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Poesia & Contos Infantis

 

 

 


CINQUENTA TONS MAIS ESCUROS - P.2 / E. L. James
CINQUENTA TONS MAIS ESCUROS - P.2 / E. L. James

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites

 

 

CINQUENTA TONS MAIS ESCUROS

Segunda Parte

 

Jack retorna após o meio-dia e me diz que Nova York está fora para mim e que ele ainda está indo e não há nada que ele possa fazer para mudar a política de gestão sênior. Ele avança para seu escritório, batendo a porta, obviamente, furioso. Por que ele está tão bravo?

No fundo, eu sei que suas intenções não são honrosas, mas tenho certeza de que posso lidar com ele, me pergunto o que Christian sabe sobre as assistentes anteriores de Jack. Eu deixo de lado esses pensamentos e continuo com algum trabalho, mas resolvo tentar fazer Christian mudar de ideia, embora as perspectivas sejam desoladoras.

À uma hora, Jack põe a cabeça para fora da porta do escritório.

— Ana, por favor, você poderia ir buscar um almoço para mim?

— Claro. O que você gostaria?

— Pastrami com pão de centeio, cheio de mostarda. Vou te dar o dinheiro quando você voltar.

— Alguma coisa para beber?

— Coca-Cola, por favor. Obrigado, Ana. — Ele volta em seu escritório enquanto eu pego a minha bolsa.

Droga. Prometi ao Christian que não iria sair. Eu suspiro. Ele nunca vai saber, e eu vou ser rápida.

Claire da recepção me oferece seu guarda-chuva, uma vez que ainda está derramando chuva. Quando coloco a cabeça para fora das portas da frente, puxo a minha jaqueta em volta de mim e dou um olhar furtivo em ambas às direções a partir de debaixo do grande guarda-chuva de golfe. Nada parece errado. Não há nenhum sinal da menina Fantasma.

Caminho rapidamente e desejo chegar imperceptivelmente, abaixo no bloco da lanchonete. No entanto, quanto mais perto chego da lanchonete, mais eu tenho um pressentimento assustador de que estou sendo vigiada, e eu não sei se é o meu sentimento elevado de paranoia ou uma realidade. Merda. Eu espero que não seja Leila com uma arma.

É apenas sua imaginação, o meu subconsciente estala. Quem diabos iria querer atirar em você?

Dentro de quinze minutos, estou de volta, a salvo, mas aliviada. Eu acho que a paranoia extrema de Christian e sua vigilância super protetora estão começando a me afetar.

Quando levo o almoço para Jack, ele olha acima do telefone.

— Ana, obrigado. Desde que você não vem comigo, vou precisar que você trabalhe até tarde. Precisamos ter esses resumos prontos. Espero que você não tenha planos. — Ele sorri para mim calorosamente, e eu coro.

— Não, tudo bem, — eu digo com um sorriso brilhante e um coração apertado. Isso não vai ficar bem. Christian vai pirar, tenho certeza.

Enquanto volto para minha mesa decido não lhe dizer imediatamente, caso contrário ele pode ter tempo para interferir de alguma forma. Eu sento e como o sanduíche de frango e salada que a Sra. Jones fez para mim. Esta uma delícia. Ela faz um belo sanduíche.

Claro, se eu morar com Christian, ela faria o almoço para mim todos os dias úteis. A ideia é inquietante. Eu nunca tive sonhos de riqueza obscena e todas as armadilhas, somente amor. Para encontrar alguém que me ame e não tente controlar cada movimento meu. O telefone toca.

— Escritório Jack Hyde.

— Você me garantiu que não sairia, — Christian interrompe, sua voz fria e dura.

Meu coração afunda pela milionésima vez este dia. Merda. Como diabos ele sabe?

— Jack me mandou para fora para buscar o almoço. Eu não podia dizer não. Você está me observando? — Meu couro cabeludo se arrepia com a ideia. Não admira que eu me sentisse tão paranoica, alguém estava me observando. O pensamento me dá raiva.

— É por isso que eu não queria que você voltasse a trabalhar, — Christian estala.

— Christian, por favor. Você está sendo... — tão Cinquenta —... tão sufocante.

— Sufocante? — Ele sussurra, surpreso.

— Sim. Você tem que parar com isso. Eu vou falar com você esta noite. Infelizmente, eu tenho que trabalhar até mais tarde porque eu não posso ir à Nova York.

—Anastásia, eu não quero sufocar você, — ele diz em voz baixa, assustado.

— Bem, você está. Eu tenho trabalho a fazer. Eu vou falar com você depois. — Desligo, me sentindo drenada e vagamente deprimida.

Após nosso fim de semana maravilhoso, percebi a realidade. Eu nunca mais havia querido correr. Correr para um refúgio tranquilo para poder pensar sobre esse homem, sobre como ele é e sobre como lidar com ele. Em um nível, eu sei que ele está quebrado. Eu posso ver claramente agora, que é tanto doloroso e desgastante. Desde os pequenos pedaços de informações preciosas que ele me deu sobre sua vida, eu entendo o porquê. Uma criança amada; um ambiente terrivelmente abusivo, uma mãe que não podia protegê-lo, que ele não poderia proteger, e que morreu na frente dele.

Tremo. Meu pobre Cinquenta. Eu sou dele, mas não para ser guardada em alguma gaiola dourada. Como é que eu vou fazê-lo ver isso?

Com o coração pesado, eu arrasto um dos manuscritos que Jack quer me resuma em meu colo e continuo a ler. Não posso pensar em nenhuma solução fácil para os problemas de Christian com seu fodido controle. Eu só tenho que falar com ele depois, veremos cara a cara.

Meia hora depois, Jack me envia um e-mail com um documento que eu preciso arrumar e deixar elegante, pronto para a impressão de amanhã em tempo para sua conferência. Isso tomará não apenas o resto da tarde, mas até a noite, também. Eu comecei a trabalhar.

Quando olho para cima, é depois das sete e o escritório está deserto, embora a luz no escritório de Jack ainda esteja ligada. Eu não tinha notado todos saindo, mas eu estou quase terminando. Eu envio por e-mail o documento de volta para Jack para sua aprovação e verifico minha caixa de entrada. Não há nada de novo de Christian, então olho rapidamente para meu Blackberry, e isso me assusta pelo zumbido, é Christian.

— Oi, — murmuro.

— Oi, quando você vai terminar?

— Por sete e meia, eu acho.

— Te encontro lá fora.

— Ok.

Ele parece quieto, nervoso até. Por quê? Desconfiado da minha reação?

— Eu ainda estou brava com você, mas isso é tudo, — eu sussurro. — Temos muito que falar.

— Eu sei. Vejo você às sete e meia.

Jack sai de seu escritório.

— Eu tenho que ir. Vejo-te mais tarde. — Eu desligo.

Olho para Jack enquanto ele caminha despreocupadamente em minha direção.

— Eu só preciso de um par de ajustes. Eu enviei o e-mail com o resumo de volta para você.

Ele inclina-se sobre mim enquanto recupero o documento, bastante perto, desconfortavelmente perto. Seu braço toca o meu. Acidentalmente? Eu recuo, mas ele finge não perceber. Seu outro braço repousa sobre as costas da minha cadeira, tocando minhas costas. Sento-me então não estou encostada no encosto.

— Páginas dezesseis e vinte e três, e deve ser isso, — ele murmura, sua boca a centímetros do meu ouvido.

Minha pele se arrasta com sua proximidade, mas eu escolho ignorá-la. Abrindo o documento, eu tremulamente começo as mudanças. Ele ainda está debruçado sobre mim, e todos os meus sentidos estão hiper conscientes. É perturbador e difícil, e por dentro eu estou gritando, Cai fora!

— Quando isso estiver feito, estará pronto para imprimir. Você pode organizar isso amanhã. Obrigado por ficar até mais tarde e fazer isso, Ana. — Sua voz está suave e gentil, como se ele estivesse falando com um animal ferido. Meu estômago torce.

— Eu acho que o mínimo que eu poderia fazer é recompensá-la com uma bebida rápida. Você merece uma. — Ele enfia uma mecha do meu cabelo que está se soltando do meu rabo de cavalo atrás da minha orelha e a acaricia suavemente.

Eu tremo rangendo os dentes e balanço a minha cabeça. Merda! Christian estava certo. Não me toque!

— Na verdade, eu não posso esta noite. — Ou qualquer outra noite, Jack.

— Só uma bebida rápida? — Ele persuade.

— Não, eu não posso. Mas obrigada.

Jack senta-se no final da minha mesa e franze a testa. Um alarme soa alto na minha cabeça. Estou no meu próprio escritório. Eu não posso sair. Olho nervosamente para o relógio. Mais cinco minutos antes de Christian estar pronto.

— Ana, eu acho que fazemos uma grande equipe. Lamento que eu não possa conseguir essa viagem para Nova York. Não será a mesma sem você.

Tenho certeza que não. Eu sorrio fracamente para ele, porque eu não consigo pensar no que dizer. E pela primeira vez durante todo o dia, sinto o menor indício de alívio que eu não vou.

— Então, você teve um bom fim de semana? — Ele pergunta sem problemas.

— Sim, obrigada. — Onde ele está indo com isso?

— Viu seu namorado?

— Sim.

— O que ele faz?

Possui o seu rabo. . .

— Ele está nos negócios.

— Isso é interessante. Que tipo de negócio?

— Ah, ele tem seus dedos em todos os tipos de coisas.

Jack empertiga a cabeça para um lado enquanto se inclina em minha direção, invadindo meu espaço pessoal, de novo.

— Você está sendo muito modesta, Ana.

— Bem, ele está em telecomunicações, manufatura e agricultura.

Jack levanta as sobrancelhas.

— Tantas coisas. Para quem ele trabalha?

— Ele trabalha para si mesmo. Se você está feliz com o documento, eu gostaria de ir, se estiver tudo bem?

Ele se inclina para trás. Meu espaço pessoal está seguro novamente.

— Claro. Desculpe, eu não tive a intenção de mantê-la, — ele diz sem ingenuidade.

— Que horas o prédio fecha?

— A segurança está aqui até as onze.

— Bom. — Eu sorrio, e meu subconsciente cai pesadamente em sua poltrona, aliviada ao saber que não estamos sozinhos no prédio. Desligo meu computador, pego minha bolsa e fico de pé, pronta para sair.

— Você gosta dele, então? Seu namorado?

— Eu o amo, — eu respondo, olhando Jack diretamente nos olhos.

— Eu vejo. — Jack franze a testa e se levanta da minha mesa. — Qual é seu sobrenome?

Eu coro.

— Grey. Christian Grey, — murmuro.

A boca de Jack cai aberta.

— O solteiro mais rico de Seattle? Aquele Christian Grey?

— Sim. O mesmo. — Sim, aquele Christian Grey, seu futuro chefe que terá você para o café da manhã se você invadir meu espaço pessoal novamente.

— Eu pensei que ele parecia familiar, — Jack diz sombriamente e a testa aumenta novamente. — Bem, ele é um homem de sorte.

Eu pisco para ele. O que posso dizer sobre isso?

— Tenha uma boa noite, Ana. — Jack sorri, mas o sorriso não toca os olhos, e ele anda com dificuldade de volta para seu escritório sem olhar para trás.

Deixo escapar um longo suspiro de alívio. Bem, esse problema pode ser resolvido. Cinquenta funciona sua magia novamente. Apenas seu nome é o meu talismã, e tem este homem recuando com o rabo entre as pernas. Permito-me um pequeno sorriso vitorioso. Você vê, Christian? Mesmo o seu nome me protege. Você não tem que ir para todos os problemas de reprimir as despesas. Eu arrumo minha mesa e verifico meu relógio. Christian deve estar lá fora.

A Audi está estacionada contra a calçada e Taylor salta para abrir a porta do passageiro traseiro. Eu nunca estive tão feliz em vê-lo, e eu me atrapalho para entrar no carro e sair da chuva.

Christian está no banco de trás, olhando para mim, os olhos arregalados e cautelosos. Ele está preparando-se para a minha raiva, o maxilar apertado e tenso.

— Oi, — murmuro.

— Oi, — ele responde com cautela. Ele estende o braço e agarra a minha mão, apertando-a firmemente, e meu coração está derretendo um pouco. Eu estou tão confusa. Eu nem sequer planejei o que preciso dizer a ele.

— Você ainda está furiosa? — Ele pergunta.

— Eu não sei, — murmuro. Ele levanta a mão e roça levemente meus dedos com beijos suaves como borboletas.

— Tem sido um dia ruim, — Ele diz.

— Sim, foi. — Mas pela primeira vez desde que ele saiu para trabalhar esta manhã, eu começo a relaxar. Só de estar em sua companhia é um bálsamo reconfortante, e toda a merda de Jack, e os e-mails irritados para lá e para cá, e o incômodo que é Elena desaparece no fundo. Sou só eu e meu excesso de controle na parte de trás do carro.

— Está melhor agora que você está aqui, — ele murmura. Nós sentamos em silêncio, enquanto Taylor tece com o tráfego à noite, nós dois aninhados e contemplativos, mas sinto Christian lentamente descontrair ao meu lado como ele, também, relaxa, gentilmente correndo seu polegar em meus dedos em um ritmo suave e calmante.

Taylor nos deixa do lado de fora do prédio, e nós dois entramos nos esquivando da chuva. Christian aperta minha mão e nós esperamos o elevador, seus olhos escaneando a frente do edifício.

— Acho que você não encontrou Leila ainda.

— Não. Welch ainda está procurando por ela, — ele resmunga desanimado.

O elevador chega e nós entramos. Christian olha para mim, seus olhos cinzentos ilegíveis. Ah, ele parece glorioso, cabelo desgrenhado, camisa branca, terno escuro. E de repente ele está lá, do nada, esse sentimento. Oh meu Deus. O desejo, a luxúria, a eletricidade. Se fosse visível, seria uma aura azul intensa ao redor e entre nós é tão forte. Seus lábios separam-se enquanto ele olha para mim.

— Você sente isso? — Ele toma fôlego.

— Sim.

— Oh, Ana. — Ele geme e me agarra, serpenteando os braços em volta de mim, uma mão na minha nuca, inclinando a cabeça para trás enquanto seus lábios encontram o meu. Meus dedos estão em seu cabelo e acariciando seu rosto enquanto ele me empurra contra a parede do elevador.

— Eu odeio discutir com você, — ele respira contra minha boca, e há uma natureza, desesperada de paixão em seu beijo, que espelha o meu. Desejo explode em meu corpo, toda a tensão do dia procurando uma saída, apertando contra ele, pedindo mais. Somos línguas e respiração, mãos e toque, sensação doce, doce. Sua mão está sobre meu quadril, e de repente ele está puxando a minha saia, seus dedos acariciando minhas coxas.

— Doce Jesus, você está vestindo meias. — Ele geme em reverência apreciativa quando seu polegar acaricia a carne acima da linha da meia. — Eu quero ver isso, — ele respira, e ele puxa minha saia bem para cima, expondo o alto das minhas coxas.

Andando para trás, ele se estica para pressionar o botão de parada, e o elevador para sem problemas a um impasse entre os andares vigésimo segundo e vigésimo terceiro. Seus olhos estão escuros, lábios entreabertos, ele está respirando tão duro quanto eu. Nós olhamos um para o outro, sem se tocar. Agradeço a parede contra as minhas costas, me segurando enquanto eu aqueço apreciando este homem lindo, sensual e carnal.

— Solte o seu cabelo, — ele ordena, sua voz rouca. Eu levanto os braços e o desamarro, liberando meu cabelo para que ele caia em uma nuvem espessa sobre os meus ombros para os meus seios. — Solte os dois botões de cima da sua camisa, — ele sussurra, os olhos selvagens agora.

Ele me faz sentir tão devassa. Minha deusa interior está se contorcendo em sua espreguiçadeira, esperando, querendo e ofegante. Eu alcanço e desfaço cada botão, dolorosamente, lentamente, de modo que os topos dos meus seios estão tentadoramente revelados.

Ele engole.

— Você tem alguma ideia de como você parece sedutora agora?

Muito deliberadamente, eu mordo meu lábio e balanço a cabeça. Ele fecha os olhos brevemente, e quando ele abre novamente, eles estão em chamas. Ele avança e coloca as mãos sobre as paredes do elevador em cada lado do meu rosto. Ele está tão perto quanto ele pode estar sem me tocar.

Eu inclino meu rosto até encontrar o olhar dele, e ele se inclina para baixo e corre o nariz contra o meu então esse é o único contato entre nós. Eu estou tão quente nos limites deste elevador com ele. Eu o quero, agora.

— Eu acho que sim, Srta. Steele. Eu acho que você gosta de me deixar selvagem.

— Eu te deixo selvagem? — Eu sussurro.

— Em todas as coisas, Anastásia. Você é uma mulher tentadora, uma deusa. — E ele chega até mim, segurando minha perna acima do meu joelho e puxando-a em torno de sua cintura, de modo que eu estou em pé sobre uma perna, apoiando-me nele. Eu o sinto contra mim, o sinto duro e querendo acima do topo das minhas coxas, ele corre os seus lábios na minha garganta. Eu solto um gemido e enrolo meus braços em volta do seu pescoço.

— Eu vou tomar você agora, Anastásia, — ele respira e eu arqueio as costas, em resposta, pressionando-me contra ele, ansiosa pelo atrito. Ele geme profundo e baixo na parte de trás de sua garganta e impulsiona-me mais enquanto desfaz a braguilha.

— Segure firme, querida, — ele murmura, e magicamente produz um pacote de camisinha que ele segura na frente da minha boca. Eu o coloco entre os dentes, e ele puxa com força, de modo que entre nós, o rasgamos para abri-lo.

— Boa menina. — Ele dá um passo para trás uma fração quando ele desliza sobre o preservativo. — Deus, eu não posso esperar para os próximos seis dias, — ele rosna e olha para baixo para mim através de olhos semicerrados. — Eu espero que você não se importe com essa calcinha. — Ele a rasga com dedos hábeis, e se desintegram em suas mãos. Meu sangue está batendo nas minhas veias. Eu estou ofegante com a necessidade.

Suas palavras são inebriantes, toda a angústia do meu dia esquecida. É somente ele e eu, fazendo o que fazemos melhor. Sem tirar os olhos dos meus, ele afunda lentamente em mim. Arqueio meu corpo e inclino a cabeça para trás, fecho os olhos, saboreando a sensação dele dentro de mim. Ele puxa de volta e, em seguida, move-se para mim de novo, tão lento, tão doce. Eu solto um gemido.

— Você é minha, Anastásia, — ele murmura contra a minha garganta.

— Sim. Sua. Quando você vai aceitar isso? — Eu arquejo. Ele geme e começa a se mover, realmente se mover. E eu me entrego ao seu ritmo implacável, saboreando cada empurrar e puxar, sua respiração irregular, sua necessidade por mim, que reflete a minha.

Faz-me sentir poderosa, forte, desejada e amada. Amada por este homem cativante, complicado, a quem eu amo de volta com todo o meu coração. Ele empurra cada vez mais duro, a sua respiração irregular, perdendo-se em mim como eu me perco nele.

— Oh, bebê, — Christian geme, seus dentes mordendo meu queixo, e eu gozo forte ao redor dele. Ele tranquiliza, me agarra, e segue terno, sussurrando meu nome.

        

Agora que Christian está exausto, calmo e beijando-me suavemente, sua respiração normaliza. Ele me mantém de pé contra a parede do elevador, nossas testas pressionadas juntas, meu corpo está como geleia, fraco, mas gratificante saciado do meu clímax.

— Oh, Ana, — ele murmura. — Eu preciso tanto de você. — Ele beija minha testa.

— E eu de você, Christian.

Liberando-me, ele endireita minha saia e abotoa os dois botões da minha camisa, depois digita a combinação no teclado que reinicia o elevador. Ele sobe com uma sacudida de modo que eu chego e aperto seus braços.

— Taylor vai estar se perguntando onde estamos, — ele sorri lascivamente para mim.

Oh droga. Eu arrasto os dedos pelo meu cabelo em uma vã tentativa de combater a aparência de acabei de transar, então desisto e o amarro em um rabo de cavalo.

— Você está bem. — Christian sorri enquanto fecha a braguilha e coloca o preservativo no bolso da calça.

Mais uma vez ele parece a personificação de um empresário americano, e desde que seu cabelo parece apenas fodido na maioria das vezes, há muito pouca diferença. Só que agora ele está sorrindo, relaxado, seus olhos enrugando com charme de menino. Todos os homens são assim facilmente aplacados?

Taylor está esperando quando as portas se abrem.

— Problema com o elevador, — Christian murmura enquanto saímos, eu não posso encarar nenhum deles. Eu me apresso para as portas duplas para o quarto de Christian em busca de uma calcinha limpa.

        

Quando eu volto, Christian retirou o casaco e está sentado no bar conversando com a Sra. Jones. Ela sorri gentilmente para mim enquanto põe dois pratos de comida quente para nós. Mmm, cheira delicioso – coq au vin[1], se não me engano. Estou faminta.

— Aproveite, Sr. Grey, Ana, — ela diz e nos deixa.

Christian busca uma garrafa de vinho branco na geladeira e, enquanto sentamos e comemos, ele me diz sobre o quanto mais próximo ele está se aperfeiçoando para um telefone móvel movido a energia solar. Ele está animado e empolgado com o projeto como um todo, e eu sei, então, que ele não teve um dia totalmente de merda.

Pergunto-lhe sobre suas propriedades. Ele sorri, e acontece que ele só tem o apartamento em Nova York e Aspen, e Escala. Nada mais. Quando terminamos, eu pego seu prato e o meu e os levo até a pia.

— Deixe isso. Gail vai lavá-los, — ele diz. Viro-me e olho para ele, e ele está me observando atentamente. Será que eu vou me acostumar a ter alguém para limpar minhas coisas?

— Bem, agora que você está mais dócil, Srta. Steele, vamos falar sobre hoje?

— Eu acho que você é o único que está mais dócil. Eu acho que estou fazendo um bom trabalho em domá-lo.

— Domar a mim? — Ele bufa, divertido. Quando eu aceno, ele franze a testa como se reflete em minhas palavras. — Sim. Talvez você esteja, Anastásia.

— Você estava certo sobre Jack, — Eu sopro, séria agora, e eu inclino-me do outro lado da mesa da cozinha medindo sua reação. O rosto de Christian cai e seus olhos endurecem.

— Ele já tentou alguma coisa? — Ele sussurra sua voz mortalmente fria.

Sacudo a cabeça para tranquilizá-lo.

— Não, e ele não vai, Christian. Eu disse a ele hoje que eu sou sua namorada, e ele retrocedeu em seguida.

— Você tem certeza? Eu poderia demitir o filho da puta. — Christian franze a testa.

Eu suspiro, encorajada pelo meu copo de vinho.

— Você realmente tem que me deixar lutar minhas próprias batalhas. Você não pode constantemente adivinhar e tentar me proteger. É sufocante, Christian. Eu nunca vou florescer com sua interferência incessante. Eu preciso de alguma liberdade. Eu não sonharia em me intrometer em seus assuntos.

Ele pisca para mim.

— Eu só quero que você fique segura, Anastásia. Se alguma coisa acontecer com você, Eu... — Ele para.

— Eu sei, e eu entendo porque você se sente tão impulsionado a me proteger. E parte de mim ama. Eu sei que se eu preciso de você, você vai estar lá, como eu estou para você. Mas, se quisermos ter alguma esperança de um futuro juntos, você tem que confiar em mim e confiar no meu julgamento. Sim, eu vou errar algumas vezes. Vou cometer erros, mas eu tenho que aprender.

Ele olha para mim, sua expressão ansiosa, estimulando-me a caminhar em sua direção então estou de pé entre suas pernas, enquanto ele se senta no banco do bar. Agarrando as mãos, eu as coloco ao meu redor e coloco minhas mãos em seus braços.

— Você não pode interferir no meu trabalho. É errado. Eu não preciso de você liderando como um cavaleiro branco para salvar o dia. Eu sei que você quer controlar tudo, e eu entendo o porquê, mas você não pode. É uma meta impossível... você tem que aprender a deixar ir. — Eu me estico e acaricio seu rosto, quando ele olha para mim, os olhos arregalados. — E se você pode fazer isso, me dar isso, vou morar com você, — eu adicionar suavemente.

Ele inala bruscamente, surpreendido.

— Você faria isso? — Ele sussurra.

— Sim.

— Mas você não me conhece. — Ele franze a testa e soa chocado e em pânico tudo de repente, muito não Cinquenta.

— Eu o conheço bem o suficiente, Christian. Nada que você me disser sobre você irá me assustar. — Eu corro gentilmente meus dedos em sua bochecha. Sua expressão muda de ansioso para duvidoso. — Mas se você pudesse facilitar as coisas para mim, — eu imploro.

— Eu estou tentando, Anastásia. Eu não poderia ficar de braços cruzados e deixar você ir para Nova York com aquele... idiota. Ele tem uma reputação alarmante. Nenhuma de suas assistentes durou mais de três meses, e elas nunca são retidas pela empresa. Eu não quero isso para você, bebê. — Ele suspira. — Eu não quero que nada aconteça com você. Você sendo ferida... o pensamento me enche de pavor. Eu não posso prometer que não vou interferir, não se eu achar que você vai se prejudicar. — Ele faz uma pausa e respira fundo. — Eu te amo, Anastásia. Eu farei tudo ao meu alcance para protegê-la. Eu não posso imaginar minha vida sem você.

Caraca! Minha deusa interior, meu subconsciente, e eu, nos três ficamos pasmo e em estado de choque.

Caramba, três pequenas palavras. Meu mundo para, inclina-se, então, gira em torno de um novo eixo, e eu saboreio o momento, olhando em seus sinceros, lindos olhos cinzentos.

— Eu também te amo, Christian. — Eu me inclino e o beijo, e o beijo se aprofunda.

Entrando invisível, Taylor pigarreia. Christian se afasta, olhando fixamente para mim. Ele levanta o braço em volta da minha cintura.

— Sim? — Ele estala para Taylor.

— Sra. Lincoln está subindo, senhor.

— O quê?

Taylor dá de ombros se desculpando. Christian suspira pesadamente e balança a cabeça.

— Bem, isso deve ser interessante, — ele resmunga e me dá um sorriso torto de resignação.

Porra! Por que essa maldita mulher não pode nos deixar em paz?

 

— Você falou com ela hoje? — Pergunto a Christian enquanto esperamos a chegada de Sra. Robinson.

— Sim.

— O que você disse?

—Eu disse que você não queria vê-la, e que eu entendia suas razões. Eu também disse a ela que eu não a apreciava que agisse por trás das minhas costas. — Seu olhar é impassível, sem nenhum humor.

Ah, bom.

— O que ela disse?

— Ela se afastou de uma forma que só Elena pode. — Sua boca se apertada em uma linha torta.

— Por que você acha que ela está aqui?

— Eu não tenho ideia. — Christian dá de ombros.

Taylor entra no quarto grande de novo.

— Sra. Lincoln, — anuncia.

E aqui está ela. . . Por que ela é tão malditamente atraente? Ela está vestida inteiramente de preto: calça jeans apertada, uma camisa que enfatiza a figura perfeita, e uma auréola de cabelo brilhante, lustrosa.

Christian me puxa para perto.

— Elena, — ele diz, seu tom confuso.

Ela olha para mim e fica de boca aberta em estado de choque, congelada no local. Ela pisca antes de encontrar sua voz suave.

— Sinto muito. Eu não sabia que você tinha companhia, Christian. É segunda-feira, — ela diz, como se isso explicasse o porquê dela estar aqui.

— Namorada, — ele diz usando o título como explicação e inclina a cabeça para um lado e sorri.

Ela sorri, um sorriso lento e radiante direcionado totalmente para ele. É enervante.

— Claro. Olá, Anastásia. Eu não sabia que você estaria aqui. Eu sei que você não quer falar comigo. Eu aceito isso.

— Sim? — Eu afirmo silenciosamente, olhando para ela e tomando todos nós de surpresa. Com uma ligeira careta, ela move-se mais para dentro da sala.

— Sim, eu recebi a mensagem. Eu não estou aqui para te ver. Como eu disse, Christian raramente tem companhia durante a semana. — Ela faz uma pausa. —Eu tenho um problema, e eu preciso falar com Christian sobre isso.

— Ah? — Christian se endireita. — Você quer uma bebida?

— Sim, por favor, — murmura em gratidão.

Christian busca um copo enquanto Elena e eu ficamos sem jeito olhando uma para a outra. Ela agita um anel de prata grande em seu dedo do meio, enquanto eu não sei para onde olhar. Finalmente, ela me dá um pequeno sorriso apertado e se aproxima do console da cozinha e se senta no banquinho de bar no final. Ela, obviamente, conhece bem o local e se sente confortável se movimentando por aqui.

Não posso ficar? Eu vou? Oh, isso é tão difícil. Meu subconsciente faz carrancas para a mulher com o rosto de harpia mais hostil.

Há tanta coisa que eu quero dizer a esta mulher, e nenhuma delas de cortesia. Mas ela é amiga de Christian. Sua única amiga. Apesar de toda a minha aversão a essa mulher, eu sou naturalmente educada. Decidido ficar, me sento tão graciosamente quanto possível no banquinho de Christian, desocupado. Christian derrama vinho em cada um de nossos copos e senta-se entre nós no bar. Ele não pode sentir quão estranho é isso?

— O que há? — Ele pede a ela.

Elena olha nervosamente para mim, e Christian chega mais perto e aperta minha mão.

— Anastásia está comigo agora, — ele diz para a sua consulta silenciosa e aperta minha mão. Eu relaxo, e as vigas do meu subconsciente caem contra ele, e a harpia me encara esquecida.

O rosto de Elena amolece como se ela estivesse feliz por ele. Realmente contente por ele. Oh, eu não entendo essa mulher em nada, e eu estou desconfortável e nervosa na presença dela.

Ela respira fundo e se move, e se empoleira na borda de seu banquinho de bar e olha agitada. Ela olha nervosamente para as mãos e começa a torcer freneticamente o anel de prata grande em torno de seu dedo médio.

Caramba, o que há de errado com ela? É a minha presença? Eu tenho esse efeito sobre ela? Porque eu sinto o mesmo, eu não a quero aqui. Ela levanta a cabeça e olha Christian diretamente nos olhos.

— Estou sendo chantageada.

Puta merda. Não é o que eu esperava sair da sua boca. Christian endurece. Alguém descobriu sua inclinação para bater e foder meninos menores de idade? Suprimo minha repulsa, e um pensamento fugaz sobre galinhas voltando para casa, para o poleiro passa pela minha cabeça. Meu subconsciente esfrega as mãos com mal disfarçada alegria. Boa.

— Como? — Christian pergunta, o horror claro em sua voz.

Ela pega sua enorme bolsa de designer, obviamente de couro, tira uma nota, e entrega a ele.

— Largue isso, deixe ai. — Christian aponta para o balcão do bar do café da manhã com o queixo.

— Você não quer tocá-lo?

— Não. As impressões digitais.

— Christian, você sabe que eu não posso ir à polícia com isso.

Por que estou ouvindo isso? Será que ela está fodendo algum outro menino pobre?

Ela segura a nota para ele, e ele se inclina para lê-lo.

— Eles só estão pedindo cinco mil dólares, — ele diz quase distraidamente. —Qualquer ideia de quem poderia ser? Alguém na comunidade?

— Não, — ela diz com sua voz suave e doce.

— Linc?

Linc? Quem é esse?

— O que... Após todo esse tempo? Eu não penso assim, — ela resmunga.

— Será que Isaac sabe?

— Eu não lhe disse.

Quem é Isaac?

— Acho que ele precisa saber, — Christian disse. Ela balança a cabeça, e agora eu sinto que estou intrometendo. Eu não quero nada disso. Eu tento tirar minha mão do aperto de Christian, mas ele simplesmente aperta o seu domínio e se vira para olhar para mim.

— O quê? — Ele pergunta.

— Eu estou cansada. Acho que vou ir para a cama.

Seus olhos me pesquisam, procurando o que? Censura? Aceitação? Hostilidade? Eu mantenho a minha expressão tão agradável quanto possível.

— Tudo bem, — ele diz. — Eu não vou demorar muito.

Ele me liberta e eu fico. Elena me observa com cautela. Eu fico com os lábios apertados e devolvo seu olhar, não dando nada de graça.

— Boa noite, Anastásia. — Ela me dá um pequeno sorriso.

— Boa noite, — eu murmuro, minha voz soa fria. Viro-me para sair. A tensão é demais para eu suportar. Quando eu saio do quarto, eles continuam sua conversa.

— Eu não acho que haja algo que possa fazer, Elena — Christian diz a ela. — Se é uma questão de dinheiro. — Sua voz se apaga. — Eu poderia pedir para Welch investigar.

— Não, Christian, eu só queria compartilhar, — ela diz.

Quando estou fora da sala, eu a ouço dizer:

— Você parece muito feliz.

— Eu estou, — responde Christian.

— Você merece ser.

— Eu gostaria que fosse verdade.

— Christian, — ela repreende.

Eu congelo, ouvindo atentamente. Eu não posso ajudá-lo.

— Ela sabe como você é negativo sobre si mesmo? Sobre todos os seus problemas.

— Ela me conhece melhor que ninguém.

— Ai! Isso dói.

— É a verdade, Elena. Eu não tenho de jogar com ela. E eu quero dizer isso, deixe-a em paz.

— Qual é o seu problema?

— Você. . . O que nós éramos. O que nós fizemos. Ela não entende.

— A faça entender.

— Está no passado, Elena, e por que eu iria querer manchá-la com o nosso relacionamento fodido? Ela é boa, doce e inocente, e por algum milagre, ela me ama.

— Não é nenhum milagre, Christian, — Elena zomba bem-humorada. — Tenha um pouco de fé em si mesmo. Você realmente é um ótimo partido. Eu já lhe disse muitas vezes. E ela parece bonita, também. Forte. Alguém para ficar com você.

Eu não posso ouvir a resposta de Christian. Então, eu sou forte, eu sou? Eu certamente não me sinto desse jeito.

— Você não a perdeu? — Elena continua.

— O quê?

— Sua sala de jogos.

Eu paro de respirar.

— Isso realmente não é da sua maldita incumbência — Christian fala.

Oh.

— Sinto muito. — Elena bufa sinceridade.

— Eu acho que é melhor você ir. E por favor, ligue antes de vir novamente.

— Christian, eu sinto muito, — ela diz, e de seu tom dá pra ver que ela está sendo sincera. — Desde quando você está tão sensível? — Ela o repreende novamente.

— Elena, temos uma relação profissional que tem beneficiado imensamente nós dois. Vamos manter as coisas dessa maneira. O que tinha entre nós faz parte do passado. Anastásia é o meu futuro, e não vou por em perigo de forma nenhuma, assim cortamos essa merda.

Seu futuro!

— Eu vejo.

— Olha, eu sinto por seu problema. Talvez você deva montar algo e chamá-lo para um blefe.

Seu tom é mais suave.

— Eu não quero perder você, Christian.

— Eu não sou seu para você me perder, Elena, — ele atira novamente.

— Não é isso que eu quis dizer.

— O que quis dizer? — Ele é rude, com raiva.

— Olha, eu não quero discutir com você. Sua amizade significa muito para mim. Eu vou sair de perto de Anastásia. Mas eu estou aqui se precisar de mim. Eu sempre estarei.

— Anastásia acha que você me viu no último sábado. Você me ligou, e isso é tudo. Por que você disse a ela de outra maneira?

— Eu queria que ela soubesse como você ficou chateado quando ela partiu. Eu não quero que ela te machuque.

— Ela sabe. Eu disse a ela. Pare de interferir. Honestamente, você é como uma mãe galinha. — Christian parece mais resignado, e Elena ri, mas há um tom triste na risada.

— Eu sei. Sinto muito. Você sabe que eu me importo com você. Nunca pensei que você ia acabar se apaixonando, Christian. É muito gratificante ver isso. Mas eu não poderia suportar se ela te machucar.

— Eu vou me arriscar, — ele diz secamente. — Agora você tem certeza que não quer Welch para investigar?

Ela suspira pesadamente.

— Acho que não faria nenhum mal.

— Ok. Vou chamá-lo de manhã.

Eu os ouvi brigando, tentando descobrir isso. Eles soam como velhos amigos, como diz Christian. Apenas amigos. E ela se preocupa com ele... talvez demais. Bem, quem não iria, se o conhecesse?

— Obrigado, Christian. E eu sinto muito. Eu não queria me intrometer. Eu vou indo. Da próxima vez eu vou telefonar.

— Bom.

Ela está indo! Merda! Eu corro pelo corredor para o quarto de Christian e me sento na cama. Christian entra poucos momentos depois.

— Ela se foi, — ele diz com cautela, avaliando minha reação.

Eu olhava para ele, tentando formular a minha pergunta.

— Você vai me dizer tudo sobre ela? Eu estou tentando entender por que você acha que ela te ajudou. — Faço uma pausa, pensando cuidadosamente sobre a minha próxima frase. — Eu a detesto, Christian. Acho que ela fez a você danos incalculáveis. Você não tem amigos. Ela os mantém longe de você?

Ele suspira e passa a mão pelos cabelos.

— Por que diabos você quer saber sobre ela? Tivemos um caso muito longo, ela bateu para caralho em mim, muitas vezes, e eu a fodi de todas as formas que você nem sequer pode imaginar, fim da história.

Eu fico pálida. Merda, ele está irritado comigo. Eu pisco para ele.

— Por que você está tão zangado?

— Porque toda essa merda acabou! — Ele grita, me encarando. Ele suspira, exasperado e balança a cabeça.

Eu fico branca. Merda. Eu olho para as minhas mãos, apertadas no meu colo. Eu só quero entender.

Ele se senta ao meu lado.

— O que você quer saber? — Ele pergunta em um tom cansado.

— Você não tem que me dizer. Eu não quero me intrometer.

— Anastásia, não é isso. Eu não gosto de falar sobre essa merda. Eu vivi numa bolha durante anos sem nada me afetando e não tinha que me justificar a ninguém. Ela sempre esteve lá como uma confidente. E agora meu passado e meu futuro estão colidindo em uma maneira que nunca imaginei ser possível.

Olho para ele e ele está olhando para mim, os olhos arregalados.

— Eu nunca pensei que eu tinha um futuro com alguém, Anastásia. Você me dá esperança e me faz pensar em todos os tipos de possibilidades. — Ele vagueia.

— Eu estava ouvindo, — eu sussurro e volto a olhar para as minhas mãos.

— O quê? A nossa conversa?

— Sim.

— E então? — Ele soa resignado.

— Ela cuida de você.

— Sim, ela cuida. E eu cuido dela do meu próprio jeito, mas não chega nem perto de como eu me sinto por você. Se for isso disso que se trata.

— Eu não estou ciumenta. — Estou ferida que ele poderia pensar que eu estivesse ou eu estou? Merda. Talvez seja isso. — Você não a ama, — murmuro.

Ele suspira de novo. Ele está realmente chateado.

— Há muito tempo atrás, eu achava que a amava, — ele diz com os dentes cerrados.

Oh.

— Quando estávamos na Geórgia... você disse que não a amava.

— É verdade.

Eu franzo a testa.

— Eu amei você, em seguida, Anastásia, — ele sussurra. — Você é a única pessoa que eu voaria cinco mil quilômetros para ver.

Oh meu Deus. Não estou entendendo. Ele ainda me queria como uma segunda opção depois de tudo. Minha carranca se aprofunda.

— Os sentimentos que tenho por você são muito diferentes de qualquer outro que eu já tive por Elena, — ele diz como uma explicação.

— Quando você soube?

Ele encolhe os ombros.

— Ironicamente, foi Elena que apontou para mim. Ela me encorajou a ir para a Geórgia.

Eu sabia! Eu sabia disso em Savannah. Eu olho para ele, sem expressão.

O que posso fazer sobre isso? Talvez ela esteja do meu lado e apenas preocupada que eu vá machucá-lo. O pensamento é doloroso. Eu nunca iria querer machucá-lo. Ela está certa, ele se machucou bastante.

Talvez ela não seja tão ruim. Sacudo a cabeça. Eu não quero aceitar o seu relacionamento com ela. Eu desaprovo. Sim, isso é o que é. Ela é um personagem desagradável que caçava um adolescente vulnerável, roubando-lhe a sua adolescência, não importa o que ele diga.

— Então você a desejou? Quando você era mais jovem.

— Sim.

Oh.

— Ela me ensinou muita coisa. Ela me ensinou a acreditar em mim.

Oh.

— Mas ela também trouxe essa merda para fora de você.

Ele sorri com carinho.

— Sim, ela fez.

— E você gostou disso?

— Na época eu gostei.

— Tanto que você quis fazer isso para os outros?

Seus olhos se arregalam e ficam sérios.

— Sim.

— Será que ela te ajudou a fazer isso?

— Sim.

— Ela foi submissa para você?

— Sim.

Puta merda.

— Você espera que eu goste dela? — Minha voz soa frágil e amarga.

— Não. Embora isso fosse facilitar demais minha vida, — ele disse, cansado. —Eu entendo a sua reserva.

— Reserva! Puxa, Christian e se fosse um filho seu, como você se sentiria?

Ele pisca para mim como se ele não compreendesse a questão. Ele franze a testa.

— Eu não tinha que ficar com ela. Foi a minha escolha, também, Anastásia, — ele murmura.

Isso está começando a me levar a lugar nenhum.

— Quem é Linc?

— O ex-marido.

— Lincoln Timber?

— O mesmo, — ele sorriu.

— E Isaac?

— Seu submisso atual.

Ah, não.

— Ele tem uns vinte e poucos anos, Anastásia. Você sabe, um adulto que concordou, — acrescenta rapidamente, assim que decifra o meu olhar de nojo.

Eu libero.

— Sua idade — Eu murmuro.

— Olha, Anastásia, como eu disse a ela, ela é parte do meu passado. Você é o meu futuro. Não deixe que ela fique entre nós, por favor. E, francamente, eu estou realmente cansado deste assunto. Eu vou fazer algum trabalho. — Ele se levanta e olha para baixo, para mim. — Deixe isso pra lá. Por favor.

Olho teimosamente para ele.

— Oh, eu quase esqueci, — acrescenta. — O carro chegou um dia mais cedo. Está na garagem. Taylor tem a chave.

Uau... o Saab?

— Posso dirigi-lo amanhã?

— Não.

— Por que não?

— Você sabe por que não. E isso me lembra. Se você vai sair de seu escritório, me avise. Sawyer estava lá, vendo você. Parece que eu não posso confiar em você para cuidar de si mesma em tudo. — Ele faz carrancas para mim, fazendo-me sentir como uma criança que apronta, de novo. E eu gostaria de discutir com ele, mas ele está bastante preocupado por Elena, e eu não quero pressioná-lo, mas eu não posso resistir a um comentário.

— Parece que eu não posso confiar em você também, — eu murmuro. — Você poderia ter me dito que Sawyer estava me observando.

— Você quer brigar por isso também? — Ele se ajeita.

— Eu não sabia que estávamos brigando. Pensei que nós estávamos nos comunicando, — eu murmuro com petulância.

Ele fecha os olhos brevemente enquanto ele luta para conter seu temperamento. Eu engulo e assisto ansiosamente. Puxa, isso poderia tomar qualquer direção.

— Eu tenho que trabalhar, — ele diz calmamente, e com isso, ele sai da sala.

Suspiro. Eu não tinha percebido que eu estava segurando a minha respiração. Eu caio de costas na cama, olhando para o teto.

Será que podemos ter uma conversa normal sem que ele se desintegre em um argumento? É cansativo.

Nós simplesmente não nos conhecemos muito bem. Eu realmente quero ir morar com ele? Eu não sei nem se eu deveria fazer-lhe uma xícara de chá ou de café enquanto ele está trabalhando. Devo incomodá-lo em tudo? Eu não tenho ideia de seus gostos e desgostos.

Evidentemente, ele está entediado com toda a coisa sobre Elena. Ele está certo, eu preciso seguir em frente. Deixar ir. Bem, pelo menos ele não está esperando que eu seja amiga dela, e espero que ela vá agora parar de querer fazer uma reunião comigo.

Eu saio da cama e ando até a janela. Desbloqueio a porta da varanda, eu a abro e caminho até a grade de vidro. Sua transparência é enervante. O ar é frio e fresco, já que estou tão no alto.

Eu olho para fora sobre as luzes cintilantes de Seattle. Ele está tão distante de tudo até aqui em sua fortaleza. Não responde a ninguém. Ele tinha acabado de dizer que me amava, então toda essa porcaria vem por causa daquela mulher terrível. Reviro os olhos. Sua vida é tão complicada. Ele é tão complicado.

Com um suspiro pesado e um último olhar para as luzes de Seattle que se espalharam como panos de ouro aos meus pés, eu decido ligar para Ray. Eu não falei com ele por um tempo. É uma conversa breve, como de costume, mas eu sei que ele está bem e que eu estou interrompendo uma partida de futebol importante.

— Espero que tudo esteja bem com Christian, — ele diz casualmente, e eu sei que ele está tentando pescar alguma informação, mas realmente não quer saber.

— Sim. Nós estamos bem. — Mais ou menos, e estou indo morar com ele. Embora não tenhamos discutido uma data.

— Te amo, papai.

— Te amo, muito, Annie.

Eu desligo e verifico meu relógio. É apenas dez. Por causa de nossa discussão, eu estou me sentindo estranhamente inervada e inquieta.

Tomo banho rapidamente, e de volta no quarto, decido usar uma das camisas de noite de Caroline Acton adquiridas por mim a partir de Neiman Marcus. Christian está sempre gemendo sobre as minhas camisetas. Existem três. Eu escolho a rosa pálido e a coloco em cima da minha cabeça. O tecido desliza em toda a minha pele, acariciando e agarrando-me à medida que cai em torno do meu corpo. É uma sensação de luxo, o melhor cetim, o mais fino. Caramba. No espelho, me vejo como uma estrela de cinema de 1930. É longa, elegante e muito eu.

Eu pego o roupão combinando e decido caçar um livro na biblioteca. Eu podia ler no meu iPad, mas agora, eu quero o conforto e a segurança de um livro físico. Vou deixar Christian sozinho. Talvez ele vá recuperar o seu bom humor, uma vez que ele termine de trabalhar.

Existem tantos livros na biblioteca de Christian. Olhar cada título vai demorar uma eternidade. Olho ocasionalmente na mesa de bilhar e coro ao me lembrar da nossa noite anterior. Eu sorrio quando vejo que a régua ainda está no chão. Pego-a e golpeio a minha palma. Ai! Machuca.

Por que não posso aguentar um pouco mais de dor pelo meu homem? Desconsolada, eu a coloco sobre a mesa e continuo minha busca por uma boa leitura.

A maioria dos livros são as primeiras edições. Como ele pode ter acumulado uma coleção como essa em tão pouco tempo? Talvez a descrição de trabalho de Taylor inclua a compra de livros. Eu escolho Rebecca de Daphne Du Maurier. Faz tempo que eu não o leio. Sorrio quando me enrolo em uma das poltronas estofadas e leio a primeira linha:

Na noite passada eu sonhei que fui a Manderley novamente...

 

Acordo quando Christian me empurra para me levantar em seus braços.

— Hey, — ele murmura, — você caiu no sono. Eu não conseguia encontrá-la. — Ele cheira meu cabelo. Sonolenta, coloco meus braços em volta do seu pescoço e respiro o seu perfume, oh, ele cheira tão bem enquanto ele me leva de volta para o quarto. Ele me coloca na cama e me cobre.

— Durma, Bebê, — ele sussurra e pressiona os lábios contra a minha testa.

 

         Eu acordo de repente de um sonho perturbador e estou momentaneamente desorientada. Encontro-me ansiosamente verificando o final da cama, mas não há ninguém lá. Vem da grande sala um som fraco de uma complexa melodia de piano.

Que horas são? Eu verifico o despertador duas da manhã. Christian ainda não veio dormir? Eu desembaraço as pernas do meu roupão, que eu ainda estou usando, e saiu da cama.

Na sala grande, eu estou nas sombras, escutando. Christian está perdido na música. Ele parece seguro e protegido em sua bolha de luz. E a canção que ele interpreta tem uma melodia cadenciada, partes da qual o som é familiar, mas tão elaborado. Caramba, ele é bom. Por que isso sempre me pega de surpresa?

A cena inteira é diferente de alguma forma, e eu percebo que a tampa do piano está abaixada, me dando uma visão sem obstáculos. Ele olha para cima e nossos olhos se encontram, na cinza e suave luz luminosa da lâmpada. Ele continua a tocar, não hesitando em nada, enquanto eu caminho até ele. Seus olhos me seguem, me bebem, queimando mais brilhante. Quando eu o alcanço, ele para.

— Por que você parou? Estava maravilhoso.

— Você tem alguma ideia de como esta desejável no momento? — ele diz, sua voz suave.

Oh.

— Venha para a cama, — eu sussurro e seus olhos se aquecem enquanto ele estende a mão. Quando eu o levo, ele me puxa inesperadamente para que eu caia em seu colo. Ele coloca os braços em volta de mim e cheira meu pescoço, atrás da minha orelha, provocando arrepios na espinha.

— Por que nós brigamos? — Ele sussurra, com os seus dentes passando pela minha orelha.

Macacos me mordam. Meu coração salta uma batida, em seguida, começa a bater, correndo um calor em todo o meu corpo.

— Porque nós estamos nos conhecendo, você é teimoso, rabugento, mal-humorado e difícil, — sussurro sem fôlego, mudando minha cabeça para dar-lhe um melhor acesso à minha garganta. Ele corre o nariz pelo meu pescoço, e eu sinto o seu sorriso.

— Eu sou todas essas coisas, Srta. Steele. É um milagre que você me ature. — Ele belisca minha orelha e eu lamento. — É sempre assim? — Ele suspira.

— Eu não tenho ideia.

— Eu também não. — Ele puxa o cinto do meu roupão para que fique aberto, e sua mão desliza pelo meu corpo, por cima do meu peito. Meus mamilos endurecem sob seu toque suave e a tensão contra o cetim. Ele continua até a minha cintura, até meu quadril.

— Você fica tão maravilhosa nesse tecido, e eu posso ver tudo... inclusive isso. — Ele tira suavemente meu pelo púbico do tecido, fazendo-me suspirar, enquanto a outra mão está no cabelo em minha nuca. Puxando minha cabeça para trás, ele me beija, sua língua urgente, implacável, necessitada. Eu gemo em resposta e acaricio seu querido e amado rosto. Sua mão levanta delicadamente minha camisola, lentamente, de forma tentadora, até que acaricia meu bumbum nu, e logo passa a unha de seu polegar pelo interior de meus músculos.

De repente ele se levanta, assustando-me, e me levanta do seu corpo para o piano. Meus pés se apoiam sobre as teclas, soando notas discordantes, e suas mãos sobem sobre minhas pernas e separam meus joelhos. Ele agarra minhas mãos.

— Deite-se, — ele ordena, segurando minhas mãos enquanto eu afundo de volta em cima do piano. A tampa é dura e inflexível contra minhas costas. Ele me solta e empurra minhas pernas para abri-las mais, os meus pés dançam sobre as teclas, nas notas inferiores e superiores.

Oh cara. Eu sei o que ele vai fazer, e pela antecipação. . . Eu gemo alto enquanto ele beija o interior do meu joelho, então ele beija e suga e morde em seu caminho que se eleva pela minha perna para a minha coxa. O cetim macio da minha camisola sobe mais alto deslizando, sobre a minha pele sensível, enquanto ele empurra o tecido. Eu flexiono os meus pés e os acordes soam novamente. Fechando os olhos, eu me entrego a ele enquanto a sua boca alcança o ápice de minhas coxas.

Ele me beija... ali... Oh cara... então assopra suavemente antes que sua língua rodei meu clitóris. Ele abre ainda mais minhas pernas. Eu me sinto tão aberta ... tão exposta. Ele me mantém no lugar, com as mãos um pouco acima dos joelhos enquanto sua língua me tortura, não dando pausa, sem trégua... sem poder respirar. Inclinando meus quadris para cima, reunido e combinando ao seu ritmo, estou consumida.

— Oh, Christian, por favor. — Lamento.

— Oh não, bebê, ainda não, — ele brinca, mas eu me sinto mais e mais excitada à medida que ele o faz, então ele para.

— Não, — choramingo.

— Esta é a minha vingança, Ana, — ele rosna baixinho. — Discuta comigo, e eu vou me vingar em seu corpo de alguma forma. — Ele arrasta beijos ao longo da minha barriga, as mãos subindo pelas minhas coxas, acariciando, amassando, provando. Sua língua circunda meu umbigo enquanto suas mãos e seu polegar... oh seu polegar, alcança o topo das minhas coxas.

— Ah! — Grito enquanto ele empurra um dentro de mim. O outro me persegue, lentamente, dolorosamente, circulando voltas e voltas. Minhas costas se arcam fora do piano enquanto me torço sob seu toque. É quase insuportável.

— Christian! — Eu choro, fora de controle com a necessidade.

Ele tem pena de mim e para. Levanta os meus pés para fora das teclas, ele me empurra, e de repente, eu estou deslizando sem esforço sobre o piano, deslizando em cetim, e ele está me seguindo lá em cima, brevemente ajoelhado entre as minhas pernas para rolar em um preservativo. Ele paira sobre mim e eu estou ofegante, olhando para ele com uma fúria de necessidade, e eu percebo que ele está nu. Quando ele tirou a roupa?

Ele olha para mim, e há surpresa em seus olhos, maravilha e amor e paixão, e é de tirar o fôlego.

— Eu quero tanto você, — ele diz, e muito lentamente, primorosamente, ele se afunda em mim.

 

Estou deitada sobre ele, minhas pernas pesadas e lânguidas, enquanto nos encontramos em cima do seu piano. Oh meu Deus. Ele é muito mais confortável para se deitar do que o piano. Com cuidado para não tocar seu peito, eu descanso meu rosto contra ele e me mantenho perfeitamente imóvel. Ele não se opõe, e eu ouço a sua respiração enquanto ela diminui como a minha. Delicadamente, ele acaricia o meu cabelo.

— Você bebe chá ou café à noite? — Pergunto sonolenta.

— Que pergunta estranha, — ele diz com ar sonhador.

— Eu pensei que poderia trazer-lhe chá enquanto você trabalhava, e então eu percebi que eu não sei o que você gostaria.

— Oh, eu entendo. Água ou vinho à noite, Ana. Embora talvez eu devesse tentar chá.

Sua mão se move ritmicamente pelas minhas costas, acariciando-me com ternura.

— Nós realmente sabemos muito pouco sobre o outro, — murmuro.

— Eu sei, — ele diz, e sua voz é triste. Sento-me para olhar para ele.

— O que é isso? — Eu pergunto. Ele balança a cabeça como se quisesse se livrar de algum pensamento desagradável, e levantando a mão, ele acaricia meu rosto, os olhos brilhantes e sérios.

— Eu te amo, Ana Steele, — ele diz.

 

O alarme dispara com noticias sobre o trafego às seis da manhã, e eu acordo abruptamente do meu sonho, onde há mais mulheres loiras do que de cabelos escuros. Eu não consigo entender do que se trata, e imediatamente sou distraída, porque Christian Grey está enrolado em torno de mim como seda, com a cabeça de cabelos rebeldes em meu peito, a mão no meu peito, a perna em cima de mim, me segurando para baixo. Ele ainda está dormindo, e eu estou com muito calor. Mas eu ignoro o meu desconforto, timidamente chegando a passar os dedos suavemente pelos cabelos, e ele se mexe. Levanta os olhos cinzentos brilhantes, e sorri sonolento. Caramba... ele é adorável.

— Bom dia, linda, — ele diz.

— Bom dia, lindo. — Eu sorrio de volta. Ele me beija, desembrulhando a si mesmo, e inclina-se sobre o cotovelo, olhando para mim.

— Dormiu bem? — ele pergunta.

— Sim, apesar da interrupção de meu sono na noite passada.

Seu sorriso se amplia.

— Hmm. Você pode me interromper a qualquer momento. — Beija-me outra vez.

— E você? Você dormiu bem?

— Eu sempre durmo bem com você, Anastásia.

— Sem mais pesadelos?

— Não.

Eu faço cara feia e acho uma chance para uma pergunta.

— Quais são seus pesadelos?

Sua testa aumenta e seu sorriso diminui. Merda, minha curiosidade estúpida.

— Eles são flashbacks da minha infância, ou assim diz o Dr. Flynn. Algumas vividas, outras nem tanto. — Sua voz diminui e um olhar distante, sofrido cruza seu rosto. Distraidamente, ele começa a traçar minha clavícula com o dedo, me distraindo.

— Você acorda chorando e gritando? — Eu tento, em vão, fazer uma piada.

Ele olha para mim, perplexo.

— Não, Anastásia. Eu nunca chorei. Até onde eu possa recordar. — Ele franze a testa, como se para chegar às profundezas de suas memórias. Oh não, o que é um lugar muito escuro para ir a esta hora, certamente.

— Você tem boas lembranças da sua infância? — Pergunto rapidamente, principalmente para distraí-lo. Ele olha pensativo por um momento, ainda correndo o dedo ao longo da minha pele.

— Lembro-me da produção de crack de uma prostituta. Lembro-me do cheiro. Talvez um bolo de aniversário. Para mim. E depois há a chegada de Mia com a minha mãe e meu pai. Minha mãe estava preocupada com a minha reação, mas eu adorei Mia imediatamente. Minha primeira palavra foi Mia. Lembro-me de minha primeira lição de piano. Senhorita Kathie, minha tutora, era incrível. Ela tinha cavalos, também. — Ele sorri melancolicamente.

— Você disse que sua mãe te salvou. Como?

Sua meditação é quebrada, e ele olha para mim como se eu não entendesse a matemática elementar de dois mais dois.

— Ela me adotou, — ele diz simplesmente. — Eu pensei que ela era um anjo quando eu a conheci. Ela estava vestida de branco e tão suave e calma, enquanto ela me examinava. Eu nunca vou esquecer isso. Se ela tivesse dito não ou se Carrick tivesse dito que não... — Ele dá de ombros e olha sobre o ombro para o despertador. —Isso tudo é muito profundo para tão cedo da manhã, — ele resmunga.

— Eu fiz uma promessa para chegar a conhecê-lo melhor.

— Você fez, Srta. Steele? Eu pensei que você queria saber se eu preferia café ou chá. — Ele sorri. — De qualquer forma, eu posso pensar em uma maneira que você pode me conhecer. — Ele empurra seus quadris sugestivamente contra mim.

— Eu acho que te conheço bem o suficiente nesse ponto. — Minha voz é arrogante e repreensiva, e o faz sorrir de forma mais ampla.

— Eu não acho que conheço você tão bem assim, — ele murmura. — Há vantagens concretas para acordar ao seu lado. — Sua voz é suave e tão sedutora que faz os ossos derreterem.

— Você não tem que se levantar? — Minha voz é baixa e rouca. Caramba, o que ele faz comigo...

— Não essa manhã. Há apenas um lugar que eu quero estar agora, Srta. Steele. — E seus olhos brilham provocantes.

— Christian! — eu suspiro, chocada. Ele se move de repente, de modo que ele está em cima de mim, pressionando-me na cama. Agarrando as minhas mãos, ele puxa para cima a minha cabeça e começa a beijar minha garganta.

— Oh, Srta. Steele. — Ele sorri contra a minha pele, enviando arrepios deliciosos através de mim, enquanto sua mão percorre meu corpo e lentamente começa a tirar a minha camisola de cetim. — Oh, o que eu gostaria de fazer com você, — ele murmura.

E eu estou perdida, ao longo do interrogatório.

 

Sra. Jones faz o meu café da manhã com panquecas e bacon, e para o Christian uma omelete e bacon. Sentamos lado a lado no bar, em um silêncio confortável.

— Quando que eu irei conhecer o seu treinador, Claude, e colocá-lo a prova? — Eu pergunto. Christian olha para mim, sorrindo.

— Depende se você quer ir para Nova York neste fim de semana ou não. A menos que você queira vê-lo de manhã cedo esta semana. Vou pedir a Andrea para verificar a sua programação e retornar para você.

— Andrea?

— Minha assistente.

Ah, sim.

— Uma de suas muitas loiras — Eu o provoco.

— Ela não é minha. Ela trabalha para mim. Você é minha.

— Eu trabalho para você, — eu murmuro amargamente.

Ele sorri como se tivesse esquecido.

— Então você faz. — Seu sorriso radiante é contagiante.

— Talvez Claude possa me ensinar kickboxing[2] — Eu alerto.

— Ah, é? Gosta de ter chances contra mim? — Christian levanta uma sobrancelha, divertido. — Provoque-me, Srta. Steele. — Ele está tão malditamente feliz em relação ao mau humor de ontem, depois de Elena. Totalmente desarmado. Talvez seja todo o sexo... talvez seja isso que o está fazendo tão alegre.

Olho para trás, ao piano, saboreando a memória da noite passada.

— Você colocou a tampa do piano de volta.

— Fechei ontem à noite, para não perturbar você. Acho que não deu certo, mas estou feliz por não ter dado. — Os lábios de Christian se contorcem num sorriso lascivo enquanto ele leva um pedaço de omelete a boca. Eu fico vermelha e sorrio maliciosamente para ele.

Ah, sim. . . Momentos de diversão no piano.

Sra. Jones se inclina e coloca um saco de papel contendo o meu almoço na minha frente, fazendo-me ficar enrubescida de culpada.

— Para mais tarde, Ana. Tuna[3] está bem?

— Oh sim. Obrigada, Sra. Jones. — Dou-lhe um sorriso tímido, que ela retribui calorosamente antes de deixar a grande habitação. Eu suspeito que seja para nos dar alguma privacidade.

— Posso te perguntar uma coisa? — Eu volto para Christian.

Sua expressão é divertida.

— Claro.

— E você não vai ficar com raiva?

— É sobre Elena?

— Não.

— Então eu não vou ficar com raiva.

— Mas agora tenho uma pergunta complementar.

— Ah?

— Que é a respeito dela.

Ele revira os olhos.

— O quê? — Ele diz, e agora está exasperado.

— Por que você fica tão louco quando eu te pergunto sobre ela?

— Honestamente?

Eu faço uma carranca para ele.

— Eu pensei que você fosse sempre honesto comigo.

— Eu procuro ser.

Eu estreito os meus olhos para ele.

— Isso soa como uma resposta muito evasiva.

— Eu sou sempre honesto com você, Ana. Eu não quero jogar. Bem, não esses tipos de jogos, — ele qualifica, com calor nos olhos.

— Que tipo de jogos você quer jogar?

Ele inclina a cabeça para um lado e sorri para mim.

— Srta. Steele, te distrais tão facilmente.

Eu rio. Ele está certo.

— Sr. Grey, você está me distraindo em muitos níveis. — Eu olho para os seus olhos cinzentos dançando acesos com humor.

— Meu som favorito no mundo inteiro é o seu riso, Anastásia. Agora, o que era a sua pergunta original? — Ele pergunta sem problemas, e eu acho que ele está rindo de mim. Eu tento torcer minha boca para mostrar o meu desagrado, mas eu gosto do brincalhão Cinquenta, ele é divertido. Eu amo algumas brincadeiras de manhã cedo. Eu franzo a testa, tentando lembrar a minha pergunta.

— Oh sim. Você só via suas submissas nos fins de semana?

— Sim, isso é correto, — ele diz para mim, nervoso.

Sorrio para ele.

— Então, nada de sexo durante a semana.

Ele ri.

— Oh, aonde queremos chegar com isso. — Ele parece vagamente aliviado. —Porque você acha que eu malho todos os dias úteis? — Agora ele realmente está rindo de mim, mas eu não me importo. Quero me abraçar com alegria. Outra novidade, bem, várias novidades.

— Você parece muito satisfeita consigo mesma, Srta. Steele.

— Eu estou, Sr. Grey.

— Você deveria estar. — Ele sorri. — Agora, coma o seu café.

Oh, mandão Cinquenta... ele nunca fica longe.

 

        Estamos na parte de trás do Audi. Taylor está dirigindo com a intenção de me deixar no trabalho, e então Christian. Sawyer está montando a arma.

— Não disse que o irmão de sua companheira de quarto estava chegando hoje? — Christian pergunta, quase que casualmente, sua voz e expressão não revelando nada.

— Oh, Ethan, — me engasgo. — Eu esqueci. Oh Christian, obrigada por me lembrar. Vou ter que voltar para o apartamento.

Ele olha demoradamente.

— Que horas ele chega?

— Eu não tenho certeza do horário que ele está chegando.

— Eu não quero que você vá a qualquer lugar por conta própria, — ele diz bruscamente.

— Eu sei, — murmuro e resisto desviar o olhar para o Sr. Reação Exagerada. —Será que Sawyer vai estar me espionando, hum... patrulhando hoje? — Olho maliciosamente na direção de Sawyer para ver as costas de suas orelhas ficarem vermelhas.

— Sim, — Christian cuspe, seus olhos estão frios.

— Se eu estivesse dirigindo o Saab seria mais fácil, — eu murmuro com petulância.

— Sawyer terá um carro, e ele pode conduzir você ao seu apartamento, dependendo do horário.

— Ok. Acho que Ethan vai provavelmente entrar em contato comigo durante o dia. Vou deixar você saber quais são os planos então.

Ele olha para mim, sem dizer nada. Oh, o que ele está pensando?

— Tudo bem, — ele concorda. — Em nenhum lugar por conta própria. Você entende? — Ele acena um dedo longo para mim.

— Sim, querido, — eu murmuro.

Há um traço de um sorriso em seu rosto.

— E talvez você deva apenas usar seu Blackberry, eu te mandei um e-mail por ele. Isso irá prevenir que meu homem de informação e tecnologia tenha uma manhã bem interessante, ok? — Sua voz é sarcástica.

— Sim, Christian. — Eu não posso resistir. Desvio os olhos dele, e ele sorri para mim.

— Por que Sta. Steele, eu acredito que você está fazendo minha palma se contrair.

— Ah, Sr. Grey, a sua palma da mão perpetuamente tem espasmos. O que vamos fazer com isso?

Ele ri e então se distrai com seu Blackberry, que deve estar para vibrar, porque não toca. Ele franze a testa quando ele vê o identificador de chamadas.

— O que é isso? — Ele olha o telefone, em seguida, ouve atentamente. Eu aproveito a oportunidade para estudar suas características adoráveis, o nariz reto, o cabelo pendurado sobre a testa. Estou distraída em minha observação, quando percebo que sua expressão se transforma de descrença para diversão. Eu presto atenção.

— Você está brincando... Para uma cena... Quando ele te disse isso? — Christian ri, quase relutantemente. — Não, não se preocupe. Você não tem que pedir desculpas. Fico feliz que há uma explicação lógica. Parecia uma quantidade ridiculamente baixa de dinheiro... Eu não tenho nenhuma dúvida que você tenha algo mal e criativo planejado para sua vingança. Pobre Isaac. — Ele sorri. —Ótimo... Tchau. — Ele desliga o telefone e olha para mim. Seus olhos estão subitamente cautelosos, mas estranhamente, ele parece aliviado, também.

— Quem era? — Eu pergunto.

— Você realmente quer saber? — Pergunta ele calmamente.

É, eu sei. Sacudo a cabeça e olho para fora da minha janela, para o dia cinzento de Seattle, me sentindo desamparada. Por que ela não pode deixá-lo sozinho?

— Hey. — Ele pega minha mão e beija cada um dos meus dedos, por sua vez, e de repente ele está chupando meu dedo mínimo, difícil. Em seguida, mordendo suavemente.

        Uau! Ele tem uma conexão direta com a minha virilha, me engasgo e olho nervosamente para Taylor e Sawyer, então para Christian, e seus olhos estão mais escuros. Ele me dá um sorriso lento e carnal.

— Não se preocupe, Anastásia, — ele murmura. — Ela está no passado. — E ele planta um beijo no centro da palma da minha mão, enviando arrepios em todos os lugares, e meu piti é momentaneamente esquecido.

 

— Bom dia, Ana, — murmura Jack enquanto faço meu caminho para minha mesa. — Vestido legal.

Eu enrubesço. O vestido é parte do meu guarda-roupa novo, cortesia do meu namorado incrivelmente rico. É um vestido sem mangas de linho, azul pálido, bastante pegado ao corpo, e eu estou usando sandálias creme de salto alto. Christian gosta de salto, eu acho. Eu sorrio secretamente no meu pensamento, mas rapidamente recupero o meu sorriso sem graça profissional para o meu patrão.

— Bom dia, Jack.

Começo a pedir a um mensageiro para que levasse os folhetos para as impressoras. Ele aparece com a cabeça para fora da sua porta do escritório.

— Será que eu poderia tomar um café, por favor, Ana?

— Claro. — Ando até a cozinha e choco-me com Claire da recepção, que está também precisando de um café.

— Ei, Ana, — ela diz, alegremente.

— Oi, Claire.

Conversamos brevemente sobre seu encontro estendido com a família no fim de semana, que ela gosta imensamente, e eu digo a ela sobre velejar com Christian.

— Teu namorado é um sonho, Ana, — ela diz, seus olhos brilhando.

Estou tentada a desviar meus olhos para ela.

— Não parece tão ruim, — Sorrio e nós duas começamos a rir.

 

— Você demorou! — Jack fala quando eu trouxe o seu café.

Oh!

— Sinto muito. — Eu enrubesço e em seguida franzo a testa. Levei a mesma quantidade de tempo. Qual é o problema? Talvez ele esteja nervoso com alguma coisa.

Ele balança a cabeça.

— Desculpe, Ana. Eu não quis esbravejar para você, querida.

Querida?

— Há algo acontecendo a nível da direção, e eu não sei o que é. Fique atenta, ok? Se você ouvir alguma coisa, eu sei como vocês meninas falam. — Ele sorri para mim, e eu me sinto um pouco doente. Ele não tem ideia de como nós, meninas, falamos. Além disso, eu sei o que está acontecendo.

— Você vai me deixar saber, certo?

— Claro, — eu murmuro. — Mandei o folheto para as impressoras. Ele estará de volta por volta de duas horas.

— Ótimo. Aqui. — Ele me entregou uma pilha de manuscritos. — Todas essas sinopses necessitam do primeiro capítulo, em seguida, a apresentação.

— Eu vou cuidar disso.

Estou aliviada de sair de seu escritório e sentar na minha mesa. Oh, é difícil saber o que acontecendo. O que ele fará quando descobrir? Meu sangue corre frio. Algo me diz que Jack vai ficar irritado. Olho para o meu Blackberry e dou um sorriso. Há um e-mail de Christian.

 

De: Christian Grey

Assunto: Nascer do sol

Data: 14 de junho de 2011 09:23

Para: Anastásia Steele

Adoro acordar com você na parte da manhã.

Christian Grey

Completamente & Totalmente Apaixonado CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Acho que meu rosto se divide em dois com o meu sorriso e minha deusa interior dando saltos mortais sobre a sua espreguiçadeira.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Pôr do sol

Data: 14 de junho de 2011 09:35

Para: Christian Grey

Caro Completamente & Totalmente Apaixonado:

Eu amo acordar com você também. Mas eu adoro estar na cama com você e em elevadores, e em pianos, e mesas de bilhar, e barcos, e escrivaninhas, e chuveiros, e banheiras, e estranhas cruzes de madeira com algemas, e camas de dossel com lençóis de cetim vermelho, e casas para barcos e quartos infantis.

Sua

Louca por Sexo e Insaciável, xx

 

De: Christian Grey

Assunto: Equipamento molhado

Data: 14 de junho de 2011 09:37

Para: Anastásia Steele

Cara Louca por Sexo e Insaciável

Eu acabei de cuspi café por todo o meu teclado. Eu não acho que isso já tenha acontecido comigo antes. Eu admiro uma mulher que se concentra em geografia. Terei que deduzir que você só me quer pelo meu corpo?

Christian Grey

Completamente & Totalmente Chocado CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Rindo e molhada também

Data: 14 de junho de 2011: 09:42

Para: Christian Grey

Caro Completamente & Totalmente Chocado

Sempre.

Eu tenho trabalho a fazer.

Pare de me incomodar.

LS & I, xx

 

De: Christian Grey

Assunto: Eu tenho que?

Data: 14 de junho de 2011 09:50

Para: Anastásia Steele

Cara SM & I

Como sempre, seu desejo é meu comando. Eu amo que você esteja rindo e molhada. Até mais tarde, bebê.

X

Christian Grey,

Completamente & Totalmente Arrebatado, Chocado e Encantado CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Eu coloco o Blackberry para baixo e continuo com meu trabalho.

 

        Na hora do almoço, Jack me pede para ir até a lanchonete pegar o seu almoço. Eu ligo para Christian, logo que saio do escritório de Jack.

— Anastásia. — Ele responde imediatamente, a sua voz cálida e amorosa. Como é que este homem pode fazer-me derreter por telefone?

— Christian, Jack me pediu para pegar o almoço.

— Bastardo preguiçoso, — Christian se queixa.

Eu o ignoro e continuo.

— Então, eu estou indo buscá-lo. Pode ser útil se você me der o número de Sawyer, então eu não tenho que te incomodar.

— Não é nenhum incomodo, bebê.

— Você está sozinho?

— Não. Há seis pessoas olhando para mim neste momento se perguntando com que diabos eu estou falando.

Merda...

— Sério? — Eu suspiro, em pânico.

— Sim. Realmente. Minha namorada, — ele anuncia longe do telefone.

Caramba!

— Eles provavelmente pensavam que você fosse gay, você sabe.

Ele ri.

— Sim, provavelmente. — Eu ouço seu sorriso.

— Er, é melhor eu ir. — Tenho certeza que ele pode dizer como estou envergonhada de tê-lo interrompido.

— Eu vou deixar Sawyer saber. — Ele ri novamente. — Você já teve noticias do seu amigo?

— Ainda não. Você será o primeiro a saber, Sr. Grey.

— Ótimo. Até mais tarde, bebê.

— Tchau, Christian. — Eu sorrio. Toda vez que ele diz isso, me faz sorrir... tão Cinquenta, mas de alguma forma tão ele também.

Quando eu saio momentos depois, Sawyer está esperando na porta do edifício.

— Srta. Steele, — ele me cumprimenta formalmente.

— Sawyer. — Eu aceno em resposta e vamos juntos para a lanchonete.

Eu não me sinto tão confortável com Sawyer como eu fico com Taylor. Ele verifica constantemente a rua enquanto nós fazemos o nosso caminho ao longo do bloco. Ele realmente me deixa mais nervosa, e eu me vejo refletindo suas ações.

Leila está lá fora? Ou estamos todos infectados pela paranoia de Christian? É esta a parte de seus Cinquenta Tons? O que eu daria por meia hora de discussões francas com o Dr. Flynn, para descobrir.

Não há nada de errado, apenas a hora do almoço em Seattle, as pessoas correndo para o almoço, compras com amigos, reuniões. Eu vejo duas mulheres se abraçando quando elas se encontram.

Eu sinto falta de Kate. Faz apenas duas semanas desde que ela me deixou para suas férias, mas parecem as duas semanas mais longas da minha vida. Tanta coisa aconteceu. Ela nunca vai acreditar em mim quando eu contar a ela. Bem, dizer a ela a versão editada, obedecendo ao NDA[4]. Eu franzo a testa. Vou ter que conversar com Christian sobre isso. O que a Kate faria com ele? Eu embranqueço com o pensamento. Talvez ela esteja de volta com Ethan. Sinto uma onda de excitação com a ideia, mas eu acho que é improvável. Ela ficaria com o Elliot certamente.

— Onde você fica quando você está esperando e observando de fora? — Pergunto a Sawyer enquanto entramos na fila para o almoço. Sawyer está na minha frente, de frente para a porta, monitorando continuamente a rua e qualquer pessoa que entra. É enervante.

— Sento-me no café do outro lado da rua, Srta. Steele.

— Não fica muito chato?

— Não para mim, minha senhora. É o que eu faço, — ele diz secamente.

Eu enrubesço.

— Desculpe, eu não quis insinuar... — Minha voz sai do rumo, entendendo sua expressão.

— Por favor, senhorita Steele. Meu trabalho é proteger você. E é isso que vou fazer.

— Assim, nenhum sinal de Leila?

— Não, senhora.

Eu franzo a testa.

— Como você sabe como ela se parece?

— Eu vi a sua fotografia.

— Oh, você tem isso com você?

— Não, senhora. — Ele aponta sua cabeça. — Gravado na memória.

Claro. Eu realmente gostaria de analisar uma fotografia de Leila para ver como ela era antes de se tornar uma menina fantasma. Gostaria de saber se Christian iria me deixar ter uma cópia? Sim, ele provavelmente iria, para minha segurança. Eu crio um plano, e meu subconsciente se alegra e acena com a cabeça em aprovação.

 

        As brochuras chegam ao escritório, e eu tenho que dizer, elas parecem ótimas. Eu levo uma ao escritório de Jack. Seus olhos brilham, e eu não sei se é por mim ou pelo folheto. Eu escolho acreditar que é o último.

— Este está ótimo, Ana. — O revisa animadamente — Sim, bom trabalho. Você irá ver o seu namorado esta noite? — Seu lábio se enrola quando ele diz namorado.

— Sim. Nós vivemos juntos. — É uma espécie de verdade. Bem, é o que fazemos no momento. E concordei oficialmente em me mudar, por isso não é muito mais do que uma mentira branca. Espero que isso seja o suficiente para rechaçá-lo.

— Será que ele iria se opor de você sair uma noite para uma bebida rápida? Para celebrar todo seu trabalho duro?

— Eu tenho um amigo que vem de fora da cidade hoje à noite, e todos nós vamos sair para jantar. — E eu vou estar ocupada todas as noites, Jack.

— Eu vejo. — Ele suspira, irritado. — Talvez quando eu voltar de Nova York, hein? — Ele levanta as sobrancelhas, na expectativa, e seu olhar escurece sugestivamente.

Ah, não. Eu sorrio, evasiva, sufocando um tremor.

— Você gostaria de um café ou chá? — Eu pergunto.

— Café, por favor. — Sua voz é baixa e rouca, como se ele estivesse pedindo outra coisa. Foda-se. Ele não vai recuar. Eu posso ver isso agora. Oh. . . O que fazer?

Eu respiro um longo suspiro de alívio quando eu estou fora de seu escritório. Ele me faz ficar tensa. Christian está certo sobre ele, e uma parte de mim está chateada que Christian esteja certo sobre ele.

Sento-me na minha mesa e meu Blackberry toca um número que não reconheço.

— Ana Steele.

— Oi, Steele! — O sotaque de Ethan me pega momentaneamente desprevenida.

— Ethan! Como você está? — Eu quase engasgo de prazer.

— Fico feliz em estar de volta. Eu estou seriamente cansado de sol e ponches de rum, e minha irmãzinha está totalmente apaixonada por um grandalhão. Tem sido um inferno, Ana.

— Sim! Mar, areia, sol, ponche de rum soa como o Inferno de Dante. — Eu dou risadinha. — Onde você está?

— Estou no Sea-Tac, aguardando pela minha bagagem. O que você está fazendo?

— Eu estou no trabalho. Sim, eu sou uma empregada remunerada, — eu respondo ao seu suspiro. — Você quer vir aqui e pegar as chaves? Eu posso te encontrar mais tarde no apartamento.

— Parece ótimo. Vejo você em cerca de 45 minutos, uma hora talvez? Qual é o endereço?

Dou-lhe o endereço do SIP.

— Vejo você em breve, Ethan.

— Até mais tarde, — ele diz e desliga. O quê? Não, Ethan também? E isso que ele passou apenas uma semana com Elliot. Eu rapidamente digito um e-mail para Christian.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Visitantes de climas ensolarados.

Data: 14 de junho de 2011: 14:55

Para: Christian Grey

Querido Completamente & Totalmente AC & E

Ethan está de volta, e ele está vindo aqui para recolher as chaves para o apartamento.

Eu realmente gostaria de saber se está tudo resolvido bem.

Por que você não me pega depois do trabalho? Nós podemos ir para o apartamento em seguida, todos nós podemos sair para uma refeição, talvez?

Por minha conta?

Sua

Ana, x

Ainda LS & I

Anastásia Steele

Assistente de Jack Hyde, Coordenador Editorial, SIP

 

De: Christian Grey

Assunto: Jantar fora

Data: 14 de junho de 2011 15:05

Para: Anastásia Steele

Estou de acordo com seu plano. Exceto a parte de você pagar! Por minha conta. Eu vou buscá-la às 6:00.

X

PS: Por que você não está usando o seu Blackberry!

Christian Grey

Completamente e Totalmente Irritado, CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Prepotência

Data: 14 de junho de 2011: 15:11

Para: Christian Grey

Oh, não seja tão mal-humorado e zangado.

E está tudo em código.

Eu te vejo às 6:00.

Ana, x

Anastásia Steele

Assistente de Jack Hyde, Coordenador Editorial, SIP

 

De: Christian Grey

Assunto: Mulher enlouquecedora

Data: 14 de junho de 2011 15:18

Para: Anastásia Steele

Mal-humorado e zangado! Vou te dar o mal-humorado e zangado.

E ansioso para isso.

Christian Grey,

Completamente e Absolutamente Mais Irritado, mas sorrindo por alguma razão desconhecida, CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Promessas. Promessas.

Data: 14 de junho de 2011: 15:23

Para: Christian Grey

Faça então, Sr. Grey

Estarei ansiosa também. ;D

Ana, x

Anastásia Steele

Assistente de Jack Hyde Editor, Comissionamento, SIP

 

        Ele não respondeu, mas eu não esperava que ele respondesse. Imagino-o gemer sobre sinais misturados, e o pensamento me faz sorrir. Eu sonho um pouco sobre o que ele poderia fazer para mim, mas me vejo me deslocando sobre a minha cadeira. Meu subconsciente olha para mim com desaprovação sobre seus óculos de meia lua para o trabalho.

        Um pouco mais tarde, meu telefone vibra. É Claire da recepção.

— Há um cara bonito na recepção para vê-la. Temos de sair para bebidas em algum momento, Ana. Tenho certeza que você conhece alguns caras gostosos, — ela sussurra conspirando através do telefone.

Ethan! Agarrando as minhas chaves da minha bolsa, corro até a recepção.

Caramba, cabelo loiro branqueado pelo sol, bronzeado de morrer, e brilhantes olhos castanhos olham para mim a partir do sofá de couro verde. Assim que ele me vê, com a boca caída aberta, e ele está em pé vindo à minha direção.

— Uau, Ana. — Ele franze a testa para mim enquanto ele se inclina para me dar abraço.

— Você parece bem. — Eu sorrio para ele.

— Você parece... nossa, diferente. Mundana, mais sofisticada. O que aconteceu? Você mudou o cabelo? Roupa? Eu não sei, Steele, mas você está quente!

Eu coro furiosamente.

— Oh, Ethan. É apenas minhas roupa de trabalho, — eu ralho enquanto Claire olha com uma sobrancelha arqueada e um sorriso irônico.

— Como foi Barbados?

— Divertido, — ele diz.

— Quando Kate está de volta?

— Ela e Elliot estão voando de volta na sexta-feira. Eles estão bastantes sérios um com o outro. — Ethan revira os olhos.

— Eu sinto saudades dela.

— Sim? Como você tem feito com o Sr. Magnata?

— Sr. Magnata? — Eu rio em silencio. — Bem, tem sido interessante. Ele está nos levando para jantar esta noite.

— Legal. — Ethan parece genuinamente satisfeito. Ufa!

— Aqui. — Eu lhe entrego as chaves. — Você tem o endereço?

— Sim. Até mais tarde. — Ele se inclina e beija minha bochecha.

— Expressão de Elliot?

— Sim, do tipo que fica em você.

— Ele faz. Até mais tarde. — Eu sorrio para ele enquanto ele recolhe a sua grande bolsa de ombro, ao lado do sofá verde e sai do prédio.

Quando me viro, Jack está me olhando do outro lado do hall de entrada, sua expressão ilegível. Eu sorrio intensamente para ele e volto para minha mesa, sentindo os seus olhos em mim o tempo todo. Isso está começando a me dar nos nervos. O que fazer? Eu não tenho ideia. Vou ter que esperar até que Kate esteja de volta. Ela saberá o que fazer. O pensamento dissipa o meu humor sombrio, e eu pego o próximo manuscrito.

 

Cinco para as seis, meu telefone vibra. É Christian.

— Mal-humorado e zangado aqui, — ele diz e eu sorrio. Ele ainda é o Cinquenta brincalhão. Minha deusa interior está batendo palmas com alegria como uma criança pequena.

— Bem, está é a Louca por sexo e Insaciável. Imagino que você esteja aqui fora? — Pergunto secamente.

— Eu estou de fato, Srta. Steele. Ansioso para ver você. — Sua voz é quente e sedutora, e meu coração palpita loucamente.

— Idem, Sr. Grey. Já saio. — Eu desligo.

Eu desligo meu computador e reúno a minha bolsa e o casaco de lã creme.

— Eu estou indo agora, Jack, — eu chamo ao passar.

— Ok, Ana. Obrigado por hoje, querida! Tenha uma ótima noite.

— Você também.

Porque ele não pode ser assim o tempo todo? Eu não o entendo.

 

        O Audi está estacionado na calçada, e Christian sai quando me aproximo. Ele pegou o paletó, e ele está usando as calças cinzentas, as minhas favoritas que pendem de seus quadris dessa forma. Como esse deus grego pode significar algo para mim? Encontro-me sorrindo em resposta ao seu próprio sorriso idiota.

Ele passou o dia inteiro agindo como um namorado apaixonado, apaixonado por mim. Este adorável, homem complexo, imperfeito, é apaixonado por mim, e eu por ele. Uma alegria explode inesperadamente dentro de mim, e eu saboreio o momento, sentindo que, brevemente, eu poderia conquistar o mundo.

— Srta. Steele, você parece tão cativante como estava esta manhã. — Christian me puxa em seus braços e me beija profundamente.

— Sr. Grey, assim como você.

— Vamos pegar o seu amigo. — Ele sorri para mim e abre a porta do carro.

Enquanto Taylor vai para o apartamento, Christian me conta seu dia, muito melhor do que ontem, ao que parece. Eu olho para ele com adoração enquanto ele tenta explicar algum avanço que o departamento de ciência ambiental fez na WSU em Vancouver. Suas palavras significam muito pouco para mim, mas estou encantado com sua paixão e interesse por este assunto. Talvez seja isso que ele vai ser, dias bons e dias maus, e se os bons dias são assim, não vou ter muito do que reclamar. Ele me entrega uma folha de papel.

— Estes são os horários que Claude está livre esta semana, — ele diz.

Oh! O treinador.

Ao chegarmos ao meu prédio, ele pega o seu Blackberry do bolso.

— Grey, — ele responde. — Ros, o que é? — Ele escuta atentamente, e posso dizer que é uma conversa empolgada.

— Eu vou ir buscar Ethan. Eu estarei de volta daqui dois minutos, — encosto na boca de Christian e mostro dois dedos.

Ele balança a cabeça, obviamente distraído com a chamada. Taylor abre a minha porta, sorrindo para mim calorosamente. Sorrio para ele, e Taylor acena. Pressiono o interfone e grito com alegria para ele.

— Oi, Ethan, sou eu. Deixe-me entrar.

Há zumbidos na porta, e eu vou lá para cima, no apartamento. Ocorre-me que eu não venho aqui desde a manhã de sábado. Isso parece muito tempo atrás. Ethan gentilmente deixou a porta da frente aberta. Eu entro no apartamento, e eu não sei porque, mas eu congelo instintivamente, logo que eu entro. Eu levo um momento para perceber que é porque a figura pálida de pé no console da cozinha, segurando um revólver pequeno é Leila, e ela está olhando impassível para mim.

 

Puta merda.

Ela está aqui, me olhando com uma expressão vazia, segurando uma arma. Meu subconsciente sucumbe a um desmaio, e eu acho que nem mesmo os sais de cheiro a trará de volta.

Eu pisco repetidamente para Leila, enquanto minha mente devaneia. Como ela entrou? Onde está o Ethan? Puta merda! Onde está o Ethan?

Um medo rastejante e frio aperta meu coração, e meu couro cabeludo se arrepia enquanto cada fio da minha cabeça se aperta em terror. E se ela o feriu? Eu começo a respirar rapidamente enquanto a adrenalina e meus ossos entorpecem com o medo que corre pelo meu corpo. Mantenha a calma, mantenha a calma, repito o mantra, mais e mais na minha cabeça.

Ela inclina a cabeça para um lado, me olhando como se eu estivesse em exposição em um show de horrores. Jesus, eu não sou a anormal aqui.

É como se uma eternidade se passasse, enquanto eu processo tudo isto, embora, na realidade, foi apenas uma fração de segundos. A expressão de Leila permanece vazia e sua aparência é tão desleixada e despenteada, como sempre. Ela ainda está usando aquele casaco sujo, e ela parece precisar desesperadamente de um banho. Seu cabelo está oleoso e liso, colado contra sua cabeça, e seus olhos são de um castanho sem graça, nublado e vagamente confuso.

Apesar do fato da minha boca estar seca, eu tento falar.

— Oi. Leila, não é? — Eu falo rouca. Ela sorri, mas é uma curva perturbadora em seus lábios, ao invés de um sorriso verdadeiro.

— Ela fala, — ela sussurra, sua voz é suave e rouca ao mesmo tempo, um som estranho.

— Sim, eu falo, — digo suavemente, como se ela fosse uma criança. — Você está aqui sozinha? — Onde está Ethan? Meu coração se aperta com o pensamento de que ele poderia estar machucado.

Seu rosto se contrai tanto que eu acho que ela está prestes a explodir em lágrimas, ela parece tão infeliz.

— Sozinha, — ela sussurra. — Sozinha. — E a profundidade de tristeza nesta única palavra, é de arrancar o coração. O que ela quis dizer? Eu estou sozinha? Ela está sozinha? Ela está sozinha porque machucou Ethan? Oh... não... Eu tenho que lutar contra o medo asfixiante que arranha minha garganta, enquanto as lágrimas ameaçam cair.

— O que você está fazendo aqui? Posso ajudar? — Minhas palavras são um calmo e suave questionamento, apesar do medo sufocante em minha garganta. Sua testa se enruga como se ela estivesse completamente confusa com minhas perguntas. Mas ela não faz nenhum movimento violento contra mim. Sua mão ainda está relaxada em torno de sua arma. Eu tomo um rumo diferente, tentando ignorar o arrepio no meu couro cabeludo.

— Você gostaria de um pouco de chá? — Por que estou perguntando se ela quer chá? É a resposta de Ray, para qualquer situação emocional que surja de forma inadequada. Jesus, ele teria um ataque se me visse neste exato minuto. Seu treinamento no exército emergiria e agora ele já a teria desarmado. Ela não está realmente apontando a arma para mim. Talvez eu possa me mover. Ela balança a cabeça e inclina-a de um lado para outro como se estivesse esticando o pescoço.

Eu tomo uma profunda e preciosa inspiração de ar, tentando acalmar minha respiração em pânico e avanço em direção a ilha da cozinha. Ela franze a testa, como se não conseguisse entender o que estou fazendo, e se desloca um pouco para que ainda fique de frente para mim. Eu alcanço a chaleira e com a mão trêmula encho-a na torneira. Quando eu me movo, minha respiração alivia. Sim, se ela me quisesse morta, certamente já teria atirado em mim. Ela me olha com um olhar ausente e curiosidade confusa. Quando eu ligo a chaleira, estou atormentada, meu pensamento se dirige para Ethan. Ele está machucado? Amarrado?

— Existe mais alguém no apartamento? — Pergunto hesitante.

Ela inclina a cabeça para o outro lado e com sua mão direita, a mão que não segura o revólver, pega uma mecha de seu longo cabelo gorduroso e começa a enrolar e brincar com ele, puxando e torcendo. É obviamente um hábito nervoso, e enquanto estou distraída com isso, fico impressionada mais uma vez, no quanto ela se parece comigo. Eu prendo a respiração, à espera de sua resposta, a ansiedade se eleva a uma altura quase insuportável.

— Sozinha. Completamente sozinha, — ela murmura. Acho isso reconfortante. Talvez Ethan não esteja aqui. O alívio é reconfortante.

— Tem certeza de que não quer chá ou café?

— Não estou com sede, — ela responde baixinho, e dá um passo cauteloso em minha direção. Meu sentimento de fortalecimento evapora. Porra! Eu começo a ofegar, novamente com medo, sentindo-o aumentar e engrossar em minhas veias. Apesar disto e me sentindo além de valente, me viro e pego um par de xícaras no armário.

— O que você tem que eu não tenho? — Ela pergunta, sua voz assumindo a entonação melodiosa de uma criança.

— O que quer dizer, Leila? — Pergunto o mais delicadamente que eu posso.

— O Mestre, o Sr. Grey, ele permite que você o chame pelo seu nome.

— Eu não sou sua submissa, Leila. O... Mestre entende que eu sou incapaz, inadequada para cumprir este papel.

Ela inclina a cabeça para o outro lado. É um gesto totalmente irritante e antinatural.

— I-na-de-quada. — Ela testa a palavra, sondando-a, vendo como sente isto em sua língua.

— Mas o Mestre esta feliz. Eu o tenho visto. Ele ri e sorri. Essas reações são raras... muito raras para ele.

Oh.

— Você se parece comigo. — Leila muda de rumo, surpreendendo-me, seus olhos parecendo concentrar-se em mim adequadamente, pela primeira vez. — O Mestre gosta de obedientes, que se pareça com você e eu. As outras, sempre as mesmas... sempre as mesmas... e você ainda dorme em sua cama. Eu vi você.

Merda! Ela estava dentro do quarto. Eu não imaginava isso.

— Você me viu em sua cama? — Eu sussurro.

— Eu nunca dormi na cama do Mestre, — ela murmura. Ela é como um fantasma etéreo. Metade de uma pessoa. Ela parece tão franzina, e apesar do fato de que está segurando uma arma, de repente, me sinto cheia de simpatia por ela. Suas mãos flexionam em torno da arma, e meus olhos se arregalam, ameaçando sair da minha cabeça.

— Por que o Mestre gosta de nós assim? Isso me faz pensar uma coisa... algo... O Mestre é escuro... o Mestre é um homem escuro, mas eu o amo.

Não, não, ele não é. Eu discordo internamente. Ele não é escuro. Ele é um homem bom, e não está na escuridão. Ele se juntou a mim na luz. E agora ela está aqui, tentando arrastá-lo de volta, com uma ideia distorcida de que o ama.

— Leila, você quer me dar à arma? — Pergunto baixinho. Sua mão agarra a arma com força e a abraça contra o peito.

— Isso é meu. É tudo que me resta. — Ela acaricia suavemente a arma. —Então, ela pode se juntar ao seu amor.

Puta merda! Que amor... Christian? É como se ela me desse um soco no estômago. Eu sei que ele estará aqui em um momento para descobrir o que está me retendo. Será que ela vai matá-lo? O pensamento é tão horrível, sinto minha garganta inchar e doer como se formasse um enorme nó, quase me sufocando, combinando com o medo que está enrolado firmemente em meu estômago.

Logo em seguida, a porta é aberta com uma pancada, e Christian está de pé na porta com Taylor atrás dele.

Olhando-me brevemente, os olhos de Christian me varrem da cabeça aos pés, e observo aquela pequena centelha de alívio em seu olhar. Mas seu alívio é passageiro, quando seus olhos se voltam para Leila e ainda concentrando-se sobre ela, não hesitando nem um pouco. Ele olha para ela com uma intensidade que eu nunca tinha visto antes, seus olhos estão selvagens, arregalados, irritados e com medo.

Ah, não... oh não.

Os olhos de Leila se arregalam, e por um momento, parece que retorna sua razão. Ela pisca rapidamente, enquanto aperta sua mão mais uma vez em volta da arma.

Minha respiração trava em minha garganta, e meu coração começa a bater tão alto que eu ouço o sangue pulsando em meus ouvidos. Não, não, não!

Meu mundo oscila precariamente nas mãos desta pobre e fodida mulher. Será que ela vai atirar? Em nós dois? Em Christian? O pensamento é paralisante.

Mas, depois de uma eternidade, pois o tempo está suspenso ao nosso redor, sua cabeça afunda levemente e ela olha para ele, através de seus longos cílios, sua expressão é contrita.

Christian levanta sua mão, sinalizando para Taylor ficar onde está. O rosto pálido de Taylor trai a sua fúria. Eu nunca o vi assim, mas ele permanece parado, enquanto Christian e Leila se encaram.

Eu percebo que estou prendendo a respiração. O que ela vai fazer? O que ele vai fazer? Mas eles simplesmente continuam a olhar um para o outro. A expressão de Christian é primitiva, cheia de alguma emoção sem nome. Poderia ser piedade, medo, afeto... ou é amor? Não, por favor, amor não!

Seus olhos perfuram-na, e dolorosamente lenta, a atmosfera no apartamento muda. A tensão está se elevando de um modo que eu posso sentir a conexão, a carga entre eles.

Não! De repente, eu sinto que eu sou uma intrusa, intrometendo-me entre eles, enquanto eles permanecem encarando um ao outro. Eu sou alguém de fora, uma voyeur, espiando uma cena proibida e íntima por trás das cortinas fechadas.

O olhar intenso de Christian queima incandescente, e ele muda de rumo sutilmente. Ele olha mais alto, mais angular de alguma forma, mais frio e mais distante. Eu reconheço essa postura. Eu já o vi assim antes, em sua sala de jogos.

Meu couro cabeludo se arrepia de novo. Este é o Christian dominante, e com que facilidade ele aparece. Se ele nasceu ou não para este papel, eu não sei, mas com o coração apertado e o estômago nauseado, eu vejo como Leila responde, seus lábios se abrindo, sua respiração se acelerando, enquanto o primeiro rubor mancha suas bochechas. Não! Isto é um indesejável vislumbre, do seu passado angustiante, para se testemunhar.

Finalmente, ele fala uma palavra para ela. Eu não posso entender o que é, mas o efeito sobre Leila é imediato. Ela cai no chão de joelhos, a cabeça inclinada, e a arma cai e escorrega inutilmente pelo chão de madeira. Puta merda.

Christian caminha calmamente até onde a arma caiu, e se curva graciosamente para pegá-la. Ele a pega mal disfarçado desprezo, depois a desliza dentro do bolso de sua jaqueta. Ele olha mais uma vez para Leila, enquanto ela se ajoelha complacente ao lado da ilha da cozinha.

— Anastásia, vá com Taylor, — ele ordena. Taylor cruza o limiar e olha para mim.

— Ethan, — eu sussurro.

— No andar de baixo. — Ele responde com naturalidade, seus olhos nunca deixam Leila.

No andar de baixo. Não aqui. Ethan está bem. Uma inundação de alívio, forte e rápida, atravessa meu sangue e por um momento acho que vou desmaiar.

— Anastásia, — o tom de Christian é cortante em alerta.

Eu pisco para ele, e de repente, sou incapaz de me mover. Eu não quero deixá-lo, deixá-lo com ela. Ele se move para ficar ao lado de Leila, enquanto ela se ajoelha aos seus pés. Ele está pairando sobre ela, protetor. Ela está tão quieta, é antinatural. Eu não posso tirar meus olhos dos dois, juntos...

— Pelo amor de Deus, Anastásia, faça como lhe peço, pela primeira vez na sua vida e vá! — Os olhos de Christian travam com os meus, enquanto ele olha furioso para mim, sua voz tem um aborrecido e frio fragmento de gelo. A raiva sob o silencio, expelida intencionalmente em suas palavras, é palpável.

Com raiva de mim? Certamente que não. Por favor, não! Eu sinto como se ele me estapeasse forte. Por que ele quer ficar com ela?

— Taylor. Leve a senhorita Steele para baixo. Agora.

Taylor acena para ele, enquanto olho para Christian.

— Por quê? — Eu sussurro.

— Vá. Volte para o apartamento. — Seus olhos brilham friamente para mim. — Eu preciso ficar sozinho com Leila. — Ele diz com urgência.

Acho que ele está tentando transmitir algum tipo de mensagem, mas estou tão abalada por tudo o que aconteceu, que não tenho certeza. Eu olho para Leila e percebo um pequeno sorriso atravessar seus lábios, mas por outro lado, ela permanece verdadeiramente impassível. Uma submissa completa. Porra! Meu coração treme.

Isto é o que ele precisa. Isto é o que ele gosta. Não! Eu quero chorar.

— Srta. Steele. Ana. — Taylor estende sua mão para mim, implorando-me para vir. Estou imobilizada pelo espetáculo horrível diante de mim. Isto confirma os meus piores medos e brinca com todas as minhas inseguranças: Christian e Leila juntos — o Dominante e sua Submissa.

— Taylor, — Christian pede, e Taylor se inclina e segura os meus braços. A última coisa que vejo quando nós estamos saindo é, Christian delicadamente acariciando a cabeça de Leila, enquanto murmura algo baixinho para ela.

Não!

Quando Taylor me leva escada abaixo, eu permaneço inerte em seus braços tentando entender o que aconteceu nos últimos dez minutos, foi há mais tempo? Ou menos? O conceito de tempo me abandonou.

Christian e Leila, Leila e Christian... juntos? O que ele está fazendo com ela agora?

— Jesus, Ana! Que diabo está acontecendo?

Estou aliviada ao ver Ethan, quando ele entra no pequeno átrio, ainda carregando sua grande mochila. Oh, graças a Deus ele está bem! Quando Taylor me leva para baixo, eu praticamente me jogo sobre Ethan, passando os braços em volta de seu pescoço.

— Ethan. Oh, graças a Deus! — Eu o abraço, mantendo-o perto. Eu estava tão preocupada, e por um breve momento, aproveito uma pausa em meu pânico crescente, sobre o que se desenrola lá em cima, no meu apartamento.

— Que diabos esta acontecendo, Ana? Quem é esse cara?

— Oh, desculpe, Ethan, este é Taylor. Ele trabalha com Christian. Taylor, este é Ethan, irmão de minha colega de quarto.

Eles acenam um para o outro.

— Ana, lá em cima, o que está acontecendo? Eu estava pegando as chaves do apartamento, quando estes caras saltaram do nada e me agarraram. Um deles era Christian... — A voz de Ethan se arrastou.

— Você estava atrasado... Graças a Deus.

— Sim. Eu encontrei um amigo de Pullman, nos tomamos uma bebida rápida. Lá em cima, o que está acontecendo?

— Há uma garota, uma ex de Christian. Em nosso apartamento. Ela está irritada e Christian está... — Minha voz quebra e as lágrimas inudam em meus olhos.

— Ei, — Ethan sussurra e me puxa para perto mais uma vez. — Alguém chamou a polícia?

— Não, não é preciso. — Eu soluço em seu peito e agora que comecei, eu não consigo parar de chorar, a tensão deste último episódio é liberada através das minhas lágrimas. Ethan aperta os braços a minha volta, mas sinto a sua estupefação.

— Ei, Ana, vamos tomar uma bebida. — Ele acaricia minhas costas, sem jeito. De repente, sinto-me estranha, extremamente envergonhada, e com toda a honestidade, eu quero ficar sozinha. Mas eu aceno, aceitando sua oferta. Eu quero estar longe daqui, longe de tudo que está acontecendo lá em cima.

Viro-me para Taylor.

— O apartamento foi verificado? — Pergunto-lhe em lágrimas, limpando o nariz com as costas da minha mão.

— Hoje à tarde. — Taylor dá de ombros como se desculpando, me dando um lenço. Ele parece arrasado. — Sinto muito, Ana, — ele murmura.

Eu franzo a testa. Puxa, ele parece tão culpado. Eu não quero fazê-lo se sentir pior.

— Ela parece ter uma incrível capacidade de nos iludir, — acrescenta carrancudo novamente.

— Ethan e eu vamos beber alguma coisa, depois volto para o Escala. — Eu enxugo meus olhos.

Taylor equilibra de um pé para outro, desconfortável.

— O Sr. Grey quer que você volte para o apartamento, — ele diz calmamente.

— Bem, nós sabemos onde Leila está agora. — Eu não posso manter a amargura fora de minha voz. — Então, não há necessidade de toda essa segurança. Diga a Christian que o vejo mais tarde.

Taylor abre a boca para falar e, em seguida, sabiamente, fecha-a novamente.

— Você quer deixar a sua sacola com Taylor? — Ethan pergunta.

— Não, eu vou mantê-la comigo, obrigada.

Ethan acena com a cabeça para Taylor, em seguida, conduz-me para fora, pela porta da frente. Tarde demais, me lembro de que deixei minha bolsa na parte de trás do Audi. Eu estou sem nada.

— Minha bolsa...

— Não se preocupe, — Ethan murmura, o rosto cheio de preocupação. —Fica fria, é por minha conta.

 

Escolhemos um bar do outro lado da rua, sentamos em bancos de madeira, perto da janela. Eu quero ver o que está acontecendo, quem está vindo, e mais importante, o que está acontecendo. Ethan me dá uma garrafa de cerveja.

— Problemas com uma ex? — Diz ele suavemente.

— É um pouco mais complicado do que isso, — eu murmuro, abruptamente, cautelosa. Eu não posso falar sobre isso, eu assinei um acordo de não divulgação. E pela primeira vez, realmente me ressinto do fato, e que Christian não tenha dito nada sobre rescindi-lo.

— Eu tenho tempo, — diz Ethan gentilmente e toma um longo gole de sua cerveja.

— Ela é uma ex, de anos atrás. Ela deixou seu marido por algum cara. Em seguida, umas duas semanas ou mais atrás, ele morreu em um acidente de carro, e agora ela veio até Christian. — Eu dou de ombros.

Pronto, isto não dá muitas pistas.

— Veio atrás dele?

— Ela tinha uma arma.

— Que porra é essa!

— Ela não chegou a ameaçar alguém com isto. Eu acho que ela queria prejudicar a si mesma. Era, por isso que eu estava tão preocupada com você. Eu não sabia se você estava no apartamento.

— Eu entendo. Ela parece instável.

— Sim, ela é.

— E o que Christian está fazendo com ela agora?

O sangue drena de meu rosto e a bílis sobe em minha garganta.

— Eu não sei, — eu sussurro.

Os olhos de Ethan se arregalam, — ele entende, finalmente.

Este é o cerne do meu problema. Que diabos eles estão fazendo? Conversando, eu espero. Somente conversando. No entanto, tudo que posso ver no olho da minha mente é a sua mão, acariciando carinhosamente seus cabelos.

Ela está perturbada e Christian está preocupado com ela, isto é tudo, eu racionalizo. Mas, no fundo da minha mente, meu subconsciente está balançando a cabeça tristemente.

É mais do que isso. Leila foi capaz de satisfazer as suas necessidades de uma maneira que eu não pude. O pensamento é deprimente.

Eu tento me concentrar em tudo o que fizemos nos últimos dias, de sua declaração de amor, o seu humor sedutor, seu jeito brincalhão. Mas as palavras de Elena voltam para me provocar. É verdade o que dizem sobre os bisbilhoteiros.

Você não sente falta... da sua sala de jogos?

Termino minha cerveja em tempo recorde, e Ethan oferece outra. Eu não sou muito boa companhia, mas para seu crédito, ele fica comigo, conversando, tentando levantar meu ânimo, falando sobre Barbados, Kate e as palhaçadas de Elliot, o que é uma maravilhosa distração. Mas é apenas isso: uma distração.

Minha mente, meu coração, minha alma, ainda estão naquele apartamento com meu Cinqüenta Tons e uma mulher que costumava ser sua submissa. Uma mulher que pensa que ainda o ama. Uma mulher que se parece comigo.

Durante a nossa terceira cerveja, um grande Cruiser com janelas fortemente escurecidas, encosta ao lado do Audi na frente do apartamento. Reconheço o Dr. Flynn quando ele sai, acompanhado por uma mulher vestida com o que parece ser um pálido jaleco azul. Vislumbro Taylor enquanto ele os deixa entrar pela porta da frente.

— Quem é esse? — Ethan pergunta.

— O nome dele é Dr. Flynn. Christian o conhece.

— Que tipo de médico?

— Um psiquiatra.

— Oh.

Nós observamos, e alguns minutos depois eles estão de volta. Christian está carregando Leila, que está enrolada em um cobertor. O quê? Eu assisto horrorizada quando eles sobem todos no Cruiser, e ele dispara.

Ethan olha para mim com simpatia, e me sinto desolada, completamente desolada.

— Posso tomar algo um pouco mais forte? — Peço a Ethan, com voz baixa.

— Claro. O que você gostaria?

— Um conhaque. Por favor.

Ethan acena e se retira para o bar. Eu olho pela janela, para a porta da frente. Momentos depois, Taylor surge, sobe no Audi, e dirige-se para o Escala... depois de Christian? Eu não sei.

Ethan coloca um grande conhaque na minha frente.

— Vamos, Steele. Vamos ficar bêbados.  

Soa como a melhor oferta que eu tive há um bom tempo. Nós brindamos, e tomo um gole do ardente líquido âmbar, o calor queima em uma distração bem-vinda, a horrível dor florescendo em meu coração.

É tarde, e eu me sinto confusa. Ethan e eu estamos trancados para fora do apartamento. Ele insiste em caminhar comigo de volta para o Escala, mas não vai ficar. Ele é chamado pelo amigo que conheceu mais cedo, para tomar uma bebida e em um encontro com ele.

— Então, esse é o lugar onde o Mogul¹ vive. — Ethan assobia através de seus dentes, impressionado.

Concordo com a cabeça.

— Claro que você não quer que eu vá com você? — Ele pergunta.

— Não, preciso enfrentar isto, ou apenas ir para a cama.

— Vejo você amanhã?

— Sim. Obrigado, Ethan. — Eu o abraço.

— Você vai resolver isso, Steele, — ele murmura em meu ouvido. Ele me libera e observa enquanto eu dirijo-me para o edifício.

— Até mais, — ele fala. Eu ofereço-lhe um sorriso fraco e me volto em seguida, pressionando o botão para chamar o elevador.

As portas do elevador abrem, e eu passo para o apartamento de Christian. Taylor não está esperando, o que é incomum. Abrindo as portas duplas, eu vou em direção a grande sala. Christian está no telefone, andando pela sala perto do piano.

— Ela está aqui, — ele estala. Ele se vira para me encarar, enquanto ele desliga o telefone.

— Onde diabos você estava? — ele rosna, mas não faz nenhum movimento em minha direção.

Que merda, ele está com raiva de mim? Ele é o único que passou sabe Deus quanto tempo com a maluca de sua ex-namorada, e ele está com raiva de mim?

— Você andou bebendo? — Ele pergunta, assustado.

— Um pouco. — Eu não acho que está tão óbvio.

Ele suspira e passa a mão pelos cabelos.

— Eu disse para você voltar para cá. — Sua voz é ameaçadoramente suave. — São dez e quinze agora. Eu fiquei preocupado com você.

— Eu fui tomar uma bebida ou três com Ethan, enquanto você atendia sua ex, — eu silvo para ele. — Eu não sabia quanto tempo você ficaria com... com ela.

Ele aperta os olhos e dá alguns passos em minha direção, mas, para.

— Por que você diz isto deste jeito?

Eu dou de ombros e olho para os meus dedos.

— Ana, o que há de errado? — E pela primeira vez, eu ouço algo diferente do que raiva em sua voz. O quê? Medo?

Eu engulo, tentando descobrir o que eu quero dizer.

— Onde está Leila? — Eu pergunto, olhando para ele.

— Em um hospital psiquiátrico em Fremont, — ele diz, e seu rosto está analisando o meu. — Ana, o que é? — Ele se move em minha direção, até que está em pé bem na minha frente. — O que há de errado? — Ele inspira.

Sacudo a cabeça.

— Eu não sou boa para você.

— O quê? — Ele respira, arregalando os olhos em alarme. —Por que acha isso? Como pode pensar isto?  

— Eu não posso ser tudo o que você precisa.

— Você é tudo que eu preciso.

— Bastou ver você com ela... — Minha voz se extingue.

— Por que você faz isso comigo? Isto não é sobre você, Ana. É sobre ela. — Ele inspira fortemente, passando a mão pelos cabelos novamente. — Neste momento ela é uma garota muito doente.

— Mas eu senti isto... o que temos juntos.

— O quê? Não. — Ele me alcança, e eu dou um passo para trás instintivamente. Ele abaixa a mão, piscando para mim. Ele me olha como se estivesse tomado de pânico.

— Você está fugindo? — Ele sussurra com seus olhos arregalados de medo.

Eu não digo nada, enquanto eu tento recolher meus pensamentos dispersos.

— Você não pode, — ele pede.

— Christian... Eu... — Eu me esforço para organizar meus pensamentos. O que estou tentando dizer? — Eu preciso de tempo, tempo para processar isto. Dê-me um tempo.

— Não. Não! — Ele diz.

— Eu...

Ele olha freneticamente ao redor da sala. Por inspiração? Por intervenção divina? Eu não sei.

— Você não pode ir. Ana, eu a amo!

— Eu também te amo, Christian, é apenas...

— Não... não! — ele diz em desespero e coloca as duas mãos na cabeça.

— Christian...

— Não, — ele inspira, os olhos arregalados de pânico, e de repente, ele cai de joelhos na minha frente, a cabeça baixa, mãos de dedos longos espalhados em suas coxas. Ele respira fundo e não se move.

O quê?

Christian, o que você está fazendo?

Ele continua a olhar para baixo, sem olhar para mim.

— Christian! O que você está fazendo? — Minha voz é aguda. Ele não se move. — Christian, olhe para mim! — Eu comando em pânico.

Sua cabeça levanta sem hesitação, e ele me fita passivamente com o calmo olhar cinzento, ele está quase sereno... expectante.

Puta Merda... Christian. O submisso.

 

Christian está prostrado de joelhos aos meus pés, segurando-me com seu firme olhar cinza, é a visão mais assustadora e preocupante que eu já vi, mais do que Leila e sua arma. A vaga imprecisão alcoólica que estou sofrendo evapora num instante, e é substituída por um formigamento no meu couro cabeludo, e uma sensação arrepiante de condenação quando o sangue drena do meu rosto.

Eu inalo fortemente com o choque. Não. Não, isso está errado, tão errado e tão perturbador.

— Christian, por favor, não faça isso. Eu não quero isso.

Ele continua a encarar-me passivamente, sem se mover, sem dizer nada.

Oh porra. Meu pobre Cinquenta. Meu coração aperta e torce. Que diabos eu fiz com ele? Lágrimas picam meus olhos.

— Por que você está fazendo isso? Fale comigo, — eu sussurro.

Ele pisca uma vez.

— O que você quer que eu diga? — ele diz suavemente, brandamente, e por um momento fico aliviada por ele estar falando, mas não desse jeito, não. Não.

Lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto, e de repente, era demais vê-lo na mesma posição prostrada que a criatura patética de Leila. A imagem de um homem realmente poderoso, que ainda menino foi horrivelmente maltratado e negligenciado, que se sentia indigno do amor de sua família perfeita, e da sua muito menos perfeita namorada... meu menino perdido... isto rompe meu coração.

Perda, compaixão e desespero, tudo ondula em meu coração, e eu sinto uma asfixiante sensação de desespero. Vou ter que lutar para trazê-lo de volta, para trazer de volta o meu Cinquenta.

O pensamento de dominar alguém é terrível. O pensamento de dominar Christian é nauseante. Isso poderia me fazer como ela, a mulher que fez isso com ele.

Tremo com este pensamento, luto contra a bile em minha garganta. De jeito nenhum eu posso fazer isso. De jeito nenhum eu quero isso.

Como meus pensamentos claros, posso ver apenas um caminho. Não tirando os meus olhos dos dele, eu mergulho de joelhos na frente dele.

O piso de madeira é duro contra minhas canelas, e eu limpo minhas lágrimas rudemente com as costas da minha mão.

Assim, ficamos iguais. Nós estamos no mesmo nível. Esta é a única maneira de recuperá-lo. Seus olhos se arregalaram fracionados, quando olho para ele, mas, além disso, a sua expressão e postura não mudam.

— Christian, você não tem que fazer isso, — eu imploro. — Eu não vou fugir. Eu já lhe disse, disse e disse, eu não vou fugir. — Tudo o que aconteceu... foi esmagador. Só preciso de algum tempo para pensar... algum tempo para mim. Por que você sempre imagina o pior? — Meu coração aperta de novo porque sei, é porque ele é tão hesitante, tão cheio de auto-aversão.

As palavras de Elena voltam para me assombrar.

— Ela sabe como você é negativo sobre si mesmo? Sobre todos os seus problemas?

Oh, Christian. O medo agarra meu coração mais uma vez e começo a balbuciar, —Eu ia sugerir voltar para o meu apartamento esta noite. Você nunca me deu um tempo... tempo apenas para pensar sobre as coisas, — eu choro, e a sombra de uma carranca cruza seu rosto. — Só o tempo para pensar. Nós mal conhecemos um ao outro, e toda esta bagagem que veio com você... Eu preciso... Preciso de tempo para pensar sobre isso. E agora que Leila... bem, seja lá onde ela está... está fora das ruas e não é mais uma ameaça... pensei... pensei... — Minha voz some e olho para ele. Ele me encara atentamente e acho que está ouvindo.

— Ver você com Leila... — Fecho meus olhos, quando a memória dolorosa de sua interação com sua ex-submissa, abala-me de novo. — Foi um choque. Eu tive um vislumbre de como sua vida tem sido... e... — Eu olho para os meus dedos nodosos, com lágrimas ainda escorrendo pelo meu rosto. — Trata-se de mim, não sou boa o suficiente para você. Foi uma compreensão sobre sua vida, e estou com tanto medo de você se cansar de mim, e de você me deixar... e eu acabarei como Leila... uma sombra. Porque eu o amo, Christian, e se me deixar vai ser como um mundo sem luz. Estarei na escuridão. Não quero fugir. Estou tão assustada que você me deixe...

Eu percebo que digo essas palavras para ele, na esperança de que esteja ouvindo, o meu verdadeiro problema. Eu só não entendo por que ele gosta de mim. Nunca entendi por que gosta de mim.

— Eu não entendo por que você me acha atraente, — murmuro. — Você é, bem, você é você... e eu sou... Dou de ombros e olho para ele. — Apenas não entendo. Você é lindo, sexy e bem-sucedido, bom e gentil, e humanitário.... todas essas coisas.... e eu não sou. E não posso fazer as coisas que gosta de fazer. Não posso dar-lhe o que precisa. Como pode ser feliz comigo? Como posso te manter? — Minha voz é um sussurro, quando expresso meus medos mais obscuros. — Nunca entendi o que vê em mim. E vê-lo com ela, trouxe tudo isto de volta. — Eu fungo e limpo o nariz com as costas da minha mão, olhando para sua expressão impassível.

Oh, ele é tão irritante. Fale comigo, porra!

— Você vai ficar ajoelhado aí à noite toda? Porque vou fazer isso também, — eu estalo para ele.

Acho que sua expressão suaviza, talvez pareça vagamente divertida. Mas é tão difícil dizer.

Eu poderia alcançá-lo e tocá-lo, mas isso seria um abuso grosseiro da posição em que me colocou. Não quero isso, mas não sei o que ele quer, ou o que está tentando dizer-me. Eu apenas não entendo.

— Christian, por favor, por favor... fale comigo, — Rogo-lhe, torcendo as mãos em meu colo. Estou desconfortável de joelhos, mas continuo ajoelhada, olhando para os seus graves, bonitos, olhos cinzentos e espero.

E espero.

E espero.

— Por favor, — peço mais uma vez.

Seu olhar intenso escurece de repente e ele pisca.

— Estava tão assustado, — ele sussurra.

Oh, graças a Deus! Meu subconsciente cambaleia de volta para sua poltrona, enfraquecido de alívio, e toma um grande gole de gin.

Ele está falando! A gratidão me inunda, e engulo, tentando conter a emoção e a nova luta com as lágrimas que ameaçam cair.

Sua voz é suave e baixa.

— Quando vi Ethan chegar, eu sabia que alguém tinha entrado em seu apartamento. Tanto Taylor quanto eu, pulamos para fora do carro. Nós sabíamos, e vê-la lá com você... e armada. Eu acho que morri mil mortes, Ana. Alguém a ameaçando... todos os meus piores medos realizados. Eu estava com tanta raiva, dela, de você, de Taylor, de mim mesmo.

Ele balança a cabeça revelando sua agonia. — Eu não sabia o quanto ela seria volátil. Não sabia o que fazer. Não sabia como ela iria reagir. — Ele para e franze a testa. — E então ela me deu uma dica, parecia tão arrependida. E apenas soube o que tinha que fazer. — Ele faz uma pausa, olhando-me, tentando avaliar a minha reação.

— Vá em frente, — eu sussurro.

Ele engole.

— Vê-la nesse estado, sabendo que posso ter algo a ver com o seu colapso mental... — Ele fecha os olhos mais uma vez. — Ela sempre foi tão maliciosa e vivaz. — Ele estremece e respira áspero, quase como um soluço. Isto é uma tortura de se ouvir, mas ajoelho-me, atenciosa, sobrepondo esta visão.

— Ela poderia ter machucado você. E teria sido minha culpa. — Seus olhos divagam, cheios de incompreendido horror, e ele fica em silêncio mais uma vez.

— Mas ela não o fez, — sussurro. — E você não foi responsável por ela estar neste estado, Christian. — Pisco para ele, incentivando-o a continuar.

Então eu desperto para tudo que ele fez para me manter segura e, talvez, Leila também, porque também se preocupa com ela. Mas quanto se preocupa com ela? A pergunta permanece na minha cabeça, indesejável. Ele diz que me ama, mas foi tão duro, me jogando para fora do meu próprio apartamento.

— Eu só queria que se fosse, — murmura, com sua estranha habilidade de ler meus pensamentos. — Queria você longe do perigo, e... Você... Apenas... Não ... Ia, — ele sibila com os dentes cerrados e balança a cabeça. Sua irritação é palpável.

Ele olha para mim atentamente. — Anastásia Steele, você é a mulher mais teimosa que conheço. — Ele fecha os olhos e balança a cabeça mais uma vez em descrença.

Oh, ele está de volta. Eu dou um suspiro longo, claro de alívio.

Ele abre os olhos novamente, e sua expressão é perdida, sincera.

— Você não vai fugir? — Ele pergunta.

—Não!

Ele fecha os olhos novamente e todo o seu corpo relaxa. Quando abre os olhos, posso ver sua dor e angústia.

— Eu pensei... — Ele para. — Este sou eu, Ana. Todo eu... e sou todo seu. O que devo fazer para que perceba isto? Para fazer com que veja que a quero de qualquer maneira que possa te ter. Que eu te amo.  

— Eu também te amo, Christian, e vê-lo assim é... — Eu engasgo e minhas lágrimas começam de novo. — Pensei que tinha magoado você.

— Magoado? Eu? Ah, não, Ana. Exatamente o oposto. — Ele estende a mão e pega a minha. — Você é minha tábua de salvação, — sussurra, e beija meus dedos antes de pressionar a palma da mão contra a dele.

Com seus olhos arregalados e cheios de medo, gentilmente puxa minha mão e a coloca em seu peito sobre o coração, na zona proibida. Sua respiração se acelera. Seu coração está batendo frenético, debaixo da cicatrizes em meus dedos. Ele não tira os olhos dos meus; sua mandíbula está tensa, os dentes cerrados.

Eu suspiro. Oh meu Cinquenta! Ele está me deixando tocá-lo. E é como se todo o ar em meus pulmões tenha evaporado, sumido. O sangue está batendo em meus ouvidos, quando o ritmo do meu coração eleva-se para combinar com o seu.

Ele solta minha mão, deixando-a no lugar sobre seu coração. Eu flexiono levemente os dedos, sentindo o calor de sua pele sob o tecido fino de sua camisa. Ele está segurando a respiração. Eu não posso suportar isto. Movo minha mão.

— Não, — ele diz de forma rápida e coloca a mão mais uma vez sobre a minha, pressionando os dedos contra ele. — Não faça.

Incentivada por essas duas palavras, chego mais perto para que os nossos joelhos se toquem, e tento levantar minha mão para que saiba exatamente o que pretendo fazer. Seus olhos arregalam, mas não me impede.

Gentilmente começo a desfazer os botões de sua camisa. É complicado com uma mão. Eu flexiono os dedos debaixo da sua mão e ele solta, permitindo-me usar as duas mãos para abrir sua camisa. Meus olhos não deixam os seus, quando puxo sua camisa, revelando seu peito.

Ele engole, e seus lábios se separam à medida que sua respiração acelera, e sinto o pânico crescer, mas não se afasta. Ele ainda está no modo de submisso? Eu não tenho ideia.

Devo fazer isso? Eu não quero magoá-lo, fisicamente ou mentalmente. A visão dele assim, oferecendo-se para mim, foi uma chamada para despertar.

Aproximo-me, e pairo minha mão sobre seu peito, e olho para ele... pedindo sua permissão. Muito sutilmente ele inclina a cabeça para um lado, armando-se em antecipação ao meu toque, e a tensão irradia dele, mas desta vez não é de raiva, é de medo.

Hesito. Posso realmente fazer isso com ele?

— Sim, — ele exala, de novo com a estranha habilidade para responder às minhas perguntas não ditas.

Estendo meus dedos em seus pelos do peito e suavemente os acaricio abaixo do seu esterno. Ele fecha os olhos, e seu rosto vinca como se estivesse experimentando uma dor intolerável. É insuportável de se testemunhar, então retiro meus dedos imediatamente, mas rapidamente, ele agarra minha mão e a recoloca firmemente achatada sobre seu peito nu, de modo que seus pelos fazem cócegas em minha mão.

— Não, — ele diz a voz tensa. — Eu preciso.

Seus olhos estão apertados fortemente. Isto deve ser uma agonia. É verdadeiramente torturante de se assistir. Cuidadosamente, deixei meus dedos correrem por seu peito até seu coração, fico maravilhada em senti-lo, com medo de que isto seja um passo muito longo.

Ele abre os olhos, e estão cinza ardentes, encarando-me.

Puta merda. Seu olhar está empolado, selvagem, além de intenso, sua respiração está ofegante. Ele mexe com meu sangue. Eu encolho sob seu olhar.

Ele não me detém, então corro meus dedos por seu peito novamente, e sua boca fica preguiçosa. Ele está ofegante, e eu não sei se é por medo, ou qualquer outra coisa.

Quero beijá-lo por tanto tempo, que me inclino sobre meus joelhos e seguro seu olhar por um momento, fazendo minha intenção perfeitamente clara. Então me dobro, e suavemente beijo acima de seu coração, sentindo o calor, a pele cheirosa debaixo de meus lábios.

Seu gemido estrangulado me comove tanto, que me sento em meus calcanhares, com medo do que vou ver em seu rosto. Seus olhos estão fechados bem apertados, mas ele não se move.

— Mais uma vez, — sussurra, e eu me inclino em seu peito mais uma vez, desta vez para beijar uma de suas cicatrizes. Ele suspira, e beijo de novo e de novo. Ele geme alto, e de repente seus braços estão a minha volta, e sua mão está em meus cabelos, puxando minha cabeça dolorosamente para que meus lábios se encontrem com a boca insistente. E nós estamos nos beijando, meus dedos agarrados em seus cabelos.

— Oh, Ana, — ele exala, se retorce e me puxa para baixo no chão de modo que eu estou debaixo dele. Eu trago minhas mãos para rosto bonito, e nesse momento, sinto as lágrimas.

Ele está chorando... não. Não!

— Christian, por favor, não chore. Eu falei sério, quando disse que nunca iria deixá-lo. Eu falei. Se lhe dei qualquer outra impressão, sinto muito... por favor, me perdoe. Eu te amo. Eu sempre te amarei.

Ele paira sobre mim, olhando para baixo em meu rosto, e sua expressão é tão dolorosa.

— O que é?

Seus olhos arregalam.

— Qual é o segredo que faz você pensar que eu vou fugir para as montanhas? Isso que faz você tão determinado a acreditar que eu irei? — Eu imploro, a minha voz trêmula. — Diga-me, Christian, por favor...

Ele se senta, embora desta vez cruze as pernas e eu sigo seu exemplo, as pernas estendidas.

Vagamente me pergunto, se nós podemos sair do chão? Mas não quero interromper sua linha de pensamento. Ele finalmente confia em mim.

Ele me olha, e parece completamente desolado. Oh merda, isto é ruim.

— Ana... — Ele faz uma pausa, procurando as palavras, sua expressão de dor... Oh? Onde diabos isso vai dar?

Ele respira fundo e engole.

— Eu sou um sádico, Ana. Eu gosto de chicotear pequenas garotas de cabelos castanhos como você, porque todas vocês parecem com a prostituta viciada em crack, minha mãe biológica. Tenho certeza que você pode adivinhar o por quê. — Ele diz apressado, como se estivesse com a sentença em sua cabeça por dias e dias e está desesperado para se livrar dela.

Meu mundo para. Ah, não.

Isto não é o que eu esperava. Isso é ruim. Muito ruim. Olho para ele, tentando entender as implicações do que acaba de dizer. Isso explica por que todas temos a mesma aparência.

Meu pensamento imediato é de que Leila estava certa: — O Mestre é escuro.

Lembro-me da primeira conversa que tive com ele sobre suas tendências, quando estávamos no Salão Vermelho da Dor.

— Você disse que não era um sádico, — eu sussurro, tentando desesperadamente entender... Achar alguma desculpa para ele.

— Não, eu disse que era Dominante. Se eu menti para você, foi uma mentira por omissão. Sinto muito. — Ele olha rapidamente para baixo em suas unhas bem cuidadas.

Acho que está mortificado. Mortificado sobre mentir para mim? Ou sobre o que ele é?

— Quando você me fez essa pergunta, eu tinha imaginado uma relação muito diferente entre nós, — ele murmura. Eu posso dizer pelo seu olhar que está apavorado.

Em seguida, isto me atinge como uma bola de demolição. Se ele é um sádico, ele realmente precisa de toda aquela merda de chicotadas e açoitamento. Oh porra. Eu coloco minha cabeça em minhas mãos.

— Então é verdade, — sussurro, olhando para ele. — Eu não posso dar o que você precisa. — Então é isto, e isto quer dizer que realmente somos incompatíveis.

O mundo começa a despencar aos meus pés, desmoronando em torno de mim, enquanto minha garganta aperta em pânico. É isso. Nós não podemos fazer isso.

Ele franze a testa.

— Não, Não, Não. Ana. Não. Você pode. Você me dá o que preciso. — Ele cerra os punhos. — Por favor, acredite em mim, — murmura suas palavras num apelo apaixonado.

— Eu não sei em que acreditar, Christian. Isto é tão fodido, — sussurro, minha garganta está rouca e dolorida, como se fechasse, sufocando-me com lágrimas não derramadas.

Seus olhos estão arregalados e luminosos, quando olha para mim de novo.

— Ana, acredite em mim. Depois que puni você e você me deixou, meu mundo mudou. Eu não estava brincando quando disse que iria evitar de me sentir assim de novo. — Ele olha para mim com súplica de dor. — Quando disse que me amava, foi uma revelação. Ninguém nunca disse isto para mim antes, e era como se tivesse colocado algo para descansar, ou talvez você o tenha deixado descansar, eu não sei. Dr. Flynn e eu ainda estamos em uma discussão profunda sobre isso.  

Oh. Chamas de esperança rapidamente crescem em meu coração. Talvez nós fiquemos bem. Eu quero que fiquemos bem. Não quero?

— O que isso tudo significa? — Eu sussurro.

— Significa que não preciso disso. Não agora.

O quê?

— Como você sabe? Como você pode ter tanta certeza?  

— Apenas sei. O pensamento de feri-la... de qualquer forma real... é repugnante para mim.

— Eu não entendo. E sobre as amarras e os espancamentos e toda a foda pervertida?

Ele passa a mão pelo cabelo e quase sorri, mas suspira tristemente.

— Estou falando sobre a merda pesada, Anastásia. Você precisa ver o que posso fazer com uma vara ou um chicote.

Minha boca despenca, chocada.

— Eu prefiro não.

— Eu sei. Se quiser fazer isso, então tudo bem... mas se não quiser eu entendo. Não posso fazer toda aquela merda com você, se não quiser. Disse uma vez antes, você tem todo o poder. E agora, desde que voltou, não sinto esta compulsão, de qualquer jeito.  

Eu fico embasbacada com ele por um momento, tentando entender tudo isso.

— Quando nos conhecemos, era isto o que você queria, entretanto?

— Sim, sem dúvida.

— Como pode a compulsão apenas ir, Christian? Eu sou como alguma espécie de panacéia¹, e você está, por falta de uma palavra melhor, curado? Eu não entendo.

Ele suspira mais uma vez.

— Eu não diria curado... Você não acredita em mim?

— Acabei de achar isto, inacreditável. O que é diferente.

— Se você não tivesse me deixado, então, provavelmente, não iria me sentir assim. Você ir embora foi à melhor coisa que já fez... por nós. Isso me fez perceber o quanto a quero, apenas você, e quero dizer isto quando digo que vou aceitá-la de qualquer forma que possa ter você.

Eu olho para ele. Posso acreditar nisso? Minha cabeça dói só de tentar pensar nisto tudo, e no fundo me sinto... entorpecida.

— Você ainda está aqui. Eu pensei que você sairia porta afora agora mesmo, — ele sussurra.

— Por quê? Porque posso pensar que é um maluco, por bater e foder mulheres que se parecem com sua mãe? O que lhe deu esta impressão? — Eu silvo para ele, atacando.

Ele fica pálido com minhas palavras duras.

— Bem, não teria dito isto bem assim, mas sim, — ele diz os olhos arregalados e magoados.

Sua expressão é séria e lamento a minha explosão. Eu franzo a testa, sentindo uma pontada de culpa.

Oh, o que vou fazer? Olho para ele e ele me olha contrito, sincero... parecendo com meu Cinquenta.

E espontaneamente lembro-me da fotografia em seu quarto de infância, e naquele momento percebo porque razão a mulher parecia tão familiar. Ela se parecia com ele. Ela deve ter sido sua mãe biológica.

Sua rápida rejeição a ela vem à minha mente: Nada de consequência... Ela é a responsável por tudo isso... e eu pareço com ela... Porra!

Ele olha para mim, os olhos cortantes, e sei que está esperando meu próximo movimento. Ele parece genuíno. Ele disse que me ama, mas estou realmente confusa.

Isso tudo é tão fodido. Ele me tranquilizou sobre Leila, mas agora sei com mais certeza do que nunca, como ela ele foi capaz de lhe dar seus chutes. O pensamento é cansativo e desagradável. Estou tão cansada de tudo isso.

— Christian, eu estou exausta. Podemos discutir isso amanhã? Quero ir para a cama.

Ele pisca para mim surpreso.

— Você não vai embora?

— Você quer que eu vá?

— Não! Pensei que me deixaria uma vez que você soubesse.

Todas as vezes que ele aludiu sobre deixá-lo, uma vez que eu conhecesse seus segredos mais sombrios piscam em minha mente... e agora eu sei. Merda. O Mestre é escuro.

Devo ir? Olho para ele, esse louco homem que eu amo, sim amo.  

Posso deixá-lo? Deixei-o uma vez antes, e isso quase me quebrou... e a ele. Eu o amo. Eu sei disso, apesar desta revelação.

— Não me abandone, — sussurra.

— Oh, pelo amor de Deus, não! Eu não irei! — Grito, e isto é libertador. Pronto, está dito. Eu não estou indo.

— Sério? — Seus olhos se arregalaram.

— O que posso fazer para que você entenda. Eu não vou fugir? O que posso dizer?  

Ele olha para mim, revelando seu medo e angústia novamente. Ele engole.

— Há uma coisa que você pode fazer.

— O quê? — Eu disparo.

— Case comigo, — ele sussurra.

O quê? Será que ele realmente...

Pela segunda vez em menos de meia hora meu mundo para.

Puta merda. Eu fico olhando para o homem profundamente fodido que eu amo. Eu não posso acreditar no que ele disse.

Casamento? Ele está me propondo casamento? Ele está brincando? Eu não posso controlar, e um pequeno riso nervoso sai de mim. Eu mordo meu lábio para impedi-lo de se transformar numa gargalhada, em um riso histérico e falho miseravelmente. Deito no chão e me entrego ao riso, rio como nunca ri antes, berros enormes de purificantes risos cicatrizantes.

E por um momento dou por mim, olhando para esta situação absurda, uma garota oprimida, dando risadinhas, ao lado deste fodido garoto bonito. Eu coloco meu braço sobre meus olhos, enquanto meu riso se transforma em lágrimas escaldantes. Não, não... isso é demais.

Com o desaparecimento da histeria, Christian suavemente levanta o braço do meu rosto. Viro-me e olho para ele.

Ele está debruçado sobre mim. Sua boca torcida com diversão irônica, mas seus olhos estão em um tom de cinza ardente, talvez magoado. Ah, não.

Ele gentilmente enxuga uma lágrima perdida com as costas de seus dedos.

— Você achou minha proposta divertida, Srta. Steele?  

Oh, Cinquenta! Aproximo-me, acaricio seu rosto com ternura, desfrutando a sensação da barba sob meus dedos. Deus, eu amo este homem.

— Sr. Grey... Christian. Seu senso de oportunidade é, sem dúvida... — Eu o olho enquanto as palavras me faltando.

Ele sorri para mim, mas seus olhos me mostra que está magoado. É decepcionante.

— Você está me rechaçando, Ana. Quer se casar comigo?

Sento e me inclino sobre ele, colocando as mãos sobre os joelhos. Olho para seu rosto adorável.

— Christian, eu conheci a sua ex-submissa com uma arma, fui jogada para fora do meu apartamento, tenho você vindo Cinquenta termonuclear sobre mim...

Ele abre a boca para falar, mas levanto minha mão. Ele obedientemente se cala.

— Você acaba de revelar algumas informações, realmente chocantes sobre si mesmo, e agora me pede para casar com você.

Ele move a cabeça de um lado para o outro, como se considerando os fatos. Ele está se divertindo. Graças a Deus.

— Sim, acho que é um resumo fiel e exato da situação, — diz secamente.

Sacudo a cabeça para ele.

— O que aconteceu com a gratificação atrasada?

— Eu superei isto, e agora sou um firme defensor da gratificação instantânea. Carpe diem¹, Ana , — ele sussurra.

— Olhe Christian, eu o conheço por cerca de três minutos, e não há muito mais que preciso saber. Eu bebi demais, estou com fome, estou cansada e quero ir para a cama. Preciso considerar a sua proposta, assim como pensei sobre o contrato que você me deu. E... — pressiono meus lábios para mostrar o meu desagrado, mas também para aliviar o clima entre nós — esta não foi uma proposta muito romântica.

Ele inclina a cabeça para um lado, e em seus lábios está um sorriso sarcástico.

— Sensata como sempre, Srta. Steele, — suspira, sua voz misturada com alívio. —Então isto não é um não?

Eu suspiro.

— Não, Sr. Grey, isto não é um não, mas não é um sim também. Você só está fazendo isso porque está com medo, e não confia em mim.

— Não, estou fazendo isto porque, finalmente encontrei alguém com quem quero passar o resto da minha vida.

Oh. Meu coração para de bater e eu derreto por dentro. Como é que no meio das piores situações ele pode dizer as coisas mais românticas? Minha boca se abre em estado de choque.

— Eu nunca pensei que isto fosse acontecer comigo, ele continua, sua expressão claramente radiante e atenuada pela sinceridade.

Eu fico embasbacada, procurando as palavras certas.

— Posso pensar nisso... por favor? E pensar sobre tudo o que aconteceu hoje? No que você acabou de me pedir? Pediu-me paciência e fé. Bem, devolvo para você, Grey. Eu preciso disto agora.

Seus olhos buscam os meus e depois de um momento, ele se inclina e enfia meu cabelo atrás da minha orelha.

— Posso viver com isso. — Beija-me depressa nos lábios. — Não é muito romântico, hein? — Ele levanta as sobrancelhas, e eu dou-lhe um balançar de minha cabeça, admoestando. — Corações e flores? — Pergunta em voz baixa.

Concordo com a cabeça e ele me dá um leve sorriso.

—Você está com fome?

— Sim.

— Você não comeu. — Seus olhos estão gelados e sua mandíbula endurecida.

— Não, eu não comi. — Sento-me sobre os calcanhares e o encaro passivamente. — Ser jogada para fora do meu apartamento, depois de testemunhar o meu namorado interagindo intimamente com sua ex-submissa, suprimiu consideravelmente meu apetite. — Olho para ele e coloco minhas mãos fechadas em meus quadris.

Christian sacode a cabeça e levanta-se graciosamente. Ah, finalmente podemos sair do chão. Ele oferece sua mão para mim.

— Deixe-me conseguir-lhe algo para você comer, — ele diz.

— Eu não posso simplesmente ir para a cama? — murmuro cansada, enquanto coloco minha mão na dele.

Ele me puxa para cima. Eu fico rígida. Olhando para mim, sua expressão suaviza.

— Não, você precisa comer. Venha. — O Christian mandão está de volta, e é um alívio.

Ele me leva para a área da cozinha, me levando em direção a um banquinho de bar, enquanto se dirige para a geladeira. Olho para meu relógio. Caramba, quase onze e meia, tenho que me levantar para o trabalho pela manhã.

— Christian, eu realmente não estou com fome.

Ele ignora-me diligente, enquanto investiga a geladeira enorme. — Queijo? — Ele pergunta.

— Não a esta hora.

— Pretzels?

— Na geladeira? Não, — eu disparo.

Ele se vira e sorri para mim.

— Você não gosta de pretzels?

— Não às onze e meia. Christian, eu vou para a cama. Você pode vasculhar dentro de sua geladeira pelo o resto da noite, se quiser. Estou cansada, e tive um dia muito interessante. Um dia que gostaria de esquecer. — Escorrego do banco e ele franze a testa para mim, mas agora não me importo. Eu quero ir para a cama, estou exausta.

— Macarrão com queijo? — Ele segura uma tigela branca tampada com papel alumínio. Parecendo tão promissor e cativante.

— Você gosta de macarrão com queijo? — Eu pergunto.

Ele acena com entusiasmo, e meu coração se derrete. Parecendo tão jovem de repente. Quem teria pensado? Christian Grey gosta de comida de criança.

— Você quer? — Ele pergunta, parecendo esperançoso. Eu não posso resistir-lhe e estou com fome.

Concordo com a cabeça e dou-lhe um sorriso fraco. Seu sorriso de atendimento é de tirar o fôlego. Ele tira a folha da tigela e a instala no microondas. Eu sento de volta no banco, e vejo a beleza que é o Sr. Christian Grey, o homem que quer se casar comigo, movendo-se graciosamente e com facilidade em torno de sua cozinha.

— Então você sabe como usar o microondas, afinal? — Eu provoco suavemente.

— Se vier empacotado, eu normalmente posso fazer algo com isto. É com comida de verdade que eu tenho problemas.

Não posso acreditar que este é o mesmo homem, que estava de joelhos na minha frente nem meia hora antes. Ele é usualmente tão volúvel. Ele coloca os pratos, talheres e os jogos americanos sobre a bancada do café da manhã.

— É muito tarde, — eu murmuro.

— Não vai trabalhar amanhã.

— Eu tenho que ir trabalhar amanhã. Meu chefe está indo para Nova York.  

Christian olha feio.

— Você quer ir para lá neste fim de semana?

— Chequei a previsão do tempo, e parece que vai chover, — eu digo, balançando a cabeça.

— Ah, então o que quer fazer?

O microondas apita anunciando que o jantar está aquecido.

— Só quero superar um dia de cada vez no momento. Toda esta excitação é... cansativa. — Eu levanto uma sobrancelha para ele, que judiciosamente ignora.

Christian coloca a tigela branca entre as guarnições de nossos lugares e se senta ao meu lado. Fixando-se profundamente em seus pensamentos, distraído. Eu sirvo o macarrão em nossos pratos. Cheira divinamente, e fico com água na boca em antecipação. Estou com fome.

— Desculpe-me por Leila, — ele murmura.

— Por que você está se desculpando? — Mmm, o macarrão tem um gosto tão bom quanto o cheiro. Meu estômago resmunga agradecido.

— Deve ter sido um choque terrível para você, encontrá-la em seu apartamento. Taylor o checou mais sedo. Ele está muito chateado.

— Eu não culpo Taylor.

— Nem eu. Ele está à sua procura.

— Verdade? Por quê?

— Eu não sabia onde estava. Você deixou sua bolsa, seu telefone. Não podia sequer encontrá-la. Aonde você foi? — Ele pergunta. Sua voz é suave, mas há uma tendência ameaçadora em suas palavras.

— Ethan e eu, fomos apenas a um bar do outro lado da rua. Assim eu podia ver o que estava acontecendo.

— Entendo. — A atmosfera entre nós muda sutilmente. Não é mais leve.

Ok, bem... dois podem jogar esse jogo. Vamos apenas jogar isso de volta para você, Cinqüenta. Tentando soar indiferente, querendo acalmar minha curiosidade ardente, mas temendo a resposta, pergunto, — Então o que você fez com Leila no apartamento?

Eu lhe observo, e ele congela com sua garfada de macarrão suspensa no ar. Oh não, isso não é bom.

— Quer realmente saber?

Um nó aperta no meu estomago e meu apetite desaparece.

— Sim, — eu sussurro. Você quer? Você realmente quer? Meu subconsciente lança sua garrafa vazia de gin no chão, sentando em sua poltrona, olhando para mim com horror.

A boca de Christian aperta em uma linha, e ele hesita.

— Nós conversamos, e dei-lhe um banho. — Sua voz é rouca, e ele continua rapidamente, quando não dou nenhuma resposta. — E a vesti com algumas de suas roupas. Espero que não se importe. Mas ela estava imunda.

Puta merda. Ele a banhou?

O que é uma coisa inadequada de se fazer. Titubeio, olhando para meu macarrão não consumido. A visão disto agora me dá náuseas.

Tente racionalizar isto, meu subconsciente se prepara. Essa parte legal, intelectual de meu cérebro sabe que ele só fez isso porque ela estava suja, mas isto é muito difícil. Minha ciumenta e frágil auto-estima não pode suportar isto.

De repente, quero chorar, não sucumbir às lágrimas elegantes, que gotejam com decoro pelo meu rosto, mas uivam para a lua chorando. Respiro fundo para suprimir o impulso, mas minha garganta está seca e desconfortável pelas lágrimas não derramadas e soluços.

— Era tudo o que eu podia fazer, Ana, — ele diz em voz baixa.

— Você ainda tem sentimentos por ela?

— Não! — ele diz, apavorado, fecha os olhos, sua expressão angustiada. Eu me afasto, olhando mais uma vez a minha comida repugnante. Não suporto olhar para ele.

— Vê-la assim, tão diferente, tão quebrada. Eu me preocupo com ela, é um ser humano como qualquer outra. — Ele encolhe os ombros como se quisesse livrar-se de uma lembrança desagradável. Caramba, ele está esperando a minha simpatia?

— Ana, olhe para mim.  

Não posso. Eu sei que se fizer, vou explodir em lágrimas. Isso é muito para absorver. Estou como um transbordante tanque de gasolina, cheio, além de sua capacidade. Não há espaço para mais nada. Simplesmente não posso lidar com qualquer porcaria mais. Vou queimar e explodir, e vai ser feio se tentar. Caramba!

Christian cuidando de sua ex-submissa de tal forma tão íntima, a imagem pisca através de meu cérebro. Banhá-la, pelo amor de Deus, nua. Um duro, doloroso tremor dilacera meu corpo.

— Ana.

— O quê?

— Não faça isso. Isto não significa nada. Era como cuidar de uma criança, uma criança quebrada, destruída, — ele resmunga.

Que diabos ele sabe sobre como cuidar de uma criança? Esta foi à mulher com que teve uma desenfreada e depravada relação sexual.

Ah, isso machuca. Eu respiro fundo e firme. Ou talvez ele esteja se referindo a si mesmo. Ele é a criança danificada. Isso faz mais sentido... ou talvez não faça sentido nenhum. Oh, isso é tão fodido, e de repente, estou com os ossos esmagadoramente cansados. Eu preciso dormir.

— Ana?

Eu me levanto, levo meu prato para a pia, e raspo o conteúdo no lixo.

— Ana, por favor.

Viro-me e o enfrento.

— Apenas pare, Christian! Apenas pare com o “Ana, por favor!" — Grito com ele, e minhas lágrimas começam a escorrer por meu rosto. — Já tive o suficiente de toda essa merda hoje. Estou indo para a cama. Estou cansada e abalada emocionalmente. Agora me deixe em paz.

Viro em meus calcanhares e praticamente corro para o quarto, levando comigo a memória de seu olhar estarrecido, chocado. Bom saber que posso chocá-lo, também. Retiro minhas roupas rapidamente, e depois de vasculhar sua cômoda, arrasto-me em uma de suas camisetas e encabeço para o banheiro.

Olho para mim mesma no espelho, mal reconhecendo a magra megera, de olhos vermelhos, com bochechas manchadas, olhando para mim, é demais. Eu afundo no chão e me rendo à emoção avassaladora, que não posso mais conter, soluços enormes saltando de meu peito, finalmente deixo minhas lágrimas fluírem irrestritamente.

 

— Hey, — Christian diz suavemente enquanto puxa-me para seus braços, —por favor, não chore, Ana, por favor. — implora.

Ele está no chão do banheiro, e eu estou em seu colo. Coloquei meus braços ao redor dele e chorei em seu pescoço. Arrulhando suavemente no meu cabelo, ele gentilmente acariciava minhas costas, minha cabeça.

— Desculpe, bebê, — ele sussurra e isso me faz chorar mais e abraçá-lo apertado.

Sentamos assim para sempre. Eventualmente, enquanto eu choro Christian, cambaleando, pegou-me no colo e me carregou para o seu quarto e me colocou na cama. Momentos depois, ele já estava, depois de apagar as luzes. Ele me puxou para seus braços, me abraçou com força e eu finalmente cai num sono escuro e conturbado.

Eu acordei com um solavanco. Minha cabeça estava confusa e eu estou com muito calor. Christian está enrolado em torno de mim como uma videira. Ele resmunga em seu sono e eu tento escapar de seus braços, mas ele não acorda. Sento-me olhando para o despertador. São três da manhã. Eu preciso de um Advil[5] e uma bebida. Eu balanço minhas pernas para fora da cama e faço o meu caminho para a cozinha na grande sala.

Na geladeira, acho que uma caixa de suco de laranja e sirvo-me de um copo. Hmm. . . é delicioso, e minha cabeça confusa alivia imediatamente. Eu vou até os armários à procura de alguns analgésicos e, eventualmente, me deparo com uma caixa de plástico cheia deles. Eu pego dois Advil e me servo de outro copo de suco de laranja.

Parando junto à parede grande de vidro, eu olho uma Seattle que está dormindo. O brilho e luzes piscam abaixo do castelo de Christian no céu, ou devo dizer fortaleza? Eu aperto minha testa contra a janela fria e é um alívio. Eu tenho tanta coisa para pensar depois de todas as revelações de ontem. Eu coloco minhas costas contra o vidro e deslizo para o chão. A sala é grande cavernosa no escuro, a única luz vinda dos três lâmpadas acima da ilha de cozinha.

Eu poderia viver aqui, casada com Christian? Depois de tudo que ele fez aqui? Toda a história que este lugar tem para ele?

Casamento. É quase inacreditável e totalmente inesperado. Mas, tudo sobre Christian é inesperado. Meus lábios se apertam com ironia. Christian Grey, espere o inesperado, Cinquenta Tons de uma mente fodida.

Meu sorriso desaparece. Eu pareço com a mãe dele. Isso me fere, profundamente, o ar deixa meus pulmões rapidamente. Nós todas parecemos com a mãe.

Com que diabos eu posso lidar com esses pensamento em segredo? Não admira que ele não quisesse me dizer. Mas certamente ele não se lembra muito da mãe. Eu me pergunto mais uma vez, se eu deveria falar com o Dr. Flynn. Será que Christian iria deixar? Talvez ele pudesse preencher as lacunas.

Sacudo a cabeça. Sinto-me imensamente cansada, mas estou gostando da calma serenidade da sala grande e suas belas obras de arte-fria e austera, mas em sua própria maneira, ainda bonita nas sombras e, que certamente, valem uma fortuna. Eu poderia viver aqui? Para o melhor ou para o pior? Na doença e na saúde? Eu fecho meus olhos, inclino a cabeça para trás contra o vidro, e tomando fôlego, tento limpar minha cabeça.

A tranquilidade pacífica é abalada por um grito visceral que faz cada fio de cabelo no meu corpo se arrepiar. Christian! Puta merda, o que aconteceu? Eu estou de pé, correndo de volta para o quarto antes que os ecos desse som horrível terem sumido, meu coração batendo de medo.

Eu acendo as luzes, incluindo a da cabeceira e Christian acorda. Ele está tossindo e se revirando, se contorcendo em agonia. Não! Ele grita de novo, um som visceral, lançando seu medo através de mim, novamente. Merda, um pesadelo!

— Christian, — eu inclino-me sobre ele, agarro seus ombros e o sacudo para acordá-lo. Ele abre os olhos e eles são selvagens e vagos, olhando rapidamente em volta da sala vazia antes de voltar a descansá-los em mim.

— Você me deixou, você me deixou, você deve ter ido, — ele murmura — seus olhos arregalados tornando-se acusadores e ele parecia tão perdido, que fere meu coração. Meu pobre Cinquenta.

— Eu estou aqui. — Sento-me na cama ao lado dele. —Estou aqui, — murmuro suavemente em um esforço para tranquilizá-lo. Eu estendo minha mão para colocar ao lado de seu rosto, tentando acalmá-lo.

— Você foi embora, — ele sussurra rapidamente. Seus olhos estão ainda selvagens e assustados, mas ele parecia estar calmo.

— Eu fui pegar uma bebida. Eu estava com sede.

Ele fecha os olhos e esfrega o rosto. Quando ele os abre novamente, ele parece tão desolado.

— Você está aqui. Oh, graças a Deus. — Ele chega perto de mim e me agarrando com força, ele me puxa para baixo, na cama, ao lado dele.

— Eu só fui pegar uma bebida,— murmuro.

Oh, a intensidade do seu medo. . . Eu posso senti-lo. Sua camiseta está encharcado de suor, e seu batimento cardíaco está rápido enquanto ele me abraça apertado. Ele está olhando para mim como se para se tranquilizar de que eu estou realmente aqui. Eu suavemente aliso seu cabelo e depois sua bochecha.

— Christian, por favor. Eu estou aqui. Eu não vou a lugar nenhum, — eu digo suavemente.

— Oh, Ana, — ele respira. Ele agarra meu queixo para me segurar no lugar e depois sua boca está sobre a minha. O desejo o assoma e espontaneamente meu corpo responde. Tão unido em sintonia com o dele. Seus lábios estão no meu ouvido, minha garganta, depois de volta para minha boca, os dentes suavemente puxando meu lábio inferior, sua mão viaja do meu quadril para o meu peito, arrastando minha camiseta para cima. Acaricia-me eu sinto seu toque em cada lugar da minha pele, ele provoca a mesma reação familiar, seu toque enviando calafrio por meu corpo. Eu gemo quando suas mãos alcançam meus seios e ele aperta meus mamilos.

— Quero você, — ele murmura.

— Estou aqui para você. Só para você, Christian.

Ele geme e me beija mais uma vez, apaixonadamente, com um fervor e um desespero que eu nunca senti antes nele. Agarrando a bainha de sua camiseta, eu a puxo e ele me ajuda a tirá-la, passando-a por sua cabeça. Ajoelhando-se entre minhas pernas, ele se apressa em me parar e termina de tirar a minha camiseta.

Seus olhos estão sérios, me querendo e tão cheios dos seus segredos sombrios, finalmente expostos. Ele cruza as mãos em volta do meu rosto e me beija e eu afundo na cama mais uma vez, sua coxa entre as minhas, deitando-se parcialmente em cima de mim. Sua ereção rígida contra meu quadril através de suas cuecas boxer. Ele me quer, mas o que ele me disse mais cedo, volta subitamente para me assombrar: o que ele disse sobre sua mãe. E é como um balde de água fria na minha libido. Porra. Eu não posso fazer isso. Agora não.

— Christian. . . Para. Eu não posso fazer isso, — eu sussurro de forma urgente contra sua boca, minhas mãos empurrando seus braços.

— O quê? O que há de errado? — Ele murmura e começa a beijar meu pescoço, correndo a ponta da língua levemente na minha garganta. Oh. . .

— Não, por favor. Eu não posso fazer isso, não agora. Preciso de algum tempo, por favor.

— Oh, Ana, não pense demais nisso, — ele sussurra enquanto ele morde minha orelha.

— Ah! — Eu suspiro, sentindo isso na minha virilha e meu corpo se curva, me traindo. Isto é tão confuso.

— Eu sou o mesmo, Ana. Eu te amo e eu preciso de você. Toque-me. Por favor. — Ele esfrega o nariz contra o meu e seu apelo silencioso faz meu coração bater mais rápido e emocionado.

Tocá-lo. Tocá-lo enquanto fazemos amor. Oh meu Deus!

Ele se ergue em cima de mim, olhando para baixo e a meia-luz da cabeceira vai se esmaecendo, eu posso dizer que ele está esperando, esperando por minha decisão e ele está preso em meu feitiço.

Eu coloco delicadamente minha mão nos pelos de seu peito. Ele suspira e aperta os olhos, fechado-os como se estivesse com dor, mas eu não tiro minha mão. Eu a movo até seus ombros, sentindo o tremor que o atravessa. Ele geme e eu o puxo e minha direção, colocando minhas mãos em suas costas, onde nunca tinha colocado antes, em seus ombros, segurando-o contra mim. Seu gemido estrangulado me excita ainda mais.

Ele enterra a cabeça no meu pescoço, beijando e chupando e me mordendo, antes arrastando seu nariz até o queixo e me beijando, sua língua possuindo minha boca, as mãos movendo-se sobre meu corpo mais uma vez. Seus lábios se movem para baixo. . . para baixo. . . até os meus seios os adorando, e minhas mãos permanecem em seus ombros e em suas costas, aproveitando da flexibilidade e curvatura de seus músculos firmemente trabalhados, sua pele ainda úmida de seu pesadelo. Seus lábios se fecham em meu mamilo, os puxando... puxando de modo que se elevam para saudar sua gloriosa e talentosa boca.

Eu gemo e passo minhas unhas em suas costas. E ele suspira, um gemido abafado.

— Oh! Meu Deus, Ana — ele engasga, meio gritando, meio gemendo. Isso aperta meu coração, mas também aperta todos os músculos abaixo da minha cintura. Oh, o que eu não faço por ele! Minha deusa interior se contorce com desejo e eu estou ofegante agora, igualando sua respiração torturada com a minha.

Sua mão viaja para o sul, sobre a minha barriga, até meu sexo e colocando dedos em mim, depois dentro de mim. Eu gemo enquanto ele move seus dedos dentro de mim e eu empurro minha pélvis para acolher o seu toque.

— Ana — ele suspira. De repente, ele me liberta e se senta, removendo suas cuecas boxer e se inclinando para a mesa de cabeceira para pegar um pacote de camisinhas. Seus olhos são de um cinza ardente enquanto ele me passa o preservativo.

— Você quer fazer isso? Você ainda pode dizer não. Você sempre pode dizer não — ele murmura.

— Não me dê a chance de pensar Christian. Eu quero você, também. — Eu rasgo o pacote com os meus dentes, ele se ajoelha entre minhas pernas e com os dedos trêmulos eu deslizo o preservativo para ele.

— Calma — ele diz. — Você vai me matar, Ana .

Fico maravilhada com o que posso fazer a este homem, simplesmente com o meu toque. Ele se estende por cima de mim, e agora minhas dúvidas são empurradas para baixo e trancadas no escuro, o terror no fundo da minha mente. Estou intoxicada com este homem, meu homem, meu Cinquenta. Ele me vira, colocando-me por cima. Uau!

— Você me toma — ele murmura, seus olhos brilhando com uma intensidade feroz.

Oh meu Deus! Lentamente, oh tão lentamente, eu o coloco dentro de mim. Ele inclina a cabeça para trás e fecha os olhos enquanto geme. Pego suas mãos e começo a me mover desfrutando da plenitude da minha posse, deleitando-me com sua reação, observando-o se desvendar embaixo de mim. Eu me sinto como uma deusa. Eu me inclino para baixo e beijo seu queixo, correndo meus dentes por sua mandíbula com sua barba mal feita. Ele tem um gosto delicioso. Ele aperta meus quadris e estabiliza o meu ritmo, lento e fácil.

— Ana, me toque. . . por favor.

Oh. Eu me inclino para a frente e me equilibro com as mãos no seu peito. E ele grita, seu grito quase um soluço e ele se empurra ainda mais dentro de mim.

— Ahh, — Eu choramingo e passo minhas unhas suavemente sobre seu peito, por seus pelos e ele geme alto e me vira abruptamente, me colocando mais uma vez embaixo dele.

— Basta. — Ele geme. — Não mais, por favor. — E é um apelo sincero.

Alcançado seu rosto, eu o envolvo com minhas mãos, sentindo a umidade em suas bochechas e o puxe em direção aos meus lábios para que eu possa beijá-lo. Eu enrolo as minhas mãos em torno de sua cabeça.

Ele geme profundamente e baixo em sua garganta enquanto ele se move dentro de mim, me empurrando para frente e para cima, mas não consigo encontrar minha libertação. Minha cabeça está muito nublada, nublada com problemas. Estou muito envolvida neles.

— Vamos lá, Ana, — ele convida-me.

— Não.

— Sim, — ele rosna. Ele se move ligeiramente e gira seus quadris, de novo e de novo.

Deus . . argh!

— Vamos lá, bebê, eu preciso disso. Goza para mim.

E eu explodo, meu corpo um escravo do seu, e me enrolo ao seu redor, agarrando-me a ele como uma videira enquanto ele grita meu nome, chegando ao clímax comigo. Então ele desmorona e seu peso me pressiona no colchão.

 

Eu envolvo Christian em meus braços, apoiando sua cabeça em meu peito, enquanto esperamos o dispersar do nosso amor. Corro os dedos por seus cabelos, enquanto ouço nossas respirações voltarem ao normal.

— Nunca me abandone — ele sussurra, e eu desvio o olhar sabendo que ele não pode me ver.

— Eu sei que você está desviando o olhar de mim, — ele murmura e ouço um traço de humor em sua voz.

— Você me conhece bem — murmuro.

— Eu gostaria de conhecê-la melhor.

— De volta a você, Grey. Sobre o que era o seu pesadelo?

— O de sempre.

— Diga-me.

Ele respira, tomando fôlego e coragem.

— Eu devo ter de cerca de três e o cafetão da prostituta drogada está louco e promovendo um inferno. Ele fuma e fuma, um cigarro atrás do outro e ele não consegue encontrar um cinzeiro. — Ele para e eu congelo com um frio insidioso invadindo meu coração.

— Doeu — ele diz, — É a dor que me lembro. Isso é o que me dá pesadelos. Isso e o fato de que ela não fez nada para detê-lo.

Ah, não. Isso é insuportável. Eu o aperto forte, as minhas pernas e braços o segurando contra mim, e eu tento não deixar que meu desespero me sufoque. Como poderia alguém tratar uma criança assim? Ele levanta a cabeça e os me fita intensamente com seus olhos cinza.

— Você não gosta dela. Não pense nunca sobre isso. Por favor...

Eu pisco para ele. É reconfortante ouvir isso. Ele coloca a cabeça no meu peito de novo, e quando eu acho que acabou, ele me surpreende por continuar.

— Às vezes, nos sonhos, ela está apenas deitada no chão. E acho que ela está dormindo. Mas ela não se move. Ela nunca se move. E eu estou com fome. Realmente com fome.

Oh! foda.

— Há um ruído alto e ele está de volta e ele me bate com tanta força, maldizendo a prostituta drogada. Sua primeira reação foi sempre de usar seus punhos ou o seu cinto.

— É por isso que você não gosta de ser tocado?

Ele fecha os olhos e me abraça mais apertado.

— É complicado, — ele murmura. Ele coloca seu nariz entre os meus seios, inalando profundamente, tentando me distrair.

— Diga-me, — eu peço.

Ele suspira.

— Ela não me amava. Eu não me amava. O único toque que eu conhecia era. . . duro. Ele surgiu a partir daí. Flynn explica isso melhor do que eu posso.

— Posso ver Flynn?

Ele levanta a cabeça para olhar para mim.

— Meus Cinquenta Tons incomodam você?

— Alguns, mas eu gosto quando eles se mostram, como agora. — Eu me remexo provocantemente debaixo dele e ele sorri.

— Sim, Srta. Steele, eu gosto disso também. — Ele se inclina para cima e me beija. Ele olha para mim por um momento.

— Você é tão preciosa para mim, Ana. Eu estava falando sério sobre me casar com você. Podemos nos conhecer melhor depois disso. Eu posso cuidar de você. Você pode cuidar de mim. Podemos ter filhos, se quiser. Eu vou colocar o meu mundo a seus pés, Anastásia. Eu quero você, de corpo e alma, para sempre. Por favor, pense sobre isso.

— Vou pensar sobre isso, Christian. Eu vou, — eu o tranquilizo, recuperando-me mais uma vez. Crianças? Eita! — Eu realmente gostaria de falar com o Dr. Flynn, se você não se importa.

— Qualquer coisa para você, bebê. Qualquer coisa. Quando você gostaria de vê-lo?

— O quanto antes.

— Ok. Vou fazer os arranjos amanhã. — Ele olha para o relógio. — É tarde. Devemos dormir. — Ele se desloca para desligar a sua luz de cabeceira e me puxa contra ele.

Olho para o despertador. Merda, são 3:45.

Ele enrola seus braços em volta de mim, seu peito em minhas costas e fuça meu pescoço.

— Eu te amo, Ana Steele e quero você ao meu lado, sempre, — ele murmura como ele beija meu pescoço. — Agora vamos dormir.

Eu fecho meus olhos.

Relutantemente, eu abro as minhas pálpebras pesadas e a luz enche o quarto. Eu solto um gemido. Sinto-me atordoada, desconectada, meus membros pesam como chumbo e Christian está enrolado em torno de mim como hera. Estou com muito calor, como de costume. Certamente é apenas cinco da manhã. O alarme não soou ainda. Eu me estico para me libertar de seu calor, girando em seus braços e ele murmura algo ininteligível em seu sono. Olho para o relógio. 8:45.

Merda, eu vou chegar atrasada. Porra. Eu saio da cama e corro para o banheiro. Saio do banho em quatro minutos.

Christian se senta na cama me olhando com uma mal disfarçada diversão junto com um que de cautela. Eu continuo a me secar enquanto escolho a roupa. Talvez ele esteja esperando minhas reações às revelações de ontem. Agora, eu simplesmente não tenho tempo.

Eu verifico minhas roupas – calças pretas, blusa preta um pouco Sra. R, mas eu não tenho um segundo para mudar de ideia. Eu apressadamente visto meu sutiã e calcinha preta, consciente de que ele está assistindo a cada movimento meu. É. . . enervante. Esta calcinha e sutiã vão ter de servir.

— Maravilhosa — Christian ronrona da cama. — Você sempre pode dizer que está doente. — Ele me dá seu devastador, desequilibrador, 150% de alta vontagem, sorriso de arrancar as calcinhas. Oh, ele é tão tentador. Minha deusa interior faz um beicinho provocante para mim.

— Não, Christian, não posso. Eu não sou um CEO megalomaníaco com um belo sorriso que pode ir e vir como lhe agrada.

— Gosto de vir como me der prazer. — Ele sorri e seu sorriso brilha e provoca ainda mais.

— Christian — eu ralho. Eu jogo a toalha nele e ele ri.

— Sorriso bonito, hein?

— Sim. Você sabe o efeito que você tem em mim. — Eu coloco meu relógio.

— Eu? — Ele pisca inocentemente.

— Sim, você mesmo. O mesmo efeito que você tem em todas as mulheres. Fica muito cansativo vê-las se jogarem em você.

— É mesmo? — Ele levanta sua sobrancelha para mim, com diversão..

— Não banque o inocente, o Sr. Grey, realmente não combina com você — eu murmuro distraída prendendo meu cabelo em um rabo de cavalo e colocando meus sapatos negros de salto alto. Sim, tem de servir.

Quando eu me curvo para lhe dar um beijo de adeus, ele me agarra e me puxa para cima da cama, inclinando-se sobre mim e sorrindo de orelha a orelha. Oh meu Deus. Ele é tão bonito com seus olhos brilhantes de malícia, seu cabelo de quem acabou de sair da cama, aquele sorriso deslumbrante. Agora ele é brincalhão.

Estou cansada, ainda me recuperando de todas as revelações de ontem, enquanto ele esta brilhante como um botão, e sexy pra caralho. Oh, Cinquenta exasperante.

— O que posso fazer para tentá-la a ficar? — Diz ele em voz baixa, e meu coração para e começar a bater bem rápido. Ele é a tentação personificada.

— Você não pode — eu resmungo, esforçando-me para me sentar. — Deixe-me ir.

Ele faz um beicinho e eu desisto. Sorrindo, eu traço meus dedos sobre os lábios esculpidos do meu Cinquenta. Eu o amo com todos os seus problemas monumentais. Eu nem sequer comecei a processar os acontecimentos de ontem e como me sinto sobre eles.

Eu me inclino até beijá-lo, grata por ter escovado os dentes. Ele me beija longa e duramente e em seguida, rapidamente me deixa de pé, deixando-me atordoada, sem fôlego e um pouco vacilante.

— Taylor irá levá-la. É muito mais rápido do que encontrar um lugar para estacionar. Ele está esperando fora do prédio — Christian diz gentilmente e ele parece aliviado. Ele está preocupado com a minha reação esta manhã? Certamente a última noite — bem, esta manhã — provou lhe que eu não vou correr.

— Ok. Obrigada, — eu resmungo, decepcionada por que eu estou de pé novamente, confusa por sua hesitação, e vagamente irritada porque mais uma vez eu não vou dirigir meu Saab. Mas ele está certo, é claro, vai ser mais rápido com Taylor.

— Aproveite o seu dia preguiçoso, Sr. Grey. Eu gostaria de poder ficar, mas o homem que possui a empresa em que trabalho não aprovaria sua equipe faltando apenas para ter sexo quente. — Pego minha bolsa.

— Pessoalmente, Srta. Steele, eu não tenho nenhuma dúvida de que ele aprovaria. Na verdade, ele pode insistir sobre isso...

— Por que você vai ficar na cama? Isso não se parece com você.

Ele cruzou as mãos atrás da cabeça e sorriu para mim.

— Porque eu posso, Srta. Steele, apenas por isso.

Sacudo a cabeça para ele.

— Mais tarde, bebê. — Eu lhe sopro um beijo, e saio do quarto.

 

Taylor está esperando por mim e ele parece entender que eu estou atrasada, porque ele dirige como um louco para me levar e eu consigo chegar às 9:15. Fico agradecida quando ele para na calçada, agradeço estar viva, principalmente, já que seu modo de dirigir é assustador. E grata porque eu não estou terrivelmente atrasada, apenas quinze minutos.

— Obrigada, Taylor — eu murmuro, com o rosto pálido. Lembro-me de Christian dizendo que ele dirigia tanques, talvez ele dirija para a NASCAR, também.

— Ana, — Ele acena um adeus e eu rumo para meu escritório, percebendo quando eu abro a porta para a recepção, que Taylor parece ter superado a formalidade da Senhorita Steele. Ele me faz sorrir.

Claire sorri para mim enquanto eu corro através da recepção e vou para a minha mesa.

— Ana! — Jack me chama. — Entre aqui.

Oh merda!.

— Que horas você chama isso? — Ele me pressiona.

— Sinto muito. Dormi demais. — Eu fico levemente corada.

— Não deixe isso acontecer novamente. Traga-me um pouco de café e então eu preciso que você faça algumas revisões. Ande logo — ele grita, me fazendo recuar.

Porque ele estava tão bravo? Qual é o problema? O que eu fiz? Corro para a cozinha para fazer seu café. Talvez eu devesse ter faltado. Eu poderia estar. . . bem, fazendo algo quente com Christian, ou tomando café da manhã com ele, ou apenas falando, o que iria ser uma novidade.

Jack mal reconhece a minha presença quando eu me aventuro de volta ao seu escritório para entregar o café. Ele empurra uma folha de papel para mim, esta escrita a mão com uma letra quase ilegível.

— Digite isto, traga-me para assinar e em seguida, copie e envie para todos os nossos autores.

— Sim, Jack.

Ele não olha para cima enquanto eu saio. Rapaz, ele é louco.

É com algum alívio que eu finalmente sento na minha mesa. Tomo um gole de chá enquanto eu espero meu computador ligar. Eu verifico meus e-mails.

 

De: Christian Grey

Assunto: Sentindo sua falta

Data:15 de junho de 2011 09:05

Para: Anastásia Steele

Por favor, use seu Blackberry.

X

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Tudo certo para algumas

Data:15 de junho de 2011 09:27

Para: Christian Grey  

Meu chefe é louco. Eu o culpo por me manter acordada até tarde com as suas. . . travessuras. Você deveria ter vergonha de si mesmo.

Anastásia Steele

Assistente de Jack Hyde, Coordenador Editorial, SIP

 

De: Christian Grey

Assunto: Travessuras?

Data:15 de junho de 2011 09:32

Para: Anastásia Steele

Você não tem que trabalhar, Anastásia.

Você não têm ideia de como eu estou chocado com minhas... travessuras.

Mas eu gosto de fazer você se atrasar ;)

Por favor, use seu Blackberry.

Oh, e case comigo, por favor.

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Trabalhar para viver

Data:15 de junho de 2011 09:35

Para: Christian Grey

Eu sei que sua tendência natural é ser insistente, mas apenas pare.

Eu preciso falar com o seu psiquiatra.

Só depois te darei minha resposta.

Não me oponho em viver no pecado.

Anastásia Steele

Assistente de Jack Hyde, Coordenador Editorial, SIP

 

De: Christian Grey

Assunto: BLACKBERRY

Data:15 de junho de 2011 09:40

Para: Anastásia Steele

Anastásia, se você começar a discutir sobre Dr. Flynn então use seu BLACKBERRY. Isto não é um pedido.

Christian Grey,

Agora Enfadado CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Oh merda. Agora ele está com raiva de mim, também. Bem, ele pode se danar, se eu me importo. Tiro o meu Blackberry da minha bolsa e o olho com ceticismo. Tal como eu, ele começa a tocar. Ele não pode me deixar sozinho?

— Sim, — eu atiro.

— Ana, oi...

— José! Como você está? — Ah, é bom ouvir sua voz.

— Eu estou bem, Ana. Olha, você ainda está vendo aquele cara o Grey?

— Er, sim. . . Por quê? — Onde ele pretende ir com isso?

— Bem, ele comprou todas as suas fotos e eu pensei que poderia entregá-los em Seattle. A exposição fecha quinta-feira, então eu posso levá-los na sexta à noite e deixá-los, você sabe. E talvez a gente pudesse beber algo. Na verdade, eu estava esperando por um lugar para dormir, também.

— José, isso é legal. Sim, eu tenho certeza que podemos arrumar alguma coisa. Deixe-me falar com Christian e eu ligo de volta, ok?

— Legal, vou esperar sua ligação. Tchau, Ana.

— Tchau — E ele desliga.

Puta merda! Eu não vejo ou falo com José desde a sua exposição. Eu nem sequer lhe perguntei como foi ou se ele vendeu mais alguma foto. Que espécie de amiga eu sou?

Assim, eu poderia passar a noite com José na sexta-feira. Como Christian iria reagir? Eu me toco que estou mordendo os lábios até doer. Oh, um homem que tem dois pesos e duas medidas. Ele pode - tremo só de pensar – dar banho em sua ex-amante, mas provavelmente virá cheio de reclamações porque eu desejo sair para beber com José. Como vou lidar com isso?

— Ana! — Jack me puxa abruptamente para fora do meu devaneio. Ele é louco? — Onde está a carta?

— Quase pronta. — Merda. O que deu nele?

Eu digito a sua carta o mais rápido que pude, imprimo e nervosamente vou até seu escritório.

— Aqui está. — Coloco a carta em sua mesa e rumo para fora de seu escritório. Jack rapidamente lança seus olhos penetrantes na carta e dispara suas críticas.

— Eu não sei o que você está fazendo lá fora, mas eu te pago para trabalhar — ele late.

— Eu estou ciente disso, Jack, — eu murmuro, me desculpando. Eu sinto um mal estar lento rastejar sob minha pele.

— Está cheio de erros — ele diz. — Faça novamente.

Porra. Ele está começando a soar como alguém que eu conheço, mas a grosseria de Christian eu posso tolerar. Jack está começando a me irritar.

— E me traga outro café, enquanto você está nisso.

— Desculpe — eu sussurro e corro para fora de seu escritório o mais rápido possível.

Puta merda. Ele está insuportável. Sento-me de volta à minha mesa, e refaço às pressas sua carta, que tinha dois erros mesmo, e verifico tudo antes de imprimir. Agora está perfeito. Eu vou lhe buscar um outro café, deixando Claire saber, com um revirar de meus olhos que eu estou com problemas. Respiro profundamente e me aproximo do escritório dele novamente.

— Melhor, — ele murmura relutantemente enquanto assina a carta. — Tire cópias, guarde o original, e mande e-mails a todos os autores. Entendeu?

— Sim. — Eu não sou um idiota. — Jack, há algo de errado?

Ele olha para cima, seus olhos azuis escuros sobem e descem pelo meu corpo. Isso me dá arrepios.

— Não. — Sua resposta é concisa, rude e sem consideração. Eu estou lá como uma idiota que eu professo não ser e então me embaralho toda para fora de seu escritório. Talvez ele também sofra de um transtorno de personalidade. Deuses, estou cercado por eles. Eu vou para a máquina de xerox, que naturalmente está sofrendo de uma esmagadora crise de ineficiência e quando eu ver o que é, percebo que não tem papel. Este não é o meu dia.

Quando eu finalmente volto à minha mesa ouço zumbidos do meu BlackBerry. Eu posso ver através da parede de vidro que Jack está no telefone. Eu respondo, é Ethan.

— Oi, Ana. Como foi ontem à noite?

A noite passada. Várias imagens atravessam minha mente, Christian ajoelhado, sua revelação, a sua proposta, macarrão com queijo, meu pranto, seu pesadelo, o sexo, tocá-lo. . .

— Eh. . . bem — eu murmuro convincente.

Ethan faz uma pausa e decide conspirar na minha negação.

— Legal. Posso recolher as chaves?

— Claro.

— Eu vou demorar cerca de meia hora. Você vai ter tempo para tomar um café?

— Não hoje. Eu cheguei tarde e meu chefe está parecendo um urso irritado com uma dor de cabeça e hera venenosa no rabo.

— Parece desagradável.

— Desagradável e feio. — Eu rio.

Ethan ri e meu humor melhora um pouco.

— Ok. Nos vemos em meia hora. — Ele desliga.

Olho para cima e Jack está olhando para mim. Oh merda. Eu cuidadosamente o ignoro e continuo a colocar as cartas nos envelopes.

Meia hora depois, meu telefone vibra. É Claire.

— Ele está aqui de novo, na recepção. O deus loiro.

Ver Ethan é uma alegria depois de toda a angústia de ontem e do mau humor do meu patrão infligido a mim hoje, mas muito em breve, ele está se despedindo.

— Será que vou vê-la esta noite?

— Eu provavelmente vou ficar com Christian. — Eu digo.

— Você está caidinha mesmo. — Ethan observa com bom humor.

Eu dou de ombros. Isso não é nem a metade, eu percebo nesse momento que eu não acho isso ruim. Eu vejo essa situação como algo para a vida inteira. E, surpreendentemente, Christian parece sentir o mesmo. Ethan me dá um abraço rápido.

— Mais tarde, Ana.

Volto à minha mesa, lutando contra minha descoberta. Oh, o que eu não faria para ter um dia inteiro para mim, para poder pensar, sozinha, sobretudo o que estava acontecendo!

— Onde você esteve? — Jack aparece de repente perto de mim.

— Eu tinha alguns negócios para atender na recepção. — Ele realmente está me dando nos nervos.

— Eu quero o meu almoço. O de sempre — ele diz abruptamente e volta para seu escritório pisando duro.

Por que eu não fiquei em casa com Christian? Minha deusa interior cruza os braços e aperta os lábios, ela quer saber a resposta para essa pergunta também. Pegando minha bolsa e meu Blackberry, eu me dirijo para a porta. Verifico minhas mensagens.

 

De: Christian Grey

Assunto: Sentindo sua falta

Data:15 de junho de 2011 09:06

Para: Anastásia Steele

Minha cama é muito grande sem você. Bem, eu vou ter que ir trabalhar, mesmo os CEOs megalomaníacos precisam de alguma para fazer, às vezes.

X

Christian Grey

Brincando com seus polegares CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

E há uma outra dele, desta mesma manhã.

 

De: Christian Grey

Assunto: Discrição

Data:15 de junho de 2011 09:50

Para: Anastásia Steele

É a melhor parte da coragem.

Por favor, seja discreta. . . os e-mails do seu trabalho são monitorados. QUANTAS VEZES TENHO DE LHE DIZER ISTO?

Sim. Em Letras Gritantes, como você diz.

USE SEU BLACKBERRY.

Dr. Flynn pode nos ver amanhã à noite.

Christian Grey,

Ainda Puto CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

E ainda tem mais um . . Ah, não.

 

De: Christian Grey

Assunto: Grilos

Data:15 de junho de 2011 12:15

Para: Anastásia Steele

Eu não ouvi nada de você.

Por favor me diga que você está bem.

Você sabe como eu me preocupo.

Eu irei enviar Taylor para verificar!

X

Christian Grey,

Super Ansioso CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Reviro os olhos e ligo para ele. Eu não quero que ele se preocupe.

— Telefone de Christian Grey, Andrea Parker falando.

Oh. Eu fico sem graça por não ser Christian, que paro subitamente no meio da rua e o jovem que vem logo atrás de mim murmura irritadamente ao se desviar para não colidir comigo. Eu paro embaixo da cobertura verde da lanchonete.

— Olá? Em que posso ajudar? — Andrea preenche o vazio do silêncio constrangedor.

— Desculpe. . . Er. . . Eu estava esperando falar com Christian ...

— O Sr. Grey está em uma reunião no momento. — Ela corta com eficiência. — Você gostaria de deixar um recado?

— Pode dizer-lhe que Ana ligou?

— Ana? É a Anastásia Steele?

— Er. . . Sim. — Sua pergunta me confunde.

— Espere um segundo, por favor, senhorita Steele.

Eu ouço com atenção enquanto ela me coloca para esperar, mas não posso dizer o que está acontecendo. Poucos segundos depois, Christian está na linha.

— Você está bem?

— Sim, eu estou bem.

Eu ouço a liberação rápida de sua respiração presa. Ele está aliviado.

— Christian, por que não estaria bem? — Eu sussurro de forma tranquilizadora.

— Você normalmente é tão rápida em responder aos meus e-mails. Depois do que eu te disse ontem, eu estava preocupado — ele diz calmamente e então ele está falando com alguém em seu escritório.

— Não, Andrea. Diga-lhes para esperar — ele diz com firmeza. Oh, eu conheço esse tom de voz.

Eu não posso ouvir a resposta de Andrea.

— Não. Eu disse para esperar — ele reforça.

— Christian, você está obviamente ocupado. Eu só liguei para que você saiba que eu estou bem e muito ocupada hoje. Jack passou a manhã estalando o chicote. Er. . . Eu quero dizer. . . — Eu fico vermelha e me calo.

Christian não diz nada por um momento.

— Estalando o chicote, hein? Bem, houve um tempo em que eu o teria chamado de um homem de sorte. — Sua voz é cheia de humor seco. — Não o deixe ele te massacrar, bebê.

— Christian, — eu ralho com ele e sei que ele está sorrindo.

— Tome cuidado com ele, isso é tudo. Olha, eu estou feliz por você estar bem. A que horas devo buscá-la?

— Eu vou mandar um e-mail para você.

— Pelo seu Blackberry — ele diz com firmeza.

— Sim, senhor, — eu respondo.

— Mais tarde, bebê.

— Tchau. . .

Ele ainda não tinha desligado.

— Desligue — Eu brigo, sorrindo.

Ele suspira fortemente no telefone.

— Eu gostaria muitíssimo que você nunca tivesse ido trabalhar esta manhã.

— Eu também. Mas eu estou ocupada. Desligue.

— Você desliga. — Eu ouço seu sorriso. Oh, brincalhão Christian. Eu amo Christian brincalhão. Hmm. . . Eu amo Christian. Ponto.

— Nós já passamos por isso antes.

— Você está mordendo o lábio.

Merda, ele está certo. Como ele sabe?

— Você vê, você acha que eu não a conheço, Anastásia. Mas eu conheço você melhor do que você pensa — ele murmura sedutoramente, daquela maneira que faz meus joelhos tremerem e me deixa fraca e molhada.

— Christian, eu vou falar com você mais tarde. Agora, eu realmente desejo não ter te deixado hoje de manhã.

— Vou esperar pelo seu e-mail, Srta. Steele.

— Bom dia, Sr. Grey.

Desligando, eu me inclino contra o vidro duro e frio da loja. Oh meu Deus! mesmo ao telefone ele me possui. Balançando a cabeça para limpá-la de todos os pensamentos sobre Grey, eu me dirijo para a lanchonete, chateada com o comportamento de Jack.

 

Ele ainda está carrancudo quando eu volto.

— Está tudo bem se eu sair para almoçar hoje? — Peço, delicadamente. Ele olha para mim e sua carranca se aprofunda.

— Se você quer — ele se endireita. — Quarenta e cinco minutos. Desconte o tempo que você perdeu esta manhã.

— Jack, eu posso perguntar uma coisa?

— O quê?

— Você parece chateado hoje. Será que fiz algo para ofendê-lo?

Ele pisca para mim momentaneamente.

— Eu não acho que eu estou no clima para listar as suas contravenções agora. Eu estou ocupado. — Ele continua a olhar para sua tela de computador, efetivamente me ignorando.

Uau . . O que eu fiz?

Viro-me e deixo seu escritório e por um momento eu acho que vou chorar. Por que ele tomou tal aversão súbita e intensa para mim? Uma ideia muito desagradável surge na minha cabeça, mas eu prefiro ignorá-la. Eu não preciso desta merda, eu já tenho o suficiente com o que lidar.

Dirijo-me para fora do prédio para a Starbucks ali perto, para beber um café e sentar na janela. Pego o meu iPod na minha bolsa e conecto meu fone de ouvido. Escolho uma música ao acaso e pressione para repetir, então posso jogá-lo na minha bolsa outra vez. Eu preciso de música para pensar mais claramente.

Minha mente voa. Christian, o sádico. Christian, o submisso. Christian, o intocável. Christian cheio de impulsos edipianos. Christian dando banho em Leila. Eu gemo e fecho meus olhos enquanto a última imagem me assombra.

Posso realmente casar com esse homem? Ele é demais para se absorver. Ele é complexo e difícil, mas no fundo eu sei que eu não quero deixá-lo apesar de todos os seus problemas. Eu nunca poderia deixá-lo. Eu o amo. Seria como cortar meu braço direito.

Agora, eu nunca me senti tão viva, tão vital. Eu enfrentei todo tipo de perplexidades, de sentimentos profundos e novas experiências, desde que eu conheci. Nunca há um momento de tédio com Cinquenta.

Olhando minha vida antes de Christian é como se tudo estivesse em preto e branco como as fotografias de José. Agora o meu mundo inteiro está em rico, brilhante, cheio de cor. Eu posso voar em um feixe de luz deslumbrante, a deslumbrante luz de Christian. Eu ainda sou Ícaro, voando muito perto do sol. Eu cheiro a mim mesma. Voar com Christian...Quem pode resistir a um homem que pode voar?

Posso entregá-lo? Posso desistir dele? Parece que ele virou um interruptor e acendeu-me por dentro. Tem sido educativo conviver com ele e conhecê-lo. Eu descobri mais sobre mim nas últimas semanas do que nunca em minha vida. Eu aprendi sobre o meu corpo, meus limites rígidos, os meus limites suaves, minha tolerância, a minha paciência, minha compaixão e minha capacidade de amar.

E então me atingi como um raio, isto é o que ele precisa de mim, o que ele tem direito, um amor incondicional. Ele nunca o recebeu da prostituta drogada. Isto é o que ele precisa.

Posso amá-lo incondicionalmente? Posso aceitá-lo por quem ele é, independentemente de suas revelações na noite passada?

Eu sei que ele está danificado, mas eu não acho que ele é irrecuperável. Eu suspiro, recordando as palavras de Taylor. Ele é um bom homem, Srta. Steele.

Eu vi a prova de peso de sua bondade, seu trabalho de caridade, sua ética nos negócios, a sua generosidade e mesmo assim ele não vê em si mesmo. Ele não se sente merecedor de qualquer amor. Dada a sua história e suas predileções, eu tenho um pressentimento de sua auto-aversão, e é por isso que ele nunca deixou qualquer um se aproximar. Será que eu posso passar por tudo isso?

Ele disse uma vez que eu não poderia começar a entender as profundezas de sua depravação. Bem, ele me disse agora e dado os primeiros anos de sua vida, não me surpreendo. Embora ainda seja um choque ouvi-lo em voz alta. Pelo menos ele me disse, e ele parece mais feliz agora do que antes. Eu sei tudo.

Será que isso irá desvalorizar o seu amor por mim? Não, eu não penso assim. Ele nunca se sentiu assim antes e nem eu. Na verdade, nós dois chegamos tão longe...

Sinto as lágrimas se formando em meus olhos ao me lembrar de suas barreiras finais ruírem na noite passada quando ele me deixou tocá-lo. Nossa! Foi preciso Leila e toda a sua loucura para podermos chegar a este ponto.

Talvez eu devesse ser grata. O fato de que ele a havia banhado tem um gosto amargo na minha língua agora. Gostaria de saber qual a roupa que ele lhe deu. Espero que não tenha sido o vestido ameixa. Eu gostei dele.

Assim eu posso amar esse homem com todas as suas questões, incondicionalmente? Porque ele não merece nada menos. Ele ainda precisa aprender os limites e as coisas pequenas como a empatia, e ser menos controlador. Ele diz que já não sente a compulsão de me machucar, talvez o Dr. Flynn seja capaz de lançar alguma luz sobre isso.

Fundamentalmente, é o que mais me preocupa é do que ele precisa e que sempre encontrou em mulheres que tinham a mesma preferência. Eu franzo a testa. Sim, esta é a confiança que eu preciso. Eu quero ser todas as coisas para este homem, seu Alfa e seu Omega e todas as coisas no meio, porque ele é tudo para mim.

Espero que Flynn tenha as respostas e, talvez, então eu possa dizer sim para que Christian e eu possamos encontrar a nossa própria fatia do céu próxima ao sol.

Eu olho para fora, apressando-me, na hora do almoço em Seattle. Sra. Christian Grey - quem teria pensado? Olho para meu relógio. Merda! Eu salto do meu assento e corro para a porta. Como o tempo passou tão rápido? Jack vai ficar irritadíssimo!

 

Eu volto para a minha mesa, rapidamente. Felizmente, ele não está em seu escritório. Parece que eu tenho vacilado com ele. Eu olho fixamente para a tela do computador, sem ver, tentando remontar meus pensamentos para o módulo de trabalho.

— Onde você estava?

Eu pulo. Jack está de pé, braços cruzados, atrás de mim.

— Eu estava no porão, fazendo cópias, — eu minto. Os lábios de Jack se apertam em uma linha fina e intransigente.

— Eu vou sair às seis e meia para pegar meu vôo. Eu preciso que você fique até então.

— Ok. — Eu sorrio tão docemente quanto eu posso.

— Eu quero meu itinerário para New York impresso e xerocado dez vezes. E os folhetos empacotados. E um café! — Ele rosna e entra em seu escritório batendo a porta.

Eu dou um suspiro de alívio e coloco minha língua para fora quando ele fecha a porta. Bastardo.

 

Às quatro horas, Claire me chama da recepção.

— Mia Grey está aqui para ver você.

Mia? Espero que ela não queira me levar ao shopping.

— Oi, Mia!

— Ana, oi. Como você está? — Seu entusiasmo é sufocante.

— Ótima. Ocupada hoje. Você?

— Estou tão aborrecida! Eu preciso encontrar algo para fazer, então eu estou organizando uma festa de aniversário para Christian.

Aniversário de Christian? Puxa, eu não tinha ideia.

— Quando é?

— Eu sabia. Eu sabia que ele não iria dizer-lhe. É no sábado. Mamãe e papai querem todos em casa para um jantar de comemoração. Estou oficialmente te convidando.

— Oh, isso é adorável. Obrigada, Mia.

— Eu já chamei Christian e lhe disse, e ele me deu seu número aqui.

— Legal. — Minha mente está em um parafuso. Que diabos eu vou dar a Christian de presente de aniversário? O que você compra para um homem que tem tudo?

— E talvez na próxima semana possamos sair para almoçar?

— Claro. Que tal amanhã? Meu chefe estará longe, em Nova York.

— Ah, isso seria legal, Ana. Que horas?

— Digamos... 12: 45?

— Eu estarei lá. Tchau, Ana.

— Tchau, — Eu desligo.

Christian. Aniversário. Que diabos eu deveria dar a ele?

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Antediluviano

Data:15 de junho de 2011 16:11

Para: Christian Grey

Caro Sr. Grey quando, exatamente, você ia me dizer?

O que eu dou ao meu homem velho em seu aniversário?

Talvez algumas novas pilhas para seu aparelho auditivo?

A x

Anastásia Steele

Assistente de Jack Hyde, Coordenador Editorial, SIP

 

De: Christian Grey

Assunto: Pré-histórico

Data:15 de junho de 2011 16:20

Para: Anastásia Steele

Não zombe de gente idosa. Fico feliz por você estar viva e bem.

E que Mia entrou em contato. Baterias são sempre úteis.

Eu não gosto de comemorar meu aniversário.

X

Christian Grey,

Surdo como uma porta, CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Hmmm.

Data:15 de junho de 2011 16:24

Para: Christian Grey

Caro Sr. Grey eu posso imaginar você fazendo beicinho enquanto você escreveu a última sentença.

Isso me faz sentir coisas...

A xox

Anastásia Steele

Assistente de Jack Hyde, Coordenador Editorial, SIP

 

De: Christian Grey

Assunto: Rolando os olhos

Data:15 de junho de 2011 16:29

Para: Anastásia Steele

Senhorita Steele

QUER FAZER O FAVOR DE USAR SEU BLACKBERRY!

X

Christian Grey,

Com as palmas coçando, CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Desvio o olhar. Por que ele está tão sensível por causa dos e-mails?

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Inspiração

Data:15 de junho de 2011 16:33

Para: Christian Grey

Caro Sr. Grey

Ah. . . as palmas das suas mãos estão coçando?

Elas não podem ficar paradas por muito tempo, podem?

Eu me pergunto o que Dr. Flynn diria sobre isso?

Mas agora eu sei o que te dar no seu aniversário e espero que me deixe dolorida. . .

A x

 

De: Christian Grey

Assunto: Angina

Data:15 de junho de 2011 16:38

Para: Anastásia Steele

Senhorita Steele.

Eu não acho que meu coração poderia suportar a pressão de um outro e-mail assim, ou as minhas calças, no caso.

Comporte-se.

X

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Tentando

Data:15 de junho de 2011 16:42

Para: Christian Grey

Christian estou tentando trabalhar.

Por favor, para de me distrair e tente fazer o mesmo.

Seu último email quase me fez entrar em combustão.

PS: Pode me pegar às 18:30?

 

De: Christian Grey

Assunto: Eu estarei lá

Data:15 de junho de 2011 16:38

Para: Anastásia Steele

Nada me daria maior prazer.

Na realidade, eu posso pensar em várias coisas que me dão maior prazer, e todos elas envolvem você.

X Christian Grey,

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Eu fico vermelha ao ler sua resposta e sacudo a cabeça. E-mails brincalhões são ótimos, mas nós realmente precisamos conversar. Talvez depois que virmos Flynn. Eu coloco meu Blackberry na mesa e termino a minha prestação de contas.

 

Às 18:15, o escritório está deserto. Tenho tudo pronto para Jack. Seu táxi para o aeroporto está reservado e eu só tenho que lhe entregar os documentos. Olho ansiosamente através do vidro, mas ele ainda está no telefone e eu não quero interrompê-lo, não no humor que ele está hoje.

Enquanto eu o espero terminar, percebo que não comi nada hoje. Oh merda, Cinquenta não vai gostar disso. Eu rapidamente vou até a cozinha para ver se encontro alguns biscoitos esquecidos por lá.

Quando eu estou prestes a abrir o pacote de biscoitos Jack aparece inesperadamente na porta da cozinha, assustando-me.

Oh. O que ele está fazendo aqui?

Ele olha para mim.

— Bem, Ana, eu acho que esse pode ser um bom momento para discutir os seus erros. — Ele entra na cozinha, fechando a porta atrás dele e minha boca fica seca instantaneamente e um alarme soa alto e penetrantemente na minha cabeça.

Oh, merda.

Seus lábios se contorcem em um sorriso grotesco e seus olhos brilham azul cobalto, profundos.

— Finalmente eu encontro você sozinha. — ele diz, e lentamente lambe seu lábio inferior.

O quê?

— Agora. . . você vai ser uma boa menina e ouvir atentamente o que eu digo?

 

Os olhos de Jack piscam com um azul mais escuro, e ele sorri sarcasticamente enquanto lança um olhar malicioso pelo meu corpo.

O medo me sufoca. O que é isso? O que ele quer? De algum lugar bem no fundo, e apesar da minha boca seca, encontro determinação e coragem para exprimir algumas palavras, o mantra de “continue falando” das minhas aulas de autodefesa, circulando no meu cérebro, como uma sentinela etérea.

— Jack, agora pode não ser um bom momento para isso. Seu taxi está previsto para dentro de dez minutos, e eu preciso dar-lhe todos os seus documentos. — Minha voz é calma, mas rouca, me traindo.

Ele sorri, e é um tirano sorriso de “fode-la” finalmente toca seus olhos. Eles brilham sob a claridade áspera da luz fluorescente que está acima de nós, na sem graça sala sem janelas. Ele dá um passo em minha direção, me encarando, seus olhos nunca deixando os meus. Suas pupilas dilatadas, o negro superando o azul, enquanto o observo. Ah, não. Meu medo aumenta.

— Você sabe que tive que lutar com Elizabeth para lhe dar este trabalho. . . — Sua voz se extingue, enquanto dá outro passo em minha direção, e eu dou um passo para atrás contra os armários sujos. Mantenha-o falando, mantenha-o falando, mantenha-o falando.

— Jack, qual é exatamente o seu problema? Se você quiser expor suas queixas, então talvez devêssemos solicitar ao RH para resolver. Nós podemos fazer isso com Elizabeth em um ambiente mais formal. — Onde está a segurança? Estão no prédio ainda?

— Nós não precisamos do RH para gerenciar esta situação Ana, — ele zomba. — Quando contratei você, pensei que você ia ser uma funcionaria esforçada. Pensei que você tinha potencial. Mas agora, eu não sei.

— Você se tornou distraída e desleixada. E eu me pergunto. . . Se é seu namorado que está pondo você a perder-se? — Ele diz namorado com um desprezo assustador.

— Eu decidi verificar através da sua conta de seu e-mail, para ver se podia encontrar alguma pista. E você sabe o que encontrei Ana? O que estava fora do lugar? Os únicos e-mails pessoais em sua conta eram para o seu namorado. — Ele faz uma pausa, avaliando minha reação. — E comecei a pensar. . . onde estão os e-mails dele? Não há nenhum. Nada. Então, o que está acontecendo, Ana? Como é que os e-mails dele para você não estão em nosso sistema? Você é alguma espiã na empresa, plantada aqui pela organização Grey? É disto que se trata?

Puta merda, os e-mails E. Ah, não. O que eu devo dizer?

— Jack, do que você está falando? — Tento parecer confusa, e sou bem convincente. Essa conversa não está indo como eu esperava, mas não confio nele nem um pouco. Alguns feromônios subliminares que Jack está exalando, me deixam em estado de alerta. Este homem está com raiva, volátil e totalmente imprevisível. Eu tento raciocinar com ele.

— Você disse que teve que convencer Elizabeth a me contratar. Então como eu posso ter sido plantada como uma espiã? Pense sobre isto, Jack.

— Mas Grey fodeu com a viagem á Nova York, não foi?

Oh merda.

— Como ele conseguiu isso, Ana? O que o seu rico namorado da Ivy League[6] fez?

O pouco de sangue que permanecia em meu rosto é drenado, e acho que vou desmaiar.

— Eu não sei do que você está falando, Jack, — sussurro. — O táxi vai estar aqui em breve. Devo buscar as suas coisas? — Oh, por favor, me deixe ir. Pare com isso.

Jack continua, divertindo-se com meu desconforto.

— Ele achou que eu ia lhe passar uma cantada? — Ele sorri e seus olhos queimam. — Bem, quero que você pense em algo, enquanto estou em Nova York. Dei-lhe este trabalho, e espero que mostre alguma gratidão. Na verdade, tenho direito a isto. Tive que lutar para contratar você. Elizabeth queria alguém mais bem qualificada, mas eu ... eu vi alguma coisa em você. Então, precisamos fazer um acordo. Um negócio onde me mantenha feliz. Você entende o que estou dizendo, Ana?

Porra!

— Veja isto como um aperfeiçoamento de suas funções, se quiser. E se você me mantiver feliz, não vou fuçarei mais fundo em como o seu namorado está mexendo os pauzinhos, ordenhando seus contatos, ou cobrando alguns favores de um de seus amiguinhos bajuladores da fraternidade da Ivy League.

Minha boca despenca. Ele está me chantageando. Por sexo! E o que posso dizer? A notícia da aquisição de Christian está embargada por mais de três semanas. Eu mal posso acreditar nisso. Sexo...Comigo!

Jack se aproxima até que está de pé bem na minha frente, olhando nos meus olhos. Seu perfume doce e enjoativo invade minhas narinas, é nauseante — e se não estou enganada, o cheiro amargo de álcool está em sua respiração. Porra, ele esteve bebendo. . . quando?

— Você é como um cú apertado, provocante para caralho, você sabe Ana, — ele sussurra por entre os dentes cerrados.

O quê? Provocante. . . Eu?

— Jack, eu não tenho ideia do que está falando, — eu sussurro, enquanto sinto a onda de adrenalina pelo meu corpo. Ele está mais perto agora. Estou esperando para fazer a minha jogada. Ray vai se orgulhar. Ray me ensinou o que fazer. Ray conhece sobre autodefesa. Se Jack me tocar ou até mesmo respirar muito próximo a mim, vou nocauteá-lo. Minha respiração é superficial. Não devo desmaiar, não devo desmaiar.

— Olhe para você. — Ele me dá um olhar malicioso. — Você está tão excitada, eu percebo. Você realmente me seduziu. No fundo, você quer isto. Eu sei.

Puta merda. O homem está completamente delirante. Meu medo dispara em ALERTA MAXIMO, ameaçando me oprimir.

— Não, Jack. Eu nunca quis seduzi-lo.

— Você sabe que sim, sua cadela provocante. Sou capaz de ler os sinais. — Aproximando-se, ele gentilmente acaricia meu rosto com as costas de seus dedos, até meu queixo. Seu dedo indicador acariciando minha garganta, meu coração salta até minha boca, enquanto luto contra meu reflexo de vomitar. Ele chega à base do meu pescoço, onde o primeiro botão da minha camisa preta está aberto, e pressiona a mão contra meu peito.

— Você quer o mesmo que eu. Admitia Ana.

Mantenha os olhos fixos nos dele e me concentro no que tem que fazer — ao invés de exprimir minha repulsa e pavor — ponho minha mão suavemente sobre a sua em uma carícia. Ele sorri em triunfo. Eu agarro seu dedo mindinho, e o torço para trás, puxando-o fortemente para baixo e para trás, para o seu quadril.

— Arrgh! — Ele grita de dor e surpresa, enquanto se inclina desequilibrado, eu trago meu joelho, rápido e duro, até sua virilha, e faço um contato perfeito com o meu objetivo. Eu me esquivo habilmente para minha esquerda, enquanto seus joelhos se dobram e ele cai com um gemido no chão da cozinha, segurando entre suas pernas.

— Nunca mais me toque de novo, — eu rosno para ele. — O seu itinerário e os folhetos estão embalados em minha mesa. Vou para casa agora. Faça uma boa viagem. E, no futuro, pegue seu próprio maldito café.

— Vá se foder, sua puta! — Ele meio que grita, meio geme para mim, mas eu já estou fora da porta.

Eu corro me arremessando em cheio para a minha mesa, pego meu casaco e minha bolsa, e corro para frente da recepção, ignorando os gemidos e maldições que emanam do bastardo ainda prostrado no chão da cozinha.

Estouro para fora do prédio e paro por um momento, quando o ar frio bate no meu rosto, respiro fundo, e me recomponho. Mas não comi o dia todo, e quando o aumento indesejável de adrenalina diminui, minhas pernas fraquejam debaixo de mim e eu afundo no chão.

Eu vejo com distanciamento leve o filme em câmara lenta que se desenrola diante de mim: Christian e Taylor em ternos escuros e camisas brancas, pulando para fora do carro à espera e correndo em minha direção. Christian afunda de joelhos ao meu lado, e em algum nível inconsciente, tudo que eu consigo pensar é: Ele está aqui. Meu amor está aqui.

— Ana, Ana! O que há de errado? — Ele me põe em seu colo, passando as mãos para cima e para baixo em meus braços, verificando se há quaisquer sinais de ferimentos. Agarrando minha cabeça entre as mãos, ele me encara com aterrorizados, olhos cinza arregalados para mim. Eu cedo contra ele de repente, sobrecarregada com alívio e cansaço. Oh, os braços de Christian. Não há outro lugar que eu goste mais de estar.

— Ana. — Ele sacode-me gentilmente. — O que há de errado? Você está doente?

Sacudo a cabeça, quando percebo que preciso começar a me comunicar.

— Jack, — eu sussurro, e sinto em vez de ver, o olhar rápido de Christian para Taylor, que abruptamente desaparece dentro do prédio.

— Porra! — Christian envolve-me em seus braços. — O que foi que o miserável fez para você?

E de algum lugar, simplesmente do lado da loucura, algumas bolhas de riso explodem em minha garganta. Eu me lembro do enorme choque de Jack quando peguei seu dedo.

— Isto foi o que fiz para ele. — Eu começo a rir e não consigo parar.

— Ana! — Christian me sacode de novo, e meu ataque de riso cessa. — Ele tocou em você?

— Apenas uma vez.

Sinto os músculos de Christian se tencionar, enquanto a raiva varre por ele, ele se lenta rapidamente, poderosamente, rigidamente estável, comigo em seus braços. Ele está furioso. Não!

— Onde está o filho da puta?

De dentro do edifício ouvimos gritos abafados. Christian me cococa de pé.

— Você pode ficar de pé?

Concordo com a cabeça.

— Não vá para dentro. Não, Christian. — De repente, o meu medo está de volta, o medo do que Christian irá fazer com Jack.

— Entre no carro, — ele grunhe para mim.

— Christian, não. — Eu agarro o braço dele.

— Entre no maldito carro, Ana. — Ele me sacode.

— Não! Por favor! — Peço-lhe. — Fique. Não me deixe sozinha. — Eu uso minha melhor arma.

Fervendo, Christian passa a mão pelos cabelos e olha para mim, claramente destroçado com a indecisão. Os gritos de dentro da construção agravam, e depois param de repente.

Oh, não. O que Taylor fez?

Christian pesca seu BlackBerry.

— Christian, ele tem os meus e-mails.

— O quê?

— Meus e-mails para você. Ele queria saber onde estava o seu endereço de e-mails para mim. Ele estava tentando me chantagear.

O olhar de Christian é assassino. Oh merda.

— Porra! — Ele resmunga e aperta os olhos para mim. Ele soca um número em seu BlackBerry.

Ah, não. Estou em apuros. Quem é que ele está chamando?

— Barney. Grey. Preciso de você para acessar a pagina do servidor SIP e limpar todos os e-mails de Anastásia Steele para mim. Em seguida, acessar os arquivos de dados pessoais de Jack Hyde e verificar se eles estão armazenados lá. Se estiverem, limpe-os. . . Sim, todos eles. Agora. Avise-me quando estiver feito.

Ele apunhala o botão de desligar, em seguida, disca outro número.

— Roach. Grey. Hyde, eu o quero fora. Agora. Neste minuto. Chame a segurança. Leve-o para limpar sua mesa imediatamente, ou liquidar essa empresa vai ser a primeira coisa que farei no período da manhã. Você já tem todas as justificativas que precisa para dar-lhe a demissão. Você entende? — Ele escuta por um momento e desliga aparentemente satisfeito.

— BlackBerry, — ele sussurra para mim com os dentes cerrados.

— Por favor, não fique bravo comigo. — Eu pisco para ele.

— Estou tão bravo com você agora, — ele rosna e mais uma vez varre a mão pelo cabelo. — Entre no carro.

— Christian, por favor...

— Entre na merda do carro, Anastásia, ou Deus me ajude, eu vou colocá-la lá eu mesmo, — ele ameaça seus olhos brilhando de fúria.

Oh merda.

— Não faça nada estúpido, por favor, — eu imploro.

— ESTÚPIDO, — ele explode. — Eu disse para você usar seu BlackBerry porra. Não fale comigo sobre estúpido. Entre na porra do carro, Anastásia, AGORA! — Ele rosna e um frisson de medo me percorre. Este é um Christian muito zangado. Eu nunca o vi tão bravo assim antes. Ele está apenas se segurando em seu autocontrole.

—Ok, — eu murmuro, aplacando-o. — Mas, por favor, tenha cuidado.

Apertando os lábios em uma linha dura, ele aponta com raiva para o carro, olhando para mim.

Caramba, tudo bem, eu entendi a mensagem.

— Por favor, tenha cuidado. Eu não quero que nada aconteça com você. Isto iria me matar, — murmuro.

Ele pisca rapidamente e se acalma, abaixa seu braço enquanto respira profundamente.

— Serei cuidadoso, — ele diz, os olhos amolecendo. Oh, graças a Deus. Seus olhos me queimam, enquanto vou para o carro, abro a porta do passageiro, e entro. Uma vez que estou em segurança, no conforto do Audi, ele desaparece dentro do prédio, e meu coração salta de novo em minha garganta. O que ele está planejando fazer?

Eu sento e espero. E espero. E espero. Cinco eternos minutos. O táxi de Jack estaciona na frente do Audi. Dez minutos. Quinze. Caramba, o que eles estão fazendo lá, e como está Taylor? A espera é angustiante.

Vinte e cinco minutos depois, Jack sai do prédio, segurando uma caixa de papelão. Atrás dele está o guarda de segurança. Onde ele estava antes? E depois dele, Christian e Taylor. Jack parece doente. Ele vai direto para o taxi, e sou grata pelas janelas fortemente escurecidas do Audi, assim ele não pode me ver. O taxi sai, possivelmente não para o Sea-Tac,[7] quando Christian e Taylor alcançam o carro.

Abrindo a porta do motorista, Christian desliza suavemente no banco, provavelmente porque estou na frente, e Taylor fica atrás de mim. Nenhum deles diz uma palavra, quando Christian dirige o carro e entra no tráfego. Eu arrisco uma rápida olhada em Cinquenta. Sua boca está definida em uma linha firme, mas ele parece distraído. Quando o telefone do carro toca.

— Grey, — Christian dispara.

— Sr. Grey, aqui é Barney.

— Barney, estou no viva-voz, e há outros no carro, — alerta Christian.

— Senhor, tudo está feito. Mas preciso falar com você sobre o que mais achei no computador do Sr. Hyde.

— Eu ligo quando chegar ao meu destino. E obrigado, Barney.

— Sem problemas, Sr. Grey.

Barney desliga. Ele soa muito mais jovem do que eu esperava.

O que mais está no computador de Jack?

— Você vai falar comigo? —Pergunto silenciosamente.

Christian olha para mim, antes de fixar seus olhos de volta à estrada em frente, e posso dizer que ele ainda está bravo.

— Não, — ele resmunga, emburrado.

Oh, lá vamos nós. . . tão infantil. Envolvo meus braços à minha volta e olho cega para fora da janela. Talvez devesse lhe pedir para me deixar no meu apartamento, então ele pode "não falar" comigo na segurança do Escala e salvar-nos de uma inevitável discussão. Mas, mesmo enquanto eu penso nisto, sei que não quero deixá-lo preocupado, não depois de ontem.

Eventualmente, nós paramos em frente de seu prédio, e Christian sai do carro. Movendo-se rapidamente com graça para meu lado, abre minha porta.

— Venha, — ele ordena enquanto Taylor se instala no banco do motorista. Eu pego sua mão estendida e segui-o através do grande hall para o elevador. Ele não me solta.

— Christian, por que está tão bravo comigo? — Eu sussurro, enquanto esperamos.

— Você sabe porque, — ele resmunga enquanto entramos no elevador, e dá um soco no código para seu andar. — Deus, se algo tivesse acontecido com você, ele estaria morto agora. — O tom de Christian me dá calafrios até os ossos. As portas se fecham.

— Eu vou arruinar sua carreira, para que ele não possa tirar vantagem de jovens mulheres mais, justificativa miserável para o homem que ele é. — Ele balança a cabeça. — Jesus, Ana! — Ele me agarra de repente, aprisionando-me no canto do elevador.

Suas mãos apunhalam em meus cabelos, enquanto ele puxa meu rosto para o dele, e sua boca sobre a minha, um desespero apaixonado em seu beijo. Eu não sei por que isso me pega de surpresa, mas isto acontece.

Eu provo o seu alívio, o seu desejo, e sua raiva residual, enquanto sua língua possui minha boca.

Ele para, olha para mim, descansando seu peso contra mim, assim não posso me mexer. Ele me deixa sem fôlego, agarrando-o como apoio, olhando para aquele rosto lindo, gravado com determinação e sem qualquer traço de humor.

— Se alguma coisa tivesse acontecido com você. . . Se ele tivesse machucado você. . . — Eu sinto o arrepio que o percorre. — Black Berry, — ele comanda tranquilamente. — De agora em diante. Entendeu?

Concordo com a cabeça, engolindo, incapaz de romper o contato visual de seu olhar sombrio e hipnotizante.

Ele se endireita, liberando-me quando o elevador para.

— Ele disse que você o chutou nas bolas dele. — O tom de Christian é mais leve, com um traço de admiração, e acho que estou perdoada.

— Sim, — sussurro, ainda me recuperando da intensidade de seu beijo e seu comando apaixonado.

— Bom.

— Ray é um ex-soldado. Ele me ensinou bem.

— Estou muito feliz que ele o fez, — ele respira e acrescenta, arqueando uma das sobrancelhas, — vou ter de me lembrar disso. — Tomando minha mão, ele me leva para fora do elevador e o sigo, aliviada. Eu acho que isto e o pior que seu humor pode ficar.

— Eu preciso chamar Barney. Não vai demorar muito. — Ele desaparece em seu escritório, deixando-me presa na grande sala de estar. A Sra. Jones está adicionando os retoques finais em nossa refeição. Eu percebo que estou morrendo de fome, mas preciso de algo para fazer.

— Posso ajudar? — Eu pergunto.

Ela ri.

— Não, Ana. Posso lhe preparar uma bebida ou algo assim? Você parece abatida.

— Eu adoraria uma taça de vinho.

— Branco?

— Sim, por favor.

Eu me sento em um dos bancos do balcão, e ela me dá um copo de vinho gelado. Eu não sei o que é, mas é delicioso e desliza facilmente, suavizando os meus nervos abalados. O que eu estava pensando hoje cedo? Quão viva me senti desde que conheci Christian. Quão excitante minha vida se tornou. Caramba, eu poderia apenas ter alguns dias chatos?

E se eu nunca tivesse conhecido Christian? Eu estaria escondida em meu apartamento, conversando com Ethan, completamente assustada com meu encontro com Jack, sabendo que teria que enfrentar o miserável novamente na sexta-feira. E bem, não há qualquer chance que eu ponha os olhos nele novamente.

Mas para quem vou trabalhar agora? Eu franzo a testa. Eu não tinha pensado nisso. Merda, eu ainda vou ter um emprego?

— Boa noite, Gail, — Christian diz quando volta para o salão, arrastando-me dos meus pensamentos. Indo direto para a geladeira, despeja vinho em um copo.

— Boa noite, Sr. Grey. Jantar em dez minutos, senhor?

— Parece bom.

Christian levanta seu copo.

— Para ex-militares que treinam bem suas filhas, — ele diz e seus olhos amolecem.

— Saúde, — resmungo, levantando o copo.

— O que há de errado? — Christian pergunta.

— Eu não sei se ainda tenho um emprego.

Ele dobra sua cabeça para o lado.

— Você ainda quer um?

— Claro.

— Então você ainda tem um.      

Simples. Assim? Ele é o mestre do meu universo. Reviro os olhos para ele e ele sorri.

 

A Sra. Jones fez um empadão de frango. Ela nos deixa para apreciar os frutos de seu trabalho, e me sinto muito melhor agora que tenho algo para comer. Estamos sentados no balcão, e apesar da minha melhor bajulação, Christian não vai me dizer o que Barney tinha encontrado no computador de Jack. Eu mudo de assunto, e decido combater de vez a espinhosa questão da iminente visita de José.

— José ligou, — digo calmamente.

— Ah? — Christian se vira para mim.

— Ele quer entregar as suas fotos na sexta-feira.

— Uma entrega particular. Quanta gentileza dele, — Christian murmura.

— Ele quer sair. Para uma bebida. Comigo.

— Eu entendo.

— E Kate e Elliot devem estar de volta, — acrescento rapidamente.

Christian pousa o garfo, franzindo a testa para mim.

— O que exatamente você está pedindo?

Eu me eriço.

— Não estou pedindo nada. Estou informando sobre meus planos para sexta-feira. Olhe, eu quero ver José, e ele quer passar a noite. Ou ele fica aqui, ou pode ficar no meu apartamento, mas se ele for eu devo ir para lá também.

Os olhos de Christian se arregalam. Ele olha estarrecido.

— Ele deu em cima de você.

— Christian, foi á semanas atrás. Ele estava bêbado, eu estava bêbada, você salvou o dia, isso não vai acontecer novamente. Ele não é Jack, pelo amor de Deus.

— Ethan está lá. Ele pode lhe fazer companhia.

— Ele quer me ver, não o Ethan.

Christian olha feio para mim.

— Ele é apenas um amigo. — Minha voz é enfática.

— Eu não gosto disso.

E daí? Caramba, ele é irritante às vezes. Eu respiro fundo.

— Ele é meu amigo, Christian. Eu não o vejo desde sua exposição. E isso foi muito breve. Eu sei que você não tem amigos, além daquela horrível mulher, mas eu não reclamo sobre você vê-la, — disparo.

Christian pisca, chocado.

— Eu quero vê-lo. Eu tenho sido uma péssima amiga para ele. — Meu subconsciente está alarmado. Você está batendo o pé pequeno? Firme agora!

Olhos cinza brilham para mim.

— É isso que você pensa? — ele suspira.

— Penso sobre isto?

— Elena. Você prefere que eu não a veja?

Puta merda.

— Exatamente. Eu prefiro que você não a veja.

— Por que você não disse?

— Porque não tenho direito de dizer. Você acha que ela é sua única amiga. — Eu dou de ombros, exasperada. Ele realmente não entende. Quando isto se transformou em uma conversa sobre ela? Eu não quero nem pensar sobre ela. Eu tento orientar-nos de volta a José. — Assim como não é seu direito dizer se posso ou não posso ver José. Você não vê isso?

Christian me olha firme, perplexo, eu acho. Oh, o que ele está pensando?

— Ele pode ficar aqui, eu suponho, — ele resmunga. — Eu posso ficar de olho nele. — Ele soa petulante.

Aleluia!

— Obrigada! Você sabe, eu vou ficar aqui, também. . . — Eu sugiro. Christian concorda.

Ele sabe o que estou tentando dizer.

— Não que você não tenha espaço. — Eu sorrio.

Seus lábios movem-se lentamente.

— Você está rindo de mim, Srta. Steele?

— Definitivamente, Sr. Grey. — Eu levanto no caso suas mãos começarem a se contorcer, limpando nossos pratos, e então os colocando na máquina de lavar.

— Gail faz isso.

— Tenho feito isso agora. — Eu levanto e olho para ele. Ele está me observando atentamente.

— Tenho que trabalhar por um tempo, — ele diz se desculpando.

— Legal. Eu vou encontrar algo para fazer.

— Venha aqui, — ele ordena, mas sua voz é suave e sedutora, seus olhos aquecidos. Eu não hesito em entrar em seus braços, apertando em volta de seu pescoço, quando ele empoleira-se no banquinho do balcão.

Ele coloca os braços à minha volta, esmagando-me contra ele, e apenas me abraça.

— Você está bem? — Ele sussurra em meu cabelo.

— Estou bem?

— Depois do que aconteceu com aquele filho da puta? Depois do que aconteceu ontem? — Ele acrescenta, sua voz calma e seria.

Eu olho dentro dos escuros, sérios, olhos cinza. Estou bem?

— Sim, — sussurro.

Seus braços apertam a minha volta, e me sinto segura, querida e amada ao mesmo tempo. É bem-aventurada. Fechando os olhos, gosto da sensação de estar em seus braços. Eu amo esse homem. Adoro seu cheiro inebriante, sua força, seu jeito volátil, meu Cinquenta.

— Não vamos brigar, — ele murmura. Beijando meu cabelo e inalando profundamente. — Você está com um cheiro delicioso, como de costume, Ana.

— Você também, — sussurro e beijo seu pescoço.

Ele me libera rápido demais.

— Vou levar apenas umas duas horas.

 

Ando sem vontade por todo o apartamento. Christian ainda está trabalhando. Eu tomo um banho e vestida em um suéter e minha camiseta, estou entediada. Eu não quero ler. Se ficar quieta, vou lembrar-me de Jack e seus dedos em mim.

Eu verifico meu antigo quarto, o quarto das submissas. José pode dormir aqui, ele vai gostar da vista.

São oito e quinze, e o sol está começando a afundar-se no oeste. As luzes da cidade brilham abaixo de mim. É glorioso. Sim, José vai gostar daqui. Pergunto-me à toa onde Christian irá pendurar as minhas fotos que José tirou. Eu prefiro que ele não o faça. Eu não estou interessada em olhar para mim mesmo.

Voltando para o corredor, me encontro fora da sala de jogos, e sem pensar, eu tento a maçaneta da porta. Christian normalmente á mantém trancada, mas para minha surpresa, a porta se abre.

Que estranho. Sentindo-me como uma criança bolando aula e vagueando para a floresta proibida, eu entro. Está escuro. Eu aperto o interruptor e as luzes sob a luz da cornija, ascende com um brilho suave. É como eu me lembro. Uma sala parecida com um útero.

Memórias da última vez que estive aqui cruzam através de minha mente. A correia. . . Eu estremeço com a recordação. Agora ela pende inocentemente, alinhada com as outras, na prateleira ao lado da porta. Timidamente corro meus dedos sobre os cintos, os flagelos, as pás, e os chicotes.

Puxa. Isto é o que preciso conciliar com o Dr. Flynn. Pode alguém com este estilo de vida parar? Parece tão improvável. Passeando até a cama, me sento nos suaves lençóis de cetim vermelho, olhando ao redor por todos os aparatos.

Ao meu lado está o banco, e acima está á variedade de bastões. Tantos! Certamente são suficiente? Bem, quanto menos se falar sobre isto melhor. E a grande mesa. Nunca tentei isso, tudo o que ele faz sobre ela. Meus olhos caem no divã, e movo-me para me sentar nele. É apenas um sofá, nada de extraordinário nisso, nada para prender qualquer coisa também, nada que eu possa ver. Olhando para trás, espio a antiga cômoda. A minha curiosidade é aguçada. Por que ela continua aqui?

Quando abro a gaveta de cima, sinto que meu sangue está martelando em minhas veias. Por que estou tão nervosa? Isso é tão ilícito, como se eu estivesse invadindo, o que é claro estou. Mas se ele quer casar comigo, então. . .

Puta merda, o que é tudo isso? Um conjunto de instrumentos e implementos bizarros, não tenho a menor ideia do que eles são, ou porque eles estão cuidadosamente dispostos em exibição no compartimento.

Eu pego um. É em forma de bala com uma espécie de alça. Humm. . . o que diabos se faz com isto? Minha mente fica confusa, embora eu ache que tenho uma ideia. Caramba, há quatro tamanhos diferentes!

Meu couro cabeludo pinica e olho para cima.

Christian está de pé na porta, olhando para mim, seu rosto ilegível. Há quanto tempo ele está lá? Sinto-me como se tivesse sido pega com a mão no pote de biscoitos.

— Oi. — Sorrio nervosamente para ele, e sei que meus olhos estão arregalados e que eu estou pálida.

— O que você está fazendo? — ele pergunta em voz baixa, mas há uma tendência oculta em seu tom.

Oh merda. Ele está bravo? Eu ruborizo.

— Eu. . . Eu estava entediada e curiosa, — resmungo, com vergonha por ser descoberta. Ele disse que seriam duas horas.

— É uma combinação muito perigosa. — Ele corre o longo dedo indicador através de seu lábio inferior em contemplação silenciosa, sem tirar os olhos de mim. Eu engulo e minha boca fica seca.

Lentamente, ele entra na sala e fecha a porta, silenciosamente atrás dele, seus olhos de um ardente cinza liquido. Oh meu Deus. Ele inclina-se casualmente em cima da cômoda, mas acho que sua posição é enganosa.

Minha deusa interior não sabe se trata-se de uma briga ou uma estratégia.

— Então, sobre o que exatamente você está curiosa, Srta. Steele? Talvez eu possa esclarecê-la.

— A porta estava aberta. . . Eu — Olho para Christian enquanto prendo a respiração e pisco, incerta como nunca de sua reação ou o que devo dizer. Seus olhos estão escuros. Eu acho que ele acha engraçado, mas é difícil dizer. Ele coloca os cotovelos sobre a antiga cômoda e apóia o queixo sobre as mãos entrelaçadas.

— Eu estava aqui hoje cedo pensando no que fazer com tudo isso. Devo ter me esquecido de trancá-la. — Ele franze a testa momentaneamente, como se deixar a porta aberta fosse um lapso terrível de julgamento. Eu olho feio, isto não parece como se ele tivesse esquecido.

— Anh?

— Mas agora aqui está você, curiosa como sempre. — Sua voz é suave, intrigada.

— Você não está bravo? — Eu sussurro, usando o resto do meu fôlego.

Ele dobra a cabeça para um lado, e contrai seus lábios em diversão.

— Por que eu estaria bravo?

— Sinto como se estivesse invadindo. . . e você está sempre com raiva de mim. — Minha voz é calma, mas estou aliviada. A testa de Christian vinca mais uma vez.

— Sim, você está invadindo, mas eu não estou bravo. Espero que um dia você venha morar comigo aqui, e tudo isto, — ele aponta vagamente em volta da sala com uma mão — vai ser seu, também.

Minha sala de jogos. . . oh? Eu olho embasbacada para ele, isto é muito para a se entender.

— É por isso que eu estava aqui hoje. Tentando decidir o que fazer. — Ele bate na boca com o dedo indicador. — Estou com raiva de você o tempo todo? Eu não estava esta manhã.

Oh, isso é verdade. Sorrio com a memória de Christian quando acordou, e distraio-me do pensamento do que acontecerá com a sala de jogos. Ele estava um Cinquenta tão divertido esta manhã.

— Você esta brincando. Eu gosto do Christian brincalhão.

— Você gosta, agora? — Ele arqueia a sobrancelha, e sua linda boca curva-se em um sorriso, um sorriso tímido. Uou!

— O que é isso? — Eu seguro a coisa de bala de prata.

— Sempre faminta por informação, Srta. Steele. Isso é um plug anal, — ele diz suavemente.

— Oh. . .

— Comprei para você.

O quê?

— Para mim?

Ele balança a cabeça lentamente, o rosto agora sério e cauteloso.

Eu franzo a testa.

— Você compra novos. . . brinquedos. . . para cada submissa?

— Algumas coisas. Sim.

— Plugs de bundas?

— Sim.

Ok. . . Eu engulo. Plug anal. É de metal sólido, com certeza é desconfortável? Lembro-me de nossa discussão sobre brinquedos sexuais e limites rígidos depois que me formei. Eu acho que na época eu disse que iria tentar. Agora, realmente vendo um, eu não sei se é algo que eu quero fazer. Eu o examino mais uma vez e coloco-o de volta na gaveta.

— E este? — Eu tiro um longo, objeto preto de borracha, feito de bolhas esféricas unidas, diminuindo gradualmente, a primeira mais larga e a última muito pequena. Oito bolhas no total.

— Contas Anais, — Christian diz, me observando atentamente.

Oh! Eu examino-as com horror fascinado. Todas estas, dentro de mim. . . lá! Eu não tinha ideia.

— Elas têm um grande efeito se você retirá-las no meio do orgasmo, — acrescenta o assunto com naturalidade.

— Isto é para mim? — Eu sussurro.

— Para você. — Ele acena com a cabeça lentamente.

— Esta é a gaveta da bunda?

Ele sorri.

— Se você gostar.

Eu a fecho rapidamente, ruborizando como um semáforo.

— Você não gosta da gaveta da bunda? — ele pergunta inocentemente, divertido. Olho para ele e dou de ombros, tentando disfarçar meu choque.

— Não está no topo da minha lista de cartões de Natal, — murmuro indiferente. Timidamente, eu abro a segunda gaveta. Ele sorri.

— A próxima gaveta tem uma seleção de vibradores.

Eu fecho a gaveta rapidamente.

— E a próxima? — Eu sussurro, queimando ainda mais, mas desta vez com vergonha.

— Esta é mais interessante.

Oh! Hesitante, eu abro a gaveta, não tirando os olhos de seu rosto bonito, e também convencido. Dentro, há uma variedade de artigos de metal e alguns prendedores de roupa. Pregadores! Pego um grande dispositivo de metal parecido com um clipe.

— Grampo genital, — Christian diz. Ele se levanta e chega casualmente ao meu lado. Eu coloco isto de volta imediatamente e opto por algo mais delicado—dois pequenos clipes preso em uma corrente.

— Alguns destes são para dor, mas a maioria é para o prazer, — ele murmura.

— O que é isso?

— Grampos de mamilos, este é para os dois.

— Os dois? Mamilos?

Christian sorri para mim.

— Bem, há dois grampos, bebê. Sim, ambos os mamilos, mas isso não foi o que eu quis dizer. Estes são para o prazer e a dor.

Oh. Ele o pega de mim.

— Segure o seu dedo mindinho.

Eu faço como ele pede, e ele grampeia um clipe na ponta do meu dedo. Não é muito desagradável.

— A sensação é muito intensa, mas quando os tira é onde está o seu maior prazer e dor. — Eu removo o clipe. Humm, isto poderia ser bom. Contorço-me só de pensar.

— Eu gosto como estes se parecem, — murmuro e Christian sorri.

— Você gosta disto, Srta. Steele? Acho que posso contar.

Concordo com a cabeça timidamente, mordendo meu lábio. Ele me alcança e puxa meu queixo para que eu solte meu lábio inferior.

— Você sabe o que isto faz comigo, — murmura.

Eu coloco os clipes de volta na gaveta, e Christian se inclina e tira mais dois.

— Estes são ajustáveis. — Ele segura para que eu os inspecione.

— Ajustáveis?

— Você pode usá-los bem apertado. . . ou não. Dependendo do seu humor.

Como ele faz este som tão erótico? Eu engulo, e para desviar sua atenção, puxo um dispositivo que se parece com um cortador de massa espetado.

— E isto? — Eu franzo a testa. Não é para cozinhar em uma sala de jogos, com certeza.

— Isso é um cata-vento Wartenberg.[8]

— Para que serve?

Ele estende o braço e o tira de mim.

— Dê-me sua mão. A palma para cima.

Ofereço-lhe minha mão esquerda e ele pega-a suavemente, patinando seu polegar sobre meus dedos. Um arrepio percorre-me. Sua pele contra a minha, isto nunca deixa de me excitar. Ele corre a roda sobre a minha palma.

— Ah! — Os dentes mordem minha pele, é mais do que apenas dor. Na verdade, faz ligeiras cócegas.

— Imagine isto sobre os seus seios, — Christian murmura lascivamente.

Oh! Eu ruborizo e puxo minha mão de volta. Minha respiração e meu coração aumentam a frequência. Puta merda.

— Há uma linha tênue entre o prazer e a dor, Anastásia, — ele diz baixinho, enquanto se inclina e coloca o dispositivo de volta na gaveta.

— Pregadores de roupa? — Eu sussurro.

— Você pode fazer muita coisa com um pregador de roupas. — Seus olhos cinza queimando.

Eu me inclino contra a gaveta de modo que ela se fecha.

— É só isso? — Christian parece divertido.

— Não. . . — Eu abro a quarta gaveta para ser surpreendida por jogos de couro e correias. Puxo com força uma das correias. . . parece ser ligada a uma bola.

— Bola mordaça. Para mantê-la quieta, — diz Christian, divertindo-se mais uma vez.

— Limite flexível, — eu murmuro.

— Eu me lembro, — ele diz. — Mas você ainda pode respirar. Seus dentes prendem sobre a bola. — Tirando isto de mim, ele reproduz uma boca exercendo pressão na bola com os dedos.

— Você já usou um destes? — Eu pergunto.

Ele olha para mim tranquilamente.

— Sim.

— Para mascarar seus gritos?

Ele fecha os olhos, e acho que é em exasperação.

— Não, isso não é o que somos.

Oh?

— É sobre controle, Anastásia. Quão indefesa você estaria, se estivesse amarrada e não pudesse falar? Quão confiante você tem que ser, sabendo que eu tenho tanto poder sobre você? Que tenho que ler o seu corpo e sua reação, ao invés de ouvir suas palavras? Isso a torna mais dependente, me põe no controle final.

Eu engulo.

— Você soa como se o perdesse.

— Isto é o que eu sei, — ele murmura, olhando para mim. Seus olhos cinza estão arregalados e graves, e o ambiente entre nós muda como se ele estivesse em um confessionário.

— Você tem poder sobre mim. Você sabe que tem, — eu sussurro.

— Eu? Você me faz sentir. . . impotente.

— Não! — Oh Cinquenta. . . — Por quê?

— Porque você é a única pessoa que conheço que realmente poderia me machucar. — Ele se aproxima e enfia meu cabelo atrás da minha orelha.

— Oh, Christian. . . isto funciona nos dois sentidos. Se você não me quiser... — tremo, olhando para os meus retorcidos dedos. Nisto reside minha outra obscura reserva sobre nós. Se ele não estivesse tão. . . machucado, ele iria me querer? Sacudo a cabeça. Tenho que tentar não pensar assim.

— A última coisa que quero fazer é te machucar. Eu te amo, — murmuro, aproximando-me correndo meus dedos por sua costeleta e suavemente aliso as suas bochechas. Ele inclina o rosto para o meu toque, derrubando de volta a mordaça na gaveta, e aconchegando-se em mim, com as mãos na minha cintura. Ele puxa-me contra ele.

— Já terminamos a demonstração e a explicação? — ele pergunta, sua voz suave e sedutora. Sua mão se move para cima de minhas costas até minha nuca.

— Por quê? O que você quer fazer?

Ele se inclina e beija-me suavemente, e eu derreto contra ele, segurando seus braços.

— Ana, você quase foi atacada hoje. — Sua voz é suave, mas gelada e cautelosa.

— E daí? — Pergunto, desfrutando a sensação de sua mão em minhas costas e sua proximidade. Ele puxa a cabeça para trás e olha feio para mim.

— O que quer dizer com e “daí”? — ele repreende.

Eu olho em seu adorável rosto, mal-humorado, e fico deslumbrada.

— Christian, eu estou bem.

Ele me envolve em seus braços, segurando-me perto.

— Quando penso o que poderia ter acontecido, — ele suspira, enterrando o rosto no meu cabelo.

— Quando vai aprender que sou mais forte do que pareço? — Eu sussurro tranquilizadora em seu pescoço, inalando seu cheiro delicioso. Não há nada melhor no planeta do que estar nos braços de Christian.

— Eu sei que você é forte, — Christian resmunga baixinho. Beijando meu cabelo, então, para minha grande decepção, me libera. Oh?

Abaixando-me pesco outro item da gaveta aberta. Várias algemas anexadas a uma barra. Eu as seguro.

— Isto, — Christian diz, seus olhos escurecendo, — é uma barra de extensão, com apoio no tornozelo e no pulso.

— Como isto funciona? — Pergunto, genuinamente intrigada. Minha deusa interior põe a cabeça para fora de sua fortificação.

— Você quer que lhe mostre? — Ele inspira com surpresa, fechando os olhos por alguns instantes.

Eu pisco para ele. Quando ele abre os olhos, eles estão em chamas.

Oh meu Deus.

— Sim, eu quero uma demonstração. Gosto de ser amarrada, — sussurro quando minha deusa interior salta com vara da fortificação em direção a sua espreguiçadeira.

— Oh, Ana, — ele murmura. Olhando aflito de repente.

— O quê?

— Não aqui.

— O que você quer dizer?

— Eu a quero na minha cama, não aqui. Venha.

— Ele pega a barra e minha mão, em seguida, leva-me imediatamente para fora da sala.

Por que estamos saindo? Olho para trás conforme saimos.

— Por que não aqui?

Christian para na escada e me olha, sua expressão séria.

— Ana, você pode estar pronta para voltar para lá, mas eu não estou. A última vez que estivemos lá, você me deixou. Eu continuo dizendo a você, quando você vai entender? — Ele franze a testa, me liberando para que possa gesticular com as mãos livre.

— Toda minha atitude mudou com as consequências. Minha visão de vida mudou radicalmente. Eu já lhe disse isso. O que eu não disse a você é — Ele para e passa a mão pelos cabelos, buscando as palavras corretas. — Eu sou como um alcoólatra em recuperação, ok? Essa é a única comparação que posso pensar. A compulsão se foi, mas eu não quero colocar a tentação no meu caminho. Eu não quero te machucar.

Ele parece tão arrependido, e naquele momento, uma forte dor lancinante se lança através de mim.

O que eu fiz a este homem? Tenho melhorado a sua vida? Ele estava feliz antes de me conhecer, não estava?

— Eu não posso suportar feri-la porque eu te amo, — ele acrescenta, olhando-me, sua expressão de uma sinceridade absoluta, como um garotinho dizendo uma verdade muito simples.

Ele é completamente franco, e me tira o fôlego. Eu o adoro mais do que qualquer coisa ou qualquer um. Eu amo este homem incondicionalmente.

Eu me lanço para ele com tanta força, que ele tem que largar o que está levando para me pegar quando o empurro contra a parede. Agarrando o seu rosto entre minhas mãos, puxo seus lábios contra os meus. Eu posso provar sua surpresa, quando empurro minha língua em sua boca. Estou de pé no degrau acima dele, estamos no mesmo nível, e sinto a poderosa euforia. Beijando-o apaixonadamente, meus dedos retorcendo em seus cabelos, quero tocá-lo, em todos os lugares, mas me contenho, sabendo de seu medo. Independente disso, meu desejo se desenrola, quente e pesado, florescendo dentro de mim. Ele geme e agarra meus ombros, afastando-me.

— Você quer que eu te foda na escada? — Ele murmura, sua respiração irregular. — Porque, neste momento eu faria.

— Sim, — eu murmuro e tenho certeza de que meu olhar escuro combina com o dele.

Ele me olha, seus olhos entrecerrados e pesados.

— Não. Eu quero você na minha cama. — De repente me levanta sobre seu ombro, fazendo-me gritar, bem alto, e dá uma tapa forte em minha bunda, para que eu grite novamente. Quando desce as escadas, ele inclina-se para pegar a barra caída.

A Sra. Jones está saindo da despensa, quando passamos pelo corredor. Ela sorri para nós, e dou-lhe um aceno pedindo desculpas. Eu não acho que Christian a notou.

No quarto, ele me coloca de pé e deixa cair à barra sobre a cama.

— Eu não acho que você vá me machucar, — eu inspiro.

— Eu não acho que eu vou machucá-la, também, — ele diz. Pega minha cabeça nas mãos e me beija, longa e fortemente, inflamando o meu sangue já aquecido.

— Eu te quero tanto, — ele sussurra contra minha boca, ofegante. — Você tem certeza a respeito disso, depois de hoje?

— Sim. Eu o quero, também. Quero que você me dispa. — Não posso esperar para por minhas mãos sobre ele, meus dedos estão coçando para tocá-lo.

Seus olhos se arregalam e por um momento, ele hesita, talvez para considerar meu pedido.

— Tudo bem, — ele diz com cautela.

Eu alcanço o segundo botão de sua camisa e o ouço recuperar o fôlego.

— Eu não vou tocar em você se você não quiser, — eu sussurro.

— Não, — ele responde rapidamente. — Faça. Está tudo bem. Eu estou bem, —resmunga.

Eu gentilmente desfaço o botão e meus dedos deslizam para baixo de sua camisa para o próximo. Seus olhos estão largos e luminosos, seus lábios se separaram, quando sua respiração enfraquece. Ele é tão bonito, mesmo com medo. . . apesar de seu medo. Eu desfaço o terceiro botão e sinto o pelo macio pinicar através do grande V da camisa.

— Quero beijar você aqui, — murmuro.

Ele inala drasticamente.

— Beijar-me?

— Sim, — murmuro.

Ele suspira quando desfaço o próximo botão e muito lentamente inclino-me, tornando a minha intenção clara. Ele está segurando a respiração, mas está completamente imóvel, quando planto um beijo suave entre os cachos macios expostos. Eu desfaço o último botão e levanto o meu rosto para ele. Ele está me encarando, e há um olhar de satisfação, calma e. . . maravilhado sobre seu rosto.

— Está ficando mais fácil, não é? — Eu sussurro.

Ele balança a cabeça, quando empurro lentamente a camisa de seus ombros e a deixo cair no chão.

— O que esta fazendo comigo, Ana? — ele murmura. — Seja o que for, não pare. — E me acolhe em seus braços, prendendo ambas as mãos em meu cabelo e puxando minha cabeça para trás, para que possa ter acesso fácil a minha garganta.

Ele corre seus lábios até meu queixo, beliscando suavemente. Gemo. Oh, eu quero esse homem. Meus dedos se atrapalham em seu cós, desfazendo o botão e puxando para baixo o zíper.

— Oh, bebê, — ele suspira enquanto beija atrás de minha orelha. Eu sinto sua ereção firme e dura, lutando contra mim. Eu o quero em minha boca. Eu recuo abruptamente e caio de joelhos.

— Uou? — ele suspira.

Brigo com suas calças e a boxer bruscamente, e ele surge livre. Antes que possa me parar, eu o levo para minha boca, sugando duro, desfrutando de sua chocada perplexidade, enquanto sua boca cai aberta. Olhando-me, observando cada movimento meu, os olhos tão escuro e cheio de felicidade carnal. Oh meu Deus. Recolho meus dentes e chupo mais duro. Ele fecha os olhos e se entrega a esse abençoado prazer carnal, que é tão excitante. Eu sei o que fazer com ele, isto é hedonístico, libertador e sexy como o inferno. O sentimento é inebriante, não sou apenas poderosa, sou onisciente.

— Porra, — ele sussurra e gentilmente embala minha cabeça, flexionando os quadris para que se mova mais profundo dentro de minha boca. Oh sim, quero isso e rodopio minha língua ao redor dele, puxando forte. . . mais e mais.

—Ana. — Ele tenta dar um passo para atrás.

Oh você não vai fazer isso, Grey. Eu quero você. Agarro seus quadris firmemente, redobrando meus esforços, e posso dizer que ele está perto.

— Por favor, — ele arqueja. — Estou chegando, Ana, — ele geme.

Bom. Minha deusa interior joga sua cabeça para trás em êxtase, e ele vem, ruidosamente e molhado, em minha boca.

Ele abre seus brilhantes olhos cinza, encarando-me, e sorrio para ele, lambendo meus lábios. Ele sorri de volta para mim, um sorriso perverso e lascivo.

— Oh, então este é o jogo que estamos jogando, Srta. Steele? — Inclinando-se, engancha suas mãos debaixo dos meus braços e me puxa de pé. De repente, sua boca está na minha. Ele geme.

— Eu posso sentir o meu gosto. Você tem gosto melhor, — ele murmura contra meus lábios. Puxa minha camiseta fora e joga-a descuidadamente no chão, então me pega e me joga na cama.

Agarrando a barra do meu suéter, ele puxa abruptamente de modo que se solta em um movimento rápido. Eu estou nua por baixo, deitada em sua cama. Esperando. Querendo. Seus olhos me bebem, e lentamente ele remove o resto de suas roupas, sem tirar os olhos de mim.

— Você é uma linda mulher, Anastásia, — ele murmura apreciativo.

Humm. . . Eu inclino minha cabeça coquete para um lado e sorrio para ele.

— Você é um homem bonito, Christian, e tem um gosto muito bom.

Ele me dá um sorriso perverso e agarra a barra de extensão. Agarrando meu tornozelo esquerdo, ele rapidamente algema-o, travando a fivela firmemente, mas não muito apertado. Ele testa quanto espaço tenho, deslizando seu dedo mindinho entre a algema e meu tornozelo. Ele não tira os olhos dos meus, ele não precisar ver o que está fazendo. Humm. . . ele já fez isso antes.

— Nós teremos que ver qual o seu gosto. Se bem me lembro, você é uma iguaria rara e requintada, Srta. Steele.

Oh.

Segurando meu outro tornozelo, ele rapidamente e eficientemente algema-o muito bem, de modo que meus pés fiquem a cerca de meio metro de distância.

— A coisa boa sobre este difusor é que ele se expande, — murmura. Ele seleciona alguma coisa na barra, então empurra minhas pernas espalhadas ainda mais. Uou, um metro para os lados. Minha boca despenca, e respiro fundo. Porra, isso é excitante. Estou em chamas, inquieta e necessitada.

Christian lambe o lábio inferior.

— Oh, vamos nos divertir com isso, Ana. — Descendo, ele agarra a barra e torce-a para que eu vire de frente. Isto me pega de surpresa.

— Veja o que eu posso fazer com você? — ele diz sombriamente e torce novamente de forma abrupta, então estou mais uma vez de costas, abismada com ele, sem fôlego.

— Essas outras algemas são para os pulsos. Vou pensar sobre isso. Depende de como se comportar ou não.

— Quando foi que não me comportei?

— Eu posso pensar em algumas infrações, — ele diz suavemente, correndo os dedos pelas solas dos meus pés. Isto faz cócegas, mas a barra me segura no lugar, embora eu tente me contorcer para longe de seus dedos.

— O BlackBerry, por exemplo.

Eu suspiro.

— O que você vai fazer?

— Oh, eu nunca revelo meus planos. — Ele sorri, seus olhos brilhando com coisas claramente diabólicas.

Puta merda. Ele é tão assustadoramente sexy, que me tira o fôlego.

Ele rasteja até a cama de modo que fica ajoelhado entre minhas pernas, gloriosamente nuas, e fico impotente.

— Humm. Você está tão exposta, Srta. Steele. — Ele corre os dedos de ambas às mãos para cima no interior de cada uma de minhas pernas, devagar, seguramente, fazendo pequenas formas circulares. Nunca quebrando o contato visual comigo.

— É tudo questão de antecipação, Ana. O que vou fazer com você? — Suas palavras sussurradas penetrando diretamente na minha mais profunda, e escura parte. Remexo-me na cama e gemo. Seus dedos continuam seu ataque lento até as minhas pernas, passando para trás de meus joelhos. Instintivamente, eu quero fechar minhas pernas, mas não posso.

— Lembre-se, de que se você não gostar de algo, é só me dizer para parar, — ele murmura. Curvando-se, beija minha barriga suavemente, beijos sugados, enquanto suas mãos continuam a tortuosa jornada lenta para diante no interior de minhas coxas, tocando e brincando.

— Oh, por favor, Christian, — eu imploro.

— Oh, Srta. Steele. Eu descobri que você pode ser implacável, em seus ataques amorosos para cima de mim. Acho que eu deveria devolver o favor.

Meus dedos agarram o edredom quando me entrego a ele, sua boca suavemente indo para baixo, seus dedos indo para cima, até o ápice vulnerável e exposto de minhas coxas. Eu gemo, enquanto ele enfia os dedos dentro de mim e segura minha pélvis para recebê-los. Christian geme em resposta.

— Você nunca deixa de me surpreender, Ana. Você está tão molhada, — ele murmura contra a linha onde meu pelo púbico se junta a minha barriga. Arqueio meu corpo quando a boca me encontra.

Oh meu Deus.

Ele começa um ataque lento e sensual, sua língua girando em torno e ao redor, enquanto seus dedos se movem dentro de mim. Porque não posso fechar as pernas, ou mover-me, isto é intenso, muito intenso. Minhas costas arqueiam, quando tento absorver as sensações.

— Oh, Christian, — eu choro.

— Eu sei bebê, — ele sussurra, e para me aliviar, ele sopra suavemente sobre a parte mais sensível do meu corpo.

— Arrgh! Por favor! —Eu imploro.

— Diga meu nome, — ele ordena.

— Christian, — eu chamo, dificilmente reconhecendo minha própria voz, que está tão estridente e necessitada.

— Mais uma vez, — ele inspira.

— Christian, Christian, Christian Grey, — Eu chamo em voz alta.

— Você é minha. — Sua voz é suave e mortal, e com um último movimento de sua língua, eu despenco, espetacularmente, recebendo meu orgasmo, e porque minhas pernas estão tão afastadas, isto continua indefinidamente e estou perdida.

Vagamente, fico ciente de que Christian virou-me de frente.

— Nós vamos tentar isso, bebê. Se você não gostar, ou for muito desconfortável, me diga, e nós paramos.

O quê? Estou tão perdida no crepúsculo, para formar qualquer pensamento consciente ou coerente. Estou sentada no colo de Christian. Como isso aconteceu?

— Incline-se para baixo, bebê, — ele murmura em meu ouvido. — A cabeça e o peito na cama.

Em um torpor eu faço o que ele me pede. Ele puxa as minhas mãos e punhos para trás e algema na barra, ao lado de meus tornozelos. Oh. . . Meus joelhos ficam levantados, a minha bunda no ar, totalmente vulnerável, completamente dele.

— Ana, você parece tão bonita. — Sua voz é cheia de admiração, e ouço o rasgo da folha. Ele passa os dedos pela base da minha coluna abaixo, em direção ao meu sexo, e da uma batidinha em minha bunda.

— Quando você estiver pronta, quero isto também. — Seus dedos estão pairando sobre mim. Eu suspiro alto quando me sinto tensa sob a sua suave sondagem. — Não hoje, doce Ana, mas um dia. . .quero você em todos os sentidos. Eu quero possuir cada centímetro de você. Você é minha.

Eu penso sobre o plug de bunda, e tudo contrai profundamente dentro de mim. Suas palavras me fazem gemer, e seus dedos se movem para baixo e em torno de um território mais familiar.

Momentos depois, ele está me preenchendo.

— Aagh! Delicadamente, — eu choramingo, e ele acalma.

— Você está bem?

— Gentilmente. . . deixe-me acostumar com isso.

Ele sai lentamente de mim, então entra suavemente de volta, enchendo-me, esticando-me, duas, três vezes, e eu estou impotente.

— Sim, bem, eu consegui agora, — murmuro, saboreando a sensação.

Ele geme, e pega seu ritmo. Movendo-se, movendo-se. . . implacável. . . para frente, para dentro, enchendo-me. . .e isto é extraordinário. Existe alegria na minha impotência, alegria em minha entrega para ele, e sabendo que ele pode perder-se em mim do jeito que ele quer. Eu posso fazer isso. Ele me leva para esses lugares escuros, lugares que eu nem sabia que existiam, e juntos nós os preenchemos com luz ofuscante. Ah, sim. . .ardente, luz ofuscante.

E eu me liberto, glorificando o que ele faz comigo, encontrando minha doce, doce liberação, quando eu gozo de novo, alto, gritando seu nome. E ele acalma, derramando seu coração e alma dentro de mim.

— Ana, querida, — ele grita e desaba ao meu lado.

Seus dedos habilmente desfazendo as tiras, e esfregando meus tornozelos, em seguida, os pulsos. Quando ele termina e estou finalmente livre, ele puxa-me em seus braços e eu derivo, exausta.

Quando eu venho à tona novamente, estou enrolada ao lado dele e ele está olhando para mim. Eu não tenho ideia de que horas são.

— Eu poderia assistir você dormir para sempre, Ana, — ele murmura e beija minha testa.

Eu sorrio e movo-me languidamente para o lado dele.

— Eu nunca mais quero deixá-la partir, — ele diz baixinho e envolve seus braços a minha volta.

Humm.

— Eu nunca vou querer ir. Nunca me deixe ir, — eu murmuro sonolenta, minhas pálpebras se recusam a abrir.

— Eu preciso de você, — ele sussurra, mas sua voz é uma distante, etérea parte de meus sonhos. Ele precisa de mim. . . precisa de mim. . .e quando finalmente caio na escuridão, meus últimos pensamentos são de um menininho, com olhos cinza, sujo e confuso, com cabelos cor de cobre, sorrindo timidamente para mim.

 

Hum.

Christian está cheirando meu pescoço, enquanto eu lentamente acordo.

— Bom dia, bebê, — ele sussurra e da uma mordidinha em minha orelha. Meus olhos abrem agitados e fecham de novo rapidamente. A luz brilhante do início da manhã inunda o quarto, e sua mão macia está acariciando meu peito, suavemente me provocando. Descendo, agarra meu quadril deitando por trás de mim, segurando-me próximo.

   Estico-me ao lado dele, saboreando seu toque, e sentindo sua ereção contra meu traseiro.

Oh Deus. Um convite para despertar de Christian Grey.

— Você está feliz em me ver, — eu murmuro sonolenta, contorcendo-me sugestivamente contra ele. Sinto o seu sorriso contra meu queixo.

— Estou muito contente de ver você, — ele diz, enquanto patina sua mão sobre minha barriga e para baixo para por as mãos em concha em meu sexo e explorá-lo com os dedos. — Há vantagens concretas em acordar ao seu lado, Srta. Steele, — brinca e gentilmente me vira, de modo que fico deitada de costas.

— Dormiu bem? — Pergunta enquanto seus dedos continuam a sua tortura sensual. Ele está sorrindo para mim, seu deslumbrante sorriso perfeito, de modelo masculino americano é de matar. Ele me tira o fôlego.

Meus quadris começam a balançar ao ritmo da dança de seus dedos. Ele me beija castamente nos lábios, e então se move para baixo para meu pescoço, beliscando lentamente, beijando, e chupando enquanto ele continua. Eu gemo. Ele é gentil e seu toque é leve e celestial. Seus dedos intrépidos se movem para baixo, colocando um lentamente dentro de mim, gemo baixinho admirada.

— Oh, Ana, — murmura reverenciando contra minha garganta. — Você está sempre tão pronta. — Ele move o dedo ao mesmo tempo em que me beija, enquanto seus lábios viajam agradáveis por toda a minha clavícula e em seguida, até meu seio. Ele atormenta primeiro um, depois o outro mamilo com os dentes e os lábios, mas oh, tão gentilmente, e eles apertam e alongam em uma doce resposta.

Eu gemo.

— Hum, — ele rosna baixinho, e levanta a cabeça para dar-me um olhar com olhos cinza ardentes. — Eu quero você agora. — Ele alcança a mesa de cabeceira. Desloca-se para cima de mim, pondo seu peso nos cotovelos, e esfregando seu nariz junto a mim, enquanto abro minhas pernas para ele. Ele ajoelha-se e rasga desfolhando a embalagem.

— Eu não posso esperar até sábado, — ele diz, com os olhos brilhando de alegria devassa.

— Sua festa? — Eu arquejo.

— Não. Para parar de usar essas porras.

— Acertadamente chamado. — Eu dou uma risadinha.

Ele sorri para mim, enquanto ele desenrola o preservativo.

— Você está rindo, Srta. Steele?

— Não. — Eu tento e falho em endireitar meu rosto.

— Agora não é hora para rir. — Ele balança a cabeça em advertência, e sua voz está baixa, severa, mas sua expressão, puta merda, é glacial e vulcânica de uma só vez.

Fico com a respiração presa na minha garganta.

— Eu pensei que gostasse quando dou risada, — sussurro rouca, olhando para as profundezas escuras de seus olhos tempestuosos.

— Agora não. Há um tempo e um lugar para rir. Este não é. Preciso parar você, e acho que sei como, — diz ameaçadoramente, e seu corpo cobre o meu.

 

— O que você gostaria para o café, Ana?

— Só quero um pouco de granola. Obrigado, Sra. Jones.

Eu ruborizo, enquanto tomo meu lugar no balcão ao lado de Christian. A última vez que pus os olhos sobre a tão afetada e apropriada Sra. Jones, estava sendo arrastada sem a menor cerimônia para o quarto, por cima do ombro de Christian.

— Você está linda, — Christian diz baixinho. Estou usando minha saia lápis cinza e minha blusa cinza de seda novamente.

— Você também. — Eu sorrio timidamente para ele. Ele está vestindo uma camisa azul pálida e jeans, e parece bem, refrescado e perfeito, como sempre.

— Devemos comprar-lhe mais algumas saias, — fala o assunto com naturalidade. — Na verdade, eu adoro levá-la às compras.

Hum, compras. Eu odeio fazer compras. Mas, com Christian, talvez isto não vá ser tão ruim. Eu decido que a distração é a melhor forma de defesa.

— Eu me pergunto o que vai acontecer no trabalho hoje?

— Eles vão ter que substituir o miserável. — Christian desaprova franzindo a testa, como se estivesse acabado de pisar em algo extraordinariamente desagradável.

— Espero que eles aceitem uma mulher como minha nova chefe.

— Por quê?

— Bem, é menos provável que você se oponha que eu vá embora com ela, — eu o provoco.

Seus lábios se contorcem e ele começa a comer sua omelete.

— O que há de tão engraçado? — Eu pergunto.

— Você. Coma sua granola, toda ela, se isso é tudo o que você vai comer.

Mandão como sempre. Eu retorço meus lábios para ele, mas começo a comer.

 

— Então, a chave fica aqui. — Christian aponta para a ignição abaixo da alavanca de marchas.

— Lugar estranho, — eu murmuro. Mas estou muito satisfeita com cada pequeno detalhe, praticamente pulando como uma criança pequena no banco de couro confortável. Christian finalmente me deixa conduzir o meu carro. Ele me considera friamente, embora seus olhos estejam iluminados com humor.

— Você está muito entusiasmada com isso, não é? — ele murmura, divertido.

Concordo com a cabeça, sorrindo como uma idiota.

— Só de sentir o cheiro de carro novo. Isto é ainda melhor do que o Especial Submisso. . . hum, o A3, — eu adiciono rapidamente, corando.

Christian torce a boca.

— Especial Submisso, hein? Você tem um jeito com as palavras, Srta. Steele. — Ele se inclina para trás com um olhar falso de reprovação, mas não pode me enganar. Eu sei que está se divertindo.

— Bem, vamos lá. — Ele acena com a mão de dedos longos em direção à entrada da garagem.

Eu bato palmas, ligo o carro, e o motor ronrona com vida. Colocando a alavanca de câmbio na unidade, eu alivio o pé do freio e o Saab move-se suavemente para á frente. Taylor dá partida com o Audi atrás de nós e assim que os portões da garagem se erguem, segue-nos para fora do Escala para a rua.

— Podemos ligar o rádio? Eu pergunto enquanto esperamos o primeiro sinal de parada.

— Eu quero que você se concentre, — ele diz bruscamente.

— Christian, por favor, posso dirigir com a música tocando. — Reviro os olhos. Ele franze a testa por um momento e então liga o rádio.

— Você pode tocar o seu iPod e MP3, como também os CDs nisto, — ele murmura.

Os tons muito alto e suaves do The Police, de repente enchem o carro. Christian abaixa a música. Hum. . .

— King of Pain.

— O seu hino, — brinco com ele, então, instantaneamente me arrepender quando sua boca aperta em uma linha fina. Ah, não.

— Eu tenho esse álbum, em algum lugar. — Continuo às pressas para distraí-lo. Hum. . . em algum lugar do apartamento que eu passei muito pouco tempo dentro.

Pergunto-me como Ethan está. Eu deveria tentar ligar para ele hoje. Não vou ter muito que fazer no trabalho.

Ansiedade floresce em meu estômago. O que vai acontecer quando eu chegar ao escritório? Será que todo mundo sabe sobre Jack? Será que todos sabem do envolvimento de Christian? Será que ainda tenho um emprego? Puxa se não tenho um emprego, o que vou fazer?

Casar com o Gazilionaire,[9] Ana! Meu subconsciente tem sarcasmo em seu rosto. Eu ignoro a voraz cadela.

— Ei, Senhorita boca esperta. Volte. — Christian me arrasta para o aqui e agora, quando eu entro em movimento para o semáforo seguinte.

— Você está muito distraída. Concentre-se, Ana, — ele repreende. — Acidentes acontecem quando você não se concentra.

Oh, pelo amor de Deus, e de repente estou catapultado de volta no tempo para quando Ray estava me ensinando a dirigir. Eu não preciso de outro pai. Um marido talvez, um marido bizarro.

Hum.

— Estou apenas pensando no trabalho.

— Bebê, você vai ficar bem. Confie em mim. — Christian sorri.

— Por favor, não interfira, eu quero fazer isso sozinha. Christian, por favor. É importante para mim, — digo tão suavemente quanto possível. Não quero discutir. Sua boca apresenta mais uma vez uma teimosa linha severa, e acho que ele vai me repreender novamente.

Ah, não.

— Não vamos discutir Christian. Tivemos uma manhã maravilhosa. E a noite passada foi... —As palavras me faltam, ontem à noite foi...— um paraíso.

Ele não diz nada. Olho para ele e seus olhos estão fechados.

— Sim. Um Paraíso, — ele diz baixinho. — Eu quis dizer o que disse.

— O quê?

— Não pretendo deixar você ir.

— Eu não quero ir.

Ele sorri, e é esse sorriso novo e tímido que dissolve tudo em seu caminho. Cara, ele é poderoso.

— Ótimo, — ele diz simplesmente, e visivelmente relaxa.

Eu dirijo para o estacionamento a meio quarteirão da SIP.

— Vou levá-la para trabalhar. Taylor vai me buscar lá, — Christian oferece. Eu escalo para fora do carro, limitada pela minha saia lápis, enquanto Christian sai graciosamente, à vontade com seu corpo ou dando a impressão de alguém à vontade com seu corpo. Hum. . . alguém que não pode suportar ser tocado não pode estar tão à vontade. Eu olho carrancuda para meu pensamento errante.

— Não se esqueça de que veremos Flynn as sete esta noite, — ele diz, enquanto segura minha mão para que eu saia. Eu pressiono a tranca da porta e tomo sua mão.

— Eu não vou esquecer. Eu vou compilar uma lista de perguntas para ele.

— Perguntas? Sobre mim?

Concordo com a cabeça.

— Eu posso responder a quaisquer perguntas que você tenha sobre mim. — Christian olha afrontado.

Eu dou um sorriso para ele.

— Sim, mas eu quero a opinião imparcial do charlatão dispendioso.

Ele franze o cenho e, de repente me puxa para o seu abraço, segurando minhas mãos firmemente em minhas costas.

— Isto é uma boa ideia? — ele diz, em voz baixa e rouca. Eu me inclino para trás para ver a grande e profunda ansiedade iminente em seus olhos. Isto rasga minha alma.

— Se você não quiser, eu não vou. — Fico olhando para ele, piscando, querendo acariciar a preocupação de seu rosto. Puxo uma de minhas mãos e ele a solta. Toco seu rosto ternamente, esta suave com a barba feita esta manhã.

— O que está preocupando você? — Eu pergunto minha voz suave e calma.

— Que você vá embora.

— Christian, quantas vezes tenho que dizer: não vou a lugar algum. Você já me contou o pior. Eu não vou te deixar.

— Então por que você não me respondeu?

— Respondeu-lhe? — Murmuro sem ingenuidade.

— Você sabe do que eu estou falando, Ana.

Suspiro.

— Eu quero saber se sou suficiente para você, Christian. Isso é tudo.

— E você não vai aceitar minha palavra? — ele diz exasperado, liberando-me.

— Christian, tudo isto foi muito rápido. E você mesmo admitiu que você tem Cinquenta Tons Fodidos. Eu não posso dar o que você precisa, — murmuro. —Não é só por mim. Mas isso me faz sentir inadequada, especialmente ao vê-lo com Leila. Quem pode dizer que um dia você não vá encontrar alguém que gosta de fazer o que você faz? E quem pode dizer que não vai, você sabe. . . se apaixonar por ela? Alguém muito mais adequado às suas necessidades. — O pensamento de Christian com mais alguém me deixa doente. Olho para os meus dedos atados.

— Eu conheço muitas mulheres que gostam de fazer o que eu gosto. Nenhuma delas me chamou a atenção da maneira como você fez. Eu nunca tive uma conexão emocional com nenhuma delas. Sempre foi você, Ana.

—Porque você nunca lhes deu uma chance. Você passou muito tempo trancado em sua fortaleza, Christian. Olha, vamos discutir isso mais tarde. Eu tenho que ir trabalhar. Talvez o Dr. Flynn possa oferecer-nos a sua percepção. — Isto tudo é muito pesado para uma discussão em um estacionamento às oito e cinquenta da manhã, e Christian, por sua vez, parece concordar. Ele acena com a cabeça, mas seus olhos estão cautelosos.

— Venha, — ele ordena, estendendo a mão.

Quando chego a minha mesa, encontro um bilhete pedindo para que eu vá direto para o escritório de Elizabeth. Meu coração salta em minha boca. Oh, é isso. Vou ser demitida.

— Anastásia. — Elizabeth sorri gentilmente, acenando para uma cadeira diante de sua mesa. Sento-me e a olho com expectativa, esperando que ela não possa ouvir meu coração batendo. Ela alisa o grosso cabelo preto, e observa-me, com sombrios olhos azuis claros.

— Tenho uma notícia um pouco triste.

Triste! Ah, não.

— Eu a chamei para informá-la que Jack deixou a empresa de repente.

Eu ruborizo. Isto não é triste para mim. Devo dizer-lhe que sei?

— Sua partida bastante apressada deixou uma vaga, e nós gostaríamos que você preenchesse-a neste momento, até encontrarmos um substituto.

O quê? Eu sinto o sangue subir para minha cabeça. Eu?

— Mas, só estou aqui há uma semana mais ou menos.

— Sim, Anastásia, eu entendo, mas Jack sempre foi um defensor de suas habilidades. Ele tinha grandes esperanças para você.

Eu paro de respirar. Ele tinha grandes esperanças de me conseguir deitada de costas, com certeza.

— Aqui está uma descrição detalhada do trabalho. De uma boa olhada nisto, e nós podemos discutir isso hoje à tarde.

— Mas...

— Por favor, sei que isso é repentino, mas você já fez contato com os autores principais de Jack. Suas anotações nos capítulos não passaram despercebidas pela comissão dos outros editores. Você tem uma mente perspicaz, Anastásia. Todos nós pensamos que pode fazê-lo.

— Ok. — Isto é surreal.

— Olhe, pense nisso. Neste meio tempo, você pode assumir o cargo de Jack.

Ela está efetivamente dispensando-me, e estende a mão. Eu sacudo-a em completo torpor.

— Estou feliz que ele se foi, — ela sussurra e um olhar assombrado cruza seu rosto. Puta merda. O que ele fez com ela?

De volta à minha mesa, eu pego meu Blackberry e chamo Christian.

Ele responde no segundo toque.

— Anastásia. Você está bem? — Pergunta preocupado.

— Eles simplesmente deram o trabalho de Jack para mim, temporariamente — eu deixo escapar.

— Você está brincando, — ele sussurra, chocado.

— Você tem alguma coisa a ver com isso? — Minha voz soa mais acentuada do que quero que seja.

— Não... não, absolutamente. Quero dizer, com todo o respeito, Anastásia, você só está aí há uma semana ou menos, não quero dizer isto de maneira rude.

— Eu sei. — Eu franzo a testa. — Aparentemente, Jack realmente me avaliou.

— Ele o fez? — O tom de Christian é gelado e depois ele suspira. — Bem, bebê, se eles acham que você pode fazê-lo, tenho certeza que você pode. Parabéns. Talvez devêssemos comemorar depois que vermos Flynn.

— Hum. Tem certeza de que não tem nada a ver com isso?

Ele fica em silêncio por um momento, e então diz em voz baixa ameaçadora.

— Você duvida de mim? Irrita-me que você o tenha.

Eu engulo. Cara, ele fica bravo com tanta facilidade.

— Sinto muito, — suspiro, repreendida.

— Se você precisar de alguma coisa, me avise. Eu vou estar aqui. E Anastásia?

— O quê?

— Use o seu Blackberry, — acrescenta laconicamente.

— Sim, Christian.

Ele não desliga como eu espero que o faça, mas respira profundamente.

— Falo sério. Se você precisar de mim, estou aqui. — Suas palavras são muito mais suaves, conciliadora. Oh, ele é tão volátil. . . suas mudanças de humor são como um metrônomo fixado em urgente.

— Ok, murmuro. — É melhor eu ir. Tenho que mudar de escritório.

— Se você precisar de mim. E falo sério sobre isto, — ele murmura.

— Eu sei, obrigado, Christian. Eu te amo.

Sinto o seu sorriso do outro lado do telefone. Ganhei-o de volta.

— Eu também te amo, bebê. — Oh, nunca vou cansar de que ele diga essas palavras para mim?

— Eu falo com você depois.

— Até mais, bebê.

Desligo e olho para o escritório de Jack. Meu escritório. Puta merda

Anastásia Steele, Coordenadora Editorial Interina. Quem teria pensado? Eu deveria pedir mais dinheiro.

O que Jack pensaria se soubesse? Tremo só de pensar e me pergunto tolamente, como ele passou a manhã, não em Nova York como esperava. Eu passeio por seu... meu escritório, sentando-me à mesa, e começo a ler a descrição do trabalho.

Ao meio dia e meia, Elizabeth me chama.

— Ana, precisamos de você em uma reunião à uma hora na diretória. Jerry Roach e Kay Bestie vão estar lá, você sabe, o presidente da empresa e o vice-presidente? Todos os Coordenadores Editoriais serão atendidos.

Merda!

— Preciso preparar alguma coisa?

— Não, este é apenas um encontro informal que fazemos uma vez por mês. O almoço será fornecido.

— Estarei lá. — Eu desligo.

Puta merda! Eu verifico a lista atual de autores de Jack. Sim, eu tenho praticamente tudo fixado. Tenho os cinco manuscritos que ele estava defendendo, além de mais dois, realmente espero que sejam considerados para publicação. Respiro profundamente, não posso acreditar que é hora do almoço já. O dia voou, e estou amando isso. Houve tanta coisa para absorver esta manhã. O som da minha agenda anuncia um compromisso.

Oh não... Mia! Com toda a empolgação eu esqueci sobre o nosso almoço. Eu pesco meu Blackberry e tento desesperadamente encontrar o número do telefone dela.

Meu telefone vibra.

— É ele, na recepção. —A voz de Claire é silenciosa.

— Quem? — Por um momento, eu acho que pode ser Christian.

— O deus loiro.

— Ethan?

Oh, o que ele quer? Imediatamente sinto-me culpada por não tê-lo chamado.

Ethan, vestido com uma camisa xadrez azul, camiseta branca e jeans, encara-me quando apareço.

— Uou! — Você está sexy, Steele, — ele diz, balançando a cabeça em aprovação. Ele me dá um abraço rápido.

— Está tudo bem? — Eu pergunto.

Ele franze a testa.

— Tudo bem, Ana. Eu só queria te ver. Eu não ouço falar de você há algum tempo, e queria ver como o Sr. Mogul está tratando você.

Eu ruborizo e não posso evitar meu sorriso.

— Ok! — Ethan exclama, erguendo suas mãos. — Eu posso dizer pelo sorriso secreto. Não quero saber mais nada. Vim apenas na possibilidade que você possa almoçar. Estou me matriculando na Seattle no curso de psicologia em setembro. Para o meu mestrado.

— Oh Ethan. Tanta coisa aconteceu. Eu tenho uma tonelada de coisas para lhe contar, mas agora, não posso. Tenho uma reunião. — Uma ideia me bate rápido. — Gostaria de saber se pode me fazer um grande, grande, grande favor? — Eu fecho minhas mãos em súplica.

— Claro, — ele diz, confuso pela minha súplica.

— Eu tenho que almoçar com a irmã de Christian e Elliot, mas não posso pegá-la, e esta reunião acaba de ser lançada para mim. Por favor, você pode levá-la para almoçar? Por favor?

— Ah, Ana! Eu não quero bancar a baba de nenhuma pirralha.

— Por favor, Ethan. — Eu lhe açoito com o mais longo, grande olhar azul que eu posso gerir. Ele revira os olhos e eu sei que consegui.

— Você vai cozinhar alguma coisa para mim? — Resmunga.

— Claro, qualquer coisa, sempre.

— Então, onde ela está?

— Ela é esperada aqui a qualquer momento. E, como se fosse uma deixa, eu ouço sua voz.

— Ana, — ela chama da porta da frente.

Ambos viramos, e lá está ela, toda curvilínea e alta com seu lustroso cabelo chanel preto, vestindo um curto vestido verde-menta, e combinando com escarpim de salto alto com tiras em torno de seus tornozelos finos. Ela parece estonteante.

— A pirralha? — ele sussurra, escancarado-a.

— Sim. A pirralha que precisa de babá, — eu sussurro de volta. — Oi, Mia. — Dou-lhe um abraço rápido, enquanto ela olha descaradamente para Ethan.

— Mia este é Ethan, irmão de Kate.

Ele balança a cabeça, as sobrancelhas erguidas de surpresa. Mia pisca várias vezes, quando lhe dá a mão.

— Encantado em conhecê-la, — Ethan murmura suavemente e Mia pisca novamente — silenciosa pela primeira vez. Ela cora.

Puta Merda. Eu não acho que já a tenha visto corar.

— Eu não posso ir almoçar, — digo sem muita convicção. —Ethan concordou em levá-la, se estiver tudo bem? Podemos remarcar?

— Claro, — ela diz calmamente. Mia quieta, isto é novidade.

— Sim, vou levá-la. Até mais tarde, Ana, — Ethan diz, oferecendo seu braço à Mia. Ela aceita com um sorriso tímido.

—Tchau, Ana. — Mia se vira para mim e move a boca, — Oh... Meu... Deus! —Me dando uma piscadela exagerada. Caramba. . . ela gostou dele! Aceno quando eles deixam o prédio. Quero saber qual a atitude de Christian sobre o encontro de sua irmã? O pensamento me deixa inquieta. Ela tem a minha idade, então ele não pode se opor, não é?

É com Christian que estamos lidando. Meu subconsciente sarcástico está de volta, calando minha boca, casaquinho e bolsa na dobra do seu braço. Eu sacudo a imagem. Mia é uma mulher adulta e Christian pode ser razoável, não pode? Eu descarto o pensamento e volto para o escritório de Jack. . .a. . . meu escritório para preparar a reunião.

 

São três e meia quando volto. A reunião correu bem. Eu ainda consegui a aprovação para o progresso de dois manuscritos que estava defendendo. É uma sensação inebriante.

Sobre a minha mesa está uma enorme cesta de vime, cheia de deslumbrantes rosas brancas e frescas. Uou, a fragrância é simplesmente celestial. Eu sorrio quando pego o cartão. Eu sei quem os enviou.

 

Parabéns, Srta. Steele

E tudo por conta própria!

Sem a ajuda de seu super amigável, vizinho, megalomaníaco CEO,

Amor

Christian

 

Eu pego meu Blackberry e mando um e-mail para ele.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Megalomaníaco. . .

Data: 16 de junho de 2011 15h43min

Para: Christian Grey

. . . é o meu tipo favorito de maníaco. Obrigado pelas belas flores. Elas chegaram em uma cesta de vime enorme, que me faz pensar em piqueniques e cobertores.

X

 

De: Christian Grey

Assunto: Ar Fresco

Data: 16 de junho de 2011 15h55min

Para: Anastásia Steele

Maníaco, hein? O Dr. Flynn pode ter algo a dizer sobre isto. Você quer ir a um piquenique?

Poderíamos nos divertir ao ar livre, Anastásia. . . Como seu dia está indo, bebê?

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Oh meu Deus. Eu ruborizo ao ler sua resposta.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Agitado

Data: 16 de junho de 2011 16h00min

Para: Christian Grey

O dia voou. Eu quase não tive um momento para pensar em nada além do trabalho.

Acho que posso fazer isso! Conversamos mais, quando chegar em casa.

Ao ar livre soa. . . interessante.

Amo você.

A x

PS: Não se preocupe com o Dr. Flynn.

 

Meu telefone vibra. É Claire da recepção, desesperada para saber quem enviou as flores e o que aconteceu com Jack. Trancada no escritório o dia todo, eu perdi a fofoca. Digo-lhe rapidamente que as flores são do meu namorado, e que sei muito pouco sobre a saída de Jack. Meu Blackberry vibra e recebo outro e-mail de Christian.

 

De: Christian Grey

Assunto: Vou tentar. . .

Data: 16 de junho de 2011 16h09min

Para: Anastásia Steele

. . . não me preocupar.

até mais tarde, bebê.

X

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Às cinco e meia, arrumo minha mesa. Não posso acreditar o quão rápido o dia passou. Eu tenho que voltar ao Escala, e me preparar para receber o Dr. Flynn. Nem sequer tive tempo de pensar nas perguntas. Talvez hoje nós possamos ter um primeiro encontro, e talvez Christian deixe-me vê-lo novamente. Livro-me do pensamento saio do escritório, acenando um rápido adeus a Claire.

Também tenho o aniversário de Christian para pensar. Eu sei o que vou lhe dar.

Eu gostaria que ele recebesse hoje à noite, antes de nosso encontro com Flynn, mas como? Ao lado do estacionamento lotado, tem uma pequena loja vendendo bugigangas turísticas. A inspiração me bate e eu entro.

Christian está de pé com seu Blackberry, olhando para a parede de vidro, quando entro na grande sala, meia hora depois. Virando-se, ele sorri para mim e finaliza sua chamada.

— Ros, isso é ótimo. Diga a Barney e vamos a partir daí. . . Tchau.

Avançando para mim, enquanto estou parada timidamente na entrada. Ele trocou-se agora para uma camiseta branca e jeans, todo garoto malvado e ardente. Uau.

— Boa noite, Srta. Steele, — murmura e se inclina para me beijar. — Parabéns pela sua promoção. — Envolvendo seus braços a minha volta. Ele cheira delicioso.

— Você tomou banho.

— Acabei de me exercitar com Claude.

— Oh.

— Consegui derrubá-lo de bunda duas vezes. — Christian irradia, como um menino, satisfeito consigo mesmo. Seu sorriso é contagiante.

— Isso não acontece muitas vezes?

— Não. É muito gratificante quando isso acontece. Com fome?

Sacudo a cabeça.

— O quê? — Ele franze a testa para mim.

— Estou nervosa. Sobre o Dr. Flynn.

— Eu também. Como foi seu dia? — Libera-me, e lhe dou um breve resumo. Ele escuta com atenção.

— Oh, há mais uma coisa que devia te dizer, — eu adiciono. — Era para eu almoçar com Mia.

Ele levanta as sobrancelhas, surpreso.

— Você não mencionou isso.

— Eu sei, esqueci. Não pude fazê-lo por causa da reunião, e Ethan a levou para almoçar em meu lugar.

Seu rosto escurece.

— Entendo. Pare de morder o lábio.

— Vou me refrescar, — eu digo, mudando de assunto e voltando-me para sair antes que ele possa reagir mais.

 

O consultório do Dr. Flynn é a curta distancia do apartamento de Christian. Penso que é muito útil, para sessões de emergência.

— Eu costumo correr daqui até em casa, — Christian diz quando estaciona meu Saab. — Este é um grande carro. — Ele sorri para mim.

— Penso assim também. — Sorrio de volta. — Christian. . . Eu... — olho para ele ansiosamente.

— O que é, Ana?

— Aqui. — Eu puxo uma pequena caixa de presente preta de minha bolsa. — Isto é para você pelo seu aniversário. Eu queria dar a você agora, mas só se você prometer que não vai abri-la até sábado, ok?

Ele pisca para mim surpreso e engole em seco.

— Tudo bem, — murmura com cautela.

Tomando uma profunda respiração, entrego-lhe, ignorando a expressão confusa. Ele sacode a caixa, e isto produz um barulho muito satisfatório. Ele franze a testa. Eu sei que está desesperado para ver o que contém. Em seguida, ele sorri, seus olhos brilhando com juvenil emoção despreocupada. Oh cara. . . ele aparenta sua idade... e tão bonito.

— Você não pode abri-lo até sábado, — eu advirto-o.

— Entendi, — ele diz. — Por que está me dando isso agora? — Ele coloca a caixa no bolso interno do paletó azul listrado, perto de seu coração.

Quão apropriado, penso. Eu sorrio para ele.

— Porque posso, Sr. Grey.

Sua boca se contorce com diversão irônica.

— Vejo, Srta. Steele, você roubou minha frase.

Somos introduzidos no escritório palaciano do Dr. Flynn, por uma recepcionista rápida e amigável. Ela cumprimenta calorosamente Christian, um pouco caloroso demais para meu gosto, caramba, ela tem idade suficiente para ser sua mãe, e ele sabe o nome dela.

A sala é modesta: verde pálido com dois sofás verde escuro, diante de duas cadeiras de couro com braços, e isto tem uma atmosfera de um clube de cavalheiros. O Dr. Flynn está sentado em uma mesa no final da sala.

À medida que entramos, ele se levanta e caminha para se juntar a nós na sala de estar. Vestindo uma calça preta e uma camisa azul clara aberta no pescoço, sem gravata. Seus olhos azuis brilhantes parecem não perder nada.

— Christian. — Ele sorri amigavelmente.

— John. — Christian aperta a mão de John. — Você se lembra de Anastásia?

— Como eu poderia esquecer? Anastásia, bem-vinda.

— Ana, por favor, — eu murmuro, quando ele aperta minha mão com firmeza. Adoro seu sotaque Inglês.

— Ana, — ele diz gentilmente, introduzindo-nos para os sofás.

Christian aponta um deles para mim. Sento-me, tentando parecer descontraída, descansando minha mão sobre o encosto do sofá, e ele se espalha no outro sofá ao meu lado, de modo que estamos em ângulos retos entre si. Uma pequena mesa com uma lâmpada simples está entre nós. Vejo com interesse uma caixa de lenços ao lado da lâmpada.

Isto não é o que eu esperava. Tinha em minha mente uma sala totalmente branca, com uma espreguiçadeira de couro preto, minha deusa interior poderia sentir-se mais em casa, deste modo.

Olhando relaxado e no controle, o Dr. Flynn senta-se em uma das cadeiras com braços, e pega um bloco de notas de couro. Christian cruza as pernas, seu tornozelo apoiado no joelho, e estende um braço ao longo das costas do sofá. Alcançando com a outra mão, encontra minha mão sobre o encosto do sofá e me dá um apertão tranquilizador.

— Christian pediu que o acompanhasse a uma de nossas sessões, — o Dr. Flynn começa suavemente. — Só para você saber, nós tratamos essas sessões com absoluta confidencialidade...

Eu levanto minha sobrancelha para Flynn, suspendendo-o no meio de sua fala.

— Ah-hum. . . Eu assinei um contrato, — murmuro, envergonhada por tê-lo parado. Ambos, Flynn e Christian olham pra mim, e Christian solta minha mão.

— Um acordo de não divulgação? — A testa do Dr. Flynn sulca, e ele olha intrigado para Christian.

Christian dá de ombros.

— Você começa todos os seus relacionamentos com as mulheres com um contrato? — o Dr. Flynn pergunta a ele.

— Os contratuais, eu começo.

O Dr. Flynn retorce o lábio.

— Você já teve outros tipos de relacionamentos com as mulheres? — ele pergunta, e parece divertido.

— Não, — Christian responde após um momento, e parece divertido, também.

— Como eu pensei. — O Dr. Flynn volta sua atenção para mim. — Bem, acho que não precisamos nos preocupar com confidencialidade, mas posso sugerir que os dois, discutam isto em algum momento? Pelo que entendi, você não está mais entrando neste tipo de relacionamento contratual.

— Diferente tipo de contrato, espero, — Christian diz baixinho, olhando para mim. Eu ruborizo e o Dr. Flynn aperta os olhos.

— Ana. Você vai ter que me perdoar, mas provavelmente sei muito mais sobre você do que pensa. Christian tem sido muito cooperativo.

Olho nervosamente para Christian. O que ele disse?

— Um contrato? — ele continua. — Isso deve ter chocado você.

Eu pisco para ele.

— Oh, acho que o choque empalideceu na insignificância, dada as revelações mais recentes de Christian, — respondo, minha voz suave e hesitante. Eu pareço tão nervosa.

—Eu tenho certeza. — O Dr. Flynn sorri gentilmente para mim. — Então, Christian, o que gostaria de discutir?

Christian dá de ombros, como um adolescente mal-humorado.

— Anastásia queria vê-lo. Talvez você devesse perguntar a ela.

O rosto do Dr. Flynn registra sua surpresa mais uma vez, e ele olha para mim com astúcia.

Puta merda. Isso é humilhante. Eu olho para os meus dedos.

— Você ficaria mais confortável se Christian nos deixasse por um tempo?

Meus olhos dardejam para Christian, e olha para mim com expectativa.

— Sim, — eu sussurro.

Christian olha feio e abre a boca, mas fecha-a novamente de forma rápida, e levanta-se em um rápido movimento gracioso.

— Eu vou estar na sala de espera, — ele diz, sua boca uma linha plana e mal-humorada.

Ah, não.

— Obrigado, Christian, — o Dr. Flynn diz impassível.

Christian me dá um longo e penetrante olhar e então espreita para fora da sala, mas não bate a porta. Ufa. Eu imediatamente relaxo.

— Ele intimida você?

— Sim. Mas não tanto quanto costumava fazer. — Eu me sinto desleal, mas esta é a verdade.

— Isso não me surpreende, Ana. Em que posso ajudá-la?

Olho para meus dedos atados. O que posso perguntar?

— Dr. Flynn, eu nunca estive em um relacionamento antes, e Christian é. . . bem, ele é Christian. E na última semana aproximadamente, muita coisa aconteceu. Eu não tive chance de pensar sobre as coisas.

— Sobre o que você precisa pensar?

Olho para ele, e sua cabeça está inclinada para um lado, enquanto olha para mim com compaixão, eu acho.

— Bem. . . Christian me diz que ele está feliz em desistir. . . do... — eu tropeço e faço uma pausa. Isto é muito mais difícil de discutir do que eu imaginava.

O Dr. Flynn suspira.

— Ana, no tempo muito limitado que você o conhece, você fez mais progresso com meu paciente do que eu nos últimos dois anos. Você teve um efeito profundo sobre ele. Você deve entender isso.

— Ele teve um efeito profundo em mim, também. Eu só não sei se sou suficiente. Para cumprir as suas necessidades, — eu sussurro.

— É isso o que você precisa de mim? Certeza?

Concordo com a cabeça.

— As necessidades mudam, — ele diz simplesmente. — Christian encontra-se em uma situação onde seus métodos de lidar não são mais eficazes. Muito simples, você o forçou a enfrentar alguns de seus demônios e repensar.

Eu pisco para ele. Isso ecoa o que Christian me contou.

— Sim, seus demônios, — murmuro.

— Nós não nos estendemos sobre eles, eles estão no passado. Christian conhece quem são seus demônios, como eu também— e agora tenho certeza que você também. Estou muito mais preocupado com o futuro e levar Christian para um lugar onde ele queira estar.

Eu franzo a testa e ele levanta uma sobrancelha.

— O termo técnico é TFSS, desculpe. — Ele sorri. — Isso significa Terapia Focada em Soluções Sumárias. Essencialmente, isto é orientada para um objetivo. Nós nos concentramos em o que Christian quer ser e como chegar lá. É uma abordagem dialética. Não há nenhum ponto no passado sobre o espancamento materno, tudo o que foi colhido por todos os médicos, psicólogos, psiquiatras que Christian já viu. Nós sabemos por que ele é do jeito como é, mas é o futuro que importa. Onde Christian contempla a si mesmo, onde ele quer estar. Foi preciso você deixá-lo para fazê-lo levar está forma de terapia a sério. Ele percebeu que seu objetivo é um relacionamento amoroso com você. É muito simples, e é nisso que estamos trabalhando agora. Claro que existem obstáculos, para sua afefobia por exemplo.

Oh caramba. . .sua o quê? Eu suspiro.

— Sinto muito. Quero dizer o seu medo de ser tocado, — Dr. Flynn diz o, balançando a cabeça como se xingasse a si mesmo. — O que eu tenho certeza de que você está ciente disto.

Eu coro e aceno com a cabeça. Oh isso!

— Ele tem uma auto-aversão mórbida. Tenho certeza de que não é nenhuma surpresa para você. E, claro, há a parassonia. . . terrores noturnos, desculpe, para os leigos.

Eu pisco para ele, tentando absorver todas estas longas palavras. Eu sei de tudo isso. Mas Flynn não mencionou a minha principal preocupação.

— Mas ele é um sádico. Certamente, como tal, ele tem necessidades que não posso cumprir.

O Dr. Flynn realmente revira os olhos, e aperta sua boca em uma linha dura.

— Isso não é mais reconhecido como um termo psiquiátrico. Não sei quantas vezes eu já lhe disse isso. Não é nem mesmo classificado como uma parafilia mais, não desde os anos noventa.

O Dr. Flynn perde-se de novo. Eu pisco para ele. Ele sorri gentilmente para mim.

— Esta é uma implicância minha. — Ele balança a cabeça. — Christian só pensa o pior de qualquer situação apresentada. É parte de sua auto-aversão. Claro, que existe tal coisa como o sadismo sexual, mas não é uma doença, é uma opção de vida. E se ele é praticado em um relacionamento seguro e sadio entre adultos, então isto não é um problema. Meu entendimento é que Christian conduziu todos os seus relacionamentos BDSM desta maneira. Você é a primeira amante que não consentiu, então ele não está disposto a fazê-lo.

Amante!

—Mas certamente não é tão simples.

— Por que não? — Dr. Flynn dá de ombros bem-humorado.

— Bem. . . as razões porque ele faz isto.

— Ana, este é o ponto. Em termos de solução de terapia focada, isto é simples. Christian quer ficar com você. Para fazer isso, ele precisa renunciar aos aspectos mais extremos deste tipo de relacionamento. Afinal, o que você está pedindo não é absurdo ...é?

Eu coro. Não, isto não é absurdo, é?

— Eu acho que não. Mas eu me preocupo que ele pense que sim.

— Christian reconhece que agiu adequadamente. Ele não é louco. — Dr. Flynn suspira.

— Em poucas palavras, ele não é um sádico, Ana. Ele é um brilhante jovem, irritado, assustado, que recebeu uma mão de cartas de merda quando nasceu. Todos nós podemos superar nossos anseios, e analisar o que, como e o porquê da morte, Christian pode seguir em frente e decidir como quer viver. Ele encontrou algo que funcionou por alguns anos, mais ou menos, mas desde que conheceu você, isto não funciona mais. E, como consequência, ele está mudando seu modus operandi. Você e eu temos que respeitar sua escolha e apoiá-lo nisso.

Eu fico embasbacada com ele.

— Essa é minha tranquilização?

— Melhor impossível, Ana. Não existem garantias nesta vida. — Ele sorri. — E essa é minha opinião profissional.

Eu sorrio também, fracamente. Piadas de médico. . . puxa.

— Mas ele pensa em si mesmo como um alcoólatra em recuperação.

— Christian pensa sempre o pior de si mesmo. Como eu disse, é parte de sua auto-aversão. Está em sua maneira de ser, não importa o quê. Naturalmente, ele está ansioso sobre como fazer essa mudança em sua vida. Ele está expondo-se a todo um mundo de dor emocional, que aliás, teve um gostinho quando você o deixou. Naturalmente ele está apreensivo. — O Dr. Flynn pausa. — Não quero salientar o quão importante o papel que você tem em sua conversão, seu Damasceno em sua estrada para Damasco. Mas você tem. Christian não estaria neste lugar se não tivesse a conhecido. Pessoalmente não acho que um alcoólatra é uma analogia muito boa, mas se isto funciona para ele por enquanto, então acho que devemos dar-lhe o benefício da dúvida.

Dê a Christian o benefício da dúvida. Eu fico emburrada com o pensamento.

— Emocionalmente, Christian é um adolescente, Ana. Ele contornou essa fase em sua vida totalmente. Ele canalizou todas suas energias para ter sucesso no mundo dos negócios, e teve, além de todas as expectativas. Seu mundo emocional tem que jogar esconde-esconde.

— Então, como posso ajudar?

Dr. Flynn ri.

— Basta continuar fazendo o que você está fazendo, — ele sorri para mim. —Christian está de pernas para o ar. É uma delícia de se ver.

Eu coro, e minha deusa interior está se abraçando com alegria, mas algo me incomoda.

— Posso perguntar mais uma coisa?

— Claro.

Eu respiro fundo.

— Parte de mim acha que se ele não estivesse despedaçado não iria. . . querer-me.

As sobrancelhas do Dr. Flynn eleva-se com surpresa.

— Isso é uma coisa muito negativa de se dizer sobre si mesmo, Ana. E, francamente, isto diz respeito mais sobre você do que sobre Christian. Isto não é absolutamente nada com sua auto-aversão, mas eu estou surpreso por isto.

— Bem, olhe para ele. . . e depois olhe para mim.

O Dr. Flynn franze o cenho.

— Eu olho. Vejo um jovem atraente, e vejo uma mulher jovem e atraente. Ana, por que você não se considera atraente?

Ah, não. . . Eu não quero que isso seja sobre mim. Olho para meus dedos. Há uma batida forte na porta que me faz pular. Christian volta para a sala, olhando para nós dois. Eu ruborizo e olho rapidamente para Flynn, que está sorrindo com benevolência para Christian.

— Bem-vindo, Christian, — ele diz.

— Eu acho que o tempo acabou, John.

— Quase, Christian. Junte-se a nós.

Christian senta-se ao meu lado neste momento, e coloca a mão possessivamente no meu joelho. Sua ação não passa despercebido para o Dr. Flynn.

— Será que você tem alguma outra pergunta, Ana? — O Dr. Flynn pergunta e sua preocupação é óbvia.

Merda. . . Eu não deveria ter feito essa pergunta. Sacudo a cabeça.

— Christian?

— Não hoje, John.

Flynn concorda.

— Talvez seja proveitoso se você voltar. Tenho certeza de que Ana terá mais perguntas.

Christian concorda, com relutância.

Eu coro. Merda. . . ele quer se aprofundar. Christian aperta minha mão e me olha atentamente.

— Tudo bem? — Ele pergunta em voz baixa.

Eu sorrio para ele, balançando a cabeça. Sim, nós vamos para benefício da dúvida, cortesia do bom doutor da Inglaterra.

Christian aperta minha mão e volta-se para Flynn.

— Como ela está? — Ele pergunta em voz baixa.

Eu?

— Ela vai chegar lá, — ele diz tranquilizador.

— Ótimo. Mantenha-me informado de seu progresso.

— Irei.

Puta merda. Eles estão falando de Leila.

— Vamos sair e comemorar sua promoção? — Christian pergunta-me incisivamente.

Eu aceno timidamente quando Christian se levanta.

Nós nos despedimos rapidamente do Dr. Flynn, e Christian me conduz com pressa indecorosa.

Na rua, ele se vira para mim.

— Como foi? — Sua voz é ansiosa.

— Foi bom.

Ele me olha desconfiado. Eu dobro minha cabeça para um lado.

— Sr. Grey, por favor, não me olhe assim. Sob as ordens do médico, vou lhe dar o benefício da dúvida.

— O que significa isso?

— Você vai ver.

Sua boca retorce e seus olhos se estreitam.

— Entre no carro, — ordena ao abrir a porta do passageiro do Saab.

Ah, mudando de direção. Meu Blackberry vibra. Eu transporto-o para fora de minha bolsa.

Merda, José!

— Oi!

— Ana, oi. . .

Eu fico olhando para Cinquenta, que está de olho em mim, desconfiado.

— José, — murmuro. Ele me olha, impassível, mas seus olhos endurecem. Será que acha que não percebo? Eu volto minha atenção para José.

— Desculpe não ter ligado. É sobre amanhã? — Pergunto a José, mas encarando Christian.

— Sim, ouça, eu falei com um cara do escritório de Grey, então eu sei onde entregar as fotos, e devo chegar lá entre cinco e seis. . . depois disso, estou livre.

Oh.

— Bem, na verdade estou ficando com Christian no momento, e se quiser, ele disse que você pode ficar em sua casa.

Christian pressiona a boca em uma linha dura. Hum, que anfitrião ele é.

José fica em silêncio por um momento, absorvendo esta notícia. Eu encolho. Não tive a oportunidade de conversar com ele sobre Christian.

— Tudo bem, — ele diz eventualmente. — Essa coisa com Grey, é séria?

Eu me afasto do carro e ando para o outro lado da calçada.

— Sim.

— Sério quanto?

Reviro os olhos e faça uma pausa. Por que Christian tem que estar escutando?

— Sério.

— Ele está com você agora? É por isso que você está falando em monossílabos?

Sim.

— Ok. Então você pode sair amanhã?

— Claro que posso. —Eu espero. Automaticamente cruzando os dedos.

— Então, onde devo encontrá-la?

— Você pode me buscar no trabalho, — eu ofereço.

— Ok.

— Vou mandar uma mensagem com o endereço.

— A que horas?

— Digamos as seis?

— Claro. Vejo você depois, Ana. Procure ir adiante com isto. Estou com saudades.

Sorrio.

— Legal. Vejo você depois. — Eu desligo o telefone e viro.

Christian está encostado no carro me observando atentamente, sua expressão impossível de se ler.

— Como está seu amigo? — Pergunta friamente.

— Ele está bem. Ele vai me pegar no trabalho, e acho que nós vamos tomar uma bebida. Gostaria de se juntar a nós?

Christian hesita, seus olhos cinza frios.

— Você acha que ele vai tentar alguma coisa?

— Não! — Meu tom é exasperado, mas abstenho-me de revirar os olhos.

— Tudo bem, — Christian joga as mãos para cima em derrota. — Você sai com seu amigo, e eu a vejo no final da tarde.

Eu estava esperando uma luta, e sua aquiescência fácil me desequilibra.

— Vê? Eu posso ser razoável. — Ele sorri.

Minha boca retorce. Vamos ver sobre isso.

— Posso dirigir?

Christian pisca para mim, surpreso com meu pedido.

— Prefiro que você não o faça.

— Por que, exatamente?

— Porque eu não gosto de ser conduzido.

— Você conseguiu esta manhã, e você parece tolerar Taylor dirigindo você.

— Eu confio em Taylor conduzir-me implicitamente.

— E em mim não? — Eu coloco minhas mãos em meus quadris. —Honestamente, sua mania por controle não conhece limites. Eu dirijo desde que eu tinha quinze anos.

Ele encolhe os ombros em resposta, como se isso não tivesse importância alguma. Oh, ele é tão irritante! Benefício da dúvida? Bem, dane-se isso.

— Este carro é meu? — Eu exijo.

Ele franze a testa para mim.

— É claro que o carro é seu.

— Então me dê às chaves, por favor. Eu o dirigi apenas duas vezes, e só do trabalho e para o trabalho. Agora você está tendo toda a diversão. — Estou em completo apuros. Os lábios de Christian contorcem com um sorriso reprimido.

— Mas você não sabe para onde estamos indo.

— Tenho certeza que você pode esclarecer-me, Sr. Grey. Você fez um ótimo trabalho com isto até agora.

Ele olha para mim espantado então sorri, seu sorriso tímido totalmente novo desarma-me e tira meu fôlego.

— Excelente trabalho, é? — Ele murmura.

Eu coro. — Na maior parte, sim.

— Bem, nesse caso. — Ele me entrega as chaves, retorna para a porta do motorista, e abre-a para mim.

— Esquerda aqui, — Christian ordena, e nos dirigimos para o norte em direção à I-5. — Inferno...calma, Ana. — Ele agarra no painel.

Oh, pelo amor de Deus. Reviro os olhos, mas não me volto para olhá-lo. Van Morrison canta no fundo sobre o sistema de som do carro.

— Devagar!

Estou devagar!

Christian suspira.

— O que Flynn disse? — Eu ouço a ansiosa lixiviação em sua voz.

— Eu lhe disse. Ele disse-me que deveria lhe dar o benefício da dúvida. — Droga, talvez devesse ter deixado Christian dirigir. Assim eu poderia observá-lo. De fato. . . Faço sinal para encostar.

— O que você está fazendo? — Ele dispara, alarmado.

— Deixando você dirigir.

— Por quê?

— Assim, eu posso olhar para você.

Ele ri.

— Não, não, você queria dirigir. Então, você dirige, e eu vou olhando para você.

Eu olho feio para ele. — Mantenha seus olhos na estrada! — Ele grita.

Meu sangue ferve. Certo! Eu encosto freando, pouco antes de um semáforo e saio intempestiva do carro, batendo a porta, e fico na calçada, de braços cruzados, fulminando-o. Ele sai do carro.

— O que você está fazendo? — Ele pergunta com raiva, olhando para mim.

— Não. O que você está fazendo?

— Você não pode estacionar aqui.

— Eu sei disso.

— Então, por que você parou?

— Porque estou com você latindo ordens. Ou você conduz ou se cala enquanto dirijo!

— Anastásia, volte para o carro antes de receber uma multa.

— Não.

Pisca para mim, totalmente perdido, em seguida, passa as mãos pelos cabelos, e sua raiva se transforma em perplexidade. Ele parece tão cômico, de repente, e não posso deixar de sorrir para ele. Ele franze a testa.

— O quê? — Ele estala mais uma vez.

— Você.

— Ah, Anastásia! Você é a mulher mais frustrante do planeta. — Ele joga as mãos no ar.

— Certo... dirija você. — Eu pego as bordas de seu casaco e puxo-o para mim.

— Não, você é o homem mais frustrante do planeta, Sr. Grey.

Ele olha para mim, seus olhos escuros e intensos, serpenteia os braços em volta da minha cintura e me abraça, me segurando perto.

— Talvez nós tenhamos sidos feitos um para o outro, então, — ele diz baixinho e inala profundamente, seu nariz no meu cabelo. Eu envolvo meus braços ao redor dele e fecho os olhos. Pela primeira vez desde esta manhã, sinto-me relaxar.

— Oh. . . Ana, Ana, Ana, — ele suspira, os lábios contra meu cabelo. Eu aperto meus braços em torno dele, e nós ficamos imóveis, aproveitando um momento de tranquilidade inesperada, na rua. Libertando-me, ele abre a porta do passageiro. Subo e sento-me calmamente, observando-o caminhar ao redor do carro.

Reiniciando o carro, Christian entra no tráfego, cantarolando distraidamente com Van Morrison.

Uau. Eu nunca o ouvi cantar, nem mesmo no chuveiro, nunca. Eu franzo a testa. Ele tem um tom de voz encantador. Hum. . . ele já me ouviu cantar?

Ele não teria lhe pedido para casar com ele se tivesse! Meu subconsciente tem os braços cruzados e está usando xadrez Burberry. . . Oh. A canção acaba e Christian sorri tolamente.

— Você sabe, se tivéssemos sido multados, o documento deste carro está em seu nome.

— Bem, que bom que fui promovida, posso pagar a multa, — eu digo presunçosamente, olhando para seu perfil encantador. Seus lábios contraem. Outra canção de Van Morrison começa a tocar, quando ele pega a rampa de acesso para I-5, em direção ao norte.

— Aonde vamos?

— É uma surpresa. O que mais Flynn disse?

Eu suspiro.

— Ele falou sobre FFFSTB ou algo assim.

— SFBT. A opção mais recente de terapia, — resmunga.

— Você já tentou outras?

Christian bufa.

— Bebê, tenho sido submetido a todas elas. Cognitivismo, Freud, o funcionalismo, Gestalt, o behaviorismo. . . o nome que você der a isto, ao longo dos anos já o fiz, — ele diz e seu tom revela sua amargura. O rancor em sua voz é angustiante.

— Você acha que esta última abordagem vai ajudar?

— O que Flynn disse?

— Ele disse para não me debruçar sobre o seu passado. Concentrar-me no futuro, aonde você quer estar.

Christian acena com a cabeça, mas dá de ombros ao mesmo tempo, sua expressão cautelosa.

— O que mais? — Ele persiste.

— Ele falou sobre seu medo de ser tocado, embora chamasse de outra coisa. E sobre os seus pesadelos e sua auto-aversão. — Eu o olho, e na luz da noite, ele está pensativo, mastigando o polegar enquanto dirige. Olha rapidamente para mim.

— Olhos na estrada, Sr. Grey, — Eu aconselho, minha sobrancelha erguida para ele.

Ele parece divertido, e um pouco irritado.

— Você falando demais, Anastásia. O que mais disse?

Eu engulo.

— Ele não acha que você seja um sádico, — sussurro.

— Sério? — Christian diz em voz baixa e franze a testa. A atmosfera no carro despenca.

— Ele disse que esse termo não é reconhecido em psiquiatria. Desde a década de noventa, — murmuro, rapidamente tentando resgatar o clima entre nós.

O rosto de Christian escurece, e ele exala lentamente.

— Flynn e eu temos opiniões diferentes sobre isso, — diz calmamente.

— Ele disse que você pensa sempre o pior de si mesmo. Eu sei que é verdade, — murmuro. — Também mencionou o sadismo sexual, mas disse que era uma opção de vida, não uma condição psiquiátrica. Talvez seja por isso que esteja pensando sobre isto.

Seus olhos cinza piscam para mim novamente, e sua boca define em uma linha sombria.

— Então, com uma conversa com o bom médico a torna uma especialista, — ele diz acidamente e vira seus olhos para frente.

Oh Deus. . . Eu suspiro.

— Olha, se você não quer ouvir o que ele disse, não me pergunte: — resmungo baixinho.

Não quero discutir. De qualquer forma ele está certo, o que diabos sei sobre toda a merda dele?

Eu quero mesmo saber? Posso listar seus pontos marcantes, maníaco por controle, sua possessividade, seu ciúme, sua superproteção, e entendo perfeitamente aonde ele quer chegar. Posso até entender porque ele não gosta de ser tocado, eu vi as cicatrizes físicas. Só posso imaginar as mentais, e só vislumbrei seus pesadelos uma vez. E o Dr. Flynn disse...

— Quero saber o que foi discutido. — Christian interrompe meus pensamentos enquanto dirige-se na I-5 para a saída 172, seguindo para oeste em direção ao sol, afundando lentamente.

— Ele me chamou de sua amante.

— Ele fez isto? — Seu tom é conciliador. — Bem, ele é bem exigente a respeito de seus termos. Acho que é uma descrição precisa. Você não?

— Você pensa em suas submissas, como amantes?

A testa de Christian aprofunda mais uma vez, mas desta vez ele está pensando. Virando o Saab suavemente para o norte mais uma vez. Para onde vamos?

— Não. Elas eram parceiras sexuais, — ele murmura, sua voz cautelosa novamente. — Você é minha única amante. E quero que seja mais.

Oh. . . Essa palavra mágica novamente, cheia de possibilidades. Ele me faz sorrir, e por dentro abraço-me, minha deusa interior irradia alegria.

— Eu sei, — sussurro, esforçando-me para esconder minha emoção. — Só preciso de um tempo, Christian. Para colocar minha cabeça em torno destes últimos dias. — Ele olha para mim estranhamente, perplexo, a cabeça inclinada para o lado.

Após um instante, o semáforo que estava parado fica verde. Ele balança a cabeça e aumenta a música, e nossa discussão acaba.

Van Morrison ainda está cantando, mais otimista agora, sobre está ser uma noite maravilhosa para a dança da lua. Olho para fora da janela, nos pinheiros e abetos vermelhos, polvilhados de dourado pela claridade do sol, suas longas sombras se estendem ao longo da estrada. Christian virou em uma rua mais residencial, e estamos indo para o oeste em direção ao Sound.

— Aonde vamos? — Pergunto novamente como viramos em uma estrada. Eu pego um sina de estrada —9th Aven. W. Fico perplexa.

— Surpresa, — ele diz e sorri misteriosamente.

 

Christian continua a dirigir passando por casas térreas, bem conservadas, de madeira, onde crianças jogam ou estão agrupadas em torno de seus aros de basquete, em seus quintais, ou andando de bicicleta e correndo na rua. Tudo parece rico e saudável com a casa aninhada entre as árvores. Será que vamos visitar alguém? Quem?

Poucos minutos depois, Christian vira bruscamente para a esquerda, e estamos diante de duas portas ornamentadas, de metal branco, fixadas em uma parede de arenito de seis metros de altura. Christian pressiona um botão e a fechadura da porta e janelas elétricas cantarolam baixinho para dentro do batente da porta. Ele aperta um número no teclado e as portas se abrem nos dando boas vindas.

Ele olha para mim, e sua expressão mudou. Ele parece incerto, nervoso mesmo.

— O que é isso? — Eu pergunto, e eu não posso esconder a preocupação em minha voz.

— Uma ideia. — Ele diz calmamente e passa com o Saab através dos portões.

Nós dirigimos até uma faixa arborizada, larga o suficiente para dois carros. De um lado, uma área densamente arborizada, e do outro, há uma vasta área de pastagens, onde um campo outrora cultivado foi deixado para descanso. Gramíneas e flores silvestres cresceram, criando um idílio rural, um prado, onde no fim da tarde, quase noite, a brisa suavemente ondula através da grama e o sol da tarde doura as flores silvestres. É lindo, absolutamente tranquilo, e de repente, eu me imagino deitada na grama e olhando para um céu de verão azul claro. A ideia tentadora ainda me faz sentir saudades de casa por algum motivo estranho. Que estranho.

A pista faz uma curva e se abre em uma calçada abrangendo a frente de uma casa de estilo mediterrâneo, impressionante, de arenito rosa suave. É palaciana. Todas as luzes estão acesas, cada janela iluminada no crepúsculo. Há um elegante BMW preto estacionado na frente da garagem para quatro carros, mas Christian vai mais adiante, fora do vestíbulo principal.

Hmm... Eu me pergunto quem vive aqui? Por que estamos visitando?

Christian olha ansiosamente para mim, enquanto desliga o motor do carro.

— Será que você pode manter a mente aberta? — Ele pergunta.

Eu franzo a testa.

— Christian, eu precisei de uma mente aberta desde o dia que conheci você.

Ele sorri ironicamente e balança a cabeça.

— Fez um bom ponto, Srta. Steele. Vamos.

As portas de madeira escura se abrem e uma mulher com o cabelo castanho escuro, um sorriso sincero e um terno lilás forte, está esperando. Estou grata por ter mudado o meu vestido novo, azul marinho, para impressionar Dr. Flynn. Ok, eu não estou usando saltos assassinos como ela, mas ainda assim, eu não estou de jeans.

— Sr. Grey. — Ela sorri calorosamente e eles apertam as mãos.

— Srta. Kelly, — diz ele educadamente.

Ela sorri para mim e estende a mão. O rubror do tipo “Ele é lindo, gostaria que fosse meu”, não passa despercebido.

— Olga Kelly, — ela anuncia despreocupadamente.

— Ana Steele, — Eu murmuro para ela. Quem é essa mulher? Ela fica de lado, acolhendo-nos na casa. É um choque quando eu entro. O lugar está vazio, completamente vazio. Encontramo-nos num grande salão de entrada. As paredes são de prímula amarela desbotada, com marcas nas paredes, onde os quadros devem ter estado pendurados uma vez. Tudo o que resta são os antigos lustres de cristal. Os pisos são de madeira sem brilho. Há portas fechadas para ambos os lados, mas Christian não me dá tempo para assimilar o que está acontecendo.

— Venha. — ele diz. E pegando a minha mão, ele me leva através da arcada em frente a nós, para um grande vestíbulo interior. É dominado por uma escada curva, com uma balaustrada de ferro intrincada, mas ele ainda não para. Ele me leva até a sala principal, que está vazia, exceto por um grande e desbotado tapete dourado, o maior tapete que eu já vi. Ah, e há quatro lustres de cristal.

Agora a intenção de Christian está clara, quando nos dirigimos através do quarto e vamos para um terraço exterior de pedra, através das portas francesas. Abaixo de nós há meio campo de futebol de gramado bem cuidado, mas, além disso, a visão é... Uau.

A vista panorâmica constante é de tirar o fôlego, impressionante mesmo: o crepúsculo sobre o som. Oh meu Deus.

No horizonte se encontra a ilha de Bainbridge, bem visível nesta noite cristalina, o sol afunda lentamente no horizonte, resplandecente e brilhante, além do Parque Olympic National. Os tons vermelhos sangram no céu, os de opalas, águas-marinhas e azul celeste, fundindo com os roxos mais escuros das nuvens escassas e delgadas, além do som. É da natureza no seu melhor, uma sinfonia visual orquestrada, onde o céu se reflete nas águas profundas do som. Estou perdida com a vista, olhando e tentando absorver tanta beleza.

Eu percebo que estou segurando minha respiração com reverência, e Christian ainda está segurando a minha mão. Quando eu relutantemente desvio os olhos da paisagem, ele está olhando ansiosamente para mim.

— Você me trouxe aqui para admirar a vista? — Eu sussurro. Ele balança a cabeça, sua expressão séria.

— É impressionante, Christian. Obrigada. — Eu murmuro, olhando para ele, mais uma vez. Ele solta a minha mão.

— Você gostaria de olhar para ela pelo o resto da sua vida? — Ele respira.

O quê? Volto meu olhar para ele, pensativo, seus olhos estão da cor cinza azulado. Creio que minha boca se abre, e balbucio algo inexpressivamente.  

— Eu sempre quis viver no litoral. Eu navego para cima e para baixo em The Sound, cobiçando estas casas. Este lugar não esteve no mercado há tempo. Quero comprá-lo, demoli-lo e construir uma casa nova para nós. — Ele sussurra e seus olhos brilham translúcidos, com suas esperanças e sonhos.

Santa Mãe. De alguma forma eu permaneço erguida. Estou sonhando. Eu viver, aqui! Neste paraíso lindo! Para o resto da minha vida...

— É apenas uma ideia, — ele acrescenta, cautelosamente.

Olho em volta para avaliar o interior da casa. Quanto isto vale? Deve ser que, cinco, dez milhões de dólares? Eu não tenho ideia. Puta merda.

— Por que você quer demoli-la? — Eu pergunto, olhando para ele. Seu rosto cai um pouco. Ah, não.

— Eu gostaria de fazer uma casa mais sustentável, utilizando as mais recentes técnicas ecológicas. Elliot poderia construí-la.

Eu olho para trás, para a sala, novamente. A Senhorita Olga Kelly está do outro lado, pairando na entrada. Ela é a corretora de imóveis, é claro. Eu observo que habitação é enorme, com segundo andar, um pouco como o quarto grande do Escala. Há uma varanda, que deve ser o desembarque do segundo andar. Há uma enorme lareira e uma linha completa de portas francesas que se abrem para o terraço. Isso tem um charme do velho mundo.

— Podemos olhar em volta da casa?

Ele pisca para mim.

— Claro. — Ele encolhe os ombros, intrigado.

O rosto da senhorita Kelly se ilumina como na noite de Natal, quando voltamos. Ela está ansiosa para nos levar para um passeio e fazer-nos o discurso lengalenga de corretora.

A casa é enorme: doze mil metros quadrados em seis hectares de terra. Assim como esta sala principal, há a copa, sala de jantar, cozinha para a família, em anexo... Família! Uma sala de música, biblioteca, estúdio e, para meu espanto, uma piscina interior e sala de ginástica com sauna seca e a vapor. Lá embaixo, no porão, há uma sala de cinema, caramba, e uma sala de jogos. Hmm... Que tipo de jogos que podemos jogar aqui?

A Srta. Kelly aponta todos os tipos de recursos, mas, basicamente, a casa é bonita e foi, obviamente, a casa de uma família feliz. Está um pouco gasta agora, mas nada que algumas reformas não possam curar.

À medida que seguimos a Senhorita Kelly, subindo as magníficas escadas principais, para o segundo andar, mal posso conter a minha excitação... Esta casa tem tudo que eu poderia desejar em uma casa.

— Você não poderia fazer a casa ser mais ecológica e autossustentável?

Christian pisca para mim, perplexo.

— Eu teria que perguntar ao Elliot. Ele é o especialista em tudo isso.

A Senhorita Kelly nos leva a suíte principal, onde as janelas enormes e altas se abrem para uma varanda, a vista é mais espetacular ainda. Eu poderia sentar na cama e olhar para fora o dia todo, observando os barcos a vela e a mudança do clima.

Há cinco quartos adicionais sobre este andar. Puxa crianças. Eu empurro o pensamento às pressas para o lado. Eu tenho muito tempo para processar isso. A Senhorita Kelly está ocupada, sugerindo a Christian como o terreno poderia acomodar um estábulo e um cercado. Cavalos! Imagens terríveis de minhas poucas aulas de equitação piscam em minha mente, mas Christian não parece estar escutando.

— O cercado seria onde o prado é no momento? — Eu pergunto.

— Sim, — A Senhorita Kelly diz alegremente.

Para mim, o prado se parece com um lugar para deitar na grama alta e fazer piqueniques, não para algum demônio de quatro patas de Satanás passear.

De volta à sala principal, a Senhorita Kelly discretamente desaparece, e Christian leva-me mais uma vez para o terraço. O sol se põe e as luzes das cidades na península Olímpica estão brilhando do outro lado do som.

Christian puxa-me em seus braços e puxa meu queixo para cima com o dedo indicador, olhando fixamente para mim.

— Devo comprar? — Ele pergunta, sua expressão é ilegível.

Concordo com a cabeça.

— Eu queria ver se você iria gostar antes de comprar.

— A vista?

Ele acena com a cabeça.

— Eu amo esta vista, e eu gosto da casa como está.

— Você gosta?

Eu sorrir timidamente para ele.

— Christian, me ganhaste no prado.

Seus lábios se abrem, enquanto ele inala acentuadamente, em seguida, seu rosto se transforma com um sorriso, e suas mãos estão, de repente, mergulhadas no meu cabelo e sua boca na minha.

 

De volta ao carro como nós dirigimos para Seattle, o estado de espírito de Christian melhorou consideravelmente.

— Então, você vai comprá-la? — Eu pergunto.

— Sim.

— Você vai vender Escala?

Ele franze a testa.

— Por que eu faria isso?

— Para pagar... — Minha voz falha, é claro. Eu coro.

Ele sorri para mim.

— Confie em mim, eu posso pagar.

— Você gosta de ser rico?

— Sim. Mostre-me alguém que não goste. — ele diz sombriamente.

Ok, saia desse assunto rapidamente.

— Anastásia, você vai ter que aprender a ser rica, também, se você disser que sim. — ele diz em voz baixa.

— A riqueza não é algo que eu aspirava Christian. — Eu franzo a testa.

— Eu sei. Eu amo isso em você. Mas então você não está com fome. — ele simplesmente diz. Suas palavras são preocupadas.

— Aonde vamos? — Pergunto brilhantemente, mudando de assunto.

— Vamos celebrar. — Christian relaxa.

Oh!

— Comemorar o quê, a casa?

— Esqueceu-se? Sua função de editora.

— Oh sim. — Eu sorrir. Inacreditavelmente, eu tinha esquecido.

— Onde?

— No meu clube.

— O seu clube?

— Sim. Um deles.

 

O Mile High Club está no septuagésimo sexto andar da Columbia Tower, mais alto até do que o apartamento de Christian. É muito novo e tem a mais estonteante vista de Seattle.

— Cristal, senhora? — Christian me entrega um copo de champanhe gelada, enquanto eu sento em uma banqueta do bar.

— Por favor, obrigada, senhor. — Enfatizo a última palavra provocante, golpeando meus cílios para ele, deliberadamente.

Ele olha para mim e escurece seu rosto. — Você está flertando comigo, Srta. Steele?

— Sim, Sr. Grey, eu estou. O que você vai fazer sobre isso?

— Eu tenho certeza que posso pensar em alguma coisa. — ele diz, em voz baixa. — Venha, nossa mesa está pronta.

À medida que nos aproximamos da mesa, Christian me para, com a mão no meu cotovelo.

— Vá e tire suas calcinhas. — ele sussurra.

Oh? Um delicioso arrepio percorre minha espinha.

— Vá. — ele comanda tranquilamente.

Para, o quê? Eu pisco para ele. Ele não está sorrindo, ele está sério. Cada músculo abaixo da minha cintura aperta. Eu lhe entrego minha taça de champanhe, viro bruscamente nos meus calcanhares, e vou para o banheiro.

Merda. O que ele vai fazer? Talvez este clube seja apropriadamente chamado.

Os banheiros são altos, de moderna concepção em madeira, tudo escuro, de granito preto, e luzes de halogênio estrategicamente colocadas. Na privacidade da privada, eu sorrio enquanto desfaço-me da minha calcinha. Mais uma vez estou grata por que mudei para o vestido azul-marinho. Eu pensei que era a roupa adequada para conversar com o bom Dr. Flynn, eu não esperava que a noite fosse tomar este curso inesperado.

Eu já estou animada. Por que ele me afeta tanto? Eu me ressinto um pouco com a facilidade que tenho em cair sob o seu feitiço. Agora eu sei que não vamos passar a noite falando sobre todas as nossas questões e eventos recentes... Mas como posso resistir-lhe?

Verificando minha aparência no espelho, estou com os olhos brilhantes e corada com o entusiasmo. Questões pendentes.

Eu respiro fundo e volto para o clube. Quero dizer, não é como se eu não tivesse estado sem calcinha antes. Minha deusa interior está coberta por um boá de plumas rosa e diamantes, suportando seu material em sapatos fodidos.

Christian levanta-se educadamente quando eu volto para a mesa, sua expressão é ilegível. Ele parece estar no seu habitual, perfeito, frio, calmo e auto controlado. Claro, agora eu sei que é diferente.

— Sente-se ao meu lado. — ele diz. Eu deslizo para o assento e me sento. —Pedi para você. Espero que não me importe. — Ele me dá o meu copo pela metade de champanhe, me olhando atentamente e sob seu escrutínio, meu sangue esquenta de novo. Ele repousa suas mãos sobre as coxas. Eu estou tensa e aperto as pernas ligeiramente.

O garçom chega com um prato de ostras em gelo picado. Ostras. A memória de nós dois na sala de jantar privada no Heathman enche minha mente. Nós estávamos discutindo seu contrato. Oh cara. Percorremos um longo caminho desde então.

— Eu acho que você gostou das ostras na última vez que você tentou. — Sua voz é baixa, sedutora.

— Apenas provei uma vez e faz tempo. — Eu estou ofegante, a minha voz me expôs. Seus lábios se contorceram com um sorriso.

— Oh, Srta. Steele, quando você vai aprender? — Ele diz.

Ele toma uma ostra do prato e levanta a outra mão de sua coxa. Eu recuo na expectativa, mas ele pega uma fatia de limão.

— Aprender o quê? — Eu pergunto. Caramba, meu pulso está disparado. Seus dedos longos e hábeis delicadamente espremem o limão sobre a ostra.

— Coma. — ele diz, segurando a concha próxima de minha boca. Eu separo meus lábios, e ele gentilmente coloca a concha no meu lábio inferior. — Incline a cabeça para trás lentamente. — ele murmura. Eu faço o que ele pede e a ostra desliza na minha garganta. Ele não me toca só a casca.

Christian toma outra para ele, em seguida, alimenta-me com outra. Continuamos esta rotina tortuosa até que todas as 12 se foram. Sua pele nunca se conecta com o minha. Ele está me deixando louca.

— Ainda gosta de ostras? — Ele pergunta quando eu engulo a última.

Concordo com a cabeça, corando, eu desejo o seu toque.

— Bom.

Eu me contorço na cadeira. Por isso é tão quente?

Ele põe a mão casualmente em sua própria coxa de novo, e eu derreto. Agora. Por favor. Toque-me. Minha deusa interior está de joelhos, nua, exceto por sua calcinha, mendigando. Ele passa a mão para cima e para baixo em sua coxa, levanta-a, em seguida, coloca-a de volta onde estava.

O garçom complementa nossos copos de champanhe e retira nossos pratos. Momentos depois ele está de volta com o nosso prato principal, robalo, eu não acredito nisso, servido com aspargos, batata sauté e molho holandês.

— Seu prato favorito, Sr. Grey?

— Definitivamente, Srta. Steele. Apesar de acreditar que era bacalhau no Heathman. — Sua mão se move para cima e para baixo em sua coxa. Minha respiração pula, mas ele ainda não me toca. É tão frustrante. Eu tento me concentrar em nossa conversa.

— Eu me lembro de que estávamos em uma sala de jantar privada, em seguida, discutindo um contrato.

— Dias felizes, — ele diz, sorrindo. — Desta vez espero conseguir transar com você. — Ele move a mão para pegar a faca.

Aah!

Ele pega uma porção de seu robalo. Ele está fazendo isso de propósito.

— Não conte com isso. — Eu resmunguei com um muxoxo e ele olha para mim, divertido.

— Falando de contratos — Ele acrescenta. — O NDA. Rasgue-o. — Ele simplesmente diz.

Que!

— O quê? Sério?

— Sim.

— Você tem certeza que eu não vou correr para o Seattle Times, com uma exposição? — Eu provoco.

Ele ri e é um som maravilhoso. Ele parece tão jovem.

— Não. Eu confio em você. Eu vou lhe dar o benefício da dúvida.

Oh. Eu sorriu timidamente para ele.

— Idem. — Eu respiro.

Seus olhos se iluminam.

— Estou muito feliz por você estar usando um vestido. — Ele murmura. E o desejo se choca através de meu sangue já superaquecido.

— Por que você não me tocou, então? — Eu chio.

— Sentindo falta do meu toque? — Ele pergunta sorrindo. Ele está se divertindo... Bastardo.

— Sim. — Eu fervo.

— Coma. — ele ordena.

— Você não vai me tocar, não é?

— Não. — Ele balança a cabeça.

O quê? Eu suspiro em voz alta.

— Apenas imagine como você se sentirá em casa quando chegarmos. — Ele sussurra. —Eu não posso esperar para chegar em casa.

— Será culpa sua se eu entrar em combustão no chão do septuagésimo sexto andar. — Eu resmungo entre os dentes.

— Oh, Anastásia. Nós encontraremos uma maneira de apagar o fogo. — Ele diz, sorrindo e provocante, para mim.

Irritada, eu cavo o meu robalo, e minha deusa interior estreita os olhos na contemplação tranquila e desonesta. Nós podemos jogar este jogo também. Eu aprendi o básico durante a nossa refeição no Heathman. Eu dou uma mordida no meu robalo. Derrete na boca, delicioso. Eu fecho meus olhos, saboreando o gosto. Quando eu abro-os, eu começo a minha sedução de Christian Grey, muito lentamente puxando minha saia para cima, expondo mais as minhas coxas.

Christian faz uma pausa momentânea, uma garfada de peixe fica suspensa no ar.

Toque-me.

Depois de um momento, ele retorna a comer. Eu levo uma mordida de robalo, ignorando-o. Então, coloco a minha faca de lado e corro meus dedos até o interior das minhas coxas, tocando levemente minha pele com a ponta dos dedos. É uma distração até mesmo para mim, especialmente porque eu estou desejando o seu toque. Christian faz uma pausa mais uma vez.

— Eu sei que você está fazendo. — Sua voz é baixa e rouca.

— Eu sei que você sabe Sr. Grey, — Eu respondo suavemente. — Esse é o ponto. — Eu pego um talo de aspargo, olho de soslaio para ele por baixo dos meus cílios, em seguida, mergulho os aspargos no molho holandês, girando a ponta mais e mais.

— Você não está me pagando com a mesma moeda, Srta. Steele. — Sorrindo ele estende o braço e se distancia de mim, surpreendente e irritantemente decidido a não tocar em mim novamente. Não, isso não está certo, isso não vai de acordo com o plano. Aah!

— Abra a boca — Ele ordena.

Eu estou perdendo essa batalha de vontades. Olho para ele novamente, e seus olhos cinza brilham. Separando meus lábios uma fração, eu corro minha língua em meu lábio inferior. Christian sorri e os seus olhos escurecem ainda mais.

— Abre mais. — Ele respira, com os lábios separando para que eu possa ver a sua língua. Eu gemo e mordo meu lábio inferior, em seguida, eu faço o que ele pede.

Eu ouço sua ingestão aguda de ar, ele não está tão imune. Bom, finalmente estou atingindo-o. Minha deusa interior, de espreguiçadeira, sacode o punho no ar.

Mantendo os olhos fixos nos seus, eu tomo outro aspargo em minha boca, e chupo, suavemente... Delicadamente... Até o final. O molho holandês é de dar água na boca. Eu mordo, gemendo baixinho, em apreciação.

Christian fecha os olhos. Sim! Quando ele abre novamente, suas pupilas estão dilatadas. O efeito sobre mim é imediato. Eu gemo e estendo a mão para tocar a sua coxa. Para minha surpresa, ele usa a outra mão para agarrar o meu pulso.

— Oh, não, você não vai fazer isso, Srta. Steele. — Ele murmura baixinho. Levantando a minha mão para a sua boca, ele gentilmente escova meus dedos com os lábios, e eu me contorço. Finalmente! Mais, por favor.

— Não toque — Ele me censura suavemente, e coloca a minha mão de volta no meu joelho. É tão frustrante, este breve contato é insatisfatório.

— Você não joga limpo. — Eu amuo.

— Eu sei. — Ele pega sua taça de champanhe para um brinde, e eu espelho as suas ações.

— Parabéns pela sua promoção, Srta. Steele. — Nós batemos os copos e eu coro.

— Sim, foi um pouco inesperado. — Eu murmuro. Ele franze a testa, como se um pensamento desagradável passasse pela sua mente.

— Coma. — Ele ordena. — Eu não vou levar você para casa até que tenha terminado sua refeição, e então podemos realmente comemorar. — Sua expressão é tão aquecida, tão crua, tão imponente. Estou derretendo.

— Eu não estou com fome. Não de comida.

Ele balança a cabeça, se divertindo, mas aperta os olhos para mim do mesmo jeito.

— Coma, ou eu vou colocá-la em meus joelhos, bem aqui, e nós vamos entreter os outros clientes.

Suas palavras me fazem contorcer. Ele não ousaria! Ele contorce a sua palma. Eu pressiono a minha boca em uma linha dura e olho para ele. Pegando um talo de aspargo, ele mergulha a cabeça no molho holandês.

— Coma isso. — Ele murmura, sua voz é baixa e sedutora.

Obedeço de bom grado.

— Você realmente não comeu o suficiente. Você perdeu peso desde que eu te conheci. — Seu tom é suave.

Eu não quero pensar sobre o meu peso, a verdade é que eu gosto de ser magra. Eu engulo os espargos.

— Eu só quero ir para casa e fazer amor. — Eu murmuro desconsoladamente. Christian sorri.

— Eu também, e nós o faremos. Coma.

Relutantemente, eu volto para a minha comida e começo a comer. Honestamente, eu tirei a minha calcinha fora e tudo. Eu me sinto como uma criança que lhe foi negado os doces. Ele é uma provocação, uma deliciosa, quente, travessa provocação, e todo meu.

Ele me questiona sobre Ethan. Como se vê, Christian faz negócios com o pai de Kate e Ethan. Hmm... É um mundo pequeno. Estou aliviada por ele não mencionar o Dr. Flynn ou a casa, por que eu estou achando difícil me concentrar em nossa conversa. Eu quero ir para casa.

A antecipação carnal está desenrolando entre nós. Ele é tão bom nisso. Fazendo-me esperar. Definindo o cenário. Entre mordidas, ele coloca a mão sobre sua coxa, tão perto da minha, mas ele ainda não me toca só para me provocar ainda mais.

Bastardo! Finalmente eu termino a minha comida, e coloco a faca e o garfo no prato.

— Boa menina, — ele murmura, e essas duas palavras prometem muito.

Eu faço uma carranca para ele.

— E agora? — Eu pergunto com o desejo agarrando minha barriga. Oh, eu quero esse homem.

— Agora? Vamos embora. Eu acredito que você tem certas expectativas, Srta. Steele. Que eu pretendo cumprir com o melhor de minha capacidade.

Uau!

— O melhor... De sua ha... bili... dade? — gaguejo eu. Puta merda.

Ele sorri e levanta.

— Não temos que pagar? — Eu pergunto sem fôlego.

Ele derruba sua cabeça para um lado.

— Eu sou um membro daqui. Eles vão me cobrar. Vem, Anastásia, depois de você. — Ele fica de lado, e eu estou para sair, consciente de que eu não estou usando calcinha.

Ele olha para mim, como se ele estivesse me despindo, e me glorifico com sua avaliação carnal. Ela só me faz sentir tão sexy, este homem lindo me deseja. Será que sempre vou me divertir com isso? Deliberadamente paro na frente dele, aliso o meu vestido sobre meus quadris.

Christian sussurra no meu ouvido:

— Eu não posso esperar para te levar para casa. — Mas ele ainda não me tocou.

Na saída, ele murmura algo sobre o carro para o maître, mas eu não estou ouvindo, minha deusa interior está incandescente com antecipação. Puxa, ela poderia iluminar Seattle.

Esperando pelos elevadores, estamos em companhia de dois casais de meia idade. Quando as portas se abrem, Christian me leva pelo cotovelo e orienta-me para trás. Olho em volta, e estamos cercados por escuros espelhos de vidro fumê. Quando os outros casais entram, um homem de terno marrom que não faz jus entra e cumprimenta Christian.

— Grey, — ele acena com a cabeça educadamente. Christian concorda em troca, mas está em silêncio.

Os casais estão na nossa frente, de frente para as portas do elevador. Eles são obviamente amigos e as mulheres conversam em voz alta, excitadas e animadas após a sua refeição. Eu acho que eles estão todos um pouco embriagados.

Quando as portas se fecham, Christian brevemente se abaixa ao meu lado para amarrar o cadarço. Estranho, os cadarços não estão desfeitos. Discretamente, ele coloca a mão no meu tornozelo, assustando-me, e ele se levanta com a mão percorrendo rapidamente a minha perna, patinando deliciosamente sobre a minha pele, Ah, certo. Eu tenho que sufocar a minha exclamação de surpresa, quando sua mão atinge meu traseiro. Christian se move atrás de mim.

Oh meu Deus. Eu engasgo com as pessoas à nossa frente, olhando para as costas das suas cabeças. Eles não têm ideia do que estamos fazendo. Passando o braço livre em volta da minha cintura, Christian puxa-me para ele, segurando-me no lugar enquanto seus dedos exploram. Céus... Aqui? O elevador viaja suavemente para baixo, parando no quinquagésimo terceiro andar, para deixar as pessoas, mas eu não estou prestando atenção. Estou focada em cada pequeno movimento que os seus dedos fazem. Circulando ao redor... Agora avançando, buscando, embaralhando de volta.

Novamente eu sufoco um gemido, quando seus dedos encontram o seu objetivo.

— Sempre está pronta, Srta. Steele. — Ele sussurra, enquanto ele escorrega um dedo longo dentro de mim. Eu me contorço e ofego. Como ele pode fazer isso com todas estas pessoas aqui?

— Fique quieta e tranquila, — ele adverte, murmurando em meu ouvido.

Estou corada, quente, querendo, presa em um elevador com sete pessoas, seis delas alheias ao que está ocorrendo no canto. Seu dedo desliza para dentro e fora de mim, novamente e novamente. Minha respiração acelera. Caramba, é constrangedor. Quero dizer-lhe para parar... E para continuar... E parar. Eu caio contra ele, e ele aperta o braço em volta de mim, sua ereção está contra meu quadril.

Nós paramos novamente no quadragésimo quarto andar. Oh... Quanto tempo essa tortura iria continuar? Dentro... Fora... Dentro... Fora... Sutilmente eu esfrego-me contra o seu dedo persistente. Depois de todo esse tempo sem me tocar, ele escolhe agora! Aqui! E isso me faz sentir tão... Devassa.

— Silencio. — Ele respira aparentemente não afetado ainda pela presença de mais duas pessoas a bordo. O elevador está ficando lotado. Christian nos move mais para trás, de modo que nós agora estamos pressionados no canto, segurando-me no lugar e me torturando mais. Ele fuça meu cabelo. Tenho certeza de que parecemos um jovem casal apaixonado, acariciando no canto, se alguém pudesse ficar incomodado para virar e ver o que estávamos fazendo... E ele facilita um segundo dedo dentro de mim.

Porra! Eu gemo, e eu estou grata que o bando de pessoas em nossa frente, ainda está conversando, totalmente alheias.

Oh, Christian, o que você está fazendo comigo. Eu inclino a minha cabeça contra o seu peito, fechando os olhos e me entregando aos seus dedos implacáveis.

— Não goze. — Ele sussurra. — Eu quero isso mais tarde. — Ele afunilou a mão na minha barriga, pressionando ligeiramente para baixo, enquanto ele continua a sua doce perseguição. O sentimento é excelente.

Finalmente o elevador chega ao primeiro andar. Com um barulho alto as portas são abertas, e quase que instantaneamente os passageiros começam a sair. Christian lentamente desliza os dedos para fora de mim e beija as costas da minha cabeça. Viro-me e olho para ele, ele sorri, acena com a cabeça, em seguida, novamente o Sr. Terno Marrom Mal Confeccionado, retorna o seu aceno de reconhecimento, enquanto ele sai do elevador com sua mulher. Eu mal percebo, concentrando-me em ficar de pé e tentando controlar minha respiração ofegante. Puxa, me sinto dolorida e desprovida. Christian libera-me, deixando-me ficar em meus próprios pés, sem inclinar-me sobre ele.

Girando, eu olho para ele. Ele parece fresco e sereno, em sua habitual compostura. Hmm... Isto não é tão justo.

— Pronta? — Ele pergunta. Seus olhos brilham perversamente, enquanto ele escorrega primeiro o seu indicador, em seguida, seu dedo médio em sua boca e chupa-os. — Extremamente refinado, senhorita Steele. — Ele sussurra. Eu quase convulsiono no local.

— Eu não posso acreditar que você fez isso. — Murmuro, e eu estou praticamente chegando a rebentar pelas costuras.

— Você ficaria surpresa com o que posso fazer, Srta. Steele. — ele diz. Estendendo a mão, ele enfia uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, um leve sorriso trai a sua diversão.

— Eu quero te levar para casa, mas talvez a gente só vá tão longe quanto á distância para chegar ao carro. — Ele sorri para mim, enquanto ele pega a minha mão e me leva para fora do elevador.

O quê! Sexo no carro? Não podemos simplesmente fazê-lo aqui no mármore frio do piso do átrio... Por favor?

— Venha.

— Sim, eu quero.

— Srta. Steele, — Ele adverte-me com falso horror divertido.

— Eu nunca fiz sexo num carro. — Eu murmuro. Christian para e coloca esses mesmos dedos sob o meu queixo, inclinando a cabeça para trás e olhando para mim.

— Estou muito contente por ouvir isso. Eu tenho que dizer que eu ficaria muito surpreso, para não dizer zangado, se você tivesse.

Eu coro, piscando para ele. Claro, eu só tive relações sexuais com ele. Eu faço uma careta para ele.

— Não é isso que eu quis dizer.

— O que você quer dizer? — Seu tom é inesperadamente duro.

— Christian, era apenas uma expressão.

— A famosa expressão. Eu nunca fiz sexo em um carro. Sim, isso simplesmente comum.

Eita... Qual é o seu problema?

— Christian, eu não estava pensando. Pelo amor de Deus, você apenas... Hum, fez isso comigo em um elevador cheio de gente. Meu juízo está disperso.

Ele levanta as sobrancelhas.

— O que eu fiz para você? — Ele desafia.

Eu faço uma carranca para ele. Ele quer me fazer dizer.

— Você me excitou, foi um grande momento. Agora me leve pra casa e me foda.

Sua boca se abre, ele ri surpreso. Agora ele parece jovem e despreocupado. Oh, é bom ouvi-lo rir. Eu amo isso, porque é tão raro.

— Você é uma romântica nata, Srta. Steele. — Ele pega a minha mão, e dirigimo-nos para fora do prédio para onde o manobrista está com o meu Saab.

— Então você quer sexo em um carro. — Christian murmura, enquanto liga a ignição.

— Francamente, eu teria ficado feliz com o piso do átrio.

— Confie em mim, Ana, eu faria isso. Mas eu não gostaria de ser preso esta hora da noite, e eu não quero foder você em um banheiro. Bem, hoje não.

O quê!

— Você quer dizer que havia esta possibilidade?

— Oh sim.

— Vamos voltar.

Ele se vira para olhar para mim e ri. Seu riso é contagiante, logo nós dois estamos rindo, de maneira maravilhosa, catártica, com a cabeça jogada para trás. Estendendo a mão, ele coloca a no meu joelho, acariciando-o suavemente com dedos longos e hábeis. Eu paro de rir.

— Paciência, Anastásia. — Ele murmura e puxa para o tráfego de Seattle.

 

Ele estaciona o Saab na garagem do Escala e desliga o motor. De repente, nos limites do carro, a atmosfera entre nós muda. Com a antecipação devassa, eu olho para ele, tentando conter meu coração palpitante. Ele se vira para mim, encostado na porta, com o cotovelo apoiado no volante.

Ele puxa o lábio inferior com o polegar e o dedo indicador. Sua boca é tão perturbadora. Eu quero isso para mim. Ele está me observando atentamente, com seus olhos cinza escuro. Minha boca fica seca. Ele sorri um sorriso lento e sexy.

— Se vamos transar no carro, em alguma ocasião, o lugar é da minha escolha. Agora, eu quero tomá-la em qualquer superfície possível do meu apartamento.

É como se ele estivesse dirigindo-me para abaixo da minha cintura... Minha deusa interior executa quatro arabescos e uma dança basca.

— Sim. — Caramba, eu soo tão ofegante, desesperada.

Ele se inclina para frente uma fração. Eu fecho meus olhos, esperando o seu beijo, pensando... Finalmente. Mas nada acontece. Depois de um momento, eu abro meus olhos para encontrá-lo olhando para mim. Eu não consigo descobrir o que ele está pensando, mas antes que eu possa dizer qualquer coisa, ele me distrai mais uma vez.

— Se eu te beijar agora, não vamos fazê-lo no apartamento. Venha.

Aah! Esse homem poderia ser mais frustrante? Ele sai do carro.

 

Mais uma vez, esperamos o elevador, meu corpo vibra com antecipação. Christian segura minha mão, correndo o dedo ritmicamente em meus dedos, cada toque ecoando através de mim. Oh, eu quero as suas mãos sobre mim. Ele me torturou por muito tempo.

— Então, o que aconteceu com a gratificação instantânea? — Murmuro enquanto esperamos.

Christian sorri para mim.

— Não é apropriada para todas as situações, Anastásia.

— Desde quando?

— Desde esta noite.

— Por que você está me torturando assim?

— Olho por olho, Srta. Steele.

— Como estou torturando você?

— Acho que você sabe.

Eu olhei para ele e sua expressão era difícil de ler. Ele quer a minha resposta... É isso.

— Estou com a gratificação adiada, também. — Eu sussurro, sorrindo timidamente.

Ele puxa minha mão inesperadamente, e de repente eu estou em seus braços. Ele pega o cabelo na minha nuca, puxando-o com cuidado para inclinar a minha cabeça para trás.

— O que posso fazer para você dizer sim? — Ele pergunta com fervor, me jogando fora do equilíbrio mais uma vez. Eu pisco para ele, para sua adorável, séria e desesperada expressão.

— Dê-me algum tempo? Por favor. — Eu murmuro. Ele geme e, finalmente, ele me beija, longa e duramente. Então estamos no elevador, e nós somos as mãos e bocas, línguas e lábios, dedos e cabelos. Desejo espesso e forte, corre através do meu sangue, obscurecendo toda a minha razão. Ele me empurra contra a parede, prendendo-me com os seus quadris, uma mão no meu cabelo, a outra no meu queixo, segurando-me no lugar.

— Você é minha. — Ele sussurra. — Meu destino está em suas mãos, Ana.

Suas palavras são inebriantes, e no meu estado superaquecido, quero arrancar suas roupas. Eu empurro o paletó, quando o elevador chega ao apartamento, ele cai no chão da entrada.

Christian me prende a parede do elevador, o casaco cai no chão e sua mão percorre a minha perna, seus lábios nunca deixam os meus. Ele ergue o meu vestido.

— A primeira superfície é aqui, — ele respira e de repente, me levanta. —Enrole suas pernas em volta de mim.

Eu faço como ele disse, e ele se vira e me coloca em cima da mesa da entrada, então ele está de pé entre as minhas pernas. Eu percebo que o vaso de flores de sempre, está faltando. Huh? Colocando a mão no bolso do jeans, ele pega um envelope de preservativo e entrega para mim, abrindo a braguilha.

— Você tem noção do quanto você me incendeia?

— O quê? — Eu coloco. — Não... Eu...

— Bem, você sabe. — ele resmunga. — O tempo todo. — Ele pega o preservativo de minhas mãos. Oh, isso é tão rápido, mas depois de tudo sua provocação é tentadora, eu o quero muito, agora. Ele olha para mim, enquanto rola o preservativo, em seguida, coloca as mãos sob as minhas coxas, espalhando mais as minhas pernas.

Posicionando-se, ele faz uma pausa.

— Mantenha os olhos abertos. Eu quero ver você. — Ele sussurra e apertando minhas duas mãos com a sua, ele afunda lentamente em mim.

Eu tento, realmente, mas o sentimento é tão requintado. O que eu estive esperando, depois das suas provocações. Oh, a plenitude, este sentimento... Eu gemo e arqueio minhas costas fora da mesa.

— Abra. — Ele resmunga, apertando a mão sobre as minhas e empurrando fortemente em mim para que eu grite.

Eu pisco os olhos abertos, e ele olha para mim de olhos arregalados. Lentamente ele se retira, em seguida, afunda-me mais uma vez, sua boca afrouxando e, em seguida, formando um Ah..., mas ele não diz nada. Vendo sua excitação, sua reação a mim, eu acendo por dentro, meu sangue arde em minhas veias. Seus olhos cinzentos queimam os meus. Ele pega o ritmo, e eu me divirto, glorifico, observo-o, vendo a sua paixão, seu amor, quando nós chegamos, junto.

Eu chamo o seu nome ao explodir em torno dele, e Christian me segue.

— Sim, Ana! — Ele clama. Ele cai em mim, liberando as minhas mãos e descansando a cabeça no meu peito. Minhas pernas ainda estão presas à sua volta, e sob o olhar paciente e maternal do quadro da Madonna, eu acalento a cabeça dele contra mim, lutando para recuperar o fôlego.

Ele levanta a cabeça para olhar para mim.

— Eu não terminei com você ainda. — Ele murmura e inclinando-se, beija-me.

 

Eu me deito nua na cama de Christian, sobre o peito, com a respiração ofegante. Santa mãe, sua energia não acaba? Christian passeia seus dedos para cima e para baixo em minhas costas.

— Satisfeita, Srta. Steele?

Murmuro o meu parecer favorável. Eu não tenho mais energia para falar. Levantando minha cabeça, eu viro os olhos desfocados para ele e gozo com o seu olhar quente e apaixonado. Muito deliberadamente, eu inclino a minha cabeça para baixo, então ele sabe que eu vou beijar seu peito.

Ele fica tenso momentaneamente, e eu lhe dou um beijo suave em seus cabelos do peito, respirando em seu exótico cheiro de Christian, misturado com suor e sexo. É inebriante. Ele rola para o lado assim que eu estou deitada ao lado dele e olha para mim.

— O sexo é assim para todos? Surpreende-me que alguém paga. — Sussurro, me sentindo, de repente, tímida.

Ele sorri.

— Eu não posso falar pelos outros, mas é muito fodidamente especial com você, Anastásia. — Ele se inclina e me beija.

— Isso é porque você é fodidamente especial, o Sr. Grey. — Eu concordo, sorrindo para ele e acariciando seu rosto. Ele pisca para mim meio sem graça.

— É tarde. Vá dormir, — ele diz. Ele me beija e, em seguida deita-se e puxa-me para ele, então ficamos em conchinha na cama.

— Você não gosta de elogios.

— Vá dormir, Anastásia.

Hmm... Mas ele é muito fodidamente especial. Eita... E por que ele não percebe isso?

— Eu adorei a casa. — Murmuro.

Ele não diz nada por um momento, mas eu sinto o seu sorriso.

— Eu te amo. Vá dormir. — Ele fuça meu cabelo, e eu derivo para o sono, segura em seus braços, sonhando com sol, portas francesas e escadas largas... E um pequeno menino de cabelos de cobre correndo através de um prado, rindo e rindo enquanto eu o persigo.

 

— Tenho que ir querida. — Christian me beija abaixo da minha orelha.

Abro os olhos e é de manhã. Viro-me para encará-lo, e ele está em pé, vestido, fresco e delicioso, inclinando-se sobre mim.

— Que horas são? — Oh, não... Eu não quero chegar atrasada.

— Não entre em pânico. Tenho uma reunião com café da manhã. — Ele esfrega o nariz contra mim.

— Você cheira bem. — Sussurro, estendendo-me abaixo dele, meus membros agradavelmente apertados e chiando por todos os nossos feitos ontem. Eu envolvo meus braços ao redor de seu pescoço.

— Não vá.

Ele derruba sua cabeça para um lado e levanta a sobrancelha. — Srta. Steele você está tentando fazer um homem perder um dia de trabalho honesto?

Concordo com ele, sacudindo a cabeça, sonolenta, e ele sorri seu novo sorriso tímido.

— Por mais tentador que você seja, eu tenho que ir. — Ele me beija e se levanta. Ele está vestindo um terno azul-marinho, camisa branca e gravata azul-marinho, e ele parece em cada polegada com um CEO... Um CEO quente.

— Até mais tarde, querida. — Ele murmura e ele está fora.

Olhando para o relógio, eu noto que já é sete, devo ter dormido mesmo com o alarme. Bem, hora de levantar.

 

No chuveiro, a inspiração me bate. Eu pensei em outro presente de aniversário para Christian. É tão difícil comprar algo para um homem que tem tudo. Eu já lhe dei o meu presente principal, e ainda tenho o outro item que eu comprei na loja para turista, mas este é um presente que realmente vai ser para mim. Abraço-me com antecipação, enquanto desligo o chuveiro. Eu só tenho que prepará-lo.

No closet, eu coloci um vestido vermelho escuro, com um decote quadrado e corte muito baixo. Sim, isso vai fazer o trabalho.

Agora para o presente Christian. Eu começo a vasculhar suas gavetas, à procura de gravatas. Na gaveta de baixo, eu encontro aquele jeans desbotado e rasgado, aquele que ele usa na sala de jogos, que o faz parecer tão quente. Eu o pego com cuidado, usando a mão inteira. Oh meu Deus, o material é tão macio.

Embaixo dela eu acho uma grande e preta caixa de papelão plana. Ela desperta o meu interesse imediatamente. O que haverá aqui? Eu fico olhando para ela, sentindo como se eu estivesse invadindo. Retiro-a e sacudo. É pesada, como se tivesse documentos ou manuscritos. Eu não posso resistir, eu abro a tampa e rapidamente fechou-a novamente. Caraca, fotografias da Sala Vermelha. O choque me faz sentar-me em meus calcanhares, como eu tentasse limpar a imagem de meu cérebro. Por que eu abri a caixa? Por que ele guardou?

Eu tremo. Meu subconsciente faz uma carranca para mim, isso foi antes de você. Esqueça-as.

Ela está certa. Levantando-me, noto que suas gravatas estão penduradas no fim de sua barra para roupas. Acho a minha favorita e saio rapidamente.

Eu tento dizer para mim mesma que essas fotos são de an... antes de Ana. Meu subconsciente concorda com aprovação, mas é com o coração pesado que eu vou para a sala principal, para o café da manhã. A Sra. Jones me sorri calorosamente e depois franze a testa.

— Tudo bem, Ana? — Ela pergunta gentilmente.

— Sim. — Murmuro. Distraída. — Você tem uma chave da... hum, sala de jogos?

Ela faz uma pausa momentânea, surpresa.

— Sim, claro. — Ela pega um pequeno molho de chaves do seu cinto. — O que você gostaria para o café da manhã, querida? — Ela pergunta, enquanto me dá as chaves.

— Só granola. Não vou demorar muito.

Eu me sinto muito ambivalente sobre este presente agora, depois da descoberta dessas fotografias. Nada mudou, meu subconsciente late para mim, novamente, me olhando por cima de seus óculos de meia-lua. Essas fotos são quentes, minha deusa interior murmura, e mentalmente, eu faço uma carranca para ela. Sim, isso era... Muito quente para mim.

O que mais ele tem escondido? Rapidamente, este museu fura o peito, pego o que preciso, tranco a porta da sala de jogos atrás de mim. O que não faria José para descobrir isso!

Eu entrego as chaves de volta para a Sra. Jones e sento-me para devorar meu café da manhã, sentindo-me estranha por Christian estar ausente. As imagens das fotografias dançam indesejáveis em torno de minha mente. Gostaria de saber quem eram? Leila, talvez?

 

Enquanto me dirijo para o trabalho, eu debato se devo ou não dizer para Christian que eu encontrei suas fotografias. Não, grita meu subconsciente, com seu rosto de Edvard Munch. Eu decidi que ela provavelmente está certa.

Quando vou sentar na minha mesa, meu Blackberry vibra.

 

De: Christian Grey

Assunto: Superfícies

Data: 17 junho de 2011 08:59

Para: Anastásia Steele

Eu calculo que há pelo menos 30 superfícies para explorar.

Estou ansioso por todas e cada uma delas.

Depois, há os pisos, as paredes, e não vamos esquecer da varanda. Depois, ainda há o meu escritório...

Sinto sua falta.

X

Christian Grey

Fálico CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Seu e-mail me faz sorrir, e todas as minhas reservas anteriores evaporam. É a mim que ele quer agora, e a memória da sex-escapada da noite passada inunda minha mente... O elevador, o hall de entrada, a cama. Fálico é certo. Pergunto-me, à toa, que equivalente feminino eu posso ser?

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Romance?

Data: 17 junho de 2011 09:03

Para: Christian Grey

Sr. Grey, você tem ideia fixa.

Eu senti a sua falta no café da manhã.

Mas a Sra. Jones foi muito agradável.

Ax

De: Christian Grey

Assunto: Intrigado

Data: 17 junho de 2011 09:07

Para: Anastásia Steele

Como a Sra. Jones foi agradável?

O que está fazendo Srta. Steele?

Christian Grey

CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Como ele sabe?

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Tocar Nariz

Data: 17 junho de 2011 09:10

Para: Christian Grey

Espere e verá, é uma surpresa.

Eu preciso trabalhar... Deixe-me fazê-lo.

Amo você.

A x

 

De: Christian Grey

Assunto: Frustrado

Data: 17 junho de 2011 09:12

Para: Anastásia Steele

Eu odeio quando você esconde as coisas de mim.

Christian Grey

Fálico CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

 

Eu fico olhando para a pequena tela do meu Blackberry. A veemência implícita em seu e-mail me pega de surpresa. Por que ele se sente assim? Não é como se eu estivesse escondendo fotografias eróticas dos meus ex-namorados.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Desejar você

Data: 17 junho de 2011 09:14

Para: Christian Grey

É para o seu aniversário.

Outra surpresa.

Não seja tão petulante.

A x

 

Ele não responde de imediato, e eu sou chamada para uma reunião, então não posso demorar com ele por muito tempo.

Quando eu olho novamente para o meu Blackberry, para meu horror, percebo que já é quatro da tarde. Onde o meu dia foi? Ainda nenhuma mensagem de Christian. Eu mando um e-mail para ele, novamente.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Olá

Data: 17 junho de 2011 16:03

Para: Christian Grey

Você não está falando comigo?

Não se esqueça que eu estou saindo para tomar uma bebida com José, e que ele vai ficar conosco esta noite.

Por favor, se junte a nós.

A x

 

Ele não responde, e eu sinto um frisson de desconforto. Espero que ele esteja bem. Ligando para o seu celular, recebo seu correio de voz. O anúncio diz simplesmente Grey, deixe uma mensagem em seu tom mais recortado.

— Oi... Um... Sou eu. Ana. Você está bem? Ligue-me, — eu gaguejo através da minha mensagem. Eu nunca tive que deixar uma para ele antes. Eu coro, enquanto desligo. Claro que ele vai saber que é você, idiota! Meu subconsciente revira os olhos para mim. Estou tentada a ligar para a sua assistente Andrea, mas decido que é um passo longo demais. Relutantemente eu continuo o meu trabalho.

Meu telefone toca inesperadamente e meu coração salta. Christian! Mas não, é Kate, minha melhor amiga, finalmente!

— Ana, — ela grita de onde ela está.

— Kate! Você está de volta? Eu senti a sua falta.

— Eu também. Eu tenho tanto para conversar. Estamos no Sea-Tac, eu e meu homem. — Ela ri em uma maneira mais como Kate.

— Legal. Eu tenho tanta coisa para dizer-lhe, também.

— Vejo você de volta no apartamento?

— Eu vou sair para beber com o José. Se junte a nós.

— José está na cidade? Claro! Mande uma mensagem de texto para dizer onde.

— Ok. — Eu falo. Minha melhor amiga está em casa. Depois de todo esse tempo!

— Você está bem, Ana?

— Sim, eu estou bem.

— Ainda com o Christian?

— Sim.

— Ótimo. Até mais tarde!

Oh não, ela também. A influência de Elliot não conhece limites.

— Sim, até mais tarde, querida. — Eu sorrio e ela desliga.

Uau. Kate está em casa. Como é que vou dizer a ela tudo o que aconteceu? Eu deveria escrever e então eu não se esqueceria de nada.

 

Uma hora depois, meu telefone do escritório toca, será Christian? Não, é Claire.

— Você deve ver o cara que quer ver você, que está na recepção. Como você conhece todos esses caras quentes, Ana?

José deve estar aqui. Eu olho para o relógio, são 5:55, e uma pequena excitação pulsa através de mim. Eu não o vejo há tanto tempo.

— Ana, wow! Você está ótima. Você cresceu. — Ele sorri para mim.

Só porque eu estou usando um vestido elegante... Caramba!

Ele abraça-me com força.

— Está alta. — Ele resmunga com espanto.

— É apenas o sapato, José. Você não parece tão ruim, mesmo.

Ele está vestindo jeans, uma camiseta preta e uma camisa de flanela preta e branca.

— Eu vou pegar minhas coisas e podemos ir.

— Legal. Vou esperar aqui.

 

Eu pego duas Rolling Rocks no bar lotado e vou até a mesa onde José está sentado.

— Você encontrou a casa de Christian, certo?

— Sim. Eu não estive lá. Eu só entreguei as fotos no elevador de serviço. Para um cara chamado Taylor, que as levou para cima. Parecia um belo lugar.

— É. Você pode ver por dentro.

— Fico esperando. Saúde, Ana. Seattle combina com você.

Eu coro, enquanto batemos as garrafas. É Christian que concorda comigo.

— Saúde. Fale-me sobre a sua amostra e como foi.

Ele sorri e conta a história. Ele vendeu quase todas, menos três fotos, isso deu para pagar o seu empréstimo de estudante e deixou-lhe algum dinheiro de sobra.

— E eu fui contratado para fazer algumas paisagens para a Secretaria de Turismo de Portland. Muito legal, hein? — Ele termina com orgulho.

— Oh José, isso é maravilhoso. Não interfere com seus estudos, não é? — Eu franzo a testa para ele.

— Não. Agora que vocês se foram e três dos caras que eu costumava sair, tenho mais tempo.

— Nenhuma garota quente para mantê-lo ocupado? A última vez que te vi, você tinha uma meia dúzia de mulheres penduradas em cada palavra sua. — Eu levanto uma sobrancelha para ele.

— Não, Ana. Nenhuma delas é mulher suficiente para mim. — Elas só fazem encenação.

— Ah, claro. José Rodriguez, o terror das mulheres. — Eu ri.

— Ei, eu tenho meus momentos, Steele. — Ele parece vagamente magoado, e eu fico mortificada.

— Claro que você tem. — Eu o acalmo.

— Então, como está o Grey? — Ele pergunta, com seu tom de voz mudando, tornando-se mais frio.

— Ele está bem. Nós estamos bem. — Eu murmuro.

— Sério? Se você diz...

— Sim. Sério.

— Ele não é velho demais para você?

— Oh José. Você sabe o que minha mãe diz, eu nasci velha.

A boca de José se torce ironicamente.

— Como está sua mãe? — E assim, estamos fora da zona de perigo.

— Ana!

Eu me viro e vejo Kate com Ethan. Ela parece linda, bronzeada pelo sol, seu cabelo loiro está descolorido, bronzeada e com um radiante sorriso branco, está bem torneada e vestindo uma camisa branca e jeans branco apertado. Todos os olhos estão voltados para Kate. Eu salto do meu assento para dar-lhe um abraço. Oh como eu senti falta dessa mulher!

Ela me empurra para longe dela e me mantém no comprimento do braço, examinando-me atentamente. Eu coro sob seu olhar intenso.

— Você perdeu peso. Um monte de peso. E você parece diferente. Cresceu. O que está acontecendo? — Ela diz, toda mamãe coruja, preocupada e mandona. —Eu gosto do seu vestido. Cai-lhe bem.

— Muita coisa aconteceu desde que você partiu. Eu vou lhe contar mais tarde, quando estivermos sozinhas. — Eu não estou pronta para a Inquisição de Katherine Kavanagh, ainda. Ela me olha desconfiada.

— Você está bem? — Ela pede gentilmente.

— Sim, — eu sorrio, mas eu estaria mais feliz sabendo de Christian.

— Legal.

— Oi, Ethan. — Eu sorrio para ele, e ele me dá um abraço rápido.

— Oi, Ana, — ele sussurra em meu ouvido.

José franze a testa para ele.

— Como foi o almoço com Mia? — Pergunto a Ethan.

— Interessante, — ele diz misteriosamente.

Oh?

— Ethan, você conhece José?

— Nós nos encontramos uma vez. — Resmunga José, avaliando Ethan enquanto eles apertam as mãos.

— Sim, na casa de Kate em Vancouver, — Ethan diz, sorrindo agradavelmente para José. — Certo o que vamos beber?

 

Eu faço meu caminho para os banheiros, enquanto passo uma mensagem de texto para Christian, dando a nossa localização, talvez ele se junte a nós. Não existem chamadas não atendidas dele e nenhum e-mail. Isto não parece certo, não parece ele.

— E ai, Ana? — José pergunta quando eu volto para a mesa.

— Eu não consigo falar com Christian. Espero que ele esteja bem.

— Ele vai ficar bem. Mais uma cerveja?

— Claro.

Kate se inclina toda.

— Ethan me disse que alguma ex-namorada perseguidora e louca, estava no apartamento com uma arma?

— Bem... Sim. — Eu encolho os ombros, desculpando-se. Oh caramba, o que temos que fazer isso agora?

— Ana, que diabos está acontecendo? — Kate para abruptamente e verifica seu telefone.

— Oi, amor. — Ela diz, quando ela atende. Querido! Ela franze a testa e olha para mim. — Claro. — Ela diz e volta para mim. — É Elliot... Ele quer falar com você.

— Ana. — A voz de Elliot é controlada e suave, meu couro cabeludo arrepia ameaçadoramente.

— O que há de errado?

— É Christian. Ele não voltou de Portland.

— O quê? O que você quer dizer?

— O helicóptero desapareceu.

— O Charlie Tango? — Eu sussurro, enquanto toda a respiração deixa o meu corpo. — Não!

 

Eu fico olhando para as chamas, hipnotizada. Elas dançam e tecem brilhantes chamas alaranjadas com pontas de azul cobalto, na lareira do apartamento de Christian. E apesar do calor escapulir para fora do fogo e do cobertor envolto em torno de meus ombros, eu estou com frio. Assustadoramente fria, até os ossos.

Eu estou ciente de vozes abafadas, muitas vozes abafadas. Mas elas estão no fundo, como um zumbido distante. Eu não ouço as palavras. Tudo que eu posso ouvir, tudo o que posso focar, é no silvo suave do gás que alimenta o fogo.

Meus pensamentos se voltam para a casa que vimos ontem e as enormes lareiras, lareiras reais, para queima de madeira. Eu gostaria de fazer amor com Christian na frente de um fogo real. Eu gostaria de fazer amor com Christian na frente deste fogo. Sim, isso seria divertido. Sem dúvida, ele poderia pensar em alguma maneira de torná-lo memorável, como todas as vezes que fizemos amor. Eu bufo ironicamente para mim, até mesmo os momentos em que estávamos fodendo. Sim, aqueles foram bastante memoráveis também. Onde está ele?

As chamas crepitavam e piscavam, segurando-me cativa, mantendo-me entorpecida. Eu me concentro apenas na sua queima, beleza escaldante. Elas são sedutoras.

Anastásia, você me enfeitiçou.

Ele disse isso na primeira vez que ele dormiu comigo, em minha cama. Ah, não...

Eu envolvo meus braços em torno de mim, e o mundo cai longe de mim e a realidade sangra em minha consciência. O vazio rasteja para dentro de mim e se expande um pouco mais. O Charlie Tango está desaparecido.

— Ana. Aqui, — A Sra. Jones gentilmente me persuade, sua voz me traz de volta para a sala, para o agora, para a angústia. Ela me dá uma xícara de chá. Tomo a xícara e o pires com gratidão, o chocalho revelando as minhas mãos trêmulas.

— Obrigada, — eu sussurro, minha voz está rouca de lágrimas não derramadas e o caroço grande na minha garganta.

Mia sentou-se em frente a mim, na parte maior do grande sofá em forma de U, de mãos dadas com Grace. Elas olham para mim, a dor e a ansiedade estavam gravadas em seus rostos bonitos. Grace parece mais velha, uma mãe preocupada com seu filho. Eu pisco desapaixonadamente para elas. Eu não posso oferecer um sorriso tranquilizador, uma lágrima sequer, não há nada, só o vazio e o vazio crescente. Eu olho para Elliot, José e Ethan, que estão ao redor do bar de café da manhã, todos os rostos estão sérios, falando baixinho. Discutindo algo em suaves vozes. Atrás deles, a Sra. Jones se ocupa na cozinha.

Kate está na sala de TV, monitorando o noticiário local. Eu ouço o murmúrio fraco da grande TV de plasma. Eu não posso suportar ver a notícia, CHRISTIAN GREY DESAPARECIDO, com seu rosto bonito na TV.

Ociosamente, ocorre-me que eu nunca vi tantas pessoas nesta sala, mas eles ainda são insignificantes em comparação com o seu tamanho. Pequenas ilhas perdidas, pessoas ansiosas na casa do meu Cinquenta. O que ele pensaria sobre eles estarem aqui?

Em algum lugar, Taylor e Carrick estão falando com as autoridades que estão nos alimentando com gotas de informação, mas é tudo sem sentido. O fato é que ele está desaparecido. Ele está desaparecido há oito horas. Nenhum sinal, nenhuma palavra dele. A busca foi cancelada, isto é tudo que sei. Ainda está tão escuro. E nós não sabemos onde ele está. Ele pode estar ferido, com fome, ou pior. Não!

Eu faço outra oração silenciosa para Deus. Por favor, deixe Christian estar bem. Por favor, deixe Christian estar bem. Eu repito, mais e mais, na minha cabeça, é o meu mantra, a minha tábua de salvação, algo concreto para me agarrar no meu desespero. Recuso-me a pensar no pior. Não, não vou lá. Há esperança.

— Você é minha salvação.

As palavras de Christian voltam para me assombrar. Sim, há sempre esperança. Eu não devo me desesperar. Suas palavras ecoam em minha mente.

— Agora eu sou um firme defensor de gratificação imediata. Carpe diem[10], Ana.

Por que eu não aproveitei o dia?

— Eu estou fazendo isso porque eu, finalmente, encontrei alguém com quem quero passar o resto da minha vida.

Eu fecho meus olhos em oração silenciosa, balançando suavemente. Por favor, deixe o resto de sua vida não ser tão curto. Por favor, por favor. Nós não tivemos tempo suficiente... precisamos de mais tempo. Nós fizemos tanto nas últimas semanas, chegamos tão longe. Isso não pode acabar. Todos os momentos suaves: o batom, quando ele fez amor comigo pela primeira vez no hotel Olympic, de joelhos na minha frente oferecendo-se para mim, eu, finalmente, tocando-o.

— Eu sou o mesmo, Ana. Eu te amo e eu preciso de você. Toque-me. Por favor.

Oh, eu o amo tanto. Eu não seria ninguém sem ele, nada mais do que uma sombra, toda a luz se eclipsou. Não, não, não... meu pobre Christian.

— Este sou eu, Ana. Tudo de mim... e eu sou todo seu. O que devo fazer para você perceber isso? Para fazer você ver que eu quero você de qualquer maneira que eu a possa ter. Que eu te amo.

E eu também, meu Cinquenta Tons.

Abro os olhos e olho cegamente para o fogo, mais uma vez, as memórias do nosso tempo juntos, voando em minha mente: a sua alegria infantil quando estávamos navegando e planando, seu suave e sofisticado olhar quente como o inferno, no baile de máscaras; a dança, ah, sim, dançando aqui no apartamento, com Sinatra, girando ao redor da sala; sua calma, a ansiosa esperança ontem com a casa e sua deslumbrante vista.

— Vou colocar o meu mundo aos seus pés, Anastásia. Eu quero você, corpo e alma, para sempre.

Oh, por favor, deixe-o ficar bem. Ele não pode ter partido. Ele é o centro do meu universo.

Um soluço involuntário escapa da minha garganta, e eu ponho a minha mão na boca. Não. Eu devo ser forte.

José, de repente, está ao meu lado, ou ele tem estado há algum tempo? Eu não tenho ideia.

— Você quer chamar a sua mãe ou seu pai? — Ele pergunta gentilmente.

Não! Eu sacudo a cabeça e José segura a minha mão. Eu não posso falar, eu sei que vou desmoronar se eu o fizer, mas o calor e o aperto gentil da sua mão, não me oferece nenhum consolo.

Oh, mamãe. Meu lábio treme ao pensar em minha mãe. Devo chamá-la? Não. Eu não poderia lidar com a reação dela. Talvez Ray, ele não iria se emocionar, ele nunca se emociona, nem mesmo quando os Mariners perdem.

Grace sobe para se juntar aos meninos, distraindo-me. Este deve ser o mais longo tempo que ela ficou sentada. Mia chega para sentar ao meu lado e agarra a outra mão.

— Ele vai voltar, — ela diz, sua voz inicialmente determinada, mas rachando na última palavra. Seus olhos estão arregalados e avermelhados, o seu rosto está pálido e deprimido pela falta de sono.

Eu olho para Ethan, que está assistindo Mia e Elliot e tem seus braços em volta de Grace. Olho para o relógio. Bem depois das onze horas, quase meia-noite. Maldito tempo! A cada hora que passa, o vazio se expande, consumindo-me, sufocando-me. Eu sei que lá no fundo, eu estou me preparando, me preparando para o pior. Eu fecho meus olhos e ofereço outra oração silenciosa, apertando tanto a mão de Mia, quanto a mão de José.

Abrindo-os novamente, eu olho para as chamas mais uma vez. Eu posso ver seu sorriso tímido, a minha favorita de todas as suas expressões, um vislumbre do verdadeiro Christian, o meu verdadeiro Christian. Para muitas pessoas ele é: maníaco controlador, CEO, espreitador, deus do sexo, dominador, e ao mesmo tempo, um menino com seus brinquedos. Eu sorrio. Seu carro, seu barco, seu avião... Charlie Tango... não... não... o meu menino perdido, verdadeiramente perdido agora. Meu sorriso desaparece e a dor me atravessa. Lembro-me dele no chuveiro, limpando as marcas de batom.

— Eu não sou nada, Anastásia. Eu sou uma casca de um homem. Eu não tenho um coração.

O nó na garganta se expande. Oh, Christian, você tem, você tem um coração e é meu. Eu quero amá-lo para sempre. Mesmo que ele seja tão complexo e difícil, eu o amo. Eu sempre o amarei. Nunca haverá mais ninguém. Nunca.

Lembro-me de estar sentada na Starbucks, pesando os meus prós e contras com Christian. Todos os contras, mesmo aquelas fotografias que eu encontrei hoje de manhã, derretem na insignificância, agora. O importante é somente ele e se ele vai voltar. Oh, por favor, Senhor, traga-o de volta, por favor, deixe-o ficar bem. Eu vou à igreja... Eu farei qualquer coisa. Oh, se eu o tiver de volta, vou aproveitar o dia. Sua voz ecoa em volta da minha cabeça mais uma vez: — Carpe diem, Ana.

Eu olho mais uma vez para o fogo, as chamas ainda estão lambendo e ondulando em torno de si, brilhando intensamente. Então ouço os gritos de Grace, e tudo fica em câmera lenta.

— Christian!

Eu viro a minha cabeça a tempo de ver Grace movimentar-se velozmente para o outro lado da sala grande, de onde ela havia estado andando, em algum lugar atrás de mim, e na entrada está um Christian desanimado. Ele está vestido apenas com a camisa e a calça do terno, e ele está segurando o paletó azul-marinho, sapatos e meias. Ele parece cansado, sujo e absolutamente lindo.

Puta merda... Christian. Ele está vivo. Eu olho entorpecida para ele, tentando descobrir se eu estou alucinando ou se ele está realmente aqui.

Sua expressão é um de absoluto espanto. Ele deposita o paletó e os sapatos no chão a tempo de pegar Grace, que joga seus braços ao redor de seu pescoço e o beija duro na bochecha.

— Mãe?

Christian olha para ela, completamente perdido.

— Eu pensei que nunca iria vê-lo novamente, — Grace sussurra, expressando o medo coletivo.

— Mãe, eu estou aqui. — Eu ouço a consternação em sua voz.

— Eu morri mil mortes hoje, — ela sussurra, sua voz quase inaudível, ecoando os meus pensamentos. Ela suspira e soluça, não consegue mais segurar as lágrimas. Christian faz uma careta, horrorizado ou mortificado, não sei qual, depois de um momento, envolve-a em um abraço enorme, segurando-a perto.

— Oh, Christian, — ela engasga, envolvendo os braços em volta dele, chorando em seu pescoço, sem autocontenção e esquecendo que Christian não gosta de ser tocado. Ele só a abraça, balançando para lá e para cá, confortando-a. Uma piscina de lágrimas quentes se forma em meus olhos. Carrick grita do corredor.

— Ele está vivo! Merda você está, aqui! — Ele aparece da sala de Taylor, segurando o celular, e abraça os dois, de olhos fechados em um doce alívio.

— Pai?

Mia grita algo ininteligível do meu lado, então ela corre, juntando-se a seus pais, abraçando todos eles, também.

Finalmente, as lágrimas começam cair em cascata pelas minhas bochechas. Ele está aqui, ele está bem. Mas não posso me mover.

Carrick é o primeiro a afastar-se, enxugando os olhos e dando palmadinhas no ombro de Christian. Mia libera-os e Grace dá uns passos para trás.

— Desculpe, — ela murmura.

— Ei, mamãe, está tudo bem, — Christian diz, com uma consternação evidente em seu rosto.

— Onde você estava? O que aconteceu? — Grace chora e pega a sua cabeça nas mãos dela.

— Mãe, — Christian murmura. Ele puxa-a em seus braços novamente e beija o topo de sua cabeça. — Eu estou aqui. Eu estou bem. É só que levei muito tempo para voltar de Portland. Por que o comitê de recepção? — Ele olha para cima e faz a varredura do ambiente, até que seus olhos travam com os meus.

Ele pisca e olha brevemente para José, que solta a minha mão. A boca de Christian aperta. Eu bebo na visão dele e um alívio me atravessa, me deixando gasta, exausta, e completamente eufórica. No entanto, as minhas lágrimas não param. Christian volta a sua atenção para a sua mãe, novamente.

— Mãe, eu estou bem. O que há de errado? — Christian diz tranquilizador. Ela coloca as mãos em cada lado do seu rosto.

— Christian, você estava desaparecido. Seu plano de vôo, você nunca chegou em Seattle. Por que você não entrou em contato conosco?

As sobrancelhas de Christian sobem com a surpresa.

— Eu não achei que levaria tanto tempo.

— Por que você não ligou?

— Não tinha sinal no meu celular.

— Você não parou... ligasse a cobrar?

— Mãe, é uma longa história.

— Oh, Christian! Não faça isso comigo de novo! Você entende? — Ela meio que grita com ele.

— Sim, mamãe. — Ele enxuga suas lágrimas com o polegar e a abraça mais uma vez. Quando ela se compõe, ele entrega o seu abraço para Mia, que lhe dá um tapa forte no peito.

— Você nos deixou tão preocupados, — ela deixa escapar e também está em lágrimas.

— Estou aqui agora, pelo amor de Deus, — Christian murmura.

Como Elliot vem à frente, Christian abandona Mia, que vai para Carrick, que já tem um braço em volta de sua esposa. Ele enrola o outro em torno de sua filha. Elliot abraça brevemente Christian, para grande surpresa de Christian e lhe bate com força nas costas.

— Ótimo ver você. — Elliot diz em voz alta, um pouco bruscamente, tentando esconder sua emoção.

Enquanto o fluxo de lágrimas cai pelo meu rosto, eu posso ver tudo. A grande sala é banhada por um amor incondicional por ele. Ele tem amor de sobra, ele apenas nunca aceitou isso antes, e mesmo agora, ele está totalmente perdido.

Olhe, Christian, todas essas pessoas te amam! Talvez agora você vá começar a acreditar nisso.

Kate está de pé atrás de mim, ela deve ter deixado a sala de TV e ela gentilmente acaricia o meu cabelo.

— Ele está realmente aqui, Ana, — murmura confortadoramente.

— Eu vou dizer oi para a minha menina agora, — Christian diz para seus pais. Ambos concordam, sorriem e o deixam passar.

Ele se move em minha direção, com os olhos cinza, brilhantes, embora cansado e ainda confuso. De algum lugar profundo, acho forças para cambalear para os meus pés e correr para os seus braços abertos.

— Christian, — eu soluço.

— Calma, — ele diz e me abraça, enterrando o rosto no meu cabelo e inalando profundamente. Eu levanto o meu rosto molhado de lágrimas para ele, que me beija muito brevemente.

— Oi, — ele murmura.

— Oi, — eu sussurro de volta, o nó na parte de trás da minha garganta queima.

— Sentiu minha falta?

— Um pouco.

Ele sorri.

— Eu vejo. — E com um toque suave de sua mão, ele enxuga as lágrimas que se recusam a parar de correr pelo meu rosto.

— Eu pensei... Eu pensei... — eu engasgo.

— Eu posso ver. Calma... Eu estou aqui. Sinto muito. Mais tarde... — ele murmura e me beija novamente castamente.

— Você está bem? — Pergunto, liberando-o e tocando-lhe no peito, braços, cintura, oh, eu o sinto quente, vital, o homem sensual sob os meus dedos, me assegura que ele está aqui, em pé na minha frente. Ele está de volta. Ele não recua. Ele só me olha atentamente.

— Eu estou bem. Eu não vou a lugar nenhum.

— Oh, graças a Deus, — eu o abraço em volta de sua cintura novamente, e ele me abraça mais uma vez. — Você está com fome? Você precisa de algo para beber?

— Sim.

Eu recuo para buscar-lhe algo, mas ele não me deixar ir. Ele enfia-me debaixo do braço e estende a mão para José.

— Sr. Grey, — José diz uniformemente.

Christian bufa.

— Christian, por favor, — ele diz.

— Christian, bem-vindo de volta. Que bom que você está bem... e um... obrigado por me deixar ficar.

— Não tem problema. — Christian aperta os olhos, mas ele é distraído pela Sra. Jones, que de repente, está ao seu lado. Só agora me ocorre que ela não está com seu uniforme habitual. Eu não tinha notado isso antes. Seu cabelo está solto, e ela está com calça legging, cinza suave e uma camiseta cinza, com a estampa dos WSU Cougars na frente. Ela parece anos mais jovem.

— Posso lhe pegar algo, Sr. Grey? — Ela enxuga os olhos com um lenço.

Christian sorri carinhosamente para ela.

— Uma cerveja, por favor, Gail, Budvar e algo para comer.

— Eu vou buscar, — eu murmuro, querendo fazer algo pelo meu homem.

— Não. Não vá, — ele diz em voz baixa, apertando o braço em volta de mim.

O resto de sua família está perto, Ethan e Kate se juntam a nós. Christian aperta a mão de Ethan e dá um beijo rápido na bochecha de Kate. A Sra. Jones retorna com uma garrafa de cerveja e um copo. Ele pega a garrafa, mas balança a cabeça para o copo. Ela sorri e retorna para a cozinha.

— Estou surpreso por não querer algo mais forte,— Elliot murmura. —Então que inferno aconteceu com você? Eu soube pelo papai, que me ligou, para dizer que o triturador estava desaparecido.

— Elliot! — Grace repreende.

— Helicóptero, — Christian rosna, corrigindo Elliot, que sorri, e eu suspeito que isso seja uma piada familiar.

— Vamos sentar e eu vou contar. — Christian puxa-me para o sofá, e todo mundo se senta, todos com os olhos em Christian. Ele toma um longo gole de sua cerveja. Ele espia Taylor pairando na entrada e acena. Taylor acena de volta.

— Sua filha?

— Ela está bem agora. Falso alarme, senhor.

— Bom. — Christian sorri.

Filha? O que aconteceu com a filha de Taylor?

— Que bom que você está de volta, senhor. Isso é tudo?

— Nós temos um helicóptero para recolher.

Taylor acena com a cabeça.

— Agora? Ou pode ser feito pela manhã?

— De manhã, eu acho, Taylor.

— Muito bem, Sr. Grey. Qualquer outra coisa, senhor?

Christian balança a cabeça e eleva a garrafa a ele. Taylor lhe dá um raro sorriso, acho que mais raro do que Christian, e dirige-se, presumivelmente, para o seu escritório ou para o seu quarto.

— Christian, o que aconteceu? — Carrick Pergunta.

Christian conta a sua história. Ele estava voando com Ros, a sua assistente número dois no Charlie Tango para lidar com uma questão de financiamento na WSU em Vancouver. Eu mal posso entender, estou tão confusa. Eu só seguro a mão de Christian e olho para as unhas bem cuidadas, seus dedos longos, os vincos em seus dedos, seu relógio de pulso, um Omega com três mostradores pequenos. Eu olho para seu perfil bonito, enquanto ele continua seu conto.

— Ros nunca tinha visto o Mount St. Helens, então no caminho de volta como uma celebração, fizemos um pequeno desvio. Eu ouvi que o TFR[11] foi retirado há algum tempo e eu queria dar uma olhada. Bem, foi a nossa sorte. Estávamos voando baixo, cerca de 200 pés[12] AGL[13], quando o painel de instrumentos iluminou. Nós tivemos um incêndio na cauda, eu não tinha escolha a não ser cortar todos os eletrônicos e posar. — Ele balança a cabeça. — Eu desci em Silver Lake, Ros saiu, e conseguiu apagar o fogo.

— Um incêndio? Em ambos os motores? — Carrick ficou horrorizado.

— Sim.

— Merda! Mas eu pensei...

— Eu sei, — interrompe Christian. — Foi pura sorte que eu estivesse voando tão baixo, — ele murmura.

Eu tremo. Ele solta a minha mão e coloca o braço em volta de mim.

— Está com frio? — Ele pergunta. Eu sacudo a cabeça.

— Como você apagou o fogo? — Kate pergunta, com seus instintos de Carla Bernstein chutando dentro. Nossa, ela parece concisa às vezes.

— Extintores. Temos que levá-los, por lei. — Christian responde calmamente.

Suas palavras estão a um longo tempo, circundando a minha mente. — Eu agradeço a divina providência, a cada dia, por ter sido você que veio me entrevistar e não Katherine Kavanagh.

— Por que você não ligou ou utilizou o rádio? — Grace pergunta.

Christian balança a cabeça.

— Quando desliguei os eletrônicos, ficamos sem rádio. E eu não ia ligá-los e correr o risco de incêndio. O GPS ainda estava funcionando no Blackberry, então eu fui capaz de navegar até a estrada mais próxima. Mas isso nos custou quatro horas de caminhada. Ros estava de saltos. — A boca de Christian ficou em uma linha plana, de desaprovação.

— Não tínhamos sinal de celular. Não havia cobertura em Gifford. A bateria de Ros foi a primeira a morreu. A minha acabou no caminho.

Santo inferno. Eu estou tensa e Christian puxa-me para o seu colo.

— Então, como vocês voltaram para Seattle? — Grace pergunta, piscando um pouco, com a visão de nós dois, sem dúvida. Eu fico ruborizada.

— Nós reunimos os nossos recursos. Entre nós, Ros e eu, tínhamos seiscentos dólares, pensamos que teríamos que pagar alguém para nos trazer de volta, mas um motorista de caminhão parou e concordou em nos trazer para casa. Ele recusou o dinheiro e compartilhou seu almoço conosco. — Christian balançou a cabeça em consternação com a memória. — Levou uma eternidade. Ele não tinha um celular, estranho, mas é verdade. Eu não sabia... — Ele pára, olhando para sua família.

— Que me preocuparia? — Grace zomba. — Oh, Christian! — Ela o repreende. — Quase ficamos doidos!

— Você virou notícia, mano.

Christian revira os olhos.

— Sim. Percebi, quando cheguei e encontrei está recepção e um punhado de fotógrafos lá fora. Desculpe-me, mamãe, eu deveria ter pedido para o motorista parar para que eu pudesse telefonar. Mas eu estava ansioso para voltar. — Ele olha para José.

Oh, por isso, porque José vai ficar aqui. Eu faço uma careta só com o pensamento. Caramba, é tudo o que lhe preocupa.

Grace balança a cabeça.

— Estou feliz por você estar de volta e inteiro, querido.

Eu começo a relaxar, descanso a minha cabeça contra seu peito. Ele cheira a ar livre, um pouco suado, a corpo lavado, e Christian, o cheiro muito bem-vindo no mundo. Lágrimas começam a escorrer por meu rosto, lágrimas de gratidão.

— Ambos os motores? — Carrick diz novamente, franzindo o cenho, incrédulo.

— Vai entender. — Christian encolhe os ombros e passa a mão nas minhas costas.

— Ei, — ele sussurra. Ele coloca os seus dedos embaixo do meu queixo e inclina a cabeça para trás. — Pare de chorar.

Eu limpo meu nariz com as costas da minha mão, do modo mais grosseiro.

— Pare de desparecer. — Eu suspiro e seus lábios se levantam caprichosamente.

— Falha elétrica... muito estranho, certo? — Carrick diz novamente.

— Sim, passou pela minha mente, também, pai. Mas agora, eu só gostaria de ir para a cama e pensar sobre toda essa merda amanhã.

— Então, a mídia sabe que Christian Grey foi encontrado são e salvo? — Kate pergunta.

— Sim. Andrea e meu pessoal do PR, vão lidar com a mídia. Ros ligou depois que chegou em casa.

— Sim, Andrea me ligou para avisar que ainda estavam vivos. — Sorriu Carrick.

— Eu tenho que dar um aumento para aquela mulher. Claro, já é tarde, — disse Christian.

— Acho que isso é uma dica, Senhoras e Senhores, meu querido irmão precisa seu sono de beleza, — Elliot zomba sugestivamente. Christian faz caretas para ele.

— Cary, meu filho está certo. Você pode me levar para casa agora.

Cary? Grace olha com adoração para o marido.

— Sim. Eu acho que nós poderíamos dormir um pouco, — Carrick responde, sorrindo para ela.

— Fique, — Christian oferece.

— Não, meu querido, eu quero chegar em casa. Agora que eu sei que você está seguro.

Christian, relutantemente, coloca-me no sofá e levanta. Abraça Grace mais uma vez, pressiona a cabeça contra o seu peito e fecha os olhos, aliviada. Ele envolve seus braços em torno dela.

— Eu estava tão preocupada, querido, — ela sussurra.

— Eu sei mãe, está tudo bem.

Ela se inclina para trás e estuda-o atentamente, enquanto ele a segura.

— Sim. Acho que você está, — ela diz lentamente, olha para mim e sorri. Eu coro.

Seguimos Carrick e Grace, enquanto eles fazem seu caminho para o hall de entrada. Atrás de mim, eu estou ciente, que Mia e Ethan estão tendo uma conversa sussurrada, aquecida, mas não posso ouvi-los.

Mia está sorrindo timidamente para Ethan, e ele está boquiaberto para ela e balançando a cabeça. De repente, ela cruza os braços e gira sobre os calcanhares. Ele esfrega a testa com uma mão, obviamente frustrado.

— Mamãe, Papai, esperem por mim, — Mia chama de mau humor. Talvez ela seja tão volúvel como seu irmão.

Kate abraça-me com força.

— Eu poderia dizer que alguma coisa séria esteve acontecendo, enquanto eu estive alegremente ignorante em Barbados. É meio óbvio que vocês dois são loucos um pelo outro. Fico feliz que ele está seguro. Não só por ele, Ana, por você também.

— Obrigado, Kate, — eu sussurro.

— Sim. Quem poderia dizer que iríamos encontrar o amor, ao mesmo tempo? — Ela sorri. Uau. Ela admitiu.

— Com os irmãos! — Eu dei uma risadinha.

— Poderemos acabar cunhadas, — ela brinca.

Eu estou tensa, então mentalmente me chuto, quando Kate se volta e me olha com o seu olhar ‘o que você não está me contando, Steele’. Eu ruborizo. Droga, devo dizer a ela que ele me pediu?

— Vamos lá, querida, — Elliot chama por ela, do elevador.

— Vamos conversar amanhã, Ana. Você deve estar exausta.

Eu estou aliviada.

— Claro. Você, também, Kate, vocês viajaram uma longa distância hoje.

Abraçamos-nos mais uma vez, então ela e Elliot seguem os Greys para dentro do elevador. Ethan aperta a mão de Christian e dá-me um abraço rápido. Ele parece distraído, mas ele segue-os para o elevador e as portas se fechem.

José está parado no corredor quando nós voltamos para dentro.

— Olhe. Vou me virar... deixar vocês — ele diz.

Eu coro. Caramba, por que isso é estranho?

— Você sabe para onde ir? — Christian pergunta.

José concorda.

— Sim, a funcionária da casa...

— A Sra. Jones, — eu digo.

— Sim, a Sra. Jones, ela me mostrou anteriormente. Você tem muito espaço por aqui, Christian.

— Obrigado, — diz Christian educadamente, enquanto ele vem para ficar ao meu lado, colocando o braço em volta dos meus ombros. Debruçando-se, ele beija o meu cabelo.

— Eu vou comer o que a Sra. Jones colocou para mim. Boa noite, José. — Christian caminha de volta para a sala grande, deixando José e eu na entrada.

Opa! A sós com José.

— Bem, boa noite. — José parece desconfortável, de repente.

— Boa noite, José, e agradeço-lhe por ficar.

— Claro, Ana. Toda vez que o seu namorado rico, figurão lhe faltar... Vou estar lá.

— José!— Eu o adverti.

— Somente brincando. Não fique com raiva. Eu vou sair de manhã cedo, será que vou ver você em algum momento? Eu sinto falta de você.

— Claro, José. Em breve, espero. Desculpe esta noite foi assim... de merda. — Eu sorrio me desculpando.

— Sim. — Ele sorri. — Merda. — Ele me abraça. — Sério, Ana, eu estou feliz por você estar feliz, mas eu estou aqui se precisar de mim.

Eu olho para ele.

— Obrigada.

Ele dá-me um sorriso triste, amargo, e, em seguida, ele sobe as escadas.

Eu volto para o quarto grande. Christian está ao lado do sofá, me olhando com uma expressão indecifrável no rosto. Nós estamos finalmente sozinhos e olhamos um para o outro.

— Ele ainda quer você, você sabe, — ele murmura.

— E como você sabe disso, Sr. Grey?

— Eu reconheço os sintomas, Srta. Steele. Eu acredito que tenho a mesma aflição.

— Eu pensei que nunca iria ver você de novo, — eu sussurro. Pronto, as palavras saíram. Todos os meus piores medos, embalados ordenadamente, em uma frase curta, agora exorcizada.

— Não foi tão ruim quanto parece.

Eu pego o paletó e os sapatos de onde estão no chão e se movo em direção a ele.

— Vou levar isso, — ele sussurra, pegando seu casaco.

Christian olha para mim como se eu fosse a sua razão de viver e espelha o meu olhar, eu tenho certeza. Ele está aqui, realmente aqui. Ele puxa-me em seus braços e envolve-se em torno de mim.

— Christian, — me engasgo, e minhas lágrimas começar de novo.

— Calma, — ele me acalma, beijando o meu cabelo. — Você sabe... nos poucos segundos de puro terror, antes de desembarcar, todos os meus pensamentos foram para você. Você é o meu talismã, Ana.

— Eu pensei que tivesse perdido você, — eu respiro. Estamos, abraçados, reconectados e tranquilizando um ao outro. Eu aperto os meus braços em torno dele, percebo que ainda estou segurando seus sapatos. Eu os deixo cair ruidosamente ao chão.

— Venha tomar banho comigo, — ele murmura.

— Ok. — Eu olho para ele. Eu não quero ir. Ele inclina meu queixo para cima com os dedos.

— Você sabe, mesmo molhada de lágrimas, você é linda, Ana Steele. — Ele se inclina e beija-me suavemente. — E os teus lábios são tão macios. — Beija-me outra vez, profundamente.

Oh meu Deus... e pensar que eu poderia tê-lo perdido.. não... Eu paro de pensar e me entrego.

— Eu preciso tirar o meu casaco, — ele murmura.

— Deixe-o, — eu murmuro contra seus lábios.

— Eu não posso.

Eu me inclino para trás para olhar para ele intrigada.

Ele sorri para mim.

— É por isso. — Do bolso de dentro, no peito, ele tira a caixa pequena que eu lhe dei, que contém o meu presente. Ele atirou o casaco sob o encosto do sofá e colocou a caixa em cima.

Aproveite o dia, Ana, meu subconsciente me estimula. Bem, já é mais de meia noite, então tecnicamente já é seu aniversário.

— Abra-o, — eu sussurro, e meu coração começa a disparar.

— Eu estava esperando que você dissesse isso, — ele murmura. — Isso estava me deixando louco.

Eu sorrio endiabrada para ele. Caramba, eu me sinto tonta. Ele me dá um sorriso tímido, e eu derreto, apesar do meu coração disparado, deleitando-me com a sua expressão divertida ainda intrigado. Com seus hábeis dedos longos, ele desembrulha e abre a caixa. Sua testa enruga quando ele tira um pequeno chaveiro, retangular de plástico, tendo uma imagem composta por pixels minúsculos que acendem e apagam em uma tela de LED. Ela retrata a linha do horizonte de Seattle, focando o Space Needle, com a palavra SEATTLE escrita através de toda a paisagem, piscando.

Ele olha para o chaveiro por um momento e então olha para mim confuso, e uma carreta estraga a sua testa adorável.

— Vire-o, — eu sussurro, prendendo a respiração.

Ele o faz, e seus olhos disparam para os meus, arregalados e cinza, com viva admiração e alegria. Seus lábios se abrem, ele está incrédulo.

A palavra sim pisca, ligando e desligando no chaveiro.

— Feliz aniversário, — eu sussurro.

 

— Você vai se casar comigo? — Ele sussurra, incrédulo.

Eu concordo com a cabeça nervosamente, corada e ansiosa, sem acreditar muito na sua reação, este homem que eu pensei que tinha perdido. Como ele não poderia entender o quanto eu o amo?

— Diga, — ele ordena suavemente, seu olhar é intenso e quente.

— Sim, eu vou me casar com você.

Ele inala bruscamente e se move de repente, me agarrando e me balançando e rodando, bem a maneira Cinquenta. Ele está rindo, jovem e despreocupado, irradiando alegria jubilosa. Eu pego em seus braços para me apoiar, sentindo a ondulação de seus músculos sob meus dedos, e sua risada contagiante deixa-me tonta, confusa, uma garota total e completamente apaixonada por seu homem bonito. Ele me coloca para baixo e me beija. Duro. Suas mãos estão em ambos os lados do meu rosto, sua língua é insistente e persuasiva... excitante.

— Oh, Ana, — ele respira contra os meus lábios, e é uma alegria que me deixa tonta. Ele me ama, disso eu não tenho nenhuma dúvida, e eu saboreio o gosto deste homem delicioso, esse homem que eu pensei que nunca poderia ver novamente. Sua alegria é evidente, os olhos brilhando, seu sorriso jovial e o seu alívio é quase palpável.

— Eu pensei que tinha perdido você, — eu sussurro, ainda deslumbrada e sem fôlego pelo seu beijo.

— Querida, vai precisar mais do que um 135 com defeito para me manter longe de você.

— 135?

— Tango Charlie. Ele é o helicóptero 135 da Eurocopter, o mais seguro na sua classe. — Alguma emoção sem nome, mas escura, cruza brevemente o seu rosto, me distraindo. O que ele não está me dizendo? Antes que eu possa perguntar, ele me acalma e olha para mim, franzindo a testa, e por um momento eu acho que ele vai me dizer. Eu até pisco diante de seus olhos cinzentos especulativos.

— Espere um minuto. Você me deu isso antes de vermos Flynn, — ele diz, segurando o chaveiro. Ele parece quase horrorizado.

Oh querido, onde ele está indo com isso? Concordo com a cabeça, mantendo uma cara séria.

Sua boca se abre.

Eu dou de ombros me desculpando.

— Eu queria que você soubesse que tudo o que Flynn dissesse não faria diferença para mim.

Christian pisca para mim, incrédulo.

— Então tudo ontem à noite, quando eu estava implorando por uma resposta, eu já a tinha? — Ele está consternado. Concordo com a cabeça novamente, tentando desesperadamente avaliar sua reação. Ele olha para mim com admiração estupefata, mas, em seguida, aperta os olhos e torce a boca com ironia divertida.

— Toda essa preocupação, — ele sussurra ameaçadoramente. Sorrio para ele e dou de ombros mais uma vez. — Ah, não tente ficar toda terna comigo, Srta. Steele. Agora, eu quero... — Ele passa a mão pelos cabelos, então balança a cabeça e muda de rumo.

— Eu não posso acreditar que você me deixou na mão. — Seu sussurro é atado com descrença. Sua expressão muda sutilmente, os olhos brilhando perversamente, a boca torcendo em um sorriso carnal.

Céus. A emoção corre através de mim. O que ele está pensando?

— Eu creio que alguma retribuição esta a caminho, Srta. Steele, — ele diz em voz baixa.

Retribuição? Oh merda! Eu sei que ele está jogando, mas eu dou um passo cauteloso de volta para ele, de qualquer maneira.

Ele sorri.

— É esse o jogo? — Ele sussurra. — Porque eu vou pegar você. — E seus olhos ardem com uma intensidade luminosa e brincalhona. — E você está mordendo seu lábio, — ele diz ameaçadoramente.

Todas as minhas entranhas se apertam ao mesmo tempo. Oh meu Deus. Meu futuro marido quer jogar. Eu dou mais um passo para trás, em seguida, me viro e corro, mas em vão. Christian me agarra, e em um só golpe fácil, enquanto eu guincho de prazer, surpresa e choque. Ele ergue-me por cima do ombro e vai para o fundo do corredor.

— Christian! — Eu sibilo, ciente de que José está lá em cima, embora eu tenha dúvida se ele pode nos ouvir. Eu me equilibro segurando na sua parte inferior das costas, em seguida, em um impulso corajoso, eu o golpeio por atrás. Ele golpeia-me de volta.

— Ai! — Eu gemo.

— Ora do chuveiro, — ele declara, triunfante.

— Ponha-me para baixo! — Eu tento não parecer desaprovadora. A minha luta é inútil, seu braço está firmemente fixado sobre minhas coxas e por algum motivo eu não consigo parar de rir.

— Cômoda nestes sapatos? — ele pergunta divertido, quando abre a porta de seu banheiro.

— Eu prefiro que eles toquem o chão. — Tento rosnar para ele, mas não é muito eficaz, quando não posso manter o riso em minha voz.

— Seu desejo é meu comando, Srta. Steele. — Sem me colocar para baixo, ele tira os meus sapatos e deixa-os cair com um barulho no chão de azulejos. Parado pela vaidade, ele tira o seu Blackberry descarregado do bolso, as chaves, a carteira, o chaveiro. Eu só posso imaginar como me pareço no espelho, por este ângulo. Quando ele termina, caminha diretamente para o seu chuveiro enorme.

— Christian, — eu xingo alto, sua intenção agora é clara.

Ele bota a água no máximo. Caramba! Água gelada jorra sobre a minha bunda, e eu grito, em seguida, paro, pensando mais uma vez que José está acima de nós. Está frio e eu estou completamente vestida. A água fria molha o meu vestido, minha calcinha e meu sutiã. Estou encharcada e eu não consigo parar de rir.

— Não! — Eu guincho. — Ponha-me no chão! — Eu golpeio-o novamente, desta vez mais duro, e Christian coloca-me para baixo, fazendo-me deslizar pelo seu corpo, agora encharcado. Sua camisa branca está colada ao seu peito e a calça de seu terno está encharcada. Estou encharcada também, lavada, tonta e sem fôlego, e ele está sorrindo para mim, olhando assim... tão incrivelmente quente.

Ele fica sóbrio, com os olhos brilhando, segura meu rosto de novo, colando seus lábios nos meus. Seu beijo é suave, acalentado e totalmente perturbador. Eu me importo, não por que estou totalmente vestida e toda molhada no chuveiro com Christian. Mas só por que nós dois estamos debaixo da água. Ele está de volta, ele está seguro, e ele é meu.

Minhas mãos se movem instintivamente para sua camisa, que se agarra a cada linha e tendão do peito, revelando o pelo amassado por baixo da umidade branca. Eu arranco a beira da camisa para fora da calça, e ele geme contra a minha boca, mas seus lábios não deixam os meus. Enquanto eu desabotoo sua camisa, ele puxa o meu zíper, deslizando lentamente o fecho para baixo, no meu vestido. Seus lábios se tornam mais insistentes, mais provocativos, sua língua invadindo minha boca e meu corpo explode de desejo. Brigo duramente com a camisa, abrindo-a. Os botões voam por toda parte, ricocheteando nos azulejos e desaparecendo no chão do chuveiro. Enquanto eu retiro a camisa molhada de seus ombros e para baixo em seus braços, eu o pressiono contra a parede, prejudicando suas tentativas de me despir.

— Abotoaduras, — ele murmura, segurando seus pulsos, onde a camisa encharcada está pendurada e flácida.

Lutando com os dedos, eu libero primeiro uma e depois a outra manga, deixando suas abotoaduras de ouro cair descuidadamente ao chão em mosaico e sua camisa segue junto. Seus olhos procuram os meus através da cascata de água, o seu olhar ardente, carnal, como a água aquecida. Eu alcanço o cós da calça, mas ele sacode a cabeça e agarra meus ombros, me girando completamente, por isso estou de costas para ele. Ele termina a longa viagem para o sul com o meu zíper, afasta meu cabelo molhado para longe do meu pescoço, e passa a sua língua pelo meu pescoço até a raiz do cabelo e de volta, beijando e chupando.

Eu gemo e, lentamente, ele retira o vestido dos meus ombros e para baixo pelos meus seios, beijando meu pescoço embaixo da minha orelha. Ele desabotoa o meu sutiã e empurra-o dos meus ombros, libertando meus seios. Suas mãos agarram em concha cada um deles, enquanto murmura sua apreciação no meu ouvido.

— Tão linda, — ele sussurra.

Meus braços ficam presos pelo meu sutiã e vestido, que estão desprendidos abaixo dos meus seios, meus braços ainda estão nas mangas, mas minhas mãos estão livres. Eu rolo minha cabeça, dando um melhor acesso a Christian para o meu pescoço e empurro meus seios em suas mãos mágicas. Ponho as minhas mãos atrás de mim e acolho a sua ingestão aguda de ar, quando meus dedos curiosos fazem contato com sua ereção. Ele empurra sua virilha em minhas mãos acolhedoras. Droga, por que ele não me deixou tirar suas calças?

Ele faz movimentos circulares sobre meus mamilos, e quando eles endurecem e alongam sob seu toque especialista, todos os meus pensamentos sobre as suas calças desaparecem, com os picos afiados e libidinosos de prazer que atravessam a minha barriga. Eu inclino a cabeça para trás contra ele e gemo.

— Sim, — ele respira e vira-me uma vez mais, capturando a minha boca com a sua. Ele retira meu sutiã, vestido e calcinha, que assim, se juntam com a sua camisa, em uma pilha no chão encharcado do chuveiro.

Eu pego o sabonete liquido ao nosso lado. Christian não percebe o que estou prestes a fazer. Olhando-o diretamente nos olhos, eu esguicho algumas gotas do gel cheiroso em minha mão e a coloco na frente do seu peito, a espera de uma resposta para minha pergunta silenciosa. Seus olhos se arregalaram, então ele me dá um aceno quase imperceptível.

Gentilmente coloco a minha mão sobre o seu esterno e começo a esfregar o sabão em sua pele. Seu peito sobe quando ele inspira fortemente, mas ele permanece imóvel. Mas só um momento, com as mãos apertando os meus quadris, ele não me afasta. Ele me observa com cautela, seu olhar está mais intenso por causa do medo, mas seus lábios se abrem a medida que aumenta a sua respiração.

— Isso está bom? — Eu sussurro.

— Sim. — Sua resposta, é curta, ofegante, quase um suspiro. Lembro-me das muitas vezes que estivemos no chuveiro juntos, mas primeiro no Olympic, é uma memória agridoce. Bem, agora eu posso tocá-lo. Eu o lavo, fazendo movimentos circulares e suaves, limpando o meu homem, movendo-me para as axilas, sobre suas costelas, no baixo ventre firme e plano, em direção ao seu caminho feliz, e ao cós da calça.

— Minha vez, — ele sussurra e pega o xampu, deslocando-nos para fora do alcance do jato de água e esguicha um pouco para o topo da minha cabeça.

Eu acho que isso é minha sugestão para parar de lavar-lhe, então eu desloco meus dedos em sua cintura. Ele trabalha o xampu no meu cabelo, com seus longos dedos massageando meu couro cabeludo. Gemendo em apreço, eu fecho meus olhos e entrego-me à sensação celestial. Depois de todo o estresse da noite, isto é o que eu preciso.

Ele ri e eu abro um olho para encontrá-lo sorrindo para mim.

— Você gosta?

— Hmm...

Ele sorri.

— Eu também, — ele diz e se inclina para beijar minha testa, com seus dedos continuando a massagear o meu couro cabeludo.

— Vire-se, — diz ele com autoridade. Eu faço o que ele pede, e seus dedos lentamente trabalham sobre minha cabeça, limpando, relaxando, amando-me enquanto o faz. Ah, isso é felicidade. Ele pega mais xampu e lava suavemente os cabelos longos nas minhas costas. Quando ele termina, me puxa de volta para baixo do chuveiro.

— Incline a cabeça para trás, — ele ordena suavemente.

De bom grado obedeço, e ele cuidadosamente retira toda a espuma. Quando ele acaba, eu me volto mais uma vez para ele e vou direto para o cós de sua calça.

—Eu quero lavar você todo, — eu sussurro. Ele sorri aquele sorriso torto e levanta as mãos em um gesto que diz: “Eu sou todo seu, querida.” Eu sorrio, isso parece Natal. Eu tenho algum trabalho com seu zíper, e logo a calça e cueca se juntam ao resto de nossa roupa. Eu começo a lavar o seu corpo com uma esponja e água fresca.

— Parece que você está feliz em me ver, — murmuro secamente.

— Eu estou sempre contente de ver você, Srta. Steele. — Ele sorri para mim.

Eu ponho sabonete na esponja, em seguida, refaço a minha jornada sobre o seu peito. Ele está mais relaxado, talvez porque eu não estou realmente tocando-o. Vou para o sul com a esponja, através de sua barriga, ao longo da trilha feliz, através de seus pelos pubianos e mais, para a sua ereção.

Eu olho para ele, que me espreita com olhos semicerrados e anseio sensual. Hmm... Eu gosto desse visual. Eu largo a esponja e uso as minhas mãos, agarrando-o firmemente. Ele fecha os olhos, inclina a cabeça para trás, geme e empurra seus quadris em minhas mãos.

Ah, sim! É tão excitante. Minha deusa interior ressurgiu após sua noite de balançar e chorar no canto, e ela está usando batom vermelho prostituta.

Seus olhos ardentes, subitamente, travam com os meus. Ele se lembrou de algo.

— Hoje é sábado, — ele exclama, olhos brilhantes de admiração impudica, e ele agarra minha cintura, me puxando para ele e me beijando selvagemente.

Opa, mudança de ritmo!

Suas mãos descem pelo meu liso e molhado corpo, ao redor do meu sexo, seus dedos exploram, provocando e sua boca é implacável, deixando-me sem fôlego. A outra mão dele está no meu cabelo molhado, segurando-me no lugar enquanto eu suporto toda a força de sua paixão desencadeada. Seus dedos se movem dentro de mim.

— Ahh, — Eu lamento em sua boca.

— Sim, — ele sibila e levanta-me, com as mãos debaixo do meu traseiro. —Enrole suas pernas em torno de mim, querida. — Minhas pernas dobram em torno dele, e eu me agarro como um molusco ao seu pescoço. Ele me abraça contra a parede do chuveiro e para, olhando para mim.

— Olhos abertos, — ele murmura. — Eu quero ver você.

Eu pisco para ele, meu coração martelando, meu sangue pulsando quente e pesado pelo meu corpo, o desejo, real e desenfreado surgindo através de mim. Então, ele entra em mim, oh, tão lentamente, enchendo-me, reivindicando-me, pele contra pele. Eu empurro para baixo contra ele, que geme alto. Uma vez totalmente dentro de mim, ele faz uma pausa mais uma vez, o rosto tenso, intenso.

— Você é minha, Anastásia, — ele sussurra.

— Sempre.

Ele sorri vitoriosamente e se move, fazendo-me suspirar.

— E agora podemos deixar todo mundo saber, porque você disse que sim. — Sua voz é reverente, e ele se inclina para baixo, capturando a minha boca com a dele, e começa a se mover... lenta e docemente. Eu fecho meus olhos e inclino a cabeça para trás, enquanto arqueio meu corpo, minha vontade submeter-me a ele, escrava de seu ritmo inebriante e lento.

Seus dentes passam pelo meu maxilar, meu queixo e pelo meu pescoço, quando ele pega o ritmo, me empurrando para frente e para cima, longe deste plano terrestre, enchendo o chuveiro, no frio da noite. Apenas eu e meu homem, nos movimentando em uníssono, como um só, um completando o outro, absorvidos no outro... suspiros e grunhidos se misturam. Eu me deleito no sentimento requintado de sua posse sobre o meu corpo, como flores ao seu redor.

Eu poderia tê-lo perdido... e eu o amo... Eu o amo muito, e estou de repente, vencida pela enormidade do meu amor e da profundidade do meu compromisso com ele. Vou passar o resto da minha vida amando esse homem, e com esse pensamento inspirador, eu explodo em torno dele, como uma cura, um orgasmo catártico, me faz gritar o seu nome, enquanto lágrimas correm pelo meu rosto.

Ele atinge o seu clímax e derrama-se em mim. Com o rosto enterrado no meu pescoço, ele desce até o fundo, me segurando com força, beijando meu rosto, e beijando minhas lágrimas, enquanto a água quente cai sobre nós, lavando-nos, limpando-nos.

— Meus dedos estão enrugados, — eu sopro, pós-coito e saciada, enquanto me encosto-me a seu peito. Ele leva meus dedos aos lábios e beija cada um deles.

— Devemos realmente sair desse chuveiro.

— Estou confortável aqui. — Eu estou sentada entre as suas pernas e ele está me segurando perto. Eu não quero me mover.

Christian murmura a sua concordância. Mas, de repente, eu estou cansada até os ossos, cansada do mundo. Tanta coisa aconteceu nesta última semana, o suficiente para um enredo de um drama de teatro e agora vou me casar. Um riso incrédulo escapa meus lábios.

— Algo divertido, Srta. Steele? — Ele pergunta com carinho.

— Tem sido uma semana agitada.

Ele sorri.

— Sim, ela foi.

— Agradeço a Deus você está de volta, e inteiro, Sr. Grey, — eu sussurro, sóbria com o pensamento do que poderia ter acontecido. Ele fica tenso e eu, imediatamente, me arrependo por lembrar-lhe.

— Eu estava com medo, — confessa, para minha surpresa.

— Mais cedo?

Ele balança a cabeça, sua expressão é séria.

Puta merda.

— Então você fez pouco caso só para tranquilizar sua família?

— Sim. Eu estava demasiado baixo para aterrissar bem. Mas de alguma forma eu consegui.

Droga. Meus olhos varrem os seus, e reluz mortalmente enquanto a cascata de água sobre nós.

— Quão perto esteve de cair?

Ele olha para mim.

— Perto, — ele faz uma pausa. — Por alguns segundos terríveis, eu pensei que nunca iria vê-la novamente.

Eu abraço-o firmemente.

— Eu não posso imaginar minha vida sem você, Christian. Eu te amo tanto que me assusta.

— Eu também, — ele respira. — Minha vida seria vazia sem você. Eu te amo tanto. — Seus braços me apertam e ele fuça meu cabelo. — Eu não vou nunca deixar você ir.

— Eu não quero ir, nunca. — Eu beijo seu pescoço, e ele se inclina e beija-me suavemente.

Depois de um momento, ele se mexe.

— Venha, vamos nos secar e ir para a cama. Estou exausto e você parece abatida.

Eu me inclino para trás e arqueio uma sobrancelha para a sua escolha de palavras. Ele deixa a cabeça cair para um lado e sorri para mim.

— Você tem algo a dizer, Srta. Steele?

Sacudo a cabeça e me levanto, instável sobre os meus pés.

 

Eu estou sentada na cama. Christian insistiu em secar meu cabelo, ele é bastante habilidoso no que faz. Como isso aconteceu é um pensamento desagradável, então eu dispenso-o imediatamente. Já passou das duas da manhã, e eu estou pronta para dormir. Christian olha para mim e reexamina o chaveiro antes de subir na cama. Ele balança a cabeça, incrédulo, mais uma vez.

— Isso é tão puro. O melhor presente de aniversário que já tive. — Ele olha para mim, seus olhos estão suaves e quentes. — Melhor do que o meu pôster assinado por Guiseppe DeNatale.

— Eu teria dito a você anteriormente, mas como era seu aniversário... O que você pode dar a um homem que tem tudo? Então, pensei em dar-lhe... a mim.

Ele coloca o chaveiro em cima da mesa de cabeceira e se aconchega ao meu lado, puxando-me em seus braços, contra o seu peito, de modo que estamos deitados em conchinha.

— É perfeito. Como você.

Eu sorrio, embora ele não possa ver minha expressão.

— Estou longe de ser perfeita, Christian.

— Você está rindo de mim, Srta. Steele?

Como ele sabe?

— Talvez. — Eu rio. — Posso te perguntar uma coisa?

— Claro, — ele fuça em meu pescoço.

— Você não ligou na volta de sua viagem a Portland. Foi realmente por causa de José? Você estava preocupado comigo, por estar aqui sozinha com ele?

Christian não diz nada. Viro-me para encará-lo, e seus olhos estão arregalados, como posso censurá-lo.

— Você sabe o quão ridículo isso é? Quanto estresse você fez a sua família e eu passarmos? Nós todos te amamos muito.

Ele pisca algumas vezes e depois me dá um sorriso tímido.

— Eu não tinha ideia de que todos estariam tão preocupados.

Eu aperto os meus lábios.

— Quando você vai entender, nessa sua cabeça dura, que você é muito amado?

— Cabeça dura? — Suas sobrancelhas se apertam em surpresa.

Concordo com a cabeça.

— Sim. Cabeça dura.

— Eu não acho que a densidade do osso da minha cabeça é significativamente maior do que qualquer outro lugar do meu corpo.

— Eu estou falando sério! Pare de tentar me fazer rir. Eu ainda estou um pouco brava com você, no entanto, isso foi parcialmente eclipsado pelo fato de que você está em casa são e salvo, quando eu pensei... — Minha voz desapareceu, quando eu me lembro daquelas horas de ansiedade. — Bem, você sabe o que eu pensei.

Seus olhos suavizam e ele acaricia o meu rosto.

— Sinto muito. Ok.

— Sua pobre mãe, também. Foi muito emocionante vê-lo com ela, — eu sussurro.

Ele sorri timidamente.

— Eu nunca a vi dessa maneira. — Ele pisca com a memória. — Sim, foi realmente alguma coisa. Ela, normalmente, é tão senhora de si. Foi um choque.

— Viu? Todo mundo ama você. — Eu sorrio. — Talvez agora você vá começar a acreditar nisso. — Eu me inclino para baixo e beijo-o suavemente.

— Feliz aniversário, Christian. Estou feliz por você estar aqui para compartilhar seu dia comigo. E você ainda não viu o que eu tenho para você amanhã um... hoje. — Eu sorriso.

— Há mais? — Ele diz, espantado, e seu rosto irrompe em um sorriso deslumbrante.

— Oh sim, Sr. Grey, mas você vai ter que esperar até lá.

 

Eu acordei de repente, de um sonho ou pesadelo, e meu pulso está disparado. Viro-me em pânico e para meu alívio, Christian está dormindo ao meu lado. Porque eu me movi, ele se agita e se mexe em seu sono, estendendo seu braço sobre mim e descansa a cabeça no meu ombro, suspirando baixinho.

O quarto está inundado de luz. São oito horas. Christian nunca dorme até tão tarde. Eu deito para trás e deixo o meu coração desacelerar. Por que a ansiedade? Deve ser o rescaldo da noite passada?

Viro-me e olho para ele. Ele está aqui. Ele está seguro. Eu respiro fundo e firmo o olhar em seu rosto adorável. Um rosto que é agora tão familiar, todas as suas depressões e sombras, eternamente gravadas na minha mente.

Ele parece muito mais jovem quando está dormindo, e eu sorrio porque hoje ele está um ano mais velho. Abraço a mim mesmo, pensando no meu presente. Oooh... o que ele fará? Talvez eu devesse começar lhe trazendo o café da manhã na cama. Além disso, José ainda pode estar aqui.

Encontro José no balcão, comendo uma tigela de cereais. Eu não posso ajudar, mas ruborizo quando o vejo. Ele sabe que eu passei a noite com Christian. Por que, de repente, eu me sinto tão tímida? Não é como se eu estivesse nua ou algo assim. Estou usando meu roupão de seda comprido.

— Bom dia, José, — Eu sorrio, insolentemente.

— Ei, Ana! — Seu rosto se ilumina, genuinamente contente por me ver. Não há nenhum indício de desprezo ou provocação obscena em sua expressão.

— Dormiu bem? — Eu pergunto.

— Claro. Tem uma bela vista aqui em cima.

— Sim. É muito especial. — Como o proprietário deste apartamento. — Quer um verdadeiro café da manhã de homem? — Eu provoco.

— Adoraria ter algum.

— Hoje é o aniversário de Christian, estou fazendo um café da manhã para levar-lhe na cama.

— Ele está acordado?

— Não, eu acho que ele ficou acabado ontem. — Eu olho rapidamente para longe dele e enfio a cabeça na geladeira para que ele não possa ver o meu rubor. Caramba, é só José. Quando eu tiro os ovos e o bacon para fora da geladeira, José está sorrindo para mim.

— Você realmente gosta dele, não é?

Eu aperto os meus lábios.

— Eu o amo, José.

Seus olhos se arregalaram momentaneamente, em seguida, ele sorri.

— O que não há para amar? — Ele pergunta gesticulando em volta da grande sala.

Eu faço uma carranca para ele.

— Puxa, obrigado!

— Ei, Ana, só estou brincando.

Hmm... eu vou sempre ter este estigma sobre mim? Que eu vou casar com Christian pelo seu dinheiro?

— Sério, eu estou brincando. Você nunca foi esse tipo de garota.

— Omelete está bom para você? — Eu pergunto, mudando de assunto. Eu não quero discutir.

— Claro.

— E eu, — Christian diz, enquanto passeia na grande sala. Puta merda, ele está vestindo apenas o pijama, que pende dessa forma totalmente quente em seus quadris. Caramba!

— José. — Ele acena com a cabeça.

— Christian. — José retorna seu aceno solene.

Christian se vira para mim e sorri, quando o encaro. Ele fez isso de propósito. Eu estreitei os meus olhos para ele, tentando desesperadamente recuperar o meu equilíbrio, e a expressão de Christian se altera sutilmente. Ele sabe que eu sei o que ele está fazendo, e ele não se importa.

— Eu ia levar o seu café da manhã na cama.

A arrogância acabou, ele envolve seu braço em volta de mim, inclina meu queixo para cima, e planta um beijo molhado em meus lábios. Muito Cinquenta!

— Bom dia, Anastásia, — ele diz. Eu quero fazer uma carranca para ele e dizer-lhe para se comportar, mas é seu aniversário. Eu coro. Por que ele é tão territorial?

— Bom dia, Christian. Feliz aniversário. — Dou-lhe um sorriso, e ele sorri para mim.

— Estou ansioso pelo meu outro presente, — ele diz e é isso. Eu coro, até a cor do Quarto Vermelho da Dor e olho nervosamente para José, que parece ter engolido algo desagradável. Eu me afasto e começo a preparar a comida.

— Então, quais são os seus planos para hoje, José? — Christian pergunta, aparentemente casual, enquanto ele se senta em uma banqueta do bar.

— Estou indo ver meu pai e Ray, o pai de Ana.

Christian franze o cenho.

— Eles se conhecem?

— Sim, eles estiveram no exército juntos. Eles perderam o contato, até que Ana e eu nos encontramos na faculdade. Isso é engraçado. Eles são os melhores amigos agora. Estamos saindo em uma viagem de pesca.

— Pesca? — Christian está genuinamente interessado.

— Sim, as melhores pescas estão nestas águas costeiras. O Salmão pode crescer bastante.

— Verdade. Meu irmão Elliot e eu conseguimos um Salmão de 34 libras[14], uma vez.

Eles estão falando de pesca? O que há sobre a pesca? Nunca entendi isso.

— Trinta e quatro libras? Nada mal. O pai de Ana, porém, detém o recorde. Pescou um de 43 libras[15].

— Você está brincando! Ele nunca falou sobre isso.

— Feliz aniversário, a propósito.

— Obrigado. Então, onde você gosta de pescar os seus peixes?

Eu estou de fora. Isso eu não preciso saber. Mas, ao mesmo tempo, estou aliviada. Veja, Christian? José não é tão ruim.

 

No momento em que José está para sair, ambos estão muito mais relaxados um com o outro. Christian rapidamente se veste com camiseta e calça jeans, está descalço quando acompanha José e eu para o hall de entrada.

— Obrigado por me deixar ficar aqui, — José diz para Christian, quando eles apertam as mãos.

— Sempre, — sorri Christian.

José me abraça rapidamente.

— Fique bem, Ana.

— Claro. Foi tão bom ver você. Da próxima vez, vamos ter uma noite melhor.

— Eu vou me assegurar disso. — Ele acena para nós de dentro do elevador, e então ele se vai.

— Veja, ele não é tão ruim.

— Ele ainda quer sua calcinha, Ana. Mas não posso culpá-lo.

— Christian, não é verdade!

— Você não tem ideia, não é? — Ele sorri para mim. — Ele quer você. Há muito tempo.

Eu franzo a testa.

— Christian, ele é apenas um amigo, um bom amigo. — E eu estou ciente de que, de repente, eu sôo como Christian, quando está falando da Sra. Robinson. O pensamento é inquietante.

Christian ergue as mãos em um gesto apaziguador.

— Eu não quero brigar, — ele diz em voz baixa.

Oh! Nós não estamos brigando... estamos?

— Eu também não.

— Você não disse a ele que vamos nos casar.

— Não. Achei que devia dizer a mamãe e Ray em primeiro lugar. —Merda. É a primeira vez que eu penso sobre isso, desde que eu disse que sim. Caramba, o que meus pais vão dizer?

Christian concorda.

— Sim, você está certa. E eu... hum, eu deveria perguntar ao seu pai.

Eu rio.

— Oh, Christian, não estamos no século dezoito.

Puta merda. O que Ray vai dizer? Só o pensamento sobre essa conversa me enche de horror.

— É tradicional. — Christian dá de ombros.

— Vamos falar sobre isso mais tarde. Eu quero dar-lhe o seu outro presente. — Meu objetivo é distraí-lo. O pensamento sobre o meu presente está queimando um buraco em minha consciência. Eu preciso dar a ele e ver como ele reage.

Ele me dá um sorriso tímido, e meu coração salta uma batida. Enquanto eu viver, eu nunca vou cansar de olhar para esse sorriso.

— Você está mordendo o lábio, — ele diz e puxa o meu queixo.

A emoção percorre meu corpo quando seus dedos me tocam. Sem uma palavra, e enquanto eu ainda tenho um pouco de coragem, eu tomo a sua mão e conduzo-o de volta para o quarto. Eu largo a sua mão, deixando-o em pé ao lado da cama, e debaixo do meu lado da cama, pego as duas caixas de presente restantes.

— Dois? — Ele diz, surpreso.

Eu respiro fundo.

— Comprei isso antes de, hum... do incidente de ontem. Eu não tenho certeza sobre isso agora. — Eu rapidamente entrego-o, antes que eu possa mudar de idéia. Ele olha para mim, perplexo, sentindo a minha incerteza.

— Está certa de que você quer que eu o abra?

Concordo com a cabeça, ansiosa.

Christian tem lágrimas nos olhos e olha com surpresa para a caixa.

— Charlie Tango, — eu sussurro.

Ele sorri. A caixa contém um pequeno helicóptero de madeira com uma grande lâmina de rotor, movida a energia solar. Ele abre a caixa.

— Alimentação solar, — ele murmura. — Demais. — E antes que eu perceba, ele está sentado na cama montando-o. Ele se encaixa de forma rápida, Christian segura-o na palma da sua mão. Um helicóptero de madeira azul. Ele olha para mim e me dá o seu glorioso sorriso de ‘Garoto Americano’, então vai para a janela, onde o helicóptero é banhado pela luz solar e o rotor começa a girar.

— Olhe para isso, — ele respira, examinando de perto. — O que já podemos fazer com esta tecnologia. — Ele o mantém ao nível dos olhos, observando as lâminas girarem. Ele está fascinado, e é fascinante ver como ele se perde em pensamentos, olhando para o helicóptero. O que ele está pensando?

— Você gostou?

— Ana, eu adoro isso. Obrigado. — Ele me agarra e beija-me rapidamente, em seguida, volta-se para assistir a rotação do rotor. — Eu vou adicioná-lo ao planador em meu escritório, — ele diz, distraidamente, observando a lâmina girar. Ele move a mão para fora da luz do sol, e a lâmina desacelera e acaba parando.

Eu não posso evitar, o sorriso em meu rosto é de rachar, e eu quero abraçar-me. Ele adorou. Claro, ele gosta de tudo sobre tecnologias alternativas. Eu tinha esquecido isso, na minha pressa de comprá-lo. Colocando-o sobre a cômoda, ele se vira para mim.

— Isso vai me fazer companhia enquanto nós tentamos concertar o Charlie Tango.

— É recuperável?

— Eu não sei. Espero que sim. Vou sentir falta dela, de qualquer jeito.

Ela? Estou chocada comigo mesma por esta pequena pontada de ciúmes que sinto por um objeto inanimado. Meu subconsciente bufa e ri. Eu o ignoro.

— O que há na outra caixa? — Ele pergunta, com os olhos arregalados, pela excitação quase infantil.

Puta merda.

— Eu não tenho certeza se este presente é para você ou para mim.

— Sério? — Ele pergunta, e eu sei que despertei o seu interesse. Nervosa, eu entrego-lhe a segunda caixa. Ele balança suavemente e nós dois ouvimos um barulho pesado. Ele olha para mim.

— Por que está tão nervosa? — Ele pergunta, confuso. Eu dou de ombros, embaraçada e animada, eu ruborizo. Ele levanta uma sobrancelha para mim.

— Você está me intrigando, Srta. Steele, — ele sussurra, e sua voz me atravessa, desejo e antecipação apertam a minha barriga. — Eu tenho que dizer que estou gostando de sua reação. O que você fez? — Ele aperta os olhos especulativamente.

Eu fico de boca fechada, enquanto eu prendo a respiração.

Ele remove a tampa da caixa e tira um pequeno cartão. O resto do conteúdo está embrulhado em tecido. Ele abre o cartão, e seus olhos dardejam rapidamente para mim, ampliando com choque ou surpresa. Eu simplesmente não sei.

— Fazer as coisas rudes com você? — Ele murmura. Eu concordo com a cabeça e engulo. Ele deixa sua cabeça cair para um lado com cautela, avaliando minha reação, e franze a testa. Em seguida, volta sua atenção para a caixa. Ele procura através do papel de seda azul-claro e pesca uma máscara para os olhos, alguns grampos de mamilo, um plugue anal, seu iPod, a gravata cinza-prata, por último, mas não significando menos, a chave da sua sala de jogos.

Ele olha para mim, sua expressão é escura, ilegível. Oh merda. Será esta uma má jogada?

— Você quer jogar? — Ele pergunta em voz baixa.

— Sim, — eu respiro.

— Para o meu aniversário?

— Sim. — A minha voz poderia soar mais baixa?

Há uma miríade de emoções em seu rosto, nenhuma das quais eu possa interpretar, mas ele se contenta com ansiedade. Hmm... Não é bem a reação do que eu esperava.

— Você tem certeza? — Ele pergunta.

— Sim, chicotes e coisas.

— Eu entendo isso.

— Sim, então. Eu tenho certeza.

Ele balança a cabeça e olha para baixo, para o conteúdo da caixa.

— Sexo louco e insaciável. Bem, eu penso que nós podemos fazer alguma coisa com este lote, — ele murmura quase para si mesmo, e então coloca o conteúdo de volta na caixa. Quando ele olha para mim de novo, a sua expressão mudou completamente. Caramba, seus olhos cinzentos queimam e sua boca levanta em um lento sorriso erótico. Ele estende a mão.

— Agora, — ele diz, e não é um pedido. Minha barriga aperta, apertado e duro, fundo, lá no fundo.

Eu ponho minha mão na sua.

— Venha, — ele ordena, e eu o sigo para fora do quarto, o meu coração está na boca. O desejo corre liso e quente através de meu sangue, com minhas entranhas apertando com antecipação e fome. Minha deusa interior dá saltos mortais em volta da sua espreguiçadeira. Finalmente!

 

Christian para do lado de fora da sala de jogos.

— Você tem certeza disso? — Ele pergunta, seu olhar está aquecido e ansioso.

— Sim, — eu sussurro, sorrindo timidamente para ele.

Seus olhos suavizam.

— Qualquer coisa que você não quer fazer?

Estou sem rumo com a sua pergunta inesperada, e minha mente fica sobrecarregada. Um pensamento me ocorre.

— Eu não quero que você tire fotos de mim.

Ele acalma, e sua expressão, assim como ele, endurece. Ele deixa a sua cabeça cair para um lado e me olha especulativamente.

Oh merda. Eu acho que ele vai me perguntar o porquê, mas felizmente ele não faz.

— Ok, — ele murmura. Na sua testa há sulcos, quando ele abre a porta, então fica de lado para conduzir-me para o interior do quarto. Eu sinto seus olhos em mim, enquanto ele segue-me para dentro e fecha a porta.

Colocando a caixa de presente na cômoda, ele pegou o iPod, abriu as portas de vidro fumê do suporte, colocou-o no lugar e ligou-o, as ondas de música começaram a sair das caixas de som nas paredes. Ele aperta alguns botões, e depois de um momento, o som de um trem do metrô ecoa dentro do quarto. Ele digita mais, até que a lenta batida eletrônica e hipnótica enche o ambiente. Uma mulher começa a cantar, eu não sei quem ela é, mas sua voz é suave e rouca e o ritmo é medido, deliberadamente... erótico. Oh meu Deus. É música para fazer amor.

Christian se vira para mim quando estou no meio da sala, meu coração dispara, meu sangue canta em minhas veias, pulsando, ou assim eu sinto, no compasso sedutor da música. Ele caminha casualmente até mim e pega no meu queixo para que eu não morda o meu lábio.

— O que você quer fazer, Anastásia? — Ele murmura, plantando um beijo suave e casto no canto da minha boca, os dedos ainda segurando meu queixo.

— É o seu aniversário. O que você quiser, — eu sussurro. Ele traça o polegar ao longo do meu lábio inferior, com a testa enrugada, mais uma vez.

— Estamos aqui porque você acha que eu quero estar aqui? — Suas palavras são mansas, mas ele me observa atentamente.

— Não, — eu sussurro. — Eu quero estar aqui também.

Seu olhar escurece, crescendo mais ousado, enquanto ele avalia a minha resposta. Depois do que parece uma eternidade, ele fala.

— Oh, há tantas possibilidades, Srta. Steele. — Sua voz é baixa, animada. —Mas vamos começar com você ficando nua. — Ele puxa o cinto do meu roupão para que ele caia, revelando a minha camisola de seda e, em seguida recua e senta-se calmamente no braço do sofá Chesterfield.

— Tire a roupa. Lentamente. — Ele me dá um olhar sensual, desafiador.

Eu engulo compulsivamente, pressionando minhas coxas juntas. Eu já estou úmida entre minhas pernas. Minha deusa interior está despida e em pé na fila, pronta e esperando, me implorando para jogar. Eu puxo o manto longe de meus ombros, com meus olhos nunca deixando os dele, dou de ombros, deixando-o cair ao chão. Com fascinação quente nos olhos cinza, ele corre o dedo indicador sobre os lábios, enquanto olha para mim.

Deslizando as alças finas da minha camisola pelos meus ombros, eu olho para ele por um momento, em seguida, libero-a. Minha camisola ondula suavemente pelo meu corpo e cai aos meus pés. Estou nua, e praticamente ofegante e oh, tão pronta.

Christian faz uma pausa por um momento, e fico maravilhada com a apreciação francamente carnal em sua expressão. Ele levanta, faz o seu caminho para a caixa e pega a sua gravata cinza prata, a minha favorita. Ele puxa-a por entre os dedos, enquanto se vira e caminha casualmente para mim, com um sorriso brincando em seus lábios. Quando ele está na minha frente, eu espero que ele peça as minhas mãos, mas ele não faz.

— Eu acho que você está mal vestida, Srta. Steele, — ele murmura. Ele coloca a gravata em volta do meu pescoço, e, lentamente, mas habilmente amarra-a, no que eu suponho, é um nó Windsor. Quando ele aperta o nó, escova os dedos na base da minha garganta e dispara eletricidade através de mim, me fazendo suspirar. Ele deixa a parte mais larga da gravata longa, longa o suficiente para que a ponta encosta em meus pelos pubianos.

— Você parece bem poderosa agora, Srta. Steele, — ele diz e se inclina para me beijar suavemente nos lábios. É um beijo rápido, e eu quero mais, o desejo enrosca desenfreadamente pelo meu corpo.

— O que faremos com você agora? — ele diz, e depois pega a gravata, puxa bruscamente, assim eu sou forçada para frente em seus braços. Suas mãos mergulham no meu cabelo e puxam minha cabeça para trás, e realmente me beija, duro, sua língua é implacável e impiedosa. Uma de suas mãos anda solta pelas minhas costas e para o meu traseiro. Quando ele se afasta, ele está ofegante e olhando para mim, com seus olhos cinzentos fundidos, e eu sou deixada querendo, ofegante, meu juízo completamente disperso. Tenho certeza que meus lábios estarão inchados após o seu ataque sensual.

— Vire-se, — ele ordena suavemente e eu obedeço. Puxando meu cabelo livre da gravata, ele rapidamente o trança e amarra. Ele puxa a trança, por isso a minha cabeça se inclina para cima.

— Você tem o cabelo bonito, Anastásia, — ele sussurra e beija minha garganta, provocando arrepios, subindo e descendo pela minha espinha. — Você apenas tem que dizer pare. Você sabe disso, não é? — Ele sussurra contra minha garganta.

Concordo com a cabeça, com os olhos fechados e saboreio seus lábios em mim. Ele me vira mais uma vez e pega o final da gravata.

— Venha, — ele diz, puxando delicadamente, levando-me até a caixa, onde o resto do conteúdo estava em exibição.

— Anastásia, esses objetos. — Ele levanta o plugue anal. — Este é um tamanho muito grande. Com um ânus virgem, você não quer começar com isso. Queremos começar com isso. — Ele levanta o dedo mindinho, e me engasgo, chocada. Dedos... lá? Ele sorri para mim, e o pensamento desagradável do punho anal, mencionado no contrato, me veio à mente.

— Só o dedo, um só, — ele diz baixinho com aquela estranha habilidade que ele tem de ler a minha mente. Meus olhos dardejam os seus. Como ele faz isso?

— Esses grampos são viciosos. — Ele pega os grampos de mamilos. — Vamos utilizá-los. — Ele coloca um diferente par de pinças no peito. Eles se parecem com gigantescos grampos pretos, com pequenas jóias penduradas. — Eles são ajustáveis, — Christian sopra, sua voz misturada com preocupação gentil.

Eu pisco para ele, com olhos arregalados. Christian, meu mentor sexual. Ele sabe muito mais sobre tudo isso do que eu. Eu nunca vou alcançá-lo. Eu franzo a testa. Ele sabe mais do que eu sobre muitas coisas... Exceto cozinhar.

— Certo? — ele pergunta.

— Sim, — eu sussurro e minha boca seca. —Você vai me dizer o que você pretende fazer?

— Não. Vou fazer isso conforme vamos indo. Esta não é uma cena, Ana.

— Como devo me comportar?

Sua testa aperta.

— Do jeito que você quiser.

Oh!

— Você estava esperando o meu alter ego, Anastásia? — Ele pergunta, com seu tom de zombaria e vagamente confuso, ao mesmo tempo. Eu pisco para ele.

— Bem, sim. Eu gosto dele, — eu murmuro. Ele sorri, seu sorriso privado e corre o dedo na minha bochecha.

— Sabe, — ele respira e corre o dedo no meu lábio inferior. — Eu sou o seu amante, Anastásia, não o seu Dominador. Gosto de ouvir o seu riso, seu riso de menina. Eu gosto de você relaxada e feliz, como você estava nas fotos de José. Essa é a menina que caiu no meu escritório. Essa é a garota por quem me apaixonei.

Santo Deus. Minha boca cai, é uma recepção de flores que aquece o meu coração. É alegria, pura alegria.

— Mas tendo dito tudo isso, eu também gosto de fazer coisas rudes com você, Srta. Steele, e o meu alter ego conhece um truque ou dois. Então, faça como eu disse e se vire. — Seus olhos brilham perversamente, e a alegria se move bruscamente para o sul, agarrando-me com força e apertando cada tendão abaixo da minha cintura. Faço o que me disse. Atrás de mim, ele abre uma das gavetas e um momento depois, ele está diante de mim novamente.

— Venha, — ele ordena e me puxa pela gravata, levando-me para a mesa. À medida que caminhamos, passando pelo sofá, vejo pela primeira vez que todos os bastões haviam desaparecido. Isso me confunde. Estavam lá ontem, quando eu entrei? Eu não me lembro. Será que Christian tirou-os? A Sra. Jones? Christian interrompe minha linha de pensamento.

— Eu quero que você se ajoelhe em cima disso, — ele diz, quando estamos em cima da mesa.

Ah, ok. O que ele tem em mente? Minha deusa interior não pode esperar para descobrir, ela já pulou em cima da mesa e está olhando para ele com adoração.

Ele gentilmente me ergue sobre a mesa, e eu dobro as pernas debaixo de mim e me ajoelho na frente dele, surpresa com a minha própria graça. Agora estamos olhos nos olhos. Ele passa as mãos pelas minhas coxas, agarra meus joelhos, puxa minhas pernas e ergue-se diante de mim. Ele parece muito sério, com os olhos escuros, semiabertos... lascivos.

— Braços atrás das costas. Vou algemar você.

Ele pega um par de algemas de couro do bolso de trás e se aproxima de mim. É isso. Aonde ele vai me levar desta vez?

Sua proximidade é inebriante. Este homem vai ser meu marido. Alguém pode cobiçar um marido assim? Eu não me lembro de ter lido sobre isso em qualquer lugar. Eu não posso resistir a ele, e eu corro os meus lábios entreabertos ao longo de sua mandíbula, sentindo a barba por fazer, uma combinação estonteante, espinhosa e macia, sob a minha língua. Ele acalma e fecha os olhos. Sua respiração vacila e ele puxa para trás.

— Pare. Ou isso vai ser muito mais rápido do que qualquer um de nós quer, — ele adverte. Por um momento, acho que ele pode estar com raiva, mas depois ele sorri, e seus olhos estão aquecidos com a diversão.

— Você é irresistível, — Eu amuo.

— Eu sou agora? — ele diz secamente.

Concordo com a cabeça.

— Bem, não me distraia, ou eu vou amordaçá-la.

— Eu gosto de distraí-lo, — eu sussurro, olhando teimosamente para ele, e ele levanta a sua sobrancelha para mim.

— Ou espancá-la.

Oh! Eu tento esconder meu sorriso. Houve um tempo, não muito tempo atrás, em que eu teria sido subjugada por esta ameaça. Eu nunca teria tido a coragem de beijá-lo, espontaneamente, enquanto ele estivesse nessa sala. Percebo agora, eu já não sou intimidada por ele. É uma revelação. Sorrio maliciosamente, e ele sorri para mim.

— Comporte-se, — ele rosna e vai para atrás, olhando para mim e coloca as algemas de couro em meus pulsos. E a advertência está lá, implícita em suas ações. Eu tento ficar contrita e acho que fui bem sucedida. Ele se aproxima de mim novamente.

— Assim está melhor, — ele respira e inclina-se para atrás de mim, mais uma vez com as algemas. Eu resisto em tocá-lo, mas inalo o glorioso perfume de Christian, ainda fresco do chuveiro da noite passada. Hmm... Eu deveria engarrafar isso.

Eu espero que ele algeme os meus pulsos, mas ele coloca cada algema acima dos meus cotovelos. Isso me faz arquear as costas, empurrando meus seios para frente, apesar de meus cotovelos não estarem de maneira nenhuma juntos. Quando termina, ele faz a volta para me admirar.

— Sente-se bem? — Ele pergunta. Não é a mais confortável das posições, mas eu estou tão ligada na antecipação, para ver aonde ele vai com isso que aceno brevemente, enfraquecida pela necessidade.

— Bem. — Ele puxa a máscara do bolso de trás.

— Eu acho que você já viu o suficiente agora, — ele murmura. Ele desliza a máscara sobre a minha cabeça, cobrindo meus olhos. Minha respiração para. Uau. Por que eu não ser capaz de ver é tão erótico? Eu estou aqui, amarrada e ajoelhada sobre uma mesa, esperando, a doce e quente antecipação que pesa no fundo da minha barriga. Eu ainda posso ouvir, porém, o ritmo melódico e constante da musica continua. Ela ressoa através do meu corpo. Eu não tinha notado antes. Ele deve tê-la repetido.

Christian caminhou para longe. O que ele está fazendo? Ele se move novamente e abre uma gaveta, em seguida, fecha-a novamente. Um momento depois, ele está de volta, e eu o sinto na minha frente. Há um pungente e rico cheiro almiscarado no ar. É delicioso, quase de dar água na boca.

— Eu não quero estragar a minha gravata favorita, — ele murmura. Ele lentamente a desamarra e a retira.

Eu inalo drasticamente à medida que a ponta da gravata viaja pelo meu corpo, me fazendo cócegas em seu rastro. Arruinar sua gravata? Eu escuto intensamente, para determinar o que ele vai fazer. Ele está esfregando as mãos. Os dedos, de repente, escovam sobre meu rosto, até a minha mandíbula e depois para o meu queixo.

Meu corpo salta a atenção para o seu toque e um arrepio delicioso passa por mim. Sua mão flexiona sobre o meu pescoço, derrama um óleo com cheiro doce na mão e desliza suavemente pela minha garganta, através da minha clavícula, e até meu ombro, com os dedos massageando suavemente. Oh, eu estou recebendo uma massagem. Não é o que eu esperava.

Ele coloca uma mão no meu ombro e a outra começa uma viagem de provocação lenta em toda a minha clavícula. Eu gemo baixinho enquanto ele faz o seu caminho em direção aos meus seios, cada vez mais doloridos, ansiando pelo seu toque. É tentador. Eu arqueio o meu corpo ainda mais para o seu toque hábil, mas suas mãos deslizam para os meus lados, lentas, medidas, no tempo da batida da música, e cuidadosamente evitam os meus seios. Eu gemo, mas eu não sei se é de prazer ou frustração.

— Você é tão linda, Ana, — ele murmura, sua voz é baixa e rouca, sua boca está junto ao meu ouvido. Seu nariz segue ao longo da minha mandíbula, enquanto ele continua a me massagear, embaixo dos meus seios, em toda a minha barriga, para baixo... Ele beija fugazmente em meus lábios, então ele corre o nariz no meu pescoço, minha garganta. Caramba, eu estou em chamas... sua proximidade, suas mãos, suas palavras.

— E logo você vai ser minha mulher, para ter e manter, — ele sussurra.

Oh meu Deus.

— Para amar e cuidar.

Caramba.

— Com meu corpo, vou te adorar.

Eu jogo a minha cabeça para trás e gemo. Seus dedos atravessam os meus pêlos pubianos, por cima do meu sexo, e ele esfrega a palma de sua mão contra o meu clitóris.

— Sra. Grey, — ele sussurra, enquanto a palma da mão esfrega contra mim.

Eu gemo.

— Sim, — ele respira, e a palma da mão continua a me provocar. — Abra sua boca.

Minha boca já está aberta, estou ofegante. Abro mais, e ele escorrega um objeto grande de metal frio entre meus lábios. Com a forma de chupeta de bebê gigante, ele tem pequenos riscos ou esculturas, e posso sentir uma corrente no final. É grande.

— Chupe, — ele comanda suavemente. —Eu vou colocar isso dentro de você.

Dentro de mim? Dentro de mim onde? Meu coração cambaleia em minha boca.

— Chupe, — ele repete e detém a palma de sua mão.

Não. Não pare, quero gritar, mas minha boca está cheia. Suas mãos untadas deslizam para trás, no meu corpo e, finalmente, pelos meus seios negligenciados.

— Não pare de chupar.

Delicadamente, ele rola meus mamilos entre os polegares e indicadores, e eles endurecem e alongam sob o seu toque especialista, enviando ondas sinápticas de prazer por todo o caminho para a minha virilha.

— Você tem belos seios, Ana, — ele murmura e meus mamilos endurecem ainda mais, como resposta. Ele murmura a sua aprovação e eu gemo. Seus lábios se movem para baixo do meu pescoço, para o seio, dando mordidas suaves, sugando mais e mais para baixo, em direção ao meu mamilo, e de repente eu sinto o aperto do grampo.

— Ah! — Eu deturpo meu gemido através do dispositivo na minha boca. Santa Mãe, o sentimento é requintado, cru, doloroso, prazeroso... oh, o aperto. Gentilmente, ele lava o mamilo com a língua e enquanto faz isso, ele aplica o outro grampo. A mordida do segundo grampo é igualmente dura... mas tão bom. Eu gemo alto.

— Sinta-o, — ele sussurra.

Oh, eu sinto. Eu sinto. Eu sinto.

— Dê-me isso. — Ele puxa suavemente a chupeta de metal da minha boca, eu o libero. Suas mãos trilham mais uma vez pelo meu corpo, em direção ao meu sexo. Ele lubrificada novamente as suas mãos. Elas deslizam em torno de meu traseiro.

Eu suspiro. O que ele vai fazer? Eu estou tensa, de joelhos, enquanto ele passa os dedos entre minhas nádegas.

— Calma, devagar, — ele respira perto da minha orelha e beija meu pescoço, enquanto seus dedos atacam-me e provocam-me.

O que ele vai fazer? Sua outra mão desliza para baixo da minha barriga para o meu sexo, manipula-me mais uma vez. Ele facilita os dedos dentro de mim, e eu gemo alto, agradecida.

— Eu vou colocar isso dentro de você, — ele murmura. — Não aqui. — Seus dedos trilham entre minhas nádegas, o óleo se espalha. — Mas aqui. — Ele move os dedos de volta, dentro e fora, acertando a parede da frente da minha vagina. Eu lamento e meus mamilos retidos incham.

— Ah.

— Calma agora. — Christian remove os dedos e desliza o objeto para dentro de mim. Ele acaricia o meu rosto e me beija, sua boca invadindo a minha, eu ouço um clique muito fraco. Instantaneamente, o objeto dentro de mim começa a vibrar, lá embaixo! Eu suspiro. A sensação é extraordinária, além de qualquer coisa que eu já senti antes.

— Ah!

— Calma, — Christian me acalma, sufocando meus suspiros com sua boca. Suas mãos se movem para baixo e puxam delicadamente sobre os grampos. Eu grito bem alto.

— Christian, por favor!

— Calma, querida. Aproveite.

Isso é demais, é uma super estimulação, em todos os lugares. Meu corpo começa a subir, e de joelhos, eu sou incapaz de controlar o acúmulo. Oh meu Deus... Serei capaz de lidar com isso?

— Boa menina, — ele acalma.

— Christian, — eu clamo, soando desesperada, mesmo para os meus próprios ouvidos.

— Calma, sinta isso, Ana. Não tenha medo. — Suas mãos estão agora em minha cintura, me segurando, mas não consigo me concentrar em suas mãos, no que está dentro de mim e nas pinças, também. Meu corpo está construindo, construindo para uma explosão, com as vibrações incessantes e a doce tortura em meus mamilos. Inferno. Vai ser muito intenso. Suas mãos se deslocam de meus quadris, abaixo e ao redor, lisas e oleadas, tocam, sentem, amassam minha pele, amassando o meu traseiro.

— Tão bela, — ele murmura e de repente, ele gentilmente empurra um dedo oleado dentro de mim... lá! Em meu traseiro. Porra. Parece estranho, cheio, proibido... mas oh... tão... bom. E ele se move lentamente, facilitando a entrada e saída, enquanto seus dentes passam pelo meu queixo erguido.

— Tão bonita, Ana.

Eu estou suspensa no alto, no alto de uma ravina, ampla e larga, eu estou subindo e depois caindo vertiginosamente, ao mesmo tempo, mergulhando para a Terra. Eu não posso esperar mais, eu grito enquanto as convulsões sacodem o meu corpo e o clímax tem uma plenitude avassaladora. Quando o meu corpo explode, eu não sou nada, apenas sensação, em todos os lugares. Christian tira uma e depois a outra pinça, fazendo com que meus mamilos cantem como uma onda doce, um doce sentimento doloroso, mas é, oh, tão bom e me fez gozar. Seu dedo fica onde está, suavemente indo para dentro e para fora.

— Argh! — Eu gemo, Christian envolve-se em torno de mim, me segurando, enquanto meu corpo continua a pulsar sem dó.

— Não! — Eu grito novamente, implorando, e desta vez ele puxa o vibrador de dentro de mim, e seu dedo também, enquanto meu corpo continua a convulsionar.

Ele desamarra uma das algemas, para que meus braços caiam para frente. Minha cabeça cai em seu ombro, e eu estou perdida, perdida em todas essas sensações esmagadoras. Minha respiração está aos arrancos, exausta, desejo o doce e bem-vindo esquecimento.

Vagamente, fico ciente de que Christian me levanta, me leva para a cama e me coloca sobre os frescos lençóis de cetim. Depois de um momento, suas mãos, ainda lubrificadas, esfregam suavemente as costas das minhas coxas, meus joelhos, minhas panturrilhas e os meus ombros. Eu sinto movimento na cama, quando ele se estende ao meu lado.

Ele puxa a máscara, mas não tenho a energia para abrir os olhos. Encontrando a minha trança, ele desfaz o laço do cabelo e se inclina para frente, beijando-me suavemente nos lábios. Só a minha respiração irregular perturba o silêncio na sala, estabilizando conforme eu flutuava suavemente de volta a Terra. A música parou.

— Tão bela, — ele murmura.

Quando consigo abrir os olhos, ele está olhando para mim, sorrindo suavemente.

— Oi, — ele diz. Eu consigo um grunhido em resposta, e seu sorriso se amplia. — Suficientemente rude para você?

Concordo com a cabeça e dou-lhe um sorriso relutante. Caramba, mais rude que isso, eu não aguentaria.

— Eu acho que você está tentando me matar, — eu murmuro.

— Morte por orgasmo. — Ele sorriu. — Há maneiras piores de morrer, — ele diz, mas depois faz uma careta, como se um pensamento desagradável tivesse atravessado a sua mente. Aborrece-me. Eu me aproximo e acaricio o seu rosto.

— Você pode me matar dessa forma a qualquer momento, — eu sussurro. Percebo que ele está gloriosamente nu e pronto para a ação. Quando ele pega a minha mão e beija os meus dedos, eu me inclino e capturo o seu rosto entre as mãos e puxo a sua boca para a minha. Ele beija-me brevemente, depois para.

— Isto é o que eu quero fazer, — ele murmura e pega o controle remoto que estava embaixo do travesseiro. Ele aperta um botão e uma música suave de guitarra ecoa nas paredes.

— Eu quero fazer amor com você, — ele diz olhando para mim, seus olhos cinzentos ardendo com sinceridade, brilhando de amor. Suavemente, no fundo, uma voz familiar começa a cantar “A primeira vez que vi seu rosto”. E os seus lábios encontraram os meus.

 

Enquanto eu aperto em torno dele, encontro a minha liberação, mais uma vez, Christian se desenrola em meus braços, com a cabeça jogada para trás, enquanto ele chama pelo meu nome. Aperta-me fortemente contra o peito enquanto nos sentamos cara a cara no meio da cama enorme, eu montada nele. E neste momento, este momento de alegria, com este homem, esta música, a intensidade da minha experiência nesta manhã aqui com ele e tudo o que ocorreu durante a semana passada, me inunda de novo, não apenas fisicamente, mas emocionalmente. Estou completamente subjugada com todos esses sentimentos. Estou tão profundamente, profundamente apaixonada por ele. Pela primeira vez eu tenho um vislumbre de entendimento sobre a forma como ele se sente sobre a minha segurança.

Recordando a sua estreita ligação com o Charlie Tango ontem, eu estremeço só de pensar e encho os meus olhos de lágrimas. Se alguma coisa acontecesse com ele, eu o amo tanto. Minhas lágrimas caem pelo meu rosto. São tantos lados de Christian, sua doce, áspera e gentil personalidade, seu lado rude e dominante de “eu posso foder você como quiser e você vai chegar como um trem”, suas cinquentas sombras, todo ele. Todo espetacular. Todos meus. E estou ciente de que não o conheço bem, e temos uma montanha de problemas para superar, mas sei, que nos dois, o superaremos, nós teremos uma vida inteira para fazê-lo.

— Ei, — ele respira, apertando minha cabeça entre as mãos, olhando para mim. Ele ainda está dentro de mim. — Por que você está chorando? — Sua voz está cheia de preocupação.

— Porque eu te amo tanto, — eu sussurro. Ele meio que fecha os olhos como se drogado, absorvendo minhas palavras. Quando ele abre novamente, eles brilham com o seu amor.

— E eu a você, Ana. Você me faz... inteiro. — Ele me beija suavemente enquanto Roberta Flack termina a sua canção.

 

Nós falamos, falamos e falamos, sentados juntos na cama no quarto de jogo, eu estou em seu colo, nossas pernas entrelaçada uma nas outras. O lençol de cetim vermelho está enrolado em torno de nós como um casulo, eu não tenho ideia de quanto tempo se passou. Christian está rindo de minha imitação de Katherine durante a sessão de fotos no Heathman.

— E pensar que poderia ter sido ela quem viria me entrevistar. Agradeço ao Senhor por um resfriado comum, — ele murmura e beija o meu nariz.

— Eu acredito que ela teve gripe, Christian, — Eu repreendo-o, arrastando os dedos ociosamente pelos cabelos no seu peito e maravilhada por ele tolerar isso muito bem. — Todos os bastões se foram, — eu murmuro, recordando minha distração de mais cedo. Ele enfia o meu cabelo atrás da minha orelha, pela enésima vez.

— Eu não acho que você jamais vá passar por esse limite rígido.

— Não, eu não acho que vou, — eu sussurro com os olhos arregalados, então me encontro olhando por cima dele, para os chicotes, pás e flagelos que revestem a parede oposta. Ele segue o meu olhar.

— Você quer que eu me livre deles, também? — Ele se diverte, mas é sincero.

— Não o chicote com cabo... o marrom. Ou aquele açoite de camurça, você sabe. — Eu coro.

Ele sorri para mim.

— Ok, o chicote e o açoite. Srta. Steele, você está cheia de surpresas.

— Assim como você, Sr. Grey. É uma das coisas que eu amo sobre você. — Eu beijo-o suavemente no canto da boca.

— O que mais você gosta de mim? — Ele pergunta e seus olhos se arregalaram.

Eu sei que é um grande negócio, para ele fazer esta pergunta. Isso me humilha e eu pisco para ele. Eu amo tudo sobre ele, mesmo os seus Cinquenta Tons. Eu sei que a vida com Christian nunca vai ser chata.

— Isso. — Meu dedo indicador passa pelos seus lábios. — Eu a amo, e o que sai daí também, o que você faz comigo com ela. E o que está aqui. — Eu acaricio a sua têmpora. — Você é tão esperto, inteligente e experiente, competente em tantas coisas. Mas acima de tudo, eu amo o que está aqui. — Eu pressiono minha mão suavemente contra o seu peito, sentindo o seu coração, batendo firme. — Você é o homem mais compassivo que eu conheço. O que você faz. Como você trabalha. É inspirador, — eu sussurro.

— Inspirador? — Ele está confuso, mas há um traço de humor no seu rosto. Então seu rosto se transforma, e seu sorriso tímido aparece quando ele está envergonhado, e quero me lançar sobre ele. Então eu faço.

 

Eu estou cochilando, embrulhada em cetim e Grey. Christian aconchega-se me deixando acordada.

— Fome? — Ele sussurra

— Hmm, faminta.

— Eu também.

Eu me inclino para olhar para ele deitado na cama.

— É seu aniversário, Sr. Grey. Vou cozinhar alguma coisa. O que você gostaria?

— Surpreenda-me. — Ele passa a mão nas minhas costas, acariciando-me suavemente. — Eu deveria verificar meu Blackberry para ver todas as mensagens que eu perdi ontem. — Ele suspira e começa a sentar, e eu sei que este momento especial é mais... por agora.

— Vamos para o chuveiro, — ele diz.

Quem sou eu para recusar algo no aniversário do menino?

 

Christian está em seu estúdio, no telefone. Taylor está com ele, olhando sério, mas descontraído, de jeans e uma camiseta preta apertada. Eu me ocupo na cozinha, fazendo o almoço. Eu encontrei postas de salmão na geladeira, e eu estou caçando algum limão, fazendo uma salada, e fervendo algumas batatinhas. Sinto-me extraordinariamente relaxada e feliz, no topo do mundo, literalmente. Voltando-me para a grande janela, eu olho para o céu azul glorioso. Tudo que fala... tudo é sexy... hmm. Uma garota poderia se acostumar com isso.

Taylor emerge do estúdio, interrompendo o meu devaneio. Eu desligo o meu iPod e tiro os fones do ouvido.

— Oi, Taylor.

— Ana. — Ele acena com a cabeça.

— Sua filha está bem?

— Sim, obrigado. Minha ex-esposa disse que ela tinha apendicite, mas ela estava exagerando, como de costume. — Taylor revira os olhos, surpreendendo-me. — Sophie está bem, mas ela tem um problema estomacal desagradável.

— Sinto muito.

Ele sorri.

— Será que Charlie Tango foi localizado?

— Sim. A equipe de recuperação está a caminho. Ela deve estar de volta a Boeing Field mais tarde, essa noite.

— Ah, bom.

Ele me dá um sorriso apertado.

— Será que é tudo, senhora?

— Sim, sim, claro. — Eu coro... eu nunca irei me acostumar com Taylor chamando-me de senhora? Faz-me sentir tão velha, pelo menos 30.

Ele acena com a cabeça e vai para fora da sala grande. Christian ainda está no telefone. Estou esperando as batatas cozinharem. Isso me dá uma ideia. Buscando minha bolsa, eu pego o meu Blackberry. Há uma mensagem de Kate.

 

*Te vejo esta noite. Ansiosa para um loooooongo bate papo*

Eu escrevo de volta.

*Digo o mesmo*

 

Vai ser bom conversar com Kate.

Ligo o programa de e-mail, eu digito uma mensagem rápida para Christian.

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Almoço

Data: 18 de junho de 2011 13:12

Para: Christian Grey

Caro Sr. Grey

Estou mandando este e-mail para informar que o almoço está quase pronto.

E que tive um sexo pervertido alucinante essa manhã.

Sexo pervertido de aniversário deveria ser recomendado.

E outra coisa, eu amo você.

A x

(Sua noiva)

Eu ouço com atenção para uma reação, mas ele ainda está no telefone. Eu dou de ombros. Talvez ele esteja muito ocupado. Meu Blackberry vibra.

 

De: Christian Grey

Assunto: Trepador Excêntrico

Data: 18 de junho de 2011 13:15

Para: Anastásia Steele

Que aspecto foi mais alucinante?

Estou tomando notas.

Christian Grey ,

Faminto e Exausto, Depois dos Esforços Matutinos CEO, Grey Participações e Empreendimentos Inc.

PS: Eu amo sua assinatura

PPS: O que aconteceu com a arte da conversação?

 

De: Anastásia Steele

Assunto: Faminto?

Data: 18 de junho de 2011 13:18

Para: Christian Grey

Caro Sr. Grey

Posso chamar a sua atenção para a primeira linha do meu e-mail anterior, informando que o almoço está, de verdade, quase pronto... de modo nenhum vai ficar faminto e exausto. Com relação aos aspectos alucinantes do seu sexo excêntrico... francamente: foi Tudo. Eu estaria interessada em ler as suas notas. E eu gosto da minha assinatura entre parênteses, também.

A x

(sua noiva)

PS: Desde quando você foi tão loquaz? E você está no telefone!

 

Eu pressiono enviar e olho para cima, ele está em pé na minha frente, sorrindo. Antes que eu possa dizer qualquer coisa, ele circunda em torno da ilha da cozinha, varre-me em seus braços e me beija profundamente.

— Isso é tudo, Srta. Steele, — ele diz, liberando-me, e ele caminha, de jeans, pés descalços e camisa branca para fora da calça, de volta para seu escritório, deixando-me sem fôlego.

 

Eu fiz uma salada de agrião e coentro, temperada com creme de leite, para acompanhar o salmão, e eu sirvo no balcão de café da manhã. Eu odeio interrompê-lo quando ele está trabalhando, mas agora eu estou na porta de seu escritório. Ele ainda está no telefone, com os cabelos completamente fodidos e brilhantes olhos cinzentos, um banquete visual nutritivo. Ele olha para cima, então ele me vê e não tira os olhos de mim. Ele franze um pouco, e eu não sei se é comigo ou por causa de sua conversa.

— Apenas os deixe em paz, e os deixem sozinho. Você entende, Mia? — Ele sussurra e revira os olhos. — Bom.

Eu faço mímica de comer, e ele sorri para mim e acena.

— Eu te vejo mais tarde. — Ele desliga. — Mais uma chamada? — Ele pergunta.

— Claro.

— Esse vestido é muito curto, — ele acrescenta.

— Você gostou? — Eu lhe dou um giro rápido. É uma das compras de Caroline Acton. Um macio vestido de verão azul-turquesa, provavelmente mais adequado para a praia, mas é um dia tão bonito em tantos níveis. Ele franze a testa e meu rosto cai.

— Você parece fantástica nele, Ana. Eu só não quero que ninguém mais a veja assim.

— Oh! — Eu faço uma careta para ele. — Estamos em casa, Christian. Não tem ninguém, só o pessoal.

Sua boca torce, e tanto, que ele deve estar tentando esconder a sua diversão ou ele realmente não acha que isso é engraçado. Mas, eventualmente, ele balança a cabeça, tranquilizado. Sacudo a cabeça, ele realmente está falando sério? Eu volto para a cozinha.

Cinco minutos depois, ele está de volta na minha frente, segurando o telefone.

— Ray quer falar com você, — ele murmura, seus olhos estão desconfiados.

Todo o ar sai do meu corpo ao mesmo tempo. Tomo o telefone e cubro o bocal.

— Você disse a ele! — Eu murmuro. Christian acena com a cabeça, e seus olhos estão arregalados, com uma aparência evidente de angústia.

Merda! Eu respiro fundo.

— Oi, pai.

— Christian acaba de me perguntar se ele pode se casar com você, — Ray diz.

Oh Merda. O silêncio se estende entre nós, enquanto eu desesperadamente penso no que dizer. Ray, como de costume permanece em silêncio, não me dando nenhuma pista sobre a sua reação a esta notícia.

— O que você disse? — Eu digo primeiro.

— Eu disse que queria falar com você. É meio de repente, você não acha, Annie? Você não o conhece muito. Quero dizer, ele é um cara legal, sabe tudo de pesca... mas tão cedo? — Sua voz é calma e comedida.

— Sim. É repentino... um minuto. — Apressadamente, eu deixo a área da cozinha, longe do olhar ansioso de Christian e sigo em direção a janela grande. As portas da varanda estão abertas, eu saio para a luz do sol. Eu não consigo caminhar até a borda. É muito alto.

— Eu sei que é repentino e tudo, mas... bem, eu o amo. Ele me ama. Ele quer casar comigo e não vai haver ninguém mais para mim. — Eu coro pensando que esta é provavelmente a conversa mais íntima que já tive com o meu padrasto.

Ray está silencioso na outra extremidade do telefone.

— Você disse a sua mãe?

— Não.

— Annie... Eu sei que ele é um tipo rico e elegível, mas casamento? É um passo tão grande. Você tem certeza?

— Ele é o meu ‘felizes para sempre’, — eu sussurro.

— Uau. — Ray diz depois de um momento, seu tom mais suave.

— Ele é tudo.

— Annie, Annie, Annie. Você é uma jovem mulher tão obstinada. Peço a Deus, que você saiba o que você está fazendo. Passa-me de volta para ele, tá?

— Claro, pai, você vai entrar comigo no casamento? — Peço suavemente.

— Oh, querida. — Sua voz está rachando, e ele está quieto por alguns momentos, a emoção em sua voz traz lágrimas aos meus olhos. — Nada me daria mais prazer, — ele diz finalmente.

Oh, Ray. Eu te amo tanto... Eu engulo, para não chorar.

— Obrigada, papai. Vou entregar de volta para o Christian. Seja gentil com ele. Eu te amo, — eu sussurro.

Acho que Ray está sorrindo do outro lado da linha, mas é difícil dizer. É sempre difícil dizer quando se trata de Ray.

— Com certeza, Annie. E venha visitar esse velho e traga esse Christian com você.

Eu marcho de volta para a sala, chateada com Christian por não me avisar e entrego-lhe o telefone, minha expressão deixa-o saber o quão chateada eu estou. Ele está alegre quando pega o telefone e volta para o seu estudo.

Dois minutos depois, ele reaparece.

— Eu tenho a bênção um pouco relutante de seu padrasto, — ele diz com orgulho, de fato, tão orgulhosamente, que me faz rir e ele sorri para mim. Ele está agindo como se ele estivesse apenas negociando uma grande fusão ou aquisição nova, que, eu suponho, que em um nível, ele tem.

— Porra, você é uma boa cozinheira, mulher. — Christian engole seu último bocado e levanta seu copo de vinho branco para mim. Eu floresço com o seu elogio, e me ocorre que vou começar a cozinhar para ele nos fins de semana. Eu franzo a testa. Gosto de cozinhar. Talvez eu devesse ter feito um bolo para o aniversário dele. Eu verifico o meu relógio. Eu ainda tenho tempo.

— Ana? — Ele interrompe meus pensamentos. — Por que você me pediu para não tirar sua foto? — Sua pergunta me surpreende ainda mais, porque sua voz é incrivelmente suave.

Oh... merda. As fotos. Olho para o meu prato vazio, torcendo os dedos no meu colo. O que posso dizer? Eu prometi a mim mesma não mencionar que eu tinha encontrado a sua versão de ‘Esposas dos Leitores’.

— Ana, — ele pressionou. — O que foi? — Ele me faz saltar, sua voz comanda-me a olhar para ele. Quando eu acho que ele não me intimida?

— Eu achei as suas fotos, — eu sussurro.

Seus olhos se arregalaram em choque.

— Você já esteve no cofre? — ele pergunta, incrédulo.

— Cofre? Não. Eu nem sabia que você tinha um cofre.

Ele franze a testa.

— Eu não entendo.

— Em seu armário. A caixa. Eu estava procurando coisas para o meu presente, e a caixa estava sob seu jeans... aquele que você normalmente usa na sala de jogos. Exceto hoje. — Eu ruborizo.

Ele olha para mim, horrorizado, e nervosamente passa a mão pelo seu cabelo, enquanto processa essas informações. Ele esfrega o queixo, perdido em pensamentos, mas ele não pode ocultar o incômodo perplexo em seu rosto. Bruscamente, ele balança a cabeça, exasperado, mas divertido também e um tênue sorriso de simpatia aparece no canto da sua boca. Ele junta as mãos na frente dele e se concentra em mim mais uma vez.

— Não é o que você pensa. Eu tinha esquecido tudo sobre elas. Essa caixa foi movida do seu lugar. Essas fotografias estavam no meu cofre.

— Quem a moveu? — Eu sussurro.

Ele engole.

— Só há uma pessoa que poderia ter feito isso.

— Oh. Quem? E o que você quer dizer com, ‘não é o que eu penso’?

Ele suspira e inclina a cabeça para um lado, e eu acho que ele está envergonhado. Então, ele deve estar! Meu subconsciente rosna.

— Isso vai soar frio, mas elas são uma apólice de seguro, — ele sussurra, protegendo a si mesmo para a minha resposta.

— Apólice de seguro?

— Contra uma eventual exposição.

A moeda cai e agita desconfortavelmente, voltas e voltas, na minha cabeça vazia.

— Oh, — eu murmuro, porque eu não consigo pensar em mais o que dizer. Eu fecho meus olhos. É isso. Este é o fodido Cinquenta Tons, aqui, agora. — Sim. Você está certo, — eu murmuro. — Isso soa muito frio. — Eu começo a limpar os nossos pratos. Eu não quero saber de mais nada.

— Ana.

— Será que elas sabem? As garotas... as subs?

Ele franze a testa.

— Claro que sabem.

Oh, bem, isso é alguma coisa. Ele estende a mão, me agarrando e puxando-me para ele.

— Essas fotos deveriam estar no cofre. Elas não são para uso recreativo. — Ele para. —Talvez elas fossem, inicialmente, quando elas foram tiradas. Mas, — Ele para, me implorando. — Elas não significam nada.

— Quem as colocou em seu armário?

— Só pode ter sido Leila.

— Ela sabe a combinação de seu cofre?

Ele encolhe os ombros.

— Não me surpreenderia. É uma combinação muito longa, e eu uso muito raramente. É um número que eu tinha escrito e não mudei. — Ele balança a cabeça. — Eu me pergunto o que mais ela conhece e se ela levou alguma coisa de lá. — Ele franze a testa, em seguida, volta sua atenção para mim. — Olha, eu vou destruir as fotos. Agora, se você quiser.

— Elas são as suas fotos, Christian. Faça com elas o que quiser, — eu murmuro.

— Não é para ser assim, — ele diz, pegando a minha cabeça entre as suas mãos e segurando o meu olhar no seu. — Eu não quero essa vida. Eu quero a nossa vida, juntos.

Caraca. Como ele sabe que, sob o meu horror sobre essas fotos está o fato de que eu sou paranoica?

— Ana, eu pensei ter exorcizado todos os fantasmas, esta manhã. Eu me sinto assim. Você não?

Eu pisco para ele, recordando a nossa manhã muito, muito agradável, romântica e totalmente suja em sua sala de jogos.

— Sim, — eu sorrio. — Sim, eu sinto isso também.

— Bom. — Ele se inclina e beija-me, dobrando-me em seus braços. — Eu vou rasgá-las, — ele murmura. — E então eu tenho que ir trabalhar. Desculpe, querida, mas eu tenho uma montanha de atividades para fazer esta tarde.

— Legal. Eu tenho que ligar para a minha mãe. — Eu faço uma careta. —Então eu vou fazer algumas compras e assar um bolo.

Ele sorri e seus olhos brilham como um menino pequeno.

— Um bolo?

Concordo com a cabeça.

— Um bolo de chocolate?

— Você quer um bolo de chocolate? — Seu sorriso é contagiante.

Ele acena com a cabeça.

— Vou ver o que posso fazer, Sr. Grey.

Ele me beija mais uma vez.

 

Carla fica atordoada, em silêncio.

— Mãe, diga alguma coisa.

— Você não está grávida, está, Ana? —Ela sussurra com horror.

— Não, não, não é nada disso. — Meu coração parte com a decepção, e eu fico triste por ela pensar isso de mim. Mas então eu me lembro com um sentimento de naufrágio, que ela estava grávida de mim quando ela casou com meu pai.

— Sinto muito, querida. Isso é tão súbito. Quero dizer, Christian é um grande partido, mas você é tão jovem, e você deve ver um pouco do mundo.

— Mãe, você não pode simplesmente ficar feliz por mim? Eu o amo.

— Querida, eu só preciso me acostumar com a ideia. É um choque. Eu poderia dizer na Geórgia que havia algo muito especial entre vocês dois, mas o casamento...?

Na Geórgia, ele queria que eu fosse sua submissa, mas não vou dizer isso a ela.

— Você definiu uma data?

— Não.

— Eu gostaria que seu pai estivesse vivo, — ela sussurra. Ah, não... não isso. Não isso, agora.

— Eu sei, mãe. Eu teria gostado de conhecê-lo, também.

— Ele só segurou você uma vez, e ele estava tão orgulhoso. Ele achava que você era a garota mais bonita do mundo. — Sua voz é de uma calma mortal, como um conto familiar muitas vezes recontado... novamente. Ela, em breve, estará em lágrimas.

— Eu sei, mãe.

— E então ele morreu. — Ela funga, e eu sei como isso acaba, faz tempo.

— Mãe, — eu sussurro, querendo alcançar o telefone e abraçá-la.

— Sou uma mulher velha e boba, — ela murmura e ela funga novamente. —Claro que estou feliz por você, querida. O Ray sabe? — Ela acrescenta, e parece ter recuperado seu equilíbrio.

— Christian pediu minha mão para ele.

— Oh, que doce. Bom. — Ela soa melancólica, mas ela está fazendo um esforço.

— Sim, foi, — eu murmuro.

— Ana, querida, eu te amo tanto. Estou feliz por você. E você deve nos visitar, ambos.

— Sim, mamãe. Eu também te amo.

— Bob está me chamando, eu tenho que ir. Deixe-me saber a data. Nós precisamos planejar... você quer um grande casamento?

Grande casamento, droga. Eu nem sequer pensei nisso. Grande casamento? Não. Eu não quero um grande casamento.

— Eu não sei ainda. Assim que decidir, vou avisar.

— Ótimo. Você tome cuidado agora e fique segura. Vocês dois precisam ter algum divertimento... há tempo de sobra para as crianças, mais tarde.

Crianças! Hmm... e lá está isso de novo, uma referência não tão velada, ao fato de que ela me teve tão cedo.

— Mãe, eu realmente não arruinei a sua vida, não foi?

Ela arqueja.

— Ah, não, Ana, nunca pense isso. Você foi a melhor coisa que já aconteceu para o seu pai e para mim. Eu só queria que ele estivesse aqui para vê-la, tão crescida e se casando. — Ela está melancólica e sentimental novamente.

— Eu gostaria disso também. — Sacudo a cabeça pensando sobre o meu pai mítico. — Mãe, eu vou deixar você ir. Vou ligar em breve.

— Amo você, querida.

— Eu também, mãe. Tchau.

 

A cozinha de Christian é um sonho para trabalhar. Para um homem que não sabe nada sobre culinária, ele parece ter tudo. Eu suspeito que a Sra. Jones adora cozinhar também. A única coisa que eu preciso é um pouco de chocolate de alta qualidade para a cobertura. Deixo as duas metades do bolo em um prato para esfriar, pego a minha bolsa, e boto a minha cabeça em torno da porta do estúdio de Christian. Ele está se concentrando em sua tela de computador. Ele olha para cima e sorri para mim.

— Eu só estou indo até a loja para pegar alguns ingredientes.

— Ok. — Ele franze a testa para mim.

— O quê?

— Você vai colocar um jeans ou algo assim?

Oh, vamos lá.

— Christian, são apenas pernas.

Ele olha para mim, sem alegria. Esta vai ser uma luta. E é seu aniversário. Desvio o olhar para ele, me sentindo como uma adolescente errante.

— E se estivéssemos na praia? — Eu tomo um rumo diferente.

— Nós não estamos na praia.

— Será que você se oporia se estivéssemos na praia?

Ele considera isto por um momento.

— Não, — ele diz simplesmente.

Reviro os olhos novamente e sorrio maliciosamente para ele.

— Bem, então imagine que estamos. — Eu me viro e ando para a entrada. Aperto o botão do elevador antes que ele bregue comigo. Quando as portas se fecham, eu aceno para ele, sorrindo docemente enquanto ele assiste, impotente, mas felizmente com diversão em seus olhos apertados. Ele balança a cabeça em desespero, então eu já não posso vê-lo.

Oh, isso foi emocionante. A adrenalina está batendo nas minhas veias, e meu coração parece que quer sair do meu peito. Mas enquanto o elevador desce, meu espírito também. Merda, o que eu fiz?

Eu tenho um tigre na minha cola. Ele vai ficar com raiva quando eu voltar. Meu subconsciente está olhando para mim sobre seus óculos de meia-lua, uma vara de salgueiro na mão. Merda. Eu penso sobre a pouca experiência que tenho com os homens. Eu nunca vivi com um homem antes, bem, exceto Ray e por alguma razão ele não conta. Ele é meu pai... bem, o homem que eu considero o meu pai.

E agora eu tenho Christian. Ele nunca realmente viveu com ninguém, eu acho. Vou ter que perguntar a ele, se ele ainda estiver falando comigo.

Mas eu penso que realmente devo usar o que gosto. Lembro-me de suas regras. Sim, isso deve ser difícil para ele, mas ele com certeza pagou por este vestido. Ele deveria ter especificado melhor para a vendedora da Neimans. Nada muito curto!

Esta saia não é curta, é? Eu verifico no grande espelho do hall de entrada. Porra. Sim, é bastante curta, mas eu fiz uma escolha agora. E sem dúvida eu vou ter que enfrentar as consequências. Pergunto-me o que ele vai fazer, mas primeiro eu preciso de dinheiro.

 

Olho para o meu recibo da ATM[16]: $ 51,689.16. Isso são cinquenta mil dólares a mais! Anastásia, você vai ter que aprender a ser rica, também, você disse sim. E assim começa. Eu pego meus míseros cinquenta dólares e faço o meu caminho para a loja.

 

Quando volto, vou direto para a cozinha, e eu não posso deixar de sentir um frisson de alarme. Christian ainda está em seu estúdio. Caramba, agora já é metade da tarde. Eu decido que minha melhor opção é enfrentá-lo, ver o quanto de dano eu causei. Eu olho com cautela em torno da sua porta do escritório. Ele está no telefone, olhando pela janela.

— E o especialista da Eurocopter virá na tarde de segunda-feira?... Bom. Basta manter-me informado. Diga a eles que eu vou precisar de suas conclusões iniciais, na segunda-feira à noite ou na manhã de terça-feira. — Ele desliga e gira a cadeira de volta, mas acalma quando ele me vê, sua expressão é impassível.

— Oi, — eu sussurro. Ele não diz nada, e meu coração cai livre em meu estômago. Cautelosamente eu entro em seu estúdio e ao redor da mesa onde ele está sentado. Ele ainda não disse nada, seus olhos nunca deixando os meus. Eu fico na frente dele, sentindo-me em Cinquenta Tons de tola.

— Estou de volta. Você está bravo comigo?

Ele suspira, estende a mão para mim e me puxa para seu colo, cruzando os braços em volta de mim. Ele enterra seu nariz no meu cabelo.

— Sim, — ele diz.

— Sinto muito. Eu não sei o que deu em mim. — Eu enrolo em seu colo e inalo o seu cheiro celestial, de Christian, sentindo-me segura, independentemente do fato de que ele está zangado.

— Nem eu. Use o que você gosta, — ele murmura. Ele passa a mão até minha perna nua, pela minha coxa. —Além disso, este vestido tem suas vantagens. — Ele se inclina para me beijar, e quando nossos lábios se tocam a paixão, ou a luxúria ou uma necessidade profunda se lança através de mim, inflamando o desejo no meu sangue. Seguro a sua cabeça em minhas mãos, prendo meus dedos em seu cabelo. Ele geme quando o seu corpo responde, e ele avidamente mordisca o meu lábio inferior, minha garganta, minha orelha, sua língua invadindo minha boca, e antes que eu esteja mesmo ciente, ele abre as calças, puxando-me montada em seu colo e entra em mim. Eu pego o encosto da cadeira, meus pés mal tocam o chão... e começamos a mover-nos.

 

— Eu gosto da sua versão de desculpas, — ele respira no meu cabelo.

— E eu gosto da sua, — eu rio, aninhando-me contra o seu peito. — Já acabou?

— Cristo, Ana, você quer mais?

— Não! Seu trabalho.

— Vou acabar em cerca de meia hora. Eu ouvi sua mensagem em meu correio de voz.

— Foi de ontem.

— Você parecia preocupada.

Eu o abraço firmemente.

— Eu estava. Quando você não respondeu.

Ele beija o meu cabelo.

— Seu bolo deve ficar pronto em meia hora. — Eu sorrio para ele e desço de seu colo.

— Anseio por ele. Cheira delicioso, evocativo mesmo, enquanto ele estava assando.

Eu sorrio timidamente para ele, sentindo um pouco de autoconsciência, e ele reflete a minha expressão. Caramba, nós somos realmente tão diferentes? Talvez sejam suas primeiras memórias de cozinha. Inclinando-me, lhe dou um beijo rápido no canto da boca e faço meu caminho de volta para a cozinha.

 

Eu estou toda preparada quando o ouço sair de seu estúdio, e eu acendo a vela dourada solitária em seu bolo. Ele me dá um sorriso de orelha a orelha e observo como ele caminha em direção a mim, e eu suavemente canto Feliz Aniversário para ele. Então, ele se inclina e sopra, fechando os olhos.

— Eu fiz o meu desejo, — ele diz, enquanto os abre novamente, e por algum motivo o seu olhar me faz corar.

— A cobertura ainda está mole. Eu espero que você goste.

— Eu não posso esperar para prová-lo, Anastásia, — ele murmura, e ele faz aquele som que parece tão insolente. Eu corto uma fatia para cada um, e nós comemos com garfos pequenos.

— Mmm, — ele geme em agradecimento. — É por isso que eu quero casar com você.

E eu rio com alívio... ele gostou.

 

— Pronta para encarar a minha família? — Christian desliga a ignição do R8. Estamos estacionados na garagem de seus pais.

— Sim. Você vai dizer a eles?

— Claro. Estou ansioso para ver suas reações. — Ele sorri maliciosamente para mim e sai do carro.

São sete e meia, e apesar de ter sido um dia quente, há uma brisa fresca na noite soprando para fora da baía. Eu puxo meu envoltório em torno de mim e saio do carro. Eu estou vestindo um vestido de cocktail verde esmeralda que encontrei esta manhã enquanto eu estava vasculhando o armário. Ele tem um cinto largo combinando. Christian pega a minha mão, vamos para a porta da frente. Carrick abre antes mesmo que ele possa bater.

— Christian, olá. Feliz aniversário, meu filho. — Ele pega a mão oferecida por Christian, mas o puxa para um abraço breve, surpreendendo-o.

— Er... obrigado, pai.

— Ana, que adorável vê-la de novo. — Ele me abraça, também, e nós o seguimos para dentro da casa.

Antes de pôr o pé na sala, Kate vem correndo pelo corredor em direção a nós dois. Ela olha furiosa.

Oh não!

— Vocês dois! Eu quero falar com vocês. — Ela rosna em seu tom de voz ‘é melhor você não criar uma porra de confusão comigo’. Olho nervosamente para Christian, que encolhe os ombros e decide ser condescendente, enquanto a seguimos para a sala de jantar, deixando Carrick confuso no limiar da sala. Ela fecha a porta e se vira para mim.

— Que porra é essa? — Ela sussurra e sacode um pedaço de papel para mim. Completamente perdida, eu o pego e olho rapidamente. Minha boca seca. Puta merda. É a minha resposta por e-mail para Christian, discutindo o contrato.

 

Toda a cor foi drenada do meu rosto, quando o meu sangue se transforma em lanças de gelo e o medo dispara pelo meu corpo. Instintivamente eu fico entre ela e Christian.

— O que foi? — Christian murmura, seu tom é cauteloso.

Eu o ignoro. Eu não posso acreditar que Kate está fazendo isso.

— Kate! Isso não tem nada a ver com você. — Eu brilho venenosamente para ela, a raiva substituindo o meu medo. Como ela ousa fazer isso? Não agora, não hoje. Não no dia do aniversário de Christian. Surpreendida pela minha resposta, ela pisca para mim, seus olhos verdes arregalam.

— Ana, o que foi? — Christian diz mais uma vez, seu tom agora é mais ameaçador.

— Christian, você pode só ir, por favor? — Pedi a Deus.

—Não. Mostre-me. — Ele estende a mão, e sei que ele não vai aceitar a discussão, quando sua voz é fria e dura. Relutantemente eu dou-lhe o e-mail.

— O que ele fez para você? — Kate pergunta, ignorando Christian. Ela parece tão apreensiva. Eu coro, quando uma miríade de imagens eróticas voa rapidamente pela minha mente.

— Isso não é da sua conta, Kate. — Eu não posso manter a exasperação da minha voz.

— Onde você conseguiu isso? — Christian pergunta, com a cabeça inclinada para um lado, com o rosto inexpressivo, mas sua voz... tão ameaçadoramente suave. Kate ruboriza.

— Isso é irrelevante. — Com seu olhar de pedra, ela continua apressadamente. — Ele estava no bolso de um casaco, que eu suponho seja seu, que eu encontrei na parte de trás da porta do quarto de Ana. — Confrontado o olhar ardente de Christian Grey, o olhar de aço de Kate escorrega um pouco, mas ela parece recuperar e faz uma carranca para ele.

Ela é um farol de hostilidade em seu colante e brilhante vestido vermelho. Ela parece magnífica. Mas o que diabos ela estava fazendo com as minhas roupas? Geralmente é o contrário.

— Você contou para alguém? — A voz de Christian é como uma luva de seda.

— Não! Claro que não, — Kate dispara, afrontada. Christian acena com a cabeça e parece relaxar. Ele se vira e vai em direção à lareira. Sem dizer nada, Kate e eu assistimos a ele pegar um isqueiro da lareira, atear fogo ao e-mail e liberá-lo, deixando-o flutuar lentamente em chamas na lareira, até consumir-se totalmente. O silêncio na sala é opressivo.

— Nem mesmo Elliot? — Eu pergunto, voltando minha atenção para Kate.

— Ninguém, — Kate diz enfaticamente, e pela primeira vez ela olha perplexa e machucada. — Eu só quero saber se você está bem, Ana, — ela sussurra.

— Eu estou bem, Kate. Mais do que bem. Por favor, Christian e eu estamos bem, realmente bem e isso é notícia velha. Por favor, ignore isso.

— Ignorá-lo? — Diz ela. — Como posso ignorar isso? O que ele fez para você? — E seus olhos verdes estão cheios de preocupação sincera.

— Ele não fez nada para mim, Kate. Honestamente, eu estou bem.

Ela pisca para mim.

— Sério? — Ele pergunta.

Christian envolve um braço em volta de mim e puxa-me para perto, sem tirar os olhos de Kate.

— Ana consentiu em ser minha esposa, Katherine, — ele diz calmamente.

— Esposa! — Kate guincha, com os olhos arregalados, incrédula.

— Nós vamos nos casar. Nós vamos anunciar nosso noivado esta noite, — Ele diz.

— Oh! — Kate olha para mim. Ela está atordoada. — Eu deixo você sozinha por dezesseis dias e isso que acontece? É muito repentino. Então ontem, como eu disse... — ela olha para mim, perdida. — Onde que o e-mail se encaixa em tudo isto?

— Não encaixa, Kate. Esqueça, por favor. Eu o amo e ele me ama. Não faça isso. Não estrague a sua festa e a nossa noite, — eu sussurro. Ela pisca e, inesperadamente, seus olhos estão brilhando com as lágrimas.

— Não. Claro que não. Você está bem? — Ela pergunta suavemente.

— Eu nunca estive tão feliz, — eu sussurro. Ela chega para frente e agarra a minha mão, sem levar em conta o braço de Christian ao meu redor.

— Você realmente está bem? — Ela pergunta, esperançosa.

— Sim. — Eu sorrio para ela, a minha alegria retorna. Ela está de volta em jogo. Ela sorri para mim, a minha felicidade refletindo sobre ela. Eu saio do abraço de Christian e ela abraça-me, de repente.

— Oh, Ana, eu estava tão preocupada quando li isso. Eu não sabia o que pensar. Você vai me explicar? — Ela sussurra.

— Um dia, não agora.

— Ótimo. Eu não vou contar a ninguém. Eu te amo tanto, Ana, como minha própria irmã. Eu apenas pensei... Eu não sabia o que pensar. Sinto muito. Se você está feliz, então eu estou feliz. — Ela olha diretamente para Christian e repete seu pedido de desculpas. Ele acena para ela, seus olhos estão glaciais e sua expressão não muda. Oh merda, ele ainda está zangado.

— Eu realmente sinto muito. Você está certa, não é da minha conta, — ela sussurra para mim.

Uma batida na porta assusta Kate e eu. Grace abre a porta e enfia a cabeça.

— Tudo bem, querido? — Ela pergunta a Christian.

— Tudo bem, senhora Grey, — Kate disse imediatamente.

— Está tudo bem, mãe, — diz Christian.

— Ótimo. — Grace entra. — Então você não vai se importar se eu der em meu filho um abraço de aniversário — Ela sorri para nós duas. Ele abraça-a com força e degela imediatamente.

— Feliz aniversário, querido, — ela diz baixinho, fechando os olhos em seu abraço. — Estou tão feliz que você ainda está conosco.

— Mãe, eu estou bem. — Christian sorri para ela. Ela puxa para trás, olha para ele de perto e sorri.

— Estou tão feliz por você, — ela diz e acaricia seu rosto.

Ele sorri para ela, o seu sorriso de mil megawatts.

Ela sabe! Quando ele contou a ela?

— Bem, crianças, se vocês já terminaram o seu tête-à-tête, há uma multidão de pessoas aqui para verificar se você está realmente inteiro, Christian e para lhe desejar um feliz aniversário.

— Eu estarei lá.

Grace olha ansiosamente para Kate e para mim, parecendo tranquilizada por nossos sorrisos. Ela pisca para mim, enquanto mantém a porta aberta para nós. Christian estende a mão para mim e eu a aceito.

— Christian, eu realmente peço desculpas, — Kate diz humildemente. Humilde em Kate é algo para se ver. Christian acena para ela e nós seguimos para fora.

No corredor, eu olho ansiosamente para Christian.

— Sua mãe sabe sobre nós?

— Sim.

— Oh. — E pensar que a nossa noite poderia ter sido derrubada pela tenaz senhorita Kavanagh. Tremo só de pensar nas ramificações que o estilo de vida de Christian revelaria para todos. Caralho.

— Bem, esse foi um começo interessante para a noite. — Eu sorrio docemente para ele. Ele olha para mim e está de volta seu olhar divertido. Graças a Deus.

— Como sempre, Srta. Steele, você tem um dom para eufemismo. — Ele leva a minha mão aos lábios e beija os meus dedos à medida que caminhamos para a sala, para uma rodada súbita, espontânea e ensurdecedora de aplausos.

Droga. Quantas pessoas estão aqui?

Eu examino a sala rapidamente: todos os Greys, Ethan com Mia, Dr. Flynn e sua esposa, eu assumo. Mac que veio do barco, um homem alto, bonito, Afro-americano, eu me lembro de tê-lo visto no escritório de Christian, na primeira vez que encontrei com ele, Lily, a amiga cadela de Mia, duas mulheres que eu não reconheço, e... Ah, não. Meu coração afunda. Aquela mulher... Sra. Robinson.

Gretchen se materializa com uma bandeja de champanhe. Ela está em um vestido decotado preto, sem tranças, ruborizada e vibrando suas pestanas para Christian. O aplauso morre e Christian aperta minha mão, enquanto todos os olhos se voltam para ele com expectativa.

— Obrigado a todos. Parece que eu vou precisar de uma dessas. — Ele pega dois copos da bandeja de Gretchen e dá-lhe um breve sorriso. Eu acho que Gretchen vai expirar ou desmaiar. Ele entrega um copo para mim.

Christian levanta seu copo para o resto da sala, e imediatamente todos fazem o mesmo. Liderando o cumprimento está a mulher do mal, em preto. Será que ela nunca usa qualquer outra cor?

— Christian, eu estava tão preocupada. — Elena lhe dá um abraço breve e beija ambas as faces. Ele não me deixa ir, apesar de eu tentar libertar a minha mão.

— Eu estou bem, Elena, — murmura Christian friamente.

— Por que você não me ligou? — Seu apelo é desesperado, com os olhos em busca dos dele.

— Eu estive ocupado.

— Você não checou as minhas mensagens?

Christian se mexe desconfortavelmente e me puxa para mais perto, colocando o braço em volta de mim. Seu rosto permanece impassível, enquanto ele considera Elena. Ela não pode mais ignorar-me, então ela acena com a cabeça polidamente em minha direção.

— Ana, — ela ronrona. — Você está linda, querida.

— Elena, — eu ronrono de volta. —Obrigada.

Eu chamo a atenção de Grace. Ela franze a testa, olhando para nós três.

— Elena, eu preciso fazer um anúncio, — Christian diz, olhando para ela desapaixonadamente.

Seus claros olhos azuis ficam nublados.

— Claro. — Ela finge um sorriso e dá um passo para trás.

— Todo mundo, — Christian chama. Ele espera por um momento, até que o burburinho na sala morra e todos os olhos estão mais uma vez sobre ele.

— Obrigado por terem vindo hoje. Eu tenho que dizer que eu estava esperando um jantar de família tranquilo, por isso, esta é uma agradável surpresa. — Ele olha incisivamente para Mia, que sorri e lhe dá um pequeno aceno. Christian balança a cabeça em exasperação e continua.

— Ros e eu, — ele refere-se à mulher de cabelos vermelhos que estava por perto, com uma pequena loira borbulhante, — estivemos próximos do fim ontem.

Oh, essa é a Ros que trabalha com ele. Ela sorri e levanta seu copo para ele. Ele acena para ela.

— Então, eu estou especialmente feliz por estar aqui, hoje, para compartilhar com todos vocês, uma notícia muito boa. Esta linda mulher, — ele olha para mim, — a Senhorita Anastásia Rose Steele, consentiu em ser minha esposa e eu gostaria que vocês fossem os primeiros, a saber.

Há arquejos de assombro geral, torcida estranha, e, em seguida, uma salva de palmas! Puxa, isso está realmente acontecendo. Eu acho que estou da cor do vestido de Kate. Christian agarra meu queixo, levanta e beija-me rapidamente.

— Em breve, você será minha.

— Eu já sou, — eu sussurro.

— Legalmente, — ele murmura para mim e me dá um sorriso perverso.

Lily, que está em pé ao lado de Mia, olha cabisbaixa; Gretchen parece que comeu algo desagradável e amargo. Quando eu olho ansiosamente em volta, para a multidão reunida, eu avisto Elena. Sua boca está aberta. Ela está surpreendida e horrorizada, e eu não posso evitar nem um pouco, com o pequeno, mas intenso sentimento de satisfação por vê-la muda. Que diabos ela está fazendo aqui, afinal?

Carrick e Grace interrompem os meus pensamentos não caridosos, e logo estou sendo abraçada e beijada, passando ao redor de todos os Greys.

— Oh, Ana, eu estou tão feliz que você vai ser da família, — Grace transborda. — A mudança em Christian... Ele está... feliz. Sou muito grata a você. — Eu coro, envergonhada por sua exuberância, mas secretamente feliz, também.

— Onde está o anel? — Mia exclama, enquanto me abraça.

— Um... — Um anel! Caramba. Eu não tinha pensado sobre um anel. Olho ansiosamente para Christian.

— Nós vamos escolher um, juntos — Christian olha furioso para ela.

— Oh, não me olhe assim, Grey! — Ela o repreende, então envolve seus braços em volta dele. — Estou tão feliz por você, Christian, — ela diz. Ela é a única pessoa que conheço que não se intimida com o olhar ameaçador de Grey. Esse olhar me mantém acovardada... Bem, certamente está acostumada.

— Quando você vai casar? Você definiu uma data? — Ela irradia para Christian.

Ele balança a cabeça, sua exasperação palpável.

— Não faço ideia, e não, nós não temos. Ana e eu precisamos discutir tudo isso, — ele diz, irritado.

— Eu espero que você tenha um grande casamento, aqui, — ela irradia entusiasmo, ignorando seu tom cáustico.

— Nós provavelmente vamos voar para Las Vegas amanhã, — ele rosna para ela, e ele é recompensado com uma careta de Mia Grey. Revirando os olhos, ele se vira para Elliot, que lhe dá o seu abraço de urso, o segundo em poucos dias.

— É isso aí, mano — Ele bate nas costas de Christian.

A reação da sala é esmagadora, e em alguns minutos eu me encontro de volta ao lado de Christian com o Dr. Flynn. Elena parece ter desaparecido e uma Gretchen mal-humorada recarrega as taças de champanhe.

Ao lado do Dr. Flynn está uma mulher notável. Jovem, com longos cabelos escuros, quase pretos, repartidos e encantadores olhos castanhos.

— Christian, — Flynn diz, estendendo a mão. Christian sacode alegremente.

— John. Rhian. — Ele beija a mulher de cabelos escuros em sua bochecha. Ela é pequena e bonita.

— Fico feliz que você ainda está com a gente, Christian. Minha vida seria mais monótona e pobre sem você.

Christian sorri.

— John! — Rhian Repreende, para grande diversão de Christian.

— Rhian, esta é Anastásia, minha noiva. Ana, esta é a esposa de John.

— É um prazer conhecer a mulher que, finalmente, conquistou o coração de Christian. — Rhian sorri gentilmente para mim.

— Obrigada, — eu murmuro, envergonhada de novo.

— Essa foi uma mentira que rolou por lá, Christian, — Dr. Flynn balança a cabeça em descrença divertida. Christian faz uma careta para ele.

— John, você e suas metáforas de críquete. — Rhian revira os olhos. —Parabéns para vocês dois e feliz aniversário, Christian. Que presente de aniversário maravilhoso. — Ela sorri para mim.

Eu não tinha ideia que o Dr. Flynn estaria aqui, ou Elena. É um choque, e eu vasculho o meu cérebro para ver se tenho algo para lhe perguntar, mas uma festa de aniversário não parece ser o local apropriado para uma consulta psiquiátrica.

Por alguns minutos, nós temos uma conversa fiada. Rhian é uma dona-de-casa com dois meninos. Deduzo que ela é a razão por que o Dr. Flynn esteja nos EUA.

— Ela está bem, Christian, respondendo bem ao tratamento. Outro par de semanas e podemos considerar um programa ambulatorial. — As vozes, do Dr. Flynn e Christian, estão baixas, mas eu não posso ajudar ouvindo, rudemente me viro para Rhian.

— Então, está preparada para as datas e fraldas...

— Isso deve levar um tempo. — Eu coro, voltando minha atenção para Rhian, que ri docemente. Eu sei que Christian e Flynn estão discutindo sobre Leila.

— Cumprimente ela por mim, — Christian murmura.

— Então o que você faz, Anastásia?

— Ana, por favor. Eu trabalho na indústria editorial.

Christian e Dr. Flynn reduzem suas vozes ainda mais, é tão frustrante. Mas eles param, quando estamos reunidos com as duas mulheres que eu não conhecia antes, Ros, e a ruiva cheia de vida que Christian apresenta como sua parceira, Gwen.

Ros é encantadora, eu logo descubro que vivem no Escala, quase em frente. Ela está cheia de elogios às habilidades de piloto de Christian. Era sua primeira vez em Charlie Tango, e ela diz que não hesitaria em ir de novo. Ela é uma das poucas mulheres que eu conheci que não se encanta por ele... bem, a razão é óbvia.

Gwen é risonha com senso de humor, e Christian parece extraordinariamente à vontade com ambas. Ele conhece-as bem. Eles não discutem trabalho, mas posso dizer que Ros é uma mulher inteligente, que pode facilmente acompanhar ele. Ela também tem uma risada grande, gutural, de muitos cigarros.

Grace interrompe a nossa conversa para informar a todos, que o jantar está sendo servido no estilo buffet na cozinha Grey. Lentamente, os convidados fazem o seu caminho em direção à parte de trás da casa.

Mia cola em mim, no corredor. Em seu vestido rosa pálido estilo baby-doll, espumante e saltos assassinos, ela se eleva sobre mim como uma fada da árvore de Natal. Ela está segurando dois copos de coquetel.

— Ana, — ela sussurra conspirando. Olha para cima, para Christian, que me libera com um olhar ‘boa sorte, ela é impossível de lidar’, e eu entro na sala de jantar com ela.

— Aqui, — ela diz maliciosamente. —Este é um dos martinis especiais de limão do meu pai, muito mais agradável do que champanhe. — Ela me dá um copo e olha ansiosamente enquanto eu tomo um gole para provar.

— Hmm... delicioso. Mas forte. — O que ela quer? Ela está tentando me embebedar?

— Ana, eu preciso de alguns conselhos. E eu não posso perguntar a Lily, ela tem um julgamento sobre tudo. — Mia revira os olhos, em seguida, sorri para mim. —Ela tem inveja de você. Acho que ela estava esperando que um dia ela e Christian pudessem ficar juntos. — Mia começa a rir com o absurdo e eu rio também.

Isto é algo que terei de lidar por um longo tempo com as outras mulheres que querem o meu homem. Eu empurro o indesejável pensamento da minha cabeça e me distraio com o assunto em mãos. Eu tomo mais um gole do meu Martini.

— Vou tentar ajudar. Diga.

— Como você sabe, Ethan e eu nos conhecemos recentemente, graças a você. — Ela sorri para mim.

— Sim. — Onde diabos ela está indo com isso?

— Ana, ele não quer namorar comigo. — Ela fez beicinho.

— Oh. — Eu pisco para ela, surpresa, eu acho que, talvez ele só não queira isso com você.

— Olha, isso parece tudo errado. Ele não quer namorar porque sua irmã está saindo com meu irmão. Você sabe, ele pensa que é algum tipo de incesto. Mas eu sei que ele gosta de mim. O que posso fazer?

— Oh, eu vejo, — eu murmuro, tentando ganhar algum tempo. O que posso dizer? — Você pode concordar em serem amigos e dar-lhe algum tempo? Quer dizer, você acabou de conhecê-lo.

Ela ergue a sobrancelha e eu coro.

— Olha, eu sei que realmente acabei de conhecê-lo, mas Christian... — Eu faço uma carranca para ela, não sei o que quero dizer.

— Mia, isso é algo que você e Ethan terão que trabalhar juntos. Poderia tentar o caminho da amizade.

Mia sorri.

— Você aprendeu aquele olhar de Christian.

Eu coro.

— Se você quer um conselho, pergunte a Kate. Ela pode ter alguma introspecção sobre como seu irmão se sente.

— Você acha? — Mia pergunta.

— Sim. — Eu sorrio encorajadora.

— Legal. Obrigada, Ana. — Ela me dá outro abraço e olha animadamente e de forma impressionante, dado os seus saltos altos, para a porta, sem dúvida, procurando por Kate. Eu tomo mais um gole do meu Martini, e estou prestes a segui-la, quando sou parada em meu caminho.

Elena voa para a sala, com o rosto tenso, cheio de raiva e determinação. Ela fecha a porta silenciosamente atrás dela e faz uma carranca para mim.

Oh droga.

— Ana, — ela zomba.

Conclamo todo o meu autocontrole, um pouco confusa, com dois copos, de champanhe e o coquetel letal, que eu carrego na minha mão. Eu acho que todo o sangue foi drenado do meu rosto, mas eu organizo tanto o meu subconsciente como a minha deusa interior, a fim de aparecer calma e serena, enquanto eu puder.

— Elena. — Minha voz é baixa, mas constante, apesar da minha boca seca. Por que esta mulher me assusta tanto? E o que ela quer agora?

— Gostaria de oferecer-lhe meus sinceros parabéns, mas eu acho que seria inapropriado. — Seus penetrantes e frios olhos azuis olham friamente para os meus, cheio de ódio.

— Eu não necessito que me deseje suas felicitações, Elena. Estou surpresa e desapontada por vê-la aqui.

Ela arqueia uma sobrancelha. Acho que ela está impressionada.

— Eu não tinha pensado em você como uma adversária digna, Anastásia. Mas você me surpreende a cada esquina.

—Eu não pensei em você de modo algum, — Eu minto, friamente. Christian ficaria orgulhoso. — Agora, se você me der licença, tenho coisas muito melhores para fazer do que perder meu tempo com você.

— Não tão rápida senhorita, — ela sussurra, encostada na porta, bloqueando-a. — Que diabos você pensa que está fazendo, consentindo em se casar com Christian? Se você pensa por um minuto que você pode fazê-lo feliz, você está muito enganada.

— O que eu estou consentindo com Christian não é da sua conta. — Eu sorrio com doçura sarcástica. Ela me ignora.

— Ele tem necessidades, necessidades que você não pode sequer começar a satisfazer, — ela se alegra.

— O que você sabe de suas necessidades? — Eu rosno. Meu senso de indignação incendeia brilhante, queimando dentro de mim, quando a adrenalina surge através de meu corpo. Como ousa essa puta de merda pregar para mim? —Você não é nada mais que uma doente molestadora de crianças, se dependesse de mim, eu a jogaria no sétimo círculo do inferno e iria embora sorrindo. Agora saia do meu caminho ou eu tenho que fazê-lo?

— Você está cometendo um grande erro aqui, senhora. — Ela balança um longo dedo fino, perfeitamente cuidado, para mim. — Como você se atreve a julgar o nosso estilo de vida? Você não sabe nada, e você não tem ideia de onde você está se metendo. E se você acha que ele vai ser feliz com uma pequena e tímida interesseira como você...

É isso aí! Eu jogo o resto do meu Martini de limão na cara dela, encharcando-a.

— Não ouse me dizer no que estou me metendo! — Eu grito com ela. —Quando você vai aprender? Não é de sua maldita conta!

Ela olha para mim horrorizada, limpando a bebida pegajosa do rosto. Eu acho que ela está prestes a avançar em mim, mas, de repente, desvia para frente quando a porta se abre.

Christian está em pé na porta. Ele leva um nano segundo para avaliar a situação, eu estou pálida e tremendo, ela está encharcada. Seu adorável rosto escurece e se contorce com raiva, quando ele fica entre nós.

— Que porra você está fazendo, Elena? — Ele diz, sua voz é glacial e atada com ameaça.

Ela pisca para ele.

— Ela não é certa para você, Christian, — ela sussurra.

— O quê? — Ele grita, assustando a nós duas. Eu não posso ver seu rosto, mas todo o seu corpo está tenso, ele irradia animosidade.

— Como diabos você sabe o que é certo para mim?

— Você tem necessidades, Christian, — ela diz com sua voz suave.

— Eu já lhe disse antes, isso não é da sua conta, porra, — ele ruge. Oh droga. Christian está muito irritado, eu nunca o vi tão zangado. As pessoas vão ouvir.

— O que é isso? — Ele faz uma pausa, olhando para ela. — Quem você acha que é certa para mim? Você? Você acha que é certa para mim? — Sua voz é mais suave, mas o desprezo pinga, e de repente, eu não quero estar aqui. Eu não quero presenciar esse encontro íntimo. Eu estou me intrometendo. Mas eu estou presa, meus membros se recusam a se mover.

Elena engole e parece aprumar-se na posição vertical. Sua posição muda sutilmente, torna-se mais imponente, e ela dá alguns passos em direção a ele.

— Eu fui a melhor coisa que já aconteceu a você, — ela sussurra para ele arrogantemente. — Olhe para você agora. Um dos mais ricos e mais bem sucedidos empresários dos EUA, controlado, impulsionado, você não precisa de ninguém. Você é o mestre do seu universo.

Ele dá um passo para trás, como se tivesse sido golpeado e olha para ela com descrença indignada.

— Você adorou isso, Christian, não tente enganar a si mesmo. Você estava no caminho da autodestruição, eu o salvei, salvei de uma vida atrás das grades. Acredite em mim, querido, é onde você teria acabado. Eu te ensinei tudo o que você sabe, tudo que você precisa.

Christian ficou branco, olhando para ela com horror. Quando ele falou, sua voz era baixa e incrédula.

— Você me ensinou a foder, Elena. Mas isso está vazio, como você. Não admira que Linc se fosse.

A bile sobe na minha boca. Eu não deveria estar aqui. Mas eu estou congelada no lugar, morbidamente fascinada, enquanto eles estripam um ao outro.

— Você nunca, nenhuma vez, me segurou, — Christian sussurra. —Você nunca disse, uma vez sequer, que você me amava.

Ela estreita os olhos.

— O amor é para os tolos, Christian.

— Saia da minha casa. — A voz de Grace, furiosa e implacável, nos assusta. Três cabeças giram rapidamente para onde Grace estava no limiar da sala. Ela está olhando para Elena, que empalidece sob seu bronzeado St. Tropez.

O tempo parece suspenso, quando nós coletivamente respiramos fundo, ofegantes, Grace deliberadamente entra no quarto. Seus olhos brilham de fúria, nunca, nenhuma vez deixando Elena, até que ela se coloca diante dela. Os olhos de Elena se ampliam em alarme, e Grace dá um tapa com força no seu rosto, o som do impacto ecoa nas paredes da sala de jantar.

— Tire suas patas imundas do meu filho, sua puta, e saia da minha casa agora! — Ela sussurra por entre dentes cerrados.

Elena fica com as bochechas vermelhas e olha com horror por um momento, chocada e piscando para Grace. Em seguida, ela se apressa a sair da sala, sem se preocupar em fechar a porta atrás dela.

Grace gira lentamente para enfrentar Christian e um tenso silêncio se instala, como um cobertor grosso sobre nós, enquanto Christian e Grace olham um para o outro. Após um momento, Grace fala.

— Ana, antes de entregá-lo a você, você se importaria de me dar um minuto ou dois a sós com meu filho? — Sua voz é calma, rouca, mas oh, tão forte.

— Claro, — eu sussurro, e saio o mais rápido que posso, olhando ansiosamente por cima do meu ombro. Mas nenhum deles olha para mim enquanto saio. Eles continuam a olhar um para o outro, a sua comunicação não verbal é desagradavelmente alta.

No corredor, estou momentaneamente perdida. Meu coração falseia e meu sangue dispara nas minhas veias... Sinto-me em pânico e saio da minha profundidade. Puta merda, isso foi difícil e agora Grace sabe. Droga. Eu não posso pensar no que ela vai dizer para Christian, e eu sei que é errado, eu sei, mas eu inclino-me contra a porta tentando escutar.

— Quanto tempo, Christian? — A voz de Grace é suave. Eu mal posso ouvi-la.

Eu não consigo ouvir sua resposta.

— Quantos anos você tinha? — A voz dela é mais insistente. — Diga-me. Quantos anos você tinha quando tudo isso começou? — Mais uma vez eu não posso ouvir Christian.

— Tudo bem, Ana? — Ros interrompe-me.

— Sim. Bem. Obrigado. Eu...

Ros sorri.

— Eu só vou buscar minha bolsa. Eu preciso de um cigarro.

Por um breve momento, penso em me juntar a ela.

— Eu estou indo para o banheiro. — Eu preciso reunir meu juízo e meus pensamentos, para processar o que eu acabei de testemunhar e ouvir. O andar de cima parece o lugar mais seguro para ficar na minha. Eu assisto Ros ir para o estúdio, e eu corro para as escadas, subindo de dois em dois degraus, para o segundo andar, em seguida, até o terceiro. Há apenas um lugar que eu quero estar.

Eu abro a porta do quarto de infância de Christian e fecho-a atrás de mim, respirando forte. Vou para a cama, me deito e fico olhando para o teto branco e liso.

Caraca. Isso tem que ser, sem dúvida, um dos confrontos mais torturantes que eu já tive de suportar, e agora me sinto dormente. Meu noivo e sua ex-amante, não candidata a noiva, deveria ver isso. Dito isto, parte de mim está feliz que ela revelou o seu verdadeiro eu, e que eu estivesse lá para testemunhar.

Meus pensamentos se voltam para Grace. Pobre Grace, ouvindo tudo isso. Eu agarro uma das almofadas de Christian. Ela vai ter que ouvir que Christian e Elena tiveram um caso, mas não a natureza do mesmo. Graças a Deus. Eu gemo.

O que estou fazendo? Talvez a bruxa malvada tivesse um ponto.

Não, eu me recuso a acreditar nisso. Ela é tão fria e cruel. Sacudo a cabeça. Ela está errada. Eu sou certa para o Christian. Eu sou o que ele precisa. E em um momento de lucidez impressionante, eu não questiono como ele viveu sua vida até recentemente, mas o porquê. Suas razões para fazer o que ele fez para inúmeras meninas, eu não quero nem saber quantas. O como não é errado. Elas eram todas adultas. Elas estavam todas - como é que Flynn colocou? - em relações seguras, sãs, consensuais. O por que. O porquê estava errado. O porquê estava no seu lugar de escuridão.

Eu fecho meus olhos e boto o braço por cima deles. Mas agora ele mudou, deixou tudo para trás, e ambos estamos na luz. Estou deslumbrada com ele e ele comigo. Podemos guiar um ao outro. Um pensamento que me ocorre. Merda! O pensamento está mordendo, insidioso e eu preciso achar um lugar onde eu possa colocar esse fantasma para descansar. Sento-me. Sim, devo fazer isso.

Tremendo levanto-me, tiro os sapatos, vou até a sua mesa, e examino a borda de cima dela. As fotos do jovem Christian, está tudo ainda lá, mais pungente do que nunca, e eu penso no espetáculo que eu acabara de testemunhar entre ele e a Sra. Robinson. E ali no canto está a foto, pequena, em preto e branco, de sua mãe, a prostituta do crack.

Eu ligo a lâmpada da mesa e focalizo a luz na sua imagem. Eu nem sei seu nome. Ela se parece muito com ele, mas mais jovem e mais triste, tudo o que sinto, olhando para seu rosto triste é compaixão. Eu tento ver as semelhanças entre o seu rosto e o meu. Olho fixamente a imagem, ficando muito, muito perto, não vejo nenhuma. Exceto, talvez, nosso cabelo, mas acho que o dela é mais liso do que o meu. Eu não me pareço com ela em nada. É um alívio.

Meu subconsciente faz muxoxos para mim, de braços cruzados, olhando sobre os seus óculos de meia-lua. Por que você está se torturando? Você disse que sim. Você fez sua cama. Eu aperto os meus lábios para ela. Sim eu disse, com muito prazer. Eu quero deitar naquela cama com Christian para o resto da minha vida. Minha deusa interior, sentada na posição de lótus, sorri serenamente. Sim. Eu tomei a decisão certa.

Devo encontrá-lo, Christian vai se preocupar. Eu não tenho ideia de quanto tempo eu estive no quarto dele, ele vai pensar que eu fugi. Reviro os olhos ao contemplar sua reação exagerada. Espero que ele e Grace já tenham terminado. Tremo só de pensar o que mais ela poderia ter dito a ele.

Eu encontro Christian quando ele sobe as escadas para o segundo andar, olhando para mim. Seu rosto está tenso e cansado não é o Cinquenta despreocupado com quem cheguei. Quando eu estou no patamar, ele para no topo da escada de modo que estamos olhos nos olhos.

— Oi, — ele diz com cautela.

— Oi, — eu respondo com cautela.

— Eu estava preocupado...

— Eu sei, — eu o interrompo. — Me desculpe, eu não poderia enfrentar as festividades. Eu só tinha que sair, você sabe. Para pensar. — Me aproximando, acaricio o seu rosto. Ele fecha os olhos e inclina o rosto na minha mão.

— E você pensou que você faria isso no meu quarto?

— Sim.

Ele pega a minha mão e me puxa para um abraço, eu vou de bom grado para os seus braços, o meu lugar favorito em todo o mundo. Ele tem cheiro de roupa fresca, corpo lavado, o perfume de Christian é o mais poderoso calmante e excitante do planeta. Ele inala com o nariz no meu cabelo.

— Sinto muito que você tenha que ter passado por tudo isso.

— Não é culpa sua, Christian. Por que ela estava aqui? — Ele olha para mim, e sua boca se enrola se desculpando.

— Ela é uma amiga da família.

Eu tento não reagir.

— Não mais. Como está sua mãe?

— Mamãe está muito zangada comigo agora. Estou muito feliz por você estar aqui, e que estamos no meio de uma festa. Caso contrário, eu poderia estar respirando pela última vez.

— É tão ruim, hein?

Ele balança a cabeça, com os olhos sérios, e eu sinto sua perplexidade com a reação dela.

— Você pode culpá-la? — Minha voz é calma, persuadindo.

Ele me abraça com força e ele parece incerto, processando seus pensamentos.

Finalmente, ele responde.

— Não.

Uau! Importante descoberta.

— Podemos sentar? — Eu pergunto.

— Claro. Aqui?

Concordo com a cabeça e nos sentamos no topo das escadas.

— Então, como você se sente? — Pergunto, ansiosamente segurando sua mão e olhando para seu rosto triste e sério.

Ele suspira.

— Eu me sinto liberto. — Ele encolhe os ombros, em seguida, sorri, Christian dá um glorioso sorriso despreocupado, o cansaço e a tensão de poucos momentos atrás desapareceram.

— Sério? — Eu sorrio de volta. Uau, eu rastejaria sobre cacos de vidro por aquele sorriso.

— As nossas relações comerciais estão acabadas. Feito.

Eu franzo a testa para ele.

— Você vai fechar o negócio de salão?

Ele bufa.

— Eu não sou tão vingativo, Anastásia, — ele me adverte. — Não. Vou presenteá-lo para ela. Vou falar com meu advogado segunda-feira. Devo-lhe muito.

Eu arqueio uma sobrancelha para ele.

— Não há mais a Sra. Robinson? — Sua boca se torce divertida e ele balança a cabeça.

— Acabou.

Eu sorrio.

— Sinto muito que você tenha perdido uma amiga.

Ele encolhe os ombros, em seguida, sorri.

— Você sente?

— Não, — eu confesso, corando.

— Venha. — Ele levanta-se e oferece-me a mão. — Vamos participar da festa em nossa homenagem. Eu poderia até ficar bêbado.

— Você já ficou bêbado? — Eu pergunto, enquanto pego a sua mão.

— Não desde que eu era um adolescente selvagem. — Nós descemos as escadas.

— Você já comeu? — Ele pergunta.

Oh droga.

— Não.

— Bem, você deveria. Pela aparência e cheiro de Elena, foi um dos coquetéis letais de meu pai que você jogou sobre ela. — Ele olha para mim, tentando e não conseguindo manter a diversão de seu rosto.

— Christian, Eu...

Ele levanta sua mão.

— Sem argumento, Anastásia. Se vai beber, e jogar álcool sobre as minhas ex-namoradas, você precisa comer. É a regra número um. Eu acredito que nós já tivemos essa discussão depois da nossa primeira noite juntos.

Ah, sim. No Heathman.

De volta ao corredor, ele faz uma pausa para acariciar o meu rosto, deslizando os dedos pela minha mandíbula.

— Eu fiquei acordado por horas, assistindo você dormir, — ele murmura. —Eu acho que te amei desde então.

Oh.

Ele se inclina e beija-me suavemente, e eu me derreto toda, toda a tensão da última hora, aproximadamente, se escoa languidamente do meu corpo.

— Comer, — ele sussurra.

— Ok, — eu concordo, porque agora eu provavelmente faria qualquer coisa por ele. Pegando minha mão, ele me leva para a cozinha onde a festa está em pleno andamento.

 

— Boa noite, John, Rhian.

— Parabéns mais uma vez, Ana. Vocês dois vão ficar bem. — Dr. Flynn sorri gentilmente para nós, em pé, de braço dado no corredor enquanto ele e Rhian se despedem.

— Boa noite.

Christian fecha a porta e balança a cabeça. Ele olha para mim, os olhos de repente, brilhantes de excitação.

O que é isso?

— Assim que a família se for. Acho que minha mãe vai ter muito que beber. — Grace vai cantar karaokê em algum console de videogame no quarto da família. Kate e Mia estão apostando algum dinheiro nisso.

— Você pode culpá-la? — Eu sorrio para ele, tentando manter a atmosfera de luz entre nós. Eu fui bem sucedida.

— Você está rindo de mim, Srta. Steele?

— Eu estou.

— Este foi um dia e tanto.

— Christian, recentemente, todos os dias com você foram um dia e tanto. — Minha voz é sarcástica.

Ele balança a cabeça.

— É um ponto bem feito, Srta. Steele. Venha, eu quero te mostrar uma coisa. — Tomando minha mão, ele me leva através da casa para a cozinha, onde Carrick, Ethan e Elliot estão falando sobre os Mariners, bebendo o último dos coquetéis e comendo as sobras.

— Fora para um passeio? — Elliot provoca sugestivamente, quando nós fazemos o nosso caminho através das portas francesas. Christian ignora-o. Carrick faz uma carranca para Elliot, balançando a cabeça em uma repreensão silenciosa.

Nós fazemos o nosso caminho até o gramado, eu tiro os sapatos. A meia-lua brilha sobre a baía. É brilhante, lançando toda uma infinidade de tons de cinza, com o brilho das luzes de Seattle docemente à distância. As luzes da garagem de barcos estão ligadas, um farol brilhante e suave no elenco legal da lua.

— Christian, eu gostaria de ir à igreja amanhã.

— Ah?

— Eu rezei para que você voltasse vivo e você voltou. É o mínimo que eu posso fazer.

— Ok.

Nós passeamos de mãos dadas em um silêncio relaxado por alguns momentos. Então, algo me ocorre.

— Onde você vai colocar as fotos que José tirou de mim?

— Eu pensei que poderíamos colocá-las na casa nova.

— Você comprou a casa?

Ele para e olha para mim, sua voz está cheia de preocupação.

— Sim. Eu pensei que você tinha gostado da casa.

— Eu gostei. Quando foi que você comprou?

— Ontem de manhã. Agora precisamos decidir o que fazer com ela, — ele murmura, aliviado.

— Não vamos derrubá-la. Por favor. É uma casa tão linda. Ela só precisa de algum carinho.

Christian olha para em mim e sorri.

— Ok. Vou falar com Elliot. Ele conhece uma boa arquiteta, ela fez alguns trabalhos em minha casa de Aspen. Ela pode fazer a remodelação.

Eu fungo, de repente, lembrando da última vez que atravessamos o gramado sob o luar, para a garagem de barcos. Oh, talvez isso é o que vamos fazer agora. Eu sorrio.

— O quê?

— Eu me lembro da última vez que você me levou para a casa de barcos.

Christian ri baixinho.

— Oh, isso foi divertido. De fato... —De repente, ele para e pega-me por cima do ombro, eu grito, mas não temos muito a percorrer.

— Você estava com muita raiva, se bem me lembro, — me engasgo.

— Anastásia, eu sempre estou realmente irritado.

— Não, você não está sempre.

Ele esmaga o meu traseiro contra a porta de madeira. Ele desliza-me para baixo, por seu corpo, de volta ao chão, ele pega a minha cabeça entre as suas mãos.

— Não, não mais. — Inclinada para baixo, ele me beija, duro. Quando ele se afasta, eu estou ofegante e o desejo está correndo em volta do meu corpo.

Ele olha para mim, e no brilho do raio de luz vindo de dentro da garagem de barcos, eu posso ver que ele está ansioso. Meu homem ansioso, não um cavaleiro branco ou um cavaleiro das trevas, mas um homem, um homem fodidamente lindo, a quem eu amo. Eu me aproximo e acaricio o seu rosto, correndo os dedos por suas costeletas e ao longo de sua mandíbula até o queixo, em seguida, deixo o meu dedo indicador tocar os seus lábios. Ele relaxa.

— Eu tenho algo para lhe mostrar aqui, — ele murmura e abre a porta.

As luzes duras das lâmpadas fluorescentes iluminam o impressionante motor no banco na doca, balançando suavemente sobre a água escura. Há um barco ao lado dele.

— Venha. — Christian pega a minha mão e me leva até as escadas de madeira. Abrindo a porta no topo, ele fica de lado para me deixar entrar.

Minha boca cai no chão. O sótão está irreconhecível. A sala está cheia de flores... há flores por toda parte. Alguém criou um cenário mágico de belas flores selvagens, misturadas com luzes de fadas brilhantes e lanternas em miniatura, que dá um brilho suave e pálido na sala.

Meu rosto gira para ver o seu, ele está olhando para mim, sua expressão é ilegível. Ele encolhe os ombros.

— Você queria corações e flores, — ele murmura.

Eu pisco para ele, sem acreditar muito no que estou vendo.

— Você tem meu coração. — E ele acena em direção ao quarto.

— E aqui estão as flores, — eu sussurro, completando a frase. — Christian, é adorável. — Eu não consigo pensar em mais o que dizer. Meu coração está na minha boca, enquanto as lágrimas picam os meus olhos.

Apertando a minha mão, ele me puxa para o quarto, e antes que eu perceba, ele está afundando em um joelho na minha frente. Céus... Eu não esperava isso! Eu paro de respirar.

Do bolso interior do casaco, ele retira um anel e olha para mim, com os brilhantes olhos cinzentos, cheios de emoção.

— Anastásia Steele. Eu te amo. Eu quero amar, cuidar e proteger você pelo resto da minha vida. Seja minha. Para sempre. Partilhe a sua vida comigo. Case-se comigo.

Eu pisco para ele, enquanto as minhas lágrimas caem. Meu Cinquenta, meu homem. Eu o amo tanto, tudo que eu posso dizer com a onda de emoção que me arrebata é:

— Sim.

Ele sorri, aliviado, e lentamente desliza o anel no meu dedo. É lindo, um diamante oval em um anel de platina. Puxa, ele é grande... Grande, mas oh tão simples e deslumbrante na sua simplicidade.

— Oh, Christian, — eu choro, de repente, sobrecarregada de alegria, e eu me ajoelho com ele, meus dedos enrolaram em seu cabelo quando eu o beijo, beijo-o com todo meu coração e alma. Beijo esse homem lindo, que me ama, assim como eu o amo, e quando ele envolve seus braços em volta de mim, suas mãos se movendo para o meu cabelo, sua boca na minha. Eu sei, no fundo de mim, sempre serei sua e ele sempre será meu. Nós viemos de tão longe juntos, por enquanto temos o momento presente, mas fomos feitos um para o outro. Nós estamos destinados a ser um do outro.

 

A ponta do cigarro brilha intensamente na escuridão enquanto ele dá uma tragada profunda. Ele sopra a fumaça para fora em uma exalação longa, terminando com dois anéis de fumaça que se dissolvem na frente dele, pálida e fantasmagórica à luz do luar. Ele se desloca em seu assento, entediado, e dá um gole rápido no bourbon[17] barato de uma garrafa embrulhada em papel pardo, antes de descansá-la de volta entre suas coxas.

Ele não pode acreditar que ainda está na trilha. Sua boca torce em um sorriso sardônico. O helicóptero foi um movimento precipitado. Uma das coisas mais emocionantes que ele já tinha feito em sua vida. Mas não adiantou. Ele revira os olhos ironicamente. Quem teria pensado que o filho da puta poderia realmente voar?

Ele bufa.

Eles o subestimaram. Se Grey pensou por um minuto que ele ia choramingar silenciosamente no escuro, então ele não sabia porra nenhuma.

Tinha sido o mesmo durante toda sua vida. As pessoas constantemente subestimando-lhe, apenas um homem que lê livros. Foda-se! Um homem com uma memória fotográfica que lê livros. Oh, as coisas que ele aprendeu, as coisas que ele conhece. Ele bufa de novo, Sim, sobre você, Grey. As coisas que eu sei sobre você.

Nada mal para um garoto do final da sarjeta de Detroit.

Nada mal para o garoto que ganhou uma bolsa de Princeton.

Nada mal para o garoto fodeu seu rabo para pagar seus estudos e entrou para o ramo editorial.

E agora tudo isso está fodido, fodido por causa de Grey e sua putinha. Ele franze a testa para a casa, como se ela representasse tudo o que ele despreza. Mas não há nada a fazer. O drama só tinha sido aumentado, a loira alta de negro, oscilando para baixo na calçada em lágrimas, antes de subir no CLK branco e ir embora.

Ele ri desconsolado, então estremece. Foda-se, suas costelas. Ainda doloridas pelos rápidos chutes que o capanga de Grey lhe deu.

Ele repete a cena em sua mente. — Se você mexer ou tocar na senhorita Steele outra vez, eu vou te matar.

Esse filho da puta vai receber o que merece, também. Sim, nem sabe o que está vindo para ele.

Ele resolve voltar para o seu assento. Parece que vai ser uma longa noite. Ele vai ficar, esperar e ver. Ele dá outra tragada em seu Marlboro vermelho. Sua oportunidade virá. Sua oportunidade virá, em breve.

 

 

[1] Coq au vien – frango ao vinho

[2] Kickboxing – refere-se a um grupo de artes marciais e esportes de combate em pé, baseado em chutes e socos, como também é um estilo de arte marcial e desporto de combate. É frequentemente praticado como defesa pessoal, condicionamento físico geral ou como esporte de contato.

[3] Peixe de água salgada.

[4] NDA – acordo de confidencialidade/contrato de sigilo.

[5] Analgésico

[6] A Ivy League (Liga da hera) é um grupo de oito universidades privadas do Nordeste dos Estados Unidos da América.

[7] Seattle–Tacoma International Airport- é um aeroporto americano localizado em SeaTac , Washington

[8] A roda Wartenberg , também chamada de cata-vento Wartenberg , é um dispositivo médico de uso neurológico. Ele foi originalmente desenhado para testar reações nervosas.

[9] Gazillionaire, jogo de vídeo game onde seu objetivo é se tornar um magnata do comércio, iniciando uma pequena empresa e a construção de um império de negócios.

[10] Carpe Diem - é uma frase em latim de um poema de Horácio, e é popularmente traduzido para “colha o dia” ou “aproveite o momento”. É também utilizado como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato, sem medo do futuro.

[11] TRF - Temporary Flight Restrictions – (Restrições de fuga temporária) – restrições de voos temporários, em uma área limitada, por curto prazo, do espaço aéreo. Ocorre frequentemente nos Estados Unidos, principalmente em ocasiões de eventos desportivos, áreas de desastres naturais, shows aéreos, lançamentos espaciais e movimentos do presidente (em áreas em torno dele), etc.

[12] Pé (pés) – medida de comprimento, equivalente a 33 cm.

[13] AGL - Above Ground Level – espaço acima do solo.

[14] Libra – unidade de peso, equivalente a 459,50 g. Então equivalente a 15,4221 kgs

[15] equivalente a 19,5045 kgs

[16] ATM – caixa eletrônico/caixa automático.

[17] Bourbon – uísque americano (variedade de uísque típica dos Estados Unidos da América) elaborado com um mínimo de 51% de milho. Segundo uma das versões correntes, o Bourbon foi criado em 1789, no condado de Bourbon, Kentucky.

 

                                                                                E. L. James  

 

                      

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