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Series & Trilogias Literarias
Nascida e criada na Ordem de David, Irmã Phebe não conhece nada além da vida no culto. Chefe das Sagradas Irmãs de New Zion, Phebe foi preparado desde a infância para um propósito: seduzir. Premiada como prostituta, como uma prostituta de New Zion, Phebe é retirada do culto condenada por Meister, o notório líder da Irmandade Ariana. Tomada como sua posse. Tomada para ser a mulher que vai obedecer a cada demanda sexual sua. Sob sua mão pesada, Phebe encontra-se em um lugar muito pior do que ela jamais poderia ter imaginado ... com absolutamente ninguém para ajudar. E nenhum vislumbre de esperança.
Xavier 'AK' Deyes está contente com sua vida como Sargento-de-Armas dos Hades Hangmen. Líder do infame 'Psycho Trio' e ex-especial ops sniper, AK sabe como lutar. Experiente em guerra e instruído em operações militares, AK é vital para os Hangmen. Quando seu vice-presidente precisa de ajuda para recuperar sua cunhada, Phebe, de um anel de tráfico financiado pelo Klan, AK se oferece para entrar. AK lembra-se da ruiva de New Zion. Lembra-se de tudo sobre ela desde a única vez em que se encontraram - seus cabelos ruivos, olhos azuis e rosto sardento. Mas quando ele a encontra, fortemente drogada e sob o controle de Meister, sua triste condição faz com que ele se lembre mais do que a bela mulher que ele uma vez amarrou a uma árvore. Salvar Phebe força demônios escondidos de seu passado a retornarem. Um passado que ele nunca poderá seguir em frente, não importa o quão duro ele tente.
Quando AK luta para ajudar Phebe, que por sua vez se esforça para ajudá-lo, eles percebem que seus pecados secretos nunca o deixaram sozinhos. Almas quebradas da mesma forma, eles percebem que a única maneira de se livrarem de seus fantasmas é enfrentá-los juntos e tentar encontrar a paz.
O desespero logo se transforma em esperança, e corações danificados logo começam a curar. Mas quando suas profundas e dolorosas cicatrizes ressurgem, tornando-se demais para suportar, chega a hora de fazer uma pesada escolha: ficar para sempre destruídos; ou juntos, encontrar a graça.
Onze anos atrás...
"Serei um fuzileiro!"
Corro pela cozinha. Devin está sentado à mesa, trabalhando no motor da moto. Ele olha para cima.
Seu rosto está cheio de graxa. “O quê?” Exclama, franzindo a sobrancelha.
Paro, recuperando a respiração que perdi ao correr para casa. Tiro minha jaqueta de couro e jogo-a nas costas de uma cadeira. "Acabei de me alistar." Sorrio, fazendo um trabalho totalmente de merda em afastar a excitação na minha voz. "Assim como você. Eu me juntei ao Corpo de Fuzileiros Navais."
Devin pisca para mim, mas diz tudo. Minha excitação começa a diminuir. "Dev..." Ele deixa cair o motor sobre a mesa com um estrondo.
Ele levanta e passa a mão pelo rosto. "X, o que você fez?"
Balanço a cabeça em confusão. "O que? O que está errado?"
Meu irmão suspira e olha pela janela da cozinha. "O que está errado? O que está errado?" Ele respira fundo, soltando lentamente como se tentasse se acalmar. "Esta não é a vida que eu quero para você. Você é meu irmãozinho, e tem mais cérebro nessa cabeça estúpida do que eu já tive. Ia te mandar para a faculdade ou merda assim. Não a porra do exército.”
"Não quero ir para a faculdade, Dev. Quero estar lá, lutando também. Quero lutar ao seu lado.”
Dev ainda está de frente para a janela, mas noto seu tremor. "Dev.. " Tento de novo, mas não consigo pensar no que dizer. Meu irmão está estranho.
"Você não tem ideia de como é lá fora, X." Finalmente ele vira para mim, um olhar assombrado em seu rosto, cada palavra pronunciada como um tiro. "Você não tem ideia."
Incapaz de vê-lo tão malditamente perdido, caminho e coloco a mão em seu braço tenso. "Eu quero lutar, Dev. Eu..." Sorrio, sabendo que estou prestes a soar realmente patético. "Quero lutar por nosso país, como você. Eu... Porra quero ser como você, Dev. Sempre quis."
Os olhos dele brilham. Suspirando, ele me agarra pela nuca e puxa para dentro de seu grande peito. Luto para respirar enquanto ele me abraça forte. “Quando se apresenta?” A voz de Devin é áspera e crua, como se mal conseguisse forçar as palavras.
“Em oito semanas.”
"Foda-se, garoto," ele diz. “Qual escola militar?”
"Scout Sniper." Dou de ombros. "Sabe que posso atirar bem."
Devin enrijece, então se força a relaxar. Deve ter sido um par de minutos antes dele me soltar. Tenho dezoito anos; Dev vinte e seis anos. Ele se juntou ao Corpo quando tinha minha idade, e assim que pôde, nos tirou da merda de existência com nossos pais bêbados e nos deu uma vida melhor.
Ele nos salvou. Tirou-nos da maldita sarjeta.
Ele é meu herói filho da puta.
Devin se afasta e beija minha testa. Estou quatro centímetros mais alto que ele e ainda crescendo, mas sempre me sinto menor em torno. Ele só tem essa atitude de ser maior que a própria vida, ou pelo menos costumava ter.
Depois das duas últimas incursões, ele mudou um pouco. A última, para o Iraque, foi pior. Sei que é porque sentiu saudades de casa, mas se eu estiver perto, não terá mais que ficar sozinho. Verdadeiros irmãos em todos os sentidos.
"Quero algo melhor para você, garoto," ele anuncia. Olho diretamente em seus olhos.
"Lutar ao seu lado, pelo nosso país e pela liberdade? Isso é tão bom quanto parece," digo silenciosamente.
O rosto de Dev não muda. Não vejo felicidade nele. Só decepção. "Quis dizer como um médico, advogado ou essa merda, X." Ele bate na minha cabeça. "Algo em que use isso."
"Snipers são fodas, Dev. O oficial de recrutamento concorda. Inteligente, paciente, focado. Precisa de um tipo especial de pessoa para ser franco-atirador. Ter habilidades que nem todo mundo tem." Meu peito incha. “Eu posso ser esse alguém.” Engulo o caroço que de repente tampa minha garganta. "Posso ser bom nisso... igual a você. Um bom fuzileiro.”
Os ombros de Dev caem, e uma pequena onda de orgulho se assenta em sua expressão. "Sei que pode, garoto," ele diz densamente. "Não tenho nenhuma preocupação sobre isso, nunca tive. Eu só... Eu só... "
"Podemos lutar juntos, e quando estivermos de licença, voltar para casa, beber cervejas, trabalhar em nossas Harleys e pilotar até que tenhamos que sair novamente. Esse é o meu maldito sonho americano, bem aqui,” dou um sorriso enorme. “Imagine isso, Dev. Essa será nossa vida." Olho-o nos olhos. “Não há nada melhor para mim que minha família, defender nosso país e pilotar numa estrada aberta. É o que quero. De verdade."
Dev parece não concordar, como se ainda fosse dizer alguma merda para tentar me dissuadir, mas uma voz vem da porta.
"O que quer de verdade, Xavier?" Viro para ver Tina, minha cunhada, olhando para mim e meu irmão, curiosidade escrita em seu rosto.
Antes que possa responder, Dev envolve o braço em meu pescoço e diz: “Este pequeno fodido acaba de se alistar no Corpo. Scout Sniper."
Os olhos de Tina se arregalam e vejo uma mistura de orgulho e preocupação obscurecer seus olhos azuis. “Xavier? É verdade?"
"Sim, senhora."
Sua mão voa para a boca, e ela corre, me puxando para um abraço. "Estou tão orgulhosa," Ela sussurra e dá um passo para trás. "Então agora tenho dois para me preocupar quando estiverem longe. Ótimo!"
Toco Devin no ombro. "Vou cuidar dele, prometo," digo e sorrio quando meu irmão revira os olhos.
Tina ri também, mas vejo a preocupação persistente.
Ela e Devin estão juntos desde os quinze anos. Tina sempre diz que sou seu irmão também; é assim que ela me vê. Mas ela é mais que uma irmã. Para mim, ela é a única mãe que realmente tive.
Ela me criou, cuidou de mim quando estive doente e me ajudou na escola. Quando Dev está ausente, é apenas ela e eu. Bem, ela, eu, e...
“Tio X!”
Pés pequenos soam pelo corredor, e meu sobrinho de quatro anos surge através da porta.
“Zane! Vem aqui, garoto!" Ele para em minhas pernas e o pego.
"Adivinhe o que?" Digo enquanto ele coloca a cabeça no meu ombro.
Ele levanta a cabeça e olha para mim.
"Vou ser um soldado assim como seu pai."
Sua boca abre dramaticamente. "Uau! Uma vida real de soldado? Como meu pai?”
"Sim."
"Legal!"
“Bem” diz Devin ao nosso lado. "Parece que é melhor irmos comprar bifes. Não é todos os dias que seu pequeno irmão se torna um maldito homem. "
“Um maldito homem!” Repete Zane em voz alta. Não posso deixar de rir para seu rosto bonito. Eu amo esse garoto. Ele é minha maldita sombra, nunca me deixando só. Uma pontada repentina atinge meu estômago. Sentirei falta de toda minha família quando for implantando, mas não se compara a saudade deste pequeno fodido. A melhor coisa da minha vida.
Tina tira Zane dos meus braços e toca seu nariz. “Não, amigo. Só homens adultos conseguem ser isso."
Zane parece querer discutir, mas Tina dá seu famoso olhar que diz a todos nós, homens Deyes, para calarmos a boca ou enfrentar sua ira.
Zane bufa, mas sorri para mim quando lhe dou uma piscada secreta. Posso ver o futuro agora. Zane será como eu e Dev. Um maldito homem Deyes. Sem dúvida, ele nos seguirá para o Corpo.
Todos servimos a bandeira, envelhecemos, e é isso.
A mão de Devin pousa em meu ombro. "Vá pegar sua moto, garoto. Vamos dar um passeio, ter um churrasco e depois faremos de você o melhor atirador que já serviu a bandeira vermelha, branca e azul."
Foi o que fizemos.
E foi o melhor dia da minha vida.
Capítulo um
AK
Complexo Hades Hangmen
Austin, Texas
Dias de hoje...
Desfaço os botões da jaqueta e tento respirar algum maldito ar através do calor. O portão fecha atrás de nós. Estendo a mão e limpo a areia e pó do meu rosto. Meu corpo inteiro parece feito dela.
Mal posso fazer minhas pernas se moverem, estou tão fodidamente exausto. Olho minha mão e vejo a fodida tremer.
"Você está bem?" Bones pergunta.
Olho meu observador e amigo mais próximo. Seu rosto também está branco, mas posso dizer que ele, como eu, e todo a equipe estão acabados. Uma mistura estranha de adrenalina e culpa me domina quando penso nos últimos dois dias. O som das minhas balas saindo do tambor e encontrando os crânios dos fodidos.
"Ataque direto!" Bones disse ao meu lado enquanto mantenho meus olhos sem foco.
"Três", Bones sussurra, os braços desajeitados se estendendo para tirar o capacete.
Aceno em reconhecimento, mas não digo nada. Não tenho certo que minha boca funcionaria de qualquer maneira.
Fodidos três.
Cada um, tiro certeiro.
Então vejo, vindo de sua tenda. Ele corre para mim. “X!” Chama. Paro, meus pés triturando a areia.
A mão de Bones cai sobre meu ombro. "Vejo você mais tarde, sim? Durma um pouco."
"Sim," respondo. Bones afastou-se, e olho meu irmão.
"Eu ouvi no rádio." Devin coloca a mão na minha cabeça antes de abaixa-la para meu ombro. Meu cabelo se foi. Raspado. Mais e mais. "Você está bem?"
"Sim," digo, então sorrio. Não tenho ideia do por que estou rindo. "Estou bem." Olho em torno, as tendas, os fuzileiros, os caminhões sendo carregados e descarregados. É malditamente estranho lá fora e aqui. Fora do portão e dentro, dois mundos completamente diferentes.
"Três." Sinto a mão de Devin se afastar. "Tenho três dos filhos da puta." Sorrio novamente e sinto um sorriso nervoso puxar meu rosto. Mas meu coração bate forte. E minha mão não para de tremer.
Devin coloca o braço em volta do meu ombro e me leva para a entrada da base. "Vamos lá, X. Você precisa de uma bebida." Deixo Devin me levar para sua barraca. Mas mesmo quando ele me senta e me entrega um uísque, não solto minha arma. Posso vê-lo me olhando com preocupação, mas não me importo. Acabei de matar três pessoas. Minha primeira morte confirmada.
Quando meu copo está vazio, Devin o enche novamente. "Fica mais fácil." Ele senta na borda da cama, à direita na minha frente. Encontro seus olhos. "A partir deste momento, torna-se uma segunda natureza e não incomoda como antes. Juro."
Respiro fundo e deixo suas palavras afundarem, esperando que ele esteja certo...
O cheiro de bacon me arranca do sonho. Meu coração bate como um louco, quando lembro daquele dia. Minhas mãos tremem como se eu estivesse lá, no calor. Naquela maldita base... Com Dev. Acalme-se porra, digo a mim mesmo, tentando afastar a memória.
Demora cinco minutos para ela desaparecer.
Minhas pálpebras parecem pesar toneladas quando as abro e estremeço pelo sol fluindo através da janela. Gemo e seguro a cabeça quando os efeitos da tequila da noite passada batem no meu crânio, gritando um enorme Olá, lembra de mim?
"Merda", rosno enquanto jogo as pernas ao lado da cama e espero que a sala pare de rodar. Uma vez que a cadeira de balanço no canto para de se mover, firmo os pés e alongo o pescoço rígido.
Algo no meu peito aperta. Olho para baixo; tenho marcas de unhas do pescoço até a virilha. Dormi de calça jeans, claramente muito fodido para me despir.
Que porra aconteceu? Vou ao banheiro e fecho os olhos enquanto urino cerca de um quarto de tequila do meu sistema.
Vou até a pia e molho o rosto com água fria, em seguida, encho a boca para que não pareça que algo morreu nela. Abro a porta e sigo o cheiro de bacon. Ash está no fogão, já vestido de jeans e camisa do Hangmen. Uma merda de mini-Flame na minha casa. Tatuagens, piercings e olhos negros como o inferno.
Ele olha para cima quando entro. O pequeno fodido tem a audácia de sorrir. Mostro o dedo do meio e sento. Dois copos pousam na minha frente: um de suco de laranja e um tiro de tequila.
Gemo ao engolir o shot, depois o suco até não restar nada. "Obrigado, garoto", digo, então ouço o merdinha rir.
"Como diabos não está de ressaca, seu merda? Da última vez que me lembro, você e Slash estavam fazendo doses de Jameson com Vike."
Ele dá de ombros. "Não sei. Só não tenho ressaca."
"Eu te odeio", dou um soco preguiçoso em seu lado, mas o filho da puta apenas se afasta.
Passo uma mão sobre os olhos. O cheiro de comida atinge minhas narinas, e deixo cair a mão para ver café da manhã na minha frente. Meu estômago rosna em apreço. Ash ainda está sorrindo, então aceno com a cabeça e digo: "Tudo bem. Está perdoado."
"Pelo quê? Ter dezesseis e ser capaz de segurar as bebidas melhor que você, velho?"
Encho minha boca de ovos com bacon gorduroso e engulo. "Vou te dar um passe. Só porque agora mesmo, seria demais te derrubar."
Acabo minha comida e me recosto, passando a mão sobre o estômago. Estremeço quando os dedos roçam os arranhões frescos em meu abdômen. “Sabe o que aconteceu aqui?”
Ash abaixa o garfo e balança as sobrancelhas. "Claro que sim." Ele senta e finge pensar. "Ela tinha cerca de um metro e cinquenta, cabelos azuis brilhantes e as maiores tetas que você já viu."
Atormento meu cérebro, tentando lembrar a puta do clube, mas só posso achar flashes de mim a fodendo sobre minha cama no clube... E dela arrancando a merda do meu peito quando eu a virei para cima e comecei novamente.
Isso e sua falsa risada. Putas do clube. As prostitutas deveriam aprender a apenas deitar e gozar um pouco.
Ser depósitos sem toda a merda de gargalhadas estridentes.
"Droga," gemo.
Ash fica quieto, então, olha para mim através do cabelo preto e pergunta: "Lembra do que falei a você noite passada?"
Tento pensar. Eventualmente, desisto e balanço a cabeça. "Desculpe, garoto. Vai precisar atualizar minha memória."
Ash abaixa a cabeça, e de repente o garoto que era quando o encontramos naquele fodido inferno em West Virginia volta. Ash está muito bem ultimamente. Essa merda é engraçada. Ele é confiável. Encaixa-se no clube. Adora os Hangmen, faz tudo o que pode para ficar, desesperado para agradar, como se pensasse que a qualquer momento diríamos a ele para sair.
Não faríamos. Ele é um de nós agora. Ainda assim, tenho certeza que Ash nunca se deixaria acreditar. Além disso, o garoto ama seu irmão. E Flame... Bem, Flame é a porra do Flame. Mas conheço aquele irmão melhor que qualquer um. Ele adora Ash, só não tem a capacidade de mostrar tudo o que sente.
"Eu... Disse que estava interessado nos fuzileiros. Scout Sniper, como você."
Não espero suas palavras. Então não espero a fodida barra de ferro que bate em meu estômago quando ele as pronuncia. Congelo, olhando Ash, sua cabeça baixa, as mãos retorcendo na mesa de nervoso.
"Quer se juntar ao Corpo?" Minha garganta está presa, e é uma maldita batalha soltar as frases. "Você só tem dezesseis."
"Eu... Eu sei, mas você me ensina a atirar há meses, e diz que sou bom."
“Você é bom, fodidamente incrível, de fato, mas ainda está na escola.” Ash assente, mas posso ver que está chateado com minha reação. Inclino-me para frente. "Não está gostando da escola?"
"Está tudo bem."
Suspiro, trabalhando para manter minha merda junta. Esta conversa é muito familiar. Meu sangue vira gelo nas veias e sinto como se duas mãos maciças estivessem me sufocando. "Ash," digo calmamente observando seu rosto cair. "Olhe para mim."
Ele faz o que digo. Em todos os meses que ele morou comigo, o garoto nunca fez algo errado. Sempre como digo. Nesse aspecto, ele seria um fuzileiro maravilhoso, obediente e disciplinado. Mas não deixarei isso acontecer no meu turno.
Sem a fodida chance.
“Você está bem?” Ash pergunta.
Movo-me no assento. "Você é inteligente, garoto. Esperto. Mas ainda é jovem. Sei que não pensa assim, ou pelo menos não sinto isso. Foda-se, depois do que passou, eu te entendo. Você não é um adolescente normal. Não é obcecado em perseguir uma buceta e o que quer que outros garotos de dezesseis façam. Mas não vou dar permissão para você se juntar ao Corpo tão cedo. Não está acontecendo.” Ash olha pela janela. Eu continuo, "E tenho certeza como a merda que Flame não vai deixar você se juntar.” A cabeça de Ash volta para mim, e um olhar surpreso se forma em seu rosto. "Nosso irmão não lidaria com você saindo, então que tal não lhe darmos razão para surtar?"
"Flame?" Ash diz confuso. "Eu...” Seus ombros caem. “Não tenho certeza que ele se importa.”
E ali está. A razão pela qual Ash está me procurando por conselhos de carreira militar. Vejo Ash pegar a xícara de café e servir o líquido quente. "Entendo que ele não fala muito com você. Entendo que gasta a maior parte do tempo com Madds. Mas estou te dizendo agora que o psicopata te ama mais do que nunca será capaz de dizer. Ok?"
Ash engole, e foda-se se não vejo seus olhos começando a lagrimejar. "Você acha?"
Coloco a mão em seu ombro. "Você é uma das únicas pessoas que ele permite tocar ele. Há Madds, claro, porque ela é sua cadela e o alcançou quando nenhum outro fodido pode. Há eu e Vike. Essa história é de muitos anos, vimos e passamos por muita merda juntos." Aperto seu ombro mais forte. "Então há você." Ash respira fundo e exala lentamente. "Ele é um Hangman e faria qualquer coisa por seus irmãos, mas nunca deixa o resto perto como permite a nós." Gesticulo para fora da janela, para nosso pequeno grupo de casas no terreno do complexo. "Isso, bem aqui, é o que o impede de se partir. E acredite ou não, você é uma parte enorme agora."
O nó em volta da minha garganta alivia quando vejo um lampejo de sorriso surgir em seus lábios perfurados. "Agora mesmo, garoto, você é o quarto membro do nosso pequeno Psycho Trio'." Sorrio. "E não vou lidar com a energia nuclear de Flame quando disser a ele que assinei seu alistamento. Sou fã do meu pau, e prefiro mantê-lo longe da faca serrilhada do seu irmão e próximo de bucetas apertadas e molhadas."
Ash ri, e sorrio aliviado, empurrando o prato vazio em sua direção. "Agora, vamos lá. Estes pratos não vão se limpar sozinhos. "
Ash levanta da mesa, mas assim que junta os pratos nas mãos, o paro pelo cotovelo.
"Pensei que gostasse de trabalhar nas motos de qualquer maneira. Passa horas trabalhando com Flame em sua Harley ou na loja com Tank. Ele diz que é uma merda, podendo ser o maldito melhor mecânico que temos. Você está no Hangmen, irmão; está pronto para a vida. "
"Gosto de motos", diz ele depois de alguns momentos de silêncio. "Realmente gosto, na verdade. Fazem sentido para mim."
"Então fique com elas, sim? E uma vez que for um membro com um colete do clube, terá uma parte dos lucros também. Será fodidamente rico, garoto. "
Ele claramente gostava da ideia de ter um colete, porque irradia orgulho. "Agora, volte para os pratos", digo. "Até que seja nomeado, tem que fazer o trabalho." Dou de ombros. "É o jeito que é."
“Sim, senhor”, diz o merdinha, sabendo que odeio como o tratamento me faz sentir velho.
Maldito senhor.
Alcanço atrás de mim no gabinete, tiro dois Advil e os engulo a seco. Assim que levanto com a intenção de ir ao chuveiro, a porta da frente abre, e uma fodida besta entra.
"Bom dia, fodido! É um belo dia de merda!"
Gemo alto quando a voz divina de Viking perfura meu crânio. Olho para ele sorrindo como um gigante feio. Ele fareja o ar. Num flash, está no fogão e verifica a comida sobrando.
"Estou começando a pensar que deveria arrumar um fodido moleque para morar também. Ele cozinha, limpa... Caralho” ele vira-se para Ash, que está tentando seu melhor para ignorar nosso babaca irmão. "Você chupa seu pau também?"
Abro a boca para dizer-lhe para ir ao inferno, mas Ash diz: "Mesmo se fizer, não chuparia o seu. Ouvi dizer que não é maior que cinco centímetros.”
A boca de Vike abre, antes dele jogar a cabeça para trás e avançar tentando prender Ash numa chave de braço. "Pedaço de merda!", Ele grita, agraciando a todos com sua risada estrondosa e explosiva.
Ash o empurra. "Pode ter a comida. É o que sobrou de qualquer maneira. "
Vike pega a comida, leva para a mesa e senta numa cadeira. Ele enfia a comida na boca como um maldito animal selvagem. Seus olhos caem para meu peito e sorri através de um bocado de ovos, piscando para meus arranhões.
Porra. Da. Minha. Vida.
Ash traz um café e Vike o drena de uma só vez, batendo a caneca na mesa para mais. “Viu a mensagem de Styx?", Vike diz.
"Não. Acebei de levantar." Olho em volta procurando o celular, mas não sei onde está.
“Precisa estar na igreja em vinte. Tanner finalmente nos deu uma pista."
Meu pulso começa a bater no pescoço quando meu coração tenta lidar com a súbita corrida de adrenalina.
“Pensei que gostaria disso.”
“Ele a encontrou?” Phebe. Uma imagem da ruiva percorre minha mente. Não que não pensasse na cadela sem parar desde que descobrimos que desapareceu.
Vike inclina-se para a frente, passando a mão pela barba. "Estou ficando fodidamente entediado de corridas padrão e toda a conversa sobre o maldito casamento de Prez. Quem dá uma merda para isso? Quero caçar a escória da Klan."
Meus dedos se contraem na mesa com o pensamento de ir atrás de Phebe e matar o filho da puta que a tem. Muitas noites fiquei acordado, imaginando cortar o desgraçado. Abrir seu estômago e observar o sangue e tripas caírem a meus pés. E sorrir. Sorrir através de tudo com Phebe ao meu lado, observando o fodido morrer lenta e dolorosamente.
Levou a Tanner mais do que ele pensou para conseguir qualquer tipo de merda de Meister. E estou inquieto, concordo com Vike. As coisas estão muito calmas. Posso ter saído dos fuzileiros, mas ainda preciso da porra da luta e da morte em minha vida.
Com os Hangmen essa merda vem em toneladas.
E parece que está prestes a recomeçar.
Caralho.
“Vou me vestir.”
Levanto e coloco a camisa, colete e botas. Estamos fora de casa em minutos, Ash atrás de nós. Se vamos para a missa, os prospectos servem bebidas e é o máximo que Styx lhes permite fazer. Inclino-me contra a varanda e acendo um cigarro enquanto Vike martela a porta da Flame. “Cai fora, Flame! Temos que ir!"
Através da janela, vejo a cabeça de Flame, Maddie atrás dele. Ele volta-se para ela, e a coisa mais próxima que Flame já teve de um sorriso se espalha em seu rosto, então ele se inclina e beija sua cadela.
Meu peito aperta. O cigarro queima intocado na minha mão. Não posso acreditar que Flame fez algo parecido.
"AK!" A voz de Vike corta meus pensamentos. "Está pronto?"
Aceno com a cabeça, vendo Flame sair pela porta.
Flame balança o queixo para mim, então seus olhos rastreiam ao redor do quintal. Sei quem está procurando, ele faz isso todos os dias. Só eu noto. Sou o único treinado para não perder nada. Quando vê Ash, seus ombros relaxam.
Ash acena com a mão. “Ei, Flame.”
"Você está bem?" Flame pergunta secamente, correndo o olhar por cada centímetro de seu irmão.
"Sim," Ash diz. Ele está sorrindo um pouco. Sei que percebeu a tentativa de afeição de Flame. Pisco para Ash para confirmar que o que está pensando é verdade.
A pequena forma de Maddie aparece na entrada. "Viking, AK." Flame instintivamente se move para ela como se fossem ímãs de merda ou algo assim.
"Madds", digo.
Vike sorri. "Bom dia, docinho."
Os lábios de Flame se curvam para nosso irmão, mas é Vike. Não há ninguém que pare esse acidente de carro.
“Olá, Asher”, Maddie diz para Ash. Ela empurra o braço de Flame, os olhos o incitando a fazer alguma coisa.
A mandíbula de Flame cerra, então, sem olhar para Ash, ele diz: “Você vem jantar hoje à noite”.
Maddie sacode a cabeça, exasperada. Ela não está chateada com a possessividade. Ela sabe que ele não está sendo um otário, ele só... porra, ele está apenas sendo Flame.
"Ash, o que Flame está tentando perguntar é se gostaria de jantar com a gente hoje à noite? Farei algo especial."
Ash olha para mim, e balanço o queixo, pedindo-lhe para aceitar. "Sim. Obrigado. Eu adoraria," responde Ash e Maddie sorri amplamente para ele.
Flame a acompanha para dentro de casa. Ele volta minutos depois e fica ao meu lado.
"Você está bem?" Pergunto. Flame assente sem encontrar meus olhos. Fazemos isso todos os dias, inferno, várias vezes por dia. "Você está bem?" É mais do que apenas uma pergunta passageira. É Flame me dizendo que sua cabeça não está cheia de merda. Merda do passado.
"Bom." Jogo o cigarro no chão e me afasto da parede. Sigo o caminho do morro até o complexo.
Para a igreja.
Onde Tanner pode ter boas notícias.
Porque tenho um filho da puta para caçar.
* * * *
"Bem?", Pergunta Ky.
Tanner passa a mão pela cabeça. O irmão não vem a um dos nossos churrascos ou festas há semanas. Não que se divirta com as putas ainda muito duro por sua buceta mexicana.
Ele está ocupado tentando localizar Meister. Ao contrário da maior parte da merda de poder branco que Tanner e Tank cresceram, Meister é intratável e totalmente louco. Para o hacker que Tanner é, Meister está provando ser uma cobra fodida e escorregadia.
"Tenho que ser honesto, não acho que estou em qualquer lugar perto de encontrar qualquer coisa sobre este otário." Tanner acena com a cabeça em direção a Tank. “Conhecemos ele, é claro. Sei que tem relações com meu pai e tio, só nunca o conheci pessoalmente. Ele é da Irmandade Ariana, mas trabalha em estreita colaboração com a Klan. E não há nada nele. Sem traços de e-mail, sem faturas, sem mensagens. Nada."
Cerro os dentes e olho Styx que está escutando atentamente. Ky não quis contar ao Prez sobre o plano para pegar Phebe por causa de seu casamento, mas não durou muito. Styx sabia que algo estava errado com seu VP. Ele o lê como leio Flame e Vike. Então Ky contou, e Styx aceitou o plano. Teve que adiar o casamento por um mês de qualquer maneira para conseguir o pastor que Mae queria para realizar a cerimônia, então temos tempo para matar.
"Mas encontrou algo?" Ky traduz o que Styx sinaliza.
Tanner suspira, os círculos pretos ao redor de seus olhos mostram quão duro o irmão está trabalhando. "Sim.”
Ele balança a cabeça e meu sangue gela. Sei que tudo o que encontrou não é bom.
Tanner abre o arquivo na frente dele e joga uma foto em direção a Prez. Styx a olha, então passa para Ky. "Alguma cidade fantasma do meio de lugar nenhum?"
Ky passa a imagem ao redor. Vike me entrega, e a estudo. É aérea, e a imagem está granulada, tudo que consigo ver é apenas um enorme pedaço de terra com decrépitos edifícios antigos.
Passo a foto para frente. "O fodido é dono disso?"
Tanner me encara. "Sim, ou pelo menos seu pai é. Ele está morto, mas as ações ainda estão em seu nome. Está na família há décadas. Levou um tempo para rastrear." Ele balança a cabeça. “Meister é notório entre a Klan. Certo, Tank?”
“Sim” Tank concorda. "Nunca o conheci, mas todos ouvimos falar. Ele tem se mobilizado por anos na guerra que pensam estar chegando. Realmente sério, como uma bomba em Oklahoma. Pelo que temos ouvido, o cara tem uma mente insana quando se trata de avançar a raça branca. Se acha Hitler fodido, imagine que ele teve um filho mais filho da puta com uma cópia carbono de sua mente psíquica e terá Meister. O imbecil nem sequer é alemão. Apenas deseja ser, jorrando frases em alemão como se nasceu e foi criado em Berlim. Delírio do idiota."
"Isso não será fácil", Tanner termina, olhando para mim, Vike, Flame, Hush e Cowboy. Fomos os cinco que concordaram em ir à procura de Phebe. Hush e Cowboy acenam com a cabeça para me avisarem que ainda estão nessa.
"Então ele está nesta cidade fantasma?", Perguntou Ky, traduzindo novamente a linguagem gestual de Styx. "Se sim, vamos lá fazer o fodido falar e dizer onde colocou Phebe. "
Tanner se inclina para frente. "Ele não está apenas vivendo na cidade fantasma ou se escondendo. É onde tem seu empreendimento."
“Empreendimento?” Ky repete. É uma pergunta desta vez.
Tanner assente com a cabeça. "Pelo que posso dizer, é um bordel. Membros da Irmandade Ariana, Klan ou simpatizantes podem ir lá por uma noite ou alguns dias." Tank desloca-se desconfortavelmente ao lado. "Não tenho certeza, mas estou pensando que não é apenas ter o pau sugado e fodido. Será realmente fodido. Se a reputação de Meister é qualquer coisa perto, estamos entrando num inferno organizado e armado. "
Os olhos de Tanner escurecem. "A Klan tem a reputação de estar cheio de ignorantes. Não vou mentir, cresci acima, mas a maioria dos aliados do meu pai são dessa maneira. Grossos como foda e não podem fazer merda sem estragar tudo. Skinheads, soldados de nível inferior, entende? "
"Mas há membros que não são", continua Tank. Ele dá um olhar embaraçado. “Nós não éramos, para começar.”
Tanner assente. "Não é a norma, mas alguns de nós são bons. Inteligentes, lutadores fortes, ou apenas malditos psicopatas. Os skinheads e ignorantes são os soldados. Os nossos gostos, os de Meister, são da maldita elite. Os planejadores, os líderes, os generais, aqueles que acreditam na causa tanto que são fodidamente letais com o que farão, o que são capazes de fazer. Meister é a verdadeira Irmandade Ariana; Ele está se preparando para a guerra. Ele é o verdadeiro negócio. "
"E agora está no nosso pescoço para agitar essa merda?" Pergunto.
Tanner assente. "Vem do norte do Texas. Nunca mudou nosso caminho antes. Mas a Klan está construindo dia a dia, unindo forças com outras gangues de supremacia branca, como a Irmandade, e com a merda que está na notícia vinte e quatro horas todos os dias, negros e brancos degolados, isso é movido por...” O irmão cerra a mandíbula. "Por meu pai e meu tio, que vão protegê-lo de ser descoberto pelos federais." Ele suspira e passa a mão pelo rosto. "Do que pude descobrir, esta cidade fantasma só existe no último ano ou algo assim. Ele está procurando financiar alguma coisa."
"Não estão lidando com armas?", Cowboy diz. "Pensei que é o que Rider disse que o contrato com o culto era."
"Rider tinha certeza de que eram armas. Pelo menos quando lidava com a Klan era tudo sobre armas. A Klan vendia e pegava uma parte”.
"Seu gêmeo fodido," Hush rosna. “Ele mudou o arranjo, não foi? Quando Rider estava preso?"
“Pense bem...” Tanner diz depois de alguns segundos de silêncio. “Então, o que estão fazendo? O que Judas dava a eles, se não as armas israelenses?"
“Mulheres” o próprio Tanner responde. "Mulheres do culto, acho. Não é cem por cento. Mas é o único link que posso fazer."
“Mulheres?” Ky pergunta. De repente Styx fica mais ereto. O punho de Ky bate na mesa, e Flame começa a tremer ao meu lado. Os três irmãos que tiraram suas cadelas do culto estão rapidamente percebendo que poderia ser elas se não tivessem saído.
"Fazendo-as de prostitutas?" Cowboy pergunta.
"É o que acho," Tanner diz. "Essa foto aérea é tudo o que consegui, e é de anos atrás. Não há novas imagens. Não tenho ideia de quão cheia a cidade fica ou como está ocupada. Tem um código de zona de exclusão, sem dúvida um acordo do meu velho. Nenhuma ideia sobre o número de mulheres lá ou o que têm que fazer. Levei semanas apenas para ter a informação."
"Ele tem Phebe lá como prostituta?" Ky rosna. "Foda-se!" Ele pega o copo e joga-o contra a parede. Quebra em um milhão de pedaços.
"Ela era uma antes."
Estico-me quando uma voz fala do fundo da mesa. Viro para ver quem tinha falado. Smiler. O irmão normalmente silencioso olha em volta para todos nós.
"Fale," ordeno.
Smiler não se encolhe com meu comando frio. "Estava conversando com Rider." O irmão nem sequer dá uma merda que o resto de nós não pode acreditar que ainda conversa com o ex-profeta. "Ele me contou sobre o culto” ele olha para Ky, depois para mim, e diz: “Sobre Phebe.”
Ky fica em silêncio, com sua mandíbula apertada, percebo que já sabe o que Smiler dirá.
"A maior parte de sua vida ela foi uma prostituta para o culto. Ia ao mundo exterior e atraía os homens de volta a comuna para fodê-los. Uma vez que estavam lá eles se juntavam, é claro. Toda a buceta livre que quisessem, qualquer idade que quisessem. Disse que a irmã de Lilah era a prostituta principal da comunidade, todas essas putas acreditavam estar fazendo a ‘obra de Deus’ ou alguma merda. O velho profeta que criou essa prática anos atrás, quando queria expandir."
Meu estômago revira. Meus dedos se enroscam em punho. Sinto meu sangue ferver, fodido veneno assassino navegando através de mim. Penso em Phebe, naquela porra de cabelo vermelho e rosto cheio de sardas. O pensamento fodido de homem a homem, os olhos azulados que me olharam os olhando, atraindo-os. Foda-se. Isso me faz querer cortar algumas gargantas.
Isso me faz querer matar.
"Porra. Então Judas estava vendendo a Meister as prostitutas do culto para seu bordel?", Hush diz. "É por isso que Meister ficava no culto algumas vezes. Ele ia escolher suas prostitutas.”
"Merda. E pensei que éramos fodidos," Vike exclama.
"Então, qual o plano?", Pergunto a Styx. Ele encontra meus olhos, mas antes que possa sinalizar, Tanner fala.
"Não é tão simples quanto entrar e sair da comuna. Eles terão armas de alta qualidade e soldados militarizados. Não é nenhum anel do sexo. Se é Meister, isso é mais. Muito mais."
“Então o que?” pergunto.
"Então precisamos de um plano," Tank diz.
"Então vamos ter um plano de merda!", grita Ky. Styx assobia para os prospectos. Ash e Slash entram na sala, e Ky cerra o queixo. "Precisamos de comida, bebidas, e resolver essa merda. Ficaremos aqui por um tempo."
Ash e Slash saem. Então começamos a planejar. Tentando descobrir como entrar na merda da cidade fantasma.
E o tempo todo, tudo que posso ver na minha cabeça é vermelho. Vermelho como sangue, vermelho como névoa que desceu sobre meus olhos. E acima de tudo, vermelho como o cabelo mais longo. Cabelo vermelho longo e pele pálida presa a uma fodida árvore.
Sardas.
Olhos azuis.
Phebe.
A cadela do culto virou a puta de Meister.
Capítulo dois
Phebe
Meus braços e pernas doem quando tento me virar na cama. Estou suando, tão quente que quando forço minha boca a abrir, suspiro por ar. Movo a língua, mas mal se mexe em minha boca seca.
Estou com sede.
Tão sedenta.
Respirei através do nariz, esperando a dor em meus músculos doloridos aparecer. Quando acontece, forço meus olhos a abrir. Encolho-me com a luz que entra entre as cortinas desbotadas cobrindo a minúscula janela, tentando em vão piscar para afastar o brilho. Minha cabeça pulsa e o estômago grunhe, mas obrigo-me a sentar. Quero gritar quando meus músculos protestam contra o movimento. Olho meus membros nus, lutando contra as náuseas quando vejo o sangue reunido sobre os lençóis sujos entre minhas pernas.
Flashes de ontem à noite empurraram através da névoa grossa que sempre parecia estar lá na minha mente. Meister prendendo-me a cama. Cobrindo-me com seu enorme corpo musculoso, me machucando. Injetando-me com a doce poção que tira todos meus medos e dores.
Gosto da poção de Meister.
Preciso dela.
Então o vejo agarrar meus braços quando esmaga a boca contra a minha, mordendo meus lábios e fazendo sangrar. Ele lambe o líquido quente. Lembro de suas mãos forçando minhas pernas a se separar. E lembro de seus dedos encontrando meu núcleo e empurrando grosseiramente para dentro. Um dedo, dois, e depois mais.
Até que não pude segurar o grito.
E então ouço sua risada, a profunda apreciação da minha dor. Antes que sua mão agarre meu pescoço enquanto o punho inteiro escorrega de dentro de mim. O alívio de estar vazia dura apenas segundos, até que ele empurra sua masculinidade dentro. E é ainda mais áspero que antes. Estocando enquanto me tira o ar, apertando minha garganta. Eu o arranho. Acerto, mas ele só rosna mais alto, endurecendo mais. Até que finalmente se derrama, desabando em cima de mim com um longo gemido estrondoso.
Em resposta, olho o teto, lágrimas silenciosas nadando em meus olhos enquanto deixo a poção inundar-me.
E me afasto desse inferno.
Gosto de ser levada.
Raramente deixo esse quarto, essa cama. Não sei quanto tempo estou aqui. Não vi ninguém além de Meister, na maioria das vezes. Às vezes, ele me leva para fora para andar por aqui... esta ... qualquer que seja o lugar.
Às vezes ele me permite sentir o sol no rosto e respirar ar fresco quando acha que mereço. Mas isso é raro. Eu sempre o desaponto; Ele sempre me machuca. Nesses preciosos dias passados ao sol, ocasionalmente vejo alguns homens, mas eles nunca falam comigo.
Não vi outras fêmeas.
Estou sozinha.
Só eu e Meister.
Ao som da fechadura girando na porta, me enrolo, os olhos arregalados, esperando ele passar. Meus braços coçam e as pernas se movem inquietas sobre o colchão molhado. A corrente presa ao meu pulso tilinta quando meus braços se contraem de excitação. Meu sangue corre nas veias e o pulso martela em antecipação do que Meister está trazendo.
Ele tem a poção que me faz esquecer.
Sorrio.
Então ele está dentro do quarto, tão grande e dominador como sempre, com o pescoço grosso e cabeça raspada.
Usa jeans e uma camisa branca. Os braços fortemente tatuados estão cheios de músculos. Seus olhos azuis travados em mim, e como faz toda vez que o vejo, o medo me infundiu e me prende ao lugar.
“Phebe” Meister diz suavemente. Meus olhos nunca o deixam enquanto ele se move em volta da minha cama antes de parar no pé. Ele estende a mão, e o dedo circula delicadamente meu tornozelo. O calor insaciável que queima meu corpo subitamente é transformado em gelo ao seu toque. E então os dedos sobem pela panturrilha e para cima ao longo da coxa até que param na entrada do meu núcleo.
Nunca tiro a atenção de seus olhos. Eles brilham ao ver o sangue que se acumulou entre minhas pernas. Minha respiração para no peito quando seus dedos deslizaram ao longo de minhas dobras. Quero chorar pela crueza da dor que sinto, os efeitos secundários da noite passada. Mas mantenho a dor trancada, só para perder o controle e vomitar quando Meister traz os dedos ensanguentados a boca e corre a língua ao longo das pontas molhadas.
Rolo de lado, para o balde que ele mantém ao meu lado, e solto o nojo que meu corpo tenta em vão expulsar. Nada surge. Em vez disso, meu corpo anseia pela poção. Anseia pelo líquido que tiraria o mau e introduziria apenas o bem. Sinto a cama afundar ao meu lado. Meister segura meu cabelo longe do rosto superaquecido.
"Shh...” ele murmurou amorosamente. Passa a mão pela minha coluna e corre o dedo entre a fenda do meu traseiro. Gemo, sentindo-me doente, perdida, o calor abrasador de desejo passando por minhas veias.
Mas ele não para. Meister nunca para, não importa o quanto tento protestar. Ele pega. Ele pega, domina e leva.
Ele me puxa para cima e me deita na cama. Minha cabeça roda enquanto tento me concentrar. São necessários vários segundos para minha visão limpar e o quarto parar de rodar.
Meister está levando meu braço acorrentado em sua direção. Meu pulso descansa em seu colo, e ele corre os dedos subindo e descendo no meu membro virado para cima. Minha pele está mais pálida do que me lembro de ser; salpicada de marcas vermelhas, alguns machucados cicatrizados e alguns frescos e sangrando.
“É isso que quer, meine Liebchen1?” Meister diz, a voz tão suave quanto um sussurro. Não faço ideia do que ele me chama, mas sempre é gentil quando fala estas palavras para mim.
Quase amoroso.
Cada vez que ele o faz, quase me engano pensando que realmente se importa.
Fecho os olhos enquanto assinto. Minhas veias quase estouram de necessidade. Elas parecem querer saltar da minha pele, procurando a pressa que desejam, o líquido que é um bálsamo para minha alma torturada.
Para minha alma pecadora.
Quando abro os olhos, Meister ergue uma agulha para eu ver. Resisto ao impulso de atacar e empurrá-la em minha carne. Meister está no controle. Aprendi que com ele, livre arbítrio não existe.
Enquanto minha mente se afasta num caleidoscópio de lembranças e dor, sinto a picada familiar da agulha entrando na veia. Então uma onda de luz e bem-aventurança flui através do meu corpo, me elevando num etéreo estado, um cobertor de calor, e dolorosa liberdade.
Como se estivesse envolvida na segurança dos braços de Deus, respiro fundo e deixo minha mente tranquila, dançando com luz e vida. Nenhum estresse, nenhuma dor... apenas um rio de paz.
Sinto a agulha sair da minha pele, seguida pela barba de Meister quando ele se inclina para beijar e diz que voltará logo. Não ouço a porta fechar quando ele sai. Fecho os olhos e sigo o sol.
Estou numa floresta, no fundo de um paraíso mágico. Danço entre as árvores, sentindo as folhas vibrarem em meus dedos, a grama macia sob meus pés. Luz e música flutuam no ar, instando meu corpo a balançar com a batida.
Adoro dançar. É minha coisa favorita no mundo.
Giro e sorrio quando vejo minha Rebekah entrar na clareira, tão linda quando a tinha visto.
Seus longos cabelos loiros caem pelas costas e os olhos azuis brilham e se enchem de alegria.
"Rebekah," suspiro. Abraço-a com força. Rebekah solta sua doce risada na minha orelha.
"Estou bem, Phebe." Sua voz suave e delicada se espalha sobre mim como uma oração.
"Verdade?" Pergunto através da garganta apertada. "A última vez que te vi...O que Judas fez... O que aqueles homens fizeram..."
"Shh...” Rebekah acalma-me, acariciando o cabelo. "Estou feliz, e ...” Rebekah recua e vira para a borda da floresta. "Venha", ela instrui alguém. Um riso agudo soa através da noite e meu coração aperta tão firmemente que não parece possível.
"Grace." Cubro minha boca para parar o soluço de escapar da minha garganta. Grace encontra Rebekah e a abraça... Como uma criança se agarra a sua mãe.
"Ela te encontrou," ofego, lágrimas escorrendo pelo rosto.
"Ela fez," Rebekah diz quando Grace estende a mão para meu abraço. Envolvo a garotinha loira nos meus braços e choro em seus cabelos macios.
"Você está segura agora", murmuro e sinto Grace assentir. Abro os olhos para ver Rebekah assistindo, doce amor em seus olhos. "Perdoe-me, Rebekah," imploro. "Por não te salvar quando eu deveria. Por não te proteger quando era jovem. Pelo que Judas fez com você naquela colina... "
Rebekah aproxima-se, sacudindo a cabeça. “Não há nada a perdoar, Phebe. Você salvou Grace. Estamos felizes agora. Você me salvou salvando-a.”
"Felizes", choro. Felizes ... seguras ...
“Irmã Phebe?”
Lentamente me viro. Lá está ela, com um vestido branco, o cabelo loiro comprido e olhos escuros que conheço tão bem. Nossos olhos se encontraram e ela sorri para mim. Ando lentamente, sentindo o esmagador amor dentro de mim que tenho cada vez que meus olhos estão sobre ela. "Sapphira", sussurro. Ela cresceu desde a última vez que a vi, lendo as escrituras juntas na comuna, deitada entre as flores, mãos esticadas e sorrindo sob o calor do sol. Nenhum homem, nenhum dever... apenas felicidade na companhia uma da outra. E ela ficou ainda mais bonita, se possível. Ela abaixa a cabeça e a olho. Ela é tão tímida, sempre foi. Tão quieta, mas tão bonita por natureza. Corro a mão através de seus cabelos macios e sinto meu coração vibrar, depois se despedaçar. "Não te vejo há tanto tempo", digo, minha voz falhando.
"Eu sei." Uma lágrima escorre pelo seu rosto, e a pego com meu dedo. Estou quente, como ela.
"Eu... Eu sinto sua falta." Sua confissão silenciosa rasga minha alma em duas. Num piscar de olhos, a envolvo em meus braços. Ela ainda parece a mesma, ainda sente o mesmo em meus braços.
"Também sinto sua falta, Sapphira. Muito. Tanto que às vezes não consigo respirar.”
"Quero voltar para você", ela implora e me segura mais forte.
"Não é seguro", digo chorando. "Onde estou não é seguro para você."
"Eu sei," ela cede, mas não se move do meu abraço. Ela quer ficar comigo, posso sentir na minha alma. Meu coração dispara. Quero que ela fique também.
Abro os olhos, sorrindo, mais feliz do que jamais sonhei que poderia ser, mas então a floresta começa a desaparecer.
As árvores começam a sumir na escuridão, o sol mergulhando atrás de um horizonte muito próximo. Tento segurar Sapphira mais forte, mas começo a perder a sensação dela em meus braços. Seu corpo brilha diante de mim, evaporando. Pisco, tentando vê-la apenas mais uma vez, beijar sua bochecha e dizer que a amo. Mas então estou caindo, caindo até que bato em algo duro tão forte que me rouba a respiração. Grito, braços estendidos, tentando voltar para a floresta, mas a escuridão começou a clarear, então aparece para mostrar o interior de um quarto pequeno.
Estou de volta à minha cama, acorrentada, com os braços esticados no ar. "Não," sussurro, devastação me tomando. "Não!" Choro novamente, curvando-me de lado para tentar trazer de volta a luz.
Quero voltar para a luz.
Preciso de mais poção para me ajudar a voltar.
Então o ouço respirar.
Lágrimas caem como ondas em minhas bochechas enquanto minha euforia vira completo desespero.
A mão de Meister estende e alisa a umidade das minhas bochechas. “Liebchen2...” Ele murmura quando o olho, porque sei que devo, ele tirou a camisa para revelar a enorme tatuagem preta estampada no centro de seu peito. O símbolo que repetiu em muitas outras partes de sua pele pálida, o símbolo que pende em grandes bandeiras vermelhas, brancas e pretas ao redor da sala.
"Você sonhou com ela de novo?" Ele diz suavemente, aproximando o rosto do meu. A poção está desaparecendo e sinto um profundo vazio no estômago e no coração. Abro a boca para pedir mais. Quero mais da poção. Mas antes que possa, os olhos de Meister obscurecem com maldade. "Responda-me!" Ele ordena.
A mão que apenas alguns segundos atrás era suave em minhas bochechas de repente torna-se cruel quando ele agarra minha mandíbula e me fita com ameaça nos olhos.
"Sim," digo, forçando as palavras através de garganta apertada. “Sonhei com ela.”
Ele relaxa o aperto. "Engraçado como a heroína faz você falar em seus sonhos, como se estivesse vendo tudo de verdade." Sua cabeça inclina para o lado. “O jeito que chora por ela. Que a quer em seus braços.” Então lança o último insulto. "Mas não lutou por ela, não é? Você a perdeu, e agora ela se foi.” Ele dá um tapinha na minha cabeça. "Só aqui ela precisa de você. Porque você falhou com ela. Você é uma protetora terrível, terrível. Uma irmã horrível.”
Seu aperto aumenta novamente em minha mandíbula, tão forte que grito, aterrorizada que ossos quebrariam debaixo da grande força. Ele mostra os dentes e silva: “E Grace estava lá de novo também? A bonita que escondeu de mim?” Seu nariz desliza contra o meu, sedutoramente, afetuosamente, até que a boca toca minha orelha. "Ela teria me feito uma merda de dinheiro, mas você a deixou ir. Você a tirou de mim." Ele me soltou e ofego de alívio.
Sua mão se enfia no meu cabelo. "Mas tenho que te manter." Ele sorri, cruel e perverso. "E não vou te deixar ir. Eu te amo. Sabe disso, não é? Minha puta ruiva.”
Ele pega meu pulso quando não respondo, então rapidamente falo: "Sim. Eu... também te amo, Meister.”
Meister solta meu braço e assente com aprovação. "E por causa disso, você ganhou um banho." Meister me solta e ajuda a levantar da cama. Olho meu corpo nu hesitantemente ficando em pé. Posso ver meus ossos. Posso ver minhas costelas.
Quando ganho equilíbrio, Meister me leva ao chuveiro. Quero chorar a cada passo, dói demais. Não ando há dias. Meus membros não estão acostumados ao movimento. Mas mais do que isso, com cada passo que dou, vejo meu sonho com Sapphira deslizar cada vez mais longe de mim. E ouço o eco da voz de Meister... você falhou ... você é uma protetora terrível, terrível... uma irmã horrível...
Porque é verdade.
Falhei com ela.
Tudo foi por nada.
Minha vida foi em vão.
Nada ...
Tudo o que deixei no mundo.
* * * *
Deixo a água cair sobre minha cabeça. Minhas palmas estão planas na parede enquanto vejo o fluxo contínuo de sangue e sujeira dos últimos dias. Meu pulso dói pela dureza da algema e as novas marcas de agulhas palpitam quando a água quente atinge minha pele.
Inspiro o vapor, rezando para limpar minha cabeça. Mas não adianta. Minha mente sempre ocupada nunca descansa. Nunca foca em paz. As únicas vezes que tenho algum tipo de descanso é com a poção de Meister
Cortando minha veia e entrando no meu sangue.
“Saia” Meister ordena ao meu lado. Ele nunca me deixa sozinha a menos que eu esteja acorrentada à cama.
Sempre que me liberta dos grilhões, estou com ele. E ele me observa. Estuda-me... deseja-me.
Vejo em seus olhos.
É assim desde que Judas me deu a ele em New Zion, um presente sagrado. A fêmea que Judas sabia que Meister desejaria. E funcionou. Eu o seduzi, fiz ele ansiar meu toque.
Só que agora é pior. Ele não pode desistir de mim.
Sou o ar para seus pulmões e o ritmo de seu coração.
Sua obsessão final.
Meister caminha para um conjunto próximo de gavetas enquanto tento me secar. Quando ouço a gaveta abrir, o primeiro pedaço de esperança que senti em dias floresce no peito.
Quando Meister vira, segurando um vestido branco nas mãos, tenho que me impedir de chorar de felicidade. Ele só me veste quando me leva para fora. Quase caio de joelhos, ansiando por apenas o pensamento de sentir o sol quente beijar meu rosto e o ar fresco inflar meus pulmões.
Meister aproxima-se de mim, com as narinas inflamadas enquanto fita meu corpo nu. Ele tira a toalha, jogando-a no chão. Inclino a cabeça quando ele para diante de mim. Consigo manter-me completamente imóvel, perfeitamente obediente, quando seu dedo pousa no meu peito e circula a pele ao redor do mamilo.
Eu deixo. Sempre deixaria. Sei as consequências de qualquer ato de desafio. Levei uma semana para me recuperar da punição quando os homens do diabo invadiram New Zion. Meister me encontrou escondida, mas sem Grace. Eu o decepcionei.
E estou pagando o preço.
“Você é tão bonita, Liebchen”, Meister diz enquanto a língua desembarca na minha garganta e lambe as gotas de água até o lóbulo da minha orelha. Fecho os olhos.
Apenas respiro.
Conheço os homens. Sei meu papel, meu único dever dentro de New Zion, conhecer os homens. Era a mulher responsável pelas Sagradas Irmãs de New Zion. Saímos da comuna para recrutar homens, para serem membros da nossa causa. E acreditava que Deus me recompensaria pelo meu serviço. Gostava de dar prazer aos homens como nada que conheciam. Sou hábil na sedução, uma mestra em fazer todos os meus toques terem um gosto divino.
Judas não pôde resistir a mim, chegando mesmo a me fazer sua única consorte. Ou seja, até que encontrou um modelo mais jovem e mais adequado as suas... Necessidades específicas.
Mas Meister...nunca lidei com um homem como ele antes. Sua força, sua possessividade e suas punições... não tenho certeza do que fazer na sua presença. Ele me paralisa de medo.
"Vista-se." Meister me entrega o material branco e fino. Com as mãos trêmulas, faço como solicitado, afastando meus cabelos longos e molhados do rosto com os dedos.
Meister chuta um par de sandálias em minha direção, e as coloco, impedindo-me de correr em direção à porta. Então Meister está ao meu lado, segurando meu braço num aperto de ferro. Ele lidera o caminho para frente, me puxando para a porta. A virada da fechadura parece demorar para sempre. Mas quando a porta finalmente abre e a luz do dia surge, respiro o primeiro ar limpo e imediatamente me acalmo.
Encolho-me quando saímos e a luz do sol brilha ao meu redor. Acalmo-me, tentando piscar no sol da manhã. Talvez tarde, ou noite. Não sei.
Inclino-me em Meister para me impedir de cair, seu corpo enorme me sustentando quando perco para uma súbita onda de fraqueza. Quando o mundo volta ao foco, percebo o que está diante de mim. A cidade, diferente de tudo o que já vi antes com barracas de todas as formas e tamanhos espalhados em torno do chão empoeirado. Os sinais estão acima dos edifícios: "Saloon", "Cadeia", "Dentista", "Barbearia" e muitos mais. Não tenho ideia do que muitos desses títulos significavam, ou se esses prédios funcionam como estão nomeados.
Uma leve brisa sopra a sujeira no ar, balançando a areia ao redor dos meus pés. Balança as estranhas bandeiras que pendem dos edifícios, o material dançando suavemente.
Está quieto, apenas alguns homens caminhando pela cidade estéril. Muitos deles parecem semelhantes a Meister, tem as mesmas tatuagens pretas na pele e corte de cabelo semelhante. A coloração é a mesma; usam roupas semelhantes.
E todos olham para mim.
Meister enrijece quando um homem passa e lança-me um sorriso. Ele dá um passo à frente, usando a arma como intimidação. "Corra antes de eu quebrar seu pescoço, Cunt!" Ele grunhe, mandando o outro macho correndo para o grande edifício cujo letreiro se lê "Saloon".
Meister me puxa para frente. Posso dizer por sua agressiva pressão que está muito descontente.
Sufoco um gemido quando sua mão machuca a pele em meu braço. Não sei para onde vamos. Estou simplesmente grata por estar aqui fora. O hotel está a apenas alguns passos quando um grito alto e o som de uma arma quebram o silêncio.
Minha cabeça vira para a direita, para o edifício de onde o barulho veio. Meister se agacha, o aperto aumentando.
"Foda-se," ele xinga quando um homem vem através da porta do prédio.
“Meister!” Grita o homem. "Problema!"
O lábio de Meister se curva e ele solta um grunhido de irritação. Ele me puxa de volta para a porta do quarto onde me mantêm. Meu coração despenca; seria trancada novamente.
Respiro tanto ar quanto posso, pateticamente tentando saborear seu frescor e o toque de veludo da brisa quando ela encontra meu rosto. Outro tiro dispara e a chamada por Meister vem outra vez, mais ruidosamente agora.
Meister geme de frustração e me empurra contra a parede. O ar sai dos meus pulmões pelo impacto. Antes mesmo de ter chance de me recuperar, o firme aperto de Meister está no meu rosto, e seus olhos azuis entediados nos meus. "Fique aqui. Não ouse se mexer até eu voltar.”
"Sim... Senhor”, consigo responder.
Meister esmaga a boca cruelmente contra meus lábios. Ele não quer beijar; simplesmente devasta minha boca. Ele se afasta e atravessa a sujeira para o prédio que abrigava o problema. O sinal da porta mostra "Dentista".
Caio contra a frágil parede de madeira e limpo a água de meus olhos. Como se meu corpo pudesse fazer algo mais que obedecer seu comando, permaneço rígida e imóvel.
No silêncio, permito que meus olhos digitalizem a área. Minha cabeça doí e a boca está seca. Mas pior, meu braço coça e as veias já começam a inchar com a necessidade da poção de Meister.
E estou cansada. Estou tão, tão cansada...
Um movimento de outro lado do caminho de terra chama minha atenção, e minha cabeça vira quando avisto um homem correndo de um dos edifícios, arrastando alguém atrás dele.
Estreito os olhos, tentando ver mais claramente. Meus olhos estão ficando borrados, o cansaço começando a tomar posse... E então tudo se encaixa.
Uma jovem de cabelos loiros. Um vestido branco, exatamente o mesmo que eu uso. Chocada com o fato de que não sou a única mulher neste lugar, dou um passo à frente. Assim como eu, a mulher se vira para o homem, lutando para se libertar.
Ela escorrega de seu aperto, e quando vira, pego um vislumbre de seu rosto. O reconhecimento me bate como um golpe na cabeça. Sinto o sangue escorrer por minhas bochechas, meus membros ficando fracos enquanto luto para permanecer ereta.
Não... não não não não...
Esfrego meus olhos, tentando vê-la melhor. Rezo para me enganar. Oro... Balanço a cabeça,
Convencendo-me que estou errada.
Mas conheço aquele rosto.
Eu adorava esse rosto...
Horror, devastação e uma gama de tristeza varre-me como um furacão quando o macho agarra a menina pelos cabelos e dá um tapa em seu rosto. A moça balança em seus pés, então, incapaz de fazer qualquer outra coisa, ela é arrastada pelo homem para um grande edifício parecendo um celeiro.
Uma menina.
Porque ela é uma menina.
Não mais que... forço meu cérebro, tentando lembrar, tentando limpar a neblina sempre presente da minha mente.
Meu cérebro se agarra a alguns fatos, algumas verdades que existiam antes de Meister as queimar com sua poção e dor.
Quatorze... penso enquanto meus olhos se alargam e meu coração bate num ritmo impossível. Minhas mãos tremem quando lembro do rosto da menina em minha mente, ligando as memórias ao presente. Os longos cabelos loiros, o corpo, os olhos castanho-escuros...
"Sapphira?" Sussurro, dor quente cortando meu estômago. Era ela? Não... não pode ser. Ela está segura num lugar distante.
Ele me disse que está segura.
Tirei-a de New Zion. Ela não bebeu o veneno... ela está segura, sobreviveu ao suicídio coletivo...
Uma dor devastadora atravessa minha cabeça quando penso em seu rosto novamente. O medo e o pânico quando foi puxada pelo homem. Seus lábios machucados, a pele manchada. Não, não pode ser.
Meu foco gira e a visão roda. Não consigo pensar. Preciso da poção para pensar. Preciso do que apenas Meister pode me dar.
Mas então um grito penetrante e feminino vem do prédio à minha esquerda. Sem pensar, minhas pernas me empurram para a frente.
Corro tão forte e rápido quanto posso, pedras do chão áspero e solto escorregando em minhas sandálias e cortando a pele. Minhas pernas estão fracas quando me empurro em direção ao prédio, mas não importa quando outro grito se segue, este mais suave, como se a pessoa estivesse sendo ferida. Minha Sapphira
Sendo ferida...
"Sapphira!" Engasgo, quase inaudível. Pânico toma todas as minhas células, correndo para irromper num poço de tristeza, chegando no abismo do meu estômago. Chego à porta de madeira da estrutura do celeiro e pressiono a mão contra a madeira escura. O pulso no meu pescoço bate tão ferozmente que é o único som que posso ouvir...
... até empurrar pela porta, e tudo parar, tempo, sentido... vida.
Meu corpo está imóvel enquanto olho em volta da sala. Bile e vômito rastejaram até minha garganta pelo cheiro pútrido enchendo o ar.
Menina após a menina, na maior parte novas e magras, dispostas em fileira após a fileira de camas estreitas separadas por frágeis cortinas. Passo por uma morena, depois uma loira, examinando os rostos esqueléticos. Os olhos estão fechados ou aturdidos, perdidos pela a poção, os braços tão marcados e machucados quanto os meus.
E então me acalmo. Meus lábios tremem. Conheço essas fêmeas. Mary... Eve... Bilhah... Martha...
Martha!
Elas são da Ordem. Essas moças, algumas de quatorze anos, são mulheres de New Zion.
Meu povo.
E...
Um gemido vem do canto distante. "Sapphira", disse, cada sílaba me enchendo de pavor. Não imaginei coisas. Vi seu rosto, a bela e angelical face.
Esta não é a poção fazendo truques com minha mente.
Não dessa vez.
Sapphira está aqui quando ele disse que ela estava segura. Não entendo. Minha mente pesada não me deixa processar. E o macho do lado de fora está prendendo-a, uma mão cavando as unhas na carne de seu braço enquanto separa suas pernas. A outra mão envolve seu pescoço, sufocando, cortando o ar. Então, de repente, vejo seu corpo magro e frágil ficar mole. Um saco transparente pendurado num poste de metal ao lado dela... E a poção dentro está pingando na veia de seu braço.
Sapphira... Minha Sapphira...
Lanço-me. Jogo meu corpo no homem pressionando Sapphira para baixo. Bato em seus braços e uso as unhas compridas para arranhar sua pele.
"Puta!" Ele rosna e joga o corpo para trás. Perco o equilíbrio e caio no chão. Meu braço bate contra o chão, enviando um choque de dor através dos meus ossos. Mas quando olho para cima e encontro o olhar escuro de Sapphira, o corpo frágil sucumbindo à vontade implacável da poção, me forço a levantar.
Cambaleio de volta até o macho, que está pairando novamente sobre Sapphira. Conjurando uma força que não sabia possuir, me atiro nele, puxando seu braço para impedir que a mão descanse sobre a coxa exposta de Sapphira. "Pare!" Grito, minha voz rouca e crua. Tenho que detê-lo. Tenho que salvá-la.
Desta vez, quando o macho tenta me jogar para longe, seguro com todas as forças. Meus braços o envolvendo, e agindo por puro instinto, afundo os dentes no lado de seu pescoço. Mordo com força. Mordo tão forte que o macho cambaleia para o lado e bate minhas costas contra a parede. O ar some dos pulmões e meus braços soltam de seu pescoço. Caio no chão, esgotada por todos os combates. Mas tenho que tentar. Tenho que levantar. Tenho que salvá-la.
A porta abre. Meu coração afunda com puro medo antes mesmo de olhar para cima. Porque não preciso olhar para cima para sentir sua presença.
"Que merda?" Ele rosna, a voz profunda soando como adagas, ameaçando cortar minha pele fria e quebrada.
"A puta idiota me atacou como um cão raivoso."
Os pés de Meister cortam o chão tão rápido que me enrolo, tentando desesperadamente escapar de sua ira. Mas ela não está focada em mim. Ouço um gemido, um grito de dor e uma luta para respirar.
Meister coloca o outro homem contra a parede, o braço esticado apoiado na base da garganta do macho. O macho avermelha quando Meister coloca o rosto perto, dentes descobertos, lábios puxados para trás como um cão escapando do próprio inferno.
"Você tocou nela?" Meister silva, cuspindo no rosto do macho.
Ele balança a cabeça em sinal de protesto. Sangue escorre pelo seu peito, da mordida que dei em sua carne. Aproveito a distração para rastejar pelo chão. O braço de Sapphira está pendurado na cama. Estendeu a mão e pego sua mão na minha. Ela está tão fria. Os dedos tão fracos.
Sapphira...
Viro a cabeça para ver o macho lutando para respirar, as pontas de seus pés chutando o chão. Os olhos diretamente em Meister, mas o contato não o faz se encolher. Os braços fortes cortam a respiração do macho... enquanto observa a luz desaparecer de seus olhos. Quando os olhos do macho começam a escurecer com o iminente chamado da morte, Meister inclina-se perto, a boca no ouvido do macho e diz suave e delicadamente: "Você a tocou. Ninguém a toca.” A cabeça de Meister recua, e observa com interesse a pele do macho manchar de vermelho. "Não posso deixar acontecer, Dale. Mesmo o melhor dos soldados deve obedecer aos meus mandamentos. Sem exceções. Sem fraquezas. Lembra? Estamos em guerra e sou o comandante."
Numa última tentativa de lutar por sua vida, o homem bate com as reservas restantes de energia.
Mas o esforço é fútil. O aperto inflexível de Meister se mantêm firme, e em poucos segundos o corpo do homem desfalece. Os braços caem, os pés arrastam no chão, e os olhos não piscam novamente, para sempre congelados em seu assassino.
Como se não fosse nada além de um saco de sujeira, Meister solta o corpo no chão. E então vira para mim. Os olhos azuis brilham com adrenalina, com a emoção da matança. Imploro a meus membros traidores para cessar seu tremor. Mas não adianta; medo me segura firmemente em seu abraço quando Meister vem para mim.
Ele está descontente. Ele está mais desgostoso do que já vi antes. Aperto a mão de Sapphira mais forte. Chorando, beijo o dorso de sua mão, a pele manchada sob meus lábios. Então a deixo ir. Não posso deixar Meister perto dela. Não posso deixá-lo machucá-la como fez ao homem no chão.
Forço meu corpo a ficar em pé e vou em direção à porta. Meus olhos procuraram o quarto enquanto me pergunto ociosamente o que fazer, para onde ir. Como conseguiria tirar Sapphira.
O sal das minhas lágrimas corre sobre meus lábios rachados e secos. Meister está imóvel no centro da sala enquanto me observa. Engulo em seco, tentando lubrificar a boca inchada o suficiente para falar. Passo o olhar sobre as fêmeas que conheço, com quem já sorri e compartilhei comida e bebida. Seus corpos, tão feridos, envenenados com o estranho líquido, olham para mim como se eu fosse parte da piada do diabo.
"O que é este lugar?" Consigo sussurrar.
As narinas de Meister inflamam e as veias no pescoço espesso pulsam. Ele inclina a cabeça para um lado e corre a língua sobre o lábio inferior.
"Estas... Estas são minhas irmãs de New Zion.” Meus olhos voltam para Sapphira deitada na pequena cama e sinto meu coração comprimir no peito. Seu vestido ainda está mostrando a modéstia de onde o macho tocava sua jovem pele. O vômito sobe pela minha garganta quando penso nela sendo tomada, quando penso no homem que a toma. Seu corpo de quatorze anos.
Sua dignidade.
Um gemido deixa minha boca quando tento chegar até ela para cobri-la. Quero que ela abra os olhos e me veja, mas a poção a tirou da consciência. Preciso que ela acorde e me olhe. Para saber que estou aqui por ela. Que a amo.
Uma mão firme agarra meu pulso, fazendo-me parar. O aperto de Meister aumenta, e grito; não posso mais suportar a dor. Ele fica em silêncio enquanto torce meu braço. Caio de joelhos, com lágrimas escorrendo dos olhos.
“Por favor,” imploro quando temo que ele quebrará meu osso.
Meister olha para mim. Todo meu corpo treme. Lentamente, muito lentamente, Meister agacha até que está ao nível dos olhos. Sempre o achei bonito. No entanto, me surpreende como uma pessoa de alma poluída pode infiltrar-se em seu coração e corromper até mesmo as mais belas características.
“Disse para ficar ao lado da sua casa.” Ele corre o dedo indicador da mão livre sobre minha bochecha, um gesto calmante, a ternura um nítido contraste com a dor em meu pulso.
Meus olhos estão fechados. Quando abro, repito, “o que é.… o que é esse lugar?” Fito o cenário devastador de boas fêmeas reduzidas a esse estado lamentável, o cheiro de gozo do sexo masculino e a sensação de desamparo e prisão.
Mas Meister não responde. Em vez disso, traz o rosto ao meu e me olha com sua única versão de adoração. Sua bochecha esfrega contra a minha; os lábios roçam os meus. "Tenho sido bom para você, Liebchen,” ele murmura, amorosamente. “Tenho te acalentado, cuidado, mantido longe de tudo... isso.”
Leva apenas alguns segundos para Meister me agarrar, mudando de benevolente para malicioso. Suas mãos caem do meu rosto e punho, apenas para enfiar a mão e punho dentro do meu cabelo. Ele corre os dedos em torno dos fios e me lança no chão. Grito tão alto quanto minha voz fraca pode. Meu couro cabeludo está em chamas quando Meister sem palavras me arranca da sala que abriga minhas irmãs, minha Sapphira. Tento resistir, tento voltar para ela, mas Meister não tolera desobediência de qualquer tipo.
Ele não me deixa ir.
Girando nos calcanhares, levanta a mão livre e atinge meu rosto. Minhas pernas fraquejam, mas não caio, Meister me mantem na vertical pelo cabelo. Luto para encontrar uma base frágil quando ele me arrasta de volta para a luz do sol
Fazemos uma parada abrupta no exterior do edifício que Meister correu anteriormente, quando me mandou ficar no barraco. O sinal de “dentista” aparece na minha mente enquanto olho para o chão.
Um conjunto de botas entra na minha visão periférica. “Meister,” uma voz baixa diz, uma pergunta em seu tom.
“Estou usando isso. Ninguém vem a menos que eu diga. Se alguém se atrever, vou te matar.”
“Senhor”, o homem responde, dando um passo para o lado.
Atrevo-me a levantar a cabeça, mas me arrependo imediatamente. Um corpo do sexo masculino sem vida jaz no chão ao lado do edifício de madeira. Mas ao contrário do que Meister estrangulou, este tem uma lâmina na parte superior do crânio, sangue escorrendo em torno.
Tropeço quando sou forçada a andar para a construção. E então estamos dentro e tudo que vejo é sangue.
Sangue no chão. Manchas de sangue nas paredes... e sangue cobrindo o corpo pálido, sem vida de uma jovem garota, não mais que dezessete anos, amarrado a uma grande cadeira de couro. Seus pulsos estão amarrados, os tornozelos presos com algemas e sangue acumulado entre as pernas. Um saco claro como aqueles ao lado de Sapphira e minhas irmãs de New Zion pendurado ao seu lado.
Não consigo segurar as lágrimas pela menina que olha o teto cegamente. Seu cabelo é longo e castanho, os fios grossos emaranhados.
E então estudo seu rosto. Seu belo rosto...
Rachel.
Meu peito cede quando reconheço a beleza ante mim. Uma irmã sagrada. Apenas dezesseis anos.
Doce e amável Rachel com as bochechas rosadas, mas suas bochechas não têm mais nenhuma tonalidade rosa.
“Leve-a para fora e queime”, Meister ordena.
O homem levanta Rachel da cadeira. Seu corpo nu e pálido é esquelético com grandes braços. Ele joga o corpo sem vida sobre o ombro, como se ela nunca tivesse sido uma pessoa, um espírito e uma alma. Descartável e nada mais. Nem mesmo digno de respeito após a morte.
Sem dizer nada, o homem leva Rachel para a porta. Quando passa, levanto a mão e meus dedos envolvem os dela.
Estão frios.
Tão frio. Nada mais do que pele e ossos. Assim como Sapphira...
Pior, estão manchados de vermelho, o sangue derramado de seu calvário. Seja lá o que for. Sangue escorre de seu corpo, deixando um rastro, um trajeto vermelho escuro que conduz do lugar de seu inferno terreno.
Fecho os olhos. Quero correr para Sapphira e libertá-la. Quero fugir e começar num lugar novo. Ir para algum lugar celestial onde não há dor, nenhum sangue. Onde haja bondade, não crueldade.
Mas não conheço tal lugar.
A porta fecha; Meister e eu estamos sozinhos. Ouço cada respiração, a dele calma e suave, a minha rápida e com medo. Olho o quarto, permitindo que meus olhos avermelhados bebam a cena. Ferramentas estranhas penduradas nas paredes; aparelhos que não consigo entender sobre mesas.
E depois há a cadeira.
Sinto seus olhos me observando, queimando um buraco onde estou. Ele vem até mim, uma agulha na mão. Como faz o tempo todo, minha pele reage ao chamado de seu mestre, a poção sem nome que acalma meu sangue ardente.
Um gemido involuntário escapa de meus lábios quando meu corpo balança na direção da agulha. Mas Meister puxou-a do meu alcance e segura minhas bochechas com uma mão. “Você me desobedeceu”, diz ele, os olhos azuis cheios de ira.
Ele se aproxima, e para cada passo que dá em minha direção, dou um para trás. Ele é o caçador e sou a presa enquanto ele me incita mais para dentro do quarto, o corpo grande pairando sobre o meu.
Minhas pernas batem em alguma coisa, e perco o equilíbrio, caindo. Algo duro para minha queda, e escorrego em algo molhado. Antes que possa reagir, estou sentada numa cadeira com encosto. Tento me mover, mas Meister prende meus pulsos e amarra-os com força na cadeira. Minhas mãos pulsam enquanto luto contra meus pulsos amarrados.
Meus tornozelos estão próximos. Olho para baixo, e percebo onde estou. E o que está molhado debaixo de mim. Tento resistir ao vômito enquanto observo meu vestido branco tornar-se encharcado com sangue vermelho.
O sangue ainda fresco de Rachel.
"Não! Por favor!” Imploro. Meister amarra meus tornozelos, garantindo que não posso me mover. Luto contra as limitações, mas é impossível. Estou presa.
“Meister.” Sinto uma lágrima deixar o canto do meu olho esquerdo e cair no couro sujo debaixo do meu corpo. Indo para meu lado, ele acaricia meu cabelo. Meus olhos fecham sob seu toque, mas não em conforto.
É de pavor.
Não sei o que está por vir, mas sei que me impedirá de chegar a Sapphira. Ela precisa de mim e não serei capaz de ajudá-la. Não seria capaz de ajudar qualquer uma delas.
Meister abaixa e sorri suavemente.
“Este lugar, como você o chama, é para a causa, a guerra racial que está prestes a vir.” Minhas sobrancelhas arqueiam em confusão. Não tenho ideia do que uma guerra racial é. “Te poupei da verdade, porque estava tentando protegê-la.” Ele sorri, como se estivesse sentindo algo doce em seu coração. "Porque te amo, eu te separei do que acontece nesta cidade.” O rosto de Meister cai e raiva marca suas feições. “Mas você só me desobedece, não é, Liebchen? Porque é uma puta, e é isso que putas fazem. Você não é confiável. E agora, devo ensiná-la a se comportar.” Ele se inclina e beija minha testa. “Preciso erradicar o que viu hoje de sua mente fraca. Jogar essas novas memórias para longe.” Ele sorri. “Tenho um novo soro vindo para testar. Merda potente de verdade. Faz tudo desaparecer, nunca mais lembrar.” Ele acaricia meu rosto tão suavemente. “Darei a você, e ele vai agir. Logo não lembrará de nada desta noite. Será como se nunca aconteceu. Uma ardósia limpa."
“Não!” Grito. Não quero esquecer. Preciso lembrar que ela está aqui. Que ela não está segura.
Que preciso salvá-la deste inferno. Não posso ser empurrada para a escuridão, minhas memórias roubadas, para nunca mais lembrar. Ela pereceria. A dor, o medo que ela tem que suportar...
Ele me ignora. Tirando uma faca do bolso, corre a lâmina afiada na frente do meu vestido, cortando-o em dois. Ele empurra o material de lado, expondo meu corpo.
Em seguida, num piscar de olhos, a mão está na minha garganta, os dedos me sufocando. Seu rosto se aproxima. “Se quer ser tratada como o resto das putas nesta cidade, então será porra. No entanto será somente a minha puta. E sou o melhor por aqui. Vou te quebrar como fiz com todas. Ser dono da sua buceta como sou das delas.” Ele afrouxa o aperto quando enfia a mão no bolso e tira a agulha que minhas veias tão fortemente desejam.
Meister injeta a poção ao meu braço, em seguida, outra vez, e seguida, mais uma. Flutuo para longe. Assisto imparcial quando ele se arrasta por cima de mim, tirando sua masculinidade das calças e entrando em mim. Assisto do meu posto no teto quando ele me amordaça e corre a lâmina por toda a carne do meu estômago, deixando meu sangue cair no chão já sujo.
Fecho meus olhos enquanto a poção me leva para a floresta que anseio, aquela onde minha Rebekah e Grace esperam. Aquela onde Sapphira saiu de um sofrimento excessivo, coberta de sangue. Grito para seu corpo demasiado magro e olhos sem vida.
“Sapphira.” Tento chegar até ela. Mas estou amarrada a uma árvore, minhas mãos atrás das costas. Sapphira me vê e lágrimas caem por seu rosto. “Salve-me”, ela implora quando começa a desaparecer.
Como a poção navegando em minhas veias, a vejo desvanecer-se da floresta, em seguida, começar a desaparecer da minha cabeça, forma por forma, imagem por imagem. Tento lembrar de seu rosto. Tento segurar o fato de que ela está aqui. Mas a poção misturada com este novo soro fica mais forte que nunca, me roubando os gritos de Sapphira, suas lágrimas, seu rosto.
Balanço contra a árvore, tentando lembrar o que pedi a minha mente para lembrar. Mas a floresta é estéril e escura, e minha cabeça está muito cheia com o nevoeiro. Estou sozinha na floresta. Sozinha e com medo.
Quero lembrar.
Preciso lembrar.
Mas, quando meu braço formiga e fico imóvel contra a árvore, tudo que tenho apenas... sumiu.
Capítulo três
AK
"Eu criei antecedentes para vocês," Tanner disse enquanto lia os arquivos que nos tinha dado. "Coloquei suas informações sobre a intranet do Klan e arquivos compartilhados. Há milhões de pessoas lá, então vocês estarão perdidos entre os nomes. Fiz de vocês membros de nível médio - vocês devem entrar, mas não causar muita intriga."
Eu li meu arquivo novamente. Tanner tinha-nos como parte original da fraternidade de Louisiana. O sotaque de Cajun de Cowboy iria ajudar com isso. Nós éramos nômades de Klansmen, aparentemente. Eu nem sabia que havia tal coisa. Significava que nós vaguearíamos de estado para estado, ajudando o Klan ‘causar’ onde quer que precisem de nós. Soldados móveis.
"E esse Beau Ayers, é nossa suposta referência?" perguntei. "Ele é parente seu?"
Tanner ficou tenso. "Meu irmão," ele finalmente disse, casualmente, como se a relação não significasse nada para ele.
Mas a maneira como as veias saltaram ligeiramente em seu pescoço, me diziam o contrário.
"Deixe-me adivinhar, você não está muito perto, agora que deixou a grande causa branca?" O vaqueiro arrastou, enquanto Hush observava o ex-nazista com olhos suspeitos. Ele nunca confiou plenamente nele. Não poderia realmente culpar o cara.
“Não fale mais,” disse Tanner, rígido. "Ele era o próximo na fila depois de mim. Então agora ele é o herdeiro. Ele tem maior autoridade nos círculos de Klan, junto com meu pai e meu tio. Mas ele mantém para si mesmo, não é muito falante. Assina as ordens através de e-mails e essa merda. É a pessoa perfeita para ter dado a luz verde para saírem daqui para o Texas."
Tanner se inclinou sobre a mesa, todo negócios, a emoção se foi. "Você mostra a eles seus nomes na entrada. Eles irão verificá-los no sistema, verificar as associações. Você diz que acabou de entrar na cidade e precisa descontrair e quer uma buceta. Eu iria tão longe, como dizer que você quer uma buceta de todas as maneiras fodidas.”
Eu juntei minhas mãos enquanto tentava imaginar que tipo de merda estava acontecendo nesta assim chamada cidade. Os olhos de Tanner deslocaram-se para cada um de nós, por sua vez. “Todos têm nomes falsos. Lembrem-se deles. Não use o seu nome de estrada, se tudo isso desabar e vocês tirarem a cadela fora, não queremos vestígios.”
Tanner avaliando jogou os olhos para Flame ao meu lado. Ele estava olhando para o nome no arquivo na frente dele: Earl Brown.
Eu podia ler o que estava passando pela mente de Tanner; estava passando pela minha também. Não tínhamos certeza se o irmão estava talhado para toda essa merda disfarçada.
“Carson Abney,” disse Tanner para mim. "Mesmo antecedente. Ex-fuzileiro naval, franco atirador, operações especiais. Mesmo que façam uma varredura sobre você, significa que eles não podem obter seus registros reais, então isso funciona como nossa proteção. Vike é Wade Bray, e cawboy, Bryar Groves."
Tanner olhou para Hush. Hush olhou para trás, arqueando uma sobrancelha. "O que? Nenhum lixo branco, pseudônimo caipira para mim, mon frère3?"
Tanner apertou a mandíbula. "Você entra lá e esses fodidos vão linchá-lo no local."
"Engraçado." Hush disse secamente.
"Você fica perto, em um motel nas proximidades." Eu acenei para o meu irmão mestiço. "Precisaremos de uma distração em algum ponto. Você vai ser."
"Black bait4?" Ele sorriu, seus olhos azuis iluminando-se com excitação. "Você quer dizer que vou brincar com os grandes e maus arianos?" Ele se mexeu em seu assento. "Merda, meu enorme pau ficou muito duro. Bet Meister e seus capangas adorariam chupar isso."
Cowboy riu, então riu ainda mais quando Vike se inclinou ao meu redor para olhar Hush e perguntou:
“Isso é verdade, olhos azuis? Você é super dotado?"
"Como um cavalo filho da puta," Hush brincou.
Vike sacudiu a cabeça e olhou para o Cowboy. "Merda, irmão. Estou surpreso que você possa até mesmo se sentar, se você for golpeado por aquele arrombador diariamente."
Eu revirei os olhos e fechei o quarto antes que isso pudesse se transformar em um concurso de mijo Viking-Cowboy. “Quando entraremos?”
"Vocês estão prontos para ir quando quiserem," disse Tanner.
"Então nós vamos hoje à noite." Eu encontrei cada um dos olhos de meus irmãos. "Hush, você pega a van. Podemos precisar dela. O resto de nós vamos pegar uma caminhonete. Tem um pedaço de merda que acaba de entrar na loja. Batido e roubado. Não rastreável até nós."
Meus irmãos concordaram. Styx e Ky atravessaram a porta. "Você ajustou?" Ky perguntou, apontando para os arquivos em nossas mãos.
"Vou esta noite. Pode ser alguns dias. Está escuro.”
"Você precisa de nós, é só avisar e nós entraremos atirando para tirá-lo," Styx assinou.
Eu acenei com a cabeça novamente, então olhei para Ky. "Não diga a sua velha nada desta merda. Nós vamos buscar sua irmã, mas se este pau do Meister está fazendo o que suspeitamos que ele está, não há nenhuma garantia que a ruiva vai voltar para casa. E se nós a encontrarmos e a tirarmos do inferno, não pense que devemos trazer o fodido comitê de boas-vindas até que saibamos que ela não está à porta da morte."
Ky permaneceu em silêncio por alguns segundos, mas depois concordou com a cabeça. "No momento em que você sair, você me deixa saber o que está acontecendo. Viva ou morta, quero saber.
"Você entendeu," eu respondi.
Styx levantou as mãos. "Se algo não estiver certo, vá embora. Se Phebe está lá, mas você não pode chegar a ela, volte e vamos descobrir outra forma." Ele sorriu. "Basicamente, apenas não morra. Não tenho tempo para substituir você, estúpido pedaço de merda. Sim?"
"Entendido, Prez." disse Vike com uma saudação nítida.
Saímos do clube. Virei-me para Cowboy e Hush enquanto acendia um cigarro tão necessário. "Venha até nossas cabanas em uma hora. Hush, traga a van. Cowboy, traga a caminhonete. O Tank tem as chaves. Temos uma cidade de Klan para infiltrar.”
* * * *
"Você sabe que teremos que foder essas prostitutas quando estivermos lá, certo?" Eu disse e senti a caminhonete instantaneamente gelar.
"Eu não estou fodendo nenhuma buceta de meretriz," Flame cuspiu. Ele se mexeu em seu assento em agitação.
"Vamos avisá-los imediatamente que o Earl aqui é um louco do caralho que não toca em mulheres, a menos que as envie ao barqueiro. Eles vão dar uma olhada nele e acreditar," disse Viking. "Klan tem que amar psicopatas, certo?"
"Você espera que nós fodemos essas cadelas?" Perguntou Cowboy, seu chapéu de couro puxado para baixo em sua testa.
"Não tenho certeza sobre vocês idiotas, mas eu não estou em drogar putas. As putas do clube, meretrizes e merdas assim, estão okay. Mas o estupro não é o meu sabor."
"Buceta não é o seu sabor em tudo, não é?" Vike virou-se para o banco de trás. "Não é o gosto de esperma salgado em sua língua mais a sua coisa, mon frère?"
Revirei os olhos enquanto Viking passava a língua pelos lábios, e esperava que nosso irmão Cajun mordesse a isca.
"Depende do pau que o esperma está jorrando." Cowboy inclinou-se para frente até que estava a poucos centímetros do rosto de Vike, agora chocado como o inferno. "Você tem um cara que só comeu abacaxi, e porra-" ele sacudiu sua cabeça e balançou as sobrancelhas "- eu poderia lamber essa merda o dia todo."
Eu ri muito quando Vike engasgou com uma tosse, uma expressão de nojo em seu rosto. Cowboy apenas olhou fixamente para ele, balançando a língua.
"Você está fodendo comigo, certo?" Vike perguntou.
Cowboy apenas encolheu os ombros e se sentou de volta em seu assento, casual como a merda.
“Você está bem, certo? Todos nós vimos você se tornar uma gatinha chorosa para a irmã de Ky em seu casamento."
Cowboy o ignorou para olhar pela janela. "Mas sério," Vike empurrou, incapaz de deixar qualquer coisa ir, "Você tem que gostar de buceta. Eu poderia banquetear com essa merda o dia inteiro - café da manhã, almoço, jantar. Tudo-que-você-pode-comer buffet livre, você sabe?"
"Porra, Vike! Cale-se. A visão de você gozar em qualquer um me faz querer esfaquear meus malditos olhos," eu cuspi.
"Seja qual for a puta. Você simplesmente não tem o talento de língua de furacão como eu. Clitóris, fenda, cuspir nessa maldita ordem. Deixando aquelas cadelas esguichando por dias. Adoro um bom spray facial. Fica na minha barba por pelo menos uma semana."
Antes que o vômito tivesse a chance de rastejar até minha garganta, vi duas bandeiras ao longe, acenando com a Brisa. Gelo rastejou sobre minha pele. Eu sabia de onde eram aquelas bandeiras - a cidade fantasma.
“É isso?” Cowboy percorreu os arredores, estéril.
“De acordo com Tanner,” respondi. “Estamos todos prontos?”
Todos os meus irmãos concordaram. Chegamos ao portão. No momento em que o guarda deixou o posto e se aproximou, senti a necessidade de matar, correr através de mim. Com cada passo que ele tomava, eu imaginava meu punho batendo em sua mandíbula quadrada, saltando sobre ele enquanto ele batia no chão. Imaginei deslizar minha faca do bolso, em seguida, empurrá-la através do seu coração ainda batendo.
Esse idiota era Klan tudo bem. O guarda estava empurrando alguns sérios esteroides, uma semiautomática em suas mãos, facas no cinto. Sua cabeça estava raspada, sua camisa branca apertada sobre seu peito, suas calças estavam enfiadas em suas botas pesadas. Nós quatro também estávamos vestindo variações deste uniforme, calças pretas cargo ou calças jeans cargo, botas militares e camisas brancas ou regatas.
“Que porra vocês querem?” perguntou o filho da puta.
"Estamos aqui para uma recreação, viemos de Beau Ayers", eu respondi casualmente. Estendi para fora meu cartão adulterado da fraternidade de Aryan, que Tanner havia forjado, e o cabeça dura tomou-o de minha mão.
Ele verificou o meu nome e então se inclinou, acenando com os dedos para que os outros entregassem seus cartões.
Ele levou os cartões para seu pequeno escritório. Assisti com atenção arrebatada quando ele entrou com os números e nomes no computador.
"Cowboy?" Vike disse em voz baixa. Cowboy franziu o cenho para Vike e seu momento totalmente inapropriado.
"Essa coisa de abacaxi com esperma? Será que comer isso realmente faz sua energia saborear a merda?"
"Vike," eu assobiei. Agarrei seu braço e puxei-o para sentar em seu assento.
"O quê?" Ele perguntou. "Se conseguir mais putas do clube chupando o meu pau, e meu suco do amor sendo bombeado como uma Piña Colada, então você pode apostar que estarei comendo o meu peso em coisas boas!"
Eu mantive minha mão apertada no volante, sutilmente chicoteando fora e batendo meu punho na coxa de Vike quando o fodido carregado de esteroides voltou.
“Marinha?” Perguntou ele. Eu balancei a cabeça.
"Atiradores." Eu marquei a mesma tatuagem em seu antebraço como eu tinha no meu.
"Armas de destruição em massa," ele confirmou, então acenou com a cabeça para mim em um sinal de respeito. Olhou para a caminhonete. “Foda-se as regras, você não vai sair. Corremos num navio apertado. Não há irmão acima da lei de Meister.”
O guarda moveu-se para trás e bateu no teto da cabine da caminhonete. A barreira foi levantada, e nós dirigimos em uma pista de terra batida que se estendia por alguns poucos quilômetros. As duas bandeiras que eu vira da estrada entravam à vista, a bandeira com a estrela solitária Texana, e as estrelas e listras. Então, quando viramos a esquina, bandeiras menores começaram a aparecer. Swastika, Confederação, e a cruz branca do Ku Klus Kan.
“Merda,” disse Viking em voz baixa.
Um clone do esteroide, armado exatamente com a mesma arma, nos sinalizou para um estacionamento. Dezenas de caminhonetes estavam estacionadas. "Um fim de semana movimentado," comentou Vike. Escuridão tinha se instalado, e quando saímos do veículo, o cheiro de madeira queimada encheu o ar.
“Há uma reunião,” eu disse baixinho.
O guarda aproximou-se e empurrou o queixo. "Perdeu o início da reunião. Entre e seu quarto será mostrado para você. A reunião é no campo distante. Basta seguir o caminho, então você começa a escolher a sua buceta e barraca."
Eu balancei a cabeça como se soubesse sobre o que ele estava falando. Eu não sabia. "Uma barraca?" Cowboy disse calmamente quando nós fizemos nosso caminho para a entrada.
"Acho que estamos prestes a descobrir," respondi em voz baixa.
Então entramos na cidade.
Nossos aposentos eram de solteiro, estilo dormitório básico, lado a lado. Vike e Flame estavam ao meu lado, Cowboy no outro lado de Vike. Nós despejamos nossas malas, em seguida, saímos.
"É como se tivesse havido um maldito apocalipse nuclear ou alguma merda," disse Vike enquanto olhamos em volta da cidade. Edifícios antigos estavam espalhados pela terra desolada. Um bar no final; um longo celeiro ocupava o lado leste. Eu estreitei os olhos, procurando sinais de vida. As janelas de todos os edifícios estavam travadas, e além de alguns guardas, não havia ninguém ao redor.
Um dos guardas aproximou-se de nós. "A reunião é por ali. Buceta depois." Nós caminhamos para o campo. Não precisávamos de direções, simplesmente tinha que seguir os brilhos de laranja vindo dos fogos de Klan.
"Lembre-se das saudações," eu disse, checando atrás de mim para me certificar de que o guarda estava fora de alcance. "Braço esquerdo para fora, dedos espalhados no meio, mão direita fazendo um 'K' contra o estômago. Se derem a saudação da fraternidade ariana do Texas, levante o dedo indicador, anelar e dedo mindinho em uma mão em resposta. Tanner disse que será principalmente guardas que se saúdam um ao outro desta forma, mas lembre-se, apenas no caso. E se eles elevarem o braço direito padrão para uma saudação nazista, repita e responda com 'Heil Hitler', 'Sieg Heil' ou ‘Poder Branco’. Será fácil, apenas repitam o que dizem."
"Merda." Vike balançou a cabeça. "O que há com toda essa porcaria de linguagem gestual? Talvez Styx devesse ter vindo.”
"Cristo sabe," eu respondi quando viramos a esquina.
Flame rosnou baixo em sua garganta, com o que estava diante de nós. Cerca de quarenta homens, vestidos com camisas padrão e calças de brim e, claro, havia os homens encapuzados, um mar de capuzes brancos com cabeça de cone. Minhas mãos enroladas em punhos quando vi um enorme filho da puta no centro do círculo, de pé bem na frente de uma cruz queimando.
Meister.
Eu avaliei o ambiente, observando as possíveis saídas se a merda desse errado. Guiei o caminho e nos juntamos ao círculo dos homens. Vários nos saudaram com o padrão klan saudação de um braço esquerdo. Eu tive que me forçar para não cuspir na cara de cada bastardo presunçoso que sacudiu sua cabeça para mim.
Mas voltamos às saudações e vimos quando Meister falava sobre o crepitar da madeira queimada.
"Uma guerra de raças está chegando, e devemos estar preparados. A raça branca reinará mais uma vez, e acabaremos com todos eles - os negros, os judeus, os muçulmanos e qualquer outra merda de cunhas inferiores que tentem se infiltrar em nossas terras." Seus olhos azuis estavam arregalados de emoção ao olhar para cada um de nossos rostos e assentiu com a cabeça, um sorriso em seus lábios. "Foram-se os dias de bandidos de rua e skinheads, de esmagamento de janelas e tumultos pelas cidades. Estamos construindo um exército para a luta. Vocês ouviram a notícia, ouviram que os brancos estão finalmente em ascensão. E nós prevaleceremos! Nós somos fortes! Nós somos puros! E nós iremos crescer!"
Os homens ao nosso redor levantaram as mãos para o ar, gritos de ‘Poder Branco’ derramando de seus lábios.
Nós gritamos de volta, repetindo o mantra uma e outra vez, até que Meister falou que a reunião tinha terminado. Os guardas levaram a multidão de volta ao centro da cidade. Sinalizei para Vike, Flame e Cowboy para ficarem para trás.
Eu queria seguir o Meister. Queria ver onde ele foi. Se havia algum sinal óbvio de Phebe.
Nós falamos em um grupo fechado, fingindo falar, até que um guarda veio com sua arma para nos guiar de volta para o caminho longe do campo. Eu mantive minha atenção presa em Meister, quando ele seguiu andando atrás de nós. Tentei ouvir o que ele e o guarda estavam dizendo, mas eles estavam muito longe. Eu não poderia chegar perto do fodido.
O sangue correu pelas minhas veias quando entramos na cidade. O deserto sem vida estava agora cheio com atividade. Homens que estavam na reunião entraram em edifícios, alguns por conta própria, outros em pequenos grupos.
Depois, havia a linha que se formara num grande celeiro. Porra caótica.
“Que merda está acontecendo?” Perguntou Vike, exasperado, quando paramos do lado de fora do nosso dormitório. Na sugestão, um guarda saiu de uma casa, arrastando uma cadela em seu rastro. E então mais guardas trouxeram mais putas para fora de mais cabanas. Meu estômago se apertou. Todas as mulheres estavam vestidas com vestidos brancos quase transparentes e todas pareciam estar sendo colocadas através de alguma merda séria.
Flame balançou em seus pés ao meu lado, sua faca que trabalha ao longo de seus braços, traçando as cicatrizes que a muito tempo ele já teve. Só que essas facas não eram maçantes como as que ele usou ultimamente. Elas eram afiadas e estavam fodidamente prontas. Ele correu as pontas sobre sua pele, mas não cortou a carne.
Ainda.
Olhando para os olhos do irmão, eu vi um vislumbre do Flame pré-Maddie. Eu vi o garoto fodido que resgatei todos aqueles anos atrás, levantando de seu sono.
Procurei pelo mar de louras e morenas, procurando por um flash vermelho. Mas não havia uma merda.
"Jesus Cristo," Cowboy sussurrou, enquanto observávamos cadelas sendo empurradas para dentro de barracas com homens, as portas batendo fechadas, trancando por dentro.
"Olho vivo," eu disse calmamente, quando um guarda chegou. "Vocês estão atrasados, o que significa que todas as barracas individuais estão ocupadas.”
Ele olhou para todos nós, depois apontou para uma pequena cabana do lado oeste. “Cumpra suas obrigações. Ela vai te dizer o resto."
Dirigimo-nos para a cabana, onde um homem magro, branco, com óculos, estava sentado atrás de uma mesa. Sem olhar para cima, ele disse: "Dois mil por três dias. De qualquer maneira que você quiser durante o tempo que quiser, excluindo as reuniões de Meister, é claro. Elas são obrigatórias. Preservativos são necessários em todos os momentos. Não obedeça as regras, e enfrente punição."
Eu alcancei em meu bolso e bati o dinheiro na mesa. Meus irmãos seguiram o exemplo.
"Você quer reservar barracas específicas, faça-o em uma manhã. Estou aqui às nove da manhã." Ele digitou alguma coisa em seu computador, mas nunca olhou para nós. "A barraca do dentista está fora dos limites neste fim de semana. Nem sequer tente entrar."
Estendeu a mão e recolheu os montes de dinheiro. "O celeiro está aberto esta noite. Alinhe e você será levado para uma prostituta. Você quer buceta nova, nós temos umas que começaram aos quatorze anos. As mais jovens podem ser arranjadas com um custo extra.” Ele fez uma pausa. "As filas são mais longas para elas. Merda difícil.”
Eu sentia a tensão de Flame ao meu lado e seu braço tremia de raiva.
"Heil Hitler," o homem disse em despedida e deu uma saudação canhota sem graça. Nós repetimos, "Heil Hitler," então saímos.
Enquanto caminhávamos pela estrada em direção ao celeiro, fiz a varredura da área, meu treinamento de franco atirador de operações especiais, florescendo em pleno vigor. Os sons de sexo e gritos derramando das barracas. A fila para o celeiro estava mais curta agora. Eu fui naquela direção.
"Entre com uma cadela," eu murmurei. "Fique por um tempo, então vá embora. E pelo amor de Deus, pareça como se você fodeu a vagabunda."
"Eu não vou foder nenhuma cadela!" Flame veio a uma parada inoperante, rosto vermelho flamejante.
Virando-me, respondi: "Então, porra, volte para os dormitórios e espere até voltarmos." Suas narinas queimando, e eu sabia que o irmão estava vendo as escravas cadelas serem arrastadas de um lado para o outro. Ele estava rapidamente perdendo o controle. Eu vejo em seu rosto. “Volte para os dormitórios. Chame Maddie, esqueça o que você tem visto e acalme-se. Ela está a salvo. Ela não está aqui. Ela está com Ash em sua casa."
Com lábios torcidos, Flame girou em seus calcanhares e marchou de volta para os dormitórios.
Um guarda estava em nós em segundos. “Para onde ele vai?”
Eu me virei e deparei com o filho da puta. "O homem é um maldito psicótico. Você quer uma cadela aqui cortada e morta, com as lâminas em seus olhos, você o deixa dentro com uma." O guarda estreitou seus olhos em Flame recuando para trás. “Estamos passando pelo Texas por ordem de Beau Ayers. Earl é um soldado para a causa, assim como nós. Mas precisamos de buceta. Ele não. Ele só precisa de sangue e matar. Essa é a pornografia dele.”
“É melhor que ele não seja um maldito maricas,” grunhiu o guarda, com um desgosto escrito em toda a face.
"Por favor, sinta-se livre para ir perguntar a ele se ele é um maricas," Cowboy ofereceu casualmente, mas seu sorriso sádico mostrou como ele estava chateado. "Eu te desafio."
O guarda deixou essa merda sentar com ele por um segundo. "Ele mata pessoas inferiores bem?"
“Realmente criativo. Vamos deixar isso de fora," respondi. O guarda praticamente teve um fodido tesão sobre o pensamento de Flame cortando através de negros e judeus.
Eu deixei o guarda com seus próprios pensamentos fodidos e me juntei à fila para o celeiro. Enquanto esperávamos, usei o tempo para varrer a cidade, por Meister. Não havia sinal dele. Não foi até que eu vi um movimento vindo da casa mais distante, que acalmei, meus pulmões parando para que meus ouvidos pudessem ouvir nada além do ar ao meu redor. Meister virou a esquina do prédio, cujo letreiro dizia ‘Dentista’. O edifício que nos disseram para ficar longe.
Mas isso não foi o que me congelou, sentidos alertas e olhos acompanhando cada movimento dele. Foi o fato de que ele estava carregando uma cadela magricela em seus braços, seu corpo imóvel e cabeça caída para o lado.
Uma cadela com cabelo vermelho.
Uma cadela que ele pegou na barraca e fechou a porta para ficar dentro.
Meu coração bateu em uma corrida curta quando eu recorri à memória de Phebe através da minha mente. Eu a tinha visto uma vez, quando tivemos Lilah de volta de quase ser crucificada. Quase a matei, pensando que ela era uma ameaça. Eu quase tinha colocado uma bala na cabeça dela, mas Ky disse: "Escuta, puta, vamos amarrá-la para que você não possa voltar correndo para o Profeta Dumb e lhe dizer que estávamos aqui. Você está entendendo isso através do seu pequeno fodido cérebro?"
Seus olhos azuis se fecharam. Ela estava tremendo, então lascou meu coração fodidamente morto quando ela assentiu e disse: “Só... Apenas por favor, tire-a e a mantenha segura. Da próxima vez, os Anciãos não deixarão de matá-la, verdadeiramente." Eu olhei para ela, então seus olhos reabriram. A cadela estava chorando, porra, se levantando de pé para nós, os ‘homens do Diabo’, para proteger Lilah. E algo dentro de mim mudou. Eu queria levá-la conosco, daquele inferno. Eu nunca pensei muito sobre o porquê, mas eu lamentava deixá-la lá desde então.
Eu corri sua imagem através da minha cabeça, comparando-a com a cadela que eu tinha visto nos braços de Meister. Eu fechei meus olhos e deixei minha memória fazer o que tinha sido treinado para fazer. Seu cabelo era o mesmo tom de vermelho, o comprimento semelhante. Pensei em seus braços, em seu tamanho e comprimento. A cadela nos braços de Meister era semelhante, mas ela era mais magra, muito mais magra.
Minha bochecha se contraiu quando uma onda de raiva varreu-me. Balancei a cabeça para me livrar da tensão no meu peito. Um bom atirador nunca deixa emoção foder com sua cabeça. Sempre objetivo, clínico, avaliando.
Imaginei seus olhos azuis. Aqueles fodidos olhos azuis que haviam olhado para os meus. Mas os olhos da cadela de cabelos vermelhos sobre os braços de Meister estavam fechados.
Drogada? Inconsciente? Nocauteada? Eu não sabia.
“Em seguida,” ordenou um guarda, tirando-me dos meus pensamentos. Arquivei os detalhes para mais tarde, quando eu estivesse sozinho, quando eu pudesse descobrir todas as informações na minha cabeça. “Preferência?” Perguntou o guarda. Dei de ombros, jogando minha parte novamente.
"Só quero uma buceta para comer," respondi.
“Barraca vinte e três,” disse ele. Saí por um corredor rangente e estreito. Grunhidos e gemidos de homens fodendo suas putas encheram meus ouvidos. Camas eram separadas por cortinas desbotadas, com números manuscritos rabiscados em pedaços de papel ligado ao material mofado. Quando cheguei ao número vinte e três, puxei para trás a cortina e entrei.
Desenhei uma respiração aguda quando coloquei os olhos em uma cadela situada no centro do que parecia ser uma pequena cama de hospital. Ela estava nua, com os ossos sob a pele, branca como uma foda. Seus cabelos escuros estavam puxados com suor e sujeira. Seus olhos rolaram quando ela caiu dentro e fora da consciência, sua cabeça inquieta na fina mancha de baba no travesseiro sob ela. Um IV5 estava na veia de seu magro braço virado para cima, e um saco pendurado em um poste ao seu lado.
Heroína, eu supus. Sabia que os traficantes puxavam aquela merda pra caramba. Mantinha seus cativos dóceis.
Eu fechei meus olhos para manter minha merda junto, para manter minha mão de alcançar minha arma e dar cabo a esses sacanas, adicionando ao meu registro de 132 as matanças confirmadas, o atirador em mim não poderia ajudar, mas manter a faixa de cada coração que eu tinha parado. O psicopata dentro de mim gostava.
O som de algum fodido gozando ao lado fez meus olhos se abrirem. As molas da cama gemiam sob o movimento rápido de seus quadris, e sua respiração veio em rajadas curtas. Eu imaginei algum, Klan fodido, com sobrepeso, cair esgotado sobre uma criança de quatorze anos de idade. Sua respiração pútrida soprando em seu rosto desmaiado, seu suor pingando em sua pele machucada.
Calma, eu me ordenei.
Incapaz de olhar para baixo na jovem cadela traficada na cama, sentei-me na borda do colchão e inclinei minha cabeça em minhas mãos. Mantenha sua merda junta, Xavier Deyes. Eu levei minha cabeça para onde ela precisava estar...
O sol sufocante bateu para baixo em minhas costas enquanto eu esperei, imóvel, por um dos filhos da puta aparecer. “Duas horas,” disse Bones ao meu lado. Me mexi, movendo minha arma para a nova posição.
Através de uma pequena janela, vi um lampejo de movimento e apertei meu dedo para o tiro. "Espera... espera...” disse Bones. "Agora." Eu disparei uma bala diretamente através da janela e na cabeça do filho da puta.
"Batida direta," disse Bones em voz baixa, mas eu podia ouvir sua fodida alegria. Ataque direto...
Imaginei a terra empoeirada e árida, não muito diferente deste maldito inferno, na minha cabeça, imaginava-me tomando o tiro, e deixei a calma e o treinamento dos meus dias de atirador, encher cada célula minha.
Imaginei o mapa da cidade fantasma, traçando cada detalhe de seu layout. Eu me vi de pé no canto da rua principal, olhando para a cidade do lado deste celeiro. Três guardas andavam pelos telhados.
A estrada tinha um quilômetro e meio de comprimento, cerca de cem metros de largura. O salão era a área mais ocupada. Duas saídas - A entrada principal e uma porta lateral para a esquerda. Três fechaduras - um parafuso, dois cadeados.
Eu imaginei olhando para o prédio do dentista, uma maneira e uma saída. O edifício inteiro não tinha mais do que 37 metros quadrados. Uma janela na parede frontal que estava parcialmente bloqueada por grades e sujeira. Telhado de zinco e paredes de madeira em decomposição.
Então, imaginei o melhor lugar para atirar nesta cidade. Alcance alto, sudeste. Tiro claro para quase cada ângulo concebível.
Pisquei enquanto me puxava das profundezas da minha mente. Minha mão percorreu o punho da minha arma. Meu pé batendo no chão. Um gemido veio atrás de mim, e eu olhei para a cadela drogada na cama.
Quer eu quisesse ou não, flashes do passado vieram bater na minha cabeça como um maldito arrombador.
Eu tentei empurrar os sons punitivos de gargarejo, de sufocar, dos meus ouvidos. Mas as memórias de merda vieram tão rápidas como as balas de um Uzi. Quando abri meus olhos, minha mão de atirador sempre firme estava tremendo. Enrolei meus dedos na palma da mão e forcei-me a olhar para a prostituta de Klan na cama.
As marcas como listras vermelhas marcavam sua pele fina. Seus lábios estavam secos e rachados, e lesões manchavam a pele cinza em suas bochechas. Contusões criaram uma paleta de preto, azul e amarelo no interior de suas coxas, e eu não conseguia sequer olhar para o estado do que ficava ao norte disso.
Quando me levantei, passei a mão pelo cabelo e passei pelos longos fios. Esfreguei minhas mãos sobre o meu rosto para fazê-lo parecer vermelho, e por último, mergulhei os meus dedos na pequena bacia de água que estava parada ao lado da cama. Abri o preservativo que estava do lado da cama, envolvi-a num lenço de papel e atirei-o no lixo. A lata já estava cheia de preservativos usados.
Eu dei uma última olhada na cadela na cama e um fosso caiu no meu estômago. Ela estava aqui para o uso de homens Klans pagantes. E ela parecia em um estado de merda. Que merda Phebe iria parecer quando eu estivesse com ela? Que tipo de merda de drogas ela estaria? Porque eu malditamente chegaria até ela. Mesmo se eu tiver que tirar Meister com um único tiro entre os olhos.
Terminar seu reinado como o cabeça de Klan Kunt.
Em seguida, ver se tudo o que restava da ruiva seria salvável.
Depois disso, eu não estava segurando muita esperança...
...Mas eu tinha que tentar.
Capítulo quatro
AK
Eu estouro através das portas do dormitório para ver Cowboy sentado no chão, fora de nossos quartos. Seu chapéu estava em suas mãos, seus cabelos loiros se erguendo em todas as direções, e ele estava olhando para uma mancha de terra na parede oposta. Ele olhou para cima quando chutei sua coxa com a ponta da minha bota.
Seu rosto era como um trovão quando seus olhos azuis encontraram os meus. Ele ficou de pé. “E agora?” perguntou friamente.
“Onde está Vike?”
Cowboy inclinou a cabeça em direção ao quarto de Vike. A porta estava fechada. Passei por Cowboy, ouvindo seus passos atrás de mim. Abri a porta e vi meu irmão sentado em sua cama. Seus braços enormes estavam tensos sob sua camisa apertada. Seu cabelo foi raspado deixando um coque no topo de sua cabeça. E uma vez em sua fodidamente estúpida vida, não estava rindo. Ele me olhou morto nos olhos. "Eu fiz algumas merdas fodidas na minha vida, posso matar sem remorso, foder qualquer tipo de cadela de todas as maneiras diferentes, mas o que eles fazem com essas cadelas neste lugar, me faz querer cortar alguns paus e comê-los no café da manhã."
"Mantenha sua merda junto." Eu olhei para Cowboy. "Vocês dois. Durmam um pouco. Amanhã entramos naquele maldito salão. Eu preciso verificar este lugar um pouco mais. Vou tentar arranjar uma casa, a do barbeiro. Eu preciso ficar o mais perto possível da casa do dentista."
“Você a viu?” Perguntou Vike, sua voz mais dura do que o normal.
"Vi Meister carregando uma ruiva para a casa do dentista. Seu peso era diferente de quando vimos Phebe pela última vez, mas eu tenho certeza de que é ela." Eu corri minha mão pelo meu rosto. "Vão para o celeiro novamente amanhã. Mesma merda, dia diferente. Uma vez que eu tenha uma visão sobre ela, a confirmação de que ela está aqui, e tenha uma completa avaliação do layout e os padrões de turnos dos guardas, vou começar a resolver minha mente e elaborar um plano para tira-la daqui."
Vike e Cowboy assentiram com a cabeça. Voltei em direção ao meu quarto, mas parei do lado de fora do quarto de Flame. Silenciosamente abri a porta e olhei para dentro. Meu peito apertou quando o vi sem camisa, sentado no chão frio e duro. Sua cabeça estava abaixada, e o sangue escorria em torno dele a partir dos recentes cortes feitos em seu braço.
Um olhar escuro sem alma encontrou o meu. Entrei no quarto e fechei a porta. Antes mesmo de eu ter a chance de falar, Flame grunhiu, “Eu não gosto disso aqui.” Ele balançou a cabeça, e seus lábios se curvaram sobre seus dentes.
"Eles precisam morrer. Todos precisam morrer.” Flame sibilou enquanto cortava o antebraço. “Preciso matá-los.”
Lá estava o velho Flame, o que eu conhecia melhor do que o irmão mais calmo que tinha sido ultimamente. "E você terá sua chance," eu prometi. "Você só precisa me dar tempo."
Flame olhou para mim, lendo meu rosto. Quando ele fez contato visual por muito tempo, baixou os olhos e disse: "Basta me arrumar uma matança." Seu rosto apertou. "Eu... Eu não posso controlar o que vou fazer se você não fizer isso."
De volta ao meu quarto, caí sobre a cama e deixei minha cabeça encostar contra a cabeceira da cama. Fechei meus olhos. Então, como acontecia todas as noites, a porra das lembranças vieram; Culpa e vergonha correram através de todas as minhas fibras. Visões de sangue afogaram minha mente e sufocaram a respiração dos meus pulmões...
"Nós temos que ir." Bones rasgou através da abertura da minha tenda. Eu estava em meus pés em segundos. Agarrei minha arma e meu capacete e corri para o caminhão. O lugar era um maldito caos.
"O que está acontecendo?" Perguntei quando saímos do portão.
Bones ficou tenso. "Emboscada."
“Onde?” perguntei.
“No norte, X.”
"Devin," eu disse e olhei para fora da janela. A areia se estendia por quilômetros. Areia e malditos edifícios abandonados.
A mão de Bones desceu sobre meu ombro. “Vamos chegar lá. Ele estará bem. Ele é um soldado muito bom, X."
Mas as palavras de Bones significavam merda.
O som de tiros e granadas nos levou à emboscada. "Vá, vá, vá!" Nosso sargento gritou quando saímos do caminhão. "X, Bones, me consiga alguns olhos do caralho lá de cima. Precisa ver com o que estamos lidando."
Eu deixei meus pés seguirem Bones quando corremos para trás dos edifícios em ruínas, procurando por um onde poderíamos obter alguma altura. “Aqui!” Bones disse, e subimos as escadas de pedra que levavam a um telhado.
Bombas gritavam ao nosso redor, areia e detritos pulverizados em meu rosto na brisa quente.
Devin. Onde diabos você está.
Eu me agachei ao lado de Bones. Levantei meu rifle e olhei através da lente. Bones procurou através de seus binóculos. "Porra," ele disse. "Os fodidos estão em toda parte."
Um soldado, depois outro, caíram no chão quando foram atingidos. Sangue derramado de seus braços e pernas, e senti-me fodidamente queimando de raiva. "Bones, me dê uma porra de matança," rosnei e focalizei através da minha lente.
Eu vi os homens no chão e minha raiva queimou ainda mais brilhante quando vi que eles eram dois dos homens de Devin. "Oorah!" Bones gritou, o grito dos fuzileiros, e se abaixou ao meu lado.
“Norte,” disse Bones. Troquei a arma naquela direção. "Oeste, dois cliques." Minhas narinas queimaram quando eu vi o idiota com a granada entrar em foco. O mundo caiu.
Alinhei meu tiro com o crânio do fodido. "Sobre o alvo." O vento quente soprou contra meu rosto, o sol queimando a pele. E eu esperei. Esperei até...
"Agora!"
Puxei o gatilho.
Gritos subiram ao seu redor enquanto ele caía do posto que segurava, e se despedaçou no chão.
"Golpe direto," disse Bones, então, "Merda! Entrou!" Ele pegou seu rádio para avisar o sargento dos dois caminhões vindo do leste, mas era tarde demais. Eu corri para virar meu rifle, e quando fiz, avistei um rosto familiar parado atrás de um edifício, com três de seus homens. "Devin," eu chamei, agarrando o braço de Bones. Mas os caminhões abriram fogo, chovendo balas e granadas da parte de trás.
Explosões estouraram em torno dos prédios, e a fumaça nublou minha visão do meu irmão.
"Me dê uma porra de visualização!" Eu exigi.
Bones procurou através de seus binóculos e estabilizou sua respiração fora de controle. "Noroeste, três cliques."
Um flash de um corpo veio através da minha lente. "Visão."
"Espera... espera... Bones telefonou e eu disparei. Eu disparei tiro após tiro, mas as malditas bombas continuaram chegando. E eu perdi de vista Devin. Através da fumaça, do sangue e do calor, Devin desapareceu...
Meus olhos se abriram. Eu estava encharcado de suor. Olhei para o fim da minha cama e para os fantasmas que malditamente vinham todas as noites. Eles não são reais, eu disse a mim mesmo. Eles não são fodidamente reais.
Mas eles nunca saíram.
Fechando meus olhos, bloqueando-os para fora, puxei o rosto de Phebe na minha mente e focalizei em sua pele pálida, salpicada com sardas. Imaginei salvá-la deste inferno e levá-la de volta para Lilah. Eu a imaginei livre de drogas e sorrindo. Apeguei-me a essa imagem, ao fato de que ela estaria segura.
Ela tinha que estar.
* * * *
"Você viu alguma coisa útil na casa do barbeiro?" Perguntou Viking enquanto caminhávamos em direção ao salão.
Passei os olhos ao nosso redor para ter certeza de que ninguém estava perto. "Tudo quieto. Não podia ver. Mas não havia movimento dentro ou fora. Eu tenho os horários da segurança, no entanto. Isso é algo. E eu vigiei a casa do dentista toda a noite da minha janela.” Eu dormi dentro e fora por um total de duas horas. Pesadelos, eles eram clinicamente chamados; Pelo menos foi o que os psiquiatras da marinha disseram. Os mortos, olhando para mim com olhos negros e vazios, observando o homem que os enviara para a morte. Eles se aglomeraram em mim, provocando-me com suas faces magras extraídas. Sentei-me e os assisti a partir do meu lugar na cama. Congelado, paralisado pela dor que suas imagens traziam. As garras da culpa escavando profundamente em meu peito e rasgando minhas costelas para roer no meu coração exposto.
Tentei me convencer de que não estavam lá, noite após noite. Mas quando você vê o sangue escorrendo de suas feridas - frescas e quentes - vazando para o chão... Quando você sente o cheiro da morte que remanesce no ar... Ouve a sua respiração irregular... Sabendo que não são verdadeiras quedas de merda. Quando cada um de seus sentidos lhe diz que suas vítimas estão aqui para te fazer pagar, você acredita nessa porra e apenas deixa a tortura começar.
Flame resmungou ao meu lado enquanto nós quatro entramos no salão. Estava cheio de Klansmen, música de uma banda de supremacia branca crepitava nos alto-falantes. Ninguém mesmo olhou em nosso caminho quando caminhamos até o bar. Quatro cervejas americanas seguidas de quatro uísques, foram batidas na parte superior do bar sem nós mesmo encomendarmos. O barman brilhou em nós; Recebi a mensagem rapidamente. Essas bebidas americanas e europeias eram as únicas bebidas que eram servidas aqui.
Nada fora da agenda específica do Klan.
Nós levamos nossas bebidas para um canto distante, fora da vista e nas sombras. O local ofereceu-me a localização perfeita para ver meus arredores. Eu estava certo sobre as saídas. Dois guardas vigiavam a sala, enquanto os fodidos Klansmen falavam e riam alto, bêbados e chapados de foder uma cadela drogada no celeiro.
Homens de klans.
Quarenta minutos depois, Meister entrou no bar com o mesmo guarda com quem o tinha visto antes. O Himmler para seu Hitler, sem dúvida. Os homens se afastaram de seu caminho enquanto Meister se pavoneava entre a multidão, sua suástica e tatuagens de crânio Totenkopf flexionando na luz fraca. Ele tomou uma bebida do bar. Quando se virou, segurando o que parecia ser um arquivo em sua mão, eu vi marcas de garra gravadas em seu rosto.
Minha mão apertou na cerveja. Isso era trabalho de Phebe? Imaginei a cadela de cabelos vermelhos lutando contra o filho da puta, a imagem fazendo meus dedos se contorcerem com orgulho. Então o imbecil caminhou em direção ao juke-box. Ele tirou o fio da tomada e olhou para a multidão. Todo homem caiu em um silêncio mortal.
Eu daria ao idiota suas cotas, ele era um filho da puta intimidante. Intimidava a todos, menos nós, Hangmen.
O salão estava silencioso o suficiente para que você pudesse ouvir um alfinete caindo. Meister ergueu a mão. "Heil Hitler!" Ele Gritou, e todos ecoaram de volta.
O homem de sua confiança trouxe um uísque para ele. Meister rejeitou. Ele estava vestindo calças de camuflagem dentro de botas pretas e uma camiseta apertada. Tank e Tanner poderiam ficar lado a lado com este buceta e não parecer fora do lugar.
Ele deu um passo à frente e levantou o arquivo. "Vocês estão todos aqui porque servimos a grande causa."
A voz era baixa e seus movimentos medidos. Meus olhos se estreitaram enquanto eu estudava cada centímetro deste bastardo.
"Vocês estão todos aqui porque alguém os recomendou, ou pensou que vocês mereciam foder uma buceta por um serviço bem feito." O filho da puta deixou seus olhos azuis percorrerem cada um de nós na sala, então ele sorriu, mostrando uma mistura de dentes brancos e dourados. "A buceta aqui pertence à irmandade e ao Klan. Buceta boa americana, branca, fazendo dinheiro para a guerra que paira sobre nós." Ele correu a mão sobre sua cabeça raspada. "E o pau que ganha esta buceta, que fode e suga e bebe nos sucos de suas vadias, é apenas pau branco. Pau Klan. Não há judeus. Não há negros. Não há latinos. Ou qualquer outra merda de sangue envenenado que infecta este planeta como uma praga e rouba a verdadeira raça, a raça ariana, do que é legitimamente de direito."
Meister andava de um lado para o outro no chão. "Todos os irmãos aqui são puros." Ele parou. Lentamente, um sorriso selvagem se espalhou em seus lábios. "Ou eles deveriam ser."
Eu lancei um olhar para Vike, Cowboy e Flame. Flame tinha as mãos em suas facas, pronto para lutar. Vike assentiu com um único aceno discreto sem olhar para mim. Cowboy tocou a ponta de seu chapéu, sua mão livre movendo-se para a Glock. Eu tinha os olhos postos no caminho mais rápido para fora, a mão apoiada na minha arma.
Meister abriu o arquivo. "Nós verificamos a fundo todos os que entram na minha cidade. E não deixamos pedra sobre pedra. Para que a guerra de raça comece, precisamos de bons soldados brancos. Soldados que se dedicam ao caminho branco e farão qualquer coisa para trazer o nosso sonho à realidade." Meister tirou uma folha do arquivo. "A buceta aqui é ariana. Todos nós somos arianos. Porque nós somos a maldita IRMANDADE ARIANA!"
Batendo isso que eu vi agora, era uma foto no ar, ele disse, "E nenhum filho da puta ariano iria foder uma buceta preta!" Meister acenou a foto ao redor para todos verem; mostrava uma mulher negra sorrindo.
Minhas sobrancelhas puxadas para baixo. O som de pernas de cadeira raspando o chão de madeira veio da extrema esquerda do bar, quando alguém saltou para seus pés. Cabeças apontadas em sua direção.
Ele parecia ter seus vinte e poucos anos. Um loiro magro que parecia ser viciado em metanfetamina. Meister encarou o cara, seus lábios curvados em nojo. As armações no pescoço dele se incharam quando ele fervilhou no local. “Você ousa chamar a si mesmo de poder branco quando fodeu a buceta da vadia, viveu com ela por um ano?"
O rosto de Meister estava vermelho; Ele trancou os olhos no sujeito, que começou a voltar para a porta. O guarda que eu chamei de Himmler, parou o tipo morto e envolveu uma mão em volta da sua nuca. Meister tirou um isqueiro, certificando-se de que o não tão puro Klansmen estava assistindo, ateou fogo à foto. Ele cuspiu na fogueira enquanto caía em chamas no chão.
"Peguem suas armas," Meister ordenou a todos nós. Os guardas começaram a nos pastorear, marchando para fora.
“Que merda?” murmurou Vike, quando nós pusemos de pé e seguimos a multidão. Estávamos alinhados em toda a largura da rua vazia. A luz do dia estava desaparecendo. Diversas luzes mal iluminadas estavam acesas, mas a noite estava perseguindo o sol. Himmler estava a uns três metros de distância, ainda segurando o fodido Klansmen pelo pescoço. Meister atravessou o centro da fila e parou diante de nós.
“Armas!” ordenou Meister. Todo mundo tirou suas armas. Eu puxei a minha.
Himmler virou o cara para encarar Meister. Meister dobrou os braços grossos sobre o peito. "Corre."
O rosto do cara ficou pálido.
"Não, eu juro que não a fodi," disse ele, tropeçando em suas palavras.
"Corra," repetiu Meister um pouco impressionado.
Himmler afastou-se do cara, de pé ao lado da nossa linha de fogo improvisada. A respiração estava trabalhando com medo. Ele decolou em uma corrida. Meister ergueu o braço enquanto o sujeito ganhava terreno, correndo rapidamente pela rua principal.
"Fogo!" Meister gritou. Balas voaram das armas dos nazistas ao meu redor. A maioria estava fora da sua cara na bebida, e sabe o que mais. Eu segurei o meu fogo, observando, como nenhuma bala o acertou. O cara ganhou mais terreno, e Meister levantou a mão novamente. “Fogo!” chamou, mais alto, e mais uma rodada de tiros disparou.
O cara continuou correndo.
Ele estava se aproximando da saída mais distante, e com sua velocidade e a luz se desvanecendo, nenhum daqueles irmãos, nem mesmo Vike, Flame ou Cowboy, teriam uma chance de bater essa merda.
"Por amor de merda!" Meister gritou. "Alguém acerte nesse traidor agora!"
Mas nenhum golpe veio, e Meister se virou para encarar todos nós, raiva assassina em seus olhos. Eu dei um passo à frente, levantei minha arma e apontei. Era como se todos os outros desaparecessem ao meu lado, minha visão se tornava um túnel, e eu segurei minha posição até que tivesse trancado o alvo. Uma, duas, três respirações. Eu soltei a bala e observei enquanto navegava pelo ar com perfeita precisão, indo direto para o crânio do fodido Klansmen.
O corpo caiu no chão em um monte. Mesmo a partir dessa distância, eu vi sangue jorrando de sua cabeça quando seu corpo se contraiu no meio da morte.
133 mortes confirmadas.
Eu fodidamente sorri.
Abaixei minha arma, sem tirar meus olhos do assassino simpatizante Klan, agora usando minha bala em seu crânio. Eu senti toda a culpa. Mesmo que tivesse fodido uma garota negra, aquele filho da puta ainda merecia morrer. Todos eles mereciam. Uma bala de cada vez, simplesmente por estar neste lugar.
Quando tive certeza de que ele não iria se mover, desliguei minha atenção do cadáver e levantei minha cabeça... para perceber que cada fodido no lugar estava olhando para mim, bocas abertas e olhar de merda.
Tomei uma respiração profunda, detestando a atenção. E então eu vi Meister me observando, seus olhos azuis trancados no meu. Só que ele não estava olhando como o resto desses idiotas caipiras. Ele estava me olhando como se eu fosse o segundo fodido que estaria indo.
Ele pisou na minha frente. "Nome?"
Abaixei minha arma para o meu lado, mas apertei minha mão em sua pegada. “Carson. Carson Abney." Eu chacoalhei o nome falso com facilidade.
"Atirador de elite?"
"Fuzileiros navais. Operações Especiais. Iraque."
“Mortes?”
"132," eu respondi. "133... Agora." Eu inclinei minha cabeça na direção do homem Klans morto.
Meister soltou um assobio baixo. "Impressionante." Ele estendeu seu braço. Entre os símbolos nazistas e a bandeira da Ku Klus Klan, estava uma tatuagem da marinha, uma águia americana que agarra a bandeira americana, ‘Semper Fi6’ escrito por baixo. Um não muito diferente da minha própria.
"Batalhão de artilharia pesada." Ele acenou com a cabeça em aprovação. Meus dedos se contraíram enquanto lutava contra o desejo de elevar a minha arma e enviar uma pepita de metal através de seu crânio. Esse filho da puta não era meu irmão de armas. "Iraque e no Afeganistão."
Sem outra palavra, Meister virou-se e caminhou pela rua principal em direção ao corpo. Ele pairava sobre o cadáver, e na luz de desvanecimento, eu vi sua expressão amarga em desgosto. Então, levantando sua pesada bota preta, ele bateu o calcanhar para baixo, usando toda a sua força para esmagar o crânio do nazista. Sangue e cérebro se espalharam na terra empoeirada.
Homens em torno de nós vomitaram; A maioria se virou. Mas eu assisti o fodido sádico quando ele cuspiu no corpo, então fez o seu caminho de volta para mim, deixando pegadas ensanguentadas na estrada de terra.
A visão da morte não me incomodou.
Eu tinha visto muito pior. Porra, eu tinha feito muito pior.
"Carson." Meister balançou sua mão em minha direção. "Você e eu vamos ter uma bebida."
Meu coração bateu rápido com a adrenalina - tanto da matança, quanto da perspectiva de que esse filho da puta me deixaria entrar para seu círculo - correndo através de mim. Eu lancei um olhar atrás para Vike, que estava perto de Flame quando nosso psicopata de serviço, Meister, me encontrou. Cowboy deslizou em passo ao lado deles, seus olhos azuis varrendo ao redor de nós para qualquer sinal de problemas.
Nós seguimos Meister e Himmler além dos homens ainda atordoados e entramos no salão. Meister nos levou a uma mesa na frente do bar, que eu sabia que só ele sentava. Ele estava perto do ponto claro onde tinha feito seu pequeno discurso sobre traição não muito tempo atrás.
Uma bandeja de shots foi colocada diante de nós. Meister bateu para trás três em uma fileira. Todos nós fizemos o mesmo. Quando as cervejas vieram em seguida, Meister tomou um longo gole sem nunca mover seus olhos de mim. “Você conhece Beau Ayers”
Eu não me surpreendi que o desgraçado sabia sobre cada um de seus convidados em sua cidade, ‘os hóspedes’.
"Pessoalmente não. Ele ficou sabendo." gesticulei para Flame, Vike e Cowboy. “Estávamos na Louisiana. Ele nos queria no Texas.”
Meister estudou cada um de nós. Ele assentiu com a cabeça. "O Grande Mago está chamando todos os seus bons soldados aqui em baixo.” Ele apontou para si e para Himmler. "A guerra está prestes a começar." Seus olhos se estreitaram.
"Você tem um sotaque texano."
"Plano, Austin, West Virginia e Louisiana," eu disse apontando para mim mesmo, Viking, Flame e Cowboy por sua vez. "Nós éramos todos vagabundos, reunidos pela causa. Agora estamos aqui."
“Todos fuzileiros?”
"Não eu, apenas rasgo gargantas dos negros," disse Vike, soando como um perfeito irmão ariano.
"Judeu fodeu meu velho. Então eu cortei sua garganta. Desde então, corto gargantas," disse Cowboy, aderindo ao passado que Tanner lhe deu.
"E você?" Meister perguntou a Flame. Flame acalmou, e vi sua bochecha se contorcer. Suas mãos agarraram suas lâminas.
"Earl aqui é apenas um maldito psicopata. Ele veio comigo. Mas ele compartilha da mesma dedicação à nossa causa."
Os olhos de Meister se iluminaram. "Ele gosta de matar?" Ele perguntou, como se Flame fosse seu novo brinquedo favorito.
"Eu vivo para isso," Flame rosnou, então, como se para provar que ele era o psicopata que eu tinha o feito ser, ele arrastou sua lâmina para baixo do braço, sibilando e ficando fodidamente forte, quando o sangue começou a derramar.
Meister clicou com os dedos em Himmler. No mínimo dois minutos depois, Himmler arrastou outro homem chutando e gritando. "Este estava com o outro. Ele matou um das minhas melhores cadelas hoje, a fodeu tão duro, que a cadela sangrou para fora. Eu ia matar esse filho da puta mais tarde esta noite, quando eu estivesse entediado."
Ele fez uma pausa, um sorriso frio nos lábios enquanto a atenção de Flame caía sobre o acusado. "Mas agora estou pensando que você pode querer um sabor do seu sangue."
Se Flame estivesse esperando por uma luz verde, isso era o quanto ele precisava. Ele saltou da cadeira e correu carregado através do bar rapidamente. Quando ele passou por mim, ouvi-o dizer "Maddie" em voz baixa. Então suas lâminas foram tiradas, e antes que Himmler pudesse até mesmo deixar o cara ir, Flame tinha cortado a garganta com uma lâmina e cortado em seu intestino com a outra.
O homem gargarejou enquanto engasgava com seu próprio sangue, e suas entranhas começavam a escorregar de seu estômago.
Himmler soltou o pau morto e caiu no chão. Flame não desistiu, cortando e esfaqueando até que o corpo já não se assemelhava a nada, a não ser uma pilha ensanguentada de carne.
Meister praticamente teve uma ereção pela matança de Flame.
Eu sabia que Flame estava vendo Maddie no lugar da vagabunda. Meister teve sorte que Flame conseguiu direcionar sua raiva dele para o caipira.
Flame retrocedeu, ofegante, o peito arfando, seus braços tatuados cobertos de sangue e sua camiseta com uma sombra brilhante de vermelho. Meister bateu palmas, rindo, e fez sinal para mais bebidas.
“Não é de se estranhar que Beau tenha chamado você para o Texas.” Flame olhou para mim e eu indiquei para ele sentar. Obrigado, porra, que o fodido fez como eu pedi.
Aproximadamente uma hora se passou de Meister falando sobre nada além de política de poder branco e os detalhes de como ele pensou que a próxima guerra ia acabar. Ele vangloriava-se de que a cidade financiava armas de fogo e outras merdas nazistas que o Klan poderia pensar em adquirir.
A noite caiu.
Os homens ficaram bêbados.
A música soou.
Então Meister clicou os dedos.
Eu não fazia ideia do que ele tinha mandado Himmler fazer dessa vez, mas alguns minutos depois, Himmler voltou para o bar, arrastando uma vagabunda drogada em nossa direção.
Uma vagabunda magra com pele pálida. Usando um vestido branco sujo. Fodido cabelo avermelhado e sardas no rosto dela.
Meu peito apertou, minhas palmas suaram e levou tudo o que eu tinha para não levantar do meu assento e arrastar a cadela dos braços de Himmler. Meister empurrou a cadeira para trás e Himmler a deixou cair sobre o colo dele. Meister agarrou-lhe os cabelos e torceu o rosto dela para cima. Todo o maldito ar escorregou dos meus pulmões...
... A vadia era Phebe.
“Muito bonita, não é?” disse Meister. A cabeça de Phebe caiu sob seu aperto, seus olhos azuis incapazes de focar. Marca após marca manchava a pele em seus braços. Marcas de agulhas. Seus longos cabelos ruivos estavam gordurosos e crivados de sujeira; Seu vestido transparente mostrava seus peitos e vagina embaixo. Ossos se projetavam em cada ângulo.
Mas o pior era o seu rosto. Olhos inchados, lábios ensanguentados, rachados e contusões - velhas e novas - em suas bochechas e mandíbula.
A cadela estava uma bagunça.
Um gemido escorregou da boca de Phebe enquanto Meister deslizava a mão pelo peito e apalpava o mamilo. Os lábios dele rastreavam pelo lado de seu pescoço, e a cadela inclinou sua cabeça para o lado para permitir que o fodido lambesse ao longo da sua pele suada. Ela gritou de dor enquanto seus dentes morderam nela, deixando uma marca irritada e vermelha.
Viking se mexeu no banco atrás de mim e tossiu. Eu sabia que ele estava tentando dizer alguma coisa. Ele sutilmente inclinou a cabeça em direção ao resto da sala. O rosto do irmão teria parecido neutro para qualquer outra pessoa, mas eu sabia que o fodido estava lívido.
Olhei ao redor para ver várias cadelas, vestidas de forma semelhante a Phebe, sendo trazidas para homens, os homens puxando-as em suas voltas, fazendo o que quer que eles quisessem com elas.
"Você quer uma, basta escolher," Meister disse. Ele levantou uma sobrancelha para mim. Tentei dar uma resposta, mas tive um trabalho muito duro apenas para manter a minha merda junta quando vi que o vestido de Phebe foi puxado para cima, mostrando sua buceta.
A mão de Meister estava entre suas pernas, seu dedo bombeando para dentro.
"Talvez mais tarde," eu consegui dizer. Mas eu estava fodidamente fervendo por dentro. Pensamentos doentes e assassinos passando pelo meu crânio, tudo com o corpo morto de Meister no centro. Tudo com sua pele pálida seu sangue e seus olhos arrancados pela ponta da minha faca.
A cadeira de Flame voou de volta, e de repente meu irmão se levantou e saiu pela porta. "O que porra é o problema dele?" Perguntou Himmler ao lado de Meister. O filho da puta não parou de assistir nenhum de nós.
"Não é bom com multidões," respondeu Cowboy.
"Quem dá uma foda? Veja como ele mata. Quem dá uma merda se ele não está na buceta pública?" Meister piscou para mim, então colocou as mãos nas faces de Phebe e virou a cabeça para me encarar. Ela se encolheu e gemeu, seus olhos lutando para se concentrar. Eu não tinha certeza se era devido à mão de Meister estar toda em cima da buceta dela ou do duro aperto que ele tinha em seu rosto.
Provavelmente ambos.
"Esta é a merda da terra prometida, Carson. Tudo isto é a nossa recompensa pelo nosso serviço que demos ao nosso país. Podemos tomar o que quisermos, quando quisermos." Ele sorriu. "Assista." Meister alcançou a frente do vestido de Phebe e rasgou o material. Os restos caíram ao chão, deixando o corpo muito magro de Phebe exposto. Não havia uma parte dela que não estivesse marcada.
"Essa vadia é minha. Mas ela tentou me desobedecer, tentou revidar, então eu tenho tido que educa-la sobre como se comportar.”
Ele virou a boca de Phebe para a dele e mordeu o lábio inferior. Ela gritou, seu corpo empurrando.
Ele riu. “Não foi Phebe? Mostrei a quem diabos você pertence, na casa do dentista?"
Seu rosto se transformou em uma expressão estrita. "A quem você pertence?" Perguntou.
Cada um de meus músculos se enrijeceu quando ela disse suavemente, como se de rotina, "Meister."
"Boa menina." Ele a empurrou para seus pés. "Então me mostre." Ele se inclinou para frente. "Mostre-me o quanto você me ama."
Phebe levantou-se de seu colo e se virou para encará-lo, um maldito fantoche em uma corda. Ela se inclinou para frente, sua bunda no ar. Agarrei os braços da minha cadeira, quase quebrando a merda da madeira quando vi que ele estava ensinando suas lições muito bem. Em cada fodido orifício.
Phebe empurrou suas mamas para o rosto de Meister e, mesmo sob todas as drogas, tornou-se uma puta sedutora diante dos meus olhos. Seu corpo rolou enquanto pressionava sua pele nua sobre o peito de Meister, suas mãos apoiadas nos braços da cadeira. Eu não conseguia manter meus olhos longe dela enquanto ela alimentava seu mamilo na boca de Meister, apertando a parte de trás da cabeça enquanto ele chupava com força, e ela gemeu como se estivesse lambendo aquela merda.
E então ela estava deslizando para seus joelhos, as palmas de suas mãos correndo pelas coxas de Meister. Os olhos do imbecil estavam vidrados, metade de uísque e metade da visão de seu brinquedo em seus joelhos, com a boca abaixando em direção a sua virilha. Suas mãos trêmulas começaram a desfazer o cinto, depois os botões de sua calça jeans.
Eu olhei ao redor do quarto para ver os filhos da puta se masturbando enquanto eles a observavam. Outros estavam fodendo suas putas para a noite. Parecia sábado na porra dos Hangmen. Pelo menos as putas do clube escolhiam ter suas bucetas esmagadas por mim e meus irmãos. Meus olhos encontraram Viking e Cowboy. Eu vi o fogo em seus olhos.
Fogo e descrença. As mãos de Viking estavam em punhos em seu colo, e o pé de Cowboy estava se contorcendo. Os irmãos estavam a um passo de se lançar para este filho da puta e tirá-lo.
Um som sufocado puxou minha atenção de volta para Meister e Phebe. A cabeça de Meister estava derrubada, seu pau na mão de Phebe. E ela estava trazendo isto para sua boca.
Suas costas estavam arqueadas e seus quadris balançaram como se ela já estivesse fodendo ele. A cadela meneou enquanto engoliu a ponta e tomou o comprimento do fodido de volta em sua garganta. Ela não engasgou nem vacilou quando levou seu pau no fundo da garganta.
Ele rosnou baixo, esmagando sua mão na cabeça dela e puxando os fios. Ele era áspero, praticamente arrancando seu cabelo de sua cabeça. Mas Phebe apenas sugou mais.
Eu me lembrei que Phebe foi criada para essa merda naquele culto. O profeta a prostituía para atrair membros.
Eu podia ver por quê; A cadela era uma porra de uma sereia.
Os grunhidos e gemidos de Meister ficaram mais altos quando ela o tomou mais duro, mais rápido, mais fundo. Caipiras fodendo em torno de nós gritaram quando gozaram. E então Meister estalou, empurrou Phebe para trás fora de seu pau e agarrou o topo do braço dela. Ele a pôs em pé e girou para encará-lo. Então, sem perder tempo, ele a puxou para seu colo e bateu seu pau em sua buceta.
Phebe gritou suas mãos caindo nos ombros de Meister. "Mova-se," ele ordenou. Os quadris de Phebe começaram moer em seu pau, e suas mãos alcançaram em torno para espalhar sua bunda distante. Ele empurrou dois dedos na bunda dela. Phebe gritou enquanto ele empurrava seus quadris asperamente enquanto ele a levava em cada buraco.
Minhas mãos se curvaram em punhos enquanto ele a fodia e fodia, mais duramente e mais duramente a cada segundo. Até que por fim, ele gritou um longo gemido e bateu nela uma última vez.
Phebe rolou seus quadris até que Meister tirou os dedos de sua bunda. Tomando a parte de trás da sua cabeça, ele guiou-a para frente e trouxe sua boca para a dele. Ele atingiu sua boca quando seu corpo se contraiu. Ele empurrou suas costas, arrancando-a de seu pau. “Limpe-o” ordenou com voz rouca, pupilas dilatadas. Phebe caiu para seus joelhos e tomou seu pau deflacionado em sua boca. Sua língua lambeu sua carne, chupando fora seu esperma.
Meister passou os dedos pelos seus cabelos, como se estivesse dando tapinhas em um cachorro. Ele afastou a cabeça dela de seu pau e Phebe ficou em pé. Meister recostou-se, esgotado, enfiando-se nas calças de camuflagem.
"Dance," ele ordenou preguiçosamente, sinalizando para o jukebox ser ligado. Alguma canção genérica de rock veio explodindo em torno do bar. As mãos de Phebe foram para o ar, e seu corpo suave começou a balançar. Eu não podia parar de observá-la, hipnotizado pelo jeito que ela se movia. Ela era alta e muito magra. Mas mesmo parecendo derrotada e quebrada como ela estava agora, tudo que eu poderia pensar era ela estava encurralada naquela merda. Como ela olhou para mim naquele dia, seus olhos azuis batendo nos meus, como se ela pudesse ver cada porra de coisa que estava correndo em minha mente.
Imaginei aquela versão de Phebe dançando, e eu sabia que se eu tivesse sido um dos fodidos que ela tinha seduzido em um bar, eu teria me inscrito e cantado aleluia com o outro culto de merda fodida, apenas pela chance de apanhá-la novamente.
Ela girou, de frente para mim, e minha respiração parou. Mesmo amarrada em heroína, até mesmo esfomeada e estuprada e capturada como um cão, um vislumbre de um sorriso se espalhou em seus lábios. O sangue seco rachou-se sobre sua boca com seus olhos fechados e seu corpo se manteve balançando ao ritmo. Demasiado concentrado em vê-la perdida pela música, eu mal vi Meister ser chamado para falar com Himmler. Eu apenas continuei assistindo. Porque eu não podia tirar meus olhos.
E então, com um suspiro pesado, os olhos de Phebe se abriram e colidiram diretamente com os meus. Ela se acalmou. Primeiro achei que ela estava cansada demais para continuar se movendo... Mas então ela piscou, e piscou novamente, e lágrimas encheram seus olhos.
"Você." Sua voz rouca era quase inaudível sobre a música. Seu corpo minúsculo balançou, mas desta vez isso não tinha nada a ver com a música. Seu lábio inferior ensanguentado tremeu e, em pés instáveis, ela tropeçou para mim. A cada passo, seu rosto já pálido empalidecia ainda mais. E então as lágrimas caíram, uma gota pesada em um momento, correndo abaixo seu mordente, expondo as sardas que se encontram debaixo do suor, do sangue e da sujeira. Seu peito subiu e caiu em movimentos rápidos. Quando ela chegou até mim, a mão cobrindo a boca, ela afundou de joelhos para descansar aos meus pés. Olhei para Meister; ele ainda estava ocupado. Viking e Cowboy ficaram observando atentamente com expressões confusas. Suas mãos estavam em suas armas, prontas para qualquer merda que acontecesse.
E então eu olhei de volta para Phebe. Eu olhei fixamente em seus olhos azuis. Eles ainda estavam drogados até o céu. Ainda sem foco e vidrados. No entanto, quando ela se ajoelhou aos meus pés, suas lágrimas espessas e sua respiração vieram direto através deles.
Eles estavam malditamente me pedindo ajuda.
"E-Ela está segura?" Ela disse, seu rosto, uma vez belo, contorcendo-se de dor enquanto ela cambaleava para frente, como se aquela dor a estivesse esfaqueando diretamente no estômago. Minhas sobrancelhas se juntaram à pergunta dela. Phebe conseguiu levantar a cabeça e colocar a mão sobre o coração. “Ela está segura? Eu não a salvei... Mas ela está segura? Quero que ela esteja a salvo.”
Eu engoli, verificando para ver que Meister ainda estava em profunda conversa com Himmler. Eu agradeci a Hades que ele estava, porque eu queria desesperadamente falar com a cadela, mas eu tinha que jogar essa merda direito. Phebe avançou até que seus peitos estavam em meus joelhos. Estiquei-me enquanto ela procurava no meu rosto. Então, com cuidado, movimentos suaves, ela se estendeu para frente, As pontas de seus dedos cheias de bolhas para o meu rosto.
Eu estava congelado enquanto suas pontas dos dedos roçavam minhas bochechas e corriam pelo minha barba grossa cerrada. Suas pálpebras estavam lutando para ficarem abertas, sem dúvida sendo puxado para baixo pelas drogas. Seu cabelo estava grudado em sua pele lisa.
O pior de tudo, o esperma de Meister estava correndo para baixo entre suas coxas. Eu podia sentir o cheiro do sexo vindo fora dela em ondas. Ainda assim, eu ainda não conseguia respirar quando suas mãos macias tocaram meu rosto, quando aqueles olhos azuis atordoados me estudaram. Então, suas sobrancelhas se levantaram e um sorriso espalhou em seus lábios, e fodidamente me bateu. A cadela tinha acabado de ser estuprada, degradada na frente de uma multidão e, sem dúvida, recentemente espancada por Meister, ainda assim ela estava de joelhos aos meus pés, tocando meu rosto, e malditamente sorrindo.
Eu quase puxei minha arma e atirei em cada filho da puta aqui, apenas para ter a chance de tirá-la desta merda agora.
"Você," ela disse de novo, uma nova leveza em sua voz. Seus dedos correram sobre meus lábios, depois para cima, parando em meus olhos. Sua mão se curvou, enquadrando meus olhos, e ela soltou um suspiro longo e feliz. "Aquele com os olhos bondosos," ela murmurou. Sua cabeça inclinada para o lado como uma criança inocente. “Você não me matou. Eu merecia morrer, mas você não me mataria... Porque você tinha bons olhos. Um homem do diabo com olhos de anjo."
Lembrei-me daquela maldita noite na comunidade novamente. Lembrei-me desta cadela acariciando o cabelo de Li e a chamando de Rebekah. Malditamente chorando. Malditamente quebrando. Meu peito rachou, e eu engoli o caroço na minha garganta... A maneira como ela olhou para Li. Eu... Eu sabia como isso parecia. É por isso que eu não poderia matar a cadela.
Ela... Naquele momento, ela era eu. Eu naquele maldito dia que nunca saiu da minha cabeça.
"A árvore." A voz de Phebe me puxou da minha cabeça. Eu me movi em meu assento enquanto ela puxava suas mãos para trás.
"Um homem do diabo com olhos de anjo," ela repetiu e começou a soluçar. “Aqui para mim de novo. Para me resgatar do inferno? Para nos levar...? Para nos proteger?” Ela disse as frases como se fossem perguntas; Os Olhos azuis dela estavam implorando para eu tirá-la desta cidade, de Meister. Porra, o jeito que ela estava me olhando, implorando, implorando... A cadela estava me pedindo para tirá-la de sua miséria.
Olhando apenas como isso. Gostar
“Que porra é essa? Prostituta!"
Minha cabeça se ergueu quando Meister atravessou a sala. Eu me preparei, pronto para a luta. A mão de Meister agarrou o cabelo de Phebe e puxou-a para seus pés. Phebe gritou quando tropeçou para ficar de pé. Então, quando ela estava em linha reta, Meister girou para encará-la e deu um tapa em seu rosto. Eu tive que usar tudo o que eu não tinha na porra de carga. Mas quando eu olhei ao redor, cada guarda estava na borda, mãos em armas. Nenhum de nós iria sair vivo se tentássemos.
Nós tivemos que esperar, caralho.
Phebe começou a chorar, soluçando enquanto levantava a cabeça. Sangue corria grosso e rápido de seu lábio. Os olhos dela inundados de lágrimas, mesmo depois do duro golpe que Meister deu, seus olhos atordoados ainda procuravam os meus. E foda-me, mas eles suavizaram. Como se eu estivesse fazendo tudo melhor apenas estando aqui.
Eu não poderia lidar com esse olhar.
"Merda!" Meister grunhiu enquanto a puxava para perto de seu rosto. "Parece que você não aprendeu sua lição ainda, puta." Ele sacudiu-a violentamente, sua cabeça balançando para trás e para frente. "Então eu vou ter que tentar mais duro, porra."
Meister virou-se para a porta, o salão inteiro olhando em um silêncio expectante. Quando ele passou por mim, ele olhou para baixo e disse: "Esta cadela era uma prostituta treinada. Abria as pernas para qualquer coisa que se movesse. Eu estou retreinando-a para ser uma esposa Klan." Como se suas próprias palavras o enfurecessem, ele saiu e bateu nela novamente, a cabeça dela empurrando lateralmente. "Mas essa puta é difícil de quebrar." Ele arrastou Phebe para fora do bar, e antes da porta ser fechada atrás deles, eu o vi virar à esquerda. Para a casa do dentista.
Eu puxei para fora meus cigarros, acendi um e tomei uma inspiração longa. Himmler estava me observando com olhos suspeitos, então agi com calma no lado de fora, embora na minha cabeça eu estivesse me imaginando cortando a garganta de cada filho da puta em todo o lugar. Ao longo dos dez minutos seguintes, eu terminei a minha cerveja, tomei outro shot, então consegui ficar em meus pés.
Vike e Cowboy me seguiram para fora do salão e do outro lado da estrada para os dormitórios. Vike se mudou para perto para falar, mas eu assobiei, "Ainda não. Himmler estará assistindo do bar.”
"Como diabos você sabe disso?"
"Confie em mim," eu disse quando entramos nos dormitórios, mantendo as luzes apagadas. No momento em que atingimos o corredor, eu dei uma espiada no outro lado da rua.
"Merda," Cowboy disse. "O filho da puta está bem ali, olhando para nós."
"Ele suspeita de nós." Eu os levei para o quarto de Flame. O irmão andava de um lado para o outro. Eu o ignorei e tranquei a porta. "Nós vamos tirá-la amanhã," eu disse calmamente. “Se Meister não a matar esta noite primeiro. Himmler vai começar a cavar se não o fizermos. Esse fodido cheira que não somos puros.”
Eu balancei o queixo no Cowboy. "Chame Hush. Diga a ele que estamos montando um plano e ele precisa estar pronto para ir quando eu disser."
Cowboy tirou o celular do bolso. Ele falou calmamente para Hush, depois deu um polegar para cima e terminou a chamada. “Ele está pronto.”
Andando também, passei a mão pelo meu cabelo. “Amanhã à noite, depois de escurecer.” Vike e Cowboy assentiram.
Flame estava muito fodidamente perdido em seu próprio mundo para ouvir. Eu esbocei meu plano, e meus irmãos escutaram cuidadosamente. Todos nós concordamos, era assim que essa merda ia acontecer.
O quarto estava silencioso. Vike me deu um olhar estranho. “Não tenho certeza se essa puta pode ser salva, irmão. Eu nunca tinha visto merda como esta antes. Ele é um idiota.”
Fechei os olhos e tentei não deixar que a ideia de Phebe, do meu passado fodido, me rasgasse em pedaços. Eu contei até dez na minha cabeça. "Você pode estar certo." Eu caí para a borda da cama e olhei para Flame, prova de que mesmo as mais fodidas almas poderiam ser recuperadas, um pouco. "Mas eu vou fodidamente morrer tentando."
"Sempre o maldito herói," disse Viking sem humor.
Herói? Muito longe disso. Só não tenho em mim assistir mais uma pessoa morrer sob a mão de outra.
Assim, eu encararia Meister e os seus Klansmen amanhã à noite.
Depois lidaremos com o resto.
Mesmo se ela já estivesse completamente fodida.
Capítulo cinco
Phebe
A rua passou por mim. Eu me esforcei para abrir os olhos. Então cedi para o escuro. Eu cedi à escuridão e deixei um par de olhos amáveis cuidarem de mim. Um anjo disfarçado de diabo.
Uma porta se abriu. Então fechou. Eu fui empurrada para uma superfície que reconheci. Minhas pernas estavam separadas. Uma agulha picou meu braço. Então a luz líquida passou através das minhas veias quando senti meu rosto sendo golpeado e meu núcleo sendo atacado.
Mas eu não me importei.
Pisquei no suave brilho do sol quente. Quando vi meu ambiente, sorri. Eu estava de volta à floresta. A brisa estava fresca, correndo pelo meu cabelo. Sentei-me na grama, minhas mãos correndo pelas folhas macias, fechei os olhos, simplesmente relaxando, então senti o ar perturbar ao meu redor. Alguém sentou-se ao meu lado. Abrindo os olhos, olhei para a minha direita. Eu sorri mais, inalando o cheiro reconfortante de couro.
"Você?" Eu disse em um suspiro feliz.
O diabo com olhos de anjo assentiu com a cabeça e apoiou os braços nos joelhos dobrados. "Eu," ele disse, e o canto de sua boca chutou para os lados. Estudei suas feições. Estudei seus longos cabelos castanhos, alguns fios que parecem quase da cor de caramelo quando eles pegaram o sol. Sua pele estava bronzeada, seu corpo musculoso. Mas seus olhos eram meus favoritos. Tão profundamente marrons, que eu poderia me perder em suas profundezas por dias.
Ele apontou em volta da floresta. "Você gosta deste lugar?"
Segui sua mão. Olhei para as árvores altas, ouvi o rio fluir além da clareira. "É onde eu venho deixar tudo para trás. Isso...” Eu inalei o ar perfumado. "-este é o meu paraíso."
Ele se virou para mim, procurando algo no meu rosto. Ele não falou, então eu fiz. "Você está aqui por mim?" Perguntei, minha respiração presa na esperança.
"Vou te tirar," ele murmurou, e eu vi a convicção da sua promessa em seus olhos.
A tensão saiu do meu corpo, e tive a sensação de estar flutuando. Uma mão cobrindo a minha, de repente, se tornou minha âncora. O corpo de costas na grama macia, eu olhei para baixo em sua mão tatuada descansando sobre a minha. Lutei contra as lágrimas que picavam em meus olhos em seu toque suave.
Este homem era gentil e amável. Ele era... "Um anjo," eu sussurrei e levantei meus olhos para encontrar os dele.
"Você é meu anjo," eu disse. Seus lábios se separaram. Eram lábios cheios e gentis. "Você é um anjo aqui para me salvar. Você poupou minha vida uma vez antes, e você voltou a fazer isso novamente."
Os segundos esticaram, apenas o som da água corrente era ouvido. Então, "Sim." Ele agarrou minha mão com os dedos firmes. “Estou aqui para te pegar, Phebe. Para te tirar deste inferno. Você só tem que aguentar por esta noite. Apenas se segure.”
"Muito bem," eu disse. Segurei a mão do anjo quando ele tentou puxá-la para longe. O anjo franziu o cenho para mim em confusão. "Esta noite pode ser difícil," eu disse e senti o eco de dor sendo trazido para o meu corpo em algum outro lugar. Espremendo mais apertado, eu perguntei, "Você poderia ficar comigo enquanto isso? Só por esta noite? Eu... eu posso precisar de você..."
Os olhos do anjo se suavizaram, e ele acenou com a cabeça. "Sempre," ele disse e se aproximou de mim. Eu deitei minha cabeça em seu ombro e fechei meus olhos. Um sentimento estranho de segurança me envolveu em seu calor. "Somente, porra, espere, sim? Só por esta noite.”
Eu respirei.
Eu sorri.
Era exatamente o que eu pretendia fazer.
Capítulo seis
AK
Sentei-me na borda do colchão na barraca do barbeiro, contando os minutos. Minha perna saltou quando a cadela atrás de mim fez barulhos silenciosos de dor. Eu a bloqueei. Eu tinha apenas uma missão esta noite. E estávamos a segundos disso.
Verifiquei meu relógio.
Então...
Um sino soou. Meu coração disparou como um Uzi. Agarrei minha arma e espiei através da janela gradeada. Os guardas e homens fugiam de suas barracas e celeiros. Um tiro disparou, e olhei para a saída principal.
Eu fodidamente congelei.
"Hush," eu assobiei. O que diabos o fodido suicida estava fazendo?
Com os braços abertos, gritou em seu grosso sotaque cajun: “Minha mãe é branca e meu pai é negro. Eu sou seu pior pesadelo, então por que você não vem pegar a mim e meu pau inter-racial maciço!"
O idiota saiu correndo. As armas dispararam e os homens correram atrás de Hush. Eu vi guarda após guarda abandonar seu posto, como bons Klansmen, pouco depois de um preto. Quando o guarda em frente a casa do dentista decolou, uma batida na minha porta. Vike estava lá, me conduzindo para fora.
“Ele foi com os guardas,” disse Vike.
Meister. O filho da puta tinha pegado a isca.
Flame veio correndo da parte de trás da casa e mergulhou em um caipira que tinha se atrasado em parar a sua foda. Ele cortou a garganta do cara e cortou listras por sua artéria femoral. O idiota caiu. Vike me empurrou para frente “Pegue-a. Temos minutos. Vamos pegar qualquer um que tenha ficado para trás.”
Corri para a casa da porta ao lado e espiei pela janela. Eu lutava para ver através da camada grossa de poeira e sujeira. Mas havia alguém ali, deitado morto numa cadeira. Bati meu ombro na porta, a madeira velha dobrou imediatamente. Corri para dentro da pequena sala e parei morto. Phebe estava caída, brutalmente espancada, em uma cadeira antiga de dentista. Ela estava nua, e o sangue estava fresco. A IV de heroína ou alguma merda estava anexado ao seu braço.
Arranquei a agulha, ignorando o pequeno spray de sangue que se seguiu, e peguei Phebe nos meus braços. Ela soltou um gemido baixo, mas não acordou. Ela não pesava praticamente nada. Quando saí da barraca, vi cinco corpos no meio da estrada.
"Penso que nós os pegamos," Vike disse enquanto Cowboy e Flame vieram ficar ao meu lado.
Phebe gemeu em meus braços. "Estado fodido," disse Cowboy enquanto olhava para o corpo de Phebe. A cadela estava nua, e eu não tinha nada comigo para cobri-la. Olhei para Cowboy até que ele desviou o olhar.
"Linha da árvore à frente, que é onde ele deixou a van," eu disse e comecei a me mover. Eu mal tinha dado três passos, antes que ouvisse um clique de arma e vários conjuntos de pés triturando o terreno áspero. Congelei e estalei minha cabeça para a direita.
Fodido Himmler, junto com dois idiotas, com armas apontadas diretamente em nossas cabeças.
"Sabia que havia alguma coisa com você, filho da puta, no minuto que andou neste lugar," disse Himmler,
Apertando a mão dele na arma. Flame e Cowboy enrijeceram ao meu lado. Eu agarrei Phebe mais apertado em meus braços.
Os olhos de Himmler caíram sobre a ruiva. "Meister não vai tomar gentilmente com você tentando roubar sua puta, seu merda. Ele não vai dar uma foda se você é um atirador ou pode matar a metros de distância." Ele se aproximou, e mais perto ainda, até que o cano de sua arma pressionou contra a minha testa. Ele sorriu, e me preparei para atacar. Sua cabeça inclinada para o lado. “Por que você está aqui? Você não é Klan ou da Irmandade Ariana. Se você fosse, você estaria juntando-se à causa, não roubando a partir disso."
"Amantes de negros ponto com," disse Vike atrás de mim. “Pode ter ouvido falar de nós. Brancos que simplesmente amam malditos negros. Buceta, pau, você nomeie isso. Nós estamos por toda essa merda de chocolate."
Himmler grunhiu com a piada de Vike, mas me deu a fração de segundo que eu precisava para atacar. Eu bati minha mão no cano da arma de Himmler, batendo na minha cabeça. Caí e coloquei Phebe no chão, quando Vike, Flame e Cowboy saltaram sobre os outros idiotas. As armas dispararam, soando como um maldito trovão na cidade fantasma vazia.
Empurrei Himmler para trás e caímos no chão. O filho da puta lutou contra mim pela arma. Mas eu segurei e bati minha testa contra a dele. Himmler gritou. Ouvi o som gargarejado de alguém sufocando com sangue. Olhei para o lado para ver Flame montado em um dos homens, seu peito coberto de sangue, suas facas lançando-se na carne do Klansmen.
Um golpe bateu na minha boca, tirando sangue do meu lábio, e eu vi vermelho. Deixei cair o meu punho e o mergulhei no rosto de Himmler. Arrancando a arma de sua mão, desviei a peça com um movimento suave e apertei contra sua garganta. O filho da puta encontrou meus olhos, e eu sorri. Sorri enquanto mandava uma bala em seu crânio, espirrando seus cérebros nesse chão de merda.
Eu disparei novamente, através de seu queixo desta vez, observando a mandíbula do idiota soprar fora. Pensei em Phebe e nas outras putas neste lugar e atirei de novo, e novamente, perdido no mar de sangue, até que alguém me puxou de volta e eu bati no chão. Apontei a arma para quem quer que fosse, e vi Cowboy de costas com as mãos no ar. "Você o pegou. Ok. Nós temos que ir. Agora. Esses tiros terão o resto destes filhos da puta de volta em segundos."
Balançando minha cabeça de volta para o aqui e agora, atirei a arma para o chão e fui para Phebe. O corpo nu dela estava salpicado de sangue. Eu a levantei e olhei para meus irmãos. O rosto de Flame estava inundado com sangue, e seus olhos negros estavam enlouquecidos.
"Mova-se, agora." Eu pedi. Deixamos os desgraçados no chão e fugimos para as árvores.
Não parando por meus irmãos, sabendo que eles seguiriam, eu apontava para o caminho que corria em direção à estrada.
Ramos e galhos batiam no meu rosto enquanto corríamos.
Dez minutos mais tarde, chegamos a van que Hush tinha deixado para nós. Vike e Flame saltaram para dentro da cabine e ligaram o motor. Eu entrei na parte de trás, como fez Cowboy.
"Onde diabos ele está?" Perguntou Cowboy em pânico, seus olhos escaneando a estrada de volta, abandonada.
"Mais como, o que diabos ele estava pensando?" Eu retruquei, pensando em Hush levando todos aqueles fodidos de cabeça erguida.
Idiota.
Cowboy enrolou o punho e socou o lado da van. Phebe estremeceu em meus braços. Pelo menos ela não estava tão longe na droga, que ela não poderia reagir a merda. Talvez ela ficasse bem. Pelo menos fisicamente. Eu peguei o cobertor que estava na parte de trás da van e embrulhei em torno do seu corpo nu. Phebe gemeu novamente, e seus olhos rolaram, mas ela ainda não acordou. Cristo sabe que coquetel Meister estava usando nela.
“Lá!” a voz de Vike gritou da cabine. Olhei para fora das portas abertas e vi Hush correndo em nossa direção. O filho da puta teve sorte de ser rápido. Ele fez sinal para que começássemos a nos mover. Cowboy pendurou na traseira e segurou a mão de Hush, puxando-o para dentro. Eles bateram as portas atrás dele, e nós aceleramos.
Eu mantive minha arma na minha mão, apenas no caso.
"O que diabos foi isso?" Cowboy estalou. Ele pairava sobre Hush, fodidamente puto.
"O quê?" Hush retrucou, sua expressão escurecendo.
"A provocação do maciço pau inter-racial, seu idiota. Você foi criado para lançar um explosivo, não oferecer a si mesmo para uma porra de linchamento," eu mordi fora.
Hush me ignorou e cutucou no rosto aborrecido de Cowboy. "Você acha que depois de tudo o que aqueles fodidos do Klan fizeram para mim, para minha família, eu ia distraí-los com um explosivo? Foda-se essa merda. Eu queria que aqueles filhos da puta vissem minha bunda impura. Eu queria que eles vissem."
"Bem, trabalho feito, fodido." Cowboy deslizou para baixo para se sentar no lado oposto da van. "Você queria que eles o vissem? Espere até que Meister volte para ver seu segundo em comando faltando um rosto e um crânio."
Ninguém disse merda enquanto Viking nos dirigia como um relâmpago de volta para o complexo. Até que Hush abanou a cabeça e disse, "Merda. Isso é Phebe? A irmã de Li?”
"O que restou dela." Eu fiz um gesto para Cowboy. "Chame o profeta Dipshit no seu celular. Ele é necessário na minha casa agora. E diga ao filho da puta que não é um pedido de merda."
Cowboy fez o que eu pedi. Eu mantive meu olhar direto para frente, olhando para o lado da van. Até que eu senti alguém me observando. Quando olhei para baixo, os olhos machucados de Phebe estavam abertos. Eu fiquei tenso quando meu olhar encontrou o dela.
"Vike, pegue as estradas secundárias para casa e apague as luzes. Eles estarão infestando as estradas principais em minutos. Essa merda não acabou até que atravessemos os portões do complexo.”
Eu mantive meus olhos no rosto de Phebe, e aquele pequeno sorriso que ela mantinha usando ao meu redor, puxou em seus lábios. Meu coração de merda rasgou. Em sua voz fodida e rouca, ela disse, "Segura..."
Seus olhos se fecharam um segundo depois, mas eu não parei de olhar para ela. Eu não conseguia desviar o olhar. Mesmo quando a van parou, eu me esforcei para quebrar meu olhar.
Segura, ela disse.
Qualquer que fosse a merda que isso significava para ela.
* * * *
Quando as portas da van se abriram na minha casa, segurei Phebe perto do meu peito e saí pela brisa.
Ela gemeu em meus braços quando o vento lambeu sua pele quebrada.
Rider estava perto da casa com sua mala médica na mão. Lil Ash estava de pé na frente da porta de Flame, e eu podia ver Maddie na janela, tentando olhar.
Flame marchou direto para Ash, depois pela porta da casa. Caminhei para a minha, apenas olhando para o profeta, agora de cabeça raspada, para dizer: "Siga-me."
Fui direto para o meu quarto e deitei Phebe na cama recém-feita. Ela gemia, arqueando, quando eu pisei para trás. Suas sobrancelhas vermelhas estavam sulcadas, e suas pernas ficaram inquietas.
Aqui vamos nós. Eu assisti enquanto os dedos em sua mão esquerda procuravam as marcas em sua direita. As unhas começaram a coçar, procurando a injeção de heroína.
"Eu posso...” perguntou uma voz atrás de mim. Olhei de volta para Rider na entrada. Mas os olhos do idiota nem sequer estavam em mim; Eles estavam em Phebe.
"Vá em frente." Eu me afastei.
"Merda," Rider murmurou sob sua respiração enquanto caiu de joelhos e abriu sua bolsa. Ele estremeceu quando olhou em seus ferimentos. A mão que corria sobre os braços e pernas de Phebe parou no ar e apertou em um punho.
“Desculpe,” disse Rider a Phebe. Se eu não estava enganado, a voz do idiota rachou. Sua cabeça caiu e balançou de um lado para o outro. "Eu estou tão fodidamente arrependido."
Meus olhos se estreitaram, observando-o com ela, e meu peito apertou da forma como ele falou com ela. Eu sabia que ele a conhecia. Eu sabia que seu gêmeo psicótico estava fodendo-a por mais tempo. Mas eu não gostei o quanto próximo Rider estava com ela. Alguns malditos esfaqueamentos no meu peito não gostavam de como ele estava familiarizado com ela.
"Ela foi estuprada e espancada. Não sei por quanto tempo." Rider virou a cabeça para me ouvir, e eu juro que o filho da puta enxugou os olhos. “Ela também foi drogada. O Fodido Meister mantém todas as meninas sobre essa merda."
Passando de amigo para médico, Rider se levantou e começou a verificar todos os cortes de Phebe. "Eu preciso de toalhas e água. Nós temos que limpá-la.”
Passos soavam pelo corredor. Eu olhei por cima; Ash já estava reunindo o que Rider tinha pedido. Eu não tinha visto que o garoto estava lá. Quando ele voltou, ergui minha sobrancelha em questão.
"Pensei que você precisasse de mim," disse ele.
Eu revirei os cabelos escuros do garoto e peguei a água dele. Coloquei ao lado de Rider, e Ash entregou as toalhas. "Espere na cozinha, garoto," eu ordenei.
Assisti enquanto Rider limpava Phebe e começava a costurá-la. Ele se mudou para sua buceta e os danos que tinha sido feito lá. Eu fiquei tenso. Para ser justo com o Profeta idiota, o filho da puta era um profissional clínico e meio fodido. Mas vê-lo perto de sua buceta me tinha quase completamente louco. Então me concentrei no rosto de Phebe, em seus olhos, que continuavam rolando abertos e fechados. Seus lábios se separaram, e sua língua correu ao longo carne. "Ela precisa de água," Rider disse enquanto costurava um corte em sua coxa.
Dentes apertados, eu irrompi para a cozinha e passei por Ash, que estava sentado à mesa. Peguei um copo limpo e o enchi com água. Quando voltei para o quarto, segurei-o para Rider. O ex-irmão olhou para a minha mão. "Você vai ter que fazer isso. Eu tenho que fechar esses cortes para que eles não infeccionem."
Fechei os olhos e respirei fundo. Quando os abri de novo, movi-me para a cabeceira da cama e me sentei na borda. Phebe gemeu e rolou a cabeça em minha direção. Seus olhos se abriram e seu olhar azul fodido aterrissou direto em mim. Seus lábios se contraíram; Meu corpo ficou tenso, perguntando se a cadela ia tentar sorrir para mim de novo, mas ela engasgou de sede, então eu, gentilmente, empurrei minha mão em volta da parte de trás de sua cabeça e inclinei seu pescoço. O corpo fino de Phebe era tão leve quanto uma pena. Ela fez sons doloridos enquanto eu a movia, mas todo o tempo seus olhos vidrados nunca saíram dos meus. Engoli de volta um caroço de merda que estava fazendo o seu caminho em minha garganta. E foda-me, mas minha mão segurando o copo estava tremendo. Fechei os olhos e me ordenei a obter minha merda junta. Mas antes que eu pudesse, fui empurrado lá atrás. Senti o suor escorrendo atrás do meu pescoço. Senti o ar seco encher meus pulmões. Senti o chão de terra abaixo dos meus joelhos e senti sua mão na minha, enquanto eu me agarrei a isso com força. Eu sentia a merda das lágrimas sob minhas pálpebras fechadas quando eu cheirei - O sangue, a urina e merda de dias e dias de tortura.
"AK," uma voz profunda disse, cortando minha mente. Tentei puxar para trás, mas eu estava fodidamente preso. Meu coração batia contra minha caixa torácica tão forte, que eu tinha certeza que minhas costelas estavam prestes a estalar.
Então um longo gemido feminino tomou conta do meu cérebro e esmagou a memória. Eu pisquei e limpei a água dos meus olhos. Olhos azuis ainda estavam olhando para mim. Mas não foram os olhos que me trouxe de volta, era saber que eu estava com Phebe. Foi a sensação de seus dedos ósseos segurando meu pulso com toda a força de uma mosca. Sua mão estava tremendo, mas ela estava tentando trazer o copo de água na minha mão para sua boca.
Com uma inspiração profunda, levantei lentamente o copo para sua boca e observei atentamente enquanto ela bebia. Ela tossiu enquanto tentava engolir demais ao mesmo tempo.
"Pequenos goles," disse Rider de algum lugar ao meu lado. Mas eu não conseguia desviar o olhar de Phebe. Agora o rosto dela estava limpo da sujeira, sangue e qualquer outra merda que tinha estado endurecido, eu vi como ela realmente parecia. Sua pele já pálida estava cinzenta. Suas bochechas estavam vazias, e as maçãs do rosto estavam afiadas sobre o rosto magro dela. Mas suas sardas ainda estavam lá. A mesma maldita massa de sardas que me olharam no dia em que eu amarrei sua bunda naquela fodida árvore na comunidade do culto. Tantas delas, que deve ter um milhão em suas bochechas e testa. E aquelas pequenas em seu nariz...
"Isso é o suficiente," Rider instruiu. Eu puxei para trás o copo. Mas não a abaixei até a cama.
Mantive sua cabeça em meus braços. Mesmo quando seus olhos se fecharam e sua respiração ficou sombria de sono, eu ainda não a deixei ir. Não até que Rider mudasse para minha linha de visão. O filho da puta estava me observando com uma maldita careta no rosto dele. Me assistindo. Como se ele tivesse alguma porra a dizer sobre o que aconteceria com essa cadela daqui para frente.
Como um maldito irmão cuidando de sua irmã.
"O quê?" Eu estalei e abaixei Phebe de volta para o travesseiro. Ela parecia realmente estranha deitada em minha cama.
Rider não falou por alguns segundos, apenas me observou. Ele passou a mão sobre seu cabelo curto. "Eu a suturei. Ela está..." Ele gesticulou para sua buceta. "Ferida. Ele a feriu, mas ela vai se curar.”
Olhou para seus braços e as outras marcas visíveis. "Mas precisamos de medicamentos para desacostumá-la da heroína."
Quando eu ia falar, ouvi o barulho da porta da frente se abrindo, e passos apressados na entrada. Ky entrou no meu quarto, Styx atrás dele.
Ky olhou para a cama. Fiquei de pé e me afastei do caminho para deixá-lo ver Phebe, rangendo os dentes quando me lembrei que ela ainda estava nua. Eu me virei, levantei seu corpo magro e a coloquei debaixo do cobertor. Quando ela estava coberta, pisei para trás e olhei para o meu presidente e seu vice-presidente. Mas eles já tinham visto o dano. Eu podia dizer pelo olhar fodidamente assassino no rosto de Ky.
“Ela vai viver?” perguntou friamente. Eu sabia por seu tom que a pergunta não era para mim.
"Ela vai," Rider respondeu. Fez uma pausa, o suficiente para que Ky e Styx o olhassem. "Mas ela está na heroína, e muito mais, eu acho." Eu senti o ar ficar malditamente frio em torno de nós. Os dentes de Ky raspavam seus lábios.
O irmão estava chateado.
"Todas estavam," acrescentei. Ky e Styx olharam para mim. "As putas da cidade fantasma. Ele as tinha usando IVs de heroína e crack e sabe o que merda mais. Todas as putas estavam fora disso." Eu olhei de volta para Phebe.
Ela parecia malditamente pequena no meu colchão. "Cristo sabe quanto tempo ela tem estado nisso."
"Um tempo, eu diria," Rider falou.
"Não diga a Lilah sobre ela estar de volta," eu disse a Ky. "Ela ainda não passou por essa merda."
"Ela precisa de medicação," Rider continuou. “Para tirá-la da heroína e...”
"E eu preciso de você para sair fora dessa merda." Eu cruzei meus braços sobre meu peito.
“O quê?” perguntou Ky com severidade. Styx deu um passo à frente, seu peito volumoso soprando em minha atitude de merda.
"Eu preciso que vocês saiam da minha casa." Minha mandíbula se apertou. Ky olhou para mim.
"Você tem um problema, irmão?" Ky perguntou, sem dúvida se perguntando o que diabos estava acontecendo.
"A cadela precisa sair dessa merda em suas veias. Então eu vou assisti-la até que ela se vá. E para isso eu preciso que todo mundo desapareça."
“Abstinência?” disse Rider, parecendo em pânico. "Há maneiras melhores. Podemos fazê-la perder o vício com medicação, torná-lo menos doloroso para ela. Merda, ela merece isso depois do que passou."
"Meu modo só levará dias. Então vá embora." Me dirigi a Ky e Styx diretamente. "Vou ligar quando ela for através disso."
Os olhos de Styx foram até Phebe na cama. Erguendo as mãos, ele assinou: “Você não precisa fazer isso. A cadela não é sua preocupação."
"Quero... fazer.” Antes que eu pudesse ver a simpatia de merda indesejada nos rostos de Styx e Ky, eu virei e fui para o meu armário. Puxei uma regata preta Hangmen e um par de boxer. Sem olhar para trás, eu disse: "Então, saia. Vou ligar quando terminar.”
Eu sabia que eles não sairiam imediatamente, mas eu também não virei até que eles tinham ido embora. Quando eles se foram, fiquei parado no fim da cama e olhei para Phebe. Ela parecia tão malditamente tranquila, mas eu sabia que era uma questão de horas, quando o desejo viesse chamando, não haveria nenhuma paz para ela por dias. Agarrei a regata e a boxer mais apertadas em meus punhos e lutei contra o maldito buraco que estava tentando se formar no meu estômago.
Phebe se encolheu em seu sono. Fiz meu caminho em direção a ela e retirei as cobertas. Olhei para ela magra e imaginei como ela pareceria preenchida e saudável. Merda. Eu sabia que assim, ela seria a melhor puta que eu já vi. Eu imaginei sua pele livre de cortes e marcas de rasto, a cor do leite.
E um sorriso naqueles lábios que era devido por estar livre da merda em suas veias e não de alguma gratidão equivocada por ser salva de um círculo de tráfico de sexo.
Forçando a me mover, deslizei a regata sobre sua cabeça. Hades sorriu para mim com sua Uzi e laço nas mãos. Minha regata pendurou no meio de suas coxas. Eu deslizei minha boxer preta sobre suas pernas e puxei a coberta sobre ela.
Vike e Flame estavam me observando pela porta. “Você não precisa fazer essa merda, K,” disse Vike. "Deixe isso para outra pessoa."
"Eu posso fazer isso." Cruzei meus braços sobre o peito.
Flame, por uma vez, estava fodido ainda, e eu sabia que o irmão estava preocupado, quando seu olhar negro segurava o meu sem desviar o olhar. "Dê ela a outra pessoa," ele rosnou.
Eu balancei a cabeça. "Eu tenho isso," eu disse. Flame balançou a cabeça como se estivesse pronto para discutir. "Flame," eu empurrei, então adicionando, "Eu te ajudei a superar sua merda, certo? Quando nós o tiramos daquela casa de malucos?” As narinas de Flame queimaram e as cordas no pescoço incharam na memória. "Eu posso fazer isso por ela também." Eu corri minha mão através do meu cabelo. "Eu... Porra, eu tenho que fazer isso por ela também."
Vike inclinou a parte de trás da cabeça contra o batente da porta, exasperado. Flame olhou para Phebe e seus olhos se estreitaram ligeiramente. Eu podia dizer que ele estava se vendo no colchão. Ele ligou o seu calcanhar e saiu da minha casa. Eu sabia que era o irmão esquecendo sua merda de protesto.
“Você nem sempre precisa ser a pessoa a fazer isso pelos outros, sabe?” disse Vike. Eu olhei para o meu mais velho amigo, mas não disse uma merda. Tínhamos opiniões muito diferentes sobre esse ponto. "Não vai mudar o passado."
Coloquei minha mão no ar e cortei essa merda rapidamente. "Não," eu avisei. “Não vá lá, Vike. Eu estou falando sério."
Vike me fuzilou, mas ele a deixou cair. Ele se virou para ir embora. “O que há com você e essa cadela? Por que você dá a ela uma foda?"
Eu não respondi. Principalmente porque eu não sabia. Eu só preciso que ela fique curada. Isso é tudo o que me permito aceitar.
"Eu preciso que você leve o garoto por alguns dias," eu disse em vez disso. "Flame precisa de tempo com Madds sozinho. Ele não está bem depois da cidade fantasma. Não quero colocar Ash nesse caminho."
Vike assentiu com a cabeça.
"E não seja um idiota para ele."
Vike me deu uma saudação de merda.
Ele deixou a casa e eu bati na porta do quarto de Ash. "Sim?" Ele gritou.
Eu abri a porta. Ash estava sentado em sua cama. "Vou precisar que você fique com Vike por alguns dias, garoto."
Ash olhou para mim, seus cabelos pretos em uma maldita confusão em sua cabeça. "Ok." Ele ficou de pé e começou a embalar uma mochila. Ele esperou até que estivesse quase terminando para perguntar, "Isso tem a ver com a cadela em seu quarto?"
Eu sorri. "Cadela, Ash? Cuidado, você pode realmente começar a soar como um verdadeiro Hangman em breve."
Seu rosto iluminou-se com o embaraço. "Todos dizem cadela, então agora eu também. Não é ruim dizer isso aqui. Você só fala sobre garotas que vocês gostam."
Concordei, então respondi à pergunta original. "Mas sim, garoto, tem a ver com a cadela no meu quarto.”
E não vai ser bonito.
Ele se moveu para sair. Quando passou por mim, agarrei seu braço. "Você precisa de alguma coisa, você vai para Vike, Flame ou Madds, sim?”
Ele assentiu com a cabeça e saiu. Fechei a porta e recolhi toda a merda que eu sabia que seria necessária pelas próximas horas. Eu tomei um banho e vesti apenas um par de calças de brim, ajuntando meu cabelo ainda molhado e tirando-o da minha cara.
Então puxei uma cadeira para o meu quarto e sentei no fim da cama.
E esperei.
Esperei que a desintoxicação começasse.
Tentando não deixar o déjà vu do meu passado entrar na minha cabeça.
Com quem eu estava brincando? Não havia hipóteses disso.
Então eu deixei minha tortura começar também.
Sangue. Sangue, e uma porra de corpos nos cercaram. E ele se foi. Devin estava fodidamente desaparecido...
Capítulo sete
Phebe
"Phebe," meu pai chamou. Eu corri do meu quarto para a sala de estar. Um homem estava sentado no sofá. O homem estava vestido de branco e tinha os cabelos mais loiros que eu já tinha visto. Bem, exceto por outro. Minha Rebekah, mas ela tinha ido agora. Foi até a casa do profeta para livrar o diabo de sua alma.
Logo estaria livre do mal, e eu teria minha melhor amiga e irmã de volta.
Eu estava contando os dias.
"Phebe," disse meu pai. "Este é o irmão John."
"Olá, senhor," eu disse e me inclinei. Quando me endireitei, meu pai sorriu para mim.
Eu sorri.
O Irmão John levantou-se do sofá e veio em minha direção. Ele parou a poucos centímetros de distância, ergueu sua mão e colocou os dedos sob o meu queixo. Olhei em seus olhos azuis quando ele procurou meu rosto. Ele estava sorrindo para mim gentilmente; Eu sorri de volta para ele. Isso pareceu agradar ao irmão John, porque ele acenou com a cabeça e falou com meu pai. "Ela é bonita. Ela será uma boa Irmã Sagrada."
Irmão John desamarrou minha touca e empurrou-a para trás. Meus cabelos compridos estavam amarrados para trás do meu rosto. Ele retirou os grampos que os seguravam no lugar e deixou-os cair ao meu redor. Ele caiu todo o caminho até a minha cintura.
"Linda," ele disse de novo e passou os dedos pelos fios. "Diga-me, Phebe," Irmão John perguntou. "Quantos anos você tem?"
"Tenho dez anos, senhor."
"Perfeito," ele respondeu. "E você recebeu seu primeiro contato?"
Olhei para meu pai, que acenou com a cabeça para que eu respondesse. "Sim, senhor."
"Ela não foi totalmente quebrada, mas ela foi explorada por um irmão que eu estou perto, desde que ela era muito jovem. Ela tem a experiência necessária." Meu coração bateu rápido quando me lembrei do irmão Abel.
A primeira vez que eu tinha deitado na minha cama quando ele entrou no meu quarto e removeu minhas roupas. E então ele tinha me tocado. Ele sussurrou a escritura no meu ouvido enquanto seus dedos exploravam minha carne. E então ele me disse para tocá-lo também. Ele voltou muitas vezes e fez as mesmas coisas, às vezes mais. Meu pai me disse que isso era a vontade de Deus.
"Phebe," disse o irmão John, e eu pisquei. "O profeta te pediu para uma posição especial em nossa comunidade."
A felicidade correu pelo meu corpo, e eu sorri com excitação. "Eu? O profeta sabe quem eu sou?"
"Sim." O irmão John passou o dedo pelo meu rosto. "E você vai se tornar uma garota muito especial para ele e todos os irmãos em nossa fé."
"Eu vou?"
"Sim. Você vai se tornar uma Irmã Sagrada. Você sabe o que é isso?"
"Não, senhor."
"É uma das posições mais importantes em todos os reinos do Profeta Davi."
Engoli em seco enquanto o irmão John enfiava sua mão na minha. "Venha, criança. Você ficará comigo através da comunidade, em um lugar muito especial." Eu olhei para o meu pai, e ele sorriu tão grande para mim.
Eu não senti nada além de orgulho quando o irmão John me levou da minha casa. Irmãos e irmãs que passei acenaram para mim em parabéns. Todo o tempo eu pensei em nosso profeta e como eu tive sorte de ter sido escolhida para uma posição especial.
Eu não o decepcionaria...
Meus olhos se abriram quando uma fatia de dor cortou meu estômago. A luz na sala apunhalou meus olhos, e gritei quando seu brilho fez minha cabeça doer mais.
Levantei minhas mãos à minha cabeça e tentei parar o latejar que estava batendo em meu cérebro. Suor revestindo minhas palmas das mãos, senti meu estômago rolar e rolar até... Eu me inclinei sobre a borda da cama para o balde ao meu lado e vomitei. Suspirei repetidamente, a terrível lembrança da minha juventude ainda brincando de repetir em minha mente. Quando não sobrou nada, quando as ânsias se tornaram tosse seca, tentei limpar minha cabeça do nevoeiro. Eu estava cansada, tão cansada. Então, duas mãos estavam ao redor dos meus braços, me levantando de volta para o colchão molhado. Eu desloquei meu corpo e senti minhas pernas ficarem abaixo do lençol.
"Porra," grunhiu alguém. Meu coração parou de bater. Eu tinha certeza que eu iria olhar para cima e encontrar Meister. Eu não quero o Meister. Eu nunca quis. Fechei os olhos quando fui depositada em algum lugar e ouvi alguém correndo sobre o quarto. Eu tentei me mover, mas quando fiz, gritei em agonia. Meus músculos, cada um dos meus músculos pareciam pegando fogo, só que eles estavam me queimando por dentro. Minha mão moveu no meu braço, apenas para parar no meio. Minha pele raspou a carne, enquanto eu silenciosamente procurava a resposta para o que eu precisava.
A poção... Eu precisava da poção.
"Nenhuma aqui, Ruiva. Só vai ter que passar por essa merda comigo." Uma voz profunda estava perto da minha orelha, então eu estava nos braços de alguém. Só que estes braços não pareciam com o Meister, este homem não cheirava como ele. Cheirava a fumaça, couro e pólvora.
Fui abaixada de volta para a cama, e então alguém sentou ao meu lado. Eu abri os olhos, mas minha visão estava turva. Pisquei até que ficou claro. Uma mão suave se colocou na parte de trás da minha cabeça e um copo foi trazido aos meus lábios. Água fria entrou em minha boca; senti como lâminas de barbear quando engoli. Eu drenei o copo, depois um segundo. Quando eu quis um terceiro, a voz profunda disse: "Não."
Eu estendi a mão, tentando trazer a água de volta, mas ele se levantou e se afastou. Tentei me concentrar em seu peito, e tudo o que vi foi o diabo, rindo de mim. O medo se apoderou de mim, e os gritos saíram da minha boca. Quando ele voltou, minha voz parou em minha garganta. Eu assisti seus olhos escuros quando eles encontraram os meus. Ele tinha uma pequena barba e seu cabelo era longo, como os irmãos na comuna, mas ele não era um. Eu sabia que ele não era um.
Ele se ajoelhou ao meu lado e afastou meus cabelos da minha testa. "Eu preciso..." Eu engasguei quando a dor bateu em mim, dobrando minhas costas. Minhas unhas raspadas ao longo da pele já rasgada em meus braços. "Poção," Eu implorei. "Preciso da poção."
Ele balançou sua cabeça. "Nenhuma poção, Ruiva. Não mais."
Lágrimas escorreram pelo meu rosto. As coisas começaram a se mover pela sala. Pessoas entraram, sombras em primeiro, então...
"Rebekah," eu chorei. Ela estava balançando no canto, sangrando, queimada do fogo no Perdition Hill7.
"Não!" Eu tentei me mover, mas alguém estava me segurando.
"Você fez isso," ela disse em sua bela voz. Sangue substituiu suas lágrimas e marcou sua perfeita pele.
"Eu não sabia," eu chorei. "Eu acreditei quando eles me disseram que você foi criada pelo diabo." Eu solucei; Eu solucei tão forte que minha garganta parecia fechada. Então houve movimento para a direita.
Eu gritei em agonia quando a vi algo se mover ao lado de Rebekah. Os olhos castanhos de Sapphira me encararam, e estendeu a mão. Seu lábio inferior balançou, e lágrimas caíram por suas bochechas. Eu procurei por ela, mas eu não podia tocá-la. Eu estava muito longe. Eu nunca poderia chegar até ela. As pessoas estavam sempre me segurando de volta.
"Você nunca me disse," ela falou tristemente. Meu estômago se apertou novamente.
"Eu não podia." Eu observei quando sangue começou a derramar de seu nariz e boca. "Eles nunca me deixariam." Minha garganta estava crua de chorar. "Se eu fizesse bem, eles me deixariam ver você, mas eles nunca iriam me deixar falar essas coisas. Eles nunca me deixariam contar."
"Você deixou que eles me machucassem." Ela apontou para os hematomas em seus braços, em suas pernas. Ela levantou seu vestido para cima em suas coxas e expôs as marcas de mão, as cicatrizes... A tatuagem.
"Você está a salvo agora. Ele te tirou da comuna. Você está segura."
"Pense." Ela se aproximou da cama. Quando veio para a luz, meu coração rasgou em dois.
"Lembre-se," ela implorou. Seus longos cabelos loiros caíam frouxos até a cintura, e seus olhos castanhos afundados e tristes.
"Lembrar de quê?"
Sapphira sacudiu a cabeça e parou ao lado de Rebekah. Elas se seguravam. Eu não queria nada além de correr para elas, me juntar a elas, seja no céu ou no inferno. Mas um homem me segurou.
"Você as vê?" Eu chorei, minhas lágrimas salgadas puxando meus olhos. "Elas estão feridas, elas precisam de mim para salvá-las! Sapphira... Ela tem apenas quatorze anos. Ela está ferida!"
"É tarde demais," Rebekah disse, e eu congelei. Sapphira virou a cabeça para mim, roubando-me seu rosto bonito.
"Não..."
"Elas não estão lá," o homem disse em meu ouvido.
"Não!" Eu gritei de volta, mas sua incrível força me segurou.
"Empurre através disso. Elas não estão lá. Há apenas você e eu neste quarto. Elas estão na sua cabeça."
"Você mente," eu solucei e me afundei contra seu apoio. Minha cabeça afundou no travesseiro enquanto outra onda de fogo tomou o comando dos meus músculos. Apertei os dentes e tentei lidar com a dor. O único alívio que eu encontrei foi um pano fresco colocado na minha cabeça, livrando momentaneamente a minha pele escaldante da massa de suor lá.
"Poção," eu implorei. "Por favor... Apenas me dê a poção do Meister."
"Não," a voz trovejou, firme e dura. Vinha de cima de mim. Eu forcei meus olhos a abrirem. O rosto do homem lentamente passou para a minha vista.
"Você," eu disse, e o homem parou. Levantei minha mão para seus longos cabelos castanhos e corri meus dedos sobre os fios cobrindo seu lábio superior e queixo. "Eu ainda estou na árvore?" Eu estava fora, no ar fresco? Eu tentei cheirar se eu estava, sentir o frescor da grama e do ar da noite, mas não podia sentir o cheiro de nada; eu não posso localizar nada.
Tudo estava... Deslocado.
"Você está segura," ele disse tranquilizadoramente e pegou minha mão do seu rosto. Eu acreditava que ele jogaria fora meu toque, como todos os outros homens tinham feito. Mas, em vez disso, ele segurou minha mão na dele e apertou-a firmemente.
Suas palavras se filtraram em meu cérebro embaçado. "Segura?" Eu perguntei. Ele inclinou a cabeça para mais perto. Eu olhei para seus olhos castanhos, e ele acenou com a cabeça. Eu parei de respirar. Os olhos dele. Eu conhecia seus olhos... "Olhos bons," eu sussurrei.
Ele se sentou de volta, suspirando.
Trazendo sua mão à minha boca, eu beijei sua pele. "Por favor." Meus olhos caíram sobre Rebekah e Sapphira na esquina. Elas ainda estavam me observando. Só que desta vez, partes de sua carne estavam quebrando, seus cabelos estava caindo no ar, e o sangue que manchou a pele começou a derramar em riachos para baixo no chão.
"Você fez isso," repreendeu Rebekah. "Você acreditou neles. Você os deixou nos ferir."
"Não!" Eu chorei, mas não era bom. "A poção," eu implorei ao homem. "Você deve me dar a poção. Eu não aguento mais isso."
Tomou uma longa inspiração. Quando ele abriu os olhos, eles estavam brilhando. "Você tem que aguentar," ele simplesmente disse. "Você tem que passar por essa merda para melhorar."
Raiva como nada que eu tinha encontrado antes, construiu dentro de mim, e eu afastei sua mão. Eu cuspi no seu peito nu pintado com o diabo. "Me dê isto! Eu quero!" Eu bati na minha cabeça e empurrei a mesa lateral ao meu lado. Ela caiu no chão. Apontei para o meu braço e bati na minha pele. "Aqui! Coloque-a AQUI! AGORA!"
Em um flash o homem estava em mim, seu corpo enorme fixando meus braços para baixo no colchão. Eu cuspi no rosto dele e tentei agarrar seus braços. Minha raiva estava me guiando e eu deixei-a, quando o fogo voltou, queimando cada parte viva de mim. "ME DÊ!" Eu gritei. O homem me encarou, ainda não dizendo nada.
Eu olhei para trás, gritando demandas até que minha voz cortou e eu vi os restos finais de Rebekah e Sapphira desaparecerem no ar atrás dele. Meu peito cedeu enquanto as lágrimas escorregavam pelos meus olhos.
"Por favor... Por favor... Por favor..."
Ele balançou sua cabeça.
"Você vai superar isso."
"Eu quero morrer," eu disse finalmente, depois de não sei quanto tempo. Eu tinha falhado. "Deixe-me morrer." Um sussurro pedindo. "Socorro... Eu quero morrer."
A cabeça do homem recuou enquanto eu falava aquelas palavras. Seu aperto em meu pulso aumentou, e ele inclinou sua cabeça perto. "Você não vai morrer. Eu não vou deixar outro morrer. Você pegou isso, Ruiva?"
As bochechas avermelhadas e os olhos escurecidos. "Nós vamos fazer você passar por isso. Estivemos aqui um tempo já, apenas um pouco mais de tempo para ir. Você não está recebendo seu gosto, e você não vai morrer."
Então eu fechei meus olhos e deixei a escuridão me levar. Mas foi Meister que eu vi. Meister e Judah em Nova Zion.
"Phebe!" Judah chamou, e eu andei em direção ao seu assento. Olhei para este homem fingindo ser o Profeta e soube suas mentiras. Ele sabia que eu também o conhecia; Seus olhos, idênticos aos do Profeta Cain, assistiram-me constantemente. Seus olhos pareciam iguais, no entanto, Judah sempre tinha algo diferente de Cain – uma maldade inata que não se podia negar.
"Profeta Cain." Eu caí de joelhos diante dele.
"Levante-se." Eu fiz como ordenado. Havia um homem que eu só tinha visto uma vez, antes de ficar ao seu lado. Ele tinha comparecido a uma Partilha do Senhor recente. A direita de Judah estava Sarai, a criança que tinha se tornado recentemente sua consorte.
"Irmã Phebe." Judah gesticulou para o homem de cabelos raspados ao lado dele. "Este é Meister. Ele é um hóspede privilegiado aqui em Nova Zion. Ele a viu na Partilha do Senhor, e rapidamente se tornou um admirador de seus... Talentos." O olhar de Judah entediava o meu, e eu entendi perfeitamente o que ele queria que eu fizesse.
"Eu entendo, Profeta Cain." Caminhei em direção a Meister. Com cada passo me concentrei em tudo que eu já tinha sido ensinada. Meus quadris balançaram sedutoramente enquanto subia as escadas para onde estavam. Eu mergulhei minha cabeça e olhei para ele através dos olhos encapuzados. Eu balancei meu cabelo para o lado e deixei-o balançar contra minha cintura.
E então eu estava diante dele. "Senhor," eu disse em uma voz rouca. "Venha. Gostaria de mostrar-lhe como honrar nossos convidados."
Meister enfiou a mão na minha, e eu o levei da casa do Profeta para o meu aposento. Lhe ofereci um lugar no fim da minha cama e estava diante dele. Sem romper o contato visual, movi meu cabelo dos meus ombros e levantei minha mão para deslizar fora das mangas do meu vestuário. Meister tornou-se duro debaixo do jeans; Os músculos descobertos de seus braços e pescoço, tensos e inchados, quando o material caiu do meu corpo, deixando-me exposta.
Eu caminhei para frente, devagar o suficiente para ele saborear o meu corpo, mas rápido o suficiente para fazê-lo ansiar pelo meu toque.
"Foda-me," disse ele enquanto eu me detive diante dele e corri minhas mãos pelos seus braços. Marcas estranhas foram pintadas em sua pele, ao contrário de qualquer uma que eu já tinha visto antes. Algumas brilhantes, algumas horrorosas. Eu levantei sua camisa sobre sua cabeça e mostrei seu corpo aos meus olhos. Ainda olhando em seus olhos, eu deslizei meus peitos em seu peito e encontrei minha boca em seus mamilos. Eu lambi a carne com a ponta da minha língua, sentindo o grânulo endurecer sob o meu toque. Ele sibilou enquanto rocei meus dentes sobre a pele levantada.
Sua mão se moveu para o meu cabelo e, de repente, eu estava sendo arrancada para o colchão. Eu gritei quando bati contra a cama. Meister estava de pé, desfazendo as calças com mãos rápidas. Seus olhos azuis estavam iluminados com ardor. Suas mãos fortes derrubaram suas calças, liberando seu comprimento grosso. Usando o treinamento que tinha sido arraigado em mim desde a idade de dez, eu me estendi à frente e puxei-o mais perto por seus musculosos quadris. Seu comprimento estava duro e pronto, então sem pausar, eu envolvi meus lábios em torno dele. Eu era lenta a princípio, provocando e tentando, mas a mão dura de Meister agarrou meu cabelo. Sem advertência, ele empurrou-se dentro da minha boca até que eu estava amordaçada. Engoli todo impulso que ele deu, ignorando as lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas. E então Meister estava fora da minha boca e empurrando-me em minhas costas. "Como você é difícil, não é, puta?" ele rosnou. O medo se instalou em meus ossos.
Eu havia seduzido centenas e centenas de homens. Alguns eram mais ásperos do que outros – eu estava preparada para todos – mas o brilho nos olhos de Meister me enervou mais do que qualquer um que eu já conheci. Até Judah.
Meister cobriu meu corpo e abriu minhas pernas com suas mãos fortes. Eu gritei de surpresa quando ele fez isso, mas isso só trouxe um sorriso aos lábios de dele. "Você gosta disso, puta? Como eu posso tomar o que eu quero de você e você não pode fazer nada para me combater?"
Meu lábio tremeu enquanto eu me preparava para o que ele estava prestes a fazer. E então me lembrei do meu treinamento e o que se esperava de mim como uma Irmã Sagrada. "Sim, senhor," respondi. "Eu quero que você me domine." Levantando minha boca para o ouvido de Meister, lambi ao longo do lóbulo e sussurrei, "Você me possui."
Isso foi tudo o que levou para Meister estalar. Ele atirou-me para baixo para o colchão e grosseiramente bateu dentro de mim. Eu olhei para o teto enquanto ele empurrou-se em mim uma e outra vez. Minhas mãos correram sobre suas costas, e eu o deixei selvagem em minha boca com a sua própria, mordendo no meu lábio para tirar sangue.
Porque esse era o meu papel nesta vida. Dar prazer aos homens associados com o profeta e a fé.
E eu era boa nisso.
A Irmã Sagrada mais condecorada.
Meister rugiu sua liberação em minha orelha e sufocou-me com seu corpo encharcado de suor.
Fechei os olhos.
* * * *
Engasguei acordada. Após muitos segundos, o quarto nadou em foco. Eu estava familiarizada com este quarto agora. Tentei mover meus braços e pernas. Ainda doía, mas hoje era menos. Eu desenhei uma longa inspiração e permiti aos meus pulmões a liberdade do meu peito. Doeu quando eu os enchi em sua capacidade, mas não igual tinha sido da última vez que eu acordei. Eu não tinha ideia de quanto tempo estava nesta sala. Lembrei-me de vomitar. Lembrei-me de chorar. E eu me lembrei da raiva.
Mas agora eu me sentia mais calma. As imagens de Rebekah e Sapphira eram uma lembrança distante. Mesmo agora, quando olhei para o lugar que estava ocupando por muitas horas, vi apenas uma parede de madeira e os restos de uma cômoda esmagada.
Olhei para o quarto e então o vi.
Ele estava me observando. Toda vez que eu tinha acordado – pelo menos ultimamente, nos momentos em que eu podia me lembrar – ele tinha estado lá. Ele tinha arranhões na pele e contusões no peito. No entanto, ele nunca me deixou em paz.
Algo no meu peito inchou com aquele conhecimento. Eu me recusei a acreditar que era o meu coração, como eu não tinha certeza se ainda estava lá, tinha sido quebrado tantas vezes. Mas pensei que talvez fosse gratidão.
Eu não sabia. Mas este homem, o homem com os olhos bondosos, tinha ficado comigo. Ele tinha me livrado da poção de Meister. Eu me movi no colchão. Minha língua seca rolou em volta da minha boca empoeirada. Antes que eu pudesse mesmo me movimentar, o homem estava andando através do quarto. Quando ele se aproximou, vi círculos profundos e escuros sob seus olhos, e a rugosidade da pele em seu rosto. Perguntei-me se ele tinha dormido em todo o tempo que eu tinha estado aqui. Tentei lembrar-me de onde tinha vindo, mas tudo que eu podia ver era Meister e o quarto escuro em que ele me manteve.
E a poção que ele me deu. Que se destacou mais. Era tudo que eu conseguia pensar.
O homem sentou-se na beira da cama e pegou o copo de água que eu procurava. Ele engoliu enquanto inclinava seu torso nu sobre mim e acariciava a parte de trás da minha cabeça. Mais gentil do que eu poderia imaginar, ele levantou minha cabeça e trouxe o copo para minha boca. Fechei os olhos enquanto o líquido lubrificava minha garganta seca. Tomei gole após gole, até que o copo foi drenado.
Quando ele me colocou de volta no travesseiro, mantive meu olhar nele. Ele baixou a cabeça, quebrando o contato visual, E perguntou com voz rouca: "Como você está se sentindo?" Seu timbre profundo se instalou dentro de mim, e assisti como ele arrancou o cabelo para trás de seu rosto.
Movi-me para a cama, a mortificação cortando-me quando senti umidade debaixo de mim, quando senti o cheiro do fedor do desperdício do meu corpo. As lágrimas me encheram de vergonha e tentei sair da cama. Mas os braços do homem estavam imediatamente sobre meus ombros, mantendo-me no lugar. "Não fique fodidamente embaraçada sobre merda insignificante, certo?" Eu engoli para trás o nó crescente em minha garganta. "Você está se sentindo bem?" Ele repetiu, desta vez não tirando os olhos de mim nem por um único momento.
Tomei uma respiração trêmula. "Eu... Estou me sentindo muito melhor... Eu acho que..."
Os ombros do homem relaxaram, como se minha resposta fosse a boa notícia que ele esperava.
"Eu..." Eu abaixei minha cabeça, minhas bochechas brilhando de vergonha. "Eu estou imunda. Eu..." Escovei a gota que caíra do meu olho. "Quero me banhar... Se estiver tudo bem com você?"
Senti o peso de seu olhar fixo em mim. "Sim," ele disse finalmente e se levantou da cama. Ele andou fora do quarto, e eu ouvi o som da água correndo ao lado. Me movi para o final da cama, apertando meus dentes no esforço incrível que levou para fazer isso. Notei que estava usando roupas estranhas que pendiam do meu corpo. Quando olhei para as minhas mãos, não vi nada além de ossos e veias azuis. A pele em meus braços estava marcada com vergões vermelhos e crostas levantadas. Chupei meu lábio inferior para detê-lo de tremer.
Usando a parede ao meu lado, me empurrei para ficar de pé. Minhas pernas tremiam. Olhei para baixo, mas tive que fechar meus olhos e desviar o olhar quando eu vi que toda a carne tinha desaparecido longe dos meus ossos.
Abri os olhos ao som de alguém entrando no quarto. O homem estava olhando pra mim, correndo seu olhar para o meu corpo muito magro, arruinado. Eu queria me cobrir com os braços, mas eu não conseguia me mexer. Sua mão pendurada ao seu lado apertada em um punho.
Respirando fundo, forcei minha perna a se mover. Apenas um único passo pequeno foi como escalar a mais alta montanha. Minha respiração tornou-se cansada e suor estourou em minha pele já quente. Mas eu empurrei para frente.
Eu precisava estar limpa. Eu tinha visto o que tinha feito ao lençol que eu estava deitada. A humilhação atuou perfeitamente para eu chegar à água e à limpeza.
Quando cheguei ao homem, ele estendeu os braços para me pegar. Mas eu balancei a cabeça. Eu faria isso sozinha. Eu segui o som da água para um pequeno banheiro. O vapor do chuveiro se agarrou à minha pele e agiu como um farol para meus ossos cansados.
"Toalha está lá. Estarei no corredor se você precisar de mim," disse o homem atrás de mim. Eu não virei para responder. "Obrigada."
A porta se fechou atrás de mim, e caí para sentar no assento fechado do vaso sanitário. Eu respirei no vapor, dando um momento para reunir alguma força. Olhei para o chuveiro, eu desejava mais do que a poção de Meister agora mesmo.
Levou-me muitos minutos para me livrar da roupa suja que eu estava usando e ainda mais para andar até o chuveiro. Mas no segundo que a água atingiu o topo da minha cabeça, um ataque de cansaço e dano veio direto sobre mim. Eu lutava para acompanhar o nevoeiro que estava turvando minha mente. Confusão envolta em torno de mim. Como eu vim para estar aqui, e onde ele estava? Onde eu tinha estado e o que aconteceu comigo? Por que eu estava tão magra? Onde estava Meister? O pensamento de Meister fez minhas pernas cederem.
Desci até o chão do chuveiro, caindo com um baque. O medo se apoderara e eu mal podia me mover. Lágrimas inundaram meu rosto e se misturaram com a água que chovia de cima.
Arrepios quebravam ao longo da minha pele quando flashes de Meister amarrando-me em uma cadeira, me machucando, vieram batendo na minha cabeça. Coloquei minhas mãos nos lados do chuveiro e tentei me levantar, mas não consegui me mexer. Meus músculos traidores tinham desmoronado e me deixaram muito fraca para mover-me a partir deste ponto.
Eu inclinei minha cabeça para o spray, tentando lavar a sensação de Meister em minha pele, para limpar sua memória de minha mente. E assim quando eu comecei a chorar mais frustrada, a porta do banheiro abriu e o homem que me cuidou, entrou. Ele se lançou em minha direção e se curvou, me envolvendo em sua fortaleza. Ele cheirava fortemente a fumaça. Não tinha estado tão forte no quarto.
"Eu caí," eu consegui dizer quando finalmente encontrei minha voz. "Eu... Eu não consegui levantar."
"Está tudo bem, Ruiva," ele me tranquilizou e me tirou do chuveiro.
"Não!" Eu protestei, conseguindo adicionar alguma força à minha voz. "Por favor." Estiquei minha mão para o chuveiro, desejando ser limpa. Sentir qualquer coisa, menos o que eu sentia no momento; Sentia-me atormentada com a sujeira, dentro e fora.
Em seus braços, meu corpo tremia de frio. "Você quer que eu te limpe?" Ele perguntou.
Eu virei minha cabeça em seu peito para me proteger do embaraço. "Por favor..."
O homem respirou fundo, depois virou-se e caminhou de volta para o chuveiro. Eu pensei que ele ficaria atrás de mim e me guiaria enquanto tentava me banhar. Eu não esperava que ele entrasse comigo, ainda vestindo suas calças. Ele me manteve embalada em seus braços. Ele apoiou meus pés no chão e me segurou com um braço. Com a mão livre, pegou um xampu e esfregou-o no meu couro cabeludo. Fechei os olhos quando ele lavou a sujeira e a impureza. Eu suspirei enquanto sua mão corria sobre a minha pele, tirando o suor e mau cheiro que eu achei tão repugnante. Então ele me guiou quando eu simplesmente fiquei sob o spray quente. Ele ficou atrás de mim, um pilar de força. Ele nunca falou enquanto a última espuma do shampoo foi enxaguada de meu corpo. Nem uma vez ele pronunciou uma única palavra, até que a água começou a esfriar e ele perguntou suavemente: "Você está pronta?"
Ele desligou o chuveiro e me envolveu em uma toalha. Ele sentou-me de volta no assento do vaso fechado, enquanto secou meu cabelo com uma segunda toalha. Eu suspirei enquanto suas mãos massageavam meu couro cabeludo. E abri meus olhos. Eu abri meus olhos e me encontrei cara a cara com este homem. Ele não estava olhando para mim, tão concentrado estava em sua tarefa. Uma onda de algo desconhecido caiu em mim quando percebi que, em toda a minha vida, nenhum homem tinha me importado assim, e muito menos um completo estranho.
Um anjo. O carinho voou em minha mente.
Seu cabelo escuro estava molhado. Suas calças estavam encharcadas, criando uma inundação em seus pés. Hipnotizada por esse estranho, alma amável, este homem, eu encontrei-me com a mão em seu pulso. Ele congelou no segundo que meus dedos o tocaram, mas ele suavemente encontrou meu olhar. "O que..." Eu engoli em seco. "Qual é o seu nome?"
Os olhos escuros do homem se estreitaram apenas uma fração. Ele retirou as mãos do meu cabelo. "AK."
"AK," eu disse suavemente, sentindo a estranheza do seu nome em meus lábios. Não sabendo o que mais fazer, eu trouxe seu pulso para a minha boca e pressionei um único beijo agradecido ao seu pulso. Eu senti-o acelerar sob meus lábios e ouvi sua ingestão repentina de fôlego. "Já nos conhecemos, não?"
Ele olhou para longe. "Uma vez."
"A árvore," eu disse. Ele confirmou com a cabeça. Uma súbita corrida de emoção varreu meu coração. "Você ajudou a salvar minha Rebekah." Eu estremeci enquanto lutava contra as lágrimas. Então me lembrei dos seus olhos, seus cabelos e seu cheiro tão perto de mim. "Você poupou minha vida quando você poderia ter me destruído."
Suspirando, ele relutantemente olhou para mim. "Você não tinha feito nenhuma merda errada."
Suas palavras não eram um bálsamo, mas uma espiga de metal pesado que perfurava minha consciência. "Isso é discutível," eu respondi.
Ele me estudou, seus olhos escuros avaliaram. Engoli em seco sob sua atenção. Eu abri minha boca falar. Mas as palavras não vieram. Eu não podia verbalizar minha vergonha, minha culpa absoluta de ser a irmã que assegurou que Rebekah, desde tenra idade, se tornasse a menina-diabo que todos na comuna acreditavam que ela fosse.
Na verdade, eu era a menina do diabo. Eu permiti que os homens machucassem uma criança; Pior ainda, encorajei Rebekah a acreditar que ela própria era o mal. O que ela deve ter pensado de mim...
"Ela está aqui."
O sangue que corria tranquilamente pelo meu corpo tornou-se uma torrente. Olhei para AK. Ele encontrou meus olhos e acenou gentilmente com a cabeça. "R-Rebekah?" Eu consegui gaguejar, certa de que tinha ouvido mal.
"Lilah." AK deu um passo para trás. "Sua irmã. Ela está aqui. Ela mora aqui."
AK estendeu a mão para eu pegar. Ele queria que eu me levantasse. Mas era impossível. Um milhão de emoções atravessaram minha mente, enquanto suas palavras afundavam. Ela estava aqui? Aqui neste lugar?
"Os homens do diabo," eu disse, minha voz rachando.
AK arqueou as sobrancelhas. "Nós somos os Hangmen Hades. E sua irmã pertence a um de nós agora."
"O homem de cabelos longos e loiros."
"Ky."
Ky. Eu corri o nome através da minha mente, saboreando a familiaridade da sílaba em minha memória. Rebekah o amava. Ela me disse isso antes de ser punida.
Imagem após imagem de Rebekah encheram minha mente. Seu lindo sorriso, seu longo cabelo loiro, a devastação em seu rosto quando eles publicamente a experimentaram em Nova Zion. Seu rosto, como ela olhou para mim com tal resignação dolorosa em seus olhos. Resignada que isso era como sua vida terminaria. E que ela era a mulher-diabo que eles a fizeram ser.
Uma Mulher Maldita de Eva. Uma verdade que eu acreditava por tanto tempo. O título que torturou sua vida.
"E... Ela está feliz?" Eu perguntei. AK assentiu, com um pequeno sorriso nos lábios, e eu não poderia ter lágrimas se eu tentasse.
"Ela está," ele disse bruscamente, e minha cabeça caiu pra frente. Meu cabelo molhado velou meu rosto enquanto eu cobria minha boca com as minhas mãos. Eu deixei o alívio escorrer do meu corpo. Ela estava feliz. Eu não sabia. Mas ela estava feliz. Eu não poderia ter desejado nada mais.
AK saiu da sala. Ele voltou e ficou na porta, segurando algumas roupas em suas mãos. Eu não pude ler a expressão em seu rosto enquanto me observava. Ele era difícil de entender, pensei. Vestindo uma máscara neutra que escondia seus verdadeiros sentimentos.
Ele havia erguido muros em torno de si para sua proteção. Eu sabia disso porque o reconheci em mim mesma. Eu me pergunto por quê.
"Vista-se. E então você precisa comer."
O pensamento de comida fez meu estômago rolar com náuseas. Eu balancei a cabeça, prestes a protestar quando AK disse, "Você não comeu por quase uma semana, enquanto você estava saindo do vício. Não vai ser fácil, Ruiva, mas você tem que comer alguma coisa." Ele apontou para mim. "Agora você é um saco de ossos." Ele virou e me deixou sozinha. Peguei as roupas que ele colocou no balcão. Deslizei a parte superior sem mangas longas sobre a minha cabeça e puxei a calça macia sobre minhas pernas. As calças eram muito grandes, mas eu era capaz de amarrá-las em torno da minha cintura pequena com o cordão no cós.
Usando a parede para o equilíbrio, me levantei e fui até o balcão. Havia uma nova escova em cima, e um pente. Escovei os dentes, e quando minha boca estava limpa e refrescada, forcei-me a olhar o reflexo que eu estava evitando.
Eu engasguei enquanto olhava para a garota no espelho. Sua pele era maçante e cinzenta. Seus ossos se projetavam em ângulos, e seu cabelo pendurado flácido em seus lados. Então meus olhos caíram para as marcas em seus braços no interior. Dezenas de marcas que manchavam sua pele pálida e sardenta. Eu corri meus dedos sobre as marcas. Quase podia sentir a agulha perfurando a pele e a poção celestial deslizando como luz solar pura em minhas veias. Meu corpo balançou e meus olhos se fecharam quando me lembrei de como me afastou da minha dor e dos meus fardos.
Eu tropecei, e meus olhos se abriram. Apenas no pensamento da poção, minhas bochechas tinham corado. Tremor em meu estômago. Eu ansiava pela poção mais do que eu queria comida, ou água, ou qualquer outra coisa que importa. Mas então eu pensei em Rebekah, aqui neste lugar, segura e feliz, e eu me fiz chegar para o pente. Concentrando-me no rosto, no sorriso e na esperança de que Grace estava viva, eu corri o pente através do meu cabelo, até que os fios vermelhos longos estavam retos e lisos.
Ruiva, pensei enquanto olhava para o meu reflexo. AK me chamou de ‘Ruiva’.
A cor do meu cabelo.
Eu assustei com o brilho breve de um sorriso em meus lábios. Eu não tinha certeza do porquê, mas eu gostava desse nome para mim.
Não Phebe. Não ‘puta’... Mas a simplicidade do nome Ruiva.
Eu abri a porta e, lentamente, dolorosamente, fiz minhas pernas me levarem na direção em que AK tinha ido. O cheiro de comida quase me fez voltar para o banheiro para vomitar. Mas eu lutei, determinada a continuar em movimento.
Quando cheguei à cozinha, AK estava em um fogão, cozinhando a comida. Eu não sabia que tinha parado na porta, cativada por ele, até que ele olhou por cima do ombro e congelou. Ele havia se trocado para outro par de calças, e seu cabelo foi escovado para trás do seu rosto.
Ele era incrivelmente bonito. Eu não entendi o rubor que veio para as minhas bochechas quando esse pensamento passou pela minha cabeça. Os homens não me afetavam. Eles nunca fizeram. Mas aqui estava eu, corando como se não conhecesse o toque de um homem.
"Você quer se sentar?" Ele moveu o queixo para uma mesa ao lado da sala. Eu sentei, e AK colocou uma caneca na minha frente. Eu conheci o cheiro imediatamente.
"Café," ele disse e voltou para o fogão.
“Eu nunca experimentei.” Abaixei meu nariz para o líquido, mas tive que virar minha cabeça para longe do cheiro.
"Experimente," disse ele encorajadoramente, colocando um prato de comida diante de mim. Bacon e ovos. Ele deu de ombros e sentou-se em frente a mim. "Eu não sou um bom cozinheiro, mas mesmo eu não posso foder com isso."
Eu tentei cortar a comida. Trouxe uma pequena quantidade para a minha boca e fiz-me mastigar. Ela parecia serragem na minha língua. Senti como lâminas de barbear para engolir. Mas eu comi. Eu sabia que devia.
AK olhou para fora da janela de sua cabana enquanto eu comia tanto quanto eu podia – o que não era muito. Quando eu não podia comer mais, coloquei os talheres e perguntei: "Por quê?"
AK lentamente se virou para me encarar. Engoli uma pequena quantidade de café, fazendo uma careta quando o líquido quente queimou minha garganta. Mas eu gostei.
"Por quê?" Ele ecoou. Meus olhos caíram para seu torso nu e a massa de tatuagens estragando sua pele.
"Eu?" Eu disse, finalmente fixando minha atenção de volta em seus olhos. "Por quê... Por que você me ajudou?"
Instintivamente, minha mão passou por cima das marcas no interior do meu braço. "Por que você me tirou... dele?" Baixei o olhar e olhei para o escuro abismo da xícara de café. "Por que você se importou? Você não me conhece."
"Conheço," ele respondeu finalmente.
Eu podia ver por sua postura rígida que ele não diria nada mais sobre o assunto. E isso estava bem. Ele não tem que explicar nada. Ele me resgatou, por qualquer motivo, de Meister. No final, isso era tudo o que eu precisava saber.
"Obrigada," eu sussurrei, mantendo meus olhos de encontro ao dele. "Obrigada por me salvar."
Ouvi sua respiração acelerar, e eu senti sua necessidade de dizer algo para mim do outro lado da mesa. Mas antes que ele pudesse responder, houve uma batida na porta.
Minha cabeça levantou-se. Eu me perguntava quem poderia ser. AK levantou-se e a abriu. Quando o visitante pisou dentro, meu coração ficou cheio de luz. Ele me viu sentada à mesa e parou estático.
"Phebe," ele respirou.
Minha mão atirou em minha boca em descrença. Eu vi uma mulher entrar atrás dele. Ela era bonita, com muito cabelo preto e olhos azuis. Mas antes que eu pudesse me perguntar sobre ela, Cain atravessou a sala e me pegou em seus braços. Lágrimas caíram dos meus olhos quando eu caí em seu abraço familiar. Ele usava uma camisa preta e calças jeans... E seu cabelo comprido se foi. Eu chorei em seu ombro, soluçando, até que ele ficou para trás.
Seus olhos varreram sobre mim, e ele sorriu.
Reconheci aquele amável sorriso.
Então a mulher estava passando por ele. "Phebe," ela respirou e me abraçou com o mesmo vigor. Eu franzi o cenho confusa, imaginando como ela me conhecia. Então ela se afastou, e eu estudei seu rosto. Seu cabelo era a cor errada, como eram seus olhos, mas ela era, isso era...
"Harmony?" Eu sussurrei em descrença, então segurei-a o mais perto que pude. Harmony recuou e sorriu para mim. Sua mão desceu pelo meu rosto. "É Bella, Phebe. Meu verdadeiro nome é Bella." Ela apontou para seus cabelos e olhos. "Eu estava disfarçada em Nova Zion. Este é o meu verdadeiro eu."
"Bella?" Eu balancei minha cabeça em confusão. Eu não entendi.
"Está tudo bem", Harm-não, Bella disse. "Vamos explicar com tempo."
Eu olhei para Cain, mas imediatamente vi Judah olhando para mim. Engoli em seco, e Cain mudou de posição em seus pés. "Ele os matou, todos," disse Cain, lendo minha mente. Sua expressão cheia de agonia. "Eu... Eu o matei, Phebe. Eu... Eu tive que detê-lo."
O choque me deixou imóvel, sem palavras. Bella pegou a mão de Cain na dela e levantou-se para pressionar um beijo em sua bochecha. Eles estavam juntos, eu percebi. Um espanto estranho de inveja percorreu-me. Assim tanto, que meu coração realmente doeu. Cain fechou os olhos sob a carícia de Bella, depois respirou fundo e virou-se para mim. Procurei nos olhos dele a resposta à pergunta que eu não ousei perguntar. "Ela está segura," ele disse. Prendi a respiração, achando impossível acreditar. "Nós a tiramos." Ele sorriu. "Ela está com a sua irmã. Aqui. Segura e feliz."
"Grace." Eu fechei meus olhos enquanto o alívio varreu através de mim. Tinham-na tirado. Grace estava segura. Ela estava com Rebekah. "Eu preciso vê-las."
"Quando ele te checou," disse a voz forte de AK na parte de trás da cozinha. Sua postura estava tensa, e seus olhos estavam seguindo cada movimento que Cain fez. Eu não entendi o que estava errado. "Verifique-a," ele disse a Cain. "Ela está com a pior das merdas agora."
Seu tom era frio, quase cruel. Eu franzi minha testa em confusão. Cain veio em minha direção segurando uma grande bolsa, as bochechas vermelhas de constrangimento. "Fui treinado como curador, Phebe. Estou aqui para verificar se você está Ok. Meister tinha você em um monte de drogas, eu não estou inteiramente certo de todas elas. AK ajudou você a livrar seu sistema delas."
Eu assenti, ainda confusa sobre por que AK tinha substituído a bondade pela raiva na presença de Cain. Mas eu não disse qualquer coisa sobre o assunto. Em vez disso, observei AK enquanto Cain me examinava. Eu assisti enquanto a atenção de AK nunca deixou a minha.
E isso me fez sentir... Calorosa.
Eu não tinha certeza do por que; Eu não o conhecia.
Mas eu sabia que esse sentimento, esse calor que ele me deu, era real.
Capítulo oito
AK
"E eu era como, cadela! Você percebe o quanto você tem sorte de estar fodendo lá embaixo?" Eu ri de Vike enquanto ele sentou-se no banco. "Fodidamente tirou quase todos os meus pelos com seus dentes fodidos! Poderia ter esbofeteado a puta."
"Talvez você precise cortar seu arbusto para que seus pêlos não fiquem presos em seus dentes, você pensou sobre isso?"
Vike sacudiu a cabeça. "Eu estou balançando o arbusto dos anos oitenta e estou orgulhoso dele."
"O único fodido que é," eu disse. "Você sabe que se você se barbear, seu pau parece maior, sim? Pêlos escondem a verdadeira circunferência."
O braço de Vike parou, sua bebida quase na boca, e olhou para mim. "Isso é verdade?"
"É ciência, irmão." Eu balancei minhas sobrancelhas.
"Então, merda! Adeus, mato, é tudo que eu tenho que dizer." Eu ri, rindo do idiota do meu irmão, enquanto ele derramava sua cerveja. Eu poderia dizer pelo olhar sério de concentração em seu rosto, que ele estava planejando golpear seu maldito arbusto no minuto em que entrar em sua cabana.
"E você, Flame?" Eu olhei para Flame sobre a fogueira. Mas ele já estava me observando. Fodendo seus olhos negros chatos em mim. "O quê?" Eu perguntei, meu sorriso arrogante ainda no meu rosto. Eu vi sua mandíbula apertar, então ele estava fora do seu assento. Sem olhar para trás, saiu do meu quintal e foi para sua cabana.
"Que porra é essa?" perguntou Vike. Eu balancei a cabeça e olhei para a direção em que ele tinha ido. "Não tenho a porra da ideia." Eu bebi o resto da minha cerveja e rachei outra aberta.
Vike enfiou a mão no bolso de seu colete e puxou algo em um saco Ziploc. Apertei os olhos, tentando ver o que era. Vike abriu a sacola, e eu vi uma fatia de abacaxi dentro. Ele começou a mastigar a fruta. Eu não pude evitar. Eu ri tão fodidamente alto, que meu estômago doía.
"O quê?" Ele perguntou, empurrando o último pedaço da fruta amarela em sua boca.
"É sobre o que Cowboy disse na carro?"
Vike engoliu em seguida enxugou a boca com o antebraço. "Isso faz com que meu cheiro seja todo tropical e, merda, vou encomendar caixotes do material." Ele sorriu. "Na verdade, eu tenho sentido a necessidade de testá-lo. Você quer ir para o clube?"
Eu balancei a cabeça. "Tenho que ficar. Phebe sai amanhã. Ela está indo para Li e Ky. É a primeira vez que ela vê sua irmã desde que Judah tentou crucificá-la no culto."
Vike levantou-se. "Bom. Então nós podemos nos mover sobre esta merda e voltar ao normal. Fodidamente odiei esta semana. Flame não deixa Maddie, e você não deixa a ruiva. Estou entediado como a merda com todos vocês."
Vike jogou sua garrafa vazia na lata de lixo. "Pelo menos a cadela e seu cabelo está indo. Não gosto como ela está fazendo você agir. Todo temperamental e merda. Pelo menos agora volta ao normal."
Pisquei, sorrindo, quando Vike saiu do meu quintal. Esperei até ouvir o som de sua motocicleta, então deixei cair meu sorriso de merda. Me sentei em um assento e passei minha mão pelo rosto. Meu estômago apertou quando pensei em Phebe naquela cama de merda. Batendo enquanto eu a prendia, olhos fodidamente lívidos num minuto, então perdidos em seguida, enquanto as drogas deixavam suas veias.
Perguntei-me se era assim pra ele também. Perguntei se ele parecia assim, fodidamente quebrado, ainda selvagem, quando ele rasgou o quarto, exigindo mais drogas. Perguntei-me se ele precisaria de limpeza depois, porque ele estava muito fraco. Demasiado fodido na cabeça para fazer qualquer coisa, pensar em qualquer coisa, mas em sua próxima correção.
Apertei meus olhos fechados, tentando purgar os pensamentos de minha cabeça. O som da porta da cabana abrindo cortou através do silêncio da noite. Phebe saiu para a varanda, vestida, mas envolta em um cobertor.
Sentei-me, derrubando minha cerveja. "Você está bem?" Eu corri meus olhos sobre ela, certificando-me de que ela não estava ferida.
"Sim," ela disse calmamente, então se aproximou de onde eu estava sentado. Eu fodidamente prendi minha respiração à vista de sua vinda em meu caminho. Mesmo cansada e muito magra, essa cadela era deslumbrante. Seus olhos baixaram enquanto ela sentou-se ao meu lado, na cadeira que Vike estava sentado. "Eu posso?" Ela balançou a cabeça na direção da cadeira.
"Sim," eu respondi, e Phebe sentou-se. Apertou o cobertor em torno de seu corpo. "Você está com frio?" Eu perguntei.
A noite estava muito fodidamente quente.
Phebe olhou pra mim, roubando meu maldito fôlego. "Eu flutuo entre estar muito quente e congelando de frio. Agora estou lutando para permanecer quente." Ela apontou para o fogo. "Eu vi você aqui fora e perguntei-me se o fogo seria de alguma ajuda."
O fogo estava queimando muito forte, e enquanto eu olhava para seu rosto, as chamas laranja refletindo nele, eu achei difícil de olhar para caralho. Limpando minha garganta, disse: "Eu ouvi dizer que isso é uma coisa. Não ser capaz de regular sua temperatura corporal por um tempo. Os efeitos da desintoxicação."
Phebe me deu um sorriso aquoso. "Eu suspeito que sim." Ela se recostou contra o encosto, e seu olhar tornou-se perdido no fogo. Acendi um cigarro e olhei para as chamas. Não demorou muito para que eu sentisse os olhos de Phebe mim. Quando me virei e a peguei, seus olhos azuis estavam fodidamente me estudando, como se estivessem dissecando cada parte do meu rosto.
"O quê?" Eu perguntei.
"Você age diferente com eles."
Eu franzi minha sobrancelha. "Quem?"
"Seus dois amigos. Os que estavam aqui com você esta noite."
"Você estava nos observando?" Eu perguntei. Suas bochechas arderam de vergonha.
"Eu precisava de um copo de água e um pouco de ar fresco. Mas quando os vi aqui com você, esperei até eles saírem. Eu... Não estou pronta para ver ninguém... Ninguém exceto você." Seus lábios enrolaram nos cantos quando ela disse aquela merda, e Cristo, se meu peito não apertou um pouco. Ou seja, até que ela se inclinou no meu caminho, seu rosto tão fodidamente perto do meu. "Você riu e você brincou. Você era tolo e brincalhão." Eu fui rir, dizendo que esse era quem eu realmente era, mas a cadela não estava rindo. Ela nem estava mais sorrindo. "Você usa uma máscara, AK." Sua cabeça inclinada para o lado quando o meu coração bateu contra a minha caixa torácica e não desistiu. "Você riu e você brincou, mas seus olhos..." Phebe estendeu a mão e passou os dedos pelos meus olhos. "Seu olhos ficaram assombrados. Vendo algo no mundo que sua alegria não pode dissolver."
Eu congelei, fodidamente congelei. Phebe abaixou os olhos, sentou-se no assento e olhou para o fogo. "Eu observei você, imaginando por que você se retrata como duas pessoas. Então eu acredito que encontrei a resposta – Porque você deseja encontrar felicidade nos sapatos que você preenche agora." Ela se virou para mim e malditamente me chamuscou com seus olhos azuis. "Não os sapatos que você usou uma vez. Aqueles que lhe causaram dor, bolhas em ambos os pés e coração... Para o bem."
"Sim?" Eu respondi, minha voz traidora muito cortada aberta pela sua precisão. "Como você sabe?"
"Porque somente alguém que andou em sapatos similares, que andou esse trajeto familiar, pode ver," Phebe curvou os joelhos e passou as mãos pelos pés. Eles ainda estavam cortados da cidade fantasma. "Essas cicatrizes desaparecerão, contudo, elas nunca irão embora. Assim como você, AK. A atitude lúdica que você encontra na companhia de seus amigos resistirá, mas seus olhos podem sempre expor sua alma a quem verdadeiramente o reconhece."
"O que você reconhece em meus olhos?" Eu perguntei, meu sangue fodido drenando do meu rosto. Minhas malditas palmas começaram a suar, e meus dedos tremiam, as cinzas do meu cigarro caindo sobre o meu jeans.
"Alguém procurando a graça." Phebe riu um riso que não tinha nenhum pouco de humor. "Estranhos para nosso tipo de dor, pessoas que ainda não foram jogadas na mesma estrada rochosa, não o reconhecerão como um companheiro de viagem, procurando desesperadamente o que está no fim do caminho." Ela respirou fundo.
"Perdão. Mas aqueles de nós que já foram andando na estrada por milhas, vai vê-lo. Nós vamos ver dentro de você um espírito parente."
Ela não me empurrou. Ela não perguntou o que eu poderia estar escondendo. Não, ela apenas abriu meu peito, desnudou minha alma, então deixou-a em exibição para seus olhos azuis do oceano verem.
Os braços de Phebe saíram do cobertor e ela estendeu as mãos para o fogo. Eu vi seus olhos irem para seus braços, então ela bufou fora uma única risada. "Minhas sardas. Meus milhões de sardas se destacam na pele pálida como luzes de néon no brilho deste incêndio." Ela deu de ombros. "Eu nunca gostei delas." Ela colocou sua mão em seu rosto. "Especialmente as do meu rosto. Eu senti que elas enlodaram minha aparência. Me fez destacar na multidão."
Elas fodiam. Ela se destacava numa merda de milha. Mas não de um jeito ruim. Depois de tê-la na minha cabana essa semana, eu tinha certeza que ela era a cadela mais impressionante que eu já vi.
Olhei para o céu noturno e depois para Phebe. "Olhe para cima." Phebe estalou os olhos pra mim. "Olhe para o céu," eu disse de novo. Ela fez. Eu assisti quando um sorriso enorme fodido veio em seus lábios.
"Há tantas estrelas," ela sussurrou.
"Imagine o céu sem elas."
Phebe olhou para mim confusa. "Porque eu faria isso? Elas fazem o céu tão bonito. Elas são a razão das pessoas observarem o céu. Para ver sua beleza."
"Pense no seu rosto como o céu. As sardas, as estrelas, só fazem a vista valer mais a pena olhar."
Os olhos de Phebe se arregalaram, tanto que seus cílios praticamente pressionaram suas sobrancelhas. Ela piscou, ela piscou silenciosamente, me fazendo sentir como um idiota. Então seus olhos brilharam.
"Obrigada," ela sussurrou, como se ela nunca tivesse recebido um elogio em sua vida.
Mas era verdade. Eu não podia imaginar aquele belo rosto sem suas sardas, mais do que eu poderia imaginar o céu noturno sem as estrelas.
"AK?" Ela perguntou minutos depois.
"Hhmm?"
"Devo deixá-lo amanhã?"
Meu estômago virou. Fodidamente rolou pensando que ela iria embora e não estaria na minha cama. "Sim. Você precisa ver sua irmã novamente. Não queria trazê-la aqui quando você estava como antes. Agora você está melhor, está na hora dela saber que você está a salvo."
Phebe engoliu, então forçou um sorriso. "Pelo menos você vai dormir mais uma vez. Tenho notado que você não tem dormido mais do que um par de horas por noite durante toda a semana. Sua cama, sem mim, vai trazer o sono pacífico a você mais uma vez."
"Eu não durmo muito de qualquer maneira, Ruiva," eu disse e senti a verdade desse fato até meus ossos.
"Outra maneira que você é como eu," disse ela. "Precisando dormir, mas terrivelmente aterrorizado com o que te espera na escuridão."
"Algo parecido."
"Sim," foi tudo que ela disse, terminando a conversa.
"É lindo aqui," disse ela, gesticulando pelo quintal. "Tão pacifico. Escondido em entre árvores protegendo você e te mantendo seguro." Ela acalmou então olhou para baixo em sua mão. Ela estendeu-a e olhou em mim. "Eu me lembro de alguma coisa," ela disse, a voz tremendo. "Você e eu em uma floresta. Você está me dizendo para me segurar," Phebe moveu a mão dela para a minha no braço da minha cadeira. "Você cobriu minha mão assim."
Colocou sua mão sobre a minha. "Sim," ela disse suavemente. "Bem assim. Você me disse que tinha vindo por mim. Mas eu tinha que segurar um pouco mais." Seus olhos brilharam para atender ao meu. "Eu pedi que você ficasse comigo, para segurar minha mão." Phebe passou os dedos pela minha e meu coração parou, como se eu fosse uma maldita criança buceta. "Você os ligou tão firmemente, tão firmemente, que me fez sentir dor." Uma respiração profunda. "Você me pegou através da dor enquanto nos sentávamos na suave relva."
Phebe inalou, olhos fechados. Abriu os olhos e disse, "Couro. Como minha cabeça estava sobre seu ombro eu cheirei o couro de sua roupa. Senti sua honra, sua presença firme."
"Nada disso aconteceu," eu disse, não querendo que ela afastasse as mãos dela. Eu olhei para a mão dela na minha, e eu jurei nunca ter sentido nada parecido na minha triste vida.
"Um anjo em meus sonhos, talvez," eu olhei para seu rosto. "Sim," ela disse, seu rosto exaltado, como se ela tivesse apenas sentido algo. "Um anjo disfarçado de diabo. O homem do diabo com olhos de anjo. Olhos amorosos..."
Olhos amorosos. Essas malditas palavras de novo.
"Isso não está fazendo sentido, Ruiva," eu raspei.
"Para mim, sim," ela respondeu, ainda assistindo nossas mãos.
"Lembra de mais?"
Eu desejei nunca ter perguntado, porque quando eu fiz, sua mão deslizou da minha e ela envolveu ambos os braços em torno de suas pernas curvadas. "Não." Ela respirou fundo. "Nada está lá. Apenas um vazio negro. Tenho vislumbres, mas como você na floresta, não sei se essas memórias são fato ou puramente uma imaginação." Ela enxugou os olhos. "Tempo e memória foram roubados de mim. Mesmo que minhas memórias serão difíceis de suportar, eu gostaria que elas não estivessem escondidas da vista. É melhor saber, não é? Mesmo que a verdade possa causar mais mal do que bem." Os lábios de Phebe diminuíram. "As mentiras são obra do diabo. Mentiras. Tudo o que eu já conheci foram mentiras."
"Você pode recuperá-las, com o tempo," eu disse, e Phebe bocejou. Ela sorriu em resposta, mas eu pude ver que ela terminou de falar. Envolvendo o cobertor apertado em torno dela, ela ficou de pé e virou-se para a porta. Mas antes que partisse, ela parou na minha frente. Pegando minha mão na dela, disse: "Sou grata pelo que você fez por mim." Eu assenti, sem saber como cumprimentar o maldito elogio. Phebe se inclinou e beijou o topo da minha cabeça. "Vou olhar para sempre as minhas sardas e as estrelas com uma nova apreciação. Obrigada." Ela voltou para a cabana.
Quando a porta se fechou, soltei um longo suspiro. E enquanto eu me sentava ali, pensando em tudo o que ela dizia, me sentia rasgado. Ninguém. Nem uma única pessoa do caralho tinha me lido assim. Como um maldito livro. Fodida ruiva com seus grandes olhos azuis e um milhão de sardas. Eu inclinei minha cabeça para trás e olhei para as estrelas. Eu sabia que eu nunca mais as veria da mesma forma de novo. E eu estava feliz, porque amanhã ela iria, e tudo o que eu teria dela seriam as estrelas.
As estrelas e as cicatrizes em meus pés. As cicatrizes que estavam escondidas, ganhadas na minha jornada para a graça. Mas pelo menos havia conforto em saber que ela as tinha também.
Pela primeira vez em muito tempo, eu não me senti tão fodidamente sozinho. Tudo por causa da Ruiva.
Ruiva e sua porra de sardas.
Capítulo nove
Flame
"Flame?"
Eu corri minha lâmina ao longo do meu braço enquanto me sentei no chão. Minha cabeça. Minha porra de cabeça estava cheia dessas putas.
Essas drogas. Aqueles idiotas da Klan as fodendo. Fazendo-as gritar. Machucando minhas orelhas.
Fazendo-me precisar matar. Derramar sangue.
"Flame?" A voz de Maddie cortou meus pensamentos, eu olhei para cima. Ela estava acima de mim. Eu podia ver em seus olhos, que ela estava desapontada. Eu sabia o que parecia agora. Eu sabia o que significava toda a aparência para ela. Eu a compreendia mais agora. As coisas estavam melhores.
Elas tinham estado melhores...
Maddie se ajoelhou diante de mim. Senti meu coração bater mais rápido. Sempre acontece quando ela chega perto mim. Quando olhei para seus longos cabelos pretos e olhos verdes. Meu corpo não tentou fugir ou combatê-la.
Queria-a.
Eu a queria.
"Baby," ela sussurrou e colocou a mão no meu braço. Havia marcas da faca, mas a lâmina estava sem corte agora. Era assim que eu não podia me machucar. Eu não precisava quando eu estava com Maddie. Mas eu tinha novas feridas agora. Novas feridas do inferno da Klan.
Eles me fizeram cortar. Eles tinham feito Maddie chateada, por que eu tinha feito isso. Fez-me querer voltar e matar mais deles. Lentamente, ouvindo-os gritarem, em vez das cadelas que eles tinham aprisionado. As cadelas gostam...
"Flame?" Maddie pegou a faca da minha mão. Ela empurrou para o lado da sala. Eu olhei para ela.
Ela estava usando um longo vestido preto e um colete com meu nome nas costas.
"Você está bonita," eu disse, e Maddie parou. Sua cabeça inclinada para o lado e ela sorriu. Eu adoro quando ela sorri. Mas esse sorriso era diferente. Não foi tão completo ou tão amplo como era normalmente. Não era o meu sorriso de Maddie.
"Obrigada," disse ela, estendendo a mão. Ela passou os dedos pela minha bochecha. "Eu quero deitar, Flame. Quer se juntar a mim?"
Eu assenti, observando Maddie se levantando. Ela estendeu sua mão. Eu peguei e me levantei. Ela me liderou da sala de estar e através do nosso quarto. Eu gostava do nosso quarto. Cheirava a Maddie. Cheirava a Maddie quando ela estava comigo.
Maddie subiu na cama, subi ao lado dela. Nós colocamos nossas cabeças no travesseiro, e ela segurou minha mão. Olhei para nossas mãos. Elas sempre me faziam sentir melhor.
"Flame?" Maddie disse, olhei para o rosto dela. "Olhe para mim." Eu fiz meus olhos olharem para os dela.
"Oi." Ela empurrou meu cabelo de volta do meu rosto. Mas meus olhos voltaram para nossas mãos quando eu senti seus dedos passando por cima do meu anel de casamento. "Eu te amo, Flame," disse Maddie. Fechei os olhos, ouvindo aquelas palavras novamente. "Eu te amo mais do que tudo neste mundo."
Abri meus olhos, e quando pude, olhei para Maddie. "Eu... Eu também te amo," disse, e desta vez ela sorriu seu sorriso de Maddie. Eu relaxei e me aproximei dela no travesseiro.
Maddie beijou meu nariz. "Por que você estava no chão quando eu entrei?" Minhas sobrancelhas caíram. "Você estava no local que costumava abrigar a escotilha."
"Eu estava?"
Maddie assentiu com a cabeça. Ela pegou meu braço e passou a mão pelas novas cicatrizes. "Por que você está pensando sobre o corte? Por que você se cortou em sua corrida?"
Eu vi as cadelas na minha cabeça. Eu vi os homens da Klan fodendo-as. Vi seus rostos. Vi o sangue. A porra. O suor. Um grunhido fodido rasgando da minha boca.
"Shh," Maddie sussurrou e colocou a mão na minha testa.
"Poderia ter sido você." Eu apertei meus olhos fechados. Mas toda vez que eu fechava meus olhos, eu a via em uma das camas. Eu a via em um desses vestidos. Com o IV que o Cowboy me contou. Eu vi seus olhos rolando em sua cabeça. E eu vi esses malditos homens estuprando-a, fazendo-a gritar.
"Flame. Eu estou aqui. Contigo. Abra seus olhos." Eu fiz como Maddie disse, e balancei a cabeça.
"Elas poderiam ter sido você. As cadelas do culto."
Maddie engoliu em seco. Eu sabia que isso significava que ela estava nervosa. "Isto é sobre o lugar de onde você resgatou Phebe?"
Eu olhei para baixo. "Eu não devo te contar sobre o negócio do clube."
"Flame. Algo está machucando você. Sou eu, sua Maddie. Tudo o que você me disser nunca será repetido. Entendo que o clube pede para não contar as suas esposas sobre o negócio de lá. Mas eu não vou te ver destruído por causa disto. Não vou derramar nenhum segredo. Você tem minha palavra. Você sempre teve e sempre vai ter."
"Eles as tinham drogado e estavam fodendo-as," eu disse. Maddie respirou fundo.
"Phebe?"
"Sim. Ele a espancou. Fodeu com ela. Drogou-a. Todos eles. Tantos malditos homens, que as cadelas sangraram. Crianças também. Homens pagando para foder as cadelas drogadas."
Os olhos de Maddie se moveram de um lado para o outro, então as lágrimas encheram seus olhos. "Phebe foi ferida desta maneira? A irmã da Lilah?"
"Sim." Eu sentei. "Você está chorando. Fez você chorar. Eu não gosto quando você chora." Maddie me puxou de volta para a cama. Ela se inclinou sobre mim e enxugou os olhos. "É triste o que aconteceu com Phebe, o que aconteceu com as outras mulheres. É por isso que eu estou chorando."
"Eu vi você," eu disse, e Maddie congelou. Seus olhos verdes encontraram os meus. "Toda vez que eu via uma, eu via você. E se você não tivesse saído. Se tivessem mantido você lá. Poderia ter sido você."
"Isso é o que está te preocupando," ela disse e colocou as mãos em minhas bochechas. "Desde que você retornou, você tem me imaginado lá." Ela correu seus dedos sobre meus cortes. "Você se machucou para lidar com o que estava vendo em sua cabeça."
Engoli em seco. "Eu não podia te ver assim. É tudo em que eu pensava. Se você não estivesse aqui com os Hangmen... Se você não estivesse aqui comigo."
Maddie moveu sua cabeça sobre a minha e se inclinou para baixo. Ela beijou meus lábios, a beijei de volta. Quando ela levantou a cabeça, colocou a mão dela na minha. "Estou aqui com você, Flame. Estou aqui com você e nunca vou te deixar. Eu sou Maddie, e você é Flame, e nós somos casados. Nós nunca estaremos separados."
"Nunca," eu disse e Maddie descansou sua cabeça no meu peito. Passei os dedos pelos cabelos dela. Me acalmou. Acalmou meu sangue fervendo. Senti os dedos de Maddie se moverem sobre meu peito enquanto olhava para o teto.
Então eu disse a ela o que mais estava errado. "Algo está errado com o AK."
Os dedos de Maddie pararam de se mover. "O que você quer dizer?"
"Ele está como antes. Eu não gosto disso. Ele está mentindo. Ele está agindo bem quando ele não está. Eu consigo ver isto. Vike não pode. Mas ele está como antes. Ele não era bom antes."
"Antes?" Maddie perguntou.
"Antes. Anos atrás. Ele está melhor. Mas desde Phebe, ele tem sido o mesmo novamente."
Maddie ergueu a cabeça. Sua testa estava enrugada. Estava confusa. Eu sabia. "O que o fez não tão bom antes, Flame?"
Pensei naqueles dias. Por todo o maldito sangue e dor e AK perder sua merda. "Dev," eu disse e pensei nele. Em Zane, Tina, daquele horrível tempo. De AK não ser mais AK. "Eu preciso dele," Eu disse. "Eu preciso de AK normal. Eu não posso tê-lo como ele era antes. Eu não gosto. Isto..." Eu esfreguei meu peito. Isto estava muito apertado e eu não podia respirar tão bem. "Dói meu peito. AK triste faz meu peito doer."
"É porque você o ama," explicou ela. Ela cobriu minha mão no meu peito com a sua própria. "Seu coração dói porque você está preocupado com ele. Seu irmão. O homem que lhe deu uma segunda chance em sua vida."
Eu balancei a cabeça. "Ele deu."
"Você falou com ele?"
Eu balancei a cabeça. "Não. Mas esta noite ele mentiu. Vike estava brincando e ele se juntou. Mas era falso. Isso foi tudo fodidamente falso. Isso me deixou louco. Eu fui embora."
Maddie suspirou e beijou meu peito. Respirei em seu toque. Eu fodidamente a amei me tocando agora. "Você deve falar com ele, Flame. Ele é seu melhor amigo, a pessoa mais próxima de você. Você deve perguntar a ele se ele está bem. Ele te ajudou quando você estava perdido para a escuridão. Desta vez, ele pode precisar de você."
"Eu não sei o que dizer a ele," eu disse. Quando olhei para as minhas mãos, elas tremiam. Eu fiz uma careta.
Maddie pegou minha mão. "Isso te deixa nervoso. Mas tudo bem. É porque você se importa. AK ama você. Ele vai te ouvir. Ele nunca quis te machucar."
Olhei para Maddie e acenei com a cabeça. "Ok. Eu vou falar com ele."
"Bom." Ela sorriu.
Eu toquei seus lábios. "Eu gosto quando você sorri."
"Eu gosto quando você fala comigo." Maddie se moveu até que estava deitada em mim. Ela colocou ambas as mãos sobre meu rosto. "Não segure mais coisas, querido. Eu te amo e compartilharei qualquer fardo que você suportar."
"Ok," eu disse, e ela sorriu novamente.
Eu amava seu sorriso.
Os dedos de Maddie traçaram as tatuagens de chama no meu peito. "Asher me pegou na Bella esta noite." Eu a observei. Esperando. "Ele ainda está com Viking. Na cabana dele."
"Eu sei," eu disse. Algo fez a expressão de Maddie mudar. "Ele não gosta de viver com Viking. Eu posso dizer."
Minha bochecha se contorceu quando ela disse isso, e eu senti algo frio correr por minhas veias. "Ele voltará com AK em breve. Ele gosta disso."
Maddie suspirou, então inclinou a cabeça para o lado enquanto olhava para mim. "Ele vai, mas..." Ela pegou outra respiração. "Eu acho que ele gosta mais com a gente. Quando ele vem para o jantar, eu posso ver o quanto ele gosta de estar com você e nesta cabana. Você notou isso?"
Eu pensei de volta em Ash, sentado com a gente na mesa. Lembrei-me do seu rosto, fodidamente sorrindo enquanto comia o jantar de Maddie. Falando com minha esposa.
Ele estava feliz aqui.
"Flame?" Maddie disse meu nome novamente. A observei. "Eu estive pensando... Talvez Asher quisesse ficar conosco?"
"Esta noite?"
Ela balançou a cabeça. "Tenho pensado que talvez Asher devesse morar aqui conosco. Ele é seu irmão e ele adora você. Eu sei que ele ama AK também, mas você é seu irmão. Somos sua família. Eu sinto que ele deve morar conosco."
Eu balancei a cabeça. Respirei com dificuldade pelas minhas narinas. "Eu não... Eu não sei como cuidar dele. Que diabos eu diria a ele? Onde ele ficaria?"
"Shh," Maddie me acalmou. "Foi apenas uma ideia. Algo que pode ficar entre nós. Algo para você pensar sobre. Não há necessidade de pânico. Ou se preocupar. E nós poderíamos fazer do quarto de trás o seu quarto. Ele tem dezesseis anos e é muito independente. Asher não precisaria ser cuidado como uma criança pequena. E você pode conversar com ele. Você faz isso agora. Seria simplesmente mais frequente, o que eu acho que seria bom para você. Bom para ambos."
Tentei pensar em Ash vivendo aqui. Meu corpo ficou frio, e eu não podia respirar, caralho. "Flame," Maddie disse, me concentrei em seu rosto. "É algo em que pensar. Mas não agora.” A mão de Maddie suavemente viajou abaixo em meu abs. Eu assobiei quando sua mão chegou ao cós dos meus couros. "Agora eu quero estar com meu marido. Gostaria de lembrar que estou aqui para você, sempre. Que eu não estou onde Phebe estava. Em vez disso, eu estou em seus braços, em nossa cama, em nossa casa. E que eu te amo."
"Sim," eu disse com voz rouca. "Eu quero isso também."
Então Maddie me beijou. Ela me beijou, e a necessidade de cortar meu braço foi embora. Os pensamentos dela na cidade fantasma deixaram minha cabeça. Porque agora ela estava aqui.
Em nossa cama.
Nos meus braços.
Minha maldita Maddie.
Minha.
Capítulo dez
Phebe
Olho as árvores enquanto passam, um borrão de verde e marrom. A caminhonete fica em silêncio enquanto subimos um caminho de terra. Campos e campos de verde se espalham ao nosso redor. Se não soubesse melhor, poderia pensar que estou de volta a New Zion. Mas de alguma forma acho que sempre soube que não era verdade. Tudo sobre este homem do diabo é diferente. E não da maneira que imaginei. Não sinto medo, mas também não me sinto segura. Estou paralisada num estado de purgatório, sem saber onde pertenço.
Uma folha caí levada pelo vento forte.
"Vou ficar com Rebekah de agora em diante?" Pergunto olhando pela janela. Brinquei com a manga do vestido branco e solto, no comprimento que Bella trouxe para mim.
Meu coração é uma confusão tremenda quando penso na última vez que vi Rebekah. Uma parte de mim teme que ela me odeie, que não me receba em sua cabana. Mas, por outro lado, quero sair desta caminhonete em que viajo e correr para seus braços.
Uma das mãos de AK está tensa no volante. Ele tem um cigarro na outra, e fuma enquanto dirigimos.
Ao longo das últimas horas, tentei juntar o que aconteceu comigo em New Zion até o final.
Lembro de Judas, temeroso de um ataque dos homens do diabo, começando a reunir o nosso povo. Lembro de esconder Grace perto da prisão. Lembro de Caim voltar e prometer que se qualquer coisa acontecesse comigo ele garantiria a segurança de Grace. Lembro de libertar Caim, Irmã Ruth, Irmão Davi, Salomão e Sansão de sua cela.
Então lembro de Meister me encontrando perto do bosque enquanto corria atrás de Grace. Ele segurou minha mão. Tentei resistir, mas ele foi violento e colocou algo no meu braço. Ele foi gradualmente colocando algo no meu braço muitas semanas antes, a poção que me fazia sentir estranha, mas naquele dia foi diferente. Porque essa é a última coisa que realmente me lembro. Apenas pisca e segmentos de outros momentos permaneceram, quartos escuros, Meister e seus amigos rindo de mim.
E dor. Muita e muita dor.
AK dá uma volta à esquerda, o movimento do veículo tirando-me dos pensamentos. Uma cabana aparece.
Semelhante a de AK, mas maior e com mais verde fora. Meu pulso decola quando a caminhonete desacelera até parar.
AK aponta para a cabana. “Esta é de Ky e Lilah.”
"Oh." Um súbito ataque de nervos me toma. Tento me concentrar nas janelas, procurando movimento, mas não posso ver nada além do reflexo das árvores contra o vidro.
Brinco com as mãos no colo. "Quis esse momento por tanto tempo... Contudo estou congelada neste assento," digo, minha voz tremendo. Olho para minhas mãos, a pele marcada, cinzenta, e me pergunto o que Rebekah pensaria de mim.
“Pensei nesse momento muitas vezes, AK. Por tanto tempo acreditei que nunca teria a chance. Ver a irmã que eu amo há tanto tempo, mas injustiçada de tantas maneiras...” Sorrio de nervosismo. "Suponho que não entenda o que digo.”
Ele se mexe no assento. “Acho que provavelmente entendo”.
"Sim?", digo aliviada. Alívio que talvez alguém soubesse como temo este momento tanto quanto rezei para finalmente estar aqui.
AK assente, depois olha pela janela, virando a cabeça para longe de mim.
"Então... Você já teve esse momento também." Pergunto.
Ouço os pássaros nas árvores e o vento através das folhas, mas nada vem dele.
Eventualmente, ele volta a me encarar, um lamento de tristeza em seus olhos. Ele abaixa a cabeça.
"Não."
Sua voz é intensa e rouca, e meu coração anseia confortá-lo. Movo a mão para ele, mas apenas quando a coloco em sua coxa, o músculo tenciona e ele fala. "Mas você tem o seu, agora."
"Estou com medo", confesso quando vejo a porta da frente da cabana abrir. O homem loiro com cabelo comprido que lembro daquela noite em Perdition Hill sai e olha nossa caminhonete. Ky.
“Ela virá em breve,” diz AK.
Deslizo a mão fora de sua coxa. "AK?"
"Sim?"
"Vai me ajudar a sair da caminhonete, por favor? Sinto ... Não tenho certeza se posso sair e vê-la eu mesma. Meus pés, estou certa, não me aguentariam." Um rubor de vergonha sobe em minhas bochechas. "Você não tem que..."
Antes que possa terminar a frase, AK está se virando e abrindo a porta. Ele agarrou minha cintura e me levanta da caminhonete. Meus pés tocam a grama macia e uma brisa quente flui pelo meu cabelo.
Quando reúno compostura, dou um passo à frente. A mesma brisa quente parece penetrar meu coração enquanto a mão de AK permanece no meu braço para me estabilizar. Minha caminhada é lenta quando contornamos a caminhonete e nos aproximando de Ky.
“Tenho medo de cair”, digo, parando.
O corpo grande de AK se move atrás de mim, e ouço sua resposta silenciosa: ele não deixará isso acontecer.
Ky abre a porta.
"Li! Venha aqui, querida!" Num instante, minhas mãos estão tremendo tão irregularmente quanto minha respiração.
"Oh Deus," engasgo, enquanto meus nervos se tornam a única coisa que posso sentir.
As mãos de AK apertam meus braços enquanto ele me segura no lugar. E então ela sai pela porta, e o ar em torno de mim se acalma.
"O quê, querido?", diz ela ao marido. Ky a puxa para perto dele e vira-a para me encarar.
Olho minha irmã... Ou a pessoa que agora minha irmã é, e sinto como se tudo tivesse parado em volta de mim. Só há ela e eu, em nosso próprio mundo. Somente que neste mundo Rebekah mudou. Seu cabelo comprido desapareceu; Em seu lugar, um corte curto molda seu rosto. E o rosto... Uma vez bonito está cortado na bochecha com uma cicatriz vermelha e raivosa. Um lado da boca está ligeiramente virado para cima com a marca.
Uma montanha de lágrimas surge em meus olhos quando a vejo, quando estudo minha irmã. A dor de vê-la assim me paralisa.
"Phebe." Ela tropeça para trás nos braços de seu homem. Ele a estabiliza para que ela não caia. Fecho meus olhos ao som da voz suave. Madura agora, é claro, mas a mesma voz que me tirava do sono quando ela era jovem e de pé à minha porta. A mesma voz que chamaria meu nome como ela
Chegava a ponta dos pés na minha cama e entrava nas cobertas porque estava com medo dos homens que nosso pai entretia na sala de estar... Os homens que a tocavam... Os homens que me tocaram também...
Abro os olhos para ver Rebekah se aproximando. Ela usa um longo vestido lilás, e botas marrons nos pés. Mas não consigo parar de olhar seu rosto e cabelo.
O que aconteceu com ela?
"Phebe." Lágrimas caem de seus próprios olhos enquanto ela cautelosamente caminha em minha direção. Vejo os lindos olhos azuis examinando minha aparência. Entendo nesse momento que nenhuma de nós parece como antes.
Ambas mudamos.
Irreparavelmente.
"Rebekah." Nós nos aproximamos, lentamente, cautelosamente, até que há apenas alguns centímetros entre nós.
Minha mão treme enquanto cubro a boca e ela reflete minha ação. Se não estivesse tão chocada com ela teria aproveitado o gesto familiar. Mas não posso.
Estendo a mão tremendo e toco a bochecha de Rebekah. Seus olhos azuis fecham enquanto ela soluça ao meu toque. As pontas do dedo correm sua cicatriz, acariciando a pele ferida. "Rebekah," choro suavemente.
Rebekah segura minha mão e gentilmente me puxa num abraço. Meus braços fracos rodeiam sua cintura. Minha irmãzinha estava de volta em meus braços. Seguro-a firmemente, como se nunca tivesse a deixado ir.
“Onde esteve?” Rebekah grita. Balanço a cabeça, não querendo estragar o momento. Mas ela me segura forte e diz: "Você está muito magra... Por favor, Phebe, você está machucada? "
"Eu...” Hesito. "Estou aqui agora." Uma visão de AK aparece em minha mente e apenas uma palavra deixa meus lábios. "Segura", murmuro. “Estou segura agora”.
Abraçamo-nos pelo que parecem horas antes de Rebekah recuar e me segurar pelos braços. "Seu rosto," digo e ouço minha voz falhar.
Rebekah balança a cabeça, um pequeno sorriso nos lábios. "Foi o melhor", ela diz gentilmente. “Eu não queria beleza. Não preciso mais de beleza. "
"Eu... eu não entendo."
"Mais tarde. Isso não importa agora."
"Quem te salvou?", Ela pergunta. Vejo-a olhar por cima do meu ombro. "AK?"
“Sim”. É a única resposta que posso dar. Suas palavras enigmáticas ainda ressoam em meus ouvidos. Não preciso de mais beleza.
"Obrigada", ouço-a dizer a AK.
"Phebe?" Uma voz baixa e suave sai da cabana. Rebekah solta uma risada suave. Puxando mão, ela se vira. Meu coração já ferido racha bem no meio quando uma familiar cabeça loura vem apressada pela porta.
"Grace," sussurro. Ela me vê e seu rosto sorridente se ilumina. Ela corre sobre a grama, tão rápido que estou preocupada que vá cair. Ela tenta se lançar em meus braços e me preparo para o impacto, não tendo certeza se sou forte o suficiente para segurá-la. Mas Rebekah fica no caminho e pega Grace em seus braços.
"Mamãe, eu quero abraçar Phebe!" Grace repreende. Fecho os olhos ao ouvir a palavra dos lábios dela. Mamãe
“A tia Phebe não está bem, Grace. Você deve ser gentil.”
O rosto bonito de Grace cai.
"Você está doente?" Ela pergunta.
"Mas estou melhorando, criança," digo suavemente. Dou um passo à frente, ignorando o tremor das minhas pernas. "Fico melhor em te ver. Você sempre ilumina meu dia. "
Grace sorri e olha para trás. "O Profeta Cain está com você? Ou o irmão Meister? ”
Suas palavras me batem como um martelo. Ela se refere a Judas, não Caim. E, claro, ela conhece Meister. Ele a conheceu quando se encontraram. E me assegurei de mantê-la afastada de ambos tanto quanto pode.
"Não, doce garota", forço-me a responder e vejo a preocupação de Rebekah por mim obscurecer seus olhos. "Eles se foram agora. "
Grace olha para Rebekah. “Vai morar conosco e papai?”
De repente me sinto fraca. Muitas coisas me atingem ao mesmo tempo. Grace, os ferimentos de Rebekah e agora a ideia do que vem a seguir. Qual é minha vida? O que faço aqui? Quem sou eu fora de New Zion?
"Phebe?" A voz de Rebekah acaricia meus ouvidos quando minhas pernas finalmente cedem e caio no chão. Pisco, tentando manter o foco, mas o mundo ao meu redor continuava entrando e saindo de foco.
Dois braços me erguem e relaxo quando sinto o cheiro familiar de fumaça e pólvora. "Onde a coloco? "A voz grosseira de AK pergunta. Sou deitada em cima de uma cama. AK coloca a mão na minha testa.
"Rider disse que ela ficará fraca nos próximos dias. Mas mais do que tudo, ela precisa de comida e água. E dormir. Não teve sono de verdade nas últimas semanas, tanto quanto posso dizer. "
“Obrigada, AK”, Rebekah diz. Ela o beija nervosamente em sua bochecha. "Não sei como poderei agradecer pelo que fez. Você sem dúvida arriscou a vida por ela, para trazê-la de volta para mim. Por isso serei eternamente grata. "
AK abaixa os olhos. Sei que se pudesse vê-los sob o abrigo dos cabelos, estariam brilhando. Ele tem uma casca dura, mas algo suave está em silêncio por baixo. E não importa o quanto tento tirar esse pensamento da cabeça, estranhamente não consigo pensar em nada além.
"Eu vou agora," AK diz, a voz baixa e rouca.
Meu peito dói ao pensar em sua ausência. Pouco antes de sair da sala, ele se vira para encontrar meus olhos e diz apenas uma palavra: "Ruiva". É sua maneira de dizer adeus.
"Adeus, AK." Digo, minha voz cansada e fraca. Os olhos começam a fechar quando o sono se aproxima.
Rebekah senta na cama ao meu lado e aperta minha mão. "Durma, irmã. Você está a salvo agora." E isso é a última coisa que lembro. Isso, e os olhos de anjo de AK em mim quando ele sai.
* * * *
Pisco no quarto escuro. A única luz vem de uma pequena lâmpada na mesa lateral. Onde estou? Ouço murmúrios suaves de vozes vindas da porta. Afasto o edredom que está sobre mim e quando meus pés atingem o chão lembro de onde estou.
Rebekah.
Sentindo-me mais forte que antes, sigo o som das vozes para o quarto ao lado. Espio através da abertura da porta para ver Rebekah sentada ao lado da cama de Grace, lendo-lhe uma história. Meu coração incha no peito quando ouço a voz suave de Rebekah contar a ela sobre um ouriço e um coelho que falam. Grace ri das passagens engraçadas e depois vagarosamente adormece. Rebekah fecha o livro e levanta. Ela se curva sobre Grace e beija sua cabeça. "Eu te amo mais do que as estrelas no céu", ela sussurra. Lágrimas escorrem dos olhos enquanto assisto Grace dormir. Em outro mundo, essa seria Rebekah. Mesma coloração, mesmo rosto bonito e natureza. Mas ela foi roubada dessa vida.
Não percebi que Rebekah se aproximava da porta. "Phebe?" Ela fecha a entrada do quarto de Grace.
"Como está se sentindo?" Seus olhos preocupados estudam meu rosto.
"Melhor", digo, minha voz rouca. "Que horas são?"
"Tarde." Rebekah pega meu braço e me leva para uma grande cozinha mobilada em madeira. Sento-me a mesa e assisto Rebekah tirar um prato do forno.
"Fiz isso enquanto dormia. AK nos disse que estaria com fome, ou pelo menos que deveria comer”.
Ela coloca um prato com algo peculiar branco e vermelho diante de mim. "Você cozinhou?" Pergunto.
As bochechas de Rebekah coram. "Gosto de cozinhar. Desde que vim para cá, para o bem, encontrei uma paixão cozinhando."
Estico o braço sobre a mesa e seguro sua mão esquerda. Ela usa um anel de casamento no quarto dedo. Sorrio. “Você casou com ele”.
"Eu fiz," ela confirma, e vejo a felicidade brilhar em seu rosto. "Ele... Ele não é o homem que esperava como meu. Mas depois, depois de tudo...” Ela respira fundo. "Aconteceu que ele é exatamente o que eu preciso. Ele é impetuoso e parece rude. Ele xinga, e é um homem perigoso, às vezes. Mas me ama mais do que mereço, e eu o amo mais do que jamais pensei ser possível. Ele é ... Ele é minha cabana." Ela dá de ombros, como se tivesse explicado mal. Mas estou sem palavras com sua confissão. Não tenho ideia do que esse tipo de paz seja.
"Então estou feliz além das palavras", consigo soltar. "Você ... " Engulo em torno do caroço na garganta. "Você, mais do que ninguém, merece isso."
"Não sei sobre isso, mas agradeço a Deus por Ky todos os dias." Ela suspira. "E Grace." O aperto de Rebekah na minha mão aumenta e uma lágrima silenciosa cai de seu olho.
“Rebekah? ”
Minha irmã sacode a cabeça, o cabelo curto caindo na frente do rosto.
"Quando ... Quando voltaram de New Zion e nos contaram o que Judas fez. Todas aquelas pessoas...” Fecho os olhos brevemente com a memória. "Quando voltaram sem você, minha irmã, eu não pude respirar. Temi... Temi que estivesse morta também. Então Rider, Cain, disse que salvou Grace. Você salvou Grace e mandou-a para mim porque sabia que eu me importaria com ela. Eu não sabia o que sentir. Você despareceu, mas me deu uma bênção que não sabe a magnitude."
"O que quer dizer?" Pergunto. Posso ouvir a dor em sua voz.
Rebekah respira profundamente, depois diz: “Quando voltei do Perdition Hill, eu ...” Ela limpa a garganta. "Eu não estava num bom lugar." Ela distraidamente percorre a cicatriz no seu rosto. "Não queria esse rosto mais, Phebe. Não queria nada disso. Então eu me cortei. Machuquei-me para acabar com a tentação que sou para os homens."
Tinha certeza de que nada poderia me machucar mais do que nos últimos dias, do que AK me mantendo em sua cabana, expulsando a poção de Meister. Estava errada. Saber que minha Rebekah, a menina que foi levada por ser muito bonita, foi obrigada a fazer isso para si mesma... Doeu mais do que qualquer coisa nesta terra.
E fiz parte disso. Convenci-a de que sua aparência era um pecado.
“Rebekah..." Ouço o horror e a culpa em minha própria voz.
"Está tudo bem", ela diz. "Levei um tempo para enfrentar esses demônios, mas consegui passar por isso. Então ... "
"Então o que?"
"Então descobri que não posso ter filhos." E os restos de meu coração viram pó.
Um estranho tipo de dormência filtra meu corpo. Um entorpecimento que não consigo explicar, como se um interruptor de algum tipo fosse ligado dentro de mim.
"Tudo o que foi feito comigo ao longo dos anos. O que Judas ordenou aos seus homens que me fizessem quando fui recapturada... foi muito para meu corpo. Isto... Isso quebrou meu coração, Phebe." Rebekah endireita as costas, tentando ser forte. Quero tomá-la nos braços e dizer que é tudo culpa minha, que recuei e deixei acontecer. "E então você nos deu Grace."
Estremeço, a dor me apunhalando como uma faca. Minha irmã maravilhosamente cicatrizada que nunca deveria ter passado por nada disso.
"Você nos deu um anjo quando salvou Grace. Salvando-a você me salvou. Nunca serei capaz de recompensá-la por esse milagre. Você deu a Grace uma vida. A dela teria imitado a minha se não tivesse intervindo. Ou ela teria perecido com o resto da Ordem." Rebekah levanta e caminha ao redor da mesa se ajoelhando aos meus pés. "E agora você está aqui também. Eu...” Ela enxuga uma lágrima de seus olhos. "Eu não sei como fez isso, mas você, minha irmã, nos salvou com seu ato de coragem."
Ouço suas palavras, mas não posso dar-lhes crédito. Porque não a salvei. Não importa o preço que pague, não importa que salvei Grace, falhei com minha irmã, e agora descubro que irremediavelmente prejudiquei sua vida.
"Você não precisa me agradecer", digo e quero falar cada palavra. “Grace devia ser sua. Assim que a vi e soube o perigo que sua beleza representava, tinha que levá-la para você, de alguma forma, de qualquer maneira. Porque sabia que seu coração puro a adoraria." Rebekah segue a umidade de minhas bochechas, e estendo estendi a mão, apertando seu pulso. "Eu deveria ter dito isso há muitos anos e de alguma forma lutado por você, vindo para você. Estava errada em acreditar no que eles nos disseram sobre você. Você não foi criada pelo diabo. Eu percebi isso tarde, embora tenha visto sua dor. Acreditei tolamente no profeta, até que vi nossa fé começar a desvendar diante dos meus olhos. Eu ... Eu..."
"Shh." Rebekah sacode a cabeça. “Já acabou. Não podemos voltar." Quero argumentar que embora não possamos voltar, é também impossível para alguns seguir em frente. Mas guardo minha preocupação.
Cautelosamente, Rebekah pergunta: "O quê... Onde esteve, Phebe? O que esse homem fez com você?”
Seus olhos estão cheios de preocupação. "Você está tão magra. Eu... Não posso suportar o pensamento ...”
Desta vez eu a detenho. "Shh, Rebekah." Afasto a verdade da minha boca. "Eu não estou ferida, prometo. Meister me manteve como prisioneira. Ele foi negligente, mas não prejudicial para mim. Fique em paz. Estou bem. Nós todos estamos agora.”
Rebekah solta um longo suspiro, e observo seus ombros relaxarem, como se um peso incrível fosse tirado deles.
Ela me puxa para perto e abraça. Fecho os olhos e contenho as lágrimas. Rebekah não precisa saber do meu sofrimento. Ela já suportou isso e muito mais. Rindo, Rebekah se afasta. "Sua comida. Você deve comer antes que esfrie. "
Rebekah senta diante de mim. Ela sorri enquanto tomo um gole da bebida e forço a comida pela garganta. Sinto as marcas no meu braço coçar. Se tivesse a poção de Meister disponível nesse momento, a usaria apenas para escapar deste mundo por um tempo.
Quando termino o alimento, abaixo meu garfo. "Todo mundo aqui chama você de Lilah ou Li."
Ela assente com a cabeça. "Prefiro esses nomes. As memórias que vêm com Rebekah podem ser difíceis de reviver por vezes."
Eu entendo. "Então vou te chamar Lilah também."
"Obrigada." Ela boceja.
"Vá dormir, irmã," digo e me levanto.
"Você também não está cansada?" Ela pergunta.
"Não, mas poderia aproveitar muito um pouco de ar fresco. Eu... Não senti o vento no meu rosto muitas vezes onde estava.” Tento lembrar se isso é verdade. Não consigo lembrar, mas tenho certeza de que é real.
“Há cadeiras na varanda. Leve o tempo que precisar. Estará a salvo aqui, eu prometo. Você está livre."
"Obrigada." Faço meu caminho para a porta. Quando passo por Lilah, ela segura minha mão, e mais uma vez sou envolvida por seu abraço. "Acho que não posso deixar você ir", ela diz e meu coração derrete.
“Não vou a lugar nenhum”, asseguro. “Agora vá para a cama. Você está cansada."
Abro a porta e saio para o ar fresco. Ouço Lilah ir embora, e relaxo. Posso deixar cair toda a pretensão. Mas não o vejo ao meu lado. Não o vejo sentado lá no escuro até que noto um lampejo de movimento e a luz de um cigarro em chamas. Pulo e coloco a mão sobre o coração acelerado.
Ky fica em pé. "Você me assustou", digo.
O marido de Lilah dá um passo em minha direção, um sopro de ar dividindo a escuridão. “Você mentiu para ela.”
Automaticamente balanço a cabeça, em protesto, mas ele levanta a mão. "Obrigado," ele diz.
Pisco em descrença enquanto observo a tensão deixar seus olhos. "Sei o que passou, pelo menos parte disso. E te vi na cabana de AK quando ele te salvou. No entanto, você disse a Li que foi bom. Então... obrigado."
Balanço a cabeça, sem palavras. Ky caminha até a porta. "Pode ficar aqui o tempo que quiser."
Ele me deixa sozinha, seu agradecimento pairando no ar. Só serve para me cortar mais fundo. Faço meu caminho para a cadeira de balanço que Ky acabou de desocupar. Sento, aliviando os músculos doloridos, e olho para fora na escuridão. As estrelas estão brilhantes e corujas piam em torno do grande jardim. Brinquedos de criança estão espalhados pela grama. Lilah está certa. Esta é sua cabana.
Então penso em seu rosto. Penso no fato de que ela já não pode ter filhos, por causa do que os Anciãos fizeram com ela. E odeio tudo. Desejei que AK não tivesse me salvado. Desejo que Meister ainda misture a poção com meu sangue, porque me faz esquecer. Acima de tudo, quero esquecer.
Penso em Grace em sua cama e Lilah lendo para ela, dando um beijo em sua cabeça. Meu coração anseia por um momento como esse. Mas essa esperança morreu há muito tempo e minha alma também. Os pecados que suporto em segredo me fazem sentir como se a vida não tivesse nenhum sentido mais.
Que não tenho mais um propósito, agora estou aqui, começando de novo, mas longe dos perdidos pedaços do meu coração.
Corro a mão ao longo das marcas em meu braço, a carne ansiando pelo que não poderia dar as minhas veias sedentas. Então minha mão acerta algo ao lado da cadeira. Agarro o objeto e o trago para a luz lançada pela lâmpada presa no teto.
Jack Daniels.
Retiro a tampa e um cheiro familiar enche meu nariz. Meister bebia isso em New Zion. Afasto a imagem dele bebendo depois de se juntar a mim no quarto escuro e me bater. Encolho-me quando a memória me adoece. Quando lembro do sangue. A dor entre minhas pernas. Sua semente na minha pele e a agulha celeste sendo injetada no meu braço...
Ele usava isso para relaxar.
Levanto a garrafa e bebo. O líquido amargo queima minha garganta. Tusso quando o liquido tira o ar dos meus pulmões. Mas então ele percorre meu corpo e alivia parte da dor que sinto.
Tomo outro gole, e outro, e mais um, até que sinto a dor diminuir e a imagem de Lilah com o rosto desfigurado deixar minha mente. Sempre que as lembranças tentam se infiltrar, as manipulações de Meister, minha traição, bebo um pouco mais. E quando a pior das memórias tenta me esfaquear, me ferir e destruir, afoguei-as com a bebida, implorando para sumirem.
Eventualmente, o mundo torna-se maravilhosamente entorpecido e minha mente fica imune a todo o mal. Mas uma imagem não some. O rosto de AK e seus bons olhos ficam comigo enquanto observo morcegos voarem no céu da meia-noite.
E estou bem com isso. Porque nesta bagunça toda, ele é um farol brilhante de esperança. O único rosto que me faz sentir segura. Porque há uma escuridão nele também, um companheiro de viagem nesta inquieta estrada.
Então deixo seus olhos de anjo me fitarem enquanto caio da cadeira.
Deixo que eles me mantenham segura.
Segura...
Capítulo onze
AK
Cinco dias depois...
Bebi a cerveja, deixando o líquido frio correr pela minha garganta. A noite tinha ficado mais quente, então eu sentei no fundo da minha cabine, um refrigerador cheio de cerveja ao meu lado. O céu estava negro e não havia uma maldita nuvem.
Vike saiu para o clube cerca de uma hora atrás, alistou Ash para ser seu DD para a noite. Eu não estava pensando sobre vagabundas hoje à noite. Porra, eu não tinha pensado sobre elas toda a semana. Não estava interessado em alguma vagabunda alisando meu peito e chupando meu pau.
Qual era a porra do propósito?
Olhei através da janela da minha cozinha para ver o relógio na parede. Cinco minutos para meia-noite. Meus olhos inchados com o cansaço, mas eu sabia que não conseguiria mais do que algumas horas se eu tentasse dormir. Porque eles estariam no fim da minha cama em um segundo. E eu realmente não aguentava ver aquelas caras fodidas olhando para mim.
Eles me deram alguns dias de descanso, é claro. Eu sabia que eles iriam. No minuto em que ajudei Phebe, ajudei ela se libertar da heroína de suas veias, eu sabia que iriam embora por um tempo. Mas eu também sabia que quando voltassem, seria pior. Muito pior. Memórias que eu pensei ter esquecido para o bem voltaram a me atingiram entre os olhos como um tiro perfeito. Enquanto ficavam no pé da minha cama, eles me mostraram detalhes que eu tinha esquecido. Detalhes que eu não poderia fodidamente pensar sem perder minha maldita respiração.
Mas a culpa era pior. Rasgando meu estômago como garras.
Então eu ficaria acordado.
Porque eu realmente não poderia lidar com essas lembranças agora.
Eu terminei a cerveja que eu estava bebendo e estava abrindo outra quando ouvi passos na grama.
“O que há de errado?” Eu perguntei quando Flame, evitando meus olhos, veio para onde eu estava sentado.
“Nada.” Ele se sentou na cadeira ao meu lado.
“Nada está errado? Tem certeza disso?”
Ele assentiu com a cabeça, seus olhos mortos e negros olhando para as árvores. Eu observei sua mandíbula apertar, as facas em suas mãos virando em suas palmas. Desde que tínhamos voltado da cidade fantasma do Klan Kunt, os cortes frescos nos seus braços estavam curados e as facas estavam sem corte novamente. Ainda feria a carne, mas não fazia novos cortes.
Ele estava de volta com Maddie.
Estava estabelecido.
Encostei na parte de trás do assento. Qualquer coisa que seja que Flame veio aqui para dizer isto iria sair eventualmente. Eu deite minha cabeça, olhando para aquelas estrelas malditas.
“Você está sendo estranho.”
Eu congelei, a garrafa quase na minha boca e respirei fundo. Baixei a garrafa e olhei para Flame. Sua cabeça estava inclinada na minha direção, mas ele nunca fez contato visual. Seus músculos estavam tensos sob seus cortes, e seus olhos estreitaram.
Merda. Eu deixei o filho da puta preocupado.
“Eu estou bem,” eu disse calmamente. Os lábios de Flame rolaram sobre seus dentes.
“Você está mentindo,” ele respondeu e se levantou.
Eu suspirei quando ele começou a andar de um lado para o outro. “Flame,” eu disse. “Eu estou bem. Pare de se preocupar...”
“Você não está falando muito, ou indo para o clube.” Sua voz era fria e direta, mas eu poderia ver pelo estreitamento de seus olhos que sua mente estava girando, tentando entender o que havia mudado dentro de mim. “Não é a data certa ainda.” Inferno, o irmão pode muito bem ter batido seu punho de ferro em meu estômago.
Minha mão apertou o pescoço da garrafa. Eu apertei até que eu pensei que o vidro cederia sob meu aperto. Eu soltei e balancei a cabeça. “Flame,” eu disse lentamente. “Deixa isso de lado. Eu estou bem.”
“São meses longe agora,” ele continuou. “Mas você está agindo da mesma forma que você faz neste momento.”
Meu estômago revirou quando as memórias que eu mantive escondidas começaram romper minhas defesas. Eu vi o sangue, ouvi os malditos gritos e senti o cheiro que encheu o quarto. “Flame,” eu adverti, perto de ficar irritado. Senti o nódulo subindo pela minha garganta. Senti água nos meus olhos.
“É por causa dela.” Ele parou abruptamente seu ritmo. Olhando para cima, eu encontrei o olhar fixo do irmão. Eu pulei de pé, alimentado pela raiva dele ter citado isso para mim agora. Mas parei quando vi ele balançando a cabeça, uma expressão maldita perdida em seu rosto. “Você é AK. Você não faz isso. Por que você está fazendo isso agora? Não é hora. Não é o mês certo. Não faz sentido.”
Fechei os olhos e respirei fundo. Quando eu abri novamente, Flame estava balançando em seus pés desajeitadamente. “É por causa dela.” Ele não estava fazendo uma pergunta. As pessoas achavam que Flame era fodido. Seu pai dissera repetidamente que ele era um retardado. Mas o irmão era perspicaz. Ele nunca esqueceu uma coisa. E mais do que isso, desde o dia que eu ajudei a sair daquele hospital psiquiátrico, ele tinha certeza de que ele me conhecia melhor do que ninguém. Todos achavam que eu cuidava dele. Eu sabia a verdade - ele também cuidava de mim.
“Estou bem,” eu repeti e me sentei novamente. Eu esfreguei minha mão pelo meu rosto. “Sente-se, Flame.”
Ele fez uma pausa, mas fez o que eu disse. Peguei outra garrafa de cerveja, sentindo os efeitos de beber o dia todo começando a me atingir.
“É desde que pegamos ela,” disse ele. “Desde que você a deixou aqui com você. Ela te fez pensar em tudo de novo.” Eu abri a boca para responder, mas ele continuou. “Você não dorme. Mas é pior desde que ela chegou de volta. Senta-se aqui o tempo todo. Você está bebendo. Você nunca bebe tanto.”
Eu sabia que não havia razão para negar isto. Para o irmão estar aqui, ter deixado Maddie em sua cabine sozinha, sua preocupação por mim devia estar comendo ele vivo.
Então eu fiquei quieto. Eu com certeza não ia falar sobre coisas que não precisava ser falada. Eu não tinha falado desde o dia em que aconteceu, e eu não ia começar agora.
“Vou superar isso,” eu disse depois de alguns minutos de silêncio. “Eu vou...” Engoli em seco. “Eu sempre supero.”
“Você nunca vai,” Flame respondeu, nenhuma emoção em sua voz.
“E nunca vou,” eu concordei. Minha voz estava rouca, então eu limpei minha garganta. Eu me recusei a fica descontrolado.
“Não foi culpa sua,” disse Flame agressivamente. “Eu não sei quantas vezes você precisa ser lembrado.”
“E eu nunca vou aceitar isso.”
Eu me recusei a fechar os olhos, porque se eu fizesse eu veria seus rostos. Eu veria o que eu deveria ainda ter, ter e não ser tão fodidamente estúpido.
“Ela está melhor.” Eu sabia que ele estava falando sobre Phebe. “Maddie a viu, e ela está melhor. Maddie tem observado ela por mim, por você. Você a salvou.”
Eu acenei com a cabeça, o aperto em meu peito afrouxando um pouco. Ela estava melhor. Foda-se, Flame que pode também estar em um maldito jogo feliz. O rosto de Ruiva veio à minha mente. Eu não a vi desde que ela esteve no Ky's. Eu não tinha sequer perguntado como ela estava. Eu tinha colocado ela para fora, protegido ela dos socos. Isso foi suficiente. Embora eu tivesse pensado nela praticamente todos os dias. Pensei nela aqui fora, olhando para as estrelas. Dela reunindo com Lilah... pensei em seu rosto quando viu a cicatriz de sua irmã... de sua mão na minha quando ela me agradeceu, tão fodidamente pequena em sua cama... ela me dizendo que estava com medo...
“Eu não...” Flame apertou os dentes. “Eu não gosto de você... assim.” O som da voz de Flame era baixo e áspero que me fez sentir nada além de culpa.
“Eu sei,” eu disse. “Vou passar por isso.”
Os ombros de Flame caíram em alívio, então ele se levantou. “Bom.” Ele começou a se afastar.
“Flame?” Eu chamei quando o corpo enorme do meu irmão quase desapareceu na escuridão. Ele virou. “Você falou com Ash ultimamente?”
Ele ficou tão quieto como a noite. “Nós trabalhamos na moto hoje.” A tensão estava de volta em sua voz. Isto sempre era assim quando ele temia que tivesse fodido de alguma forma. Que ele tinha me decepcionado.
“Apenas fale com ele, ok? Continue chamando ele para jantar e fazer outras coisas.”
“Certo,” Flame disse, então sem mais uma palavra, saiu para sua cabine.
“Foda-se!” Eu não disse para ninguém. Fechei os olhos, deixando que o álcool tomasse conta. Ouvi o som de um galho estalando e suspirei. “Flame, eu prometo, estou bem. Eu só quero ficar sozinho.”
Eu abri meus olhos... e congelei. Pisquei quando a vi parada ali, me observando. Ela deu um passo para frente, e outro, até que ela veio à luz. Foi seu cabelo que eu vi primeiro, longo até no meio de suas costas. Ela estava vestida com um longo vestido verde escuro, amarrado no topo por alças de seda. As mangas cobriam seus braços, mas foda-se... A cor profunda fez suas sardas se destacarem mais em qualquer outro lugar.
“Olá,” ela disse eventualmente, sua voz fodidamente doce vagando durante a noite. Eu analisei seu corpo. Ela ainda estava muito magra, mas parecia melhor do que cinco dias atrás. Tinha cor de volta em suas bochechas brancas. As contusões e marcas tinham desbotado. Ela tinha círculos escuros sob seus olhos, mas isso era sobre isso.
Merda. Ela era fodidamente deslumbrante.
“Ei.” Sentei-me mais reto na cadeira. Phebe deixou cair a cabeça e olhou de volta para mim com aquele olhar nublado. Meu pau endureceu quando ela começou a caminhar em minha direção.
Ela sorriu e enfiou os longos cabelos atrás das orelhas. “Eu queria vir e ver você,” disse ela. Eu deixei meus olhos verificarem seu corpo alto. O vestido foi ajustado a sua pequena estatura, valorizando cada uma de suas curvas. Perfeitamente mostrando seus peitos cheios sob o pouco tecido.
Ela lentamente baixou seu corpo para o assento ao meu lado. O cheiro de flores e outros odores femininos encheu meu nariz. Como se soubesse o efeito que ela estava tendo em mim, ela sorriu. Mas seu sorriso desapareceu rapidamente e seus olhos perderam o brilho. “Eu... tenho tido problemas para dormir.”
Eu tomei um gole da minha cerveja, deixando-a falar.
“Descobri isto desde que estou aqui, não consigo me contentar.” Ela fechou os olhos e inclinou a cabeça para o lado, expondo seu pescoço longo e suave. Sua mão levantou e, lentamente alisou sua pele. Um suspiro profundo deixou seus lábios naturalmente vermelhos. Agarrei minha garrafa de cerveja com força. “Eu amo nada mais do que ter o vento no meu rosto,” ela disse sem abrir os olhos. Um sorriso se formou em seus lábios. “Eu gosto de sentir o calor no meu rosto quando é dia e os raios da lua quando está escuro.”
Ela arqueou as costas e apertei os dentes quando seus seios redondos empurraram o tecido de seu vestido. Não havia muita luz aqui, mas era o suficiente para eu ver que ela não estava vestindo nada por baixo. Seus olhos abriram, e inclinando-se através do espaço entre nossas duas cadeiras, ela tomou a cerveja da minha mão. Dando-me aquele fodido sorriso novamente, ela levou a garrafa de Bud para seus lábios. Lentamente e com cuidado, sem tirar aqueles olhos azuis dos meus, ela envolveu seus lábios ao redor da boca garrafa e inclinou a cabeça para trás. Ela engoliu um, dois, três goles antes de baixar a garrafa, lambendo a borda com a ponta de sua língua. Ela me devolveu.
Eu estava muito longe de estar bêbado. Eu mal tinha bebido nada exceto tequila, uísque e cerveja desde que eu deixei Ruiva cinco dias atrás, e agora ela estava fodendo com minha mente.
Phebe passou a mão pelo cabelo. “Eu... eu não poderia dormir novamente esta noite e decidi fazer uma caminhada. Então eu segui meus pés.” Ela fez uma pausa. “E eles me levaram direto para você.”
“Eles levaram, hein?” Eu disse bruscamente, sentindo meu pau sempre-expandindo praticamente rasgando o zíper do meu jeans.
“Sim.” Ela olhou para o chão. Sua maneira casual desapareceu, e ela torceu as mãos em seu colo, seus dedos tremendo. “Eu continuo me lembrando dos seus olhos,” ela disse de repente, levantando seu olhar para o meu.
Eu bebi minha cerveja, mas foda se eu pudesse arrastar minha atenção longe dela. Meus malditos olhos. Quando ela estava embaixo, quando ela estava acordada, ela continuou falando sobre meus olhos. Meus olhos e aquela maldita árvore.
“Eu não me lembro ainda. Eu continuo tentando lembrar o que aconteceu quando ele me levou. Onde eu estava. O que aconteceu lá. Eu continuo sentindo como se havia algo que eu preciso saber. Devo saber. Alguma coisa grande que eu estou esquecendo. Que eu estou bloqueando.” Ela levantou as mãos para a cabeça. “Mas minha cabeça é uma grande neblina, que eu não posso atravessar, não importa o quanto eu tente.” Ela olhou para mim, e ela parou. “Mas estranhamente, eu me lembro de você. Você, acima de qualquer coisa ou qualquer outra pessoa.” Inclinando-se para frente, ela trouxe sua mão para o meu rosto. Eu congelei quando ela passou as pontas dos seus dedos pela minha bochecha. “Eu lembro de você. E esses olhos de anjo.”
Phebe levantou-se e aproximou-se de mim, parando nos meus joelhos. Encostei minhas costas no assento e ela olhou para mim. Mesmo na penumbra, eu podia ver que suas bochechas pálidas estavam vermelhas. “Você me salvou.”
Não havia um pedaço de mim que não estivesse tenso enquanto ela falava aquelas palavras. Ela se abaixou e colocou suas palmas nas minhas coxas. Meus quadris se moveram quando senti o calor de suas mãos através da minha calça jeans. “Lembro-me de estar em seus braços.” Suas mãos começaram a subir por minhas coxas, uma polegada de cada vez.
“Ruiva,” eu rosnei enquanto seu rosto se aproximava cada vez mais do meu. Mesmo em estado de embriaguez, eu podia ver suas pupilas dilatarem.
“Ruiva,” ela disse quando sua boca encontrou minha orelha. “Eu gosto deste nome que você me chama, Ruiva.” Seus lábios bateram na minha bochecha, então arrastou através da minha pele até que eles pairavam sobre a minha boca, seus olhos se encontrando com os meus. “Eu sempre me destaquei quando criança por causa do meu cabelo vermelho. Eu não era loira como Rebekah ou minhas outras irmãs. Não bonita, com pele suave e impecável como o resto. Eu não era uma Cursed, nem eu era dotada de qualquer maneira. Eu era sardenta e pálida. No entanto, eu ainda era chamado para uma missão superior.” Ela sorriu e arqueou as costas, seus seios pressionando meu peito. Eu gemi, uma mão flexionando no lado da minha cadeira. Eu deixei cair minha cerveja no chão, o vidro batendo quando atingiu a grama. “Então tudo deu errado. Tudo mudou.” Ela se acalmou. Ela pressionou um único beijo lento na minha boca. “E você me salvou... duas vezes.”
Os dedos de Phebe se arrastaram até meu pau. Agarrei-lhe o pulso com a mão livre. “Você precisa parar,” eu pedi.
Seus olhos brilharam. “Eu não quero parar,” ela disse ofegante. “Eu pensei em você e nada mais nesses últimos cinco dias.”
Ela não tinha ideia do que e com quem ela estava fodendo. Se ela soubesse ela se afastaria. “Continue e eu vou foder você, Ruiva. Não pode estar pressionando seus seios grandes em mim se você não está querendo que eu possua eles.” Eu escutei sua respiração pesada e senti seu pulso acelerar debaixo dos meus dedos. “Eu vou te foder aqui mesmo. Vou foder você e lamber você e não parar até que você esteja gritando meu nome. Você quer isso?”
Sua respiração trêmula passou por meu rosto. Eu senti um cheiro de licor em sua respiração, vi suas pupilas se dilatarem e sua pele ficar vermelha com minhas palavras grosseiras. Eu sabia que ela estava prestes a se virar, correr de volta para a escuridão. Eu sabia que ela iria afastar e voltar para cabana. E eu sabia –
“AK,” ela sussurrou, e meus olhos estreitaram para os dela. Seus olhos azuis brilharam com algo que eu não esperava - desejo. Então, um sorriso filho da puta apareceu em seus lábios, e ela puxou seu pulso da minha mão, estendendo para baixo para envolver meu pau duro. Ela lambeu os lábios. “AK... eu quero que você... me possua.”
Que sortudo eu.
Movendo-me para a frente, eu bati minhas mãos em seu rosto e esmaguei sua boca com a minha. Eu mergulhei minha língua junto com a dela, puxando sua cabeça para baixo enquanto ela gemia em minha boca. Eu ataquei ferozmente seus lábios, machucando a carne. Baixei minhas mãos para seus quadris e puxei-a para meu colo. Ela caiu em cima de mim, nunca deixando minha boca. Eu gemi quando sua mão começou a esfregar ao longo da braguilha do meu jeans. Minha língua afundou mais, e eu alcancei e puxei seu vestido, quase rasgando o maldito tecido quando eu não poderia chegar a suas pernas. Mas então minhas palmas se encontraram com a carne.
Phebe afastou da minha boca, ofegante, e arrastou seus lábios e língua pelo meu pescoço. Seus dedos desabotoaram os botões do meu jeans. Eu mordi meu lábio quando ela afastou o jeans e sua mão enrolou no meu pau. Seus quadris movimentaram e sua buceta esfregou na minha coxa enquanto ela me bombeava com sua mão. Sua boca foi para minha orelha, seu longo cabelo vermelho caindo sobre a minha bochecha. “AK,” ela gemeu, e eu empurrei na sua mão. Eu fechei meus olhos, segurando a necessidade de jogá-la no chão e fodê-la como ela queria. Mas então ela estava deslizando pelo meu corpo, seu vestido escorregando pelos meus dedos. Eu abri meus olhos e vi quando ela ficou de joelhos no chão, sua mão ainda segurando meu pau.
O topo de seu vestido tinha afrouxado, e deste ângulo eu poderia ver bem a frente. Não era suficiente. “Abra seu vestido,” eu instruí, minha voz soando como aço cortado. Phebe mordeu o lábio e sorriu. Ela nunca moveu aqueles olhos azuis dos meus quando ela soltou meu pau e sentou para trás assim eu podia ver cada movimento seu.
Seus dedos arrastaram seu vestido verde até o laço no decote. Sua língua lambeu seus lábios enquanto ela puxou para desamarrar o laço mantendo a frente presa. Seus peitos saltaram embaixo, como se estivessem esperando para saltarem livre e estarem na minha boca. Ela ofegou. Ofegou enquanto balançava seus quadris para frente e para trás. Ela balançou a cabeça, e seu cabelo vermelho longo caiu sobre um ombro, expondo um lado de seu pescoço. Apertei meus punhos, resistindo ao desejo de pular para frente e afundar meus dentes em sua pele pálida.
Ela era uma maldita sereia.
O laço soltou. Minhas narinas dilataram, mal se agarrando à minha paciência enquanto pegava uma mão e gentilmente puxei o topo de seu vestido para o lado. Sua pele branca brilhou como leite no luar. Suas pálpebras se fecharam. Eu rosnei baixo, segurando meu próprio pau enquanto sua outra mão se moveu para a bainha do seu vestido. Murmúrios deixou sua garganta. Ela deixou cair o ombro, e o tecido escorregou de um dos seus seios. Era cheio e a pele apenas salpicada com sardas como em qualquer outro lugar. Seus dedos rastejaram sobre a pele em seu peito até que encontraram seu mamilo duro. Eu acariciei meu pau, para cima e para baixo, em longos movimentos firmes enquanto ela acariciava seu mamilo.
Então sua boca se abriu. Eu me concentrei na mão entre suas pernas e eu quase gozei. Ela tinha levantado seu vestido, mostrando sua buceta para mim. Não era apenas sua buceta perfeita que deixou minha mão trabalhando mais forte sobre meu pau, era o fato que dois dedos dela estavam em seu buraco. Seu polegar esfregando seu clitóris, seus olhos rolando para o céu.
“Foda-se, puta,” eu gemi, observando seu rosto ficar vermelho e suas sardas desaparecerem no rubor.
“AK,” ela murmurou enquanto se esforçava cada vez mais. Seus gemidos ficaram mais altos enquanto suas mãos iam mais rápido. Ela apertou seu peito, beliscando seu mamilo, e ela gritou. Minha mão em meu pau acalmou enquanto eu observava seus ombros se inclinarem para frente e sua boca mais aberta. Seu braço tremia enquanto ela usava seus dedos em sua buceta tão rápido que eu mal podia sentar-me imóvel. E então ela congelou, o rosto cheio com prazer quando um gemido gutural saiu de sua boca. Sua cabeça bateu para trás, expondo sua garganta enquanto sua mão estava revestida com sua própria umidade. A vermelhidão se espalhou como uma inundação furiosa sobre sua pele pálida enquanto ela desesperadamente procurou respirar.
Eu não tinha me movido um centímetro, assistindo a cadela desmoronar. Com os olhos ainda fechados, um largo sorriso se espalhou em seus lábios, ela abaixou a cabeça, uma mão em seu mamilo e a outra em sua buceta começou a mover novamente. Quando seus olhos se abriram, as pupilas explodiram, ela se concentrou em mim. Liberando-se, ela caminhou lentamente pela grama em minha direção.
Quando ela chegou aos meus joelhos, ela trabalhou-se entre minhas coxas até que seus seios estavam no meu pau exposto. Ela segurou-me na mão. Os dedos que estavam todos em sua boceta subiram em direção à minha boca quando ela começou a acariciar meu pau com a outra mão. Suas pontas dos dedos esfregaram pelo meu lábio inferior. Ela me olhava como um falcão quando agarrei seu pulso e mantive na minha boca. Seu peito se ergueu enquanto eu movimentava a língua e lambia seus dedos. O gosto dela encheu minha boca, e eu gemi. Sua respiração estava trêmula enquanto ela me observava, e da dureza de seu mamilo eu sabia que ela estava gostando disso. Então eu levei seus dedos mais profundamente em minha boca enquanto sua mão pressionou mais rápido em meu pau. Envolvi meus lábios em torno deles, sugando todo o suco.
“Mm,” ela gemeu, tirando os dedos da minha boca. Seus olhos se iluminaram com fogo, e ela sorriu quando ela se inclinou para frente e passou a língua sobre meus lábios. “Eu posso sentir meu gosto em você,” ela sussurrou e apertou meu pau com força.
“Ruiva,” eu avisei, o aperto em meu autocontrole evaporando rapidamente.
Inclinei-me para beijar a boca dela, mas ela se afastou antes que eu pudesse. Ela afundou mais baixo, então abaixou até que, a boca estava apoiada na ponta do meu pau, ela disse, “Eu quero provar você.”
Antes mesmo que eu pudesse respirar, ela colocou os lábios em volta do meu pau, não parando até que ela tinha ele na sua garganta. E eu não era pequeno. Na verdade, eu sabia que era enorme. Mas ela me levou até a sua garganta sem sequer engasgar uma vez.
“Merda, Ruiva,” eu gemia enquanto eu agarrei seu cabelo. Então ela realmente me mostrou o que ela poderia fazer. Ela me chupou de cima a baixo, circulando a cabeça com a língua quando ela alcançou o topo. Minhas bolas se apertaram quando sua mão as segurou e trabalhou nelas com os dedos. Ela murmurou e gemeu enquanto ela me chupava, como uma cadela que estava morrendo de fome.
Eu sentia o calor crescer em minhas bolas, então eu arrastei sua boca com fome do meu pau por seus cabelos. Phebe ofegou. Ela se mexeu para voltar a me chupar, mas eu tinha outros planos. Eu me abaixei e puxei ela de pé. Seus grandes lábios estavam inchados e vermelhos. Ela avançou e se arrastou para o meu colo. Suas coxas se apoiaram ao lado das minhas, e seus seios esfregaram contra o meu peito nu. Eu sibilei enquanto seus dentes arrastavam em meu pescoço. Chegando mais à frente, tirei o resto do vestido dela da frente dos seus seios e peguei-os em minhas mãos. Os lábios dela chuparam meu pescoço e ela gemeu, ficando mais alto quando eu abaixei minhas mãos para sua buceta e deslizei meus dedos para dentro.
“Foda-se, puta,” eu disse enquanto suas mãos acariciavam meu abdômen. “Você está encharcada.”
“Para você.” Ela inclinou a cabeça para trás enquanto eu roçava meu dedo sobre seu clitóris inchado. “Tudo para você.”
“Eu vou te foder, Ruiva. Eu vou te foder com muita força.”
Phebe sorriu e se inclinou até que sua boca estava em minha orelha. Afastando minha mão de sua buceta, ela agarrou meu pau e se abaixou até que eu estava enchendo seu buraco molhado. “Não,” ela disse suavemente, traçando o contorno do meu ouvido com a língua. “Eu vou te foder.”
Eu não achava que era possível ficar mais duro, mas quando ela sussurrou essas palavras em meu ouvido, eu fiquei. Então ela agarrou nos meus ombros e abaixou, até que eu estava enchendo-a. Sua testa pressionada contra a minha, e as narinas dela dilataram. Então a cadela começou a se mover. Usando suas mãos nos meus ombros, ela balançou para frente e para trás, rolando os quadris até que eu pudesse ver nada exceto ela. Tudo vermelho – cabelo, rosto mamilos. Fodidamente vermelho na minha mente.
Eu deixei cair minhas mãos e bati a sua bunda. O peito de Phebe se arqueou para a frente, empurrando seus mamilos contra a minha boca. Enquanto ela cavalgou em mim, com mais força e mais rápido, eu chupei seu mamilo em minha boca e mordi nele. Phebe gritou, seus quadris se sacudindo, sufocando a porra do meu pau.
“AK,” ela gritou enquanto movia suas mãos para meu cabelo para manter minha boca em seus peitos. Minhas mãos apertaram seu traseiro, e eu comecei a movê-la mais rápido. Eu queria estar o mais fundo possível em sua boceta. Os dedos de Phebe agarraram meus cabelos tão forte que parecia que ela estava arrancando os fios. Mas eu não me importei. Ela poderia arrancar os malditos se ela quisesse. Minhas bolas estavam apertando, e pelo aperto de sua buceta, eu sabia que a cadela estava perto também.
A respiração de Phebe mudou, e ela afrouxou seu aperto em meu cabelo. Ela se inclinou para trás, tirando seu mamilo da minha língua. Seu ritmo aumentou, seus gemidos ficaram mais rápido, mas tudo isso significava nada quando ela direcionou seu olhar para mim. Suas mãos se moveram para minhas bochechas, e quando eu sabia que nós dois estávamos prestes a gozar, ela olhou dentro dos meus olhos, e maldição se não parecia que ela podia ver através de mim.
Os movimentos de Phebe tornaram-se erráticos, sua boca se separando ligeiramente. Então ela se acalmou e soltou um longo gemido. Sua buceta apertou o meu pau já vazando, e quando ela gozou, inundando-me com sua umidade, eu joguei minha cabeça para trás e gozei também. Eu gozei e gozei, prendendo a cadela em meu grande pau até que eu tinha enchido ela com meu esperma. Eu rosnei, sacudindo em sua buceta quente até que eu estivesse drenado. Fodidamente seco.
O suor apareceu sobre minha testa e escorreu pelas minhas costas. Lutei para respirar enquanto passei pelo nevoeiro que estava na minha cabeça. Eventualmente eu abri meus olhos.
As mãos de Phebe ainda estavam em meu rosto. Seus olhos ainda estavam fixos nos meus. E eu assisti quando lágrimas caíram sobre suas bochechas coradas.
Eu congelei, perguntando o que diabos estava errado, mas então ela abriu aqueles lábios talentosos e perguntou suavemente, “Quem você viu quando me salvou?”
Meus músculos ficaram tão tensos que eu estava convencido de que as fibras estalariam. Sua cabeça inclinou para o lado enquanto ela me estudou, e seus dedos acariciaram minhas bochechas. “O que assombra você?” Então um verdadeiro sorriso de quebrar o coração tomou conta da sua boca. Mas esse sorriso tinha tudo a ver com a felicidade. Era o tipo de sorriso que fazia você cair em pedaços. Uma porra de mentira. Uma falsa expressão. Como o que Flame me acusou de usar.
Phebe aproximou seu rosto do meu. Eu podia sentir o calor de sua pele úmida. E porra, eu podia cheirar o sal de suas lágrimas. Mas eu estava paralisado. As palavras da cadela me deixaram completamente imóvel, meu pau amolecendo dentro dela.
Ela deu um suspiro falhado, então afastou o cabelo do meu rosto. “Quem te mantém nesta prisão? Uma prisão como a minha?” Ela repetiu, mas minha boca estava bem fechada. Eu sabia que minha respiração estava saindo forte pelo nariz, mas eu não sabia nada além de seus olhos, suas lágrimas e aquelas perguntar malditas.
Os lábios de Phebe pressionaram um beijo em cada bochecha, depois em minha testa e finalmente em minha boca. Ela ficou lá, beijando meus lábios fechados. Minhas mãos estavam apertadas em seu traseiro, mas quando sua língua sondou meus lábios, eu deixei ela entrar. Mas esse beijo não era o mesmo de quando nós fodemos. A cadela estava sendo gentil, fodidamente cuidadosa.
Destruindo-me. Quem te mantém nesta prisão? Uma prisão como a minha?
Ela me beijou por um minuto, talvez dois, antes de afastar. O nariz pressionado contra o meu, ela passou sua mão em minha testa, e então suavemente em minha bochecha. “Você não é tão diferente de mim, eu acho.” Ela sorriu enquanto mais lágrimas caíam por suas pálidas bochechas. “Eu vejo isso em seus olhos. Eu...” Sua respiração falhou. “Eu vejo... eu.”
Phebe mudou de posição, saindo de cima do meu pau, levantou-se. Ela arrumou o vestido e inclinou a cabeça de volta ao céu noturno. Ela respirou profundamente três vezes, depois virou a cabeça para mim. “AK,” ela disse suavemente em um adeus e afastou-se. Eu a observei enquanto ela desapareceu na escuridão.
Eu olhei para ela por sabe quanto tempo. Eu passei minha mão pelo meu rosto. Minha cabeça estava girando. Eu estendi a mão e coloquei meu pau flácido de volta em minha calça jeans. Eu ainda podia provar sua buceta nos meus lábios. Eu ainda podia vê-la no chão diante de mim, permitindo-se gozar. Mas eu ainda podia ver aquelas lágrimas fluindo sobre seu rosto. Quem te assombra?
Peguei uma nova garrafa de cerveja e bebi o líquido âmbar em três goles. Então eu joguei junto com a garrafa de tequila debaixo da minha cadeira. Eu bebi até que eu apaguei.
Quando eu acordei, ainda na cadeira, a noite ainda negra, eu olhei para as pessoas desfilando diante de mim. Os filhos da puta que nunca, nunca me deixavam sozinho. Levantei a cabeça quando meus olhos bêbados pegaram as formas malditas andando em minha direção, ficando na minha cara. Seus olhos negros eram poços sem alma enquanto me olhavam, nunca me deixando seguir em frente.
Fechei os olhos, tentando bloqueá-los de minha vista. “Eles,” eu disse com voz rouca. Eu respirei com dificuldade, sentindo minhas próprias lágrimas escorrendo pelas minhas bochechas. “Eu estava tentando salvá-los... mas nunca funciona... nada funciona. Eles nunca me deixarão em paz.”
Voltei a dormir, sentindo as mãos de Phebe no meu rosto e os lábios na minha boca. Eu vejo isso nos seus olhos... Eu vejo... eu.
E Cristo, mas eu também a vi.
Capítulo doze
AK
Eu parei minha moto do lado de fora da minha cabana. Eu abaixei o cachecol do meu rosto e limpei dois dias de sujeira das minhas bochechas. Eu tirei a perna da moto e passei pela porta da minha cabana e fui para a cozinha. “Você está de volta.” Ash disse conforme ele veio. Eu coloquei a mão atrás da cabeça dele e o trouxe para o meu peito.
“Você está bem?”
“Sim,” ele respondeu despreocupado, então abaixou a cabeça envergonhado como ele sempre fazia. Eu puxei um cigarro do meu maço e ofereci um para ele. Ele pegou e eu acendi, esperando ele dizer o que quer que ele estava segurando.
“Eu estive no Flame nas duas últimas noites,” ele finalmente disse. Eu olhei para cima para a cara do pequeno bastardo. Você pensaria que meu irmão louco tinha acabado de dar o mundo a essa criança.
“É?”
“É.” Ele tentou esconder o sorriso. “Eu passei a noite lá ontem. Madds arrumou um cama para mim no quarto extra, antes de eu ter a chance de dizer que eu ia voltar para cá.”
“Flame ficou bem com isso?”
Ele assentiu. “Até ficou acordado comigo um pouco depois que Madds foi dormir. Ele não falou muito, mas me mostrou todas suas facas. Ele até tomou uma bebida comigo.” Ele deu de ombros. “Nós sentamos em silêncio a maior parte do tempo, mas...” ele puxou uma respiração profunda. “Foi ... bom. Sabe?”
“Sei,” eu disse e senti meu peito apertado relaxar um pouco. Flame tinha me ouvido porra, o idiota.
Ash foi para a geladeira e pegou uma cerveja para mim. E peguei, e então fui para o armário de bebidas para a minha garrafa de Bourbon – precisava de algo mais forte. Mas não estava lá. “Você pegou meu Bourbon?”
“Não,” ele respondeu. Eu levantei a sobrancelha. “Você está mentindo?”
“Não.” Ele balançou a cabeça. “Eu te diria se tivesse pego.” Eu franzi a testa quando vi que a minha garrafa nova de Patron também estava faltando. “A tequila não está também.”
Eu peguei a garrafa de Jack e dei umas goladas. Fechei os olhos conforme ele queimava descendo.
“Talvez Vike tenha pego?” Ash disse conforme eu cai na mesa. “Ele esteve por aqui quando você saiu.” Ele corou. “Ele estava puto que você saiu sem ele. O Flame também.” Eu assenti, sabendo que seria verdade. Eu nunca ia para uma entrega sem Flame e Vike. Mas... merda... depois da merda de duas noites atrás, eu precisava de um tempo sozinho na estrada.
Eu levantei, pronto para ir tomar um banho quando meu celular vibrou no meu bolso. “Merda!” Eu rosnei. “Não posso ter a porra de um minuto?”
Abri a tela conforme entrei no meu quarto. Era uma mensagem de Ky.
Ky: Você já voltou?
Eu: acabei de chegar.
Ky: você pode querer ir no clube. Bem agora.
Que porra tinha acontecido? Uma segunda mensagem veio.
Ky: sua merda de abstinência parece ter saído pela culatra.
Eu olhei para a mensagem, e meu estômago torceu.
Phebe.
Eu: estou indo.
Mudando de camisa, saí do meu quarto, passando pelo corredor, para a cozinha. “Preciso ir ao clube,” eu disse a Ash.
O menino pulou e pegou as chaves da caminhonete no balcão. “Eu dirijo.”
Eu bati a porta da frente, pensando que porra tinha acontecido com a Phebe. Que diabos Ky queria dizer com ‘sua merda de abstinência parece ter saído pela culatra’?
Ash foi para o banco do motorista e ligou o motor. Claramente sentindo minha urgência, ele saiu para o caminho de terra. “Tudo bem?” Ash perguntou conforme subíamos correndo a colina.
“Não tenho ideia,” respondi, minhas mãos apertando minha perna. Eu tentava não pensar que diabos Phebe podia ter estado fazendo nos dois dias. Vike e Flame não tinham dito nada, mas então novamente, aqueles idiotas não iam me falar nada porque eu tinha saído sem eles.
Nós estacionamos nos fundos do clube. O lugar estava lotado – merda normal de fim de semana. Filas de motos do lado de fora, e música alta vindo do bar.
Eu entrei pela porta de trás, seguindo a música. O bar estava cheio de fumaça, vadias e bebidas. Eu olhei pelo lugar e vi uma mão acenando no ar. Ky estava de pé no canto mais longe. Eu empurrei a porra de um tonelada de puxa-sacos no meu caminho conforme eu alcançava onde ele estava.
Conforme meu caminho ficou livre, vi Styx e Mae na mesa. Lilah sentada com um copo de vinho, a porra de uma cara horrorizada. Uma cadeira foi para trás, e de repente Flame estava na minha cara. O irmão apertou as mãos no meu peito e me empurrou para trás. Eu me acalmei. Eu sabia que teria essa merda dele.
“Que porra?” Ele rosnou. Maddie veio segurar sua mão. Smiler, Tank e Bull olhavam da mesa ao lado. Beauty e Letti estavam vendo do outro lado do bar, ignorando Flame. Solomon e Samson – os irmãos que Rider tinha trazido do culto – estavam lá também. Eles sempre estavam ultimamente.
Eu levantei minhas mãos. “Eu entendi você. Você está puto.”
A cabeça de Flame balançou em resposta. Eu dei um passo à frente. “Eu só...” eu balancei a cabeça. “Porra, eu só precisava ficar sozinho por alguns dias, ok?”
O foco de Flame estava no chão, não encontrando meus olhos, mas eu vi seus ombros perderem um pouco da tensão. “Não faça isso de novo, caralho.” Ele saiu do meu caminho, e eu passei por ele para chegar até Ky. Styx tinha aparecido do lado dele.
“Dá a porra de uma olhada.” Ky apontou para o salão. Eu corri meu olhar por cada porra no meu caminho. Então finalmente, vi um flash de cabelo vermelho, e meus olhos quase saltaram da minha cara.
“Que porra?” Eu exclamei, indo para o lado para ver melhor. O novo ângulo só me fez ficar mais perdido. Do outro lado do salão estava Phebe. Só que não era a Phebe que eu tinha resgatado do Klan, nem a puta que tinha estado comigo duas noites atrás e me fodido melhor do que tinha sido em toda a minha vida.
Essa puta na minha frente estava no bar, os braços finos em volta de um cuzão que estava a minutos de encontrar o barqueiro sem os olhos. Minhas mãos tremiam conforme fechava os punhos. O cabelo de Phebe estava solto nas costas, lavado e brilhando vermelho. E estava todo enrolado. A maquiagem estava por toda sua cara, batom vermelho vivo nos lábios. Mas a pintura de guerra não era o que me deixava louco. Era o que ela estava vestindo que me fez quase explodir.
Ela estava vestindo uma blusa branca transparente que quase dava para ver a porra toda. Seus mamilos estavam aparecendo por baixo. E ela estava amarrada, mostrando sua barriga e marcando perfeitamente seus seios. Sua saia era longa, mas mesmo daqui eu podia ver suas pernas pelo tecido. E eu podia ver sua calcinha por baixo. Ou o que parecia mais com a porra de um fio dental. Ela jogou a cabeça para trás, e sua risada ressoou acima do rock tocando.
“A puta saiu escondida sem nós sabermos,” Ky disse. Styx estreitou os olhos para Phebe achando ela uma idiota. Até as galinhas do clube estavam olhando para ela como se ela fosse patética. “Aparentemente a Bela veio para uma visita ontem e disse a ela sobre o clube no final de semana. Queria alertar a Phebe sobre o que ela poderia encontrar aqui. Li tinha dito a ela que ela podia vir a noite.” Ky balançou a cabeça. “Veio para pegar ela, para descobrir que ela já tinha ido.” Ele parou. “Assim como a quarta garrafa de Jack do meu bar essa semana. No fim ela não teve medo da ideia de vir aqui, a puta queria isso.”
Eu olhei de volta para Phebe. Porra, ela estava estragada. Seus braços ainda estavam sobre o cuzão no bar, mas quando eu olhei melhor, eu pude ver que a puta mal podia ficar em pé. Ela estava caindo, seus olhos muito maquiados estavam virando na porra da cabeça.
Então me ocorreu. “O Bourbon e o Patron,” eu disse em voz alta. Se Ky e Styx estavam prestando alguma atenção em mim, eu não vi. “Porra!” Eu soltei. Eu pensei de volta na noite que ela tinha me fodido. Eu mesmo estava bêbado, mas eu podia lembrar do gosto de bebida nos seus lábios.
“Ela mudou da água para o vinho.” Eu senti aquele arrepio maldito correr pela minha espinha.
De volta aqui de novo.
“Sim, e bebida deixa aquela vadia feroz como a porra,” Ky disse. Ele esfregou um arranhão no rosto. Parecia novo. “Minha recompensa por tentar leva-la para casa.” Ele olhou para a Lilah, que ainda estava observando Phebe com preocupação nos olhos. “Gritou com a Li também. Ficou louca.” A cara do Ky escureceu. “Levou tudo de mim para não derrubar aquela vadia e carregar ela para nossa casa pela porra do cabelo.”
Eu virei a cabeça para Ky. O comentário dele me tirou do sério. Mas ele estava olhando através do lugar para Phebe. “Pelo que eu vejo,” Ky disse e deu de ombros, “ela é livre e solteira para foder com quem diabos ela quiser. Deixe ela passar por cada cara daqui se ela quiser. Eu não me importaria. Mas a Li se importa.” Ele bateu nas minhas costas. “Achei que seu plano poderia ser trancá-la na sua cabana por uma semana para impedir aquele rabo de ir atrás do dragão, você deveria querer fazer isso também.” Meus lábios se curvaram para a expressão de merda de Ky e o riso de quem comeu merda do Styx. E eu nunca iria dizer a eles, mas eu queria estar de volta com essa vadia.
Ela estava entrando na minha pele. E bem agora ela era a porra de uma faca embaixo das minhas unhas. Um barulho alto soou pelo bar, e algum cara que eu não conhecia se lançou sobre alguém, um garrafa quebrada na mão, pronto para acertar o peito do outro cara.
Tank e Bull estavam de pé em segundos. Bull quebrou seu pescoço. “Hora de expulsar os caloteiros.” Tank deu um toque na cabeça dele, e os dois idiotas imensos foram por entre as pessoas, Samson e Solomon seguindo atrás. Eu olhei em volta atrás de Phebe, mas a mulher não estava em nenhum lugar.
“Merda,” eu soltei. Eu consegui abrir caminho pela multidão, procurando pelo cabelo de fogo, socando qualquer idiota que entrasse no meu caminho. Quanto mais as pessoas apareciam na minha frente, querendo briga, mais puto eu ficava. Meus punhos voavam, querendo amassar o nariz de qualquer um que ousasse comigo nesse momento.
Quando eu cheguei do outro lado do bar, uma mão aterrissou no meu ombro. Eu virei, furioso com quem quer que tinha a audácia de me empurrar, e vi Tanner com as mãos para cima. “Acalme-se, porra, K” ele colocou a mão na cara.
Ele estava acabado.
“Preciso falar com você,” ele disse, me empurrando para longe da briga se formando. Babacas e bebida significavam brigas semanais no bar.
“Agora não.” Eu tentei passar por ele.
Ele entrou no meu caminho, e me segurei muito para não dar uma no White Prince. “Tanner. Saia,” eu avisei, procurando por Phebe. A vadia tinha desaparecido. Eu forcei a passagem, mas Tanner segurou meu ombro e me puxou para trás. Eu virei e balancei, mas o irmão abaixou e agarrou meu colarinho, me trazendo para mais perto. “Ele sabe!”
Levou uns três segundos para as palavras dele entrarem na minha cabeça com o barulho. “Acabei de pegar um e-mail entre ele e meu irmão. Ele está na caça por quem quer que tenha pego sua vadia.” Ele parou, “Ele está a caça de você.”
“Porra,” eu soltei, sentindo cada gota do meu sangue no meu corpo entrar em chamas.
“Beau disse a ele que não conhecia nenhum de vocês. Eu chequei o resto do servidor de Meister. Não levou muito para ele suspeitar dos Hangmen. Acabou que Judas contou a ele sobre nós. Apesar de não sair da boca de Phebe, Meister sabe que a irmã de Phebe está aqui.” Ele balançou a cabeça. “Ele sabe que ela é casada com VP.” Ele olhou para Ky, que estava nos assistindo como um falcão. “Ele vai vir.”
“Eu não dou a mínima quanto militarizado eles são, aquela gangue de caipiras não é páreo para os Hangmen. Principalmente quando Styx e Ky descobrirem. Nós teremos reforços aqui em horas.”
“Concordo. Só queria que você soubesse. Meister se referenciou a você. Carson. Ele sabe que você é um ex-atirador de elite, e o porra está usando cada contato da Marinha que ele tem para saber quem você é. E aquele buceta é forte.”
“Eu sei. Já encontrei com ele, lembra?” Meus olhos foram para o lado de fora da porta. “Vá dizer ao Ky e o Styx. Eles vão resolver essa merda.”
Tanner atravessou a sala. Conforme eu alcancei a porta de trás, Hush e Cowboy estavam entrando.
Cowboy virou a cabeça em direção ao bar, e um sorriso grande se espalhou pelo seu rosto. “Porra,” ele soltou seu sotaque Cajun. “Peguei um osso grande para uma briga essa noite.” Cowboy e seu Stetson desapareceram na multidão.
Hush apontou a cabeça na minha direção. “Não tenho certeza, mas estou achando que a vadia que nós pegamos do Klan está no beco quase fodendo alguém.”
Fogo acendeu no meu estômago, e eu sai pela porta mais rápido do que já me mexi na vida. O vermelho encheu meus olhos – o dia todo, vermelho. Meus pulmões trabalhavam forte conforme eu respirava o ar quente e meus olhos procuravam cada parte da rua.
Então eu ouvi.
Aquele gemido alto que tinha me deixado duro por quarenta e oito horas direto. E aquele suspiro que a vadia deu quando tinha colocado os dedos na buceta e trabalhado em si mesma até gozar.
Eu coloquei a mão no meu bolso de trás, puxei meu canivete e deixei ele pronto na minha mão. Eu andei devagar até o beco, escondido. A luz vinda do clube dava uma luz perfeita para eles mas me mantinha escondido no escuro.
Eu vi a cabeça vermelha de Phebe abaixar o corpo do bastardo para o chão. Eu vi conforme a vadia olhou para cima para ele com aqueles olhos de foda-me que ela tinha usado comigo. E eu vi, raiva construindo dentro de mim como um fogo. O idiota abriu seu jeans para seu pau. Ele empurrou para frente conforme Phebe fez seu show. Então a mão dele estava no cabelo dela e ele estava indo para a direção dela. Phebe nem sequer gritou quando os dedos dele quase arrancaram o cabelo dela da raiz. A vadia só abriu a boca, esperando pelo pau dele.
E isso era tudo que eu podia aguentar.
Eu corri para frente e bati o ombro no imbecil que tinha o pau a um centímetro da Phebe. Eu agarrei o merda no chão e desci o punho na cara feia dele. O merda gordo grunhiu e tentou dar um soco de volta. Eu ri com a cara dele conforme eu desviei e levantei meu canivete alto para ele ver. Ele ficou pálido, e eu saí para trás de seu corpo.
Um olhar de alívio apareceu no rosto dele. O que o cuzão não sabia era que eu vivia para a caça.
Ele tentou levantar do chão. Uma mão foi para frente conforme a outra guardava seu pau minúsculo de volta no jeans. Ele olhou de volta, e o alívio virou terror quando ele me viu indo devagar em direção a ele.
E dei risada.
Abaixando-me, gostando de ver o pedaço de merda tentando sair do beco, eu peguei minha lâmina e cortei seu Aquiles. O merda gritou e agarrou o tornozelo. Ele olhou para mim na cara. “Se meteu com a vadia errada, idiota,” eu zombei.
“Ela não estava usando uma placa de propriedade. Disse que não estava com nenhum irmão,” ele tentou argumentar, mas suas palavras só me irritaram mais,
“Ela não está livre,” eu rosnei, nem mesmo consciente das palavras que saíram dos meus lábios. Então, levado por um velho demônio eu o mantinha longe de todos, eu abaixei minha lâmina e cortei o tendão da outra perna dele. O cuzão gritou de novo. Mas eu não parei. Agora que eu tinha começado eu não conseguia parar. Eu tinha deixado esse sentimento ficar perdido dentro de mim, trancado. Mas o pensamento da mão desse porra na cabeça da Phebe e seu pau se aproximando da boca dela tinha deixado a fúria solta.
Eu dei um soco na cara dele, de novo e de novo, até que a cara dele estava desfigurada e meus nós dos dedos estavam quebrados. “Por favor,” ele implorou em meio de tosses. Mas eu só ri de novo. Segurando o cabelo grudento dele, eu puxei sua cabeça do chão e levei minha lâmina na sua garganta. Eu olhei nos olhos dele e senti o cheiro familiar de mijo quando o covarde mijou nas calças.
A lâmina pressionou na pele dele. Eu estava prestes a cortar quando dois passos correram no beco. “Cara para!” Eu ouvi Hush gritar.
“Por que porra você está tentando acabar com esse idiota, mon frère?” Cowboy se abaixou e levantou o topo do seu Stetson para estudar o futuro corpo abaixo de mim. “Whew!” ele assobiou. “Quase encontrou o barqueiro, ei, mon ami?”
Meus dentes estavam presos conforme eu segurava o idiota pelo colarinho. Alguém gritou meu nome. Era Hush. “Deixa nós pegarmos ele pra você,” ele ofereceu. Eu balancei a cabeça, precisando terminar com a vida desse merda agora. Mas quando Hush se abaixou mais perto e disse, “a sua vadia acabou de entrar no bar de novo. Ela está a procura de pau, parece,” eu quebrei.
Eu levantei com um rugido frustrado, derrubando o cara no chão. Eu enfiei a lâmina de volta no meu bolso e fiz o caminho de volta para a porta. Eu virei para meus irmãos Cajun. “Deem o fora nele ou matem. Mas se ele estiver aqui quando eu voltar, eu vou terminar o que comecei. E não vou ser tão gentil como eu ia ser.”
As pessoas as vezes pensavam por que Flame, Vike e eu éramos chamados de Psycho Trio. Vike tinha sua própria merda para lidar. Flame? Um olhar naquele fodido e já falava por si. E eu? O imbecil ali no chão, com o tendão cortado e sangrando, era por que eu tinha ganho aquele nome. Mas a maioria dos meus irmãos não fazia ideia da merda fodida que eu tinha feito no meu passado. Nenhuma ideia de que tipo de merda que eu ainda podia fazer. O que na metade do tempo eu queria fazer. E que bem ali estava a verdadeira natureza de um psicopata: cometer um ato e ter todo o remorso pela merda que você acabou de fazer.
Eu abri a porta do bar e entrei. O lugar estava uma bagunça – o resultado da briga. Os não irmãos tinham desocupado, o que me dava uma visão perfeita do vermelho... e a visão me cortava mais fundo do que a merda que eu tinha acabado de ver lá fora..
Vike.
Vike filho da puta!
Minhas pernas balançaram conforme eu parei na porta vendo Phebe sentada no joelho de Vike no bar. O braço dela estava em volta dos ombros dele, e ela estava rindo. Mas era a mão de Vike que eu estava olhando. A porra da mão enorme dele estava na base das costas dela, as costas fodidas nuas, indo próximo à bunda dela.
Abastecido com a raiva que eu tinha desencadeado lá fora, eu deixei ela tomar conta. Eu estourei pela sala, ignorando o som de Ky chamando meu nome. Eu segurei o braço da Phebe eu arranquei ela do colo de Vike. Ela gritou surpresa conforme eu a puxei atrás de mim. Vike pulou em pé, seu sorriso de saco cheio de merda brilhando para mim. Mas eu não estava vendo meu amigo ali. Eu só estava vendo a porra da mão nas costas da Phebe, o braço dela em volta dos ombros dele.
Vendo a porra toda vermelha.
Eu bati minhas mãos contra o peito dele, e o gigante foi para trás. “Que porra?” Ele falou, o sorriso saindo da cara.
“Sai de cima dela!” eu grunhi. Os olhos de Vike estavam abertos quando ele olhou para mim. Mas eu não tinha terminado. Eu fui até ele de novo, segurando seu colarinho e puxando ele mais perto de mim. “Mantenha as suas mãos fodidas longe dela, ou eu juro por Deus que você não vai ser mais meu irmão para mim.”
Uma mão pousou no meu ombro e eu virei. Flame estava lá, os olhos escuros abertos e as narinas alargando. Eu tirei a mão dele e virei para Phebe. Eu nem lhe dei a chance de reagir, apenas peguei seu braço e a arranquei do bar. Eu passei por Ash, cuja cara estava branca. “As chaves,” eu ordenei conforme Phebe tentava sair de mim. Eu segurei firme a vadia. Ela estava me irritando.
Ash me deu as chaves da caminhonete, e eu saí do clube com a puta a reboque. Eu ouvi o som das vozes em pânico da Lilah e da Mae. Ouvi Ky tentando vir atrás de mim. “AK!” Ele gritava conforme eu chegava na minha caminhonete. Eu abri a porta do passageiro e joguei a bunda quase nua de Phebe no assento. Bati a porta e fui para o lado no motorista. “AK!” Ky gritou de novo. Eu virei para ele, me preparando para outra briga. “Onde você pensa que vai com ela, irmão?”
“Você me mandou uma mensagem para eu resolver isso. Então é isso que estou fazendo caralho.”
A mão da Phebe veio para a janela do motorista e começou a bater no vidro. Ela estava gritando alguma merda que eu não conseguia decifrar, tentando sair, gritando como o diabo da morte. Ky observou conforme ela quase quebrava o vidro de raiva. “Você acha que a Li vai ficar bem de eu deixar você levar a irmã dela?”
“Você sabe como lidar com ela assim? Você sabe como lidar com uma porra drogada? Uma que é insistente em tentar foder o bar, pau por pau?” Minha paciência estava acabando. Phebe começou a chutar o vidro com os pés. Eu ouvi a vedação rachar; ela estava a dois segundos de quebrar o vidro. “Você tem uma criança com quem se preocupar agora. Deixa essa vadia ser problema meu.” Minha mandíbula travou, e eu senti uma lâmina apunhalar meu peito. “O caralho que eu já lidei com merda assim antes.”
Eu não esperei a resposta de Ky. Eu abri a porta e entrei. As mãos da Phebe vieram para cima de mim conforme ela tentava lutar. Segurando seus braços, eu a coloquei de volta no assento e encontrei seu rosto furioso. “Você fica aqui caralho. Não me force, puta. Não me force, caralho.”
A pele dela estava molhada de suor, e ela estava batendo forte. Se olhar pudesse matar eu seria cinza em segundos. Tomando vantagem da calmaria breve dela, eu liguei o carro e saí do estacionamento. Eu bati na estrada de terra com uma velocidade estúpida e foquei em voltar para a minha cabana. Não levou muito para a vadia raivosa atacar de novo. Praticamente subindo no console, ela passou as unhas pelos meus braços e pescoço. Eu mantive meus olhos na estrada, não dando a mínima para o sangue que ela estava tirando. A única hora que eu reagi foi quando ela foi com quatro dedos na minha bochecha.
Eu empurrei ela de volta até ela estar no lugar dela, sem ar e os olhos vidrados de tanta bebida. Eu virei na clareira e parei a caminhonete no estacionamento. Ela estava fora da porta do passageiro antes que eu pudesse sequer me mover. Eu voei da minha porta e corri atrás dela conforme ela foi para as árvores. Eu a alcancei logo e joguei seu corpo magro sobre meu ombro. Phebe batia nas minhas costas. “Me solta,” ela batia, os punhos nos meus ombros.
Eu abri a porta da minha cabana e nos tranquei dentro. Eu a coloquei no chão. Ela cambaleou conforme ela se corrigia. A luz da cozinha era mais clara que a do bar, e eu dei uma boa olhada nos olhos dela. O branco estava opaco e as pálpebras estavam encobertas. Maquiagem preta tinha manchado em volta dos olhos dela, fazendo ela parecer um guaxinim.
“Acalme-se porra,” eu ordenei.
A pele pálida de Phebe ficou vermelha conforme ela soltava fumaça no lugar. Eu fiquei parado, dobrando os braços no meu peito. Então a vadia atacou. Sua mão cortou meu rosto. E dessa vez havia força atrás disso. Minha cabeça foi para o lado. Eu tinha tido o suficiente. Indo para frente, eu a empurrei de volta na parede da entrada. “Eu juto por Deus, vadia, eu vou quebrar você se fizer isso de novo,” eu sibilei, indo direto na cara dela.
Ela bateu na minha cara. “Me deixa ir!” Eu podia sentir o cheiro de bebida no seu hálito.
“Por que, para você poder foder algum idiota grudento? Pra você ter sua buceta cheia, como a puta que você é?”
“Sim!” Ela gritou, lutando contra mim. Quando ela não conseguiu se soltar, ela trouxe o rosto mais perto e sorriu friamente. “Eu gosto de ser fodida. Eu gosto de gozar. Eu gosto de pau, e não amo nada mais do que ter alguém enfiando o pau na minha boca e então gozar na minha garganta.” A raiva que tinha estado presa dentro de mim explodiu com as palavras de merda saindo da boca dela. “E você não estava tão contra a minha buceta na outra noite,” ela ousou. Ela mordeu a ponta da minha orelha. Mordeu forte. Eu joguei minha cabeça para trás, e ela deu risada na minha cara. “Quando eu tinha seu pau na minha boca, fundo dentro de mim. Eu levei você e fiz você gritar.”
As minhas mãos balançaram seus braços conforme eu lutei para não segurar ela muito forte. “Você quer ser fodida forte assim, vadia? Você quer que eu enfie em você e faça você gritar?”
“Sim,” ela gritou e soltou um dos braços. Ela não me bateu como achei que ela iria. Ao invés disso suas pálpebras abaixaram, e ela correu a mão pelo meu estômago até parar no meu pau. Ela encontrou meus olhos e eu encontrei os dela, e ambos congelamos. Adrenalina e raiva misturadas nas minhas veias. Eu ouvi o relógio batendo na cozinha e o som do meu ar condicionado. Eu ouvi a respiração acelerada de Phebe. Ela parou observando. Eu parei. E eu não tinha muita certeza quem se mexeu primeiro, mas em um minuto eu estava inundado de raiva, pronto para explodir minha merda e chutar a bunda dela, no próximo, a boca dela estava na minha e suas tetas contra meu peito e meu pau duro.
Phebe gemeu conforme eu soltei seu braço e abaixei sua blusa. Seus seios saltaram livres, e eu os peguei nas mãos. Os dedos da Phebe abriram meu jeans. Eu soltei a boca dela quando a mão agarrou meu pau. “Porra,” eu soltei e abaixei a cabeça para colocar seu peito na minha boca. A sua mão livre agarrou meu cabelo, puxando as pontas. Eu suguei seu mamilo conforme sua mão subia e descia no meu pau.
Sua respiração estava rápida e a pele pegajosa. Eu levantei sua saia até o quadril. Eu puxei o pedaço da sua calcinha, rasgando e arruinando o tecido. Minha mão escorregou pela sua buceta e pelos lábios dela até encontrar seu clitóris. Ela gritou no meu ombro, então lambeu meu pescoço, polindo minha pele. Eu fechei os olhos quando seus lábios vieram até os meus e sua língua enfiou na minha boca. Ela grunhiu e gemeu e engasgou conforme eu peguei sua boca, fazendo a vadia esquecer o cuzão do beco e Vike.
O pensamento dela fodendo com outros homens fazia meu sangue bater ainda mais forte nas veias. Tirando minhas mãos do seu clitóris, eu me inclinei e segurei suas pernas. Levanta-la não era nada. Phebe gemeu e enrolou os braços em volta dos meus ombros. Eu a encostei na parede, então um empurrão rápido, enfiei dentro de sua buceta molhada.
“AK!” Phebe gritou conforme a cabeça foi para trás e bateu na parede atrás dela. Eu era um homem fodido possessivo conforme eu enfiava nela. Phebe trouxe as mãos para a minha cara e me segurou no lugar. Ela olhou nos meus olhos conforme eu mexia o quadril, mordendo meu lábio com a sensação do buraco dela engolindo meu pau. Seus gemidos eram baixos e longos. Seus lábios encontraram os meus. Ela comeu a minha boca, e eu engoli seus gritos. Minhas mãos apertaram suas coxas mais forte conforme eu enfiava nela. Suas unhas varriam minha pele, mas isso só me empurrava.
Eu enfiava nela, mais e mais forte, até eu sentir sua buceta começar a apertar. Minhas bolas começaram a doer, e eu tirei a boca dela, enfiando minha cabeça no pescoço dela. Seus gritos ficaram mais e mais altos e seu quadril ia mais rápido contra o meu.
“AK...” ela disse, sua voz sem estar gritando. Sua voz falhando, perdendo toda a raiva. E então ela gozou, a respiração contra a minha pele. Suas mãos foram para a minha nuca, as unhas tirando sangue. Com mais três enfiadas, eu gozei dentro dela, jorrando, suor escorrendo pelas minhas costas, as costas dela arranhando contra a parede.
E então tudo ficou quieto.
Estava quieto, exceto por nossa respiração. Silencioso o suficiente que eu ouvi o choro dela antes de sentir as lágrimas caindo no meu pescoço. Eu a ouvi chorando antes de sentir ela sacudindo nos meus braços.
Eu levantei a cabeça, e Phebe apertou seus braços em volta do meu pescoço como se eu estivesse a ancorando. Eu pisquei, sem saber que porra fazer. Tao gentil quanto eu pude, eu coloquei minha mão no rosto dela e tirei a cabeça dela do meu ombro. Phebe resistiu a princípio, mas desistiu quando eu disse, “Ruiva. Olha para mim.”
Suas bochechas estavam cheias de lágrimas, a pele pálida marcada de preto da sua maquiagem. Seu batom vermelho borrado na cara. Seus peitos para fora da blusa arruinada, e seu cabelo uma bagunça.
Ela estava quebrando meu coração.
“Eles vão me deixar vê-la agora,” ela falou baixo. “Se eu tiver sucesso, eles vão me deixar segurar a mão dela.”
Que...?
Eu limpei as lágrimas do rosto dela com meu polegar. Ela segurou a minha mão com seus dedos tremendo e levou ela aos seus lábios, e eu senti como se tivesse levado um soco na cara. Ela olhou para a pele machucada dos nós dos meus dedos da briga, beijou o sangue seco – eu não sabia se era meu ou se era de outra pessoa.
Ela soltou minha mão e olhou para o chão. Eu olhei para a cabeça abaixada dela, e se eu não a segurasse tão forte.
Ela estava quebrada.
Perdida.
Suas palavras de antes na semana passada circulavam na minha cabeça. Eu não sabia quanto tempo fiquei contra a parede, só a segurando. Mas finalmente toda a bebida que ela tinha consumido foi embora, e sua testa caiu no meu ombro. Sua respiração ajustando, e ela caiu no sono.
Eu saí de dentro dela e fechei meu jeans com uma mão. Phebe se mexeu nos meus braços, mas ela não acordou. Eu a carreguei até meu quarto e a deitei na minha cama. Eu coloquei o edredom sobre seu corpo quase nu. Quando eu olhei para baixo para ela parecendo uma puta perdida, um pedaço de mim morreu. As mangas da blusa dela estavam rasgadas, mostrando as cicatrizes das agulhas. E agora que nós estávamos fora do bar, eu podia sentir o cheiro da bebida evaporando em ondas da sua pele.
Eu tirei minha camisa e joguei no chão. Conforme fui para o banheiro vi meu reflexo no espelho, e congelei. A pele no meu rosto, pescoço, peito e costas estava arranhada e vermelha de sangue, o batom de Phebe estava por todo meu rosto. Meus olhos estavam escuros, e conforme dei um passo à frente, eu não estava mais olhando para AK, um irmão dos Hangmen. Olhando de volta para mim estava Xavier Deyes, atirador dos Marines, Operações Especiais. Eu conhecia esse fodido e não sentia nada além de raiva por ele. Esse fodido vivia com morte nos olhos.
E eu achava que tinha o colocado para dormir anos atrás.
Claramente Ruiva podia o acordar.
Frustrado, não querendo ver seu rosto, eu fechei os punhos e bati no espelho. Ele estilhaçou na pia, e de repente eu não conseguia respirar. Meu peito apertou, a falta do ar que eu não conseguia puxar com o peso puxando minha caixa torácica.
Eu fui para a banheira e sentei na ponta. Minhas mãos estavam tremendo. Minhas mãos sempre firmes de atirador não podiam se acalmar. Eu coloquei minha cabeça para frente e uma serie de imagens veio correndo. Sangue e gritos e raiva. Raiva que queimava tão forte que me transformava. Então impotência, tristeza e a porra de culpa. Tanta culpa que eu podia sentir o gosto amargo na minha língua.
Forçando-me a me recompor, eu fiquei em pé e limpei o batom da minha boca com meu braço e limpei o sangue dos dedos no meu jeans. Eu molhei uma toalha na água e voltei para o quarto. Sentando na beirada da cama, eu comecei a limpar o preto e o vermelho do rosto de Phebe. Conforme a maquiagem saía sua pele pálida e as sardas apareciam, eu não podia evitar de relaxar um pouco. Vai saber por que ela cobria aquelas sardas, eu limpei seu rosto até não ter mais nada.
Phebe.
Eu vesti ela com minhas calças de moletom e uma camiseta limpa e a cobri de novo. Por vinte minutos eu olhei para ela, dormindo. Eu pensei em toda a bebida que ela tinha roubado essa semana e percebi que desde que eu a tinha visto pela última vez aqui, gritando e bagunçando meu quarto conforme ela se livrava da heroína, ela não tinha ficado sóbria.
“O que é isso que você não consegue encarar?” Eu perguntei a ela conforme me inclinei onde ela deitava. Ela não acordou e eu não queria que ela o fizesse. Desse jeito, ela estava em paz. Acordada? Parecia que ela era tão fodida quanto eu.
“Durma.” Eu dei um beijo na testa dela. Sua pele pálida estava fria sob meus lábios.
Eu peguei meus cigarros do meu bolso de trás e saí pela porta. Encostado do lado de fora da cabana, eu me agachei. Mantive minha cabeça abaixada conforme dava uma tragada atrás da outra.
Eu sentei em silêncio, só pensando. Pensando na merda que eu nunca queria pensar de novo. A única hora que eu parei foi quando ouvi passos na clareira. Ouvi murmúrio de vozes, então uma porta fechou.
Eu os senti em pé na minha frente, então levantei a cabeça. Vike e Flame estavam olhando para mim. Eu vi Ash ir até a cabana de Flame com Maddie, deixando eu e meus irmãos sozinhos.
Eu encostei a cabeça contra a parede e olhei para eles. Flame estava se balançando. E a porra que isso me deixava mais culpado. Ele estava olhando para mim como se não me conhecesse.
Perdido.
Confuso.
De repente, tudo que eu pude ver era o jovem Flame de anos atrás, naquele casebre, na cama oposta ao meu irmão. E eu podia ver seus olhos pretos conforme ele via Vike e eu entrarmos, seu olhar parado com seu corpo deitado na merda da cama. Ele era magro e seus braços estavam amarrados. Ele tinha tanta vida quando a de Devin tinha tido. E quando eu o vi olhar para mim, realmente olhar nos meus olhos, eu tinha que ajuda-lo.
“Sinto muito,” eu falei rouco. O irmão congelou. Seu olhar foi para o chão, e seus olhos foram de um lado para o outro, pensando no que eu tinha dito. “Eu...” eu não sabia como dizer. “Minha cabeça...” eu respirei fundo. “Esta´... está tudo bem agora.”
“Nós somos irmãos,” Flame disse. Eu sabia que era ele perguntando por que porra eu tinha me virado sem eles. “Você é meu... meu...” ele estava lutando com o que dizer. Mas eu sabia. Eu era sua família, a que trouxe ele aqui. E eu nunca tinha o desapontado até agora.
Mas pela dor no meu estômago, eu sabia que iria decepcioná-lo agora. Eu jurei que nunca iria. Principalmente Flame. Ele não sabia como lidar com essa merda.
“Nunca mais,” eu prometi. Sua cara dura relaxou com alívio. Eu olhei para Vike. “Eu fodi.” Vike balançou a cabeça e andou até o meu lado. Ele sentou ao meu lado. Flame veio e sentou do outro lado.
“Eu não sabia que você estava na da vadia.” Vike olhou para a clareira. “Eu não teria chegado perto se soubesse. Achei que você só queria ela segura.”
“Eu sei,” eu disse, me sentindo completamente sem energia.
“Ela te deixa diferente,” Flame disse em seu tom sem emoção. “Ela faz você parecer quem você era antes.” Eu estremeci, sabendo que Flame só falava a verdade. Eu estremeci porque eu sabia que era verdade.
“Ela lembra você... de tudo aquilo, não e?” Vike disse, sem humor na voz.
“Eu nunca esqueci isso,” eu disse, admitindo isso pela primeira vez. “Só tentei enterrar aquela merda fundo o suficiente para não aparecer. Isso... isso iria sempre reaparecer em algum momento.”
“Você vê tudo isso quando está com ela”? Flame disse.
“Sim.” Eu tentei engolir o nó na minha garganta. Eu suspirei e joguei meu cigarro no chão, “Estou cansado. Tão cansado de nunca dormir. Nunca fechar meus olhos por causa da merda que eu vejo quando fecho. De ser incapaz de pensar em nada do meu passado porque não posso lidar com a porra...”
Vike segurou meu ombro e apertou. Eu abaixei a cabeça para não desmoronar como uma mulherzinha. “Vou levar ela para a pousada,” eu disse. Eu senti Vike enrijecer.
Flame falou entre os dentes. “Não-”
“Sim,” eu argumentei. “Ela precisa sair e ficar limpa para sempre. Ela precisa lidar com toda a merda dela longe daqui. Até da irmã. Eu vi isso nos olhos dela. Ela está perdida. E ela não vai conseguir se estiver aqui.”
“Você não vai voltar para aquele lugar...” Vike disse.
“Eu sei. Mas é particular e vai ser bom para ela. Isolado.”
“Nós vamos.” Flame foi levantar, sem dúvida para pegar Madds. Eu o segurei e puxei de volta.
“Não,” eu disse. Ele virou para mim, seus músculos tensos. “Eu vou sozinho.”
“Mas-”
“Flame. Eu vou. Isso...” eu balancei a cabeça. “Porra irmão, eu preciso disso também. Eu...” eu respirei fundo. “Eu vou quebrar se não fizer isso. Eu... eu sinto acontecendo de novo. Eu não vou ter força para parar isso mais.”
“Eu não gosto disso”, ele disse.
“Eu sei.”
“Quando você vai?” Vike perguntou.
“Agora.” Eu fiquei de pé. A porta da cabana de Maddie abriu, e Ash saiu para fumar. Imediatamente, seus olhos preocupados caíram em mim. Eu levantei o queixo e disse, “Vem aqui, garoto.”
Ash veio, as mãos nos bolsos. Coloquei a mão na sua nuca e o puxei. “Eu fui um babaca,” eu disse e beijei sua cabeça.
Eu o soltei, e ele olhou para cima para mim. “Está tudo bem.”
“Não está. Eu perdi isso, cara. Não podia ter acontecido.” Eu olhei de volta para Flame e Vike. “Eu vou sair por um tempo. Cuide da cabana para mim, sim?”
“Certo.” Ash parou, então perguntou, “Por quanto tempo?”
“Não sei. Quanto tempo eu precisar.”
Peguei as chaves da caminhonete do meu bolso e joguei para Ash. “Verifique o óleo para mim, moleque, ok? Vou sair logo.”
“Sim, ok.”
Ash saiu. “Tanner me disse algo essa noite,” eu disse para Vike e Flame. “Meister sabe que fomos nós. Ou suspeita. Tanner acha que pode ter merda vindo à nossa porta.”
“Foda-se,” Vike disse. Ele assentiu. “Vamos resolver isso.”
Voltei para a cabana para pegar minhas coisas e a Phebe. Em quinze minutos eu tinha minhas coisas na caminhonete. Voltei para o quarto, levantei Phebe nos braços e a carreguei para fora. Eu a deitei no banco e fui para o lado do motorista. Vike e Flame vieram até a porta.
“Você liga se precisar de nós, sim?” Vike disse.
“Sim.”
Eu assenti para Flame. Eu sabia que ele não estava feliz. Então saí da clareira, para a estrada. Mantive a música desligada enquanto Phebe dormia. Em trinta minutos, ela se mexeu no sono, a mão aberta na minha coxa. Eu olhei para baixo para sua mão, para seus dedos abertos. Eu não sabia que porra me deu, mas tirei uma das mãos da direção e entrelacei meus dedos com os dela.
As mãos dela pareciam pequenas e frágeis agarradas à minha. E pela primeira vez em dias, eu soltei o que parecia uma respiração de verdade.
E me segurei nela conforme dirigíamos para mais perto da pousada.
Onde muitos demônios esperavam.
Então eu só segurei.
Capítulo treze
Phebe
Senti o peso das minhas pálpebras antes mesmo de abrir os olhos. Estava quente e meu cabelo estava cobrindo o meu rosto. Minha bochecha estava presa ao que quer que seja que eu estava deitada. Cheirava a couro.
Eu gemi assim que tentei me mover. Minha cabeça doía e minhas têmporas latejavam. Levantei minha mão para a cabeça e rolei em minhas costas. Eu inalei uma respiração aguda quando aquele movimento mínimo causou náuseas de arrepiar o meu estômago. Tentei ficar quieta, rezando para que passasse. Mas eu não tive essa sorte.
Movendo-me de joelhos, abri meus olhos e estremeci ao ver o sol entrando... onde quer que eu estivesse. Minhas mãos moveram em torno de mim e eu percebi que estava em uma caminhonete. Meus dedos encontraram a alavanca da porta. Eu a empurrei aberta e soltei meus pés sobre o chão de terra.
Eu mal senti o ar quente e pegajoso no meu rosto quando eu tive que me enrolar e botar para fora o que quer que estivesse no meu estômago. Eu segurei meu cabelo enquanto eu vomitava, meus olhos lacrimejando. Quando a necessidade de vomitar tinha diminuído, eu me levantei em pés trêmulos. O mundo girou e minha cabeça parecia pegajosa. Fechei os olhos para me impedir de cair. Eu descansei minhas costas contra o lado da caminhonete e me concentrei em minha respiração. No minuto que eu fiz, eu pensei nela. Meu rosto se revirou em agonia. Mas eu dei boas-vindas à dor que veio. Era meu castigo, minha recompensa por deixá-la...
"Onde ela está?" perguntei a Martha. Minha pele ainda estava molhada do meu chuveiro e era tarde. Muito tarde, na verdade, mas eu tinha feito bem, e assim o Irmão John tinha me dado permissão para procurá-la. Eu tinha ganhado trinta minutos de tempo ininterrupto com ela.
Um presente raro.
"Ela está no quarto dela" disse Martha, ainda vestida da missão da noite.
"Obrigado." Eu andei pelo corredor.
"Ela recebeu seu primeiro toque nesta véspera."
Eu tropecei até parar e senti uma fissura profunda dividir meu coração. Não era imaginação - eu realmente o senti quebrar. Uma verdadeira dor física.
"Quem?" Eu sussurrei, lutando contra o nó da minha garganta. Sem dúvida, as lágrimas vieram aos meus olhos. Eu sabia que este dia estava chegando. Eu sabia que era considerada uma bênção, mas eu não conseguia sentir a alegria no meu coração que eu sabia que eu deveria sentir. Tudo o que eu conseguia pensar era na pequena Sapphira.
Ela tinha onze anos.
"O Profeta David tinha enviado alguns homens aqui para uma visita. Um deles a escolheu da programação." Martha aproximou-se e colocou a mão no meu ombro. Seu sorriso era brilhante. "Eu posso ver a dor em seu rosto, mas ela ganhou o favor do profeta esta noite."
Eu assenti com a cabeça, sabendo o que eu deveria estar sentindo. Mas eu não conseguia. Eu estava ciente de que o diabo deve ter entrado na minha alma para me fazer duvidar do nosso profeta e dos caminhos da nossa fé, mas não pude me alegrar.
"Preciso ir até ela" disse eu.
"Phebe, eu te amo. Mas você deve cortar o laço que vocês criaram. Está fazendo com que você sinta um fardo que você deveria estar livre." Olhei para o rosto de Martha e vi apenas simpatia. "Eu estava lá com você, através de tudo isso, como você estava comigo. Eu deixei ir. Agora você deve deixar ir."
"Eu não posso," eu disse suavemente. Eu coloquei minha mão sobre meu coração. "Eu nunca fui capaz de cumprir."
Eu me virei de Martha e, com os pés pesados, caminhei para o quarto de Sapphira. Segurei minha mão na porta dela, pronta para bater, mas minha mão permaneceu suspensa no ar. Minha respiração veio muito rápida. O que me esperava do outro lado da porta?
Entrei no quarto mal iluminado; apenas uma única vela queimava no canto. A cama dela estava vazia.
"Sapphira?" Meu coração estava em minha garganta.
Um suave cheiro veio do lado de sua cama. Entorpecida, deixei meus pés me levarem e eu a encontrei no canto do quarto, seus braços ao redor de seus joelhos. Seus longos cabelos loiros cobriam o rosto, as pontas no chão.
"Saffy?" Eu sussurrei, usando meu nome afetuoso para ela, minhas lágrimas engrossando ao vê-la tão minúscula no chão.
Saffy ergueu a cabeça. Mesmo com esse brilho suave, seus olhos escuros eram enormes e redondos... e cheios de dor.
"Phebe?" Ela disse, muito baixinho. Eu me aproximei. Seu rosto bonito se transformou numa careta e os soluços estouraram de sua garganta. Instintivamente, eu voei para seu lado, chamando por sua dor, e a tomei em meus braços. Seu corpo magro caiu em meu abraço e suas lágrimas ensoparam meu vestido.
"Shh." Eu tentei acalmá-la, balançando-a gentilmente. Mas eu sabia que não adiantava. Eu também estive aqui. Eu me lembrava daquele dia como se tivesse ocorrido recentemente. Então, eu simplesmente a segurei. Eu beijei sua cabeça enquanto ela expulsava todas as suas lágrimas. Eu cheirei seu cabelo, tentando memorizar o cheiro. Eu a apertei com mais força, memorizando o quanto ela cresceu desde que ela esteve a última vez em meus braços - há muito tempo.
Eu tentei saborear tudo sobre este momento.
"Shh", eu a acalmei novamente e senti um pedaço de alívio quando os soluços de Sapphira diminuíram e sua respiração se acalmou.
"Saffy." Eu guiei sua cabeça do meu peito e alisei o cabelo para trás de seu rosto. Sua pele de porcelana estava manchada de vermelhidão e seus olhos estavam inchados e crus.
"Querida," eu disse, olhando em seus olhos farejadores e sentindo minha própria visão brilhar. Eu fechei meus olhos, afugentando minhas lágrimas, e olhei para ela de novo. Eu forcei um sorriso. "Martha me contou."
Saffy se aproximou de mim e eu a segurei com mais força. Eu não achei que ela falaria, muitos segundos estendendo-se em silêncio, até que ela disse, "É... ele me machucou."
Aquelas palavras. Aquelas palavras simplesmente faladas, embaladas com uma confissão tão pesada, eram minha destruição. Eu senti o tecido da minha alma rasgar enquanto eu a segurava em meus braços, impotente para fazer qualquer coisa para ajudar. "Eu sei." Pressionei um beijo em sua cabeça. Saffy colocou a mão na parte inferior do estômago. "Eu... Eu não gostei enquanto o Irmão John disse."
Eu não achei que eu conseguiria. Eu não acho que eu conseguiria me mover deste local. Eu não podia deixá-la sozinha. Eu não podia mais estar afastada dela.
Mas eu sabia que não tinha escolha.
"Eu sei," eu disse de novo. As palavras patéticas pareceram como ácido na minha língua. "Mas... Mas vai ficar melhor. Da próxima vez, não vai ser tão ruim."
Sapphira olhou para mim em pânico. "Eu não quero que haja uma próxima vez. Por favor, irmã, não posso... Eu não acho que eu posso..." Seu lábio inferior tremia. "Por favor..."
Irmã... A palavra circulou pela minha cabeça.
"Eu quero vir morar com você." Ela ficou de joelhos, seu rosto pequeno e bonito diante do meu. Ela tinha amadurecido desde que eu tinha estado aqui da última vez. Seu rosto estava perdendo seus traços infantis e transformando-se em uma jovem mulher. Eu passei meu dedo sobre suas bochechas, sorrindo através de minhas lágrimas quando eu vi o spray de sardas pontilhadas em seu nariz. Um pouco delas em suas bochechas, um pouco mais do lado de seu olho.
Era bonito... ela era bonita. Tão perfeita aos meus olhos.
"Por favor" ela implorou novamente. "Você é minha irmã. Somos do mesmo sangue, Phebe. Deixe-me vir viver com você. Vou ser boa."
Dessa vez, eu não consegui conter minhas lágrimas e elas caíram, quentes e salgadas, pelas minhas bochechas. "Eu sei, minha querida", eu disse com toda a força que pude reunir. "Mas não é o caminho. O Irmão John e o Profeta Davi nunca permitiriam isso." Eu trouxe minha testa para mais perto dela e fechei os olhos. "Se eu pudesse, eu a levaria para minha casa e a manteria segura." Eu sorri, imaginando aquele céu na minha cabeça. "Eu cuidaria de você e leria para você à noite até que você adormecesse em meus braços."
"O que você leria?" Ela colocou a cabeça em meu ombro.
"Tudo o que você desejasse", eu disse, acariciando o cabelo de seu rosto. Beijei sua cabeça novamente e senti seu corpo crescer pesado com cansaço.
"Eu gostaria disso," ela disse sonolenta. "Eu... Eu sinto sua falta, Phebe. Eu quero você comigo sempre. Mas quando eu peço, eles me dizem para ser paciente." Ela balançou a cabeça. "Eu não sou tão boa com paciência, eu acho." Ela suspirou, cutucando sua bochecha em uma posição mais confortável. Eu a apertei o mais forte que pude sem machucá-la.
"Eu..." Eu apertei os olhos, livrando-os das lágrimas. "Eu também sinto sua falta, querida."
Eu não conseguia suportar a dor em meu coração. Tamanha dor devastadora. Eu precisava de mais bebida. Eu precisava esquecer. A bebida, a poção, me fez esquecer.
Eu abri meus olhos e enxuguei a água nublando minha visão, me preparando para procurar por mais álcool. Quando meu foco melhorou, eu vi a visão diante de mim. Uma grossa cobertura de árvores me cercava onde quer que eu estava. Minhas sobrancelhas franziram em confusão e eu engoli a secura de minha garganta. Os nervos se agitaram dentro de mim enquanto eu tentava me lembrar por que eu estava aqui.
Esta não era a casa de Lilah. Não era Nova Zion...
Meister. O gelo escorreu pela minha espinha e meu coração chutou numa batida errática. Ele tinha me encontrado de alguma forma? Um barulho fraco veio de algum lugar atrás de mim. Eu congelei, meus músculos tensionados.
Eu estabilizei minha respiração enquanto eu trabalhava para a coragem voltar. Eu não tinha certeza se podia me mover, mas eu tinha que me mover. E se fosse Meister, ele não me deixaria sozinha por muito tempo.
Virei-me e olhei cautelosamente pelas janelas da caminhonete, usando o corpo como um escudo. Alguns metros afastada estava uma casa de madeira pequena, com o que parecia um poço do fogo e um par cadeiras ao lado dele. A porta da frente estava aberta.
Outro barulho estridente veio do interior.
O medo correu grosso em minhas veias enquanto eu tentava ver através das janelas. Eu podia ver alguém se movendo dentro, mas não conseguia ver além de formas desfocadas e o reflexo do sol nascente fora do vidro. Eu tentei freneticamente a pensar na noite passada, nos dias que antecederam esse momento. Mas minhas memórias estavam dispersas e difíceis de definir. A dor latejante em minha cabeça tornou quase impossível pensar direito.
Olhei ao meu redor, procurando um caminho, uma saída, quando de repente ouvi alguém se aproximar da porta da frente pelo interior. Eu me agachei contra o lado da caminhonete, meu coração acelerado. Olhei pelo capô e, na penumbra do corredor, vislumbrei um par de pés calçados em botas, depois pernas vestidas de denim. Uma mão, segurando três sacos de lixo cheios...
... E então ele saiu para a luz.
AK.
Eu caí contra a caminhonete. Ele trouxe os sacos para a caminhonete e os jogou na parte de trás. Havia muitos sacos lá já. Ele enxugou a cabeça com o antebraço. Eu não conseguia tirar os olhos dele, da sua grande forma, suas muitas tatuagens, seu cabelo escuro em desordem.
AK tirou um cigarro do bolso traseiro e o levou para a boca. O cheiro de fumaça flutuava na brisa. Ele se moveu para a porta do lado do motorista, abriu-a e entrou. Ele puxou o couro que tinha embalado minha cabeça enquanto eu dormia. Era a jaqueta dele, aquela que mostrava que ele estava com os Hangmen. Ele a pôs sobre a regata dele e olhou ao redor. Eu não tive tempo de fingir que não estava me escondendo antes de seu olhar encontrar o meu.
Afastei-me da caminhonete e passei os dedos pelo meu cabelo. Olhei para baixo e vi pela primeira vez que eu estava vestida. Calça preta macia, que era muito grande, mas sustentada pela corda ao redor da minha cintura e uma regata preta com o diabo na frente. Em meus pés estavam sandálias.
As botas de AK cravaram no cascalho enquanto ele caminhava ao redor do capô da caminhonete e parou diante de mim. Eu mantive minha cabeça baixa.
Minha cara se incendiou quando percebi que estava ao lado do vômito no chão.
"Como você está se sentindo?" A voz profunda de AK cortou minha vergonha.
Levantei a cabeça e vi a preocupação em seus olhos. Abri a boca para lhe dar a falsa mentira que era a minha resposta habitual a essas perguntas. Mas algo dentro de mim não me deixaria falar essas coisas. A maneira como AK me observava, a maneira como seus olhos escuros penetravam nos meus, eu sabia que ele sentiria a decepção. Então, eu respondi honestamente: "Terrível." Senti meu estômago afundar em quão fraca eu tinha me tornado.
"Sem dúvida" disse ele. "Entre. Eu terminei de limpá-la agora. Não ia te trazer até que eu a deixasse habitável novamente."
Eu observei as costas de AK enquanto ele se afastava. Ele parou perto da porta da frente e se virou. "O sol está quase aparecendo e com a filha da puta de uma ressaca que vai estar vindo em sua direção, eu não gostaria de estar sob o sol por muito tempo."
Olhei para o céu, para a manhã sem nuvens e o sol brilhante começando a espalhar seus raios. A luz brilhante pareceu punhal em meus olhos. Caminhei em direção à pequena cabana. Parecia diferente da casa de AK - mais pequena e menos refinada. No entanto, ainda mantinha uma espécie de charme.
Com os braços cruzados na cintura, atravessei o limiar da casa. As paredes eram de madeira, como eram os pisos. O chão estava brilhando e cheirava a limões, fresco. À direita, havia uma área de cozinha com uma pequena mesa. Os armários brancos pareciam velhos e quebrados, mas eles também eram limpos.
Sofás desbotados posicionados à esquerda, com uma mesa na frente deles. Haviam outras três portas que levaram a outro lugar. Aproximei-me ainda mais, notando mais. As paredes estavam nuas, mas haviam várias cabeças de animais que estavam montadas em placas. Aproximei-me de uma das paredes. Vários pontos desbotados manchavam a velha madeira. Formas quadradas e retangulares, onde claramente uma vez havia tido imagens ou pinturas de algum tipo. Mas eles haviam desaparecido agora.
Eu peguei um indício de movimento à minha direita. AK estava saindo de uma das portas. Ele me viu na parede e seu rosto nublou com algo que eu não conseguia decifrar. Ele se virou e caminhou até a cozinha. Abriu a geladeira e puxou uma garrafa de suco de laranja. Ele a serviu em um copo. "Sente-se na mesa" disse ele.
Ainda não sabendo onde estávamos ou por que estávamos aqui - por que eu estava aqui com ele - eu fiz o que ele disse. Quando me sentei, coloquei minha mão sobre meu estômago, lutando contra a necessidade de vomitar. Eu me perguntava se AK mantinha álcool em sua cozinha, escondido em um armário em algum lugar.
Um copo de suco de laranja foi colocado diante de mim. AK mudou-se para outro armário e tirou um pequeno frasco. "Tome isso com o suco", disse AK, sentando-se no outro assento ao meu lado e colocando duas pílulas azuis na mesa.
"O que são estas?" Eu segurei o suco com as mãos trêmulas.
"Vão ajudar com a cabeça", ele respondeu. "Tome elas."
Eu forcei os comprimidos na minha garganta com o suco, em seguida, coloquei o copo para baixo quando eu não consegui tomar mais. O silêncio era denso entre nós. As poucas vezes que encontrei a coragem de olhar para AK, ele estava me observando. E sua expressão parecia zangada. Sua pele estava marcada com arranhões, vermelhos e grossos, em suas bochechas, pescoço e peito.
Eu não tinha memória disso, mas eu tinha uma suspeita lá no fundo de que tinha sido eu quem lhe causou tal lesão. "Suas marcas?" Eu perguntei, cheia de pavor. "Foi... Foi eu?"
AK ergueu a sobrancelha. "Você não se lembra?"
Envergonhada com a confirmação, eu balancei a cabeça. Fiquei em silêncio por um minuto, então perguntei: "Onde nós estamos? Por que estamos aqui?"
AK empurrou os dedos pelos cabelos. Eu não conseguia arrancar meu olhar de seus olhos fortes e seu belo rosto. "Eu vou te contar mais tarde. Agora, você precisa dormir. Você ainda tem o licor em seu sangue. E vai ser uma verdadeira fodida cadela quando tudo passar e trazer a fodida dor."
Meu pulso acelerou ao pensar em não beber. Eu gostava da bebida. Entorpecia-me dos pensamentos que sempre estavam nadando na minha cabeça. Eu gostava de como me fez sentir. "Eu preciso." Meus olhos perambularam ao redor da cozinha, procurando.
"Não tem nenhum aqui e não está vindo nenhum. Seco como um fodido deserto." Sua voz era áspera, seu tom me desafiando a contestá-lo. Mas eu estava cansada e minha dor de cabeça estava piorando. AK levantou-se do assento. "Venha comigo."
Sabendo que eu não tinha outra escolha, segui-o através de uma das portas em um quarto. Havia duas pequenas camas estreitas; entre elas estava uma pequena mesa segurando uma luminária. "Pegue o que quiser. Eu tenho lençóis limpos e toda essa merda lá. Parei em uma loja no caminho enquanto você dormia na caminhonete. Tem comida também. Não precisaremos de mais nada até que terminemos aqui." Compreendi o que significavam as palavras dele. Ele ia me manter aqui, onde não havia bebida e nenhuma da poção de Meister. Apenas ele, eu e os pensamentos que eu nunca quis reconhecer.
Eu não acho que eu poderia fazer isso.
Sentindo-me drenada, puxada pela atração da cama, eu caminhei até a mais distante e sentei-me nervosamente na beirada. AK pairava na porta. "Vou lhe trazer comida. Mas durma agora." Ele se inclinou contra a porta, seus músculos flexionando em seus braços. Ele era tão alto que ocupou todo o espaço. "Não vai ser mais do que uns dois dias. Você esteve bebendo sete dias direto e por isso, você tem que pagar o preço." Minha mandíbula se apertou com um súbito brilho de raiva. Ele não tinha o direito de me impedir de beber se era o que eu desejava. Ele deve ter visto minha raiva em meu rosto enquanto sua expressão escureceu. "Não há nada aqui, cadela. E eu não tentaria e fodidamente me atravessaria. Ninguém vai aguentar sua merda, especialmente eu. Tomei conta de fodidos muito piores do que você. Estamos a milhas de qualquer lugar e não haverá ninguém vindo aqui, além de eu e você." Ele abriu os braços. "Bem-vinda ao inferno."
Com isso, AK se virou e fechou a porta. Olhei para o espaço que ele estava ocupando, querendo segui-lo e protestar. Mas minha mente me lembrou de coisas que ele já tinha feito por mim e eu não movi. Ele era um homem duro e perigoso, mas estranhamente, eu não sentia medo em torno dele.
Chamada pelo conforto do colchão, rolei de costas nas cobertas excepcionalmente limpas e escalei dentro. A cama rangeu debaixo de mim e eu fechei os olhos. Eu devo ter estado cansada já que eu não me lembrei de cair adormecida.
E, por uma vez, eu não sonhei.
Eu não pensei nela.
* * * *
Quando acordei, foi para vomitar no balde ao lado da cama. O quarto estava mais escuro do que antes, então eu sabia que aquela noite tinha caído. Eu esvaziei o meu estômago da comida e líquidos que AK tinha me acordado para comer durante o dia, meu corpo incapaz de mantê-los.
Eu gemi enquanto conseguia me empurrar de volta para deitar na cama. Fiquei imóvel, segurando a respiração, até que o quarto caiu de volta em foco. Eu me sentia esgotada e doente e cada parte de mim doía. Eu estava com sede e, quando eu olhei para a mesa ao meu lado, havia um copo cheio de água e duas pílulas esperando por mim. AK as tinha me dado durante todo o dia. Elas ajudaram um pouco, mas não era o suficiente.
Nada seria suficiente.
Concentrei-me em mover meus membros enquanto eu me levava para uma posição sentada. Tomei as pílulas, bebi toda a água e percebi que eu precisava do banheiro. Levei um minuto inteiro para me convencer a me mover. Não havia nenhum sinal de AK enquanto eu saía do quarto e ia pelo corredor. Eu usei o banheiro, então olhei no espelho acima da pia. Círculos escuros apareciam sob meus olhos. Minhas bochechas estavam pálidas e cinzentas.
Eu parecia uma bagunça.
Eu tive que me afastar quando um súbito aperto de emoção tomou conta do meu coração. Quem era aquela mulher?
Eu não tinha mais ideia.
Caminhei lentamente para a cozinha, meu corpo protestando a cada passo. Enchi outro copo de água e, quando me virei, peguei o brilho alaranjado de um fogo lá fora. Eu não queria mais dormir e eu ansiava por ar fresco, tanto quanto eu desejava outra bebida, então eu fui lá fora. AK estava sentado numa cadeira ao lado do poço de fogo. As chamas estavam altas e a lua era brilhante, lançando um brilho em torno de AK, que estava encarando, perdido em pensamento, a madeira que queimava crepitante.
Eu não sabia se me aproximava ou o deixava sozinho. Fiquei de pé por um momento, debatendo o que eu deveria fazer. Eventualmente, eu me aproximei, estranhamente não querendo me virar.
Havia uma segunda cadeira ao lado dele. Ainda segurando meu copo de água, sentei-me, exalando de alívio enquanto meu corpo dolorido encontrava algum resquício de conforto.
Sem encontrar seus olhos, eu disse: "Obrigada pelas pílulas e pela água."
AK não falou. Eu olhei para ele para ter certeza de que ele tinha me ouvido e o encontrei me observando. A cabeça dele estava encostada contra a cadeira e uma de suas mãos estava em seu peito. Ele assentiu em silêncio.
Estudei a pequena cabana de madeira sob essa luz e me senti mais em paz do que há muito tempo. Lá fora estava calmo e, tão difícil como era para eu admitir, estava livre de Lilah. Estava livre da cicatriz dela e pior, vendo-a com Grace. Vendo-a alisar o cabelo de Grace e beijar sua cabeça. Lendo para ela enquanto ela adormecia, segura.
Libertou-me um pouco da dor que eu só conseguia acalmar com uma garrafa de álcool.
"Eu gosto daqui fora", eu disse, procurando por uma distração de meus pensamentos. "Esta casa é sua?" AK tencionou ao meu lado.
"Sim," ele disse bruscamente. Eu o encarava, confusa com o tom de tristeza em sua voz. AK virou a cabeça para longe de mim, olhando para as árvores do outro lado da clareira.
"AK", eu ousei perguntar. "Por que... por que estou aqui?"
Como eu tinha notado que ele fazia sempre que ele estava nervoso ou inseguro de abordar um tópico, ele tirou um cigarro e o acendeu, tomando um trago longo e profundo. Ele soprou a fumaça na noite quente. "Você não era você mesma. Você precisava se afastar do clube para que você pudesse parar com toda essa merda."
Eu mordi meu lábio de vergonha, forçando meu cérebro agora mais alerta em lembrar algo desta semana passada. Tive flashes, memórias intermitentes. Mas enquanto eu olhava para a pele arranhada de AK, senti meu rosto ficar pálido. Imagens minha e dele na cozinha dele vieram à minha cabeça. Eu estava contra a parede e ele... Ele...
"Nós fodemos" eu disse. Não foi uma pergunta. Eu sabia que era verdade. Eu levei uma mão para o rosto de AK. Ele se manteve quieto, mas seus olhos escuros permaneceram em mim enquanto eu traçava as marcas, as marcas exatamente ajustando o tamanho de minha mão. "E eu machuquei você."
"Você não era você mesma" ele repetiu firmemente. Eu pensei que ele iria bater na minha mão, dissipar o meu toque, mas não o fez. Eu olhei em seus olhos e ele olhou de volta para os meus. "Por que?" Eu perguntei, confusa. "Por que você me traria aqui? Eu... Eu não sou nada sua." Abaixei os olhos tentando bloquear as lágrimas que estavam surgindo. A falta de álcool estava trazendo as emoções que eu tinha guardado por muito tempo afastada profundamente dentro de mim. "Eu não sou nada de ninguém, exceto de Lilah, eu suponho." Meu estômago caiu. "E embora eu não me lembre, eu estou presumindo que ela não concordou... Com como eu tenho sido ultimamente."
"Eu tenho minhas razões, Ruiva", disse AK, usando o nome que ele me chamou quando me salvou de Meister. Eu voltei a encará-lo e algo girou em meu estômago do jeito que ele me olhou. Seus olhos escuros eram suaves e amáveis. "A pergunta é", ele disse, virando seu corpo mais para mim, "por que você começou a beber em primeiro lugar?"
Meu coração batia tão rápido que eu podia ouvir seu ritmo em meus ouvidos. Tomei um longo gole de água, sentindo as chamas aquecer minhas bochechas. Eu sabia, é claro. Eu sabia por que eu tinha começado a beber. A dor com que eu tinha vivido desde que eu tinha doze anos de idade. A dor que o tempo não tinha diminuído, mas que tinha apenas cortado mais profundo com cada passar do dia.
Mas eu não podia dizer ao AK o que mais me assombrava. Eu não conseguiria suportar o julgamento que eu receberia pelo que eu permiti acontecer.
Eu era um fracasso e agora eu paguei o preço.
A bebida me levou a isso.
Então, eu descobri outro arrependimento.
"Eu assisti. Eu os assisti julgá-la. Vi Judah a declarar uma herege da nossa fé. Eu assisti como ela chorava e recebia chicotadas, enquanto a multidão a abonava e a chamava de prostituta. Então, eu... então, os olhos dela se encontraram com os meus." Eu solucei, sufocando, vendo aquele dia como se eu ainda estivesse vivendo isto. "Os olhos dela encontraram os meus e dentro deles eu não vi medo, mas resignação." Eu só percebi que lágrimas estavam caindo pelas minhas bochechas quando olhei para AK e a imagem dele estava turva. Pisquei-os e balancei a cabeça. AK me observou. Observou-me com aqueles mesmos olhos escuros.
"O dia em que você me levou para ela..." Eu fechei meus olhos e reproduzi como o rosto todo cheio de cicatrizes dela acendeu com luz quando seus olhos azuis caíram sobre mim. "Eu não sabia que ela tinha se machucado, AK. Eu não tinha ideia de que ela poderia não ter filhos devido a sua provação." Agarrei firmemente o copo em minhas mãos, observando ociosamente que a água estava cambaleando de lado a lado. Eu estava tremendo.
AK notou claramente. "Você não precisa me dizer mais nada."
"Não" protestei. "E... Eu tenho que fazer isso." Agora que eu tinha falado, eu não conseguia parar. Eu precisava dizer isso alto. "Eu me lembro deles a levando embora quando ela era uma criança, AK. Lembro-me de chorar que minha irmã, minha melhor amiga, tinha ido. Mas eu acreditei que o que eles disseram sobre ela era verdade. Que sua beleza foi dada pelo diabo e que ela era uma praga em nossa fé. E eu acreditei que o profeta a salvaria. AK, eu me lembro de que ela seria exorcizada. Eu... Eu estava feliz.”
"Mas naquele dia, quando ela foi julgada e eu a vi novamente, mais bonita do que eu poderia ter imaginado, eu vi em seus olhos que a Rebekah que eu conhecia tinha desaparecido. Que algo a tinha roubado da vida, a luz que eu sabia que ela uma vez tinha possuído." Eu limpei minha garganta. "Então, eu a segui até Perdition Hill e vi o que os homens de minha fé tinha feito com ela." Dor apunhalou meu coração. "Eu vi, AK. Minha irmãzinha. Minha melhor amiga quando criança. Quando eu a vi em sua casa, revelando que ela estava cheia de cicatrizes e incapaz de conceber, eu não consegui suportar. Eu..." Eu respirei fundo. "Eu encontrei a garrafa na varanda de Ky e me fez esquecer." Pensamentos mais profundos e escuros ameaçaram irromper, mas eu os empurrei. Eu não poderia lidar com eles agora. "Eu não queria estar ciente de nada. A bebida levou tudo para longe."
"Você também foi vítima daquele fodido culto, você sabe?" Minha cabeça levantou para ele em surpresa. Alguma coisa passou por seu rosto e, em um movimento que me chocou ainda mais do que sua compreensão, ele ergueu a mão e escovou as lágrimas de minhas bochechas. Sua palma se abriu e eu apoiei minha cabeça nela.
"Eu não era uma vítima," eu disse quando minha garganta apertada permitiu. "Eu era cúmplice, vi minha irmã se machucar e não fiz nada. Eu não sou melhor do que aqueles que a machucaram." Eu estava falando de Lilah, mas eu vi algo mais na minha cabeça. Eu era cúmplice em algo muito, muito pior. Algo imperdoável.
"Você está errada, Ruiva", ele disse e, apesar de suas palavras encontrarem um canto no meu coração para se enterrar, eu nunca poderia acreditar que eram verdadeiras.
AK me segurou enquanto eu chorava. Eu não entendia por que ele fez isso, mas eu tirei conforto de sua bondade. Nenhum homem tinha antes me concedido tal graça. Abri meus olhos brutos e inchados. AK ainda estava me observando, como um anjo da guarda.
Um diabo com olhos de anjo.
"Vou lhe dizer uma coisa, Ruiva. O licor é um bom servo, mas um fodido mestre cruel. Você continua indo como você estava e você estará mais do que fodida." Ele deslizou sua mão do meu rosto e eu imediatamente perdi seu calor. Sentando-se de volta na cadeira, fez um gesto para a casa. "Você está aqui para garantir que o licor se torne sua cadela novamente. Não o contrário."
Apesar da fraqueza do meu corpo e das emoções que escorriam do meu coração, eu me encontrei sorrindo do seu estranho uso de palavras. Talvez ele achasse divertido também - eu estava convencida de que, sob sua bela e escura conduta, eu vi o puxão de um sorriso.
Um bocejo rasgou da minha boca e o cansaço caiu em mim com força total. "Você precisa dormir", disse AK. Eu concordei completamente. "Durma o máximo que puder nos próximos dias. Se você dormir você não se sentirá tão mau."
"Você já lidou com isso antes?" Eu perguntei e, pelo sutil flanco de sua cabeça, eu sabia que era verdade. A expressão dele disse tudo.
Deixei AK junto ao fogo. Ao entrar na casa, olhei através da janela da cozinha para o misterioso homem que de alguma forma se tornou minha bússola neste mundo exterior.
Seu corpo desabou em sua cadeira e sua cabeça estava em suas mãos. Por um minuto, pensei ter visto os ombros tremendo como se estivesse quebrando em lágrimas. Mas eu tinha certeza de que era apenas o truque da luz. AK era um homem forte como, eu acreditei, um coração bonito. Eu tinha certeza que nada poderia fazê-lo desmoronar. Eu desejei ter um pedaço de sua força.
Em minutos, eu estava na minha cama e à deriva para dormir. Meus fardos pareciam ligeiramente mais leves de alguma forma. E havia apenas um homem a agradecer por isso: o homem do diabo com olhos de anjo.
Capítulo quatorze
Phebe
Acordei com os agora familiares sons de pássaros e a brisa batendo através das folhas. Eu me preparei para passar mal, pela exaustão que eu tinha sentido todos os dias desde que chegamos, mas eu sorri em alívio quando eu senti apenas tons silenciados daquelas dores hoje.
Eu tinha estado dormindo por dois dias. Eu dormi, comi, tomei banho, depois dormi novamente. Eu tinha vomitado mais do que eu jamais pensava ser possível e, lentamente, comecei a me sentir melhor. Respirei mais facilmente, andei mais facilmente, falei mais facilmente. Tudo apenas parecia... mais fácil. O peso no meu peito um pouco mais fácil de suportar.
Eu tomei banho e vesti meu vestido favorito dos vestidos que AK tinha embalado para mim; era verde-oliva. Eu passei um pente pelo meu cabelo, então fiz meu caminho para fora, onde eu sabia que AK estaria. Desde nossa chegada, ele tinha passado a maior parte do tempo fora. Era como se ele não pudesse estar dentro desta casa. Às vezes, quando eu tinha acordado para usar o banheiro no meio da noite, eu tinha visto ele fora, acordado em uma cadeira perto da fogueira. Não dormindo novamente.
Estava sentado numa mesa ao lado da casa. Um grande baú enferrujado estava posicionado ao lado dele e vários pedaços de metal preto e plástico estavam espalhados sobre a mesa. O cabelo dele estava puxado para trás fora de seu rosto e amarrado para trás em um coque. Eu não conseguia me lembrar de ter visto seu rosto tão claramente antes.
Sua concentração estava totalmente na tarefa enquanto ele limpava as peças na frente dele com detalhe meticuloso. Caminhei para onde ele estava sentado e vi ele piscar seus olhos castanhos para mim. "Você parece melhor" Ele disse e continuou limpando o pedaço de metal pequeno e gordo em suas mãos.
"Eu me sinto melhor." Eu olhei para o baú gasto ao seu lado. Ele estava cheio até a borda com formas que eu pensei que eu reconhecia. Uma espessa camada de poeira estava sobre cada uma.
"Aquelas são armas?" Eu perguntei em confusão, imaginando por que ele possuía tantas.
AK parou de limpar, mas não encontrou meus olhos. "Sim."
"Elas parecem velhas", eu disse, querendo que ele falasse, precisando de algum tipo de conversa. Ele tinha estado tão silencioso e subjugado desde que chegamos aqui. Eu não o conhecia tão bem, mas senti que ele não era geralmente tão calado.
AK deu de ombros. "De quinze a vinte anos. Algumas são mais novas, ‘cerca de sete anos." Sua expressão estava apertada, assim como seus músculos. Cada um estava amarrado e tenso. Ele estava vestido em uma regata preta e jeans escuro. Quando ele recomeçou a limpeza, eu permiti que meus olhos escaneassem sua pele. Suas tatuagens eram muitas, ostentando muitas imagens diferentes. Uma grande representação de uma arma, não muito diferente da que ele estava limpando, destacava-se mais.
"Você gosta de armas?"
O lábio de AK enganchou na esquina. "Poderia dizer que sim."
"Por que achou engraçado?"
AK pousou a última peça de metal que estava limpando, e então, a uma velocidade impressionante, juntou todas as peças juntas. Seu olhar estava atento em sua tarefa, seus lábios franzidos. Mesmo quando uma mecha de cabelo caiu do seu coque ele não estava distraído. No que pareceu segundos, os fragmentos de metal aleatórios que tinham sido lixo em cima da mesa tinham se transformado em uma arma. AK puxou algo na parte superior do dispositivo e clicou no lugar. Colocou-a sobre a mesa e sentou-se para trás, suspirando profundamente.
"Aquilo foi... impressionante." Eu não pude deixar de sorrir. Eu nunca tinha visto nada parecido antes.
Parecendo de repente tímido, AK baixou os olhos, mas eu vi o lampejo de um sorriso em seus lábios. Ele se inclinou de volta na cadeira. "Sabe como se chama essa arma?"
Eu balancei a cabeça. "Não sei nada de armas. Os discípulos do profeta as carregavam na comuna, mas as fêmeas não as tocavam. São apenas para homens."
"Um" ele levantou um dedo "elas não são apenas para homens. E dois, esta arma aqui é chamada um AK-47."
AK-47. A constatação de um fato ocorreu.
"AK," eu disse, sentindo como se eu tivesse acabado de resolver um enorme mistério. "Você recebeu o nome de uma... uma arma?"
Estava confusa. Quem faria isso a uma criança?
"Eu tenho um nome, Phebe. AK só se tornou meu apelido no Hangmen. Porque eu sou bom com armas. O velho de Styx me viu atirar e meu nome de estrada nasceu."
"É por isso que você tem tantas armas, porque você é bom com elas?" Ele assentiu, mas enrijeceu, como se não fosse toda a história. "Qual é o seu verdadeiro nome?", perguntei.
AK moveu-se desconfortavelmente em seu assento. "Xavier. Xavier Charles Deyes".
"Xavier." Eu sorri. Eu gostei de como soava na minha língua. "Eu gosto desse nome." Eu repeti isso na minha cabeça de novo. "Eu prefiro ele do que o nome da arma."
"Mas eu não sou mais essa pessoa, então eu vou por AK agora. Está de acordo com quem eu sou agora. Xavier morreu há muito tempo atrás."
"E quem é você agora?" Eu perguntei, confusa com a mudança escura que essa conversa tinha tomado.
"Um Hangman. E não Xavier fodido Deyes." AK se inclinou para baixo, terminando claramente a conversa e tirou outra arma empoeirada do baú. Com a mesma velocidade com que tinha juntado a outra, ele a desmontou. Eu assisti em silêncio enquanto ele fazia um trabalho rápido de limpá-la e montá-la. Ele a colocou para baixo e vi que ele tinha uma pilha de armas brilhantes em um cobertor do outro lado de seus pés.
"Você gosta de atirar?"
Minha pergunta silenciou seus movimentos. "Sim." Ele inclinou a cabeça para o lado. "Você?"
Eu ri. Eu não pude evitar. "Não", eu gaguejei. "Eu nem sequer segurei uma em minhas mãos antes. Eu não iria nem sequer sabe por onde começar."
AK pegou uma arma da pilha ao lado dele e a colocou diante de mim. Eu olhei para a arma grande e fiz cara feia. "Eu não teria ideia de como operar uma coisa dessas."
AK pegou outra arma na mão. "Então, eu vou te mostrar." Ele ficou de pé e qualquer estranheza que ele tinha abrigado minutos atrás parecia ter desaparecido. Ele estava confiante com a arma na mão, transformado. Ele pegou a arma que queria que eu usasse. "Venha comigo."
Levantei-me da cadeira e segui a sua forma em retirada. AK liderou o caminho através das árvores, parando na borda de um pequeno campo. Cinco árvores estavam a distância, uma placa de madeira brilhantemente pintada afixada a cada tronco.
"Alvos" disse AK, como se estivesse lendo minha mente. "Você aponta, atira e tenta acertar em um."
"Impossível."
"Nem um pouco, Ruiva. Você só precisa de um bom professor."
Eu me virei e sorri. "Você é esse bom professor?" Eu perguntei provocando. Seus olhos brilharam com o sorriso em meu rosto e o humor em minha voz.
"Esteja certa que eu fodidamente sou." Ele se aproximou e pegou uma de minhas mãos. Sua palma e seus dedos pareciam duros nos meus. Ele trabalha duro, pensei. Trabalhava com as mãos. Uma imagem súbita dessas mãos em meus seios bateu em minha mente. Mais lembranças se seguiram - de seus dedos acariciando meu núcleo antes de escorregar para dentro e me fazer gritar.
Minhas bochechas se aqueceram na memória e, quando eu olhei para cima, AK tinha se aproximado até que ele estava a apenas alguns centímetros longe. Ele colocou o dedo no meu queixo e levantou meu rosto. "Por que você está corando assim, Ruiva?" Ele acariciou aquele dedo sobre minha bochecha. "Como se todas as suas fodidas sardas tivessem se juntado."
Evitando a verdade, eu disse: "Eu odeio minhas sardas."
Foi uma patética tentativa de distração, então fiquei muda quando ele se inclinou ainda mais perto, sua quente respiração sobre o meu rosto, e disse: "Eu fodidamente as amo."
Engoli em seco, sentindo meus mamilos endurecerem e minha respiração tornar-se errática. "Você as ama?"
"Mm", ele murmurou e se aproximou ainda mais. Eu tive que parar um gemido de escapar da minha boca quando senti a protuberância em sua calça jeans endurecer. Minha respiração engatou e um sorriso lento apareceu nos lábios de AK. Ele trouxe a arma entre nós e colocou minha mão em cima.
Senti-me tonta de calor assim que ele recuou. Com as mãos em meus ombros, ele me virou para enfrentar os alvos nas árvores. Sua boca veio ao meu ouvido enquanto ele estava em minhas costas. Eu tremi. "Concentre-se," ele disse, sua voz baixa.
Fechei os olhos. "Eu... Eu estou achando difícil fazer isso com você tão perto."
A profunda e áspera risada de AK se dividiu no ar. Ele não respondeu, mas levantou a arma mais alta nas minhas mãos. Ele moveu uma de minhas mãos para a parte inferior da arma e a outra para um interruptor. "Gatilho", ele disse, guiando minha ponta do dedo ao longo do metal liso. "Cilindro." Ele passou os dedos sobre a minha mão que estava posicionada na parte de baixo do rifle. Ele se certificou de que o fundo da arma estava enfiado debaixo do meu braço. "Segure-a firmemente, assim." Ele correu sua mão até meu cabelo, guiando minha cabeça com sua palma. Outro vislumbre de uma memória brilhou diante dos meus olhos. Eu entre suas coxas, ajoelhada em sua masculinidade. Eu engoli, de repente, capaz de prová-lo na minha língua.
"Você está corando de novo," ele brincou, seus lábios raspando pelo meu lóbulo da orelha.
"Eu... Estou me lembrando" confessei sem fôlego. Eu permiti que minha mente me mostrasse o que veio a seguir. Eu tinha subido em seu colo e o montava, lentamente, para frente e para trás, suas mãos vagando sobre minhas costas e coxas.
"Sim?" AK rosnou.
"Você e eu", eu disse. "Fora de sua casa." Eu virei minha cabeça até que meus lábios roçaram contra os dele. Eu respirei e ele respirou, compartilhando o mesmo ar, caloroso e quente. "Você me tomou."
Meu peito estava subindo e descendo em movimentos duros. AK riu na minha boca e lambeu ao longo da fissura de meus lábios com sua língua. Eu gemi com a sensação, meus seios doendo. "Não, cadela." O calor inundou meu núcleo assim que ele disse "Você fodidamente me tomou."
AK arrastou seu nariz ao longo de minha bochecha e então cuidadosamente me virou de volta para enfrentar as árvores. A mão dele guiou minha cabeça para baixo até que meus olhos estavam olhando através de uma lente no topo da arma. Seu torso estava grudado contra minhas costas. Eu o sentia em toda parte. Dentro de mim, atrás de mim, meus sentidos rompendo sua capacidade.
"Concentre-se", ele ordenou novamente. Minhas costas se endireitaram enquanto eu tentava fazer o que ele pediu. Pisquei, vendo os alvos das árvores perto através da lente. Tirando minha mão do gatilho, ele a trouxe para um pequeno interruptor preto na lateral da arma. "Segurança." Ele puxou minha mão de volta. A arma clicou e ele me guiou de volta
Para o gatilho. "Alinhe a cruz na lente com o centro do alvo - o ponto central - no alvo. Espere até que sua mão esteja firme e dê o tiro." Eu fiz como ele disse, então senti sua mão apertar meu dedo no gatilho. Eu deixei a calma correr por mim. "Quando você estiver pronta, puxe o gatilho."
Contei até três e apertei o gatilho. O estrondo da bala voando do cilindro fez com que os pássaros se espalhassem para o céu em torno de nós. Mas eu mal notei devido à dor súbita em meu ombro. Eu tropecei para trás e AK envolveu seus braços grossos em torno de mim para me evitar cair. Eu engasguei quando tentei respirar. "Bem-vinda ao retrocesso," ele disse e riu secamente.
Eu pisquei para minha visão voltar a focar, então olhei para frente. Eu vi uma marca de bala na primeira árvore, a mais próxima de onde estávamos. Um riso saiu da minha garganta quando vi que não tinha atingido o alvo - em vez disso, eu tinha tirado um pedaço da madeira da árvore. O riso saiu da minha garganta e lágrimas surgiram em meus olhos. Eu segurei a arma perto de mim enquanto eu tentava ganhar compostura, mas não adiantou. Eu não tinha rido assim há... Eu não tinha certeza que eu já tinha rido.
"Phebe?", Perguntou AK, mas eu podia ouvir a leveza em sua voz. Ele relaxou seu abraço em mim e eu virei para ele. Ele manteve suas mãos apoiadas nas minhas costas, como se ele ainda não estivesse pronto para me deixar ir.
"O tiro." Eu bufei, o que só me fez rir ainda mais. "Nem chegou perto do alvo."
Joguei minha cabeça para trás quando outra onda de diversão me atingiu. Minha garganta e meu peito doíam de minha risada. Quando finalmente consegui me acalmar, enxuguei os olhos e olhei para AK. Ele estava me observando com seus lábios franzidos. Fiquei em silêncio. AK permaneceu imóvel. Assim que eu estava prestes a perguntar o que estava errado, ele deu um passo na minha direção e me empurrou de volta contra a árvore atrás de nós. Minhas costas raspavam contra a casca áspera. Ele pegou a arma de minhas mãos e a atirou no chão. Então, os lábios de AK estavam esmagando os meus, sua língua empurrando na minha boca. Eu gemi enquanto eu o saboreava na minha língua, o sabor dele familiar e tão desejado.
Suas mãos correram pelos meus lados e me seguraram. Senti sua dureza contra meu estômago e ouvi seu gemido baixo, a vibração de seu peito ricocheteando através da minha. Meu núcleo ficou molhado quando ele se pressionou contra mim. Então, ele se separou, ofegante e os músculos tensos. "Você precisa..." Ele deu uma respirada. "Você precisa rir mais, Ruiva. Parece fodidamente muito bom em você."
Minhas mãos estavam tremendo enquanto seguravam seus rígidos bíceps. AK deu um passo para trás, depois de volta, arrancando o laço de seu cabelo. Seu cabelo escuro caiu para frente quando pegou a arma do chão. "Novamente," ele ordenou e me devolveu a arma. Eu queria protestar. Eu queria deixar a arma e trazê-lo de volta para mim, ter a língua dele e prová-lo na minha boca. Mas, então me ocorreu.
Ele tinha parado.
Nenhum homem jamais havia feito isso antes na minha vida.
"Atire," AK disse, sua voz ainda espessa de necessidade. Eu levantei a arma e assumi a posição que ele havia me mostrado antes. Ele bateu nos meus tornozelos com a ponta da bota. "Mais largo. Isso vai te impedir de cair desta vez."
Fiz o que ele disse, alinhando a arma no alvo, sentindo-o ao meu lado mais uma vez. E quando eu atirei, sorri aos toques sutis e íntimos que ele usou para me guiar. Eu me preparei para o recuo desta vez, feliz quando eu me segurei firmemente no chão. Olhei para a árvore. Eu tinha quebrado a base do alvo. "Eu acertei!"
Ele me deu um sorriso e a visão roubou todo o ar de meus pulmões. Ele era tão bonito que fez meu coração a doer "Você chegou mais perto do que antes, mas você não ganhará prêmios por isso. Vamos novamente."
E foi assim que o dia passou. Pelo menos, até que eu fiquei muito cansada e tivemos de voltar para a cabana. AK cozinhou na churrasqueira enquanto eu me acomodava em uma poltrona reclinável. Quando tínhamos comido, eu estava exausta, os resquícios da bebida ainda roubando minha energia. Descansei a cabeça contra as almofadas da cadeira e adormeci.
Quando acordei, o sol estava se pondo, o céu coberto de rosa e laranja. Pisquei enquanto olhava em volta a procura de AK. Ele estava sentado no mesmo lugar que ele tinha estado na maioria dos dias, só que desta vez havia dois pares de botas pretas na frente dele. Ambas pareciam bem usadas e estavam cheios de sujeira. Sabendo que ele não tinha me visto olhando, estava a ponto de perguntar a quem pertenciam aquelas botas quando eu de repente vi a expressão no rosto dele. Era... triste. Não, não era uma palavra suficientemente forte para descrever o que seu rosto estava demonstrando. Era a dor encarnada, um rosto atormentado com tal tristeza que me fazia doer.
Eu observei do santuário escuro da cadeira enquanto ele pegava um par de botas em suas mãos trêmulas. Era o par mais desgastado dos dois. Quando ele as puxou em seu peito e fechou seus olhos, os ombros dele tremendo, eu quase pulei do meu assento e corri para ele. Para confortá-lo. Para ter certeza de que ele estava bem.
Mas eu não acho que seria bem-vinda. Então, eu o deixei. Fiquei quieta enquanto ele segurava as botas no peito por vários minutos, antes de colocá-las, tão meticulosamente lento, em seu colo. Ele pegou um pano ao lado dele e eu vi as marcas de rasto de lágrimas em suas bochechas.
Minhas próprias lágrimas floresceram em meus olhos. Ele era um homem tão formidável, tão grande e forte, que a visão dele chorando era mais do que eu podia suportar. AK começou a limpar as botas em silêncio. Eu mantive meus olhos fechados, pálpebras chumbadas, então ele acreditaria que eu estava dormindo. Ele limpou metodicamente ambos os pares de botas até que eles estavam reluzindo. Quando terminou, ele olhou para eles por tanto tempo que eu me preocupei se eu teria que mostrar que estava acordada ou dormir aqui a noite toda.
Mas, então AK ficou em pé. Ele olhou para mim e rapidamente fechei os olhos. Eu o ouvi dar passos em minha direção. Senti-o parar ao meu lado e se agachar. Eu equilibrei minha respiração, tentando fingir que estava dormindo. Gentilmente, ele passou a mão pelo meu cabelo. Seu hálito quente soprou em minha pele. Então, chocando-me completamente, ele roçou um beijo suave em minha bochecha. Um gesto tão casto e amoroso. A doçura do ato desencadeou um redemoinho de emoções dentro de mim.
Emoções com as quais eu não estava familiarizada. Emoções que eu não entendia.
AK se afastou. Eu abri meus olhos uma fração e observei enquanto ele levava ambos os pares de botas em suas mãos. Lentamente, ele caminhou até a porta da frente da cabana. Ele se abaixou e colocou um par de botas sobre um lado do tapete no chão. Então, com mais cuidado, quase reverentemente, colocou o segundo par no lado oposto do tapete. Ele se levantou e olhou para as botas. Elas pareciam tão perfeitamente posicionadas na porta, como se ambos os ocupantes vivessem felizes dentro da casa. AK passou pela porta e fechou-se dentro. Esperei alguns minutos antes de me mover. Olhei para onde ele estava sentado e vi todas as armas agora limpas, assim como o baú. Aproximei-me da porta.
Agachada, olhei para os dois pares de botas. Deixei meus dedos passarem pelo couro polido. Elas estavam tão limpas que eu quase podia ver o meu reflexo à luz do sol que se desvanecia. As botas eram idênticas em todos os sentidos, exceto que um par era maior do que o outro.
Elas não eram ambas de AK, eu acho. Minhas sobrancelhas se juntaram quando me perguntei a quem o outro par poderia ter pertencido. Ouvi o som de uma porta se fechando dentro da cabana e entrei. A porta do quarto de AK estava fechada. Sentei-me à mesa no caso de ele reaparecer. Queria ter certeza de que ele estava bem.
Mas ele não apareceu. Então, eu fui para a cama, incapaz de tirar a imagem de vê-lo abraçando as botas da minha mente.
Eu conhecia aquele nível de dor que ele exibiu. E eu sabia como poderia te roubar a alegria.
* * * *
Dois dias depois, saí do meu quarto e vi AK vestido de jeans, botas e nenhuma camisa, esperando por mim na mesa. "Bom dia", eu disse cautelosamente, testando se ele ainda estava tão deprimido como tinha estado ontem.
"Bom dia, Ruiva", ele respondeu e eu senti um peso cair de meus ombros assim que ele me chamou por esse nome. Ele empurrou um prato de comida e um café em minha direção. "Coma e beba." Eu me sentei diante dele e fiz como ele disse. Quando eu tinha terminado, ele veio para o meu lado e estendeu a mão. Apesar da minha confusão, deixei-o me puxar em pé.
Ele me puxou para seu quarto e me levou para um armário. Fez uma pausa antes de estender a mão para abri-la, seu aperto em minha mão apertando. Quando olhei para dentro, vi um pequeno cesto de roupas.
Roupas femininas.
"Devem ser do seu tamanho", disse AK bruscamente. Ele se abaixou e pegou um par de botas marrons. "Experimente estas. Eu tenho um lugar que eu quero te mostrar hoje e você não pode usar essas sandálias." Os ombros dele enrijeceram. "Estou fodidamente doente por nunca ter deixado o chão desta cabana."
Peguei as botas de suas mãos e deslizei meus pés dentro. "Eles cabem," eu disse, sorrindo.
Ele estendeu a mão dentro do armário e tirou um par de shorts e uma regata. Surpreendentemente, a regata não mostrava o diabo na parte dianteira, mas, em vez disso, tinha a bandeira americana e uma águia. O texto abaixo dizia "Semper Fi". Eu não sabia o que isso significava; a língua era estranha. "Ponha isso também."
Peguei os itens dele e voltei para o meu quarto. As roupas se encaixaram bastante bem. Eu era claramente mais alta do que a mulher a quem eles pertenciam, mas eles eram decentes. Saí para a cozinha. AK estava esperando, duas garrafas de água em suas mãos.
"Eu acho que eles são bons."
"Bom" Ele se levantou. Ele ainda não tinha colocado uma camisa, mas tinha amarrado o cabelo. Eu decidi que gostava muito deste visual nele. Eu podia ver seus olhos muito melhor.
Eu apontei para minhas roupas. "Estas... Estas roupas pertencem a uma ex-amante sua?" Fiquei surpresa com a intensa raia de ciúme que surgiu através de mim. Meu corpo estava tenso enquanto eu esperava por uma resposta. Eu sabia que eu não devia me importar... mas eu me importava.
Mas AK virou as costas e saiu da cabana. "Nada disso", ele disse calmamente, em voz baixa, mas eu ouvi. Ele se virou para mim, iluminado pelo sol adiantado e empurrou sua cabeça na direção das árvores. "Vamos. Você vai gostar disso."
Excitada por sua promessa, eu o segui para fora e peguei sua mão. AK ficou quieto e olhou para os nossos dedos, parecendo surpreso com o gesto. Fiquei surpresa por ter feito isso também, mas senti uma súbita necessidade de segurar nele. Eu podia ver que havia uma pesada tristeza que vivia dentro dele, uma tristeza que eu senti obrigada a levar para longe. AK respirou fundo e nos virou para as árvores. Eu olhei para trás pelo ombro. As botas ainda estavam posicionadas junto à porta. Sua tristeza estava ligada a essas botas de alguma forma, tinha que ser. Eu só não sabia o porquê.
Parecia que eu não era a única com segredos escondidos.
"AK," eu sussurrei, superada pela visão diante de mim. "É lindo." Nós estávamos em cima de uma rocha alta, olhando para baixo em cima de uma cachoeira que cascateava em uma pequena piscina azul-claro. Ninguém estava aqui neste santuário, além de nós. Os pássaros cantavam e os raios do sol brilhavam na superfície azul-turquesa da água.
"AK," eu disse sem fôlego. "Eu nunca vi uma cachoeira na vida real antes. Eu as via em livros, lia sobre elas. Mas isso..." Eu balancei minha cabeça em descrença. "Eu mal posso acreditar na incrível beleza diante de mim."
"Sim," ele disse. "É fodidamente muito bom."
AK sentou-se na borda da rocha e tomou um gole de sua garrafa de água. Tínhamos caminhado todo o caminho até aqui. A excursão foi exaustiva para meus músculos ainda doloridos. AK, no entanto, mal parecia estar suando. Sua aptidão era espantosa.
Afastando-me da vista, sentei-me ao lado dele. Eu levantei meu cabelo, tentando obter algum ar para o meu sobreaquecido pescoço, mas estava pregando à minha pele suada. AK sorriu para mim lutando uma batalha perdida para tirar os fios brilhantes vermelhos do meu rosto. Silenciosamente, ele tirou o laço do cabelo e me entregou. Seu cabelo escuro caiu sobre suas bochechas, mas eu peguei seu sorriso. Eu amarrei meu cabelo longo em um coque que se assemelhava ao que muitas vezes ele usava.
"Eu nunca vi nada tão mágico na minha vida." Eu observei em um transe enquanto a cachoeira borbulhava na piscina de cristal. "O que é tudo isso, AK? A cabana, a caminhada, a prática de tiro, a cachoeira?" Eu balancei a cabeça. "É como estar em outro mundo. Um que eu acreditava que só existisse em meus sonhos."
"É um fodido outro mundo" ele disse e riu um único riso áspero. "Pelo menos, está a quilômetros de distância de um que nós viemos." Ele terminou a garrafa de água e eu tomei um gole da minha. "É uma pousada de caça. Eu cresci vindo aqui. Usada para praticar tiro, caminhar todos os dias e apenas ficar longe do mundo por um tempo."
Eu sorri, tentando imaginar AK aqui quando jovem. "Parece que você teve uma infância muito diferente da minha" eu disse com um riso nervoso. AK olhou diretamente para mim e eu vi o humor desaparecer de seu rosto.
"Mas uma idade adulta não tão diferente." Ele desviou o olhar.
Eu estava prestes a empurrá-lo, para perguntar o que ele quis dizer com isso, quando eu notei uma tatuagem em seu braço. Eu olhei para baixo na regata que eu usava e percebi que era a mesma imagem. Estendendo a mão, acariciei meus dedos na bandeira americana em seu braço. "Este emblema", eu disse e apontei para a camisa. "Eles são os mesmos." Os músculos de AK tencionaram. "O que isso significa?"
"Merda para mim nunca mais," ele disse asperamente. Ele se levantou e começou a descer pelo lado da rocha. O caminho enlameado era íngreme. Ele olhou por cima do ombro. "Vamos. Não é tão ruim. Eu vou te ajudar." Não hesitei em pegar sua mão e segui-lo. Enquanto caminhávamos pelo caminho, percebi que confiava ele.
Eu confiava em um homem.
Eu nunca tinha duvidado que ele me manteria em segurança. Nem por um segundo.
Chegamos à beira da piscina. AK inclinou-se e encheu sua garrafa de água. Ele estendeu a mão para a minha garrafa também. Passei-a para ele e olhei mais de perto a cachoeira ao nosso lado. A queda d’água era barulhenta desta proximidade e era apenas tão bela quanto do topo da rocha.
"Aqui." AK estendeu minha garrafa para eu pegar. Muito ocupada observando a cachoeira, eu não tinha percebido que a tampa da garrafa não estava no lugar. Então, quando AK puxou a mão para trás e jogou o conteúdo da garrafa na minha cara, eu gritei em voz alta em choque. Eu pulei quando a água fria roçou meu rosto e meu corpo. Eu fiquei imóvel até que eu olhei para AK. E ele estava rindo. Não apenas sorrindo, mas rindo alegremente, o som profundo causando uma leveza que inundou meu peito.
"AK!" Eu gritei e perdi o equilíbrio. Meus pés deslizaram na água e eu caí para trás até que eu bati na lama, minha bunda batendo na terra com um baque. Quando eu levantei, minhas mãos estavam cobertas de lama. AK riu até mais atrás de mim. Minha metade inferior inteira estava encharcada de água. E eu estava coberta de lama molhada.
AK se aproximou de mim enquanto eu lavava minhas mãos. "Eu estava fodidamente com você, Phebe. Eu não esperava que você fodidamente fosse cair." Eu olhei para ele enquanto ele se aproximava, ainda rindo e não se desculpando nem um pouco. Esperei até que ele estendesse a mão para eu pegar, como eu sabia que ele faria. Eu peguei tanta água quanto possível nas minhas mãos e joguei em seu rosto.
"Cadela!" AK gritou quando ele deu um passo para trás, a água pingando de seus cabelos longos. Mas não havia malícia em seu tom. Seus olhos escuros que tinham sido tão maçantes e tristes desde a noite em que ele tinha limpado as botas estavam cheios de luz. Então, ele estava vindo para mim. Eu me arrastei para frente até que fiquei submersa na água, esperando escapar de qualquer retaliação. Meu peito e meus braços afundaram no líquido fresco. Mas braços envolveram em torno de mim por trás e me levantou no ar. "Não!" Eu gritei, rindo enquanto ele me jogava no ar. Eu aterrissei na água com um respingo e me movi para ficar em pé, escovando a água do meu rosto. "Eu não consigo nadar!" Eu disse e felizmente encontrei meu pé. Eu passei os olhos pela água. Eu não podia ver AK em qualquer lugar. E então ele surgiu da água bem na minha frente e meu coração quase inchou do meu peito.
Os braços de AK envolveram minha cintura. Eu bati em seu braço nu enquanto ele sorria. "Isso vai te ensinar a tentar foder comigo, Ruiva."
Eu balancei minha cabeça em protesto. "Eu?" Eu ri do olhar brincalhão em seu rosto. "Você jogou a água em mim primeiro!"
Ele sacudiu a cabeça e deixou cair o riso. "Você parecia... quente. Pensei que você precisasse esfriar."
Eu ri de seu rosto presunçoso, e então lentamente, segundo a segundo, o sorriso caiu de meus lábios. Minhas mãos em seus braços começaram a alisar sua pele molhada. Senti minhas bochechas corarem enquanto o olhar de AK perdia sua brincadeira. Ele nos afastou mais longe na piscina, tão longe que meus pés já não sentiam o fundo. Engasgando, o pânico se agarrando em mim, eu o agarrei mais apertado e não tive escolha senão envolver minhas pernas em torno de sua cintura.
"Eu não consigo ficar em pé" eu expliquei. "Estamos muito longe para a minha altura."
"Isso meio que foi o ponto, Ruiva." Ele abaixou as mãos até que elas estavam atrás de mim. Eu o senti endurecer contra mim e senti meu próprio núcleo crescer com calor repentino.
"AK," eu sussurrei enquanto ele movia lentamente seus quadris contra mim. Uma de suas mãos mergulhou no cós do meu short. Seus dedos eram lentos enquanto viajavam para o sul, gentis enquanto eles circundavam entre minhas pernas e começavam a deslizar de um lado para o outro ao longo das minhas dobras.
Eu engasguei e fechei meus olhos enquanto ele passava a ponta do dedo sobre meu clitóris. Ouvi a respiração de AK se aprofundar, senti sua dureza contra mim e não queria nada além de tocá-lo também. Baixando uma das minhas mãos ao redor de seu pescoço, eu deslizei-o para baixo de seu torso musculoso, deslizando sobre os vales profundos e cumes até que eu encontrei o botão de sua calça jeans. Eu desabotoei e baixei o zíper. Eu puxei seu comprimento e senti AK imediatamente o empurrar em minhas mãos.
"Caralho, Ruiva", ele sibilou enquanto suas mãos se moviam mais e mais rápido no meu núcleo. Eu o acariciava de cima a baixo enquanto ele me mantinha solidamente em seus braços, nunca me deixando cair.
Lutei contra o desejo de fechar os olhos. Eu queria observar AK. Eu queria vê-lo, sem a poção ou a bebida. Eu queria observar esse homem que me trouxe para esta pousada para me ajudar simplesmente, porque ele queria. Eu tinha sido procurada por muitos homens antes, mas não por qualquer outra razão que não fosse sexo. Eu não poderia estar inteiramente certa, mas quando o olhar escuro de AK me observou, quando ele me ofereceu a mão dele e beijou minha bochecha quando ele pensou que eu estava dormindo, eu não acho que foi apenas por seu prazer.
Eu não tinha certeza, mas... mas eu esperava e rezava para que ele realmente gostasse de mim. De mim. Não meu corpo. Mas somente... de mim. Eu não entendi como isso poderia ser verdade, mas eu queria desesperadamente que fosse.
AK inclinou a cabeça para frente e tomou meus lábios nos seus. Ele manteve sua mão no meu núcleo, deslizando para frente e para trás e então para dentro de mim em um movimento lento e rítmico. Sua língua procurou entrar em minha boca e nossas bocas caíram no mesmo ritmo que nossas mãos.
Quando AK me beijava, o mundo inteiro sumia. Todas as dores e demônios que nublavam meu cérebro caíam em um vazio feliz, trancados enquanto o gosto dele me consumia, perseguindo a escuridão. Eu gemia em seu boca, AK pegando meus gritos e os engolindo inteiros. Eu senti o formigamento revelador construir na base da minha coluna. Eu o apertei com mais força, encontrando seu olhar novamente enquanto ele trabalhava seus dedos em mim mais rápido, um, dois, então três dedos, até que ele atingiu o ponto dentro de mim que eu conhecia bem, que eu tinha sido treinada para estimular, o ponto que quando AK pressionou, quebrou-me em estilhaços de vidro, o meu corpo nada mais do que leve. O grito longo de minha garganta navegou no vento, ecoando ao redor da cachoeira.
A respiração de AK gaguejou. Então ele se acalmou e, nunca tirando seus olhos dos meus, ele gozou em minha mão, os quadris dele se sacudindo enquanto seu gozo era lavado com a água. Suas pupilas negras quase erradicaram o marrom de suas íris e suas bochechas estavam coradas de rosa.
Nossos olhos permaneciam um no outro, trancados em alguma felicidade silenciosa, porém pungente. AK me beijou de novo, não usando sua língua desta vez, apenas seus lábios, seus lábios macios e sensuais. Eles acariciaram os meus como se eu fosse especial para o coração dele.
Como se eu fosse digna de tal afeto.
Meus olhos incharam. Sua mão moveu-se de meu núcleo e acariciou para cima e para baixo minhas costas, acalmando meus pensamentos. Seus lábios me adoravam. Nunca pensei em entender o significado de um beijo. Como poderia parar momentaneamente seu coração de bater ou como tal toque inocente poderia fazê-la se sentir tão incrivelmente amada.
Tirei minha mão do comprimento de AK e rapidamente fechei o jeans dele. AK me puxou para mais perto. "Eu gosto de você para caralho, Ruiva" ele disse roucamente.
Meus olhos se fecharam diante dessas palavras e eu balancei a cabeça. "Por que? Como você pode gostar de alguém como eu?"
AK pressionou um único beijo em cada um dos meus olhos fechados. Quando os abri, ele disse: "Porque você entende." Suas palavras mal estavam acima de um sussurro. Antes que eu pudesse pedir-lhe para explicar o que ele queria dizer, um lento sorriso surgiu em seus lábios. Ele beijou minha bochecha. "Você pegou sol", disse ele. "É melhor irmos antes de você se queimar."
Olhei para ele e não vi nada mais do que uma pele bronzeada e perfeita. Ele tinha várias cicatrizes espalhadas pelo corpo, algumas grandes, algumas pequenas, mas eu não dei muita bola. Todos nós carregamos cicatrizes, seja no lado de fora ou dentro. AK me deu mais um beijo rápido nos lábios e começou a se afastar, mas eu coloquei minhas mãos em seu rosto. Sua pele estava quente sob minhas palmas, quer fosse do sol ou sua libertação. "Ruiva?" Suas sobrancelhas franziram.
"Obrigada", eu disse, quando consegui encontrar as palavras. Eu lhe dei um sorriso lânguido. "Obrigada por me trazer aqui. Por me tirar das garras de Meister..." Por me tratar como se eu fosse mais do que uma prostituta, eu queria acrescentar, mas me refreei. Os ombros de AK caíram e ele exalou como se estivesse segurando a respiração por um tempo muito longo. "Eu não tenho ideia do por que você fez tudo o que fez por mim, mas... obrigada."
AK não falou, mas ele manteve meu olhar fixo por vários segundos. "É melhor irmos. O sol não será seu amigo se ficarmos aqui muito mais tempo."
Mantendo-me em seu agarre, AK nos levou de volta para a beira da piscina. Ele me ajudou a ficar em pé no chão e sair da água. Eu estava grata pela água fria na minha pele quando o sol pesado imediatamente bateu em meu rosto.
AK pegou as garrafas de água do chão e estendeu a mão. Eu suspirei e deslizei minha mão na sua. A caminhada de volta para a cabana foi tranquila, porém mais confortável que eu tinha sentido em... anos. A afeição dele tinha se tornado de algum modo uma salvação ao fogo constante de pesar que queimava interminavelmente em meu coração. E esta suspensão temporária, esse breve momento de ser capaz de respirar, tinha tudo a ver com o homem que me levava para casa.
O único que meu coração estava de repente caindo de amor.
* * * *
Tirei uma soneca e tomei banho, sem pensar em nada além de AK. Eu olhei no espelho; minha pele foi beijada pelo sol, mais sardas do que eu jamais pensei possível salpicavam meu rosto. Um sorriso veio aos meus lábios quando me lembrei de AK me dizendo que ele gostava de minhas sardas. Meu rosto, um céu cheio de estrelas.
Meu cabelo vermelho.
Ruiva.
A noite tinha caído e AK estava do lado de fora cozinhando na churrasqueira. Eu vesti um vestido preto solto que eu tinha tirado do armário no quarto de AK. O material pendia de meus ombros, deixando minha pele descoberta, pelo qual eu estava grata. Eu estava um pouco queimada no meu rosto e nos braços do sol de hoje.
AK virou a cabeça quando me ouviu sair, ele já estava sentado. Havia vários itens de comida na mesa e carne na churrasqueira atrás dele. Deitou-se na cadeira reclinável, olhando para as estrelas no céu preto. Sorrindo, passei por AK para sentar ao lado dele, mas ele pegou minha mão e me puxou para baixo em seu colo. Eu dei um grito de choque quando eu aterrissei em suas coxas.
"Você estará sentada aqui comigo de agora em diante." Ele me puxou para baixo até que minha cabeça estivesse deitada em seu peito nu e meu corpo pressionado contra o dele. Sua mão estava imediatamente em meu cabelo, acariciando como se isso o acalmasse de alguma forma. Sua pele estava quente; ele também tinha se queimado um pouco do sol. Mas cheirava ao céu e parecia ainda melhor sob minha bochecha.
Eu suspirei em contentamento. AK levantou-se para nos trazer comida. Nós comemos lado a lado, não dizendo muito, apenas nos contentando em estar um ao lado do outro. Quando terminamos, AK acendeu um cigarro. Enrolei-me em seu peito. Eu tinha certeza que eu nunca deixaria este local novamente o que seria ótimo. Eu observei a fumaça branca subir acima de nós e derivar na escuridão do céu, formas rodopiando e dançando no ar da noite.
"É tão bonito aqui fora", eu murmurei. Eu tentei contar cada estrela, mas era impossível, havia muitas. "Eu não acho que eu já realmente olhei para o céu noturno antes. Tenho certeza de que eu nunca realmente olhei para as estrelas antes que você comparasse minhas sardas a elas em sua casa. Mas agora eu me pergunto como elas se parecem de perto, se são tão bonitas quanto parecem daqui." Eu balancei a cabeça, espantada com o fato que eu estava aqui, fazendo algo tão ocioso quanto olhar para as estrelas. Passei minha mão pelo torso de AK. "E aqui estou. Com você, neste lugar insondável."
"Ruiva", disse AK bruscamente e me puxou para mais perto de seu lado.
"É verdade." Eu pensei em meus dias atrás na comuna. Nenhum homem teria se deitado comigo assim, não sem ter feito sexo. Ele nunca teria acariciado meu cabelo. Brincado e feitos gracinhas comigo na piscina de uma cachoeira. O afeto não tinha lugar na Ordem. O amor era compartilhado através do ato sexual. E como uma Irmã Sagrada, nunca era gentil ou puro.
Mas aqui estava AK, me segurando por nenhuma outra razão do que ele queria.
Eu era querida.
"Quando eu estou aqui, com você..." Eu disse suavemente, sentindo meu coração bater muito rápido pelo que eu estava prestes a confessar. "Quando estou com você, é fácil não pensar em minha vida de antes. Eu..." Minhas bochechas queimaram de vergonha e uma repentina lavagem de dor. "Eu nunca estive com um homem que me viu como qualquer coisa além de alguém em quem pudessem encontrar a sua libertação." Meu estômago afundou na triste verdade. “Era tudo que eu sempre signifiquei, AK. Para dar prazer aos homens pela causa de nosso Senhor."
Ergui a cabeça do seu braço e a apoiei no peito. Ele estava olhando para o céu. O cigarro estava queimando em sua mão e sua mandíbula estava apertada. Ele deve ter me sentido olhando para ele, porque seus olhos rolaram para encontrar os meus. "É verdade."
Passando minha perna sobre a dele, eu levantei meu vestido. A testa de AK enrugou-se em confusão. Eu puxei meu vestido mais e mais alto, até que minha coxa interna estava exposta.
"Mateus 4:19," eu disse. "E disse-lhes: Segui-me e eu vos farei pescadores de homens." Virei minha coxa e passei meu dedo sobre a tatuagem que o profeta tinha mandado todas as suas Sagradas Irmãs usarem. AK estava congelado enquanto olhava para as escrituras tatuadas que levavam ao meu núcleo. O lugar que o Profeta David disse que os homens desejavam mais.
"O que merda isso significa?" Ele perguntou com raiva. Puxando meu vestido, coloquei minha mão em seu ombro e o guiei para deitar-se. Ele fez isso, relutantemente, e eu coloquei minha cabeça em seu ombro e meu braço ao redor de seu torso.
"O Profeta David declarou que certas mulheres na Ordem eram destinadas a um serviço especial. Revelado a ele por Deus, como uma forma de trazer mais membros. Ele afirmou que esta escritura, particularmente as palavras 'Pescadores de homens', tinha um significado maior do que sabíamos. Ele alegou que Deus tinha revelado a ele que mulheres da comuna, escolhidas a dedo por ele e seus discípulos, se tornariam tais pescadoras de homens. Os homens eram o objetivo, o prêmio para o profeta, e nós - as Sagradas Irmãs - éramos a isca."
AK tinha se tornado incrivelmente tenso sob mim, mas agora que eu tinha começado, agora que eu tinha começado a descarregar este fardo da minha alma, eu não podia parar. Eu queria falar essas palavras, palavras que eu nunca tinha falado antes.
"Eles vieram atrás de mim quando eu tinha dez anos." Fechei os olhos, lembrando-me desse dia em grande detalhe. Irmão João me levou embora para ser treinada.
"Eu tinha sido tocada antes pelos homens. As crianças nas comunas do profeta eram tocadas livremente por qualquer um que desejasse fazê-lo. Não havia idade que fosse considerada muito cedo. Na verdade, o Profeta David encorajava os pais ou responsáveis para nos tocar primeiro, para nos mostrar como o amor de Deus parecia, para que não ficássemos alarmadas quando outros homens e mulheres viessem para nós sexualmente também.”
"Quando o Irmão John veio me buscar quando eu tinha dez anos, para me dizer que eu tinha sido selecionada para ser uma Irmã Sagrada, tinha provado homens crescidos na minha língua e eles tinham me provado. Eu tinha sido tocada em todos os sentidos, exceto no sexo completo." Eu estremeci, ainda me lembrando da semana que se seguiu. "Embora tenha sido menos de uma semana depois, quando eu fui introduzida a esse ato." Minhas coxas se apertaram enquanto eu lembrava o Irmão John me deitando na cama, seu corpo nu subindo em cima de mim. Eu me encolhi enquanto me lembrava de sua respiração em meu rosto e suas mãos contornando minha coxa nua. E eu me lembrei de seu comprimento enquanto ele empurrava pela minha inocência. As lágrimas, o sangue, a dor e a vergonha...
"Phebe." AK virou seu corpo para me encarar. Eu não tinha percebido que as lágrimas estavam em minhas bochechas até que ele as limpou. Sua mão segurou meu rosto e seu polegar acariciou a pele úmida.
"Por dias depois, eu tentei ficar escondida nos cantos dos quartos. Mas todos os dias o Irmão John vinha atrás de mim e tomava meu corpo novamente. Ele me tomou até que eu conseguisse bloquear a dor. Até que seu toque e atenções se tornassem a norma para mim."
Engoli em seco e olhei para o rosto de AK. Estava cheio de trovões. Seus dentes estavam apertados. Eu estendi a mão e enfiei os dedos pela mão que estava em meu rosto. Abaixei-a para o meu peito e a mantive perto do meu coração. "Então, o treinamento começou. As Irmãs Sagradas mais velhas viriam aos nossos quartos a cada dia. Havia umas vinte de nós quando eu treinei. Todas com a mesma idade e todas recebendo nosso primeiro encontro com o Irmão John. Mais lições seguiram. Lição após lição de como segurar o comprimento de um homem, como acariciá-lo até que ele implorasse por mais. Como tomar um homem em nossa boca e seduzi-los com os sutis movimentos do nosso corpo, como fazê-los cair em nossos braços e entregar-se ao Senhor através de nossos corpos. Pescávamos os homens e eles sempre pegavam a isca."
"Eles treinaram você para foder?"
"Sim," eu disse e odiei que fosse a dura verdade. "Na comuna no início. O Profeta Davi convidava frequentemente homens que eram importantes para a nossa causa para as suas muitas comunas, ambos nacionais e estrangeiras. Eu nunca soube por que eles estavam lá - negócios, fomos informadas - mas a partir de dez anos fui chamada para seduzi-los. Muitos gostavam de meninas, ainda mais quando podíamos atendê-los na cama com a habilidade de uma mulher com duas vezes nossa idade. E eu fiz tudo feliz... Eventualmente. Eu vim a acreditar tanto no que eu estava fazendo que eu me alegrava quando era escolhida por um homem visitante da programação. Ainda mais quando cheguei à idade de quatorze anos e fui enviada para o mundo. Somente as melhores Irmãs Sagradas eram enviadas para fora dos portões. Aquelas que se destacavam em agradar os homens."
Eu podia dizer pela expressão de AK que ele não podia falar. Então eu continuei. "Eu nunca tinha estado fora da comuna antes. Havia tantas visões e sons que me assustaram. Mas os irmãos que nos guiaram para as cidades nos manteriam seguras. Eles nos manteriam focadas." Eu funguei quando me lembrei de andar em centenas de bares que eu visitei quando criança, em seguida, mais tarde como uma adulta. "Os homens sempre mordiam a isca. Quando eles nos viam entrar, eles praticamente salivavam no local. Nós nos vestíamos sedutoramente, levávamos eles de volta para o ônibus que nos levava para a cidade. Nós lhes dávamos prazer como nada que já sentiram e então nós os convencíamos a retornar à comuna conosco. E eles, na maioria das vezes, sempre vinham. Especialmente quando viam o que os aguardava ali. Mais amor de graça. Mais mulheres... pequenas meninas."
"Os pedófilos do caralho" rosnou AK. "Estou feliz por ter colocado uma bala na cabeça daquele fodido pau no cu. E tirei de circulação mais uma dúzia de outros fodedores do culto também."
Eu permaneci quieta e pisquei para AK, permitindo que suas palavras afundassem. "Você...?" Certamente, eu estava enganada. "Você matou o Profeta David? Foi você o homem do diabo que tirou a vida dele?"
"Sim." Ele me puxou para mais perto dele. "Eu fodidamente observei aquele pedófilo do caralho cair quando minha bala acertou direto entre os fodidos olhos."
Minha respiração acelerou em sua confissão. Na comuna, eu tinha lamentado a morte do profeta como se meu coração tivesse sido rasgado em dois, mas agora, depois de tudo o que tinha acontecido, sabendo que AK tinha sido o único a matá-lo só me fez querer AK mais.
Levantei sua mão e beijei ao longo de seus dedos. "Obrigada", eu sussurrei. Ele nunca entenderia o nível de minha gratidão. Contudo, com aquela iluminação veio minha maior dor.
Meus arrependimentos se iluminaram.
AK me segurou perto enquanto as lágrimas caíam dos meus olhos. Ele pressionou beijo após beijo na minha testa. Ele fez me sentir segura. "Houve centenas e centenas", confessei e senti a profunda vergonha me percorrer como uma maré arrebatadora. AK estava tão quieto como uma estátua embaixo de mim. "Tenho servido a tantos homens que eu nem mesmo sei um número. Às vezes, por escolha e às vezes pela força." Eu respirei. "Mas se fosse pelo último, era porque eu tinha falhado como uma Irmã Sagrada."
"O que? Que porra isso quer dizer?"
"Se a sedução não era bem executada ou meus sussurros das escrituras de Deus não eram fortes o suficiente em convicção, às vezes, os homens seriam indelicados e arrancariam a nossa vontade. Eles levariam o dízimo da nossa carne pelo nosso fracasso."
"Estupro?" ele rosnou. "Você seria culpada se eles a estuprassem?"
"Aconteceu algumas vezes", eu disse, lembrando da primeira vez que eu tinha uma faca presa à minha garganta e apanhava enquanto o homem empurrava dentro de mim... Em cada uma de minhas entradas. Lembrei-me de Meister e como ele tinha sido um desses homens. "Meister não gostava de ser seduzido; ele gostava de tomar. Ele tinha prazer em extrair dor de meu corpo. Mas quanto menos eu protestava e quanto mais eu permitia que ele fizesse comigo o que ele desejava, mais sua possessividade crescia. Eu podia vê-lo se tornar viciado em mim, dia após dia, e fiquei assustada. Mas Judah me ordenou que eu estivesse ao lado de Meister enquanto ele quisesse." Fechei os olhos. O resto da história estava desfocada, devido - agora eu sabia - às drogas. "Ele nunca desistiu de mim." Meus dedos acariciaram o rosto de AK. "Até que você veio me reivindicar de seu comando."
"Você nunca vai voltar para ele também," AK disse firmemente e eu senti meu coração quebrar com a promessa.
Lágrimas frescas inundaram minhas bochechas. Eu não podia acreditar que este homem estava lutando por mim. "Eu não... eu não sei como viver neste mundo, AK." Eu engoli. "Eu não sei ser nada além de uma... prostituta." Ri sem regozijo. "As pessoas do mundo exterior falavam de nós. Elas nos chamaram ‘Prostitutas de Deus’ nos bares. O Profeta Davi e Judá nos chamariam 'Prostitutas de Davi'. É o que Meister queria que eu parasse de ser. Eu deveria ser a prostituta dele e somente dele." Eu apertei meus olhos fechados e senti o sal das minhas lágrimas salpicar meus lábios. "Neste mundo, prostitutas não são reverenciadas, mas sim punidas. Que homem iria querer uma mulher assim como o amor da sua vida? Uma mulher que tomou homens de todas as maneiras possíveis? Que tinha chupado, acariciado e fodido tantos homens que ela não conseguia recordar um único rosto entre as massas?" Eu balancei a cabeça, sufocando minhas palavras. "Quem iria querer uma mulher que perdeu sua inocência com dez anos de idade e era frequentemente tocada antes disso?"
E então eu senti algo se erguer dentro de mim. Minha confissão mais secreta, minha dor mais profunda. Eu tentei segurá-lo de volta. Eu tinha tentado segurar isso, meu maior arrependimento, dentro de mim por tanto tempo. Mas eu não conseguia. AK estava a salvo. Aqui estava um lugar seguro para eu derramar essa culpa.
Eu tinha que finalmente deixá-lo sair.
"Que homem iria querer uma mulher que estava com uma criança aos doze anos?"
Assim que as palavras saíam dos meus lábios, senti AK tenso debaixo de mim. Sua respiração parou e sua mão parou de se mover em minhas costas.
"Phebe..." ele finalmente disse, suavemente. Meus olhos se arregalaram enquanto eu escondia meu rosto em agonia. Eu balancei minha cabeça, tentando não deixar as comportas daquele tempo abrirem em minha mente, mas eu não pude resistir. Então, eu deixei minha estória - meus pecados, meu fracasso - derramarem-se...
Eu olhei no espelho e passei minha mão sobre meu estômago. A barriga estava tão grande agora que o Irmão John tinha me tirado do dever de Irmã Sagrada e me mandou descansar. Minhas costas doíam e, desde então e desde aquela manhã, ondas de dor ofuscante apertaram meu estômago, fazendo-me gritar. Martha tinha me dito que isso era normal, que era o meu bebê chegando. Ela tinha sido designada para ficar comigo. Ela tinha dado à luz a uma criança também, mas foi entregue há algumas semanas. Desde então, tudo que ela tinha feito era chorar. Ela tinha sido punida por aquelas lágrimas, cílios tirados de sua carne, mas ela não conseguia parar de chorar.
Porque eles levaram o filho dela. Levaram-no para a causa. E não permitiam que ela o visse.
Minhas costas doíam quando outra agonizante fatia de dor rasgou-me. Eu gritei, sentindo uma pressão maçante na parte inferior da minha coluna. Eu tropecei em meus pés. Martha correu pela porta apenas a tempo de me pegar.
"Venha, Phebe." Ela me levou para a cama. Agarrei a protuberância, fechando os olhos enquanto a pressão tornava-se insuportável e meu corpo inteiro era esmagado com a necessidade de empurrar. "Acho que está chegando." Eu disse, assim que a porta do meu quarto se abriu e a Irmã Leah entrou.
"O bebê está chegando", Martha disse a ela.
Irmã Leah separou minhas pernas e senti sua mão dentro de mim. "Você tem que empurrar," ela ordenou.
Martha segurou minha mão. "Você pode fazer isso, Phebe" disse ela, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Eu sabia que ela estava pensando em seu filho. Eu sabia que ela estava com muita dor.
Com cada pingo de força que eu conseguia reunir, empurrei, sentindo como se meu corpo certamente se dividisse em dois. Eu respirava o mais profundamente que podia apesar da agonia e exaustão estourando meu corpo. E então, eu não sei quanto tempo mais tarde, um grito alto entrou em meus ouvidos. Martha inclinou-se para ver o bebê nos braços da Irmã Leah. "É uma menina, Phebe" disse ela e apertou minha mão com mais força.
"Uma... menina?" Eu disse sem fôlego e senti algo mudar dentro de mim. Eu senti algo desconhecido se enraizando, algo que eu nunca tinha sentido antes... Um tipo de paz feliz. Tal paz e amor que roubou minha respiração.
Irmã Leah colocou o bebê em meu peito. Pisquei, oprimida pela intensidade do momento, então eu finalmente olhei para baixo. Dois olhos castanho-escuros olhavam para mim. Ao lado do olho esquerdo tinha uma sarda grande e escura. Olhei para aquela sarda, hipnotizada por tanta beleza.
Ela veio de mim.
Ela... Ela era minha...
Lágrimas inundaram meu rosto enquanto eu a segurava em meus braços trêmulos. "Sapphira." Eu ouvi Martha fungando ao meu lado. "Eu vou chamá-la Sapphira."
"É lindo, irmã." Martha deu um beijo na minha cabeça. Martha tinha catorze anos, dois anos mais velha, mas eu sabia que naquele momento ela me entendia mais do que ninguém jamais tinha me entendido.
"Sapphira", disse a Irmã Leah e se inclinou sobre mim. O pânico encheu meus pulmões quando vi seus braços esticarem para tirar meu bebê de mim.
"Não!" Eu disse alto. Sapphira pulou em meus braços e começou a gritar.
"Dê ela para mim, criança. Você sabe que ela é uma bebê de David. Você sabe que ela não fica com você. Você tem um propósito maior para servir." Um bebê de David. Bebês nascidos de Irmãs Sagradas. Bebês que são "possuídos" pelo Profeta David e não suas mães. Criados não por seus pais, mas usualmente por cuidadores.
Um soluço rasgou minha garganta. Tentei me afastar, sair da cama. Sapphira era minha. Ela era meu bebê! "Não, por favor..." Olhei para os olhos castanhos. "Ela é minha. Por favor, não a tire de mim. Vou cuidar dela. Eu vou lidar com ambos os deveres."
"Phebe!" Irmã Leah estalou. "Faça como eu mando ou o irmão John será trazido. Você soube desde que você descobriu que estava com a criança que ela não pertenceria a você."
"Não!" Eu arranquei da cama. Segurei Sapphira perto do meu peito enquanto lutava para me esconder no canto do quarto. Irmã Leah saiu e vi Martha olhando para nós, chorando enquanto ela se sentava na beira da cama, perdida.
Eles também fizeram isso com Martha. Levaram o bebê dela embora quando ela queria ficar com ele.
Olhei para Sapphira e balancei a cabeça. Meu rosto estava encharcado de lágrimas enquanto eu a segurava no meu peito. "Você é minha." Eu sorri através de minhas lágrimas quando Sapphira parou de chorar e olhou para mim. Eu beijei sua cabeça, sentindo a pele quente sob mim. "Eu te amo", eu disse, minha voz ficando presa na minha garganta. "Eu te amo, Sapphira."
A porta se abriu e o irmão John, seguido pela Irmã Leah, passaram. Eu queria correr, fugir com minha filha, mas eu estava presa. Não havia para onde ir.
O irmão John olhou para mim com desaprovação. "Phebe, entregue o bebê para a Irmã Leah. Pare com esta loucura."
"Ela é minha", eu disse baixinho, desafiadora.
Ele deve ter me ouvido, porque ele balançou a cabeça. "Ela é uma bebê de David. Ela pertence à fé. Você é uma Irmã Sagrada. E você tem um caminho diferente do que ser mãe. Uma causa muito mais valiosa."
Ele aproximou-se e mais perto ainda até que ele tinha as mãos em Sapphira. "Não!" Eu chorei novamente enquanto ele a pegava dos meus braços. "Por favor... Eu a amo!" Meu peito estava cheio de soluços e meu corpo tremia enquanto o Irmão John dava meu bebê a irmã Leah e ela a tirava do quarto.
Eu gritei.
Eu gritei e eu gritei até que minha garganta estava crua. Eu não me lembro o que aconteceu depois, tudo era um borrão, mas quando eu levantei a cabeça, o irmão John também tinha saído do quarto. Somente Martha e eu permanecemos. Meus olhos estavam inchados por causa do choro e meu corpo doía do trabalho de parto. Mas nada era maior do que o vazio que sentia em meus braços. O espaço vazio onde Sapphira devia ter estado.
A dor veio em ondas enormes, uma e outra vez. "Sapphira", eu sussurrei. "Sapphira..." O nome dela parecia uma oração cruel em meus lábios.
Uma mão estava em minhas costas, acariciando-a para cima e para baixo. "Martha." Eu caí em seu colo. "O que eu vou fazer agora?"
Senti as lágrimas de Martha baterem em minha bochecha - uma dor compartilhada. Ela acariciou meu cabelo. "O irmão John me disse que podemos ganhar o direito, através da pesca, de vê-los em alguma ocasião. Nós somos proibidas de dizer quem nós somos para eles, mas podemos afirmar que somos suas irmãs. Eles pelo menos nos darão isso." Sua voz soou tão desesperada como eu senti.
Pisquei rapidamente, tentando livrar a água dos meus olhos. "Eles vão?" Eu perguntei, um vislumbre de esperança brotando em meu coração partido.
"Sim" disse Martha. "E é isso que eu pretendo fazer." Ela fungou. "Se recrutarmos mais homens do que a nossa cota, nossa recompensa é tempo com eles. E eu tenho que vê-lo, Phebe. Eu não posso... Eu não posso..."
"Respire", eu terminei por ela, quando ela não conseguia expressar o que estava em seu coração ferido.
"Sim," ela disse depois de vários momentos de silêncio.
Agarrando minha mão ao meu peito, imaginei Sapphira na minha cabeça.
Meu coração nunca se curou depois desse dia, despedaçado e irreparável. Mas eu acreditei em nosso profeta. No final, eu acreditava que ele faria o que era melhor para o seu povo - incluindo eu.
Eu só tinha que obedecer e ter fé...
O peito de AK estava encharcado enquanto lutava para respirar pela memória daquele dia. Sua mão estava apertada em meu cabelo e eu me agarrava a ele como se eu fosse desmoronar se não fosse por sua bússola.
"Porra, Phebe" disse ele. "Eu não tenho palavras para essa fodida merda." Ele me puxou ainda mais perto de seu corpo. "Você a viu de novo?"
Eu balancei a cabeça, lembrando aqueles preciosos dias. "Levei dois anos para vê-la novamente. Eles disseram que eu precisava de tempo para libertá-la do meu coração. Isso nunca funcionou, é claro. Eu sabia que meu vínculo com ela nunca desapareceria. No dia em que a encontrei novamente, ela estava brincando com outras crianças." Eu sorri com minhas lágrimas. "Ela tinha o cabelo mais brilhante e loiro, semelhante ao de Lilah, mas os olhos de Sapphira eram tão escuros, como meia-noite - eu não sabia quem era seu pai, ele poderia ter sido qualquer um dos vários homens que eu tinha servido, mas ele deve ter tido aqueles olhos. E ao lado do olho esquerdo dela tinha uma grande sarda, cuja memória tinha levado comigo ao longo dos dois anos antes." Eu olhei para cima e vi AK me observando. "Eu sentei ao lado dela na grama. Eu estava tão nervosa." Eu ri. "Nervosa em encontrar minha própria carne e sangue. Eu estava tremendo tanto que levei uma eternidade para perguntar se eu poderia brincar com ela. Ela também estava nervosa. Aconteceu que ela era uma menina muito tímida. Bonita, mas extremamente tímida. Demorou mais duas visitas para ela falar comigo. Para ela sorrir." Meu lábio inferior tremia. "E seu sorriso iluminou minha vida, AK. Não havia sol antes daquele dia."
Eu fechei meus olhos por um segundo e AK me puxou mais para cima em seu peito. "O que?", Ele perguntou, procurando em meu rosto, tom baixo.
"Ela tinha seis anos quando eu disse a ela que eu era sua irmã. Seu sangue. Sua irmã, AK..." Eu balancei a cabeça. "Minha alma morreu naquele dia. Morreu quando eu não consegui dizer a ela que ela era minha, que eu era a mãe dela e ela era mais amada do que eu sabia que era possível. Ela era o tecido da minha alma. O ar que eu respirava."
"E você ganhou aquelas visitas?" disse AK com firmeza. Seu abraço em mim ficou mais firme.
"Eu fodi homens, AK. Eu fodi meu caminho através de tantos homens para chegar a essas visitas. Eu fodi tão bem que eu ganhei recompensas do profeta pelo meu registro de recrutamento, medalhas. E eles me recompensaram com uma muita cobiçada posição – líder das Irmãs Sagradas. Ensinava outras; eu liderava nossas missões. Eu era chamada para seduzir e impressionar o mais importante dos visitantes do Profeta David e, em seguida, de Judah." Meu peito apertou e um soluço escapou de minha garganta. "Mas eles fizeram dela uma Irmã Sagrada também, AK. Minha bebê, minha menininha, eles fizeram dela uma Irmã Sagrada. Transformaram minha filha em uma prostituta." Meu peito doeu. "Eu sabia que era provável. Os bebês de David do sexo feminino eram frequentemente colocados no mesmo círculo que suas mães. O profeta as considerava dignas de ser uma, porque já estava em seu sangue. Mas ainda doeu mais do que qualquer coisa quando eu descobri que ela estava em treinamento."
"Porra." AK pressionou um beijo na minha cabeça. Eu recuei, recusando seu toque gentil. Suas sobrancelhas franziram.
"Não," eu disse. "Você não entende." Ele abriu a boca para falar, mas eu coloquei meu dedo sobre seu lábio para silenciar suas palavras. "Eu acreditei em tudo, AK. Eu acreditava que o meu sacrifício, não importa o quão difícil fosse suportar, era necessário, porque o profeta assim o julgava. Mesmo quando Sapphira foi feita uma Irmã Sagrada, eu acreditava que era o caminho de Deus. Apesar da dor que me causou, a dificuldade para nós duas, eu nunca duvidaria do profeta. Eu realmente acreditava que ele sabia o que era melhor." Eu engasguei com aquelas palavras patéticas. "Eu fui estúpida e ingênua." Eu suguei uma respiração dolorida e deixei mais lágrimas caírem. "Eu falhei com ela em todos os sentidos por causa da minha fé cega. Eu falhei com Lilah, encorajando-a a acreditar e reunir a fé antes que ela fosse punida.
"Não foi até que todos nós chegamos a Nova Zion após a ascensão do Profeta Caim e as coisas começaram a mudar, que o véu que envolvia meus olhos caiu e a verdade da nossa assim chamada missão foi revelada a mim. Era tudo falso... Tudo o que fizemos foi devido ao ego de um homem... E todas aquelas pessoas pereceram por causa disso..."
AK colocou suas mãos em minhas bochechas e levantou minha cabeça. "Sapphira... O suicídio...?"
"Ela não estava lá," eu disse e o observei relaxar. Pensei em Judah. "A única coisa boa que Judah fez quando eu era sua consorte foi mandá-la embora. Eu lhe implorei que parasse com a missão dela como uma Irmã Sagrada. Eu disse que se ele me amasse como ele alegava, ele faria uma coisa por mim. Ele a salvaria." Eu exalei, sentindo algum vislumbre de conforto.
"Ele fez o que eu pedi e a mandou embora, livrou-a de uma vida de servidão sexual. Ela tinha treze anos na época. Agora ela teria quatorze anos. Judah me informou que havia uma comuna menor onde os idosos ou deficientes eram alocados. Judah a enviou para trabalhar. Era no exterior e longe do Texas." Meus olhos caíram. "Eu nunca cheguei a dizer adeus a ela, mas eu me confortei em saber que ela estava longe de Nova Zion, onde eu podia ver que tudo estava caindo em torno de nós." Eu engoli o nó na minha garganta. "Mas minha filha ainda está lá fora, no mundo em algum lugar, sem mim." Eu inalei profundamente. "Desde que você me salvou de Meister, desde que você me forçou a enfrentar meus demônios, eu me flagelei com culpa e pesar. Eu deveria ter lutado mais por ela. Eu deveria ter percebido mais cedo que a Ordem era um verdadeiro inferno. Mas pelo menos estou segura no conhecimento que ela ainda vive. Outros não eram tão afortunados. Eles assistiram seus bebês morrer ao lado deles. Eu não ouvi nenhuma ordem de Judah exigindo que os idosos ou enfermos fossem mortos, então eu rezo para que ela esteja segura." Coloquei minha mão em meu coração. "Eu tenho que acreditar que ela está bem, que ela respira, ou então eu deixaria de ser. Eu definharia."
Quando eu tinha confessado o último de meus pecados, uma espécie de entorpecimento inebriante tomou conta de mim. AK estava me observando com cuidado e quase chorei quando não vi nenhuma censura em seu olhar, nenhum julgamento. Sua mão estava tremendo quando agarrou minha mão.
Esse pequeno gesto de conforto me permitiu respirar. Permitiu que o aperto em meu peito relaxasse e encontrasse algum pedaço de paz nesta bagunça.
"Você não teve culpa, Ruiva", ele disse, sua voz baixa, profunda, mas melhor de tudo, sincera. "Você era uma fodida criança. Você era uma criança que teve um filho e aqueles fodidos a tiraram de você, dando-lhe alguma desculpa de merda, tudo para que você ainda pudesse ser a prostituta deles. Eles fizeram uma lavagem cerebral em você. Sobre cada coisa em sua vida. E você tem tudo por que se arrepender."
"Eu não acredito nisso", eu disse cansadamente. Eu estava drenada e esgotada.
Eu estava entorpecida.
AK sentou-se e me puxou para seu colo. Suas mãos cobriram meu rosto e ele se certificou de que eu olhasse diretamente em seus olhos. "Então, eu acreditarei nisso por você."
"Obrigada" eu sussurrei, mais agradecida do que ele poderia saber. Eu olhei para o seu rosto gentil e bonito e eu soube que eu lhe devia uma explicação. Tudo estava embaçado, mas eu sabia como devo ter agido depois que ele me salvou, sob a influência da bebida. Eu respirei fundo. "Eu sou nada além de uma prostituta, AK. Eu não sei ser qualquer outra coisa.”
"Eu não sei como viver com todos os meus demônios. Minha falha com Sapphira, Lilah, e todas as vidas dos homens que eu seduzi, desperdiçadas quando Judah ordenou que bebessem o veneno dele. Eu trouxe esses homens para a comuna, para a nossa fé e eles morreram sob o comando de Judah." Eu me agarrei a AK por sua querida vida. "E eu não sei como viver em um mundo onde eu vejo minha filha em meus braços sempre que eu fecho meus olhos. Sem saber onde ela está no mundo, se ela pensa em mim." Eu respirei devagar. "A poção de Meister levava tudo para longe - os cuidados e as preocupações. A bebida que eu encontrei na varanda de Ky fez a mesma coisa para mim, quando você tirou a poção de minhas veias. Era um substituto adequado. Não me fez lembrar ou pensar em Sapphira, por um tempo. Eu vi Lilah com Grace e embora me faça pular de alegria que elas têm uma a outra, matou-me ver como mãe se parece. Uma verdadeira e boa mãe. É por isso que eu não queria ser trazida de volta à vida real." Eu balancei a cabeça. "A vida real é muito difícil. E eu não sei como lidar com isso. De jeito nenhum."
Eu me agarrei a AK como se ele fosse o único fio que me impedisse de quebrar. E eu gemi, perdendo a restrição final em minha tristeza quando seus braços grandes me rodearam e me seguraram o mais perto possível. Ele beijou meu cabelo e balançou-me para frente e para trás, mantendo-me segura em suas mãos. "Você não é culpada," ele disse novamente, sua bondade correndo sobre mim como um bálsamo. "Eles fizeram você fazer isso. Aqueles fodidos tomaram você quando era uma fodida criança e te estupraram. Forçaram você a servir e roubaram sua filha. Você não pode se culpar. Você foi fodidamente traficada."
AK não disse mais nada enquanto eu limpava os anos de tristeza do meu coração. Ele apenas me abraçou enquanto minhas lágrimas secaram e meu corpo fluiu em exaustão.
Meus olhos lutaram para fechar e eu perdi a batalha para mantê-los abertos. Lembrei-me de ser levantada nos braços de AK e colocada em uma cama quente. Mas quando eu acordei, eu estava sozinha e todo o meu corpo tremeu. Minha pele estava suando de meus pesadelos. Eu vi o rosto de minha filha, senti-a em meus braços. Eu vi Lilah na estaca, seu corpo ensanguentado, muito vividamente em minha cabeça.
Era tudo demais.
Eu joguei para trás o edredom e saí do meu quarto. A cabana estava quieta e imóvel, mas eu precisava dele.
Eu precisava tanto dele.
Eu caminhei na ponta dos pés até o quarto de AK. Havia duas pequenas e estreitas camas neste quarto também. A forma alta de AK estava sob as cobertas de uma. Como se ele fosse um farol para meu coração ferido, eu segui meus pés até sua cabeceira. O chão de madeira rangeu debaixo dos meus pés. Seu corpo se ergueu e ele piscou para a luz da lua. "Phebe?"
Eu não falei. Eu simplesmente levantei a coberta sob a qual ele estava deitado e subi. Eu deixei seu cheiro esfumaçado acalmar meus nervos enquanto eu me deitava no travesseiro ao lado dele. Eu olhei em seus olhos e me encostei no seu corpo quente, nós dois mal cabendo no pequeno colchão. Eu coloquei minha cabeça contra o ombro de AK e fechei os olhos.
Seus braços vieram ao meu redor e eu ouvi sua respiração no meu ouvido. No conforto de seu abraço seguro, eu deixei com que o sono me levasse. E pela primeira vez na minha vida, eu deitei na cama com um homem e apenas dormi.
Meu corpo protegido em seus braços...
... E talvez a minha alma também.
Capítulo quinze
AK
“Você quase conseguiu esse tempo,” eu provoquei. Phebe deixou escapar um suspiro frustrado. A árvore mais próxima de nós está lascada novamente. Foda-se, a cadela estava ficando melhor, mas o disparo não foi fácil. Eu sabia.
Ela estava indo melhor hoje. Ela tinha dormido por quase um dia depois de toda a merda fodida que me contou. Cadela teve uma filha. E pior, esses filhos da puta imbecis a tinham levado embora e agora ela não sabe fodidamente onde está. Não admira que a cadela virou-se para a bebida.
Minha mente derivou para Zane, meu sobrinho criança, e eu lutei contra a porra da vergonha que me encheu também. Phebe tinha perdido uma criança, e eu tinha perdido... tudo...
Phebe se inclinou para mim e escondeu o rosto no meu peito, arrancando-me dos meus pensamentos. Ela olhou para cima e disse: “Eu não posso nem acertar o alvo central nesta árvore.” Ela apontou para a árvore mais distante. "Quem poderia até mesmo acertar isso?” Ela balançou a cabeça.
Eu olhei para a árvore que ela estava se referindo e dei de ombros. "Eu."
Sua boca abriu. "Você pode acertar isso?” Ela me olhou com ceticismo. “Eu sei que você deve ser um bom atirador, mas estou certa que nem mesmo você pode acertar isso.”
Eu sorri para ela sem acreditar. A cadela não tinha uma ideia do caralho. Tomando a arma de sua mão, dou um passo à frente e tomo minha posição. Eu podia sentir seus olhos em mim. Mas bloqueei-a fora. O mundo caiu em torno de mim enquanto eu segurava completamente imóvel. Eu concentrei meu olho no alvo. Cancelei tudo mais além do alvo.
Meu foco se tornou afiado, inquestionável. Apertei meu dedo no gatilho, então com facilidade praticada, enviei a bala voando pelo ar e em linha reta no centro do alvo. Eu abaixei a arma, sentindo a mesma adrenalina correr através de mim que sempre faz. Eu me viro e enfrento Phebe. Ela estava me observando, olhos largos e boca ligeiramente aberta.
Ela parecia deslumbrante. A cadela era impressionante, todas as sardas e seus olhos azuis.
“AK.” Ela deu um passo para frente, os olhos agora sobre o alvo. "Como...? O quê?” Ela lutou para terminar suas palavras. “Como você fez isso?” Ela olhou para a arma em minhas mãos, então balançou a cabeça de forma suspeita. “Há algo que você não está me dizendo.”
Meu estômago apertou, e virei minha cabeça. “Não, só aprendi a atirar quando era uma criança, isso é tudo. Eu era bom. Fiquei ainda melhor com os Hangmen.”
Juntei as armas e me dirigi para a cabana. Phebe seguiu-me enquanto coloquei as armas no baú, em seguida, entrei na casa. Sua mão deslizou para a minha, pedindo-me para parar. Seus olhos azuis procurando meu rosto.
“Por que você aprendeu a atirar?”, Perguntou ela, mais firme desta vez. Eu não disse uma merda em resposta.
Ela apontou para um armário do outro lado da sala. “Por que é que o armário está fechado?” Eu sabia do que ela estava falando, mas ainda não sabia que a cadela tinha notado isso. “Por que estamos aqui nesta cabana, AK?” Tentei engolir de volta o aborrecimento que foi subindo pela minha garganta. Eu tinha acompanhado a cadela através da sua bebedeira, ouviu-a falar sobre sua filha, mas aqui ela estava jogando a merda em mim?
“De quem são as botas na porta?” As palavras dela batem no meu peito. Eu podia sentir minhas paredes construindo de volta, empurrando a cadela para fora. Ela tinha rompido isso, impossivelmente, mas agora ela estava me empurrando muito longe. Ela pode ter desejado expor toda a sua merda fora, mas isso não significava que era hora de eu fazer o mesmo.
“Eu vi você.” Ela apertou sua mão no meu braço. “Eu vi você limpar as botas. Vi você segurá-las contra o peito.” Phebe se aproximou. Eu queria me mover para fora, mas minhas pernas não se moviam. “Eu o vi derramar lágrimas sobre elas.”
“Deixe isso,” eu aviso. Meu rosto se contorcendo de raiva.
“AK, por favor... fale comigo”, disse ela, com os olhos cheios de lágrimas. “Eu... Eu confiei em você. Por favor, confie em mim também. Eu posso ver o peso que você carrega.”
Vociferando, a forço a voar para a borda do caralho, eu puxo-a para mais perto e cuspo: “Não tente a sua porra de merda sedutora comigo, Ruiva. Você não está fodidamente pronta para o que eu colocaria a seus pés. Você acha que sua história é ruim, você não viu nada.” Eu trouxe seu rosto tão perto do meu quanto possível. “Então corte essa merda fora.”
Eu solto seus braços e agarro as chaves da caminhonete no balcão. Eu voo pela porta, ouvindo-a chamar meu nome atrás de mim. Eu não parei, não podia. Pisei no acelerador da caminhonete e saí da vaga da cabana. Eu dirigi e dirigi até chegar a uma loja. Comprei uma merda de tonelada de alimentos que não precisava, então, peguei uma garrafa de Jameson da prateleira superior. A tampa estava fora e o líquido escorrendo pelo meu pescoço antes mesmo de eu sair da loja. Sentei na minha caminhonete, sentindo a queimadura que precisava tomar para sair da borda. Eu ri com um fodido mal humor.
Eu tinha tirado Phebe da bebida, mas aqui estava eu como um maldito covarde, me afogando nas memórias que tinham aumentado dez vezes desde que Phebe tinha me contado sua história.
Aquela porra de cabana. Aquelas botas filha da puta. As armas, as roupas no armário... aquela porra de armário trancado.
Meu celular vibrou no bolso; Eu tinha o serviço agora e estava longe da cabana.
Tanner.
"Sim?"
"Finalmente. Queria que você soubesse que os homens de Meister sabem que somos nós. Confirmei ao hackear seu sistema de e-mail. Eles não fizeram merda nenhuma ainda, mas queria mantê-lo informado. Styx e Ky o têm sob controle, mas queria que você estivesse ciente quando decidir voltar. Você precisa prestar atenção nas estradas.”
Eu solto um suspiro, sentindo o Jameson entorpecendo os pensamentos escuros na minha cabeça. “Ok,” eu disse. "Tanner?"
"Mm?"
“Você é bom em rastrear pessoas? Encontrar pessoas desaparecidas e toda essa merda?”
“Tipo isso. Por quê?"
“Preciso que você encontre uma jovem cadela do culto. Tem uns quatorze anos agora, chamada Sapphira. Sem sobrenome. A mesma merda que Mae e Phebe.” Phebe pensou que sua filha estava a salvo em outro país. Mas eu conhecia os desgraçados como Judah, e aqueles fodidos não faziam nada direito. Eu estava duvidando que ela estivesse em qualquer lugar que ele disse que ela estava. Eu tinha que verificar.
“Ela vai estar morta, não vai?” Ele se esquivou. “Se ela era do culto?”
“Ela foi mandada para algum lar de idosos ou alguma merda assim. No exterior, talvez? Onde o Profeta imbecil enviava seus velhos para morrer longe da comuna. Pelo menos é o que ele disse. Não sei se é verdade.”
“Certo”, disse Tanner. "Deixe comigo. Vou fazer uma escavação.”
“Obrigado, irmão.” Eu desligo meu celular e inclino a cabeça para trás contra o encosto de cabeça. Eu inalo profundamente, em seguida, tomo outro gole de meu uísque. Lembrei-me da expressão de Phebe quando gritei em seu rosto, a porra de seus olhos perdidos e lágrimas quando corri para a porta, chateado com ela por trazer toda minha merda à minha porta.
“Foda-se!” Eu ligo o motor. No momento que cheguei à cabana, estava completamente tonto e minha cabeça parecia uma foda de tonelada mais leve. E o melhor de tudo, esses malditos pensamentos tinham desaparecido ao fundo. Havia um leve ruído em minha cabeça, em vez de malditos tambores thrash-metal.
Levando as sacolas de comida que nem sequer precisamos, eu bato a porta e completamente congelo nos meus passos. Phebe sentada no chão ao lado do armário fechado. Risca isso. O armário agora aberto, seu conteúdo espalhado ao seu redor.
Ela nem sequer salta quando me vê ali de pé, olhando. Ela lentamente levanta a foto que eu não tinha colocado os olhos em anos. Aquela que costumava orgulhosamente ter um lugar nesta cabana, uma cópia da que estava na casa de Tina e Devin, logo acima da lareira.
“Este é você como um jovem.” Phebe virou a foto, então não tinha escolha a não ser olhar para ela.
Ver cada um dos rostos sorridentes foi um golpe múltiplo no intestino. Quando Phebe apontou para a pessoa do centro, com o uniforme da Marinha, com o cabelo rapado e uma enorme merda de um sorriso, eu não podia respirar.
“AK, este é você, não é?”
“Eu lhe disse para não abrir a porra desse armário,” eu disse sombriamente. Minhas mãos segurando as sacolas de comida balançando.
Tremendo quando a raiva em brasa rasgou através de mim. O Jameson queimando a porra do vapor em minhas veias, mas eu não conseguia tirar os olhos daquela maldita foto.
“As botas”, Phebe diz, ignorando o fato de que eu estava ali fervendo, quebrando. Passando o dedo sobre minhas botas sobre a imagem, em seguida, aquela pessoa ao meu lado. A que eu não podia nem olhar. “O outro par de botas também.” Quando a respiração engatou e seus lábios se espalham em um sorriso triste, seu dedo traçando o rosto de Zane, sua porra de bonito rosto sorridente, eu me perdi.
Joguei as sacolas em minha mão do outro lado da sala e ouvi-as esmagar contra a parede. O conteúdo derramando e espalhando pelo chão. Minhas mãos se fecharam em punhos enquanto eu lutava para conter a raiva em brasa que corria em minhas veias.
Phebe, por sua vez lendo o perigo na sua frente com precisão, ficou de pé e seguiu seu caminho para a porta de seu quarto. Sua pele beijada pelo sol empalideceu enquanto eu olhava para ela. “Eu sinto muito”, disse ela, lutando para encontrar a maçaneta. Lágrimas encheram seus olhos enquanto ela escorregou pela porta, como se soubesse a dor que aquela maldita foto causou dentro de mim. “Eu sinto muito, AK”, disse ela por trás da porta trancada.
Meus pés estavam enraizados no chão quando vi a pilha de fotos e álbuns que não tinha visto a luz do dia em anos. O Jameson estava do lado oposto da cozinha, ininterrupto e intacto, o conteúdo restante pronto para eu tomar. Peguei a garrafa e joguei a tampa para o lado. Eu bebi o uísque como se fosse água.
Andando de um lado para outro, eu tentei pensar em outra coisa, para parar os pensamentos que vieram quando vi aqueles rostos novamente.
Os rostos que mais tinham significado algo para mim na minha vida. As pessoas que eram meu tudo... minha casa.
Não percebendo que eu tinha tropeçado — os efeitos do licor — minha bota triturou algo de vidro. Eu parei e olhei para baixo. A foto que Phebe estava segurando estava rachada, a moldura estalou debaixo do meu pé.
Em pânico ao vê-lo arruinado, dei um passo para atrás e automaticamente levantei-a do chão. Meus olhos caíram na imagem e um som aflito rasgado saiu da minha garganta.
Minhas mãos estavam tremendo de novo, mas agora não era de raiva.
Eu recuei e recuei até que minhas costas bateram na parede. Meus pés fraquejaram enquanto eu olhava para a foto, vendo todos nós sorrindo, felizes, Zane em meus braços. Pisquei quando minha visão ficou turva, em seguida, rasgando após lágrimas salpicarem sobre a moldura quebrada.
Gritos de “Oorah!” ecoaram na minha cabeça. O sol, areia e sangue. Deixando os soluços da minha garganta derramarem livres, eu segurei a imagem contra meu peito. Quando puxei-a para trás, meus olhos caíram para as botas. Aquelas fodidas botas. Padrão, botas padrão militar.
Suas botas.
Minhas botas.
Lado a lado, como nós sempre planejamos.
Fechei os olhos, não querendo voltar para lá. Mas eu não consegui segurar. Eu tinha empurrado de lado por muito tempo, e essa merda não iria ficar para trás...
O F-15E entrou, explodindo edifícios e orientando os insurgentes. Bones e eu passamos despercebidos, esperando o sinal para acabar com qualquer inimigo sobrando. Dois. Havia dois, e eu mandei balas diretamente em suas cabeças sem um pensamento.
Devin.
Eu precisava chegar ao Devin.
Correndo de minha posição, eu corri por todo o prédio onde tinha visto Devin pela última vez. Corpos de ambos, da Marinha e insurgentes, estavam espalhados pelo chão. “Devin!” Eu chamei, virando corpo após mais corpos, em busca do meu irmão. Uma mão pousou no meu ombro, tentando me fazer parar.
Bones.
Eu o empurrei para trás e comecei a minha busca.
“Ele não está aqui”, disse eu, quando todo o território havia sido verificado duas vezes. Eu bati minha cabeça ao redor, o ar seco repuxando minha pele. “Ele não está aqui!” Meu coração disparou enquanto continuei procurando. Onde estava ele? Onde estava a porra do meu irmão?
“X”, a voz de Bones é trazida pelo vento.
Eu ouvi a preocupação em seu tom. Cada passo até onde ele estava foi como uma milha. A fumaça se dissipou, e eu vi meu observador segurando algo na mão. Uma foto. E eu conhecia a porra da foto. Eu tirei a maldita foto. Zane. Zane nos braços de Devin.
Minhas mãos não paravam de tremer quando a tirei de Bones e olhei para baixo. “Onde diabos está ele?”, perguntei pela minha garganta grossa. Bones disse a merda toda. Um comando de rádio veio através, nos dizendo para reagrupar.
Bones me levou de volta para o resto da tropa, e ouvimos quando o Sargento Lewis falou. Seis homens foram levados pelos insurgentes, incluindo o tenente Deyes. O tempo inteiro que Lewis — melhor amigo de Devin — estava falando, eu olhava para o rosto de Zane, Devin ria enquanto Zane ria também. E eu sentia. Sentia algo no meu coração que me disse que nada seria o mesmo a partir daquele dia. Eu podia sentir isso...
Minhas pernas estavam dormentes, enquanto estavam esticadas na minha frente, minhas mãos ainda segurando a foto. Revirei a latejante cabeça para o lado e procurei através das fotos até que vi a borda irregular do que estava procurado. Puxei-o debaixo de um álbum. As extremidades estavam rasgadas e chamuscadas. Mas o rosto sorridente de Zane ainda me cumprimentou. O sorriso de Devin ainda estava orgulhoso. Eu levantei-o para o meu nariz e fechei os olhos. Ainda cheirava a esse maldito deserto. Esse lugar, quando tudo mudou. Eu ainda ouvi os RPGs8, os gritos de ambos os inimigos e fuzileiros navais... o som do meu rifle, tiro após tiro, Bones me dizendo que eles foram abatidos.
“Dev.” Eu senti meu estômago torcer. Minha cabeça caiu e eu chorei. Porra, eu chorei e chorei, encharcando minhas bochechas e peito. Eu chorei, segurando as duas malditas fotos.
Eu não a ouvi sair de seu quarto, mas quando senti seus braços em torno de mim, eu não podia afastá-la. Lutando em seu abraço como um fraco, eu deixo todos os anos de emoção reprimida derramarem de mim como um rio. E eu somente a segurava.
Phebe me balançou em seus braços. “Eu sinto muito”, ela diz em uma voz rachada. “Eu sinto muito que olhei.. ." Suas palavras só me fazem quebrar ainda mais duro. Mas eu segurei as fotos em minhas mãos como se elas fossem a minha salvação. Minha única ligação com a família que eu adorava, teria feito qualquer coisa por eles.
Eu não sei quanto tempo nós nos sentamos lá, Phebe me segurando, limpando meu rosto enquanto eu quebrava. Seus dedos empurrando meu cabelo úmido do meu rosto enquanto eu me engasguei. Ela moveu o Jameson do meu lado sem sequer olhar para ele.
“Venha.” Ela levantou minha cabeça de seu colo. Eu me sentia pesado. Cada parte de mim parecia muito fodidamente pesada. “Deite-se comigo.” Ela levantou-se. Eu mantive as fotos no meu peito enquanto forcei minhas pernas a se moverem. Phebe me levou até o quarto que eu dormia. O que sempre tinha muitas lembranças para eu dormir realmente bem. Tirei minhas botas e sentei na beirada da cama.
Eu não poderia deixar ir as fotos.
“Deite-se e descanse a cabeça.” Phebe deitou-se primeiro. Ela estendeu os braços, e precisando de alguém apenas para assumir a porra da liderança pela primeira vez, eu estava ao lado dela, a cabeça em seu peito. “Shh,” Phebe acalmava, passando as mãos sobre o meu cabelo. "Durma."
Usando sua voz para me acalmar, eu fechei os olhos.
Eu estava cansado, tão fodidamente cansado.
"Durma. Eu estarei aqui quando você acordar. Vou mantê-lo seguro.” Eu ouço suas palavras. Mas eu já estava sendo puxado para baixo pela escuridão. Quando senti o cheiro pútrido de sangue e urina, eu sabia que era para visitar um sonho que nunca mais queria ver novamente...
“Quatro semanas.” Meu joelho saltava para cima e para baixo na parte de trás do caminhão blindado. “Eles estiveram com ele durante quatro semanas.”
“Ele vai ficar bem, X”, disse Bones. “Ele é forte. Ele será um dos dois”.
Eu balancei a cabeça, querendo acreditar, mas não tinha certeza se podia. Os caras da Inteligência tinham voltado ao acampamento. Tortura, o relatório disse. Quatro mortos e dois decapitados, um enforcado e um com tiro na cabeça.
Dois sobreviventes.
Apenas dois fuzileiros foram deixados vivos... mas foram torturados.
Gravemente feridos.
E nós estávamos indo buscá-los.
Eu me agarrei a minha arma quando o caminhão chegou a um ponto isolado. Nós saímos e tomamos nossas posições. Bones e eu achamos o ponto mais alto que podíamos — uma torre velha abandonada.
“Você já está vendo algo?” Sargento Lewis perguntou através de nossos fones de ouvido.
"Sim senhor."
Bones ficou quieto enquanto me preparei para atirar. “Três,” Bones disse, e eu peguei a dica de excitação em sua voz. Ele me deu as coordenadas, e eu mandei minhas balas voando.
“Acerto direto,” Bones disse e me dirigiu para outra posição.
“Acerto direto”, repetiu ele. Em seguida, o mundo desabou quando os homens de terra se moveram para dentro. Armas disparadas, gritos e gritos ecoaram ao redor da cidade estéril. Mas eu escutei os comandos de Bones, atirando e derrubando, disparando e acertando, mantendo meu foco como um bom atirador deve ser.
“Limpo!”, Disse o sargento Lewis através do rádio. Desconsiderando as minhas ordens para me manter no meu lugar, corri da torre para o edifício onde os prisioneiros estavam sendo mantidos. Eu ignorei a voz de Bones atrás de mim me dizendo para parar. Eu não podia. Poderia ser a porra do meu irmão lá dentro.
Os soldados companheiros tentaram me parar quando entrei no prédio e segui o som dos médicos debatendo as ordens. O chão estava cheio de cadáveres, e ouvi os sons dos sobreviventes dos insurgentes gritando em outra sala. Meu coração batia em conjunto com os meus pés correndo até chegar a um quarto. Eu vacilei com o cheiro que me encontrou. Mijo e merda e sangue.
Preparando meus nervos, eu entro no quarto e olho para a minha esquerda. Dois homens estavam sendo trabalhados pelos médicos. Ambos só pele e ossos, cobertos de sangue e batidos como uma polpa.
Mas eu tinha que saber. Eu tinha que saber se meu irmão ainda vivia.
Eu empurrei os homens no meu caminho, e congelei quando vi um par familiar de olhos olhando para mim.
Escuros, como os meus. Mas isso era tudo que eu reconhecia. Seu rosto estava preto e azul. Marcas de faca e ferimentos de bala marcando sua pele nua. Alguns de seus dentes estavam faltando e dois de seus dedos cortados.
Cortados limpo.
“Dev.” Eu caí no chão. Mesmo fraco como como ele estava, quando seus olhos encontraram os meus, um som de dor veio de seu peito. Eu mergulhei para frente e segurei a mão que não estava ferida. "Estou aqui, Dev. Eu estou aqui.”
Apertei a mão de Dev e a porra quebrou quando ele tentou espremer de volta. “Eu não vou a lugar nenhum.” Eu coloco a mão no bolso e tiro a foto dele e Zane. “Bones encontrei, Dev,” eu disse e vi seu olho que não estava inchado se encher de lágrimas. “Eu o mantive para quando nós te encontrássemos.”
“Filho”, uma voz rouca fala ao meu lado.
“Sarge.” Eu olhei para Lewis. Seu rosto estava devastado também.
“Nós precisamos leva-lo de transporte aéreo. É urgente."
“Ok.” Eu me inclinei para beijar Dev em sua cabeça. “Eu vou pegar você em breve, Dev, ok? Aguente."
Liberando sua mão fraca, coloquei a foto lá em vez disso. Os dedos de Dev seguraram tão apertado como eles poderiam. Quando os médicos o levantaram, eu disse: “Não deixe que ele perca essa foto. Faça-o olhar para ela se as coisas ficarem ruins.” Minha voz muito mal saiu. O médico me garantiu que ele iria ficar com a foto.
“Lá fora, filho.” Lewis indicou para eu sair da sala. Fiz o que ele disse, andando como um maldito fantasma através dos corredores.
Tudo o que eu conseguia pensar era no estado que Dev estava. Seus dedos ausentes, seus dentes quebrados, as marcas de faca, as feridas de bala, e seus malditos olhos cheios de lágrimas quando ele me viu... quando viu a foto de seu filho.
Esses malditos desgraçados. Que porra é essa que eles fizeram com ele? Deixá-lo seco, morrendo de fome, fazendo-o deitar em sua própria merda.
Desgraçados filhos da puta!
Parei completamente quando ouvi um ruído à minha esquerda. Os sons suaves dos insurgentes vindo detrás de uma porta próxima. Eu ouvi as suas vozes abafadas e senti meu sangue ferver.
Eles tinham ferido o meu irmão. Eles haviam tocado em Dev.
Olhei para a porta fechada, e os meus pés se moveram sem pensar. Enfiei minha mão no bolso e peguei minha faca. Eu nem sequer olhei para trás quando entrei no quarto e fechei a porta atrás de mim. Três homens olharam para mim. Três homens que estavam amarrados e sentados contra a parede.
De trás de suas mordaças, eles começaram a vomitar alguma merda para mim, mas eu não conseguia entender uma palavra. E mesmo que fizesse, eu não dou a mínima. Eu só vi os cadáveres na minha cabeça. Eu vi o seu sangue vertendo abaixo deles no chão.
Apertei o meu domínio sobre a faca na minha mão. Meus pés se moveram para frente, e vermelho tomou meus olhos enquanto fui para o primeiro homem. Ele começou a arrastar no chão, tentando fugir. Mas ele era meu e não estava indo a lugar nenhum.
Ergui a faca e o cortei através de sua coxa, certificando-se de acertar sua artéria femoral. Eu enfiei a lâmina em seu estômago e sorri enquanto suas entranhas derramavam da ferida. Eu ataquei novamente e novamente.
Sangue respingando meu rosto quando me mudei para o próximo homem, cortando sua garganta e o ouvindo gargarejar em seu próprio sangue. Em seguida, o terceiro. Eu cortei seu corpo, causando-lhe mais dor do que era possível no curto espaço de tempo que eu sabia que tinha, e todo o tempo, eu fiz isso com um sorriso fodido no meu rosto.
“Xavier!” Eu vagamente reconheci a voz de Bones, mas eu não parei. Nada me pararia agora.
“Deyes!” Uma voz mais alta soou, então alguém agarrou minha cintura, puxando-me fora da minha matança. Lutei com quem me puxou de volta até que eu estava contido no chão, minha faca arrancada dos meus dedos. Eu olhei para o lado e sorri quando vi os cadáveres caídos contra a parede.
Cadáveres que mal se assemelhavam a seres humanos mais. Fodidos que tinham pagado por levar o meu irmão.
“Levem-no!” Lewis ordenou, uma nota de pânico em sua voz, e eu fui levado para fora. Sangue da minha matança cobria minhas mãos. Eu fui jogado em um pequeno barraco. A porta se fechou atrás de mim. Enquanto eu me sentei em silêncio, olhei para o sangue em minhas mãos e não senti nada além de orgulho. Mas não levou muito tempo antes de minhas mãos firmes começarem a tremer. Não demorou muito para os pensamentos de Devin e o estado em que estava me baterem. Não demorou muito para as lágrimas virem grossas e rápidas, adrenalina desbotando e a realidade me batendo.
A porta abriu e Lewis entrou. O sargento Lewis — o amigo mais próximo de Devin e meu superior.
Ele começou a andar, perdendo sua merda. Ele continuou olhando para mim, em seguida, balançando a cabeça, repetindo: “Merda!”
Eu o olhava, entorpecido. Eles poderiam me prender. Eu não me importo. Esses desgraçados estavam mortos. Era tudo o que eu dava a mínima agora.
“Aqui está o que vai acontecer.” Lewis parou. Seu rosto estava vermelho, e seus olhos corriam de lado a lado como se estivesse debatendo algo em sua cabeça. “Todos esses filhos da puta foram mortos no ataque. Não houve sobreviventes.” Eu pisquei, insensível e indiferente quando ele se agachou diante de mim. “Que porra você estava pensando, X?”
“Eles o machucaram,” eu rosnei. “Eles precisavam morrer.”
“Seu irmão é o melhor fodido fuzileiro que conheço, e, mais que isso, ele joga pelas regras, tem honra pela bandeira. Ele nunca teria puxado um golpe como esse se os seus papéis fossem invertidos. Você sabe o que poderia te acontecer, se for descoberto?”
“Eu não me importo. Eles foderam com ele. Eles mereciam morrer. Não dou a mínima para o que acontece comigo, agora.”
Lewis passou a mão pelo rosto, exasperado. "Limpe-se. Eu tenho que cobrir toda essa merda. Nós todos temos que chegar na mesma história. Esqueça que isso aconteceu. Sim?” Eu fiquei de pé, sem dizer nada.
Lewis agarrou meu braço e me puxou de volta para encará-lo. “Dev salvou a minha bunda mais vezes do que você sabe. Essa é a única razão que estou indo contra todos os códigos de ética e moral aqui, X. Devo muito a Dev, e depois do que aconteceu, tenho certeza como a merda que não vou tê-lo levado à corte marcial.”
Eu passei voando através da porta, só para ver o prédio que estava meu irmão pegando fogo, chamas lambendo alto e túneis de fumaça espiralando para o ar. “Os fodidos atearam fogo quando chegamos, mas conseguimos tirar nossos homens em tempo,” Sargento Lewis disse atrás de mim. Eu sabia que era a desculpa que eles estavam usando para esconder meus crimes.
Enquanto eu lavava o sangue dos insurgentes em um córrego próximo, não podia segurar, mas sinto orgulho das suas mortes. Esses idiotas mereciam morrer. E se eu tivesse mais tempo, sabia que teria feito muito pior...
Engoli em seco quando acordei e pulei sentado. Olhei para o fim da minha cama. Lá estavam eles. Fazendo fila para me visitar novamente. Os malditos insurgentes, pingando sangue, suas entranhas caindo e suas gargantas cortadas. Olhavam-me com o vazio preto nos olhos. “Vão embora,” eu mando e me mexo na cabeceira da cama. Mas eles não se movem. Apenas me olham. Eles sempre apenas olham.
E então eu vejo eles chegarem por trás, rasgando meu coração em dois. Aqueles que me importo. “Não”, eu imploro, com os braços estendidos. "Por favor. Por favor, não venham a mim novamente.. .” Minha voz se desvaneceu a nada quando eles tomam seu espaço habitual ao lado dos insurgentes.
Todos olham para mim com os olhos mortos, sua pele cinza e fina. “Por favor.” Eu senti minha última determinação, minha força, quebrar. Minhas bochechas ficam molhadas quando enfrento todos eles, os terrores que não me deixam em anos. Minha culpa voltando à vida. “Deixem-me sozinho”, eu grito. "Por favor... só me deixem sozinho,” Eu resmungo, não sobrando nenhuma energia e tentando respirar.
A porta do quarto se abre e Phebe vem correndo. “AK?” Ela olhou ao redor do quarto com pânico.
“Leve-os embora.” Eu apontei para o final da cama. “Faça-os ir embora. Por favor.. .”
“Quem?”, Ela disse suavemente.
“Eles.” Eu apontei para cada um dos seus rostos fodidos. “O sangue está por todo o chão.”
“AK”, ela sussurrou, então, cuidadosamente subiu na cama.
“Onde você estava?” Eu perguntei enquanto sua mão veio para o meu rosto.
“Eu estava pegando um pouco de água. Eu tinha acabado de sair do quarto. Mas estou aqui agora. Calma.. .”
Olhei em seus olhos azuis, e confessei: “Eu os matei.” Phebe fica tensa ao meu lado.
“Quem?”
“Eles”, eu digo e aponto para o fim da minha cama. “Eles machucaram meu irmão. Eles quase o mataram, então eu os matei também. Eu os matei como eles mereciam. Mas agora eles não vão embora. Eles nunca vão. Nem eles.. .” Eu apontei minha mão tremendo para as duas pessoas que mais me assombravam.
“AK, você não está fazendo sentido.” Ela se aproximou ao meu lado. Ela pega minha mão e aperta firmemente. Eu olhei para os dedos magros nos meus.
“Ele tinha TEPT,” 9eu disse, minha voz quase o suficiente para ouvir. “Levaram-no para um hospital nos meses que eu ainda estava servindo o resto do meu turno. Eu não podia vê-lo, ele foi trazido de volta para o Texas. Eu não sabia o quão ruim era até voltar para casa. E voltei para encontrar o meu irmão fodido... além de fodido.”
Phebe beijou a minha mão, e eu olhei para seu rosto. “Eu não sabia o que fazer. Ele estava lá no corpo, mas não estava lá em sua cabeça. Ele bebia, mas o pior... ele estava com heroína. Eu vim para casa para encontrar meu irmão drogado, tinha sido por porra de meses e ninguém tinha me dito merda nenhuma. Ele ainda estava vivendo no Iraque em sua cabeça. Ainda naquela porra de quarto, perdendo sua mente. Vivendo a tortura dia após dia. Isso nunca terminava para ele.”
“Eu não entendo”, disse Phebe.
“Meu irmão.” Eu senti a dor simplesmente em dizer essa palavra. “Eu matei o meu irmão, Phebe. As botas... as botas estão perto da porta, suas armas estão no baú. Esta é a sua cabana, que ele me trouxe quando eu era uma criança. Ele está morto, e é tudo minha culpa,”
Eu lancei um olhar para ele de pé na parte inferior da minha cama, seus pulsos e garganta pingando sangue, seu corpo muito fino e estrutura fraca. Sua mão estava levantada para eu pegar, mas não importa quantas vezes tentei tocá-lo, para mantê-lo seguro, minha mão apenas caía através do ar fino. Eu não podia alcançá-lo.
“Foi tudo culpa minha”, eu disse novamente. “Eu fodi. Eu perdi tudo porque fodi tudo.”
As mãos de Phebe apertam a minha. "Então me diga. Diga-me o que aconteceu. Você precisa falar, AK. Eu estou aqui. E não vou deixar você cair. Eu não vou deixá-los te machucar.”
Olhei em seus olhos e, não tendo mais forças para lutar, contei-lhe tudo. Pela primeira vez na minha vida, eu contei a alguém.
Eu contei tudo—juntando os fuzileiros navais, o sequestro, a tortura.
O que eu fiz.
E depois...
Ela acenou para mim quando eu vim através do aeroporto. Joguei minha mochila maior no meu ombro e sorri quando vi o homenzinho romper com pernas de Tina. Zane correu no meio da multidão e jogou-se em meus braços.
“Zane!” Abracei-o com força contra meu peito.
“Eu senti sua falta, amigo!” Zane apertou-me de volta.
“Eu também senti sua falta”, disse Zane.
Recuei a cabeça para olhar para ele. "Merda! Quão grande você está?”
Ele encolheu os ombros. “Muito grande.” O garoto não estava brincando. Eu não podia acreditar o quanto ele tinha mudado em nove meses.
“Ei estranho.” Eu me virei para ver Tina de pé ao nosso lado. Sorri para a minha cunhada, mas rapidamente perdi meu sorriso quando realmente olhei para ela. Ela estava magra. Seu rosto estava fino, e foda, ela parecia cansada.
“Oi.” Eu olhei ao redor do aeroporto procurando por Devin. "Onde ele está?"
Tina olhou para longe. Quando voltou os olhos para mim, seus olhos estavam cheios de lágrimas. Meu coração afundou. “Papai está no hospital,” Zane disse, e eu congelei.
“O que houve?” Eu perguntei Tina.
Ela pegou meu braço. “Vamos para casa. Vou explicar tudo lá.” Eu a sigo através do aeroporto. Ficamos em silêncio no carro, deixando Zane me contar sobre os últimos nove meses e o que eu tinha perdido. Mas tudo que eu podia ouvir era “Papai está no hospital.”
Quando chegamos em casa, Tina enviou Zane para seu quarto. Sentei-me na cozinha, e Tina fez café.
Ela encostou-se ao balcão, e não foi até que vi suas costas tremendo que soube que ela estava chorando.
Eu pulei do meu assento, ainda vestido com meu uniforme, e girei em torno dela. Eu a abracei, mas seu corpo minúsculo se inclinou em meu peito. E ela quebrou a porra do meu coração. Ela chorou e chorou até que foi capaz de respirar o suficiente para dizer: “Ele nunca mais voltou, Xavier. O homem que retornou não era meu marido. Ele não era o seu irmão.”
Eu apertei meus olhos fechados, me lembrando de quando entrei naquela sala de trás do edifício dos insurgentes.
"O que aconteceu?"
“Ele voltou para casa, mas ele sentava-se à nossa porta todas as noites com um rifle na mão. Ele disse que sabia que eles estariam voltando para ele. Ele disse que ia matá-los antes que eles viessem para nós.”
“Foda-se,” eu disse e ouvi minha própria voz falhar.
“Isso foi muito. Eu tive que levar Zane à minha irmã. Eu não tive escolha. Dev estava deixando o nosso menino com muito medo de voltar para casa, então mandei ele para Claire. Eu tentei, X. Eu tentei ajudá-lo, mas isso tornou-se muito para ele.”
“Então eles o prenderam?” Eu perguntei com os dentes cerrados.
“Claire e Tom avaliaram ele. Ele foi colocado em um hospital. Ele esteve lá desde então.”
“Que hospital?”
Tina me disse. Eu pulei na minha Harley, e arranquei para a estrada a partir de casa para o hospital.
A equipe do hospital agradeceu-me pelo meu serviço enquanto eu corria pelos corredores das enfermarias, ainda vestido com meu uniforme. Eu não deveria visita-lo, mas quando disse às enfermeiras que eu tinha acabado de voltar do Iraque, elas me deixaram entrar.
O cheiro de água sanitária bateu-me quando empurrei a porta do quarto. Tudo era branco e parecia frio.
Devin estava na cama mais próxima. Meu coração quebrou quando vi seus olhos sem vida apenas olhando para o teto. “Dev?” Lentamente me aproximei da cama.
Sua cabeça rolou para o lado. Seu cabelo ainda estava cortado curto, mas isso era tudo o que era normal. Meu irmão estava metade do tamanho que tinha sido quando ele era saudável. Cicatrizes marcavam sua pele, mas pior, a vida se foi de seus olhos.
Como Tina tinha dito, ele estava lá no corpo, mas não em mente. Minha mão tremia quando estendi a mão e toquei seus dedos. Devin nem sequer pestanejou. Ele apenas ficou olhando como se não estivesse me vendo.
Senti meus lábios tremendo e minha visão borrar-se com lágrimas. “Sou eu, Dev. X. Eu acabei de voltar da minha campanha hoje.” Dev suspirou, ele olhou, mas não disse nada. Olhei para o saco claro ao lado dele, perguntando o que diabos eles estavam bombeando em suas veias. Então vi o interior de seus braços e as cicatrizes que estavam lá. Marcas após marcas mostrando onde ele mesmo havia injetado com uma dose de heroína.
“Dev, porra.” Eu sentei ao lado da cama. Corri meus dedos sobre sua mão. “Eu consegui, Dev”, eu disse silenciosamente. “Eu peguei todos eles. Eles estão mortos. Tive a maldita certeza disso.”
Eu olhei para o meu irmão, meu herói filho da puta, mas seus olhos estavam tão sem vida como haviam estado desde que entrei. Então sentei em silêncio até que a enfermeira veio e me disse que meu tempo acabou. Beijei Dev em sua cabeça, então me levantei. Assim que estava prestes a sair da sala, um som veio de outra pessoa na sala. Eu olhei para ver um garoto, por volta da minha idade, talvez mais jovem. Ele estava amarrado à cama por suas mãos e pés, assim como Dev. Eu encontrei-me andando mais perto de sua cama, lendo o seu nome em sua ficha.
Josiah Cade.
Seus olhos estavam abertos, e tão pretos que não pareciam reais. Ele tinha drogas o mantendo sedado também, mas ainda assim ele lutava contra as correias enquanto eu estava ao seu lado. “Que diabos trouxe você aqui também?” Eu perguntei, e o cara parou de lutar. Quando ele parou, vi que ele tinha cortes em seus braços. Uma fodida tonelada de cortes. Mas seus olhos estavam em mim. Como se ele estivesse tentando me dizer algo com seu escuro olhar.
E eu não podia levá-lo.
Nada dessa merda.
Virando-me, saí do hospital e fui para o bar mais próximo. Um bar de motoqueiros.
Uma semana mais tarde, eu era o mais novo prospect10 do Hades Hangmen. E então as coisas ficaram ainda piores...
“Você não tem que continuar.” Phebe deu um beijo na minha testa.
“E ficou ainda pior”, eu disse e deixei Phebe me segurar mais apertado. “Eu fodi, e isso foi quando as coisas ficaram completamente erradas.”
“AK-”
"Não! Eu... Eu quero contar a você.” Olhei nos olhos azuis de Phebe, e eu sabia que era hora. Eu não podia manter mais isso para mim mesmo...
“Vamos para a sua cabana depois, certo?” Vike perguntou quando nós caminhamos sorrateiramente e paramos abaixo da janela.
“Tina se foi para a costa com a irmã e Zane. Ela não vai voltar por toda a semana. Ela nunca vai saber que ele se foi."
Vike balança a cabeça, em seguida, estende as mãos para eu pisar. “Venha então, idiota. Vamos tirar o seu irmão daqui.”
Eu me arrastei pela janela do quarto de meu irmão e ouvi Viking seguir atrás. "Merda, é ele?” Vike disse quando me aproximei da cama que estava Dev.
Os olhos de Dev estavam tão desligados como cada maldita vez que vim para vê-lo. Meses e meses neste inferno e nem um pouco de progresso tinha sido feito.
Tirei a IV da mão de Dev e joguei para trás os lençóis de seu corpo. Inclinei-me e o puxei em meus braços. Ele não pesava quase nada. “Vamos.” Eu me movi para a janela.
Assim que estava prestes a sair, ouvi um barulho vindo de Josias na cama do lado oposto. Quando o olhei, ele estava olhando para nós, aqueles olhos negros perdidos. Em todos os meses que eu tinha visitado Dev, não tinha visto uma pessoa vir para ele. Para vê-lo. O fodido estava sozinho.
“Vike,” eu disse por impulso. “Pegue Dev.”
"O que?"
“Pegue-o,” eu pedi. Vike pegou Dev e passou pela janela enquanto eu atravessava a sala e libertava Josias de suas restrições. Passei para fora da janela, deixando-a aberta atrás de mim, assim a criança poderia escapar. Nós corremos todo o campo para a caminhonete escondida. Na cobertura da escuridão, nós disparamos para a cabana e colocamos Dev dentro.
Colocamos Dev em uma sala. Ele estava fora como uma luz apagada, muito carregado sob as drogas para se comunicar. Sentei ao seu lado, segurando sua mão. Mas quanto mais assistia Dev, tudo que eu conseguia pensar era em Josias que tinha deixado para trás. “Você acha que ele se saiu bem?” Eu perguntei a Vike que estava sentado ao meu lado.
"Quem?"
“Josias. O garoto que desamarrei.”
Vike deu de ombros. “Não faço ideia.” Ele apontou para Dev. “Então o que diabos vamos fazer agora?”
“Temos que afastar Dev de tudo o que ele está agora.” Nós assistimos Dev toda a noite, mas ele quase não fez um movimento.
Então quando a noite se transformou em um novo dia, chamei um prospect e disse-lhe para vir olhar Dev enquanto eu fazia uma última corrida.
Quando o prospect chegou, entrei na sala e encontrei Vike sentado em torno da mesa da cozinha. Ele levantou a sobrancelha para mim e balançou a cabeça. “Vamos ir procurar a porra do Josias, não vamos?”
“Tenho que vê-lo. Se ele está como Dev, você sabe em que estado ele vai estar sozinho. Eu não posso em boa consciência só deixá-lo. Algo em seus olhos negros me disseram que o filho da puta estava clamando por ajuda, mas não tinha como pedir por isso... a porra das cicatrizes nos braços, o jeito que ele apenas olhava para o nada. Não acho que ele tem alguém que dê uma merda sobre ele. E eu, por exemplo, não posso deixar essa merda ir.”
Não demorou muito para o encontrarmos em um beco perto do hospital, rasgando os braços com sua lâmina.
O jovem filho da puta nos encarou quando nos aproximamos, lábios puxados para trás sobre seus dentes enquanto ele rosnou. Eu segurei minhas mãos para cima, observando seus olhos desfocados tentar — mas falhando — permanecer em mim. “Meu nome é AK. Eu estou aqui para ajudá-lo. Vamos sair da porra deste lugar e longe desse hospício. Eles vão encontrá-lo se você não vier com a gente e você não vai conseguir sair de novo.”
Levou um longo tempo para levá-lo a se mover —o garoto claramente não poderia ser tocado sem enlouquecer, quando eu tentei foi qualquer coisa perto. O irmão olhou para nós a partir do canto do beco, seu corpo tenso. Mas quando o restante das drogas em seu sistema o puxou abaixo, derrubando-o, nós o pegamos e conseguimos levá-lo para a cabana também.
Vike levou Josias para o quarto de hospedes. Eu o deitei na cama e Vike pegou o primeiro horário de vigília dele. Voltei para Dev, e eu me sentei ao lado dele, rezando para que quando chegasse, ele estaria de volta ao irmão que eu conhecia.
Seríamos X e Dev mais uma vez...
“Mas ele não era?”, Disse Phebe. Eu balancei minha cabeça.
“E ficou ainda pior. Josiah, Flame, veio ao redor. Ele estava fodido na cabeça, mas podia falar. E eu não sei se era gratidão ou o que, mas ele me ouviu. Vike o levou para o complexo dos Hangmen, e ele tornou-se um prospect também. Mas Dev.. .” Eu parei e olhei para ele no final da cama. Meu peito apertado. “Ele não conseguia parar de viver em sua cabeça. Ele falava comigo, comia. Mas eu o encontrava lá fora no meio da noite, esperando os homens que o torturaram voltarem.”
“AK”. Phebe pressionou a mão na minha testa. “Você está queimando.” Segurei-lhe o pulso e levei sua mão à boca. Eu beijei a palma da mão e usei a batida de seu pulso para tentar acalmar meu coração. “AK?”, Disse ela. “Você está me preocupando.”
“Eu fui chamado de volta para o Hangmen. A guerra tinha começado com os Diablos, e o prez, velho do Styx, precisava de mim. Ele enviou um prospect para olhar meu irmão. Eu não tinha outra escolha além de ir. Eu era o atirador dos Hangmen. Eu era AK. Eu tinha que ir."
“O que aconteceu?” Eu peguei o tremor de medo em sua voz.
“Ele ficou livre.” Eu fechei os olhos. “Ele saiu.. .”
“Você ouviu de Bird?”, Perguntou Vike, falando sobre o prospect que estava olhando meu irmão.
“Não” eu apertei a mão no volante. “Ele perdeu o check-in de hoje.” Flame se mexeu no banco de trás, suas facas nas mãos. Ele nunca ficava longe de mim agora. Eu ou Vike. O irmão era completamente fodido, mas ele era meu irmão agora também. Fodido ou não.
Eu puxei para entrada de automóveis da cabana só para ver que a caminhonete tinha ido embora. Gelo encheu minhas veias e um estranho sentimento penetrou na minha espinha. “Onde está a caminhonete de Bird?” Eu pulei para fora da caminhonete em que estávamos. Vike e Flame estavam logo atrás de mim. Eu levantei a minha mão, me aproximando lentamente da porta da frente aberta.
Eu vi o sangue antes do corpo.
“Foda-se,” Vike cuspiu. O corpo cortado de Bird jazia sem vida no chão. Eu me abaixei e senti o sangue— ainda estava quente. Meu coração chutou uma batida. “Ele está morto há um par de horas no máximo.” Eu levanto. “Foda-se!” Eu gritei, mãos sobre minha cabeça. “Dev!”
Voei para a caminhonete e puxei para fora da garagem o mais rápido que pude. Eu quebrei todos os limites de velocidade ao longo do caminho. Eu tentei ligar para Tina em seu celular. Sem porra de resposta. “Dev, não pode ter feito algo estúpido,” eu disse para o ar.
Uma hora depois, parei na calçada para ver uma caminhonete lá.. .a caminhonete de Bird. O sangue fugiu do meu rosto quando vi que a porta dos fundos estava aberta. Não havia nenhum som. Não havia vizinhos por milhas. Neste momento, era só eu e tudo o que estava em casa.
Meu estômago revirou quando vi SUV de Tina na garagem, o assento de carro de Zane no banco traseiro. “Não”, eu sussurrei. Eu empurrei a porta.
Meus pés eram leves quando rastejei através da pequena casa, procurando em cada esquina. Eu parei na porta da cozinha. Um rastro de sangue, sangue fresco, serpenteava ao longo do chão.
Minhas pernas tremiam, mas obriguei-as a continuar, para entrar no quarto. Um som rasgado saiu de minha garganta quando vi Tina no chão. O corpo sem vida de Tina, cortes no pescoço e pulsos, e feridas de facadas no coração dela. Bile subiu minha garganta enquanto seus olhos mortos olhavam para mim, com o rosto congelado em uma expressão de choque. Tina... porra Tina. Minha irmã... minha segunda mãe.
Não...
O pânico tomou conta... Zane. Eu atirei pela casa, procurando em todos os lugares que poderia pensar. O último lugar para procurar era o seu quarto. A porta estava fechada. Meu coração batia tão forte que era tudo que eu podia ouvir quando virei a maçaneta e abri a porta devagar. Eu vi sangue novamente. Sangue do lado da cama. Eu dei a volta, me preparando para o que poderia encontrar. O som de asfixia bateu em meu ouvido. Voei em torno do descanso da cama. Dev estava caído de encontro ao lado da cama. Seu sangue derramado dos cortes em seu pulso e garganta. Mergulhei e tomei-o nos braços. “Dev! Não!” O sangue continuou jorrando e eu não podia pará-lo.
“Dev!” Gritei, soluços quebrando no meu peito. "O que é que você fez?"
“Seguros”, ele conseguiu empurrar de sua garganta. "Seguros.. .” Eu apertei os olhos fechados.
“Não!” Eu o embalei nos meus braços. “Não me deixe”, eu implorei enquanto seus olhos começaram a revirar. “Dev! Você não ouse me deixar!” Mas ele começou a parar nos meus braços. Seu sangue estava por toda parte, em minhas mãos, no chão.
“Dev? Onde está Zane?” Eu perguntei quando seu corpo começou a tremer. Eu o segurei mais perto e contei os segundos até que ele parou.
Trinta e dois segundos.
Lágrimas caíram do meu rosto e misturou com o sangue em minhas mãos. “Dev”, eu sussurrei, balançando-o para frente e para trás. Meu peito estava cedendo, meu coração sendo arrancado dele. Eu não conseguia respirar. Eu não podia respirar!
“Merda”, disse uma voz da porta. Virei a cabeça, não deixando que o meu irmão fosse. Vike e Flame estavam ali, olhando para o sangue. “Irmão”, Vike disse em voz baixa, o filho da puta sério pela primeira vez.
“Ele a matou. Ele se matou. Ele pensou que ainda estava lá. Que eles estavam vindo para ele novamente...” Eu apertei mais lágrimas dos meus olhos. “Acho que ele pensou que estava salvando ela, salvando a si mesmo. Ele não faria isso... ele não é um assassino...” Eu olhei para seus olhos escuros. “Ele é meu fodido irmão...... Ele é a porra do meu herói.. .”
“Não”, Phebe sussurrou enquanto ela me balançou em seus braços. “AK, não.. .”, Ela disse de novo e eu sabia que ela estava chorando também. Ela enxugou minhas lágrimas, beijou minha pele enquanto me segurava perto de seu peito. “Zane?”, Ela perguntou. “Onde estava Zane?”
“Sua tia Claire. Ela o levou naquela tarde.” Eu pisquei e olhei nos olhos azuis de Phebe.
“Se ele tivesse estado lá... ele teria o matado também, Phebe. Ele teria. Seu próprio filho.”
“E onde ele está agora?” Ela olhou para a foto de seu rosto jovem ainda na minha mão.
"Eu não sei."
"Por quê?"
“Claire me proibiu de vê-lo. Ela afastou-se. Ele... ele nem sequer foi ao funeral do seu próprio pai. Claire e Tom enterraram Tina separadamente, chamando meu irmão de assassino. Eu enterrei Dev sozinho, os únicos que estavam ao meu lado foi Vike e Flame. Ele nem sequer teve um serviço militar.” Eu rolei de volta e tentei respirar. “Aquele garoto era toda a minha vida, porra, e eu não o vi em anos.” Eu olhei para a nossa foto na minha graduação da Marinha e nem sequer reconheço aquelas pessoas mais. Eu não reconheço a mim. “Ele teria quinze agora.” Passei a mão sobre o rosto de Zane. “E eu não o conheço. Eu nunca vou."
“AK”. Phebe deitou a cabeça no meu ombro. “Não tenho palavras para dizer a você. Eu não sei como posso ajudar."
Eu a sinto em meus braços. “Você está ajudando, só por estar aqui”, eu digo. “Você ajuda porque você entende. Nenhuma outra pessoa jamais me entenderia como você.” Eu a abracei forte. “Você me entende, e eu agradeço.”
O silêncio se estendeu enquanto eu olhava para o teto, completamente drenado. “AK?” A voz sonolenta de Phebe, finalmente, pergunta.
"Sim?"
“Eles ainda estão lá?”
Eu fiquei tenso e olho para o final da cama. Eu sabia o que ela queria dizer. Os terrores. Eu me preparei para ver aquelas caras fodidas... mas então exalei um longo suspiro, longo. “Não”, eu disse com voz rouca, vendo apenas a escuridão da noite. “Eles se foram,” eu disse, uma leveza súbita rastejando ao meu coração pesado. “Eles se foram."
“Mm”, ela murmurou e esfregou o rosto contra meu peito. “Isso é porque você não é culpado."
Olhei para o cabelo ruivo de Phebe e tomei suas palavras. Você não é culpado...
Eu não me lembro de adormecer, mas naquela noite dormi. Por mais de duas horas de merda.
E eu não sonhei.
Capítulo dezesseis
AK
“Olá,” Phebe disse quando abri meus olhos. Ela ainda estava deitada ao meu lado onde tínhamos adormecido na última noite. Meus olhos pareciam como se tivesse tomado um inferno de uma surra. Minha garganta estava em carne viva, e eu estava exausto.
“Hey.” Eu olhei para baixo para ver sua mão ainda na minha. Eu vacilei quando olhei diretamente para um raio de luz entrando pela fresta entre a cortina e a janela. “É de manhã?” Passei a mão sobre meu peito nu. Devo ter tirado a minha camisa no meio da noite.
“É tarde.” Ela sorriu. “Dormimos toda a manhã e noite.” Seu sorriso deixou seus lábios, e ela levantou a mão livre e correu pelo meu rosto. "Como você está se sentindo?"
“Áspero”, eu disse. Phebe estava olhando para mim, claramente querendo me dizer mais. Estiquei meu pescoço e pensei na noite passada. De tudo que eu tinha confiado. Esperei o habitual peito apertado. A vergonha e a culpa. E estava lá. Eu tinha certeza de que nunca iria embora. Mas hoje era... Menos. “Melhor”, eu disse e quis dizer isso. "Um pouco melhor."
Seus olhos se suavizaram. “Bom.” Ela beijou a minha mão novamente. “Eu estive pensando enquanto você dormia.”
"Sim?"
Ela assentiu com a cabeça. "Eu acho que... Eu acho que nós fomos feitos para encontrar um ao outro, AK. Eu acho que nós fomos feitos para nos encontrarmos, de sair do inferno juntos.” Eu não respondo. Eu não tinha palavras. “Eu acho que nenhuma solução é rápida e sem remédio e que vai magicamente fazer a nossa dor se afastar. Acredito que temos que passar por essa dor que estamos sentindo, a fim de seguir em frente. E eu acredito que Deus ou algum poder maior que existe acima de nós nos colocou juntos para que possamos nos curar. Curar o outro de uma maneira que nenhuma outra pessoa poderia.” Seus olhos mergulham, e um fodido rubor cobre suas bochechas sardentas. “Pelo menos é o que tenho vindo a considerar.” Ela riu uma única risada. “Mas isso pode ser eu apenas sendo boba.”
“Não.” Eu coloquei minha mão sob o seu queixo. Levanto seu rosto, esperando até que seus olhos tímidos estejam de volta em mim. "Eu acho que você está certa, Ruiva. Eu acho que você poderia estar muito certa.” Um sorriso radiante iluminou seu rosto. "O que?"
“Ruiva”, disse ela com um suspiro. “Eu gosto quando você me chama de Ruiva.”
"Gosta?"
Um aceno de cabeça. "Sim."
Eu arrasto mais perto até que meu nariz toca o seu nariz e os lábios pairam sobre os dela. "Você sabe o que eu gosto?” Ela balança a cabeça. “Seus lábios nos meus.”
Ela engole em seco e aperta a mão no meu peito. No minuto em que sua mão encontra a minha pele, meu pau agita em meu jeans.
“Você gosta?”, Ela pergunta suavemente.
Corro meus dentes sobre meu lábio inferior. "Mm.. .” Inclinei-me e escovei meus lábios nos dela até que ouvi um gemido vindo de sua boca. Passei a mão pelo braço dela nu e pela alça fina de sua camisola. Sua pele arrepia ao meu toque, e eu sorrio para todas as sardas que cobrem seu corpo.
“AK”, ela murmurou e fecha os olhos.
"Ruiva?"
“Beije-me”, ela implora. Eu empurrei minha mão em seu cabelo.
E eu a beijei.
Meus lábios arderam, as sequelas da porra do choro. Meus lábios e os dela estavam inchados, mas eu com maldita certeza não ia puxar para trás e nem ela. Minha língua empurrou em sua boca, e ela gemeu.
Eu não tinha pressa. Eu não fui rápido. Estar com ela, assim, era diferente. Nenhuma cadela nunca tinha me conhecido, não assim. Ninguém nunca tinha conhecido tudo sobre meus demônios, nem mesmo Vike e AK sabiam o quão ruim os terrores noturnos tinham começado.
Mas Ruiva fez. E eu conhecia os dela. Sabia de seu abuso. A filha. A mesma culpa e vergonha que corria em minhas veias corriam através dela também. Soltei a boca de Phebe, e ela engasgou para respirar. Eu não parei. Eu segui meus lábios em seu pescoço, empurrando seu cabelo vermelho no travesseiro. Nós dois tomávamos cada centímetro desta cama estreita, mas eu gostava. Ela estava aqui, debaixo de mim, ao meu lado, e não importa onde ela ou eu estava, o outro estava lá também.
Eu me mexi em cima dela, movendo-a embaixo do meu corpo. Meus braços flexionados em ambos os lados de sua cabeça enquanto olho para ela. Seus olhos azuis estavam arregalados, as pupilas dilatadas. “Fodidamente bonita.” Eu empurrei o restante dos fios de cabelo de seu rosto.
“AK”, ela disse, e sua voz baixa parecia segurar uma nota de surpresa. Seu rosto estava corado, mas eu ainda podia ver as sardas debaixo do rosa. E então isso me atingiu. Ela tinha sido estuprada, provavelmente fodida em mais maneiras do que a maioria das cadelas veria na vida. Mas quando isso veio, lento, mais do que sedutor e vindo, ela estava muito perdida.
Assim, ela pode muito bem ter sido uma virgem. Foda-se, eu também. Não é sempre que tomei uma cadela como esta, face a face, olho no olho. Nunca tomei uma cadela com honestidade estabelecida entre nós, nada assim.
E nunca tive uma cadela que eu gostava.
Porra... Eu gosto da Phebe.
"Você... você é bonito também.” Ela sorri timidamente e nervosamente coloca a mão no meu rosto. Ela disse que sua filha tinha sido bonita e tímida. Eu me perguntava se ela não tinha sofrido uma lavagem cerebral e a preparado até que fosse o sonho molhado de um homem, se tivesse sido tímida demais. Porra, ela tinha beleza em espadas. E agora, ela estava tão nervosa como o inferno.
Inclinando-se, precisando sentir sua boca na minha, eu a beijei, rapidamente rompendo o beijo para seguir por seu pescoço. As mãos de Phebe envolveram em meu cabelo enquanto continuei mais ao sul—através de sua clavícula e para baixo, até o decote de sua camisola fazendo meu caminho. Olhando para ela, certificando-me de que ela quer isso, eu levanto a bainha de sua camisola e, lentamente, trouxe para cima, expondo suas pernas, sua vagina, seu estômago e, eventualmente, seus seios. Quando ela não protestou, eu passei por sua cabeça e joguei-o no chão. Sentei-me nos meus calcanhares e olho para ela na cama estreita. Sua pele é branca brilhante, mas perfeita. Minhas mãos pousaram em suas panturrilhas, em seguida, tracei sobre suas coxas, sobre os quadris, ao longo de seu estômago até chegarem aos seios.
Lenta e suavemente, corri meus dedos sobre a carne até chegar a seus mamilos. Ela exalou uma respiração rápida quando as pontas dos meus dedos correram sobre sua carne. Eu encontrei o seu olhar. Seus lábios inchados estavam separados. As costas arqueadas enquanto eu a tocava, explorando seu corpo. Mas o melhor de tudo, seus olhos nervosos, quando eles bloquearam em mim, acalmaram e se aquietaram.
“Bom, Ruiva?” Um pequeno sorriso puxou seus lábios e ela concordou.
“Bom.” Baixei a cabeça e circulei a ponta da minha língua ao redor do seu mamilo. Phebe gemeu e deslocou-se na cama. Eu espalmei seu seio, então chupei o botão em minha boca. Meu pau bateu contra meu jeans. Ela tinha o gosto perfeito. Então, eu levei mais. Eu chupei e lambi até que ela começou a puxar meu cabelo, silenciosamente implorando por mais.
Soltando seus seios, a carne agora molhada e vermelha, continuei lambendo para baixo seu torso e seu estômago. Minhas mãos em seus quadris, mantendo-a no lugar. “AK”, ela murmurou mais e mais. Parei entre suas pernas.
Meus polegares acariciando abaixo de seus quadris e na parte superior das coxas. “Por favor”, ela implorou enquanto suas pernas espalharam mais e ela mostrou sua buceta para os meus olhos.
Seus olhos estavam semicerrados, e ela estava mordendo o lábio. “Vou te lamber, Ruiva,” eu digo, minha voz profunda e crua. Seus olhos se fecharam e um gemido escapou de sua garganta. "Você quer isto?"
“Sim”, ela sussurrou. “Por favor ...”
Não necessitando de mais permissão do que isso, eu arrasto para baixo da cama até meu peito pressionar contra o colchão e meus pés se moveram para fora. Eu coloquei meus cotovelos para baixo, e separando os lábios de sua buceta com meus polegares, inclinei e lambi uma longa faixa de seu buraco para seu clitóris. Os quadris de Phebe empurraram a partir da cama, e eu tive que pressioná-los para baixo para manter o seu lugar. Seus gemidos eram longos e tão doces como a sua buceta quando fiz isso de novo, e de novo. Eu chupava seu clitóris em minha boca, sentindo-o inchar.
“AK”, ela murmurou. "Eu não aguento... parece... parece...” Eu parei e levantei minha cabeça. Seus olhos desesperados encontraram os meus, seu rosto radiante e vermelho. “Perfeito”, disse ela. Sua mão estendeu e correu ao longo da minha bochecha. “Tão, tão perfeito.” Eu vi as lágrimas construírem em seus olhos. Eu a vi olhando para mim como nenhuma cadela jamais olhou antes. Então eu a lambi novamente. Eu chupava seu clitóris devagar, com cuidado, ouvindo quando ela começou a perder o fôlego. Suas mãos apertadas no meu cabelo quando senti seu aperto em minha língua. Então ela parou, e um grito veio de seu peito e encheu o quarto. Eu não parei. Eu estava viciado em seu sabor quando ela entrou na minha boca. Eu lambi sua buceta até que sua mão me empurrou.
Levantei-me e afastei meu jeans enquanto observava Phebe esgotada na cama, ofegante. Seus longos cabelos estavam espalhados sobre o travesseiro, selvagem e indomável.
Chutei meu jeans de lado e acariciei ao longo do meu pau duro. Phebe estava imóvel e só me viu quando subi lentamente sobre ela, gentilmente arrastando minha mão sobre sua pele nua. Eu levei minhas mãos para cima do colchão até que elas desembarcaram em ambos os lados de sua cabeça. Fiquei olhando para o rosto dela, sem dizer nada. Só queria olhar para ela, assim. Sem conversa fiada sedutora de merda. Sem falar de paus e foder e querer levar-me. Apenas ela, assim, nervosa e tímida e doce, gozando sob a minha língua.
“Cristo”, Rosnei e empurrei minha língua em sua boca. As mãos de Phebe seguram em volta do meu pescoço e ela me puxou para perto, como se a cadela não pudesse me deixar ir. E eu não queria que ela me soltasse. Eu estava bem apenas onde diabos eu estava.
Usando meus joelhos para espalhar suas pernas, escorreguei meus quadris para baixo até que meu pau encontrou sua boceta molhada. Eu gemi quando ouvi seus gemidos. Phebe rompeu com minha boca e tentava respirar.
“Quero você, Ruiva,” eu digo, minha voz áspera.
“Eu... quero isso”, disse ela.
Puxando minha cabeça para trás, para que pudesse ver seus olhos, eu disse: “Eu quero te levar. Quero aproveitar esta buceta, esta porra de alma e este coração ferido. Você está bem com isso?”
Os lábios de Phebe tremem, e as lágrimas encheram seus olhos. A porra da minha garganta ficou grossa com a visão.
“Sim”, ela disse com uma risada aguada, empurrando um sorriso nos lábios. “Eu quero isso.” Sua cabeça levanta e ela beija meus lábios. “Leve-me”, disse ela contra a minha boca.
Gemendo, eu empurro para frente, meu pau deslizando dentro dela, palmo a palmo, até que bati em casa e fundo. “Foda-se!” Eu assobiei quando sinto sua buceta em volta de mim. A cabeça de Phebe caiu para trás no travesseiro, e seus dedos apertaram na minha nuca. Eu enterrei meu rosto em seu pescoço, inalando seu perfume doce enquanto movo meus quadris.
Minhas costas e os músculos dos meus braços flexionados enquanto eu balanço em seu interior, e para fora. Lento, e sem pressa. Nossa respiração é profunda e dura. As mãos de Phebe caem do meu pescoço, e um gemido ofegante vem da boca dela. Eu levantei minha cabeça. Eu precisava ver seu rosto. Eu precisava que ela soubesse que eu a estava levando. Eu precisava olhar em seus olhos.
Engoli em seco quando os vi. Porra, quase quebrei novamente quando vi eles cheios de lágrimas, gotas lentas caindo pelo seu rosto enquanto continuei movendo suavemente, enchendo-a uma e outra vez, com calma, suavemente. “AK”, ela murmurou silenciosamente. Seus cílios estavam molhados, e seus lábios tremiam.
Senti as paredes de sua buceta apertando meu pau e mexi meus quadris mais rápidos. Mas sem tirar meus olhos dos dela e ela não moveu os dela de mim. Minha respiração gaguejou quando vi um flash de vermelhidão vindo debaixo de seu pescoço e sobre o peito. Seus quadris balançavam contra os meus, e foda, me senti incrível. Ela apertou os dedos no meu cabelo, então deslizou gentilmente em minhas bochechas. Seus lábios se separaram. Senti sua buceta apertar quando ela gozou com um gemido longo e macio. A sensação de seu gozo, a visão de seu rosto, e aquelas fodidas mãos em meu rosto me fizeram gozar em seguida. Minhas mãos fechadas em punhos quando entrei, empurrando para dentro dela. Eu parei, gemendo, mas nunca movendo os olhos dos dela. Ela acariciou meu rosto enquanto relaxei meus braços e prendi a respiração.
Beijei-a, em seguida, provando o sal de suas lágrimas na minha boca, na minha língua. Beijei-a até que eu não tinha escolha a não ser romper e tomar um fôlego. Eu pressionei minha testa contra a de Phebe e fechei os olhos. Eu não tinha ideia do que chamar o que tinha acabado de acontecer, mas não foi só merda.
Como se estivesse lendo minha mente, Phebe sussurrou: “Fazendo amor.” Eu recuei assim que meu rosto estava pairando a centímetros do dela. Seus olhos estavam arregalados e procurando. “Era isso, não era? Isso foi... fazer amor?” Engoli em seco, sem saber o que diabos dizer sobre isso. Amor...? “Eu tinha ouvido falar antes disso, mas nunca acreditei que poderia ser verdade.” Ela sorriu, seu lábio inferior tremendo. Eu não queria nada mais do que segurar a cadela e dizer a ela que tudo ficaria bem. “Nunca foi assim antes, não para mim. Isto foi diferente. Eu, com você, sou diferente. Eu...” Ela pensou por um momento. “Estou em paz.” Suas sobrancelhas franziram. “Isso faz sentido? Que você me trouxe paz?”
“Sim”, eu disse e, enquanto observava seu rosto, percebi que ela fez a porra do mesmo para mim. “Você me dá paz também.” Pelo seu enorme sorriso, pude pensar que o que acabei de dizer a ela foi a resposta para todas as suas orações. Porra, eu estava começando a me perguntar se ela se tornaria a resposta para as minhas.
Phebe traçou as linhas de minhas tatuagens, em seguida, merda me explodiu quando ela disse: “E se isso for simplesmente o escuro antes do sol?”
"O que?"
“E se nós estávamos vivendo no escuro, AK? Ambos nos trancamos no escuro do nosso passado. Juntos. E talvez nós devemos suportar a escuridão por um tempo.”
Engoli em seco, os olhos fixos nos dela.
“Mas então, um dia veremos o nascer do sol. A escuridão vai acabar, e a luz solar irá derramar sobre nós. O nascer do sol, AK. Basta imaginar.” Ela sorriu e quase quebrou a porra do meu coração. “Nós podemos perseguir o nascer do sol juntos. Nós podemos ser o nascer do sol... juntos."
“Sim”, eu disse, incapaz de tirar a palavra ‘nascer do sol’ da minha cabeça. Eu queria isso. Eu queria a porra do nascer do sol. Eu queria ver o nascer do sol com Ruiva.
“AK?” Ela empurrou meu cabelo atrás da minha orelha. “Podemos ficar aqui mais tempo?”
“Sim”, eu disse, sabendo que tínhamos uma semana que poderia matar.
"Bom."
Então eu fiz amor com ela novamente antes de adormecer.
E nem um único pesadelo veio a mim.
* * * *
Eu acordei, sozinho, piscando na escuridão da noite. Ainda me sentindo cru de ontem à noite, de realmente compartilhar meu passado fodido com alguém, eu saí do quarto. O armário tinha sido arrumado e fechado, mas sem a tranca. A comida derramada tinha sido limpa. Mas foi a parede central que me fez perder a porra da minha respiração.
Duas fotos.
Dois quadros pendurados na parede, sustentado por pequenos pregos.
Zane e Devin em um, e Tina, Dev, Zane e eu no outro. Eu não a ouvi chegar ao meu lado, mas sua mão veio ao redor da minha cintura por trás, e ela deu um beijo em meu ombro nu. "Eles merecem ser mostrados,” ela disse suavemente, em seguida, foi para o balcão. Ela pegou algo e trouxe para mim. Tentei ver o que era, mas ela estava na ponta dos pés e rosqueando algo sobre a minha cabeça antes que eu pudesse ver. Isso cheirava a limpeza, o que quer que fosse. E quando eu senti a sensação familiar do metal contra minha pele, eu sabia.
As placas de identificação de Devin.
Meu coração batia muito rápido, e eu não ousei olhar para baixo. “Elas ostentam o nome do seu irmão. Elas caíram do armário quando eu estava colocando tudo de volta.” Ela fez uma pausa. “Eu não acho que isso aconteceu por acaso. Eu acho que isso significa que você estava destinado a tê-las, usá-las, com orgulho.” Eu não podia falar, mas quase cai quando ela disse, “Você não tem culpa pelo que aconteceu. Você deve começar a perdoar a si mesmo, ou de que outra forma você vai conseguir seguir frente?”
"E você?"
Ela sorriu fracamente. “Vou me esforçar para aceitar isso também. Eu reproduzo as memórias cada vez que a vejo em minha mente. Não há o suficiente. Eu deveria ter mais, mas estou começando a entender que isso foi roubado de mim. E.. .” Ela respirou fundo. “E não por mim.”
“Eu estou muito orgulhoso de você.”
Seus olhos caíram. “Obrigada.” Olhando para cima através de seus longos cílios, ela diz: “Eu estou orgulhosa de você também.” E foda, eu não esperava o golpe desse elogio.
Phebe foi até a foto de Zane e Devin. “Ele se parece com você e seu irmão.” Ela sorriu. “Mais como você.”
“Sim”, eu digo asperamente, ainda não acostumado a falar de todos eles assim. “Isso é o que Dev e Tina costumavam dizer. Um mini-eu.”
“Eu me pergunto como ele está agora”, pensou ela, em seguida, voltou para a cozinha.
Eu sai da cabana e acendi uma fogueira. Sentei-me na cadeira reclinável e inclinei a cabeça para o céu. Olhando para as estrelas com as placas de identificação de Devin ao redor do meu pescoço, eu me perguntei como a vida de Zane deve ser. Eu me perguntei se ele amava Claire e Tom como pais. Eu me perguntei se ele se lembrava de sua mãe e pai... Eu me perguntei se ele se lembrava de mim. Eu me perguntei se ele gostava de motos, como eu e seu pai sempre gostamos. Meu estômago afundou... Eu me perguntei se ele odiava Dev pelo que ele fez. Perguntei-me se ele me odiava.
“AK?” Phebe veio para fora, carregando algo em seus braços. Seu rosto estava brilhante e animado quando ela colocou isso no chão. "O que é isso?"
Inclinei-me para ver o aparelho velho que tocava vinil de Dev. “Ele toca música”, eu disse, lembrando que Styx e Ky disseram que suas cadelas do culto não sabiam nada sobre a tecnologia.
“Ele toca?”, Ela disse, e seu rosto se iluminou como o Natal. Eu não poderia me segurar, mas sorri. Sua mão correu sobre o toca-discos e ela suspirou. “Quando saíamos para recrutar, quando nós pescávamos os homens, nós sempre tínhamos um propósito. Que era seduzi-los. Mas eu tinha um segredo.”
Minha sobrancelha subiu em questão.
“Eu gostava de dançar.” Ela encolheu os ombros. “Os irmãos que nos levavam, eventualmente, deixavam-me fazê-lo, eles diziam que fazia os homens me quererem mais. Mas eu não queria fazer isso por eles. Quando a música tocava, eu perdia todas as minhas preocupações. Eu perdia... Eu mesma.. .” Ela riu e balançou a cabeça. “Eu sou uma mulher tola.”
Eu me levantei da minha cadeira e voltei para a cabana. Eu encontrei um cabo de extensão e trouxe-o para o aparelho. Phebe me observava com curiosidade enquanto mexia nele e isso estalou com vida. Eu movi o pino, não poderia deixar de dar um ‘huff’ de uma risada quando uma canção familiar estourou através dos alto-falantes.
Phebe engasgou quando a música encheu o ar em torno de nós. "O que é isso?"
Eu fiz meu caminho de volta para o meu lugar, esfregando a parte de trás do meu pescoço. “Bowie. ‘Heróis’.” Fiz uma pausa. “A música favorita de Dev. Ele costumava tocar essa música várias vezes.” Então, eu tinha que colocá-lo em repetir também.
Phebe fechou os olhos e balançava ao ritmo. Seu vestido branco balançando em suas pernas.
Seu cabelo vermelho longo pendurado em ondas soltas, roçando sua pele sardenta enquanto ela se movia.
Ela sorriu e se levantou. Completamente perdida em seu próprio mundo, ela levantou os braços no ar e seu corpo balançava ao ritmo. Seus quadris se movendo ao ritmo da música... e eu não podia desviar a porra do olhar.
Deitei-me no assento reclinável, mantendo meus olhos fixos nela enquanto ela deixava as palavras de Bowie ditando seus movimentos. E eu vi. Eu vi por que homem após homem a queria. O sorriso nos lábios alargaram enquanto ela dançava, sua pele pálida parecendo branco brilhante contra a luz do fogo. E então ela abriu os olhos. Ela abriu essa porra de perfeitos olhos azuis e eles pousaram em mim.
Ela segurou a bainha de seu vestido na altura do joelho e balançava o material em suas mãos quando veio para mim. E foda, mas ela me seduziu. A cadela estava dançando para mim, e eu sabia que isso era apenas ela. Sem truques, nenhum treinamento, este era seu sentimento batendo e fazendo o que ela queria.
A coisa mais quente que já vi na minha vida.
A faixa terminou, em seguida, voltou à vida. Ela riu quando percebeu que estava em repetição, completamente entregando-se sobre o que ela amava. Não pensando sobre sua filha, ou no rosto de Lilah. Sobre Meister ou o inferno fodido que ela tinha passado.
O olhar fixo nos meus enquanto ela dançava na minha em direção. Ela levantou a perna e montou meu colo. Seus braços enrolaram em volta do meu pescoço, e ela jogou a cabeça para trás, expondo seu longo pescoço pálido. Seus ombros mantendo o ritmo, e seus quadris roçando contra mim. Eu endureci em um instante. Ela sentiu, eu poderia dizer, porque quando seus olhos baixaram, eles estavam escuros. Descendo, eu puxei meu pau da minha calça jeans e levantei seus quadris. Eu coloquei meu pau em sua buceta e guiei-a de volta para baixo. Os gemidos de Phebe foram afogados pela música. Mas ela continuou se movendo com a batida, minhas mãos correndo por todo seu corpo. Observei-a enquanto ela dançava, enquanto me levava.
Ela dançou e dançou até que gozou, me levando ao longo da borda com ela. Sua cabeça caiu para frente em meu ombro, e ela riu. Eu inclinei minha cabeça para trás, recuperando o fôlego. “Eu gosto dessa música”, disse Phebe sem fôlego.
Eu balancei a cabeça e sorri. “Eu sempre gostei. Ainda mais agora.”
Ela riu. “Eu gosto dessas letras. A conversa de serem heróis.”
"Gosta?"
“Sim.” Ela sorriu e deitou a cabeça no meu ombro. Sua cabeça manteve a batida enquanto Bowie cantou sobre heróis sete vezes mais.
“Phebe?” Ela levantou a cabeça. Seus olhos estavam cansados, mas eles eram tão vivos. “Você vai se mudar para morar comigo quando voltarmos. Você não vai voltar para Li. Você pertence a mim."
Suas sobrancelhas vermelhas levantaram-se em estado de choque, mas, em seguida, um sorriso veio a porra de seus lábios. "Eu pertenço a você," ela disse e deitou-se sobre mim, envolvendo os braços em volta da minha cintura.
Fazer amor, ela chamou a nossa foda. Eu pensei sobre isso, atropelando as palavras na minha cabeça.
E foda, a cadela estava certa.
Ela tinha me seduzido, eu tinha pegado a isca, mas ao contrário dos outros bastardos sem sorte, ela nunca vai ficar longe de mim... porque eu seduzi ela também.
Para o bem.
Capítulo dezessete
Phebe
Uma semana depois...
“Sapphira?” Meus pés correram no chão duro, impulsionada pela corrida do meu coração. O homem a puxou para um grande edifício. Corri, minha respiração roubada enquanto eu os segui para dentro.
Engasguei com o cheiro. Então vi o homem tocando sua perna enquanto ele a prendeu em uma cama e empurrou uma poção em seu braço. A cabeça de Sapphira caiu para o lado, e seus olhos castanhos olhavam sem vida para mim. Seus grandes olhos castanhos, com notáveis sardas do lado esquerdo.
“Sapphira!” Eu corri para frente e peguei a mão dela. Tudo o que eu sentia era ossos e frieza. Eu empurrei-a contra meu rosto, tentando acordá-la de seu estupor, mas seus olhos apenas olhavam sem vida.
“Sapphira?” Eu chorei, sentindo meu coração pular ao vê-la em tal estado de desordem. Suas pernas estavam machucadas. Seu rosto estava ensanguentado. Meu lindo bebê estava com dor. Forçada para este inferno também.
Sua cabeça virou, e eu parei. “Salve-me”, ela disse, com a voz quebrada e triste, desprovida de vida.
“Salve-me, mãe... lembre-se...”
“Lembrar o quê?” Eu perguntei, apertando a mão dela, mas sua cabeça pendeu para o lado mais uma vez e ela fechou os olhos. Eu saltei para frente e sacudi os ombros demasiados pesados. “Sapphira! Lembrar o quê?”
Mas não havia nada, nada, só o eco de suas palavras sussurradas... “Salve-me, mãe... lembre-se. ..”
Meus olhos se abriram, mas meu corpo estava paralisado na cama. “Phebe?” A voz de pânico do AK chegou aos meus ouvidos. Eu me concentrei na respiração, mas tudo que podia ouvir era o eco residual da voz do sonho de Sapphira me implorando para ajudá-la. Para lembrar.
“Lembrar o quê?” Eu resmunguei em confusão, minha garganta seca capturando minhas palavras.
O rosto de AK veio sobre o meu, as sobrancelhas puxaram para baixo. “Phebe, você estava tendo um pesadelo.”
Pisquei o rosto em foco e me concentrou em suas palavras. Um pesadelo. Foi um pesadelo? Parecia tão real. Meu coração reagiu como se a minha filha estivesse falando comigo na vida real. Às vezes meus sonhos parecem como memórias. Às vezes minhas memórias parecem como sonhos. Era impossível saber qual era real e que era falso.
Eu levantei minha mão e olhei para a palma, para os dedos. Eu apertei-os em um punho. Porque eu podia sentir a pequena mão ossuda de Sapphira na minha. Sentir sua pele fria e seca como se ela ainda estivesse agarrada na minha.
“Phebe?” AK disse novamente, então apertou seus lábios contra os meus. Meus olhos se fecharam na hora que senti seu calor reconfortante infiltrar-se em minha boca. Seu beijo era suave, persuasivo, e, eventualmente, o meu corpo relaxou e eu escorreguei meus braços em volta do seu pescoço.
Foi um pesadelo. Foi só um pesadelo.
AK passou o dedo pelo meu rosto. "Você está bem?"
Eu inalei profundamente, depois assenti. "Eu.. .” Eu engoli. “Eu sonhei com Sapphira. Ela estava em apuros.” Meus olhos brilhavam quando recordei suas palavras me implorando. “Ela me chamou de 'Mãe',” eu sussurrei, minha garganta grossa de emoção.
A expressão preocupada de AK suavizou. “Nós vamos encontrá-la”, disse ele. Olhei para ele em confusão. Ele encolheu os ombros. “Eu já tenho alguém procurando.”
“Você tem?”, Perguntei, mal conseguindo acreditar que ele estava falando a verdade.
“Sim.” Ele olhou para longe, em seguida, disse: “Nós vamos encontrá-la. Onde quer que ela esteja, nós vamos trazê-la de volta para você.”
Estudei este homem, este homem com os olhos mais amáveis que já vi, e lancei-me para cima e enrolei meus braços em torno dele. “Obrigada.” Eu o segurei tão firmemente quanto pude. Quando puxei para trás, olhei sobre o quarto. Por um momento eu estava confusa quanto ao local onde estávamos, mas depois me lembrei que ele tinha nos trazido para casa na noite passada.
Como se estivesse lendo minha mente, AK disse: “Você adormeceu. Eu trouxe você e a coloquei na cama.” Ele fez uma pausa. "Estas últimas semanas foram muito intensas.”
Eu sorri, lembrando-se do tempo feliz que tínhamos passado na cabana. A cachoeira, a música, o fogo... o ato sexual. Em seguida, bateu-me que tínhamos retornado. “Devo visitar Lilah”, eu disse.
AK assentiu. “Ela sabe que você está de volta. Ela queria vir vê-la esta manhã, mas eu disse-lhe para esperar até que estivesse pronta.”
“Estou pronta.” Eu saí da cama. "Eu.. .” Eu me firmei. “Vou dizer-lhe porque eu estava bebendo.” Eu endireito as costas. “Eu vou dizer-lhe tudo. Ela merece saber.” Eu beijei a bochecha de AK e fiz meu caminho para o chuveiro. Depois que eu estava limpa e vestida, fui para a cozinha.
AK sentou-se à mesa com Asher. Parei momentaneamente quando me lembrei de que ele vive aqui também.
“Phebe, você se lembra de Asher?” AK disse, e Asher me deu um aceno apertado.
"Sim. Olá, Asher.”
“Phebe”, disse Ash, em seguida, virou-se para AK. “Você tem que ver isso, AK. Vou mostrar-lhe novamente. Flame não podia acreditar em seus malditos olhos!”
Movi-me para sentar ao lado de AK, mas ele pegou minha mão e me puxou para seu colo. Asher mal golpeou um cílio em movimento. Eu sentei desajeitadamente no colo do AK enquanto ele explicou, “ensinando Ash como atirar. Enquanto nós estávamos fora, ele acertou o alvo mais distante, onde nós praticamos. Como aquele na cabana.” Meus olhos arregalaram, lembrando de AK acertando aquele alvo, impossivelmente assim.
“Impressionante”, eu disse.
Asher deu de ombros. “Eu tive um bom professor.” Eu senti AK ficar um pouco tenso debaixo de mim. Eu sabia por que. Eu sabia que, tanto quanto ele claramente adorava Asher, ele estava pensando em Zane. Asher e Zane não seriam tão diferentes na idade.
O sobrinho que ele nunca mais vai ver.
AK olhou para mim. “Ash pode levá-la para Li, então depois vou com ele para o campo de tiro.”
Eu me inclinei para AK carinhosamente, a ação cada vez mais natural. “Vou caminhando.” Eu olhei para fora da janela para o sol brilhante. “Está um dia bonito, e eu vou aproveitar o passeio pelos bosques. Eu gosto de caminhar."
“Tem certeza?”, Perguntou.
Eu beijei sua testa. "Tenho certeza."
Levantei-me do seu colo e coloquei minhas sandálias. Asher entrou em seu quarto, e AK imediatamente puxou-me em seu peito. Eu perdi a minha respiração com o contato do meu peito batendo no dele, e eu ri. Suas mãos em concha em meu rosto. “Se você achar difícil, peça a Li para ligar para meu celular e eu vou buscá-la. Se você ouvir qualquer coisa que não goste e isso fizer você querer uma bebida, a mesma coisa. Me liga. Eu vou pegar você.”
Eu coloquei minhas mãos em seus pulsos. "Eu vou. Eu prometo. Mas vou ficar bem. Essa conversa está muito atrasada.”
Cheguei mais perto e os lábios de AK tomaram os meus. Eu gemi, como sempre fazia quando sua língua empurrava na minha boca. Quando ele se afastou eu estava sem fôlego. “Vá”, disse ele com a voz rouca. “Antes de eu arrastá-la de volta para o quarto e não soltá-la mais pelo resto do dia.”
Eu ri enquanto ele ajustava a virilha da calça jeans. Ouvi uma porta sendo aberta atrás e virei. Asher estava em sua porta, com o rosto vermelho escarlate. “Eu vou ver você em breve”, eu digo.
“Nós vamos jantar fora esta noite”, disse AK. “A maioria dos irmãos estarão vindo.”
Eu sorri e fiz meu caminho até a porta. No minuto que estava no ar fresco, respirei fundo. Ouvi Asher rir de AK dentro da cabine, e meu coração perdeu uma batida com tristeza. AK era tão bom com ele. Era muito triste que ele foi separado de Zane.
Entrei na cobertura de árvores e respirei profundamente, acolhendo o ar fresco, uma vez que encheu meus pulmões e acalmou meu coração perturbado. O sonho com Sapphira não deixou minha mente. Eu tinha escondido minha preocupação de AK, o quanto isso tinha me abalado. Depois de tudo o que ele estava passando, eu sabia que ele não precisa de mais coisas para se preocupar em sua vida. Mas eu não podia libertá-la da minha mente. O pensamento dela na cama, com a poção em seu braço. Seu braço frio... e ela me chamando “Mãe”.
Mãe.
“Sapphira”, eu disse para a brisa, tentando interpretar o que o sonho significava. Mesmo quando cheguei na borda da casa de Lilah, eu não podia agitar as palavras de Sapphira, seus gritos de socorro...
O som alto de risos fizeram meus pés pararem a um impasse. Grace estava correndo da casa, Lilah sobre seus calcanhares. Lilah riu quando Grace gritou e tentou escapar da captura. Mas Lilah conseguiu pegar a menina e levantá-la no ar. Saí da cobertura de árvores, e vi o minuto que Lilah viu que era eu.
“Phebe!” Grace saltou dos braços de Lilah e correu em minha direção. Os braços em torno de minhas pernas. Eu ri como áspera ela era, tão feliz. Quando olhei para baixo, as sobrancelhas estavam puxadas juntas.
"Onde você estava?"
Inclinando-se, expliquei, “Eu tive que ir embora por pouco tempo. Mas estou de volta agora.”
“Você não vai viver com a gente?”
Eu balancei minha cabeça. “Não.” Eu olhei para cima para ver Lilah me ouvindo. “Eu vivo com AK agora.”
“Perto da tia Maddie?”, Ela perguntou.
"Sim."
“AK é o seu marido?”
Eu sorri, sem saber o que chamar AK. “É tipo isso,” eu finalmente respondo.
Quando olhei para Lilah novamente, eu vi a surpresa em seu rosto. “Grace?”, diz Lilah. “Vai ler por um momento. Eu preciso falar com sua tia Phebe sozinha.”
Tia Phebe. Eu gostava dessas palavras.
Grace fez o que lhe foi pedido, deixando Lilah e eu face a face e sozinhas. Lilah se aproximou e pegou a minha mão. "Você está... está melhor?"
Uma tristeza repentina me bateu pelo que eu tinha colocado Lilah completamente. "Sim."
Os ombros de Lilah relaxaram. “E você está com AK?”
“Sim”, eu disse de novo. Lilah estudou o meu rosto. Eu vi mais perguntas vindo, mas tinha que dizer a ela o que vim aqui para dizer antes de perder a coragem. “Lilah”, eu disse. "Eu... Devo te explicar uma coisa.” Eu sorrio sem alegria, conhecendo a dor que sofri que estava prestes a subir mais uma vez. “Sobre mim, e por que fiz o que fiz... por isso abafava minhas tristezas. Sobre coisas que aconteceram na minha vida que você não sabe. Coisas que quero que você saiba.”
“Ok,” Lilah disse calmamente. Eu ouvi a borda sutil de nervoso em sua voz. “Venha aqui.” Ela me levou para as cadeiras no gramado.
Sua mão nunca deixou a minha, um apoio silencioso. E, com uma respiração profunda, eu disse-lhe tudo.
“Phebe.. .” Lilah disse tristemente quando terminei de falar. Lágrimas escorrem pelo seu rosto. "Onde ela está? Sua Sapphira?”
“Eu não sei.” Eu abaixei minha cabeça. “Mas sonho com ela muitas vezes. Eu a vejo na minha mente todos os dias. Ela está sempre comigo, mesmo que tão longe ao mesmo tempo.” Eu fiz uma careta. “Na noite passada sonhei que ela estava me implorando para ajudá-la. Ela estava ferida e com medo e precisava de mim. Eu sonhei.. .” Eu virei minha cabeça para escapar do olhar de Lilah. A mão de Lilah apertou a minha. “Ela me chamou de 'mãe'.” Eu ri através das minhas lágrimas. "Finalmente, Lilah. Ela me chamou de 'mãe'.”
“Phebe.. .” Lilah sussurrou em simpatia.
“Mas ela ainda não sabe. Ela acredita que sou sua irmã.” Fiz uma pausa. “Mas eu não posso tirar este sonho de minha cabeça. Sonhos desvanecem-se, tornam-se uma memória esquecida. Este fica mais forte a cada minuto.”
“Beauty sempre diz que é preciso ouvir os seus sonhos, já que há uma mensagem em algum lugar dentro deles. Uma que devemos ouvir. Decifrar."
“Beauty?”, Perguntei.
“A velha senhora de um dos irmãos, Tank. Você vai encontrá-la eventualmente. Ela é uma mulher doce.” Eu assenti, distraída ouvindo sua explicação. Mas minha mente estava muito preocupada com o que Beauty disse dos sonhos. Que os sonhos eram uma mensagem sobre algo.
Pensei em Sapphira me implorando por ajuda. A poção, sua mão na minha, ela me implorando para lembrar... tentando encontrar o significado mais profundo.
“Mamãe?” A voz cautelosa de Grace veio da porta. “Eu li quatro livros. Posso ir ver Tia Phebe agora?”
Eu ri como tenaz Grace era. Mesmo em New Zion ela tinha sido punida mais do que as outras meninas. Agressiva e bonita, mas sua natureza silenciada pela repressão que nos encontrávamos. Se Caim não tivesse começado a sair quando o fez, ela teria sido considerada uma maldita e, assim, educada sexualmente por um ancião... uma criança inocente, de apenas oito anos. Agradeci a Deus todos os dias que eu a tinha escondido bem o suficiente. Que ela não tinha caído nos braços do Meister. Ele sempre a observava atentamente. Como se a desejasse. Come se...
Gelo escorre pela minha espinha. Isso me fez lembrar de algo... alguma coisa importante...
Lilah suspirou, em seguida, olhou para mim por uma resposta à pergunta de Grace. “Claro!”, Eu gritei alto o suficiente para Grace ouvir, quando aquele pedaço de informação foi subindo à superfície da minha mente e escapou novamente.
Grace pulou a partir do deck e correu para onde estávamos. Ela colocou a mão na minha e me puxou da minha cadeira.
“Você sabe o que é esconde-esconde, tia Phebe?”
“Sim”, eu disse com um sorriso indulgente.
“Temos que ir para a floresta!”
“Não muito longe, apenas onde posso vê-la,” Lilah intrometeu.
“Eu vou me esconder primeiro.” Grace virou-me ao redor. “Você conta até sessenta, em seguida, venha me procurar.”
Ouço-a fugir e começo a contar. “Eu sei que você se sente culpada pelo que aconteceu comigo na Colina da Perdição,” Lilah disse, interrompendo a minha contagem. “Mas você deve saber o que fez por mim, trazendo Grace na minha vida. Eu sei que você está sobrecarregada com a culpa. Mas você deu a Ky e eu Grace. Nada mais importa além disso agora... você nos fez uma família.” Lilah parou diante de mim. Olhei para sua cicatriz e tentei não discordar. Sua mão pressionada contra minha bochecha. “Você teria sido uma grande mãe, se te fosse dada a chance. Você sempre me amou e cuidou de mim como sua filha. E Grace adora você, fala como você se importou com ela em New Zion quando ninguém mais o fez.” Eu chupava meu lábio para esconder o tremor. “E quando encontrarmos Sapphira novamente, porque os Hangmen vão encontrá-la, você vai ter essa chance para lhe dizer quem você é, que você a ama. E ela vai ser a garota mais sortuda do mundo, porque ela terá você.”
“Lilah”, eu disse suavemente.
Ela sorriu. “E eu vou ser tia. Mal posso esperar.” O som do farfalhar das folhas veio atrás de mim, e eu ri, sabendo que era Grace correndo pela floresta.
“Estou indo, pronta ou não!”, Gritei. Virei as costas para Lilah e corri para a floresta. Curiosamente, com cada passo que dava me senti um pouco mais leve. No entanto, algo escuro permanecia na parte de trás da minha cabeça. Algo fora do alcance que eu simplesmente não poderia decodificar.
* * * *
O cheiro da fumaça de churrasco pairava pela floresta. Eu ouvi o som de risos e senti no meu estômago o nervosismo. Este era o resto dos Hangmen. Os homens que tinham me visto naquela noite no bar, seduzindo, pescando. AK tinha me contado minhas ações naquela noite. E tanto quanto ele me disse que eu não deveria estar envergonhada por meu comportamento, eu não conseguia.
Parei por trás da cabana de AK e inclinei contra uma árvore próxima. Você consegue fazer isso. Tomei várias respirações profundas, e assim que estava prestes a sair da floresta e para a clareira, vi Ky e AK vindo na minha direção. Eu sorri, prestes a revelar minha presença, mas o olhar no rosto de Ky me parou.
“Eles estão circulando por cerca de dois dias. Eles não fizeram nada, mas dirigiram em torno do complexo em uma van branca. A mesma porra de van todos os dias: as onze horas da manhã. Como um relógio. Alguns filhos da puta skinheads11 grandes. Mas eles são Klan, sem dúvida. Ou Brotherhood — eu nunca sei como chamar esses idiotas.”
“Meister?” AK perguntou asperamente, e meu coração parecia como se tivesse deixado de bater.
“Não pessoalmente, mas os seus homens, achamos.” Ky ri. “Eles acham que podem nos intimidar. Idiotas.”
Minha mão tremia contra a árvore quando pensei no Meister. Fechei os olhos. Imagens dele me segurando em New Zion veio navegando para a minha cabeça. Dele mordendo minha carne, tomando-me duro... nada como AK tinha me feito. Então... eu devo erradicar o que você viu hoje de sua mente fraca. Leve todas essas novas memórias para longe...
Eu tropecei quando uma imagem que não tinha lembrado antes deste momento veio navegando de volta para mim. Uma cadeira de algum tipo, dura e desconfortável. A enorme forma de Meister sobre mim quando ele injetou agulha após a agulha na minha carne. E eu lutei. Lutei para segurar algo que eu não poderia esquecer, tinha jurado não esquecer. Lutei e lutei, mas isso tinha desaparecido. Não havia nada.
“Qual é o plano?”, Disse AK, rompendo meus pensamentos.
“Nós estamos os observando. Não parece que eles estão vindo para o ataque, mas apenas fora da mira por alguma razão. Eles não podem ver a merda da estrada de qualquer maneira. Tanner está monitorando seus sistemas por quaisquer bandeiras vermelhas. Mas se eles tentarem qualquer coisa, qualquer coisa, nós matamos todos”, Ky disse e bateu o braço de AK. “Só queria que você soubesse. Eles vão estar à procura de Phebe. Ele sabe que ela está aqui. Agora ela é sua senhora, você precisava saber dessa porra.”
“Obrigado”, disse AK. Ky lhe deu um largo sorriso.
“Fodidamente amarrado, irmão!” Ele riu mais alto. “E a irmã de Li. Isso nos faz relacionado de alguma forma? Você e eu somos família agora, irmão?”
“Porra, eu espero que não,” AK disse em resposta, e não consegui segurar, mas sinto um calor no meu coração quando ele ri. Ky socou seu braço, e juntos eles caminharam de volta para a clareira.
Eu fiquei na floresta por mais alguns minutos, apenas tentando me acalmar. Meister sabia onde eu estava? Então, isso iria colocar todos aqui em perigo. Estes homens não o conheciam como eu. Meu estômago apertou... Lilah, Grace...
Ele nunca pararia até que me capturasse. Eu o conhecia. Eu sabia o quão longe sua obsessão por mim ia. Seus homens não estavam simplesmente circulando por intimidação. Meister sempre tinha um propósito maior.
A gargalhada flutuou na brisa em minha direção. Eu fiz meus pés me levarem para a clareira.
Viking, o melhor amigo do AK, estava de pé. Ele virou-se diretamente para mim. “Aqui está ela, porra! A buceta ruiva que está chicoteando meu melhor amigo!”
Meu rosto empalideceu quando todos os homens e mulheres me encararam. Alguns me olhando com cautela, outros com sorrisos. Eu não sabia o que fazer, onde ir, ou o que pensar, até... “Ruiva. Venha aqui.”
A voz de AK cortou a música que tinha começado a tocar. Olhei em sua direção e vi-o em uma cadeira ao lado de Flame e Maddie. Outro homem de cabelos escuros, com uma bela mulher de cabelos negros em seu colo, estava do seu outro lado.
Ela estava grávida.
AK me puxou para seus joelhos, um movimento que eu tinha me tornado cada vez mais acostumada. Seus lábios vieram a minha orelha. “Você está bem?”
Virei-me para encará-lo e beijei-o na sua bochecha. “Estou bem,” eu menti, não querendo que ele se preocupasse. Preocupação agora que eu sabia sobre os homens de Meister. Preocupação com o pesadelo que não saía de minha mente, ou o fato de que eu estava começando a me lembrar de coisas sobre a cidade que fui resgatada.
Eu só queria AK para ser feliz. Eu já tinha visto vislumbres disso na cabana. Eu não queria que meu fardo o arrastasse de volta para a escuridão.
O som da voz de Viking tirou o foco de todos novamente. “E então este outro momento, AK e Flame irromperam na casa de crack que estávamos roubando.. .” Os homens riram quando Viking contava histórias após histórias. E eu gostava de ouvir sobre AK. Eu gostava de ouvir sobre coisas bobas que ele tinha feito em momentos divertidos com seu amigo, quando o peso do seu passado não tinha sobrecarregado sua mente.
Meus olhos desviaram-se para a mulher de cabelos negros ao meu lado. Mae, era o nome dela. Eu vi quando ela acariciava seu estômago enquanto conversava com Maddie. A mão do marido estava sobre sua barriga também, e eu me senti da mesma forma na minha própria barriga como sempre sentia quando via uma mãe e filho. Só que desta vez foi pior.
Salve-me, mãe... lembre-se ... Beauty disse que encontramos mensagens em sonhos... salve-me, Mãe... lembre-se...
Eu parei quando meu sangue gelou. A poção... a cama... seu rosto ferido...
Meister me dizendo que eu iria esquecer, que ele iria me fazer esquecer tudo...
Não, pensei, meu coração corria em um ritmo descontrolado. Não podia ser verdade. Ela estava segura, no exterior. Eu sabia que ela tinha sido tirada de New Zion. Judah tinha me prometido... Judah...
Judah, que tinha mentido tanto...
“Você está bem?” AK perguntou e virei o rosto para o dele.
Forcei um sorriso. "Só cansada."
Eu gritei quando AK colocou as mãos sob minhas pernas e me levantou em seus braços. Na frente de todos, ele me levou em direção a sua cabana. Olhei ao redor para vê-los todos nos observando atentamente. Meu rosto queimou com embaraço. “Você está tão desesperado por uma foda?” Viking gritou quando chegamos a porta da cabana. AK sacudiu o dedo para Viking e entrou na cabine. Ele me deitou na cama, tirou minhas roupas e, em seguida, tirou as suas. Ele subiu debaixo das cobertas e puxou-me em seus braços.
Eu não queria que ele visse o pânico que eu estava por dentro. AK era perspicaz. Ele via as coisas dentro de mim que ninguém nunca viu. Eu precisava desviar sua atenção. “Você gosta muito de Viking, não é?”, Perguntei. Ele revirou os olhos, exasperado e afetuoso.
“Não é possível apertar o filho da puta”, ele respondeu. “Naquela noite que vi Dev no hospital, eu fui a um bar. Eu precisava de uma bebida do caralho. Era um bar de motoqueiros Dev, por vezes, me levou para um quando nós dois estávamos de licença. Eu fiquei sentado no bar quando aquele gigante idiota veio e sentou ao meu lado. Ele me viu com meu uniforme da Marinha. O fodido apenas sorriu para mim e perguntou: 'Quantos idiotas você matou?' Ele só veio a público e perguntou-me.” AK riu, e eu adorava ouvir o som estrondoso de sua risada. “Eu o mandei se foder, e o filho da puta apenas riu na minha cara. Cinco minutos depois, ele entrou em uma briga com alguns idiotas por causa da sua boca novamente. Eu estava ansioso para uma luta depois de ver Dev em um estado tão maldito, então eu estava de costas. Nós nocauteamos quatro dos cuzões em minutos. Ele apertou minha mão, me comprou uma bebida e perguntou se eu gostaria de andar de moto e bater em mais filhos da puta em uma base diária. Eu disse sim. Ele me trouxe aqui, me apresentou ao velho de Styx, e no dia seguinte eu era o mais novo prospect do Hades Hangmen. O cara nunca me deixou sozinho depois daquele dia. Então você sabe como chegamos a Flame fora do manicômio, e o resto é história. O Psycho Trio nasceu. Aqueles dois apenas me pegaram desde o início. Fiz minha última campanha que já estava inscrito, e em seguida, deixei os fuzileiros navais. E estive neste clube desde então.”
“Você os ama como família,” eu disse. “Viking, Flame e agora Asher.”
AK inalou e perdeu seu humor. "Sim. Amo todos os meus irmãos aqui, mas esses dois são meus melhores amigos. Eu estaria fodidamente perdido sem eles quando toda a merda caiu. Eles me impediram de cair em um buraco que eu não poderia voltar.” Seus olhos caíram. “Como eu queria fazer por você.”
Meu coração pulou uma batida.
“Você é um bom homem, Xavier Deyes.” Eu coloquei minha mão em seu rosto. AK me olhou com surpresa, e sabendo que ele era o homem mais especial que eu jamais iria conhecer, falei do meu coração. “Eu... Eu amo você” sussurrei e vi seus olhos se arregalam. “Eu não espero que você diga de volta. Eu só... Eu só queria que você soubesse que meu coração está agora em suas mãos. Você tem honra e orgulho, e a alma mais amável na existência.” Eu tentei segurar minha voz de quebrar.
Eu tentei esconder isso... o adeus.
“Porra, Ruiva.” Ele me rolou de costas, com os olhos procurando o meu rosto. “Eu também te amo.” Meu coração inchou mais do que eu pensava ser possível. E AK me beijou. Ele me beijou e, com tanta graça e adoração, fez amor comigo, lentamente, com paixão, com amor.
Depois, ainda envolta nos braços de AK, adormeci. E quando vi Sapphira na minha cabeça de novo, me implorando por ajuda, segurei a mão fria, machucada e prometi: “Eu estou indo para você, querida. Estarei com você em breve.”
* * * *
Parei na beira da casa de Lilah. Só mais uma vez. Eu tinha que vê-la e Grace mais uma vez.
Grace estava brincando com bonecas no gramado. Um sorriso veio aos meus lábios quando vi Ky sentado em frente a ela brincando com bonecas também. “Por que diabos estou fazendo essa merda?”, Ele disse a Lilah, que os observava alegremente.
“Porque você é seu papai e ela queria brincar com você.”
“Você quer aprender a desmontar uma moto, Grace? Sujar as mãos com óleo e merda em vez disso? Isso vai seja divertido.”
“Não.” Ela enfiou uma boneca para ele. “Estamos brincando de bonecas. E Jamie-Rae precisa ir ao salão de beleza para arrumar seu cabelo.”
“Foda minha vida!” Ky gemeu e pegou a boneca de sua mão. Lilah riu de seu marido, e meu coração doía com o quão perfeito isso parecia. Ela tinha encontrado a verdadeira felicidade.
“Orrrrr,” Grace canta. “Poderíamos brincar de esconde-esconde de novo?”
“Mais uma vez?”, Disse Lilah, exasperada. “O que há com você e este jogo?”
"É o meu favorito!"
“Feito.” Ky levantou. “Qualquer coisa além desta merda de boneca.”
Eu me afastei da borda do quintal quando vi Grace vir em minha direção na floresta para se esconder. Eu corri até o caminho, nunca olhando para trás. Eu sabia que estava quase na hora, se a informação de Ky estava correta. Continuei correndo até que quebrei através das árvores e cheguei na beira da estrada. Não havia carros ou caminhões ainda. Ela estava tranquila, então fiquei de pé e esperei.
Lutei contra os meus nervos. Eu sabia o que estaria esperando por mim. Mas eu tinha que fazer isso. AK estaria seguro, e eu sabia que ela estava lá. Os sonhos eram muito reais para serem só sonhos. Ele estava com ela. Eu sabia. Algo no meu coração me disse que eu tinha que encontrá-la.
Eu tinha sentido alguma coisa clicar no lugar ontem à noite, AK dormia, me segurando perto. Uma verdade que eu sabia que era real.
Ele estava com ela.
Eu ouvi o som de um motor vindo da curva na estrada e respirei fundo. Uma Van branca que Ky tinha dito a AK na última noite, se aproximava. Eu preparei meus nervos. Esta seria a minha única chance para chegar a Sapphira. Ky tinha dito que eles vinham uma vez por dia. Esta era a minha única chance. AK me lia muito facilmente. E se eu o deixasse por mais tempo, ele saberia que algo estava errado. Se eu dissesse a ele que tinha lembrado de algo, ele nunca me deixaria fazer isso. Mas eu não iria arriscar sua vida ou a vida de seus irmãos. Eu apertei minhas mãos em um esforço para reprimir o tremor. A van fez uma parada abrupta.
Um homem que eu não conhecia saiu da van, sorriu e balançou a cabeça. Eu não o conhecia, mas era óbvio que ele me conhecia. Ele rapidamente olhou ao redor do bosque desconfiado. “Não pode ser assim tão fácil.” Eu tentei dar um passo atrás. Uma arma foi subitamente destinada a mim, mais dois homens saíram da van com suas armas levantadas.
“Entre,” o primeiro homem ordenou, e outro homem abriu a porta de trás da van. Terror segurou minhas pernas no lugar e eu fiquei presa ao chão. O homem mais próximo me deu uma guinada para frente, envolvendo seus braços ao redor da minha cintura. Segurei o meu instinto de gritar por ajuda. Meu captor me arrastou em direção à van. Nós só demos um passo para as portas traseiras quando ouvi um som que fez o meu corpo puxar com horror e o sangue fugiu do meu rosto.
“Encontrei você, tia Phebe!”
Virei a cabeça, só para ver Grace pular através das árvores e tropeçar para uma parada na beira da estrada.
Seus olhos azuis arregalaram quando ela me viu nos braços do homem. “Corra!” Eu gritei, puro terror apreendendo o controle do meu corpo. “Corra, Grace! CORRA!” Uma mão bateu sobre minha boca, parando o meu pedido frenético. Grace virou-se, seu rosto pálido, e pronta para correr de volta para a floresta. Ela mal tinha dado alguns passos antes do segundo homem a agarrar pelos cabelos e bater a mão sobre a boca dela.
Ela lutou.
A pequena Grace lutou, chutou e goleou contra seu captor, mas o homem era muito grande e muito forte. Eu tentei me libertar. Eu arranhei e agarrei os braços do meu captor. Em seguida, o cabo de uma arma se chocou com meu rosto, fazendo minha visão borrar e minha cabeça girar. Eu fui jogada na parte de trás da van, minha bochecha esmagada contra o duro chão com um baque.
“Tia Phebe!” Eu levantei minha cabeça, ignorando as luzes dançando em toda a minha visão para ver Grace sendo jogada ao meu lado. Subi até onde ela estava e segurei-a em meus braços.
“Grace”, eu disse, as lágrimas começando a derramar pelo meu rosto.
“Qu-Quem são esses homens? Pensei que estávamos brincando de esconde-esconde.”
“Nós vamos ficar bem”, eu disse, não sabendo o que mais poderia dizer.
“Ligue para o Meister. Diga-lhe que pegamos ela,” um dos homens disse quando eles bateram as portas fechadas e nos mergulharam na escuridão, totalmente, exceto uma pequena luz acima de nós. Eu ouvi as portas da frente abrindo e fechando e o motor acelerar.
“Tia Phebe?” A voz pequena, com medo de Grace perguntou em meus braços.
“Venha aqui, querida.” Eu a apertei em meus braços.
“Você está sangrando”, ela disse e ouvi sua voz tremer.
Eu sorri. "Eu estou bem."
"Onde... onde estamos indo?"
Segurando Grace forte, lutei contra as lágrimas. “Tudo vai ficar bem,” eu disse suavemente, sabendo que cada palavra era mentira. “Eu não vou deixar nada acontecer com você, eu juro.”
Em seguida, a van foi embora.
Capítulo dezoito
AK
"AK! Você está aqui? "
Alguém estava batendo na porta da minha cabana. Levantei-me da mesa e abri a porta. Tanner estava lá, balançando em seus pés.
"Ela está aqui?" Ele perguntou quando eu entrei.
"Phebe?"
"Sim."
"Não, ela foi ver Lilah. Por quê? "
Tanner puxou uma folha de papel do bolso. Segurou-o no ar. Ash saiu de seu quarto, olhando. "Não existem outras coisas como fodidos velhos naquele culto."
Minha mandíbula apertou quando Tanner se sentou. Sentei-me em frente e esperei que ele continuasse. "Embora eu encontrei Sapphira. Quatorze anos, olhos castanhos, loira, quarenta quilos, 1,52 m."
Eu fiz uma careta, perguntando como ele sabia pra caralho sobre ela. "Onde?"
Ele bateu o papel e empurrou-o em minha direção. Era uma planilha, como um inventário ou alguma merda. Formulários de envio para o México, contas privadas.
"Meister não é somente um traficante destas putas aos bordéis na cidade fantasma. O idiota as vende. Ele as recebe, usa como prostitutas, então as transporta para o México para serem vendidas para quem é uma merda, qualquer que seja a merda" Tanner apontou para uma linha na folha. "Sapphira. Cadela do culto. Vendida pelo 'Profeta Cain'-Judah-para Meister meses atrás. Meister tem bobinas e bobinas dessas encomendas. E ele está fazendo uma mina de ouro vendendo estas prostitutas para algum pau no México. Sapphira está sendo enviada para fora em breve. Ela está em seu último formulário." Eu senti a raiva varrendo através de mim como uma tempestade. "Adivinho que a data que Meister comprou Sapphira é o tempo que Judah contou a Phebe que ele tinha enviado Sapphira para a casa de idosos, sim? "
Eu balancei a cabeça, incapaz de falar. Então eu me recomponho e bato o punho na mesa. "Ela estava nessa cidade fantasma com ela esse tempo todo? Ela estava lá com Phebe e nenhum deles a conhecia? Drogadas. Fora de suas mentes porra." Em seguida, a tempestade se transformou em uma porra de um furacão. "E eu estava lá! Eu poderia tirá-la também!" Eu empurrei a cadeira para trás, saltando do meu assento. "Foda-se!" Eu rugi e corri minhas mãos pelo meu cabelo.
"Temos que dizer a Ky e Styx. Eu preciso voltar, eu preciso para.."
A porta da cabana se abriu, me cortando. "A Grace está aqui com Phebe?" Ky estava ofegante, porra. Seu rosto vermelho, respiração rápida.
"Não." Minhas sobrancelhas puxaram para baixo. "Phebe está com Lilah."
Ky balançou sua cabeça. "Não, ela não está. Eu estive com Li toda a manhã. Phebe nunca veio."
Quando suas palavras me bateram, eu senti meu o som da minha respiração em meus ouvidos. "Ela disse que estava indo para Lilah." Ky olhou para mim. "Temos câmeras nessa porra de estrada, certo?"
Ky acolheu o que eu disse. "Foda-se! Grace desapareceu brincando de esconde-esconde na floresta. "
Eu não pensei em qualquer outra coisa, apenas empurrei para fora da minha cabana e pulei na minha moto. Ouvi meus irmãos fazerem o mesmo atrás de mim enquanto eu corria até o clube. Eu pulei da minha moto e corri pela porta.
Hushy e Cowboy estavam no bar. Eles estavam de pé em segundos. "Qual é o problema?" Hush perguntou.
Eu ouvi Ky, Tanner e Ash correndo atrás de mim. "As câmeras" Ky gritou e correu atrás do bar para a pequena sala lateral onde eram mantidas as câmeras de segurança.
Smiler veio trabalhar os monitores. "O que você quer ver? E quando? "
"Estrada do perímetro. Turno de duas horas atrás," eu digo, pensando em quando Phebe saiu. Olhei para o relógio na parede e senti meu sangue gelar. "Perto de 11 da manhã"
Ky parou e olhou para mim. "Quando esses filhos da puta estariam na estrada."
Smiler rolou através achando a filmagem, e vimos lá diante de nós em granulado preto e branco. Phebe caminhando para fora da floresta, em pé na beira da estrada... esperando. Ela estava porra esperando os filhos da puta.
Que porra é essa?
Veias salientes quase quebraram no meu pescoço quando eu vi um dos filhos da puta a agarrar e arrastar Phebe de volta em direção ao carro. Em seguida, saiu da floresta Grace. Eu assisti o rosto de Phebe quando ela obviamente a ouviu.
Eu vi a boca abrir gritar alguma coisa. Porra, ela estava dizendo a Grace para correr. Eu podia ler isso em seus lábios. Mas o idiota que a segurava, bateu a mão dele na boca dela, então bateu com a arma na cabeça dela.
Ela caiu para a frente, lutando contra a consciência. Outro homem do klans tomou Grace antes dela chegar a borda da floresta e jogou-a na parte de trás da van.
Eles foram embora.
Houve um silêncio pesado.
"Obtenha o Prez," Ky eventualmente disse para Ash, palavras geladas. "Obtenha todo mundo fodido." Seu tom era demasiado calmo, e com Ky isso significava que ele estava prestes a dar um tiro nos cornos.
Tanner saiu correndo do quarto para o escritório onde estavam os computadores portáteis. Ele sabia a merda que ele estava fazendo.
Mas eu não podia me mover. Eu estava no auge. Fervendo, ficando fodidamente louco. Eu só olhava para a reprise de Phebe em pé na beira dessa estrada, em seguida, estando exuberantemente fora. Era uma cadela se entregando.
Ela tinha voltado atrás.
"Por que... POR QUÈ? " Eu perdi o meu domínio sobre a minha raiva. Peguei uma cadeira e atirei em toda a sala.
Braços em volta de mim por trás e de repente, Flame estava no meu rosto. "Acalme-se, porra."
"Nós vamos pegá-la de volta," Vike disse no meu ouvido. Irmãos e irmãos vinham correndo depois para o bar.
Lilah então irrompeu com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Ela correu para Ky. "Nós vamos trazê-la de volta. Eu juro, " Ky disse a sua Old Lady.
Eu assisti Lilah. Eu suportei meu corpo, preparando-me para qualquer um que se atrevesse a culpar os pés de Phebe.
Lilah olhou para mim, e eu estava pronto, preparado para uma porra de uma luta. Mas então ela disse, "Ela disse algo para mim ontem. Eu não tenho pensado em outra coisa desde que Grace desapareceu."
A voz de Lilah estava cheia de emoção. Ela balançou a cabeça. "Ela me contou tudo sobre seu passado. E ela disse que também sonha. Um em particular, onde Sapphira pedia sua ajuda. Um sonho onde Sapphira estava sendo drogada e pressionada por um homem.. .. Assim como Phebe na cidade fantasma."
Lembrei-me de seu pesadelo. Lembrei-me dela segurando sua mão no ar ainda quando ela ainda estava adormecida, chamando o nome de Sapphira, agarrando a mão fantasma de alguém em sua própria. "Ela se lembrou." Eu senti o cabelo na parte de trás do meu pescoço se levantar. "Ela porra lembrou que Meister tinha sua filha também."
A cabeça de Lilah caiu em descrédito. "É verdade? Ele tem Sapphira? "
Eu balancei a cabeça. "Vamos descobrir."
"Ela nunca vai perdoar a si mesma que Grace a seguiu e foi capturada por esses homens." E foda-se, Lilah estava certa. Se as coisas fossem a merda... se não as pegar de volta...
"Nós vamos pega-la," Vike vendo o que ele estava pensando claramente.
"Igreja!" Ky ordenou. Nos empilhamos na igreja e tomamos nossos lugares habituais. Styx estourou, rosto cheio de raios - O carrasco mudo estava fora em vigor.
Com a batida da porta, a igreja estava em sessão.
* * * *
Quatro horas. Quatro horas de espera para Tanner encontrar algo. Quatro horas, dirigindo insano me perguntando por que Ruiva não havia me dito que ela suspeitava - que Meister tinha Sapphira.
Por que diabos ela não disse esta merda para mim? Eu teria ajudado.
Botas entraram correndo na sala, e eu estava em meus pés. Hush e Cowboy com suas bandanas puxadas para fora de seus rostos. "Nada," Cale disse.
Cowboy assentiu. "Feito. Tudo foi esvaziado. Pneu fresco marcado no chão, assim eles não foram muito longe. Cerca de três grandes vans, eu diria. Um par de caminhões também."
Eu afundei no meu assento. Ky estava andando pela sala. "Onde diabos eles teriam ido?"
Lembrei-me do papel de Tanner na minha mesa de cozinha. "México." Styx e Ky olhou diretamente para mim. "Por que o papel tinha o nome de Sapphira, uma encomenda ou alguma merda, tinha o México como o destino."
A porta se abriu, e Tank e Tanner entraram, Bull seguindo atrás. "Desembarque associado amanhã, sobre a fronteira. Algumas comunidades isoladas de agricultura a cerca de vinte milhas de La Cruz." Tanner leu as notas em sua mão. "Comprador os encontra lá e eles fazem um desembarque. Prick chamou Garcia." Eu olhei para cima. "Essa é toda a informação que Meister tinha gravada. "
No minuto que o nome de Garcia estava fora da boca de Tanner, Styx e Ky ficaram completamente insanos. Parecia que a temperatura ambiente saltou cerca de vinte graus. "O que?" Eu disse e observei o prez e o VP olharem um para o outro. Silenciosa, a comunicação não dita. "O quê?" Eu perguntei mais alto. Os olhos azuis de Ky estavam quase pretos, pupila marrom. Sua pele estava manchada de vermelho, e suas mãos estavam apertadas em punhos.
"Isso é a relva do Diablo," Tank disse. Nós irmos para o seu território, é uma declaração de guerra."
Todos nós olhamos para Styx, que estava com as mãos levantadas. Olhei para Smiler e assinei, "entre em contato com Chávez, o prez Diablo. Diga-lhe que queremos atravessar a fronteira, sem sermos detectados, e precisamos reunir em um lugar neutro para fazer isso." Ele revirou o pescoço. "Nós os encontramos hoje à noite e entramos pela manhã. Temos que estar lá quando os caminhões chegarem. Surpreender os filhos da puta." Eu olhei para mim. "Eu sei que é a sua cadela, mas nós precisamos de você e de Smiler para planejar juntos. Tanner?" Styx olhou para o White Prince. "Você tem olhos nesta fazenda em algum lugar? "
Tanner assentiu. "Antigas, mas é alguma coisa."
"Obtenha AK. Eu preciso ver os planos."
"Este trato com os Diablos vai levantar toda rocha no seu território?" Cowboy perguntou a Styx.
"Acho que vamos ver porra," Ky respondeu por Styx.
"Estamos todos indo," Styx assinalou. "Motos e caminhonetes."
"Nós estaremos falando com Rider, também" disse e eu sentia cada par olhos em mim. Olhei para cima. "Você não viu o que este Meister faz para picar essas cadelas. Nós vimos." Eu apontei para Flame, Vike, Hush e Cowboy. Eu me mexi no meu lugar. "Sabe-se lá em que estado nós vamos estar recebendo elas de volta. 'Em torno de três horas e meia daqui a La Cruz. Se alguma coisa correr mal, ou ele ferir Grace ou Phebe, Rider será necessário. E se Sapphira estiver lá, aquela cadela terá sido estuprada e drogada sem parar por meses." Eu balancei minha cabeça. "Não vou aceitar nada disso. Ele está vindo. Ele é o único médico que sabe como estar na estrada quando a merda vai para baixo. Goste ou não, ele lutou com a gente na última guerra, e precisamos dele agora mais do que ninguém quer admitir. "
"Eu vou pegar ele," Smiler disse e saiu da sala.
"Saímos em uma hora," Styx assinalou. "Reúnam todas as armas que pudermos." O martelo foi batido na mesa, e todos nós saímos para obter nossas coisas juntas. Eu vi Lilah esperando no bar, mas eu levanto a parte de trás da porta e vou para a minha moto. Eu estava na minha cabana em minutos e recolhendo minhas armas. Eu puxei meu rifle favorito do meu baú e fiz com que eu tivesse uma tonelada mínima de balas. Ash veio estourando na porta, o rosto sério, e se mudou para o mesmo baú. Eu tomei a arma que eu estava praticando e carreguei para cima.
Eu coloquei minha mão em seu braço. "Que porra você acha que está fazendo?"
Ash parou. "Estou indo."
“Vai te foder que você está!" Eu bati.
O garoto endireitou os ombros. "Eu estou dirigindo a van com Slash. Rider vai na parte de trás com todos os suprimentos médicos. Styx pediu."
Eu estava bem na frente dele, os olhos negros observando os meus determinado a encontrar, inabalável. "Você entende que pode estar andando em uma porra de zona de guerra, garoto? Você entende que alguns de nós pode não voltar? Este filho da puta do Meister não é nenhuma piada." Eu levanto minha arma. "Nós vamos matar. Muito."
O queixo de Ash inclinou-se, desafiador. "Eu estou pronto," ele disse, confiante. "Eu posso atirar. E eu estou pronto para uma guerra se tiver uma."
Eu vi este rapaz de dezesseis anos de idade. Eu vi quando a criança mudou para um homem diante dos meus olhos. Se eu não estivesse tão cheio de raiva e ódio por Meister, eu estaria orgulhoso do caralho. Ele agarrou seu colete de Prospecto e puxou-o para a frente. "Não faça nada estúpido. Meta-se comigo ou Flame."
"Ok", ele diz e lança um longo suspiro. Eu juntei minhas facas, Glock e mais munição do que eu realmente precisava tudo em um saco. Quando me levantei, Ash estava olhando para a arma em sua mão.
Porra, ele parecia tão jovem.
Fui até ele, esperando até que ele me notasse. "Talvez seja necessário matar pessoas hoje ou amanhã. Você come, você luta. Esse é o código Hangmen. "
Suas bochechas empalideceram, mas ele respondeu: "Eu sei."
Eu queria dizer mais. Mas a verdade era que o primeiro assassinato que você já fez não é algo que você possa preparar. Você faz isso, você muda para sempre, então, fode com a vida e mata um pouco mais.
Se isso aconteceu, isso aconteceu.
Eu carreguei a van com suprimentos, então pulei na minha moto. Flame e Vike vieram rugindo ao meu lado.
Cada um deles jogou seus queixos quando Ash e Slash entraram na van e se afastaram.
Vinte minutos mais tarde, os Hangmen saíram do complexo como uma unidade. Com cada quilômetro feito, eu deixava crescer o meu ódio por Meister -o combustível dentro de mim para essa porra de missão. Ou massacre, eu pensei para mim mesmo.
Porque se o pau foi para qualquer lugar perto de Phebe, eu o mataria pior do que qualquer um desses filhos da puta que tiveram meu irmão. Eu o faria pagar, tiraria e cortaria sua carne e suas entranhas. E quando olhei à minha esquerda e direita, Flame e Viking ao meu lado, eu sabia que eles iam estar comigo também.
Meister estava caindo, e eu estava voltando com minha cadela.
Não havia outra escolha.
Capítulo dezenove
Phebe
Eu não sabia quanto tempo estávamos na van, mas pareceram horas. Grace tinha chorado em meus braços até que ela adormeceu, exausta. Mas eu nunca a soltei. Eu a mantive com força no meu peito enquanto eu pensava no que estava por vir.
Medo. Eu não tinha nada, além de puro medo dentro de mim.
A van parou, e eu fiquei tensa quando ouvi vozes lá fora. As vozes eram baixas, mas profundas e certamente maioria do sexo masculino. Tremi quando ouvi o som de pés que se deslocaram para as portas da van. Grace acordou e levantou a cabeça, um olhar confuso em seu rosto bonito quando as portas se abriram.
Os homens que nos levaram vieram para dentro da van e arrancaram a Grace dos meus braços. A Grace gritou e me pediu ajuda. Eu pulei para fora da van, tentando chegar até ela, mas uma mão se enrolou no meu cabelo e me puxou de volta. "Não!" Eu gritei, lutando para me soltar. "Grace!" Ela caiu em lágrimas quando os homens a levaram para um edifício e fora da minha vista.
Eu olhei ao meu redor e não reconheci o lugar onde estávamos. O ar era tão quente e pegajoso quanto a casa dos Hangmen, o céu ainda mais claro. Campos verdes estavam em torno de nós. Havia um tanque de água colocado no meio de vários edifícios, mas não havia mais nada por quilômetros.
"Ele quer ela no Edifício Dois," um dos homens disse. Com a mão ainda no meu cabelo, eu fui arrastada por um caminho de terra. Eu ataquei, tentando olhar ao meu redor procurando a Grace, mas não havia nada. Pior, eu não podia mais ouvir os gritos de Grace. Apenas silêncio.
Por que ela estava tão quieta?
Nós paramos em um edifício. O homem abriu a porta me segurando e me jogou dentro. Eu cai com força sobre o chão de pedra, mas me levantei assim que a porta se fechou atrás de mim. Eu bati os punhos cerrados contra a madeira, gritando para me soltarem. Mas, depois de minutos e minutos de tentativas, gritando.... Eu rompi em soluços e deslizei para baixo da porta.
O que eu fiz?
Olhei ao redor da sala. Não havia nada, apenas uma mesa velha e cadeira no centro. Então eu pensei na ordem do homem. Ele quer ela no Edifício Dois...
Ele... Meister.
Em minhas mãos e joelhos, eu me arrastei para o canto da sala. Eu me enrolei contra a parede e tentei imaginar a Grace. O que eles estavam fazendo com ela? O que fariam com ela?
Meister. Ele a cobiçou em New Zion. E eu acabei de entregar ela para ele em uma bandeja de prata.
Eu enxotei o vômito subindo pela minha garganta. Lilah... ela nunca me perdoaria por isso.
O que você fez, Phebe?
O som do botão girando na porta me fez congelar. Eu fiquei parada, meu coração batendo em um ritmo frenético.
Eu mantive meus olhos fixos na porta... Em seguida, perdi toda a força quando Meister entrou. Ele era tão grande como eu me lembrava. Olhava para mim do outro lado da sala, seus olhos azuis encontrando os meus, e uma onda de memórias se apressaram na minha mente. Lembrei de estar acorrentado a uma cama... Lembrei de ser mantida nua, apenas recebendo roupa quando ele dizia que eu merecia.
Engasguei com um grito quando me lembrei de estar em um bar de algum tipo. No colo de Meister, montando Meister em uma sala cheia de pessoas... Então eu me virei... Virei e...
... AK?
Olhos bondosos.
A árvore...
... meu AK.
As solas de botas pretas de Meister vieram até a minha direção pisando no chão duro. Meus músculos tremiam quando ele parou na minha frente. Eu ouvia cada respiração que eu dava ecoando nos meus ouvidos. Sentia o pulso em meu pescoço, testa e pulsos correndo em uma batida instável.
Abaixei-me. Fechei os olhos, mas eu ainda sentia seu olhar em mim. Sentia os punhais arremessados de seus olhos e a tensão em seu enorme corpo. Eu vacilei quando um dedo pousou no meu rosto. Minhas narinas dilataram quando eu tentei desesperadamente controlar a minha respiração. Eu queria arrancar sua mão de mim, eu queria atacar e machucá-lo.
Mas o medo me deixou sequestrada.
"Onde você esteve, minha putinha?" Perguntou em sua voz profunda, áspera. Eu congelei, minhas lágrimas caindo minhas bochechas. A risada curta derramada de seus lábios. "Mas eu sei, não sei, Liebchen12?" Sua mão pegou minha bochecha e empurrou o meu cabelo. De repente, minha cabeça foi rasgada de volta e eu senti sua respiração no meu rosto. "Abra seus olhos de merda, vagabunda," ele exigiu. Automaticamente eu fiz como ele disse, e meu olhar colidiu com o dele.
Meu estômago caiu. Eu estava fervendo. A pele de seu rosto estava vermelha, e seus músculos estavam tensos. Seus dentes estavam descobertos e as veias de seu pescoço inchadas. Ele puxou meu cabelo para trás de novo, e eu gritei. "Você estava com um deles, não estava, prostituta? Fodendo eles, fodendo seus paus como um culto, gulosa por esperma como você é."
Meister estendeu a mão e bateu sua mão entre minhas pernas. Eu gritei, incapaz de conter minha reação quando ele cavou os dedos em minhas dobras, rasgando a carne.
O rosto barbado áspero de Meister esfregou contra o meu, queimando minha pele. "Depois de tudo que eu te dei. Depois de salvar você de morrer junto com todos os outros idiotas fodidos naquele culto, é assim que você me paga? "
Tremendo e com medo, eu consegui abrir minha boca e perguntar: "O que você fez com ela?"
A cabeça de Meister recuou, e ele sorriu. "Quer dizer com a pequena buceta de oito anos de idade, que você me trouxe de presente? A que eu queria no culto desde o minuto em que a vi?" Seu sorriso malicioso causou arrepios em minha pele. "Nada. Ela está segura. Uma menina tão bonita como ela, intocada e virgem, vai me fazer a porra de uma fortuna. " Ele me puxou pelos cabelos mais perto. "Aquele presente... quase compensa a sua desobediência. Você é uma boa putinha pescadora, Phebe. Trazendo a mim somente isca de alta qualidade para os meus compradores. Devo tê-la na equipe. Faríamos uma fortuna usando suas habilidades."
Meus olhos fecharam, ignorando suas provocações, aliviada que Grace permaneceria incólume por enquanto. "Abra seus olhos de puta!" Meister rosnou. Ele ficou de pé, puxando-me para ficar em pé também. Meu couro cabeludo parecia em chamas quando eu lutei para me soltar do seu aperto, a dor estava abatendo na minha espinha. Eu fui empurrada contra a parede, meus pulmões perdendo ar com o impacto. O enorme corpo de Meister se pressionou contra o meu. Ele levantou meu vestido e, rasgou minha calcinha em dois, enfiando os dedos dentro. Eu gritei.
"O que há de errado?" Seus lábios correram sobre a minha bochecha, um contraste escuro com as mãos raspando e esfaqueando dentro do meu canal. "Ele não a leva assim? O atirador? Xavier?" Eu congelei, meus olhos colidindo com o dele em choque. "Xavier Charles Deyes. Plano, Texas. Sniper, Fuzileiro. O sargento de armas para o Hades Hangmen." Ele sorriu mais e então lambeu seus lábios. "Eu sei tudo sobre ele. Eu sei que seu irmão matou sua esposa. Eu sei que tem um sobrinho que ainda está vivo, que vive com sua tia Claire e tio Tom. " Ele balançou sua cabeça em aprovação. "Criança de boa aparência. Eu fui para a escola dele e tive a certeza de saber quem ele realmente era. Seu nome é Zane. Ele manteve Deyes como seu sobrenome, mesmo que seu querido papai ficou maluco e talhou a sua mãe no chão da cozinha." Ele suspirou. "Eu tenho que me certificar de ter como alvo as pessoas certas, Phebe. Esta guerra de merda não é nenhuma brincadeira. "
Meus olhos se arregalaram de horror. Meister parecia ofendido. "O quê? Você pensou que eu ia deixá-los fugir depois de levarem a minha menina?" Ele deu de ombros. Ele trouxe seus dedos para fora do meu canal, deixando as pontas descansando na entrada. "Que vergonha você voltar tão cedo, embora. Foi inesperado." Eu procurei seus olhos. O que ele quer dizer com isso? "Eu tinha acabado de comprar três barris de césio. Eu estava no meio de fazer uma bomba suja, realmente potente. Eu ia assistir o complexo Hangmen queimar até a porra do chão, com um sorriso no meu rosto, com todos aqueles bastardos dentro." Ele balançou a cabeça em decepção. "Todas as suas vadias e crianças também. Os bastardos merecem. Eu fiz alguma escavação no MC. Eles costumavam ser uma equipe toda branca; eles tinham uma regra sem negros. Que merda. Mas agora eles têm um vira-lata preto-e-branco andando ao lado deles. O Hades Hangmen, é apenas uma outra porra de desilusão à raça branca. "
"Você está louco", eu sussurrei, agradecendo que ele não conseguiu ir adiante com seu plano. Lilah.. .Grace...AK...toda sua a família. As crianças.
Meister congelou, em seguida, então rolou a cabeça para meu lado. "Louco? Não. Eu estou em uma guerra de merda, eu vou para a guerra para ganhar."
Seus dedos forçaram de novo para dentro, então eu sabia que iria tirar sangue. "E você vai ser a minha mulher. Do meu lado quando Brotherhood e Klan se juntar e tomarmos de volta o que é nosso por direito. "
Ele se inclinou até que sua boca estava no meu ouvido. "Então, eu terei que ter uma substituição. Eu preciso de uma prostituta, afinal. Eu sou a porra do Meister. Eu precisava de uma boa princesinha Ariana no meu braço... e no meu pau. Meine Liebchen13. "
As mãos de Meister rasgaram entre as minhas pernas, e eu cai contra a parede. Ele marchou para a porta e ordenou algo de um dos seus homens. Meister fechou a porta de novo e descansou suas costas contra a porta. Ele olhava para mim, e eu nunca tirei meus olhos dele.
Eu só o assistia, perguntando e temendo, o que iria acontecer.
A porta abriu, e alguém foi arremessado para dentro. Eu me afastei da parede quando eu vi a figura no chão. Era...
"Martha?" Eu disse quase inaudível, choque roubando o som. Martha gemeu de dor e angústia. Mas ela se virou ao som da minha voz, e eu vi o rosto dela. Estava cortado e machucado em preto e azul. Seu cabelo estava emaranhado e cheio de terra. Mas quando ela me viu, eu não sabia se ela estava sob a influência da droga em seus olhos porque eles realmente me viram. Eles me reconheceram.
"Martha." Eu dei um passo à frente, mas Martha correu para trás e balançou a cabeça, braços para fora. Lágrimas caindo por suas bochechas. "Eu sinto muito." Ela balançou a cabeça novamente, rosto se contorcendo. "Eu não tive escolha." Seu olhar aterrorizado virou para o Meister, que ainda estava observando, divertido, da porta. Seus braços estavam dobrados, e havia presunção em seu olhar azul.
"Desculpar por quê?" Eu perguntei, medo enchendo minhas veias, gota a gota pesadas.
"Você vê, Liebchen, eu não conseguia entender por que você atacou Dale naquele dia, semanas atrás. Por que, quando eu tinha lhe ordenado para ficar na nossa cabana, você me desobedeceu. Você nunca tinha me desobedecido antes. Você era sempre uma boa puta. Sempre obediente. Então me lembrei de que você estava tentando chegar a alguém no celeiro. Alguém que você conhecia. Alguém que você queria salvar." Ele apontou para Martha. "Ou pelo menos duas pessoas. Você conhecia essa também, eu vi isso nos seus olhos." Ele fez uma pausa. "Mas então tinha a criança na cama. Meu maior desafio, a minha buceta mais utilizada. E eu sabia que havia mais do que isso."
Engoli em seco, chicoteando a cabeça para Martha, que agora estava soluçando no chão. "Eu os puxei fora das drogas que os mantinha sob o meu comando e decidi obter algumas respostas. A outra, a jovem, buceta dourada, nunca rompeu. Nem uma única vez. Tinha uma força de vontade da porra a vagabunda. Mas esta... " Meister mostrou Martha e levantou-a pelo braço. "Esta gritou como uma porra de uma porca. Ela me disse porque você queria tanto libertar a outra puta." Eu segurei minha respiração enquanto Martha balançava a cabeça. Seus olhos estavam com tanta vergonha, tão cheios de culpa.
"Não", eu sussurrei, minhas pernas começando a perder força.
"Uma filha," Meister disse e sorriu. Um sorriso largo cruel. "Uma porra de uma filha que você teve com vinte anos de idade. " Sua cabeça inclinou para o lado. "Parece que você sempre foi uma puta, Phebe. Você fodia homens quando era criança? Não é de admirar que você era tão boa no meu pau. Até eu chegar a você, você já tinha chegado a perfeição. "
"Lamento, irmã," Martha disse, e meu coração rachou por ela. Ela estava preta e azul, muito magra e quebrada. Não mais do que um cadáver vivo.
Eu abri minha boca para dizer a ela que não havia nada a perdoar, quando as mãos de Meister se moveram repentinamente e quebraram seu pescoço, o estalo alto de quebrar ossos ecoando nas paredes de pedra. O corpo sem vida de Martha caiu no chão.
Eu gritei vendo os olhos da minha amiga olhando para sempre para mim, seu pescoço desarticulado. Eu gritava e gritava quando Meister foi para a porta e a abriu. Um guarda entrou, arrastando outra pessoa com ele. E depois tudo pareceu parar - meu pensamento, meu coração, a respiração em meus pulmões, quando Sapphira foi empurrada na minha frente.
"Não!" Eu gritei e a cabeça de Sapphira levantou o rosto para mim.
Seus olhos castanhos se encheram de lágrimas e as mãos cobriram a boca. "Phebe?" Ela disse cortando através de seus lábios inchados. Eu vi seu rosto torcer triste e ela tentou correr para mim.
Meister a puxou de volta contra o seu corpo, e eu explodi. Empurrando meus pés para a frente, eu ataquei o Meister.
Eu precisava levá-lo para longe da minha garota. Mas antes que eu pudesse, um golpe veio para o meu estômago e meus joelhos bateram no chão. Eu fui pega pelo guarda, que segurou meus braços, mantendo-me de volta.
"Sapphira" Eu gritei, observando seus olhos ficarem grande com medo.
"Phebe!" Ela chamou de volta. A mão de Meister bateu em seu rosto. Sua cabeça pendeu para o lado, atordoada, e Meister pegou o seu rosto, forçando-a a me encarar.
Eu chorei, engasgando com raiva ao ver minha filha nos braços daquele monstro. Meister podia ver isso na minha expressão, eu sabia. Ele sorriu friamente. Sua mão movendo até seus seios, ele apertou a carne.
Sapphira chorava em seus braços, mas ele não tinha nenhuma simpatia por ela. Tentei me mover, para chegar a ela, mas eu estava presa pela força incrível do guarda.
Sapphira olhou para baixo e viu o corpo morto de Martha. Ela lutou para ficar livre, o medo tomando-a, ela gritou alto e estridente. Meister se manteve imóvel. "Eu disse que precisava de uma substituta quando você foi embora," Meister disse de novo, e eu empalideci. Ele acariciava a bochecha de Sapphira. "Quando eu descobri quem ela era, eu sabia que tinha que ser ela." Sua mão percorreu seu torso, até atingir seu núcleo. Eu gemi de angústia quando ele a tocou entre suas pernas. Seus olhos castanhos fixos nos meus, implorando, pedindo socorro. "E a sua buceta é mais apertada. Fodidamente apertada." Ele deu de ombros, gemendo como se este fato trouxesse prazer. "Eu suponho que é por causa da idade. Quatorze." Ele balançou a cabeça. "É tão bom possuir. Lamber. Seu gosto. Perfeita buceta adolescente."
Eu soluçava, incapaz de suportar ele falar de tal forma da minha filha. Com os olhos em mim, ele disse, "E ela adora, porra... olha. " Meister colocou a mão na parte de trás do pescoço de Sapphira e a empurrou para a frente. Seus pés tropeçaram enquanto tentava manter-se em pé. Meister a inclinou sobre a mesa no centro do quarto e chutou para cima seu vestido sujo.
Eu perdi o controle. Cada fibra do meu ser queimando para a vida com o pensamento de Sapphira nessa mesa, sendo forçada. E quando ela olhou para mim, seus olhos impotentes ainda que resignado a seu destino, eu não podia fazer nada outra coisa.
Eu chutei. Eu chutei e arranhei o guarda me segurando, frenética e completamente selvagem. "Foda-se!" O guarda chorou quando consegui acertá-lo entre as pernas. Seus braços saíram de mim, e eu corri para a frente. Corri para Meister, com força total, e empurrei seu peito. Ele só tropeçou para trás uma fração. Mas foi o suficiente para Sapphira se libertar e recuar. E eu balançava. Punhos formados, eu ataquei seu rosto. Eu golpeei e golpeei até que a paciência de Meister quebrou e me atingiu no rosto. Eu caí com o golpe, caí até minhas costas baterem na mesa. Mas ele continuou vindo, furioso, batendo em meu rosto, seus ataques batendo em todos os alvos-meu rosto, meu estômago, meu peito.
"Phebe" eu ouvi Sapphira chamar, chorando atrás de mim. Mas tudo que eu podia pensar era que ela estava segura agora.
Eu a salvei dele.
Meister me puxou para mais perto dele. Seus olhos azuis estavam em chamas. "Você quer foder tanto assim, vagabunda?" Ele perguntou entre os dentes, cuspindo em meu rosto.
Eu não respondi, mas deixei ele girar ao meu redor e bater meu peito para baixo em cima da mesa. O ar foi tirado de mim, mas quando eu olhei para cima, vi o guarda que anteriormente havia se ocupado de mim segurando minha filha em seu lugar. E isso estava quebrando o coração dela, chorando. Ela observou, ela olhou nos meus olhos quando Meister levantou meu vestido e enfiou-se dentro de mim. Ainda dolorida de minha entranha cortada por suas unhas, onde seus dedos tinham me levando tão duramente, e meu rosto ainda pulsando de seus golpes, eu mantive minha expressão calma. Eu sorri fracamente, tentando dizer a ela que eu estava bem. Sorri para Sapphira e mantive o olhar. Se ela segurasse meus olhos com o seus, ela não iria ver Meister me tomando tão asperamente. Ela não iria me ver querendo gritar de agonia com a dor.
Ele bateu e bateu, mas tudo que eu podia pensar era que eu estava feliz que não era Sapphira. Eu não poderia ver isso... isso teria me matado.
Meister resmungou e gritou atrás de mim até que eu senti seu quadril empurrando. Até que eu o ouvi gritar através do seu gozo. Eu senti seu esperma dentro de mim e respirei, sabendo que tudo estava acabado.
Meister se inclinou sobre mim, e com a boca no meu ouvido disse, "Amanhã você vai estar fora da minha vida e irá para o inferno. Então eu vou atrás de todos que você ama. Sua irmã os Hangmen e o idiota você estava se enroscando. Cada um vai morrer. Lentamente. E eles vão morrer sabendo quem os condenou. Você os condenou. "
Meister sinalizou para o guarda liberar Sapphira. Ela permaneceu no local, não sabendo o que fazer.
Ouvi passos dos homens se moverem em direção a saída e a porta se fechou atrás deles. Quando olhei para verificar que eles foram embora, minhas pernas desabaram e eu caí no chão. Tentei levantar meu corpo, mas eu não podia.
"Phebe" a voz suave de Sapphira soou como as boas-vindas do céu para os meus ouvidos. "Phebe", ela disse novamente. Lágrimas inundaram seu rosto quando ela olhou para mim. Quando eu segui seu olhar, vi o sangue que vinha entre as minhas pernas, manchando minhas coxas.
"Não há problema," eu disse, e quase quebrei quando ela veio para o meu lado e se ajoelhou ao meu lado. Eu bebi suas belas características. E eu soltei minhas lágrimas quando vi aquela sarda que eu sempre amei ao lado de seu olho esquerdo.
"Você está ferida." Ela estendeu a mão hesitante, sem saber onde ela poderia me tocar. Mas eu queria tanto sentir o toque de sua mão. Eu estendi a mão e a peguei, trazendo-a para o meu rosto. "Por quê?" Ela disse e chorou mais, suas paredes desmoronando. "Por que você fez isso? Ele...ele te feriu tanto. "
"Eu não podia deixá-lo te machucar mais." Eu tentei mover minhas pernas. Sapphira colocou os braços sob mim e me ajudou a me inclinar contra a parede mais próxima. Ela estava tão magra, tão fraca, mas ela me carregou... meu bebê.
Ela sentou do meu lado. Peguei a mão dela, e eu vi a mão recém-nascida dela no centro da palma da minha mão quatorze anos atrás. Então sua mão de quatro anos na minha enquanto corríamos em torno dos campos em uma de minhas visitas. Sua mão apertando a minha quando recebeu seu primeiro toque de um homem.
Tudo minha filha... minha linda filha.
"Você é minha," eu disse, incapaz de conter as palavras mais tempo. "Você é meu milagre, minha menina."
Minha voz estava cortada e quebrada, mas eu senti a tensão de Sapphira ao meu lado.
Quando olhei para seu rosto confuso, eu sorri, mesmo através da dor nas entranhas. Porque ela estava aqui ao meu lado. Ela estava aqui, quando eu pensei eu a tinha perdido. Não havia mais dor agora que eu tinha a mão dela na minha mais uma vez.
Os olhos dela estavam arregalados enquanto me escutava confessar meu maior segredo. Ao vê-la, sentia tanto amor por ela, tanto que era indescritível.
"Você é minha," eu disse a ela de novo, nunca quebrando o seu olhar. "Minha."
Eu beijei a palma da sua mão e tentei não quebrar com a visão de seu corte e rosto machucado.
"Eu... Eu não compreendo," ela disse.
Sua mão tremia na minha. Eu me agarrei a ela mais apertado. "Eu dei à luz a você quando eu tinha doze anos." Sapphira respirou chocada. Senti a corrida de seu pulso e vi seus olhos brilharem. Ela piscou, seus cílios longos como penas, enquanto tentava compreender tudo o que eu dizia. Limpei a garganta, lágrimas escorrendo pelo meu rosto. "Tomaram você de mim. Tomaram você de mim contra a minha vontade e não me deixaram ter você." Eu inclinei e beijei sua testa. "Mas eu lutei para ver você. Eu fiz tudo que podia para vê-la. "
"Você... " Ela sussurrou. "Você é minha irmã. Você me disse que era minha irmã. "
"Eu não tinha escolha. Eles não me deixaram dizer a verdade. Eles não queriam que a gente ficasse muito juntas." Eu ri sem alegria. "Não funcionou. A partir do minuto em que você nasceu, você era toda a minha alma. "
O lábio inferior de Sapphira tremeu quando ela olhou para mim. Ela procurou meu rosto como se me visse como alguém nova. "Eu também queria," ela disse suavemente e se aproximou de mim. "Eu pedia você o tempo todo, mas eles diziam que você não viria para mim a menos que eu fizesse o que eles mandavam. Eu.... Eu queria você. Minha irmã Phebe. "
"Você queria?" Perguntei, incrédula.
Ela sorriu levemente. "Meus momentos favoritos eram quando você vinha. Eu contava os dias desejando saber onde você estava." Ela baixou os olhos, em seguida, olhando para mim nervosamente, disse: "Eu... Eu sempre quis uma mãe. "
Suas palavras quebraram meu coração. Meus olhos arrastaram fechados. "Phebe?" Ela disse com urgência, e eu sorri. Eu sorri com a dor e as lágrimas. "Eu sempre quis você também."
Abri os olhos e vi Sapphira olhando para mim com nada além de amor em seu olhar. Então ela olhou para o corpo de Marta no chão e a tristeza tomou o lugar rapidamente. Ela quebrou. A minha filha quebrou, e pela primeira vez na minha vida, eu estava aqui para oferecer conforto... eu estava aqui para ela...
Eu a peguei em meus braços, puxando-a em meu peito. E ela veio. Ela aceitou meu consolo e fez meu coração levantar voo. Eu balançava frente e para trás, beijando o cabelo em sua cabeça. Eu a segurei em meus braços, e até mesmo neste inferno, eu podia me enganar acreditando que eu estava ao lado de um rio no céu, pacífico e contente. Sapphira chorou. Eu chorei enquanto a segurava. "Shh," Eu a acalmava e ouvia suas respirações gaguejando. Ela se desfez em meus braços por minutos e minutos, até que sua respiração se acalmou e ela lentamente se recuperou. Tomando vantagem do silêncio, eu disse: "Eu não sabia que você estava aqui." Sapphira endureceu. "O profeta, ou quem nós acreditamos ser o profeta, me disse que você estava salva." Eu estremeci. "Eu pensei que você estava segura."
"Eu fui dada a Meister," ela disse, e eu senti a culpa criar raiz. "Eu... não me lembro muito até... até algumas semanas atrás, quando ele me trouxe até aqui." Ela soluçou. "Ele me quis... ele me usou como sua. Ele me queria como sua princesa branca, ele dizia."
Suas palavras enviaram uma pontada de dor no meu estômago. Sapphira levantou a cabeça. "Eu não posso acreditar nisso." Corando, olhos tímidos, ela correu o dedo sobre a minha testa, pela minha bochecha e sobre meus lábios. "Minha mãe"
Ela disse e o som de meu nome nos seus lábios perfurou meu coração. "Você é minha mãe... " Ela riu uma única risada, em seguida, enrugando sua testa ela começou a chorar. "E você me salvou dele," ela disse. "Você tomou meu lugar. E ele... Ele..."
"Sempre," eu prometi e deitei sua a cabeça no meu ombro.
"Porque a vida é assim?" Ela perguntou em voz baixa. Ela olhou para mim, e eu conhecia o seu olhar. "Esta... dor. Esta tristeza. "
Tristeza não contida escavou dentro de mim com a vida que ela teve. Que ela tinha vivido. "Não é", eu disse e assisti a surpresa florescer em seu rosto. "Lá fora, há a felicidade para ser encontrada."
"Sério?" Ela perguntou.
"Eu já vi isso. Eu... por um curto período precioso de tempo, eu vivi isso. "
Suas sobrancelhas se ergueram. "E como é que é?"
"Lindo, se você só deixar entrar a luz. Se você perseguir o nascer do sol. " Eu sorri para mim mesmo. "Lá fora há um homem que me fez acreditar em algo que eu pensei que tinha perdido para sempre. "
"O quê?"
"Amor". Olhei para a minha filha. "Eu te amei. Eu te amei, ansiava por você, ainda que estivesse ferida a cada passo do caminho. Eu tenho uma irmã-Você tem uma tia. Lilah. E eu a vi ser ferida muitas vezes para contar. E você tem uma prima, Grace, que você simplesmente vai adorar. "
"Eu vou?" Ela disse em choque.
Eu balancei a cabeça. "Depois, tem AK. O homem que me mostrou o que realmente significa bondade. Me mostrou o amor sem condições. Um homem que deixei quando eu não poderia causar a ele mais dor. Eu sofri muito nesta vida também. " Então meu coração caiu. "Mas Meister tem Grace. Ela está aqui... em algum lugar. "
Os olhos de Sapphira fecharam. "O que... o que vai acontecer com a gente? O que será de todas nós? "
Eu a segurei mais apertado enquanto ela descansava no meu ombro mais uma vez. "Eu não sei," eu digo honestamente. "Mas eu vou lutar por nós. Por você e Grace. Eu irei... " Eu beijei ela, passando minha mão pelo seu cabelo loiro. "Eu irei lutar pela minha filha. "
A respiração de Sapphira se estabilizou em um ritmo suave, e sem ver seu rosto eu sabia que ela estava sorrindo.
"Filha," ela murmurou e colocou os braços em volta da minha cintura. "Mãe... Eu gosto do som disso."
Quando ela adormeceu contra mim, embalada em meus braços, eu percebi que desejo e esperança poderiam ser realidade. Eu a embalei para dormir quando mais importava. E embora eu não sabia o que Meister planejava, eu nunca iria decepcioná-la novamente. Neste momento escuro, eu aproveitaria cada segundo deste tempo. Este tempo de silêncio com a minha filha de volta em meus braços. Como um bebê, seu coração pulsando perto de mim. E em meus braços aquecidos, bateu mais uma vez, fazendo-me inteira.
Depois de todos estes anos de luta, eu tinha meu bebê de volta comigo.
Adormecida, confortada pelo meu toque.
E eu morreria para mantê-la segura.
* * * *
"Para onde estamos indo?" Segurei a mão de Sapphira. O guarda não falou enquanto nos arrastava do quarto em que dormimos. Ele nos forçou para a luz brilhante da manhã e para uma van esperando.
Três vans maiores estava ao lado dela. Meister em pé, esperando. Eu vi quando a porta foi aberta e nós fomos jogadas dentro. "Tia Phebe!" Gritou uma voz familiar quando eu bati no chão do caminhão. Sapphira veio atrás de mim eu a puxei para o meu lado. Grace estava abrigada no canto da van, olhando com medo.
"Grace," eu disse em alívio e ela correu para os meus braços.
"Tia Phebe... Eu estou com medo," ela gritou e enfiou a cabeça na dobra do meu braço. Eu balancei a cabeça, lágrimas brotando dos meus olhos enquanto eu tentava pensar o que fazer. Mas eu não tinha respostas. Dedos suaves enxugaram longe as gotas de minhas bochechas. Virei-me para ver Sapphira me dando um sorriso aguado.
A maior dor que já senti na minha vida correu através de mim quando eu percebi que tudo isso, essa dor e sofrimento, este tratamento áspero pelos homens-não era novidade para Sapphira. Era tudo o que ela conhecia.
A cabeça de Grace levantou e olhou para Sapphira. Abracei Grace apertado. "Grace, esta é Sapphira... "
Respirei fundo e disse: "Minha... minha filha. "
Eu escutei a respiração de Sapphira engatar, ela sentiu a estranheza que essas palavras evocaram tanto quanto eu.
Mas elas pareciam boas, e quando eu nervosamente encontrei os olhos de Sapphira, vi uma sensação de paz aparecer dentro deles.
"Sua filha?" Grace choramingou.
"Sim."
Sapphira passou a mão sobre a cabeça de Grace. "Prazer em conhecê-la, Grace," ela disse timidamente.
"Você também," Grace respondeu.
Eu tive pouco tempo para aproveitar o momento. As portas se fecharam, e fomos mergulhadas na escuridão. Então eu agarrei a minha sobrinha e minha filha, minhas mãos entrelaçadas com força na delas.
E enquanto nós rolamos, orei para quem estava ouvindo que eu pudesse de alguma forma nos tirar desta vivas.
Merecemos a nossa chance de felicidade.
Capítulo vinte
AK
Fazenda isolada, La Cruz, México
Meu estômago estava rente ao telhado enquanto eu esperava, o sol nascendo no horizonte. Ele bateu nas minhas costas, me levando de volta para o Iraque. Eu respirava de forma constante, olhos digitalizando a fazenda abandonada. Nós estávamos aqui por duas horas agora, flanqueado pelo manto da escuridão. Eu verifiquei as outras posições: Hush e Cowboy no norte, Tank, Tanner e Bull no sul. Flame e Viking foram para o oeste, e ao meu lado estavam Styx, Smiler e Ky. Ash e Slash estavam no celeiro dilapidado que estávamos usando como esconderijo, para a caminhonete e as motocicletas. Foi dada a Rider uma arma para proteger a caminhonete. O filho da puta poderia ser útil em uma luta.
O encontro com os Devils foi surpreendentemente sem problemas.
"Precisamos de uma passagem para o México," Ky disse a Chávez, prez dos Diablos. Como Styx, ele herdou o título quando Styx matou seu pai na guerra mexicana, logo após o pai de Chávez colocar uma bala no crânio do pai de Styx. Não havia nenhum amor perdido entre os dois filhos, ambos na casa dos vinte anos e de semelhante construção e selvageria. Mas com um "Você nos deve, e quando chegar a hora, eu vou estar lucrando com essa merda", partindo de Chávez, o acordo foi feito, e nós tínhamos cruzado a fronteira, sem perguntas, sem detecção do cartel, da patrulha de fronteira, ou melhor ainda, Meister e este Garcia.
"Atenção," Ky disse ao meu lado quando uma confusão na estrada de terra cresceu rapidamente na distância. Eu assobiei, dizendo a todos os nossos irmãos que a merda estava pronta a baixar. Concentrei-me através do meu alcance e vi quando um único Escalade se aproximou.
Apertei meu cabo e fixei para atacar. A fazenda ficou em silêncio enquanto o Escalade parava. Era a prova de bala, blindada. Caro como merda. Claramente os fodões esperavam problema em uma base diária. E eles tinham dinheiro. Muito dele.
Respirei profundamente, observando, bloqueando tudo para fora, quando a porta abriu. O mexicano musculoso pisou fora do lado do motorista, rifle na mão. Ele fez a varredura da área, mas claramente, tendo estado muitas vezes aqui antes, não esperava nenhum problema.
Exatamente o que fodidamente esperávamos.
Ele abriu a porta traseira, e um filho da puta magro saiu olhando para a terra. Ele era alto e com o cabelo negro tonificado.
O chefe.
Garcia.
Eu ouvi Ky rosnar. Styx colocou a mão em seu ombro. Olhei à minha esquerda. O rosto de Ky estava mais furioso do que eu já tinha visto em todos os anos que eu o conhecia. Styx não parecia muito diferente, mas um puto que sabia quando ser paciente e quando matar.
Eles conheciam este imbecil. Claramente. E por sua reação, este filho da puta não era carne fácil. Mas não havia tempo para descobrir mais.
Mais três homens saíram dos bancos traseiros. Mais músculo. Era isso. Cinco ao todo.
Os compradores.
Traficantes.
Minutos se passaram enquanto eles conversavam e riam. Sobre como estar a ponto de comercializar a minha mulher não era nada em suas vidas de merda. Eu queria puxar o gatilho tanto. Eu queria abrir um buraco em cada um dos seus crânios, mas ainda não havia nenhum sinal de Phebe. Nenhum sinal de
O som de Vans que se aproximando veio da estrada de terra. Virei-me, silenciosamente, e através do meu alcance vi quatro vans: três de grande porte e uma pequena.
Meu coração começou a disparar, mas eu me mantive calmo. Eu senti o estresse vindo de Ky ao meu lado. Eu verifiquei o que meus irmãos estavam prontos. Eles estavam preparados, armas no ponto.
Dois minutos depois, as Vans pararam, e Meister saltou para fora da cabine do furgão menor. Os três principais motoristas das vans permaneceram em seus assentos. A van menor manteve minha atenção. Se as prostitutas do culto estavam nas Vans, o que diabos estava na menor?
Meister e Garcia deram as mãos, e eu queria rir. O rei da Aryan Brotherhood fazendo negócios com um mexicano. Hipócrita fodido.
Eles conversaram, e nós esperamos. Em seguida, um grito veio da parte de trás da van menor. O cabelo na minha nuca arrepiou quando eu, porra, reconheci aquela voz.
Phebe.
E ela não parou. Suas mãos batiam nas portas tão alto que as costas de Meister endureceram em aborrecimento e marchou para trás. Ele jogou as portas abertas, e através do meu alcance eu vi três figuras: Phebe, uma loira e... Grace.
Eu estendi minha mão e bati no braço de Ky. Apontei para a van, sinalizando que ela estava lá. Então Meister puxou Phebe na parte de trás. Mal seus pés tocaram a sujeira ele bateu sua mão em seu rosto. Sua cabeça voltou, e quando olhei de perto, vi que ela foi espancada Aquilo... e meu sangue ferveu quando eu vi o sangue seco em seu vestido.
Ele a tinha tocado... Esse filho da puta a tocou.
Eu respirei pelo nariz, forçando-me a acalmar. Meister arrastou para fora as outras duas figuras. A loira saiu primeiro, e eu sabia. Eu só porra sabia quem ela era. Phebe, atacando o guarda que veio se juntar a Meister, gritava, lutando para chegar até ela.
Sapphira.
Ele jogou Sapphira no chão, seu corpo magro batendo na sujeira. Ela permaneceu no chão, com muito medo de se levantar. Meister puxou Grace para fora, mas o filho da puta não foi rude com ela. Em vez disso, ele segurou sua mão e a levou para o Garcia. Garcia sorriu e se agachou. Sua mão empurrou o cabelo de Grace de seu rosto, e ouvi Ky perder-se ao meu lado, um baixo grunhido de raiva acumulada, seguido de, "Esse imbecil vai morrer porra."
Essa foi toda a porra de aviso antes do mundo desabar.
Ky disparou um tiro direto em Garcia. Mas, assim que a bala deixou sua arma, o guarda de Garcia moveu-se na frente dele, tomando o tiro. O lado da cabeça do grande filho da puta explodiu e ele caiu no chão, e o lugar explodiu no caos.
"Foda-se!" Assobiou Ky.
Armas dispararam em todas as direções. Ky, Styx e eu descemos correndo as escadas do edifício, para a briga. Eu apontei e disparei em outro guarda mexicano. Ele caiu quando eu acertei o meu alvo.
Garcia saltou para a parte de trás do Escalade e fechou a porta. As balas pingando fora do metal, não passando. Grace gritou, cobrindo as orelhas com os sons.
Ky mergulhou para sua filha, mas quando ele fez, Meister a agarrou e puxou-a para seu peito. Ele tirou sua arma e segurou na cabeça de Grace. Ky parou, assim como Styx. O coração batendo forte, eu alinhei meu tiro, colocando o alvo na cabeça de Meister.
Calma.
Respire.
Concentre-se.
Mas antes que eu pudesse puxar o gatilho, um tiro disparou por trás dele. A bala veio quebrando através de sua cabeça, cérebro e ossos voando no ar. Minha cabeça se levantou quando o grande corpo de Meister caiu para a frente, morto, olhos azuis abertos para sempre, pousando em cima da Grace. Ky se sacudiu em segundos, pegando sua filha e correndo de volta na direção do celeiro. Virei a cabeça, olhando para ver quem tinha disparado a bala. Phebe estava com um fuzil na mão, apertando as mãos e bochechas empalidecendo. Ela tinha fodidamente atirado nele.
Atirou direto no Meister.
Sapphira ainda estava no chão, escondendo a cabeça com as mãos. Mais dois homens vieram correndo em direção a Phebe. Eu acabei com um, em seguida, um outro, não deixando ninguém chegar perto dela. Eu tinha acabado de alinhar meu próximo tiro, quando algum motorista pulou para fora da van, e um tiro saiu atrás de mim. Em segundos eu rolei sobre minhas costas, pronto para atacar quem quer que estivesse lá, e o corpo de um Klansman bateu no telhado ao meu lado. Olhei para cima para ver o filho da puta que tinha acabado com o filho da puta.
Era o pequeno Ash.
Sua arma estava estendida, narinas chamejando quando ele olhou para o cabeça raspada agora morto.
"Ash," eu disse. Seus olhos negros estavam enormes com choque, mas ele conseguiu olhar para mim.
"Eu o vi subindo as escadas. Eu tinha que seguir."
"Ash" Eu ouvi o som brusco de pneus na estrada. Eu rolei de volta para minha frente e viu as três vans indo para fora na estrada de terra, abandonando o Klansmen que ainda estava lutando com meu irmão. Flame estava cortando algum imbecil com suas facas; Viking estava atirando em qualquer desgraçado que se movia.
E então eu vi. Viu algum Klansman sair do chão, sangrando de um ferimento de bala no seu ombro. Phebe estava olhando em volta em transe, as mãos ensanguentadas, rosto pálido, perdida, tentando encontrar Sapphira.
Ela tinha desaparecido. Onde diabos ela tinha ido?
Então eu vi, quase em câmera lenta, quando o Klansman apontou sua arma para Phebe. Subi meu rifle, determinado a terminar com este fodido. E eu atirei, enviando uma bala através de seu coração. Mas ele disparou sua arma antes de bater no chão.
Eu observei impotente. Eu vi quando Sapphira veio correndo de trás de uma van e empurrou Phebe fora do caminho. E vi quando a bala entrou diretamente através de seu estômago. Seus olhos castanhos estavam arregalados, voltando-se para Phebe quando ela caiu no chão.
Eu corri. Porra eu corri no minuto que Phebe levantou a cabeça e viu Sapphira no chão. Eu estava lá em segundos, tirando os últimos filhos da puta que ficaram no meu caminho. Eu segui os sons dos gritos frenéticos de Phebe e corri para onde estava sentada, gritando e chorando com Sapphira nos braços. Sangue multiplicava em todo o vestido branco de Sapphira, fodido sangue vermelho-vivo vindo do seu estômago.
"Não!" Phebe gritou quando o tiroteio parou.
As vans tinham ido; o Escalade escapou também. Garcia escapou.
"Rider" eu gritei e cai ao lado de Phebe. Ela estava uma bagunça do caralho, espancada, ferida e claramente estuprada, mas seus olhos azuis eram selvagens, cortantes, quando ela encontrou meu olhar. "Sapphira!" Ela chorou duro, quase incapaz de respirar.
Eu pensei que eu tinha visto dor antes. Eu pensei que eu tinha visto a porra do medo da perda, mas nesse momento eu percebi que eu não tinha visto nada. Phebe, minha Ruiva, estava morrendo junto com sua filha. O maldito coração quebrado e sangrando.
Rider veio correndo para Phebe. Nossa van veio segundos depois, Slash ao volante. Grace estava na frente da cabine, suas pequenas mãos no vidro, tentando ver Phebe e Sapphira.
"Eu preciso dela de volta", disse a Rider. Eu peguei Sapphira nos meus braços.
Phebe correu para a frente, tentando tirá-la de mim, perdendo mais, segundo a segundo. "Fique na van, Ruiva, " eu pedi, tentando ser rápido. Phebe tropeçou em seus pés. Deitei Sapphira no chão, e Rider começou a trabalhar. Eu abri seu vestido, e eu observei enquanto eu esfregava a mão pelo rosto, vendo a ferida. Era ruim. Era fodidamente ruim.
Eu podia dizer por sua reação.
"Nós precisamos ir, agora," ele disse e começou a trabalhar.
Eu levantei Phebe ao lado de Sapphira. Ela caiu de joelhos ao lado de sua filha. Ela segurou a mão dela e balançava para frente e para trás.
Phebe já estava muito longe emocionalmente.
Ruiva estava fodidamente perdendo a cabeça.
Virei-me e vi meus irmãos ficando para trás em suas motos. Então eu vi Ash, de pé por conta própria, olhando suas malditas mãos. Eu corri até ele. "Ash," eu disse, e ele olhou para cima. O garoto ainda não tinha visto a comoção, muito ocupado pirando sobre sua matança. "Você está bem?" Ele concordou com sua cabeça entorpecido.
"Eu preciso que você leve a minha moto de volta para Austin." Ash assentiu novamente. "Ash?" Eu empurrei, e Flame apareceu atrás dele. Ash olhou para o seu irmão mais velho e engoliu.
A mão de Flame apertou ao seu lado, em seguida, apertou novamente. "Eu cuido dele", ele disse, depois fodidamente desajeitado, colocou a mão no ombro dele e apertou. Eu vi a porra das lágrimas construírem nos olhos de Ash com o fato que Flame estava tocando ele. Com o fato que ele tinha matado.
Flame estava o tocando porra.
Eu dei minhas chaves para Flame, então me virei e corri de volta para a van. Bati as portas fechadas e me sentei ao lado de Phebe. Puxei minha cadela em meus braços enquanto Rider trabalhava em Sapphira. Quando nós nos movemos para fora, Phebe olhou para cima, para mim, sua filha sem vida no chão à sua frente, e eu não gostei do que vi em seus malditos olhos. Ela estava morta. Seus olhos estavam fodidamente mortos. As lágrimas pararam, ela estava dormente, mas sua mão apertava sua filha.
Então eu agarrei a dela.
Eu só porra segurei.
* * * *
Phebe
"Não", gritou uma voz do meu lado. Então eu pisquei e ouviu dois tiros. Virei-me, e Sapphira me empurrou antes. Eu estava confusa. Eu não sabia o que tinha acontecido... Até que ela caiu... ela caiu no chão. Eu me deixei cair ao seu lado, então eu vi. Viu o sangue escorrendo de seu estômago. Viu seus olhos marrons me observando, em silêncio, me implorando para salvá-la.
"Sapphira." Seus olhos começaram a fechar. O pânico tomou conta de mim enquanto eu mantinha o sangue que vinha. Puxei-a para meus braços, tentando acordá-la. "Sapphira" Eu gritei, percebendo que ela não acordaria. Eu trouxe a minha mãos ao seu rosto. Ela estava ficando fria... ela estava ficando fria...
AK estava me levando para fora da van, mas eu não iria soltar a mão de Sapphira. Eu não podia. Ela precisava de mim. "Eu sou sua mãe", eu disse quando entramos na casa do clube. Mas minha mão caiu da dela quando AK me empurrou longe. "Eu sou sua mãe", eu repetia entorpecida.
"Ela precisa ir, Ruiva. Rider precisa tirar a porra da bala de seu estômago."
Caim e alguns dos homens a levaram para um quarto. Eu deixei AK me levar para o quarto para esperar na porta.
Mas enquanto eu observava a mão cair ao lado da cama, sua vida fugindo de suas veias, enquanto eu assistia seu rosto ficar mais pálido, e enquanto eu observava Cain tentar... tentar, mas não conseguir salvar a minha menina, eu sabia que era tarde demais.
Ela foi embora. Eu sentia isso dentro de mim. Ela se foi. A minha filha... Ela tinha morrido. Eu não a salvei. Quando chegou a hora, eu tinha falhado... Eu tentei, mas como tudo mais, eu não pude salvá-la... quando mais importava...
... Eu falhei.
Eu ia perder ela quando eu tinha acabado de achar. Quando ela me chamou de "mãe". Quando tínhamos nossa chance de uma vida melhor.
Meus pés retrocederam. E fora novamente.
"AK, eu preciso de sua ajuda," Caim disse ao lado de Sapphira.
AK passou por mim. Mas eu continuava recuando. Eu vi AK levantando a bolsa e colocando uma agulha empurrando em seu braço. A poção. Eles estavam dando sua poção. Ela nunca ia voltar. Eles precisavam de uma poção para tirar a dor, porque a dor nunca iria.
Ela nunca estaria voltando para mim. Para estar em meus braços. Para estar em meu coração.
Eu fui até uma porta, e precisando ficar sozinha, precisando ficar longe do sangue e da dor e da evidência de meu fracasso eu a abri. Eu cambaleei para dentro da sala, usando a bancada como um guia. Eu não sabia para onde ir. Eu não sabia o que fazer. Esta dor precisava ir embora do meu coração. Eu precisava que a imagem da Sapphira, sangrando em meus braços, fosse embora.
Minha mão derrubou alguma coisa. Olhei para baixo. Eu tinha derramado um frasco de comprimidos. Comprimidos. Pílulas que eu sabia que levariam a dor para longe. Limpei a névoa dos meus olhos e olhei em volta. Uma garrafa de álcool, no lado oposto da bancada.
Isso tirava a dor também.
Tomando a garrafa, tentando ver através das lágrimas, tirei a tampa e peguei um punhado de pílulas. Eu engoli, então tomei um gole. Eu fiz isso de novo. Eu fiz isso uma e outra vez até que a dor começou a desaparecer. Eu fiz isso novamente e novamente até que meus olhos fecharam e eu acordei em uma floresta familiar.
Limpei meus olhos enquanto eu bebia a beleza das árvores verdes brilhantes. A grama era macia debaixo dos meus pés nus. Meus braços estavam limpos de contusões e... não havia nenhuma dor.
"Mamãe?" Fechei os olhos ao som idílico de uma voz falando manso. Mamãe. "Mamãe, você está aqui."
Não havia dor em sua voz, nem medo. Havia apenas... felicidade.
Abrindo os olhos, olhei para o rio. Sapphira estava sentada na grama. Ela estava vestida de branco, seu longo cabelo loiro caindo nas costas em ondas suaves. E ela estava sorrindo. "Sapphira," eu disse e corri para onde ela estava sentada. Eu me deixei cair ao lado dela e a peguei meus braços. Ela se encaixava tão perfeitamente, como deveria ter sido sempre.
"Você está em paz agora?" Eu beijei a testa.
"Estou agora que você está aqui," ela disse e sua cabeça deitou no meu colo. Ela suspirou enquanto eu olhava para a água do rio brilhando. "Podemos ficar aqui, mamãe?" Ela olhou para mim com seu belo olhar marrom. Eu me inclinei e beijei a sarda no lado do olho que eu adorava.
"Podemos ficar," eu disse, sabendo que seria feliz aqui.
"Bom." Ela adormeceu.
E eu sorri novamente. Porque tudo era bom.
Finalmente.
Capítulo vinte e um
AK
"Você acha que ela vai passar por isso?" Perguntei a Rider em silêncio, de modo que Phebe não me ouvisse.
Rider deixou cair a bala em uma lata ao lado dele e olhou para cima. Tinha que dar ao ex-profeta, o filho da puta ficou calmo e lidou com essa merda sem reclamar. Acabou que ele também eliminou alguns Klansmen no processo. Nós não tínhamos visto um outro caminhão chegar no final do tiroteio. Rider pegou o motorista e outra pessoa antes deles escaparem.
O único que Ash atirou antes que ele pudesse me matar.
Eu balanço a cabeça. "Paramos o sangramento cedo o suficiente. Ela precisa de mais sangue, esperando seu tipo, mas ela deve ficar bem. A bala atingiu à esquerda de seu estômago- órgãos vitais não foram tocados. Felizmente. Ela deve ficar bem. "
Alívio correu através de mim. Eu balançava sobre os meus pés quando ele começou a costurá-la. "Obrigado", eu murmurei. Rider levantou a cabeça surpreso. Seus olhos me encontraram com relutância, e eu acenei com a cabeça.
"Depois do que a Phebe fez por mim, por Bella, e depois de descobrir que o Judah fez tudo... Isso. " Eu olhei para seus dentes cerrados e Sapphira. Disseram-me a história inteira sobre o lado das relações de tráfico de seu irmão. O fodido levou isso difícil. A maior parte da merda vinha acontecendo há meses, tudo por trás das suas costas enquanto ele ainda era profeta.
Eu realmente sentia algo próximo a simpatia pelo imbecil.
Eu me virei para olhar para Phebe na parte de trás da sala. Ela não estava lá. "Phebe?" Eu fui mais perto da porta. Eu enfiei a cabeça para fora no corredor. "Phebe?" Eu tentei novamente. Corri para o bar, perguntando onde diabos ela estava.
Vike estava sentado no bar. "Você viu Phebe?" Perguntei.
"Ela não esteve aqui," ele disse.
Corri para o corredor de novo e comecei a verificar os quartos dos irmãos no clube. A maioria dos irmãos foram dormir ou foram para casa. Eu estourei fora das portas e para o ar à noite. Hush e Cowboy sentavam-se no pátio, bebendo e fumando. "Você está bem, mon frère14?"
"Phebe?" Eu repeti o nome dela de novo, começando a realmente entrar em pânico.
"Não saiu aqui fora por este caminho," Hush respondeu. "Estou aqui desde que voltamos."
Tentei pensar. Tentou imaginar onde diabos ela poderia ter ido. Corri de volta para o clube e apenas comecei a verificar as portas, uma após a outra, armazenamento, arsenal, fodidos banheiros. Então cheguei aquela porta que levava a uma sala de descanso atrás do bar, onde quem estava trabalhando podia pegar um cigarro ou bebida. Eu entrei nela e congelei em minha caminhada. Uma garrafa virada de Tylenol estava sobre o balcão. Havia apenas um par de pílulas fora. Meu pulso acelerou. Então meu coração fodido caiu quando eu vi um par de pés saindo ao virar o canto. Pálido, sujo e coberto de sangue seco.
"Phebe" Eu virei no canto. "Não", eu disse. Eu caí de joelhos. "Phebe." Eu peguei seu corpo sem vida em meus braços. Sua cabeça caiu para trás, e uma pontada de dor atravessou meu estômago. "Não!" Eu olhei para sua esquerda. Uma garrafa vazia de Jack estava deitada ao lado dela, uma que eu sabia que estava quase cheia ou cheia quando ela pegou.
Puxei-a para mais perto do meu peito e olhei seu rosto. Ela ainda estava coberta de sangue, ainda fodida, quebrada e machucada, e eu não podia aguentar isso porra. Não novamente. Não outra maldita vez.
"Phebe" eu gritei, e ouvi alguém vir atrás de mim. Virei-me, não dando a mínima para as lágrimas escorrendo pelo meu rosto enquanto eu segurava seu corpo sem vida em meus braços. "Ela quase não tem uma merda de pulso," eu disse para Vike.
"O que foi?" Ele ficou de joelhos ao meu lado.
"Pílulas e Jack."
"Leve-a para cima," ele diz. Muitas lembranças do passado vieram bater à minha cabeça. Dev, Tina... e agora Phebe. Eu não podia, eu não podia... "Eu não posso perdê-la também."
Os olhos azuis de Vike encontraram os meus. "Você não vai, irmão. Eu juro. Basta levantar seu peito para cima." A mão de Vike deu um tapa na minha bochecha. "Ela precisa de você, K. Você sabe como isto acontece. Você conhece esta merda. Ela precisa vomitar essa merda fora." Ele pegou meu rosto em suas mãos. "Ela ainda está fodidamente viva. Isto não é Dev. Ela pode ser salva."
Isto não é Dev.
Suas palavras quebraram algo em mim, e eu juntei a minha merda. Lançando Phebe para sua frente, incapaz de assistir qualquer dano, eu empurrei meus dedos em sua boca e esperei até que ela engasgasse. Eu não corri para a porra de um balde, e eu tinha que me esforçar para não olhar para o sangue entre suas coxas ou então eu ia desmoronar na merda. Em seguida, um gemido veio da garganta de Phebe, o pequeno barulho maldito pra caralho soando como céu.
"Vamos lá," eu insisti e empurrei os dedos ainda mais para baixo. Um som abafado veio de sua boca, e então ela vomitou. Eu continuei, o cocktail de Tylenol e Jack derramando por todo o chão na frente de Phebe. "Traga o Rider," eu disse a Vike.
Inclinei-me e vi os olhos dela. Eles estavam rolando, a luta contra a consciência. "Você não está morrendo comigo porra, Ruiva," eu disse. Os olhos de Phebe abriram uma fração. “Eu não estou desistindo de você." Eu disse quando Rider entrou no quarto.
"Overdose," eu digo. "Acho que ela teve o que era possível."
"Leve-a para um dos quartos," Rider disse sem perder uma batida.
"O meu," Vike disse. Fui pegá-la em meus braços, observando como ela lutava contra a consciência. Eu a deitei na cama de Vike. Rider entrou segundos depois. Ele empurrou uma agulha em seu braço direito e ela foi ligada a um IV.15
"Podemos precisar bombear seu estômago," Rider disse. Ele conferiu o seu pulso em seguida, em seu outro braço. "Seu pulso está se fortalecendo." Ele olhou para mim. "Ficou alguma coisa em seu estômago?"
"Nada." Eu empurrei o cabelo do rosto sujo, lutando para não quebrar novamente. "Ela precisa de um banho." Eu fechei os olhos e engoli o nó do caralho na garganta. Então eu olhei para baixo entre suas pernas. O vestido ainda a cobria, mas o sangue estava lá. "Ele a estuprou, porra." Minha voz falhou. Eu estava perdendo a batalha com as minhas malditas lágrimas. "Olhe para o estado do caralho dela." Eu olhei para Vike. "Até que ponto uma pessoa pode ser humilhada assim? " Minha mão pairou sobre seus lábios inchados e rosto cortado. Ela era tão bonita porra. E ela não estava fodidamente morrendo.
"Nós não podemos levá-la para o hospital assim. Ela ou Sapphira. Os policiais estariam em nossas bundas em segundos," Vike disse a Rider. "Você tem que corrigir isso aqui. Se precisar de alguma coisa, eu vou buscar com o Flame para você. "
"Ok," Rider disse. Eu segurei Phebe enquanto Rider examinava o estado dela. Um longo suspiro veio de sua boca. "Ela está voltando ao normal. A pressão arterial está subindo de novo, e seu pulso está ficando estável. " Ele desceu da cama. "Mantenha-a aqui durante a noite para que eu possa ver como ela está enquanto eu cuido da Sapphira também."
"Ok." Eu olhei para minha cadela. Porra, ela justamente tinha a filha de volta e ela faz isso... e em seguida, me ocorreu. "Ela pensou que a tinha perdido," eu digo, observando o rosto adormecido de Phebe para me certificar que ela ainda estava respirando. "Ela pensou que Sapphira morreu. Morreu para salvá-la... sua mãe, quando tudo que ela sempre quis fazer foi salvá-la. "
Ninguém disse nada para mim em resposta. Mas eu não estava realmente falando com eles de qualquer maneira. Eu beijei a testa de Phebe, sentindo o calor enchendo-a pele sob meus lábios. "Porra acorde, Ruiva. Eu.... Eu meio que fodidamente preciso de você." Eu fechei os olhos e puxei-a para mais perto. Não sei quando Vike saiu, mas da próxima vez eu olhei para cima, a solução salina estava pendurada em um suporte de metal. Eu me deitei na cama com Phebe e deitei-me ao lado dela. Eu peguei sua mão na minha e a observei respirar. E eu fiquei acordado a noite toda, certificando-me de que ela estava respirando. Se ela estava respirando, ela poderia voltar para mim.
Então, eu fodidamente olhei ela respirar.
* * * *
Os irmãos me observavam do bar quando eu a levei para fora. Flame e Vike estavam na caminhonete, esperando. Ash estava lá também. "Você está bem, garoto?" Eu vi quando ele fechou boca e assentiu. Ele não estava. Eu sabia disso. Lembrei-me da minha primeira matança. Dev me deu uísque e me disse que iria começar a ficar mais fácil a cada dia diante.
E ficou.
Sentei-me na parte de trás como Phebe para Vike nos levar para casa. N minuto que chagamos na minha cabana, eu a levei direto para o chuveiro, liguei e a despi de suas roupas. Seus olhos se abriram, procurando por mim.
"Vou lavar essa merda de você, Ruiva." Coloquei-a para baixo quando eu arranquei fora minhas roupas também. Levei-a sob o spray e a lavei. Ela gemeu em meus braços quando a água atingiu uma contusão, e eu tive que apertar minha mandíbula quando cheguei entre suas pernas. Vike pagou alguma doutora ginecologista para verificar a ela e Sapphira. Ele disse que aquele filho da puta Meister riscou e machucou a buceta de Phebe. Não era nada duradouro, estaria apenas ferida por agora. Sapphira também havia sido estuprada, uma e outra vez ao longo de meses, pelo que sabíamos. Ela deu a elas injeções e testou-as para a porra de qualquer doença sob o sol.
Cada uma voltou negativo.
Graças a Deus.
Então eu a lavei. Limpei-a até que ela era minha Phebe novamente. Cabelo vermelho brilhante e pele como neve do caralho. E essas sardas. Essas sardas filhas da puta. Sequei e a levei para o quarto. Nosso quarto, porque desta vez ela não estava indo a lugar nenhum.
Nenhuma maldita chance.
Eu subi na cama ao lado dela e segurou minha maldita respiração quando ela se virou para mim e sorriu, tanto quanto ela podia com seus lábios rachados. "Você está aqui também?" Ela sussurrou. "Meus dois grandes amores comigo, feliz e em paz." Seus olhos se fecharam e ela suspirou. "Eu não poderia ter sonhado que eu seria tão sortuda."
Minhas sobrancelhas puxaram para baixo, perguntando o que diabos ela queria dizer. "Eu vou apresentá-lo a ela, AK. Você vai amá-la." Ela riu levemente. "E ela vai te amar. Porque você é tão fácil de ser amado..."
Ela voltou a dormir, e eu coloquei minha cabeça ao lado da dela. Fechei os olhos, mantendo sua mão na minha para ela não se afastar novamente. E a espera começou. A espera para ela voltar para mim.
Para que pudéssemos começar de novo.
Capítulo vinte e dois
Flame
Saí do lugar de Vike e caminhei para minha cabana. Abri a porta e vi Ash sentado no sofá, olhando para o fogo apagado.
Ele nem sequer olhou para cima quando eu fechei a porta. Seu rosto estava pálido e suas mãos estavam juntas em seu colo. Ouvi Maddie na cozinha. Eu passei por Ash, mas ele ainda não olhou para cima. Quando cheguei à cozinha, a Maddie se virou. Seu rosto estava estranho.
Ela estava preocupada.
Ela estendeu as mãos. Eu também levei as minhas e puxei ela para o meu peito. Os braços da Maddie se enrolaram em volta da minha cintura. Eu inalei o cheiro dela e fechei os olhos. "Como está Phebe?"
"Com AK," Eu disse. "Mas ela ainda não acordou."
"E a Sapphira?"
"Viva."
Maddie recuou e colocou a mão na testa. "Que bagunça. Tudo é uma bagunça. Grace está bem. Ela está abalada e assustada, mas Lilah e Ky estão com ela." Os olhos de Maddie cintilaram. "Ela era tão jovem para que isso acontecesse com ela. E Sapphira." Minha cadela respirou fundo. "Eu... Eu sei como era a sua vida. Ser forçado a esse tipo de servidão.”
"Maddie," eu rosnei, incapaz de parar a fogueira queimando em minhas veias com o pensamento. Mas seus olhos foram para o Ash no sofá.
"Ele é jovem também." Ela olhou para mim. "Eu não sei o que aconteceu. Ele não quer falar.”
"Ele matou alguém hoje. Ele salvou a vida de AK.”
Os lábios de Maddie se abriram em choque. Seu rosto empalideceu, e ela olhou para Ash novamente. “Não admira que ele esteja tão perdido.”
Ela enxugou uma lágrima de seu olho e então me encarou de novo. Ela pegou minha mão. “Você deve falar com ele.”
Senti gelo encher meu peito. "Eu não sei o que dizer."
Maddie se aproximou até que ela estivesse de encontro ao meu corpo. Sua mão veio em meu peito. “Flame, você esteve lá. Você viveu esta vida. O que significa que você esteve nesta posição." Ela fez uma pausa. "O que aconteceu com você? Como você conseguiu lidar com isso? "
"AK", eu disse, pensando em minha primeira morte. Era um Diablo. Estávamos em uma corrida quando fomos atacados. Eu esfaqueei o idiota no coração. Eu o esfaqueei e o vi morrer. "AK sentou, me deu um uísque e me disse que eu nunca mais me sentiria assim. Me sentir mal por tirar uma vida. Que ficaria mais fácil.”
“E funcionou?”
"Eu não me senti mal em primeiro lugar," eu disse e assisti Maddie congelar, então aceno com a cabeça. "Eu gostei. Isso fez as chamas no meu sangue não queimarem tanto. "
Maddie estendeu a mão e levou minha cabeça para a dela. Ela beijou minha boca. Então ela pegou minha mão.
“Mas Asher não é como você, Flame. Consigo ver daqui que o que ele sente está com um peso forte em seu coração. Eu acho que ele está em choque. Ele continua olhando para suas mãos." Maddie beijou meus dedos. Choques estouraram na minha pele. "Ele precisa de você, Flame. Ele precisa de seu irmão.”
Meu coração começou a bater muito rápido. "Eu não sei o que dizer. Eu sou um merda com essas coisas. Vou esperar até que Phebe esteja melhor e AK esteja de volta. Ele vai falar com ele.”
"Ele não quer AK," Maddie disse e colocou minha mão sobre seu coração. "Ele quer você. Ele só quer você.” Maddie sorriu, mas não foi um sorriso feliz. Foi triste. Eu não gosto que ela fique triste. "Asher veio direto pra cá, Flame. Cerca de uma hora atrás, quando você ainda estava no clube. Aqui, Flame. Não para o Viking. Ele não foi para AK. Ele veio para nossa casa. Para você. Seu irmão.” Uma lágrima correu pelo rosto de Maddie. "Ele veio onde ele se sente seguro. Você o faz se sentir seguro.”
Limpei a lágrima de seus olhos e senti meu estômago apertar. Estendi a mão. “Eu coloquei minha mão em seu ombro.”
Maddie ofegou. "Quando?"
"Depois. Ele estava muito estranho. Eu coloquei minha mão em seu ombro, então eu montei ao seu lado todo o caminho para casa."
O lábio inferior de Maddie tremeu. “Você o protegeu. Cuidou dele.”
"Eu cuidei?" Eu franzi minha sobrancelha. "Eu tive a certeza que ele chegasse em casa. Certifiquei-me de que ele montou a moto do AK em linha reta. Suas mãos tremiam muito."
Maddie sorriu enquanto ela chorava. E este foi um bom sorriso. "Ele precisa de você, Flame." Maddie me abraçou de novo, e eu beijei o topo de sua cabeça. "Você vê isso?" Ela perguntou. “Esse abraço?”
Eu a segurei, confuso. "Sim."
"Asher pode precisar de um também."
Porra eu congelei, cada músculo do meu corpo apertado. "Eu não posso."
"Você pode," ela disse, então olhou para cima. Olhei para seus olhos verdes. “Como eu, ele te ama. E você o ama. Ele está seguro com você. Ele pode precisar saber que ele é amado agora. Um abraço lhe dará conforto.”
"Maddie... "
Maddie se afastou e caminhou para um armário. Ela tirou dois copos e uma garrafa de whisky. Ela serviu dois copos - exatamente como AK tinha feito por mim há anos. Ela os trouxe para mim. "Você se lembra do que o AK disse para você?" Eu acenei. Lembrei-me de cada palavra. "Então pegue algumas para o Asher e diga a ele o mesmo. Vai ajudá-lo. Eu prometo." Eu peguei os copos de Maddie. "Estarei esperando por você no nosso quarto."
"Maddie.. " Eu disse de novo, sem ter certeza que eu ia conseguir fazer isso.
"Eu te amo." Ela entrou no quarto, me deixando sozinho com Ash.
O whisky nos copos balançou de um lado para o outro. Eu fiz uma careta, vendo minhas mãos tremerem. Lembra do que o AK te disse? Pensei nas palavras de Maddie e caminhei em direção ao meu irmão.
Ele não levantou a cabeça até eu sentar no sofá ao lado dele. Olhei para o fogo também. Nada para ver, a não ser cinzas queimadas. Apertando minha mandíbula, eu estendi minha mão na direção do Ash. "Aqui", eu disse, segurando um copo de uísque.
Ash não fez nada por muito tempo, mas então ele pegou o copo da minha mão. Seus dedos tocaram os meus. Eles estavam gelados. Estavam tremendo.
Ouvi sua respiração. Estava estranha, falhando e baixa. Olhei para o lado e vi que sua cabeça estava caída. Ele segurou o uísque em suas mãos, sem beber. "Beba", eu disse. Ash olhou para cima. Suas bochechas estavam pálidas como a merda, e seus olhos fodidos estavam molhados. Lágrimas corriam pelo seu rosto. Meu intestino se contorceu. Eu não sabia o porquê. Eu apontei para o uísque novamente. "Beba."
Ele não bebeu. Ele apenas ficou sentado lá, olhando para mim com lágrimas correndo pelo seu rosto.
Eu sabia que seria uma merda nisso. Eu disse a Maddie que eu não poderia fazer isso.
Lembra do que o AK te disse?
Fechei os olhos e lembrei do AK naquele dia. Lembrei do que ele fez, como Maddie disse. Eu apenas tinha que dizer a Ash o que o AK me disse.
AK tinha começado colocando a mão no meu ombro. Abrindo os olhos, olhei para a minha mão. Eu cerrei meus dedos em um punho. Eu poderia fazer isso. Eu podia tocar o Ash.
Eu tinha que conseguir.
Estendendo a mão, lutando contra a vontade de puxá-la para trás, a coloquei no ombro de Ash. Parecia estranho. Eu queria me afastar, mas imaginei os olhos verdes de Maddie. Imaginei o seu rosto enquanto eu fazia. Ash engoliu em seco e encontrou meus olhos. Eu queria desviar o olhar, mas eu lutava contra a necessidade e repetia palavra por palavra - o que AK tinha me dito. “Vamos, Ash. Você precisa de uma bebida.”
A boca de Ash estava aberta um pouco, e ele olhou para minha mão em seu ombro pelo canto do olho. Eu não achava que ele ia fazer merda nenhuma, mas então ele trouxe o uísque para sua boca e tomou um gole.
“Tudo.” Eu bebi o meu. O licor queimou minha garganta. Mas fez as coisas melhorarem.
Ash terminou o seu também, depois enxugou as bochechas com o antebraço.
"Fica mais fácil", eu disse, dizendo as palavras de AK para Ash exatamente da mesma maneira que ele tinha dito para mim. "A partir deste momento, torna-se uma segunda natureza e não vai te incomodar tanto. Eu prometo."
Ash piscou, piscou novamente. "Eu só continuo lembrando do seu rosto enquanto ele olhava para mim do chão." Meus dentes rangeram juntos. "Ele tinha olhos castanhos. Continuo vendo seus malditos olhos castanhos, Flame.”
"Ele era escória. Ele merecia morrer. E você salvou AK." Uma dor estranha puxou meu peito com o pensamento de AK sendo morto. Eu não gostei. Eu não gostei porra.
Ash estendeu as mãos na frente dele. "Eu continuo pensando que eu vejo sangue em minhas mãos. Eu continuo lavando, mas ainda vejo sangue às vezes."
Eu tinha que dizer tudo aquilo. AK não tinha dito mais nada para mim naquela noite, anos atrás. Então Ash me olhou de novo, e seu rosto fodeu tudo. Ele estava chorando. Porra, ele estava chorando. Eu apertei minha mão em seu ombro, mas ele apenas chorou mais.
O pânico surgiu através de mim. Olhei para a porta do quarto, mas estava fechada. Eu tinha que chamar a Maddie. Ela saberia o que fazer. Mas então a cabeça do Ash caiu para a frente. Não gostei da aparência dele. Isso fez meu coração doer.
Ouvi as palavras de Maddie na minha cabeça. Como eu, ele te ama. E você o ama. Ele está seguro com você. Ele pode precisar saber que ele é amado agora. Um abraço lhe dará conforto...
Olhei para minha mão em seu ombro. Tudo em mim me disse para afastá-lo. Mas quando eu vi seus ombros tremendo, eu não pude. Eu tomei uma longa fodida respiração e puxei ele para o meu lado. Eu coloquei meu braço em torno de seus ombros e trouxe ele para o meu peito. Eu apertei meus olhos fechados e respirei através de minhas narinas, tentando me acalmar. O Ash parou de fazer barulho. Eu abri meus olhos, pensando que ele diria algo para mim. Que ele olharia para mim e me obrigaria a afastá-lo. Mas não ele não me obrigou. Em vez disso, ele agarrou meu colete e chorou um pouco mais.
Eu olhei para as cinzas no fogo, apenas conseguindo manter minha merda. Ele estava me tocando. Ele estava me tocando. Ele é bom, eu disse a mim mesmo na minha cabeça. Ele é o seu irmão.
Ash ficou assim por dez minutos. Contei os minutos na minha cabeça em segundos. Eventualmente ele soltou meu corte e ergueu a cabeça. Seu rosto estava vermelho e manchado. Ele afastou os olhos de mim quando eu olhei para ele. Olhando através do quarto, eu perguntei, "Você está bem agora?"
“Sim”, respondeu asperamente, em seguida, limpou a garganta. “Obrigado, Flame.”
Assenti com a cabeça. Algo fodidamente estranho explodiu no meu peito. Estava morno. Eu não sabia o que era.
"Desculpe por ser um maricas", disse ele.
"Você não é um maricas", eu disse. "Você matou. Você é um Hangman. Você vai matar de novo. Eu não sinto isso, mas o AK me disse que a maioria das pessoas surtam. Você enlouqueceu. Pronto. Não vai acontecer de novo."
"Sim."
Ficou quieto. Muito calmo. Eu não sabia mais o que dizer, mas Ash falou primeiro. "Desculpe por ter vindo aqui. Eu simplesmente não estava pensando, e a próxima coisa que eu sabia era que eu estava em sua porta." Seu rosto estava vermelho brilhante. "Eu vou sair daqui a pouco. Ir para a casa do Slash ou do Vike. O AK está com a casa cheia outra vez."
Eu não gostava do fato de que ele estaria indo para Slash ou Vike. "Você gosta desta casa?" Eu perguntei.
Ash olhou para cima; vi pela minha visão periférica. "Eu adoro", ele disse calmamente. "Eu gosto de estar com você e Madds."
"Fique aqui esta noite." Eu me levantei do sofá. Eu não aguentava mais tudo isso.
"Mesmo?"
Eu balancei a cabeça. “Madds nunca mudou o quarto dos fundos. É seu."
“Obrigado, Flame” Ash disse. Eu estava quase na porta do quarto quando olhei para trás. Ash estava no sofá. Olhei para o quarto dos fundos onde ele estaria hoje à noite. Eu pensei sobre ele estar lá todos os dias. E eu... gostei.
Fechei os olhos, respirei fundo e disse: “Você quer morar aqui?”
Ash nunca disse merda nenhuma respondendo. Eu abri meus olhos, prestes a deixá-lo sozinho. Ash estava de pé, olhando para mim do outro lado do sofá. "Você quer dizer isso?", Ele perguntou. "Você quer que eu me mude?"
"Você tem um quarto. Você deve usá-lo."
"Sim." Ele sorriu. Minha mandíbula se apertou.
“Não conte a AK ainda. Espere até que tudo isso com Phebe termine. Pode ser ruim para ele você se mudar.”
“Certo,” Ash disse.
Eu assenti e girei a maçaneta na porta do meu quarto. Eu precisava ir embora agora. Minha cabeça estava cheia demais.
“Flame?” Ash chamou, me fazendo parar. Eu não olhei para trás. “Obrigado.” Ele estava falando quieto pra caralho. "Por tudo. Eu...” Ouvi ele respirando fundo. “Acho que vou gostar de viver aqui.”
Eu assenti com a cabeça novamente. Eu não tinha palavras.
Eu empurrei a porta e a bati. Maddie estava parada na cama, esperando. Ela também estava chorando. "O quê?" Eu pulei para a frente. "Por que você está chorando?"
"Eu te amo, Flame", disse ela, pegando minhas mãos.
Eu fiz uma careta. "Eu não entendo. Porque você está chorando?"
"Eu ouvi você falar com ele." Ela sorriu. "E eu ouvi você pedir para ele morar com a gente."
"Você me disse antes que eu deveria pensar sobre isso. Eu pensei. Eu pedi que ele se mudasse. Ele disse sim."
Maddie jogou os braços em volta da minha cintura. "Estou tão orgulhosa de você, Flame", ela sussurrou, e eu senti meu peito ficar apertado novamente. "Só quando eu acredito que não poderia te amar ainda mais, você vai e prova que estou errada."
"Eu também te amo," eu disse e beijei sua cabeça. Então eu congelei. Cada parte fodida de mim ficou imóvel. Meus olhos estavam na cama. Maddie estava desenhando. Soltando-a, fui até a cama e peguei o bloco de desenho.
Gelo me encheu, e eu olhei para Maddie procurando respostas.
Ela encolheu os ombros. “Ainda não é verdade. E eu sei que pode demorar um pouco até que estivéssemos prontos." Ela veio em minha direção, e eu olhei para a foto novamente. Eu não sabia o que estava acontecendo no meu coração e no meu estômago, mas eu sentia quente e frio. Confuso, porra. "É apenas algo que me pergunto se poderíamos ter um dia." Maddie colocou sua cabeça em meu bíceps. Sua mão percorreu o quadro. Eu estava lá. Ela também estava, e em seus braços tinha um bebê.
"Eu não sabia se poderíamos fazer isso. Mas ouvir você com Ash agora me fez acreditar que, talvez, um dia, quando estivermos mais fortes ainda, que nós... poderíamos."
"Maddie." Eu olhei para baixo em sua cabeça em meu braço. Engoli em seco e tentei imaginá-la como Mãe agora, com o estômago crescendo. E eu não senti as chamas esquentarem. Na verdade, elas se acalmaram.
Maddie ergueu a cabeça. Ela sorriu. Eu beijei sua boca e disse, "Talvez... um dia."
Então eu a beijei novamente.
Ainda segurando a foto na minha mão.
Capítulo vinte e três
Phebe
Meus olhos se abriram quando senti a mão de alguém na minha testa. “Phebe?” Disse uma voz familiar.
"Mm?" Eu murmurei, não querendo deixar o bosque. Mas a mão me puxou para longe. Minha alma ansiava por esse toque, pelo coração da pessoa a quem pertencia essa alma. O puxar de um imã.
"Phebe," ele disse de novo, e eu abri meus olhos. Quando o quarto entrou em exibição, eu sorri. "AK," eu disse e senti meu coração se encher de luz.
"Sim," ele disse bruscamente. “Preciso que você desperte. Você esteve dormindo por um par de dias agora." Enquanto suas palavras se afundavam em minha felicidade, eu senti uma escuridão começar a perfurar a luz. Minha mente correu, me mostrando coisas que eu não queria enfrentar... Meister morrendo sob minhas mãos, Grace gritando... e depois... em seguida, o corpo de Sapphira em meus braços, sua mão ficando mole na minha.
"Sapphira", eu chorei, o impacto de sua perda instantaneamente demais para suportar. Eu envolvi meu braço em volta do meu estômago e tentei encontrar alguma liberação enquanto a tristeza me envolvia. Senti braços me apoiando e me puxando para um peito duro. AK. Eu conhecia seu cheiro. "Eu não consigo aguentar isso", eu sussurrei e deixei as lágrimas caírem.
"Ruiva." Ele colocou sua mão sob meu queixo, me forçando a levantar a cabeça. "Olhe para mim." Eu fiz como ele disse, e seu rosto bonito veio à vista. "Ela está viva." Eu parei de me mover. Eu parei de respirar quando suas palavras derramaram. "Ela sobreviveu. A Sapphira, ela sobreviveu. "
O choque me deixou sem palavras, me entorpecendo completamente. "O quê?" Eu acabei sufocando, estendendo a mão para me segurar em seus pulsos.
"Ela está viva. Foda-se, Ruiva, ela está acordada. E ela está te chamando... Ela está pedindo por sua mãe." Meu peito apertou e minha respiração tremeu enquanto eu escutava suas palavras.
"Ela morreu em meus braços. Ela nasceu em meus braços, e eu estava lá quando ela morreu também. Meu bebê... minha menina... Eu a vi chegar e me deixar.”
"Ela não morreu, Ruiva." Sua cabeça virou na direção do quarto ao lado. "Ela está lá e acabou de acordar. Ela quer você. Ela está com medo, e ela quer a mãe.” A voz de AK era rouca e crua. Seus olhos brilharam quando ele olhou para mim, e eu podia dizer pelo seu rosto que ele não estava mentindo.
"Ela está aqui... Comigo", eu disse, as palavras soando como um truque. AK assentiu, e a devastação me atingiu.
"Eu pensei que ela tinha ido embora. Pensei que não a tinha salvo. Eu pensei que ela morreu tentando me salvar. E eu não podia... Eu não conseguiria aguentar... Que ela teria morrido por mim, quando eu que deveria ter morrido por ela."
Lágrimas inundaram meus olhos e eu engasguei com minha tristeza. As mãos de AK tomaram meu rosto e inclinaram minha cabeça para cima.
"Porque ela te ama, Ruiva. Ela nunca te conheceu como sua mãe, mas quando chegou a tudo isso, ela tomou aquela porra de bala por você porque você a amava, mesmo quando você não podia contar para ela." Ele acenou com a cabeça.
"Ela sabia. Ela sabia, porra.”
Eu caí em seu peito e quebrei. Eu segurei a camisa dele enquanto eu balançava a cabeça. "Sinto muito. Eu sinto muitíssimo... O que eu fiz, depois do que aconteceu com seu irmão..." Eu ouvi AK lutar contra sua tristeza.
"Só não faça isso de novo." Ele envolveu seus braços em volta de mim. Eu olhei para os seus olhos gentis. "Eu meio que gosto de ter você por perto." Ele tentou sorrir, então beijou meus lábios. Doeu e eu me encolhi, mas ele era gentil e breve. "Agora entre naquele quarto e veja sua filha. Desta vez é em seus termos, Ruiva. Ela precisa de você.”
"Ela precisa de mim", eu disse. Nervos vibravam dentro de mim. Pegando a mão de AK, saí da cama. Eu estava vestida com uma longa camisola que Bella tinha me dado. Meu corpo doía, mas eu tinha que chegar a Sapphira.
Quando chegamos à porta fechada, minhas mãos começaram a tremer. Eu me virei para AK. "E se eu não conseguir fazer isso?" Ele me olhou com curiosidade. "E se eu for ruim nisso...Ser mãe?
"Impossível." Ele colocou meu cabelo atrás de minha orelha. "Você foi feita para este momento, Ruiva. Toda a merda, isso te levou a este momento.”
Ele era perfeito.
Eu lentamente virei a maçaneta e abri a porta. Eu não conseguia conter as emoções que me atingiram quando vi Sapphira, limpa e acordada no centro da cama bem feita. Seus olhos castanhos estavam assustados e grandes, mas quando me viram entrar nervosamente no quarto, eles se encheram de algo completamente diferente. Foi-se o medo, e em seu lugar ficou... amor. Amor e felicidade... e senti meu coração subir a uma altura desconhecida.
"Sapphira", eu sussurrei, minha voz quebrando enquanto o soluço que eu tentei segurar subia. Eu andei o mais rápido que pude para sua cama e sentei na borda. Tomando cuidado com seu machucado, eu olhei para minha filha. Nunca me senti tão abençoada.
Seus dedos se contraíram na cama. Como se eles quisessem meu toque, como se eles precisassem de mim. Eu enfiei meus dedos suavemente nos dela. Suspirei e ela suspirou. Encontrando seu olhar úmido, eu disse: "Eu pensei que eu tinha perdido você."
Sapphira sorriu e balançou a cabeça. Então sua mão segurou a minha mais apertado. "Eu pensei que eu tinha perdido você também."
Sua voz era tão doce quanto em meu sonho.
"Você me salvou", eu disse, sentindo meu coração quebrar na memória.
"Eu tive que salvar." Ela tentou se aproximar. Me movi para ela, colocando minha mão em seu rosto suave. Marcas ainda permaneciam, mas ela tinha sido limpa. Ela parecia um anjo. Meu anjo. "Eu não poderia imaginar um mundo sem você nele."
Meus olhos se agitaram contra os dela, e sua pele floresceu com um rubor embaraçado. "Você não podia?" Eu sussurrei, e senti cada uma de suas palavras cimentar um lugar permanente no meu coração.
"Não." Uma única lágrima caiu sobre sua bochecha lisa. "Você... você é minha mãe."
Eu a observei tentar sorrir através de suas lágrimas. Um riso exultante veio da minha garganta, e eu beijei sua cabeça. "Sim, eu sou", eu disse e não pude deixar de sorrir. Eu suspirei e me movi para trás. Sapphira olhou para a porta. Segui seu olhar e vi AK parado ali. Eu sorri quando seus olhos escuros encontraram os meus. "Esse é AK." Ele inclinou a cabeça em um olá. Virando de volta para a minha... Filha, eu disse: "Ele é meu amor. Uma parte do meu coração.”
“O que você me contou?” Perguntou timidamente, afastando a cabeça da atenção dele.
"Sim."
"Eu conheci minha tia, Lilah." Ela sorriu. "Eu gosto dela. Ela me limpou quando eu acordei." Eu fechei meus olhos, abraçando a alegria que senti quando pensei em minha amada irmã cuidando da minha preciosa filha.
Ouvi o AK se mover da porta, e Sapphira o observou ir. "Nós poderemos viver a vida que você falou agora? A que você me disse que existia se sobrevivêssemos?”
"Sim." Eu apertei sua mão. “Nós vamos começar a vida que sempre deveríamos ter.”
Seus olhos caíram nervosamente. "Eu... Posso ser sua filha aqui?" Uma pausa. “Uma filha de verdade?”
"Se você quiser,” eu disse, orando com cada fibra do meu ser que ela dissesse sim.
Ela olhou para mim novamente através de longos cílios. "E-Eu posso chamar você de... Mamãe?” A última palavra foi um sussurro. Mas foi uma graça. Uma bênção, pura e simples. Um perdão suave falado por todos os meus erros.
Um novo começo.
"Sim," eu disse e a levei gentilmente em meus braços. "Sim."
Então meu coração floresceu quando ela sussurrou: "Mamãe." Eu fechei meus olhos e saboreei o som.
Catorze anos. Quatorze anos para ouvir isso saindo de seus lábios.
“Mamãe? E quanto às outras? As outras irmãs que haviam sido capturadas?”
Meu coração quebrou. "Elas se foram, querida. Sem pistas... E não tenho esperança. Os homens aqui tentaram procurá-las o melhor que puderam, mas o seu paradeiro é tragicamente desconhecido." A Sapphira ficou em silêncio com aquela notícia. Eu não tinha certeza se ela conseguiria lidar com mais tristeza. Minha filha já teve o suficiente em sua jovem vida.
“Mamãe.. ." Sapphira disse suavemente, alguns momentos depois. "Você pode ficar comigo até eu adormecer?"
"Claro", eu disse, quase quebrando de alegria. Deitei meu corpo ao lado de Sapphira na cama e envolvi meu braço em torno de seus ombros. Ela caiu contra mim e deu um suspiro feliz.
"Você vai me contar sobre este mundo?" Ela perguntou, cansaço em sua voz calma.
"Não é como nada que já conhecemos, querida." Fechei meus olhos e pensei em AK. Pensei na bondade, no riso, no coração puro. Pensei em Lilah rindo enquanto ela corria pelo gramado com a Grace. E eu disse a ela tudo. Todo o bem que nos roubaram em nossas vidas, e eu sabia que minha garota iria agora ver essas coisas também.
Não demorou muito para eu ouvi-la respirar firmemente com o sono. Eu olhei para ela dormindo em meus braços, e uma realização me bateu. Eu finalmente tinha feito isso. Eu tinha ficado com a minha filha, contando uma história para ela adormecer.
E eu nunca teria que deixá-la novamente.
Ela estava segura. E eu mudei para sempre, tudo por causa de um homem.
Eu me abaixei e beijei sua cabeça. "Eu nunca vou deixar você. Este é o meu voto solene.”
Deixando ela descansar, saí do quarto e segui o cheiro da fumaça de cigarro do AK.
Ele estava sentado na mesa da cozinha, perdido em pensamentos. Ele usava uma camisa branca com seu colete de couro e seus jeans escuros. Seu cabelo comprido repousava sobre seus ombros.
Todo o tempo, tudo o que eu podia pensar era que ele era meu.
Ele deve ter ouvido meus pés no chão, já que sua cabeça virou para mim. Me movi ao lado dele e coloquei minhas mãos em suas bochechas. Eu vi a confusão em seus olhos e disse: "Você nos salvou." Minha voz emperrou, mas eu continuei empurrando. "Você fez o impossível e me deu a minha filha. Você me deu uma chance de ser mãe." AK engoliu e exalou profundamente. "E você devolveu as batidas ao meu coração." Eu beijei cada uma de suas bochechas. "Eu te amo, Xavier Deyes. Eu te amo mais do que eu sabia que era possível. Você é minha graça. Você é minha redenção."
“Ruiva”, ele disse asperamente. Sentei no colo dele, suspirando quando suas mãos envolveram minhas costas.
Olhei para seus lindos olhos. "Você me deu esse presente, esse momento em que meu inferno terminou. E agora você precisa dele também. Salve-se do jeito que você tenta tanto salvar todos os outros. "
Ele desviou o olhar, mas eu o guiei de volta para mim. "Eu estarei aqui com você. Como a sua família." Eu apontei para fora da janela. "Viking, Flame e Asher. E Sapphira também. Nós todos estaremos aqui por você. "
Ele me observou. Ele me observou por tanto tempo que eu sabia que ele estava perdido em seus pensamentos. Então ele me beijou, suavemente, de modo reverente, antes de me levantar. "Eu tenho que fazer uma ligação," ele disse e saiu. "Tan?" Eu ouvi ele dizer. “Preciso de sua ajuda para rastrear alguém.”
E eu sorri quando me sentei na mesa de madeira da cozinha e olhei pela cabana. Ouvi os pássaros cantando lá fora. Ouvi os sons de Flame e Viking vindo falar com seu melhor amigo. E eu sabia que era isso. Essa era a vida que eu nunca pensei que iria ganhar.
AK e Sapphira, para sempre ao meu lado.
Eu estava em casa.
Capítulo vinte e quatro
AK
Duas semanas depois...
Puxei minha moto para parar no endereço que Tanner me deu. Porra de Austin. A casa estava em Austin.
Bem ao meu lado o tempo todo.
Os braços de Phebe se apertaram ao redor de minha cintura, e sua boca veio ao meu ouvido. "Você está bem?" Eu fechei meus olhos, e tudo que eu podia ver era Dev e Tina. Eu os vi apenas na minha cabeça agora que os terrores tinham parado.
Nada iria parar os pesadelos, as memórias, mas as coisas eram... Melhores.
"Sim," eu disse e soube que nós dois compreendemos que eu era um mentiroso do caralho.
Os braços de Phebe saíram da minha cintura, e ela saiu da moto. Ela estava na calçada, vestida de couro, os longos cabelos vermelhos de volta em uma trança francesa.
Porra da perfeição.
Ela estendeu sua mão. “Estamos aqui agora, AK. Vamos para a porta.”
Desci da moto, apertando meus punhos enquanto minhas mãos tremiam. E não importa quantas respirações profundas eu tomasse, eu não conseguia me acalmar. Eu sabia que não seria capaz. Porque eu sabia o quão errado essa merda poderia ir. Eu não estava sob ilusões. Eu esperava ter a porta fechada em minha cara e os policiais chamados em minha bunda. Por tudo o que eu sabia, eles sabiam que eu tirei Dev fora do manicômio todos aqueles anos atrás. Sem dúvida Claire e Tom teriam dito a eles a minha parte nisso.
Agarrei a mão de Phebe enquanto caminhávamos pelo caminho até a enorme casa pintada de branco. Parte de mim relaxado com a visão de um lugar tão caro. Zane cresceu aqui. Ele tinha tido mais dinheiro do que Dev ou Tina poderia ter lhe dado. Não que o dinheiro significasse merda. Mas pelo menos ele não estava em uma merda.
Quando chegamos à porta, Phebe se inclinou para mim. Eu olhei para seu rosto sardento, e ela sorriu em encorajamento. “Isso provavelmente não vai ser bom”, eu disse em advertência.
"Eu sei," ela respondeu, então acenou com a cabeça para a porta.
Levantei minha mão e bati três vezes. Fiquei de pé, esperando. Eu olhei para mim e me perguntei se Claire iria me reconhecer. Eu estava vestindo jeans desbotados, uma camisa preta e meu colete. Meu cabelo era longo. A última vez que ela me viu, ainda era curto. E porra sabe que eu tinha envelhecido.
A porta se abriu. A mão de Phebe apertou a minha enquanto eu lentamente olhava para o rosto mais velho, mas familiar de Claire. Levou um tempo para ver quem eu era, então eu vi seus olhos se alargarem.
“Xavier?” Ela sussurrou, trazendo a mão dela para a boca. Seus olhos me seguiram, estudando como eu olhava.
“Claire.” A porra da minha voz era crua.
"Eu não acredito nisso." Ela balançou a cabeça. Sua mão caiu de sua boca. Eu me preparei para sua ira, me preparando para ela me dizer para ir embora. Mas em vez disso, ela suspirou. "Estivemos procurando por você por um longo tempo." Eu congelei. Eu congelei e senti Phebe tomar uma inalação longa. Claire apontou para a mesa e cadeiras na varanda da frente.
“Vamos sentar. Chá?"
Eu ainda não podia falar, então fiquei agradecida quando Phebe sorriu e disse: "Sim, por favor. Obrigado."
Claire voltou para casa e nos sentamos. "Isso é bom", disse Phebe e trouxe minha mão para seus lábios. Ela beijou o dorso da minha mão.
“Eu pensei que ela ia bater à porta na nossa cara.” Olhei para a rua suburbana pitoresca.
"Ela me culpou, Ruiva. Ela me disse que era tudo culpa minha.”
“Não foi” disse Phebe com veemência.
Eu sorri para sua defesa. Eu não tinha certeza de que eu algum dia iria me perdoar pelo que eu fiz, mas porra ela não iria parar de tentar até que eu fizesse.
Claire voltou e colocou o chá. Ela nos entregou um copo e sentou-se nervosamente no assento diante de mim, passando as mãos sobre o vestido floral. "Tom foi transferido de Plano quando Zane tinha 12 anos." Eu acalmei quando mencionou o nome de meu sobrinho. "Nós tínhamos ouvido que você tinha vindo a Austin também, e desde o momento em que chegamos - antes disso, de fato - nós estávamos procurando por você."
"Por quê?" Eu perguntei bruscamente.
Os ombros de Claire caíram. "Porque ele sentiu sua falta, Xavier. Ele sentiu muita falta de você." Eu não esperava que o caroço que foi construído em minha garganta, mas então eu não esperava que Zane tivesse me procurado... Depois de tudo.
“Foi muito, sabe? Perder Tina e Dev como ele fez... Como ele fez. Seus pais foram tão violentos. Mas o que eu nunca vou me perdoar foi por ele perdê-lo também. " Claire endireitou seus ombros e afastou uma lágrima que tinha caído de seus olhos. "Eu estava tão machucada pelo que Dev tinha feito com Tina. Eu estava tão zangada, tão cega pela fúria, que acreditei que estava fazendo o melhor, tirando-o de sua vida. " Ela me olhou com culpa em seu olhar. "Eu culpei você." Suas palavras foram um golpe fodido em meu peito. "Eu culpei você e pensei que você machucaria Zane também."
Minha mão apertou em torno do vidro na minha mão. "Foi minha culpa." Eu olhei para o gelo derretendo em meu chá. "Eu fodi. Eu fodi, e todas as merdas que vieram para Dev e Tina - foda-se, para Zane - era tudo sobre mim. "
"AK", disse Phebe em voz baixa e apertou meu braço. Mas eu não podia olhar para a minha cadela. Se eu fizesse, eu sabia que eu iria quebrar.
"Ele teve PTSD16, Xavier," Claire disse, e eu levantei minha cabeça. "Eu tive que ter um monte de aconselhamento. Levei anos para lidar com sua morte.” Claire engasgou com um soluço. "Ela era minha irmãzinha. E ele a matou. Dev, o menino que ela amava desde o colégio... Eu não podia compreendê-lo. Não conseguia acreditar.” Ela se recompôs. "Mas ao longo dos anos foram me explicando de tal forma que eu entendo agora." Ela fungou. "O que o Dev passou no Iraque. .” Eu me enrolei. “A pouca ajuda chegou quando ele voltou, para afastar a escuridão sozinho... Eu posso entender como aconteceu. Ele nunca voltou verdadeiramente. Ele permaneceu vivendo naquele tempo até morrer. " Ela engoliu em seco. "Ainda dói. E não passa um dia que eu não pense em Tina, especialmente se Zane fizer algo que ela teria feito - um gesto, uma expressão, dizendo uma determinada palavra. " Seu rosto desmoronou. "Foi muito difícil."
“Eu sei”, eu disse e senti minhas malditas lágrimas subindo.
"Mas eu estava errada. Aquele garoto não conseguiu lidar bem com a perda de Dev e Tina.” Claire desviou o olhar para ganhar a compostura. Quando ela olhou para trás, ela disse, "Mas você era seu melhor amigo. Ele te idolatrava acima de qualquer pessoa, e ele sabia que você estava lá em algum lugar. Ele não entendeu por que você não estava vindo vê-lo.”
"Eu disse a ele que era eu. Eu disse a ele que eu tinha mandado você embora porque eu estava com raiva. E ele me odiava. Por um tempo, ele teve um tempo muito difícil. " Ela piscou, sua maquiagem dos olhos escorrendo. "Mas ele é um bom garoto, Xavier. Um garoto amável. Menino esperto. " Ela se quebrou, e eu estendi minha mão e cobri a dela. Estava tremendo. "Eles teriam sido tão orgulhosos dele." Ela riu tristemente. "Ele se parece com você. Assim como Dev. Como um homem Deyes.”
Minha cabeça caiu quando ela me disse isso. Sua mão virou sob a minha e ela apertou meus dedos. Eu ainda não podia olhar para cima. “Ele nos pediu para te procurar. Ele te desejava tanto, seu tio X. Recebemos todos os favores que podíamos com amigos na polícia, governo, mas era como se você não existisse.”
"Eu tinha," eu disse quando eu poderia finalmente olhar para ela novamente. Minhas bochechas estavam molhadas, mas Zane estava falando. O meu sobrinho querendo me ver. Precisando de mim, e eu não estava lá para ele. Depois de tudo o que tinha passado, eu não tinha estado lá.
"Nós tivemos que desistir eventualmente." Claire balançou a cabeça. “Mas toda vez que saímos a algum lugar, ele procura por você. Nós acreditamos que você estava em Austin, então ele nunca para de olhar." As sobrancelhas de Claire caíram.
“E aqui está você, à nossa porta.”
“Chegou a hora de encontrá-lo” disse. Senti a face de Phebe pousar em meu braço.
"Ele estará em casa logo." Claire verificou seu relógio. "Ele já saiu da escola. Estará aqui a qualquer momento.”
Os nervos que me abordavam eram tão fortes que eu tive que lutar para respirar. Então eu senti Phebe tensa ao meu lado.
Eu não olhei para cima. Por sua reação, eu sabia que ele estava aqui em algum lugar.
"Ele se parece exatamente com você", disse ela, sua voz cheia de emoção. Isso foi tudo o que me levou a levantar a cabeça. Ouvi o portão abrir antes de vê-lo. Ele estava olhando para minha moto, sua cabeça virou naquela direção enquanto caminhava para a porta. Então ele se virou. Ele se virou e olhou para a varanda. Olhos castanhos, cabelos castanhos compridos. Jeans, uma camisa branca e botas pretas nos pés.
Porra.
Demorou um segundo para me ver. Mas quando fiquei de pé, olhando diretamente para seus olhos, vi sua breve confusão se tornar clara. E eu vi o reconhecimento bater em casa. Ele era alto, como eu, e para uma criança de quinze anos, bastante musculoso. Mas eram os olhos dele que eu não conseguia passar. Porque era olhar para mim e Dev. Meu irmão estava olhando para mim através de seu filho.
Sua mochila bateu no chão, e ele permaneceu imóvel. "Tio X?" Ele disse, e cortou diretamente através de mim.
Sua voz que eu já conhecia como pertencente a um garoto tinha caído.
Ele também soava como Dev.
"Ei, garoto." Eu me aproximei. Mas parei quando vi seus olhos fecharem e sua cabeça cair. Entrei em pânico, apavorado por ele não me querer aqui depois de tudo. Mas quando um som baixo saiu de sua boca e ele lançou para a frente passando os degraus da varanda e passou os braços em volta de mim, eu porra quebrei.
O garoto estava chorando. Segurando tão difícil que eu porra quebrei também. Eu segurei firmemente o meu sobrinho e não tinha certeza se eu poderia deixar ir. Da última vez que ele estava em meus braços assim ele era pequeno e magro.
Agora ele era qualquer coisa, mas ainda sentia o mesmo. Meu peito ainda se sentia tão fodidamente grande.
"Eu senti sua falta," ele disse e eu cerrei os olhos.
"Eu também senti a sua, garoto", eu disse roucamente.
Zane puxou a cabeça para trás e procurou o meu rosto. "Eu não culpo você", disse ele. Eu tive que virar minha cabeça a partir de seu olhar. "Eu sei que ele estava doente por causa da guerra. Mas eu não te culpo por nada que você fez. Você tentou ajudá-lo.”
"Foda-se, garoto." Eu enxuguei meus olhos com meu antebraço.
Zane recuou, e eu o vi olhando para o meu colete. Seus olhos lacrimejantes se arregalaram. "Você está no Hangmen?" Seus olhos se iluminaram.
"Sim", eu respondi, confuso como ele mesmo sabia quem diabos nós éramos.
Você acha que eu tinha acabado de dizer ao garoto que eu era Jesus, porra de Cristo por sua reação. "Eu os vejo todo o tempo andando pelo centro da cidade." Ele se concentrou no meu corte. "AK", ele leu. “Esse é o nome da sua estrada?”
Assenti com a cabeça, um sorriso nos meus lábios. "Você gosta de motos?"
Zane colocou as mãos nos bolsos e assentiu. Ele olhou por cima do ombro para a minha moto. "Isso é seu?"
"Sim."
"Tia Claire?" Zane perguntou. “Posso mostrar ao tio X a garagem?”
"Claro," ela disse, sorrindo. Eu peguei Phebe assistindo, seu coração quebrando. Estendi a mão e puxei-a para o meu lado. “Zane, Phebe. Phebe, Zane. Phebe é minha old lady” disse ao meu sobrinho.
Phebe apertou sua mão. “Muito prazer em conhecê-lo, Zane” disse ela. “Ouvi falar muito de você.”
"Você ouviu?" Ele perguntou em choque.
"Sim." Ela sorriu. “E também vi muitas de suas fotos.”
Eu vi o garoto prestes a desmoronar novamente, então coloquei minha mão em seu ombro. "A garagem?"
Zane exalou profundamente, em seguida, levou-me ao redor da parte de trás da casa. Ele abriu a garagem e acendeu uma luz. Eu não consegui atravessar a porta. Eu não me movi um passo quando eu reconheci a moto que estava no meio da garagem.
"É aqueles...?”
"Sim é do Papai," Zane disse. A palavra "Pai" me atingiu como um golpe no peito. Ele se moveu ao lado da velha Harley Davidson Low Rider, que tinha mais ferrugem do que qualquer coisa agora. Zane se agachou ao lado dela e passou a mão suavemente sobre o assento. "Papai nunca se importou muito com isso quando ele voltou do Iraque. Depois eles... Morreram, tia Claire colocou-a no armazenamento com todas suas outras coisas. Ela não podia olhar para nada até um ano atrás, e foi aí que eu vi. " Ele se levantou. "Ela me deixou trazer para casa e trabalhar nisso."
“Você trabalha em motos?”, Perguntei, sentindo a presença de Dev ao meu lado. Seu filho gostava de motos também. Era sempre o plano. Sirva o nosso país, beba cervejas e apenas porra de passeio quando estávamos em casa visitando. Eu sempre imaginei Zane fazendo o mesmo um dia. Eu não estava muito errado. "Eu adoro." Ele pareceu todo tímido. "Eu não sou muito bom ainda. Estou aprendendo principalmente no YouTube e merda assim, mas estou ficando melhor... Eu acho que."
"YouTube?" Eu balancei a cabeça. Zane riu da minha reação horrorizada.
Fui mais adiante na garagem e passei a mão pelas barras da moto, lembrando Dev montando ao meu lado, livre com o vento.
Uma boa memória.
"Você quer aprender com mecânicos de verdade? Motociclistas que sei o que diabos eles estão fazendo?”
A boca de Zane se abriu. "Está falando sério?"
"Como um ataque cardíaco. Meus irmãos sabem uma coisa ou duas sobre essa merda. " Eu pisquei para ele, e ele começou a rir.
"Sim," ele respondeu rapidamente. Fez uma pausa. “No Hangmen?”
“Claro.”
"Eu ainda não sou capaz de andar de moto. Tia Claire diz que eu não sou permitido até que seja mais velho.”
"Foda-se essa merda. Eu vou te ensinar," eu disse, e Zane engoliu em seco.
"Sim?" Ele grunhiu.
"Sim."
Ele olhou para mim e eu olhei para ele. “Você se parece com ele.” Eu disse e a porra do meu coração quebrou.
Zane inclinou a cabeça. "Sinto falta dele. Eu sinto falta deles pra caralho,” ele disse, sua voz falhando.
Coloquei minha mão na parte de trás de sua cabeça e puxei-o para o meu peito. "Eu também sinto falta dele. Ambos."
"Nunca mais. Sim?” Eu disse e lutado mais do que nunca para não desmoronar.
"Você quer dizer isso?" Ele agarrou minha camisa como se ele estivesse com medo de que eu desaparecesse.
"Eu juro."
"Bom," ele disse suavemente.
Ficamos assim por um tempo de merda. E, finalmente, eu podia respirar. Pela primeira vez em anos... Eu podia respirar.
“Você quer vir para um churrasco em breve? Ficar por alguns dias? No complexo, ou então no alojamento?”
Zane deu um passo atrás e enxugou os olhos com a camisa. “Com os Hangmen?”
"Sim." Eu ri com a excitação em seu rosto. “Eles vão estar lá. Apresento-o aos meus irmãos da estrada e aos melhores amigos. Lil Ash também."
“Lil Ash?”
“Você vai gostar dele, garoto. Tem quase a sua idade. Gosta de motos.”
“Legal”, Zane disse, em seguida, porra sorriu.
"Sim... legal."
* * * *
Phebe
Quando voltamos para a cabana, estava escuro. AK e eu passamos a noite com o sobrinho dele. Ele contou a AK sobre o que ele tinha perdido - escola, eventos de vida, muito. Eu não entendia a maior parte do que eles falavam, mas eu não me importava. Foi bênção o suficiente vê-lo reunido com seu sobrinho. Ele estava... feliz. “Saff vai ficar com Li esta noite?” AK perguntou enquanto ele fechava a porta de nossa cabana.
"Sim," eu respondi e me virei para ficar no peito de AK. Corri minhas mãos pelo seu colete, enfiando as mãos e empurrando seus ombros. Sua respiração mudou, suas narinas flamejando sob meu toque.
"O que você está fazendo, Ruiva?" Ele perguntou, sua voz baixa.
Mudei minhas mãos para a bainha de sua camisa e puxei-a sobre seu estômago musculoso e tonificado. Suas tatuagens estavam brilhantes contra sua pele morena. Eu puxei a camisa sobre sua cabeça e a deixei cair no chão.
Inclinando-se para a frente, eu beijei o peito dele, movendo-me para lamber seu mamilo. AK sibilou e passou os dedos pelo meu cabelo. “Ruiva... Você não está pronta.”
Eu olhei em seus olhos. “Fui ao médico ontem com Lilah. Estou liberada - Claro, como dizem. "
Ele procurou meus olhos, então moveu sua mão para minha bochecha. "Mesmo assim, não tenho certeza se você está pronta." Ele bateu minha cabeça com a mão livre. Fechei os olhos, deixando o fato de quanto ele se importava comigo.
Um conceito estranho.
Eu deixei minha testa pressionar contra a dele e falei com meu coração. "Eu preciso de você.. " Eu não queria que o toque de Meister fosse o último em meu corpo por mais tempo. “Há apenas um toque de homem que eu quero no meu corpo novamente - dado livremente e com amor.” Eu encontrei o seu olhar escuro. "Seu."
“Ruiva”, AK murmurou. Levei-o para o nosso quarto, fechando a porta atrás de nós. Eu desabotoei seu jeans e puxei-o para fora de suas pernas. Dei um passo para trás quando AK estava diante de mim, gloriosamente nu.
Eu deslizei meu casaco, e sutiã do meu corpo, em seguida, deslizei minhas calças de couro pelas minhas pernas. Eu nunca quebrei o olhar de AK enquanto eu tirava minha calcinha e me erguia.
"Linda", disse AK, sua voz rouca, enquanto eu estendia a mão. Ele a pegou sem hesitação, e eu o levei para a cama.
Deitei-me e ele se deitou ao meu lado. Eu olhei em seus olhos e pressionei minha boca contra a sua. Eu deixei meus lábios adorarem seus lábios e deixar meu coração cair em perfeita sincronia com o dele.
Movi-me sobre seu peito, gemendo quando suas mãos ásperas pousaram em minhas costas. Sua língua macia empurrou em minha boca, e eu pude prová-lo. Senti suas mãos em minha pele, senti seu calor se fundir com o meu. Eu senti tudo. Permiti que eu sentisse tudo. Eu não bloqueei um único segundo.
Partindo de sua boca, eu beijei seu pescoço e peito. Beijei seu torso e desci até o V musculoso que levava à sua masculinidade. AK gemeu enquanto suas pernas se moviam antecipadamente. Tomando seu comprimento na minha mão, eu olhei para os olhos dele para vê-los vidrados e atordoados enquanto ele me olhava de volta.
"Eu te amo," eu sussurrei. Seus olhos brilharam quando eu levei sua masculinidade em minha boca, lenta e gentilmente.
"Sim, Ruiva", ele sibilou e passou as mãos pelo meu cabelo com o toque mais suave. Eu gemi quando seu gosto estourou na minha língua. Meus olhos se fecharam, e eu saboreei a sensação dele assim comigo. “Venha aqui”, disse AK. Eu me arrastei acima de seu corpo, confusa. "Quero provar você também." Ele guiou meus quadris em direção a ele até que minhas pernas estivessem sobre seu rosto, meu estômago pressionado contra o dele. Eu rolei minha cabeça para trás quando sua boca veio entre as minhas pernas. Sua língua explorou-me, e eu acariciei seu comprimento em minha mão. Precisando prová-lo novamente, eu me abaixei e o peguei de volta na minha boca. Eu chupei e lambi até que eu não podia mais ter a sensação de sua língua no meu núcleo. Minha bochecha achatada em sua coxa, ele me segurou no lugar e lambeu-me até que eu quebrei em um milhão de pedaços, caindo lentamente em seu lugar.
AK me levantou e me deitou no colchão, depois subiu acima de mim. Ele ficou sem palavras quando ele colocou as mãos em cada lado da minha cabeça e mudou-se entre as minhas pernas. Eu escovei minhas mãos através de seu cabelo, bloqueando seu olhar escuro enquanto ele empurrava dentro de mim. Ele era tão gentil quanto uma pena quando me encheu, com cuidado, lindamente... Tudo assim eu não senti nenhuma dor.
"Está bom?" Ele perguntou.
"Sim," eu respondi.
Corri minhas mãos sobre seus braços enquanto ele balançava para frente e para trás. Seu hálito quente sobre meu rosto, o calor de seu corpo me manteve segura, e as lágrimas vieram aos meus olhos ao ver a expressão reverente em seu rosto. Se eu não tivesse ouvido as palavras de sua boca, eu teria sabido que ele me amava pelo jeito que ele olhava nos meus olhos.
Pela facilidade e delicadeza de seus movimentos, e pela maneira como ele me embalou perto. Como se eu fosse preciosa.
Como se eu de alguma forma o tivesse feito completo.
Ele completou-me também.
"Eu te amo." Eu precisava que ele ouvisse quantas vezes eu precisasse dizer isso.
“Também te amo, Ruiva.”
Eu sorri, então eu falei o que estava em minha alma. "Antes disso, eu não sabia que a casa era um batimento cardíaco. Ou dois, no meu caso. Batendo em perfeita sincronia com o meu. Você e Sapphira, é a canção de ninar que afasta os meus pecados. "
“Ruiva... "
"O arrependimento é uma forma de tristeza, AK. A graça é uma forma de alegria. Nós derramamos lágrimas por cada pecado que temos semeado. Agora é hora de sorrirmos. Sorria e persiga a luz. Abrace as bênçãos que nos foram dadas. Juntos."
"Sim," disse AK, e eu sabia que não poderia amar mais do que eu fiz naquele momento.
E fizemos amor. À medida que os minutos passavam, ele me levou de novo, erradicando qualquer homem do meu passado.
Curando as cicatrizes que meu corpo suportara, e enterrando seu coração dentro do meu.
À medida que nossa respiração se tornava trabalhosa e seguíamos as luzes ofuscantes de nosso prazer, deixei as lágrimas caírem grossas e rápidas. Lágrimas de alegria, lavando toda a vergonha e culpa que permanece em nossos corações. E enquanto AK pousava a cabeça em meu ombro, eu o abracei, jurando que nunca o deixaria ir.
"Eu sou eternamente grata pelo dia em que você me amarrou àquela árvore." Eu o senti ainda.
AK levantou a cabeça e sorriu um sorriso doce e confuso.
"Foi o primeiro ato de graça que me foi dado. E enquanto eu olhava nos seus olhos, eu me via. Meu reflexo olhando para mim... Minha alma ferida."
"Sim," ele murmurou. Eu sabia que ele estava me dizendo que ele tinha sentido isso também.
“O homem do diabo com os olhos de anjo.”
Eu respirei. Ele respirou. Nós nos beijamos. Afastamo-nos. "As almas condenadas que juntas encontraram graça."
“Ruiva”, ele sussurrou e me segurou perto de seu coração. E eu fechei meus olhos e sorri. Porque, por um momento, haviam muitas coisas para me sentir feliz.
Finalmente.
Epílogo
AK
Duas semanas depois...
Ky e Styx sentaram-se desajeitadamente em seus assentos enquanto esperávamos que eles falassem. A Igreja fora chamada.
"Essa não foi a primeira vez que encontramos Garcia no México." Ky se mexeu em seu assento, e Styx acenou com a cabeça para ele continuar. "Vocês não sabiam que eu tinha uma irmã até que eu me amarrei a Li. Elysia, ou Sia como nós a chamamos." Ele deu de ombros. "Ela não foi educada nesta vida, então nunca falamos sobre ela." Ele pausou.
"Mas quando ela tinha dezessete anos, eu e Styx tivemos que tirá-la de algum problema... Problema causado por Garcia. "
“Que tipo de problema?” Perguntou Hush. O irmão estava tenso. Porra, nós também.
A mandíbula de Ky apertou-se, e pude ver que ele estava um segundo depois de perder-se. "Ela se envolveu com ele. Então ele a pegou. Vocês viram o que ele faz. Filho da puta. Eu e Styx a levamos para fora antes que fosse tarde demais.”
"Ele está procurando por ela desde então", Styx assinou, então tomou um tiro de seu Jack. “Sia esteve escondida todo esse tempo. É por isso que ela não está aqui muitas vezes. Não podemos arriscar.”
"Ele a quer de volta", disse Ky, e eu tive que dar crédito ao irmão, ele manteve a calma.
"Diablos tem estado em contato. Garcia está cheirando novamente desde a nossa pequena viagem ao México. Tentando obter informações sobre nós.” Styx fez uma pausa, então encontrou cada um de nossos olhos. “Ele está procurando por ela de novo.”
"O que isso significa?", Perguntou Cowboy. Os olhos de Ky se estreitaram em nossos dois irmãos Cajun. “Foda-se não gosto que eles farejem sua irmã também.”
“Significa que aquele filho da puta não acabou com a minha irmã.” Ky se inclinou para a frente, olhos fodidamente flamejantes. "E se ele voltar para Austin para ela, eu vou cortar pau por pau e fazê-lo comer tudo."
"Animado, irmão." Vike balançou suas sobrancelhas. "Eu gosto disso."
"Por enquanto, nós a protegemos. Observe a situação e veja como ela se desenrola. Mas vocês precisavam saber o que poderia estar vindo em nossa direção ", Styx assinou.
"Nós algum dia vamos ter a história completa sobre o que aconteceu anos atrás com ele?" Eu perguntei, e Ky se sentou de volta em seu assento.
"Eventualmente. Mas fodidamente não hoje. "
“Devemos saber” disse Hush. "Eu quero saber o que ela passou."
Os olhos suspeitos de Ky estavam de volta em Hush e Cowboy. O irmão não estremeceu. "Eu disse não a essa merda agora."
"Alguma outra notícia?" Styx assinou, impedindo Ky de castrar o Cajuns por seu interesse em sua irmã.
Ninguém disse uma merda, então eu levantei minha mão. "Estou indo para a minha pousada este fim de semana para um churrasco. Todos são bem-vindos. Traga barracas e merda se quiserem ficar mais.” Ouvi o silêncio deles. Eu não tinha mencionado a pousada desde que Dev morreu. Eu endireitei meus ombros, ignorando-os. “Meu sobrinho está vindo. Zane. Quero apresentá-lo a vocês. Ele é. ." Eu limpei minha garganta. "Ele é um bom garoto. Adora motos. Parece comigo. Quinze."
"Futuro caralho do Hangman!", Disse Vike. Eu sorri, me perguntando o que merda Claire teria a dizer sobre isso.
"Então nós estaremos lá," Ky disse. “A Grace está na sua casa quase como ela está na nossa de qualquer maneira.”
Eu ri. Ela e Sapphira estavam presas ao quadril. "Saff não se encontrou com nenhum de vocês. Vou tentar fazer ela sair também. Ela é meia fodidamente tímida. Ainda não se atreveu a encontrar ninguém.”
"Nós todos estaremos lá." Styx assinou, e eu vi todos os meus irmãos acenando com a cabeça. Eu fodidamente amo este clube.
O filho da puta estava se casando em alguns dias, provavelmente não tinha tempo, mas ele estava fazendo isso por mim.
Não importa quando você precisava do clube, ele estava sempre lá.
"Mais uma coisa", eu disse enquanto Styx foi bater o martelo. “Convidei Rider também.” O silêncio era espesso. "O filho da puta fez algo errado. Entendi. Mas ele salvou minha cadela e sua filha. Não teria qualquer uma delas se ele não tivesse pisado a porra. Ele pegou Klansmen no tiroteio e, porra, Phebe gosta dele, e Bella." Eu encontrei o olhar duro de Styx. "Eu entendo que ele não é um irmão, mas eu voto para ele ser permitido de volta para as instalações para churrascos e merda. Ele é um bom médico, nos poupa de ter que ir ao hospital e levantar a suspeita dos policiais, e ele pode lutar. Não tem um patch como um irmão, não poderia dar uma foda. Mas é onde eu estou. Pensei que todos vocês deveriam saber.”
Styx revirou os lábios, chateado. “Em segundo lugar” disse Smiler. “Não é surpresa para ninguém.”
"Ah, porra. Eu também ", disse Vike, encolhendo os ombros.
“E eu”- disse Flame. Escondi o meu sorriso. O maldito Psycho Trio nunca deixou de ter minhas costas.
“Nós também” disse Hush, apontando para si e para Cowboy. Cowboy virou a cabeça em minha direção, levantou seu Stetson e piscou.
Styx bateu o martelo na mesa. A igreja estava terminada. Nenhuma decisão seria tomada em breve. Eu não me importei.
Eu disse minha peça.
* * * *
A pousada
Alguns dias depois...
"Eles vão todos me encarar?", Perguntou Sapphira a Phebe. Phebe fez uma pausa para escovar o cabelo de sua filha. Elas estavam no segundo quarto, com as paredes agora branco brilhante e uma cama nova só para Saff. Vike e Flame me ajudaram a conseguir este lugar juntos. Nova pintura, nova coloração. Novo tudo.
Tivemos de começar novamente.
"Eles estão ansiosos para conhecê-la." Phebe envolveu seus braços em torno dos ombros de Sapphira por trás. Eu vi os olhos de Sapphira se esquivar do gesto, um pequeno sorriso fodido em sua boca. Essas duas merdas me matam diariamente. "Ninguém vai julgá-la. E Lilah, Mae, Maddie, Bella e Grace estarão lá também. Nós somos todas da mesma origem. Você gosta delas, sinta-se segura com eles. E todos estaremos lá com você. "
"Certo," Sapphira disse. Phebe recuou e girou Sapphira para encará-la.
“Você está tão linda, querida” disse Phebe com lágrimas nos olhos. Sapphira estava vestida com um longo vestido roxo. Phebe estava em seu vestido branco, ombro de fora, que eu adorava. Ambas as cadelas eram deslumbrantes.
Ambas minhas para proteger.
“Obrigada, mamãe” disse Sapphira. Eu tomei isso como minha sugestão para ir. Mas não antes que eu visse o sorriso fodidamente cego que veio nos lábios de Phebe.
Ela nunca se cansou dessa palavra: Mamãe.
Entrei na sala da cabana e parei. Zane estava olhando para as fotos acima da lareira. Eu andei ao lado dele. Ele não se mexeu. Não achava que ele pudesse falar, mesmo que quisesse. "Tinha aquela foto com ele toda vez que ele ia em missão", eu disse e ouvi Zane soltar a respiração lentamente. Eu lutei contra o aperto no meu peito. "Ficaria olhando para ele por horas. Sentindo sua falta.” O meu olhar mudou-se para o lado dele.
“Eu me lembro daquele dia”, disse Zane.
"Você lembra?"
“Lembro-me do momento em que a foto foi tirada.”
Olhei para a foto, assim como Zane. Eu alcancei o bolso do meu colete e puxei o que eu queria que ele tivesse. Quando eu olhei para Zane, ele já estava me observando. E ele tinha visto o que estava em minhas mãos.
"Não tenho certeza se você iria querer." Eu senti o metal frio em minhas mãos. "É uma situação fodida que temos. E não tenho certeza se você gostaria de alguma coisa dele assim. Eu só queria saber, porque ele era seu pai ... "
"Eu quero eles," Zane disse rapidamente.
Eu assenti e deixei cair as placas de identificação em suas mãos. O garoto tinha me fodido. Seus olhos lacrimejaram enquanto passava os dedos sobre o nome e número de Dev. "Eu estou... Estou orgulhoso dele, sabe? " Ele ignorou a lágrima que rolou pelo seu rosto. "Estou orgulhoso do que ele fez pelo nosso país."
Eu balancei a cabeça, porque eu não podia falar.
"Estou orgulhoso de vocês dois." Ele ergueu os olhos para os meus. "Eu entendi que não terminou bem. Mas... Mas Claire disse-me como a mamãe era orgulhosa de ambos, você e pai. E eu me lembro dela dizendo que o que você estava fazendo era importante. Que vocês eram ambos corajosos.”
"Ele estaria orgulhoso de você também, sabia?", Eu disse.
Zane sorriu. "Você acha?"
"Eu sei disso. Você era a sua vida “.
A cabeça de Zane caiu, e eu joguei meu braço em volta de seus ombros. "E você me pegou agora. Eu não sou seu pai, mas eu sou seu tio, e eu estou aqui sempre que você precisar de mim. "
“Eu sei” disse Zane, e eu o levei para fora.
Ash estava diretamente em cima. "Zane, você atira?" Ele perguntou. Os dois filhos da puta se deram bem desde o minuto que Zane veio para o complexo há dois dias. Sabia que eles iriam. Boas crianças, o par de merdas delas.
"Não, minha tia não me deixou. Sempre quis, entretanto” disse Zane.
Ash olhou para mim. "O AK pode ensinar você?" Zane olhou-me esperançosamente.
"Certo."
“Agora?” disse Ash. "Você tem que mostrar a Zane o alvo que você pode bater nas árvores." Ash virou-se para Zane “Seu tio pode atirar. Nunca vi algo como isso."
"Você pode?" Zane perguntou, e eu vi o orgulho de seus olhos. "Mostre-me, quero dizer. Eu sei que você é bom. Sniper e merda.”
"Claro," eu disse. "Ash?" Ele olhou para cima. "Você tem um minuto?" As sobrancelhas de Ash puxaram para baixo em confusão.
“Zane, dá-nos um tempo?”
Vike passou por ali naquele momento. “Zane! Você pode me ajudar a decidir quais tetas eu gosto mais dessas estrelas pornô. É como a porra da escolha de Sophie! " Ele jogou seu braço em volta do pescoço de Zane e o levou para longe. Caminhei para o lado da cabana, tomando uma garrafa de Jack de uma das mesas. Quando Ash e eu estávamos sozinhos, eu disse: "Eu não tive muito tempo para falar com você nas últimas semanas." Eu tirei dois copos de meu corte e despejei o Jack. Entreguei um para Ash. "Mas eu vou te dizer o que meu irmão me disse quando eu comecei minha primeira matança." Ash levantou suas sobrancelhas. "Vai ficar mais fácil", eu disse, ouvindo a voz de Dev na minha cabeça. "A partir deste momento, torna-se uma segunda natureza e não incomoda tanto. Eu prometo."
“Eu sei.” Ash baixou os olhos.
"Você faz?"
Ele encolheu os ombros. "Flame sentou-se comigo depois e falou." Ele gesticulou para o bourbon. "Ele me deu um tiro também." Ele sorriu. "Disse que você fez o mesmo com ele quando ele conseguiu sua primeira morte."
“Eu fiz.” Eu me lembrei.
Ash assentiu com a cabeça. "Ele me lembra de você às vezes. Eu acho que... Eu acho que de certa forma ele se modela em você." Eu fiquei chocado, fodidamente enraizado no local. "Você significa muito para ele."
"Ele significa muito para mim também", eu disse. "Como você, seu merdinha." Ash riu de mim. “Falando nisso, eu estou recebendo alguns planos elaborados para obter um outro quarto na minha cabana. Então você pode voltar para casa." Ele estava ficando com Flame desde que Sapphira tinha se mudado. Ash ficou em silêncio, então desviou o olhar. "O que?"
“AK... Flame me pediu para morar com ele e Maddie.”
Minhas sobrancelhas se ergueram de surpresa. "Quando?"
"Um tempo atrás."
"E?"
Um sorriso puxou seus lábios. "Eu disse sim."
Eu pisquei, não tenho certeza que eu poderia acreditar. "Você está bem com isso?"
"Sim," ele disse com um suspiro. "Eu quero. Desde que eu estive hospedado lá... Ele tem sido bom comigo. Diferente. EU... Melhor do que eu poderia ter imaginado. " Ele encolheu os ombros. "Eu gosto disso."
"Bem, porra, garoto," eu disse.
"AK?" Ele disse. "Eu... Só quero agradecer. Por tudo que você fez desde então... Você sabe, eu vim aqui. Eu. .” Ele balançou em seus pés. "Você é meu irmão também. Como Flame. E eu... Eu só queria que você soubesse que eu sou grato. " Eu jurei que esses adolescentes de merda iam me dar um ataque cardíaco da porta.
Transformando-me em uma vagabunda chorando.
"Venha cá, filho da puta." Eu puxei-o em meu peito e beijei sua cabeça. "Você precisa de qualquer coisa de mim, eu estou bem ao lado. Você é bem-vindo a qualquer hora. Não funciona com Flame, você está de volta comigo. Sim?"
"Sim," ele disse e deu um passo atrás.
"Ela precisa estar com a mãe de qualquer maneira", disse Ash. "Sapphira." Eu assenti, sabendo que era verdade. A pequena cadela estava cansada com o mundo, uma ermitã. "Vamos ver ela?", Perguntou Ash. "Todos nós queremos ver como ela é. Falar com ela. Nunca tive a chance de vê-la no tiroteio, e ela está se escondendo desde então. "
"Talvez hoje. A cadela é muito tímida, garoto.” Ash assentiu. Eu estendi meu tiro. "Bem, garoto. Aqui está você salvando minha bunda e morando com Flame. " Ele riu, e nós derrubamos nosso licor.
“É melhor irmos resgatar Zane de Vike”, disse Ash. Eu o segui de volta para a fogueira. Alguns dos irmãos tinham retornado de sua caminhada para a cachoeira. Styx e Ky tinham começado a grelha. Todos eles pareciam bem aqui.
Dev teria adorado.
"Você vai cuidar dele, sim?" Eu disse quando vi os olhos de Zane se arregalarem de algo que Vike havia dito.
"Sim. Eu gosto dele. " Ash colocou o copo sobre uma mesa. "Ele é como você de muitas maneiras." Eu olhei de volta para Vike e Zane, que estavam sentados com Hush e Cowboy. Zane estava rindo. "Ele faria um bom prospect também", Ash disse enquanto se afastava. Eu encontrei seus olhos negros. Ele estava sorrindo. "Apenas dizendo."
Ash caminhou até Zane, e os dois se encaminharam para a faixa-alvo. Eu segui atrás.
Outra criança para ensinar como atirar.
Duas horas depois, quando a noite tinha caído e o fogo estava aceso, sentei-me em uma cadeira. Zane, Ash e Slash estavam do outro lado do poço, bebendo cerveja e disparando a merda. Eu os assisti, um novo trio de merda.
Merda, eu me senti velho.
Alguém se sentou na cadeira à minha direita, outro à minha esquerda, enquanto eu procurava por Phebe e Sapphira. Sapphira não queria sair ainda. Não tinha certeza se ela iria. Ela estava enlouquecendo.
Eu sabia quem estava sentado ao meu lado sem sequer olhar. “Sua Old lady aparecerá em breve?”
Vike me entregou uma nova garrafa de Bud.
"Esperançosamente", eu disse.
"Ela está melhor agora?" Ele perguntou, sério.
"Sim. Ela está melhor.” Agora percebem que ela não era viciada em beber ou bater. Ela era viciada em esquecer toda a merda em sua vida. Esquecendo o fato de que ela tinha uma filha de quem ela foi afastada. Eu pensei nas duas últimas semanas, em seu rosto sorridente, em seu coração fodidamente bom. Ela em cima de mim me dizendo que amava a minha bunda. Meu peito encheu-se de calor. "Ela é boa."
"Ela é gengir." Vike sorriu. "O quê?" Ele disse quando eu ergui minhas sobrancelhas. "Nós gengirs somos uma porra de uma espécie única. Foda. Somos todos fodidos. Feito de puro estoque Viking. " Eu ri, ouvindo Flame fazer o mesmo. "E você certamente tem uma coisa para nós. Precisando de mim em sua vida, então Phebe. Merda, irmão, se soubesse que você ficava tão duro para as sardas, eu teria deixado você ver minha anaconda anos atrás. "
"Eu já vi isso um milhão de vezes... Não por escolha. " Eu balancei a cabeça.
"E toda vez você ficou impressionado."
"AK." Flame acenou com a cabeça em direção à porta do alojamento. Meu coração fodidamente bateu, perto de quebrar meu peito, quando vi Phebe segurando a mão de Sapphira, lentamente conduzindo-a para fora. Saff olhava nervosamente ao redor do quintal, parecendo que estava prestes a disparar a qualquer momento. Eu vi meus irmãos todos olharem para ela, dando-lhe um aceno de cabeça antes de voltar para o que eles estavam fazendo.
Phebe a conduziu para as outras cadelas do outro lado do fogo.
Vike me deu um cotovelo no lado. “Olhe por aí” disse ele, apontando para Lil Ash. Ash estava congelado, a cerveja suspensa no ar, enquanto observava Sapphira passar por ele e se sentar ao lado de Lilah e Grace. Eu balancei a cabeça, gemendo, quando Zane e Slash tentaram chamar sua atenção. Mas seus enormes olhos pretos não saíam de Saff. Ela claramente viu isso também, quando ela olhou para cima, deu-lhe um pequeno e fodidamente impressionante fantasma de um sorriso, então abaixou a cabeça novamente. Ash olhou como se quisesse ir falar com ela, mas ele apenas se recostou, sem tirar o olhar dela.
"Ash só tem uma porra enorme para Saff", gritou Vike. Então ele saltou do assento. "Tenho que ir e rasgá-lo sobre essa merda. Priceless!" Vike correu para Ash, que ainda estava olhando fixamente para Saff, como se seus olhos estivessem colados nela ou alguma merda. “Ash! Eu e você precisamos conversar sobre um novo desenvolvimento, filho da puta!”
Foda-se a minha vida.
Vike sentou-se ao lado de Ash, e eu vi o garoto cobrir seu rosto em vergonha quando Vike jogou seu braço em volta de seu pescoço e começou a dar-lhe merda.
Eu me virei para a Flame. Ele estava observando seu irmãozinho também, sem emoção em seus olhos. “Ele vai morar com você?”
Flame ficou tenso. Seus olhos se dirigiram para Maddie, que estava sentada com Mae, sentindo o seu colapso. "Sim."
“Você perguntou a ele?”
Ele acenou com a cabeça e tomou um gole de sua cerveja. "Maddie pensou que era hora."
"E você?"
"Eu concordei."
"Você vai ficar bem com ele estar lá?"
A cabeça de Flame caiu, e eu sabia que ele estava tendo dúvidas. “Não sei. Não posso... Não posso falar com ele como você. Não sei o que fazer se ficar chateado ou merda. Provavelmente vou foder com ele.”
"Não. Você vai ser bom, " eu disse, e Flame ergueu a cabeça.
"Sim?"
"Eu sei disso." As mãos de Flame apertaram sua garrafa. "Ele me disse que você falou com ele depois do tiroteio."
Flame assentiu com a cabeça. "Isso foi bom."
"Foi o que você fez comigo. Acabei de copiar você.”
"Eu sei. Então continue fazendo merda assim. "
Flame ficou em silêncio por alguns segundos, até que ele disse, "Obrigado." Eu olhei para o meu irmão. Ele nunca disse obrigado por nada. Sua mandíbula apertou. "Obrigado por vê-lo... Quando eu não podia. Quando minha cabeça... "
"Sempre." Claramente sentindo muita emoção, Flame pulou da cadeira sem uma palavra e foi direto para Maddie. Ela estava de pé e em seu colo em segundos. Eu assisti o irmão acalmar-se no minuto em que sua mão estava na dele.
Precisando de uma mijada, eu entrei na cabana. A.A. Bondy "When The Devil's Loose" começou a tocar fora.
Peguei outra cerveja e me mudei para a porta, e então parei em meu caminho no tapete. Phebe estava de pé, dançando ao redor do fogo com Grace. Assim como a primeira noite que ela dançou para mim, suas mãos estavam no ar e seus olhos estavam fechados, um fodido sorriso devastador em seus lábios. Grace imitou-a enquanto Sapphira sorria de olhos baixos, observando sua mãe da segurança de seu assento ao lado de sua tia. Qualquer um podia ver o quanto a amava com apenas um olhar.
E eu não conseguia arrancar meus olhos de Ruiva. Eu a assisti durante toda a música. Então, quando a próxima música tocou, seus olhos se abriram e imediatamente me procurou. Quando “Heroes” de Bowie veio e Phebe me encontrou ali, observando, uma gargalhada, felicidade crua porra, saiu de sua garganta. E minha cadela nunca tirou os olhos de mim enquanto ela dançava.
Impressionante.
Bonita.
Minha.
E fodidamente livre.
Eu bebi minha cerveja enquanto a canção era jogada para fora. Então eu olhei para o tapete aos meus pés. Dois pares de botas ainda estavam ali, brilhando à perfeição, de cada lado. Quando olhei para o quintal, vendo meus irmãos, vendo Zane rindo e feliz, eu fechei meus olhos e respirei profundamente. "Estamos bem, Dev", eu sussurrei para que ele pudesse ouvir. Engoli em seco e senti um sorriso nos lábios. "Todos nós vamos estar fodidamente bem."
Uma mão escorregou para dentro da minha, e quando eu abri meus olhos, Phebe estava diante de mim. “Você está bem?”, Perguntou ela, usando minhas próprias palavras sobre mim, a porra de um brilho nos olhos.
Então eu peguei sua boca.
Senti seu gemido.
“Sim, Ruiva. Eu estou bem... "
Eu respirei. Exalando, então disse, “Nascer do sol... Só estou abraçando o nascer do sol. "
Tillie Cole
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