Grey , — ele sussurra e rapidamente beija meus lábios. De repente ele muda e leva-me com ele, assim que eu estou sentada de pernas aberta. Eu pego suas mãos, prendendo-as ao lado de sua cabeça, e ignoro o protesto de dor na minha mão. Meu cabelo cai em um véu de cascata em torno de nós, e eu movo minha cabeça para que os fios acariciem seu rosto. Ele empurra o rosto, mas não tenta me parar.
— Então, você quer jogar duro?— pergunto, deslizando sobre a virilha dele.
Sua boca se abre e ele respira fortemente.
— Sim. — Ele sibila, e eu o solto.
— Espere— Eu pego o copo de água ao lado da cama. Christian deve ter deixado aqui. Esta frio e com gás - muito frio para ter estado aqui por muito tempo e eu me pergunto quando ele veio para a cama.
Enquanto eu tomo um longo gole, Christian arrasta os dedos em pequenos círculos até minhas coxas, deixando minha pele formigando em seu rastro enquanto viajava atrás do meu pescoço nu. Ele põe as mãos em concha e aperta-me. Hmm.
Tomando uma folha do seu repertório impressionante, eu me inclino para frente e o beijo, despejando água fria em sua boca.
Ele bebe.
— Muito saborosa Sra. Grey,— ele murmura, ostentando um sorriso infantil e brincalhão.
Depois de colocar o copo na mesa de cabeceira, eu removo suas mãos da minha parte traseira e as fixo por sua cabeça mais uma vez.
— Agora se supõem que não devo estar disposta? — Eu sorrio.
— Sim.
— Eu não sou muito boa atriz.
Ele sorri.
— Experimente.
Eu me inclino para baixo e o beijo castamente.
— Ok, eu vou jogar — eu sussurro, arrastando meus dentes ao longo de sua mandíbula, sentindo a barba espinhosa debaixo dos meus dentes e minha língua.
Christian faz um som baixo, sexy em sua garganta e move-se, jogando-me na cama ao lado dele. Eu grito de surpresa, então ele está em cima de mim, e eu começo a lutar enquanto ele tenta agarrar minhas mãos. Rudemente, eu coloco minhas mãos sobre o peito, empurrando-o com todas as minhas forças, tentando movê-lo, enquanto ele se esforça para erguer minhas pernas com o joelho.
Eu continuo empurrando seu peito. Puxa, ele é pesado, mas ele não se mexe, não se congela como fez uma vez. Ele está gostando disso! Ele tenta agarrar meus pulsos, e finalmente, captura um, apesar das minhas tentativas valentes para deixá-los novamente livres. É a minha mão ferida, assim me rendo a ele, mas agarro seu cabelo com a minha outra mão e puxo com força.
— Ah! — Ele puxa a cabeça livre e olha para baixo para mim, seus olhos selvagens e carnal.
— Selvagem — ele sussurra, sua voz misturada com deleite obsceno.
Em resposta a esta palavra sussurrada, explode a minha libido, e eu paro de atuar. Mais uma vez eu me esforço em vão para libertar minha mão do seu agarre. Ao mesmo tempo, eu tento juntar meus tornozelos, e tirá-lo de cima de mim. Ele é muito pesado. Gah! É frustrante e quente.
Com um gemido, Christian capta minha outra mão. Ele possui dois pulsos meus na mão esquerda, e sua mão direita viaja agradavelmente - insolentemente, quase pelo meu corpo todo, acariciando e sentindo a medida que avança, beliscando meu mamilo no caminho.
Eu grito em resposta, o prazer cravando brevemente, afiado, e quente do meu mamilo à minha virilha. Eu faço outra tentativa inútil de resistência, mas ele é demais para mim.
Quando ele tenta me beijar eu empurro minha cabeça para o lado para que ele não possa. Prontamente suas mãos insolentes movem-se da barra da minha camiseta até meu queixo, me segurando no lugar enquanto ele corre os dentes ao longo da minha mandíbula, imitando o que eu fiz para ele antes.
— Oh, bebê, luta comigo — ele murmura.
Eu torço e me contorço, tentando me livrar de seu poder impiedoso, mas é impossível. Ele é muito mais forte do que eu. Ele gentilmente morde meu lábio inferior quando a língua tenta invadir minha boca. E eu percebo que eu não quero resistir. Eu o quero, agora, como sempre faço. Eu paro de lutar e fervorosamente retorno o seu beijo. Eu não me importo que eu não escovei os dentes. Eu não me importo que deveríamos estar jogando algum jogo. Desejo, quente e duro, surge através de minha corrente sanguínea, e estou perdida. Destravo meus tornozelos, envolvo as minhas pernas em volta de seus quadris e uso meus calcanhares para empurrar o pijama para baixo sobre seu traseiro.
— Ana — ele suspira, e me beija por toda parte. E não somos mais lutadores, apenas mãos e línguas, e de toque e gosto, rápido e urgente.
— Tire a roupa, — ele murmura com voz rouca, sua respiração ofegante. Ele me arrasta para cima e puxa a minha camiseta em um movimento rápido.
— Você — eu sussurro, enquanto fico em pé, porque é tudo que eu posso pensar em dizer. Eu agarro a frente do pijama para arrancá-lo para baixo, liberando sua ereção. Eu agarro e aperto. Ele é duro. O ar assobia através de seus dentes, ele inala bruscamente, e me deleito em sua resposta.
— Porra — ele murmura. Ele se inclina para trás, levantando minhas coxas, inclinando-me para baixo em cima da cama enquanto eu puxo e espremo firmemente, correndo a minha mão para cima e para baixo nele. Sentindo uma gota de umidade em sua ponta, eu esfrego ao redor com o polegar. Quando ele me desce ao colchão, eu deslizo meu dedo na minha boca para saboreá-lo enquanto suas mãos viajam até o meu corpo, acariciando meus quadris, meu estômago, meus seios.
— Bom gosto? — ele pergunta pairando sobre mim, os olhos brilhando.
— Sim. Toma. — Eu empurro meu polegar em sua boca, e ele suga e morde. Eu gemo, seguro sua cabeça, e puxo-o para mim para que eu possa beijá-lo. Embalo minhas pernas em volta dele, empurro o pijama fora de suas pernas com meus pés, então cravo minhas pernas em volta da sua cintura. Seus lábios se arrastam do meu peito para o meu queixo, beliscando suavemente.
— Você é tão bonita. — Mergulha a cabeça mais baixo para a base da minha garganta. — Essa pele bonita.
Sua respiração é suave quando seus lábios deslizam para baixo nos meus seios.
Quê? Estou ofegante, confusa, querendo, esperando agora. Eu pensei que este ia ser rápido.
— Christian. — Eu ouço o apelo calmo na minha voz e o alcanço prendendo minhas mãos em seu cabelo.
— Silêncio — ele sussurra e circula meu mamilo com a língua antes de puxá-lo em sua boca e chupa duro.
— Ah! — Eu gemo e me contorço, inclinando minha pélvis para tentá-lo. Ele sorri contra a minha pele e volta sua atenção ao meu outro seio.
— Impaciente, Sra. Grey? — Ele então suga com força no meu mamilo. Puxo seu cabelo. Ele geme e olha para cima. — Eu vou amarrar você — ele adverte.
— Tome-me — eu imploro.
— Tudo a seu tempo — ele murmura contra a minha pele. Sua mão percorre a uma velocidade irritantemente lenta para meu quadril, enquanto ele adora meu mamilo com a boca. Eu gemo alto, minha respiração curta e superficial, e eu tento mais uma vez seduzi-lo dentro de mim, balançando contra ele. Ele está grosso, duro e pronto, mas ele está brincando comigo.
Merda. Eu luto e torço, determinada a lhe tirar de cima de mim novamente.
— O que...
Agarrando minhas mãos, Christian me prende na cama, meus braços abertos, e apoia o peso corporal total em mim, completamente subjugando-me. Estou sem fôlego, selvagem.
— Você queria resistência — eu digo, ofegante. Ele se ergue sobre mim e olha para baixo, as mãos ainda presas em volta de meus pulsos. Eu coloco meus calcanhares em seu traseiro e empurro. Ele não se move. Gah!
— Você não quer jogar limpo? — Ele pergunta surpreso, os olhos brilhantes de emoção.
— Eu só quero que você faça amor comigo, Christian. — Poderia ser mais clara? Primeiro nós estamos lutando e lutando então ele é todo terno e doce. É confuso. Eu estou na cama com o Sr. volátil.
— Por favor — Eu pressiono meus calcanhares contra seu traseiro uma vez mais. Ardentes olhos cinzas me buscam. Oh, o que ele está pensando? Ele mee olha momentaneamente perplexo e confuso. Ele libera as mãos e se senta sobre os calcanhares, puxando-me em seu colo.
— Ok, Sra. Grey, nós vamos fazer isso à sua maneira. — Ele me pega pela cintura levanta e abaixa lentamente nele assim que eu estou montada nele.
— Ah! — É isso. Isto é o que eu quero. Isto é o que eu preciso. Passo meus braços em volta do seu pescoço, eu torço meus dedos em seu cabelo, glorificando no sentimento dele dentro de mim. Eu começo a me mover. Assumindo o controle, levando-o no meu ritmo, a minha velocidade. Ele geme, e seus lábios encontram os meu, e estamos perdidos.
Eu arrasto os dedos pelo cabelo no peito de Christian. Ele deita de costas, parado e quieto ao meu lado enquanto nós dois tomamos fôlego. Suas mãos deslizam ritmicamente pelas minhas costas.
— Você está quieto — eu sussurro e beijo-lhe o ombro. Ele se vira e olha para mim, sua expressão é inexpressiva. — Isso foi divertido.
Merda, há algo errado?
— Você me confunde Sra. Grey.
— Confundo você?
Ele muda de posição de modo que estamos face a face.
— Sim. Você. Você tendo a ultima palavra. É. . . diferente.
— Diferente bom? Ou diferente mal? — Eu arrasto o dedo sobre os seus lábios. Sua testa enruga, como se ele não entendesse muito bem a questão. Distraidamente, beija meu dedo.
— Diferente bom — ele diz, mas não parece convencido.
— Você nunca tinha se permitido essa fantasia antes? — Eu coro enquanto eu digo isso. Eu realmente quero saber mais sobre meu marido colorido... hum, a vida sexual caleidoscópica antes de mim? Meu subconsciente olha-me cautelosamente sob seus óculos meia-lua com aros de tartaruga. Você realmente quer ir para lá?
— Não, Anastásia. Você pode me tocar. — É uma explicação simples que fala volumes. Naturalmente, as quinzes não podia.
— Sra. Robinson poderia tocar em você. — Eu sopro as palavras antes que meu cérebro registre o que eu disse. Merda. Por que eu a mencionei?
Ele não se move. Seus olhos se arregalam com a sua oh-não-onde-ela-está-indo-com-issob expressão.
— Isso era diferente— ele sussurra.
De repente, eu quero saber.
— Diferente bom ou diferente mal?
Ele olha para mim. Dúvida e, possivelmente, dor cruza seu rosto, e fugazmente ele parece um homem se afogando.
Por que eu a mencionei?
— Ruim, eu acho. — Suas palavras são quase inaudível.
Puta merda!
— Eu pensei que você gostasse dela.
— Eu gostei. Na época.
— Não agora?
Ele olha para mim, olhos arregalados, em seguida, lentamente balança a cabeça.
Oh meu Deus. . .
— Oh, Christian. — Estou oprimida pelos sentimentos que inundam em mim. Meu menino perdido. Eu me lanço para ele e beijo seu rosto, seu pescoço, seu peito, suas pequenas cicatrizes redondas. Ele geme, puxa-me para ele, e me beija apaixonadamente. E muito devagar, e com ternura, no seu ritmo, ele faz amor comigo mais uma vez.
— Ana Tyson. Você se superou!
Ethan me aplaude enquanto vou para a cozinha para o café da manha. Ele está sentado com Mia e Kate no bar enquanto a cozinheira Sra. Bentley faz biscoitos.
Christian não está em lugar nenhum.
— Bom dia, Sra. Grey. — Sra. Bentley sorri. — O que você gostaria para o café?
— Bom dia. Tudo que está fazendo, obrigada. Onde está o Christian?
— Lá fora. — Kate gesticula com a cabeça em direção ao quintal. Ando até a janela que dá para o pátio e as montanhas. É um claro dia de verão, com o céu todo azul, e meu marido bonito está cerca de vinte metros de distância numa profunda discursão com um cara.
— Esse é o Sr. Bentley que ele está falando — Mia diz na mesa de café da manhã. Eu me viro para olhar para ela, distraída por seu tom aborrecido. Ela olha venenosamente para Ethan. Oh querido. Eu me pergunto mais uma vez o que está acontecendo entre eles. Franzindo a testa, eu viro a minha atenção de volta para o meu marido e Sr. Bentley.
O marido da Sra. Bentley é louro, de olhos escuros e magro, vestido com calças de trabalho e uma camiseta do Corpo de Bombeiros de Aspen. Christian está vestido com calça jeans preta e camiseta. Enquanto os dois homens andam devagar pelo gramado em direção a casa perdidos em sua conversa, Christian casualmente se curva para pegar o que parecia um bastão de bambu que deve ter sido fundido ou descartado no canteiro. Fazendo uma pausa, Christian distraidamente mantém a cana no comprimento do braço meio que perdido em seus pensamentos, e a desliza pelo ar, apenas uma vez.
Oh. . .
O Sr. Bentley parece não ver nada de estranho em seu comportamento. Eles continuam a sua discussão, mais perto da casa desta vez, em seguida, uma pausa mais uma vez, e Christian repete o gesto. A ponta do bastão atinge o chão. Olhando para cima, Christian me vê de pé na janela. De repente me sinto como se eu estivesse espionando. Ele para. Dou-lhe uma olhar envergonhado, em seguida, viro e vou de volta para o balcão do café da manhã.
— O que você está fazendo? — Kate pergunta.
— Apenas olhando Christian.
— Você entendeu mal. — Ela bufa.
— E você não, futura-cunhada? — Eu respondo, sorrindo e tentando enterrar o visual inquietante de Christian empunhando um bastão. Assusto-me quando Kate salta para cima e me abraça.
— Irmã — ela exclama, e não é difícil ser varrida por sua alegria.
— Ei, dorminhoca. — Christian me acorda. — Estamos prestes a pousar. Aperte o cinto.
Eu tateei sonolenta o meu cinto de segurança, mas Christian se inclina e prende para mim. Ele beija minha testa antes de voltar para seu assento. Eu inclino a minha cabeça em seu ombro novamente e fecho os olhos.
Uma caminhada muito longa e um piquenique no topo de uma montanha espetacular me esgotaram. O resto do nosso grupo está tranquilo, muito, até Mia. Ela parece abatida, como tem estado o dia todo. Eu me pergunto como seu esforço com Ethan está indo. Eu nem mesmo sei onde eles dormiram noite passada. Meus olhos apanham os dela, e eu lhe dou um pequeno sorrido de “você esta bem”. Ela me dá um breve sorriso triste em retorno e volta ao seu livro. Eu espreito Christian através de meus cílios. Ele está trabalhando em um contrato ou alguma coisa, lendo-o inteiramente e anotando nas margens. Mas ele parece relaxado. Elliot está roncando baixinho ao lado de Kate.
Ainda tenho que encurralar Elliot e questioná-lo sobre Gia, mas tem sido impossível arrancá-lo longe de Kate. Christian não está interessado o suficiente para perguntar, o que é irritante, mas eu não o pressionei. Nós estivemos nos divertindo muito. Elliot descansa sua mão possessivamente sobre o joelho de Kate. Ela parece radiante, e pensar que apenas ontem à tarde ela estava tão insegura dele. Do que Christian o chamou? Lelliot. Talvez é um apelido de família? Era doce, melhor do que prostituto. Abruptamente, Elliot abre os olhos e olha direto para mim. Eu coro, me sentido pega.
Ele sorri. — Eu com certeza amo o seu corar, Ana — ele brinca, estirando-se. Kate dá-me o seu sorriso de autossatisfação, o sorriso de “gato comeu o canário”.
O Oficial Beighley anuncia nossa aterrissagem em Sea-Tac, e Christian aperta minha mão.
— Como foi seu fim de semana, Sra. Grey? — Christian pergunta, uma vez que estamos no Audi voltando para o Escala. Taylor e Ryan estão na frente.
— Bom, muito obrigada. — Eu sorrio, sentindo-me tímida, de repente.
— Podemos ir a qualquer momento. Convide quem você quiser.
— Devemos convidar o Ray. Ele gostaria da pesca .
— Essa é uma boa ideia.
— Como foi para você? — Eu pergunto.
— Bom, — ele diz depois de um momento, surpreso com minha pergunta, eu acho. — Muito bom.
— Você pareceu relaxar.
Ele encolhe os ombros. — Eu sabia que você estaria segura.
Eu franzo a testa.
— Christian, estou a salvo a maior parte do tempo. Eu já lhe disse antes, você vai morrer aos 40, se você mantiver este nível de ansiedade. E eu quero envelhecer com você Sr. Grey. — Eu agarro sua mão. Ele me olha como se ele não pudesse compreender o que estou dizendo. Ele gentilmente beija meus dedos e muda de assunto.
— Como está sua mão?
— Está melhor, obrigada.
Ele sorri.
— Muito bom, Sra. Grey. Você está pronta para enfrentar Gia de novo?
Oh Porcaria. Eu tinha esquecido que íamos vê-la esta noite para rever os planos finais. Mexo com os olhos.
— Eu poderia querer mantê-los afastados, mantê-lo seguro. — Eu sorrio.
— Proteger a mim? — Christian está rindo de mim.
— Como sempre, Sr. Grey. De todos as predadoras sexuais — eu sussurro.
Christian está escovando os dentes quando eu me arrasto para a cama. Amanhã voltamos à realidade de volta ao trabalho, os paparazzi, e Jack sob custódia, mas com a possibilidade de que ele tem um cúmplice. Hmm. . . Christian foi vago sobre isso. Será que ele sabe? E se ele soubesse, ele iria me dizer? Eu suspiro. Obter informações de Christian é como arrancar os dentes, e nós tivemos um fim de semana lindo. Não quero estragar nosso bem-estar, tentando arrancar as informações dele?
Foi um acontecimento vê-lo fora de seu ambiente normal, fora deste apartamento, relaxado e feliz com sua família. Pergunto-me vagamente se é porque nós estamos aqui neste apartamento com todas as suas memórias e associações, deixando-o tenso. Talvez devêssemos nos mudar.
Eu bufo. Estamos nos mudando, estamos tendo uma enorme casa a remodelar na costa. Os planos de Gia estão completos e aprovados, e a equipe de Elliot começa a construir na próxima semana. Eu rio quando me lembro da expressão chocada de Gia, quando eu disse a ela que a vi em Aspen.
Acontece que não foi nada, apenas coincidência. Ela acampou no seu lugar de férias para trabalhar unicamente em nossos planos. Por um momento terrível que eu pensei que ela tinha ajudado na escolha do anel, mas aparentemente não. Mas eu ainda não confio em Gia. Eu quero ouvir a mesma história de Elliot. Pelo menos ela manteve a distância de Christian neste tempo.
Eu olho para o céu noturno. Eu vou sentir falta dessa visão. Esta vista panorâmica... Seattle aos nossos pés, tão cheio de possibilidades, ao mesmo tempo tão distantes. Talvez isso seja problema, Christian estava isolado da vida real por muito tempo, graças a seu exílio auto imposto. No entanto, com sua família ao seu redor, ele é menos controlador, menos ansioso, mais livre, mais feliz. Eu me pergunto o que Flynn faria com isso. Caralho! Talvez essa seja a resposta. Talvez ele precisa de sua própria família. Sacudo a cabeça em negação - somos muito jovens, muito novos para tudo isso. Christian entra na sala, sua aparência habitualmente linda, mas pensativo.
— Tudo bem? — pergunto, ele acena com a cabeça distraidamente enquanto sobe na cama.
— Eu não estou ansiosa para voltar à realidade, — murmuro.
— Não?
Sacudo a cabeça e acaricio seu rosto adorável.
— Eu tive um fim de semana maravilhoso. Obrigada.
Ele sorri suavemente.
— Você é minha realidade, Ana — ele murmura e me beija.
— Você sente falta dela?
— Falta do quê? — ele pergunta perplexo.
— Você sabe. A surra. . . e outras coisas, — eu sussurro, embaraçada.
Ele olha para mim, seu olhar impassível. Então dúvida atravessa seu rosto, seu olhar diz “ onde ela estar querendo ir com isso”.
— Não Anastásia, eu não sinto. — Sua voz é firme e tranquila. Ele acaricia o meu rosto. — Dr. Flynn me disse uma coisa quando você partiu, algo que ficou comigo. Ele disse que não poderia ser dessa maneira, se você não estivesse disposta. Foi uma revelação. — Ele para, e franze a testa. — Não conhecia outra maneira, Ana. Agora eu conheço. Tem sido educativo.
— Eu o educando? — Eu zombo.
Seus olhos amolecem.
— Você sente falta? — ele pergunta.
Oh!
— Eu não quero que você me machuque, mas eu gosto de jogar, Christian. Você sabe disso. Se você quisesse fazer alguma coisa. — Eu dou de ombros, olhando para ele.
— Alguma coisa?
— Você sabe, com um chicote ou cabo de chicote — eu paro, corando.
Ele levanta a sobrancelha, surpreso.
— Bem. . . vamos ver. Agora, eu gostaria de um pouco de baunilha à moda antiga. — O polegar contorna meu lábio inferior, e ele me beija mais uma vez.
De: Anastásia Grey
Assunto: Bom dia
Data: 29 de agosto de 2011 09:14
Para: Christian Grey
Sr. Grey
Eu só queria te dizer que eu te amo.
Isso é tudo.
Sua sempre
A x
Anastásia Grey
Coordenadora Editorial, SIP
De: Christian Grey
Assunto: Banimento Segunda-feira Triste
Data: 29 de agosto de 2011 09:18
Para: Anastásia Grey
Sra. Grey
Que palavras gratificantes de ouvir de minha esposa (errante ou não) em uma manhã de segunda-feira.
Deixe-me assegurar que me sinto exatamente da mesma maneira.
Desculpe o jantar esta noite. Espero que isso não vá ser muito entediante para você.
x
Christian Grey,
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
Ah, sim. O jantar da American Association Shipbuilding. Eu mexo os olhos. . . mais camisas estufadas. Christian realmente me leva para as funções mais fascinantes.
De: Anastásia Grey
Assunto: Os navios que passam na noite
Data: 29 de agosto de 2011 09:26
Para: Christian Grey
Caro Sr. Grey
Tenho certeza que você pode pensar em uma forma de apimentar o jantar. . .
Sua em antecipação
Sra. G. x
Anastásia (não errante) Grey
Coordenadora Editorial, SIP
De: Christian Grey
Assunto: A variedade é o tempero da vida
Data: 29 de agosto de 2011 09:35
Para: Anastásia Grey
Sra. Grey
Eu tenho algumas ideias. . .
x
Christian Grey
CEO, Agora Impaciente para o Jantar da AACB Inc., Grey Participações e Empreendimentos Inc.
Todos os músculos em minha barriga se apertam. Hmm. . . Eu me pergunto o que ele vai inventar. Hannah bate à porta, interrompendo o meu devaneio.
— Pronta para passear através de sua programação para esta semana, Ana?
— Claro. Sente-se. — Eu sorrio, recuperando o meu equilíbrio, e minimizando o meu programa de e-mail. — Eu tive que mudar alguns encontros do Sr. Fox na próxima semana e Dr.
Meu telefone toca, interrompendo-a. É Roach. Ele pede que vá até seu escritório.
— Podemos retomar daqui a vinte minutos?
— Claro.
De: Christian Grey
Assunto: Noite passada
Data: 30 de agosto, 2011 09:24
Para: Anastásia Grey
Foi. . . divertido.
Quem teria pensado que o jantar anual da ASA poderia ser tão estimulante?
Como sempre, você nunca decepciona, Sra. Grey.
Eu te amo.
x
Christian Grey
CEO Pasmo, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
De: Anastásia Grey
Assunto: Eu adoro um bom jogo de bola. . .
Data: 30 de agosto, 2011 09:33
Para: Christian Grey
Caro Sr. Grey
Eu perdi as bolas de prata.
Você nunca decepciona.
Isso é tudo.
Sra. G. x
Anastásia Grey
Coordenadora Editorial, SIP
Hannah bate na minha porta, interrompendo meus pensamentos eróticos da noite anterior. As mãos de Christian. . . sua boca.
— Entre.
— Ana, Sr. Roach acabou de ligar. Ele gostaria que você participasse de uma reunião esta manhã. Isso significa que eu tenho que mudar alguns de seus compromissos de novo. Tudo bem?
Sua língua.
— Claro. Sim, — eu resmungo tentando interromper meus pensamentos rebeldes. Ela sorri e sai do meu escritório... deixando-me com a minha memória deliciosa de ontem à noite.
De: Christian Grey
Assunto: Hyde
Data: 01 de setembro de 2011 15:24
Para: Anastásia Grey
Anastásia
Para sua informação, foi negada a fiança de Hyde, ele permanecerá em prisão preventiva. Ele foi acusado de tentativa de sequestro e incêndio criminoso. Ainda não há data definida para o julgamento.
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
De: Anastásia Grey
Assunto: Hyde
Data: 01 de setembro de 2011 15:53
Para: Christian Grey
É uma boa notícia.
Isso significa que você vai aliviar a segurança?
Eu realmente não faço questão de Prescott.
Ana x
Anastásia Grey
Coordenadora Editorial, SIP
De: Christian Grey
Assunto: Hyde
Data: 01 de setembro de 2011 15:59
Para: Anastásia Grey
Não. Os seguranças vão permanecer no local. Sem discussão.
O que há de errado com Prescott? Se você não gosta dela, vamos substituí-la.
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
Eu faço careta para seu arrogante e-mail. Prescott não é tão ruim.
De: Anastásia Grey
Assunto: Mantenha seu cabelo no lugar![1]
Data: 01 de setembro de 2011 16:03
Para: Christian Grey
Eu só estava perguntando (desviando o olhar). E eu vou pensar em Prescott.
Acalme sua mão inquieta!
Ana x
Anastásia Grey
Coordenadora Editorial, SIP
De: Christian Grey
Assunto: Não me tente.
Data: 01 de setembro de 2011 16:11
Para: Anastásia Grey
Posso lhe assegurar, Sra. Grey, que meu cabelo é está muito firmemente no lugar - isto não foi demonstrado muitas vezes pela sua boa personalidade?
A palma da minha mão, porém, está se contorcendo.
Eu poderia fazer algo sobre isso esta noite.
x
Christian Grey
CEO não careca ainda, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
De: Anastásia Grey
Assunto: Contorcendo-se
Data: 01 de setembro de 2011 16:20
Para: Christian Grey
Promessas, promessas. . .
Agora, pare de me importunar. Eu estou tentando trabalhar, eu tenho uma reunião imprevista com um autor. Tentarei não ser distraída com pensamentos sobre você durante a reunião.
A x
Anastásia Grey
Coordenadora Editorial, SIP
De: Anastásia Grey
Assunto: Vela & Elevado & Apanhando
Data: 5 de setembro de 2011 09:18
Para: Christian Grey
Marido
Você sabe como dar a uma menina uma boa diversão.
Vou, claro, estar esperando esse tipo de tratamento a cada fim de semana.
Você está me estragando. Eu amo isso.
Sua esposa
xox
Anastásia Grey
Coordenadora Editorial, SIP
De: Christian Grey
Assunto: Missão da minha vida. . .
Data: 5 de setembro de 2011 09:25
Para: Anastásia Grey
É a mimá-la, Sra. Grey.
E mantê-la segura porque eu te amo.
Christian Grey
CEO Loucamente apaixonado, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
Oh meu Deus. Ele poderia ser mais romântico?
De: Anastásia Grey
Assunto: Missão da minha vida. . .
Data: 5 de setembro de 2011 09:33
Para: Christian Grey
Isso é permitido a você.. , porque eu também te amo.
Agora, pare de ser tão sentimental.
Você está me fazendo chorar.
Anastásia Grey
Coordenadora Editorial Igualmente apaixonada, SIP
No dia seguinte, eu olho para o calendário na minha mesa. Apenas cinco dias para 10 de setembro, dia do meu aniversário. Eu sei que nós estamos dirigindo para a casa para ver como Elliot e sua tripulação estão progredindo. Hmm. . . Eu me pergunto se Christian tem outros planos? Sorrio com o pensamento. Hannah bate na minha porta.
— Entre.
Prescott está fora. Esquisito...
— Oi, Ana — diz Hannah. — Há uma Leila Williams aqui para vê-la? Ela diz que é pessoal.
— Leila Williams? Eu não conheço uma. . . — Minha boca fica seca, e os olhos de Hannah ampliam com a minha expressão.
Leila? Merda. O que ela quer?
— Você quer que eu a mande embora?— Hannah pergunta, assustada com a minha expressão.
— Hum, não. Onde ela está?
— Na recepção. Ela não está sozinha. Ela está acompanhada de outra jovem.
Oh!
— E a senhorita Prescott quer falar com você, — acrescenta Hannah.
Tenho certeza que ela quer.
— Mande-a entrar.
Hannah fica de lado, e Prescott entra em meu escritório. Ela está em uma missão, cheia de eficiência profissional.
— Dê-me um momento, Hannah. Prescott, pegue uma cadeira.
Hannah fecha a porta, deixando-me sozinha com Prescott.
— Sra. Grey, Leila Williams está em sua lista visitantes proibidos.
— O quê?— Eu tenho uma lista de visitas?
— Em nossa lista de vigilância, senhora. Taylor e Welch foram bastante específicas sobre não deixá-la entrar em contato com você.
Eu franzo a testa, sem entender.
— Ela é perigosa?
— Eu não posso dizer, minha senhora.
— Por que não posso saber se ela está aqui?
Prescott engole e por um momento parece estranha.
— Eu estava no banheiro. Ela entrou, falou diretamente com Claire, e Claire chamou Hannah.
— Oh. Eu entendo. — Eu percebo que até mesmo Prescott tem que fazer xixi, e eu riu. — Oh, querida.
— Sim, senhora. — Prescott me dá um sorriso envergonhado, e é a primeira vez que eu vejo uma fenda em sua armadura. Ela tem um sorriso encantador.
— Eu preciso falar com Claire sobre o protocolo, mais uma vez, — diz ela, seu tom cansado.
— Claro. Será que Taylor sabe que ela está aqui? —Eu cruzo meus dedos inconscientemente, esperando que ela não tenha contado para Christian.
— Deixei uma mensagem de voz breve para ele.
Oh.
— Então tenho pouco tempo. Eu gostaria de saber o que ela quer.
Prescott olha para mim por um momento.
— Deveria aconselhá-la contra isso, senhora.
— Ela está aqui para me ver por um motivo.
— Suponho que eu devo preveni-la, senhora. — Sua voz é suave, mas resignada.
— Eu realmente quero ouvir o que ela tem a dizer. — Meu tom é mais forte do que eu pretendo.
Prescott sufoca um suspiro.
— Eu gostaria de revistá-las antes que a ouça.
— Ok. Você pode fazer isso?
— Estou aqui para protegê-la, Sra. Grey, então sim, eu posso. Eu também gostaria de ficar com você enquanto você fala.
— Ok. — Vou conceder-lhe esta concessão. Além disso, da última vez eu encontrei Leila, ela estava armada. —Vá em frente.
Prescott sai do quarto.
—Hannah, — eu chamo.
Ela abre a porta muito rapidamente. Ela deve ter ficado imóvel do lado de fora.
— Você pode verificar se a sala de reuniões está livre, por favor?
— Eu já fiz, e está pronta.
— Prescott, você pode revistá-las lá dentro? É privado o suficiente?
— Sim, senhora.
— Eu vou estar lá em cinco minutos, então. Hannah, mostre a Leila Williams e quem está com ela a sala de reunião.
— O farei. — Hannah olha ansiosamente de Prescott para mim. —Devo cancelar a sua próxima reunião? É às quatro, mas do outro lado da cidade.
— Sim, — murmuro, distraída. Hannah acena com a cabeça, em seguida, sai.
Que diabos Leila quer? Eu não acho que ela está aqui para me fazer algum mal. Ela não o fez no passado, quando teve a oportunidade. Christian vai enlouquecer. Minha subconsciente cerra os lábios, cerimoniosamente cruza as pernas, e acena. Eu preciso lhe dizer que estou fazendo isso. Eu escrevo um e-mail rápido, em seguida, faço uma pausa, verificando o tempo. Sinto uma pontada momentânea de arrependimento. Temos nos dado tão bem desde Aspen. Pressiono enviar.
De: Anastásia Grey
Assunto: Visitantes
Data: 06 de setembro de 2011 15:27
Para: Christian Grey
Christian
Leila está aqui para me ver. Vou vê-la com Prescott.
Vou usar minhas habilidades recém adquiridas batendo com a minha mão agora curada, se eu precisar.
Tente, e eu digo tente, não se preocupar.
Eu sou uma menina grande.
Vou ligar uma vez que terminarmos de conversar.
A x
Anastásia Grey
Coordenadora Editorial, SIP
Apressadamente, eu escondo o meu BlackBerry na minha gaveta. Eu fico, alisando minha saia grafite sobre meus quadris, belisco as minhas bochechas para lhes dar alguma cor, e desfaço o próximo botão na minha blusa de seda cinza. Ok, eu estou pronta. Depois de tomar uma respiração profunda, eu saio do meu escritório para atender a Srta. Leila Williams ignorando “ Your Love is King” cantarolando suavemente de dentro de minha mesa.
Leila parece muito melhor. Mais do que melhor – ela está muito atraente. Suas bochechas estão coradas, e seus olhos castanhos são claros, o cabelo limpo e brilhante. Ela está vestida com uma blusa rosa pálido e calça branca. Ela levanta assim que eu entro na sala de reunião, assim como sua amiga – outra mulher de cabelos escuros, com olhos castanhos, a cor do conhaque. Prescott paira no canto, e não tiro os olhos de Leila.
— Sra. Grey, muito obrigada por me ver. — a voz de Leila está suave, mas clara.
— Um. . . Desculpe a segurança, — eu murmuro, porque não posso pensar no que dizer. Eu aceno distraidamente para Prescott.
— Este é minha amiga, Susi.
— Oi. — Aceno para Susi. Ela se parece com Leila. Ela se parece comigo. Oh, não. Outra.
— Sim, —Leila diz, como se estivesse lendo meus pensamentos. —Susi conhece Sr. Grey, também.
Que diabos eu vou dizer sobre isso? Dou-lhe um sorriso educado.
— Por favor, sente-se, — murmuro.
Há uma batida na porta. É Hannah. Eu a vejo em movimento, sabendo muito bem por que ela está nos perturbando.
— Desculpe interromper, Ana. Tenho Sr. Grey na linha?
— Diga-lhe que estou ocupada.
— Ele foi bastante insistente, — ela diz com medo.
— Tenho certeza de que ele foi. Poderia pedir desculpas a ele, e dizer que vou retornar sua ligação muito em breve?
Hannah hesita.
Hannah, por favor.
Ela balança a cabeça e corre fora da sala. Eu volto para as duas mulheres sentadas na minha frente. Ambas estão olhando para mim com admiração. É desconfortável.
— O que posso fazer por você? — Eu pergunto.
Susi fala.
— Eu sei que isto é todo tipo de coisa estranha, mas eu queria conhecê-la, também. A mulher que capturou Chris...
Eu seguro a minha mão, parando-a no meio da frase. Eu não quero ouvir isso.
— Um. . . Posso imaginar — Eu murmuro.
— Nós nos chamamos de o clube sub. — Ela sorri para mim, os olhos brilhando de alegria.
Oh meu Deus.
Leila suspira e olha boquiaberta para Susi, uma vez divertida e horrorizada. Susi estremece. Suspeito que Leila a chutou por baixo da mesa.
Que diabos se supõem que eu vou dizer sobre isso? Olho nervosamente para Prescott, que permanece impassível, os olhos nunca deixando Leila.
Susi parece lembrar-se. Ela cora, então balança a cabeça e fica em pé. — Vou esperar na recepção. Este é o show de Lulu. — Eu posso dizer que ela está envergonhada.
Lulu?
— Você vai ficar bem? — Ela pergunta à Leila, que sorri para ela. Susi me dá um grande sorriso aberto, verdadeiro e sai da sala.
Susi e Christian. . . não é um pensamento sobre o qual eu gostaria de me debruçar. Prescott pega o telefone no bolso e atende. Eu não o ouvi tocar.
— Sr. Grey, — ela diz. Leila e eu viramos para olhar para ela. Prescott fecha os olhos como se com dor.
— Sim, senhor, — ela diz, um passo à frente, e me dá o telefone.
Reviro os olhos.
— Christian, — murmuro, tentando conter minha irritação. Eu estou caminhando rapidamente e fora da sala.
— Que porra você está brincando? — Ele grita. Ele está fervendo.
— Não grite comigo.
— O que você quer dizer com não grite comigo? — Ele grita, mais alto desta vez. — Eu dei instruções específicas e você tem ignorado completamente – de novo. Inferno, Ana, eu estou fodidamente furioso.
— Quando você estiver mais calmo, vamos falar sobre isso.
— Não desligue na minha cara, — ele sibila.
— Tchau, Christian. — Eu desligo, e desligo o celular de Prescott.
Puta merda. Eu não tenho muito tempo com Leila. Tomo uma respiração profunda, eu reentro na sala de reunião. Tanto Leila e Prescott olham para mim com expectativa, e eu entrego à Prescott seu telefone.
— Onde estávamos? — Peço a Leila enquanto sento em frente a ela. Seus olhos se arregalaram ligeiramente.
Sim. Aparentemente, eu lido com ele, eu quero dizer a ela. Mas não acho que ela quer ouvir isso.
Leila enrola nervosamente as pontas dos cabelos.
— Primeiro, eu quero pedir desculpas, — ela diz em voz baixa.
Oh. . .
Ela olha para cima e registra a minha surpresa.
— Sim,— ela diz rapidamente. — E de agradecer a você por não apresentar queixa. Você sabe por seu carro e no seu apartamento.
— Eu sei que você não estava. . . hum, bem, — murmuro, cambaleando. Eu não esperava um pedido de desculpas.
— Não, eu não estava.
— Você está se sentindo melhor agora? — Pergunto gentilmente.
— Muito. Obrigada.
— O seu médico sabe que você está aqui?
Ela balança a cabeça.
Oh.
Ela aparenta se sentir culpada.
— Eu sei que vou ter que lidar com as consequências disso mais tarde. Mas eu tinha que pegar algumas coisas, e eu queria ver Susi, e você, e. . . Sr. Grey.
— Você quer ver Christian? — Meu estômago cai em queda livre para o chão. É por isso que ela está aqui.
— Sim. Eu queria te perguntar se isso seria bom.
Puta merda. Eu fico de boca aberta para ela, e eu quero lhe dizer que: não está bem. Eu não a quero perto do meu marido, de jeito nenhum. Por que ela está aqui? Para avaliar a oposição? Para perturbar-me? Ou talvez ela precisa disto como uma espécie de encerramento?
— Leila. — Eu hesito, exasperada. — Não cabe a mim, cabe a Christian. Você terá que perguntar a ele. Ele não precisa da minha permissão. Ele é um homem crescido. . . a maior parte do tempo.
Ela olha para mim por uma fração de segundo, como se estivesse surpresa com minha reação depois ri baixinho, girando nervosamente o fim de seu cabelo.
— Ele se recusou repetidamente todos os meus pedidos para vê-lo, — diz ela calmamente.
Oh merda. Estou em mais problemas do que eu pensava.
— Por que é tão importante para você vê-lo?— Pergunto gentilmente.
— Para agradecer-lhe. Eu estaria apodrecendo em uma prisão psiquiátrica fedorenta se não fosse por ele. Eu sei disso. — Ela olha para baixo e coloca seu dedo ao longo da borda da mesa. — Eu sofri um grave episódio psicótico, e sem Sr. Grey e John – Dr Flynn. . . — Ela encolhe os ombros e olha para mim mais uma vez, seu rosto cheio de gratidão.
Mais uma vez estou sem palavras. O que ela espera que eu diga? Certamente ela deve estar dizendo essas coisas para Christian, não para mim.
— E pela escola de arte. Eu não posso agradecer isso o suficiente .
Eu sabia! Christian está financiando suas aulas. Continuo sem expressão, provisoriamente exploro meus sentimentos por essa mulher, agora que ela confirmou minhas suspeitas sobre a generosidade de Christian. Para minha surpresa, eu não me sinto mal, na sua presença. É uma revelação, e eu estou feliz que ela esteja melhor. Agora, felizmente, ela pode seguir em frente com sua vida e fora da nossa.
— Você está perdendo aulas agora? — Eu pergunto, porque estou interessada.
— Só duas. Eu vou para casa amanhã.
Ah bom.
— Quais são seus planos, enquanto você está aqui?
— Pegar os meus pertences com Susi, voltar para Hamden. Continuar pintando e aprendendo. Sr. Grey já tem um par das minhas pinturas.
O que? Meu estômago mergulha no porão mais uma vez. Que diabos...! Eles estão pendurados na minha sala? Eu freio no pensamento.
— Que tipo de pintura você faz?
— Abstratas, principalmente.
— Eu entendo. — Minha mente voa através das pinturas agora familiares na grande sala. Duas da Srta. Leila Williams. . . possivelmente. Caramba.
—Sra. Grey, eu posso lhe falar francamente? — Ela pergunta, ignorando totalmente as minhas emoções em conflito.
— Claro, — murmuro, olhando para Prescott, que parece ter relaxado um pouco. Leila se inclina para frente como se quisesse transmitir um segredo de longa data.
— Eu amei Geoff, meu namorado que morreu no início deste ano.— A voz dela cai para um sussurro triste.
Puta merda, ela está ficando pessoal.
— Sinto muito, — eu murmuro automaticamente, mas ela continua como se não me ouvisse.
— Eu amava o meu marido. . . e um outro homem, — murmura.
— Meu marido. — As palavras estão fora da minha boca antes que eu possa detê-las.
— Sim. — Ela declara a palavra.
Isso não é novidade para mim. Quando ela levanta os olhos castanhos para os meus, eles estão largos com emoções conflitantes, e o principal parece ser a apreensão. . . da minha reação, talvez? Mas a minha resposta esmagadora a esta pobre mulher jovem é a compaixão. Mentalmente eu percorro toda a literatura clássica que eu posso pensar de que trata o amor não correspondido. Engolindo em seco, agarro a superioridade moral.
— Eu sei. Ele é muito fácil de amar, — eu sussurro.
Seus olhos arregalados aumentam ainda mais de surpresa, e ela sorri.
— Sim. Ele é. Era. — Ela corrige-se rapidamente e cora. Então ela sorri tão docemente que eu não posso me controlar. Eu rio também. Sim, Christian Grey nos faz risonhas. Meu subconsciente revira os olhos para mim em desespero e volta a ler a sua cópia de cão orelhudo de Jane Eyre. Olho para meu relógio. No fundo eu sei que Christian estará aqui em breve.
— Você terá sua chance de ver Christian.
— Eu pensei que eu teria. Eu sei como ele pode ser protetor. —Ela sorri.
Portanto, este é seu esquema. Ela é muito perspicaz. Ou manipuladora, sussurra meu subconsciente.
— É por isso que você está aqui para me ver?
— Sim.
— Eu entendo. — E Christian está aqui em suas mãos. Relutantemente, eu tenho que reconhecer que ela conhece bem.
— Ele parecia muito feliz... Com você, — ela diz.
O quê?
— Como você sabe?
— Quando eu o observei no apartamento. — Ela acrescenta cautelosamente.
Oh inferno. . . como eu poderia esquecer isso?
— Você esteve lá muitas vezes?
— Não. Mas ele está muito diferente com você.
Quero ouvir isso? Um arrepio percorre-me. Meu couro cabeludo pinica quando me lembro do meu medo quando ela era a sombra invisível em nosso apartamento.
— Você sabe que é contra a lei. Invasão.
Ela balança a cabeça, olhando para baixo na mesa. Ela corre uma unha ao longo da borda.
— Foi somente algumas vezes, e eu tive sorte de não ser pega. Mais uma vez, eu preciso agradecer ao Sr. Grey por isso. Ele poderia ter me jogado na prisão.
— Eu não acho que ele faria isso, — murmuro.
De repente, há uma enxurrada de atividades fora da sala de reunião, e, instintivamente, eu sei que Christian está no edifício. Um momento depois, ele irrompe pela porta, e antes que ele a feche, eu observo os olhos de Taylor enquanto ele está pacientemente do lado de fora. A boca de Taylor está definida em uma linha sombria, e ele não devolve o meu sorriso apertado. Inferno, mesmo ele está bravo comigo.
O olhar cinza de Christian me queima primeiro para então chegar a Leila, pondo fim ao nosso encontro. Seu comportamento está calmamente determinado, mas eu sei melhor, e eu suspeito que Leila também saiba. O brilho ameaçador frio em seus olhos revela a verdade – ele emana raiva, embora a esconde bem. Em seu terno cinza, com sua gravata escura e solta no botão de cima de sua camisa branca por fazer, ele parece uma vez eficiente e casual. . . e quente. Seu cabelo está em desordem – sem dúvida porque está passando as mãos por ele, exasperado.
Leila olha nervosamente para baixo na borda da mesa, correndo o dedo indicador ao longo da borda novamente enquanto Christian olha de mim para ela e, em seguida, a Prescott.
— Você, — ele diz para Prescott em um tom suave. — Você está demitida. Saia agora.
Eu empalideço. Oh não ... isso não é justo.
— Christian — Eu me levanto.
Ele mantém o dedo indicador para mim em alerta.
— Não, — ele diz. Sua voz tão sinistramente quieta que eu sou imediatamente silenciada e enviada ao meu lugar. Inclinando a cabeça, Prescott caminha rapidamente para fora da sala para se juntar a Taylor. Christian fecha a porta atrás dela e caminha até a borda da mesa. Porra! Porra! Porra! Isso foi minha culpa. Christian fica em frente a Leila, e colocando as duas mãos sobre a superfície de madeira, ele se inclina para a frente.
— Que porra você está fazendo aqui? — Rosna para ela.
— Christian, — eu suspiro. Ele ignora-me.
— Bem? — Ele exige.
Leila espreita para ele através de longos cílios, os olhos arregalados, o rosto pálido, o seu brilho rosado se foi.
— Eu queria ver você, e você não iria me deixar—, sussurra.
— Então você veio aqui para assediar minha esposa?— Sua voz está calma. Muito quieta.
Leila olha para a mesa novamente.
Christian fica quieto olhando-a com severidade.
— Leila, se você se aproximar novamente da minha esposa, cortarei todo seu apoio. Médicos, escola de arte, seguro médico.. Tudo! Você entende?
—Christian, — Eu tento novamente. Mas ele me silencia com um olhar frio. Por que ele está sendo tão irracional? Minha compaixão por esta mulher floresce.
— Sim, — ela diz, sua voz apenas audível.
— O que Susannah está fazendo na recepção?
— Ela veio comigo.
Ele passa a mão pelos cabelos, olhando para ela.
— Christian, por favor, — peço-lhe. — Leila só quer dizer obrigado. Isso é tudo.
Ele me ignora, concentrando sua ira sobre Leila.
— Você ficou com Susannah enquanto estava doente?
— Sim.
— Ela sabia o que você estava fazendo enquanto estava ficando com ela?
— Não. Ela estava ausente em férias.
Ele acaricia o dedo indicador sobre o seu lábio inferior.
— Por que você precisa me ver? Você sabe que deve enviar todos os pedidos através de Flynn. Você precisa de alguma coisa? —Seu tom foi suavizado, talvez por uma fração.
Leila tem seu dedo ao longo da borda da mesa novamente.
Pare de assediá-la moralmente, Christian!
— Eu tinha que saber. — E pela primeira vez, ela olha diretamente para ele.
— Tinha que saber o que?— Ele estala.
— Que você está bem.
Ele fica boquiaberto para ela.
— Que eu estou bem?— Ele zomba, incrédulo.
— Sim.
— Eu estou bem. Então, pergunta respondida. Agora Taylor irá levá-la para Sea-Tac para que você possa voltar para a Costa Leste. E se você der um passo a oeste do Mississippi, está tudo acabado. Entende?
Puta merda. . . Christian! Eu fico pasma para ele. Que porra ele está comendo? Ele não pode confiná-la a um lado do país.
— Sim. Eu entendo, — Leila diz calmamente.
— Ótimo. — O tom de Christian está mais conciliador.
— Pode não ser conveniente para Leila voltar agora. Ela tem planos: — Oponho-me, indignada em seu nome.
Christian olha para mim.
— Anastásia, — ele adverte, sua voz gelada, — isto não lhe diz respeito.
Eu faço uma carranca para ele. Claro que me preocupa. Ela está no meu escritório. Deve haver mais para isso do que eu sei. Ele não está sendo racional.
Cinquenta Tons, meu subconsciente sussurra para mim.
— Leila veio me ver, não você, — murmuro com petulância.
Leila se vira para mim, seus olhos incrivelmente grandes.
— Eu tinha as minhas instruções, Sra. Grey. Eu as desobedeci. — Ela olha nervosamente para o meu marido, depois para mim.
— Este é o Christian Grey que eu conheço, — ela diz, seu tom triste e melancólico. Christian olha severo para ela, enquanto toda a respiração se evapora dos meus pulmões. Eu não posso respirar. Christian foi assim com ela o tempo todo? Ele foi assim comigo, no começo? Acho que é difícil de lembrar. Me dando um sorriso perdido, Leila levanta da mesa.
— Eu gostaria de ficar até amanhã. Meu vôo é ao meio-dia —, diz ela calmamente para Christian.
— Eu vou ter alguém para buscá-la às dez e levá-lo ao aeroporto.
— Obrigada.
— Você está na Susannah?
— Sim.
— Ok.
Eu encaro Christian. Ele não pode mandar nela desse jeito. . . e como ele sabe onde Susannah vive?
— Adeus, Sra. Grey. Obrigada por me ver.
Eu fico em pé e dou a minha mão. Ela a pega com gratidão e nós nos cumprimentamos.
— Um. . . adeus. Boa sorte, — eu murmuro, porque não tenho certeza de qual é o protocolo para dizer adeus a ex-submissa de meu marido.
Ela balança a cabeça e se vira para ele.
—Adeus, Christian.
Os olhos de Christian amolecem um pouco.
— Adeus, Leila. — Sua a voz está baixa. — Dr. Flynn, lembre-se.
— Sim, senhor.
Ele abre a porta para levá-la para fora, mas ela para na frente dele e olha para cima. Ele acalma, observando-a com cautela.
— Estou feliz por você estar feliz. Você merece ser, — ela diz e sai antes que ele possa responder. Ele franze a testa depois dela, em seguida, acena para Taylor, que segue em direção a Leila na área de recepção. Fechando a porta, Christian olha incerto para mim.
— Nem pensar em ficar com raiva de mim, — eu assobio. — Chame Claude Bastille e bata nele com força ou vá ver Flynn.
Sua boca aberta cai; ele está tão surpreso com a minha explosão, e sua testa aumenta mais uma vez.
— Você prometeu que não faria isso. — Agora o tom é de acusação.
— Fazer o quê?
— Desafiar-me.
— Não, eu não fiz. Eu disse que ia ser mais atenciosa. Eu disse que ela estava aqui. Eu tinha Prescott revistando ela, e seu outro amiguinho, também. Prescott estava comigo o tempo todo. Agora você dispensou a pobre mulher, quando ela estava apenas fazendo o que eu pedi. Eu disse para você não se preocupar, e você está aqui. Não me lembro de receber sua bula papel decretando que eu não podia ver Leila. Eu não sabia que os meus visitantes estavam sujeitas a uma lista proibida. —Minha voz se eleva com indignação enquanto eu aqueço a minha causa. Christian me respeita, sua expressão ilegível. Depois de um momento sua boca torce.
— Bula pape? — Ele diz, divertido, e visivelmente relaxa. Eu não estava com o objetivo de aliviar a nossa conversa, mas aqui ele está sorrindo para mim, e isso me deixa mais louca. A conversa entre ele e sua ex foi dolorosa para testemunhar. Como ele podia ser tão frio com ela?
— O quê? — Ele pergunta, irritado, enquanto meu rosto permanece resolutamente em linha reta.
— Você. Por que você foi tão insensível com ela?
Ele suspira e se desloca, dando um passo em minha direção e empoleira-se sobre a mesa.
— Anastásia, — ele diz como se fosse para uma criança. — Você não entende. Leila, Susannah... todas elas ...eram um passatempo agradável e divertido. Mas isso é tudo. Você é o centro do meu universo. E na última vez que vocês duas estiveram em um quarto juntas, ela teve você na mira de uma arma. Eu não a quero em qualquer lugar perto de você.
— Mas, Christian, ela estava doente.
— Eu sei disso, e eu sei que ela está melhor agora, mas eu não estou dando a ela o benefício da dúvida mais. O que ela fez foi imperdoável.
— Mas você foi um joguete em suas mãos. Ela queria vê-lo novamente, e ela sabia que você viria correndo se ela viesse me ver.
Christian dá de ombros como se ele não se importasse.
— Eu não quero você manchada com a minha vida antiga.
O quê?
— Christian. . . você é quem você é por causa de sua antiga vida, sua nova vida, qualquer que seja. O que você toca, me toca. Eu aceitei isso quando concordei em me casar com você, porque eu te amo.
Ele tranquiliza. Eu sei que ele acha difícil ouvir isso.
— Ela não me machucou. Ela ama você, também.
— Eu não dou a mínima.
Eu fico pasma para ele, chocada. E eu estou chocada que ele ainda tem a capacidade de me chocar. Este é o Christian Grey que eu conheço. As palavras de Leila provocam em torno da minha cabeça. Sua reação a ela foi tão fria, tão em desacordo com o homem que eu vim a conhecer e amar. Eu franzo o cenho, recordando o remorso que ele sentiu quando ela teve sua crise psicológica, quando ele pensou que poderia de alguma maneira ser responsável pela sua dor. Eu engulo, lembrando, também, que ele a banhou. Meu estômago torce dolorosamente no pensamento, e a bile sobe na minha garganta. Como ele pode dizer que não se importa com ela? Ele fez naquela época. O que mudou? Às vezes, como agora, eu só não o entendo. Ele opera em um nível muito, muito distante do meu.
— Por que você a está defendendo, de repente? — Ele pergunta, confuso e irritado.
— Olha, Christian, eu não acho que Leila e eu vamos trocar receitas e tricotando tão cedo. Mas eu não achei que você seria tão sem coração com ela.
Seus olhos se congelam.
— Eu te disse uma vez, eu não tenho um coração, — ele resmunga.
Reviro os olhos – ah agora ele está sendo adolescente.
— Isso simplesmente não é verdade, Christian. Você está sendo ridículo. Você se importa com ela. Você não estaria pagando aulas de arte e o resto das coisas se você não se importasse.
De repente, é a ambição da minha vida fazê-lo perceber isso. É dolorosamente óbvio que ele se importa. Por que ele nega? É como seus sentimentos por sua mãe biológica. Oh merda – mas é claro. Seus sentimentos por Leila e suas outras submissas estão amarrados com os seus sentimentos por sua mãe. Eu gosto de chicotear menininhas de cabelos castanhos como você, porque vocês todas se parecem com a prostituta drogada. Não é à toa que ele está tão louco. Eu suspiro e balanço a cabeça. Chame Dr. Flynn, por favor. Como ele não pode ver isso?
Meu coração se regozija por ele momentaneamente. Meu menino perdido... Por que é tão difícil para ele voltar a ter contato com a humanidade, a compaixão que ele mostrou a Leila quando ela teve seu colapso?
Ele me olha, seus olhos brilhando de raiva.
— Esta discussão acabou. Vamos para casa.
Olho para meu relógio. São quatro e vinte e três. Eu tenho trabalho a fazer.
— É muito cedo, — eu murmuro.
— Casa — ele insiste.
— Christian. — Minha voz está cansada. —Estou cansada de ter a mesma discussão com você.
Ele franze a testa como se não entende.
— Você sabe, — Eu esclareço, — eu faço algo que você não gosta, e você pensa em alguma maneira de voltar para mim. Geralmente envolvendo alguns de seus métodos estranhos, que é tanto alucinante ou cruel. — Eu dou de ombros, resignada. Isso é cansativo e confuso.
— Alucinante?— Ele pergunta.
O quê?
— Normalmente, sim.
— O que foi alucinante?— Ele pergunta, com os olhos brilhando agora com curiosidade sensual divertida. E eu sei que ele está tentando me distrair.
Porcaria! Eu não quero discutir isso na sala de reunião do SIP. Meu subconsciente examina as unhas finamente cuidadas com desdém. Não deveria ter trazido o assunto à tona, então.
— Você sabe. — Eu coro, irritada com ele e comigo.
— Eu posso adivinhar, — ele sussurra.
Puta merda. Eu estou tentando castigá-lo e ele está me confundindo.
— Christian, Eu...
— Eu gosto de te agradar. — Ele delicadamente traça seu polegar sobre meu lábio inferior.
— Você agrada, — Eu reconheço, a minha voz um sussurro.
— Eu sei, — ele diz em voz baixa. Ele se inclina e sussurra em meu ouvido: — É a única coisa que eu sei. — Oh, ele cheira bem. Ele se inclina para trás e olha para baixo para mim, seus lábios curvados em um arrogante, Eu-sou-tão-seu-dono sorriso.
Franzindo os meus lábios, eu me esforço para parecer não afetada por seu toque. Ele é tão habilidoso em desviar-me de qualquer coisa dolorosa, ou qualquer coisa que ele não quer resolver. E você o deixa, meu subconsciente começa a cantar inutilmente, olhando sobre o seu exemplar de Jane Eyre.
— O que foi alucinante, Anastásia? — Ele pede, um brilho perverso nos olhos.
— Você quer a lista? — Eu pergunto.
— Há uma lista? — Ele está satisfeito.
Oh, este homem é exaustivo.
— Bem, as algemas, — eu murmuro, a minha mente catapultada de volta para nossa lua de mel.
Ele enruga a testa e agarra a minha mão, traçando o ponto no pulso em meu punho com o polegar.
— Eu não quero marcá-la.
Oh. . .
Seus lábios enrolam em um sorriso lento carnal.
— Venha para casa. — Seu tom é sedutor.
— Eu tenho trabalho a fazer.
— Casa, — ele diz, mais insistente.
Nós olhamos um ao outro, cinza fundido em azul aturdido, testando um ao outro, testando os nossos limites e nossas vontades. Eu procuro seus olhos por um pouco de compreensão, tentando entender como esse homem pode ir de fúria caprichosa do controle para amante sedutor em uma respiração. Seus olhos ficam maiores e mais escuros, a sua intenção clara. Suavemente, ele acaricia o meu rosto.
— Poderíamos ficar aqui. — Sua voz está baixa e rouca.
Ah, não. Minha deusa interior olha com saudade para a mesa de madeira. Não. Não. Não. Não no escritório.
— Christian, eu não quero fazer sexo aqui. Sua amante acaba de estar nesta sala.
— Ela nunca foi minha amante, — ele rosna, sua boca achatando em uma linha sombria.
— Isso é apenas semântica, Christian.
Ele franze a testa, sua expressão perplexa. O amante sedutor se foi.
— Não pense demais sobre isso, Ana. Ela é história finda, — ele diz com desdém.
Eu suspiro. . . talvez ele esteja certo. Eu só quero que ele admita para si mesmo que cuida dela. Um frio aperto no meu coração. Ah, não. É por isso que é importante para mim. Suponha que eu faça algo imperdoável. Suponha que eu não me conforme. Serei história finda, também? Se ele pode se transformar assim, quando ele estava tão preocupado e chateado quando Leila estava doente. . . ele poderia se voltar contra mim? Eu suspiro, lembrando os fragmentos de um sonho: espelhos dourados e o som de seus saltos clicando no chão de mármore enquanto ele me deixa sozinha em esplendor opulento.
— Não. . . — As palavras estão fora da minha boca no horror sussurrado antes que eu possa detê-los.
— Sim, — ele diz, e segurando meu queixo, ele se inclina para baixo e planta um beijo carinhoso em meus lábios.
— Oh, Christian, você me assusta às vezes.— Eu agarro sua cabeça em minhas mãos, torço os dedos em seus cabelos, e puxo seus lábios nos meus. Ele tranquiliza por um momento enquanto seus braços se dobram em torno de mim.
— Por quê?
— Você poderia afastar-se dela tão facilmente. . .
Ele franze a testa.
— E você acha que eu poderia ir para longe de você, Ana? Por que diabos você acha isso? O que causou isso?
— Nada. Beije-me. Leve-me para casa, — eu imploro. E quando seus lábios tocam os meus, estou perdida.
— Oh, por favor, — eu suplico, enquanto Christian golpeia delicadamente o meu sexo.
— Tudo a seu tempo, — ele murmura.
Eu puxo as minhas restrições e gemo bem alto, em protesto a partir de seu ataque carnal. Estou acima amarrada em punhos de couro macio, cada cotovelo limitado a cada joelho, e a cabeça de Christian golpeia e tece entre as minhas pernas, sua língua magistral me provocando, implacável. Abro os olhos e olho sem ver o teto do nosso quarto banhado pela luz suave da tarde. Sua língua se move em círculos, girando e ondulando ao longo e ao redor do centro do meu universo. Eu quero arrumar as minhas pernas e lutar em uma vã tentativa de controlar o prazer. Mas eu não posso. Meus dedos se fecham em punhos em seu cabelo e eu luto com força para combater sua tortura sublime.
— Não goze, — ele murmura em alerta contra mim, sua respiração suave na minha carne, quente e úmida enquanto ele detêm meus dedos. —Eu vou bater em você se você gozar.
Gemo.
— Controle, Ana. É tudo sobre controle. — Sua língua renova sua incursão erótica.
Ah, ele sabe o que está fazendo. Eu sou incapaz de resistir ou deter minha reação servil, e eu tento... realmente tento... mas meu corpo detona sob seus cuidados impiedosos, e sua língua não para enquanto ele arrasta cada gota de prazer debilitante de mim.
— Oh, Ana, — ele repreende. — Você gozou. — Sua voz é suave com a sua repreensão triunfante. Ele me vira em minha frente, e eu tremendo me apoio em meus braços. Ele me dá um tapa forte na bunda.
— Ah! — Eu clamo.
— Controle, — ele adverte, e agarrando meus quadris enfia-se dentro de mim. Eu gemo novamente, a minha carne ainda trêmula dos tremores de meu orgasmo. Ele fica quieto dentro de mim e, inclinando-se, envolve primeiro um, depois a segunda algema. Ele coloca o braço em volta de mim e me puxa para seu colo, sua frente para minhas costas, e sua mão sob meu queixo enrola em torno de minha garganta. Eu me deleito na sensação de saciedade.
— Mova-se, — ele ordena.
Eu gemo e subo e desço em seu colo.
— Mais rápido, — ele sussurra.
E eu movo mais rápido e mais rápido. Ele geme e sua mão inclina a minha cabeça para trás enquanto ele belisca meu pescoço. Sua outra mão viaja a lazer através do meu corpo, do meu quadril, até meu sexo, desce até o meu clitóris. . . ainda sensível de sua generosa atenção de antes. Eu choramingo enquanto seus dedos se fecham em torno de mim, me provocando mais uma vez.
— Sim, Ana, — ele raspa suavemente em meu ouvido. — Você é minha. Só você.
— Sim, — eu respiro enquanto o meu corpo aperta-se novamente, fechando em torno dele, embalando-o da forma mais íntima.
— Goze para mim, — ele exige.
E eu gozo, meu corpo seguindo obedientemente o seu comando. Ele me segura ainda enquanto meu clímax rasga através de mim e eu chamo o seu nome.
— Oh, Ana, eu te amo, — ele geme e segue o exemplo se arqueando contra mim, enquanto geme, encontrando sua própria liberação.
Ele beija meu ombro e alisa o cabelo do meu rosto.
— Isso faz parte da lista, Sra. Grey? — Ele murmura. Eu estou deitada, quase inconsciente, de barriga na nossa cama. Christian delicadamente amassa meu traseiro. Ele está encostado ao meu lado em um cotovelo.
— Hmm.
— Isso é um sim?
— Hmm. — Eu sorrio.
Ele sorri e beija-me outra vez, e com relutância, eu rolo do meu lado para enfrentá-lo.
— Bem? — Ele Pergunta.
— Sim. Isso faz parte da lista. Mas é uma longa lista.
Seu rosto quase se divide em dois, e ele se inclina para me beijar suavemente.
— Ótimo. Vamos jantar? — Seus olhos brilham com amor e humor.
Concordo com a cabeça. Eu estou com fome. Eu chego mais perto para puxar os pelinhos em seu peito.
— Eu quero que você me diga uma coisa— eu sussurro.
— O quê?
— Não fique bravo.
— O que é, Ana?
— Você se importa.
Seus olhos se arregalam, e todos os traços de seu bom humor desaparece.
— Eu quero que você admita que se importa. Porque o Christian que eu conheço e amo se importaria.
Ele acalma, os olhos não deixando os meu, e eu sou testemunha de sua luta interna, como se ele está prestes a fazer o julgamento de Salomão. Ele abre a boca para dizer alguma coisa, então a fecha novamente enquanto uma emoção passageira atravessa seu rosto. . . dor, talvez.
Diga isso, eu quero.
— Sim. Sim, eu me importo. Feliz? — Sua voz é apenas um sussurro.
Ah, graças à foda por isso. É um alívio.
— Sim. Muito.
Ele franze a testa.
— Eu não posso acreditar que eu estou falando com você agora, aqui na nossa cama, sobre...
Eu coloco meu dedo em seus lábios.
— Nós não estamos. Vamos comer. Estou com fome.
Ele suspira e abana a cabeça.
— Você me ilude e confunde, Sra. Grey.
— Ótimo. — Eu me inclino para cima e o beijo.
De: Anastásia Grey
Assunto: A Lista
Data: 9 de setembro de 2011 09:33
Para: Christian Grey
Isso está definitivamente no topo.
: D
Um beijo
Anastásia Grey
Coordenadora Editorial, SIP
De: Christian Grey
Assunto: Diga-me algo novo
Data: 9 de setembro de 2011 09:42
Para: Anastásia Grey
Você disse isso nos últimos três dias.
Por favor, decida.
Ou. . . poderíamos tentar algo mais.
Christian Grey
CEO, desfrutando deste jogo, Grey Participações e Empreendimentos.
Eu sorrio para minha tela. As últimas noites têm sido. . . interessantes. Temos relaxado novamente a breve interrupção de Leila, esquecida. Eu não tenho trabalhado muito a coragem de perguntar se algum de seus quadros estão pendurados nas paredes – e francamente, eu realmente não me importo. Meu Blackberry vibra e eu atendo, esperando Christian.
— Ana?
Quem é?
— Sim?
— Ana, querida. É o Sr. José.
— Sr. Rodriguez! Oi! — Meu couro cabeludo pinica. O que o pai de José quer comigo?
— Querida, me desculpe chamá-la no trabalho. É Ray. — Sua voz vacila.
— O que é isso? O que aconteceu? — Meu coração pula no meu pescoço.
— Ray sofreu um acidente.
Oh, não. Papai. Eu paro de respirar.
— Ele está no hospital. É melhor você chegar aqui rápido.
— Sr. Rodriguez, o que aconteceu? — Minha voz está rouca e grossa com lágrimas não derramadas. Ray. Doce Ray. Meu pai.
— Ele esteve em um acidente de carro.
— Ok, eu vou. . . Eu vou agora. — A adrenalina inunda minha corrente sanguínea, deixando o pânico em seu rastro. Estou encontrando dificuldades para respirar.
— Eles o transferiram para Portland.
Portland? Que diabos ele está fazendo em Portland?
— Eles o transportaram, Ana. Eu estou indo para lá agora. Hospital de Oregon. Oh, Ana, eu não vi o carro. Eu só não vi. . . — Sua voz se desestabiliza.
Sr. Rodriguez não!
— Eu vou te ver lá. — Sr. Rodriguez engasga e desliga.
Um pavor escuro apodera-me pela garganta, me oprimindo. Ray. Não. Não. Eu respiro fundo para me estabilizar, pego o telefone e chamo Roach. Ele responde no segundo toque.
— Ana?
— Jerry. É o meu pai.
— Ana, o que aconteceu?
Eu explico, mal parando para respirar.
— Vá. Claro, você deve ir. Espero que seu pai esteja bem.
— Obrigada. Eu vou mantê-lo informado. — Inadvertidamente eu bato o telefone, mas agora não me importo com isso.
— Hannah! — Eu a chamo, ciente da ansiedade na minha voz. Momentos depois, ela enfia a cabeça na porta para encontrar-me pegando minha bolsa e os papéis para encher a minha pasta.
— Sim, Ana? — Ela franze a testa.
— Meu pai sofreu um acidente. Eu tenho que ir.
— Oh querida.
— Cancele todos os meus compromissos de hoje. E segunda-feira. Você tem que terminar de preparar a apresentação do e-book – as anotações estão no arquivo compartilhado. Chame Courtney para te ajudar se for preciso.
— Sim, — sussurra Hannah. — Espero que ele esteja bem. Não se preocupe com nada aqui. Nós vamos resolver de alguma forma.
— Eu estou com meu BlackBerry.
A preocupação gravada em seu rosto pálido e comprimido, é quase a minha ruína. Papai.
Pego minha jaqueta, bolsa e pasta.
— Te ligarei se precisar de algo.
— Faça, por favor. Boa sorte, Ana. Espero que ele esteja bem.
Dou-lhe um pequeno sorriso apertado, lutando para manter a compostura, e saio do meu escritório. Eu luto bravamente para não correr todo o caminho até a recepção. Sawyer se ergue quando eu chego.
— Sra. Grey?— Ele pergunta, confuso com a minha súbita aparição.
— Estamos indo para Portland agora.
— Ok, minha senhora, — ele diz, franzindo a testa, mas abre a porta.
Mover-se é bom.
— Sra. Grey, — Sawyer pergunta enquanto corremos em direção ao estacionamento. — Posso perguntar por que nós estamos fazendo esta viagem não programada?
— É meu pai. Ele esteve em um acidente.
— Eu entendo. O Sr. Grey sabe?
— Eu vou ligá-lo dentro do carro.
Sawyer concorda e abre a porta traseira da SUV Audi, e eu escalo dentro com dedos trêmulos, eu alcanço meu BlackBerry, e disco para o celular de Christian.
— Sra. Grey. — a voz de Andrea é nítida e profissional.
— Christian está? — Eu respiro.
— Um. . . ele está em algum lugar do prédio, senhora. Ele deixou seu BlackBerry carregando comigo.
Eu gemo silenciosamente com a frustração.
— Pode lhe dizer que eu o liguei, e que preciso falar com ele? É urgente.
— Eu poderia tentar localizá-lo. Ele tem o hábito de vaguear lá fora às vezes.
— Basta pedir para ele me ligar, por favor, — eu suplico, lutando contra as lágrimas.
— Certamente, Sra. Grey. — Ela hesita. — Está tudo bem?
— Não — eu sussurro, não confiando em minha voz. — Por favor, apenas peça para ele me ligar.
— Sim, senhora.
Eu desligo. Eu não posso conter a minha angústia por mais tempo. Puxando meus joelhos até meu peito, eu me enrolo no banco de trás, e as lágrimas escoam indesejáveis pelo meu rosto.
— Onde, em Portland, Sra. Grey?— Sawyer pede gentilmente.
— Hospital de Oregon,— eu digo com a voz sufocada. — O grande hospital.
Sawyer puxa para a rua e vai para o I-5, enquanto eu lamento suavemente na parte de trás do carro, murmurando orações sem palavras. Por favor, deixe-o estar bem. Por favor, deixe-o estar bem.
Meu telefone toca ... Your Love Is King… me surpreende do mantra.
— Christian, — me engasgo.
— Cristo, Ana. O que há de errado?
— É Ray... ele teve em um acidente.
— Merda!
— Sim. Estou no meu caminho para Portland.
— Portland? Por favor me diga que Sawyer está com você.
— Sim, ele está dirigindo.
— Onde está Ray?
— No Hospital de Oregon.
Eu ouço uma voz abafada ao fundo.
— Sim, Ros... Christian estala com raiva. — Eu sei! Desculpe, bebê – eu posso estar lá por volta das três horas. Eu tenho negócios que preciso terminar aqui. Voarei.
Oh merda. Charlie Tango está de volta em comissão e da última vez que Christian voou com ela. . .
— Eu tenho uma reunião com alguns caras de Taiwan. Eu não posso explodi-los para fora. É um negócio que estamos elaborando há meses.
Por que eu não sei nada sobre isso?
— Vou sair assim que puder.
— Tudo bem, — eu sussurro. E eu quero dizer que está tudo bem, ficar em Seattle, e resolver o seu negócio, mas a verdade é que eu quero ele comigo.
— Oh, bebê, — ele sussurra.
— Eu vou ficar bem, Christian. Fique à vontade. Não se apresse. Eu não quero me preocupar com você, também. Voe com segurança.
— Eu vou.
— Te amo.
— Eu também te amo, bebê. Estarei com você assim que puder. Mantenha Luke por perto.
— Sim, eu vou.
— Te vejo mais tarde.
— Tchau. — Depois de desligar, abraço meus joelhos mais uma vez. Eu não sei nada sobre o negócio de Christian. Que diabos ele está fazendo com os Taiwaneses? Eu olho para fora da janela quando passamos o aeroporto Boeing Field-King County. Ele deve voar com segurança. Meu estômago dá nós de novo e ameaça náuseas. Ray e Christian. Eu não acho que meu coração poderia aguentar isso. Inclinando-me para trás, começo meu mantra de novo: Por favor, deixe-o estar bem. Por favor, deixe-o estar bem.
— Sra. Grey. — a voz de Sawyer me desperta. — Estamos no terreno do hospital. Eu só tenho que encontrar a sala de emergência.
— Eu sei onde é. — Minha mente voa de volta para minha última visita ao Hospital de Oregon quando, no meu segundo dia, cai de uma escada na Clayton, torcendo meu tornozelo. Lembro-me de Paul Clayton pairando sobre mim e estremeço só da memória.
Sawyer dirige até o ponto de parada e salta para abrir a minha porta.
— Eu vou estacionar, senhora, e venho encontrá-la. Deixe sua pasta, vou trazê-la.
— Obrigada, Luke.
Ele balança a cabeça, e eu ando rapidamente para a área movimentada da recepção do Pronto Socorro. A recepcionista do balcão me dá um sorriso educado, e dentro de alguns instantes, ela localiza Ray e está me mandando para a Ortopedia no terceiro andar.
Ortopedia? Porra!
— Obrigada — murmuro, tentando me concentrar em suas instruções aos elevadores. Meu estômago cambaleia enquanto eu quase corro em direção a eles.
Deixe-o estar bem. Por favor, deixe-o estar bem.
O elevador é dolorosamente lento, parando em cada andar. Vamos. . . Vamos lá! Eu quero que ele se mova mais rápido, fazendo cara feia para as pessoas passeando dentro e para fora e me impedindo de chegar ao meu pai.
Finalmente, as portas abrem no terceiro andar, e eu corro para outra recepção, desta vez por enfermeiras em uniformes marinhos.
— Posso ajudar? — Pergunta uma enfermeira intrometida com um olhar míope.
— Meu pai, Raymond Steele. Ele acaba de dar entrada. Ele está em Ortopedia4, eu acho. — Mesmo enquanto digo as palavras, estou disposta a não ser verdade.
— Deixe-me ver, Senhorita Steele.
Concordo com a cabeça, não me preocupando em corrigi-la enquanto ela olha fixamente para a tela do computador.
— Sim. Ele esteve em um par de horas. Se você gostaria de esperar, eu vou deixá-los saber que você está aqui. A sala de espera é lá. — Ela aponta para uma grande porta branca prestativamente rotulada SALA DE ESPERA em azul negrito.
— Ele está bem? — Eu pergunto, tentando manter minha voz firme.
— Você vai ter que esperar um assistente de médico para informar-lhe, senhora.
— Obrigada, — eu murmuro, mas por dentro estou gritando, quero saber agora!
Abro a porta para revelar uma sala de espera funcional e austera onde o Sr. Rodriguez e José estão sentados.
— Ana! — Sr. Rodriguez suspira. Seu braço está no gesso, e seu rosto está machucado em um lado. Ele está em uma cadeira de rodas com uma de suas pernas em gesso também. Eu cuidadosamente envolvo meus braços em torno dele.
— Oh, Sr. Rodriguez, — Soluço.
— Ana, querida. — Ele acaricia minhas costas com o braço não lesionado. — Sinto muito — ele murmura, sua voz rouca rachando.
Ah, não.
— Não, papai, — José diz suavemente em advertência enquanto ele oscila atrás de mim. Quando me viro, ele me puxa para seus braços e me segura.
— José — murmuro. E eu estou perdida – lágrimas caindo com toda a tensão, medo e dor de cabeça das últimas três horas vem à superfície.
— Ei, Ana, não chore. — José suavemente acaricia o meu cabelo. Eu envolvo meus braços ao redor de seu pescoço e suavemente choro. Estamos assim por muito tempo, e eu sou tão grata que meu amigo está aqui. Nos separamos quando Sawyer se junta a nós na sala de espera. Sr. Rodriguez me dá um lenço de uma caixa convenientemente colocada, e eu seco as minhas lágrimas.
— Este é o Sr. Sawyer. Segurança, — murmuro. Sawyer concorda educadamente para José e o Sr. Rodriguez, em seguida, move-se para assumir uma cadeira no canto.
— Sente-se, Ana. — José me leva a uma das poltronas cobertas de vinil.
— O que aconteceu? Nós sabemos como ele está? O que eles estão fazendo?
José ergue as mãos para deter a minha enxurrada de perguntas e se senta ao meu lado.
— Nós não temos qualquer notícia. Ray, o papai e eu estávamos em uma viagem de pesca para Astoria. Fomos atingidos por algum merda bêbado.
Sr. Rodriguez tenta interromper, gaguejando desculpas.
— Cálmate, papa! — José estala. — Eu não tenho uma marca em mim, apenas um par de costelas quebradas e uma batida na cabeça. Pai. . . bem, meu pai quebrou o pulso e o tornozelo. Mas o carro bateu no lado do passageiro e Ray.
Oh não, não. . . O pânico encharca meu sistema límbico novamente. Não, não, não. Meu corpo estremece e tem calafrios enquanto eu imagino o que está acontecendo com Ray na Ortopedia.
— Ele está em cirurgia. Fomos levados para o hospital da comunidade em Astoria, mas eles trouxeram Ray de helicóptero até aqui. Nós não sabemos o que estão fazendo. Estamos esperando por notícias.
Eu começo a tremer.
— Ei, Ana, está com frio?
Concordo com a cabeça. Eu estou com minha camisa branca sem mangas e casaco preto de verão, e nenhum deles fornece calor. Cautelosamente, José tira sua jaqueta de couro e a embrulha em torno de meus ombros.
— Devo pegar um chá, senhora? — Sawyer está ao meu lado. Concordo com gratidão, e ele desaparece do quarto.
— Por que vocês pescma em Astoria? — Eu pergunto.
José dá de ombros.
— A pesca supostamente é boa lá. Nós estávamos tendo um encontro de pesca. Alguns momentos de intimidade com meu velho antes que a faculdade pegue fogo no meu último ano. — Os olhos escuros de José estão grandes e luminosos, com medo e arrependimento.
— Você poderia ter sido ferido também. E o Sr. Rodriguez. . . pior. — Eu trago no pensamento. Minha temperatura corporal cai ainda mais, e eu tremo mais uma vez. José pega a minha mão.
— Inferno, Ana, você está congelando.
Sr. Rodriguez se inclina e toma a minha outra mão na sua boa mão.
— Ana, eu sinto muito.
— Sr. Rodriguez, por favor. Foi um acidente. . . — Minha voz desaparece a um sussurro.
— Chame-me José, — ele me corrige. Eu lhe dou um sorriso fraco, porque isso é tudo que posso controlar. Eu tremo, mais uma vez.
— A polícia levou o idiota em custódia. Sete da manhã e o cara estava fora de seu juízo — José silva em desgosto.
Sawyer entra novamente, tendo um copo de papel com água quente e um saquinho separado. Ele sabe como eu tomo o meu chá! Estou surpresa e feliz com a distração. Sr. José Rodriguez libera minhas mãos enquanto tomo o copo com gratidão de Sawyer.
— Algum de vocês quer alguma coisa? — Sawyer pergunta para o Sr. Rodriguez e José. Ambos abanam a cabeça, e Sawyer retoma sua cadeira no canto. Eu enterro meu saquinho de chá na água e, levantando-o trêmulo, descarto o saco usado em uma lata de lixo pequena.
— Porque os médicos estão demorando tanto? — murmuro para ninguém em particular, enquanto tomo um gole.
Papai. . . Por favor, deixe-o estar bem. Por favor, deixe-o estar bem.
— Vamos saber em breve, Ana, — José diz suavemente. Concordo com a cabeça e tomo outro gole. Tomo meu assento ao lado dele novamente. Vamos esperar. . . e esperar. Sr. Rodriguez com os olhos fechados, orando eu acho, e José segurando minha mão e apertando-a de vez em quando. Eu lentamente dou um gole no meu chá. Não é Twinings, mas alguma marca barata desagradável, e tem um gosto desagradável.
Eu me lembro da última vez que esperei por notícias. A última vez que pensei que tudo estava perdido quando Charlie Tango desapareceu. Fechando os olhos, ofereço uma oração silenciosa para a passagem segura do meu marido. Olho para o relógio: 2:15 da tarde. Ele deve estar aqui em breve. Meu chá está frio. . . Ugh!
Eu me levanto e ando, em seguida, sento novamente. Por que os médicos não vem me ver? Tomo a mão de José, e ele me dá outro aperto tranquilizador. Por favor, deixe-o estar bem. Por favor, deixe-o estar bem. O tempo se arrasta lentamente.
De repente a porta abre, e todos nós olhamos para cima na expectativa, meu estômago dá um nó. É isso?
Christian entra e seu rosto momentaneamente escurece quando ele percebe a minha mão em José.
— Christian, — eu suspiro e salto para cima, agradecendo a Deus que ele chegou com segurança. Então estou embrulhada em seus braços, o nariz no meu cabelo, e estou inalando seu cheiro, seu calor, seu amor. Uma pequena parte de mim se sente mais calma, mais forte e mais resistente porque ele está aqui. Oh, a diferença que sua presença faz em minha paz de espírito.
— Alguma novidade?
Sacudo a cabeça, incapaz de falar.
— José. — Ele acena com uma saudação.
— Christian, este é o meu pai, o velho José.
— Sr. Rodriguez – nos conhecemos no casamento. Acho que você estava no acidente, também?
José brevemente reconta a história.
— Vocês dois estão bem o suficiente para estar aqui? — Christian pergunta.
— Nós não queremos estar em outro lugar — Sr. Rodriguez diz, sua voz calma e atada à dor.
Christian concorda. Pegando minha mão, ele me coloca sentada, em seguida, toma um assento ao meu lado.
— Você já comeu? — Ele pergunta.
Sacudo a cabeça.
— Você está com fome?
Sacudo a cabeça.
— Mas você está com frio? — Ele pergunta, olhando a jaqueta de José.
Concordo com a cabeça. Ele se move de sua cadeira, mas sabiamente não diz nada.
A porta se abre outra vez, e um jovem médico em roupa cirúrgica azul brilhante entra. Ele parece exausto e perturbado.
Todo o sangue desaparece da minha cabeça enquanto eu tropeço para os meus pés.
— Ray Steele, — eu sussurro, e Christian está ao meu lado, colocando o braço em volta da minha cintura.
— Você é seu parente mais próximo? — Pergunta o médico. Seus olhos azuis brilhantes quase coincidem com seu uniforme, e sob quaisquer outras circunstâncias, eu teria achado ele atraente.
— Eu sou sua filha, Ana.
— Senhorita Steele.
— Sra. Grey, — Christian interrompe.
— As minhas desculpas, — gagueja o médico, e por um momento eu quero chutar Christian. — Eu sou o doutor Crowe. Seu pai está estável, mas em estado crítico.
Porra! O que significa isso? Meus joelhos se dobram por baixo de mim, e apenas um braço de apoio de Christian me impede de cair no chão.
— Ele sofreu graves lesões internas, — Dr. Crowe diz, — principalmente para o diafragma, mas nós conseguimos repará-los, e fomos capazes de salvar seu baço. Infelizmente, ele sofreu uma parada cardíaca durante a operação por causa da perda de sangue. Conseguimos fazer seu coração batendo mais uma vez, mas esta continua a ser uma preocupação. No entanto, nossa maior preocupação é que ele sofreu contusões graves na cabeça, e a ressonância magnética mostra que seu cérebro está inchado. Nós o induzimos ao coma para mantê-lo quieto e imóvel, enquanto monitoramos o inchaço do cérebro.
Dano cerebral? Não.
— É procedimento padrão nesses casos. Por enquanto, só temos que esperar e ver.
— E qual é o prognóstico? — Christian pede friamente.
— Sr. Grey, é difícil dizer no momento. É possível que ele possa ter uma recuperação completa, mas está nas mãos de Deus agora.
— Quanto tempo você vai mantê-lo em coma?
— Isso depende de como o cérebro responde. Normalmente, setenta e duas ou noventa e seis horas.
Oh, tanto tempo!
— Posso vê-lo? — Eu sussurro.
— Sim, você deve ser capaz de vê-lo em cerca de meia hora. Ele foi levado para a UTI no sexto andar.
— Obrigada, Doutor.
Dr. Crowe balança a cabeça, vira-se e nos deixa.
— Bem, ele está vivo, — eu sussurro a Christian. E as lágrimas começam a rolar pelo meu rosto mais uma vez.
— Sente-se, — Christian ordena suavemente.
— Papa, eu acho que devemos ir. Você precisa descansar. Nós não saberemos nada por um tempo, — José murmura para o Sr. José Rodriguez, que olha fixamente para o filho. — Podemos voltar esta noite, depois de ter descansado. Tudo bem, não é, Ana? — José se vira, implorando-me.
— Claro.
— Você vai ficar em Portland? — Christian pergunta. José concorda.
— Você precisa de uma carona para casa?
José franze a testa.
— Eu ia pedir um táxi.
— Luke pode levá-lo.
Sawyer fica em pé, e José parece confuso.
— Luke Sawyer, — murmuro esclarecendo.
— Oh. . . Claro. Sim, nós apreciaríamos isso. Obrigado, Christian.
Ficando em pé, eu abraço o Sr. Rodriguez e José logo em seguida.
— Mantenha-se firme, Ana, — José sussurra no meu ouvido. — Ele é um homem apto e saudável. As probabilidades estão a seu favor.
— Eu espero que sim. — Eu o abraço duro. Em seguida, libero-o, tiro a jaqueta e devolvo para ele.
— Fique com ela, se você ainda está com frio.
— Não, eu estou bem. Obrigada. — Olhando nervosamente para Christian, vejo que ele está sobre nós, impassível. Christian pega a minha mão.
— Se houver alguma mudança, eu vou deixar você saber de imediato, — eu digo enquanto José empurra a cadeira de rodas de seu pai na direção da porta que Sawyer está segurando aberta.
Sr. Rodriguez levanta a mão, e param na porta.
— Ele vai estar em minhas orações, Ana, — Sua voz oscila. — Tem sido tão bom me reencontrar com ele depois de todos esses anos. Ele se tornou um bom amigo.
— Eu sei.
E com isso eles saem. Christian e eu estamos sozinhos. Ele acaricia o meu rosto.
— Você está pálida. Venha cá. — Ele se senta na cadeira e me puxa para seu colo, dobrando-me em seus braços novamente, e eu vou de bom grado. Eu me aconchego contra ele, sentindo-me oprimida pela desgraça do meu padrasto, mas agradecida que meu marido está aqui para me confortar. Ele gentilmente acaricia meus cabelos e segura minha mão.
— Como foi no Charlie Tango?— pergunto.
Ele sorri.
— Oh, ela foi yar[2]* — ele diz, muito orgulho em sua voz. Ele me faz sorrir convenientemente pela primeira vez em várias horas, e eu olho para ele, intrigada.
— Yar?
— É uma frase de The Philadelphia Story. O filme favorito de Grace.
— Eu não conheço.
— Eu acho que eu tenho isso em Blu-Ray em casa. Podemos vê-lo e você vai entender. — Ele beija meu cabelo e eu sorrio mais uma vez.
— Posso convencê-la a comer alguma coisa?— Ele pergunta.
Meu sorriso desaparece.
— Agora não. Eu quero ver Ray em primeiro lugar.
Seu ombro cai, mas ele não me força.
— Como foi com os caras de Taiwan?
— Dócil, — ele diz.
— Dócil como?
— Eles me deixaram comprar o seu estaleiro por menos do preço que eu estava disposto a pagar.
Ele comprou um estaleiro?
— Isso é bom?
— Sim. Isso é bom.
— Mas eu pensei que você tinha um estaleiro, por aqui.
— Eu tenho. Nós vamos usar isso para fazer um arranjo. Construir os cascos no Extremo Oriente. É mais barato.
Oh.
— E sobre a força de trabalho no estaleiro aqui?
— Vamos reimplantar. Devemos ser capazes de manter as demissões ao mínimo. — Ele beija o meu cabelo. — Vamos ver Ray? — Pergunta ele, sua voz suave.
A UTI no sexto andar é uma gritante ala estéril e funcional com vozes sussurradas e máquinas zumbindo. Quatro pacientes estão abrigados em sua própria área, ligados a centenas de milhares de dólares de equipamentos de alta tecnologia. Ray está no extremo oposto.
Papai.
Ele parece tão pequeno em sua cama grande, cercado por toda essa tecnologia. É um choque. Meu pai nunca foi pequeno. Há um tubo na boca, e várias linhas passam por uma agulha gotejando em cada braço. Uma braçadeira de pequeno porte está ligada ao seu dedo. Pergunto-me vagamente o que é isso. Sua perna está acima dos lençóis, envolto em um gesso azul. Um monitor exibe sua frequência cardíaca: bip, bip, bip. Ele está batendo forte e firme. Isso eu sei. Movo-me lentamente em direção a ele. Seu peito está coberto por um curativo grande e intocado que desaparece sob o lençol fino que protege seu pudor.
Papai.
Eu percebo que o tubo puxando no canto direito da boca leva a um ventilador. Seu ruído está tecendo com o bip, bip, bip do seu monitor cardíaco em uma batida rítmica. Sugando, expelindo, sugando, expelindo, sugando, expelindo no tempo com os sinais sonoros. Há quatro linhas na tela de seu monitor cardíaco, cada uma em constante movimento, demonstrando claramente que Ray ainda está conosco.
Oh, papai.
Tentativamente, eu estico para pegar sua mão. Mesmo que sua boca esteja distorcida pelo tubo respirador, ele parece pacífico, deitado lá dormindo.
Uma pequena jovem enfermeira está em um lado, verificando seus monitores.
— Posso tocá-lo? — Eu lhe pergunto.
— Sim.— Ela sorri gentilmente. Seu crachá diz Kellie RN, e ela deve estar na casa dos vinte. Ela é loira com olhos bem escuros. Christian fica em pé no final da cama, me observando atentamente enquanto eu fecho a mão de Ray. Está surpreendentemente quente, e essa é a minha ruína. Eu afundo na cadeira ao lado da cama, coloco minha cabeça suavemente contra o braço de Ray, e começo a soluçar.
— Oh, papai. Por favor, fique melhor, — eu sussurro. — Por favor.
Christian coloca a mão no meu ombro e me dá um apertão tranquilizador.
— Todos os sinais vitais do Sr. Steele estão bons — A enfermeira Kellie diz calmamente.
— Obrigado, — Christian murmura. Olho para cima a tempo de ver sua boca aberta. Ela finalmente conseguiu um bom olhar para o meu marido. Eu não me importo. Ela pode se embasbacar com Christian quanto quiser, enquanto ela deixar meu pai bem novamente.
— Ele pode me ouvir? — Eu pergunto.
— Ele está em um sono profundo. Mas quem sabe?
— Posso sentar um pouco?
— Com certeza. — Ela sorri para mim, seu o rosto rosa corado e revelador. Absurdamente, eu me pego pensando que loira não é a sua verdadeira cor.
Christian olha para mim, ignorando-a.
— Eu preciso fazer uma ligação. Eu vou estar fora. Vou dar-lhe algum tempo a sós com seu pai. — Concordo. Ele beija meu cabelo e sai da sala. Eu seguro a mão de Ray, maravilhando-me com a ironia de que só agora, quando ele está inconsciente e não pode me ouvir que eu realmente quero lhe dizer o quanto eu o amo. Este homem tem sido a minha constante. A minha rocha. E eu nunca pensei sobre isso até agora. Eu não sou carne de sua carne, mas ele é meu pai, e eu o amo muito. Minhas lágrimas arrastam pelo meu rosto. Por favor, fique melhor. Papai.
Muito calmamente, de modo a não incomodar ninguém, digo a ele sobre o nosso fim de semana em Aspen e sobre o fim de semana passado, quando estávamos subindo e navegando a bordo do Grace. Eu digo a ele sobre a nossa nova casa, os nossos planos, sobre como esperamos torná-la ecologicamente sustentável. Prometo levá-lo conosco para Aspen para que ele possa ir pescar com Christian e asseguro que ambos o Sr. Rodriguez e José serão bem-vindos, também. Por favor, esteja aqui para fazer isso, papai. Por favor.
Ray permanece imóvel, o ventilador sugando e expulsando e o monótono, mas reconfortante, bip, bip, bip do monitor de seu coração sua única resposta.
Quando eu olho para cima, Christian está sentado calmamente no final da cama. Eu não sei quanto tempo ele esteve lá.
— Oi, — ele diz, seus olhos brilhando com compaixão e preocupação.
— Oi.
— Então, eu vou pescar com seu pai, o Sr. Rodriguez, e José?— Pergunta ele.
Concordo com a cabeça.
— Ok. Vamos comer. Deixe-o dormir.
Eu franzo a testa. Eu não quero deixá-lo.
— Ana, ele está em coma. Eu dei os nossos números de celulares para as enfermeiras aqui. Se há alguma mudança, eles vão nos ligar. Vamos comer, dar entrada em um hotel, descansar, e depois voltar esta noite.
A suíte do Heathman parece exatamente como me lembro. Quantas vezes pensei naquela primeira noite e a manhã que passei com o Christian Grey? Eu estou na entrada da suíte, paralisada. Caramba, tudo começou aqui.
— Estamos longe de casa, — Christian diz, sua voz macia, colocando minha pasta ao lado de um dos sofás estofados.
— Você quer um banho? De banheira? O que você precisa, Ana?
Christian olha para mim, e eu sei que ele está perdido... meu garoto perdido lidando com acontecimentos fora de seu controle. Ele esteve arredio e contemplativo durante toda a tarde. Esta é uma situação que ele não pode manipular e prever. Esta é a vida real em estado bruto, e ele se manteve longe disso por tanto tempo, ele está exposto e indefeso agora. Meu Cinquenta Tons doce, protegido.
— Um banho. Eu gostaria de um banho de banheira. — Murmuro, ciente de que mantê-lo ocupado vai fazê-lo se sentir melhor, útil mesmo. Oh, Christian, estou dormente e eu estou com frio e estou com medo, mas eu estou tão feliz por você estar aqui comigo.
— Banho. Bom. Sim. — Ele passeia pelo o quarto e fora da vista para o banheiro palaciano. Alguns momentos depois, o barulho de água jorrando para encher a banheira ecoa no quarto.
Finalmente, eu me encorajo a segui-lo para o banheiro. Estou consternada ao ver vários sacos da Nordstrom na cama. Christian entra, mangas arregaçadas, gravata e jaqueta descartadas.
— Enviei Taylor para comprar algumas coisas. Roupa de dormir. Você sabe — ele diz, olhando-me com cautela.
Claro que ele fez. Aceno a minha aprovação para fazê-lo se sentir melhor. Onde está Taylor?
— Oh, Ana — Christian murmura. — Eu nunca te vi assim. Você normalmente é tão valente e forte.
Eu não sei o que dizer. Limito-me a olhar com os olhos arregalados para ele. Não tenho nada a dar agora. Eu acho que estou em choque. Eu envolvo meus braços em volta de mim, tentando dissolver o frio, embora eu sei que é uma tarefa infrutífera enquanto este frio vem de dentro. Christian puxa-me em seus braços.
— Bebê, ele está vivo. Seus sinais vitais estão bons. Nós apenas temos que ser pacientes, — ele murmura. — Venha.— Ele pega a minha mão e me leva para o banheiro. Gentilmente, escorrega o casaco dos meus ombros e o coloca na cadeira de banho, em seguida, virando-se de volta, ele desfaz os botões na minha camisa.
A água está deliciosamente quente e perfumada, o cheiro de flor de lótus pesado no ar quente e sensual do banheiro. Eu deito entre as pernas de Christian, de costas para a sua frente, meus pés descansando em cima dos seus. Nós dois estamos quietos e introspectivos, e eu finalmente estou me sentindo quente. Christian beija intermitentemente meu cabelo enquanto eu distraidamente estouro as bolhas na espuma. Seu braço está enrolado em torno dos meus ombros.
— Você não entrou no banho com Leila, não é? Daquela vez que você deu banho nela? — Eu pergunto.
Ele endurece e bufa, aperta sua mão no meu ombro onde repousa.
— Um. . . não — Ele parece espantado.
— Eu pensei que não. Bom.
Ele puxa suavemente o meu cabelo atado num coque malfeito, inclina a cabeça ao redor para que ele possa ver o meu rosto.
— Por que você perguntou isso?
Eu dou de ombros.
— Curiosidade mórbida. Eu não sei. . . vê-la esta semana.
Seu rosto endurece.
— Eu entendo. Menos do mórbido. — Seu tom é de reprovação.
— Quanto tempo você vai ajudá-la?
— Até que ela esteja em pé. Eu não sei. — Ele encolhe os ombros. — Por quê?
— Existem outras?
— Outras?
— Ex-s que você ajuda.
— Houve, sim. Não mais agora.
— Oh?
— Ela estava estudando para ser médica. Ela é competente e agora tem outra pessoa.
— Outro Dominante?
— Sim.
— Leila diz que você tem duas de suas pinturas, — eu sussurro.
— Eu tinha. Eu realmente não me importei com elas. Elas tiveram o mérito técnico, mas eram muito coloridas para mim. Eu acho que Elliot tem. Como sabemos, ele não tem gosto.
Eu rio, e ele envolve o outro braço em volta de mim, derramando água sobre o lado da banheira.
— Assim é melhor, — ele sussurra e beija minha testa.
— Ele vai se casar com minha melhor amiga.
— Então é melhor eu calar minha boca, — ele diz.
Eu me sinto mais relaxada após nosso banho. Envolta em meu robe macio da Heathman, olho para os vários sacos na cama. Caramba, é muita roupa para uma noite. Timidamente, espio um a um. Um par de jeans e uma camiseta azul clara com capuz, o meu tamanho. Caralho. . . Taylor comprou um fim de semana inteiro de roupas de valor, e ele sabe o que eu gosto. Eu sorrio, lembrando-me que esta não é a primeira vez que ele comprou roupa para mim quando eu estava em Heathman.
— Além de me assediar na Clayton, você já foi a uma loja e comprou apenas coisas?
— Assediar você?
— Sim. Assediar-me.
— Você estava nervosa, se bem me lembro. E aquele garoto estava todo sobre você. Qual era o seu nome?
— Paul.
— Um de seus muitos admiradores.
Desvio o olhar, e ele sorri um sorriso, aliviado genuíno e me beija.
— Essa é a minha menina, — ele sussurra. — Vista-se. Eu não quero que você fique com frio de novo.
— Pronto, — murmuro. Christian está trabalhando no Mac na área de estudo da suíte. Ele está vestido com calça jeans preta e um suéter de tricô cinza, e eu estou usando o jeans, o capuz, e uma camiseta branca.
— Você parece tão jovem, — Christian diz baixinho, olhando para cima, seus olhos brilhando. — Mesmo você estando um ano mais velha amanhã.— Sua voz é melancólica. Eu dou-lhe um sorriso triste.
— Eu não me sinto muito disposta para uma comemoração. Podemos ver Ray agora?
— Claro. Eu gostaria que você comesse alguma coisa. Você mal tocou a comida.
— Christian, por favor. Eu apenas não estou com fome. Talvez depois que virmos Ray. Quero desejar-lhe boa noite.
Quando chegamos à UTI, encontramos José saindo. Ele está sozinho.
— Ana, Christian, oi.
— Onde está seu pai?
— Ele estava muito cansado para voltar. Teve em um acidente de carro nesta manhã, — José sorri tristemente. — E os seus analgésicos o locautearam. Ele esta fora da contagem. Eu tive que lutar para entrar para ver Ray já que eu não sou parente mais próximo.
— E? — Peço ansiosamente.
— Ele está bem, Ana. O mesmo. . . mas tudo bem.
Alívio inunda meu sistema. Sem notícia é notícia bom.
— Vejo você amanhã, aniversariante?
— Claro. Nós vamos estar aqui.
José olha Christian rapidamente, em seguida, rapidamente me abraça.
— Mañana.
— Boa noite, José.
— Tchau, José, — Christian diz. José acena com a cabeça e caminha pelo corredor. — Ele ainda é louco por você, — Christian diz em voz baixa.
— Não, ele não é. E mesmo que ele seja. . . — Eu dou de ombros, porque agora eu não me importo.
Christian dá-me um sorriso apertado, e meu coração derrete.
— Bem feito, — murmuro.
Ele franze a testa.
— Por não espumar pela boca.
Ele fica pasmo para mim, ferido, mas divertido, também.
— Eu nunca espumei. Vamos ver seu pai. Tenho uma surpresa para você.
— Surpresa? — Meus olhos se arregalam em alarme.
— Vem. — Christian pega a minha mão, e nós empurramos abertas as portas duplas da UTI.
Esperando no final da cama de Ray está Grace, em uma discussão profunda com Crowe e um segundo médico, uma mulher que eu não tinha visto antes. Vendo-nos, Grace sorri.
Oh, graças a Deus.
— Christian. — Ela beija sua bochecha, então se vira para mim e me dobra em seu caloroso abraço.
— Ana. Como você está, com tudo isso?
— Eu estou bem. É com meu pai que estou preocupada.
— Ele está em boas mãos. Doutora Sluder é uma perita em seu campo. Nós treinamos juntas em Yale.
Oh. . .
— Sra. Grey, — Dra. Sluder cumprimenta-me muito formalmente. Ela tem os cabelos curtos de duende com um sorriso tímido e um leve sotaque do sul. — Como cirurgiã chefe para o seu pai, eu tenho o prazer de dizer que tudo está no caminho certo. Seus sinais vitais estão estáveis e fortes. Temos toda a fé que ele vai fazer uma recuperação completa. O inchaço do cérebro parou, e mostra sinais de diminuição. Isso é muito encorajador depois de um tempo tão curto.
— É uma boa notícia, — murmuro.
Ela sorri calorosamente para mim.
— É, Sra. Grey. Estamos cuidando bem de verdade dele.
— Ótimo ver você de novo, Grace.
Grace sorri.
— Da mesma forma, Lorraina.
— Dr. Crowe, vamos deixar essas pessoas boas para visitar o Sr. Steele. — Crowe segue a Dra. Sluder para a saída.
Olho para Ray, e pela primeira vez desde o acidente, sinto-me mais esperançosa. Dra. Sluder e as palavras gentis de Grace reacendem minha esperança.
Grace pega a minha mão e aperta suavemente.
— Ana, querida, sente-se com ele. Fale com ele. É tudo de bom. Vou conversar com Christian na sala de espera.
Concordo com a cabeça. Christian sorri sua reafirmação, e ele e sua mãe me deixam com meu amado pai dormindo pacificamente com a canção de ninar gentil de seu ventilador e monitor cardíaco.
Eu deslizo a camiseta branca de Christian e vou para a cama.
— Você parece mais brilhante — Christian diz cautelosamente enquanto coloca seu pijama.
— Sim. Eu acho que conversar com a Dra. Sluder e sua mãe fez uma grande diferença. Você pediu para Grace vir aqui?
Christian escorrega na cama e me puxa para seus braços, me virando para ficar de costas para ele.
— Não. Ela queria vir e verificar seu pai por si mesma.
— Como ela sabia?
— Liguei para ela hoje de manhã.
Oh.
— Bebê, você está exausta. Você deveria dormir.
— Hmm, — murmuro de acordo. Ele está certo. Eu estou tão cansada. Foi um dia emocionante. Viro minha cabeça e olho para ele com uma vibração. Nós não vamos fazer amor? E eu estou aliviada. Na verdade, ele teve uma aproximação totalmente sem toques comigo o dia todo. Eu me pergunto se deveria estar alarmada com o rumo dos acontecimentos, mas desde que a minha deusa interior deixou o prédio e levou minha libido com ela, eu vou pensar sobre isso na parte da manhã. Viro-me e aconchego contra Christian, envolvendo minha perna por cima dele.
— Prometa-me algo, — ele diz em voz baixa.
— Hmm? — É uma pergunta que estou cansada demais para articular.
— Prometa-me que vai comer algo amanhã. Eu consegui tolerar você vestindo a jaqueta de outro homem sem espumar pela boca, mas, Ana. . . você deve comer. Por favor.
— Hmm, — eu concordo. Ele beija o meu cabelo. — Obrigada por estar aqui— , murmuro e sonolenta beijo seu peito.
— Onde mais eu estaria? Eu quero estar onde você estiver, Ana. Estar aqui me faz pensar o quão longe nós viemos. E na primeira noite que dormi com você. Que noite aquela. Eu observei você por horas. Você estava apenas. . . minha Yar,[3]— ele respira.
Eu sorrio contra seu peito.
— Durma. — ele murmura, e é um comando. Eu fecho meus olhos e derivo.
Remexo-me, abrindo meus olhos para uma manhã de setembro brilhante. Acolhedora e confortável entre limpos lençóis, tomo um momento para me orientar e me oprimo por uma sensação de déja vu. Claro, estou no Heathman.
— Merda! Papai! — Suspiro em voz alta, recordando com um aumento angustiante de apreensão que retorce meu coração e ele começa a bater porque estou em Portland.
— Ei. — Christian está sentado na borda da cama. Acaricia meu rosto com os dedos, instantaneamente me acalmo. — Liguei para a UTI esta manhã. Ray teve uma boa noite. Está tudo bem, — ele diz tranquilizador.
— Ah, bom. Obrigada, — murmuro, sentando-me.
Ele inclina-se e pressiona seus lábios na minha testa.
— Bom dia, Ana — sussurra e beija minha têmpora.
— Oi, — murmuro. Ele está de pé, vestido com uma camiseta preta e calça jeans.
— Oi, — ele responde, com os olhos suaves e quentes. — Quero lhe desejar um feliz aniversário. Tudo bem?
Ofereço-lhe um sorriso hesitante e acaricio seu rosto.
— Sim, claro. Obrigada. Por tudo.
Ele franze o cenho.
— Tudo?
— Tudo.
Olha-me momentaneamente confuso, mas isto é fugaz e seus olhos se arregalam com antecipação.
— Aqui. — Ele me entrega uma caixa pequena, primorosamente embrulhada, com um pequeno cartão de presente.
Apesar da preocupação que sinto por meu pai, sinto a ansiedade de Christian e a emoção, e é contagiante. Eu leio o cartão.
Por todos os nossos primeiros no primeiro aniversário da minha querida esposa.
Eu amo você.
C x
Oh meu Deus, quão doce é isto?
— Eu também te amo, — sussurro, sorrindo para ele.
Ele sorri.
— Abra-o.
Desempacotando o papel com cuidado para que ele não rasgue, encontro uma bonita caixa de couro vermelha. Cartier. É familiar, graças a minha experiência com brincos e meu relógio. Cautelosamente, abro a caixa para descobrir um delicado bracelete de prata ou platina ou ouro branco, eu não sei, mas é absolutamente encantador. Atado a ele estão vários pingentes: a Torre Eiffel, um táxi preto de Londres, um helicóptero, Charlie Tango, um planador, o Soaring , um catamarã, The Grace, uma cama, e uma casquinha de sorvete? Eu olho para ele, confusa.
— Baunilha?— Ele encolhe os ombros se desculpando, e não posso deixar de rir. Claro.
— Christian, isto é lindo. Obrigada. É lindo.
Ele sorri.
Meu favorito é o coração. É um medalhão.
— Você pode colocar uma foto ou qualquer outra coisa que quiser.
— Uma foto sua. — Olho para ele através de meus cílios. — Sempre no meu coração.
Ele sorri seu sorriso encantador, dolorosamente tímido.
Eu acaricio os dois últimos pingentes: uma letra C... oh sim, eu fui sua primeira namorada a usar seu primeiro nome. Sorrio com o pensamento. E, finalmente, há uma chave.
— Para meu coração e alma, — ele sussurra.
Lágrimas pinicam meus olhos. Eu me lanço para ele, enrolando os braços em volta de seu pescoço e me estabelecendo em seu colo.
— É um presente tão atencioso. Amei isto. Obrigada, — murmuro contra sua orelha. Oh, ele cheira tão limpo, a roupa fresca, corpo lavado, e Christian. Como um lar, meu lar. Minhas lágrimas ameaçam começar a cair.
Ele geme baixinho e me envolve em seu abraço.
— Eu não sei o que faria sem você. — Minha voz racha enquanto tento segurar minhas emoções.
Ele respira profundamente e ele coloca seus braços ao meu redor.
— Por favor, não chore.
Fungo meu nariz de forma nada delicada.
— Sinto muito. Estou tão feliz, triste e ansiosa ao mesmo tempo. É agridoce.
— Ei. — Sua voz é suave como uma pena. Inclinando minha cabeça para trás, ele planta um beijo suave nos meus lábios.
— Eu entendo.
— Eu sei, — sussurro, e sou recompensada com seu sorriso tímido de novo.
— Gostaria que fosse em circunstâncias felizes e em casa. Mas estamos aqui. — Ele encolhe os ombros se desculpando mais uma vez. — Vamos. Depois do almoço, nós vamos ver como está Ray.
Uma vez vestida com calça jeans novas e camiseta, meu apetite faz um breve retorno de boas-vindas durante o café da manhã na nossa suíte. Eu sei que Christian tem o prazer de ver-me comer o meu iogurte Greek e minha granola.
— Obrigada por pedir meu café da manhã preferido.
— É seu aniversário, — Christian diz baixinho. — E você tem que parar de me agradecer. — Ele desvia o olhar, exasperado, mas com carinho, eu acho.
— Só quero que você saiba que aprecio isso.
— Anastásia, isto é o que quero. — Sua expressão é séria, evidentemente, Christian no comando e controle. Como eu poderia esquecer. . . Será que o quero de outra maneira?
Eu sorrio.
— Sim, eu sei.
Ele me dá um olhar perplexo, em seguida, sacode a cabeça.
— Vamos?
— Eu só vou escovar os dentes.
Ele sorri.
— Ok.
Por que ele está sorrindo? Os pensamentos me importunam quando entro no banheiro. A memória brota espontaneamente na minha mente. Usei sua escova de dentes depois que passei a primeira noite com ele. Sorrio e pego sua escova de dente em homenagem àquela primeira vez. Olhando-me enquanto escovo meus dentes, estou pálida, muito pálida. Mas eu estou sempre pálida. A última vez que estive aqui era solteira, e agora estou casada aos vinte e dois! E estou ficando velha. Lavo minha boca.
Segurando meu pulso, agito-o, e os pingentes da minha pulseira dão uma chocalhada satisfatória. Como meu doce Cinquenta sempre sabe exatamente a coisa certa para me dar? Respiro fundo, tentando conter a emoção ainda à espreita no meu sistema, e olho para baixo, para a pulseira, mais uma vez. Aposto que custou uma fortuna. Ah. . . bem. Ele pode pagar.
À medida que caminhamos para os elevadores, Christian pega minha mão e beija meus dedos, seu polegar escovando sobre o Charlie Tango na minha pulseira.
— Você gostou?
— Mais do que gostei. Amei. Muito. Assim como você.
Ele sorri e beija meus dedos mais uma vez. Sinto-me mais leve do que estava ontem. Talvez porque é de manhã e o mundo parece sempre um lugar mais esperançoso do que na calada da noite. Ou talvez seja o despertar do meu doce marido. Ou talvez seja saber que Ray não está pior.
Quando entramos no elevador vazio, olho para Christian. Seus olhos piscam rapidamente para baixo nos meu, e ele sorri novamente.
— Não, — ele sussurra quando as portas se fecham.
— Não o quê?
— Olhe para mim assim.
— Foda-se as papeladas, — murmuro, sorrindo.
Ele ri, e é um som tão despreocupadamente infantil. Ele puxa-me em seus braços e inclina minha cabeça erguida.
— Algum dia vou alugar este elevador para uma tarde inteira.
— Só à tarde? — Arqueio minha testa.
— Sra. Grey, quanta ganância.
— Quando se trata de você, eu sou.
— Estou muito feliz em ouvir isso. — Ele me beija suavemente.
E não sei se é porque estamos neste elevador, ou porque ele não me tocou por mais de vinte e quatro horas, ou se é só meu intoxicante marido, mas o desejo se desenrola e se estende preguiçosamente no fundo da minha barriga. Corro meus dedos em seus cabelos e aprofundo o beijo, empurrando-o contra a parede e trazendo o meu corpo esfregando contra o dele.
Ele geme em minha boca e segura minha cabeça embalando-me, enquanto nós nos beijamos, realmente nos beijamos, nossas línguas explorando, oh... assim familiar, mas ainda, oh... tão novo, território de oh... tão excitante que é a boca do outro.
Minha Deusa interior desmaia, trazendo a minha libido de volta de purdah.[4] Acaricio seu rosto amado, em minhas mãos.
— Ana, — ele suspira.
— Eu te amo, Christian Grey. Não se esqueça disto, — sussurro, quando olho para seus escuros olhos cinza.
O elevador desce suavemente até parar e as portas se abrem.
— Vamos ver seu pai antes que eu decida alugar isto hoje. — Beija-me depressa, pega minha mão, e me leva para o lobby.
À medida que caminhamos passado à portaria, Christian dá um sinal discreto, para o homem gentil de meia-idade de pé atrás da mesa. Ele balança a cabeça e pega seu telefone. Olho interrogativamente para Christian, e ele me dá seu sorriso secreto. Franzo a testa para ele, e por um momento ele parece nervoso.
— Onde está Taylor? — Pergunto.
— Vamos vê-lo em breve.
Claro, ele provavelmente foi buscar o carro.
— Sawyer?
— Executando tarefas.
Que tarefas?
Christian evita a porta giratória, e sei que é para que não tenha que liberar minha mão. O pensamento me aquece. Fora está uma manhã de fim de verão leve, mas o cheiro do outono chega com a brisa. Olho em volta, procurando o Audi SUV e Taylor. Nenhum sinal. A mão de Christian aperta a minha, e olho para ele. Ele parece ansioso.
— O que é isso?
Ele encolhe os ombros. O zumbido de um motor de carro se aproximando me distrai. É gutural. . . familiar. Quando me viro para encontrar a fonte do ruído, ele para de repente. Taylor está saindo de um carro branco esportivo e elegante, estacionado em frente a nós.
Oh merda! É um R8. Eu viro minha cabeça para trás, para Christian, que está me observando com cautela.
“Você pode me comprar um pelo meu aniversário. . . um branco, eu acho.”
— Feliz aniversário, — ele diz, e sei que está avaliando minha reação. Eu fico boquiaberta, porque isso é tudo que posso fazer. Ele segura uma chave.
— Você é completamente exagerado, — sussurro. Ele me comprou a porra de um Audi R8! Puta merda. Assim como pedi! Meu rosto se divide em um enorme sorriso, e minha deusa interior executa um mergulho com um alto salto mortal de costas. Pula para cima e para baixo no local, em um momento de super excitação, desprotegida e desenfreada. A expressão de Christian espelha a minha, e danço em frente a seus braços à espera. Ele oscila em torno de mim.
— Você tem mais dinheiro do que bom senso! — Grito. — Eu amei! Obrigada. — Ele para e si inclina na minha direção, surpreendendo-me, de modo que tenho que agarrar seus braços.
— Qualquer coisa para você, Sra. Grey. — Ele sorri para mim. Oh meu Deus. Com uma forma de exibição pública de afeto. Ele se inclina mais e me beija. — Venha. Vamos ver seu pai.
— Sim. E eu dirijo?
Ele sorri para mim.
— Claro. É seu.
Ele me deixa ir, eu me apresso a porta do motorista.
Taylor abre para mim, sorrindo.
— Feliz aniversário, Sra. Grey.
— Obrigada, Taylor. — Eu o assusto, dando-lhe um abraço rápido, que ele retorna sem jeito. Ele ainda está corado quando subo no carro, e fecha a porta rapidamente uma vez que estou dentro.
— Dirija com segura, Sra. Grey, — ele diz rispidamente. Sorrio para ele, mal conseguindo conter minha excitação.
— Irei. — Eu prometo, pondo a chave na ignição enquanto Christian se estende ao meu lado.
— Acalme-se. Ninguém está nos perseguindo agora, — avisa. Quando viro a chave, o motor troveja para a vida. Verifico os espelhos retrovisores e laterais, e detectando um raro momento de tráfego limpo, executo uma perfeita conversão em U e saio rugindo na direção de Hospital de Oregon.
— Uau! — Christian exclama assustado.
— O quê?
— Não quero você na UTI ao lado de seu pai. Devagar, — ele rosna, não querendo discutir sobre isto. Alivio o acelerador e sorrio para ele.
— Melhor?
— Muito, — ele resmunga, tentando um olhar severo e falhando miseravelmente.
As condições de Ray são as mesmas. Vê-lo dessa for me fez reconsiderar minha viagem até aqui. Realmente deveria dirigir com mais cuidado. Você não pode legislar para cada motorista bêbado neste mundo. Devo perguntar a Christian o que aconteceu com o imbecil que bateu em Ray, tenho certeza que ele sabe. Apesar dos tubos, meu pai parece confortável, e acho que tem um pouco mais de cor em suas bochechas. Enquanto lhe conto sobre a minha manhã, Christian vagueia pela sala de espera fazendo chamadas telefônicas.
A enfermeira Kellie paira, verificando Ray e fazendo anotações na sua prancha.
— Todos os seus sinais estão bons, Sra. Grey. — Ela sorri gentilmente para mim.
— Isso é muito encorajador.
Um pouco mais tarde o Dr. Crowe aparece com dois auxiliares de enfermagem e diz calorosamente.
— Sra. Grey, hora de levar seu pai até a radiologia. Nós vamos fazer uma tomografia computadorizada. Para ver como seu cérebro está reagindo.
— Vai demorar?
— Mais ou menos uma hora.
— Vou esperar. Gostaria de saber.
— Com certeza, Sra. Grey.
Vagueio na sala de espera onde felizmente está vazia, e Christian fala ao telefone, andando. Enquanto fala, ele olha para fora da janela para a vista panorâmica de Portland. Vira-se para mim quando fecho a porta, e parece zangado.
— Quanto mais acima do limite? . . . Entendo. . . Todas as taxas, tudo. O pai de Ana está na UTI, quero que você lance a porra do registro nele, Pai... Bom. Mantenha-me informado. — Ele desliga.
— O outro motorista?
Ele acena com a cabeça.
— Algum lixo de reboque[5] bêbado do sudeste de Portland. — Zomba, e fico chocada com a sua terminologia e seu tom irrisório. Ele caminha até mim, e seu tom amolece.
— Terminou com Ray? Você quer ir?
— Hum. . . não. — Espio-o, ainda me recuperando de sua demonstração de desprezo.
— O que há de errado?
— Nada. Ray está sendo levado à radiologia para uma tomografia computadorizada, para verificar o inchaço em seu cérebro. Gostaria de esperar pelos resultados.
— Ok. Vamos esperar. — Ele se senta e estende seus braços. Como estamos sozinhos, vou de bom grado e me enrosco em seu colo.
— Isto não é como eu previa passar o dia de hoje, — murmura Christian em meu cabelo.
— Eu também não, mas estou me sentindo mais positiva agora. Sua mãe foi muito reconfortante. Foi gentil da parte dela vir ontem à noite.
Christian acaricia minhas costas e apóia o queixo em minha cabeça.
— Minha mãe é uma mulher incrível.
— Ela é. Você tem muita sorte de tê-la.
Christian concorda.
— Eu deveria ligar pra minha mãe. Dizer-lhe sobre Ray, — murmuro e Christian enrijece. — Estou surpresa que não tenha me ligado. — Franzo a testa em um momento de percepção. Na verdade, me sinto magoada. É meu aniversário, afinal de contas, e ela estava lá quando nasci. Por que não ligou?
— Talvez ela ligue, — Christian diz. Pesco meu BlackBerry para fora do meu bolso. Ele não mostra chamadas não atendidas, mas algumas mensagens: feliz aniversário de Kate, José, Mia e Ethan. Nada de minha mãe. Sacudo a cabeça desanimada.
— Ligue para ela agora, — ele diz em voz baixa. Eu o faço, mas não há nenhuma resposta, apenas a secretária eletrônica. Não deixou uma mensagem. Como minha própria mãe pôde esquecer o meu aniversário?
— Ela não está lá. Vou ligar mais tarde, quando souber dos resultados da tomografia.
Christian aperta os braços a minha volta cheirando meu cabelo mais uma vez, e sabiamente não faz qualquer comentário sobre a falta de preocupação materna de minha mãe. Sinto o zumbido de seu BlackBerry. Ele não me deixa levantar, mas pega-o desajeitadamente de seu bolso.
— Andrea, — ele estala, eficiente novamente. Faço outro movimento para ficar de pé e ele me para, franzindo a testa e segurando na minha cintura. Aninho-me de volta contra seu peito e ouço a conversa unilateral.
— Ótimo. . . ETA é o tempo? . . . E o outro, hum. . . pacotes? — Christian olha para seu relógio. — Considera que o Heathman tem todos os detalhes? . . . Bom. . . Sim. Ele pode armazenar até segunda-feira, mas mande-me um e-mail disto por precaução, vou imprimir, assinar e digitalizá-lo de volta para você. . . Eles podem esperar. Vá para casa, Andrea. . . Não, nós estamos bem obrigado. — Ele desliga.
— Tudo bem?
— Sim.
— É esta sua coisa de Taiwan?
— Sim. — Ele se desloca por baixo de mim.
— Estou muito pesada?
Ele bufa.
— Não, querida.
— Você está preocupado com a coisa de Taiwan?
— Não.
— Eu pensei que fosse importante.
— É. O estaleiro daqui depende disso. Há muitos empregos em jogo.
Oh!
— Nós apenas temos que vendê-lo para os sindicatos. Isso é trabalho de Sam e do Ros. Mas pela forma como a economia está indo, nenhum de nós tem muita escolha.
Eu bocejo.
— Estou aborrecendo, Sra. Grey? — Ele fuça meu cabelo de novo, divertido.
— Não! Nunca. . . Estou muito confortável no seu colo. Eu gosto de ouvir sobre os seus negócios.
— Você gosta?— Ele parece surpreso.
— Claro. — Inclino-me para trás para olhá-lo diretamente. — Gosto de ouvir qualquer pequena informação que você se digne a partilhar comigo. — Sorrio, e ele me fita com diversão e balança a cabeça.
— Sempre faminta por mais informações, Sra. Grey.
— Conte-me. — Peço-lhe enquanto me aconchego contra seu peito novamente.
— Contar-lhe o quê?
— Por que você faz isto.
— Fazer o quê?
— Trabalha da forma como você faz.
— Um cara tem que ganhar a vida. — Ele está se divertindo.
— Christian, você ganha mais do que uma vida. — Minha voz está cheia de ironia. Ele franze a testa e fica quieto por um momento. Acho que não vai divulgar nenhum segredo, mas ele me surpreende.
— Não quero ser pobre, — ele diz, em voz baixa. — Já fui assim. Não vou voltar lá novamente. Depois. . . é um jogo, — ele murmura. — Isto é sobre ganhar. Um jogo que sempre achei muito fácil.
— Ao contrário da vida, — murmuro para mim mesmo. Então percebo que disse as palavras em voz alta.
— Sim, suponho. — Ele franze a testa. — Embora seja mais fácil com você.
Mais fácil comigo? Eu o abraço firmemente.
— Isto não pode ser tudo um jogo. Você é muito filantrópico.
Ele encolhe os ombros, e sei que ele está ficando desconfortável.
— Sobre algumas coisas, talvez, — ele diz calmamente.
— Eu amo o Christian filantrópico, — murmuro.
— Só ele?
— Oh, eu amo o Christian megalomaníaco, também e o Christian maníaco por controle, o Christian especialista em sexo, o Christian estranho, o Christian romântico, o Christian tímido. . . a lista é interminável.
— Isso é um monte de Christian.
— Eu diria que pelo menos cinquenta.
Ele ri.
— Cinquenta Tons, — murmura em meu cabelo.
— Meus Cinquenta Tons.
Ele se move, inclinando a cabeça para trás, e me beija.
— Bem, Sra. Tons, vamos ver como seu pai está se saindo.
— Ok.
— Podemos dar um passeio?
Christian e eu estamos de volta no R8, e estou me sentindo vertiginosamente flutuante. O cérebro de Ray está de volta ao normal, todo o inchaço desapareceu. A Dra. Sluder decidiu acordá-lo de seu coma amanhã. Ela disse que está satisfeita com seu progresso.
— Claro. — Christian sorri para mim. — É seu aniversário, podemos fazer o que você quiser.
Oh! Seu tom me faz virar e olhá-lo. Seus olhos estão escuros.
— Qualquer coisa?
— Qualquer coisa.
Quanta promessa ele pode carregar em uma palavra?
— Bem, quero dirigir.
— Então dirija, bebe. — Ele sorri, e sorrio de volta.
Meu carro desliza como um sonho, e quando chegamos a I-5, sutilmente coloco meu pé para baixo, forçando ambos para trás em nossos lugares.
— Estabilize bebe, — avisa Christian.
Quando nós dirigimos de volta para Portland, uma ideia me ocorre.
— Você já planejou o almoço? — Pergunto a Christian provisoriamente.
— Não. Você está com fome? — Ele parece esperançoso.
— Sim.
— Onde você quer ir? É o seu dia, Ana.
— Eu sei exatamente o lugar.
Dirijo para perto da galeria onde José exibiu seu trabalho e do parque em frente ao restaurante Le Picotin, onde fomos depois do show de José.
Christian sorri.
— Por um minuto pensei que você fosse me levar para aquele bar terrível do qual você me ligou bêbada.
— Por que faria isso?
— Para verificar se as azáleas ainda estão vivas. — Ele arqueia a sobrancelha sardônico.
Eu coro.
— Não me lembre! Além disso. . . você ainda me levou para seu quarto de hotel. — Eu sorrio.
— A melhor decisão que já tomei, — ele diz, seus olhos suaves e quentes.
— Sim. Foi. — Eu me inclino e o beijo.
— Você acha que o filho da puta arrogante ainda está esperando na mesa? — Christian pergunta.
— Arrogante? Pensei que ele estivesse bem.
— Ele estava tentando impressioná-la.
— Bem, ele conseguiu.
Christian torce a boca em aversão divertida.
— Devemos ir ver? — Eu ofereço.
— Lidere, Sra. Grey.
Depois do almoço e um rápido desvio para o Heathman para pegar o laptop de Christian, voltamos para o hospital. Passo à tarde com Ray, lendo em voz alta um dos manuscritos que me foi enviado. Meu único acompanhante é o som da máquina que o mantêm vivo, o mantêm comigo. Agora que sei que está fazendo progressos, posso respirar um pouco mais fácil e relaxar. Estou esperançosa. Ele só precisa de tempo para ficar bem. tenho tempo e posso dar isso a ele. Pergunto-me à toa se deveria tentar ligar para mamãe de novo, mas decido fazê-lo mais tarde. Segurando a mão de Ray frouxamente enquanto leio para ele, apertando-a ocasionalmente, desejando que fique bem. Sinto seus dedos macios e quentes sob meu toque. Ele ainda tem o recuo no dedo, onde ele usava seu anel de casamento, mesmo após todo esse tempo.
Uma ou duas horas mais tarde, eu não sei por quanto tempo, olho para cima para ver Christian, laptop na mão, de pé no final da cama de Ray com a enfermeira Kellie.
— É hora de ir embora, Ana.
Oh. Eu seguro a mão de Ray com força. Não quero deixá-lo.
— Eu quero alimentá-la. Venha. Já é tarde. — Christian soa insistente.
— Estou prestes a dar no Sr. Steele um banho de esponja, — A enfermeira Kellie diz.
— Ok, — Aceito. — Estaremos de volta amanhã de manhã.
Beijo Ray em sua bochecha, sentindo a barba estranha sob meus lábios. Eu não gosto disso. Continue melhorando, papai. Eu te amo.
— Eu pensei em jantarmos lá em baixo. Em um quarto privado, — Christian diz, um brilho em seus olhos enquanto abre a porta para nossa suíte.
— Sério? Terminar o que começou há alguns meses atrás?
Ele sorri.
— Se você tiver muita sorte, Sra. Grey.
Eu rio.
— Christian, não tenho nada apropriado para vestir.
Ele sorri, estende a mão e me leva para o quarto. Ele abre o armário para revelar um grande saco branco de roupas pendurado dentro.
— Taylor?— Pergunto.
— Christian, — ele responde enérgico e ofendido ao mesmo tempo. Seu tom me faz rir. Desempacotando o saco, encontro um vestido de cetim azul marinho e retiro-o para fora. É lindo, equipado com alças finas. Parece pequeno.
— É adorável. Obrigada. Espero que ele sirva.
— Servirá, — ele diz, confiante. — E aqui, — pegando uma caixa de sapatos — sapatos para combinar. — Ele me dá um sorriso de lobo.
— Você pensa em tudo. Obrigada. — Me estico e o beijo.
— Eu o faço. — Ele me dá ainda outro pacote.
Olho para ele com ironia. Dentro está um corpete preta sem alças, com uma tira de renda no centro. Ele acaricia meu rosto, inclinando meu queixo, e me beija.
— Estou ansioso para tirar isto de você mais tarde.
Refrescada de meu banho, lavada, raspada e sentindo-me mimada, me sento na beira da cama e começa a secar meus cabelos. Christian vagueia pelo quarto. Eu acho que ele está trabalhando.
— Aqui, deixe-me, — ele diz, apontando para a cadeira na frente da penteadeira.
— Secar meu cabelo?
Ele acena com a cabeça. Eu pisco para ele.
— Venha, — ele diz, olhando-me fixamente. Eu conheço esta expressão, e sei que é melhor não desobedecer. Devagar e metodicamente ele seca meu cabelo, um cacho de cada vez. Obviamente já fez isso antes... muitas vezes.
— Você não desconhece isto, — murmuro. Seu sorriso é refletido no espelho, mas não diz nada e continua a escovar meus cabelos. Hum. . . é muito relaxante.
Quando entramos no elevador a caminho do jantar, não estamos sozinhos. Christian parece delicioso em seu estilo, camisa branca de linho, jeans preto e uma jaqueta. Sem gravata. As duas mulheres dentro atiram-lhe olhares de admiração e menos generosos para mim. Escondo meu sorriso. Sim, senhoras, ele é meu. Christian pega minha mão e me puxa para perto enquanto viajamos em silêncio até o mezanino.
Está movimentado, cheio de pessoas vestidas para a noite, sentados ao redor conversando e bebendo, começando sua noite de sábado. Sou grata que isto me sirva. O vestido me acaricia, deslizando sobre minhas curvas e segurando tudo no lugar. Eu tenho que dizer, me sinto. . . atraente usando-o. Sei que Christian aprova.
No início, eu acho que nós estamos indo para a sala de jantar privada, onde discutimos pela primeira vez o contrato, mas leva-me passando por esta porta até o final, onde abre uma porta para outra sala com painéis de madeira.
— Surpresa!
Oh, meu Deus. Kate e Elliot, Mia e Ethan, Carrick e Grace, Rodriguez e José, minha mãe e Bob estão todos lá levantando suas taças. Eu fico pasma para eles, sem palavras. Como? Quando? Dirijo-me consternada para Christian, e ele aperta minha mão. Minha mãe avança e envolve seus braços a minha volta. Oh, mãe!
— Querida, você está linda. Feliz aniversário.
— Mamãe! — Choro, abraçando-a. Oh mamãe. Lágrimas escorrem pelo meu rosto, apesar da platéia, e enterro meu rosto em seu pescoço.
— Querida, querida. Não chore. Ray ficará bem. Ele é um homem tão forte. Não chore. Não no seu aniversário. — Sua voz falha, mas mantém a compostura. Ela agarra meu rosto em suas mãos e com os polegares enxuga minhas lágrimas.
— Eu pensei que você tinha esquecido.
— Oh, Ana! Como poderia? Dezessete horas de trabalho de parto não é algo fácil de se esquecer.
Eu rio através de minhas lágrimas, e ela sorri.
— Seque seus olhos, querida. Muita gente está aqui para compartilhar seu dia especial.
Eu fungo, não querendo olhar para mais ninguém na sala, envergonhada e emocionada por todos que fizeram um esforço para vir me ver.
— Como você chegou aqui? Quando você chegou?
— Seu marido mandou seu avião, querida. — Ela sorri, impressionada.
E eu rio — Obrigada por ter vindo, mãe. — Ela limpa meu nariz com um lenço como só uma mãe faria. — Mamãe! — Ralho, compondo-me.
— Assim está melhor. Feliz aniversário, querida. — Ela fica de lado enquanto todos se alinham para me abraçar, e me desejar feliz aniversário.
— Ele está indo bem, Ana. A Dra. Sluder é uma das melhores do país. Feliz aniversário, Anjo. Grace abraça-me.
— Chore tudo que você quiser, Ana é sua festa. — José me abraça.
— Feliz aniversário minha querida, — Carrick sorri, segurando meu rosto.
— E aí gata? O velho vai ficar bem. — Elliot envolve-me em seus braços. — Feliz aniversário.
— Ok. — Tomando minha mão, Christian me puxa do abraço de Elliot. — Chega de acariciar minha esposa. Vá acariciar sua noiva.
Elliot sorri maliciosamente para ele e pisca para Kate.
Um garçom que eu não tinha notado antes apresenta a Christian e a mim, taças de champanhe rose.
Christian pigarreia.
— Este seria um dia perfeito, se Ray estivesse aqui conosco, mas ele não está longe. Ele está indo bem, e sei que gostaria que se divertisse Ana. Para todos vocês, obrigado por terem vindo compartilhar o aniversário da minha linda esposa, o primeiro de muitos que virão. Feliz aniversário, meu amor. — Christian levanta sua taça para mim em meio a um coro de feliz aniversário, e tenho que lutar novamente para manter minhas lágrimas recuadas.
Eu assisto as conversas animadas ao redor da mesa de jantar. É estranho ser encapsulada no seio da minha família, sabendo que o homem que considero meu pai está em uma máquina de suporte de vida, nos ambientes clínicos da fria UTI. Estou separada do procedimento, mas grata que todos estejam aqui. Assistindo a disputa entre Elliot e Christian, lendo a sagacidade animada de José, a emoção de Mia e seu entusiasmo pela comida, Ethan maliciosamente olhando para ela. Acho que ele gosta dela. . . mas é difícil dizer. Rodriguez está sentado atrás, assim como eu, apreciando as conversas. Ele parece melhor. Descansado. José está muito atento a ele, cortando sua comida, mantendo seu copo cheio. Tendo seu pai sobrevivido, chegando tão perto da morte fez José apreciar mais o Sr. Rodriguez. . . Eu sei.
Olho para minha mãe. Ela está em seu elemento, charmosa, inteligente, e acolhedora. Eu a amo tanto. Devo lembrar-me de dizer-lhe. A vida é tão preciosa, percebo isso agora.
— Você está bem? — Kate pergunta em uma voz estranhamente suave.
Concordo com a cabeça e aperto sua mão.
— Sim. Obrigada por ter vindo.
— Você acha que o Sr. Megabucks[6] poderia me manter longe de você no seu aniversário? Nós viemos voando de helicóptero! — Ela sorri.
— Sério?
— Sim. Todos nós. E pensar que Christian pode pilotar.
Concordo com a cabeça.
— Isso é um bocado sensual.
— Sim, eu acho que sim.
Nós sorrimos.
— Você vai ficar aqui esta noite? — Pergunto.
— Sim. Ficaremos todos, eu acho. Você não sabia nada sobre isso?
Sacudo a cabeça.
— Esperto, ele não?
Concordo com a cabeça.
— O que ele lhe deu de aniversário?
— Isto. — Eu mostro minha pulseira.
— Oh, linda!
— Sim.
— Londres, Paris. . . sorvete?
— Você não vai querer saber.
— Eu posso adivinhar.
Nós rimos, e eu coro, lembrando Ben & Jerry & Ana.
— Oh. . .e um R8.
Kate cospe nem um pouco atraente o vinho pelo seu queixo, fazendo nós duas rirmos mais um pouco.
— Bastardo legal, não é? — Ela ri.
Para a sobremesa sou presenteada com um bolo de chocolate, com velas prateadas brilhando suntuosos 22 anos e um emocionante coro de “Feliz Aniversário”. Grace assiste Christian cantar com o resto dos meus amigos e familiares, e seus olhos brilham de amor. Pegando meu olhar, ela me sopra um beijo.
— Faça um desejo, — sussurra Christian para mim. Em um fôlego sopro as velas, fervorosamente pedindo que meu pai melhore. Papai, fique bem. Por favor, fique bem. Eu te amo tanto.
À meia-noite, o Sr. Rodriguez e José se despedem.
— Muito obrigada por terem vindo. — Abraço José firmemente.
— Não perderia por nada no mundo. Acredito que Ray está indo na direção certa.
— Sim. Você, o Sr. Rodriguez, e Ray têm que vir pescar com Christian em Aspen.
— Sim? Parece legal. — José sorri antes de sair para buscar o casaco de seu pai, e eu inclinar-me para dizer adeus ao Sr. Rodriguez.
— Você sabe Ana, houve um tempo. . . bem, pensei que você e José. . . — Sua voz desaparece, e ele me olha, seu olhar escuro intenso, mas amoroso.
Ah, não.
— Eu gosto muito de seu filho, Sr. Rodriguez, mas ele é como um irmão para mim.
— Você teria sido uma boa nora. E você é. Para os Greys. — Ele sorri melancolicamente e eu coro.
— Eu espero que você se contente pelo amigo.
— Claro. Seu marido é um bom homem. Você escolheu bem, Ana.
— Eu penso que sim, — sussurro. — Eu o amo tanto. — Abraço o Sr. Rodriguez.
— Trate-o bem, Ana.
— Eu vou, — prometo.
Christian fecha a porta de nossa suíte.
— Enfim sós, — ele murmura, recostando-se contra a porta, olhando-me.
Caminho em sua direção e corro meus dedos sobre as lapelas de sua jaqueta.
— Obrigada pelo aniversário maravilhoso. Você realmente é o mais prestativo, atencioso e generoso marido.
— O prazer é meu.
— Sim... seu prazer. Vamos fazer algo sobre isso, — sussurro. Apertando minhas mãos em torno de suas lapelas, puxando seus lábios nos meus.
Depois de um café da manhã comunitário, abro todos os meus presentes, então, dou uma série de alegres despedidas a todos os Greys e os Kavanaghs que retornam a Seattle via Charlie Tango. Minha mãe, Christian, e eu dirigimos até o hospital com Taylor conduzindo-nos, não cabemos nós três no meu R8. Bob declinou da visita, e estou secretamente feliz. Seria muito estranho, e tenho certeza que Ray gostaria que Bob fosse vê-lo somente quando estivesse melhor.
Ray parece o mesmo. Barbudo. Mamãe fica chocada ao vê-lo e, juntas, choramos um pouco mais.
— Oh, Ray. — Ela aperta sua mão e suavemente acaricia seu rosto, e fico emocionada ao ver seu amor por seu ex-marido. Estou feliz por ter lenços em minha bolsa. Sentamos ao lado dele, seguro sua mão, enquanto ela segura a dele.
— Ana, houve um momento em que este homem era o centro do meu mundo. O sol levantava-se e punha-se com ele. Sempre vou amá-lo. Ele cuidou tão bem de você.
— Mamãe — engasgo e ela acaricia meu rosto e enfia uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
— Você sabe que sempre vou amar Ray. Nós apenas nos separamos. — Ela suspira. — Eu simplesmente não podia viver com ele. — Ela olha para baixo para seus dedos, e pergunto-me se está pensando em Steve, o marido número três, que nós não falamos a respeito.
— Sei que você ama Ray, — sussurro, secando os olhos. — Eles vão tirá-lo do coma hoje.
— Ótimo. Tenho certeza que ele vai ficar bem. Ele é tão teimoso. Acho que você aprendeu com ele.
Eu sorrio.
— Você tem conversado com Christian?
— Será que ele pensa que você é teimosa?
— Acredito que sim.
— Eu vou dizer-lhe que é uma característica familiar. Vocês parecem tão bem juntos, Ana. Tão felizes.
— Estamos, eu acho. Chegando lá, de qualquer maneira. Eu o amo. Ele é o centro do meu mundo. O sol nasce e se põe com ele para mim, também.
— Ele obviamente adora você, querida.
— E eu o adoro.
— Certifique-se de dizer isto a ele. Os homens precisam saber destas coisas, assim como nós.
Eu insisto em ir para o aeroporto com mamãe e Bob, para dizer adeus. Taylor segue no R8, e Christian dirige o SUV. Sinto muito por não poderem ficar mais tempo, mas eles têm que voltar para Savannah. É um triste adeus.
— Cuide bem dela, Bob, — sussurro, quando ele me abraça.
— Certamente que irei, Ana. E você cuide de si mesma.
— Eu irei. — Viro-me para minha mãe. — Adeus, mamãe. Obrigada por terem vindo, — sussurro, minha voz rouca. — Eu te amo tanto.
— Oh minha menina querida, também te amo. E Ray vai ficar bem. Ele não está pronto para sair de seu corpo mortal ainda. Há provavelmente um jogo dos Mariners que ele não pode perder.
Eu rio. Ela está certa. Resolvo ler as páginas de esportes do jornal de domingo para Ray naquela noite. Assisto a ela e Bob subirem os degraus para o jato GEH. Ela me dá uma onda de lágrimas, então se vai. Christian envolve os braços em volta dos meus ombros.
— Vamos voltar, bebe, — ele murmura
— Você vai dirigir?
— Claro.
Quando voltamos para o hospital naquela noite, Ray parece diferente. Levo um instante para perceber que a sucção e a pressão do ventilador desapareceu. Ray está respirando por conta própria. Inundações de alívio passam por mim. Acaricio seu rosto eriçado, e tiro um lenço para limpar cuidadosamente a saliva de sua boca.
Christian sai para encontrar a Dra. Sluder ou o Dr. Crowe para uma atualização, enquanto pego meu familiar assento ao lado de sua cama para manter uma vigília.
Abro a seção de esportes do Oregonian de domingo e conscientemente começo a ler o relatório sobre o jogo de futebol do Sounders contra o Real Salt Lake. Por todos os boletins, foi um jogo selvagem, mas os Sounders foram derrotados por um gol de Kasey Keller. Aperto a mão de Ray firmemente na minha enquanto leio.
— E o resultado final, Sounders 1, Real Salt Lake 2.
— Ei, Annie, nós perdemos? Droga! — Ray fala áspero, e aperta minha mão.
Papai!
Lágrimas escorrem pelo meu rosto. Ele está de volta. Meu pai está de volta.
— Não chore Annie. — A voz de Ray está rouca. — O que está acontecendo?
Pego sua mão nas minhas e encosto-a contra meu rosto.
— Você esteve em um acidente. Você está no hospital em Portland.
Ray franze a testa, não sei se é porque ele está desconfortável com a minha exibição incomum de afeto, ou por não conseguir se lembrar do acidente.
— Você quer água? — Pergunto, não tenho certeza se estou autorizada a dar-lhe qualquer coisa. Ele balança a cabeça, perplexo. Meu coração se regozija. Levanto e inclino-me sobre ele, beijando sua testa. —Amo você, papai. Bem vindo de volta.
Ele acena com a mão, embaraçado.
— Eu também, Annie. Água. — Eu corro a curta distância até o posto de enfermagem.
— Meu pai, está acordado!— Sacudo a enfermeira Kellie, que sorri de volta.
— Bip a Dra. Sluder, — ela diz ao seu colega e rapidamente faz o seu caminho em torno da mesa.
— Ele quer água.
— Eu vou dar-lhe logo.
Corro de volta para a cama de meu pai, me sinto tão leve. Seus olhos estão fechados quando o alcanço, e imediatamente me preocupo se ele escorregou para trás em um coma.
— Papai?
— Eu estou aqui, — ele resmunga e seus olhos vibram abertos quando a enfermeira Kellie aparece com um jarro com pedaços de gelo e um copo.
— Olá, Sr. Steele. Sou Kellie, sua enfermeira. Sua filha me disse que você está com sede.
Na sala de espera, Christian está olhando fixamente para seu laptop, profundamente concentrado. Ele olha para cima quando fecho a porta.
— Ele está acordado, — anuncio. Ele sorri, e a tensão ao redor de seus olhos desaparece. Oh. . . Eu não tinha notado antes. Ele esteve tenso durante todo esse tempo? Colocando seu laptop de lado, levanta-se, e me abraça.
— Como ele está? — Pergunta quando envolvo meus braços ao redor dele.
— Falando, com sede, perplexo. Ele não se lembra do acidente.
— Isso é compreensível. Agora que está acordado, quero transferi-lo para Seattle. Então, podemos ir para casa, e minha mãe pode manter um olho nele.
Já?
— Não tenho certeza se ele está bem o suficiente para ser transferido.
— Vou falar com a Dra. Sluder. Obter a sua opinião.
— Você sente falta de casa?
— Sim.
— Ok.
— Você não parou de sorrir, — Christian diz quando saio do Heathman.
— Estou muito aliviada. E feliz.
Christian sorri.
— Ótimo.
A claridade está desvanecendo, e tremo quando saio para a noite fria e fresca, e entrego minha chave ao manobrista. Ele está olhando para meu carro com luxúria, e não o culpo. Christian coloca o braço a minha volta.
— Vamos comemorar? — Pergunta ao entrar no saguão.
— Celebrar?
— Seu pai.
Eu rio.
— Ah, ele.
— Estava com saudades desse som. — Christian beija meu cabelo.
— Podemos apenas comer na nossa sala? Você sabe ter uma noite tranquila?
— Claro. Venha. — Tomando minha mão, ele me leva para os elevadores.
— Estava delicioso, — murmuro, com satisfação, enquanto empurro meu prato para longe, repleta pela primeira vez em anos. — Eles com certeza sabem como fazer uma boa Torta de Tatin[7] aqui.
Estou recém-banhada e vestida apenas com a camiseta de Christian e minha calcinha. No fundo, o iPod de Christian esta em reprodução aleatória Dido canta em sua voz tremula sobre as bandeiras brancas.
Os olhos de Christian me especulam. Seu cabelo ainda está úmido do nosso banho, e ele está usando apenas a sua camiseta preta e jeans.
— Essa foi a vez que te mais comer desde que chegamos aqui, — ele diz.
— Eu estava com fome.
Ele se inclina para trás em sua cadeira com um sorriso satisfeito e toma um gole de seu vinho branco.
— O que você gostaria de fazer agora? — Sua voz é suave.
— O que você quer fazer?
Ele levanta uma sobrancelha, divertido.
— O que eu sempre quero fazer.
— E isto seria?
— Sra. Grey, não seja tímida.
Chegando ao outro lado da mesa de jantar, agarro sua mão, viro-a, e roço meu dedo indicador sobre sua palma.
— Gostaria que você me tocasse com isso. — Passo meu dedo para cima no seu dedo indicador.
Ele se move da cadeira.
— Só isso? — Seus olhos escurecem e esquentam ao mesmo tempo.
— Talvez isso? — Eu passo meu dedo para cima em seu dedo do meio e volto para a palma. — E este. — Minha unha traça seu dedo anelar. —Definitivamente este. — Meu dedo para no seu anel de casamento. — Isso é muito sexy.
— Isto é?
— Com certeza. Isto diz que este homem é meu. — E roço o pequeno calo que se formou em seu dedo por baixo do anel. Ele se inclina para frente e segura meu queixo com a outra mão.
— Sra. Grey, você está me seduzindo?
— Eu espero que sim.
— Anastásia, já estou seduzido. — Sua voz é baixa. — Venha cá. — Ele segura minha mão, me puxando para seu colo. — Gosto de ter acesso irrestrito a você. — Ele passa a mão para cima em minha coxa até meu traseiro. Agarra minha nuca com a outra mão e me beija segurando-me firme no lugar.
Ele tem gosto de vinho branco e torta de maçã e Christian. Corro os dedos pelos seus cabelos, mantendo-o comigo, enquanto nossas línguas exploram, enrolam e torcem em torno de si, meu sangue aquece em minhas veias. Estamos sem fôlego quando Christian se afasta.
— Vamos para a cama, — ele murmura contra meus lábios.
— Cama?
Encostando mais para trás, puxa meu cabelo, então estou olhando para ele.
— Onde você prefere Sra. Grey?
Minha deusa interior deixa de se atacar com a Torta Tatin. Dou de ombros, fingindo indiferença.
— Surpreenda-me.
Ele sorri.
— Você está espirituosa esta noite. — Ele corre o nariz junto ao meu.
— Talvez eu precise ser controlada.
— Talvez precise. Você está ficando muito mandona na sua idade avançada. — Ele aperta os olhos, mas não consegue disfarçar o humor latente lá.
— O que você vai fazer sobre isso? — Desafio.
Seus olhos brilham.
— Sei o que gostaria de fazer sobre isso. Depende se você aguenta isto.
— Oh, Sr. Grey, você foi muito gentil comigo nestes últimos dois dias. Eu não sou feita de vidro, você sabe.
— Você não gosta delicadamente?
— Com você, é claro. Mas você sabe. . . a variedade é o tempero da vida. — Bato meus cílios para ele.
— Você está querendo algo menos gentil?
— Algo que reforce os aspectos positivos da vida.
Ele levanta as sobrancelhas em surpresa.
— Aspectos positivos da vida, — repete, o humor surpreso em sua voz.
Concordo com a cabeça. Ele olha para mim por um momento.
— Não morda seu lábio — sussurra, em seguida, levanta de repente comigo em seus braços. Suspiro e agarro em seus bíceps, com medo de cair. Ele caminha até o menor dos três sofás e deposita-me nele.
— Espere aqui. Não se mova. — Ele me dá um breve olhar, quente e intenso volta em seu calcanhar, dirigindo-se ao quarto. Oh. . . Christian descalço. Por que os pés são tão sensuais? Ele está de volta alguns minutos depois, pegando-me de surpresa quando se inclina sobre mim por trás.
— Acho que nós vamos dispensar isso. — Ele agarra a minha camiseta e arrasta-a sobre minha cabeça, deixando-me nua, exceto por minha calcinha. Puxa meu rabo de cavalo para trás e me beija.
— Levante-se, — ordena contra os meus lábios e me libera. Eu obedeço imediatamente. Ele estende uma toalha no sofá.
Toalha?
— Tire sua calcinha.
Engulo, mas faço o que ele disse, descartando-a ao lado do sofá.
— Sente-se. — Ele agarra meu rabo de cavalo novamente e puxa minha cabeça para trás. — Você vai me dizer para parar, caso isto se torne demais, sim?
Concordo com a cabeça.
— Diga-o. — Sua voz é grave.
— Sim, — eu chio.
Ele sorri.
— Ótimo. Assim, Sra. Grey. . . pela demanda popular, vou controlá-la. — Sua voz desce para um sussurro ofegante.
O desejo atravessa meu corpo como um relâmpago por causa destas simples palavras.
Oh, meu doce Cinquenta e no sofá?
— Traga seus joelhos para cima, — ele comanda suavemente. — E sente-se encostada.
Descanso meus pés na beira do sofá, meus joelhos levantados na minha frente. Ele pega minha perna esquerda, e usando o cinto de um dos roupões de banho, amarra uma extremidade acima do meu joelho.
— Roupões?
— Estou improvisando. — Ele sorri novamente e prende o nó corrediço acima do meu joelho e amarra a outra extremidade do cinto mole ao redor do canto de trás do sofá, efetivamente separando minhas pernas.
— Não se mova, — adverte e repete o processo com a minha perna direita, amarrando o segundo cordão na outra extremidade.
Oh meu Deus... Eu estou sentada, espalhada no sofá, com as pernas abertas.
— Tudo bem? — Christian pergunta baixinho, olhando para mim de trás do sofá.
Concordo com a cabeça, esperando-o amarrar minhas mãos também. Mas ele se abstém. Ele se inclina e me beija.
— Você não tem ideia do quão sexy você parece agora, — murmura e esfrega o nariz contra o meu. — Vou trocar de música, eu acho. — Ele se levanta e caminha casualmente até o iPod.
Como ele faz isso? Aqui estou eu, amarrada e quente como o inferno, enquanto ele está tão frio e calmo. Ele está no meu campo de visão, e assisto a flexão e tração dos músculos de suas costas sob sua camiseta, enquanto muda a música. Imediatamente, uma doce voz feminina, quase infantil começa a cantar enquanto observo.
Oh, gosto dessa música.
Christian se vira e seus olhos bloqueiam nos meus, enquanto ele se move para frente do sofá e afunda graciosamente os joelhos na minha frente.
De repente, me sinto muito exposta.
— Exposta? Vulnerável? — Pergunta com sua incrível capacidade de expressar as minhas palavras não ditas. Suas mãos estão sobre seus joelhos. Concordo com a cabeça.
Por que ele não me toca?
— Bom — murmura. —Estenda suas mãos. — Não posso parar de olhar em seus olhos hipnotizantes, enquanto faço o que me pede. Christian derrama um pouco de líquido oleoso em cada palma, de uma garrafa clara. É perfumado, um rico aroma almiscarado, sensual que não posso identificar.
— Esfregue suas mãos. — Contorço-me sob seu olhar quente e pesado. — Fique quieta, — adverte.
Oh meu Deus.
—Agora Anastásia, quero que se toque.
Puta merda.
— Comece com sua garganta e trabalhe para baixo.
Hesito.
— Não seja tímida, Ana. Vammos. Faça-o. — O humor e o desafio em sua expressão são fáceis de ver junto com seu desejo.
A doce voz canta que não há nada doce nela. Coloco minhas mãos contra minha garganta e deixo-a escorregar para o topo dos meus seios. O óleo torna o deslizar fácil sobre minha pele. Minhas mãos estão quentes.
— Mais abaixo, — Christian murmura, os olhos escurecendo. Ele não me toca.
Minhas mãos seguram meus seios.
— Acaricie a si mesma.
Oh meu Deus. Puxo meus mamilos suavemente.
—Mais duro, — Christian pede. Ele fica imóvel entre as minhas coxas, apenas me observando. — Como eu faria, — acrescenta, os olhos brilhando sombriamente. Meus músculos apertam no fundo da minha barriga. Gemo em resposta e puxo mais meus mamilos, sentindo-os enrijecer e alongar sob meu toque.
— Sim. Assim. Mais uma vez.
Fechando os olhos puxo com força, rolando e torcendo-os entre meus dedos. Eu lamento.
— Abra seus olhos.
Eu pisco para ele.
— Mais uma vez. Quero ver você. Ver você desfrutar de seu toque.
Oh Porra. Repito o processo. Isto é tão. . . erótico.
— Mãos. Mais abaixo.
Eu me contorço.
— Fique calma, Ana. Absorva o prazer. Devagar. — Sua voz é baixa e rouca, tentadora e sedutora ao mesmo tempo.
— Você faz isso, — sussurro.
— Oh, eu farei em breve. Você... Mais abaixo... Agora. — Christian, exala sensualidade, corre a língua ao longo de seus dentes. Puta Merda. . . Eu torço, puxando as restrições.
Balançando a cabeça, lentamente.
— Calma. — Ele descansa as mãos sobre os joelhos, segurando-me no lugar. — Vamos, Ana devagar.
Minhas mãos deslizam sobre meu estomago para baixo sobre minha barriga.
— Mais abaixo, — murmura, e é a sensualidade personificada.
— Christian, por favor.
Suas mãos deslizam para baixo nos meus joelhos, deslizando em minhas coxas, em direção ao meu sexo.
— Vamos, Ana. Toque a si mesma.
Minha mão esquerda toca levemente sobre meu sexo, e esfrego em um círculo lento, minha boca forma um “O” e eu arquejo.
— De novo, — ele sussurra.
Gemo mais alto e repito o movimento e inclino minha cabeça para trás, ofegante.
— Novamente.
Gemo alto, e Christian inspira fortemente. Agarrando minhas mãos, abaixa-se, correndo seu nariz, então sua língua para frente e para trás no ápice de minhas coxas.
— Ah!
Quero tocá-lo, mas quando tento mover minhas mãos, seus dedos apertam em volta dos meus pulsos.
— Vou controlar isto também. Fique quieta.
Gemo. Ele liberta-me, então coloca seus dois dedos do meio dentro de mim, a palma da mão apoiada contra meu clitóris.
— Vou fazer você gozar rapidamente, Ana. Pronta?
— Sim. — Arquejo.
Ele começa a mexer os dedos, a mão para cima e para baixo, rapidamente atacando o doce local dentro de mim e meu clitóris ao mesmo tempo. Ah! A sensação é intensa, muito intensa. O prazer cresce e sobe ao longo da metade inferior do meu corpo. Quero esticar as pernas, mas não posso. Minhas mãos agarram a toalha sob mim.
— Renda-se, — sussurra Christian.
Explodo em torno de seus dedos, gritando incoerentemente. Ele pressiona a palma da mão contra meu clitóris, enquanto tremores percorrem meu corpo, prolongando a agonia deliciosa. Vagamente, estou ciente de que ele está desatando minhas pernas.
— Minha vez, — ele murmura, e vira-me para que eu fique de bruços no sofá com meus joelhos no chão. Ele espalha minhas pernas e dá uma forte palmada no meu traseiro.
— Ah!— Eu grito e em um rápido movimento ele está dentro de mim.
— Oh, Ana, — ele sibila entre os dentes quando começa a se mover. Seus dedos pegam duros em torno de meus quadris enquanto ele me penetra mais e mais. O prazer estar aumentando mais e mais. Não. . . Ah...
— Vamos, Ana! — Christian grita, e quebro mais uma vez, pulsando em torno dele e chorando enquanto gozo.
— Suficiente positiva para você? — Christian beija meus cabelos.
— Oh, sim, — sussurro, olhando para o teto. Estou deitada sobre meu marido, minhas costas contra sua parte frontal, nós dois no chão ao lado do sofá. Ele ainda está vestido.
— Acho que devemos fazer novamente. Desta vez tire a roupa.
— Cristo, Ana. Dê a um descanso a esse homem.
Eu rio e ele ri.
— Estou feliz por Ray estar consciente. Parece que todos os seus apetites estão de volta — ele diz, não disfarçando o sorriso em sua voz.
Viro-me e franzo a testa para ele.
— Você está esquecendo a noite passada e esta manhã?— Eu faço beicinho.
— Não tem nada de esquecível sobre isto. — Ele sorri, e quando o faz, parece tão jovem, despreocupado e feliz. Ele agarra meu traseiro. — Você tem uma bunda fantástica, Sra. Grey.
— Você também. — Arqueio as sobrancelhas para ele. — Apesar da sua ainda estar coberta.
— E o que você vai fazer sobre isso, Sra. Grey?
— Ora, vou tirar sua roupa, Sr. Gray. Toda ela.
Ele sorri.
— E acho que esta é muito doce, — murmuro, referindo-me a música ainda tocando repetidamente. Seu sorriso desaparece.
Ah, não.
— Você é, — sussurro. Inclino-me para baixo e beijo o canto de sua boca. Ele fecha os olhos e aperta os braços a minha volta.
— Christian, você é. Você fez este fim de semana tão especial á despeito do que aconteceu com Ray. Obrigada.
Ele abre os grandes e graves olhos cinza e sua expressão arranca meu coração.
— Porque eu te amo, — ele murmura.
— Eu sei. Eu também te amo. — Acaricio seu rosto. — E você é precioso para mim, também. Você sabe disto, não é?
Ele fica imóvel, parecendo perdido.
Oh, Christian . . . meu doce Cinquenta.
— Acredite em mim, — sussurro.
— Não é fácil. — Sua voz é quase inaudível.
— Tente. Tente bastante, porque é verdade. — Acaricio seu rosto mais uma vez, meus dedos roçando suas costeletas. Seus olhos são oceanos cinza de perda, sofrimento e de dor. Quero escalar em seu corpo e segurá-lo. Qualquer coisa para parar aquele olhar. Quando ele vai perceber que significa o mundo para mim? Que é mais do que digno do meu amor, o amor de seus pais, seus irmãos? Eu já lhe disse diversas vezes, e ainda estamos nessa mesma situação, enquanto Christian me dá seu olhar perdido, abandonado. Tempo. Isto só vai levar tempo.
— Você vai ficar com frio. Venha. — Ele levanta-se graciosamente e me puxa para ficar ao lado dele. Escorrego meu braço em volta de sua cintura quando voltamos para o quarto. Não vou forçá-lo, mas desde o acidente de Ray, ele se tornou mais importante para mim que ele saiba o quanto o amo.
Ao entrarmos no quarto, estou preocupada, desesperada para recuperar o humor leve muito bem-vindo de apenas poucos momentos atrás.
— Vamos assistir TV? — Pergunto.
Christian bufa.
— Estava esperando a segunda rodada. — Esse o meu Cinquenta volátil está de volta. Arqueio minha testa e paro ao lado da cama.
— Bem, nesse caso, acho que vou estar no comando.
Ele fica boquiaberto para mim, e o empurro para a cama e rapidamente caiu sobre ele, prendendo suas mãos para baixo ao lado de sua cabeça.
Ele sorri para mim.
— Bem, Sra. Grey, agora que você me pegou, o que vai fazer comigo?
Inclino-me para baixo e sussurro em seu ouvido:
— Vou te foder com a minha boca.
Ele fecha os olhos, respirando forte, e corro os meus dentes suavemente ao longo de sua mandíbula.
Christian está trabalhando no computador. É uma brilhante manhã, e ele está mandando um e-mail, eu acho.
— Bom dia, — murmuro timidamente da porta. Ele se vira e sorri para mim.
— Sra. Grey. Você acordou cedo. — Ele abre seus braços.
Ando através da suíte e me enrolo em seu colo.
— Como você está.
— Estava apenas trabalhando. — Ele move-se à medida que beija meus cabelos.
— O quê? — Pergunto, sentindo algo errado.
Ele suspira.
— Recebi um e-mail do Detetive Clark. Ele quer falar com você sobre aquele filho da puta do Hyde.
—Sério? — Sento-me olhando para Christian.
— Sim. Disse-lhe que você está em Portland, por enquanto, então ele vai ter que esperar. Mas ele disse que gostaria de entrevistá-la aqui.
— Ele está vindo para cá?
— Aparentemente, sim. — Christian olha confuso.
Franzo a testa.
— O que é tão importante que não pode esperar?
— Esse é o ponto.
— Quando ele virá?
— Hoje. Vou mandar um e-mail de volta.
— Não tenho nada a esconder. Me pergunto o que ele quer saber?
— Nós vamos descobrir quando ele chegar aqui. Estou intrigado, também. — Christian move-se novamente. — O café da manhã estará aqui em breve. Vamos comer, então podemos ir e ver seu pai.
Concordo com a cabeça. —Você pode ficar aqui se quiser. Posso ver que está ocupado.
Ele franze a testa.
— Não, quero ir com você.
— Ok. — Sorrio, e ponho meus braços em volta do seu pescoço e o beijo.
Ray está mal-humorado. É uma alegria. Ele está com coceira, arranhado, impaciente e desconfortável.
— Pai, você esteve em um grave acidente de carro. Levará algum tempo para se curar. Christian e eu queremos removê-lo para Seattle.
— Não sei por que você está incomodada comigo. Vou ficar bem aqui sozinho.
— Não seja ridículo. — Aperto sua mão carinhosamente, e ele tem a graça de sorrir para mim.
— Precisa de alguma coisa?
— Eu mataria por uma rosquinha, Annie.
Sorrio com indulgência para ele.
— Vou trazer-lhe uma rosquinha ou duas. Vamos para a Voodoo.
— Ótimo!
— Você quer um café decente, também?
— Diabos. Sim!
— Ok, vou conseguir alguma coisa.
Christian está mais uma vez na sala de espera, falando ao telefone. Ele realmente deve montar o escritório aqui. Estranhamente, está sozinho, embora os outros leitos da UTI estejam ocupados. Me pergunto se Christian assustou os outros visitantes. Ele desliga o telefone.
— Clark estará aqui às quatro da tarde.
Franzo a testa. O que poderia ser tão urgente? — Ok. Ray quer café e rosquinhas.
Christian ri. — Acho que faria a mesma coisa, se tivesse me acidentado. Peça para Taylor ir.
— Não, eu vou.
— Leve Taylor com você. — Sua voz é grave.
— Ok. — Desvio o lhar e ele me encara. Então sorri tolamente e dobra sua cabeça para um lado.
— Não há ninguém aqui. — Sua voz é deliciosamente baixa, e sei que está ameaçando me espancar. Estou a ponto de enfrentá-lo, quando um jovem casal entra na sala. Ela está chorando baixinho.
Dou os ombros como desculpa para Christian, e ele concorda. Ele pega seu laptop, segura minha mão e leva-me para fora da sala.
— Eles precisam de mais privacidade do que nós, — murmura Christian. —Nós teremos a nossa diversão mais tarde.
Do lado de fora, Taylor está esperando pacientemente.
— Vamos todos tomar um café com rosquinhas.
Às quatro horas, precisamente há uma batida na porta da suíte. Taylor acompanha o Detetive Clark, que parece mais mal-humorado do que o habitual. Ele sempre parece estar mal-humorado. Talvez seja a maneira como seu rosto está definido.
— Sr. Gray, Sra. Grey, obrigado por me receber.
— Detetive Clark. — Christian sacode a mão e o direciona para uma cadeira. Sento-me no sofá onde me diverti muito na noite passada. O pensamento me faz corar.
— É a senhora Gray que gostaria de ver, — Clark diz incisivamente para Christian e Taylor para no lado da porta. Christian dá-lhe uma olhadela, em seguida acena com a cabeça quase imperceptivelmente para Taylor, que se vira e sai, fechando a porta atrás dele.
— Qualquer coisa que queira dizer à minha esposa você pode dizer na minha frente. — A voz de Christian é fria e profissional. O Detetive Clark se vira para mim.
— Tem certeza de que prefere que seu marido esteja presente?
Franzo a testa para ele.
— Claro. Não tenho nada a esconder. Você vai apenas me interrogar?
— Sim, senhora.
— Gostaria que meu marido ficasse.
Christian senta ao meu lado, irradiando tensão.
— Tudo bem, — Clark murmura, resignado. Ele pigarreia. — Sra. Grey, O Sr. Hyde afirma que você o assediou sexualmente e fez vários avanços obscenos em relação a ele.
Oh! Eu quase desato a rir, mas coloco minha mão sobre a coxa de Christian para contê-lo, enquanto ele se mexe em sua cadeira.
— Isso é um absurdo, — Christian balbucia. Pressiono a perna de Christian para silenciá-lo.
— Isso não é verdade, — afirmo com calma. — Na verdade, era o contrário. Ele abordou-me de uma forma muito agressiva, e foi demitido.
A boca do Detetive Clark achata brevemente em uma linha fina, antes que continue.
— Hyde alega que você montou uma estória sobre o assédio sexual, a fim de levá-lo a demissão. Ele diz que você fez isso porque recusou seus avanços e porque você queria sua posição na empresa.
Franzo a testa. Puta merda. Jack é ainda mais louco do que eu imaginava.
— Isso não é verdade. — Balanço a cabeça.
— Detetive, por favor não me diga que você dirigiu todo esse caminho para incomodar minha esposa com estas acusações ridículas.
O Detetive Clark vira seu olhar azul frio para Christian.
— Preciso ouvir isso da senhora Grey, senhor, — ele diz com moderação tranquila. Pressiono a perna de Christian mais uma vez, silenciosamente implorando-lhe para manter a calma.
— Você não tem que ouvir essa merda, Ana.
— Eu acho que deveria deixar o Detetive Clark saber o que aconteceu.
Christian olha para mim, impassível, em seguida, ondula a mão num gesto de resignação.
— O que Hyde diz simplesmente não é verdade. — Minha voz soa calma, apesar de estar diferente disso. Estou perplexa com estas acusações e nervosa com a possibilidade de Christian explodir. Qual é o jogo de Jack? —O Sr. Hyde me abordou na cozinha do escritório uma noite. Disse-me que foi graças a ele que eu havia sido contratada e que esperava favores sexuais em troca. Tentou me chantagear, usando e-mails que enviei para Christian, que não era meu marido então. Não sabia que Hyde estava monitorando meus e-mails. Ele é delirante, acusou-me de ser uma espiã enviada por Christian, provavelmente para ajudá-lo a assumir a empresa. Ele não sabia que Christian já tinha comprado a SIP.
Agito minha cabeça enquanto lembro-me do encontro angustiante e tenso com Hyde.
— No final, eu... Eu o nocauteei.
As sobrancelhas de Clark sobem em surpresa.
— O derrubou?
— Meu pai é ex-soldado. Hyde. . . hum, me tocou, e sei como me defender.
Christian me observa com um breve olhar de orgulho.
— Eu entendo. — Clark se inclina para trás no sofá, suspirando pesadamente.
— Você tem falado com qualquer das exs AP[8] de Hyde? — Christian pergunta quase cordialmente.
— Sim, nós temos. Mas a verdade é que não conseguimos obter nada de suas assistentes que falaram conosco. Todas dizem que ele era um patrão exemplar, embora nenhuma delas durasse mais de três meses.
— Nós tivemos esse problema também, — Christian murmura.
Oh? Fico boquiaberta para Christian, assim como o Detetive Clark.
— Meu chefe de segurança. Ele entrevistou cinco assistentes particulares antigas de Hyde.
— E por quê?
Christian lhe dá um olhar frio.
— Porque minha esposa trabalhava para ele, e executo verificações de segurança com qualquer um que trabalhe com minha esposa.
O Detetive Clark se ruboriza. Dou de ombros desculpando-o com um sorriso “bem vindo ao meu mundo.”
— Entendo, — murmura Clark. — Acho que há mais nisso do que os olhos podem ver, Sr. Grey. Estamos realizando uma pesquisa mais completa em seu apartamento amanhã, então talvez achemos alguma coisa. Apesar de tudo mostrar que ele não vive lá por algum tempo.
— Você já procurou?
— Sim. Estamos fazendo isso novamente. Bem minuciosa desta vez.
— Você ainda não o acusou da minha tentativa de assassinato de Ros Bailey e de mim? — Christian diz em voz baixa.
O quê?
— Estamos na esperança de encontrar mais evidências em relação à sabotagem de sua aeronave, Sr. Grey. Precisamos mais do que uma impressão parcial, e enquanto ele estiver sob custódia, podemos construir um caso.
— Isso é tudo que você veio fazer aqui?
Clark eriça.
— Sim, Sr. Grey é, a menos que você tenha quaisquer informações adicionais sobre a nota?
Nota? Que nota?
— Não. Eu lhe disse. Não significa nada para mim. — Christian não consegue esconder sua irritação. — E não vejo porque não poderíamos ter feito isso pelo telefone.
— Acho que disse que prefiro uma abordagem prática. E estou visitando minha tia-avó que vive em Portland... dos pássaros. . . e uma pedra. — Clark continua empedernido, enfrentando e não se incomodando com o mau humor de meu marido.
— Bem, se está tudo acabado, tenho trabalho para fazer. — Christian levanta-se e o Detetive Clark entende sua deixa.
— Obrigado pelo seu tempo, Sra. Grey, — ele diz educadamente.
Concordo com a cabeça.
— Sr. Gray. — Christian abre a porta, e Clark sai.
Eu cedo no sofá.
— Você pode acreditar naquele idiota? — Christian explode.
— Clark?
— Não. Aquele filho da puta do Hyde.
— Não, não posso.
— Qual é a porra do jogo dele? — Christian sussurra através dos dentes cerrados.
— Eu não sei. Você acha que Clark acreditou em mim?
— Claro que acreditou. Ele sabe que Hyde é um babaca fodido.
— Você é muito crédulo.
— Crédulo?— Christian sorri. — Isso é mesmo uma palavra?
— É agora.
Inesperadamente, ele sorri e senta-se ao meu lado, puxando-me para seus braços.
— Não pense naquele filho da puta. Vamos ver seu pai e tentar falar sobre sua transferência amanhã.
— Ele faz questão de ficar em Portland e não ser um incômodo.
— Eu vou falar com ele.
— Quero viajar com ele.
Christian olha para mim, e por um momento, acho que vai dizer não.
— Ok. Eu vou também. Sawyer e Taylor podem levar os carros. Vou deixar Sawyer conduzir o R8 esta noite.
No dia seguinte Ray está analisando seus novos arredores, um novo e arejado quarto iluminado, no centro de reabilitação do Hospital de North West em Seattle. É meio-dia, e ele parece sonolento. A viagem, através do helicóptero nem ao menos, esgotou-o.
— Diga a Christian que aprecio isto, — ele diz calmamente.
— Você mesmo pode dizer-lhe. Ele virá ao longo desta noite.
— Você não vai trabalhar?
— Provavelmente. Só quero ter certeza que está tudo resolvido aqui.
— Você vai se dar bem. Você não precisa se preocupar comigo.
— Eu gosto de me preocupar com você. — Meu BlackBerry vibra. Verifico o número que não reconheço.
— Você vai responder a isto? — Ray pergunta.
— Não. Não sei quem é. O correio de voz pode fazê-lo por mim. Trouxe algo para ler. — Indico a pilha de revistas esportivas em sua mesa de cabeceira.
— Obrigado, Annie.
— Você está cansado, não é?
Ele acena com a cabeça.
— Vou deixar você dormir um pouco. — Beijo sua testa. — Até mais tarde, papai — murmuro.
— Vejo-a mais tarde, querida. E muito obrigado. — Ray pega minha mão e aperta suavemente. — Gosto que você me chame de papai. Me traz boas recordações.
Oh, papai. Retorno seu aperto.
Quando me dirijo para as portas principais em direção ao SUV, onde Sawyer está esperando, ouço meu nome sendo chamado.
— Sra. Grey! Sra. Grey!
Voltando, vejo a Dra. Greene correndo em minha direção, parecendo-me como sempre impecável, apenas um pouco atrapalhada.
— Sra. Grey, como você está? Você recebeu minha mensagem? Liguei mais cedo.
— Não. — meu couro cabeludo pinica.
— Bem, estava me perguntando por que você tinha cancelado quatro consultas.
Quatro consultas? Fico boquiaberta para ela. Perdi quatro consultas! Como?
— Talvez devêssemos falar sobre isso em meu consultório. Estava saindo para o almoço você tem tempo agora?
Concordo com a cabeça humildemente.
— Claro. Eu. . . — Faltam-me palavras. Perdi quatro consultas? Estou atrasada com minha injeção. Merda.
Sigo-a entorpecida de volta para o hospital até seu consultório. Como perdi quatro consultas? Lembro-me vagamente de Hannah ter mencionado de ter cancelado uma, mas quatro? Como poderia perder quatro consultas?
O consultório da Dra. Greene é espaçoso, minimalista e bem equipado.
— Estou contente que você me pegou antes de sair, — murmuro, ainda em estado de choque. — Meu pai esteve em um acidente de carro, e acabamos de removê-lo para cá de Portland.
— Oh, sinto muito. Como ele está?
— Ele está indo bem, obrigada. Recuperando-se.
— Isso é bom. Isto explica por que você cancelou na sexta-feira.
A Dra. Greene mexe o mouse em sua mesa, e seu computador ganha vida.
— Sim. . . Já faz mais de treze semanas. Você está muito perto do prazo. É melhor fazer um teste antes de você tomar outra injeção.
— Um teste? — Sussurro, todo o sangue corre de minha cabeça.
— Um teste de gravidez.
Oh, não.
Ela chega à gaveta de sua mesa.
— Você sabe o que fazer com isso. — Ela me entrega um pequeno frasco. — O banheiro é do lado de fora do meu consultório.
Levanto-me como se estivesse em transe, meu corpo inteiro operando como se estivesse em piloto automático, e tropeço para o banheiro.
Merda, merda, merda, merda, merda. Como posso ter deixado isso acontecer. . . novamente? De repente, sinto-me doente e ofereço uma oração silenciosa. Por favor, não. Por favor, não. É muito cedo. É muito cedo. É muito cedo.
Quando entro de novo no consultório da Dra. Greene, ela me dá um sorriso apertado e ondulo me sentando na frente de sua mesa. Sento-me sem palavras e entrego-lhe a minha amostra. Mergulhando uma vara branca pequena nele, cronometra. Ela levanta as sobrancelhas, isto fica azul pálido.
— O que significa azul? — A tensão está quase me sufocando.
Ela olha para mim, seus olhos graves.
— Bem, Sra. Grey, isso significa que você está grávida.
O quê? Não. Não. Não. Porra.
Fico boquiaberta para a Dra. Greene, meu mundo se desmorona ao meu redor. Um bebê. Um bebê. Eu não quero um bebê. . . ainda não. Porra. E sei que no fundo Christian vai pirar.
— Sra. Grey, você está muito pálida. Gostaria de um copo de água?
— Por favor. — Minha voz é quase inaudível. Minha mente está processando a todo vapor. Grávida? Quando?
— Acho que você está surpresa.
Aceno muda para a boa médica, enquanto ela me dá um copo de água de seu bebedouro convenientemente colocado. Tomo um gole de boas-vindas.
— Chocada, — sussurro.
— Nós podemos fazer um ultra-som para ver o quão avançada está à gravidez. A julgar por sua reação, suspeito que você tenha pouco tempo de concepção, entre quatro a cinco semanas de gravidez. Acho que você não tem sofrido de quaisquer outros sintomas?
Sacudo a cabeça em silêncio. Sintomas? Acho que não.
— Eu pensei. . . Achava que isso era uma forma confiável de contraceptivo.
A Dra. Greene arqueia a sobrancelha.
— Normalmente é, quando você se lembra de tomar corretamente, — ela diz friamente.
— Devo ter perdido a noção do tempo. — Christian vai pirar. Eu sei disso.
— Você teve algum sangramento?
Eu franzo a testa.
— Não.
— Isso é normal para a Depo.[9] Vamos fazer um ultra-som não vamos? Eu tenho tempo.
Concordo com a cabeça, confusa, e a Dra. Greene me dirige em direção a uma mesa de exame de couro preto atrás de uma tela.
— Você vai apenas tirar sua saia, a roupa intima, e se cobrir com a manta em cima da mesa, vamos a partir daí, — ela diz rapidamente.
Roupa Intima? Estava esperando um ultra-som sobre minha barriga. Por que preciso retirar minha calcinha? Dou de ombros, consternada, então, rapidamente faço o que ela diz e deito-me debaixo da coberta branca macia.
— Assim está bom. — A Dra. Greene aparece no final da mesa, puxando a máquina de ultra-som mais perto. É um amontoado de computador de alta tecnologia. Sentando-se, ela posiciona a tela de modo que nós duas possamos ver e corre o cursor sobre o teclado. A tela silva ganhando vida.
— Se você puder levantar e dobrar os joelhos, em seguida, abra-os,— ela diz com naturalidade.
Franzo a testa com cautela.
— Este é um ultra-som transvaginal. Se você está realmente grávida, devemos ser capazes de encontrar o bebê com isso. — Ela segura uma sonda longa e branca.
Oh, você deve estar brincando!
— Está bem, — murmuro, mortificada, e faço o que ela diz. Greene puxa um preservativo sobre o tubo e lubrifica-o com gel transparente.
— Sra. Grey, se você puder relaxar.
Relaxar? Estou grávida, porra! Como você espera que eu relaxe? Eu coro, e me esforço para encontrar o meu lugar feliz. . . que se mudou para algum lugar perto da ilha perdida de Atlântida.
Lenta e suavemente ela insere a sonda.
Puta merda!
Tudo o que posso ver na tela é o equivalente ao visual ruído branco, embora seja mais da cor sépia. Lentamente, a Dra. Greene move a sonda, e é muito desconcertante.
— Aqui está, — ela murmura. Ela aperta um botão, congelando a imagem na tela, e aponta para um Blip minúsculo na tempestade sépia.
É um pequeno Blip. Há um Blip minúsculo na minha barriga. Minúsculo. Uau. Esqueço meu desconforto, olho em estado de choque o Blip.
— É muito cedo para ouvir os batimentos cardíacos, mas, sim, você está definitivamente grávida. Quatro ou cinco semanas, eu diria. —Ela franze a testa. — Parece que a injeção acabou antes. Oh bem, isso acontece às vezes.
Estou muito chocada para dizer qualquer coisa. O pequeno Blip[10] é um bebê. Um real e legítimo benevolente bebê. O bebê de Christian. Meu bebê. Puta merda. Um bebê!
— Gostaria que eu imprima uma foto para você?
Concordo com a cabeça, ainda incapaz de falar, e a Dra. Greene pressiona um botão. Então, remove suavemente seu tubo e me entrega uma toalha de papel para me limpar.
— Parabéns, Sra. Grey, — ela diz quando me sento. — Nós vamos ter que marcar outra consulta. Sugiro que no prazo de quatro semanas. Então, podemos determinar a idade exata de seu bebê e estabelecer uma data provável. Você pode se vestir agora.
— Ok. — Levanto cambaleando e me visto apressadamente. Tenho um Blip, um pequeno Blip. Quando saio de trás da tela, a Dra. Greene está de volta em sua mesa.
— Entretanto, gostaria que você começasse a tomar ácido fólico e vitaminas pré-natais. Aqui está um folheto de prós e contras.
Enquanto me entrega um pacote de pílulas e um folheto, ela continua a falar comigo, mas eu não estou ouvindo. Estou em choque. Oprimida. Certamente, deveria estar feliz. Certamente deveria ser aos 30... pelo menos. Isto é muito cedo... muito cedo. Tento acalmar meu sentimento crescente de pânico.
Desejo a Dra. Greene um educado adeus e cabeceio em um torpor de volta para a saída e saio para a tarde fria de outono. Sou agarrada de repente por uma sensação arrepiante, fria e profunda de mau agouro. Christian vai pirar, eu sei, mas o quanto e como, não tenho ideia. Suas palavras me assombram.
“Não estou pronto para compartilhar você ainda”.
Puxo meu casaco mais apertado em torno de mim, tentando me livrar do frio.
Sawyer pula para fora do carro e mantém aberta a porta. Ele franze a testa, quando vê meu rosto, mas eu ignoro sua expressão preocupada.
—Para onde, Sra. Grey? — Ele pergunta gentilmente.
— SIP. — Aninho-me no banco de trás do carro, fecho meus olhos e inclino a cabeça no encosto. Eu deveria estar feliz. Sei que deveria estar feliz. Mas não estou. Isto é muito cedo. Muito cedo. E meu trabalho? E a SIP? E quanto a Christian e eu? Não. Não. Não. Nós vamos ficar bem. Ele vai ficar bem. Ele amava Mia bebê, lembro-me de Carrick dizer-me que ele a mima até hoje.
Talvez eu devesse alertar Flynn. . . Talvez não deva dizer a Christian. Talvez eu. . . talvez deva acabar com isso. Paro meus pensamentos sobre este caminho escuro, alarmada com a direção que está tomando. Instintivamente, minha mão desce para descansar protetora sobre minha barriga. Não. Meu Pequeno Blip. Lágrimas saltam de meus olhos. O que vou fazer?
A visão de um menino com cabelos cor de cobre e brilhantes olhos cinza, que atravessa o prado da casa nova invade meus pensamentos, provocando e atormentando-me com as possibilidades. Ele está rindo e gritando de alegria, enquanto Christian e eu o perseguimos. Christian balança-o alto em seus braços e carrega-o em seu quadril, enquanto caminhamos de mãos dadas de volta para casa.
Minha visão se transforma em Christian afastando-se de mim com nojo. Estou gorda e desajeitada, com o peso da criança. Ele anda ao longo corredor de espelhos, longe de mim, o som de seus passos ecoando no vidro prateado, nas paredes e no chão. Christian. . .
Dou uma sacudida, despertando. Não. Ele vai surtar.
Quando Sawyer pára do lado de fora da SIP, pulo fora e cabeceio para dentro do prédio.
— Ana, muito bom ver você. Como está seu pai? — Hannah pergunta assim que chego ao meu escritório. Eu a fito friamente.
— Ele está melhor, obrigada. Posso vê-la em meu escritório?
— Claro.— Ela olha surpresa, enquanto me segue para dentro — Está tudo bem?
— Preciso saber se você mudou ou cancelou todos os meus compromissos com a Dra. Greene.
— Dra. Greene? Sim, cancelei. Cerca de dois ou três deles. Principalmente porque você estava em outras reuniões ou atrasada. Por quê?
Porque agora estou fodidamente grávida! Grito para ela na minha cabeça. Tomo uma respiração profunda e firme.
— Se você mudar qualquer compromisso, você vai se certificar que eu saiba? Nem sempre verifico minha agenda.
— Claro, — Hannah diz calmamente. — Sinto muito. Será que fiz algo errado?
Sacudo a cabeça e suspiro alto.
— Você pode me fazer um chá? Então vamos discutir o que aconteceu enquanto estive fora.
— Claro. Vou fazer isto rapidinho. — Resplandecente, ela se dirige para fora do escritório.
Olho após sua figura partir.
— Você vê aquela mulher? — Falo baixinho para o Blip. — Ela pode ser a razão de você estar aqui. — Afago minha barriga, então me sinto como uma completa idiota, porque estou falando com um Blip. Meu pequenino Blip. Sacudo a cabeça, exasperada comigo mesma e com Hannah. . . embora no fundo saiba que não posso culpar Hannah. Triste ligo meu computador. Há um e-mail de Christian.
De: Christian Grey
Assunto: Sentindo sua falta
Data: 13 de setembro, 2011 13h58min
Para: Anastásia Grey
Sra. Grey
Estou de volta ao escritório por apenas três horas, e estou sentindo sua falta já.
Espero que Ray tenha se estabelecido bem em seu novo quarto. Mamãe vai vê-lo esta tarde e checá-lo.
Vou buscá-la em torno de seis da tarde, e nós podemos ir vê-lo antes de ir para casa.
Parece bom?
Seu marido amoroso
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
Eu digito uma resposta rápida.
De: Anastásia Grey
Assunto: Sentindo sua falta
Data: 13 de setembro, 2011 14h10min
Para: Christian Grey
Claro.
x
Anastásia Grey
Coordenadora editorial, SIP
De: Christian Grey
Assunto: Sentindo sua falta
Data: 13 de setembro, 2011 14h14min
Para: Anastásia Grey
Você está bem?
Christian Grey
CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.
Não Christian, não estou. Estou enlouquecendo sobre você entrar em pânico. Não sei o que fazer. Mas não vou contar a você via e-mail.
De: Anastásia Grey
Assunto: Sentindo sua falta
Data: 13 de setembro, 2011 14h17min
Para: Christian Grey
Bem. Apenas ocupada.
Vejo você às seis.
x
Anastásia Grey
Coordenadora editorial, SIP
Quando vou dizer-lhe? Hoje à noite? Talvez depois do sexo? Talvez durante o sexo. Não, isso pode ser perigoso para nós dois. Quando estiver dormindo? Coloco minha cabeça em minhas mãos. O que diabos vou fazer?
— Oi, — Christian diz cautelosamente quando entro no SUV.
— Oi, — murmuro.
— O que há de errado? — Ele franze a testa. Sacudo a cabeça, quando Taylor sai em direção ao hospital.
— Nada. — Talvez agora? Eu poderia dizer-lhe agora, quando estamos num espaço contido e Taylor está conosco.
— Seu trabalho vai bem? — Christian continua a investigar.
— Sim. Bem. Obrigada.
— Ana, o que há de errado? — Seu tom é um pouco mais forte, e fico acovardada.
— Apenas saudades de você, isso é tudo. E estou preocupada com Ray.
Christian visivelmente relaxa.
— Ray está bem. Falei com mamãe esta tarde e ela está impressionada com seu progresso. — Christian agarra a minha mão. — Bebe, sua mão está fria. Você já comeu hoje?
Eu coro.
— Ana, — Christian repreende-me, irritado.
Bem, não comi porque sei que você vai enlouquecer, quando eu disser a você que estou grávida.
— Vou comer esta noite. Eu realmente não tive tempo.
Ele balança a cabeça em frustração.
— Você quer que adicione “alimentar minha esposa” na lista de detalhes de deveres dos seguranças?
— Sinto muito. Vou comer. Tem sido um dia estranho. Você sabe, transferindo meu pai e tudo mais.
Seus lábios pressionam em uma linha dura, mas ele não diz nada. Olho pela janela. Diga-lhe! Meu subconsciente sibila. Não. Sou uma covarde.
Christian interrompe meu devaneio.
— Talvez eu tenha que ir para Taiwan.
— Oh. Quando?
— No fim desta semana. Talvez na próxima semana.
— Ok.
— Quero que você venha comigo.
Eu engulo.
— Christian, por favor. Tenho meu trabalho. Não vamos refazer este discussão novamente.
Ele suspira e se zanga como um adolescente mal-humorado.
— Pensei em perguntar, — ele resmunga com petulância.
— Quanto tempo você vai ficar fora?
— Não mais do que um par de dias. Gostaria que me dissesse o que está lhe incomodando.
Como posso contar-lhe?
— Bem, agora que meu amado marido está indo embora. . .
Christian beija meus dedos.
— Não vou ficar longe por muito tempo.
— Ótimo. — Dou um pequeno sorriso para ele.
Ray está muito mais brilhante e muito menos mal-humorado, quando o vejo. Fico tocada pela sua gratidão tranquila com Christian, e por um momento esqueço minha notícia infame, quando me sento e o ouço falar de pesca e os Mariners. Mas ele se cansa facilmente.
— Papai, nós vamos deixá-lo dormir.
— Obrigado, Ana querida. Eu gosto que você venha. Vi sua mãe hoje, também, Christian. Ela é muito reconfortante. E é uma fã dos Mariners.
— Ela não é louca por pesca, no entanto, — Christian diz ironicamente quando se ergue.
— Não conheço muitas mulheres que são, não é?— Ray sorri.
— Vejo você amanhã, ok? — Eu o beijo. Meu subconsciente enruga seus lábios. Isto proporciona a Christian não a mantenha distante. . . ou pior. Meu estado de espírito entra em queda livre.
— Vamos. — Christian estende a mão, franzindo a testa para mim. Eu a seguro e deixamos o hospital.
Eu escolho minha comida. Chasseur de frango da Sra. Jones, mas apenas não estou com fome. Meu estômago está amarrado com uma bola de ansiedade.
— Inferno! Ana, você vai me dizer o que há de errado? — Christian empurra o prato vazio distante, irritado. Olho para ele. — Por favor. Você está me deixando louco.
Engulo e tento dominar o pânico crescente em minha garganta. Respiro fundo firme. É agora ou nunca.
— Estou grávida.
Ele engole e muito lentamente, toda a cor drena de seu rosto.
— O quê?— Ele sussurra pálido.
— Estou grávida.
Sua testa sulca com incompreensão.
— Como?
Como. . . como? Que tipo de pergunta ridícula é essa? Eu coro, e dou-lhe um enigmático “como você pensa que foi.”
Ele muda sua postura imediatamente, seus olhos endurecem obstinado.
— E sua injeção? — Ele rosna.
Oh merda.
— Você esqueceu sua injeção?
Apenas olho para ele sem conseguir falar. Caramba, ele está louco, realmente louco.
— Cristo, Ana! — Ele bate com o punho na mesa, fazendo-me saltar, e ergue-se tão abruptamente, que quase derruba a cadeira de jantar de novo. — Você tem apenas uma coisa, uma coisa para lembrar. Merda! Eu não acredito. Como você pode ser tão estúpida?
Estúpida! Suspiro. Merda. Eu quero lhe dizer que a injeção foi ineficaz, mas me faltam palavras. Olho para meus dedos.
— Sinto muito — sussurro.
— Sente? A merda! — Ele diz novamente.
— Eu sei que o momento não é muito bom.
— Não é muito bom! — Ele grita. — Nós conhecemos um ao outro a cinco minutos de merda. Queria te mostrar o maldito mundo e agora. . . Foda-se. Fraldas e vômito e merda! — Ele fecha os olhos. Acho que ele está tentando conter seu temperamento e perdendo a batalha.
— Você esqueceu? Diga-me. Ou você fez isso de propósito? — Seus olhos flamejam e emana raiva fora dele como um campo de força.
— Não, — eu sussurro. Não posso dizer-lhe sobre Hannah, ele irá despedi-la. Eu sei.
— Pensei que tínhamos concordado sobre isso! — Ele grita.
— Eu sei. Nós tínhamos. Sinto muito.
Ele ignora-me.
— Este é o motivo. É por isso que gosto de controle. Assim este tipo de merda, não acontece, porra!
Não. . . meu Pequeno Blip.
— Christian, por favor, não grite comigo. — Lágrimas começam a cair pelo meu rosto.
— Não comece com a distribuição de água agora — ele estala. — Porra. — Ele passa a mão pelos cabelos, puxando-os enquanto faz isto. —Você acha que estou pronto para ser pai?— Sua voz aumenta, e é uma mistura de raiva e pânico.
E tudo se torna claro, o medo e a repugnância em larga escala em seus olhos, sua raiva é a de um adolescente impotente. Oh, Cinquenta, sinto muito. É um choque para mim, também.
— Eu sei que nenhum de nós está pronto para isso, mas acho que você vai ser um pai maravilhoso — eu falo abafado. — Nós vamos descobrir isso.
— Como diabos você sabe! — Ele grita, mais alto desta vez. — Diga-me como! — Seus olhos cinzentos queimam, e há tantas emoções cruzando seu rosto. É o medo que é mais proeminente.
— Oh foda-se isso! — Christian berra com desdém e ergue suas mãos num gesto de derrota. Ele vira-se e vai em direção ao hall de entrada, agarrando sua jaqueta, enquanto sai da grande sala. Seus passos ecoam no chão de madeira, e desaparece pelas portas duplas para o hall de entrada, batendo a porta atrás dele e fazendo-me saltar mais uma vez.
Estou sozinha com o silêncio, imóvel, no silencioso vazio da grande sala. Tremo involuntariamente, quando encaro entorpecida as portas fechadas. Ele me abandonou. Merda! Sua reação foi muito pior do que jamais poderia ter imaginado. Empurro meu prato longe e cruzo os braços sobre a mesa, deixando minha cabeça afundar, enquanto choro.
— Ana, querida. — A Sra. Jones está pairando ao meu lado.
Sento-me rapidamente, lágrimas correndo por meu rosto.
— Eu ouvi. Sinto muito, — ela diz suavemente. — Gostaria de um chá ou algo assim?
— Eu gostaria de um copo de vinho branco.
A Sra. Jones pausa por uma fração de segundo, e me lembro do Blip. Agora não posso beber álcool. Posso? Devo estudar os prós e contras que a Dra. Greene me deu.
— Eu vou traze-lhe uma taça.
— Na verdade, vou tomar uma xícara de chá, por favor. — Eu limpo meu nariz. Ela sorri gentilmente.
— Uma xícara de chá chegando. — Ela limpa os pratos e encabeça para a área da cozinha. Sigo-a e pouso em um banquinho, olhando para ela preparando o meu chá.
Ela coloca uma caneca fumegante na minha frente.
— Há algo que eu possa fazer por você, Ana?
— Não, isso está ótimo, obrigada.
— Você tem certeza? Você não comeu muito.
Eu olho para ela.
— Apenas não estou com fome.
— Ana, você deve comer. Não é só você. Por favor, deixe-me preparar-lhe alguma coisa. O que você gostaria? — Ela parece tão esperançosa para mim. Mas, realmente não posso enfrentar nada.
Meu marido acabou de me abandonar porque estou grávida, meu pai esteve em um grave acidente de carro, e há o maluco do Jack Hyde tentando acusar-me de assediá-lo sexualmente. De repente tenho um desejo incontrolável de rir. Veja o que você fez comigo, Pequeno Blip! Eu acaricio minha barriga.
A Sra. Jones sorri com indulgência para mim.
— Você sabe de quanto você está? — Ela pergunta em voz baixa.
— Muito recentemente grávida. Quatro ou cinco semanas, a médica não tem certeza.
— Já que você mal comeu, você deveria pelo menos descansar.
Concordo, e pegando meu chá, dirijo-me para a biblioteca. É o meu refúgio. Tiro meu BlackBerry para fora da minha bolsa e contemplo uma ligação para Christian. Eu sei que é um choque para ele, mas ele realmente exagerou. Quando é que ele não exagera? Meu subconsciente arqueia a fina sobrancelha depilada para mim. Suspiro. Cinquenta fodidos Tons.
— Sim, esse é o seu papai, Pequeno Blip. Esperemos que ele esfrie e volte. . . em breve.
Eu retiro o folheto de prós e contras e me sento para ler.
Não consigo me concentrar. Christian nunca me deixou antes. Ele tem sido tão atencioso e gentil ao longo dos últimos dias, tão amoroso e agora. . . Suponha que ele nunca mais volte? Merda! Talvez deva chamar o Flynn. Não sei o que fazer. Estou perdida. Ele é tão frágil, de muitas formas, e eu sabia que iria reagir mal à notícia. Ele foi tão doce este fim de semana. Todas aquelas circunstâncias fora de seu controle, mas ele conseguiu controlar bem. Mas essa notícia foi demais.
Desde que o conheci, minha vida tem sido complicada. Isto é ele? Isso é nós dois juntos? Suponha que ele não consiga passar por isso? Suponha que queira o divórcio? A bile sobe na minha garganta. Não. Não posso pensar desta maneira. Ele estará de volta. Ele o fará. Sei que ele vai. Sei que independente dos gritos e as palavras duras, ele me ama. . . Sim. E ele ama você também, Pequeno Blip.
Recostando na cadeira, começo a cochilar.
Acordo fria e desorientada. Tremendo, verifico meu relógio; onze da noite. Ah, sim. . . Você. Afago minha barriga. Onde está Christian? Será que ele voltou? Rigidamente alivio para fora da poltrona e vou em busca do meu marido.
Cinco minutos depois, percebo que ele não está em casa. Espero que nada tenha acontecido com ele. Memórias da longa espera, quando Charlie Tango desapareceu, inundam de volta.
Não, não, não. Pare de pensar assim. Ele provavelmente foi. . . onde? Quem ele veria e aonde? Elliot? Ou talvez ele esteja com Flynn. Espero que sim. Encontro meu BlackBerry de volta na biblioteca, e mando-lhe uma mensagem de texto.
*Onde você está?*
Dirijo-me para o banheiro e recorro a um banho. Estou tão fria.
Ele ainda não voltou, quando saio do banho. Mudo para uma de minhas camisolas de cetim estilo anos 1930 e meu roupão, e sigo para a grande sala. No caminho, estanco no quarto de hóspedes. Talvez isso possa ser o quarto do Pequeno Blip. Estou assustada com o pensamento e fico na porta, contemplando esta realidade. Será que vamos pintá-lo de azul ou rosa? O pensamento doce é azedado pelo fato de que meu marido errante está tão chateado com a ideia. Agarrando o edredom da cama reserva, vou para a grande sala para manter a vigília.
Algo me acorda. Um som.
— Merda!
É Christian no hall. Eu ouço a mesa raspar no chão novamente.
— Merda! — Ele repete, mais abafado desta vez.
Levanto-me a tempo de vê-lo cambalear pelas portas duplas. Ele está bêbado. Meu couro cabeludo se arrepia. Merda, Christian bêbado? Sei o quanto ele odeia os bêbados. Salto e corro em direção a ele.
— Christian, você está bem?
Ele inclina-se contra o batente das portas do hall de entrada.
— Sra. Grey, — ele insulta.
Droga. Ele está muito bêbado. Não sei o que fazer.
— Oh. . . você parece muito bem, Anastásia.
— Onde você esteve?
Ele coloca seus dedos nos lábios e sorri torto para mim.
— Shih!
— Acho que é melhor você vir para a cama.
— Com você. . — Ele ri abafado.
Rindo! Com o cenho franzido, gentilmente coloco meu braço em volta de sua cintura, porque ele mal consegue aguentar-se, muito menos andar. Onde ele esteve? Como é que ele chegou em casa?
— Deixe-me ajudá-lo a ir para cama. Apoie-se em mim.
— Você está muito bonita, Ana. — Ele se inclina sobre mim e cheira meu cabelo, quase derrubando nós dois no chão.
— Christian, ande. Vou colocar você na cama.
— Tudo bem, — ele diz como se estivesse tentando concentrar-se.
Tropeçamos no corredor e, finalmente chegamos no quarto.
— Cama, — ele diz, sorrindo.
— Sim, a cama. — Manobro-o até a borda, mas ele me segura.
— Junte-se a mim, — ele diz.
— Christian, acho que você precisa dormir um pouco.
— E assim que começa. Eu ouvi sobre isso.
Eu franzo a testa.
— Ouviu sobre o quê?
— Os bebês significam nada de sexo.
— Tenho certeza de que não é verdade. Caso contrário, seríamos todos de uma família de filhos únicos.
Ele olha para mim.
— Você é engraçada.
— Você está bêbado.
— Sim.— Ele sorri, mas seu sorriso muda, quando ele pensa nisso, e uma expressão mal-assombrada cruza seu rosto, um olhar que me arrepia até os ossos.
— Vamos, Christian, — Digo suavemente. Odeio a expressão dele. Isto fala de memórias horríveis, feias, que nenhuma criança deveria ver. —Vamos levá-lo para a cama. — Empurro-o suavemente, e ele esparrama-se para baixo no colchão, espalhando-se em todas as direções e sorrindo para mim, sua expressão assombrada sumindo.
— Junte-se a mim, — ele insinua.
— Vamos tirar suas roupas em primeiro lugar.
Ele sorri amplamente, bêbado. — Agora você está falando.
Puta Merda. Christian bêbado é bonitinho e brincalhão. Vou deixá-lo mais louco como infernos a qualquer momento.
— Sente-se. Deixe-me tirar seu casaco.
— O quarto está girando.
Merda. . . será que ele vai vomitar?
— Christian, sente-se!
Ele sorri para mim.
— Sra. Grey, você é uma coisinha muito mandona...
— Sim. Faça o que mandei e sente-se. — Eu coloco minhas mãos em meus quadris. Ele sorri de novo, se esforça para cima nos cotovelos, em seguida senta-se numa posição não parecendo mais Christian, de uma maneira desajeitada. Antes que possa fracassar de novo, o pego por sua gravata e luto para tirá-lo de seu paletó cinza, um braço de cada vez.
— Você cheira bem.
— Você tem cheiro de licor.
— Sim. . . Bour-bon. — Ele pronuncia as sílabas com exagero, de tal forma que tenho que abafar uma risadinha. Descartando o casaco no chão ao meu lado, começo com sua gravata. Ele descansa suas mãos em meus quadris.
— Gosto da sensação deste tecido em você, Anastasia, — ele diz, exagerando suas palavras. — Você deve estar sempre com cetim ou seda. — Ele corre as mãos para cima e para baixo em meus quadris, em seguida, empurra-me para frente, pressionando sua boca contra a minha barriga.
— E nós temos um invasor aqui.
Eu paro de respirar. Puta merda. Ele está falando com o Pequeno Blip.
— Você vai me manter acordado, não é? — Diz para minha barriga.
Oh meu Deus. Christian olha para mim através de seus escuros longos cílios, olhos cinza desfocados e nublados. Meu coração se aperta.
— Logo você vai preferi-lo a mim, — ele diz infeliz.
— Christian, você não sabe o que você está falando. Não seja ridículo, não estou preferindo ninguém. E ele pode ser uma ela.
Ele franze a testa.
— Uma ela . . Oh, Deus. — Ele esparrama-se de volta na cama e cobre os olhos com o braço. Eu consigo afrouxar a gravata. Desfaço um cadarço e arranco fora o sapato e a meia, depois o outro. Quando me levanto, vejo porque não tive resistência, Christian desmaiou completamente. Ele está dormindo e roncando suavemente.
Fico olhando para ele. Ele é tão malditamente bonito, mesmo bêbado e roncando. Seus lábios esculpidos separados, um braço acima da cabeça, bagunçando seu cabelo despenteado, com o rosto relaxado. Ele parece jovem, mais do que ele é, meu jovem, estressado, bêbado e infeliz marido. O pensamento repousa pesado em meu coração.
Bem, pelo menos ele está em casa. Pergunto-me onde ele foi. Não tenho certeza se tenho energia ou força para movê-lo ou despi-lo ainda mais. Ele está em cima do edredom, também. Voltando para o salão, pego o edredom que estava usando e trago-o de volta para nosso quarto.
Ele ainda está dormindo, ainda vestindo a gravata e o cinto. Subo na cama ao lado dele, tiro sua gravata, e delicadamente desfaço o botão de cima de sua camisa. Ele murmura algo incoerente em seu sono, mas não acorda. Cuidadosamente, desato o cinto e puxo-o através das presilhas e depois de alguma dificuldade ele sai. Sua camisa fica desalojada em suas calças, revelando um toque de sua trilha feliz. Não posso resistir. Me curvo e beijo-a. Ele move-se, flexionando os quadris para frente, mas permanece dormindo.
Sento-me e olho para ele novamente. Oh, Cinquenta, Cinquenta, Cinquenta. . . o que vou fazer com você? Escovo meus dedos por seus cabelos. É tão macio e beijo sua têmpora.
— Eu te amo, Christian. Mesmo quando você está bêbado e esteve fora em Deus sabe onde, eu te amo. Sempre vou te amar.
— Hum, — ele murmura. Eu beijo sua têmpora, uma vez mais, em seguida, saio da cama e cubro-o com o edredom. Posso dormir ao lado dele, de lado na cama. . . Sim, vou fazer isso.
Primeiro vou recolher suas roupas, no entanto. Sacudo a cabeça e pego suas meias e a gravata, e dobro seu casaco por cima do meu braço. Quando faço isto, seu BlackBerry cai no chão. O pego e o desbloqueio inadvertidamente. Ele abre na tela textos. Posso ver meu texto, e acima deste, outro.
Porra. Meu couro cabeludo se arrepia.
* Foi bom vê-lo. Eu entendo agora.
Não se preocupe. Você vai ser um pai maravilhoso.*
Isto é dela. A Sra. Elena cadela Troll Robinson.
Merda. É onde ele foi. Ele foi vê-la.
Fico boquiaberta para o texto, em seguida, olho para a forma adormecida do meu marido. Ele ficou fora até uma e meia da manhã bebendo com ela! Ele ronca suavemente, dormindo o sono de um aparente inocente bêbado, esquecido. Ele parece tão sereno.
Ah, não, não, não. Minhas pernas amolecem como geléia, e afundo lentamente na cadeira ao lado da cama em descrença. Crua, amarga, humilhantes lanças de traição atravessam-me. Como pôde? Como ele pôde ir vê-la? Escaldantes lágrimas de raiva escorrem pelo meu rosto. Sua ira e medo, sua necessidade de atacar-me eu posso entender, perdoar...talvez. Mas isto. . . esta traição é demais. Puxo meus joelhos contra meu peito e coloco meus braços ao redor deles, me protegendo e protegendo o meu Pequeno Blip. Balanço-me para lá e para cá, chorando baixinho.
O que eu esperava? Casei-me com este homem muito rapidamente. Eu sabia, sabia que chegaria a isso. Por que. Por que. Por quê? Como pôde fazer isso comigo? Ele sabe como me sinto sobre aquela mulher. Como pôde procurá-la? Como? A faca torce lenta e dolorosamente no fundo do meu coração, me dilacerando. Será sempre assim?
Através das minhas lágrimas, sua figura prostrada desfoca e tremula. Oh, Christian. Casei-me com ele porque o amo, e no fundo sei que ele me ama. Sei que me ama. Seu presente de aniversário dolorosamente doce vem à mente.
Para todos os nossos primeiros e em seu primeiro aniversário a minha querida esposa. Eu te amo. C x
Não, não, não, eu não posso acreditar que vai ser sempre assim, dois passos à frente e três passos para trás. Mas é assim que ela sempre esteve com ele. Após cada revés que avançamos, centímetro por centímetro. Ele estará rodeando. . . ele o fará. Mas eu o farei? Será que vou recuperar isso. . . após esta traição? Penso em como ele foi neste último horrível, fim de semana maravilhoso. Sua força silenciosa, enquanto meu padrasto estava machucado e em coma na UTI. . . minha festa surpresa, trazendo minha família e amigos juntos... puxando-me para seus braços, fora do Heathman e beija-me a vista de todos. Oh, Christian, você tenciona toda minha confiança, toda a minha fé. . . e eu te amo.
Mas, não estou só agora. Coloco minha mão sobre minha barriga. Não, não vou deixá-lo fazer isso comigo e com nosso Blip. O Dr. Flynn disse que eu deveria dar-lhe o benefício da dúvida, bem, não desta vez. Seco as lágrimas dos meus olhos e limpo meu nariz com as costas da minha mão.
Christian se mexe e rola, puxando as pernas para cima a partir do lado da cama, e se enrosca debaixo do edredom. Ele estende a mão como se procurasse alguma coisa, então resmunga e franze a testa, mas resolve voltar a dormir, seu braço estendido.
Oh, Cinquenta. O que vou fazer com você? E o que diabos você estava fazendo com a vaca da Troll? Eu preciso saber.
Olho mais uma vez no texto ofensivo e rapidamente crio um plano. Tomando uma respiração profunda, passo o texto para o meu BlackBerry. Primeiro passo completo. Dou uma olhada rápida nas outras mensagens recentes, mas só consigo ler as mensagens de Elliot, Andrea, Taylor, Ros, e minha. Nenhuma de Elena. Bom, eu acho. Saio da tela de mensagens, aliviada de que ele não tenha nenhuma mensagem de texto dela, e meu coração da uma guinada em minha garganta. Oh meu Deus. O papel de parede em seu telefone é uma fotografia minha, uma colcha de retalhos de pequenas Anastásias em várias poses, nossa lua de mel, nosso recente fim de semana velejando e planando e algumas fotos que José tirou, também. Quando ele fez isso? Deve ter sido recentemente.
Percebo o seu ícone de e-mail, e uma ideia desliza sedutoramente em minha mente. . . Eu podia ler os e-mails de Christian. Ver se ele está falando com ela. Devo fazer isso? Revestida de seda verde-jade, minha deusa interior concorda enfaticamente, sua boca enruga em uma careta. Antes que eu possa parar, invado sua privacidade.
Há centenas e centenas de e-mails. Giro através deles, e parece enfadonhos como água estagnada. . . a maioria de Ros, Andrea e meu, e vários executivos de sua empresa. Nada da cadela Troll. Enquanto estou nisto, estou aliviada ao ver que não há nenhum de Leila também.
Um e-mail me chama a atenção. É de Barney Sullivan, O IT[11] de Christian, e a linha de assunto é: Jack Hyde. Olho culpada para Christian, mas ele ainda está roncando suavemente. Nunca o ouvi roncar. Abro o e-mail.
De: Barney Sullivan
Assunto: Jack Hyde
Data: 13 setembros, 2011 14h09min
Para: Christian Grey
CCTV em torno de Seattle segue a van branca do Sul da Irving Street. Antes que eu possa encontrar algum vestígio, assim Hyde deve estar baseado nessa área.
Como Welch contou-lhe o carro suspeito foi alugado com uma licença falsa por uma mulher desconhecida, embora nada que o vincule a área do Sul da Street Irving.
Detalhes conhecidos pelos funcionários do GEH e SIP que vivem na área estão no arquivo em anexo, que encaminhei para Welch também.
Não havia nada no SIP do computador de Hyde sobre as suas ex-PAs.
Como um lembrete, aqui está uma lista do que foi recuperado a partir do SIP do computador de Hyde.
Endereços Residenciais de Grey:
Cinco imóveis em Seattle
Dois imóveis em Detroit
Currículos detalhados de:
Carrick Grey
Elliot Grey
Christian Grey
Dra. Grace Trevelyan
Anastásia Steele
Mia Grey
Jornais e artigos on-line relativos a:
Dra Grace Trevelyan
Carrick Grey
Christian Grey
Elliot Grey
Fotografias:
Carrick Grey
Dra. Grace Trevelyan
Christian Grey
Elliot Grey
Mia Grey
Vou continuar a minha investigação, ver o que mais posso encontrar.
B Sullivan
Chefe de TI, GEH
Este estranho e-mail momentaneamente desvia-me de minha noite de aflição. Clico no anexo para verificar através dos nomes na lista, mas é obviamente enorme, muito grande para abrir no BlackBerry.
O que estou fazendo? É tarde. Tive um dia cansativo. Não há e-mails da cadela Troll ou de Leila Williams, e tenho algum conforto frio disso. Olho rapidamente para o despertador: passa das duas da manhã. Hoje foi um dia de revelações. Vou ser mãe, e meu marido foi se confraternizar com o inimigo. Bem, vamos deixá-lo ansioso. Não irei dormir aqui com ele. Ele pode acordar sozinho amanhã. Depois de colocar seu BlackBerry na mesa de cabeceira, recupero minha bolsa do lado da cama e, depois de um último olhar para o meu angelical Judas dormindo, deixo o quarto.
A chave sobressalente da sala de jogos está em seu lugar habitual no armário da despensa. Agarro-a e corro para cima. Do armário de lençóis, pego um travesseiro, edredom e lençol, em seguida, abro a porta da sala de jogos e entro, mudo as luzes para escurecer. Estranho que acho o cheiro e o ambiente desta sala tão confortável, considerando que me rendi à senha da última vez que estivemos aqui. Trancando a porta, deixo a chave na fechadura. Sei que amanhã de manhã Christian estará frenético para encontrar-me, e não acho que vá olhar aqui se a porta estiver trancada. Bem, vai servir direitinho.
Enrolo-me no sofá Chesterfield, embrulhe-me no edredom e puxo meu BlackBerry da minha bolsa. Verificando minhas mensagens, acho uma da cadela Troll que enviei do telefone de Christian. Pressiono para frente e digito:
* VOCÊ GOSTARIA QUE A SRA. LINCOLN JUNTASSE-SE A NÓS QUANDO DISCUTIRMOS ESTE TEXTO QUE ELA ENVIOU PARA VOCÊ? VAI POUPÁ-LO DE CORRER PARA ELA DEPOIS. SUA MULHER *
Aperto para enviar e mudo o volume para silencioso. Amontôo-me debaixo do meu edredom. Apesar de toda minha bravata, estou esmagada pela enormidade da traição de Christian. Este deveria ser um momento feliz. Caramba vamos ser pais. Resumidamente, relembro do momento que contei a Christian que estava grávida e fantasio que ele cai de joelhos com alegria na minha frente, puxando-me em seus braços e me dizendo o quanto me ama e ao nosso Pequeno Blip.
No entanto, aqui estou eu, sozinha e fria em uma sala de jogos de fantasia de BDSM. De repente me sinto velha, mais velha do que os meus anos. Assumir Christian vai ser sempre um desafio, mas ele realmente se superou desta vez. O que ele estava pensando? Bem, se quer uma briga, vou dar-lhe uma briga. De jeito nenhum vou deixá-lo escapar enquanto corre para ver aquela mulher monstruosa, sempre que temos um problema. Ele vai ter que escolher, ela ou eu e nosso Pequeno Blip. Suspiro baixinho, mas porque estou tão exausta, logo adormeço.
Acordo com um sobressalto, momentaneamente desorientada. . . Oh sim estou na sala de jogos. Como não há janelas, não tenho ideia que horas são. A maçaneta da porta chacoalha.
— Ana! — Christian grita de fora da porta. Eu congelo, mas ele não entra. Ouço vozes abafadas, mas elas se afastam. Expiro e verifico as horas no meu BlackBerry. São sete e cinquenta, e tenho quatro chamadas não atendidas e duas mensagens de voz. As ligações não atendidas são na maior parte de Christian, mas há também uma de Kate. Oh, não. Ele deve ter ligado para ela. Não tenho tempo para ouvi-las. Não quero me atrasar para o trabalho.
Envolvo o edredom a minha volta e pego minha bolsa antes de fazer meu caminho até a porta. Abrindo-a lentamente, espreito para fora. Nenhum sinal de alguém. Oh merda. . . Talvez isto seja um pouco melodramático. Reviro meus olhos, respiro fundo, e desço as escadas.
Taylor, Sawyer, Ryan, a Sra. Jones e Christian estão todos de pé na entrada da grande sala, e Christian está disparando instruções. Então todos se viram e olham embasbacados para mim. Christian ainda está usando as roupas com que dormiu a noite passada. Ele parece desgrenhado, pálido e estonteantemente lindo. Seus grandes olhos cinza estão arregalados, e não sei se ele está com medo ou raiva. É difícil de dizer.
— Sawyer, vou estar pronto para sair em cerca de vinte minutos—, resmungo, envolvendo o edredom mais apertado a minha volta para proteger-me.
Ele balança a cabeça, e todos os olhos se voltam para Christian, que ainda está olhando intensamente para mim.
— Você gostaria do café da manhã, Sra. Grey? — a Sra. Jones pergunta. Sacudo a cabeça.
— Não estou com fome, obrigada. — Ela franze os lábios, mas não diz nada.
— Onde você estava? — Christian pergunta, em voz baixa e rouca. De repente, Sawyer, Taylor, Ryan e a Sra. Jones dispersam, correndo do escritório de Taylor, para o hall de entrada, e para a cozinha como ratos assustados de um navio afundando.
Ignoro-o e marcho em direção ao nosso quarto.
— Ana, — ele chama atrás de mim, — responda-me. — Ouço seus passos atrás de mim, quando entro no quarto e continuo para nosso banheiro. Rapidamente, tranco a porta.
— Ana! — Christian soca a porta. Ligo o chuveiro. A porta chacoalha. — Ana, abra a maldita porta.
— Vá embora!
— Eu não vou a lugar nenhum.
— Faça como quiser.
— Ana, por favor.
Entro no chuveiro, bloqueando-o. Oh, está quente. A água curativa cascateia sobre mim, limpando o esgotamento da noite da minha pele. Oh meu Deus. Isto é tão bom. Por um momento, por um breve momento, posso fingir que tudo está bem. Lavo meu cabelo e quando termino me sinto melhor, mais forte, pronta para enfrentar o trem de carga que é Christian Grey. Envolvo o meu cabelo em uma toalha, rapidamente me seco com outra toalha, e envolvo-a em torno de mim.
Destranco a porta e abro-a, encontrando Christian encostado na parede oposta, com as mãos atrás das costas. Sua expressão é cautelosa, a de um predador de caça. Caminho passando por ele para no nosso closet.
— Você está me ignorando? — Christian pergunta descrente, enquanto pára no limiar do armário.
— Perceptivo, não é? — Murmuro distraída enquanto procuro algo para vestir. Ah, sim, meu vestido ameixa. Deslizo-o para fora do cabide, escolho minhas botas pretas de salto alto, e sigo para o quarto. Faço uma pausa para Christian sair do meu caminho, o que ele o faz eventualmente, quando suas intrínsecas boas maneiras assumem. Sinto seus olhos furar-me enquanto ando até minha cômoda, e espreito-o no espelho, de pé imóvel na soleira da porta, me olhando. Em um ato digno de um vencedor do Oscar, deixo minha toalha cair ao chão e finjo que estou alheia ao meu corpo nu. Ouço seu suspiro contido e ignoro-o.
— Por que você está fazendo isto? — ele pergunta. Sua voz é baixa.
— Por que você acha? — Minha voz é de veludo macio, enquanto retiro um lindo par de calcinha de renda preta La Perla.
— Ana — Ele pára quando rebolo para entrar nela.
— Vá perguntar a sua Sra. Robinson. Tenho certeza de que ela vai ter uma explicação para você, — resmungo enquanto procuro o sutiã correspondente.
— Ana, eu já disse antes, ela não é minha.
— Eu não quero ouvir isso, Christian. — Aceno minha mão com desdém. — O tempo de conversar foi ontem, mas em vez disso você decidiu reclamar e ficar bêbado com a mulher que abusou de você durante anos. Ligue para ela. Tenho certeza que ela vai estar mais do que disposta a ouvi-lo agora. — Acho o sutiã correspondente, puxo-o e prendo-o. Christian entra mais no quarto e coloca as mãos nos quadris.
— Por que você estava me bisbilhotando?— ele diz.
Apesar da minha decisaão eu coro.
— Esse não é o ponto, Christian — disparo. — O fato é que quando as coisas se tornam difíceis, você corre para ela.
Sua boca se estala em uma linha sombria.
— Não foi assim.
— Não estou interessada. — Escolho um par de meias pretas até a coxa, com rendas na ponta, recuo para a cama. Sento-me, aponto meu dedo do pé, e gentilmente facilito o material deslizando até minha coxa.
— Onde você estava? — ele pergunta seus olhos seguindo minhas mãos para cima das minhas pernas, mas continuo a ignorá-lo, enquanto rolo lentamente a outra meia. Levantando, dobro a toalha secando meu cabelo. Através das minhas coxas separadas, posso ver seus pés descalços, e sinto seu olhar intenso. Quando termino, levanto-me e volto para a cômoda, onde pego meu secador de cabelo.
— Responda-me. — A voz de Christian é baixa e rouca.
Eu ligo o secador de cabelo para que não possa ouvi-lo mais e observo-o através de meus cílios no espelho, enquanto seco meus cabelos. Ele olha para mim, olhos estreitos e frios, frios mesmo. Eu desvio o olhar, concentrando-me na tarefa em mãos e tentando suprimir o arrepio que corre através de mim. Engulo em seco e me concentro em secar meu cabelo. Ele ainda está bravo. Ele sai com aquela maldita mulher, e está bravo comigo? Como se atreve! Quando meu cabelo parece selvagem e indomado, paro. Sim. . . Eu gosto disto. Desligo o secador de cabelo.
— Onde você estava? — Ele sussurra, seu tom ártico.
— O que te interessa?
— Ana, pare com isso. Agora.
Eu dou de ombros, e Christian se move rapidamente por todo a quarto em minha direção. Eu rodopio, recuando quando ele se aproxima.
— Não me toque, — eu silvo e ele congela.
— Onde você estava?— Ele exige. Suas mãos em punhos ao seu lado.
— Eu não estava me embebedando com meu ex, — Fervo. — Você dormiu com ela?
Ele suspira.
— O quê? Não! — Ele fica de boca aberta para mim e tem a ousadia de olhar ferido e irritado ao mesmo tempo. Meu subconsciente dá um pequeno suspiro de boas-vindas aliviado.
— Você acha que eu trairia você? — Seu tom é de indignação moral.
— Você traiu — Eu rosno. — Ao levar a nossa vida particular e derramar sua covardia para aquela mulher.
Sua boca cai aberta.
— Covardia. Isso é o que você acha? — Seus olhos flamejam.
— Christian, eu vi a mensagem. Isso é o que eu sei.
— Essa mensagem não era para você, — ele rosna.
— Bem, o fato é que eu vi, quando seu BlackBerry caiu do seu casaco, enquanto eu estava despindo você, porque estava bêbado demais para se despir. Você tem alguma ideia de quanto você me feriu por ir ver aquela mulher?
Ele empalidece momentaneamente, mas estou descompensada, minha cadela interna desencadeada.
— Você se lembra de ontem à noite quando chegou em casa? Lembra-se do que você disse?
Ele olha para mim fixamente, com o rosto congelado.
— Bem, você estava certo. Eu escolho este bebê indefeso a você. Isso é o que quaisquer pais amorosos fazem. Isso é o que sua mãe deveria ter feito com você. E lamento que ela não o fez, porque nós não estaríamos tendo essa conversa agora se ela o tivesse feito. Mas você é um adulto agora, você precisa crescer e abrir os olhos, e parar de se comportar como um adolescente petulante. Você pode não estar feliz com este bebê. Eu não estou em êxtase, dado o tempo e sua recepção menos do que morna para esta nova vida, esta carne de sua carne. Mas você pode estar comigo, ou vou fazer isso sozinha. A decisão é sua.Enquanto você se afunda em seu poço de auto-piedade e auto-aversão, vou trabalhar. E quando voltar, vou mudar meus pertences para o quarto de cima.
Ele pisca para mim, chocado.
— Agora se você me der licença, gostaria de terminar de me vestir. — Estou respirando com dificuldade.
Lentamente, Christian recua um passo, sua postura endurecida.
— É isso que você quer? — Ele sussurra.
— Eu não sei o que quero mais. — Meu tom de voz espelha no dele, e é preciso um esforço monumental para fingir desinteresse, enquanto casualmente mergulho as pontas dos meus dedos no meu hidratante e aliso-o suavemente sobre meu rosto. Espio para mim mesma no espelho. Olhos azuis largos, rosto pálido, mas as bochechas coradas. Você está indo muito bem. Não recue agora. Não recue agora.
— Você não me quer? — Ele sussurra.
Oh - não. . . oh não, você não vai fazer isso, Grey.
— Eu ainda estou aqui não estou? — Disparo. Pegando meu rímel, aplico primeiro em meu olho direito.
— Você já pensou em partir? — Suas palavras são quase inaudíveis.
— Quando o marido prefere a companhia de sua ex-amante, geralmente não é um bom sinal. — Lanço o desdém para o nível certo, fugindo de sua pergunta. Brilho labial agora. Faço beicinho com meus lábios brilhantes para a imagem no espelho. Fique firme, Steele... hum-Grey. Puta merda, não consigo nem me lembrar do meu nome. Pego minhas botas, caminho a passos largos para a cama mais uma vez, e rapidamente coloco-as, puxando-as sobre os joelhos. Sim. Pareço excitante apenas de roupas intimas e botas. Eu sei. Em pé, olho sem paixão para ele. Ele pisca para mim e seus olhos viajam rapidamente e avidamente pelo meu corpo.
— Eu sei o que você está fazendo, — ele murmura, e sua voz adquiri um tom quente, beirando a sedução.
— Você sabe? — E minha voz estala. Não, Ana. . . aguente firme.
Ele engole e dá um passo adiante. Eu retrocedo e levanto minhas mãos para cima.
— Nem pense nisso, Grey, — sussurro ameaçadora.
— Você é minha mulher, — ele diz em voz baixa, ameaçador.
— Eu sou uma mulher grávida, abandonada ontem, e se você me tocar, vou gritar até colocar este lugar abaixo.
Suas sobrancelhas sobem em descrença.
— Você vai gritar?
— Assassinato sangrento. — Eu estreito meus olhos.
— Ninguém irá ouvi-la, — ele murmura, seu olhar intenso, e brevemente lembro-me da nossa manhã em Aspen. Não. Não. Não.
— Você está tentando me assustar? — Murmuro ofegante, deliberadamente tentando deviá-lo.
Isto funciona. Ele tranquiliza e engole seco.
— Esta não era minha intenção.— Ele franze a testa.
Mal consigo respirar. Se ele me tocar, vou sucumbir. Sei o poder que ele exerce sobre mim e sobre meu corpo traidor. Eu sei. Seguro-me em minha raiva.
— Eu tomei uma bebida com alguém que costumava ser próxima. Para clarear a mente. Não vou vê-la novamente.
— Você a procurou?
— No começo não. Tentei ver Flynn. Mas encontrei-a no bar.
— E você espera que eu acredite que você não vai vê-la novamente? — Não posso conter a minha fúria quando silvo para ele. — E sobre a próxima vez que eu cruzar alguma linha imaginária? Este é o mesmo argumento que temos repetidas vezes. Tal como estamos sobre alguma roda de Ixion[12]. Se eu foder tudo de novo, você vai correr de volta para ela?
— Eu não vou vê-la novamente, — ele diz com uma indiferença fria.— Ela finalmente entendeu como me sinto.
Eu pisco para ele.
— O que significa isso?
Ele endireita-se e passa a mão pelos cabelos, exasperado, furioso e mudo. Eu tento uma abordagem diferente.
— Por que você pode conversar com ela e não comigo?
— Eu estava com raiva de você. Como estou agora.
— Não diga! — Eu disparo. — Bem, estou com raiva de você também. Com raiva de você, por ter sido tão frio e insensível ontem, quando precisei de você. Brava com você por dizer que fiquei grávida de propósito, quando não foi assim. Com raiva por me trair. — Eu consigo reprimir um soluço. Seu queixo cai em estado de choque, e ele fecha os olhos brevemente, como se eu tivesse lhe dado um tapa. Eu engulo. Fique calma, Anastásia.
— Eu deveria ter controlado melhor minhas injeções. Mas não fiz isso de propósito. Esta gravidez é um choque para mim, também. — Eu murmuro, tentando ter um mínimo de civilidade. — Pode ser que a injeção falhou.
Ele olha-me, em silêncio.
— Você realmente fodeu tudo ontem, — sussurro, minha raiva fervendo. — Eu tive um monte de coisa para lidar nas últimas semanas.
— Você realmente fodeu tudo a três ou quatro semanas atrás. Ou quando esqueceu de tomar sua injeção.
— Bem, Deus me livre de ser perfeita como você!
Oh pare, pare, pare. Estamos encarando um ao outro.
— Isto é um desempenho bastante notável, Sra. Grey, — ele sussurra.
— Bem, estou contente que mesmo grávida sou divertida.
Ele olha para mim sem entender.
— Eu preciso de um banho, — murmura.
— E já forneci o suficiente para um show.
— Este foi um show extremamente bom, — ele sussurra. Dando um passo a frente, e eu recuo novamente.
— Não.
— Eu odeio que você não me deixe tocá-la.
— Irônico, não?
Seus olhos estreitam mais uma vez.
— Nós não esclarecemos nada, não é?
— Eu acho que não. Só que estou saindo deste quarto.
Seus os olhos queimam e alargam brevemente.
— Ela não significa nada para mim.
— Exceto quando você precisa dela.
— Eu não preciso dela. Eu preciso de você.
— Você não precisou ontem. Essa mulher é um limite difícil para mim, Christian.
— Ela está fora da minha vida.
— Eu gostaria de poder acreditar em você.
— Pelo amor de Deus, Ana.
— Por favor, me deixe me vestir.
Ele suspira e passa a mão pelos cabelos, mais uma vez.
— Te vejo esta noite, — ele diz, com a voz sombria e desprovida de sentimentos. E por um breve momento quero pegá-lo em meus braços e acalmá-lo. . . mas resisto, porque estou muito brava. Ele se vira e vai para o banheiro. Fico congelada até que ouço a porta fechar.
Eu cambaleio para a cama e caio pesadamente sobre a mesma. Minha deusa interior e meu subconsciente estão me dando uma grande ovação de pé. Não recorro às lágrimas, gritos, ou assassinato, nem sucumbo à sua sexpericia. Eu mereço uma medalha de Honra do Congresso, mas me sinto tão deprimida. Merda. Nós não resolvemos nada. Estamos à beira de um precipício. É o nosso casamento que está em jogo aqui? Por que ele não pode ver o completo idiota que ele foi, correndo para aquela mulher? E o que ele quis dizer quando disse que nunca mais vai vê-la novamente? Como na terra vou acreditar nisso? Olho para o alarme do rádio relógio—oito e meia. Merda! Eu não quero chegar atrasada. Respiro fundo.
— O segundo round foi um empate, Pequeno Blip, — sussurro, acariciando minha barriga. — Papai pode ser uma causa perdida, mas espero que não. Por que, oh por que, você veio tão cedo Pequeno Blip? As coisas estavam apenas começando a ficar bem. — Meu lábio tremula, mas eu tomo uma profunda respiração purificante e trago minhas emoções desenfreadas sob controle.
— Vamos lá. Vamos arrasar no trabalho.
Não digo adeus a Christian. Ele ainda está no chuveiro, quando Sawyer e eu saímos. Quando olho para fora das janelas escurecidas do SUV, a compostura escorrega e meus olhos lacrimejam. Meu humor é refletido no céu cinza, triste e sinto uma estranha sensação de mau agouro. Nós realmente não discutimos sobre o bebê. Tive pelo menos vinte e quatro horas para assimilar a notícia do Pequeno Blip. Christian teve ainda menos tempo. — Ele nem sequer sabe seu nome.— Eu acaricio minha barriga e enxugo as lágrimas do meu rosto.
— Sra. Grey. —Sawyer interrompe meu devaneio. — Nós chegamos.
— Oh. Obrigada, Sawyer.
— Eu vou fazer uma corrida na delicatessen, senhora. Posso trazer-lhe alguma coisa?
— Não. Não, obrigada. Não estou com fome.
Hannah tem leite me esperando. Dou uma cheirada nele e meu estômago agita.
— Um. . . Posso tomar chá, por favor? — Murmuro, embaraçada. Eu sabia que havia uma razão para nunca gostar de café. Caramba, isto cheira desagradável.
— Você está bem, Ana?
Concordo com a cabeça e corro para a segurança do meu escritório. Meu BlackBerry vibra. É Kate.
— Por que Christian estava procurando você? — Ela pergunta, sem preâmbulo.
— Bom dia, Kate. Como você está?
— Corte o papo furado, Steele. O que aconteceu? — A inquisição de Katherine Kavanagh começa.
— Christian e eu tivemos uma briga, isso é tudo.
— Ele machucou você?
Reviro os olhos.
— Sim, mas não do jeito que você está pensando. — Eu não posso lidar com Kate no momento. Sei que vou chorar, e no momento, estou tão orgulhosa de mim mesma por não desabar esta manhã. —Kate, tenho uma reunião. Eu ligo de volta.
— Ótimo. Você está bem?
— Sim. — Não. — Eu te ligo mais tarde, ok?
— Ok, Ana, faça do seu jeito. Eu estou aqui para você.
— Eu sei, — sussurro e luto contra a reação de emoção com suas palavras amáveis. Não vou chorar. Não vou chorar.
— Ray está bem?
— Sim — sussurro a palavra.
— Oh, Ana, — ela sussurra.
— Não.
— Ok. Discutiremos mais tarde.
— Sim.
Durante o decorrer da manhã, esporadicamente checo meus e-mails, esperando por uma palavra de Christian. Mas não há nada. À medida que o dia passa, percebo que ele não vai entrar em contato comigo afinal, e que ele ainda está com raiva. Bem, eu ainda estou com raiva também. Lanço-me em meu trabalho, parando apenas na hora do almoço para um queijo quente e rosquinha de salmão. É extraordinário o quão melhor me sinto depois de ter comido alguma coisa.
Às cinco horas Sawyer e eu partimos para o hospital para ver Ray. Sawyer está vigilante, e até mesmo solícito. É irritante. Quando nos aproximamos do quarto de Ray, ele paira sobre mim.
— Devo pegar um chá enquanto você visita seu pai? — Ele pergunta.
— Não, obrigada, Sawyer. Eu vou ficar bem.
— Eu vou esperar lá fora. — Ele abre a porta para mim, e sou grata por ficar longe dele por um momento. Ray está sentado na cama lendo uma revista. Ele está barbeado, vestindo uma blusa do pijama—ele se parece com seu antigo eu.
— Ei, Annie. — Ele sorri. E o seu rosto cai.
— Oh, papai. . . — Lanço-me ao seu lado, e em uma jogada muito incaracterística, ele abre os braços e me abraça.
— Annie? — Ele sussurra. — O que foi? — Ele me mantém apertada e beija meu cabelo. Quando estou em seus braços, percebo o quão raro esses momentos entre nós têm sido. Por que isso? É por que gosto de rastejar no colo do Christian? Depois de um momento, me afasto dele e sento na cadeira ao lado da cama. A testa de Ray sulca de preocupação.
— Diga a seu velho.
Sacudo a cabeça. Ele não precisa de meus problemas agora.
— Não é nada papai. Você parece bem. — Eu aperto sua mão.
— Sinto-me mais como eu, embora essa perna engessada seja uma tralha.
— Tralha? — Sua palavra pede meu sorriso.
Ele sorri de volta. — Tralha soa melhor do que coçando.
— Oh, papai, estou tão feliz por você estar bem.
— Eu também, Annie. Gostaria de balançar alguns netos nesta tralha de joelho um dia. Não gostaria de perder isso por nada no mundo.
Eu pisco para ele. Merda. Será que ele sabe? E luto contra as lágrimas que picam os cantos dos meus olhos.
— Você e Christian estão se dando bem?
— Nós tivemos uma briga — sussurro, tentando falar, através do nó em minha garganta. — Nós vamos trabalhar isto.
Ele acena com a cabeça.
— Ele é um bom homem, seu marido, — diz Ray tranquilizador.
— Ele tem os seus momentos. O que os médicos dizem? — Eu não quero falar sobre meu marido agora. Ele é um tópico de conversa dolorosa.
De volta ao Escala, Christian não está em casa.
— Christian ligou e disse que estaria trabalhando até tarde, — A Sra. Jones informa-me desculpando.
— Oh. Obrigada por me contar. — Por que ele não podia me dizer? Puxa, ele realmente está levando seu mau humor para um nível totalmente novo. Lembro-me brevemente da briga sobre os nossos votos de casamento e a birra importante que ele tinha naquele tempo. Mas sou a única prejudicada aqui.
— O que você gostaria de comer? — A Sra. Jones tem um brilho determinado de aço nos olhos.
— Massa.
Ela sorri.
— Espaguete, penne, fusilli?
— Spaghetti, a bolonhêsa.
— É pra já. E Ana. . . você deve saber que o Sr. Grey estava frenético esta manhã, quando pensou que tinha partido. Ele estava fora de si. — Ela sorri com carinho.
Oh. . .
Ele ainda não está em casa às nove. Estou sentada em minha mesa na biblioteca, perguntando onde ele está. Eu ligo.
— Ana, — ele responde, sua voz fria.
— Oi.
Ele inala suavemente.
— Oi — ele diz, sua voz mais baixa.
— Você está vindo para casa?
— Mais tarde.
— Você está no escritório?
— Sim. Onde você espera que eu esteja?
Com ela.
— Eu vou deixar você trabalhar.
Nós dois ficamos pendurados na linha, o silêncio alonga e aperta entre nós.
— Boa noite, Ana — ele diz eventualmente.
— Boa noite, Christian.
Ele desliga o telefone.
Oh merda. Olho para o meu BlackBerry. Não sei o que ele espera que eu faça. Não vou deixá-lo pisar-me. Sim, ele está com raiva o suficiente. Eu estou com raiva. Mas estamos onde estamos. Eu não fujo com a língua solta para minha ex-amante pedófila. Quero que ele reconheça que isso não é uma maneira aceitável de se comportar.
Sento-me na minha cadeira, olhando para a mesa de bilhar na biblioteca, e recordo os momentos divertidos jogando snooker. Coloco minha mão sobre minha barriga. Talvez seja muito cedo. Talvez não era para acontecer. . . E mesmo enquanto penso nisto, meu subconsciente está gritando, não! Se terminar esta gravidez, nunca vou me perdoar ou a Christian.
— Oh, Blip, o que você fez conosco? — Não posso enfrentar Kate. Não posso enfrentar ninguém. Mando uma mensagem para ela, prometendo ligar em breve.
Lá pelas onze, já não posso manter meus olhos abertos. Resignada, dirijo-me até meu antigo quarto. Enrolando-me debaixo do edredom, finalmente me deixo ir soluçando em meu travesseiro, grandes, revoltantes, soluços grosseiros de tristeza. . .
Minha cabeça está pesada, quando acordo. A luz do outono brilha através das grandes janelas do meu quarto. Olhando para meu alarme vejo que são sete e meia. Meu pensamento imediato é onde está Christian? Sento-me e balanço as pernas para fora da cama. No chão ao lado da cama está à gravata cinza-prateada de Christian, a minha favorita. Isto não estava aqui quando fui para cama na noite passada. Pego-a e olho para ela, acariciando o tecido sedoso entre meus polegares e indicadores, em seguida, abraço-a contra minha bochecha. Ele esteve aqui, me olhando dormir. E um raio de esperança acende dentro de mim.
A Sra. Jones está ocupada na cozinha, quando chego lá em baixo.
— Bom dia — ela diz entusiasmada.
— Bom dia. Christian? —Eu pergunto.
Seu rosto cai.
— Ele já saiu.
— Então ele voltou para casa? — Preciso verificar, apesar de ter a gravata como prova.
— Ele voltou — ela faz uma pausa, — Ana, por favor, perdoe-me por falar fora de hora, mas não desista dele. Ele é um homem teimoso.
Aceno e ela para. Tenho certeza que minha expressão diz a ela que não quero discutir o meu marido errante agora.
Quando chego no trabalho, verifico meus e-mails. Meu coração salta extenuado quando vejo que há um de Christian.
De: Christian Grey
Assunto: Portland
Data: 15 setembro de 2011 06h45min
Para: Anastásia Grey
Ana,
Estou voando para Portland hoje.
Tenho um negócio para concluir com WSU.
Pensei que você iria querer saber.
Christian Grey
CEO, Grey Enterprises Holdings Inc.
Oh. Lágrimas inundam meus olhos. É isso? Meu estômago vira. Merda! Vou ficar doente. Corro para o banheiro feminino, justo na hora, que deposito meu café da manhã no vaso do banheiro. Afundo no chão da cabine e coloco minha cabeça em minhas mãos. Poderia estar mais infeliz? Depois de um tempo, há uma batida suave na porta.
— Ana? — É Hannah.
Porra.
— Sim?
— Você está bem?
— Vou sair em um momento.
— Boyce Fox está aqui para te ver.
Merda.
— Leve-o para a sala de reunião. Estarei lá em um minuto.
— Você quer um chá?
— Por favor.
Depois do almoço, outro queijo quente e rosquinha de salmão, consigo conter-me, sentada olhando distraidamente para meu computador, à procura de inspiração e me perguntando como Christian e eu vamos resolver este enorme problema.
Meu BlackBerry vibra, fazendo-me saltar. Olho para a tela—é Mia. Caramba, isso é tudo que preciso, ela jorrando e entusiasmada. Hesito, perguntando-me se poderia simplesmente ignorá-la, mas a cortesia vence.
— Mia — eu respondo entusiasmada.
— Bem, Olá Ana quanto tempo não nos falamos. — A voz masculina é familiar. Porra!
Meu couro cabeludo se arrepia, e todos os pêlos do meu corpo põem-se em atenção como a adrenalina correndo pelo meu sistema e meu mundo pára de girar.
É Jack Hyde.
— Jack. — Minha voz desaparece, sufocada pelo medo. Como ele saiu da cadeia? Por que ele tem o telefone de Mia? Eu me sinto tonta enquanto o sangue se esvai do meu rosto.
— Você se lembra de mim — ele diz, o seu tom suave. Sinto o seu sorriso amargo.
— Sim. Claro. — Minha resposta é automática, enquanto minha mente processa tudo rápido.
— Você provavelmente está se perguntando por que eu te liguei.
— Sim.
Desligue!
— Não desligue. Eu tive uma conversa com sua cunhada.
O quê? Mia! Não!
— O que você fez? — Eu sussurro, tentando acabar com meu medo.
— Escuta aqui, sua provocadora, vagabunda, prostituta rameira Você acabou com a minha vida. Grey fudeu a minha vida. Você me deve. Tenho a putinha comigo agora. E você, o otário com quem você se casou e sua família fudida, todos vocês irão pagar.
Sinto o desprezo de Hyde e em choque sinto a bile subir em minha garganta. Sua família? Que diabos?
— O que você quer?
— Eu quero o seu dinheiro. Eu realmente quero o seu maldito dinheiro. Se as coisas tivessem sido diferentes, poderia ter sido meu. Então você vai pegar para mim. Eu quero cinco milhões de dólares, hoje.
— Jack, eu não tenho acesso a esse tipo de dinheiro.
Ele bufa seu escárnio.
— Você tem duas horas para obtê-lo. Eu digo... duas horas. Não diga a ninguém ou essa vagabunda vai receber o que merece. Nada de polícia. Nem o babaca do seu marido. Sem sua equipe de segurança. Eu vou saber se você os ligar. Entendeu? — Ele faz uma pausa e eu tento responder, mas o pânico e o medo selam minha garganta.
— Você entendeu? — Ele grita.
— Sim, — eu sussurro.
— Ou eu vou matá-la.
Eu suspiro.
— Mantenha o seu telefone com você. Não diga a ninguém ou eu vou transar com ela antes de matá-la. Você tem duas horas.
— Jack, eu preciso de mais tempo. Três horas. Como eu sei que ela está com você?
Ele desliga. Eu olho horrorizada para o telefone, minha boca seca de medo, deixando um gosto desagradavelmente metálico de terror. Mia, ele está com Mia. Ou não? Minha mente zumbe com a possibilidade da violência que ele prometeu cometer e meu estômago se agita novamente. Eu acho que vou ficar doente, mas eu inspiro profundamente tentando conter o pânico e a náusea passa. Minha mente fervilha com as possibilidades. Digo a Christian? Digo a Taylor? Chamo a polícia? Como é que Jack poderia saber? Será que está realmente com Mia? Eu preciso de tempo, tempo para pensar, mas eu só posso conseguir isso seguindo suas instruções. Pego minha bolsa e vou para a porta.
— Hannah, eu tenho que sair. Não estou certa quanto tempo eu vou levar. Cancele meus compromissos desta tarde. Avise Elizabeth que eu tenho que lidar com uma emergência.
— Claro, Ana. Tudo bem? — Hannah franze a testa, a preocupação gravada em seu rosto enquanto ela me vê fugir.
— Sim, — eu respondo distraidamente enquanto corro em direção a recepção, onde Sawyer está esperando.
— Sawyer. — Ele salta da poltrona ao som da minha voz e franze a testa quando ele vê meu rosto.
— Eu não estou me sentindo bem. Por favor, me leve pra casa.
— Claro, senhora. Você quer esperar aqui enquanto eu pego o carro?
— Não, eu vou com você. Eu estou com pressa de chegar a casa.
Eu olho pela janela em completo terror enquanto termino de esboçar meu plano. Chegar a casa. Trocar-me. Encontrar o talão de cheques. Fugir de Ryan Sawyer de alguma forma. Ir para o banco. Inferno, quanto tempo demora sacar cinco milhões de dólares? Quanto pesa? Vou precisar de uma mala? Devo telefonar para o banco com antecedência? Mia. Mia. E se ele não estiver com Mia? Como posso verificar? Se eu ligar para Grace isso poderá levantar suspeitas e eventualmente, colocar Mia em perigo. Ele disse que iria saber. Olho pela janela traseira do SUV. Será que estou sendo seguida? Meu coração dispara enquanto examino os carros nos seguindo. Eles parecem bastante inócuos. Oh, Sawyer, ande mais rápido. Por favor. Meus olhos piscam quando encontro os seus no espelho retrovisor e sua testa se franze.
Na orelha de Sawyer está preso um aparelho de Bluetooth, e ele aperta o botão para atender uma chamada.
— T. . . Eu quero que você saiba que a Sra. Grey está comigo. — Os olhos de Sawyer encontram os meus mais uma vez antes que ele olhe para trás na estrada e continua. — Ela está bem. Vou levá-la de volta ao Escala. . . Eu vejo. . . Senhor. — Os olhos de Sawyer olham da estrada para o meu no espelho retrovisor novamente. — Sim, — ele concorda e desliga.
— Taylor?— Eu sussurro.
Ele acena com a cabeça.
— Ele está com o Sr. Grey?
— Sim, senhora. — Olhar de Sawyer amolece em simpatia.
— Eles ainda estão em Portland?
— Sim, senhora.
Bom. Eu tenho que manter a segurança de Christian. Desvio minha mão para baixo, para a minha barriga e eu a esfrego inconscientemente. E você, pequeno bebê. Mantê-lo a salvo.
— Podemos nos apressar, por favor? Eu não estou me sentindo bem.
— Sim, senhora. — Sawyer acelera e desliza nosso carro através do tráfego.
A Sra. Jones não está presente quando Sawyer e eu chegamos ao apartamento. Uma vez que seu carro não está na garagem, eu presumo que ela conversou com Ryan. Sawyer vai para o escritório de Taylor enquanto eu me tranco no estúdio de Christian. Tropeçando em pânico ao redor de sua mesa, eu pega a chave que abre a gaveta para procurar os talões de cheques. A arma de Leila desliza e eu a vejo. Eu sinto uma pontada de irritação incongruente que Christian não se livrou desta arma. Ele não sabe nada sobre armas. Caramba, ele pode se machucar.
Após um momento de hesitação, eu pego a pistola, verifico se ela está carregada e a guardo na cintura das minhas calças pretas. Eu posso precisar. Engulo em seco. Eu apenas pratiquei em alvos. Eu nunca atirei em ninguém, eu espero que Ray me perdoe. Eu foco minha atenção em achar os talões de cheques. Há apenas cinco e apenas um é em nome de C. Grey e Sra. A. Grey. Eu tenho cerca de cinquenta e quatro mil dólares na minha conta própria. Eu não tenho ideia de quanto dinheiro posso retirar desse carne. Mas Christian é muito bom para ter cinco milhões de dólares, com certeza. Talvez haja dinheiro no cofre? Porcaria. Eu não tenho ideia da senha. Ele não havia mencionado que estava em seus arquivos? Eu tento achar nos arquivos, mas está trancado. Merda. Vou ter de me manter no plano A.
Eu respiro fundo e de uma forma mais composta sigo determinada para nosso quarto. A cama foi feita, e por um momento, eu sinto uma pontada. Talvez eu devesse ter dormido aqui na noite passada. Qual é o ponto de discutir com alguém que, por sua própria admissão, tem tantas facetas? Ele nem está falando comigo agora. Não. Eu não tenho tempo para pensar sobre isso.
Rapidamente, eu mudo as minhas calças, pegando um jeans, um moletom com capuz, tênis e coloco a arma no cós da calça. Do armário eu pego uma mochila grande e macia. Será que cinco milhões de dólares cabem nisso? A mochila de ginástica de Christian está no chão. Eu a abro, na expectativa de encontrá-la cheia de roupa suja, mas seu kit de ginástica está limpo e fresco. A Sra. Jones, de fato, está em todos os lugares. Eu despejo o conteúdo no chão e coloco a mochila de ginástica em minha bolsa. Deve ser o suficiente. Eu verifico se estou com a minha carteira de motorista, que deve servir como identificação para o banco e verifico o tempo. Já se passaram trinta e um minutos desde a ligação de Jack. Agora eu só tenho que sair do Escala sem Sawyer me ver.
Eu vou devagar e silenciosamente para o hall, ciente da câmera de CCTV que há na frente do elevador. Eu acho que Sawyer ainda está na sala de Taylor. Cautelosamente, eu abro a porta do hall de entrada, fazendo o mínimo de barulho possível. Fechando-a silenciosamente atrás de mim, eu estou no limite de seu alcance, contra a porta, fora da vista da lente CCTV. Eu pesco meu celular fora da minha bolsa e chamo Sawyer.
— Sra. Grey.
— Sawyer, eu estou no quarto de cima, você pode me ajudar com uma coisa — Eu mantenho minha voz baixa, sabendo que ele está apenas no corredor do outro lado desta porta.
— Eu irei ao seu encontro, minha senhora, — ele diz e eu ouço a sua confusão. Eu nunca lhe telefonei para me ajudar antes. Meu coração está em minha garganta, batendo em um ritmo frenético, chocante. Será que vai funcionar? Eu desligo o telefone e ouço seus passos atravessarem o corredor e subir as escadas. Eu tomo outro fôlego e contemplo a ironia de escapar da minha própria casa como uma criminosa.
Depois de Sawyer chegar ao patamar de cima, eu corro até o elevador e aperto o botão de chamada. O deslizar das portas é anunciado com um ping muito alto- O elevador chega. Eu corro freneticamente para dentro e bato no botão para a garagem. Depois de uma pausa angustiante, as portas começam a deslizar lentamente, fechando-se e enquanto elas fecham eu posso ouvir os gritos de Sawyer.
— Sra. Grey! — Enquanto as portas do elevador se fecham, vejo-o derrapar no hall. — Ana, — ele grita em descrença. Mas já é muito tarde e ele desaparece de vista.
O elevador desce suavemente até o nível de garagem. Eu tenho um par de minutos de dianteira de Sawyer e eu sei que ele vai tentar me parar. Olho ansiosamente para minha R8, mas eu corro para o Saab, abro a porta, jogo a mochila sobre o banco do passageiro e deslizo no assento do motorista.
Eu ligo o carro e os pneus cantam enquanto eu corro para a entrada e espero os onze segundos de agonia até a barreira se erguer. No instante em que eu saio, vejo Sawyer pelo meu espelho retrovisor quando ele sai rapidamente do elevador de serviço na garagem. Sua expressão confusa, ferida, assombra-me enquanto eu saio da rampa para a Quarta Avenida.
Eu solto minha respiração longamente. Eu sei que Sawyer vai ligar para Christian ou Taylor, mas eu vou lidar com isso quando depois – eu não tenho tempo para me pensar sobre isso. Eu me contorço desconfortavelmente na cadeira, sabendo no fundo do meu coração que Sawyer, provavelmente, perdeu o emprego. Não hesite. Eu tenho que salvar Mia. Eu tenho que chegar ao banco e pegar cinco milhões de dólares. Olho no espelho retrovisor, nervosamente antecipando a visão do SUV irrompendo da garagem, mas enquanto eu vou embora não há nenhum sinal de Sawyer.
O banco é elegante, moderno e discreto. Os sussurros ecoam pelos pisos e vidros verdes pálidos espalhados em todos os lugares. Eu paro no balcão de informações.
— Posso ajudar, senhora? — A moça me dá um sorriso bonito e falso e por um momento me arrependo de estar usando jeans.
— Eu gostaria de retirar uma grande quantia de dinheiro.
A Srta. sorriso falso arqueia uma sobrancelha de forma hipócrita.
— Você tem uma conta conosco? — Ela não consegue esconder seu sarcasmo.
— Sim, — disparo. — Meu marido e eu temos várias contas aqui. Seu nome é Christian Grey.
Seus olhos se arregalam em segundos e a falsidade dá lugar ao choque. Seus olhos me varrem de cima a baixo mais uma vez, com uma combinação de incredulidade e espanto.
— Por aqui senhora, — ela sussurra e me leva a um escritório pequeno, com pouca mobília, com mais vidro verde-gravado.
— Por favor, sente-se. — Ela aponta para uma cadeira de couro preto perto de uma mesa de vidro com um computador e telefone. — Quanto você vai retirar hoje Sra. Grey? — Ela pergunta agradavelmente.
— Cinco milhões de dólares. — Eu olho diretamente em seus olhos como se eu pedisse essa quantidade de dinheiro todos os dias.
Ela fica branca.
— Entendo. Vou buscar o gerente. Oh, me perdoe por perguntar, mas você tem identidade?
— Eu tenho. Mas eu gostaria de falar com o gerente.
— Claro, Sra. Grey.— Ela sai apressada da sala. Eu afundo no assento e uma onda de náusea me lava enquanto a arma pressiona desconfortavelmente minhas costas. Agora não. Eu não posso ficar doente agora. Eu respiro profundamente e a onda passa. Nervosa, eu verifico o meu relógio. 02:25.
Um homem de meia-idade entra na sala. Ele é calvo e está usando um terno caro e bem talhado com uma gravata combinando. Ele estende a mão.
— Sra. Grey. Eu sou Troy Whelan. — Ele sorri, apertamos as mãos e ele senta-se à mesa à minha frente.
— Minha colega me disse que a senhora gostaria de retirar uma quantidade grande de dinheiro.
— Correto. Cinco milhões de dólares.
Ele se vira para o seu computador elegante e digita alguns números.
— Nós normalmente pedimos um aviso prévio para grandes quantidades de dinheiro. — Ele faz uma pausa e me lança um sorriso tranquilizador, mas arrogante. — Felizmente, porém, temos a reserva de caixa para todo o Noroeste do Pacífico, — ele se gaba. Caramba, ele está tentando me impressionar?
— Sr. Whelan, eu estou com pressa. O que eu preciso fazer? Eu tenho minha carteira de motorista, talão de cheques de nossa conta conjunta. Eu devo preencher o cheque?
— Vamos por parte, Sra. Grey. Posso ver sua identidade? — Ele muda de jovial para um banqueiro sério.
— Aqui. — Eu entrego a minha identidade.
— Sra. Grey. . . Aqui diz Anastásia Steele.
Oh merda.
— Oh. . . Sim. Ummm.
— Vou ligar o Sr. Grey.
— Oh não, isso não será necessário. — Merda! — Eu devo ter alguma coisa com o meu nome de casada. — Eu reviro minha bolsa. O que eu tenho com o meu nome nele? Eu puxo a minha carteira, abro e encontro uma fotografia de Christian e eu, na cama da cabine do Totalmente Lady. Eu não posso mostrar-lhe isso! Eu pego meu cartão do America Express.
— Aqui.
— Sra. Anastásia Grey, — Whelan lê. — Sim, isto serve. — Ele franze a testa. — Isto é altamente irregular, Sra. Grey.
— Você quer deixar que meu marido saiba que o seu banco não foi cooperativo? — Eu endireito meus ombros e lhe dou meu olhar mais ameaçador.
Ele faz uma pausa, momentaneamente me reavaliando, eu acho.
— A senhora precisa fazer um cheque, Sra. Grey.
— Claro. Para esta conta? —Eu lhe mostro a minha carteira, tentando acalmar meu coração disparado.
— Sim, esta mesma. Eu também preciso que a senhora preencha alguns papeis. A senhora pode me dar um momento?
Concordo com a cabeça. Ele levanta e sai do escritório. Mais uma vez, eu solto a minha respiração presa. Eu não tinha ideia de que seria tão difícil. Desajeitadamente, eu abro o meu talão de cheques e puxo uma caneta da minha bolsa. Eu preencho para sacar? Eu não tenho ideia. Com dedos trêmulos eu escrevo: Cinco milhões de dólares.
Oh Deus, eu espero que eu esteja fazendo a coisa certa. Mia, pense em Mia. Eu não posso contar a ninguém.
Pensar em Jack me causa arrepios, suas palavras repugnantes me assombram.
“Não diga a ninguém ou eu vou transar com ela antes de matá-la.”
Whelan retorna pálido e acanhado.
— Sra. Grey? Seu marido quer falar com você, — ele murmura e aponta para o telefone na mesa de vidro entre nós.
O quê? Não.
— Ele está na linha. Basta pressionar o botão. Eu vou ficar lá fora. —Ele tem a graça de olhar envergonhado. Whelan não tem nada de Benedict Arnold. Eu fecho a cara para ele, sentindo meu sangue sendo drenado do meu rosto enquanto ele sai atrapalhado do escritório.
Merda! Merda! Merda! O que eu vou dizer ao Christian? Ele vai saber. Ele vai intervir. Ele é um perigo para a sua irmã. Minha mão está tremendo quando eu pego o telefone. Eu o seguro contra o meu ouvido, tentando acalmar minha respiração irregular e pressiono o botão para uma linha.
— Oi, — murmuro, tentando em vão acalmar meus nervos.
— Você está me deixando? — As palavras de Christian são um sussurro agoniado, sem fôlego.
O quê?
— Não! — minha agonia espelha a sua. Ah, não. Ah, não. Ah, não —como ele pode pensar assim? Pelo dinheiro? Ele acha que eu vou embora por causa do dinheiro? E num momento de clareza horrível, eu percebo que a única maneira para manter Christian fora de perigo e para salvar sua irmã. . . É mentir.
— Sim, — eu sussurro. E abrasadoras chamas de dor passam através de mim, as lágrimas brotando dos meus olhos.
Ele suspira, quase um soluço.
— Ana, eu... — Ele engasga.
Não! Levo minha mão à boca para sufocar minhas emoções em conflito.
— Christian, por favor. Não. — Eu luto contra as lágrimas.
— Você está indo? — Ele diz.
— Sim.
— Mas por que o dinheiro? Foi sempre o dinheiro? — Sua voz é quase inaudível, de tão torturado.
Não! Lágrimas rolam pelo meu rosto.
— Não, — eu sussurro.
— Cinco milhões é o suficiente?
Oh, por favor, pare!
— Sim.
— E o bebê? — Sua voz é um eco sem fôlego.
O quê? Minha mão se move da minha boca para a minha barriga.
— Eu vou cuidar do bebê, — murmuro. Meu Pequeno bebê. . . Nosso Pequeno Blip.
— Isto é o que você quer?
Não!
— Sim.
Ele inala drasticamente.
— Leve tudo, — ele sibila.
— Christian, — eu soluço. — É por você. Por sua família. Por favor. Não.
— Leve tudo, Anastásia.
— Christian, — E eu sucumbo. Quase conto a ele tudo sobre Jack, sobre Mia, sobre o resgate. Basta confiar em mim, por favor! Eu silenciosamente lhe imploro.
— Eu sempre vou te amar. — Sua voz é rouca. Ele desliga o telefone.
— Christian! Não... Eu também te amo. — E toda a merda que jogamos um contra o outro nos últimos dias desaparece por ser tão insignificante. Eu prometi que nunca iria abandoná-lo. Eu não estou deixando você. Estou salvando sua irmã. Eu afundo na cadeira, chorando copiosamente sobre minhas mãos.
Sou interrompida por uma batida tímida na porta. Whelan entra, apesar de eu não ter reconhecido ele. Ele olha em todos os lugares, menos para mim. Ele está mortificado.
Você ligou para ele, seu desgraçado! Eu o encaro.
— Você tem carta branca, Sra. Grey, — ele diz. — Sr. Grey concordou em liquefazer alguns de seus ativos. Ele diz que você pode ter tudo o que você quiser.
— Eu só preciso de cinco milhões de dólares, — murmuro através dos dentes cerrados.
— Sim, senhora. Você está bem?
— Eu pareço bem?— eu respondo de volta.
— Sinto muito, senhora. Um pouco de água?
Concordo com a cabeça, mal-humorada. Acabo de deixar meu marido. Bem, Christian acha que eu deixei. Meu subconsciente torce os lábios. Porque você disse isso a ele. Mas não quero deixá-lo. Eu o amo.
— Eu vou pedir a um colega para lhe trazer um copo enquanto eu preparo o dinheiro. Se a senhora pudesse assinar aqui . . e fazer a conferência no dinheiro, assine aqui, por favor.
Ele coloca um formulário sobre a mesa. Eu rabisco a minha assinatura ao longo da linha pontilhada, então entrego o formulário. Anastásia Grey. Lágrimas caem sobre a mesa, por pouco não caem na papelada.
— Vou pegá-los, senhora. Levará cerca de meia hora para preparar o dinheiro.
Dou uma olhada rápida no meu relógio. Jack disse duas horas, que deve levar duas horas. Aceno para Whelan e ele se dirige para fora do escritório, deixando-me com a minha miséria.
Alguns momentos, minutos, horas mais tarde, eu não sei, a senhorita sorriso falso entra com uma garrafa de água e um copo.
— Sra. Grey, — ela diz baixinho enquanto coloca o copo sobre a mesa e o enche.
— Obrigada. — Eu pego o copo e bebo com gratidão. Ela sai, deixando-me com os meus pensamentos desordenados, assustados. Vou consertar as coisas com Christian de alguma forma. . . Se não for tarde demais. Pelo menos ele está fora de cogitação. Agora tenho que me concentrar em Mia. E se Jack está mentindo? E se ele não a tiver? Certamente eu deveria chamar a polícia.
“Não diga a ninguém ou eu vou transar com ela antes de matá-la.” Eu não posso. Encosto-me para trás na cadeira, sentindo a presença reconfortante da pistola de Leila na minha cintura, pressionando em minhas costas. Quem teria pensado que eu me sentiria grata a Leila, por uma vez ter apontado uma arma para mim? Oh, Ray, estou tão feliz que você me ensinou a atirar.
Ray! Eu suspiro. Ele vai estar me esperando visitá-lo esta noite. Talvez eu possa simplesmente largar o dinheiro com Jack. Ele pode correr enquanto eu levo para casa Mia. Oh, isso soa absurdo!
Meu BlackBerry toca, — Your Love is King — enche a sala. Oh não! O que Christian quer? Torcer a faca nas minhas feridas?
“Foi sempre o dinheiro?”
Oh, Christian, como você pode pensar isso? A raiva corrói meu intestino. Sim, raiva. Ela ajuda. Eu envio a ligação para o correio de voz. Eu vou lidar com o meu marido mais tarde.
Soa uma batida na porta.
— Sra. Grey. — É Whelan. — O dinheiro está pronto.
— Obrigada. — Eu me levanto e a sala gira momentaneamente. Eu agarro a cadeira.
— Sra. Grey, está se sentindo bem?
Concordo com a cabeça e dou-lhe um olhar de “cai-a fora, agora” senhor. Eu tomo outro fôlego calmante. Eu tenho que fazer isso. Eu tenho que fazer isso. Devo salvar Mia. Eu puxo a barra da minha camiseta com capuz para baixo, escondendo o cabo da pistola na parte de trás do meu jeans.
Olho severamente para Whelan, que mantém aberta a porta, e eu me impulsiono para frente com meus membros trêmulos.
Sawyer está esperando na entrada, observando atentamente a área pública. Merda! Nossos olhos se encontram e ele franze a testa para mim, avaliando minha reação. Oh, ele está furioso. Levanto meu dedo indicador em um gesto de com-você-em-minuto. Ele balança a cabeça e responde a uma chamada em seu telefone celular. Merda! Aposto que é Christian. Dirijo-me abruptamente, quase colidindo com Whelan bem atrás de mim e ele fecha a porta do pequeno escritório.
— Sra. Grey? — Whelan parece confuso quando ele me segue de volta.
Sawyer pode explodir esse plano todo. Eu olho para Whelan.
— Há alguém lá fora que eu não quero ver. Alguém me seguindo.
Whelan arregala os olhos.
— Você quer que eu chame a polícia?
— Não! — Puta merda, não. O que eu vou fazer? Olho para meu relógio. São quase três e quinze. Jack vai me chamar a qualquer momento. Pense, Ana, pense! Whelan olha para mim em desespero crescente e perplexidade. Ele deve pensar que estou louca. Você está louca, meu subconsciente responde.
— Eu preciso fazer uma ligação. Você poderia me dar alguma privacidade, por favor?
— Certamente, — Whelan responde, grato, eu acho, por sair da sala. Quando ele fecha a porta, eu chamo o telefone celular de Mia com dedos trêmulos.
— Olha, se não é o meu salário, — Jack responde com desdém.
Eu não tenho tempo para sua besteira.
— Eu tenho um problema.
— Eu sei. Seu segurança lhe seguiu até o banco.
O quê? Como diabos ele sabe?
— Você vai ter que despistá-lo. Eu tenho um carro esperando na parte de trás do banco. Preto SUV, um Dodge. Você tem três minutos para chegar lá. — O Dodge!
— Pode demorar mais do que três minutos. — Meu coração salta em minha garganta mais uma vez.
— Você é brilhante, para uma prostituta rampeira, Grey. Você vai descobrir um jeito. E jogue fora o seu telefone celular quando você chegar ao veículo. Entendeu, sua puta?
— Sim.
— Diga!— Ele grita.
— Eu entendi.
Ele desliga o telefone.
Merda! Abro a porta para encontrar Whelan esperando pacientemente fora.
— Sr. Whelan, eu vou precisar de alguma ajuda para levar os sacos para o meu carro. Está estacionado do lado de fora, na parte de trás do banco. Você tem uma saída na parte traseira?
Ele franze a testa.
— Temos, sim. Para o pessoal.
— Podemos deixar desse jeito? Eu posso evitar a atenção indesejada na porta.
—Como quiser, Sra. Grey. Eu vou ter dois funcionários ajudando com as malas e dois guardas de segurança para supervisionar. A senhora pode me seguir?
— Tenho mais um favor a lhe pedir.
— Certamente, Sra. Grey.
Dois minutos depois, minha comitiva e eu estamos na rua, indo para o Dodge. Suas janelas são escuras e eu não posso dizer quem está ao volante. Mas quando nos aproximamos, a porta do motorista se abre e uma mulher vestida de preto com um boné puxado para baixo cobrindo o rosto sai graciosamente do carro. Elizabeth! Ela se move para a traseira do SUV e abre o porta-malas. Os dois jovens bancários carregam os sacos de dinheiro nas costas e a seguem.
— Sra. Grey. — Ela tem a coragem de sorrir como se estivéssemos em uma excursão amigável.
— Elizabeth. — Minha saudação é fria. — É bom ver você fora do trabalho.
Whelan limpa sua garganta.
— Bem, tem sido uma tarde interessante, Sra. Grey, — ele diz. E eu sou obrigado a cumprir as sutilezas sociais de apertar sua mão e agradecer-lhe, enquanto minha mente dá voltas. Elizabeth? Que diabos? Por que ela está misturada com Jack? Whelan e sua equipe desaparecem de volta para o banco, deixando-me sozinha com a chefe de pessoal da SIP, que está envolvida com sequestro, extorsão e muito possivelmente outros delitos. Por quê?
Elizabeth abre a porta do passageiro traseiro e me incentiva a entrar.
— O telefone, Sra. Grey? — Ela pergunta, me olhando com cautela. Eu entrego a ela, e ela o atira em uma lixeira próxima.
— Isso irá despistar os cães—, diz ela presunçosamente.
Quem é essa mulher? Elizabeth bate a minha porta e sobe para o banco do motorista. Olho ansiosamente atrás de mim quando ela pega a estrada, indo para o leste. Sawyer está longe de ser visto.
— Elizabeth, você tem o dinheiro. Ligue para Jack. Diga a ele para soltar Mia.
— Eu acho que ele quer lhe agradecer pessoalmente.
Merda! Eu a encaro com frieza no espelho retrovisor.
Ela empalidece e uma carranca ansiosa aparece em seu rosto, que geralmente é encantador.
— Por que vocês estão fazendo isso, Elizabeth? Eu pensei que você não gostava de Jack.
Ela olha para mim de novo brevemente, pelo espelho e vejo um olhar fugaz de dor em seus olhos.
— Ana, vamos conviver muito bem se você mantiver sua boca fechada.
— Mas você não pode fazer isso. Isso é tão errado.
— Quieta, — ela diz, mas sinto seu desconforto.
— Será que ele tem alguma coisa contra você? — Eu pergunto. Seus olhos encontram os meus e pisa no freio, me jogando para frente tão rápido que eu acerto meu rosto contra o encosto de cabeça do banco da frente.
— Eu disse quieta, — ela rosna. — E eu sugiro que você coloque seu cinto de segurança.
E nesse momento eu sei o que ele fez. Algo tão terrível que ela está preparada para fazer isso por ele. Pergunto-me brevemente o que poderia ser. Roubo na empresa? Algo de sua vida privada? Algo sexual? Tremo só de pensar. Christian disse que nenhuma das ex-assistentes de Jack falaria. Talvez seja a mesma história com todas elas. É por isso que ele queria transar comigo, também. Bile sobe na minha garganta, diante da repulsa que este pensamento me causa.
Elizabeth se distancia do centro de Seattle e ruma para as montanhas, à leste. Em pouco tempo nós estamos dirigindo por ruas residenciais. Avisto uma das placas: Rua South Irving. Ela toma uma curva à esquerda para uma rua deserta, com um parque infantil em ruínas de um lado e um amplo estacionamento de concreto ladeado por quadra de exercícios, e de outros prédios de tijolos vazios. Elizabeth entra no estacionamento e para em frente a última das unidades de tijolo.
Ela se vira para mim.
— Hora do show, — murmura.
Meus cabelos se arrepiam enquanto o medo e a adrenalina correm pelo meu corpo.
— Você não tem que fazer isso, — eu sussurro de volta. Sua boca se achata em uma linha sombria e ela sai do carro.
Isto é por Mia. Isto é por Mia. Eu rapidamente rezo, por favor, deixe-a ficar bem, por favor, deixe-a ficar bem.
— Saia, — Elizabeth bate as mãos, abrindo a porta traseira do passageiro.
Merda. Enquanto eu saio as minhas pernas estão tremendo tanto que eu me pergunto se eu posso andar. A brisa fria do fim de tarde traz o cheiro do próximo outono, de giz e de poeira de edifícios abandonados.
— Bem, pare aqui. — Jack sai de uma pequena porta fechada com tábuas à esquerda do edifício. Seu cabelo está curto. Ele tirou os brincos e está usando um terno. Um terno? Ele caminha para mim, escorrendo arrogância e ódio. Meu coração dispara.
— Onde está Mia? — Eu gaguejo minha boca tão seca, que eu mal posso formar as palavras.
— Vamos por parte, cadela, — zomba Jack, parando junto de mim. Eu posso praticamente provar seu desprezo. — O dinheiro?
Elizabeth verifica os sacos no porta-malas.
— Há um mar de dinheiro aqui, — ela diz com admiração, abrindo e fechando cada saco.
— E o celular?
— No lixo.
— Bom, — Jack rosna, e do nada ele bate com força no meu rosto. O golpe feroz me joga no chão e minha cabeça bate com um estrondo feio no concreto. A dor explode, meus olhos se enchem de lágrimas e ficam desfocados com o choque do impacto, desencadeando uma agonia que pulsa através de meu crânio.
Eu solto um silencioso grito de sofrimento e terror. Oh! Não — Meu pequeno bebê. Jack dá um chute rápido e cruel nas minhas costelas e a minha respiração é interrompida pela força do golpe. Fechando meus olhos com força, eu tento lutar contra a náusea e a dor, lutando por um sopro precioso. Pequeno bebê, Pequeno bebê, oh meu pequeno bebê.
— Isso é pela SIP, sua puta, sua cadela! — Jack grita.
Eu puxo as minhas pernas para cima, encolhendo-me em uma bola e antecipando o próximo golpe. Não. Não. Não.
— Jack! — Grita Elizabeth. — Não aqui. Não em plena luz do dia, pelo amor de Deus!
Ele faz uma pausa.
— A cadela merece! — Ele se regozija com Elizabeth. E isso me dá um segundo precioso para chegar até pistola no cós da calça jeans. Tremendo, me dirijo a ele, aperto o gatilho e fogo. A bala acerta pouco acima do joelho, e ele cai na minha frente, gritando em agonia, apertando sua coxa com seus dedos avermelhando com seu sangue.
— Porra! — Jack diz. Eu viro a cara para Elizabeth e ela está olhando para mim com horror e levantando as mãos acima da cabeça. Ela fica nublada. . . A escuridão se fecha. . . Merda. Ela está no final de um túnel. Escuridão a consume. Consome-me. De longe, todo o inferno se liberta. Carros param bruscamente. . . freios. . . portas. . . gritaria. . . correndo. . . passos. A arma cai da minha mão.
— Ana! — A voz de Christian. . . A voz de Christian. . . A voz agonizante de Christian. Mia. . . Salvar Mia.
— ANA!
Escuridão... Paz.
Apenas existe dor. Minha cabeça, meu peito... muita dor. Minhas costas... Meus braços... Dói... Dores e palavras sussurradas na escuridão. Onde eu estou? Embora eu tente, eu não posso abrir os meus olhos. As palavras sussurradas tornam-se mais claras. . . uma luz na escuridão.
— Suas costelas estão machucadas, Sr. Grey, e ela teve uma fratura no crânio, mas seus sinais vitais estão estáveis e fortes.
— Por que ela ainda está inconsciente?
— A Sra. Grey teve uma contusão séria na cabeça. Mas sua atividade cerebral está normal, e ela não tem inchaço cerebral. Ela vai acordar quando estiver pronta. Basta lhe dar algum tempo.
— E o bebê? — As palavras estão angustiadas, sem fôlego.
— Está ótimo, Sr. Grey.
— Oh, graças a Deus. — As palavras são uma ladainha. . . uma oração. — Oh, graças a Deus.
Oh meu Deus. Ele está preocupado com o bebê. . . o bebê? . . .o pequeno Blip. Claro. Meu pequeno Blip. Tento em vão mover minha mão para minha barriga. Nada se move, nada responde.
— E o bebê? . . . Ah, graças a Deus.
O pequeno Blip está a salvo.
— E o bebê? . . . Ah, graças a Deus.
Ele se preocupa com o bebê.
— E o bebê? . . . Ah, graças a Deus.
Ele quer o bebê.
Oh, graças a Deus. Eu relaxo, e inconsciência me chama mais uma vez, me afastando da dor.
Tudo é pesado e dolorido: membros, cabeça, pálpebras, nada se move. Meus olhos e boca estão fechados com determinação, indispostos a abrir, deixando-me cega, muda e dolorida. Quando emirjo da neblina, meu consciente está instável, uma sirene sedutora toca ao longe. Sons tornam-se vozes.
— Eu não vou deixá-la.
Christian! Ele está aqui. . . Quero despertar. Sua voz é um sussurro tenso e angustiado.
— Christian, você deveria dormir.
— Não, papai. Eu quero estar aqui quando ela acordar.
— Eu vou ficar aqui com ela. É o mínimo que posso fazer depois que ela salvou a minha filha.
Mia!
— Como está Mia?
— Ela está grogue. . . assustada e com raiva. Ficará assim ate acabar o efeito do Rohypnol.
— Cristo!
— Eu sei. Estou me sentindo sete classes diferentes de idiotas por relaxar em sua segurança. Você me avisou, mas Mia é tão teimosa. Se não fosse isso a Ana não estaria aqui. . .
— Todos nós pensamos que Hyde estava fora do jogo. E a minha loucura, e estúpida esposa... Por que ela não me contou? — A voz de Christian está cheia de angústia.
— Christian, acalme-se. Ana é uma mulher cheia de vida. Ela foi incrivelmente valente.
— Valente, obstinada, teimosa e estúpida. — Sua voz se desequilibra.
— Hey, — Carrick murmura, — não seja tão duro com ela, ou contigo, filho. . . É melhor você voltar com sua mãe. E depois... já são três da manhã, Christian... — Você realmente deve tentar dormir.
A névoa me toma novamente.
A neblina se vai, mas não tenho noção do tempo.
— Se você não sair com seus joelhos, eu o farei. Que diabos ele está pensando?
— Confie em mim, Ray, poderia fazer isso.
Papai! Ele está aqui. Eu luto contra a neblina. . . lutar. . . Mas eu sou levada por ela, novamente. E novamente apago. Não. . .
— Sr Detetive, como você pode ver, minha esposa não está em condições de responder qualquer pergunta sua.
Christian está com raiva.
— Ela é uma jovem obstinada, Sr. Grey.
— Eu preferiria que ela tivesse matado aquele filho da puta.
— Isso teria significado mais papelada para mim, Sr. Grey. . .— A Srta. Morgan está cantando como o canário sabido. Hyde é um verdadeiro filho da puta. Ele tem um rancor grave contra seu pai e você. . .
A névoa me envolve mais uma vez, e ela está me puxando. Não!
— O que quer me dizer que ainda não disse? — É Grace. Ela parece irritada. Tento mover minha cabeça, mas eu estou presa ao peso do meu do meu corpo.
— O que você fez?
— Mãe.
— Christian! O que você fez?
— Eu estava com raiva. — É quase um soluço. . . Não.
— Hey. . .
O mundo se escurece, se torna curvo e sou levada.
Eu ouço vozes confusas.
— Você me disse que tinha cortado todos os laços. — Grace está falando. Sua voz é calma.
— Eu sei. — Christian balbucia. — Mas vê-la fez com que finalmente minha perspectiva mudasse. Você sabe. . . com a criança. Pela primeira vez eu senti... O que nós fizemos. . . Eu estava errado.
— O que ela fez querido. . . As crianças fazem isso com a gente... Faz você olhar para o mundo com uma perspectiva diferente.
— Ela finalmente entendeu a mensagem. . . e bem eu. . . Eu feri Ana, — ele sussurra.
— Nós sempre machucamos aqueles que amamos, querido. Você vai ter que dizer a ela que você está arrependido. E dar-lhe tempo.
— Ela disse que estava me deixando.
Não. Não. Não!
— Você acreditou nela?
— No início, sim.
— Querido, você sempre pensa o pior de todos, inclusive de você. Sempre foi assim. Ana o ama muito, e é óbvio que você a ama.
— Ela estava com raiva de mim.
— Eu tenho certeza que ela estava. Assim como eu estou muito brava com você agora. Eu acho que você só pode estar realmente bravo com alguém que você realmente ama.
— Eu pensei sobre isso, e ela me demonstrou o quanto me amava, diversas vezes... Ao ponto de colocar sua própria vida em perigo.
— Sim, ela ama, querido.
— Ah, mãe, por que ela não acorda? — sua voz treme. — Eu quase a perdi.
Christian! Está com a voz abafada... Com soluços. Não... Oh... a escuridão me envolve novamente.
— Levou 24 anos para que você me deixasse te abraçar assim...
— Eu sei mãe. . . Eu estou contente que nós conversamos.
— Eu também, querido. Eu estou sempre aqui. Eu não posso acreditar que eu vou ser avó.
Vovó!
Um doce esquecimento me chama.
Hmm. Sua barba suavemente raspa a palma da minha mão enquanto ele aperta meus dedos.
— Oh, bebê, por favor, volte para mim. Sinto muito. Desculpe por tudo. Só acorde, eu sinto sua falta. Eu te amo. . .
Eu tento. Eu tento. Eu quero vê-lo. Mas meu corpo me desobedece, e durmo mais uma vez.
Eu tenho uma necessidade urgente de fazer xixi. Abro os olhos. Eu estou num ambiente limpo e esterilizado. Parece um quarto de hospital. É escuro, exceto por uma luz lateral. Tudo está silencioso. Minha cabeça e meu peito doem, mas mais do que isso, minha bexiga está estourando. Preciso fazer xixi. Eu tento mexer meus membros. Olho meu braço direito, e percebo que uma intravenosa esta ligada no interior de meu cotovelo. Fecho os olhos rapidamente. Virando a cabeça, eu estou satisfeita que ele responde a minha vontade, eu abro meus olhos de novo.
Christian está dormindo, sentado junto a mim, inclinado para minha cama com os braços cruzados. Eu me estico, grata mais uma vez que meu corpo responde, e eu corro meus dedos por seu cabelo macio.
Ele desperta com um pulo, minha mão cai debilmente sobre a cama.
— Oi, — eu sussurro.
— Oh, Ana. — Sua voz esta sufocada e aliviada. Ele agarra minha mão e aperta, firmemente e segura contra sua bochecha, tocando sua barba áspera.
— Eu preciso ir ao banheiro, — eu sussurro.
Ele me encara por um momento.
— Ok.
Eu me esforço para sentar.
— Ana fique quieta. Vou chamar uma enfermeira.
Rapidamente ele fica em pé, alarmado. Indo para a porta.
— Por favor, — eu sussurro. Por que sinto dor em todos os lugares? —Eu preciso me levantar.
Caralho, me sinto tão fraca.
— Você vai fazer o que eu disse pelo menos uma vez? — Ele diz exasperado.
— Eu realmente preciso fazer xixi, — eu gemo. Minha garganta e boca estão tão secas.
Uma enfermeira corre para dentro do quarto. Ela deve estar na casa dos cinquenta, mas seu cabelo é pintado de preto. Ela usa brincos de pérolas grandes.
— Sra. Grey, seja bem vinda. Vou chamar a Dra. Bartley para examinar você. Ela está acordada. — Ela vai a minha cama. — Meu nome é Nora. Você sabe onde você está?
— Sim. Hospital. Preciso fazer xixi.
— Você tem um cateter.
O quê? Oh, isso é asqueroso. Olho ansiosamente para Christian, então de volta para a enfermeira.
— Por favor. Eu quero me levantar.
— Sra. Grey.
— Por favor.
— Ana, — alerta Christian. Eu me esforço para sentar-me mais uma vez.
— Deixe-me tirar o cateter. Sr. Grey tenho a certeza que Sra. Grey gostaria de alguma privacidade. — Ela olha deliberadamente para Christian, expulsando-o.
— Eu não vou a lugar nenhum. — Ele olha para ela.
— Christian, por favor, — eu sussurro, estendendo-me e agarrando sua mão. Brevemente ele aperta a minha, então me dá um olhar exasperado. — Por favor, — Eu imploro.
— Tudo bem, — ele concorda e passa a mão pelo cabelo. — Você tem dois minutos, — ele sibila para a enfermeira, e ele se inclina e beija minha testa antes de virar nos calcanhares e sair do quarto.
Christian entra na habitação dois minutos depois, a enfermeira Nora está me ajudando a sair da cama. Eu estou vestida com uma bata de hospital. Não me lembro de ter tirado a roupa.
— Deixe-me levá-la, — ele diz e caminha em nossa direção.
— Sr. Grey, eu posso fazê-lo. — Enfermeira Nora repreende.
Ele dá-lhe um olhar hostil.
— Droga, ela, minha esposa. Vou levá-la. — Ele diz rangendo os dentes movendo o poste da intravenosa de seu caminho.
— Sr. Grey, — ela protesta.
Ele a ignora, inclina-se para baixo e gentilmente me levanta da cama. Eu envolvo meus braços ao redor de seu pescoço, meu corpo reclama. Deus, me dói tudo. Ele me leva ao banheiro, enquanto enfermeira Nora nos segue, empurrando o suporte da intravenosa.
— Sra. Grey, você está muito leve, — ele murmura em desaprovação, enquanto ele gentilmente me põe de pé.
Eu balanço. Minhas pernas parecem gelatina. Christian liga o interruptor de luz, e sou momentaneamente cega pela lâmpada fluorescente que acende e pisca para a vida.
— Sente-se antes de cair, — ele diz, ainda me segurando.
Timidamente, eu me sento no vaso sanitário.
— Vá embora. — Tento espantá-lo.
— Não... É apenas xixi, Ana.
Poderia ser mais embaraçoso?
— Eu não posso, não com você aqui.
— Você pode.
— Sr. Grey!
Nós dois ignoramos a enfermeira.
— Por favor, — Eu imploro.
Ele levanta as mãos em derrota.
— Ficarei no lado de fora, com a porta aberta. — Ele dá dois passos para trás, até que ele está de pé do lado de fora da porta com a raiva junto da enfermeira.
— Vire-se, por favor, — eu peço. Por que me sinto tão tímida com ele? Ele desvia o olhar, mas se vira. E quando ele está de costas. . . Eu deixo fluir, e saboreio o alívio.
Eu faço um balanço dos meus ferimentos. Minha cabeça dói, meu peito dói onde Jack bateu em mim, minhas costas doem onde ele me empurrou para o chão. Além disso, eu estou com sede e fome.
Nossa, realmente estou com fome. Eu termino, Agradeço a pia estar próxima o bastante e eu não tenho que me levantar para lavar as mãos. Eu só não tenho força para me levantar.
— Eu estou pronta, — eu chamo, secando minhas mãos sobre a toalha.
Christian se vira e volta e antes de eu perceber, estou em seus braços novamente.
Eu senti falta desses braços. Ele faz uma pausa e enterra seu nariz no meu cabelo.
— Oh, eu senti sua falta, Sra. Grey, — ele sussurra, e com a enfermeira Nora atrás dele, põe-me de volta na cama e me libera, relutantemente, eu acho.
— Se você tiver terminado, Sr. Grey, eu gostaria de examinar a Sra. Grey agora. — A Enfermeira Nora está chateada.
Ele se move para trás.
— Ela é toda sua, — ele diz em um tom mais comedido.
Ela suspira, e então volta sua atenção de volta para mim. Irritante não é?
— Como você se sente? — Ela me pergunta sua voz misturada com simpatia e um traço de irritação, o que eu suspeito ser culpa de Christian.
— Fome e sede. Muita sede, — eu sussurro.
— Eu vou buscar-lhe um pouco de água, uma vez eu que verifique seus sinais vitais e a Dra. Bartley vai te examinar.
Ela pega um medidor de pressão, e coloca em volta do meu braço. Eu olho ansiosamente para Christian. Ele parece terrível, angustiado, como se ele não dormisse há dias. Seu cabelo está bagunçado, a barba por fazer há muito tempo, e sua camisa está toda amassada. Eu franzo a testa.
— Como você está se sentindo? — Ignorando a enfermeira, ele se senta na cama segurando meu braço.
— Confusa... Dolorida... E faminta.
— Faminta?— Ele pisca de surpresa.
Concordo com a cabeça.
— O que você quer comer?
— Qualquer coisa. Sopa.
— Sr. Grey, você vai precisar de aprovação do médico antes que a Sra. Grey possa comer.
Ele olha para ela, impassível por um momento e tira o seu Blackberry do bolso da calça e pressiona um número.
— Ana quer sopa de galinha. . . Bem. . . Obrigado. — Ele desliga. Olho para Nora que aperta seus olhos sobre Christian.
— Taylor? — Pergunto rapidamente.
Christian concorda.
— Sua pressão arterial está normal, Sra. Grey. Eu vou buscar o médico. — Ela remove a braçadeira e sem dizer sequer uma palavra, sai da sala, irritada.
— Eu acho que você deixou a enfermeira Nora furiosa.
— Eu tenho esse efeito sobre as mulheres. — Ele sorri.
Eu rio, em seguida, paro de repente, e a dor irradia através do meu peito.
— Sim, você tem.
— Oh, Ana, eu amo ouvir você rir.
Nora retorna com um jarro de água. Nós ficamos em silêncio, olhando um para o outro.
Ela enche um copo e entrega para mim.
— Pequenos goles agora, — avisa.
— Sim, senhora, — murmuro e tomo um bem vindo gole de água.
Oh meu Deus. Que gosto divino. Eu tomo outro gole, e Christian observa-me atentamente.
— Mia — eu pergunto.
— Ela está segura. Graças a você.
— Eles a salvaram?
—Sim.
Toda a loucura aconteceu por uma razão. Um alívio se espalha pelo meu corpo.
Agradeço a Deus, graças a Deus, graças a Deus ela está bem. Eu franzo a testa.
— Como eles a sequestraram?
— Elizabeth Morgan, — ele diz simplesmente.
— Não!
Ele acena com a cabeça.
— Ela a capturou na academia de ginástica que Mia frequenta.
Eu franzo a testa, ainda sem entender.
— Ana, eu vou lhe contar os detalhes mais tarde. Mia está bem, depois de tudo. Ela foi drogada. Ela ainda está aturdida e ainda abalada, mas por um milagre eles não a machucaram. — Christian aperta a mandíbula. — O que você fez, — ele passa a mão através de seu cabelo, — foi incrivelmente corajoso e incrivelmente estúpido. Você poderia ter sido morta. — Seus olhos resplandecem num cinza, sombrio e assustador, e eu sei que ele está reprimindo sua ira.
— Eu não sabia o que fazer, — eu sussurro.
— Você poderia ter me dito! — Ele diz com veemência, colocando minhas mãos em seu colo.
— Ele disse que ia matá-la se eu contasse a alguém. Eu não podia correr esse risco.
Christian fecha os olhos, o pavor percorre seu rosto.
— Morri cem vezes desde quinta-feira.
Quinta-feira?
— Que dia é hoje?
— É quase sábado, — ele diz, consultando o relógio. — Você esteve inconsciente por quase vinte e quatro horas.
Oh.
— E Jack e Elizabeth?
— Estão em custódia. Embora Hyde esteja aqui embaixo sob guarda. Eles tiveram que remover a bala que você deixou nele, — Christian diz amargamente. —Eu não sei onde ele está neste hospital, felizmente, ou provavelmente iria matá-lo. — seu rosto escurece.
Oh merda. Jack está aqui?
— Isso é pelo SIP, sua puta!
Eu empalideço. Meu estômago vazio se contrai.
Lágrimas inundam meus olhos, e um profundo arrepio percorre meu corpo.
— Hey. — Christian se move com pressa para frente, sua voz cheia de preocupação. Tomando o copo da minha mão, ele carinhosamente me leva aos seus braços.
— Você está segura agora, — murmura contra o meu cabelo, sua voz rouca.
— Christian, eu sinto muito. — Minhas lágrimas começam a cair.
— Calma, — Acaricia meu cabelo, e eu choro em seu pescoço.
— O que eu disse. Eu nunca ia deixar você.
— Fique tranquila, bebê, eu sei.
— Você sabe? — Sua admissão põe fim as minhas lágrimas.
— Eu averiguei. Eventualmente. Honestamente, Ana, o que você estava pensando? — Seu tom é tenso.
— Você me pegou de surpresa, — murmuro no colarinho da camisa. —Quando falamos no banco, você acreditou que eu estava deixando você. Eu pensei que você me conhecesse melhor. Eu te disse uma vez, eu nunca vou te deixar.
— Mas depois da maneira terrível que eu havia me comportado, — Sua voz é quase inaudível, e seus braços apertados em torno de mim. — Eu pensei por um curto período de tempo que eu havia te perdido.
— Não, Christian. Nunca. Eu não queria que você interferisse, e colocasse a vida de Mia em perigo.
Ele suspira, e eu não sei se é de desespero, raiva ou mágoa.
— Como você decifrou tudo? — Pergunto rapidamente para distraí-lo de sua linha de pensamento.
Ele enfia meu cabelo atrás da minha orelha.
— Tinha acabado de aterrissar em Seattle quando recebi uma ligação. Eu ouvi que estava doente e fui para casa.
— Então, você estava em Portland, quando Sawyer ligou para você no carro?
— Nós estávamos prestes a decolar. Eu estava preocupado com você, — ele diz em voz baixa.
— Você estava?
Ele franze a testa.
— É claro que eu estava. — Ele contorna o polegar sobre meu lábio inferior. — Eu vivo me preocupando com você. Você sabe disso.
Oh, Christian!
— Jack me ligou no escritório, — murmuro. — Ele me deu duas horas para conseguir o dinheiro. — Eu dou os ombros. — Eu tinha que agir, e me pareceu à melhor desculpa.
A boca de Christian se pressiona em uma linha dura. — E você enrolou Sawyer. Ele está com raiva de você, também.
— Também?
— Eu também.
Eu timidamente toco seu rosto, correndo os dedos sobre a barba.
Ele fecha seus olhos, inclinando-se nos meus dedos.
— Não fique com raiva de mim. Por favor, — Eu sussurro.
— Eu estou tão bravo com você. O que você fez, foi algo monumentalmente estúpido. Totalmente insano.
— Eu te disse, eu não sabia o que fazer.
— Você parece não ter nenhuma consideração por sua segurança pessoal. E não é só você agora, — ele acrescenta, irritado.
Meu lábio treme. Ele está pensando sobre o nosso pequeno blip.
A porta se abre, assustando a nós dois, e uma jovem mulher Africano-Americana em um casaco branco avança sobre Christian cumprimentando-o.
— Boa noite, Sra. Grey. Eu sou a Dra. Bartley.
Ela começa a me examinar completamente, projeta uma luz nos meus olhos, fazendo-me tocar os dedos, depois então meu nariz, fechar primeiro um olho e depois o outro, verificando todos os meus reflexos. Mas sua voz é suave e seu toque suave, ela tem uma maneira de cabeceira quente. A enfermeira Nora se junta a ela, e Christian vai para o canto da sala e faz algumas ligações enquanto as duas me examinam. É difícil concentrar-se na Dra. Bartley, em Nora e Christian, mas eu escuto Christian ligando para seu pai, minha mãe, e Kate para dizer que eu estou acordada. Finalmente, ele deixa uma mensagem para Ray.
Ray. Oh merda. . . Lembro vagamente de sua voz. Ele estava aqui, sim, enquanto eu ainda estava inconsciente.
A Dra. Bartley verifica minhas costelas, seus dedos a tocam suavemente, mas com firmeza.
Eu estremeço.
— Estes ossos ainda estão machucados, mas não trincados ou quebrados. Você teve muita sorte, Sra. Grey.
Eu faço uma carranca. Sorte? Não é a palavra que eu teria escolhido. Christian sorri para ela, também. Ele fala algo para mim. Eu acho que é temerário, mas eu não tenho certeza.
— Eu vou prescrever alguns analgésicos. Você vai precisar deles para dor e este para a dor de cabeça caso você tenha. De resto tudo está tranquilo, Sra. Grey. Eu sugiro que você durma um pouco. Dependendo de como você se sentir na parte da manhã, podemos deixá-la ir para casa. O meu colega, o Dr. Singh vai atendê-la amanha.
— Obrigada.
Há uma batida na porta, e Taylor entra carregando uma caixa de papelão preto estampada em creme a palavra Fairmont ao lado de The Olímpics. Santo Deus!
— Comida? — Dra. Bartley diz surpresa.
— A Sra. Grey está com fome, — Christian diz. — É canja de galinha.
A Dra. Bartley sorri.
— Canja é bem, mas o caldo. Nada pesado. — Ela olha intencionalmente para nós dois, então, sai da sala com a enfermeira Nora.
Christian puxa a bandeja de rodas para mim, e Taylor coloca a caixa sobre ela.
— Bem-vinda Sra. Grey.
— Olá, Taylor. Obrigada.
— Você é muito bem-vinda, minha senhora. — Eu acho que ele quer dizer mais, mas ele se contém.
Christian está desembalando a caixa, abrindo uma placa lateral, contém uma garrafa térmica com a sopa, uma tigela, uma colher de sopa, guardanapos, uma pequena cesta de pães, sal e pimenta...
— Isso é ótimo, Taylor. — Meu estômago está roncando. Eu estou morrendo de fome.
— Isso é tudo? — Ele pergunta.
—Sim, obrigado — Christian diz, liberando-o.
Taylor acena.
— Taylor, muito obrigada.
— Precisa de mais alguma coisa, Sra. Grey?
Eu olho para Christian.
— Apenas algumas roupas limpas para Christian.
Taylor sorri.
— Sim, senhora.
Christian olha sua camisa, desconcertado.
— Há quanto tempo você está vestindo essa camisa? — Eu pergunto.
— Desde quinta-feira. — Ele me dá um sorriso torto.
Taylor sai.
— Taylor está chateado com você, também, — Christian acrescenta irritado, desapertando a tampa da garrafa térmica e derramando sopa de frango cremoso na tigela.
Taylor, também! Mas eu não me preocupo com isso, olho minha sopa de galinha, que me distrai. O cheiro é delicioso, e inundando a superfície. Eu tomo um pouco e é tudo o que prometia ser.
— Está boa? — Christian pergunta, inclinando-se sobre a cama de novo.
Eu aceno com entusiasmo e não paro. Minha fome é primordial. Eu só paro para limpar a boca com o guardanapo de linho.
— Diga-me o que aconteceu, depois que percebeu o que estava acontecendo.
Christian passa a mão pelo cabelo e balança a cabeça.
— Oh, Ana, é bom ver que você comer.
— Eu estou com fome. Diga-me.
Ele franze a testa.
— Bem, depois que o banco me ligou e eu pensei que o meu mundo tinha acabado, - Ele não pode esconder a dor em sua voz.
Eu paro de comer. Oh merda.
— Não pare de comer, ou eu vou parar de falar, — ele sussurra, com sua voz totalmente inflexível, ele olha pra mim.
Eu continuo com a minha sopa. Ok, ok. . . Porra, que gosto bom.
O olhar de Christian se enternece e depois de uns segundos, ele recomeça.
— De qualquer forma, pouco tempo depois de termos terminado nossa conversa, Taylor me informou que Hyde tinha liberdade condicional através de um pedido de fiança. Como? Eu não sei, eu pensei que eu tinha inibir qualquer tentativa de fiança. Mas isso me deu um momento para pensar sobre o que você disse. . . e eu sabia que algo estava seriamente errado.
— E nunca foi sobre o dinheiro, — eu digo, de repente, uma raiva inesperada queima na minha barriga. Minha voz se eleva. — Como você pode pensar isso? Nunca é sobre o seu dinheiro! — Minha cabeça começa a doer e eu estremeço.
Christian olha frio para mim por uma fração de segundo, surpreendido pela minha veemência. Ele restringe o seu olhar.
— Olhe a linguagem, — ele rosna. — Acalme-se e coma. — Seu olhar rebelde. — Ana, — ele adverte.
— Isso me machucou demais, Christian, — eu sussurro. — Quase tanto quanto ao você ver aquela mulher.
Ele inala bruscamente como se eu tivesse lhe dado um tapa e, de repente, ele me olha esgotado.
Fechando os olhos por um instante, ele balança a cabeça, resignado.
— Eu sei. — Ele suspira. — E eu sinto muito. Mais do que você sabe. — Seus olhos estão tensos. — Por favor, coma. Enquanto a sopa ainda está quente. — Sua voz é suave e atraente, e eu faço o que ele pede. Ele dá um suspiro de alívio.
— Continue, — eu sussurro, entre as mordidas no pão fresco.
— Nós não sabíamos que Mia estava sumida. Pensei que ele estava chantageando você ou algo assim. Eu liguei de novo para você, mas você não respondeu. — Ele faz uma carranca. — Deixei uma mensagem para você. E liguei para Sawyer. Taylor começou a acompanhar o seu celular. Eu sabia que você foi ao banco, assim fomos direto para lá.
— Eu não sei como Sawyer me encontrou. Ele rastreou meu celular, também?
— A Saab está equipada com um dispositivo de rastreamento. Todos os nossos carros estão. No momento em que chegou perto do banco, você já estava em movimento, e nós te seguimos. Por que você está sorrindo?
— Em algum nível, eu sabia que você estaria me perseguindo.
— E isso é divertido por que? — Ele pergunta.
— Jack tinha me instruído para se livrar do meu celular. Então eu pedi o celular de Whelan emprestado, e foi isso que eu joguei fora. Eu coloquei o meu blackberry em um dos sacos de duffle assim você poderia acompanhar o seu dinheiro.
Christian suspira.
— Nosso dinheiro, Ana, — ele diz calmamente. — Coma.
Eu limpo o meu prato de sopa com o último pedaço do meu pão e coloco em minha boca. Pela primeira vez em muito tempo, eu me sinto saciada apesar de nossa conversa.
— Concluído.
— Boa menina.
Há uma batida na porta e a enfermeira Nora entra mais uma vez, carregando um copo de papel pequeno. Christian afasta meu prato, e começa a colocar todos os itens de volta para a caixa.
— Para aliviar a dor. — Nora sorri, mostrando-me a pílula branca no copo de papel.
— Existe algum problema para eu tomar? Você sabe, com o bebê?
— Não, Sra. Grey. É Lortab. Está tudo bem, não vai afetar o bebê.
Eu aceno, concordando com a cabeça, agradecida.
Minha cabeça está latejando. Eu engulo com um gole de água.
— Você deveria descansar, Sra. Grey. — A enfermeira Nora olha intencionalmente para Christian.
Ele acena com a cabeça.
Não!
— Você vai? — Eu exclamo com cara de pânico, não me deixe, antes de eu terminar Christian bufa.
— Se você pensar por um momento que eu vou deixar você fora da minha vista, Sra. Grey, você está muito enganada.
Nora suspira, mas paira sobre mim e arruma os travesseiros para que eu fique confortavelmente esticada.
— Boa noite, Sra. Grey, — ela diz, e com um último olhar de censura para Christian ela sai.
Ele levanta uma sobrancelha quando ela fecha a porta.
— Eu acho que a enfermeira Nora não gosta de mim.
Ele fica ao lado da cama parecendo cansado, e apesar do fato de que eu quero que ele fique, eu sei que eu deveria tentar convencê-lo a ir para casa.
— Você precisa descansar, também, Christian. Vá para casa. Você parece exausto.
— Eu não vou deixar você. Eu vou cochilar nessa poltrona.
Eu faço uma carranca para ele em seguida, e mostro o lado da cama.
— Durma comigo.
Ele franze a testa.
— Não... Eu não posso.
— Por que não?
— Eu não quero te machucar.
— Você não vai me machucar. Por favor, Christian.
— Você está usando uma intravenosa.
— Christian. Por favor.
Ele olha para mim, e eu posso dizer que ele está tentado.
— Por favor. — Eu levanto os cobertores, convidando-o para a cama.
— Porra. — Ele desliza os sapatos e as meias, e cautelosamente sobe ao meu lado.
Gentilmente, ele envolve seu braço em torno de mim, e eu coloco minha cabeça em seu peito. Ele beija meus cabelos.
— Eu não acho que a enfermeira Nora vai ficar muito feliz com este acordo, — ele sussurra conspiratório.
Eu rio, e sinto que uma faca atravessa meu peito.
— Não me faça rir. Dói.
— Ah, mas eu amo este som, — ele diz um pouco triste, em voz baixa. — Eu sinto muito, bebê, por isso, sinto muito. — Ele beija meu cabelo de novo e inala profundamente, e eu não sei por que ele está pedindo desculpas por. . . me fazer rir? Ou a bagunça em que estamos fazendo? Eu descanso minha mão sobre seu coração, e ele gentilmente coloca a mão na minha.
Estamos em silêncio por um instante.
— Por que você foi ver aquela mulher?
— Oh, Ana. — Ele geme. — Você quer falar sobre isso agora? Podemos esquecer isto? Eu estou arrependido, ok?
— Eu preciso saber.
— Eu vou dizer a você amanhã, — ele resmunga irritado. — Ah, o Detetive Clark quer falar com você. Apenas rotina. Agora, vá dormir.
Ele beija meu cabelo. Eu suspiro pesadamente. Eu preciso saber o porquê. Pelo menos ele diz que lamenta. Isso é algo, meu subconsciente concorda. E ele fica satisfeito com isso.
Ugh, Detetive Clark. Tremo só de pensar em reviver os eventos de quinta-feira para ele.
— Não sabemos por que Jack estava fazendo tudo isso?
— Hmm, — Christian murmura. Estou aliviada pela lenta ascensão e queda de seu peito, balançando suavemente minha cabeça, embalando-me para dormir enquanto sua respiração diminui.
E enquanto eu vou à deriva tento dar sentido aos fragmentos de conversas que ouvi quando estava em coma. Eles deslizam pela minha mente, que permanece firmemente na esquiva, se escondendo de mim, nas bordas da minha memória. Ah, é frustrante e cansativo... e...
Os lábios da enfermeira Nora estão franzidos e os braços cruzados em hostilidade. Eu levo meu dedo até meus lábios.
— Por favor, deixe-o dormir, — digo em voz baixa, estranhando a luz da manhã.
— Esta é a sua cama. Não o seu quarto, — ela sussurra severamente.
— Eu durmo melhor, porque ele está aqui. — Eu insisto, correndo para defender meu marido. O que é verdade. Christian se agita, eu e a enfermeira Nora congelamos.
Ele murmura em seu sono, - Não me toque. Nunca mais. Apenas Ana.
Eu franzo o cenho. Eu raramente ouço Christian falar em seu sono. É certo que poderia ser porque ele dorme menos do que eu. Eu só ouvi seus pesadelos.
Seus braços apertado em torno de mim, me apertando, e eu estremeço.
— Sra. Grey — Enfermeira Nora reclama furiosa.
— Por favor, — Eu imploro.
Ela balança a cabeça, vira-me as costas e vai embora, e eu aconchego-me contra Christian novamente.
Quando eu acordo, procuro Christian pelo quarto, ele não está. O sol está brilhando através das janelas, e agora eu posso realmente apreciar o quarto. Eu tenho flores! Eu não percebi que elas estavam lá na noite anterior. Vários buquês. Pergunto-me quem as enviou.
Uma batida suave me distrai, e corro os olhos para Carrick na porta.
Ele resplandece quando ele vê que eu estou acordada.
— Posso entrar? — Ele pede.
— É claro.
Ele caminha dentro da habitação, para mim, seus doces olhos azuis me observam astutamente.
Ele está usando um terno escuro, ele deve estar trabalhando. Ele me surpreende inclinando-se para beijar minha testa.
— Posso me sentar?
Concordo com a cabeça, e ele pousa na beira da cama e pega a minha mão.
— Eu não sei como lhe agradecer por minha filha, louca, valente e querida menina. O que você fez, provavelmente, salvou sua vida. Estarei eternamente em dívida com você. — Sua voz vacila, seus olhos estão cheios de gratidão e compaixão.
Oh. . . Eu não sei o que dizer. Eu aperto a mão dele, mas permanecemos mudos.
— Como você está se sentindo?
— Melhor. Dolorida. — Eu digo, com honestidade.
— Eles já lhe deram remédios para a dor?
— Lor. . . alguma coisa.
— Ótimo. Onde está Christian?
— Eu não sei. Quando eu acordei ele, ele já tinha ido.
— Ele não está longe, eu tenho certeza. Ele não te deixou um minuto, enquanto você estava inconsciente.
— Eu sei.
— Ele está um pouco bravo com você, como ele deveria estar.
Carrick sorri. Ah, é ai, de onde vem o sorriso de Christian.
— Christian está sempre com raiva de mim.
— É mesmo? — Carrick sorri, satisfeito, como se isso fosse uma coisa boa. Seu sorriso é contagiante.
— Como está Mia?
Uma nuvem cruza seus olhos e seu sorriso desaparece.
— Ela está melhor. Louca como o inferno. Eu acho que a raiva é uma reação saudável por tudo o que aconteceu com ela.
— Ela está aqui?
— Não, ela está em casa. Eu não acho que Grace vai deixar longe de sua vista.
— Eu sei como é isso.
— Você precisa ser observada, também, — ele adverte. — Eu não quero que você corra mais riscos bobos com a sua vida ou a vida de meu neto.
Eu coro. Ele sabe!
— Grace leu seu prontuário. Ela me disse. Parabéns.
— Um. . . obrigada.
Ele olha para mim e seus olhos amolecem, embora ele franza o cenho com minha expressão.
— Christian logo estará por aqui, — ele diz suavemente. — Esta será a melhor coisa para ele. . . só lhe dê um tempo.
Concordo com a cabeça. Oh. . . Eles se falaram.
— É melhor eu ir. Estou no tribunal. — Ele sorri e se levanta. — Eu vou ligar para saber de você mais tarde. Grace fala muito com o Dr. Singh e a Dra. Bartley. Eles sabem o que estão fazendo.
Ele se inclina e me beija mais uma vez.
— Eu quero dizer, Ana. Eu nunca poderei pagar o que você fez por nós. Obrigado.
Eu olho para ele, piscando para conter as lágrimas, me sinto aflita, então ele acaricia o meu rosto carinhosamente. Então ele se vira dando-me as costas e vai embora.
Oh. Estou recuperando sua gratidão. Talvez agora eu possa deixar o desastroso acordo pré-nupcial de lado. Meu subconsciente acena sabiamente de acordo comigo mais uma vez.
Eu agito minha cabeça e cautelosamente saio da cama. Estou aliviada ao descobrir que eu estou muito mais forte do que ontem. Apesar de Christian compartilhar a cama, eu dormi bem e me sento revigorada. Minha cabeça ainda dói, mas é uma dor mais suave, nada como a dor de ontem. Eu estou rígida e dolorida, mas eu só preciso de um banho. Eu me sinto suja. Eu estou enjoada.
— Ana, — Christian grita.
— Estou no banheiro, — eu respondo quando termino de escovar os dentes. Sinto-me bem melhor. Eu ignoro meu reflexo no espelho. Caramba, estou em estado de calamidade.
Quando eu abro a porta, Christian está ao lado da cama, segurando uma bandeja de comida.
Ele está transformado. Vestido todo de preto, ele está barbeado, de banho tomado, e parece bem descansado.
— Bom dia, Sra Grey, — ele diz alegremente. — Eu trouxe o seu café da manhã. — Ele me olha com um olhar de menino, um olhar muito feliz.
Uau. Eu sorrio amplamente enquanto eu subo de volta para a cama.
Ele coloca minha bandeja em cima da cama, e levanta a tampa para revelar o meu café da manha: aveia com frutas secas, panquecas com calda, bacon, suco de laranja e chá.
Minha boca enche de água, eu estou realmente com fome. Eu tomo o suco de laranja em alguns goles e começo a comer a aveia.
Christian senta na beira da cama para assistir. Ele sorri.
— O que? — pergunto com a boca cheia.
— Eu gosto de ver você comer, — ele diz. Mas eu não acho que isso seja o motivo dele estar sorrindo.
Ele se aproxima e me pergunta.
— Como você está se sentindo?
— Melhor, — murmuro entre garfadas.
— Eu nunca vi você comer desse jeito.
Eu olho para ele, e meu coração afunda. Temos algo importante para conversar.
— É porque eu estou grávida, Christian.
Ele suspira, e sua boca se torce num sorriso irônico. — Se eu soubesse que você comeria desse jeito ao engravidar, eu poderia ter feito antes.
— Christian Grey, — Eu suspiro e coloco a aveia na bandeja.
— Não pare de comer, — ele adverte.
— Christian, nós precisamos conversar sobre isso.
Ele segue sem entender.
— O que vamos dizer? Nós vamos ser pais. — Ele dá os ombros, desesperadamente tentando parecer indiferente, mas tudo o que eu posso ver é o seu medo. Empurrando a bandeja de lado, eu me arrasto na cama até ele, colocando minhas mãos nas suas.
— Você está com medo, — eu sussurro. — Eu entendo.
Ele olha para mim impassível, e toda sua infantilidade anterior desaparece.
— Eu também estou. Isso é normal, — eu sussurro.
— Que tipo de pai eu poderia ser?— Sua voz é rouca quase inaudível.
— Oh, Christian. — Eu abafo um soluço. — Aquele que vai dar seu melhor. Isso é tudo que podemos fazer.
— Ana, eu não sei se eu posso. . .
— Claro que você pode. Você é carinhoso, divertido, forte, você pode definir limites. A nosso filho não faltará nada.
Ele está congelado, me observando fixamente, a dúvida em seu rosto bonito.
— Sim, teria sido melhor esperarmos um pouco mais. Para ter mais tempo, só nós dois. Mas vamos ser três, e vamos crescer juntos. Nós vamos ser uma família. Nossa própria família. E seu filho te amará incondicionalmente, como eu te amo. — Lágrimas brotam dos meus olhos.
— Oh, Ana, — sussurra Christian, sua voz aflita e angustiada. — Eu pensei que eu tinha perdido você. Então pensei que tinha te perdido de novo. Ao vê-la deitada no chão, pálida, fria e inconsciente, eram todos os meus piores pesadelos se tornando realidade. E você agora, tão corajosa e forte. . . dando-me esperança. Amando-me depois de tudo que eu fiz.
— Sim, eu amo você, Christian desesperadamente. Eu sempre amarei.
Gentilmente ele toma minha cabeça entre as mãos, e enxuga minhas lágrimas com seus polegares. Ele me olha nos olhos, cinzas com azul, e tudo que eu vejo são o seu medo, admiração e amor.
— Eu também te amo, — ele respira. E ele me beija docemente, com ternura, como um homem que adora sua esposa. — Eu vou tentar ser um bom pai, — ele sussurra contra meus lábios.
— Você vai tentar, e você vai conseguir. E sejamos sinceros, você não tem muita escolha, porque Blip e eu não vamos a lugar nenhum.
— Blip?
— Blip.
Ele levanta as sobrancelhas.
— Eu tinha o nome de Júnior na minha cabeça.
— Junior, então.
— Mas eu gosto Blip. — Ele sorri seu sorriso tímido e me beija mais uma vez.
— Por mais que deseje beijá-la durante todo o dia, o seu café da manha está esfriando, — Christian murmura contra os meus lábios. Ele olha para mim, agora divertido, exceto que seus olhos estão mais escuros, sensuais. Caramba, ele está excitado novamente. Meu Senhor Volátil.
— Coma, — ele ordena, sua voz suave. Eu engulo, uma reação ao seu olhar ardente e rastejo de volta para a cama, evitando prender a intravenosa. Ele empurra a bandeja na minha frente. A aveia está fria, mas as panquecas debaixo da cobertura estão muito boas — na verdade, elas estão de dar água na boca.
— Sabe, — eu murmuro entre garfadas, — O bebê pode ser uma menina.
Christian passa a mão pelos cabelos. — Duas mulheres, hein? Flashes alarmantes aparecem no seu rosto e seu olhar escuro desaparece.
Oh Porcaria.
— Você tem uma preferência?
— Preferência?
— Menino ou menina.
Ele franze o cenho. — Sendo saudável está bom, — ele diz calmamente, claramente desconcertado pela pergunta. — Coma, — ele se ajeita e sei que ele está tentando evitar o assunto.
— Eu estou comendo, eu estou comendo. . . Caramba, fique calmo, Grey. — Eu o olho com cuidado. Os cantos de seus olhos estão enrugados com preocupação. Ele disse que vai tentar, mas eu sei que ele ainda está assustado com o bebê. Oh, Christian, eu também estou. Ele se senta na poltrona ao meu lado, pegando o Seattle Times.
— Você está nas manchetes de novo, Sra. Grey. — Seu tom é amargo.
— De novo?
— Os jornalistas estão apenas reproduzindo a história de ontem, mas parecem de fato serem precisas. Você quer que eu leia?
Sacudo a cabeça.
— Leia para mim. Eu estou comendo.
Ele sorri e passa a ler o artigo em voz alta. É um relatório sobre Jack e Elizabeth, descrevendo-os como um moderno Bonnie e Clyde. Ele brevemente cobre o sequestro de Mia, o meu envolvimento em seu resgate o fato de que Jack e eu estamos no mesmo hospital. Como é que a imprensa consegue todas essas informações? Preciso perguntar a Kate.
Quando Christian termina, eu digo: — Por favor, leia outra coisa. Gosto de ouvir você.
Ele concorda e começa a ler um reportagem sobre um negócio de rosquinhas em ascensão, e que a Boeing teve que cancelar o lançamento de algum avião. Christian fica sério quando lê. Mas ouvir a sua voz suave enquanto eu como, me dá a certeza de que eu estou bem, Mia está a salvo e meu pequeno Blip está seguro, sinto um momento precioso de paz apesar de tudo o que aconteceu ao longo dos últimos dias.
Eu entendo que Christian está com medo sobre o bebê, mas eu não entendo a profundidade do seu medo. Eu resolvo que devo falar com ele um pouco mais sobre isso. Ver se eu posso colocá-lo à vontade. O que me intriga é que ele teve modelos exemplares de pais. Ambos, Grace e Carrick são pais exemplares, ou parecem ser. Talvez foi a Vadia-Troll que o desequilibrou tanto. Eu gostaria que fosse isso. Mas, na verdade, eu acho que isso tem haver com sua mãe biológica, embora eu tenha certeza que a Sra. Robinson não contribuiu em nada. Eu paro meus pensamentos enquanto lembro-me de uma conversa sussurrada. Porra! Paira sobre a minha memória de quando eu estava inconsciente. Christian conversando com Grace. Derrete-se nas sombras da minha mente. Oh, é tão frustrante.
Eu me pergunto se Christian irá voluntariamente contar a razão pela qual ele foi vê-la ou se eu vou ter que pressioná-lo. Estou prestes a perguntar, mas sou interrompida antes que conseguir falar, a porta se abre.
O Detetive Clark faz uma entrada apologética no quarto. Ele tem razão de se desculpar - meu coração afunda quando o vejo.
— Sr. Grey, Sra. Grey. Estou interrompendo?
— Sim — Christian se ajeita.
Clark ignora-o.
— Fico feliz em ver que você está acordada, Sra. Grey. Eu preciso lhe fazer algumas perguntas sobre a tarde de quinta-feira. Apenas rotina. Agora é um momento conveniente?
— Claro — eu murmuro, mas eu não quero reviver os acontecimentos de quinta-feira.
— Minha esposa deveria estar descansando. — Christian corta.
— Eu vou ser breve, Sr. Grey. E isso significa que vou estar fora de seu caminho mais cedo ou mais tarde.
Christian se levanta e oferece a Clark a cadeira, depois se senta ao meu lado na cama, pega a minha mão e aperta-a de modo confortador.
Meia hora mais tarde, Clark termina. Eu não lhe contei nada revelador, mas falei dos acontecimentos de quinta-feira para ele com uma voz hesitante, quieta, observando Christian ficar pálido e fazer caretas em algumas partes.
— Eu gostaria que você tivesse mirado mais alto. — murmura Christian.
— A Sra. Grey teria feito um favor a todas as mulheres, se o tivesse feito. — Clark concorda.
O quê?
— Obrigado, Sra. Grey. Isso é tudo por agora.
— Você não vai deixá-lo solto de novo, vai?
— Eu não acho que ele vai ter direito a fiança dessa vez, senhora.
— Sabem quem pagou sua fiança? — Christian pergunta.
— Não, senhor. Era confidencial.
Christian fica sério, mas eu acho que ele tem as suas suspeitas. Clark se levanta para ir embora assim que Dr. Singh e dois estagiários entram na sala.
Após um exame minucioso, a Dra. Singh declara-me preparada para ir para casa. Christian cede com alívio.
— Sra. Grey, você terá que prestar atenção ao agravamento da dor de cabeça e visão embaçada. Se isso ocorrer você deve retornar ao hospital imediatamente.
Concordo com a cabeça, tentando conter a minha alegria em voltar para casa.
Enquanto a Dra. Singh se vai, Christian pede a ela uma palavra rápida no corredor. Ele mantém a porta entreaberta, enquanto ele pergunta alguma coisa. Ela sorri.
— Sim, Sr. Grey, não há problema.
Ele sorri e volta para a sala como o homem mais feliz.
— O que foi tudo isso?
— Sexo, — diz ele, exibindo um sorriso perverso.
Oh. Eu coro.
— E?
— Você está pronta. — Ele sorri.
Oh, Christian!
— Eu tenho dor de cabeça. — Eu sorrio de volta.
— Eu sei. Você vai estar fora dos limites por um tempo. Eu estava apenas checando.
Fora dos limites? Eu franzo o cenho com uma pontada momentânea de decepção. Não tenho certeza se quero estar fora dos limites.
A Enfermeira Nora se junta a nós para remover a minha intravenosa. Ela olha para Christian. Acho que ela é uma das poucas mulheres que eu conheci que está alheia aos seus encantos. Agradeço quando ela sai com a minha intravenosa no carrinho.
— Devo te levar pra casa? — Christian pergunta.
— Eu gostaria de ver Ray primeiro.
— Claro.
— Ele sabe sobre o bebê?
— Eu pensei que você gostaria de ser a primeira a dizer-lhe. Eu não disse a sua mãe também.
— Obrigada. — Eu sorrio, grata porque ele não estragou minha surpresa.
— Minha mãe sabe, — acrescenta Christian. — Ela seu relatório medico. Eu disse a meu pai, mas a ninguém mais. Mamãe disse que casais normalmente esperam por doze semanas ou mais. . . para ter certeza. Ele encolhe os ombros.
— Eu não tenho certeza se estou pronta para dizer a Ray.
— Eu deveria avisá-la, que ele está muito bravo. Disse que eu deveria bater em você.
O quê? Christian ri da minha expressão horrorizada.
— Eu lhe disse que estaria muito disposto a fazê-lo.
— Você não disse! — Eu suspiro, embora um eco de uma conversa sussurrada atormenta minha memória. Sim, Ray estava aqui enquanto eu estava inconsciente. . .
Ele pisca para mim.
— Aqui, Taylor lhe trouxe algumas roupas limpas. Eu vou ajudá-la a se vestir.
Como Christian tinha previsto, Ray está furioso. Eu não me lembro de vê-lo tão bravo. Christian sabiamente decidiu nos deixar sozinhos. Para um homem tão taciturno, Ray enche meu quarto de hospital com ofensas, repreendendo-me por meu comportamento irresponsável. Tenho doze anos de idade novamente.
Oh, papai, por favor, acalme-se. Sua pressão arterial não está pronta para isso.
— E eu tive de lidar com a sua mãe, — ele resmunga, agitando as duas mãos em exaltação.
— Papai, me desculpe.
— E o pobre Christian! Eu nunca o vi assim. Ele está envelhecido. Nós dois envelhecemos anos nos últimos dias.
— Ray, me desculpe.
— Sua mãe está esperando sua ligação, — ele diz em um tom mais comedido.
Eu beijo seu rosto, e, finalmente, ele cede.
— Vou ligar para ela. Eu realmente sinto muito. Mas obrigada por me ensinar a atirar.
Por um momento, ele me olha com seu orgulho paterno mal difarçado.
— Estou feliz que você pode atirar direito, — ele diz, sua voz rouca. —Agora vá para casa e descanse um pouco.
— Você parece bem, papai. — Eu tento mudar de assunto.
— Você está pálida. — Seu medo é de repente evidente. Seu olhar reflete o de Christian de ontem à noite, e eu agarro a sua mão.
— Eu estou bem. Eu prometo que não vou fazer nada como isso novamente.
Ele aperta a minha mão e me puxa para um abraço.
— Se alguma coisa tivesse acontecido com você, — ele sussurra, sua voz rouca e baixa. Lágrimas vêm aos meus olhos. Eu não estou acostumada a manifestações de emoção do meu padrasto.
— Pai, eu estou bem. Nada que um banho quente não cure.
Nós saímos pela saída dos fundos do hospital para evitar os paparazzi que se reuniram na entrada. Taylor nos leva a SUV que está à espera.
Christian está quieto enquanto Sawyer nos leva para casa. Eu evito olhar para Sawyer no espelho retrovisor, envergonhada que a última vez que o vi foi no banco quando fugi dele. Eu ligo para a minha mãe, que soluça e suspira. Levo a maior parte do tempo de volta para casar para acalmá-la, mas fui bem sucedida, prometendo que vamos fazer uma visita em breve. Ao longo da minha conversa com ela, Christian segura minha mão, roçando o polegar em meus dedos. Ele está nervoso. . . alguma coisa aconteceu.
— O que há de errado? — Eu pergunto quando eu finalmente estou livre da minha mãe.
— Welch quer me ver.
— Welch? Por quê?
— Ele encontrou algo sobre o filho da puta do Hyde. — O lábio de Christian enrola em um rosnado, e um frisson de medo passa por mim. —Ele não quis me dizer no telefone.
— Oh.
— Ele está hoje de tarde, direto de Detroit.
— Você acha que ele encontrou uma ligação?
Christian concorda.
— O que você acha que é?
—Eu não tenho ideia. — Christian enruga a sobrancelha, perplexo.
Taylor para na garagem no Escala perto do elevador para nos deixar sair antes de estacionar. Na garagem, podemos evitar a atenção dos fotógrafos que nos esperam. Christian me conduz para fora do carro. Mantendo o braço em volta da minha cintura, ele me leva até o elevado.
— Feliz por estar em casa? — Ele pergunta.
— Sim, — eu sussurro. Mas, enquanto estou nos ambientes familiares do elevador, a enormidade do que eu passei cai sobre mim, e eu começo a tremer.
— Hey — Christian envolve seus braços em volta de mim e me puxa para perto. — Você está em casa. Você está segura, — ele diz, beijando o meu cabelo.
— Oh, Christian. — A barreira que eu nem sabia que estava lá queima, e eu começo a chorar.
— Calma — sussurra Christian, segurando minha cabeça contra seu peito.
Mas é tarde demais. Eu choro, oprimida, em sua camiseta, lembrando o ataque vicioso de Jack — “Isso é pela SIP, sua puta!”— Ter dito ao Christian que eu estava indo embora — “Você está me deixando?” — E meu medo, minha angústia por Mia, para mim, e pelo bebê.
Quando as portas do elevador se abrem, Christian me pega como uma criança e me leva para o hall de entrada. Eu envolvo meus braços ao redor de seu pescoço e me agarro a ele, que me carrega calmamente.
Ele me leva até o nosso banheiro e suavemente me ajeita na cadeira.
— Banheira?— Ele pergunta.
Sacudo a cabeça. Não. . . não. . . não como Leila.
— Chuveiro? — Sua voz é sufocada com preocupação.
Através das minhas lágrimas, eu aceno. Quero lavar a sujeira dos últimos dias, lavar a memória do ataque de Jack. — “Sua vaca interesseira.” — Eu soluço com o som da cascata de água do chuveiro que ecoa nas paredes.
— Hey, — Christian diz. Ajoelhado na minha frente, ele puxa as minhas mãos longe das minhas bochechas manchadas de lágrimas e pega meu rosto em suas mãos. Eu olho para ele, piscando.
— Você está segura. Vocês dois estão — ele sussurra.
Blip e eu. Meus olhos se enchem de lágrimas novamente.
— Pare, agora. Eu não posso suportar quando você chora. — Sua voz é rouca. Seus polegares limpam meu rosto, mas as minhas lágrimas correm ainda.
— Sinto muito, Christian. Apenas sinto muito por tudo. Por fazer você se preocupar, por arriscar tudo, pelas coisas que eu disse.
— Silêncio, bebê, por favor. — Ele beija minha testa. — Sinto muito. É preciso dois para dançar um tango, Ana. — Ele me dá um sorriso torto. —Bem, isso é o que minha mãe sempre diz. Eu disse coisas e fiz coisas que eu não me orgulho. —Seus olhos cinza são sombrios, mas penitentes. — Vou te despir. — Sua voz é suave. Eu limpo meu nariz com as costas da minha mão e ele beija minha testa mais uma vez. Rapidamente ele me despe, tendo o cuidado especial quando ele puxa a camiseta sobre a minha cabeça. Mas ela não está muito dolorida. Levando-me para o chuveiro, ele tira a sua própria roupa em tempo recorde, antes de entrar na água quente bem-vinda comigo. Ele me puxa em seus braços e me segura, me segura por mais tempo, enquanto a água jorra sobre nós, acalmando-nos.
Ele me deixa chorar em seu peito. Ocasionalmente, ele beija meu cabelo, mas não me solta, ele apenas me balança gentilmente sob a água morna. Para sentir a sua pele contra a minha, seu cabelo no peito contra o meu rosto. . . Este homem que eu amo, este belo homem desconfiado, o homem que eu poderia ter perdido por minha própria imprudência. Eu me sinto vazia e dolorida pelo pensamento, mas grata de que ele está aqui, ainda aqui, apesar de tudo o que aconteceu.
Ele tem algumas explicações a dar, mas agora eu quero me deleitar com a sensação de conforto de seus braços protetores em torno de mim. E nesse momento eu percebo que quaisquer explicações têm que vir dele. Eu não posso forçá-lo, ele tem que querer me dizer. Eu não vou ser a mulher irritante, constantemente tentando tirar informações de meu marido. É desgastante. Eu sei que ele me ama. Eu sei que ele me ama mais do que ele já amou alguém e por agora, isso é o suficiente. Essa descoberta é libertadora. Eu paro de chorar e dou um passo para trás.
— Melhor? — Ele pergunta.
Concordo com a cabeça.
— Ótimo. Deixe-me olhar para você — ele diz e, por um momento, eu não sei o que isso significa. Mas ele pega a minha mão e examina o braço que eu machuquei quando Jack me bateu. Há feridas no meu ombro e arranhões no meu cotovelo e punho. Ele beija cada um deles. Ele pega um pano e gel de banho do rack e o doce aroma familiar de jasmins enche minhas narinas.
— Vire-se. — Gentilmente, ele passa a lavar meu braço machucado, então o meu pescoço, meus ombros, minhas costas, e meu outro braço. Ele me vira de lado e traça seus longos dedos pelo meu lado. Eu estremeço com o patinar sobre o grande hematoma no meu quadril. Os olhos de Christian endurecem e seus lábios diminuem. Sua raiva é palpável enquanto assobia através de seus dentes.
— Não dói, — murmuro para tranquilizá-lo.
Seus ardentes olhos cinza encontram os meus.
— Eu quero matá-lo. Eu quase o fiz, — ele sussurra misteriosamente. Eu franzo as sobrancelhas e então tremo com sua expressão sombria. Ele esguicha mais gel na toalha e com suavidade, ele lava minhas costas e meu traseiro, então, de joelhos, se move para baixo as minhas pernas. Ele faz uma pausa para examinar o joelho. Seus lábios roçam sobre a contusão antes que ele retorne para lavar as minhas pernas e os pés. Descendo, eu acaricio sua cabeça, correndo os dedos pelo cabelo molhado. Ele se levanta, e seus dedos traçam o contorno da contusão nas costelas, onde Jack me chutou.
— Oh, bebê, — ele geme, sua voz cheia de angústia, seus olhos escuros com fúria.
— Eu estou bem. — Eu puxo a cabeça dele para a minha e beijo seus lábios. Ele hesita para retribuir, mas como a minha língua encontra a sua, seu corpo se agita contra mim.
— Não, — ele sussurra contra os meus lábios e ele se afasta.
— Vamos te deixar limpa.
Seu rosto está sério. Porra. . . Ele está falando sério. Eu faço careta e a atmosfera entre nós se ilumina em um instante. Ele sorri e beija-me brevemente.
— Limpa, — enfatiza. —Não sujo.
— Eu gosto de sujo.
— Eu também, Sra. Grey. Mas não agora, não aqui. — Ele pega o xampu e antes que eu possa persuadi-lo de outra forma, ele está lavando o meu cabelo.
Eu amo o limpo, também. Eu me sinto renovada e revigorada e eu não sei se é do chuveiro, do choro, ou a minha decisão de parar de brigar com Christian sobre tudo. Ele me envolve em uma toalha grande e enrola uma em torno de seus quadris enquanto eu cuidadosamente seco meu cabelo. Minha cabeça dói, é uma dor persistente mas suportável. Eu tenho alguns analgésicos da Dra. Singh, mas ela me pediu para não usá-los a menos que eu precise.
Enquanto eu seco meu cabelo, penso em Elizabeth.
— Eu ainda não entendo porque Elizabeth estava envolvida com Jack.
— Eu entendo, — Christian murmura sombriamente.
Isso é uma novidade. Eu faço uma careta para ele, mas eu estou distraída. Ele está secando o cabelo com uma toalha e peito e ombros ainda estão molhados. As gotas de água brilham sob a luz das lâmpadas. Ele faz uma pausa e sorri.
— Apreciando a vista?
— Como você sabe? — Eu pergunto, tentando ignorar que fui pega olhando para meu próprio marido.
— Que você está apreciando a vista? — Ele brinca.
— Não, — eu ralho. — Sobre Elizabeth.
— O Detetive Clark fez insinuações sobre ela.
Faço minha expressão conte-me-mais e outra memória irritante de quando eu estava inconciente ressurge. Clark estava no meu quarto. Eu gostaria de lembrar o que ele disse.
— Hyde tinha vídeos. Vídeos de todas elas. Em vários pen-drives.
O quê? Eu olho séria, apertando minha testa.
— Vídeos dele fodendo ela e fodendo todas as suas assistentes pessoais.
Oh!
— Exatamente. Material de chantagem. Ele gosta de pegar pesado. — Christian fez uma careta e vejo confusão seguida de desgosto em seu rosto. Ele empalidece quando seu desgosto se transforma em auto-aversão. Claro, Christian gosta de pegar pesado também.
— Não faça isso. — A frase sai de minha boca antes que eu possa pará-la.
Ele aprofunda a careta.
— Não faça o quê? — Ele se tranquiliza e olha com apreensão.
— Você não é igual a ele.
Os olhos de Christian endureceram, mas ele não disse nada, confirmando que é exatamente o que ele está pensando.
— Você não é. — Minha voz é inflexível.
— Somos feitos do mesmo material.
— Não, você não é, — eu o corto, mas eu entendo porque ele acha o contrário. —Seu pai morreu em uma briga em um bar. Sua mãe bebeu até o esquecimento. Ele estava dentro e fora dos lares adotivos quando criança, dentro e fora de problemas, também, principalmente roubos de carros. Passou um tempo em um reformatório. — Me lembro da informação que Christian me revelou sobre Jack, no avião, quando fomos para Aspen.
— Vocês dois têm um passado com problemas e vocês nasceram em Detroit. É isso, Christian. —Eu coloco minhas mãos nos quadris.
— Ana, sua fé em mim é tocante, especialmente depois dos fatos que antecederam nossos últimos dias. Saberemos mais quando Welch chegar aqui. — Ele está investigando o assunto.
— Christian.
Ele me cala com um beijo.
—Basta, — ele respira e me lembro da promessa que fiz a mim mesma para não pressioná-lo para obter informações.
— E não faça beicinho, — acrescenta. — Venha. Deixe-me secar seu cabelo.
E eu sei que o assunto está encerrado.
Depois de me vestir com moletom e uma camiseta, sento-me entre as pernas de Christian enquanto ele seca o meu cabelo.
— Então Clark lhe disse alguma outra coisa enquanto eu estava inconsciente?
— Não que eu me lembre.
— Eu ouvi algumas de suas conversas.
A escova de cabelo para no meu cabelo.
— Você ouviu? — Ele pergunta, seu tom indiferente.
— Sim. Meu pai, seu pai, o detetive Clark. . . Sua mãe.
— E Kate?
— Kate estava lá?
— Em resumo, sim. Ela está brava com você, também.
Ajeito-me em seu colo.
— Pare com a porcaria de todo mundo está bravo com a Ana, ok?
— Só estou te dizendo à verdade, — Christian diz, confuso pela minha explosão.
— Sim, eu fui imprudente, mas você sabe, sua irmã estava em perigo.
Seu rosto se contrai.
— Sim. Ela estava. — Desligando o secador de cabelo, ele o coloca no chão, no lado dele da cama. Ele agarra meu queixo.
— Obrigado, — ele diz, surpreendendo-me. — Mas, sem mais temeridades. Porque da próxima vez, vou espancar você de uma forma tal, que você não irá se sentar por um mês.
Eu suspiro.
— Você não faria isso!
— Eu o faria. — Ele estava falando sério. Puta merda! — Eu tenho a permissão do seu padrasto. — Ele sorri. Ele está me provocando! Ou? Eu me lanço para ele, e ele torce para que eu caia na cama e em seus braços. Quando eu caio, dores atravessam minhas costelas e eu estremeço.
Christian empalidece.
— Comporte-se! — Ele me adverte e por um momento ele está com raiva.
— Desculpe— eu murmuro, acariciando seu rosto.
Ele fuça minha mão e a beija suavemente.
— Honestamente, Ana, você realmente não têm nenhuma consideração por sua própria segurança. — Ele puxa para cima a barra da minha camiseta e em seguida descansa seus dedos na minha barriga. Eu paro de respirar. — Não é mais apenas você — ele sussurra, arrastando a ponta dos dedos ao longo da minha cintura, acariciando a minha pele. O desejo explode inesperado, quente e pesado no meu sangue. Eu suspiro e Christian fica tenso, parando os dedos e olhando para mim. Ele move sua mão para cima e coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
— Não, — ele sussurra.
O quê?
— Não me olhe assim. Eu vi os hematomas. E a resposta é não. —Sua voz é firme e ele beija minha testa.
Eu me contorço.
— Christian, — eu imploro.
— Não. Vá para a cama. — Ele se senta.
— Cama?
— Você precisa descansar.
— Eu preciso de você.
Ele fecha os olhos e balança a cabeça como se fosse um grande gesto de vontade. Quando ele abre novamente, seus olhos estão brilhantes com a sua determinação.
— Faça o que eu digo Ana.
Estou tentada a tirar todas as minhas roupas, mas depois me lembro dos machucados e sei que não vou ganhar dessa vez.
Relutantemente, eu aceno.
— Ok. — Eu deliberadamente faço um beicinho exagerado
Ele sorri, divertido.
— Eu vou te trazer o almoço.
— Você está indo para cozinhar? — Eu quase suspiro.
Ele tem a cara de pau de rir.
— Vou aquecer alguma coisa. A Sra. Jones tem estado ocupada.
— Christian, eu vou. Eu estou bem. Caramba, eu quero sexo. Então, certamente eu posso cozinhar. — Sento-me sem jeito, tentando esconder meu estremecimento diante da ardência das minhas costelas.
— Cama! — Os olhos de Christian brilham e ele aponta para o travesseiro.
— Vêm comigo! — eu suspiro, desejando que eu estivesse usando algo um pouco mais atraente do que calça de moletom e uma camiseta.
— Ana, vá para a cama. Agora.
Eu faço uma careta, levanto-me e deixo minhas calças caírem sem cerimônia no chão, olhando para ele o tempo todo. Sua boca se contorce com humor quando ele puxa o edredom.
— Você ouviu a Dra. Singh. Ela disse descanso. — Sua voz é mais suave. Eu deslizo na cama e cruzo os braços em frustração. — Quieta — diz ele claramente se divertindo.
Minha careta se aprofunda.
O guisado de frango da Sra. Jones é, sem dúvida, um dos meus pratos favoritos. Christian come comigo, sentado de pernas cruzadas no meio da cama.
— Isso foi muito bem aquecido. — Eu sorrio e ele sorri. Eu estou cheia e com sono. Era esse plano dele?
— Você parece cansada. — Ele pega minha bandeja.
— Eu estou.
— Ótimo. Durma. — Ele me beija. — Tenho alguns trabalhos que eu preciso fazer. Eu vou fazer isso aqui se está tudo bem com você.
Concordo com a cabeça. . . Lutando uma batalha perdida com as minhas pálpebras. Eu não tinha ideia de que um guisado de frango poderia ser tão cansativo.
É entardecer, quando eu acordo. Inundações de luz rosa pálido iluminam a sala. Christian está sentado na poltrona, me observando, seus olhos cinza luminosos, na luz ambiente. Ele está segurando alguns papéis. Seu rosto está pálido.
Caramba!
— O que aconteceu de errado? — Eu pergunto imediatamente, sentando-me e ignorando minhas costelas.
— Welch acabou de sair.
Oh merda.
— E?
— Eu vivia com o filho da puta, — ele sussurra.
— Vivia? Com Jack?
Ele acena com a cabeça, os olhos arregalados.
— Vocês são parentes?
— Não. Bom Deus, não.
Eu me sento na cama e puxo o edredom, convidando-o para a cama ao meu lado e, para minha surpresa, ele não hesita. Ele arranca os sapatos e desliza ao meu lado. Ele passa um braço ao meu redor e se enrola em mim, descansando a cabeça no meu colo. Estou atordoada. O que é isso?
— Eu não entendo, — murmuro, correndo os dedos por seus cabelos e olhando para ele. Christian fecha os olhos e franze a testa. Ele está se esforçando para lembrar.
— Depois que fui encontrado com a prostituta, antes de eu ir viver com Carrick e Grace, eu estava sob os cuidados do estado de Michigan. Eu vivia em um lar adotivo. Mas eu não consigo lembrar nada sobre esse tempo.
Minha mente rebobina. Um lar adotivo? Esta é uma novidade para nós dois.
— Por quanto tempo? — Eu sussurro.
— Dois meses mais ou menos. Eu não tenho lembrança.
— Você falou com sua mãe e seu pai sobre isso?
— Não.
— Talvez você deva. Talvez eles possam preencher as lacunas.
Ele me abraça firmemente.
— Aqui. — Ele me entrega os papéis, que acabam por serem duas fotografias. Eu chego mais perto e ligo a luz de cabeceira para que eu possa examiná-los em detalhe. A primeira foto é de uma casa pobre com uma porta amarela e uma grande janela no telhado. Tem uma varanda e um jardim pequeno. É uma casa normal.
A segunda foto é de um olhar familiar. Num primeiro momento, uma simples família operária, um homem, sua esposa, eu acho, e seus filhos. Os adultos estão vestidos com deselegância, mas camisetas azuis bem lavadas. Eles devem estar em seus quarenta anos. A mulher tem cabelos loiros e o homem um cabelo bem raspado, mas ambos estão sorrindo calorosamente para a câmera. O homem tem a mão estendida sobre os ombros de uma menina adolescente mal-humorada. Eu olho para cada um dos filhos: dois meninos, gêmeos idênticos, cerca de 12 anos, ambos com cabelos loiros areia, sorrindo amplamente para a câmera; há outro menino, que é menor, com cabelo loiro-avermelhado, carrancudo, se escondendo atrás dele, um menino de cabelos cor de cobre e olhos cinza. Com os olhos arregalados e assustado, vestido com roupas que não combinam e segurando um cobertor sujo de criança.
Caralho.
— Este é você, — eu sussurro, meu coração cambaleando em minha garganta. Eu sei que Christian tinha quatro anos quando sua mãe morreu. Mas esta criança parece muito mais jovem. Ele devia estar severamente desnutrido. Eu sufoco um soluço, enquanto as lágrimas vêm para os meus olhos. Oh, meu doce Cinquenta.
Christian concorda.
— Sou eu.
— Welch trouxe essas fotos?
— Sim. Não me lembro de nada disso. — Sua voz é neutra e sem vida.
— Lembrar-se de estar com os pais adotivos? Por que deveria? Christian, foi há muito tempo. É isso que está preocupando você?
— Lembro-me de outras coisas, de antes e depois. Quando eu conheci a minha mãe e meu pai. Mas isto. . . É como se houvesse um abismo enorme.
Meu coração se contorce e entendimento chega. Meu querido controlador gosta de tudo em seu lugar e agora ele aprendeu que ele é a parte que falta de um quebra-cabeça.
— É Jack nessa foto?
— Sim, ele é o filho mais velho. — Os olhos de Christian ainda estão bem fechados e ele está se agarrando a mim como se eu fosse um bote salva-vidas. Corro os dedos por seus cabelos enquanto eu olho para o menino mais velho que olha gritantemente desafiador e arrogante, para a câmera. Eu posso ver que é Jack. Mas ele é apenas um garoto, um triste garoto com oito ou nove anos de idade, escondendo seu medo por trás de sua hostilidade. Um pensamento me ocorre.
— Quando Jack me ligou para dizer que ele tinha Mia, disse que se as coisas tivessem sido diferentes, poderia ter sido ele.
Christian fechou os olhos e tremeu.
— Filho da puta!
— Você acha que ele fez tudo isso porque os Greys adotaram você no lugar dele?
— Quem sabe? — O tom de Christian é amargo. — Eu não dou a mínima para ele.
— Talvez ele soubesse que estávamos vendo um ao outro quando eu fui para aquela entrevista de emprego. Talvez ele planejasse me seduzir o tempo todo. — A bile subiu na minha garganta.
— Eu não penso assim, — Christian murmura, seus olhos já estão abertos. — As pesquisas que fez sobre a minha família não haviam começado até uma semana ou mais depois que você começou seu trabalho na SIP. Barney sabe as datas exatas. E, Ana, ele fodeu todas as suas assistentes e gravou-as. — Christian fechou seus olhos e apertou seu abraço mais uma vez.
Suprimindo o tremor que me toma, eu tento lembrar as minhas várias conversas com Jack quando eu comecei na SIP. Eu sabia que no fundo ele era uma má notícia, mas eu ignorei todos os meus instintos. Christian está certo, eu não tenho respeito por minha própria segurança. Lembro-me da luta que houve sobre eu ir para Nova York com Jack. Puxa, eu poderia ter acabado em alguma fita de sexo sórdido. O pensamento é nauseante. E nesse momento eu me lembro das fotos mantidas por Christian de suas submissas.
Oh merda.
— Somos feitos do mesmo material.
— Não, Christian, você não é, você não é nada como ele. — Ele ainda está enrolado em volta de mim como um menino pequeno.
— Christian, eu acho que você deveria conversar com sua mãe e pai. — Eu estou relutante em movê-lo, então eu mudo e deslizo de volta para a cama até que estamos olhos nos olhos.
Um olhar perplexo cinza encontra o meu, lembrando-me da criança na fotografia.
— Deixe-me ligar para eles, — eu sussurro. Ele balança a cabeça. —Por favor. — Eu imploro. Olho Christian: a dor e a insegurança estão refletidas em seus olhos enquanto ele considera o meu pedido. Oh, Christian, por favor!
— Vou ligar, — ele sussurra.
— Ótimo. Podemos ir e vê-los juntos, ou você pode ir. O que você preferir.
— Não. Eles podem vir aqui.
— Por quê?
— Eu não quero que você vá a lugar nenhum.
— Christian, eu aguento uma viagem de carro.
— Não. — Sua voz é firme, mas ele me dá um sorriso irônico. — De qualquer forma, é sábado à noite, eles estão provavelmente em alguma festa.
— Ligue para eles. Esta notícia, obviamente, te aborreceu. Eles podem ser capazes de te dar alguma luz. — Olho para o alarme do rádio. É quase sete da noite. Ele me olha impassível por um momento.
— Tudo bem, — ele disse como se eu lhe emitisse um desafio. Sentando-se, ele pega o telefone na cabeceira.
Eu envolvo o meu braço em torno dele e descanso minha cabeça em seu peito enquanto ele faz a chamada.
— Pai? — Eu registro a surpresa que teve, quando Carrick atendeu ao telefone. —Ana está bem. Estamos em casa. Welch acabou de sair. Ele descobriu uma conexão. . . O lar adotivo em Detroit. . . Eu não lembro nada disso. — A voz de Christian é quase inaudível, enquanto ele murmura a última frase. Meu coração contrai mais uma vez. Eu o abraço, e ele aperta meu ombro.
— Sim. . . Você vai? . . . Ótimo. — Ele desliga. — Eles estão a caminho. — Ele parece surpreso, e eu percebo que ele provavelmente nunca lhes pediu ajuda.
— Ótimo. Eu deveria me vestir.
O braço de Christian aperta em torno de mim.
— Não vá.
— Ok. — Eu me aconchego ao seu lado mais uma vez, surpreendida pelo fato de que ele me disse muita coisa sobre ele mesmo, de forma voluntária.
Enquanto estamos na soleira da sala grande, Grace envolve-me gentilmente em seus braços.
— Ana, Ana, querida Ana, ela sussurra. — Salvando dois dos meus filhos. Como eu posso agradecer a você?
Eu coro, tocada e constrangida em igual medida por suas palavras. Carrick também me abraça, beijando minha testa.
Então Mia me agarra, esmagando minhas costelas. Eu suspiro e estremeço, mas ela não percebe.
— Obrigada por me salvar daqueles idiotas.
Christian fez uma carranca para ela.
— Mia! Cuidado! Ela está com dor.
— Oh! Sinto muito.
— Eu estou bem, — eu murmurro, aliviada quando ela me libera.
Ela parece bem. Impecavelmente vestida em jeans apertado preto e uma blusa rosa claro com babados. Fico feliz que eu estou vestindo meu vestido de amarrar confortável e sapatilhas. Pelo menos eu aparento estar razoavelmente apresentável.
Correndo para Christian, Mia enrola o braço em volta de sua cintura.
Sem dizer nada, ele entrega a foto à Grace. Ela suspira, a mão voando para a boca para conter sua emoção quando ela reconhece instantaneamente Christian. Carrick coloca o braço em volta dos ombros dela e, como ela, examina-a.
— Oh, querido. — Grace acaricia o rosto de Christian.
Taylor aparece.
— Sr. Grey? A senhora Kavanagh, seu irmão e o irmão dela estão chegando, senhor.
Christian olha severamente.
— Obrigado, Taylor, — ele murmura, confuso.
— Eu liguei para Elliot e disse-lhe que estávamos chegando. — Mia sorri. — É uma festa de boas-vindas.
Eu lanço um olhar simpático ao meu pobre marido tanto como Grace e Carrick, olham para Mia, exasperados.
— É melhor preparar algo para comermos juntos, — declaro. — Mia, você pode me ajudar?
— Oh, eu adoraria.
Eu a levo para a área da cozinha enquanto Christian leva seus pais para seu escritório.
Kate está furiosa e devidamente indignada comigo e com Christian, mas acima de tudo com Jack e Elizabeth.
— O que você estava pensando, Ana? — Ela grita quando me confronta na cozinha, fazendo com que todos os olhos na sala girem e olhem fixamente para mim.
— Kate, por favor. Eu recebi o mesmo sermão de todo mundo! — Eu respondo de volta. Ela olha pra mim e por um minuto eu acho que eu vou ser submetida a uma aula de como-não-sucumbir-a-sequestradores de Katherine Kavanagh , mas em vez disso ela me abraça apertado.
— Puxa, às vezes você não tem o cérebro com que nasceu, Steele, —ela sussurra. Quando beija minha bochecha, há lágrimas em seus olhos. Kate!
— Eu estava tão preocupada com você.
— Não chore. Você vai me deixar emocionada.
Ela está de volta e enxuga os olhos, envergonhada, então toma uma respiração profunda e se recompõe.
— Sendo mais positiva, nós definimos uma data para nosso casamento. Pensamos próximo mês de Maio? E é claro que eu quero que você seja minha dama de honra.
— Oh. . . Kate. . . Uau. Parabéns! — Merda — o Pequeno Blip... Junior!
— O que foi? — Ela pergunta, interpretando mal o meu alarme.
— Um. . . Estou tão feliz por você. Algumas boas notícias para variar. — Eu envolvo meus braços em torno dela e a puxo para um abraço. Merda, merda, merda. Quando é a data do Bebê? Mentalmente eu calculo minha data. Dra. Greene disse que eu tinha quatro ou cinco semanas. Então, em algum momento de maio? Merda.
Elliot me dá um copo de champanhe.
Oh. Merda.
Christian sai de seu escritório, pálido e segue seus pais na grande sala. Seus olhos se arregalam quando ele vê o copo na mão.
— Kate, — ele cumprimenta-a friamente.
— Christian. — Ela é tão legal. Eu suspiro.
— Seus remédios, Sra. Grey. — Ele olha o copo na minha mão.
Eu estreito meus olhos. Droga. Eu quero uma bebida. Grace sorri quando ela se junta a mim na cozinha, pegando um copo da mão de Elliot no caminho.
— Um gole vai bem, — ela sussurra com uma piscadela cúmplice para mim e levanta o copo para brindar com o meu. Christian faz uma carranca para nós, até que Elliot o distrai com a notícia da última partida entre os Mariners e os Rangers.
Carrick se junta a nós, colocando os braços em torno de nós duas, e beija a bochecha de Grace, antes de ela ingressar com Mia no sofá.
— Como ele está? — Eu sussurro para Carrick quando eu e ele ficamos na cozinha assistindo a família no sofá. Vejo com surpresa que Mia e Ethan estão de mãos dadas.
— Abalado, — Carrick murmura para mim, franzindo a testa, o rosto sério. — Ele se lembra muito de sua vida com sua mãe biológica; muitas coisas que eu gostaria que ele não o fizesse. Mas isso — Ele para. — Espero que tenhamos ajudado. Fico feliz que ele nos chamou. Ele disse que você disse para ele fazer isso. — O olhar de Carrick amolece. Eu dou de ombros e tomo um gole de champanhe apressada.
— Você é muito boa para ele. Ele não ouve ninguém.
Eu franzo a testa. Eu não acho que isso é verdade. O fantasma indesejado da Troll Vadia paira na minha mente. Eu sei que Christian conversa com Grace, também. Eu o ouvi. Mais uma vez eu me sinto frustrada por tentar lembrar as conversas no hospital.
— Venha sentar-se, Ana. Você parece cansada. Tenho certeza que você não estava esperando todos nós aqui esta noite.
— É ótimo ver todo mundo. — Eu sorrio. Porque é verdade, é ótimo. Eu sou apenas uma criança que se casou em uma família grande e unida e eu adoro isso. Eu me aconchego ao lado de Christian.
— Um gole, — ele sussurra para mim e me tira o copo da minha mão.
— Sim, senhor. — Eu bato meus cílios, desarmando-o completamente. Ele coloca o braço em volta dos meus ombros e volta a sua conversa de beisebol com Elliot e Ethan.
— Meus pais pensam que você é uma santa, — Christian murmura enquanto ele tira sua camiseta.
Estou enrolada na cama assistindo o show.
— Que bom que você pensa de forma diferente. — Eu bufo.
— Oh, eu não sei. — Ele desliza para fora da calça jeans.
— Será que eles preencheram as lacunas para você?
— Algumas. Eu vivi com os Colliers por dois meses, enquanto a mamãe e o papai esperavam a papelada. Eles já tinham sido aprovados para adoção por causa de Elliot, mas a espera era exigida por lei para ver se eu tinha algum parente vivo que quisesse me reivindicar.
— Como você se sente sobre isso? — Eu sussurro.
Ele franze a testa.
— Sobre não ter parentes vivos? Que se fodam. Se eles eram qualquer coisa como a prostituta drogada. . . — Ele balança a cabeça em desgosto.
Oh, Christian! Você era uma criança e você amava sua mãe.
Ele coloca o pijama, sobe na cama e me puxa delicadamente em seus braços.
— As coisas estão voltando. Eu me lembro da comida. Sra. Collier sabia cozinhar. E pelo menos agora sabemos por que o filho da puta é tão ligado na minha família. — Ele passa a mão livre pelos cabelos. — Porra! —
Diz ele de repente voltando-se para olhar para mim.
— O quê?
— Agora faz sentido! — Seus olhos estão cheios de fiança.
— O quê?
— Bebê Pássaro. A Sra. Collier costumava me chamar de Bebê Pássaro.
Eu franzo a testa.
— Isso faz sentido?
— O bilhete, — ele diz olhando para mim. — O bilhete do resgate que o filho da puta deixou. Foi algo como “Você sabe quem eu sou? Porque eu sei quem você é Bebê Pássaro.”
Isso não faz nenhum sentido para mim.
— É de um livro infantil. Cristo. Os Colliers tinham. Ele era chamado. . . “Você é minha mãe?” Merda. — Seus olhos se arregalam. — Eu amava esse livro.
Oh. Eu sei qual é o livro. Meu coração acelera...Cinquenta!
— Sra. Collier costumava ler para mim.
Eu estou perdida sobre o que dizer.
— Cristo. Ele sabia. . . O Filho da puta sabia.
— Você vai contar para a polícia?
— Sim. Eu vou. Cristo sabe o que Clark vai fazer com essa informação. — Christian balança a cabeça como se tentasse limpar seus pensamentos. — De qualquer forma, obrigado por esta noite.
Uau. Mudança de marcha. — Pelo quê?
— Reunindo a minha família.
— Não me agradeça, agradeça a Mia e a Sra. Jones. Ela mantém a despensa bem abastecida.
Ele balança a cabeça como se estivesse em exasperação. Para mim? Por quê?
— Como você está sentindo, Sra. Grey?
— Ótima. Como você está se sentindo?
— Eu estou bem. — Ele franze a testa. . . Não entendendo a minha preocupação.
Oh. . . Nesse caso. Eu arrasto os dedos para baixo, até seu estômago, indo para sua trilha da felicidade.
Ele ri e pega a minha mão.
— Oh, não. Não tenha ideas.
Eu amuo, e ele suspira.
— Ana, Ana, Ana, o que vou fazer com você?— Ele beija o meu cabelo.
—Eu tenho algumas ideias. — Eu me contorço ao lado dele e estremeço quando a dor irradia através da minha parte superior do corpo
— Bebê, já que você está bem o suficiente. Além disso, tenho uma história de dormir para você.
Oh?
— Você queria saber. . . — Ele trilha fora, fecha os olhos.
Todo o cabelo no meu corpo em pé. Merda.
Ele começa com uma voz suave.
— Imagine isso, um adolescente procurando ganhar algum dinheiro extra para que ele possa continuar o seu hábito de beber em segredo. — Ele se desloca para o lado de modo que estamos deitados encarando um ao outro e ele está olhando nos meus olhos.
— Então, eu estava no quintal dos Lincoln’s, limpando cascalhos e lixo do jardim que o Sr. Lincoln havia apenas adicionado à sua casa. . .
Puta merda. . . Ele está falando.
Eu mal posso respirar. Eu quero ouvir isso? Christian fecha os olhos e engole. Quando ele abre de novo, eles estão brilhantes, mas diferente, cheio de memórias perturbadoras.
— Foi num dia quente, de verão. Eu estava trabalhando duro. — Ele suspira e balança a cabeça, de repente divertido. — Era um trabalho árduo, retirar os escombros do jardim. Eu estava trabalhando, e Sra. Lincoln apareceu do nada e me trouxe uma limonada. Tivemos uma pequena conversa, e eu fiz algum comentário atrevido. . . e ela me deu um tapa. Ela me deu um tapa muito forte. — Inconscientemente, sua mão se move e ele acaricia seu rosto, seus olhos nublando com a memória. Puta merda!
— Então ela me beijou. E quando ela terminou, ela me deu outro tapa. — Ele pisca confuso, mesmo depois de todo esse tempo. — Eu nunca havia beijado antes ou apanhado assim.
Oh. Ela deu em cima de um menino...
— Você quer ouvir isso? — Christian pergunta.
Sim. . . Não. . .
— Apenas me conte. — Minha voz é baixa e eu estou deitada de frente para ele, minha mente confusa.
— Eu estou tentando de te dar um contexto.
Eu aceno com a cabeça, de forma a encorajá-lo. Mas eu percebo que ele parece uma estátua, congelada e de olhos arregalados com o choque.
Ele franze o cenho, os olhos procurando os meus, tentando avaliar minha reação. Então ele vira de costas e olha para o teto.
— Bem, naturalmente, eu estava confuso e irritado, e cheio de tesão, eu quero dizer, muito quente, uma mulher mais velha vem para você assim — Ele balança a cabeça, como se ele ainda não pudesse acreditar.
Quente? Eu me sinto enjoada.
—Ela voltou para dentro de casa, deixando-me no quintal. Ela agiu como se nada tivesse acontecido.
Eu estava muito confuso. Então eu voltei para o trabalho, carregando os escombros para o lixo.
— Quando saí naquela noite, ela me pediu para voltar no dia seguinte. Ela não mencionou o que havia acontecido. Assim, no dia seguinte, voltei. Eu mal podia esperar para vê-la de novo, — ele sussurrou como se fosse uma confissão sombria. . . o que realmente é.
— Ela não me tocou quando me beijou, — ele murmura e vira a cabeça para olhar para mim. — Você tem que entender. . . minha vida era um inferno na terra. Foi duro com 15 anos de idade, alto para a minha idade, os hormônios em fúria. As meninas do colégio... — Ele para, mas eu tinha capturado a imagem: um adolescente com medo, solitário, mas atraente.
Meu coração dispara.
— Eu estava com raiva, fodidamente irritado com todos, comigo, com meus pais. Eu não tinha amigos. Meu terapeuta na época era um babaca total. Meus pais me mantinham numa linha curta, eles não entendiam — Ele olha de volta para o teto e passa a mão pelo cabelo. Eu me contenho para não correr meus dedos por seu cabelo, também, mas fico quieta.
— Eu simplesmente não podia suportar alguém me tocando. Eu não podia. Não podia suportar qualquer um perto de mim. Eu costumava lutar. . . merda, eu lutava. Entrei em algumas brigas horríveis. Cheguei a ser expulso de várias escolas. Mas era uma forma de desabafar. De tolerar algum tipo de contato físico. — Ele pára novamente. — Bem, essa é a ideia. E quando ela me beijou, ela só pegou meu rosto. Ela não me tocou. — Sua voz é quase inaudível.
Ela deve ter sabido disso. Talvez Grace tivesse dito. Oh, meu pobre Cinquenta. Eu dobro minhas mãos sob meu travesseiro e descanso minha cabeça sobre ele, a fim de resistir à vontade de abraçá-lo.
— Bem, no dia seguinte eu voltei para a casa, não sabendo o que esperar.
E eu vou poupar os detalhes sórdidos, mas foi mais do mesmo. É foi assim como a nossa relação começou.
Oh, porra, isso é doloroso de ouvir.
Ele muda novamente virando de lado e fica de frente para mim.
— E sabe de uma coisa Ana. Meu mundo entrou nos trilhos. Nítido e claro. Tudo. Era exatamente o que eu precisava. Ela era um respiro de ar fresco. Tomando as decisões, levando toda essa merda de mim, me deixando respirar.
Puta merda.
— E mesmo quando tudo acabou, meu mundo ficou em foco por causa dela. E ficou assim até eu conhecer você.
Inferno! O que se supõe que eu diga sobre isso? Tento colocar uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
— Você virou o meu mundo de cabeça para baixo. — Ele fecha os olhos, e quando ele abre novamente, eles estão crus. — Meu mundo sempre foi ordenado, calmo e controlado, então você entrou na minha vida com a sua boca inteligente, sua inocência, sua beleza e sua ousadia. . . e tudo antes de você era apenas chato, vazio, medíocre. . . Eu não era nada.
Oh, meu Deus.
— Eu me apaixonei, — ele sussurra.
Eu paro de respirar. Ele acaricia minha bochecha.
— Assim como eu, — murmuro com o pouco fôlego que me resta.
Seus olhos amolecem.
— Eu sei, — ele diz.
— Você sabe?
— Sim.
Aleluia! Eu sorrio timidamente para ele.
— Finalmente, — eu sussurro.
Ele acena com a cabeça.
— E isso põe uma nova perspectiva para mim. Quando eu era mais jovem, Elena era o centro do meu mundo. Não havia nada que eu não faria para estar com ela. E ela fez muito por mim. Ela me fez parar de beber. Me fez estudar na escola... Você sabe, ela me deu um mecanismo de defesa que eu não tinha antes, me permitiu experimentar coisas que eu nunca pensei que eu pudesse.
— Toque, — eu sussurro.
Ele acena com a cabeça.
— Depois minha imagem.
Eu franzo a testa, imaginando o que isso significa.
Ele hesita com a minha reação.
Diga-me! Eu indico.
— Se você crescer com uma imagem totalmente negativa, pensando que é algum tipo de ser rejeitado, um selvagem indigno de amor, você acha que merece ser punido.
Christian. . . você não é nenhuma dessas coisas.
Ele faz uma pausa e passa a mão pelo cabelo.
— Ana, é mais fácil suportar a dor. . . — Novamente, outra confissão.
Oh.
— Ela canalizou a minha raiva. — Pressiona os lábios em uma linha sombria.
— Sobretudo a interna, percebo isso agora. Dr. Flynn conversou muito sobre isso. Foi só recentemente que eu vi a nossa relação no que era. Você sabe... no meu aniversário.
Eu tremo com a memória indesejada de Elena e Christian em seu aniversário.
— Para ela nosso relacionamento era somente sexo e controle, e uma mulher solitária buscando alguma classe de diversão, com seu menino de brinquedo.
— Mas você gosta de controle, — eu sussurro.
— Sim. Eu. Eu sempre vou gostar Ana. Esse sou eu. Eu me rendi, durante um tempo. Deixar alguém tomar todas as minhas decisões por mim. Eu não poderia fazer isso naquela época, não me sentia apto para isso. Mas, através de minha submissão a ela, eu me encontrei e descobri a força para tomar conta da minha vida. . . assumir o controle e tomar minhas próprias decisões.
— Tornar-se um dominador?
— Sim.
— Sua decisão?
— Sim.
— Deixar Harvard?
— Minha decisão, e foi a melhor decisão que já tomei. Até que eu conheci você.
— Eu?
— Sim. — Seus lábios contorcem em um sorriso suave. — A melhor decisão que já tomei foi de casar com você.
Oh meu Deus.
— Não foi começar a sua empresa?
Ele balança a cabeça.
— Não foi aprender a voar?
Ele balança a cabeça.
— Você, — ele fala. Ele acaricia o meu rosto com o nó dos dedos. —Ela sabia, — ele sussurra.
Eu franzo a testa.
— Ela sabia o que?
— Que eu estava loucamente apaixonado por você. Ela me incentivou a ir até a Geórgia para vê-la, e eu estou feliz que o fez. Ela pensou que você tinha se assustado e que havia me deixado. Como o fizeste.
Empalideço. Eu prefiro não pensar nisso.
— Ela pensou que eu precisava de todas as armadilhas do estilo de vida que eu gostava.
— A dominação, — eu sussurro.
Ele acena com a cabeça.
— Permitia-me manter todo mundo afastado, me dava controle, e me mantinha isolado, ou era assim que eu pensava. Tenho certeza que você sabe o porquê —, acrescenta suavemente.
— Sua mãe biológica?
— Eu não queria me machucar novamente. E então você me deixou. — Suas palavras são sussurradas. — E estava feito o desastre.
Oh, não
— Eu evitei a intimidade por tanto tempo, que não sei como fazer isso.
— Você está indo bem, — murmuro. Com meus dedos, acaricio seus lábios. Ele me da um beijo suave. Ele está se abrindo comigo.
— Você sente falta?— Eu sussurro.
— Falta?
— Do estilo de vida.
— Sim, eu sinto.
Oh!
— Mas só na medida em que eu não perca o controle. E, francamente, sua estupidez — ele para — salvou a minha irmã, — ele sussurra, suas palavras cheias de alívio, admiração e descrença. — E sabe como eu sei?
— Saber?
— Que realmente me ama.
Eu franzo a testa.
— O sabes?
— Sim. Porque você arriscou muito. . . por mim, por minha família.
Faço uma carranca. Ele se aproxima mais e traça o seu dedo acima do meu nariz, bem no meio da minha testa.
— Você tem um V aqui quando você franze o cenho, — ele murmura. — É muito macio para beijar. Eu posso me comportar tão mal.. . e ainda assim você está aqui.
— Por que você está surpreso que eu ainda esteja aqui? Eu disse que não ia deixar você.
— Por causa da maneira que eu me comportei quando você me disse que estava grávida.
Ele corre o dedo no meu rosto.
— Você estava certo. Eu sou um adolescente.
Oh merda. . . Eu disse isso.
Meu subconsciente me olha espantado. Seu médico lhe disse isso!
— Christian, eu disse coisas horríveis. — Ele coloca o dedo indicador sobre os lábios.
— Silêncio. Eu merecia ouvir. Além disto, é a minha história para dormir. — Ele rola de costas novamente.
— Quando você me disse que estava grávida — Ele para. — Eu pensei que seria só eu e você por um tempo. Eu considerava filhos, mas apenas no abstrato. Eu tinha essa vaga ideia que teríamos um filho em algum momento no futuro.
Apenas um? Não. . . Não... apenas uma criança. Não só um.
Talvez agora não seja o melhor momento para falar sobre isso.
— Você é tão jovem ainda, e eu sei que você é um pouco ambiciosa.
Ambiciosa? Eu?
— Bem, você puxou meu chão. Cristo, foi totalmente inesperado. Nunca em um milhão de anos, quando eu lhe perguntei o que estava errado, eu esperava que você me dissesse que estava grávida. — Ele suspira. — Eu estava furioso contigo. Bravo comigo. Bravo com todos. E isso trouxe á tona, esse sentimento de não estar no controle. Eu tinha que sair. Fui ver Flynn, mas ele estava numa festa na escola, dos pais. — Christian pausa e arqueia a sobrancelha.
— Que irônico, — eu sussurro. Christian sorri concordando.
— Então, eu caminhei e caminhei e caminhei, e simplesmente eu. . . encontrei-me no salão. Elena estava saindo. Ela ficou surpresa ao me ver. E, verdade seja dita, eu estava surpreso de estar lá. Ela percebeu que eu estava furioso e me perguntou se eu queria uma bebida.
Oh merda. Chegamos, ao ponto X da questão. Meu coração bate muito forte. Eu realmente quero saber isso? Meu subconsciente me olha, uma sobrancelha levantada me avisando.
— Fomos num bar tranquilo e bebemos uma garrafa de vinho. Ela pediu desculpas pela maneira como ela se comportou na última vez que ela nos viu. Ela estava magoada por minha mãe ter cortado relações com ela, por não fazer mais parte do nosso estreito círculo social, mas ela entendeu. Nós conversamos sobre o negócio, que está indo bem, apesar da recessão. . . Eu mencionei que você queria filhos.
Eu franzo a testa.
— Eu pensei que você havia dito que eu estava grávida.
Ele me observa, com um rosto inocente.
— Não, não fiz.
— Por que você não me disse isso?
Ele dá de ombros.
— Eu nunca tive a chance.
— Sim, você teve.
— Eu não poderia encontrá-la na manhã seguinte, Ana. E quando o fiz, você estava com muita raiva de mim. . .
Oh, sim.
— Eu estava.
— De qualquer forma, em algum momento da noite, aproximadamente na metadee da segunda garrafa, ela se inclinou para me tocar. E eu congelei, — ele sussurra, jogando o braço sobre os olhos.
Meu couro cabeludo se arrepiou. Que?
—Ela viu que eu me afastei dela. Isso nos chocou. — Sua voz é baixa, muito baixa.
Christian olha para mim! Eu puxo seu braço, e virou-o para observar seu rosto. Merda. Seu rosto está pálido, os olhos arregalados.
— Quê? — Eu respiro.
Ele franze o cenho, e silencia.
Oh. . . o que ele não quer me dizer? Eu quero saber?
— Ela avançou sobre mim. — Ele está chocado, eu posso dizer.
Todo o ar é sugado do meu corpo. Sinto-me sem fôlego, e eu acho que meu coração parou. Essa puta, safada!
—Foi um momento, suspenso no tempo. Ela viu minha expressão, e ela percebeu quão longe ela cruzou a linha. , Eu disse. . . que não, que eu não pensava nela como pensei por anos, e, além disso, — ele engole — Eu te amo. Eu disse a ela, que amava minha esposa.
Eu olho para ele. Eu não sei o que dizer.
— Ela se afastou logo, e depois pediu desculpas novamente, fez parecer uma piada. Eu quero dizer, ela disse que está feliz com Isaac e com o negócio e ela não deseja o mal para nós dois. Ela disse que sentia falta da minha amizade, mas ela podia ver que minha vida é agora com você. E por mais estranho que fosse, dado o que aconteceu, e por estarmos no mesmo ambiente. Eu não poderia passar mais tempo com ela. Nós nos despedimos e no fim, eu disse que não voltaria a vê-la, e ela seguiu seu caminho.
Eu engulo, sinto uma pressão no meu coração.
— Você a beijou?
— Não, — ele grunhe. — Eu não poderia suportar estar tão perto dela.
Oh. Bom.
— Eu estava muito infeliz. Eu queria voltar para casa... para você. Mas... Eu sabia que tinha me comportado mal. Eu fiquei e terminei a garrafa, em seguida, comecei o bourbon. Enquanto eu estava bebendo, eu me lembrei quando você disse, “Se fosse com seu filho...” E eu comecei a pensar sobre Elena, sobre Junior e sobre o que fizemos. E isso fez me sentir. . . desconfortável. Eu nunca tinha pensado nisso assim antes.
Lembranças surgem da minha mente, uma conversa sussurrada, quando eu estava inconsciente, quando Christian falou a Grace:
— Mas vê-la, finalmente, me deu outra perspectiva. Você sabe. . . com a criança. Pela primeira vez eu senti. . . O que nós fizemos. . . que estava errado. — Ele tinha falado com Grace.
— Isso é tudo?
— Praticamente.
— Oh.
— Oh?
— Acabou?
— Sim. Desde que eu coloquei os olhos em você, tudo terminou. Eu finalmente percebi naquela noite e ela também.
— Eu sinto muito, — murmuro.
Ele franze o cenho.
— Sobre?
— Por estar tão irritada no dia seguinte.
Ele arfa.
— Baby, eu entendo sua irritação. — Ele faz uma pausa, em seguida, suspira. — Você vê Ana, eu quero que você seja minha. Eu não quero dividir você. O que temos, eu nunca tive antes. Eu quero ser o centro do seu universo, por um tempo, pelo menos.
Oh, Christian.
— Você é. Isso não vai mudar.
Ele me dá um indulgente, sorriso triste e resignado.
— Ana, — ele sussurra. — Isso simplesmente não é verdade.
Lágrimas inundam meus olhos.
— Como pode sê-lo? — Ele murmura.
Oh, não
— Merda, não chore, Ana. Por favor, não chore. — Ele acaricia meu rosto.
— Sinto muito. — Meu lábio inferior treme, e ele esfrega o polegar sobre ele me acalmando,
— Não, Ana, não, não se desculpe. Você vai ter alguém para amar também. E você está certa. É assim que deve ser.
— Blip vai te amar, também. Vai ser o centro do mundo Blip Junior, - eu sussurro. — As crianças amam seus pais incondicionalmente, Christian. É assim que eles veem o mundo. Programados para amar. Todos os bebês. . . inclusive você. Pense num livro infantil que você gostava quando era pequeno.
Todavia você ainda amava sua mãe. Você a amava.
Ele franze o cenho e retira a mão, esfregando contra o queixo
— Não, — ele sussurra.
— Sim. Você amava. — Minhas lágrimas fluem livremente agora. — É claro que você amava. Não era por opção. É por isso que você ainda está tão ferido.
Ele olha para mim, sua expressão muda.
— É por isso que você pode me amar, — murmuro. — Perdoe-a. Ela teve seu próprio mundo de dor para lidar. Ela era uma mãe de merda, e a amava.
Ele me encara fixamente, sem dizer nada, os olhos encantados, por lembranças, que eu não posso compreender.
Oh, por favor, não pare de falar.
Finalmente ele diz, — Eu costumava escovar seu cabelo. Ela era bonita.
— Basta olhar para você e ninguém tem dúvida de que ela era.
— Ela era uma mãe de merda. — Sua voz é quase inaudível.
Concordo com a cabeça e ele fecha os olhos.
— Eu estou com medo de ser um pai de merda.
Eu acaricio seu rosto! Querido. Oh, meu Cinquenta...
— Christian, você pensa que eu deixaria você ser um pai de merda?
Ele abre os olhos e olha para mim, sinto como se fosse uma eternidade. Ele sorri e o alívio lentamente ilumina seu rosto.
— Não, eu não acho que você deixaria. — Ele acaricia meu rosto com as costas de seus dedos, me olhando com admiração. — Deus, você é forte, Sra. Grey. Eu te amo muito. —Ele beija minha testa. — Eu não sabia que eu podia.
— Oh, Christian,— Eu sussurro, tentando conter minhas emoções.
— Agora, esse é o fim de sua história para dormir.
— Essa é uma história de cabeceira. . .
Ele sorri com melancolia, mas eu acho que ele está aliviado.
— Como está sua cabeça?
— Minha cabeça? — Na verdade, ela está prestes a explodir com tudo o que você me disse.
— Dói?
— Não.
— Ótimo. Acho que você deveria dormir agora.
Dormir! Como posso dormir depois de tudo?
— Durma, — ele diz com firmeza. — Você precisa disso.
Eu faço beicinho.
— Eu tenho uma pergunta.
— Oh? O que? — Ele me olha com cautela.
— Por que você de repente se tornou tão. . . acessível, por falta de uma palavra melhor?
Ele franze o cenho.
— Você está me dizendo tudo isso, quando para obter uma informação de você, é normalmente uma experiência muito angustiante e cansativa.
— É mesmo?
— Você sabe o que é.
— Por que eu estou sendo tão acessível? Eu não posso te dizer. Vendo você praticamente morta no concreto frio, talvez. O fato que vou ser pai. Eu não sei. Você disse que você queria saber, e eu não quero que Elena fique entre nós. Ela não pode. Ela é o passado, e eu já disse isso a você tantas vezes.
— Se ela não tivesse avançado em você. . . vocês ainda seriam amigos?
— Isso é mais do que uma pergunta.
— Desculpe. Você não tem que me dizer. — Eu coro. — Você já me deu mais do que eu imaginei.
Seu olhar amolece.
— Não, eu não acho, mas eu sentia como se tivéssemos um assunto pendente desde meu aniversário. Ela ultrapassou os limites, e acabou. Por favor, acredite em mim. Eu não vou voltar a vê-la. Você disse que ela é um limite duro para você. E algo que eu entendo, — ele diz com sinceridade e calma.
Esta bem. Eu vou deixar isso para lá. Meu subconsciente afunda em sua poltrona.
Finalmente!
— Boa Noite, Christian. Obrigada pela esclarecedora história de dormir. —Eu me inclino para beijá-lo, e nossos lábios se tocam brevemente, mas ele se afasta quando tento aprofundar o beijo.
— Não, — ele sussurra. — Estou desesperado para fazer amor com você.
— Então faça.
— Não, você precisa descansar, e já é tarde. Vá dormir. — Ele desliga a luz de cabeceira, mergulhando-nos na escuridão.
— Eu te amo incondicionalmente, Christian—, murmuro enquanto o envolvo num abraço.
— Eu sei, — ele sussurra, e eu sinto seu sorriso tímido.
Eu acordo com um sobressalto. A luz está inundando o quarto, e Christian não está na cama. Olho para o relógio e são 7:53. Eu respiro fundo e faço uma cara feia quando minhas costelas doem, embora não tanto como ontem. Acho que eu poderia ir trabalhar. Trabalhar - Sim. Eu quero ir para o trabalho.
É segunda-feira, e eu passei todo o dia de ontem descansando sobre a cama. Christian saiu rapidamente para ver Ray. Honestamente, ele ainda é um maníaco por controle. Eu sorrio com carinho. Meu maníaco por controle. Ele tem sido atencioso, carinhoso e conversador. . . e “mãos-fora” desde que eu cheguei em casa. Eu faço uma carranca. Vou ter que fazer algo sobre isso. Minha cabeça não dói, a dor em torno de minhas costelas diminuiu, ainda que, rir tem que ser feita com cautela, mas me sinto frustrada. Eu acho que é o tempo mais longo que eu não faço sexo desde. . . bem, minha primeira vez.
Eu acho que nós dois recuperamos nosso equilíbrio. Christian está muito mais relaxado, sua história de dormir parece ter colocado alguns fantasmas para descansar, para ele e para mim. Vamos ver.
Tomo banho rapidamente, e uma vez que estou seca, examino cuidadosamente minhas roupas. Eu quero algo sexy. Algo que poderia impulsionar a ação de Christian. Quem teria pensado que um homem tão insaciável poderia ter tanto autocontrole? Eu realmente não quero refletir sobre como Christian aprendeu a disciplinar seu corpo. Ainda não falamos da cadela-Troll desde sua confissão. Espero que nunca o façamos. Para mim ela está morta e enterrada.
Eu escolho uma saia preta quase indecentemente de tão curta que é, e uma blusa de seda branca. Eu deslizo meias calças alta com encaixes superiores e sapatos altos negros da Louboutin[13]. Um pouco de rímel e brilho labial, para dar uma aparência natural, e depois de uma feroz escovação, eu deixo meu cabelo solto. Sim. Isso deve fazê-lo.
Christian está comendo no bar. Sua garfada de omelete pára no ar quando me vê. Ele franze a testa.
— Bom dia, Sra. Grey. Vai a algum lugar?
— Trabalho. — Eu sorrio docemente.
— Eu acho que não. — Christian bufa com escárnio divertido. — A Dra. Singh disse uma semana de repouso.
— Christian, eu não vou passar o dia na cama descansando sozinha. Então, posso muito bem ir trabalhar. Bom dia, Gail.
— Sra. Grey. — Sra. Jones tenta esconder um sorriso. — Gostaria de um café da manhã?
— Por favor.
— Granola?
— Eu prefiro ovos mexidos com torradas de trigo integral.
A Sra. Jones sorri e Christian registra sua surpresa.
— Muito bom, Sra. Grey, — Sra. Jones diz.
— Ana, você não está indo trabalhar.
— Mas.
— Não. É simples. Não discuta. — Christian é inflexível. Eu lhe dou um olhar enfurecido, e só então percebo que ele está usando suas calças de pijama e camiseta que ele estava usando na noite passada.
— Você está indo para o trabalho? — Eu pergunto.
— Não.
Estou ficando louca?
— É segunda-feira, certo?
Ele sorri.
— Na última vez que eu olhei.
Eu estreito meus olhos.
— Você está se fazendo de doente para faltar ao trabalho?
— Eu não estou te deixando aqui sozinha, para você se meter em apuros. E a Dra. Singh disse que você ficaria uma semana de repouso, sem trabalho. Lembra-se?
Eu deslizo sobre um banquinho de bar ao lado dele e levanto minha saia um pouco. A Sra. Jones coloca uma xícara de chá diante de mim.
— Você está bonita, — Christian diz. Cruzo as pernas. — Muito bonita. Especialmente aqui. — Ele traça um dedo sobre a pele nua de minhas coxas. Meu pulso acelera enquanto seu dedo corre pela minha pele. — Essa saia é muito curta, — ele murmura, a desaprovação vaga em sua voz enquanto seus olhos seguem o dedo.
— É? Eu não tinha notado.
Christian olha para mim, a boca torcida num sorriso divertido ainda exasperado.
— Realmente, Sra. Grey?
Eu coro.
— Eu não tenho certeza se essa roupa é adequada para o local de trabalho, — ele murmura.
— Bem, já que eu não estou indo para o trabalho, isso é um ponto discutível.
— Discutível?
— Discutível, — eu digo.
Christian sorri novamente e continua comendo sua omelete.
— Eu tenho uma ideia melhor.
— Você tem?
Ele olha para mim através de seus longos cílios, seus olhos cinza escurecendo. Eu inalo fortemente. Oh, meu Deus. Já era hora.
— Podemos ir ver como Elliot está deixando a casa.
O quê? Oh! Que engano! Lembro-me vagamente que devíamos ter feito isso antes de Ray ser ferido.
— Eu adoraria.
— Bom. — Ele sorri.
— Você não tem que trabalhar?
— Não. Ros está de volta de Taiwan. Tudo correu bem. Hoje, tudo está bem.
— Eu pensei que você estava indo para Taiwan.
Ele bufa novamente.
— Ana, você estava no hospital.
— Oh.
— Sim, oh. Então, hoje eu estou gastando algum tempo de qualidade com minha esposa. — Ele estala os lábios, enquanto toma um gole de café.
— Tempo de qualidade? — Eu não posso disfarçar a esperança na minha voz.
A Sra. Jones coloca meus ovos mexidos na frente de mim, mais uma vez falhando em esconder o seu sorriso.
Christian sorri.
— Tempo de qualidade. — Ele acena com a cabeça.
Estou com muita fome para continuar a flertar com meu marido.
— É bom ver você comer, — ele murmura. Levantando-se, se inclina e beija meus cabelos. — Vou tomar banho.
— Um. . . eu posso ir e esfregar suas costas? — Eu murmuro através de uma boca cheia de pão e ovos mexidos.
— Não. Coma.
Saindo da mesa de café da manhã, ele puxa a camiseta sobre a cabeça, me torturando com a visão de seus ombros finamente esculpidos e costas nuas enquanto ele sai da grande sala. Eu paro de mastigar. Ele está fazendo isso de propósito. Por quê?
Ray está de bom humor. O Sr Rodriguez o está visitando também. Os dois estão sentados na frente da enorme televisão de tela plana no quarto de Ray. Eu suspeito que Christian tenha algo a ver com isso. Nós os deixamos assistindo as novidades do esporte para o próximo final de semana.
Christian está relaxado dirigindo para o norte. Ele tem estado assim desde “a conversa”. É como se um peso fosse retirado; A sombra da Sra. Robinson já não paira sobre nós, talvez porque eu decidi deixá-la ir ou porque ele deixou, eu não sei. Mas eu me sinto mais perto dele agora do que jamais estive antes. Talvez porque ele finalmente confiou em mim. Espero que ele continue a fazê-lo. E ele está aceitando mais o bebê também. Ele não saiu e comprou um berço, mas eu tenho grandes esperanças.
Eu olho para ele, babando-o enquanto ele dirige. Ele parece casual, legal. . . sexy com seu cabelo desgrenhado, Ray-Ban, casaco de giz, camisa branca de linho e jeans.
Ele olha para mim e aperta minha perna acima do joelho, os dedos acariciando suavemente.
— Estou feliz que você não se trocou.
Eu coloquei uma jaqueta jeans e troquei os sapatos por chinelos, mas ainda estou vestindo a saia curta. Sua mão permanece acima do meu joelho. Eu coloco minha mão sobre a dele.
— Você vai continuar a provocar-me?
— Talvez. — Christian sorri.
— Por quê?
— Porque eu posso. — Ele sorri, mais menino que nunca.
— Dois podem jogar nesse jogo, — eu sussurro.
Seus dedos se movem lentamente até minha coxa.
— Mande ver, Sra. Grey.— Seu sorriso se amplia.
Eu pego sua mão e a coloco de volta em seu joelho.
— Bem, você pode manter suas mãos em si mesmo.
Ele sorri.
— Como quiser Sra. Grey.
Droga. Este jogo vai se voltar contra mim.
Christian fica na calçada da nossa casa nova. Ele para no teclado e digita um número, e os ornamentados portões de metal branco se abrem. Nós subimos ruidosamente pela trilha arborizada sob as folhas que são uma mistura de verde, amarelo e cobre polido. A grama alta no prado está virando ouro, mas ainda há algumas poucas flores amarelas espalhadas entre a grama. É um dia bonito. O sol está brilhando, e o cheiro do próximo outono se aproxima. Este é um lugar tranquilo e bonito. E pensar que nós vamos fazer o nosso lar aqui.
A trilha faz uma curva, e nossa casa fica à vista. Vários caminhões grandes, com laterais estampadas Grey Construction, estão estacionados na frente. A casa é decorada em andaimes, e vários operários com capacetes estão ocupados no telhado.
Christian para ao lado do pórtico e desliga o motor. Eu posso sentir sua excitação.
— Vamos encontrar Elliot.
— Ele está aqui?
— Eu espero que sim. Eu estou pagando o suficiente.
Eu dou risada, e Christian sorri enquanto nós saímos do carro.
— Ei, mano! — Elliot grita de algum lugar. Nós olhamos ao redor.
— Aqui em cima! — Ele está em cima do telhado, acenando para baixo para nós e sorrindo de orelha a orelha. — Já estava na hora de os vermos aqui. Fique onde está. Eu descerei.
Olho para Christian, que encolhe os ombros. Poucos minutos depois, Elliot aparece na porta da frente.
— Ei, mano. — Ele aperta a mão de Christian. — E como vai você, mocinha?— Ele me pega e me balança ao redor.
— Melhor, obrigada, — eu rio sem fôlego, minhas costelas protestando. Christian olha severo para ele, mas Elliot ignora.
— Vamos ir até o escritório. Você vai precisar de um desses. — Ele bate em seu capacete.
A casa é uma concha. Os andares estão cobertos de um material fibroso duro que parece aniagem; algumas das paredes originais desapareceram e novas tomaram seu lugar. Elliot nos conduz, explicando o que está acontecendo, enquanto os homens e algumas mulheres trabalham em todos os lugares ao nosso redor. Estou aliviada ao ver a escadaria de pedra com a sua varanda de ferro ainda no lugar e coberta completamente de pó brancos.
Na sala principal, a parede traseira foi removida para dar lugar a uma parede de cristal de Gia, e o trabalho está começando no terraço. Apesar da confusão, a visão ainda é impressionante. O novo trabalho é simpático e preservando o charme de velho mundo da casa. . . Gia trabalhou bem. Elliot pacientemente explica os processos e nos dá um prazo aproximado para cada um. Ele espera que nós ocupemos a casa no Natal, embora Christian ache que isso é otimista.
Santa merda — Natal com vista para o Sound. Eu não posso esperar. Uma bolha de emoção estoura dentro de mim. Eu tenho visões de nós enfeitando uma enorme árvore, enquanto um menininho de cabelos de cobre observa com admiração.
Elliot termina nossa turnê na cozinha.
— Vou deixar vocês dois passear. Tenham cuidado. Isto é um canteiro de obras.
— Claro. Obrigado, Elliot, — Christian murmura, pegando minha mão. — Feliz? — Pergunta uma vez que Elliot nos deixou sozinhos. Estou olhando para este espaço vazio e me perguntando onde vou pendurar os quadros com imagens de pimentas que compramos na França.
— Muito. Eu amei. Você?
— Idem. — Ele sorri.
— Ótimo. Eu estava pensando nas imagens de pimenta aqui.
Christian concorda.
— Eu quero colocar os retratos que José fotografou de você nesta casa. Você precisa decidir onde devem ficar.
Eu coro.
— Em algum lugar em que eu não vou vê-los sempre.
— Não diga isso. — Ele me repreende, escovando seu polegar sobre meu lábio inferior. — Elas são as minhas fotos favoritas. Eu amo a que tenho em meu escritório.
— Eu não tenho ideia do por que, — murmuro e beijo a ponta de seu polegar.
— A pior coisa que faço é olhar para o seu belo rosto sorridente durante todo o dia. Com fome?— Ele pergunta.
— Fome de quê? — Eu sussurro.
Ele sorri, os olhos escurecendo. Esperança e desejo que se abrem em minhas veias.
— Comida, Sra. Grey. — E ele planta um beijo rápido em meus lábios.
Dou-lhe meu beicinho falso e suspiro.
— Sim. Ultimamente eu estou sempre com fome.
— Nós três podemos fazer um piquenique.
— Três de nós? Tem alguém a se juntar a nós?
Christian sacode a cabeça para um lado.
— Daqui uns sete ou oito meses.
Oh. . .Blip. Eu sorrio adoravelmente para ele.
— Eu pensei que você gostaria de comer ao ar livre.
— No prado? — Eu pergunto.
Ele acena com a cabeça.
— Claro. — Eu sorrio.
— Este será um ótimo lugar para criar uma família, — ele murmura, olhando para mim.
Família! Mais do que um? Ouço abordar o tema agora?
Ele espalha seus dedos sobre minha barriga. Puta merda. Prendo a respiração e coloco minha mão sobre a dele.
— É difícil de acreditar, — ele sussurra, e pela primeira vez ouço encantamento em sua voz.
— Eu sei. Oh - aqui, eu tenho provas. A imagem.
— Você tem? O primeiro sorriso do bebê?
Eu retiro o ultra-som da minha carteira.
— Vê?
Christian examina-o de perto, olhando por alguns segundos.
— Oh. . . Blip. Sim, eu vejo. — Ele parece distraído, impressionado.
— Seu filho, — eu sussurro.
— O nosso filho. — Ele contesta.
— Primeiro de muitos.
— Muitos? — Os olhos Christian se arregalam com alarme.
— Pelo menos dois.
— Dois? — Ele testa a palavra. — Podemos apenas ter um filho de cada vez?
Eu sorrio.
— Claro.
Nós nos dirigimos para fora, na tarde quente de outono.
— Quando você vai contar para seus pais? — Christian pergunta.
— Logo, — murmuro. — Pensei em contar a Ray, esta manhã, mas o Sr. Rodriguez estava lá. — Eu dou os ombros.
Christian acena com a cabeça e abre o porta malas do R8. Dentro há uma cesta de piquenique de vime e o cobertor xadrez que comprei em Londres.
— Venha, — ele diz, levando a cesta e um cobertor em uma mão e me dando a outra. Juntos caminhamos para o prado.
— Claro, Ros, vá em frente. — Christian desliga. Essa é a terceira ligação que ele atendeu durante o nosso piquenique. Ele tira os sapatos e as meias, e está me observando, com os braços ao redor dos joelhos. Seu casaco está sobre o meu, por estarmos quente sob o sol. Eu deito ao lado dele, estendendo-me na toalha de piquenique, nós dois cercados pela alta dourada e verde grama, longe, bem longe do barulho da casa e escondidos dos olhos curiosos dos trabalhadores da construção. Estamos em nosso próprio refúgio paradisíaco. Ele me alimenta com outro morango, e eu mastigo e sugo com agradecimento, olhando para os olhos sombrios.
— Gostoso? — Ele sussurra.
— Muito.
— Teve o bastante?
— De morangos, sim.
Seus olhos brilham perigosamente, e ele sorri.
— A Sra. Jones fez um piquenique delicioso — ele diz.
— O fez, — eu sussurro.
Movendo-se de repente, ele se deita para que sua cabeça fique descansando na minha barriga. Ele fecha os olhos e parece satisfeito. Eu emaranho meus dedos em seu cabelo.
Ele suspira pesadamente, em seguida, faz uma carranca e verifica o número na tela de seu BlackBerry que toca. Ele desvia o olhar e atende a ligação.
— Welch, — ele estala. Ele fica tenso, ouve por um segundo ou dois, então de repente fica ereto.
— 24/7. . . Obrigado, — ele diz com os dentes cerrados e desliga. A mudança em seu humor é instantânea. Some o meu marido provocador e flertante, e chega um frio, calculista mestre do universo. Ele aperta os olhos por um momento, então me dá um sorriso fresco e arrepiante. Um arrepio corre pelas minhas costas. Ele pega seu BlackBerry e pressiona uma discagem rápida.
— Ros, quantas ações nós possuímos da Lincoln Timber? — Ele se ajoelha.
Meu couro cabeludo se arrepia. Oh não, o que é isso?
— Então, consolide as ações em GEH, em seguida, acione o conselho. . . exceto o CEO. . . Eu não dou à mínima. . . Eu ouço você, basta fazê-lo... Muito obrigado. . . me mantenha informado. — Ele desliga, e olha para mim impassível por um momento.
Puta merda! Christian é louco.
— O que aconteceu?
— Linc, — ele murmura.
— Linc? O ex de Elena?
— O mesmo. Foi ele que pagou a fiança de Hyde.
O que? Por quê? Eu olho pra Christian em estado de choque. Sua boca está pressionada em uma linha dura.
— Bem, ele parecerá um idiota, — murmuro consternada. — Quero dizer, Hyde cometeu outro crime enquanto estava sob fiança.
Os olhos de Christian se estreitam e ele sorri.
— Ponto bem feito, Sra. Grey.
— O que você fez? — Eu me ajoelho, de frente para ele.
— O fodi.
Oh!
— Um. . . isso me parece um pouco impulsivo, — murmuro.
— Eu sou uma espécie de “rapaz de momento”.
— Eu estou ciente disso.
Seus olhos se estreitam e seus lábios se afinam.
— Eu tive esse plano, faz tempo, — ele diz secamente.
Eu franzo a testa.
— Ah?
Ele faz uma pausa, parecendo pesar algo em sua mente, então toma uma respiração profunda.
— Vários anos atrás, quando eu tinha 21, Linc bateu com força em sua esposa. Ele quebrou a mandíbula, braço esquerdo e quatro costelas, porque ela estava me fudendo. — Seus olhos endurecem. — E agora eu descubro que ele pagou a fiança para um homem que tentou me matar, sequestrou minha irmã, e fraturou o crânio da minha esposa. Eu já tive o suficiente. Eu acho que é hora da vingança.
Eu empalideço. Puta merda.
— Ponto totalmente bem feito, Sr. Grey, — eu sussurro.
— Ana, isto é o que eu faço. Eu não sou geralmente motivado pela vingança, mas não posso o deixarele escapar ileso dessa vez. O que ele fez com Elena. . . bem, ela deveria ter prestado acusações, mas ela não o fez. Essa era sua prerrogativa. Mas ele seriamente cruzou a linha com Hyde. Linc deixou as coisas de forma pessoal, se metendo com minha família. Eu vou esmagá-lo, acabar com sua empresa debaixo de seu nariz, e vender as peças para o maior lance. Estou o levando à falência.
Oh. . .
— Além disso, — Christian sorri. — Nós vamos fazer um bom dinheiro com o negócio.
Olho para as chamas em seus olhos cinza que resplandecem de repente.
— Eu não queria assustá-la, — ele sussurra.
— Você não o fez, — eu minto.
Ele arqueia a sobrancelha, amuado.
— Você me pegou de surpresa, — eu sussurro, depois engulo. Christian é realmente muito assustador às vezes.
Ele acaricia seus lábios contra os meus.
—Eu vou fazer de tudo para mantê-la seguro. Manter a minha família segura. Manter este pequeno seguro, ele murmura e passa a mão sobre minha barriga numa carícia suave.
Oh. . . Eu paro de respirar. Christian olha para mim, os olhos escurecendo. Seus lábios se separam enquanto ele inala e, em um movimento deliberado, passa as pontas de seus dedos contra o meu sexo.
Puta merda. O desejo detona como um dispositivo incendiário inflamando minha corrente sanguínea. Eu agarro sua cabeça, os meus dedos tecendo em seu cabelo, e puxo tão forte que meus lábios encontram os seus. Ele suspira, surpreendido pelo meu ataque, dando passagem a minha língua dentro de sua boca. Ele geme e me beija de volta, seus lábios e língua com fome de mim, e por um momento nós nos consumimos, perdidos em línguas, lábios, respiração e a doce, doce sensação enquanto nós nos redescobrimos.
Oh, eu quero esse homem. Faz muito tempo. Eu o quero aqui, agora, ao ar livre, em nosso prado.
— Ana, — ele respira, em transe, e suas mãos roçam sobre minhas costas para a barra da minha saia. Eu me apresso em desabotoar a camisa, todos os dedos e polegares.
— Caralho, Ana - pare. — Ele vai para trás, sua mandíbula apertada, e pega minhas mãos.
— Não. — Meus dentes apertam suavemente em torno de seu lábio inferior e eu puxo. — Não, — murmuro outra vez, olhando para ele. Eu o solto. — Eu quero você.
Ele inala drasticamente. Ele está dividido, sua indecisão estampada em seus luminosos olhos cinza.
— Por favor, eu preciso de você. — Todos os poros do meu ser estão implorando. Isso é o que fazemos.
Ele geme em derrota, enquanto sua boca encontra a minha, moldando meus lábios nos dele. Uma mão em minha cabeça enquanto a outra roça pelo meu corpo em minha cintura, e ele me deita em minhas costas e estende-se ao meu lado, nunca rompendo o contato com a minha boca.
Ele se afasta, pairando sobre mim e olhando para baixo.
— Você é tão bonita, Sra. Grey.
Eu acaricio seu lindo rosto.
— E você também, Sr. Grey. Dentro e fora.
Ele franze a testa, e os meus dedos traçam o sulco em sua testa.
— Não faça cara feia. Você é para mim, mesmo quando você está com raiva, — eu sussurro.
Ele geme, mais uma vez, e sua boca capta a minha, me empurrando para a grama macia debaixo do cobertor.
— Eu senti sua falta, — ele sussurra, e seus dentes mordiscam o meu queixo. Meu coração se eleva.
— Eu senti sua falta, também. Oh, Christian. — Eu ponho uma mão em seu cabelo e agarro seu ombro com a outra.
Seus lábios se movem para a minha garganta, deixando beijos macios em seu rastro, e os dedos seguem, habilmente desfazendo cada botão da minha blusa. Tirando minha blusa, ele beija o inchamento macio dos meus seios. Ele murmura com admiração, baixo em sua garganta, e o som faz ecos através de meu corpo chegando aos meus lugares mais escuros.
— Seu corpo está mudando, — ele sussurra. Seu polegar brinca com meu mamilo até que esteja ereto e lutando contra o meu sutiã. — Eu gosto, — acrescenta. Eu assisto sua língua provar e traçar a linha entre o meu sutiã e meus seios, atormentando e me provocando. Tomando a taça de meu sutiã delicadamente entre os dentes, ele puxa para baixo, liberando meu peito e fuçando meu mamilo com o nariz no processo. Que se arrepiou ao seu toque e do frio da brisa suave do outono. Seus lábios se fecham em torno de mim, e ele suga muito e duro.
— Ah! — Eu gemo, inalando acentuadamente, em seguida, estremecendo enquanto a dor irradia para fora de minhas costelas machucadas.
— Ana! — Christian exclama e me encara, a preocupação em seu rosto. —Isto é o que eu estou falando, — ele adverte. — Sua falta de auto-preservação. Eu não quero te machucar.
— Não. . . não pare, — Eu choramingo. Ele olha para mim, lutando consigo mesmo. — Por favor.
— Aqui. — De repente ele se move, e eu estou sentada montada nele, minha saia curta agora agrupada em torno de meus quadris. Suas mãos deslizam sobre a parte superior das minhas coxas.
— Assim. Assim é melhor, e eu posso apreciar a vista. — Seu longo dedo indicador avança na outra taça de meu sutiã, liberando o outro seio, também. Ele agarra os meus seios, e eu jogo minha cabeça para trás, empurrando-os em suas bem-vindas, mãos experientes. Ele me provoca, puxando e rolando meus mamilos até eu gritar, depois se senta, então estamos cara a cara, seus gananciosos olhos cinza nos meus. Ele me beija, os dedos ainda me provocando. Eu me atrapalho com sua camisa, desfazendo os dois primeiros botões, e é como uma sobrecarga sensorial, quero beijá-lo em todos os lugares, despi-lo, fazer amor com ele, logo.
— Hey— Ele gentilmente agarra minha cabeça e puxa para trás, olhos escuros e cheios de promessa sensual. — Não há pressa. Vá devagar. Quero saborear você.
— Christian, faz tanto tempo. — Eu estou ofegante.
— Devagar, — ele sussurra, e é um comando. Ele beija o canto direito da minha boca. — Calma. — Ele beija o canto esquerdo. — Calma, querida. — Ele puxa meu lábio inferior com os dentes. — Vamos fazer isso lento. — Ele desenrola os dedos no meu cabelo, mantendo-me no lugar enquanto sua língua invade minha boca, procurando, provando, acalmando. . . inflamando. Oh, meu homem sabe beijar.
Eu acaricio seu rosto, meus dedos movendo tateando até o queixo, em seguida, a sua garganta, e eu começo de novo nos botões de sua camisa, tomando o meu tempo, enquanto ele continua a me beijar. Lentamente eu puxo sua camisa à parte, meus dedos arrastando sobre sua clavícula, sentindo o seu caminho através de sua pele quente e sedosa. Eu o empurro suavemente para trás até que ele está deitado debaixo de mim. Sentando-se, eu olho para ele, consciente de que estou me retorcendo contra sua ereção crescente. Hmm. Eu traço os meus dedos em seus lábios para o queixo, em seguida, para baixo do pescoço, sobre o seu pomo de Adão para aquela pequena depressão na base da sua garganta. Meu lindo homem. Eu me inclino para baixo, e os meus beijos seguem os traços dos meus dedos. Meus dentes mordiscam sua mandíbula e beijo sua garganta. Ele fecha os olhos.
— Ah. — Ele geme e inclina a cabeça para trás, dando-me mais fácil acesso à base de sua garganta, sua boca aberta em veneração silenciosa. Christian perdido e excitado é tão emocionante. . . e tão excitante pra mim.
Minha língua trilha abaixo do esterno, girando através de seu cabelo no peito. Hmm. Ele tem um gosto tão bom. Ele cheira tão bem. Inebriante. Eu beijo primeiro, em seguida, duas de suas cicatrizes redondas pequenas, e ele agarra meus quadris, assim meus dedos param em seu peito enquanto eu olho para ele. Sua respiração é dura.
— Você quer isso? Aqui? — Ele respira, com os olhos obscurecidos com uma combinação inebriante de amor e luxúria.
— Sim, — murmuro, e os meus lábios e língua roçam através de seu peito ao seu mamilo. Eu o puxo e rolo suavemente com os dentes.
— Oh, Ana, — ele sussurra e circulando minha cintura ele me levanta, puxando seu botão e abrindo assim deixando-se livre. Ele me senta novamente, e eu empurro contra ele, deliciando-se com a sensação dele quente e duro debaixo de mim. Ele corre com as mãos até minhas coxas, parando onde minha coxa termina e começa a minha carne, suas mãos executando pequenos círculos provocantes no topo de minhas coxas para que as pontas de seus polegares me toquem. . . me toquem onde eu quero ser tocada. Eu suspiro.
— Eu espero que você não goste muito dessa sua calcinha, — ele murmura, seus olhos selvagens e brilhantes. Seus dedos traçam o elástico ao longo de minha barriga e depois deslizando dentro, me provocando, antes de agarrar minha calcinha com força e pressionar seus polegares através do material delicado. Minha calcinha desintegra. Suas mãos se espalham em minhas coxas, e seus polegares acariciam meu sexo mais uma vez. Ele flexiona os quadris para esfregar sua ereção contra mim.
— Eu posso sentir o quão molhadas está. — Sua voz é impregnada de apreciação carnal, e de repente ele se senta, o braço em volta da minha cintura de novo, então estamos cara a cara. Ele esfrega o nariz contra o meu.
— Nós vamos fazer isso lento, Sra. Grey. Eu quero sentir tudo de você. — Ele me levanta, e com um extraordinário, frustrante, movimento lento, me abaixa em cima dele. Sinto cada abençoado centímetro dele me encher.
— Ah — Eu lamento incoerentemente enquanto eu alcanço seus braços. Tento levantar-me dele por alguns atritos bem-vindos, mas ele me segura no lugar.
— Tudo de mim, — ele sussurra e inclina sua pélvis, empurrando-se em mim o caminho todo. Eu jogo minha cabeça para trás e solto um grito estrangulado de puro prazer.
— Deixe-me ouvir você, — ele murmura. — Não-não se mexa, só sinta.
Eu abro meus olhos, minha boca congelada em um silêncio Ah! E ele está olhando para mim, obscurecidos, licenciosos olhos cinza encarando o azul atordoado. Ele se mexe, revirando os quadris, mas me mantém no lugar.
Eu gemo. Seus lábios estão em minha garganta, me beijando.
— Este é o meu lugar favorito. Enterrado, dentro de você, — ele murmura contra a minha pele.
— Por favor, mexa-se, — Rogo.
— Calma Sra. Grey. — Ele flexiona os quadris novamente e irradia prazer através de mim. Eu pego seu rosto e o beijo, consumindo-o.
— Ame-me. Por favor, Christian.
Seus dentes roçam meu queixo até minha orelha.
— Vamos, — ele sussurra, e ele me levanta e me abaixa. Minha deusa interior é liberada, e eu o empurro no chão e começo a me movimentar, saboreando o sentimento dele dentro de mim. . . montando ele. . . Montando-o com força. Com as mãos em volta da minha cintura, ele combina com o meu ritmo. Eu senti falta disso. . . a sensação inebriante dele embaixo de mim, dentro de mim. . . o sol nas minhas costas, o cheiro doce do outono no ar, a brisa suave de outono. É uma fusão inebriante de sentidos: paladar, tato, olfato e a visão de meu amado marido embaixo de mim.
— Oh, Ana. — Ele geme, seus olhos fechados, cabeça para trás, a boca aberta.
Ah. . . Eu amo isso. E por dentro, eu estou me consumindo. . . consumindo. . . subindo. . . mais alto. As mãos de Christian passam para minhas coxas, e delicadamente seus polegares pressionam meu ápice, e eu explodo em torno dele mais e mais e mais e mais, e eu entro em colapso, esparramada no seu peito enquanto ele grita por sua vez, se liberando e gritando o meu nome com amor e alegria.
Ele me abraça contra seu peito, segurando minha cabeça. Hmm. Fechando os olhos, eu saboreio a sensação de seus braços em volta de mim. Minha mão está sobre seu peito, sentindo a batida constante de seu coração, ele diminui e acalma. Eu o beijo e o acaricio, e brevemente maravilhada, que não muito tempo atrás, ele não me deixaria fazer isso.
— Melhor? — Ele sussurra.
Eu ergo minha cabeça. Ele está sorrindo amplamente.
— Muito. Você? — Meu sorriso de resposta reflete o dele.
— Eu senti sua falta, Sra. Grey. — Ele fica sério por um momento.
— Eu também.
— Sem mais atos heroicos, hein?
— Não, — eu prometo.
— Você deve sempre falar comigo, — sussurra.
— Você também, Grey.
Ele sorriu.
— Ponto totalmente bem feito. Eu vou tentar. — Ele beija meu cabelo.
— Acho que vamos ser felizes aqui, — eu sussurro, fechando os olhos novamente.
— Sim. Você, eu e. . . Blip. Como você se sente, aliás?
— Ótima. Relaxada. Feliz.
— Bom.
— Você?
— Sim, todas essas coisas, — ele murmura.
Eu olho para ele, tentando avaliar sua expressão.
— O quê? — Ele pergunta.
— Você sabe, você é muito mandão quando fazemos sexo.
— Você está reclamando?
— Não. Eu apenas me perguntava. . . você disse que sentiu falta.
Ele se tranquiliza, olhando para mim.
— Às vezes, — ele sussurra.
Oh.
— Bem, nós vamos ter que ver o que podemos fazer sobre isso, — murmuro e o beijo suavemente nos lábios, ondulando em torno dele como uma videira. Imagens de nós juntos, na sala de jogos, o Tallis, a mesa, na cruz, algemada à cama. . . Eu amo a sua foda pervertida, nossa foda pervertida. Sim. Eu posso fazer essas coisas. Eu posso fazer isso por ele, com ele. Eu posso fazer isso por mim. A minha pele formiga enquanto me lembro do chicote.
— Eu gosto de jogar, também, — murmuro, e olhando para cima, sou recompensada com seu sorriso tímido.
— Você sabe, eu realmente gostaria de testar os seus limites, — ele sussurra.
— Meus limites para quê?
— Prazer.
— Ah, eu acho que eu gostaria. — Minha deusa interior cai desmaiada.
— Bem, talvez quando chegarmos a casa o testamos, — ele sussurra, deixando a promessa suspensa entre nós.
Eu o acaricio mais uma vez. Eu o amo tanto.
Já se passaram dois dias desde o nosso piquenique. Dois dias desde a promessa do “Bem, talvez quando chegarmos a casa o testamos”. Christian ainda está me tratando como se eu sou feita de vidro. Ele ainda não me deixa ir trabalhar, então eu tenho trabalhado de casa. Ponho a pilha de cartas de solicitação que andei lendo na minha mesa e suspiro. Christian e eu não voltamos à sala de jogos desde que eu usei a palavra segura. E ele disse que sente falta. Bem, eu também. . . especialmente agora que ele quer explorar meus limites. Eu coro, pensando o que isso poderia acarretar. Olho para a mesa de bilhar. . . Sim, eu não posso esperar para explorá-los.
Meus pensamentos são interrompidos por música suave e lírica que preenche o apartamento. Christian está tocando piano, não um de seus lamentos habituais, mas uma doce melodia, uma melodia esperançosa que eu reconheço, mas nunca o ouvi tocar.
Eu ando nas pontas dos pés para o arco da grande sala e assisto Christian no piano. É o crepúsculo. O céu está um rosa opulento, e a luz é refletida em seu cabelo cor de cobre polido. Ele se parece consigo mesmo lindo e de tirar o fôlego, concentrando-se enquanto toca, sem saber da minha presença. Ele tem sido tão solicito ao longo dos últimos dias, tão atento, oferecendo pequenas ideias do seu dia, seus pensamentos, seus planos. É como se ele quebrasse uma represa e começou a falar.
Eu sei que ele virá me observar em poucos minutos, e isso me dá uma ideia. Excitada, eu me afasto, esperando que ele ainda não tivesse reparado em mim, e corro para o nosso quarto, tirando minha roupa, até que visto apenas uma calcinha de renda azul pálido. Acho uma camisola azul pálido e me escorrego nela rapidamente. Isso irá esconder a minha contusão. Mergulho dentro do armário, eu puxo a desbotada calça jeans de Christian – seu jeans da sala de jogos, meus jeans favoritos na gaveta. Da minha mesa de cabeceira eu pego meu BlackBerry, dobro os jeans ordenadamente, e ajoelho-me perto da porta do quarto. A porta está entreaberta, e eu posso ouvir os acordes de outra parte, que eu não sei. Mas é outra canção de esperança, é adorável. Rapidamente eu escrevo um e-mail.
De: Anastásia Grey
Assunto: Para o Prazer de Meu Marido
Data: 21 de setembro de 2011 20:45
Para: Christian Grey
Senhor
Aguardo suas instruções.
Sua sempre
Sra. G x
Eu pressiono enviar.
Alguns momentos depois, a música para abruptamente. Meu coração cambaleia e começa a bater. Eu espero e espero e, ate que meu BlackBerry vibra.
De: Christian Grey
Assunto: Para o Prazer de Meu Marido <--- amo esse título
Data: 21 de setembro de 2011 20:48
Para: Anastásia Grey
Sra. G
Estou intrigado. Eu vou encontrá-la.
Esteja pronta.
Christian Grey
Antecipativo CEO, Grey Participações e Empreendimentos.
Esteja pronta! Meu coração começa a bater e eu começo a contar. Trinta e sete segundos depois a porta se abre. Estou olhando para seus pés descalços enquanto ele pausa no limiar. Hmm. Ele não diz nada. Por anos ele não disse nada. Oh merda. Eu resisto à tentação de olhar para ele e mantenho meus olhos no chão.
Finalmente, ele se abaixa e pega seus jeans. Ele fica em silêncio, mas se dirige para o closet enquanto eu permaneço imóvel. Oh meu Deus. . . é isso. Meu coração está trovejando, e eu saboreio a descarga de adrenalina que picam pelo meu corpo. Eu me contorço enquanto minha excitação aumenta. O que ele vai fazer comigo? Alguns momentos depois, ele está de volta, usando os jeans.
— Então, você quer brincar? — Ele murmura.
— Sim.
Ele não diz nada, e eu arrisco uma rápida olhada. . . de seus jeans, seus jeans lhe cobrindo as coxas, o bojo macio em sua braguilha, o botão aberto na cintura, seu caminho da felicidade, o seu umbigo, seu abdômen esculpido, seu cabelo no peito, seus olhos cinzas em chamas, e sua cabeça inclinada para um lado. Ele está erguendo uma sobrancelha. Oh merda.
— Sim o que? — Ele sussurra.
Oh.
— Sim, senhor.
Seus olhos amolecem.
— Boa menina, — ele murmura, e ele acaricia minha cabeça. — Acho que seria melhor levá-la lá em cima agora, — acrescenta. Minhas entranhas liquefazem, e minha barriga aperta naquela maneira deliciosa.
Ele pega a minha mão e eu o sigo por todo o apartamento e subo as escadas. Fora da sala de jogos, ele para, gira e me beija suavemente antes de agarrar duro o meu cabelo.
— Você sabe, você está no topo do fundo, — ele murmura contra meus lábios.
— O quê? — Eu não entendo o que ele está falando.
— Não se preocupe. Eu vou viver com isso, — ele sussurra, divertido, e ele corre o nariz ao longo do meu queixo e suavemente morde a minha orelha. — Uma vez no interior, ajoelhe-se, como eu mostrei.
— Sim. . . Senhor.
Ele olha para mim, os olhos brilhando com amor, admiração, e maus pensamentos.
Eita. . . A vida nunca vai ser chata com Christian, e eu estou nisso para um longo curso. Eu amo este homem: meu marido, meu amante, o pai do meu filho, meu às vezes dominante. . . meus cinquenta Tons.
Casa Grande, maio 2014
Eu me deito na nossa toalha de piquenique xadrez e olho para o claro, azul céu de verão, minha visão emoldurada por flores do campo e altas gramíneas verdes. O calor da tarde de verão ensolarada aquece minha pele, meus ossos e minha barriga, relaxo meu corpo voltando para Jell-O. Isto é confortável. Inferno não. . . isso é maravilhoso. Eu saboreio o momento, um momento de paz, um momento de contentamento puro e absoluto. Eu deveria me sentir culpada por sentir esta alegria, esta plenitude, mas não. A vida aqui e agora é boa, e aprendi a apreciar e viver o momento com o meu marido. Sorrio e me contorço quando minha mente voa para a memória deliciosa de ontem à noite em nossa casa no Escala...
Os fios do chicote deslizando em toda a minha barriga inchada em um ritmo dolorido, lânguido.
— Você já teve o suficiente, Ana? — Christian sussurra em meu ouvido.
— Oh, por favor. — Eu imploro, puxando as restrições acima da minha cabeça, enquanto estou com os olhos vendados e amarrada à grade na sala de jogos.
O doce chicote dá pequenas mordidas em meu traseiro.
— Por favor, o quê?
Eu suspiro.
— Por favor, senhor.
Christian coloca a mão sobre minha pele, tocando e esfregando suavemente.
— Assim. Assim. Assim. — Suas palavras são suaves. Sua mão se move para o sul e ao redor, e seus dedos deslizam dentro de mim.
Eu gemo.
— Sra. Grey, — ele respira, e seus dentes puxam meu lóbulo da orelha. — Você está tão pronta.
Seus dedos deslizam para dentro e para fora em mim, batendo naquele ponto, esse doce, doce ponto novamente. O barulho do chicote sobre o chão e sua mão se movendo sobre a minha barriga e até os meus seios. Eu fico tensa. Eles estão sensíveis.
— Quieta, — Christian diz, apalpando, e gentilmente esfregando o polegar sobre meu mamilo.
— Ah.
Seus dedos são suaves e tentadores, e espirais de prazer saem do meu seio, descendo, descendo. . . para baixo. Eu inclino a cabeça para trás, empurrando meu mamilo na palma de sua mão, e lamento, mais uma vez.
— Eu gosto de ouvir você, — Christian sussurra. Sua ereção está no meu quadril, os botões da braguilha pressionando minha carne, enquanto os dedos continuam seu ataque implacável: dentro, fora, dentro, fora —mantendo um ritmo. — Devo fazer você gozar assim? — Ele pergunta.
— Não.
Seus dedos param de se mover dentro de mim.
— Realmente, Sra. Grey? Isto depende de você? — Seus dedos apertam em volta do meu mamilo.
— Não. . . Não, senhor.
— Assim é melhor.
— Ah. Por favor, — eu imploro.
— O que você quer Anastásia?
— Você. Sempre.
Ele inala drasticamente.
— Tudo para você, — eu acrescento, sem fôlego.
Ele alivia os dedos de dentro de mim, me puxa para encará-lo, e remove a venda. Eu pisco para os escurecidos olhos cinza, que queimam para os meus. Seu dedo indicador traça meu lábio inferior, e ele empurra o indicador e o dedo médio em minha boca, deixando-me saborear o travo salgado da minha excitação.
— Lamba, — ele sussurra. Eu rodopio minha língua ao redor e entre seus dedos.
Hum. . . eu saboreio meu gosto em seus dedos.
Suas mãos roçam os meus braços para os punhos acima da minha cabeça, e os solta, libertando-me. Virando-me ao contrário, então estou virada para a parede, ele puxa a minha trança, puxando-me em seus braços. Ele tomba minha cabeça para um lado e desliza seus lábios da minha garganta ao meu ouvido, enquanto me sustenta contra ele.
— Quero sua boca. — Sua voz é suave e sedutora. Meu corpo, maduro e pronto, aperta bem no fundo. O prazer é doce e forte.
Eu lamento. Virando-me para encará-lo, puxo sua cabeça para baixo para mimá-lo e beijá-lo duro, minha língua invadindo sua boca, degustando e saboreando-o. Ele geme, põe as mãos sobre meu traseiro e me puxa contra ele, mas apenas minha barriga grávida toca-o. Eu mordo seu queixo e beijo a trilha até sua garganta e corro os dedos para baixo em seus jeans. Ele inclina a cabeça para trás, expondo mais de sua garganta para mim, e corro minha língua até seu peito e através de seu cabelo no peito.
— Ah.
Brigo com o cós da calça jeans, os botões estalando, e ele agarra meus ombros quando afundo de joelhos na frente dele.
Enquanto o olho através de meus cílios, ele olha para mim. Seus olhos estão escuros, seus lábios separados e ele inala profundamente quando o liberto e capturo-o com minha boca. Eu amo fazer isso com Christian. Vê-lo desmoronar, ouvindo sua respiração engatada, e os gemidos suaves que faz no fundo de sua garganta. Fecho meus olhos e chupo duro, pressionando-o, saboreando seu gosto e seu suspiro sem fôlego.
Ele agarra minha cabeça, acalmando-me, e afundo meus dentes e lábios, empurrando-o o mais profundo em minha boca.
— Abra seus olhos e olhe para mim, — ele ordena sua voz baixa.
Olhos em chamas encontram os meus e ele flexiona os quadris, enchendo minha boca até o fundo de minha garganta, em seguida, retira rapidamente. Ele empurra para dentro de mim de novo e eu o atinjo até agarrá-lo. Ele para e me mantém no lugar.
— Não toque ou vou algemá-la novamente. Só quero a sua boca, — ele rosna.
Oh meu Deus. Como é isso? Coloco minhas mãos atrás das costas e olho para ele inocentemente com a boca cheia.
— Boa menina, — ele diz, sorrindo para mim, sua voz rouca. Ele retrocede para trás, e segurando-me gentilmente, mas firmemente, empurra para dentro de mim novamente. —Você tem uma boca tão fodável, Sra. Grey. — Ele fecha os olhos e sai da minha boca, enquanto eu o aperto entre meus lábios, correndo minha língua sobre e ao redor dele. Eu o levo mais profundo e retiro, de novo e de novo e de novo, o ar assobiando entre seus dentes.
— Ah! Pare, — ele diz, e puxa para fora de mim, deixando-me querendo mais. Ele agarra meus ombros e me puxa para levantar-me. Agarrando minha trança, me beija duro, sua língua persistente gananciosa, e dando ao mesmo tempo. De repente, ele me libera, e antes que eu perceba, levanta-me em seus braços e se move para o dossel. Gentilmente, me desce, para que apenas meu traseiro esteja na borda da cama.
— Enrole suas pernas em volta da minha cintura, — ordena. Faço e puxo-o para mim. Ele se inclina para baixo, as mãos de cada lado da minha cabeça, e ainda de pé, muito lentamente, entra em mim.
Oh, isto é tão bom. Fecho meus olhos e me deleito com sua posse lenta.
— Tudo bem?— Ele pergunta sua preocupação evidente em seu tom.
— Oh, Deus, Christian. Sim. Sim. Por favor. — Aperto minhas pernas em volta dele e empurro contra ele. Ele geme. Fecho os braços, e ele flexiona os quadris lentamente no início, dentro, fora.
— Christian, por favor. Mais duro-não vou quebrar.
Ele geme e começa a se mover, realmente mover, batendo em mim de novo e de novo. Ah, é celestial.
— Sim, — suspiro apertando minhas pernas sobre ele, enquanto começo a chegar. . . Ele geme, esmagando-me com uma determinação renovada. . . e estou perto. Oh, por favor. Não pare.
— Vamos, Ana, — ele geme entre os dentes, e eu explodo em torno dele, meu orgasmo acontecendo e assim por diante. Chamo seu nome e Christian se paralisa, gemendo alto, até que ele goza dentro de mim.
— Ana, — ele grita.
Christian está ao meu lado, sua mão acariciando minha barriga, os dedos longos espalhados abrangentes.
— Como está minha filha?
— Ela está dançando. — Eu rio.
— Dançando? Ah, sim! Uau. Posso senti-la. — Ele sorri quando Blip Dois pula dentro de mim.
— Acho que ela já gosta de sexo.
Christian olha severo.
— Sério? — diz secamente. Ele se move de modo que seus lábios fiquem contra minha barriga. —Não haverá nada disso até que você esteja com trinta, mocinha.
Eu rio.
— Oh, Christian, você é tão hipócrita.
— Não, eu sou um pai aflito. — Ele olha para mim, o cenho franzido, traindo sua ansiedade.
— Você é um pai maravilhoso, como eu sabia que você seria. — Acaricio seu rosto lindo, e ele me dá seu sorriso tímido.
— Eu gosto disso, — murmura, acariciando, em seguida, beijando minha barriga. —Há mais de você.
Eu amuo.
— Eu não gosto mais de mim.
— Será ótimo quando você chegar.
— Christian!
— E estou ansioso pelo gosto do leite materno de novo.
— Christian! Você é um pervertido.
Ele mergulha sobre mim, de repente, me beijando duro, jogando a perna sobre a minha, e pegando minhas mãos para que fiquem acima de minha cabeça.
— Você ama uma foda pervertida, — ele sussurra, e corre o nariz para baixo pelo meu.
Eu sorrio presa em seu contagioso, sorriso ímpio.
— Sim, amo uma foda pervertida. E eu te amo. Muito.
Eu acordo em um pulo, acordo com um grito agudo de alegria do meu filho, e mesmo que não possa vê-lo ou a Christian, sorrio como uma idiota com a minha alegria. Ted acordou de seu cochilo, e ele e Christian estão brincando nas proximidades. Deito em silêncio, ainda maravilhada com a capacidade de Christian para brincar. Sua paciência com Teddy é extraordinária, muito mais do que comigo. Eu fungo. Mas, então é assim que deve ser. E o meu lindo menininho, a menina dos olhos de sua mãe e seu pai, não conhece o medo. Christian, por outro lado, é ainda demasiado super protetor com ambos. Meu doce, instável, controlador Cinquenta.
— Vamos encontrar a mamãe. Ela está aqui no prado em algum lugar.
Ted diz algo que não ouço, e Christian ri livremente, alegremente. É um som mágico, cheio de sua alegria paternal. Eu não consigo resistir. Luto para cima em meus cotovelos para espioná-los do meu esconderijo no longo gramado.
Christian está balançando Ted girando e girando, fazendo-o gritar mais uma vez de alegria. Ele pára, o lança para o alto no ar — eu paro de respirar — então ele o pega. Ted grita com abandono infantil e respiro aliviada. Oh meu homenzinho, meu homenzinho querido, sempre em movimento.
— Alcança papai! — Ele grita. Christian obedece, e meu coração pula dentro de minha boca mais uma vez, quando ele joga Teddy para o ar, em seguida, o pega novamente, segurando-o apertado. Christian beija os cabelos cor de cobre de Ted, e sopra um beijo em sua bochecha, então faz cócegas nele sem piedade por um momento. Teddy uiva com o riso, se contorcendo e empurrando contra o peito de Christian, querendo sair de seus braços. Sorrindo, Christian coloca-o no chão.
— Vamos encontrar mamãe. Ela está se escondendo na grama.
Ted irradia alegria, desfrutando da brincadeira, e olha ao redor do prado. Segurando a mão de Christian, ele aponta para algum lugar que não sou eu, e isso me faz rir. Deito para trás e abaixo rapidamente, deliciando-me com este jogo.
— Ted, ouvi a mamãe. Você a ouviu?
— Mamãe!
Eu solto uma risadinha ao tom imperioso de Ted. Caramba... tão parecido com seu pai, e ele têm apenas dois anos.
— Teddy! Chamo de volta, olhando para o céu com um sorriso ridículo em meu rosto.
— Mamãe!
Logo ouço seus passos pisoteando através da campina, e primeiro Ted, então Christian explodem através do longo gramado.
— Mamãe!— grita Ted como se encontrasse o tesouro perdido da Sierra Madre, e pula em cima de mim.
— Ei, garotinho!— Embalo-o contra mim e beijo sua bochecha gordinha. Ele ri e me beija de volta, então luta para sair de meus braços.
— Olá, mamãe. — Christian sorri para mim.
— Olá, papai. — Sorrio, e ele pega Ted, e se senta ao meu lado com nosso filho no colo.
— Cuidado com a mamãe, — ele adverte Ted. Eu sorrio... não perco a ironia. Do seu bolso, Christian retira seu BlackBerry e o dá para Ted. Isso provavelmente vai nos dar cinco minutos no máximo de paz. Teddy estuda isto, a testa um pouco franzida. Ele parece tão sério, os olhos azuis muito concentrados, tal como seu pai faz quando lê seus e-mails. Christian afocinha o cabelo de Ted, e meu coração incha ao olhar para os dois. Duas ervilhas dentro de uma vagem: o meu filho sentado calmamente... durante alguns momentos pelo menos...no colo do meu marido. Meus dois homens favoritos em todo o mundo.
Claro, Ted é a criança mais bonita e talentosa do planeta, mas então sou sua mãe, posso pensar assim. E Christian é. . . bem, Christian é apenas ele mesmo. Com camiseta branca e calça jeans, parece tão gostoso como de costume. O que eu fiz para ganhar tal prêmio?
— Você parece bem, Sra. Grey.
— Como você, Sr. Grey.
— A mamãe não é bonita? — Christian sussurra no ouvido de Ted. Ted golpeia-o para longe, mais interessado no BlackBerry do papai.
Eu rio.
— Você não pode ficar em torno dele.
— Eu sei. — Christian sorri e beija o cabelo de Ted. — Não posso acreditar que ele vai fazer dois anos amanhã. — Seu tom é melancólico. Superando, estende sua mão sobre a minha barriga. — Vamos ter muitos filhos, — ele diz.
— Só mais uma, pelo menos. — Sorrio, e ele acaricia minha barriga.
— Como está minha filha?
— Ela está bem. Dormindo, eu acho.
— Olá, Sr. Grey. Oi, Ana.
Nós dois viramos para ver Sophie, a filha de 10 anos de Taylor, aparecendo no longo gramado.
— Soeee, — Ted grita em reconhecimento encantado. Ele luta para sair do colo de Christian, descartando o BlackBerry.
— Eu tenho alguns picolés de Gail, — diz Sophie. — Posso dar um para Ted?
— Claro — digo. Oh Deus, isso vai ser uma bagunça.
— Colé! — Ted estende as mãos e Sophie passa um para ele. E já pingando.
— Aqui, deixe a mamãe ver. — Sento-me, tomo o picolé de Ted, e rapidamente coloco-o em minha boca, lambendo o excesso de suco. Hum. . . groselha, fresco e delicioso.
— Meu! — Ted protesta sua voz soando com indignação.
— Aqui está. — Entrego-lhe de volta um picolé um pouco menos gotejante, e isto vai direto para sua boca. Ele sorri.
— Ted e eu podemos fazer uma caminhada? — Sophie pede.
— Claro.
— Não vá muito longe.
— Não, Sr. Grey. — Olhos castanhos de Sophie estão amplos e graves. Acho que ela tem um pouco de medo de Christian. Ela levanta sua mão, e Teddy segura-a de bom grado. Eles marcham juntos através do longo gramado.
Christian os observa.
— Eles vão ficar bem, Christian. Que mal pode acontecer a eles aqui? — Ele franze a testa para mim momentaneamente, e eu rastejo para seu colo.
— Além disso, Ted é completamente apaixonado por Sophie.
Christian ronca e fuça meu cabelo.
— Ela é uma criança encantadora.
— Ela é. Tão bonita, também. Um anjo loiro.
Christian se acalma e coloca suas mãos na minha barriga.
— As meninas, hein? — Há uma pitada de ansiedade em sua voz. Eu enrolo minha mão atrás de sua cabeça.
— Você não precisa se preocupar com sua filha por pelo menos mais três meses. Eu a tenho protegida aqui. Ok?
Ele me beija, atrás de minha orelha e raspa os dentes em torno da borda do lóbulo.
— Qualquer coisa que disser Sra. Grey. — Então ele me morde. Eu grito.
— Eu gostei de ontem à noite, — ele diz. — Deveríamos fazer isso mais vezes.
— Eu também.
— E nós poderíamos, se você parasse de trabalhar. . .
Reviro os olhos e ele aperta seus braços a minha volta e sorri em meu pescoço.
— Está rolando seus olhos para mim Sra. Grey? — A ameaça está implícita, mas sensual, fazendo-me contorcer-me, mas como estamos no meio do pasto com as crianças por perto, ignoro seu convite.
— As Publicações Grey tem um autor de Best Sellers do New York Times—as vendas de Boyce Fox são fenomenais, nossos negócios em e-book explodiram, e finalmente tenho a equipe que quero ao meu redor.
—E você está ganhando dinheiro nestes tempos difíceis, — acrescenta Christian, sua voz reflete seu orgulho. — Mas. . . Gosto de você descalça e grávida, e na minha cozinha.
Inclino-me para trás para que possa ver seu rosto. Ele olha para mim, os olhos brilhando.
— Eu gosto disso também, — murmuro, e ele me beija, suas mãos ainda espalhadas por toda a minha protuberância.
Vendo que ele está de bom humor, decido abordar um tema delicado.
— Você já pensou melhor sobre minha sugestão?
Ele paralisa.
— Ana, a resposta é não.
— Mas Ella é um nome tão bonito.
— Eu não vou dar o nome a minha filha que foi de minha mãe. Não.
Fim de discussão.
—Você tem certeza?
— Sim. — Segurando meu queixo, olha intensamente para mim, irradiando exasperação. —Ana, desista. Não quero minha filha contaminada pelo meu passado.
— Ok. Sinto muito. — Merda. . . Eu não quero irritá-lo.
— Assim é melhor. Pare de tentar corrigir isto, — ele resmunga. —Você conseguiu que eu admitisse que a amava, me arrastou para sua sepultura. Basta.
Ah, não. Retorço-me em seu colo para escarranchar sobre ele e segurar sua cabeça em minhas mãos.
— Sinto muito. Realmente. Não fique zangado comigo, por favor. — Eu o beijo, em seguida, beijo o canto de sua boca. Com uma batidinha, ele aponta para o outro canto, e sorrio e beijo-o. Ele aponta para o nariz. Beijo isto. Ele sorri e coloca suas mãos em meu traseiro.
— Oh, Sra. Grey —o que vou fazer com você?
— Tenho certeza que você vai pensar em alguma coisa, — murmuro. Ele sorri e, revirando-se de repente, me empurra para baixo sobre o cobertor.
— E se eu fizer isso agora?— Ele sussurra com um sorriso lascivo.
— Christian, — eu suspiro.
De repente há um grito estridente de Ted. Christian salta de pés com a graça de uma pantera facilmente, e corre em direção à fonte do som. Eu sigo em um ritmo mais vagaroso. Secretamente, não estou tão preocupada como Christian, aquele não era um grito que me faria tomar dois degraus de cada vez para descobrir o que há de errado.
Christian suspende Teddy em seus braços. Nosso menino está chorando de forma inconsolável e apontando para o chão, onde os restos de seu picolé, encontra-se em uma confusão empapada, derretendo na grama.
— Ele deixou cair, — Sophie diz, tristemente. — Ele poderia ficar com o meu, mas já terminei.
— Oh, querida Sophie, não se preocupe. — Eu bagunço seu cabelo.
— Mamãe! — Ted lamenta, oferecendo suas mãos para mim. Christian relutantemente deixa-o ir, quando eu o pego.
— Pronto, Pronto.
— Colé, — ele soluça.
— Eu sei, meu bebê. Vamos ver a Sra. Taylor e pegar outro. — Beijo sua cabeça. . . oh, ele cheira tão bem. Tem cheiro de meu menininho.
— Colé, — ele funga. Pego sua mão e beijo os dedos pegajosos.
— Eu posso provar o seu picolé aqui em seus dedos.
Ted para de chorar e examina a sua mão.
— Coloque seus dedos em sua boca.
Ele o faz.
— Colé!
— Sim. Picolé.
Ele sorri. Meu menininho volúvel, assim como seu pai. Bem, pelo menos ele tem uma desculpa — ele tem apenas dois anos.
— Vamos ver a Sra. Taylor? — Ele balança a cabeça, com seu lindo sorriso de bebê. — Você vai deixar o papai levar você? — Ele balança a cabeça e envolve seus braços em volta de meu pescoço, me abraçando com força, com o rosto pressionado contra minha garganta.
— Eu acho que o papai quer provar o picolé, também, — sussurro no ouvidinho de Ted. Ted olha severamente para mim, depois olha para sua mão e oferece-a para Christian. Christian sorri e coloca os dedos de Ted em sua boca.
— Hum. . . saboroso.
Ted ri e o alcança, querendo que Christian o segure. Christian sorri para mim e leva Ted em seus braços, fixando-o em seu quadril.
— Sophie, onde está Gail?
— Ela estava na Mansão.
Olho para Christian. Seu sorriso se torna amargo, e me pergunto o que ele está pensando.
— Você é tão boa com ele, — murmura.
— Este pequeno? — Agito o cabelo de Ted. — Só porque me guio em seu exemplo, Sr. Grey. — Eu sorrio para meu marido.
Ele ri.
— Sim, você se guia, Sra. Grey.
Teddy se contorce no colo de Christian. Agora ele quer andar, meu homenzinho teimoso. Pego uma de suas mãos, e seu pai pega a outra, e juntos, nós balançamos Teddy entre nós no caminho de volta para a casa, Sophie saltitando na nossa frente.
Aceno para Taylor que, em um raro dia de folga, está do lado de fora da garagem, vestido jeans e uma regata, enquanto mexe com uma moto velha.
Faço uma pausa fora da porta do quarto de Ted e ouço, enquanto Christian lê para Ted. —Sou o Lorax! Eu falo para as árvores. . .[14]
Quando dou uma espiada, Teddy está dormindo, enquanto Christian continua a ler. Olha para cima, quando abro a porta e fecha o livro. Ele põe o dedo nos lábios e liga o monitor de bebê ao lado do berço de Ted. Ele ajusta a roupa de cama de Ted, acaricia sua bochecha, depois se endireita, e sai na ponta dos pés para mim, sem fazer um som. É difícil não rir com ele.
Fora no corredor, Christian me puxa para seu abraço.
— Deus, eu o amo, mas é ótimo quando está dormindo, — ele murmura contra meus lábios.
— Eu não poderia concordar mais com você.
Ele olha para mim, os olhos suaves.
— Mal posso acreditar que ele está conosco há dois anos.
— Eu sei. — Eu o beijo, e por um momento, sou transportada de volta ao nascimento de Teddy: a cesariana de emergência, a ansiedade paralisante de Christian, a calma absurda da Dra. Greene, quando meu Pequeno Pontinho estava em perigo. Tremo por dentro com a memória.
— Sra. Grey, você está em trabalho de parto por quinze horas agora. Suas contrações abrandaram, apesar da oxitocina. Precisamos fazer uma Cesariana — o bebê está em perigo. — A Dra. Greene é inflexível.
— Sobre a porra do tempo! — Christian rosna para ela. A Dra. Greene ignora-o.
— Christian, quieto. — Aperto sua mão. Minha voz é baixa e fraca, e tudo está distorcido—as paredes, as máquinas, as pessoas vestidas de verde. . . Eu só quero dormir. Mas tenho algo importante para fazer primeiro. . . Ah, sim. — Quero empurrá-lo para fora eu mesma.
— Sra. Grey, por favor. A cesárea.
— Por favor, Ana, — Christian apela.
— Posso dormir em seguida?
— Sim, bebê, sim. — Ele quase soluça, e Christian beija minha testa.
— Eu quero ver meu Pequeno Blip.
— Você vai.
— Tudo bem, — eu sussurro.
— Finalmente, — a Dra. Greene resmunga. — Enfermeira, a anestesista. Prepare o Dr. Miller para uma cesariana. Vamos remover a Sra. Grey para o centro cirúrgico.
— Remover? — Christian e eu falamos ao mesmo tempo.
— Sim. Agora.
E de repente estamos nos movendo de forma rápida, as luzes do teto borradas em uma tira longa e brilhante, enquanto estou sendo levada por todo o corredor.
— Sr. Grey, você precisa mudar de roupas.
— O quê?
— Agora, Sr. Grey.
Ele aperta minha mão e me solta.
— Christian, — eu chamo, o pânico configurado.
Entramos através de outro conjunto de portas, e em nenhum momento a enfermeira monta uma tela em meu peito. A porta se abre e fecha, e há muitas pessoas na sala. Isto é tão barulhento. . . quero ir para casa.
— Christian?— Busco os rostos na sala por meu marido.
— Ele vai estar com você em um momento, Sra. Grey.
Um momento depois, ele está ao meu lado, com um uniforme azul, e eu procuro sua mão.
— Estou assustada, — sussurro.
— Não, querida, não. Estou aqui. Não se assuste. Não a minha forte Ana. — Ele beija minha testa, e posso dizer pelo tom da sua voz que algo está errado.
— O que é?
— O quê?
— O que há de errado?
— Não há nada de errado. Tudo está bem. Bebê, você está apenas exausta. — Seus olhos ardem com medo.
— Sra. Grey, o anestesista está aqui. Ele vai aplicar a sua peridural, e então podemos prosseguir.
— Ela está tendo outra contração.
Tudo aperta como uma banda de aço em volta da minha barriga. Merda! Eu esmago a mão de Christian enquanto seguro-a. Isso que é cansativo, suportar esta dor. Estou tão cansada. Posso sentir a extensão do líquido entorpecente. . . espalhar-se para baixo. Concentro-me no rosto de Christian. No sulco entre as suas sobrancelhas. Ele está tenso. Está preocupado. Por que ele está preocupado?
— Você pode sentir isto, Sra. Grey? — A voz amortecedora da Dra. Greene está vindo de trás da cortina.
— Sentir o quê?
— Você não pode sentir isto.
— Não.
— Ótimo. Dr. Miller, continue.
— Você está indo bem, Ana.
Christian está pálido. Há suor em sua testa. Ele está com medo. Não tenha medo, Christian. Não tenha medo.
— Eu te amo, — sussurro.
— Oh, Ana, — ele soluça. — Eu também te amo, muito.
Sinto um estranho puxão profundamente por dentro. Como nada do que senti antes. Christian olha para a tela e empalidece, mas encara, fascinado.
— O que está acontecendo?
— Aspiração! Bom. . .
De repente, há um lancinante grito irado.
— Você tem um menino, Sra. Grey. Verifique seu Apgar.
— O Apgar é nove.
— Posso vê-lo?— Me engasgo.
Christian desaparece de vista por um segundo, e reaparece um momento depois segurando meu filho, envolto em azul. Seu rosto está rosado, e coberto por um papa branca e sangue. Meu bebê. Meu Blip. . . Theodore Raymond Grey.
Quando olho para Christian, ele tem lágrimas nos olhos.
— Aqui está seu filho, senhora Grey, ele sussurra, sua voz tensa e rouca.
— Nosso filho, — eu suspiro. — Ele é lindo.
— Ele é, — diz Christian e planta um beijo na testa, debaixo de um chocante cabelo escuro, de nosso lindo menino. Theodore Raymond Grey está alheio. De olhos fechados, seu choro de antes, esquecido, ele está dormindo. Ele é a coisa mais linda que já vi. Tão lindo, que começo a chorar.
—Obrigado, Ana, — sussurra Christian, e há lágrimas em seus olhos também.
— O que foi? — Christian inclina meu queixo para trás.
— Eu estava lembrando o nascimento de Ted.
Christian empalidece e abraça minha barriga.
— Não vou passar por isso novamente. A opção da cesariana neste momento.
— Christian, eu...
— Não, Ana. Você quase morreu na porra da última vez. Não.
— Eu não sabia que quase morri.
— Não. — Ele é enfático e não está para discussão, mas quando olha para mim, seus olhos amolecem. — Gosto do nome Phoebe, — ele sussurra, e corre o nariz para baixo sobre o meu.
— Phoebe Grey? Phoebe. . . Sim. Gosto deste também. — Eu sorrio para ele.
— Ótimo. Quero montar o presente de Ted. — Ele pega minha mão, e dirigimo-nos para baixo. Sua emoção irradia dele; Christian tem esperado por esse momento durante todo o dia.
— Você acha que ele vai gostar? — Seu olhar apreensivo encontra o meu.
— Ele vai adorar. Durante dois minutos. Christian, ele tem somente dois anos.
Christian terminou de montar o conjunto de trem de madeira, que ele comprou para Teddy por seu aniversário. Ele fez Barney, no escritório converter dois dos pequenos motores para funcionarem com energia solar, como o helicóptero de Christian há alguns anos atrás. Christian parece ansioso para que o sol se levante. Eu suspeito que seja porque quer brincar com o trem ele mesmo. A disposição abrange a maior parte do chão de pedra da nossa sala ao ar livre.
Amanhã teremos uma festa de família para Ted. Ray e José virão e todos os Grey, incluindo a nova prima de Ted, Ava a filha de Kate e Elliot de dois meses de idade. Estou ansiosa para recuperar o atraso com Kate e ver como a maternidade está combinando com ela.
Olho para a vista, enquanto o sol afunda atrás da Península Olímpica. É tudo o que Christian prometeu que seria, e recebo a emoção alegre mesmo vendo-o agora, como fiz pela primeira vez. É simplesmente impressionante: o crepúsculo sobre o Sound. Christian puxa-me em seus braços.
— Isto é uma visão absoluta.
— É, — responde Christian, e quando me viro para olhá-lo, ele está olhando para mim. Ele planta um beijo suave nos meus lábios. — É uma bela vista, — ele murmura. — Minha favorita.
— Este é um lar.
Ele sorri e beija-me outra vez.
— Eu te amo, Sra. Grey.
— Eu também te amo, Christian. Sempre.
Bônus
Primeiro natal de Cinquenta
Meu suéter é áspero e cheira a novo. Tudo é novo. Tenho uma nova mamãe. É uma doutora, ela tem um estetoscópio que posso pôr em meus ouvidos e escutar meu coração. Ela é amável e sorri. Sorri o tempo todo. Seus dentes são pequenos e brancos.
— Quer me ajudar a decorar a árvore, Christian?
Há uma grande árvore na sala ao lado dos grandes sofás. Uma grande árvore. Vi estas antes. Mas nas lojas. Não dentro, onde estão os sofás. Minha nova casa tem muitos sofás. Não um só sofá. Não um só sofá marrom e pegajoso.
— Aqui, olhe.
Minha nova mamãe me mostra uma caixa e está cheia de bolas. Muitas bonitas bolas brilhantes.
— Estes são adornos para a árvore.
A-dor-nos. A-dor-nos. Minha cabeça pronuncia as palavras. A-dor-nos.
— E estes... — Ela se detém e pega uma fita com florzinhas nela. —Estas são as luzes. As primeiras luzes, e logo podemos adornar a árvore. — estira-se e põe seus dedos em meu cabelo. Fico muito quieto. Mas eu gosto de seus dedos em meu cabelo. Eu gosto de estar perto de minha nova mamãe. Ela cheira bem. Um cheiro limpo. E só toca meu cabelo.
— Mamãe!
Ele está chamando. Elliot. Ele é grande e barulhento. Muito barulhento. Ele fala o tempo todo. Eu não falo para nada. Não tenho palavras. Só tenho palavras em minha cabeça.
— Elliot querido, estamos na sala.
Ele chega correndo. Estava na escola. Tem um desenho. Um desenho que pintou para minha nova mamãe. Ela também é a mamãe de Elliot. Ela se ajoelha, abraça-o e olha o desenho.
É uma casa com mamãe, papai, Elliot e Christian. Christian é muito pequeno em seu desenho. Elliot é grande. Ele tem um grande sorriso e Christian tem uma cara triste. Papai também está aqui. Ele caminha para mamãe. Sustento ainda mais forte meu cobertor. Ele beija a minha nova mamãe e ela não está assustada. Ela sorri. Devolve-lhe o beijo. Eu aperto meu cobertor.
— Olá, Christian. — Papai tem uma profunda voz suave. Eu gosto de sua voz. Ele nunca fala duro. Não grita. Ele não grita como... ele me lê livros quando vou dormir. Lê-me sobre um gato e um chapéu, ovos verdes e presunto. Nunca vi ovos verdes. Papai se inclina, assim fica mais baixo.
— O que fez hoje?
Mostro-lhe a árvore.
— Comprou uma árvore? Uma árvore de Natal?
Digo que sim com minha cabeça.
— É uma formosa árvore. Você e sua mamãe escolheram muito bem. É um trabalho importante escolher a árvore correta.
Bagunça meu cabelo, fico muito quieto e sustento com força meu cobertor. Papai não me machuca.
— Papai, olhe meu desenho. — Elliot se zanga quando papai fala comigo. Ele se zanga comigo. Dou-lhe um tapa. Minha nova mamãe se irrita quando o faço. Elliot não me dá tapas. Ele tem medo de mim.
As luzes na árvore são bonitas.
— Aqui, me deixe te mostrar. O gancho vai através do pequeno furo, e logo pode pendurá-lo na árvore. — Mamãe põe um a-dor... a-dor-no vermelho na árvore. — Tente com este sino.
O sino soa. Balanço-o. O som é um som feliz. Balanço-o de novo. Mamãe sorri. Um grande sorriso. Um grande sorriso especial para mim.
—Você gosta do sino, Christian?
Digo que sim com minha cabeça e balanço-o uma vez mais, ele tilinta feliz.
— Tem um sorriso adorável, querido.
Mamãe pisca e enxuga os olhos com as mãos. Acaricia meu cabelo.
— Eu adoro ver seu sorriso.
Sua mão se move em meu ombro. Não. Retrocedo e aperto meu cobertor. Mamãe parece triste, e logo feliz. Acaricia meu cabelo.
— Deveríamos pôr o sino na árvore?
Minha cabeça diz que sim.
— Christian, deve dizer quando tiver fome. Pode fazer isso. Pode pegar a mão da mamãe e conduzir-me à cozinha e assinalar. — Assinala com seu comprido dedo a mim. Sua unha é brilhante e rosa. É bonita. Mas não sei se minha nova mamãe está zangada ou não. Terminei todo o meu jantar. Macarrão e queijo. Muito saboroso.
— Não quero que tenha fome, querido. De acordo? Agora, você gostaria de um pouco de sorvete?
Minha cabeça diz sim! Mamãe sorri para mim. Eu gosto de seus sorrisos. São melhores que o macarrão com queijo.
A árvore é bonita. Paro. Olho e abraço meu cobertor. As luzes cintilam e são todas de diferentes cores, e os a-dor-nos também são todos de diferentes cores. Eu gosto dos azuis. E no topo da árvore há uma grande estrela. Papai sustentou Elliot para que ele a colocasse na árvore. Ele gosta de pôr a estrela na árvore. Eu quero colocá-la... Mas não quero que papai me carregue. Não quero que me sustente. A estrela é muito brilhante.
Junto à árvore há um piano. Minha nova mamãe me deixa tocar o branco e o negro no piano. Branco e negro. Eu gosto dos sons brancos. O som negro está mau. Mas eu gosto do som negro também. Vou do branco ao negro. Branco a negro. Negro a branco. Branco, branco, branco, branco. Negro, negro, negro, negro. Eu gosto do som. Eu gosto muito do som.
— Quer que toque para ti, Christian?
Minha nova mamãe se senta. Toca o branco e o negro, e as canções chegam. Ela pressiona os pedais debaixo. Às vezes é ruidoso e às vezes é silencioso. A canção é alegre. Elliot também gosta que mamãe cante. Ela canta sobre um patinho feio e faz um divertido som de pato. Elliot imita o divertido som de pato e movimenta seus braços como se fossem asas, e os levanta acima e abaixo como uma ave. Ele é divertido.
Mamãe ri. Elliot ri. Eu rio.
— Você gosta desta canção, Christian? -E mamãe tem sua expressão triste-feliz.
Tenho uma meia que é vermelha, tem um desenho de um homem com um chapéu vermelho e uma grande barba branca. Ele é o papai Noel e traz presentes. Vi fotos dele. Mas nunca antes me trouxe presentes. Eu era mau. Papai Noel não traz presentes para os meninos que são maus. Agora sou bom. Minha nova mamãe diz que sou bom, muito bom. Ela não sabe. Nunca devo lhe dizer... mas sou mau. Não quero que ela saiba.
Papai pendura a meia sobre a chaminé. Elliot também tem uma meia. Ele diz que pode ler a palavra na meia. Há uma palavra em minha meia. Christian. Minha nova mamãe a soletra. C-H-R-I-S-T-I-A-N.
Papai se senta em minha cama. Lê-me. Sustento meu cobertor. Tenho um grande quarto. Às vezes ele é escuro e tenho sonhos maus. Sonhos maus sobre antes. Minha nova mamãe vem para minha cama quando tenho sonhos maus. Ela se deita e canta canções suaves e eu durmo. Ela tem um cheiro suave, novo e bonito. Minha nova mamãe não está fria. Não como... não como... e meus sonhos maus se vão quando ela está ali dormindo comigo.
Papai Noel esteve aqui. Ele não sabe que fui mau. Alegra-me que não saiba. Tenho um trem, um avião e um helicóptero. Meu helicóptero é azul e pode voar. Voa ao redor da árvore de Natal, sobre o piano e aterrissa no meio do branco. Voa sobre mamãe, sobre papai e sobre o Elliot, enquanto ele joga com o Lego. O helicóptero voa através da casa, da sala de jantar, da cozinha. Ele voa pela porta do estudo de papai e acima em meu quarto, no quarto de Elliot, no de mamãe e papai. Ele voa através da casa, porque é minha casa. Minha casa onde vivo.
Conhecendo cinquenta Sombras
Segunda-feira, Maio 9, 2011
— Amanhã — murmuro, despacho Claude Bastille que está de pé na entrada de meu escritório.
— Golfe, esta semana Grey. — Sorri Bastille cheio de arrogância, sabendo que sua vitória no campo de golfe está assegurada.
Olho-o com o cenho franzido e ele se vira e sai. Suas palavras de despedida esfregam sal em minhas feridas, porque apesar de meus heróicos intentos esta manhã na academia, meu treinador pessoal chutou meu traseiro. Ele é o único que pode me derrotar, e agora quer outro pedaço de carne humana no campo de golfe. Detesto golfe, mas os negócios se dão melhor nos espaços abertos, tenho que suportar suas lições também aí... e embora odeio admiti-lo Bastille de algum jeito tem melhorado minhas habilidades no jogo.
Enquanto olho o céu de Seattle, a familiar sensação de aborrecimento se filtra em meu consciente. Meus dias estão mesclados sem distinção, e necessito alguma classe de diversão. Trabalhei todo o fim de semana até agora, nos constantes limites de meu escritório, estou inquieto. Não deveria me sentir desta maneira, não depois do severo treinamento com Bastille. Mas o sinto.
Penso. A triste realidade é que a única coisa que tem meu interesse ultimamente foi à decisão de enviar dois navios de carga para o Sudão. O que me recorda; não se supõe que Rose teria que retornar com os números e a logística. Que diabos a detém? Com a intenção de averiguar a que está acontecendo, dou uma olhada em minha agenda e alcanço o telefone.
OH Cristo! Tenho que aguentar uma entrevista com a persistente Senhorita Kavanagh da revista estudantil WSU. Por que demônios aceitei? Detesto entrevistas, perguntas atrás de perguntas, todas mal elaboradas, idiotas vazias. O telefone toca.
— Sim — ataco Andrea como se ela tivesse culpa. Ao menos posso me ocupar com esta pequena entrevista.
— A Srta. Steele está aqui para vê-lo, Sr. Grey.
— Steele? Estava esperando a Katherin Kavanagh.
— É a Srta. Steele que está aqui, senhor.
Franzo o cenho. Odeio o inesperado.
— Diga-lhe que entre — murmuro, sabendo que sôo como um adolescente mal-humorado, mas não me importo em nada.
Bom, bom... a senhorita Kavanagh não está disponível. Conheço seu pai, o dono do Kavanagh medeia. Fizemos negócios, parece um empresário ardiloso e uma boa pessoa. Esta entrevista é um favor para ele, um de que quero tirar proveito quando me convier. Tenho que admitir que esteja vagamente curioso sobre sua filha, interessado em saber o quão longe ela foi.
Uma comoção na porta me põe de pé, enquanto um redemoinho de cabelo castanho comprido. Pele pálida e botas café entram de cabeça em meu escritório. Eu rolo meus olhos, e contenho meu aborrecimento natural para tal estupidez, enquanto me apresso até a garota que está caída no chão sobre suas mãos e seus joelhos. Pegando em seus magros ombros, ajudo-a a ficar de pé.
Claros, brilhantes e de causar pena, seus olhos azuis encontram os meus, pondo um fim as minhas preocupações. São olhos extraordinários de um inocente azul pálido, e por um breve momento, acredito que pode ver através de mim. Sinto-me... exposto. A ideia é desconcertante. É pequena. Dona de um doce rosto que agora se ruboriza, em um leve rosa pálido. Pergunto-me brevemente se toda sua pele é tão... perfeita, e como se veria rosa e quente depois de uns açoites. Porra. Detenho meus pensamentos pecaminosos, alarmado com sua direção. Em que diabos está pensando Grey? Esta garota é muito jovem. Ela ofega e quase desvio meu olhar novamente. Sim, sim bebê, é apenas um rosto, e a beleza é apenas superficial. Minha hostilidade se dissipa, admirando o olhar desses grandes olhos azuis.
Hora do show Grey. Vamos nos divertir.
— Senhorita Kavanagh. — Ela estende uma mão com longos dedos para mim, uma vez que eu fico de pé. — Eu sou Christian Grey. Você está bem? Você gostaria de se sentar?
Aí está de novo o rubor. Surge novamente, analiso-a. É muito atraente, de uma maneira desajeitada, pequena, pálida, com uma cabeleira cor mogno apenas uma borracha para segurar o rabo de cavalo. Uma morena. Sim, é atraente. Estendo minha mão, e ela gagueja o início de uma mortificada desculpa, enquanto põe sua pequena mão na minha. Sua pele está tão fria e suave, mas seu aperto de mãos é surpreendentemente firme.
— A senhorita Kavanagh está indisposta, assim me enviou. Espero que não se importe, Sr. Grey. — Sua voz é calma com uma vacilante musicalidade, seus olhos piscam de forma irregular, grandes cílios revoando ante esses grandes olhos azuis.
Incapaz de manter a diversão em minha voz, enquanto recordo sua menos que elegante entrada em meu escritório, pergunto-lhe quem é.
— Anastásia Steele. Eu estudo Literatura inglesa com Kate, hum… Katherine… hum… Senhorita Kavanagh do Estado de Washington.
Nervosa, do tipo tímida, aficionada pelos livros? Parece-o. Terrivelmente mal vestida, ocultando seu pequeno corpo debaixo de um suéter sem forma e uma saia reta cor café. Cristo. Ela não deve ter senso de moda certamente? Olha nervosamente ao redor de meu escritório, em todas as partes menos em mim, noto-o com divertida ironia.
Como pode ser esta garota uma jornalista? Não tem sequer um osso firme em seu corpo. Está encantadoramente nervosa, mansa, suave... submissa. Agito minha cabeça, assombrado pela direção que meus inapropriados pensamentos estão tomando. Murmurando uma trivialidade, peço-lhe que se sente, logo noto sua perspicácia ao admirar as pinturas de meu escritório. Antes que possa me deter, encontro-me explicando.
— Um artista local. Trouton.
— Elas são adoráveis. Elevando o ordinário para o extraordinário, — diz sonhadoramente, perdida na deliciosa e fina arte de minhas pinturas. Seu perfil é delicado, nariz arrebitado, lábios suaves e carnudos, e em suas palavras refletiu meus pensamentos. O ordinário para o extraordinário. É uma observação inteligente. A Srta. Steele é brilhante.
Murmuro minha concordância e vejo esse rubor aparecer lentamente de novo em sua pele. Enquanto me sento justo em frente dela, trato de reprimir meus pensamentos.
Recolhe uma enrugada folha de papel e uma gravadora em sua grande bolsa. Um gravador? Ainda existe fita cacete? Cristo... de forma desajeita, deixa cair a maldita coisa duas vezes, em minha mesa Bauhaus para café. Obviamente nunca havia feito isto antes, mas por alguma razão que não posso compreender, acho divertido. Normalmente esta classe de estupidez me irrita até a merda, mas agora escondo meu sorriso atrás de meu dedo indicador e resisto à necessidade de acomodar a coisa por ela.
Enquanto fica mais nervosa, me ocorre que poderia melhorar a velocidade de seus movimentos com a ajuda de um chicote. Habilmente utilizado pode fazer com que os mais assustadiços se ajoelhem. A errante ideia faz com que me mova em minha cadeira. Ela me olha de esguelha e morde seu lábio inferior. Mas que porra! Como não notei essa boca antes?
— Desculpe-me. Eu não estou acostumada a isto.
Estou certo disso bebê — meu pensamento é irônico. — Mas neste momento pouco me importa, porque não posso afastar meus olhos de sua boca.
— Leve o tempo que precisar Senhorita Steele. — E necessito de um momento para ordenar meus pecaminosos pensamentos. Grey... pare com isto agora.
— Você se importa se eu gravar suas respostas? — pergunta, seu rosto está franco e ansioso.
Quero rir. OH obrigado Cristo.
— Depois que você teve tantas dificuldades para instalar o gravador, agora que você me pergunta? — Ela pisca seus olhos grandes e perdidos por um instante, e sinto uma desconhecida pontada de culpa. Deixe de ser babaca, Grey.
— Não, não me importo - murmuro, sem querer ser responsável por essa expressão.
— Será que Kate, eu quero dizer, a Senhorita Kavanagh, explicou para o que é a entrevista?
— Sim. Para aparecer na edição de graduação do jornal estudantil quando eu outorgar o diploma na cerimônia de graduação deste ano. — por que diabos aceitei fazer isso? Não sei. Sam, de minhas relações públicas me disse que era uma honra, e o departamento de meio ambiente e ciência de Vancouver necessitava da publicidade para atrair financiamento adicional para igualar a concessão que lhes dei.
A senhorita Steele pisca, todos esses grandes olhos azuis uma vez mais, como se minhas palavras fossem uma surpresa e merda, parece não aprovar! Ela fez alguma pesquisa, para fazer esta entrevista? Ela deveria saber disso. A ideia esfria meu sangue. Não é agradável, não é o que esperava dela ou de qualquer um a quem lhe conferisse meu tempo.
—Bem. Tenho algumas pergunta Sr. Grey. — coloca uma mecha de cabelo detrás de sua orelha, distraindo meu aborrecimento.
— Eu achei que você teria — murmuro secamente. Vamos deixá-la retraída.
Amavelmente ela se contrai, mas logo se recompõe, endireita-se ao sentar elevando seus pequenos ombros. Inclinando-se pressiona o botão da gravadora, e franze o cenho quando baixa seu olhar até suas enrugadas notas.
— Você é muito jovem para ter acumulado este império. Há que se deve seu êxito?
OH, Cristo! Certamente ela pode fazer melhor que isto. Que merda de pergunta tão aborrecida. Que saco, uso novamente a minha resposta habitual sobre ter pessoas excepcionais trabalhando comigo por todos os Estados Unidos. Gente em que confio, na medida em que não confio em ninguém, pago bem, bla, bla, bla... mas senhorita Steele, a verdade é que, sou um foda no que faço. Para mim, tudo é muito fácil. Compro empresas em crise e mal administradas e as arrumo, ou se estiverem a sério risco de quebrarem, despojo seus bens e vendo-as ao melhor comprador. É uma simples questão de saber a diferença entre esses dois, e sempre se reduz a escolher a pessoa certa para o cargo. Para triunfar nos negócios necessita-se de boas pessoas, e posso julgar a uma pessoa, melhor que a maioria.
— Talvez você seja apenas sortudo. Diz em voz baixa
Sorte? Um arrepiou de irritação corre sobre mim. Sorte? Não há nenhuma merda de sorte envolvida nisto, Srta. Steele. Mostra-se humilde e tranquila, mas esta pergunta? Nunca ninguém me perguntou se tive sorte. Trabalho duro. Junto com meus funcionários, vigio-os de perto, trato de adivinhar o que falta; e se não estão à altura afasto-os sem piedade. Isso é o que faço, e o faço bem. Não tem nada que ver com a sorte! A merda que tem algo haver com isso. Faço alarde de meu conhecimento, cito-lhe as palavras de meu empresário americano favorito.
— Você soa como um maníaco por controle — diz, e ela está perfeitamente séria.
Que merda foi isso?
Possivelmente esses olhos tímidos possam ver através de mim. Controle é meu segundo nome. Fulmino-a com o olhar.
— Oh, eu exerço controle em todas as coisas, Senhorita Steele. —E eu gostaria de controlá-la, aqui e agora.
Seus olhos se abrem mais. Esse atrativo rubor se estende por seu rosto uma vez mais, e morde de novo seu lábio. Divago tratando de afastar minha concentração de sua boca.
— Além disso, o imenso poder é adquirido assegurando-se em seus devaneios secretos, que você nasceu para controlar as coisas.
— Você sente que tem imenso poder? — pergunta em um tom suave, mas levanta uma delicada sobrancelha, revelando a censura de seus olhos. Minha irritação cresce. Ela está deliberadamente tentando me provocar? São suas perguntas, sua atitude, ou o fato de que a considero atraente que me encabula?
— Eu emprego mais de quarenta mil pessoas, Senhorita Steele. Isso me dá certo sentido de responsabilidade.... poder, se assim prefere. Se decidisse que já não me interesso mais pelos negócios de telecomunicações e vendesse tudo, vinte mil pessoas teriam grandes dificuldades em pagar suas hipotecas no final do mês então.
Sua boca fica aberta. Isso eu gosto mais. Bem feito! Senhorita Steele. Sinto meu equilíbrio retornar.
— Você não tem um conselho ao qual responde?
— Eu possuo a minha empresa. Eu não tenho que responder para um conselho — respondo bruscamente. Deveria sabê-lo. Elevo uma sobrancelha questionando.
— E você tem algum interesse fora de seu trabalho? —continua rapidamente, corretamente medindo minha reação. Sabe que estou zangado, e por alguma inexplicável razão isto me agrada enormemente.
— Eu tenho interesses variados, Senhorita Steele. Muito variado. —sorrio.
Imagens dela em uma variedade de posições em meu quarto de jogos passam por minha mente: encadeada à cruz, braços e pernas estendidas no poste, estendida sobre o banco de açoites. Que porra! Para onde vai isto? E eis aqui, o rubor de novo. É como um mecanismo de defesa. Acalme-te Grey.
— Mas se você trabalha tão duro, o que você faz para relaxar?
— Relaxar? — Sorrio, essas palavras saindo de sua boca inteligente soam estranhas. Além disso, quando tenho tempo para relaxar? Não tem alguma ideia do número de companhias que controlo? Mas me olha com esses ingênuos olhos azuis, e para minha surpresa encontro a mim mesmo considerando sua pergunta. O que faço para relaxar? Navegar, voar, agarrar... provar os limites de pequenas garotas com o cabelo marrom como os dela, e lhes levá-las ao inferno... O pensamento me faz mover em meu assento, mas lhe respondo brandamente, omitindo minhas duas atividades favoritas.
— Você investe em fabricação. Por que, especificamente?
Sua pergunta me arrasta rudemente ao presente.
— Eu gosto de construir coisas. Eu gosto de saber como as coisas funcionam: o que torna as coisas marcantes, como construir e destruir. E eu tenho um amor por navios. O que eu posso dizer? — Eles distribuem comida ao redor do planeta... tomando bens de quem os tem para os que não, e assim outra vez. Quem não deveria gostar?
— Isso soa como seu coração falando, em lugar da lógica e fatos.
Coração? Eu? OH não, bebê. Meu coração foi devorado selvagemente, a muito tempo.
— Possivelmente. Embora existam pessoas que diriam que eu não tenho coração.
— Por que eles diriam isto?
—Porque me conhecem bem. — Dou-lhe um sorriso irônico. De fato, ninguém me conhece tão bem, talvez Elena. Pergunto-me o que faria a Srta. Steele. A garota é uma massa de contradições: tímida, inquieta, obviamente brilhante e excitante como o inferno. Sim, está bem, admito-o. Ela é uma pequena peça atrativa...
Faz a seguinte pergunta da memória.
— Seus amigos dizem que você é fácil de conhecer?
— Eu sou uma pessoa muito privada, Senhorita Steele. Eu percorro um caminho longo para proteger minha privacidade. Eu não costumo dar entrevistas — Fazendo o que faço, vivendo a vida que escolhi, necessito minha privacidade.
— Por que você concordou em fazer esta aqui?
— Porque eu sou um benfeitor da Universidade, e para todos os efeitos, eu não consegui tirar a Senhorita Kavanagh de minhas costas. Ela insistiu e insistiu com meu pessoal de Relações Públicas, e eu admiro esse tipo de tenacidade.
— Você também investe em tecnologias agrícolas. Por que você está interessado nesta área?
— Nós não podemos comer dinheiro, Senhorita Steele, e existem muitas pessoas neste planeta que não tem o suficiente para comer.
— Isso soa muito filantrópico. É algo que você sente apaixonadamente? Alimentar os pobres do mundo?
Considera-me com uma expressão excêntrica como se fora uma classe de quebra-cabeças para ela, mas de forma nenhuma vou querer esses grandes olhos azuis olhando dentro de minha alma escura. Isso não é uma área aberta à discussão. Nunca.
— São negócios astutos. —Encolho-me, fingindo aborrecimento, e imagino agarrar sua boca inteligente para me distrair de todos meus pensamentos sobre a fome. Sim, essa boca necessita de educação. Agora esse pensamento está aparecendo e me deixo imaginá-la de joelhos ante mim.
— Você tem uma filosofia? Nesse caso, qual é?
— Eu não tenho uma filosofia como essa. Talvez um princípio do orientador Carnegie: “Um homem que adquire a habilidade de tomar posse completa de sua própria mente, pode tomar posse de qualquer outra coisa a que ele por justiça tem direito”. Eu sou muito peculiar, impulsivo. Eu gosto de controlar, a mim mesmo e aqueles ao meu redor.
— Então você quer possuir coisas? — Seus olhos se aumentam.
Sim, bebê. Você, em primeiro lugar.
— Quero merecer possuí-las, mas sim, no resultado final, eu quero.
— Você soa como o consumidor irrevogável. — Sua voz tem um matiz de desaprovação, me enfurecendo de novo. Soa como uma garota rica que teve tudo o que queria, mas quando olho mais de perto a sua roupa, está vestida com vestuários do Walmart, ou possivelmente da Velha Marinha, sei que não o é. Não cresceu em uma casa próspera.
Realmente poderia cuidar de você.
Merda. De onde essa merda veio? Embora agora que o considere, necessito uma nova Sub. Passou o que, dois meses desde Susannah? E aqui estou. Salivando por uma garota de cabelo marrom. Eu tento um sorriso e concordo com ela. Nada mal com o consumo... depois de tudo, é disso que vive a economia americana.
— Você foi adotado. Até que ponto você acha que isto formou o que você é?
Que merda tem que ver isso com o preço do azeite? Franzo-lhe o cenho. Que pergunta ridícula. Se tivesse estado com a puta viciada em crack, provavelmente teria morrido. Deixo-a plantada sem uma resposta, tratando manter o nível de minha voz, mas ela me empurra, exigindo saber quantos anos tinha quando fui adotado. Faça-a calar, Grey!
— Esse material é de registro público, Srta. Steele. — Minha voz é fria como aço. Ela deveria saber esta merda. Agora parece arrependida. Bem.
— Você teve que sacrificar uma vida familiar por seu trabalho.
— Isso não é uma pergunta —cuspo.
Ruboriza-se de novo e morde esse maldito lábio. Mas tem a graça de desculpar-se.
— Você teve que sacrificar uma vida em família por seu trabalho?
O que eu quero com uma família de merda?
— Eu tenho uma família. Eu tenho um irmão e uma irmã e pais amorosos. Eu não estou interessado em estender minha família, além disto.
— Você é gay, Sr. Grey?
Que merda! Não posso acreditar que ela disse isso em voz alta! A pergunta não pronunciada que minha própria família não se atreve a perguntar, para mim muito menos. Como ela se atreve! Tenho que lutar com o impulso de arrastá-la de seu assento, incliná-la sobre meu joelho e açoitá-la até tirar toda a merda dela; logo fodê-la sobre meu escritório com suas mãos atadas fortemente atrás de suas costas. Isso responderia sua pergunta. O quão frustrante é esta mulher? Tomo uma respiração profunda e tranquilizadora. Para meu prazer vingativo, ela parece extremamente envergonhada por sua própria pergunta.
— Não, Anastásia, não o sou. — Levanto minhas sobrancelhas, mas mantenho minha expressão impassível. Anastásia. É um nome encantador. Eu gosto da forma em que minha língua o envolve.
— Eu peço desculpas. Isto está hum… escrito aqui. — nervosa, coloca seu cabelo atrás de sua orelha.
Não conhece suas próprias perguntas. Talvez não sejam dela. Pergunto-lhe e fica pálida. Merda, ela é realmente atraente, em uma forma discreta. Inclusive chegaria a dizer que é formosa.
— Éee… não. Kate, a Srta. Kavanagh, ela compilou as perguntas.
— São colegas do jornal estudantil?
— Não, é minha companheira de quarto.
Não é assombroso que esteja em todas as partes. Arranho meu queixo, debatendo se lhe dou um mau momento.
— Você se voluntariou para fazer esta entrevista? — pergunto e sou recompensado com seu olhar submisso: olhos grandes, nervosos por minha reação. Eu gosto do efeito que tenho nela.
— Eu fui sorteada. Ela não está bem. — diz brandamente.
— Isso explica muitas coisas.
Há uma batida na porta e aparece Andrea.
— Sr. Grey, perdoe-me por interromper, mas sua próxima reunião será em dois minutos.
— Nós não terminamos aqui, Andrea. Por favor, cancele minha próxima reunião.
Andrea assente, me olhando boquiaberta. Olho-a. Fora! Agora! Estou ocupado com a pequena Senhorita Steele aqui. Andrea se ruboriza, mas se recupera logo.
— Muito bem, Sr. Grey — diz, e girando sobre seus pés, deixa-nos.
Volto minha atenção de novo para a intrigante e frustrante criatura em meu sofá.
— Onde estávamos Senhorita Steele?
— Por favor, não gostaria de atrapalhar suas obrigações.
OH não, bebê. É meu turno agora. Quero saber se há algum segredo que eu possa descobrir por trás desses olhos formosos.
— Quero saber sobre você. Eu acho que isto é justo. -Enquanto me inclino para trás e pressiono meus dedos contra meus lábios, seus olhos se movem rápido para minha boca e traga. OH, sim... o efeito comum. E é tão gratificante saber que não é completamente inconsciente a meus encantos.
— Não há muito que saber — diz, retornando seu rubor. Estou intimidando-a. Ótimo.
— Quais são seus planos depois que você se formar?
Ela se encolhe.
— Não fiz nenhum plano, Sr. Grey. Só preciso passar em meus exames finais.
— Nós temos um excelente programa de estágio aqui. —Porra. Por que disse isso? Estou rompendo minha regra de ouro: jamais fazer sexo com minhas funcionárias. Mas Grey, não está fodendo essa garota. Ela parece surpreendida e seus dentes se afundam de novo em seu lábio. Por que isso é tão excitante?
— Oh. Eu vou pensar nisto — resmunga. Depois, em um último momento diz: — Ainda que eu não tenha certeza se me encaixaria aqui.
Por que diabos não? O que está mal com minha companhia?
— Por que diz isso? — pergunto.
— É óbvio, não é?
— Não para mim. — Sua resposta me confunde.
Ela está nervosa de novo quando se estira pelo mini gravador. Merda. Está indo. Mentalmente, percorro meus horários para essa tarde... não há nada que me entretenha.
— Você gostaria que eu mostrasse ao redor?
— Eu estou certa que você está extremamente ocupado, Sr. Grey, e eu tenho uma longa viagem.
— Você vai dirigindo de volta para a WSU[15] em Vancouver? — Olho através da janela. Esse tipo de viagem é um inferno e está chovendo, mas não posso proibi-la. O pensamento me irrita.
— Bem, é melhor você dirigir com cuidado. — Minha voz é mais severa do que me proponho.
Ela guarda o mini gravador. Ela quer sair de meu escritório e, por alguma razão que não posso explicar, não quero que vá.
— Você conseguiu tudo o que precisa? — Adiciono em um claro intento de prolongar sua estadia.
— Sim, senhor — diz lentamente.
Sua resposta me deixa aniquilado, a forma em que soam essas palavras, saindo dessa boca inteligente, e brevemente imagino a essa boca a minha disposição e me chamando.
— Obrigada pela entrevista, Sr. Grey.
— O prazer foi meu — respondo sinceramente, faz muito tempo que não estou fascinado por alguém. O pensamento é inquietante.
Ela para e estendo minha mão, impaciente por tocá-la.
— Até a próxima, Senhorita Steele. —Minha voz é baixa e ela coloca sua pequena mão na minha. Sim, quero açoitar e foder a esta garota em meu quarto de jogos. Tê-la atada e esperando... necessitando-me, confiando em mim. Trago.
Isso não vai acontecer, Grey.
— Sr. Grey. — Ela assente e retira sua mão, rápido... muito rápido.
Merda, não posso deixar que vá assim. É óbvio que está desesperada para sair daqui. A irritação e inspiração me golpeiam simultaneamente quando a vejo fora.
— Só assegurando que você passe pela porta, Senhorita Steele
Ela se ruboriza novamente, uma deliciosa sombra rosada.
—Isso é muito amável de sua parte, Sr. Grey — cospe.
A Senhorita Steele tem dentes! Sorrio atrás dela quando sai e a sigo em seu caminhar. Tanto Andrea como Olivia levantam o olhar com surpresa. Sim, sim. Só estou vendo a garota sair.
— Você tem um casaco? —pergunto.
— Sim.
Franzo o cenho a Olivia, quem imediatamente salta para recuperar seu casaco. Pegando-o, a olho para que saia. Jesus, Olivia é irritante... girando ao meu redor todo o tempo. Hmm. O casaco é do Walmart. A Senhorita Anastásia Steele deveria estar melhor vestida.
Sustento-o para ela e o coloco sobre seus ombros magros, toco a pele da base de seu pescoço. Ela fica quieta ante o contato e empalidece. Sim! Ela está afetada por mim. Saber disso é imensamente prazeroso. Caminhando para o elevador, pressiono o botão para chamá-lo enquanto ela está parada inquieta ao meu lado.
OH, eu posso acalmar seus nervos, bebê.
A porta se abre e ela se escorre dentro, logo se vira para me enfrentar.
— Anastásia — murmuro, dizendo adeus.
— Christian — ela sussurra. E as portas do elevador se fecham, deixando meu nome pendurado no ar, soando estranho, desconhecido, mas atrativo como o inferno.
Porra. O que foi isso?
Preciso saber mais sobre esta garota.
— Andrea — cuspo quando caminho de volta a meu escritório—. Ponha o Welch na linha, agora.
Enquanto me sento no escritório e espero a chamada, olho as pinturas na parede de meu escritório, e as palavras da Senhorita Steele retornam a mim: "Elevando o ordinário ao extraordinário". Facilmente ela poderia estar se descrevendo.
Meu telefone vibra.
— Welch está na linha para você.
— Passe a ligação.
— Sim, senhor.
— Welch, necessito uma investigação profunda.
Sábado, Maio 14, 2011
Anastasia Rose Steele
FDN: 10 de Setembro de 1989, Montesano, WA
Direção: 1114 SW Green Street, Apartamento 7,
Haven Heights, Vacouver, WA 98888
N° do Móvel: 360 959 4352
N°. do Seguro Social: 987-65-4320
Detalhes Bancários: Banco Wells Fargo, Vancouver, WA 98888
Cta. N°.: 309361: $683.16 balanço
Ocupação: Estudante de graduação da WSU Universidade de Artes Liberais de Vancouver - Estudante de Inglês
Média de qualificações: 4.0
Pontos SAT: 2150
Emprego: Ferragista Clayton
NW Vancouver Drive, Portland, OR (Meio tempo)
Pai: Franklin A. Lambert
FDN: 1 de Setembro de 1969, Falecido em 11 de Setembro de 1989
Mãe: Carla Mai Wilks Adams
FDN: 18 de Julho de 1970
Marido: Frank Lambert
-1 de Março de 1989, enviuvada em 11 de Setembro de 1989
Marido: Raymond Steele
-6 Junho de 1990, divorciada em 12 Julho de 2006
Marido: Stephen M. Morton
- 16 de Agosto de 2006, divorciada em 31 de Janeiro de 2007
Marido: Robbin (Bob) Adams
-6 de Abril de 2009
Filiações Políticas: Nenhuma Encontrada
Filiações Religiosas: Nenhuma Encontrada
Orientação Sexual: Desconhecida
Relações: Nenhuma indicada até o presente.
Li atentamente o resumo da investigação pela centésima vez, desde que o recebi a dois dias, procurando compreender a enigmática Senhorita Anastásia Rose Steele. Não consigo tirar da cabeça a maldita mulher, e de verdade está começando a me incomodar. Esta última semana, durante reuniões particularmente entediantes. Encontrei-me repetindo a entrevista em minha cabeça. Seus dedos trementes no gravador, a forma em que colocava o cabelo atrás da orelha, como mordia o lábio. Essa mordida no lábio me acompanhou todo o tempo.
E agora, aqui estou estacionado fora da Clayton, a modesta loja de ferragens nos subúrbios de Portland, onde ela trabalha.
É um idiota, Grey. Por que você está aqui?
Sabia que estaria. Toda a semana... soube que tinha que vê-la de novo. Soube-o desde que pronunciou meu nome no elevador e desapareceu nas profundidades de meu edifício. Tentei resistir. Esperei cinco dias, cinco condenados dias para ver se poderia esquecê-la. E não sou dos que espera, odeio esperar... por algo. Nunca persegui ativamente a uma mulher antes. As mulheres que tive entendiam o que eu esperava delas. Meu medo agora é que a Senhorita Steele seja muito jovem e que não esteja interessada no que tenho para oferecer... ou sim? Será, inclusive, uma boa submissa?
Sacudo a cabeça. Só há uma maneira de averiguá-lo... assim, estou aqui, como um maldito idiota, sentado em um estacionamento suburbano em uma deprimente parte de Portland.
A investigação sobre seus antecedentes não revelou nada extraordinário, exceto a última linha, que esteve na vanguarda de minha mente. É a razão pela que estou aqui. Por que não tem namorado, Senhorita Steele? Orientação sexual desconhecida, talvez seja lésbica. Bufo, pensando que é pouco provável. Lembro a pergunta que fez durante a entrevista, sua verdadeira vergonha, a forma em que sua pele se ruborizou num pálido rosa...
Merda. Estive sofrendo com estes ridículos pensamentos desde que a vi.
É por isso que estou aqui.
Anseio vê-la de novo, aqueles olhos azuis que me perseguem, inclusive em meus sonhos. Não a mencionei ao Flynn, e me alegro, porque agora estou comportando-me como um perseguidor. Talvez devesse dizer-lhe, rolo meus olhos, não o quero me incomodando sobre essa situação. Só necessito de uma distração... e justo agora a única distração que quero está trabalhando como atendente em uma loja de ferragens.
Você veio até aqui. Vejamos se a pequena Senhorita Steele é tão atrativa como você se lembra.
Hora do espetáculo, Grey. Saio do carro e caminho através do estacionamento para a porta principal. O sino ressoa uma suave nota enquanto entro. A loja é muito maior do que parece do lado de fora, e embora seja quase na hora do almoço o lugar está tranquilo, para um sábado.
Há corredores e corredores do lixo usual que esperaria. Tinha esquecido todas as possibilidades que uma loja de ferragens poderia apresentar a alguém como eu. Supro minhas necessidades comprando online, mas enquanto esteja aqui, possivelmente me farei com uns quantos itens... velcro, aros metálicos... sim. Encontrarei à deliciosa Srta. Steele e me divertirei um pouco.
Levo três segundos para localizá-la. Está encurvada sobre o mostrador, olhando fixamente a tela do computador e comendo seu almoço... um bagel. Sem pensar, limpa um miolo da comissura de seus lábios e o mete em sua boca, lambendo seu dedo. Meu pau se retorce em resposta.
Porra! Quantos anos tenho, quatorze? Minha reação é condenadamente irritante. Possivelmente esta resposta adolescente se deterá se a encadeio, fodo e açoito... e não necessariamente nessa ordem. Sim. Isso é o que necessito.
Está completamente concentrada em sua tarefa, e isso me dá a oportunidade de estudá-la. Deixando de lado os pensamentos lascivos, ela é atraente, verdadeiramente atraente. Recordo-a bem.
Levanta o olhar e congela, imobilizando-me com uns inteligentes e exigentes olhos, os mais azuis de todos os azuis parecem ver através de mim. É tão enervante como a primeira vez que a vi. Ela só olha surpreendida, acredito eu, e não sei se esta é uma boa ou uma má resposta.
— Senhorita Steele. Que surpresa tão agradável.
— Sr. Grey — sussurra, velada e nervosa. Ah... uma boa resposta.
— Estava pela área. Preciso comprar algumas coisas. É um prazer verte de novo, Senhorita Steele. — Um verdadeiro prazer. Está vestida com uma camiseta apertada e jeans, não a merda sem forma que estava usando anteriormente esta semana. Tem largas pernas, cintura pequena e seios perfeitos. Continua boquiaberta, e tenho que resistir a urgência de me estirar para tomar sua boca. Voei de Seattle só para te ver, e a forma em que te vejo agora mesmo, valeu a pena à viagem.
— Ana. Meu nome é Ana. No que posso ajudá-lo, Sr. Grey? — Toma uma respiração profunda, endireita os ombros como o fez na entrevista, e me dá um falso sorriso que estou seguro se reserva só para os clientes.
Que comece o jogo, Senhorita Steele.
— Há alguns itens que eu preciso. Para começar, eu gostaria de algumas braçadeiras.
Seus lábios se separam enquanto inala bruscamente.
Estaria surpreendida do que posso fazer com umas quantas braçadeiras, Senhorita Steele.
— Nós temos de vários comprimentos. Eu devo mostrar a você?
— Por favor. Vá à frente, Senhorita Steele.
Sai de trás do mostrador e faz gestos para um dos corredores. Está usando tênis. Ociosamente me pergunto como ficaria com saltos super altos. Laboutines... nada mais que Laboutines.
— Elas estão junto aos bens elétricos, no corredor oito. — Sua voz fraqueja enquanto se ruboriza... de novo.
Está afetada por mim. A esperança floresce em meu peito. Não é gay, então. Sorrio com suficiência.
— Depois de você — murmuro, assinalando com minha mão para que ela guie o caminho. Deixando-a caminhar adiante, tenho espaço e tempo para admirar seu fantástico traseiro. Realmente é o pacote completo: doce, cortês, e formosa com todos os atributos físicos que valoro em uma submissa. Mas a pergunta de um milhão de dólares é, ela poderia ser uma submissa? Provavelmente não sabe nada do estilo de vida, meu estilo de vida, mas quero bastante introduzi-la a ele. Está indo muito além de ti mesmo com isto, Grey.
— Você está em Portland a negócios? — pergunta, interrompendo meus pensamentos. Sua voz é alta, tentando fingir desinteresse. Aquilo me faz rir, o que é refrescante. As mulheres raramente me fazem rir.
— Eu estava visitando a divisão agrícola da universidade. Que está localizada em Vancouver — minto. De fato, estou aqui para vê-la, Senhorita Steele. Ruboriza-se, e me sinto como uma merda. — Eu estou atualmente financiando algumas pesquisas lá, sobre rotação de colheita e ciência do solo. — Isso, ao menos, é verdade.
— Tudo parte de seu plano de alimentar o mundo? — Seus lábios mudam com um meio sorriso.
— Algo assim — murmuro. Está rindo de mim? OH, eu adoraria deter isso, que estais fazendo. Mas, como começar? Possivelmente com um jantar, mais que a usual entrevista.... Agora, isso seria uma novidade; levar a um suposto para jantar.
Chegamos às braçadeiras, que estão organizadas por tamanhos e cores. Distraidamente meus dedos riscam os pacotes. Poderia simplesmente convidá-la para sair. Como em um encontro? Ela viria? Quando a olho, está examinando seus dedos nervosos. Não pode me olhar... isso é prometedor. Seleciono as amarras mais largas. São mais flexíveis, depois de tudo, podem acomodar dois tornozelos e dois braços de uma vez.
— Estes servirão, — murmuro, e ela se ruboriza de novo.
— Gostaria de mais alguma coisa? — diz rapidamente. Ou está sendo super atenta ou quer me tirar da loja, não sei qual das duas.
— Eu gostaria de algumas fitas adesivas.
— Você está redecorando sua casa?
Reprimo meu sorriso
— Não, não estou redecorando. —Nunca segurei uma broca ou coisa do gênero. O pensamento me faz sorrir, tenho gente que faz toda essa merda.
— Por aqui — murmura ela, parecendo infeliz. — A fita adesiva está no corredor de decoração.
Vamos, Grey. Não tem muito tempo. Envolva-a em uma conversa.
— Trabalha aqui há muito tempo? — É óbvio, já sei a resposta.
Diferente de algumas pessoas, eu faço minha investigação. Ela se ruboriza uma vez mais. Cristo, essa garota é tímida. Será que existe salvação?
Ela dá volta rapidamente e caminha pelo corredor para a seção etiquetada como DECORAÇÃO. Sigo-a ansiosamente. O que sou, um condenado cachorrinho?
— Quatro anos — murmura quando alcançamos a fita adesiva. Inclina-se e agarra dois rolos, cada um de diferente largura.
— Eu vou levar essa — digo. A fita mais larga é muito mais eficiente como mordaça. Quando penso nisso, as pontas de nossos dedos se tocam, brevemente. Aquilo ressoa em minha virilha.
Porra!
Ela empalidece.
— Algo mais? — Sua voz é suave e rouca.
Cristo, estou tendo o mesmo efeito nela que o dela em mim. Possivelmente...
— Algumas cordas, eu acho.
— Por aqui. — Rapidamente sai do corredor, dando-me outra oportunidade para apreciar seu precioso traseiro.
— Que tipo você está procurando? Nós temos corda de filamento sintético e natural… barbantes... fio de corda…
Merda. Detenha. Rosno internamente, tentando separar a imagem dela suspensa no teto de meu salão de jogos.
— Eu vou levar cinco metros de corda de filamentos naturais, por favor. — É mais espessa e esfrega mais quando se luta contra ela... minha corda preferida.
Um estremecimento se desliza por seus dedos, mas eficientemente mede os cinco metros. Tirando uma faca de utilidade de seu bolso direito, corta a corda em um suave gesto, enrola-a cuidadosamente e a ata com um nó corrediço. Impressionante.
— Você era Escoteira?
— Só organizada, as atividades em grupo não são realmente minha praia, Sr. Grey.
— E qual é a tua praia, Anastásia? — Apanho seu olhar, e suas íris se dilatam enquanto olho-a fixamente. Sim!
— Livros — sussurra.
— Que tipo de livros?
— Oh, você sabe. O habitual. Os clássicos. Literatura britânica, principalmente.
Literatura britânica? Brontë e Austen, com certeza. Todas essas classes românticas de corações e flores.
Porra. Isso não é bom.
— Você precisa de alguma outra coisa?
— Eu não sei. O que mais me recomendaria?
Quero ver sua reação.
— Para um trabalho manual? — pergunta, surpreendida.
Quero rir, dar uma gargalhada. OH, bebê, HTM não é meu. Aceno a cabeça, sufocando minha diversão. Seus olhos passam por meu corpo e fico tenso. Está me revisando! Porra.
— Macacões — espeta.
É a coisa mais inesperada que ouvi sua doce e inteligente boca desde a pergunta de "é você gay".
— Você não quer estragar sua roupa.
Faz gestos para meus jeans, envergonhada uma vez mais.
Não posso resistir.
— Eu sempre posso lavá-las.
—Um. — ruboriza-se e olha para o piso.
— Eu vou levar alguns macacões. Deus me livre de arruinar qualquer roupa — murmuro para tirá-la de sua miséria. Sem uma palavra, volta e anda com brio pelo corredor, e uma vez mais a sigo em seu tentador caminhar.
— Você precisa de mais alguma outra coisa? — diz sem fôlego, me passando um par de macacões azuis. Está mortificada, seus olhos ainda baixo, o rosto ruborizado.
Cristo, ela me faz coisas.
— Como está indo o artigo? — pergunto com a esperança de que relaxe um pouco.
Levanta o olhar e me dá um breve sorriso de alívio. Finalmente.
— Eu não estou escrevendo-o, Katherine está. A Srta Kavanagh. Minha companheira de quarto, ela é a escritora. Ela está muito feliz com isto. Ela é a editora da revista, e ficou devastada por não poder fazer a entrevista pessoalmente.
Foi a oração mais larga que me dirigiu desde que nos vimos a primeira vez, e está falando de alguém mais, não de si mesmo. Interessante. Antes que possa comentar, ela acrescenta:
— Sua única preocupação é que ela não tem nenhuma fotografia original sua.
A tenaz Senhorita Kavanagh quer fotografias. Coisas de publicidade, hein? Posso fazer isto. Permitiria-me passar mais tempo com a deliciosa Senhorita Steele.
— Que tipo de fotografia ela quer?
Ela me olhe por um momento, logo sacode a cabeça.
— Bem, estou por perto. Amanhã talvez... — Posso ficar no Portland. Trabalhar de um hotel. Um quarto no Heathman, talvez. Necessitarei que Taylor me traga o computador e um pouco de roupa. Ou Elliot... a menos que esteja viajando, que é seu MO usual no fim de semana.
— Você estaria disposto a participar de uma sessão de fotos?
Ela não pode conter sua surpresa.
Dou-lhe um breve assentimento. Estaria surpreendida do que faria para passar mais tempo contigo, Senhorita Steele... de fato, também o estou.
— Kate ficará encantada se nós pudermos achar um fotógrafo.
Sorri e seu rosto se ilumina como um amanhecer de verão. Cristo é impressionante.
— Avise-me sobre amanhã. -Tiro um cartão de minha carteira-. — Meu cartão. Tem meu número do celular nele. Você precisa chamar antes das dez da manhã.
E se não o faz, dirigir-me-ei de volta a Seattle e esquecerei tudo sobre esta estúpida aventura. O pensamento me deprime.
— Ok. — Continuo sorrindo.
— Ana! — Ambos damos a volta quando um jovem homem, casual, mas caramente vestido aparece ao final do corredor. Ele é todo sorrisos para a Senhorita Stelee. Quem demônios é este babaca?
— Ah, com licença por um momento, Sr. Grey.
Caminha para ele e o maldito a engole em um abraço de gorila. Meu sangue se esfria. É uma resposta primitiva. Tire suas malditas garras dela. Empunho minhas mãos e sou ligeiramente acalmado, quando vejo que ela não faz nenhum movimento para lhe devolver o abraço.
Caem em uma conversação sussurrada. Merda, talvez os dados do Welch esteja errados. Talvez este tipo seja seu namorado. Parece da idade adequada, e não pode afastar seus ambiciosos olhos dela. Sustenta-a por um momento à altura do braço, examinando-a, logo separa com seu braço descansando tranquilamente sobre seu ombro. É um gesto aparentemente casual, mas sei que está tomando partido e me dizendo que retroceda. Ela parece envergonhada, movendo-se de um pé a outro.
Merda. Deveria ir. Logo lhe diz algo e se move para fora de seu alcance, tocando seu braço, não sua mão. Está claro que não são próximos.
Bem.
— Ah... Paul, este é Christian Grey. Sr. Grey, este é Paul Clayton. Seu irmão é o dono da loja.
Ela me dá um estranho olhar que não entendo e continua:
— Conheço Paul desde que trabalho aqui, embora não nos vemos com tanta frequência. Voltou de Princeton, onde estuda administração de empresas.
O irmão do chefe, não um namorado. A quantidade de alívio que sinto é inesperada, e isso me faz franzir o cenho. Esta mulher de verdade se colocou sob minha pele.
— Sr. Clayton. — Meu tom é deliberadamente cortante.
— Sr. Grey. — Aperta minha mão ligeiramente. Condenado idiota—. Espera... não é o Christian Grey? Da Grey Enterprises Holdings? — Em um batimento de coração o vejo trocar de territorial a servil.
Sim, esse sou eu, babaca.
— Uau... há algo que possa lhe oferecer?
— Anastásia está me ajudado, Sr. Clayton. Ela tem sido muito atenciosa. — Agora, foda-se.
— Legal — diz com fervuras respeitosa, seus olhos amplos. — Vejo-te logo, Ana.
— Certo, Paul — ela diz, e ele parte com pressa, graças a Deus. Observo-o desaparecer pela parte traseira da loja. — Algo mais, Sr. Grey?
— Só estes itens — murmuro. Merda, não tenho tempo, e ainda não sei se vou vê-la de novo. Tenho que saber se há esperança no inferno de que ela considere o que eu tenho em mente.
Como lhe pergunto? Estou preparado para tomar uma nova submissa, uma que não sabe nada? Merda. Ela vai necessitar treinamento substancial. Rosno internamente ante todas as possibilidades interessantes que isto apresenta... que me fodam, chegar ali vai ser meio divertido. Estará inclusive interessada? Ou entendo tudo isto mau?
Dirige-se para o caixa e registra minhas compras, enquanto isso mantém seu olhar abaixo. Olhe-me, maldita seja! Quero ver seus formosos olhos azuis de novo e calcular o que está pensando.
Finalmente levanta a cabeça.
— Isso deu quarenta e três dólares, por favor.
Isso é tudo?
— Você gostaria de uma sacola? — pergunta, deslizando em um modo de despedida enquanto passo meu cartão.
— Por favor, Anastásia. — Seu nome, um formoso nome para uma formosa garota, desenrola-se em minha língua.
Ela empacota os artigos rápida e eficientemente na sacola. Isso é tudo. Tenho que ir.
— Você me liga se você quiser que eu faça a sessão de fotos?
Ela assente enquanto me devolve o cartão de crédito.
— Ótimo. Até amanhã talvez. — Não posso só ir. Tenho que lhe fazer saber que estou interessado. — Ah, e Anastásia, eu estou feliz que a Senhorita Kavanagh não pôde fazer a entrevista. — me deleitando em sua surpreendida expressão, penduro a sacola sobre meu ombro e caminho para fora da loja.
Sim, contra meu melhor julgamento, a desejo.
Agora tenho que esperar... maldita seja, esperar... de novo.
[1] “keep your hair on” - Gíria inglês, que neste contexto significa fique calmo.
[2] Yar- quando um barco é montado, ágil, e de todas as maneiras animada com a manipulação (The Philadelphia Story). No caso aqui o helicóptero. Christian que dizer que o helicóptero está perfeito.
[3] Perfeita
[4]Purdah - uma tela usada na Índia para separar as mulheres dos homens ou estranhos.
[5] Descrição depreciativa de pessoas que parecem bem adaptadas à vida em um parque residencial ou casa móvel e distingue-se pela falta de higiene, linguagem chula, roupa desleixada ou sacanagem e ignorância geral.
[6] Megabucks é um jogo milionário da America com a maior bolada.
[7] Tarte Tatin é uma torta feita de cabeça para baixo em que as frutas (maçãs geralmente) são caramelizadas na manteiga e açúcar antes da torta ser cozida
[8] Assistente Particular
[9] Depo provera – injeção contraceptiva tomada a cada mês.
[10] No contexto se traduz como pontinho brilhante. Mas é o nome que ela dá ao bebê no inglês então deixamos como o original.
[11] Uma pessoa que é especializada na área de informática ou tecnologia da Internet.
[12] Deus da Mitologia Grega.
[13] Marca de sapatos
[14] Dr. Seuss do desenho animado Lorax
[15] WSU – Washington State University – Universidade Estadual de Washington
E. L. James
O melhor da literatura para todos os gostos e idades