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Series & Trilogias Literarias
—Agora que temos o nome da agente da ATF1 que está nos investigando, o que vamos fazer? — Maddox, nosso irmão mais novo, pergunta quando todos os Savage Kings estão reunidos em torno da longa mesa de reunião.
—Não podemos matá-la ou machucá-la., — diz Miles, enquanto relaxa casualmente em sua cadeira. —Se ela desaparecer, isso chamará mais atenção para o clube.
—E machucar mulheres não é o que fazemos., — murmura War, enquanto olha na direção de Miles. O que é irônico, já que não muito tempo atrás, War teve uma mulher inclinada sobre a nossa mesa, e ele estava batendo com o cinto em sua bunda. Não que ela estivesse reclamando ou algo parecido, mas ainda assim...
—War está certo, — concorda Torin, nosso sensato presidente. —Então, como diabos vamos lidar com isso? Vamos apenas sentar e esperar que a agente Bradley e os federais invadam para nos prender sabe-se lá o porquê?
—Precisamos descobrir o que ela sabe sobre nós, — Chase, irmão de Torin e vice-presidente do clube, fala, sentado à direita de Torin. —Se houver qualquer evidência, pelo menos poderemos contratar advogados para resolver a questão.
—Reece, alguma chance de você fazer sua mágica no computador para descobrir os detalhes? — Torin pergunta.
Reece, nosso ex-militar gênio da tecnologia, balança a cabeça. —Não. Já tentei. Eu não posso passar por nenhum grande firewall do governo, a menos que eu esteja em um de seus dispositivos internos. Mas o que eu descobri é que esta cadela da ATF foi puxando registros de prisões públicas fora das bases de dados, especificamente as de Chase, Abe, Miles e Ian. Também teve sucesso na marina do Sax e nos arquivos de licença dos barcos.
—Droga, — Sax resmunga. —Se eles me prenderem pela merda que faço pelo MC no Atlântico, eu poderia pegar uma sentença de prisão perpétua.
—Sem dúvida. Mantenha o seu barco nas docas, exceto para fins recreativos, até sabermos mais, — Torin ordena e Sax balança a cabeça em concordância sobre adiar suas travessuras ilegais de contrabando e pirataria.
—Que tal um laptop? — eu pergunto a Reece. —Você poderia invadir o sistema deles com um que seja propriedade do governo?
—Possivelmente.
—Se a agente Bradley tiver um que ela leve para casa, eu posso pegá-lo, — eu falo para os caras na mesa.
—Você? — Chase pergunta com um tom de descrença.
—Sim, eu, — eu respondo. —Se ela está de olho nos Kings, ela viu as fotos de metade dos nossos caras e, provavelmente, tem todos os registros militares também. Maddox foi o principal contato para o informante que nós expulsamos, então ele está fora. Sax precisa se calar, o que significa que sou o único sem histórico criminal ou identificações.
—Como é possível que um idiota como você nunca tenha sido preso? — Abe me pergunta enquanto acaricia sua longa barba preta.
—Eu pareço um maldito fora da lei? — eu respondo com os braços abertos.
—Porra, não, lourinho., — murmura Abe. —Sem tatuagens visíveis, você parece um menino bonito da Califórnia que usa couro como se fosse uma declaração de moda.
—Exatamente! — eu digo, nem um pouco insultado, já que tudo o que ele disse é verdade. Não há nada em mim que me rotule como um fora da lei, exceto pelas palavras —Savage Kings— e a caveira de rei barbudo tatuada nas minhas costas. Gesticulando para o meu rosto estranhamente perfeito, do tipo que a maioria dos homens tem tanta inveja que tenta dar um soco para ficar um pouco menos bonito, eu digo aos meus irmãos: —Este é o meu cartão de ‘você está livre da prisão’. Eu posso usar a minha ridícula boa aparência para pegar o laptop desta garota, não há problema.
Bufando, Torin se vira para Reece e pergunta: —Você acha que o Zoolander aqui pode realmente fazer isso?
—Se eu fosse um modelo, eu seria mais parecido com Hansel ou Meekus, — indico com um sorriso.
Revirando os olhos, Reece diz: —Talvez, se ele não for pego.
—Eu não vou ser pego., — asseguro-lhes. Tendo crescido como um adolescente na cidade de Nova York, eu sabia que a comissão dos membros de guangues dos bairros não era barata. Se eu não quisesse apanhar, tinha que arranjar itens roubados o suficiente para manter os chefões felizes e em paz. Como minha mãe solteira mal ganhava dinheiro suficiente para colocar comida na mesa, tive que roubar um monte de celulares e carteiras.
—Tudo bem, — Torin concorda. —Então Reece, se você conseguir o endereço desta agente, eu quero que você vá com Dalton para Raleigh esta noite para começarem a fazer vigilância. Veja se o plano do ‘dedos ligeiros’ é viável, sem meter o clube em nenhuma grande merda.
—Claro, chefe., — Reece concorda antes de resmungar baixinho: —Senhor, me ajude.
—Eu me recuso a perder este MC porque uma mulher com poder e um distintivo colocou um alvo em nós., — declara Torin. —Todos a favor do clube cometer um roubo federal para tentar salvar os Savage Kings?
Um coro de —Sim! — é ouvido em volta da mesa, o meu inclusive.
Meu pai ajudou a fundar o clube original do Savage Kings MC. Inferno, ele foi o cara que esculpiu o intrincado logotipo do rei caveira barbudo na mesa em que estamos sentados. Rubin Brady era o vice-presidente do Deacon Fury, e os dois fizeram dos Kings uma família unida, que se estende pela Costa Leste e cria uma nova filial a cada poucos anos.
O MC é tudo o que resta do homem que meu pai costumava ser, então não tem como eu deixar os federais tomarem isso de mim.
—Cara, tem certeza de que este é o endereço certo? — Eu pergunto a Reece do banco do passageiro da sua caminhonete, antes de mastigar outro Funyun2.
—Sim! E Jesus, irmão! De todos os salgadinhos do mundo, por que você teve que escolher os mais barulhentos e fedorentos?
—Eu sou assim, — digo a ele com um sorriso, antes de mastigar outro anel de cebola crocante deliberadamente, tentando fazer o máximo de barulho possível para irritá-lo.
—É por isso que eu prefiro ficar sozinho no meu buraco no porão e nunca sair, — Reece resmunga para si mesmo. Então ele exclama: —Finalmente!
Eu sigo sua linha de visão pelo para-brisa. Uma mulher alta e loira acabou de sair da casa na rua do subúrbio que nós temos vigiado pelas últimas oito horas. Ela imediatamente vira seu traseiro incrível e redondo para nós enquanto tranca a porta.
—Porra, She-Ra é boa pra caralho, — murmuro, porque como diriam os ‘Commodores’, Senhorita Agente da ATF é uma estrela.
—Quem? — Reece pergunta, colocando os binóculos em seus olhos, antes de eu roubá-los de suas mãos para que eu possa dar uma olhada em seu belo traseiro. Nem mesmo o formal terninho preto pode esconder todas as suas voluptuosas curvas de ampulheta.
—Você está brincando comigo agora? — pergunto a Reece, enquanto assisto a versão real da super-heroína dos desenhos animados andar em direção a sua SUV Ford Interceptor preta. —She-Ra era uma grande e bela princesa guerreira e a irmã gêmea secreta do He-Man.
—Tanto faz, — Reece resmunga. —Merda, eu acho que há um laptop naquela pasta de couro em seu ombro, — diz Reece antes de pegar o binóculo de mim.
—Como você sabe? — pergunto-lhe.
—Se você não estivesse olhando para a bunda dela, talvez você tivesse notado que sua postura estava errada. Ela está se inclinando um pouco para a direita, como se a bolsa em seu ombro estivesse pesada. E veja como ela segura delicadamente quando a coloca no banco de trás. Esse, meu irmão, é o nosso grande prêmio.
—Se você diz, Rambo, — eu respondo antes de Reece ligar o motor e nos afastarmos, seguindo o SUV da agente para o centro da cidade pelo do tráfego da hora do rush. Ele é bom, sempre certificando-se de deixar alguns outros carros entre nós sem perdê-la.
—Parece que ela está indo trabalhar, — Reece diz depois de estacionar a meio quarteirão do prédio federal.
—Sherlock não tem chances com você, — eu o provoco, enquanto a vejo sair de seu SUV através dos binóculos, antes que ela desapareça com sua pasta pela intimidante estrutura de oito andares - um lugar onde muitos criminosos entram e poucos saem sem algemas e uma longa sentença de prisão.
—Então, agora só precisamos descobrir uma maneira de eu chegar perto o suficiente para pegar a bolsa., — eu digo.
—E como você está planejando fazer isso, loirinha? — Reece pergunta.
Largando os binóculos para pegar meu celular com internet, que eu só uso para merda pessoal e não para negócios de MC, eu começo a digitar enquanto digo ao meu irmão: —Me dê um pouco de tempo. Eu tenho uma ideia que nunca falha.
—Tinder? — Reece exclama quando ele se inclina e vê a tela. —Porra, cara. Você está completamente fora de si.
—Eu não vi nenhum homem em sua casa na noite passada ou um anel em seu dedo, você viu? — eu aponto enquanto arrumo o meu perfil falso, polvilhado com algumas verdades sobre mim para que pareça legítimo.
—Como você saberia se houvesse um homem? Você dormiu o tempo todo.
Em vez de argumentar que eu estava acordado e prestando mais atenção do que ele imagina, eu digo: —Todo mundo precisa de amor, certo? Até mesmo a agente princesa da ATF com uma bunda que não tem fim.
—Jesus Cristo! Você não pode foder com ela, cara! — Reece bufa.
—Por que não? — pergunto seriamente, ainda digitando no meu celular.
—Que tal isso? — diz ele. —Não tem como uma agente federal se conectar com gente como você. Seu trabalho faz com que ela desconfie automaticamente de todo mundo logo de cara. Ela vai descobrir tudo em um instante.
—Quer apostar? — eu pergunto enquanto adiciono os toques finais no meu perfil. —Cem dólares em como eu não só vou pegar o laptop dela, mas também vou poder tirar sua calcinha.
—Fotos, ou isso não aconteceu., — Reece me diz, oferecendo-me sua mão direita calejada.
—Combinado.
—Não há nenhuma maneira no inferno que você vai chegar a lugar algum com o Tinder. E precisamos desse maldito laptop rápido, tipo ontem, — diz ele.
—Como você sabe alguma coisa sobre o aplicativo de namoro? — eu paro de digitar para olhar para ele. Quando o militar, geralmente sério, olha para longe, envergonhado, eu digo: —De jeito nenhum! Você está no Tinder?
—Talvez., — ele murmura. —Mas é inútil. Estou nisso há mais de um ano e só tive três combinações.
—Sério? — eu pergunto, e ele concorda. —Bem, provavelmente é porque você nunca sai do porão do clube, a menos que seja ordenado a fazê-lo. Deixe-me ver seu perfil.
Ele pega o telefone do bolso e depois de alguns toques, oferece para mim. Droga, eu tento, mas não posso evitar o riso que escapa dos meus lábios quando vejo a foto dele.
—Cara, você está careca nessa foto! As garotas nunca aceitam os de cabeça rapada.
—Do que você está falando? — Reece pergunta, virando o telefone para olhar de novo. —Eu tenho cabelo. Só está tudo raspado.
—Raspado tão curto que eu posso ver a pele! Você parece careca, mano, — eu explico.
—É a minha foto do exército.
—Você precisa pegar uma mais recente e, de preferência, sem camisa. A foto do perfil é a parte mais importante para achar parceiros.
—Tanto faz, — ele bufa. —Você nem sabe se a agente está nesse aplicativo estúpido. E as chances de você combinar com ela em uma cidade desse tamanho são provavelmente de uma em um milhão ou... — Reece faz uma pausa no meio da frase quando meu telefone faz um pequeno e alegre som. —Que raio foi isso?
Sorrindo como um idiota, viro a tela do meu telefone para que ele possa ver a confirmação - meu rosto ao lado de uma foto da agente da ATF. —Combinou, filho da puta!
—Você tem que estar brincando comigo, — ele resmunga como um idiota ciumento, pouco antes de uma sucessão rápida sinos começarem a soar. Aparentemente, todas as senhoras solteiras de Raleigh querem namorar comigo. Honestamente, eu provavelmente poderia dizer que trabalho coletando cascavéis no meu perfil, e ainda assim conseguiria dezenas de combinações na minha foto. Meu rosto idiota e perfeito é uma maldição.
Quando eu tinha quinze anos, alcancei a enorme altura e estrutura do meu pai, mas também herdei a minha boa aparência de estrela da Broadway, de uma mãe muito bonita. Desde então, as mulheres têm tentado tirar minhas roupas, enquanto os homens tentam bater em mim. Aos quinze anos, também foi o verão em que meu pai de meio período começou a me ensinar a lutar. Ele sabia que eu precisaria ser capaz de me defender, e eu sou, tirando a única vez que tentei fugir de um homem com uma arma e levei uma bala nas costas. O bastardo quase me matou e chegou perto de me deixar paralisado.
Então, sim, eu sei, de fato, que não sou à prova de balas como Superman. Não, se eu fosse um super-herói cômico, lutar e fazer sexo seriam meus únicos superpoderes. Capitão ‘Molha Calcinha’, ao resgate.
Inferno, dar socos e levar uma mulher para a cama são as duas únicas coisas em que eu me superei.
E pela primeira vez, posso realmente usar essas habilidades específicas para ajudar o clube.
Ninguém, nem mesmo uma agente da ATF, jamais suspeitará que um bastardo bonito e carismático como eu, na verdade é um ladrão impenitente que nasceu para ser um fora da lei.
Capítulo 1
Peyton Bradley
—Vamos ouvir. Que dia é hoje? — Quincey pergunta, e eu sei que ela não está se referindo a que dia da semana é. Ela é uma funcionária do governo e minha melhor amiga desde que se mudou para a cidade há alguns meses. Acabamos de entrar em nosso bar favorito, perto do prédio federal para tomar algumas bebidas.
Solto um suspiro, porque a resposta é muito patética, deixo minha maleta de couro preto aos meus pés e subo no banquinho ao lado dela para pedir uma rodada de martini com vodca. —Dia trezentos e noventa e sete, — eu respondo. —Já faz trezentos e noventa e sete dias desde a última vez que eu estive com um homem.
—Não! Isso é completamente inaceitável! — ela exclama movimentando o cabelo castanho encaracolado. —Você realmente acha que a sua combinação do Tinder esta noite vai conseguir quebrar esse recorde? — Ela pergunta enquanto o garçom nos oferece nossas bebidas de sempre.
—De jeito nenhum, — murmuro, enquanto examino os homens ao redor do bar em busca do meu encontro e depois olho de volta para a porta. —Não tenho dúvidas de que estou prestes a ser epicamente enganada. Novamente. Ninguém é tão quente na vida real, — eu digo. Puxando meu celular da minha bolsa, mostro a cara do deus grego para Quincey, enquanto ela toma um gole do copo.
Ela engasga por alguns segundos, depois bebe mais alguns goles de sua bebida antes de, finalmente, poder responder. —Uau. Definitivamente um fake., — diz ela. —Nós nunca vamos encontrar alguém quente como isso, nem em nossos sonhos.
—Concordo, — eu respondo com um suspiro de decepção, quando eu pego meu próprio copo para tomar um gole. —O cara na foto tem que ser um modelo ou um ator que foi copiado da internet, e não o homem que supostamente é apenas um advogado e adora Funyuns. — Eu escondi dela a parte do perfil dele que realmente me fez rir às nove da manhã, antes mesmo de eu tomar minha primeira xícara de café – a letra da música proclamando seu amor por bundas grandes. A menção da música antiga e do seu lanche preferido foram as únicas razões pelas quais eu me senti confiante o bastante para aceitar sair com alguém que, obviamente, está fora do meu alcance. Se for realmente ele. Mas tenho certeza de que não será.
—Funyuns? Ai, credo. Aposto que o cara de verdade é velho e careca, com uma grande barriga de cerveja, — prevê Quincey.
—Sem dúvida, — eu concordo, já que esta não é a nossa primeira vez encontrando homens no aplicativo de namoro. —É por isso que eu queria que você estivesse aqui, para poder testemunhar esse desastre épico ao vivo.
—Não perderia isto por nada, — concorda Quincey. —É uma droga que todos os homens no Tinder sejam fracassos. Você ainda lembra como é sexo? Ou é apenas uma memória distante para você, como é para mim?
—Eu meio que me lembro, — respondo, enquanto eu inclino minha cabeça para o lado para tentar recordar os detalhes do último encontro íntimo com o meu marido mentiroso, traidor e filho da puta. —É quando você se deita de costas e conta os segundos, não os minutos, que são necessários para que a insaciável britadeira pare de esmagar você contra o colchão, certo?
Quincey, na verdade, bufa uma risada antes de dizer: —É isso! Então você se lembra do seu ex-marido! Honestamente, garota, eu não acho que estamos perdendo muita coisa.
—Verdade, — eu concordo. —Meu vibrador está disponível sempre que eu precisar, e é bem fácil imaginar que estou com o modelo gostoso do Tinder, mesmo que eu nunca... — Fico muda quando o som tilintante da abertura da porta do bar ganha minha atenção. Então entra... —Puta merda, — murmuro. Bato no ombro de Quincey várias vezes para que ela se vire e olhe para trás, eu digo: —Quincey, é ele! É realmente ele!
—Claro que é, — ela fala sarcasticamente, com um revirar de olhos antes de esticar o pescoço para ver por si mesma. —Dê um tapa na minha bunda! Acho que ele apenas piscou e eu já fiquei grávida!
Esse é o momento em que o homem loiro, lindo, de terno azul-marinho me vê do outro lado do bar e sorri me reconhecendo. Enquanto ele se aproxima, ele olha para mim como se já nos conhecêssemos antes, seus olhos baixam, absorvendo cada centímetro de mim no banco do bar e, surpreendentemente, não há um pingo de decepção em seu rosto.
—Peyton? — o gostoso pergunta quando ele chega ao meu lado.
—Ah, sim, — eu gaguejo. —Sou eu. E você é... você.
—Henry Aycock., — diz ele, enquanto estende a mão grande e me mostra uma deslumbrante e perfeita fileira de dentes brancos. Eu aperto a sua mão, mesmo com a minha boca ainda aberta como uma idiota. Sua palma não é macia como a maioria dos advogados que conheci. É realmente forte e calejada, como se ele tivesse passado algum tempo fazendo trabalhos manuais. —E você é... ainda mais bonita pessoalmente, — acrescenta Henry, com uma piscadela de um de seus belos olhos azuis, que quase me faz hiperventilar.
Pela primeira vez na minha vida, e apesar de toda a autoconsciência que tenho sobre minhas formas, eu realmente acredito em seu elogio, porque ele está olhando para mim como se não houvesse outra mulher no mundo. Pelo menos ele estava me olhando assim, até que seus olhos se voltam para Quincey.
—E você é? — ele se vira para perguntar enquanto estende a mão para cumprimentá-la. E sem mentira, ela ri quando as palmas das mãos se tocam.
—Minha amiga Quincey estava de saída, — eu deixo escapar, porque faz trezentos e noventa e sete dias desde que eu estive com um homem. Embora eu não seja o tipo de mulher que dorme com alguém que acabou de conhecer, não quero perder a oportunidade. Isto é, se ele ainda estiver interessado em mim. Pessoalmente, talvez ele tenha decidido que não está, e ele está apenas tentando ser educado antes de se virar e correr.
—Você trouxe uma amiga para conhecer um estranho., — diz Henry. —Isso é inteligente.
—Sem ofensa. É só que, bem, eu trabalho com criminosos todos os dias, — eu digo, para tentar explicar por que eu não confiava nele o suficiente para conhecê-lo sozinha, deixando de fora o pensamento de que ele não era realmente o cara da foto.
—Oh, certo. Você disse que é agente da ATF, — ele responde. —O mundo é um lugar perigoso para uma mulher solteira, — acrescenta friamente. —Quincey pode ficar se você preferir...
Estou balançando a cabeça antes que ele termine sua sentença. —Você é ótimo. — Merda. —Quero dizer, estou bem... estamos bem. Quincey não precisa ficar e tomar conta, — eu gaguejo, dando-lhe um olhar aguçado que diz, por favor, mova sua bunda para que ele possa se sentar ao meu lado.
Sorrindo para mim e depois de volta para o homem bonito, Quincey felizmente diz: —É isso mesmo, eu tenho que ir, mas Henry, você deve tomar o meu lugar. Foi bom conhecê-lo.
—Você também, — ele concorda.
Quincey então se levanta, joga sua bolsa por cima do ombro e passa por ele.
—Vejo você amanhã, Quincey, — eu digo a ela rapidamente antes de voltar minha atenção para o advogado sexy. —Sente-se. Quero dizer, a menos que você não queira, agora que você me viu...
—Obrigado, — diz ele, enquanto tira a pasta de couro preta, que eu notei que estava em seu ombro, e senta no banco do bar. Na verdade, é quase idêntica à minha.
Incrivelmente aliviada por não sentir a necessidade de fugir, mas sem ter certeza do que dizer, resolvo apontar a semelhança das bolsas. —Parece que nós dois temos o mesmo gosto para bolsas.
—Que tal isso? — Henry concorda, baixando os olhos para examinar as pastas, lado a lado. —Minha mãe me deu de Natal. Foi o último presente que ela me deu antes do câncer levá-la...
—Oh, nossa. Eu sinto muito, — eu digo a ele, já que isso é realmente muito triste.
—Está tudo bem., — diz ele. —Ela foi uma boa mulher e foi tirada de nós muito cedo.
—Tenho certeza que foi.
—De qualquer forma, sinto muito por me atrasar., — diz Henry, quando solta o nó de sua gravata. —Fiquei preso no tribunal.
—Sério? Que tipo de caso? — eu pergunto, pegando meu Martini e tomando um gole, para me fazer parar de olhar para ele.
—Foi horrível, — diz ele, e quando não consigo evitar olhar para ele novamente, seu rosto perfeito se comprime. —A pequena Jenny tem apenas nove anos de idade. Ela estava saindo do ônibus quando algum idiota passou bateu nela. A pobre agora ficará em uma cadeira de rodas pelo resto da vida.
—Isso é horrível., — eu concordo.
—Não se preocupe., — diz ele com uma piscadela. —Vamos conseguir dinheiro suficiente deixar Jenny o mais confortável possível. Eu prometi levá-la para a Disney World quando recebêssemos um veredicto.
—Aww, isso é muito fofo.
Como é possível que um homem com essa aparência seja tão doce?
—Chega de falar de mim., — Henry diz, enquanto apoia um cotovelo no bar e se inclina um pouco mais perto de mim, perto o suficiente para passar o dedo até a manga do meu paletó. —Eu quero saber sobre você.
—Não há muito para saber., — digo a ele. —Sou agente do Departamento de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos. Meu escritório é em Atlanta, mas o Distrito Leste precisou da minha ajuda em alguns casos, então aqui estou em Raleigh, sabe-se lá por quanto tempo.
—O que está achando daqui? — Henry pergunta.
—É bonito, e um pouco mais silencioso do que Atlanta. — Eu examino sua mão esquerda para ver se há uma linha bronzeada de um anel de casamento. Não há nenhuma. O cara é bom demais para ser verdade. —Meu ex-marido ainda está em Atlanta, por isso é bom que tenha alguma distância entre nós., — eu digo para fugir do assunto sobre esse tema. —E quanto a você? Você já foi casado?
—Não., — ele responde. —Primeiro, me dediquei completamente para a faculdade de direito, e depois levou tempo estabelecer meu escritório. Até que perdi minha mãe e desejei ter me acomodado mais cedo, para que ela pudesse ter conhecido minha esposa antes de falecer.
—Sim. — Isso faz sentido. —Alguma... criança? — Eu pergunto, já que você não tem que ser casado para ter um bebê.
—Sem filhos., — ele responde com um sorriso. —Você?
—Não. Ainda não.
—Mas talvez mais tarde? — ele pergunta, soa quase atrevido, como se ele estivesse perguntando se eu vou dormir com ele hoje à noite.
—Talvez mais tarde., — eu concordo. —Só não cedo demais.
A verdade, é que eu quebraria minha própria regra e o levaria para casa agora mesmo, se não fosse pelo meu caso sério de autoconsciência. É que esse homem é intimidante, o que é uma sensação nova para mim. Eu carrego um distintivo e uma arma. Poucas coisas me deixam inquieta, mas a boa aparência de Hollywood e a personalidade cativante são demais. Antes de dormir com alguém da magnitude de Henry, sinto que preciso estar mais preparada, tipo uma depilação de corpo inteiro ou milhares de dólares em cirurgia plástica. Não há nenhuma possibilidade de que eu esteja pronta para ficar nua na frente dele, mesmo que eu realmente queira.
Seria estranho se eu perguntasse se ele tem um pau minúsculo? Provar que nem todo centímetro dele é perfeito me deixaria mais inclinada a acabar com a minha seca hoje à noite.
—Posso pegar outra bebida para você? — Henry pergunta, como se sentisse que eu estou precisando de mais coragem líquida para continuar sentada aqui com ele.
—Claro, — eu concordo, porque eu não estou pronta para deixar a sua companhia ainda, mesmo que isto não seja para mim. Ele ainda está aqui, pelo menos, falando comigo, então ou ele está com pena de mim ou ainda está interessado, apesar do fato dele ser um 20 na escala de 10 em gostosura, e eu sou apenas um seis ou sete, nos meus melhores dias.
Nós dois batemos papo por uma hora antes de eu me estar mais atraída por ele do que seria inteligente estar. Preciso parar antes que eu peça a ele que me deixe vê-lo nu apenas uma vez, mesmo que ele fique desapontado com a contrapartida.
—Então, foi muito bom conhecer você, mas é melhor eu ir para casa., — digo a ele.
—Tão cedo? Eu estava me divertindo muito conversando com você.
—Sim, eu tenho que acordar cedo para o trabalho amanhã., — eu respondo, aquecendo toda por causa de suas palavras doces.
—Bem, nesse caso, que tal eu te acompanhar até seu carro? — ele oferece.
—Claro., — eu concordo, sem me preocupar com a minha segurança, mesmo com todo o treinamento de segurança pública e autodefesa que tenho no meu currículo.
Eu pego minha pasta para pegar o dinheiro da carteira, mas Henry diz: —Eu cuido disso.
—Obrigada., — eu digo a ele, e então penduro minha bolsa no ombro, enquanto espero que ele entregue algumas notas de vinte e pegue sua própria bolsa.
—Pronta? — ele pergunta.
—Sim., — eu respondo.
Andamos em silêncio por poucos quarteirões até o meu Ford Interceptor preto, que está estacionado no subsolo do estacionamento alugado para funcionários federais.
—Este é o meu., — eu digo, parando ao lado dele.
—Parece... é exatamente como eu imaginei o carro de um agente., — Henry me diz com uma risada.
—Certo., — eu concordo.
Eu começo a abrir a porta traseira para guardar minha maleta quando Henry, de repente, diz: —Espere.
Quando me viro, ele está procurando algo no bolso da frente do paletó. Ele tira um pequeno cartão branco e me oferece. —Meu número de celular está aqui se você quiser jantar algum dia.
—Obrigada., — digo a ele enquanto pego o cartão e leio o nome dele - Henry S. Aycock - e as informações de contato escritas ordenadamente em letras douradas. —Jantar seria ótimo.
—Foi muito bom conhecê-la., — diz Henry, dando um passo mais para perto.
—Você também., — eu respondo, enquanto coloco o cartão no bolso da frente da calça e olho para o seu rosto bonito. Um metro e oitenta, sou quase tão alta quanto a maioria dos homens quando estou de saltos altos, mas não Henry. Eu gosto que ele me faça sentir pequena e delicada, mesmo que eu esteja bem distante disso.
—Posso ser honesto com você por um segundo? — ele pergunta.
—Ah, claro.
—Eu estou morrendo de vontade de te beijar desde o segundo que eu coloquei os olhos em você, mas eu não sei se seria cedo demais., — diz ele quando seu lindo olhar azul desce para os meus lábios, fazendo com que minha respiração escape do meu controle em um suspiro de surpresa.
—Ah, um beijo seria... bom., — eu finalmente sou capaz de responder.
As palavras mal saem da minha boca antes de Henry se aproximar. Eu estava esperando um suave beijo de boa noite, mas o que eu ganho é ele pressionando a frente de seu corpo contra o meu com tanta força que minhas costas batem na lateral do meu SUV. E então ele está me beijando com língua suficiente para fazer a minha calcinha instantaneamente ficar molhada com sua inesperada demonstração de domínio. Sua mão passa pelo meu cabelo para inclinar minha cabeça para conseguir máximo impacto, simultaneamente fazendo meus joelhos ficarem fracos.
É o beijo mais quente e sujo que eu já dei, e eu não quero que acabe.
Deixando minha pasta cair do meu ombro com um baque no piso, que eu nem me importo, eu envolvo uma mão no pescoço de Henry e a outra na parte inferior das costas para puxá-lo para mais perto, querendo senti-lo. E cara, eu sinto.
Ele não tem um pau minúsculo.
Não, ele é grosso e tão comprido que a dureza em suas calças se estende de cima do meu umbigo até as minhas coxas.
Antes que eu saiba o que diabos eu estou fazendo, eu levanto minha perna esquerda para pendurá-la em seu quadril, praticamente me esfregando nele em um estacionamento público. Mas parece bom demais para parar. Ele se sente muito bem pressionado contra mim, martelando sua masculinidade substancial entre as minhas coxas como se ele estivesse tão desesperado por mim quanto eu por ele. Isso é impossível, no entanto.
Henry afasta sua boca da minha com um gemido, em seguida, começa a beijar o meu pescoço, enquanto nós dois ofegamos, tentando recuperar o fôlego. —Pare de se esfregar em mim assim, a menos que você queira que eu tire suas calças bem aqui, agora mesmo, para lhe dar cada centímetro que você está esfregando., — ele me avisa, sua voz mais profunda, mais dura do que antes. —Você tem cinco segundos para decidir... — Com um aperto de seus quadris, ele me beija mais profundamente, e eu quase pego fogo com um gemido.
—Você tem camisinha? — eu pergunto, nem mesmo reconhecendo minha própria voz ou o desejo que me varreu.
—Sim, porra., — ele responde, talvez até um pouco rápido demais. É claro que este homem carrega preservativos com ele o tempo todo. Ele provavelmente gasta uma caixa por semana. Mas é impossível se importar com isso agora, com seus lábios úmidos se movendo ao longo do meu pescoço, causando arrepios que se espalham pelos meus braços. De forma embaraçosa, eu até estremeço. Nunca antes me senti assim, como se eu fosse morrer se esse homem não fizesse algo para aliviar a dor latejante dentro de mim.
Com o braço preso nas minhas costas, Henry me puxa para frente para abrir a porta do passageiro do meu carro. Ele me beija profundamente por mais alguns minutos, antes de agarrar meus quadris e me girar, me deixando de costas para ele. Suas mãos procuram e facilmente abrem a frente da minha calça, em seguida, sua grande palma pressionada na parte superior das minhas costas, inclinando-me para baixo, então minha bochecha está descansando no banco do carro. Minhas calças e calcinha abaixam até meus joelhos, o peso do meu coldre e distintivo ajudam na rápida descida.
—Puta merda! — eu exclamei. Eu estava esperando o pau de Henry, mas o que eu ganhei foi o toque de sua língua na minha pele quente e carente, enquanto um dos seus dedos provocava minhas dobras e depois me penetrava.
Faz anos, anos, desde que um homem colocou sua boca em mim, e eu não me lembro de ser tão bom. Entre meus gritos, ouço os gemidos abafados de Henry que vibram contra o meu clitóris, fazendo-me pensar que ele está gostando disso tanto quanto eu. Ele finalmente remove o dedo de dentro de mim para agarrar a frente das minhas coxas. E então ele está empurrando e puxando meus quadris para trás contra seu rosto enquanto empurra sua língua para dentro e para fora da minha abertura lisa, simulando que está fodendo. É incrivelmente erótico, tanto que não demora muito para as minhas pernas começarem a tremer antes de travarem. O calor líquido explode dentro de mim, e então eu estou gritando através do fluxo de prazer que percorre todo o meu corpo.
A língua de Henry volta a atacar meu clitóris até que os tremores se aliviem.
—Você estava molhada para mim., — diz ele, antes de beijar minha bunda, e passar o dedo até seu vinco lascivamente. —Isso foi bom para você, Peyton?
—Deus, sim! — eu gemo, incapaz de levantar a cabeça ou mover meus membros fracos ainda.
—Fico feliz em ouvir isso., — ele responde com uma risada enquanto tira suas mãos e sua boca de mim. Há um som enrugado como um invólucro de preservativo, então Henry diz: —Pronta para o meu pau?
—Mal posso esperar, — eu admito honestamente.
—Deixe-me colocar esta camisinha, e então eu realmente vou fazer você gritar.
Em vez de insinuações, suas palavras soam quase... Sinistras. Esse é o primeiro momento em que começo a pensar nisso – transar com um homem estranho – pode ter sido um erro, não importa o quão quente ele seja. Eu começo a me levantar para encerrar a noite, mas percebo que seria muito ridículo deixá-lo com as bolas inchadas depois que ele me deu um incrível orgasmo. Então, eu fico parada e espero em silêncio que ele me preencha. Talvez ele só quisesse dizer que o sexo em si seria melhor que o oral. Tenho certeza de que foi isso...
Eu continuo esperando, mas Henry não diz mais nada ou nem me toca novamente.
—Tudo certo? — eu pergunto antes de olhar por cima do meu ombro... E não vejo nada, só o carro que está estacionado algumas vagas além do meu SUV. —Henry—?
Quando não há resposta, eu me levanto e finalmente me endireito para olhar ao redor da garagem enquanto, rapidamente, puxo minha calcinha e calça para cima. —Henry? — eu digo novamente, mas não há uma pessoa à vista. Deus, que embaraçoso. Eu estava curvada com minha bunda de fora e qualquer um poderia ter me visto.
E o que diabos aconteceu com Henry?
Ele mudou de ideia? Foi algo que eu fiz?
Não querendo esperar por mais tempo, parecendo uma idiota, eu pego minha pasta para jogá-la no banco de trás para que eu possa sair daqui, mas parece... Incrivelmente leve.
Ah não. Levantando a bolsa no banco do passageiro, eu puxo o zíper para abrir e encontrar nada além de um bloco de anotações em branco dentro.
Merda!
Não só Henry me abandonou, como também pegou minha pasta em vez da dele!
Capítulo 2
Dalton
Eu poderia ter fodido ela.
Eu sabia desde o momento em que a beijei que ela me deixaria fazer qualquer coisa que eu quisesse com ela. Deus, sua língua mergulhou em minha boca com uma urgência desesperada que era contagiante. Eu já a queria, mas quando ela fez meu sangue fluir para baixo, eu tive que ficar de joelhos e prová-la. Apenas colocar o rosto dela no banco de trás teria sido distração suficiente para eu pegar sua bolsa e correr, mas não pude resistir a fodê-la com a língua, pelo menos uma vez. Inferno, eu ainda não posso acreditar que ela estava curvada, nua da cintura para baixo com uma buceta brilhante, pronta... E eu fui embora.
Lambendo meus lábios, que ainda têm seu sabor delicioso, eu percebo que esta noite pode ser a primeira vez que eu recusei uma mulher disposta. Mas pareceu errado foder com ela um pouco antes de ferrar com ela. Isso seria como tirar proveito, e eu jurei que nunca faria isso com uma mulher. Sexo casual? Claro que sim. Eu sou a favor de casos de uma noite. Mas eu nunca usarei alguém só porque eu posso. Há alguns anos eu estive numa merda de relacionamento arranjado, e ainda não superei.
Enquanto eu ainda estou correndo de volta para a minha moto que está estacionada a poucos quarteirões de distância do bar, meu celular descartável começa a vibrar no bolso da calça. Eu gemo quando desperta meu pau já duro como aço.
Posso adivinhar quem está ligando, já que usei meu número real para os cartões falsos.
O maldito zumbido começa e para mais duas vezes no meu pau dolorido antes de eu arrumar a maleta de Peyton no meu alforje e pegar a estrada, indo para o leste, de volta para Emerald Isle.
Não é preciso ser um gênio para descobrir o que as mensagens de voz dela vão dizer, mas a primeira coisa que faço, duas horas mais tarde, depois de guardar a moto no clube e sair, é apertar ‘play’.
—Henry, oi. É a Peyton. Não tenho certeza do que aconteceu, ou por que você saiu tão de repente, mas você pegou minha pasta por acidente. Talvez possamos tomar café da manhã para trocar? Por favor, me ligue de volta hoje à noite no 404-555-5899. Obrigado.
Sua voz é agradável, com um toque de autoconsciência e uma ponta de pânico que aumenta na próxima mensagem.
—Henry, é Peyton novamente. Tem um laptop muito importante, emitido pelo governo na minha bolsa, eu preciso de volta o mais rápido possível. Os arquivos são extremamente confidenciais e sobre investigações em andamento. Se você me ligar de volta e me avisar, irei à sua casa hoje à noite para buscá-lo e lhe dar o seu. Obrigado. Estou esperando sua ligação.
A terceira mensagem perde todas as sugestões de prazer e é francamente rude.
—Henry, se é mesmo o seu nome real, é Peyton de novo. Eu mencionei que sou agente da ATF? Certo, bem, olha que coisa engraçada, eu fiz uma pesquisa e seu nome não está listado como sendo um advogado licenciado. Você também não aparece quando faço uma busca na internet, a menos que você seja Henry Aycock, de 60 anos, aposentado, no Alabama. Pare de ser um idiota. Ligue-me de volta para que eu possa pegar a minha pasta hoje à noite!
E a quarta e última mensagem é direta e hostil.
—Ouça, idiota. Eu vou te encontrar e quando eu conseguir, você vai se arrepender!
Há uma sugestão de desespero na última. Sua voz treme como se estivesse rasgando, embora esteja dando o seu melhor para parecer ameaçadora.
Ainda estou pensando em suas palavras quando entro no Savage Asylum.
Uma mão bem cuidada, com as unhas dos dedos vermelhas e brilhantes, alcança meu braço, me impedindo de ir para o porão.
—Ei, lindo. Você fica muito bem em um terno., — Alicia, uma das frequentadoras do clube, diz quando me viro para encará-la.
—Obrigado., — eu respondo.
—Mas eu sei que você fica ainda melhor sem ele., — ela responde com uma piscadela. —Quer que eu te ajude a tirá-lo?
Mesmo depois da longa viagem, meu pau ainda está procurando por algum alívio, querendo que eu termine o que comecei com Peyton. Mas eu não estou pronto para me livrar do gosto da agente nos meus lábios, e de seu perfume doce como pêssego, que ainda está nas minhas roupas.
—Eu acho que só vou dormir hoje à noite., — digo a Alicia, afastando-a e descendo as escadas em direção ao meu apartamento, com a pasta de Peyton.
Inferno, talvez eu esteja ficando doente, recusando duas mulheres em uma noite. Minha pele por baixo do terno e gravata está superaquecendo. Não, provavelmente, são apenas os efeitos colaterais dos amassos no estacionamento e ter que ir embora.
É quando me ocorre que a minha febre não vem dos amassos quentes. Em vez disso, tenho certeza de que é... Culpa. Culpa por beijar e tocar uma mulher sob falsos pretextos, sabendo que eu ferraria com ela.
A culpa é uma nova sensação para mim, pois meu objetivo na vida, nos últimos oito anos, foi nunca mais sentir nada por uma mulher.
Peyton
—Aquele filho da puta! — eu exclamo enquanto ando pelo apartamento de Quincey, bem cedo na manhã seguinte, ainda sem resposta do idiota. Ela está de pijama de flanela verde, cabelo castanho enrolando em um enorme ninho de corvo, com olhos apertados, desde que eu bati na porta e a tirei da cama antes do amanhecer.
—Eu ainda não posso acreditar que ele caiu de boca em você, no que você alega ter sido o melhor sexo oral de todos os tempos, e depois roubou você., — diz ela entre bocejos de seu lugar no sofá. —Foi provavelmente um erro honesto e ele vai perceber quando abrir a pasta.
—Veja, foi o que eu pensei no começo também., — eu respondo enquanto continuo andando de um lado para o outro em sua sala de estar. —Mas minha bolsa era muito mais pesada que a dele. Ele deve ter percebido!
—Ok, mas por que um advogado roubaria um laptop? — ela pergunta com a sobrancelha franzida em confusão.
—Ele não é um advogado! — eu grito, fazendo-a recuar. —Ele mentiu sobre isso, sobre tudo! E eu vou jogar sua bunda na cadeia! Assim que eu descobrir quem diabos ele é...
Deus, é tão vergonhoso pensar em como fui estúpida por acreditar que um homem que conheci em um aplicativo de namoro seria quem ele disse que era. Então, não só o deixei me beijar, mas mais. O que diabos eu estava pensando?
Eu sou muito esperta a maior parte do tempo. Tenho um mestrado em justiça criminal, pelo amor de Deus. Mas ser divorciada e solteira por tanto tempo, aparentemente, me deixou estúpida quando se trata da minha vida pessoal. Agora, um único momento de idiotice vai atrapalhar a carreira que eu tive que trabalhar muito para conquistar.
—Como você vai prendê-lo se você não sabe quem ele realmente é? — Quincey expressa minha preocupação.
—Eu não sei ainda. É nisso que tenho trabalhado nas últimas oito horas em vez de dormir. Mas eu vou descobrir! — eu declaro, porque sou uma agente muito boa quando meu cérebro não está todo nebuloso com a necessidade e anseio por um homem sexy, que eu sabia que era bom demais para ser verdade. —Ele é um ladrão muito bom, então ele provavelmente tem um histórico criminal.
—Ótimo, então você só tem que olhar milhares de fotos de criminosos locais, — responde Quincey. —Pelo menos, o rosto dele deve chamar atenção, já que é tão lindo.
—Um criminoso roubou meu laptop que está cheio de arquivos confidenciais do governo, porque eu fiquei cega pela sua boa aparência. Quão ferrado isso pode ser? — Eu pergunto a ela. —Eu devo pegar criminosos, não ser enganada por eles!
—Você já tentou contatá-lo novamente no aplicativo? — ela questiona.
—O perfil dele já não existe., — eu bufo, já que tentei isso cerca de meia hora depois que ele saiu e não retornou minhas ligações. Tenho certeza que ele apagou o perfil dele antes mesmo de entrar no bar.
—Bem, em poucas horas, você pode ligar para as casas de penhores locais para ver se ele vendeu., — sugere Quincey.
—Não. Ele não teria penhorado isso. Todo esse esquema não era por dinheiro. Ele usava um terno novo e bonito e reservou um tempo para criar um perfil de namoro falso e fez cartões de visita. Ele é mais do que um ladrão que rouba dinheiro. Ele é inteligente e paciente. — Quando finalmente me atinge, eu exclamo: —Quem quer que seja, ele deve estar atrás do que está no laptop!. — O quadro geral começa a fazer mais sentido quando penso sobre esse ângulo. —Oh Deus! E se ele invadir e compartilhar os arquivos? Ou revelar os nomes de informantes confidenciais? Eu poderia perder meu emprego se meus superiores em Atlanta ou... ou o Procurador dos EUA descobrisse que sou responsável, sozinha, por quebrar o sigilo de todas as investigações!
—Então você precisa descobrir quem ele é, encontrá-lo e pegar o laptop antes que alguém saiba o que aconteceu! — ela pede.
—Eu sei! — eu resmungo. —Primeiro, eu provavelmente deveria repassar os casos em que estive trabalhando e ver fotos de todos os suspeitos., — digo, em voz alta. —Ugh! Mas é meio difícil fazer isso quando ele está com o meu maldito laptop!
—Acalme-se. Você pode usar o meu., — ela me diz, ficando de pé e pegando o computador da mesa. —Você salvou seu trabalho no nosso servidor?
—Sim.
—Bom, então você deve ser capaz de encontrar tudo., — diz ela enquanto entrega o laptop.
Duas horas e um bule de café gigante depois, passamos por todos os arquivos, junto com centenas de fotos, mas ainda não temos nada.
—Então, talvez você esteja errada e ele não seja um suspeito em um caso em potencial., — diz Quincey em um suspiro da ponta do sofá, onde ela está enrolada com um cobertor e travesseiro. Nós duas ficamos doentes hoje, já que para achar esse idiota vale a pena perder um dia de trabalho.
—Não, eu não acho que estou errada sobre isso., — eu bufo, quando estico meus braços sobre a minha cabeça, tirando a rigidez. —Se eu tivesse que adivinhar, ele provavelmente é de uma das gangues, ou associado a elas, e eles o enviaram para roubar porque ele não tem um registro.
—Essa seria a coisa que um criminoso inteligente faria., — concorda Quincey. —Quem tem a gangue mais esperta?
—Provavelmente, aquela de que não temos nenhuma evidência, mesmo tendo sido a principal suspeita em tiroteios, assassinatos e incêndios no último ano., — eu digo, quando de repente percebo. —Oh! E a mesma que está localizada na costa, o que se encaixaria com a afirmação em seu perfil estúpido de que ele gosta de ‘longas caminhadas na praia’.
—Ótimo! Que gangue é essa? — ela pergunta.
—Os Savage fodidos Kings! — Eu grito.
Parece que vou fazer uma viagem para a costa da Carolina do Norte, para ver um belo ladrão de uma gangue de motoqueiros.
Capítulo 3
Dalton
Vou à capela com o laptop, chego cedo, com alguns minutos de folga antes do início de nossa reunião. A maioria dos caras já está sentado, cada um deles usando um colete de couro do Savage King MC idêntico ao meu, já que os coletes são necessários para todas as reuniões. A única vez que os tiramos é quando é absolutamente necessário, tipo ir a um encontro falso com uma agente da ATF.
Ontem à noite, depois que voltei para o meu apartamento, me sentindo um pouco desequilibrado e enjoado, vasculhei a bolsa de Peyton, antes de, finalmente, tirar o terno chique e adormecer. Há uma senha, é claro, no computador dela, então não consegui acessar. Mas algumas das anotações de Peyton foram rabiscadas em um bloco de anotações, junto com a agenda do dia, a carteira que continha vinte dólares e algumas moedas. Se ela tivesse deixado algum cartão de crédito lá, eu teria encontrado uma maneira de, pelo menos, devolvê-lo a ela.
E, por alguma razão, eu passei mais tempo do que deveria lendo cada maldita coisa que encontrei escrita com sua caligrafia elegante e feminina. Ela alterna ir para yoga e aulas de spinnig duas vezes por semana, o que explica por que ela parece boa o suficiente para comer, literalmente. Ela recentemente cortou o cabelo e está planejando ir para casa no Dia de Ação de Graças, onde quer que sua —casa— esteja localizada. Meu palpite é Atlanta.
—Aqui está., — eu digo para Reece quando coloco a bolsa de couro sobre a mesa e a deslizo para ele. Então, lembrando da nossa estúpida aposta, tiro uma nota de cem dólares da carteira e a jogo. Claro, eu poderia ter tirado uma foto da calcinha de Peyton em torno de seus tornozelos, mas não fiz. Eu prefiro ter prejuízos do que enganá-la em algo mais.
—É um prazer fazer negócios com você, — diz Reece, pegando o dinheiro para colocá-lo dentro do zíper de seu colete. Ele está sorrindo como uma criança na manhã de Natal quando tira o laptop da bolsa.
—Você conseguiu? — Chase pergunta, enquanto ele assiste Reece digitando no teclado. —Como diabos você conseguiu isso?
—Com cuidado, — eu respondo com um sorriso.
—Ok, eu estou dentro., — Reece diz um momento depois, quando ele de alguma forma quebra a senha de Peyton em questão de segundos. —Me dá alguns minutos? — ele pergunta a Torin, nosso presidente, sentado, como de costume, na cabeceira da mesa.
—Claro, irmão., — Torin responde, então Reece pega o computador e vai para o seu apartamento com ele, para ter um pouco de paz e tranquilidade.
Virando seu olhar preocupado para mim, Torin pergunta: —Temos que nos preocupar com algo?
—Não.
—Você tem certeza absoluta? — ele me pergunta, com uma de suas sobrancelhas loiro-areia levantada com desconfiança. —Você acabou de roubar um laptop do governo federal. Se você for pego, essa merda é séria.
—Oh, eu sei., — eu digo, meu sorriso aumentando quando me lembro dos detalhes incrivelmente eróticos do meu assalto. —Nada para se preocupar. Ela não vai denunciar.
—É melhor que não, — Abe bufa do outro lado da mesa. —Você é bonito demais para uma prisão federal. Não duraria um maldito dia.
—Isso é verdade., — eu pisco para ele. —Quanto tempo durou sua cara feia na prisão? Anos, certo? — Eu pergunto, e o grande homem faz um gesto obsceno.
Por cerca de meia hora, falamos sobre coisas banais e discutimos os negócios legítimos e os trabalhos ilegais do MC, que complementam nossa renda. Como a matemática é uma das poucas coisas em que sou bom, além de lutar e foder, meu trabalho como tesoureiro do clube não é apenas cobrar taxas de associação, mas também escolher as melhores maneiras de canalizar nosso dinheiro sujo para as empresas legítimas, antes de nós enviarmos qualquer coisa para o nosso contador. Ter dois livros diferentes de contabilidade não é fácil, mas alguém tem que fazer isso, e Torin tem problemas suficientes tentando administrar os negócios.
Finalmente, Reece volta com o relatório sobre suas descobertas dos arquivos do governo.
—Boas notícias., — ele diz, da porta da sala com o laptop prateado de Peyton ainda em suas mãos. —Eles não têm nenhuma merda de evidência. O informante que nós espantamos não lhes diria nada além de nossos nomes, e parece que eles estão apenas tentando ligar os pontos entre nós, os Ases e o Cartel. Os artigos do incêndio premeditado, do tiroteio e da morte de Cruz estão todos lá, mas não vi nada que nos ligasse diretamente a essa merda.
—Obrigada, porra., — Torin murmura e todos nós suspiramos aliviados. —Agora, talvez possamos voltar ao trabalho como de costume por aqui.
—Parece ótimo, chefe., — diz Reece, junto com o resto das nossas palavras de concordância.
Embora eu saiba que esquecer a agente quente que eu fodi será mais difícil do que eu imaginava, especialmente porque eu não consigo parar de pensar nela, não importa o quanto eu tente.
...
Peyton
—estou aqui., — eu digo no meu celular, depois de eu circular o quarteirão e, em seguida, estacionar a algumas centenas de metros de distância do estacionamento Savage Asylum, que é conhecido como o clube do Savage Kings MC.
—Tem certeza de que é uma boa ideia? Você deveria ter me deixado ir com você! — Quincey diz no meu ouvido. —Esses caras são perigosos, certo?
—Eu não sou idiota. Eu não vou correr com a arma em punho., — digo a ela, com um revirar de olhos que ela não consegue ver. —Eu só vou esperar aqui e tentar pegar o Sr. Aycock saindo sozinho. — Deus, eu deveria saber quando ele me disse que seu sobrenome era Aycock que ele era uma fraude. Tão infantil.
—Mantenha-me na linha até então., — diz ela.
—Tudo bem., — eu concordo, já que o que estou fazendo aqui sozinha, vigiando uma gangue MC, não é muito inteligente. Mas tempos drásticos precisam de medidas drásticas. Eu tenho que pegar o laptop de volta, de preferência antes que eles consigam quebrar minha senha.
Como o idiota foi capaz de me distrair tão facilmente eu não tenho certeza. Mesmo quando eu estava passando por um divórcio complicado não cometi nem um pequeno erro. Agora isso...
A pior parte é que eu estava finalmente começando a recuperar confiança suficiente para começar a namorar novamente, e depois de ontem à noite, tenho certeza de que será quase impossível acreditar em qualquer coisa que saia da boca de um homem a qualquer momento no futuro próximo.
Uma coisa é um cara usar uma foto antiga ou enganosa em seu perfil, mas fingir ser uma pessoa inteiramente diferente para roubar de mim? Esse nível de traição enlouquece minha mente já apreensiva.
E me faz parecer uma idiota completa.
Realizar verificações de antecedentes em potenciais pretendentes parecia um pouco extremo. Acho que eu era muito ingênua para o meu próprio bem, e agora esse erro vai me assombrar. De agora em diante, eu nem vou conhecer outro cara até que eu tenha descoberto e verificado seu nome completo e data de nascimento.
—Então, qual é o plano se você o vir? — Quincey pergunta no meu ouvido.
—Eu só vou segui-lo e quando eu o pegar sozinho, vou educadamente puxá-lo e pedir a ele que devolva meu computador para evitar acusações criminais., — eu digo, como se fosse assim tão simples.
—E se ele se recusar?
—Vamos torcer para que ele não recuse., — eu murmuro. Porque se isso acontecer, eu estou fodida.
Antes de deixar Raleigh nessa louca missão, liguei para o informante que estava tentando explorar o MC, antes que eles descobrissem o que ele estava fazendo há algumas semanas atrás. O cara foi evasivo e sombrio, deixando claro que não estava entusiasmado em responder qualquer uma das minhas perguntas. Mas finalmente consegui obter nomes para os dois membros loiros. Quando acrescentei o sorriso e o fato de que ele também poderia ganhar a vida sendo modelo roupas íntimas, ele conseguiu chegar a apenas um nome - Dalton Brady.
Com base nas informações do informante durante suas poucas semanas de exploração, o senhor Brady também é um encarregado, o tesoureiro do clube, provavelmente envolvido com a lavagem de todo o dinheiro sujo através dos negócios legítimos do clube, como o bar e o clube de strip-tease.
Surpreendentemente, o Sr. Brady não tem antecedentes criminais. Na verdade, além da carteira de motorista, não há mais nada arquivado em seu nome, nem mesmo uma única multa por excesso de velocidade.
Como é que esse cara pode ser membro de um clube de motocicleta, que está envolvido em tanta violência que assusta, e estar tão limpo?
Além de sua boa aparência, ele deve ser muito esperto.
Isso não faz com que eu me sinta melhor sobre a facilidade com que ele foi capaz de me ferrar.
E nem me fale sobre o golpe na minha autoestima.
O tempo todo nós estávamos conversando e então... Mais tarde, quando estávamos fazendo mais, eu pensei que ele estava realmente atraído por mim.
Como eu pude ser tão estúpida?
Caras como ele não querem mulheres como eu. Eles querem modelos de biquíni belas e elegantes, não agentes federais plus-size chatas, com uma superabundância de carga no traseiro.
Então, não só estou chateada que ele roubou meu laptop, mas eu também estou com raiva do idiota por me fazer sentir como uma idiota.
Espero que minha ameaça de prendê-lo seja suficiente para que ele devolva meu laptop. Se não, eu poderia perder meu emprego. E isso não é algo que eu estou disposta a abdicar por causa de um motociclista idiota.
Capítulo 4
Dalton
Vejo o familiar SUV preto parado a cerca de cento e cinquenta metros da rua do estacionamento do clube quando começo a sair. Então, não é uma grande surpresa quando eu saio e olho no meu espelho para ver o veículo me seguindo.
Porra.
Então, acho que Peyton já descobriu quem eu sou e veio cobrar. A agente é muito esperta, reconheço isso. Ela veio sozinha ou ela tem um parceiro com ela? Se ela está sozinha, então ela é louca ou incrivelmente corajosa para me enfrentar sozinha.
Como que eu não quero nenhuma testemunha para este encontro, especialmente meus irmãos MC, que podem ficar preocupados e sem nenhuma razão, sobre uma agente no meu pé, eu viro à direita na Highway 58 para a Canal Drive, uma estrada lateral arborizada privada. Assim como eu esperava, a luz azul em seu painel frontal se acende assim que saímos da estrada principal.
Eu paro lentamente e desligo o motor. Depois que eu saio da minha moto, eu removo meu capacete e o penduro em um dos guidões para me virar e ver o quão zangada a agente está comigo.
Ela está ainda mais sexy do que eu me lembro da noite passada quando sai batendo a porta. Vestindo uma calça branca imaculada que eu adoraria sujar, ela se aproxima de mim com seus saltos pretos e óculos escuros cobrindo os olhos. Seus longos cabelos loiros sopram na frente de seu rosto, graças ao vento costeiro, o que parece irritá-la ainda mais quando ela tem que afastá-los.
—Boa tarde, agente Bradley. O que te traz a Emerald Isle em um dia tão lindo? — eu pergunto friamente com meu patenteado sorriso presunçoso.
—Pode parar com a merda! — ela grita quando está bem na frente do meu rosto. Ela pega a gola da minha camiseta pela abertura do meu colete de couro e a enrola em seu punho. —Onde diabos está meu laptop?
Sorrindo para o seu lindo rosto zangado, eu pisco inocentemente e pergunto: —Que laptop?
Ela me sufoca um pouco mais com o colarinho da minha camiseta e eu tenho que dizer, ao invés de me intimidar, só fico excitado com a demonstração de força dela. Mulheres malvadas podem ter acabado de se tornar meu novo fetiche.
—Me dê, agora! — ela exige, o que só faz meu sorriso se alargar.
Virando meus olhos bruscamente para a esquerda e depois para a direita na estrada vazia, eu digo: —Você dirigiu até aqui só para terminar o que começamos na noite passada? — eu alcanço seus quadris para puxar seu corpo mais perto do meu, enquanto lambo meus lábios, lembrando exatamente do seu gosto. Um dos meus polegares acaricia seu distintivo de metal preso ao cós, enquanto o outro acaricia seu coldre. —Ok, baby, eu topo. Mas, agente ou não, se você continuar piscando sua boceta pela cidade como uma cadela no cio, você vai fazer com que nós dois sejamos esbofeteados com uma acusação de indecência pública.
Eu estava totalmente esperando que seu joelho batesse em minhas bolas, mas isso não significa que doeu menos.
—Filha da puta., — eu resmungo. Quando ela se afasta de mim, eu dobro de dor. Apoiando a palma da mão no assento da moto, para me manter de pé, minha outra mão agarra minhas bolas pela parte de baixo da calça jeans, tentando ajudá-las a descer novamente.
Durante a minha recuperação Peyton anda em volta da minha moto para olhar no alforje que está vazio agora. Voltando, ela empurra os óculos até o topo da cabeça para se inclinar e olhar para o meu rosto. É a primeira vez que percebo o quanto as bolsas estão pronunciadas sob os olhos dela. Mais uma vez, esse sentimento idiota de culpa aperta seus dedos ao redor da minha garganta.
—Última chance de entregar meu laptop, Dalton Brady, antes de te entregar e te acusar de roubo de propriedade do governo e... e agredir uma funcionária federal, — Peyton me ameaça, mas sei que ela é cheia de merda. Se ela quisesse me prender, ela precisaria do Procurador dos EUA para fazer as acusações contra mim para o Grande Júri, e então eles teriam que me indiciar. Os federais montam um Grande Júri apenas uma vez por mês e, se eu tivesse que adivinhar, não era hoje.
É isso mesmo, sou mais esperto do que pareço.
Se eu não estivesse em agonia no momento, provavelmente faria outro comentário espertinho, tipo que eu não considerava uma lambida consensual na boceta uma agressão, só para deixá-la ainda mais irritada.
Mas eu mantenho minha boca fechada.
E eu tenho que dizer que é tão quente quando ela é agressiva comigo. Eu nem mesmo tento resistir quando ela me gira, empurra minhas mãos nas minhas costas e bate as algemas de metal nos meus pulsos. Ela então me conduz em direção ao seu SUV e me empurra para o banco de trás, bem no local onde ela gozou nem vinte e quatro horas atrás.
Não estou preocupado com a sua pequena prisão. Se eu quisesse, poderia fugir, voltar para o clube e pedir que um dos meus irmãos tirasse as algemas. Em vez disso, estou curioso para ver até onde ela está disposta a levar esta farsa. A única coisa que me preocupa atualmente é o meu bebê abandonado na beira da estrada, com a chave ainda na ignição.
—Posso ligar para alguém... para vir pegar minha máquina? — eu pergunto a Peyton através da dor insuportável, depois que ela senta no banco do motorista.
—Não., — ela responde, puxando seus óculos de volta para os olhos. —Espero que seja roubada!
—Isso é errado., — digo a ela. —Seu laptop tem valor sentimental? Eu suponho que não. Mas você vê aquela moto bem ali? É um clássico, Harley Knucklehead de 1947. Eu ajudei meu pai a restaurá-la antes que ele... — Eu paro antes de contar toda a minha história de vida. —Olha, é impagável, ok? — eu bufo. —A única coisa material sobre a qual eu dou a mínima neste mundo é essa maldita moto.
Peyton congela com as mãos no volante, a esquerda e à direita, por vários longos e silenciosos momentos antes de expirar, então, felizmente, sai para pegar a chave da ignição da moto.
De volta ao carro, ela joga o chaveiro para mim, batendo no meu rosto antes de cair entre minhas pernas, já que minhas mãos estão presas nas minhas costas.
—Obrigado., — eu digo a ela, quando ela começa a dirigir para diabos sabe onde.
Começo a ter uma ideia quando ela não só dá o sinal para entrar na estrada em direção ao oeste, mas faz uma ligação para alguém, simplesmente dizendo: —Estou voltando para Raleigh.
Merda.
Então, ou ela está realmente me levando de volta a Raleigh para me interrogar e segurar até que um mandado de prisão chegue, ou tudo isso é apenas um jogo louco e intenso para testar minha coragem. Como o prédio federal mais próximo do Distrito Leste da Carolina do Norte em nossa jurisdição fica em New Bern, não em Raleigh, eu vou com a opção de teste à coragem.
—Então, você está fingindo que está me prendendo? — pergunto a Peyton, enquanto vou até o meio do banco de trás, para conseguir uma boa visão do rosto dela no espelho retrovisor, embora os óculos de sol dela estejam escondendo seus olhos novamente.
Ela não responde.
—Tudo bem., — eu murmuro. —Aqui, deixe-me ajudá-la a escrever o relatório de prisão., — eu fico confortável e descanso minha cabeça contra o assento. Limpando minha garganta, começo a narrar nosso encontro fumegante. —No final da noite de 6 de outubro, acredita-se que o roubo tenha ocorrido durante a meia hora em que a vítima estava virada para baixo no banco de trás de seu SUV, gritando com seu orgasmo na garagem da Main Street. Ela alega que apenas o lindo suspeito estava na vizinhança, mas o suspeito injustamente acusado, garante às autoridades que havia muitas oportunidades para o roubo ocorrer, já que o suspeito estava tão ocupado enfiando a língua na boca e na vagina da vítima que não percebeu seu entorno...
Peyton se recusa a encontrar o meu olhar no retrovisor durante a minha narrativa.
—Isso parece correto? — eu pergunto.
—Se não foi você, foi um dos seus amigos de gangue enquanto eu estava... distraída., — ela bufa.
—Amigos de gangue? Eu não tenho amigos de gangue. Pelo menos não mais, — eu respondo. —O que eu tenho são irmãos MC. Mas eles são cavalheiros honrados. Nenhum deles jamais roubaria uma agente federal enquanto ela estava recebendo lambidas em sua vagina. Isso seria simplesmente rude.
—Então foi você? — Peyton pergunta, suas bochechas agora têm um belo tom de vermelho rosado, que eu imagino ser semelhante ao que ela, provavelmente, estava ostentando na noite passada.
—Eu não disse que fui eu. Você acabou de pensar que era eu, porque sou a pessoa mais provável de... me dedicar a isso, — digo, incapaz de evitar minha risadinha.
—Apenas me diga onde está o maldito laptop! — ela grita.
—Se eu fosse burro o suficiente para roubar o computador de um agente federal, eu definitivamente não iria me incriminar. Te dizer a localização seria, basicamente, admitir culpa, não é?
—Eu não tenho ideia do porque eu te achei atraente mesmo por um segundo, — ela murmura para si mesma.
—Você me queria tanto que nunca lhe ocorreu, com todo o seu ensino superior e treinamento em aplicação da lei, que eu poderia ser um ladrão. Agora, você está com raiva de si mesma por esse lapso de julgamento e você está descontando em mim, um homem completamente inocente.
—Ou me diga onde o laptop está, ou eu vou amordaçar você, então você não poderá falar., — ela avisa.
—Já não é ruim o suficiente que você esteja me sequestrando? — eu pergunto. —Quer dizer, nós dois sabemos que você não vai me levar e admitir o que aconteceu ontem à noite. Se eu tivesse que adivinhar, você já tem dificuldade em fazer com que os homens com quem trabalha levem você a sério sem acrescentar a língua na garagem pública ao seu currículo.
—Pare de falar sobre isso! — Peyton grita comigo. —Acredite em mim, eu me arrependo. Vou me arrepender dessa meia hora pelo resto da minha vida. Estou tentando esquecer. Você também deveria.
Suas palavras ardem, mas digo a mim mesmo que são de raiva e não de arrependimento real. Ela com certeza não parecia estar se arrependendo de nada antes...
—Essa não é toda a verdade, é? — eu a questiono, já que eu estava lá, e ela amou cada segundo do que eu fiz para ela. —O problema é que você sabe que não será capaz de esquecer que a melhor experiência sexual de sua vida foi com um bandido.. — Quando ela não responde, eu acrescento: —E você não pode deixar de se perguntar o quão bom seria se eu não tivesse me afastado de você...
—Eu vou encostar e amordaçar você., — ela ameaça novamente.
—Com o quê? A sua língua? Você enfiou na minha garganta como se não pudesse ter o suficiente...
Minhas palavras são cortadas quando ela rosna, e depois aumenta o volume no rádio. —Sex Type Thing, — a última música que eu esperaria que fosse explodir de seu rádio, irrompe em níveis ensurdecedores dos alto-falantes.
Tenho certeza de que minha risada ainda está alta o suficiente para que ela ouça, antes de eu gritar: —Não imaginei que você fosse uma fã do Stone Temple Pilot! Você é cheia de surpresas, não é?
Capítulo 5
Peyton
o que diabos estou fazendo?
Essa é a pergunta que me fiz muitas vezes desde a noite passada, no bar.
Eu fiquei cega pela boa aparência de um homem e agora estou ferrada. Não conseguir dormir está causando estragos ao meu bom senso.
Mas há centenas de documentos confidenciais no meu laptop roubado. Nas mãos erradas, alguém poderia violar toda a rede federal!
Eu queria que fosse tão fácil pegar o idiota e prendê-lo, mas eu nem posso provar que ele o pegou. Claro, eu poderia pedir o vídeo de vigilância da garagem, mas só se eu conseguir um juiz para assinar um mandado, o que significa que meus superiores de agora e para o resto da minha carreira daqui para frente, saberiam que eu dei uns amasso com o suspeito em nossa garagem! Se eu admitir tudo isso, minha carreira será arruinada. Não que isso não vá acontecer se eu não conseguir que ele me diga onde diabos ele está escondendo meu laptop.
Se eu tivesse que adivinhar, provavelmente deve estar no clube do MC. Eu não sou estúpida o suficiente para tentar entrar na cova dos leões sozinha, ou neste caso, a cova dos Savage Kings. Podemos não ser capazes de provar que fizeram algo ilegal, mas é óbvio que eles não são apenas um bando de bons rapazes, entusiastas do motociclismo. A esposa grávida do presidente do clube foi assassinada a sangue frio, então eles, sem dúvida, decretaram algum tipo de vingança por esse crime hediondo. Um homem normal mataria por isso, então só posso imaginar a ira de um líder de gangue MC que perdeu um ente querido.
Então, enquanto eu estava feliz esta manhã por ser capaz de rastrear o bastardo e encontra-lo saindo do clube, agora que ele está algemado no bando de trás do meu carro, eu não tenho nenhuma ideia do que fazer com ele. E ele não se cala!
De todas as músicas que poderiam ter tocado no rádio por satélite, por que a primeira que saiu dos alto-falantes tinha que ser sobre o ato físico que eu estou tentando tanto não pensar?
A última coisa que eu preciso é ele jogando a noite passada na minha cara. Eu me sinto idiota o suficiente sobre as coisas como estão. O que eu fiz foi louco e imprudente, e eu sei bem.
Então, por que eu fiz isso?
Porque Henry, quero dizer Dalton, é ridiculamente quente e irresistível.
No dia, achei que ele também estava atraído por mim. Mas agora eu sei que ele estava brincando o tempo todo, e eu caí em sua armadilha.
Meu plano era começar a dirigir na direção de Raleigh e torcer para que ele entrasse em pânico, depois confessasse antes de dizer para eu retornar para que ele pudesse devolver meu laptop. Infelizmente, ele não caiu no truque.
Eu acho que isso significa que meu novo plano é mantê-lo como refém e oferecer trocá-lo por meu laptop.
Não é a melhor ideia, mas é tudo que tenho agora.
Além disso, é tarde demais para eu fazer qualquer outra coisa.
Eu já o sequestrei.
Parece que estou escorregando de bunda em uma ladeira extremamente escorregadia e não consigo parar.
Em vez de melhorar as coisas, continuo as piorando.
Dalton
—Entre e não pense em tentar nada., — Peyton ameaça, quando ela para o SUV em frente a uma fila de casas novas e agradáveis, e mantém aberta a porta do passageiro para mim.
Ela me trouxe para a casa dela? Por que diabos ela faria isso? Acho que ela realmente está pirando com o meu roubo ainda mais do que eu esperava.
Espero que ela seja uma agente mais cautelosa do que é com homens estranhos que conhece no Tinder. Se não, ela vai se encontrar em todos os tipos de problemas. A razão pela qual eu me importo com sua segurança... eu não tenho ideia.
—Você pode colocar as chaves da minha moto no meu bolso? — eu pergunto, acenando para onde elas ainda estão caídas no banco.
Bufando irritada, Peyton pega o chaveiro e enfia no bolso da frente. Então, ela aponta sua porra de arma em mim, assim me impediria de dominá-la se eu quisesse, e faz movimentos para eu subir os degraus para casa dela.
Peyton destranca a porta e depois me empurra para dentro com um empurrão nas costas. Por alguma razão, ela acha que tem todo o poder nesta situação, por eu estar preso em seu apartamento. Mas na verdade, é o oposto.
Eu tenho todo o poder.
Só eu sei onde seu laptop está e só eu posso lhe dar essa informação. Ela não pode ir às autoridades agora que ela me sequestrou ilegalmente contra a minha vontade. E se Peyton fosse suicida o suficiente para marchar para o clube cheio de meus irmãos procurando por ela, ela já teria feito isso.
Eu posso muito bem mantê-la como refém e tê-la amarrada na minha cama porque ela está bem e totalmente fodida. Não que eu fosse me opor a Peyton me prendendo em seu quarto...
—Sente-se e fique confortável., — diz ela, apontando com o cano da arma para a parede vazia do outro lado da sala com pouca decoração. É o local mais distante da porta.
Minhas costas deslizam pela parede e então eu estou sentado com meus joelhos na minha frente, ombros começando a doer, já que meus pulsos ainda estão presos nas minhas costas.
Eu fiz o que ela pediu para fazê-la pensar que ela tem poder sobre mim. Agora é hora de chegar à parte divertida onde eu lembro a ela quem está realmente no comando aqui.
—Tire sua camisa., — digo a ela quando estou o mais confortável possível. Eu não consegui ver seus peitos na noite passada, então eu preciso remediar isso agora.
—O quê? — Peyton pergunta, parando na minha frente e abaixando a arma de modo que agora está apontada para o tapete marfim imaculado. Quem diabos tem tapete branco? Mais importante, como ela mantém isso tão limpo?
—Se você tirar sua camisa, então talvez eu consiga recuperar a memória do que aconteceu com seu laptop., — eu explico para ela.
Ela zomba e revira os olhos. —Isso nunca vai acontecer, amigo.
—Então você nunca vai conseguir sua merda de volta., — eu respondo. —E você e eu sabemos que você não pode me manter aqui para sempre...
Seus ombros caem um pouco quando a verdade dessa afirmação a atinge.
—Tem que haver mais alguma coisa que você queira, — ela responde. —Você quer dinheiro? Devolva-me o laptop e eu vou te pagar cinco mil e deixar você ir. Podemos chamar o pagamento de uma taxa de corretagem.
Eu já estou balançando a cabeça antes que ela termine sua sentença. —Não. Acredite ou não, eu tenho muito dinheiro. Você sabe o que eu realmente quero, mas não tenho? — eu pergunto e, em seguida, dou imediatamente a resposta. —Peitos.
Peyton solta uma risada sem graça. —Você está fora do seu juízo. Você não acha que se divertiu o suficiente às minhas custas quando me humilhou?
—Diversão às suas custas? Humilhar você? — Eu repito confuso.
—Sim! — ela exclama, a indignação com o que aconteceu no estacionamento escrito em todo o rosto. Como ela ousa ficar chateada comigo por ter um orgasmo quando eu não tive nada. E nunca tive a intenção de envergonhá-la. Eu deveria ter saído depois do beijo, mas não o fiz.
—Jesus, mulher. Você acha que foi divertido para mim me livrar de você com o pau duro e depois ir embora sem obter nenhum alívio para mim? — Eu pergunto.
—Que dó de você., — ela murmura sarcasticamente. —Sinto muito que você teve que descer tão baixo para conseguir o que queria de mim.
—Eu não sinto muito., — digo a ela. —A única coisa que sinto muito é que eu tive que encontrá-la sob falsos pretextos...
—Ah! Então você admite! Você me enganou para me roubar! — Peyton grita.
Merda. Eu quase falei demais. Enrole, Brady.
—A única coisa que estou admitindo é querer te foder., — afirmo. —Isso é tudo que os homens no Tinder querem, certo? Eu marquei um encontro só para poder te foder. Essa foi a falsa pretensão. Mas quando minha consciência me atingiu, eu não consegui ir em frente.
—Mentiroso., — ela cospe. —Você é tão cheio de merda. Homens como você não querem mulheres como eu.
—É a verdade! Toda a verdade e nada mais que a verdade, — digo a ela. —Me conecte a uma máquina de polígrafo. Os federais as têm, certo? — e o que diabos ela quis dizer quando disse que homens como eu não querem mulheres como ela? Criminosos como eu não querem colocar as mãos em agentes quentes, cheias de curvas e duronas como ela?
—Seu MC é a única coisa que está sendo fodida., — responde Peyton. —Você pegou nosso informante, ele contou sobre a minha investigação e está tentando ver o quanto você está ferrado.
—É uma pena que você não tenha nada além de evidências circunstanciais, — murmuro.
—Isto é o que você pensa...
—Isso é o que eu sei pra caralho., — eu argumento.
Os olhos de Peyton se arregalam. —Como você saberia disso?
Sorrindo, digo a ela: —Hipoteticamente, se o MC colocasse as mãos em um laptop do governo, levaria apenas alguns segundos para acessarmos os arquivos. Hipoteticamente, claro.
—Ótimo., — ela resmunga, estendendo a mão para correr os dedos pelos cabelos, enquanto a outra mão ainda segura a arma pela coxa. —Isso é ótimo. Criminosos roubaram meu computador e acessaram arquivos confidenciais. Tenho que denunciar essa merda aos meus superiores e depois vou me ferrar...
—Você quer de volta? — eu pergunto a ela, interrompendo sua tagarelice preocupada. Eu não quero que ela perca seu maldito trabalho por isso. O MC conseguiu o que precisávamos, então não há motivo para não podermos devolvê-lo. —Você pode ter o laptop de volta. Ninguém precisa saber que está temporariamente desaparecido.
—Eu tenho te perguntado por horas! — Peyton exclama.
—Certo., — eu digo. —E eu estou concordando em devolver o laptop em suas mãos. Há apenas uma coisa que você tem que fazer.
—O quê? — ela pergunta com a testa franzida, porque ela já esqueceu meu pedido.
—Tire sua camisa.
—Oh meu Deus! — ela bufa. —Nós não vamos voltar para esse absurdo.
—Então eu acho que voltamos para onde começamos, você está me sequestrando contra a minha vontade e eu me recusando a dizer-lhe qualquer coisa sobre o seu computador desaparecido.
Peyton resmunga algo em voz baixa, mas então ela coloca a arma no chão e começa a desabotoar o topo de sua camisa branca.
Puta merda, ela realmente vai fazer isso.
Fico com a boca molhada quando os primeiros indícios de seu sutiã de renda branca e pele aparecem através da abertura de sua blusa. Antes mesmo de ela soltar os braços, eu acrescento: —Sutiã também. Ver peitos nus realmente me ajuda a lembrar de coisas.
—Não., — ela responde sem sequer considerar isso.
—Sim., — eu digo com força, não deixando espaço para discussão, lembrando-a de que isso não é uma negociação.
Depois que a camisa dela está em uma pilha no chão, nós temos uma competição que dura cerca de dois minutos antes dela eventualmente ceder.
—Você é um imbecil sujo e pervertido., — ela resmunga enquanto alcança as costas para soltar o sutiã, deixando as alças caírem pelos braços antes de jogá-lo no tapete. —Aí! Agora me dê meu maldito laptop para que eu possa deixar você ir!
—A camisa e o sutiã ficam fora até que ele chegue aqui, — eu exijo enquanto meus olhos absorvem toda a pele cremosa de seus lindos seios e mamilos e rosados. —Ah, e você tem que parar de investigar os Savage Kings.
—Você sabe que eu não posso fazer isso.
Se eu pudesse levantar meu olhar para o rosto dela, aposto que isso mostraria pura indignação.
—Então eu acho que você nunca mais verá seu laptop., — murmuro. —Que vergonha para você perder o emprego depois que os federais descobrirem que você entregou todos os seus segredos por uma lambida. Você acha que eles vão prendê-la quando descobrirem o sequestro?
Eu olho para cima a tempo de vê-la revirar os olhos novamente e soprar uma respiração que agita o fio de cabelo loiro do rosto. —Bem. Eu vou deixar os Kings, desde que eles não se tornem suspeitos em novos crimes.
—Ótimo! Tire meu celular do meu bolso. — O celular pré-pago está no bolso traseiro direito, mas eu não digo isso quando ela se aproxima e se ajoelha na minha frente, seus seios pesados balançando na frente do meu rosto perto o suficiente para lamber. Deixei-a procurar em cada bolso da frente, pegando meu telefone pessoal primeiro.
—Não. Não esse., — eu digo a ela.
—Você tem dois telefones? — Peyton olha para o meu rosto para me perguntar através de seus cílios negros e grossos. Estamos tão perto que, pela primeira vez, posso ver claramente como seus olhos cor de avelã são impressionantes, com vários tons de redemoinhos verdes circulando a pupila. Há um número infinito de círculos e eu quero contar todos eles.
—Sim., — eu respondo a pergunta dela quando chego a seis círculos de verde e sou finalmente capaz de me libertar do feitiço de distração que seus olhos me colocaram.
—É claro que você tem., — ela murmura quando coloca o aparelho de volta no bolso, como se ela estivesse irritada por eu ser um criminoso com dois telefones. Ou talvez isso tenha algum outro significado que eu não entenda.
Eventualmente, Peyton remove o telefone do meu bolso direito bufando irritada.
—Encontre o nome de Reece em meus contatos, ligue para ele, e então segure no meu ouvido., — eu instruo, e seus belos olhos se estreitam para mim, fazendo-me pensar que ela não gosta de seguir as ordens de outra pessoa.
Seus dedos começam a trabalhar, porém, um momento depois, o aparelho está tocando o meu ouvido enquanto ela segura na minha cabeça. Eu acho que eu poderia me afogar em seu perfume doce como pêssego, com seus peitos pendurados no meu rosto e morrer um homem feliz, aqui e agora.
—Sim? — Reece responde.
—E aí cara. Você pode fazer Eddie buscar minha moto na Canal Drive? — eu pergunto, em primeiro lugar, fazendo Peyton suspirar pesadamente.
—Oh...ok., — ele concorda, como se perguntando por que eu não liguei diretamente para Eddie.
—E então você poderia dar o laptop para o prospecto a membro e fazê-lo trazer para mim?
Reece ri para o telefone compreendendo, antes de dizer: —Você está metido em encrenca, alguma enrascada?
—Não totalmente., — murmuro, molhando meus lábios e olhando para os peitos de Peyton. Porra, eu quero colocar um dos mamilos rosados na minha boca.
—Deixe-me adivinhar. Você está na casa dela em Raleigh? — ele pergunta, tendo já descoberto minha situação.
—Sim.
—Merda. Eu pensei que o SUV estacionado do lado de fora esta manhã parecia familiar. Você está bem? Precisa de algum reforço?
—Não, eu estou bem pra caramba., — asseguro-lhe honestamente, já que a minha única reclamação no momento é que minhas mãos estão presas nas minhas costas.
—Então aguente firme. Vou mandar o garoto agora mesmo., — Reece diz antes de terminar a ligação.
—Está a caminho., — digo a Peyton.
—Bom., — ela diz enquanto fecha o telefone e se endireita na minha frente. Jogando o telefone ao meu lado no chão, suas mãos vão para seus quadris. —Espere. Você não contou a ele meu endereço.
—Não precisava., — eu respondo com uma piscadela. —Você não é a única que está investigando.
—Agora eu realmente deveria prendê-lo., — ela resmunga, antes de andar alguns metros de distância e tirar os seios da minha linha de visão.
—Ei, você é a única que me sequestrou e me trouxe para sua casa! — eu lembro a ela. —Você não deveria ter me mostrado onde você mora a menos que você planejasse me matar. É um erro de novato. — Eu nego o fato de que fiquei na frente com Reece e a observei por dois dias na semana passada.
—Você já parou de falar? — Peyton pergunta quando ela se vira para me encarar novamente.
—Sim. Sempre que há algo na minha boca. Uma língua seria suficiente. Ou um peito. Eu gosto muito de boceta, especialmente a sua...
Indo até suas roupas descartadas, Peyton pega sua camisa, caminha, e então se agacha para pressionar o tecido na minha boca, apertando as pontas na parte de trás da minha cabeça. O que é bom porque os peitos dela estão pressionados contra o meu rosto novamente, enquanto ela trabalha.
—Eu concordei em ficar sem sutiã, mas não concordei em ficar na sua frente., — então, ela sorri presunçosamente para mim antes de pegar sua arma e ir embora com um balanço orgulhoso de seus quadris, por um corredor.
Mesmo? Será que ela esqueceu que eu não estou preso no chão, que eu posso me levantar e me movimentar? Demora apenas um segundo para eu ficar de pé, em seguida, sacudo a camisa da minha boca para que caia no meu pescoço e, eventualmente, flutue para o chão quando ela se solta.
Na ponta dos pés, um homem que tem mais de um metro e oitenta de altura e pesa mais de 90 quilos, desço o corredor até localizar seu quarto. Está vazio, mas a porta dentro dele está fechada. Ela deve estar no banheiro, então eu me aproximo e me deito em sua cama, meus pés com botas afastados, mãos algemadas nas minhas costas, levantando a virilha do meu jeans em oferta.
A porta do banheiro se abre e, em seguida, Peyton suspira antes de gritar: —O que você está fazendo aqui? — ela até tira a arma do coldre para apontar para mim.
—Você não me amarrou em nada, — eu a lembro.
—Volte para a sala de estar!
—Temos algumas horas antes do laptop chegar aqui. Quer se divertir um pouco? — eu pergunto, empurrando meus quadris no ar. —Você poderia começar me chupando como um agradecimento pelo sexo oral que eu te dei ontem à noite.
—Claro., — ela diz docemente com um sorriso sarcástico. —Se você quer que eu morda seu pau.
—Uma vez que você veja a obra prima do meu pau, você não vai querer machucá-lo., — digo a ela. —É incrível demais para ser destruído.
—Levante-se e volte para a sala de estar, — ela ordena com o braço e a arma apontando o caminho.
—Eu poderia ter fodido você na noite passada., — eu a lembro. —Você teria deixado e você teria adorado. Mas eu não o fiz.
—Oh, você me fodeu muito bem., — ela murmura, abaixando o braço para cruzar ambos sobre o peito, ainda segurando a arma. —Só não de uma forma agradável.
—Agora, isso não é exatamente verdade., — digo a ela. —Você balançou no meu rosto com tanta força que seu gozo escorria pelo meu queixo.
—Pare de falar sobre isso! — Peyton se agarra. Ela levanta a arma desta vez quando ela diz: —Vá.
—Posso, pelo menos, sentar no sofá? — eu pergunto enquanto me contorço para o lado da cama e fico de pé.
—Tudo bem., — ela bufa. —Saia do meu quarto e não diga outra palavra!
Uau. Ela está muito chateada porque ela me quer, e está muito zangada comigo para ceder e me tocar.
Mas tenho a sensação de que não vai demorar muito para eu tirar Peyton de sua calcinha novamente.
Na verdade, aposto que depois que ela conseguir seu laptop de volta, ela estará muito mais propensa a ficar nua comigo. Ela já está no meio do caminho desde que está de topless.
Além disso, é verdade o que eles dizem. O sexo irritado é, de fato, um dos melhores tipos de sexo. E agora, eu tenho certeza que Peyton está tão furiosa comigo que ela iria foder meu cérebro.
Capítulo 6
Peyton
Quando a campainha toca cerca de duas horas depois, olho para o idiota descansando no meu sofá branco como um rei e depois enfio a arma no coldre da calça. Vestindo rapidamente a minha camisa, sem sutiã, abotoo-a no caminho para atender a porta.
Um olhar pelo olho mágico mostra um jovem garoto com um colete de couro parecido com o que todos os Kings usam. Dalton se referiu a ele no telefone como um prospecto3, então ele não é nada além de um garoto de recados para o clube. Ainda assim, eu presto atenção em seu rosto de bebê e cabelo vermelho, olhos escuros, lembrando de cada detalhe para que eu possa tentar adicioná-lo ao arquivo mais tarde.
—Abra., — Dalton diz do sofá, porque ele obviamente acha que eu estou nervosa e é por isso que estou demorando. —Ele é um garoto. Ele não vai te machucar.
Ao contrário dele, um homem grande e crescido que tem um brilho em seus lindos olhos azuis, que tornam óbvio que ele gosta de ferir as pessoas. Ele com certeza me machucou. Talvez não fisicamente, mas ele mentiu para mim e me usou para roubar minhas coisas. Então eu deixei ele me manipular para ficar de topless por horas. Ele é muito bonito e inteligente para o seu próprio bem.
Pena que eu estava mentindo sobre parar com a investigação dos Savage Kings. Agora, eu não vou parar até que cada um dos bastardos, usando a coroa de caveira barbuda, caia.
Destrancando o fechadura, eu abro a porta e pego minha pasta das mãos do menino antes que ele perceba o que aconteceu. Então eu fecho a porta na cara dele e tranco.
—Pronto. Você conseguiu. — Dalton chama do sofá. —Agora tire essas algemas de mim!
—Espere., — eu digo a ele, enquanto levo a sacola para a pequena mesa da cozinha para tirar o laptop e ligá-lo. Uma vez que eu acesso a minha senha, ele carrega minha tela inicial e tudo parece intacto. Clico em alguns arquivos, o Savage Kings primeiro, para ter certeza de que nada foi apagado. Parece que está tudo lá, o que é um enorme alívio.
—Feliz agora? — Dalton pergunta logo atrás de mim, fazendo-me saltar um metro do chão.
—Jesus., — eu murmuro.
Por que eu continuo esquecendo que ele não está preso a nada? Ele com certeza sabe como ficar parado e fazer as pessoas esquecerem o quão perigoso ele é. Ontem à noite, a ideia de que ele era um motoqueiro que veio ao bar usando colarinho branco posando como um advogado, com a intenção de me roubar, nunca passou pela minha cabeça.
Encarando-o uma vez, sinto o ritmo cardíaco abaixar, puxo a pequena chave da algema do bolso da calça e digo: —Vire-se. — Ele vira, dando-me as costas cobertas pelos enormes patches4 dos Savage Kings, incluindo o crânio barbudo presunçoso usando uma coroa. Eles se chamam de reis, porque acham que são intocáveis. Nós vamos ver isso.
Finalmente, eu viro chave na fechadura para que se abra, e removo as algemas de cada um dos pulsos do idiota.
—Assim está muito melhor., — diz Dalton quando ele se vira e olha para mim, com aqueles olhos azuis lindos demais para ser verdade, enquanto seus dedos massageiam seus pulsos. —Eu sou a favor de ser algemado, mas seria muito mais divertido se estivéssemos na cama e nus.
—Saia., — digo a ele, afastando todos os pensamentos de nós dois nus da minha mente, apesar da ideia idiota ser muito intrigante no momento.
—Não., — ele responde.
—Não? — eu repito com um suspiro de surpresa, sem filtro. —Você está sem algemas. Pode ir agora, — eu digo. —Se você se apressar, eu aposto que você pode pegar uma carona de volta com seu amigo.
—Ele pode ir sem mim. Eu não estou pronto para ir ainda. — Dalton me diz com o seu olhar em meus lábios.
Ah, não. De jeito nenhum eu vou cair em sua porcaria de novo! E droga, por que estou tremendo? Eu não tenho medo dele. Se ele quisesse me machucar, sei que as algemas não o teriam impedido.
—Eu preciso mostrar a você onde está a porta? — eu pergunto, esperando que ele não possa ouvir o novo tremor na minha voz.
—Não. Eu me lembro., — Dalton diz, então pega as chaves da algema das minhas mãos e as coloca na mesa da cozinha ao lado do meu laptop. —E, se você realmente quisesse que eu fosse embora, teria puxado sua arma para mim novamente.
—Eu quero que você vá embora., — afirmo, mas não tenho certeza se acredito nas palavras. Minhas costas estão contra a cadeira com seu grande corpo pairando sobre mim. Eu deveria sair do espaço apertado ou empurrá-lo para trás alguns metros. Sim, é exatamente isso que vou fazer.
Mas quando eu ponho minhas mãos em sua barriga, é tão dura e definida que eu posso sentir os contornos de seu abdômen de tanquinho através de duas camadas de sua roupa, elas não fazem o que meu cérebro as instruiu a fazer. Não é culpa delas confundirem a mensagem ao tocar não apenas um homem, mas um homem perfeito.
—Então, o que vai ser, Peyton? Devo ficar ou devo ir? — ele pergunta, enfraquecendo meus joelhos quando diz meu nome.
Juntando minha coragem, eu olho para o rosto bonito de Dalton. Ele levanta uma sobrancelha loira para mim e diz: —Quer que eu responda a essa pergunta por você?
—Nenhum falso pretexto ou... ou roubos desta vez? — eu o questiono.
—Tudo que eu quero tirar é o seu fôlego quando eu estiver enterrado dentro de você., — ele responde, que é a resposta perfeita para tirar o último fragmento da minha hesitação. Possivelmente minha dignidade também, mas no momento, a única coisa que quero é que ele cumpra esse objetivo exato.
Agarrando uma das minhas mãos de seu abdômen, Dalton guia-a para baixo até a protuberância na frente da calça jeans e diz: —Se você precisar de provas de que eu não estava mentindo ontem à noite ou agora sobre querer você, aqui está. Você se lembra de se esfregar nele, não é? Ele com certeza se lembra de você. Não há como fingir um pau duro.
Deus sim, eu lembro. Como eu poderia esquecer?
—Agora responda a minha pergunta, Peyton., — ele exige, usando seu aperto na minha mão para apertar seu pau.
—Fique., — digo tão baixinho que nem tenho certeza se Dalton ouviu. Mas antes que eu possa falar essa única palavra novamente, sua boca está caindo sobre a minha, sua língua forçando seu caminho através dos meus lábios para chegar à minha. O beijo inesperado é tão quente e feroz como o da noite passada, exigindo toda a minha atenção.
As mãos ásperas de Dalton seguram com força os lados da minha cintura e depois sobem para meus seios através da minha camisa. Cada uma de suas mãos agarra os lados opostos do tecido e sacode, rasgando o material ao meio e deixando botões voando pelo ar.
Ele me ataca como... Como um selvagem, ali mesmo no meio da minha cozinha! E está tão quente que quase estou em combustão.
A próxima coisa que eu percebo, o zíper das minhas calças de alfaiataria estão abrindo e então aqueles dedos mágicos estão mergulhando na frente da minha calcinha, procurando, possuindo, me possuindo.
—Eu te odeio., — eu murmuro contra seus lábios, enquanto empurro o colete de couro dos seus ombros, com pressa para tirar sua roupa.
Recuando para olhar para mim com um sorriso, seus dedos nunca perdendo um único impulso dentro e fora da minha calcinha, Dalton pergunta: —Por quê? Porque você foi dar uma volta na minha língua e foi tão bom que você nunca quis parar?
—Sim., — eu respondo com um suspiro, quando ele acaricia tão bem aquele barril de pólvora dentro de mim.
—Apenas espere até que sua boceta fique com o gosto do meu pau., — diz ele, enquanto seus lábios, língua e dentes descem para devorar meu pescoço. —Você vai passar o resto da sua vida de costas com as pernas abertas, me implorando para entrar em você novamente.
Eu não duvido de sua arrogância nem um pouco, depois do quão bem ele me fez sentir em tão pouco tempo na noite passada. É por isso que eu o quero tanto. Eu sei que o sexo com Dalton será incrível. No momento, eu realmente queria que alguém, qualquer um que não fosse o ladrão arrogante, pudesse virar meu mundo de cabeça para baixo, mas parece que estou presa a ele.
Eu finalmente consegui tirar sua camiseta sobre sua cabeça e então minhas palmas estão abertas em seu peito liso e nu. Minhas mãos absorvem o calor de sua pele enquanto eu inalo sua fragrância masculina e cheiro de couro enquanto acaricio seus peitorais definidos. Descendo, eu conto um oito, não seis, músculos abdominais.
Não é justo. Ele é muito quente para que eu possa resistir.
—Oh, Deus! — eu gemo, me apoiando em seus ombros para me segurar quando seus dedos se tornam a melhor e pior coisa que já aconteceu comigo. Ele toca-me como um instrumento musical que ele dominou há muito tempo.
O braço de Dalton gira em torno das minhas costas para me puxar contra seu corpo duro quando minhas coxas ficam tensas.
—Ohhh, — eu gemo através das ondas trêmulas de prazer, antes de morder o ombro do homem sexy para ver se seu corpo é tão delicioso quanto parece. E é. A pele salgada de Dalton me faz pensar em outra parte do seu corpo que eu não me importaria de colocar na minha boca. Uma vez que eu sinto o gosto dele, é como se eu não pudesse parar. Eu lambo e chupo todo o caminho até o pescoço, em seguida, enfio os dedos por seu cabelo loiro bagunçado para incliná-lo para o lado e mantê-lo assim.
—Porra, você é um gatinho feroz quando está com tesão., — murmura Dalton.
—Cale a boca e tire suas calças., — eu digo a ele, já que as minhas já estão ao redor dos meus joelhos.
—Calças? Para onde estamos indo, não precisamos de... calças., — ele diz, no que estou supondo ser uma imitação horrível do ‘Doc’ de ‘De volta para o futuro’. É tão ruim que quase me faz colocar o freio em toda essa cena. Quase.
—Oh, meu Deus. Você já parou de falar bobagem? — Eu recuo para olhar para ele, enquanto ainda agarro seu cabelo estúpido, macio e perfeito.
Suas mãos trabalham diligentemente para abrir o cinto e, em seguida, é só uma questão de soltar um botão e abaixar o zíper da calça jeans. Uma vez que isso é resolvido, ele agarra meu queixo entre os dedos e diz: —Eu quero tanto foder essa sua boca zangada. Mas eu tenho medo que você realmente possa morder meu pau depois do jeito que você estava mastigando meu pescoço.
Quando começo a dar uma resposta indignada, o idiota fecha minha mandíbula.
—Não, desta vez eu vou comer sua boceta inteira em vez disso., — diz ele, usando a mão livre para empurrar minha calcinha pelas minhas pernas. —Aposto que você não vai ter mais reclamações sobre a minha boca quando você estiver em cima do meu rosto novamente.
Antes que eu possa terminar de respirar para responder, Dalton está de joelhos com o nariz e boca pressionados entre as minhas pernas, passando sua língua quente e molhada para trás e para frente rapidamente sobre o meu clitóris, antes que ele mexa a coisa toda dentro de mim.
—Puta merda! — eu exclamo, agarrando seus ombros para me manter em pé. Meus olhos reviram na minha cabeça e depois me entrego ao ladrão. Ele poderia fazer qualquer coisa que quisesse comigo agora e eu ficaria feliz em deixar que fizesse.
Dalton me dá dois orgasmos arrebatadores, um após o outro, com a língua, enquanto sua mão mergulha no jeans aberto e começa a acariciar seu pau. É tão quente vê-lo se masturbar, que eu gozo novamente antes que ele tire a boca de mim e fique de pé.
Ele tira os sapatos para tirar o jeans, deixando-o totalmente nu na minha frente. Enfiando a mão no bolso de sua calça, Dalton pega uma embalagem de alumínio e depois joga o jeans de lado. Ele abre o preservativo com as mãos trêmulas como se ele estivesse tão ligado que ele não pode se controlar.
—Apresse-se., — digo a ele enquanto tiro o resto das minhas roupas.
O idiota levanta uma única sobrancelha loira ameaçadora para mim antes de vir em minha direção, como se eu estivesse prestes a pagar por esse pedido. O tempo todo, sua mão direita está acariciando seu pau coberto pelo preservativo, tornando impossível desviar o olhar.
—Você gosta de mandar nas pessoas, dizer-lhes o que fazer, não é? — ele pergunta, assim que ele chega perto para pegar minha bunda e me puxar para cima de seu corpo espetacular como se eu não pesasse nada. Eu enrolo meus braços ao redor de seu pescoço e pernas ao redor de sua cintura, muito ocupada mexendo contra seu pênis duro que está aninhado entre nossos corpos para me preocupar em ser muito pesada para ele segurar.
—Mas quando estamos fodendo, eu sou o único que dá as cartas., — ele rosna antes de seus dentes morderem meu pescoço. —Eu vou te dar meu pau quando eu bem entender, mulher. Primeiro, quero que você me implore por isso.
Zombando, eu digo a ele: —Eu não estou te implorando por nada.
Levantando minha bunda para cima, demonstrando o quão forte ele é, ele me empala apenas com a coroa de seu pênis, me fazendo suspirar com a invasão. Ele é tão grosso e perfeito que preciso de mais. Mas o idiota me segura no lugar com um show de imensa força, recusando-se a me dar mais um centímetro.
—Continue se contorcendo. Se você quiser mais, você tem que dizer as palavras mágicas, — ele me diz, tentando parecer forte, mesmo que sua mandíbula esteja tiquetaqueando e haja suor na testa. Ele precisa de mais tanto quanto eu, e se ele não me colocar para baixo logo, ele pode me soltar.
—Foda-se., — eu bufo.
—Ainda não.
Ele me puxa completamente para fora de seu pênis e então me abaixa, de modo que minha fenda percorre todo o caminho para cima e para baixo do lado de fora de seu comprimento, e mais importante, seu pau rígido pressiona meu clitóris. Meus quadris mergulham para tentar levá-lo para dentro de mim. Claro, o idiota não permitirá isso, no entanto.
—Diga., — ele exige com os dentes cerrados.
—Me foda., — eu digo a ele, mas ele só mantém a provocação até que minha cabeça se abaixa com um gemido. —Oh, Deus. Por favor... por favor, me foda., — eu gemo, dizendo as palavras antes que eu possa me arrepender. Minha cabeça levanta e meus olhos se arregalam quando olho para ele em estado de choque.
—Eu sabia que você cederia., — diz o bastardo, com um sorriso. Então ele me abaixa todo o caminho para baixo até seu pênis.
—Dalton! — eu grito em um suspiro.
Antes que eu tenha tempo de me ajustar ao seu imenso tamanho, ele bate as minhas costas contra a parede mais próxima, invadindo-me tão profundamente que não tenho certeza se algum dia poderei esquecer que ele esteve lá. Estou tão incrivelmente completa que não consigo respirar, e é provavelmente por isso que levo vários minutos para perceber que minhas unhas estão cravadas violentamente nas costas de Dalton. Ele não parece se importar, seus pensamentos e movimentos forçados e urgentes, como se tivessem sido ligados no piloto automático, focados no impulso primitivo de bombear seus quadris, me levando literalmente para o alto da parede.
—Sim. Sim. Sim! — eu grito com cada impulso duro, enquanto bato meus olhos para alcançar mais um orgasmo. Eu preciso tanto que sinto câimbras na parte inferior da barriga. —Com força! — eu exijo choramingando, quando a pressão dentro de mim só aumenta. Estou tão perto que quase posso tocar o prazer se ele apenas mantiver o ritmo!
—Porra! — Dalton grita quando ele me bate na parede uma última vez, seu comprimento de aço finalmente atingindo o local perfeito para detonar os fogos de artifício por trás das pálpebras fechadas. Minhas paredes internas espasmam ao redor de seu pau, no exato momento em que ele incha, e eu sinto sua liberação quente e pulsante, mesmo através do preservativo.
É de longe o melhor sexo da minha vida. Não é sequer próximo ao sexo com ex, ou com qualquer outra pessoa que eu já namorei. Saber que foi com um fora-da-lei me cura muito rápido, mesmo que os felizes vestígios dos orgasmos seguidos continuem a inundar a maior parte do meu corpo e mente.
—Eu..., — eu tento falar, mas não há ar suficiente nos meus pulmões, ainda em recuperação.
—O que, o que foi? — Dalton pergunta de onde seu rosto está enterrado no meu pescoço, enquanto ele respira fortemente, soprando sua respiração quente sobre a minha pele.
—Eu quero te odiar., — digo a ele. —Mas é difícil, depois disso.
—Eu também quero te odiar. Eu acho que você fez minhas costas sangrarem, — ele diz com uma risada profunda que faz o seu pau amolecer contra mim. —Mas eu com certeza amo sua boceta.
Quando ele se afasta da parede, comigo ainda içada em seus braços, pergunto: —O que você acha que está fazendo?
—Estou levando você para a cama., — ele responde simplesmente. quando começa a descer o corredor. —Eu não vou embora até fazermos isso mais algumas vezes.
Capítulo 7
Dalton
Eu amo sexo como qualquer cara.
E como eu posso facilmente fazer a noite toda, eu normalmente me satisfaço com as putas do clube, depois de um rápido boquete e foda estilo cachorrinho, antes de agradecê-las e manda-las embora. As garotas tem o trabalho feito, mas tenho a sensação de que gostam mais do sexo do que eu.
Ao longo dos anos, transar no clube tornou-se tão rotineiro que os nomes e os rostos das garotas mal ficam registrados. Cada noite é como todas as outras - elas caem sobre mim, depois ficam de quatro. É como viver em uma repetição. É fácil e conveniente, claro, nunca tão excitante assim.
—Deus, sim! Me foda mais forte. Sim, mais forte, idiota! Me foda... me foda como um animal!
Veja, essa não é uma frase que eu estou acostumado a ouvir durante a hora do prazer. Então, quando Peyton está de bruços, deitada em sua cama, me dizendo como ela quer que eu faça com ela, mal posso esperar para cumprir seu pedido.
Agarrando ambos os pulsos, prendo seus braços na parte inferior das costas com uma das minhas mãos, enquanto empurro meu pênis dentro dela mais profundamente, mais forte, mais rápido até que ela não seja mais capaz de dizer palavras, apenas gritos incoerentes e sons animalescos.
—É assim que você queria ontem à noite na garagem? — Pergunto a ela, quando minha outra mão puxa seu cabelo loiro e o envolve com força em torno do meu punho, de modo que agora estou controlando cada centímetro de seu corpo bonito e cheio de curvas.
—Sim...simmm! — Ela exclama entre os sons de batidas molhadas de nossos corpos colidindo. Ela está tão excitada. E pela primeira vez em minha vida, eu adoraria abandonar o preservativo, para que eu pudesse sentir sua carne quente e escorregadia apertando em torno do meu pau.
—Vou gozar! Vou gozar! — Ela grita, como se o prazer a estivesse pegando de surpresa, antes de sua boceta me apertar com tanta força que meu corpo inteiro estremece.
Porra, isso é bom. Eu meto nela através dos espasmos até que eu não posso segurar nem um segundo mais.
—Uau, — murmura Peyton, do travesseiro que seu rosto está encostado. —Eu nunca consegui...
—Sério? — Eu pergunto antes de sair e me jogar no colchão ao lado dela, exausto demais para até mesmo cuidar do preservativo neste segundo.
—Sim, — ela responde de onde está esticada, braços segurando o travesseiro sob a cabeça com o rosto voltado para mim. —Eu tenho certeza que essas duas vezes foram apenas um acaso, no entanto. Não há como você conseguir três vezes. — Os cantos de seus lábios se levantam em um sorriso zombeteiro.
Dando-lhe um tapa rápido na bunda com a palma da mão que faz com que ela grite, eu digo a ela: —Quer apostar? Role para que eu possa provar que você está errada.
E eu faço, de novo e de novo, até a última rodada, quando Peyton está montando meu pau. Ela termina a última vez gritando meu nome antes de cair no meu peito.
—Peyton? — Eu pergunto depois de alguns minutos, quando ela não se move ou faz um som. Ela não dá uma resposta, tendo desmaiado comigo ainda enterrado dentro dela.
Eu não me importo. Especialmente quando o suor na minha pele começa a esfriar. É como se eu tivesse um cobertor de Peyton em mim. E ela cheira tão bem também, como eu e pêssegos tudo misturado. Eu pressiono meu nariz em seu cabelo, onde o cheiro é o mais forte, imaginando-a nua e com sabão, sozinha em seu chuveiro com o rosto inclinado para cima, passando os dedos por seus longos e úmidos cachos. Se eu fosse capaz de ficar duro de novo, tenho certeza de que ficaria apenas com a imagem da água caindo em cascata por seus peitos e a agradável e redonda onda de sua bunda.
A única coisa que tornaria essa fantasia ainda melhor é se eu estivesse no banho dela também, pressionando a frente do corpo dela na parede do chuveiro enquanto a fodia por trás e... Lavando o cabelo com xampu de pêssego?
Jesus. Eu acho que Peyton realmente fodeu meu cérebro porque eu nunca tinha ficado excitado pensando em xampu antes. Estou começando a me preocupar que a partir de agora, apenas entrar em contato com uma lata de pêssegos possa fazer meu pau ficar duro.
Como isso é possível depois de uma maldita noite?
Bem, duas, se você contar com a de ontem na garagem. Ela cheirava deliciosamente também, mas não era tão bom e forte quanto aqui, deitada em sua cama.
Durante horas, eu fiquei lá acordado, debaixo dela enquanto ela dormia em cima de mim, acariciando seus cabelos e a pele macia de suas costas. É o contato mais ‘não sexual’ que eu já tive com outra pessoa, e é... Muito bom.
E é exatamente por isso que eu nunca deixo as mulheres ficarem por perto depois de nós transarmos.
Eu não preciso, nem quero, pensar nelas como algo além de um bom momento, e é difícil fazer isso quando elas se tornam cobertores quentes e aconchegantes, como Peyton, por horas.
Tenho certeza de que são apenas todas as endorfinas que ela fez fluir em mim, o que faz com que eu queira me agarrar a ela o máximo que puder.
Enquanto eu tinha certeza que poderia deixar Peyton nua, eu não tinha ideia de quão bom seria o sexo. Ela parecia tímida e autoconsciente quando nos encontramos no bar, mas uma vez que ela ficou com raiva e tensa, ela se transformou em uma pequena gatinha sexual.
A mulher cravou suas garras em mim, literalmente, e me deu uma noite que eu sei que nunca poderei esquecer, não importa o quanto eu tente.
Por mais louco que pareça, eu já quero vê-la novamente, e ainda nem saí.
A questão é, Peyton quer me ver de novo? Eu acho que isso depende de se ela acorda ou não como a agente tensa ou a animada gatinha sexual.
Tentar descobrir como ter certeza de que é a última opção é o que me deixa acordado por mais algumas horas... Até que Peyton eventualmente se contorce para longe de mim enquanto dorme, deixando-me com frio e me sentindo vazio. Pena que eu não consegui ficar com ela a noite toda.
Mas talvez haja uma maneira de fazê-la ficar na cama comigo de manhã...
Peyton
Eu acordei com meus braços estendidos sobre a cabeça e uma língua entre as pernas. Minhas coxas se abrem ainda mais com a minha total permissão e aprovação, mesmo que os músculos estejam todos tensos por toda a ginástica da noite passada.
—Deus, eu amo quando você faz isso, — eu gemo, enquanto minhas costas arqueiam e eu mantenho os olhos abertos para assistir a boca talentosa de Dalton me foder. Ele levanta o rosto apenas tempo suficiente para me dar um sorriso e dizer: —Boceta - o café da manhã dos campeões, — antes de voltar ao trabalho.
Quero estender a mão e passar os dedos pelo cabelo loiro bagunçado e sexy que parece uma auréola no ‘Anjo dos Orgasmos’ à luz da manhã..., mas não consigo estender os braços para baixo.
—O que... — Eu pergunto, enquanto viro meu pescoço para ver as algemas penduradas em uma das fendas no topo da cabeceira.
Eu ouço e sinto a vibração da risada de Dalton quando ele percebe que eu finalmente descobri que ele me prendeu enquanto eu dormia.
—Da próxima vez que você as usar em mim, é melhor eu, pelo menos, conseguir um boquete com isso, — ele me diz. Meus pensamentos ainda estão circulando pela frase da ‘próxima vez’, quando a ponta de sua língua circunda meu clitóris e seu dedo afunda para dentro e para fora de mim até que nada mais no mundo importa.
—Sim! Sim! AHHH! — Eu grito, quando a minha libertação se agita através do meu corpo e sacode meu núcleo.
—Porra, sua boceta é tão suculenta e doce, — diz Dalton enquanto ele beija todo o meu corpo, dando a cada um dos meus mamilos um banho de língua antes de se sentar na cama nu... Para começar a se vestir. Ele se levanta e puxa sua calça jeans, o que me dá uma boa visão das listras vermelhas que correm através de suas tatuagens dos Savage Kings nas costas. —Bem, foi divertido, mas eu tenho que correr.
—Bom, — eu digo, já que eu nunca pretendi que ele passasse a noite aqui.
Ou que eu dormisse com ele.
Vários momentos maravilhosos.
Espere. Ele não está saindo realmente neste segundo, está? Enquanto eu ainda estou algemada?
Depois, da pilha de roupas que ele deve ter pego antes da cozinha, ele veste a camiseta branca, depois os sapatos e as meias. Finalmente, seu colete de couro preto do MC.
—Dalton? — Eu pergunto enquanto puxo as algemas.
—Oh, certo! — Ele diz com um tapa em sua testa. —Eu deixei a chave para você.
—Onde? Onde está a chave? — Eu pergunto, começando a ficar mais preocupada.
Lambendo os lábios com um sorriso, ele descansa um joelho na cama para se inclinar e dar um beijo suave no meu monte de vênus. Com uma piscadela, ele se endireita e olha para mim. —Eu gostaria de poder ficar e ver como você se livra delas.
—Oh, foda-se você, — eu bufo.
—Você me quer de novo tão cedo? — Ele pergunta a caminho da porta do quarto.
—Destrave as malditas algemas! — Eu grito.
Ele me ignora.
—Você está brincando comigo? Dalton!
—Até mais, gatinha, — ele diz enquanto olha por cima do ombro, para ver o meu corpo nu por mais alguns segundos antes de sair do quarto.
—Maldito! — Eu grito enquanto continuo a me debater sem avanços. —Vá para o inferno, seu imbecil!
—Engraçado, é exatamente pra onde minha mãe diz que estou indo! — ele grita ainda de dentro do apartamento, antes de eu ouvir a porta da frente abrir.
—Eu te odeio! — Eu grito a plenos pulmões, tão alto que os vizinhos provavelmente ouvem.
—Amo você também! — sua ele grita com voz arrogante antes que a porta da frente se feche.
Meu peito aperta enquanto fico imóvel e em silêncio, ouvindo, esperando. Ele vai voltar, certo? Quero dizer, ele tem que voltar. Ele não pode me deixar assim. É fisicamente impossível que eu consiga tirar uma chave da minha boceta e soltar as algemas com as mãos presas acima da minha cabeça!
Mais alguns minutos passam enquanto ouço minha respiração ofegante e coração acelerado.
Oh, Deus.
Ele não vai voltar.
Ele é um motoqueiro fora da lei. Por que eu acho que ele se importaria sobre quanto tempo eu fico aqui antes que alguém me encontre?
É quando um soluço embaraçosamente alto se solta, ensurdecedor no quarto silencioso.
...
Dalton
Eu sou tão idiota.
Quero dizer, sim, eu já sabia disso, mas estou levando a idiotice para um nível totalmente novo.
Só de pensar no corpo sexy de Peyton se contorcendo, tentando chegar àquela chave que não existe, está me deixando duro. Eu dou cinco passos pela calçada antes de ter que me impedir de virar e voltar.
Não, não! Precisamos de comida primeiro. E alguma reidratação. Quero dizer, um homem só pode foder tantas vezes em uma noite sem reabastecer antes que seu corpo comece a ceder.
Espero que depois de um café da manhã e suco de laranja, possamos voltar a isso.
Já que eu não tenho um carro porque, olá, eu fui sequestrado, eu ando a pé para o restaurante mais próximo, um lugar pequeno e familiar com comida de interior que tem um cheiro maravilhoso. No balcão, peço dois de tudo que estão servindo: ovos, presunto, bacon, torradas, panquecas, alguns muffins, frutas e suco para viagem.
Depois que a garçonete se afasta, olho em volta e percebo que todos no lugar estão me encarando. Eu nunca sei se é a minha aparência ou o meu colete que atrai a maioria dos olhares, hoje eu estou supondo que é o sorriso bobo no meu rosto, pensando na mulher nua que eu deixei presa em seu quarto.
—E aí? — Eu pergunto as três mulheres velhas na mesa mais próxima. —Linda manhã, não é?
Elas riem e olham para longe depois disso, me deixando sozinho com meus pensamentos.
Meu celular escolhe aquele momento para tocar, então eu pego e atendo. —Sim?
—Onde diabos você está? — Reece pergunta.
—Em Raleigh. Por quê? — Eu pergunto. —Aconteceu alguma coisa?
—Quando você não voltou para casa na noite passada, nem atendeu o telefone nas cinco vezes que liguei, pensei, com certeza, que tinha sido preso! Eu verifiquei todas as cadeias nos cinco condados daqui até Wake e não vi você em nenhuma das listas.
—Não, não estou preso, obviamente, se eu estou atendendo meu telefone, — eu respondo com um revirar dos olhos que ele não pode ver. —Mas quero uma carona. Você pode pedir ao novato para vir me pegar com a van?
—Por que você não voltou com ele ontem? — Reece bufa.
—Porque eu não estava pronto para sair ainda, — eu respondo.
—O mesmo endereço? — ele pergunta.
—Sim.
Reece murmura um xingamento. —Ele estará a caminho. — Ele solta um suspiro irritado antes de desligar. Aquele cara realmente precisa transar. Ele é muito nervoso.
Finalmente, depois de uma curta, talvez quinze minutos de espera, meu pedido para viagem é ensacado, pronto e pago, então volto para o apartamento de Peyton.
Ouço os seus gritos antes mesmo de virar a maçaneta da porta e o som é mais doloroso do que as marcas de garras sangrentas que ela deixou nas minhas costas.
Porra.
Dentro do apartamento, deixo cair o saco de comida na mesa da cozinha e corro para o quarto.
Peyton está chorando. Ela está encolhida de lado tanto quanto pode, com os braços ainda algemados à cabeceira da cama.
—Shh... Tudo bem, — eu digo a ela quando eu alcanço seu rosto molhado.
—Não! Não me toque! — Ela grita, fazendo minha mão abaixar instantaneamente.
—Peyton, me desculpe, — eu digo enquanto ela chora. —Eu já ia voltar. Você realmente achou que eu te deixaria aqui assim?
Eu chego na mesinha de cabeceira e pego as chaves, feliz por não tê-las deixado dentro dela. Ela não as viu? Eles estavam bem ao seu lado!
Um segundo depois, e eu abro as algemas. Peyton envolve seus braços em volta dos joelhos que são puxados para o peito, enquanto ela continua a fungar.
—Ei, tudo bem, — eu digo a ela e coloco a mão em seu ombro.
—Não me toque, seu filho da puta! — Ela grita antes de se sentar e começar a balançar os punhos contra mim. Difícil. Ao contrário da maioria das mulheres, ela realmente pode dar um puta soco.
—Jesus! — Eu exclamo, enquanto tento bloquear seus golpes e segurar seus pulsos para fazê-la parar.
Depois de vários minutos, ela finalmente se cansa ou desiste, e começa a cair de volta no colchão antes de eu pegá-la em meus braços.
Eu fico tenso, esperando que ela brigue comigo de novo, mas ela não o faz. Ela me deixa segurá-la.
—Eu sinto muito, — digo a ela enquanto ela enterra o rosto contra a minha camisa e eu ouço suas fungadas suaves. —Eu sinto muito. Eu pensei que você soubesse que eu voltaria logo. Você realmente acha que eu sou um idiota.
Ela confiou em mim o suficiente para dormir comigo, e então ela pensou que eu tinha ferrado com ela. De novo. Mas essa não foi minha intenção. Inferno, eu sei muito bem como é para alguém ter todo o poder sobre você e abusar dele. Essa merda deixa cicatrizes. É por isso que não me permiti conhecer uma única mulher desde que fui brutalmente fodido quando era um adolescente ingênuo e estúpido. Oito anos é muito tempo para guardar rancor contra o sexo oposto, tudo por causa de uma mulher, mas não consegui deixar passar e acreditar que não vou ser usado de novo.
Mas eu não estava tentando machucar Peyton quando a algemei esta manhã. Na verdade, eu pensei que ela iria rir quando eu voltasse com o café da manhã e dissesse a ela que a chave estava ao lado dela o tempo todo.
Ela me deixa abraçá-la até que ela chora, eventualmente para e as fungadas cessam.
—Você me algemou por muito mais tempo ontem, — eu a lembro.
—Você é malvado. Eu não... deixei você... preso a nada, — ela soluça.
—Você quer me prender agora? — Eu ofereço.
—Não, — ela responde, ela levanta a cabeça e passa a mão embaixo dos olhos.
—Você está com fome? Eu trouxe café da manhã, — eu digo a ela.
—Eu acho que vou tomar um banho.
—Sim, tudo bem, — eu respondo, desejando que eu pudesse me juntar a ela, mas sei que agora não é a hora de perguntar.
Quando ela tenta sair do meu colo, eu beijo sua bochecha antes de finalmente soltar, surpreendendo a ela e a mim mesmo. Nós congelamos com o gesto doce e inesperado antes que ela fique de pé e se apresse com as pernas bambas até o banheiro.
Peyton toma banho por um longo tempo.
Na verdade, tenho certeza que ela espera que eu desista e vá embora. Mas eu não vou porque não quero ir até que eu saiba que ela está bem. Minha bunda fica bem ali, na cadeira da cozinha e não se move.
Além disso, ainda tenho mais uma hora antes da minha carona aparecer.
Finalmente, eu ouço a porta do quarto dela abrir e então seus passos suaves, enquanto Peyton se dirige para a cozinha, direto para o lugar onde nós fodemos ontem.
—Isso é muita comida, — diz ela quando seus pés param na cabeceira da mesa. Seu cabelo loiro ainda está úmido, mas preso em cima de sua cabeça, e ela está vestindo um roupão rosa fofo. No momento, ela parece o mais distante possível de uma agente federal.
—Eu não tinha certeza do que você gostaria, — eu explico.
—Você não comeu? — ela pergunta.
—Eu estava esperando por você.
—Oh, — ela murmura, indo até o bule de café que acabei de fazer e se servindo uma xícara em uma caneca gigante, que realmente diz: —Eu gosto de canecas grandes e não posso mentir. — Quão irônico isso é, já que que eu usei a letra da mesma velha música no meu perfil de namoro falso? Foi por isso que ela —deu match— tão rápido, porque tínhamos esse interesse comum? Sem mencionar o pacote de Funyuns no armário...
Peyton toma um gole do café e olha para mim por cima da caneca, silenciosamente.
—Sirva-se, — eu digo a ela. Levantando-me, movimento com a mão para ela pegar um dos pratos que peguei. Depois que ela termina de escolher, eu coloco a comida fria no meu prato e, em seguida, coloco no micro-ondas por alguns segundos para aquecê-la. Peyton se senta e come a dela fria.
—Você normalmente prende as suas transas de uma noite enquanto vai tomar o café da manhã? — Ela pergunta depois que estamos quase terminando de comer, e estou aliviado por já termos passado a fase das lágrimas e estarmos na das brincadeiras sobre minha travessura idiotas.
—Não, — eu respondo com um sorriso. Jogando meu garfo no meu prato vazio, eu admito: —Eu normalmente não fico a noite toda. E eu nunca compro café da manhã para ninguém.
—Uau. Eu sou tão especial... — responde Peyton sarcasticamente.
—Ontem à noite você acabou comigo, então eu não tive escolha a não ser dormir quando você desmoronou em cima de mim. Servir a você o café da manhã parecia o mínimo que eu poderia fazer para agradecer pelo melhor sexo da minha vida.
História real, meu pau está realmente em carne viva depois do número de vezes que ela exigiu que o usássemos, mas valeu a pena. Ainda bem que ela tinha uma caixa fechada de preservativos à mão.
Espere. Se estou dolorido, então ela tem que estar sofrendo em suas partes íntimas.
—Hoje é o segundo dia que você me faz faltar ao trabalho. — Peyton olha para mim ao invés de responder ao meu elogio. E eu fiz muito sexo, então isso realmente quer dizer alguma coisa.
—Você não ligou avisando que estava doente? — Eu pergunto.
—Sim.
—Bom, então podemos voltar para a cama. — Eu começo.
—Não.
—Para dormir mais, é o que eu ia dizer antes de você me interromper, — eu resmungo. —Eu aposto que estou tão dolorido quanto você.
—Eu duvido seriamente, — ela murmura.
—Eu não ouvi nenhuma reclamação na noite passada, — eu digo, e não deixo de perceber o sorriso que ela tenta esconder atrás de sua grande caneca de café.
—Minha carona está a caminho, — asseguro-lhe.
—Bom, — ela responde.
—Ótimo. No entanto, vai demorar mais uma hora para ele chegar aqui. — Eu fico de pé e vou lavar meu prato na pia antes de colocá-lo no escorredor. —Se você precisar de mim, eu vou estar em sua cama, dormindo, — eu digo a Peyton antes de sair pelo corredor.
Capítulo 8
Peyton
Dalton é o homem mais irritante que já conheci.
E, no entanto, quase me levanto e o sigo para o meu quarto como um cachorrinho perdido.
Em vez de ceder à sua boa aparência ou charme, ainda irritada com ele por me deixar presa pelo que pareceram dias, mesmo sabendo agora que foi por apenas alguns minutos, eu decido gastar meu dia de doente limpando, mesmo que eu esteja incrivelmente exausta depois de não dormir muito nas duas últimas noites por causa de um bastardo sexy.
Eu não tenho ideia do que me levou ao meu colapso emocional. Quero dizer, sim, pensando que você pode morrer algemada à sua própria cama antes que alguém descubra que você é digna de pirar, mas lágrimas? Esse não é meu estilo. Eu sou dura como aço. Eu posso lidar com qualquer coisa que a vida me dê, incluindo um marido traidor que desperdiçou anos da minha vida.
Então, por que eu perdi minha cabeça porque Dalton me deixou? Deve ser por causa da posição vulnerável em que ele me deixou. Ele é um estranho e um motoqueiro fora-da-lei, então eu estou mais brava comigo mesma por ter ido pra cama tão rápido com ele, já que eu nunca deveria tê-lo desejado.
Estou perdida em meus pensamentos, tirando a poeira da televisão da sala de estar, quando a campainha toca, me assustando.
Antes que eu possa acalmar meu batimento cardíaco o suficiente para ir atender, Dalton vem passeando pela sala de estar como se fosse o dono da casa. Seu cabelo loiro está ainda mais bagunçado do que antes e, por alguma estranha razão, funciona para ele.
—Chegou a minha carona, — diz ele com um bocejo. —Foi divertido. Ligue para o número do Henry, se quiser repetir a noite passada. — Depois de me dar uma piscada sexy, ele envolve um braço em volta das minhas costas para me puxar contra seu corpo e beijar minha bochecha novamente, um gesto muito doce para as coisas pornográficas que fizemos um com o outro na noite passada. Então ele me solta e sai pela porta, sem se importar com o mundo.
E enquanto eu sei que eu nunca deveria contar a ninguém sobre o que eu fiz com ele na noite passada, não há como manter as últimas vinte e quatro horas em segredo da minha melhor amiga.
—Você fez o quê? — Quincey grita depois de me trazer no seu horário de almoço e eu conto sobre os eventos do dia anterior.
—Eu peguei meu laptop de volta, — eu indico.
—Depois que você sequestrou um homem e o manteve como refém? — Ela pergunta, sentando-se na mesma cadeira na mesa da cozinha que Dalton ocupou apenas algumas horas antes.
—Bem, sim, mas o que mais eu deveria fazer? — Eu pergunto, sentando em frente a ela.
—Você o algemou e o trouxe aqui?
—Sim, — eu respondo.
—E ameaçou com uma arma?
—Uh-huh, — eu respondo, mastigando nervosamente minha unha, já que soa mal quando é dito em voz alta.
—Então, um membro de uma gangue de motoqueiros não apenas sabe onde você mora, mas pode voltar para se vingar? — Quincey aponta, enquanto coloca um recipiente de comida chinesa na minha frente.
—Dalton não faria isso, — digo a ela.
—Você está cem por cento certa sobre isso?
—Não, mas eu não acho que ele faria.
—Peyton, você precisa se mudar, tipo agora, — diz ela. —Você poderia vir ficar comigo.
—Eu não tenho medo dele, — eu garanto a ela, apesar de eu quase ter um ataque de pânico toda vez que me lembro daqueles minutos desta manhã, quando eu pensei que ia morrer nua e presa na minha cama.
—Você deveria ter! — Quincey diz. Ela até se levanta e corre para espiar as persianas na sala de estar. —Aqueles caras do MC tem tudo a ver com vingança. Você nunca assistiu ‘Sons of Anarchy’?
—Está tudo bem, — digo a ela com rolando meus olhos.
—Como você tem certeza disso? — Ela pergunta, voltando ao seu lugar.
—Porque ele ficou aqui comigo ontem à noite, a noite toda, voluntariamente, — eu deixo escapar.
Com a boca aberta, ela olha para mim silenciosamente antes de seus lábios se curvarem em um sorriso. —Você dormiu com ele?
—Sim, eu dormi, — eu admito com um sorriso.
—E? Como foi finalmente terminar os longos quatrocentos dias seca?
—Eu não sei, — eu respondo. —Acho que depende de que vez você está perguntando.
—Quantas vezes? — ela grita.
—Várias.
—Várias?
—Cinco vezes, — eu respondo. —Disso eu me lembro.
—Puta merda! — ela exclama.
—Eu não sei como isso aconteceu. Depois que o soltei, ele me fez uma proposta e eu não disse não. Na verdade, eu implorei por isso.
—Uau, — diz Quincey. —Então você quer que ele volte.
—Claro que não, — eu bufo. —Isso seria incrivelmente estúpido.
—Sim, você quer. Você não o rejeitaria se ele voltasse, rejeitaria?
—Eu deveria, — eu respondo. —Como você disse, ele é um bandido de gangue de motoqueiros que estou investigando por vários assassinatos e um incêndio criminoso. Ele é perigoso e eu posso perder meu emprego.
—Sim, você pode, gênio. O que você estava pensando, Peyton?
—Você o viu. Você teria recusado? — Eu pergunto.
—Absolutamente não, mas sou apenas uma assistente que pode trabalhar em qualquer lugar. Você é uma agente! Agora toda a sua carreira pode estar em risco.
—Não, não está, porque acabou. Não vou vê-lo novamente— asseguro-lhe, embora não possa deixar de pensar que ainda não será a última vez que verei Dalton Brady.
Capítulo 9
Dalton
Já se passaram duas longas semanas desde o roubo do computador, e porra, eu realmente quero ver Peyton novamente. O que vai completamente contra as regras que eu fiz para mim mesmo quando tinha dezessete anos: Um: nunca se preocupe com uma mulher mais do que ela se preocupa com você, e dois: nunca se apegue tanto a ponto de não poder ir embora sem nunca olhar para trás.
Sem mencionar que Peyton é inimiga do MC, e ela mora a duas horas de distância. Uma mulher como ela não gostaria de estar com um motociclista fora da lei como eu por mais de uma noite, de qualquer maneira.
Gostaria?
Ela, com certeza, não me ligou. E não há muito que eu possa oferecer a ela além do que um brinquedo sexual comum não ofereça.
Sozinho em meu apartamento no clube, onde tenho passado muito tempo ultimamente, sempre que não estou no Asylum, viro de costas para o espelho do banheiro. Tento evitar olhar para a cicatriz levantada e circular da velha ferida de bala, a que quase me paralisou e quase me matou. Em vez disso, estou mais interessado nos arranhões brancos que correm verticalmente através da minha tatuagem de Savage Kings. Os que estão quase curados. Estranhamente, quero um novo conjunto, um lembrete do melhor sexo da minha vida.
Peyton virou uma tigresa depois que eu a beijei e ela finalmente cedeu a mim.
Se eu aparecesse na porta dela, ela me convidaria para entrar ou me diria para ir para o inferno?
Essa é a pergunta que eu tenho feito a mim uma e outra vez. Eu tenho sido muito covarde para ir ver por mim mesmo, porque tenho certeza de que, mesmo que ela me quisesse, ela me rejeitaria, graças ao fato de que nós jogamos em lados opostos da lei.
Pena que eu não sou Henry, o advogado.
Ela o queria tanto que ela o deixou comê-la em um lugar público no primeiro encontro. Eu estou supondo que isso não é algo que a agente Peyton Bradley da ATF normalmente faça com um cara que ela acabou de conhecer em um aplicativo de namoro.
Merda, isso me lembra...
Eu pego meu telefone, entro na conta falsa que eu fiz, e boom, lá está ela. Não só ela ainda está no aplicativo de namoro, como ela mudou sua foto de perfil, o que significa que ela continua ativa desde que nós dois estivemos juntos. Acho que ela está procurando outro advogado bonito para tirá-la do chão, ou coloca-la de bruços no banco de trás.
Provavelmente, Peyton esteve conversando com vários caras e os encontrando naquele mesmo maldito bar chique.
Ela vai ao seu carro para ficar com aqueles filhos da puta também? Ou pior, ela os leva para casa e enterra suas garras em suas costas enquanto eles a fodem contra a parede e todas as outras formas humanamente possíveis em sua cama?
Não, se tenho algo a dizer sobre isso, ela não faz. Eu só tenho que me lembrar que a única razão pela qual eu quero vê-la novamente é transar com ela. Nada mais.
Eu não posso me permitir a começar a me importar com ela.
Peyton
—Você gosta de ostras? — meu mais recente fracasso do aplicativo de namoro me pergunta, enquanto eu rapidamente engulo o resto do meu martini com vodca e imploro ao garçom por outro.
Nas últimas duas semanas, conheci três homens diferentes para beber. Nenhum dos quais chegou ao segundo encontro, que seria sair novamente para jantar. Os dois anteriores, saí depois de cerca de dez minutos.
Então, por que eu estou incomodada esta noite?
Porque eu estou esperando encontrar alguém, qualquer um, isso irá tirar da minha mente um motoqueiro grande, sexy e loiro. Dalton tem sido um pensamento constante e persistente desde a manhã em que ele saiu da minha casa, deixando-me com uma noite cheia de lembranças que parecem nunca parar de aparecer em momentos aleatórios ao longo do dia, mesmo quando estou no trabalho.
Suspiro, já esquecer Dalton está começando a parecer uma façanha impossível, eu começo a responder a pergunta do homem chato com um —não, porra— sobre as ostras, quando alguém de repente levanta a parte de trás do meu cabelo para o lado... E dá um beijo úmido meu pescoço que me faz tremer até os dedos dos pés.
—O que... — Eu começo a dizer enquanto estico meu pescoço para ver quem... Oh merda.
—Aqui está minha linda esposa, — Dalton diz com um sorriso, antes de soltar meu cabelo para pegar minha mão esquerda do bar. —Você perdeu seu anel de casamento de novo, gatinha?
—Ah, foi, um prazer em conhecê-la, — diz meu encontro antes de sair do banco e sair correndo pela porta. A altura e o tamanho de Dalton devem ter sido intimidadores para o anão careca.
—O que você está fazendo aqui? — Eu pergunto para o motoqueiro, tentando não me distrair com seu lindo rosto.
—Salvando você de ter que desperdiçar outro segundo conversando com o anão, — diz ele com uma risada quando ele abre o botão frontal em seu paletó azul-marinho e pega o assento do homem, como um rei se sentando em seu trono.
—Esse é o único terno que você tem? — Eu pergunto, tentando parecer e soar desinteressada em sua presença, mesmo que no segundo em que eu o vi, um choque tenha passado por mim da minha cabeça até os dedos dos pés.
Depois de mais de um ano de celibato, você não pensaria que duas semanas pareceriam muito tempo sem fazer sexo. No entanto, após a incrível noite com Dalton, eu estava desesperada por mais. Acredite, meu vibrador tem trabalhado horas extras, mas não é a mesma coisa, já que nunca fala comigo ou me toca do mesmo jeito...
—Sim, é, — Dalton responde, enquanto endireita o paletó. —Não há razão para comprar mais quando este funcionou bem com você. Embora haja alguns arranhões nos joelhos que a lavagem a seco não conseguiu tirar depois que eu...
—Por que você está aqui? — Eu pergunto, interrompendo-o quando ele começa a mencionar o que fizemos naquela noite na garagem. —E pare com as besteiras sobre me resgatar de um encontro de merda.
—Então, estava uma merda? Eu sabia, — ele responde com um sorriso.
—Responda à pergunta.
—Tudo bem, — ele bufa, antes de colocar uma mão na parte de trás do meu banco para se aproximar de mim, envolvendo-me com sua colônia masculina e cheiro de banho, que ainda mantém um toque de couro de seu colete recentemente vestido. —Já faz duas longas semanas, e eu não poderia viver mais um dia sem ver sua linda... bocetinha.
Sorrindo, apesar de tudo, coloco a palma da mão na bochecha dele e empurro seu rosto bonito para longe de mim.
—Então, você dirigiu duas horas para fazer sexo? — Eu pergunto.
—Não, eu dirigi duas horas para fazer amor a noite inteira com uma agente gostosa da ATF.
—Terrivelmente presunçoso, né? — Eu murmuro, mesmo que sua idiotice encantadora já esteja me amolecendo, não importa quão apática eu tente soar.
—Isso não foi um não, então sim, estou me sentindo muito bem com as chances de você ficar nua e foder com você como um animal novamente.
—Você não deveria estar aqui, — digo a ele honestamente, olhando para longe antes que ele possa ver o meu rubor.
—Ainda não é um não, — ressalta. —Além disso, aqui neste bar chique, sou apenas Henry Aycock, bom, velho e confiável advogado de lesões corporais.
—Certo, — eu digo sarcasticamente, com um revirar de olhos.
—Você não pode negar que estava interessada em Henry. — Dalton se inclina para perto de mim novamente e esfrega a ponta do nariz ao longo do meu pescoço, causando arrepios nos meus braços. Sussurrando perto do meu ouvido, ele diz: —Tudo o que Henry teve que fazer foi beijar você e você estava pronta para se curvar para ele.
—Henry não é nada, apenas um ladrão mentiroso, — eu respondo, minhas mãos empurram seu peito duro para estabelecer alguma distância entre nós. Dalton é muito perigoso, porque é quase impossível resistir, especialmente com tal proximidade.
Colocando a mão livre no meu joelho e deslizando-a até a minha coxa, coberta pela calça de terno, ele diz: —Henry pede desculpas pela confusão da pasta. Na verdade, ele adoraria ficar de joelhos novamente e fazer as pazes com você beijando cada centímetro de carne que fica debaixo de sua calcinha. Eu estou apostando que elas já estão ficando um pouco molhadas...
Tomando um gole do meu martini para reunir meus pensamentos depois daquela oferta desobediente, resolvo virar a mesa para tentar pegar o bastardo convencido desprevenido. Encontrando o intenso olhar azul de Dalton e encarando-o, digo: —Acho que prefiro ficar de joelhos e torturar Henry primeiro.
—Tortura seria dizer coisas assim para um homem desesperado e depois não as cumprir, — Dalton instantaneamente contesta.
Então, ele está desesperado por mim também? Como isso é possível?
—Henry não tem objeções em seguir com esse tipo de tortura, não é mesmo? — Eu pergunto.
—Porra não, gatinha. É o tipo de tortura favorita dele, — ele responde. —Na verdade, se você realmente quisesse torturá-lo, você daria a ele uma pequena amostra aqui e agora, no banheiro. Então faça-o esperar até que ele volte para a sua casa para deixá-lo entrar em você.
—Quem disse que eu não o deixaria entrar na minha boca? — Eu pergunto com um sorriso.
Xingando baixinho, Dalton agarra meu antebraço enquanto pula de seu assento, me puxando atrás dele em direção aos banheiros do bar. Felizmente, hoje à noite, deixei meu laptop no escritório, para não ter que me preocupar em carregá-lo ou deixar alguém roubá-lo.
Estamos no banheiro feminino um segundo depois. Dalton vira a fechadura para impedir que alguém interrompa e então ele empurra meus ombros, até que eu fique de joelhos na frente dele. Depois que eu estou na posição, suas mãos trêmulas trabalham para que o cinto e as calças sejam abertos. Vendo-o parecer tão desesperado para o alívio que eu vou dar a ele me dá uma enorme sensação de poder. Agora é a minha vez de fazê-lo implorar.
Uma rajada de ar sopra de sua boca quando ele finalmente libera seu pênis. Ele fica lá, elevando-se sobre mim e acariciando seu pau inchado enquanto olha para mim com as pálpebras pesadas. Deus, ele é tão sexy que eu quero enfiá-lo na minha garganta. Mas primeiro, ele merece um pequeno troco.
—Eu acho que mudei de ideia, — digo a ele com a cabeça inclinada para trás para ver seu rosto melhor.
—Não. Não, não, não. — Ele geme enquanto continua a trabalhar a mão para cima e para baixo em seu pênis. —Você não pode apenas dar uma pequena lambida? — Ele pergunta antes de esfregar a cabeça inchada nos meus lábios.
Eu me inclino para trás para responder, me afastando do alcance do seu grande pênis. —Eu ainda estou um pouco brava com você. Eu posso morder.
—Vamos, Peyton, — ele lamenta enquanto continua se masturbando. —Tudo que eu tive foi a minha própria mão por duas semanas. Você me arruinou para outras mulheres.
—Eu arruinei você? — Repito, minhas palavras pesadas com descrença.
—Você sabe quantas putas do clube eu recusei nas últimas duas semanas?
—Quantas? — Pergunto curiosamente, tentando não me concentrar muito no uso das palavras putas para descrevê-las.
—Nove, — ele responde. —Tem sido lento na sede do clube já que todos estão se recuperando ultimamente.
Jesus. Nove mulheres tentaram dormir com ele em duas semanas? E ele chama isso de lento? Isso é insano, mas é fácil de acreditar.
—Por que você recusou? — Eu questiono, embora eu não acredite inteiramente sua reivindicação celibatária.
—Então, para que quando eu visse você de novo, se você me perguntasse, eu pudesse dizer que eu não estive com mais ninguém, — diz ele.
—Essa é uma boa resposta, — digo a ele, quase acreditando. —Tão boa, que eu finalmente posso te dar aquela pequena lambida que você está tão desesperado para receber.
Inclinando-me para frente, eu passo a ponta da minha língua ao redor da cabeça de seu pênis, como se fosse uma casquinha de sorvete antes de absorver as gotas de umidade que escapam de sua fenda. Quanto mais eu lambo, mais agradavelmente salgado fica.
—Está doendo? — Eu pergunto antes de correr minha língua até o seu comprimento e sobre os dedos que ainda estão acariciando.
—Deus, sim, — ele resmunga.
—Então é melhor você chegar em casa rápido, — digo a ele. Eu abro minha boca para pegar apenas a ponta, parando na borda da circunferência levantada, e chupo forte o suficiente para fazer Dalton gritar um xingamento para o teto, antes de me afastar.
Ficando de pé, eu removo suas mãos de seu pau duro para colocá-lo de volta em suas calças e fecho-o antes de abrir a porta e sair, sabendo que ele estará bem atrás de mim.
Capítulo 10
Dalton
Peyton não estava brincando sobre me torturar.
Estou deitado em sua cama com o paletó desabotoado, a camisa social desabotoada, a calça aberta e os pulsos presos pelas algemas na cabeceira da cama. Sua boca incrível continua me levando ao limite do orgasmo, antes que ela se afaste do meu pau, apenas para reiniciar o tormento.
Eu mencionei que ela está usando apenas sutiã rosa e calcinha fio dental combinando?
—Por favor, por favor, por favor., — eu imploro, meus calcanhares nus cravados no colchão quando ela beija todo caminho até meu abdômen e desce novamente. A primeira coisa que Peyton fez depois que me conteve foi tirar meus sapatos e meias e fazer cócegas nas solas dos meus pés. A mulher é pura maldade.
—Por favor, o quê? — Peyton pergunta.
—Por favor, me chupe até eu gozar! — eu exclamo com pressa, quando eu empurro as algemas com tanta força que é um milagre eu não ter arrancado a ripa de madeira ainda. Se minhas mãos estivessem livres, eu teria me masturbado uma hora atrás, e é exatamente por isso que ela as prendeu.
—Você nunca ouviu falar de gratificação tardia? — Peyton olha para cima e pergunta presunçosamente, antes de dar um beijo na minha pélvis, logo acima da linha onde acabam os pelos. As pontas de seus longos cabelos loiros continuam a fazer cócegas nas minhas coxas e arranhar de um jeito que está me deixando louco.
—Você já demorou o suficiente! — eu grito de frustração. Se ela demorar muito mais tempo, minhas bolas podem se romper. Eu poderia muito bem ter disfunção erétil depois desse tipo de abuso.
—Quase., — ela concorda. —Eu estou fazendo você sofrer o dobro do tempo que você me deixou presa.
Então, esta é minha punição.
Eu deveria saber, quando estávamos no bar e ela se ofereceu para ficar de joelhos, era bom demais para ser verdade.
—Na verdade, — Peyton começa, antes que ela se sente sobre os calcanhares e boceje falsamente, —estou ficando cansada e eu tenho que estar no trabalho cedo amanhã. Acho que vou encerrar a noite.
—Me desculpe, ok! — eu grito. —Eu voltei! — eu a lembro, não só naquela manhã, mas esta noite, porque eu queria vê-la. Inferno, eu precisava vê-la novamente. Eu me odeio por admitir isso para ela, mas as palavras começam a sair da minha boca, desesperado para que ela me dê algum alívio. —Você é tudo o que eu tenho pensado por catorze malditos dias, mulher!
Zombando, Peyton diz: —Você e eu sabemos que você só veio para uma coisa.
Fechando meus olhos para tentar me concentrar em respirar para afastar agonia na parte inferior do meu corpo, expus todas as razões pelas quais vim vê-la esta noite, mesmo que eu tenha dito a mim mesmo que era só para foder. —Eu não vim por apenas uma coisa. Eu quero dormir com você e ter suas unhas cravadas nas minhas costas novamente com tanta força que sangra. Então, eu quero tomar banho com você de manhã, para que eu possa lavar seu cabelo. Depois disso, eu quero te alimentar no seu café da manhã e fazer planos para vê-la novamente tomando café em sua caneca ridiculamente grande. Enquanto estiver no trabalho amanhã, quero que pense em mim e sinta minha falta...
Minhas palavras terminam em um suspiro quando sua boca quente e úmida se fecha ao redor do meu pau. Peyton me chupa com tanta força e rapidez que o prazer de mais de uma hora de tortura finalmente se solta da represa. Minha espinha se inclina para fora do colchão enquanto eu procuro por ar como um homem que se afoga de êxtase, tão forte que meus dedos dos pés podem estar permanentemente virados.
—Sentindo-se melhor? — Peyton pergunta. E quando sou capaz de abrir meus olhos de novo, ela está em cima de mim, suas mãos segurando meus ombros com o rosto bem na frente do meu.
—Oh, sim., — eu digo a ela com um sorriso preguiçoso e satisfeito.
—Bom., — ela responde antes de pressionar os lábios nos meus. Depois de vários beijos suaves, ela se afasta para soltar meus pulsos da algema.
—Valeu a pena a espera., — digo a ela quando posso finalmente envolvê-la em seus braços e segurá-la. —Agora é sua vez.
—Está tudo bem., — diz ela. —Eu gozei duas vezes, uma vez enquanto estava brincando com você e depois novamente quando você terminou.
—Uau., — eu murmuro surpreso, odiando ter perdido isso enquanto eu estava muito ocupado me equilibrando em uma corda bamba de dor e prazer.
—Vamos descansar um pouco. Podemos levantar cedo o suficiente para você... lavar meu cabelo e me foder no banho antes de eu ter que ir trabalhar.
—Melhor ideia de todas, gatinha., — eu concordo.
Vários minutos depois, Peyton ainda não fez um movimento para sair de cima de mim. O que é bom, eu provavelmente poderia dormir com ela me abraçando. Cobertor de Peyton é ótimo...
Mas então ela franze a testa e abaixa os olhos para onde suas mãos estão segurando as laterais do colarinho da minha camisa aberta, como se de repente ela estivesse a um milhão de quilômetros de distância.
—O que foi? — eu pergunto, tentando ler sua súbita mudança de expressão.
—Por que você não pode realmente ser o advogado Henry? — ela pergunta tristemente, fazendo minhas entranhas se contorcerem pela quantidade de tristeza em sua voz, porque eu não sou o homem que ela quer. —Seria muito mais fácil...
—Parece que isso é muito fácil., — eu indico. Antes de ela decidir me tirar da cama por causa de uma crise de consciência, digo a ela: —Vamos, gatinha. Você tem que admitir que toda a coisa do caso proibido é o que faz com que estar comigo seja tão quente e excitante. Se eu fosse apenas Henry, o advogado chato, mas bonito, você teria adormecido agora.
Dando um pequeno sorriso, ela diz: —Não se Henry gostasse de coisas maliciosas, tipo algemas.
—Oh, Henry é um total maníaco por controle. Ele nunca deixaria uma mulher colocá-lo em uma posição tão comprometedora, mesmo para um boquete premiado.
—Talvez., — diz ela. —Mas eu não estaria preocupada em perder meu emprego com Henry.
—Como vou fazer você perder o seu emprego? — eu pergunto confuso.
—Você quer que eu retire a investigação sobre os Savage Kings, — Peyton me lembra.
—Sim? Então?
—Se eu fizer isso, então não estarei fazendo o trabalho que fui contratada para fazer. Especialmente quando seu clube machucar alguém.
—Ouça, querida., — eu digo a ela, chegando até a lateral de seu rosto. —Eu posso prometer a você que os Kings não machucam ninguém, a menos que eles mereçam.
—Não é seu trabalho decidir quem merece e quem não merece! — ela exclama, afastando-se de mim para se sentar mais ereta, enquanto ainda está sentada em meus quadris, usando nada além de seu sutiã e calcinha.
Apoiando-me nos cotovelos, digo: —Então, se alguém matasse seu marido e filho, você cruzaria os braços e esperaria o quê? Um julgamento, anos depois, se os policiais conseguissem prender o bastardo responsável, claro.
—Sim! E se você for atrás da pessoa errada?
—Nós não somos um bando de idiotas impetuosos., — eu asseguro a ela. —Nós não iríamos atrás de alguém se não estivéssemos cem por cento certos de que eles eram culpados.
—Então, você acha que é infalível? — ela pergunta.
—Acho que fazemos nosso trabalho com a devida diligência.
—É disso que eu estou falando, — ela murmura, quando ela chega a empurrar o cabelo para fora do rosto. —Nós nunca vamos concordar com isso.
—Então, nós concordamos em discordar., — digo a ela.
—E depois há o fato de que eu não tenho relacionamentos casuais. Eu não sou uma pessoa casual como você., — acrescenta ela, fazendo uma volta de cento e oitenta graus para mudar de assunto, como se estivesse checando todas as razões pelas quais ela deveria me tirar da cama hoje à noite.
—Como você sabe que eu sou uma pessoa casual? — eu pergunto, mesmo que casual seja o meu nome do meio.
O olhar silencioso, mas mortal, que ela me dá diz que ela não está acreditando.
—Tudo bem, então eu sou. Eu era. Mas quando casual era tudo o que eu queria. Você não acha que teria sido muito mais fácil eu ter meu pau chupado por uma das putas do clube, que festeja logo acima do meu apartamento, em vez de dirigir duas horas para ver uma mulher que pode ou não me bater ou atirar em mim?
—Por que você voltou? — ela pergunta. —Eu não posso deixar de sentir que isso é apenas um tipo de jogo para você.
—Não é., — eu digo a ela sinceramente. Jesus, ela vai me fazer entregar minhas bolas? Mas vale a pena. Eu nunca me deixei ficar tão apegado à uma mulher, muito menos dizer a ela essa merda. No entanto, por qualquer motivo, admito a Peyton: —Honestamente, eu não tenho a menor ideia do por que eu não consigo te esquecer. Mas eu não consigo. E eu também não quero que você me esqueça.
Seu rosto suaviza quando ela me olha nos olhos. —É muito difícil esquecer o primeiro homem com quem eu estive depois do meu marido.
—Marido? — repito, e dou uma guinada para me sentar, meu coração tentando pular para fora do meu peito. Como eu poderia cometer o mesmo erro duas vezes nesta merda de vida? —Você é casada?
—Não., — diz ela com um aceno de cabeça. —Divorciada.
—Você é divorciada., — eu murmuro, e meus ombros relaxam de alívio quando me lembro tardiamente que ela mencionou que ela tem um ex-marido na primeira noite no bar. Obrigado, porra. —Quanto tempo ficou casada?
—Seis anos., — ela responde. —Nós nos conhecemos no último ano da pós-graduação e nos casamos logo antes de nos unirmos à agência.
—O que aconteceu?
—Ele é um agente também, — explica ela. —E ele trabalha disfarçado. Frequentemente.
—Então, a distância era o problema?
—Não, ele fodendo mulheres enquanto estava trabalhando disfarçado para 'fazer o papel' era o problema.
—Oh., — eu murmuro. —Ele te traiu?
—Frequentemente., — ela responde com um aceno de cabeça.
—Como você descobriu o que estava acontecendo? — eu pergunto.
—Seu parceiro me disse que achava que ele estava transando por aí. Então, eu vasculhei as coisas dele quando ele estava no chuveiro e encontrei seu segundo telefone que tinha textos e mensagens de voz de outras mulheres. Do tipo que não deixavam dúvidas...
—Uau.
—Sim., — diz Peyton. —Então é por isso que fiquei feliz em deixar a Geórgia por um tempo, quando eles me ofereceram esta posição temporária.
—Há quanto tempo você está separada? — eu pergunto.
—Mais de um ano.
—Um ano? — Eu ecoo. —Então eu sou a primeira pessoa com quem você dormiu... em um ano?
—Mais de um ano., — ela responde novamente. —E não pareça tão presunçoso.
—Eu não posso evitar. Eu tenho um rosto naturalmente presunçoso. — eu provoco, enquanto por dentro, eu estou dando cambalhotas porque ela me escolheu por algum motivo louco, depois de esperar um ano para superar seu ex-marido.
—O que Jack fez foi uma enorme traição. E se ele pode me trair depois de estar casado por seis anos, então seria difícil pensar em estar com um estranho e esperar que ele não fizesse a mesma coisa comigo imediatamente.
—É esse o seu jeito de me dizer que você não quer que eu foda com mais ninguém? — eu pergunto.
—Como se você fizesse qualquer coisa que eu pedisse., — ela murmura, com um revirar de olhos.
—Eu faria, se você me disser que o sexo comigo é melhor do que com o seu ex-marido traidor.
Ela fica em silêncio por tanto tempo que quase desisto. Finalmente, ela diz: —Sexo com você é muito melhor do que com meu marido safado. O que faz sentido.
—Por quê? — eu pergunto.
—Porque você provavelmente esteve com dez vezes mais mulheres do que ele.
—A prática leva à perfeição., — respondo.
—Sim, eu acho que sim., — concorda Peyton.
—E você tem a minha palavra de que eu não vou transar com mais ninguém enquanto estivermos saindo., — eu digo a ela, prometendo-lhe algo que eu nunca ofereci a nenhuma mulher antes.
É estúpido, porque concordar em ser monogâmico é como estar a um passo de ter sentimentos, algo que não posso me dar ao luxo de ter. Ainda assim, eu não quero parar de foder Peyton ainda. Quem iria se afastar do melhor sexo de sua vida quando finalmente o encontrasse?
—Certo., — ela concorda com minhas garantias, soando sarcástica e duvidosa que eu vou manter a minha palavra antes sair de cima de mim. —É melhor dormirmos um pouco. — Depois que apaga a luz, ela puxa as cobertas sobre nós e se aninha no meu peito. —Boa noite.
—Boa noite., — eu digo, e então eu tento dormir, imaginando se ela vai me deixar passar a noite de amanhã aqui também.
Estou em uma ladeira escorregadia, mas mesmo que minha vida dependesse disso, acho que não conseguiria me impedir de ver Peyton.
Capítulo 11
Peyton
Nas últimas semanas, tenho vivido minha vida chata de sempre durante o dia. No trabalho, eu gastei minha bunda entrevistando informantes confidenciais, testemunhando em tribunal conforme necessário, para casos que eu ajudei a expor depois que me mudei para cá, e investigando possíveis criminosos.
Então, à noite, é como se eu me tornasse outra pessoa com Dalton. Alguém que eu nem reconheço, mas que eu meio que amo. Ele me liberta de todas as inseguranças que eu tive por tanto tempo, porque é impossível me sentir qualquer coisa além de sensual quando estou com ele e, ele está falando palavras sujas para mim enquanto tira a minha roupa poucos segundos depois de me ver.
Depois, nós nos deitamos na cama, conversando e brincando enquanto nos recuperamos para a próxima rodada, já que uma vez nunca parece ser suficiente para nenhum de nós.
Eu nunca tive uma situação como essa com um homem, que gira exclusivamente em torno do sexo. Se eu não soubesse, quase diria que estamos em um relacionamento, já que Dalton fica pelo menos quatro ou cinco das sete noites por semana.
O único problema é que, de manhã, quando o sol nasce e saímos da cama, sempre há um elefante enorme na sala. Dalton desliza para seu colete de couro sempre presente, e eu sei que ele vai dirigir de volta para a costa para fazer... O que é que ele faz no MC, enquanto eu coloco meu terno e vou para o prédio federal para fazer o meu trabalho que gira em torno de prender criminosos.
—Bradley., — Stan Sommers, o Assistente do Procurador dos Estados Unidos, que está acima da divisão criminal, diz em sua profunda voz autoritária, me assustando quando ele entra no meu pequeno escritório, já que estou aqui temporariamente.
—Sim, senhor. Em que posso ajudá-lo? — eu pergunto, tentando não entrar em pânico e pensar o pior, que ele de alguma forma descobriu sobre o meu laptop roubado ou o fato de que um bandido invadiu nosso sistema.
—Só queria dar uma passada e ver como as investigações estão indo., — diz ele, inclinando um ombro carnudo coberto por uma camisa branca contra a moldura da porta e tomando sua xícara fumegante de café. Sua postura é quase gritante e descontraída, então vou tomar isso como um sinal de que não estou fodida.
—As coisas estão indo bem., — digo a ele. —Eu tenho trabalhado com algumas das agências policiais locais sobre as gangues de motoqueiros da lista que você me deu, comparando as anotações com elas para cobrir todas as nossas bases.
—Ótimo, — diz ele. —E os Savage Kings?
—Ah, sobre eles? — eu pergunto, esperando que o fato de eu estar perto de um ataque de pânico não seja visível no meu rosto ou nos movimentos rápidos do meu peito.
—Qualquer coisa de concreto que possamos ligar a eles? — ele questiona.
—Hum, não, senhor. Pelo menos, não por enquanto.
—Continue procurando. Não podemos nos dar ao luxo de deixá-los livres das acusações que eles estão se acumulando em torno deles. É possível que as agências locais os ajudem a cobrir seus rastros.
—Certo, claro., — digo a ele. —Talvez eu deva ir para a costa por alguns dias para me encontrar com os departamentos locais. Sentando-me cara-a-cara com eles, posso ser capaz de ter uma ideia melhor de onde estão suas lealdades.
—Boa ideia. Envie-me suas anotações enquanto estiver fora., — diz ele.
—Farei, senhor., — eu concordo antes que ele finalmente se vire e vá embora.
Soltando um suspiro de alívio, pego meu celular e penso em enviar uma mensagem para Dalton, para que ele saiba que estarei em sua área em algumas horas. Em vez disso, eu decido surpreendê-lo e ver o que ele está fazendo durante os dias depois que sai da minha cama.
Dalton
—Onde tem estado, desaparecendo todas as noites? — Reece pergunta, quando ele entra no meu apartamento no porão do clube.
—Fora., — eu digo, sem desviar o olhar do programa de contabilidade na tela do meu computador. O fim do mês está se aproximando rapidamente, e eu estou atrasado porque passei minhas noites com Peyton e meus dias visitando meu velho. Eu tento não pensar muito sobre como estar com Peyton torna os dias difícil um pouco mais fáceis...
—Fora onde?
—Não é da tua conta., — eu murmuro.
—É mais ou menos da minha conta, e do MC, já que você está gastando mais tempo com a agente ATF do que aqui.
Finalmente, voltando meu olhar para ele, eu estreito meus olhos e digo a ele: —Eu cuido da minha merda para o MC. E eu não preciso da permissão ou aprovação de ninguém para onde quiser passar minhas noites.
—Ela está usando você., — ele me diz, dirigindo uma faca imaginária através das minhas entranhas. —Assim que você escorregar e lhe der a informação que ela precisa, ela nos derrubará.
—Peyton não dá a mínima para o MC., — eu digo para ele. —Ela concordou em desistir da investigação contra nós, graças a mim.
—Sério? — Reece pergunta com uma risada, seus braços se cruzando sobre o peito e uma presunção estampada em seu rosto.
—Sim, realmente. Os Savage Kings não têm nada com que se preocupar com os federais.
—Você tem certeza absoluta sobre isso? — ele questiona.
—Sim! — eu exclamei.
—Com que certeza? Você diria cem por cento? — ele pergunta.
Jesus, por que ele não pode deixar essa merda em paz?
—Sim, eu tenho cem por cento de certeza de que os federais terminaram com o MC!
—Bem, nesse caso, eu odeio estragar isso para você, irmão, mas você está completamente errado.
—Errado? — eu bufo. —Como diabos estou errado?
—Porque sua agente está parada em frente ao clube por mais de duas horas.
—Ela está? — eu pergunto, empurrando para trás minha cadeira de computador para ficar em pé. —Ela pode estar aqui para me ver.
—Certo, como uma visita amigável e pessoal? — ele oferece.
—Exatamente., — eu digo a ele, mesmo que eu não esteja inteiramente certo do porquê Peyton apareceria aqui e não ligaria para me avisar...
—Então por que Jade ligou para Torin e disse que ela teria uma reunião com ela amanhã? — Reece pergunta.
—Merda., — murmuro enquanto esfrego a palma da minha mão no meu rosto. Jade é a meia-irmã de Chase e Torin e a xerife local.
—Você precisa descobrir o que está acontecendo e, em seguida, ficar bem longe dela antes de acabar e levar todos nós para baixo com você., — ele adverte.
—Isso não vai acontecer., — eu pego meu colete de couro no pé da cama e deslizo meus braços através dele. —Só me dê alguns dias para falar com ela., — eu digo, então sorrio para esconder minha preocupação real. —E você poderia não dizer a Torin ou a alguém que ela está espreitando do lado de fora? Talvez ela esteja apenas me perseguindo.
—Sim, alguns dias., — ele concorda. —Mas se mais federais começarem a circular do lado de fora como abutres, vou ter que levar o assunto para a mesa.
—Tudo bem., — eu concordo com um suspiro.
Capítulo 12
Peyton
Quatro horas ou mais depois que saí do escritório, ainda estou sentada do lado de fora do Savage Asylum com um par de binóculos, observando e esperando. Vários caras em coletes de couro vêm e vão em Harleys, alguns com barbas, como o logotipo do clube, alguns bem barbeados como Dalton. Durante os períodos mais lentos, faço alguns telefonemas para o escritório do xerife de Carteret e para o DP de Wilmington, a fim de marcar compromissos para nos reunirmos com a liderança nos próximos dias.
Durante toda a tarde, enquanto espero, não vejo Dalton, mas sua moto única, azul entre todas as pretas, fica no estacionamento, então acredito que ele esteja lá dentro.
Meu telefone toca na hora certa, alguns minutos depois das cinco da tarde, quando ele sabe que eu geralmente saio do escritório. Como é que eu já comecei a antecipar sua ligação depois de vê-lo por apenas algumas semanas?
—Alô., — eu respondo, embora tenha certeza de que é Dalton ligando do número de telefone —indisponível.
—O que você está fazendo? — ele pergunta casualmente, mas apenas a simples frase me faz sorrir.
—Só saindo do trabalho., — eu respondo como de costume.
—Bom. Quer que eu vá para aí? — ele oferece. Ele tem passado quase todas as noites comigo. É estupidez da minha parte pensar que, se ele está na minha cama, ele não pode estar com mais ninguém? É porque ele tem o dia inteiro para brincar com mulheres aqui em Emerald Isle antes de voltar para a minha casa. Mas eu já teria sentido o perfume de outra mulher nele. Ele só precisaria tomar banho depois de suas brincadeiras de dia. Como ele toma banho todas as manhãs antes de ir embora, meu coração joga na minha cara.
—Você não precisa vir hoje à noite, — digo a ele.
—Bem, e se eu realmente quiser? — ele abaixa a voz, e pergunta friamente, fazendo meus hormônios vibrarem.
—Eu quero ver você também, mas eu não estarei em casa., — eu respondo.
—Não? — ele pergunta, parecendo surpreso. —Então, onde você irá?
—Noite das garotas com minha amiga.
—Você está indo para o bar para pegar caras com a Quincey? — ele pergunta, suas palavras mais nítidas, quase como se ele estivesse com ciúmes.
—Só vamos sair para jantar. Sem homens. — eu continuo minha mentira.
—Então, eu poderia ir depois..., — ele oferece.
—Não essa noite. Provavelmente será tarde.
—Você sabe que eu não tenho um toque de recolher, gatinha., — diz ele com uma risada.
—Eu sei, mas algumas pessoas têm que acordar cedo e ir trabalhar amanhã de manhã. Quanto mais tarde você começar, mais tarde acordarei.
—Eu poderia apenas ir e dormir na mesma cama que você, nada de gracinhas., — diz ele, o que ambos sabemos que é uma mentira. Há sempre gracinhas quando nós dois estamos juntos. Normalmente, várias rodadas antes de finalmente conseguirmos parar de atacar um ao outro e adormecer.
—Talvez neste fim de semana., — digo a ele.
—Neste fim de semana? — Dalton exclama. —E amanhã à noite? E quinta à noite? Você já tem planos também?
—Eu viajarei. A trabalho., — eu admito.
—Sozinha? — ele pergunta.
—Sim.
—Eu não acho que seja uma boa ideia., — ele resmunga.
—Eu posso cuidar de mim., — eu asseguro a ele. —Sou uma agente federal com treinamento extensivo, lembra? Não há nada com que eu não possa lidar.
—Sério? — ele pergunta. —Ninguém pode se esgueirar atrás de você e te pegar de surpresa?
—Não., — eu respondo, mas ainda olho no meu espelho retrovisor apenas para verificar.
—Você tem certeza disso? — ele pergunta, e então há uma batida na minha janela do motorista que me faz ofegar tão de repente que eu quase engasgo com a entrada de ar. Roupas escuras são tudo o que posso ver no começo até que eu olho para cima e vejo seu rosto presunçoso.
—Mesmo se eu não tivesse ouvido o seu suspiro de surpresa, eu teria visto você pular., — diz o idiota ao telefone com um sorriso esticado no rosto.
Eu termino o telefonema e aperto o botão para abrir minha janela.
—Você estava tentando me fazer ter um ataque cardíaco? — pergunto-lhe.
—Não, eu estava provando um ponto e tentando ver se você seria direta comigo. Você não deveria estar aqui sozinha., — ele diz, inclinando os antebraços cruzados no peitoril da janela, para abaixar a cabeça para dentro e roubar um beijo na minha bochecha.
—Por quê? Porque os Savage Kings são perigosos? — eu questiono, enfiando meus dedos através de seu cabelo loiro macio e bagunçado só porque eu posso. Passar o dia todo no trabalho sem tocá-lo ou vê-lo é mais difícil do que deveria.
—Possivelmente, se eles se sentirem ameaçados por alguns federais., — ele responde. Roubando outro beijo, desta vez nos meus lábios, ele diz: —Estamos vendo você nos observar pelas câmeras de vigilância.
—Oh! — eu murmuro, pensei que estivesse estacionada longe o suficiente da propriedade. —E, deixe-me adivinhar, há uma porta dos fundos?
—Sim., — Dalton responde, antes de seus lábios pressionarem os meus novamente. —Então, agora você vai me dizer a verdade sobre o que diabos você está fazendo aqui?
—Eu estou na cidade por alguns dias., — eu explico.
—Investigando-nos? — ele se afasta e olha para mim através de olhos azuis estreitos. —Eu pensei que você tivesse concordado em nos deixar em troca de seu laptop.
—Sim, eu concordei. O homem para quem trabalho, o Procurador dos EUA, não fez o mesmo. Ele quer que eu continue investigando, então é o que estou fazendo.
—Você acha que se você ficar aqui tempo suficiente, você vai nos pegar infringindo a lei? — ele pergunta sarcasticamente.
—Não, só parei aqui por um tempo, enquanto eu organizo algumas reuniões na área., — eu respondo honestamente.
—Reuniões com quem? — ele pergunta, mas eu apenas pisco silenciosamente para ele em resposta. —Tudo bem, não me diga., — ele bufa antes de direcionar os olhos para o bar. —Onde você vai ficar enquanto estiver na cidade?
—Eu tenho um quarto de hotel no... Jolly Roger. Não há muitos hotéis por aqui e a maioria está reservada nesta época do ano.
Um sorriso maior se espalha sobre o rosto de Dalton antes que ele diga: —Você, agente da ATF, está hospedada no Jolly Roger?
—Sim? Por quê? — eu pergunto.
—Oh, nada., — diz ele, ainda sorrindo. —É só que os Kings são os donos desse hotel.
—São os donos? Como eu não sabia disso?
—Nós compramos através de uma empresa fantasma., — responde Dalton, em seguida, aponta o dedo indicador para mim. —Mas você não pode usar nada disso contra nós. Tudo é completamente legítimo. Nós tínhamos advogados para tratar de tudo.
—Tenho certeza que vocês tinham., — eu zombo. —Então é assim que você lava seu dinheiro?
—Eu acho que te contei o suficiente de nossos segredos., — diz ele antes de seu olhar ir em direção à frente da minha blusa, onde a prova de quanto meu corpo gosta de sua proximidade é óbvia, mesmo através do meu sutiã. —Você está indo para o hotel agora?
—Talvez., — eu respondo.
—Por que eu não te sigo? Você sabe, para vigiar, para garantir que ninguém mexa com você enquanto estiver na cidade.
—Você acha que alguém poderia mexer comigo? — eu pergunto.
Respirando, ele diz: —Nosso presidente tem uma nova família depois de perder a primeira violentamente. Eu não confiaria muito em Torin quando se trata de proteger a merda que ele ama.
—E ele ama o MC?
—Droga, ele ama., — ele concorda seriamente, antes de instantaneamente se tornar brincalhão novamente, quando ele põe as mãos dentro do veículo para dedilhar seu polegar sobre o meu mamilo esquerdo. —Além disso, eu quero ser o único que... fode com você.
Às vezes, eu desejo que ele não fosse tão bom me foder. As coisas que seu corpo pode fazer na cama deveriam ser ilegais. Eu fico um pouco mais viciada nele a cada vez.
—Tudo bem, me segue? — eu pergunto, como se já não estivesse decidido que ele passaria a noite no meu quarto.
—Eu vou te encontrar lá., — diz ele com uma piscadela, antes de bater a palma da mão no peitoril da minha janela e caminhar em direção à fila de motos no estacionamento do bar.
Dalton
Eu estou confiando em Reece para não contar a Torin ou a qualquer um dos outros caras sobre Peyton observando o clube. Nós dois fizemos um acordo. Ele não vai contar porque eu assegurei que ela não ia nos causar nenhum problema.
Então, eu descubro que ela está aqui se encontrando com Jade, e sabe quem diabos mais, porque seu chefe não quer desistir de nos atrapalhar. Agora não sei o que pensar.
Eu estava errado em acreditar que devolver o laptop a ela, junto com algumas boas fodas, seria o suficiente para convencê-la a parar de investigar os Savage Kings? Talvez eu tenha me dado muito crédito. É possível que eu tenha estado muito ocupado com ela, que não parei para pensar que talvez ela não sinta o mesmo por mim.
Isso poderia ser apenas sexo entre nós enquanto ela me usa para derrubar o MC? Eu já disse a ela muito sobre o clube, eu sei, mas nada que voltaria e nos atrapalharia. Acho que não.
Esses são os pensamentos que estão me assombrando alguns minutos depois, após Peyton se registrar no hotel e subir para o quarto dela. Nós dois ficamos nus em um borrão de roupas voadoras antes dela me beijar e me colocar na cama.
—Hum, Dalton? — Peyton pergunta, quando ela se afasta para olhar para mim.
—Sim? — eu respondo.
—Você está bem?
—Estou fodendo uma mulher bonita, por que eu não estaria? — eu respondo.
—Você não me tocou., — ela me informa, e percebo que meus braços estão esticados ao meu lado.
—Oh.
—E você está, ah, você não está..., — Peyton abaixa os olhos pelo meu corpo.
—Não o quê? — eu pergunto.
—Você não está... excitado., — ela se senta em minhas coxas para revelar meu pau mole.
—Que porra é essa? — eu exclamo, quando me sentei e pego meu pau flácido dar alguns golpes. Nada acontece. Estou nu e na cama, com uma linda mulher sentada em cima de mim, e não consigo ficar duro. —Isso... isso nunca aconteceu comigo antes. Nunca.
—Não é grande coisa, — diz Peyton, embora seja claramente uma grande coisa. Eu sou um homem. Isso é o que fazemos, caramba! Deus nos deu longos e duros pênis para foder mulheres! É como se fosse o nosso único propósito na Terra!
—Você quer que eu tente usar minha boca? — ela oferece enquanto eu me sento em pânico.
—Não., — eu respondo sem hesitação. Não ser capaz de fazer sexo é ruim o suficiente. E se um boquete não conseguir revivê-lo? Ter um pau mole na boca de uma mulher é uma blasfêmia. Meu ego nunca se recuperaria de tal desgraça.
—Espere, estava funcionando esta manhã, certo? — eu pergunto a Peyton.
—Ah, sim. De costas na cama e depois contra a parede do banheiro enquanto você lavava meu cabelo.
—Certo., — eu concordo, quando me lembro dos detalhes sexy de tirar sua calcinha para transar assim que acordamos e estarmos prontos para fazer de novo antes que a água no chuveiro esquentasse. Mesmo essas lembranças incríveis não afetam meu pau adormecido.
—Não se preocupe com isso, Dalton. Acontece com todos os homens, — diz Peyton quando ela sai de cima de mim, sem conseguir o que veio buscar, e se deita ao meu lado no colchão.
—Não, isso não acontece comigo., — digo a ela. —Deixe-me, ah, deixe-me cuidar de você., — sugiro, para tirar a atenção do meu fracasso em tocar e porque quero fazer Peyton se sentir bem, mesmo que não possamos nos sentir bem ao mesmo tempo.
—Você não precisa..., — ela começa a dizer, mas eu já estou mergulhando entre as pernas dela, apertando meus ombros debaixo de suas coxas. —Oh, sim! — Peyton geme depois que passo a língua sobre seu clitóris. Ela passa os dedos pelo meu cabelo e dá um puxão sempre que eu paro de lambê-la do jeito que eu sei que a deixa louca. Essa é a única razão pela qual eu desvio do meu método, para provocá-la um pouco, e levá-la a me dirigir como se ela estivesse no controle.
Na terceira vez que suas pernas tremem e prendem minhas orelhas, meu pau está duro como uma pedra.
Obrigado, porra.
Enquanto o corpo e a voz de Peyton se recuperam de seu orgasmo mais recente, eu saio da cama e retiro uma camisinha da minha carteira. Eu rasgo a folha com meus dentes e coloco a borracha sobre o meu pau em tempo recorde.
Quando estou de volta entre as pernas de Peyton, me preparando para margulhar, ela pisca os olhos para me olhar.
—Mmm..., — ela murmura e estica os braços sobre a cabeça. —Você é tão bom em me atacar. Ou você praticou muito, ou alguém deve ter treinado você bem.
Lá vai meu pau duro com a lembrança da mulher que —me treinou.
—Eu já volto., — eu digo antes de eu sair da cama e ir para o banheiro, esperando que Peyton não tenha notado o preservativo ou o meu pau murcho.
Capítulo 13
Peyton
Eu estou sentada no escritório da xerife do condado de Carteret, bem cedo na manhã de quarta-feira, meia hora antes do nosso encontro. Não é como se eu tivesse algo melhor para fazer.
Diferentemente da maioria das manhãs, Dalton não ficou por perto para uma rapidinha na cama ou no chuveiro. Ele estava vestido e me dando um beijo de adeus ao lado da cama antes que eu pudesse abrir completamente meus olhos.
Agora eu não tenho ideia se ele estava envergonhado por não ser capaz de se apresentar na noite passada, ou se ele simplesmente não me queria. De qualquer forma, eu não posso parar de ficar obcecada com o que está acontecendo com ele e por que ele saiu tão cedo.
Esse é o jeito de Dalton me dispensar e acabar com isso, o que quer que isso seja, entre nós? Enquanto eu estou supondo que é apenas sexo para ele, eu já me envolvi muito, pensando nele constantemente e querendo estar perto dele, só para ver que comentário maluco ele fará em seguida.
Um sorriso se espalha pelo meu rosto sempre que ele me vem à mente e, como uma adolescente, eu não consigo parar de checar meu telefone cem vezes por dia, mesmo quando estou no trabalho, para ver se ele me mandou uma mensagem ou ligou para mim. Eu verifico novamente enquanto eu me sento na sala de espera, mas não há nada novo dele. Então, como a garota obcecada e boba que eu viro perto dele, releio mensagens antigas, pensando em todas as maneiras possíveis de interrompê-las.
Merda. Dalton está chateado porque estou na cidade fazendo reuniões sobre os Savage Kings?
—Agente Bradley? — a jovem xerife de cabelos ruivos diz quando abre a porta do escritório e sai com seu uniforme marrom. Eu jogo meu celular na bolsa e fico de pé para apertar sua mão. Ela me oferece um sorriso amigável, mas profissional. —Prazer em conhecê-la.
—Você também, xerife Horton., — eu respondo.
—Entre., — ela diz, antes de liderar o caminho para seu escritório, fechando a porta atrás de mim. —Sente-se., — ela gesticula em direção a uma das duas cadeiras de visitante, antes de se sentar na cadeira executiva atrás da mesa.
—Obrigada por concordar em se encontrar comigo em tão pouco tempo., — eu digo a ela.
—Sem problemas. As coisas estão sempre bem tranquilas por aqui, então há muito tempo para se encontrar com agentes federais. O que exatamente você queria discutir?
—Oh, bem, o Procurador dos EUA do Distrito Leste está investigando o Savage Kings MC, depois de vários crimes relacionados a armas de fogo e incêndios criminosos.
—Oh., — ela murmura, seu rosto desanimando e atitude amigável mudando mais rápido do que eu posso estalar meus dedos.
—Isso é um problema? — eu pergunto.
—Não., — a xerife responde com um aceno de cabeça. —Mas eu acho que deveria te poupar algum tempo. Minha mãe é casada com o pai de Torin e Chase Fury.
—Uau., — eu digo, quando finalmente sou capaz de fechar minha boca escancarada. —Então você é...
—Sua meia-irmã, sim., — ela responde com um aceno de cabeça. —Existe alguma coisa em que eu possa ajudá-la?
—Você pode me dar alguma informação sobre o assassinato de Hector Cruz, que resultou na morte dele e de três de seus homens? Ou o fogo no bar de um MC rival? Que tal o tiroteio no Savage Asylum e a morte da esposa do seu meio-irmão?
Parecendo ligeiramente aborrecida com minhas perguntas rápidas, ela começa a responder. —Nosso escritório determinou que Hector Cruz foi morto por seus próprios homens durante um violento golpe. Quanto ao incêndio criminoso, bem, você teria que falar com o DP de Wilmington sobre isso, já que está fora do meu distrito, mas tenho certeza que eles determinaram a causa do incêndio como uma linha de gás explodindo um laboratório de metanfetamina. — Fazendo uma pausa para respirar fundo, ela prossegue dizendo: —E a morte de Kennedy Fury e do filho não nascido de meu meio-irmão foi incrivelmente trágica. Embora não pudéssemos relacionar diretamente nenhum suspeito com o crime, as armas de fogo e munição encontradas na cena do tiroteio de Cruz coincidiram com a que matou Kennedy, por isso encerramos oficialmente o caso.
—E você não acha que os Savage Kings estavam envolvidos no assassinato de Hector Cruz e seus homens? — Eu pergunto, carregada de incredulidade.
—Não há provas de que eles estivessem nas proximidades. Na verdade, a maioria deles ainda estava em Las Vegas para o casamento do meu meio-irmão.
—Quão conveniente...
Estreitando os olhos, a xerife diz: —É a verdade. Nada conveniente sobre isso. Há registros de companhias aéreas para comprovar, e tenho certeza de que você poderia obter o vídeo de vigilância dos aeroportos também.
—Não é verdade que a maioria dos membros dos Savage Kings tem antecedentes criminais? — eu pergunto.
—Cerca de metade, talvez., — ela responde com um encolher de ombros, como se não fosse grande coisa esses mesmos criminosos formarem uma gangue.
—No entanto, eles não são suspeitos de nenhuma das violências que aconteceram na costa ultimamente?
—Não, não são., — a xerife Horton responde com um sorriso duro.
—E quanto a Dalton Brady? — eu pergunto, incapaz de me ajudar.
Voltando ao seu lugar, como se tivesse sido pega de surpresa pela pergunta aleatória, ela diz: —O que tem ele?
—Nossa inteligência nos leva a acreditar que ele é um oficial no MC. O tesoureiro ou lavador de dinheiro, talvez?
—Eu não saberia quem é um oficial ou quais seriam suas responsabilidades., — ela responde. —Meus meio-irmãos e eu não discutimos negócios de MC em jantares de família.
—Existe algo mais que você saiba sobre Dalton? — Eu pergunto.
Suspirando pesadamente, ela se inclina para trás em sua cadeira e cruza os braços sobre o peito. —Tudo o que sei é que o pai dele era um dos membros fundadores. Por que você está perguntando sobre ele?
—O pai dele? — repito, ignorando a pergunta dela, e ela concorda. —Ele ainda é um membro? — eu pergunto, já que Dalton nunca o mencionou, e o informante não tinha nenhuma anotação sobre o Brady mais velho.
—Não. Se você não pode andar, você não pode votar., — ela responde facilmente, como se fosse uma frase comum, fazendo parecer que ela sabe mais sobre os negócios do clube do que está deixando transparecer.
—E o pai de Dalton não pode andar?
—Aparentemente, não., — a xerife responde.
—E por quê? — eu pergunto.
Xerife Horton levanta uma de suas sobrancelhas ruivas antes de se levantar e diz: —Há mais alguma coisa com a qual eu possa ajudá-la hoje? Ok, obrigado pela visita., — sem me dar a chance de realmente perguntar qualquer outra coisa.
Estou sendo dispensada.
De pé, eu digo a ela: —Agradeço o seu tempo., — mesmo que tenha sido incrivelmente curto.
Eu mal saio do escritório antes que ela esteja atrás de mim e feche a porta.
Muito protetora? Deus...
Meus pensamentos sobre as maneiras retrógradas desta cidade param assim que desço os degraus do escritório da xerife e vejo um homem sexy de óculos escuros, encostando suas costas no meu SUV. Seus braços estão cruzados sobre o colete de couro, assim como seus tornozelos. Parece que ele está esperando um fotógrafo aparecer, tirar sua foto e colocá-la na capa de uma revista da moda.
—Como você sabia que eu estava aqui? — pergunto curiosamente, já que não contei a ele quem eu encontraria hoje ou amanhã.
—Jade ligou e deu a Torin um aviso ontem depois que você marcou a reunião., — ele responde com um sorriso.
—Jade., — eu repito, usando seu primeiro nome como ele fez tão familiarmente. —Bem, não foi simpático da parte dela., — murmuro sarcasticamente.
—Eles são família. O que você esperava? — ele pergunta, quando estou bem na sua frente.
—Eu não sei. Talvez por ela ser uma oficial da lei, apesar de ter laços de familía com um clube de motoqueiros.
—Apesar do que você pode pensar, ela não dá ao MC vantagem nenhuma., — responde Dalton.
—Besteira.
—Ok, então ela não dá muita vantagem ao MC., — ele altera com um sorriso.
—O que quer que você diga, — eu respondo, mesmo que eu esteja começando a entender por que a xerife protegeria os caras do MC, se os outros forem tão charmosos quanto Dalton. O que me leva a perguntar: —A xerife... é próxima de qualquer outro membro?
—Ah, não. Ela é casada e tem um filho., — ele responde. —Por quê?
—Apenas me perguntando.
—Só está se perguntando se eu dormi com ela? — ele pergunta. —Porque a resposta é: inferno, não. Eu gosto das minhas bolas onde elas estão, e Torin as removeria se um de nós mexesse com sua meia-irmã.
—Essa é a única razão? — eu questiono, enquanto meus dedos mexem na alça da minha bolsa.
—Você é fofa quando está com ciúmes., — diz Dalton, antes de segurar meu queixo entre os dedos indicador e polegar para levantar meu rosto e beijar meus lábios.
É um beijo suave e rápido, mas a demonstração pública de afeto faz com que eu me sinta um pouco melhor sobre onde ficamos depois que ele se livrou de mim esta manhã. E como isso tem me incomodado, eu decidi perguntar a ele sobre isso. —Qual foi o motivo da sua grande pressa nesta manhã?
A mão de Dalton cai do meu rosto com a pergunta, então seu olhar se eleva para o ponto acima da minha cabeça, como se o departamento do xerife fosse, de repente, incrivelmente interessante.
—Eu sabia que você tinha uma reunião cedo...
—Não tão cedo., — eu interrompo sua desculpa falsa. Eu pego o seu rosto lindo entre as minhas mãos e o faço olhar de volta para mim. —Apenas me diga a verdade.
Não faz sentido que ele, o homem que vive e respira sexo, fugisse quando ele poderia ter transado esta manhã. E ainda, por alguma razão, ele aparece para me ver do nada e espera até que eu saia de uma reunião.
—Tudo bem., — ele bufa. —Meu pau está avariado.
—O quê? — eu pergunto confusa.
—Já que eu nem tinha um pau duro para oferecer hoje de manhã, saí para não decepcionar você novamente.
—Me desapontar de novo? — Eu repito. —Quando você me decepcionou?
—Ontem à noite., — ele responde. —Eu não pude... nós não...
—Você fez e foi além de cumprir todas as expectativas que eu tinha para a noite passada., — eu asseguro a ele. —Eu odeio que tenha sido tudo unilateral. Mas como eu te disse então, não é grande coisa. Além disso, sexo de manhã não é tudo o que as pessoas podem fazer juntas.
—Não é? — ele pergunta com a testa franzida seriamente, o que é simplesmente adorável.
—Não, não é., — eu respondo. —Também há carinho.
—É? — Dalton pergunta, como se isso fosse uma noção inteiramente nova para ele. —Você quer me abraçar?
—Vou te contar um pequeno segredo que as mulheres guardam dos homens., — eu digo a ele, antes de tirar minhas mãos do seu rosto para apoiá-las em seus ombros e ficar na ponta dos pés para sussurrar em seu ouvido, como se eu estivesse transmitindo algumas informações secretas. —Às vezes preferimos abraçar do que fazer sexo.
Sinto a tensão imediata e rígida em seus ombros, como se acabasse de lhe dizer que o mundo está prestes a terminar.
Voltando a apoiar os meus pés completamente no chão, para olhar para seu rosto em branco, eu pergunto: —Você não é fã de carinho?
—Eu não sei., — ele murmura. —Nunca fiz isso antes.
—Sim, você fez! — Asseguro-lhe com um tapa leve e brincalhão em seu peito. —Na maioria das noites, na verdade, quando você me deixa dormir com a minha cabeça no seu peito e seus braços em volta de mim.
—Isso é carinho? — ele pergunta.
—Bastante. Qualquer tipo de contato físico que não ocorra com a expectativa de gratificação sexual conta.
—Oh.
—Então, você provavelmente fez muitos carinhos e nunca percebeu., — digo a ele.
—Eu não fiz, na verdade., — ele responde. —A única vez que as mulheres me tocam é quando estamos na cama ou elas estão tentando me levar para a cama.
—Talvez você simplesmente não fique por perto tempo suficiente para o aconchego.
—Por que eu ficaria por perto depois que ambos conseguimos o que queremos? — ele pergunta, sem soar nem um pouco irritado, mas principalmente confuso.
—Porque o contato humano sem quaisquer segundas intenções ou expectativas é... bom., — eu explico. Quase pergunto por que ele geralmente passa a noite comigo, mas temo que a resposta dele seja que é mais fácil do que voltar para casa tão tarde.
—Sempre existem motivos., — diz Dalton.
—Existem? — eu pergunto.
—Os homens só ficam por perto para acariciar, porque aumenta a probabilidade de comer alguém novamente.
—Agora isso é apenas cinismo., — digo a ele, mesmo que uma parte de mim pense que isso é provavelmente verdade. Meu ex-marido apenas me abraçava quando ele estava tentando entrar em mim.
—Tudo o que homens e mulheres sempre fazem tem a ver com sexo., — diz ele. —Nós fomos colocados aqui para reproduzir. É isso. E para garantir que isso aconteça, o ato é tão bom que queremos continuar fazendo o máximo possível.
—E o amor? — eu pergunto, apesar de não ter certeza se ainda acredito nisso.
Ele sacode a cabeça. —Nada mais do que uma reação química que resulta em apego a uma determinada pessoa, graças a ter, repetidamente, ótimo sexo com ela., — ele responde, como se fosse um especialista no campo.
—Isso é tudo, então? — eu pergunto.
—Sim.
—Então eu acho que muitas mulheres se apaixonaram por você., — eu brinco, já que o sexo com Dalton é mais do que ótimo. É absolutamente incrível.
—Acho que sim., — ele responde com uma risada, antes de dar a volta e abrir a porta do motorista para mim, terminando abruptamente o nosso tópico anterior de conversa. —Então, agora que a sua reunião acabou, você está livre o resto da tarde?
—Parece.
—Bom., — diz ele. —Eu quero te levar num lugar.
—Eu não tenho certeza se eu deveria estar preocupada ou animada., — digo a ele honestamente. —Isso é uma armadilha para atirar a mim?
—Há um barco envolvido., — diz ele com um sorriso. —Mas eu prometo não jogá-la ao mar com um bloco de concreto preso aos seus tornozelos.
—Uau, obrigado., — eu zombei. —Isso faz eu me sentir muito melhor.
—Então, você está dentro ou não? — ele pergunta.
—Dentro., — eu concordo com um sorriso porque isso significa passar mais tempo com ele fora da cama.
—Ótimo. Vamos largar o seu SUV no hotel e depois podemos ir na minha moto até as docas.
—Parece bom., — eu concordo.
Capítulo 14
Dalton
—Bem-vinda a Shackleford Banks., — digo a Peyton, quando pulo da rampa do barco de Sax com a mochila que levei para nós em um dos ombros. Eu então me viro para oferecer a ela minha mão para ajudá-la.
—Você me trouxe para uma ilha deserta para me matar? — ela pergunta provocativamente quando se junta a mim na areia. Sax põe a cabeça para fora do barco, preocupado.
—Ela está brincando., — eu digo a ele. —Vejo você em três horas ou mais?
—Sim, cara, vejo você mais tarde., — ele concorda, antes de puxar a âncora para voltar para as docas de Beaufort.
—A água aqui é linda., — diz Peyton.
—Sim, é tão clara que eles chamam de Costa do Cristal., — eu explico para ela.
Depois que ela tira os sapatos, nos aventuramos mais perto da praia, onde as ondas transparentes batem suavemente na areia.
—Como é uma ilha de barreira, você raramente tem ondas ou correnteza, a menos que haja uma tempestade no Atlântico.
—Uau, é tão... pacífico. Onde estão todos? — Ela pergunta, olhando ao redor do trecho vazio da praia.
—É baixa temporada, e mesmo durante o verão muitas pessoas não vêm aqui porque é necessário um barco para ir e voltar. Mas a balsa vem a cada duas horas e, Sax estará de prontidão se precisarmos de uma carona antes disso. Nós não ficaremos presos aqui para sempre., — eu asseguro a ela.
Eu tiro meus sapatos e enrolo a barra da minha calça jeans para que possamos molhar nossos pés enquanto caminhamos. Pode ser outubro, mas o ar ainda está quente, com temperaturas rondando os 30 graus, e a água está um pouco fria, mas refrescante.
—Você vem aqui frequentemente? — Peyton pergunta.
—Não tanto ultimamente., — eu respondo. —Meu pai e eu costumávamos acampar aqui por uma noite ou duas.
—Mesmo? — ela pergunta, se virando para mim. —Seu pai mora por aqui também?
—Sim., — eu respondo.
—E você cresceu aqui?
Peyton de repente me faz sentir como se estivesse sendo interrogado. Ainda assim, eu respondo a ela. —Não. Eu cresci em Nova York com minha mãe.
—Então seus pais se separaram? — ela pergunta.
—Eles não conseguiram se separar porque nunca estiveram juntos., — explico. —Meu pai tinha quarenta e poucos anos quando ele engravidou minha mãe, uma turista que passava pela cidade no fim de semana.
—Oh! — ela murmura.
—Eu não o vi muito enquanto estava crescendo por causa da distância, mas ele me mimava quando eu vinha visita-lo durante o verão e nos feriados.
—Então, quando você se mudou para cá permanentemente? Depois que você se formou no colegial?
—Eu não me formei., — digo a ela honestamente. Pela primeira vez, estou realmente envergonhado por essa verdade. —E eu não tive escolha sobre me mudar no meio do meu primeiro ano do ensino médio. Minha mãe me obrigou.
—Por que ela faria você se mudar quando você estava tão perto de se formar? — Peyton pergunta.
—Porque eu saí com a turma errada. Ela era uma esforçada dançarina da Broadway e estava cansada de lidar com minhas brigas no reformatório, então, depois que levei um tiro, acabou sua paciência. Ela me mandou para cá, para que meu velho pudesse tentar me endireitar.
—Você foi baleado?
—Sim, mas não tem nada a ver com as ruas ou uma gangue., — eu respondo. —Não que minha mãe saiba disso.
—Então quem atirou em você? — ela pergunta.
Incapaz de mentir para ela, eu lhe digo a verdade que eu só contei aos meus amigos. —O marido de sua melhor amiga.
Peyton
—Espere, volte., — digo a Dalton, quando ele começa a me contar o passado. Estou feliz que ele esteja se abrindo, eu só queria que ele fosse mais devagar para que eu pudesse entender. Segurando sua mão, eu o puxo para baixo nas dunas de areia para que possamos sentar e conversar. —O marido da melhor amiga de sua mãe atirou em você?
—Sim.
—Por que ele fez isso?
—Porque ele descobriu que eu estava transando com ela há semanas., — Dalton responde simplesmente.
—Uau., — murmuro em choque. —Quantos anos ela tinha?
—Ela tinha trinta e poucos anos.
—E você...
—Eu tinha dezesseis anos quando começamos a transar e dezessete quando ele nos pegou.
—Jesus, Dalton. Sua mãe sabia? — eu pergunto.
Ele balança a cabeça enquanto olha para a água calma que está lambendo a praia. —De jeito nenhum. Depois que o idiota atirou em mim, ele me arrastou para baixo e me jogou na rua onde a ambulância me pegou. Acho que foi melhor do que me deixar morrer em seu apartamento.
—Onde você foi baleado? — eu pergunto.
Como ele tirou o colete antes de sairmos do hotel para virmos nesta aventura, Dalton tira a camiseta branca e me mostra as costas. Ele aponta para a cicatriz que está bem ao lado do final da caveira barbuda. Tão perto de sua espinha e órgãos vitais.
—Oh, meu Deus, — eu digo quando eu coloco meus dedos sobre a cicatriz levantada. —Você poderia ter morrido.
—Eu quase morri. E como eu não morri, eles disseram à minha mãe que eu poderia ficar paralisado da cintura para baixo quando eu acordasse, dependendo de haver ou não algum dano permanente na minha medula espinhal.
—Graças a Deus você ficou bem., — digo a ele.
—Sim, eu tenho sorte.
—O que você estava... por que você estava dormindo com a amiga de sua mãe? Uma mulher casada? — eu pergunto.
—Eu era um adolescente excitado. Sim, agora eu sei que foi estúpido, mas naquela época, tudo o que importava era que uma mulher sexy como o inferno me queria. Ela era tão diferente das meninas tímidas com quem estudei no ensino médio. E eu pensei que ela realmente me amava como eu a amava. Acontece que eu era apenas um brinquedo que ela gostava de usar enquanto o marido estava no trabalho.
—Ela foi sua primeira? — eu pergunto em preocupação.
—Não, minha terceira, mas as duas primeiras realmente não contam porque elas acabaram muito rápido., — ele responde com uma risada. —Cora, no entanto, ela gastou seu tempo comigo por semanas, ensinando-me exatamente como ela gostava que as coisas fossem feitas. E então praticamos muito.
—Eca., — eu digo quando um arrepio percorre meu corpo. —Eu não posso acreditar que uma mulher adulta faria isso com um adolescente.
—Eu tinha dezesseis anos. Era legal.
—Pode não ser ilegal, mas isso não faz com que esteja tudo bem., — digo a ele. —Você achava que ela se importava com você?
—Eu pensei que ela ia deixar o marido para ficar comigo, então sim, eu achei que ela se importava., — diz ele. —Até onde eu sei, eles ainda estão juntos. Mas não é como se eu visitasse com frequência ou mantivesse contato com minha mãe.
—Sinto muito., — digo a ele, estendendo a mão para apertar a dele.
—Nós nunca nos abraçamos ou conversamos sobre isso., — diz ele. —Eu nunca passei a noite com ela, também. Era mais uma visita e baixar as calças o mais rápido possível. É por isso que nunca... quer dizer, mesmo depois de oito anos, tudo o que sei é o que fiz com ela e as mulheres nunca reclamaram.
—Ela foi a sua orientação sexual., — eu digo em descrença.
—Sim, praticamente., — concorda Dalton. —Ela estava me usando. Mas não é como se eu me arrependesse, porque não me arrependo. Na época, eu estava fodidamente em êxtase porque eu estava transando todos os dias com uma mulher incrível, quando muitos dos caras com quem eu estudava ainda sonhavam em estar com uma garota em vez de suas mãos. Eu poderia ter feito tudo sem ser pego e sem seu marido tentando me matar, mas foi culpa minha. Eu sabia que ela era casada. Eu era estúpido em acreditar que Cora realmente iria deixá-lo por mim quando 'fosse a hora certa', — diz ele, usando os dedos para formar as aspas.
—Você contou ao seu pai o que aconteceu quando você se mudou para cá? — eu pergunto.
—Sim. Eu tive que contar para alguém., — ele responde. —Eu estava fodidamente deprimido para cacete depois de perder a mulher que eu achava que amava e ter que me afastar da única vida que eu conhecia. Foi quando começamos a trabalhar juntos em motos, e ele me levava para acampar e ao clube para sair com os caras. Acho que ele estava tentando me distrair de tudo.
—E você não queria voltar para Nova York?
—Foda-se. Não., — murmura Dalton. —Não havia mais nada lá para mim além de um monte de problemas. Eu não queria que o marido de Cora viesse atrás de mim novamente para terminar o trabalho. E ela teve a chance de me escolher depois que tudo aconteceu. Nem uma vez ela veio ao hospital durante as semanas que passei lá.
—Como sua mãe não soube o que estava acontecendo?
—Ela trabalhava à noite, então quando eu saía da escola, ela já tinha partido e eu tinha idade suficiente para me defender sozinho. Ela sabia que eu passava muito tempo com Cora à tarde antes de chegar em casa, já que ela morava no prédio do outro lado da rua do nosso apartamento, mas ela não sabia o que estávamos fazendo. E eu não queria que ela soubesse. Se ela tivesse descoberto, ela teria odiado Cora e nos afastaria.
—Mas você não teria sido baleado., — indico.
—Provavelmente, não., — ele concorda com um sorriso.
Estou prestes a perguntar a Dalton se a história dele com a mulher mais velha é o motivo dele nunca ter sossegado, quando há um som repentino que vem de trás de nós. E como estamos sozinhos na ilha, eu fico em pé para ver de onde vem, desejando ter trazido minha arma.
—Relaxe., — diz Dalton, quando ele se levanta e fica ao meu lado, olhando para as dunas gramadas. —São apenas os cavalos.
—Cavalos? — eu pergunto. —Há cavalos nesta pequena ilha?
—Sim, cavalos selvagens., — explica ele em voz baixa. Então ele aponta para dois cavalos marrons e brancos que estão curvados e pastando, a apenas alguns metros de distância.
—Oh, wow. Olhe para eles! — eu digo surpresa. —Como diabos eles chegaram aqui?
—Eu sempre ouvi dizer que houve um naufrágio ou algo assim há centenas de anos e depois que eles chegaram à ilha, eles apenas continuaram a prosperar e se reproduzir.
—Isso é louco., — eu digo a ele enquanto observamos os cavalos. —Eles são lindos.
—Eles geralmente não chegam tão perto, mas também não fogem das pessoas., — diz Dalton, olhando espantado para os cavalos. —Meu velho me disse que só há um garanhão alfa em um harém de éguas, e que todos os outros machos são forçados a se unir e percorrer a ilha como solteiros até que eles sejam fortes o suficiente para desafiar um alfa.
E quando olho para Dalton, com os cabelos claros ao vento, ele me lembra um dos garanhões selvagens. Ele tem bastante história com mulheres, mais do que eu imaginava depois do que ele acabou de compartilhar. E de tudo que eu sei, eu acho que ele é um homem que jamais será domado. Mas não posso negar que o fato de ser um bandido selvagem é metade de seu atrativo.
—Obrigado por me trazer aqui., — eu sussurro para ele enquanto eu passo meus braços em torno dele e descanso minha cabeça em seu ombro para desfrutar da paz e serenidade da ilha com ele. —E obrigado por me contar seus segredos.
—Eu gosto de passar o tempo com você., — diz ele, quando olha para mim com um sorriso. —Quanto tempo vai ficar aqui?
—Só até amanhã., — eu respondo, mesmo que o pensamento me deixe meio triste. É bom estar com Dalton durante o dia e não apenas algumas horas durante a noite.
—Você vai se encontrar com outra pessoa amanhã? — ele pergunta.
—Sim.
—Você vai ficar aqui na cidade amanhã à noite também?
—Talvez., — eu respondo. —Se você me der uma boa razão para ficar.
—Eu acho que serei capaz de te dar algumas., — diz ele, antes de se inclinar e depositar um beijo suave em meus lábios e depois se afastar.
O Dalton que conheci há algumas semanas nos deixaria nus e rolando na areia agora. Mas estou começando a pensar que gosto disso, Dalton, aquele que me leva a uma ilha particular e me conta sobre sua história, melhor ainda.
Capítulo 15
Dalton
Depois de pegarmos uma carona com Sax na ilha, levo Peyton para uma lanchonete no píer para jantar e depois voltamos para o quarto de hotel dela.
É estranho que eu esteja nervoso que esta noite possa ser uma repetição da noite passada, quando não consegui desempenhar me papel?
Quer dizer, eu definitivamente quero estar com Peyton. Então, espero que o resto do meu corpo esteja de acordo.
Em vez de se despir e ir direto para a cama, ela felizmente abre a porta de vidro que revela o oceano, deixando entrar a brisa quando o sol começa a se pôr.
De pé atrás dela, enquanto silenciosamente absorvemos tudo, eu envolvo meus braços ao redor da cintura de Peyton e descanso meu queixo no topo de sua cabeça.
—Vou me encontrar com o chefe do Departamento de Polícia de Wilmington amanhã, para falarmos sobre o bar ‘Ace of Spades’ que foi incendiado há um ano., — ela diz, enquanto continuamos a observar as ondas quebrando na praia.
—Oh, sim? — eu pergunto, embora eu não esteja tão surpreso.
—Alguma coisa que eu deva saber, tipo se ele é relacionado com alguém nos Savage Kings?
—Não que eu saiba., — digo a ela com sinceridade. —Não foi uma linha de gás ou um laboratório de metanfetamina que explodiu? — eu me protejo, já que eu sei muito bem porque ele pegou fogo já que eu estava lá.
—Foi o que eu ouvi., — responde Peyton. —Eu vou ver o que os relatórios dizem.
—Sim.
—Se os Savage Kings caírem e você é for encarregado de lavar dinheiro, você provavelmente terá a mais longa pena de prisão., — diz Peyton francamente.
—Então é uma coisa boa que não estejamos envolvidos em nenhuma merda ilegal, certo? — eu respondo, embora o pensamento de ir para a prisão me amedronte. É um milagre ter chegado aos vinte e cinco anos e nunca ter passado mais de uma noite lá dentro para ser interrogado.
Virando-se em meus braços para olhar para o meu rosto, Peyton diz: —Eu não quero ser a responsável por mandar você para a prisão.
—Isso não vai acontecer, — digo a ela.
—Se eu encontrar algo em Wilmington amanhã, não posso ignorar só porque estamos dormindo juntos.
—Não há nada para encontrar., — eu respondo, mesmo que eu deseje ser completamente honesto com ela e que ela possa ignorar o que o clube fez, porque ela se importa comigo.
—Bem, se isso for verdade, então meu trabalho aqui no Distrito Leste terminará em breve, e eu voltarei para a Geórgia.
—Então, a única maneira de você ficar por perto é se você tiver acusações contra o MC? — eu pergunto começando a compreender. Meu peito aperta com a ideia de Peyton deixar o estado para sempre. E eu não tenho certeza do que é pior, não a ver novamente ou pensar no MC que meu pai não apenas ajudou a fundar, mas amou mais do que a vida, caindo. Ou meus irmãos que se tornaram minha segunda família tendo que cumprir longas sentenças de prisão.
—Sinto muito., — diz Peyton, em um silêncio longo e prolongado.
—Nada a fazer sobre isso essa noite, certo? — eu pergunto, pegando a bainha de sua blusa e puxando-a sobre sua cabeça.
—Dalton! A porta de correr ainda está aberta! — ela me repreende quando eu começo a trabalhar em suas calças.
—É mesmo? — eu respondo. —Se eu sei de uma coisa sobre você, é que você fica excitada com a ideia de estar em exibição. Além disso, os Kings ainda possuem esta cidade, pelo menos por mais uma noite. Vamos aproveitar ao máximo., — digo a ela antes de levar meus lábios aos dela, tentando deixar longe o que o futuro reserva, pelo menos até o sol nascer amanhã.
Peyton
—Obrigada por se encontrar comigo., — eu digo ao Chefe de Polícia de Wilmington.
—Sem problema., — diz o chefe Adkins. —Eu fiz cópias de todos os nossos arquivos., — ele me entrega uma pilha de pastas de cerca de três centímetros de espessura do outro lado da mesa. É tão pesado que meu braço arqueia com o peso deles.
—Isso é tudo dos Savage Kings? — eu pergunto com desânimo.
—Sim, senhora., — ele concorda, apertando os dedos em cima de sua mesa. —Nenhuma prisão veio de nada disso, no entanto. Resumindo, houve um incêndio no bar do MC rival e, em seguida, um tiroteio na estrada. O incêndio foi considerado um acidente, porque havia um laboratório de metanfetamina em um trailer atrás dele que explodiu, matando o presidente do Ace of Spades MC.
—Uau., — eu absorvo isso por um segundo. —E sobre o tiroteio na estrada? — eu pergunto, já que eu não tenho nenhuma informação sobre isso.
—Um morto, dois gravemente feridos, todos com conexões com Hector Cruz que...
—Também foi morto em um tiroteio., — eu termino por ele, já que eu sei dessa parte.
—Sim., — responde o chefe.
—Então, por que você acha que foram os Savage Kings na estrada?
—Uma testemunha ocular reconheceu o logotipo do rei caveira barbudo na jaqueta de couro que o motoqueiro usava. Mas nós não tivemos provas suficientes para trazer toda a gangue para um reconhecimento.
—Oh! — eu murmuro, sabendo por experiência que o logotipo é um que você não esquece.
—Então o policial rodoviário que estava investigando o caso morreu poucos dias depois...
—O quê? — eu exclamei.
—Pareceu um afogamento acidental, e não havia mais nada para apontar para qualquer crime, então o caso praticamente acabou.
—Pareceu um afogamento acidental? — repito em preocupação.
—Esses caras da MC são espertos. Eles são cuidadosos para não deixar nenhuma evidência. Além disso, surgiram rumores após a morte do policial. Ninguém gosta colocar um policial morto sob uma moral ruim, então não investigamos por causa da sua família, mas eu ouvi que o policial também tinha laços com Hector Cruz...
—Três mortes separadas, oito, se você contar com Hector e os outros quatro homens encontrados mortos na cena do crime, todos com conexões com Cruz e sinais apontando que os Savage Kings tinham motivos?
—Parece mais do que uma coincidência, não é? — o chefe pergunta. —Mas apenas dois, desses quatro incidentes, ocorreram na minha jurisdição. O resto foi em Carteret, onde os Kings supostamente controlam a polícia.
—A xerife é a meia-irmã do presidente e vice-presidente do Savage Kings.
—Exatamente., — ele concorda. —Talvez você tenha mais sorte do que nós juntando as peças do quebra-cabeça com a jurisdição federal. Mas cá entre nós, eu tenho que morar aqui e tenho uma família. O Savage Kings MC não é um grupo de homens que eu quero pessoalmente irritar.
—Certo., — eu concordo.
Eu deveria me preocupar com o MC fazendo algo para mim se eu continuar investigando? Dalton parecia um pouco preocupado com alguém no clube —mexendo comigo— enquanto eu estivesse na cidade. Tenho certeza de que Dalton nunca me prejudicaria de forma alguma, mas eu posso dizer o mesmo sobre seus amigos que estão mais do que provavelmente ligados a não um, mas oito mortes na área em pouco mais de um ano?
Não posso.
Esses caras vivem pelo seu próprio código, um onde a irmandade é mais importante do que qualquer outro relacionamento.
Então, se acontecer algo, e Dalton tivesse que escolher lados, não tenho dúvidas de que ele escolheria o MC em vez de mim.
Capítulo 16
Dalton
Hoje, o dia todo, desde que saí do quarto de hotel de Peyton, tive a sensação de morte iminente, como se houvesse uma lâmina de guilhotina pendurada na minha cabeça, pronta para cair a qualquer momento.
Tenho certeza de que é só minha preocupação sobre o que Peyton descobriu quando ela se encontrou com o DP de Wilmington, e se ela tentará ou não convencer o Procurador a desistir da investigação contra os Savage kings.
Mas quando ela abre a porta do quarto de hotel, eu sei que não é uma boa notícia, com base na maneira como os olhos dela imediatamente se afastam dos meus.
—Hey! — eu digo em saudação.
—Ei., — ela responde.
—Posso entrar? — pergunto, quando ela não se afasta para permitir que eu entre.
—Sim., — ela concorda, mas definitivamente não é o entusiasmo que eu geralmente recebo dela quando eu vou para a sua casa toda noite. Na maioria das vezes, ela praticamente pula em mim antes de eu levá-la para seu quarto.
—Você está bem? — eu pergunto, depois que ela fecha a porta do quarto.
—Esses são os arquivos que o PD de Wilmington me deu hoje., — diz Peyton com um aceno de cabeça para a pilha de documentos na pequena mesa redonda de hotel perto da cozinha.
Merda.
—Se importa se eu der uma olhada? — eu pergunto a ela.
—Vá em frente.
Me aproximando, sento-me em uma das duas cadeiras e começo a ler a primeira página. Leva uma hora para passar por todos os vários documentos, nenhum dos quais pinta o MC de uma forma muito favorável.
—Você já leu tudo isso? — eu me inclino para trás em minha cadeira e pergunto a Peyton, que tem estado calmamente assistindo televisão de seu lugar ao pé da cama enquanto eu estava lendo.
—Sim., — ela responde sem olhar para mim.
—E?
—E isso é um monte de cadáveres, Dalton., — ela responde.
—Não é tão ruim quanto parece...
—Sério? — ela pergunta, agora voltando seus olhos tristes para mim. —Oito pessoas morreram no intervalo de alguns meses e os únicos suspeitos foram os Savage kings.
—Se isso fosse verdade, então por que nenhum de nós foi preso? — Eu pergunto.
—Porque a xerife não dá a mínima e o chefe de polícia está com medo de vocês!
—Você já considerou que as pessoas que morreram eram seres humanos horríveis?
—Não, você não pode usar o argumento sobre —deixar o mundo inteiro um lugar melhor, — isso é besteira. Se eles fossem os bandidos, então eles mereciam ser presos, não mortos!
—Por que você está gritando comigo? — eu pergunto. —Eu não matei ninguém.
—Mas as pessoas que você conhece, as que você chama de irmãos, mataram pessoas, não?
—Essa não é uma pergunta que eu possa responder, e você sabe disso., — indico.
—Eles vão me matar se eu não desistir da investigação?
—Que tipo de pergunta é essa? — eu zombei. —Os Savage Kings não andam por aí machucando mulheres.
—Talvez não., — responde Peyton. —Mas eu não me sinto confortável em deixar alguém escapar, tendo matado homens, sem quaisquer consequências.
—E quem você acha que matou alguém?
—Eu não sei! Mas se eu continuar investigando, acho que posso descobrir! — ela levanta as mãos e exclama.
—Veja., — levanto-me e vou ajoelhar-me entre as pernas dela, agarrando as mãos dela. —Eu não estou pedindo para você dar uma pausa aos Savage Kings porque você e eu estamos dormindo juntos. Mas eu gostaria que você nos desse o benefício da dúvida e deixasse a merda no passado porque você sabe o quão importante o MC é para mim.
Meu pedido não funciona. Isso é óbvio, quando Peyton se recusa a olhar em meus olhos.
—Talvez... talvez eu deva ir para casa amanhã, e devamos parar de nos encontrar.
Porra.
Parte de mim quer berrar e gritar com ela e dizer que deveríamos acabar com as coisas agora, e então sair porta afora.
Mas isso é apenas uma reação automática por me sentir magoado, porque ela não acha que eu valha a pena os riscos associados a ter um relacionamento com um bandido. Claro, temporariamente sentiria que tenho a vantagem de terminar com ela, mas vai ser uma droga não conseguir passar uma última noite com ela.
Então, ao invés de transformar tudo em um inferno, eu simplesmente digo: —Tudo bem. Eu vou ficar esta noite e então você pode ir embora amanhã, e com sorte nunca mais pensar nos Savage Kings.
—Sim., — ela concorda com um aceno de cabeça.
Sabendo que vamos terminar, mais algumas horas com Peyton são tudo que vou conseguir, não quero perder mais tempo. Eu preciso segurá-la e beijá-la, e estar dentro dela quantas vezes ela me deixar. Levantando-me, inclino-me e pressiono meus lábios nos dela várias vezes até que ela os separe para deixar minha língua entrar. Eu quero mostrar a ela o quanto vou sentir sua falta. Inferno, talvez tudo o que ela sentirá falta de mim seja o sexo, e se assim for, então eu quero dar a ela muitas boas recordações hoje à noite.
Pena que logo depois de eu conseguir levá-la até o colchão, meu maldito telefone começa a tocar.
—Precisa mesmo atender isso? — Peyton se afasta do nosso beijo para perguntar.
Eu tiro meu telefone pessoal do bolso, com a intenção de ignorar o interlocutor até ver o nome do contato na tela. —Merda., — eu murmuro. —Desculpe, mas eu provavelmente deveria atender...
—Sim, claro., — ela concorda com um aceno de cabeça.
—Alô? — eu digo, depois de apertar o botão para atender e sentar-me, abraçando a cintura de Peyton.
—Aqui é Anita, da Morningview Nursing Home. Eu odeio incomodar você tão tarde, mas seu número está listado como o contato de emergência para Rubin Brady.
—Sim, eu sei. Eu sou filho dele. O que há de errado? — eu pergunto com preocupação, uma vez que eles não costumam ligar à noite quando se trata de seus cuidados básicos de rotina.
—Bem, o Sr. Brady está de repente muito decidido a deixar as instalações. Nossa equipe noturna está fazendo tudo o que pode para contê-lo, mas ele é persistente. Pensamos que talvez um rosto familiar possa ajudar a levá-lo de volta ao seu quarto.
—Ok, sim, estou a caminho., — eu digo antes de terminar a ligação.
—Tudo certo? — Peyton pergunta.
—Não., — eu respondo com uma forte expiração quando a solto. —Eu sinto muito, mas eu tenho que ir. — E porra, eu queria ficar aqui com ela durante cada segundo de sua última noite. Agora eu não sei quanto tempo ficarei fora.
—Ir aonde? — ela questiona.
—Não é assim que eu queria a nossa última noite., — asseguro-lhe. —Mas eu não sei quanto tempo vai demorar...
—Dalton, o que foi? — ela pergunta novamente, ficando de pé e descansando a mão no meu bíceps tranquilizadoramente. —Onde você vai? Eu vou com você.
—Não, você deveria ficar aqui., — eu digo com um aceno de cabeça, andando em direção à porta.
—É... é negócio de clube? — ela questiona.
—Não., — eu respondo. —Não tem nada a ver com o clube.
—Então eu vou com você., — declara ela.
Eu olho para ela por vários segundos, antes de finalmente desabar porque não quero perder um segundo com ela hoje à noite. —Você tem certeza? Isso não vai ser divertido.
—Eu posso lidar com isso.
—Tudo bem., — eu respondo. —Mas precisamos nos apressar.
Peyton
Eu estou andando na parte de trás da moto de Dalton com meus braços em volta da sua cintura apenas pela segunda vez. Ao contrário da viagem para as docas, este passeio é muito mais rápido e um pouco assustador pois ele corre para chegar onde quer que estejamos indo. Como eu só ouvi o seu lado da conversa por telefone, eu não tenho ideia de onde isso é, só que deve ter algo a ver com seu pai.
Chegamos ao Lar de Idosos Morningview, este foi o último lugar em que eu imaginava que estivéssemos indo. Antes mesmo de sairmos da moto, vejo o homem alto de cabelos brancos com uma longa barba de Papai Noel no portão. Ele está usando o que parece ser um colete de couro preto do Savage Kings, com sua calça jeans e está vindo em nossa direção, apesar do fato de que há uma mulher pendurada em cada um dos braços grossos dele, tentando segurá-lo. Elas obviamente não estão tendo sorte já que ele é forte como um linebacker.
—Foda-se., — murmura Dalton, enquanto tiramos e penduramos nossos capacetes no guidão da moto. —Conheça meu pai, Rubin., — ele diz para mim, sua mandíbula cerrada. —Ele tem Alzheimer avançado e a tornozeleira que colocaram nele só os notifica quando ele sai do prédio, mas eles não podem realmente pará-lo uma vez que ele tenha algo em mente.
—Jesus. Eu sinto muito., — eu digo a ele, pegando sua mão e unindo nossos dedos enquanto começamos a ir em direção ao grupo.
—Onde você pensa que está indo, pai? — Dalton pergunta, quando estamos a apenas alguns metros de distância. —Você precisa voltar para dentro.
Finalmente, o homem de cabelo branco par de repente, olhando para seu filho e de volta para a moto, seu belo rosto enrugado em confusão.
—Quem diabos é você? — ele ruge. —Que porra você está fazendo na minha moto? Essa é a minha maldita Knucklehead! — ele então balança em direção à Dalton, seu braço arqueando como se ele fosse socá-lo. As mulheres são, naturalmente, incapazes de parar seu ímpeto. Felizmente, porém, seus movimentos são lentos, então Dalton solta minha mão, me empurra para trás e ainda consegue desviar de seu punho. Ele então envolve seus braços ao redor dos ombros do pai em um abraço para impedi-lo de dar outro giro, mesmo que o homem mais velho continue se debatendo, tentando fugir.
—Acalme-se! Tudo bem., — Dalton garante com pressa. —Você está certo. Essa é a sua moto. Precisava de um novo carburador, então levei para a minha loja para consertá-la para você.
—Oh! — diz o pai, e finalmente para de lutar contra ele. —Você consertou?
—Sim, meu velho. Eu consertei.
Como ele parece estar se acalmando, Dalton o libera e dá um passo para trás.
Seu pai aperta os olhos e diz: —Deacon? Deacon, é você? Onde você esteve, seu filho da puta? — ele envolve Dalton em um abraço esmagador, e chama o nome de outra pessoa como se ele fosse um amigo perdido há muito tempo. Meu coração se parte sabendo que, por causa da demência, ele nem reconhece seu próprio filho. Eu não posso imaginar o quão difícil deve ser para Dalton...
Olhando para mim, seu pai, Rubin, pergunta: —E quem é essa coisa linda? — Dalton olha por cima do ombro para mim, e antes que ele possa responder, seu pai ri e diz: —Sua raposa velha! Você finalmente conseguiu uma Old Lady, hein?
—Não, P—, — Dalton se pega antes de chamá-lo de Pop. —Não, Rubin. Ela não é minha Old Lady. Esta é minha... amiga, Peyton.
—Peyton? — Rubin repete meu nome várias vezes. —Eu não conheço nenhuma Peyton. Eu acho que... Eu acho que posso conhecer um... um Dalton, no entanto.
—Sim, você conhece., — responde Dalton, com um suspiro. —Ele é seu filho.
—Filho? Não, eu não tenho filhos., — ele responde rapidamente, como se estivesse certo desse fato.
Deus, eu me sinto tão mal por Dalton. Ele me disse ontem que ele não tem um relacionamento com sua mãe, mas parecia que ele tinha crescido perto de seu pai, depois que ele se mudou para cá, para a Carolina do Norte. Agora, porém, ele nem sequer tem esse relacionamento, já que seu pai não se lembra dele.
—Por que não voltamos para dentro para que possamos nos sentar e nos atualizar., — sugere Dalton, segurando o cotovelo de Rubin e girando-o de volta para a casa de repouso.
—Sim, sim, tudo bem., — ele finalmente concorda. —Mas mal posso esperar para voltar a andar de moto. Já faz muito tempo. Tanto tempo... bem, nem me lembro.
—Talvez outro dia. Uma tempestade está chegando hoje à noite., — Dalton diz a ele, enquanto o leva para dentro do prédio e segue por um corredor, passando pelo posto de uma enfermeira.
—É agora? — Rubin pergunta. —Acho melhor ficarmos aqui por um tempo.
Sua área de convivência é maior do que um quarto de hospital padrão e tem mais conforto, com uma área de estar com sofá e poltrona reclinável, e pertences pessoais compostos de fotos de motocicletas, algumas com mulheres vestidas com pouca roupa em biquínis.
—Descanse um pouco e ponham-me a par., — Rubin nos diz, então Dalton e eu sentamos um ao lado do outro no pequeno sofá, enquanto Rubin descansa em sua cadeira. —Como vai o projeto do MC? Temos alguma nova filial na Virgínia ou na Carolina do Sul?
—Sim., — responde Dalton. —Quatro no sul e cinco na Virgínia.
—Sério? Nove novas? — Rubin responde, parecendo impressionado. —Você percorreu um longo caminho desde o nosso barzinho de merda.
—Todo homem que possui uma Harley na Costa Leste quer ser um Savage King., — diz Dalton com um sorriso.
—Droga, certo, eles querem., — diz o pai, com o polegar direito apontado para o patch no lado esquerdo do colete. —Eu te disse que eles iriam querer. Você está dando a eles algo que eles precisam em suas vidas, assim como você me deu quando eu estava com a minha sorte zerada, uma sensação de orgulho e um lugar para chamar de lar; irmãos que estão lá nos bons e maus momentos, não importa o que aconteça.
—Como foi que você chamou a sede do clube mesmo? Meio caminho para bandidos e veteranos, com um pé no escuro e outro no túmulo? — Dalton pergunta a ele.
—Você pode salvá-los colocando os dois pés nos apoiadores de uma Harley. Quando eles começarem a andar, nunca mais vão querer sair.
—Sim, você pode., — Dalton concorda antes de se aproximar, e cobre a mão que está descansando na minha coxa com a sua para dar um aperto.
E eu sei que o toque dele não é apenas para conforto, mesmo que eu ache que ele precise de um pouco disso também agora, lidando com seu pai doente. Mas também entendo que ele quer que eu ouça e entenda o que é o MC. Não são os crimes que os definem, mas a coesão da irmandade.
Capítulo 17
Dalton
—EU sinto muito por ele ter saído do controle hoje à noite., — eu digo às duas mulheres no posto das enfermeiras algumas horas mais tarde, quando Peyton e eu finalmente conseguimos colocar meu pai na cama para passar a noite.
—Não, lamentamos ter que ligar para você tão tarde., — uma delas responde. —Nós geralmente conseguimos falar com os pacientes com demência, mas Rubin é um homem grande e não temos nenhum homem trabalhando hoje à noite.
—Sim, ele é grande e teimoso., — eu concordo com um sorriso.
—Assim que ele tiver outro dia bom, vamos levá-lo para o segundo andar, onde as escadas e os elevadores têm códigos., — ela me garante.
—Isso seria ótimo, obrigado., — digo a ela. —Tenha uma boa noite.
—Você também., — dizem elas, antes de Peyton e eu sairmos pela porta da casa de repouso.
—Desculpe, a nossa última noite ficou arruinada., — eu digo a ela no caminho de volta para a minha moto.
—Está tudo bem., — ela diz para mim, apoiando as mãos na curva do meu braço. —Deve ser difícil de lidar quando ele não reconhece você...
—Na metade do tempo em que o visito, ele pensa que sou Deacon, seu melhor amigo, que morreu há seis anos de câncer de pulmão. Aparentemente, eu pareço com o tio de Chase e Torin quando ele era mais novo. — eu digo a ela. —Quando a demência começou, eu argumentava até ficar com o rosto azul que eu era Dalton, seu maldito filho. Mas então percebi que era inútil, tentar convencê-lo tornou os dias ruins ainda piores. E como posso ficar com raiva dele porque sua mente está se deteriorando? Não é como se ele fizesse isso de propósito.
Esfregando meus dedos pelo meu cabelo e soprando um suspiro de frustração, eu digo: —Agora eu sempre digo que sou Deacon, porque me confundir como um velho amigo é melhor do que ele não me reconhecer e gritar comigo, para dar o fora de seu quarto.
—Sim., — Peyton concorda, e eu posso sentir seu olhar simpático. —E é muito legal ouvir sobre essas histórias do MC. Ele já as contou para você antes?
—Não., — eu respondo. —Eu gosto de ouvir sobre ele e todos os seus amigos. Mas uma vez que ele começa a falar sobre os bons velhos tempos, ele não para por um longo tempo. — Como ela não conhece a história do clube, eu digo a ela: —Deacon começou o Savage Kings MC para veteranos militares e condenados sem sorte que estavam à margem da sociedade. Ele queria que eles formassem uma irmandade para ajudar a manter um ao outro fora de problemas e fora da prisão. E funcionou. Na maioria das vezes.
—Parece que ele e seu pai tiveram boas intenções., — ela responde.
—Bem, eles também queriam que a cidade se tornasse um paraíso para os motoqueiros, como a Bike Week, em Myrtle Beach, apenas as Harleys e garotas de biquíni durante todo o verão., — digo a ela com um sorriso.
—E daí se eles não fossem completamente altruístas? — ela brinca quando chegamos à minha moto. —E depois de conhecer seu pai, eu estou começando a ver que o tipo bonitão e falastrão deve ser genético.
—Acho que sim., — eu concordo, meu sorriso se alargando porque eu gosto dela apontando as semelhanças entre mim e meu velho. —Quando me mudei para cá, não achei que ele e eu tivéssemos algo em comum., — explico. —Quero dizer, ele tinha quase sessenta anos e eu tinha apenas dezessete. Mas ele estava genuinamente feliz por eu estar por perto e, eventualmente, nos ligamos às motos e ao MC.
—Há quanto tempo ele está assim? — ela pergunta com um aceno de cabeça para o lar de idosos.
—Cerca de três anos., — eu respondo. —Ele estava esquecendo as merdas o tempo todo antes disso. Mas então, depois que ele perdeu Deacon, ele começou a piorar, como não lembrar que ele se foi. Quando ele esquece as coisas, fica zangado, principalmente com ele mesmo. Peguei as chaves dele e as escondi, mas ele deixava a casa a pé e passeava por quilômetros. Foi quando percebi que era hora de cuidar dele 24 horas por dia, para ter certeza de que ele ficaria em segurança. Às vezes ele é muito grande e teimoso para eles lidarem.
—Você não tem irmãos ou irmãs para ajudá-lo? — ela pergunta.
Piscando-lhe um sorriso, eu digo: —Nenhum de que tenha tido conhecimento. Meu pai pode achar que não tem outros filhos, mas ele era um mulherengo, então provavelmente há irmãos e irmãs de seus dias de glória no mundo.
—Então é aí que você também obtém seu charme., — diz Peyton.
—Deve ser., — eu concordo, mesmo que eu sinta que sempre que estou perto dela, ela apaga todo o meu carisma que funciona com outras mulheres, mas não com ela. Com Peyton, não sou muito melhor do que um adolescente atrapalhado no primeiro encontro. Não que eu já tenha tido muitos encontros, então acho que isso explica por que estou tão fora do meu elemento.
—Está ficando tarde. Eu provavelmente deveria levá-la de volta ao hotel., — digo a ela.
—Certo., — ela concorda antes de subir na parte de trás da minha moto.
No caminho de volta para o Jolly Roger, eu me pergunto sobre o que o lar de idosos teria feito se eu estivesse em Raleigh com ela quando meu pai decidisse que ele iria embora. Eu preciso ficar mais perto, o que é uma droga, porque essa é apenas mais uma razão pela qual Peyton e eu precisamos acabar com isso para sempre. Isso é muito difícil, porque eu desejo mais e mais tempo com ela.
Eu estaciono minha moto em frente ao lobby do hotel e desligo o motor, mas não saio.
—Você não vem? — Peyton pergunta, quando ela sai da parte de trás e me entrega seu capacete.
—Eu não sei., — eu respondo honestamente. —Talvez... talvez devêssemos ir em frente e nos despedir agora, porque se eu te levar para a cama hoje à noite, não vou querer sair de manhã.
—Por favor, venha. — ela implora, pegando minha mão com a dela. —Eu não estou pronta para dizer adeus a você ainda.
Puxando meu telefone do bolso da calça jeans, eu verifico se há alguma chamada perdida da casa de repouso enquanto estávamos andando. Se assim for, isso será uma ótima desculpa para não ter que ir até o quarto dela hoje à noite e partir amanhã sentindo que meu peito foi rasgado. Não há chamadas ou mensagens perdidas. A essa altura, as enfermeiras provavelmente deram a Rubin os medicamentos para nocauteá-lo durante a noite, então acho que essa desculpa não funcionará, já que não vou deixar que uma mentira seja a última coisa que digo a Peyton.
—Parece que tudo se acalmou no lar de idosos, então, sim, eu vou entrar., — digo a ela.
—Bom., — ela diz em uma expiração. —Vou esperar aqui enquanto você vai estacionar.
Assentindo, solto a mão dela e levo a moto para o primeiro espaço vazio que encontro no estacionamento. Na caminhada de volta para Peyton, eu tento me convencer sobre não ser um covarde. Eu só preciso transar com ela hoje à noite como qualquer outra mulher, e depois dar o fora dali.
Mas Peyton é diferente de todas.
E talvez eu seja um sádico porque, não importa o quão difícil será deixá-la partir amanhã de manhã, sabendo que ela nunca mais voltará, eu quero cada segundo que conseguir com ela, até o carinho.
Peyton
Eu estou começando a perceber que Dalton está ansioso para o fim do nosso tempo juntos tanto quanto eu.
Ele realmente achou que eu permitiria ele me deixasse aqui e fosse embora hoje à noite?
De jeito nenhum.
Eu quero beijar cada centímetro dele uma última vez. Eu quero absorver a sensação de seu corpo quente e duro pressionado contra o meu enquanto ele está dentro de mim. E então eu quero dormir com seus fortes braços bem apertados em volta de mim, como se ele não nunca planejasse me soltar, mesmo que nós dois saibamos que ele vai em poucas horas.
Enquanto estar com Dalton é incrível, eu não posso continuar arriscando minha carreira, meu sustento, com um homem que acabei de conhecer, especialmente um que é mais do que provável que vá partir meu coração quando ele acabar na cama com outra pessoa. É o que ele faz.
—Pronto? — eu pergunto com o máximo de sorriso que consigo, quando Dalton caminha até mim do lado de fora do hotel depois de estacionar sua moto.
—Sim., — ele concorda, pegando minha mão, e nós entramos no elevador.
A subida para o meu quarto é silenciosa, porque Dalton está estranhamente quieto. O fato de que ele não está brincando e me provocando com sua boca inteligente é um pouco preocupante. Estou até um pouco nervosa quando destranco a porta e entramos no quarto. Mais nervosa do que eu estava na primeira noite com Henry, o homem que era lindo e perfeito demais para ser real.
Agora que conheci Dalton, estou bem ciente de que ele tem falhas, mas nada disso me impede de ainda o querer mais do que qualquer outra coisa no mundo agora.
Eu vou até lá e acendo as duas lâmpadas em cada lado da cama, porque quero ver e lembrar de tudo o que estamos prestes a fazer. Então começo a me perguntar se Dalton quer fazer sexo. Ele teve uma noite emocional lidando com seu pai. É por isso que, quando eu ando na frente dele, pergunto: —Você quer simplesmente ir para a cama e se aconchegar esta noite?
—Não., — ele responde sem demora, e parte de mim está aliviada por ele ainda me querer.
Suas mãos vêm e começam a trabalhar desabotoando minha blusa. Depois que eu saio dos meus sapatos, Dalton remove meticulosamente minha calça jeans, então meu sutiã e calcinha, até que eu estou em pé na frente dele, enquanto ele olha para mim, mas não toca.
—Sua vez., — eu digo a ele, pegando seu colete quando a minha autoconsciência não consegue mais só olhar em silêncio.
—Espere., — diz ele, retirando as minhas mãos de seu colete e segurando-as enquanto seus olhos continuam a vagar sobre mim da cabeça aos pés. —Estou tentando memorizar cada linda curva do seu corpo. E uma vez que eu me despir, não serei capaz de apenas olhar mais.
—Tire uma foto. Vai durar mais tempo., — digo a ele, e não tenho certeza de quem está mais surpreso com minha oferta, eu ou ele.
—Mesmo? — Dalton pergunta com as duas sobrancelhas levantadas.
—Basta lembrar que eu sei onde você mora se você enviá-la para algum site desprezível., — eu brinco. Ele sorri como uma criança em uma loja de doces antes de, rapidamente, recuperar um de seus telefones, tirar uma foto do meu rosto e depois recuar para obter uma frontal completa.
—Vire-se., — diz ele.
—Sério? — eu pergunto.
Ele simplesmente faz o gesto girando com o dedo sem dizer outra palavra, então eu finalmente o faço, mesmo indo tão longe a ponto de apoiar minhas mãos na mesa de cabeceira para realmente sobressair a minha bunda. É uma pose que eu nunca teria considerado fazer por um homem antes de conhecer Dalton.
—Fodidamente perfeito., — ele diz atrás de mim, antes de eu ouvir o estalo da foto em seu velho telefone não rastreável. Eu tento não pensar muito sobre por que ele tem dois telefones.
Do canto do meu olho, vejo o telefone voar, pousando no colchão, antes que a sombra alta de Dalton desça sobre mim. Ele empurra meu cabelo para o lado do meu ombro direito, para que seus lábios possam beijar minha pele. Suas mãos descem nos meus quadris enquanto ele encaixa a frente do seu corpo vestido com o meu traseiro e diz: —Agora eu sempre terei uma foto para me lembrar daquela primeira noite quando você estava debruçada sobre o banco de trás para mim.
Um arrepio percorre minha espinha e uma pedra se aloja na minha garganta, quando percebo que não tenho uma foto ou qualquer outra coisa para lembrar de Dalton. Apenas lembranças que eventualmente desaparecerão quando eu voltar para a Geórgia, até que eu não consiga lembrar de todos os detalhes do rosto dele.
Mas quando uma das mãos de Dalton abaixa e me cobre tão possessivamente, tão familiarmente entre as pernas enquanto seus lábios pegam o ritmo e começam a beijar meu pescoço, o tempo para pensar acabou. Eu fecho meus olhos para que eu possa me concentrar em sentir em todos os lugares que ele está me tocando, especialmente aquele calor se espalhando no meu peito que só ele é capaz de alcançar.
Capítulo 18
Dalton
—Você está acordada? — eu deslizo minha mão no estômago de Peyton e pergunto por trás dela quando acordo depois da nossa última rodada quente e pesada, precisando dela novamente. Primeiro, eu a tive quando ela estava nua e se curvou enquanto eu ainda estava completamente vestido. Então, ela fez um rápido trabalho para me despir e me chupou antes de me montar forte e rápido. Mas ouvi-la gritar meu nome duas vezes não foi suficiente.
—Sim., — ela responde suavemente antes de rolar de costas para que eu possa montá-la. Nossas bocas colidem em um beijo ardente e quente, eu a devoro enquanto minha mão procura sobre a mesa de cabeceira por um preservativo.
Quando eu me sento de joelhos para colocá-lo, Peyton pergunta: —Esse é o último?
—Sim., — eu respondo. —Acho melhor eu fazer valer a pena.
—Eu tenho certeza que você vai., — ela responde com um pequeno sorriso, seu cabelo loiro espalhado ao redor dela e praticamente brilhando, graças à luz suave das lâmpadas no quarto escuro.
—Venha aqui., — eu digo, agarrando os quadris de Peyton e puxando-a para o meu colo. Eu a deslizo no meu pau enquanto ela envolve seus braços em volta do meu pescoço e prende as pernas atrás das minhas costas. Estamos cara a cara, peito a peito, enquanto eu estou dentro dela. A partir desta posição, eu posso beijá-la facilmente enquanto passo minhas mãos pelos seus cabelos e a seguro enquanto nossos corpos ficam conectados, movendo-se em sincronia.
—Você é tão bom., — ela sussurra contra meus lábios, quando sua respiração começa a falhar, me dizendo que ela já está chegando perto.
—Ainda não., — eu digo, quando eu a puxo do meu pau para ter certeza que ela não vai gozar tão cedo, porque assim que ela acabar, tudo está acabado para mim, então estará tudo acabado para nós.
—Por favor, Dalton., — Peyton implora, enquanto balança os quadris e tenta subir em mim novamente.
—Gratificação tardia., — eu a lembro, mesmo que eu esteja em agonia.
Pelos próximos minutos, ela puxa meu cabelo e agarra minhas costas enquanto eu a beijo e a impeço de me afastar, mesmo que ela esteja morrendo de vontade de fazê-lo.
—Ugh, eu não vou sentir sua falta sendo um imbecil., — ela bufa quando finalmente tem o suficiente e começa a me empurrar para longe para sair de cima de mim.
—Claro que você vai., — eu digo a ela e a coloco no colchão, então ela está deitada de costas.
—Talvez um pouco., — ela concorda suavemente, enquanto segura meu rosto em suas mãos e olha para mim. —Mas só se você me beijar e finalmente fizer amor comigo.
—Eu estava tentando fazer isso durar., — eu explico para ela.
—Eu sei., — Peyton concorda quando ela se abaixa entre nós e alinha meu pau para entrar nela. —Agora faça com que seja melhor.
Com esse pedido, eu afundo dentro dela e então aproveito cada segundo que nossos corpos se juntam enquanto olho em seus olhos. Neles, vejo tudo o que estou sentindo refletido de volta para mim.
—Estou perto., — diz Peyton.
—Eu sei, gatinha., — digo a ela. —Eu também.
—Não pare., — ela diz.
E foda-se, eu não quero parar. Nunca.
Por que a única mulher pela qual estou começando a me apaixonar é uma maldita agente da ATF que mora em outro estado? Eu daria qualquer coisa para mudar essas duas coisas. Mas eu não posso. Assim como eu não posso mudar meu passado ou dar ao meu pai suas memórias de volta. Algumas coisas estão fora do meu controle e eu não suporto isso.
Então, decido retomar o controle do que posso.
E em vez de dar a Peyton o final doce que ela quer, eu viro seu corpo e meto nela por trás. Inferno, para realmente irritá-la, eu pego um punhado de seu cabelo e dou um puxão enquanto eu a empurro no colchão.
—Por quê? — Peyton olha por cima do ombro e pergunta, ou ela tenta antes de eu puxar o seu cabelo. Eu não quero ver a decepção em seu rosto.
—Porque eu posso., — digo a ela.
Ela me chama de vários nomes horríveis antes de sua vagina apertar meu pau. Ela vem com tanta força que me deixa seco enquanto grita meu nome.
Eu nem sequer recuperei o fôlego quando ela diz: —Cai fora.
Ao contrário da tarde em sua casa, sei que ela quis dizer cada palavra dessa vez. Ela quer que eu vá embora de sua vida para sempre.
É melhor assim, sair enquanto ela está de cara fechada, nua na cama e com raiva de mim, em vez de desmoronar e implorar para ela ficar comigo de manhã, depois de horas de carinho, certo? Eu não vou me rebaixar a agir como uma maldita menininha, apenas para convencê-la de que estamos bem juntos ou que podemos descobrir uma maneira de fazer isso funcionar.
Mas quando eu saio da cama para jogar o preservativo no banheiro e me visto, começo a pensar que talvez tenha cometido um erro. Um enorme que eu vou me arrepender pelo resto da minha vida.
Peyton
Maldito seja!
Por que Dalton teve que arruinar nossa última vez juntos?
Houve tantos momentos incríveis com ele nas últimas semanas, e agora estão todos ofuscados pela única vez que Dalton foi um idiota.
Assim que ele se moveu em cima de mim na última vez, as coisas mudaram. Eu senti, e tenho certeza que ele também. O que havia sido casual entre nós de repente se tornou mais...
Eu acho que é por isso que Dalton estava tentando me irritar, para parar o súbito aparecimento de sentimentos. Definitivamente funcionou. Eu queria que ele fosse embora, estava com raiva e mágoa demais para sequer olhar para ele.
Mas assim que a porta do hotel se fecha com a sua partida, eu quero implorar para que ele volte.
Esse parece ser o efeito que ele tem em mim. Eu não deveria querer estar com ele, mas ainda assim, por semanas, eu não pude resistir.
E agora... Agora, as coisas acabaram. Para sempre. Essa é a última vez que eu vou ter que ver a parte de trás de seu estúpido colete de couro com aquela maldita caveira usando uma coroa.
Isso é bom, nós dois sabíamos que isso acabaria.
Então, por que parece que meu coração está sendo arrancado do meu peito?
Foi só sexo, certo?
Até que não foi mais.
Capítulo 19
Dalton
—MAIS algum outro negócio que precisamos discutir? — Torin pergunta enquanto todos nós nos sentamos em volta da mesa dos Savage Kings, e começamos a encerrar nossa reunião.
Meu corpo pode estar presente, mas minha cabeça e meu coração ainda estão no quarto do hotel, lembrando cada segundo da minha última noite com Peyton.
Faz apenas uma semana, mas eu não poderia dizer quantas vezes eu fui para o leste, na Highway 40, para vê-la, apenas para virar e ir para casa com meu rabo entre as pernas. Agora estou certo de que estou agindo como uma menininha porque não consigo parar de pensar nela, embora eu saiba que estamos melhor separados. Depois de como eu a deixei, as chances são de que ela atire em mim em vez de me convidar para entrar.
E logo o clube vai descobrir se ela decidiu nos derrubar. Se não, ela voltará à Geórgia...
—Sim, mais uma coisa., — Sax, secretário do nosso clube, fala. —Dalton, o que diabos você tem feito em Raleigh?
Surpreendendo-me com o som do meu nome, eu digo: —Como você soube que eu...
—Alguns caras estavam em seu clube e viram você andando pela Highway 40 em sua moto única, vestindo seu colete, várias vezes nas últimas semanas., — resmunga Sax.
—E? Por que diabos eles se importam se eu estou lá? — eu pergunto defensivamente, mais mal-humorado do que o habitual sem poder ver Peyton. —Não é da sua conta.
—Porque você trabalha no escritório do clube original do Savage Kings, — Sax me lembra. —Eles ligaram porque achavam que tinham fodido tudo e que você estava lá a negócio do clube para ficar de olho neles.
—Uau. Eles são uns grandes covardes em Raleigh., — eu resmungo. —Eu não sabia que o Kings original tinha que pedir permissão para viajar para fora dos limites da cidade.
—Você está certo., — diz Torin. —Você não precisa pedir permissão ou andar em um grupo onde quer que vá, mas está procurando problemas por ir tão longe sozinho.
—A agente da ATF mora em Raleigh., — Reece comenta e sai do outro lado da mesa, fazendo-me xingar em voz baixa.
—Uma agente ATF? — Coop repete. —Aquela da qual roubamos o maldito laptop?
—A própria., — Reece responde com um sorriso que eu quero tirar do seu rosto. —Peyton Bradley.
—Você não é tão idiota assim, não é? — Chase me pergunta com uma carranca.
—Estamos apenas fodendo. Nós estávamos apenas fodendo, — eu corrijo. —Está acabado. Eu juro.
—Não., — diz Torin, esfregando o queixo em pensamento.
—Desculpe? — pergunto-lhe.
—Continue vendo ela., — diz Torin.
—Que diabos? — Chase pergunta. —Ela é uma federal que está nos investigando! Pelo que sabemos, ela poderia estar usando ele para ferrar o maldito clube!
Não é exatamente isso que eu também pensava? Agora eu não tenho tanta certeza.
—Tudo o que ela estava usando era o meu pau., — eu brinco com nosso VP em defesa de Peyton, o que eu admito, não soa muito melhor, mas eu não acho que ela estava apenas dormindo comigo para obter detalhes. Assim espero.
—Dalton não é estúpido., — Torin argumenta, em seguida, estreita os olhos para mim antes de acrescentar: —Na maioria das vezes. Sabemos que ele vai ficar de boca fechada com relação aos assuntos do clube, então, se ele acha que tem essa merda sob controle, então deveria, você sabe, continuar a vê-la.
—Ah, obrigado pelo voto de confiança, Presidente., — murmuro. —Mas vê-la novamente não é uma opção.
—Por que não? Você perdeu seus poderes? As calcinhas não caem mais onde quer que você apareça? — Abe brinca.
—Não mas...
—Então continue transando com ela., — diz Torin. —Temos Jade nos ajudando como a xerife em nível estadual, mas poderíamos usar um aliado federal.
Como a meia-irmã de Chase e Torin é da família, então ela lhes deve alguma lealdade. Peyton nunca apoiaria o MC. Mas ela me protegeria se isso acontecesse? Talvez.
—Eu não posso garantir que ela nos proteja, apesar do quão incrível eu sou na cama., — digo a ele.
Revirando os olhos, Torin diz: —Essa é uma chance que acho que estaremos dispostos a aceitar.
—Então, você quer que eu a use? — eu peço esclarecimentos.
—Não., — Torin responde, levantando o canto dos lábios. —Nós queremos que ela continue usando você.
Balançando a cabeça em descrença, digo a ele: —Isso é errado, Presidente.
—Alguém se sente mal por Dalton se sacrificar pelo clube? Ou acha que os riscos superam os benefícios? — Torin pergunta aos homens reunidos em volta da mesa. —Vamos votar. Todos a favor de Dalton se prostituir para o clube?
—Não! — eu bufo.
Sim é falado em uníssono por dez idiotas e Abe sente a necessidade de acrescentar: —Quando Dalton não está se prostituindo? Pelo menos agora será por um bom motivo.
Alguns dos caras riem enquanto Torin sorri batendo seu martelo na mesa cerimoniosamente e diz: —Parece que foi aprovado quase por unanimidade.
—Foda-se todos., — digo a eles enquanto aceno meus dois dedos do meio na frente do meu rosto quando todos empurram suas cadeiras para trás e começam a sair da capela.
Então agora eu tenho a benção do MC para ver Peyton. A questão é, como diabos eu a convenço de que ela deveria continuar me vendo depois da maneira como eu a tratei na última noite em que estivemos juntos, e quando vivemos tão distantes um do outro?
Capítulo 20
Peyton
—Seu telefone está tocando. Novamente., — diz Quincey, enquanto tomamos martinis no bar depois do trabalho.
—Sim., — eu murmuro, mas não respondo. Em vez disso, Quincey o pega da minha bolsa.
—Desconhecido., — ela lê na tela.
—Sim.
—Seu lindo menino mau ainda está ligando? — ela pergunta. —Quanto tempo faz agora? Duas semanas?
—Três., — eu corrijo.
—Uau. Três semanas e você ainda se recusa a falar com ele? — ela responde. —Você deve ter a força de vontade de uma freira.
—Ele também está enviando flores., — digo a ela, enquanto tento manter minha expressão facial neutra. É mais difícil do que eu esperava, pensando nos lindos buquês coloridos feitos com uma variedade de flores.
—Sério? — Quincey pergunta com um sorriso. —Que tipo?
—Todos os tipos, ele muda a cada dia., — eu digo a ela, mal escondendo meu sorriso quando eu também lembro de todas os bilhetes doces. Os que eu amo mais dizem que ele não esteve com mais ninguém e ele permanecerá celibatário pelo resto de sua vida a menos que ele fique comigo. Eu acredito nisso por um instante? Não, mas ele sabe exatamente o que eu quero ouvir.
—Oh, meu Deus. Agora você está sendo absolutamente cruel com o homem., — Quincey bufa.
—Não importa o quanto eu queira vê-lo novamente, qual é o objetivo? Nós nunca daríamos certo, já que estamos vivendo duas vidas muito diferentes. E ele mora a duas horas de distância agora. Se eu decidir desistir da investigação, será ainda mais longe quando eu voltar para a Geórgia.
—Você vai recomendar que o procurador dos EUA abandone a investigação? — ela pergunta.
—Eu ainda não decidi.
—Claro que você vai., — ela responde. —Você está apenas atrasando. E uma viagem de duas horas é tudo o que há agora, o que não é nada, — diz ela com um aceno de mão. —Vamos, vamos entrar no carro e vamos para a costa hoje à noite. Eu irei com você! Ele tem amigos motoqueiros gostosos, certo?
—Você acha que eu deveria dirigir duas horas em uma noite de sexta-feira para ir ver Dalton com outra mulher? — eu pergunto. —Não, obrigado.
—Se você o visse com outra mulher, você finalmente pararia de ficar deprimida como um filhote de cachorro doente o tempo todo?
—Eu já estou com raiva dele., — digo a ela. Não que eu tenha entrado em detalhes sobre ele arruinar nossa última noite juntos sendo um idiota. —Se eu for vê-lo com outra mulher, é possível que eu corte o seu pau.
—Se ele não tivesse um pau, eu aposto que você poderia superá-lo, — assinala Quincey. E até eu posso admitir que há alguma lógica nessa noção.
—Tudo bem., — eu digo com um suspiro pesado. —Vamos à praia.
—Mesmo? — ela pergunta com um grito quase supersônico.
—Sim. Mas se isso acabar mal, vou culpar você.
Três horas mais tarde, estamos estacionando meu carro na rua a cerca de três quarteirões da sede do Savage Kings, porque a rua inteira em volta do hotel e do bar está cheia de carros e Harleys.
—O que você acha que está acontecendo? — Quincey pergunta quando saímos e começamos a caminhar de volta para a área movimentada.
—Não faço ideia.
—Seja o que for, parece que está atraindo uma grande multidão., — diz ela. —O que significa que devemos ser capazes de nos misturar bem.
—Vamos primeiro ao bar e ver o que podemos descobrir, — sugiro.
O estacionamento do Savage Asylum está totalmente cheio, mas quando entramos, não há uma única pessoa na sala. Pelo menos não no começo.
—Oh, merda! — murmuro quando vejo um homem grande e intimidador que reconheço de sua foto militar no arquivo do caso, Torin Fury, o presidente dos Savage Kings. A única coisa que o torna um pouco menos assustador é o pequeno bebê vestido todo de rosa que atualmente está dormindo no ombro de seu colete de couro.
Estreitando os olhos para mim e Quincey, ele pergunta suavemente: —O que você está fazendo aqui?
Porcaria. Ele me reconhece? Eu acho que sim. Se eu tivesse que apostar, ele teria gritado essas palavras com alguns palavrões, se não fosse pelo bebê adormecido.
—Eu estava... estávamos procurando por Dalton., — respondo.
—É isso? — ele pergunta com uma sobrancelha arqueada, e eu sei que ele está realmente perguntando se eu estou lá para prender alguém.
—Sim.
—Ele está na luta., — ele nos informa.
—Luta? — eu repito.
—A luta de MMA do outro lado da rua em nossa nova arena ao ar livre., — diz ele, acenando para o cartaz na parede atrás de nós, retratando dois caras musculosos posando com as luvas levantadas no ar.
—Oh!
—Posso te dar um conselho? — Torin pergunta enquanto ele gentilmente ajeita o bebê em seu ombro.
—Ah, claro., — eu respondo.
—Fique longe dos Savage Kings.
—Eu vou., — digo a ele. —A investigação está concluída. Eu só tenho que enviar o relatório para o Procurador dos EUA.
Acho que Quincey estava certa e minha decisão já foi tomada.
—Bom., — diz Torin. —Vá em direção à praia e você verá os holofotes.
—Obrigado., — eu respondo, quando começo a me virar para ir, pronta para sair de debaixo de seu olhar colérico.
—O MC é uma parte dele., — Torin de repente diz, fazendo-me parar no meio do caminho para olhar por cima do meu ombro para ele. —Não é apenas um colete que ele usa, ou a tinta em sua pele. Está no sangue dele e sempre estará. Quanto mais cedo você perceber isso, melhor você estará.
—Eu sei disso., — murmuro. —O MC não é o problema.
—Então o que é? — Torin pergunta.
Quando hesito com a minha resposta, Quincey responde por mim. —Ela está preocupada que ele vá traí-la, como seu ex-marido fez.
Torin ri disso. —Dalton era um playboy, isso não é segredo. Mas bastou uma boa mulher aparecer e dar-lhe uma razão para mudar. Essa é a única parte dele que você pode ter, no entanto. Então, se há algo mais sobre ele que você espera que possa consertar ou mudar, você pode também pegar a estrada, porque isso não vai acontecer., — ele me diz. —Dalton não vai deixar o MC por você, e ele com certeza não vai dizer tudo o que ele faz usando seu colete.
—Eu sou uma agente federal e eu também não vou desistir disso., — eu respondo.
—Bom. Você não deveria. — ele diz, me surpreendendo. —E se ele te ama, ele nem pediria para que você fizesse isso por ele.
—Oh!
—Assim como, se você o ama, você não vai pedir para ele tirar o colete. Ele pode até tentar fazê-lo, mas ele odiaria você por isso. Dalton não se juntou ao MC por um capricho como a maioria dos caras. Ele nasceu nele. — Olhando para o bebê dormindo em seu ombro, Torin diz: —E se você tiver um filho com ele, ele será um principezinho que muito provavelmente desejará seguir os passos de seu pai e andar de moto como os Kings um dia.
—Dalton é um cara bom., — eu digo. —Com ou sem o colete. Eu sei disso.
—A questão é, você consegue se lembrar disso mesmo quando ele não é bom? — Torin pergunta.
—Tudo o que posso fazer é concordar em tentar.
—Isso é tudo o que qualquer um de nós pode fazer., — ele responde com um sorriso, antes de caminhar até nós e dizer: —Vamos lá. Eu vou te acompanhar.
Nós o seguimos para fora do bar, ele o tranca e depois segue em direção à praia. Como ele disse, é fácil identificar todos os holofotes que brilha no octógono no centro de um ‘coliseu’, com um semicírculo de assentos voltados para a ação. O lugar está lotado, quase todos os lugares ocupados. E não fico tão surpresa quando vejo o rosto familiar da xerife sentada na primeira fila. Esta noite ela tirou o uniforme e vestiu uma camiseta e jeans, uma cerveja na mão.
—É bom ver você fazendo amigos na área, agente Bradley, — diz a xerife Horton quando nos aproximamos, e ela fica de pé.
—Não sabia que você era o tipo de garota que curte uma noite de luta., — digo a ela honestamente.
—Só quando meu marido é a atração principal., — ela responde com um sorriso. —Também não imaginei que você fosse fã de MMA.
—Eu estou realmente procurando por Dalton., — digo a ela. —Você por acaso o viu?
—Ele está no portão principal cuidando das doações., — a xerife me informa, enquanto eu procuro por ele.
—Doações? — eu pergunto olhando para ela.
—Presentes de Natal para crianças carentes., — ela responde, e Quincey e eu trocamos um olhar de choque. —Um brinquedo é o preço de admissão para entrar no evento hoje à noite.
—O MC não é de todo ruim., — diz Torin. —Nós fazemos muito trabalho de caridade na comunidade.
—Isso é... legal., — eu digo.
—Mas se você ouvir alguma coisa sobre jogos de azar, os Kings não sabem nada sobre isso., — acrescenta Torin com um sorriso.
—Certo., — eu concordo, já que essa é a menor das minhas preocupações. —Quincey, que tal você tentar nos encontrar um assento e eu vou fazer uma doação.
—Claro., — ela concorda, enquanto seus olhos observam a multidão ao nosso redor. —Não se preocupem comigo. Eu vou me perder no mar de motoqueiros quentes e barbudos.
Capítulo 21
Dalton
Eu não poderia te dizer quantas vezes eu liguei para Peyton nas últimas semanas e ela não enviou nem uma mensagem de texto de volta. Mas não vou desistir. Não, vou ficar persistente até ela dizer alguma coisa, caramba.
Para tentar me manter ocupado, me ofereci para ajudar a carregar o ônibus com brinquedos e doações de roupas para as famílias locais que não podem pagar por elas. Mesmo assim esse trabalho não durou muito tempo. Agora que a luta está prestes a começar, todos estão descendo para encontrar seus lugares.
Estou nos degraus do ônibus, jogando algumas bonecas para dentro, quando uma mulher atrás de mim diz: —Eu não tenho nenhum brinquedo, mas posso lhe dar um cheque?
Meu pescoço se vira tão rápido que é uma maravilha eu não ter torcicolo. Mesmo quando a vejo, tenho que piscar algumas vezes para ter certeza de que não estou imaginando.
—Peyton? O que você está fazendo aqui? — eu pergunto.
—Suas ligações e flores finalmente me convenceram., — ela responde com um sorriso.
—Porra, isso é muito melhor do que uma mensagem de texto., — eu desço as escadas para me aproximar dela. —Você está realmente aqui., — eu digo quando eu a alcanço e pego seu rosto para sentir sua pele macia.
—Sim, mas só se você for sério sobre nós., — ela me diz quando cobre minha mão com a dela. —Eu quero mais do que apenas algumas noites quentes sempre que o tivermos vontade. Eu sou muito velha para ter um caso e é muito longe para continuar viajando.
Abaixando minha mão decepcionado, eu digo: —Eu não posso me mudar. Meu pai está aqui e o MC...
—Eu sei., — ela interrompe. —Eu não estava pedindo para você se mudar. Se vou fazer isso, porém, preciso saber que posso contar com você para estar por perto.
—Eu quero você aqui comigo., — eu digo a ela. —Porra, eu quero estar com você. Mas você trabalhou duro para ter uma carreira incrível, e eu não posso pedir para você desistir disso.
—Eu não disse que iria., — ela responde.
—Mas você sabe que eu não estou deixando o MC também, certo? — eu pergunto. —Meu pai ajudou a fundar os Savage Kings há mais de vinte anos. Eu cresci no clube...
—Estou ciente de tudo isso também., — diz Peyton.
—Então, parece uma situação impossível., — eu resmungo.
—Bem, eu trabalho de segunda a sexta, das nove às cinco, certo? — ela diz.
—Sim.
—Então, você pode tentar lidar com a maioria dos negócios do seu clube de segunda a sexta, enquanto eu estou no escritório?
Considerando isso por um momento, eu digo a ela: —Possivelmente.
—Então, nos finais de semana, poderia ser apenas eu e você, sem MC e sem responsabilidades da agência federal? — ela pergunta.
—Só nós? — eu repito com um sorriso, gostando da ideia de compromisso até agora. —Peyton e Dalton, uma dupla de super-heróis nus que só lutam contra crimes de quarto, tipo lençóis porcos e deficiências de orgasmo.
Rindo alto, ela diz: —Isso soa bem, mas eu vou precisar de mais do que um caso secreto com um fora da lei, no quarto nos finais de semana. Estou perguntando se podemos encontrar um jeito de sair e conhecer os amigos e a família um do outro.
—Oh, sim? — eu pergunto.
—Sim. E, eventualmente, gostaria de acordar todas as manhãs com você e ir para a cama à noite com você. Então, não, eu não quero esconder você ou nós. Mas nós não podemos exatamente ter nosso relacionamento completamente aberto. Se meus superiores descobrissem sobre você, eu poderia perder meu emprego.
—Não há um prédio federal perto daqui onde você possa trabalhar? — eu pergunto.
—Assim que eu fechar a investigação sobre os Savage Kings, eles provavelmente vão me mandar de volta para a Geórgia.
—Talvez não. Você poderia pedir um emprego mais permanente aqui?
—Não sei. Eu poderia perguntar, mas não há garantia. E quanto mais perto eu estiver, mais difícil será impedirmos que os meus superiores saibam que estamos juntos.
—Você sabe que eu posso conseguir um bom álter ego de advogado., — eu a lembro. —Você poderia dizer a todos no trabalho que sou Henry quando você me apresentar a eles. E eu tenho mais quarenta e nove desses cartões de visita extravagantes...
Peyton pisca para mim confusa por vários segundos antes de dizer: —Viver uma mentira, você quer dizer?
—Só uma mentira para todo mundo. Você e eu seria o verdadeiro negócio quando estivéssemos juntos, — digo a ela. —Eu acho que você vai ter que decidir se vale a pena viver uma mentira para estar comigo porque eu não vejo outra maneira de fazer isso funcionar, gatinha.
—Se fizermos isso, se eu puder descobrir uma maneira de trabalhar por perto, tem certeza de que pode desistir de outras mulheres?
—Eu já desisti de mulheres., — eu asseguro a ela. —Pergunte a qualquer um dos caras. Não houve uma mulher no meu apartamento em semanas, desde antes de começar a fugir para Raleigh para ver você. O que você precisa que eu faça para provar isso? Você quer um anel no seu dedo? Porque eu farei isso!
—Deus, não! — diz ela com um estremecimento, como se a ideia de se casar comigo fosse horrível demais para considerar. —Eu já fiz isso, tive um casamento e um anel. Essas coisas não impedem o adultério. Eu já aprendi essa lição.
—Então, o que você precisa de mim? — eu pergunto.
—Honestamente, eu não sei o que é preciso para aprender a confiar completamente em você. Talvez eu nunca o faça porque ainda não entendo por que alguém como você iria me querer.
—Eu não sei como provar para você que você é a única mulher que eu quero, mas eu não vou parar de tentar., — eu prometo a ela. —E eu não farei nada para quebrar sua confiança se você decidir que eu a mereci. Você pode pelo menos acreditar nisso?
—Sim., — ela sussurra.
—Bom., — eu respondo antes de agarrar seus quadris e puxar seu corpo contra o meu para que eu possa beijar seus lábios.
Peyton me beija de volta por um momento antes de se afastar. —Espere. Você não está preocupado com o que o MC vai pensar sobre nós? Parece que o seu presidente acabou de nos dar sua bênção, mas o resto deles...
—O clube já votou., — eu admito. —E eles não se importam. Eles eram todos a favor disso, na verdade.
—Eles votaram? — ela pergunta. —Em nós, você e eu?
—Sim.
—Mesmo que eu seja...
—Mesmo que você seja uma agente federal e possa tentar prender todos nós um dia., — eu termino por ela.
—Eu não vou fazer isso., — ela me diz.
—Bom, porque eles são mais do que meus amigos. Esses caras são minha família. Então, eu preciso confiar em você com eles, confiar que você não vai estragar tudo se tiver que decidir entre mim ou seu trabalho.
—Eu não vou ferrar você ou o MC., — ela me garante, então eu dou-lhe outro beijo.
—Estou feliz em ouvir isso., — eu digo contra seus lábios. —Agora, você gostaria de ser meu encontro para a luta?
Sorrindo amplamente para mim, Peyton diz: —Eu adoraria.
Capítulo 22
Peyton
—Senhor, você tem um momento? — pergunto a Stan Sommers, quando enfio a cabeça no escritório dele.
—Certo. Entre., — ele diz. Entro em seu escritório, mas não me sento. Eu quero falar e acabar logo com isso.
—Finalizei meu relatório sobre a investigação do Savage Kings. Não há nada aqui.
Eu me faço acreditar nisso, mas, na verdade, não consegui encontrar nenhuma evidência direta de que eles estavam ligados a algum assassinato ou incêndio criminoso. Isso não significa que não haja nada, só que eu não quis investigar fundo o suficiente para acidentalmente encontrar algo.
—Oh, bem, se você tem certeza., — diz Stan, surpreso.
—Eu tenho., — eu concordo. —Além disso, há outra coisa que eu queria falar com você.
—Sim?
Tomando a iniciativa, depois de passar o fim de semana inteiro pensando em minhas opções, e sabendo que é a única maneira de continuar vendo Dalton, eu digo: —Seria possível eu ficar no Distrito Leste e trabalhar no escritório de New Bern? Mesmo que seja apenas uma posição de investigadora?
—New Bern, hein? — ele repete. —Você realmente quer se aproximar dos Kings? Nosso informante mudou-se para a Califórnia depois que sua identidade foi descoberta por eles. Se ele conseguisse um passaporte, provavelmente teria deixado o país.
—Minhas razões para me mudar não têm nada a ver com os Savage Kings, — eu minto. —Na verdade, eu conheci alguém. Ele é um advogado em New Bern.
—Mesmo?
—Sim, e bem, o trajeto é difícil. Com e-mail e teleconferências, eu estaria disponível para o seu escritório o tempo todo, para qualquer coisa que você precise. Você nem vai perceber que eu não estou no prédio. E, claro, eu poderia participar de reuniões ou compromissos no tribunal pessoalmente, conforme necessário.
—Eu não vejo porque isso seria um problema. Na verdade, precisamos de outro agente naquele escritório. Eu irei em frente e começarei a papelada para a sua transferência de Atlanta, — diz ele, sem levantar qualquer discussão.
—Ótimo. Obrigado, senhor, — eu digo a ele com um sorriso.
—E adoraria conhecer esse seu advogado. Talvez eu possa dar uma passada e dizer olá na próxima vez que eu estiver na costa visitando minha sobrinha.
—Claro., — eu concordo, esperando que ele realmente não queira dizer que ele apareceria em nossa casa. Mesmo se ele fizer isso, eu me sinto confiante de que Dalton e eu podemos lidar com isso.
Talvez eu esteja cometendo o maior erro da minha vida, mas agora, neste momento, estou mais certa do que nunca de que quero estar com Dalton, aconteça o que acontecer.
Epílogo
Dalton
Um ano depois...
Hoje à noite, deixei minha motocicleta no clube já que eu não queria estragar o meu terno. Ainda é o único que eu tenho, o que fez Peyton se apaixonar por mim. Eu detestaria estragar mais alguma coisa, além dos joelhos arranhados.
Dobro o meu colete e guardo-o no alforje antes de sair, mas sei que, de fato, você pode tirar um Savage King de seus decalques, mas nunca pode tirar os decalques de um Kings.
A caveira barbuda é uma parte de mim que corre mais fundo que a tinta nas minhas costas. Está no meu sangue e sempre estará. É por isso que, de vez em quando, não me importo de usar roupas diferentes e fazer o papel que minha Old Lady precisa que desempenhe.
Peyton e eu encontramos uma maneira de nossos estilos de vida opostos se mesclarem. Às vezes ela usa couro e às vezes eu coloco uma gravata. Tudo o que importa é que sabemos quem somos sob as roupas que ambos escolhemos usar na vida.
—Lar, Doce Lar! — eu chamo depois de estacionar minha caminhonete na garagem e entrar pela porta lateral que leva à nossa cozinha. Eu começo a desfazer o nó da minha gravata enquanto caminho despreocupadamente para a sala de jantar.
—Oh, ei, Henry. Como foi o seu dia? Você se lembra de eu ter contado sobre o procurador assistente dos EUA, Stan Sommers? — Peyton pergunta quando eu entro na sala, apresentando-nos como se ela não tivesse me dado o aviso na semana passada de que ele passaria por aqui hoje, então teríamos tempo para nos preparar.
—É uma honra te conhecer, senhor. Peyton me disse coisas maravilhosas, — eu digo para seu chefe, enquanto eu estendo minha mão e aperto a dele.
Nós nos sentamos na sala de estar, papeando por um tempo, falando principalmente sobre o clima e esportes. Acontece que nós dois somos fãs do time de futebol ‘Wilmington Wildcats’.
—Há alguns anos, conheci dois de seus receptores. Grandes garotos., — eu digo para ele.
—Sortudo., — Stan responde com uma risada.
—Querido, você poderia me ajudar a colocar o jantar? — Peyton me chama da cozinha.
—Com certeza, gatinha. O cheiro está delicioso! — eu me desculpo e corro naquela direção.
Na privacidade da nossa cozinha, eu pego minha mulher pela cintura e a beijo com tanta força que quase a empurro para trás.
—Eu te quero tanto., — ela sussurra contra meus lábios.
—Você ama Henry, o advogado, não é? — eu pergunto.
Sorrindo para mim, ela diz: —Eu amo Dalton, o motoqueiro fora da lei mais. Ele é mais louco nos lençóis.
—Não diga? — eu pergunto, dando-lhe outro beijo e então os cheiros surpreendentes me desviam a atenção. Olhando para a ilha da cozinha, vejo fileiras de pratos, um frango assado inteiro, purê de batatas, feijão verde. Há até pão fresco. —Uau. Há quanto tempo você está cozinhando tudo isso? Parece ótimo.
—É tudo comprado em loja, — ela sussurra. —Eu coloquei em panelas e frigideiras para aquecê-lo e fazê-lo parecer caseiro. As embalagens estão na lata de lixo.
—Droga, gatinha. Eu adoro quando você arma suas trapaças. É tão fodidamente quente., — eu me abaixo para apertar sua bunda luxuriosa.
—Eu vou te tirar do seu terno assim que o jantar acabar., — ela promete com um sorriso.
—Mal posso esperar., — digo a ela, enquanto deslizo minhas mãos até a sua saia. Quando sinto o elástico da calcinha, dou um puxão que a faz cair no chão.
—Dalton! — ela sussurra enquanto olha por cima do ombro para se certificar de que ainda estamos sozinhos. Eu me inclino para ajudá-la a levantar os sapatos de salto, para remover completamente a calcinha de renda azul.
—Saber que você não está vestindo calcinha vai fazer este jantar com seu chefe ainda mais divertido., — eu asseguro a ela, colocando a renda no bolso da minha calça.
—Você é tão mau., — ela me diz com um aceno de cabeça, enquanto ela se vira para pegar alguns pratos do armário.
—Sim, e você ama isso., — eu a lembro com um tapa na bunda.
Lane Hart E D. B. West
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