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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


DAX / Scarlett Grove
DAX / Scarlett Grove

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Para fazê-la sua, ele deve ganhar sua confiança
Com um poderoso segredo Aria Sparks sempre soube que ela é diferente, seu canto pode curar os doentes e feridos. Ela manteve sua magia escondida toda a sua vida, mas quando um grupo de vampiros a sequestrou por seu sangue potente, isso apenas confirma que ela deve manter seu segredo para si mesma.
Um guerreiro dragão Dax está convencido de que Aria é sua companheira, e ele não vai parar até salvá-la das garras dos vampiros. Mas ganhar sua confiança exigirá mais paciência do que esse guerreiro corpulento pode ter.
Segredos revelados
Quando Dax descobre o segredo de Aria, seus modos grosseiros poderiam arruinar tudo. Pode uma cantora gentil confiar no guerreiro impetuoso não apenas com sua magia, mas com seu coração? E quando tudo parece perdido, pode Aria encontrar sua força interior e descobrir a verdadeira extensão de seu poder?

 



 

 

CAPÍTULO 1

 

As notas da canção de Aria Sparks ecoaram pela sala do lar de idosos. Seus pacientes idosos olhavam para ela com muita atenção e sorrisos suaves em seus rostos. Ela sabia como o canto dela os afetava. Todos os dias, eles ficam um pouco melhor.

Quando Constance Reed chegou, sua demência era tão ruim que nem se lembrava do próprio nome. Agora ela já reconhecia Aria e os outros enfermeiros e médicos quando eles entraram na sala.

O enfisema de Fred Hollister tornara necessário que ele carregasse um tanque aonde quer que fosse há seis meses. Mas agora ele usava cada vez menos o seu oxigênio. Ela deixou as últimas notas de sua música cair em silêncio e todos aplaudiram. Sorriu para eles e fez uma pequena reverência.

- Muito obrigada a todos vocês. - Ela disse, pegando seu esfregão. - Está quase na hora de terminar o dia. Eu vejo todos vocês amanhã.

Ela pegou o esfregão e o balde de limpeza e empurrou-o de volta para o armário arrumando e guardando tudo. Depois de retirar o avental e voltar a vestir as roupas de rua, ela acenou para a enfermeira da noite ao sair.

Aria entrou no estacionamento com uma canção em seu coração. Ela adorava trabalhar sua magia nos velhos. Ajudava as pessoas de qualquer maneira que pudesse.

O ar estava frio com o cheiro da chuva. Uma neblina de nuvens pairava no céu, obscurecendo as estrelas e a lua. Ela destravou o carro clicando nas chaves e as luzes traseiras brilharam enquanto atravessava o estacionamento escuro. Essa era sempre a hora da noite que a deixava mais desconfortável. Ela sabia que o asilo era seguro, mas havia aquele pequeno pingo de medo na barriga que tinha toda vez que andava sozinha à noite.

Quando chegou ao seu carro, uma figura escura saiu de entre os veículos e se aproximou. Ela engoliu o medo e deslizou as chaves entre os dedos como aprendeu na aula de autodefesa.

- Onde você está indo? - Disse o homem.

- Estou a caminho de casa. - Disse ela, exausta por um longo dia de trabalho.

- Eu não acho que isso vai acontecer. - Disse ele com uma risada.

- Se você me tocar, eu gritarei. A segurança estará aqui em menos de cinco segundos e você não quer se machucar.

- Oh, mas acho que alguém vai.

Outra meia dúzia de homens vestidos de preto apareceram atrás dos carros e a cercou. Antes que ela pudesse gritar, eles a agarraram e evaporaram, levando-a com eles. Seu grito se perdeu no vazio enquanto percorriam um túnel de escuridão. Círculos concêntricos pulsavam enquanto se moviam mais rápido que a velocidade da luz e saíam do outro lado.

Ela ficou em terra firme, seu grito ainda doendo em sua garganta. Ela estava cercada por uma floresta e havia uma grande mansão ao longe. Tentou gritar novamente, mas os homens que a seguravam apenas riram dela.

- Ninguém vai ouvir você aqui. Grite o quanto quiser.

- Faça-a calar a boca. Está machucando meus ouvidos. - Disse outro.

Um dos homens colocou um pedaço de fita adesiva sobre sua boca, e puxaram-na rudemente pelos gramados bem cuidados da mansão para entrarem no prédio. Ela ofegou ao ver as pessoas bem vestidas em uma sala de estar espalhafatosa.

Havia dezenas delas, vestidas com roupas de noite vermelhas e pretas. Elas eram bonitas, mas tinham um olhar frio e malicioso. Isso a lembrava de serial killers em programas noturnos de TV. Os homens a puxaram escada acima. Ela gritou por baixo da fita sobre a boca, mas nenhum som saiu.

- Esta Dragon Soul é poderosa. - Disse um de seus sequestradores.

Enquanto subiam as escadas, um homem de terno preto risca de giz desceu. Ele parecia mais imponente que os outros. Tinha anéis de ouro em seus dedos e segurava um copo de líquido vermelho.

- Estamos acompanhando-a há algum tempo. - Disse um de seus captores. - Ela tem magia.

- Seu sangue canta com poder. - Disse o homem de terno, farejando o ar e com os lábios cheios de fome. Aria recuou ao som, mas os outros homens a seguraram rapidamente.

- Leve-a para a torre. E certifique-se de que nossas proteções estejam mais fortes. Agora que os dragões despertaram, precisamos melhorar nosso jogo.

- Sim, Victor. - Disseram eles.

Os bandidos dos moletons e jeans skinny arrastaram-na pelas escadas e empurraram-na para um quarto, fechando a porta atrás dela. Ela se virou e bateu os punhos contra a porta, mas não adiantou. A porta estava trancada e não havia como escapar. Aria puxou a fita, arrancando os cabelos minúsculos e a camada superior da pele da boca. Ela cobriu a ferida pulsante com a mão quando uma lágrima deslizou por sua bochecha.

Virando-se, inspecionou o quarto em que se encontrava. Era uma torre circular com uma pequena janela, uma pequena cama em um canto e uma escrivaninha na outra. A sala estava gelada, o vento chicoteando pela janela estreita.

- Onde diabos eu estou? - Perguntou, entrando no centro da sala.

Essas pessoas estranhas não pareciam humanas. Mas acreditar que eles eram o que pareciam ser? Era um absurdo. Vampiros não existiam no mundo real, apenas programas de TV e romances de fantasia. Ela afundou na cama, esfregando os pulsos onde a haviam agarrado.

Ela olhou para as mãos e cerrou os punhos. Os homens sabiam sobre seu poder de cura e por isso que a levaram. Sua capacidade de curar os doentes com sua música sempre foi seu segredo. Ela sempre usou isso com cuidado, para que ninguém notasse, mas esses homens, essas pessoas, quem quer que fossem, estavam perseguindo-a e observando-a. Eles haviam notado. E agora queriam o sangue dela. Ela se enrolou na pequena cama e chorou até dormir.


CAPÍTULO 2

 

- Devemos salvá-la agora! - Exigiu Dax, olhando para o vídeo da garota mais linda que ele já tinha visto. Seus longos cabelos castanhos claros emolduravam um rosto oval de querubim. Seus lábios rosados em forma de coração imploravam para serem beijados. E as curvas dela? Suas curvas de ampulheta exigiam que suas mãos explorassem todos os picos e vales. Ele cerrou os dentes, preparado para atacar.

- Precisamos de um plano sólido, Dax. - Disse Kian. -Não podemos ir despreparados.

- As alas de vampiros estão dez vezes mais fortes do que da última vez que invadimos o complexo. - Disse Cato.

- Eu não me importo. Eu posso levar duas dúzias de vampiros.

- Seja como for, Dax. Ainda há a questão de saber se podemos ou não entrar na propriedade. - Disse Cato.

- Você mesmo disse que a magia dos vampiros não é tão forte quanto há um milhão de anos atrás.

- Não é, mas ainda assim precisamos tomar precauções. Não podemos salvar a Dragon Soul se formos pegos.

- Você está sugerindo que esses vampiros fracos conseguiriam nos pegar? - Dax disse com desgosto em sua voz.

- Isso é uma possibilidade. - Disse Cato.

- Eu não vou arriscar minha tripulação por uma Dragon Soul. - Disse Kian.

- Devemos protegê-la. - Exigiu Dax.

- Por que você está tão apegado a essa garota? - Perguntou Aiden.

- Eu não sei. - Disse Dax.

Seu dragão rugiu dentro de sua mente, arranhando a parte de trás de seus olhos e soprando chamas em sua mente. Ele não conseguia explicar por quê. Era a sensação mais estranha que ele experimentou em sua longa vida.

- Meu dragão ruge por ela. Ele não será acalmado. Desde o primeiro momento em que a vi, meu dragão grita para salvá-la.

Cato e Kian se entreolharam.

- Ela poderia ser sua companheira? - Aiden disse para Cato em voz baixa.

- Não há como saber até executarmos a análise de acasalamento. - Disse Cato.

- Nosso tipo não dependeu do instinto desde que o sol começou a escurecer em nosso sistema doméstico, isso antes de qualquer um de nós nascermos. O acasalamento sempre foi uma questão de análise de DNA. E continuará assim por um futuro previsível. - Disse Kian a Dax. - Eu esperei para acasalar com Everly. E você vai esperar para resgatar esta donzela.

- Mas eles vão drenar o sangue dela! - Gritou Dax, levantando-se da cadeira e jogando os braços para o alto. - Se nenhum de vocês vai ajudá-la, então eu mesmo vou.

- Dax, eu te proíbo de deixar a mansão até que tenhamos decidido sobre um plano de ação. - Kian rosnou.

- Você não pode me impedir. - Disse Dax, seu dragão rugindo incontrolavelmente.

Sua raiva ferveu seu cérebro quando o dragão enviou uma corrente de chamas através de sua mente. Dax era um dragão vestido de batalha que lutou com os vampiros muito antes do cataclismo. Ele tinha mais de mil anos e dormira por mais um milhão em uma câmara de estase.

Mas Kian era seu príncipe e seu comandante. Ele era obrigado a ouvi-lo. Dax rosnou, seus lábios tremendo quando olhou para Kian. Kian olhou para trás, seus olhos perfurando um buraco na alma de Dax.

- Eu vou ouvir. - Dax finalmente disse com um rosnado duro, sentando em sua cadeira. - Mas é melhor você se apressar.

Kian apenas levantou o queixo e endireitou os ombros. Ele era bem versado em lidar com dragões raivosos e desafiadores e sair ganhando.

- Agora que resolvemos isso, vamos começar. - Disse Kian, continuando com seu discurso. - Cato analisou as proteções com o dispositivo que plantou na mansão. A partir dessa análise, concluímos que as alas são pelo menos dez vezes mais fortes do que eram anteriormente. Existe a possibilidade de que essas alas possam nos prender por dentro. Devemos tomar precauções.

- Como nós quebraremos as proteções? - Aiden perguntou.

- Estou fazendo uma análise mais aprofundada das alas agora. Uma vez que eu entenda a magia, podemos usar nossa tecnologia para ultrapassá-los. - Disse Cato. - O maior problema é sair. Se entrarmos, só teremos alguns momentos antes que os vampiros estejam cientes da nossa presença. Eles terão a oportunidade de lançar novos feitiços e não teremos o benefício de nossa análise para reverter.

- Eu me recuso a acreditar que esses vampiros fracos poderiam nos prender em sua mansão. - Disse Dax, cruzando os braços sobre o peito.

- Não importa o que você acredita, Dax. O que importa são os dados. - Disse Cato.

Dax grunhiu para Cato e Cato grunhiu de volta. Kian colocou as mãos nos quadris e rosnou para os dois.

- O que concluímos é que podemos romper as proteções. Mas teremos menos de cinco minutos para recuperar a Dragon Soul e depois desocupar o local. - Disse Kian.

- Por que demoraria mais do que cinco minutos? - Dax perguntou. -Eu poderia queimar todo o lugar rapidamente.

- Você tentou fazer isso da última vez, Dax e não funcionou. - Kian disse, dando-lhe um olhar penetrante. - Precisamos fazer isso estrategicamente. Nós não podemos apenas nos apressar em nossos impulsos se você quiser salvar essa garota e todos nós sairmos vivos de lá. Isso é o que você quer, não é?

- Quando vamos embora? - Dax rosnou, pensando na bela mulher presa na torre. Ele não podia suportar a ideia daqueles vampiros a tocando. Ameaçando ela. Assustando-a.

- Vamos nos infiltrar no complexo amanhã ao amanhecer. É quando os vampiros estão mais fracos. O dispositivo que Cato deixou na mansão da última vez que estivemos lá nos forneceu uma grande visão sobre seu nível atual de poder, seus movimentos e seus hábitos. Também nos forneceu imagens visuais da mansão.

- O que ela está fazendo agora? - Dax perguntou.

- Agora, ela está dormindo. - Disse Cato.

- Eu não suporto o pensamento daqueles monstros tendo ela em suas garras.

Dax ficou em pé, ofegando e rosnando enquanto andava de um lado para o outro da sala até a ponte da nave espacial que enterraram sob a mansão. Dax tinha certeza de que a Dragon Soul era dele. Ele podia sentir isso profundamente em seus ossos.

A partir do momento em que colocou os olhos nela, seu impulso de acasalamento ficou dez vezes pior do que quando acordou pela primeira vez na Terra. Todos eles tiveram um impulso de acasalamento ativado, tornando-os um pouco mais irritáveis e agressivos do que o normal. Mas agora... agora Dax estava fora de controle.

Ele sabia que a garota, Aria Sparks, era sua companheira. Ele não precisava de uma análise de acasalamento para lhe dizer isso. Ele iria salvá-la, reivindicá-la e torná-la sua para sempre. Nenhum vampiro, nenhum homem ou dragão colocaria suas mãos sobre ela novamente. Ele a manteria segura e a faria feliz. Ele a faria gritar seu nome com prazer infinito. Seu dragão interno bateu as asas e rugiu para o céu, lançando fogo no ar.

- Partimos antes do amanhecer de amanhã. - Disse Kian. - Dax, descanse um pouco. Você precisará disso. Você é o nosso guerreiro mais forte. Eu preciso da sua cabeça no jogo.

Dax resmungou, apertando as mãos com força enquanto saía da nave e subia correndo para a mansão. Ele encontrou Everly com a bebê Ember na sala de estar, brincando com um chocalho. Ember saltava para cima e para baixo em sua cadeira saltitante. Dax olhou para Everly, que acabara de descobrir que estava grávida. Ela moveu suavemente sua cabeça e deu-lhe um sorriso amigável. Dax queria satisfazer sua bondade com sua própria natureza alegre, mas estava muito cansado para fazer qualquer coisa além de rosnar e se virar.

- O que deu nele? - Dax ouviu Everly dizer para Kian quando ele subia as escadas. - Dax é geralmente tão feliz e doce.

- Problemas de senhora. - Disse Kian.

Dax rosnou profundamente em sua garganta e bateu a porta. Ele estava tão zangado e cheio de energia que não suportava estar perto de mais ninguém. Andou de um lado para o outro no quarto, odiando que Kian o proibisse de salvar Aria. A garota era dele. Ela precisava da sua ajuda! Ele tentou respirar e acalmar seu dragão. Sabia que Kian era um líder sábio e bom e que havia liderado sua equipe em muitas batalhas no passado.

Confiava nele mais do que qualquer um que já conhecera.

Mas agora que seu dragão estava em frenesi com seu impulso de acasalamento, ele mal podia ouvir as palavras de qualquer outra pessoa. O rugido de seu dragão era tão alto que abafava todos os outros sons.

Ele teria que se curvar à vontade de seu dragão ou logo perderia a cabeça.


CAPÍTULO 3

 

Aria acordou devagar com a luz do sol atravessando a janela estreita na borda do quarto. Ela saiu da cama desconfortável, com dores nas costas e atravessou a sala na ponta dos pés para olhar pela janela.

O sol estava alto. Devia estar no final da manhã já. Ela não tinha outra maneira de medir o tempo, não havia relógio no quarto e os vampiros confiscaram seu celular.

Vampiros? Eles poderiam realmente ser vampiros?

Essa era a única maneira que conseguia pensar nessas pessoas. Nada mais fazia sentido. Tanto sentido quanto ser sequestrado por vampiros. Ela soltou um suspiro profundo. O vento frio soprou sobre seu rosto pela janela aberta e arrepios subiram por sua pele.

Olhando para fora, examinou os terrenos além do prédio. A mansão era cercada por bosques densos. Mesmo que saísse daqui, como ela poderia encontrar o caminho de casa? Não tinha nem ideia de onde estava. Talvez nem estivesse mais no estado de Washington. Talvez ela estivesse em outra dimensão!

A porta se abriu e os bandidos da noite anterior entraram. Um deles tinha uma bandeja de comida e a colocou na mesa no canto. Ele sorriu, revelando dentes caninos afiados. Seus olhos brilhavam famintos quando ele a olhou. Farejando o ar, ele lambeu os lábios.

- Eu poderia drenar você agora. - Ele brincou. - Mas não vou. Os anciãos teriam minha cabeça. De qualquer forma, eu tenho direito à minha parte do sangue.

Ele saiu do quarto e bateu a porta. Aria pulou no ritmo do som. Ela balançou a cabeça, pensando nas palavras dele. Eles queriam sugar o sangue dela. A realidade desses homens serem vampiros estava afundando cada vez mais. Ela suspirou e atravessou a sala, inspecionando a comida que ele trouxe. Um pedaço de pão branco e uns ovos mexidos demais. Não havia nem mesmo um garfo. Ela suspirou novamente e sentou-se à mesa, comendo os ovos com os dedos.

Aria pegou o pão e se levantou para andar pela sala, dando pequenas mordidas enquanto tentava bolar um plano. Um pequeno pio veio da janela, quase quieto demais para ouvir. Ela correu e encontrou um passarinho amarelo sentado no peitoril da janela. Ela olhou mais de perto, inspecionando a criatura. Batia as asas, mas não podia voar para longe. Estava ferido!

Aria o persuadiu espalhando migalhas de pão, até que ele finalmente entrou no quarto. Pegando-o em suas mãos, segurou-o contra o peito quando ele começou a bater sua asa ferida. Ela cuidadosamente atravessou o espaço e sentou-se na cama para em seguida, abrir a sua boca e espalhar pelo ar as notas de sua canção de cura. Logo, as oscilações nervosas do pássaro cessaram e ele ficou calmo em suas mãos. Ela continuou a cantar, abrindo as palmas das mãos para inspecionar a criatura.

Ele a olhou com olhos confiantes e ela sorriu para ele. Aria sabia que a asa do pássaro não se curaria com apenas uma música. Por experiência própria, tinha ciência de que seria preciso mais do que apenas uma sessão para curar a pequena criatura. Ela o levou pelo quarto e o colocou dentro de uma caixa de sapatos descartada, dando-lhe migalhas de pão. Ele parecia feliz ali, pegando o seu pão, com o bico batendo e arranhando o papelão.

- Aí está você, garotinho. Agora pelo menos eu tenho o que cuidar enquanto estou neste lugar horrível. Vou me certificar de que vou te trazer de volta à saúde para que você possa voar livremente. Mesmo que eu mesma nunca mais veja a liberdade.

 

CAPÍTULO 4

 

Os dragões da House of Flames se encontraram no gramado dos fundos, preparando-se para o voo matinal até o complexo dos vampiros.

- Ativem o modo furtivo. - Disse Kian.

Dax deslizou o dedo sobre o dispositivo de pulso, ativando seu modo furtivo.

- Ligação mental engajada. - Disse Bethi, o computador da IA de sua nave.

O link mental deles veio online, permitindo que falassem um com o outro sem palavras.

- Transformem-se quando estiverem prontos. - Disse Kian.

Dax respirou fundo e soltou, deixando seu interior emergir rapidamente. A fera estava rosnando, arranhando e rugindo dentro dele, exigindo que ele salvasse a garota. Ele não dormiu bem. Agora, finalmente, sua besta interior foi libertada, e ele poderia resgatá-la de seu tormento. Sua enorme besta vermelha se lançou no ar, voando à frente dos outros dragões. Pronto para lutar. Pronto para derrubar todo o complexo de vampiros se tivesse que fazer.

- Fique em formação. - Ele ouviu Kian dizer.

As asas de Dax bateram no ar enquanto ele voava em direção à fortaleza dos vampiros. Respeitava a implementação cuidadosa de Kian, mas, mais do que algumas vezes, ele descobriu que suas táticas eram vantajosas. Enquanto os outros dragões paravam, pensavam e analisavam, Dax carregava as espadas prontas, incendiava fogo e cuidava de qualquer ameaça que estivesse diante deles. Ele vencia antes que os dragões mais medidos se preparassem para a batalha.

Mas Kian era seu príncipe e seu comandante. Ele precisava ouvir o que Kian dizia pois, mesmo sob a nuvem de fúria, sabia que ele tinha razão. Dax não queria piorar a situação de Aria. Se as alas de vampiros fossem mais fortes do que eram da última vez, poderia ser uma missão de resgate complicada.

- A mansão dos vampiros está a cem milhas de distância, a leste. - Disse Bethi sobre sua ligação mental.

Os dragões mudaram para o leste, voando em uníssono nas correntes de ar em direção à mansão. Seus corpos estavam sob o manto da invisibilidade: indetectável para aviões ou outra atividade humana nos céus. Eles poderiam passar completamente despercebidos com sua tecnologia superior.

Os dragões continuaram seu voo com o vento passando por suas orelhas. Os vampiros tinham a vantagem de poder entrar e sair da forma material sem ter que viajar fisicamente. Era um poder que mantiveram mesmo depois dos milhares de anos na Terra os terem tornado fracos.

Esses vampiros novos e mais fracos eram fáceis de combater - Dax tinha assumido duas dúzias deles sem um único arranhão -, mas eram quase impossíveis de matar, porque agora se curavam quase instantaneamente antes que se dissipassem em fumaça. Uma adaptação que pegou a todos desprevenidos.

Ele bateu as asas para cima, lutando contra o vento contrário que o atrasava. Ergueu-se ao vento e depois mergulhou novamente, encontrando uma nova corrente para deslizar. Os outros dragões seguiram. Ele podia senti-los em formação através de sua ligação mental. Finalmente, eles chegaram ao limite da propriedade do vampiro e aterrissaram graciosamente nas florestas profundas no limite da propriedade.

- Mudar para a forma de meio dragão. - Disse Kian através do link mental.

Dax mudou para sua forma de meio dragão, sentindo os outros dragões ao redor dele. Mesmo em modo furtivo, conseguiam enxergar o esboço fraco um do outro. Todos eles se esconderam sob a cobertura da floresta, a escuridão antes do amanhecer disfarçando seus movimentos.

- Aqui, vamos analisar as proteções antes de tentar quebrá-las.

- Bethi, o que você está pegando? - Cato disse, passando o dispositivo de pulso sobre a borda da linha das árvores.

- Analisando alas mágicas. - Disse Bethi.

- Quanto tempo isso vai levar? - Dax resmungou.

- Aproximadamente cinco minutos. - Disse Bethi.

Dax soltou um suspiro profundo que saiu por sua forma física.

- Por favor, permaneça em silêncio. - Disse Kian através de seu link.

Dax cerrou os dentes, tentando ser paciente enquanto o computador analisava as proteções mágicas ao redor da propriedade.

- Análise completa. - Disse Bethi.

- Essas alas são mais complexas do que qualquer coisa que já encontramos. - Disse Cato.

- Mesmo em nossos sistemas domésticos? - Kian perguntou.

- Eles desenvolveram nova magia depois dos milhões de anos desde que lidamos com eles.

- Você pode quebrá-las? - Kian perguntou.

- Eu posso tentar.

-Tentando quebrar ala. - Disse Bethi.

Dax cerrou os dentes com mais força, sentindo a dor no queixo enquanto tentava permanecer em silêncio.

- Eu não me importo com suas proteções. Eu posso levar todos eles. Esses vampiros não podem ser melhores.

- Dax, nós explicamos isso. Se estivermos presos atrás das proteções, talvez você não consiga sair.

- Nenhuma magia de vampiro pode me manter dentro!

- Você não sabe disso. - Kian latiu.

Dax pode estar zangado, mas não ia cometer erros estúpidos quando se tratava de sua companheira.

Sua companheira.

Dax sabia que era ela. Kian e Cato insistiram que ele esperasse por uma análise de parceiro, mas tudo dentro dele lhe dizia que ela era aquela que estava esperando. Dax esperou um milhão de anos para encontrar a sua parceira predestinada. No momento em que viu Aria, seu dragão interior teve certeza de que ela era. Ele não se importava que os dragões não tivessem dependido de seu instinto de acasalamento em milênios. Isso não importava.

Tudo o que importava era como ele se sentia. E ele sentia que ela era sua companheira. Ele nem sequer a cheirou ainda, mas apenas a sua visão foi suficiente para incitar o impulso de acasalamento de seu dragão. Cato achava que era porque eles estavam na Terra e as Dragon Souls viviam aqui, mas o impulso se tornou muito mais agressivo desde que pôs os olhos em Aria.

Kian encontrou sua companheira. Ele teve o mesmo sentimento quando colocou os olhos em Everly. Por que eles deveriam duvidar de Dax? Mas eles duvidaram de tudo o que ele disse e fez, porque gostavam de sentar e conversar, como garotinhas.

Ele precisava de ação, movimento, fazer as coisas acontecerem. Os outros três não eram tão decisivos quanto ele, e às vezes ele achava que era uma falha terrível que todos compartilhavam. Dax tinha a verdadeira alma de um dragão de fogo. Não sabia como o resto deles se tornara tão impotente, mas suspeitava que tivesse algo a ver com o sol poente e a perda das fêmeas.

Ele empurrou todos esses pensamentos sombrios de sua mente, sabendo que estava apenas com raiva de sua equipe por fazê-lo esperar. Às vezes você tinha que entrar e ver o que acontecia, para tomar suas decisões na hora. Ele desejou que eles entendessem isso.

- As proteções foram desativadas. - Disse Bethi.

- Eles estarão cientes de nossa presença agora. - Disse Cato.

- Movam-se! - Disse Kian.

- Finalmente. - Dax murmurou, indo em direção à mansão.

Os outros três continuaram com ele através do terreno silenciosamente sob seus mantos de invisibilidade. Assim que Dax ficou sob o beiral da mansão, seus pulmões se encheram de um perfume mágico. Como chuva de primavera e sol. Brisas suaves que beijaram suas bochechas desgastadas de batalha. Amor em plena floração como uma flor de brotamento. Seu dragão interior ficou descontrolado.

- Ela está lá em cima. - Dax latiu, incapaz de controlar seu turno. - Eu vou pegá-la agora.

- Dax não. - Disse Kian.

Mas era tarde demais. Ele não seria controlado. Ele não conseguiria, nem mesmo pelo seu comandante. Se Kian não gostasse, então ele poderia tentar puni-lo. Dax rugiu. Seu dragão interior voou de dentro para fora.

Ele se lançou no ar, pousou no telhado ao lado da torre e olhou com um olho gigante para a pequena janela. Ele a viu dormindo na cama no canto. Tão pacífica e delicada. Ele mudou para sua forma humana pois precisava falar com ela, então desativou sua capa de invisibilidade e ficou na janela.

- Aria! - Ele gritou. - Aria, acorde!

Mas ela não se mexeu. Kian gritava com ele através de sua ligação mental, e Cato e Aiden amaldiçoavam a sua desobediência.

- Você alertou os vampiros para a nossa localização, Dax! - Kian repreendeu.

- Eu vou lidar com eles. - Ele rosnou. - Aria, acorde! - Ele chamou novamente.

Finalmente, ela se mexeu na cama e piscou na escuridão da madrugada. Acendeu as luzes e examinou seus arredores.

- Olá. - Ela disse.

- Aria, por aqui. Olhe para cá. - Disse ele.

Ela olhou para a janela e caminhou pelo chão para olhar para ele.

- Quem é você? - Perguntou ela, inclinando a cabeça para o lado. - Você é um vampiro?

- Meu nome é Dax. Estou aqui para te salvar.

- Como você vai me tirar daqui? Eu não posso passar através da janela. - Ela disse, batendo em seus quadris muito curvos. Dax grunhiu, salivando ao ver.

- Eu vou abrir espaço. Afaste-se.

Ela correu de volta e ficou do outro lado da sala. Dax fechou a mão e deu um soco na parede.

- O que você está fazendo? - Ela engasgou, horrorizada e confusa.

- Estou tirando você. - Disse ele.

- Os vampiros estão chegando. - Disse Kian atrás dele.

Os outros quatro dragões mudaram e pousaram no telhado ao redor dele. Figuras das trevas emergiam de todas as janelas e portas do prédio.

- Você vai ver algumas coisas estranhas, Aria. - Disse ele, tentando tranquilizá-la. - Não tenha medo. Estamos aqui para te salvar.

- Tudo bem. - Disse ela do outro lado da sala.

Dax se afastou da janela e se moveu, enquanto dezenas de formas negras desciam sobre ele. Ele havia feito apenas um pequeno buraco na parede, estendendo a janela pelo dobro do tamanho. Isso dava a Aria uma melhor visão da batalha que estava sendo travada.

Ele saltou no ar quando os vampiros sombrios desceram de todas as direções. Ele girou no céu, atacando-os quando eles se tornaram físicos. Juntos, caíram no chão e se tornaram vapor novamente. Dax caiu no chão em um baque pesado, soltando fogo ao redor dele.

Um pouco antes do fogo os alcançar, os vampiros ficaram invisíveis e seu fogo se apagou. Odiava não poder pegá-los ou queimá-los como uma batata frita como antigamente. Eles eram escorregadios como enguias e impossíveis de capturar. Ele bateu e bateu com suas garras e dentes, soprando fogo ao redor, mas quando isso não funcionou, Dax decidiu queimar sua casa. Ele soltou uma lufada de fogo, acendendo o nível mais baixo da mansão. Os vampiros gritaram, distraídos pelas chamas.

- Você concordou em não vir aqui. - Disse o líder deles, Victor.

- E você concordou em não sequestrar Dragon Souls. - Disse Kian.

Os dragões e vampiros se enfrentavam. Kian em sua forma humana e Victor vestindo um terno sob medida segurando uma bengala.

Dax arranhou e soprou chamas ao redor, sem se distrair com o confronto entre os líderes. Os vampiros gritaram quando se queimaram e saíram da existência, apenas para voltar um segundo depois perfeitamente bem.

- Estamos levando a Dragon Soul. - Kian rosnou.

- Você não pode tê-la. - Disse Victor.

- Mas estamos levando. - Disse Kian. - Se você precisa se alimentar de sangue, então pegue de espécies não sencientes1, como porcos. Se você insistir em sangue humano, compre-o em bancos de sangue ou encontre voluntários dispostos. Se você não atender a essas condições, os Guardiões da Terra não descansarão até que cada um de vocês estejam em chamas.

- Desde quando você se tornou o guardião deste planeta? - Victor perguntou.

- Desde que acordamos e te encontramos aqui. Acostume-se a isso. - Kian disse, mudando para sua forma de dragão.

Finalmente, Kian estava se mostrando como o dragão de fogo que nasceu para ser. Dax sorriu, mostrando seus dentes de dragão afiados enquanto sorria.


CAPÍTULO 5

 

Aria encarou em choque, escondendo-se da luta do lado de fora de sua janela. O homem que supostamente veio resgatá-la era muito bonito e forte. Uma mandíbula quadrada e barbuda, boca jovial e olhos verdes de musgo estavam emoldurados por uma massa desgrenhada de cabelo loiro ondulado que chegava até seus impossíveis ombros largos. Ela queria acreditar que este Adônis estava realmente aqui para ajudá-la. Mas então ele se transformou em um enorme dragão vermelho, e ela já não tinha mais tanta certeza.

Aria ficou surpresa o suficiente com a existência de vampiros e agora também tinha que acreditar em dragões? Era simplesmente demais. Ela se esgueirou para a janela e olhou para fora novamente. Havia uma batalha completa acontecendo lá fora. No céu, no chão, nos telhados.

Tropeçando para trás, pegou o pássaro ferido, que chamou de Charlie, e segurou-o perto do seu peito. Ela cantou uma música suave para acalmar seu chilro frenético. Não sabia o que aconteceria depois dessa briga violenta, mas pretendia manter Charlie a salvo, não importando o quê.

Sua voz estremeceu quando o poder dentro dela surgiu através de suas mãos e se irradiou para a pequena criatura quebrada. Ela sabia que logo sua asa seria curada, e ele seria capaz de voar para longe e viver na natureza como deveria. Mas se algo acontecesse com ele, nesta batalha sangrenta e ardente de vampiro e dragão, ela nunca se perdoaria.

Seu coração batia descontroladamente e ela mal conseguia se concentrar em sua música, mas colocou cada grama de sua força, foco e resolução em manter seu passarinho a salvo da tempestade.

Aria o colocou dentro do bolso de sua camisa, onde ele poderia se aninhar confortavelmente contra o seu peito e olhou pela janela mais uma vez.

Victor, o líder dos vampiros, enfrentava um homem que ela não reconhecia. Todo o nível inferior da mansão estava em chamas. O dragão que disse ter vindo salvá-la estava agora na forma de uma enorme fera vermelha, enfrentando dezenas de vampiros.

Havia outros dragões lá fora também. Um deles estava meio transformado com um corpo físico parecido com um homem, mas com asas saindo de suas costas, garras e presas. Ele dançava como um ninja com espadas flamejantes em suas mãos com garras, lutando contra várias dúzias de vampiros no chão e no céu.

Outro meio transformado dragão estava atirando vampiros com raios laser de algum tipo de dispositivo de pulso. Ela balançou a cabeça, sem entender o que diabos estava acontecendo. Aquilo era um dragão com uma arma laser? Ela simplesmente não acreditava. Isso era além de razoável. Se ela já não tivesse sido sequestrada por vampiros, a visão de toda essa comoção provavelmente a faria desmaiar.

Aria percebeu que agora vivia em um mundo estranho e maravilhoso, e provavelmente seria melhor se ela se acostumasse a isso.

Ela mesma não era exatamente um ser humano normal. Sua capacidade de curar os doentes com sua música tinha sido seu segredo toda a sua vida. Tudo começou quando ela era uma jovem, cerca de cinco anos, um ano antes de sua mãe falecer. Ela encontrou o gato de um vizinho que havia sido atacado por um cachorro. Sua pata dianteira estava rasgada e por isso ele não conseguia andar.

Ela se sentou com o pequeno felino preto e branco sob os degraus da varanda. Guiada pelo instinto, cantou, segurando as mãos contra a madeira. Depois de quinze minutos de canto, o gato saiu correndo da varanda e atravessou a rua, como se nunca tivesse se machucado.

O gato não deveria usar sua pata quebrada e sangrenta quando correu com três pernas sob a varanda. No entanto, ele fugiu, tão saudável quanto poderia estar. Daquele dia em diante, ela sabia que tinha um poder especial e curou muitas criaturas e pessoas também. Mas logo aprendeu que precisava manter isso em segredo.

Quando ela contou à mãe sobre seu dom, ela riu e disse a Aria para não ser boba. Disse que a magia não existia, que era apenas parte de um de seus contos de fadas. Sua mãe havia dito que Aria era uma menina grande agora e precisava saber a diferença entre fantasia e realidade. Um ano depois, sua mãe foi atropelada por um motorista bêbado e faleceu na mesa de operações.

Isso deixara uma profunda impressão na jovem psique de Aria. Ela sempre acreditou que se estivesse com a mãe no hospital, poderia tê-la salvado. Ela cresceu em conflito sobre sua identidade, seu poder e seu lugar no mundo. Por um lado, sabia que seu poder era profundamente amoroso e bom. Por outro lado, as palavras de sua falecida mãe continuavam a ecoar em sua mente como um sino de pedágio.

Aria não pôde resistir tentando ajudar as pessoas, mas só usou seu poder em segredo, nunca chamando atenção para si mesma. Sabia que se alguém descobrisse que ela acreditava em magia, eles a trancariam e jogariam fora a chave.

Depois que sua mãe morreu, ela cresceu com seu pai. E ele nunca se casou novamente. Como um vendedor ambulante, casado com seu trabalho, eles se mudavam pelo menos duas vezes por ano durante toda a sua infância. Quando a mãe dela estava viva, tinha sido mais fácil. Mas sem ela, Aria não tinha ninguém para cuidar de suas necessidades emocionais. Seu pai era um bom pai, para um distante viciado em trabalho, e ele cuidava de suas necessidades físicas. Mas suas experiências de infância a deixaram insegura e incapaz de se conectar com qualquer coisa, incluindo ela mesma e suas próprias necessidades.

Quando seu pai morreu de derrame há alguns anos, ela ficou completamente sozinha. Com a pequena apólice de seguro de vida que deixou, ela foi capaz de começar uma nova vida simples em Seattle, esperando finalmente encontrar uma casa.

Então os vampiros descobriram seu segredo e a sequestraram. Tão cuidadoso como foi, eles de alguma forma a cheiraram. E agora aqui estava ela, presa em uma torre olhando para uma batalha entre vampiros e dragões. Ela se afastou da janela quando as chamas começaram a lamber mais alto na mansão, alcançando o segundo andar. Logo eles a alcançariam e ela não teria para onde correr.

O gigante dragão vermelho voou pela janela e lançou lhe um sorriso. Pelo menos ela pensou que era um sorriso. Os dragões sorriam? Essa era uma pergunta que nunca esperou fazer a si mesma. Mas o dragão que se chamava Dax parecia estar sorrindo para ela enquanto girava no ar, queimando chamas e batendo nas dezenas de vampiros que estavam atacando-o. O cheiro de fumaça e enxofre encheu seu nariz e ela tossiu. O dragão com as espadas flamejantes voou para a janela dela.

- Eu sou Aiden. Nós vamos tirá-la daqui em breve. Mas você precisa ser paciente por mais alguns minutos. - Disse ele, abruptamente dançando para longe da janela.

Aiden era tão bonito quanto Dax de uma maneira brutal e assustadora. Enquanto os vampiros eram legais e bonitos, quase como porcelana, esses dragões eram quentes, de sangue quente e masculinos. Havia algo extremamente robusto sobre eles. Algo que a fez sentir arrepios na espinha no momento em que viu Dax. Ela sentiu uma onda de algo que não conseguia explicar. Era desejo?

Ser mantida em cativeiro no meio de uma batalha paranormal dificultava a compreensão de seus sentimentos. Mas a última vez que sentiu algo parecido remotamente foi em seu último encontro. Ela se sentiu atraída pelo cara e teria gostado de um segundo encontro, mas ele nunca a ligou de volta. Às vezes achava que era muito pudica para a maioria dos homens.

Hoje em dia todos os caras pareciam querer garotas dispostas a ir para casa com eles depois de um primeiro encontro. Isso simplesmente não era Aria. Ela precisava se sentir amada. E também tinha um segredo para guardar e isso tornava tudo muito difícil para chegar perto de alguém. Ela desistiu de namorar. Não havia muito que pudesse fazer quando não conseguia se conectar, e ela estava disposta a aceitar isso.

No entanto, Aria se importava com as pessoas, às vezes com uma falha. Seu trabalho com os idosos na casa de repouso era mais importante para ela do que encontrar um cara de qualquer maneira. Mas quando colocou os olhos em Dax pela primeira vez, pensou por uma fração de segundo que talvez pudesse encontrar o amor.

O enorme dragão assentou do lado de fora de sua janela e mudou para sua forma meio transformada. Suas mãos com garras agarraram as laterais da janela e arrancaram a parede em um grande pedaço. Ela gritou e pulou para longe.

- Não tenha medo, pequena humana. - Disse ele em uma voz profunda e rosnando. - Estou aqui para te salvar.

- E os vampiros?

- Eles estão neutralizados.

- Estou com medo. - Disse ela, boquiaberta na borda do prédio e as chamas abaixo. A fumaça irritava o seu nariz.

- Você não tem nada a temer. Venha comigo.

- Eu não posso ir sem o meu pássaro. - Disse ela, segurando o bolso com a palma da mão. - Eu não quero que ele se machuque.

- Nenhum dano virá para o seu pássaro. Venha comigo.

Ele estendeu a mão, mas cinco vampiros desceram sobre ele, jogando-o no chão. Aria gritou, vendo Dax cair, mas ele se virou e atacou, uma espada de duas mãos aparecendo em suas mãos e cortando os vampiros ao redor dele. Mas mesmo que ele cortasse-os um a um, os vampiros se levantavam, como se nada tivesse acontecido. Era a visão mais aterrorizadora que Aria já tinha visto.

Ela gritou e saiu correndo da abertura, sem querer ver o horror. Um momento depois, Dax pousou fora da janela novamente. Desta vez ele trouxe o dragão com a arma laser.

- Este é Cato. Ele vai levar você até o perímetro.

- Venha. - Disse Cato. - Nós não temos muito tempo.

- Mas Dax... - Disse ela, olhando para o seu pretenso salvador.

Ela queria ir com ele e não sabia por quê. Por que um dragão não era tão bom quanto o outro? Ela não pôde evitar a sensação de que havia algo entre eles.

- Dax é nosso lutador mais forte. Precisamos dele em campo. - Disse Cato, estendendo a mão para ela.

- Ela tem um pássaro no bolso. - Disse Dax. - Nenhum dano deve acontecer.

- Entendido. - Disse Cato.

Aria pegou a mão de Cato e ele a levantou. Ela segurou o pássaro no bolso com ternura quando o dragão meio deslocado a levou da torre. Olhou por cima do ombro do dragão enquanto suas asas batiam no ar. Dax mudou sua forma de dragão quando os vampiros desceram sobre ele novamente. O homem que estava falando com Victor mudou para a forma de dragão e soltou fogo ao redor, aumentando o fogo na mansão.

- Aqui você estará segura. - Disse Cato, aproximando-se do perímetro da floresta.

Ele a colocou no chão e escaneou o ar com um raio de laser de seu pulso.

- As alas estão se reajustando e encontram-se com setenta e cinco por cento de poder. - Disse uma voz feminina robótica.

- Isso é ruim. - Disse Cato.

- O que é ruim? - Perguntou Aria.

- A magia vampírica. Eles estão se ajustando. Nosso computador está tentando quebrar suas proteções para permitir nossa fuga.

Ele pressionou a mão no ar ao redor deles que chiou enquanto queimava. Ele gritou e puxou a mão de volta. O cheiro de carne queimada agrediu seus sentidos. Cato enfiou os dedos queimados sobre o holograma à sua frente. Aria esperou por um minuto excruciante, observando o homem com o estranho dispositivo de pulso trabalhar nas proteções mágicas. Ela queria ajudar, usando sua própria magia, mas tinha medo de que eles soubessem o que tinha. Será que eles tentariam usá-la também?

- As proteções de vampiros estão abaixadas. - Bethi chiou.

- Aiden, Dax, Kian. - Disse Cato. -As proteções estão abaixadas. É melhor sairmos.

Cato testou o ar em volta do perímetro novamente e não queimou sua mão.

- Hora de ir. - Disse ele, estendendo a mão para ela.

Dax voou atrás dele em sua forma meio deslocada, os olhos brilhando.

- Eu vou levá-la de volta. - Disse Dax.

Dax a levantou em seus braços enquanto sua mão gentilmente cobria o pássaro em seu peito. Ela colocou o outro braço em volta do pescoço dele enquanto olhava para seu rosto bonito. Cato mudou para a forma de dragão e os outros dragões voaram atrás deles. Eles se viraram para o oeste, longe do sol nascente, e deixaram a mansão em chamas, um lugar que ela esperava nunca mais ver.


CAPÍTULO 6

 

Dax colocou Aria na grama macia com Charlie agarrado em seu bolso. Ela o checou cautelosamente quando aterrissou. Ele estava bem, um pouco abalado e nervoso. Ela cantarolou algumas notas de sua música e ele se acalmou. Os outros três dragões pousaram ao redor deles, mudando para suas formas humanas.

- É guerra aberta agora. - Disse Aiden.

Dax segurou o braço em volta da cintura de Aria, mas ela se afastou. Mesmo que algo dentro de si chamasse o calor que ele oferecia, ele era um estranho. Não só isso, ele era uma criatura sobrenatural que ela nem sabia existir até algumas horas atrás.

- Eles não podem nos tocar. - Disse Dax.

- Cato, fortifique nossos escudos. Precisamos estar a duzentos por cento. - Disse o dragão, que deveria ser o líder.

- Eles não têm mágica suficiente que possa combinar nossa tecnologia. - Disse Aiden.

- Podem haver variáveis que não conhecemos. - Disse Cato.

- Você está assustando Aria. Precisamos levá-la para dentro. - Disse Dax. - Vamos lá, Aria. Vou levá-la a algum lugar onde você possa descansar. Apresentarei a companheira e a filha de Kian. - Dax inclinou a cabeça para o líder da tripulação.

- Companheira?

- Sim. Sua... esposa, é como um humano chamaria isso. Ela é uma Dragon Soul, uma Alma Dragônica, como você. - Disse Dax enquanto seguiam em direção a uma mansão moderna de dois andares.

- O que é uma Dragon Soul?

- Vamos explicar tudo em breve. - Disse Kian. - Primeiro, vamos levá-la para dentro.

Os cinco caminharam ao longo de um caminho de pedra. As grandes janelas da mansão davam para o quintal, cheias de cerejeiras em flor. Pétalas cor-de-rosa flutuavam no ar. O grupo entrou pela porta dos fundos, numa cozinha digna de um chef bem equipado.

- Esta é uma bela casa. - Disse Aria, pensando em seu pequeno apartamento na cidade.

- Seu quarto é no andar de cima. - Disse Dax.

- Você já tem um quarto pronto para mim? - Ela perguntou, seu desconforto surgindo. - Como você soube de mim de qualquer maneira?

- Estamos acompanhando o movimento dos vampiros desde nosso último ataque ao complexo deles. Eu plantei um dispositivo enquanto estávamos lá e identifiquei você como uma Dragon Soul a partir do vídeo.

- Oh. - Ela disse, assentindo. Supunha que isso fazia sentido. Se alguma dessas coisas fizesse sentido.

Eles continuaram pela cozinha até uma grande sala de estar aberta, onde uma mulher bonita e curvilínea estava sentada de joelhos na frente de um bebê em uma cadeira inflável. A criança gritou de alegria quando a mulher sacudiu um chocalho para ela.

- Aria, esta é Everly, a companheira de Kian. E o bebê é Ember, sua filha.

- É muito bom conhecê-la. - Disse Everly, em pé e correndo pelo espaço entre eles para pegar a mão de Aria.

Aria aceitou o aperto de mão e as duas mulheres agarraram as mãos brevemente antes de Everly estender a outra e dar um tapinha no ombro de Aria. Aria apreciou o toque gentil de outra mulher. Mesmo que ainda estivesse nervosa e confusa sobre tudo o que estava acontecendo, a presença de Everly ajudou-a a relaxar. Ela parecia muito doce e genuína.

- Você vai amar isso aqui. - Disse Everly. - Os caras vão te proteger. Eles fizeram um trabalho maravilhoso ao cuidar de mim.

- Você só tem que lembrar de ficar dentro do perímetro de nossos escudos. Fora dos nossos escudos, não temos como impedir um ataque de vampiros. - Disse Kian.

- O perímetro de nossa propriedade agora está marcado por todos os lados. Assim, você será capaz de ver se está prestes a sair da zona segura. - Disse Cato.

- Vamos lá, Aria. Vou levá-la para o andar de cima; para o seu quarto. - Disse Everly, pegando Ember de seu assento saltitante. - Vocês podem parar de ficar em pé olhando.

- Eu ia levá-la. - Objetou Dax.

- Ela precisa descansar, lembra? Agora vá nadar algumas voltas ou fazer algo para se refrescar. - Everly brincou.

Dax cerrou os punhos. Aria seguiu Everly pelas escadas e olhou por cima do ombro. Ela observou Dax sair rapidamente da sala de estar. Quase queria ir atrás dele.

Everly levou-a para cima através de um corredor decorado com toques femininos. Everly segurou Ember em seu quadril e abriu uma porta no final do corredor. No interior, Aria ficou impressionada com o esplendor da sala. Cortinas de gaze drapejavam uma cama de dossel com postes delicadamente em espiral.

Uma grande janela de sacada com um assento na janela dava para os amplos jardins abaixo. Flores de cerejeira cor-de-rosa flutuavam no ar e uma variedade digna de uma princesa e um generoso armário estava encostado nas paredes. Uma mesa e um laptop estavam encostados a outra janela, e se ela não estivesse enganada, o closet estava cheio de roupas.

- Isso é para mim? - Aria perguntou.

- Nós estamos preparando isso para você desde que descobrimos que você estava na propriedade dos vampiros. Dax estava pronto para ir e te pegar imediatamente. Kian sabia que eles precisavam analisar as proteções dos vampiros antes de sair. Caso contrário, poderia ter sido ruim.

- Nós estávamos quase presos dentro. - Disse Aria tirando Charlie do bolso. - As proteções queimaram a mão de Cato antes de serem quebradas.

- Quem é esse cara pequeno? - Everly perguntou andando e olhou para Charlie nas palmas de Aria.

Ember estendeu a mão e tentou acertar o pássaro. Aria, protetoramente, trouxe-o de volta contra seu peito.

- Esse é Charlie. Estou cuidando dele até que recupere a sua saúde.

Ela cantarolou algumas notas de sua música para Charlie, com cuidado para que Everly não notasse o que estava fazendo. Inspecionou o quarto, tentando encontrar um lugar para colocá-lo. Então viu uma gaiola decorativa no canto e não pôde acreditar na sua sorte. Ela se aproximou e colocou-o no fundo da jaula e depois olhou para Everly.

- Você não tem sementes de pássaros por aqui, não é?

- Na verdade, temos algumas na cozinha. Acabei de instalar alguns comedouros no exterior. Ember adora vê-los voando e cantando. Eu vou descer para pegar um pouco.

Everly desapareceu com Ember. Aria ficou sozinha no enorme e luxuoso quarto. Ela andava com as mãos atrás das costas, sem saber o que pensar. Sentou na cama e gemeu com o quão confortável o colchão era. Ela se levantou e foi até o armário.

Pensou ter visto prateleiras de roupas dentro, mas não podia ter certeza até acender a luz. Ela encontrou o armário cheio de todos os tipos de roupas em várias cores para diferentes ocasiões. Seus olhos se arregalaram ao vê-lo e sua boca caiu. Ela balançou a cabeça.

- Isso não pode ser para mim. - Disse para si mesma, mas então verificou o tamanho e viu que o guarda-roupa se encaixava perfeitamente nela.

Só então a porta se abriu. Everly entrou segurando um pequeno saco de alpiste e uma pequena tigela de água.

- Eu trouxe alguns recipientes para as sementes e para a água.

Everly colocou Ember em um tapete branco macio e jogou sementes em uma das tigelas. Abriu uma porta que dava para um banheiro completo com uma banheira de imersão e um chuveiro de pedra. Aria ficou boquiaberta com isso.

- Esse banheiro também é para mim? - Perguntou ela. - Isso é quase tão grande quanto o meu apartamento.

Ember sentou no tapete, batendo palmas e rindo.

- Oh sim, esta é a sua suíte. - Disse Everly. - E essas são suas roupas. Cato analisou seu tamanho e Aiden e eu fizemos compras.

- Isso é muito generoso. O que eu tenho que fazer em troca disso?

- Você não precisa fazer nada. - Disse Everly, saindo do banheiro com um pequeno recipiente de água.

Everly entregou os recipientes de água e sementes para Aria que os colocou dentro da gaiola para Charlie. Ele gingou e colheu as sementes. Aria soltou um suspiro de alívio e seus ombros relaxaram.

- Assim, menino. - Disse ela para Charlie. - Isso é melhor.

Ela voltou para o armário e começou a tirar as roupas. Nunca teve sequer uma peça de roupa de grife e agora tinha um armário cheio disso.

- Isso não pode estar certo. Por que eles me deram tudo isso?

Ela colocou uma jaqueta de couro cor de caramelo e passou as mãos pelas mangas. Ela ronronou com a suavidade do couro e soltou um suspiro de satisfação. Entrou no quarto onde Everly estava brincando com Ember no tapete.

- Porque você é uma Dragon Soul. - Disse Everly.

- O que é uma Dragon Soul? - Aria perguntou, voltando-se para o closet e pegou um vestido verde que realçava o verde de seus olhos, acentuava sua pele pálida e fazia seu cabelo castanho claro parecer lustroso. Ela fechou a meia porta do armário, para que pudesse continuar falando com Everly, e vestiu a nova lingerie, o vestido e a jaqueta. Analisou o armário de sapatos e pegou um par de botas de cano alto. Ela entrou no quarto e girou ao redor.

- Isso parece incrível. - Disse Everly. - Há todos os tipos de produtos de cabelo e maquiagem no banheiro, se você quiser.

- O que é uma Dragon Soul exatamente? - Ela perguntou novamente.

- Talvez eu deva deixar os caras explicarem isso para você. Eu só sei um pouco. Eu só estou com eles há algumas semanas.

- Dax disse que você era a companheira de Kian. É como a esposa dele. Mas você só esteve aqui algumas semanas?

- Está certo. Ser companheira é como ser uma esposa, mas de uma forma muito mais profunda. É um vínculo que não pode ser quebrado. Kian é tudo que eu sempre quis em um homem e muito mais. - Everly disse melancolicamente, colocando Ember em seu colo.

- Mas você só esteve com eles algumas semanas. Ember não é sua filha?

- Ela é minha filha. Mas eu não dei à luz a ela. A Dragoness Prime fez.

- Uau. Dragoness Prime? Isso tudo fica mais complicado.

- Tudo bem. - Disse Everly, batendo o lábio. - Vou tentar explicar para você. Mas eu posso não garantir que esteja tudo certo. Os caras lá embaixo são dragões. Dragões de fogo para ser exata. Eles são os últimos membros da House of Flames, um clã de dragões de fogo de um planeta distante. Seu sistema solar em casa está do outro lado da galáxia, mas eles tiveram que deixar seu planeta porque o sol morreu. À medida que o sol desaparecia, a taxa de natalidade dos dragões femininos diminuía até que restou apenas uma fêmea.

- Ela era uma Prime. Resumindo, ela poderia acasalar com qualquer macho e não teria que encontrar um companheiro predestinado. Os líderes de cada Casa enviaram-lhe sua semente e ela ficou grávida de seus dragões. Ember é um desses filhos. A tensão foi demais e ela morreu logo depois que os ovos eclodiram.

- Isso é tão triste. - Disse Aria.

- Eu sei. Sinto vontade de chorar toda vez que penso nisso. Ela foi muito valente e corajosa. Os caras têm o mais profundo respeito e gratidão por seu sacrifício. Especialmente Kian.

- Então o que aconteceu?

- Apenas momentos antes do sol morrer, os membros de cada Casa conseguiram escapar. Outros da população decidiram permanecer, mas você precisa perguntar a Kian sobre isso. Parece que a política do velho mundo era extremamente rígida. Aqueles poucos que fugiram procuraram na galáxia por um novo lar e encontraram a Terra. Isso foi há um milhão de anos atrás. Encontrando este planeta primitivo, semearam a terra com as almas de seus ancestrais e espalharam seu DNA por todo o planeta, esperando que algum dia s Dragon Souls nasceriam.

- Então, apenas alguns meses atrás, a nave da House of Flames emergiu das profundezas da água. A tripulação saiu da estase e Kian colocou um anúncio no jornal para uma babá, e aqui estou eu.

- Esses caras estavam dormindo debaixo d'água por um milhão de anos?

- Está correto.

- E eles são alienígenas?

- Dragon shifter aliens para ser exato.

- Eu vi a parte do shifter de dragão. - Disse Aria, coçando a cabeça. Ela olhou para sua roupa e sentou-se com Everly. - Eles são generosos shifters de dragão. - Aria murmurou.

- Oh, eles têm uma enorme quantidade de tesouro em ouro. Todas aquelas roupas no seu armário não são nada. Eu não me importaria com isso.

- Eu sou uma dessas Dragon Souls como você? Parte do meu DNA se desenvolveu quando os dragões semearam o planeta com as almas de seus ancestrais?

- Exatamente. Cato fez uma análise enquanto você ainda estava cativa e determinou que você é uma Dragon Soul. Infelizmente, os vampiros também podem reconhecer as Dragon Souls e preferem se alimentar delas. Os caras são realmente protetores da humanidade, especialmente de pessoas que possuem a Alma Dragônica, como nós. Então, eles foram resgatá-la.

- Como você se tornou a companheira de Kian?

- Oh sim. Eu e Kian. - Ela suspirou de forma melancólica. - Cada dragão tem uma companheira predestinada que é a mulher perfeita para ele em todos os sentidos. Eu sou a pessoa predestinada de Kian. E ele é meu. Ele me disse que sabia sobre isso desde o começo, mas têm que fazer a análise genética com o computador deles.

- E os vampiros?

- Oh sim, eu esqueci deles. Bem, acho que os vampiros eram os antigos inimigos dos dragões antes deles deixarem o planeta e quando acordaram, descobriram que seus antigos inimigos estavam aqui. Eles fizeram algumas análises de computador e supuseram que, sem os dragões para detê-los, os vampiros provavelmente devoraram todas as criaturas em seus quadrantes, tendo que encontrar um novo lugar para morar. Então, talvez há uns dez mil anos atrás, os vampiros acabaram aqui. Ninguém sabe onde eles ficaram entre o período que devoraram seu quadrante e quando acabaram na Terra. Existem algumas teorias. Talvez tenham sido apanhados em um buraco negro ou estivessem devorando alguns outros planetas. Mas Cato não tem nenhuma resposta para isso.

- Isso é muito interessante. - Aria meditou, sentindo-se cada vez mais nervosa com cada palavra que Everly falava. - E essa coisa toda de acasalamento?

- Eu sei que Dax acredita que você seja dele.

- Dax acha que eu sou sua companheira? - Aria disse, o medo formigando em sua espinha. - Ele vai esperar que eu ... case com ele?

- Eu não deveria ter dito nada sobre isso. - Disse Everly, mordendo o lábio.

- O que ele fará se eu não quiser me acasalar com ele?

- Eu ouvi dizer que, teoricamente, se eles não encontrarem uma companheira em algum momento, o dragão interior fará com que eles enlouqueçam, se não os matarem primeiro.

- Dax vai morrer a menos que eu acasale com ele?

- Bem, provavelmente não. Quero dizer, eles não sabem com certeza. É apenas uma teoria.

Aria sentou-se na cadeira, pensando em tudo o que Everly havia dito.

- Isso é demais.

- Apenas se concentre em cuidar de si mesmo e se sentir confortável. Eu sei que é isso que eles querem. E ninguém vai te forçar a fazer nada. Dax pode ser um pouco incivilizado e está agindo de forma agressiva desde a primeira vez que te viu. Mas ninguém vai tirar vantagem de você. Eu prometo. Todos nós estaremos cuidando de você.

- Eu aprecio isso. - Disse Aria, sentindo uma bola apertada em seu estômago.

Isso não poderia estar acontecendo. Everly parecia legal, mas tudo o que ela disse era realmente assustador. Aria sentia um certo tipo de atração por Dax, mas foi sequestrada por vampiros e depois raptada novamente por dragões. Os dragões eram definitivamente mais agradáveis. Infelizmente parecia que ela nunca seria capaz de voltar à sua antiga vida novamente. Sentia falta dos idosos da casa de repouso e queria voltar a ajudá-los.

Ela não queria viver uma vida presa em uma mansão. Era um lugar muito legal e Everly parecia doce. Ember era adorável. Mas nenhuma dessas coisas tinha sido sua escolha ou sua decisão. Por mais legal que tudo fosse, não podia aceitar que essas criaturas estavam tomando todas as decisões por ela agora.


CAPÍTULO 7

 

- Ela é minha. -Dax rosnou para Cato e Kian quando eles o puxaram para o porão.

- Você não pode simplesmente tê-la. - Disse Kian. - Temos que fazer o teste de acasalamento primeiro.

- Eu não quero esperar. - Disse Dax. - Eu quero reivindicá-la agora.

- Nós tomamos essa decisão quando Kian encontrou Everly e isso não vai mudar para você. Além disso, a garota nem te conhece. Você não pode simplesmente levá-la e torná-la sua. Ela é humana e apenas aprendeu que dragões existem. Dê um tempo a ela. - Disse Cato.

- Meu dragão interior não pode ser contido. - Disse Dax.

- Precisamos de um pouco do DNA dela para fazer a análise. - Disse Cato.

- Aqui. - Disse Dax, puxando uma mecha de cabelo castanho claro de sua camisa, que ficou presa durante o voo. - Isso deve ser o suficiente para executar a análise.

- Agora, Dax, você precisa se controlar. Se você assustar aquela garota e ela fugir, teremos problemas muito maiores em nossas mãos.

- Eu não vou deixar ela ir embora. - Disse Dax.

- Você pode não ter escolha, se arruinar as coisas. - Disse Kian. - Ela é humana. E não podemos segurá-la aqui contra a vontade dela.

- Ela é minha companheira. - Disse Dax. - Por que ela iria querer sair?

- Dax, você não sabe nada sobre mulheres humanas. Você tem que cortejá-la gentilmente. - Disse Kian.

- Eu não tenho ideia de como fazer isso. Preciso apenas dizer a ela que eu preciso dela. Que ela é minha e que pertence a mim.

- Receio que isso não funcione. Você precisa de uma abordagem mais sutil. - Disse Kian.

- Como o quê?

- Passe um tempo com ela. Seja gentil. - Disse Kian.

- Gentil? - Dax disse. - Eu sou um guerreiro da Primeira Ordem da House of Flames. Eu nunca fui gentil na minha vida.

- Agora é uma boa hora para aprender. - Disse Cato. - Você tem sido extremamente agressivo ultimamente e se não consegue controlar seu impulso de acasalamento, sugiro que não se aproxime dela.

- Vocês dois são uma merda. - Disse Dax.

- Merda? - Cato perguntou, dando a Kian uma expressão interrogativa.

Kian deu de ombros.

Dax rosnou e subiu as escadas. Ele queria ir ao quarto de Aria para lhe dizer que seu dragão exigia seu corpo e alma. Ela pertencia a ele para sempre. Era sua companheira eterna e levaria seus filhotes para a glória da House of Flames. Eles viveriam juntos na paixão de seu dragão, mas seu comandante disse-lhe que não o fizesse. E assim também fez Cato. Os dois juntos em acordo era demais para ele rejeitar.

Dax precisava sair da casa. O cheiro de seu corpo permanecia em tudo. Ele passou por Aiden, que estava dedilhando seu violão na sala de estar.

- O que há com você? - Perguntou Aiden.

- Não é da sua conta. - Dax latiu.

- Isso é sobre a humana? - Aiden chamou atrás dele. - Aria?

Dax deu meia-volta e atacou Aiden. Ele agarrou o colarinho e rosnou em seu rosto. O dragão menor colocou as palmas das mãos no ar.

- Whoa. - Disse Aiden.

- Nunca mais diga o nome dela. - Disse Dax.

- Saia de cima de mim, Dax! - Disse Aiden, empurrando Dax para longe com sua força total.

Dax foi tropeçando para trás e mostrou seus dentes afiados para Aiden. Kian apareceu na porta e latiu para os dois.

- Chega! - Kian latiu. - Dax, saia e se refresque. Aiden, pare de antagonizá-lo.

- Eu não fiz nada. Ele perdeu a cabeça. - Disse Aiden.

- Seu impulso de acasalamento assumiu. Ele acredita que a garota é sua companheira. - Disse Kian.

Dax rugiu furiosamente com a menção de Aria, mas em vez de atacar seu comandante, saiu da sala e pela porta dos fundos foi para o pátio.

Eles não entendiam a dor e a profunda necessidade que ele sentia. Seu dragão rugia dentro, batendo de um lado para o outro dentro de sua mente, arranhando seus olhos e soprando fogo ao redor. Seu cérebro parecia um prédio em chamas, cinzas e fumaça e brasas caindo no chão. Era uma dor insuportável. A única coisa que apagaria o fogo era reivindicar a garota.

Aria. Uma canção.

Ela era linda, delicada e gentil. Suas curvas eram magníficas, lindas, macias e flexíveis. Ele precisava dela. Mais do que já precisara de alguma coisa. Mais do que ele precisava de ar para respirar. Ou comida para comer. Seu dragão gemeu e Dax agarrou as têmporas com as mãos.

Ele correu para a quadra de basquete e jogou uma bola no aro. Chovia fraco mesmo com as nuvens cinzentas baixas. Dax tirou a camisa, jogando-a no chão e driblou a bola com tanta força que temeu que a bola pudesse estourar, mas ele não conseguiu se controlar.

Correu de um lado para o outro na quadra e jogou a bola para o ar que caiu pela cesta com um movimento e se voltou para ele. Dax continuou a rotina repetidamente, mas sua energia não diminuiu. Ele precisava de algo mais, e ele sabia que era ela.

Somente ela.

Ele sentiu os cabelos arrepiarem na parte de trás do pescoço e olhou para trás, direto para a janela do seu quarto. Ela estava com a mão no vidro, o passarinho em seu ombro.

Ele rosnou, cerrando os dentes. Não conseguia desviar o olhar dela. Tudo nela era adorável. Suave. Muito suave. Salvá-la dos vampiros foi apenas o começo. Agora ele tinha que salvá-la de si mesmo.

Kian disse que ele precisava ser gentil para conquistá-la. Mas Dax não tinha ideia de como fazer isso. Ele nunca fora treinado na arte do romance ou da sedução. Ele era um guerreiro. Era o único entre eles que levava todos os golpes, enquanto os outros dragões tiravam os inimigos um de cada vez. Ele poderia ter duas dúzias de vampiros de uma só vez sem sentir nada. A armadura espessa de sua pele era muito forte.

Mas quando Aria chegou, ele estava perdido. Já não sabia quase nada e o pouco que sabia era que ele precisava dela. O rosnado dentro de sua mente se intensificou e ele finalmente desviou o olhar de sua forma. Driblando a bola, continuou a atirar, correndo de um lado para o outro na quadra. Finalmente, o formigamento de seu olhar em sua pele tornou-se demais. Ele deu um tapa na bola e mudou para a forma de dragão. Ele tinha que sair daqui.

Se não podia tê-la, então precisava fugir dessa energia e se acalmar. Havia apenas uma opção. Ele irrompeu no céu, bateu suas largas asas até chegar bem alto no ar.

- Ative o modo furtivo. - Dax disse.

- Onde você está indo, Dax? - Ele ouviu Kian através do link mental.

- Para longe daqui.

- Há muitos recursos disponíveis para você aprender como atrair uma mulher humana. - Disse Cato por meio do elo mental.

Dax não conseguiu nem responder. Ele apenas rosnou e continuou voando.

- Carregando recursos agora. Talvez você possa dar uma olhada depois de se acalmar. - Disse Cato.

Dax não se importava com os recursos de Cato agora. Tudo o que se importava era em fugir da mansão e se afastar do cheiro de sua pele e do olhar inocente em seus olhos. Ele tinha que fugir, então seu dragão não tentaria forçá-lo a agarrá-la e beijá-la em sua bonita boca em forma de coração até que ela ficasse sem fôlego e gemendo de necessidade.

Ele nunca esteve tão em conflito consigo mesmo em todos os seus muitos e longos anos. Voou pelo céu, indo para o oeste em direção aonde tinham subido das águas profundas do oceano.

No dia em que surgiram e perceberam que as Dragon Souls existiam neste planeta, ele nunca imaginou que o impulso de acasalamento faria isso com ele. Dax não era um líder como Kian ou um gênio como Cato. E muito menos sutil e sorrateiro como Aiden.

Ele nunca sentiu tanta agitação e raiva em sua vida. Dax era geralmente um dragão fácil. Cooperativo e pronto para trabalhar em equipe, mas agora se sentia fora de si. Ele não tinha certeza de quem era mais.

Seu dragão se enfureceu quando voou pelo céu. Abafou sua mente racional até que era um mero sussurro. O dragão atacou o oceano, rolando no ar, irritado e respirando fogo.

Ele nem se importava com quem o via. Mergulhou nas ondas, querendo esfriar seu sangue quente. Dragões de fogo não conseguiam respirar debaixo d'água, mas podiam nadar. Ele mergulhou fundo, prendendo a respiração nas águas frias e escuras do Oceano Pacífico.

Dax vislumbrou os corpos maciços de baleias flutuando nas profundezas. Elas eram maiores que ele, mas não tão fortes e poderosas. Por um momento, pensou em atacá-las, mordendo os pescoços, rasgando-as em farrapos. A violência se desenrolava em sua mente. Mas a centelha racional do homem dentro dele segurou-o de volta. Cato dissera que essas criaturas estavam morrendo neste mundo. Ele se afastou, girando para fora da água quando ficou sem fôlego.

Subiu em direção ao céu, girando enquanto a água voava de suas escamas. Subiu em linha reta em direção ao sol, batendo as asas com mais e mais força quando o ar ficou rarefeito. A besta precisava se desgastar.

A parte dele que ainda era racional foi apenas para o passeio. Finalmente, quando estava se aproximando da borda da atmosfera, Dax conseguiu dizer no fundo da mente do dragão: - Talvez pudéssemos assistir alguns dos materiais que Cato enviou.

O dragão rugiu, soprando fogo. As chamas explodiram na sua frente quando se aproximou do espaço. Finalmente, ele nivelou. As pontas de suas asas se aqueceram na borda superior da atmosfera. Ele sentiu a dor do calor e começou a descer suavemente em direção à terra novamente.

- Talvez seja uma boa ideia aprender a ser romântico. - Disse Dax para si mesmo. - Como levar as coisas devagar. Para fazê-la gostar de mim.

O dragão gritou, rugindo alto acima da linha de nuvens. Mas lentamente ele desceu e entrou em acordo consigo mesmo quando chegou ao chão.

- Nós vamos aprender tudo sobre o romance e como fazer uma mulher humana concordar em acasalar. - Dax disse ao seu dragão enquanto ele mudava.

- Quando você vai voltar? - Kian perguntou a ele.

- Desligue o link mental. - Disse Dax.

Ele passou os dedos pelo pulso e levantou uma tela holográfica.

- Liste os recursos para atrair. - Disse Dax.

Uma pasta cheia de filmes, artigos e livros românticos surgiu na tela à sua frente.

- Bethi, recomendo o melhor recurso para a minha situação atual.

- Eu recomendo este filme para você, Dax. - Disse Bethi.

Ela parou em um registro e observou a tela holográfica quando o filme começou a passar. Era uma comédia romântica sobre um homem e uma mulher que não sabiam que eram perfeitos um para o outro. Dax rangeu os dentes.

Lenta, mas seguramente, ele observou as informações. Aprendeu sobre flores e chocolates e datas e sobre o que era preciso para tomar seu tempo. Conforme avançava nas sugestões de Bethi, aprendeu o que as mulheres queriam no quarto. Quando o sol começou a se pôr no oceano, ele se sentiu mais preparado para ser o homem que Aria precisava que ele fosse.

-Abra o link mental. - Disse Dax. - Kian, estou voltando para casa.


CAPÍTULO 8

 

Aria olhava pela janela enquanto Dax avançava pela quadra de basquete. Ele bateu a bola de basquete com tanta força que ela podia ouvir todo o caminho no segundo andar.

- Ele parece irritado. - Disse Aria para Everly, que brincava com Ember no chão.

- Eu não acho que ele esteja com raiva. - Disse Everly. - Ele está apenas frustrado.

- Kian era assim com você?

- Um pouco, mas Kian é um dragão diferente. Ele tem mais autocontrole do que Dax. Dax é o mais doce de todos. O impulso de acasalamento realmente o mudou.

Ela não sabia como deveria responder a um homem se tornando tão agressivo sobre ela. Ela olhou para Dax, admirando seu físico. Ele era muito atraente. E a maneira como ele jogou a bola de basquete pelo aro a impressionou. Ela tinha assistido basquete com o pai quando ele ainda estava vivo, todos os domingos durante a temporada. Isso a lembrou de quanto ela o amava.

- Eu suponho que eu poderia lhe dar uma chance.

- Ele pode não ser seu companheiro. - Disse Everly. - Eles precisam fazer um teste para confirmar.

- Então por que ele está agindo assim? - Aria perguntou.

- Esses homens passaram por muita coisa. Eles dormiram por um milhão de anos. É de se esperar que haja algumas falhas.

Ela observou os músculos de Dax enquanto ele avançava de um lado para o outro na quadra. O suor escorria de seu cabelo loiro ondulado. Seus olhos verdes brilhavam. Ele estava tão quente. Isso não era uma falha.

Aria olhou para Everly. Ela estava feliz que Everly estivesse aqui porque se não estivesse, teria ficado aterrorizada. Ela não tinha certeza do que era mais aterrorizante, ser sequestrada por vampiros ou sendo sequestrada de novo por dragões.

- Posso sair daqui se quiser? - Perguntou ela, enquanto Dax se transformava em dragão e partia para o céu.

- Claro que pode. - Disse Everly em um tom chocado. - Eles não vão mantê-la aqui contra a sua vontade.

- Eu apenas pensei...

- Os dragões não são como os vampiros. Eles estão aqui para proteger a raça humana. Os vampiros se alimentam de humanos e Dragons Souls como nós e se alimentariam dos dragões se pudessem pegá-los. Mas os dragões tentam proteger os inocentes, aqueles que são mais fracos do que eles. Eles estão tentando fazer o mesmo por você e por isso que foram salvá-la.

- Eu pensei que eles me salvaram para ser companheiro de Dax.

- Dax foi muito insistente para que eles te pegassem, mas essa não é a razão. Dax precisa se refrescar. Seu impulso de acasalamento está deixando-o louco.

- Então, eu posso ir embora? - Ela perguntou.

- Você quer perguntar a Kian se podemos pegar emprestado o carro e levá-la para casa?

- Claro. - Disse Aria.

Everly pegou a bebê e juntas elas desceram as escadas para encontrar Aiden tocando seu violão na sala de estar.

- Onde está Kian? - Everly perguntou.

- Ele está no porão com Cato.

Everly passou o dedo por uma pulseira no pulso e um holograma surgiu na frente dela. Isso tudo era muito estranho. Aria ficou surpresa por ela não ter desmaiado.

- Kian, posso falar com você no andar de cima? - Everly perguntou.

Um momento depois, Kian apareceu na porta da sala de estar.

- Aria quer ir para casa. - Disse Everly a Kian.

- Você quer ir embora? - Ele perguntou. - Algo está errado?

- Ela está com medo de que esteja sendo mantida contra sua vontade. - Explicou Everly.

- Não estamos mantendo você contra sua vontade. Estamos tentando protegê-la dos vampiros.

- Eu entendi isso. - Disse ela.

- Talvez possamos ir para a cidade e pegar algumas de suas coisas. Ela pode se sentir mais confortável assim.

- Você gostaria disso, Aria? - Kian perguntou.

- Eu não sei se quero ficar aqui.

- Por que não pegamos algumas de suas coisas para você ficar aqui por alguns dias? Eu acho que Dax queimou a mansão dos vampiros então talvez eles finalmente percebam que não permitiremos que eles se alimentem de Dragon Souls e te deixem em paz.

- Ok, então. - Aria concordou.

Kian levou Everly e Aria para a garagem, onde eles colocaram Ember em sua cadeirinha e todos se amontoaram dentro de um SUV.

Demorou um bom tempo para dirigir de volta para Seattle da sua propriedade no meio da floresta. Quando chegaram à cidade, Aria deu instruções a Kian para chegarem ao seu prédio.

Quando finalmente chegaram, todos subiram e entraram. Kian inspecionou os arredores, farejando o ar. As partículas de poeira dançavam em um fino fluxo de luz através de uma janela estreita. Aria franziu a testa e começou a arrumar suas coisas.

Mesmo que seu novo armário estivesse cheio de roupas, ela ainda queria suas próprias coisas. Arrumou seu roupão, seus chinelos e sua camisola favorita. Ela pegou o livro que estava lendo na mesa de cabeceira e os artigos de higiene do banheiro. Com tudo em sua mala, olhou para Kian e Everly que estavam inspecionando seu apartamento.

- Este é um lugar agradável. - Disse Everly.

- Eu sempre esqueço a disparidade em acomodações de vida neste planeta. - Disse Kian.

- Isso é o que eu poderia pagar com o meu salário ordenado. - Disse Aria.

- É melhor do que onde eu morava. - Disse Everly.

- Eu aprecio você me dar um lugar para ficar enquanto todo esse negócio com os vampiros explode. Mas eu quero voltar para casa e ao trabalho.

- Espero que tudo dê certo para você, Aria. Você está pronta? - Kian disse, pegando sua mala.

- Isso é tudo. - Aria disse com um suspiro, dando seu lugar no último olhar. Ela esperava que não estivesse cometendo o maior erro de sua vida indo com eles.

Todos desceram as escadas e voltaram para o carro. Foi uma longa viagem de volta para a mansão, mas quando chegaram lá, Aria estava mais confortável com Everly e Kian. Eles tinham uma espécie de afeto fácil e uma união que a fazia se sentir em casa.

Quando chegaram, Aiden e Cato saíram da casa e ajudaram a trazer as coisas dela para dentro.

- Dax ainda não voltou? - Perguntou ela, procurando por ele.

- Não. Eu nunca o vi assim antes. - Disse Aiden.

- Dax costuma ser muito afável. - Disse Cato.

Aria se sentia péssima por esse homem feliz e fácil de lidar estar agora à sua espera e fora de controle. Ela não sabia o que poderia fazer para melhorar a situação, mas se recusava a se culpar. Afinal, ela não tinha feito absolutamente nada.

Os homens carregaram suas coisas para dentro do quarto e as mulheres o seguiram. Everly entrou para ajudar depois que os eles colocaram suas coisas ao pé de sua cama.

- Se você precisar de alguma coisa, é só me avisar.

- Obrigada.

- Nós, meninas, temos que ficar juntas. E não se preocupe com Dax. Eu sei que ele vai aparecer.

Aria fechou a porta do quarto e foi verificar Charlie. Ele parecia estar se recuperando após o voo do complexo dos vampiros. Ela se sentou ao lado dele e começou a cantar.

A magia de sua música se moveu em ondas pelo ar. Charlie cantou junto e ela sorriu. Quando as últimas notas de sua música se desvaneceram no ar, Aria suspirou e se levantou. Ela sempre se sentia melhor depois de usar seu poder.

Sem estar muito certa do que fazer, se lembrou do banheiro onde uma banheira volumosa e bastantes velas perfumadas manteriam qualquer menina feliz até o fim dos tempos.

- Acho que uma boa e longa imersão está em ordem. - Disse ela.

Aria foi ao banheiro e tirou as roupas. Quando a água finalmente encheu a banheira, ela borrifou os sais de banho criando muitas bolhas na água morna. Mergulhando o dedo no líquido convidativo, percebeu que estava perfeita! Ela entrou, afundando-se sob a água enquanto as bolhas faziam cócegas em sua pele.

O aroma encantador de lavanda enchia seu nariz, e ela recostou-se contra o lado inclinado da banheira. Parecia ter sido feito exatamente para ela voltar a descansar, então Aria acendeu algumas das velas ao redor da banheira e ficou apenas submersa por um longo tempo.

Era muito relaxante e sua mente vagou para Dax na quadra de basquete sem a camisa. Imagens dele passaram por sua mente. Ele era muito sexy e seu corpo era esculpido com músculos duros sob sua pele beijada pelo sol.

Dax havia trabalhado tão duro na quadra que o suor começara a pingar sobre seus peitorais. Enquanto estava deitada na banheira, permitiu que sua fantasia ficasse mais detalhada.

Aria se dirigiu à quadra, se aproximando de Dax. Ele se virou com aquele olhar frenético e caminhou diretamente para ela, sem dizer uma palavra até chegar bem próximo para a segurar em seus braços e a puxar com força contra ele. Ela soltou um suspiro assustado, mas ele colou suas bocas, reivindicando seus lábios com os dele em um beijo profundo e agressivo. Suas mãos agarraram-na por trás, puxando-a contra sua carne dura. Ela gemeu.

Na banheira, ela passou as mãos sobre as coxas, os olhos bem fechados enquanto imaginava Dax beijando-a. Sua língua escorregando entre seus lábios, enredando-se com os dela. O calor líquido fluía entre eles enquanto suas línguas dançavam entre si. Ela imaginou seus seios esmagados contra seu peito duro quando ele agarrava seu corpo e segurava-a perto.

- Oh Dax! - Disse ela, passando a mão pela parte interna da coxa.

Ele a pegou em seus braços e levou-a para a casa onde a deitou em sua cama. Ele tirou as calças, revelando sua masculinidade longa e grossa e ficou acima dela, olhando-a com olhos famintos e exigentes. Dax tirou as suas roupas em um flash e afundou entre as suas pernas, mergulhando a língua em sua carne. Ele lambeu sua vagina, saboreando o sabor de seus sucos deslizando sobre sua língua.

- Oh Dax! - Ela gemeu.

Suas mãos escorregaram entre as pernas.

A língua de Dax pressionou com força contra seu clitóris, vibrando desumanamente rápido enquanto suas grandes e fortes mãos seguravam seus quadris. Ele a olhou com olhos animalescos.

Aria se lembrava dele como um dragão, enorme, corajoso e forte, lutando contra os vampiros. Ele a salvou, levando-a para longe de seus captores. Seu dedo pressionou contra o clitóris e, de repente, seu corpo estremeceu com a liberação magnífica.

Ela rosnou, seus mamilos eretos e latejantes. Sua boceta apertou, implorando para ser preenchida por ele quando o imaginou subindo sobre ela e descansando seu pau grosso contra seu núcleo molhado.

Ela abriu os olhos com um suspiro quando seu orgasmo estremeceu através de seu corpo. Aria passou as mãos molhadas pelo rosto e respirou fundo.

- Oh, meu Deus! O que deu em mim?

Ela não estava familiarizada com a gratificação própria, sendo uma garota solteira com desejos normais. Em circunstâncias normais, os eventos estressantes do dia teriam sido um desligamento total, e ainda assim ela estava ali na banheira, imaginando um homem, não, um dragão, que acabara de conhecer, fazendo todo tipo de coisas sujas com ela. Aria balançou a cabeça para si mesma e saiu da banheira, envolvendo-se em uma grande toalha macia.

- Você está se empolgando com todo esse negócio de impulso de acasalamento. - Disse, enfiando a toalha sob os braços.

Ela se examinou no espelho. As pontas do cabelo estavam úmidas e havia lavado toda a maquiagem.

- Você vai ter que tomar algumas decisões, Aria. Sua vida é diferente agora. Você conhece alguns segredos. Mas você sempre os conheceu, não é?

E existia o fato era que ela sempre soube que havia algo diferente nela. Algo especial. Nem todos no mundo podiam cantar canções e curar pessoas, animais e plantas. Ela era diferente e tinha que admitir isso para si mesma. Talvez fosse uma Dragon Soul e esse cara Dax realmente fosse seu companheiro. Isso explicaria muito. Se ao menos ela pudesse finalmente se abrir sobre sua magia e deixar alguém ver seu verdadeiro eu.

- Talvez ele seja quem eu tenho esperado o tempo todo. - Ela disse para si mesma. - Talvez eu possa finalmente ser quem realmente sou.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


CAPÍTULO 9

 


Dax rapidamente voou para casa depois de receber uma mensagem de que Kian tinha levado Aria de volta para seu apartamento para pegar suas coisas. Dax queria ser o único a cuidar dela. Não Kian.

Ele tinha que se recompor ou não estaria lá para proteger e cuidar de sua companheira. Sua companheira. Ele sabia que ela pertencia a ele e não precisava de um programa de computador estúpido para dizer isso a ele. Ele sentia a certeza nas profundezas de sua alma.

Chegou à mansão em uma hora e aterrissou dentro do perímetro protegido da propriedade.

- Eu aprendi um pouco sobre o romance humano. - Disse Dax ao encontrar Cato na cozinha. - Obrigado por me enviar o material de pesquisa.

- De nada.

Dax rangeu os dentes, tentando não deixar a agitação de seu dragão interior tirar o melhor dele. Ele não gostou desse sentimento intenso despertado em seu cérebro e nos quadris, transformando-o em uma pessoa diferente, uma pessoa da qual ele não gostava. Para cortejar sua companheira, ele teria que controlar tudo. A última coisa que queria era assustá-la.

Cato estava sentado à mesa da cozinha, bebendo água de um copo enquanto Aiden se entusiasmava com uma banda que queria ver na cidade.

- Você não deveria estar aqui para proteger as mulheres contra os vampiros? - Dax perguntou a Aiden.

- Eu não sou o único que voou e deixou a minha suposta companheira para ser cuidada pelo seu príncipe. - Aiden rosnou.

- Foda-se, Aiden. - Dax latiu.

- Isso é o suficiente. - Disse Kian, entrando na cozinha. - Todos nós sentimos o impulso de acasalamento, e cada um de uma forma diferente. Dax está passando por um momento difícil agora e precisamos mostrar compaixão. Uma vez que se prove que Aria é sua companheira, ele pode começar a cortejá-la corretamente.

- Eu pretendo começar a cortejá-la agora.

Kian soltou um profundo suspiro e apertou a ponta do nariz.

- Você pode sair com ela. - Kian começou. - Mas sob nenhuma circunstância você vai acasalar com ela. - Kian enunciou cada palavra para fazer um ponto firme.

- Eu entendo. - Disse Dax. - Namoro. Nenhum acasalamento.

- Deixe que seja o seu lema.

- Ela não tem algo a dizer sobre isso? - Aiden deu uma risadinha.

Dax olhou para ele.

- Claro que sim. - Disse Kian. - E você deve se lembrar disso, Dax.

- Eu sei disso. - Dax falou. - Eu nunca faria nada para machucá-la, mas simplesmente não entendo os humanos e seus costumes. Mas eu sei muito mais agora. Assisti três comédias românticas e li um livro inteiro sobre o que as mulheres querem no quarto.

- Bom. - Disse Kian. - Ela está em seu quarto agora, mas você provavelmente deveria deixá-la sozinha até a manhã. Ela passou por muita coisa e as mulheres humanas são delicadas.

- OK. Vou deixá-la sozinha até amanhã. - Disse Dax desanimado.

- Senhores. - Disse Cato através de sua ligação mental. - Nós temos companhia.

Dax, Kian e Aiden se entreolharam.

- O que você quer dizer com companhia? - Kian exigiu.

- Temos vampiros no portão. - Disse Cato, passando os dedos pelo holograma. - Eles estão fazendo uma tentativa em nossos escudos.

Kian pegou o monitor do bebê da mesa da cozinha e falou nele.

- Everly, eu quero que você leve Ember e Aria para o quarto seguro. Nós temos vampiros tentando entrar no complexo.

- Imediatamente. - Disse ela.

- Venha agora. É hora de defender nossa casa. - Disse Kian.

Dax seguiu seu comandante e sua tripulação para o quintal onde eles rapidamente mudaram para a forma de dragão e voaram bem acima da mansão.

- Intrusos às seis e às doze horas. - Disse Cato através de sua ligação mental.

- Dax, você leva os intrusos das doze horas. Aiden e Cato os das seis. Estarei com Dax.

Dax voou com Kian para o ponto mais ao norte do complexo e desceu para onde uma dúzia de sombras que se chocavam contra os seus escudos brilhantes. Eles mergulharam, já soltando fogo. Vegetação queimou. Dax ouviu um grito. Um momento depois, um vampiro apareceu, sorrindo e rindo dele.

- Você tentou me queimar mil vezes, dragão e mil vezes você falhou.

Dax passou por ele e reconheceu o vampiro como Victor, o líder do clã que raptou Aria. Dax rugiu e mudou para a forma de meio dragão.

- Você vai pagar pelo que você fez para as Dragon Souls. - Disse Dax, rosnando e cortando o vampiro.

Kian estava em sua forma de dragão, golpeando e batendo nos vampiros sombrios.

- Você terá mais sorte se lutar com armas na sua meia forma, meio transformado. - Disse Aiden através de sua ligação mental.

Dax deixou sua espada laser se estender do dispositivo de pulso que ficou vermelha quando a segurou entre as mãos. As sombras saltaram para ele em uma avalanche de fantasmas. Ele dançou, girou e golpeou seu inimigo. Não era tão rápido quanto Aiden, mas ainda assim era ágil e forte.

Kian mudou sua forma de meio dragão, segurando um escudo brilhante em uma mão e uma espada na outra. Ele levantou este escudo enquanto os vampiros batiam contra ele e contra as proteções que guardavam o complexo.

- Você não pode quebrar nossos escudos. - Kian rosnou.

- Isso é o que você diz. - Disse Victor, entrando e saindo da sombra. - Mas isso não vai nos impedir de tentar.

As sombras batiam contra os escudos do complexo e vibravam com cada tentativa.

- Relatório de força escudo, Cato. - Disse Kian através de sua ligação mental, os dentes cerrados.

- Segurando em 99,9%. - Disse Cato.

- Você vai ter que se esforçar mais. - Disse Kian para Victor, girando em torno para apunhalar outra sombra.

- Nós vamos encontrar um caminho através de seus escudos, dragão. Assim como você encontrou um caminho através de nossas proteções.

- Não perdemos nossa força nos últimos milhões de anos como vocês vampiros. -Dax provocou.

Os vampiros saltaram para ele, rugindo com raiva enquanto inundavam Dax nas sombras. Os vampiros dominaram sua forma meio transformada e ele precisou mudar para sua forma completa de dragão, cuspindo fogo nos corpos quando eles se tornaram visíveis.

- Isso é inútil. - Disse Aiden. - Não podemos derrotá-los.

- Fale por você mesmo, Aiden. - Disse Dax.

- Você não está tendo mais sorte do que eu. - Disse Aiden.

- Os ataques deles são mais fracos do que há um milhão de anos, mas também não podemos tocá-los. Eles mudam para a sombra e curam mais rapidamente do que costumavam fazer. Precisamos de armas ofensivas melhores se quisermos derrotá-las. - Disse Cato.

- Alguma ideia Cato? - Kian perguntou através de sua ligação mental.

- Vou inserir as informações no computador e ver o que posso fazer. - Disse Cato. - Bethi, comece a processar o melhor armamento potencial contra a nova ameaça de vampiro.

- Devo priorizar o processamento deste sobre o teste de acasalamento?

- Não! - Dax latiu.

- Dax! - Kian e Cato disseram ao mesmo tempo.

Dax ficou tão irritado e enfurecido que seu dragão se transformou em uma forma um quarto maior do que antes. Ele viu os olhos de dragão de Kian se arregalarem enquanto disparava fogo verde e brilhante contra os vampiros. Mesmo em suas formas sombrias, eles gritavam e deslizavam para a floresta. Encorajado por seu sucesso, ele continuou a atirar contra os vampiros.

- Que tal isso? - Disse Dax através do link mental para Aiden. - Impressionado agora?

Os vampiros escorregaram para as sombras, deixando os dragões em pé e observando-os partirem.

- Você os assustou. - Disse Aiden. - Eu vou te dar isso.

- Parece que a ameaça acabou por agora. - Disse Kian.

De volta para dentro da mansão, Kian informou a Everly que todos poderiam deixar o quarto seguro.

- Eles foram embora? - Everly perguntou através do monitor do bebê.

- Por enquanto. Nós conseguimos dispersá-los.

- Eles conseguiram passar pelos escudos? - Everly perguntou.

- Não. Eles nem sequer fizeram uma rachadura. Você não tem nada com que se preocupar, desde que permaneça no complexo.

- Isso é um alívio. Vou levar Aria e Ember de volta para seus quartos. - Disse Everly.

- Muito bem, meu amor. - Disse Kian.

Dax olhou impotente para o monitor do bebê, desejando que ele tivesse o mesmo tipo de relacionamento com Aria. Mas isso parecia estar há um milhão de milhas de distância. Ela estava com medo dele e ele não tinha ideia de como conquistá-la. Além de alguns filmes humanos que assistiu esta tarde, ele não tinha experiência com mulheres. Kian cheirou o ar e ergueu a sobrancelha para Dax.

- Você deveria tomar um banho. - Disse Kian. - Você não vai cortejar nenhum ser humano cheirando assim.

Dax olhou para o peito ainda nu e passou a mão pelo seu abdômen. Ele levantou o braço e sentiu o cheiro dele, notando que Kian provavelmente estava certo. Dax resmungou e saiu da cozinha, subindo as escadas para seu quarto.

Ele rapidamente pulou no chuveiro e lavou seu corpo e cabelo. Quando terminou, se envolveu em uma toalha. Seu estômago se queixou, e ele lembrou que não tinha comido o dia todo.

Saindo do quarto, desceu o corredor em direção à escada, enrolado em uma toalha. Aria estava saindo de seu quarto quando ele passava pela porta dela. Ela bateu direto nele, suas mãos atingindo a carne úmida de seu peito. Ela engasgou e deu um passo para trás.

- Eu sinto muito. - Disse ele olhando para si mesmo. - Kian me disse que eu preciso usar roupas ao redor da casa.

Ela mordeu o lábio e ficou boquiaberta para ele, com os olhos arregalados de choque.

- Espero não estar ofendendo você. - Disse ele, passando a mão pelo peito.

- Eu não estou ofendida. - Ela guinchou.

Algo estranho e incomum brilhou em seus olhos. Ele não sabia exatamente o que isso significava.

- Eu realmente não sei muito sobre as mulheres humanas. - Disse ele, tentando não deixar seu crescente desejo aparecer sob a toalha enrolada na cintura. - Mas estava esperando que talvez pudéssemos passar algum tempo juntos hoje à noite. Talvez jantar e um filme? Temos esta enorme sala no andar de baixo e parte do porão original. Nós podemos assistir qualquer filme humano que você quiser. Cato pode conseguir qualquer coisa. Mesmo aqueles que ainda estão nos cinemas.

- Isso soa bem. - Disse ela. - Eu gostaria disso.

- Você gosta de pizza? Ou comida chinesa? Ou que tal comida tailandesa?

- Qualquer uma dessas coisas parece bom.

- Há uma pizzaria que entrega. Não é longe daqui. Ou eu posso ir buscá-lo. Só preciso de alguns minutos para entrar na cidade mais próxima na minha forma de dragão.

- Você pode pedir para entregar a pizza, tudo bem. - Disse ela, mordendo o lábio novamente.

- Eu te levaria para sair, mas com os vampiros... acho melhor ficarmos quietos por um tempo. Quando eu descobri que eles tinham te levado, só consegui pensar em rasgar alguma coisa.

Ele sentiu-se irritado novamente e não queria perder a calma.

- Eu aprecio que você tenha me salvado. - Disse ela, olhando para a toalha em torno de sua cintura.

Ele agarrou a toalha, tentando cobrir sua masculinidade latejante mas temia que fosse impossível mantê-lo escondida. Ela tinha um brilho do que ele queria acreditar que era o desejo brilhando em seus olhos.

- Isso resolve tudo então. Jantar e entrega de pizza.

- Parece ótimo. - Disse ela com uma risadinha, voltando para o quarto.

Dax soltou um longo suspiro e seus ombros relaxaram. Ele enxugou a testa com as costas do braço.

- Uau. - Ele disse para si mesmo. - Isso foi difícil.

Mas se ele tivesse mesmo um encontro com Aria, as coisas definitivamente estavam melhores.


CAPÍTULO 10

 

Aria jogou as roupas do armário na cama, procurando a roupa perfeita para seu encontro com Dax hoje à noite. Tudo era lindo, mas ela ainda não conseguia encontrar nada para vestir.

Ela olhou para a pilha de vestidos e pegou um. Estava usando um sutiã bege e calcinha rendada sobre suas generosas curvas e o primeiro vestido que experimentou era de cor rosa com uma saia longa. Ela achou que o top sem mangas era muito revelador e fazia seus seios se sobressaírem demais para um primeiro encontro. Ela não queria lhe dar a impressão errada.

Ela vestiu um vestido amarelo com mangas e uma saia longa e olhou para o espelho. Muito antiquado. Jogou-o na cama. Escolheu um vestido de renda preta que era justo e cobria o peito com mais renda preta. Era sexy e fazia suas curvas parecerem bonitas, mas muito severo para um primeiro encontro.

Então pegou um vestido azul com uma blusinha, um corpete justo e uma saia que batia no meio da coxa, o que fazia suas curvas parecerem incríveis sem ser muito revelador. Ela não estava acostumada a usar roupas assim, mas gostou do jeito como parecia.

Mordendo o lábio, ela se virou e foi até o armário, procurando por um par de sapatos. Vestiu um par brancos e se inspecionou no espelho novamente. Ela mal conseguia se reconhecer em um vestido tão caro e bem ajustado.

Gemendo, abriu o zíper do vestido e tirou os sapatos. Ela teria que decidir sobre algo. Enquanto pensava nisso, foi ao banheiro fazer o cabelo e a maquiagem.

O banheiro estava cheio de cosméticos sofisticados e acessórios para cabelo. Ela endireitou os longos cabelos castanhos e enrolou as pontas que caiu em ondas longas ao redor de seus ombros. Aria fez sua maquiagem e até tentou fazer um olho de gato por cima das pálpebras. Com os cosméticos de alta qualidade, as linhas saíram bem.

Ela sorriu para si mesma e aplicou um batom vermelho profundo no tom certo. Com o cabelo e a maquiagem feitos, voltou para o quarto e ficou de pé na cama, olhando para os vestidos que tinha descartado lá.

Finalmente, decidiu sobre o vestido amarelo. Podia ser antiquado, mas pensava que enviaria a mensagem certa para um primeiro encontro. Ela deslizou para dentro e fechou o lado antes de entrar em seus sapatos.

Dax disse que iria chegar em sua porta às seis horas. Ela olhou para o relógio na mesa de cabeceira, eram 5:59 da tarde. Assim que o relógio bateu seis horas, houve uma batida. Ela engasgou e seu coração acelerou.

Aria foi até a porta e encontrou Dax em um terno sob medida. Ela nunca tinha visto Dax em nada além de shorts e camisetas... ou meio nu. A visão dele em um terno preto justo com uma gravata vermelha estava lhe desarmando. Seus olhos se arregalaram e ela piscou várias vezes, tentando absorver o nível intenso de excitação do outro lado da porta.

- Você está incrível. - Ela gaguejou.

- Você está incrível. - Disse ele, oferecendo-lhe o braço.

Ela enfiou a mão na curva do cotovelo dele que a conduziu para fora da porta. - Eu pensei que poderíamos comer a pizza no gazebo e depois assistir ao filme no nosso cinema no andar de baixo.

- Acho isso adorável.

Eles saíram pela porta dos fundos da casa e deram um passeio vagaroso pelos jardins bem cuidados. A grama verde exuberante estava molhada de chuva, mas no céu já havia desaparecido. Seus pulmões encheram-se com o aroma encantador da grama e do ar enevoado. Uma linda mistura de cores se espalhou enquanto o sol mergulhava no horizonte.

Eles caminharam pelo caminho de pedra até o gazebo. Lá dentro um fogo queimava na lareira de pedra e aquecia sua pele. Uma pizza gourmet com grandes fatias de muçarela e tomates e uma garrafa de champanhe esperavam na grande mesa de madeira. Ela olhou para a lareira, as mãos deslizando sobre as costas do sofá, o couro amanteigado liso sob as palmas das mãos. A garrafa de champanhe estourou. Ela se virou e ofegou, então riu.

- Champanhe e pizza. - Disse ela. - Eu gosto disso.

- Nada é bom demais para a minha dama. - Disse ele com uma piscadela.

Ele entregou-lhe um copo e ela tomou um gole do líquido borbulhante.

- Isso é muito bom. Não me lembro da última vez que tomei champanhe.

- Você deveria tomar champanhe todos os dias. Porque todos os dias com você é uma celebração.

Ela corou e bateu os olhos, olhando para o chão. Ele disse isso como se estivesse repetindo linhas de um filme.

- Isso é doce.

- Você merece coisas doces.

- Você nem me conhece. - Disse ela.

- Eu conheço você. Meu dragão interior anseia por você. E isso é tudo que importa.

Ela sentou-se à mesa em frente a ele enquanto servia fatias de pizza para os dois. Ela pegou sua fatia e deu uma mordida.

- Eu não entendo essa coisa de companheiro predestinado. - Disse ela. - É meio estranho.

- É difícil explicar. Cato e Kian insistem que eu espere o computador confirmar que estamos fadados, mas não acredito que precise disso.

- Por que não?

- Porque eu sinto isso no fundo dos meus ossos. Meu dragão está além da certeza disso. E eu acho que ele pode me deixar louco de desejo. Mas nosso povo não usou o próprio instinto para acasalar em milhares de anos. Não, espere, mais de um milhão de anos. Às vezes eu esqueço que dormimos por tanto tempo.

- Deve ser muito difícil para você ter perdido tudo que já conheceu e depois acordar em um novo planeta tantos anos depois.

- É confuso. - Disse ele, dando uma grande mordida na pizza. - Mas você está aqui. Então, tudo vale a pena.

- Eu não sei como eu poderia substituir um planeta inteiro.

- Acredite em mim, você pode.

- Eu só não sei como devo aceitar tudo isso. Não acho que minha mente seja grande o suficiente. - Ela tomou um gole de champanhe e levantou uma sobrancelha para ele.

Por mais estranho que fosse para esse grande homem ser apaixonado por ela, Aria teria que aceitar de um jeito ou de outro. O olhar em seu rosto era tão genuíno que ela não podia negar. Se não fosse por todo o trauma que levava a esse momento, ela teria vontade de correr de cabeça para os braços dele e nunca deixá-lo ir.

Ela estava sozinha há tanto tempo, era difícil não querer o que ele estava oferecendo. Mas ela não podia esquecer de como tinha chegado aqui.

- Os vampiros estão atrás de mim. Temo que eles nunca parem de me perseguir.

- Eu protegerei você deles com minha vida. Nenhum vampiro jamais te tocará novamente.

- Ser sequestrado foi terrivelmente assustador. Não sei se algum dia vou me recuperar.

- Nossa casa é segura. Contanto que você fique no local, vai ficar bem.

- Não consigo imaginar viver minha vida assim. - Disse ela, olhando pela janela enquanto os últimos vestígios de luz do sol caíam abaixo do horizonte.

- Eu posso te levar a qualquer lugar que precisar ir. Você não precisa ficar aqui o tempo todo. Nós apenas temos que descobrir como derrotar os vampiros. Neste momento, não temos armas que possam tocá-los. Mas nós teremos. Você verá. E você estará segura para ir e vir quando quiser.

- Acredito que sim. Tenho saudades da minha vida antiga.

- O que você fazia antes dos vampiros te levarem?

- Eu era uma auxiliar em um lar de idosos. Gostava de trabalhar com os moradores.

- Você sente falta deles?

- Eu sinto falta deles todos os dias.

- Espero que você possa voltar em breve.

Eles terminaram a pizza e andaram de mãos dadas de volta para a casa. Mesmo se sentindo tonta depois de beber três taças de champanhe, gostava da sensação da mão de Dax na dela. O ar de fora estava frio e o ar quente dentro da casa foi bem-vindo. Eles passaram pela sala de estar sem ver nenhum dos outros. Desceram e entraram no cinema em casa com cadeiras e uma tela enorme. Dax levantou o dispositivo de pulso e percorreu o holograma que aparecia sobre a palma da mão.

- Que filme você gostaria de ver?

Ele sacudiu o holograma e a informação foi movida para a tela de cinema na frente dela. Ela logo reconheceu um filme que ainda estava nos cinemas que estava querendo ver.

- Oh, podemos assistir a este? - Ela disse animadamente.

- Claro. - Ele sacudiu o holograma e os créditos iniciais começaram a tocar.

- Eu não posso acreditar que você pode conseguir esses filmes.

- Mas você pode acreditar em dragões e vampiros? - Ele riu.

- Você tem um ponto. - Ela riu.

Dax fez uma sacola de pipoca no microondas, pegou refrigerantes da geladeira e levou-os para as grandes poltronas de couro. Enquanto o filme era reproduzido, o cheiro de seu corpo foi para o nariz dela e a fez tonta de desejo. Apesar de sua agitação inicial, algo sobre ele a atraía.

Ela estava começando a ver o verdadeiro Dax: o cara simpático e gentil que todo mundo lhe contou. E gostou muito dele, sentindo uma crescente sensação de conforto que lhe permitia lentamente baixar a guarda.

Enquanto o filme progredia e o clímax se aproximava, Aria encostou a cabeça no ombro de Dax. Ele passou o braço ao seu redor e ela sentiu a força quente do corpo dele contra sua bochecha. Era tão bom estar perto de alguém, estar protegido em seus braços. Havia tanto contentamento nisso que ela percebeu o quão solitária esteve por tanto tempo.

Aria sempre foi uma pessoa destinada a ajudar aos outros, mas agora tinha um pressentimento de como seria ter alguém para cuidar dela. Ela respirou fundo e soltou um longo suspiro.

Quando o casal na tela declarou seu amor um pelo outro, ela olhou para Dax. A luz do filme cintilou em seus olhos e seus lábios se curvaram em um sorriso.

Ele segurou a bochecha dela com a mão e se inclinou para beijá-la. O sal da pipoca demorou-se nos lábios e sua respiração ficou doce. Mas o perfume masculino de seu corpo a atraiu e provocou algo profundo no seu interior. Ele a puxou para mais perto.

Beijando mais profundamente, ela gemeu quando uma onda de desejo despertou em seu núcleo, jorrando das profundezas de seu ser. Ela ficou tão surpresa com a reação que teve que recuar. Dax descansou a testa contra a dela. Eles ficaram juntos assim por um longo momento, respirando pesadamente enquanto seu coração batia.

- Isso foi muito intenso. - Ela finalmente disse, afastando-se.

- Eu sei o que você quer dizer.

- Estou quase com medo de tentar novamente. - Disse ela. - É como se meu corpo tivesse uma mente própria.

- Espere, eu estou recebendo uma mensagem de Cato.

- Oh?

- Os resultados do teste de acasalamento estão prontos.

- E o que ele disse? - Ela engasgou.

Ele pegou a mão dela e olhou profundamente em seus olhos.

- Está confirmado. Nós somos companheiros predestinados.

- Eu quase posso acreditar que é real.

Assim que os créditos finais do filme rolaram, eles se levantaram e seguraram as mãos na luz bruxuleante, enquanto se olhavam sob as sombras que brotavam em seus rostos. Dax a puxou e passou os braços ao redor dela. Aria sentiu o coração dele sob as mãos enquanto tocava o seu peito. Ele enfiou a palma da mão sob a curva do pescoço dela e massageou-a.

- Eu sabia que você era minha desde o momento em que pus os olhos em você.

- Eu não sei o que fazer. - Disse ela.

- Eu não sei o que fazer também. Suponho que podemos deixar o destino liderar o caminho.

Ele se inclinou e reclamou seus lábios, puxando-a para perto. Ela gemeu e colocou os braços ao redor de seu pescoço, deixando que seus instintos a dominassem, sentindo sua masculinidade se erguer contra ela. Naquele momento, seu medo evaporou e tudo o que existia eram apenas os dois.


CAPÍTULO 11

 

Dax levou Aria de volta para o quarto dela e deu-lhe mais um beijo de boa noite antes de escorregar pela porta e fechá-la. Seu coração cantava. Seu dragão rugiu no topo de seus pulmões dentro de sua mente. Tudo o que ele queria era derrubar a porta, atacar e reivindicar cada centímetro de seu lindo corpo curvilíneo. Mas ele não podia fazer isso pois destruiria tudo o que tinham. Ele colocou a palma da mão na porta e soltou um suspiro profundo, fechando os olhos com força.

- Boa noite, doce companheira. - Ele sussurrou.

- Nós precisamos de você no porão imediatamente. - Disse Kian através de sua ligação mental.

Dax correu até a nave no porão e encontrou a tripulação esperando por ele na frente do terminal de computador.

- Nós pegamos algumas informações bastante perturbadoras do complexo de vampiros. - Explicou Cato.

- O que está acontecendo?

- Parece que os vampiros não estão felizes por termos pego de volta a sua Dragon Soul favorita. Eles estavam debatendo quem conseguiria se alimentar dela primeiro e essa é a única razão pela qual ainda estava intocada quando a encontramos. Seu sangue de dragão é bem forte. Eles a querem de volta e planejam continuar atacando nosso complexo até conseguirem. - Explicou Cato.

- Isso é inaceitável. - Disse Kian.

- Eu mesmo vou matar todos. - Rosnou Dax.

- Ainda não temos armas que possam derrotá-los. - Disse Aiden.

- Como está a busca por novas armas, Cato? - Perguntou Kian.

- Nós passamos por milhares de variáveis diferentes. E Bethi ainda não apresentou nada definitivo.

- Bem, continue tentando. - Disse Kian.

- Agora que o teste de acasalamento está completo, posso colocar 100% de seu poder de processamento na pesquisa de armas. Mas não posso dar garantias. Podemos ficar em um impasse com esses vampiros no futuro previsível.

- Kian, eu quero perguntar sobre Aria. Ela sente falta de sua vida antiga e de seus pacientes. Ela quer voltar ao trabalho.

- Ela vai ter que esperar até encontrarmos uma maneira de derrotar os vampiros. - Disse Kian. - Eles não vão deixá-la em paz.

- Eu não sei como posso quebrar isso. Acho que ela se sente perdida sem seu trabalho.

- A ameaça é muito grande. Os vampiros vão atacá-la em qualquer oportunidade.

- Vou ter que dar a notícia para ela. - Disse Dax.

- Ela pode passar seu tempo ajudando Everly com Ember. - Kian sugeriu.

- Talvez.

- Para manter nossas mulheres seguras, precisamos encontrar uma maneira de fazer uma barganha com esses vampiros. - Disse Kian.

- Talvez devêssemos pedir um tratado? - Sugeriu Cato. - Eu duvido que eles gostem de nós queimando sua mansão a cada duas semanas.

- Eu não posso imaginar que sim. - Disse Kian com uma risada.

- Mas com o que temos que negociar? Eles podem nos atacar tão facilmente quanto podemos atacá-los. - Disse Aiden.

- Eles não têm como passar pelas nossas defesas. Nós temos um caminho através deles. Suas alas não são tão fortes quanto nossa tecnologia. - Disse Cato.

- Aria não gosta de ficar confinada na mansão. Isso a está deixando nervosa e assustada, o que não torna o acasalamento mais fácil. - Disse Dax.

- Nós entendemos suas preocupações, Dax. - Disse Kian. - Nossas companheiras são nossa maior prioridade, mas isso significa que devemos abordar a ameaça do vampiro em primeiro lugar. Cato, envie-lhes uma mensagem, dizendo-lhes que estamos dispostos a nos reunir para discutir um tratado. Podemos ver quais são seus termos e depois tomar uma decisão.

- Eles não vão desistir de se alimentar de Dragon Souls. - Disse Aiden. - Precisamos de mais alavancagem.

- Esse é o problema. As Dragon Souls são sua principal fonte de alimento. Sem elas, eles se tornam mais fracos e mais fracos.

- Uma reunião pelo menos nos ajudará a coletar informações. - Disse Cato. - Estou enviando a mensagem agora. Um drone deixará uma carta na porta então eles devem receber a mensagem pela manhã.

- Peça uma reunião em um local neutro. - Disse Kian.

- Feito. - Disse Cato.

Dax não estava feliz com o resultado da reunião. Ele queria ajudar Aria a se sentir melhor, dando tudo que ela precisasse. Ele queria que ela se sentisse livre. Não só porque iria se acasalar com ela, mas porque se importava com ela.

Ele podia senti-la, profundamente dentro de si, e ele poderia dizer que ela estava preocupada e assustada. Dax não queria mais sentir isso. Ele queria senti-la feliz e contente. E, principalmente, amada.

Ele subiu e tentou dormir, mas se revolveu na cama a noite toda. Às 3 da manhã, recebeu uma mensagem através do vínculo mental de Cato que os vampiros haviam concordado com a reunião. Ele abafou um gemido colocando o travesseiro sobre a cabeça.

Quando a madrugada se aproximou, ele finalmente havia conseguido algumas horas de sono, mas rapidamente rolou para fora da cama para se preparar para a reunião com os vampiros. Ele vestiu sua roupa confortável e encontrou a equipe lá embaixo na cozinha bebendo café, então aproveitou e se serviu de um copo do tamanho de um galão.

- Eu disse a Everly para levar Aria e Ember para a sala de segurança enquanto estivermos fora.

- Um de nós não deveria ficar com elas?

- O quarto seguro tem escudos de força quádrupla e é abastecido com comida, remédios e água. As mulheres poderiam ficar em segurança por meses, se necessário. - Disse Cato.

- Everly vai levá-las até lá agora. - Disse Kian.

Dax queria ver Aria antes de partirem, mas tudo estava indo tão rápido que ele não teria a chance. Ele podia sentir o medo em seu coração e era o pior sentimento de todos.

Os dragões caminharam para fora e Cato reforçou seus escudos com todo o poder de sua tecnologia. Eles mudaram, e os dragões voaram pelo céu, indo em direção ao local neutro onde os vampiros concordaram em se encontrar.

Depois de voar por cem quilômetros, chegaram a uma clareira no meio de uma floresta profunda. Eles pousaram e mudaram para a forma de meio dragão ao mesmo tempo em que, fora das sombras, os vampiros se materializaram. Havia pelo menos uma dúzia deles. O líder, Victor, deu um passo à frente, seus lábios se curvaram sobre os dentes afiados em um sorriso desdenhoso.

- Kian. - Disse Victor. - Nós nos encontramos novamente. E você, Dax, você pegou nossa Dragon Soul favorita. Não há negociação depois disso.

- Nós colocamos sua casa em chamas duas vezes agora. Você sabe que podemos fazer isso de novo. - Disse Aiden. Kian lançou-lhe um olhar sombrio.

- Você é bem-vindo para tentar. - Disse Victor com um sorriso de escárnio.

- Nós sabemos a extensão da sua magia. - Disse Cato.

- Vocês sabem é? - Perguntou Victor.

- A verdade é que estamos num impasse e aceitamos isso. E você provavelmente deveria também mas deve saber que vamos resgatar qualquer Dragon Soul da qual vocês queiram se alimentar.

- Mas você está bem com a gente se alimentando de humanos? - Victor disse, rindo.

- Não estamos bem com você se alimentando de ninguém. Você pode se alimentar do sangue de animais e nós os deixaremos em paz.

Victor zombou e riu para o céu.

- Isso nunca vai acontecer.

- Então você não nos deixa escolha senão caçá-los.

- Podem nos caçar o quanto quiser. Já estabelecemos que vocês não podem nos matar. Não podem nos incendiar e se incendiarem nossa casa, nós a reconstruiremos dentro de alguns dias. Vocês não têm nada sobre nós. Esta reunião é inútil. Mas existe algo que queremos. Devolva-nos e pararemos de atacar vocês.

- Nunca! - Dax rosnou, avançando. Aiden segurou-o de volta, e Kian levantou a mão para silenciá-lo.

- Nossos escudos são mais fortes que sua magia. Você não pode passar por eles então não é uma ameaça para nós. - Disse Kian.

- Vamos ver sobre isso. - Disse Victor. - Nosso ataque físico pode ter enfraquecido nos últimos milhões de anos, mas nossos vampiros mais fortes estão dormindo. Imagine só quando os antigos acordarem.

- Se os seus antigos escolherem sair do sono para defender sua turba, então que assim seja. Um dragão pode se defender contra dezenas de vampiros.

- Não esqueça, dragão, que há quatro de vocês neste mundo e centenas de milhares de nós.

- Faça o que você quiser. E faremos o que quisermos. - Disse Kian.

- Eu posso concordar com isso. - Disse Victor. - Você nos deixa em paz e vamos deixar vocês em paz. Você fica com a garota. Nós vamos encontrar outra.

- Podemos concordar com isso. Por enquanto. - Disse Kian.

- Então bom dia para você, dragão. - Disse Victor, mudando para a sombra e desaparecendo com a dúzia de outros vampiros que trouxe com ele. Os dragões se entreolharam. Kian franziu a testa. Dax rosnou.

- Isso foi uma perda colossal de tempo. - Disse Aiden.

- Pelo menos sabemos em que pé estamos. - Disse Kian.

- Eles concordaram em deixar Aria em paz. - Disse Dax.

- Não podemos confiar neles. - Disse Kian.

- Não, você provavelmente está certo sobre isso. - Disse Cato.

- Vamos. - Disse Kian. - Precisamos pesquisar e encontrar armas mais fortes.

Eles explodiram em forma de dragão e saltaram para o ar.

Acelerando de volta para a mansão, Dax se preocupou que Aria sempre fosse caçada. Ele faria qualquer coisa em seu poder para proteger sua liberdade.


CAPÍTULO 12

 

Aria odiava ficar no quarto seguro. Era o epítome de tudo que ela não gostava dessa situação. Os homens estavam em sua reunião com os vampiros que a levaram, e agora ela estava presa no porão com Everly e Ember. Isso a fazia se sentir como uma prisioneira.

Quanto mais cedo saísse daqui melhor. Mas ela tinha que acreditar que os dragões estavam tentando protegê-la porque se não o fizesse, perderia a cabeça.

Ela estava começando a gostar de Dax. Gostou do encontro deles, e havia algo sobre ele que ela entendia, no fundo. Mas simplesmente não conseguia superar esse sentimento de que sua vida e suas escolham estavam sendo tiradas dela.

Everly balançava Ember em uma cadeira de balanço. O bebê dormia profundamente contra o peito e Everly parecia feliz enquanto esfregava as costas da criança. Aria franziu a testa e desejou poder sentir esse mesmo desejo. Mas não fazia.

A porta da sala do cofre se abriu e Kian apareceu do outro lado. Os olhos de Everly se iluminaram de excitação ao vê-lo. Ele entrou e beijou-a na testa.

- Como foi? - Everly perguntou.

- Eles concordaram em deixar Aria sozinha. Mas duvido que mantenham sua palavra.

Aria largou o livro que estava lendo e cruzou os braços sobre o peito. Até onde sabia, tudo isso era um grande pacote de mentiras. Ela soltou um suspiro profundo e se levantou.

- E agora? - Aria perguntou.

- Eu sugiro que você continue a ficar seguro dentro dos limites do nosso complexo. Ou isso ou ficar com um dos guardiões. É a única maneira de proteger você.

- Eu perdi meu emprego. - Disse ela. - Eu liguei esta manhã e fui demitida.

- Sinto muito ouvir isso, Aria. Tenho certeza de que poderíamos puxar algumas cordas e conseguir um novo emprego. - Disse ele. - Quando tudo isso acabar.

- E quando isso vai acabar? - Ela perguntou.

- Não há como saber. Minha principal prioridade é proteger você, Everly, Ember e meus homens. Em segundo lugar, fizemos um voto solene de proteger as pessoas deste planeta dos vampiros, e vamos continuar a fazer isso.

Aria suspirou e passou por eles, pelo corredor, subindo as escadas para o andar principal da mansão. Ela encontrou Dax sentado com Aiden na sala de estar enquanto Aiden tocava seu violão. Seu braço tatuado movia-se para cima e para baixo enquanto seus dedos habilmente arrancavam as cordas.

Dax ficou de pé quando a viu e cruzou o espaço entre eles. Eles tinham se beijado na noite do seu encontro, mas não se viam desde então. Ela olhou para o chão, sentindo-se tímida e incerta. Aria queria que tudo aquilo acabasse para que ela voltasse à sua antiga vida, onde tinha algum senso de controle, onde sentia ter um lugar. O cheiro da colônia de Dax encheu seu nariz, e ela respirou fundo quando ele se aproximou.

- Como você está se sentindo? - Ele perguntou, colocando a mão no ombro dela. - Sinto muito por você ter precisado ir ao quarto seguro.

- Estar confinada lá só fez todo esse negócio ainda pior. - Disse ela.

- Eu gostaria que houvesse alguma maneira de fazer as pazes com você.

- Está tudo bem. Estou tentando lidar com isso. Kian deixou claro que ele está apenas tentando me proteger e aprecio isso. Eu não quero que os vampiros venham me pegar de novo. Esse é o meu pior pesadelo. E realmente agradeço a todos vocês por me salvarem, mas você tem que entender que isso é tudo muito desorientador.

- Eu sei. - Ele disse.

Havia algo em seus olhos, um desejo que ela reconheceu em si mesma. Ele queria se conectar com ela, estar mais perto dela. A mão dele permaneceu no seu ombro, e por um momento ela se sentiu tentada a se jogar em seus braços. Mas não podia, precisava ficar sozinha.

- Estamos fazendo o almoço e estará pronto em breve. - Disse Everly atrás dela.

- Eu preciso ir para o meu quarto. Vou descer daqui a pouco. - Disse Aria, virando-se.

Dax deixou a mão cair do ombro quando ela se virou para as escadas. Caminhando até o quarto, ela cerrou os punhos e as lágrimas se juntaram nos cantos dos olhos. Ela não conseguia lembrar de se sentir tão confusa. Mesmo depois de todos os primeiros dias nas novas escolas que frequentou, mudando de lugar para lugar enquanto a companhia de seu pai o transferia de um estado para outro, ela pelo menos entendia como lidar com isso, como ser a "nova" criança. Mas agora estava em um mundo completamente novo, um mundo que não conseguia compreender. Havia perigo em cada local e ela não sabia se algum dia se sentiria segura e bem novamente. Se antes já achava difícil entender seu lugar no mundo, agora era quase impossível.

Aria foi ao banheiro e jogou água fria no rosto, lavando as lágrimas que ameaçavam cair. Ela cerrou os dentes e se olhou no espelho, o rímel escorrendo sob os olhos.

- Você tem que ficar calma, Aria. - Ela disse a si mesma. - Você sempre soube que havia magia no mundo. Apenas olhe para si mesmo. Por que você está tão surpresa que há dragões e vampiros? - Ela se olhou no espelho e soltou um suspiro profundo. - Eu tenho que tentar fazer isso funcionar.

Sua nova vida não era de todo ruim. Ela gostava da companhia de Dax desde que ele começou a se estabelecer. Ele era doce e encantador em seu próprio jeito desajeitado e isso era atraente, ela tinha que admitir. Estava acostumada a ser desajeitada sozinha, sempre se sentindo fora do lugar. Ela nunca entendeu como eram as crianças nas novas escolas que frequentava e só podia imaginar como Dax estava se sentindo, acordando em um novo planeta um milhão de anos depois de dormir.

Ele não tinha noção de cultura ou sociedade humana. Ela tinha que lhe dar um tempo. E queria isso.

Como se isso pudesse ser fácil assim... Se pudesse simplesmente aceitar que ela era sua companheira e que viveriam felizes para sempre nesta linda casa, não seria maravilhoso? Mas Aria não estava pronta para baixar a guarda. Ainda não. Existiam muitas perguntas sem resposta. Mas, disse a si mesma, tentaria permanecer com a mente aberta. Ela desceu as escadas e encontrou Everly, de pé junto ao fogão, fazendo sanduíches de queijo grelhado.

- Você está pronta para almoçar? - Everly perguntou a Aria.

- Isso soa adorável. - Disse ela.

Everly deslizou o sanduíche final em um prato e os colocou na mesa da cozinha. Everly havia preparado pilhas de sanduíches para toda a tripulação. Os caras entraram na cozinha um momento depois, Cato carregando seu laptop, Aiden com fones de ouvido com ruído nas orelhas e seu iPod preso nos dedos longos. Kian beijou Everly na bochecha ao entrar e Dax deslizou para o assento ao lado de Aria.

- O que mais aconteceu em sua missão? - Everly perguntou a Kian, dando uma mordida no sanduíche.

- Eu não acho que a ameaça tenha acabado. - Disse Kian.

Aria franziu a testa.

- Eu vou protegê-la. - Disse Dax.

- Eu sei. - Disse ela, não tendo certeza de como lidar com seu intenso compromisso com ela.

Algo dentro dela chamava por ele toda vez que olhava para ele. Ela sentiu uma onda de saudade em seu coração. Era como se pudesse descansar a cabeça no ombro dele para tirar toda a escuridão. Isso não tornavam as coisas menos confusas. Ela precisava tirar a mente das coisas e tentar relaxar. Estar presa no porão a lembrou muito de ser sequestrada pelos vampiros. Ela tinha que encontrar uma maneira de reafirmar para si mesma que não era uma prisioneira aqui.

- Eu vi uma piscina no terreno hoje. - Disse ela, agarrando-se a algo para fazê-la se sentir melhor. - E amo nadar. Eu estava no time de natação em uma das escolas que frequentei.

- Mesmo?

- Minha equipe foi para os campeonatos estaduais. Mas minha família teve que se mudar logo depois.

- Vou aquecer a piscina e depois podemos dar um mergulho. - Disse Dax.

- Impressionante. - Ela disse, começando a se sentir um pouco melhor.

O grupo compartilhou seu almoço, Kian e Cato discutindo o encontro com os vampiros enquanto Aiden ouvia sua música. Ela e Dax falaram sobre seus anos de infância.

- Você se mudava muito quando criança? - Ele perguntou.

- Meu pai era um vendedor ambulante, então nos mudamos um pouco. Eu nunca senti como se pertencesse em qualquer lugar. Isso tornou muito difícil fazer amigos.

- Espero que possamos ser amigos.

Aria sorriu para ele. Ela podia ver cada vez mais o seu lado doce. Parte dela realmente queria finalmente se conectar com alguém, se sentir em casa do jeito que Everly fazia com Kian. Mas ela ainda estava com medo de mostrar seu verdadeiro eu, especialmente onde seu poder estava em causa. Esconder seu coração e poder se tornou tal hábito, tornou-se uma segunda natureza.

- Eu vou colocar o meu maiô. - Disse ela depois que terminou de comer.

Ela correu para o andar de cima, animada com a perspectiva de relaxar na piscina aquecida e vestiu o maiô. Alguns momentos depois, houve uma batida na porta.

- A piscina está preparada. - Disse ele, diante dela em seus calções de banho.

A visão do peito de Dax enviou um tremor de desejo por todo o seu corpo. Ele era muito construído e sexy. Como um jogador de futebol misturado com um surfista. Ela mordeu o lábio, querendo estender a mão e acariciar seu peito esculpido, mas se segurou.

- Eu vou pegar minha toalha. - Disse ela, ficando envergonhada.

Vestindo um roupão felpudo, pegou a toalha e colocou um par de chinelos antes de seguir Dax para a piscina. Ele gritou e pulou na água, lançando um jato no ar e ao redor dela.

Ela gritou animadamente, largou o roupão em uma espreguiçadeira e pulou atrás dele. A água estava celestial e quente; não esperava que fosse tão bom. Dax nadou várias voltas na piscina, mais rápido que humanamente possível. Claro, ele não era humano. Era um dragão.

Ela tentou alcançá-lo, nadando o máximo que pôde, lembrando-se de seus golpes do time de natação, mas ainda assim não conseguia continuar. Ele virou na outra extremidade da piscina e nadou de volta, agarrando-a enquanto ela nadava. Aria gritou quando ele a girou ao redor. Ele parou e eles se encararam na piscina. Dax segurou-a perto enquanto ela levantava sem fôlego, olhando para o rosto dele.

- Peguei você. - Disse ele. Ela colocou os braços ao redor do seu pescoço e o olhou nos olhos. - Estive esperando por você por um milhão de anos. - Disse ele com um grunhido baixo.

- Eu nem sabia que estava procurando por você. Mas aqui está. É como um sonho.

Ela lambeu o lábio inferior e ele rosnou reivindicando sua boca. A água morna ao redor deles a fez derreter enquanto seu corpo jorrava com desejo quente. Ela sentiu os duros planos de seu peito contra seus seios enquanto ele envolvia seus grandes braços fortes em volta de sua cintura.

Suas mãos agarraram seu pescoço e ela correu os dedos pelo cabelo loiro desgrenhado. Suas línguas rodopiavam enquanto a água morna os mantinha suspensos no espaço sem peso. Ela gemeu quando sentiu o crescente desejo dele. Dax se levantou com força contra ela e ela estremeceu de necessidade.

Aria se afastou, confusa e insegura. Ela não estava acostumada a sentir um desejo tão intenso. Teve um namorado ou dois em sua vida, mas nunca se sentiu assim; não como estava agora tão perto do limite de controle que a assustava. Ela não conseguia sequer imaginar o que estava acontecendo em sua vida, muito menos sua atração irresistível por Dax.

- Oh, Dax. - Ela respirou quando ele descansou sua testa contra a dela.

- Você é muito adorável. - Disse ele. - Eu não posso resistir a você.

- Isso me assusta.

- Não há razão para ter medo.

- Mas eu mal te conheço. Como posso estar tendo esses sentimentos?

- Porque você é minha companheira e eu sou o seu. Nós nos pertencemos e esse é o fim da história.

- Acabei de aprender que vampiros e dragões existem. E os vampiros estão me caçando. Como posso me apaixonar por tudo isso acontecendo ao meu redor?

- Eu nunca vou deixar eles te tocarem de novo. Você é minha e eu protejo o que é meu.

- Eu gostaria de acreditar neste conto de fadas que você está me dizendo, mas simplesmente não posso. Ainda não.

- Eu sei que sou um idiota desajeitado quando se trata de romance. Mas estou tentando. Eu quero te dar tudo que você sempre sonhou.

- Eu nunca sonhei com nada disso. Tudo o que sempre quis foi ajudar as pessoas.

- E é isso que eu quero para você também.

Ele se inclinou e a beijou novamente. Ela relaxou contra ele e queria se deixar ir, sentir o amor dele e acreditar que tudo poderia ser como ele prometia. Mas em vez disso, sentia-se caçada e presa. Era difícil acreditar que poderia ter a bela vida que ele falou.


CAPÍTULO 13

 

Dax levou Aria de volta ao seu quarto para se trocar depois da diversão na piscina. Ele queria levá-la para seu quarto e lhe dar prazer, mas sabia que era cedo demais. Ela estava com medo e insegura. Cada momento que passavam juntos, eles se aproximavam, e era tudo o que ele podia pedir por enquanto.

Ele foi um idiota agressivo no começo e não lhe dera uma boa impressão de si mesmo então precisava compensar isso. Os filmes que Cato enviara foram um bom começo, mas agora o verdadeiro trabalho começava. Convencer esta adorável, suave e gentil ser humana para ser dele.

Tão forte quanto o Dragon Soul dentro dela poderia estar, ela ainda não tinha certeza sobre ser sua companheira e com um bom motivo. Mas agora que estavam se aproximando, o dragão de Dax estava se acalmando. Ele jurou para si mesmo que iria parar de agir como tolo e se concentrar em fazê-la feliz.

Ele queria levá-la para longe da mansão para que ela não se sentisse tão aprisionada e estava começando a planejar passarem um dia na praia.

Dax queria protegê-la, mas também queria mostrar que eles poderiam ter uma vida normal juntos. Ele sabia que ela estava com medo, e esse medo era o que estava impedindo-os de encontrar sua verdadeira conexão.

Ele desceu as escadas e encontrou Kian e Everly na sala de estar, assistindo as notícias na TV de tela grande.

- Como você se sentiria em uma saída para a praia? Todo mundo poderia ir e nós poderíamos levar Ember para sua primeira viagem de praia.

- Por que esse desejo agora? - Perguntou Kian.

- Eu quero levar Aria. Ela se sente presa aqui e quero mostrar a ela que podemos ter uma vida normal.

- Acho que parece adorável. - Disse Everly.

- Suponho que poderíamos fazer isso. Nós estaremos com as meninas para protegê-las e duvido que os vampiros nos atacariam em uma praia pública.

- Como o amanhã soa?

- A previsão do tempo disse que deve estar quente na costa amanhã. - Disse Everly, verificando seu telefone.

- Tudo bem, vamos para a praia amanhã. Nós vamos fazer uma viagem em família com isso. - Kian disse, sorrindo para Everly e acariciando seu joelho.

Dax ficou tão animado para o dia seguinte que mal conseguiu dormir naquela noite. De manhã, encontrou Kian na cozinha com Everly, preparando um enorme café da manhã para toda a equipe com bebê Ember sentada em seu assento infantil, sorrindo e rindo de todos.

- Estou muito animada para levar Ember para a praia. - Disse Everly.

Kian serviu ovos, bacon e waffles. Aiden e Cato se juntaram a eles na cozinha, seguidos logo depois por Aria, que estava vestida em um vestido de verão com seu maiô por baixo.

- Eu ainda não tenho certeza se posso surfar no norte do Pacífico nesta época do ano.

- Eu prometo a você que temos os melhores equipamentos que o dinheiro pode comprar. - Disse Dax com uma piscadela.

- Nesse caso, eu não posso esperar. - Disse ela, rindo. - Adorava surfar quando eu e meu pai vivíamos no sul da Califórnia.

Ela sentou-se ao lado de Dax e sorriu para ele. Ele queria agarrá-la e beijá-la, puxá-la para o colo dele e alimentá-la com o café da manhã da sua mão, mas resistiu à tentação.

- Isso vai ser muito divertido. - Disse Everly, batendo palmas. - Eu mal posso esperar.

- Eu também. - Disse Aria, dando uma mordida no waffle.

Depois do café da manhã, todos saíram para a garagem e decidiram quais carros iriam usar. Dax decidiu dirigir a caminhonete com as pranchas de surfe atrás, enquanto Kian dirigia o SUV com Ember e Everly. Aiden dirigia o Mustang com Cato como passageiro.

- Ativando protocolos adicionais de segurança. - Disse Cato sobre sua ligação mental quando saíram da garagem.

- Afirmativo. - Disse Kian.

Dax sorriu para Aria que olhava pela janela com um sorriso nos lábios. Ele estava tão feliz que a família estava saindo com as mulheres para mostrar-lhes que poderiam passar um bom tempo juntos. Mesmo com todo o trabalho para salvar o mundo dos vampiros, eles precisavam se divertir de vez em quando e Dax sabia que, dos quatro dragões, ele era o que tinha que lembrar a tripulação disso. Aria ligou o rádio e cantou junto. Um arrepio subiu por sua espinha.

- Você é realmente uma boa cantora. - Disse ele.

- Obrigada. - Ela murmurou, ficando quieta.

- O que há de errado? - Ele perguntou, sentindo que ela estava chateada com alguma coisa.

- Oh, nada. Eu sou apenas sensível sobre minha voz.

Dax poderia dizer que havia mais do que isso, mas não quis pressioná-la. Ela tinha uma voz linda e no momento em que começou a cantar, sentiu algo palpitante dentro dele. Ela parou de cantar e ele não entendeu o porquê. Só esperava que ele não tivesse ferido seus sentimentos ou dito algo errado.

Eles chegaram à praia algumas horas depois e encontraram um lugar ao sol, assim como o calor do dia estava rolando sobre as ondas. Everly segurou Ember e Kian montou um grande guarda-sol. O ar estava calmo e quente.

- É um dia perfeito para o surfe. - Disse ele, olhando para as ondas que rolavam na praia.

- Eu não surfo desde o ensino médio. - Disse Aria. - Espero me lembrar de como.

- Dizem que é como andar de bicicleta. Embora eu não tenha tentado andar de bicicleta ainda.

Aria deu uma risadinha para Dax. Eles puxaram as roupas de mergulho para fora da traseira da caminhonete e entraram nelas no estacionamento. Ele pegou uma longboard para ela, uma shortboard para si mesmo e carregou os dois pela praia. Quando chegaram à areia, eles amarraram suas pulseiras das pranchas. Seu traje de mergulho abraçava suas voluptuosas curvas de forma tão sedutora que Dax quase quis esquecer completamente o surfe e correr com ela para as dunas.

- Você está pronta? - Ele perguntou.

- Absolutamente. - Disse ela, dando-lhe um polegar para cima.

Eles decolaram na água, saltando sobre as ondas enquanto remavam para além da arrebentação, somente descansando quando se aprofundaram no oceano, esperando a próxima onda chegar.

- Como você está se sentindo? - Ele perguntou. - Está com frio?

- Você estava certo sobre essa roupa de mergulho. Ela consegue me manter aquecido.

- Você pega a primeira onda boa. - Disse ele.

A próxima onda rolou e ela lutou duro para pegá-la, deitando sobre a prancha e remando mais forte. No momento certo, Aria saltou de joelhos e depois ficou de pé, esticando os braços para se equilibrar enquanto a onda a levava para a praia.

Ela gritou de alegria enquanto percorria a onda até a praia até que remou de volta. Dax pegou a onda atrás dela. Em sua pranchinha ele podia fazer todo tipo de truque.

Ele ziguezagueou e saltou para cima e para baixo na água e até deu um giro. Aria gritou de excitação e o aplaudiu. Seu coração explodiu quando ele a viu sorrir.

Ela remou de volta, pronta para pegar a próxima onda e assim eles se revezaram, um após o outro, cavalgando as ondas em direção à praia enquanto o resto da tripulação se sentava na margem. Cato lia um livro sob o guarda-sol, Aiden ouvia sua música enquanto Kian e Everly construíam um castelo com bebê Ember na areia. Após uma hora de surfe, Aria disse que seus braços estavam ficando cansados. Eles se dirigiram para a praia e tiraram as pranchas da água.

Depois de se secar e sair de suas roupas de mergulho, eles se sentaram no grande cobertor sob o guarda-sol e comeram sanduíches, batatas fritas e refrigerante para o almoço.

- Estou muito feliz. - Aria sussurrou em seu ouvido, enquanto se sentavam juntos, bebendo ao sol.

- Devemos fazer isso com mais frequência. - Disse Cato.

- Não podemos passar toda a nossa vida confinada na mansão, com medo dos vampiros. - Disse Aiden.

- Eu gostaria que as coisas fossem diferentes. - Disse Kian. - Que não tivéssemos essa ameaça pairando sobre nossas cabeças.

- Os vampiros não podem nos tocar. - Disse Dax, empurrando os óculos escuros na ponte do nariz.

Ele olhou ao redor da praia para os humanos cavando mariscos e procurando por conchas, os outros surfistas nas ondas, e as famílias com seus cães.

- Não temos nada com o que nos preocupar aqui. - Disse Kian. - É sob a cobertura da noite e em áreas isoladas que precisamos nos preocupar.

- Eles me tiraram do estacionamento em frente à casa de repouso onde eu trabalhava. - Disse Aria. - Eu não sei se vou me sentir segura novamente.

- Espero que hoje possa ajudá-la a se sentir seguro. - Disse Dax. - Eu não quero que você viva toda a sua vida sentindo medo.

- Este foi um ótimo dia. Devemos repeti-lo em breve. - Disse Everly.

- Nós vamos encontrar uma solução permanente para o problema dos vampiros. - Disse Kian.

- Eu não vou deixar eles te tocarem nunca mais. - Disse Dax.

- Eu sei que você vai tentar, Dax. E eu aprecio isso mais do que posso dizer. - Disse Aria.

- Dane-se os vampiros. - Disse Aiden, tirando os fones de ouvido. - Estou cansado de falar sobre eles. Não podemos apenas ter um dia em que relaxamos e nos esquecemos deles?

- Concordo. Não falem mais de vampiros pelo resto do dia. -Everly disse.

Aria suspirou e recostou-se em uma toalha de praia sob o sol. Dax estava ao lado dela, absorvendo os raios.

Eles se inclinaram e se encararam, ele estava agradavelmente desgastado pelo surfe, e sabia que ela também estava cansada. Ele limpou a areia da bochecha dela e olhou em seus olhos. Seu rosto estava ficando bronzeado do sol.

- Este foi realmente um dia maravilhoso. - Disse ela. - Estou começando a me sentir segura novamente.

- Eu sempre vou mantê-la seguro. E sempre vou te proteger. Nós podemos ter muitos mais dias assim. Toda vez que você quiser ir a algum lugar, deixe-me saber e eu te levarei.

Ele se sentiu terrível que ela teria que ficar confinada na mansão para mantê-la a salvo dos vampiros. Não era vida para um humano e ele jurou a si mesmo que encontraria uma maneira de lhe dar a liberdade que ela merecia.


CAPÍTULO 14

 

Quando o sol começou a mergulhar no horizonte, todos decidiram que era hora de ir para casa.

- Isso foi muito divertido. - Disse Everly. - Ember adorou brincar na areia.

Todos entraram nos carros e começaram a longa jornada de volta para a mansão e assim que chegaram, Kian começou o jantar e todos foram para seus quartos separados para tomar banho. Aria vestiu seu pijama de flanela e encontrou o resto da família na cozinha, onde eles se reuniram em torno da mesa para compartilhar o jantar de Kian. Ele tinha feito batatas assadas e frango frito. Foi uma deliciosa refeição depois de um longo dia na praia. Ao terminarem, Cato e Aiden limparam a cozinha e Everly e Kian levaram Ember para a cama.

Dax vestia uma calça de moletom cinza solta e uma camiseta de surfe. Ele perguntou a Aria se ela queria ir ao seu quarto.

- Eu tenho um novo Xbox. - Disse ele.

Eles subiram para o quarto dele, na ala oposta da dela. Ele tinha uma cama king size moderna e um sofá confortável de frente para um sistema de videogame e uma TV widescreen. Ela se sentou, e ele tirou algumas cervejas da geladeira, entregando-lhe uma.

- Obrigada. - Disse ela, aceitando a bebida.

Aria tomou um longo gole e sentou ao lado dele. Dax entregou-lhe um controle do jogo e ligou a TV.

- Eu tenho um jogo de corrida. Poderíamos jogar um contra o outro.

- Isso soa divertido. - Aria gostava de videogames quase tanto quanto gostava de nadar.

O jogo começou e ela tentou o melhor possível para acompanhar Dax. Seus reflexos eram tão rápidos que ele foi capaz de empurrar seu carro na velocidade máxima ao redor da pista, deixando-a no pó, não uma vez, mas duas vezes. Ele ganhou o jogo facilmente e olhou para ela com um sorriso tímido.

- Sinto muito. Eu às vezes esqueço que os humanos não têm as mesmas habilidades físicas que os dragões.

- Está tudo bem. Eu acho que foi divertido de qualquer maneira.

- Vamos jogar um jogo diferente que não requer reflexos. Que tal este jogo de aventura? - Ele mostrou-lhe a caixa com um elfo na capa.

- Certo.

Ele colocou o jogo e eles jogaram no mesmo time, ajudando um ao outro passando de cada nível. Quando chegaram ao terceiro nível, ela largou o controle e perguntou onde ficava o banheiro.

- Está bem ali. - Disse ele, apontando para a porta mais distante.

Ela se levantou e entrou no banheiro. O quarto de Dax era um pouco bagunçado, mas não tão repugnante quanto um monte de solteiros que ela testemunhou em sua vida.

Ela usou o banheiro e lavou as mãos, olhando-se no espelho. Ela não tinha maquiado nem penteado depois do banho, mas Dax não pareceu se importar. Ela voltou para o quarto e ele ofereceu-lhe outra cerveja.

- Ok, mas este é o meu limite. - Disse ela com uma risadinha.

Ela bebeu sua cerveja e eles continuaram jogando o jogo de aventura até que os níveis começaram a ficar mais difíceis e eles não foram capazes de vencer um chefe depois de três tentativas. Ela gemeu e deixou cair seu controle no sofá.

- Nós vamos conseguir na próxima vez. - Disse ele.

- Está ficando tarde. - Disse ela, sentindo um pouco de sono do longo dia na praia e as duas cervejas. - Eu provavelmente deveria ir para a cama.

Aria estava prestes a ficar de pé quando Dax agarrou a sua mão.

- Espere. - Ele disse.

Ela se virou e de repente, ele se inclinou e reclamou sua boca, beijando-a profundamente e sensualmente. Ela gemeu, seu toque enviando uma onda de desejo através do seu corpo, fazendo-a circular os braços ao redor dos ombros dele.

O beijo ficou mais profundo, mais apaixonado, sua língua escorregou entre os lábios e seus corpos se aproximaram. Suas línguas açoitavam uma contra a outra, em uma dança sensual que ela nunca queria terminar. Dax segurou-a com força, puxando-a para o colo para ficar em cima dele. Ela quebrou o beijo e o olhou, respirando ofegante.

- Oh, meu Deus. - Disse ela.

- Eu sei. É muito bom.

Ela riu.

- Por que isso é tão quente?

- Porque somos companheiros.

- Eu não sei nada sobre ser a companheira de alguém. Essa coisa toda de dragão/vampiro ainda está soprando minha mente.

- Não pense sobre isso assim. Somos apenas duas pessoas que se conheceram durante um período difícil. E agora nós temos essa chance de estar juntos. De beijar um ao outro.

Ele se inclinou e a beijou novamente e ela se derreteu em seus braços. Aria não podia acreditar como era bom, como parecia certo. Ela sentiu-o crescer sob seu núcleo, longo, duro e latejante e deslizou sobre seu pênis enquanto ele mordiscava seu lábio inferior. Ela se afastou, ofegando de novo. A sensação de prazer era demais. Poderia não entender o que significava ser companheira, mas nunca sentira tanto prazer nos braços de outro. Nem mesmo perto. Isso tudo era muito novo e excitante e bom demais para ser verdade. Ele segurou seus quadris e empurrou para baixo dela, empurrando seu pênis contra seu núcleo faminto.

- Eu posso cheirar seu desejo. - Disse ele.

Ela riu, suas bochechas ficando quentes.

- Eu acabei de tomar um banho.

- É o cheiro mais delicioso que eu já cheirei. - Ele rosnou. - E preciso de mais.

Ele a pegou e a virou, colocando-a no sofá enquanto afundava entre os joelhos. Ela engasgou quando olhou para seu cabelo loiro desgrenhado caindo em torno de seu rosto e seus olhos verdes que sorriam para ela. Ele deslizou os dedos no cós do pijama dela.

- Eu tenho que me livrar deles. - Disse ele, puxando-os para baixo a seus pés.

Aconteceu tão rápido que ela não teve tempo para pensar. Apenas engasgou quando o ar tocou sua pele nua e ele se inclinou entre suas coxas, inalando profundamente seu perfume. Dax rosnou, a luz de seu dragão brilhando em seus olhos. Ele estendeu a mão e começou a desabotoar sua camisa, revelando que ela não estava usando sutiã por baixo.

Ele agarrou seus seios, passando a língua sobre os mamilos apertados e Aria deslizou os dedos pelos cabelos, aceitando sem palavras o prazer que ele lhe dava enquanto chupava seus mamilos e amassava seus seios.

Dax se inclinou para beijá-la antes de lamber entre os seios, sobre a barriga e ao redor do monte de sexo. Ele lambeu cada coxa e a fenda entre as pernas, enviando um arrepio de sensação através de seu corpo inteiro.

Ela ofegou e arqueou as costas, jogando a cabeça para trás contra o sofá. Seus seios arfavam quando ele deslizou sua língua mais profundamente em seu núcleo. Dax ronronou contra sua vagina, a vibração enviando faíscas de desejo através dela. Ele pressionou a língua no clitóris dela, e Aria estremeceu.

- Oh, meu Deus. - Disse ela, sentando-se rapidamente, tomando um suspiro profundo através de seus dentes cerrados.

Ele colocou a mão contra o seu peito e lentamente a empurrou para baixo, segurando-a enquanto sua língua vibrava em seu clitóris. Ela gemeu alto, e ele enfiou o dedo em sua boca. Ela chupou avidamente enquanto ele acariciava sua boceta com a língua quente e aveludada.

O desejo aumentou quando ela se acostumou ao profundo prazer de sua boca em seu sexo. Ela chupou o dedo dele, gemendo enquanto ele a devorava. Dax circulou sua língua em torno de seu núcleo e, em seguida, mergulhou-a em seu canal. Repetidamente, concentrou-se em seu clitóris, pressionando dentro dela, lambendo seus sucos, fazendo-a encharcada.

Ele correu sua língua até seu broto apertado, circulando ao redor enquanto pressionava seu dedo molhado contra seu canal. Ela rosnou, mordendo o dedo suavemente quando ele deslizou outro dedo dentro dela.

Sua língua atacou seu clitóris enquanto ele deslizava seu dedo mais fundo, acariciando seu prazer interior quando uma onda de liberação agarrou seu corpo e a fez ficar tensa. Sua boceta apertou e seus mamilos ficaram duros. Ela chupou com força o dedo ainda na boca enquanto gemia, o prazer quase intenso demais para suportar.

Quando sentiu o prazer diminuir, soltou o dedo dele, recuando fracamente contra o sofá. Agarrando seus quadris, ele a encarou. Aria olhou em seus olhos verdes, quase sem saber o que pensar. Foi muito intenso. Sua vagina ainda latejava, implorando por mais. Sua mente era incapaz de compreender a extensão do prazer intenso.

- O que você está fazendo comigo? - Ela riu.

- Só estou tentando fazer você se sentir bem.

- Oh, isso foi bom. Muito, muito bom. - Disse ela.

Ele entregou-lhe um cobertor e sentou-se ao seu lado, puxando-a em seu abraço. Ela podia ver o contorno duro de seu eixo sob suas calças de moletom e quando se inclinou contra o peito musculoso dele, ela passou a mão por sua coxa e acariciou seu comprimento.

- Você não tem que fazer isso. - Disse ele, segurando a mão dela.

- Oh, mas eu quero. - Disse ela, acariciando-o novamente.

Ele rosnou e recostou-se. Aria beijou o queixo e deslizou a mão por baixo da calça de moletom para dentro da cueca boxer. Ela encontrou seu eixo e puxou-o para fora, acariciando seu magnífico comprimento. Ele era tão grande que quase a assustou.

- Oh, sim. - Disse ele. -Você é minha boa menina.

Ele ronronou em seu ouvido e ela estremeceu com as palavras. Aria afundou entre os joelhos dele e acariciando seu pênis, deslizou a língua sobre a fenda. Ele era muito grande para levar em sua boca, mas quando acariciou-o com ambas as mãos, chupou a cabeça de seu pênis, sacudindo a língua para trás e para frente enquanto provava seu pré-gozo em sua boca.

Ele tinha um sabor divino. Era muito erótico e excitante. Ela sentia-se cada vez mais excitada com cada golpe de suas mãos. Ele rosnou e segurou a parte de trás de sua cabeça, mas não a empurrou para baixo; parecia estar se segurando então ela continuou a acariciá-lo, chupando a ponta de seu pênis até que seu comprimento ficou mais largo e mais duro sob o seu toque.

Gemendo contra ele, provou mais sêmen de sua fenda. Ela o olhou, acariciando-o agora mais rápido e vigorosamente. Ele tinha a cabeça apoiada no encosto do sofá e os olhos revirados. Seu corpo lindo se esparramava e Aria se sentiu tão poderosa, tendo esse homem enorme à sua mercê que acariciou-o mais e mais rápido, sugando seu pênis em sua boca tão profundamente quanto conseguiria.

Ele entrou em erupção e ela o levou com um gole. Seu delicioso sêmen disparou em sua garganta. Com um gemido, ela se afastou e gentilmente soltou seu comprimento. Ele a olhou, com os olhos vidrados.

- Venha aqui. - Disse ele, puxando-a ao seu lado no sofá. Eles se aconchegaram sob o cobertor, e ele a abraçou, acariciando seus cabelos e beijando-a gentilmente.

- Eu nunca senti nada assim. Você é uma deusa.

Ela riu e mordeu o lábio. Fizera isso mais de uma vez. Nunca tinha sido sua coisa favorita, mas com Dax, foi diferente. Foi muito quente.

- É melhor eu ir. - Disse ela, sabendo que, se ficasse, iria querer ir mais longe. Talvez até todo o caminho. Mas simplesmente não estava pronta para isso.

Dax a puxou de volta e a beijou gentilmente na boca e na testa.

- Boa noite então. Eu vou te ver de manhã.


CAPÍTULO 15

 

Era o final da manhã quando seus olhos se abriram. A luz do sol brilhava através de sua janela e se esgueirou por cima de sua cama. Aria se sentou e se espreguiçou, um sorriso se espalhando em seus lábios. Ela foi inundada com a lembrança de estar com Dax na noite passada. Ele abriu o corpo dela como uma flor. Estremeceu ao pensar nisso, soltando um suspiro profundo e melancólico.

Prazer imenso era algo que ninguém podia ignorar. Por um momento, imaginou como seria estar com ele o tempo todo, ser verdadeiramente sua companheira e dormir em sua cama, fazer amor com ele.

Ela mordeu o lábio, lembrando do corpo de Dax. Seu pênis era muito grande. Era difícil imaginar que coubesse dentro dela. Seu rosto ficou quente com a ideia enquanto ela colocava os pés no lado da cama e se levantava, se espreguiçando novamente. Atravessando a sala, checou Charlie, curvando-se para inspecionar sua tigela de água e sementes. Ele tocou no fundo da jaula e bateu as asas. Ela podia dizer que ele estava ficando mais forte a cada dia.

- Como você está esta manhã, meu amiguinho? - Ela perguntou.

Charlie espiou, batendo as asas. Ela abriu a gaiola, pegou-o nas palmas das mãos e o atraiu para ela segurando-o contra seu coração. A pássara ficou muito apegado a ela quando o curou. Hoje já não havia mais o medo selvagem nele.

Ela abriu a boca e começou a cantar, puxando a energia da vida do ar e do mundo ao seu redor, dirigindo-o através do coração, dos braços e das mãos, onde se aquecia e irradiava para Charlie. A energia de sua canção de cura encheu a sala e girou em torno dela.

Cada vez que ela curava alguém ou algo, além de se sentir útil, percebia as diferenças físicas. Isso fazia seu cabelo brilhar, os olhos mais brilhantes e seu corpo forte. Os efeitos colaterais eram um bônus. Mas ela teria feito isso, mesmo que isso a fizesse fraca e feia. Ajudar os outros era tudo o que importava e a única maneira que ela poderia se conectar a qualquer pessoa ou qualquer outra coisa.

Depois de sua sessão de cura com Charlie, ela o colocou de volta na gaiola, encheu suas tigelas com água e sementes. Depois de um banho e já vestida com roupas confortáveis, desceu para a cozinha. Everly e Kian trabalhavam na cozinha como um par, sua domesticidade reconfortante e doce. Eles fizeram waffles, ovos e bacon para todos. Aria entrou na mesa ao lado de Dax, que sorriu amplamente quando a viu.

- Eu estava pensando que poderíamos dar uma volta hoje. - Disse ele. - Não muito longe da mansão, mas pelo menos poderíamos sair da casa.

- Nós poderíamos realmente fazer isso? - Ela perguntou.

- Se estivermos juntos, tudo bem.

- Eu adoraria isso.

Depois do café da manhã, Dax empacotou o almoço para o piquenique. Ela mudou seus chinelos por um par de botas e encontrou-o na garagem.

- Eu gosto de dirigir a caminhonete com tração nas quatro rodas quando não estou na minha forma de dragão. Nós podemos subir as montanhas.

- Oh, isso parece divertido. - Disse ela. - Faz muito tempo desde que saí para a floresta.

Dax colocou a cesta de piquenique no banco de trás do caminhão e Aria subiu no banco do passageiro. Um momento depois, eles estavam dirigindo pela entrada da mansão e saindo do complexo. Os escudos tremeram quando eles atravessaram, dirigindo-se pela estrada, passando por outras mansões enormes até chegarem a uma pequena cidade.

A cidade era pitoresca com um centro da cidade antiquado. Ela amava cidades como esta e sorriu ao passarem pelas lojas em geral e pela lanchonete.

- Eu quero parar no café do drive-thru. - Disse Dax. - Eu amo café humano.

Eles saíram da rua principal e entraram no estacionamento, onde uma barraca de café servia uma fila de carros. Dax parou e esperou no final da fila. Quando chegou a vez deles, uma garota com idade universitária abriu a janela e sorriu.

- O que você gostaria? - Ele perguntou.

- Um latte de baunilha grande. - Disse ela.

- Nós queremos um latte de baunilha grande e um café com leite extragrande com dois tiros extras. - Disse Dax.

- Chegando. - A garota disse.

A atendente terminou suas bebidas e entregou-as a Dax. Ele deu a ela uma nota de vinte e disse para manter o troco. A garota sorriu como se fosse Natal e Dax acenou enquanto eles saíam.

- Eu amo café humano. - Ele disse novamente, bebendo a bebida quente.

Aria deu uma risadinha enquanto tomava um gole do seu latte. Eles saíram da cidade para a floresta nacional e começaram a escalar a montanha. Ela sorriu quando as árvores se elevaram acima deles e os pássaros voaram pelo céu.

- Isso é tão majestoso. - Disse ela enquanto passavam por uma vista surpreendente dos penhascos irregulares e das florestas verdes e profundas, descendo em um vale afiado.

- Você ainda não viu nada. - Disse ele enquanto continuavam a subir.

Ela olhou pelas janelas para a vista ao seu redor, sentindo uma sensação de descoberta enquanto se aproximavam da montanha. Eles beberam o café enquanto escutavam uma lista de reprodução da música favorita de Aiden.

Ela balançou a cabeça para a batida das músicas enquanto dirigiam. Logo ele saiu em uma estrada de terra e a tração nas quatro rodas foi acionada. Aria ofegou quando eles trombaram pela estrada poeirenta. Depois de cerca de uma milha na estrada não pavimentada, eles conseguiram chegar a uma saída remota. Dax estacionou o carro e bebeu o resto do seu café. Ela escorregou do carro, olhando em volta e avistou um rastro na beira da área de estacionamento. O vento varreu a montanha, enchendo seus pulmões com o cheiro de ar fresco.

Dax pegou a cesta de piquenique do banco de trás do caminhão e a mão dela, levando-a até o início da trilha. Eles caminharam algumas centenas de metros pela trilha ensolarada, sob os arcos altos dos pinheiros. O cheiro forte da floresta enchia seu nariz e o ar frio roçava sua pele aquecida pelo sol. Ela respirou profundamente e sorriu, sentindo-se em paz.

Aproximaram-se da trilha e as árvores se separaram diante dela. Aria avistou um penhasco rochoso que descia abaixo, e a montanha que se erguia do outro lado do vale profundo. Uma cachoeira saía da montanha em frente a eles, caindo abruptamente em direção a um rio. Seu coração pulou ao vê-la. Tanta beleza. Tanta maravilha.

- Isso é lindo. - Ela sussurrou.

- É ainda melhor de perto. - Disse ele.

- O que você quer dizer de perto?

- Quero dizer tão perto quanto um dragão voando poderia.

- Ah, aposto. - Ela sorriu, virando-se para ele.

- Você quer ver?

- Como?

- Você poderia andar nas minhas costas. Dragões fazem isso o tempo todo.

- Eu não tenho certeza. - Disse ela, cruzando os braços sobre si mesma de forma protetora.

- Vamos lá, vai ser muito divertido. Você montou a prancha como um campeão ontem. Eu sei que pode fazer isso. - Ele sorriu largamente, seus brilhantes dentes brancos brilhando ao sol. Um brilho juvenil brilhou em seus olhos. Seu cabelo loiro despenteado ondulou sobre os ombros na brisa suave.

- Ok, eu vou fazer isso. - Disse ela com um rangido nervoso em sua voz.

- Você vai ter que se afastar um pouco, entretanto.

Ela engasgou e se afastou enquanto ele recuava para a clareira. Aria observou seu corpo se contorcer e seu rosto ficar angustiado, enquanto se transformava em um grande e poderoso dragão vermelho. Sua boca caiu e ela não respirou por longos momentos. Ele levantou a cabeça e a olhou. Ela estava apavorada, mas lembrou a si mesma que dentro daquela fera enorme estava apenas Dax, o cara doce que gostava muito de latte mocha.

Ele inclinou a cabeça, indicando que ela deveria subir de costas. Ele se abaixou, oferecendo um joelho para escalar. Ela colocou a mão na testa e balançou a cabeça. Ele acenou como se dissesse: - Sim, vamos lá.

Aria soltou um suspiro profundo, cerrou os dentes, ajeitando os ombros e andou para frente, subindo em seu joelho e logo em suas costas. Ela engasgou quando ele se moveu pois caiu para frente para envolver seus braços ao redor do pescoço dele. Ela agarrou-o com as pernas e apertou o pescoço por sua vida. Tudo de uma vez, suas asas poderosas começaram a bater no ar e ele decolou.

Eles se tornaram invisíveis em um piscar de olhos e ela engasgou novamente. Não podia acreditar no que estava acontecendo. Enquanto ele se inclinava para o céu e se aproximava da cachoeira, ela sentiu o jato de água em seu rosto, o sol brilhando sobre ela e o vento correndo pelos cabelos.

Aria queria apertar os olhos com medo, mas ao invés disso, os abriu, maravilhada com a vista. Sentiu o coração bater com força no peito e, de repente, entendeu algo mais profundo sobre o que significava ser um dragão. Dax via esse tipo de beleza sempre que ele escolhia. Ele tinha poder maciço e enorme capacidade, mas com o poder vinha a responsabilidade. Responsabilidade de proteger os outros. Ser os guardiões do planeta. E ela sentiu tanto respeito por ele e pelos outros que beijou a parte de trás de seu longo pescoço.

Ele bateu as asas e inclinou a cabeça para trás para olhá-la. Ele deve ter sentido os lábios dela em sua pele e sorriu, mostrando seus dentes de dragão afiados. Ela acariciou o rosto contra o pescoço dele e observou o cenário passar. Ver as montanhas da parte de trás de um dragão era o tipo de experiência que nunca poderia esquecer.

Eles se inclinaram e pousaram onde haviam começado. Ela escorregou de suas costas, sem fôlego e surpresa. Um momento depois, em vez de um enorme dragão, encontrou Dax parado ali, com seu top de surfe, shorts e sandálias. Ela correu para ele e jogou os braços em volta do seu pescoço.

- Isso foi incrível! - Disse, beijando sua bochecha.

- Estou feliz que você tenha gostado. - Disse ele, esfregando as costas. - Eu quero mostrar-lhe coisas assim o tempo todo. Não quero que você fique presa na mansão tampouco que se sinta presa. Sei como é se sentir assim. Eu fiquei em uma câmara de stasis por um milhão de anos e não deveria me lembrar disso, mas no fundo, eu lembro. Posso lembrar instintivamente como era estar naquele casulo por todo esse tempo. É uma merda. Eu não quero que você se sinta assim. Quero que se sinta livre, como agora, voando pelo ar. É assim que todos deveriam se sentir. Eu acredito que do fundo do meu coração. E se eu puder dar-lhe qualquer coisa na vida, seria esse tipo de liberdade.

- Eu aprecio isso mais do que qualquer coisa, Dax. - Disse ela, pegando sua mão.

Eles se sentaram em um tronco e compartilharam os sanduíches de peru que ele tinha feito, assim como as batatas fritas e garrafas de água. Terminaram a refeição enquanto o sol da tarde aquecia sua pele e enchia sua alma de luz.

Enquanto caminhavam de mãos dadas de volta para o carro, Aria sentiu como se estivesse finalmente pronta para ser dele. Ela confiava e acreditava nele. E agora podia imaginar sua vida juntos. Soltou um suspiro melancólico quando desceram a montanha de volta ao complexo. Ela esperava profundamente em seu coração que este fosse o primeiro dia do seu felizes para sempre.


CAPÍTULO 16

 

Na manhã seguinte a seu encontro feliz com Dax, Aria segurou a gaiola de Charlie enquanto caminhava pelo caminho de pedra, através do ar úmido da primavera. Aves selvagens deveriam ser livres. O orvalho se agarrava à grama e às pétalas de tulipas coloridas. As gotas refletiam o céu azul e as nuvens finas acima. Ela caminhou ao longo do caminho, passando pela piscina e por um labirinto de plantas e árvores.

Ela encontrou um banco e uma mesa de ferro fundido na beira de uma cerca de buxo na extremidade da propriedade. Colocou a gaiola de Charlie no banco e limpou a água. Sentada, olhou para Charlie e ele pulou em volta, agitando suas asas. Ela suspirou, sabendo que ele estava pronto para ir. Aves selvagens deveriam ser livres.

Aria abriu a porta e enfiou as mãos para dentro. Charlie pulou em suas palmas e ela o tirou da gaiola. Enquanto cantava palavras curativas de seu coração, Charlie espiou, harmonizando-se com a música. Quando as últimas notas de sua música estremeceram no ar, Charlie bateu as asas e voou para o céu. Ela ofegou, sorrindo enquanto ele se afastava. Uma pequena lágrima deslizou por sua bochecha.

Ele estava curado e pronto para retornar ao estado selvagem onde pertencia. Ela estava triste e feliz ao mesmo tempo. Sabia que tinha que deixá-lo ir. Limpou a lágrima e se levantou do banco.

Levando a gaiola com ela, caminhou de volta para a mansão, mas uma sensação de solidão afundou em seu intestino. Seu encontro com Dax na noite anterior fora adorável e reconfortante. Por mais desajeitado socialmente que Dax pudesse aparecer do lado de fora, ele realmente era uma alma gentil e amável.

Ela queria conhecê-lo melhor, mesmo que não soubesse sobre ser companheira de alguém. A dura percepção de que dragões e vampiros existiam ainda estava afundando em sua mente e depois de manter seu próprio segredo mágico por tanto tempo, ela queria dizer a verdade. Ser ela mesma. Ela sabia que os vampiros a queriam por seu poder. Embora hesitasse em contar a alguém o que ela poderia fazer, manter isso em segredo estava matando-a.

Aria continuou de volta à mansão e parou na roseira que estava murchando de uma podridão pulverulenta. Ela se ajoelhou e segurou um botão deformado em suas mãos. Sua canção correu de dentro enquanto enviava suas energias de cura para a planta.

Sua voz cantou no ar úmido e espesso. Em instantes, a rosa ficou clara e o botão deformado floresceu com perfeita simetria.

Ela se levantou e sorriu. Toda vez que usava seu poder, ficava um pouco mais forte, bem como exercitar um músculo.


CAPÍTULO 17

 

Na manhã seguinte, o primeiro pensamento de Dax foi sobre Aria. Precisava encontrá-la. Ele se levantou da cama, coçando as costas e procurou na sala por suas calças. Olhou pela janela e a viu do lado de fora. Ela estava ajoelhada ao lado de uma roseira com um broto em suas mãos. Ele a observou se inclinar, um sorriso se curvando em seus lábios. Seus lábios estavam se movendo como se ela estivesse falando ou cantando. Depois de vários momentos, a flor floresceu diante de seus olhos. Dax ofegou.

A planta estava morrendo momentos antes e, de repente, parecia tão saudável quanto poderia ser. Ele nunca tinha visto nada assim. Esfregou os olhos, sem saber o que pensar. Ele vestiu as calças e correu para baixo.

Sem uma palavra para ninguém, ele saiu pela porta dos fundos e encontrou-a ainda ajoelhada ao lado da planta.

- Como você fez isso? - Ele perguntou.

- Fazer o que?

- Você curou aquela flor. Eu nunca vi nada assim.

- Oh...

Ela parecia nervosa e com medo.

- Por que você não me contou?

- Dizer-te o que?

- Que você poderia curar coisas assim.

- Eu sempre mantive isso em segredo.

- Não admira que os vampiros queiram tanto seu sangue. Um poder como esse poderia ser muito valioso para nós. Poderíamos usá-lo para vencer esta guerra.

- Ninguém vai me usar para nada. - Disse ela, passando por ele, uma lágrima nos olhos.

- Não foi isso que eu quis dizer. - Disse Dax indo atrás dela.

Ela subiu correndo as escadas e fechou a porta. Ele se sentiu um idiota. Por que disse isso? Voltando para a cozinha, encontrou seu líder.

- Kian, acho que a equipe precisa de uma reunião em particular. - Disse Dax.

Kian olhou para Everly e ela assentiu. Momentos depois, a equipe se encontrou no porão.

- Parece que minha companheira tem uma magia muito forte. - Disse Dax. - Você sabia disso, Cato?

- Não, eu não.

- Eu a vi apenas um momento atrás, curando uma rosa no jardim. Um broto murcho floresceu em suas mãos. Foi milagroso.

- Isso é extraordinário. - Disse Cato.

- Agora ela está com raiva de mim porque eu disse algo estúpido sobre usarmos o seu poder.

- As mulheres geralmente não gostam de ser usadas. - Disse Kian.

- Eu a deixei com raiva. - Admitiu Dax, soltando um suspiro profundo. - Eu não sei o que fazer. Pensei que tínhamos chegado muito longe. Preciso de ajuda.

- Admitir que você tem um problema é o primeiro passo. - Disse Aiden.

- Vocês poderiam parar de me dar tanto tempo assim? - Dax disse. - Eu não queria machucá-la.

- Shhh, eu estou recebendo uma transmissão dos vampiros. - Disse Cato.

- Saudações, dragões. - Disse Victor na tela do computador. - Nós sabemos que fomos vencidos por sua força superior, e queremos a oportunidade de criar um tratado de paz. - Victor sorriu. - Gostaríamos de encontrar com vocês hoje à noite no mesmo local da nossa última reunião. E desta vez, esperamos que seja mais produtivo. Nós admitimos que vocês sejam muito mais poderosos do que nós. Não temos esperança em bater em você. Então, gostaríamos de chegar a um acordo que seja agradável para todos.

- Que horas? - Perguntou Kian.

- No crepúsculo. - Disse Victor antes de desaparecer da tela do computador.

- É uma armadilha. - Declarou Aiden.

- Obviamente. - Disse Kian.

- Eles estão preparando alguma coisa. - Disse Aiden.

- Mas o quê? - Disse Cato.

- Devemos ignorá-los? - Dax perguntou.

- Acho que devemos dar a eles o benefício da dúvida. Ou pelo menos parece que sim. - Disse Kian. - Vamos encontrá-los para o acordo de paz e ver o que eles têm a dizer. Mas quadruplicaremos a segurança da casa garantindo que as mulheres estejam no quarto seguro.

- Talvez eles queiram mudar seus modos. Talvez finalmente tenham percebido que somos mais fortes do que eles e que nunca nos derrotarão. - Disse Dax.

- Quem dera fosse isso. - Disse Aiden.

- Precisamos estar prontos para qualquer coisa. - Disse Kian. - Todos podemos concordar que isso provavelmente é uma armadilha. Se os vampiros decidiram desistir de lutar contra nós, melhor ainda. Mas vamos supor que esse não seja o caso. Agora temos que preparar a casa para partir e as senhoras para nossa ausência.

- Alguém não deveria ficar aqui para cuidar delas? - Dax disse, sentindo-se impotente.

Tudo o que ele queria era proteger Aria e fazê-la feliz. Mas ele não conseguia entender o jeito que as pessoas faziam as coisas na Terra. Ele estava sempre bagunçando.

- Por que você não vai dizer às senhoras que elas precisam ir ao quarto seguro? - Disse Kian.

- Ok, então. - Disse Dax.

Ele se levantou da cadeira e subiu as escadas. Queria dizer a Aria que sentia muito por tudo, mas quando ele parou na porta dela, ela não abriu.

- Você está aí? - Ele perguntou, na porta do berçário. Everly abriu a porta, segurando Ember. Ela o cumprimentou com um sorriso simpático.

- Você viu Aria? - Dax perguntou.

- Ela está aqui conosco, mas quer ficar sozinha agora.

Ele rosnou para si mesmo, sabendo que havia dito uma coisa estúpida. Sua falta de conhecimento sobre os humanos o deixava em apuros. Desejou que pudesse ser legal como Aiden ou esperto como Cato ou um líder como Kian. Mas tudo o que ele tinha era a sua vontade de avançar rapidamente para a batalha, para lutar e vencer. Tinha sido uma bênção por toda a sua vida, mas agora parecia ser sua maldição.

- Ela ainda está brava comigo? - Ele perguntou.

- Ela tem medo que esteja sendo mantida prisioneira. E eu tive que convencê-la a sair.

- É por causa do que eu disse? - Ele perguntou.

- Talvez um pouco. Mas Aria tem coisas para resolver, Dax.

- Apenas diga a ela que sou uma idiota. Todo mundo sabe disso.

- Dax, você não é um idiota. Você é um dos homens mais doces que já conheci. Aria sabe que seu coração estava no lugar certo. Pelo menos, ela sabe. Por enquanto, seria melhor se você apenas desse a ela algum espaço.

Ele suspirou, seus ombros caindo.

- Fui instruído a dizer-lhe que vamos nos encontrar com os vampiros ao entardecer, e que todas vocês devem estar no quarto seguro naquele momento. Estamos quadruplicando as defesas da casa, então você deve estar segura. Eu sugeri a Kian que um de nós ficasse aqui, para cuidar de vocês, mas Victor quer a todos nós na reunião.

- Vou me certificar de que estaremos no quarto seguro quando você sair. - Disse Everly.

- Obrigado, eu vou agora. - Disse Dax.

Everly colocou a mão no ombro dele.

- Não se preocupe muito. Eu sei que seu coração está no lugar certo. Você só tem que convencê-la disso.

- O problema é que eu realmente não sei como. Às vezes minhas palavras ficam todas bagunçadas. Acabo por dizer o que quer que esteja em minha mente. E isso fica no caminho.

- Você precisa dizer o que quer que esteja em seu coração. Não o que você ouviu em um filme. Isso deve consertar tudo.

- Vou manter isso em mente. - Disse ele, virando-se da porta.

Ele não sabia falar com seu coração. Isso não era algo que tinha sido treinado para fazer. Era um guerreiro, um lutador, um tanque de primeira linha. Ele era o único que levava todos os danos em uma luta por causa de seu tamanho e seu raciocínio rápido. Mas com uma dama, isso simplesmente não funcionava. Você não podia simplesmente entrar e jogar chamas por aí com uma mulher.

Ele foi para o seu quarto e afundou no sofá, ligando o videogame. Tentou jogar por alguns minutos, mas sua mente não estava ali então caminhou até a cama e desabou no colchão com um gemido. Só de pensar que ela estava com raiva dele machucava seu coração de uma forma horrível. Nada parecia mais bom. Tudo o que ele amava parecia terrivelmente chato sem ela. Ele se perguntou se algum dia seria feliz novamente.

Ele precisava melhorar. Tinha que consertar tudo de novo. Primeiro, precisava entender o que fazia uma mulher humana feliz. Cato havia lhe enviado uma lista de filmes românticos para assistir quando Aria chegasse pela primeira vez à mansão. Ele só assistiu a alguns deles.

Dax se sentou no sofá, desmoronando em frente à TV. Ligou um dos romances e pegou uma cerveja na geladeira. Ele se sentou e assistiu, confuso no início, mas no final, estava chorando.

- Estou feliz por eles conseguirem fazer isso. - Disse ele, enxugando as lágrimas de suas bochechas.

Ele esperava que ele e Aria também fizessem. Everly lhe dissera para deixar Aria em paz e ele faria isso. A delicada fêmea humana precisava de seu espaço e ele tinha um traseiro de vampiro para chutar ao anoitecer.


CAPÍTULO 18

 

Os dragões se prepararam para o encontro com os vampiros quando o sol começou a se inclinar para o horizonte oeste. Dax estava pronto para uma briga. De fato, ele deu as boas-vindas. Foram os vampiros que machucaram Aria, não ele. Ele acabara dizendo a coisa errada na hora errada, mas eles foram os que a sequestraram e a prenderam contra sua vontade. Eles tinham planejado beber seu sangue, não ele. Estava cheio de raiva e da necessidade de vingá-la. A tripulação se encontrou no gramado atrás da mansão e se preparou para decolar.

- Ativem o modo furtivo. - Disse Kian, passando o dedo sobre o dispositivo de pulso.

Os outros três dragões ativaram seus escudos furtivos, desaparecendo de vista.

- Mudar. - Disse Kian através de sua ligação mental.

Dax se mexeu, seu corpo se contorcendo, crescendo e se transformando no enorme dragão vermelho que estava dentro dele. Sua raiva era ilimitada e seu coração doía por sua companheira, mas sua mente estava cheia das imagens dos filmes românticos que ele assistiu na noite passada. Uma mistura mortal de raiva, dor e ternas emoções o deixava no limite.

- Você vai ficar bem? - Kian perguntou enquanto eles voavam. - Nós precisamos da sua força, Dax. Eu não posso te ter distraído.

- Eu estou bem. - Ele resmungou através de sua ligação mental.

Eles fizeram o seu caminho pelo ar. O local da reunião estava em uma posição neutra a meio caminho entre o complexo de vampiros e as fortalezas dos dragões, exatamente onde haviam se encontrado antes.

Dax não tinha muita esperança em alcançar um acordo. A única maneira de vencer essas criaturas seria se encontrassem uma nova arma ou técnica de luta. Mas Kian queria que todos fossem para essa reunião ridícula no meio do nada, deixando as meninas na mansão sozinhas.

Eles voaram em correntes de ar acima das nuvens e logo que chegaram ao local da reunião, desceram para a floresta, pousando no solo úmido e argiloso. Eles mudaram para suas formas humanas e abaixaram seus escudos furtivos.

Dax respirou fundo o ar fresco da floresta, enchendo os pulmões com o cheiro de folhas úmidas. A floresta era um dos seus lugares favoritos, além da praia; especialmente quando seu coração doía e ele precisava de tempo para refletir. Pensou na longa caminhada na floresta que levara com Aria, ouvindo-a cantar para as criaturas. Seu estômago se contorceu em um nó. Agora não era hora de relembrar.

Os vampiros se tornaram visíveis, saindo de trás das árvores e formando um grande grupo de uma dúzia de homens e mulheres de preto. Eles encararam os dragões com seus olhos vermelhos mortais.

- Saudações, dragões da House of Flames. - Disse Victor.

Ao lado dele estava o outro líder vampiro, o conhecido como Marco. Eles eram os mais fortes do coven e Dax sabia disso desde a primeira vez que entraram no complexo. Ele só sentia esse tipo de coisa, mas não conseguia colocar em palavras.

- Estamos felizes que todos vocês concordaram em nos encontrar. - Disse Victor.

A lua se elevou acima, banhando a floresta em um tom azul.

- Nós não teríamos faltado. - Disse Kian.

- Marco e eu discutimos isso extensivamente e decidimos que queremos a garota de volta. - Disse Victor.

- Nunca lhe daremos Aria. - Retrucou Dax.

Ele pulou para os vampiros, mas Kian o segurou de volta. Dax rangeu os dentes, sabendo que não havia nada que pudesse fazer. Ele se virou com raiva.

- A Dragon Soul está fora da mesa. - Disse Kian.

- Talvez se adoçarmos o negócio, poderíamos fazer funcionar. - Disse Victor. - Nós sabemos coisas sobre este planeta, coisas secretas.

- Como por exemplo? - Perguntou Cato. - Há muito pouco neste planeta que eu já não conheço.

- Você não sabe sobre a magia de vampiro. - Disse Marco.

- Que uso nós temos da magia de vampiro? - Cato zombou.

- Existem muitos usos da magia. Por um lado, podemos identificar automaticamente Dragon Souls. Imagine, você não teria que se contentar com um parceiro, você poderia ter dezenas deles. Todas as mulheres que desejar. - Disse Marco.

Cato e Aiden riram. Dax apenas rosnou, cerrando os punhos. Kian colocou o braço para o alto como se fosse para silenciá-los.

- Você não sabe como o acasalamento do dragão funciona, não é? - Kian disse, seu tom condescendente com a sugestão ridícula.

- Temos outras coisas que vocês podem desejar. Poder, influência, dinheiro.

- Todas essas coisas, nós também possuímos.

- Que tipo de magia você usa para identificar as Dragon Souls? - Disse Cato.

- Um homem de intelecto e curiosidade. - Disse Marco. - Eu sabia que um de vocês tinha isso.

- Nós temos nossos próprios meios de identificar as Dragon Souls. Eu só estou curioso sobre como você faz isso. Eu presumi que fosse pelo cheiro.

- Possivelmente. E talvez haja mais do que isso.

- E como você nos ensinaria essa magia? - Perguntou Cato.

- Se pudermos chegar a um acordo, podemos concordar em ensinar nossos feitiços.

- E o que você pediria em troca? - Kian perguntou. -Nós não vamos negociar com a garota.

Dax estava ficando cansado de ouvir isso. Ele sentiu como se estivessem dando voltas. Eles já sabiam como identificar as Dragon Souls então o que fariam com magia de vampiro? Os dragões não podiam exercer essa magia de qualquer maneira.

- Pedimos que vocês nos deixem em nossos próprios dispositivos e parem de entrar no nosso complexo. Pare, de tomar nossa comida e de interferir em nossas vidas.

- Não vamos permitir que Dragon Souls sejam seus alimentos. - Disse Kian.

- Acredito que temos uma oferta que você não pode recusar. - Disse Marco.

- O que seria? - Kian perguntou.

- Vamos deixar suas mulheres sozinhas, se você nos deixar em paz.

- Como podemos acreditar nisso? - Perguntou Kian.

- Isso não está dando em nada. - Dax rosnou, ficando zangado. - Estou indo para casa.

- Dax. - Kian advertiu.

Mas Dax não deu ouvidos. Ele pulou no ar e voou para longe. Ouviu a voz de Cato sobre o elo mental, mas não queria mais ouvir nada, já havia terminado com essa reunião ridícula de perda de tempo. Ele deveria estar de volta em casa, tentando atrair Aria e convencê-la de que ele não queria usar sua magia para nada. Tudo o que queria era amá-la e dar-lhe tudo o que seu coração desejava.

- Nós trocaremos algumas palavras mais tarde. - Disse Kian sobre o link mental.

Dax soltou o link, querendo ficar sozinho. Esta foi a primeira vez que ele desobedeceu seu comandante, e sabia que haveria um preço a pagar. Mas não ficaria por perto e ouviria os vampiros tentarem fazer uma barganha que nunca daria certo.

Ele precisava ir para casa para Aria e não deixar vampiros desperdiçarem seu tempo. Ele sentia seu impulso de acasalamento ficar mais forte o tempo todo e agora que Aria não estava falando com ele, seu dragão interior mal podia ser contido. Dax sentiu como se todo o progresso que eles fizeram juntos fosse destruído por causa de uma coisa estúpida que disse. Mal conseguia pensar direito, muito menos ficar na frente dos vampiros sem atacá-los e derrubá-los com as próprias mãos.

Foi melhor para todos ele ter ido embora. Ele voou para casa e chegou com a lua ainda alta no céu escuro da noite. Deslizou através da segurança elevada e pousou no gramado da mansão. Desengatou seus escudos e mudou para sua forma humana. Entrando na casa, ele estava determinado a encontrar Aria e convencê-la a dar-lhe outra chance.

Dax faria o que fosse preciso. Estava aprendendo a falar com o coração com a ajuda dos filmes e livros que estava lendo sobre romance humano. E estava ficando melhor em usar suas próprias palavras o tempo todo. Pelo menos, ele esperava que estivesse pegando o jeito. Valia a pena. E se não conquistasse seu coração logo, seu dragão interior iria destruí-lo.

Ele desceu as escadas para o corredor que levava ao quarto seguro. Havia dez vezes os escudos de segurança ao redor da sala de segurança, assim como ao redor do resto do complexo. Ele bateu na porta e ficou ali esperando. Um momento depois, Everly respondeu.

- Dax, o que você está fazendo aqui? - Ela perguntou.

- Os vampiros estavam apenas perdendo nosso tempo, falando em círculos. Eu tive que sair de lá. Aria está aqui? Preciso falar com ela.

- Eu não tenho certeza se ela quer falar com você.

- Posso pelo menos entrar?

- Bem, eu não posso pará-lo. - Disse Everly. Ela abriu a porta e permitiu que ele entrasse.

Aria estava sentada em um sofá estofado com as pernas enfiadas debaixo dela, lendo um livro.

- Você já está de volta? - Ela perguntou suavemente.

Seus olhos estavam vermelhos como se estivesse chorando. A visão disso fez o seu coração apertar. A ideia de seu choro fez com que ele quisesse rasgar quem quer que fosse o membro responsável. Mas ele era o responsável. Dax rosnou para si mesmo por ser tão estúpido. Quando ele aprenderia a tratar sua delicada e frágil mulher humana? Era um idiota que não fazia nada certo.

Então se conteve e lembrou que se entregar não ia resolver nada. Ele tinha que encontrar uma maneira de fazer a coisa certa, fazer com que suas palavras saíssem do jeito que ele queria.

- Sou só eu. - Ele disse.

- Onde está todo mundo? - Ela perguntou.

- Provavelmente ainda está lá.

- E por que você não está?

- Eu tive que sair. Eles estavam nos dando a volta.

- Oh. - Disse ela, olhando para o livro.

- Aria, eu preciso falar com você.

- Não há nada a falar.

- Mas... Aria. Eu ... às vezes não sei como dizer as coisas certas.

- Olha, eu entendi. - Disse ela, dando-lhe um olhar de lado. - Você é um alienígena de outro planeta. Claro que você não sabe falar com uma mulher.

Seu tom foi desdenhoso, e ela olhou de volta para seu livro.

- Aria, por favor, deixe-me pedir desculpas. - Disse ele, atravessando a sala.

Ela o olhou quando ele se elevou acima dela. Ele sabia que devia estar impondo, bloqueando a visão dela, então sentou ao seu lado no sofá. Dax queria alcançá-la e tocá-la, mas não podia ousar fazer isso. Sentia-se grande comparado a sua forma minúscula e temia esmagá-la com a intensidade de seu desejo.

- Eu só quero protegê-la. - Disse ele. - É o meu desejo mais profundo e único. Meu amor por você é tão forte que não posso controlar e não sei como mantê-lo dentro. Às vezes, só vem derramando. Quando eu disse que os vampiros sequestraram você por causa do seu poder, o que eu realmente quis dizer foi que você é uma alma tão boa e brilhante, e que sua luz brilha tão intensamente, que é impossível não ver isso.

Ela olhou para cima de seu livro, inclinando a cabeça e o observou com curiosidade.

- Sua luz é tão bonita que todo mundo que a vê quer alcançá-la e tocá-la. Sei que eu faço. Quando eu disse que os dragões poderiam usar esse poder, apenas quis dizer que estamos lutando do mesmo lado. O lado da bondade e da luz.

Ela suspirou e seu rosto suavizou.

- Você me faz um homem melhor, Aria. Apenas estar perto de você. Eu nunca fui treinado em falar. Passei minha vida na linha de frente na batalha, lutando contra os vampiros com dentes e garras e fogo. E eu ainda faço o mesmo. Por favor, me dê uma chance para fazer isso certo. Nunca usaria você para nada. Tudo que quero é que você seja feliz. Se isso significa fugir de um grande imbecil como eu, então ficarei feliz sabendo que você está segura e feliz sem mim.

- Dax, eu só preciso de um tempo para pensar. Isso me atingiu ontem, quando você descobriu sobre o meu poder, que eu tenho deixado as coisas simplesmente me varrerem. Eu deixo outras pessoas tomarem minhas decisões por mim. E sei que você não está tentando me usar. É só que eu vim para cá depois de ter sido sequestrada pelos vampiros, e não foi minha escolha mais do que ser tomada por eles. Agora, você me diz que eu sou sua companheira, e devo aceitar isso. Eu não tomei uma única decisão para mim mesmo. Talvez na minha vida inteira. E é hora de eu começar a fazer isso. Preciso parar de deixar outras pessoas tomarem decisões por mim. Apenas me dê algum tempo para descobrir as coisas. Ok?

- Tudo bem. - Disse ele.

Ela ficou com o livro e saiu do quarto seguro, deixando-o sozinho com suas emoções confusas e agitadas. Everly pegou Ember fora de sua cadeira e encolheu os ombros.

- Isso foi melhor do que eu esperava. - Disse Everly. - Você provavelmente deveria fazer o que ela pediu. Ela está em um lugar muito sensível neste momento. Pressioná-la não vai melhorar.

- Eu farei o meu melhor. - Disse Dax. Ele só esperava que seu melhor fosse bom o suficiente.


CAPÍTULO 19

 

Dax subiu, sentindo-se triste e infeliz. Ele sabia que o resto da tripulação ainda estaria zangada com ele, mas não se importava. Na verdade, parecia que este era um sentimento universal. Todos estavam com raiva dele. Ele saiu, tirou as roupas e pulou na piscina. A lua pairava bem no alto. Precisava se refrescar e nadar na piscina era a melhor maneira de fazer isso.

Ele bombeou seus braços e pernas, atirando na água como uma bala. Chegou ao outro lado da piscina, virou-se e atirou de volta pelo outro lado. Ele fez quatro voltas antes de virar e quase bater em outro corpo na água. Parou no meio do curso e subir para a superfície, olhando para a pessoa a sua frente. Aria estava diante dele, com um sorriso malicioso no rosto e um biquíni preto sobre suas deliciosas curvas.

- Eu pensei em me juntar a você. Espero que você não se importe em dividir a piscina.

- Oh, por favor. O prazer é meu. - Disse ele.

Ele não sabia o motivo pelo qual ela estava ali e queria acreditar que era porque ela desejava fazer as pazes. Mas ele ainda lhe daria espaço como Everly lhe disse então continuou nadando em direção ao final da piscina e circulou de volta para onde ela estava sentada na beirada, chutando as pernas para a frente e para trás na água. Ele foi para o lado dela e descansou as mãos na borda. Dax olhou nos olhos dela enquanto refletiam o luar.

- Sinto muito por ontem. Eu nunca quis sugerir que qualquer um de nós usaríamos seu poder ou mesmo você. Essa é a última coisa que eu diria.

- Eu entendo, Dax. - Disse ela com um suspiro. - Às vezes nem eu sempre digo as coisas certas.

- Eu estou estudando romance humano, e acho que estou começando a pegar o jeito.

- Você tem? - Ela riu. - O que você aprendeu até agora?

- Que as mulheres humanas são muito sensíveis. Você tem que ter cuidado com elas.

- Então, você acha que eu sou frágil? - Ela disse, levantando uma sobrancelha.

Ele mordeu o lábio. Será que disse algo errado de novo? Ele simplesmente não conseguia vencer.

- Eu só estou brincando. - Ela finalmente disse, deixando-o fora do gancho.

Aria estava ficando mais confiante o tempo todo, aprendendo a confiar em Dax como homem e não apenas como seu salvador. Ela ficou confortável com a ideia dele como seu namorado e estava até pronta para acreditar que eles realmente poderiam ser companheiros. Ele soltou um suspiro profundo de alívio, seus ombros relaxando e olhou de volta para ela.

- Honestamente, eu sou meio frágil. Não é sua culpa, deixei a vida me derrotar. Mas sou mais forte do que pareço e estou ficando mais forte o tempo todo.

- Sei que você é forte. Eu só quero cuidar de você e te ajudar. Eu quero que você seja feliz.

- Isso eu acho que posso ser.

- Há algo que eu possa fazer?

- Para ser sincera, gostaria de poder sair do complexo. Eu não gosto de ficar confinada o tempo todo. Eu gostaria de poder voltar a trabalhar na casa dos idosos. Sinto falta de ajudar as pessoas. Para que serve esse poder para não curar os doentes e consolar os feridos?

- Você é uma alma boa e gentil. - Disse ele, colocando a mão no joelho dela.

Ela olhou para ele e mordeu o lábio. Dax tirou a mão, percebendo que talvez tivesse cruzado a linha.

- Sinto muito. - Disse ele.

- Não se desculpe. Eu tenho sido uma idiota nos últimos dias, e você realmente não merece isso. Tenho que me acostumar com as pessoas sabendo sobre o que eu posso fazer. Eu nunca disse a uma alma, acredite se quiser e ainda estou meio traumatizado por ser sequestrada. Eu não gosto de não ter controle da minha vida. Quando criança, nunca senti que tinha algum. Nós nos mudávamos todo o tempo. Então, finalmente, virei adulta tive a chance de estar em um lugar permanente. E até então senti que estava realmente fazendo a diferença, mas agora eu não sei mais o que estou fazendo.

- Eu posso ajudá-la a encontrar uma nova direção. Só espero que essa direção seja para mim.

- Talvez possa ser. - Disse ela, deslizando na água.

Tudo nele queria juntá-la em seus braços e reivindicar sua boca. Mas ele se segurou, dando-lhe espaço. Foi torturante e levou toda sua força de vontade para fazê-lo.

Em vez de se afastar dele, ela se aproximou e passou a mão pelo braço dele deslizando os braços ao redor do seu pescoço. Ele não podia mais segurar. Ela estava enviando sinais muito claros. Dax a pegou em seus braços e segurou-a perto, segurando a parte de trás de sua cabeça.

Ele rosnou e instantaneamente ficando excitado. Beijou sua boca, deslizando sua língua entre seus lábios. Ela gemeu contra ele, suas línguas chicoteando.

Seu pênis pressionou contra seu estômago molhado enquanto eles estavam na piscina com a água na altura do peito. Ele a levantou e ela prendeu as pernas ao redor de sua cintura. Eles se beijaram mais profundamente e Dax a segurou contra a parede da piscina, sentindo a água quente ao redor.

O céu estava brilhando enquanto a lua avançava mais alto. Ele deslizou a mão pelo quadril dela e segurou sua bunda. Deslizando os dedos sob o lado de seu maiô, ele a beijou mais forte e mais profundo a cada batida de seu coração. Ele deslizou o dedo por sua fenda e pressionou a ponta do dedo indicador contra o clitóris. Ela estremeceu de excitação e rompeu o beijo, ofegando e agarrando-se ao pescoço dele enquanto ele torcia o dedo no botão inchado e apertado dela.

- Oh Dax. - Disse ela, agarrando-se a ele.

Ele a segurou, empurrando seu prazer para a limite do clímax. Aria gemeu em seu ouvido, e Dax deslizou seus dentes afiados sobre seu pescoço, querendo reivindicá-la mais do que ele jamais quisera algo. Mas não podia fazer isso agora. Ele poderia, no entanto, dar-lhe o prazer que ela merecia.

- Oh, Dax! - Ela gemeu.

No canto escuro da piscina, escondido da casa, ele deslizou os dedos dentro do seu canal e pressionou contra o ponto G. Ele puxou-os para fora novamente e girou-os em seu clitóris. Suas pernas se agarraram a cintura dele, e ela gemeu alto quando seu corpo apertou seus dedos.

- Oh, Deus! - Disse ela, com os dentes mordendo o pescoço dele.

Dax gemeu com a sensação dela o mordendo. Isso deu-lhe imenso prazer. Seu dragão rosnou dentro de sua mente, exigindo que ele a mordesse, mas agora não era a hora. Ele precisava estar dentro dela para reivindicá-la. Esse era o único caminho.

Ela estremeceu contra ele e depois ficou mole, deslizando para o chão da piscina. Aria descansou a cabeça contra o peito dele, o coração batendo descontroladamente. Dax segurou-a suavemente em seus braços e soltou um suspiro longo e profundo.

- Você é muita bonita quando chega ao clímax. - Disse ele.

Ela riu e olhou para ele.

- Eu não posso acreditar que você pode me fazer gozar assim.

- Dar-lhe prazer é a coisa mais prazerosa do mundo para mim.

- Eu nunca tive alguém me mandar para o limite como você faz.

- Você deve sempre receber prazer assim, todos os dias da sua vida. É meu maior desejo.

- Oh, Dax. Você é tão doce. - Ela riu.

E ele riu também. Talvez finalmente estivesse começando a acertar.

- Talvez devêssemos levar isso para dentro. - Disse ela, acariciando seu eixo ereto sobre seus calções de banho. - Então podemos cuidar de você.

- Se eu for para algum lugar particular com você, vou reivindicá-la. Eu não sei se posso manter meu dragão sob controle por muito mais tempo.

- Reivindicar-me. - Ela disse inocentemente, batendo os olhos.

- Afundar meus dentes em sua carne, injetar meu veneno de acasalamento e fazer de você minha noiva eterna.

- Isso soa pervertido. - Brincou ela, passando o dedo pelo peito dele.

- Você tem que entender o que isso significa.

- Que eu seria sua para sempre.

- Sim.

- Eu acho que gosto do som disso.

- Você quer se acasalar com um cara que não sabe o que dizer ou como ser romântico?

- Eu acho que podemos descobrir isso juntos. - Disse ela, acariciando sua mão.

Ele a seguiu para fora da piscina, observando-a curvar para trás em seu maiô. Tudo o que ele conseguia pensar era tirá-lo e devorar sua boceta. Ele não queria mais se segurar. Precisava fazer dela sua e estava mais do que pronto para se tornar um com ela e começar suas vidas juntos.

Dax pegou a mão de Aria enquanto ela o levava de volta para a casa. Antes de chegarem à porta, Everly saiu correndo, segurando o monitor do bebê com uma expressão aterrorizada no rosto.

- Eles estão aqui! - Ela disse. - Eles estão aqui!


CAPÍTULO 20

 

- Quem está aqui? - Dax perguntou.

Aria estremeceu. Algo estava terrivelmente errado.

- Os vampiros. Eles estão aqui. - Disse Everly.

- O que estariam fazendo aqui? Eles deveriam estar em uma reunião com a tripulação. - Disse Dax.

Aria olhou para ele e ofegou.

- A reunião foi um ardil. - Rosnou Dax. - Eu sabia o tempo todo.

Eles correram para dentro ainda vestidos com trajes e roupões de banho. Dax abriu a porta da espaçonave no porão.

- O que vamos fazer? - Everly exigiu, pegando a bebê Ember no andar de baixo.

- Estou abrindo meu elo mental e chamando os caras para casa agora.

Aria observou Dax no computador enquanto examinava o perímetro da propriedade para os vampiros.

- Lá. - Disse ele, apontando para a câmera. - Estão lá.

- O que eles estão fazendo aqui? - Aria perguntou.

- Eles vieram nos atacar enquanto os caras estão fora. - Disse Dax.

- Eles provavelmente querem me levar de volta. - Sussurrou Aria.

- Isso nunca vai acontecer. - Disse Dax, rangendo os dentes.

O medo saltou no coração de Aria. Ela preferiria morrer a voltar aos vampiros. Eles tinham sido cruéis e sem coração além de quererem drenar o seu sangue e usar seu poder para sustentar os seus.

- Não se preocupe, meu amor. Eu vou proteger todos vocês.

Ela podia ver os vampiros pressionando suas mãos contra o perímetro externo dos escudos dos dragões.

- O que eles estão fazendo? - Everly perguntou.

- Tentando romper nossas defesas. - Disse Dax. - E estão fazendo progresso.

- Isso não pode ser verdade. - Disse Everly, aterrorizado.

- Vocês duas devem chegar ao quarto seguro. É mais confortável para os humanos do que este porão. - Disse ele.

- Eu vou ajudá-lo. - Disse Aria.

Dax olhou para ela. Ela sabia que ele ia se opor, mas depois soltou um suspiro profundo e acenou com a cabeça uma vez.

- Ok, Everly, vá para o quarto seguro. Bloqueie-se com Ember dentro. Não abra a porta até que tudo isso acabe. Os outros dragões devem voltar em breve.

- Feito. - Disse Everly, levando Ember para fora do quarto e pelo corredor até o quarto seguro.

Aria observava os vampiros enquanto eles lançavam seus feitiços nos escudos dos dragões.

- Eu pensei que a magia deles era fraca.

- Nós também. Mas parece que está se fortalecendo.

- Quem é esse? - Aria perguntou, apontando para a tela do computador.

Um vampiro alto e esguio de capa preta andava de um lado para o outro atrás dos outros vampiros.

- Eu nunca o vi antes. Bethi, por favor, identifique aquele vampiro de capa.

- Identificando. - Disse Bethi. Dax e Aria ficaram em silêncio enquanto o computador zumbia. - Esse vampiro não é reconhecido pelo meu banco de dados. Conclusão, este indivíduo é um antigo que recentemente despertou.

- Um antigo? - Dax repetiu com medo em sua voz. - Estou dizendo aos caras que eles precisam voltar para cá imediatamente.

- A que distância eles estão?

- Eles não vão chegar por mais vinte minutos.

- Precisamos fazer alguma coisa. - Disse Aria.

- É melhor que você vá para o quarto seguro.

- Precisamos ir enfrentá-los. - Disse Aria.

- Eu não posso deixá-los perto de você.

- Estou cansada de fugir. É hora de eu me levantar e lutar. Os vampiros estão aqui porque eles querem o meu poder e se quiserem, vão ver exatamente com o que estão lidando.

- Eu não posso deixar você se colocar em perigo.

- Esta é minha escolha, Dax. É isso que eu quero.

Ele soltou um suspiro profundo.

- Tudo bem então. Vamos dar-lhes o inferno.

Ele pegou a mão dela e eles correram para fora do porão e no quintal da mansão. Atravessando o gramado e através de um jardim bem cuidado, eles chegaram à beira da propriedade. Duas dúzias de vampiros estavam do outro lado da barreira. Suas mãos estavam estrategicamente colocadas ao longo da cúpula que agora era visível enquanto cantavam seus feitiços.

- O que vocês estão fazendo aqui? - Dax exigiu.

O vampiro não identificado se virou e olhou para Dax com um sorriso sádico.

- Nós viemos para pegar de volta o que nos pertence. - Disse, inclinando o queixo em direção a Aria.

- Eu não pertenço a você. Eu pertenço a mim mesma.

- Você ouviu a senhora. - Disse Dax, cruzando os braços. - Agora vá embora!

-Muito engraçado. - O vampiro zombou.

- Eu pensei estávamos em negociação de paz em uma reunião. - Disse Dax.

- Nunca haverá um tratado entre nossa espécie. Você pega a comida que precisamos para sobreviver. Eu fui acordado de um sono tranquilo por causa do problema que você causou. Você dragões são um incômodo aqui e deveriam encontrar algum outro planeta para mexer.

- Este é o nosso planeta agora. As Dragon Souls são nossa espécie. Nós as protegeremos com nossas vidas.

- Como quiser. - Disse o vampiro mais velho.

- Não. - Disse Aria, batendo o pé descalço. - Este é o meu planeta. Os humanos estavam aqui primeiro. Dragões e vampiros vêm de longe através da galáxia, e vocês vampiros não têm negócios aqui.

- Até onde vejo, os dragões ajudaram os humanos a se desenvolver, mas vocês vampiros não fizeram nada além de se alimentar do nosso sangue e nos manipular à sua vontade. Vocês pensam em nós como fonte de alimento da qual podem sugar a vida. Se soubéssemos que vocês existiam, teríamos os destruídos há muito tempo.

O vampiro mais velho zombou.

- Eu deveria dizer ao mundo inteiro que sobre a existência dos vampiros e o que estão fazendo para nós. - Disse Aria.

- Se você contar ao mundo sobre vampiros, eles contarão ao mundo sobre dragões. Há muito menos deles do que nós.

- Os dragões estão aqui para proteger os humanos. - Disse Dax.

- Se você tiver sorte, eles podem ver dessa maneira mas sabemos que os humanos são uns tolos supersticiosos. Você não tem ideia do que acontecerá com seus preciosos dragões se os humanos descobrirem.

- Nós não precisamos de exércitos de seres humanos para lutar contra vocês. - Disse Dax. - Nós podemos fazer isso sozinhos. Bethi, ative protocolos de choque.

Assim que as palavras saíram de seus lábios, os vampiros tocando os escudos começaram a tremer e estremecer quando um poderoso choque elétrico vibrou através deles. Aria engasgou quando eles caíram em seus traseiros, com os cabelos espetados ao redor deles. Dax levantou uma sobrancelha e o vampiro mais velho revirou os olhos.

- Você não vai achar que você é tão durão por muito tempo. Seus escudos estão enfraquecendo e já que tenho certeza de que eles já estavam no poder total, o que mais você terá que enfrentar contra nós quando vencermos?

- Os outros estão voltando. - Disse Dax.

- Mas será breve o suficiente para nos impedir de recuperar nossa deliciosa Dragon Soul?

- Eu não sou sua Dragon Soul! - Aria gritou.

- Não tenha medo, preciosa. - Disse o vampiro ancião. - Nós a manteremos viva. Seu sangue é muito forte e útil para nós, seria um desperdício drenar tudo de uma vez.

- Você nunca vai provar o meu sangue. - Disse Aria, levantando as mãos de seus lados.

Ela começou a cantar, desejando que sua música fortalecesse os escudos ao redor do complexo. Sua voz se elevou no ar e os vampiros se levantaram e notaram. Dax virou-se para ela, olhando com os olhos arregalados enquanto os cabelos dos braços dela se erguiam. Aria fechou os olhos e continuou cantando.

O som reverberou por toda parte, ficando mais alto e mais poderoso a cada verso. Ela abriu os olhos para ver os outros três dragões descendo do céu. Eles pousaram atrás dela e por isso ficou momentaneamente distraída, quebrando sua música. Os vampiros redobraram seus esforços e em um último empurrão, atravessaram os escudos.

Os vampiros atacaram os dragões que sopraram fogo contra eles, mordendo, arranhando e machucando. Aria engasgou quando eles vieram em sua direção, mas Dax se moveu em sua forma de dragão e usou seu corpo para bloqueá-los dela.

Ela cantou mais alto, concentrando sua energia em seu companheiro. Dax agarrou os vampiros. Suas garras se conectaram a um deles, rasgando seu corpo. O vampiro caiu no chão e não se levantou novamente. Dax virou e entrou em meia forma transformada, segurando sua espada de duas mãos.

- Você viu isso? - Ele disse, de pé sobre o corpo do vampiro. - Eu acho que o matei. - Ele chutou com o pé. - Como eu fiz isso?

- Eu acho que foi a minha música. - Disse ela, perplexa e espantada.

- Faça isso de novo. - Disse com um sorriso quando ele agarrou sua espada de laser e entrou na briga.

Sua música se elevou sobre a luta enquanto os dragões se envolviam com as dezenas de vampiros que entravam no complexo.

- Isso é muito satisfatório. - Disse Aiden, cortando e cortando os vampiros. - Eu não me divertia tanto desde o cataclismo.

- Como estamos fazendo isso? - Cato perguntou, atirando em vampiros com sua arma laser.

- É a música de Aria. - Disse Dax. - Isso reforça nossa força.

Todos os quatro dragões se voltaram para ela e depois para a luta. Vendo seus irmãos caírem sob as garras e as espadas dos dragões, os vampiros rapidamente fugiram, desaparecendo na fumaça.

- Reativando escudos. - Disse Bethi.

Os escudos foram reativaram uma vez que os vampiros desapareceram. Todos eles se voltaram para Aria, mudando para suas formas humanas.

- Isso foi incrível. - Disse Dax. - Você realmente virou a maré.

- Não tinha ideia do que aconteceria quando eu começasse a cantar. Acho que você estava certo quando disse que os dragões poderiam usar meu poder. - Ela disse com uma risada ansiosa.

- Ora, veja. - Disse Dax. - Às vezes digo a coisa certa depois de tudo.

Ela riu e se jogou em seus braços.

- Oh, Dax. - Ela sussurrou em seu pescoço. - Eu te amo.


CAPÍTULO 21

 

Depois que o último vampiro desapareceu e Cato reativou os escudos com uma nova compreensão da magia dos vampiros, todos voltaram para dentro e se reuniram em torno da mesa da cozinha para uma xícara de chocolate quente.

Aria e Dax ainda estavam vestidos em seus trajes de banho e enrolados em seus roupões de banho. Eles se sentaram juntos no banco em frente à janela, tomando seu chocolate quente. O cabelo de Aria estava úmido e o cheiro da piscina se agarrava a sua pele. Enquanto todos falavam ao redor deles, Dax colocou o braço em volta do ombro dela e puxou-a para perto. Ela olhou nos olhos dele e sorriu

- Você fez isso, meu doce passarinho. - Disse ele.

- Eu não acho que eu teria a força sem você ao meu lado.

- Porque eu te deixei com raiva dizendo todas as coisas erradas. - Ele disse.

- Talvez um pouco. - Ela riu. - Você me fez perceber em que realmente acredito e que preciso me defender. Mas mais do que isso, percebi que você é muito forte e comprometido conosco e sei em meu coração que você quer cuidar de mim. Faz muito tempo desde que me senti assim.

Em todos os anos que passou viajando pelo país com seu pai, vivendo em um estado e depois em outro, Aria sempre teve dificuldade em se conectar com alguém. Mas agora que ela estava com Dax, queria que as coisas fossem diferentes. Precisava acreditar que poderia ter uma casa, um lugar para descansar e criar raízes. Ele colocou a mão em seu braço e esfregou o ombro dela.

- Isso é verdade. - Disse ele beijando sua têmpora. - Cuidar de você é tudo o que eu realmente quero fazer.

- Que tal surfar? - Perguntou ela.

- Ok, talvez também surfar.

- E o basquete?

- Ok, basquete também.

- E nadar? - Ela perguntou.

- Você sabe que eu amo nadar.

- E videogames? - Ela perguntou.

- Agora você não está sendo justa. - Ele riu. - Mas nada disso importa em comparação a você e sua felicidade. Eu ficaria feliz em desistir deles para sempre só para te ver sorrir.

- Cuidado com o que você diz. - Ela riu.

- Você não quer que eu pare com os esportes, não é? - Ele perguntou nervosamente.

- Claro que não. - Disse ela, inclinando-se e beijando-o na bochecha. - Eu só estou brincando com você.

- Estou feliz por vocês dois estarem se dando bem de novo. - Disse Everly. - Foi difícil ver vocês dois brigados mas tive a sensação de que não duraria muito tempo. - Everly deslizou o braço no de Kian e esfregou o bíceps.

Everly e Kian pareciam realmente pertencer de uma forma que não acontecia com muita frequência. Era como se fossem duas peças que se encaixam como um quebra-cabeça. Aria estava começando a acreditar que ela e Dax poderiam ter a mesma coisa.

Ele a abraçou, e ela sentiu suas almas se tocando enquanto seus corpos chamavam um ao outro. Kian ficou e serviu uma refeição tarde da noite para todos. Ele reaqueceu a sopa de galinha e combinou com fatias de pão francês crocante com creme de manteiga doce e fresco. Aria deu uma mordida no pão e o mergulhou na sopa. Era gratificante comer comida saudável depois de uma batalha.

Depois da refeição de fim de noite, Dax e Aria se ofereceram para limpar a cozinha. Eles colocaram os pratos na lava-louças e enxaguaram tudo. Quando terminaram, ela se encostou na pia com o pano de prato e enrolou-a em um giro apertado, esperando Dax se inclinar para guardar uma panela em um armário inferior. Assim que ele o fez, ela jogou a toalha para fora e bateu em seu traseiro. Ele engasgou e ficou parado, olhando em volta com surpresa. Quando percebeu que era ela quem tinha feito isso, rosnou e levantou a sobrancelha, com um sorriso malicioso no rosto.

- E o que foi isso? - Perguntou ele, envolvendo os braços ao redor de sua cintura enquanto a puxava para ele.

- É sua culpa ter uma bunda tão sexy. - Disse ela.

- Oh, então você notou.

- Eu definitivamente notei desde o dia em que te conheci.

- Mas você demorou para fazer algo sobre isso. - Ele sussurrou em seu ouvido.

Sua respiração quente formigou em sua carne e a aqueceu com desejo. Ela colocou os braços ao redor do pescoço dele e quando seus lábios roçaram os seus, ela poderia dizer que ele a queria.

- Eu acho que é hora de eu te mostrar o quanto te admiro. - Brincou ela.

- Definitivamente. - Disse ele, pegando a mão dela.

Eles subiram as escadas juntos, de mãos dadas, em seu quarto. Ele chutou a porta atrás dele e ela entrou em seu quarto, inspecionando os videogames e roupas espalhadas pelas costas do sofá.

- Você certamente tem um toque de solteiro. - Disse ela.

- Eu sou um pouco bagunceiro. - Disse ele, envolvendo as mãos em volta da cintura dela. - Se houvesse uma dama na minha vida, meu lugar seria muito melhor.

- Você acha que eu vou limpar suas coisas para você?

- Não. Mas acho que você provavelmente fará o lugar cheirar melhor.

Ele tomou um cheiro do perfume na curva de seu pescoço enquanto ainda estava atrás dela e passou os braços em volta do seu estômago.

Aria chegou na ponta dos pés para também sentir o seu perfume. - Eu não sei se isso é possível já que você cheira muito bem.

Ele rosnou, levantando-a do chão. Ela engasgou, envolvendo os braços em volta do pescoço dele. Dax levou-a para a cama e colocou-a sobre o edredom preto macio, saltando sob o colchão macio e rindo. Rapidamente, arrancou os calções de banho e ficou acima dela. Ele era tão lindo com seu cabelo loiro ondulado emaranhado em torno de seus ombros largos. Seus olhos verdes brilhavam de desejo enquanto seus músculos se flexionavam.

Aria definitivamente gostou do que viu. Ela se inclinou de joelhos e passou as mãos sobre o peito dele, aproveitando a sensação dos planos duros de seu corpo sob as palmas das mãos. Não havia nada mais sexy. Ela o queria tanto que estava jorrando por ele.

Ele subiu na cama e deitou em cima dela. Aria gemeu quando ele pressionou sua dureza entre suas pernas. Suas bocas se encontraram e ela sacudiu a língua para encontrar a dele. Eles reivindicaram um ao outro em um beijo apaixonado, e ela correu os dedos pelo cabelo dele e o puxou para mais perto.

- Você é tão grande. - Disse enquanto ele pressionou seu pênis entre as pernas.

- Eu não quero te machucar.

- Você não vai me machucar. Eu preciso de você. Preciso pertencer a você.

- Isso é tudo que eu sempre quis. - Disse ele.

Dax soltou o roupão dela para revelar seu maiô úmido e esticou as mãos para soltar a frente da roupa de banho. Ele olhou para os seus seios enquanto seus mamilos ficavam duros com o ar frio, logo passando a língua sobre os mamilos, provocando o desejo dela a cada movimento.

- Oh, sim. - Disse ela, segurando o cabelo dele com as mãos.

- Você cheira tão bem. - Disse ele, deslizando os dedos para os lados de seu traseiro de maiô.

Ele os puxou para baixo e para fora de seus pés. Mergulhando entre as pernas, cheirou seu perfume e rosnou faminto.

- Eu quero devorar sua boceta. - Disse ele, sugando seu clitóris.

Ela gemeu incontrolavelmente quando sua língua sacudiu seu botão de prazer. - Oh Deus, sim. - Disse ela, resistindo contra ele.

Aria inclinou a pélvis para a frente e para trás, tentando obter uma sensação mais profunda. Ela nunca esteve com um homem que pudesse fazê-la se sentir tão bem. Surpreendia-a que ele nunca tivesse estado com uma mulher antes. Ele afundou mais baixo entre as suas pernas e, em seguida, esfregou a língua em seu clitóris como um vibrador esponjoso. O orgasmo bateu nela como um balde de água fria. Ela gritou, soltando gritos. Surpreendeu-a que isso a atingisse com tanta força.

Dax não parou de lhe dar prazer. Ele apenas continuou chupando sua boceta enquanto se segurava sobre ela, devorando seu clitóris, mergulhando a longa língua dentro de seu canal, excitando seu núcleo. Ele então puxou-o novamente e pressionou os dedos na entrada dela. Quando deslizou os dedos mais fundo, ela veio tudo de novo.

- Oh meu Deus, eu não suporto isso! - Ela gritou. - Eu preciso de você. Eu preciso sentir esse grande pau duro dentro de mim. - Ela gemeu, sem saber o que tinha chegado nela.

Dax rosnou, segurando seus quadris. Ele se inclinou de joelhos e acariciou seu comprimento.

- Você está falando sobre isso? - Ele perguntou, provocando-a com seu pênis enquanto estava acima dela.

- Sim. - Ela disse, levantando-se de quatro, estendendo a língua e lambendo seu eixo.

- Você quer esse pau dentro de sua pequena e doce boceta? - Ele perguntou.

- Oh, sim. Sim.

- Deite-se para mim como uma boa menina e espalhe suas pernas.

Ela gemeu e se deitou, abrindo as pernas para ele ver sua umidade.

- Mais aberta. - Disse ele.

Ela choramingou e espalhou-os mais.

- Agora puxe os joelhos para trás e segure-os. - Disse ele.

Ela fez o que lhe foi dito, e ele inclinou a ponta do seu pau em direção a sua abertura, deslizando a cabeça molhada de seu pênis sobre o clitóris, circulando sobre o monte rosa inchado. E então apertou contra a entrada do canal dela.

- Oh, por favor, coloque o seu pau dentro de mim. - Disse ela, segurando as pernas para cima. Ela nunca estava tão excitada. Sentiu como se o impulso de acasalamento tivesse assumido, e estivesse impotente contra isso.

- Sua boceta é muito apertada. Eu preciso ir devagar. - Ele avançou a cabeça de seu pênis dentro dela.

- Oh, eu preciso de tudo! - Ela gritou, sentindo-o esticar sua largura com apenas a ponta do seu pau.

- Eu não sei se vai se encaixar. - Ele rosnou.

- Você tem que tentar. Eu não posso deixar você assim.

Aria se abaixou e acariciou seu pênis, mas ele afastou a mão dela e continuou a deslizar mais fundo.

- Oh meu Deus, você é grande. - Disse ela enquanto respirava fundo através dos dentes cerrados.

Aria gemeu e jogou a cabeça para trás quando ele empurrou mais fundo. Ele era duas vezes mais largo do que qualquer homem com quem já esteve e quase o dobro do tamanho. Ela realmente não sabia como iria encaixar tudo isso mas precisava de Dax, não importava o quão grande ele fosse.

Ele pressionou o polegar em seu clitóris e esfregou enquanto ele avançava seu enorme eixo em sua boceta encharcada. Ela segurou as pernas abertas para ele, permanecendo perfeitamente imóvel para que ele não a machucasse.

- Você está bem? - Ele perguntou, colocando o queixo na mão.

- Ah sim. Eu quero tudo isso.

- Baby, você vai ter.


CAPÍTULO 22

 

Dax avançou mais fundo, esticando suas paredes com prazer excruciante. Ele era tão grande que sua mente mal conseguia entender o que estava acontecendo com seu corpo. Mas, de alguma forma, avançando cada polegada incompreensível, ele afundou até base e se encaixou dentro dela. Ela gemeu e segurou firme quando ele descansou contra ela, beijando sua testa e sussurrando suavemente em seu ouvido.

- Você está bem? - Ele perguntou.

- Oh, sim. - Ela gemeu, correndo as mãos para cima e para baixo em suas costas musculosas. - Melhor do que bem.

Ela ofegou, jogando a cabeça para trás, sentia-se ótima por estar tão perto dele. No fundo, ela sabia que queria isso desde o começo. Finalmente, eles estavam juntos da maneira mais íntima possível.

- Você é muito linda. - Disse ele, beijando seu rosto suavemente.

Ele rosnou em seu pescoço e deslizou seus quadris ligeiramente para trás, puxando para fora enquanto se inclinava para longe. E então deslizou para frente novamente, batendo suavemente contra sua pélvis. Sua boceta apertou em torno de seu eixo enorme e ela gemeu quando seu corpo foi liberado. Dax pegou o som em sua boca, beijando-a profundamente e envolvendo-a com prazer. Ela ofegou quando ele se afastou e seu corpo continuou vibrando ao seu redor.

- Você parece o céu. Eu poderia te ver gozando para o resto da minha vida. Você é tão bonita. Como um anjo em meus braços.

- Você é meu anjo. - Disse ela, passando as mãos pelas costas.

Ele era o anjo e o herói dela. Ele a salvou de seus sequestradores e a trouxe para um novo mundo além de lhe ajudar a descobrir sua força e sua paixão. E através de sua inocente trapalhada, ele mostrou que não havia problema em ser diferente. Ela agora entendia que não havia problema em saber o que dizer ou o que fazer. Sabia que seu poder era útil para o bem de uma maneira muito maior do que jamais imaginou e tinha um novo entendimento de si mesma e de seu lugar no universo. Tudo graças a ele.

Dax deslizou de novo empurrou mais e mais nela. Ele acariciou seu peito e beijou seu pescoço, aninhando-se na parte de trás de sua orelha. Segurou-a gentilmente e tão perto, embalando-a como um tesouro em seus braços.

Seu grunhido retumbou em seu ouvido, e ela sentiu seus longos dentes afiados roçando sua pele. Seu eixo bombeava em seu corpo, extraindo o prazer e aumentando-o a cada golpe de seu pênis.

Ela não desceu por um segundo. Ela permaneceu nesse estado elevado de prazer, rolando nas ondas do clímax enquanto ele trabalhava em seu corpo. Foi magnífico, perfeito. Parecia tão certo. Ela queria estar com ele para sempre, para ser dele, para encontrar o caminho da vida juntos.

- Eu preciso fazer de você minha. - Ele rosnou em seu pescoço.

- E eu preciso pertencer a você. - Ela sussurrou, segurando-o perto.

Seus dentes roçaram seu pescoço e sua língua deslizou sobre sua jugular, entorpecendo o espaço onde suas presas mordiam. Quando seus dentes apertaram seu pescoço, tudo o que ela sentiu foi prazer. Seu pênis endureceu e jatos de semente quente bombearam em seu núcleo.

Aria gemeu quando sua boceta se contraiu ao redor dele, latejando de desejo. Seus dentes injetaram seu veneno de acasalamento e ela sentiu isso afundar em suas veias. Sua boca se abriu quando o mundo se incendiou, sentindo-se florescer como uma rosa, ficando viva contra a noite negra do cosmos.

Estrelas se espalharam diante dela enquanto olhava para o vazio. Tudo o que ela viu foi Dax, caminhando em sua direção, bonito, forte e protetor, munido com aquela sensação sutil de vulnerabilidade que só ela podia tocar e fazer inteira. Ele a viu e correu, reunindo-a em seus braços. Ele a beijou profundamente, segurando a parte de trás de sua cabeça em sua mão.

- Eu te amo muito, meu passarinho. - Disse ele.

- E eu amo você, meu guerreiro.

Ele a pegou e girou ao redor enquanto dançavam pelo universo. E assim, ela estava de volta na cama com ele segurando-a tão perto. Suas presas profundas em seu pescoço e seu pênis bombeando sua semente profundamente em seu ventre. Ele cuidadosamente deslizou para longe, e eles se abraçaram, ofegantes e suados de seu acasalamento.

Aria ficou sem fala por longos momentos, ainda tentando compreender completamente o que havia acontecido. Quando ela descansou contra o peito dele na luz fraca do quarto, sentiu seu coração sob a bochecha. Ela ainda o sentia dentro de si. Esse homem grande e forte que também era gentil e sensível; e que o estimava e queria manter seu coração seguro, ao seu lado.

Ela se sentiu muito tola por suspeitar dele de querer usá-la. Nada poderia estar mais longe da verdade. Ele beijou o topo de sua cabeça e acariciou suas costas.

- Eu espero que você me perdoe por te acusar ontem. - Ela sussurrou.

- Não havia nada para perdoar. Disse ele, acariciando o braço dela. - Eu deveria ter pensado sobre as minhas palavras antes de as dizer.

- Eu não quero que você se sinta assim novamente. Você pode me dizer exatamente o que está pensando sem nenhum filtro, sem precisar se segurar comigo. Suas palavras não precisam ser perfeitas para meus ouvidos. Eu sei o que está em seu coração.

- Palavras humanas podem às vezes ser difíceis. - Ele admitiu. - Mas eu nunca quero te machucar. Apenas a ideia disso me mata.

- Você não precisa se preocupar em me machucar, Dax. - Disse ela, beijando seus lábios macios e cheios. - Eu posso sentir seu coração e conheço a sua verdade.

- Seria um alívio não ter que pensar tanto. - Disse ele com uma risada. - Eu me pergunto se posso andar pela casa sem camisa agora.

- Bem, eu acho que Kian pode ter um problema com isso. - Ela riu. - Mas eu certamente não faria nenhuma objeção. - Ela correu o dedo pelo seu peito.

- Mas por que ele se importaria agora que ele está acasalado com Everly?

- Eu não sei. Algo sobre boas maneiras.

- Eu odeio essas boas maneiras. Elas são estúpidas.

- Eu vou ajudar a lembrá-lo quando for importante. - Disse ela.

Deitou-se contra o peito duro e musculoso dele, amando sua boa natureza e seu doce coração. Ele não tinha que fingir e ela sempre estaria lá para ajudá-lo através de qualquer situação complicada que pudesse surgir.

Ele era o amor de sua vida, sua alma gêmea. Seu predestinado. Aria se sentiu sortuda naquele momento por tê-lo encontrado. Dax era tudo o que ela queria e mais. As coisas tolas que os outros podem ver como falhas, ela agora via como pontos fortes. Ele afirmava não gostar de regras sem sentido e isso o tornava honesto. E ela amava isso nele.

Aria só queria que nunca tivesse duvidado dele. Mas isso era passado, e eles poderiam seguir juntos para o futuro. Ela não podia esperar que a vida deles começasse juntos.

Agora que sabia que sua canção fortalecia os dragões e permitia que eles fizessem contato com os vampiros, virou a maré da guerra em favor dos dragões. Mesmo que os vampiros tivessem despertado um de seus antigos, seus dragões poderiam agora derrotá-los. Eles tinham uma nova arma. E era ela.

Aria nunca tinha visto sua música como uma arma antes. Um tempo atrás, teria ficado mortificada com a ideia, mas depois de ser sequestrada pelos vampiros, sabia quais eram as apostas. Ela sabia por que os dragões precisavam da sua ajuda e ela estava aqui com Dax, pronta para lutar com sua música, com seu coração e com seu amor. Ela se aconchegou e ele beijou o topo de sua cabeça.

- Ei, eu não acho que vou conseguir dormir ainda. Você quer jogar moto-piloto? - Ele perguntou, sentando na cama.

- Isso soa incrível. - Disse ela, deslizando para fora da cama com ele. Ela vestiu uma de suas enormes camisetas e sentaram no sofá tomando cerveja enquanto brincavam de moto-piloto juntos. De alguma forma, ela conseguiu puxar à frente dele e vencer a corrida. Sua boca caiu em choque.

- Parece que estar acasalada com um dragão já está valendo a pena para você. - Ele riu, cutucando o braço dela.

- Eu não fazia ideia.

- Sim, ser um companheiro de dragão deve torná-lo mais forte. Cato já executou a análise. Isso aconteceu para Everly. Ela engravidou quase imediatamente depois que ela e Kian se acasalaram. Ela quer um bebê há muito tempo.

- Você acha que vou engravidar imediatamente? - Ela disse.

- Depende se você quiser ou não. Você tem mais controle sobre coisas assim agora. - Ele disse, distraidamente iniciando um novo jogo. - Pelo menos, é o que a análise de computador de Cato disse.

- Acho que devemos esperar um pouco. Há muito trabalho a ser feito na luta contra os vampiros e estou apenas começando a entender meu poder.

- É provavelmente uma boa ideia. - Disse ele, dobrando a esquina com seu carro de corrida.

- Estou feliz que você pense assim.

- Eu quero bebês, no entanto. - Disse ele enquanto ela puxava à frente dele.

- Eu também. - Disse ela, mordendo o lábio e empurrando o carro mais à frente.

- Eu não vou deixar você ganhar. - Ele rosnou.

- Você não tem escolha. - Ela riu, empurrando o carro para a maior velocidade. - Então estamos de acordo, lutamos contra os vampiros juntos e esperamos para ter nosso primeiro filho.

- Parece bom para mim. Mas eu vou ganhar este jogo - Disse ele.

- Eu não concordo com você sobre isso. - Disse ela.

Ele rosnou e empurrou o carro para a velocidade máxima, enquanto os dois voaram juntos pela linha de chegada. Aria estava apenas a centímetros da frente de Dax e venceu a rodada. Ela gritou e pulou de pé, dançando ao redor, bombeando os punhos.

- Você me distraiu com toda essa conversa de bebê. - Disse ele em pé e envolvendo-a em seus braços. Ele girou em torno dela e beijou-a profundamente na boca.

- Desculpas, desculpas. - Disse ela, passando as mãos pelo peito dele. - Você está com raiva? - Perguntou.

- Nunca. Você pode me bater de dia e de noite. E eu nunca te negaria sua vitória. Mas primeiro, vou levá-la de volta para a cama. - Ele disse, levantando-a do chão e levando-a de volta para seus lençóis amarrotados.

- Eu acho que nós dois estamos em completo acordo sobre isso.


CAPÍTULO 23

 

Depois de um jogo competitivo de Dragon Pool, cuidando das regras novas e aperfeiçoadas de Cato, que equivaliam a manter a fila da sinuca com o polegar, o indicador e mais nada, todos se reuniram na sala de estar. Aiden dedilhou seu violão e Aria sintonizou sua voz, ouvindo os acordes.

- Isso é um pouco estranho. - Disse Aria.

- Eu acho que deve funcionar. - Disse Dax.

- Não podemos levar uma guitarra conosco em todos os lugares. - Disse Aiden.

- Eu acho que a música dela e sua juntas amplificarão o poder. Podemos apenas tentar. - Disse Dax.

- Ember quer assistir ao show. - Disse Everly, saltando bebê Ember em seu joelho. Ember gritou e bateu palmas.

- Bem, se Ember quer ver... - Disse Aiden, dedilhando seus acordes.

Kian riu do bebê e Aria começou a cantar. Aiden tocou os acordes que escreveram juntos com a intenção de amplificar o poder dos dragões. Dax sentiu uma onda de energia encher seu corpo.

- Eu acho que está funcionando. - Disse Dax.

- Eu também acho que está funcionando. - Disse Cato, segurando o dispositivo de pulso para medir a energia da sala. - Eu nunca vi nada assim.

- Shush, Ember está tentando ouvir. - Disse Kian.

A voz de Aria cresceu paulatinamente e a energia pulsou através do quarto. O dragão interior de Dax gritou com força e ele podia ouvir seus companheiros de tripulação através de seu elo mental expressando a mesma intensidade. Quando a música chegou ao fim, a energia era palpável.

- Funcionou, não foi? - Aria disse.

- Mais do que funcionou. - Disse Cato. - Eu nunca teria acreditado, mas agora tenho os dados para provar que é verdade.

- Os vampiros ficaram mortos, não é? - Perguntou Aria.

- Seus corpos se desintegraram em cinzas. - Disse Kian.

- E as cinzas não desapareceram. - Acrescentou Cato. - Nós colocamos em compartimentos selados para observar. Até agora, os vampiros não voltaram à vida.

- Victor e Marco não vão ficar felizes com isso. - Disse Kian.

- Você acha que eles vão despertar mais dos anciãos? - Aria perguntou.

- Possivelmente. Mas eles vão pensar duas vezes antes de atacar nosso complexo novamente. - Disse Kian.

- A guerra cresceu. - Disse Aiden.

- Mas acredito que temos a vantagem. - Disse Kian.

- Só lembrando que a nossa nova arma é minha adorável companheira. - Disse Dax.

- É uma surpresa. - Disse Cato.

- Como você se sente sobre tudo isso, Aria? - Perguntou Kian.

- Estou preparada para lutar.

- Não podemos pedir-lhe para fazer isso. - Disse Kian.

- Eu estou dizendo a você que quero lutar contra os vampiros. Não esqueça, eles me sequestraram e ameaçaram beber meu sangue. Então continuaram vindo atrás de mim. Agora que sei que minha música fortalece vocês, sei qual é o meu propósito. Eu adorava ajudar os idosos na casa de repouso, mas isso é muito maior. Isso vai além das pessoas individuais. Isso é sobre toda a raça humana e o futuro deste planeta. Eu quero fazer minha parte. Sempre me senti sozinha e sem lar, e agora sei exatamente quem sou e exatamente onde pertenço. Estou dedicada a essa luta e nada vai mudar minha mente.

- Dax, como você se sente sobre a sua companheira lutando ao nosso lado?

- O poder dela é o nosso ponto de inflexão nesta guerra. Eu vou protegê-la com a minha vida, mas não negaria o seu propósito.

- Nós teremos que decidir como isso vai funcionar exatamente. Eu não me sinto confortável em levar uma das nossas companheiras para a batalha conosco. - Disse Kian.

- Ainda não sabemos se precisamos de sua música durante a batalha, ou se nos fortalecerá por um longo período. - Disse Cato. - Eu vou fazer uma análise e, em seguida, vamos saber com certeza.

- Você é muito corajosa. - Disse Everly para Aria.

- Tão corajosa quanto eu tenho que ser. Quando você tem um dragão grande e forte como Dax para protegê-la, é fácil ser corajosa.

- Eu sei o que você quer dizer. - Disse Everly, embalando Ember em seus braços. - Todos nós queremos acabar com o reinado dos vampiros sobre este planeta. E espero que, com o seu poder, façamos progressos.

- Eu também espero. - Disse Aria.

Depois da reunião, todos saíram para aproveitar o dia ensolarado. Kian estava na grelha, cuidando dos bifes de churrasco, hambúrgueres e cachorros-quentes. Everly brincava com Ember na grama. Dax nadou com Aria na piscina. Cato ainda estava executando uma análise e Aiden dedilhando seu violão.

- Eu fiquei muito feliz em ouvir o que você disse lá. - Disse Dax para Aria.

- Você quer dizer sobre eu querer lutar contra os vampiros?

- Que você sentiu como se tivesse encontrado o seu lugar no mundo.

- Eu faço. Sinto que estou finalmente em casa, pela primeira vez na minha vida. Depois de perder minha mãe e me mover por toda a minha infância, nunca me senti conectada a nada. Cantar para os idosos na casa de repouso foi o mais próximo que eu já cheguei a sentir como se pertencesse a algum local, mas agora sinto que posso realmente fazer a diferença no mundo; contribuir de uma forma que nunca previ antes.

- Mesmo sem o seu poder, você ainda é especial e importante. - Disse Dax, reunindo-a em seus braços. - Eu preciso que você saiba disso.

- Eu sei disso, Dax. E amo como você olha para mim e quem sou com você. É como se eu finalmente pudesse entender a mim mesmo e minhas necessidades. Sei agora que ajudar os dragões a derrotar os vampiros é o meu propósito de vida. Você me ajudou a descobrir isso.

- E você me ajudou a descobrir o meu propósito de vida. - Disse ele, beijando seu ombro. - Que é cuidar de você. Eu sempre protegerei você, meu passarinho. Não importa quais batalhas nós lutamos, sempre serei seu guerreiro. Para reter a onda de ódio e ganância, para que você possa espalhar sua luz pelo planeta.

- Oh Dax, você é o homem mais doce.

- Talvez vocês dois devessem arrumar um quarto. - Aiden resmungou de uma das cadeiras do gramado.

- Você só está com ciúmes porque ainda não encontrou sua companheira. - Rosnou Dax da piscina.

- Eu vou encontrá-la. - Disse Aiden, dedilhando seu violão.

- Ele realmente é bom nisso. É melhor que a maioria dos músicos de rock que eu já ouvi.

- Não deixe ele te ouvir dizer isso. Ele não precisa de uma cabeça maior do que já tem.

Ambos riram e se abraçaram.

- Eu me sinto meio mal por ele e por Cato, desde que ainda não encontraram suas companheiras. - Disse Aria.

- Tenho certeza de que eles vão encontrá-las em breve. - Disse Dax. - O dragão de Aiden está lhe dando muitos problemas ultimamente. Percebi que ele está ficando mais irritado e cheio de si mesmo o tempo todo.

- Existe alguma maneira de acelerar o processo? - Aria perguntou.

- Infelizmente, ainda não sabemos como identificar nossas companheiras. Temos que deixar para o destino fazer isso por nós.

- O destino nos uniu. - Disse Aria. - E o destino encontrará uma companheira para Aiden e Cato.

- Espero que seja em breve. - Disse Dax. - Eu não sei o quanto mais a porcaria dele eu posso aguentar.

- Não se preocupe com ele. Apenas se concentre em mim. - Disse ela, envolvendo os braços em volta do seu pescoço.

- Eu não acho que isso vai ser um problema. - Ele sorriu e a beijou. Para Aiden, ele disse: - Estamos aceitando o seu conselho e pegando um quarto.

Dax levantou Aria da piscina e levou-a pela cozinha arrastando a água pelo chão.

- Kian não vai ficar feliz com isso. - Ela riu.

- Eu não me importo. - Dax disse com um grunhido.

Eles subiram para o quarto e ele a depositou na cama, olhando para seu belo corpo curvilíneo. Tirou-a de seu maiô molhado e focou em seu corpo úmido e vulnerável diante dele. Ele rosnou e foi em sua direção.

- Eu não posso ter o suficiente de você. - Disse ele.

Dax se inclinou entre as pernas dela e consumiu sua vagina, provando seus sucos. Ele enfiou a língua entre sua fenda, lambendo cada pedaço do sabor dela. Aria engasgou quando ele afundou entre os joelhos, deslizando seu longo eixo ao longo das dobras molhadas. Eles se beijaram profundamente e famintos até que a cabeça de seu pênis escorregou dentro dela. Ela ofegou, ainda dolorida pela reclamação.

- Você quer isso? - Ele rosnou.

- Mais do que você jamais irá saber.

Ele segurou-a com força e perto enquanto separava suas paredes, empurrando-a aberta. A sensação de sua boceta apertada em torno dele era como uma luva aveludada, feita sob medida para seu pênis. Ele escorregou mais, ficando extasiado de prazer.

- Oh Aria. - Ele rosnou. - Você é meu paraíso.

Dax deslizou mais fundo, segurando seu pequeno corpo contra ele. Virou-a no colo, caindo de costas na cama. Ela sentou-se montado nele, seu pênis profundamente dentro dela. Aria jogou a cabeça para trás e gemeu. Seus seios redondos saltaram quando ela se moveu para cima e para baixo em seu comprimento. Ele agarrou seus quadris e colocou a ponta de seu polegar em seu clitóris. Ela se moveu lentamente para frente e para trás em cima dele.

- Oh meu Deus! - Disse ela, seu cabelo castanho claro caindo pelas costas.

Ela gozou em êxtase no colo dele. Jogando a cabeça para frente, rosnou para ele. A luz da sua despertada Dragon Soul brilhou em seus olhos.

Aria se inclinou para frente e mordeu o pescoço de Dax com os dentes lisos. Ele riu e rosnou, esfregando as mãos pelas costas dela. Ele segurou seu pequeno corpo contra ele, movendo-a para cima e para baixo em seu longo pênis. Ele podia sentir sua boceta apertando seu pau enquanto a movia. Era tão bom que não podia mais segurar e veio dentro dela com um impulso duro. Ela desmoronou contra o peito dele, ofegante e sem fôlego.

Dax beijou seu o rosto, afastando o cabelo da bochecha. Ela descansou contra ele, seu hálito quente soprando na curva de seu pescoço.

- Como pode ser melhor a cada vez? - Ela sussurrou.

- Porque com os companheiros, é assim que é.

- Se continuar melhorando, eu posso perder a cabeça.

- Eu já perdi a minha. - Disse ele. - Mas quem precisa de uma mente quando tem um coração e uma alma?

Ele a abraçou, sentindo a unicidade de seu acasalamento novamente. Dax sabia que com seu passarinho ao seu lado, sempre seria o guerreiro que deveria ser. Juntos, eles permaneceriam como uma força de luz contra a escuridão. Juntos, eles ajudariam a salvar o mundo.

 

 

                                                   Scarlett Grove         

 

 

 

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