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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


CRAVE ME / Geneva Lee
CRAVE ME / Geneva Lee

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Eu me fiz uma promessa: Nenhum homem. Nenhum romance.
Nem esperar por um príncipe que não viria. Porque algumas garotas não têm: o felizes para sempre. Algumas garotas só têm corações partidos.
É exatamente por isso que eu deveria ficar longe dele. Ele é vil. Ele é arrogante. Ele é controlador. E eu não confio nele.
Mas alguns homens entram em seu sangue, sob sua pele. Alguns homens você simplesmente não pode ter o suficiente.
Alguns homens você apenas anseia.

 


 


PRÓLOGO

A ponte Westminster rumava ao esquecimento, perdida no nevoeiro como fumaça sobre o rio Tâmisa. Os turistas se cruzavam, tirando fotos junto a amantes que se agarravam, enquanto corredores passavam. Um a um, a neblina engolia cada um deles.

Eles desapareceram da minha vista, para nunca mais aparecerem, como as pessoas desapareciam de sua vida. Estavam lá e não mais.

Eu apertei minhas mãos no balcão da varanda para me estabilizar. Uma cidade de um milhão de almas, e eu nunca havia me sentido mais isolada. A dor oca em meu estômago espalhou-se através de mim com cada respiração que eu dava, lembrando-me que eu estava vazia. Eu estava sozinha.

Uma hora atrás eu não estava. Uma hora atrás eu tinha um plano e um futuro, e ele. Mas agora essa vida tinha ido embora.

—Aí está você. —Clara pisou na varanda e moveu-se ao meu lado. Ela pousou uma das mãos suavemente sobre a minha.

—Não fui a lugar nenhum. —Eu disse sem rodeios. Todo o meu futuro tinha, mas eu ainda estava aqui. —Noiva abandonada soa menos glamorosa do que futura esposa, você não acha?

—Ninguém está rotulando você, e se eles fizerem isso, eles só vão chamá-la de a mulher que nocauteou Pepper Lockwood, o que para mim faz você fabulosa. —Ela disse com firmeza.

Parecia muito bom finalmente acertar aquela vadia. A única coisa que teria sido melhor era se eu tivesse sido capaz de atingi-la e a Philip. —Eu deveria ter visto isso acontecer. Philip vinha agindo estranhamente há semanas.

—Ninguém viu isso chegando. —Clara me assegurou. —E isso não é culpa sua. Philip te traiu. Ele terminou as coisas.

O anel de diamante em minha mão ficou pesado, como se fosse uma âncora, amarrando-me a um passado que eu precisava me libertar. Deslizei-o da minha mão e segurei-o para Clara. —Pelo menos isso vai render uma soma bonita. O suficiente para viver um pouco.

—Não tome decisões precipitadas. —Ela pegou o anel, apertando-o em seu punho, mas sua testa enrugou com preocupação. Ela não tentou me convencer a não o vender. Ambas sabíamos que eu precisaria do dinheiro enquanto procurasse um emprego.

Um emprego.

Eu disse a mim mesma que eu tinha uma excelente educação, que eu não teria problemas em encontrar um emprego. Mas eu não tinha certeza de como um ano de planejamento para um casamento que não aconteceria, apareceria em um currículo.

—Não nos preocupemos com o amanhã. —Clara disse num tom reconfortante. Ela me puxou para longe da grade, quando a porta do terraço se abriu para revelar um homem bonito, de cabelos encaracolados.

—Achei todas as bebidas do mundo. —Edward anunciou. O príncipe mais novo tinha provado ser um verdadeiro amigo e, essa noite, parecia não ser exceção a esse fato. —Literalmente. Não há mais nada no mundo. É tudo nosso.

Ele estendeu a mão e colocou um bloco de gelo nos meus nós dos dedos, em seguida, levantou uma garrafa. —Para seu gancho de direita. E vodca para o resto.

Eu dei uma última olhada na cidade abaixo, e me virei para meus amigos. —O que estamos esperando? Vamos ficar loucos.


CAPÍTULO 1


Londres não se importava se eu tinha um lugar para estar. Isso era evidente pela multidão que se amontava inconscientemente pela Kensington1. As poucas árvores espalhadas ao longo da rua movimentada tornaram-se traidoras, mudando de verde, para gloriosas sombras de ouro e ferrugem, e parecia que todos os turistas na cidade precisavam de uma foto delas. Eu empurrei um grupo grande que parou para uma foto na frente da Top Shop2. Murmurando um pedido de desculpas obrigatório por arruinar sua foto, eu corri para uma rua menos movimentada. Eu avistei uma porta laqueada vermelha, onde estava escrito Smith Price, do outro lado da rua, quando o alarme no meu telefone tocou para lembrar-me que eu tinha uma entrevista em cinco minutos. Movimentando-me o mais rápido que meus sapatos impraticáveis permitiam, eu parei na porta e respirei fundo.

Passei uma das mãos sobre o meu cabelo, satisfeita por descobrir que ainda estava no lugar, após o penteado louco que eu tinha feito no meu apartamento. Eu tinha desistido recentemente do corte longo e ondulado que deixei crescer para meu casamento. Vida nova. Novo visual. O corte long bob3 completo que eu havia escolhido, com uma franja grossa que caía sobre minha testa, era um estilo mais fácil e aparentemente imune ao caos frenético das ruas de Londres. Brevemente eu considerei verificar para certificar-me de que o meu batom vermelho não precisava de retoque, mas pensei melhor. Não havia tempo. Eu estaria em seu escritório em um minuto. Eu alisei minha saia lápis preta, rezei para não estragar minhas meias, e verifiquei o botão de cima da minha blusa marfim. Eu tinha o ar de heroína. Agora tudo o que eu tinha que fazer era acertar. Um trabalho estável seria a peça final para começar a colocar minha vida de volta aos trilhos, e poderia finalmente me fornecer o dinheiro extra que eu precisava para minha própria empresa.

No interior, tudo mudou. Eu passei de uma das ruas mais elegantes e modernas de Londres para o passado. O lugar era rico com mogno e couro. Grandes prateleiras estavam alinhadas nas paredes da pequena sala de espera, e atrás de uma mesa de carvalho, sentava-se uma mulher muito formal, guardando uma porta de escritório. Ela franziu os lábios e me encarou. Talvez eu não estivesse vestida corretamente depois de tudo. Imaginei que ela estaria entre os meados dos quarenta e poucos anos, mas, novamente, a atitude empertigada a fazia parecer mais velha. Eu sorri docemente e caminhei em direção a ela.

—Tenho uma entrevista com o Sr. Price.

A desaprovação em seu rosto não desapareceu, mesmo enquanto ela assentia com a cabeça. —Na hora certa, senhorita...?

—Stuart. —Ofereci, suspeitando que ela já soubesse disso. Uma mulher confirmou a minha hora de entrevista, e ela era a única aqui. No entanto, não valia a pena apontar isso, dado que eu tinha passado os últimos seis meses saltando entre entrevistas e empregos temporários. Em vez disso, eu engoli meu orgulho e esperei. Eu fiquei bastante boa nisso desde que eu peguei meu noivo me traindo. Talvez eu devesse considerar listar essa habilidade no meu currículo.

—Sr. Price está esperando por você. —Ela disse enquanto levantava-se e gesticulava para que eu a seguisse pela porta que ela guardava.

Entrei em seu escritório e parei em seco. Eu tinha pesquisado Smith Price ontem, mas nunca me ocorreu procurar imagens dele. Considerando a longa lista de realizações, e o calibre dos clientes associados à sua empresa, eu esperava alguém mais velho. Muito mais velho. Mas o homem sentado na mesa à minha frente, parecendo uma oferenda de Deus em um terno de três peças, não poderia ter mais de trinta anos. Seus cabelos escuros foram penteados com cuidado, mas não conseguiram esconder uma pequena onda que gritava para ser puxada. Cílios escuros emolduravam olhos que eram incrivelmente brilhantes, mesmo a essa distância. Mas era a sua mandíbula, lisa e forte, e seus ombros largos, que exalavam uma masculinidade primitiva. Ele estava encostado em uma cadeira de couro, sua mão descansando nos lábios bem torneados. Algo mexeu dentro de mim, batendo contra a parede que eu tinha construído para me proteger dos homens, especialmente homens como este. Eu endireitei meus ombros e forcei um sorriso profissional e desinteressado em meu rosto.

Price não se levantou quando sua secretária me levou para a sala. Ele simplesmente observou, seus olhos viajando lentamente pelo meu corpo. A intensidade do seu olhar queimou minha pele, enviando um rubor de calor sobre minhas bochechas. Por um breve momento, pensei que meus joelhos dobrariam, e custou toda a compostura que eu podia reunir para ficar em pé nos meus Louboutins4. Graças a Deus que eu fui com saltos mais responsáveis, ou eu teria caído de bunda no chão do seu escritório. Seus olhos pararam em minha boca e, de repente, me arrependi de usar um tom tão sugestivo de vermelho. Mas eu não esperava que Smith Price parecesse... Bem, um deus do sexo. Seus próprios lábios contraíram-se, como se adivinhasse o que eu estava pensando, mas então, seu rosto voltou a uma máscara de pedra. Completamente ilegível. Completamente desarmado.

E pior de tudo, completamente sexy.

Isto não é bom! A voz aguda da minha cabeça gritou em alerta. Você precisa deste trabalho, e você nunca vai conseguir se você não puder mostrar que tem algumas células no cérebro. Fala! Abri a boca e respirei fundo. Se ele não se apresentasse, eu precisava fazer as honras. Mais do que tudo, eu precisava me abster de soar desesperada. Sem vulnerabilidade. Eu tinha passado um minuto inteiro na presença de Price, mas eu já sabia o que aconteceria se eu mostrasse qualquer fraqueza. Eu estaria em sua cama e sem um emprego.

—Sr. Price, é um prazer conhecê-lo. —Eu disse com voz suave, muito suave e muito sexy.

Mantenha sua calcinha e sua bunda longe do chão, eu me ordenei em silêncio.

Seus dedos moveram-se para descansar em seu queixo, revelando aqueles lábios desenhados que eu não podia afastar meus olhos. Esta entrevista não iria a lugar nenhum se não pudéssemos parar de olhar fixamente na boca um do outro.

—Smith. —A correção simples foi o suficiente para quebrar o feitiço, e finalmente, meus olhos brilharam, encontrando os dele. O olhar foi longo e firme. O tipo de olhar que você compartilha com alguém que conheceu há muito tempo. Alguém que conheceu intimamente. Seus olhos não eram resguardados como o resto dele, e eu sabia sem dúvida que isso era proposital. Ele queria que eu visse o que ele estava pensando. Eu podia me afogar nas piscinas verdes de suas íris. Perdida pelo tumulto refletido lá. Espelhando o meu. Minha barriga tremeu quando o desejo me consumiu por dentro. Um estalar de dedos e ele se desvendaria. Eu me desvendaria.

—Sente-se, senhorita Stuart. —Ele ordenou, voltando sua atenção para sua mesa. Aproveitei a oportunidade para desviar o olhar e recuperar um pouco de controle, enquanto eu deslizava na cadeira em frente à dele. Quando nossos olhos encontraram-se novamente, uma cortina desceu, escondendo seus pensamentos. —Suponho que tenha perguntas sobre o cargo.

Na verdade, não. Eu esperava entrar aqui e ser grelhada. Atrapalhando-me para encontrar a minha voz, eu finalmente consegui forçar a primeira coisa que veio à mente. —Quais são exatamente as expectativas... Para o cargo?

Parecia bobo acrescentar isso, mas Smith me pareceu o tipo de homem que precisava de limites e definições claras.

—Minha assistente pessoal.

Ele não elaborou mais. Aparentemente, ele me faria trabalhar por cada pedacinho de informação.

—Aqui? —Perguntei, apontando para o escritório ao nosso redor. —Vou ajudar com casos?

Eu não tinha certeza de que eu poderia realmente ajudá-lo com o trabalho legal, mas com certeza eu poderia fingir até descobrir o que eu estava fazendo.

—Você tem graduação em leis que eu desconheço? —Seu tom era baixo e frio.

Lutei contra o desejo de me encolher no meu assento. Em vez disso, eu endireitei meus ombros. Pelo menos se ele seria um idiota, isso me curaria da minha atração inicial por ele. Sua cabeça inclinou, esperando a minha resposta. Ele acariciou a leve sombra de barba que salpicava a curva forte de sua mandíbula. Como seria ter essa mão em mim? Como seria quando sua barba arranhasse ao longo da minha coxa?

Talvez eu não estivesse curada afinal.

—Não. —Eu disse, adotando uma atitude igualmente fria.

—Isso é bom, porque minha assistente particular não ajuda com os estudos dos casos. —Ele sorriu enquanto falava. Ele realmente sorriu, porra.

Que tipo de homem adulto sorri durante uma entrevista de emprego?

O tipo que sabe exatamente o que você realmente quer dele.

Eu ignorei a voz, perdendo a paciência comigo tanto quanto eu estava perdendo com ele. —Então o que quer que eu faça?

O sorriso transformou-se em um sorriso torto, que desapareceu em segundos. —Você me ajudará em meus assuntos particulares. É óbvio que minha secretária cuida dos meus horários e aparições na corte. Você supervisionará minha vida pessoal, assim como meus relacionamentos pessoais com clientes. Sou um homem ocupado, senhorita Stuart...

—Belle. —O interrompi, saboreando a oportunidade de corrigi-lo.

—Senhorita Stuart. —Ele repetiu. —Sou um homem ocupado. Não me lembro de aniversários. Eu não compro presentes de casamento. E eu nunca janto sozinho.

—Eu deveria jantar com você? —Eu engasguei. Isso estava começando a soar muito parecido com um casamento, sem o benefício de sua conta bancária, ou orgasmos.

—Nem sempre. —Ele continuou. —Muitas vezes tenho planos para o jantar. Nas noites que eu não tiver, ou na ocasião em que meus planos exigem uma escolta, você estará presente.

—Eu não tinha ideia de que esse seria um estilo de vida. —O comentário espirituoso saiu da minha boca antes de eu ter pensado nisso.

A mandíbula de Smith esticou, mas ele não falou, o que fez o ar na sala parecer mais pesado. Este trabalho era pressão. A pergunta era: fazer ou não fazer o trabalho, seria mais pressão do que encontrar outra oportunidade? Apesar do meu pedigree e educação, eu ainda não tinha recebido uma chamada após uma entrevista. Mas eu não podia deixar que o sentimento de inferioridade que esses desentendimentos provocavam, me obrigasse a cometer um erro.

—Posso fazer uma pergunta? —O momento de ser franca era agora, antes que eu me precipitasse.

—Você já fez. —Ele apontou. —E eu não mordi.

Sua resposta enviou meus olhos para seus lábios, e minha mente a fantasiar sobre como seria se ele me mordesse. Eu tinha uma suspeita de que eu não me importaria se Smith Price me mordesse.

Agora seria um bom momento para correr.

Mas eu não queria. Sentime presa à cadeira, presa a esta sala e a este homem. Eu disse a mim mesma que eram as possibilidades do trabalho oferecido, embora eu soubesse que era mais do que isso. Ele já tinha se espalhado pela minha pele. Eu podia senti-lo lá, uma coceira que eu queria desesperadamente esfregar. Ficar significava que eu teria que lutar contra esse desejo, mas partir parecia impossível.

—Supondo que você me selecionou para a posição. —Eu parei, me perguntando se ele me tiraria de minha conjectura. —Por que você me escolheria?

—Há uma série de razões pelas quais você seria uma excelente candidata. —Ele acomodou-se em sua cadeira, erguendo os braços para descansar casualmente atrás de sua cabeça enquanto me olhava. —Sua educação, para começar.

Eu balancei a cabeça, mesmo que uma educação em Oxford parecia ser desperdiçada em dar recados e sair para um jantar.

—Pelo olhar em seus olhos, você discorda.

—Não, eu...

—Deixe-me terminar. —As palavras que ele escolheu foram atenciosas, mas seu tom estava cheio de expectativa. Ele esperava meu silêncio. Ele esperava falar sem interrupções. E eu suspeitava que ele esperasse que eu concordasse com o que ele estava prestes a dizer. —Sua educação me beneficiará. Eu prefiro uma companhia com a qual eu possa manter uma conversa. Eu também prefiro uma companhia bem-criada para negócios. Nem todos os meus parceiros de negócios compartilham as mesmas predileções.

Eu levantei uma sobrancelha. —Predileções é uma palavra forte.

—Nem todas as prostitutas estão nas esquinas, senhorita Stuart. A maioria delas, simplesmente encontra um homem disposto a comprar o seu favor, em troca de suas bucetas. Enquanto eu tenho certeza de que é reconfortante ter algo para manter o seu pau em casa, tais relações são uma responsabilidade que muitas vezes terminam em vergonha ou chantagem. —Ele terminou.

Ele tinha um ponto, mesmo que ele tivesse subido no meu medidor de babaca. —Mas como você disse, eu sou educada. Eu teria muito mais probabilidade de entender o que é e o que não é uma chantagem.

—Você terá assinado um acordo de não divulgação. —Ele me informou, movendo-se em seu assento para que seu rosto caísse na sombra. —E eu prometo que você vai se encontrar muito ligada a ele, assim como a mim.

O nó na minha garganta deslizou ameaçadoramente enquanto eu engolia isto. Ligada. Eu queria estar ligada a ele? Legalmente, pelo menos. Era difícil considerar, tendo em conta os pensamentos que sua escolha de palavras conjurou. Eu não precisaria de uma bebida depois disso. Eu precisaria da merda da garrafa toda.

—Há outras razões. —Ele continuou. —Quando eu fiz uma verificação a fundo sobre você, eu descobri que você é melhor amiga da nossa nova rainha. Achei bastante impressionante que você conseguiu ficar de fora da imprensa. Você deve ter algum dom para voar sob o radar.

—Ou sou muito chata. —Eu respondi.

—Eu duvido disso. —Ele disse em voz baixa, que emitiu um formigamento pela minha espinha. —Meu negócio requer privacidade. Preciso de uma pessoa que compreenda isso. Você está intimamente familiarizada com essa obrigação.

—Era amiga de Clara muito antes de ela conhecer Alexander.

—É um elogio. —Smith esperou que eu desafiasse esta interpretação. Quando eu não o fiz, ele continuou: — E claro você encaixa-se no perfil.

—Encaixo-me no perfil? —Repeti. Certamente ele não quis dizer o que parecia que ele queria dizer.

—Você é uma mulher bonita. Não há necessidade de fingir o contrário.

Eu tentei manter minha calma, e fracassei miseravelmente. —Isso é perigosamente perto de assédio.

Smith Price era um enigma. Ou talvez não. Tudo que ele queria era uma garota bonita, que não fosse burra para atender a todos os seus caprichos. Quando eu pensei sobre isso, vi que era realmente o que todos os homens queriam. Só que ele estava disposto a pagar por isso, sem a expectativa de sexo em troca. Essa descoberta não deveria ter me chocado nem desapontado, e de alguma forma, ainda fez em ambos os aspectos.

—As empresas empregam pessoas atraentes todos os dias. É quase ilegal quanto é necessário para a posição. —Smith deu de ombros e inclinou-se para apoiar as palmas das mãos em sua mesa. Suas mãos não se moveram. Seus dedos não bateram impacientemente. Ele estava completamente no controle de si mesmo e dessa situação. Isso é o que me assustou.

Foi também o que me entusiasmou.

—Enquanto houver clara diferenciação entre o meu trabalho e ser a sua namorada. —A implicação foi clara. Talvez o jeito que ele estava me estudando desde que eu entrei na sala era simplesmente ele me medindo, mas parecia muito mais como se ele estivesse-me fodendo com seus olhos. Eu estava acostumada a isso, acostumada com os homens mentalmente me fodendo. Eu só não estava interessada em realmente ser fodida. Eu não precisava ser tentada a mudar de ideia, e a julgar pelo modo como meu corpo respondeu ao seu olhar penetrante, eu precisava deixar isso claro.

—Eu lhe asseguro que não tenho interesse em romance. Outro homem pode usar sua posição de autoridade sobre você, suborná-la com presentes, ou fazer propostas desagradáveis. Nosso relacionamento será estritamente profissional. —Sua voz se afastou como se estivesse deixando algo de fora. Uma cláusula ou uma ideia tardia. Mas ele não terminou o pensamento. —Você tem mais perguntas para mim?

Eu deveria, mas eu não tinha. Estava ficando mais difícil pensar na sua presença. Tudo que eu podia fazer era balançar a cabeça.

—Acho que terminamos aqui. —Foi um fim abrupto para uma entrevista, mas eu tinha visto isso chegar.

Era o melhor. Disso eu estava certa. Mas, apesar de todas as bandeiras vermelhas e sinais de alerta, eu não podia passar a oportunidade perdida. Este trabalho pagaria. Bem. Eu ficaria bem financeiramente, tendo em conta os acontecimentos que mudaram a minha vida nos últimos meses, mas em grande parte, tinha a ver com a minha tia Jane se recusando a aceitar o dinheiro do aluguel, e melhores amigos que constantemente pagavam as contas.

Eu reuni o resto de dignidade que eu tinha deixado, e forcei um sorriso. —Eu esperarei ouvir de você.

—Não precisa. —Ele disse com desdém, e meu coração afundou na boca do meu estômago. —Eu espero você aqui amanhã há uma hora para discutir minha agenda atual e necessidades.

Eu tentei olhar além da sugestão dessas palavras, e me concentrar no fato de que eu realmente tinha conseguido o emprego. —Estarei aqui.

—Esteja pronta, Srta. Stuart. Eu não sou um homem que gosta de esperar.

Uma picada afiada atingiu meu lábio inferior, e percebi que estava mordendo-o. Os olhos de Smith ficaram na minha boca. Ele percebeu antes de mim, e apesar do que ele havia dito sobre nosso relacionamento, à fome que queimava em seu olhar era tudo, menos profissional.

Eu precisava sair daqui e limpar minha cabeça. Era a única maneira que eu poderia decidir se eu estaria neste escritório amanhã ao meio-dia, ou enviaria um e-mail covarde. Eu saí da minha cadeira, aliviada por ser a única dominando a sala nos meus saltos de dez centímetros. Fiz uma pausa, pairando na frente de sua mesa. —Vamos ficar claros com uma coisa. Vou participar dessas funções. Vou trabalhar em casa. Mas eu não vou dormir com você.

—Anotado. —Ele disse, mas sua resposta foi qualquer coisa menos reconfortante. Eu não conseguia ter certeza se ele me via como um desafio ou um negócio feito. De qualquer maneira, eu sabia de uma coisa: manter minhas pernas fechadas na presença de Smith Price seria difícil. Talvez impossível.

Mas era um desafio que eu estava feliz em aceitar.


CAPÍTULO 2


Coco’s5 foi invadido na hora que eu segui de Kensington para Notting Hill. O bistrô, uma vez pitoresco, tornou-se um paraíso para turistas curiosos e paparazzis esperando tirar uma foto do bebê real, desde que os tabloides correram uma história sobre o jantar semanal que eu mantinha com Edward e Clara no estabelecimento. Passando pela multidão, eu avistei Clyde, gerente do Coco. Ele enxugou sua testa com um guardanapo enquanto examinava a multidão. Eu não pude deixar de notar que as linhas em sua testa haviam aprofundado, tanto quanto seu cabelo tinha recuado desde que ele tinha tomado controle da multidão. Eu gostava dele, fazendo questão de entrar pela porta da frente, para ter certeza de que eu o via cada semana.

—Clyde! —Eu chamei, acenando meu braço sobre minha cabeça. Era indigno, mas estava sendo esmagada entre fotógrafos fedorentos.

Clyde soltou um longo suspiro e entrou em ação, fazendo sinal para que os garçons ajudassem a criar um caminho para mim. Assim que eu estava ao seu lado, ele me levou passando pela cozinha, e subiu as escadas para uma sala de jantar privada.

—A multidão está pior do que nunca. —Eu empurrei minha bolsa enquanto diminuía o ritmo para acompanhar o cansado proprietário.

—Parece estar inchando junto com a barriga de Clara. —Ele disse em seu grosso sotaque irlandês. —Não sei quantas almas mais podemos encaixar neste estabelecimento. Está estourando.

—Assim também está Clara. —Eu disse em um sussurro provocador. —Quando o bebê chegar, deixaremos você em paz6. —De repente, desejei poder retirar o pensamento sobre seu cabelo, mas Clyde apenas assentiu tristemente.

—Não há problema ter você aqui. —Ele segurou a porta para mim.

—Ambos sabemos que não é verdade. —Entrei e parei antes de plantar um pequeno beijo em sua bochecha. Essa pode muito bem ser a última vez que nos veremos por um tempo. —Obrigada por tudo.

—Não há problema. —Ele repetiu bruscamente antes de se desculpar.

—Paquerando Clyde? Tsc tsc tsc... —Edward reprovou enquanto levantava-se para me abraçar. —Um beijo de uma menina bonita? Eu não tenho certeza que seu coração possa aguentar mais estresse.

—Eu estava simplesmente agradecendo-o. —Eu bati em seu ombro, mas Edward somente riu e puxou uma cadeira para mim. —Ela ainda não chegou?

Edward tomou um longo gole de seu vinho, suspirando enquanto colocava a taça de volta. —Alexander entrou em completo modo de macho alfa.

—Quando ele não está no modo macho alfa? —Perguntei secamente enquanto despejava a garrafa na minha própria taça.

—Ela deve nascer dentro de duas semanas. Ele tem o direito de ser protetor. —A resposta foi desdenhosa. Edward, como a maioria de nós, tinha tendência a perdoar a necessidade de controle de seu irmão mais velho.

Eu poderia ter discutido com sua lógica, se Clara não tivesse sido um ímã para problemas no último ano e meio, e me fazia sentir melhor que Alexander mantinha um controle firme sobre ela, na maioria das vezes. O resto do tempo eu desejava vê-la mais vezes. Eu duvidava que tivesse menos a ver com a proteção de Alexander, e mais a ver com a quase obsessão que os dois exibiam em relação ao outro.

—Acho que deveríamos ter tanta sorte. —Eu encolhi os ombros e voltei a sentar-me na cadeira.

—Eu suponho. —A boca de Edward transformou-se em um sorriso irônico. —David não é exatamente desse tipo.

Eu pisquei para ele. —Talvez esse seja o seu trabalho.

—Qual é o trabalho dele? —Perguntou uma voz cansada atrás de mim. Um momento depois, Clara estava na mesa, sentando-se lentamente na cadeira, com uma das mãos segurando protetoramente sua crescente protuberância. Ela poderia ter soado exausta, mas sua pele clara brilhava, e seu cabelo castanho tinha ainda mais cachos do que o normal. Eu poderia tê-la odiado se eu não a amasse tanto.

—Estamos tentando decidir quem é o Alexander no meu relacionamento.

Clara fez uma careta. —Espero que nenhum de vocês.

—Problemas no paraíso? —A fronte de Edward enrugou-se de preocupação.

—Ele está sendo um pouco arrogante. Você tem sorte, eu o convenci a me deixar vir essa noite. Norris e metade das Forças Armadas Britânicas estão lá embaixo. Qual é a vantagem em ter uma entrada lá atrás, se você aparece com um pequeno exército? —Ela bateu no estômago dela e sorriu de má vontade. —Imagino que será ainda pior quando ela nascer.

—Vamos até você. —Eu prometi a ela. —E não é tão terrível ter alguém cuidando de você.

Clara cruzou os olhos comigo e assentiu, imediatamente enviando uma onda de culpa em mim. Eu não tinha a intenção de soar desdenhosa, mas eu soei. O fato de que ela estava felizmente casada, não era nada para se sentir mal. Eu tinha lhe dito isso cem vezes, mas nunca assenti.

—Então, tenho novidades. —Eu desenrolei meus talheres enquanto rapidamente mudava de tópico.

—Diga-me que você transou! —Edward jogou as mãos para cima em um gesto suplicante para o céu.

—Muito engraçado. —Eu disse, jogando o guardanapo em sua cabeça. —Eu larguei os homens, lembra?

—Então diga que tem um vibrador, amor. —Ele replicou.

—Ela tinha um muito antes de romper com Philip. —Clara disse secamente.

Eu abanei um dedo para ela. —Isso é verdade. Mas, infelizmente, esta notícia não termina em um O7. Eu acabei de arranjar um emprego.

—Isso é fantástico. —O rosto de Edward iluminou-se, como se esse anúncio fosse mais excitante do que descobrir que eu havia roubado alguém.

—O que aconteceu com sua ideia para aquela empresa de roupas? —Clara perguntou.

—Oh, eu nunca vou chegar a isso. —Eu menti. Eu só mencionei a ideia uma vez para minha melhor amiga, mas Clara nunca esqueceu. Não havia nenhum ponto em envolver qualquer um deles em algo que era provavelmente uma utopia. Especialmente porque eu sabia que ambos estariam ansiosos para financiar o empreendimento, que era a última coisa que eu queria. —O trabalho de escritório é o material chato que nós meros mortais temos.

—Uh-Uh! —Clara imitou meu dedo anterior. —Você era da aristocracia muito antes de eu ser.

—Bem, isso não funcionou muito bem para a minha família. —Lembrei-lhe. Eu não adicionei que o status falido perpétuo de minha mãe, era uma das muitas razões que eu precisava do dito trabalho. —Uma menina deve comer.

—E comeremos. —Edward disse quando um garçom apareceu com o nosso pedido.

Peguei a colher de servir e ele afastou a minha mão.

—Não, nós imortais comeremos enquanto você nos diverte com contos de sua existência humilde de camponesa. Qual é esse trabalho do qual você fala?

Clara, entretanto, agarrou a colher e começou a enrolar massas em meu prato. —Coma, mas fale.

—Vou ser assistente pessoal. —Eu girei meu garfo na massa, meu estômago roncando enquanto eu assistia o decadente molho Alfredo revestir os linguinis.

—De uma celebridade? —Edward perguntou.

—Um advogado. —Eu disse antes de engolir lentamente os macarronetes.

—Distintamente menos glamoroso.

—Você não viu o advogado. —Isso saiu da minha boca antes de realmente ter considerado a munição que eu estava dando a eles.

—Oh sério? —A voz de Clara atingiu um pico de excitação.

—Ela vai dormir com ele. —Edward observou, como se já fosse um fato comprovado.

—Não tenha ideias. —Avisei-os. —Parece um babaca8 de primeira classe.

Clara e Edward compartilharam um olhar de conhecimento.

—É... Definitivamente vai dormir com ele. —Edward previu. —Ela já está pensando no pênis dele.

***

As luzes estavam baixas no meu apartamento quando entrei. A música percorria o espaço aberto com uma melodia lenta e sensual que tinha uma leve batida. Eu espiei ao virar, não querendo incomodar minha tia, e a assisti enquanto ela balançava suavemente seu kaftan frouxo rodando em um arco-íris em torno de sua forma elegante. Eu sempre idolatrei minha tia, com seu cabelo selvagem platinado e roupas ainda mais selvagens. O fato de que ela era tão animada quanto parecia, era um bônus adicional.

—Conte-me sobre o seu dia. —Ela falou sem se virar.

—Eu posso esperar. —Eu deslizei minha bolsa para o balcão da cozinha e permaneci lá, resistindo ao desejo de bater minhas unhas contra o granito.

—Absurdo. —Jane virou-se para pegar uma garrafa de vinho do gabinete. —Pegue as taças.

Uma sensação de paz caiu sobre mim enquanto eu pegava duas taças da prateleira, e as colocava no balcão. A maioria dos jovens de vinte e poucos anos teria se importado em viver com um membro da família, mas eu não tinha tais escrúpulos. Jane era uma mulher furacão, constantemente mudando de um lugar para outro, e de um homem para outro. Eu não estava pronta para viver sozinha quando Clara se casou, especialmente depois de terminar meu próprio noivado. Tomar a decisão de morar com Jane foi simples, e como foi difícil encontrar um emprego estável ao longo dos últimos meses, sentime cada vez mais feliz por ter pedido para viver com ela.

—Como foi à entrevista? —Ela perguntou, passando-me uma taça cheia de vinho.

—Interessante. —Eu bati meu dedo na haste delicada, observando enquanto o fino líquido carmesim balançava ao longo dos lados da taça, cobrindo-a por um momento antes de recuar até o fundo.

Jane levantou uma sobrancelha desenhada. —Como assim?

—Bem, eu tenho o trabalho. —Fiz uma pausa enquanto procurava as palavras certas.

—Mas isso te assusta. —Jane adivinhou.

—Meu chefe me assusta. —Eu admiti.

—Ele é um idiota? Ou ele só é um pé no saco como a maioria dos advogados?

—Não posso dizer. Ele é direto. —Continuei a escolher minhas palavras cuidadosamente. Não porque eu quisesse esconder qualquer coisa de Jane, mas porque eu estava tentando entender as emoções em mim. Só de pensar na entrevista, produziu pequenas vibrações de ansiedade na minha barriga.

—E poderoso?

Eu balancei a cabeça. Ele era definitivamente isso. Eu sabia pouco sobre Smith Price, mas isso era o que eu podia sentir. Poder. Autoridade. Ele irradiava essas qualidades. Elas emanavam dele como raios do sol, e eu suspeitava que se eu não tivesse o bom senso de me proteger, eu acabaria queimada.

—E bonito. —Jane terminou por mim.

—Sim. —Eu sussurrei quando meu estômago deu um nó. —Tenho medo de que trabalhar para ele me cause problemas.

Jane estendeu a mão e pegou a minha, balançando a cabeça com uma risada. —Você pode aproveitar um pequeno problema.

—Já tive problemas suficientes para toda a vida. —Era a última coisa que eu procurava depois de Philip. Mas Jane sempre teve a tendência de pular de um caso de amor para outro caso de amor. Isso a fazia feliz, mas não era o que eu estava procurando na vida. —Quero me concentrar em mim, e trabalhar no meu plano de negócios, não me distrair com um homem.

—Acontece que distrações são necessárias. Você não pode trabalhar constantemente. Isso não é vida. Toda mulher precisa de uma dose saudável de romance. Você não tem que escolher entre uma carreira e amor. —Ela disse suavemente.

—Talvez eu não saiba o que é saudável. —Eu apontei, meus olhos desviando para a mesa. —Eu ia me casar com um homem que estava apaixonado por outra pessoa.

—Belle. —A voz de Jane assumiu um tom suave quando ela disse meu nome. —Você estava apaixonada pela ideia do amor. O casamento. O estilo de vida. Você queria estabilidade, e Deus sabe, depois de sua infância, ninguém poderia culpá-la por isso.

—Agora eu quero minha própria estabilidade. —Levantei minha cabeça e encontrei seu olhar.

—Então faça isso acontecer, mas não pare de viver. Não correr riscos não é estabilidade, é uma maneira lenta de morrer.

—Então eu deveria aceitar o emprego? —Perguntei.

—Você precisa do emprego?

—Depende. —Eu disse, sorrindo a contragosto. —Quanto tempo eu posso continuar pagando aluguel com vinho barato?

—Pegue o trabalho e me pague com um bom vinho. —Jane piscou. —Eu não quero o seu aluguel, mas eu quero que você comece este negócio. Assim, a menos que você tenha mudado de ideia sobre investidores...

Eu acenei uma das mãos. —Preciso começar por mim mesma.

Eu não tinha ideia se havia espaço para a minha empresa no mercado. Tanta coisa havia mudado desde que eu estive na universidade, não havia como eu pegar o dinheiro de Jane, nem de qualquer outra pessoa até que eu estivesse de pé sozinha.

—Você sabe que não vou pressioná-la, mas a oferta está de pé.

—Eu sei. —Tomei um longo gole do meu vinho antes de abandonar minha taça. —Deveria dormir um pouco. Parece que eu tenho trabalho amanhã.

—Belle, você contou a sua mãe... Sobre o trabalho?

Eu fiquei tenso, meu corpo respondendo automaticamente à mera ideia de ligar para ela. —Ainda não.

—Não conte. —Jane aconselhou.

—Ela descobrirá.

—Então será breve o suficiente. —Jane se levantou e colocou os braços em volta dos meus ombros. —Se você quer se concentrar em você, esse pode ser um bom lugar para começar.

—Você pode estar certa sobre isso. —Mas mesmo sabendo que ela estava certa, um peso saiu do meu peito. Eu balancei a cabeça, tentando limpar a onda de culpa.

Jane me deu um pequeno sorriso e me apertou, abraçando-me até que a culpa desapareceu inteiramente. —Estou orgulhosa de você.

—Será que você ainda se orgulhará de mim se eu desistir e me jogar no meu chefe? —Perguntei ironicamente.

—Querida, nada me deixaria mais orgulhosa.


CAPÍTULO 3


Atrasada cinco minutos, um início pouco profissional para a carreira da minha nova assistente. Meus dedos tamborilavam na janela. Eu não apreciava esperar. Eu não tinha esperado por nenhuma mulher nos últimos três anos. Se Belle Stuart não tivesse me intrigado pra caramba, eu já teria deixado instruções com a minha recepcionista para mostrar a ela a porta da rua quando ela se dignasse a aparecer. Doris, a durona que eu tinha empregado pelos últimos cinco anos, não teria nenhum problema em chutá-la.

Foi um erro não despachá-la. Eu tinha finalmente resolvido sobre este fato quando uma batida suave, que definitivamente não pertencia a Doris, anunciou que ela estava aqui.

Eu me endireitei, apertando minhas mãos atrás das costas, e esperei um momento antes de responder. —Entre.

A porta se abriu, mas me mantive de costa para ela, treinando meus olhos na rua lá fora. Era importante que ela aprendesse desde cedo que ela não comandava a minha atenção, em vez disso, eu escolheria o momento de me dar a ela. Isso não queria dizer que eu era imune à sua presença. Sua respiração suave ressoava pela sala em silêncio, e os meus dedos apertaram por cima do meu pulso.

Um erro.

Dada a minha posição junto à janela, e dado que os meus braços estavam cruzados atrás das costas, o movimento estava em sua linha de visão. Não importava se ela tivesse realmente visto. Eu cometi outro erro na presença de Belle Stuart. Meu primeiro foi tê-la contratado incialmente. Eu não podia me permitir ser afetado por ela. Ela só deveria ser autorizada a ver o que eu permitisse. Chega de deslizes. O fato de que eu estava ciente do problema, presumivelmente, tornava mais fácil de lidar com ele no futuro.

—Sr. Price. —Suas palavras foram tímidas. Ao contrário da mulher que eu tinha entrevistado no dia anterior. Talvez ela se revelasse um estudo de contrastes. Forte, mas vulnerável. Fria e ainda convidativa. Uma senhora com roupas, e algo perigosamente selvagem fora delas.

O tempo diria.

Claro, poderia ser embaraço por seu atraso.

Eu virei para ela antes de cometer outro erro. Minha mão enrolou-se em punho, abafando o tique que formigava em toda a minha palma. Manter o controle seria um desafio ao seu redor, especialmente se ela optasse por ignorar ostensivamente minhas instruções. Por enquanto, uma simples correção estava em ordem, mas eu não tinha dúvida de que, eventualmente, eu teria o prazer de dar-lhe uma reprimenda muito mais grave. —Smith.

—Smith. —Eu gostei de como soou quando ela falou. Meu nome em seus lábios era familiar, íntimo. Belle cruzou uma perna atrás da outra e esfregou-a nervosamente ao longo de sua panturrilha. Sapatos com solas vermelhas novamente. Algum tipo de marca luxuosa. Normalmente o que eu poderia pedir a minha assistente para enviar um par para a mulher bonita diante de mim. Um presente para lubrificar o caminho para o que eu estava realmente interessado, o presente para cortar toda a merda de jantar desnecessário, conversas, romance e ir direto ao ponto: Meu pau enterrado na buceta quente. As outras coisas eram necessárias, pelo menos, o jantar e conversa, se eu quisesse mais. Na minha experiência, a quantidade certa de atenção e, em seguida, uma mulher faria o que eu queria.

Eu ainda não tinha decidido o que eu queria de Belle Stuart.

—Não sou um homem que gosta de esperar. —Aconselhei a ela. —Você faria bem em se lembrar disso.

—Claro. —Ela inclinou a cabeça, mas eu peguei o brilho nos olhos.

Belle Stuart não gostava de ser castigada. Isso era lamentável dado o quanto eu gostava de reprimendas.

Estendendo o braço, acenei para o sofá de couro marrom. —Junte-se a mim. Há papelada para discutir.

Eu encontrei a pasta que continha os diversos documentos e contratos necessários para ela assinar, sem tirar os olhos dela. Ela abaixou-se para o sofá, as mãos alisando seu traseiro enquanto ela se sentava. Sua saia cinza era um pouco apertada demais, ou foi alterada para abraçar seu traseiro de uma forma que me fez querer encontrar a costureira e dar-lhe um bônus. Ela cruzou as pernas enquanto eu tomava um assento ao lado dela, as mãos cruzadas no colo.

Sinais mistos.

Soltando os papéis sobre a mesa de carvalho, eu me inclinei para trás, apoiando um braço sobre o encosto do sofá. Sua postura endureceu. Eu não a estava tocando. Não ainda. Mas ela tinha reagido da mesma forma.

Interessante.

—Considerando que você me acompanhará a uma variedade de reuniões de negócios, você será obrigada a assinar um acordo de confidencialidade, bem como um acordo de arbitragem.

—Arbitragem? —Sua sobrancelha arqueou.

—Basicamente isso significa que você não vai me processar, sem tentar resolver as coisas primeiro. —Papelada comum numa nova contratação, mas tudo fechado. Isso me protege e a meu negócio.

—Achei que eu tinha acabado de chantageá-lo. —Seu lábio vermelho cereja curvou-se em um sorriso, e eu percebi que ela estava brincando.

—Eu não recomendaria isso. —Eu disse em voz baixa.

A diversão desapareceu dos olhos dela, e ela inclinou-se para recolher os contratos, dando-me uma visão por baixo de sua blusa. Os seios dela eram pequenos, talvez tamanho 38. Mas suficientemente grandes para abocanhar.

Eu tirei uma caneta do bolso do terno e depositei sobre a mesa. Eu poderia ter entregado a ela, mas agora ela seria forçada a inclinar-se mais uma vez.

—Você mencionou jantares. —Ela disse enquanto examinava as páginas. —Serão todos de negócio ou vai ter algum por prazer? —Sua bochecha ficou rosa e ela engasgou. —Quero dizer, vamos jantar com seus amigos ou apenas com seus clientes?

—Alguns homens acreditam em manter negócios e lazer separado.

—E você? —Ela perguntou ofegante, seus olhos levantando para os meus.

—Eu sempre gostei de misturá-los.

Ela quebrou o olhar primeiro, tentando cobrir sua inquietação lançando-se para o próximo contrato. —Então você vai precisar de mim com frequência durante a noite?

—E nos fins de semana. —Eu adicionei. —Isso é um problema?

—A menina tem que ter uma vida. —Ela deu de ombros, mas notei o vermelho ainda manchando seu rosto.

—Esta posição é mais que um estilo de vida. Eu acho que você vai descobrir se você virar para a última página, que o salário e os benefícios são mais do que uma recompensa adequada pelo seu tempo. —Esperei enquanto ela procurava a oferta que eu propositadamente coloquei no final da papelada.

Uma menina desesperada já teria perguntado o quanto eu pagaria a ela.

Uma menina estúpida teria assinado os contratos antes de eu dizer a ela.

Belle não era nem desesperada nem estúpida, mas ela não era exatamente confiante. Em primeiro lugar, foi por isso que a contratei, apesar da atração perigosa que eu sentia por ela desde o momento em que nos conhecemos.

Ela estudou a página silenciosamente, sem falar, até que seus olhos chegaram ao fim. —Isso é demais.

—A maioria das pessoas já teria assinado os contratos e estaria à espera de seu primeiro cheque. —Eu disse secamente. O salário que eu estava oferecendo a ela continha uma mensagem: Eu espero lealdade. Seis números, um motorista particular, uma conta-despesa era o preço que eu estava disposto a pagar.

—Não sou uma prostituta, Sr. Price. Eu não posso ser comprada. Este não é o tipo de salário que você paga a uma assistente.

—Talvez não. —Foi a minha vez de dar de ombros. —É a segunda vez que cita a sua já referenciada falta de vontade de dormir comigo, como parte do trabalho. Deixe-me assegurar-lhe, Belle, eu não tenho interesse em transar com meus funcionários. Eu não preciso pagar uma mulher para abrir suas pernas.

Os olhos dela foram para o chão. Eu me inclinei para frente, apoiando os cotovelos nos joelhos para encontrar o rosto abatido.

—Estamos entendidos?

—Sim. —Sua mandíbula estava tensa quando ela balançou a cabeça. —Agora me deixe ser clara, eu não abro minhas pernas, Smith.

Eu não pude evitar sorrir. Alguns homens não gostavam de uma língua afiada. Eu gostei da picada.

—Ficaria desapontado se você abrisse. —Disse simplesmente, surpreendendo-me. —Independentemente, isso é irrelevante.

Isso estava longe de ser irrelevante. Ela não estava tentando me avisar, ela estava tentando convencer a si mesma. O rubor em suas bochechas tinha descido pelo pescoço, e florescia sobre a elevação de seus seios. Ela mordeu o lábio, como se ela também estivesse imaginando os meus lábios pairando sobre sua clavícula e roçando a curva de seu pescoço, até que meus próprios dentes afundassem em seu lábio inferior carnudo.

Belle limpou a garganta, trazendo-nos eficazmente de volta à realidade. Eu descansava no sofá, movendo minha perna para descansar contra o seu joelho. Ela embaralhou os papéis e respirou fundo, mas ela não se moveu. Nossas pernas ficaram pressionadas, separadas pela seda de suas meias e minha calça de lã, mas eu podia sentir o calor irradiando dela.

O problema era que Belle Stuart não queria dormir comigo. Ela queria ser tomada. Ela queria ser fodida duramente. Seu corpo inteiro gritava por isso, mas até que sua cabeça acompanhasse o resto dela, eu ficaria feliz em continuar este joguinho de preliminares. E havia o fato de que tinha sido contratada para me ajudar. Sexo complicaria isso. Ele também quebraria minha única regra quando se tratava de mulheres: sem amarras. Eu preferia rápido, limpo, de uma noite, ou uma acompanhante cuidadosamente selecionada. Esta mulher estava prestes a assinar um contrato que legalmente nos unia. Era quase tão ruim quanto o casamento. É melhor manter distância.

Levantei-me e percebi que a sala imediatamente pareceu mais fria, mas eu afrouxei a gravata de qualquer maneira. Não havia necessidade de ser completamente formal em torno dela. Seria definir um estranho precedente. Minha última assistente trazia meu café na cama todas as manhãs. Eu ri quando considerei a arrogante Srta. Stuart me trazendo o café da manhã. Ela apreciaria que eu dormisse nu, e eu desfrutaria dela tentando esconder sua excitação.

—Algo engraçado? —Ela perguntou, seu corpo voltando-se para seguir o meu movimento enquanto eu atravessava o escritório.

—Uma piada. —Acenei minha mão com desdém. —Nada importante.

—Adoro uma boa piada. —Ela pegou meu blefe, inclinando a cabeça para me assistir.

Abri a gaveta da mesa e tirei uma caixinha branca. —Ainda estou decidindo o quão engraçado é.

—Você se diverte facilmente então.

—Dificilmente. —Virei para ela e estendi a caixa. —Apenas o assunto me fascina.

—Talvez compartilhemos um interesse em comum. —Sua mão tocou a minha enquanto ela pegava a caixa de mim. Leve e suave, o toque de veludo de uma mulher.

Meu pau agitou, levando a minha mente a pensamentos dela embalando delicadamente a mão em torno dele. —Certamente que temos.

—Mas você ainda assim não vai compartilhar. —Cada palavra foi apontada, atada com um significado que eu entendia instintivamente. O que quer que esteja se passando entre nós era primordial. Uma força inegável da natureza nos puxando em direção ao outro. Eu precisava enfiar meu pau nela e transar com ela até que ela estivesse cheia de mim. E ela precisava ser tomada, pressionada, possuída.

Em vez disso eu esperei enquanto ela abria a tampa para revelar um novo telefone.

—Eu tenho um telefone. —Ela disse, mesmo quando seus dedos traçavam a embalagem de ouro champanhe.

Eu tinha escolhido corretamente. Mesmo que ela fingisse obstinação, era óbvio que ela gostou. Algo me disse que Belle gostava do toque, o pequeno toque de luxo. Ela era uma mulher de bom gosto.

—Este telefone é para mim. Só eu tenho o número, e você vai mantê-lo com você em todos os momentos.

—O que vem a seguir? Você vai me levar para casa e me acorrentar a sua parede? —Ela perguntou com uma voz suave, me tentando.

O pescoço fino de Belle acorrentado. Ia ser difícil esconder minha ereção se ela continuasse plantando ideias como essa na minha cabeça. Dei um pequeno passo atrás do sofá, forçando-a a girar ao redor. O encosto estofado quase não era alto o suficiente para esconder meu pau duro como pedra.

Ela manteve sua mão no ar, mas eu balancei a cabeça. —Posso lhe fazer uma pergunta?

—Obviamente.

Jesus, ela era ainda mais sexy quando fazia beicinho.

—Por que aceitar este trabalho se você tão obviamente me detesta?

Sua pequena e bonita boca abriu. —Eu não... Eu não sei por que... Eu nem sequer conheço você.

—E ainda assim você já fez muitas suposições. —Apontei. —Você supõe que eu quero dormir com você. Você supõe que eu acho que você é uma prostituta.

—Não disse isso...

—Na verdade você disse.

—Corrija-me se eu estiver errada, mas você quer uma bela mulher pendurada no seu braço. —Ela cruzou seus braços sobre o peito.

—É bom ter uma mulher confiante. Homens cansam de meninas bonitas que agem ignorando sua aparência. Não discuto se esse for o caso, mas eu também contratei você porque é uma graduada em Oxford, bem-educada, e mais do que capaz de satisfazer minha agenda exigente. Ou estou errado sobre essas coisas? —Perguntei, saboreando a oportunidade de chamar sua atenção.

—Sou todas essas coisas. —Ela se levantou e pegou o telefone de mim. —E muito mais. Eu simplesmente não quero ser um acessório caro.

—Eu garanto que eu vou trabalhar duro com você. —Não me preocupei com a insinuação na minha voz. —Mais duro do que você nunca experimentou antes.

—Ansiosa pelo desafio. —Ela suspirou.

Cristo, ela tem algum senso de autopreservação? Ela tinha passado a última meia hora balançando-se como carne sobre a cova do leão, e cutucando a onça com vara curta. Ela teve sorte de não ter sido comida viva. Era tudo que eu podia fazer para não atacar.

—O motorista vai buscá-la na parte da manhã. —Eu queria dar um passo mais perto dela, para ver o que ela faria quando irritada, mas o sofá fornecia uma barreira sólida. Eu nunca tinha sido tão grato a uma peça de mobiliário antes.

—Sobre isso. Eu posso pegar o metrô ou um táxi. Eu não estou certa que um motorista seja necessário.

—Eu decido o que é necessário. —Ignorei seu protesto. Ela aprenderia logo que eu não fazia pedidos.

Seus olhos estreitaram-se, mas sua boca se fechou. Foi uma pena realmente. Gostava muito mais quando abria.

—Algo mais? —Ela falou, dando a volta no sofá. Ela puxou a bolsa por cima do ombro e me olhou.

—Sim. Mantenha o seu telefone.

Piscando-me um sorriso falso, ela girou e saiu da sala.

Soltei a respiração que eu não sabia que estava segurando, e me arrastei de volta para a minha mesa. Afundando na minha cadeira, eu olhei para a porta que ela tinha acabado de sair. O perfume dela ainda pairava no ar. Contratá-la foi um erro. Eu sabia disso agora. Isto se revelava mais um jogo do que um teste. Um que eu tinha certeza que falharia. Eu tinha visto o arquivo dela. Eu sabia exatamente por que ela estava construindo uma barreira entre nós. Eu sempre fui capaz de fazer o mesmo. Ela não foi à primeira mulher atraente que contratei para esta posição. Todas elas haviam finalmente se oferecido para mim, e eu recusei cada uma delas.

Mas eu não tinha dúvida de que, se Belle sacudisse o dedo, eu a prenderia à parede cinco segundos mais tarde. Manter isso profissionalmente poderia revelar-se impossível enquanto meus pensamentos continuassem centrados em alcançá-la. Eu queria derrubar suas paredes até que libertasse a criatura selvagem que ela tinha trancado. Eu não estaria satisfeito até que eu a reclamasse.

E era por isso que eu nunca poderia.

Abri minha gaveta da mesa e tirei um porta-retratos. Passando uma flanela sobre o vidro, eu olhei para os olhos olhando para mim. Eles eram tão vivos, tão brilhantes.

—Por que não a demiti? —Perguntei a foto, mas ninguém respondeu.

Ninguém nunca respondia.


CAPÍTULO 4


Ela gemeu enquanto abria as pernas, os dentes mordendo o lábio inferior cheio. Bem e lentamente, que era o que ela merecia. Mas enquanto eu afundava dentro dela, enterrando-me mais profundo, meu ritmo acelerava até que eu estava batendo nela. Deus, ela era incrível, porra. Eu queria dizer-lhe isso, mas não havia como ela me ouvir por causa dos seus gritos. Este era o lugar onde eu pertencia. Eu sabia disso agora.

Deslizando meu braço em volta da sua cintura, eu a virei, ansioso para obter uma vista de trás. Em vez disso, eu acordei encharcado de suor e de barriga para baixo em meus lençóis. Sozinho. Foi apenas um sonho. A realização foi tão indesejável quanto minha cama vazia. Minhas mãos bateram no travesseiro de penas sobre a minha cabeça, pronto para destrui-lo de frustração. Imediatamente uma picada afiada arrepiou a minha palma. Eu me atrapalhei com o controle remoto que ficava na minha mesa de cabeceira, e apertei o botão para abrir as cortinas. Luz rompeu das cortinas blackout que mantinham o quarto em escuridão absoluta abrindo automaticamente. A ponta de uma pena tinha me picado através da fronha do travesseiro. Eu tirei-a e olhei por um momento seu comprimento felpudo. Suavidade com uma pitada de dor. Havia certa poesia nisso. Eu joguei-a no ar. Então encontrei o meu celular na mesa de cabeceira.

SMITH: Café. Preto. Garrison vai buscá-la em cinco minutos em frente ao seu apartamento.

Não tínhamos discutido ontem itens importantes como o meu café da manhã, ou a hora que eu a esperaria na minha casa todas as manhãs. Pessoalmente, eu estava muito distraído por querer transar com ela. Agora eu não tinha o café, e ainda queria transar com ela. Eu gemi enquanto rolava, liberando a ereção pesada com a qual eu tinha acordado. Talvez fosse melhor que ela não estivesse aqui para me acordar esta manhã. Então, novamente, era uma pena não colocar isso em bom uso.

BELLE: Você tem alguma ideia de que horas são?

SMITH: Hora do café.

Minha mão livre acariciou meu eixo enquanto eu respondia. Não havia como eu ficar livre disso facilmente. A única cura para a ereção matinal era uma buceta quente. Embora eu imaginasse que o seu traseiro apertado seria bom também.

BELLE: Diga a esse Garrison que estarei pronta em vinte minutos.

SMITH: Você tem cinco.

BELLE: Volte a dormir e acorde no lado direito da cama.

Eu podia ouvir a irritação em sua mensagem. Ela definitivamente tinha o pau errado no rabo. Eu tinha outro em mente. Meu pau contraiu em concordância.

SMITH: Acorde e faça o seu trabalho.

BELLE: Você pode manter-se ocupado por meia hora.

Eu considerei tirar uma foto do meu pau na mão para mostrar-lhe exatamente como estaria me ocupando durante essa meia hora. Isso poderia realmente trazê-la aqui mais rápido. Ou então, ela poderia não aparecer. Ainda era difícil lê-la. Geralmente isso não era um problema que eu tinha em torno de pessoas, particularmente das mulheres. É o que me fez um bom advogado. Eu sabia que ela queria-me foder. Estava escrito por todo seu corpo. Claro, não deveria me surpreender que ela estivesse passando por uma fase de odiar homens, dado a informação verificada que seus antecedentes tinham revelado. Não era como se eu fosse ser o homem que iria curá-la, mas isso não significava que eu não a ajudaria a se recuperar, se eu tivesse a chance.

Pensar assim me deixaria em apuros.

Na verdade, eu não tinha necessidade de pensar sobre tudo isso. Ela era minha assistente. Eu nunca tinha fodido assistentes antes. Isso era diferente. Nossos laços profissionais deveriam me guiar, mas eu sabia que eles não iriam. Se eu não tivesse visto quão responsivo seu corpo foi durante essa entrevista. Eu já estava imaginando aproveitá-lo, controlá-lo. Belle Stuart não seria um caso simples. Não com as coisas que eu queria fazer com ela.

Que é exatamente por isso que você precisa tomar uma ducha fria.

Puxei o travesseiro de debaixo da minha cabeça e o joguei do outro lado do quarto. Aparentemente eu tinha meia hora para controlar meus pensamentos e meu pau.

Ela era um meio para um fim, eu me lembrei disso enquanto abria a água alguns momentos mais tarde. Enquanto eu me lembrasse disso, eu poderia me impedir de tocá-la. Era tão simples.

—Quem você está enganando? —Perguntei ao banheiro vazio. —É tão complicado.

Então eu aumentei o calor mais um pouco e entrei.


CAPÍTULO 5


Preciso sair deste trabalho. Isso já estava bem claro. Smith Price pode gostar de ficar mandando em mim por aí, mas não iria permitir isso. O problema era que eu precisava deste trabalho e seu salário completamente ridículo.

A página do contrato com o salário flutuava em minha mente. Tantos zeros atrás do número dois.

Ok, então eu não podia sair. Ainda não. Poucos meses tolerando suas merdas, e eu teria o capital necessário para financiar o meu plano de negócios. Nesse meio tempo, eu estabeleceria alguns limites claros, como mais do que os cinco minutos que ele esperava que eu me vestisse e estivesse pronta para pôr a cabeça para fora da porta.

Jane apareceu na porta e esfregou a nuca. —Começando tão cedo? Nós não deveríamos ter tomado tanto vinho na noite passada.

—Aparentemente estou de plantão em todas as horas. —Resmunguei enquanto empurrava grampos no meu cabelo. Não havia tempo para lavá-lo. Eu não tinha intenção de realmente conhecer meu novo motorista em cinco minutos, mas eu não queria correr o risco de chegar mais tarde do que dez minutos. Equilíbrio de poderes. —Sinto muito se te acordei. Sr. Price precisa de seu café da manhã na cama.

—Um homem exigente esperando por você na cama. —Jane deu um sorriso. —Se você decidir sair estou disponível para a posição.

Eu levantei um dedo em advertência. —Não. Eu não vou dormir com ele.

—É uma pena. —Ela disse com um bocejo. —Porque você precisa transar.

—Não vou justificar isso com uma resposta. —Dei um beijo em sua bochecha enquanto passava por ela.

—Tenha uma linda manhã. —Ela gritou, sua voz cheia de diversão.

Tenho certeza de que havia um monte de mulheres que pulariam na chance de servir café para Smith Price na cama. Elas provavelmente ofereceriam para servir muito mais. Eu só não queria ser uma delas. Sexo e Belle Stuart não misturavam. Eu tinha um vibrador que eu não tinha medo de usar, e um plano. Transar com Smith não fazia parte dessa equação.

Mas a belezinha que me cumprimentou na porta me parou imediatamente. Um elegante Mercedes prata AMG parado em frente ao edifício. Puta merda era quente. Eu disse uma oração silenciosa por Smith não estar aqui para testemunhar a minha reação. Ele não precisava saber que eu tinha uma queda por carros de luxo.

A porta do lado do motorista se abriu e eu me preparei. Eu meio que esperava que fosse o próprio Smith, vindo me arrastar para a sua casa para fazer o café. Mas o cabelo vermelho-fogo não pertencia a ele. Um rosto desconhecido sorriu em saudação.

—Garrison? —Eu perguntei, ajeitando minha bolsa enquanto eu lutava para recuperar a compostura.

—Senhorita. —Garrison Inclinou a cabeça em saudação e abriu a porta traseira.

Entrei, permitindo que os meus dedos acariciassem os assentos de couro macios antes de me acomodar. Este carro era poder. E sexo. Talvez isso me fizesse uma interesseira, mas eu adorei.

—Isso é legal. —Eu disse conversando, ciente de que Garrison poderia estar se perguntando se eu estava tendo algum tipo de ataque no banco de trás. —É uma AMG, certo?

—Uma AMG S-65. Sr. Price tem excelente gosto para carros. —Garrison finalizou lentamente, indo para o tráfego da manhã de East London.

—Sim, ele tem. —Murmurei para mim mesma. Gosto caro, boa aparência e um idiota consumado. E três grandes bandeiras vermelhas. Smith Price era perigoso.

—Será que você precisará de mim pelo resto do dia? —Garrison perguntou no nosso caminho em direção à Knight bridge. Eu fiz uma nota mental para perguntar mais sobre que área do direito ele exercia, conforme as casas se tornavam maiores.

—Eu não sei. —Respondi com sinceridade. —Você dirige para o Sr. Price? —Não acho que Sua Excelência gostaria de compartilhar seu empregado.

—Sr. Price dirige seu próprio carro. —Garrison informou-me quando ele virou em direção a um carro fechado. —Eu o levo para funções sociais em qualquer carro que ele me coloque. Hoje ele me pediu para buscá-la neste carro.

Meus pensamentos misturaram quando olhei para a casa que apareceu acima. Talvez fosse maior do que um prédio. Certamente, era maior do que um apartamento. Decidindo isso, finalmente fui capaz de processar a última frase de Garrison.

—Este não é o seu carro pessoal? —Perguntei surpresa.

Garrison sacudiu a cabeça enquanto a porta abria para nos permitir entrar.

—Eu sinto muito. Eu achava que fosse. —Fazia sentido Smith usar um da empresa para me pegar. Eu só podia esperar que o que quer que Smith dirigisse, fosse um pouco menos extravagante. Eu não queria pensar sobre pegar uma carona com Smith manobrando a marcha ao meu lado. Eu poderia gozar ali.

—É por isso que eu perguntei se você precisaria de mim o resto do dia. —Os olhos bondosos de Garrison pegaram os meus no espelho retrovisor. —Sr. Price prefere que seu carro seja guardado em particular durante a noite.

—Meu carro? Eu não tenho um carro. —Eu o informei.

—Este é o seu carro. Sr. Price adquiriu ontem. —Garrison continuou como se isso não fosse uma bomba completa. —Eu vou buscá-la e levá-la para casa a cada dia. Cabe a você, se preferir que eu conduza ao longo do dia. Ele me deixa em reserva, por isso estarei disponível quando você decidir.

—Vou ter a certeza de que você saiba. —Consegui falar. Meu carro? Eu poderia ter alguns minutos a sós com ele na garagem. Eu balancei a cabeça, recuperando alguma compostura quando Garrison estacionou ao lado de um Bugatti Veyron preto. Um dos poucos das quatro centenas de modelos do mundo. Admirei enquanto o motorista saía e abria a porta para mim. Smith e eu claramente tínhamos uma coisa em comum.

—O elevador é a sua direita. —Ele fez um gesto para o lado da garagem privada.

—Obrigada. —Minha cabeça ainda estava flutuando quando cheguei e percebi que não tinha ideia de onde eu estava indo. —Hum, qual é o apartamento do Sr. Price?

As sobrancelhas de Garrison uniram. —Esta é sua casa, a cozinha é no piso térreo, Srta. Seu quarto fica no segundo andar.

—Claro. Foi isso que eu quis dizer. —Sorri para ele, perguntando quão idiota ele achava que eu era.

Uma Mercedes para sua assistente. Um Bugatti para si mesmo. E uma casa de aproximadamente o tamanho da Harrods9. Eu tinha conhecido alguns advogados na minha vida. Eles não faziam esse tipo de dinheiro. Talvez eu devesse abandonar o plano de negócios e voltar para a faculdade de direito, eu pensei enquanto saía do elevador para o hall de entrada. Eu estive em palácios, mas pelo amor de Deus, esse local era impressionante. Arquitetura tradicional do século XVIII, misturada com uma decoração clean, era impecável. Mármore cinza complementava o mobiliário moderno. Deixei as chaves que Garrison tinha me dado em um console de mesa no meio do foyer. Era o oposto de seu escritório. Quantas faces Smith Price tinha, e qual escondia o homem real?

Agora, se eu pudesse encontrar a cozinha...

Ao que parece, a máquina de café era o único item fácil de encontrar, uma vez que eu tinha localizado a cozinha. Era o único item em seu balcão de granito. Olhei para ela por um momento, me perguntando como fazer funcionar a máquina de café expresso.

—Use o modo automático. Vou ensiná-la a preparar adequadamente, mais cedo ou mais tarde. —A voz rouca me instruiu.

Girei sobre os calcanhares e quase deixei cair à caneca que eu estava segurando. Eu estava preocupada sobre como manter minhas mãos para mim quando levasse café para Smith na cama. Agora eu daria qualquer coisa para tê-lo sob as cobertas. Parecia infinitamente... Mais seguro.

Aparentemente, Smith tinha se ocupado no chuveiro, e agora ele estava diante de mim, com uma toalha pendurada frouxamente na cintura. Cabelo úmido caindo na testa, escorrendo pelo seu rosto. Smith empurrou-o de volta com uma das mãos, a outra apertando mais firme o tecido em sua cintura. Gotas de água brilhavam sobre os ombros largos e peito. Abdome esculpido afunilando em quadris estreitos. Eu tinha imaginado que ele era poderosamente musculoso quando estava totalmente vestido, mas eu não tinha ideia do quanto. Ele me olhou com os olhos ardendo, com uma autoridade crua que me deixava nervosa. Ele era a tentação em uma toalha, à armadilha masculina que enviava pensamentos lascivos em mim.

Eu tive que apertar o botão da bebida quatro vezes antes de realmente ligá-lo. Eu estava certa de que eu parecia estar bêbada. Meu primeiro dia oficial de trabalho consistia em confusão e incompetência. Fabuloso!

Smith aceitou o café sem comentários quando eu passei para ele um minuto depois. Ele segurou a caneca com ambas às mãos, permitindo a sua toalha pendurar sugestivamente em seu quadril.

Não olhe para o seu abdome, me ordenei, mesmo quando meus olhos desviaram para a construção perfeita de músculos em exposição.

—Seu carro é aceitável? —Ele perguntou depois que tomou um lento e longo gole.

—S-S-Sim. —Gaguejei. —Humm, na verdade, eu estou um pouco confusa sobre isso.

Sua sobrancelha arqueou quando ele tomou outro gole.

—Quando você diz meu carro... —Eu fui sumindo quando o constrangimento me atingiu. Eu tive uma educação britânica adequada, o que significava que eu fui ensinada a nunca falar de dinheiro. Ou fazer perguntas sobre esse assunto. Eu não tive nenhum problema em evitar essas regras até hoje. Agora eu torcia meus dedos e esperava que ele não me fizesse continuar.

—O carro é parte de seu pacote de remuneração. —Smith explicou com um encolher de ombros.

A indiferença com que ele respondeu reforçou a minha confiança. —Transporte diário faz parte do meu pacote de compensação.

Ele sorriu maliciosamente. —Você não dirige meu carro.

Meus pensamentos foram para o carro esportivo na garagem.

—O Bugatti? —Adivinhei.

—Sim. —Ele disse, surpresa estampada em seu rosto. Ele ficou impressionado. —Preciso dizer mais sobre a possibilidade de dirigi-lo?

Não impressionado o suficiente.

—Talvez um dia você confie em mim o suficiente para mudar de ideia sobre isso. —Respondi.

—Não há ninguém que eu confie tanto. —Ele deu um passo mais perto, trazendo seu corpo quase nu perto demais. —Mas a levarei para um passeio.

Smith Price precisava aprender qual era a minha posição sobre carros, e ele. —Desde que você dirija um manual, eu vou considerar. Eu não sou uma menina que dirige um automático.

As sobrancelhas de Smith arquearam-se para o meu duplo sentido óbvio.

Oh Deus, eu estava flertando com ele. Descaradamente flertando com ele. Tanto para manter a minha coisa por carros em segredo. Eu poderia muito bem ter me despido e entrado em seu banco de trás como oferenda.

Smith passou a mão sobre a barba em seu queixo. —Deixe eu me vestir, e vou lhe mostrar. Você precisa conhecer a casa inteira para quando tivermos convidados.

Aí estava novamente. Eu não conseguia descobrir se isso era uma tarefa normal de assistente, ou tarefa pessoal, ou se eu fui contratada para cuidar da casa. —Sabe, uma esposa pode ser uma opção mais barata para você.

Um raio brilhou em seus olhos verdes, uma tempestade passageira de raiva que foi rapidamente substituída por calma. —Até que ela se divorcie de mim e leve metade de tudo.

—Acredito que é por isso que eles têm acordos pré-nupciais. —Cruzei os braços sobre o peito e dei um passo para longe dele. Esta não foi a primeira vez que Smith tinha mostrado uma mudança de humor volátil. Pelo menos, essa tinha passado rapidamente. —Mas eu não sou uma advogada.

—Você parece decidida a provar-se desnecessária para mim, Belle. —Ele disse, ignorando minha piada.

Essa não era minha intenção. Ou era? Por que tudo ficava tão confuso na presença de Smith Price? —Você não me despediu ainda.

—Ainda. —Ele repetiu com convicção.

Minha atitude não passou despercebida aparentemente. Bem, então eu percebi que ele também estava ciente de quantas vezes ele estava flertando comigo, ou melhor, sexualmente me perturbando. Era melhor pensar nisso nesses termos. Flerte era um conceito muito bem-vindo.

—Me siga. —Ele fez um gesto em direção ao elevador.

Eu olhei para ele, tentando compreender. Eu não poderia lidar com Smith me dando um passeio de toalha. —Pensei que você fosse se vestir.

—Eu vou, mas temos coisas a discutir. Você vai descobrir que não a muito tempo de inatividade na minha vida. Já desperdicei meia hora esperando o meu café.

—Talvez da próxima vez você possa se levantar e fazer sozinho. Você parece saber como. —Dei de ombros, mas forcei o sorriso arrogante no meu rosto por um sorriso falso.

—Não faça isso. —Ele ordenou com voz severa, pegando meu cotovelo e descruzando meus braços.

Engoli em seco e me forcei a ser honesta. —Tendo a ser um pouco sarcástica quando estou nervosa.

—Não, não a piada. Não se force a sorrir. Eu não a contratei para ser um fantoche. Embora eu queira pedir um pouco menos de observações mordazes na presença de clientes. —Seu tom tinha suavizado, e meu coração deu um salto estranho.

—Me certificarei de não ficar nervosa. —Disse secamente.

—Você bebe vinho? —Ele perguntou quando entramos no elevador.

—Humm, sim. —Aparentemente estávamos mudando de andares e de tópicos.

—Então vou providenciar alguns do meu estoque particular. Você deve tomar uma taça ou duas antes de jantares com clientes para ajudar a aliviar seus nervos. —Smith descansava contra o vidro espelhado do elevador.

Beber em torno dele parecia uma ideia muito ruim, mas eu mantive isso para mim e acenei com a cabeça, determinada a conter um pouco do meu veneno. O que eu não podia ignorar era o caminho que a toalha tinha dividido na frente, revelando uma coxa bem musculosa. Uns cinco centímetros mais acima, e a toalha se tornaria obsoleta. Smith cruzou as pernas, quebrando o feitiço, e eu olhei timidamente de volta para ele. Um sorriso torto esculpia seu rosto.

De repente, o elevador parecia muito pequeno, como se estivesse fechando em mim, empurrando-me para mais perto dele. Fechei minhas pernas no lugar, e esperei por um milagre que não me incluísse presa contra o painel de controle. Sua cabeça estava inclinada, me estudando, e então ele lentamente lambeu seu lábio inferior.

Naquele momento eu não tinha dúvida do que ele poderia fazer com aqueles lábios, e mais do que nunca, eu queria descobrir. Eu precisava saber como essa língua seria na minha boca, e como seria a sensação na minha pele, como seria a sensação entre minhas pernas. Eu dei um passo mais perto, assim que o elevador apitou e as portas abriram.

—Depois de você. —Ele colocou um braço para fora da porta, para impedi-la de fechar. O gesto não fez nada para acalmar a pulsação que crescia em meu núcleo. Havia uma promessa em suas palavras, um conhecimento que sugeria uma intimidade que ainda não tinha compartilhado, mas que iria.

Eu fiz o meu melhor para desviar enquanto eu saía em um corredor luxuoso.

Smith levou-me através de um conjunto de portas francesas para a suíte master.

—Com licença. —Ele passou pelo quarto para outra porta. Meu olhar seguiu a arrogância de seus quadris. A toalha ainda mais baixa agora mostrava suas costas tensas e cóccix perfeitamente esculpido. Eu quase o segui pela porta do armário.

Em vez disso, eu fiquei para trás, até que ele reapareceu carregando um terno cinza ardósia e um outro Oxford. Ele colocou-os sobre a cama, em seguida, jogou duas gravatas na parte superior.

—Escolha um. —Ele me instruiu antes de desaparecer no anexo da suíte.

Eu não podia mais vê-lo, apesar do fato de que a porta estava aberta. Forçando-me a escolher um, eu peguei as gravatas de seda e as avaliei em minhas mãos. As diferenças eram sutis. Ambas azuis. Um padrão ligeiro, uma risca vermelha fina artisticamente bordada na outra. Enrolei-as em torno de minhas mãos, saboreando a suavidade do tecido. O desejo estranho de pressioná-las nos meus lábios veio sobre mim, mas eu joguei uma para baixo e me afastei antes de ceder ao impulso.

Um zumbido baixo vibrou do banheiro quando Smith gritou: — Você tem o seu telefone?

Eu me aproximei, tentando ouvi-lo sobre o som do barbeador. Um movimento no canto do meu olho, e eu percebi que ele era agora visível através da fresta da porta. Quando eu vi a toalha arriada em torno de seus pés, eu quis desviar o olhar. Em vez disso eu apreciei a curva pronunciada de sua bunda combinada com o arco musculoso da coxa. Ele moveu-se, revelando mais de sua virilha e o V esculpido que apontava para baixo, para o topo de uma mancha escura de cabelo e a própria raiz do seu eixo.

Eu tropecei para trás e apertei a mão ao meu peito antes dele perceber que eu estava olhando.

Ele chamou novamente.

—Sim. —Respondi mentalmente me repreendendo por espreitar meu chefe. Então, novamente, ele era o único que me convidou para seu quarto.

Não é uma boa razão! A voz persistente em minha cabeça gritou.

—Temos um jantar amanhã às sete.

Digitar enquanto o calor ardia era mais difícil do que eu esperava. Meus dedos bateram nos botões errados, mas eu finalmente consegui o calendário no meu celular.

—Estamos mais atrasados do que eu pensava. —Ele continuou. —Então eu vou lhe mostrar ao redor da casa amanhã de manhã. Você pode estar aqui com meu café às sete e meia?

Isso foi um pedido? —Sim.

—Esta tarde, eu vou tê-la copiando a minha agenda de compromissos para sua própria referência. Doris vai listar você nas minhas contas importantes. —Ele atravessou a porta do banheiro um momento depois.

A única coisa que registrei foi a falta de toalha.

E uau.

Ele entrou no armário e colocou uma cueca boxer preta, aparentemente alheio ao fato de que ele estava em exposição. Eu precisava desviar o olhar. Eu não podia ter certeza, mas eu estava bastante certa de que olhar para o pau, o bonito e perfeito pau, no primeiro dia de trabalho enviava uma mensagem errada para seu chefe. Então, novamente, seria uma injustiça para a liga feminina se eu não olhasse. Ele pairava baixo, vários centímetros abaixo em sua coxa.

Deus, se parecia assim agora...

A campainha de aviso tocou na minha cabeça, me cortando dessa linha de pensamento. Nada de bom poderia sair daí, embora alguém provavelmente gozaria com isso.

Deixei escapar a primeira pergunta que me veio à mente. —O que eu uso?

—Repete. —Smith disse com a cueca deslizando sobre seus quadris.

Bom trabalho, Belle. Mencione roupas enquanto ele está nu. Isso não é óbvio o bastante. —Amanhã. O que devo vestir para o jantar amanhã? É formal? Coquetel?

—Não se preocupe com isso. —Ele apareceu perto de mim e minha respiração travou. Ele tinha me visto o vendo, e não havia como eu tentar lutar. Os únicos pensamentos correndo pela minha mente eram por onde eu começaria, na cama ou no chão. Mas ele passou por mim e pegou sua camisa. Seus dedos agilmente desfizeram os botões, e a colocou sobre os ombros largos.

—Preciso saber o que vestir. Se eu aparecer com botas de cowboy, nenhuma quantidade de vinho vai me salvar dos meus nervos. —Plantei meus punhos em meus quadris e olhei para baixo.

—Temos um compromisso na Harrods amanhã, as dez em ponto. Pegaremos algo lá então.

Não isso novamente. —Realmente tenho um excelente guarda-roupa.

Smith virou-se para mim, e antes que eu pudesse processar, sua mão tinha coberto a minha no meu quadril. Ele puxou um pouco, e eu tropecei para frente prendendo o fôlego, até que ele me soltou. Ele levantou a segunda gravata. Eu tinha esquecido que eu a tinha amassado no meu punho.

—Acho que eu vou usar esta. —Ele disse em voz baixa sobre a minha pele. —Você tem um gosto delicioso, Belle. Mas, dada a sua conta bancária, imagino que você não tenha as últimas peças. Temos de parecer bem em todos os momentos.

Desta vez eu ignorei o nós e fui direto ao ponto. —Minha conta bancária? Você verificou meus extratos bancários.

—E sua dívida. —Ele disse. —É padrão. Eu preciso saber com quem eu estou deitando, metaforicamente falando.

Então ele sabia que eu estava sem dinheiro. Era por isso que ele me escolheu? Porque ele sabia que eu estava desesperada o suficiente para fazer qualquer coisa que ele pedisse? Pior ainda, ele achava que eu estava desesperada o suficiente para dormir com ele?

—Não penso menos de você. —Ele adicionou como se pudesse ler minha mente. —A maioria dos recém-formados têm dívidas.

Eu não queria pressionar a questão. Eu não tinha ideia do quão longe ele tinha olhado as minhas circunstâncias pessoais. Obviamente, ele saberia que eu não tive uma atividade assalariada anteriormente. Ele saberia sobre o compromisso com Philip. Ele já tinha admitido saber que eu tinha um relacionamento com Clara e Edward. Era uma coisa perfeitamente razoável para um potencial empregador fazer uma verificação de antecedentes, mas isso não impediu que o meu estômago atasse em nós.

Mas havia uma coisa que eu precisava deixar claro. —Não quero caridade.

—Não estou oferecendo. —Ele deu um laço em volta do pescoço e cruzou-o. —Eu disse que faria você trabalhar duro.

De alguma forma, eu ainda suspeitava que houvesse um duplo significado lá, mas tudo o que eu disse foi: —Bom.

—Escolhi corretamente?

Levei um momento para perceber que ele estava falando sobre a gravata. Minha mão estendeu distraidamente e a alisou para baixo. Mesmo com as camadas de roupa, eu podia sentir a dureza de seu corpo por baixo. —Eu escolhi.

—Ah sim. Privilégio da beleza. —Seus olhos provocavam enquanto falava, e eu senti que ele estava olhando para além das palavras que trocamos e os poucos momentos que tínhamos compartilhado, em busca de um lugar que eu tinha trancado.

Afastei-me, com medo de deixá-lo encontrar.


CAPÍTULO 6


Belle estava na janela do meu quarto, envolta na primeira luz da aurora. O calor dele em volta dela, fazia sua pele de porcelana brilhar num tom rosa. Seu vestido marfim simples abraçava seu corpo, revelando suas curvas. O conjunto era relativamente casto, mas sugestivo, para compensar os saltos de leopardo que escolhera, ainda outro sinal de um lado selvagem que ela tentava esconder. Quando ela olhou, sua expressão mudou de fascínio a tristeza. Eu ainda não sabia lê-la. Ela permanecia um enigma, mas parte de mim entendia os ataques repentinos de melancolia que pareciam colorir seu mundo.

Limpei a garganta educadamente, não querendo assustá-la. —Bom dia.

Ela virou-se para mim, com uma expressão de alívio cruzando seu rosto. —Ah, você está vestido!

Ela esperava que eu não estivesse? Ela estava tão preocupada com o que estava por baixo das minhas roupas como eu estava com o que estava embaixo das dela? Seu olhar passou por mim apreciando. Ela gostava de ternos, e eu tinha um armário cheio deles, porra.

—Temos muitas coisas para fazer hoje. —Apontei para uma caneca de café na minha mesa de cabeceira. —Isso é para mim?

—Não, é para mim. Pensei em me arrastar por toda a cidade para fazer café para mim. —Ela revirou os olhos quando pegou o copo e estendeu para mim.

—Não é fã de café?

Um ligeiro sorriso brincou em seus lábios, mas ela segurou-o de volta. —Sou britânica. Eu bebo chá.

—Suponho que os escoceses são menos exigentes. —Eu disse, antes de tomar um gole hesitante. Eu não estive lá para supervisionar seu uso da máquina.

—Não o envenenei. —Ela torceu suas mãos, minando sua fachada antagônica.

Ela queria me agradar, mesmo que ela fingisse o contrário. As coisas estavam ficando interessantes.

—Está bom. —Tranquilizei-a. —Exatamente como eu gosto.

—Café preto não é tão difícil. —Ela sacudiu a cabeça com um suspiro de desaprovação.

—Acho que você toma o seu chá com leite e açúcar?

—Você supõe corretamente. Você acha isso repulsivo?

—Não. Eu poderia fazer-lhe chá uma manhã. —Fiz uma nota mental para minha empregada comprar uns pacotes.

Ela lançou um olhar dúbio para mim, mas não disse nada.

—Vamos continuar com o passeio. —Eu sugeri. Desde que ela não respondeu à minha oferta, não havia nenhum ponto em operar sob falsos pretextos. Nós dois parecíamos preferir quando eu era um idiota.

—Deveríamos começar de baixo? —Ela sugeriu.

Bonita, você vai ficar debaixo, pensei. Exteriormente, eu levantei minha cabeça e me dirigi para o elevador, satisfeito que ela teve que correr para me alcançar. Você não tem ideia de como vai ser difícil me acompanhar.

Assim que as portas do elevador se fecharam, o espaço diminuiu, e eu tive que inalar profundamente.

Ela me olhou com preocupação. —Você está bem?

—Estou bem. —Respondi num tom cortante. Eu mantive o meu olhar e pensamentos sobre os peitos dela até que as portas abriram-se novamente.

Belle arremessou-se para fora e foi para garagem, a única área que ela estava familiarizada. Não me preocupei em corrigi-la. Em vez disso, eu fui para a esquerda, para um corredor. Ela não gostava que lhe dissessem o que fazer. Apreciava isso em uma mulher, mas ela precisava saber que eu era o único no controle.

—Aonde vamos? —Ela exigiu quando finalmente me alcançou.

Eu sorri, mas não parei para lhe dar atenção. —Para um passeio.

—Pensei que talvez você fosse me levar para esse passeio no Veyron. —Ela deu um passo mais perto, cruzando os braços atrás das costas e chamando a atenção para os seios.

Um pedido simples. Bem jogado. Eu tinha ficado impressionado ontem que ela soubesse a marca e modelo do meu carro pessoal. A iniciativa desta manhã selou o que eu já suspeitava.

Virei-me para ela. —Você gosta de carros.

—Eu acho. —Ela disfarçou, mas estava escrito nas faces coradas, respirações rápidas, rasas. A luxúria desenfreada praticamente escorria de cima dela. Ela passou a língua sobre o lábio inferior, deixando pecaminosamente brilhante o batom vermelho enquanto provava o meu ponto. Uma imagem de sua boca fechando sobre meu pau brilhou à minha mente.

—Você gosta. —Cheguei mais perto, observando como seu corpo mudava perto do meu. —Eu disse que ia levá-la para um passeio. Agora você tem que ganhá-lo.

Eu fui embora, deixando-a ofegante no corredor. Disfarçadamente, eu ajustei meu pau duro antes de abrir a porta no final da passagem. Eu poderia transar com ela aqui. Ou levá-la de volta para a garagem e transar com ela contra o Bugatti. Ela gostaria disso. Não haveria luta. Aquele carro era um abridor de pernas garantido. Também não haveria nenhuma perseguição, e eu amava uma perseguição.

Eu escolhi começar pelo meu recurso favorito da casa. O leve aroma de cloro atravessou a porta aberta quando eu lhe mostrei a minha piscina olímpica privada. O cheiro incomodou meu estômago. Mas eu tinha aprendido a ignorar isso.

—Você tem uma piscina? —Ela gritou.

Apesar de tudo, eu sorri para seu entusiasmo. —Foi adicionada na década de setenta. Você está convidada a usá-la.

Nós continuamos nosso passeio pela casa, que de alguma forma parecia mais extravagante com Belle em silêncio espantado ao meu lado. Eu nunca olhei para a propriedade como algo mais do que uma peça de mostruário, a relíquia com intenção de projetar uma grandeza familiar que nunca teve. Agora eu não podia deixar de ver através de seus olhos.

—Precisamos comprar alguma arte. —Belle disse, observando as paredes nuas na maioria dos andares.

Eu permiti um sorriso tenso. Talvez eu estivesse sendo muito encorajador com seu entusiasmo. —Foi recentemente pintado. Eu prefiro um espaço organizado.

—Isso é uma vergonha. Este lugar é praticamente uma galeria. —Ela falou melancolicamente enquanto seus olhos continuaram a fazer a varredura do espaço em branco. —Talvez...

—Aqui é o jardim. —Interrompi. Tendo cuidado com o buraco que estava atualmente cavando.

Ela entendeu o recado e resvalou novamente para o silêncio. Meu olhar correu para ela periodicamente enquanto continuava o passeio. O choque inicial sobre a minha casa havia se dissipado. Eu tinha assumido que ela tinha estado em propriedades maiores, dada às companhias que ela mantinha. Seu espanto tinha sido dirigido a mim. Sem dúvida, ela começaria a fazer perguntas indesejadas em breve.

No terceiro andar, eu a conduzi através de um conjunto de quartos.

—Será que alguém realmente os usa?

—Minha governanta os mantém arejados. —Não era exatamente uma mentira. Sra. Andrews tirava o pó e mudava os lençóis puramente por compulsão. A maioria dos quartos não era usada há anos.

—Você tem hóspede frequentemente? —Novamente Belle parecia psiquicamente em sintonia com os meus pensamentos. Eu não podia negar sua misteriosa visão, a deixava mais atraente. Talvez fosse por isso que a mantive ao redor. Eu estava esperando descobrir o truque por trás da magia.

—Muito raramente. —Abri uma porta no final do corredor. —Este é o seu quarto.

—Meu quarto?

Eu não pude resistir. —A menos que haja outro quarto que você prefira dormir.

—Eu tenho um apartamento. —Ela disse, ignorando a minha insinuação.

—Acredite em mim, eu não estou pedindo para você se mudar. —Não poderia pensar em qualquer coisa que eu quisesse menos no mundo. Sra. Andrews me incomodava o suficiente durante as horas que estávamos ambos no mesmo local. Duas senhoras na casa seria insustentável. —Haverá momentos em que eu precisarei de você até muito tarde, ou eu precisarei de você aqui muito cedo. Você pode optar por usar este espaço nessas ocasiões, se preferir.

Belle entrou na suíte e girou lentamente ao redor, observando. O quarto foi decorado em tons de champanhe, das cortinas de seda creme para a cama king size de grandes dimensões banhada num tom dourado. A luz do sol brilhou através do papel de parede adamascado. Era elegante, mas ao mesmo tempo discreto, mas ainda assim opulento. Ela pertencia a este lugar.

—Há um banheiro privado em anexo. —Apontei para uma porta no canto. —Você pode manter qualquer coisa que desejar aqui.

—Vou considerar sua oferta. —Ela disse enquanto saía. Ela parou no corredor, sua atenção focada diretamente em frente à única porta fechada no corredor. —Outro quarto?

Eu nem olhei para o quarto. —Não.

Ela passou por mim e sacudiu a maçaneta. —Trancado?

—Prefiro que o quarto permaneça intacto. —Gesticulei em direção ao corredor para descer, tentando ignorar as memórias forçando passagem na minha mente.

—O que há lá dentro? —Ela forçou.

—Nada que lhe diga respeito. —Rosnei.

—Você deixou bem claro que eu preciso saber tudo sobre a sua vida, então eu só posso supor que você mantém suas armas do crime aqui! —Ela bufou quando terminou seu discurso, esperando eu responder.

Afastei-me, rindo sem graça da sugestão dela.

—O passeio acabou. —Disse por cima do meu ombro enquanto digitava uma lista no meu celular. —Estou enviando-lhe uma lista de coisas a fazer. Termine-a e me encontre na Harrods as dez em ponto.

—Sim, senhor. —Ela chiou.

Senhor. Eu forcei seus botões. —Garrison vai levar...

—Posso levar. —Ela gritou.

Eu sabia que podia, porque ela estava me levando à loucura desde que nos conhecemos. —Não me importo quem leva. Apenas vá.

—Com prazer. —Seu tom era plano quando passou por mim e bateu o botão do elevador.

Ela entrou e virou-se para olhar para mim. Nenhum de nós fez um movimento para impedir as portas de fechar. Eu fiquei lá, com os olhos paralisados no elevador. Eu fui pego no limbo. Tudo o que precisava era dar um passo e me afastar dos fantasmas remanescentes no final deste corredor. Eu não podia virar e enfrentá-los, e eu não podia ir embora. Belle tinha visto isso, mas ela não entendia. Ela nunca poderia.

Eu não permitiria.


CAPÍTULO 7


Entrei pela porta de vidro da Harrods e respirei o cheiro familiar. Algumas pessoas podem não acreditar que sapatos e vestidos de grife tenham um cheiro, mas eles tinham. O rico aroma de couro macio e linho, misturado com toques florais em exibição no armazém de chás finos e o balcão de perfumes. Com alguma sorte, eu teria um pouco de crédito na minha conta, e poderia escolher um mimo para celebrar meu novo trabalho. Eu não tinha comprado nada por meses, não desde que fiquei, de repente, sozinha. Mas sobreviver aos meus primeiros dias de trabalho para Smith Price merecia uma recompensa.

Antes da porta de vidro se fechar atrás de mim, uma mulher se abateu sobre mim, usando um terno assumidamente ameixa que combinava com seu batom. A plaqueta com um grande “Harrods” preso à lapela lia-se “Harriet”. Ela me ofereceu um sorriso hesitante. —Senhorita Stuart?

Eu congelei no lugar antes de concordar.

—Estive esperando por você. —A hesitação em sua expressão desapareceu, substituída por um mais quente e menos genuíno sorriso.

—Devo ter atrasado o pagamento do meu crediário mais do que eu pensava, para você estar me encontrando na porta.

—O quê? —Perguntou, a piada passando direto por seu cabelo preto liso. Ela elevou o queixo, como se quisesse me decifrar.

—Geralmente não sou chamada pelo nome na porta em algum lugar, a menos que eu esteja em apuros. —Tentei soar alegre, mas por dentro o meu estômago revirou. Houve um tempo em que eu estava satisfeita em ter pessoas ansiosas para se apresentar em festas e restaurantes. Ou melhor, para atender a noiva de Philip. Esse tempo tinha passado.

—Oh! Nada disso! —Sua risada educada tilintou como um sino. Muito alto e praticado. Ela obviamente trabalhava aqui há muito tempo. —Sr. Price informou-nos da sua chegada.

—Ele enviou minha fotografia da polícia?

—Você é tão engraçada. —Ela bateu no meu braço como se fôssemos velhas amigas.

Eu já a odiava.

—Sr. Price a descreveu. Com detalhes perfeitos, devo dizer. —Piscando para mim, ela fez sinal para eu segui-la em direção ao elevador. —Você tem muita sorte de ter um homem tão atencioso.

—Ele é meu chefe. —Disse categoricamente, apesar das borboletas agitarem-se no meu estômago enquanto eu falava.

Essa revelação a calou, e nós apreciamos um silêncio feliz enquanto o elevador nos levava para o quinto andar. A abertura das portas quebrou o feitiço mágico, e ela começou a falar novamente. Algo sobre começar com as peças de base e evoluir em direção a conjuntos. Eu parei de ouvi-la. Eu tinha coisas mais importantes em minha mente.

Smith Price tinha me descrito com detalhes perfeitos. O que isso significava? Minha altura e constituição? Qualquer estranho poderia fazer isso. Mas eu não tinha sido a única loira pequena passando pelas portas da Harrods esta manhã. Ele tinha que ter dito a ela mais.

—Me desculpe. —Eu disse, interrompendo-a sobre a importância crescente de meias adequadas. —Como Sr. Price me descreveu?

Ela fez uma pausa, para se lembrar. —Acredito que ele se referiu como uma loira sofisticada. Cerca de cinquenta quilos com um tamanho 38 de busto. Ele também adivinhou que você estaria usando Louboutins.

Este truque circense, obviamente, a impressionou, mas só me surpreendeu. Ele tinha me descrito perfeitamente, até notou os meus sapatos.

—Claro, ele não sabia que eram Louboutins. Ele mencionou a sola vermelha. —Ela continuou acrescentando: —Ele pediu a coleção. Eu estava realmente triste quando eu lhe disse que não tínhamos.

—Eu também. —Não sabia mais o que dizer. Não com a minha cabeça afundando no fato de que Smith tinha sido tão atencioso. Então, novamente, após o show de ontem em seu quarto, eu podia adivinhar o tamanho da camisa... Entre outras coisas.

Harriet levou-me passando a recepção para o último andar onde, com hora marcada, você contava com o serviço de compras pessoais da Harrods, alojado a um provador privativo. Poltronas lustrosas de couro estavam agrupadas em torno de um grande pufe turquesa, e contra a parede não uma arara, mas três araras de roupas a espera. Eles devem ter pegado cada roupa do meu tamanho que a loja tinha. Esta não era a primeira vez que eu ia a Harrods, mas foi a primeira vez que fui tratada como a realeza, e eu estive aqui antes com Clara.

—Será que o Sr. Price fez isso muitas vezes? —Perguntei. Todo o espetáculo mostrava o tipo de privilégio concedido aos homens ricos que prontamente acenavam suas carteiras.

—Nunca trabalhei com ele antes, mas minha gerente foi muito clara sobre as expectativas do Sr. Price. Ela também deixou claro que encontrássemos tudo.

Disse o suficiente. Então, novamente, eu tinha pensado ontem que as roupas eram um capricho. Smith Price pode simplesmente ser um homem que conseguia o que queria.

Exceto eu.

Deslizei pelas araras, passando meus dedos pelos tecidos de seda. Compras era um luxo que não podia pagar nos últimos meses depois de cortar os cartões de crédito de Philip. Embora ele tenha me deixado com um armário abastecido, além do meu coração partido, eu tinha crescido em vitrines. O suficiente para que eclodisse uma ideia de negócio. Uma empresa que se adaptasse às mulheres com gostos que excedem as suas contas bancárias. Mulheres como eu.

Uma etiqueta de preço roçou contra a palma da minha mão, e eu me virei distraidamente. Meu queixo caiu quando vi o preço. Havia gosto parecido com o meu, e então havia gosto como os de Smith Price. Eu não deveria me chocar uma vez que eu tinha visto a sua casa, mas mesmo eu, nunca gastaria esse valor tão extravagante em uma peça de roupa.

—Ele lhe deu parâmetros? —Dobrei o preço obsceno dentro do decote, incapaz de olhar para ele.

—As peças mais caras de nossas principais linhas. —Harriet respondeu quando ela juntou-se a mim. Ela empurrou para além dos vestidos, para revelar o que eu tinha acabado de olhar. Olhei para dizer-lhe para levá-lo para longe e o vi. Harriet desfiou mais comentários, mas eu não a ouvi.

Smith estava na porta, seus olhos me estudando atentamente. Ele vinha me olhando desta maneira cada vez que nos encontrávamos, como se eu fosse um quebra-cabeça que ele estava tentando encaixar. Ou talvez ele estivesse esperando preencher um determinado espaço aberto. Voltei-me para as araras, meu rosto queimando. Eu disse que era vergonha por um homem que eu mal conhecia achar que eu precisava de um novo guarda-roupa. Mas isso não era tudo. O calor que eu sentia, não tinha nada a ver com as minhas emoções. Não, isso vinha de algum lugar mais profundo, um lugar que eu tinha selado com o meu próprio cinto de castidade psicológico.

O senti atrás de mim antes que ele falasse, sua presença silenciosamente pedindo-me para virar e fechar o espaço entre nós. Levou uma quantidade recorde de força de vontade para não fazer isso.

—Belle. —Ele disse meu nome em voz baixa, como se estivesse provando-o.

Fechando os olhos, eu respirei fundo antes de me virar para cumprimentá-lo. —Pensei que você disse dez em ponto.

—Uma cliente precisava de um momento do meu tempo. —A resposta foi definitiva e mais do que despachada.

—Isto me lembra. —Troquei o tema aos negócios, ansiosa para limpar a tensão no ar. —Exatamente que área do direito você pratica?

—A área cinzenta. —Ele respondeu num tom cortante.

Um formigamento dançou pela minha espinha. De repente, a casa, os carros, a extravagância, fez um pouco mais de sentido. Pessoas terríveis que precisavam de advogados pagos para olhar para o outro lado. Antes que eu pudesse julgar essa revelação, eu percebi que não era melhor do que ele. Não enquanto eu trabalhasse para ele.

—Será que você precisa de uma modelo, ou você quer experimentar as roupas pessoalmente? —Harriet interrompeu. Desta vez, eu estava grata por sua insistência.

—Ela experimentará. —Smith decidiu por mim.

Irritou-me que ele respondesse, mesmo que eu tivesse a mesma preferência. —Exatamente o que eu estava pensando.

—Você dois devem ter uma relação de trabalho maravilhosa. —Harriet falou.

Peguei algo da arara e corri para o provador anexo antes de rir. Tensa? Sim. Desajeitada? Sim. Sexualmente volátil? Claro que sim. Mas maravilhosa? Não. Eu coloquei o vestido em um gancho e afundei contra a parede, olhando para ele. Simples, preto, mas com um corte que fazia dele algo mais que um pequeno vestido preto. Não, isso era uma declaração. Era exatamente o tipo de coisa que eu escolheria para sair.

Harriet enfiou a cabeça através da cortina. —Posso?

Acenei para ela entrar. Ela apressou-se, carregando uma braçada de outras opções, e começou a colocá-las na arara no canto do espaço. Enquanto isso, eu me despia.

—Você necessita de quaisquer roupas íntimas especiais? —Harriet perguntou.

—Acho que estou bem. —Disse, permitindo um pouco de sarcasmo passar.

Eu a peguei olhando no espelho e observando a validade da minha afirmação. Sua boca abriu um pouco quando viu o conjunto de liga Lucille London10 que eu estava vestindo. Lingeries tão distintos quanto estas tinham esse efeito, independentemente do sexo ou preferência sexual. Meus lábios curvaram-se um pouco em desafio, e ela rapidamente desviou o olhar, ocupando-se com a remoção do vestido preto do cabide.

A conta bancária de Philip pode ter pago os meus hábitos de compras, mas ele tinha pessoalmente pago minha gaveta de lingerie. A cada semana, ele me trazia algo novo, vestindo-me como uma boneca. Minha barriga apertou com a memória quando uma onda de náusea me atingiu. Eu fui seu brinquedo enquanto ele esperava por Pepper Lockwood. Agora eu faria a mesma coisa com Smith. No momento em que Harriet terminou de me ajudar a entrar no vestido e fechar o zíper da parte de trás dele, eu estava fumegando. Mal tive a presença de espírito de calçar meus saltos antes de arrasar.

Se Smith Price queria um show, eu lhe daria um.

Ele olhou para cima da seção de negócios do The Globe11 quando cheguei mais perto, sua expressão mudando de distraída para muito interessada instantaneamente.

Plantando a mão no meu quadril, eu me virei para ele e, em seguida, floreei meus braços. O vestido era um pouco mais do que um corte preto no cabide, mas um decote fundo na frente, revelando o vale entre meus seios. Era discreto, mas muito sexy. —Será que este atende a sua aprovação, senhor?

Smith franziu a testa e fez sinal para eu virar mais uma vez.

Então era assim que ele jogaria. Eu continuei parada e olhei para baixo.

—A maioria das mulheres gosta de fazer compras. —Ele disse, com a voz tão fria que eu tremi.

—Gosto de fazer compras. —Atirei. —Eu não gosto de ser um brinquedo.

—Eu precisava estar presente para ter certeza de que estávamos na mesma página em relação a sua aparência, dada a frequência com que vai me acompanhar e, às vezes, me representar. —Smith fez uma pausa para deixar isso assentar.

—Você me deu essa fala antes.

—Você gosta deste vestido? —Ele perguntou.

—Sim, mas...

—Chega. —Amassando seu jornal, ele se levantou. Ele inclinou o queixo em direção ao canto da sala, e Harriet correu. —Senhorita Stuart deseja uma experiência de compra privada. Por favor, coloque suas compras na minha conta.

—Claro. —Harriet disse, um pouco ansiosa. Mas então seus olhos correram para mim como se estivesse sendo deixada com um animal raivoso.

Era tão louco uma garota querer experimentar coisas e considerá-las por si mesma?

Smith pegou o paletó que ele largou sobre as costas de seu assento. Enfiou-o, abotoando-o sobre o colete correspondente. Enquanto ajustava os botões do punho, percebi que ele estava realmente indo embora. O calor rastejou sobre minhas bochechas e em meu peito. Isto tinha de ser a décima vez que eu corava na frente dele. Se eu fosse inteligente, eu ficaria lá fora até ter um bronzeado que escondesse as ocorrências futuras.

—Espere. —Deixei escapar.

Ele parou a alguns passos da porta. —Sim?

—Fique. —Consegui forçar a solicitação, apesar das batidas rápidas do meu coração. —Fico um pouco na defensiva quando me sinto como um caso de caridade.

—E quando você se sente como um brinquedo. —Ele acrescentou, com um brilho pensativo em seus olhos verdes.

A maior parte da minha vida tinha sido ocupando um desses dois papéis. Se eu iria me estabelecer por conta própria, então eu queria outra opção. —Pode culpar uma garota?

Sua mandíbula visivelmente tencionou. Levou um momento para eu perceber que ele não estava zangado, ele tentava não sorrir.

Respirando fundo, eu atravessei a sala e estendi a mão. —Vamos começar de novo.

—Por que faríamos isso? —Ele perguntou.

—Porque venho provocando você desde o momento em que nos conhecemos. —Admiti.

Smith pegou minha mão estendida, mas ele não a balançou. Em vez disso, ele me puxou lentamente para ele, perto o suficiente para que eu sentisse o calor irradiando de seu corpo. Eu nunca estive tão perto dele antes. Eu senti traços de couro e bergamota no ar em torno de mim, me forçando a lutar contra o impulso de me derreter contra ele e respirar seu cheiro quente e rico. Smith inclinou-se mais perto, até que sua respiração fez cócegas na minha orelha e sussurrou. —Continue me provocando, bonita. Eu gosto disso. Mas você está errada sobre uma coisa: eu não olho para você como um brinquedo. No entanto, eu teria muita sorte de brincar com você.

Meus olhos fecharam involuntariamente quando o meu corpo assumiu, mas ele não me puxou para perto. Eu sofria por ele, apanhada na atração irresistível de sua presença.

—Você luta contra mim. Isto. Nós dois lutando, e é o melhor. Nós temos uma relação profissional. —Ele continuou calmamente. —Não sei se você gosta de mim, Belle, mas você não deveria.

—Você gosta de mim? —A pergunta escapou sem esforço da minha língua. Eu não queria que isso importasse. Eu desejava que não importasse.

—Muito. Demais. —Seu polegar esfregava círculos na minha palma enquanto ele admitia isso. —Você é bastante inteligente para manter-me à distância. Não tente nos corrigir. Faça o seu trabalho e continue me odiando. Proteja-se.

—Ou o que? —Me afastei dele, retirando a mão do seu toque hipnótico.

—Eu posso morder. —Ele bateu os dentes na sílaba final. —Considere isso um aviso.

Ele acenou um adeus e desapareceu pela porta, deixando-me pensar se eu deveria acatar essa orientação, ou se ele estava tentando ficar sob a minha pele. Meu instinto me disse para ficar longe dele desde o momento em que nos conhecemos, mas eu não podia negar que o meu corpo tinha outras ideias.

***

Uma hora mais tarde, eu desisti. Não tinha como escolher entre as peças incríveis aqui, especialmente com a minha cabeça ainda girando sobre o aviso de Smith. Deixando-me cair em uma das cadeiras estofadas, eu esperei por Harriet, que tinha insistido em trazer uma seleção de acessórios. O toque do meu celular quebrou o silêncio temporário que tinha sido concedido em sua ausência. Eu o peguei da minha bolsa, gemendo quando uma foto da minha mãe atravessou a tela.

—Oi mãe. —Respondi, sabendo que eu não poderia me esquivar por mais tempo. Evitar minha mãe era como tentar ficar seca sob a água, completamente impossível.

—Onde você está? —Ela perguntou, desconfiada. —Eu ouço música.

—Clube de strip. Eu tenho um novo emprego.

—Não seja vulgar. Não é esse tipo de música. —Sua voz carregava o peso de anos de decepção.

Suspirei. —Estou na Harrods, mãe.

—Está no nosso orçamento? —Ela perguntou. Orçamento tornou-se a palavra favorita da minha mãe desde a morte do meu pai.

—Está no meu orçamento.

—Não use esse tom comigo. —Ela avisou e, de repente, eu tinha dez anos de idade novamente. —Liguei porque eu ouvi sobre seu novo emprego. Você não tinha mencionado isso.

Tanto para manter isso em segredo. Eu considerei perguntar quem tinha me dedurado, mas ela sempre tinha sido protetora com suas fontes. Eu só podia imaginar que ela tinha toda uma rede de espiões na área de Londres dedicada à tarefa de me rastrear e relatar cada movimento meu. —Acabei de começar, e honestamente, eu não tenho certeza se vai funcionar.

—Não com essa atitude.

Harriet correu pela sala segurando alguns cintos diferentes. Eu nunca pensei que ficaria feliz em vê-la. —Mãe, preciso ir. A vendedora está aqui.

—Vamos para a propriedade neste fim de semana. Devemos discutir como isso impactará Stuart Hall. —Ela ordenou, revelando a verdadeira razão dela ter se dado ao trabalho de me ligar em primeiro lugar.

—Acho que eu tenho que trabalhar. —Isso provavelmente não era uma mentira. Ao longo dos últimos dias, eu cheguei à conclusão de que Smith esperava ter-me à sua disposição, e chamar todas as horas.

—Que tipo de trabalho é esse? —Ela não se preocupou em esconder o desgosto em sua voz. Considerando que ela nunca teve uma posição além da esposa e gerente da propriedade, isso não me surpreendeu. Mesmo que doesse um pouco.

—Eu já lhe disse: stripper.

—Belle! —Advertência enchia em sua voz.

—Desculpe mãe, tenho que ir! —Apertei o botão para terminar a chamada, grata que ela não tinha o número do telefone que Smith tinha me dado.

Ainda.

Sem dúvida, ela teria antes do mês terminar. Eu sorri fracamente para Harriet. —Não sou realmente uma stripper.

—Eu sabia que você estava brincando. —Mas algo em sua voz me disse que suspeitava que devesse ser algum tipo de negócio desagradável. Talvez ela tenha interpretado mal a sessão de hoje. —Eu arranjei para ter seus itens entregues em seu apartamento esta tarde. Você estará lá para assinar por isso?

—Não estarei, mas minha tia pode assinar a entrega.

—Perfeito. Você já decidiu? —Ela perguntou.

—Harriet, este tem sido o dia mais cansativo da minha vida, e não é sequer uma hora da tarde. Escolha para mim. Tudo é lindo. Estou certa de que vai ficar bem.

Ela arqueou a sobrancelha excessivamente desenhada em dúvida. —Verei, então.

Algo me dizia que seria a última decisão fácil que eu tomaria por um tempo.


CAPÍTULO 8


Esta noite era um teste de um passo importante. Não só para os meus companheiros, mas para mim também. Não importa o quanto eu gostasse de Belle, se ela não pudesse ser dócil por uma noite, eu não poderia justificar mantê-la. Eu tinha dado folga suficiente. Era óbvio que ela continuaria a fazer perguntas e empurrar os limites. O problema era que eu gostava quando ela fazia isso.

Ela apareceu na entrada do edifício assim que o Veyron estacionou. Determinado a definir o tom certo para a noite, saí do carro, rodeando-o para abrir a porta para ela. Parei com meus dedos na maçaneta.

Eu não tinha aprovado este vestido. Eu nunca aprovaria este vestido para uma aparição além do meu quarto.

O tecido branco de seda agarrava-se ao seu corpo requintado, descendo por suas pernas, drapeado abaixo entre seus seios. Apesar do vestido sem mangas, não havia nada remotamente recatado sobre este vestido. Ele caía sobre ela como leite cremoso, com destaque para as curvas de seus seios e quadris. Os mamilos atrevidos marcando através do tecido fino, e eu sabia com certeza absoluta que ela não tinha nada por baixo. Seu cabelo estava preso em um pequeno nó na nuca. Além dos cílios escuros e lábios vermelhos, ela não usava maquiagem. Ela não precisava. Ela era um sonho molhado andando.

Belle aceitou a minha mão enquanto eu a ajudava no lado do passageiro do Veyron, encolhendo-se um pouco quando eu bati a porta atrás dela.

Eu estava muito chateado por todo o caminho até o Carlton. Mudando a marcha com força, apertando os pedais e o volante furiosamente enquanto saíamos do tráfego. Belle segurou a língua, mas eu tinha a sensação de que ela gostou de me provocar mais do que nunca. Por que na terra eu tinha dito a ela para continuar a fazer?

Porque você quer um motivo para puni-la. Não havia como negar que era verdade quando meu pau endureceu na minha calça. Eu a queria sobre meus joelhos com o traseiro liso para a palma da minha mão. Mas esse era um desejo que eu precisava manter em suspense. Nossos estilos de vida eram incompatíveis em muitas maneiras.

Meu pau não tinha chegado à mesma conclusão no momento em que cheguei até o manobrista. Saindo do carro, abotoando meu paletó, sabendo que nem remotamente cobriria minha protuberância se alguém estivesse olhando.

—Minha mensagem dizia para vestir algo modesto. —Sussurrei em seu ouvido enquanto ela saía do carro.

—Você deveria ter visto o outro vestido que eu considerei. —Ela sorriu serenamente para o manobrista, me ignorando. Passei o chaveiro para ele, pegando a manga de sua camisa antes que ele pudesse se virar.

—Eu sei, eu sei. —Ele disse com um gemido impressionado. —O seu carro vale mais do que o meu salário.

—Meu carro vale mais do que a sua vida. —Eu o corrigi. Eu não me incomodei pela sua resposta. Eu não me importava desde que ele soubesse onde ele estava na hierarquia.

—Alguém está preocupado com o tamanho do pau esta noite. —Belle murmurou enquanto eu segurava a porta aberta para ela.

Colocando uma das mãos na parte inferior das suas costas, eu a guiei para dentro antes de me inclinar para baixo na sua orelha. —Isto é uma coisa que eu nunca me preocupo, bonita.

E Cristo, ela estava tão bonita esta noite quanto o seu nome anunciava. O vestido estava mostrando-se muito revelador, dada à companhia que manteríamos esta noite, mas caindo suavemente para baixo em seu corpo, ondulando sobre as coxas tonificadas a cada passo que ela dava. Em cima, o decote era menos ousado. Eu só tinha que ter certeza que nenhum homem estaria sobre ela esta noite, o que significava marcá-la como minha. O fato de que ela era minha assistente, poderia ser um limite para o resto da nossa festa, até que ela surgisse parecendo o fruto proibido.

O tecido de seda parecia nada na minha palma. Minha mão estava quente, mas ela endureceu no momento em que fiz contato, antes de relaxar ao meu toque. Sua reação me agradou um pouco demais.

—Qualquer coisa mais? —Perguntou em voz baixa. —Devo só falar quando solicitada?

—Se você vai se comportar como uma criança, então, acho que sim.

O maître inclinou-se para as costas da cadeira, mas eu pisei na frente dele e puxei-a. Belle não falou enquanto eu cumprimentava os outros já presentes. Ela assentiu com a cabeça e apertou as mãos quando apresentei uma meia dúzia de pessoas a ela. Quando eu finalmente me sentei ao lado dela, procurei meu guardanapo e fiquei de mãos vazias. Belle o balançou no ar entre nós. Virando-me, eu o peguei, temporariamente hipnotizado pelo brilho de seu sorriso. Ninguém diria que nós tínhamos passado os últimos vinte minutos discutindo um com o outro, ou que tínhamos brigado durante toda a manhã. Como eu suspeitava, ela sabia exatamente como manobrar esta situação.

Pela próxima meia hora, conversei com o resto da mesa, enquanto Belle fofocava educadamente com as outras acompanhantes. Um silêncio caiu sobre a mesa quando os convidados finais chegaram. Os olhos de Belle viraram-se para os meus enquanto alguns dos outros os saudavam, mas eu balancei a cabeça. Não havia nenhuma necessidade.

Randolph Hammond parou na minha cadeira enquanto seguia para o fim da mesa.

—Smith. —Ele disse, apertando a minha mão.

Eu arqueei uma sobrancelha para a saudação jovial. Havia passado quatro dias desde que eu o vi pela última vez. Mais do que o habitual, mas dificilmente um recorde. Então eu percebi que a sua atenção não foi dirigida a mim. O sorriso de Hammond estava focado além do meu ombro.

Eu estava de pé, empurrando a cadeira para trás para que eu pudesse impedi-lo de ter um bom ponto de vista. Mas Hammond simplesmente colocou o braço em volta do meu ombro e me aproximou.

—Puta merda, que pedaço bonito de bunda que você trouxe esta noite. —Ele sussurrou.

—Hammond, esta é minha nova assistente. —Disse em uma voz dura.

Belle estendeu a mão, esticando suas unhas polidas em um gesto tão intemporal quanto feminino. Hammond a pegou, mas em vez de sacudi-la, ele inclinou-se para beijá-la. O olhar do bastardo viajou. A julgar pelo olhar intrigado que ele atirou em mim, ele tinha conseguido o suficiente de um relance.

Porra.

Limpei a garganta, e ele abandonou o seu domínio nela. Sentando rapidamente, eu coloquei o guardanapo no meu colo e, em seguida, passei um braço sobre as costas da cadeira. Seus olhos correram para o lado, mas ela não me questionou.

O jantar começou em cursos, Hammond tendo uma propensão para a cerimônia. Quando eles serviram a salada, a mão de Belle colidiu com a minha quando ela pegou o garfo. Ela empurrou rapidamente para longe, mas tínhamos sentido o tiro sutil, como um choque inesperado de uma tomada elétrica. Passamos toda a refeição falando com todos, exceto um com o outro. Quando a minha conversa cessou, comecei a escutar a dela.

—Estou certa de que nos conhecemos. —Ela disse à mulher no lado oposto da mesa. —Se eu pudesse me lembrar.

Georgia Kincaid deu de ombros, um sorriso recatado em seu rosto. —Eu me lembro de você.

Recatada e Georgia eram conceitos mutuamente exclusivos. Ela sabia exatamente onde ela havia conhecido Belle, e ela não a lembraria. Isso significava que tinha sido a negócios, e qualquer negócio envolvendo a braço direito de Hammond era obrigatoriamente sujo. Os olhos de Georgia brilharam com os meus, estreitando em fendas de gato por um momento, enquanto Belle entregava a taça para o garçom. Movi minha cadeira de forma que meu ombro roçasse Belle. Ela congelou, a mão suspensa no ar, antes que ela recuperasse a compostura.

Cada toque entre nós esta noite tinha sido inocente, e ainda assim não era. Cada deslize da nossa pele foi acidental. Não planejado. Descomplicado.

Pelo menos, deveria ter sido.

Contive-me de chegar mais perto dela, de fazer um contato mais extenso. Eu a tinha convidado para a cova do leão, e ela apareceu como um pedaço de carne. Era meu dever.

Mas era um problema com o qual eu não estava familiarizado. Eu não tinha dúvidas que Hammond tinha fodido minhas assistentes no passado. Inferno, Georgia provavelmente tinha também. Isso era irrelevante, a menos que a sua lealdade fosse comprometida. Mas o pensamento de qualquer um deles tocando um dedo em Belle me levou a me aproximar ainda mais, até que já não estávamos compartilhando solavancos inevitáveis de mãos ou pernas. Sob a mesa eu passei meu joelho ao longo de sua coxa, meus olhos treinados sobre a carne nua de seus ombros. Os arrepios que surgiram sobre a pele dela me encantaram.

Fiquei assim, minha perna pressionando a dela, e comecei uma nova conversa com Hammond sobre uma investigação sobre a folha de pagamento de sua loja de joias. Falamos em um código estabelecido entre nós. Eu estava tão absorto na discussão, que quase assustei quando senti uma mão apertar meu joelho.

Olhei para Belle, que atirou em mim um olhar aguçado.

Aviso final.

Movendo minha perna para longe dela, notei Hammond nos estudando atentamente. Todas as minhas tentativas de reivindicá-la só trouxe mais atenção a ela.

—Belle, quantos anos você tem? —Ele perguntou.

—Vinte e quatro. —Seu sorriso era deslumbrante.

—Quase a idade da minha filha. —Ele estendeu a mão e pegou a de Georgia, mas em vez de um aperto rápido, paternal, ele segurou-a. Georgia colocou a mão livre sobre a dele e manteve lá.

—Não tinha ideia de que estavam relacionados. —Belle de alguma forma conseguiu soar educada, mesmo que seus olhos brilhassem com consternação.

—Não há muita semelhança. —Ele disse sério.

Eu suspirei, balançando a cabeça. —Georgia é adotada.

—Oh! —Belle parecia um pouco aliviada, mas não totalmente.

—Eu tenho uma grande família adotiva. —Hammond explicou. —Fui criado para acreditar ser responsabilidade cívica ajudar quem precisa.

—E Georgia precisava? —Belle perguntou, um leve corte nítido sob suas palavras. Sua expressão inocente escondia isso, mas eu esperava que ninguém mais pudesse lê-la tão bem quanto eu podia.

—Georgia veio a mim quando tinha quinze anos. Vida familiar ruim. Ela trabalha para mim desde então. —Hammond ergueu a taça de vinho ligeiramente para a encantadora morena.

—Ela trabalha para você? Mas ela é sua filha.

—Hammond acredita que é ajudar a si mesmo. —Interrompi, preocupado com onde essa linha de questionamento poderia levar. —Ele simplesmente deu a muitos de nós uma ajuda.

—Nós? —Belle repetiu, olhando de Georgia para mim.

—Uma vez Smith precisou de ajuda. —Hammond disse, bem-humorado. —Embora você nunca imaginasse isso agora. Ele é tão teimoso com você quanto ele é comigo?

—Eu imagino que mais. —Ela disse secamente.

—Algumas coisas nunca mudam. —Georgia acrescentou, a boca em um biquinho perfeito.

Ou melhor, um biquinho sugestivo. Belle enrijeceu, mas manteve o sorriso no rosto.

—Você vai ter que desculpá-los. Esses dois cresceram juntos. —As palavras de Hammond deveriam ter soado como o equivalente a um cafuné no cabelo. Mas, como o próprio Hammond, elas saíram torcidas. Erradas. A perversão que um homem normal poderia querer dizer.

Eu não poderia explicar à Belle que Hammond era exatamente isso. A perversão. Não havia nenhuma possibilidade de mantê-la longe dele. Alguns laços eram muito profundos. O tipo de laços que amarravam e amordaçavam e sufocavam mais quando tentava lutar contra eles.

—Espere! —Georgia exclamou, sua mão voando para o peito. —Eu conheço você!

Eu cerrei minha mandíbula, me preparando para o novo movimento que ela estava fazendo.

—Nós temos amigos em comum. —Ela continuou.

—Nós temos? —Belle rebateu, não mais tentando disfarçar sua descrença.

—Alexander e Clara. —Os nomes jorraram da boca de Georgia. Era óbvio que ela estava esperando para revelar isso a noite toda.

—Alexander e Clara? Humm, como você os conhece? —Cada sílaba foi cuidadosamente escolhida. Belle tinha começado a pisar em ovos.

—Hammond é um joalheiro. —Interrompi. Desta vez, quando mudei minha cadeira para mais perto dela, ela não se encolheu.

—Fiz o anel de Clara. —Hammond disse.

—Era o anel da mãe de Alexander. —Belle o testou, tanto quanto ele estava a testando.

—Fiz para sua mãe. Bem como o anel de casamento de Alexander, e um para o amigo do jovem Edward.

—Noivo. —Belle corrigiu-o friamente.

—Claro, eu cresci com Alexander quase tanto quanto com Smith. —Georgia apoiou o queixo em sua mão. Até agora, ela mal mostrou sua verdadeira natureza para Belle. Ela tinha sido amigável e agradável, mas por baixo de tudo isso ela pingava veneno.

A julgar pela forma como Belle se ajeitou na cadeira, minha assistente via através de sua fachada quase tão bem quanto eu.

Georgia também sabia disso. Agora que não havia nenhuma razão para esconder suas presas, ela atacou. —Você era noiva de Philip Abernathy. Que vergonha. Que canalha. Já noivo daquela terrível Pepper Lockwood.

A ingestão de ar ao meu lado foi audível. A mão de Belle voou para seu estômago. —Não tinha ouvido a notícia.

—É um rumor, é claro. —Georgia fez aspas no ar. —Mas papai projetou o anel. Espero que anunciem nos jornais a qualquer dia.

Um silêncio envenenado caiu sobre a extremidade da mesa antes de Belle empurrar a cadeira para trás tão rapidamente que quase tombou.

—Obrigada por uma noite encantadora. —Ela estalou. —Por favor, com licença, receio estar um pouco cansada.

—De modo algum. —O sorriso de Hammond mostrou seus dentes tortos. —Dê uma passada na loja alguma hora. Eu gostaria de conhecê-la melhor.

O rosto de Belle ficou verde, e eu esperei que ela vomitasse em cima dele. Antes que me levantasse, ela correu para fora da sala de jantar privada.

—Você pode retrair suas garras agora, Georgia. —Eu disse friamente.

—Onde você a encontrou, Smith? —Ela puxou os dentes de seu garfo. —Uma criatura bonita e simples.

—Fique longe, irmã. —Assenti laconicamente para Hammond, não confiando em dizer qualquer outra coisa.

Belle estava esperando na calçada do Carlton com o braço estendido para chamar um táxi.

Eu empurrei o meu bilhete nas mãos do atendente quando passei por ele. —Traga-o imediatamente.

Houve um murmúrio na fila à espera dos carros, mas o homem correu para trazer o Veyron.

—Vou para casa. —Belle avisou quando cheguei mais perto. —Sozinha.

—Bom. —Peguei seu braço e arrastei-a para longe da rua. —Mas vou levar você.

—E sua família? —Ela não se preocupou em esconder seu desgosto por mais tempo.

—Você não escolhe sua família, Belle.

—Soou como se você os escolhesse.

—Não, eu não escolhi. —Olhei para ela, desafiando-a a me pressionar ainda mais.

O Veyron rugiu no meio-fio, e o atendente saltou dele. Entreguei-lhe uma nota de cem libras e abri a porta. Ela foi sem lutar, mas quando fechei a porta, ela disse em voz baixa. —Como eu posso já conhecê-lo melhor do que eu o conhecia?

A declaração caiu pesadamente no meu peito. Ela não me conhecia. Na verdade, não. Ela não sabia nada do meu passado. Pouco do meu trabalho. Ela sabia como eu tomava meu café, e ela tinha me visto nu. Isso não deveria ter sido suficiente para ela se sentir dessa maneira.

E, no entanto, enquanto saíamos, eu tinha a sensação mais estranha que ela estava certa. Nós não sabemos todos os detalhes minuciosos de nossas vidas passadas, mas ela já sabia que botões apertar. Ela já poderia antecipar minhas respostas. Ela poderia dar tão bem quanto ela tomava. Eu não poderia dizer isso sobre a maioria das mulheres.

Eu não podia dizer se ela nunca poderia saber mais do que isso, que ela não iria querer.

—Eu vou sair da cidade por alguns dias. Vou voltar neste fim de semana. —Apertei o acelerador, e o Veyron acelerou quando entramos sem esforço na autoestrada.

Belle continuou a olhar para fora da janela, mas sua garganta deslizava enquanto engolia a notícia. Sem pensar, eu troquei o carro para direção automática e peguei a mão dela, na esperança de afastar seus pensamentos do passado. Sua cabeça girou, revelando os olhos arregalados emoldurados por pestanas molhadas. Ela olhou para as nossas mãos, frouxamente entrelaçadas, e depois para mim. Nossos olhos se encontraram, e ignorando as lágrimas, vi a confusão ultrapassar a tristeza.

A mesma turbulência fervia dentro de mim. Apreensão. Raiva. Negação. Mas acima de tudo: necessidade. Deus, eu queria levá-la para a cama e mostrar-lhe o que era ser possuída. Beijar as lágrimas escorrendo pelo seu rosto e substituir seu medo pela felicidade entorpecente.

Ela retirou a mão de leve, um sinal de que ela tinha feito a sua escolha.

Negação.

Era a opção mais segura. Mas que rapidamente tornava-se a menos viável. Eu tinha minha própria escolha a fazer.

Aumentei meu aperto, esmagando seus dedos delicados inevitavelmente. Ela fez sua jogada. Eu tinha feito a minha. Desta vez, ela não se afastou. Nós dirigimos em silêncio até seu apartamento, a minha mão apertando a dela possessivamente. Não havia como voltar atrás agora.

Parei o Veyron no meio-fio, querendo desligá-lo e levá-la para cima. Meu corpo já cobiçando minha nova posse. Eu queria despi-la, rasgar sua calcinha, e mostrar-lhe o que significava agora que ela era minha.

Mas esta noite não era o momento.

—Vou voltar na sexta-feira. —Disselhe em voz baixa.

—Sexta-feira. —Ela repetiu.

Abandonando o volante, eu peguei sua cabeça em minhas mãos, virando o rosto para o meu. As lágrimas tinham evaporado, substituídas por uma fome que queimava com tanta força que ela gemeu quando fizemos contato com os olhos. Eu acariciei seu rosto e capturei seu queixo para que ela não desviasse o olhar.

Aqueles olhos. Aquela boca. A maneira como seu corpo inclinava para o meu. Cada centímetro precisando ser fodido. Meu polegar roçou sobre o lábio inferior, e sua boca abriu instintivamente.

Tão receptiva.

—Você consegue se comportar enquanto eu estiver fora? —Perguntei severamente. Minhas bolas apertando com o pensamento do que eu faria com ela se ela não se comportasse.

—Sim, senhor. —Ela suspirou, e seu apelido petulante para mim assumindo um novo significado, e muito mais bem-vindo.

Borrei seu batom com a ponta do meu polegar, apreciando a forma como ela engasgou e prendeu a respiração, como se sua vida dependesse do meu toque. —Eu tenho que pegar o avião agora. Entre. Hoje à noite eu quero que você sonhe comigo e o que eu vou fazer com você quando eu voltar.

Seus dentes morderam a ponta do meu dedo. Bati suavemente a lateral de seu rosto até que ela soltou.

—Sexta-feira. —Ela sussurrou como um encantamento.

—Ninguém te toca até que eu a toque, bonita. Nem mesmo você. —Não era uma promessa ou um encontro. Era uma ordem.

Belle se contorceu em seu assento, mas pela primeira vez, ela não me desafiou. Eu a soltei, afastando e quebrando todos os contatos. Ela abriu a boca para falar, mudou de ideia, e bateu o punho na porta do carro. Ela deslizou para fora do assento graciosamente, considerando quão baixo o carro era e quão alto seus saltos eram. Ela tinha quase saído quando minha mão atacou e pegou a dela. Ela virou-se esperançosamente de volta para mim.

—O que está em seu passado não importa mais. —Informei-lhe com uma voz suave. —Agora que estou aqui, ninguém vai te machucar, Belle. Eu não vou permitir.

E se eles tentassem, eu os mataria.


CAPÍTULO 9


—No noticiário? —Gritei por sobre o pulso frenético do sistema de som da Brimstone. O clube estava lotado, tornando-se tão quente quanto o fogo que decorava as paredes. Limpei gotas de suor da minha testa, lembrando com culpa que tinha sido minha ideia ficar no nível principal, onde poderíamos facilmente dançar.

David me deu os polegares para baixo enquanto ele passava pela multidão. Edward seguia atrás dele, equilibrando alguns copos sobre sua cabeça.

—Eu só quero saber antes da Us Weekly12 . —Lola resmungou ao meu lado. Desde que Clara tinha oficialmente entrado em repouso absoluto no início desta semana, nós todos passamos os últimos dias obsessivamente verificando os nossos celulares para atualizações sobre o bebê. A crise, que os médicos asseguraram para todos nós que era completamente normal, tinha fornecido uma distração bem-vinda desde a ausência de Smith.

Ou melhor, de Smith em geral.

Minha barriga apertou enquanto eu pensava sobre ele. Eu esperava que ele chegasse hoje, mas ainda nenhuma palavra. Estava começando a aparecer que minha vida era medida em textos e mensagens de voz. Peguei um copo de Edward e bebi. Agora eu poderia fingir que o calor espalhando pelo meu corpo era da bebida, em vez das emoções conflitantes caindo sobre mim.

—Clara ligou para me dizer que ela quer uma foto sua dançando, e cito, com um homem. Não mate o mensageiro! —Edward ergueu as mãos, mas o sorriso espalhando-se pelo rosto encantador minava o efeito.

—Nem pensar! —Lola gritou, vindo em minha defesa. —Ela aceitará uma de sua melhor amiga e irmã.

Lola tomou uma dose, bateu o copo sobre a mesa, e me puxou para a pista de dança. A irmãzinha de Clara tinha acabado por ser totalmente diferente do que eu esperava. Uma ocasião ou outra eu passei por ela, com Clara ou a sua mãe, Madeline, também presente. Quando ela começou a moer contra um cara na pista de dança, fazendo sinal para eu acompanhá-la, percebi que demorou muito menos para se soltar do que as outras mulheres de sua família. Cinco minutos atrás, eu estava casualmente ouvindo sobre lançamentos e campanhas publicitárias de base. Ela tinha sido focada, impulsionada, e completamente brilhante com seus pensamentos. Então ela virou um interruptor, e transformou-se em uma menina festeira.

Eu tive que admitir que eu me encontrei gostando mais dela.

Ela estendeu a mão, sacudindo os dedos para que eu chegasse mais perto. Eu ri, já com os efeitos da vodca, e pressionei contra ela. O homem dançando atrás dela deslizou as mãos da cintura de Lola para os quadris, em seguida, elas desapareceram. Lola me empurrou suavemente para frente dele, balançando a cabeça em aborrecimento. Estava escuro demais para ver seu rosto no clube, mas o homem estendeu os braços.

Lola riu quando ela passou um braço em volta do meu pescoço e nós nos empurramos ainda mais para a multidão. Eu tinha minhas reservas sobre usar um vestido curto no clima inconstante do outono de Londres, mas agora eu estava grata que eu tinha aproveitado a oportunidade. Perdi a noção do tempo que Lola e eu dançamos com outros homens que quiseram juntar-se a nós, até que ficaram com mãos bobas. Meu vestido preto agarrou-se a minha pele lisa quando o DJ transformou a música de um ritmo rápido, eletrônico, para um assombroso pulso profundo. Estava mais lento, lânguido, quase romântico e vibrou da minha carne para meus ossos. Minha cabeça caiu para trás quando eu deixei a música me invadir.

Um par de braços familiares circulou minha cintura, e eu relaxei contra Edward. As vantagens de ter um melhor amigo gay não limitava, e sim incluía sempre ter um parceiro de dança, e um parceiro de dança que não tentava deslizar a mão por baixo de sua saia.

A gravação mesclava perfeitamente uma mistura de Lana Del Rey, e eu me abaixei, circulando meus quadris contra Edward. Seus braços fortes apoiavam meus giros, mas a proximidade de seu corpo só me deixou mais quente. Eu empurrei o meu cabelo na parte de trás do meu pescoço, e segurei em um coque frouxo enquanto continuamos na batida.

Uma terceira mão agarrou o meu ombro, e meus olhos abriram para encontrar Smith olhando possessivamente para mim. Em seu terno, ele destacava do resto da multidão. Na verdade, ele se destacaria em qualquer lugar. Mas seu terno de três peças foi onde sua aparência profissional terminava. Seu cabelo estava despenteado correspondendo ao olhar selvagem em seus olhos, apesar da pouca iluminação do clube.

—Com licença, companheiro. —Edward enfiou a mão em mim.

Eu saí do meu choque e corri entre eles, assim que a mão de Smith apertou em um punho. Colocando as palmas das mãos em cada lado de seu peito atlético, eu me virei para Edward e murmurei. —Tudo bem.

Seus olhos estreitaram-se, mas ele se afastou. Ele inclinou a cabeça em aquiescência a Smith, e me lançou um olhar que dizia que eu estaria ouvindo sobre isso mais tarde.

A mão de Smith fechou sobre a minha, e ele me puxou para fora da massa de corpos contorcendo-se, em direção à porta dos fundos. Bloqueei os joelhos, obrigando-o a parar.

—Vamos. Agora.

Um tremor de antecipação serpenteava pela minha pele, mas eu balancei a cabeça. —Preciso dizer aos meus amigos que eu vou embora.

Eu tinha a intenção de dizer-lhe para se foder. Eu tinha planejado. Agora tudo que eu conseguia pensar era seguir onde quer que ele me levasse.

—Eles descobrirão isso. —Ele puxou minha mão, mas eu puxei a dele novamente.

—Eles se preocuparão. —Não esperei por mais alguma de suas ordens. Girando ao redor, eu voltei para nossa mesa com Smith seguindo atrás de mim. Ele fez uma pausa deixando alguma distância entre ele e meus amigos.

—Assumo que seja Smith. —Edward disse, desgosto revestindo suas palavras. Ele estudou-o por um momento, então franziu a testa. —Deus, o pau do homem deve ser um míssil termo guiado 13.

Lola saltou na mesa, pingando de suor. Ela olhou de mim para Edward e vice-versa. —O que está acontecendo?

—Você já ouviu a piada que começa com “dois machos alfa entram em um bar? " —Eu rosnei.

—Soa sugestivo! —Ela balançou seu dedo médio sugestivamente. Seu olhar viajou a alguns passos atrás de mim. —Falando em gatinhos...

—Conheça o alfa do dia de Belle. —Edward assentiu em direção a Smith.

Lola agarrou meu braço e apertou-o. —Por que você não tem relações sexuais com ele agora?

—Porque estamos em público. —Tirei sua mão gentilmente de mim e bati nela. —Estou saindo daqui.

—Vazando, você quer dizer. —David soprou um beijinho ao lado de Edward, que lhe deu um tapa no ombro.

—Não incentive esse comportamento. —Ele avisou.

—Você tem orado para ela ficar com alguém durante meses, e agora você quer bloquear o pau aqui. —David disse, exasperado. —Não é legal.

Edward olhou por cima do meu ombro. —Eu queria que ela transasse. Não compensasse o tempo perdido em uma noite.

—Como você sabe...

—Querida, eu posso ser gay, mas eu ainda sou um macho.

—Então eu deveria ir. Eu tenho planos para o resto da noite. —Dei a língua para ele enquanto David passava minha carteira.

Desprazer irradiava de Smith quando me aproximei. Parei e cruzei os braços sobre o peito. Eu não iria a lugar nenhum com ele até que ele esfriasse.

—Você precisa sair daqui. —Ele me informou.

—Talvez você precise sair. —Disse com altivez. Ele me disse que gostava quando eu o provocava. Considerando que me incomodava quando ele dava ordens, eu não tinha nenhum problema em lhe dar exatamente o que ele queria.

Um ronco baixo vibrou de sua garganta. Ele tinha realmente rosnado. Fiz o meu melhor para parecer afetada enquanto encharcava minha calcinha. Tanto para manter a minha dignidade. Smith pulou para frente, me pegando pela cintura e me esmagando contra ele. —Venha. Comigo.

O clube desapareceu. Havia apenas nós. Apenas o calor escaldante em mim, onde os nossos corpos se encontravam. Apenas o ar que respirava. Só ele. Eu pisquei e assenti. Não havia nenhum ponto na tentativa de quebrar o feitiço. Eu não queria que ele me devolvesse para a multidão suada. Eu queria que ele me levasse para longe e selasse meu destino.

Smith me soltou, agarrando minha mão quando ele se virou e me levou para a entrada traseira. À medida que nos aproximávamos da porta, um segurança moveu-se para o lado.

—Sr. Price. —Ele inclinou a cabeça e abriu a porta de trás.

A brisa da noite tocou minha pele úmida, instantaneamente me esfriando. Eu levantei o rosto para as estrelas e inalei o ar fresco com avidez.

O Veyron estava estacionado no beco, guardado por outro membro da equipe de segurança da Brimstone. Ele despediu-se sem uma palavra.

—Vem sempre aqui? —Perguntei, observando o homem desaparecer no edifício.

—O proprietário é um cliente. —Ele abriu a porta do carro, minha mão ainda em seu aperto firme.

Talvez fosse o ar fresco, ou, finalmente, estar livre da pista de dança barulhenta, lotada, mas os acontecimentos da noite começavam a encaixar. —Como você sabia que eu estava aqui?

—Isso não importa. —Sua voz era grossa com aviso. —Eu tentei falar com você por horas.

—Telefone não combina com este vestido. Deixei-o em casa. —Dei de ombros.

Ele teve a reação que eu esperava.

Smith agarrou meus quadris e me apoiou na parede de tijolos atrás de nós. —O seu traseiro não se encaixa nesse vestido.

—Você não gosta?

—Não é um vestido. É uma bandagem.

—Na verdade, é um vestido bandagem14. —Empurrei meus quadris contra ele, roçando seu pênis enrijecido. —Será que te deixa mais duro quando eu respondo?

Em um flash, ele prendeu meus braços acima da minha cabeça. Seu rosto inclinou sobre o meu, pairando perigosamente perto antes de sua boca arrastar ao longo da minha mandíbula. —Eu lhe disse para se comportar.

Seus dentes beliscaram minha orelha.

—Me comportei. —Gemi.

Sua boca moveu-se mais abaixo, até que seus dentes afundaram em meu ombro. Forte.

—Vi outro homem te tocando. —Ele rugiu. —Ele tinha as mãos em cima de você nesta faixa patética que chama de vestido.

Eu gemi, em parte porque ele tinha tido a impressão errada, e em parte porque seus lábios estavam na minha clavícula. —Edward? Ele é tão gay quanto um mastro de fitas15.

—Ele estava tocando o que é meu! —Smith explodiu, batendo meu corpo contra a parede com o peso do seu. Não houve insinuação, nem sutileza no ato. Ele apertou lascivamente contra a minha barriga, cravando seu pau na carne macia.

—Sua? —Repeti sem fôlego. —Não pertenço a ninguém.

—Aí é que você se engana. —Ele recuou, e nós ficamos ali enquanto considerávamos um ao outro. A linha estava na nossa frente. Nós estávamos na ponta dos pés em torno dela. Tínhamos oscilado na borda. Mas não tínhamos cruzado. Ainda não.

Smith gemeu, seus olhos fechando por um breve momento, antes que ele saltasse sobre isso.

Sua boca colidiu com a minha, esmagando contra os meus lábios com tanta força que eu senti sangue. Eu não sei se era meu ou seu. Eu não me importei. Eu só queria mais. Mais de seu gosto. Mais de sua língua. Mais.

Eu estava completamente sob seu controle. Meus lábios moviam-se em sincronia com o seu. Minha boca abriu-se para a língua forte. Ele me levaria quando e como queríamos, mas ele me levaria.

—É isso que você quer? —Ele perguntou enquanto lambia o canto da minha boca. —Você me quer na sua boca? Onde mais você me quer?

Aqui. Lá. Em toda parte. Minhas sinapses dispararam rapidamente, dominadas pelas sensações que se aglomeravam através do meu corpo sempre que a nossa pele se encontrava. Eu gemia, contorcendo-me mais perto dele. Não havia nenhuma possibilidade de processar palavras. Eu só podia mostrar o que eu queria.

—Você vai ter que ser mais clara. —Ele murmurou contra a minha boca. —Quando eu a levar para a cama, não haverá sim ou não. Você pertence a mim. Agora me diga, você está pronta para ser minha?

Ele recuou e esperou.

Esforcei-me para lhe dizer o que eu precisava dizer. No final, eram seis palavras simples.

—Cala a boca e me fode.


CAPÍTULO 10


Chegamos até a garagem.

Smith jogou o Veyron na vaga, saiu de seu assento, e estava na minha porta antes de eu soltar o cinto. Eu aceitei sua mão, minhas pernas balançando enquanto eu saía do carro. A combinação de velocidade excessiva e luxúria tinha me deixado instável.

Seu braço enganchou na minha cintura. Impulsionando-me contra o carro, seus lábios se chocaram contra os meus. Ele tinha gosto de Bourbon e sexo. Minha mão emaranhou em seus cabelos, atraindo-o para mim. Ele era inebriante, e eu precisava de uma correção que só ele poderia me dar. Eu tinha passado tanto tempo me negando a ele, negando a mim mesma. Agora eu estava pronta para me soltar, e tirar minhas inibições e minhas roupas. A janela estava fria contra a minha pele aquecida, e meu outro braço segurava o teto do carro. Meus dedos deslizaram sobre o metal lustroso, e eu gemi na boca de Smith.

Ele capturou minha língua, sugando-a em sua boca até que eu senti a ponta afiada de seus dentes.

Ele havia prometido morder.

O meu corpo lutava para aproximar-se dele. Havia muitas roupas. Sem pele suficiente. Smith afastou-se e me girou, empurrando-me até que meu corpo moldou nas curvas do carro.

—Deixe-me mostrar por que me oponho a este vestido. —Ele murmurou em meu ouvido quando ele empurrou sua perna entre as minhas coxas, e cutucou-as para abrir. —Viu como é fácil acessar sua vagina?

Eu tentei acenar, mas meu rosto foi esmagado no topo do carro, minha respiração embaçando o metal.

Ele pegou um punhado do meu cabelo e puxou minha cabeça para trás. —Não posso te ouvir.

—Sim. —Engasguei.

—Sim o quê? —Ele puxou mais forte, forçando o pescoço a arquear desconfortavelmente.

Um jorro quente de excitação revestiu meu sexo quando eu choraminguei, —Sim, senhor.

—Boa menina. —Ele abaixou minha cabeça suavemente, acariciando o lado do meu rosto. Em seguida, ele arrastou beijos abaixo da curva do meu pescoço. —Vou reclamar a sua buceta com a minha boca, e eu quero que você fique aqui assim. Não se mexa.

Um soluço desesperado escapou dos meus lábios, e ele pressionou sua boca contra a minha, enquanto suas mãos puxavam minha saia até a cintura. —Eu sei que você quer dar seu corpo para mim. Ninguém nunca te protegeu ou valorizou antes, não é?

Meus olhos fecharam-se quando balancei a cabeça.

—Mas isso é o que você precisa, não é? —Ele colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha enquanto acariciava o joelho ao longo do meu monte inchado.

Molhei meus lábios enquanto meus olhos abriam e encontravam os dele. Eu não tive que dizer sim. Ele sabia.

—Vou cuidar de você. —Ele prometeu. —Vou fazer você se sentir bem pra caralho.

Seus dedos deslizaram sob a lateral da minha calcinha e a torceu. Eles eram rudes deslizando pelo meu quadril enquanto rasgava a minha roupa intima. A renda roçava por toda a minha fenda, e eu mordi minha bochecha para me impedir de empurrar. Ele jogou-a no chão da garagem. —Pensei em degustar você desde o momento em que nos conhecemos. Abra para mim, então eu poderei.

Segurei o carro tão firmemente quanto pude, cambaleando em meus saltos enquanto abria mais as minhas pernas. As mãos de Smith percorreram meu corpo quando ele se ajoelhou entre as minhas coxas. A ponta de seu dedo traçou a minha abertura, enviando um choque de eletricidade em meu sexo inchado.

—Você está tão molhada para mim. No ponto. —Sua voz era baixa sobre a minha pele. Ele empurrou mais profundo, abrindo-me enquanto o polegar circulava sobre o meu clitóris inchado. Mas em vez de inclinar-se para dentro de mim, seu braço enganchou nos meus quadris e me puxou para baixo, forçando os joelhos a dobrarem, apenas o suficiente para eu ficar de cócoras sobre ele. Mais um empurrão rápido, e ele me puxou para sua boca. Sua língua atacou, acariciando ao longo da minha fenda sensível.

Para todos os efeitos, eu estava sentada em seu rosto, agarrando-me a um Bugatti. Só de pensar nisso acendeu um fogo que acordou os meus nervos, colocando meu corpo em chamas. Minhas coxas queimavam com o esforço de ficar de pé, mas só aumentava a minha excitação. Prazer rolava em mim, enquanto Smith chupava meu clitóris gananciosamente. Quando ele brincou com a língua eu gritei, quase perdendo o equilíbrio. Eu me esmaguei contra o carro enquanto Smith pegava meus quadris para me firmar.

—Não vou deixar você cair. —Ele assegurou, sua voz cheia de desejo. —Mas você vai se soltar e gozar na minha língua.

Eu gemi, balançando a cabeça, mas ele não prestou atenção. Ou ele não se importou. Eu não pude me segurar por muito mais tempo, não podia lidar com as sensações esmagadoras que tomavam conta do meu corpo. Smith mordeu meu clitóris e eu gozei. A tensão febril que ocupava meu corpo transformou-se em êxtase enquanto ele o chupava entre os dentes. Meus braços caíram enquanto eu despencava, com o prazer tomando conta dos meus membros.

Mas eu não atingi o chão. Os braços fortes de Smith me seguraram. A língua dele me ancorando. Eu caí contra o carro, dormente, mas isso não o impediu de me devastar com a sua boca. Minhas coxas tentaram fechar contra a sua persistência, mas me revelei muito fraca. Ele diminuiu suas maquinações, acariciando delicadamente ao longo da minha pulsação, até que eu senti meus músculos contraírem.

Impossível.

Não havia tempo para filtrar mais no meu cérebro encharcado de oxigênio, antes de meus membros contraírem-se enquanto ele me levava a outro orgasmo alucinante.

Desta vez, quando meu clímax diminuiu, meus músculos me traíram por completo. Mas antes que eu pudesse tropeçar, Smith ergueu-me em seus braços e me pressionou ao carro, embalando meu corpo contra o dele. Eu estava sem palavras. Ele as tinha fodido da minha cabeça.

Roçando o polegar sobre meu lábio inferior, ele o deslizou até que meu queixo caiu. —Agora eu quero ver sua boca sexy em ação.

Abaixei-me, me atrapalhando com o seu zíper, mas ele balançou a cabeça. Smith manteve o braço ao meu redor enquanto me levava para o lado do motorista do carro. —Não estou certo do que te deixa mais excitada, se sou eu ou o meu carro?

Minha boca abriu em protesto, mas ele a fechou com o dedo indicador.

—Não me importo com o que te excita desde que pertença a mim. —Houve um clique, e a porta se abriu. —Quero seus joelhos no assento do motorista. Mostre-me quão bonita é sua buceta quando ela está nua e tremendo no meu carro.

Eu tropecei para trás, agarrando o batente da porta quando me virei e subi no banco. O pulso firme entre as minhas pernas estava ficando mais exigente enquanto a minha pele deslizava sobre o couro macio.

—O meu bem mais precioso e o meu mais caro. —Ele disse, suas palavras assumindo um tom rouco quando ele pressionou a palma da mão no meu sexo.

Eu não entendi qual era qual. Eu deveria esquecer que ele pensava em mim como sua posse, mas eu não podia. Eu só queria ser reivindicada por ele. Pertencer mais e mais. Minha mente tinha parado de processar qualquer coisa além dele, seu toque, e de querer agradá-lo.

Atrás de mim, ouvi o farfalhar de um zíper. Girando meu pescoço, eu vi quando ele retirou seu pênis. Eu tinha visto isso antes, mas não assim. Apontando de sua virilha, majestosamente ladeado por um par pesado de bolas. Eu sabia que ele era bem-dotado, mas vê-lo agora, totalmente ereto, me emocionou e me apavorou.

—Não há necessidade de ter medo. —Smith pareceu sentir o que eu estava pensando. —Não vou levá-la até que esteja pronta.

Eu pressionei meus lábios timidamente em meu ombro. Não era como se ele fosse o meu primeiro. Longe disso. Mas ficou claro que ele era diferente dos meus amantes do passado. Eu nem tinha certeza de que ele estava jogando o mesmo jogo.

—Não esconda sua boca. —Ele pediu. —Eu quero vê-la em ação. Eu disse que não tinha certeza se você estava-me fodendo ou o meu Bugatti. Mostre-me o que essa boca doce pode fazer com o meu carro.

Talvez fosse porque eu estava em exposição. Talvez os dois orgasmos que ele já tinha me dado tivesse fritado meu cérebro. Talvez eu tivesse me segurado por tanto tempo que eu já não sabia a diferença entre o que eu queria e o que ele queria. Mas o instinto assumiu. Movi-me mais sobre o assento, rastejando mais perto do volante, até que a minha língua tocou o couro macio. O gosto era caro, como luxo e pecado. Deslocando os olhos de forma que ele estava na minha frente, eu arrastei minha língua ao longo da circunferência. O almíscar quente natural do couro misturava com traços de sal da mão de Smith. Inclinando minha cabeça, eu deslizei para o interior costurado do volante, saboreando cada solavanco.

Com o canto do meu olho, eu vi a mão de Smith apertar firmemente sobre seu eixo. Eu gemi quando ele começou a acariciar-se. Eu estava dividida entre desejar que fosse a minha mão e querendo continuar a minha performance para ele.

Subindo do volante, eu levei meus lábios ao painel de instrumentos, tendo tempo para beijar cada botão.

—É isso. Mostre-me o quão sacana você é. —A mão na minha bunda pressionou mais, aumentando o ritmo pulsante do meu clitóris de uma marca fraca para um solo de bateria. Sua reação me estimulou e eu desci mais, levantando minha bunda para o ar enquanto pressionava minha boca no console central. O cromo brilhante deixou um gosto metálico na minha língua. O carro, como nós, era a perfeita união de opostos, luxuosamente rico e inegavelmente moderno ao mesmo tempo. Eu percorri minha língua até o metal da alavanca de câmbio, circulando a ponta ao redor do botão antes de estalar meus lábios sobre ele e engoli-lo profundamente.

Smith lançou um gemido atrás de mim. —Não posso esperar mais, mas eu vou ser gentil.

A ponta quente de seu pau empurrou contra a minha entrada, e eu mordi o botão de couro em antecipação. Ele esperou um momento, permitindo-me ajustar ou, pelo menos, me preparar. Então ele começou a empurrar para dentro. Minhas dobras, ainda inchadas, doeram quando esticaram para acomodar sua espessura considerável. Deus, o seu pau era impossivelmente grosso. Recuei, abandonando a minha exposição vulgar para que eu pudesse recuperar o fôlego, quando ele se enterrou profundamente dentro de mim.

Isto é o que eu vinha lutando. Prazer. Prazer indescritível.

—Vou te foder forte, Belle. —Ele rosnou.

Minha respiração ficou presa e eu esperei. Quando ele não começou, eu empurrei meus quadris para trás, tentando aprofundar mais em seu pau.

—Ainda não. —Ele acariciou minhas costas enquanto continuava com bombeadas rasas, de leve. Ele estava tomando seu tempo comigo, mesmo que eu tentasse correr na frente dele. Quando, de repente, ele retirou, deixou um desejo oco em seu rastro. —Quero ver você quando eu gozar.

Virei de frente enquanto ele puxava um preservativo do bolso. Ele rasgou a embalagem com os dentes, acariciando-se enquanto empurrava o preservativo sobre a sua ponta e o rolava para baixo. —Se você não está no controle de natalidade, você estará na próxima semana. —Outro comando. —Quero ver a minha porra pingando da sua buceta rosa.

Eu balancei a cabeça, os dentes afundando em meu lábio enquanto eu tentava resistir ao impulso de saltar sobre ele. Pensei em contar que eu estava no controle de natalidade, mas eu não podia esperar mais para tê-lo de volta dentro de mim. Smith estava acelerando as coisas esta noite. Eu só podia imaginar o que aconteceria se eu tentasse tomar as rédeas. Quando terminou, ele estendeu a mão. Eu coloquei a minha na dele, timidamente, e ele me puxou para ficar de pé. Mas assim que meus sapatos tocaram o chão, ele me pegou, segurando-me contra o carro e sobre o seu pau.

—Quando estiver pronta.

Meus quadris caíram imediatamente, levando-o até a raiz. Eu poderia ficar dolorida na parte da manhã, mas no momento, eu saborearia todos os 21 centímetros deliciosos dele. Smith não perdeu uma batida. Envolvendo os braços em minhas costas, ele segurou minha bunda e me levou para a frente do Veyron. Deitando-me suavemente sobre o capô, de modo a não quebrar o contato físico, ele me deu um sorriso malicioso. —Eu só estou realizando uma de minhas fantasias de adolescente.

—Eu também. —Passei meus polegares sobre as alças do meu vestido e empurrei-o para baixo para expor os meus seios. Meus mamilos endureceram no ar frio. —Vamos ver o que podemos fazer sobre o resto delas.

Sua boca fechou-se sobre o mamilo antes de eu terminar o pensamento. Apertando o meu peito, ele retirou um segundo antes de mergulhar a boca sobre o outro mamilo. Deus, eu esperava que ele tivesse um bom seguro, porque não teria só um arranhão onde ele me fodia tão implacavelmente no capô. Minhas costas arquearam do carro, e ele agarrou-me, usando o meu corpo como alavanca para bater mais profundo. Mais forte.

Ele não me deu um orgasmo, ele o capturou. Alegando meu prazer como se fosse o seu próprio, e desta vez enquanto eu gozava em torno dele, não havia luz. Nem som. Sem fogos de artifício. Ele me destruiu por completo, e eu gozei com um grito que cortou o ar que nos rodeava. O rosto de Smith ficou tenso, a mandíbula contraiu, enquanto seu braço serpenteava segurando meu pescoço.

—Olhe para mim. —Ele ordenou, seu ritmo sem recuar enquanto ele me movia em seus braços.

Tentei abrir meus olhos, mas eles já não pareciam funcionar. Minha cabeça parecia pesada, meu cérebro saturado com muito oxigênio. Quando pendi para o lado, ele forçou de volta.

—Olhe para mim. —Dessa vez um tom de raiva encheu o comando. Seus dedos apertaram em volta do meu pescoço e meus olhos abriram com o aumento da pressão. —É isso aí. Estou prestes a gozar, e quando eu gozar, esta buceta vai me pertencer. Você pertence a mim. Você ainda pode dizer não. Diga-me para eu ir-me foder, se quiser. Esta é a sua última chance.

Sua boca sufocou a minha por um breve instante.

—Uma vez que eu goze, não há como voltar atrás para nenhum de nós. —Ele avisou, seus olhos verdes firmes e seguros. Ele não vacilou, mesmo enquanto empurrava incansavelmente. —Escolha agora e nunca olhe para trás.

Mesmo se eu pudesse pensar, eu não precisava. Eu tinha tomado a minha decisão no momento em que ele segurou minha mão neste carro. Eu poderia ter decidido na primeira vez em que o vi.

Enfiei meus dedos em seu cabelo e trouxe sua boca para a minha, selando a minha escolha com um beijo, quando ele tomou o que era dele.


CAPÍTULO 11


Ela parecia bem em meus braços.

Eu tinha fodido mulheres recentemente, mas colocar o pau em aberturas disponíveis não era complicado. Isso era complicado. Isso era diferente.

Eu a quis desde o momento em que a vi, mas eu não tinha previsto o que aconteceria quando eu finalmente a tivesse. Os últimos dias longe dela foram um borrão, preso em Paris, conduzindo um depoimento o tempo todo com tesão. Imaginei que houvesse lugares piores para ter uma ereção perpétua do que a França.

—Você me enlouqueceu quando eu não consegui alcançá-la mais cedo. —Ela precisava de uma reprimenda muito menos gentil, mas desta vez eu deslizaria com uma bronca. As minhas expectativas, enquanto firmes, eram novas para ela.

—Não sabia quando você voltaria.

Ela enfiou a cabeça debaixo do meu queixo, perto o suficiente para que eu pegasse o cheiro de lavanda em seu cabelo loiro.

—Você não está com o seu telefone. —Se me prendesse aos fatos, eu poderia ser severo. Era melhor definir um limite para mim até que os limites pessoais pudessem ser discutidos.

—Sem bolsos. —Ela murmurou com ar sonhador, abraçando mais o meu peito enquanto eu apertava o botão para o elevador.

—Planejando ir para a cama? —Perguntei secamente.

Ela reprimiu um bocejo, sacudindo a cabeça.

Recuei para o elevador, apertando o botão de segundo andar com meu cotovelo. Inclinando seu queixo com meu dedo mindinho, eu continuei. —Se você tivesse com seu telefone, eu poderia ter chegado mais cedo. Eu poderia ter estado com você há horas, porra. Mas você não o tinha, não é?

—Não. —Ela sussurrou.

—Você estava indisponível para a minha conveniência. Agora eu vou ser obrigado a mantê-la acordada durante horas.

Seus olhos azuis reviraram quando ela ficou mais alerta.

—Não tive minha cota de você ainda. Nenhum de nós estará dormindo até que eu tenha.

—Você está dizendo que não vai dormir até que você esteja satisfeito?

—Não. —A corrigi delicadamente. —Estou dizendo que nenhum de nós vai dormir até que estejamos satisfeitos. Passei os últimos dias tramando o que eu faria com você. Nós estamos apenas começando.

Eu não lhe ofereci outra opção. Eu tinha dado a ela uma escolha na garagem. Inferno, eu vinha oferecendo saídas desde a sua entrevista. Ela se entregou para mim. Essa seria a última decisão que ela teria esta noite.

—Eu entendo. —Seus lábios dividiram em um sorriso hesitante.

Eu arqueei minha sobrancelha. —Você entende?

Ela levou os dedos suaves para minha bochecha, hesitando até que eu movi meu rosto contra a palma da sua mão. Segurando a mão dela lá, ela encontrou meu olhar. Eu vi perguntas em seus olhos. Havia medo e confusão, mas também fome. —Sim, senhor.

A resposta dela sussurrada me disse o que eu precisava saber. Ela entendia, em algum nível, no que ela estava se metendo. Embora eu precisasse pegar leve com ela.

Mas, por agora, eu a levaria para a cama.

***

A luz solar deslizou por seu rosto pacífico. Seu cabelo loiro espalhado, criando uma aureola em sua cabeça e fazendo-a parecer ainda mais um anjo. Ela mexeu-se em seu sono, enrolando a mão sob sua bochecha.

O que ela estava fazendo comigo?

Algumas coisas quebradas nunca poderiam ser consertadas. Eu sabia. Eu tinha testemunhado uma e outra vez. Eu tinha visto como as lacunas de tempo e desgosto destruíam as pessoas. Era um fardo muito pesado para carregar, para tentar juntar os cacos e curar. Eu sempre acreditei que era mais seguro proteger suas feridas e armar-se contra futuros ataques.

Mas na noite passada eu tinha ficado acordado e contado suas respirações, catalogando cada um de seus movimentos. A serenidade que ela encontrou em seu sono irradiava dela. Eu quase podia sentir escoando através da minha pele.

Eu me disse que dormir ao lado dela me deixava desprotegido. Vulnerável. Mas a verdade era que eu não queria fechar os olhos.

Os lábios de Belle começaram a mover-se, embora ela ainda estivesse dormindo. Apoiei-me no meu cotovelo, dividido entre acordá-la e esperar que ela resolvesse voltar a dormir. Em vez disso, ela virou de costas, seu corpo enrijecendo. Sacudindo a cabeça contra o travesseiro, um pequeno grito escapou de seus lábios.

A angústia desse som envolveu-se em torno do meu coração e apertou. Ela era minha para proteger, mesmo em seus sonhos.

Colocando uma mão contra o lado de seu rosto, eu acariciei sua pele, chamando-a para longe do pesadelo e de volta para mim. Seus olhos se abriram, cheios de terror. Eles dispararam para mim, o medo transformando-se em confusão.

—Eu estou aqui.

Alívio tomou conta de seu lindo rosto ao som da minha voz. A pressão no meu peito cedeu, e eu me inclinei sobre ela, pressionando um beijo em sua testa. Ela relaxou contra o travesseiro, não fazendo nenhum movimento para puxar as cobertas sobre seu corpo ou se afastar de mim.

Sua reação parecia perigosamente como confiança.

—Você estava me observando dormir, esquisito? —Ela murmurou sonolenta.

—Você estava tendo um pesadelo. —Meu instinto protetor me pediu para pegá-la em meus braços e abraçá-la. Em vez disso, eu afastei o cabelo do rosto. —Acontece com frequência?

—Não era um sonho ruim o suficiente. —Ela rolou para mim, empurrando seu rosto contra minha palma.

Ela estava evitando a pergunta... Mas por quê?

Eu não tinha o direito de forçá-la ainda mais. Em vez disso, eu deslizei um braço sob o seu tronco e puxei-a para perto. Ela se enrolou em uma bola, e nós caímos em um sono juntos, sem pesadelos.


CAPÍTULO 12


Ela tinha ido quando eu acordei. Uma mistura de raiva e pânico subiu no meu peito, mas eu ignorei isso. Não havia nenhuma razão para acreditar que ela tinha partido, a menos que ela tenha finalmente descoberto que ela estava na toca do lobo. Desbloqueei meu celular, chequei a câmera de segurança da garagem. Seu carro ainda estava estacionado lá. Eu caí para trás contra o meu travesseiro.

Belle Stuart me manteria de mãos cheias.

Quando ela estava nua e retorcendo-se, ela fazia qualquer coisa que eu pedisse. Isso eu sabia. O resto do tempo ela era uma incógnita.

Se eu me atraísse por mulheres mais previsíveis...

Balançando meus pés para o lado da cama, vi seu vestido amassado no chão. Isso me fez sorrir. Ela, obviamente, não tinha ido longe. Peguei uma cueca boxer e fui à caça. Quando eu a encontrasse, eu mostraria a ela o que ela perdeu por escapulir da cama tão cedo.

Uma rápida pesquisa na sala de estar e cozinha não resultaram em nada. Ela não tinha ido para o quarto que eu lhe mostrei. Eu parei e olhei para a porta do outro lado do quarto dela.

Não havia nenhuma razão para checar lá. Eu adverti sobre as consequências.

Eu finalmente encontrei-a nadando na minha piscina.

Totalmente nua, porra.

Eu a vi mover-se sem esforço, água ondulando por suas curvas, e seu cabelo loiro esvoaçando atrás dela. Não era uma péssima maneira de passar uma manhã de sábado.

Quando ela empurrou sua parte superior do corpo para cima, ela me lançou um sorriso malicioso. Eu estendi uma toalha.

—Não acabei aqui. Por que você não se junta a mim? —Ela nadou de costas, permitindo que seus seios perfeitos flutuassem à superfície. Era uma oferta tentadora.

—Eu não nado. —Falei.

Ela riu. —Então por que você tem uma piscina?

—Para que meninas bonitas fiquem nuas e deem um mergulho. —Agachei mais perto da borda para que eu pudesse ter uma visão melhor do resto dela.

—Por que você não vem e me mostra o que você faz com essas meninas? —Ela sugeriu, batendo os cílios.

—Por que você não sai? —Rebati.

—Porque eu sou a única que está nua. —Ela mergulhou de volta na água, dando-me uma visão de seu traseiro.

Era quase o suficiente para me convencer a saltar. Em vez disso, eu mantive minha posição. Quando a cabeça rompeu a superfície vítrea da água, eu entortei meu dedo e fiz sinal para voltar para mim. —Preciso de um quarto para todas as maneiras que eu vou transar com você.

Seus braços varreram a superfície. —Há uma abundância de espaço aqui.

Legal. Se for assim que ela queria jogar. Virei-me e fui em direção à porta, deixando cair meu short na saída.

Belle estava no corredor antes que o elevador chegasse. A água escorrendo pelo seu corpo, e seu cabelo serpenteando pelo seu pescoço, pingando. Seus lábios estavam roxos, mas ela não mostrava outros sinais de estar com frio. Ela deslizou por mim quando as portas do elevador se abriram. —Subindo?

—Estava pensando em descer. —Vagueando, eu pulei sobre ela, empurrando os braços sobre a cabeça. Seu corpo molhado enviou gotas de água em cascata para baixo na superfície espelhada. —Vire-se.

Ela, obrigatoriamente, dobrou-se para que sua bunda se tornasse um alvo inconfundível. Cristo, as coisas que eu faria com ela. Mas, por agora eu queria tentar algo mais. Eu sabia que provocaria uma reação.

Eu passei minha mão sobre seu traseiro perfeitamente redondo e, em seguida, bati com força suficiente para deixar a marca da minha mão. Cinco linhas vermelhas inconfundíveis em sua pele clara.

Belle gritou, mas ela não se afastou ou virou. Manteve-se pronta para o que eu decidi fazer a seguir.

—Eu avisei para sair da piscina. —Disse com uma voz rouca, acariciando a marca que eu tinha deixado na sua bunda.

—Você me pediu. —Ela ronronou.

—Nunca confunda as minhas ordens com um pedido. Ou haverá consequências.

—O que você quer dizer com... —Sua pergunta foi interrompida por um tapa pungente do outro lado. —Oh!

—Começando a ter uma ideia? —Perguntei com voz áspera. —Eu queria transar com você, e você bancou a tímida. Isto é o que acontece quando você não escuta.

Ela ficou na ponta dos pés. Eu não poderia dizer se ela estava se preparando para o próximo golpe ou esperando por ele. Eu também não me importei.

—Seu corpo respondeu a mim desde o momento em que nos encontramos, me implorando para domá-lo. —Ancorando um braço ao redor dela, eu puxei-a para mim e apertei meu pau contra o seu traseiro ardendo. —Você quer ser domada?

Ela resmungou alguma coisa, sua capacidade de falar reduzida a gemidos incompreensíveis. Estiquei meu braço até o seu corpo e envolvi a minha mão no seu pescoço. —Você quer ser domada?

—Sim, senhor.

—Muito bom. —Murmurei a minha aprovação no ouvido dela enquanto eu empurrava meu joelho contra seu sexo nu. A umidade que senti não tinha nada a ver com a piscina. —Você fica molhada quando eu te bato?

Ela balançou a cabeça da melhor maneira possível com os meus dedos apertando seu pescoço.

—Vou ensiná-la a como me agradar, mas, por agora, se você pedir direitinho, eu vou-te foder. —Empurrei meu pau duro no monte carnudo de seu traseiro.

—Por favor, me foda. —Ela engasgou.

Eu esperei. Ela sabia o que eu queria sem eu ter que lembrá-la. Mas ela não disse nada. Decepcionante. Eu tinha contado que seu instinto em se submeter fizesse efeito.

Senti o movimento de sua garganta quando ela engoliu em seco e, em seguida, ela sussurrou. —Por favor, me foda, Senhor.

Essa era a peça que faltava. Eu queria que ela implorasse, e um dia ela iria. Por agora uma súplica educada faria o truque. Descendo, agarrei meu pau na minha mão livre, guiando-o para a sua fenda encharcada. —Eu não tenho uma camisinha.

—Não se preocupe. —Ela ofegou, ampliando sua posição para me dar melhor acesso.

A ponta quente do meu pau deslizou ao longo de sua fenda enquanto me revestia com sua excitação. —Recebi o seu relatório médico na sua ficha. Limpa e ainda no controle da natalidade, apesar de jurar que estava longe de homens. Se você tem uma objeção a continuar sem preservativo, eu declararia isso agora.

Quando ela permaneceu em silêncio, eu continuei. —Por que continuar a tomar a pílula? Foi porque você queria transar comigo na primeira vez que nos encontramos?

Ela respirou, incapaz de me responder. Ela me queria na primeira vez em que nos conhecemos. Ela disse a si mesma que não baixaria a guarda, mas ela não tinha parado de tomar suas pílulas. Ela sabia o tempo todo que acabaria aqui. Era inevitável. Um homem como eu nunca poderia ser totalmente negado.

—Eu preciso ver isso. —Gemi e soltei meu domínio sobre ela. Com as duas mãos, eu abri suas nádegas e vi quando a ponta do meu pau violava sua vagina perfeita. O tecido rosa esticava sobre ele enquanto eu afundava dentro dela. Tirei lentamente, maravilhado com a forma como seu sexo ondulava no meu eixo. —Eu poderia fazer isso o dia todo. Adoro ver sua buceta gananciosa tomar o meu pau.

—Por favor. —Ela gritou enquanto eu continuei meu ataque lento.

Meus dedos deslizaram até os quadris enquanto eu batia nela com golpes rápidos e profundos. —Quero ver o meu gozo escorrendo de dentro de você.

—Oh Deus. —Ela clamou em uma voz estrangulada. —Encha-me com ele!

Era um pedido que eu estava mais do que feliz em cumprir. Quando o primeiro jorro quente da minha semente foi para dentro dela, ela gozou. Ela apertou em cima de mim, seu corpo começando a tremer com a força de seu clímax. A contenção quente de sua vagina me ordenhou ainda mais, apertando jato após jato, e me drenando completamente.

Nós entramos em colapso juntos contra a parede do elevador, meu pau ainda pulsando dentro dela.

—Não se mexa. —Eu pedi. Retirando lentamente, eu assisti meu gozo escorrer de sua buceta tremendo. —Você está tão linda com meu gozo vazando de você.

Belle não se moveu ou falou. Ela simplesmente ficou esmagada contra a parede até que me afastei de lá com as pernas bambas.

—Você sentiu isso? —Perguntei.

Eu queria que ela me dissesse que adorou, que ela era tão safada e indecente como eu esperava que fosse. Ela assentiu com a cabeça, com uma expressão entorpecida congelada no rosto.

—Está quente. —Ela sussurrou.

—Toque isso.

Ela deslizou a mão trêmula para baixo, separando suas dobras com os dedos.

—É isso. —Persuadi, colocando minha mão sobre a dela e espalhando o líquido espesso através de seu sexo inchado.

Sua cabeça caiu para trás enquanto eu a ajudava a acariciar sua buceta sobrecarregada.

—Quero ver você gozar de novo. —Rosnei, adicionando pressão na mão dela.

Ela mordeu o lábio enquanto seus quadris começaram a mexer contra os nossos dedos.

—Deixe ir! —Exigi.

Um grito gutural arrancou de seu peito quando ela explodiu. Quando os tremores começaram a desvanecer-se, ela ficou em silêncio, sua boca ainda aberta em um perfeito O. Inclinando para baixo, eu dei um beijo e depois outro até que eu me senti começar a endurecer novamente.

—Você está pronta para eu lhe mostrar agora? —Perguntei novamente. —Você está pronta para ser domada e estar à minha mercê? Eu garanto que você vai desfrutar de cada momento.

Ela deslizou a boca contra a minha, então, mordeu meu lábio inferior, puxando-o suavemente entre os dentes. —Estou pronta para agradá-lo.

Eu me esmaguei contra ela enquanto eu sentia o painel de controle. Eu não me importava onde o elevador nos levaria.

Eu só estava pronto para começar.

***

Belle arrastou-se da cama e caiu sobre os lençóis emaranhados. Antes de ontem à noite, havia um longo tempo desde que eu levei uma mulher para a minha cama. Eu preferia hotéis, simplesmente por uma questão de desencorajar quaisquer anexos indesejados. Belle parecia que pertencia aqui, como se ela já possuísse o lugar. Isso deveria me incomodar mais do que incomodou.

Indo até o meu armário, eu abri uma pequena caixa que havia sido deixada em repouso durante anos. Eu sabia exatamente o que eu precisava.

Voltei para o quarto, segurando-a na mão. Ela levantou uma sobrancelha curiosa quando viu a pena vermelha longa anexada a uma varinha envolta em couro. Eu sempre apreciei a justaposição. Com uma ponta eu poderia fornecer à carne de uma mulher uma leve sugestão de prazer, com a outra eu poderia deixar seu traseiro vermelho. Eu só esperava que Belle fosse gostar de receber ambos os lados que eu tinha para oferecer.

—Role de barriga. —Instruí quanto me sentei na beira da cama. Peguei um travesseiro e coloquei sob a sua cabeça. Ela me observou enquanto eu acariciava a pluma de seda com os dedos. —Você entende o que quero dizer quando digo submissão?

—Eu tenho uma ideia. —Ela disse secamente.

—Você se submeteu a mim desde a noite passada. —Eu expliquei. —O que passou pela sua cabeça quando eu lhe disse para curvar-se ou quando eu instruí para fodê-la no meu carro?

—Eu queria agradá-lo. —Ela sussurrou. Sua respiração estava curta e fraca agora. Ela queria tanto quanto eu queria dar a ela.

—Submissão é sobre controle. Meu controle sobre seu corpo. Gosto de possuir você quase tanto quanto eu gosto de dar-lhe prazer. Eu dei-lhe prazer?

Ela assentiu com a cabeça, o rosto rosa pressionando contra o travesseiro felpudo.

—Agora, para algumas pessoas é sobre dor. —Expliquei, batendo a ponta do couro contra a minha mão.

—É o que se trata para você? —Havia medo em sua voz agora.

Eu passei um dedo tranquilizador pelo seu rosto. —Para mim, é sobre prazer. Há uma linha tênue entre os dois. Quando eu lhe bati no elevador, você ficou molhada. Por quê?

—Isso me excitou. —O medo tinha sido substituído por constrangimento, e ela escondeu o rosto.

—Não faça isso. —Eu pedi. —Olhe para mim. Eu não quero feri-la. Eu quero fazer você se sentir viva. Você estava excitada por causa de como isso fez você se sentir.

—Livre. —Ela disse.

—E pertencente ao mesmo tempo. Quando as pessoas dizem os opostos se atraem, eu acho que eles estão realmente falando sobre sexo. Quando você dá o controle para outra pessoa, isso permite que você experimente a liberdade da felicidade total. Se eu a golpear com esta ponta, vai doer. A outra extremidade vai acalmar. Ao combinar os dois opostos, as sensações superarão. Elas libertarão de um modo que todo o seu corpo entenderá como prazer. —Deslizei a pena ao longo da curva de sua coluna, observando como seu corpo ficou tenso com a sensação. —Na noite passada, eu avisei que uma vez que eu pegasse você, eu reclamaria tudo de você. Você ainda concorda em dar seu corpo, o seu poder para mim?

Enquanto eu continuava a pedir, eu estava certo que eu a estava treinando.

Ela lambeu os lábios antes de responder suavemente. —Sim.

—Domar você não é sobre mudar você. Trata-se de ensinar o seu corpo a conter-se até que eu a comande de outra forma. Só eu posso libertá-la, e você só pode ser libertada se me permitir esse controle. —A ponta da pena fez cócegas em toda a sua traseira ainda brilhando. —Agora você quer responder a isto. Afaste ou implore por mais. Eu decido quando isso para, assim como eu decido quando haverá mais.

Movi-me na cama até que eu estava ajoelhado ao lado dela. —Levante e fique de quatro.

Ela ficou de quatro, enquanto eu acariciava suas costas com a minha mão.

—Eu não te disse quão perfeito seu corpo é, suave e macio. Imaginei-a nua na primeira vez que te vi, mas minha imaginação me traiu. A realidade é muito mais doce. —Peguei a pena e coloquei-a contra seu ombro nu. —Você vai sentir esse movimento sobre você, mas você não deve ceder. Você pode fazer isso? Basta responder “sim, senhor” quando eu fizer uma pergunta, a menos que você queira que eu pare.

—Sim, senhor. —Ela murmurou. Seus quadris contorcendo um pouco enquanto falava, mas eu os parei com um tapa rápido.

—Não se mova. Estou a treinando agora, mostrando-lhe como ser mansa para que você possa me agradar. Isso é o que você deseja fazer, certo?

—Sim, senhor. —Ela respondeu mais rapidamente.

Arrastando a pena ao longo dos ombros e até a volta de seu pescoço, vi um sinal de movimento. Quando ela ficou parada, eu continuei deslizando para baixo até acariciar entre as omoplatas. Corri para baixo a curva de sua coluna vertebral, satisfeito por ver que ela podia controlar-se.

—Quero que você abra as pernas para mim. —Movi a pena menor até que rocei o seu traseiro. Belle empurrou os joelhos para o lado. Se abrindo mais.

Seu sexo estava inchado de nossa recente relação sexual, ainda inchado de desejo. Coloquei a pluma contra ela, deslizando rapidamente para trás até que eu tinha certeza que ela podia sentir as fibras delicadas através das sensações que se aglomeravam por seu corpo. As coxas de Belle começaram a tremer, mas ela se manteve imóvel.

—Certo, agora você quer mais. Eu decido quando você vai ter. Eu decido quando você goza. Você quer gozar agora? —Perguntei, continuando o meu assalto gentil à sua vagina.

—Sim, senhor. —Ela gemeu. Eu podia ouvir a tensão em sua voz.

—Ainda não. Há tantas coisas que eu quero te mostrar. —Eu lhe disse com uma voz suave. —Como você se sentirá bem rastejando para mim e pedindo pelo meu pau. Quão bem eu vou tratá-la quando seu corpo me obedecer. Às vezes, porém, eu vou querer levá-la até o limite. Agora, deve parecer como uma tortura, tendo esta suave pena sussurrando em sua pele, mas se eu fizer isso... —Eu peguei a pena na palma da mão e bati a ponta do couro através de suas dobras —... Isso fará você querer ainda mais.

Eu continuei a fazer isso, roçando a ponta macia sobre sua carne febril, e depois batendo a outra extremidade mais ou menos até seu monte inchar ainda mais. Um filete de excitação atravessou sua fenda, mas ela permaneceu no local.

—Você está aprendendo bem a lição. Estou muito satisfeito com você. —Curvando, eu deslizei a minha língua ao longo de sua fenda molhada. Eu podia sentir sua luta para permanecer imóvel, e eu puxei para trás. —Eu queria um gostinho disso. Eu sei que é difícil. Eu não espero que você aprenda tudo de uma vez.

Largando a pena na cama, eu peguei-a e a virei para mim. Suas pernas se abriram, mas ela se conteve antes deslizar no meu pau.

—É isso que você quer? —Perguntei, empurrando meu pau em direção à sua entrada dolorida.

—Sim, senhor. —Ela suspirou.

—Então me siga. Eu quero ver você montar meu pau.

Ela abaixou-se lentamente, montando o corpo dela no meu pau. Eu balancei nela até que eu estava enterrado tão profundamente, que ela congelou em meus braços.

—Está dolorida?

Ela assentiu com a cabeça.

—Então vamos devagar e fazer isso durar. —Embalei suas costas enquanto ela se afastava de mim, e começava a circular seus quadris. —Mas você deve saber, eu não estou perto de terminar com você.

—Promete? —Ela gemeu quando sua respiração acelerou.

—Sim. —Tranquilizei-a, rolando minha virilha contra ela. —Agora me foda, baby. Eu quero ouvir você gritar.


CAPÍTULO 13


A mudança de cenário e roupas parecia ser a melhor maneira de começar a segunda de manhã. Deixei uma nota na mesa de cabeceira de Smith dizendo-lhe para fazer o seu próprio café, e eu o veria em seu escritório às oito. Então fui para a cidade, grata que eu avançava antes das ruas se transformarem em estacionamentos no tráfego matinal.

Levei dois segundos para arrancar do meu armário o vestido preto que Smith tinha me visto experimentar na Harrods. Um gesto sentimental, talvez. Mas, novamente, se a minha experiência com os homens me ensinou alguma coisa, era que ele provavelmente nem perceberia.

Então, novamente, Smith não era a maioria dos homens.

Eu tinha tempo para um banho rápido, mas pouco tempo para me embelezar. Felizmente, a sessão sem parada deste fim de semana, parecia ter me dado um brilho pós-sexo permanente. A camada de rímel e um batom nude, e eu estava quase pronta para o dia.

Saindo do quarto, eu pulei temporariamente surpresa, ao ver Jane me esperando na cozinha. Seu cabelo platinado estava preso sem estilo, até mais do que o habitual. Isso e o quimono fúcsia solto que ela usava, desmentia que ela tinha acabado de se levantar. Ela sorriu para mim quando tirou uma chaleira do fogão e derramou água em duas xicaras.

—Você parece renovada. —Jane disse, passando-me uma xícara de chá quente.

Misturei um pouco de açúcar e leite, cuidadosamente evitando os olhos dela, e dei de ombros. —Não tive que trabalhar muito.

—Aparentemente você não teve que dormir também. —Ela disse em voz conhecedora. Havia um ponto escondido sob essa afirmação. Era esperado eu revelar meu paradeiro nos últimos dias.

Mas o que tinha acontecido entre Smith e eu era muito novo para compartilhar. Poderia significar nada. Apenas um caso de dois adultos consentindo finalmente em ceder às suas naturezas mais carnais. Ainda assim, eu nunca estive com alguém assim. Áspero. Sem filtro. Pronta para qualquer coisa que ele sugeria. Tinha sido como sintonizar uma frequência particular. Eu sabia o que ele queria de mim e eu fazia. Sem perguntas.

Tomei um gole de chá lentamente para evitar queimar minha língua, e considerei como eu me sentia sobre tudo isso.

—Está cismando com as coisas. —Jane me informou, rompendo o muro de pensamentos que eu tinha construído em uma questão de segundos.

Meus olhos fixaram nos dela. Eu não tinha dúvida de que Jane não pensaria nada das minhas escapadas sexuais. Eu tinha sido deliciada com alguns murmúrios dela ao longo dos últimos meses. Ela poderia me ajudar a entender como me sentir sobre a mudança dinâmica entre ele e eu.

—Talvez eu esteja. —Admiti. Este fim de semana ainda era nosso. Ele pertencia a Smith e a mim. Eu não queria compartilhá-lo, nem mesmo as memórias que ele tinha me dado. Era uma raia possessiva que eu não sabia que eu tinha.

Eu abandonei a xicara e inclinei para beijá-la na bochecha. —Por que você está de pé tão cedo? Eu nunca vi você sair da cama antes das dez.

—A minha companheira de apartamento finalmente voltou para casa. Eu pensei que seria melhor dizer olá antes que ela desaparecesse novamente. —Jane franziu os lábios. Ela tinha me marcado, mas eu não estava a ponto de desistir das minhas cartas.

—Você se preocupou? —Pedi desculpas. Essa não foi a minha intenção.

—De modo nenhum. Recebi sua mensagem. —Ela dispensou minha preocupação antes de me dar um olhar penetrante. —Então você não dirá qualquer um dos detalhes suculentos, hein?

Um sorriso malicioso penetrou no meu rosto. Eu não pude retê-lo.

Jane simplesmente riu, piscando como se eu tivesse acabado de lhe dar toda a sujeira. —Acho que é detalhe suficiente.

***

Havia termos para o que eu tinha feito com Smith. Que eu só tinha lido nos livros. Nenhum dos meus amantes do passado tinha propensão para o domínio, o que poderia ter sido por que eu nunca suspeitei que eu fosse tão aberta para isso. Agora eu sentia fome de suas mãos no meu corpo da forma que ninguém nunca tinha me tocado. Os tapas. Os dedos ao redor do meu pescoço. O desejo de me segurar no limite e ser contida. Era tudo novo para mim, e encontrei me perguntando o que ele disse sobre mim. Parte de mim preocupava-se que eu fosse seriamente fodida por desejar seu controle, mas a metade mais forte de mim não se importava.

Finalmente cheguei, ofegante, ao trabalho. Eu passei por Doris e fui direto para Smith. Ele tinha dito que eu pertencia a ele agora, e eu estava ansiosa para estar de volta à sua posse.

Se eu tivesse esperado uma saudação afetuosa quando cheguei ao escritório, eu teria me decepcionado. Mas como eu ainda estava me acostumando aos estados de espírito de Smith, eu me preparei. Ainda assim, a sua recepção fria doeu.

—Você não estava lá quando eu acordei. —Ele não se preocupou em olhar para mim. Seu tom era tão frio, que eu meio que esperei cristais de gelo formar-se no ar.

Mas isso só me acendeu. Eu tinha dado o meu corpo para ele, mas não todos os momentos da minha vida. Talvez ter permitido tanta autoridade sobre mim na cama tivesse lhe dado a ideia errada sobre onde estávamos. Não importa o quanto eu gostei do nosso fim de semana, eu ainda era a mesma menina que ele havia contratado há semanas atrás. Na maioria das vezes. —Deixei um bilhete. Eu precisava ir para casa e trocar de roupa.

Smith continuou teclando uma mensagem em seu celular. Ele franziu a testa um pouco, mas não disse mais nada para mim.

Ele realmente estava chateado por acordar sozinho? —Não sei o que eu fiz de errado. Eu precisava me trocar. Fiquei com a impressão de que fins de semana de roupa opcional terminavam antes da segunda-feira, mas talvez você precise enviar um memorando.

Seus lábios tremeram, mas ele não sorriu. Alguns momentos depois, ele jogou seu telefone em cima da mesa e, finalmente, mudou seu foco para mim. —Terei alguns itens entregues em minha casa.

Psss, calma aí garoto. Como ele tinha conseguido ir de desdém para me dar uma gaveta tão rapidamente? Era o suficiente para levar uma menina a beber.

—Não acho que isso seja necessário. Eu tenho meu próprio lugar...

—Pelo contrário. —Smith recostou-se na cadeira e juntou os dedos. —Você tem um quarto na minha casa que você pode ter a oportunidade de usar. Você deve ter algumas coisas lá. É desnecessário dirigir por meia Londres para pegar roupas limpas.

Sua resposta puramente pragmática deixou um gosto engraçado na minha boca. Cruzei os braços sobre o peito e olhei para ele. —Você prefere que eu use esse quarto?

—Claramente, eu prefiro você nua na minha cama. Mas desde que você quer estabelecer limites, eu apenas apontei uma solução prática em que ambas as nossas necessidades podem ser satisfeitas. —Smith pegou uma pilha de pastas e se levantou. Com uma das mãos, ele abotoou o paletó antes de sair pela porta de seu escritório.

Eu podia ouvi-lo instruindo Doris sobre o que fazer com os arquivos, mas eu não me importei. Talvez eu estivesse sendo tão quente e fria quanto ele. Mas ele tinha que ver o quão ridículo era esperar uma mulher ir trabalhar no vestido que ela tinha usado numa boate na sexta-feira.

—Há também a questão. —Ele continuou quando reapareceu no batente da porta. —Ocasionalmente, posso querer ir a algum lugar que você necessite estar vestida de acordo, do que você o chamou? Fins de semana de roupa opcional. Mas se você preferir percorrer todo o caminho de casa sem calcinha, que assim seja. —Ele fez uma pausa, a meio passo e pegou minha mão. —E como eu não tive como dizer isso esta manhã. Bom dia.

Ele apertou seus lábios nos meus dedos, tentando escapulir com charme desta discussão. Isso não era para acontecer. Smith precisava entender que, independentemente do quanto ele me pagava, ele não podia esperar me engaiolar inteiramente, e que havia certas coisas que eu não cederia.

—Tendo sempre a usar calcinha em público. —Disse, sem me preocupar em esconder a nota cáustica na minha voz.

—Não em torno de mim. —Ele afundou em sua cadeira, um sorriso diabólico esculpido em seu rosto. —Quero sua buceta nua, e se eu encontrar alguma coisa cobrindo-a, eu vou arrancar.

—Espero que o seu subsídio de vestuário arque com novas roupas de baixo. —Me recusei a jogar seu jogo. Pelo menos, eu queria acreditar que eu podia recusar. Mas de alguma forma eu descobri que eu tinha dado alguns passos para mais perto dele.

Lá se vai à força de vontade.

—Não parece que você vai precisar de muitas. —Seu dedo indicador descansou cuidadosamente sobre os lábios.

O fogo ardia em meu núcleo. Tudo o que ele tinha a fazer era olhar para mim e eu estava pronta. Seria difícil defender a minha posição sobre quaisquer questões, se sua mera presença me transformava em uma poça de excitação.

Smith estava no controle desde o momento em que ele apareceu na Brimstone. Talvez ele precisasse de um gosto de seu próprio remédio.

—Mas quando você não estiver por perto. —Choraminguei, rondando mais perto dele. —Não estou certa se vou ser capaz de me controlar.

Smith arqueou uma sobrancelha quando eu me inclinei sobre a mesa, dando-lhe uma visão completa dos meus peitos.

—Eu me decepcionaria se você não pudesse. —Ele respondeu num tom sereno, mas eu peguei um vaso sanguíneo contraindo-se ao lado do seu pescoço.

—O que aconteceria se eu não pudesse? Se perdesse o controle? —Passeei ao redor da mesa e pulei para cima. Cruzando as pernas, dei-lhe o meu sorriso mais deslumbrante.

—Aconselho a nunca deixar que isso aconteça. —Suas mãos caíram para os braços de sua cadeira, e ele a agarrou, jogando sua parte superior do corpo perto de mim. O espaço entre nós foi ficando menor a cada segundo. —Ou eu a punirei.

—Punir? —Repeti, mais do que um pouco chocada ao ouvir um termo tão arcaico de seus lábios, apesar das nossas preliminares no fim de semana. —Você quer me bater novamente?

—Para começar. Então eu faria você chupar o meu pau até que você estivesse tão molhada, que imploraria para ele estar dentro de você. Mas você sabe o que acontece com meninas más e bonitas.

—Me esclareça. —Atirei as palavras, permitindo-lhes permanecer na minha língua muito mais tempo do que o necessário.

—Quando você me desobedecer, eu não posso te dar o que você quer. —Ele agarrou o grosso vulto em suas calças, acariciando para baixo o comprimento duro de seu pênis para dar ênfase. —Não posso te dar isso.

Eu não estava prestes a desistir tão facilmente, mesmo que o pensamento dele me negar o prazer deixou o meu coração mais acelerado. —Bom que eu tenha um namorado operado por bateria.

—Isso seria uma coisa muito travessa de se fazer. E você não precisa disso, não é? —Ele perguntou enquanto desabotoava o cinto. —Salvo que nós dois sabemos que você pode jogar com todos os brinquedos que você quiser, e eles nunca vão fazer você gozar como eu faço. Você se lembra como? Como você gritou?

Minha bunda deslizou mais sobre a mesa. Tentei fazer parecer proposital, mas a verdade era que eu estava perdendo o controle da situação, e eu estava perdendo rapidamente. Só havia uma coisa a fazer.

Agarrando a borda da mesa com as palmas das mãos, eu me empurrei para fora e imediatamente caí de joelhos. Lançando-me entre suas pernas, eu acariciava as costas da minha mão ao longo de seu comprimento quente.

Havia uma maneira infalível para recuperar a vantagem sobre um homem. Meus dedos habilmente desabotoaram a braguilha, mas antes que eu pudesse puxar para baixo o zíper, o telefone em sua mesa tocou. A mão de Smith disparou e pegou meu pulso enquanto a outra pegava o receptor.

Inclinei-me e apertei a boca na protuberância em suas calças, mas ele moveu a cadeira para longe. Com um movimento de seu queixo, ele murmurou. —Levante-se.

Eu puxei minha mão e continuei a trabalhar em sua calça, mas ele ficou de pé, quase me derrubando no processo.

—Não, estou indisponível para discutir a cláusula agora. Todos nós precisamos desta fusão tão bem quanto possível. —Ele disse ao telefone quando deu um passo para longe de mim.

A mensagem foi alta e clara. Meus avanços eram indesejados. Eu me levantei, um rubor de embaraço por todo meu rosto enquanto eu puxava para baixo minha saia. Smith se inclinou e rabiscou algo em um pedaço de papel.

Pelo menos se ele seria um idiota, ele iria se explicar. Mas quando ele me entregou a nota, havia apenas uma palavra rabiscada nele.

Café.

Filho da puta. Essa era a nota que eu queria passar de volta para ele. Em vez disso, eu amassei o pedaço de papel e saí de seu escritório, batendo a porta atrás de mim.

***

No momento em que eu tinha conseguido atravessar a fila no café da esquina, eu tinha considerado uma centena de maneiras diferentes para assassiná-lo. Envenenar seu café expresso parecia a mais fácil e mais poética, mas era definitivamente a maneira mais rápida de ser pega. Embora eu tenha pensado que um policial poderia me liberar quando ouvisse o meu raciocínio.

Smith tinha recusado o meu boquete.

O que era, obviamente, um motivo para algum tipo de reação extrema.

Parando na banca da esquina, peguei um exemplar da revista Tendência e comecei a folhear. Se eu não o envenenaria, eu teria a maldita certeza de que o café estivesse frio de bater os dentes.

Vingança era melhor servida fria, certo?

Um artigo sobre um vestidinho preto perfeito chamou minha atenção, e eu me lancei a ele. As páginas estavam grudadas, alterando o título do artigo para Bless16.

Eu sorri com o pensamento. Qualquer menina concordaria que o vestido preto era definitivamente uma bênção.

Enquanto isso, eu ignorava o toque estridente da minha notificação de mensagem, mas finalmente peguei o meu telefone da minha bolsa quando soou pela segunda vez. Mas não havia mensagens. Telefone errado. Peguei meu celular pessoal do fundo da minha bolsa, eu quase caí quando vi a nota de Edward.

EDWARD: Temos contrações! Indo para o hospital.

Virei-me, enfiando a revista na minha bolsa e quase derramando o café no processo.

—Senhorita! Senhorita! —O proprietário da banca de jornal apontou descontroladamente para minha bolsa.

—Ah, aqui! —Passei-lhe o café e peguei uma nota de cinco libras. Jogando para ele, corri pela rua antes que ele pudesse me dar o troco.

Eu estava quase no estacionamento quando meu celular começou a tocar com uma chamada recebida. Levei um momento para perceber que não era o do meu lado. Eu puxei meu celular de trabalho. O nome de Smith brilhou em toda a tela. Dei uma olhada e bati em recusar.

Então eu o desliguei completamente.


CAPÍTULO 14


Norris, o guarda da segurança pessoal de Alexander e velho amigo, me encontrou no estacionamento, guiando-me pelo enxame de pessoas bem-intencionadas e paparazzi que apareceram para o evento abençoado. Até onde eu sabia, apenas três pessoas estavam na lista de convidados. Eu, Edward e Alexander.

E o bebê, é claro.

Toda a frustração e embaraço que senti quando saí do escritório de Smith havia desaparecido, deixando apenas emoção que eu estava prestes a conhecer a minha nova, ainda que não oficial, sobrinha. Metade do Serviço Real de Segurança estava posicionada em várias entradas no St. Mary. Eu mal podia culpar Alexander após o ano que ele teve. Mas, apesar da segurança maciça disponível, ele estava uma bagunça quando me encontrou na porta.

—Como é que ela está? —Tentei espreitar em torno dele, mas Alexander pegou meu braço.

—Ela está tendo dificuldades. Eu finalmente a convenci a tomar alguma medicação para a dor.

Eu apertei o seu ombro em apoio. —Você deveria estar lá. Edward e eu esperaremos aqui fora.

—Na verdade, ela está bem cheia de mim no momento.

—Então você quer que eu vá e a lembre que você é o máximo? —Adivinhei.

Ele sorriu, mas o sorriso rapidamente saiu de seu belo rosto. —Ela não curtiu a minha piada sobre ser seu amo e senhor cinco minutos atrás.

—Ela deve estar com um monte de dor. —Não me preocupei em lembrar-lhe que ele tinha a colocado nessa bagunça em primeiro lugar.

—Olha, ela lidou com esta gravidez por muito tempo sem o meu apoio. Vou voltar lá em dez minutos quer ela queira ou não.

—Estou bem certa de que como Rei e governante da Inglaterra, você pode ir onde quiser.

—Não acho que ela gostaria que eu a lembrasse disso.

—Me dê alguns minutos. —Entrei antes que ele pudesse me manter lá por mais tempo. Alexander tornou-se o centro do mundo de Clara, mas ela era o centro de seu universo. Nem sempre apreciei sentir-me no meio disso, mas eu também não podia negar que ele a fazia feliz. Não importa quão frustrada ela estava com ele, não havia como ela passar por isso sem ele ao seu lado.

—Graças a Deus. O nível de testosterona no quarto estava começando a me fazer mal. —Clara anunciou quando entrei. Ela estendeu a mão para mim, assim que o monitor ao seu lado apitou. Clara soltou um grito estrangulado, sua mão ainda estendida, e sua outra segurando a barriga inchada.

Corri para o lado dela e tomei sua mão estendida, me perguntando se a contração foi tão dolorosa quanto o aperto de morte que ela tinha sobre meus dedos. —Respire.

Ela me lançou um olhar de advertência.

—Ou não. —Eu disse, sem rodeios. —Mas acho que não respirar não vai ajudar.

Clara exalou com força e caiu para trás contra a cama.

—Acho que você quebrou alguns dos meus dedos. —Informei, tentando dar vida de volta a eles.

—Desculpa. —Ela disse timidamente.

—Sem problemas. —Passei para ela um copo com pedaços de gelo que estava na mesa ao lado de sua cama. Minha experiência com parto era limitada ao que eu tinha visto em filmes. Até onde eu sabia, as mulheres gritavam, xingavam, e chupavam cubos de gelo. Havia ritos mais bizarros de passagem, mas não muitos, em minha opinião. —Agora, por que Alexander foi banido?

—Porque eu vou pegar isso. —Ela ergueu o equipo do soro. —E estrangulá-lo com ele. Ele parece ter esquecido qual de nós está produzindo este bebê.

—O que o médico disse? —Troquei o tema de seu marido rapidamente.

—Não estou dilatando rápido o suficiente. Eles me deram alguma pílula inútil para dor, e agora eles estão monitorando o bebê. Oh e uma enfermeira me disse que metade do maldito país está aí fora esperando eu empurrá-la para fora.

—Mantenha as coisas em perspectiva. —Disse suavemente. —Centenas de anos atrás, e eles estariam todos aqui observando você.

—Essa pode ser a única coisa que mudou para melhor. —Clara murmurou, recuperando o fôlego quando outra contração a atingiu. —Distraia-me.

—Eu dormi com Smith. —Deixei escapar a primeira coisa que veio à mente. Lá se vai guardar a notícia para mim.

—Eu sei. —Clara chorou. Quando ela ficou mole novamente, ela me deu um sorriso fraco.

—Notícias correm rápido.

—Edward disse que vocês dois praticamente transaram na pista de dança da Brimstone. —Ela disse sem fôlego —Edward é um canalha.

—Ele também disse que Smith quase lhe deu um soco. —Clara lançou-me um olhar aguçado

—Sim, Edward e eu estávamos dançando muito sugestivamente. Smith deveria ser a única pessoa na Inglaterra que não tinha ouvido que o príncipe é gay.

—Eu sou? —A voz profunda de Alexander soou quando ele apareceu na porta. —Então como chegamos a esta situação?

O efeito de sua presença em Clara foi imediato. Apesar de sua conversa sobre estar cansada de seu excesso de proteção, todo o seu rosto mudou quando ele entrou. Ele iluminou o quarto. Mesmo quando ela estava irritada com ele, ele ainda tinha esse efeito sobre ela.

Foi um dos primeiros sinais de aviso para mim, que Philip e eu não nos encaixávamos. Eu tinha escolhido ignorar na época. Agora eu me perguntava como eu nunca fui capaz de ver isso. Talvez porque eu estava tão desesperada para encontrar alguém que me amasse, mesmo que só uma fração do quanto Alexander amava Clara.

Uma enfermeira seguiu Alexander para o quarto e me enxotou para fora. —Preciso verificar o seu progresso. Você pode voltar em um minuto.

—Vou encontrar Edward. —Apertei a mão de Clara, mas quando eu fui soltá-la, ela agarrou mais forte.

—Não sei se eu posso fazer isso. —Ela sussurrou.

—Pelo menos um de nós sabe, porque eu sei que você pode. —Eu lhe dei um beijo rápido na bochecha e virei para Alexander.

—Tente não irritá-la.

—Acho que eu perdi a chance há nove meses. —Ele murmurou.

Eu o empurrei em direção a ela. Na minha experiência, nenhum deles poderia ficar com raiva do outro por muito tempo.

***

Os corredores do St. Mary estavam vazios. Toda a área tinha sido esvaziada com acesso limitado a funcionários e visitantes. Meu celular vibrou, e eu peguei uma mensagem de Lola.

LOLA: Madeline está ameaçando alienação parental, se não for admitida.

BELLE: Você quer que eu fale com Clara? Ela pode deixá-la entrar.

LOLA: Definitivamente não. Não há analgésicos suficientes no mundo para conseguir isso de Clara. Eu a tenho sob controle. Mas deixe-me saber o que está acontecendo lá dentro.

Eu prometi a ela que iria e, em seguida, continuei minha busca por Edward. Dando a volta num canto, avistei-o em um saguão. Seu noivo David sorriu para mim quando eu entrei com as mãos plantadas em meus quadris.

—Você está se escondendo? —Acusei.

—Fraldas. Mamadeiras. Eu não sirvo para nada disso. —Edward explicou. —Mas estive lá por dez minutos, e isso foi mais do que suficiente.

—Ele me disse estar contente que nenhum de nós pode dar à luz. —David me disse.

—Nem com uma barriga de aluguel? —Perguntei.

Ambos responderam ao mesmo tempo.

—Talvez.

—Não vamos ter filhos.

Eu coloquei minhas mãos em sinal de rendição. Aparentemente, eu estava começando brigas por toda Londres hoje.

—O que quer dizer com não vamos? —David exigiu.

—Você viu como minha família é fodida?

David cruzou os braços e sorriu quando ele balançou a cabeça. —Se bem me lembro, Alexander disse a mesma coisa sobre crianças.

—Abençoadamente, você não pode engravidar. —Edward mordeu.

—Esta não é a última vez que nós discutiremos isso. —David avisou quando se levantou. Ele me deu um abraço antes de dirigir-se para a porta, falando por cima do ombro. —Ponha algum juízo em Sua Alteza.

—Aparentemente esse é o meu título oficial de trabalho do dia: A que põe juízo na Monarquia. —Fiz uma careta. —Exatamente como eu acabei sendo melhor amiga da metade da família real? Metade de vocês é completamente inclinada para a confusão.

—Como vai? —Edward perguntou. Ele deu um tapinha no assento agora vazio ao seu lado.

—Acho que estaria melhor se minha vida fizesse sentido. —Admiti. —Não sei como eu poderia oferecer conselhos quando estou ocupada fazendo todas as escolhas erradas.

—As coisas não vão bem com Smith? —Edward adivinhou, envolvendo um braço em mim.

Eu balancei a cabeça, apoiando-me nele. —As coisas nunca foram muito boas com Smith.

—Gostaria de ter seus problemas. —Edward brincou.

—Vou trocar com você. —Eu ofereci. —Acho que David e eu teríamos lindos bebês.

—Mantenha suas mãos longe do meu homem. —Edward simulou um aviso. —Além do mais, vocês pareciam bem envolvidos um com o outro na outra noite.

—Pensei que sim. —Pelo menos, eu poderia falar sobre isso com Edward, sem lhe dar todos os detalhes sujos. Normalmente eu poderia ter tentado falar com Clara, que sabia uma coisa ou duas sobre como se envolver com um homem complicado, mas ela tinha outras coisas com que se preocupar no momento. —Eu não sei. Ele é tão exigente.

—No quarto? —Edward perguntou, com os olhos brilhando maliciosamente.

—Em toda parte. —Não acrescentei que nenhuma parte minha incomodou-se com sua atenção compulsiva aos detalhes entre os lençóis.

—Bem, eu aprendi o quão difícil pode ser ver o casal do momento. —Edward fez uma pausa, esfregando o queixo, pensativo. —Acho que você tem que decidir se você vê um futuro com ele.

—Não o conheço bem o suficiente. —Admiti. —Mas não me importaria de passar um par de semanas em sua cama.

—Então deixe esse limite claro. Olhe, Belle... —Edward inclinou-se e apertou meu joelho. —Ambos sabemos que você pode ser um pouco resistente à ideia de um relacionamento.

Eu bufei. —Pode me culpar?

—Nenhum pouco, mas não fique tão presa em manter as coisas seguras, porque você pode perder as oportunidades. Pegue o exemplo do cara que fez o seu namorado fingir ser apenas amigo por anos.

—Sim, você pode não ser a melhor pessoa para dar conselhos sobre relacionamentos agora que eu penso sobre isso. —Brinquei.

—Eu me emendei!

Nós dois ríamos quando David colocou a cabeça para dentro.

—Eles levaram Clara para a cirurgia.

Eu estava de pé em um instante. —Está tudo bem?

—O bebê está mostrando sinais de aflição.

Ele não teve que dizer mais nada antes de todos voltarmos para seu quarto. Chegamos bem a tempo de vê-los levando-a para o corredor.

—Belle! —Ela chamou meu nome freneticamente.

Corri até ela.

—Se algo acontecer...

—Nada vai acontecer. —Alexander interrompeu.

—Se algo acontecer. —Ela continuou, lágrimas brilhando em seus olhos. —Leve-a as compras. Ela vai ter um pai fantástico. Eu quero ter certeza que ela tenha algum tempo de menina, apesar de tudo.

Eu engoli minhas próprias lágrimas que ameaçavam derramar pelo meu rosto. Eu não tinha necessidade de incentivá-la, mostrando que eu estava com medo. —Vamos levá-la às compras. Quem você acha que te ensinou como se vestir? Ou você já esqueceu?

—Senhora. —O médico interrompeu. —Precisamos levá-la pelo corredor.

Os olhos de Alexander encontraram-se com os meus, e então ele estava correndo ao seu lado, as mãos entrelaçadas. Sua boca estava movendo, mas mesmo que eu não pudesse ouvir o que ele estava dizendo, eu podia imaginar.

A vida não pode ser contada por alguns momentos, mas isso era apenas porque em momentos como este, as horas pareciam estender-se. Edward e eu nos revezamos na entrada da sala cirúrgica. Ninguém nos disse quanto tempo isso poderia levar.

—Ela vai ficar bem. —David assegurou para nós, enquanto esfregava o ombro de Edward. Meu amigo pegou suas mãos e segurou-as firmemente.

Nós já tivemos tantas perdas este ano. Parecia que cada momento de alegria era ofuscado pela tragédia e horror. Meu noivado cancelado. O ataque no casamento que resultou na morte do pai de Edward. O acidente de carro. Parecia que o destino continuava tentando levar Clara de todos nós.

Ela poderia ter se cansado da obsessão de Alexander em relação a sua segurança ao longo das últimas semanas, mas pessoalmente eu estava feliz que ele estava lá agora. Tenho certeza de que mesmo morto, ele não poderia ser impedido de chegar até ela.

Atrás de nós, uma porta se abriu, e todos nós viramos na esperança de finalmente ter alguma novidade. Mas, em vez de um médico, Smith ficou lá com a gravata afrouxada e seu cabelo despenteado.

—Como diabos você entrou aqui? —Exigi. Eu não o queria aqui. Agora não. Não enquanto eu estava me sentindo vulnerável, e certamente não depois de como ele tinha me dispensado hoje cedo.

Ele levantou uma sacola. —Eu trouxe um pouco de comida.

Eu cruzei com ele, meus braços cruzados sobre o meu peito. —Isso não explica como chegou aqui.

—Represento alguns dos médicos aqui. —Ele explicou. —Pedi um favor.

—Você deveria tê-lo guardado, porque eu não quero você aqui.

—Que pena. —Ele disse com desdém. Ele mudou seu foco para Edward. —Eles me disseram que ela está em cirurgia por cerca de meia hora?

—Sim. —Os olhos de Edward estreitaram-se. A memória de Smith pode ser curta, mas a de Edward claramente não era, ele se lembrava de seu confronto no Brimstone.

—Teremos notícia em breve. Demora um tempo ter tudo costurado de volta.

Meu estômago embrulhou com o pensamento. Eu odiava que a minha melhor amiga estava lá e eu não podia estar. Então, novamente, claramente eu não tinha a constituição para estar ao lado dela.

Peguei Smith pelo braço e arrastei-o para o canto. Todos tinham o suficiente com que se preocupar, sem acrescentar a nossa insignificância à lista.

—Como você sabia onde eu estava? Esta é a segunda vez que misteriosamente apareceu onde eu estou. —Ele me encontrou na Brimstone também. Ou ele realmente podia ler minha mente, ou eu provavelmente deveria pensar em uma ordem de restrição.

—Sua tia me disse onde estava na sexta-feira. —Ele explicou, puxando a manga da minha mão e alisando-a de volta. —E hoje? Bem, poderia ter sido mais difícil de descobrir se cada meio de comunicação não estivesse relatando que sua melhor amiga estava parindo a próxima monarca do país.

—Obrigada pela comida, mas não estou com fome. —Comecei a me virar, mas ele deu um passo mais perto, virando-me.

—Aquele era um telefonema importante mais cedo. —Ele explicou. —Eu seria incapaz de me concentrar com os seus lábios em torno de meu pau.

—Eu prometi nunca o incomodar dessa forma novamente.

Ele inclinou a cabeça. —Goste ou não, você trabalha para mim, Belle. Às vezes eu tenho que lidar com as coisas de forma privada.

—Você me disse que eu estaria lá para tudo. —Lembrei. —Mas a verdade é que você não me mostrou uma coisa sobre si mesmo. Eu não sei nada sobre você, Smith.

—É preciso tempo para conhecer alguém. —Mas seus olhos mentiam.

—Sim, precisa, mas você tem que mostrar a verdade. —Lembrei-lhe suavemente.

Smith inclinou-se mais perto até que seus lábios roçaram meu ouvido. —Você já me mostrou tudo?

Eu me afastei. Ele atingiu um nervo que eu não queria hoje. Ou nunca. Era melhor deixar algumas memórias no passado. O que eu não conseguia superar era que ele propositadamente mantinha certos elementos do seu negócio de mim. Eu poderia entender a confidencialidade de cliente, mas ele não quis responder a uma pergunta simples sobre que tipo de lei se especializou. Agora ele estava tentando torcer as minhas palavras. Assim como um advogado. —Eu tenho experiência suficiente com os homens virando as costas para mim. Eu não estou interessada nesse jogo, Sr. Price.

—Vou deixar isso aqui. —Ele colocou a sacola em uma cadeira próxima. Inclinando a cabeça educadamente na direção de Edward e David, ele virou-se para ir embora. —Pegue alguns dias de folga, senhorita Stuart. Passe algum tempo com sua amiga. Tenho certeza de que ela precisa de você mais do que eu.

Eu não tinha certeza do que mais me atingiu: que ele tinha me dispensado ou que ele me deixou ganhar.

—Punheteiro! —Gritei quando a porta se fechou atrás dele.

—Essa é a segunda vez que alguém grita isso para mim hoje. Lá se vai comandar com respeito. —Alexander disse atrás de mim.

Virei-me, não percebendo que a minha ceninha tinha atraído mais de uma multidão. Mas toda a minha fúria evaporou-se quando vi um pequeno embrulho rosa em seus braços.

—Elizabeth, conheça a sua tia. —Alexander murmurou, trazendo-a para mim. —Ela tem uma boca muito suja.

Eu cutuquei suas costelas. —Você que diz, papai. Como está Clara?

—Em repouso. —Ele disse, seus olhos nunca deixando sua filha. —Ambas perfeitas.

O olhar em seu rosto disse tudo. Seu mundo tinha ficado um pouco maior. Ele tinha mais poder e dinheiro do que a maioria de nós jamais poderia sonhar, mas tudo o que importava para ele era a menininha em seus braços, e a mãe dela no corredor.

Meu coração apertou. Isso era o amor. Enquanto cuidadosamente pegava Elizabeth dele, eu experimentei o meu próprio despertar.

Eu sabia o que era amor. Eu tinha visto isso. Eu o senti agora pelas pessoas nesta sala. Talvez isso fosse mais do que algumas pessoas teriam na vida, e realmente, isso não era o suficiente?

Voltei a olhar para Alexander e vi a alegria pura escrita em seu rosto.

Nem todo mundo poderia ter o felizes para sempre. Clara e Alexander mereciam o deles. Eu me certificaria de que minha afilhadinha não fosse vítima da ideia de contos de fadas.

—Era uma vez, uma linda princesa. —Sussurrei, dando um beijo na sua testa cor de rosa macia. —E ela poderia fazer o que quisesse sem um homem...


CAPÍTULO 15


Passar a semana segurando a nova adição à minha vida fez maravilhas para a minha alma, mas fez pouco para acalmar a dor da ausência que eu sentia em outros lugares. Smith tinha enviado comida e flores, mas ele não tinha se mostrado novamente no hospital. Eu tinha sido grata por isso. Ele tinha me dado o tempo que eu precisava para perceber o erro que eu tinha cometido, deixando-o entrar em minha vida, ou pelo menos em minha calcinha.

Na sexta-feira, Clara estava de volta em casa, ajustando-se à sua nova vida como mãe, e eu tive que enfrentar o meu chefe.

Chefe, eu me lembrei. Foi aí que começou nosso relacionamento, e era aí que ele precisava acabar. Se eu não pudesse controlar meus sentimentos por Smith, eu teria que ir embora. A renda que eu teria por algumas semanas seria suficiente para erguer o meu negócio, e se trabalhar para ele significava continuar a colocar meu coração em perigo, então eu teria de encontrar outra maneira para erguê-lo.

Seu rosto não registrou nenhuma emoção quando eu caminhei até sua mesa e entreguei-lhe uma xícara de café preto na sexta-feira de manhã. Ele parecia bom. Bom demais, e eu silenciosamente o amaldiçoei por usar um terno azul-marinho com riscas de giz, que se encaixava em seu corpo atlético como uma luva. Seu cabelo estava penteado para trás, e eu ansiava por embaraçá-lo. Eu tinha visto como ele ficava depois que minhas mãos o agarravam enquanto ele me fodia. Parte de mim sentia saudade disso. Eu sentia saudade da besta primitiva, crua, que tinha assumido o meu mundo. Mas Smith era um lobo que se escondia em um terno de três peças sob medida. Então por que eu estava tão determinada a oferecer-me como sua próxima refeição?

—Vou pegar seus ternos na lavanderia esta tarde. Arranjei a cobertura no Plaza para quando você estiver em Nova York no próximo mês. —Continuei a recitar a lista de coisas que eu tinha resolvido ou resolveria até de tarde.

—Pode pedir para Doris arquivar isso para mim? —Ele me passou uma grande pilha de pastas.

Eu não sabia o que esperar quando eu voltasse hoje. Eu esperava desejá-lo. Parte de mim se perguntava se eu cairia em seus braços. Eu não esperava o profissionalismo distante que ele estava exibindo agora. Não depois que ele gastou uma pequena fortuna com entrega de alimentos e presentes no hospital.

—Existe alguma outra coisa? —Ele perguntou, batendo o queixo com o dedo indicador, impaciente.

Era como se nada tivesse acontecido entre nós. Mas se Smith pensou que ele poderia simplesmente ignorar o que tinha feito, e as linhas que nós tínhamos cruzado, ele teria uma surpresa.

—Vamos deixar uma coisa clara. —Eu chiei, segurando a pilha de pastas em meus braços firmemente. Algo picou o meu dedo indicador, e eu percebi que tinha me cortado no papel, mas o corte insignificante era um desconforto e apenas um lembrete de que os homens eram iguais à dor. —Eu te odeio.

Smith recostou-se na cadeira de couro e cruzou os braços atrás da cabeça, olhando-me com um sorriso arrogante. —Você sempre deixa as pessoas que você odeia fodê-la, Belle?

O que eu não daria para limpar esse sorriso maroto de seu rosto, mas isso me colocaria em proximidade perigosa dos seus lábios. Infelizmente, eu não confiava em meu corpo para não me trair, especialmente porque sabia os orgasmos alucinantes que ele era capaz de me dar. —É exatamente o termo certo. —Disse, propositadamente ouvindo mal. —Eu odiei cada minuto.

Houve uma pausa após as palavras saírem dos meus lábios. O escritório estava inteiramente tranquilo, nenhum de nós moveu-se. Nenhum de nós respirou. Era um silêncio perigoso. O tipo que se seguia a uma mentira. Os minutos pareciam se arrastar até a mão de Smith balançar, varrendo toda a papelada de sua mesa, e enviar sua luminária voando pela sala. Ele estava de pé antes que eu percebesse sua reação. Desta vez, quando seus dedos atacaram, eles pegaram a cintura da minha saia enquanto me puxava contra ele, batendo as pastas no chão.

—Não minta. —Ele me avisou. —Não minta para mim.

—Eu te odeio. —Suspirei, mesmo com as palavras engasgadas na minha garganta. Ele podia ouvir meu coração batendo? Era como se ele fosse explodir do meu peito. Meu corpo estava atado num estranho coquetel de ódio, luxúria e esperança.

Smith empurrou-me para baixo, de modo que eu estava sentada em cima de sua mesa. Seu telefone começou a tocar, mas eu mal registrei quando ele alcançou debaixo da minha saia e puxou a minha calcinha.

Era agora que eu deveria dizer não. Atingi-lo. Gritar. Mas eu percebi então que eu não queria nada disso. Eu não queria negar-lhe. Eu só precisava que ele me mostrasse que ele ainda me queria após a nossa briga no início desta semana.

E agora que ele tinha mostrado, eu podia ver o quão estúpida foi nossa briga. Eu fui petulante. Ele foi condescendente. Nós precisávamos fazer as pazes e esta era a maneira perfeita.

Ele não perdeu uma batida quando clicou no botão alto-falante do seu telefone do escritório. Seus olhos treinados em mim, e a intensidade de seu olhar fez minha respiração ficar superficial ao reparar na sua calça estufada. Pisando entre as minhas pernas, ele abriu minhas coxas mais amplamente quando ele pegou o lenço amarrado frouxamente ao redor do meu pescoço. Trazendo-o para os meus lábios, ele segurou-o lá até que minha boca se separou de bom grado como as minhas pernas. Mordi o nó, grata por ter alguma coisa para abafar os suspiros que eu sabia que estavam chegando.

—Hammond. —Ele disse em um tom cortante, sua mão deslizando debaixo da minha saia. —Eu estava sob a impressão de que conversaríamos durante o jantar hoje à noite.

Ele traçou ao longo da minha abertura, seu toque como uma pluma formando uma piscina de umidade jorrando para recebê-lo. Minhas pálpebras fecharam enquanto eu esperava, abrindo em convite, para que ele me fodesse como bem entendesse. Tudo o que importava era que ele enchesse esta dor desesperada em meu núcleo. Mas a outra mão curvada em volta do meu pescoço apertou, forçando os meus olhos a abrirem. Meu olhar assustado encontrou o seu. Não havia dúvida de quem estava no comando aqui, então quando ele retirou a mão, ele murmurou. —Olhos abertos.

—Eu só queria discutir nossos planos. —Hammond respondeu. —Este é um momento ruim?

Graças ao nó bloqueando minha boca, eu não podia gritar “sim”, mas Smith apenas sorriu maliciosamente para mim e balançou a cabeça. —É o momento perfeito.

Smith empurrou um dedo entre minhas dobras molhadas e circulou meu botão inchado, arrancando um gemido sufocado dos meus lábios.

Oh deus, eu o queria dentro de mim. Eu queria que este jogo torturante de preliminares que tínhamos passado juntos chegasse ao fim. Eu queria ser fodida, e Smith sabia disso, e é por isso que ele continuou seus golpes provocantes ao longo da minha buceta. Eu era um animal preso, encurralado por um predador que eu não tinha esperança de escapar, porque eu não queria ser libertada. Eu queria ser devorada.

—Quero que esta reunião seja entre nós dois. —Hammond informou. —Deixe seu brinquedo em casa.

Eu estava vagamente ciente do fato de que eu era a que estava sendo desconvidada, mas eu não me importei. Eu não poderia me importar com isso no momento. Não com os dedos de Smith trabalhando sua mágica inteligente sobre meu clitóris. O homem era irritante. Ele era um conhecedor da lenta chama, e eu estava aprendendo rapidamente que ele não se importava de tomar o seu tempo quando se tratava de prazer. O que ele não parecia entender, é que às vezes uma menina precisava de uma transa rápida, áspera.

—Senhorita Stuart é minha assistente. Ela vai quando e onde eu digo a ela. —Seus olhos pousaram nos meus, e a implicação estava clara. Ele não estava falando com Hammond agora. Ele estava me instruindo. Eu não sairia até que ele dissesse que eu podia.

—Este é um assunto privado. Garanto-lhe que você não terá nenhuma necessidade dela. —Hammond argumentou, ficando agitado, mas ainda tentando manter a calma. Eu reconheci o som disso, porque era exatamente como eu me sentia.

—Eu sempre tenho necessidade dela. —O dedo de Smith mergulhou dentro de mim, seguido por outro. Ele os girou e me fodeu, levando-me cada vez mais perto do abismo. Agarrei-me por pura força de vontade, não me permitindo gozar ainda. Minhas mãos seguravam à beira da sua mesa freneticamente, em busca de uma âncora, enquanto o seu toque me levava à deriva no mar. A água estava calma, mas a corrente avisava que viriam ondas, do tipo que se aproxima, te puxa para baixo e te segura lá.

O tom de Hammond mudou de um executivo para um venenoso instantaneamente. —Necessito lembrá-lo de que ela está ligada a algumas pessoas muito importantes.

Smith moveu-se para frente, pressionando seu peso contra o meu corpo quando a ponta do polegar caiu sobre o meu clitóris novamente. Um tremor atingiu meu corpo, e minhas pernas enrolaram na sua cintura. Sua respiração estava quente no meu rosto, os lábios a centímetros do meu. Eu desejava beijá-lo, para fechar a lacuna que sempre existia entre nós. Entre as suas palavras e o impulso magnético de seu corpo, isso parecia possível. Mas não foi, especialmente dado o lenço preso entre os dentes. Não, outro beijo era perigoso de muitas maneiras. Beijos criavam expectativas, e eu não ousava esperar qualquer coisa de Smith Price.

Ele estava me enviando mensagens contraditórias: controlando-me, controlando meu corpo. Protegendo-me enquanto estava longe. Mantendo-me perto, mesmo quando me afastava. E talvez eu estivesse lendo errado também. Talvez ele estivesse tentando me dizer e foi perdida na tradução confusa pelo prazer inebriante que ele estava jogando em mim.

Smith inclinou-se e roçou os lábios brevemente sobre a minha testa enquanto aumentava a pressão de sua mão entre minhas pernas. —E agora ela está ligada a mim.

Estava em sua voz, o comando para gozar, e eu mergulhei de cabeça em sua tempestade. O prazer me golpeou, invadindo meus membros, até que minha pele parecia que rasgaria com a pressão, e então... A libertação. Culminei em rajadas, segurando a mesa enquanto minhas pernas fechavam-se como uma armadilha suspensa em torno de seu corpo. Os dedos dentro de mim, a mão continuando o cerco incansável, foram as minhas âncoras. Todo o meu ser estava centrado em torno dele, e o prazer que ele poderia me dar.

Ou me recusar.

Eu podia ouvir a voz na outra linha, mas tinha desaparecido, perdida no excesso de sangue e feromônios correndo em mim enquanto eu suportava cada onda e batida. Smith murmurou algo que eu não podia compreender, e apertou o botão no receptor. Em um movimento rápido, ele puxou o lenço da minha boca, libertando meus suspiros finais de prazer. Ele segurou o lenço solto pelo nó e chamou-me para frente. Não houve resistência, não enquanto ele me tinha para todas as intenções e propósitos. E, certamente, não enquanto eu ainda estava pulsando com a lembrança de seu toque.

O orgasmo só tinha conseguido me fazer desejá-lo mais. Todas as razões racionais para ficar longe dele, para me manter emocionalmente afastada, desapareceram quando ele me puxou rudemente aos lábios, ainda segurando o lenço. Ele me soltou, mas ainda me tinha enjaulada. E a cada dia, a possibilidade de fuga, a possibilidade de deixá-lo, ficava mais incompreensível. Ele não podia ver que não precisava me prender? Controlar-me? Que estava me tornando sua?

Que eu já era sua?

Nossos lábios chocaram-se, e eu me perdi nele. Resistir a ele era como segurar a minha respiração, e este beijo era o nó na garganta após sua liberação. Eu queria engoli-lo, consumi-lo, deixá-lo infectar meu sangue, e Deus, eu esperava que ele se sentisse da mesma maneira.

Ele se afastou um pouco, sua boca ainda pairando na minha, e reforçou seu domínio sobre o lenço até que não havia nenhuma folga mais. Meus quadris contorceram para frente para buscar o contato com ele. O orgasmo tinha sido alucinante, mas não totalmente satisfatório. Sua proximidade juntamente com os pontos onde nós tocamos só me fez querer mais.

—Você gostou quando eu joguei com você. —Seus dentes mordiscaram meu lábio inferior, enviando um choque de desejo através de mim. —Você é uma boa menina. Sempre fazendo o que eu digo. Sinta o quão duro me deixa.

Arranquei os dedos da beira da mesa e agarrei a ereção na sua calça. Ele estava firme e quente, e eu involuntariamente acariciei o comprimento duro, imaginando como seria a sensação dentro de mim. Smith gemeu e pressionou mais perto enquanto desabotoava a calça com a mão livre.

—Vou fodê-la, Belle. —Ele rosnou. —E eu não vou ser gentil. Eu vou-te foder forte.

Eu abri minha boca para acolher o lenço, sabendo que eu precisaria dele para abafar meus gritos, mas ele balançou a cabeça.

—Eu quero ouvi-la enquanto meu pau está dentro de você. Sem retenção ou eu vou puni-la.

—Punir? —Repeti, meio receosa e meio esperançosa.

—Você gosta assim, não é? —Ele perguntou enquanto empurrava para baixo sua cueca boxer, permitindo-me uma visão completa do seu comprimento generoso.

Eu fiquei mais molhada com a visão e com o pensamento do que um verdadeiro castigo de Smith poderia acarretar.

—Depende. —Eu desviei.

—Eu te bati antes.

Um rubor rastejou sobre minhas bochechas e eu assenti. —Apenas de brincadeira.

—Desta vez não vai ser de brincadeira. —Ele disse em voz baixa enquanto meus dedos se fecharam sobre seu eixo. Ele balançou contra meu aperto, acariciando-se com o meu punho fechado. —Isso vai queimar, doer e eu não vou parar até que sua bunda toda esteja bem rosadas. Você não será capaz de sentar-se sem se lembrar de minhas mãos.

Oh meu Deus. Eu me abstive de virar e apresentar minha bunda para ele. Eu queria saber como seria a sensação de ser completamente possuída por ele, sabendo que qualquer verdadeira dor que eu experimentaria em suas mãos seria acompanhada por prazer. Eu precisava de suas mãos sobre mim violentamente, apaixonadamente, de qualquer forma que eu pudesse tê-las.

Seus olhos estavam cheios de luxuria, como se ele pudesse ouvir o que eu estava pensando. —Ainda não. Você não ganhou um castigo.

—O que eu ganhei? —Perguntei em voz ofegante.

—Isto. —Ele balançou contra minha mão, enviando o seu pau aveludado e quente contra a palma da minha mão. Ele agarrou meu quadril, cravando as unhas em minha carne tenra e pedindo-me por mais. Meu lenço deslizou frouxamente ao redor do meu pescoço, ainda agarrado por Smith. Sua palma se abriu em minhas costas, e ele me empurrou para baixo, achatando os seios contra a superfície fria, lisa.

—Abra as pernas e me mostre sua buceta. —Ele pediu.

Minhas pernas separaram-se por vontade própria. Eu estive com outros homens, mas nenhum deles jamais havia produzido tais reações devassas em mim. Eu não poderia recusar o seu pedido, mesmo eu sentindo um formigamento de constrangimento quando me coloquei em exposição.

—Eu disse a você sobre como eu queria transar com você no dia que nos conhecemos. —Ele me lembrou enquanto me cutucava, abrindo minhas dobras. Ele parou ali, me torturando com uma paciência que eu não partilhava. —Eu queria torcer aquelas pérolas bonitas em torno do seu pescoço assim. —Ele puxou o lenço acentuadamente. —E assistir seus lábios vermelhos suspirarem por ar, enquanto eu comia você. Eu queria saber se eu poderia transformar uma boa menina em uma menina má. Você provou-me que eu posso, não foi?

Ele já sabia a resposta. Ele já sabia como minar o meu autocontrole. Tudo o que ele tinha a fazer era pedir e eu era dele. Meus gritos. Meu corpo. O meu prazer. Tudo pertencia a ele desde a primeira vez em que ele pôs os olhos em mim.

—Coloque as mãos atrás das costas. Eu estou no controle.

Fiz o que me foi dito, cruzando os pulsos por cima do meu cóccix, e inclinei a cabeça para que a minha bochecha repousasse sobre a mesa. Eu podia vê-lo com o canto do meu olho, ainda em seu terno, a gravata ainda atada ao pescoço.

—Vou-te foder forte. —Seu pau deslizou uma fração de centímetro dentro de mim, esticando meu buraco até que uma dor consumiu meu núcleo. —Você vai passar o resto do dia cheia do meu gozo, e você vai sentir isso. Você quer?

Eu balancei a cabeça, meus dentes instintivamente encontrando meu lábio inferior.

Smith puxou o lenço, levantando minha cabeça da mesa. —Responda-me quando eu fizer uma pergunta. Devidamente.

—Sim, senhor. —Suspirei quando o meu coração disparou, já antecipando o que estava prestes a acontecer.

—Oh, Belle... —Ele me empurrou gentilmente de volta para a mesa. —Adoro quando você me chama pelo devido nome. Isso me lembra de que você é uma senhora, mesmo quando você está sendo uma vadia. Isso me diz que você sabe a quem você pertence e o que eu espero. Seu comportamento merece uma recompensa, então me peça o que quiser.

Lambi meus lábios, meus olhos fechando-se em expectativa. —Eu quero que você me foda, Senhor.

Minha resposta foi recebida com uma bofetada em minha bunda.

—Peça. —Ele repetiu.

—Por favor, você vai me foder, Senhor? —Gritei quando o calor da sua repreensão espalhou através da minha parte inferior.

—Sim, Belle, eu vou. —Ele empurrou seu comprimento rudemente, até que ele estava batendo dentro de mim. Seu domínio era forte sobre o lenço, levantando minha cabeça até que eu estava olhando cegamente para o teto, muito perdida na batida rítmica para não ver nada, além de estrelas. Sua outra mão deixou meu quadril e fechou sobre meus pulsos. Smith me puxou para trás, levantando-me mais alto para que meus seios saltassem contra a madeira fria. Ele mergulhou dentro e fora, alternando entre estocadas lentas e violentas que levantaram meus pés do chão. Seu ritmo acelerou, assim como a minha respiração, até que eu não conseguia mais segurar meus gritos. Eles derramaram dos meus lábios em soluços angustiados.

Era demais. O controle. A maneira como ele dominou cada centímetro do meu corpo e mente. Era tudo o que eu sempre quis e nunca soube que precisava.

Smith dirigiu fundo, incrivelmente profundo, e enterrou-se contra o meu colo macio. Circulando seus quadris, ele empurrou minhas costas com meus pulsos fixos, e manobrou o meu corpo de modo que o meu clitóris pressionou contra a borda de madeira de sua mesa. Cravando no meu botão pulsante. Então ele começou a me foder novamente com precisão deliberada, moendo quando eu inchei sobre seu pênis. Minha mente ficou em branco, exceto pelas vibrações de prazer que explodiam do meu núcleo e percorriam meu corpo. Havia apenas seu pênis. Só ele.

—Goze. —Ele ordenou bruscamente. Com a voz tensa da proximidade de seu próprio clímax. —Eu quero ouvi-la. Quero que todo mundo neste edifício ouça e saiba que você pertence a mim agora.

Como que para provar seu ponto, seu corpo esmagou contra o meu, me empalando em seu pênis. Minha cabeça caiu para trás, permitindo que seus lábios acessassem o meu pescoço quando um grito rasgou minha garganta. Eu quebrei juntamente com o uivo, êxtase derramando de mim e inflamando os nervos que rasgavam toda a minha carne.

Smith rosnou, seus dentes afundando na curva do meu pescoço, quando os primeiros jatos quentes atingiram a minha entrada golpeando meu ventre. Sua mão soltou meus pulsos, permitindo que eu me apoiasse antes de cair para frente. E então a plenitude de seu membro desapareceu, substituída pelo último jorro de sua semente no meu cóccix.

A sensação dele permaneceu dentro de mim. Antes dele, eu nunca tinha permitido um homem gozar em qualquer lugar, além da minha boca. Agora eu desejava que Smith me marcasse todos os dias. Ele deu um passo para trás, e senti seus olhos examinando seu prêmio, mas eu estava em êxtase para me mover. Não que as minhas pernas estivessem estáveis o suficiente para me segurar de qualquer maneira. Seus dedos deslizaram por toda a minha abertura inchada, me espalhando para que a evidência de seu clímax vazasse pelo meu sexo.

—Você sentiu isso? —Ele perguntou em um tom rouco. —A sua buceta está cheia do meu gozo. A quem você pertence?

—A você, Senhor. —Murmurei, a produção de pensamentos completos ainda era bastante difícil.

Smith deslizou um braço sob o meu tronco e virou-me. Virei para ele, esfregando o rosto contra o paletó, e respirando seu perfume picante. Ele empurrou minha saia para baixo e me puxou mais perto, inclinando meu queixo para cima para que os nossos olhos se encontrassem. A fome que havia brilhado em seus olhos estava saciada, e ele me beijou suavemente.

—O carro vai buscá-la às sete.

Pisquei, tentando limpar a imprecisão na minha cabeça. —Pensei que não fui convidada.

—O seu lugar é ao meu lado. Eu senti falta de ter você lá esta semana, e eu não vou ficar sem você esta noite. —Não havia dúvidas na finalidade de suas palavras, e eu não estava prestes a discutir. Não quando era exatamente o que eu desejava ouvir. —Esteja pronta às sete.

—Estou sempre pronta para você. —Corei enquanto falava. Não haveria dúvidas sobre o que eu quis dizer.

—Fale assim e vou tê-la dobrada sobre esta mesa. —Ele disse rispidamente. —E ambos temos trabalho a fazer.

Ele me soltou e eu desviei o olhar, de repente, tomada por timidez. Ainda havia tanta coisa que eu não sabia sobre Smith, tanto que eu não entendia sobre ele e seu trabalho, e ainda assim eu tinha me dado totalmente a ele. Ele descansou a mão na parte inferior das minhas costas, e eu podia sentir que ele queria me tranquilizar. Nenhum de nós falou enquanto eu abotoava minha blusa, mas quando acabei, ele inclinou-se, sua boca roçando minha orelha.

—É um jantar formal. Use meias e saltos altos o suficiente para que eu possa-te foder quando precisar, mas deixe a sua buceta nua. —Ele pediu.

Minha respiração oscilou e minha boca ficou seca, mas eu me forcei a responder. —Sim, senhor.

—Quero que você venha comigo para casa esta noite. —Ele continuou, e seus olhos frios me estudaram enquanto falava. Ele empurrou uma mecha de cabelo do meu rosto. —Cancelar os seus planos para o fim de semana vai ser um pouco difícil.

Um espasmo de excitação percorreu o meu núcleo, mas eu fiz o meu melhor para não lhe mostrar como me despertou o pensamento de outro fim de semana em sua cama. Por mais que eu ansiasse seu corpo, eu precisava manter o controle do nosso relacionamento. Eu poderia me transformar em uma viciada imprudente quando ele me tocava, mas eu queria que o equilíbrio de poder permanecesse justo o resto do tempo.

—Vou fazer o meu melhor para limpar minha agenda. —Eu não prometeria mais do que isso, mesmo que eu soubesse que não como eu resistir ao seu pedido.

—Que fique claro. Eu pretendo passar todo o fim de semana fazendo você gozar, e eu não vou aceitar não como resposta.

Sua cabeça inclinou, esmagando sua boca contra a minha, e eu derreti nele. No final, eu não disse sim. Não havia outra escolha.

Quem eu estava enganando? Isso não era justo. Nem um pouco. Eu estava me apaixonando por Smith Price. Forte e rápido.

Eu só esperava que onde eu fosse parar, eu não me encontrasse sozinha lá.


CAPÍTULO 16


O tráfego londrino transformava-se em pesadelo ao meio-dia, por isso, apesar do fato de Smith ter deixado às chaves do Veyron na mesa, ato que vi como um convite, decidi ir caminhando para terminar a minha lista de afazeres. Eu fiz uma nota mental para agradecer a Smith por manter todas as suas necessidades pessoais e empresariais em uma área geográfica relativamente compacta. Mas sair à pé significava que eu tinha menos tempo para lidar com as coisas antes dos preparativos para o jantar de hoje à noite.

Eu esperava que esta noite fosse tão quente quanto esta manhã tinha sido. Smith e eu parecíamos estar presos a uma montanha russa perpétua, vacilando entre dentro e fora, ódio e afeição, quente e frio. Quando estávamos separados, eu não podia decidir se eu realmente gostava dele, mas quando estávamos juntos, eu precisava dele. Eu sempre o queria.

—Belle! —Eu congelei no local. Não havia como eu ter acabado de ouvir a sua voz, mas ao virar, eu descobri que estava errada. Philip estava na calçada em frente ao escritório de advocacia, e passou a mão pelo seu cabelo loiro. Ele parecia o mesmo, magro como sempre, num terno Harris Tweed. Apesar de seu cabelo parecer estar rareando. Com alguma sorte, ele acabaria careca antes de seu trigésimo aniversário. O Karma teria muito em seu prato, mas parecia que isso poderia me ajudar. —Estou certo que não esperava me ver. —Ele disse sem jeito.

—Não, é mais como a última pessoa que eu quisesse ver... —Disse friamente, antes de me virar. —Outra vez.

Eu não tinha ideia do que ele estava fazendo aqui. Eu o tinha visto no casamento de Clara antes que as coisas dessem mal. Retrospectivamente, eu tinha considerado ainda mais como um mau presságio. Eu consegui evitá-lo desde então.

Agora ele estava em pé na minha frente. Esperei meu coração saltar, esperei qualquer sinal de que eu ainda tinha sentimentos por ele. Felizmente, não houve nenhum sinal. Tudo o que eu sentia era um poço abrindo no meu estômago. Houve poucas vezes na minha vida em que desejei que a terra me engolisse. Esta definitivamente era uma delas.

—Eu sei que as coisas acabaram mal entre nós.

Eu joguei minha cabeça para trás e ri por sua escolha de palavras. Isso pareceu libertador.

—Ouvi sobre você e Pepper. Parabéns. —Minha voz assumiu um tom sarcástico. —Espero que você não se importe se eu não enviar um presente.

—Belle. —Ele começou, mas eu ergui a mão.

—Realmente não há nada para dizermos um ao outro. Eu tenho coisas para fazer. —Me afastei, pronta para deixar Philip para trás e toda a bagagem que vinha com ele.

—Ouvi sobre o seu novo emprego, trabalhando para Smith Price. —Ele falou, me parando no meu caminho.

—Está indo bem. —Dei de ombros quando me virei para trás. Então era a isso que estávamos reduzidos, a conversas sobre empregos. Qual seria o próximo? O clima? Pela primeira vez, eu percebi o quão pouco tínhamos a dizer um ao outro ao longo dos anos. Talvez fosse por ter conhecido Smith, mas agora eu via Philip pelo chato que ele era. Eu passei os últimos meses acreditando que ele merecia uma cadela como Pepper Lockwood. Agora eu percebi que ela estava recebendo o dela também. Ela teria que aguentá-lo por toda a eternidade.

—Ele representa um monte de pessoas más. —Philip me avisou.

Philip odiava Alexander também. Na verdade, ele era condescendente com a maioria das pessoas que conhecia, inclusive eu. Mas sair da toca para falar sobre meu chefe foi à gota d'água.

—Não se atreva! —Explodi. —Não venha aqui fingir que você tem algo de valor para adicionar à minha vida. A sua opinião não importa. Nunca importou em primeiro lugar.

Philip deu um passo mais perto de mim, e o nó no meu estômago apertou. —Eu me preocupo com você, Belle. Ainda te amo. Quando eu ouvi que você estava trabalhando para ele, eu tinha que dizer alguma coisa.

—Você perdeu o direito de dizer qualquer coisa quando você me traiu. E não fale sobre me amar. Você não mente para as pessoas que você ama. —Não era uma acusação. Era a verdade, e nós dois sabíamos disso.

—Você acha que ele está sendo honesto com você? —Ele sondou. —Ele disse os crimes que seus clientes cometem? Com quem ele se relaciona?

Corei escarlate com sua escolha de palavras, e Philip ficou em silêncio.

—Entendo. —Ele disse depois de um longo momento. —Você está se relacionando com ele.

—Isso não é da sua conta.

—Ele ajuda assassinos em liberdade, Belle. Seu pai estava envolvido com o crime organizado. Tenho certeza de que ele não lhe contou o que aconteceu com ele.

Meu sangue transformou-se em gelo em minhas veias. Seu pai estava morto. Eu não tinha pedido por detalhes. Talvez eu devesse ter. —Ele não é a única pessoa com um pai morto. Isso não faz dele um criminoso.

—Algumas pessoas podem ter pais terríveis e saírem ilesas. Smith Price não é uma dessas pessoas. —Sua voz era baixa com o aviso, mas tudo que eu podia ouvir era a palavra terrível.

—Meu pai não era um homem mau. —Meu lábio começou a tremer. Apesar de tudo que Philip tinha me feito passar, ele nunca, nem uma vez julgou o meu pai. Agora eu sabia o contrário. —Não me admira que você decidiu me trocar. Eu acho que você deveria se importar com quem você está relacionado. Eu teria pensado que você tinha um gosto melhor do que Pepper.

—É mais complicado do que isso, Belle. Eu estava tentando terminar as coisas com Pepper. Você era a única com quem eu queria estar, e eu nunca vou me perdoar por ferir você.

As desculpas começaram a fluir. Eu tinha desencadeado uma enxurrada de desculpas que eu não precisava ou queria.

—E agora você está envolvido com ela. —Lembrei.

—Ela me disse que estava grávida. —Ele disse, sem rodeios.

—Então eu acho que lhe devo mais parabéns. —Ácido subiu na minha garganta, e eu lutei contra o impulso irresistível de vomitar. Pelo menos ele estava perto o suficiente e eu poderia vomitar sobre ele.

—Ela não está. —Ele continuou. —Ela estava tentando me pegar.

—Vamos lá, Pip. —Propositalmente usei o apelido de infância que ele odiava, saboreando como parecia na minha língua. —Uma loura ou outra. O que te interessa, contanto que tenha alguém disposto a pendurar-se em seu braço e fingir que você é interessante?

—Eu mereço isso. Mas eu sei que loura eu quero no meu braço. Eu quis dizer isso quando eu lhe pedi para passar o resto da sua vida comigo. Eu não me importo sobre o seu pai ou o que aconteceu no passado. Podemos atravessar qualquer coisa agora. —Ele moveu-se tão perto de mim, que eu podia sentir o cheiro familiar de sua loção pós-barba.

—Por que você está aqui? Porque se você acha que eu vou cair em seus braços, eu sugiro que você vá embora antes que eu corte suas bolas.

—Você não era inocente também. Eu sabia sobre Jonathan, e eu não disse nada. Realmente não importa para mim. —Ele acrescentou rapidamente.

—Importa para mim! —Gritei. —Não quero um marido que está sempre à procura de alguém mais espetacular.

—Não há ninguém mais espetacular do que você. —Ele disse em um tom solene, em seguida, antes que eu pudesse processar o que estava acontecendo, eu estava em seus braços. Seus lábios procuraram os meus, fazendo contato. Por um segundo eu derreti em seu abraço familiar. Mas quase que instantaneamente, meu corpo se rebelou, rejeitando seu toque. Percebi que não lhe pertencia mais antes de conseguir afastá-lo.

—Quando eu disse que estava acabado. Eu quis dizer isso. Eu nunca dou uma segunda chance. —Limpei a boca com a palma da minha mão, manchando com o batom.

—Isso não é maneira de viver a vida. —Ele aconselhou. —Mais cedo ou mais tarde, você vai ter que dar a alguém uma segunda chance.

—Mais tarde, então, porque essa segunda chance não será desperdiçada com você. —Cuspi as palavras. —Eu poderia ter desperdiçado minha vida com você em um casamento sem amor, em troca de dinheiro e orgasmos medíocres. Você sabe o que eu percebi desde que nos separamos? Eu nunca te amei. Eu amei a ideia de um marido. Eu nunca vou cometer esse erro novamente. A vida é muito curta para desperdiçá-la com pessoas que nem sequer conhecem você.

—Eu conheço você. —Ele pressionou. —Eu sei que você gosta de leite e dois cubos de açúcar em seu chá. Eu sei que você prefere a linha Kate17 da Louboutins, e que você secretamente quer se formar em moda, mas sua mãe não deixa.

—Isso não é me conhecer. Quando eu tenho um pesadelo, sobre o que é? Que música instantaneamente me faz feliz? Se eu pudesse jantar com uma pessoa, com quem seria? Responda a essas perguntas. —Desafiei-o. Quando ele não respondeu, eu continuei. —Você não pode porque você não me conhece. Você quer alguém que nunca existiu. Essa menina, essa fachada se foi.

—Você nunca foi uma fachada comigo.

—Você nem sequer ter percebido isso, prova meu ponto. —Ajeitei minha bolsa no ombro, balançando a cabeça. —Tenha uma vida agradável, Philip.

—Quem era então? —Ele perguntou antes que eu pudesse ir. —A pessoa com quem jantará. Você conhece?

Eu sabia exatamente quem seria, mas Philip não merecia uma resposta. Ele não merecia nada de mim, especialmente o meu tempo. Eu fui embora, deixando-o com a memória de uma menina que ele conhecia e nada mais.

***

Meu apartamento parecia deserto quando eu finalmente cheguei lá com uma pilha de roupas lavadas a seco e minhas correspondências. Considerando quanto tempo eu passei longe de casa entre Smith e o bebê, eu meio que esperava descobrir que a tia Jane tinha trazido para casa um novo amante. Seu ponto fraco para artistas e músicos, significava que frequentemente tínhamos alguém se hospedando em nosso sofá.

Jane tropeçou na cozinha com uma máscara de dormir empoleirada em sua testa. —Olha o que o gato trouxe para casa!

—Eu estive no hospital com Clara e o bebê.

—Como ela está? —Jane perguntou, sua testa enrugando com preocupação.

—Ela está bem. Alexander está nas nuvens, mesmo tentando agir como um cara durão. Eles voltaram para casa esta manhã, então eu estou de volta ao trabalho. —Dei a Jane um breve abraço antes de ir para o meu quarto. Esta noite era um encontro importante por dois motivos. Em primeiro lugar, eu tinha que encontrar um vestido apropriado para vestir. Smith estava potencialmente a ponto de irritar um de seus maiores clientes, simplesmente para provar que eu estava errada sobre a dinâmica entre ele e Hammond.

—E transando. —Jane adivinhou, seguindo-me para o meu quarto.

—E isso. —Admiti.

Jane caiu na minha cama. —Como estão às coisas com a sua nova conquista?

Minha tia sempre teve um jeito com as palavras. —Conquista? Eu pensei que a mulher era a conquista.

—Não as mulheres Stuart. —Ela disse, a boca torcendo em um sorriso irônico. —Garotas como nós não esperam ser capturadas. Nós assumimos o comando. Nós escrevemos as regras do jogo.

—Talvez. —Não me sentia assim em relação a Smith. Ele definitivamente me conquistou, mas eu não tinha sido exatamente uma presa fácil. —Para ser honesta, eu não estou realmente certa de quem está capturando quem.

—Quando se trata de amor, essa é a melhor maneira de jogar. —Jane piscou.

Timidamente, peguei minha sacola de estampa de leopardo, e comecei a atirar algumas coisas necessárias nela. Meu creme facial favorito, uma nova escova de dente e lâmina de barbear. Eu hesitei quando eu abri minha gaveta de calcinhas. Se Smith falou sério antes, eu corria o risco dele destruir todas as minhas calcinhas rendadas e com babados. Eu joguei-as na sacola de qualquer maneira. Ele podia comprar-me mais.

—Saindo para o fim de semana?

—Não, eu vou estar aqui em Londres. —Fechei a sacola e mudei a minha atenção para o meu armário e o que vestir esta noite. —E eu vou deixar meu celular ligado.

—Não sonharia em interromper seus planos. —Ela pôs a mão sobre a minha sacola cheia. —Eu sei que você está fingindo estar ocupada, querida. O que está realmente em sua mente?

Eu arranquei um vestido de veludo do meu armário. —É setembro. Posso usar veludo ainda?

Jane balançou a cabeça negativamente, e eu guardei-o de volta. Eu olhei para o armário por mais cinco minutos antes de perceber que a razão que eu não estava vendo nenhuma opção, era porque eu não estava realmente procurando. Minha cabeça estava presa na questão de Jane. Virei-me e me pressionei contra a moldura da porta. —Philip veio me ver hoje.

—Não vi isso vindo. —Jane admitiu.

—Nem eu. Não foi uma visita de boas-vindas. —Assegurei.

—Bom. Não seja aquela menina que volta para um trapaceiro. Eles nunca mudam.

—Você acha que isso é verdade? —Meus pensamentos derivaram de Philip e o que ele tinha dito sobre Smith. Eu sabia que ele estava mantendo coisas de mim, mas não era como se ele soubesse minha história de vida ainda. Ele não respondeu minhas perguntas sobre a lei que ele representava, ou como ele tinha mais dinheiro do que noventa e nove por cento dos londrinos. Eu não queria acreditar no que Philip havia dito, mas se isso era verdade, eu poderia viver com isso? Especialmente se Jane estava certa e as pessoas não mudavam?

—Ah, as pessoas crescem. —Ela continuou pensativamente. —E onde o verdadeiro amor está presente, há sempre evolução. Um bom homem vai crescer com você, caminhar ao seu lado. Isso não quer dizer que ele vai ser um santo.

Eu sorri para isso. Santidade não era um dos meus requisitos para amantes.

—Mas quando um homem está fora experimentando vaginas diferentes, não é isso o que acontece.

—Você já pensou em escrever um livro? —Eu perguntei a ela, suspirando enquanto eu me virava para pegar o meu vestido de noite.

—Não estou de certa que as pessoas estejam interessadas no que uma mulher velha tem a dizer sobre o amor. —Ela dispensou a sugestão. —Particularmente uma que deixou uma série de corações partidos em seu rastro.

—Estou interessada. —Informei. —Eu estaria perdida sem você.

—Nesse caso, desembuche. Você está se segurando comigo.

—Eu só... Ele é tão...

—Já disse o bastante. —Jane me deu um tapinha no meu ombro e se arrastou para a porta. —Não tenha medo de dar a alguém uma oportunidade porque alguém te machucou antes. Basta ser inteligente o suficiente para ficar longe daqueles que tentarem te machucar.


CAPÍTULO 17


Eu esperava-me sentir segurando vela no jantar, e em vez disso me senti segurando o candelabro todo. Hammond sorriu friamente quando entramos na sala de jantar privada no La Rue. Ele levantou-se, abotoando o paletó, e esperou enquanto Smith puxava minha cadeira. Sentei-me, desdobrando o guardanapo, e prendi um sorriso ao meu rosto. Foi mais difícil do que o esperado, uma vez que eu estava sentada em frente à Georgia Kincaid. Ela não se incomodou em tentar parecer feliz em me ver. Seu cabelo escuro estava penteado para o lado, em cascata sobre seu ombro. Seu vestido vermelho furtivo era mais revelador do que o meu. O vestido cinza que eu tinha escolhido revelava apenas meus ombros nus. Estava claro que ela era uma mulher que gostava de chamar atenção para sua sexualidade. Eu não era contra o uso de tais métodos, mas eu não tinha dúvida de que a minha simples presença era um comunicado suficiente a respeito de minha influência sobre esta situação. Os olhos de Georgia virou-se para Smith. Seus olhares encontraram-se, e algo passou entre eles. Eu não tinha descoberto sua relação ainda, mas eu sabia que não gostava.

—É tão bom tê-la conosco, Srta. Stuart. —Hammond observou enquanto se sentava.

Considerando que eu tinha ouvido o seu telefonema com Smith no início desta tarde, entendi que não era o caso. —Obrigada por me convidar.

Canapés chegaram juntamente com uma seleção de vinhos brancos e tintos. Eu tirei um fiapo da toalha de linho, imaginando se toda a noite seria composta de nós agradavelmente mentindo uns para os outros, ou se eles realmente discutiriam qualquer negócio que Hammond queria falar com Smith.

Uma mão quente caiu sobre o meu joelho nu. A minha a procurou instintivamente. Por um breve segundo, eu me perguntei se isso era demais, considerando a novidade do nosso relacionamento. Smith envolveu seus dedos nos meus, nossas mãos cruzadas sob a mesa. Parecia estranho, maravilhoso e muito promissor.

—Suponho que você já teve a oportunidade de rever os contratos. —Hammond disse enquanto espetava um escargot com o garfo. Ele trouxe o pedaço amanteigado até a boca e o deixou pairando ali.

Smith balançou a cabeça enquanto colocava sua taça de vinho para baixo. —Eu revi. Parece que as coisas estão em ordem. Há especificidades que lhe dizem respeito?

—Há, mas suponho que elas podem esperar. Não há razão para misturar negócios e prazer. —Seus dentes clicaram contra o garfo enquanto ele chupava o caracol dele.

—Estava sob a impressão que este era um jantar de negócios. —Eu disse em uma voz suave, mas firme. Eu não estava interessada em duplos sentidos esta noite. Ele queria ver Smith por uma razão.

—Nunca sonharia em discutir algo tão chato na presença de uma senhora. —Hammond respondeu.

Meus olhos brilharam para Georgia, mas ela parecia perplexa por seu uso do singular. Nas poucas vezes em que a encontrei, senhora não era uma descrição aplicada a ela. Ainda assim, foi outro lembrete não muito sutil de minha presença indesejada.

—Não se preocupe. —Dei de ombros, batendo os dedos na haste da minha taça. —Estou certa de que vai passar pela minha cabeça. Eu não sou uma advogada.

Apenas uma mulher. Eu mantive esse pensamento para mi74

74m mesma.

Hammond inclinou a cabeça como se dissesse “bom ponto”.

Ele voltou sua atenção para Smith. —Há certas exclusões que quero ver estabelecidas antes de assinar os papéis. Meu controle sobre minhas ações precisa ser hermético.

—Entendido. —Smith disse.

Isso era o que ele precisava falar com Smith sozinho? Da maneira que Hammond tinha falado ao telefone, eu esperava algo muito pior. Considerando a sua atitude com a minha chegada, eu tinha imaginado que ele precisava de ajuda para encobrir um assassinato.

—Há também a questão da cláusula de confidencialidade. —Georgia adicionou.

Aparentemente, ela era mais do que um rosto bonito. Isso não me surpreendeu nem um pouco. Tudo sobre ela me levava para o caminho errado. Eu poderia dizer que ela não era alguém para subestimar.

—Está sendo tratado. —Smith disse em um tom cortante. —Os documentos finais devem estar prontos até segunda-feira.

Hammond balançou a cabeça lentamente. —Quero-os até amanhã.

—Simplesmente não é possível. —Smith recostou-se na cadeira, retirando sua mão do meu alcance para que ele pudesse cruzar os braços atrás da cabeça. —Não estarei disponível neste fim de semana.

—Eu te pago para estar disponível em todos os momentos. —Hammond inclinou-se para frente, colocando as mãos sobre a mesa.

—Estarei disponível para emergências, é claro. Mas duvido que um negócio simples se qualifique como uma emergência.

A atmosfera na sala crepitava com testosterona quando os dois homens olharam um para o outro. Nenhum parecia disposto a recuar.

—Rapazes, não vamos ser combativos. —Georgia sugeriu em voz açucarada. Foi o suficiente para me dar náuseas.

Mas eu levei a sugestão dela. —Vou ter Doris reescrevendo as mudanças para a sua revisão e enviá-los por fax. Eu suponho que não tenha nenhum problema em enviá-los pelo meu e-mail se eles são contratos simples.

Cada cabeça na mesa virou na minha direção. A expressão de Georgia tinha mudado de desinteresse praticado para decididamente intrigado, enquanto Hammond olhou consternado. Eu não poderia me obrigar a olhar para Smith. Havia uma clara linha na areia, e eu a tinha cruzado.

—O meu trabalho é fazer a vida de Smith mais fácil. Estou certa de que podemos encontrar uma solução que não infrinja seu tempo pessoal. —Peguei meu celular da minha bolsa e esperei para ver se Hammond chamaria meu blefe.

—Um advogado não tem tempo pessoal, senhorita Stuart. —Hammond riu enquanto falava, mas eu sabia que não era uma piada. Seus olhos escuros brilhavam com malícia não reprimida. Isso foi um aviso.

—Posso fazer uma chamada para Richard. Ele deve ser capaz de avaliar mudanças simples no fim de semana. —Smith ofereceu. —Se você não se importar que outra pessoa examine o contrato.

A mandíbula de Hammond ficou tensa, e ele levou um momento antes de falar. —Suponho que segunda-feira será aceitável.

—Excelente. —Smith se mexeu na cadeira e pegou o garfo. —Você pediu o pato?

Nada foi muito discutido. Sem informações importantes ou confidenciais trocadas, mas meu pulso ainda tinha subido em um frenesi. Empurrando minha cadeira para trás, eu me desculpei para ir ao banheiro. Smith olhou para mim, mas não se mexeu.

—Eu irei com você. —Georgia levantou-se para se juntar a mim. —Nós meninas devemos ficar juntas.

De alguma forma, tê-la comigo não parecia acrescentar força aos números. Eu sorri graciosamente e fiz uma pausa para ela juntar-se a mim. Agarrei minha bolsa com força enquanto caminhávamos silenciosamente ao banheiro. Entrei numa cabine e me afundei no vaso sanitário. Eu não precisava usar o banheiro. Eu só vim aqui para me recompor e classificar o que tinha acontecido.

—Quanto tempo você tem trabalhado para Smith? —Georgia chamou através da porta.

—Não muito. —Respostas curtas parecia ser a melhor opção. Desisti do meu tempo de silêncio, me levantei e lavei-me antes de me juntar a ela na penteadeira.

—Você parece ter controle sobre ele. —Ela continuou reaplicando seu batom em câmara lenta, traços precisos.

—Nem um pouco. —Talvez um pouco de conversa de menina suavizasse o caminho entre nós. Coloquei uma mecha de cabelo solto atrás da minha orelha e comecei a verificar a minha própria maquiagem. —Ele é difícil de ler.

—Ele é. —Ela concordou. Girando, ela se acomodou contra o balcão de mármore e olhou para mim. —E há quanto tempo você está transando com ele?

Eu congelei, retornando o seu olhar no espelho. —Me desculpe?

—Smith sabe que não deve trazer contratados para uma reunião privada. —Georgia arqueou uma sobrancelha em desafio.

—Ele prefere que eu assista todos os seus jantares. —Informei. Smith foi muito claro sobre isso quando eu aceitei o trabalho, mas eu tinha a suspeita de que a profundidade de sua vida profissional não era o livro aberto que ele tinha insinuado que era. —Estou simplesmente fazendo meu trabalho.

—Que interessante. —Georgia ronronou. Ela aproximou-se de mim, baixando a voz enquanto zombava. —Não sabia que Smith empregava prostitutas. Ele nunca precisou antes.

—Estou certa de que sua buceta estará sempre disponível, de graça. —Chiei, oficialmente perdendo minha calma.

—Cuidado, princesa, ou não serei tão amigável no futuro.

Eu bufei e peguei meu pó compacto da minha bolsa. Georgia queria fazer-me espernear, e isso não aconteceria. Eu pressionei a esponja no meu nariz, ignorando-a.

—Eu sei tudo sobre você. —Ela continuou. —Hammond é muito reservado sobre as pessoas que seus associados empregam. Ainda não decidi se você é uma escavadora de ouro tão grande quanto sua amiga, Clara. Seria difícil superar isso. Mas vendo como você já está dormindo com Smith, eu imagino que você vai competir com o dinheiro dela. Embora você deva ter odiado perder sua própria coroa.

—Clara deve te amar. —Eu disse, sem rodeios. —Já estou esperando você ser minha dama de honra.

—Smith não é do tipo que se casa. Então, se você está esperando ele montar em um cavalo branco e levá-la embora, eu sugiro que você acorde. —Ela colocou as mãos nos quadris e esperou que seu último ataque atingisse o ponto.

—Sua determinação para me atingir é verdadeiramente patética. —Virei para ela. Veríamos qual de nós poderia ser atingida. Não seria eu.

—É adorável quão durona você pensa que é. Chame-me quando você descobrir quem ele realmente é.

—Ele deve ser realmente bom na cama. —Disse, fingindo ignorância sobre o assunto. —Porque você claramente não o supera.

—Smith e eu nunca estivemos juntos. Nós crescemos juntos. Ele é um irmão para mim, e qualquer cadela que acha que vai ficar entre o que está acontecendo, vai lidar com um grande monte de merda. —Georgia fechou a tampa do seu batom com um clique alto e deixou cair em sua bolsa. —Você não sabe nada sobre ele.

—Eu vou. —Prometi a ela.

—Permita-me oferecer a primeira visão. —Ela passou por mim, propositadamente batendo seu quadril em mim quando cruzou para a porta. —Ele é do tipo ciumento.

Isso eu poderia ter adivinhado, mas eu mantive meu rosto em branco. Ela teria que me dar algo mais interessante se ela achava que eu ficaria chateada.

—Ele não será amável ao descobrir que o seu sabor da semana está se prostituindo por aí com o ex-noivo.

Do canto do meu olho eu me vi no espelho. Face branca. Boca aberta. Lá se vai não deixa-la me atingir.

—Passo pelo escritório frequentemente. Você pode querer ter suas pequenas escapadas sexuais em outros lugares. A menos que você esteja esperando Smith vencê-lo numa briga.

—Minha vida pessoal não é da sua conta. —Disse entre dentes.

—Isto é onde você se engana. Hammond pode não gostar de misturar negócios com prazer, mas essa é a minha descrição primária de trabalho. Eu coleciono pecados.

—Isso soa como um desperdício de tempo.

—Eu achei ser bastante lucrativo. —Ela puxou a porta e fez uma pausa. —Seus pecados estão em meus arquivos. Tenha isso em mente.

Ela saiu e me atrapalhei com a bancada. Eu sabia uma coisa ou duas sobre pecados. Até agora eu estava vencendo o meu. Agora eles estavam prestes a me alcançar.

Quando voltei para a mesa, Smith levantou-se e me pegou pelo braço. —O nosso negócio está concluído.

Aparentemente, o jantar privado não chegaria ao prato principal. Depois do que tinha acontecido no banheiro, fiquei desapontada por encurtar a noite. Entre o jogo de gato e rato e as ameaças, meu estômago estava amarrado em nós. Hammond nos acompanhou até a saída. Tomando minha mão, ele apertou os lábios finos nela.

—Sempre um prazer. Até nos encontrarmos novamente.

Eu não me importaria se algum tempo decorresse entre o agora e o depois. Retirando minha mão, forcei um sorriso. Onde estava o sabão quando você precisava?

Smith deu um breve aceno de cabeça e me guiou para fora da porta giratória. Quando ela fechou atrás de nós, ele pegou minha mão e dirigiu-se ao manobrista, me arrastando atrás de si. Ele enfiou o bilhete na mão do atendente, juntamente com outra nota de cem libras.

—Suponho que eu não tenho que lhe dizer qual carro.

—Não, senhor. —O menino disse enquanto decolava para o estacionamento.

Assim que ele se foi, Smith virou-se para mim, me puxando rudemente contra ele. —Você não o corrigiu. —Ele rosnou.

Minha mente ficou em branco. Ele? Georgia tinha chegado a ele em poucos minutos antes que eu voltasse do banheiro? Eu não estava certa de como explicar. Eu não deveria, mas a julgar pelo calor possessivo irradiando dele, ele não se sentia da mesma maneira.

Qualquer outro homem não acreditaria que ele tinha uma reclamação sobre mim. Qualquer outro homem e eu poderia ter dito para cair fora. Por que Smith já tinha tal poder sobre mim? Sinos de alerta soaram na minha cabeça. Isto era exatamente o que eu estava tentando evitar. Agora, não só eu estava saltando para o fundo do poço, mas eu me vi desejando. As linhas entre nós eram turvas. Eu não sabia quando estava atravessando uma, e eu não sabia as consequências quando eu atravessasse. Tudo o que eu sabia era que eu queria dobrá-las. Quebrá-las. Assim como parte de mim queria que ele me quebrasse.

—Eu sinto muito. —Disse suavemente. Não havia outras palavras apropriadas. Eu não lhe devo uma explicação, e eu queria sua punição, queria que as mãos tomassem o controle do meu corpo.

—Você não precisa se desculpar, porque ele me chamou de senhor. —Smith disse, agarrando meus quadris com força. —Esse título pertence a seus lábios.

Levei um momento para registrar que ele estava falando sobre o manobrista, não Philip. Respirei, aliviada e desapontada ao mesmo tempo.

Enrolei um braço em volta do seu pescoço, puxando sua boca para a minha. —E o que pertence aos seus lábios?

—Isto. —Ele deu um beijo na minha boca. Suas mãos subiram, deslizando rapidamente sobre os meus seios. Apesar do breve contato, meus mamilos frisaram na expectativa. A pequena chama de desejo que tinha sido sufocada pela minha ansiedade brilhou. —Isto. Sua buceta. Tudo em você pertence aos meus lábios.

O resto do meu medo derreteu com o calor que a pequena palavra inspirava. Até ele, a fantasia e a realidade eram mundos separados, encontrando-se longe uma da outra. Agora as duas estavam centradas nele.

Ele inclinou-se, movendo a boca no meu ouvido. Mas ele não me beijou. —O que Georgia disse para você?

—Nada que importasse. —E nada disso tinha importância. Não mais. Não com ele tão perto de mim.

—Fique longe dela. —Ele aconselhou. —Ela não joga pelas mesmas regras.

—E você? —Perguntei, meu foco mudando de preliminares para negócios.

—Não, eu não. —Ele confessou. —Isso assusta você?

—Sim. —Eu sussurrei. Se eu quisesse a verdade dele, eu tinha que ser honesta.

—Bom. Você deve ter medo de mim. Nunca se esqueça disso. —Ele mordeu minha orelha com os dentes para dar ênfase.

Respirei seu cheiro, pressionei um dedo indicador no queixo e balancei a cabeça. —Ela me disse que você era do tipo ciumento.

—Possuo muitas coisas. A maioria delas sãos substituíveis. Mas, ocasionalmente, eu tenho uma peça de valor inestimável. Você entende?

Eu balancei a cabeça lentamente. As cores estavam lá, mas não o quadro completo.

—Você é inestimável para mim, então sim, eu ficaria muito ciumento se alguém tentasse ficar entre nós. Eu odiaria ouvir que Georgia estava tentando ser essa pessoa.

A implicação estava clara. —Ela estava me avisando. —Admiti enquanto o Veyron encostava ao meio-fio.

Smith não se moveu em direção ao seu carro, seus olhos verdes focaram em mim em vez disso. Eu poderia me perder naqueles olhos. Era uma oferta perigosa. Eu tinha sido desencaminhada por um homem antes. Eu estava determinada a não permitir que isso acontecesse novamente. Eu o tinha empurrado, mas houve um momento em que eu me abri à possibilidade. Mesmo que fosse fugaz, eu tinha permitido que outro homem me tocasse. Isso só foi agravado pelo fato de que eu tinha jurado nunca mais falar com aquele homem novamente.

—Ela viu meu ex me beijar na frente de seu escritório.

Smith se moveu então, pegando meu braço e me puxando para o carro sem uma palavra. Todo o seu corpo estava rígido. Senti sua fúria mal contida fervendo dentro dele, e eu não era a única. Os transeuntes pararam e sussurraram.

Eu sabia que deveria me afastar. Gritar. Berrar. Acabar com isso agora antes que ficasse fora de controle. Mas entrei sem luta, quando ele abriu a minha porta. Eu afundei no banco do passageiro sem luta. Não era razoável. Não era inteligente.

E eu não me importava.


CAPÍTULO 18


Smith não falou a viagem toda. No momento em que ele estacionou o Veyron na garagem dele, eu lamentei minha decisão de vir com ele. O fascínio que eu senti na frente do restaurante havia evaporado, deixando apenas medo. Ele tinha falado de punição e submissão antes. Eu nunca considerei realmente o que isso poderia acarretar.

Ele saiu do carro sem dizer uma palavra e caminhou até o elevador, me deixando atrapalhada atrás dele.

Essa era a sua chance. Ele não me pediu para ir com ele. Ele não tinha exigido que eu o seguisse. E ainda assim eu fui. Parei a poucos passos dele. Ele estava de costas para mim, e eu considerei minhas opções. Eu poderia sair agora. Ou eu poderia ver aonde isso iria. Eu gostava de seus tapas e provocações. Eu queria mais.

Mas quanto?

Fechei a distância entre nós e o segui até o elevador. Smith apertou o botão para o segundo andar. Nós íamos direto para o quarto. A dor da expectativa aumentava em meu núcleo, filtrando lentamente pelo resto do meu corpo, até que eu estava praticamente vibrando com necessidade. Quando as portas se abriram, Smith colocou seu braço sobre o limiar e esperou eu sair. Dei um passo para o corredor.

—Quarto.

Uma palavra. Ele passou por mim. Alinhando meus ombros eu marchei para dentro de seu quarto, parando na porta.

—Dispa-se.

Meus olhos encontraram com os dele, mas ele desviou o olhar imediatamente. O que eu tinha visto naquelas esferas esmeralda profundas, me gelou. Alcançando debaixo do meu braço, eu abaixei o zíper do meu vestido, ainda olhando para ele. Ainda esperando ele voltar para mim. Ele não olhou. Meu vestido caiu no chão, e eu saí dele, vestindo apenas um bustiê de seda nude e meias. Eu tinha deixado minha calcinha em casa como ele pediu, mas ele não reconheceu isso.

—Tudo.

Levei alguns momentos atrapalhados para desenganchar todos os pequenos prendedores sozinha. O olhar de Smith tinha voltado para mim, ou pelo menos para o meu corpo. Não havia carinho em seu rosto. Ele estava vago, vazio. Não havia como lê-lo, porque não havia nada para ler. Quando eu tirei minha última meia, fiquei exposta diante dele.

Smith circulou em torno de mim, evitando cuidadosamente os olhos enquanto me inspecionava. Em seguida, ele pronunciou uma palavra final. —Perfeita.

Corei sob o seu controle, satisfeita com o elogio e nervosa sobre o que viria em seguida.

Ele estalou os dedos. —Ajoelhe-se na minha frente.

Cai diante dele, um joelho de cada vez.

—Sou atraído por uma mulher ardente. Alguns homens não. Eles gostam de suas mulheres tranquilas. Dóceis. Mas uma mulher com uma língua afiada, uma mulher desafiante, é a que recebe a minha atenção. Você teve minha atenção desde o momento em que nos encontramos Belle. —Ele fez uma pausa e passou um dedo ao longo da curva do meu ombro. Em seguida, ele ficou na minha frente, pondo-me ao nível dos olhos com a protuberância inconfundível em sua calça.

Eu mal resisti ao impulso de abrir a braguilha e levá-lo na minha boca. Ele queria uma mulher desafiadora e eu poderia ser isso, mas algo me segurou no local. Curiosidade, suponho. Eu estava curiosa para saber o que ele queria fazer comigo. Ainda mais curiosa se eu deixaria.

—Talvez o que aconteceu hoje foi inocente, mas vou precisar que você prove isso para mim. Eu sou um homem que prefere provas a boatos. Chame de ônus da minha profissão. A prova é muito mais convincente do que palavras. —Ele tirou o paletó e afrouxou a gravata. Quando ele desabotoou o botão superior, um pequeno gemido escapou da minha boca. Smith tocou minha bochecha com o lado de sua mão, lembrando-me de ficar em silêncio. —O seu corpo responde aos meus pedidos, mesmo quando você não quer. Eu aprendi a lê-lo, observando você desde o primeiro dia. Ele vai me dizer tudo o que preciso saber. Você entende?

Eu balancei a cabeça, meus olhos piscando para olhar para ele. Minhas mãos desejavam chegar até ele. Eu queria tocá-lo quase tanto quanto eu queria que ele me tocasse.

—Mas o mais importante, você consente? —Ele continuou em voz baixa. —Você está livre para sair a qualquer momento. Você é livre para me dizer para parar. Eu não vou impedi-la de sair. As coisas que eu vou fazer com você podem parecer humilhantes. Elas deveriam. Mas se eu estou correto, você irá apreciá-las. Assim como eu vou desfrutar de refrear seu desafio e ver onde sua lealdade se encontra. Você tem alguma pergunta?

—Como você vai saber que eu não estou fingindo?

—Você está se agarrando à sua bravata, Belle. —A nota de afeto coloriu seu tom, mas rapidamente voltou para o dominador. —Ninguém finge muito bem. Eu vou deixá-la nua e fazer você se contorcer até que sua mente pare de funcionar, exceto para seguir meus comandos.

Meu corpo queimava, meus joelhos ardiam contra o chão de mármore, e o resto de mim doía de desejo. —Eu consinto.

—Muito bom. Quieta.

Não me movi, mas o senti se afastando de mim. O quarto pareceu escurecer sem a sua presença, e eu resisti à vontade de virar e olhar para ele. Eu entendia as expectativas, mesmo se elas fossem difíceis de seguir. Meu corpo relaxou instantaneamente ao som de seus passos, mas ficou tenso novamente quando ouvi o barulho suave de uma corrente.

Com o canto do meu olho, eu o vi jogar a corrente perto da janela.

—Venha para mim.

Seu pedido tomou conta de mim. Sentime querida. Viva. Eu pressionei minha palma no chão e comecei a empurrar-me para ficar de pé.

—Rasteje. —A palavra permaneceu em sua língua.

Instantaneamente me desloquei para frente, colocando a outra mão no chão. A dureza levemente registrou na parte de trás da minha mente, mas meu único pensamento consciente era ele. Cada arrastar de joelhos, cada toque da minha palma contra o mármore levava-me mais perto. Smith recostou-se, com o queixo apoiado contra sua mão. Dois dedos pressionando cuidadosamente à boca enquanto observava meu progresso. Quando cheguei a seus pés, eu caí para trás em meus calcanhares e coloquei uma das mãos sobre a almofada da cadeira, evitando cuidadosamente tocar suas coxas.

—Você pode se aproximar. —Ele disse com uma voz suave.

Eu pressionei meu rosto contra seu joelho e respirei-o. Sua colônia amadeirada inundou minhas narinas, e o calor do nosso pequeno contato parecia alimentar e acabar com o fogo ardente dentro de mim. Fechando meus olhos, compreendi a verdade.

Havia apenas ele.

O calor de seus dedos se arrastou sobre minha clavícula. Seu toque escaldante foi seguido por couro fresco e suave. Ele a enrolou no meu pescoço com força suficiente para que eu inalasse bruscamente. Dedos passaram por debaixo da corrente, tranquilizando-me de que eu podia respirar.

—Vire-se e prenda o seu cabelo.

Olhei para ele então. Smith fez uma pausa e segurou meu rosto. —Você está indo muito bem. Agora se vire.

Eu fiz como me foi dito. Resistindo à vontade de tocar o couro preso ao redor do meu pescoço, virei-me para longe dele e levantei meu cabelo, expondo a minha nuca. O clique nítido, distinto de metais enviou arrepios pela minha pele.

—Mãos e joelhos. —Smith instruiu.

A corrente de metal frio serpenteava pelas minhas costas enquanto eu me abaixava de quatro. Uma pequena voz dentro de mim discordou disto, e o resto de mim, meus músculos, meus sentidos, meus pensamentos, minha alma silenciou-a. Minha excitação cresceu tão abundantemente, que eu senti que escorria pela minha abertura e pingava no chão abaixo de mim. Um tremor rompeu meu corpo, uma promessa das coisas ainda por vir.

—Isso deixa você molhada. —Smith murmurou, mergulhando um dedo entre minhas dobras encharcadas. Ele levemente puxou, liberando mais fluido. —Controlo você e você quase goza. Tomo o seu controle, tomo suas decisões, tomo sua liberdade. E mergulhar sua buceta em desejo é a sua resposta. Você sabe por quê?

Eu procurei por um não, mas tudo que eu pude forçar pelos meus lábios foi um gemido.

—Você desistiu de sua voz. Tudo o que você é, está em torno de mim e o que eu permitirei a você. Meu dedo. —Ele empurrou para dentro do meu buraco encharcado e enganchou seu dedo para massagear o meu ponto G.

—Minha boca. —Os lábios macios varreram meu sexo inchado. —A mão que segura a sua coleira. —Ele deu um puxão, forçando a cabeça para trás. —Tirei tudo e como você se sente?

Liberada. Não foi a palavra que passou pela minha cabeça tanto quanto o próprio conceito. Sentia-me leve, como se um fardo que eu carreguei toda a minha vida fosse tirado das minhas costas. Eu quase acreditei que eu poderia flutuar. Mas a corrente que tinha me libertado me ancorava a Smith.

—Você me deu algo precioso. —Smith levantou-se e moveu-se para a minha frente. Mergulhando para baixo, ele pegou meu rosto, me concedendo a primeira olhada na corrente dourada que ele tinha ligado à minha coleira. Ele ergueu meu queixo, e eu sem esforço retornei a uma posição ajoelhada. Reverência ardia em seu belo rosto, brilhando uma luz em seus olhos. —Confiança.

A realização caiu em mim. Eu confiava nele. Dei-lhe uma coisa que eu tinha jurado nunca dar de novo a um homem, e eu nem sabia o porquê. Nós nos conhecíamos por tão pouco tempo. Eu nunca tinha sido o tipo que acreditava em almas gêmeas ou amor à primeira vista. Mas aqui, agora mesmo, eu lhe entreguei o controle. Ele poderia fazer comigo o que quisesse, e eu queria que ele fizesse.

—Mas agora eu preciso saber se posso confiar em você.

A alegria agradável que sua última visão tinha me dado desapareceu. Não que eu temesse. Era que eu estava com medo do que eu estava prestes a revelar, a mim mesma.

—Segure isso. —Ele empurrou a corrente contra a minha boca e meus lábios entreabriram, instintivamente, prendendo-a entre meus dentes. Smith passou a mão sobre a espessura do seu pau. —Você é tão bonita com a boca segurando a corrente dourada.

Ele levantou o seu pé para mim, e eu tirei o sapato, repetindo a ação com o outro, até que seus pés estavam descalços.

Com dedos hábeis, ele desabotoou o cinto e o deixou cair. Sua fivela bateu no chão ao meu lado. O som me deu uma ideia. Eu estendi as mãos, cruzando-as nos pulsos. Eu lhe daria mais. Mais do que o agradava. Mais da minha confiança. Smith parecia estar fazendo um julgamento sobre mim. Eu iria tornar sua decisão mais fácil.

—Por favor, senhor. —Empurrei as palavras passando pela corrente na minha boca.

—Quer ser atada, também? —Ele adivinhou, curvando-se para pegar o cinto novamente. —Mãos para trás das costas.

Cruzei-as atrás de mim, e Smith inclinou-se sobre mim, pressionando sua virilha contra o meu rosto quando ele enrolou o cinto em volta dos meus pulsos. Quando se endireitou de novo, desabotoou a calça e a empurrou para baixo junto com a boxer para revelar seu pênis ereto. Umidade brilhava em sua coroa, chamando-me para lamber toda a ponta. Eu ainda não o tive na minha boca, mas seus dedos se fecharam sobre ele.

Ele bateu seu eixo contra a minha bochecha, batendo a corrente nos meus dentes. —Você o quer na sua boca?

—Sim, senhor. —Guinchei, sem me atrever a agir sobre o impulso.

—Em sua vagina? Entre seus peitos? —Ele continuou. —Que tal na sua bunda?

Lambi meus lábios e assenti.

—Agora isso é importante. Eu sei que outros homens te foderam. Eu desejava que não fosse o caso. Que de alguma forma eu tivesse te encontrado mais cedo, porque eu quero possuir todo o seu prazer. Desde que eu não posso, eu vou ter que gastar um monte de tempo fodendo a lembrança de sua linda cabecinha. Quando eu tiver acabado, seu corpo só vai se lembrar de mim. —Ele inclinou meu queixo com o dedo indicador. —Homens tiveram sua vagina e, a julgar pela maneira como você lambeu seus lábios agora, eles tiveram sua boca. Algum gozou nos seus peitos antes?

Eu balancei a cabeça negativamente. Os rapazes de Oxford com quem eu estive tendiam para atividades sexuais tradicionais, como a posição papai e mamãe.

Smith inclinou-se para baixo, com o rosto em minha direção até os nossos lábios estarem quase se tocando. —Algum esteve no seu traseiro?

—Não. —Suspirei. Eu não conseguia parar de me contorcer.

—Não esta noite. —Ele me tranquilizou com um beijo suave. —Essas coisas podem esperar até que você esteja pronta. Você guardou-o para mim depois de tudo. Eu quero tomar meu tempo quando finalmente chegar a hora. Agora chupe o meu pau.

Smith pegou a corrente novamente e deu um passo para trás, obrigando-me a me mover sem jeito para ficar em pé. Foi mais difícil do que eu imaginava com as mãos amarradas atrás de mim. Quando me aproximei, ele apertou mais a corrente até que eu estava ao nível dos olhos com sua ereção. Ele deixou um pouco de folga na corrente, e a mensagem era clara: isto era onde eu pertencia. Isto era o meu pilar. Smith. Seu pênis era simplesmente o núcleo de sua masculinidade. Forte. Duro. Inflexível.

Eu passei meus lábios sobre a ponta e ele gemeu. Eu tinha o que queria. Disposição. Força. Desenvoltura. Parte de mim queria poder usar minhas mãos. Eu precisava dele para o clímax. Eu estava ansiosa para sentir o gosto dele e desesperada para agradá-lo. Smith pegou um punhado de meu cabelo, me levando mais para baixo.

—Vou entrar em sua boca e lavar a presença de Philip. —Ele rosnou, apertando meu cabelo até meu couro cabeludo cantar com dor. —Você se esqueceu a quem você pertence hoje. Isso foi um erro que eu posso perdoar, porque você já provou que sabe agora. Mas hoje eu preciso marcá-la com os meus dentes, com a palma da mão, e acima de tudo, eu preciso enchê-la com meu gozo.

Ele queria me reclamar, me marcar como sua. Calor espalhou-se pelo meu peito, e eu afundei minhas bochechas, sugando furiosamente, determinada a ajudar na sua missão.

Frenética.

Smith percebeu isso e se afastou. —Lentamente. Temos toda a noite. Não se desgaste, porque você não vai dormir muito.

Desta vez, quando ele se ofereceu para mim, minha boca afundou lentamente para baixo enquanto eu saboreava seu eixo liso e rígido, enrolando a língua em torno dele languidamente.

—Assim é melhor. —Ele disse asperamente. Seus quadris rolaram em círculos contra a minha boca, pedindo-me para ir mais longe. Eu relaxei, tomando-o profundamente em minha garganta.

Foi uma experiência nova. Smith não queria transas rápidas ou boquetes. Ele queria o prazer, do tipo que só poderia encontrar em uma troca contínua de energia. Eu estava de joelhos, mas quando sua respiração acelerou, eu sabia que eu era a única no controle. Quando os primeiros jorros quentes atingiram minha garganta, eu finalmente entendi.

Nós estávamos reivindicando um ao outro.

Smith gemeu, resistindo com força contra a minha boca quando ele gozou. Eu levei tudo, apenas libertando-o quando ele finalmente guiou minha cabeça para longe com um toque suave. Inclinando-se, ele me puxou para ficar de pé. Com alguns movimentos rápidos, minhas mãos estavam livres. A corrente pendia entre os meus seios, e ele olhou para mim por um momento, seus olhos esmeralda distantes com o pensamento. Então ele me levantou e me jogou por cima do ombro. Eu mal processei a mudança das circunstâncias antes que ele me jogasse na cama. Smith se jogou no chão e passou o braço em volta da minha coxa, puxando-me para a beira da cama enquanto a outra mão recolhia minha coleira. Ele arrancou a corrente e inseriu-a ao longo da minha abertura. Movendo para trás e para frente, ele torturava o meu clitóris. Minhas mãos agarraram os lençóis, me preparando para quando ele finalmente me concedesse o alívio. Depois de alguns minutos, ele afastou a corrente e mergulhou sua língua no meu vinco. Eu gritei, sentindo os primeiros raios de prazer através de mim. Mas Smith sabia como fazer isso durar. Ele lambeu e chupou até a borda e depois recuou, concentrando-se em outra área, até que eu vim à borda novamente. Ele se estabeleceu sobre o meu clitóris e incendiou-o com sua língua até que meu corpo ficou tenso, então ele se afastou.

Eu estava dividida entre chorar e gritar, mas eu não tinha força para qualquer um. Em vez disso eu choraminguei, esperando que ele tivesse piedade de mim. Cada nervo no meu âmago foi inflamado. Uma rajada de vento teria me feito gozar. Mas eu suspeitava que Smith nunca permitisse que isso acontecesse.

—Silêncio. —Ele ordenou, soltando a coleira em volta do meu pescoço enquanto me contorcia. —Vou lhe dar o que você precisa, e então você vai me ordenhar com sua buceta perfeita.

Seu pênis cutucou contra a minha fenda, e eu me abri para ele. Smith deslizou com um impulso poderoso, cortando os laços que me mantinham cativa. Arqueei contra ele com a força do meu clímax, e ele me pegou em seus braços, me segurando, enquanto ele continuava a bater em mim.

—Você está tão apertada. —Ele sussurrou enquanto perseguia seu próprio orgasmo. —Deus, sua vagina vai me drenar.

Eu estava mole em seus braços, desossada e sonolenta, mas eu me agarrei a ele, beijando seu pescoço, roçando meus lábios em toda a barba, em seu queixo. Puxei sua boca para a minha. Nós colidimos juntos, lutando para chegar mais perto. Nossas línguas estavam enroladas, e eu chupava a sua em minha boca. Eu não queria apenas ser possuída por ele. Eu queria que ele me enchesse. Eu não queria que nada nos separasse.

Smith baixou o meu corpo na cama, nunca rompendo a nossa ligação. Minha fome passou de esperança à inevitável enquanto ele entrava e saía de mim com golpes profundos e precisos. Clamei contra sua boca quando tremores me atravessaram. A boca de Smith se abriu mais, engolindo os sons de prazer que pertenciam a ele.

Quando finalmente desabei sobre a cama, Smith reuniu-me em seus braços e me puxou contra seu corpo. Ficamos deitados assim por um longo tempo. Meus dedos o roçaram timidamente. O mundo parecia tão novo como o broto de uma relação que cultivamos até este ponto. Smith pegou minha mão e levou-a a boca antes de se retirar de mim. Eu contive um suspiro, mas a minha decepção durou pouco quando ele se abaixou e colocou a cabeça no meu quadril. Ele passou os dedos sobre meu sexo antes de pressionar a palma da mão nele.

—Eu quero ser dono disto. O que eu tenho que lhe dar? Eu comprarei qualquer coisa. Seu próprio Bugatti? Diamantes? Diga seu preço.

Só ele. —Você. Um Price18 é o meu preço. Smith Price. Isso é tudo que você tem que me dar, e eu sou sua.

—Uma proposta interessante. —Ele disse, sua boca curvando-se em um sorriso provocante. —Posso fazer uma contraoferta?

—Não. —Minha negação foi firme. Irreversível. Esta era uma relação de tudo ou nada, e nós dois sabíamos disso.

—Eu apenas ia sugerir uma experiência. —Ele sussurrou, sua atitude não mais de brincadeira. —Você pode pensar que eu a compenso agora, mas nós dois sabemos que entre este corpo lindo e mente perversa, você merece um prêmio.

Eu tirei o seu cabelo de sua testa. —Seu corpo é bonito.

—A feiura está por dentro. —Ele disse em voz baixa. —Quando você finalmente vir isso...

—Não mostre para mim. —Murmurei.

—Eu gostaria que fosse assim tão fácil. —Suas mãos deslizaram sob as minhas costas enquanto ele se enrolava em mim.

—Este é. Este é um novo começo.

—Nunca fui muito bom em começar de novo. —Ele me avisou.

—Nem eu. —Era uma coisa que eu nunca tinha admitido para mim mesma antes. —Vamos segurar um ao outro.

—Belle, meus gostos... —Ele parou. Depois de uma pausa, ele continuou com a voz estrangulada. —Não levo uma mulher para a cama. Eu levo tudo dela. Eu só lhe dei uma amostra do que eu vou fazer com você. Se isso te assusta. Eu vou deixar você ir.

Mas nós dois sabíamos que era impossível. —Nunca fiz nada assim, mas eu gostei. Eu quero mais.

Minhas bochechas coraram com a minha confissão.

—Oh, eu vou dar-lhe muito mais do que você pode lidar. —Ele brincou com a curva do meu quadril, continuando a descer sua língua ao longo da minha linha do biquíni. —E então eu vou dar-lhe mais.

Eu queria pedir-lhe para me prometer, mas a experiência mostrou-me que promessas eram tão facilmente quebradas quanto elas eram feitas. Um palpite me disse que ele também tinha aprendido isso da maneira mais dura. Smith não me ofereceu um apaziguamento. No final, ele se arrastou para trás e sobre mim, e quando nossos corpos se uniram, procuramos as respostas para perguntas que não ousamos fazer, da única maneira que sabíamos.


CAPÍTULO 19


O quarto estava envolto em trevas quando eu rolei meu corpo procurando o dela. Encontrando-o vazio, eu acariciei meu pau, frustrado por um momento. Eu não podia acreditar que ela já saiu da cama depois que eu praticamente a deixei em coma na noite passada. Encontrei-a escrevendo na ilha da cozinha, vestindo nada além da minha camisa de botão, exibindo suas pernas tonificadas. Seu cabelo estava um pouco emaranhado, e ela ainda tinha um brilho da noite passada. Eu me permiti um momento para me embeber com a sua visão. Ela olhou por cima do bloco de notas e sorriu. Eu fui pego a admirando, mas eu não poderia me importar menos. O movimento ligeiro tinha revelado uma gravata azul marinho atada frouxamente em torno da gola da minha camisa. Seus dedos em torno dela, e ela fingiu ajustá-la.

Puta merda.

—Não tinha certeza se começaríamos hoje com o trabalho. —Ela ronronou. —Pensei que era melhor me vestir formalmente.

—Nunca trabalharemos novamente se você continuar usando isso. —Informei. Esfregando o sono dos meus olhos, abri a geladeira e me atrapalhei com alguns itens para um café da manhã ligeiro. Apesar do pouco sono que eu realmente tive, sentime revigorado de uma forma que apenas algumas horas gastas fazendo uma mulher linda gozar podia. Puxando uma caixa de morangos, eu olhei para Belle, que não tinha parado de rabiscar. —Escrevendo todos os detalhes? Eu duvido que você vá se esquecer por um tempo.

—Então ele colocou seu dedo... —Ela foi sumindo, sacudindo a cabeça.

—Quanto tempo você me deixou dormir? —Perguntei, percebendo que era quase meio-dia.

—Algumas horas. —Sua caneta varreu sobre o papel enquanto falava.

Eu não podia ver o que ela estava desenhando. —Um pouco maior.

—Na verdade, eu estou trabalhando em algo não relacionado ao seu pênis.

—Isso é lamentável.

—Narcisista. —Ela me deslumbrou com um sorriso irônico.

—Parece que isso me faz querer te comer no café da manhã. —Avisei, deslizando uma faca do balcão.

Belle suspirou, mas não deixou cair à caneta. —O meu corpo não pode lidar com outro orgasmo antes das refeições. Isso pode realmente matar-me. Você secou cada gota de energia que eu tinha na noite passada.

—Notei. —Fui trabalhar cortando os talos do morango.

Ela voltou para as suas anotações, deixando-me ainda mais intrigado. Se ela tivesse tão faminta quanto afirmava, por que ela não pegou qualquer coisa para comer quando veio para cá? Especialmente se ela esteve na cozinha por horas. Movi a tábua de corte para mais perto de onde ela se sentou e olhei por cima do balcão. Havia apenas uma palavra na página, embora tenha sido esboçado mais e mais. Uma com redemoinhos. Outra fina e moderna. E meia dúzia de outras interações.

Bless19.

A palma da mão dela se abriu, obscurecendo a página, e eu olhei para cima para descobrir os olhos arregalados de vergonha.

—Não é nada. —Ela disse, rapidamente fechando o bloco de notas.

—Isso parece com um logotipo. —Imaginei. Isso ou ela tinha chegado a algumas questões compulsivas graves por mim.

Ela manteve sua mão sobre o bloco de notas, nem confirmando nem negando a minha suspeita. Eu senti sua hesitação para não me dizer mais nada. Melhor deixar para lá.

—Quero começar o meu próprio site. —Ela deixou escapar. —Empresa, realmente.

—Você nunca mencionou isso antes. —Supunha que era natural que ela não tivesse até agora, mas uma parte de mim queria que eu já soubesse. Eu tive que pegá-la no ato de trabalhar sua ideia. Agora me diga sobre isso ser menos discussão e mais confissão.

Os olhos de Belle tremularam se afastando, sua expressão mudando de culpada para arrogante. Ela enrolou uma mecha de cabelo em seu pulso e torceu seu cabelo dourado em um nó confuso. —Você não gosta exatamente de falar sobre questões relacionadas com o trabalho.

Ah! Isto de novo. —Tecnicamente você trabalha para mim agora, então não é tudo relacionado com o trabalho?

Ela arqueou uma sobrancelha, como se esperando eu explicar como a noite passada estava relacionada ao trabalho. Rindo, eu inclinei a cabeça em sinal de rendição. —Suponho que já cruzamos claramente a fronteira da vida profissional e pessoal.

—Acho que as eliminamos, na verdade.

—Falando nisso. —Rondei mais perto dela e apertei os lábios no espaço sob sua orelha. Ela derreteu contra mim antes de se afastar. —Talvez devêssemos eliminar ainda mais.

—Comer. Comida. —Ela enfatizou cada palavra com uma risada.

—OK. Eu lhe farei uma refeição quase tão deliciosa quanto você, com uma condição.

—Qual é?

Eu deixei a pergunta pairar no ar por um momento, sabendo que ela assumiria que a minha condição seria ruim. Eu finalmente respondi. —Eu preparo a comida e você me diz sobre a sua empresa.

—Tecnicamente, eu não tenho uma empresa. —Ela desconversou.

—Belle, eu adoro quando você joga duro para conseguir, mas eu não gosto quando você se subestima. —Entreguei um morango para ela, saboreando quando ela o pegou com os dentes. —Isso foi uma amostra do que eu posso lhe oferecer. Agora me diga sobre Bless.

Ela lambeu o suco de seus lábios, quase me distraindo da minha missão.

—Vamos lá, Belle. Tenho outras maneiras de tirar de você. —Parte de mim esperava que isso a persuadisse. —Prometo que uma vez que a minha língua esteja em sua buceta, você vai me dizer qualquer coisa que eu queira saber.

—Você é tão cheio de si, Price. —Mas sua garganta deslizou com meu nome, sua mente, obviamente, pensando em outro nome que ela tinha para mim.

—Eu sei que você gostaria se eu tirasse isso de você, mas você também quer isso. —Cortei outro morango.

Ela roubou-o de mim com uma careta e abriu o bloco de notas para outra página que mostrava um gráfico desenhado à mão. —Bless é uma combinação de "vestido preto”. Você já ouviu o termo “pretinho básico”, certo?

—Eu acho que sim. —Disse secamente.

Ela jogou o talo de seu morango para mim. —A Ideia é basicamente roupas de alta costura para alugar. Um cliente pode se inscrever para um plano mensal e, em seguida, colocar os itens em um guarda-roupa. Nós enviamos. Eles enviam de volta. Voilà!

—Então é um serviço de assinatura. —Peguei os pedaços da fruta e coloquei em uma tigela.

—Sim.

—Não há outras empresas que fazem isso? —Perguntei. Se eu remotamente seria útil no sentido de erguer esta ideia do chão, eu teria que perguntar cada coisa que me viesse à cabeça apenas como um investidor. Eu esperava que a resposta dela provasse que ela estava preparada para a tarefa.

—Sim, mas... —Ela continuou rapidamente. —Nenhuma delas se concentra em alta costura e roupas de grife.

—Existe uma razão para isso?

—Porque as roupas são muito caras, o que significa que você precisa de muito capital e de seguros para a ação. —Ela admitiu. —A maioria dessas outras empresas oferecem assinaturas com base no número de itens de cada vez.

Fui até a geladeira e tirei uma garrafa de creme de leite. —Como Bless vai ser diferente?

—Deus, você é um advogado. —Ela provocou, mas logo ficou séria. —Assinaturas baseadas por nível. Os preços de designer de roupas já caem em níveis. Há uma diferença entre comprar um Michael Kors e um Versacce. Deve haver uma diferença quando você os alugar, também.

—Parece que você tem isso tudo resolvido. —Mas havia um milhão de coisas a considerar, e só o tempo e persistência a levariam do conceito à empresa. Eu derramei o creme nas frutas.

Belle espiou dentro da tigela, seus olhos brilhando. Mas ela não roubou, em vez disso ela ficou de pé e abriu o armário. Minha camisa levantou juntamente com seus braços quando ela alcançou os grãos, revelando a curva de sua nádega. —Café?

Movi-me para trás dela, agarrando-a pela cintura e empurrando meu pau duro contra a sua bunda. —Acho que se você estiver usando isso, devemos evitar qualquer coisa que possa queimá-la. Não posso garantir não agarrá-la se eu pegar outro vislumbre da sua buceta.

—Você prometeu me alimentar. —Ela me lembrou quando virou e enterrou seu rosto contra o meu peito.

Minha mão instintivamente estendeu para acariciar o cabelo dela e puxá-la para mais perto. Ela pertencia aqui em meus braços. As curvas de seu corpo moldavam perfeitamente contra mim, como se Deus a houvesse criado apenas para mim. Mas isso era impossível. Deus não me devia favores, e ele certamente não tinha nada para me recompensar. Talvez eu fosse sua punição, embora não houvesse crime que ela pudesse cometer para me merecer.

Ou talvez ela fosse a minha salvação. Pressionei meus lábios em sua testa.

—O que está fazendo comigo, Belle Stuart? Você está me mudando, me religando. —Murmurei.

Belle inclinou o rosto para cima, revelando os olhos cheios de perguntas que, ao mesmo tempo, me ofereciam respostas.

—Preciso alimentá-la. —Disse com uma voz suave.

—Não estou mais com fome... Não disso.

Mas, apesar do convite, eu não conseguia ver além do meu dever. Quando eu a tomasse, eu a escolheria. Eu a colocaria sob meus cuidados e proteção. Mas, pela primeira vez, eu realmente compreendia o que isso significava. Deslizando meus braços para baixo, eu segurei sua bunda e levantei-a. As pernas de Belle enrolaram em mim, mas até mesmo o calor tentador de sua vagina contra a minha cintura não poderia me desviar. Levando-a para o outro lado da cozinha, baixei-a sobre a ilha.

Seus olhos fecharam enquanto abria a boca com expectativa, mas em vez de meus lábios, eu empurrei um morango entre seus dentes. Ela gemeu quando o chupou dos meus dedos e o engoliu.

—Você está me deixando ciumento. —Ignorei quando minhas bolas apertaram enquanto sua língua varria os vestígios de creme de seu lábio inferior. Seus dentes puxaram suavemente sobre o mesmo lábio, antes que ela abrisse mais a boca.

Desta vez, quando eu o levei à boca, eu segurei-o, esperando até que a camada de creme em sua ponta escorresse pelo seu pescoço e em sua clavícula. Uma gota pingou na gravata em volta do pescoço.

—Melhor tirar isso. —Sugeri, dando-lhe outra mordida, enquanto a mão livre desatava o nó da gravata de seda.

Belle espiou para baixo, para a mancha na minha gravata de trezentas libras. —Espero que não esteja arruinada.

—Foda-se a gravata. —Resmunguei, arrancando-a dela. Eu trouxe um punhado de morangos com ela, esmagando-os em seus lábios, saboreando a forma como o creme suculento derramava sobre seu queixo. Isso só me fez perceber o quão boa ela ficaria com outras coisas pingando de sua boca. Belle pegou meus dedos e chupou-os em sua boca, lambendo os restos de seu café da manhã deles.

—Você não está com fome? —Perguntou.

—Que pergunta simples vindo de uma boca tão pecaminosa. —Eu estava faminto na verdade. Não havia nenhum ponto em tentar salvar a camisa que ela tinha escolhido, então ao invés de desabotoá-la, eu agarrei a camisa de botão e arranquei-a. Botões espalharam por todo o granito quando a camisa deslizou sobre seus ombros, revelando seus seios.

—A governanta vai saber o que você estava fazendo... Oh! —Belle perdeu a linha de pensamento quando a minha língua passou por seu pescoço e, em seguida, forçou caminho em sua boca. Ela correspondeu meu beijo com fome voraz, tecendo seus dedos no meu cabelo e me arrastando para mais perto.

Quando me afastei, estávamos ambos sem fôlego. —Não acabei de comer ainda.

Pegando a tigela, eu derramei o restante nos seus peitos. Sem hesitar, eu me inclinei para lambê-la. Meus braços envolveram suas costas enquanto minha língua sugava o creme das pontas duras de seus mamilos. Nada que já provei era tão bom. O creme reuniu no seu umbigo, e eu me arrastei para a poça abaixo, seguindo até o ápice inchado de seu sexo. Deslizando dois dedos em sua fenda molhada, eu a abri, permitindo que escorresse através de seu sexo, revestindo o botão rosa delicioso quando ele correu para baixo.

Eu queria chupá-la até limpar. Eu queria puxar o clitóris entre meus dentes até que ela gritasse pela liberação que somente eu poderia conceder-lhe. Mas eu precisava que ela pedisse. Eu determinei ao meu autocontrole com a promessa de que a paciência me renderia ela sem fôlego e flexível. Se eu tivesse que ajustar toda a minha vida em torno desta nova compulsão que eu sentia por ela, então eu gostaria de lembrá-la de que sua existência estava centrada em torno de mim a partir de agora.

Mantendo meu toque leve como pena, eu circulei ao redor do mamilo com a ponta da minha língua. A cabeça de Belle caiu para trás, e meu braço segurou com mais força quando um grito atormentado explodiu dela. Meus lábios tremeram ao som.

—Bem assim. —Grunhi em seu sexo inchado. Ela se contorcia contra o movimento dos meus lábios, mas afastei-me. Apenas o suficiente para impedi-la de arrumar uma fonte de atrito. Mergulhando minha língua em sua fenda, excitei-a, apreciando as contrações fracas já começando em seu canal. Ela estava perto, mas eu não estava nem perto de terminar com ela.

Abandonando sua buceta, voltei para os seios, fechando minha boca sobre o mamilo e chupando o tecido mole na minha boca. Em um flash, Belle travou os joelhos e plantou os pés na beira do balcão, ela procurava alívio entre as pernas.

—Volte lá para baixo. —Ela mal forçou as palavras sem fôlego.

Eu não poderia ter isso. Eu bati o queixo levemente em advertência, e seus olhos fechados se abriram. —Eu não recebo ordens.

—Eu sinto muito. —Ela suspirou. —Por favor, volte para lá, Senhor.

—Nem mesmo se você me ordenar com jeitinho. —Disse, puxando seus quadris para frente de modo que seus joelhos esmagassem contra seus seios. Esmaguei meu corpo contra o dela. —Faça isso novamente, e eu vou ter você de joelhos, sugando-me, e então você vai passar o resto do dia com a buceta nua e necessitada. Sabe o que acontecerá então? Sem cadeiras. Sem sessão. Nenhum atrito. Tudo o que você vai fazer é esperar até que eu permita que você tenha prazer novamente. Agora, o que você quer me perguntar?

—Por favor, posso gozar, senhor? —Ela gritou quando eu circulei meus quadris contra seu sexo torturado. Seus gemidos a assolavam enquanto eu segurava seu corpo que tremia.

—É um pedido adequado. —Disse, sabendo que elogios a acalmariam.

Seus olhos selvagens encontraram os meus, e outro pedido saiu de seus lábios. —Por favor, me beije. Oh Deus, me beije, Smith.

Minha boca chocou-se com a dela. Ela não tinha pedido. Ela não tinha implorado. Ainda assim o desespero no pedido tocou uma corda no meu coração que eu pensava estar fora de sintonia. Em vez disso, a nota tocou em mim, vibrando em um campo que eu tinha esquecido. Seus calcanhares cavaram em meus lados e empurraram para baixo minha cueca, liberando o meu pau. Em um movimento suave, eu levantei a sua bunda e deslizei dentro dela.

Um grito estrangulado, metade prazer, metade agonia, saiu rasgando dela. Sufoquei sua angústia com outro beijo. Sua mão escorregou do meu cabelo até a minha nuca enquanto ela agarrava-se a mim. Eu me endireitei, recusando-me a quebrar o beijo, e suas pernas cercaram minha cintura. Mantendo uma mão na parte inferior das costas, eu a segurei firme enquanto levantava sua bunda para cima e, em seguida, mergulhava de volta para baixo.

Eu queria sussurrar coisas sujas no ouvido dela e ver como seu corpo reagia, mas não tanto quanto eu queria meus lábios nos dela. Minha língua forçou mais fundo em sua boca aberta. Cada fibra do meu ser ansiava por enchê-la. Meu pau. Minha boca. Não era suficiente. Eu precisava de mais do que apenas seu corpo. Cobiçava sua alma.

Sentindo os músculos tensos, eu empurrei com mais força, martelando-a em direção à devastação. Ela se desfez em meus braços, desintegrando-se em um destroço de soluços e gritos que exortaram o meu próprio clímax. Parti para o interior dela, em erupção dentro dela, até que tudo o que restava era um emaranhado de pernas suadas. Segurei-a lá, sem vontade de libertar o meu corpo do dela.

Porque eu não sabia onde eu terminava e onde ela começava.


CAPÍTULO 20


Eu nunca considerei ter duas pias no meu banheiro principal até esta manhã, mas enquanto Belle vasculhava a gaveta à procura de uma escova de dente sobressalente, o espaço parecia que tinha sido feito para nós dois. Os azulejos brancos nas paredes e no chão refletiam a luz das janelas, tornando o ambiente mais leve e arejado, como a presença dela me fazia sentir.

Peguei meu pincel de barba e ensaboei meu rosto antes de deslizar a minha navalha. O método tinha uma precisão que eu apreciava. Um movimento errado e eu faria um belo corte em mim mesmo. Belle fez uma pausa e me observou atentamente.

—Isso parece perigoso. —Ela comentou enquanto eu lavava a lâmina para que eu pudesse continuar.

—Prefiro um barbear mais rente. —Disse a ela, lançando a navalha fechada e segurando-a para ela.

Ela pegou com cautela e sorriu timidamente. —Prefiro quando você tem uma barba cerrada.

—Por que? —Me aproximei até que nossos corpos levemente roçavam um no outro.

—Do que você chamou mais cedo? Fricção? —Havia um tom lúdico em suas palavras. Ela ficou tonta com a lembrança do nosso encontro na cozinha. Se eu fizesse do meu jeito, ela olharia para cada cômodo nessa casa, e sentiria a mesma alegria.

—Ela cresce rápido. —Prometi a ela. —Vou mostrar o quão rápido amanhã de manhã. Mas, agora, termine isto para mim.

—Eu? —Ela tentou empurrar a navalha de volta em minhas mãos. —Eu nem sei como usar isso. E se eu errar e cortar sua garganta?

—Então eu vou morrer um homem feliz. —Eu a peguei pelo braço e guiei-a para o banheiro. Afundando na tampa, eu inclinei meu rosto para expor a área ainda coberta de sabão de barbear. —Bem aqui.

Abri a navalha e coloquei os dedos na posição correta, observando que sua mão estava tremendo. —Não tenha medo. Eu não tenho.

—Você não é o único empunhando uma arma de rua do século XVIII. —Ela suspirou e segurou a lâmina mais perto do meu rosto.

Virando o pulso de modo que estivesse no ângulo apropriado, eu guiei sua mão para baixo, apreciando o leve puxão quando a lâmina deslizou sobre a minha pele.

—Sua vez. —Eu disse a ela.

Ela moveu a navalha e hesitou antes de pressioná-la suavemente contra meu rosto, e repetiu o movimento que eu tinha mostrado a ela.

—E eu ainda estou vivo. —Brinquei com ela suavemente.

—Cuidado, Price. —Ela me avisou. —Ainda sou a única com o objeto cortante.

Eu levantei meu queixo, expondo a pele muito mais delicada do meu pescoço. O ângulo errado ou um momento de pânico, e seria o fim de sua carreira de barbear. —Deixe a lâmina guiar você. —Aconselhei.

Ela aproximou-se da tarefa com mais confiança neste momento, puxando a lâmina rapidamente para baixo até acabar. Comecei a me levantar, mas a mão pressionou no meu ombro. —Espere. Eu perdi um ponto aqui.

Virei o rosto, permitindo-lhe o acesso. A lâmina deslizou sobre a curva do meu queixo suavemente até que cortou, enviando uma forte pontada de dor através da minha carne. Belle afastou-se de mim enquanto desculpas derramavam de seus lábios. —Eu sinto muito. Oh meu Deus, você está sangrando.

—Não é nada. Eu já me cortei antes. —O corte já estava insensível.

—Mas eu não o cortei. —Ela sussurrou. Inclinando-se, ela deu um beijo sobre a ferida. Observei-a, hipnotizado, enquanto ela lambia a pequena mancha do meu sangue em seus lábios.

Tomando a navalha dela, eu a fechei e a joguei na pia. Estendi a mão para ela, mas ela saltou para longe, quebrando o feitiço hipnótico do ato.

—Uh-uh. —Ela sacudiu o dedo indicador em minha direção. —Tenho um almoço com a sua pessoa favorita.

—Oh?

—Edward, então eu preciso entrar no chuveiro. —Havia uma mistura de finalidade e desafio em seu tom.

—Ele é importante para você. —Eu supus, o que significava que eu precisava segurar meus sentimentos sobre ela estar em torno de outros homens. —Nós deveríamos jantar com ele.

—Você vai acertá-lo? —Ela perguntou com uma voz seca.

Dei de ombros evasivamente e sorri. —Só se ele merecer.

—Poderíamos convidar seu noivo, assim você se sentiria menos ameaçado. —Os olhos de Belle brilharam com diversão. —Mas antes de fazermos isso, eu preciso de um banho!

Eu fiquei de pé e me lancei sobre ela. Apoiando-a contra a parede, eu despejei uma série de beijos ao longo de sua mandíbula. —Ambos precisamos de um banho. —Eu sugeri. —Vou te lavar.

—O ponto de um banho é sair limpo. —Mas ela riu, e eu sabia que era um negócio feito.

Afastando-me dela, eu levantei minhas mãos em sinal de rendição. —Entre no chuveiro. Vou colocar um pouco de música.

—Música, hein? —Ela correu e abriu a água.

—Música acalma meu lado selvagem. É sua melhor chance de controlar-me se você estiver nua e molhada dentro de um raio de dezesseis quilômetros. —Destravando meu telefone, eu acessei o sistema de som da casa, e escolhi uma lista de reprodução. Alguns segundos depois, um ritmo de blues encheu o ar, quando Mick Jagger começou a cantarolar.

—Os Stones? —Ela perguntou. —Pensava em você mais como um ouvinte de música clássica.

—Belle, esta é clássica. Eu cresci com os Stones.

—Deus, por um segundo eu pensei que você me diria que era seu advogado.

—Eu não sou. —Pisquei para ela. —Mas eu conheço seus advogados.

—Claro que sim. —Ela roçou os lábios sobre o meu ombro. Foi um beijo relativamente casto, mas isso não importou para meu pau.

Eu golpeei sua bunda, enxotando a água. —Entre antes que eu mude de ideia sobre me juntar a você.

Voltando para a pia, joguei água fria no meu rosto para enxaguar qualquer resíduo. Eu estava com toda a intenção de me comportar, mas o reflexo de Belle no espelho me deu outras ideias. Ela virou sob o fluxo do chuveiro, inclinando a cabeça para trás para que a água lavasse os cabelos. Vapor começou a embaçar o ambiente quando eu abri a porta de vidro e me juntei a ela.

—Eu pensei que este era meu banho. —Ela falou, piscando água de seus olhos.

—É um banho duplo. Você não é a única que tem que se limpar. —Sorri quando abri o outro conjunto de chuveiro no lado oposto. Recostando-me na corrente quente, peguei o meu pau e comecei a bombeá-lo com o meu punho. Meus olhos estavam cheios de luxuria enquanto eu a observava levar seu sabonete até os seus seios.

—Está se divertindo? —Ela falou, ensaboando a superfície plana de seu estômago. Seus dedos mergulharam entre suas pernas, lavando sua vagina um pouco demais.

—Você está? —Perguntei, massageando minhas bolas enquanto eu continuava a acariciar-me.

Ela deu de ombros e virou as costas para mim, esfregando espuma sobre sua bunda redonda. Eu definitivamente estava curtindo o show, mas parecia que alguma participação do público estava em ordem. Joguei meu braço direito em volta da sua cintura e puxei-a contra mim, guiando meu pau para sua entrada escorregadia. Mal empurrei a coroa dentro dela, fiz uma pausa.

—Não é melhor ficar suja agora, quando a limpeza é tão fácil? —Disse com uma voz rouca, martelando mais fundo em seu canal.

Ela inclinou-se para mim, permitindo que meu braço esquerdo serpenteasse entre os seios. Enfiei meu pau totalmente dentro dela, levantando seus pés do chão enquanto ela gritava.

—Sem dúvidas que isso está um pouco escorregadio. —Sussurrei em seu ouvido.

Ela tomou a sugestão quando eu a abaixei para as pontas de seus pés e a curvei para frente, pressionando as palmas das mãos nas paredes frias do chuveiro.

—Não consigo decidir qual vista eu prefiro. —Disse com voz rouca. —Sua buceta linda esticada sobre meu pau, ou o olhar em seu rosto quando você goza. —Deslizei dentro dela, saboreando quando as paredes lisas e aveludadas de sua vagina apertaram meu eixo. Era bom, mas eu precisava de mais. Retirando, eu a girei e a prendi contra a parede. Em um movimento rápido, eu a levantei contra o azulejo e me empurrei de volta para dentro dela. Seus braços estavam abertos por toda a parede enquanto eu continuava meu ataque implacável. No fundo, uma nova música começou a tocar, e eu combinei com o ritmo enquanto a água derramava por sobre nós.

—Me diga o que você quer. —Rosnei, batendo rudemente dentro dela.

Seu braço atacou e agarrou meu rosto. —Você. Eu quero você.

—Porra. Sou seu. —Nós colidimos um contra o outro, nossos corpos deslizando em uníssono, frenéticos, quando tentamos gozar juntos. Quando seu poder sobre mim apertou, eu capturei sua boca, sugando os sons de seu clímax. Senti sua inundação de prazer nas minhas veias quando eu desencadeei o meu próprio clímax, esvaziando-me em sua vagina apertada.

Ajudei-a suavemente a ficar de pé, mantendo um poder sobre ela para que ela não escorregasse. Ela piscou para mim, ainda perdida em uma névoa de êxtase, quando eu peguei a barra de sabão. Alcançando entre suas coxas, eu passei ao longo de suas dobras, lavando o gozo que estava derramando dela. Ela agarrou-se a mim enquanto eu lavava a espuma. Eu não a soltei quando saímos do chuveiro. Envolvendo uma toalha grossa ao redor dela, eu esfreguei-a até que sua pele brilhava num tom rosa.

Peguei a mão dela para ajudá-la ir para o quarto, mas ela balançou a cabeça. —Acho que eu posso andar.

—Não estarei satisfeito até que você não possa. —Avisei.

Ela desapareceu pela porta, balançando o traseiro gostosamente por todo o caminho.

—Tem certeza que você tem que encontrar Edward? —Falei para ela. —Se você ficar aqui, eu posso fazer isso valer a pena.

O pensamento de ficar sem ela, mesmo que por um curto período de tempo, me fez querer dobrá-la sobre a pia e transar com ela até que ela implorasse para ficar. Eu tinha sofrido com nossa separação esta semana, sentindo que ela precisava de espaço. Agora que ela já não precisava disso, era difícil dar qualquer espaço para ela.

Fazendo uma pausa na porta, eu vi quando ela empacotou seu vestido de ontem à noite e o estudou.

—Não estava planejando fazer a caminhada da vergonha. —Ela admitiu com um sorriso. —E sem calcinha.

—Prefiro que você use calcinha quando você for para o almoço com outro homem, mesmo um homem gay. —Fui até o meu armário e acendi a luz. —Venha aqui, Belle.

—Não acho que vou caber em suas cuecas. —Ela disse secamente, mas o sarcasmo desapareceu de sua voz quando ela viu o vestido em minhas mãos.

—Eu tive algumas coisas entregues aqui. —Expliquei, dando um passo para o lado para exibir uma arara de roupas selecionadas por sua estilista na Harrods. —Os sapatos estão lá.

Seus pés pertenciam a Louboutins, e eu me certificaria de que ela os tivesse à sua disposição. Uma dúzia de pares, em variados estilos de muito alto a recatado, estavam alinhados na prateleira. Ela empinou para eles, arrastando os dedos sobre o couro.

—Eu só o perdoei ontem à tarde. —Ela se voltou para mim. —Quando você solicitou isto?

—Terça-feira.

—Você é muito seguro de si. —Seus olhos estreitaram, e eu senti que ela estava lutando entre o incômodo e o prazer.

—Esperava que você voltasse. —Fui até ela e passei meus dedos pelo seu queixo. —E se você não voltasse, eu iria arrastá-la de volta para cá.

—Alguém já lhe disse que você é um pouco homem das cavernas? —Ela disse, seus lábios contraindo-se com um sorriso reprimido.

—Belle, eu seria um homem feliz se eu só tivesse que foder e comer. —Admiti, inclinando meu rosto para morder seu ombro.

—Acho que você também teria que caçar e encontrar abrigo. —Ela disse, empurrando-me para longe e pegando um par de saltos.

—Eu já tenho a maior caverna, e... —Eu agarrei meu pau. —A melhor arma.

—Mais tarde, você pode me mostrar como usá-la, mas agora vou me vestir! —Ela pegou a roupa mais próxima e saiu.

Quando eu finalmente escolhi uma calça casual e uma camisa de botão sob medida, eu fiquei atrás dela. Ela estava colocando um salto, curvada em uma posição graciosa, que era a própria definição de feminilidade sensual. Ela levantou e me lançou um olhar de advertência.

—Vou secar meu cabelo. —Ela informou.

Agarrei-a quando ela tentou passar e beijei-a. —Vamos voltar para a minha cama esta noite.

—Cavalos selvagens20. —Ela sussurrou. A soltei, sorrindo para a referência. —Não conseguiriam me levar embora21.

Meu celular tocou na mesa de cabeceira, e eu percebi que não era bem verdade.

—Price. —Eu atendi. Meu bom humor desapareceu como nuvens cobrindo todo o sol. Ouvi atentamente com a minha mente fazendo uma triagem das opções.

No momento em que Belle reapareceu no quarto, eu estava completamente vestido. —Preciso ir ao escritório. Vou deixá-la.

—Alguma coisa errada? —Ela perguntou, pegando sua bolsa.

Apenas tudo.

Eu beijei a sua testa. —Não. Tudo está perfeito.


CAPÍTULO 21


Smith insistiu em me levar ao meu almoço com Edward. Ele dirigiu pelas ruas de Londres, ao som dos Rolling Stones. Quando chegamos ao restaurante, ele colocou o Bugatti no estacionamento e inclinou-se para um beijo.

—Comporte-se. —Ele me aconselhou.

—Acho que você prefere quando sou má. —Deixei-o com esse pensamento quando o manobrista abriu a porta para mim. Saí balançado minha bunda provocantemente, sabendo que ele estava prestando atenção. No quarto, ele detinha todo o poder. Fora dele, era uma história diferente. A verdade, eu estava preparada para lhe mostrar todas as conveniências possíveis. O homem uniformizado parecia nitidamente desapontado que não estacionaria o carro esportivo.

Considerando que Smith não tinha cedido em deixar-me dirigi-lo, compreendi sua dor.

A sala de jantar estava lotada com a multidão à tarde, aparecendo para pegar um chá cedo ou um almoço tardio, mas eu vi o rosto amigável de Edward do outro lado da sala.

Edward pousou o menu e levantou-se para cumprimentar-me quando me aproximei dele. Agarrando ambas as mãos, ele me estudou por um momento. —Você está brilhante. —Ele acusou. —Diga-me que é um novo tratamento de pele.

—Não. —Bati-lhe no ombro quando me sentei. —Passei a noite com Smith.

Estendi a mão para o meu copo de água, encolhendo os ombros como se isto não fosse grande coisa. Edward abaixou os óculos para a ponta do nariz e balançou a cabeça como uma professora decepcionada.

—Não posso evitar ter necessidades.

—Necessidades que você negou por meses. —Edward me lembrou enquanto percorria o seu menu. —Então você escolheu o mais cretino do grupo e transou com ele.

—Acho que Philip se qualifica como o maior cretino. —Na verdade, eu sabia que ele era. —Especialmente depois de ontem.

Edward abriu a boca para contar a história quando a garçonete apareceu. Eu levei o meu tempo para escolher, tendo descoberto recentemente o impacto de ser forçada a esperar por satisfação. No momento em que ela terminou com seu bloco de notas, ele batia todos os dez dedos sobre a mesa.

—História. Agora. —Ele ordenou.

—Não é uma história. —Pressionei meu dedo indicador na ponta do meu garfo até uma pontada de dor atravessá-lo.

—Não seja modesta comigo, mulher. —Ele me avisou. —Tenho acesso a pessoas que podem me contar.

Eu bufei com isso, tentando imaginar o doce Príncipe Edward fazendo um movimento tão corrupto. Ele não era desse tipo. Seu irmão, por outro lado, já teria alguém me seguindo. —Mas então você não receberia todos os bons detalhes de como eu me senti, e do que passou pela minha cabeça.

—O quê? —Ele pressionou. —Por que coisas passariam pela sua cabeça? —Ele empurrou os óculos mais para cima no nariz, parecendo como se pudesse explodir a qualquer momento.

Isto era realmente bem divertido, mas desde que eu ainda estava fazendo uma triagem das minhas próprias emoções emaranhadas sobre as últimas vinte e quatro horas, eu acho que precisava ser clara, especialmente se quisesse a sua visão das coisas. Ou, pelo menos, um ouvido simpático.

—Philip apareceu no escritório de Smith ontem.

Edward gemeu e recostou-se na cadeira, percorrendo a sala como se cada cliente no estabelecimento, simultaneamente gemesse junto com ele. —Aposto que tudo correu bem.

—Smith não o viu. —Esclareci. —Não que isso importasse.

—Oh? —Sua voz atingiu o pico na palavra.

—Vamos ver. A versão resumida é que ele cometeu um erro, e ele desejava consertá-lo, mas Pepper mentiu para ele.

—Que chocante. —Edward disse em uma voz seca. —Juro, aqueles dois se merecem.

—Não poderia concordar mais. Então ele me beijou, e eu não senti nada.

—Ele beijou você? —Edward repetiu.

—Aparentemente, de repente, fiquei muito desejável. —Eu queria dizer-lhe mais. Sobre o beijo. Sobre a ameaça de Georgia e a reação de Smith. Mas algo me segurou.

—Você sempre foi desejável. —A reação me fez lembrar de Smith.

—Smith faz isso também. —Disse sem pensar. —Fica do meu lado quando eu estou sendo dura comigo mesma.

—Vou admitir que eu gosto dele um pouco mais ao ouvir isso. —Edward disse, com um pouco de má vontade.

—Eu também. Eu acho que poderia estar perdendo minha cabeça. —Admiti. —O nosso relacionamento está movendo-se tão rapidamente, que eu sinto que preciso pegar alguma coisa e me segurar.

—Soa como se você estivesse se apaixonando.

Eu zombei, balançando a cabeça. Era muito cedo para isso, mas o meu peito apertou um pouco enquanto eu considerava. —Isso seria terrível, considerando que o meu melhor amigo o odeia.

—Talvez ele ganhe mais com Clara. —Edward brincou. —Mas sério agora, se você se preocupa com ele, ele deve ter algumas qualidades redentoras.

—Ele quer que você e David jantem conosco. —Disse a ele, esperando avaliar sua reação.

—Soa como se ele estivesse se apaixonando, também. Ou pelo menos ele quer ser uma parte significativa da sua vida.

—Talvez. —Foi tudo com o que eu podia comprometer-me por agora. Embora eu suspeitasse que Edward estivesse certo. —Cometi o erro de acreditar que um homem queria isso antes.

—Philip era um idiota. Ele nunca mereceu você.

Eu levantei minha taça de água brindando a isso. —Isto é definitivamente uma verdade.

Nossa comida chegou poucos momentos depois, e a conversa mudou para falarmos dos planos de casamento.

—Quando você vai escolher uma data? —Eu o incitei sobre isso por meses, adotando a filosofia de que, se a pressão poderia transformar um pedaço de carvão em diamante, então eu poderia exercer força suficiente para ver Edward finalmente no altar.

—Quando a lei do Reino Unido aplicar-se a todos igualmente.

Espetei uma couve de Bruxelas em meu garfo e acenei-a ao redor. —Corrija-me se eu estiver errada, mas não é Alexander quem concede permissão neste caso?

—Sim. —Edward disse com hesitação.

—Então eu não vejo qual é o problema. Ele vai dizer que sim. —Não tinha nenhuma dúvida sobre isso. Ambos, Alexander e Clara, pareciam tão ansiosos quanto eu estava para ver os dois felizes no casamento.

—É mais sobre o tribunal da opinião pública. —Ele ergueu a mão para me impedir de interrompê-lo. —Eu sei que são tempos modernos, e tem havido pouca revolta. Se fosse a decisão do meu pai, seria obviamente um não.

—Mas não é por isso, por que você está dizendo besteiras? —Abandonei a minha comida completamente e olhei para baixo.

—David deixou de ser o meu segredo para estar no olho do público tão rapidamente, que eu não estou certo de que ele sabe no que está se metendo. Você viu o que aconteceu com Clara no último ano. —Edward me lembrou. —Eu não quero colocá-lo nisso.

—Você deveria ter considerado isso antes de você lhe propor, porque esse homem já está escolhendo nomes de bebê. —Eu vi como os olhos de David iluminaram quando ele segurou Elizabeth no hospital. Ele estava pronto para ter sua própria família. —E Clara foi vítima de um psicopata e azar.

—Alexander acha que há mais do que isso. —A voz de Edward reduziu para um tom conspiratório. —Ele está investigando o que aconteceu no casamento.

Meu sangue transformou-se em gelo. —Pensei que ele tinha deixado isso.

—É de Alexander que estamos falando. Clara é seu mundo. Vamos lá, Belle, não há como Daniel ter agido sozinho, e até que tenhamos respostas, todas as nossas vidas estão em espera.

—Clara sabe sobre isso? —Meus pensamentos, que estiveram confusos na maior parte da manhã, agora entraram em foco preciso. Minha melhor amiga estava em casa com sua filha recém-nascida, enquanto as pessoas que tinham tentado machucá-la ainda estavam à solta. —É possível que Alexander esteja apenas sendo excessivamente paranoico?

—Não dessa vez. —Edward disse com uma voz sombria. —Sem saber quem estava por trás disso, eu não posso arriscar outro casamento real.

—Fuja. —Aconselhei. —Dê a David, seu casamento, e fique fora do radar de quem está por trás disso.

—Eu acho que David gostaria ainda menos dessa ideia do que ter que esperar. Você já viu o seu plano de casamento.

Eu tinha, na verdade, contribuído para a pasta volumosa de ideias que David tinha armazenado desde a proposta.

—Leve quem conhece vocês dois. David quer casar com você. Ele não se importa como, e se isso significa abrir mão de um casamento dos sonhos, ele não vai nem piscar. —Continuei admitindo algo que eu não tive coragem antes. —Eu queria o sonho. O vestido. A festa. A lua de mel exótica. Eu estava tão cega pelo casamento perfeito, e o que eu pensei que seria a vida perfeita, que eu não sabia que eu tinha escolhido o homem errado.

—Falando de homem errado. —Edward murmurou, seu olhar mudando de direção. Segui sua linha de visão a tempo de ver Phillip e Pepper sentados algumas mesas atrás.

Era como se eu estivesse olhando para um espelho de parque22. Um ano atrás, poderia ter sido eu sentada com Philip. Agora a loira de pernas longas ao seu lado, parecia uma versão sexuada de mim mesma. Pepper estava vestida com um top marfim e uma saia de tule preto que era muito curta para ser de bom gosto. Considerando que eu cortei o meu cabelo, ela manteve o seu longo, mantendo as ondas longas que eu sabia que Philip preferia. Philip assentiu evasivamente quando ela lhe disse alguma coisa, suas mãos gesticulando enquanto falava. O diamante em seu dedo anelar esquerdo captava a luz, enviando brilhos ofuscantes dele. Eu tive que admitir que gostei de saber que ele estava à procura de uma saída.

—Você não possui essa roupa? —Edward perguntou, parecendo tão impressionado quanto eu.

—Você está confundindo a saia e o homem. —Disse secamente. —Embora, com toda a justiça, eu nunca possuí qualquer um deles.

—Acho que o noivado é oficial. —Edward manteve seu tom, ainda, obviamente, sem querer adicionar sal à ferida.

—Ele admitiu isso para mim ontem. Eu disse que ele estava recebendo o que merecia. —Girei para trás na cadeira, apertando a mão no meu estômago enjoado.

As sobrancelhas de Edward juntaram, vincando a testa lisa. —Você está bem?

—Sim. Eu apenas sinto que tenho alguns negócios inacabados lá. —Eu sabia que eu tinha. Eu tinha passado a última metade do ano na porta esperando Philip retornar. Ontem eu a fechei, mas agora eu precisava bloqueá-la permanentemente.

Edward mudou a conversa para temas mais leves, mas mesmo tentando relaxar, eu podia sentir os dois nas minhas costas. Quando eu vi Pepper indo ao banheiro com o canto do meu olho, eu levantei.

—Um momento, por favor. —Não esperei ele se opor. Ele tinha que ter visto ela se levantar, dado que ele estava de frente para a mesa, mas se ele ia me parar, eu não lhe dei a chance.

Parando na porta, eu fiz uma oração silenciosa para que não houvesse mais ninguém lá dentro, e a abri. Caminhando para as pias, eu peguei meu batom da minha bolsa e apliquei-o, examinando o espelho até que eu vi os saltos em uma das cabines. Eu respirei fundo e esperei. Meu estômago revirou quando ouvi o clique abrindo.

Agora seria um bom momento para correr. Eu ignorei a pequena voz alertando-me para ir embora. Eu não estava funcionando mais. Não com isso de qualquer maneira.

Pepper saiu da cabine, alisando a saia e congelou quando me viu. Eu sorri maliciosamente para o espelho e girei para enfrentá-la.

—Imaginei encontrar você aqui. —Deixei cair o batom de volta na minha bolsa e olhei para ela.

Ela foi até a outra extremidade da pia e abriu a torneira. —Se você está planejando quebrar meu nariz outra vez, devo avisá-la que desta vez Philip não será capaz de convencer-me a não abrir uma ação judicial.

—Não estou, mas vendo como eu tenho o meu próprio advogado agora, seria um caso interessante. —No mínimo, eu não queria quebrar o nariz, eu queria quebrar seu pescoço. Não por causa do que ela tinha feito para destruir meu noivado, mas por causa dos estragos que ela infligiu às pessoas com as quais eu me importava. Ela precisava aprender uma lição. O problema era que eu tinha tentado lhe ensinar essa lição em várias ocasiões, incluindo a vez quando eu a esmurrei. Algumas cadelas nunca aprendem.

—Isso virá a calhar quando eu quebrar o seu nariz, eu suponho. —Ela se pavoneou, mas eu vi as mãos tremendo.

—Anel adorável. —Não pude deixar de notar que era muito menor do que o que Philip tinha me dado. Eu deveria saber que quando você aposta e perde, você não coloca tanto dinheiro na próxima aposta.

—Vamos casar neste inverno. —Ela informou, sua voz assumindo o tom malicioso que tinha aperfeiçoado através de anos de terror.

—Eu posso ver isso. As pessoas de sangue frio normalmente preferem tempo frio. Menos discordante. —Eu adicionei.

Isso estava indo exatamente como eu tinha imaginado, mas não como eu esperava. Eu a tinha sob a mira, agora era hora de dizer a que vim.

—Na verdade, eu a segui até aqui por uma razão. —Eu comecei.

Ela pegou uma toalha de papel da cesta e secou as mãos. —Claro, você me seguiu. Eu não sei como soletrar isso para você, mas Philip pertence a mim agora. Por favor, abstenha-se de me perseguir por isso.

—Assim como o rei Albert pertencia a você? Ou Alexander? Você certamente já era dona de uma cadeia de homens. Pelo menos este está fingindo que você tem um futuro com ele. —Merda, eu tinha caído de volta em sua armadilha mesquinha. Enquadrando meus ombros, voltei a me concentrar no meu propósito de estar aqui. —Queria agradecer-lhe. Se eu não tivesse te visto com Philip, eu provavelmente estaria casada com o idiota agora, e eu suponho que você sabe quão chato isso seria.

—Ele nunca teria se casado com você. —Ela disse, ignorando o meu ataque ao seu noivo. —Você nunca teria se casado com ele.

—Então acho que teria lhe agradecido de qualquer maneira. —Disse serenamente. —A coisa é que, até recentemente, eu não sabia o homenzinho que Philip era em todos os sentidos. Agora que eu experimentei um homem de verdade, eu sei o quão profundamente insatisfeita Philip me fez.

—Talvez a culpada fosse você. Eu não tenho o mesmo problema. —Ela jogou seu cabelo sobre o ombro e deu um passo hesitante em direção à porta.

Ela pode não ter aprendido a não me provocar, mas ela claramente temia estar perto de mim. Computei isso como uma vitória.

—Ah! Outra coisa. —Era agora que eu jogaria a bomba que eu não tinha a intenção de deixar passar. —Desde que tecnicamente você me fez um favor, livrando-me do peso morto de Philip, eu acho que deveria retribuir a gentileza. Sabe onde ele estava ontem de manhã?

A mandíbula de Pepper ficou tensa, mas ela deu de ombros. —Não tenho que manter o controle sobre ele. Ele é completamente leal a mim.

—Então você ficaria surpresa em saber que ele veio me ver no trabalho. Ele me contou sobre o seu envolvimento, e sobre como você mentiu estar grávida.

—Não menti. —Ela falou, enquanto enxugava as lágrimas repentinas. —Perdi o bebê.

Tanto quanto eu odiava Pepper Lockwood, meu coração afundou por ela. Talvez uma criança a teria forçado a crescer e ver a vida além de suas próprias necessidades. —Lamento ouvir isso. Mas você deve saber que ele me pediu para voltar para ele.

—Mentirosa! —Ela gritou.

Mal tive tempo de me abaixar antes da cesta de toalhas de papel passar zunindo sobre minha cabeça. —E então ele me beijou.

Eu estava grata que não havia mais nada ao seu alcance que ela pudesse jogar. Assim que as minhas palavras afundaram, ela se endireitou e me lançou um olhar desagradável.

—Você pode mentir o quanto você quiser, Belle. Eu vou casar com Philip e você não pode me parar.

—Você tem a minha bênção. —Eu disse a ela. —Eu sinto há muito tempo que vocês dois são realmente destinados. Só espero que não destrua a todos que ficarem em seu caminho.

—Então eu poderia aconselhá-la a ficar longe de mim. —Ela passou correndo por mim e desapareceu pela porta, deixando a verdade pairando no ar atrás dela.

Quando voltei para Edward na mesa, ele me deu um olhar interessado.

—O que quer que você disse a ela, serviu, porque ela saiu com pressa. —Ele me informou.

—Eu disse o que eu precisava dizer. —Deixei por isso mesmo. Edward sabia todos os detalhes. Ele não precisava que eu preenchesse as lacunas.

—Bem, metade do restaurante ouviu o que você disse a ela, porque ela estava gritando com ele. Foi um belo show. Eu quase aplaudi. —Um sorriso esculpiu sua boca, e ele ergueu a taça desta vez.

Bati a minha contra a dele, apreciando o tilintar comemorativo. Colocando-a de volta na mesa, eu sorri.

—Você quer sobremesa ou isso foi doce o suficiente para você? —Ele perguntou.

—Mais do que suficiente. —Confirmei. —Mas vamos pedir sobremesa de qualquer maneira.

***

Edward beijou meu rosto quando saímos do restaurante, em seguida, às pressas, ele olhou em volta. —Obrigado Deus, Smith não está aqui.

—Eu disse que não havia nada para se preocupar. —Disse, segurando minha bolsa, sentindo a vibração de uma mensagem de texto recebida. Quando Edward dirigiu-se na direção oposta, eu puxei meu celular para fora.

SMITH: Durante toda a tarde eu estive pensando sobre o seu açúcar mascavo 23.

Eu sorri para a referência lasciva ao café da manhã pouco ortodoxo desta manhã, e nosso banho musical.

BELLE: Não me dê à partida24, ou você não terá qualquer trabalho sendo feito esta tarde.

Eu mantive o telefone na minha mão enquanto eu me dirigia para a estação. Smith podia não gostar da ideia de eu tomar o transporte público, mas seria ridículo chamar um táxi para o meu apartamento. Antes que eu pudesse chegar ao subsolo, outra mensagem chegou.

SMITH: Tenha um pouco de simpatia pelo diabo25 e venha para o escritório.

Eu balancei a cabeça. O homem era insaciável, um traço que eu descobri que eu realmente apreciava. Escrevi mais um texto, e bati enviar antes de descer na estação.

BELLE: Eu prometo, mais tarde haverá satisfação 26.

Enquanto eu deslizava meu cartão Oyster27, percebi que tinha perdido a minha ligação e empurrei o telefone de volta na minha bolsa. Havia algo reconfortante sobre entrar no metrô, e eu sentei na minha cadeira estudando os outros passageiros. Mães tentando impedir suas crianças de caírem com as freadas bruscas. Turistas tentando decifrar um mapa subterrâneo antes de perderem suas paradas. Adolescentes ouvindo música, completamente alheios ao mundo ao seu redor. E um casal descaradamente se beijando no canto.

Isso era algo que eu não poderia imaginar fazer com Smith. Considerando o quão longe ele já tinha me levado, eu não tinha pensado que haveria um limite. Ainda assim, apenas vendo o casal me fez sorrir.

Merda. Edward estava certo. Eu estava me apaixonando por Smith. Isso ou eu engoli um bocado de borboletas. Parecia que a noite eu me tornaria uma daquelas garotas andando com pensamentos nas nuvens e um sorriso bobo preso ao rosto, e eu não poderia me importar menos. As luzes do teto piscaram momentaneamente enquanto atravessávamos um túnel, lançando uma sombra sobre a minha felicidade.

Havia coisas que eu não sabia sobre Smith. Nós não tínhamos falado de nossos passados, embora eu imaginasse que ele soubesse muito mais sobre mim dado o quão cuidadosamente ele tinha exibido a minha entrevista. Eu não deveria ser tão facilmente consumida por ele. Não até que ele começasse a abrir-se, mas considerando como ele me fez sentir, isso importava mesmo?

Eu ainda estava ponderando esta pergunta duas conexões mais tarde, quando o alto-falante informou a minha estação. Assim que eu saí, eu verifiquei meu telefone.

SMITH: Vamos passar a noite juntos 28.

Aparentemente, os Stones tinham uma canção adequada para cada ocasião. Todas as minhas dúvidas evaporaram com o pensamento de suas mãos no meu corpo. Eu tinha um milhão de perguntas para ele, mas eu não podia esperar que todas fossem respondidas imediatamente. Talvez seu jeito brincalhão recém-descoberto fosse o primeiro passo para deixar-me ficar mais perto dele.

Mas eu não podia deixar de brincar com ele agora.

BELLE: Você nem sempre pode ter o que deseja29.

Isso iria irritá-lo. Na verdade, eu nunca conheci um homem que tão facilmente conseguia o que queria, especialmente de mim.

Outra mensagem apareceu no meu telefone, não de Smith. Um endereço. Aparentemente, alguém tinha confundido os números. Eu deslizei a notificação e outro texto chegou. Eu quase podia ouvir sua voz enquanto lia.

SMITH: Dê-me abrigo30.

A canção imediatamente começou a tocar com toda a sua energia brutal. Ele ter escolhido essa tirou meu ar. Era o ponto crucial do problema. Uma parede nos separava ainda, e eu não queria nada mais do que derrubar tijolo por tijolo. Eu sabia que lhe daria abrigo. Eu daria qualquer coisa que ele pedisse. Eu só queria saber se um homem como ele precisava de proteção.

Eu não poderia continuar o jogo. Não responder pareceu apropriado. A única coisa que eu poderia oferecer a ele era eu mesma. Eu tinha a esperança de que isso fosse o suficiente.

***

Era bom estar em casa. Meu apartamento era o meu espaço seguro pelos últimos meses, me protegendo contra as ameaças do mundo real. Jane tinha aberto a porta quando eu mais precisei, e mesmo agora com a vida começando a finalmente se ajeitar, voltar aqui parecia um consolo que eu precisava das mudanças que tomavam conta de mim.

Joguei minhas chaves ao lado de uma pilha de correspondência de ontem e chamei minha tia. A voz que respondeu me fez estremecer.

—Estamos aqui.

A voz de minha mãe.

Endurecendo, forcei um sorriso e entrei na sala de estar. Algumas crianças pareciam com suas mães, mas mais uma vez, fiquei impressionada com o quão diferente nós éramos. Eu parecia muito mais com o meu pai, que era talvez a razão dos lábios da minha mãe franzirem quando eu estava à vista. Eu era um lembrete indesejável da vida que ela tinha perdido.

Seus olhos eram tão escuros quanto o cabelo negro preso elegantemente no alto da cabeça. Ele tinha começado a acinzentar nas têmporas desde a última vez em que a vi, mas eu mantive esse pensamento para mim mesma. Como sempre, ela estava impecavelmente vestida com um terno rosa e pérolas. Ambas gostávamos de roupas caras. Essa era a semelhança que tínhamos.

Mamãe me escaneou completamente, sem se preocupar em esconder sua desaprovação ao meu vestido com decote revelador, mas ela não disse nada.

A nossa relação era construída sobre o que deixávamos por dizer.

—Não sabia que você estava vindo para a cidade. —Disse, inclinando-me para o beijo obrigatório na bochecha. Ela aceitou sem devolvê-lo.

—Você não arrumaria tempo para um encontro. —Ela me lembrou. —Ou me dizer alguma coisa sobre este novo trabalho. Minha tia também não.

Jane sorriu agradavelmente para ela e jogou água quente em uma xícara lascada. Ela estendeu-a para ela.

Mamãe tomou-a, fazendo uma careta quando viu sua imperfeição, e virou o lado irregular para longe dela. Eu a odiava por isso.

—Eu estive muito ocupada. —Caí em uma poltrona estofada e cruzei as pernas, sabendo que a deixava louca.

Damas cruzam os tornozelos. Eu ouvi a voz dela me corrigir em minha mente. A maioria das minhas memórias de infância incluíam dicas úteis, como essa. Se ela tivesse alguma ideia da vagabunda que eu havia me tornado, ela provavelmente desmaiaria.

—O que é isso no seu pescoço? —Ela perguntou, inclinando-se para o que ela tinha visto.

Minha mão voou para a minha garganta, mas já era tarde demais. Eu ainda não tinha me checado procurando marcas. Agora, eu não tinha ideia a que ela estava se referindo. Mordida? Equimose? Chupão? Todos esses pareciam bastante prováveis.

Jane mergulhou em meu socorro. —Parece que o cinto de segurança deve ter-lhe marcado.

—Cinto de segurança? —Curiosidade enchia as palavras de minha mãe. —Não sabia que usavam cintos de segurança no metrô.

—Belle tem seu próprio carro agora. —Disse Jane.

Eu olhei para ela. Lá se vai me salvar. Jane deu de ombros, como se dissesse: “vamos colocar as cartas na mesa”.

—O seu próprio carro? —Minha mãe repetiu com a voz estrangulada.

Não importava que a garagem da propriedade da família abrigasse uma dúzia de automóveis de luxo que não podíamos pagar. Tudo o que ela ouviu foi que eu a tinha traído.

—Não é meu. —Menti. —É do trabalho. Eu só uso para executar tarefas.

Eu já tinha decidido que, se eu largasse meu emprego, eu não manteria o carro, era um privilégio da minha posição e nada mais. Eu deixei de fora que era uma Mercedes.

—O que é esse trabalho de qualquer maneira? —Ela estalou. —E antes que dê uma de espertinha comigo, eu não apreciei sua piada de mau gosto anteriormente.

—Não sou uma stripper. —Tranquilizei-a. Bem, na verdade não. Eu não sabia se havia um termo para uma mulher que transava com seu chefe. —Trabalho para um advogado como sua assistente pessoal.

—Pelo menos não é nada importante. —Ela inclinou-se e colocou a xícara de chá sobre a mesa à sua frente. Ela poderia apenas ter jogado em mim, para todos os efeitos.

Surpreendia-me que depois de todo esse tempo ela ainda pudesse me machucar com as suas palavras. Claro, eu nunca desenvolvi uma pele grossa tanto quanto eu tinha desenvolvido uma boca inteligente. Meu sarcasmo incomodava mais de qualquer maneira.

—Belle está bastante satisfeita com a sua nova posição. —Jane veio em minha defesa, encarando-a. Não havia nada como ver minha tia enervada.

—A menos que pague a hipoteca, então não é importante. —Mamãe explicou. Ela olhou para mim como se eu fosse me oferecer para escrever-lhe um cheque.

Meu salário poderia pagar muitas das despesas da propriedade, mas me deixaria com muito pouco para me manter. Desde que eu tinha partido para a escola, os laços que me prendiam a minha infância tinham se desgastado. No ano passado, eles tinham quebrado por completo. Ainda assim, a culpa me pegou.

—Apenas o suficiente para o aluguel. —Eu menti.

Jane conteve um sorriso na minha frente, mal o escondeu antes de minha mãe se virar para ela. —É uma vergonha você cobrar aluguel da sua própria sobrinha.

—Londres é muito cara. —Jane piscou como se isso fosse razão suficiente. Nenhuma de nós estava a ponto de lhe dizer que eu não tinha escrito a Jane um cheque desde que eu tinha me mudado para o seu quarto de hóspedes.

—Tenho uma boa notícia. —Apesar deste anúncio, minha mãe parecia nada feliz. Ela torceu o colar de pérolas no pescoço.

—Por favor, compartilhe. —Jane finalmente solicitou quando ficou claro que ela estava esperando que mostrássemos uma quantidade respeitosa de interesse.

—Fomos abordados para alugar a propriedade para a BBC, para esses dramas de época que os norte-americanos tanto gostam.

—Wexford Hall? —Perguntei, franzindo a testa.

—Sim, eles foram incapazes de chegar a um acordo com os Abernathys. Aparentemente, Philip foi bastante exigente em suas negociações e sugeriu que nos contatassem sobre o uso de nossa casa para as filmagens no futuro. —O olhar aguçado de mamãe poderia furar carne.

—Ele não estava nos fazendo um favor. —Fui direto ao cerne da questão.

—Não engane a si mesma, Belle. —Ela descartou a minha resposta com um aceno de mão. —Foi claramente uma oferta de paz. Philip quer fazer as pazes com você.

—Philip noivou com a mulher com quem me traiu. —Só minha mãe para entrar em minha própria casa e sugerir que eu volte para o idiota.

—Ele está muito infeliz. Ele sente que cometeu um erro.

Eu congelei por um momento enquanto processava o que ela estava me dizendo. Agarrando os braços da cadeira para que eu não voasse para ela, eu nivelei meu olhar com o dela. —Por favor, me diga que você se tornou uma adivinha.

—Ele veio me ver no início desta semana. Dei-lhe a minha bênção para se aproximar de você. —Claramente, pelo seu tom de voz, ela não viu nenhum problema com isso.

—Ele está noivo! —Talvez se eu dissesse mais alto, ela finalmente me ouvisse.

—Homens cometem erros. O Senhor sabe que o seu pai cometeu muitos.

—Papai não dormiu com outras mulheres. Ele era leal. —A raiva fervendo dentro de mim começou a transbordar.

—Sim, mas ele cometeu erros. No entanto, a propriedade sempre foi sua prioridade. Como ele se sentiria ao ouvir que você está evitando uma chance de protegê-la da ruína?

Essa era a minha mãe. Cabia a mim. Sempre foi assim. Os funcionários não podiam ser dispensados. Os veículos não podiam ser vendidos. Considerar a oferta da BBC foi a primeira concessão que ela já tinha feito a respeito de seu estilo de vida. —A lealdade dele para este Estado, a você, o mataria.

—Ele se matou. —Ela disse friamente.

Minha mão bateu sobre minha boca quando um reflexo indesejado nadou na minha cabeça.

Oscilação, pés sem vida. Papai estava sendo bobo e ele não parava. Eu subi em uma cadeira e puxei a perna, mas ele ainda não desceu.

Gritos. Gritos da boca dela.

E então eu bati no chão duro. Eu me enrolei em uma bola. Mamãe não se importou que tivesse me derrubado.

Ela simplesmente continuou gritando.

Gritando e o puxando.

Lágrimas encheram meus olhos quando cobri meus ouvidos.

O braço de Jane envolveu meus ombros enquanto eu tentava voltar presente. Quando eu me vi de volta no meu apartamento, as lágrimas pertenciam a mim e não à menina de cinco anos de idade em minha memória.

—Saia. —Jane disse, apontando para a porta.

—Nós temos assuntos para discutir. —Minha mãe disse, ignorando-a. —Graças à má visão de negócios do seu pai, todas as decisões relativas ao estado financeiro da propriedade devem ser aprovadas por minha filha.

—Você não tem uma filha. —Grasnei com a crueza subindo pela minha garganta.

—Como eu queria que isso fosse verdade. Um filho teria sido útil. Ele se preocuparia com sua família. Em vez disso eu estou presa com você. —Ela resmungou.

A farpa não doeu. Eu sabia que ela se sentia assim por toda a minha vida. —Faça o que quiser com ela. Porque se você a deixar para mim, eu vou queimar a porra do lugar todo.

—Olhe a língua! —Ela me repreendeu.

—Você obviamente não me ouviu. —Jane rugiu. —Saia da minha casa, Ann!

Ela levantou-se, puxando para baixo seu casaco sob medida e lançou um olhar de ódio para mim. —Vou enviar o contrato da BBC para você ler. Ou assine-o ou volte para Philip, mas arruinar o que eu reconstruí não é uma opção.

Suas palavras finais ainda estavam soando em meus ouvidos quando a porta fechou-se atrás dela. Era uma piada realmente. Nos últimos dezenove anos, ela não reconstruiu nada.

Muito menos eu.


CAPÍTULO 22


O contrato estava em minha caixa de entrada quando eu cheguei ao escritório três horas atrás, e eu ainda estava olhando para ele. Um golpe de caneta cortaria um laço que havia me ligado muito tempo aos erros do passado, os erros que não cometi. Mas também isso levaria ao escrutínio. A decisão de retirar minha parte herdada na boate de meu pai não deveria levantar questionamentos, mas levantaria. Eu coloquei as rodas em movimento meses atrás, esperando dissolver o meu interesse discretamente. Não havia nada a arriscar então.

Agora isso tinha mudado.

Minha família e afins poderiam oferecer proteção à Belle. Isso nunca foi uma pergunta. A pergunta era o que isso me custaria e a ela. E essa proteção era absoluta até que meus parceiros considerassem qualquer um de nós uma ameaça. Pronto ou não, eu escolhi assinar os papéis escolhendo o homem que eu me tornaria. Por um breve momento, eu considerei se meu pai tinha enfrentado um dilema semelhante.

A porta do meu escritório se abriu, e Belle enfiou a cabeça através da abertura.

—Estou perturbando um advogado importante? —Ela perguntou, mas seu sorriso alegre não alcançou seus olhos.

Eu empurrei minha cadeira para trás e bati no meu joelho. —Você é sempre bem-vinda para me perturbar.

Ela correu até mim e sentou no meu colo. Ela estava tão impressionante como quando a deixei esta manhã, refinada e radiante, exceto pelas bordas vermelhas ao redor dos olhos. Erguendo o queixo para que ela me encarasse, estudei-a ansiosamente. —O que aconteceu?

—Nada. Estou cansada. —Era uma mentira, mas uma bem-intencionada. Não era a desonestidade de alguém em vergonhoso delito. Eu tinha passado tempo suficiente em torno de pessoas culpadas e criminosos para saber. Esta era a mentira de alguém que guarda a si mesma. Ela tinha sido ferida. Eu endureci no meu lugar, tentando manter a calma. Seria feri-la forçar mais a questão, apesar de não poder fazer nada para quem a ofendeu, me deixou sentindo com vontade de matar. Em seguida, ocorreu-me que eu poderia ser o agressor. Talvez eu a tivesse empurrado longe demais ontem à noite.

—Talvez devêssemos ir devagar esta noite. —Eu sugeri. —Pegar alguma comida e assistir um filme no sofá.

—Você tem um sofá e uma televisão? —Ela disse em falsa surpresa.

Seu humor mudou, e eu a puxei para mim, determinado a iluminá-la inteiramente. —Admito que não uso muitas vezes.

—Muito ocupado com as mulheres na cama? —Ela adivinhou, aninhando debaixo do meu queixo.

—Eu detecto algum ciúme? —Eu tinha, e eu gostei. —Normalmente estou preso no trabalho durante a noite. Ultimamente, eu tenho uma razão para ir para casa.

—Uma noite tranquila soa agradável. —Ela disse finalmente. —Desde que termine com uma boa trepada. —Ela virou-se, abrangendo as pernas por cima do meu colo e levantando a saia no processo.

Meus dedos cravaram em seus quadris, segurando-a lá. —Isso eu posso prometer.

—Tirei minha calcinha antes de entrar, então eu fiquei nua e pronta para você. —Ela sussurrou, moendo sua buceta contra minha calça. O erotismo cru estava em desacordo com a agitação doce de suas pestanas. Ela era um caos, encantadora em um momento e devassa no próximo. Conhecê-la era a turbulência mais requintada que eu já tinha experimentado.

Uma batida na porta nos assustou e nos separamos. Belle me lançou um olhar interrogativo. Eu não podia culpá-la. Era uma da tarde de sábado. Deveríamos ser os únicos aqui. Havia apenas quatro pessoas que tinham as chaves da porta da frente. Eu não tinha que adivinhar quem estava visitando.

—Hammond. —Informei. —Temos alguns assuntos para discutir.

Outra mentira tão perto da verdade que as bordas se turvavam. Ele estava aqui para falar de negócios, mas eu não estava esperando por ele. Sua presença indicava que as notícias tinham corrido mais rapidamente do que eu tinha previsto. Eu esperava enfrentar isso na próxima semana. Agora Belle estaria aqui para testemunhar a precipitação.

—Entre. —Falei, me preparando para a tempestade aproximando-se rapidamente.

—Eu devo ir. —Ela murmurou, e eu fiz o meu melhor para não parecer aliviado. Havia coisas que ela aprenderia sobre mim com o tempo, mas era muito cedo para revelar o interior feio da minha vida. Não enquanto ela ainda poderia correr.

Belle alisou o vestido rapidamente, recuperando a compostura antes de Hammond atravessar a porta.

—A adorável senhorita Stuart. —Hammond estendeu as mãos em saudação. —Posso lhe servir uma bebida? Smith mantém as coisas boas guardadas para mim.

Pegando sua bolsa, ela vibrou suas pestanas docemente para ele. —Eu estava de saída. Na próxima vez.

Próxima vez. Minhas mãos fecharam em punhos com o pensamento. Toda vez que ela estava na sala com ele, eu jurava que nunca haveria uma próxima vez.

—Encontro-o em sua casa? —Belle falou comigo, mas seus olhos estavam grudados em Hammond como se ele fosse uma cobra que pudesse atacar a qualquer momento.

Eu sempre gostei de mulheres inteligentes.

—Pode levar algumas horas. —Olhei para Hammond, que confirmou isso com uma piscadela. Eu queria beijá-la, mas não na frente dele. Seria apenas munição e, francamente, eu não queria compartilhá-la nem por um momento com ele. Deus sabe que até mesmo a ação mais inocente poderia ser pervertida para atender aos desejos torcidos de Hammond. Belle desapareceu pela porta do escritório com uma despedida fraca, mas apesar de sua saída graciosa, senti sua necessidade de fugir.

Hammond acendeu um charuto quando a porta do escritório foi fechada. Nuvens espessas de fumaça picante flutuavam na sala, e minha mente brilhou com o meu pai sentado neste escritório. Tanto a memória quanto meu visitante atual eram indesejáveis.

—Soube que você está saindo do Velvet. —Ele não perdeu tempo. Não, tempo era dinheiro para um homem como ele, e ele nunca deixaria você desperdiçar um segundo dele.

Caí no sofá e passei um braço sobre o encosto, lançando um suspiro pesado, mas nenhum tão exaustivo como o que ele tinha dado. —Onde você ouviu isso?

—Será que isso importa? —Ele sentou na cadeira oposta a mim e assumiu a mesma posição. Ele sempre amou o jogo da imitação. Embora ele parecesse ter esquecido que me ensinou isso. Imitar o seu adversário. Se eles agirem casual, seja casual. Se mentirem, minta bem. Quando eles fizerem perguntas, responda com outra.

—Não. Não é um segredo. —Cruzei minha perna e o assisti fazer o mesmo.

—Então por que não vir a mim? —O que ele estava realmente perguntando era se tudo estava correndo bem.

—Honestamente, não acho que você se importa. Era o passatempo do meu pai, não meu. —Passatempo era uma palavra amável para isso. Obsessão teria sido mais apropriada. Aberração ainda mais correta.

Hammond acariciou sua mandíbula, seus olhos e pensamentos distantes. Mencionar meu pai sempre teve esse efeito sobre ele. A memória do homem era o suficiente para enviar-nos em um espiral de volta no tempo. —Você não pode cortar o legado de seu pai de sua vida, Smith.

—Eu posso tentar. —Disse entre dentes cerrados.

—Você poderia muito bem cortar sua própria garganta e, em seguida, drenar o sangue de suas veias. Seria mais prático. —As palavras de Hammond assumiram o tom severo e paternal que eu detestava. Eu achei calmante uma vez. Esse tinha sido o meu primeiro erro.

—Sou um parceiro silencioso. Georgia pode lidar com Velvet sem mim. Eu nem sequer pisei...

—Isso não é o que importa. Velvet é um elo importante que o liga a esta família.

Ele chamava de elo, mas eram correntes. Cada um de nós as usava, alguns com mais boa vontade do que outros. A família de Hammond estava ligada através de seus muitos empreendimentos empresariais. No momento em que um percebia a verdadeira natureza do negócio, eles estavam muito amarrados para escapar. Velvet era um elo que eu precisava quebrar.

—Tenho elos mais do que suficientes me ligando. Preciso lembrá-lo de que meu nome está em cada contrato que você assina. —Este não era um jogo que eu queria jogar. Não com Hammond que raramente via sentimento e instinto. Os fatos nunca lhe interessavam. Era uma coisa importante para se manter em mente.

—E você tem a proteção de sua profissão. Uma que eu te dei.

—Isso é engraçado. —Disse levemente. —Eu me lembro da Universidade de Direito me conceder essa profissão depois de alguns anos estudando.

—Isto não é uma brincadeira. —Hammond ficou de pé e eu levantei, revertendo o seu jogo de imitação para ele. —Você vai manter a sua participação acionária no Velvet, e se eu continuar a ouvir rumores inquietantes...

—E de quem você ouve esses rumores? Eu sei que você nunca teve um gosto para a legalidade, mas estou interessado em ter acesso a todas as provas. —Havia um rato entre o meu círculo íntimo. A notícia não me abalou. Eu pagava a minha equipe bem o suficiente, mas eu nunca esperava sua lealdade. Eu aprendi há muito tempo que a lealdade era uma noção extravagante que tinha desaparecido junto com cavalheirismo. Ocasionalmente eu tinha vislumbres de ambos, mas nunca o suficiente para acreditar que eles existiam. Mas eu não podia permitir que o traidor não fosse reconhecido. Isso só alimentaria a natureza paranoica de Hammond.

—Você acha que eu não possuo sua equipe? Doris. Garrison. Sra. Andrews. Todos podem ser comprados por um preço. Eles só não podem ser comprados por um Price31. Seu pai cometeu o erro de aprender essa lição da maneira mais cara. —Hammond soprou a fumaça na minha direção e olhou para a porta que Belle tinha saído recentemente. —Algum dia, eu vou possuí-la, também. Mais cedo ou mais tarde, todo mundo precisa de algo de mim. E a parte deliciosa é que você nem vai saber quando eu a comprar. Ela vai voltar para casa e chupar seu pau e brincar de casinha como...

Seu discurso foi prematuramente cortado pelas mãos em torno de sua garganta.

Minhas mãos.

—Tudo que tenho a fazer é apertar. —Avisei.

—Então vocês dois morrem, mas não será rápido e limpo dessa vez. —Ele ofegava, suas bochechas vermelhas. O charuto caiu no chão. —Meus herdeiros cuidarão disso. Você estará lá para ver, também. Todo aquele sangue vermelho brilhante em sua pele muito pálida. Ela vai estar viva. Ela vai ficar implorando por você. E não haverá uma maldita coisa que você possa fazer.

—Como que eu vou saber que você não vai ordenar isso assim que você sair? —Exigi, torcendo mais forte o pescoço magro. Empurrando meu ombro em seu peito, eu o imobilizei contra a parede.

—Você não sabe. —Ele admitiu com um suspiro. —Acho que você vai ter que apostar depois de tudo.

Imaginei: os olhos arregalando em sua cabeça, sua carne pastosa mudando de vermelho para roxo. E eu quase podia imaginar a sensação de liberdade que acompanharia seu momento final, um alívio que eu nunca tinha conhecido.

Mas essa liberdade seria de curta duração.

Minhas mãos caíram para os meus lados. Hammond se afastou, esfregando o pescoço.

—Estou feliz que você recuperou os seus sentidos, garoto.

—Não sou o seu garoto. —Rosnei.

—Seu pai estaria decepcionado com o pouco respeito que você mostra aos mais velhos. —Hammond esmagou a ponta fumegante do charuto, deixando um buraco negro no tapete oriental.

—Acho que ele estaria mais decepcionado que acabou morto antes que pudesse destruir cada pessoa que ele dizia amar. —Virei de costas para Hammond. Eu não podia me dar ao luxo de deixá-lo ver mais nada. Não enquanto eu estava tão exposto. Agora, enquanto eu estava tão fora de controle. Eu escorregaria novamente e haveria consequências.

—Sua mãe viveu uma vida completamente adorável após a morte dele. —Hammond fechou o botão de seu blazer, balançando a cabeça com desgosto.

Ela tinha sido uma sombra de uma pessoa, desde aquele dia, e nós dois sabíamos o porquê.

—Sim, felizmente, alguém tomou conta dela. —Puxei a rolha do Macallan32 que eu mantinha para os clientes, e servi-me de uma bebida.

—Bebendo tão cedo?

Eu queria dizer a ele para enfiar seu tom paternal no rabo. Ele não tinha merecido. Ninguém na minha vida merecia o direito de achar-se um pai. Engoli-o e servi outro. —Eu cuido dos meus próprios negócios. Chamo isso de terminar um dia mais cedo...

—Isso é onde você está errado, meu filho. —Hammond colocou uma mão pesada no meu ombro. —Você cuida dos negócios para mim.

Engoli uma risada. Se ele soubesse a verdade, mas, novamente, ele recusaria a acreditar.

Hammond parou na porta, com a mão na maçaneta. —Vou esquecer que isso aconteceu. Por amor ao seu pai. Mas nunca venha com essa merda de novo.

Dei-lhe um aceno conciso depois engoli a minha segunda dose de uísque. Assim que ele se foi, eu peguei a garrafa.

Eu tinha um plano. Um que requeria paciência. Mas o mais importante: sem anexos. Agora tudo isso tinha ido para o inferno. Por causa dela.

Havia duas maneiras de mantê-la longe da vista de Hammond: Nunca a deixando longe da minha ou tornando-a irrelevante. Uma delas era mais à prova de falhas do que o outro. Era também a única com a qual eu não estava certo se poderia viver.

Eu teria que beber o quanto pudesse. O que eles dizem sobre a estrada para o inferno? Quem se importava, porra. Eu já estava nele.

***

Meu pai foi enterrado em um cemitério ao lado de poetas do século XVIII. Hammond tinha cobrado uns favores, arrumando o lugar para ele, um gesto ao amor do meu pai pelos livros. Nas poucas ocasiões em que eu tinha me aventurado aqui, eu vaguei pelas lápides cobertas de heras me perguntando se isso acalmou sua culpa. Hoje à noite eu sabia que não tinha.

Uma estátua da justiça com os olhos vendados montava guarda sobre seu túmulo. Considerando seu amor pela literatura, o meu pai certamente apreciaria a ironia. Olhei para os olhos cegos. Ela era uma imagem popular nas aulas de direito da universidade. A maioria dos meus colegas acreditava que ela realmente existia. Eu poderia ter acreditado uma vez também, mas eu não me lembro de ser tão ingênuo.

Humphrey Price.

Amado Pai e marido. Protetor da Justiça de Deus.

Eu ri, enchendo o cemitério tranquilo com o som oco. Isso ecoou pelas pedras. Tirando a garrafa quase vazia de uísque do bolso do meu casaco, eu caí na grama na frente de seu túmulo. Eu levantei um brinde a ele.

—Suponho que finalmente temos algo para falar. Por onde devemos começar? —Fiz uma pausa como se ele pudesse responder. —Sem ideias? Bem, há um problema feminino. Você teve sua a sua cota desses. Embora baseado em seu casamento, você pode não ser qualificado a me oferecer orientação. Poderíamos discutir a lei. A julgar pela lápide exagerada erguida em sua honra, você pode ter mais conhecimento sobre o assunto, especialmente tendo em conta a clientela que compartilhamos.

Tomei um gole da garrafa.

—Oh inferno.

Eu bebi o resto e joguei a garrafa vazia em seu jazigo.

—Você teria adorado isso, mas então, novamente você amava qualquer coisa com um teor de prova mais elevado do que os seus casos legais, certo? Eu tenho que perguntar-lhe. Será que Hammond te deu ouro em troca da minha alma? É assim que é a história? —Uma mistura odiosa correu em meu sangue, elevando-o lentamente em direção ao ponto de ebulição.

—Acho que vou vê-lo em breve. Por agora, permita-me deixá-lo com um gesto de agradecimento por tudo que fez por mim na vida. —Ficando de pé, olhei para baixo. Ele estava lá embaixo, apodrecendo, a sua carne era alimento para os vermes. Ele não pertencia a este lugar, ao lado de homens de talento e caráter. Seu lugar era no inferno. Eu só podia esperar que ele queimasse lá agora. Abrindo meu zíper, eu peguei meu pau e mijei em seu nome. Foi a coisa mais próxima de um consolo que eu lhe ofereceria.


CAPÍTULO 23


Eu queria ir direto para a casa de Smith, mas a aparição de Hammond me enviou em outra direção. Antes que eu compreendesse totalmente o que eu estava fazendo, eu me vi no Chelsea. O endereço que foi enviado para o meu celular não era visível da rua. Se fosse em qualquer outro lugar, eu poderia ter reconsiderado explorar, mas este era em Chelsea. Ainda assim quando eu encontrei a porta roxa cuidadosamente distante de uma rua tranquila, fiz uma pausa.

Eu não tinha ideia de quem me enviou a mensagem de texto. Ou por quê. Não que eu tivesse inimigos. Eu sinceramente duvidava que Pepper Lockwood se desse ao trabalho só para retornar um nariz quebrado. Não, eu não tinha chegado tão longe para voltar atrás agora. Eu tentei a maçaneta, mas estava trancada. Procurei um batedor ou campainha, mas não achei. Eu estava prestes a desistir quando a porta abriu. Ninguém me encontrou na entrada. O corredor estava mal iluminado, mas as paredes tinham um brilho que atraiu as minhas mãos para elas.

Velvet 33.

Ao longe, batia um ritmo fraco. Era um pouco cedo para um clube noturno começar, mesmo para um sábado, mas o instinto me dizia que esse não era um clube comum. Eu me empurrei para frente, arrastando os dedos ao longo dos revestimentos aveludados da parede. O vestido estilo envelope simples que eu tinha colocado na minha pressa para ficar pronta esta manhã não era realmente material para a pista de dança. Esperançosamente, a multidão precoce no bar não notaria. Quando eu dobrei a esquina, eu sabia que eles notariam.

Eu apertei a minha boca fechada, puxando de volta o suspiro que tentou sair, mas eu não poderia evitar minhas bochechas avermelharem.

A garçonete de cabelo rosa me olhou de cima a baixo do outro lado do salão, enquanto eu tentava não olhar diretamente para o corselete emborrachado dela ou os mamilos perfurados em exibição. Lancei-lhe um sorriso, imaginando se eu deveria virar as costas e correr ou jogar com calma. É evidente que o texto tinha sido enviado para o número de celular errado. Agarrei minha bolsa com força, preparando-me para fazer uma saída tão digna quanto possível, quando um casal no canto chamou minha atenção. A mulher estava usando uma coleira amarrada a uma corrente. Memórias da noite passada vieram em minha cabeça. Eu tinha sido essa menina ontem. Eu esperava ser ela de novo hoje à noite.

Talvez eu não estivesse tão fora do lugar como eu temia.

Reunindo minha coragem e ignorando os meus nervos, eu andei até o bar. —Gin e tônica.

Os olhos da garçonete estreitaram, mas ela pegou uma garrafa de gim Nolet e derramou a bebida. Aparentemente, este lugar atendia aos bizarros e aos ricos. Eu tomei um gole do meu coquetel, meus olhos colados no casal no sofá. A mulher ajoelhou-se a seus pés, enquanto ele falava com outro homem sentado em frente a eles. Os dois homens estavam completamente vestidos, mas a única coisa que ela usava era o colar. Eu faria isso se fosse Smith segurando minha coleira? A pergunta me despertou, e eu considerei enviar-lhe o endereço em uma mensagem de texto, mas então eu teria que explicar como eu tinha acabado aqui. E eu não tinha uma boa resposta.

Enquanto eu observava, o outro homem se levantou e aproximou-se do casal. A cabeça da mulher caiu para frente para esconder suas lágrimas, e seu amante passou a mão sobre sua bochecha. Toquei a minha própria, sabendo exatamente como a carícia parecia. Em seguida, ele entregou ao outro homem a corrente. Sua cabeça ficou abaixada enquanto ela se arrastava para longe com ele. Os dois seguiram por um corredor, e meu estômago revirou.

Ele tinha lhe dado à outra pessoa, e ela tinha ido por vontade própria, apesar de sua tristeza.

Pegando o meu cartão de crédito, liguei para um táxi.

—É por conta da casa. —A garçonete disse, empurrando-o de volta para mim.

—Eu vou pagar. —Praticamente cuspi as palavras. Eu não queria dever nada a este lugar. Não quando estava claro o que era esperado de mulheres como eu.

Como eu.

Oh Deus, no que eu me meti?

Mas Smith nunca faria isso.

Ela deu de ombros e começou a derramar outra bebida. —Isso é caro pra caralho. Eu preferiria que você pagasse também, especialmente se você vai desperdiçar. Mas não depende de mim.

—Depende de quem? —Pressionei, olhando em minha volta. Eu tinha sido enviada para cá, admiti, e agora alguém estava pagando por minha bebida. Era claro que isto não era uma coincidência.

—Depende de mim. —A voz da mulher me informou.

Girei em meu banco, chocada, mesmo depois de reconhecer sua voz.

Georgia Kincaid ficou ali, lábios pressionados firmemente juntos. Ela fechou os olhos por um momento antes de apontar que eu deveria segui-la.

—Você não deveria estar aqui. —Ela sibilou quando fomos pelo corredor escuro que o homem tinha levado a mulher.

—Tanto faz. —Interrompi meus passos, recusando-me a segui-la mais longe. —Você está me dizendo que não me enviou este texto? —Acenei meu celular para ela.

—Isso é exatamente o que estou lhe dizendo. —Ela disse com uma voz fria. Seus dedos ossudos fecharam-se sobre meu braço, e ela me puxou por uma porta azul. —O que você está fazendo aqui?

—Eu já te disse. Eu recebi uma mensagem de texto. —Eu estava começando a perder a paciência com Georgia. Eu nunca tinha tido muito para começar. —O que é este lugar?

—Nem mesmo você é tão burra. —Georgia fechou a porta e apoiou-se contra ela. Era mais fácil vê-la melhor na iluminação, e meu queixo caiu. Ela estava vestindo um bustiê de renda preta e não muito mais. Tiras de couro caíam sob sua cintura, combinando com as algemas que usava em seus pulsos.

Eu não sabia se ela ia me matar ou me açoitar.

—Um clube de sexo. Adorável. Eu sabia que estava muito vestida. —Virei-me na sala, esperando ver um sinal com a indicação “saída”.

—Não banque a pudica comigo agora. Você não pode ser muito direitinha se está fodendo com Smith. —Georgia passou por mim e caiu sobre um divã de veludo vermelho.

Eu a ignorei e foquei no que eu realmente precisava me preocupar. —Por que alguém me enviou aqui?

—Talvez eles queiram bater na sua bunda seca. —Georgia disse secamente. Seu braço dobrou sob sua cabeça quando ela inclinou-se para trás, expondo os seus mamilos por cima de seu espartilho com babados.

—Vou precisar que você tente não ser uma idiota por um minuto. —Eu a cortei. Poucas coisas me faziam sentir desconfortável, agora eu estava em um lugar que me dava arrepios, com uma pessoa que eu desprezava. Eu queria respostas e então eu queria sair. Imediatamente.

—E eu preciso pensar. —Ela me encarou quando levantou e começou a andar pela sala. —Deixe-me ver o seu celular.

—De jeito nenhum. —Não estava disposta a dar-lhe acesso à linha privada que Smith tinha me dado.

—Relaxa, princesa. Mostre-me o texto. —Ela moveu-se ao meu lado, olhando por cima do meu ombro para a tela. Seu peito roçou meu braço e eu pulei. —Por favor, acalme-se. Eu não estou tentando pegar você.

—Eu sinto muito. Este lugar é um pouco esmagador. —Um pedido de desculpas estava em vista, mesmo que eu a detestasse. Eu não tinha nenhuma razão para suspeitar que ela não estivesse tentando me ajudar, e era óbvio que não foi ela que me mandou aqui.

—Velvet. —Ela disse, batendo o celular para puxar para cima um relatório detalhado da mensagem.

—O quê? —Perguntei confusa.

—Este lugar é chamado Velvet. —Ela disse com naturalidade, depois mudou o foco para a tarefa em mãos. —Não há nada aqui para dizer quem enviou isto para você. Você sempre vai cegamente a lugares, a pedido de telefonemas anônimos?

Eu poderia dizer exatamente o que ela pensava sobre isso. —Esta é uma linha privada. Apenas uma pessoa tem o número.

—Smith? —Ela adivinhou, e eu assenti. —Mas essa mensagem não foi dele.

—Como é que eu ia saber? —Eu queria perguntar para ele no escritório até que fomos interrompidos pela aparição de Hammond. Então eu esqueci.

—Porque Smith nunca a enviaria aqui. —Georgia fez uma pausa para deixar isso assentar. Ela colocou as mãos nos quadris. —Você vai ter que dizer-lhe que você veio.

—Por que ele nunca me enviaria aqui? —Perguntei em voz baixa, ignorando completamente o seu conselho. Até este momento, eu estava pronta para sair daqui e nunca mais falar sobre isso novamente. Agora eu estava sendo dita que eu não podia.

—Isso é para ele lhe dizer. —Ela disse, acrescentando. —Quando ele estiver pronto. Mas diga-lhe que você veio.

—E se eu não disser?

—Ele vai descobrir. —Ela me avisou. —E depende de você de quem que ele vai ouvir. Eu sugiro que seja de seus lábios. Desde que você está transando com ele, estou certa de que ele já mostrou um gostinho de suas preferências. Você não está pronta para a punição real ainda.

Inclinei meu queixo para cima e olhei nos olhos dela. —Como você sabe?

—Porque você estava sentada. —Ela disse detalhando todas as sílabas.

Meus joelhos dobraram, e eu lutei para ficar de pé. Eu tive que olhar para longe dela. Meu olhar concentrou-se em uma pintura abstrata inócua na parede atrás dela. Eu me concentrei nas linhas de preto e branco, até que recuperei o controle sobre mim mesma. —Vou lhe dizer. —Disse finalmente. —Mas responda uma coisa para mim.

Georgia cruzou os braços sobre o peito. —Não posso prometer que vou.

—Ele já esteve aqui? —Eu mal consegui fazer a questão passar pela minha língua seca.

—Sim. —Ela ergueu a mão quando a minha boca abriu novamente. —Isso é tudo o que vou te dizer, e eu só disse a você, porque você já sabia. Cabe a Smith o que mais ele escolhe compartilhar com você. Mas lembre-se, você não sabe que segredos ele mantém a portas fechadas. Agora vou escoltá-la para fora daqui.

Eu não briguei quando ela me levou de volta para a porta lateral. Georgia pisou na rua ao meu lado, apesar de sua roupa ousada.

—Livre-se desse telefone. —Ela disse rapidamente. —Diga a Smith, e no futuro, não seja tão estúpida.

—Eu fui a um clube. —Retruquei, sentindo-me mais corajosa fora das paredes de Velvet.

Um sorriso amargo torceu seus lábios. —Não, você não foi. Você entrou na cova dos leões.


CAPÍTULO 24


Os portões da Clarence House34 estavam sempre abertos para mim. Exceto quando eles não estavam. Enquanto uma chuva rasgava o sombrio céu de outono, eu expliquei pela décima vez para o guarda, que obviamente era novo.

—Isso está no seu computador. —Eu expliquei.

—Senhorita, você pode estar correta, mas a família real tem sido bastante clara que não deseja ser incomodada. —Ele deu um passo para trás enquanto me informava isso.

Meus olhos estreitaram. Ele deveria ter medo de mim. Eu estava quase para escalar o portão. No momento em que ele descobrisse o sistema de telefone para chamar reforços, eu estaria muito longe. É claro que após o dia que eu tive, eu provavelmente seria presa. Edward amaria fazer a chamada para me socorrer.

Edward.

—Presumo que Edward seja permitido? —Perguntei a ele.

Suas sobrancelhas juntaram-se em confusão sob sua boina. —Príncipe Edward?

—Não, aquele vampiro dos filmes. —Eu cortei. —Claro, que é o príncipe Edward.

—Bem, s-s-sim. —Ele gaguejou. Uma gota de suor apareceu na testa, mas eu sabia que ele não poderia limpá-la na minha frente.

—Pode chamá-lo? —Perguntei docemente, tentando disfarçar a minha arrogância.

—Eu poderia, mas...

—Chame-o ou encontre Norris, mas não me faça ligar para o celular de Clara e acordar a bebê! —Aparentemente permanecer calma foi um esforço inútil.

—Sim, senhorita. Eu quero dizer, senhora. Quero dizer, madame.

Eu balancei a cabeça. —Você está indo na direção errada, soldado.

—Não sou um soldado, eu sou um...

Eu levantei a mão, incapaz de ouvir a sua correção. —Apenas chame-o.

Vi pela janela da guarita da guarda enquanto ele se atrapalhava com o telefone e, eventualmente, falava com alguém na linha. Um minuto depois, ele voltou e me entregou a minha identificação. —Sinto muito pela confusão, senhorita Stuart. Nós reforçamos a segurança.

—E você acabou de começar a trabalhar aqui? —Adivinhei.

O olhar confuso que eu esperava atravessou seu rosto. Não havia nenhum ponto em tentar ajudá-lo com isso. O garoto era uma causa perdida. Eu desfilei até a entrada da frente, maravilhada com a grandeza da casa temporária de Alexander e Clara. Logo eles seriam obrigados a mudar para uma ainda maior, mas por razões que só pertenciam a eles, eles teimosamente escolheram permanecer aqui por enquanto.

O guarda na porta abriu-a para mim e eu entrei. Apesar de seu interior espaçoso e as antiguidades de valor inestimável e arte que enchiam cada cômodo, tinha uma sensação acolhedora e casual. Pelo menos em relação à maioria dos Palácios. Foi por isso que eles queriam criar sua bebê neste lugar. Aqui eles poderiam se concentrar na construção de sua família, em vez de governar uma monarquia.

Alexander me encontrou no alto da escada. —Edward me mandou uma mensagem. Sinto muito pelo problema.

—Achei que você pudesse não querer celulares tocando com um recém-nascido. —Afastei as gotas de chuva do meu cabelo.

—Isso foi bem pensado. —Ele soou grato pela minha cautela. Eu supunha que metade do mundo queria ter um vislumbre de Elizabeth ou uma declaração dos novos pais.

A Belle pensadora tinha desaparecido quando cruzei o limiar. —Claro. Agora eu preciso ver a minha melhor amiga, e eu não me importo se ela está descansando. Eu realmente sinto muito, mas essa é uma emergência.

—E se eu recusar? —Ele brincou.

—Vou lembrar que não só eu a conheci primeiro, mas eu a convenci a dormir com você.

—Você aprende algo novo todos os dias. —Ele disse, divertido. —Acho que eu te devo uma.

—Você me deve várias. —Informei-lhe enquanto me guiava pelo corredor. —Como ela está?

—De tirar o fôlego. —Sua voz estava cheia com a mesma admiração que sempre acompanhava seus pensamentos sobre sua esposa. —Ela nunca pareceu mais bonita.

Quando eu entrei no berçário, Clara olhou para cima e me deu um pequeno sorriso. Elizabeth estava em seus braços, dormindo pacificamente. O cabelo escuro de Clara caia em cascata por cima do ombro, e sua pele brilhava contra o pano de fundo cremoso das paredes do berçário. A imagem inteira me fez lembrar de um retrato de uma senhora com uma criança.

—Eu posso esperar. —Sussurrei, percebendo o quão insignificante minhas próprias necessidades eram agora.

—Não, tudo bem. —Ela disse suavemente. —Eu deveria colocá-la no berço, mas não posso deixar de querer segurá-la. Venha aqui. Ela parece um anjo.

Eu fui, na ponta dos pés, não querendo acordá-la, e olhei por cima do ombro de Clara. As bochechas do bebê estavam rosadas, e enquanto eu observava, ela deixou escapar um pequeno suspiro e sorriu em seu sono.

—Ela é perfeita. —Murmurei.

—Eu tenho que concordar com você. —Alexander disse da porta. Sua forma poderosa encheu o batente da porta enquanto ele guardava sua esposa e filha. Ele cruzou até nós e inclinou-se para pegar o pacote dormindo em seus braços. —Eu cuido dela. Vocês duas vão conversar.

Acenei meu apreço a ele. Clara lutou para ficar de pé, e eu estendi a mão para ajudá-la.

—Esta vai ser uma longa recuperação. —Ela disse com um suspiro quando fomos em frente ao corredor para seu quarto. Um fogo foi aceso, e nós sentamos nas duas cadeiras confortáveis posicionadas ao lado dele.

Puxando meus joelhos no meu peito, eu procurei por onde começar.

—Problemas com homem? —Clara adivinhou, acendendo uma lâmpada ao lado dela.

—É óbvio? —Hoje mais cedo eu estava tão certa que meu relacionamento com Smith estava indo em direção positiva. Agora eu não estava.

—Reconheço a cara que você está fazendo. Eu acredito que eu fiz isso várias vezes ao longo do último ano. —Ela franziu o rosto com um cruzamento entre uma careta e uma carranca.

—Espero que eu realmente não pareça com isso. —Disse com voz plana, mas eu não pude deixar de rir.

—Você fica muito mais bonita quando faz beicinho. —Ela falou. —Ainda estou toda inchada do evento abençoado da semana passada.

—Acho que a maternidade lhe convém. Alexander me disse que nunca pareceu mais bonita, e ele estava certo.

A expressão de Clara mudou, um sorriso iluminou seu rosto com a simples menção de seu marido.

—Observar você se apaixonar por Alexander me mostrou como o amor pode ser confuso, mas também que vale a pena lutar. —Eu disse a ela. Foi confuso comigo e Smith desde o início. Depois de hoje as coisas ficariam piores. —O que eu não sei é por que você escolheu lutar?

Ela exalou profundamente, e eu poderia dizer que ela estava escolhendo sua resposta cuidadosamente. —Isto não vai soar muito útil, mas eu não acho que eu realmente tive escolha. Estar com ele era inevitável. Na verdade, eu tentei não amá-lo e eu não pude. Isso foi desgastante. Quando eu decidi que queria estar com ele, não foi menos difícil. Era simplesmente mais fácil lutar por nós do que contra nós.

—Eu acho que entendi. —Eu entendi. Desde que eu tinha conhecido Smith, eu tinha tentado mantê-lo à distância. Mesmo depois de eu ter me dado a ele, eu o tinha afastado. Enquanto continuávamos voltando um para o outro. —Será que parece um pouco como um vício?

—Isso é sério. —Clara disse, deslocando para frente. Ela estremeceu e agarrou seu estômago.

Caí no chão na frente dela. —Você está bem?

—Sim. —Ela dispensou a minha preocupação e recostou-se novamente. —Estou me recuperando ainda, lembra-se? Agora, pare de tentar mudar de assunto.

Dei a língua para ela e corri de volta para o meu lugar. —Creia em mim, eu quero falar sobre isso. Eu não consigo resolver o problema por conta própria. É como se minha cabeça fosse uma confusão.

—Você se apaixonou. —Ela disse com voz suave. —E isso é assustador para você, especialmente depois de Philip.

—Eu nunca amei Philip. —Admiti para ela.

—Eu suspeitava disso, mas isso não significa que sua relação com ele não afetava sua vida. Você pode não tê-lo amado, mas você confiava nele, e você deu a sua lealdade a ele.

—E então ele regiamente me ferrou. —Terminei por ela, acrescentando embaraçada. —Sem ofensa, Sua Majestade.

—Você nunca me chame assim. —Ela me informou. Seus olhos se distanciando por um momento quando um sorriso irônico espalhou-se sobre seu rosto. —Olha o quanto mudamos desde que deixamos Oxford. Estou casada e você está transando com seu chefe.

—Um bônus que você se tornou a rainha da Inglaterra. —Acrescentei secamente. Nenhuma de nós tinha visto nada disso vindo, é por isso que fez o terreno acidentado mais traiçoeiro de atravessar, especialmente desde que estávamos cada vez mais sozinhas. Ou melhor, com outra pessoa ao nosso lado. Era bom estar aqui com ela agora. Foi o mais próximo do normal que qualquer uma de nós receberia. —Você sabe que eu sempre vou estar lá para você, certo?

—Conto com isso. —Ela disse. —Agora volte para toda essa paixão pelos negócios.

Eu gemi. Lá se vai o nosso momento. —Não sei se eu estou apaixonada por ele.

—Essa é a coisa sobre o amor. Você realmente não o sente até que você atinge o chão.

—E até lá? —Perguntei. Desde que admiti que não tinha amado Philip, eu percebi que eu nunca estive apaixonada antes. Tudo isso era novo para mim, e era uma mudança não inteiramente bem-vinda, dada as revelações de hoje.

—Você se sente eufórica, como se estivesse voando. Há momentos de pânico, é claro, mas então você deixa ir novamente.

—E quando você atinge o fundo? —Perguntei.

—Só espere que ele esteja esperando para pegá-la. —Suas palavras foram agridoces, quase melancólicas.

—Como Alexander pegou você?

Ela balançou a cabeça, franzindo os lábios com tristeza. —Tenho certeza de que eu o peguei.

—Só você seria forte o suficiente para isso. —Eu disse a ela. Mudei-me para o braço da cadeira e me sentei ao lado dela, abraçando-a junto de mim.

—Vale a pena. —Ela continuou.

—O que? —Murmurei.

—A queda. O pouso forçado. Se você sabe que é a pessoa certa.

Houve um tempo em que eu teria lhe perguntado como eu saberia que estava escolhendo corretamente. Eu não tinha necessidade esta noite.


CAPÍTULO 25


A noite caiu, mas eu não me movi. Eu pertencia a este lugar, entre o musgo e os fantasmas, a sombra de um homem à deriva no espaço entre a vida e a morte.

Passos macios na grama chegaram perto, e eu me afastei do meu mal-estar. Derrubando a garrafa vazia, me apressei em ficar de pé para enfrentar o intruso. Neste momento da noite, ou era um turista sentimental querendo comungar com os artistas mortos enterrados, ou alguém que sabia onde procurar por mim. Em ambos os casos, eu não estava interessado em companhia.

—Deus, posso sentir seu cheiro daqui. —Georgia apareceu, acenando com a mão sobre o nariz. Ela estava vestida com calça de couro tão apertada, que eu imaginava que ela as tinha costurado em si, e uma jaqueta de motoqueiro combinando. Ela, obviamente, veio do clube. —Quanto você bebeu?

—Insuficiente. —Disse, chutando a garrafa aos meus pés. —Eu lhe ofereceria um pouco, mas meu pai e eu bebemos tudo.

—Você está bêbado, se você acha que seu pai está aqui. Notícia de última hora: ele é comida de verme. —Ela caiu na grama, cruzando as pernas debaixo dela. Aparentemente, ela pensou que foi convidada para a minha festa privada.

—Você é reconfortante como sempre. —Sentei-me ao lado dela. Eu poderia pedir-lhe para sair, mas esperar um favor de Georgia era como acreditar na vida após a morte. Totalmente inútil.

—Não sabia que você ainda vinha aqui. —Ela olhou de mim para a lápide e deixou escapar um longo suspiro.

—Não estive aqui em anos.

—Por que esta noite? —Ela perguntou, fixando-me com um olhar penetrante que deixaria homens fracos e sem palavras.

Ela nunca teve esse efeito em mim. —Melhor pergunta é por que você está aqui? Ou melhor, como você sabia que eu estaria aqui?

Nenhuma parte de mim acreditava que Georgia tinha simplesmente tropeçado no cemitério e caído em cima de mim. Ela foi me procurar, o que nunca foi um bom sinal, especialmente desde que tínhamos escolhido limitar nosso contato um com o outro.

—Você não é tão misterioso quanto você pensa que é. Hammond mencionou que ele te visitou no escritório.

—Ele mencionou que quase o sufoquei? —Eu perguntei a ela, desejando que eu não tivesse terminado a garrafa de Scotch tão rapidamente.

—Ele pode ter comentado. —Ela disse ironicamente. —E desde que meu pai lembra o seu, eu joguei um palpite.

—Você está boa nisso. —Muito, muito boa. Era enervante a facilidade com que ela entrava na cabeça das outras pessoas, especialmente quando era a minha cabeça. Era o que a fazia boa no seu trabalho, e melhor em seu passatempo. Não que houvesse grande diferença entre os dois. De qualquer maneira, ela estava fodendo com alguém.

—Não vim aqui discutir sobre seu velho e querido pai.

—Não achei que você fosse. —Pelo menos ela tinha encontrado um lugar relativamente seguro para falar. As únicas testemunhas de nossa reunião tinham perdido a capacidade de contar histórias há muito tempo.

—Seu encantador novo brinquedo apareceu no Velvet hoje.

A neblina ébria me envolvendo evaporou instantaneamente, e eu estava de pé, procurando algo para acertar além dos túmulos de mármore. —Como diabos isso aconteceu?

—Uma terceira pessoa enviou-lhe o endereço, no seu celular privado.

Maldição, Hammond não tinha mentido quando me disse que tinha chegado ao meu pessoal. —Vou ter que demitir o meu pessoal.

—Incluindo sua assistente? —Georgia pressionou.

—Duvido que ela enviou a mensagem para si mesma. —Disse friamente enquanto eu calculava mentalmente a indenização.

—Você sabe que foi o movimento certo. Ela precisa ser esclarecida, Smith. —A malícia que ela exibia em direção à Belle estava ausente nesta proclamação. Georgia estava sendo racional e inegavelmente inteligente. Eu não podia fingir problemas de segurança com Hammond se eu fosse mantê-la.

—É mais complicado do que isso.

—Não me diga que você não viu isso chegando. Ou você estava muito cego pela sua ereção para pensar direito?

—Foda-se, Georgia. —Rosnei.

—Nós prometemos sem apegos. Nem mesmo um com o outro. Eu acredito que suas palavras foram "temos que ter tudo calculado”. —Seu tom me ousou desafiar esse fato, mas eu não podia.

—Não somos do tipo que se apegam. —É por isso que eu não tinha visto Belle chegar.

—Ela foi escolhida para cumprir um objetivo. —Ela continuou. —Agora que tudo acabou mal... Existem outros caminhos para perseguir.

—Não podemos persegui-los sem eu abandoná-la. No mínimo, a sua presença é uma cortina de fumaça. Suas conexões não têm escapado à atenção de Hammond. Se ele suspeitar...

—Jesus, você se ouve? —Ela interrompeu, sacudindo a cabeça e enviando mechas escuras na brisa. —Ela será um alvo. É isso que você quer?

—É um plano inteligente. —Disfarcei.

—Você arriscaria a vida dela? Ela deveria ser mais do que apenas uma bunda doce. Isso é frio, mesmo para você.

—Aprendi com a melhor. —Não conseguia olhar para ela. A verdade era que eu tinha aprendido a crueldade com outro alguém. Georgia tinha apenas aperfeiçoado a minha capacidade.

—Destrua ela então. —Georgia encolheu os ombros e levantou-se. Limpando a parte de trás da calça, ela continuou: —Não tenho problema nenhum com isso, mas nós dois sabemos que você não pode lidar com mais sangue em suas mãos.

—Pensei que eu fosse frio.

—Você é, mas você também não é um assassino. É o único pecado que você tem evitado.

Não me sentia assim, no entanto. Eu nunca tirei o último suspiro de alguém ou parei um coração, mas eu não era estúpido. As pessoas tinham morrido. Embora tecnicamente, ela estava correta, e eu a odiava mais por isso. —Ao contrário de alguns.

—Eu nasci para o pecado. Está no meu DNA. —Ela disse com um escárnio, sem se doer pela minha farpa. —Então pegue o meu conselho. Deixe-a ir.

—Por que eu deveria? —Exigi. Não era como se Georgia fosse sentimental. Cruzar seu caminho significava simplesmente acabar derrubado.

—Porque você se preocupa com ela. —Ela disse com voz suave. —E se você ainda é capaz disso, talvez ainda haja esperança.

Para o resto de nós. Ela não falou, mas estava lá, pendurado no ar entre nós.

—Não espere por absolvição. —Avisei a ela. —Deus nos abandonou há muito tempo.


CAPÍTULO 26


Peguei o elevador para o andar mais baixo, tirando meu vestido no corredor e chutando meus saltos. Eu precisava pensar, limpar a minha cabeça. As revelações de hoje atingiram meu peito, deixando-me com falta de ar. Abri a porta e caminhei até a borda da piscina. Sem pensar, eu mergulhei, me libertando instantaneamente do meu próprio peso. Eu atingi o fundo, emergindo apenas para puxar uma respiração e desaparecer mais uma vez abaixo da superfície vítrea.

O passado de Smith não pertencia a mim. Eu não poderia responsabilizá-lo pela vida que ele viveu antes de nos conhecermos. Mas eu não entendia como eu me encaixava nisso. A nossa relação tinha evoluído rapidamente para uma compulsão. O simples fato de que eu estava aqui agora era prova disso, e isso me obrigou a perguntar se eu realmente precisava disso.

Eu sabia o que eu queria. O corpo dele. Sua alma.

Ele.

Cada parte de mim ansiava por mais. Ele tinha me consumido, mas o que acontecia no outro lado deste caso? Se eu saísse agora, isso me destruiria. Quanto pior seria em uma semana ou um mês? Ou um ano? Eu só podia sonhar em me agarrar a ele por tanto tempo. Eu flutuava, mantendo meu rosto sob a água até que meus pulmões queimavam com o esforço. Eu estava procurando por uma prova de que eu estaria viva longe de sua presença. Meus braços boiavam ao meu lado e eu deixei tudo escapar. O medo. A raiva. Até que tudo o que restava era o desejo. Tinha que ser suficiente.

Eu estava vagamente consciente de uma onda na água. O som de um esguicho. Eu levantei minha cabeça, puxando o ar quando dois braços me envolveram, me puxando mais para fora da água.

—Belle! —Smith gritou, batendo na lateral do meu rosto. Não era nenhuma brincadeira. Apenas um paff que ardia por toda a minha bochecha.

Soltando-me de seus braços, me libertei e mergulhei, nadando tão rápido quanto eu podia, mas ele estava em mim. Desta vez, quando ele me pegou, ele me virou e me esmagou contra o peito. Pisquei contra a queima do cloro e reuni a minha força para lutar contra ele novamente. Minha palma colidiu com o peito, pegando um tecido molhado. Assustada, eu olhei para baixo para descobrir que ele estava completamente vestido. Meus olhos brilharam para a beira da piscina, onde estavam apenas seus sapatos.

—Que diabos você está fazendo? —Gritei.

—Oh Deus. —Ele agarrou a minha nuca e me puxou para ele. Meu corpo reagiu imediatamente, deixando de lutar contra o seu poder sobre mim. Dissolvi-me em seus braços, com as lágrimas misturando com água, até que eu não sabia se eu estava chorando ou afogando.

Era como eu sempre me sentia em torno dele.

—Eu vi você na água. —Ele engasgou. —Eu pensei...

Vi-me pelos seus olhos então. Meu corpo flutuando na superfície, sem peso e parado. A imagem passou para os pés do meu pai.

E então eu soube. Não importa o que eu fizesse. Não importa quão longe eu o empurrasse. Ele tinha me trazido à vida, respirando sua essência em meu ser com o seu beijo, com seu toque.

—Você me prometeu coisas. —Acusei, perdendo o precioso e pouco controle que eu tinha sobre as minhas emoções em uma torrente de tristeza e traição. —Você prometeu me proteger, mas você nunca me disse por que eu precisava de proteção.

—Eu sei. —Ele tirou a água do meu rosto, me silenciando com sons suaves até que eu me acalmasse. —Ouvi o que aconteceu hoje, onde você foi. Lamento que você teve que ver isso.

—Porque esse era o seu segredinho sujo, ou porque é o que você tinha planejado para mim? —Um pouco descontrolada, eu bati em seu peito duro até que minhas mãos doíam.

—Você não pertence àquele lugar. Eu nunca quis que você visse esse lugar.

Não era o suficiente. Eu não estava certa se poderia ser. —Mas essas são as coisas que você quer fazer comigo. As coisas que você já fez! Qual é? Que parte da sua vida é a mentira: eu ou o clube?

—Algumas escolhas nós não fazemos por nós mesmos. Esse lugar, minha vida, minha profissão, era meu direito de primogenitura, desde o dia em que nasci. Eu não pedi por nada disso. Eu não queria. Não posso esperar que você entenda. Eu não vou lhe pedir isso.

Mas eu entendia. Eu passei a minha própria vida dividida entre a realidade do nome de minha família e o que eu queria para mim. Eu nunca fui capaz de ver além, sem pensar no outro. Isso me dirigiu, pervertendo o meu destino muito antes que eu entendesse a natureza da minha herança. Minha mãe me ensinou a valorizar bens de luxo e materiais, porque era assim que ela preenchia o vazio dentro dela. Foi como eu tinha enchido o meu próprio, até Smith entrar na minha vida.

Eu não conseguia afastar a sensação de que eu estava trocando um vício por outro.

—Eu sei. Eu entendo, mas isso não resolve nada. —Sussurrei, com medo do que eu estava realmente dizendo.

—Não, isso não resolve. —Ele concordou. —Não estou certo se sou capaz de ser normal. Eu estive fodido por muito tempo para saber. Mas você me faz querer procurar por isso, e quando eu vi você na piscina, esse sentimento escapuliu. Eu não vou perder novamente. —Ele agarrou meu rosto com força. —Não vou perder você.

—E se você não tiver escolha? —A pergunta saiu dos meus lábios.

—Quando eu a puxei para fora da água, eu sabia que tinha uma escolha. Que sempre temos uma escolha. Não há nenhuma garantia de que elas são as mais fáceis, mas nós temos. Todas aquelas pessoas que me disseram que eu não tinha e me forçaram a ter, todas aquelas pessoas que fizeram o mesmo com você, elas estavam mentindo para nós. Podemos escolher a direção a viajar. A única coisa que falta é decidir se faremos isso junto.

Eu queria acreditar que era assim tão fácil, mas eu sabia que não era. —E sobre a escolha de ser honesto um com o outro?

—Isso é algo que podemos fazer com o tempo. Há coisas que eu não posso te dizer sobre a minha vida. Coisas feias. Você viu minha escuridão. Você a tocou. Mas eu não quero isso para você. Eu não quero que você passe a vida olhando por cima do ombro. —Ele disse em voz baixa. —Mas eu também não posso suportar a ideia de afastá-la.

—Então não afaste. —Implorei, enterrando meu rosto contra seu pescoço. Deixe-me aqui.

Eu coloquei minha mão em seu peito, medindo a batida forte e constante de seu coração.

—Você já está aí, Belle. Não é o suficiente?

Era tentador acreditar que poderia ser. —Não. Você me reivindicou, Smith. Escolheu me proteger. Eu quero o mesmo. Eu preciso reivindicar você tanto quanto eu preciso protegê-lo.

—Ninguém pode me proteger. —As palavras eram ocas, tão diferentes da confiança que normalmente escorria dele.

Mas apesar de sua rejeição da ideia, eu vi a verdade. Ele se abriu para mim. Ele estava vulnerável. Exposto. Poderia o resto vir com o tempo?

—A verdade é que você não precisa da minha proteção. Você é forte. Você escolhe enfrentar a tempestade, quando outros vão para longe dela. —Ele beijou as lágrimas do meu rosto e sorriu tristemente.

—Você também. —Eu o informei, engasgando com a dor crua na minha garganta.

—Farinha do mesmo saco. —Ele sussurrou. —Fique comigo. Eu sei que você não tem nenhum motivo para esperar por respostas. Eu estou pedindo para você me dar uma chance. Ir para a tempestade comigo.

Ele envolveu as minhas pernas em volta dele e pressionou sua testa na minha, nunca quebrando o contato visual.

—Protegerei você. —Ele prometeu.

Minha resposta estava lá, escondendo-se em seu olhar tumultuado. Ele nunca escondia os segredos lá. Não de mim. Eu não conhecia os seus nomes ou crimes. Eu só podia aceitar que, com o tempo, eu saberia.

Então, eu o corrigi. —Vamos proteger um ao outro.


CAPÍTULO 27


Todos os meus impulsos protetores vieram à tona quando vi, do elevador, Belle na piscina. Pensando que eu a tinha perdido depois de tudo que prometi a mim mesmo depois de sair do túmulo. Por uma fração de segundo, eu tinha enfrentado a realidade da vida sem ela, e em vez de deixá-la ir, eu mergulhei atrás dela.

—Não desapareça novamente. —Ela murmurou, virando meu rosto para o dela.

Se fosse assim tão fácil. A decisão mais difícil tinha sido tomada, mas havia outras a considerar. Decisões que seriam difíceis de explicar.

Eu a coloquei sobre a cama ainda pingando, e fui buscar uma toalha, tirando minhas roupas encharcadas no caminho. Quando voltei, ela tinha se enrolado em uma bola, tremendo. Gentilmente levantei o braço e sequei a umidade, repetindo o gesto, até que ela estava seca. Então eu joguei a toalha no chão e me arrastei ao lado dela.

—Você ainda está molhado. —Ela apontou, mesmo quando se aconchegou contra mim.

Passando os dedos pelo cabelo, murmurei, —Mas eu sou quente.

—Humm. —Ela traçou a curva dos meus peitorais, então se inclinou para pressionar beijos quentes por toda a minha pele molhada.

Enfiei minha mão sob o seu queixo, segurando seu rosto, e arrastei seus lábios até os meus. Nossas bocas moviam-se lentamente. Degustando. Explorando. Era como se estivéssemos descobrindo um ao outro pela primeira vez. Minha língua lambeu seus dentes suaves antes de procurar a dela. Nós levamos o nosso tempo, permitindo que nossos corpos roçassem delicadamente enquanto nos conectávamos.

Ela tinha escolhido confiar em mim e voltar para minha cama. Eu não estava prestes a deixá-la pensar nisso como um erro. Mesmo que eu soubesse que o que eu tinha que perguntar para ela seria difícil, e no final, eu sabia que era o único caminho a seguir.

Eu tinha tomado seu corpo antes. Controlando. Possuindo. Agora eu o adoraria.

Logo não haveria razão para ela duvidar do que estava acontecendo entre nós. A memória desta noite a sustentaria através dessas provas.

Rolando-a de costas, movi-me sobre seu corpo. Suas pernas abriram-se em convite, e eu afundei entre elas, permitindo que a ponta do meu pau deslizasse ao longo de sua abertura quente. Belle rolou contra mim, pedindo a minha entrada, mas me segurei. Enganchando meus braços sob suas costas, eu a levantei da cama. Eu precisava de sua carne contra a minha. Sua pele estava febril, aquecida pela paixão fervendo entre nós, e seus mamilos endureceram enquanto roçavam meu peito. Inclinei-me para levá-los em minha boca, circulando minha língua sobre as pontas sensíveis até que ela gritou. A cabeça de Belle caiu para trás enquanto eu alternava entre os seios, beijando e chupando, até que sua respiração tornou-se irregular. Havia tantas coisas que eu queria que ela experimentasse, tanto prazer que eu planejei dar a ela.

—Por favor, senhor... —Ela começou.

A silenciei, movendo os lábios em sua orelha. —Esta noite não é sobre poder ou prazer. É sobre conexão.

A corda nos unindo apertou enquanto eu falava. Ela suspirou como se ela também sentisse. Desta vez, quando seus quadris empurraram contra mim, não havia desespero no movimento, somente um sinal de que ela precisava da mesma coisa. Eu entrei nela com cuidado, meu pau instintivamente procurando o abrigo que havíamos prometido um ao outro. Encontrei-o sem nenhuma resistência quando deslizei para dentro dela. Nenhum de nós moveu-se quando nossos corpos se uniram. Em vez disso, saboreei a sensação enquanto a enchia.

Suas mãos agarraram as laterais do meu rosto, e ela me puxou para frente, até que nossas bocas colidiram mais uma vez. Nós nos movemos em uníssono com o beijo, os golpes lânguidos acalmando a dor que eu sentia. Descendo, eu forcei uma das mãos entre nós, e abri suas dobras, expondo o clitóris na minha pele. Eu iria mostrar que eu poderia cuidar dela. Revirei os quadris, retirando-me o suficiente para que cada vez que eu lentamente empurrasse de volta dentro dela, a fricção aumentasse.

Ela gemeu quando sua vagina pulsou em torno do meu pau, cada contração adicionando o ponto perfeito de nosso amor. Fomos subindo juntos, de mãos dadas. Nenhum de nós apressou-se. Nós apenas saboreamos cada onda requintada de prazer que nos levava mais ao clímax.

Foi como uma lenta batida de blues. O tipo que entranhava em sua alma e filtrava em sua corrente sanguínea, até que tornasse mais do que música. Era arte. Não planejada. Não ensaiada. Nossos corpos eram os instrumentos, e nós os deixamos escolher a melodia.

Suas mãos tocaram meu rosto, e ela colocou os braços em volta dos meus ombros, cravando as unhas em mim para apoio, quando o nosso ritmo aumentou. Nossa música começou a evoluir em um ritmo urgente, as notas cruas e brutais quando nosso clímax começou. Pequenos gritos saíram de seus lábios, pontuados por sacanagens enquanto a nossa harmonia dava lugar ao caos.

Fechei minha boca sobre a dela enquanto esvaziava nela, querendo que ela sentisse o calor dos meus lábios enquanto o calor da minha semente a enchia. Ela ficou mole em meus braços, e eu a abracei, puxando o peso de seu corpo flexível comigo, e eu fiquei de joelhos. Eu fiquei dentro dela, as contrações de seu canal sugando minha ereção. Seus braços envoltos no meu pescoço, enquanto eu agarrava seus quadris instando-os para cima e para baixo.

—Demais. —Ela murmurou assim que senti o corpo dela apertar.

—Nunca o suficiente. —Grunhi circulando minha virilha.

Sua respiração acelerou enquanto tremores rolavam em seu corpo, a sensibilidade do clitóris estimulando-a para outro orgasmo.

—Olhe para mim. —Disse com voz suave. —Eu quero ver dentro de você enquanto gozo.

Seus olhos se abriram, e suas íris estavam brilhantes, apesar de suas pálpebras arqueadas. Ela prendeu o lábio inferior entre os dentes, quando os arrepios deram lugar a violentos tremores.

—Você me possui. —Ela ofegou, apenas soltando as palavras quando um soluço estrangulado saiu dela.

—É isso. —Pedi quando ela gozou em mim. —E eu sempre a possuirei.


CAPÍTULO 28


Eu estava no corredor, olhando para a fresta de luz debaixo da porta. Um gemido quebrou o ar em torno de mim, me congelando no local. Eu forcei minha mão para alcançar a maçaneta, mas não importava o quanto eu esticasse, eu não podia alcançá-la. A cada grito vindo do outro lado, meu pânico aumentava. Eu pulei para frente e caí.

Caí.

Caí.

Eu acordei, ainda ofegante quando me sentei na cama. Smith estava ao meu lado, deitado de bruços com o lençol enrolado entre as pernas. Eu considerei sacudi-lo para acordá-lo, mas antes que eu pudesse, meu sonho veio à minha mente. Eu já tinha visto aquela porta antes.

Você não tem ideia do que ele mantém a portas fechadas.

As palavras de Georgia no clube.

Eu não pensei quando deslizei silenciosamente da cama. Agarrando um cobertor do final da cama, eu me enrolei nele e caminhei pelo corredor. O elevador apitou quando chegou, e eu fiquei tensa quando o som insignificante ecoou no quarto em silêncio. Apertei o botão para o terceiro andar. Eu nunca fui para lá, depois que Smith tinha me mostrado o quarto que tinha reservado para mim. Talvez se eu tivesse, minha curiosidade não teria ganhado agora. As portas se abriram, revelando um corredor escuro, mas quando adentrei no corredor, uma série de luzes automáticas o iluminaram. Uma a uma, elas piscaram. A última luz ligou entre as duas portas na extremidade do corredor.

Meus passos saíram pesadamente enquanto caminhava lentamente para frente. Eu não tinha ideia do que encontraria. A maior parte de mim gritava para voltar e fugir para a segurança da cama de Smith, mas eu continuei, impulsionada por uma força invisível. Que parecia me dirigir. Parei quando cheguei ao meu destino, meus olhos piscando entre a porta aberta do quarto que tinha sido dado a mim e a única que permaneceu fechada em frente a ele. Quando a minha mão alcançou em direção a ela, meus dedos fecharam-se sobre a maçaneta. Abri sem esforço.

A porta estava fechada, mas não trancada.

Um raio de luar iluminou do outro lado do quarto, mas não o suficiente para ver. Deslizando a minha mão pela parede, encontrei o interruptor. Apenas uma lâmpada acendeu, mas foi o suficiente.

Tudo no ambiente era estranhamente similar ao quarto que Smith tinha me mostrado. O que eu tinha permissão para entrar. Mas quando os meus olhos adaptaram-se à luz, tudo entrou mais em foco. Um excesso de poeira cobria o mobiliário, e teias de aranha estavam penduradas no teto. A cama estava desfeita, lençóis de algodão em uma bola no pé da cama, e o cobertor pendurado meio fora do colchão. Meia dúzia de almofadas espalhadas como se alguém tivesse simplesmente se levantado para o dia e saído.

Smith tinha uma governanta. A mulher que eu nunca tinha conhecido. Mas eu sabia, pelo bom estado do resto da sua casa, que ela era diligente, o que significava que este quarto tinha sido deixado neste estado propositadamente. Andei até a mesa onde a correspondência esperava em uma pilha organizada. Sacudindo a poeira em torno de mim quando peguei uma carta e soprei para ler o endereço. Não foi uma surpresa a carta ter sido enviada para esta casa, era o mesmo endereço, mas meu coração pulou quando eu vi a quem ela foi dirigida, a uma mulher. Margot Pleasant.

Se esse foi o quarto dela, por que ela o deixaria assim?

Eu procurei pela pilha de envelopes fechados, esperando por uma pista. Nada fora do comum, exceto sua condição.

Afastando-me, eu continuei minha busca, tropeçando em um salto no meu caminho. Inclinei-me e peguei-o. Era do meu tamanho. Lancei-o para o canto para evitar tropeçar nele de novo, e parei em uma penteadeira. Frascos de perfumes e tubos de batom enchiam seu topo, coberto de tanta poeira que eu não podia ler seus nomes ou marcas. Olhei para cima e congelei. Meu rosto olhou para mim. Não uma, mas cem vezes. Pequenas lascas da minha boca e olhos e nariz refletiam no espelho quebrado.

Abri a gaveta da penteadeira, descobrindo cosméticos e nada mais.

Virei-me, concentrada em meu próximo alvo. Uma grande caixa de cedro sob a janela.

Quem era esta mulher? Nada neste museu macabro de sua vida dava-me a resposta. Eu teria que continuar procurando.

Abrindo a tampa com cuidado, eu olhei para dentro do baú. A madeira fina, esganiçada, descansava na parte inferior ao lado de um par de algemas e cordas. O resto dos itens era mais difícil de fazer sentido. Havia braçadeiras e tubos ligados a cadeias e mangueiras. Remexendo mais, minha mão fechou-se sobre um vibrador. Deixei-o imediatamente. O tesouro de uma mulher...

Minha garganta contraiu-se, e esse aperto foi para meu peito. Smith não me queria aqui por uma razão, que estava tornando-se cada vez mais evidente. Meu estômago apertou. Eu deveria sair, mas eu não conseguia parar de olhar. Não até que eu estivesse certa.

Deus, eu esperava que eu estivesse errada.

A porta do armário apareceu na parede do fundo, chamando-me em direção a ela. Preparando-me, fui direto para ela e empurrei a porta. Quando eu acendi a luz do teto, uma gama de vestidos me cumprimentou. Vestidos bonitos e simples. Sapatos e mais sapatos. E ao lado de tudo isso, uma seleção de ternos, sob medida para um homem específico.

Lágrimas nadaram nos meus olhos quando peguei uma luva de lã familiar na minha mão. Elas eram todas pretas. Era a única diferença em relação as que ele usava agora.

Este não era o quarto dela. Era o quarto dele.

—Ela manteve seu nome de solteira. —Smith disse atrás de mim.

Virando rapidamente, eu encontrei-o de pé no quarto atrás de mim, segurando a carta que eu tinha limpado. Seu cabelo estava desgrenhado, e ele tinha uma nova camada de barba, mas nada mais. A masculinidade brutal de seu corpo nu atiçou uma voracidade familiar no meu núcleo. Fechei os olhos e tentei afastar a sensação do meu corpo, mas sua presença era muito poderosa. Quando eu abri os olhos, ele aproximou-se de mim, tornando sua atração magnética ainda mais difícil de resistir.

—Foi um golpe para o ego no início, mas após um tempo fez sentido. —Ele continuou. Sua voz era distante, presa no passado.

—Margot. —Dizer o nome dela em voz alta a fez parecer mais real. Eu queria voltar atrás, desejando que eu nunca tivesse o falado em primeiro lugar. —Você a ama?

Essa era a pergunta mais importante, e a que deveria importar menos.

—Eu a amava mais do que ela me amava. —Ele admitiu, seus olhos voltando para mim. —Nós éramos jovens e estúpidos e podres de ricos. Eu tinha o mundo entregue a mim sem pedir a conta. Eu nunca imaginei que o preço fosse tão alto.

Eu limpei o líquido ameaçando derramar pelos meus olhos, embaraçada por sentir ciúmes, mesmo que parecesse certo eu ter o direito de sentir.

—Onde ela está? —Perguntei, embora eu temesse sua resposta.

—Morta. —A palavra saiu seca. Sem emoção. Uma declaração de fato e nada mais.

—Eu preciso ir. —Empurrei-o, mas ele me pegou pelo braço.

—Você precisa entender!

—Entender o quê? —Explodi. —Que você mantém um santuário para a sua esposa morta? Que, a propósito, você nunca mencionou. Ou talvez entender que ela está morta? Diga-me o que você quer que eu entenda.

Era claro que ele não tinha uma resposta para isso.

—O que você espera que eu faça? Segure-o? Caia de joelhos e chupe-o de modo que você vai se sentir melhor? —Afastei-me dele e sentei-me na beira da cama. —Talvez você pudesse-me foder e fingir que eu sou ela.

Raiva brilhou em seus olhos quando ele me arrastou para fora da cama, me jogando por cima do ombro. —Eu não quero que você seja ela.

—Coloque-me no chão! —Exigi.

—Não. Não até que você se acalme.

—Me desculpe. —Eu sibilei. —Por favor, me coloque no chão, Senhor.

—Não faça isso. —Ele me avisou enquanto me carregava, eu chutando e gritando, em direção ao elevador. —Não manche o nosso relacionamento.

—Ah, ele está manchado, porra. —Batia em seu ombro com a palma da mão, só conseguindo ferir a minha própria.

Chegamos ao segundo andar. Eu parei de tentar lutar contra ele. Agora o meu plano era fugir no momento em que ele me soltasse. Ele não conseguiria me manter presa para sempre.

—Vou colocá-la para baixo. —Ele explicou, quando entrou em seu quarto. —E você vai querer correr. Prometa que não irá.

—Ou o que? —Desafiei-o.

—Vou te amarrar e te foder até você não ter força suficiente para sair.

—Você não ousaria. —Mas no fundo, eu sabia que ele iria, e ainda pior, eu sabia que iria gostar.

Eu não lhe daria essa satisfação.

—Tudo bem. Eu prometo.

Quando ele me baixou ao chão, ele sussurrou. —Lembre-se que eu não sou somente mais forte, eu sou mais rápido, amor.

—Não me chame assim. —Cruzei os braços sobre o peito. Ele poderia tentar falar do jeito que ele queria, mas não havia retratação. Ele tinha cruzado uma linha.

—O dia em que ela morreu. —Ele começou. —Eu fechei a porta. Depois fui para o armário e peguei a arma do meu pai.

Apesar da minha tentativa de permanecer indiferente, meu queixo caiu. Um desejo incontrolável de tomar a sua mão me inundou, mas eu me segurei, mesmo que eu estivesse ouvindo.

—As coisas estavam confusas entre nós. Eu suspeitava que ela estivesse vendo outra pessoa. Ela era tão impetuosa quanto eu. Isso criou brigas interessantes.

Outra semelhança grotesca entre nós duas. Engoli em seco, tentando assimilar essa revelação.

—Estava chuvoso. Um carro bateu no dela. Ela e o outro motorista morreram no impacto.

—Já ouvi essa história antes. —Disse suavemente. —Mas teve um final diferente.

—Um acidente. Nada mais. Pelo menos, foi assim que eu vi. Eu me culpei. Ela tinha ido embora para esfriar a cabeça depois de uma briga.

—Um acidente dificilmente é culpa sua. —Não podia acreditar que estava confortando-o.

—Ninguém jamais se preocupou em me dizer isso. Até então, meu pai tinha morrido. Minha mãe tinha se livrado de mim alguns anos mais tarde. Eu tinha essa casa e um trabalho importante, atendendo a clientela de meu falecido pai. Eu queria uma pessoa na minha vida para ser real, eu fechei a porta e aceitei as mentiras. —Ele fez uma pausa e me olhou diretamente nos olhos até que eu virei o rosto. —Você sabe por que eu não vou para a piscina? Meu pai se afogou lá.

—Um acidente. —A palavra saiu da minha boca, mas desta vez deixou um gosto amargo.

—Hammond me disse que eu nasci sob uma estrela sem sorte. —Sua mandíbula contraiu, e antes que eu pudesse me parar, eu deslizei minha mão ao longo dela. Smith pegou e segurou-a no seu rosto.

—Sou apenas uma substituição? —Sussurrei a pergunta.

Os olhos de Smith fecharam. —Não. Você é a original.

—Eu vi os brinquedos. Eu estive no Velvet. —Balancei a cabeça. —Não tenho certeza se pertenço ao seu mundo.

—Você está errada, Belle. Esse não é o meu mundo.

—Mas por que você... —Eu fui sumindo, incapaz de fazer a pergunta.

—Fui introduzido em uma idade jovem. Hammond certificou-se disso. Ele começou a estragar Georgia quando ela tinha quatorze anos. A maioria de seus negócios gira em torno de sexo, e ela é a joia do seu império. Moldou-a em um padrão muito exigente. Você vê, todo mundo tem que ter um vício. Eu tive muitos. O único que ficou foi a dominância. Eu adoraria culpá-lo por isso, mas está em mim. Eu fui moldado dessa forma.

—Eu também. —Admiti, minha voz tremendo. —Você me cativou.

—Não. Eu apenas tive sorte o suficiente para ver que você queria ser atada.

Obriguei-me a ignorar a fome roendo meu núcleo. Ceder a isso não resolveria nada. —Por que esconder isso de mim?

—Se ninguém pode ver as suas cicatrizes, por que mostrar-lhes?

A resposta partiu meu coração. Era mais fácil fingir, projetar a aparência de uma vida normal. —Eu segui os movimentos desde que eu era criança. Sempre seguindo o caminho escolhido para mim. Eu não quero mais fazer isso.

—Farinha do mesmo saco. —Ele repetiu a expressão de mais cedo. —Nem eu.

—Então por que continuar a representá-lo? Ele é um pedófilo.

—Não posso explicar isso para você.

Dois passos para frente. Um passo para trás. —Como diabos você não pode!

—Você tem que confiar em mim. —Ele entrelaçou os dedos nos meus e trouxe a minha mão aos lábios. —Nunca tive a intenção de que isso acontecesse entre nós, e agora eu tenho que pensar por nós dois.

Meus olhos estreitaram-se. —Eu posso pensar por mim mesma.

—Quero que você pense em si mesma. —Ele me corrigiu suavemente. —Na segunda-feira, eu vou demitir todos que trabalham para mim, inclusive você.

—E eu pensei que estávamos indo a algum lugar. —Tentei me afastar dele, mas ele me apertou ainda mais.

—Você vai trabalhar na Bless. Eu já financiei sua conta de negócios.

—Não! —Gritei. —Eu não lhe pedi para fazer isso.

—Não estou te dando. Eu elaborei uma papelada como um parceiro anônimo na empresa. Eu. Eu recentemente vendi minha parte no Velvet, e eu preciso investir esse dinheiro em algum lugar.

—Soa como dado. —Resmunguei.

—Preciso que você fique ocupada, especialmente desde que estaremos passando menos tempo juntos. —A nota de desculpa em sua voz não fez nada para aliviar a miséria que acompanhava esta revelação.

—Porque você estará focado em contratar outra equipe. —Disse sem rodeios.

—Entre outras coisas. Eu não quero que você saiba mais do que isso.

—Por quê?

—Não foi uma coincidência eu tê-la contratado. Você foi escolhida a dedo para a posição por mim. Eu não sabia o porquê até mais tarde. —Ele admitiu. —Mas então, já era tarde demais.

Olhei para ele, completamente pasma. —Para me demitir?

—Para deixar você ir. —Ele me puxou rudemente em seus braços. —Você deveria ter saído do escritório naquele dia. Eu deveria tê-la despachado. Agora é tarde demais para nós dois.

Enquanto suas palavras afundavam, eu sabia que ele estava certo. Eu voltaria para ele de novo e de novo, ignorando os sinais de alerta, e eu continuaria.

—Vou te ver? —Murmurei em seu peito.

—Sim. —Ouvi o sorriso em sua voz. —Você não pode me manter afastado. Nós apenas temos que ter cuidado.

—Até quando?

Ele apertou seus lábios no meu cabelo e ficou imóvel por um longo tempo antes de responder. —Eu gostaria de saber.

Eu não disse nada. Eu fiquei dormente, incapaz de processar todas as informações.

—Contudo. —Ele disse, suas palavras tensas. —Se você optar por partir esta noite. Ou na parte da manhã. Eu entenderei. Eu não vou prometer que não irei atrás de você, mas eu vou tentar respeitar os seus desejos. Independentemente disso, a conta comercial estará esperando por você.

—Eu não quero seu dinheiro. Eu quero você.

—Você tem a mim, Belle. —Sua cabeça inclinou-se para baixo e ele me beijou. —Tudo de mim, mesmo a minha conta bancária. Lide com isso.

—Posso ser desafiadora. —Lembrei-o, sorrindo com relutância, apesar da dor dentro de mim.

—Canalize isso para Bless, e ninguém será capaz de pará-la.

—E até segunda-feira?

Ao me pegar, ele respondeu à minha pergunta, e ele me levou de volta para a cama. Soltando-me nela, ele me olhou com um sorriso conhecedor torcendo seus lábios. —Até então, eu vou fazer você gozar tanto, até que não consiga lembrar seu próprio nome, ou nada disso. Apenas você e eu.

Arrastei-me para frente, e acenei-lhe com o meu dedo para que ele se aproximasse. Quando ele estava ao alcance, eu passei minha língua sobre os cumes de seu abdômen. —Eu aposto que posso fazer você esquecer o seu nome primeiro.

—Contanto que você não se esqueça disso. —Ele agarrou meus ombros e me jogou para trás no colchão. Caindo em cima de mim, ele me prendeu no local e baixou sua boca para a minha barriga.

Eu não esqueceria. Essa era a minha escolha, ficar no vento e suportar a chuva, mesmo quando as primeiras nuvens ameaçadoras aparecessem no nosso horizonte. A mão de Smith disparou e agarrou a minha enquanto ele movia-se entre as minhas coxas. Enfrentaríamos juntos essa tempestade que aproximava-se.

 

 

                                                   Geneva Lee         

 

 

 

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