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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


CRUZ / H.J. Bellus
CRUZ / H.J. Bellus

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

Biblio VT 

 

 

Series & Trilogias Literarias

 

 

 

 

 

 

Eu tropeço no meu cadarço desamarrado enquanto corro para o ônibus, correndo em direção à porta da frente. Eu sei que a minha avó vai estar lá, mas espero que minha mãe tenha decidido ir para casa hoje. A Sra. Freeman, minha professora do primeiro ano, me disse que minha foto foi a mais bonita do nosso projeto do dia das mães.
Eu sabia que minha mãe adoraria. Ela não esteve em casa por quase uma semana, mas esta noite é a noite que ela vai voltar. Papai sempre faz questão de dar-lhe um perfeito fim de semana do dia das mães. As lembranças desagradáveis dela gritando com meu pai quando ela não estava feliz, ecoam nos meus pensamentos por um segundo, mas eu não desacelero.
Eu empurro a porta e grito. — Mãe. Mamãe. Você está em casa?
Me aproximo da parede para entrar na cozinha para ver o meu pai na mesa, com os dois cotovelos sobre a mesa e o rosto abaixado. Há uma grande garrafa vazia ao lado dele. O cheiro da posole1 é intenso. Minha abuela2 está no fogão, mexendo uma grande panela fumegante.
— Mi niña. O sorriso caloroso da abuela me bate duro, fazendo meu dia perfeito melhor.
Eu congelo, segurando minha perfeita obra de arte nas minhas mãos, porque eu sei que algo está errado instantaneamente. Vovó sempre fica muito louca e com o rosto todo vermelho quando papai bebe, mas ela está sorrindo.
— Papai — eu sussurro.
Após longos momentos, ele olha para mim com os olhos vermelhos e algumas lágrimas escorrendo pelo rosto. Ele não fala. Lágrimas escorrem dos meus olhos porque meu pai está tão triste. Me machuca.
— Filha — Minha abuela ondula a espátula em sua direção.
— Layla — Ele bate no colo dele.
Eu corro para ele, deixo a imagem flutuar sobre a mesa e envolvo meus braços em volta do seu pescoço.
— Mamãe nunca vai voltar para casa.
Enterro meu rosto mais fundo em seu pescoço e soluço. Sua mão sobe e desce pelas minhas costas.
— Eu sinto muito, doce bebê. abuela e eu sempre estaremos à sua volta. Sempre.
Levanto minha cabeça no meio de um soluço e olho para ele. Ele tem um corte grosso sob o olho, no outro um machucado com profundos tons de roxo. Meus pequenos dedos correm sobre seus dedos machucados. Meu pai é um lutador. Ele é um campeão.
Eu giro no colo dele e começo a rasgar o projeto de arte. Não paro até que ele esteja picado em pedacinhos espalhados e em seguida, com um braço, deslizo todas os pedaços para o chão. Desço do seu colo e começo a pisar neles até a energia escorrer do meu pequeno corpo. Então caio sobre os pedaços amassados no chão.

 


 


Capítulo Um

Layla

Gotas de suor escorrem na minha testa. Meus ombros tremem quando meu segundo orgasmo da noite me atinge. Tyler rosna e estremece antes de desmaiar no meu corpo. Nosso suor se entrelaça. Sinto beijos leves na minha têmpora.

— Vou sentir sua falta, Layla.

Esfrego pequenos círculos nas costas dele. — Você estará tão ocupado, que não terá a chance de sentir a minha falta.

— Errado.

— Ha! Você vai ficar bem, Dr. Mitchell. Eu afago seu peito e me contorço para sair debaixo dele.

Eu aprendi que Tyler nunca sente a necessidade de abraçar, acariciar e beijar depois do sexo. No começo doía, porque eu queria mais de Tyler. Mas ele deixou claro que não compartilhava o mesmo interesse. As nossas carreiras nos mantinham bastante ocupados e sempre em alerta. Eu sou enfermeira ER¹ desde o ano passado e adoro. Tyler e eu estamos no mesmo horário. Isso acontece várias vezes. Aprendi a apagar meus desejos e me contentar com o que consigo de Tyler.

Não é amor. Talvez luxúria, mas sei lá, poderia ser muito mais. E isso é o que me mantém voltando para mais.

— Quão longa é a sua viagem? — Eu ouço sua voz da cama.

— Eu vou ficar duas semanas, desde que eu não estive em casa por mais de um ano.

— Mais como seis meses, Layla.

Eu ligo o chuveiro, certificando-me de estar no máximo. — Bem, parecia como um ano. Olho sobre meu ombro para ver o corpo tonificado de Tyler se aproximando.

Ele atravessa o chão do banheiro, envolvendo seus na braços na parte baixa da minha cintura, beijando meu pescoço.

— Eu sei que você tem saudades de casa.

Suspiro, derretendo de volta para ele. — Eu tenho. Eu tenho mesmo, mas eu amo este trabalho, também. Mas meu padre3 e minha abuela são o meu mundo inteiro.

Mantenho a tristeza, o desespero e a mágoa que a minha cidade natal me faz lembrar dentro de mim, não permitindo que as lágrimas tenham uma chance de cair. Tyler geme ao som do meu espanhol. Ele não gosta dele e eu não consigo descobrir por que não consigo quebrar o hábito.

— Então parece que você está recebendo o melhor dos dois mundos.

— Sim, estou. — Eu sorrio de emoção de voltar para casa para umas férias bem necessárias. Espero mais de Tyler como faço sempre, mas nunca vem, e eu sou a única culpada por isso.

 

***


— Não, obrigada. Aceno para a comissária de bordo.

Mudo meu telefone para o modo avião e relaxo no assento acolhedor da primeira classe. Minhas pálpebras ficam pesadas e o sono assume. Meu corpo sacode quando o avião aterrissa. Eu abafo um gemido leve e, em seguida, olho ao redor para me certificar que ninguém notou meu susto.

Coloco minhas mãos no meu peito para acalmar meu coração acelerado. Espreito pela janela para ver a terra familiar de Portland, Oregon. É o aeroporto mais próximo da minha cidade, Vancouver. Meu coração incha só de pensar em abraçar meu pai e minha avó. Eles são o meu mundo inteiro. Meu completo fã-clube, esquadrão torcedor, treinadores e tudo mais desde o primeiro dia.

Foi essa dupla que me incentivou a aceitar o trabalho como enfermeira itinerante. Eu frequentava uma faculdade local e tinha um trabalho decente como enfermeira de sala de emergência, mas meu pai sempre quis mais para mim. Eu sou sua única filha e uma menina. Ele exige o mundo para mim. Ele viajou o mundo como campeão de boxe por anos antes de se apaixonar por uma mulher má.

Ela o seduziu, roubou seu coração e lhe deu uma filha, então eu acho que no final tudo valeu a pena. Eu ainda a odeio. Eu fico muito puta a cada dia das mães e deixo a fúria aumentar dentro de mim. Eu escondo tudo do pai e da avó, porque eles sacrificaram tudo por mim.

Meu estômago rosna no desembarque, enquanto eu saio do avião e sorrio. Eu sei que vai haver uma enorme panela de tamales? 4prontos para devorar quando eu chegar em casa. Ter uma abuela tradicional em casa tem suas vantagens. Ela se certificou que eu fosse fluente em espanhol, uma trabalhadora com ética e sempre tivesse a barriga cheia dos meus tamales favoritos.

Eu sigo para a calçada à procura do Escalade preto do meu pai. Ele normalmente fica tão feliz em me buscar que está do lado de fora da segurança, mas não hoje. Cinco longos minutos se arrastam antes que eu me lembre que posso usar meu telefone. Demora alguns segundos para ligar. Verifico para me certificar que lhe dei as informações certas do voo. Eu fiz. Então uma enxurrada de textos batem no meu telefone, bloqueando-o. O pânico me atinge. Algo está errado. Eu sinto isso nos meus dedos.

— Layla.

Eu olho para ver Jag passando suas mãos pelo cabelo castanho escuro. Ele está sem fôlego, e o olhar em seu rosto me diz tudo o que preciso saber. Caio de joelhos começando a entrar em pânico. Minha visão embaça e meu perto aperta... Meu mundo está desmoronando abaixo de mim. Sinto as mãos fortes de Jag pegarem a parte superior do meu braço, me forçando a levantar. Ele fala três palavras que quebram o meu mundo.

— É sua avó.

— Jag?

— Precisamos ir para o hospital agora.

Eu o sigo para sua caminhonete com pneus elevados. Ele joga minha mala no banco com facilidade e certifica-se de que eu entre. Jag nunca muda. Juro que ainda vejo o garoto quebrado que ele foi uma vez. O homem é o mais próximo a um irmão que você jamais vai ter. Jag tem treinado com meu pai por anos e está prosperando no mundo do MMA, mas nada disso oferece conforto neste momento. Eu quero estar em casa com minha família.

O hospital tem o mesmo zumbindo maçante como em qualquer hospital. Devia ser um som familiar e confortante para mim, mas não é. Me dá vontade de vomitar. Entramos na sala de espera, e eu o vejo.

É como naquele dia, há tantos anos. Os cotovelos plantados em cima da mesa com o rosto abaixado. Não há nenhuma garrafa vazia ou o cheiro do cozido da abuela. Não, em vez disso, há o cheiro da morte. Alguns lutadores do meu pai estão sentados ao lado dele. Reconheço a maioria deles, mas tem um que eu nunca vi antes.

Caio de joelhos, coloco minhas mãos sobre suas pernas e espero que ele olhe para mim. Ele não faz, embora. Posso sentir seu coração quebrar embaixo do meu toque.

— Papi, — eu finalmente sussurro.

Ele finalmente olha para cima, e é a segunda vez que eu o vejo chorar. Suas lágrimas escorrem pelo seu rosto, sem vergonha nenhuma.

— O que está acontecendo?

Ele não teve a chance de responder porque um médico entra na sala de espera abafada, ganhando toda a nossa atenção. — A família de Maria Diaz?

Levantando, ajusto minha camisa sobre os meus quadris e aliso as palmas das minhas mãos na parte superior das minhas coxas. Arrepios correm pelas minhas pernas. Meus shorts curtos não são ajudam em nada nesse momento.

— Sim, eu finalmente respondo.

— Layla! — Dr. McHughes responde.

— Ei. — Ofereço uma resposta fraca, terror amarrando a minha voz.

Ele vira a touca em suas mãos. — Eu não sabia que Maria era a sua avó.

Eu aceno. Passei um mês no hospital há alguns anos atrás. Era difícil estar de volta à minha cidade natal. O Dr. McHughes queria muito mais do que uma relação de trabalho. A coisa é, eu jurei nunca deixar nada nem ninguém me amarrar a essa cidade além da minha família.

— Sim, ela é. — Eu mexo meus dedos. — Acabei de voar e não faço ideia do que está acontecendo.

— O Dr. Olsen está correndo para o hospital. É a semana dele estar aqui.

— Ele é uma especialista em coração, — eu sussurro.

— Sim, Maria irá fazer uma ponte de safena tripla de emergência em poucos minutos.

— Eu tenho que vê-la. — Lanço-me para passar por ele, não esperando por uma resposta.

Ele agarra meu antebraço antes de eu chegar muito longe, fora da sala de espera. — Seu pai não gostaria de ir com você?

Me viro para o homem quebrado estendo minha mão em sua direção. É preciso alguns dos seus homens para ajudá-lo a se erguer. Ele acena sua apreciação antes de enrolar os dedos nos meus. Eu sempre fico maravilhada com a força e a construção do meu pai. Ele é um Hulk moderno. O homem ergue-se sobre todos.

Andamos de mão dadas pelo corredor. Papi aperta minha mão quase a um ponto doloroso.

— Eu vim para casa para almoçar e a encontrei no chão da cozinha, — ele sussurra.

Aperto sua mão um pouco mais forte.

— Ela estava fazendo tamales para o jantar de família hoje à noite.

— Papi, — eu sussurro entre soluços.

— Eu não posso perder minha madre. — Sua voz racha, disparando dor pela minha espinha.

Meu pai, herói e protetor partiu meu coração com cinco palavras. Minha abuela tem sido nossa rocha há anos. Ela nos dava esperança quando não havia nenhuma. Ela arranjaria receitas, quando não havia comida em casa. Ela ficou ao lado do meu pai quando ele teve seu traseiro chutado e foi obrigado a lutar com unhas e dentes para recuperar seu cinturão de campeão. Eu poderia dizer a ela que iria para a escola de palhaço e ela irradiaria felicidade e orgulho.

Entramos em uma pequena sala pré-operatória, onde eu mal reconheci o quadro frágil da minha avó. Ela sempre foi o epítome da força e elasticidade. Apertei a mão do meu pai, achando difícil fazer minhas pernas se moverem.

— Meu bebê. — Ela luta para levantar os braços da cama.

Eu me lanço ao lado dela, enterrando meu rosto em seu peito e abraçando-a com força. — Estou em casa.

Papi se move para o lado oposto da cama e pega sua outra mão.

— Você precisa terminar os tamales. — A voz dela é baixa.

— Ok. — Eu a corto. Tamales são a última coisa que eu quero que ela se preocupe.

— Você precisa encontrar um bom pedaço de bunda também, querida. —Ela força um sorriso fraco.

Eu ri. Ela nunca desistiu da ideia de me ver casar, ficar grávida e viver feliz para sempre. Todos sabemos que ela queria uma casa de pequenos bambinos correndo para cuidar. — Vamos ver. — Eu pisco pra ela.

— Está na hora. Ela solta a mão do meu pai e dá umas palmadinhas em seu peito. — Meu coração está cheio e desgastado.

— Não, eu sussurro. — Por favor, eu volto para casa para sempre e me caso com Juan ou Steve. Sua escolha, — imploro à ela.

Ela me dá um sorriso fraco. — Você promete? — Eu aceno.

Ela pega a mão do meu pai novamente. — Eu estou velha, cansada e feliz... além dos meus anos. Vocês dois, cuidem um do outro. Você foi meu mundo para sempre. Eu te amo para sempre.

— Madre.

— Filho, está na hora de você lavar sua própria cueca e encontrar uma boa mulher.

Mesmo no leito de morte, ela está arranjando tudo para nós.

— Deixe-me ir, — ela afirma com confiança e certeza.

Meu pai e eu a seguramos. Eu enterro meu rosto em sua bochecha, inalando o cheiro dela que é minha casa, enquanto Papi repousa sobre seu ombro. Nós dois mergulhamos em nossos pensamentos e rezamos contra todas as probabilidades.

As enfermeiras entram, buscando por ela, e eu reconheço algumas delas. Quando vejo o Dr. McHughes outra vez, começo a implorar.

— Por favor. Por favor, deixe-me voltar para lá. Ela precisa de sua família.

Ele balança a cabeça.

— Ela nunca esteve no hospital e odeia médicos. Por favor.

Ele fica silencioso por um longo tempo antes que ele finalmente acena. — Somente na área de depuração. Você não pode entrar na sala de operação.

— Ok, obrigada. Eu quero segurar a mão dela.

Estou familiarizada com o hospital e corro pra pegar alguns aventais do meu tamanho. Faço apenas a tempo, quando eles começam voltar para a sala de operação. Jag está ao lado do meu pai quando nós desaparecemos por trás das portas automáticas.

Eu sinto um aperto suave nas minhas mãos e olho para baixo.

— Você é uma garota especial, Layla, — abuela fala, cada palavra em espanhol.

Eu choro. Não tenho a maldita coragem de falar. Viramos vários cantos e passeamos num longo corredor. Eu sei que estamos nos aproximando do ponto onde eu tenho que deixá-la ir, mas não consigo.

— Eu vivi tanto tempo por causa de você. Quando meus amigos estavam morrendo em volta de mim, você me manteve jovem. Cuide do seu pai, faça tamales, seja feliz, ensine seus filhos a falar espanhol e pelo amor de Deus, encontre um bom homem para casar.

Os olhos dela se fecham.

— Abuela. Abuela! Eu grito mais alto e mais alto. Em seguida, o som da linha plana atravessa meus tímpanos. — Não. Não. Não.

O Dr. McHughes me envolve em seus braços, puxando-me para seu peito forte. — Ela não estava forte o suficiente para a cirurgia. Assim foi melhor.

Eu me enrolo nele, agarrando seu avental nas minhas mãos e choro. Não faço ideia de quanto tempo passa antes que eu encontre energia e coragem suficiente para voltar para a sala de espera. Eu estou sempre orientada e focada, mas agora não. Eu balanço para a frente e para trás como uma concha quebrada.

Eu viro a esquina na sala de espera e faço contato visual com Papi, então desintegro-me no chão. Eu grito, grito e vomito. Meu pai tenta me confortar, mas suas emoções são muito poderosas. Dois dos seus lutadores o ajudam a ficar de pé.

Um lutador que não reconheço me puxa para o peito dele. Ele não estremece com o cheiro de vômito ou grunhe quando me pega. Ele me embala em seu peito como uma mãe faria com um recém-nascido. Seus lábios esfregam sobre a minha testa, de forma suave.

— Eu sinto muito.

As duas palavras cobrem minha pele. Sua voz é profunda e sincera.


Capítulo Dois

Layla

 

 


Ele segue a caminhonete de Jag enquanto dirigia o Escalade de papai. Cheira como meu pai aqui, e seu pacote de sementes de girassol meio comido está no console. É seu tique nervoso.

Após vários minutos dirigindo isso me atinge e eu explico.

— Eu não quero ir para casa.

Ele me olha, dando-me um olhar curioso.

— Ela estava cozinhando tamales para mim. Eu não quero ir para casa.

— Ok. — Ele acena. — O ginásio?

— Não.

— Ok, — ele responde com uma voz calma.

Dirigimos um longo tempo em silêncio pela primeira vez. É primavera em Vancouver, Washington está muito quente, mas eu estou com frio e tremendo. Ele percebe meu estremecimento, liga o aquecedor e o direciona para cima. Aprecio o esforço, mas não tenho em mim para agradecer formalmente ao homem.

Ele puxa para um bar submerso na periferia da cidade. Ele desliga o motor e sai sem mais explicações. Eu o sigo; o que mais devo fazer? Onde mais eu esperava que ele me levasse? Sinto sua mão grande nas minhas costas quando a velha porta de madeira desgastada se abre largamente. O cheiro desagradável de fumaça de cigarro nos assalta.

É um lugar sombrio, mas ninguém vai me reconhecer e estou grata por isso. É tudo típico, muito típico. Os frequentadores estão no balcão no bar, consumindo e contando seus problemas ao barman, enquanto algumas pessoas jogam bilhar, o resto se esconde nas sombras escuras.

Nos sentamos em nossa própria sombra escura em um canto. Ele se certifica de que eu esteja confortável no meu lugar antes de caminhar para o bar. Estudo o homem na minha frente para evitar a realidade da minha situação. Ele definitivamente é um lutador peso-pesado.

Um corpo alto, braços longos e muito definidos que poderiam atacar um oponente com um golpe mortal, e pernas que são de longe as mais poderosas que eu já vi. Imagino quantos chutes dele levaram outros homens. Tenho certeza de que ele veio direto da Academia desde que ele está em calções preto e vermelho. Continuo a estudá-lo enquanto ele caminha de volta para a nossa mesa.

— Eu odeio lutas.

Ele me dá um olhar de lado. — Ok.

— Eu realmente odeio luta. Eu odeio desde que eu era pequena. Eu nunca gostei de ver meu pai chegar em casa machucado e espancado. Ele e minha avó eram tudo o que eu tinha.

Ele acena.

— E um bar, sério? — Estou no modo cadela total e não consigo parar. Eu não sou assim, mas estou fora de controle no momento.

Ele dá de ombros.

Se ele não tivesse sussurrado para mim no hospital, eu pensaria que ele é mudo.

— Se você acha que estou prestes a ficar bêbada e cair no seu colo como uma prostituta lutadora, então você está errado.

Ele ri. Um fodido barriga cheia ri de mim. Uma garçonete com seios enormes, caindo do seu top, coloca uma bandeja de copos com líquido transparente neles. Ela quase coloca seus peitos nas bochechas dele. O homem comigo se inclina, evitando o contato. Ponto para ele.

— Como ela sabia do nosso pedido? — Pergunto, apontando um dedo para os copos repletos de líquido transparente.

— Hum, basta pedi-lo no bar. — Ele relaxa em seu lugar, jogando um braço sobre o encosto da cadeira ao lado dele. — Eu bebi na noite que meu pai morreu. Não ajudou, mas me senti bem.

Esfrego meu rosto com as palmas das mãos. — Sinto muito.

— Não sinta. Eu entendi. — Ele dá de ombros.

— Há quanto tempo?

— Cerca de um ano.

— Eu sinto muito pela sua perda.

Ele me dá um copo e pega um também. — Um brinde.

Nós dois batemos a dose. Eu não sou uma grande bebedora, e quando bebo geralmente misturo com suco de pepinos, mas hoje a noite está foda, todo meu cuidado desapareceu.

Estendo a minha mão para ele depois de engolir o líquido ardente. — Eu sou Layla.

Sua mão enorme engole a minha. — Eu sou Cruz.

— É um prazer conhecê-lo. — Eu tento balançar minha mão para cima e para baixo, mas Hulk, é Hulk.

Nós tomamos mais duas doses antes de falarmos novamente. Eu estremeço todas as vezes, sentindo a queimação inflamando para baixo na minha barriga.

— Você treina com meu pai?

— Sim.

— Você não gosta de falar muito, não é?

— Bingo. — Ele levanta ambas as sobrancelhas.

— Perfeito. — Eu arranco outro copo da mesa. Este vai para baixo suave. A ação é muito rápida, fazendo minha cabeça girar e ficar nebulosa.

Uma bandeja de comida frita aparece diante de nós. Eu sou grata, já que não sou uma bebedora experiente. Eu arranco alguns anéis de cebola de um prato, testando a temperatura antes de dar uma mordida cheia.

— Obrigada, — eu digo.

— Não há problema.

— Você é mexicano? — Eu deixo escapar. Eu vou culpar a perda da minha abuela e o álcool. Principalmente as grandes quantidades de álcool.

— Porto-riquenho.

Garanto que há mais na sua resposta, então eu o incentivo.

— Ah, porto-riquenho. — Eu carrego no R. — Você não gosta de ser chamado de mexicano não é?

Sua risada profunda enche o bar, esmagando a vibração de luz. Cruz se inclina para frente, plantando os cotovelos na mesa, e olha para mim. — Não.

— Bem, eu sou mexicana. Na verdade, metade mexicana e metade vira-lata.

Desta vez ele engasga com a cerveja que está tomando entre as doses comigo. — Vira-lata?

— Nenhum indício do que minha mãe é, além de uma vadia sem coração que tinha grandes peitos e seduziu meu pai.

— Peguei você. Nunca conheci um vira-lata mexicano antes.

— Você conhece agora. — Gesticulo pelo meu corpo e não estranho quando seu olhar demora um tempo demais no meu decote.

É a única coisa que recebi da minha mãe — um porte fenomenal. Acho que eu deveria ser um pouco apreciativa por esses genes, mas o resto é do lado do meu pai. Com uma pele verde-oliva, cabelos pretos encaracolados e olhos castanhos escuros, sou a cara do meu pai — menos os seios.

— Seu pai é um grande cara. Eu não estava bem quando ele me acolheu.

A dor ataca e dilacera a minha alma. Não há palavras para explicar como perder uma das duas pessoas que são toda a sua vida pode destruir uma pessoa, então eu pego outro copo e engulo.

Cruz não me julga ou me avisa para abrandar. Ele relaxa na cadeira com uma cerveja. O bar logo começa a girar, e a diversão começa. Eu nãoestou bêbada. Não, eu sou uma boba engraçada, de lábios soltos e rindo.

Eu continuo e conto sobre perder a minha virgindade em uma loja de donuts, a primeira vez que eu fumei erva e tamanhos de pau aceitáveis. Cruz, sorri e toma sua cerveja, me ouvindo o tempo todo sem interromper.


Capítulo Três

Layla

 

 


Minha língua dobrou de tamanho. Minha garganta está tão seca que arranha. Estou com tanta sede. Quero flutuar pelo Niagara engolindo toda a água doce. Quando espreito para abrir um olho, a dor ataca minha cabeça, dura e implacável. A dor. A sede. É tudo tão real.

Arrasto minha bunda para fora da minha cama no mesmo short branco curto e top que voei para casa. Eu cheiro mal, fisicamente e emocionalmente, e a sede é real. Eu bebo dois copos cheios de água, em seguida, sento para fazer xixi. Eu engulo mais água como se fosse minha última bebida, depois ligo o chuveiro. A água quente é acolhedora, e entre lavar e condicionar o cabelo enfio minha língua, lambendo mais água.

O café é um doce salvador. Eu bebo, me certificando de não ficar mais enjoada do que já estou. Verifico o lugar procurando meu pai e vejo que ele não está aqui. Eu sei onde ele está. O ginásio. Passo um olhar de reconhecimento em torno da cozinha e vejo que a bagunça de tamales está arrumada. Não sei em que etapa da culinária minha abuela estava, mas estou grata por não ver nenhum rescaldo. Eu jogo um par de chinelos de papai e desço as escadas. Eles combinam bem com o meu look causal de calça folgada, capuz e o cabelo molhado.

O som familiar dos lutadores batendo no ringue ecoa pelas escadas. O ginásio está abaixo de nós, mas você tem que sair e entrar por uma porta diferente. O negócio está em pleno vigor, enquanto alguns oscilam e atacam os sacos de pancadas, enquanto outros se concentram no treinamento cardio e alguns disputam para treinar em ringues diferentes. É lar, a minha casa, mesmo que eu odeie o esporte.

Papai está no meio de um ringue, no rosto de um lutador — acabando com o imbecil. Eu já vi isso; Tenho empatia pelo jovem lutador. Papi, Dexter Garcia, entrega um soco duro dentro e fora do ringue. Ele é o tipo de homem que você anseia por seu respeito e, uma vez que você o tem, você vai fazer de tudo para não perdê-lo. Eu o vi transformar bandidos de rua em respeitáveis campeões. Uma vez que você entra na academia dele, você o representa, e isso significa em todos os aspectos de sua vida.

Eu subo no balcão, segurando minha caneca de café, como se tivesse poderes mágicos. Papéis vibram pelo chão, mas não há nenhum outro efeito colateral. Sendo a única filha de Dexter, e uma menina, eu posso fugir com qualquer coisa na academia.

Eu relaxo para trás no balcão e olho pelos arredores. Fragmentos de dor atingem minha alma. A vida passa como se nada tivesse acontecido. Eu sinto o treinamento duro de Jag, e você nunca saberia que ele levantou meu pai do chão de um hospital ontem.

Então eu vejo Cruz. Ele está chutando e socando um saco. Ele é leve em seus pés enquanto a parte superior do seu corpo se move com delicadeza. Ele é uma aberração da natureza, com um corpo grande e movimentos rápidos. Partes da noite de ontem flutuam de volta à minha memória. Ele foi compreensivo e gentil, mesmo que minhas emoçôes variassem do modo cadela ao despedaçado. Eu tenho certeza que ele entendeu o memorando alto e claro: Eu odeio o esporte de luta.

Coloco minha caneca de café ao meu lado e, em seguida, enterro meu rosto nas palmas das minhas mãos, lembrando-me de todas as outras coisas aleatórias que decidi dizer a ele. Realmente, Layla, realmente?

Levanto minhas pernas para cima da balcão e as cruzo, tomando meu café e olhando em torno da academia. Volto para Cruz, diversas vezes, mas nunca olho fixamente. Os arranjos fúnebres permanecem no fundo da minha mente, mas eu me recuso a enfrentá-los. Abuela ainda estava dormindo quando eu cheguei aqui e continuará se movimentando em torno quando eu voltar lá para cima, aquecendo tamales para mim. Negação. Negação. Negação.

Minha bunda está dormente, e não faço ideia quanto tempo estive aqui quando Papi se aproxima de mim.

— Bom dia, — resmunga.

— Ei, velho. — Dou um tapinha em seu ombro.

— A que horas você chegou em casa ontem à noite?

Encolho os ombros porque honestamente, não faço a mínima ideia. — E você?

— Não cheguei em casa. Acordei nas esteiras com uma ressaca do inferno.

Eu rio. — Espere. Você não veio para casa?

— Isso é lar também.

— A cozinha estava toda limpa.

Ele dá de ombros, desembrulhando a fita em seus punhos. — Nenhum indício. Onde você foi?

— Cruz me levou para sair.

— Cruz? — Ele faz uma pausa, olhando para mim.

— Eu não queria ir para casa e lidar com tudo.

— Eu acho que é por isso que você está aqui agora.

Eu aceno. — Eu sei que temos muitas coisas para fazer, mas não estou pronta.

Ele dá um passo mais perto, segurando o meu queixo. — Eu amo você, Layla, — ele fala em espanhol.

— Também amo você, meu velho.

Ele caminha para trás da mesa e se senta, pegando os papéis que eu esmaguei. Ele grunhe, mostrando sua desaprovação, mas sei que no fundo ele está feliz de me ter aqui. Eu sempre desprezei a academia, associando-s a ele se machucar quando eu era pequena. Crescer com um pai que vivia para lutar era assustador.

Eu nunca assisti a uma única luta e odiava vê-lo chegar em casa depois de uma, com hematomas e olhos inchados. Ele era imbatível, mas tinha um vício de ser atingido e ferido antes de desencadear sua própria brutalidade sobre seus adversários.

— Ei. — Olho para cima para ver Cruz, todo suado, com as mãos empoeirada nos quadris.

— Oi. —Olho para baixo em minha xícara vazia.

— Como você está sentindo esta manhã, campeão?

— Já estive melhor. Um pouco lento.

A voz profunda e exigente do meu pai aumenta atrás de mim. — Que merda é essa de você levar o meu bebê ontem à noite?

— Desculpe, Boss. Estava tentando ajudar.

Todos os lutadores o chamam de Boss; era seu nome no ringue naquela época. Boss era um ícone do mundo da luta e ainda é do lado de fora do ringue.

— Ignore esse chato ranzinza. — Aceno para o meu pai.

— Você já comeu?

Eu balanço a cabeça e me sinto tonta. Meu estômago se agita e eu nem sei se conseguiria comer.

— Você precisa se livrar um pouco desse álcool.

— Espere. — meu pai dá a volta a mesa. — Você a levou e a deixou bêbada?

Eu sorrio, amando ver meu pai todo chocado e protetor sobre mim. Algumas coisas nunca vão mudar.

— E ele pegou meu V-card na parte de trás do seu Escalade, pai.

Cruz fica branco pálido. A besta enorme de um homem balança de um lado para o outro. O nervosismo flutuante dele é evidente. Ele luta para limpar a garganta, mas falha miseravelmente.

— Pai. — Eu agarro seu ombro. — Jesus, acalme seus testículos. Ele me levou para um bar e foi um cavalheiro total. Eu não podia ir para casa e ver a cozinha sem a abuela. Pela mesma razão que você não veio para casa ontem.

— Então você ainda tem aquela coisa de cartão?

Agora eu estou cheia de vergonha, ouvindo minhas próprias palavras usadas contra mim. — Pai!

— Bem, você tem?

— Cruz não levou nenhum cartão. Ele foi um cavalheiro total.

— Está bem. — Finalmente ele grunhe e vira as costas, desistindo do assunto.

Passa alguns momentos estranhos antes que Cruz fale novamente.

— Café da manhã? — Ele pergunta com uma sobrancelha levantada.

— Claro.

— Eu adoro comer donuts após o treinamento da manhã. — Ele pisca para mim, me mostrando um pouco do seu lado brincalhão.

— Jesus. — Enterro meu rosto nas minhas mãos, lembrando como explicitamente expliquei-lhe sobre perder a virgindade em uma loja de donuts, incluindo o pó do donut esmagado na minha bunda.


Capítulo Quatro

Layla

 

 


— Obrigada. Eu não queria ir para casa e começar a fazer planos.

Cruz dá uma mordida significativa em uma rosquinha de chocolate. — Não se preocupe.

Eu giro o café na minha frente. — Como você fez isso?

— O funeral?

Eu aceno.

— Eu estava entorpecido. Bebia muito. Na verdade, isso me causou mais problemas do que eu gostaria de reconhecer.

— Sim, acho que minha compulsão de beber ontem foi o suficiente.

— Você estava se divertindo bastante ontem à noite.

— Eu falo e rio demais quando bebo.

— Foi fofo.

Eu enrugo o nariz. — Não acho que nada sobre mim, ontem à noite, foi fofo, mas sim uma bagunça total.

— Somos muito parecidos. — Ele pega seu copo de água, trazendo-o aos lábios.

— Acho que não. Odeio brigar, e você é um lutador.

— Fui criado pelo meu pai.

— Nada de mãe?

Ele balança a cabeça, com cada uma de seus traços se transformando em tristeza. — Não. — Eu sou um produto de um caso de amor unilateral.

— Então você também odeia o dia das mães? — Pergunto.

— Desprezo.

— Podemos ter mais em comum do que eu pensava.

— Sim, meu pai engravidou uma garota na faculdade. Ela tinha os olhos fixos em coisas maiores, como classe social, dinheiro e poder. Ela queria colocar o bebê para adoção, mas meu pai lutou por mim.

— Parece ser um cara legal.

— Seu pai e o meu são muito parecidos.

— Como você acabou aqui?

— Nossos pais eram bons amigos naquela época, mesmo que eles levassem o cinturão de campeão um do outro algumas vezes. Ele pega o último pedaço de sua rosquinha. — Meu pai me disse para vir aqui pouco antes de morrer.

Eu me estico e agarro a mão dele, vendo a dor ainda evidente em seu rosto. — Sinto muito.

— Sim, nunca pensei que eu venderia sua academia e deixaria seu legado para trás, mas não consegui lidar com tudo isso. Acho que ele sabia que seria assim. Levou-me um punhado de anos para ter a coragem de fazê-lo.

— É engraçado como os pais podem estar tão certos às vezes.

Ele acaricia minha palma da mão e enlaça nossos dedos. — Sim, é.

— Como você conseguiu enterrá-lo e tudo isso?

— Muita bebida, dor de cabeça e passando pelos momentos.

Sinto as lágrimas ameaçadoras. — Eles são tudo que tenho. Sacrificaram tudo para mim. Abuela certificou-se de que eu fosse para a faculdade e vivesse todos os meus sonhos.

— Segure isso. Para não cair da borda ou todo o trabalho duro e crença em você não significou nada.

— Dói, — eu admito, deixando as lágrimas caírem.

— Sim, e as pessoas vão dizer as coisas mais estúpidas. Estou avisando.

Eu uso a parte de trás da minha mão para enxugar as lágrimas rolando pelo meu rosto.

— E as pessoas vão dizer que isso fica mais fácil com o tempo, mas não acontece. Eu estou achando que fica mais difícil a cada dia que passa. Eu quero chamá-lo pelo menos dez vezes por dia para informá-lo sobre o treinamento e meu próximo adversário.

— Eu falava com ela todas as noites antes de dormir, não importa a hora, —eu conto a ele.

— Eu ainda procuro por ele na academia todas as manhãs, mesmo estando aqui em Washington e não na nossa academia no Texas. Não importa o número de meses que tenha passado.

Nó vamos para frente e para trás falando um com o outro, derramando nossas entranhas sobre nossas próprias situações. Uma dúzia de donuts mais tarde e muitas histórias, Cruz paga a conta. Eu não estou pronta para ir para casa ainda. Eu já ouvi falar dos estágios do luto e agora estou me perguntando se evitar é parte disso.

— Então, parece que vamos comemorar o dia das mães juntos este ano? — Pergunto.

O sorriso largo é a única resposta que eu preciso dele.

— O que você faz no resto do dia? — Pergunto.

Ele empurra a porta aberta, esperando que eu saia. — Eu treino três vezes por dia.

— Uau, impressionante.

— Esses músculos não aparecem durante a noite. — Ele flexiona os braços para mim.

Eu rio e empurro seu braço para baixo. — Ei, calma aí, tigre.

— Eu também não bebo ou como porcarias durante o treinamento. — Ele pisca o olho.

— Interessante.

— Sim, estou justificando isso com o fato de você me obrigar a fazer isso.

Solto outra risada saudável. — E se eu lhe dissesse para saltar de uma ponte?

— Eu pularia, parece. — Ele dá de ombros e enfia as mãos no fundo dos seus jeans apertado.

— Você tem tempo para um passeio? — Pergunto, com um olhar esperançoso.

— Claro. Você mostra o caminho.

Anseio por ligar meu braço ao dele. O homem é quente, um orgasmo gritando para ser liberado, mas é mais do que isso. Cruz é conforto e proteção. Eu esqueço tudo sobre a outra merda feia que cerca minha vida agora.

Meu celular vibra no bolso, distraindo os meus pensamentos de querer segurar Cruz. Não reconheço o número e neste momento nada é mais importante do que conhecer este homem melhor. Ele me faz esquecer.

— Precisa atender isso? — Ele pergunta, olhando para baixo.

— Não.

Eu começo a andar e relaxar quando Cruz cai em um passo ao meu lado. Caminhamos em silêncio até as calçadas do centro de Vancouver. É minha parte favorita da cidade com edifícios antigos e lojas populares. É lindo, e eu juro que minha alma permanece dentro dos edifícios de tijolos. A academia do meu pai é no extremo oposto da cidade, então visitar o centro da cidade quando eu era mais jovem sempre foi um deleite.

— Cruz?

— Sim. — Ele olha para mim.

— Você me levou para a cama na noite passada?

Ele ri levemente. — Se você chamar de colocá-la na cama enquanto estava desmaiada e puxar os cobertores até o queixo, então sim, eu fiz.

— Obrigada, — eu sussurro.

— Eu teria mudado suas roupas, mas não queria que você recebesse a mensagem errada.

— Obrigada, Cruz. — Faço uma pausa por um momento. — Você limpou a cozinha?

Ele acena.

Eu choro.

Ele congela, me embrulha em seus braços e abraça com força.

— Eu sinto muito, Layla, — ele sussurra no meu cabelo. — Era o mínimo que eu podia fazer.

Não consigo encontrar palavras agora e deixo o resto das lágrimas cairem. Todas precisam desaparecer do meu corpo para que eu possa me concentrar nos arranjos para o funeral. Eu permaneço nos braços de Cruz, inalando seu aroma até que meus sentidos voltem para mim. Com energia suficiente, afasto-me dele e ofereço um sorriso fraco.

— Obrigada por tudo, Cruz.

Ele agarra a minha mão na dele e continuamos a caminhar pela rua. Estou quebrada e crua para o mundo neste momento. Tudo na minha vida mudou, e não faço ideia do que o futuro me reserva. Nunca me senti tão perdida na minha vida.

— Layla.

Eu me viro quando ouço meu nome e quase caio no chão. Cruz pega meu desconforto e acalma seu braço em torno das minhas costas para me impedir de cair. Shelby Winters, minha ex melhor amiga, que fodeu meu ex-namorado no meu dormitório da faculdade. Ash Chandler foi meu amor uma vez e achava que seria para sempre, até eu encontrar a minha melhor amiga montando-o como um cavalo selvagem . Esses dois me fizeram odiar esta cidade e tudo sobre isso.

Shelby tinha sido minha melhor amiga desde o jardim de infância e Ash era meu namorado da escola. A traição não foi o segmento final que quebrou Ash e eu. Se fosse tão simples. Havia uma chance que eu o perdoaria se fosse preto e branco. Era o oposto. Ash estragou tudo entre nós naquela época. Minhas mãos descem para o minha barriga para proteger o que nunca teve uma chance. Foi meu papi, Abuela e Jag que me pegaram de volta.

— Eu me perguntava se você viria para casa, — ela ronrona enquanto nos aproximamos.

— Quanta gentileza, — eu rio dela.

Uma vez ela esmagou tudo o que eu acreditava estar certo co nossa amizade. Como ela ousa vir a mim?

— Desculpe, eu queria que você soubesse que ela está nos meus pensamentos. — Ela pressiona as palmas em seu peito. — Ela era como uma avó para mim. Eu a amava.

— Parece que você gosta de amar as coisas um pouco demais.

— Layla, nunca vou me arrepender o suficiente.

Meus olhos pousam no enorme anel de diamante em seu dedo. Ela segue a minha linha de visão e move sua mão para trás das costas.

— Espere, eu sou tão mal educada, — eu exagero cada palavra. — Cruz, esta foi a minha melhor amiga. Nós crescemos juntas éramos grudadas. Eu a peguei montando meu ex-namorado como um campeão, um dia. — Shelby — este é Cruz, meu novo amigo.

Shelby conhecia toda a história, o inferno que Ash me fez passar e ainda escolheu dormir com ele. Ela estava lá comigo durante meses enquanto eu chorava à noite, preocupada com o futuro. Ela estava lá... até que ela escolheu a cama dele ao invés da nossa amizade.

Cruz limpa a garganta e acena com a cabeça. Mantenho meu peito estufado de orgulho quando ele não entende a situação.

— Foi um erro. Peço desculpa, — Shelby oferece.

— Você é um erro. — As palavras são duras, brutais e penetrantes, como pretendiam ser.

— Você deveria saber...

— Não, chega. Nunca fale comigo novamente. — Me viro, deixando Cruz me segurar com ele e começar a andar para o outro lado. Mantenho minhas mãos na minha barriga, cavando meus dedos nas minhas roupas. Solto-as um pouco, tentando não deixar as cicatrizes do passado muito visíveis.

Caminhamos uma quadra e meia antes dos chinelos nos meus pés, pelo menos quatro tamanhos grandes demais para mim, enganchar na calçada. Eu tropeço para a frente, caindo nas minhas mãos e joelhos. Minha calça rasga, a pele dos meus joelhos são as próximas, e sinto os seixos da calçada rasparem minha pele.

— Jesus, Layla. — Cruz me levanta em seus braços e me coloca em um banco nas proximidades.

Ele se inclina, examinando meus joelhos e enxugando-os com a bainha da sua camiseta. As malditas lágrimas começam e, em seguida, um riso maníaco me assalta. É muito típico da minha vida. Eu sou nocauteada, volto aos meus pés enquanto desmorono mais uma vez. Estou farta disso, estou cansada das lágrimas, e só resta um riso louco dentro de mim.

— Você está bem? — Cruz olha para mim.

— Não, — eu digo entre o riso maníaco.

Ele se levanta, depois que está satisfeito que o sangramento parou e ocupa um lugar ao meu lado. Nos sentamos ombro a ombro no banco em silêncio. Ele é o primeiro a falar.

— Seu ex era Ash Chandler? — Ele permanece congelado, olhando para a rua.

— Sim, ele costumava treinar com o meu pai. Fomos para o ensino médio juntos.

— Mmmm.

— Ele é um maldito idiota, imbecil, bastardo, podre, e espero que ele tenha uma coceira anal.

Cruz solta uma risada profunda. — Talvez não seja a hora, mas você sabe sobre a academia do seu pai?

— Ah sim, aquela feito de dinheiro abastecido de vingança. — Eu bato meus dedos no banco. — As coisas ficaram muito feias entre as nossas famílias por um tempo. Papi manteve a cabeça erguida, enquanto a família de Ash comprou tudo o que tinham.

— Sim, eles causaram prejuizo ao seu pai.

— Briga de Titans, — eu resmungo. — Meu pai nunca gostou de Ash. Ele tentou treiná-lo, mas Ash nunca teve respeito e contava com o dinheiro de seu pai para levá-lo através da vida.

— Ele é um idiota.

— Eu era tão burra. — Continuamos a olhar para a rua principal. — Não acredito que fui tão cega.

— Todos fazemos besteiras.

— Não, eu era uma idiota. Uma grande diferença. — Eu viro para olhar para Cruz. — Eu fui embora por causa deles. Virei as costas para a minha família e deixei meu pai lidar com aquela bagunça sozinho. É algo que eu nunca vou me perdoar... Eu era uma covarde.

Cruz se torceu um pouco no banco e corre seu dedo pelo meu queixo. — Layla, eu nunca conheci um pai mais orgulhoso do seu filho. Não se culpe pelo passado. Todos temos merdas que nos assombram. Não deixe que isso controle você.

Permaneço em silêncio.

— Mais fácil falar do que fazer. Acredite, eu sei disso, — ele diz.

Eu aperto meus olhos fechados, lutando como inferno para não deixar esta cidade me derrubar. — Concordo.

Ficamos em silêncio por um longo tempo. O único som é o tráfego lento da estrada principal.

— Precisamos de mais donuts, — murmuro, agarrando a mão livre de Cruz, amarrando nossos dedos juntos.

Ele se move lentamente, olhando para nossa conexão. Um sorriso se desenrola no rosto. É inebriante e esmagador ao mesmo tempo.

— Malditos donuts, — ele resmunga.

Ambos rimos. Cruz aperta meus dedos. O pequeno gesto me dá esperança. Esperança que não tenho há muito tempo. É um sentimento que tem me mantido prisioneira por um tempo muito longo.


Capítulo Cinco

Layla

 

 


Meu pai não dorme no quarto dele desde o dia em que eu vim para casa para a minha visita. Não posso culpá-lo, desde que lidamos de forma diferente. Eu voltei para os donuts, Cruz e evitava o máximo possível. Na última semana, espiei Cruz no ginásio, não estando pronta para admitir como eu acho seu corpo sexy. À noite ele me levaria para fora para comer, depois me levaria pra casa. Uma noite nós nos empanturramos com algumas dúzias dos tamales que Abuela tinha feito. Cruz ficou chocado quando eu engoli doze deles. Tive que entrar no banheiro para tomar um punhado de anti-ácidos, embora.

A porta range quando abro o quarto do meu pai. Seu perfume me bate duro. Sempre foi o cheiro da casa e de amor. Sua cama está arrumada, e tudo está no seu lugar como sempre. Papai é tipo exigente para a arrumação em casa, mas a academia é uma história diferente. Pego uma visão da imagem na mesa de cabeceira. Estava lá desde que me lembro. É uma foto da minha mãe. Seu verdadeiro amor.

As memórias quando eu disse-lhe que a odiava com cada osso do meu corpo quando eu era mais nova me invadem. Ele sempre dizia que eu não a odiava. Então continuava com um sermão sobre como o ódio irá puxár-me para baixo, e não valia o esforço. Eu nunca vou entender como um gigante gentil, suave como o meu pai, uma vez um campeão de luta, tornou-se tão sábio.

Me sento ao lado da cama perto da foto e encontro-me pegando-a. Eu vejo aspectos de mim nela. A forma leve dos meus olhos e, possivelmente, meu nariz. Eu balanço a cabeça, sabendo que é a única esperança que eu segurei quando eu era uma garotinha. Eu ansiei por algumas conexões com ela. Minhas lágrimas secaram há muito tempo, e até mesmo minha raiva em direção a ela começou a diminuir. Abuela foi minha mãe. Que belo presente me foi dado no dia em que minha mãe me abandonou. Eu deveria agradecê-la por isso.

— Layla.

Eu quase pulo da cama, mas mantenho a fotografia apertada no meu peito. Eu me viro para ver Cruz encostado à porta com uma mão sobre o quadril. Sua camisa branca de botão abraça seu peito. Ele tem os primeiros botões desfeitos e um pouco mais de tensão transmite em seu peitoral. As mangas estão dobradas, expondo a intrincada tatuagem em seu antebraço.

— Seu pai me mandou buscar o terno dele. Ele olha para a foto que estou abraçando no meu peito.

Eu a coloco para baixo na mesa de cabeceira do meu pai e caminho até seu armário, retirando seu único terno pendurado em um saco de roupa.

— Você está bem? — Ele pergunta quando eu lhe entrego o terno.

Eu aceno. — Acho que sim. Sinto-me dormente.

— Esse é um sentimento normal. Ele se abaixa e beija a parte superior da minha testa.

Eu aperto sua mão. — Obrigada por estar aqui.

— Não se preocupe. — Ele vira em direção à porta e trota descendo as escadas.

Estou pronta para descer. Preciso escorregar no meu salto alto preto. Esfrego o colar de pérolas no pescoço, que Abuela usava sempre em festas e ocasiões especiais. Ela ia atrás de mim com a colher de pau se ela soubesse o quanto eu estava sofrendo. Ela era altruísta e não queria nada disto.

A academia esta sombria, quando entro. Os guerreiros do meu pai estão vestidos e de pé, atrás dele. Isso fala mundos de sua dedicação não só ao esporte, mas aos homens que ele molda e forma. Percebo Cruz imediatamente. Ajuda que ele se ergue sobre o resto dos homens. Ele me dá um aceno e um sorriso fraco antes de eu ir ao lado do meu pai e pegar a mão dele.

A palma da sua mão está suada e treme na minha. O homem que sempre foi minha base sólida está rachando na minha frente. Isso alimenta o meu desejo de ser a sua rocha. É minha vez de fazê-lo.

Caminhamos como uma grande família até a Igreja na esquina. O carro funerário elegante está estacionado em frente, junto com uma pequena reunião. Abuela foi muito amada e muito conhecida na Comunidade. Ela era a única a oferecer sempre um sorriso amável e uma mão amiga. Ela alimentou barrigas com fome no bairro e ajudou a qualquer pessoa que precisasse de ajuda.

Eu fico perto de Papi, nunca largando sua mão. Todos os rostos desaparecem. Eu tento o meu melhor para sorrir e acenar para todos, mas não sei quem está aqui e quem não está. Eu paro um pouco quando o caixão aparece. Sinto uma mão me cutucando nas costas.

Espio por cima do ombro para ver os olhos cor de uísque de Cruz me encorajando a continuar. É tudo que eu preciso para ajudar meu pai a sentar-se. Uma vez que estamos todos sentados o pastor começa com uma oração e um esboço de sua vida. Meu pai chora silenciosamente ao meu lado, partindo meu coração um segundo de cada vez. Nunca o vi abatido fisicamente. Ele é um homem que está acostumado a castigar seu corpo e empurrá-lo ao extremo, mas perder minha mãe o fez.

Comprometo-me neste momento a ficar ao seu lado o tempo que precisar. Vou estar aqui por ele. Diabos, eu até vou ajudar com a academia, mesmo que não seja meu lugar favorito. A grande coisa sobre enfermagem é que existem trabalhos em todos os lugares.

Quando meu pai é chamado para fazer seu discurso, ele não se move. O homem está esmagado e incapaz de falar, então eu me levanto e aliso meu vestido preto. Minhas pernas tremem enquanto vou até o microfone. Os rostos permanecem um borrão, e meu coração grita de dor com cada batida. Isso é algo que nenhuma garotinha já sonhou. Eu sei que sou uma mulher, mas sendo criada no abrigo de minha avó e meu pai, sempre fui sua garotinha no coração.

— Obrigada... —Faço uma pausa, tentando controlar a minha voz. Não há lágrimas ameaçadoras agora, mas minha voz está falhando. — Meu pai e eu gostariamos de agradecer por terem vindo. Não tenho palavras que fariam à minha abuela qualquer justiça. Se você está sentado aqui hoje, então eu sei que ela tocou sua vida de alguma forma. Ela sempre esteve lá para mim e para o meu pai, mas agora ela nos deixou, fortes e inteligentes. Agora é nossa vez de continuar o seu legado.

— Sempre usarei uma combinação com meu vestido, cozinharei suas receitas e nunca desistirei de encontrar o homem dos meus sonhos. Essas são algumas das coisas que ela sempre quis para mim. Eu admito que minha comida não chega nem perto da dela, mas a vida dela vai além dela. Eu a amo sempre e para sempre, até a lua ida e volta, Abuela.

Eu estou vazia quando volto para o banco. Meu pai senta-se mais reto e sorri para mim. Ele não precisa falar nenhuma palavra. Eu sei que ele está orgulhoso.

Jag nos leva ao cemitério onde minha abuela será colocada para descansar. Ouvi o meu pai ao telefone quando ele comprou o lote. Ele comprou quatro, um ao lado do outro. Um que eu nunca mais poderia ver novamente. Que iria esmagar tudo dentro de mim, e hoje não tenho uma opção para evitar isso. Não preciso perguntar porque ele fez isso. Ele queria a mãe dele estivesse rodeada por sua família. Um para ela, ele, eu e meu futuro amado... foi uma das quebras finais que eu tive.

Eu fico esperando o colapso iminente. Eu giro até enfrentar os fatos e evitando a vida. Meu pai leva sua família quando ele sai do Escalade. Jag e Trick flanqueiam seu lado enquanto eu sigo atrás deles. Cruz desliza sua mão na minha, e dou-lhe um aperto suave. Ele nunca vai saber o quanto ele significou para mim durante este tempo. Ele tem sido minha rocha sem nem mesmo saber, e isso me faz pensar se ele tinha alguém, quando ele perdeu o pai.

O céu está sombrio com uma névoa de tristeza banhando por cima de nós. Todos estão de preto, com aspecto sombrio em seus rostos. Quando o caixão é colocado no chão, me sinto quebrar por dentro. A dor que eu enterrei desde o planejamento do funeral começa a sair. Eu luto para conter tudo. Mas às vezes o poder é tão forte que nada pode pará-lo.

Todos começam a se dispersar ou se agrupam em conversas leves. Estou presa congelada na frente do caixão abaixado de abuela. Caio de joelhos, olhando para a lápide ao lado dela, seguro a grama e começo a chorar. Tudo dentro de mim se despedaça.

Seu sorriso, o brilho dos seus olhos e o aroma picante da comida dela me atacam. Nunca vou experimentá-los novamente. Agora são todas memórias, e é tudo o que serão. Eu fui egoísta e saí de casa, deixando-a para trás.

As lágrimas caem com mais força e mais rápido, colidindo com a grama já úmida. Um pedaço da minha alma foi arrancada de mim e enterrada ao lado dela. Isso dói. É uma dor que eu nunca senti antes. Meus dedos ficam dormentes na minha posição amontoada, e eu boto tudo para fora.

Braços fortes logo se enrolam em torno de mim. Não preciso olhar para saber que é Cruz. Ele não diz uma palavra, mas segura meu corpo tremendo e fora de controle. Seu aperto suaviza a dor, silenciando-as para uma dor maçante.

— Seu pai não está bem.

Levanto a cabeça para ver que todos se foram, até mesmo o Escalade.

— Eu disse a Jag para levá-lo para a academia. Ele voltará para nós. Cruz se senta em sua bunda, puxando-me para seu peito. Eu o deixo envolver seus braços em volta de mim e caio contra ele.

— Fique o tempo que precisar. Eu vou estar aqui.

— Sempre dói assim?

Ele solta um suspiro. — Eu nunca minto, Layla e Deus, agora eu gostaria de poder mentir pra você.

— Como você vive? — Eu soluço.

— Você se levanta e segue em frente, querida. — Ele tira o cabelo do meu rosto.

Permanecemos em silêncio até que a escuridão ameaça à luz do dia.

— Eu não posso sair daqui. — Sento-me para a frente, minha bunda dormente de sentar no meu pé por tanto tempo. — Eu não posso deixá-la.

Ele me solta e se levanta. Eu grito mais alto e começo a bater no chão. Percebo mais alguns sapatos à minha volta, mas não cumprimento seus proprietários. Usando o resto da minha energia, bato na terra e grito. Quando eu desmorono, Cruz me puxa em seus braços, embalando-me como um recém-nascido em seu peito.

Eu envolvo meus braços em volta do pescoço dele e seguro pela vida, ainda lamentando a minha dor. Me sinto uma traidora, deixando seu corpo frio, morto, deitado no fundo do solo. Sinto, e dói. Dói para respirar, pensar e viver.

Ele sobe no banco de trás do Escalade comigo, e eu olho o suficiente para ver Jag e um jovem lutador no banco da frente. Trick deve estar com meu pai na academia.

— Não me leve para casa. — Agarro o colarinho da camisa de Cruz. — Por favor, eu não posso.

Jag mantém uma caixa cor-de-rosa de donuts no banco da frente. — Temos você, menina.

Deito de volta no peito do Cruz e soluço.


Capítulo Seis

Layla

 

 


Estamos no mesmo canto no mesmo bar mas, desta vez, Jag e Riot estão conosco. Quando eu peço licença para ir ao banheiro, Cruz me segue. Olho no espelho, eu suspiro com a maquiagem escura escorrendo pelo meu rosto. Eu uso água fria e a toalha de papel para limpá-lo, me deixando com um rosto vermelho rosado.

Meu vestido preto curto ainda tem manchas de grama e lama. Eu tento o meu melhor para limpar minhas memórias.

— Ei. — Cruz acena com a cabeça quando eu abro a porta do banheiro.

— Tudo dói. Dói para pensar, respirar e andar.

— Vamos lá. — Ele estende sua mão para fora.

Eu aceito sem pensar duas vezes. Ele tem sido minha muleta. A caixa de donuts está aberta na mesa, rodeada com copos cheios de doses. Eu pego um e engulo e, sem pensar, pego mais dois. Puxo uma rosquinha de açúcar-vitrificado da caixa e enfio na minha boca.

— O que meu pai está fazendo? — Pergunto, pulverizando o açúcar em todas as direções.

— Isto. — Jag aponta. — Menos os donuts com alguns sacos de pancada.

— Ele está sozinho?

Jag parece ferido pela minha pergunta. — Tenha mais fé nos Diablos, menina.

— É melhor seus brutamontes terem as costas dele, ou eu vou amassar vocês como nozes. — Pego mais um donuts com açúcar pulverizado de forma gloriosa.

— Temos ambas as costas e não se esqueça disso, — Jag conta.

Dou de ombros. — Amo vocês, caras. E eu sei que estou colocando ematando seu festival de bocetas.

Cruz engasga com um gole de água e Jag sorri amplamente.

— Com um pau como este, — Jag agarra seu pau, — não há como parar meu jogo. Campeão natural desde o nascimento, filho da puta.

Todos nós irrompemos em risos, e é bom pelo mais breve dos segundos. Jag é sempre bom em fazer situações intensas mais leves. Eu o amo por isso.

Eu viro uma dose, reconhecendo seu comentário e sabendo que era a verdade sincera e crua. Ele é um homem. Eu fico destroçada quando vejo Cruz afastar a bandeja de copos e enfiar um copo de água gelada na minha frente. Então, o que eu faço? Engulo essa merda como se fosse whisky, que vai me manter entorpecida.

Quando meu hino pessoal começa a explodir através da jukebox no canto, eu pulo para os meus pés. Em minha mente, é gracioso, mas eu estou bêbada, não embriagada e sei que eu quase caio no chão. É a mão na minha bunda que me impede de fazer essa merda.

Cruz cora e acena antes dele removê-la e, em seguida, não tão discretamente, ajusta seu jeans onde eu só posso imaginar seu pau monstro. Eu pego um donut da caixa e começo a bater as palavras para, Don’t Stop Believin’, por Journey. Meus quadris balançam para frente e para trás, e que eu declamo a cada palavra. Na minha cabeça, eu sou praticamente uma Madonna ou Cher, mas os olhares que recebi contam uma história diferente.

Meus pés batem junto com a música, enquanto muda para um ritmo mais rápido. Eu até adiciono um pouco de air guitar com minha rosquinha. Assim que eu volto a cantar, minha outra mão começa a balançar como eu fazia quando era uma garotinha na minha cama, saltando para cima e para baixo sobre ela.

Eu pulo para uma cadeira nas proximidades, realmente entrando na música até o grande refrão. Eu tenho a atenção de todo o bar me apoiando. Quero dizer, quem não gosta de um bêbado tolo, que acha que pode cantar e dançar? Sinto uma mão na minha perna, então um rosnar alto. Cruz empurrou um homem para trás e fica de guarda aos meus pés. Ele desliza a mão no comprimento da minha panturrilha e leva tudo dentro de mim para focar na música e não em seu toque.

Eu balanço meus quadris um pouco mais rápido junto com o resto do meu corpo enquanto canto e danço. Eu rio como uma lunática quando a música termina, e a multidão vai à loucura. Faço o melhor para lhes dar um aceno e me curvar para o meu final. Cruz levanta os braços e pulo para eles como qualquer outra estrela de rock que surfaria na multidão.

Enrolo meus braços em volta do seu pescoço e minhas pernas em volta da sua cintura. Quando eu puxo para trás e olho nos olhos dele, estamos frente a frente com os nossos lábios alinhados perfeitamente. Minha boca morre de fome para encontrar a dele. Eu o desejo como eu nunca quis nada na minha vida. Eu mordo meus lábios.

— Me beije, — eu sussurro.

— Layla, você está bêbada.

— Eu quis que você me beijasse por uma semana.

Ele morde o lábio inferior e fecha os olhos. Eu posso sentir a luta interna que ele enfrenta agora, então aproveito minha oportunidade. Irônico como este homem é uma fera e um lutador ímpio, mas honrado na maneira que ele me trata. Bato meus lábios nos dele, beijando-o duro. Movo meus lábios ao longo dos dele e minha língua sai para lamber ao longo da costura de seus lábios. Ele demora um pouco para abrir, e quando ele faz, assume completamaente o controle, me devorando. Nossas cabeças inclinam-se para o ângulo direito, possibilitando explorar um ao outro.

— Porra, os lutadores devem estar no seu sangue.

O som de sua voz envia água gelada correndo pelas minhas veias. Eu viro para ver Ash de pé atrás de nós, com Shelby em seu braço. Este não é absolutamente seu tipo de estabelecimento. Ele nos seguiu até aqui?

— Saia daqui, — Jag rosna.

Ele se aproxima com raiva no rosto. É claro, seu arqui-inimigo entrou, e ele vai proteger a sua família a qualquer custo. É triste, tudo foi por água abaixo entre Ash e eu, mas a verdade dura e fria e que ver Shelby em seu braço é a porra da cereja do bolo de merda da minha vida.

Sinto Cruz endurecer, enquanto me segura. Ele rosna e, em seguida, me coloca para baixo, certificando-se que estou firme nos meus pés antes de pisar na minha frente agindo como um escudo humano.

— Você o ouviu. Vá embora. — A voz de Cruz é tão gelada que calafrios atravessam meu estupor bêbado.

— O novo menino bonito da cidade. Boss já viu você pegando sua filha? — Ash assobia.

Cruz avança para a frente, puxando seu braço para trás, pronto para amassar o rosto de menino bonito de Ash.

Jag agarra Cruz pelo colarinho. — Não aqui. Guarde-o para o ringue. Você sabe as regras do Boss. Sem brigas fora da jaula. Este estúpido não vale a merda da sua carreira, Cruz.

Eu volto quando Jag empurra o grande corpo de Cruz de volta. Os dois homens são classes de peso diferente, mas a determinação de Jag é avassaladora, mesmo que o tamanho de Cruz poderia esmagá-lo.

— Minha noiva e a nova noiva do meu pai, queriam vir aqui. Não sabia que o Diablo tinha tal atração para frequentar os bares locais mas, certamente, um bar como este, neste local está provavelmente lotado de escória .

— Vá se foder, Ash, — eu deixo escapar.

— A noiva do meu pai adorava este lugar, quando ela morava aqui. Acho que ela estava se sentindo nostálgica hoje.

— Seu velho comprou outra noiva por correspondência? Só estas mulheres vão tolerar seu micro pênis. — Jag cospe as palavras com veneno em sua voz.

O pai de Ash usa este momento para aparecer. Ele se parece com Ash, mas com cabelo grisalho e rugas no canto dos olhos. Então acontece. A noiva dele sai de trás dele. Paro de respirar e sinto que meus joelhos vão falhar.

Minha mãe está diante de mim. Ela é tão linda como ela era quando eu era pequena, é a imagem espelhada da foto na mesa de cabeceira do meu pai. Ela envelheceu ... mas ainda está mais bonita do que eu me lembro.

Raiva e fúria fervem dentro de mim. Como eles se atrevem? Por que diabos ela está aqui e por que agora? Minhas pernas ficam firmes. Fico sóbria num piscar de olhos.

— Seu maldito filho da puta.

Levanto um punho e balanço o máximo que posso. Ele se conecta com o rosto presunçoso de Ash. Tenho uma chance de balançá-lo novamente antes de ser puxada para trás. Sinto os ossos das minhas mãos quebrarem e não dou a mínima. Continuo balançando mesmo que meus braços não sejam suficientemente longos.

Eu começo a chutar minhas pernas e chuto o pau de Ash, até que ele se dobra de dor.

— Deixando garotas chutarem sua bunda, Ash? — Jag diz entre risos. — Cara, sua vagina está aparecendo.

Jag fica no rosto de Ash, insultando-o repetidamente.

— Cruz vai matá-lo em Las Vegas, baby.

A última frase é registrada, mas eu não tenho tempo para processar totalmente. Cruz e Ash planejam lutar pelo título em Las Vegas. É tudo demais no momento.

Eu não fiz contato visual com a minha mãe, mas pego Ash cuspindo sangue pelo canto do meu olho. Meu corpo inteiro treme com fúria, mesmo quando me encaixo nos braços de Cruz.

— É melhor providenciar ataduras para ele. — Jag movimenta seu queixo na direção de Ash e seu pai, Monty, antes de sair do bar, com todos nós a reboque.

A brisa da noite não faz nada para acalmar a minha tempestade interna. Eu estou além de confusa e irritada. Como ela ousa voltar aqui?

Jag abre a porta e Cruz faz o seu melhor para me colocar no banco de trás. Ele sobe no o banco, batendo a porta. Estou chocada que a janela não tenha quebrado com a força brutal.

— Hospital, — ele exige antes que Jag possa ligar o motor do Escalade.

— Loja de bebidas, — eu contesto.

— Hospital. — Cruz toca no ombro de Jag, e isso me irrita.

Isso quebra o segmento final que está me mantendo junta. Minha vida desintegrou-se em torno dos meus pés. Sinto-me como um boneco e todos os fantasmas que assombram minha vida puxando as cordas. Vou explodir.

— Maldita loja de bebidas, ou eu estou pulando fora. — Abro a porta.

Cruz agarra minha nuca. Seus olhos estão pegando fogo. Eu assisto enquanto seus punhos se apertam e se soltam. Ele está decidindo se me agarra, me forçando em seu colo ou desiste.

— Acalme sua merda, Hulk. Meta esse pau verde feroz de volta em suas calças. — Jag para no estacionamento. — Eu vou ligar para o seu pai.

— Não.

— Pare de ser uma cadela. Não vou discutir com você. — Ele olha para trás pelo espelho retrovisor, olhando para minha mão.

Eu pego um tempo para olhar para baixo para ela. É quando a dor atinge. Já está inchada e latejando com uma dor quase insuportável.

— Filho da puta. — Levanto a mão ferida e lanço-a bem na parte de trás do assento.

— Pelo amor de Deus. — Cruz agarra meu braço. — Layla, que diabos?

Jag puxa para uma loja de bebidas e salta sem nem perguntar o que eu quero. Não importa, enquanto meu coração e minha alma gritam calem a boca por alguns instantes. Permaneço em silêncio no banco de trás com Cruz ainda segurando meu braço como um animal ferido. O rosto dela pisca de volta na minha memória. Esse dia tem que ser o pior pesadelo da história de todos os sonhos ruins.

Jag pula de volta no assento do motorista e com um movimento rápido passa para trás uma garrafa de uísque. Está escuro no banco de trás, então eu nem sequer me preocupo em ler o rótulo. Coloco a garrafa entre as pernas e giro a tampa com a mão boa. O líquido arde quando aponto a garrafa e deixo rolar para baixo. Tomo três goles longos antes de colocá-la para baixo.

— Boss não está em melhor forma, — Jag sussurra de volta para Cruz.

— Por que ele estaria? Vocês não percebem que nosso mundo desmoronou em volta dos nossos pés? — Eu grito.

Não espero por uma resposta antes de tomar mais três goles longos da garrafa. Ela é arrancada das minhas mãos antes que mesmo que eu possa colocá-la entre as minhas pernas.

— Já chega. — Cruz empurra a garrafa aberta até Jag. — Você não vai fazer isso, Layla. Chega.

— Vai se foder, Cruz. — Minhas palavras o insultam.

Minha cabeça e meu estômago agitam com whisky e donuts.

— Malditas latinas são sempre um chute na bunda quando estão bêbadas, — Jag diz do banco da frente enquanto pega a estrada.

— Limpeza real... — Porra, minha língua está grossa demais para falar. Tento de novo. — Quanta maturidade vindo de você, seu maldito mexicano.

Depois, eu mostro minha língua para ele. Cruz rosna ao meu lado. Quando olho para ele, ele está fumegando como se eu pudesse puxar seu ombro e entraria no modo de combate. É tentador, como cutucar um urso com raiva, um sexy urso com um pau... certo estou curiosa. Há uma montanha-russa na minha barriga. Uma reviravolta acontece no meu estômago, e...

— Eu vou vomitar.

Eu mal consigo sair antes de Jag encostar, e minha cabeça está para fora da janela. Eu tenho certeza que quando meu estômago esvazia do lado do Escalade, é a desagradável combinação de açúcar e licor.

— Hospital, — Cruz rosna.

Limpo minha boca com as costas da minha mão e depois viro para Cruz. — Se eu tivesse um pau, eu puxaria para mijar em você.

— Você pode usar o meu pau para mijar nele. — Jag ruge em gargalhadas.

Cruz treme de raiva.

— Eu disse para mijar com ele, não mijar em cima dele.

— Não, você não disse, — Jag contraria.

Eu abro a boca para discutir como uma criança de dois anos.

— Basta, — Cruz ruge, vibrando a cabine inteira do Escalade.

Eu começo a chorar, não reconhecendo a pessoa que sou agora, então meu corpo convulsiona.

— Ela vai vomitar de novo? — Jag pergunta.

Eu tento balançar a cabeça com um não, mas está muito pesada.

— Minha mãe estava com o pai de Ash. — As palavras quase irreconhecíveis rompem entre os meus soluços. Eles olham para mim enquanto as palavras saem da minha língua. A dor na minha mão não é nada comparada ao que o meu coração sente.

— Layla, — Cruz sussurra.

Ele me puxa em seu colo, colocando minha cabeça sob seu queixo com a palma da mão larga correndo em círculos para cima e para baixo pelas minhas costas.

— Você está brincando comigo? — Jag soca o volante. — Aquela era sua mãe? Eu não reconheci a cadela.

Todos os lutadores conhecem a história do meu pai porque alimenta a sua paixão e a carreira, juntamente com seus métodos rigorosos de treinamento.

— Eu a odeio. — Minhas palavras saem através dos soluços quebrados.

— Querida, está tudo bem. Vai ficar tudo bem. Você tem uma nova família. — Cruz nunca deixa de me acalmar, enquanto me segura em seus braços.


Capítulo Sete

Layla

 

 


Nunca mais vou beber de novo. Eu disse isso antes, mas desta vez é para valer. Juro sobre a Bíblia sagrada se eu apenas pudesse abrir meus olhos. Os meus membros doem e o meu estômago está enrolado. Eu vou vomitar, mas não consigo me levantar.

Levanto os braços para cobrir minha testa para alivias o latejar.

— Porra, — rosno quando algo duro bate na minha testa.

— O que?

Então eu grito tão alto que meus olhos ameaçam pular das órbitas. Olho para Cruz que salta do chão.

— Jesus, quase me caguei! — Eu cubro meu peito. — Você me assustou.

— Desculpe. — Ele me oferece um sorriso fraco. — Você realmente quase?

— Jesus, claro que não, mas foi por pouco. Merda de uísque.

Olho para baixo para as duas mãos agora no meu colo. Um gesso de neon rosa está enrolado em volta da minha mão direita. Isso é o culpado que nocauteou minha bunda, me deixando de ressaca.

— Porra, — eu sussurro.

— Língua, — meu pai rosna da porta.

Eu olho para ele. Ele parece tão ruim quanto eu. Seus cabelos estão de pé, os olhos estão inchados, e seu corpo está curvado. Sua visão flutua sobre Cruz sentado no chão ao lado da minha cama.

— Que diabos está acontecendo aqui? — Ele rosna, batendo com a palma da mão contra a abertura da porta.

Cruz salta para os pés com a mesma roupa de ontem à noite, sua camisa branca e calças amarrotadas. Ele levanta as duas mãos acima da cabeça.

— Eu a ajudei voltar para casa ontem à noite, Boss. Você desmaiou na academia e achei que ela não deveria ficar sozinha.

Ele dá um ligeiro aceno para Cruz, ainda não impressionado que um dos seus combatentes passou a noite no meu quarto. A visão do meu pai então pulou para o meu gesso.

— E isso? — Ele aponta.

Eu bato minha testa com a mão boa, lembrando-me de ontem à noite. Que bagunça!

— Eu soquei Ash.

— Duas vezes, — Cruz adiciona. — Dois ganchos direitos e um chute nas bolas.

— Por que aquele bastardo estava por aí? — Meu pai rosna.

— Jesus, chega de toda essa merda de homem das cavernas. — Me livro dos cobertores e levanto. Ao contrário de Cruz, não estou com a mesma roupa. Estou usando calções de lycra e uma regata apertada mostrando meus faróis altos. Eu os cubro em uma postura defensiva e continuo.

— Nós fomos a um bar para afogar minha tristeza. Ash e seu pai apareceram. Ah e a fodida Shelby.

Papai rosna para mim, mas eu sou uma adulta e posso usar foder como um verbo, substantivo ou qualquer parte do discurso que eu queira. Além disso, ele tem a boca de um marinheiro com nenhuma perna para desfender-se deste argumento. Ele é o único que me presenteou com um vocabulário colorido. A diferença é que ele nunca os dirige diretamente para mim, apenas usa-os no seu trabalho.

— Eu fiquei irritada e soquei o idiota. Quando Cruz me puxou para ele, eu o chutei no saco. Então, eu bebi muito uísque e vomitei no Escalade.

— Então, como exatamente você quebrou a mão? — Ele pergunta, coçando a cabeça.

— Socando, duuuh.

— Jesus, Layla, não te ensinei nada?

— Eu estava chateada. — Dou de ombros.

— Eu vou estar na academia a maior parte da manhã. — Ele se vira para ir embora. — Vejo você lá em quinze minutos, Cruz. Sem dia de folga.

Quando ouço a porta fechar, deixo minha frustração em um suspiro que faz com que eu me levante a seco.

— O homem nunca dá um tempo. — Me viro para Cruz. — Sua mãe acabou de ser enterrada, e ele está indo direto para a maldita academia.

— Sua maneira de lidar. — Cruz encolhe os ombros. — Todos nós fazemos isso à nossa maneira.

Eu caio para baixo na cama enquanto ele continua.

— Você soca seus exs e fica bêbada.

— Você está me julgando?

— Não. — Ele balança a cabeça, dá a volta na cama e se senta ao meu lado. — Eu fiz a mesma coisa. Eu quebrei a academia do meu pai e fiquei bêbado por um mês.

— Eu sinto muito pela noite passada.

— Não sinta. Foi muito quente.

— Quente? — Pergunto, olhando para ele.

— Você socando Ash foi a coisa mais quente que eu já vi. Você conseguiu dar um bom soco.

— E quanto a vomitar por todo o carro?

— O que? — Ele parece chocado. — Não lembro disso. — Ele pisca para mim e dispara as duas covinhas em um lindo sorriso. Essas covinhas são potentes. — Essa parte deve ter sido um sonho ruim.

— Com certeza.

Ele agarra minha mão, ligando seus dedos com os meus, fazendo o clima na sala se intensificar.

— Você precisa lhe falar sobre sua mãe.

— Ela não é minha mãe, — eu respondo desafiadoramente, em seguida, tento relaxar. — Eu sei, — eu respondo, estudando o esmalte lascado sobre os meus dedos.

— Ele precisa ouvir isso de você.

— Vai esmagá-lo.

— Talvez, mas ele pode surpreendê-la. Ele tem sido forte por você há anos.

Eu giro para olhar para ele, olhando-o diretamente nos olhos. — Você mudou minha roupa ontem à noite.

— Você fedia. — Ele sorri novamente. — Você pode ter vomitado mais algumas vezes no hospital.

Eu cubro meu rosto. — Merda. Sinto muito por tudo isso.

— Não sinta. É para isso que são os amigos.

— Amigos? —Pergunto.

— Amigos onde se poderia esperar um jantar de encontro na semana que vem, quando eu voltar. — Ele levanta uma sobrancelha.

— Aonde você vai?

O pânico me atinge forte, o que é um absurdo.

— Tenho negócios para cuidar.

Eu quero insistir e perguntar mais, mas sei que ele ofereceria se ele quisesse.

— Após o treino de hoje.

— Ok, — eu sussurro.

— Nada de bares e donuts sem mim.

— Donuts? Quanto tempo você ficará fora?

— Cinco dias.

— Você está me matando, pequeno.

As malditas covinhas iluminam seu rosto novamente. — Não há nada pequeno sobre mim, Layla.

Todo o meu corpo vibra com vontade de me inclinar e beijá-lo, mas a combinação do hálito da manhã e vomitar na noite passada colocam freios sobre essa ideia.

— Eu vou te ligar. — Ele levanta e beija o topo da minha cabeça.

Ele alcança a porta, em seguida, vira para mim. — Já mencionei que eu sou um homem que gosta de peitos?

— Não. — Eu inclino minha cabeça em confusão.

— Eu aprovo, Layla. Definitivamente, eu aprovo.

Quando ouço a porta fechar, levanto para os meus pés e quero mais do que qualquer coisa pular nas costas dele. Ele não tem meu número, nem eu tenho o dele. Me desanimo, pensando que era uma coisa legal para dizer para me pacificar por enquanto. Cruz Felix já sofreu demais comigo e tem ido muito além dos deveres amigáveis. Diabos, nem sei quando nos tornamos amigos, mas nós fizemos. Eu sei que isso é verdade.

Eu encho uma banheira de água quente, na esperança de queimar o dia de ontem. Eu odeio tomar banhos em banheira e vivo para chuveiros, mas este gesso rosa não combina bem com um chuveiro, e vai ser foda tomar banho com uma mão. Especialmente lavar o cabelo enorme.

Meu telefone toca na pia do banheiro, quando estou lutando para tirar meu short com uma mão. É melhor aqueles socos terem feito estragos no rosto presunçoso de Ash. Pego meu telefone e percorro a tela inicial para ver um texto de alguem chamado The Notorious Rumbler.

— Que diabos é isso? — Eu sussurro para mim mesma.

Então eu vejo a imagem que está associada com o contato. É de Cruz sentado na beira da cama , eu estou dormindo no fundo. Ele tem o dedo erguido como se estivesse pegando meu nariz durante o sono. Minha boca está escancarada bem aberta. Seu rosto, prestando atenção na câmera com suas covinhas assassinas roubando o show. Eu tomo um momento para refletir sobre quantas calcinhas ele explodiu com esse sorriso malvado.

— Espere, — eu novamente sussurro para mim mesma depois de voltar para o rolo da minha câmera. Há dezenas de fotos de Cruz tirando selfies enquanto eu durmo. Eu finalmente consigo ler o texto.


The Notorious Rumbler: Desculpe, esqueci de pedir o seu número.


Eu: Vejo que isso não o impediu.


The Notorious Rumbler : Jacked me deu seu telefone ontem à noite.


Eu: Eu estou vendo isso.


The Notorious Rumbler: Tempo ferrado da minha parte, deixando a cidade, mas aguardando ansioso por aquele jantar romântico.


Eu: Você pegou meu nariz?


The Notorious Rumbler: Um lutador nunca conta.


Eu: Você me despiu.


Sua resposta não é tão rápida desta vez. Os três pontos dançam por muito tempo. Eu desligo a água, em seguida, me sento na borda da banheira esperando por sua resposta.


The Notorious Rumbler: Você fedia, e o prazer foi todo meu.


Sua resposta me faz sorrir. Não acredito que sou capaz de sorrir nos momentos mais sombrios da minha vida. Estou mais do que deprimida e estou sentada aqui como uma maldita idiota e sorrindo. Isso é bom.


Eu: Eu não sou a favor de esmolas. Eu vou retornar o amável favor .


The Notorious Rumbler: Treinamento e potenciais ereções não se misturam bem. Falo com você esta noite.


Eu tenho a vontade louca de mandar uma foto sacana pra ele. Uma que me mostre inteira. Eu estou perdendo a cabeça.


Capítulo Oito

Layla

 

 


Eu odeio rosa. Na verdade, é mais do que ódio; Faz fronteira com desgosto e agora, é o lembrete desagradável e neon rosa de Ash Chandler, meu ódio foi além. Jag foi rápido para dizer que ele escolheu a cor só para mim. Jag e eu crescemos juntos. Papai o acolheu das ruas e treinou-o para ser o lutador que ele é hoje.

Estávamos na sétima série, na primeira vez que Jag foi enviado para a detenção juvenil e, quando ele voltou, meu pai assumiu. O resto é história, com partes de conto de fadas.

Acontece que eu não precisava contar ao meu pai sobre minha mãe estar de volta na cidade. Jag encarregou-se de dar a notícia à ele. E tanto quanto eu o odeio por escolher a cor rosa, eu o amo tanto. Jag é leal ao meu pai, sem nenhuma falha. No fundo, eu sabia que ele seria o único a dizer-lhe. Ele também deu ao meu pai a história detalhada da terrível noite no bar. Ambos foram implacáveis, provocando-me sobre a situação. Eles não paravam de falar.

Jag também me avisou que ele falou um monte para Cruz, deixando meu pai saber que não houve nenhum negócio engraçado. Eu não perdi o toque de ombro e a piscada que ele enviou no meu caminho quando disse. Jag, agiu como o irmão mais velho, também me alertou sobre o Barulho Conhecido e o fato de que ele está lidando com seus próprios demônios. Jag adora falar, então foi fácil puxar informações dele. Eu soube que Cruz tinha permanecido fechado desde sua chegada a academia, e que ele passou mais tempo comigo do que com qualquer outro aqui. Eu não vou mentir; fez meu coração bater um pouco mais forte no peito.

Eu sei que Jag e meu pai estão sofrendo tanto quanto eu estou com a passagem da minha abuela, mas eu fui egoísta e me escondi até de mim mesma. Não saio de casa a menos que seja para fazer compras ou ir a academia para uma rápida visita com meu pai. Normalmente deixo as refeições prontas para ele e então saio de lá.

Também evitei o contato com todos os meus colegas de trabalho, até mesmo com Tyler. Eu sei que não é saudável ficar no meu quarto a maior parte do dia, mas agora é o que está me fazendo aguentar.

Cruz mandou uma mensagem e ligou todos os dias, como ele disse que faria. Ele está vindo para casa esta noite e me disse que iria parar. Ele ainda não deu detalhes sobre onde ele está, o que ele está fazendo, ou com quem ele está . À medida que cada dia se passa, eu fico mais curiosa sobre isso. Mas volto sempre a me lembrar que ele está lidando com assuntos de família. É isso que tem que ser.

Quero dizer, é justo desde que ele esteve lá para mim através dos meus altos e baixos, bem principalmente baixo e até mesmo nos momentos de maior infortúnio da minha vida. Minha curiosidade cresce, querendo saber o que era crucial para ele voar por cinco dias e faltar ao treinamento.

Eu ouvi papai falando com ele no telefone sobre o treinamento na academia do hotel, mas todos sabemos que não é nem perto do que os homens passam no Trono del Diablo. Algo tem que ser muito importante em sua vida para ele desistir do treinamento e deixar a sua equipe. Os homens na acadmia são um bando de irmãos. Eles dependem uns dos outros todos os dias para empurrar seus corpos para o modo de combate.

Eu odeio luta; não é segredo. À medida que envelheci, meu ódio diminuiu, mas a parte teimosa de mim me impede de admitir isso.

Quando era criança, olhar para o meu pai, meu herói, meu rei de armadura brilhante, o cavaleiro em seu trono, ou no mínimo o inferno que foi — me machucava, cortava minha alma sempre que ele voltava para casa de uma luta agredido e machucado. Mesmo que ele ganhasse a maioria de suas lutas, ele ainda voltava para casa com as cicatrizes da batalha. Lembro-me dele com os olhos inchados, ainda sorrindo como um tolo, porque ele ganhou. Mas tudo isso cobrava um preço alto de seu corpo.

Eu amo que ele esteja trabalhando sua própria academia, ganhando rasoalvelmente e ainda obtenha o suficiente para satisfazer a sua fome do esporte. Não acho que alguém jamais vai perceber quão grande influência ele tem sobre os jovens lutadores. Vendo Ash e seu pai naquela noite no bar me lembrou quanto o mal ainda está lá fora no esporte.

Acho que foi bom que eu desmaiei no Escalade, porque eu não acho que esses dois homens — como lutadores malvados que são — poderiam me levar para o hospital. Más recordações. Então, por enquanto, estou vivendo da minha conta bancária, macarrão Lamen e lotes de obscenidades grátis da Amazon.

Quando entro na academia que está cheia como sempre, com o típico zumbido de lutadores batendo sacos de pancadas, a esteira girando e a voz rouca do meu pai rasgando os traseiros de alguns lutadores. São todos os sons de casa. A minha casa. E eu vou protegê-la com tudo e qualquer coisa que eu tenha.

Eu me sento atrás do balcão na cadeira de escritório do meu pai e chuto meu pé para cima, olhando ao meu redor. Eu sempre estive em desacordo com a forma como estes homens podem empurrar seus corpos ao máximo. Eu conheço o corpo humano e do que ele é capaz; no entanto, estes homens empurram seus corpos tão duro e tão alheios a ponto de quebrar. Os resultados finais são campeões, campeões que enchem de troféus as paredes do Trone del Diablo.

Eu me aborreço em questão de segundos, o que não me surpreende, então, abro uma gaveta para ver se meu pai tem algum lanche. A gaveta de cima está repleta de notas adesivas, notas antigas, recibos, e outras merdas. Engraçado como sua mesa é a única área de sua vida que não é organizada. Nunca entendi isso.

Foi minha abuela que nos manteve na linha, em uma casa organizada, com as barrigas bem alimentadas e nossos corações amavam. Eu balanço a cabeça, enfiando o desastre de volta para a gaveta e a fecho. Depois vou para a segunda. Está vazia, exceto por uma fotografia solitária da minha mãe e dele, o que não me surpreende também; Não há nenhum trauma ou razão para a bagunça do meu pai.

É quando eu abro a última gaveta que eu vejo vermelho. Sim, eu ganhei o grande prêmio. Mas o meu sangue ferve. A gaveta está repleta de junk food. Twinkies, cupcakes de chocolate, chocolates, batatas fritas gordurosas e duas ou três grandes garrafas de whisky enchem a gaveta.

Eu vejo vermelho porque Abuela morreu de doença cardíaca. O filho dela, meu papi, deveria saber que isso é genético. Meus pensamentos são irracionais e minhas ações são ainda mais irracionais, mas eu vou de ver vermelho para ficar tonta, depois prestes a desmaiar de raiva.

Ele é a única pessoa que me resta nesta terra. Ele é o último membro da família; Não vou ficar de pé e vê-lo fazer isso com seu corpo. Eu arranco a gaveta da mesa com tanta força que o metal duro que cai silencia a academia, então eu bato a caixa de metal pesado sobre a mesa. Eu nem olho para ver a atenção de todos em mim, porque estou irritada além da crença. Eu começo a xingar em espanhol, porque isso é o que faço quando fico chateada. Deixo os palavrões voarem em espanhol enquanto chamo meu pai de imbecil.

— Basta, Layla. — Meu pai anda até mim.

— Não. — Lanço minhas mãos na minha cintura.

— Que diabo deu em você?

Ouço o sino acima da porta, mas não olho para ver quem é.

— Você está querendo morrer? Você quer me deixar aqui sozinha?

— Jesus, não.

Eu pego um punhado do junk food e jogo nele. Posso ouvir um suspiro audível dos seus lutadores em toda a academia. — O que é isso então?

— É comida.

— Não banque o engraçadinho. — Pego a foto da segunda gaveta e seguro no rosto dele. — E por que, pai? Ela nos deixou. Nos deixou e agora...

As palavras arranham a minha garganta e a frustração se constrói dentro de mim. Não sei como tirar tudo. Eu rasgo a foto em pedacinhos e jogo no ar. Meu pai caminha para mais perto, envolvendo-me em um abraço. Eu bato em seu peito.

—Layla, baby, vai ficar tudo bem.

— Eu não posso perder você, — eu sussurro.

— Você não vai.

Deixo meu pai me abraçar. Caio em seu peito largo, como fiz tantas vezes quando era criança. Ele sussurra repetidamente que vai ficar tudo bem, até eu começar a acreditar nisso. Depois de vários longos momentos de silêncio, ele grita sobre a minha cabeça.

— Continuem treinando. Vocês não estão treinando para serem a Miss América.

Ouço os homens se espalharem e o som da academia volta à vida em um instante.

— Droga, garota, precisamos fazer você entrar. — Ouço Jag fazer uma piada.

Meu pai recua e Jag me envolve em um abraço apertado antes de voltar à formação.

— Você precisa controlar seu temperamento, Layla, — papai me repreende.

— Muito engraçado vindo de você! Desde que eu herdei ele de você.

— Eu o controlo. Uma grande diferença. — Ele suspira no meu cabelo. — Você quebra ossos.

Dou-lhe o dedo do meio rápido e brincalhão, antes que ele tenha a chance de quebrá-lo.

— Meu único sonho para você foi que crescesce para ser auto-confiante e uma mulher corajosa. Acho que saiu pela culatra. — Ele me puxa para um abraço mais longo. — Tenho que voltar à rotina, garota.

— Amo você, — eu sussurro.

Ele caminha para o ringue, onde dois jovens lutadores estão esperando por ele. Me viro para ver quem entrou durante o meu colapso numero cento e trinta e dois, desde o meu retorno.

Cruz está estupefato com sua mochila erguida sobre o ombro, sua Henley azul marinho abraçando seu peito e aquelas malditas calças de ginástica perigosamente baixa em seus quadris.

Eu lambo meus lábios, em seguida, mordo o inferior.

— Bem-vindo, Cruz.


Capítulo Nove

Cruz

 

 


Cinco dias e eu tinha certeza que ela estaria fora do meu sistema, mas ela não está. Seus grandes olhos castanhos, linda pele oliva e atitude agressiva magnetizam-me ainda mais do que antes. Eu achava que era porque eu tinha notado que ela era uma mulher bonita e meu pau estava com fome. Eu estava errado. Está ficando cada vez mais difícil de lutar contra a vontade.

Sendo um lutador, nunca tive um relacionamento sério. Não permite dar o tempo que as mulheres precisam. Ela é diferente. Eu quero dar a ela. Eu não sou um maldito virgem. Toque-as e deixe-as ir está no meu passado. Não é que eu seja um idiota ou um bastardo, é o que elas querem. Depois das lutas, quando a adrenalina está alta e as bocetas estão fáceis, eu vou para me saciar, mas nunca me comprometo com mais nada.

Eu odiei deixar Layla, mas eu precisava. A bomba que eu encontrei quando meu pai morreu era algo que eu não podia deixar intacto. Quanto mais pesquisa eu fiz, mais meu intestino torceu. Uma parte minha está chateado além da conta com o fato de que meu pai escondeu isso de mim, então eu me sinto como um completo idiota por odiar meu pai morto que sempre me deu o mundo.

É a Layla quem ilumina tudo. Quando eu a vejo, ela faz tudo desaparecer. É doentio e errado, mas está funcionando para mim. Quando ela sai de trás do balcão, eu a observo. Ela está em calças de ioga colantes com uma camisa de manga comprida ainda mais apertada. Essa camisa molda seus seios perfeitamente, tornando difícil pensar.

— Ei, Brigona.

Ela inclina a cabeça, aproximando-se de mim. — Brigona?

— Sim, parece que você é uma grande brigona.

Ela revira os olhos. — Eu estou fora de controle.

É um erro, um erro grande, um fodido erro, repito para mim mesmo várias vezes na minha cabeça, mas acabo por ignorá-lo. Eu a agarro pela cintura e puxo-a para mim até que estejamos peito a peito. Eu me elevo sobre sua estrutura pequena, mas de alguma forma nos encaixamos perfeitamente.

— Saudades, Brigona.

Ela dá de ombros como se fosse nada. — Não senti sua falta.

Belisco o lado dela fazendo-a gritar e pular mais perto do meu peito.

Ela acaricia meu peito suavemente, com a mão boa. — Ok, ok! Senti saudades, Famoso.

Eu não perco ela lambendo os lábios superior e inferior. Leva tudo em mim para não me curvar e prová-la. Eu a quero tanto.

— Segure aí e pense que o Boss não vai gostar disso em sua academia.

— Jantar esta noite?

Eu aceno e pisco para ela. — Minha casa.

— Ok. — Ela cora um pouco.

— Traga uma mochila para a noite.

Quero terminar meu pensamento com o que está rolando na minha cabeça. Eu quero derrubá-la, enquanto ela está acordada desta vez. Correr as minhas mãos por todo o seu corpo, saboreá-la e, em seguida, levá-la a noite toda. Meu pau se contrai só de pensar nisso. Sou forçado a dar um passo para trás. Tento como o inferno ajustar meu tesão furioso. Layla sorri com o gesto.

Nunca vou sobreviver a esta mulher. O Boss vai me matar.

Ela se aproxima e beija minha bochecha. — Vejo você hoje à noite às sete.

Ela gira em seus pés e corre pela porta. Eu estudo sua bunda perfeita enquanto ela salta para fora, em seguida, ajusto meu pau endurecido nas minhas calças de treino. Coloco minha mochila de volta sobre o ombro e vou para o vestiário, querendo nada mais do que abaixar minha calça e acariciar meu pau raivoso.

Quando eu volto para a academia, não me surpreendo ao entrar e me ver peito a peito com o Boss. Ele está chateado. Eu não fujo de ninguém, mas ele é meu treinador e um ídolo, então fico doente de pensar que possa tê-lo decepcionado.

— O que está acontecendo? — ele rosna, mãos nos quadris.

Eu mordo o interior da minha bochecha, sabendo que tenho que resolver isto com cuidado. — Eu gosto dela.

— Ela é minha filha.

— Eu sei, senhor.

— Ela tem passado o inferno, no departamento homens. Porra! Se você machucá-la, eu vou te matar. — Eu deveria perguntar se ele disse o mesmo à Ash Chandler.

A mera menção desse fodido me faz querer vomitar de raiva. Vamos nos encontrar no octógono em breve, se eu tiver sorte o suficiente, mas minha raiva só foi alimentada depois de aprender mais sobre a história entre ele e essa família. Eu sabia que havia alguma merda rival entre as duas academias, mas a extensão dos danos é perigosa.

— Eu entendo isso, Boss. Eu prometo que eu não vou machucá-la. Eu - uh, eu...

Ele bate no meu ombro. — Boa resposta. Cuide bem dela.

Ele gira em seu calcanhar e se afasta de mim. Eu estava totalmente esperando que minhas joias de família fossem arrancadas e penduradas na parede do ginásio. Eu permaneço imóvel, ainda processando suas palavras. Eu relaxo e fico grato por saber que a única pessoa que acalma meu mundo agora está livre para namorar, devorar e foder. Ela é a minha cura e nem sabe disso.


Capítulo Dez

Layla

 

 


Eu pareço um gato sem pelos quando me olho no espelho. Ensaboo, raspo e repito até que cada polegada da minha pele esteja lisa. O que aconteceu entre Cruz e eu, hoje no ginásio era mesmo real e me deu um tapa no rosto.

Claro, eu apreciei sua boa aparência, covinhas e corpo de Hulk antes dele partir, mas agora é um templo que eu quero devorar. Quando a palma de sua mão grande me agarrou pelo quadril, eu queria pular em seus braços e pegar sua boca na minha. Eu não sabia o quanto eu tinha sentido falta do meu novo amigo nos últimos cinco dias até que ele entrou em minha visão. Todos os pensamentos de estar no meu quarto chafurdando em miséria desapareceram.

Ele me faz querer viver e tentar novamente. Não tenho ideia maldita de como explicar isso. Cruz Felix faz algo dentro de mim, cria algo corajoso e selvagem. Eu me comprometo a não beber hoje, porque eu quero lembrar-me de me despir desta vez. Arrepios correm pelo meu corpo quando eu imagino como serão os toques dos seus dedos na minha pele.

— Layla. — A voz do meu pai flutua ao redor da casa.

Eu pego minha bolsa e vou para a sala de estar. Sim, eu me sinto flutuar naturalmente imaginando a promessa de Cruz. Mesmo que tudo o que eu receba seja desfrutar das nossas brincadeiras, suas deliciosas covinhas e seu doce cheiro, já é o suficiente para me deixar mais alta do que uma pipa.

— Ei, velho! — Passo o corredor até a sala de estar.

Meu pai parece desgastado, exausto e varrido diante do que a vida tem feito com ele. Ele cai no sofá com as pernas esticadas.

— Eu não sou o velho de ninguém, — ele rosna.

Eu sei que ele está brincando.

— Eu vou sair com o Cruz, esta noite. — Estou um pouco temerosa de sua resposta. Eu nunca tive o pensamento de estar com um lutador.

Ele acena. — Eu sei.

Meus ombros relaxam um pouco. Eu não sabia como ele reagiria. Eu sei que ele é um homem inteligente e tipo mais-ou-menos de uma forma indireta me deu sua bênção.

— Você não vai gostar disso, mas precisamos conversar.

— O que?

A tensão arrasta-se de volta.

— Sente-se. — Ele acena.

Eu não discuto com ele, como eu normalmente faria e me sento na poltrona de couro desgastado, a favorita da Abuela .

— Eu encontrei sua mãe esta tarde.

Abro minha boca em horror antes de combater a raiva. — Ela não é minha mãe. Minha mãe está morta.

Ele acena em reconhecimento. — Eu sei, querida. Ela está aprontando alguma coisa, e é ruim. Muito ruim. Ela está com aqueles fodidos, e eu sei que há algo.

— Como o quê? — Pergunto.

— Nenhuma pista, e é isso que está me incomodando. Há uma tonelada de tensão de merda entre as duas academias. A Tribo de Titans está com sede para me colocar para fora e mostrar seu poder, mas com o Cruz, nós temos um exército muito forte. Eles o temem. O medo faz as pessoas fazerem merda.

Eu aceno enquanto ouço.

— Mantenha a cabeça erguida e observe seus arredores. Eu tive uma reunião com todos os homens também. Só quero ser pró-ativo. — Ele se inclina para a frente. — E mantenha seu temperamento latino sob controle.

Calafrios de medo rastejam pela minha pele. — Ok, Papi.

— Eu não gosto do jeito que eles se aproximaram de você no bar. Ter Cruz à sua volta vai ser bom.

— Eu cuido de mim mesma.

— Lembra-se de perder a cabeça hoje com a minha gaveta de comida? —Este é o meu pai excessivamente protetor e assustado. Ele levanta as mãos sobre a cabeça. — Eu pareço bem.

— Idiota. — Eu sorrio.

— Faça o que eu digo. Não consigo lidar com mais merdas.

— Sim, papai. —Levanto-me, e ele segue o exemplo.

Eu fico na ponta dos pés e eu o abraço por um longo tempo. Antes de deixá-lo ir, também dou-lhe a minha notícia. Ele não vai ficar muito feliz.

— Eu não vou voltar a trabalhar.

Ele recua e minha previsão estava certa. — Besteira.

— Pai, não há mais desculpas de qualquer um de nós. Eu preciso estar aqui para me curar e vamos enfrentar tudo juntos, você precisa de mim.

Ele bate suas mãos em seus quadris, não impressionado comigo. — Está bem.

— No momento em que eu estiver pronta, eu vou voltar a trabalhar aqui. Você é tudo o que me resta.

Finalmente, ele acena, mas não responde. Papi sabe quando eu ganhei, sabendo que eu não vou recuar sobre isto.

— Pai, eu sei que você trabalhou sua bunda para me colocar na faculdade e construir a sua academia. Eu não estou jogando nada fora. Eu amo ser uma enfermeira, mas preciso descansar um pouco.

— Eu entendo. Como está o braço? —Ele aponta para o gesso rosa neon.

— Está bem. — Eu rolo meus olhos, ainda odiando o lembrete rosa gritante.

Uma batida alta soa na porta. — Ah, merda, Cruz.

Eu corro para a porta e abro-a, atrás vejo o gigante olhando para mim. Ele tomou banho e se vestiu; a visão faria os joelhos de qualquer mulher fraquejarem. Os jeans são baixos, pendurados nos quadris largos, enquanto uma henley apertada abraça seu peito. O perfume sensual flutuando dele é a maldita cereja no topo. Todos os pensamentos da conversa entre Papi e eu desaparecem no ar.

— Pensei que você tinha me abandonado, — diz ele, colocando as mãos nos bolsos.

— Não, eu quase fiquei de castigo por causa dele. — Aponto meu polegar por cima do meu ombro.

— Boss. — Cruz acena.

Papai oferece um gesto de volta então acena antes de entrar no quarto dele.

— Ele está bem? —Cruz pergunta.

— Ele ficará depois que a tempestade se acalmar um pouco. — Viro de costas para Cruz e grito para o meu pai. — Eu já vou. Te quiero papá.

— También te amo. Mantenerse a salvo.

Eu sorrio, adoro ouvir a maneira familiar que dizemos — eu te amo e como Papi sempre me diz para ficar segura. Eu vou lá fora e espero Cruz enquanto fecha a porta e certificando-se que está trancada pelo lado de fora. Ele agarra minha mão, levando-me para descer as escadas até a calçada.

— Isso foi sexy pra caralho, — Cruz finalmente diz, cortando o silêncio.

Olho para ele com um sorriso. — Eu falando com meu pai? Quantas batidas na cabeça você levou hoje?

Ele ruge em gargalhadas. —Layla, você é uma coisa.

— Você que disse que era sexy. — Com a mão livre, faço movimento de aspas no ar.

— Você falando espanhol era sexy, espertinha.

Eu mordo meu lábio inferior e o sorrio. — Por que você nunca fala espanhol?

Ele dá de ombros. — Só falava com o meu pai.

— Aposto que era sexy. — Bato de brincadeira em seus abdômen.

— Esquisita.

— É preciso um para conhecer o outro. — Eu sorrio de volta.

— Eu gosto de você, Layla.

— É melhor, já que você é o único amigo que eu tenho agora. —Caminhamos para o outro lado da rua. — Onde estamos indo?

— Jantar?

— Pensei que íamos para a sua casa.

— Eu não queria perder tempo cozinhando.

— Ok. — Eu aceno. — Donuts?

— Eu pensei em donuts para sobremesa. Tenho planos. — Ele pisca para mim, iluminando essas covinhas.

— Realmente? — pergunto.

O telefone de Cruz explode em seu bolso. Ele alcança e agarra-o sem errar um passo, enquanto nos leva ao nosso destino. Ele grunhe e rosna para o telefone com alguns — yeahs espalhados antes de desligar.

— Tudo bem? — Pergunto.

Posso dizer pela sua postura tensa e humor flutuante que não está nada bem.

— Não.

É uma resposta de uma palavra. Eu pego a mão dele, enfiando meus dedos entre os dele. É a minha vez de apoiá-lo.

— Precisamos conversar sobre isso?

— Não.

Bem, isso foi bem.

— Donuts agora, então? — Pergunto-lhe.

Cruz para em sua caminhada e me enfrenta. Ele esfrega seu rosto com a mão livre antes de falar.

— Me desculpe. Uma merda inacreditável que estou lidando. — Ele pausa uma batida. — Donuts nem sequer ajudariam.

— Eu estou aqui para você, Cruz. — Dou à sua mão um aperto extra.

— Obrigado. Isso é tudo que eu preciso.

Ele sempre foi um gigante gentil. Mas com sua mandíbula apertada de raiva, começo a ver um outro lado dele. A ameaça de seu temperamento explodem em seus olhos cor de uísque. Eu sei que ele nunca me machucaria, mas droga, ele está assustador neste momento. Faço o meu melhor para afastar este sentimento.

Nós voltamos a caminhar em silêncio novamente. Pensamentos sobre o que ele está lidando giram na minha cabeça. É uma droga que a primeira coisa que penso é em outra mulher. Ele deixou alguém para trás no Texas? E se ele deixou? Quer dizer, nós somos apenas amigos. Amigos que se despem, andam de mãos dadas e comem donuts juntos... amigos, certo?

— Onde você foi? — Cruz pergunta, abrindo uma porta para uma pequena churrascaria.

Eu olho para ele com um olhar confuso.

— Você sumiu por um minuto.

Uma vez que Cruz entra na churrascaria, a anfitriã está em cima dele. Seu sorriso é largo e os seios saltitantes aparecem, não me dando tempo para responder sua pergunta.

— Mesa pra quantos esta noite, Cruz? — Ela arrulha.

Ela o chama pelo nome. Porra! Incrível.

— Dois, por favor.

Eu juro que vejo os joelhos dela fraquejarem quando ele fala com ela. Ela está praticamente seca se esfregando no ar para chegar mais perto dele. Seus quadris balançam em um gesto sensual enquanto ela nos conduz para uma mesa de canto. Ela está mal iluminada com um toque romântico. Minha mente se torna mais uma vez, meu pior inimigo. Ele deve frequentar este lugar há tempos, já que ele está sendo chamado pelo nome, então extamente quantas mulheres ele trouxe aqui?

A anfitriã deixa cair os menus sobre a mesa e acaricia o ombro de Cruz antes de sair. Eu cerro meus punhos, lutando para segurar a minha raiva.

— Eu não posso fazer isso, — eu deixo escapar quando Cruz começa a se sentar.

Ele olha para cima ao som das minhas palavras.

— Há outra mulher?

Eu vou para matar, perguntando diretamente sem nenhum pudor. Sem contornar a questão; apenas direto, como uma faca, indo para o ataque direto.

Ele esfrega o rosto em frustração. — Não, Layla.

— Não minta para mim, Cruz.

Ele deixa cair as mãos, em seus lados e pensa por um momento antes de falar novamente. Sua mandíbula está apertada com frustração e eu me equilibro, esperando sua resposta.

— Não houve ninguém na minha vida desde o meu pai até você, e essa é a verdade. Eu não vou implorar, Layla. Deus sabe que eu tenho o suficiente no meu prato com o treinamento e toda a merda. A decisão é sua.

Eu seria uma mentirosa se dissesse que suas palavras não me cortam em dor. Elas eram cruas, más e simplesmente verdadeiras. Eu sei que ele não está mentindo para mim, mas ele também não está disposto a me dar mais. Eu aceno, aceitando sua resposta. Eu me sento, e ele continua. Limpo a garganta antes de falar o que eu penso.

— Obrigada. — Isso sai como um sussurro enquanto eu passo meu dedo junto à dobra do guardanapo de tecido branco. — O telefonema, sua atitude e a anfitriã me deixaram um pouco louca. Eu normalmente não sou assim, mas com tudo o que está acontecendo ultimamente, fiquei louca por um momento.

— Aprecio sua honestidade, Layla. Não há jogos para nenhum de nós, sim? — Ele se inclina para a frente com os cotovelos na mesa, seus bíceps flexionam por baixo de sua camisa.

— Concordo.

— Eu ainda estou lidando com toda merda em voltar para casa com o falecimento do meu pai. Eu não falo sobre isso e não quero. É como descascar uma ferida que nunca cicatrizou em primeiro lugar. — Ele segura a parte de trás do pescoço. — Não insista.

Eu aceno, não oferecendo uma palavra. A dor é genuína. Ele está me machucando... mas sendo honesto. Eu pedi por isso. Nunca vi esse lado frio dele. Seu passado é apenas isso — o passado dele.

— E para a coisa da anfitriã, eu estive aqui duas vezes, e ela me reconheceu imediatamente.

— Reconheceu? — Pergunto.

— Campeão mundial, — ele rosna.

Olho por cima do ombro em um gesto espertinho em uma necessidade desesperada de melhorar o humor. Eu sei exatamente ao que ele está se referindo. Eu sinto a ponta da sua bota me cutucar debaixo da mesa.

— Ok, ok, tudo bem. Acho que vou ter que me acostumar a andar com o Sr. Calça Famosa. — Eu sorrio, fazendo o meu melhor para mascarar o fato que estou sofrendo por dentro, porque ele não vai se abrir para mim.

Ele se aproxima, passando a palma de sua mão grande para cima e para baixo do meu gesso. Algo ainda está se desenvolvendo dentro dele, mas ele deixou bem claro que não queria que eu me empurrasse em sua vida pessoal. Tranquilizou-me um pouco mais sobre outra mulher, mas o pensamento ainda perdura.

Assim como a anfitriã alisou Cruz, a nossa garçonete faz a mesma coisa. Fica difícil de engolir a comida pouco a pouco, mas eu faço. Quando estamos prestes a sair, a garçonete loira corre outra vez com um pedaço de papel na mão dela.

— Hum. — Ela balbucia um pouco. — Você se importaria de autografar isto para o meu irmãozinho? Desculpe pedir, mas ele é um dos seus maiores fãs.

Cruz olha para mim e depois de volta para a garçonete com seu sorriso cheio e essas malditas covinhas enquadrando-o perfeitamente.

— Sem problemas.

Ela empurra a franja loira grossa do seu rosto. — Obrigada. Eu estou criando ele sozinha, e ele acha que vai ser um lutador, um dia.

Cruz olha para o crachá com o seu nome que está bem no seu seio esquerdo, e leva tudo dentro de mim para não pisar no pé dele porque o olhar dele vai muito perto do seu decote. — Saylor, aqui está.

Ele entrega de volta o guardanapo Ele rabiscou uma mensagem nele e assinou seu nome. Sua assinatura é sexy pra caralho, e sinto o monstro feio do ciúme dentro de mim. Eu quero a assinatura dele.

— Leve-o a academia. Eu treino no Throne del Diablo.

Ela acena com entusiasmo, mas antes de ir embora, ela passa outro guardanapo. Este tem o nome dela, seguido do seu número de telefone. Estou chateada. Cada único tom de vermelho embaça minha visão. Estou tão lívida que nem mesmo espero Cruz segurar a porta aberta para mim. Eu explodo as portas de vidro e acolho a brisa fresca da noite soprando no meu rosto. Eu viro à esquerda, dando passos longos em direção a minha casa. Terminei esta noite. É irracional; Eu sei disso. A coisa sobre a raiva — nunca escuta o bom senso.

Eu aperto meus punhos no meus lados com a raiva fervendo em um ponto de ruptura. Eu sou uma idiota. Mas meu ódio e raiva vencem no final. As solas dos meus sapatos baten na calçada enquanto eu ando mais rápido.

— Layla.

Eu não viro quando Cruz grita meu nome. Ninguém no seu perfeito juízo o ouviria. Seus passos ecoam atrás de mim, e eu sei que ele não levará muito tempo para me acompanhar. Eu não deveria ficar chateada... Eu não deveria ficar chateada... Eu repito isso várias vezes na minha cabeça, mas estou chateada.

— Droga maldita, Layla, — ele ruge quando agarra a parte superior do meu braço e me faz girar para ele. — Que diabos está acontecendo?

Eu tento puxar meu braço para longe dele, mas o homem é a força completa. Ele não me machuca, mas não cede. Ele me olha à espera de uma resposta. Há um olhar ameçador em sua expressão, sua mandíbula apertada de tensão e seus olhos queimam. Ele poderia me quebrar ao meio num piscar de olhos. Não é seu poder puro que me assusta, mas seus segredos.

— Eu estou chateada.

— Eu vejo isso, — ele sussurra através de um maxilar apertado.

— Não seja um idiota.

— Pare de ser uma cadela... e me diga o que diabos está errado com você. —Ele se aproxima, nunca quebrando o contato visual.

— Você deu a ela seu autógrafo e convidou-a para ir à maldita academia. Você provavelmente tem o número dela escondido no bolso para mais tarde. Isso é razão suficiente? — Eu grito.

— Enviei um autógrafo para o irmão dela e o convidei para ir a academia. Eu faria qualquer coisa para inspirar as crianças. Foi o que o meu pai fez por mim.

— Bem, você não é um super-herói de merda.

— Então você está chateada porque eu quero ajudar uma criança? — Ele dispara uma sobrancelha questionadora.

Eu cutuco seu peito com a mão livre, tentando empurrá-lo, mas a parede de tijolos não se move.

— Não! Sim! Estou chateada com você por me afastar depois de todas essas mulheres e esse número no seu bolso.

—Layla, você é uma idiota. — Cada palavra clara e precisa.

— Vai se foder, Cruz.

— Não, você me escuta. — Ele empurra minhas costas contra a parede de tijolo, me prendendo entre seus braços e seu corpo duro. As palmas das suas mãos batem na parede em ambos os lados do meu rosto. — Eu não tenho o número dela.

Eu rolo meus olhos, não estando disposta a desistir da luta.

— Coloque suas mãos nos meus bolsos.

Eu não respondo com palavras ou ações desta vez. O silêncio flutua entre nós. Cruz é o primeiro a se mover, agarrando cada um dos meus pulsos e guiando-os para os bolsos traseiros e os dois da frente.

A língua dele escorrega, atravessando seu lábio inferior. Em seguida, ele empurra a minha mão mais fundo no seu bolso.

— Está sentindo esse pau duro? Sim, Layla? Ele tem estado duro desde que eu conheci você. Eu sonho com suas pernas espalhadas bem abertas, minha língua degustando você e como esse seu rosto bonito ficaria desfazendo-se debaixo de mim. — Ele empurra seus quadris para mim, mordendo o lábio inferior. — Mais alguma pergunta de merda?

— Cruz...

Minhas palavras são cortadas quando seus lábios pousam nos meus. Sua mão cai do meu braço e enrola no meu cabelo, me puxando pra ele. A outra mão vai para minha bunda, puxando-me ainda mais perto, até que sua ereção empurra contra meu centro e mais na minha mão. Ele empurra em mim, enquanto ainda me beija. Sua língua devora minha boca, e antes de se afastar, ele morde meu lábio inferior com um rosnado.

Ele levanta a cabeça e deixa cair a outra mão na minha bunda, apertando-a e me puxando para ele. Minha língua sai, lambendo o sangue picante pingando do meu lábio.

— O que você ia dizer? —Ele ergue uma sobrancelha.

Eu sussurro através dos meus lábios machucados e inchados. — Eu ia dizer que eu não tinha mais perguntas.

É a resposta mais honesta que dei há muito tempo. Eu não preciso saber do seu passado para estar com ele no presente. Preciso do seu corpo no meu e seu coração na minha vida.

— Você é ciumenta! E porra, isso me excita. — Seu aperto aumenta na minha bunda. — Fuja de mim, Layla. Vou persegui-la e foder seu corpo até que você não possa andar em linha reta.

— Cruz. — Eu mordo meu lábio inferior e fecho os olhos. — Eu... hum... Não sei por que agi assim.

Ele aperta minha bunda novamente. — Acho que é hora de ir para o meu apartamento. Eu vou assinar o meu nome na sua bunda doce. Não precisa ficar com ciúmes dos autógrafos, baby.

Desta vez eu voluntariamente empurro meus quadris nos dele com as minhas mãos ainda torcidas profundamente em seus bolsos. A fricção me faz gemer e repetir a ação.

— Eu não sou boa em relacionamentos... e nunca fiz sexo com alguém tão rápido. Já tive alguns amigos de foda. Cruz Felix, se isso acontecer hoje à noite, então você é meu. Você me ouviu?

— Você está errada, Layla. — Porra!! Ele me beija novamente, deixando-me sem fôlego. — Isso vai acontecer, e querida, sua bunda é minha.

Exigente. Chocante. Gostoso pra caralho. E tem um pau duro por mim. Nunca na minha vida eu fui de ver vermelho para ser estar com tesão além da crença. Cruz pega minha mão, puxando-a do bolso. A outra mão, aquela com o gesso, sai facilmente desde que apenas meus dedos estavam pendurados no seu bolso. Nossos dedos se entrelaçam naturalmente, e continuamos a caminhar para a academia e em direção ao seu apartamento.

— Que tal donuts? — Pergunto enquanto atravessamos a rua.

— Eu comprei um pouco mais cedo. — Ele olha para mim com um sorriso malicioso.

— Ah, realmente?

— Achei que você podia comer alguma coisa, além do meu pau, na sobremesa.

Nunca fui conhecida por ficar de boca fechada. Sempre fui de responder ou pelo menos ter a palavra final, mas Cruz Felix me deixou sem palavras. Algo mudou entre nós. É sério. Ele está com um humor que me assusta, e estou certa de que ele não vai parar até estar completamente satisfeito.


Capítulo Onze

Cruz

 

 


Tudo estava indo bem demais. Eu devia saber que algo iria explodir entre nós. Ver o ciúme de Layla fez meu pau quase perfurar minha maldita calça jeans.

Me sinto um merda por esconder toda a verdade sobre o telefonema, mas honestamente, é uma coisa que não tenho energia para enfrentar. Essa outra coisa que tenho na minha vida é nova e fresca. Começou como uma explosão e eu estou tentando encontrar uma maneira de construir relacionamentos e, então, Layla invadiu meu mundo adicionando uma nova dimensão.

Bato a porta do meu apartamento atrás de nós e tenho Layla presa contra a parede antes que ela tenha a chance de estudar o interior. O pai dela é o dono, então tenho certeza que ela já viu isso antes, e neste momento não estou a fim de dar-lhe uma porra de um tour. Todos os pensamentos de ser hospitaleiro voam pela janela. Eu prefero fazer um tour pelo seu corpo cheio de curvas o resto da noite.

Nossos corpos pressionam juntos. Posso sentir seu peito subindo e descendo junto com a emoção dançando nos olhos dela. Minhas mãos passeiam até suas coxas tonificadas. Eu aperto-as facilmente, puxando a bunda dela até minha cintura. Eu rosno ao perceber que se estivéssemos nus, eu a foderia contra a parede.

Antes que eu tenha a chance de beijá-la, Layla pega meu rosto, assumindo um tom sério. Se ela me parar agora, eu vou ficar com raiva pra caralho.

— Cruz, você está bem? — Ela sussurra.

Eu aceno. É tudo que tenho em mim agora.

— O que está acontecendo conosco?

— Eu já queria você por muito tempo. — Eu mordo meu lábio inferior, puxando-o em minha direção até que ela recua. — Ver você dormir quase me matou. Eu não tenho relacionamentos, Layla, mas eu preciso ter você. Eu não sei o que é.

Eu mordo o resto das palavras. Eu devia dizer a ela que uma vez que isso acontecer, eu tenho a sensação de que eu nunca vou ser capaz de ter o suficiente dela. Eu sou um homem mudado e não tem nenhum indício de merda do por quê. Pode ser a agitação da vida ou essa mulher linda e tagarela que me invadiu.

— Então me leve. — Ela puxa meu rosto de volta e assume o beijo dessa vez.

Eu consigo entrar no meu quarto; nossas roupas caem no chão, enquanto nossas mãos se coordenam em uma dança unida sobre nossa pele nua. Deito-a de costas na cama, hipnotizado com todo o cabelo escuro e selvagem, que se espalhou pela roupa de cama. Layla é uma mulher maravilhosa. Estou magnetizado, amarrado com um laço invisível e inexplicável.

Eu puxo meus lábios dos dela e executo uma trilha de beijos para baixo do seu queixo depois sua clavícula e continuo descendo. Eu paro em seus seios, dando atenção a cada um deles. Eu rolo minha língua em um mamilo, beliscando-o com meus dentes e rolando o outro com meus dedos. Layla se contorce embaixo de mim. Suas unhas cavam no topo dos meus ombros.

Quanto mais alta e mais excitada ela fica, mais ela alimenta meu desejo. Preciso levar meu tempo com ela, mas não há como no inferno que eu vou ser capaz. Meus dedos escovam o interior de suas coxas. Ignoro seu gemido de protesto quando ela não pode mais me tocar. Eu mergulho entre suas pernas.

— Droga, querida, você está toda molhada. — Eu arrasto meu dedo preguiçosamente através de suas dobras.

Layla se anima, implorando por mais. Enfio um dedo dentro dela, roubando sua respiração. Incapaz de segurar, coloco minha língua entre suas dobras enquanto a penetro com meu dedo. Adiciono outro dedo, continuando a lambê-la até que ela está apertando meus dedos e gritando seu orgasmo.

Eu levanto e abaixo minha cueca ao mesmo tempo.

— Jesus!

Eu olho para Layla, que está apoiada em seus cotovelos olhando meu pau. Eu dou uma piscadela diabólica antes de chegar na minha mesa de cabeceira para um preservativo.

— Cruz, — ela sussurra.

— O quê? — Olho para ela enquanto rasgo o pacote entre os meus dentes.

Ela aponta para o meu pau balançando, apontando para ela. — Você é enorme!

Apenas dou de ombros. Não é a primeira vez que eu ouço isso. Diabos, havia uma maldita hashtag no Twitter, fazendo um barulho durante um tempo.

— Você ainda quer isso? — Pergunto, passando minha mão no meu cabelo, bagunçando-o.

Layla não me responde com palavras. Ela dobra seu corpo e se arrasta para mim em suas mãos e joelhos até que sua respiração faz cócegas na cabeça do meu pau duro. Eu assisto perplexo enquanto sua mão me envolve. Ela me acaricia lentamente, da base à ponta. Uma sensação de calor infiltra-se no meu peito, antagonizando todo o meu ser. É um sentimento estranho e que eu nunca senti antes.

Seus lábios carnudos embrulham em torno de mim, me forçando a inclinar minha cabeça para trás e rosnar. A sensação é forte, me consumindo. Meus joelhos enfraquecem e minha cabeça fica tonta enquanto ela me leva em sua boca uma e outra vez. O familiar formigamento na base da espinha é o primeiro sinal que não vou durar muito tempo.

— Layla, chega, — eu rosno e puxo para trás. Os sons de sua boca soltando meu pau ecoam pela sala.

Layla faz beicinho para mim. Eu rio.

— Esta merda ia terminar muito rapidamente. Eu preciso afundar minhas bolas em você, baby.

Isso faz com que seu rosto se ilumine. Meu pau pulsa dolorosamente, precisando de liberação. Se eu afundar nela agora, vou explodir minha carga como uma maldito adolescente virgem. Procurando na mesa de cabeceira, encontro uma caneta preta e aponto para ela.

Ela começa a escapar de costas na cama, mas eu sou mais rápido e agarro-a pelo tornozelo, arrastando-a para mim. O riso de Layla preenche o pequeno quarto.

— Cruz, eu estava sendo idiota.

Eu curvo uma sobrancelha e mordo meu lábio inferior. — Eu nunca quebro uma promessa, baby. Considere esta sua primeira lição.

Eu a viro em seu estômago e bato em sua bunda com uma força mordaz. Sua bunda gorda e rosa é muito agradável com a impressão da minha mão grande, deixando meu pau ainda mais duro.

— Cruz. — Desta vez toda a brincadeira na voz dela desapareceu. Está rouca e cheia de necessidade.

Eu cubro as costas dela com meu corpo, correndo sua bunda com meu pau latejante. Layla revira seus quadris para mim.

— Você gosta de apanhar? — Eu sussurro no seu ouvido, mordiscando o lóbulo.

Ela acena. — Eu gosto de você me tocando.

Meu pau desliza entre as pernas dela e é revestido com seus sucos. Estou só um empurrão de me afundar profundamente nela. Meus quadris moem lentamente, zombando dela. Layla joga junto, implorando por mais. Seus dedos ficam brancos quando ela agarra a roupa de cama. Eu mordo a pele sensível em seu pescoço com mais uma torção dos meus quadris.

Sentada no meu colo, bato nela mais uma vez, avivando sua bunda já cor-de-rosa, depois tiro a tampa da caneta usando os dentes. Layla rebola debaixo de mim. Eu estico a bochecha de sua bunda, tornando sua pele uma lona perfeita para o meu autógrafo.

— Você pediu e baby, você conseguiu.

A caneta fria atinge sua bunda, e eu rabisco as quatro letras do meu nome na sua pele perfeita. Essas quatro letras sempre foram a minha assinatura. Eu pratiquei isso desde que eu tinha idade suficiente para escrever. Essas quatro letras seguram tudo em que eu trabalhei duro para ser. É maior do que eu costumo assinar. Meu peito aperta ao ver meu nome marcado nela. Ela é minha.

Eu jogo o marcador por cima do ombro e depois esfrego meus lábios sobre os vergões em sua bunda, rastreando meu nome com a ponta do meu nariz.

Eu murmuro em sua pele. — Feliz agora? Sem mais ciúmes? Meu nome está na sua bunda, Layla. Você é minha, agora.

Eu a sinto apertar sua pélvis debaixo de mim, tentando segurar qualquer atrito, e eu não posso mais segurar qualquer autodisciplina. Eu tenho que ver o rosto dela enquanto eu afundo nela e bato implacavelmente.

Eu a viro em um movimento rápido, e depois seguro seus tornozelos, empurrando-a para baixo, para mim. Ela segura o preservativo em sua mão e se inclina para a frente o suficiente para rolá-lo sobre meu pau. Com esse pequeno toque, estou quase pronto para explodir a porra da minha carga novamente.

Quando o preservativo está colocado, eu me transformo em um animal selvagem. Eu trago os tornozelos dela até meu peito e afundo sem aviso. O grito de Layla borra minha visão e eu tenho uma experiência fora do corpo quando eu finalmente afundo minhas bolas profundamente em seu calor.

Eu bato nela várias vezes antes de cobrir seu corpo, colocando suas pernas acima de sua cabeça. A posição me permite afundar tão profundamente dentro dela, que sou forçado a pensar em gatinhos e meias sujas velhas para que eu ainda não a preencha com meu sêmen. Layla se esfrega em mim, encontrando cada um dos meus impulsos. Em pouco tempo, sua boceta doce aperta meu pau enquanto ela grita seu orgasmo.

— Mais, baby. Me dê mais um. — Meus joelhos cavam o colchão enquanto eu empurro com mais força e mais rápido dentro dela.

— Cruz. Oh, meu Deus. Cruz, — ela canta várias vezes até sentir aquele torno apertando meu pau mais uma vez.

— Layla, — eu grito entre os meus dentes cerrados. Meu pau pulsa uma vez, duas vezes antes de finalmente gozar. Meu corpo inteiro acalma e congela sobre ela. Seus quadris perfeitos esfregam-se em mim, ordenhando cada onda de prazer.

Deixo as pernas dela cairem no colchão, então meu corpo cai sobre o dela. Eu luto para manter a maior parte do meu peso centrado nos meus cotovelos. Nossas testas se encontram, e é quando eu percebo as lágrimas caindo silenciosamente do olhos de Layla. As almofadas dos meus polegares as pegam, secando seu rosto.

— O que está acontecendo entre nós? — Ela sussurra.

Eu não tenho resposta para ela, então permaneço em silêncio.

— Eu nunca senti isso, — ela sussurra novamente.

Eu aceno de acordo. — Eu também, mi amor.

Eu me espanto por ter falado em espanhol com ela.


Capítulo Doze

Layla

 

 


Acordo abraçando um exterior duro conhecido como Cruz Felix. Passamos a maior parte da noite explorando o corpo um do outro. Com cada toque, lambida e beijo eu caí mais duro por esse homem. Eu pensei que sabia o que era o amor até que eu conheci este homem complicado, mas simples.

Esses sentimentos me assustam. É cedo demais, mas eles parecem como um vórtice inevitável. Uma vez na vida eu pensei ter conhecido o amor. Pensei que Ash tinha me mostrado como amar e tinha me amado também. Mas logo a máscara caiu, e a serpente do homem saiu.

Eu tremo nos braços de Cruz e me forço a afastar os pensamentos desagradáveis. Então duas coisas da noite passada voltam para mim. Cruz falou em espanhol comigo e me chamou de seu amor. Fez muito mais para o meu coração delicado do que estou disposta a admitir.

— Buenos dias, mi amor.

Eu me aninho em seu peito, sabendo que a respiração da manhã pode ser uma virada de jogo, independente da química entre duas pessoas.

— Você está falando em espanhol, — sussurro em seu peito.

— Eu estou. — sua mão grande atravessa a parte de trás do meu cabelo.

— Por quê? — Pergunto sem pensar.

— É bom, como se eu estivesse em casa. — Ele beija o topo da minha cabeça. — Não tenho esse sentimento há muito tempo.

— Eu preciso usar o banheiro. — Saio de seu aperto me dirijo ao pequeno banheiro.

Eu me refresco e decido que usar o dedo para escovar os dentes seria melhor do que nada. Quando eu volto para o quarto, a cama está vazia. Meu coração afunda no meu estômago. Então o aroma do café me atinge. Cruz volta para o quarto segurando duas canecas de café, com suas covinhas em um alto sorriso.

— Eu não sei como você toma o seu café. — Ele encolhe os ombros, ficando todo tímido comigo.

— Bem desse jeito, — aponto para ele, — com um grande cara sexy entregando-o para mim.

Cruz, balança a cabeça e cora um pouco.

— Obrigada. — Pego a caneca de sua mão na ponta dos pés e beijo-o rapidamente.

Cruz me satisfaz, inclinando-se para me ajudar. Não sei se vou me acostumar com seu corpo imponente. Uma vez que nossos lábios se encontram, estou arremessando minha língua, passando-a ao longo da costura dos seus lábios. Ele abre facilmente, me permitindo absorver o sabor de café fresco. Seu telefone toca, separando-nos.

Me sento empoleirada no lado da cama, pegando a caneca quente de café enquanto ele responde. Não sinto as emoções loucas chutando como fizeram na noite passada. Ele responde com palavras mínimas antes de desligar como na noite de ontem.

— Tudo certo? — Pergunto, mordiscando meu lábio inferior.

— Sim. — Ele acena.

— Ei, como você não tem hálito matinal?

Ele ri levemente antes de sentar na cama ao meu lado. — Eu tenho o creme dental e uma escova na minha mochila. Eu usei a pia da cozinha, enquanto você fazia sua merda feminina.

— Ha. Fazer xixi, passar água no rosto e escovar os dentes com o dedo dificilmente é uma merda feminina.

— Layla. — Sua voz é séria.

Eu viro para ele com uma expressão de pedra fria.

— Eu tenho que te contar uma coisa.

— Ok. — Eu engulo minha preocupação. — Por favor, não me diga que você tem uma esposa ou algo assim.

Isso o faz rir levemente. Cruz embaralha de volta para a cabeceira da cama até que ele esteja relaxado e com as pernas abertas. Seu forte braço se estende, sua mão me puxando para ele, até minhas costas estarem contra seu peito.

— Você está me assustando, — eu sussurro.

— Eu sou seu dono agora. Você deveria estar com medo. — Ele passa seus lábios ao longo do meu pescoço.

— Cruz, por favor. — Eu aperto o topo de sua coxa.

— Eu não sei por onde começar ou se eu posso conceder muita informação. — Ele descansa seu rosto na dobra do meu pescoço. — Quando meu pai morreu, eu tive que limpar a academia e eventualmente colocá-la à venda. Encontrei alguns papéis que mudaram a minha vida para sempre.

— Aconteceu algo que me destruiu. — A voz de Cruz racha com emoção derramando-se. Eu ajo rapidamente, me virando em seus braços enquanto coloco minha caneca de café na mesinha de cabeceira. Eu me sento de joelhos entre suas pernas abertas e pego seu rosto.

— Cruz, está tudo bem. Eu confio em você.

Não faço ideia de onde vieram essas três últimas palavras, mas é a honesta verdade de Deus. Eu confio neste homem que segurou minha mão durante os dias e as horas mais difíceis da minha vida

— As chamadas, meu humor... Não posso, Layla. — Ele aperta os olhos fechados.

— Você não precisa, baby. Quando estiver pronto. — Seguro seu rosto, colocando meus lábios nos dele, então recuo. — Quando você estiver pronto, estou aqui.

— Eu prometo que não é outra mulher, ou amor ou qualquer merda assim, Layla. — Ele agarra minha bunda, levantando-me no ar, fechando suas pernas. Ele me coloca para baixo, então estou montando-o. — Você consumiu meus pensamentos enquanto estive fora. Eu juro por Deus que meu pau estava ficando em carne viva de tantos banhos frios e pensamentos em você.

Eu rio em suas palavras impetuosas. — Romântico, Príncipe Encantador.

— Eu fodo tudo, falando esta merda.

— Você faz, eu concordo. — Mas você é realmente, realmente bom em fazer eu me sentir especial e não só isso. Você é super talentoso na cama, então eu posso perdoar as merdas que você fala.

Ele me dá um meio sorriso, em seguida, passa a palma da mão pelo meu rosto. — Somos uma bagunça quente, nós dois.

— Sim, nós somos, mas é tão gostoso.

Cruz move sua caneca de café do colchão para o criado-mudo. Como diabos nós não a derrubamos está além de mim. Eu gosto dos talentos naturais e mãos de lutador. Com um movimento de luta livre ele me tem de costas na cama.

— Jesus, — Eu rio.

— Surpreendi você.

— Sim, campeão.

— Eu tenho cerca de trinta minutos antes de ir para a academia. Tenho planos, alguns planos sérios com um prazo extremo. — Ele flexiona seus quadris no meu núcleo aquecido.

Eu juro pelo menino Jesus eu quase gozo com a fricção.

— Quais planos? — Eu pergunto.

— Preciso esticar os músculos e preciso de ajuda. — Ele flexiona novamente, e desta vez eu sinto seu pau pressionar em mim.

— Eu posso ajudar, — eu gemo.

— Sim? — Ele pergunta enquanto salpica beijos no meu pescoço.

— Só uma coisa. — Eu me apóio nos cotovelos, fazendo contato visual com ele. — Mantenha seu rosto no lugar, por favor.

Ele deixa cair sua cabeça nos meus seios, rindo. — Jesus, você leva alguma coisa a sério?

— Ah, eu sou muito séria sobre isso. Na verdade, eu tenho certeza que seu rosto bonito precisa estar no lugar todos os dias. Você sabe, para manter a minha visão intacta.

Ele manteve sua cabeça enterrada nos meus seios enquanto descia a palma da mão para minha bunda. É minha nova coisa favorita, essas palmas grandes facilmente agarrando minha bunda. É glorioso. Cruz é o único homem com quem estive que pode apalpar a minha bunda como se fosse sua segunda natureza.

— Espanhola também é bom, — acrescento com uma risadinha.

Eu alcanço para puxar minha camisa para dar-lhe acesso às meninas. Graças a Deus eu não tinha tido tempo suficiente para colocar um sutiã esta manhã. Eu consigo puxar meu top sobre a minha cabeça, deixando Cruz ir de espanhola nos meus seios. Não consigo manter um rosto sério enquanto ele age como uma criança em uma loja de doces devorando meus seios.

— No puedo permitir que mi amor se quede ciega5. — Ele serpenteia meu corpo até minhas pernas abertas.

Ele me toca como um instrumento musical bem afinado, com toques furtivos de seus dedos através das minhas pregas, lambidas e beijos misturados enquanto me enche com os dedos. Eu estou em êxtase em questão de segundos. Cruz só precisa respirar levemente contra o meu clitóris para levar ao orgasmo. Não sou tímida sobre gritar o nome dele enquanto empurro meus quadris. Ele alcança a mesinha de cabeceira, abrindo outro preservativo com a boca.

Ele afunda em mim sem aviso, me fazendo gritar com um tipo de violência urgente. A sensação e o sentimento dele profundamente em mim é uma coisa que eu nunca vou ser capaz de explicar. Seu corpo cobre o meu enquanto ele trabalha dentro e fora de mim colocando beijos por todo meu rosto.

— Mais. Preciso de mais, Cruz.

Ele senta em seus calcanhares, angulando meus quadris até ele. Seu aperto é doloroso quando ele escava minha carne. Ele afunda dentro de mim várias vezes, batendo o ponto perfeito. Eu começo a ver manchas logo antes do meu orgasmo me atingir.

— Cruz. Meu Deus. Cruz, — eu canto, saboreando a sensação gloriosa que estimula meu corpo.

— O meu nome na sua bunda, — ele mói para fora.

E então uma bofetada chega duro na minha bunda, me chocando. Duas bombeadas mais e sinto Cruz pulsando dentro de mim; Eu sei que ele está se derramando dentro do preservativo. Ele desmaia em mim.

— Sinto muito, querida.

Alcamo-o, passando minha mão no seu cabelo. — Não sinta. Eu me sinto segura com você.

Nós ficamos em silêncio até que ambos somos forçados a nos preparar para o dia. Tomamos banho juntos, permanecendo disciplinados para não entrar em mais atividade extracurriculares. Eu faço uma nota mental para ir ao médico o mais rápido possível, para aquela pílula mágica. Eu não quero nada mais do que deslizar para cima e para baixo no pau dele misturado com sua libertação. O pensamento me faz aquecer novamente. Eu puxo uma boxers de Cruz e um dos seus grandes moletons. Ele engole o meu corpo.

Olho para o meu celular e vejo um texto de Papi.


Papi: Preciso de você na academia hoje.


Eu: Para?


Papi: Estou com tudo atrasado. Preciso de ajuda.


Papi: Por favor.


Eu: Eu vou descer em trinta minutos, mais ou menos.


Papi: Use roupas de ginástica... você precisa treinar.


Eu não respondo ou discuto. Treinamento é a última coisa que eu quero fazer, mas sei que ele está no limite com a conversa da noite passada. Se alivia a sua mente eu afinar a minha defesa, eu vou fazer isso por ele, mas o maldito limite no cardio, porra. Minha bunda gordinha não aprova.

— Ok?

Eu olho para Cruz deslizando na calça de ginástica. Ele ainda está sem camisa e é deliciosamente tentador. Eu foco nas intricadas tatuagens no peito e nos braços. Elas são perigosas e sexy, tudo em um pacote deslumbrante.

— Tudo bem. — Eu me levanto e vou até ele.

Meus dedos traçam as tatuagens de armas que abrangem seu peito para a disposição do projeto tribal envolvendo sua clavícula.

— Cruz, nenhuma outra garota, certo?

— Layla, não.

— Eu não sou burra. Eu estive ao redor da cena de luta e sei o que acontece.

— Eu entendo. Meu nome está na sua bunda. Só na sua bunda.

Lembrando do marcador colocado na minha bunda, enquanto ele rabiscava as quatro letras do seu nome em mim, me viro para esfregá-lo então sorrio. Pode apostar seu traseiro que ele se certificou que ainda estava lá em preto profundo depois do nosso banho.

— Vou ver você na Academia. Papai precisa de ajuda e quer que eu treine.

— Bom.

Eu rolo meus olhos sabendo que Cruz também está preocupado com a minha mãe na cidade e sobre a outra academia. Eu toco seu peito uma última vez antes de ir para minha casa.


Capítulo Treze

Layla

 

 


Se a quantidade de papelada não arquivada é qualquer indicador do estado mental do Papi, então não está nada bom. Ele está sempre em cima de tudo na academia, mas agora é uma bagunça.

Meu sangue ferve pensando na minha mãe e como ela está jogando um jogo mental muito perigoso com ele. Levo um minuto para procurá-la no Facebook e e como a merda que existem fotos por toda a parede sobre o noivado. Me faz mal ver uma parte de mim nela. Então a pergunta inevitável se repete na minha cabeça. Como ela pode nos deixar? Será que eu serei como ela? Por que diabos ela está de volta e com o inimigo?

Jag bate no balcão. Eu olho para ele e sorrio quando vejo o idiota com uma bandana roxa na cabeça. O homem nunca se importa com o que os outros pensam sobre ele.

— Esteira. Trinta minutos depois nos encontramos no ringue, Sloppy Joe.

— Vá se foder, Boner. — Voltamos para os apelidos de infância. — Sem esteira, Boner! Bato no balcão.

— Quer que eu fale com você? — Ele ergue uma sobrancelha.

Eu mostro a língua para ele antes de sair de trás do balcão. Eu reajusto minha calça de treino solta e rosno no pensamento da esteira.

— Não vai te matar, Lay.

— Talvez.

Jag empurra meu ombro divertidamente. Eu espeto suas costelas, e ele uiva, ganhando a atenção de todo o ginásio. É da maneira que éramos quando crianças. Não somos irmãos de sangue, mas temos certeza que agimos como tal.

— Covarde.

Jag mergulha para mim e, como uma idiota, eu tento correr. E por correr, quero dizer uma caminhada rápida. Ele me pega pela cintura e faz algo que fazíamos quando crianças.

O filho da puta puxa minha calça em um só golpe rápido. Um suspiro audível enche o ginásio seguido de um baque alto. Eu giro ao redor antes de puxar a minha calça para ver meu pai, que jogou um peso enorme no meio do ringue de luta. Cruz está fantasmagóricamente branco. Jag irrompe em um ataque de risos com minha bunda direto na cara dele.

Eu as puxo tão alto que faria Steve Urkel se enrolar.

— Bastardo, — eu assobio para Jag.

Ele ainda está em um ataque de riso quando Papi chega a nós.

— Eres una estúpida. Una tatuaje?

Eu bato uma mão sobre o meu rosto e gemo. Como dizer ao velho que não é uma tatuagem e exatamente como ela chegou lá?

— De um nome de homem? Um maldito lutador na sua bunda?

Seu rosto, uma mistura de raiva e vontade de matar alguém, combinada com sua conversa em inglês e espanhol, é o tique dele — um sinal claro de que ele está prestes a implodir.

— Ay carajo, papá!

— Fale, Layla.

— É apenas marcador.

— Porque está na sua bunda?

— Senhor. — Cruz pisa entre nós.

— Você. — Ele empurra um dedo no peito de Cruz. — Esteira. Cinco quilometros agora.

Cruz respeita-o e se aproxima da esteira sem dizer mais nada. É como se fossemos duas crianças em água quente. Papi vira seu olhar direito para mim.

— Eu não sou uma criança. É uma brincadeira. É isso. — Eu levanto minhas mãos em frustração.

— Você mostra sua bunda neste ginásio assim novamente, e eu juro por Deus que eu vou perder o controle.

— Não é como se eu tivesse mostrado por diversão, pelo amor de Deus. Jag puxou-a para baixo. — Aponto para Jag, que está rolando de rir no chão.

Como mágica, o uivo de Jag desaparece.

— Jag. Esteira agora.

Não é tão engraçado agora cara de cu.

Agora estou rindo de sua bunda. Bem, até que me digam a mesma coisa. Eu pego a última esteira entre aquelas já em uso por Cruz e Jag. Os dois me atiram olhares de lado enquanto aqueço. Então nó três explodimos em gargalhadas. Cruz sacode a cabeça me fazendo rir ainda mais duro para ele.

Pai grita para nós, e nós rimos ainda mais duro.

— Vocês vão pagar, —Papi rosna.

Os dois homens se calam e viram para a frente como bons soldadinhos, o que só me faz rir ainda mais. É um daqueles momentos estranhos, onde você não deveria estar rindo e esse pensamento espira em ataques de risos incontroláveis.

Meus pés trituram na esteira rolante, e eu rio mais. Jag tem um enorme sorriso espalhado em seu rosto. Vingança será uma puta raivosa. Eu olho para Cruz e vejo que ele está lutando duro para não quebrar um sorriso cheio. Quando eu bato um quilmetro e meio, desligo a máquina e vou ao encontro de Papi. Eu não tenho mais nove anos e com certeza no inferno que não posso lidar com muito mais desta merda. Meus pulmões estão ardendo e minhas pernas queimam.

—Papi. — Ele se vira para mim com um olhar furioso cobrindo seu rosto.

— Você fez a esteira? — Ele ergue sua sobrancelha.

— Sim.

— Minha bunda. — Vejo seus tiques de mandíbula. — Volte para ela.

— Não. —Eu planto minha mão na minha coxa. — Isso é besteira. Eu sou adulta.

Ele lança para baixo os pesos que estava levantando. — Muito adulta com uma assinatura em seu traseiro.

— Era a porra do Jag sendo um idiota.

— Dios mio, sua linguagem.

Me sento no chão para apertar os cadarços dos meus sapatos. — Eu não vou me desculpar por namorar Cruz e o que eu faço com ele. Lamento que você teve que ver a minha bunda, mas foi culpa do Jag.

Ele grunhe, em seguida, reajusta as luvas de levantamento em suas mãos. — Eu quero que você treine com Jag. Precisa aprimorar suas habilidades de auto-defesa.

— Está bem. Mas se eu escorregar e bater no saco de Boner, não é minha culpa.

Ele sorri, reconhecendo o antigo apelido. — Bem, vocês dois são como dois bambinos lutadores.

— Ele começou, Papi. — Eu sorrio como eu fazia quando eu era criança. —Me tirou da água quente a cada vez.

— Vá treinar, então eu preciso de ajuda para preparar a academia para a luta que vamos hospedar em alguns dias.

— Luta?

— A academia vai receber uma luta. — Ele anuncia a cada palavra.

Eu aceno e, em seguida, me atinge. — Cruz está lutando?

— Claro que está. — Papai pega o peso de volta. — Precisa clarear seus pensamentos. Ele tem uma chance para o título do campeonato em Las Vegas.

Eu mexo com o cadarço amarrado, não querendo fazer contato visual com ele quando eu faço a pergunta. —Será que a academia de Ash estará lá?

— Infelizmente. Não há como evitar esses bastardos, desde que eles são sancionados e lutam pelos mesmos títulos.

— Quem vai lutar com Cruz? — Eu tremo só de pensar. Ash é um lutador sujo, e também os homens na sua equipe. Eles fariam qualquer coisa para machucar Cruz, especialmente se eles descobrirem sobre nós.

— Ninguém da Tribo de Titans. — Ele faz uma pausa por um momento. — Desta vez. O garoto precisa manter sua mente limpa de todas as besteiras.

— Tem qualquer chance de Cruz lutar contra Ash pelo título em Las Vegas?

— Parecendo como um maldito bom dia agora.

Eu aceno e me levanto lentamente para esperar por Jag, processando todas as informações. Demora alguns minutos antes do babaca caminhar para mim com um sorriso de merda no rosto dele.

— Foda-se. — Soco seu peito.

— Não diga uma palavra. — Ele se abaixa, ajustando seu tênis. —Deus, ele é muito cruel.

— Você quase deu a Papi um maldito ataque cardíaco, seu asno.

— Valeu a pena. O fodido Cruz ficou branco como um fantasma. — Jag se dobra, uivando novamente. — Pensei que o grande bastardo ia desmaiar.

Não posso deixar de sorrir para Jag. — Um aviso, cara de pau, eu vou dar um soco no seu pau durante esta sessão. Você não vai conseguir reagir.

— Boa sorte, punk. — Ele se endireita com aquele sorriso de vitória no rosto. O homem é bonito e tem seu jeito com as mulheres. Ele é um idiota.

Eu aproveito sua postura e balanço minha perna rapidamente com toda a minha força, até que acerto seu fazedor de bebês. Jag se dobra, uivando de dor. Mais uma vez chamamos a atenção de todos no ginásio. Papi sacode a cabeça e grita conosco.

Nós o ignoramos, como fazíamos quando éramos pequenos. Minha perna sai de debaixo de mim e antes que eu saiba minha bunda bate o tapete. Jag ataca, colocando-me em uma merda. Ele sempre costumava me irritar como ele poderia me submeter em um piscar de olhos. Eu tento a joelhada na virilha, mas ele me encurrala. Eu uso meus cotovelos, batendo-os nas costas dele. Isso não o incomoda.

— Já viu uma galinha olhar sobre uma cerca? — Eu resmungo.

Ele sabe o que vem a seguir e tenta sair do caminho. Desta vez eu sou mais rápida, agarrando os cabelos na nuca e puxando-os tanto quanto eu posso. Jag grita de dor. Seus companheiros de academia rugem em gargalhadas. Não há nada melhor do que fazer um homem adulto chorar como uma putinha. Eu cometo o erro de apreciar demais este momento.

— Sua pequena lambe saco, — ele cospe de volta.

Jag consegue me colocar em uma chave de braço, me arrastando sobre o ringue.

Pela primeira vez desde que voltei para casa, me sinto leve e feliz. Nenhuma tristeza persistente nas profundezas, nem dor e confusão com a volta da minha mãe. Tudo desapareceu, e a casa finalmente está começando a parecer um lugar recém descoberto. É uma sensação muito boa, mas se eu aprendi alguma coisa na vida, nada dura muito tempo.


Capítulo Quatorze

Layla

 

 


Cruz está caído em um banco na academia estudando seu telefone. Mesmo que o homem autografou a minha bunda e me levou como sua, ainda tenho uma suspeita persistente sobre ele. Algo está errado. Ele está lutando com algo, ou talvez alguém, escuro. Eu escovo o pensamento rapidamente, não deixando a dúvida feia manchar esta situação.

— Ei. — Sento-me ao lado dele, mantendo uma certa distância entre nós.

Ele acena para mim, em depois termina de enviar um texto. — Ei, você.

Sua voz é profunda e suave.

— Você está bem? — Aponto para o seu telefone.

— Eu estarei. — Ele faz uma pausa... mas então eventualmente oferece mais. — Amarrando as pontas soltas da merda do meu pai.

— Sinto muito, Cruz. — Porque eu sinto por ele. A dor é clara em sua voz.

— Estou morrendo de fome.

Eu tenho que dar isso a ele — mudando o assunto de forma eficiente.

— Cortando o peso para a pesagem amanhã? — Pergunto.

Ele acena. — Sim, alguma diabinha trouxe donuts para a minha vida, e eu não consigo parar de comer.

— Não tive o prazer de comê-lo, além do pau de uma certa pessoa.

— Minha querida, isso requer ingressos VIP. — Suas covinhas brilham para mim.

— Idiota. — Eu golpeio seu ombro. — Eu tenho certeza que um nerdy trouxe donuts para a minha vida.

Cruz agarra meus quadris em um flash, puxando-me para seu colo. Minhas pernas se erguem automaticamente sobre suas coxas e meus braços estão ao redor do pescoço.

— Posso te dizer isso. — Ele se inclina para a frente me beijando levemente. — Você é a única coisa que faz meu dia melhor.

— Ahhh... você não é romântico, campeão. — Eu sorrio, pressionando meus lábios contra os dele.

Sinto seus lábios espelharem os meus. Um som alto rosna entre nós. Eu pego suas bochechas, passando a almofada do polegar ao longo de sua pele lisa.

— Quanto peso?

— Uns bons seis quilos para estar seguro. Malditos donuts e bebidas. Eu deveria ter adivinhado. — Ele deixa cair sua testa na minha. — A vida ficou no caminho, e eu não me concentrei.

— Me desculpe. —Me sinto culpada e lembro das palavras do Papi, antes.

Ele espalma minha bunda a um ponto quase doloroso. — Como eu disse, na cama, você é a melhor parte do meu dia desde que voltou para casa. Você me ajuda.

— Devo ajudá-lo a queimar algumas calorias, então? — Uma das minhas mãos serpenteia entre nós, segurando-o através de seu short fino de ginástica. Um pau grosso e latejante cumprimenta a palma da minha mão.

Ele aprecia o movimento rosnando, então continuo a trabalhá-lo através de seu short. O ginásio está deserto e trancado, com apenas nós dois lá. Rolo meus quadris no colo dele, tentando ganhar algum atrito para aliviar o calor acumulando-se em mim.

— Tenho montes e montes de calorias que precisam ser queimadas. — Ele pisca. — É um trabalho muito grande.

Eu rio com sua piada estúpida, mas depois pego seu pau ainda mais duro e rolo meus quadris, minha força, respondendo à sua pergunta. Então estou no ar apertada em seu peito e, no próximo segundo, minhas costas no tapete, com Cruz cobrindo o meu corpo.

Graças a Deus pela calça solta de ginástica que tenho usado no ginásio desde que Papi pensa que eu preciso treinar. Cruz empurra-as para baixo em um só golpe até que estou com a metade inferior nua. Ele rola um dos meus quadris, examinando minha nádega. Eu sinto que a ponta do seu dedo traça sobre onde o seu nome estava uma vez.

— Eu fiquei triste quando saiu, — murmuro com meu rosto pressionado contra o tapete.

— Então parece que preciso de uma caneta. — Ele me aperta contra o tapete e depois espalha minhas pernas abertas.

Sinto a vergonha me inundar, sendo exposta a ele na luz e no meio da academia. Ele parece sentir meu desconforto e começa a passar as palmas das mãos para cima e para baixo no interior das minhas coxas.

Parece uma eternidade desde que fui tocada assim, mesmo que só se passaram dois dias. Ele rosna, em seguida, ele mergulha a cabeça até que sinto sua respiração fazendo cócegas nas minhas partes sensíveis.

— Cruz, — eu gemo.

— Muitas calorias. —Sinto seu sorriso espalhado na minha abertura.

Não posso evitar de rir como uma maldita lunática e agarro a parte de trás de sua cabeça com minha mão, puxando-o para mim.

— Fique no lugar, — lembro-lhe com força.

Ele joga a língua para lamber as minhas dobras, e faz redemoinhos no meu botão sensível.

— Jesus, — eu grito, — Mais.

Minha mão escava em seu cabelo, puxando-o cada vez mais perto de mim. Sinto Cruz afundar dois dedos em mim, enchendo-me a um ponto onde eu estou pronta para explodir a partir da sensação avassaladora. Leva apenas mais duas bombeadas dos seus dedos antes que as minhas coxas se apertem em ambos os lados de sua cabeça e estou puxando seu cabelo enquanto grito seu nome.

— Short fora, — exijo quando Cruz rasteja para cima do meu corpo. — Agora.

Ele ri e sacode a cabeça mas tira eles e a cueca de uma só vez. Parte de mim lamenta não poder estudá-lo como os pugilistas sexys que abraçam suas coxas musculosas e bunda firme. Quando ele cobre meu corpo todos os sinais de luto são substituídos por alegria e celebração.

— Hora de queimar calorias. — Eu raspo meus dedos em cima de seus ombros.

Ele coloca a mão em sua mochila, puxando uma camisinha e rasgando-a como um perito. Eu não questiono por que ele tem um estoque lá dentro. Sou uma filha da puta grata.

— Round 1. —Ele sorri para mim.

Não espero Cruz entrar em mim. A cabeça do seu pau inchado esfrega minha entrada. Eu deslizo meus quadris para cima e para baixo, deixando isso me massagear até que eu não aguento mais. Basta apenas mais um leve impulso para cima até que ele esteja completamente dentro de mim. Nós dois ainda estamos na conexão, apreciando a sensação dos nossos corpos se unindo.

— Isso nunca foi tão bom, Cruz. Nunca, — eu sussurro.

Ele fecha seus olhos. — O que você está fazendo comigo?

Não é uma pergunta que tem que ser respondida, mas acalma uma pergunta persistente que tem me assombrado. Eu estou caindo muito rápido para um cara que eu conheço tão pouco. Eu nunca fui ligada a um homem como este, e isso me assusta.

Quando Cruz começa a mexer seus quadris sedutoramente para dentro e para fora de mim, enrolo minhas pernas em volta dele, segurando-o pela vida. A proximidade faz com que o atrito intenso me incendeie. Estou pronta para o orgasmo pela segunda vez.

Eu gozo quando olho para seu lindo rosto que está amassado e coberto de prazer. O conhecimento de que estou fazendo isso com ele me incendeia. Eu grito seu nome várias vezes até que derreto de volta para o tapete.

— Ganhei a segunda rodada. É bom melhorar o seu jogo, baby. — Ele nos rola tão rápido, que sou forçada a usar a mão boa no peito para me estabilizar.

— Sério? — Pergunto com as sobrancelhas levantadas.

— Melhor levantar a guarda.

— Você é o único que tem de queimar calorias, — eu contrario.

Suas mãos grandes escavam em cada lado do meu quadril levantando-me um pouco, mas não quebrando nossa conexão. Antes de eu ter a chance de fazer perguntas, ele começa a bombear em mim. Eu lambo meus lábios, assistindo seu abdomen flexionar quando ele se move em mim. O ângulo é surreal, atingindo pontos dentro de mim que eu tenho certeza que nunca foram tocados. E só assim ele me tem prestes a gozar novamente em uma bagunça gritante.

— Jesus, — sussurro.

— Ganhei o segundo round novamente. — Ele sorri com um sorriso inclinado.

Eu abro a boca para protestar, mas ele empurra em mim novamente, me fazendo gemer e perdendo todo o bom senso. Eu teria caído sobre ele, mas Cruz me segura acima dele. Ele ainda está bombeando dentro de mim, me fazendo perder a cabeça.

— Você é uma coisa. —Minhas palavras são vagarosas, e leva toda a minha energia para dizê-las.

— Eu sou o campeão. — Ele pisca para mim.

Eu bato no peito dele e decido que, se eu vou ganhar uma rodada, então é melhor eu descer e ficar ocupada. Começo a rolar meus quadris lentamente, me perguntando como diabos eu gozei tres vezes e estou pronta para mais. Não acho que meu corpo tem força para outro, mas a sensação de estar conectada é surreal.

Cruz me surpreende com suaves beijos doces nos lábios e já está de volta para baixo. Ele repete a ação várias vezes até que ele provavelmente já tenha feito pelo menos 50 abdominais. Cada vez que ele me beija estou instalada mais profunda nele até sentir se acumular novamente.

— Oh, não, você não. — Eu o empurro para baixo em suas costas. — Eu vou ganhar este round.

Minhas palmas se espalham sobre seu peitoral. Começo a me mover mais rápido e mais duro até Cruz está mordendo o lábio inferior. Eu sei que ele está perto e não vou parar.

Altero o ângulo e é quando eu o sinto pulsando dentro de mim. Suas mãos cavam meus lados e, em seguida, ele começa um conjunto baixo de grunhidos logo antes que ele se derrame em mim. Todo o corpo de Cruz molda e derrete contra o tapete.

— Decisão unânime. — Eu pisco pra ele. — Layla ganha novamente.

Cruz derruba o antebraço sobre os olhos, balançando a cabeça.

— É muito cedo? — Eu me inclino para baixo para beijar a ponta do seu queixo. — Acabou todo o seu creme?

Ele não mexe o braço quando fala, mas consegue pegar minha boca com a dele, quando ele acaba de falar. — Você é demais.

Passamos o resto da noite na academia. Eu vejo um lado de Cruz que nunca vi antes. Eu sei que ele é um campeão e o que é preciso para fazer um, mas esta é a primeira vez que eu o vejo em seu elemento. Depois de nos limparmos no vestiário, Cruz se encaixa em camadas de roupas e bate a esteira, em em seguida, os sacos de pancadas.

Eu tento trabalhar, amarrando as pontas soltas para a luta. Amanhã é a pesagem, que significa que a mídia vai invadir a academia, fazendo reportageens para noite de luta. Não consigo fazer muita coisa desde que Cruz é uma gostosa distração.

Seu corpo é uma máquina. Meu corpo está doendo de uma forma deliciosa dessa máquina me devorando. Eu tento focar na papelada, terminando de imprimir a contagem de ingressos para a luta.

— Querida.

— Sim. — Eu olho para um Cruz exausto e muito suado.

— Venha cá.

Vou argumentar como eu faria com qualquer outra pessoa, mas há algo sobre as gotas de suor pingando da sua testa. Quando estou a poucos passos de distância dele, ele estende a mão cautelosamente, agarrando-me pelo pescoço e me prendendo. Minhas costas pressionam em seu peito úmido e sua mão cobre minha garganta.

— O que agora? —Ele pergunta.

— Agarro seu pau? — Pergunto.

— Errado. —Num piscar de olhos, ele segura ambas as minhas mãos na sua mão grande, meu gesso não sendo obstáculo para ele.

— Agarrar paus sempre ganham, embora.

— Layla, eu sou o inimigo e pronto para machucá-la. — Ele desce sua boca no meu ouvido. — O que você vai fazer?

— Eu não vou machucar você, Cruz. Você tem uma luta depois de amanhã.

— Faça, — ele rosna.

— Não.

— Foda-se, faça isso. Eu quero ver.

— Ninguém vai me machucar.

— Então prove, Layla.

Isso é sobre Ash e a próxima luta. Ele está preocupado com minha segurança, tendo a Tribo de Titãns no nossa academia.

Paro por um momento, não querendo continuar com isso.

— Posso explicar isso a você, Cruz?

Sua mão aperta ao redor da minha garganta, cortando meu ar, e encaro isso como um não. Solto minha cabeça até meu queixo está descansado no meu peito, em seguida, volto para trás tanto quanto eu posso até me conectar com seu rosto. Sinto seu aperto afrouxar e envio meu cotovelo de volta às suas costelas, forçando-o para trás o suficiente para eu me virar.

Cruz se curva, mas se recupera rapidamente.

— Eu ia chutar seu saco o depois correria.

Ele cobre sua virilha, em seguida, acena para mim.

— Eu passei? — Pergunto, me aproximando dele e esfregando as almofadas dos dedos sobre a pele inchada sob seus olhos.

— Sim. — Ele me puxa para ele. — Eu ainda poderia lhe ensinar algumas coisas.

— Eu não queria machucá-lo.

— Pelo menos o filho da puta no ringue não conseguirá dar o primeiro soco em mim agora. Eu vou estar parecendo como um fodão.

— Um fodão fedorento. — Eu enrugo o nariz.

— Vamos pra casa e chuveiro. Ele aperta as bochechas da minha bunda.

Eu viro o interruptor de luz enquanto Cruz segura aberta a porta para mim, então vamos andando de mãos dadas para o apartamento dele.

Chuveiro, cama e os carinhos de Cruz é o final perfeito para um dia perfeito na minha nova vida.


Capítulo Quinze

Cruz

 

 


Eu não durmo bem assim desde que meu pai morreu. O sono se tornou o inimigo até que eu a conheci. O cabelo longo e selvagem de Layla está espalhado no meu peito com seu pequeno corpo pressionado no meu. Eu rolo sobre o colchão para que os seios dela pressionem meu peito.

Encontro-me beijando o topo de sua cabeça e segurando-a firme contra mim. Seu poder na outra noite no ginásio me chocou. O Boss tem feito um bom trabalho, ao treiná-la. Algo está se acontecendo na academia do Titan. Uma regra do Boss é não lutar fora do da academia ou do ringue... nunca.

Eu nunca desrespeitaria o cara depois do que ele fez para me salvar, quando meu pai morreu. Eles eram velhos amigos. Ele nem piscou o olho quando eu pedi ajuda. Foi quase impossível não bater em Ash ontem na pesagem. Quando o filho da puta continuou a falar sobre comer a boceta de Layla, eu tive que reunir todo o meu auto-controle. Claro, Ash seria um merda falando comigo, mesmo se não estivessemos lutando. Espero conseguir finalizar aquele filho da puta em Las Vegas.

Foi Jag que me puxou antes que eu tivesse a chance de atacar. Foi o aviso para ficar longe de Layla que me irritou. Esses desgraçados estão tramando alguma coisa. O Boss e Layla agora são minha família. Eu vou fazer de tudo para protegê-los. A vida fodida me ensinou a sempre proteger aqueles que você ama.

Eu rosno, agarrando Layla mais perto com essa palavra flutuando através da minha mente... amor.

— Mmmmm, — Layla geme, encostando mais perto de mim. — Você rosnou?

Corro minha bochecha contra o topo de sua cabeça. — Desculpe, querida. Volte a dormir.

— Eu estou tão cansada. Preciso de um tempo de sono.

Eu a seguro firme, esperando até que sua respiração seja constante e nivele outra vez. Eu a amo. Isso me bate forte e tudo ao mesmo tempo. Estou apaixonado por esta mulher ardente, espanhola, mandona.

Meu celular vibra na mesinha de cabeceira, puxando-me dos meus pensamentos. Eu deslizo para abrir a tela inicial e desta vez eu seguro o rosnado para não acordar Layla.

Porra.

A outra mulher na minha vida e agora não consigo lidar com esta merda. Preciso tratar disso, e não tenho a porra de ideia de como fazer. É sombrio e perigoso, mas como eu disse, os entes queridos na minha vida serão sempre protegidos não importa a dor física ou emocional. Eu deslizo da cama, chateado com a perda do contato pele a pele com Layla.

Eu espero até que eu esteja na minha minúscula cozinha e começo a preparar meu shake de proteína e aveia para o dia de luta. Eu relaxo de volta no balcão, cruzando meus tornozelos e respondo ao texto. A outra mulher na minha vida está sofrendo, e não posso tirar sua dor, não importa o quanto eu tente. Agora com a evolução atual, não tenho nem certeza que tenha um lugar que possa ajudá-la.

O microondas apita e o liquidificador termina a mistura; no entanto, a sensação de vazio no meu estômago não anseiam por comida. Preciso de energia para a luta e uma cabeça limpa, mas como diabos eu faço isso quando ela está em perigo e eu não estou lá para protegê-la? Se ele fizer mal a um fio de cabelo na cabeça dela, então eu vou matá-lo porque eu também a amo.

Meu punho bate no balcão, quando percebo que não serei capaz de voltar para ela por pelo menos três semanas. Eu vou encontrar o tempo.

— Ei.

Eu sinto braços envolverem minhas costas e, em seguida, seu aroma doce de morango me assalta. Apenas um simples lembrete de outra mulher que eu tenho que proteger.

— Você está bem? — Ela pergunta, acariciando a bochecha nas minhas costas.

É então que percebo que estou tenso, com medo e raiva fodida. Estou farto desta vida e de todos os segredos malditos que me assombrando. Layla invadiu minha vida fazendo eu me sentir um pouco normal, mas então todos os segredos se acumulam para destruí-la.

— Estou bem, — eu finalmente admito.

Odeio mentir para ela. De todas as pessoas, sou forçado a mentir para a mulher que eu amo. Ela foi ao inferno e voltou no meio do caminho. Não há nenhuma maneira no inferno que eu vou colocá-la lá novamente. Ela não precisa saber nada disso. É errado e me faz uma pessoa ruim, mas eu não me importo.

— Café da manhã dos Campeões. — Entro em seus braços, balançando meu shake de chocolate na frente dela.

Seus nariz enruga. — Boa sorte com isso, campeão.

Eu brinco com ela, levando o copo até a borda dos seus lábios, e como quando eu testei suas habilidades de auto-defesa, ela é rápida para afastar o copo.

— Pop-Tarts? — Ela pergunta , segurando a borda de sua camisa.

— Você é malvada.

— Eu vou lhe mostrar meus seios por Pop-Tarts. — Ela puxa a camisa até seu torso.

Sua pele bronzeada entra em exibição. O umbigo dela me provoca e, em seguida, o começo dos seios dela aparecem. Eu seguro o copo tão apertado que poderia quebrar a qualquer momento.

— Vou deixar você lambê-los por um Pop-tart de morango. — Ela puxa minha camiseta de ginática acima dos seus seios, expondo-os para mim.

Aponto para o armário que acumula todos os meus lanches. Eu raramente o visito, nunca como dele. Na verdade, eu me orgulhava na minha dieta rigorosa até que essa pequena raposa entrou na minha vida.

Layla coloca uma música no meu iPod que está encaixado em um pequeno alto-falante antes que ela atinja o armário, abrindo a porta. — Pop-tarts, Oreos e jujuba, oh meu Deus!

— Porra — rosno quando sua tanga cor de rosa aparece abraçando sua bunda suculenta.

De repente, meu apetite está de volta com toda a sua força. Meu pau endurece a um ponto doloroso. Dói, e dói pra caralho. Eu estudo a bunda dela enquanto ela permanece dobrada analisando o conteúdo do armário de lanche.

Layla sacode a bunda para os lados enquanto escolhe. A merdinha está me provocando com seu corpo incrível.

— Era para eu relaxar hoje, — eu gemo.

— Oh. — Ela não se vira para me olhar, mas mantém seus quadris balançando para frente e para trás.

Estou me movendo em sua direção, antes que eu saiba. Minhas mãos seguram os lados de seus quadris, equilibrando-a. Eu esfrego meu pau duro em sua bunda. Ela ronrona automaticamente, em seguida, empurra para trás, me fazendo quase gozar como um adolescente idiota.

O material fino da minha cueca não esconde minha necessidade por ela. Eu continuo a rolar meus quadris em sua bunda, querendo levá-la aqui deste jeito. Então ” No Diggity by Blackstreet and Dr. Dre” começa a tocar pela cozinha.

Acho a batida fácil com meus quadris, rolando-os na bunda perfeita de Layla. Aumento meu aperto, precisando mais dela.

— Encontrei. — Layla se levanta.

Eu a puxo de volta para o meu peito, moendo nela com a música. Minhas mãos serpenteiam em sua frente até que se esgueiram sob a porra da tanga sexy.

— Mmmm. — Eu mordo sua orelha. — Minha garota está molhada.

— É o Pop-tar, — ela sussurra. — Tão bom.

— Mentirosa. — Eu lambo o lóbulo de sua orelha, em seguida, deixo dois dedos afundarem nela.

Assim que eles penetram em sua umidade, puxo para fora.

— Ei. — Ela gira nos meus braços no meio da mordida. — Por que parou?

Dou de ombros. — Pensei que eu deixaria você desfrutar desse Pop-tar orgásmico.

— Cruz, — ela geme, empurrando o lábio inferior para fora.

Caramba, ela é muito linda e irresistível. Eu juro que ela corrige tudo no meu mundo fodido. Layla me faz querer esquecer de tudo e me afogar nela. Não é saudável, mas é o que eu quero. Não consigo parar o vórtice em que estou sendo puxado.

O sorriso no meu rosto está quebrando quando agarro-a pela cintura e a levanto no balcão. Layla guincha e continua a comer o Por-tart, as migalhas desviando do seu peito e caindo no meu.

— Peitos, — eu exijo.

Ela responde levantando sua camisa até seus mamilos enfeitarem a vista. Eu assisto com espanto quando ela deixa as migalhas cairem sobre ela.

— Pop-tar por uma lambida? — Ela pergunta, colocando-o para o lado enquanto abre suas pernas.

Eu levanto as duas sobrancelhas e continuo a dançar um pouco, avançando para ela. Passo uma mão na frente da minha cueca, segurando meu pau. Isto traz um leve gemido de Layla. Ela está aproveitando este show que estou fazendo, então continuo a moer o ar ao mesmo tempo que acaricio meu pau sob a cueca.

— Tão bom, — ela geme arrastando uma mão pelo abdômen, depois descendo para o seu centro coberto enquanto ainda aprecia o café da manhã.

— Sem tocar, Layla. — Avanço para a frente ainda balançando com a música.

Levo um mamilo em minha boca, devorando-o enquanto brinco com o outro. Rolo minha língua ao redor dele apreciando seu sabor doce. Layla sacode contra mim lutando para se esfregar em mim, mas eu me inclino para trás cada vez que ela tenta chegar no meu abdômen.

Eu mudo para o outro mamilo, lambendo, mordendo e chupando até que Layla tem ambas as mãos no meu cabelo, puxando ele. O Pop-tar quase terminado cai para baixo em seu estômago e esmaga entre nós.

— Porra, Cruz. — Ela puxa minha cabeça para olhar para ela. — Foda-me agora.

— Por favor? — Eu curvo uma sobrancelha.

— Foda-me, por favor. — Ela traz seu rosto ao meu... e me beija rapidamente. — Foda-me com a música até você gozar.

— Jesus, você vai me fazer gozar.

— Essa música está no seu iPod? Coloque-a e me foda, — ela continua a implorar.

— É dia de luta, querida. Eu deveria estar deitado enquanto você cuida de mim.

— Agora, Cruz! — As unhas dela fincam o topo dos meus ombros.

Uma risada profunda me escapa antes de eu voltar para o iPod e encontrar a música. Quando encaro Layla novamente, ela sai de sua tanga e está espalhada para mim.

— Eu preciso de um gosto. — Pulo para a frente.

— Caramba, quando essa música começar é melhor você me foder.

Eu tenho alguns momentos antes que ela comece a reproduzir e pretendo fazer bom uso disso. Não preciso de açúcar ou qualquer doces o resto dos meus dias com isso na minha vida. Rolo minha língua ao redor do seu clitóris, lambendo todos os seus sucos até que Layla está gritando e puxando meu cabelo.

Há um ligeiro momento de silêncio, enquanto as músicas mudam, então eu sorrio entre suas dobras, quando ouço a primeira batida da música que me alimenta para lutar.

— Porra sexy, — ela sussurra.

Me levanto, agarrando a bunda dela, puxando-a para mim. Seus dedos deslizam minha cueca, e saio delas o resto do caminho. Meu pau está ansioso, encontrando sua abertura facilmente. Layla empurra para mim.

— Esta é a minha música favorita.

— Bom. — Eu mordo seu pescoço.

— E agora estou prestes a ser fodida por um campeão com ela.

— As coisas importantes primeiro. — Eu aperto as bochechas de sua bunda, cantando a frase de abertura de Believer, por Imagine Dragons.

Eu me levanto com suas pernas em volta da minha cintura e sua boceta segurando meu pau. Layla salta para cima e para baixo no meu pau, me encontrando a cada um dos meus impulsos. A energia na cozinha é esmagadora. Esta menina e minha canção estão me enchendo como eu nunca imaginei que seria possível.

— Você está perto? — Eu canto por entre os dentes cerrados.

— Quase. Deus, tão perto, — ela diz entre as respirações. — Ajude-me. Deus, tão perto.

A música não está nem no meio, e ambos estamos desfiando juntos, nossos apetites vorazes um pelo outro.

Eu me inclino, seguindo as instruções dela, mantendo nosso ritmo e encontrando um de seus mamilos. Meus dentes afundam duro na parte sensível. Isso faz o truque. E Layla aperta em volta de mim ordenhando meu pau.

Minha visão começa a se desfocar com o formigamento arrepiante correndo pela minha espinha.

— Preservativo, — eu raspo fora.

— Merda. — A voz sai rouca e ainda cheia de necessidade.

Cuidadosamente, coloco Layla de volta no balcão, perdendo a sensação dela montando meu pau. Eu aperto a base com a mão, acariciando-a. Porra, eu vou por para o chão da cozinha agora porque estou muito longe. Ela é rápida, pulando do balcão e afundando-se de joelhos. Seus lábios se envolvem em torno do meu pau. Eu juro que ela está meio boba e eu explodo. Minhas mãos enrolam em seu cabelo, puxando-o e forçando-a a ir mais fundo enquanto minha semente recobre o fundo de sua garganta.

Uma vez que eu consigo pensar, eu puxo Layla nos meus braços e coloco ela de volta no balcão. Eu caio sobre ela, lutando para recuperar o fôlego. A música termina e outra começa, mas eu me concentro em Layla que está apertada em mim, tentando controlar sua respiração também.

— Foi um primeiro, — sussurro no pescoço dela.

— Merda. Seus braços se envolvem mais apertado em volta de mim. — Eram ótimas Pop-Tarts.

Eu aperto o lado dela e sinto-a se contorcer debaixo de mim. — Você é um idiota.

Layla se senta e se inclina até estarmos cara a cara. Sinto suas pernas enrolarem em volta de mim, parando logo acima da minha bunda nua. O calor de suas mãos segurando meu rosto faz meu mundo perfeito. Deixo minha testa contra a dela e meus olhos fechados. Eu deveria estar enlouquecendo sobre o esquecimento de um preservativo, mas o pensamento não me assusta como deveria.

— Cruz, — Layla sussurra.

Responde-lhe com um grunhido, mantendo meus olhos fechados, enquanto o resto do meu corpo relaxa no dela.

— Eu estou me apaixonando por você.

As palavras são doce e ternas, e me batem com uma força que eu nunca tinha experimentado antes. Levo longos momentos antes de responder. Layla não estranha nem fica louca quando eu não respondo imediatamente.

— Bom. — Faço uma pausa. — Porque já estou apaixonado por você.

— Abra os olhos. — Layla acaricia meu rosto com as almofadas dos dedos.

Eu a escuto e olho em seus olhos cor de uísque que se transformaram em todo o meu universo.

— Obrigada pelas Pop-tarts.

— Obrigado pela lambida. — Eu pisco.


Capítulo Dezesseis

Layla

 

 


O dia foi frio, bem, desde o café da manhã. Isso foi intenso. Melhor café da manhã. Depois do buffet épico, melhor de todos os buffets de Pop-tarts, nós tomamos banho juntos, assistimos alguns filmes e depois passeamos pelo centro da cidade.

Cruz insistiu em comprar-me novas calças de treino adequadas, desde que eu escolhi os filmes que assistimos. Acho que o choquei com meu fascínio por Bruce Willis. Ele teve um leve ataque cardíaco quando eu experimentei a calça colante de ioga e tentou me convencer a levar shorts folgados com um cordão para ajustar. Ele até rosnou para os outros homens na loja, o que me fez rir e mexer minha bunda ainda mais.

Ele é protetor e obcecado por mim. É uma combinação potente que me faz amá-lo. Sim, eu o amo. Nunca nos meus sonhos mais loucos eu imaginaria me apaixonar por um lutador, mas eu me apaixonei.

— Obrigado pelo dia maravilhoso. — Cruz, se inclina e me beija na testa.

— A qualquer hora, mi amor. Combinando com o seu movimento, alcanço e bato em seu traseiro duro.

— Vamos! Vou treinar por algumas horas.

Eu mordo meu lábio inferior querendo nada mais do que ter Cruz arrancando minhas roupas e me levando aqui mesmo, nos degraus da frente da minha casa de infância.

— Se você tem ir, — choramingo.

— Pare, mi amor. — Sua voz é profunda e rouca, fazendo todos os tipos de coisas más em minha calcinha.

— Nós podíamos curtir no meu quarto. Seria como se estivéssemos de volta ao ensino médio, às escondidas.

— Não preciso do Boss me castrando antes da minha competição.

— Ok! Tudo bem, Sr Policial legal. — Eu sorrio para ele e beijo seus lábios.

Antes de ter a porta aberta para a casa do meu papi, Cruz agarra meu pulso. — Layla, seja inteligente hoje à noite. Não vá a qualquer lugar que você possa ser encurralada.

— Você está me ameaçando, campeão? — Coloco minha outra mão no quadril. — Eu gostaria que você me encurralasse se tivesse a chance.

— Estou falando sério.

Essas três palavras vibram do seu peito. Sua voz é cheia de ameaça e preocupação, criando uma mistura potente de irritação. Eu endureço com a súbita mudança de humor em Cruz.

— O-ok, — eu gaguejo.

— Ash e os Titãs estarão lá. Eles são uns imbecis. Eu não confio neles.

Suas feições endurecidas lentamente se transformam em preocupação e desespero. Posso ver seus pensamentos em seu rosto. Isso me irrita. Eu solto a maçaneta e seguro suas bochechas, puxando-o estou nariz a nariz com ele.

— Eu prometo, querido. Não vou fazer nada estúpido. — Eu faço uma pausa e me corrijo. — Esta noite. Porque você sabe do que é que eu estou falando...Cruz, neste momento da minha vida, você significa tudo para mim. Você me ajudou quando eu estava para baixo. Você me fez sorrir e viver. Estou aqui para você. Concentre-se na luta esta noite.

Nossos lábios se juntam. Uma corrente elétrica passa por nós enquanto nos abrimos um para o outro. Nossos gostos se misturam e se tornam um. Aproveito para roçar a minha língua ao longo do seu lábio inferior e abro ainda mais para explorar. Eu me afasto quando tenho o desejo distinto de alcançar e agarrar seu pau, pressionado na parte inferior do meu abdômen.

— Eu sou muito séria sobre a parte de ter a cabeça na luta. Eu não saio com perdedores. — Eu bato na ponta do seu nariz.

O som de alguém limpando a garganta me assusta. Nós dois olhamos para ver meu papi, de pé nos degraus. Cruz sacode a cabeça com um leve rubor, agindo como se meu pai o tivesse pego com a mão no maldito pote de biscoitos, em seguida, discretamente ajusta seu pau duro. E tudo o que penso é... Deus, como eu queria que a mão dele realmente estivesse no maldito pote de biscoito.

— Boss. — Ele acena, afastando-se de mim.

— Cruz.

— Indo embora, senhor.

— Porra!Boa ideia. — Papi passa por mim para dentro da casa.

Eu me viro para ver que Cruz desceu o lance de escadas e está de pé no fundo. O homem é um animal gracioso como o inferno.

— Tchau. — Ofereço-lhe um aceno de dedos.

Ele me envia uma piscadela e sacode a cabeça. — Deus, Layla, você me faz sentir como um maldito adolescente.

— Você ama isso!

— Você sabe que eu faço. — Ele vira e começa correr em direção ao seu pequeno apartamento fora do ginásio.

O homem é uma fodida máquina. Ele corre de uma maneira malditamente sexy, capaz de derreter calcinhas. Seu corpo é a perfeição em cada músculo esculpido. Eu o vi na academia com uma máscara que ele usa quando ele está treinando e em modo de combate. Quando ele está nesse modo, o homem é um animal com agressão acumulada por dias. Para a maioria, não é perceptível, mas para mim é óbvio. Seus olhos ficam mais escuros, as veias em seu pescoço pulsam e não há calor à sua volta. Ele é uma máquina.

O chuveiro está ligado quando fecho a porta atrás de mim. Ponto para mim, nenhum sermão de Papi. Ele pode ficar todo irritado e chateado, mas ele é um cão que ladra e não morde.

Eu caio pesadamente na cama, decidida a não tomar banho e curtindo o cheiro de Cruz sobre mim. Seu perfume arborizado flutua em volta de mim desde que ele me manteve escondida debaixo do braço o dia todo.

Eu decido ligar meu MacBook e navegar no Facebook. Não entrei nele desde que voltei para casa. Se penso demais nisso, é um fato triste. O Facebook sempre me lembra sobre tudo da minha vida antes de voltar para casa. Eu não perco uma parte disso.

A certa altura, pensei que a enfermagem e viagem seriam meu jogo final. Não mais. Tenho certeza de que montar o pau bonito de Cruz é o meu jogo final.

Sim, o pau dele é tão bonito.

Eu aperto minha coxas juntas pensando nisso enquanto a página inicial carrega. A protuberância do homem é inegável, mesmo quando ele não esteja excitado. É minha parte favorita para admirar. Noto que tenho vários alertas de mensagem e decido ir para elas primeiro. Há mais de vinte, mais da metade são de Tyler.

Então a vadia feia chamada culpa se arrasta para minha vida. Tyler e eu éramos um acordo do tipo sem-amarras. Eu sei que ele é um jogador, então por que diabos estou me sentindo assim? Porque em um ponto eu pensei que queria mais.


Tyler: Ei, como vai?


Tyler: Layla Lou Lou, você está aí?


Tyler: Eu preciso enviar o resgate?


Tyler: Sinto sua falta e o meu pau também! Espero que as coisas estejam indo bem.


As mensagens continuam, algumas com fotos de seu pau, que aliás não fazem justiça ao pau de Cruz. Nem posso chamar o que Tyler e eu fizemos de sexo em comparação com a magia concedida por Cruz. Demora vários minutos e muitas mensagens digitadas na barra, antes que eu decida por uma.


Eu: Olá. Desculpe, mas estou super ocupada com as coisas. Estou bem.


Eu realmente deveria ter digitado “Estou super ocupada com um homem de verdade que me trata bem e não me fode por uma relação sem cordas. Obrigada pelas lembranças, agora cai fora. PS — ele tem bons 10 centímetros a mais que você.” Que diabos está errado comigo? Eu fui uma idiota por um ano inteiro com Tyler. Eu aguentei desrespeito, ele me usando, porque eu não sabia como era o verdadeiro amor. Eu tremo quando vejo as bolhas dançando na parte inferior da tela.


Tyler: Muito tempo. Eu estava pronto para voar até aí e pegar a minha garota.


Ele está falando sério? Ele sabia sobre o funeral. Eu tinha postado uma atualização de status sobre a hora e lugar para deixar os amigos locais saberem e nem uma única porra de palavra ou chamada. Mas parece que ele tinha uma vasta fonte de fotos de pau para me enviar. De repente, me sinto mal. Tudo me atinge de uma vez. Tyler não me usou. Eu deixei ele me usar. Há uma diferença enorme.


Eu: Não há necessidade. Ficarei aqui por algum tempo e estou ótima.


Tyler: Achei que você me mandaria uma mensagem. Meu telefone quebrou e eu ainda não o substituí.


Hum, não, na verdade não pensei em mandar mensagens para você.


Eu: Eu estive super ocupada, Tyler. Eu vou ficar aqui e lhe desejo o melhor no futuro.


Tyler: Você está falando sério, Layla?


Suas palavras duras me pegam de surpresa. Não faço ideia do por quê. Inferno, é Tyler em seu modo ganancioso. Eu vou ser tratada como uma rainha por Cruz. As bolhas explodem na parte inferior da tela enquanto ele digita e envia mensagem após a mensagem.


Tyler: Pensei que eu significava mais do que apenas a porra de amigo de foda para você. Jesus! Pensei que éramos mais.


Tyler: Você sabe o que? Que se foda. Estive lá no ano passado para você. E você não teve uma maldita ideia! Eu queria mais do que ter um bom momento.


Meus dedos dedilham com energia, louca para chutar sua bunda. Ele está delirando? Ele nunca quis mais; na verdade, ele estava sempre me empurrando da cama depois que ele tinha um orgasmo. O que ocorria rapidamente. Eu clico na janela de mensagem para deixar o idiota saber que eu li as mensagens.

Meu temperamento latino está morrendo de vontade de sair e brincar. Tyler está saindo da linha. Ele me comprou café em uma ocasião e pegou minha roupa na lavanderia, uma vez. Se o homem pensa que isso consiste em ficar com uma pessoa ou é um sinal para se comprometer em um relacionamento de longo prazo... então ele precisa verificar a cabeça dele.

— Já vai tarde, Sr Pau Riscado, — sussurro.

Me leva uma questão de segundo, sem culpa ou vergonha bloqueio sua bunda no Facebook e na minha vida, realmente sem um segundo pensamento.

— Layla.

Eu olho para Papi , que é uma raposa velha bonita. Ele está vestido com seu equipamento elegante de treino e pronto para a noite de luta. Seu cabelo grisalho brilha na luz, sua estatura estoica em vigor. Ele está pronto para liderar seus homens na guerra.

— Papi, eu acho que você alcançou o status de raposa prateada.

Ele balança a cabeça, em seguida, passa a mão pelo cabelo. Ele seria paquerado se ele se saísse mais. Não acho que isso vai acontecer; seu coração foi quebrado permanentemente.

— Você está pronta? — Ele se inclina no espaço da porta.

— Eu vou descer em cerca de vinte minutos.

— Não quero que você vá sozinha.

— Papi. — Eu rolo os meus olhos. — Ash e sua tripulação são apenas idiotas. Eles não vão me machucar em público.

— Deixe-me reformular isso, então. — Ele se aproxima da cama, sentando-se nela. — Eu quero entrar na Academia junto com você hoje à noite. Você não esteve por perto por algum tempo. — Tive saudades. Com Madre fora...

Eu estico e agarro a sua mão, cortando suas palavras. A dor em sua voz me mata. — Nada me faria mais orgulhosa, Papi. Dê-me alguns minutos.

Faço um trabalho rápido me trocando, renunciando a uma roupa sexy. Esta noite é sobre Cruz e ele precisa se concentrar. Eu me verifico no espelho atrás da porta do banheiro, aliso minha camiseta de ginástica preta do Diablo e puxo meu shorts. Meu converse branco e o coque bagunçado, combinando com a roupa.

Caminhamos até a academia em silêncio. O ar da noite de primavera é refrescante com tanto stress flutuando em torno de nós. Eu aperto a mão de Papi , deixando-o saber que vamos superar isso juntos, um passo de cada vez.

A academia já está agitada. Os lutadores que não estão programados para esta noite estão trabalhando com os bilhetes, concessões e a área de estar, observamos tudo a medida que nós entramos. É uma máquina bem organizada. Todas as cabeças giram quando Papi limpa a garganta. Vejo seu peito inchar com orgulho. Este homem dedicou anos, sangue, suor, lágrimas e sua vida ao seu legado, tornando sua glória ainda mais respeitável.

Mesmo sabendo que ele está de volta no vestiário, isso não me impede de digitalizar o ambiente por Cruz. Ele fez mais de uma dúzia de lutas como esta antes que ele tivesse uma chance pelo título em Las Vegas. Isso se ele ganhar de todos eles.

Os nervos são reais. Como uma tempestade ameaçando me derrubar. Agora é Papi que está segurando minha mão, tentando me confortar. Caminhamos lado a lado para a borda da gaiola. Não a vejo até que seja tarde demais, mas caminhamos direto para a mulher que me deu à luz e para o pai de Ash.

O cheiro do seu perfume me bate duro. É o cheiro exato, que eu me lembro de quando eu era pequena. Eu costumava pensar que era o cheiro mais doce do mundo e entrava no banheiro para roubar um spray. Agora meu estômago revira em desgosto. Posso dizer a mim mesma o dia todo que a odeio. E eu seria uma mentirosa. Uma crinça, por mais feia que seja a história, sempre terá um pouco de amor por sua mãe.

Papi se inclina e tira um cacho do meu rosto... — Vamos fazer isso.

Eu olho para ele e sussurro, —Te quiero.

Seu riso flutua em torno da academia fazendo lágrimas se formarem nos meus olhos, mas eu luto para engoli-las. Foco. Foco. Concentre-se nesta noite, a luta de Cruz e o trabalho duro de Papi. Posso sentir o olhar dela perfurando minhas costas. Eu reajo antes de pensar melhor. Me viro para ela e encontro seu olhar para mim. Eu não solto da mão de Papi. Sinto seu corpo virar comigo.

— Como você se atreve? — Eu rosno, sem perdão no meu tom.

Ela ergue-se, jogando seus longos cabelos por cima do ombro e limpa a garganta, mas não me responde.

— Ahora não, Layla, — Papi sussurra para mim.

— Você. Sua. Covarde. — Eu cuspo cada palavra, e não perco o ritmo.

Sou puxada para trás por Papi e outro lutador, mas eu não paro. — Você é lixo. Como você dorme à noite?

— Layla. — É a única palavra que escapa de sua língua.

— Não se atreva! — Eu piso mais próximo a ela sem recuar. — Eu odeio você. Toda noite quando sua cabeça bate em seu travesseiro, espero que você imagine a menina que você quebrou. Sua puta.

Eu poderia continuar para sempre. Ela não vale a pena. Meu erro afunda com uma força rápida. Eu não sou um lutador treinado com disciplina e deveria ter mantido minha cabeça alta mas falhei.

— Me desculpe, Papi. Eu sinto muito. — Eu viro para ele. — Pra mim chega. É demais tê-la aqui arruinando sua grande noite.

Ele me choca quando os dois braços grossos me embrulham em um abraço, enterrando meu rosto em seu peito sólido. O mesmo que pegou tantas lágrimas tristes ao longo dos anos. Uma constante na minha vida que nunca mudou. Eu o sinto beijar o topo da minha cabeça, me mostrando seu amor mesmo que eu tenha estragado tudo. Ele nos faz virar, afastando da gaiola.

— Eles o chamam de Boss, e você não pode controlar seu maldito vira-lata. Coloque uma focinheira nela.

Eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar. Monty Chandler, pai de Ash, o diabo disfarçado que usa seus bolsos para conseguir o que quiser. Essas palavras vindo de outra pessoa iriam me destruir. O fato que ele está vomitando-as não significa nada. Ele pode ser antiético, mas ele é esperto; Ele sabia exatamente onde bater Papi direito onde doeria mais.

A cabeça de Papi aparece na frente da minha, seus braços em volta de mim estão tensos, e sua respiração aumenta rapidamente. Sei que seus anos de treinamento estão prestes a quebrar bem na sua academia. Seus homens não podem vê-lo fazer isso. Não é quem ele é.

Eu passo para trás e empurro seu peito. — Papi, não. Não vale a pena.

Ele não se move. Eu empurro com mais força, e acontece a mesma coisa. O lutador que estava ao nosso lado agarra Papi pelo cotovelo, puxando-o para trás.

— Treinador — coração, fogo e desejo. Ele dá umas palmadinhas em seu peito. — Coração, fogo e desejo.

É o lema da academia pintado em negrito, com letras maiúsculas. Todos os lutadores vivem e lutam por esse lema. As palavras parecem acalmá-lo um pouco. Jag corre para nós, dando um empurrão arrogante de queixo para Monty Chandler e sua tripulação antes de lançar seu braço em volta dos ombros de Papi

Isso o faz despertar. Seus pés se movem. Estou desapontada com minhas ações.

— Layla. — Papi entra em uma pequena sala de equipamentos e faz sinal para mim.

Sigo suas ordens sem fazer careta. Deixo cair minha cabeça enquanto passo e fecho a porta, sem coragem de olhar nos olhos dele.

— É o que eles fazem. Como eles operam. Eles ganham por fazer seus joguinhos de merda.

Eu estremeço com sua linguagem. Ele tem a boca de um marinheiro, mas raramente a direciona para mim.

— Olhe para mim, mi hija. — Ele faz uma pausa até que eu o olhe. — A Tribo de Titans só pode nos vencer se seus jogos mentais funcionarem. Eles não têm talento, dedicação ou força bruta. Eles confiam em seus fodidos jogos de merda. Você joga em suas mãos, eles ganham.

Papi chega mais perto. Estou esperando que ele caminhe de volta para fora da porta. Mas ele não faz. Ele me abraça novamente, beijando o topo da minha cabeça. — Sem chorar. Sem arrependimentos. Queixo para cima e entre na luta.

Enrolo meus braços apertado em sua cintura, abraçando-o com tudo o que tenho. Eu estava à beira das lágrimas e quebrando até que suas palavras me alimentaram. Ele está certo. Eu sabia disso mas deixei meus sentimentos e raiva nublarem tudo que eu conheço.

Eu quebro o abraço primeiro, dando um passo para trás e erguendo meus ombros. Não existem palavras necessárias, ao invés disso eu abro a porta e saio com a cabeça erguida. Meu único trabalho hoje à noite é me certificar que todos tenham o que precisam. Trabalhei pra caramba garantindo que tudo estivesse preparado e pronto para acontecer.

Depois de verificar a fila de ingresso e as concessões, eu olho em volta da academia com orgulho inchando meu peito. O encontro anterior está esquecido, fora da minha mente. As primeiras lutas aquecem a torcida. Os lutadores do Trono do Diablo estão ganhando cada uma delas. Nenhum deles é lutador qualificado para o grande campeonato em Las Vegas.

Trick é o único lutador que tem que enfrentar um lutador da Tribo de Titãs. Não é uma coincidência quando mais de uma dúzia de companheiros de Trick seguem-no para fora do túnel. Ele está saltando em seus pés e agitando os braços. Seu capuz preto em sua cabeça esconde seu rosto da multidão. Sua música de entrada está vibrando em todo a academia.

A energia na academia é incrível, quando tomo meu assento na primeira fila, bem próximo do canto de Trick. Eu sorrio ao ver Papi bater no rosto de Trick e puxá-lo para perto dele. Ele late sua experiência de treinador. Trick acena com cada palavra.

Uma vez que o juiz começa a luta, Trick não perde tempo atacando rápido, batendo seu adversário de volta no tatame. Eu estou em pé, gritando como uma louca. Eu fui de odiar este ambiente para ter o sangue bombeando vida em minhas veias.

Eu subo na minha cadeira, colocando minhas mãos ao redor da minha boca e gritando como uma louca. Trick está chovendo socos no rosto de seu oponente. Estou investindo nesta luta, desde que o homem que foi socado no rosto é parceiro de Ash.

Trick da mais um golpe, antes de agarrá-lo em uma gravata. O juiz está no chão perto deles. Eu foco na mão do idiota, esperando ele bater.

— Vamos lá, — eu sussurro. — Vamos, Trick.

O tosto de Trick se contorce enquanto ele coloca todo o seu poder no estrangulamento. Seus dentes estão cerrados em torno do seu protetor bucal e gotas de suor se derramam para baixo de sua testa. Então acontece. O lutador da Tribo de Titãs bate no tatame. O juiz é rápido para pular entre os dois homens. Não é nenhum segredo na cidade que as duas academias são rivais.

Trick salta aos seus pés jogando seus braços no ar e, em seguida, arranca o protetor da boca. O nível de ruído no ginásio é quase ensurdecedor, e estou junto com o resto deles pulando enquanto grito a plenos pulmões.

Fica mais alto quando Trick corre para o lado da gaiola onde Monty Chandler e sua tripulação estão sentados. Ele rasteja acima deles como um macaco-aranha, em menos de um segundo. Ele atravessa a parte superior dela, continuando a gritar sua vitória, enquanto bate no peito. Saliva voa de sua boca pousando no meio da multidão. Ele olha para baixo para os fãs da Tribo de Titãs, batendo no peito com mais força.

Não tenho tempo para verificar a academia antes que o Titã está fora do octógono. Cruz é o próximo. Minha pequena bunda doce vai ficar plantada aqui. As luzes se apagam, deixando a multidão saber que é hora do evento principal. Depois de pesquisar um pouco, descobri que Cruz Felix, ou The Notorious Rumbler, é o lutador mais esperado e fortemente o favorito para ganhar o campeonato em Las Vegas.

Eu sabia que ele era um lutador habilidoso e o novo zumbido no mundo do MMA, mas nunca me importei porque ele estava cuidando de mim e fazendo eu me apaixonar por ele. Ainda não falei estas três pequenas palavras diretamente para ele, apenas insinuei. Mas isso não significa que o amor não está lá.

— Eu o amo, — sussurro para mim mesma, assumindo pela primeira vez e declarando em voz alta.

A poderosa música da sua entrada Believer by Imagine Dragons ecoa nas paredes da academia. A música traz lembranças. Ela grita Cruz e tudo o que ele é. Ele não é chamativo como Trick, quando ele sai do túnel. Sua cabeça está curvada sob seu capuz preto, os punhos cerrados em seus lados. Cada um dos seus passos é determinado e poderoso até que ele esteja rastejando na gaiola.

Estou hipnotizada quando ele se despe até que esteja no calção preto apertado, mostrando suas pernas musculosas e seu tronco. Um logotipo vibrante do Trono do Diablo em seu traseiro, o próprio diabo sorrindo com fumaça vermelha saindo de sua boca. É foda. O homem tem fodidos troncos de árvore e não pernas, seu bem mais proeminente na gaiola. Ele tira os adversários do chão com chute potente, depois os destrói. É por esse golpe que ele é conhecido.

Os instrutores cobrem seu rosto com vaselina. Cruz, se vira para os juizes, deixando-os inspecionar as luvas e abre a boca, mostrando seu protetor bucal. Uma vez que ele está limpo, entra na gaiola.

Eu sou gananciosa, não querendo perder um momento, apreciando ele. Papi está em seu rosto ladrando instruções, batendo na testa de Cruz de vez em quando. Quando meu Papi se afasta, Cruz sacode os braços, pulando de um pé para o outro, alongando-se. Com cada movimento, meus nervos se multiplicam, torcendo-se para baixo na minha barriga.

Ele cai em um joelho, curvando a cabeça e acariciando uma tatuagem no peito. Eu não sei o que significa, mas acho que é para seu pai.

A luta começa e, logo depois, posso dizer que o outro homem não é apenas enorme mas também rápido em seus pés. Ele manda alguns socos sólidos no rosto de Cruz, resistentes o suficiente para derrubar qualquer outro homem, mas Cruz não tropeça. Ele balança a cabeça para um lado e continua dançando ao redor dele. Ele leva outro soco duro na mandíbula. Sangue escorre pelo seu rosto.

As lágrimas estão nos meus olhos quando percebo que Cruz está deixando o lutador bater nele. Ele está dando um show, não mostrando ao homem todo seu poder.

Minha voz trava em minha garganta toda vez que tento animá-lo. Os nervos dançam na minha espinha nubla todos os meus pensamentos. Eu mantenho minhas mãos apertadas no meu peito e tenho que me lembrar de respirar.

Restam trinta segundos de round. O outro lutador está ganhando até agora com seus golpes. Sangue cobre o rosto de Cruz e fecho os olhos, incapaz de assistir por mais tempo. Memórias de infância de Papi vindo para casa espancado me atacam. Eu odiava isso. Abuela nunca vacilou. Ela tinha orgulho de seu filho. Mas o rosto inchado, cortes e contusões sempre me deixavam doente.

A multidão delira. Abro os olhos, levando alguns segundos para focar na luta. Cruz virou o jogo. Ele tem o outro lutador contra a gaiola, estrangulando-o com soco após soco. Seus braços poderosos sobem e em seguida descem em seu oponente.

Eu estalo meus olhos no tempo. Faltam dez segundos. Quando olho de volta para a gaiola, o outro lutador manca, caindo em uma pilha no tatame. O juiz puxa Cruz para trás. O canto de Cruz salta no ringue no modo de vitória completa. Eu finalmente sou capaz de puxar o oxigênio para os meus pulmões. Eu aperto os lados da minha cabeça, fechando meus olhos, agradecendo a Deus que ele venceu e está de pé. A dureza do meu gesso escava no meu couro cabeludo e eu não dou a mínima. Mais duas semanas com esta porcaria.

O braço de Cruz levanta em vitória. Ele não se mostra nem se regozija como os outros lutadores que ganharam. Ele é estoico e respeitoso, se aproximando de seu oponente e apertando sua mão. Papi tem o braço pendurado por cima de seu ombro, escoltando-o para fora da gaiola.

A visão de Cruz rastreia ao redor. Eu sei o que ele está fazendo. Ele está procurando por mim. Ele varre toda a academia antes de se estabelecer em mim. Meu sorriso está fora de controle. Ele levanta um dedo gesticulando para que eu vá até ele. Eu faço sem um segundo pensamento.

Salto da cadeira e corro para ele. A multidão ainda está torcendo e mais pessoas estão circulando Cruz. Ele agarra minha mão, enrolando os dedos juntos. Caminhamos lado a lado, de volta para o vestiário. Sua equipe em torno de nós desaparece, mais adiante, quanto mais chegamos nas profundezas do longo corredor.

— Cruz. — Seu nome ecoa em torno do corredor, mas ele não responde.

Cada um dos seus passos é determinado e poderoso até que nós estamos fechados em uma sala. A porta bate me fazendo saltar para trás.

— Cruz. — Eu tento de novo.

Ele me persegue com suor e sangue ainda escorrendo do seu rosto. A toalha que ele tinha pressionada contra ele não fez nada para detê-lo. Ele agarra uma nova, enxugando seu rosto quando ele vem cara a cara comigo.

— Eu preciso foder você agora. — Ele rasga minhas calças, me vira e bate em mim sem aviso. Se possível, seu pau está maior do que antes, bombeando com adrenalina própria.

Eu grito tão alto que o som machuca meus ouvidos. O rugido do exterior flutua na sala, mas tudo o que eu posso focar é o som da nossa carne batendo juntos. Cruz se inclina para baixo acariciando meu clitóris.

— Vendo você na primeira fila deixou meu pau duro, baby. — Ele empurra para dentro e para fora, definindo um ritmo severo. Seus dedos me tocam como um instrumento afinado. O feixe de nervos está inchado e pronto para explodir. — Eu queria levá-la na porra da cadeira, para que todo mundo pudesse ver que você é minha.

— Mas... mas você está sangrando e machucado. — Meus dedos cavam no banco de madeira, até ficarem brancos.

—Porra! Se aquele filho da puta olhar para você, mais uma vez, eu vou matá-lo na frente de todos.

Caramba, Cruz está pegando fogo. Não reconheço o homem que ele é agora. Eu não tenho medo. De uma forma doentia e distorcida, estou excitada, causando sua adrenalina alta.

— Eu vou gozar, — eu canto entre gemidos. — Oh meu Deus! Cruz!

— Está tudo bem, querida, pegue meu pau com sua buceta molhada. Possua-o. Pegue-o.

Suas palavras sujas fazem o truque. Eu explodo fora de controle, sentindo cada sensação no meu núcleo. Ele não para de bater em mim até que está rugindo e me enchendo.

Jesus, o homem não era mais do que um rosto de pedra no ringue mesmo quando entrou e saiu. Ele virou um interruptor no momento em que me viu.

— Porra, — ele grita mais uma vez, bombeando em mim.

— Você está bem? —Minha voz sai hesitante.

— Agora estou. — Ele se inclina colocando beijos no meu ombro.

— O que foi isso? — Pergunto, nervosa em ouvir a resposta deixando seus lábios.

— Eu tinha que foder você. Gosto de foder depois das minhas lutas.

Esta resposta machuca meu coração. Abre uma ferida que se infiltra com dor e confusão.

— Oh. — Estalo minha boca fechada, não querendo estragar o momento. Em vez disso, estou atormentada com a ideia de vê-lo com coelhinhas do ringue depois de cada luta. Não posso julgá-lo, quando tinha o bom médico fodendo meu cérebro antes de eu embarcar em um avião para vir para casa.

— Posso ouvir o que você está pensando, Layla. Pare com isso. Eu precisava de você, e precisarei de você assim depois de cada luta. — Ele se levanta, seu pau escorregando de dentro de mim. — Foram outras mulheres mas nada assim. Nunca na minha vida estive tão excitado.


Capítulo Dezessete

Layla

 

 


— O que você está fazendo, "sexy"? — Dois braços fortes seguram em volta da minha cintura; sua respiração fazendo cócegas na minha pele antes que ele coloque beijos suaves no meu pescoço.

— Desenhando, — eu consigo dizer em um grito.

Seus beijos congelam quando ele olha por cima do meu ombro, pegando o que eu estou fazendo.

— O que você acha? — Eu viro minha cabeça, encontrando seus lábios e beijando-o.

— É foda.

— Eu imitei o logotipo na sua bermuda. Eu quero marcar todo o ginásio. Nova pintura nas paredes, o logotipo em todos os lugares.

— Você é uma mulher inteligente e sexy. — Ele empurra a virilha na minha bunda, me mostrando o quanto ele gosta de mim.

As pontas dos dedos de Cruz cavam minha cintura e me gira até que eu estou de frente para ele. Estou no ar até que minha bunda caia em cima do balcão. Ele espalha as minhas pernas e entra, acariciando seu rosto nos meus seios. É bem tarde, e como quase todas as noites, somos só nós dois. Eu trabalhando para conseguir que a academia fique em alto nível e Cruz treinando.

— Nada mal para um desenho feito sobre essa bunda feia. Não vejo a hora de tirá-lo daqui a alguns dias.

— Eu não sabia que você tinha esse talento escondido. — As palavras de Cruz são murmuradas com o rosto esmagado entre os meus seios. Ele vira a cabeça de lado, beliscando o lado de um. A sensação corre direto para o meu núcleo.

— De onde veio o logotipo do seu shorts? — Pergunto, lutando muito para permanecer no tópico. Nós nos tornamos muito bons em nos distrair com a exploração dos nossos corpos.

— Meu pai, — ele murmura.

Solto o esboço e o lápis, depois corro minhas mãos pelo seu cabelo, fazendo-o olhar para mim.

— E? — Eu insisto. Ele permanece com os lábios apertados quando se trata de seu pai.

Ele dá de ombros, mas me entrega. — Meu pai adorava desenhar. Era grande em logotipos. Ele fez isso para seu pai anos atrás. Eu tive que colocar no meu shorts de luta quando eu vim para cá. Nunca cheguei a fazer outra coisa ser impressa.

Eu grito, e não sobre o fato de que ele está compartilhando pedaços sobre seu pai. Passei horas rabiscando o logotipo, tentando fazer o meu próprio, sem infringir os direitos autorais. — Você tem o original?

— Em algum lugar no meu apartamento.

— Posso usá-lo? —Seria perfeito.

— Sim.

— Você acha que ele se importaria se eu ajustá-lo um pouco aqui e ali?

— Ele ficaria honrado. — Os olhos de Cruz crescem nebulosos. A emoção que controla suas feições faz meu coração doer.

— Sim?

— Sim. — Ele acena, oferecendo um sorriso fraco. — Meu pai teria amado você, Layla.

Cruz passa a ponta do nariz ao longo do meu queixo. — Ele era um homem incrível. Droga, ele teria adorado isso aqui em Washington.

— Não preciso conhecê-lo para saber, sem sombra de dúvida, que ele era um homem excepcional, por sua causa, Cruz. — Eu aperto atrás do seu pescoço com a mão boa, esperando que ele absorva cada palavra que estou dizendo. Cada uma delas é revestida e banhada em honestidade. Eu estava perdida. Vivendo dia após dia até que cheguei em casa e encontrei minha casa neste homem diante de mim.

Cruz não diz outra palavra. Ele agarra meu bloco de notas do balcão junto com meu lápis de desenho, e coloca-o entre nós antes de me puxar em seu peito. É uma confusão de malabarismo, mas eu consigo envolver meu braço engessado em volta do seu pescoço, minhas pernas fazendo o mesmo na cintura, enquanto minha outra mão continua segurando meus ítens.

As grandes palmas de Cruz se espalham sobre a minha bunda. O homem é mais poderoso do que qualquer um que eu conheço. Confio nele para me abraçar assim, com os olhos vendados e uma arma. Ele é protetor. Eu sabia desde o momento em que ele me levou em seus braços no hospital. Eu perdi a mulher que eu mais amava neste planeta e ganhei um novo amor. Tudo isso me atinge de uma só vez. Cruz alcança a maçaneta da porta do seu apartamento, mas eu o impeço.

Lágrimas. Finalmente, lágrimas de felicidade escorrem do canto dos meus olhos. — Eu amo você. Cruz, eu amo tanto você que dói. Eu nunca senti isso antes, e agora aqui nesta noite, estou com medo de perdê-lo tão rápido quanto você entrou na minha vida.

Aí está. Coloquei tudo para fora. O medo de perder o que tenho. Isso me mantém acordada até altas horas da noite. Encontro-me estudando suas feições adormecidas. A hora em que ele está relaxado e calmo. Coloco a palma da minha mão em seu peito, se erguendo, orando a Deus para mantê-lo na minha vida. Um Deus que eu odiei nos últimos meses.

Cruz me encara em choque. O medo me atravessa. É demais. Tudo isso é muito cedo. O homem tem muito em seu prato para digerir algo assim. Ele deixa cair sua testa na minha e fecha os olhos.

— Layla, eu também. Eu não poderia dizer melhor. Você não faz idéia do quanto você está me salvando. — Ele faz uma pausa e depois repete cada palavra em espanhol.

É uma doce canção que eu nunca vou esquecer. Ele consegue abrir a porta do apartamento. Meus desenhos e os suprimentos caem no chão. Lutamos para ganhar o contato pele a pele. Nossas roupas voam, desembarcando onde quer que caiam. Cruz me coloca em sua cama amarrotada que destruímos ontem à noite. Ele atravessa seu caminho até o meu corpo, lambendo e beijando cada polegada da minha pele, até que ele para entre as minhas coxas.

Eu agarro os lençóis e dobro minhas costas quando ele faz contato com meu núcleo. Cruz não para até que eu goze, gritando o nome dele e todos os tipos de outras palavras que não fazem sentido.


***


O cheiro de brócolis cozidos no vapor enche o apartamento de Cruz. Isso não me distrai dos meus rascunhos. Uma vez que o homem por quem eu sou perdidamente apaixonada compartilha que o logotipo no shorts foi projetado por seu pai, uma barragem explodiu. Eu estou obcecada com o projeto, fazendo uma lista de itens de roupas, casacos, calças de treino, regatas e camisetas.

— Frango, querida? — Cruz vira do balcão, vestido só com uma cueca preta sexy e elegante.

— Pizza? — Inclino minha cabeça para o lado.

— Frango com molho de tomate, — ele contesta, agarrando o prato do balcão e fazendo seu caminho para a cama.

— Salsicha? — Eu balanço minhas sobrancelhas e jogo meu caderno para o lado.

— Nunca tenha que perguntar, mi amor. Nunca.

Não consigo impedir. O homem é um orgasmo ambulante e se dirige direto para mim. Não importa que eu o tenha tido uma hora atrás. E quando digo tido, foram três rodadas com orgasmos capazes de libertarem qualquer mente. Assim como no ringue e na academia ele dá tudo. Um completo campeão.

Meu celular toca no balcão ao lado de Cruz. Eu ignoro. Ele atende.

— Olá.

As batidas longas de silêncio roubam minha atenção. Eu olho para Cruz, que agora está de frente para mim, inclinando-se no balcão, com um sorriso diabólico no rosto.

— Layla está ocupada na minha cama.

Eu bato minha mão sobre a minha boca.

— Tyler? Deixe-me perguntar a ela. — Cruz puxa o telefone da orelha. — Querida, é um tal de Tyler. Ele gostaria de conversar com você.

Meus olhos se arregalam. Balanço freneticamente a cabeça para os lados. Fale sobre uma chamada aleatória. Eu posso ouvir Tyler lívido do outro lado. Cruz o escuta, não dizendo uma palavra.

— Eu entendi, amigo. Agora é sua vez de me ouvir. Não ligue para este número novamente. Se você sabe o que é bom para você, você vai fazer isso. Eu sou o namorado de Layla, e você pode ir se foder. Fim.

Cruz termina a chamada não dando a Tyler uma chance de responder. Eu permaneço congelada. Cruz sabia sobre Tyler. Eu compartilhei com ele uma noite, quando nenhum de nós podia dormir. Ele irrompe em um rugido profundo de riso.

— Você acha que ele entendeu? — Cruz levanta uma sobrancelha.

— Caramba. Estou sem palavras.

Cruz se instala ao meu lado, equilibrando sua refeição saudável em cima de suas coxas antes de chegar em seu criado-mudo. Ele pega um caderno grosso desgastado, os cantos enrugados de anos de uso.

Ele coloca no meu colo sem dizer uma palavra. Eu sei exatamente o que é. Sem pensar, me inclino e beijo sua bochecha. Corro meus dedos sobre a superfície lisa da capa cinza. Não há nenhuma indicação na capa, mostrando o que está lá dentro. Eu molho meus lábios, nervosa para descobrir o tesouro que repousa nas páginas. Eu sei que, sem sombra de dúvida, este será o vislumbre mais significativo sobre o passado de Cruz que eu vou conseguir.

— Obrigada, — sussurro, olhando em seus olhos amorosos enquanto passo a palma da minha mão sobre a capa uma última vez.

— Eu nunca compartilhei isso com ninguém. Sempre foi uma coisa minha e do meu pai. — Cruz corta um pedaço de frango grelhado. — Acho que era a maneira dele de manter minhas memórias ao longo dos anos. Como uma merda de álbum de recortes de papai ou algo assim.

Eu sorrio, mordendo meu lábio inferior morrendo de vontade de dizer que é besteira, mas sei que é o jeito de Cruz me deixar entrar. Eu olho para o caderno, abrindo a capa. Eu suspiro com o que espera por mim. A foto de bebê de Cruz. Ele está em um cobertor azul macio, embrulhado como um burrito e deitado na cesta limpa no hospital. Seus olhos curiosos olham para quem estava tirando a foto. Lágrimas enchem meus olhos, surpreendida que este pequeno pacote se transformou no homem que ele é.

Leio o que seu pai escreveu abaixo da imagem, que tem todos os detalhes importantes do dia.


Cruz Felix nasceu na manhã de Natal, pesando quatro quilos e 365 gramas. Ele é saudável e está aqui. O melhor presente de Natal que já recebi. Prometo-lhe, meu filho, eu sempre estarei aqui para você. Eu vou ser a mão que você pega quando cair e apoiá-lo em tudo o que você decidir na vida. Você mudou a minha vida. Não era algo que eu estava procurando, mas mesmo assim, minha vida é melhor do que eu jamais poderia ter sonhado, mesmo com toda a dor e os desgostos.

Amor,

Papi


Meu rosto está encharcado, a visão ofuscada ao ponto de não poder decifrar uma única palavra na página. Eu me inclino para trás na cabeceira, tentando secar as lágrimas com as costas das minhas mãos. O amor que emana de uma única página não conhece limites. É poderoso e dilacerante ao mesmo tempo. Cruz nunca teve uma mãe para odiar como eu. Só tinha um homem que dedicou sua vida ao seu filho, assim como meu pai. Eles adoravam lutar, mas o vínculo de serem pais solteiros tinha que tê-los trazido ainda mais perto.

— Ei, — Ouço o barulho do prato de Cruz sendo colocado para baixo. — Nada desta besteira ou vou guardar isso de volta.

— Não! — Eu aperto o caderno no meu peito.

Seus dedos pegam minhas lágrimas, tentando secar meu rosto. — Não gosto de ver você chorar.

— Elas são lágrimas de felicidade, baby. Seu pai... Não tenho palavras. —Eu subo no colo de Cruz, mantendo o caderno seguro comigo.

Ele se inclina para baixo, beijando meu ombro. Arrepios e calafrios correm para cima e para baixo na minha espinha.

— Essa camisola é sexy pra caralho em você. — Ele corre sua língua pela minha pele exposta neste momento.

Isto me faz rir. É uma camisola fofa. Nada de especial. Não passou despercebido por mim que o deixa louco como o inferno. Eu derreto de volta em seu abraço, folheando as páginas. Algumas são preenchidas com fotos acompanhadas de legendas rabiscadas do pai de Cruz. Então há outras páginas preenchidas com desenhos.

— Ele tinha um talento incrível. — Viro minha cabeça o suficiente para pressionar um leve beijo no bíceps de Cruz.

— Sim, era um daqueles caras que podia fazer tudo. Talento natural como nenhum outro, — ele sussurra no meu cabelo.

— Eu posso imaginar isso. Você é tão parecido com ele. —Eu viro a página e suspiro alto, girando em seus braços. — Grande merda!

Cruz se assusta, batendo a cabeça na cabeceira. Ele geme de dor, esfregando o local com uma mão. — Que diabos?

— Olhe. — Aponto para a foto preto e branca. — Está um pouco desfocada, mas clara como o dia.

— Sou eu. — Ele examina, não me reconhecendo.

— Somos nós, — eu sussurro. — E minha abuela, com nossos dois pais.

Cruz tira o caderno de mim, trazendo-o para perto do seu rosto. — Caramba.

Vejo o momento em que ele junta as peças do quebra-cabeça, seus olhos se acendem e seu maxilar se abre.

— Esta foi a segunda vez que seu pai tirou o título do meu pai. — Cruz passa o dedo sobre a fotografia. — Ele sempre disse que não havia um homem melhor. E sua abuela, eu me lembro dela me dando doces naquele dia. Eu estava tão cansado e pronto para ir para casa. Como diabos não juntamos as peças?

— Eu não sei. — Eu olho para a foto. Meu pai me segurando em seus braços, Abuela com braço enrolado pelo outro lado e Cruz nos braços do seu próprio pai. Sorrisos de todos os lados. — Eu nunca assisti as lutas e muitas vezes estava praticamente por trás dos bastidores.

Cruz se endireita para mim. — Era como se fosse para ser, você sabe?

Palavras mais verdadeiras nunca foram ditas. O caderno é colocado na mesa de cabeceira. Cruz nos rola me prendendo embaixo dele, e faz amor comigo.


Capítulo Dezoito

Layla

 

 


— Acorde, baby. — Os lábios pressionam na minha testa. — Estamos em casa.

Eu tento me sentar, ainda me agarrando para dormir e falhando miseravelmente. Papai insistiu em dirigir para casa de Boise, assim seus lutadores estariam na academia para treinar no dia seguinte. Outra luta e mais vitórias para empilhar. Apenas mais duas lutas até Las Vegas. Conversa e provocações ainda eram direcionadas para Ash e Cruz em Las Vegas, para a luta dos pesos pesados.

— Aqui, eu vou acordá-la, — a voz de Jag ressoa pelo SUV.

Abro os meus olhos a tempo de vê-lo saltar no banco de trás e começar a puxar para baixo a frente das calças de ginástica. O logotipo néon azul-petróleo do Trono do Diablo baseado em flashes do desenho do pai de Cruz pisca diante dos meus olhos.

— Acorde, acorde, Jaggy vai te mostrar o saquinho de chá, — ele canta.

— Filho da mãe — Cruz não termina o insulto antes que ele bata Jag no peito, — derrubando-o em sua bunda.

— Seu idiota, — eu grito, quando ele pousa no meu tênis.

— Jesus Cristo, os dois ainda agem como se tivessem sete anos. — Pai bate seu punho no console central. — Tirem suas bundas do meu carro.

— Você não consegue nem rimar, seu idiota. — Eu chuto as pernas para debaixo de Jag.

A porta traseira se abre. Jag cai gritando. Estou bem acordada agora, explodindo em gargalhadas. Me inclino e espio até onde há iluminação suficiente para ver Jag se levantando e limpando a bunda.

— Veja isso. Você está falando com um lutador invicto que está prestes a pegar ganhar mais uma luta. — Jag começa a lutar, socando o ar.

— Jesus, ele nunca fica sem energia? — Cruz murmura no meu ombro.

Eu balanço a cabeça. — Infelizmente não.

Jag dá uma olhada final antes de pegar sua bolsa e correr para fora. Não duvido que ele tenha uma formação de mulheres esperando por ele. Ele é o maior prostituto que eu conheço. Alguns diriam que é uma coisa de lutador após grandes torneios, o que é válido, mas no caso dele, é prostituição direta.

Eu tremo, rastejando do SUV lembrando do sexo feroz, no vestiário. É o mesmo depois de cada luta. Eu seria uma mentirosa se dissesse que não era minha parte favorita das competições.

Cruz embala todas as nossas malas até seu apartamento depois que eu beijo meu papi. Nós ficamos em sua casa nas últimas semanas. Você sabe, privacidade e tudo mais. Do jeito que estamos indo, tenho certeza que Papi aprecia. Eu quase não vou até a cama antes de voltar no meio do caminho para dormir mesmo depois das palhaçadas de Jag.

Cruz joga seu telefone na cama e vai para o banheiro. Ouço o chuveiro ligar enquanto minhas pálpebras ficam mais pesadas. Dane-se o maldito banho hoje à noite, mesmo se o lutador mais sexy do mundo esteja nu nele. Ficar com este homen já começou a cobrar um pedágio em mim. A enfermagem não tem nada sobre isto.

O telefone de Cruz vibra seguido por um toque penetrante. Ele me desperta completamente.

— Jesus, Jag provavelmente já está com problemas, — eu resmungo para mim mesma pegando o telefone.

Água gelada flui nas minhas veias quando o texto aparece na tela inicial.


Kip: Ela sente sua falta. Não se sinta mal por estender a mão. Vai levar tempo.


Largo o telefone como se fosse um carvão vermelho ardente, espalhando-se na cama. O pânico atinge meu interior. Todos os meus medos caem em um só golpe violento através de mim. As chamadas de telefone secretas. Os dias que ele desaparece. Eu sabia que havia uma mulher. O chuveiro desliga. Eu entro em ação, esforçando-me para calçar os sapatos, em seguida, olho ao redor da sala para o meu telefone. Eu jogo os cobertores da cama, a mochila na cadeira perto da cama e ainda nada.

Foda-se meu telefone.

— Você está bem?

Eu olho Cruz secar seu cabelo com uma toalha. Ele fica completamente nu diante de mim. Como é irônico com tantas verdades escondidas atrás de nós. Eu dou um passo para trás e tropeço nos meus próprios pés, pousando na minha bunda. Eu faço o meu melhor para rastejar para trás como um caranguejo.

— Layla, que diabos? — Cruz se aproxima me puxando até ele. — Você está me assustando.

Eu o empurro para trás, em seu peito. Ele não se move. Seu telefone toca mais uma vez. Ele olha para ele, depois de volta para mim. Ele não precisa fazer outra pergunta.

— Eu, hum... pensei que era o Jag. — Eu respondi, mas não precisava. A mensagem de texto apareceu em sua tela. Meu lábio inferior treme enquanto cada palavra cai da minha boca.

— Layla, — Cruz implora, descansando sua testa na minha, — não é o que você pensa...

— Famosa última frase, — eu resmungo e saio do seu peito. Desta vez ele me solta em segurança.

— Foda-se! Você vai me ouvir ou assumir o pior e correr?

Eu não respondo, viro e saio do seu pequeno quarto. Assim que minha mão cobre a maçaneta, ouço o punho dele bater na parede. Meus coração quebra, mas preciso de espaço agora.

Quando chego no apartamento do meu pai, mais uma vez estou atordoada. Vejo cabelos loiros e ele cobrindo uma mulher. Seus gemidos e movimento morrem quando eles me veem.

— Realmente, pai? — Eu balanço a cabeça e bato a porta, correndo de volta para as escadas.

— Layla, você pode, me ouvir, depois, correr? — Cruz caminha até mim.

Ele conseguiu vestir uma calça de treino antes de vir atrás de mim. Eu não respondo, resignada, eu acabei esta noite. Ele leva como uma oportunidade para falar.

— Ela é uma parte do meu passado que eu nunca conheci, e estou tentando construir um relacionamento com ela. — Ele enfia as mãos no bolso, inclinando a cabeça.

— Isso é tudo que eu preciso ouvir. Ela! — Neste momento estou gritando, perdendo o controle.

— Sim, ela, — ele responde logo. — Não é o que você pensa.

— Não me diga o que pensar! Você tem outra mulher na sua vida e escondeu isso de mim mesmo quando eu perguntei várias vezes. Você me tratou como uma perseguidora louca.

— Ela é minha irmã, — ele ruge. — O segredo que meu pai escondeu de mim e que eu descobri quando ele morreu. Minha mãe biológica tinha outro filho e meu pai não me queria perto deles. Ela é casada com um imbecil pomposo do Congresso. Quanto mais eu investiguei, mais merda eu descobri. Chloe passou pelo inferno e voltou e agora estamos lutando para nos conectar .

Não digo uma palavra. Não preciso. Ele escondeu isso de mim. E esse é o problema. Não consigo pensar direito.

— Boa sorte com isso. — Eu me viro e me afasto de Cruz.

Ele não tenta me impedir e isso dói mais do que qualquer segredo que ele escondeu de mim. Eu entendo que isso é difícil para ele lidar, mas se ele não pode compartilhar isso comigo, o que mais ele está escondendo? É aí que a verdadeira questão reside.

Entro no meu carro e encontro o hotel local mais barato.


Capítulo Dezenove

Cruz

 

 


Ótimo. Eu acelero o saco na minha frente. Minha maldita sorte. Outro soco brutal faz meus dedos desembrulhados doerem. Ela não quis me ouvir. Eu tive que implorar e, quando eu consegui dizer as palavras, ela ainda virou as costas e foi embora.

Foram três dias longos e cansativos. Eu levei meu corpo a exaustão desde então. O Boss veio para cima de mim para me despedaçar. Ele jura que Layla voltará. Ele me lembrou dos seus problemas de abandono e de se ajustar à vida desde que Abuela faleceu. A leve sensação persistente de que ela nunca seria capaz de abrir sua mente está muito perto da realidade para mim agora.

Eu continuo batendo o saco até que riachos vermelhos de sangue escorrem ao longo de todos os meus dedos. Minhas costas suadas batem na parede. Eu afundo até que minha bunda bata no chão de cimento frio da academia. Eu chuto minhas pernas sobre a esteira na minha frente e bato minha cabeça na parede. Eu fiz todos os treinos que o meu corpo é capaz.

Eu preciso dela. Minha cabeça está tão fodida. Não há nenhuma chance de evitar a tempestade tórrida que é Layla. Antes que meu cérebro possa brincar comigo, meu telefone toca. Eu inclino a cabeça para o lado para ver a tela. Eu pisco uma vez, duas vezes e três vezes para ter certeza que eu estou lendo o nome correto. Layla.


Layla: Você tem tempo para conversar?


Pego o telefone, passando o dedo sobre a tela. Os três pontos no fundo saltam para cima e para baixo, meu coração batendo bem junto com eles.


Layla: Podemos ir no restaurante tomarmos café e dunets?


É sériO. Meu corpo sacode em ação, disparando um texto de volta.


Eu: Quando? Eu estarei lá.


Layla: Vinte minutos.


Eu: Parece bom.


Paro de digitar querendo dizer muito mais, mas não querendo assustá-la. Digito várias vezes, mas no final apago tudo, exceto — parece bom. Eu estou nos meus pés, virado e pronto para correr para as escadas do meu apartamento quando colido em outro peito.

— Com pressa, tigre? — Jag coloca a mão nos meus ombros.

— Ela me mandou uma mensagem de texto. Quer me encontrar. — Dou um passo para trás, passando uma mão pelo meu cabelo.

Jag está em suas típicas roupas, as que ele usa quando está saindo para perseguir um rabo. Seu maldito jeans skinny rasgado, Henley apertada, e cabelos penteados. E, normalmente, neste estado, sua bunda está em chamas para sair pela porta. Ele me choca quando recua e relaxa em um banco.

— Vá com calma com ela, Cruz. — Ele descansa os cotovelos sobre suas coxas. — Eu sei que você tem as melhores expectativas para ela, e pode até estar perto de dizer que a ama. A coisa é que Layla foi decepcionada e quebrada por pessoas em sua vida, exceto por seu pai e Abuela. Ela perdeu um deles. Ela está em casa e confusa e se apaixonou por você.

Eu rosno, ficando frustrado e chutando a borda do tapete. — Vá em frente, Jag.

Eu odeio suavizar a merda. Jag está correndo em círculos agora tentando me dar o golpe suave. Não tenho tempo para essa merda.

— Seja honesto com ela. Você se manteve quieto desde que chegou aqui. Droga, nós somos um bando de irmãos que gastam quase vinte horas por dia juntos nessa academia, e eu ainda não sei nada sobre você. Ela merece saber tudo isso, não importa quão feia é a verdade ou se ela abre velhas feridas para você. —Ele se ergue, ajusta a virilha de sua calça e acena para mim.

Abro minha boca, mas não sai nada. Eu assisto enquanto Jag sai, como se ele não tivesse dito nada. Em vez da fúria e do medo, a ansiedade me percorre. Um grande, brilhante, bastardo de um farol de bom senso.

Estou voando sozinho na vida desde a morte do meu pai. Inferno, consegui chegar até aqui e voltar para o ringue mastigando merda. A única coisa que falta e a parte mais importante, era alguém me dar um tapa na cabeça para me dizer quão grande idiota eu estava sendo. Eu não tinha ninguém para fazer isso — não até alguns momentos atrás.

Ao longo dos últimos três dias, percebi o grande erro que cometi mantendo meu passado no passado. Inferno, era aparente logo de cara que Layla teve problemas com sua mãe por abandonaná-la, juntamente com suas preocupações com a saúde de seu pai, para não mencionar o processo de luto que ela está passando agora. Seu ex idiota jogando merdas na sua cara. Então eu, o cara que a quer, que a ama, bateu direto em seu rosto escondendo meus problemas.

Eu corro para subir as escadas para o meu apartamento, não esperando a água do chuveiro aquecer antes de saltar. A visão de Layla sentada em uma cabine segurando sua caneca de café, mordendo seu lábio inferior, nervosa, por achar que não vou aparecer é uma visão que eu nunca quero que aconteça.

Estou fora do chuveiro antes que a água tenha uma chance de aquecer, secando com alguns toques da toalha e correndo ao redor da sala, puxando as calças pretas de treino e finalmente arrastando uma camiseta da academia. Eu aliso minha mão sobre o logotipo, sabendo que as duas pessoas mais importantes no meu mundo, que nunca tiveram a chance de se conhecer, criaram este logo. É uma merda poderosa me aterrando. Não tenho mais dúvida de que estou bem onde eu pertenço. Eu pensei sobre isso muitas e muitas vezes, mas hoje quando eu corro para os degraus, não há dúvida.

Eu abro a porta do restaurante . O sino suspenso canta quando eu entro. O lugar está deserto, o que me faz relaxar um pouco. Eu vou contar todas as verdades, então não restará nada entre Layla e eu. Seremos apenas nós. Pode ficar complicado e confuso e não ter uma multidão é um bônus. Tenho certeza de que Layla vai querer levar isso com calma e dissecar toda a merda. Porra. Ela não vai fugir de mim esta noite.

Eu peço água para mim e uma variedade de donuts para Layla juntamente com seu novo café favorito, moccha de chocolate branco com uma pitada de canela. O sino da porta toca novamente assim que a garçonete coloca o pedido sobre a mesa.

— Qualquer outra coisa, querido? — A garçonete que tem idade para ser minha avó não é tímida sobre suas táticas de paquera. Ela coloca a mão no meu ombro e agita seus cílios.

Limpo minha garganta e aponto para Layla, que está parada ao lado. — Estou bem agora. Minha namorada está aqui.

Os olhos do Layla se arregalam e suas narinas acendem. É bonitinho. Realmente. Ela ainda está chateada. Seu temperamento está pronto para dançar o tango. Eu posso aguentar e espero levá-la para a cama mais tarde esta noite.

A garçonete se desloca acariciando excessivamente o meu ombro e eventualmente sai. Layla mergulha para baixo no seu lado da cabine e escorrega para o centro. Seu cabelo está preso no topo de sua cabeça com fios ondulados emoldurando seu rosto. Apenas a quantidade perfeita de seu ombro escapa para fora do moletom.

— Porra. — Isso sai como um rosnado, mesmo que fosse apenas um pensamento.

— Como? — Layla se inclina, descansando seus cotovelos no topo da mesa, empurrando para cima seu decote perfeito.

Ela estava esperando para pegar a camisa de flanela com o logotipo da academia. Ela só falava nisso por uma maldita semana desde que ela fez a encomenda. Eu não estava lá para vê-la experimentar e ver a alegria na reação dela. Ela trata cada novo vestuário como se fosse um presente de Natal.

Eu limpo minha garganta, me inclinando para a frente e estendendo uma mão, esfregando-a sobre o braço dela. Ela estremece, mas não se mexe. Sua pele está seca onde o gesso foi colocado. Eu mordo o interior da minha bochecha para impedir o palavrão que quer sair. Eu senti falta disso também.

— O que você disse? — Layla grita, puxando seu braço de volta ao peito.

— Disse porra. — Eu anuncio cada palavra.

Ela balança a cabeça e começa a deslizar para a borda da cabine. — Eu sabia que isso era um erro.

Eu sou mais rápido do que ela, pulando para os meus pés e prendendo-a quando ela se levanta. Eu chego mais perto, até que eu tenho as costas das suas panturrilhas presas ontra a cabine. Eu não pergunto; Simplesmente me movo. Enrolo meus braços ao redor de sua cintura, puxando seu peito para o meu. Eu quero mais do qualquer coisa selar os meus lábios nos dela, mas não faço.

— É seu moletom. — Descanso minha testa na dela. — Está muito sexy em você e me pegou desprevenido. Posso dizer que você não está pronta para fazer isso, mas eu não posso esperar mais um momento. Você pode correr quando eu soltar você, se é o que você quer. De qualquer maneira, você vai me escutar.

Faço uma pausa apenas para recuperar o fôlego antes de continuar. Deslizo minhas mãos por suas costas em um movimento ganancioso e agarro sua bunda. Layla permanece congelada nos meus braços.

— Eu tenho uma irmã. Não sabia disso até que eu estava mexendo nas coisas do meu pai. É uma história longa e eu vou lhe contar tudo isso. Temos a mesma mãe. A mulher que me deu para adoção, casou-se não muito tempo depois. Eles tiveram uma filha.

— Por que escondeu esse segredo de você? — Ela sussurra, trazendo suas mãos até meu queixo.

— Eles são corruptos. Na política, como eu lhe disse. Meu pai deixou uma explicação em uma carta. Você pode ler se quiser. Ele temia que sua obsessão por dinheiro, poder e ganância seria uma situação tóxica e perigosa para mim.

— Mas por quê? — Ela reage novamente, a ponta dos dedos cavando nas minhas bochechas.

— Eles não gostam de lixo como eu. Isso mancharia sua família perfeita no papel. Eu descobri exatamente o quanto eles demoram para levar o lixo para fora.

— Cruz, — ela suspira, pressionando seus lábios nos meus por um segundo, — você não é lixo.

A simples sensação dos seus lábios sobre os meus, me dá esperança. Um pedaço em que eu agarro para conseguir dizer o que mais precisa ser dito. É feio não importa como você o corte. Mas está na hora de arrancar a tampa da garrafa de segredos que me manteve cimentado no passado.

— Aos olhos deles eu sou. — Eu escovo os meus lábios contra os dela, roubando um beijo casto. — Precisamos nos sentar. Tudo bem, querida?

Ela acena. Passo meu dedo sobre o seu lábio inferior e depois trago-o à minha boca, saboreando-a. Isso me alimenta para continuar com o que eu tenho que compartilhar.

Quando estamos instalados na cabine, cada um em um lado e Layla tem café em uma mão e um donut de chocolate polvilhado na outra, começo a falar.

— Eu descobri que eu tinha uma irmã. Você sabe essa parte. Eu fui à procura dela e me deparei com muito mais. Breve versão curta, Chloe deixou seu marido abusivo. Ela fugiu para sua segurança. A coisa é que ela fez uma ameaça à política em que todos eles estão se afogando. Em vez de deixá-la em paz, mandaram alguém para matá-la. Foi quando eu estava escondido na cidade buscando coragem suficiente para me apresentar. Eu intervi e tentei ajudar. — Eu solto minha cabeça — Esta parte é sempre a pior para falar.

Layla alcança por cima da mesa segurando o topo da minha mão em um gesto de confiança. — Vá em frente, querido.

— Seu ex-marido bastardo bateu nela enquanto ela estava dirigindo. Chloe sobreviveu, mas ela estava grávida de gêmeos e perdeu os dois. As palavras finais ficam alojadas no fundo da minha garganta. Demora muito tempo antes de eu falar novamente.

— Chloe tem uma nova família agora. Seu marido, Kip, é um grande cara e aquele homem está nos incentivando a trabalhar em nossa relação. Então, eles têm seus amigos loucos Zane, Ava, Rhett e Darby. Eles são mais do que amigos e até mesmo familiares; é difícil de explicar.

— Demorou um inferno para Chloe se recuperar disso, mas com ajuda deles, ela está se curando. Eu ainda vislumbro pedaços de dor assombrando suas memórias de vez em quando. É a única coisa pela qual eu nunca vou me perdoar. Eu deveria ter matado o filho da puta antes que ele tivesse a chance de machucá-la.

— Baby, — Layla suspira. — Isso é horrível. Eu sinto muito.

Levanto a minha cabeça para encará-la. — Eu carrego a culpa. Eu tenho vergonha disso. Chloe e meu relacionamento com ela ainda é um trabalho em andamento. Estamos em boas condições e tudo, mas quando você se conecta com alguém quando não nos conhecíamos? O marido dela, Kip, é incrível e ajuda muito.

— Então é por isso que você sai? Você vai visitá-la? — Ela pergunta.

Eu aceno. — Eu estou me esforçando. É uma droga com o treinamento, então, quando você entrou na minha vida, foi ainda mais difícil. É quase como uma delicada peça de vidro que está esperando para quebrar em pedaços. Parece ser o ciclo da minha vida.

Layla não responde. Em vez disso, ela se levanta e desliza no meu lado da cabine. Estendo meu braço ao longo da cabine e deixo Layla decidir quão perto ela quer estar. Ela não deixa nenhum espaço entre nós se enterrando ao meu lado. Ela acaricia o lado de sua bochecha no meu peito, enfiando o braço em volta da minha cintura e eu sigo o exemplo, deixando meu braço cair da parte de trás da cabine e beijo o topo de sua cabeça.

— Eu sinto muito, mi amor. — Eu a beijo novamente. — Eu nunca deveria ter escondido isso de você. Não é algo sosbre o qual eu falo. Minha vida virou de cabeça para baixo no dia em que meu pai morreu. Minha bolha no mundo estourou para sempre. É uma luta enfrentar e aprender a depender dos outros.

— Eu compreendo, — ela sussurra e levanta o rosto. Lágrimas escorrem. — Eu exagerei. Acontece de vez em quando. As minhas inseguranças do passado nunca estão muito longe.

Os cantos dos meus lábios aparecem em um sorriso. — Parece que somos completamente feitos um para o outro e a comunicação pode ser a chave.

Ela concorda, mas as lágrimas não param de cair. Faço o meu melhor para pegar cada uma com o meu polegar. São muitas.

— Há coisas que eu também não lhe contei, — ela sussurra, o nível de sua voz abafado por um soluço.

— Ei. Não há nada que você possa me dizer que vai me afastar de você.

Ela estremece. Não é a melhor escolha de palavras da minha parte. Mas se eu aprendi uma lição com isso é que eu tenho que colocar tudo em preto e branco. Não há mais àreas cinzentas persistentes entre nós.

— Layla, diga-me quando estiver pronta. Seu passado não tem poder sobre nós. É sério.

Os olhos dela vibram fechados e seus soluços acalmam. — Podemos comer, depois conversar na sua casa?

Minha mão segura o lado do rosto dela, puxando seu rosto para o meu. Nossos lábios se tocam enquanto falo cada palavra. — Eu vou ver você comer, baby. Além disso, nunca mais. Eu me recuso a passar uma noite sem você na minha cama. Você pode concordar com isso, Layla? Porque do jeito que eu vejo, não há outra opção.

— Sim. — Ela me beija com ternura. — Sim, Cruz, eu amo você.

A garçonete limpa a garganta. Nós nos separamos de forma lenta, nenhum de nós queria se largar. Esta conversa em um restaurante não era a melhor das ideias. A parte importante é que estamos conversando, reparando, e dando o próximo passo em direção ao nosso futuro.


Capítulo Vinte

Layla

 

 


— Cruz, não posso falar sobre isso. — Eu me sento na beirada da cama ao lado dele, nossas coxas pressionadas uma contra a outra. — Eu sei que estou sendo uma pirralha mimada e egoísta, agora, mas eu tenho um segredo meu. Um que é tão doloroso que eu não posso fazer isso agora. Papi e Abuela são os únicos que sabem sobre isso. Eles são os que eu poderia recorrer e falar sobre isso em detalhes, compartilhando todas as minhas preocupações e ansiedades. Eu prometo com tudo o que eu tenho que um dia vou compartilhar isso com você.

Faço uma pausa, estudando as características de Cruz, tentando avaliar a reação dele. Ele não mostra nenhuma. Seu rosto é uma pedra fria. Eu continuo, sabendo que é injusto depois do jeito que eu joguei.

— Eu sei que estou pedindo o mundo quando eu só tenho um centavo para comprá-lo. Mas por favor, seja paciente comigo. Quando eu vi aquele texto piscando em sua tela... eu pensei em minha melhor amiga montando Ash, e o quanto isso tinha me devastado. Eu não estava nem perto. Eu vi o cabelo de Shelby fluindo ao redor dos seus corpos nus, tirando de mim tudo o que eu sempre desejei. Olhando para trás, eu sou grata que eu os peguei. Não há nenhuma maneira no inferno que eu teria ficado com Ash. No entanto, eu percebo o quão horrível eu estou sendo com você e quão egoísta eu estou sendo agora. Eu virei, e me descontrolei. Papi sempre me avisa sobre meu temperamento latino. Eu entendo se você me pedir para sair esta noite porque eu sou uma cadela sobre honestidade, verdade, e acabei virando as costas para você. Se você quer que eu saia, eu entendo perfeitamente, Cruz.

Ele pula da cama sem nenhum aviso, andando de um lado para o outro, passando as mãos sobre a cabeça. Agora que eu percebo a barba de vários dias de crescimento, salpicando seu queixo. Eu fiz isso com ele. Consequências naturais, dizendo melhor. Magoei o homem que eu amo com minha raiva gananciosa. Me dói mais do que eu posso explicar.

— Layla, chega! Ele ruge. — Apenas cale a boca.

Eu recuo em suas palavras. Cruz cai de joelhos na minha frente, antes que eu sequer consiga juntar a frase.

Suas mãos grandes cobrem a parte superior das minhas coxas, os dedos cavando nelas. — Eu entendo. Provavelmente entendo mais do que qualquer outra pessoa. Acho que é justo? Inferno, não. Mas não estou prestes implorar pra você, para alcançar o meu desejo de saber. Eu confio em você, Layla, mas isso não vai funcionar se você não compartilhar comigo. Você tem que confiar em mim também.

— Eu confio. Me desculpe por enlouquecer.

Ele traz uma mão na minha bochecha. — Basta! Nós já bagunçamos isso o suficiente. É hora de seguir em frente. Trabalhe em ser capaz de compartilhar tudo comigo. Você não vai me assustar, querida. Nosso passado não vai ditar o nosso futuro. Vou repetir isso até você acreditar em mim.

— Dê-me tempo. Eu vou conseguir. Isso vai me assombrar para sempre e foi a única razão que me levou a deixar esta cidade. É tão poderoso que me fez correr do meu papi e da minha abuela, as duas pessoas que significam mais para mim do que qualquer outra coisa no mundo.

— Você está dando muito poder à isso menina. Não deixe isso controlar você. Eu sei que é mais fácil falar do que fazer.

— Eu me odeio por correr. Perdi tanto da minha família. — Lágrimas rolam pelo meu rosto. — Eu nunca me perdoei por isso e não vejo isso acontecendo num futuro próximo, também.

— Ei, Ei. — Cruz se ergue e me empurra até que eu esteja deitada na cama. Seu corpo enorme me cobre, oferecendo mais conforto do que ele percebe. — Acho que já nos batemos o suficiente nos últimos dias. Vamos relaxar.

Eu inclino a cabeça para o lado escovando meus lábios sobre suas articulações cicatrizadas. — Me dói saber que isso é por causa das minhas atitudes.

— Foi minha escolha, bater, — ele responde, passando o nariz para cima e para baixo no meu queixo.

— Eu não conseguia dormir sem você, eu admito, — puxando para cima a parte de trás de sua camisa.

Cruz se ergue um pouco, me deixando retirá-la do caminho. Ele me despe até que estou nua. Escalamos até o topo da cama e nos aconchegamos debaixo das cobertas. Cruz puxa minhas costas para seu peito, me segurando apertado.

— Eu amo você, Cruz Felix, mais do que jamais pensei que poderia amar alguém.

Ele beija o ponto macio no meu pescoço, me dizendo o mesmo de volta em espanhol. Eu viro em seus braços até estarmos cara a cara. É neste momento que eu sei, sem sombra de dúvida, que eu tenho que contar tudo à ele. Depois de Las Vegas. Tem que ser assim. Eu só iria arruinar tudo o que ele trabalhou tão duro para conseguir.

Nossos lábios batem juntos. Nossos corpos começam a se mover. Cruz faz amor comigo. Minhas unhas cavam o topo dos seus ombros, simbolizando que nunca mais vou deixá-lo. Eu me recuso a permitir que o medo estrague o que temos. Não mais. Nunca mais.


Capítulo Vinte e Um

Layla

 

 


Isso é bom. É noite de luta. A academia está em pronta. Eu permaneço próximo à bilheteria para me certificar que o sistema de vendas de ingressos está funcionando corretamente. Rostos familiares passam; alguns são famílias dos lutadores, enquanto outros são fãs. É bom me sentir parte de um sistema de trabalho totalmente funcional.

Eu paro para pensar que durante todo esse tempo todo eu odiei a luta. É irônico, já que é a única coisa que me trouxe de volta à vida. O homem ao qual meu coração pertence é um lutador. Sem sombra de dúvida, será a única razão pela qual eu passei a amar a luta. Todas as memórias do meu papi vindo para casa machucado e desgastado desapareceram.

Porque agora, depois de todo esse tempo, eu entendo a razão para sua necessidade e fome de lutar. Estes homens não podem evitar. Está em sua corrente sanguínea — a adrenalina que faz seu coração bater em um ritmo constante. É a maneira que eles pensam. Não há outra explicação.

Estou prestes a fazer o meu caminho para o ringue para me certificar de que estou lá para ver todas as lutas do Trono do Diablo. Não importa se é sua primeira luta, se eles são famosos, ou se eles são um Zé-ninguém, porque todos os lutadores importam nesta academia. Eles são minha família. Estes são os homens em que meu papi acredita e dedica sua vida. Eles ganharam o respeito.

Novamente, irônico, na melhor das hipóteses. Três passos para contornar o balcão e meu braço é puxado por alguém, e eu estou girando. Eu olho nos olhos que são iguais aos meus. Minha mãe. O rosto dela é frio com nada mais do que ressentimento e ódio irradiando para mim. Eu nunca vou entender por que ela me odeia tanto. Mas tudo o que sei é que ela faz.

— Layla, minha querida, aonde você vai?

Eu me recuso a me entregar como da última vez e provocar uma cena. Eu me comprometo a não deixar minha raiva explodir, manchar ou diminuir alguma coisa sobre a luta desta noite. Sim, seria fácil me debruçar sobre ela agora e dizer a ela tudo o que quero. Não é a hora. Eu poderia tão facilmente dar-lhe um gancho de direita, colocando sua bunda no chão do ginásio que meu pai construíu. Seu império.

Mas não é a hora e nem o lugar. Eu percebi que minha mãe nunca quis ser a esposa do meu pai ou minha mãe. É simples assim. Posso cortá-la e dizer a ela o que eu quiser, mas é assim que tudo pode desmoronar. Eu não vou perder mais meu tempo tentando descobrir o por quê.

Eu solto meu braço do seu aperto e continuo no meu caminho só para ser puxada novamente pelo abraço. Desta vez é o rosto de Ash na minha frente. Aqueles olhos uma vez brilhantes que costumavam me deslumbrar agora me enojam. Ele se aproxima o suficiente para que eu possa sentir o cheiro do perfume barato que ele usa. O cheiro forte, um aroma exagerado de madeira e frutas me faz mal, me levando de volta ao passado.

Ele não percebe o quão desconfortável eu estou e continua invadindo meu espaço. Eu preciso sair daqui; Isso não está indo bem. Se meu pai, Cruz ou Jag verem isto, esta academia entra em erupção, e tudo aquilo pelo qual trabalhamos tão duro nos últimos meses pode acabar. Porra. Isso não vai acontecer.

Eu empurro de volta novamente, dando um passo para longe dele. Eu mantenho meus lábios fechados não deixando uma palavra sair deles. E há um de coisa monte para liberar.

O olhar chocado de Ash em suas feições acende-se com o fato de que ele está surpreso que eu saí de forma silenciosa, sem escandalos. Vejo isso aparecer em suas feições. Ele não tem mais controle sobre mim. Ele arruinou a minha vida por anos, e agora o jogo acabou. Ele quer, mas não tem mais controle sobre mim.

— Layla, parece que você ganhou uns quilinhos. Talvez você precise cortar alguns dos alimentos que você está consumindo com seu chamado campeão.

Eu cruzo meus braços e dou mais um passo para trás. Eu não vou me envolver. Eu repito várias vezes na minha mente. Eu não vou me envolver. Existem apostas mais altas. Há homens que têm estado treinando ininterruptamente, ajustando seus corpos para se tornarem uma máquina de combate. Não permitirei que meu orgulho interfira agora. Eu mantenho meus lábios selados e não digo uma palavra.

Ash pode continuar a jogar todos os jogos mentais que ele quiser, porque parece que ele só é campeão nisso. E isso é foder com alguém para se sentir melhor. Sim, ele pode ser um menino grande com músculos. Mesmo que ele seja um peso pesado, eu apostaria todas as minhas economias que um peso leve do Trono do Diablo poderia chutar sua bunda. Porque suas mentes são fortes. Eles não precisam se rebaixar a fazer jogos mentais.

Ash lança a cabeça para trás, rindo. Não sei o que há de tão engraçado nestes últimos trinta segundos, mas ele com certeza encontrou algo para rir. Ele se move tão rápido que não tenho chance de reagir. Ele se inclina para frente, olha para baixo e cospe. Um fluxo de saliva grossa voa de sua boca até a ponta do meu tênis.

Sua saliva aterra bem aos meus pés na esteira do Trono do Diablo. É preciso tudo dentro de mim para não reagir. Eu quero tanto quebrar minha mão de novo. Eu usaria um gesso rosa para o resto da minha vida para estourar o presunçoso sorriso em seu rosto. Minhas unhas cavam na palma da minha mão enquanto eu tento liberar a raiva e aumentar a pressão.

Ele continua a falar sobre o passado e o quanto a academia dele é melhor do que a nossa. E como ele não pode esperar para levar Cruz para baixo em Las Vegas. Blá. Blá. Porra, blá, blá. Faço o meu melhor para jogar tudo fora, não absorvendo uma única palavra do seu discurso odioso. Sinto um braço em volta dos meus ombros. Olho à minha esquerda e vejo Cruz; minha adrenalina sobe, sabendo que nada de bom pode sair nesse cenário. Entro em pânico.

Minhas mãos ficam úmidas e instáveis e minhas entranhas tremem, porque sei que Cruz jogaria tudo fora para me proteger. Ele derrubaria Ash, aqui e agora e o transformaria em uma polpa sangrenta. Se acontecer alguma coisa, seria o fim do jogo. Nem Ash nem Cruz estariam lutando em Las Vegas.

Cruz me choca quando ele se inclina e sela seus lábios contra os meus. O meu homem pensativo me beija, mostrando seu amor eterno para mim. Não é um beijo rápido ou um beijinho nos lábios. Não, ele desliza sua língua ao longo da costura dos meus lábios, até eu abrir para ele e faz uma dança, como uma luta, combinação de chutes em minha boca com sua doce língua me saboreando. Ele me deixa derretida em uma poça de êxtase na frente de toda a tripulação de idiotas.

Eu esqueço tudo, menos o homem que está me beijando, me prometendo tudo em um ato tão simples.

Cruz puxa para trás, mantendo a mão firmemente na minha bunda. — Certifique-se que você esteja pronta querida, depois que eu ganhar meu jogo hoje à noite, vou precisar de você no vestiário, nua e pressionada contra mim. Te amo, baby.

Ele murmura a última frase nos meus lábios, seguida de um beijo casto. Ele leva embora toda a raiva e apaga a vingança. Ele tira tudo. Cruz dá à minha bunda um aperto suave antes de sair. Ele confia em mim para segurar a mim mesma e usar minha calma. Essa mensagem silenciosa me fortalece.

— Você sempre foi uma prostituta, — repreende o pai de Ash.

Eu olho para o olhar frio e morto da minha mãe, enquanto eu respondo para ele. — Aprendi com a melhor.

Mantenho minha cabeça erguida e ombros retos enquanto vou para a primeira fila para assistir as lutas. Meu coração bate de encontro ao peito. A raiva não nunca vem. É uma pequena vitória. E eu vou tomá-la uma e outra vez. Eles podem ser maus o quanto eles quiserem, mas eu me recuso a ser uma vítima disso.

Eu relaxo de volta na cadeira de metal dobrável, observando a equipe da Academia prepara um lutador. A luta começa, iniciando o torneio de hoje à noite. Só posso pensar no futuro próximo e no meu tempo no vestiário.


Capítulo Vinte e Dois

Layla

 

 


O perfume de Cruz me envolve enquato eu saio do seu chuveiro. A única coisa que falta é ele. Pai não desistiu das minhas aulas de treinamento e auto-defesa. Eu admito que eu era uma idiota sobre as travessuras, mas me encontrei apreciando-as, especialmente quando Cruz testa as minhas habilidades. Acabamos sempre em uma bagunça emaranhada onde estamos, de forma que as nossas roupas estão fora, e estamos fodendo. Então, sim, estou amando aprender defesa pessoal.

Meus músculos gritam enquanto a cama de Cruz chama meu nome, mas em vez disso, eu me apresso em colocar roupas limpas. Elas cheiram como a nova colônia de Cruz, uma mistura de couro, uma pitada de laranja doce e muito sexo. Eu poderia tomar banho com ela. Puxo meu suéter do Trono do Diablo e entro em um par de calças de ioga pretas apertadas. Eu juro que me ver assim na academia, é uma das preferências de Cruz, é um exercício extremo de treinamento, de força mental e controle para o homem.

Eu corro para a cozinha, terminando de amarrar meu cabelo em um coque bagunçado. Ele estará encaracolado esta noite para a luta, da maneira que Cruz gosta. Eu agarro a última bolacha da caixa e corro pelas escadas. Com meu tempo extra, todo gasto na nova linha de roupas de ginástica, eu estou afogada na papelada e ainda organizando a luta final aqui na academia.

Os sons familiares da academia ecoam para cima e para baixo na escada enquanto eu corro enfiando a metade de uma Pop-tart na minha boca. Dou um passo em direção à mesa e ouço meu papi gritando meu nome. A voz dele deixa todo mundo paralisado.

— Jesus, Papi, — eu sussurro para mim mesma e balanço a cabeça.

Ele avança para mim, gotas de suor escorrendo pelo seu rosto. — Você viu o depósito que eu deixei na mesa?

— Desde que eu não consegui chegar até a mesa, as chances não estão a seu favor, velho. — Dou-lhe uma torção de cabeça malcriada e enrugo o nariz.

Isso me faz ganhar um sorriso. — Não banque a engraçadinha, pequena. Preciso que você leve isso para o banco.

Eu olho para o relógio gigante na parede e observo que tenho seis minutos para chegar ao banco. Eu gemo. Eu acabei de tomar um banho pelo amor de Deus. O banco fica a apenas quatro quarteirões. Não faz sentido dirigir até lá. E com meus limites de tempo, vai ser um tipo de combinação de corrida lenta e caminhada.

— Ok. — Dou um tapinha em seu ombro, começando a sair.

Papi pega meu pulso me puxando de volta ao peito. Ele envolve seus braços em volta de mim, dando-me um dos seus famosos abraços, terminando com um beijo no topo da minha cabeça.

— Eu já lhe disse ultimamente como estou orgulhoso de você, garota?

Eu olho para o homem mais forte que eu conheço e torço meus lábios. — Não.

— Bem, eu estou. Você tem esta academia vibrando com vida com as novas adições, e você se superou mentalmente e fisicamente. Essa merda é brutal. Você está fazendo isso. Estou muito orgulhoso de você, hija8.

Um sorriso genuíno cobre meu rosto. Eu pisco para Papi e corro para a porta. Eu estou fora da academia e correndo pela calçada e percebo que eu nem sequer olhei para Cruz. Eu paro e quase me viro para enviar-lhe uma piscadela, mas penso melhor. Papi foi muito sério sobre fazer este depósito no banco a tempo. Eu o tenho pressionado para utilizar serviços bancários on-line. O ditado não podemos ensinar a um cão velho um truque novo combina muito bem com esta circunstância.

Abro a porta do banco com um minuto de sobra. Guardo a dança da vitória feliz pronta para estourar fora de mim à vista dos caixas descontentes me enviando punhais pelos olhos. Eu nunca vou entender as pessoas que trabalham pelo relógio ao invés de fazer um bom trabalho. Eu aproveito e caminho vagarosamente para o caixa. Sim, não me dá nenhum bônus.

As portas travam atrás de mim no segundo em que eu saio.

— Idiotas, — eu sussurro, dobrando o recibo de Papi e colocando-o no meu bolso.

Um velho sinal familiar chama a minha atenção. A loja de Abuela. A única em que ela ia fazer compras. Ela ia toda quarta-feira e tinha a mesma lista de compras. Antes que eu perceba, estou atravessando a rua e abrindo as portas.

—Dios Mio. É realmente você, Layla? — Maria sai de trás do balcão, repetindo a mesma pergunta várias vezes em espanhol.

— Sim. — Eu sorrio e entro em seu abraço.

— Ah, doce criança. Como tem passado? — Ela pergunta em espanhol.

— Eu estou bem. Muito bem. — Eu tenho que forçar as palavras antes que eu perca a coragem de dizê-las. —Yo quiero hacer tamales como mi abuela6.

—Sí. Sí. Ela está subindo e descendo os corredores antes que eu diga outra palavra. Os olhos de Maria se acendem quando eu peço para ela me ajudar a reunir os ítens para os tamales da Abuela. Ela tagarela em espanhol, lembrando-me de não perder certas etapas. Maria tem minha cesta cheia em nada menos do que cinco minutos.

— Eu cobro na conta do seu papi. — Maria ficha todos os itens e anota o total em seu caderno gasto.

Ela sai de trás do balcão, pega minhas duas mãos, inclina a cabeça e começa a rezar por mim em espanhol, sua voz tão reverente e gentil. Mesmo que ela seja uma mulher idosa, ela é forte e feroz. Mais poderosa do que qualquer outra pessoa. As lágrimas ardem no canto dos meus olhos. Eu não as deixo cair enquanto a ouço murmurar as linhas finais da oração em espanhol.

As quatro sacolas de plástico balançam no meu pulso ao atravessar a rua. Estou perdida no momento mágico que tive na loja de Maria, não prestando atenção ao meu entorno. Meu tênis escorrega na calçada me enviando para a frente. Eu consigo me manter de pé antes de comer um pedaço de asfalto.

— Caramba, essa foi por pouco, — eu sussurro para mim mesma.

— Sim, foi, — um uma voz profunda cresce ao mesmo tempo que uma mão forte envolte meu bíceps, me empurrando para o beco.

— Ei, — eu grito.

A pessoa não para. A sacolas de compras penduradas em meus pulsos tornam impossível que eu tente socar meu agressor. O ritmo da pessoa acelera. Eu caio de joelhos. A superfície dura e arenosa do asfalto cortam através do material da minha calça de yoga. Eu suspiro de dor, enquanto um tremor frio dispara em minha espinha.

Quando aquele que está me arrastando para, meu corpo todo cai no chão imundo. Tento fugir. Me sento, lutando para conseguir me orientar. Mas meus braços estão enrolados em um monte de sacolas. Quando eu tiro o cabelo caído do meu rosto, eu olho para cima e vejo Ash. Meu sangue corre frio, uma sensação absolutamente aterrorizante e sibilante me atravessa.

Ash nunca encostou um dedo em mim, quando estávamos juntos. Ele chega e me pega pela frente do meu moletom, me puxando para cima.

Ele não demonstra remorso. Cada uma das suas ações são calculados e más. — Você já contou a ele sobre o nosso bebê?

— O que você está fazendo, Ash? — Eu vacilo quando ele joga a perna para trás.

A ponta da sua bota colide com o meu lado e tira meu fôlego. Sua risada maligna preenche as paredes do beco.

— Eu lhe fiz uma pergunta, Layla. Responda-me. Você contou a ele sobre o bebê?

Deixo as sacolas cairem no chão e ele olha direto nos seus olhos, me levantando para os meus pés. Não vou mostrar medo. Ele pode ser tão mau quanto ele quiser, e inferno, até mesmo me dar uns socos, mas não vou ceder e mostrar medo.

Eu endireito meus ombros. — Não é da sua conta, Ash.

Antes que eu tenha a chance de me afastar, ele agarra meu moletom, me puxando em direção a ele e me gira, batendo minhas costas contra a parede. A dor irradia através de mim, do meu couro cabeludo até as pontas dos meus dedos.

Ash se aproxima do meu rosto. Cuspe pulveriza com cada palavra que ele fala, atingindo a minha pele.

— É da minha conta, Layla. Meu bebê que foi feito com você. Eu quero saber o que você disse ao seu novo brinquedo sobre o nosso bebê. Não vou me repetir, Layla.

O treinamento da Academia vem até mim tão claro e silencioso, como águas cristalinas. Eu sei o que fazer. Acalmo minha respiração, sorrio para ele e demoro um segundo para me orientar. Eu levanto meu joelho com tanta força que ele não vê isso acontecer. Ele se move na hora certa. Meu joelho se conecta com a coxa dele. É o suficiente para afastá-lo. Eu tento desferir mais alguns socos. Aterro um direito em sua garganta, assombrando-o.

Eu reconheço o meu erro imediatamente. Isso o machuca. Mas ainda mais o irrita, desencadeando um acesso de raiva em Ash do tipo que eu nunca vi antes.

— Deixe-me ir. — Eu luto contra seu aperto.

— Filha da puta. — Em um flash, Ash derruba sua testa na minha, batendo forte. — Você deveria ter feito um aborto, mas a toda-poderosa Layla nunca poderia jogar pelas regras de qualquer outra pessoa. Você sempre foi uma vadia metida.

— Por que você está fazendo isso? — Emoção e lágrimas me alcançam, assombrando cada palavra.

— Porque você me fez parecer um idiota. Agora você volta e está morando com a minha concorrência. A única maneira de chegar a ele é através de você, Layla. E acredito que ele vai receber a mensagem alto e claro quando eu acabar com você. — Ele se aproxima com uma das mãos desfazendo o cinto de sua calça jeans, enquanto mantém a outra mão apertando minha garganta. — Vou pegar o que é meu.

O pânico se instala. Isso não é um jogo mental. Isso é real. Ash perdeu a cabeça. Ficou louco. E eu sou o alvo. Eu luto com tudo que eu tenho, chutando e batendo. O movimento no canto da rua chama minha atenção. Há mais dois corpos no canto observando tudo.

Espremo meus olhos até que eles entram em foco, e eu continuo a lutar contra Ash. Minha mãe. O pai dele. Eu vou abrir minha boca para gritar por ajuda. Um grito mutilado escapa de mim. Ash aumenta seu aperto.

— Basta, Ash. — Seu pai se aproxima de nós. — Você já fez o seu ponto.

Ash ignora seu pai, me batendo enquanto tenta abaixar suas calças.

— Mãe, — eu imploro. Isso sai como um chiado. — Me ajude.

Ela vira o rosto, me ignorando completamente, como se eu fosse uma estranha para ela e não seu sangue.

— Ela voltou para cá porque pagamos a ela. Sabia que estava sob a pele do Boss. Tive que chocar o filho da puta para distraí-lo.

Ninguém vai me ajudar. Ash vai me machucar. Eu não tenho opções, então eu olha para o filho da puta usando palavras para enfraquecê-lo.

— Você sempre jogou sujo, a única maneira que você pode ganhar. Você está com medo dele. Cruz. Ele vai vencer você. Você não tem a porra de uma chance, Ash.

Minhas palavras o atingem, machucando-o tanto que ele está me infligindo dor. Ele revida com seu punho, desembarcando golpe após golpe no meu rosto, estômago e diretamente no meu peito. Sua raiva o distrai de me estuprar. Minha mãe caminha para trás enquanto seu pai tenta tirar Ash de mim.

— Já chega. Você está estragando tudo, filho. Você ia assustá-la para atingir Cruz. Mas não isso!Você está fodendo tudo.

Ash acotovela seu pai enviando-o para trás, depois concentra toda sua atenção em mim. Todo o meu corpo fica dormente. A dor desaparece enquanto líquido quente escorre pelo meu rosto atrapalhando minha visão, até que tudo fica preto.


Capítulo Vinte e Três

Cruz

 

 


— Layla já está de volta? — Eu me inclino no balcão tomando um grande gole da minha garrafa de água.

— Deveria. Ela saiu há horas. — O Boss não olha para a papelada que está estudando. — Conhecendo aquela garota, ela provavelmente se distraiu. Só espero que ela tenha feito o depósito no banco no prazo.

— Isso não é típico dela, — eu murmuro, colocando minha garrafa de água de volta no balcão.

Isso chama a atenção do Boss. Ele olha para mim, levantando uma sobrancelha. — Ela é minha filha. Eu saberia.

— Ok, você me pegou. — Levanto as duas mãos no ar.

— Se acalme, ela deve ter se destraído no caminho. — Ele volta para sua papelada.

— Vou tomar um banho nos vestiários. Diga-lhe onde eu estou se ela voltar. — Eu bato no balcão.

— Vá, Romeu. — Ele vira os papéis que está lendo.

A primeira coisa que eu faço quando volto para o vestiário é encontrar meu telefone. Nada de Layla. Um arrepio inquietante se instala. Algo não está certo.

— Onde você está, querida? — Eu resmungo para mim mesmo.

Eu lhe envio um texto, em seguida, ligo o chuveiro. Eu espero ele aquecer e envio outra mensagem de texto. Minha mente está tão nublada com a preocupação que não me lembro se eu lavei meu cabelo ou não. Uma vez que as gotas de água foram tiradas pelo meu rosto, eu pego meu telefone. Nada, exceto os textos que enviei.


Eu: Baby, vinte minutos e estou pronto.


Eu: Pronto.


Eu: Onde você está?


Eu: Baby, ficando preocupado aqui.


Eu: Dez minutos, então estou mandando o grupo de busca.


Não vendo nenhuma reação, o pânico se instala e assume. Eu me seco tão rápido quanto posso e entro em minha roupas. Não é até que tropeço no corredor, que percebo que coloquei minha roupa de treino suja. Não paro até que consigo voltar para a mesa do Boss.

— Ela voltou?

— Não. — Ele se ergue de sua cadeira de escritório.

— Algo está errado. Ela não respondeu as minhas mensagens.

— Acalme-se, Cruz. — Ele pega seu telefone e coloca-o no ouvido.

Os toques ecoam em torno da academia, seguidos da saudação pateta de Layla.

— Olá? Olá? Ei, você aí? Hellllooo.

A saudação familiar que ouvi tantas vezes. O rosto do Boss cresce uma sombra mais clara. Eu posso ver sua preocupação desesperada se instalar. É o suficiente para me deixar em pânico.

— O que vamos fazer? — Eu caminho para a frente e para trás, esperando que a ação me traga uma ideia.

— Jag, Jett, Blake... — O Boss grita nome após nome.

Os lutadores entram correndo. O Boss não perde tempo dizendo-lhes o que fazer.

— Layla não voltou desde que saiu para levar o cheque ao banco. Ela não está atendendo o telefone. Precisamos encontrá-la. Eu quero a metade de vocês a pé e o resto em seus malditos veículos à procura dela. — Me chame, — ele bate em seu peito, — quando encontrá-la.

Pegamos nossas próprias direções para fora pela porta da frente. Eu vou para o banco. A calçada está vazia. Eu estava pensava encontrá-la visitando um velho amigo. Não tive essa sorte. Eu corro para o banco e nada. Atravesso a rua olhando as lojas abertas. Nada.

— Socorro! Alguém ajude! Ligue para o 911! — A voz de Jag ecoa pelas ruas. Cada palavra irradia em uma direção diferente.

Eu corro para o lugar de onde eu acho que está vindo.

— Jag, cadê você? — Eu rosno sem parar.

— Aqui. — A única palavra soa de um beco.

Eu me abaixo e vejo a forma afundada de Jag através da luz ofuscante.

— Você se machucou? — Eu corro atrás dele.

— Para trás! — Ele empurra meu peito. — Para trás! Ligue 911 agora!

— Jag! — Eu lanço meus braços no ar.

— Agora. — Ele mantém o braço plantado no meu peito.

Eu o empurro para o lado e jogo-lhe meu telefone. Então ...meu mundo se desfaz. O corpo batido e quebrado de Layla está diante de mim. Os olhos dela estão fechados e tem uma piscina de sangue em volta de sua cabeça.

— Baby. — Eu caio de joelhos. — Oh meu Deus, baby.

Eu sei que não devo movê-la, mesmo que a única coisa que eu quero fazer é puxá-la para mim. Em vez disso, eu caio apoiando seu rosto em meu antebraço.

— Eu estou aqui. Estou aqui. Layla, abra os olhos! — Eu balanço para a frente e para trás não movendo-a. — Jag está pedindo ajuda. — Vamos, querida.

Uma voz baixa em segundo plano diz a nossa localização, e não há nenhuma garantia, não há nada.

— Eu sinto muito. Eu sinto muito.

Os sons de sirene chegam mais perto, também não oferecendo nenhum conforto. Viro minha cabeça o suficiente para ver Jag correndo para a boca do beco sinalizando por ajuda. Os paramédicos deslizam para o chão sujo daquele beco de merda. Um deles me empurra para trás. Eu vou sem lutar, deslizando de volta na piscina de sangue saindo de Layla.

— Ninguém na ambulância, — alguém ordena.

— Foda-se, — o Boss ruge.

Há uma comoção que não dura muito tempo. A ambulância rasga para longe da rua a cinquenta metros de distância.

— Vamos, cara. — Jag empurra meu ombro.

Eu não me mexo.

— Cruz, vamos lá.

Eu não me mexo.

— Filho da puta. — Ele balança o punho na direção do meu rosto. Seu punho acerta bem acima do meu olho, ardendo como uma cadela. — Bastardo.

Ele me empurra em uma posição ereta, usando minha camisa e me dá um soco no tórax.

— Acorda! — Ele aperta meus ombros. — Layla precisa de nós.

— Vo-você a viu?

— Sim, filho da puta, eu vi. Ela é uma maldita lutadora.

É verdade. Ela é. Eu dou um passo de cada vez focando no movimento até que estamos no caminhão de Jag e correndo para o hospital. Não me escapa quando paramos em frente a entrada da sala de emergência que este é o lugar em que eu conheci Layla. Foi um dos piores dias da vida dela. Fiquei assistindo quando o mundo dela e de seu pai desabava. Eu estava lá para pegá-la, nossa história se desenrolou a partir daí.

O cheiro de hospital é a primeira coisa que costumo sentir. Mas agora não há nada. O ruído de fundo está em silêncio. As paredes e imagens sobre elas começam a desfocar.

— Aqui. — Jag pega meu cotovelo me puxando para uma sala de espera.

Os lutadores se alinham na parede. O Boss senta-se mais próximo à porta, coberto de sangue. Ele parece ser a vítima, se você visse esta cena. E talvez, no final, ele será a vítima. Eu me inclino na parede perto da porta... e não digo uma palavra, porque não há nada a dizer. Cada coisa é arrancada de nós nesses momentos de silêncio.

A mulher que soprou a vida de volta para mim e para a academia agora está lutando por sua vida. Eu bato minha cabeça na parede, lutando para digerir tudo isso. Nenhuma dor se registra quando eu olho para baixo para o sangue nos meus dedos. É a parte da minha vida que se desenrola em um carretel em câmera lenta. Cada toque, beijo, riso e abraço caloroso piscam diante da minha visão. Meus pulmões se contraem, o oxigênio, tornando-se cada vez mais escasso. Estou prestes a desmaiar, até que uma memória me ataca, mais duro do que qualquer soco ou golpe que tomei em minha vida de lutador.

Layla deitada do meu lado imersa no caderno do meu pai. Ela absorvia todos os detalhes na página como se fossem uma tábua de salvação.

Longos momentos. Eu não tenho ideia se minutos ou horas passaram até que a primeira pessoa fala. Não é um de nós. Uma mulher explode pela porta em um estado maníaco, divagando sobre algo.

— Dexter! — Ela ergue as mãos no ar. — Dexter!

O Boss está em seus pés com fogo queimando em seus olhos. Eu vou até ele, puxando-o até ele cair no meu peito. Eu reconheceria aquele brilho em qualquer lugar. Ele estava pronto para derrubar, não importa se era uma mulher se aproximando.

— Dê o fora daqui! — Ele ruge, tentando jogar alguns braços.

— Dexter! — Os gritos dela ganham. — Me ouça.

— Foda-se, — ele responde. — Você a deixou há anos.

É então que eu reconheço a mãe de Layla. Eu quase solto ele, deixando o Boss destruí-la como ela merece. Algo me impede. É o pânico e urgência dançando em seus olhos. A mesma tonalidade e formato dos olhos de sua filha. Isso me irrita. Tudo dentro de mim quer deixá-lo ir. Mas eu sei no fundo da minha mente que o Boss iria matá-la. Ele iria sem sombra de dúvida.

— Eu estava lá, — ela gagueja. — Eu vi. Eu não pude impedir. Eu deveria ter...

Eu solto o Boss, jogando seu corpo instável para o lado e avanço sobre a mãe de Layla. Ela é uma mulher inteligente, afastando-se até que ela não tem para onde ir. Eu não penso. Eu reajo.

Minha mão envolve o pescoço dela, o peso do seu corpo não é nada para levantar do chão, e meus dedos começam a aplicar pressão ao redor de sua traquéia.

— Você tem três segundos antes que eu quebre o seu pescoço.

— Ash. Ele está desesperado. Seu pai fez tudo o que pode para fazer você se perder, até me trazer de volta para a cidade. Quando isso não funcionou, Ash a atacou. Ele foi longe demais. Eu vi, mas estava com muito medo de fazer alguma coisa. Eu tive que fingir nessa parte.

Deixo-a cair no chão, nem mesmo me importando quando ela se enruga como um guardanapo, continuando a falar.

— Seu pai disse-lhe para parar, mas sua inveja superou tudo.

Eu me inclino para baixo, levantando seu queixo com o dedo indicador até que ela olha nos meus olhos.

— Se alguma coisa acontecer com ela, eu vou quebrar seu pescoço. Você me ouviu? Você é a porra da mãe dela e viu isso acontecer? É melhor você lembrar uma coisa sobre mim, eu sempre cumpro as minhas promessas, sua puta.

Eu volto a me levantar e saio do hospital. O som de passos ecoam atrás de mim. Ouço meu nome, mas ignoro-o. Jag está ao meu lado quando estou na caminhonete sem as malditas chaves.

— Não, — ele avisa.

— Eu vou acabar com a vida dele, Jag. Chaves, — eu rosno.

— Cruz... — Ele não termina o último som antes que meus punhos encontre seu queixo. Minha força o derruba, deixando-o desmaiado no chão. Não sinto remorso enquanto cavo em seus bolsos. Assim que eu encontro suas chaves não perco tempo, corro para a academia da Tribo de Titãs. A estrada á minha frente nunca entra em foco. Eu não deveria estar dirigindo do mesmo jeito que aquele filho da puta doente não deveria estar respirando.

Eu pulo da caminhonete, não me preocupando em fechar a porta e entro na academia.

— Você! — Eu aponto meu dedo para Ash.

Shelby salta do colo dele, e a única outra pessoa na academia, seu pai, caminha na minha direção.

— Ela lhe contou sobre o nosso bebê, hein? — Ash empurra o queixo para mim.

— Hoje é o dia em que você vai morrer, filho da puta. — Eu cerro meus punhos ao meu lado, a raiva fervendo dentro de mim. A intensidade é algo que nunca experimentei na minha vida.

— Sai, ou eu vou chamar a polícia, — Ash esbraveja.

— Vá em frente, filho da puta. Pode ser a única maneira de você sair disso vivo é se eles chegarem antes de eu matá-lo. — Eu avanço para a frente, desviando de Shelby por milímetros. O primeiro golpe no rosto de Ash pega-o desprevenido. O filho da puta realmente pensou que eu estava aqui só para conversar.

Seu pai e Shelby gritam ao fundo. Eu vejo seus malditos nódulos dos dedos ensanguentados. Eu vejo vermelho. O cretino nem sequer teve a decência de lavar suas mãos. Ash tenta me atingir com um pontapé, mas eu esquivo e mostro-lhe como se faz, varrendo minha perna para fora e levando-o para baixo. Eu pulo sobre ele, montando-o, chovendo soco após soco em seu rosto de menino bonito. O som de ossos triturando e a sensação de sangue quente revestindo meus dedos não faz nada para acalmar a tempestade dentro de mim. Isso me alimenta.

Por mais que eu estaja acabando com Ash, ele de alguma forma manda alguns golpes nas minhas costelas. Eu o ignoro até o fim, quando uma arma é pressionada contra a minha têmpora.

— Saia de cima do meu filho, — o pai de Ash rosna.

Eu congelo, mas não me mexo. — Foda-se.

— Você tem mais uma chance antes de eu disparar esta arma e seu cérebro e sujar minhas esteiras. — Ele empurra a arma mais fundo.

— Vocês dois são filhos da puta doentes. A mãe dela nos contou tudo.

Isso gera uma reação do idiota segurando a arma na minha cabeça. Minha vida não passa diante dos meus olhos. Nada faz. Layla está em uma cama de hospital, lutando por sua vida. A arma na minha cabeça é o menor dos meus problemas.

Eu puxo meu punho de volta e o envio para o rosto de Ash. Eu nunca me movi tão rápido e com tanta força antes. Um som do estalo final dos ossos do seu rosto, ou do seu pescoço, espalha através da academia. A arma na minha cabeça treme. Ouço um rugido, alguma comoção, então nada além do som da arma disparando.


Capítulo Vinte e Quatro

Layla

 


— Vá, baby, garota. Vá.

A voz de Abuela entoa em espanhol. Suas palavras me envolvem como um manto quente e felpudo em um dia frio de inverno. Eu a ouço, mas não posso vê-la. Dou mais dois passos na escuridão. A voz dela está ficando cada vez mais fraca. Estendo uma mão, me esforçando para encontrá-la na escuridão. Nada.

— Layla. — Uma nova voz entra na minha busca.

Não é dela. Eu a ignoro, continuando a estender minha mão só para segurar nada.

— Layla.

Desta vez meus ombros estremecem. Eu caio de joelhos. Nenhuma superfície sólida os encontra. Estou flutuando no ar. A voz de Abuela agora se foi.

— Layla. — Meus ombros tremem. — Acorde. Baby, por favor, acorde.

Minhas pálpebras flutuam abertas por um breve segundo. A luz está cegando. Eu tento repetidamente. Está muito claro.

— Vamos lá. Abra os olhos, menina. Jag, vá buscar uma enfermeira.

Papi. Eu luto para falar o nome dele. Fica preso no fundo da minha garganta, nem mesmo se aproximando dos meus lábios. Me sinto cada vez mais frustrada tentando fazer meus olhos e minha boca funcionarem. Ao mesmo tempo, Papi arrulha palavras de encorajamento no meu ouvido. Ele entoa repetidamente até que finalmente me desperta.

Os meus olhos se abrem. A luz ainda está cegando e perfurando a parte de trás do meu crânio com dor aguda. Eu luto contra isso até minha visão se ajustar. Olho para a esquerda para ver Jag correr as mãos pelos cabelos. As longas extremidades na parte superior estão de pé e seus olhos cansados estão concentrados em mim. Viro para o outro lado para ver Papi pairando sobre um rosto desconhecido. Nunca o vi com tanta dor em suas feições. Nem no funeral da Abuela ou no dia que ela morreu.

Me concentro na mulher que não conheço. Demoro para descobrir que ela é uma enfermeira pelo emblema do nome pendurado em sua camisa. Então minha visão salta para as máquinas, os tubos que saem da minha pele e os cobertores ásperos em cima de mim. Tudo volta com um soco brutal no meu intestino.

Ash. O beco. Seu punho. A minha mãe. A dor. Tudo em nome do ciúme e da inveja.

— Eu vou chamar o médico. — A enfermeira afaga meu ombro com tranquilidade, mas parece que ela me apertou.

Tudo dentro de mim dói e machuca como se eu estivesse completamente aberta. A enfermeira se vira e vai embora. Papi preenche seu lugar antes que eu possa piscar ou processar outro pensamento. Eu me esforço para engolir. Minha garganta está tão seca e crua que eu a agarro por instinto. Os tubos estão ancorados nas minhas veias com um puxão de agulha, mas não sinto nada. Eu preciso de água.

Eu aperto a minha mão em volta da minha garganta e consigo soltar um ruído, uma tosse.

— Aqui. — Jag pega uma caneca grande da mesa ao lado da minha cama. — Disseram que você poderia ter alguns cubos de gelo, quando você acordasse.

Eu alcanço o cubo de gelo derretendo entre as pontas dos dedos de Jag. Eles não se movem do jeito que eu quero. Eu tento repetidas vezes, crescendo em mim um estado de pânico.

— Calma, Layla, nós a temos. — Jag coloca o cubo de gelo nos meus lábios. — Você está acordando. Você vai ficar bem.

O cubo de gelo frio derrete imediatamente contra os meus lábios. Começa molhando a minha boca seca. Eu gesticulo para mais. Jag me dá outro e me avisa para ir devagar. Por nenhuma razão, eu toco no meu rosto. Meus dedos correm ao longo de uma pele levantada e de uma atadura torcida, que corre pelo meu queixo.

— Calma, querida. — Papi agarra minha mão puxando-a ao seu peito. — São apenas pontos.

— C-r-u...—cada som sai com dificuldade. Sou interrompida, incapaz de tentar falar o nome dele novamente.

Uma equipe de pessoas entra no quarto. Seus aventais azuis e crachás os identificam como enfermeiros e médicos. Me concentro em um, tentando acenar ou balançar a cabeça em todas as perguntas dele. Uma explosão de ar atinge meu abdômen me fazendo recuar e olhar para cima. Uma enfermeira tem meu vestido levantado para trás e então um instrumento está no meu baixo ventre.

Eu recuo muito, finalmente, encontrando minha voz. Ela não sai forte e firme ainda mais uma bagunça oscilando, vacilante e dispersa.

— O que são... não me toque!

— Layla. — Ouço a voz do meu pai em segundo plano.

— Não me toque. — Tento de novo.

Suas mãos não deixem a minha pele. Elas estão em um lugar que eu odeio. Sou levada de volta para aquela época. Meu cérebro cresce nebuloso me lembrando de tudo, incluindo cada pingo de dor e agonia. Minha visão começa a desaparecer. Ouço a voz de Abuela novamente. Ela está bem no meu ouvido, sussurrando seu apoio em espanhol.

— Layla, você tem que empurrar. — A mão dela vai para a minha testa. — Você consegue, menina.

— Ela está morta, — eu sussurro repetidamente.

— Ela foi para a casa do Pai. Você tem que empurrar. Você consegue fazer isso.

Eu olho para o meu pai que está segurando minha outra mão e tem suas próprias lágrimas caindo pelo rosto.

— Ela está morta, — repito várias vezes até o pesadelo horrível acabar.

Minha visão escurece novamente, depois desaparece em cores vibrantes. Estou segurando minha bebezinha nos meus braços. Eu a seguro por horas quando devia estar em férias no Cabo. Mesmo através da dor angustiante eu sei que não quero estar em outro lugar enquanto passo meus dedos pelos seus cabelos grossos e escuros.

Abro meus olhos sem nem saber quanto tempo passou. O quarto está calmo, ao contrário da minha última lembrança. Mexo a cabeça para ver Jag enrolado em uma pequena cadeira. Seu grande corpo supera o mobiliário. Eu não perco o roxo no olho dele. É brutal com todos os tipos de cores escuras preenchendo a área. Eu me arrasto devagar na cama não querendo acordar a besta adormecida.

Meus esforços são inúteis. Cada membro está lento e dolorido. Parece que meu núcleo está cimentado na cama. Eu viro para o outro lado e vejo Papi se mexendo acordando. Ele me pega olhando para ele e está de pé em questão de segundos.

— Baby, — ele sussurra, limpando meu cabelo da minha testa. — Como está se sentindo?

— Uma merda, — eu guincho.

— Eu vou chamar uma enfermeira.

Eu agarro seu antebraço antes que ele tenha uma chance de se mexer. — Não.

Ele congela e olha para mim.

— Cruz. — Eu consigo dizer o nome dele. A única palavra que flui facilmente. Continuo a falar. — O que aconteceu? Por que estou aqui?

— Você não se lembra?

Minha testa franze porque eu me lembro de alguns flashes do que aconteceu — O banco, os tamales, o beco...

A última palavra morre na minha língua. Eu me lembro do que aconteceu. Parece tão longe da realidade, que eu tenho que ouvir de outra pessoa.

— Sua mãe apareceu depois e a levaram para a cirurgia.

— Ela estava lá, — eu o interrompo, minha voz alta e aterrorizada.

Jag salta da cadeira e está ao meu lado.

— Você está segura aqui, querida. Não vamos sair do seu lado.

— Cruz? — Pergunto novamente, insistindo na maldita resposta.

Por que ele não está aqui? Então, duas palavras ecoam na minha cabeça. O bebê. A ameaça de Ash quando ele me derrubou. Ele finalmente conseguiu fazê-lo.

— Ele foi atrás dele, — admitiu Jag.

Papai limpa a garganta em alerta.

— Não, ela precisa saber, Boss. Chega de segredos. Ela precisa saber de tudo. — Jag dá mais ênfase à última palavra.

Eu assisto meu pai soltar a cabeça e murmurar em espanhol. Não consigo entender uma palavra.

— Você faz isso ou eu farei, — Jag ameaça.

— Chega, — meu pai assobia baixinho, os músculos do pescoço flexionando e apertando o punho no trilho da cama.

— Pai? — Minha voz quebra no final.

— Cruz saiu assim que ouviu o que sua mãe tinha a dizer. — Ele deixa cair a cabeça. — Sabia que ele estava indo atrás de Ash. Jag foi atrás dele, mas Cruz nocauteou seu traseiro. Sua mãe superou todos nós e chamou a polícia.

— Deus, não, — eu suspiro, estalando meus olhos fechados.

— Ele foi para o Titãs, — Jag continua. Eu olho para ele, nem uma vez eu o vi parecendo tão aflito. — Ele atacou Ash, batendo nele quase até a morte. Ash está em coma. Não parece bom.

— Cruz. — Eu derreto na cama, sentindo as lágrimas derramando.

— O pai de Ash tinha uma arma na cabeça dele quando os policiais chegaram lá. — Jag se aproxima apertando a minha mão. — Cruz estava no meio de estrangular Ash, quando ouviu a arma disparar. Ele não foi baleado, mas está na prisão, recusando-se a ser afiançado.

Jag respira fundo. O quarto cai em silêncio. Nem uma única palavra é falada por longos minutos. Eu faço o meu melhor para digerir tudo através do meu cérebro confuso e lento. Meu mundo caiu e, desta vez, sem nenhuma promessa de construir sua base novamente. Mnha vida está em frangalhos aos meus pés.

Alguém limpa a garganta, e todos nós olhamos na direção da porta. A última pessoa que eu quero ver para a poucos metros de mim. Antes que eu tenha a chance de dizer uma palavra, ela fala primeiro.

— Ele está aqui. — Ela coloca as mãos nos bolsos. — Eu paguei a fiança, não lhe dando nenhuma opção. Ele não sabe.

Minha mãe abaixa sua cabeça e se afasta. Irônico, isso é o que ela faz de melhor.

— Ele não sabe o que? E quem? —Eu pergunto, lutando para dar sentido a algo acontecendo bem diante de mim.

Então seu grande corpo entra no meu quarto. Cruz corre suas mãos sobre sua cabeça. Parece que ele deveria ser o único em uma cama de hospital. Ele parece o inferno. Linhas escuras sob seus olhos estão inchadas e vermelhas. Parece que o sono não tem sido amigo dele há muito tempo.

— Cruz. — Seu nome flutua no ar.

— Layla. — Ele olha para mim, percebendo que estou acordada. Ele está ao meu lado em três passos longos, empurrando Jag para fora do caminho. — Baby, oh meu Deus, você está acordada.

Ele é desajeitado, enquanto coloca suas mãos em mim, sem saber onde pode me tocar sem me ferir. Eu as trago para o meu peito e mantenho elas lá. O toque dos meus dedos encontram as crostas nodosas em suas articulações. Meu primeiro instinto é ficar irritada com ele por arruinar suas chances no campeonato deste ano, inferno, talvez até mesmo sua carreira inteira de luta. Mas isso nunca acontece. Um amor intenso me oprime, esuqcendo as feridas.

— Obrigada, — eu sussurro.

— Layla. — Ele se inclina ligeiramente beijando minha testa. — Eu pensei que você estava morta. Eu não conseguia lidar.

— Você socou Jag! — Eu me esforço para lhe dar um sorriso.

Seu próprio sorriso se levanta no canto de sua boca. — Eu fiz.

— Layla. — Jag fica de pé ao lado da minha cama. — Conte tudo agora.

Eu mordo meu lábio inferior e aperto a mão de Cruz quando ele endurece em um modo de proteção e então balanço a cabeça. Eu não preciso enfeitar. Não posso. Eu tenho que deixar sair, ou nunca vai acontecer.

— Eu engravidei no primeiro ano de faculdade. Era de Ash. Sua família exigiu que eu abortasse. Eu recusei. Papi e Abuela concordaram com a minha decisão. Eu ia colocar o bebê para adoção. Ash não gostou, mas aceitou. Tudo estava indo bem desde que estávamos no colégio aqui na cidade e eu tinha minha família perto para me apoiar. Eu entrei em trabalho de parto quando eu estava com seis meses. O bebê nasceu morto. — O resto das palavras pesam profundamente no meu peito.

Cruz não diz uma palavra. Ele continua a manter suas mãos pressionadas contra o meu peito. Não há nada além de empatia em seu rosto. Não há uma onda de desgosto ou decepção.

— Eu consegui voltar para a faculdade. Pensei que a vida ia ser boa, e eventualmente voltaria ao normal, então vi Ash e Shelby. Foi o meu ponto de ruptura. Eu corri.

— Obrigado, — ele sussurra, inclinando-se sobre a cama e passando seus lábios sobre os meus, rachados e machucados.

— Cruz, me desculpe. — Eu me agarro à sua camiseta.

— Não. Acabou. — Ele traz seus lábios volta nos meus. — Ele nunca vai machucá-la de novo.

— Você arruinou seu...

— Não mesmo. Acabou.


Capítulo Vinte e Cinco

Cruz

 

 


A tensão na sala desaparece após alguns minutos. Mantenho minha mão em seu peito para lembrar o ritmo de seu coração batendo. Não quero nada mais do que tirá-la da cama e segurá-la contra mim.

É seu corpo espancado que me impede de fazer isso. A mãe dela me contou no caminho para cá. Ela insistiu em pagar minha fiança após a minha recusa inflexível. Foi ela que lembrou que Layla precisava de mim quando ela acordasse. Ela me lembrou tudo sobre os problemas de abandono de Layla causados por ela. Eu cedi. Ela me explicou as lesões de Layla — uma costela quebrada, uma concussão, fígado contundido, sangramento interno e ferimentos tinham sido controlado e muitos pontos de sutura.

Depois de ouvir sobre o passado dela, aumentou mais minha raiva por dentro, não deixando nada disso derramar. Eu devia ter matado aquele filho da puta, deixá-lo apodrecer no inferno. O homem não merece viver.

Boss se aproxima do meu lado e afaga meu ombro. Ele pode sentir a brasa ardente brilhante da raiva crescendo dentro de mim. É um lembrete gentil para me concentrar sobre o agora, assim como eu disse a Layla. É tempo de digerir minhas próprias palavras.

— Tem mais. — Jag bate no fundo da cama.

— Jesus. — Boss leva uma mão sobre o cabelo desgrenhado. — Chega, Jag. De todos os homens no mundo tem que ser você agindo como o Dr. Phil 7agora?

Isso era uma piada. Jag não era assim. As veias de seu pescoço flexionam e ele aperta o queixo.

— Esta é a minha família. — Ele bate a mão de volta na parede. O olho dele está preto e inchado nas bordas. — Não vou mais ver todos vocês destruindo um ao outro por causa de segredos. Você diz, ou eu.

Ele olha para Boss. Layla e eu olhamos de um lado para o outro entre os dois, não tendo nenhuma idéia do que ele está se refererindo. Ela aperta a minha mão me deixando saber apenas isso.

Boss permanece quieto. Jag cumpre sua promessa. Ele ronda o final da cama fazendo seu caminho para o outro lado. Ele coloca sua mão sobre a nossa.

— Eu vou ser tio.

Layla aperta suas sobrancelhas em confusão. Eu inclino minha cabeça. Jag repete a frase. Layla suspira, todo o seu corpo começa a tremer sob meu toque. Eu entro em pânico.

— Você está bem, querida? — Olho para ela.

Ela ficou pálida. Seus olhos arregalados.

— Eu disse que ela está grávida, idiota. — Jag sacode a cabeça para mim.

— Grávida? — A palavra ecoa pela sala.

— O quê? — Layla chia, tentando sentar-se reta e estremecendo de dor.

— Devagar, — seu pai a acalma. — Você está grávida. Mais cedo eles verificaram um batimento cardíaco e encontraram um. Está tudo bem.

— Não. — Ela puxa suas mãos das minhas e vai direto para seu baixo ventre. — Não, eu vou matá-la novamente.

Nós três a rodeamos. Seguro-a o melhor que eu posso sem machucá-la. Ela está sofrendo o suficiente. Seu pai a segura do outro lado; Jag tem as mãos em suas pernas oferecendo conforto.

Boss sussurra para ela uma e outra vez, cantando uma oração. Ele continua falando em espanhol até Layla se acalmar. Permanecemos ao lado dela. Não é até que o silêncio reina no quarto de novo que eu processo que vou ser pai. Nosso bebê está crescendo dentro de Layla. Eu me levanto, correndo minha mão e meus olhos até seu abdômen. Eu puxo o cobertor ao mesmo tempo que arrasto seu vestido, cuidando para não expor demais.

Eu levo meu tempo arrastando beijos por toda a barriga dela. Um bebê. É um pensamento alucinante. Não perco tempo pensando em como. Nada disso importa. Eu olho para o rosto de Layla que está encharcado de lágrimas, pressionando minha bochecha em sua barriga e sorrindo. No meio do caos, eu sorrio. Nada pode tirar isso. Nada.

— Um bebê. — Eu sorrio mais amplo. Eu não sou o tipo de chorar, mas diabos, até mesmo eu sinto a picada de lágrimas ameaçando cair. — Nosso bebê. Eu amo você, Layla.

Ela corre sua mão livre pelo meu cabelo. — Eu também amo você. — Sua voz é fraca, como se ela não acreditasse. Não consigo imaginar o quão assustada ela tem que estar. Isso torna o meu trabalho muito mais importante, fazê-la acreditar.

— Mas a pílula. Eu estava tomando, — ela murmura.

Eu não respondo, não tendo idéia do que dizer.

— Acho que você tem que tomá-la todos os dias para que faça seu trabalho. — Layla balança a cabeça.

— Jesus, foi tão difícil? — Jag joga suas mãos no ar. — Agora, eu vou para a minha cama e dormir por algumas horas, depois estarei de volta. Boa sorte explicando ao Boss como você nocauteou sua única filha, campeão.

Jag me dá um tapa nas costas.

— Jag, — Layla grita.

Ele se vira. Boss e eu ficamos fora do caminho, a deixando falar com ele. Ela não diz uma palavra, em vez disso, envolve-o em um abraço de um braço só. Eles sussurram algo um para o outro, e o bastardo arrogante enxuga uma lágrima de seus olhos. É o momento perfeito para eu o provocar, mas eu deixo passar.

— Empoeirado pra caralho aqui. — Ele beija a testa de Layla, se vira e passeia para fora. Podemos ouvi-lo rindo as gargalhadas no corredor.

— Baby, você está cansada.

Há uma suave pausa.

— Tudo o que estou dizendo é que você precisa se recuperar.

Boss ficou por cerca de uma hora mais ou menos, depois que os médicos verificaram Layla. Vai ser um longo caminho de recuperação, mas ela vai ficar bem. Eu disse ao Boss tudo o que eu sabia quando uma enfermeira nos pediu para sair do seu quarto por um momento. A polícia conseguiu chegar ao video de vigilância no beco e na academia. Não é uma questão de eu sair impune. A lei não vê com bons olhos fazer justiça com as próprias mãos. Não faço ideia do castigo ou da extensão do mesmo, mas eu faria tudo de novo.

— Cansada, querida? — Acaricio seus cachos loucos.

Ela acena. — Não consigo dormir, no entanto. Minha mente está a cem milhas por minuto.

— Quer que eu chame a enfermeira para ver se têm algo para ajudá-la?

Ela balança a cabeça e bate na cama.

— Querida, não há espaço. — Eu chego mais perto.

— Por favor.

É tudo o que é preciso. Uma palavra dela e eu estou subindo na cama. Eu pego seu lado bom, se você puder chamá-lo assim e moldo meu corpo ao dela.

— Converse comigo, — ela implora. — Me diga que tudo vai ficar bem.

Eu arranco o Band-Aid, sabendo que precisa ser discutido. Pode não ser o momento certo. Caramba, nunca vai ser um momento certo. — Do que você tem medo, baby? Me conte. — Eu corro meus lábios ao longo de lóbulo de sua orelha.

— Eu a perdi, — ela sussurra, segurando a frente da minha camisa em seu pequeno punho. — Eu fiz tudo certo, Cruz. Eu entrei em trabalho de parto prematuro. Eles tentaram pará-lo, mas não conseguiram. Eu tive que empurrar. Depois de horas o médico nos disse que ela já não tinha um batimento cardíaco. Foi um inferno. Eu tive que continuar. Então, segurei-a por horas, não querendo deixá-la ir.

Eu engulo o nó da minha garganta, e não tenho palavras para ela, então eu a abraço apertada contra mim.

— E se acontecer de novo? — Ela perguta.

— Eu não posso dizer que não vai. — Eu aperto meus olhos fechados, sentindo o poder de cada palavra. — O que eu sei é que eu vou estar aqui a cada passo do caminho. Eu nunca vou deixar você, Layla. Você está presa comigo.

— Você promete? — Ela pergunta, emoções grossas em cada palavra.

— Eu prometo. Nada vem antes de você e da nossa família, nem mesmo a luta ou a academia.

Ela levanta a cabeça. — Você jogou tudo fora hoje.

— Não. — Eu sorrio e toco seu queixo. — Eu ganhei o mundo hoje, melhor do que qualquer título.

— Eu te amo, Cruz.

— Mi amor.

Ela pressiona os lábios nos meus por um breve momento antes de deixar cair a cabeça no travesseiro. Seus olhos flutuam fechados e sua respiração começa a nivelar. Se ela pensou que eu treinava duro no ginásio e era dedicado à luta, Layla não tem ideia do quão comprometido estou em trazê-la de volta.


Epílogo

Layla

 

 


Já se passaram quase dois anos e meio, desde que o ciúme e raiva de Ash saíram para me machucar. O dia em que eu pensei que eu ia perder a minha vida. A piada era sobre ele. Eu ganhei uma nova vida. Uma que eu nunca pensei ser possível.

— Onde ele está? — Papi pergunta, aproximando-se de mim e empurrando sua bolsa por cima do ombro.

Eu aponto e rio como boba assistindo Cruz correr até o terminal, pulando e balançando no chão de ladrilhos com nossa filha nos ombros.

Ela grita e suspira com cada salto. Seus dedos gordinhos descoordenados apontam os perigos. Ela tem Cruz envolvido em torno do seu dedo mindinho. Bella fez isso no dia em que ela saiu gritando.

— Nunca vi um homem tão pronto, — pai observa enquanto eles chegam mais perto. — É a hora dele.

Eu não poderia concordar mais quando eu olho para meu homem sexy como o pecado.

— Sim. Sim, é.

A federação tirou Cruz do jogo em Vegas após o incidente com Ash e colocou-o em liberdade condicional. Papai e Cruz estavam determinados a sair dos portões mais fortes do que nunca em vez de esperar um ano. Eles pularam na meia temporada, tomando de volta o ringue, e isso é o que traz todos nós aqui, esperando pra embarcar em um avião para Las Vegas.

— Madre, Madre! — Bella grita quando me vê.

Aquece o meu coração quando ela fala espanhol. Minha abuela, certificou-se de que eu aprendesse e falasse, o mesmo com o pai de Cruz, e estamos fazendo o mesmo com a nossa filha. Cruz coloca ela em seus pés. Bella empurra seus Chucks brilhantes enquanto corre em forma de criança gordinha. Seu tutu azul-petróleo tremula junto com o logotipo do Trono do Diablo de seu avô impresso em sua camiseta. Brilhantes, claro. A primeira vez que mostrei para Cruz uma peça personalizada de roupas de bebê com a arte de seu pai nela, ele chorou. Era a segunda vez que eu o via chorar. A outra foi quando Bella nasceu.

Ela me beija e se vira para o meu pai. Ela é animada, cheia de energia, assim como o pai dela. Cruz cai no assento ao meu lado, enlaçando seus dedos nos meus e beijando minha bochecha.

— Ei, campeão. — Eu viro minha cabeça e sorrio para ele.

Ele move as sobrancelhas, depos volta para ver sua filha.

— Você está nervoso? —Pergunto-lhe.

— Não.

— Mentiroso. — Dou um tapa no seu peito.

Ele se inclina, sussurrando no meu ouvido. — Eu já tenho tudo que preciso. Esta é apenas mais uma luta.

Viro minha cabeça até nossos lábios se encontrarem. Beijo-o longo e duro, não dando a mínima que estamos sentados em um terminal movimentado. A voz irritante de Jag quebra nossa conexão.

— Minha princesa!

— Wag! — Bella grita e pula do colo do meu pai.

Ela joga os braços no ar e salta no peito de Jag. Ele está agachado e finge que ela quase o derrubou.

— Mostre-me seus movimentos. — Ele agita o cabelo dela, batendo seu laço combinando para o lado. Eu juro que ele faz isso para me irritar.

Bella coloca ambos os punhos fechados no ar.

— Soco, soco, — Jag diz a ela.

Ela faz isso.

— Soco, soco.

Ela faz.

— Varredura de perna.

E ela faz isso, mas desta vez Jag a ajuda a ficar de pé. Ele a puxa para cima, torcendo-a. Bella chega no bolso de sua camisa de flanela e pega um doce. Eu balanço a cabeça. É uma batalha perdida e a única razão pela qual eu comprei toalhinhas de bebê a granel.

— Está pronta para ir para Las Vegas? — Ele pergunta estudando o rosto dela.

Ela enruga o nariz para ele, tirando a chupeta da boca e diz claro como o dia, — Prostitutas.

Jag irrompe em riso. Estou em pé batendo em seu ombro. Bella retoma o assunto, fazendo seu tio Jag rir e continua cantando — Prostituta. — Viro para Cruz implorando por ajuda. Ele está mordendo o lábio inferior para prender o riso. Meu pai sacode a cabeça e Bella continua cantando.

Eu me inclino na ponta do pé e sussurro no ouvido de Jag. — Lembre-se que a vingança é uma puta.

Suas feições amargas aumentam. — Você sabe que essa merda nunca vai acontecer comigo.

— Continue dizendo isso a si mesmo, garotão. — Dou um tapinha em seu ombro. — Eu pensei a mesma coisa uma vez, até um grande lutador mau entrar na minha vida.


***


Mantenho minha mão pressionada na parte inferior das costas de Cruz enquanto fazemos nosso caminho através da multidão gritante e os flashes das câmeras. A propaganda exagerada sobre Cruz Felix, The Notorious Rumbler, é diferente de tudo que já vi antes. Meu pai se mantém perto do meu lado livre e Jag nas nossas costas com o resto do Trono do Diablo nos cercando. Andamos com a cabeça erguida.

Multidões me deixam nervosa. Nunca superei o trauma do beco. Isso se intensificou no momento em que eu descobri que estava grávida e só multiplicou a passos largos, quando Bella nasceu. É algo com o qual eu tenho que lidar todos os dias. Os homens que me rodeiam certificam-se de que eu não tenha nada com o que me preocupar. Eles são a minha rocha, e isso não me incomoda nem um pouco.

Eu olho para Bella que está caída no peito de seu pai. Sua mão grande está espalhada em suas costas, sua bochecha gordinha pressionada contra a parte superior do seu ombro. Cruz se certificou de que um cobertor tinha sido puxado para cobrir a maior parte do seu rosto, dando-me o vislumbre perfeito do nosso anjo quando eu olho para cima. É coisa dele. Ele nunca vai colocar sua filha no centro das atenções. Nunca. É seu limite rígido.

Bella não dormiu um segundo no avião. Ela gritou, saltou para cima e para baixo, praticou seus socos com Jag e basicamente entreteu a todos da primeira classe. Mas agora, no meio do caos, ela está fora. Todos os fãs gritando o nome de Cruz várias vezes não fazem nada.

A segurança nos escolta até a enorme suíte no MGM Grand. Papi insistiu para que todos ficássemos juntos. Uma vez que a porta se fecha e o silêncio se instala ao nosso redor, eu percebo como estou cansada. Eu desabo no sofá levantando meus pés sobre a mesa de vidro. Bella começa a farfalhar no peito de Cruz, quando ele se senta ao meu lado.

— Você está brincando comigo? — Eu sussurro.

É só uma questão de segundos antes que a cabeça dela apareça e ela apague o sono de seus olhos.

— Ela estava fora por uns vinte minutos. — Eu balanço a cabeça.

— Mamãe, mamãe. — Bella sorri largo, pulando para o meu peito. — Prostitutas.

Antes que eu tenha uma chance de responder Jag assobia. — Prostitutas depois da nossa luta, garotinha.

Ela se arrasta do meu colo para correr para Jag e assim ela está bem acordada. Eu derreto ao lado de Cruz, envolvendo um braço ao redor de sua cintura. Ele beija o topo da minha cabeça. Sua calma silenciosa me preocupa tanto quanto me emociona. Cruz está em um lugar que eu nunca o vi antes. A magia está prestes a acontecer, eu sei disso.

Um barulho aparece batendo na porta, seguido de linguagem chula e um borrão de cabelos loiros brilhantes. Bella corre para a porta, jogando seus braços e gritando no topo de seus pulmões.

— Santa mãe há um jardim zoológico lá fora, — Darby anuncia, levando a tribo para a sala.

Darby é uma lufada de ar fresco. Ela é uma mulher que está confiante em sua própria pele e não dá liga para o que os outros pensam. Ela não está sozinha. Diabos, ela nunca está. O resto da tribo segue-a para a sala.

A mulher que eu odiava e me causou tanto dúvida entra com um sorriso que consome todas as suas características. Chloe. A irmã de Cruz. Acabou que ela odeia lutas tanto quanto eu e ama ao mesmo tempo por causa do homem que nos une. Cruz e Chloe não se conectaram uma vez que se conheceram, tão fodido como era. No entanto, o relacionamento deles levou tempo para se desenvolver. Posso me sentar e sorrir sabendo que é a tribo dos amigos que rodeiam Chloe.

Cruz está perseguindo Bella. Maldito homem superprotetor. Ele a ergue em seus braços e depois abraça forte sua irmã.

— Ei, garota. — Kip vem até mim, de braços abertos para um abraço.

Eu paro e abraço forte também. É insano como eu fiquei desligada do mundo durante anos e, em seguida, fui consumida por uma academia de lutadores e pela família de Cruz, que às vezes ainda é uma pílula difícil de engolir. Em alguns momentos, eu demoro algum tempo para me ajustar e então eu percebo sem um segundo pensamento que eu não gostaria disso de outra forma.

— Estou exausta. Bella foi um tornado no avião encantando a todos.

— E agora Darby está aqui. — Ele me dá um aperto final antes de pisar para trás.

— Sim, estou ferrado.

— Minha doce, doce Bella. — Chloe aperta sua sobrinha e avança sobre mim. — Você está ótima, Layla.

Ela faz o seu melhor para me dar um abraço de um braço só.

— Parece que você está prestes a explodir, — eu respondo, correndo minha mão sobre sua barriga. — E onde está o meu doce sobrinho?

Jameson está lutando com seu tio, Cruz. Estamos trabalhando para levar Chloe e Kip para Washington. Duvido que isso vai acontecer. Fizemos um acordo e mantivemos isso. Visitamos um ao outro todos os meses, misturando quem vai à casa de quem. É algo que consideramos sagrado, querendo que nossas crianças se conheçam e cresçam como primos próximos.

Sentamos por horas relaxando e nos recuperandoo. É o que Cruz precisa antes da luta.


***


Dia da luta


— Me chame se precisar de alguma coisa, — eu insisto novamente pela décima vez. Meus nervos estão em alta neste momento.

— Vá. — Chloe empurra meu ombro. — Nós vamos ficar bem.

Chloe e Ava tem massinha, tintas, e todos os tipos de guloseimas espalhadas pela nossa suíte. Bella está tão distraída que nem percebe que o pai dela sumiu e estou prestes a sair. Ela geralmente se agarra a nós nas raras vezes em que a deixamos. Chloe e Ava são muito parecidas comigo e não são fãs de luta. Chloe tinha planejado assistir esta luta, mas desisitiu quando nossa babá normal não pode fazer a viagem.

— Ok. — Eu aceno com meus dedos.

A mão de Chloe cobre a minha. — Pare. Vá ver seu homem ganhar o título, em seguida temos um casamento para planejar.

— Ah, Deus! O casamento. Eu juro que essa foi a ideia mais estúpida de todas.

— Temos você, garota. — Chloe me empurra para fora da sala.

Os dois guardas de segurança me guiam até os elevadores. Cada passo que dou ecoa nos meus ouvidos, até que eu estou andando por um longo corredor. Eu aliso minha mão sobre a minha camiseta do Trono do Diablo ajustada. Silenciosamente rezo pela segurança de Cruz durante toda a minha caminhada para o meu lugar. Eu vejo rostos familiares enquanto desvio da fila. Eu não perco as câmeras com foco em mim por algumas batidas.

Eu odeio essa parte. Esta é a luta e o tempo de Cruz, não o meu. Nossa provação é notícia antiga. Quem me dera que a maldita mídia pegasse esse simples fato. Eu perdi as lutas anteriores, interessada apenas no evento principal. Uma música alta de rap bate forte, incentivando a multidão a ficar de pé. A metade deles está torcendo enquanto o resto são oponentes vaiando Cruz. Estudo-o enquanto ele sobe as escadas para o ringue. O bastardo é enorme, inflamando meus nervos. Eu poderia vomitar a qualquer momento.

Believer por Imagine Dragons toca. A batida me acalma. Uma música que envolve tudo sobre o homem que eu amo. Que curou meu coração Então o roubou. É seu para sempre. Fico na minha cadeira no foco de Cruz. Um roupão de seda preto com capuz cobre sua cabeça. Ele deixa cair de frente para o chão. Ele rola os ombros de um lado para o outro, saltando um pouco a cada passo que ele se aproxima do ringue. Há algo tão convincente sobre ele neste momento.

Manchas de verde-azulado vibrante saltam quando os movimentos de Cruz aceleram. Tudo acontece em câmera lenta e também rápido demais para o meu gosto. Papi e sua equipe de treinadores o cercam em seu canto. Eles limpam a vaselina do seu rosto. O oficial verifica suas luvas e protetor de boca, limpando-o. A arena está fora de controle, a energia diferente de tudo que eu já experimentei.

Sinto um empurrão na minha perna e espio para ver Kip, Zane e Rhett deslizando em seus lugares.

— Você está bem? — Ele pergunta.

Eu aceno, segurando minhas mãos no meu peito e minha vista volta para o ringue. Kip aperta minha perna, não acreditando em mim. Eu assisto enquanto Papi está no rosto de Cruz batendo e gritando. Ele apenas acena, assumindo tudo o que seu treinador diz. Todos sabemos que o seu adversário acompanha Cruz de perto. Forte com as pernas, velocidade furtiva e seus golpes são poderosos o suficiente para deixar um homem frio nas esteiras. É fortemente previsto que este jogo vai acabar em um nocaute entre estes dois homens.

— Vamos, Cruz, seja o mais rápido. Coração, fogo e desejo, — sussurro para mim mesma várias vezes.

Alguém por trás de mim grita para eu descer da cadeira. Estou na primeira fila e não tem desculpa para estar de pé na cadeira. Antes de eu ter a chance de descer, a voz de Rhett cresce sobre a multidão.

— Engasgue com um saco de paus, seu idiota.

Eu seriamente tenho medo pelos filhos de Darby e Rhett e sempre quis saber como essas duas personalidades ferozes e barulhentas não mataram um ao outro. A coisa sobre esses dois é que o amor deles é tão forte que nada tem a chance de quebrá-lo.

O juiz falando com os dois lutadores no meio da gaiola é um borrão. Antes que eu perceba o sino toca e os homens estão dançando em torno de si. O outro lutador coincide com a altura e o peso de Cruz; é tão estranho ver alguém que combina com ele em todos os níveis.

Cruz dá um soco, perdendo. O outro lutador varre a perna dele. Cruz é muito rápido, evitando o golpe. A metade do primeiro round segue muito parecido com isso até Cruz ser atingido com um gancho de direita. Eu grito, nem mesmo reconhecendo a minha voz. A cabeça de Cruz empurra para trás, seu equilíbrio fica instável, e o oponente tira proveito desse fato.

Cruz consegue dar um soco sólido. O sino toca. O juiz separa os lutadores. Não há dúvida de que Cruz perdeu nessa rodada. Não é bonito. Eu não posso ver muito do seu canto além dos trapos sangrentos sendo jogados para o lado.

— Não. Não. Não. — Eu pulo do meu assento e caminho para a frente e para trás. — Não.

Todas as razões anteriores pelas quais eu odiava luta inundam de volta. Isso. Tudo isso. Vendo o homem que eu amo sendo batido e machucado. Não tenho muito tempo para digerir tudo isso antes de começar a próxima rodada. Começa como o último terminou. Cruz levando soco após soco.

— O que ele está fazendo? — Eu grito.

Kip envolve seus braços em volta de mim me dizendo algo, mas eu não consigo ouvi-lo. Zane grita sobre o rugido da multidão.

— Ele está ficando tonto.

— O que? — Eu sei o que isso significa, mas por quê? Jesus, Cruz. Eu tento avançar para a frente sem ter ideia do que fazer, mas Kip me puxa de volta para ele.

Cruz leva outro golpe brutal no queixo, tropeçando para trás. Ele vai cair a qualquer momento. Seu rosto está irreconhecível com sangue fluindo para baixo. Eu vejo isso chegar e fecho os olhos, incapaz de ver o que está prestes a acontecer. Bato minhas mãos sobre o meu rosto, pressionando as lágrimas quentes. Meus joelhos tremem.

A multidão fica em um silêncio tranquilo. Há alguns gemidos. Eu posso sentir a dor e a mágoa machucando minhas entranhas. Eu não olho para ver Cruz ser derrubado no tatame. Meu ombro se empurra do lado. A multidão entra em erupção em uma torcida viciosa. Mãos agarram meus ombros sacudindo-os até que sou forçada a olhar para cima.

Quando eu faço, a cena mudou. O adversário de Cruz está caído no tatame. Cruz reage com movimentos, movendo-se sobre o homem. Ele está energizado, balançando os braços como um homem selvagem. Sprays de sangue pulverizam o tapete. O homem abaixo dele luta o máximo que pode, levantando seus braços. Então ele para.

O juiz tenta puxar Cruz de volta. Ele vai fácil, caindo em sua bunda. Ele descansa os cotovelos no topo dos seus joelhos, enterrando seu rosto em suas luvas, coberto de suor. Do meu local do ringue posso ver todo o seu corpo tremer.

O nível de ruído é além de ensurdecedor. Meu pai impede sua equipe de correr para Cruz. Ele lhe dá o tempo que ele precisa. Esta luta foi para o pai dele. E ele fez isso. Cruz finalmente se levanta, caminhando para o centro do ringue. Quando o juiz levanta sua mão para cima, suas lágrimas caem. É a terceira vez que eu vejo esse homem chorar.

Logo ele está envolvido nos braços do meu pai e dos colegas de equipe, enquanto a celebração continua. Um microfone é empurrado em seu rosto. O pobre rapaz mal pode recuperar o fôlego.

— Cruz Felix, sua história tem sido selvagem. A liga sabia que você seria sempre uma força a ser contada. Como se sente ao ser o campeão?

O cabelo na parte de trás do meu pescoço levanta quando as mulheres escassamente vestidas no ringue esperam ao lado dele.

Cruz abre a boca para falar, mas não sai nada. Ele tenta mais algumas vezes até que as palavras cheias de emoção fluem. — Isso foi para o meu pai. Tudo isso. O sacrifício, o sofrimento e a dedicação são todos por causa dele. Quando ele ganhou suas asas de anjo, ele me enviou em uma jornada para Trono do Diablo, e foi onde eu encontrei tudo. Boss, nunca haverá uma maneira de lhe agradecer por tudo.

Cruz faz uma pausa. Papai acena com a cabeça. Então Cruz profere uma sentença final, ou devo dizer uma ordem?

— Layla, vestiário.


***

 

— Papi.

Eu assisto enquanto Bella cutuca o peito de Cruz. Ele sussurra um pouco antes dela continuar a cutucar e cantar para ele.

— Papi, dodói. — Ela rasteja até o peito dele e coloca beijos ao redor dos olhos inchados. — Oh, Papi.

Cruz abre um olho e sorri um meio sorriso. Seus lábios estão rachados, impedindo-o de presentear-nos com seu sorriso enorme, emoldurado com covinhas. Bella se instala no meio do peito de Cruz, levantando as palmas no ar e pergunta com preocupação.

— Dói, Papi. — Ela inclina a cabeça, preocupada.

— Buenos días mi hermosa bebê, — Cruz arrulha.

— Dodói, — Bella continua a repetir várias vezes.

Cruz puxa Bella até seu peito, beijando o topo de sua cabeça e passando sua mão para cima e baixo nas costa dela. Esta é uma das coisas com as quais ele está preocupado. Passamos horas à noite falando sobre isso. Eu sabia que isso o faria sentir-se horrível. Eu reforço mais e mais que isso fazia parte do estilo de vida e não afetaria Bella. Isso só mostraria para ela que homem forte o pai dela é. As consequências das lutas não são bonitas, mas a vontade e a determinação de Cruz são o lado positivo em tudo isso. O melhor modelo que uma garota poderia ter.

Eu me sento com minha bochecha escorada na minha mão e escuto Cruz explicar a luta para sua filha. Bella não consegue entender nada disso, mas não o impede. Ela acena a cabeça dela e afaga o rosto dele, enquanto ele fala. Eu choro o tempo todo nos dias de hoje, e isso não é nenhuma exceção.

A porta para o nosso quarto se abre.

— Recolha sua salsicha, cachorro — Jag anuncia enquanto navega para nossa cama.

— Você é um cretino. — Cruz se encolhe quando Jag aterrisa nas pernas dele.

Jag não chegou às finais este ano. Ele ficou preso em sua própria cabeça e seu passado. Eu sei que não é o fim dele.

Bella escorrega para fora de Cruz fazendo-o se encolher mais uma vez. Ele enrola em uma bola, gemendo. Bella não atingiu um músculo dolorido, mas sim os botões fabricantes de bebê. Não posso deixar de rir. Aqui está o campeão sendo espancado em sua própria cama.

— Não é engraçado. — Ele agarra meu pulso me puxando para o lado dele. Eu me encaixo perfeitamente, derretendo nele como a primeira vez e todas as vezes desde então.

Assistimos Bella apertar as bochechas de Jag, em seguida, tapeá-las para chamar a atenção dele. Uma vez que ela faz, ela chacoalha sua própria história sobre seu papi para Jag.

— Pow. Pow. Dói. Jag. Pow. dói. Papi Ganó! — Ela agarra suas bochechas com mais força, gritado e tremendo de emoção.

Bella deixa Jag sem palavras. Acho que é a primeira vez que isso aconteceu. Ele joga a cabeça para trás com a risada e arranca ela da cama, juntando-se ao resto do caos na sala de estar.

— Porta, — Cruz e eu gritamos juntos.

Jag a pega com o pé, fechando-a, deixando-nos em paz.

— Não dá azar ver sua noiva no dia do casamento? — Cruz pergunta, correndo a mão pela minha coluna.

— Sim, mas acho que isso só se aplica às pessoas normais. — Me sento e puxo a camisa por cima da minha cabeça.

Eu me mexo devagar, puxando os cobertores para baixo e correndo minha mão sobre seu pau duro. Balanço minha perna por cima dele até que estou montando-o.

— E tenho certeza de que sexo deveria ser depois da cerimônia até altas horas da noite. — Percorro meu polegar pelo peito dele.

— Estamos fazendo nossas próprias regras agora, porra. — Cruz espalma minha bunda.

— Nós sempre fizemos.

 

 


Notas

 

[1] posole- tradicional prato da culinaria mexicana.
[2] abuela-avó na lingua espanhola.
[3] Padre - pai na língua espanhola.
[4] Tamales? - prato tradicional da culinária mesoamericana.
[5] Não posso permitir que meu amor fique cega.
[6] Yo quiero hacer tamales como mi abuela — Eu quero fazer tamales como minha avó
[7] Phil McGraw é um psicólogo dos Estados Unidos que tornou-se conhecido do grande público ao participar nos programas de Oprah Winfrey como consultor de comportamento e relações humanas

 

 

                                                    H.J Bellus         

 

 

 

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