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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


DESEJO INSASIAVEL / Kresley Cole
DESEJO INSASIAVEL / Kresley Cole

 

 

                                                                                                                                                

  

 

 

 

 

 

Às vezes o fogo que lambia sua pele até os ossos se apagava.  O seu fogo. Em um recesso de sua mente ainda capaz de pensamentos racionais, ele acreditava nisso. O seu fogo porque o alimentou durante séculos com seu destroçado corpo e sua decadente mente. Faz muito tempo e quem sabe quanto tempo tinha passado, a Horda dos Vampiros o tinha apanhado nessas catacumbas profundas sob Paris. Permaneceu encadeado contra uma pedra, imobilizado cada membro em dois lugares e um ao redor de seu pescoço. Diante dele, uma abertura no inferno que arrojava fogo. Ali esperou e sofreu, preso a uma coluna de fogo que o enfraquecia, mas nunca acabava. Nunca acabava logo com sua vida. Sua existência era arder até a morte repetidamente, só para que sua obstinada imortalidade o revivesse outra vez. Detalhadas fantasias de vingança tinham afastado isso dele; a raiva em seu coração era tudo o que tinha. Até ela. Durante séculos, em ocasiões tinha ouvido coisas estranhas nas ruas em cima dele, ocasionalmente cheirava as mudanças de estação. Mas agora a tinha cheirado, sua companheira, a única mulher feita só para ele. A única mulher que tinha procurado sem parar durante mil anos, até o dia de sua captura. As chamas tinham baixado. Nesse momento ela parou lá em acima. Era suficiente. Um braço se estirou contra suas correntes até que o grosso metal cortou sua pele. O sangue que gotejava agora jorrava. Cada músculo em seu fraco corpo trabalha em concerto, esforçando-se por fazer o que nunca tinha podido desde que fora preso. Por ela, podia fazer tudo. Devia... Seu grito se transformou em uma tosse estrangulada enquanto rasgava e liberava duas ataduras. Não tinha tempo para acreditar que tinha conseguido. Ela estava tão perto, quase podia sentí-la. Necessitava-a. Outro braço se liberou de um puxão. Com as mãos apertou o metal que prendia seu pescoço, vagamente recordando o dia em que o grosso e comprido agarre foi martelado em seu lugar. Sabia que suas duas terminações estavam incrustadas ao menos três metros para baixo. Sua força estava diminuindo, mas nada o pararia estando ela tão perto. Em uma rajada de rocha e pó, o metal se afrouxou, o retrocesso o lançou através da caverna. Puxou a corrente que envolvia apertadamente sua coxa. Arrancou-o e liberou seu tornozelo, então começou com as duas últimas que retinham sua outra perna. Já imaginando sua fuga e dando uma olhada, puxou. Nada. A testa enrugou em confusão, tentou outra vez. Esforçando-se, gemendo com desespero. Nada.
Sua essência desaparecia, não havia tempo. Olhou sem piedade sua perna presa. Imaginando como podia livrar-se dela e esquecer a dor, alcançou por cima de seu joelho com mãos tremulas. Desejando esse esquecimento dentro dela, tentou quebrar o osso. Sua dizia que levaria uma dúzia de tentativas. Suas garras cortaram a pele e o músculo, mas o nervo que corria pela longitude do fêmur estava tenso como um arame de piano. Quando se aproximou, uma dor inimaginável o apunhalou e explodiu na parte superior de seu corpo, fazendo que sua visão se enegrecesse. Muito fraco. Sangrando livremente. O fogo se construiria outra vez rapidamente. Os vampiros retornavam periodicamente. Perdê-la-ia justo quando a tinha encontrado? — Nunca - gemeu. Rendeu-se à besta dentro dele, a besta que o levaria a liberdade com seus dentes, beberia água dos canais, e pinçaria no lixo para sobreviver. Olhou a amputação como se estivesse olhando uma miséria longínqua. Arrastando-se longe de sua tortura, abandonando sua perna, empurrou-se através das sombras das úmidas catacumbas até que divisou um corredor. Atento a seus inimigos, arrastou-se através dos ossos que seguravam o chão para alcançá-lo. Não tinha idéia de quão longe estava de escapar, mas encontraria a maneira, e a força, seguindo sua essência. Lamentava a dor que lhe daria. Estaria tão conectada a ele, sentiria seu sofrimento e horror como se fosse próprio. Não podia ser ajudado. Estava escapando. Fazendo sua parte. Ela podia o salvar de suas lembranças quando sua pele ainda ardia? As últimas polegadas em seu caminho à superfície, então apareceu um beco escurecido. Mas sua essência vacilou. O destino tinha entregado ela quando mais a necessitava, e que Deus o ajudasse, e a esta cidade, se não pudesse encontrá-la. Sua brutalidade tinha sido legendária, e ele a soltaria sem medida por ela. Lutou para sentar-se contra a parede. Rastros de garras nos tijolos da rua, lutou para acalmar sua respiração desigual para poder cheirá-la uma vez mais. Necessito-a. Me enterrar nela. Esperei tanto. Sua essência se foi. Seus olhos umedeceram e estremeceu violentamente pela perda. Um rugido angustiado fez tremer a cidade. 
 
Há em cada um de nós, até os de paixões mais moderadas, desejos verdadeiramente temíveis, selvagens e contra toda lei. E isso se evidencia claramente nos sonhos. Sócrates (469–399 a.d.c.)

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Uma semana mais tarde... . Em uma ilha no Sena, com uma eternamente jovem catedral como cortina de fundo, os habitantes de Paris, saíam para se divertir. Emmaline Troy ziguezagueava entre briguentos, ladrões de carteira e pivetes de rua. Vagou entre as tribos de góticos vestidos de negro que chegavam em turba a Notre Dame, que era como um gótico casco de navio de abastecimento ao que chamavam lar. E ainda assim, Emmaline atraía a atenção. Os homens humanos giravam a cabeça lentamente ao passar para observá-la, os cenhos franzidos, notando algo, mas inseguros. Provavelmente alguma memória genética do passado a assinalava como sua fantasia mais selvagem ou seu pesadelo mais sinistro. Emma não era nenhuma das duas coisas. Era uma estudante, uma universitária, uma recente graduada por Tulane2, só em Paris e faminta. Cansada de outra infrutífera busca de sangue, se deixou cair em um rústico banco sob uma castanheira, seus olhos foram atraídos por uma garçonete que levava um café expresso. Se o sangue se servisse assim seria fácil, pensou Emma. Sim, se saísse quente e abundante de uma torneira sem fundo, então seu estômago não se contrairia de fome por apenas pensá-lo. Faminta em Paris. E sem amigos. Tinha estado alguma vez em uma confusão igual? Os casais que passeavam de mãos dadas pelo passeio de cascalho pareciam zombar de sua solidão. Eram coisas dela, ou os amantes se olhavam com mais adoração naquela cidade? Especialmente na primavera. Morram bastardos. Suspirou. Não era culpa dela que fossem bastardos que deviam morrer. Emma havia se sentido impulsionada a entrar naquela luta diante a perspectiva de seu solitário quarto de hotel e a idéia de que devia encontrar um novo traficante de sangre na Cidade da Luz. Seu antigo fornecedor se foi ao sul, literalmente, fugiu de Paris a Ibiza. Não tinha dado muitas explicações de por que abandonava seu trabalho, dizendo unicamente‖que‖com‖a‖“chegada‖dos‖reis‖elevados”‖algum‖tipo‖ de‖“séria‖imbecilidade épica”‖estava‖elaborando-se na alegre Paris. O que fosse que significasse aquilo.  Como vampiro, Emma era membro do Lore3, os seres que tinham convencido os humanos de que os vampiros só existiam em sua imaginação. Entretanto, embora o Lore fosse bastante forte ali, Emma tinha sido incapaz de substituir seu fornecedor. Qualquer criatura a que abordava fugia simplesmente porque era um vampiro. Saíam correndo sem sequer saber que ela não era de sangue puro, ou que Emma era um vampiro que nunca tinha mordido outro ser vivente. Como suas ferozes tias adotivas tinham estado encantadas‖de‖lhe‖dizer‖a‖todos:‖“Emma‖choraria‖se‖fossem‖arrancadas‖as‖asas‖de‖uma‖ borboleta.” Emma não tinha obtido nada na viagem que se empenhou em conseguir. A busca para descobrir informação sobre seus falecidos pais — sua mãe Valquíria e seu desconhecido pai vampiro— tinha sido um fracasso. Um fracasso que tinha terminado
                                               
 2 Universidade Tulane em Nova Orleans 3 é o lugar onde vivem as criaturas que não são humanas, coexistindo em segredo, com os homens.
com uma chamada de suas tias para que a salvassem. Porque era incapaz de se alimentar sozinha. Lamentável. Suspirou. Tirariam o sarro por isso durante outros setenta anos...  Ouviu um estrépito, e antes que tivesse tempo de sentir que a garçonete se cortava, seguiu outro estrondo e outro mais. Inclinou a cabeça com curiosidade, justo quando a sombrinha de uma das mesas ao outro lado do passeio saía disparados quinze metros, voando pelo céu até o Sena. Um dos cruzeiros deu uma buzinada, e se ouviram algumas maldições em Francês. Semi-iluminado pelas luzes do passeio, um imponente homem começou a derrubar as mesas dos cafés, os cavaletes dos artistas, e os barracos de livros que vendiam pornografia do século passado. Os turistas gritavam e fugiam atrás da onda de destruição. Emma ficou em pé de um salto com um grito afogado, pondo a bolsa no ombro. O homem estava abrindo caminho diretamente até ela, seu comprido impermeável negro se arrastava atrás dele. Seu tamanho e seus pouco naturais e fluidos movimentos a fizeram perguntar se era possível que fosse humano. O cabelo era abundante e comprido, ocultando meia face, e uma barba de vários dias obscurecia a mandíbula. Estendeu uma trêmula mão para ela.  — Você - grunhiu. Emma olhou rapidamente por cima de seus ombros procurando o desafortunado “você”‖que‖o‖homem‖se‖dirigia.‖Ela.‖Merda‖aquele‖louco‖tinha‖escolhido‖ela. Girou a palma da mão para cima e fez gestos para que fosse para ele, como se estivesse seguro de que ela o faria. ―‖ Uh,‖ eu...‖ Eu‖ não‖ te‖ conheço‖ - replicou ela, tentando recuar, mas suas pernas encontraram rapidamente o banco. Continuou avançando para ela, ignorando as mesas entre os dois, as jogando para o lado como brinquedos ao invés de mudar seu caminho até ela. Um violento propósito brilhava em seus olhos azuis claros. Emma podia sentir sua raiva mais claramente à medida que se aproximava, inquietando-a, levando-se em conta que a sua raça fosse  considerada como os predadores da noite, nunca a presa. E porque, no fundo, era uma covarde. — Vêem - disse a palavra entre os apertados dentes como se lhe custasse e se moveu uma vez mais para ela. Emma negou com a cabeça, os olhos totalmente abertos, em seguida saltou por cima do banco, girando no ar. Aterrissou de costas para ele e começou a correr. Estava fraca, estava mais de dois dias sem sangue, mas o medo a fez apressar-se enquanto cruzava a ponte Archevêché até a saída da ilha. Três... Quatro quarteirões percorridos. Arriscou-se a olhar sobre seu ombro. Não o viu. Tinha-o perdido... ? Uma inesperada música berrante que saía de sua bolsa a fez gritar. Quem demônios tinham programado o tom da Rã Louca em seu celular? Entrecerrou os olhos. Tia Regin. A mulher imortal mais imatura do mundo, que parecia uma sereia e se comportava como uma irmã de fraternidade.
Em seu aquelarre4, os celulares só eram para emergências importantes. Os timbres perturbariam a caçada nos becos de Nova Orleáns, e inclusive uma vibração seria suficiente para pôr em funcionamento à inquieta orelha de uma criatura inferior.  Abriu-o de um movimento. Falando do diabo: Regin a Radiante. —Estou um pouco ocupada neste momento - espetou Emma, atirando outra olhada sobre seu ombro.  — Deixa suas coisas. Não se entretenha fazendo as malas. Annika te quer no aeroporto executivo imediatamente. Está em perigo. — Ah. Click. Não tinha sido uma advertência, mas sim um fato.  Pediria os detalhes no avião. Como se precisasse uma razão para voltar para casa. Tão somente mencionar o perigo e voltaria correndo a seu aquelarre, a suas tias Valquírias que matariam algo que a ameaçasse e manteriam a maldade distante. Enquanto tentava recordar o caminho para o aeroporto onde tinha aterrissado, começou a chover uma chuva cálida e leve a princípio - os amantes de Abril ainda riam enquanto corriam para os toldos - que se transformou rapidamente em um frio bombardeio. Chegou a uma lotada avenida, sentindo-se a salvo enquanto ziguezagueava através do tráfego. Evitou carros com seu limpador de pára-brisas e buzina à máxima potencia. Não viu seu perseguidor. Com unicamente a alça da bolsa no pescoço, viajou rapidamente, passaram algumas milhas sob seus pés antes que divisasse um parque ao ar livre e o campo de aviação bem atrás. Podia ver o difuso ar ao redor dos motores dos jatos enquanto esquentavam, e as sombras em cada janela quase desenhadas nitidamente. Já quase chegando. Emma convenceu a si mesma de que tinha perdido seu perseguidor porque era rápida. Também era uma perita em convencer-se de coisas que podiam não ser realidade, era boa fingindo. Podia fingir que assistia a aulas a noite por escolha, e que os rubores não a tornavam sedenta.  Ouviu-se um feroz grunhido. Os olhos de Emma se arregalaram, mas não se virou, simplesmente correu cruzando o campo. Sentiu que cravavam garras em seu tornozelo, um segundo depois foi jogada no chão e empurrada sobre as costas. Uma mão cobriu sua boca, embora ela fosse treinada para não gritar. — Nunca fuja de alguém como eu — seu atacante não soava humano — Não escapará. E disso que nós gostamos. —sua voz era gutural como a de uma besta, profunda, mas seu sotaque era... Escocês? Quando o olhou através da chuva, ele a examinou com olhos que eram dourados em um momento, e logo oscilavam para um inquietante azul. Não, não era humano. De mais perto, Emma pôde ver que suas feições eram inclusive, masculinas. Um queixo forte complementava os traços esculpidos. Era bonito, tanto que pensou que tinha que ser um anjo caído. Podia ser. Como podia ela descartar alguma possibilidade? A mão que cobria sua boca a agarrou rudemente pelo queixo. Ele entrecerrou os olhos, concentrando-se em seus lábios, em suas apenas visíveis presas.  — Não — disse com voz entrecortada — Não é possível.                                                
 4 lugar onde as bruxas celebram suas reuniões e rituais.
Virou o rosto dela de um lado ao outro, passando da face pelo pescoço dela, cheirando-a, então grunhiu furioso.  — Maldição! Quando os olhos dele se tornaram de um azul forte, Emma gritou, o fôlego pareceu abandonar seu corpo. ―‖Pode‖riscar?‖— replicou‖ele‖como‖se‖custasse‖falar‖―‖me‖responda! Ela negou com a cabeça, sem compreender. Riscar era a forma em que se transportavam os vampiros, aparecendo e desaparecendo no tênue ar. Então, ele sabe que sou um vampiro? ―‖Pode? — N... Não. — Nunca tinha sido o suficientemente forte ou hábil — Por favor — Piscou para limpar a chuva, suplicando com os olhos — Errou de mulher. — Acreditei que te conhecia. Se insistir, assegurar-me-ei. — Ele levantou uma mão para tocá-la? Bater? Emma lutou desesperadamente para se soltar, sussurrando. Uma calejada mão a segurou na nuca, outra mão segurou seu pulso enquanto se inclinava para seu pescoço. O corpo de Emma deu uma sacudida ao sentir a língua dele contra sua pele. Sua boca era quente no frio e úmido ar, fazendo-a tremer até que se endureceram os músculos. Ele gemeu enquanto a beijava, sua mão apertava fortemente a pulso dela. Debaixo da saia, gotas de chuva  deslizavam por suas coxas, sacudindo-a com o frio. — Não faça! Por favor... — Quando a última palavra de Emma terminou com um gemido, ele pareceu sair do transe, suas sobrancelhas se uniram quando seus olhos se encontraram com os dela, mas não soltou suas mãos.  Com um movimento rápido da mandíbula afastou a camisa e abriu o fino sutiã, em seguida, lentamente, deslizou as duas metades do sutiã para fora de seus seios.  Ela se debateu, mas foi inútil contra a força dele. Ele a estudou com um cobiçoso olhar enquanto a chuva salpicava e açoitava o seio nu. Emma tremia sem controle. A dor dele era tão forte, que o enjoou. Podia tomá-la ou abrir a desprotegida barriga e matá-la...  Mas em vez disso, abriu sua própria camisa, em seguida colocou suas enormes palmas contra as costas dela para atraí-la até seu peito. Ele gemeu quando suas peles se tocaram, e uma eletricidade pareceu percorrê-la. Um raio fendeu o céu. Murmurou palavras estranhas em seu ouvido. A Emma pareceu que eram... Palavras ternas, o que a fez pensar que tinha perdido a cabeça. Estava sem forças, os braços penduravam enquanto ele se estremecia contra ela, os lábios quentes na torrencial chuva enquanto os deslizava pelo pescoço de Emma, por seu rosto, inclusive os roçou contra suas pestanas. Ajoelhou-se, apertando-a contra si, Emma ficou ali, fraca e aturdida, enquanto via o raio cortar o ar sobre eles. A mão dele embalou sua nuca quando se moveu para encará-la. Parecia indeciso enquanto a observava com alguma emoção feroz, a Emma nunca tinha cuidado tão... Apaixonadamente. A confusão a invadiu. Atacá-la-ia ou a deixaria ir? Deixe ir...  Uma lágrima rolou pela face dela, deslizando-se para baixo contra as gotas de chuva. 
O olhar dele desapareceu.  — Sangue em vez de lágrimas? — bramou claramente repugnado por suas lágrimas rosadas. Virou-se como se não pudesse suportar olhar para ela, e sem olhar juntou a camisa para fechá-la — Me Leve a seu lar, vampiro. ―‖Eu...‖Eu‖não‖vivo‖aqui‖―‖disse‖ela‖com‖tom‖afogado,‖pasmada‖pelo‖que‖acabava‖de‖ ocorrer, e pelo fato de que ele soubesse o que era. ―‖Leve-me‖onde‖fica‖―‖ordenou‖ele,‖olhando-a por fim enquanto permanecia de pé diante dela. ―‖Não‖―Emma‖se‖assombrou‖ao‖dizê-lo. Ele também pareceu surpreso.  ―‖Porque‖não‖quer‖que‖eu‖pare?‖Bem.‖Tomarei‖seu‖corpo‖aqui‖na‖grama‖sobre‖seus‖ pés e joelhos - a levantou com facilidade até pô-la‖de‖joelhos‖―‖bom,‖vamos‖antes‖que‖saia‖ o sol. Ele viu a resignação dela sendo que a puxou até que a pôs de pé e a empurrou para fazê-la mover-se. ―‖Quem‖fica‖com‖você? Meu marido quis dizer. A defesa que vai chutar seu rabo. Mas não podia mentir, nem sequer agora, e de toda forma nunca teria tido coragem de lhe provocar.  ―‖Estou‖sozinha. ―‖Seu‖homem‖te‖deixa‖viajar‖só?‖―‖perguntou‖por‖cima‖do‖aguaceiro.‖Sua‖voz‖estava‖ começando a soar humana. Quando ela não respondeu, ele disse com desdém — Tem um homem que não se preocupa com você. Ele a perde.  Emma deu um tropeção em um buraco e ele a estabilizou com suavidade, em seguida pareceu zangado consigo mesmo por havê-la ajudado. Mas quando um momento depois o guiou até a frente de um carro, empurrou-a fora do caminho, dando um salto atrás diante o som da buzina. Bateu de um lado no carro, as garras enrugaram o metal como se fosse papel, fazendo que o carro patinasse. Quando por fim parou, o bloco do motor caiu na rua com um golpe surdo. O condutor abriu a porta de repente, saiu na rua e fugiu disparado como uma flecha.  Com a boca aberta, Emma lutou freneticamente por recuar, dando-se conta que parecia que seu captor... Nunca tinha visto um carro.  Ele se aproximou, abatendo-se sobre ela. Em um tom baixo e mortífero, grasnou:  ―‖Só‖desejo‖que‖não‖volte‖a‖escapar‖de‖mim‖outra‖vez. Agarrou-lhe a mão e a voltou a levantar  ―‖Quanto‖falta? Emma apontou o Crillon na Agrada da Concorde com um flácido dedo. Dirigiu-lhe um olhar de puro ódio.  ―‖Os‖de‖sua‖espécie‖sempre‖tem‖dinheiro‖— seu tom era mordaz — Nada mudou — Ele sabia que era um vampiro. Sabia quem ou o que eram suas tias? Certamente — mas como poderia havê-la advertido Regin sobre ele?  Depois de dez minutos de ser arrastada por avenidas, passaram empurrando a um lado o porteiro, conseguindo que os olhassem fixamente enquanto entravam na suntuosa recepção. Ao menos as luzes estavam fracas. Emma apertou a molhada jaqueta contra a arruinada blusa e manteve a cabeça baixa, agradecida de ter o cabelo preso sobre as orelhas. Ele liberou o aperto de seu braço em frente daquelas pessoas. Devia saber que ela não atrairia a atenção. Nunca grite, nunca atraia a atenção dos humanos. Ao final eram mais perigosos que as milhares de criaturas do Lore. Quando lhe cobriu os ombros com seu pesado braço como se estivessem juntos, ela o fulminou com o olhar desde debaixo de uma molhada mecha de cabelo. Embora ele caminhasse muito ereto, como se fosse o dono do lugar, examinava como se tudo fosse novo para ele. O telefone soando no balcão. As portas batendo também. Embora escondesse bem, Emma pôde ver que não estava familiarizado com o elevador e hesitou ao entrar. Dentro dele, seu tamanho e energia fizeram que o generoso espaço parecesse encolher. O curto caminho através do corredor até o quarto foi o mais longo da vida de Emma, enquanto elaborava e descartava um plano de fuga atrás do outro. Vacilou diante da porta, tomando tempo para tirar a chave do encharcado fundo de sua bolsa. — A chave — exigiu ele. Com um profundo suspiro, Emma estendeu a chave. Quando ele entrecerrou os olhos, Emma pensou que estava a ponto de voltar‖a‖lhe‖exigir‖“a‖chave”,‖mas‖estudou‖a‖ maçaneta da porta e lhe devolveu a chave.  — Abra você. Com uma trêmula mão, Emma deslizou a chave dentro. O mecanismo zumbiu e o click da fechadura pareceu como o retumbar de sinos por um enterro. Uma vez dentro do quarto, ele inspecionou cada centímetro para assegurar-se que de verdade estava sozinha. Procurou debaixo da cama com a colcha de brocado, e logo retirou com brutalidade as cortinas revelando uma das melhores vista de Paris. Movia-se como um animal, com força em cada giro, embora coxeasse de uma perna. Quando coxeou lentamente para ela pelo vestíbulo, os olhos de Emma se arregalaram e recuou. Ainda assim, ele continuou avançando, estudando-a, medindo-a... Antes que seu olhar parasse em seus lábios. — Esperei-te muito tempo. Continuava agindo como se a conhecesse. Emma nunca teria esquecido um homem como ele. ―‖Necessito-te. Não importa quem seja. E não esperarei mais. Diante daquelas incompreensíveis palavras, o corpo dela se relaxou e abrandou inexplicavelmente. Ele curvou as mãos para atraí-la até ele, e as presas dela recuaram preparados para seu beijo. Frenética, bateu as unhas contra a parede a suas costas e tocou com a língua sua presa esquerda. Suas defesas permaneceram adormecidas. Ela estava aterrorizada. Por que seu corpo não estava? Ele pôs suas mãos na parede em ambos os lados da face de Emma. Inclinou-se, sem pressa, roçando sua boca contra a dela. Grunhiu diante do ligeiro contato e pressionou mais forte, dando um golpezinho em seus lábios com a língua. Ficou quieta, sem saber o que fazer. Ele grunhiu contra sua boca. 
―‖Devolva-me o beijo, bruxa, enquanto decido se devo perdoa sua vida. Com um grito, Emma moveu seus lábios contra os dele. Quando ele ficou completamente quieto, para obrigá-la a fazer todo o trabalho, Emma inclinou a cabeça e roçou seus lábios suavemente outra vez. ―‖Beije-me como se quisesse viver. Ela o fez. Não porque queria viver muito, mas sim porque estava segura de que sua morte seria lenta e tortuosa. Sem dor. Nunca mais dor. Quando moveu sua língua contra a dele como tinha feito a ela, o homem gemeu e a tomou de repente, lhe rodeando o pescoço e a cabeça para poder sustentá-la e tomá-la. Sua língua golpeou a dela com desespero, e Emma se sentiu comovida ao descobrir que não era... Desagradável. Quantas vezes tinha sonhado com seu primeiro beijo, pensando se alguma vez o receberia? Mas o estava recebendo. Nesse momento. Nem sequer conhecia seu nome. Quando começou a estremecer outra vez, ele parou e se afastou:  ―‖Est{‖fria. Emma estava gelada. A falta de sangue provocava aquilo. Que a marcaram e a atiraram sobre terra empapada e se molhou, não ajudava. Mas temia que não fosse essa a razão pela qual tremia. — Sim... Sim.  Ele deslizou seu olhar sobre ela, depois lhe dirigiu um olhar de desgosto. — E imunda. Tem barro por toda parte. — Mas você... — As palavras morreram sob o letal olhar dele. Encontrou o banheiro, empurrou-a para dentro, e olhou para as instalações. ―‖Limpe-se. — Na... Na intimidade? — grunhiu ela. —Não tem — Divertido, descansou o ombro contra a parede e cruzou seus musculosos braços, como se esperasse uma exibição—. Agora, se dispa para mim e me deixe ver o que é meu. Meu? Perplexa, Emma esteve a ponto de protestar, mas ele levantou a cabeça como se tivesse ouvido algo, para depois sair de repente do banheiro. Ela bateu a porta, fechandose com chave —outro gesto ridículo— e ligou a ducha. Deixou-se cair no chão, a cabeça entre as mãos, e se perguntou como conseguiria escapar daquele lunático. O Crillon supunha-se ter grossas paredes entre seus quartos, uma banda de rock ficou no quarto ao lado e ela nunca os tinha ouvido. É obvio não se imaginava gritando por ninguém — nunca grite em busca de ajuda humana — mas estava contemplando a idéia de cavar uma saída através da parede do banheiro. Paredes a prova de som, décimo andar. A luxuosa suíte que tinha sido um paraíso, protegendo-a do sol e dos intrometidos humanos, era agora uma jaula dourada. Estava presa por algum ser, e Freya sabia qual. Como ia escapar se não tinha ninguém que a ajudasse?
Lachlain ouviu o apenas perceptível chiar de pneus, cheirou a carne, e coxeou até a porta do banheiro. Um velho homem que empurrava um carrinho pelo vestíbulo gritou de medo ao vê-lo, em seguida observou sem palavras como Lachlain roubava dois pratos do carrinho. Lachlain fechou a porta de um chute. Encontrou os filés e os devorou. Bateu na parede até fazer um oco diante da nítida lembrança. Flexionando seus agora sangrentos dedos, sentou-se na borda da estranha cama, em um estranho lugar e tempo. Estava fraco e lhe doía a perna depois de correr para alcançar a vampiro. Levantou suas calças roubadas e inspecionou sua perna em processo de regeneração. A carne estava funda e pouca. Tentou fazer recuar as lembranças daquela perda. Mas que outras lembranças recentes tinha? Só os de ter sido queimado até a morte repetidamente. Pelo que sabia isso tinha durado uns cento e cinqüenta anos...  Estremeceu, suando, e teve que pôr a cabeça entre os joelhos, mas se absteve de vomitar a comida que tanto necessitava. Em vez disso, arrastou as garras por uma mesa ao lado da cama, evitando destruir tudo o que tinha diante. Na última semana desde que tinha escapado, tinha-o feito bem, concentrado em perseguir a garota e em recuperar-se, parecendo adaptar-se; então algo o punha furioso. Tinha rendido um senhorio para roubar roupa e em seguida tinha destruído tudo o que havia dentro. Algo que não reconhecesse e entendesse, destruía-a. Naquela noite, tinha estado fraco, seu pensamento pouco claro, sua perna ainda regenerando-se, e ainda assim tinha caído de joelhos quando por fim tinha encontrado a essência dela mais uma vez. Mas em vez da companheira que tinha esperado, encontrou uma vampira. Um pequena, frágil, vampira fêmea. Não tinha ouvido de nenhuma fêmea viva em séculos. Os machos deviam havê-la mantida em segredo, a mantendo presa todos aqueles anos. Parecia, a Horda não tinha eliminado  todas suas mulheres, como havia dito o Lore. E que Deus o ajudasse, seus instintos ainda lhe diziam que aquela criatura etérea de cabelo claro era... Dele. O Instinto gritava em seu interior por tocá-la, por reclamá-la. Havia esperando durante tanto tempo...  Pôs a cabeça entre as mãos, tentando não ficar a dar golpes a torto e direito outra vez, devolver a besta a sua jaula. Mas como podia o destino lhe roubar uma vez mais? Tinha-a procurado durante mais de milhares de anos. E a tinha encontrado no que desprezava com um ódio tão violento que não podia controlá-lo. Um vampiro. A forma em que ela existia o desgostava. A fraqueza dela o desgostava. Seu corpo era muito branco, pequeno e muito magro, parecia que se quebraria com sua primeira fodida dura e forte. Tinha esperado milênios por uma parasita indefesa. Ouviu o chiado dos pneus, passando mais rapidamente por sua porta, mas pela primeira vez desde que começou sua caçada, sua fome estava saciada. Com comida como a dessa noite, livrar-se-ia de qualquer rastro físico da tortura. Mas sua mente...  Estava com a mulher uma hora. Entretanto, tinha sido uma hora durante a qual tinha feito recuar a besta duas vezes. O que era um considerável progresso, já que sua completa existência era feita de uma constante desolação interrompida unicamente por fortes ataques de fúria. Todo mundo dizia que a companheira de um Lykae tinha que acalmar qualquer aflição, se ela era realmente a sua, fez saltar aquela maldita parte. Não podia ser ela. Devia estar delirando. Agarrou-se a aquela idéia. A última coisa que lamentava antes que o obrigassem até o fogo foi que nunca a encontraria. Talvez aquilo fosse um truque de uma mente doente. Claro que era isso. Sempre se tinha imaginado a sua companheira como uma moça de cabelo avermelhado e grandes seios com sangue de lobo que pudesse encarregar-se de sua luxúria, que gozaria da crua ferocidade com ele, não aquela chorosa sombra de um vampiro. Uma mente perturbada. É obvio. Coxeou até a porta do banheiro e a encontrou fechada com chave. Meneou a cabeça enquanto quebrava o trinco com facilidade, entrou no banheiro tão cheio de vapor que quase não pôde vê-la, feita uma bola contra a parede oposta. Levantou-a nos braços, franzindo o cenho ao encontrá-la ainda úmida e suja. — Não se limpou? —Quando ela ficou simplesmente olhando o chão, exigiu-lhe — por quê? Ela deu de ombros tristemente. Ele lançou um olhar à cascata de água dentro do Box de cristal, abriu a porta, e pôs a mão debaixo. Bom, aquilo podia usá-lo. Afastou-a e se despiu. Os olhos dela se arregalaram, centrados em seu membro, e cobriu a boca. Ele pensaria que nunca tinha visto um. Lachlan a deixou observar, inclusive se apoiou na parede, cruzando os braços sobre o peito enquanto ela o olhava. Ficou duro sob seu olhar, seu membro se engrossou — seu corpo, ao menos, devia acreditar que ela era dele — até que deu um grito afogado e baixou a vista. A atrofiada perna captou sua atenção, parecendo sobressaltando-a inclusive mais. Aquilo só o envergonhava e entrou na água para romper sua contemplação. Fechou os olhos com prazer enquanto a água corria sobre ele, notando que não fazia nada por sufocar sua ereção. Sentiu a garota tencionar como se fosse fugir, e abriu os olhos. Se ele estivesse mais forte, teria gostado que o tentasse.  ―‖Olhando‖|‖porta‖dessa‖forma?‖Apanhar-te-ia antes que tivesse saído do banheiro. Ela se virou, viu que ele ficou mais duro e pareceu que se afogava com um grito. ―‖Tire‖a‖roupa,‖vampiro. — Não... Não farei! ―‖Quer‖entrar‖aqui‖com‖elas? ―‖Isso‖é‖preferível‖a‖estar‖nua‖com‖você! Ele se sentia relaxado sob a água, até magnânimo depois da excelente comida. ―‖Então façamos um trato. Você faz algo para mim e eu lhe devolverei o favor. Ela o olhou de baixo de um cacho de cabelo que se soltou de sua apertada trança. ―O‖que‖quer‖dizer? Ele colocou ambas as mãos a cada lado da porta e se inclinou para frente, fora da água. ―‖Te‖quero‖aqui‖dentro,‖nua. ―‖O‖que‖você‖quer‖de‖mim?‖Não‖tenho‖nada‖de‖valioso‖―‖sussurrou‖ela.
―Estar{‖comigo‖indefinidamente.‖Até‖que‖decida‖deixar-te ir. Não quer contatar sua família? — Cuspiu‖a‖palavra‖―‖Estou‖certo‖de‖que‖tem‖muito‖valor‖para eles, sendo tão rara — De fato, mantê-la longe de seus parentes vampiros era só o início de sua vingança. Sabia que achariam a idéia dela sendo fodida repetidamente por um Lykae tão asquerosa como acharia o clã dele. Ela mordeu o vermelho lábio inferior com uma diminuta presa, e a ira dele se inflamou de novo. ―Não‖tenho‖por‖que‖te‖conceder‖nada!‖Posso‖simplesmente‖te‖tomar‖na‖cama‖aqui‖e‖ agora. —E... E não o fará se entrar aí com você? —Vêem por vontade própria e não o farei - mentiu ele. —O que... Fará? —Quero pôr minhas mãos sobre você. Conhecê-la. E quero que você ponha suas mãos sobre mim. Com voz tão suave que ele mal pôde ouvi-la, perguntou:  —Me machucará? ―‖Só‖te‖tocar.‖Não‖te‖farei‖mal. Suas delicadas sobrancelhas loiras se juntaram enquanto pensava. Então, embora com grande dor, dobrou-se para suas botas e as desabotoou com um zumbido. Levantou-se e agarrou as bordas de sua jaqueta e sua arruinada blusa, mas pareceu incapaz de continuar. Tremia grosseiramente e seus azuis olhos se esvaziaram. Mas estava cedendo, em um arrebatamento de compreensão, Lachlan soube que não cedia por nenhuma razão que ele pudesse chegar a entender. Os olhos dela pareciam tão expressivos... Ainda assim não podia ler nela. Quando se aproximou um pouco mais, ela se desprendeu da molhada jaqueta e da blusa, logo, depois deles, da rasgada roupa interior, colocando rapidamente um braço sobre seus seios. Tímida? Quando ele tinha visto as orgias de sangue que montavam os vampiros? ―‖Por‖favor.‖Eu...‖Eu‖não‖sou‖quem‖acha‖que‖sou,‖mas...‖ — Acredito - antes que ela pudesse piscar, arrancou limpamente a saia e a atirou no chão — que ao menos deveria conhecer seu nome antes de te tocar. Ela tremeu mais se era possível, seu braço apertou sobre seus seios. Ele a estudou, seu olhar a absorveu. Suas pernas eram de perfeito alabastro cobertas só por seus estranhos calções, uma negra seda que formava uma espécie de V sobre seu corpo. A frente era de transparente encaixe negro e provocativo contra os loiros cachos entre suas pernas. Recordava os dois momentâneos contatos com sua pele na bramida chuva e o pouco natural raio, e seu membro pulsou, a cabeça alisando-se com antecipação. Outros homens a achariam deliciosa. Os vampiros fariam. Os machos humanos matariam por ela. Seu tremulo corpo era muito pequeno, mas seus olhos... Eram grandes e azuis como o céu de dia que ela nunca veria. ―‖M...‖Meu‖nome‖é‖Emmaline. — Emmaline - grunhiu ele, alargando lentamente uma garra para afastar a seda.
     Havia sido uma tonta por estar de acordo com isto, decidiu Emma com os restos de sua roupa interior revoando em seus tornozelos, por que deveria confiar nele? Não deveria, mas o que outra opção tinha? Devia chamar  Annika sua mãe adotiva. Estaria frenética quando o piloto lhe comunicasse que Emma nunca tinha aparecido. Mas era essa a verdadeira razão pela que cedia a isto? Temia que não era uma razão desinteressada. Durante sua vida, os homens lhe tinham pedido coisas, coisas que para sua oculta natureza vampírica era impossível. Não para este macho. Sabia o que era ela, e não pedia o impossível, exigia-o.  Um banho E até...  Ele ofereceu sua mão. Não agressivamente ou com impaciência, mas acompanhado pela lenta leitura de seu corpo totalmente nu com os olhos intensos, mas quentes e dourados agora. Ele deu um gemido agudo que ela sabia involuntário. Como se a achasse formosa. Seu tamanho era ainda aterrador, sua perna asquerosa; mas com um profundo fôlego, e mais coragem de que tinha conjurado em sua vida inteira, ela deslizou a mão na sua.  Justo quando compreendeu por completo que estava integralmente nua em uma ducha com um macho enlouquecido de dois metros de uma espécie indeterminável, ele a arrastou sob a água, de costas a ele. Ele tomou sua mão esquerda e a colocou contra o mármore. A outra a colocou contra o vidro. A mente dela corria. O que ele faria? Não podia estar menos preparada para uma situação como esta. Uma situação sexual. Poderia lhe fazer o que quisesse, ela não poderia detê-lo.  Lançou para trás a cabeça pela surpresa quando, com toda profissionalidade, ele começou a deslizar o sabão para baixo de suas costas, sobre seu traseiro, com suas grandes palmas sobre ela. Estava envergonhada de que este estranho a visse assim, mas também estava intrigada por seu corpo. Esforçaram-se para não dar uma olhada a sua enorme ereção quando ele se dobrou e moveu, mas o fez... Deu uma olhada. Tentou não notar que o cabelo sobre seus braços, pernas, e peito era dourado, ou que sua pele incluso a da perna, estava bronzeada. Ele se inclinou para lavar as pernas de atrás para frente, esfregando a grama e o barro de seus joelhos. Quando roçou para cima, para suas coxas, juntou as pernas. Ele lançou um frustrado grunhido, então se levantou para arrastá-la de costas contra seu peito, até que pôde senti-lo pressioná-la. Começou a mesma lenta exploração da frente de seu corpo. Um braço dobrado por seu flanco, a mão segurando seu ombro.  Repentinamente sua palma calosa cavou seu seio. Ela poderia lutar ou gritar...  —Sua pele é tão suave —murmurou ele —. Tão suave como a seda que usava. Ela tremeu. Um elogio, e Emma, quem nunca suspeitou que fosse tão fácil, relaxou-se um pouco. Quando ele deslizou seu polegar lentamente sobre seu mamilo e para baixo, ela aspirou agradecida que não pudesse vê-la fechar brevemente as pálpebras Como podia isso sentir-se tão bem? —Coloca seu pé aí. —Assinalou ao estreito banco contra o muro traseiro da ducha.  E abrir suas coxas?  —Uhm, não o farei...  Ele levantou seu joelho e a colocou aí por si mesmo. Quando ela começou a mover-se, ele falou rudemente.  —Não se atreva. Agora inclina a cabeça para trás contra mim. Então suas duas mãos retornaram a seu seio, agora esfregando-o até que o sabão se esclareceu. Ela mordeu o lábio enquanto seus mamilos se enrugavam quase dolorosamente. Deveria estar aterrorizada. Estava tão desesperada por um toque, qualquer toque, que se submetia a isto? Seus dedos se moveram um pouco mais em baixo.  —Fique com as pernas abertas para mim. Esteve a ponto de juntá-las outra vez. Nunca a haviam tocado ali. Ou em nenhum lugar, para o que importava. Nunca havia sentido a mão de um homem. Tragando nervosamente, observou como a mão se arrastava para baixo, ao seu sexo.  —P... Mas disse...  —Isso não é foder. Acredite, saberá quando o fizer. Ofegou com o primeiro toque, involuntariamente tremendo em seus aprisionantes braços, assombrada pela intensidade do sentimento. Dois dedos acariciaram sua carne sensível, acariciando e provocando, e era ainda mais prazeroso porque era... Gentil. Lento e gentil. Quando ele sentiu sua umidade, rugiu palavras estranhas e esfregou a boca sobre seu pescoço como se ela o agradasse.  Tentou introduzir um dedo dentro dela, mas seu corpo se apertou contra o desconhecido toque. —Apertada como um punho —disse com um grunhido surdo—. Tem que relaxar. Ela se perguntou se deveria dizer que todo relaxamento do mundo não mudaria isso. Ele a alcançou pelas costas. Quando começou a introduzir seu dedo médio no sexo dela por trás. Ela ofegou e balançou os dedos dos pés para escapar. Mas sua outra mão a dobrou ligeiramente, então se deslizou para baixo para acariciá-la de frente. Escutou gemidos, e se paralisou ao descobrir que eram os seus próprios. Este estranho estava acariciando seu corpo - dentro de seu corpo - e ela estava desejosa. O ar se carregava com eletricidade? Por ela? Por favor, que seja por mim...  Ele tremia cada vez mais enquanto a tocava. Ela sentia que ele quase não mantinha o controle. Deveria ter cautela, medo. Mas seus dedos eram tão suaves sobre ela, um deles dentro de seu calor. Tanto prazer desconhecido. O impulso de gemer surgiu. Ela nunca tinha gemido de prazer antes. Nunca em sua vida tinha sido levada a isso...  Suas unhas se curvaram como nunca o tinham feito, e ofegou, imaginou afundandose em seu traseiro enquanto ele empurrava nela. O que estava acontecendo?
—Agora, esta é uma boa garota —ele grunhiu contra seu ouvido, justo antes de que lhe desse a volta e a levantasse em seus braços—. Ponha suas pernas ao redor de minha cintura. Seus olhos tinham estado pesados e fechados pela luxúria, mas agora novamente se abriam com pânico  —T... Você disse que não o faria. —Mudei de idéia ao te sentir molhada e necessitada. —Ela o tinha desejado quando tinha acreditado nele. Franziu o cenho, perplexo quando Emma lutou. Inclusive em seu fraco estado, reprimir sua fúria tomou um pouco mais de esforço que segurar um gato montês. Pressionou-a contra a parede contendo-a ali, e com sua boca ficou a chupar os pequenos mamilos palpitantes. Ele fechou os olhos diante do prazer, gemendo enquanto sua língua se formava redemoinhos ao redor deles. Quando abriu seus olhos outra vez, encontrou-se apertando-a, encerrando-a, os punhos feitos novelos descansando sobre seus ombros Pô-la sobre seus pés outra vez e a acariciou entre suas pernas. Estava apertada outra vez. Se tentasse fodê-la assim, rasgaria-a, mas não se preocupava. Tudo o que tinha feito para chegar tão longe, e encontrar só um vampiro, agora nada o deteria.  —Relaxe - cuspiu. Mas ocorreu o oposto, ela começou a tremer inutilmente de novo. Preciso estar dentro dela, maldição! O faria esperar mais tempo? Estava louco pela ânsia com que a queria. Ela está torturando-me como todos os de sua espécie tinham feito. Ele gritou com raiva, suas mãos se lançaram o cada lado de sua cabeça esmagando o mármore atrás dela. Seus olhos enlouqueceram uma vez mais. Por que não podia ter sido de sua raça? Se o fosse, estaria suplicando para enchê-la, rogando. Ela o teria alimentado dentro de seu corpo e suspirado com alívio quando se estremecesse de gozo dentro dela. A imagem mental desta criatura fazendo isso o levou a gemer na miséria de sua perda. Queria-a disposta. Mas tomaria o que o destino lhe tinha dado. —Vou estar dentro de você esta noite, melhor relaxar. Levantou a vista para ele com o desespero desenhado em sua frente.  —Disse que não me machucaria. Me p... Prometeu. Pensava a bruxa que a promessa seria suficiente para salvá-la? Ele agarrou seu membro duro,  arrastando a perna até seu quadril. — Mas disse - murmurou devastada por haver acreditado. Odiava que mentissem especialmente por que ela não podia mentir —. Disse...  Ele parou. Com um grunhido profundo, liberou sua perna e golpeou a parede outra vez. Seus olhos se alargaram quando a agarrou e lhe deu a volta. Justo quando ela estava a ponto de arranhá-lo, mordê-lo, atraiu-a para seus braços de novo, com as costas contra seu peito. Empurrou sua mão para sua ereção, inalando bruscamente com o primeiro toque. Com um tom gutural em sua voz, ele disse:  — Me acaricie. Alegre pelo indulto, segurou-o tentativamente, não foi de maneira nenhuma capaz de acoplar sua palma ao redor dele. Quando não começou imediatamente, ele arqueou os quadris. Ela finalmente deslizou a mão sobre ele em largas carícias, olhando para o longe.
— Mais forte — ela apertou os dedos, com a cara quente de vergonha. Era tão evidente que não tinha idéia do que estava fazendo?  Como se lesse sua mente, disse com voz áspera: — Isso garota — Ele esfregava seu peito, sua boca contra seu pescoço, sons rasgados vinham de seu peito. Ela podia sentir seus músculos tencionar. Seu braço se apertou ao redor dela até que pensou que não poderia respirar. Sua outra mão se submergiu para baixo cavando seu sexo. Ele grunhiu: — Vou gozar — Então, com um gemido cru que fez que ela recuasse para observar a cena, sua semente saiu bombeando para a ducha—. Ah, Deus, sim. —Ele apalpou seu seio, mas ela apenas o sentiu, seus olhos se abriram ao vê-lo continuar sem cessar. Quando ele acabou ela compreendeu aturdidamente que continuava acariciando-o. Ele parou suas mãos enquanto estremecia os músculos de seu torso ondulando. Ela estava perdendo a cabeça. Deveria estar horrorizada, ainda reconheceu que seu corpo doía. Por ele? Pela mão firme que tinha se retirado de entre suas pernas? Empurrou-lhe as costas contra a parede não danificada sob o chuveiro. Apoiando seu peito contra ela, colocou o queixo sobre sua cabeça e suas palmas por sua face para envolvê-la. —Me toque. —O... Onde? —Soava sua voz um pouco... Rouca? —Não importa. Ela começou a esfregar suas costas e enquanto isso, ele beijava o topo de sua cabeça, ausentemente, como se não entendesse por que era amável com ela.  Seus ombros eram amplos e, como o resto dele, duros e grandes pelos músculos. Aparentemente por sua própria vontade, suas mãos deslizaram sobre ele mais sensualmente do que teria gostado. A cada movimento esfregava seus doloridos mamilos contra seu tronco. O cabelo de ouro sobre seu peito fez cócegas nos lábios, a contra gosto, ela imaginou-se beijando essa pele bronzeada. Seu sexo ainda palpitava contra o pênis semi-ereto empurrado alto contra seu ventre, desejando-o mesmo tendo visto quão enorme tinha crescido. Justo quando ela pensou que ele dormiria, murmurou ao ouvido: —Posso sentir que ainda está acesa, profundamente também.  Ela conteve o fôlego. O que era ele exatamente?  —D... Diz isso somente para me impressionar. —Pensou que ele falava sem rodeios porque rapidamente tinha aprendido que a incomodava, e se ressentiu por isso. —Me peça que te faça gozar.  Ela se tencionou, provavelmente era uma covarde, sem dotes ou talentos, mas agora, sentia-se ferozmente orgulhosa. —Nunca. —Você que está perdendo..., agora desfaça as tranças, manterá o cabelo solto.  —Não quero. Quando se moveu para fazê-lo ele mesmo, ela logo destrançou, tentando manter suas pontiagudas orelhas cobertas.
Seu fôlego o abandonou com uma brusca exalação  —Me deixe as ver. Ela não disse nada quando ele colocou seu cabelo para trás.  —São como as dos duendes. —Percorreu os dorsos de seus dedos contra as agudas pontas até o final e ela estremeceu. Por seu observador olhar ela sabia que ele notava sua reação—. É um traço das fêmeas vampiro? Ela nunca tinha visto um vampiro de sangue puro, macho ou fêmea, encolheu-se. —Interessante. Enxaguou-lhe o cabelo, estudando sua face com uma inescrutável expressão. Quando acabou, ordenou:  —Desligue a água. —Então a tirou do lugar. Tomando uma toalha a secou completamente. Manteve-a presa até, passando um braço sobre sua cintura, movendo o tecido suavemente entre suas pernas. Os olhos dela se abriram quando ele seguiu inspecionando-a como se estivesse numa avaliação para uma compra. Ele bateu as curvas de seu traseiro, em seguida levou suas mãos em baixo duramente por cada lado, fazendo sons de... Aprovação? Ele deve ter notado sua expressão desconcertada, porque disse:  —Você não gosta que te conheça? —É obvio que não! —Deixo fazer o mesmo. —Colocou a palma sobre seu peito, arrastando-a para baixo com, um olhar provocador em seus olhos. —Passo —ela gemeu colocando as mãos para atrás. Antes ainda de que ela pudesse gritar, ele a levantou em seus braços e a levou para a cama, jogando-a bruscamente ali. Ela subiu, lançando-se contra o closet cheio de roupa. Em um brilho, ele estava atrás dela, jogando uma olhada por sobre seu ombro, pressionando-a contra ele com o corpo inteiro, seu pênis endurecendo-se contra ela. Ele escolheu uma reveladora camisola de encaixe vermelho, arrancando-lhe com um dedo sob os suspensórios. —Vermelho. Para recordar o que é. O vermelho era sua cor favorita, ela desejava recordá-lo. —Sobe seus braços. —Chega! Eu... Posso... Vestir-me... Só? - disse com dureza Deu-lhe um puxão virando-a para encará-lo, e seu tom foi mortal. —Não me incomode vampiro. Não pode imaginar quantos anos de raiva reprimida tenho pronta para ser liberada. —Ela deu uma olhada por diante dele, e sua mandíbula se afrouxou quando viu os distintos sinais de garras que tinha feito na mesinha de noite. Estava louco. Em vão subiu os braços. Suas tias poderiam haver dito a ele... Suas sobrancelhas se elevaram juntas. Suas tias não lhe diriam nada, porque elas na realidade o matariam pelo que tinha feito. Temerosa Emma elevou os braços. Estava desgostada consigo mesma. Emma a Tímida.  Quando deslizou o traje sobre ela insolentemente roçou seus mamilos os quais se endureceram procurando seu toque. Recuou para varrê-la com o olhar dos dedos dos pés, subindo pela larga abertura do vestido pela perna até finalmente descansar no sutiã de encaixe. —Eu gosto de seda. —Sua voz era um estrondo profundo, seu olhar fixo tão forte como um toque, e ainda depois de tudo o que tinha passado, ela respondeu. Deu-lhe um sorriso cruel, sabia. A cara dela avermelhou e se afastou. —Agora se coloque na cama. —Não vou dormir com você. —Vamos fazer algo nessa cama, estou cansado e pensei em dormirmos, mas se tiver outras idéias...  Emma sempre se perguntou como seria dormir com alguém. Nunca tinha experimentado algo assim, nunca havia sentido outra pele contra a sua por mais que breves momentos. Quando a tinha colocado contra seu corpo em uma posição de colher sentiu o quanto ele estava quente. Seu corpo, o qual tinha empalidecido e esfriado pela fome ficou quente também. Teve que admitir que essa proximidade desconhecida era... Extraordinária. O pelo de suas pernas a picava, e seus firmes lábios pressionados contra seu pescoço enquanto dormiam. Até podia sentir o forte batimento do seu coração contra as costas.   Finalmente entendeu a atração disto. E soube o que fazia agora, perguntou-se como alguém não podia querer uma mulher. Ele respondia a tantas das perguntas que tinha tido, comprovando tantos de seus sonhos secretos. E mesmo assim ele realmente podia matá-la. A princípio a tinha apertado contra seu peito tão forte que tudo o que podia fazer era não gritar. Não pensou que ele a apertava tão forte para lhe fazer mal, ele poderia simplesmente golpeá-la, se essa fosse sua intenção. Assim estava confusa por sua necessidade de apertá-la contra ele.  Agora ele dormia, seu fôlego se fazia mais profundo e suave. Ela convocou suas minguadas reservas de coragem, e pouco a pouco, depois do que lhe pareceu uma hora, soltou-se lhe abrindo os braços. Se pudesse desfazer-se no ar como os vampiros verdadeiros, poderia escapar facilmente, mas então nunca teria sido capturada por ele em primeiro lugar. Annika tinha ensinado a Emma sobre o riscado, o meio de viagem da Horda. Tinha-a advertido que os vampiros poderiam teletransportar-se para qualquer lugar que tivessem estado antes. Os mais fortes podiam teletransportar a outros, e só uma luta feroz poderia evitá-lo. Annika tinha querido que Emma aprendesse. Emma fez sua melhor tentativa, tinha falhado, e tinha desalentado. Tinha deixado de prestar atenção... E desistiu. Quando Emma foi finalmente capaz de se esquivar de seus braços, levantou-se cautelosamente pouco a pouco. Fora da cama, deu uma olhada, e outra vez foi golpeada por quão bonito ele era. Entristecia-se o que ele tinha passado. Entristecia-se que não pudesse aprender mais sobre si mesma... E sobre ele. Justo quando ela se virou suas grandes mãos a apanharam lhe rodeando a cintura. Ele a jogou de costas à cama, então se uniu a ela uma vez mais.  Está brincando comigo.
—Não pode escapar de mim. —Pressionou-a de costas, então se impulsionou sobre ela—. Só provoca minha irritação. —Inclusive enquanto seus olhos piscavam, não parecia estar vendo. Comportava-se como se ainda sonhasse, como sonâmbulo.  —N... Não quero te zangar - disse com fôlego instável—. Só quero ir...  —Sabe quantos vampiros assassinei? —murmurou ele uma vez mais ignorando ou não escutando suas palavras. —Não - sussurrou ela. Perguntou-se se ele verdadeiramente a tinha visto. —Assassinei a milhares, caçava-os por esporte, espreitando seu covil. —Ele percorreu com suas escuras garras seu pescoço—. E com um golpe de minhas garras os decapitava. Antes que eles despertassem. —Seus lábios acariciaram seu pescoço onde tinha deslizado suas garras fazendo-a estremecer-se—. Poderia te matar tão facilmente como respirar. — Sua voz era um grunhido baixo como poderia ser o de um amante, terno, tão incoerente com suas cruéis palavras e ações.  —Vai M... Matar-me? Ele beijou uma mecha de seu cabelo.  —Não o decidi, nunca teria hesitado um segundo antes de você. —Ele tremia por manter sua posição em cima dela.  —Quando despertar desta neblina, quando esta loucura se limpar, se ainda acredito que é o que acredito. Quem sabe? —Por que eu? Ele tomou pelo pulso e forçou a mão para seu membro nu.  —Sinta-me duro. Saiba que a única razão pela qual não estou dentro de você agora é por que estou fraco. Não por alguma consideração a você.  Brevemente ela fechou os olhos com vergonha. Forçou sua mão em tocar seu membro até que finalmente a deixou ir. —Machucar-me-ia assim? —Sem pensar duas vezes. —Seus lábios se curvaram. Seu olhar parecia concentrado em sua cara, mas seus olhos estavam vazios—. E isso é só o começo das coisas que te farei vampira.
 
Na manhã seguinte Lachlain ficou ao lado dela, seu sonho agitado, estava tão satisfeito como não o tinha estado em centenas de anos. Certamente, tinha estado no inferno durante quase duzentos daqueles e agora estava limpo, alimentado e pela manhã ficou dormido como um morto, sem nenhum dos exaustivos pesadelos da semana passada.  Ela tinha estado tensa durante a maior parte da noite. Era como se suspeitasse que qualquer movimento de sua parte poderia fazê-lo querer vir-se outra vez. Teria tido razão. Por cortesia de sua suave mão, tinha ejaculado com força, terrivelmente. Tinha-lhe aliviado a pesada dor de seu testículo, mas ainda queria estar em seu interior.
Toda a noite a tinha apertado contra ele. Parecia não poder parar. Nunca tinha dormido com uma mulher antes, já que a experiência estava reservada para um companheiro, mas aparentemente gostava e muito. Recordou lhe haver falado, mas não o que lhe havia dito. Recordou sua reação, embora se visse desesperada, como se finalmente tivesse compreendido a situação. Tinha tentado escapar uma última vez e outra vez tinha desfrutado deixando-a pensar que estava a ponto de ter êxito antes de agarrá-la pelas costas e colocá-la a seu lado. Mal lutou e naquele momento desmaiou. Não sabia se tinha desfalecido ou não. Particularmente não se preocupava. Supôs que poderia ser pior. Se fosse possuir uma vampiro, também poderia ser formosa. Ela era um odiado inimigo, um bebedor de sangue, mas formosa. Perguntou se poderia lhe pôr carne sobre os ossos. Era possível em um vampiro? Sonolentamente, voltou-se para frente para tocar seu cabelo. A noite anterior quando lhe tinha secado encontrou que se frisava grosseiramente e era um loiro mais luminoso do que tinha pensado. Agora se maravilhava das brilhantes mechas que brilhavam ao sol. Adoráveis, até para um vampiro...  Sol. Mãe de Cristo! Saltou da cama, dando um puxão para fechar as cortinas, logo retornou até ela, girando-a em seus braços. Ela quase não respirava incapaz de falar, as rosadas lágrimas de sangue escorregavam de seus aturdidos olhos. Tinha a pele quente como se tivesse febre. Levou-a rapidamente ao banheiro, mexendo na desconhecida chave até que saiu água gelada, imediatamente os pôs a ambos debaixo. Depois de vários minutos, ela tossiu, respirou profundamente e depois ficou frouxa outra vez. Apertou-a mais contra seu peito com a curva do braço, em seguida franziu o cenho. Não se preocupava que se queimou. Ele tinha queimado. Por sua família. Simplesmente queria mantê-la viva até que tivesse a certeza de que não era sua companheira. A evidência de que o fosse não se mantinha de pé. Se realmente tivesse sido dela, nunca tivesse tido esse pensamento. Agora sabe como se sente. Não quando o objetivo de sua vida sempre tinha sido encontrá-la e então poder protegê-la e impedir que se ferisse. Estava doente, a mente lhe pregava peças. Tinha que ser...  Mantiveram-se sob a água até que ela se esfriou depois arrancou a seda empapada de seu corpo para secar a sensível pele. Antes de devolvê-la para cama, vestiu a vampiro com outro vestido, este até mais profundamente vermelho. Como se tivesse que recordá-lo o que ela era. Para ele usou suas próprias roupas maltratadas, depois rondou pela suíte, perguntando-se que infernos ia fazer com ela. Isso não foi muito antes que sua respiração voltasse a ser normal, as bochechas rosadas outra vez. A típica resistência do vampiro. Sempre a tinha amaldiçoado, e a odiava de novo por demonstrá-lo. Com repugnância, separou-se dela, o olhar fixo aterrissou sobre o televisor. Estudouo, tentando determinar como ligá-lo. Negou com a cabeça diante a simplicidade dos dispositivos modernos e engenhosamente deduziu o escolher um botão etiquetado "ligar".
Ao longo da semana passada, tinha-lhe parecido que cada habitante de cada residência dos subúrbios de Paris se reuniu diante de uma destas caixas ao final de cada dia. Com sua vista penetrante e seu ouvido, Lachlain tinha sido capaz de olhar de fora. Arrastava o alimento roubado em cima de uma árvore, então se recostava para ficar atônito pelas diferentes informações inerentes em cada um. E agora tinha uma própria para escutar. Depois de uns momentos de apertar o botão, conseguiu descobrir um lugar estático que só relatava notícias e eram em inglês, sua língua, uma das suas, embora estivesse antiquado mais de um século com isso. Enquanto revolvia entre suas coisas, escutou um modelo de discurso desconhecido e um vocabulário novo, aprendendo-os rapidamente. O Lykae tinha esse talento, a capacidade de misturar, recolher novas línguas, dialetos e palavras correntes. Era um mecanismo de sobrevivência. O Instinto mandava Misturar. Aprender tudo. Nenhum detalhe omitido. Ou morre. Estudou os pertences dela. Retornou à gaveta da seda, é obvio. A roupa interior deste tempo eram menores e portanto preferível a dos tempos antigos. A imaginou com cada pedacinho de seda imaginou mordendo-os sobre ela, embora um par de peças o desconcertasse. Quando compreendeu aonde ia à corda, como se supunha que ia e imaginou, gemeu, quase saindo de suas calças escocesas. Então foi ao armário para examinar a estranha roupa, muitas delas de cor vermelha, muitas delas carentes de tecido. A vampiro não sairia do quarto com nenhuma delas. Esvaziou a carteira que tinha levado com ela a noite anterior, no chão, notando que o couro estava arruinado. Sobre o montão molhado havia um aparelho de prata com números como os —franziu o cenho— telefones. Sacudiu-o e quando a água salpicou por fora, atirou-o sobre seu ombro. Um estojo pequeno de couro continha um cartão duro que era uma "Permissão para dirigir na Louisiana". Vampiros em Louisiana? Inaudito. O cartão tinha o nome do Emmaline Troy. Fez uma pausa durante um momento, recordando todos os anos que tinha rezado sozinho por um nome, uma mera indireta de como encontrar a sua companheira. Franziu o cenho, tentando recordar se havia dito a vampiro seu próprio nome na desenquadrada noite passada...  Sua altura estava catalogada como um metro e cinqüenta e quatro centímetros, o peso em cinqüenta quilos —nem sequer empapando-a poderia chegar até isto— e seus olhos eram azuis. Azul era uma palavra muito insossa para sua cor. Havia uma pequena imagem de seu tímido sorriso com o cabelo trancado que lhe cobria os ouvidos. O parecido em si era assombroso, mas estranho. Parecia como um estereótipo, mas tinha cor. Estava tão desesperado por aprender. Sua data de nascimento estava catalogada em 1982, sabia que era falso. Fisiologicamente não era maior, congelada para sempre quando era mais forte e mais capaz para sobreviver ao futuro, mas cronologicamente era mais velha. A maior parte dos vampiros tinha nascido fazia séculos. E por que infernos os sanguessugas estariam na Louisiana? Tinham tomado algo mais que a Europa? E se era assim, o que tinha acontecido a seu clã?
Ao pensar em seu clã o fez dar uma olhada sobre a vampiro, dormindo ainda como um cadáver. Se ela como supunha, era sua companheira, seria sua rainha e governaria sobre o clã dos Lachlain. Impossível. O clã a faria tiras à primeira oportunidade. Os Lykae e os vampiros tinham sido inimigos naturais do primeiro caos nebuloso do Lore. Adversários de sangue. Era por isso pelo que impacientemente voltou sua atenção para suas coisas, para estudar o inimigo. Não por que sentisse curiosidade pela mulher. Abriu um magro passaporte azul e encontrou outra imagem com outro sorriso que se via convincente, depois um "alarme médico" no cartão aparecia incluído sua condição médica como "alergia ao sol e foto-sensibilidade extrema". Enquanto refletia se o cartão era uma brincadeira, tirou um "cartão de crédito". Tinha visto a publicidade deles na televisão, provavelmente tinha aprendido tanto de publicidade como o tinha feito a pessoa sentada que divulgava as notícias, e sabia que com elas se comprava tudo. Lachlain o necessitava tudo. Começava sua vida, mas suas necessidades mais prementes eram roupas e transporte para sair daqui. Tão fraco como estava, não queria permanecer em um lugar onde os vampiros sabiam que ela estava. E até que pudesse revisá-lo tudo, obrigaria à criatura a estar com ele. Supôs que tinha que calcular a maneira de mantê-la viva durante suas viagens. Todos aqueles anos passados tentando matá-los e agora tinha que aprender como proteger  uma? Sabia que provavelmente dormiria até o pôr-do-sol, e não poderia escapar durante o dia de maneira nenhuma, deixou-a para continuar seu caminho escada abaixo. Deu uma olhada interrogante, estava seguro de que se encontraria com um olhar arrogante. Se às vezes exteriorizava sua ignorância, cobriria-a dirigindo esse olhar, as maiorias das pessoas pensariam que o tinham entendido mal. As pessoas sempre se acovardavam baixo esse olhar. A audácia fazia reis. E era hora de reclamar sua coroa.
 
Embora se encontrasse com seus pensamentos voltados para seu novo prêmio, Lachlain foi capaz de recolher muita informação durante sua incursão. A primeira lição que tinha aprendido era que independentemente da espécie de cartão que ela possuísse este negro "American Express", denotava riqueza extrema. Não se surpreendeu, pois os vampiros sempre tinham sido ricos. A segunda lição? Que o porteiro de um hotel faustuoso como este poderia lhe fazer a vida muito fácil, se pensasse que era rico, mas parecia confuso extravagante. A quem tinha roubado a bagagem. Embora no princípio, houve alguma vacilação por parte do homem. Tinha-lhe‖perguntado‖se‖o‖“Sr.‖Troy”‖podia‖proporcionar‖alguma‖identificação. Lachlain tinha jogado pouco a pouco para diante sobre seu assento, fazendo que sua vista o percorresse durante comprido tempo, sua expressão se equilibrava entre a cólera ante a pergunta e a vergonha pelo homem que perguntava isso. "Não". A resposta era uma ameaça casual, sucinta, dando por resolvido o tema. O homem tinha saltado com essa palavra como se tivesse recebido um aviso de fuzil. Depois tinha tragado e não voltou a vacilar mais, nem com as demandas mais estranhas.
Inclusive não levantou a sobrancelha quando Lachlain pediu gráficos do pôr e nascer do sol ou quando quis estudá-los enquanto devorava um filete.  Nessas horas, o homem tinha feito os preparativos para que a roupa encaixasse na grande estrutura do Lachlain, o transporte, o dinheiro em efetivo e tinha assegurado a reserva para alojá-los nas próximas noites. Subministrou a Lachlain todos os artigos básicos e imprescindíveis que poderia necessitar.  Lachlain tinha estado agradado pelo que o homem considerava "fundamental". Faz cento e cinqüenta anos, os humanos, com sua aversão ao banho, tinham sido uma vergonha para o Lore, os quais eram uma espécie melindrosa. Inclusive os demônios se lavavam mais freqüentemente que as pessoas do século dezenove. Mas agora, a limpeza e os instrumentos para alcançá-la eram um requisito fundamental para eles. Se pudesse acostumar mover-se com a velocidade com a que se moviam neste tempo, poderia começar a desfrutar das vantagens. Por volta do final do dia, quando finalmente tinha terminado com todas suas tarefas, compreendeu que não tinha perdido o controle ou que não tinha lutado contra a raiva durante as horas em que tinha estado ausente. Os Lykae eram propensos a ataques temperamentais, de fato passavam muitos anos de suas vidas aprendendo a controlá-los. Emparelhando isso à tensão a que tinha estado submetido, sentiu-se surpreso de haver sentido só um ou dois estalos de cólera. Para acalmar cada uma delas, imaginou a vampiro que dormia acima na suíte, em que agora era sua cama. Estava em sua posse, para fazer o que lhe agradasse. Só de sabê-lo ajudava contra suas lembranças. De fato, agora que sua mente estava um pouco limpa, queria lhe fazer perguntas. Impaciente por voltar, considerou o elevador. Certamente tinham existido quando ele caminhava sobre a terra, embora então tivesse estado ao serviço dos indolentes ricos. Agora não o eram e esperava usá-lo. Subiu passeando até seu andar. Dentro da suíte, tirou sua jaqueta nova, depois cruzou o quarto em direção a cama para esperar. Estudou-a ociosamente, esta criatura pela que tinha sido enganado, confundia-o bastante. Deixando de lado seus grossos cachos loiros, estudou os finos ossos de sua face, as altas maçãs do rosto e com delicadeza desenhou o queixo. Riscou com o dedo seu ouvido bicudo e se sobressaltou sob seu toque. Nunca tinha visto um ser como ela e sua presunçosa aparência a separava claramente da multidão de muito altos e masculinos vampiros de olhos vermelhos. Aos que exterminaria um a um. E logo estaria bastante forte para fazê-lo. Franzindo o cenho, levantou-lhe a mão que descansava sobre seu peito. Examinandoa estreitamente, mal podia ver as marcas das cicatrizes atravessando o dorso da mão. A trama de finas linhas se parecia com a cicatriz de uma queimadura, mas não se estendia pelos dedos nem passava para a mão. Queimou como se alguém tivesse agarrado os dedos e tivesse segurado a parte posterior da mão sobre o fogo ou à luz do sol. E tinha sido queimada jovem antes de ser congelada em sua imortalidade. Típico castigo do vampiro, sem dúvida. Vil espécie.
Antes que a fúria o absorvesse outra vez, permitiu que seu olhar se estabelecesse em outras partes dela, depois tirou a coberta. Ela não protestou, ainda estava profundamente adormecida. Não, ela não era o que o atrairia normalmente, mas levantou a camisola por cima de seu umbigo por um lado e abaixou até a cintura com o que descobriu aqueles pequenos, mas bojudos e perfeitos seios, que eram idôneos para suas mãos e seus duros mamilos que o tinham despertado noite passada. A ponta de um dedo se arrastou através de sua diminuta cintura, depois sobre o sedoso ventre e para seu loiro sexo. Tinha que admitir que gostava disto e queria prová-la ali.  Era um bastardo doente por contemplar estes pensamentos sobre uma vampira, achando-a tão atraente. Mas então, não deveria permitir-se algum alívio? Não tinha visto uma mulher Lykae em quase dois séculos. Esta era a única razão pela que sentia água na boca por beijá-la. Sabia que se aproximava o pôr-do-sol. Ela despertaria logo. Por que não despertá-la com o prazer que ela tinha perdido na noite anterior? Quando estendeu as brancas e sedosas coxas e se colocou entre elas, ela gemeu suavemente, embora ainda dormisse. Ontem à noite, ela podia ter decidido que seu medo ou seu orgulho eram mais fortes que seu desejo, mas seu corpo tinha chorado pela liberação. Ela tinha necessitado chegar ao prazer. Com esse pensamento em sua mente, nem sequer tentou começar devagar, mas caiu sobre ela, voraz. Diante da primeira prova, ele gemeu de intenso prazer. Lambeu como um louco sua umidade, esmagando seus quadris sobre os lençóis. Como podia sentí-la tão bem? Como podia estar experimentando tanto prazer, como se realmente fosse  que tinha esperado? Quando suas coxas se apertaram a seu redor, ele a fodeu com sua rígida língua, depois chupou afoito sua pequena carne. Um olhar para cima revelou que os mamilos haviam ficado duros como dois pontos tensos e suas respirações chegavam mais agitadas. Seus braços caíram sobre sua cabeça. Sabia que estava perto mesmo que estivesse dormindo. Uma estranha carga de ar entrou tensionando-o, fazendo que arrepiasse o pêlo do seu corpo todo. O sabor dela o fez esquecer tudo. Saboreou-a enquanto ficava mais e mais molhada contra sua boca. Sentiu-a esticar-se, despertando.  —Vêem para mim - grunhiu ele contra sua carne. Ela dobrou os joelhos sobre seu peito, descansando os pés sobre seus ombros. Interessante, mas ele estava brincando se...  Ela o chutou com bastante força para enviá-lo através do quarto. Uma punhalada de dor lhe disse que tinha esmigalhado os músculos do ombro. Uma vermelha neblina cobriu sua vista e confundiu sua mente. Rugiu enquanto se jogava contra ela, lançando-a sobre a cama e segurando-a. Liberou-se de suas calças e se agarrou, para empurrar sobre ela, enlouquecido pela raiva e a luxúria, não fazendo caso das advertências de seu instinto. Sua mente não se dobrará, ela se quebrará. Destruirá o que lhe deram.
Ele viu suas presas enquanto ofegava de medo e quis ferí-la. Tinham-lhe dado uma vampiro? Atada a ele para a eternidade? Mais tortura. Mais ódio. Os vampiros tinham ganhado outra vez. Ele bramou com fúria e ela gemeu. O som agudo quebrou o abajur de cristal, a televisão e estilhaçou a porta do balcão. Seus tímpanos quase arrebentaram e tornou para trás, contendo fortemente seus ouvidos com suas mãos para obstruir o som. Que sangrento inferno era isto? Um grito tão agudo que não sabia se as pessoas podiam ouvi-lo. Saiu disparada da cama e enquanto dava um puxão a suas roupas as pondo em seu lugar, deu-lhe um olhar de... Traição? Resignação? Voou para o balcão, esquivando as grossas cortinas. Agora está escuro, nenhum perigo. Deixa-a ir. Golpeou sua cabeça e seus punhos contra a parede, louco pela luxúria. Com ódio. As lembranças do fogo e a tortura o apunhalaram. A sensação de que os ossos finalmente cediam sob a pressão de suas mãos...  Estava maldito por levar essas lembranças, por essa carga, isto era um pouco melhor que estar ainda ali, apanhado no fogo. Preferiria morrer. Talvez foder com ela com regularidade, pondo sua dor sobre ela, era o que se supunha que tinha que fazer. Sentiu-se calmo diante de tal pensamento. Sim, tinham-lhe dado um vampiro unicamente para seu prazer, para sua vingança. Aproximou-se furtivamente do balcão, avaliando seu ombro e afastou a cortina. A respiração o abandonou. 
 
A vampiro parou balançando-se no corrimão do balcão, seu cabelo e vestimenta açoitados pelo vento. Tragou com força.  —Desce daí. —por que as mãos e peito dele se esticavam com tal alarme? Ela deu a volta para enfrentá-lo, de algum modo mantendo o equilíbrio. Deteve nele seus luminosos olhos cheios de dor. Ele resistiu ao reconhecimento que chamava de sua desordenada mente.  Ela sussurrou:  —Por que me faz isto? Porque quero o que é meu, porque te necessito e te odeio.  —Desce agora - ordenou.  Ela sacudiu a cabeça suavemente.  —Não pode morrer daí. Pelo sol ou perdendo a cabeça, mas não por uma queda. — Fez que seu tom soasse casual, como se pensasse que certo. A quantos andares de altura estavam? Se ela se enfraquecesse...—. E poderia facilmente te seguir em baixo e te trazer de volta. Ela deu uma olhada sobre seu ombro para baixo, à rua.  —Não, poderia morrer em minha condição.
Por alguma razão ele acreditou, e o alarme disparou.  —Sua condição? Pelo sol? Maldição me diga isso Ela girou para frente, à rua e pôs um pé no corrimão. —Espera! —preparou-se para saltar sobre ela, sem entender como era possível que se mantivera em equilíbrio. Não a force, está machucada— Não o farei de novo, não até que me deseje. —O vento se elevava movendo a seda de seu corpo—. Quando despertou... Aquilo era para dar prazer, não para tomar.  Ela pôs um pé atrás e o encarou. —E quando rejeita seu presente? —gritou—. O que foi isso? Se morresse... O medo por ela chegou . A primeira verdadeira claridade desde antes do fogo. Mil e duzentos anos tinha esperando por... Ela.  Pela razão que fosse, o mundo tinha lhe dado uma vampiro, e a tinha empurrado a isto? Destruir o que tinha dado? Estava devastado pelo que ela era, mas não desejava que morresse. Ou se arruinasse.  Isto o enfureceu ainda mais que contemplar o inferno pelo que acabava de passar, muito menos que falar disso. Mas tinha que tentar algo. Tinha que desfazer-se desse sentimento e desse temor.  — Entenda que estive... Preso por cento e cinqüenta anos, sem comodidades, sem uma mulher, escapei faz uma semana, antes de te encontrar e não me... Adaptei bem.  — Por que age como se me conhecesse? — Estive desorientado, confuso, sei que nunca nos tínhamos conhecido. — Quem é? Só minutos antes, tinha estado aponto de reclamá-la sem tão sequer lhe dizer seu nome.  — Sou Lachlain, chefe do clã Lykae. Ele podia escutar seu coração acelerar-se com medo.  — E... É um homem lobo? Deve deixar-me ir embora. Ela parecia de outro mundo, com seu cabelo fluindo sobre sua pele branca. Não era de sua raça, e não tinha idéia de como era estar com ela.  —Farei... Depois da próxima lua cheia. Juro. —Quero ir agora. — Necessito-te... Para chegar ao meu lar — disse ele acrescentando uma mentira à verdade —Não farei mal de novo. — Talvez outra mentira. Ela riu com amargura.  — Forçou-me faz um momento e quase morro esta manhã. Pelo sol — sussurrou ela a palavra — Sabe como é? A dor? Ele tinha alguma maldita boa idéia.  A expressão dela repentinamente se encheu de horror. Estava recordando um pesadelo.  — Não havia sentido o sol em minha pele — se balançou no corrimão — desde que tinha três anos. Aproximando-se um pouco, com a boca seca, ele disse: 
— Não tinha conhecimento de como te cuidar, mas pôde me advertir e isto não ocorrerá de novo.  — Não quero seus cuidados. Você... Você me assusta. É obvio que a assustava, seus rugidos sacudiam inclusive a ele.  — Entendo. Agora, desça. Sei que não te quero morta. Ela olhou sobre seu ombro para a lua crescente. Deixando-lhe ver seu perfeito perfil. Uma rajada empurrou seus cabelos sobre seu pescoço. Em todos estes anos, nunca tinha visto uma cena tão sobrenatural como a de sua pele clara contra seu traje vermelho sangue com a lua brilhando atrás dela.  Não respondeu. Só exalou cansadamente balançando-se.  — Olhe para mim — Não faça, olhou para baixo — Olhe para mim! Ela pareceu despertar suas sobrancelhas se elevaram juntas, seus olhos brilharam.  — Só quero ir para casa — disse com um fio de voz. — Ira, te juro que ira para seu lar. — Ao seu novo lar — Só me ajude a encontrar o meu. — Se te ajudar jura que me liberará? Nunca.  —Sim.  —Não me machucará? —Não, não te machucarei. —Pode me fazer essa promessa? Não parece como se pudesse... Se controlar. — Cada hora tenho que me controlar. — Por ela? — E sei que não desejo te machucar — Isso ao menos era verdade, pensou ele.  — Não me fará essas... Co... Coisas de novo? — Não farei, a menos que me peça isso — Estendeu a mão novamente para ela — Temos um acordo? Ela não tomou, mas depois de alguns agonizantes momentos, desceu com um valente movimento. Desprendeu-se como se fosse passear e se afastou da borda sem romper o passo.  Sacudiu-a pelos ombros.  — Não volte a fazer isso jamais. — Tinha urgência de apertar a vampira contra seu peito, e afastar-se com ela. Parecia derrotada.  — Não farei, a menos que seja a melhor alternativa.  Olhou-a com ira.  — Não tínhamos um acordo? Quando ela cabeceou, perguntou se era só pela posição a que foi forçada, o que fez que tivessem um acordo ou era algo mais? Pensou que ela tinha mostrado compaixão em seus olhos, só por um breve momento quando ele tinha admitido suas condenações.  — Então iremos esta noite para Escócia. Os lábios dela se abriram.  — Não posso ir para Escócia, vou te dirigir ou ao menos para te buscar um mapa. — Adicionou ela em um murmúrio — Como planeja fazê-lo sem me queimar viva? — Ela estava claramente aterrorizada — N... Não posso viajar com facilidade, nem em aviões comerciais, nem em trens. O sol...  — Aluguei um carro. Dirigiremos até lá. — Estava contente por quão casual soou, já que por volta de uma semana não sabia que demônios fazer — E pararemos muito antes da saída do sol cada dia. Um homem embaixo me fez um mapa. — Sabe dirigir? Parece que jamais tivesse visto um carro...  — Não, não sei dirigir, mas adivinho que você sim. —Só dirigi passeios curtos por casa. — Alguma vez fosse às Highlands? — Uh, não...  —Você gostaria? — Quem não... ?  — Então vampira, irá comigo.
Emma levantou uma mão instável a seu cabelo e puxou um fio que estava diante de sua face. Olhou-o fixamente com horror. Rajado. Pelo sol. Ele a tinha deixado para tomar banho e se vestir e só no banheiro ficou boquiaberta com a vívida evidência de tão perto tinha estado de morrer. Deixando cair seu cabelo, deslizou-se em sua camisola e se torceu no espelho para avaliar sua pele. Estava sem danos agora, clara e saudável, não como a última vez. Observou fixamente o dorso da mão, com crescente nauseia. Graças a Freya a lembrança de sua queimadura era piedosamente difusa, como sempre.  Embora não pudesse recordar os fatos concretos, tinha aprendido bem a lição, evitando o sol durante quase sessenta e sete anos. A alvorada tinha chegado antes que ela pudesse escapar de Lachlain ou pedir que fechasse as cortinas. Tremendo, Emma ligou a ducha e entrou nela, evitando o mármore quebrado. Ainda sentia sua presença da noite anterior. Quase podia sentir suas mãos roçando sua pele molhada, seu dedo pressionando completamente dentro dela. O poderoso corpo estremecer-se e esticar-se quando o tinha acariciado. Quando deu a volta na ducha, a água lhe orvalhou seus sensíveis seios, fazendo que seus mamilos se endurecessem. Em um brilho, a lembrança de despertar sob sua boca a golpeou. Ela tinha arremetido contra ele com tal violência porque estava confusa e assustada. Também tinha estado mais perto do orgasmo que em toda sua vida. Era uma mulher fraca, porque por um segundo breve estava ali docilmente, sendo quase esmagada pela tentação de abrir os joelhos e aceitar seu feroz beijo. Inclusive agora se encontrava molhada. Por ele. Estava desconcertada por sua resposta. Perguntou como teria reagido se ele não pretendesse matá-la.  Ao menos agora ela sabia por que ele era tão selvagem. Além de evidentemente ter razão, ele era um Lykae, considerado uma ameaça desumana. Recordou o que suas tias tinham ensinado sobre eles.  Cada‖Lykae‖cobria‖uma‖“besta”‖parecida‖com‖o‖lobo‖como‖uma‖posse.‖Isto‖os‖fazia‖ imortais e a ansiar e apreciar o elementar: comida, tato e sexo. Mas como tinha visto esta noite e na noite anterior, também fazia um Lykae incapaz de controlar sua ferocidade. A ferocidade de sua espécie que de bom grau desatava durante o sexo, deleitando-se em arranhar, morder e marcar a sua carne em um frenesi que sempre tinha parecido horroroso a Emma estando com a fragilidade e o medo, profundamente enraizado, à dor. Como, uma formosa fachada, podia mascarar o tão incontrolável animal estava além de seu entendimento. Ele era uma besta em forma de fantasia. Seu corpo, exceto pela incongruente perna ferida, era nada menos que... Divino. Seu cabelo era grosso e forte de um café rico e escuro que ela imaginava luziria dourado com o sol. Tinha notado que em algum momento do dia ele tinha barba, e sua face estava agora barbeada para revelar seus traços perfeitos. Na superfície divina, abaixo desta... Uma besta. Como podia ter chegado a estar assim por um ser de que precisava escapar? Sua excitação era involuntária, vergonhosa em certo modo. E estava contente de que o peso de sua extenuação a esmagasse. Estava debilitando-se cada minuto e a idéia de dirigir a Escócia a enervava mais a cada minuto.  Enquanto desabava contra a parede, perguntava-se como Annika o estava levando neste momento. Provavelmente de preocupação e fúria, assegurando-se que seu povo natal de Nova Orleáns se sacudisse com relâmpagos e que cada alarme de carro em três paróquias se disparasse.  Emma também se perguntava se realmente teria saltado. Sim, pensou a princípio... Mas este Lachlain continuava sendo o mesmo louco, uivando como o animal de antes. Se seus olhos não se esquentaram lentamente a ouro teria tomado o risco.  E se perguntava como se teria machucado ele a perna e onde tinha estado “preso”,‖ por tanto tempo e por quem. Imediatamente sacudiu a cabeça como se isso pudesse tirar a pergunta. Não queria saber e não precisava saber. Annika havia dito uma vez que os vampiros eram frios e desapaixonados, capazes de usar o poder da lógica como nenhum outro no Lore, porque podiam despreocupar-se de cada detalhe fora de sua meta como incidental.  A Emma dava trabalho fazer. Ponto. E quando terminasse isto, recompensariam-na com sua liberdade. Só teria que manter um olho na bola. Nunca joguei beisebol, inseto estranho. OH sim.  Não importa, termina o trabalho... Faço-o como sempre. Enquanto se ensaboava e esclarecia o cabelo, refletiu sobre sua típica semana antes de sua mal nascida viagem. De segunda-feira à sexta-feira, ela investigava para o aquelarre e treinava antes de ver o último filme com suas extremamente informais tias. Sexta-feira e sábado as bruxas vinham com seus X-boxs5 e bebidas e bolo de cores. A noite do domingo montava a cavalo com os demônios bons que freqüentemente vadiavam pelo lugar. Se pudesse tirar as coisas de sua vida, estaria infelizmente perto da perfeição.  Franziu o cenho diante de seus pensamentos. Como um vampiro puro, não podia mentir aos outros. Se uma falsidade surgisse em seus pensamentos e o impulso de mentir se acendia em sua mente ficaria gravemente doente. Não, Emma não podia mentir aos
                                                
5 é um console de videogame produzido pela empresa e Microsoft Corporation lançado em 15 de Novembro de 2001. 
 
outros, mas sempre tinha tido talento para mentir para si mesma. Um par de pequenas mentirinhas? Na verdade havia uma profunda solidão em sua vida e um medo por sua natureza que a rondava constantemente...  Por isso sabia não se parecia com ninguém mais que existisse, realmente não pertencia a nenhuma parte e embora suas tias Valquírias a amassem, sentia a solidão tão rudemente como um sabre parecido em seu coração cada dia. Figurava-se que pudesse encontrar como seus pais tinham vivido juntos e tinham sido capazes de tê-la, então possivelmente pudessem encontrar outros como ela mesma. Talvez então pudesse sentir uma conexão com alguém mais. E se pudesse descobrir mais sobre sua metade vampiro, poderia limpar o medo de que um dia se transformasse em algo assim.  Ninguém deveria ter que se preocupar a cada dia de transformar-se em uma assassina...  Se tivesse assumido que daria intimidade porque tinha aprendido a lição, teria se equivocado. Ele entrou diretamente e abriu a porta da ducha. Ela saltou assustada, gesticulando para não deixar cair o pote de condicionador, antes de apanhá-lo com a unha de seu indicador. Ela viu os punhos dele fechar-se e abrir-se. E esse dedo fraquejou. A garrafa explodiu.
Um golpe... A imagem da mesinha de noite destroçada cintilou em sua mente e depois a lembrança do carro que ele havia batido como um pedaço enrugado de papel. Os pedaços de mármore que não tinha sido pulverizado alteravam o piso de ducha. Idiota. Ela tinha sido uma idiota para pensar que não faria mal a ela. De todas as coisas às que temia, a dor era o maior medo que lhe dava. E agora um Lykae apertava seus punhos com cólera. Por ela. Refugiou-se no canto, para tentar proteger sua nudez. E se a golpeasse, poderia encolher-se e levar seus joelhos ao seu peito. Mas por alguma estranha maldição, ele a espreitava.  Depois de tomar banho, retornou ao quarto e encontrou que quase todos os seus pertences tinham desaparecido. Teria levado para o carro? Se assim fosse, dez euros diziam que tinha colocado seu computador portátil sob todo o resto. Ela o supunha, não importava de qualquer jeito, já que não tinha revelado nada sobre seus pais em alguma entrada do computador. Somente porque ela poderia navegar na biblioteca de investigação do Tulane não significava que pudesse transpassar ao Lore em um país estrangeiro, Oh, e nas horas entre o ocaso e a saída do sol.  Não tinha conseguido nada nesta viagem, a não ser seu rapto, é obvio. Por que deveria se surpreender? Ela exalou ofegante e caminhou penosamente aos artigos que tinha deixado um conjunto exibido sobre a cama. Certamente ele tinha escolhido a roupa interior mais diminuta e mais transparente que ela havia trazido. O pensamento dele tocando sua roupa interior, escolhendo-a deliberadamente, a fez ruborizar por milésima vez desde que o tinha encontrado. Devia ter gasto um galão de sangue ruborizando-se devido a ele.
Tinha escolhido também calças largas e uma camisa de gola alta, assim como um suéter e jaqueta. Acaso queria que se enterrasse em roupas? No momento em que ele apareceu de novo, ela saltou para trás liberando a longitude do colchão para permanecer na cabeceira. Inclusive com seus penetrantes ouvidos não o tinha escutado aproximar-se.  Ele levantou as sobrancelhas ante o repentino movimento.  —Assustei-a?  Ela apertou a toalha. Temo a minha própria sombra, muito mais um crescido Lykae! Mas sua voz não tinha sido cruel e reuniu a coragem para estudá-lo por trás de suas pestanas. Seus olhos eram de uma cor dourada mais quente e usava roupas novas. Via-se como um milionário em metade dos trinta. Ou mais acertadamente um jogador com um físico de modelo.  O bastardo era um homem realmente formoso e obviamente sabia. Que chateação.  — Atacou-me duas vezes. Não me desse nenhuma razão para não estar assustada.  Ele estava se irritando de novo.  —Isso foi antes que te desse minha palavra de que não te machucaria. — Então pareceu manter seu temperamento sob controle e disse — Tudo está preparado, tenho o carro esperando e paguei a conta. Ela sozinha pôde imaginar essa conta, inclusive embora não tivesse aniquilado a antiga mesinha de noite neste quarto, não podia acrescentar o custo de sua estadia.  — Mas estive por semanas, posso pagar minha própria...  — Pagou, agora desça da cama. Quando lhe ofereceu sua mão, ela cruzou ao lado da testa e caiu sentindo-se enjoada e temendo o pior e completo abuso de seu cartão de crédito.  — E suponho que paguei por sua roupa nova? — atreveu-se a perguntar com a cama entre eles. Emma conhecia as coisas boas, todas as Valquírias faziam, já que tinham herdado a cobiça da Freya, e o corte de sua roupa emprestava dinheiro. Ele usava um escuro casaco de automobilista feito a mão e calças ajustadas de frente lisas em cor camelo. Sob a jaqueta aberta, uma fina camisa negra de casimira que ficava como uma segunda pele, entre as bordas de seu casaco podia ver os rígidos contornos de seu peito, sua roupa expressava: Sou rico e posso ser um pouco perigoso.  As mulheres o adorariam. — Sim, o homem abaixo tinha muitos recursos e nosso cartão não tinha limite. Seu tom a desafiava a que dissesse algo.  Nosso cartão? Seu Centurião AMEX6 deu instruções de que algumas compras podiam aparecer se por acaso o dono viajasse, com o fim de não ter nenhuma dificuldade. Uma salva-guarda que se transformou em uma arma financeira nas mãos dele.  Como todas em seu pacto, ela tinha uma participação anual para roupa e diversão que era muito generosa, mas estava economizando, pensando em comprar algo melhor
                                                
6 O cartão American Express Centurion, conhecido simplesmente como o "black card" é um cartão que está disponível apenas por convite da AMEX e traz benefícios especiais. Como um concierge pessoal em cada país que visita, para o ajudarem a programar suas despesas, telefones celulares no mundo inteiro que não são desligados, e seu local de gastos ilimitados.
 
que seria todo dela, uma antigüidade, ou seu próprio cavalo ou o que fosse que não teria que compartilhar com suas tias nunca mais.  Entre seus outros problemas com ele, o Lykae parecia decidido a quebrar sua conta. — Não me deixou nenhuma forma de cobrir minhas orelhas - disse ela olhando para baixo evitando seus olhos como sempre.  Seu comentário o fez franzir o cenho outra vez a sua roupa. Desejava ocultar algo que ele achava atraente ainda quando seus objetos eram tão reveladores para outros? Suas calcinhas negras mal passavam sobre seus quadris e abraçavam as curvas de seu traseiro. Sua camisa vermelha, embora de gola alta, tinha as costuras estranhas, assimétricas que pareciam dirigir todo o olho à elevação de seus seios. Quando se moveu, os brilhos de seu diafragma entraram sua linha de visão. Ele tinha escolhido aquela roupa para cobri-la, não para anunciá-la. Comprar-lhe-ia novas roupas o quanto antes, gastando com generosidade o dinheiro da vampira. Tinha a intenção de averiguar quanto potencialmente poderia gastar. — Só necessito de um cachecol ou alguma maneira de prender minhas tranças. Ou as pessoas poderia...  — Deixe o cabelo solto. — P... Mas os humanos. — Não temerá a nada enquanto eu estiver aqui — Quando encontrou assim mesmo cruzando para ela, ela deu vários passos para trás aterroriza.  Lachlain tinha pouca memória do campo e ainda menos do resto da noite anterior era nebuloso, mas sabia que ele foi... Menos que comedido. Essa noite tinha saltado sobre ela, segurando - à na cama tentando empurrar dentro dela, mesmo sabendo que lhe faria mal. Tinha-a visto na ducha tomando nota de seus punhos apertados. Estava bem e não tinha nenhuma razão. No balcão, descobriu a dor nela. Esse que tinha nos olhos. Ele o tinha também e estava muito prejudicado para ajudá-la. Muito cheio de ódio para querer ajudá-la.  — Então posso ao menos chamar a minha família? — Perguntou ela — Como prometeu? Ele franziu o cenho. Tinha pensado que contataria com sua família através de uma carta, tinha visto o homem embaixo usar o telefone. Na televisão o tinha visto também. Nunca tinha pensado que ela pudesse chamar de outro país.  — Seja rápida, aproveitemos que faz bom tempo esta noite.  — Por quê? Vamos muito longe? — Sua voz se aproximava do pânico — Porque disse uma hora antes do amanhecer... — Esta nervosa por isso? — É obvio que estou! — Não esteja te protegerei — disse ele, simplesmente chateado porque ela não relaxou nem um pouco — Faz sua chamada — Ele retornou à um canto do vestíbulo do quarto, desceu para o corredor abrindo a porta e fechando-a. Mas nunca partiu.
 
— Tem alguma idéia de que está morta? — perguntou Regin — Annika está enlouquecida. Faz que os berserkers7 pareçam agora mesmo voluntários de anciões.  — Sei que está preocupada! — disse Emma, apertando o telefone com ambas as mãos — É... Ela está aí?  — Não! Houve uma emergência que teve que atender. Em, por que diabo não está no avião? Ou respondendo o telefone celular? — A porcaria do telefone celular. Molhou-se com a chuva...  — E por que não está no avião? — espetou Regin. — Decidi ficar, ok? Vim aqui por uma razão e não terminei ainda. — Não era uma mentira. — Não podia responder as nossas mensagens? Qualquer das mensagens que o encarregado tentou te entregar hoje em seu quarto? — Pôde ter chamado, não sei. Se lembre... De dia e eu estava adormecida? — Annika enviou um pelotão de salvamento para você — disse Regin — Estão no aeroporto agora mesmo. — Bem, chama e diz que dêem meia volta, porque não estarei aqui. — Não quer saber até que ponto está em perigo? Emma deu uma olhada à mesinha de noite.  — Sei bem, obrigada. — Localizou um vampiro? — gemeu Regin — Aproximou-se de você? — Um quê? — gemeu ela de volta. — O que pensou que quis dizer respeito do perigo? Os vampiros estiveram seguindo às Valquírias por todo mundo inclusive até aqui. Os vampiros em Louisiana podem enfocar sua mente ao redor disto. Mas espera, a loucura tem base: Ivo o Cruel, número dois do rei vampiro, estava no Bourbon Street. — Tão perto de casa? — Annika tinha deslocado seu sabá a Nova Orleans anos atrás para escapar do Vampiro do reino das Hordas na Rússia. — Sim, e Lothaire estava com ele, também. Talvez não tenha ouvido falar dele, é um major na Horda, parece que faz as coisas ao seu modo, mas arrepiante e arrepiante. Penso que Ivo e ele não estavam no Bairro Francês para tomar uma Guarda costas Grenada8 nem um Lucky Dog8 Annika estava buscando-os. Não sabemos suas intenções, porque eles não só matam segundo o habitual, mas se descobrirem que você está...  Emma recordou as incursões noturnas ao redor de Paris. Tinha sido seguida por membros da Horda? Poderia distinguir um vampiro de um humano? Embora suas tias a tinham ensinado que os Lykae eram monstros, haviam-lhe dito cada dia de sua vida tão depravada era a Horda.
                                                
7 guerreiros que juraram lealdade ao deus Wóden. São ferozes, impiedosos e um dos poucos humanos reconhecidos e aceitos pelo Lore.
 8 Hand Grenade: bebida alcoólica com sabor melão, que é vendido em ilhas tropicais no Bourbon Street, New Orleans. Lucky Dog: baixo teor alcoólico bebida que é feita por fermentação natural lento. Qualquer um de quatro diferentes sabores: maçã, maçã e baunilha, kiwi, pêra.
 
Os vampiros tinham capturado Furie, rainha das Valquíria, fazia mais de cinqüenta anos e ninguém podia encontrá-la. Havia rumores de que a tinham encadeado ao fundo do oceano, condenando-a a uma eternidade de afogamento só para voltar para a vida uma e outra vez graças a sua imortalidade. Tinham aniquilado inteiramente à raça existente de Regin, Regin era uma das últimas dos Radiant, o qual fez que a relação entre a Emma e ela entrasse em conflito, por não dizer mais. Emma sabia que Regin a amava, mas era dura com ela. Sua própria mãe adotiva, Annika, fez de matar vampiros uma afeição, porque como ela dizia freqüentemente: a única sanguessuga boa é uma sanguessuga morta. E agora os vampiros podiam descobrir  Emma. Durante setenta anos, este tinha sido o pior temor da Annika, desde que Emma a princípio tinha tentado mordiscá-la com suas presas de bebê em público... Sua filha adotiva era um bebê vampirinho. Tinha que protegêla dos humanos e dos Vampiros. — Annika pensa que estes são sinais de que a Ascensão começou - disse Regin, sabendo que prenderia o medo na Emma — E apesar disso está longe da segurança do sabá? A Ascensão. Uma frieza se arrastou por ela. Trazendo prosperidade e poder aos vencedores, a Ascensão não era um tipo do Armageddon da guerra, não era como se as facções mais fortes do Lore se encontrassem em‖campo‖neutro‖depois‖de‖um‖convite‖a‖“brigar”.‖Aproximadamente‖uma‖década,‖os‖ fenômenos começavam a entrar em jogo, como se o destino semeasse o futuro, conflitos mortais, implicando a todos os jogadores em uma alarmante proporção. Como os sinais de multiplicação de um moinho de vento no oxidado rádio de uma roda, começaram a ranger, arrastando-se à vida, só para ganhar em ímpeto e ascender com rapidez cada quinhentos anos. Uns disseram que isto era uma espécie de sistema de controle e equilíbrio cósmico para uma população crescente de imortais, obrigando-os a matar uns aos outros. Ao final, a facção que perdia menos dos seus era a casta ganhadora. Mas as Valquírias não podiam aumentar seus números como a Horda e o Lykae, e a última vez que a Valquíria tinha dominado através de um Lore foi há dois milênios. A Horda tinha ganhado após. Este seria o primeiro da Emma. Maldição, Annika tinha prometido a Emma que ela poderia ficar sob sua cama até que finalizasse o mais intenso! A voz de Regin estava satisfeita quando disse:  —Assim, suponho que agora quererá esse passeio a casa. Não posso mentir, não posso mentir.  —Não. Ainda não. Encontrei alguém. Encontrei um... Homem. E estou ficando com ele. —Um homem? — ofegou Regin — Oooh quer mordê-lo, Verdade? Ou já fez? Ah, Freya, sabia que isto aconteceria. — O que quer dizer, com que sabia que isto aconteceria? — O sabá tinha proibido a Emma beber diretamente de uma fonte viva porque não queriam que matasse acidentalmente. Além disso, eles acreditavam que o sangue estava misticamente vivo quando estava no interior de um ser, seus poderes — e parte de seus sentidos — morriam quando estavam fora. Isto nunca tinha sido um problema para a Emma. Em Nova Orleáns, tinham um sistema de partilha do banco de sangue que tinha o Lore, o número de marcação rápida como o de Domino’s9. —Em, essa era a lei. Seu a monta isso melhor mordendo a alguém. — Mas eu...  — Ouça, Luzia — chamou Regin, sem incomodar-se em silenciar o telefone — Paga até o último centavo, mamona, Emma mordeu a um cara...  — Não, não fiz! — disse Emma rapidamente - Nunca mordi ninguém! — Quantas Valquírias estavam em casa ouvindo o Regin? — Fez apostas sobre mim? — esforçou-se por não parecer tão consternada como estava. Regin era a única que pensava que Emma se comportaria como outros vampiros? Que cometeria um engano, ou que voltaria para sua verdadeira natureza de vampiro? Ou compartilhavam todos eles o medo de que Emma poderia ser uma assassina? — Se não beber, por que iria querer um homem? Não? Com sua voz tremendo de cólera, Emma disse:  — O que qualquer mulher quer! Não sou diferente de você. — Você quer, gosta de se deitar com ele? Por que soava tão incrédula? — Talvez o faça! Regin aspirou um fôlego.  — Quem é e o que fez com o corpo de minha sobrinha? Venha, Em! Alguma vez tiveste inclusive um encontro e‖de‖repente‖encontra‖“um‖homem”‖e‖pensa‖em‖transar? Você, com doces setenta e alguma vez foi beijada? Não pensa que é um tanto mais provável que queira beber isso até a noite passada. — Não, não quero isso — insistiu ela. Os vampiros na Horda sublimaram o impulso sexual. Eles estipularam a luxúria de sangue e a necessidade de matar. E por todos estes anos, Emma não tinha sido uma pessoa sexual. Nunca tinha estado em uma situação sexual. Até a noite passada. Sentiu uma luz tênue de esperança. Tinha sido despertada por Lachlain. Havia sentido a luxúria normal, não a luxúria de sangue. E tinha estado tão perto. Inclusive esta noite, tinha estado na borda com ele. Ela poderia usá-lo para responder esta pergunta de uma vez e para sempre? Mordeu o lábio, pensando na possibilidade. — Colocou-se em problemas? — perguntou Regin. Emma podia ouvir o entrecerrar de seus olhos — Está alguém ai agora mesmo? — Não, estou sozinha em meu quarto. Na realidade é tão difícil de acreditar? — Bem, acreditarei. Quem é ele? Como o encontrou? Isto poderia voltar-se complicado.  — Ele era um desconhecido. Encontrei-o fora de Notre entre os postos de vendedores. — E? Quer deixar de ser a vampira reservada que sempre foi e soltar os detalhes? Se isto for verdade... 
                                                
9 Cadeia de pizza com entrega à domicilio
— Como se pudesse mentir! Bem, quer saber? Penso que ele é... Ele é um arrumado selvagem! —Com ênfase em selvagem — Ele sabe o que sou e nos saímos de Paris juntos. —Grande Freya, isto é sério. Como é ele? — É forte. Disse que me protegeria. — Grande beijador. Intermitentemente louco. Com um amplo peito que ela tinha querido lamber como um sorvete. Em tom de mofa, Regin perguntou:  — O bastante forte para derrubar um vampiro? — Não tem nem idéia. — Saindo da cidade com um poderoso Lykae o inimigo natural dos vampiros, soava cada vez mais uma loteria. Mas então franziu o cenho. Se Lachlain não tinha sido o perigo que lhe advertiam, então qual era seu plano? O que queria dela? Por que não matou simplesmente o vampiro que tinha capturado? Uma suspeita fez cócegas sua mente, mas mentalmente a tirou. Ele não pode conduzir um carro — obviamente necessita ajuda. E sou de Lore...  — Quando deixa Paris? — Esta noite. Agora mesmo, na verdade. — Isso está bem, ao menos. Diga-me onde vai. — Para que Annika possa vir e me arrastar a casa pelas orelhas? — E lutar Lachlain com a morte? — Não! Diga-lhe que estarei em casa depois da próxima semana o mais tardar, e que se tentar me encontrar, saberei que não confia, e nem que seja capaz de me cuidar por mim mesma. Regin soprou, depois riu abertamente. — Posso me cuidar. — Com tom ferido, ela perguntou — por que é tão engraçado? Uivos de risada. — Vá à merda, Regin! Sabe o que? Enviarei-te um cartão postal! Desligou de repente o telefone, depois agarrou rapidamente suas botas. Pisando em forte dentro da primeira, resmungou furiosamente.  — E irei — Empurrou um pé em outra bota — E não ficarei nenhuma síndrome de Estocolmo. Quando o telefone soou um segundo mais tarde, atirou a bota de volta.  — O que? — Ok então, faça-o a sua maneira, está oficialmente sozinha — disse Regin, depois assuou o nariz como se tivesse chorado de tanto rir com força — Agora, se cruzar com uma sanguessuga, sem ânimo de ofender, recorda sua formação. — Que formação? Seria o treinamento com espada no qual você passa voando por diante de minha defesa e me açoita o rabo, cantarolando, Morta!? Outro tapa. Morta!? Sim, acertarei nisto. — Não, esse seria o treinamento onde você corre como o inferno cada vez que ouça que te busco para me treinar. Uma vez que desligou o telefone de novo, Lachlain andou de volta à esquina comportando-se como se não o tivesse escutado. Ela saltou outra vez, então suas sobrancelhas se uniram.  — Escutou às escondidas, verdade? — Sim - respondeu ele sem remorso.
— Aprendeu algo novo? — perguntou em um tom nervoso. Em realidade não.  — Seu sotaque é estranho e fala muito depressa — respondeu ele francamente. Então sorriu com satisfação — Mas ouvi realmente que pensa de mim‖ como‖ “um‖ arrumado‖ selvagem”‖— Se perguntou por que havia sentido um rubor de prazer com isto. Como se o importasse o que ela pensasse. Ela tirou os olhos, mas não antes que ele visse o rubor na cara. Pareceu-lhe ouvir que ela murmurou:  — Ênfase no selvagem. — por que não disse a sua família o que sou? — Não queria preocupá-los em excesso. — E saber que está com um Lykae os preocuparia? — perguntou, como se não soubesse quão violentamente reagiriam ante a notícia. — É obvio. Falaram-me sobre você. Sobre o que é. Ele cruzou seus braços sobre o peito.  — E o que sou? Pela primeira vez desde que ele a tinha seqüestrado, ela deliberadamente encontrou seu olhar.  — No profundo da alma, é um monstro.
 
Emma mostrava seu medo como se tratasse de uma bandeira. Isto é o que suas tias diziam dela enquanto sacudiam desconcertadas suas cabeças, e não por crueldade, mas sim porque em comparação sempre tinha medo e era primeira em admiti-lo.  Elas eram valentes, ferozes, e cada uma tinha um objetivo na vida. Algumas protegiam armas indestrutíveis para evitar que caíssem nas mãos incorretas. Outras vigiavam a dinastia de uma família humana especialmente nobre ou forte. Eram consideradas anjos da guarda.  Emma? Bem, Emma tinha empreendido o esforço épico de... Estudar. No Tulane. Nem se tinha aventurado aos subúrbios de sua cidade natal para ganhar a fama da Emma a Mista, possuidora de um B.A10. na cultura de música pop. Recordava que um dia sendo ainda jovem, enquanto jogava de noite em seu parque de areia tinha visto pela extremidade do olho o brilho amarelo de uma tropa de ghouls11 descendo para o senhorio. Tinha fugido para dentro, irrompendo na porta, gritando:  — Corram!
                                                
10 Bacharel em artes 11 Humanos virados monstros selvagens, com arderem pele verde, olhos amarelos, e mordidas e arranhões contagiosos.
Suas tias tinham mudado um olhar entre elas. Annika tinha parecido inclusive envergonhada e sua cara, incrivelmente formosa mostrava um cenho franzido.  — Emma, querida, exatamente que quer dizer com corram? Nós não fugimos de nada. Somos as criaturas das que eles fogem, lembra? Quão surpreendidas estiveram quando Emma quis fazer este viagem ao estrangeiro. Que sobressaltadas estariam se inteirassem da forma em que seu dedo pressionava decididamente o botão do elevador do vestíbulo para ir onde o Lykae a estava esperando. Depois de tê-lo chamado de monstro, seus olhos tinham piscado, para depois sair furioso, lhe ordenando encontrar-se com ele embaixo no carro. No carro. Merda Santa, realmente iria fazê-lo? Enquanto descia, fez um rápido calculo mental dos prós e os contra de cooperar e partir com ele. Prós: Talvez poderia usá-lo para chegar a entender mais a respeito de si mesma e de sua natureza, e ele se encarregaria de matar a qualquer outro vampiro à vista, protegendoa deles. Contra: Nunca havia dito que em última instância planejava matá-la ou não. O Lykae poderia proteger-la dos vampiros, mas quem o enfrentaria por ela? Talvez suas tias nunca seriam, mas Emma se sobressaía nisso. Até que entrasse no carro, pensou, ainda tinha alguma possibilidade...  Quando saiu do elevador, divisou-o através do vestíbulo esperando no carro. Seu olhar já estava fixo nela. Tomou fôlego, contente pela primeira vez de ter discutido com Regin, isso sempre a acendia, algumas vezes o suficiente como para que Emma se lançasse e cruzasse a linha.  Ele estava de pé ao lado de um sedan negro, um negro... Mercedes? Levantou uma sobrancelha. Tinha alugado o que parecia um da série 500, que ia custar lhe uma fortuna para abandoná-lo em um país diferente. O homem lobo não pôde encontrar um S612? Sim, era um Lykae, mas olhando-o assim, se deu conta de que ninguém saberia que era de uma espécie diferente. Quando se apoiou casualmente contra a porta e cruzou os braços sobre o peito, parecia humano, só que mais alto, mais forte, com uma espécie de atração inexplicável. Embora parecesse relaxado, seus olhos estavam alerta, iluminados por uma expressão absorta e sem vacilar em sua face. Suprimiu o impulso de dar uma olhada atrás dela para a outra mulher a que realmente o devorava com os olhos. Valia a pena toda esta horripilante situação só para poder experimentar esse olhar? Alguma vez poderia saber como era ter um homem que a olhasse como se ela fosse a única mulher do mundo? Toda a vida tinha vivido à sombra de suas tias, que eram tão incrivelmente encantadas que inclusive tinham escrito a respeito delas. Embora sua mãe já estivesse morta, ainda a afligiam os contos universais a respeito de sua fabulosa beleza. Emma era frágil, pálida e... Com presas. Ainda com este formoso homem dando um olhar capaz de fundir o metal. Se não a tivesse aterrorizado e atacado — se pudesse ser o amante doce que tocava seu seio e sussurrava em seu ouvido que sua pele era suave — partiria com ele? Seus olhos se                                                  12 Audi S6, existem 2 modelos: a berlina disponível por 88.000 mil que  se vende por 90.800 mil.
encontraram. Este macho a havia deixado doída e feito sentir coisas que antes não sentia, coisas que tinham invejado as outras. Simplesmente aconchegado o rosto contra seu peito nu tinha sido uma nova experiência que nunca trocaria por nada. Sentindo-se valente, permitiu que seu olhar fixo circulasse sobre seu corpo antes de avançar pouco a pouco, devagar até seu rosto. Ele não sorria burlonamente nem franzia o cenho, mas sim a olhava como se tivesse os mesmos pensamentos. Encontrou se arrastando para ele, sua mente e pensamentos se fecharam como se desconectasse da realidade. Quando seus pés repicaram através do chão de mármore do vestíbulo, seu corpo pareceu cobrar vida. Ele ficou totalmente erguido e visivelmente tenso.  Seus seios pareciam mais cheios. Suas orelhas estavam desentupidas em público, com apenas seu comprido cabelo solto para ocultá-las. Sentiu como se tivesse saído sem o sutiã, sentiu-se um pouco... Travessa. Um repentino impulso fez provar seus lábios e os lambeu. Ele apertou suas mãos na resposta. Queria uma coisa dele e se pudesse dar-lhe sem ter que arriscar o resto? Já tinha se arriscado a tomar banho em sua presença pela mesma razão e então tampouco lhe tinha feito mal. Não, no final, tinha completado sua promessa. O encanto se rompeu quando uma Ferrari, emprestando a embreagem queimada, gemeu e parou atrás do Mercedes. Duas atrizes européias com perfeitos corpos embutidos em apertados trajes se desceram. Perplexa, a consternação de Emma aumentou quando se deu conta de que ele as compararia com ela. As loiras com seios como globos o viram e se detiveram sobre seus saltos agulha, finalmente recuperando o suficiente para rir bobamente em um intento por chamar sua atenção. Como não se aproximou, puseram má cara, e uma "deixou cair" seu batom rodando até seus pés. Emma ficou boquiaberta quando a mulher se inclinou perante ele, verificando logo sua reação. Entre ela e Lachlain, ela foi a única em ver a cena, ele nunca deixou de olhá-la. Mas tinha a impressão de que era consciente de seus números. Seus olhos estavam aborrecidos como dizendo, olhe o que eu quero. Ela tremeu. Tendo sido completamente ignoradas, as duas finalmente avançaram lançando a Emma olhares venenosos quando passaram. Como se ele fosse dela? Como se o mantivesse afastado delas? Ela era mais ou menos uma prisioneira!  — Pode o ter, gatinha — sussurrou só para seus ouvidos. Empalideceram antes de escapulir para longe. Poderia ser uma covarde contra as criaturas do Lore, mas com humanos poderia sustentar a si mesmo na areia. Agora, como viajaria com um lobo?   Lachlain tinha visto como Emmaline deslizava pelo vestíbulo, movendo-se muito elegantemente para parecer realmente humana. Tinha surpreendido a rica e fresca tranqüilidade com a que apareceu, como uma aristocrata. As pessoas nunca poderiam imaginar sua natureza temerosa, porque parecia estar revestida com uma capa de confiança. Então tinha mudado. Não soube o que o causou, mas seu olhar se voltou acalorada. Deu a impressão de que necessitava de um homem... E tinha respondido. Tudo nele respondeu. Mas outros também. Embora ela parecesse inconsciente disso, seu passeio e movimentos sensuais atraíram cada olhar masculino para ela. A metade das conversas parou, deram-se a volta e a observaram fixamente, cativados. Inclusive as mulheres o fizeram. Lachlain captou com toda precisão cada um de seus focos. As mulheres contemplaram sua roupa e brilhante cabelo; os homens comeram com os olhos seus seios, lábios e olhos, seus corações e respiração se aceleraram ante sua hipnótica beleza. Esses bobos pensavam que seriam os que lhe dariam o que necessitava? Acendeu-se pela fúria. Havia-lhe dito com o olhar fixo que no fundo era um monstro. Em parte estava correto, e agora mesmo a besta quis matar a cada macho que se atreveu a olhá-la quando ainda não a tinha reclamado. Este era um tempo vulnerável e o instinto gritava que a levasse longe...  A realidade o golpeou. As vampiras fêmeas sempre nasciam bonitas, como uma ferramenta defensiva e predadora. Manipulavam e o usavam para matar. Estava fazendo agora, fazendo para o que tinha nascido. E havia reagindo como ela sabia o que faria. Quando estava em frente a ele, deu-a um olhar escuro. Ela olhou com cenho, sua expressão, tragando visivelmente, depois disse:  — Irei com você. E não correrei ou escaparei — Sua voz era sedosa e sedutora, uma voz feita para murmúrios na cama — Te ajudarei, mas só te peço que não me faça mal. — Prometi que te protegeria. — Na outra noite disse que poderia me matar.  Seu cenho se fez mais profundo. — Por favor, poderia tentar não fazê-lo? — Olhou-o com aqueles olhos azuis que pareciam tão ingênuos. Pensava usar suas artimanhas para dirigi-lo? Para suavizar à besta que tinha dentro? Ele ainda não podia controlá-la...  Soprou um frio vento estranho, golpeando um cacho contra sua bochecha. Seus olhos se estreitaram. Um segundo mais tarde, alargaram-se e suas mãos voaram ao seu peito. Deu uma olhada, olhou para baixo e viu suas rosadas unhas curvar-se... Como pequenas adagas. Ela tinha percebido uma ameaça. Seus olhos exploraram a área; ele sentia algo, também. Mas foi efêmero e seus sentidos não eram tão agudos como sempre. Em qualquer caso, qualquer espécie de ameaça perto dela não era uma surpresa. Como vampira tinha muitos inimigos de sangue ao que ele teria aplaudido em outro momento. Agora teria que lutar contra eles porque destruiria algo que tentasse machucá-la. Em vez de dizê-lo, tirou-lhe as mãos do peito com expressão de aborrecimento.  — Seria melhor que fosse comigo do que sozinha. Ela assentiu com a cabeça, lhe dando a razão.  — Então podemos ir? Quando ela mal assentiu, foi para o lado do passageiro, o porteiro abriu a porta do motorista e a ajudou entrar. Lachlain se envergonhou por não tê-la ajudado, logo o aborrecimento superou o desgosto.
Depois de lutar, uniu-se a ela afundando-se no felpudo assento. O interior era luxuoso — até ele sabia — embora fosse estranho que os acessórios no carro parecessem de madeira, mas não cheirassem a orgânico. Ela deu uma olhada nos assentos traseiros, sem dúvida notando a reserva de revistas que ele tinha feito que o porteiro acumulasse. Mas sem um olhar interrogativo olhou para frente e enquanto apertava um botão que dizia On Star13 disse: — Posso chegar a Londres, mas depois necessitarei de ajuda. Ele assentiu, enquanto olhava como se ajustava rapidamente ao assento e se atava ao cinto de segurança.  Por seu olhar, ela explicou:  — Isto é um cinturão. Para a segurança.  Então alcançou uma alavanca que se encontrava sob o assento para movê-lo para frente. Assim que lhe ajudaria, se isso significava "dirigir" e isso era tudo o que se necessitava para conectar esta maquina, ia se zangar. Quando ela olhou para seu cinto de segurança, ele levantou suas sobrancelhas e simplesmente disse: — Imortal. Sabia que a tinha irritado. Ela dirigiu seu pé para o acelerador que se encontrava no chão, pisando-o forte, o carro entrou disparado no tráfico. Deu-lhe uma olhada, sem dúvida esperando tê-lo assustado. Não havia nenhuma possibilidade, ele já podia dizer que iria amar o carro. Em tom defensivo, ela disse:  — Também sou imortal, mas se chocar e fico inconsciente até o amanhecer, o cartão de alergia ao sol que minhas tias me fazem levar não fará nada, ok? — Entendo cinqüenta por cento disto — observou ele tranqüilamente. — Não posso me permitir este carro — replicou ela, apertando o volante quando dirigiu o veículo ao redor de outros carros. Por que a preocupação pelo dinheiro? Quem se atreveria a reter seus recursos? Os vampiros sempre eram ricos e acabavam de começar a investir em petróleo quando foi encarcerado. Obviamente, o mercado tinha crescido. Não era surpreendente, sobre tudo seu rei, Demestriu, transformava em ouro o que tocava. Ou morria. Pensar no Demestriu o fez flamejar de raiva. A dor irradiou por sua perna e apertou sua mão no cabo que se encontrava em cima de sua cabeça, esmagando-o. Ela ofegou, fixando seu olhar à frente, murmurando:  — Realmente quanto pode custar um cabo? Sua preocupação desnecessária sobre algo que não teria a menor influencia em sua vida o irritou. Sua riqueza estava em seu lar. Somente precisavam chegar ali. Sua casa. Voltava para o Kinevane, seu estado ancestral nas Terras Altas com sua mulher. Finalmente. E se ela não fosse um vampiro, poderia sentir-se contente sobre isso. Em vez de menosprezá-lo. Perguntou-se como reagiria o clã ao incrível insulto de sua presença.
                                               
13 OnStar: companhia subsidiaria de General Motors oferece sistemas de segurança e comunicação para veículos da GM.
 
— Aonde vamos? ― Oito quilômetros por hora — respondeu Emma em um tom brusco. ― Quanto mede um quilômetro? Sabia que ia perguntar isso. Triste mas certo... Não sabia. Só acabava de olhar o marcador de velocidade dos quilômetros. Alguma das perguntas da última meia hora a estavam fazendo sentir estúpida e por alguma razão era de vital importância que ele não pensasse isso. As perguntas acompanhavam a provisão de revistas de notícias que tinha comprado, sem dúvida nenhuma do homem do final das escadas quem tinha planejado esta jornada. Emma tinha visto  Lachlain voar para elas, dando-se conta que as estava lendo tão rápido porque podia lhe perguntar por definições em todas as poucas páginas. Os acrônimos pareciam o confundir e embora tivesse dado no prego com a NASA e DEA e PDA, aproximou-se do MP3. Depois que tivesse lido as revistas de princípio a fim, tinha tomado o manual do carro e‖as‖perguntas‖continuaram.‖Como‖se‖pudesse‖definir‖“uma‖transmissão”. Inclusive com sua limitada ajuda, podia sentir como aprendia, podia perceber quão inteligente era. E as perguntas indicavam que estava deduzindo muito, raciocinando suas próprias respostas enquanto se empapava de conhecimentos de uma forma que nunca tivesse imaginado possível. A cópia do código de direção francês do carro de aluguel seguiu ao manual, mas o desprezou, lançando-o a um lado como se não estivesse impressionado.  — Alguns costumes não trocam. Ainda continuam com freio de mão em uma costa, carro de cavalos ou não — explicou depois que a olhou. A arrogância, a fácil rejeição das coisas pelas que deveria sentir-se intimidado, chateavam-na. Um carro a teria aterrorizado se nunca tivesse estado em um até ser uma adulta. Ao Lachlain não. Na estrada estava muito agradado consigo mesmo. Muito cômodo nos assentos de couro, muito curioso sobre a janela do lado e os controles do ar, acendendo-os e apagando-os rapidamente, acima e abaixo, e maltratando a tecnologia alemã com seus enormes zarpa. Se tinha estado encerrado durante tanto tempo, não deveria sentir-se desconcertado? Não deveria estar comovido? Pensou que nada podia cambalear essa enorme arrogância...  Genial, encontrou o comando para o teto solar. Tinha fito migalhas de sua paciência. Aberta... fechada. Aberta... fechada. Aberta...  Sentia-se mais tensa a cada minuto que se aproximava a aurora. Antes sempre tinha sido muito cuidadosa. Esta viagem a Europa tinha sido a sua primeira experiência de verdadeira independência e só o permitiram porque suas tias tinham proporcionado muitas salvaguardas. Ainda assim Emma tinha conseguido ficar sem fornecimento de sangue, ser seqüestrada e forçada a encarar o mundo sem nenhuma proteção contra o sol além de um porta-malas, dirigindo-se quem sabe onde...  E ainda assim tudo isto era mais seguro que não ir com ele. Algo tinha retornado ao hotel... Provavelmente vampiros. Justo depois de haver-se metido no carro, tinha pensado em lhe contar que sua vida estava em perigo. Duas razões a impediram de fazê-lo. A primeira, não acreditava que pudesse suportar que ele encolhesse os ombros e dirigisse‖um‖olhar‖tipo‖“E‖isto‖por‖que‖ deveria‖me‖importar...‖?”.‖E‖segundo,‖deveria‖explicar‖o‖que‖era. As Valquírias também eram inimigas dos Lykae e estaria condenada se permitia si mesma ser usada como munição contra sua família. De fato, não queria que Lachlain descobrisse algo que pudesse usar contra ela. Felizmente, não acreditava que tivesse revelado qualquer fraqueza na conversa com Regin... Fraqueza como sua necessidade vital de‖sangue.‖Somente‖podia‖imaginar‖dizendo,‖“posso‖te‖encontrar‖um‖pouco‖de‖sangue”‖ (bateria e‖se‖esfregaria‖as‖mãos)‖“justo‖depois‖da‖ducha!”.‖Por‖outro‖lado,‖poderia‖fazê-lo nos três dias que demorariam a chegar na Escócia. Certamente. Fechou os olhos brevemente. Mas a fome... Nunca tinha estado tentada a beber de outro, mas sem nenhuma alternativa à vista, inclusive Lachlain estava começando a parecer bom. Sabia exatamente onde cravaria esse pescoço. Cravaria-lhe as unhas nas costas para agarrar-se no pequeno momento de êxtase...  — Conduz bem. Tossiu, sobressaltada, se perguntando se a teria pegado o olhando e esfregando-a língua contra a presa. Então enrugou o cenho por seu comentário.  —Umm. Como poderia saber disso? —Parece o suficientemente confiante. O suficiente para tirar os olhos do caminho. Pega...  — Para sua informação, não sou particularmente boa condutora — Suas amigas se queixavam de sua indecisão e do hábito de deixar todo mundo passar diante dela até o ponto de parar. — Se não é uma motorista particularmente boa, então o que faz bem? Olhou à auto-estrada uns momentos, considerando a resposta. Ser bom em algo é relativo, ou não? Gostava de cantar, mas sua voz não podia comparar-se aos cantos de uma sereia. Tocava piano, mas os demônios de doze dedos a superavam. Disse honestamente:  — Estaria mentindo se dissesse que faço algo particularmente bem. — E você não pode mentir. — Não, não posso — Odiava isso. Por que não poderiam os vampiros ter evoluído até que não pudessem mentir sem dor? Os humanos faziam. Eles apenas se ruborizavam ou se sentiam incômodos. Continuaram uns poucos manuseios mais à lua do teto. Então tirou uns papeis do bolso da jaqueta.  — Quem é Regin? Luzia e Nïx? Deu uma olhada, deixando cair a mandíbula.  — Recolheu minhas mensagens particulares da recepção? 
— E sua roupa de lavagem a seco — respondeu em um tom aborrecido — O que soa a Oxímoron 14 para mim. — É obvio que o fez — disse bruscamente — por que não o faria?  Privacidade? Não tem nenhuma, zombou. Tinha escutado às escondidas seu batepapo com o Regin... Como se fosse seu direito. — Quem são? — exigiu de novo — Todas ordenam chamar exceto por esta mensagem de Nïx. Não tem sentido. Nïx era sua desconcertante tia, a mais velha todas as Valquírias... Ou a protoValquíria, como gostava de ser chamada. Tinha uma aparência de supermodelo, mas via o futuro mais claramente que o presente. Emma só podia imaginá-lo que Nïx havia chateado.  — me deixe ver — Arrancou-lhe a carta, pondo-o com força contra o volante, então deu um rápido olhar à estrada antes de ler: Tock, Tock...  —Quem é? —Emma —Emma o que? Emma o que? Emma o que? Emma o que? Nïx havia a contando a Emma antes de ir-se a Europa que nesta viagem poderia “fazer‖isso‖que‖nasceste‖para‖fazer”. Aparentemente, Emma tinha nascido para ser seqüestrada por um Lykae degenerado. O destino dava asco. Esta mensagem era o modo do Nïx de recordar a Emma a predição. Só ela conhecia tão desesperadamente queria Emma ganhar uma identidade real, ter uma página no reverenciado Livro das guerreiras das Valquírias. — O que significa? — perguntou quando já o tinha amassado em uma bola e o tinha atirado aos pés. Emma estava furiosa porque tivesse visto essa mensagem, furiosa de que tivesse visto algo que  pudesse dar uma imagem de sua vida. A maneira em que Lachlain observava e aprendia, tinha sido a Emma imobilizada antes de cruzar o Canal da Mancha. — Luzia te chama de “Em”.‖É‖esse‖seu‖diminutivo‖para‖a‖família? Isso era suficiente. Muito profundo muitas perguntas.  — Escuta, sim, Sr. Lachlain. Coloquei-me em uma... Situação com você. E para sair dela, aceitei te levar para Escócia — A fome deixava irritável. A irritabilidade a estava fazendo descuidada das conseqüências e isso raramente passava por desafio — Não serei sua amiga, ou... Vou a compartilhar sua cama, ou a recompensar sua invasão de minha intimidade com mais informação de mim mesma. — Responderei perguntas se você o fizer. — Não tenho perguntas para você. Sei por que foi encarcerado, um pouco mais impreciso? Por quinze décadas? Não, e honestamente não quero saber. De onde apareceu a passada noite? Não quero saber. — Não sente curiosidade de por que está acontecendo isto?                                                  14 Oxímoron: figura literaria grega consistente m armonização da concepção do opostos em uma mesma expressão, originando un novo significado.
— vou tentar esquecer‖“tudo‖isto”‖assim‖que‖te‖deixar na Escócia, assim, por que quereria saber mais? Meu jeito foi sempre manter a cabeça baixa e não fazer muitas perguntas. Serviu-me muito bem há muito tempo. —Assim espera que nos sentemos neste compartimento fechado em silêncio todo o caminho. — É obvio que não. Manuseou a rádio. Lachlain no final abandonou a briga para olhá-la e estudá-la abertamente, encontrando-o inquietantemente prazeroso. Disse a si mesmo que era só porque carecia de algo mais no que ocupar sua mente. Tinha esgotado o material de leitura e só estava escutando pela metade a rádio. A música era simplesmente tão estranha e inexplicável como todo o resto nesta época, mas tinha encontrado umas poucas canções que o irritaram menos que as outras. Quando tinha mencionado as que preferiam, ela tinha parecido aturdida, então balbuciou:  — Os homens lobo gostam de Blues? Quem teria imaginado? Devia haver sentido seu escrutínio porque tinha dado uma olhada às escondidas com um tímido olhar, mordiscando o lábio antes de afastar os olhos. Franziu o cenho ao descobrir que esse olhar nesta vampiro fazia que seu coração se acelerar, como ocorria com aqueles ridículos humanos. Lembrando o modo em que os homens reagiam diante dela e conhecendo tão estranha era entre os vampiros, Lachlain se deu conta de que deveria estar casada. Não tinha se preocupado‖antes.‖Havia‖dito‖“sua‖perda”,‖em referência a qualquer marido e tinha querido dizê-lo, porque o casamento não o teria detido. Mas agora se perguntava se ela amava a outro. No mundo dos Lykae, se ela fosse seu casal, então ele também era dela. Mas ela não era Lykae. Não era possível que pudesse odiá-lo para sempre. Que tivesse que mantê-la prisioneira para sempre, especialmente depois de que sua vingança tivesse terminado. Planejava exterminar cada uma daquelas sanguessugas, o que implicava às pessoas que a tinham dado a vida. De novo questionou o destino, questionou seus instintos. Não havia forma alguma de que pudessem ficar juntos. Inclusive enquanto pensava nisso, sua mão ansiava tocar seu cabelo. Inclusive enquanto pensava nisso, perguntou-se como seria seu sorriso. Era como um moço bobo, comendo-se com os olhos suas coxas embainhadas nas estreitas calças, os olhos seguiram lentamente a costura da roupa que corria entre as pernas. Mudou de posição de novo. Nunca tinha estado tão desesperado por foder. O que não daria para lançá-la aos assentos traseiros deste carro e tomá-la minuciosamente com a boca, preparando-a, depois segurá-la dos joelhos até os ombros para o receber. Maldição era o que supostamente ia fazer. Pensando em tomá-la, recordou a noite anterior quando a teve por dentro. Meneou a cabeça, recordando a estreiteza. Tinha estado muito tempo sem um homem. Partiria-a em duas na primeira lua cheia. Se não fudê-la regularmente antes de então... 
Soltou com um suspiro quando a luz de um carro em direção contrária foi mais intensa que a do anterior. Esfregou-se os olhos, piscando. Parecia cansada e se perguntou se estava faminta, mas duvidava. Os vampiros que tinha torturado podiam ficar semanas sem sangue, alimentando-se só às vezes... Como uma serpente. Mas para estar seguro, perguntou.  — Está faminta? — quando não respondeu, disse — Está ou não? — Não é seu assunto. Infelizmente, era. Proporcionar-lhe suas necessidades era seu dever. O que precisava matar? Para a espécie de Lachlain, encontrar o casal era o mais premente. Para os ghouls, propagar-se por contágio era imperativo. Poderia sua natureza vampírica ansiar matar tão desesperadamente que não fosse capaz de controlá-lo? E o que poderia fazer? Facilitar-lhe e protegê-la enquanto secava a algum crédulo humano? Outro... Homem? Cristo, não poderia fazer isto.  — Como bebe? — O líquido vai para minha boca, depois engole — balbuciou. — Quando foi à última vez? — replicou. Como pensava que esperava uma resposta dela, assinalou:  — Na segunda-feira, se quer saber — então deu uma olhada, emprestando claramente atenção a sua reação. — Desde segunda-feira? — A voz comunicava um desgosto que não foi capaz de esconder. Olhou-o carrancuda, mas então outra luz a deslumbrou. Fez uma careta de dor e o veículo deu uma inclinação brusca antes que o endireitasse.  — Preciso me concentrar para permanecer na estrada.  Se não queria discutir, não a pressionaria. Não esta noite. Tendo escapado das congestionadas ruas de Paris, tinham pegado velocidade na tranqüila rodovia, e enquanto Lachlain via passar os campos, o sentimento era similar a correr. A pura sorte da experiência atenuava a raiva que sempre fervia dentro de si. Seria capaz de correr logo. Porque estava livre e curado. Merecia só uma noite disso, uma noite sem ter que pensar em sangue, violência e morte. Perguntava-se inclusive se seria possível com uma vampira sentada perto dele. Uma vampira disfarçada de anjo. Amanhã. Amanhã teria que exigir as respostas que temia saber.
 
Mansão Valha Hall Subúrbios de Nova Orleáns
— Myst Chegou? — gemeu Annika enquanto corria pela entrada — Ou Daniela? — Annika apertou a grossa porta, apoiando-se contra ela enquanto procurava na escuridão do exterior. A luz dos abajures de gás fez que os carvalhos tremessem na sombra. Girou-se para encontrar Regin e Luzia na sala de estar na entrada do saguão, pintando uma à outra os dedos dos pés enquanto viam supervivente.
― retornaram? Regin arqueou uma sobrancelha.  —Acreditávamos que estavam com você. — Nïx? — Hibernado em seu quarto. — Nïx! Desça aqui! — gritou Annika a sua irmã enquanto dava uma portada e fechava a porta atrás dela. — Já retornou Emma? — perguntou-lhes enquanto punha as mãos nos joelhos, ainda procurando ar. Compartilharam um olhar.  — Ela está uhhh, agora mesmo não está. — O que? — gritou Annika, inclusive neste momento estava agradecida que Emma não estivesse aqui. — Conheceu um bombom por aí...  Annika elevou a mão.  — Vá se preparando. Luzia franziu o cenho.  — Não‖entendo‖“vá”.‖Soa‖como‖quisesse‖se fosse?  — Há um avião a ponto de cair, verdade? — perguntou Regin, sua confusão genuína, seus olhos âmbar curiosos — Isso é tão catastrófico. As sobrancelhas de Luzia se uniram.  — Eu fugiria de um avião explodindo...  — Vamos... Algo está se aproximando... — Não compreendiam... A idéia de sentir era tão estranha — Agora... — Tinha deslocado todo o caminho da cidade. — Estamos mais seguras aqui — sustentou Regin, com a atenção devolvida às unhas dos pés — A inscrição manterá todos afastados. — Olhou cortantemente, e então um envergonhado sorriso se estendeu por suas feições — Mas, eu, uh, deveria ter renovado o feitiço com as bruxas. — Eu acreditava que estávamos no auto-renovação — disse Luzia — Se fazem cargo de nosso...  — Pela Freya, Refiro-me agora! — uivou Annika, finalmente capaz de manter-se de pé. Tomando o nome de sua meia mãe em vão? Os olhos arregalados, as duas ficaram de pé com dificuldade, equilibrando-se sobre as armas...  A porta principal explodiu. Um vampiro cornudo se mantinha na entrada, com os olhos vermelhos e analisando as caras de Regin e Luzia atentamente. — O que é isso, Annika? — perguntou Regin enquanto deslizava uma adaga da capa de seu braço — Um demônio convertido? — Não é possível — disse Luzia — Se supõe que é um mito. — Deveria — Annika mal tinha conseguido lutar contra ele, e matava vampiros de forma rotineira.
— Nunca tinha visto um tão poderoso — A única razão pela que havia tornado era para ver se alguma das Valquírias mais antigas estavam aqui. As antigas poderiam derrotá-lo. Regin e Luzia estavam entre as mais jovens. — É um dos subordinados do Ivo? — Sim. Vi o Ivo lhe dar ordens. Estão procurando alguém...  Outros dois vampiros se mudaram atrás dele justo quando Luzia preparava o arco que era como uma extensão dela. — Vão — gritou Annika — Ambas...  Ivo apareceu diretamente depois, os olhos vermelhos ardendo, a cabeça completamente rapada. Todas as runas e relevos do couro cabeludo se sobressaíam tão claramente como as feições de seu rosto. — Olá, Ivo. — Valquíria — olhou a Annika enquanto se deixava cair no sofá e rudemente plantava as botas na mesa. — Ainda tem toda essa arrogância de um rei. Embora não seja — Annika seriamente disse — Pode que nunca seja um. Regin virou a cabeça para ele.  — Só é um pequeno cão mulherengo. O pequeno bruxo de Demestriu. Quando Luzia tentava conter sua risada, Annika deu uma cabeçada em Regin. — O que? O que eu fiz? — Desfruta de seus sarcasmos — disse Ivo amavelmente — Serão as últimas.  ― Não esta aqui — disse o demônio. — Quem? — exigiu Annika. Dirigiu-a um olhar divertido.  —A quem procuro. Pela extremidade do olho, Annika espiou uma forma. Lothaire, um antigo inimigo dele, transportou-se às sombras da sala, atrás do assento de Ivo. Tudo sobre o Lothaire era arrepiante, do cabelo branco e os olhos que eram mais rosas que vermelhos, até a expressão da cara. A tensão cresceu nela; inclusive as superavam em número. Mas Lothaire colocou um dedo nos lábios. Não quer que Ivo saiba que está aqui? Ivo virou a cabeça bruscamente para ver que tinha captado sua atenção, mas Lothaire se foi. Ivo pareceu sacudir-se a si mesmo, então ordenou ao demônio:  — Mata estas três.  A sua ordem, os outros dois se jogaram para Regin e Luzia. O demônio vampiro se transportou atrás de Annika antes que sua imagem se diluísse em frente. Enquanto virava, a mão agarrou o seu pescoço, mas escapuliu, arremetendo tão rápido como uma rajada para lhe estilhaçar o antebraço. Outro golpe partiu a maçã do rosto e destroçou o nariz. Enquanto rugia, salpicando sangue, chutou-lhe entre as pernas o suficientemente forte para romper a cauda e o mandar explodir no teto. Ainda rápido e forte como se estivesse afresco para a luta, agarrou-a por pescoço. Retorceu-se para liberar-se, mas a jogou na lareira, propulsando sua cabeça tão forte que a primeira capa de tijolos se transformou em pó pelo golpe. A cabeça retrocedeu enquanto caía incapaz de se mover quando a segunda capa caiu como um dilúvio sobre suas costas. Estava imóvel, mas ainda via através do pó... Relâmpagos. Formosos relâmpagos. Não podia pensar. Regin engatinhou ao vampiro com o que tinha estado lutando para erguer-se protetoramente sobre a Annika. Luzia correu para seu lado, finalmente obtendo espaço para um disparo. Regin ofegou:  — Luzia, o grande. Lança tantas flechas como pode. Eu os arrancarei a cabeça. Luzia fez um rápido assentimento e lançou quatro flechas a uma velocidade sobrenatural. A legendária arqueira, invencível se podia conseguir um pouco de espaço... Luzia usou as flechas que podiam rasgar carne e osso, e ainda assim perfurar os muros de tijolo. O som da corda do arco era tão formoso como o do relâmpago...  Ivo riu do assento. Os músculos do demônio ficaram rígidos. Tirou três flechas para o lado e agarrou a quarta. E Annika soube que iriam morrer.
Lachlain levou Emma ao luxuoso hotel que o zelador tinha reservado nos subúrbios de Londres, depois observou cada detalhe enquanto ela se registrava. Pareceu muito ofendida por ter que pedir a ele seu cartão de crédito e mais ainda quando ele o recuperou de mãos do recepcionista. Mas não havia dito nenhuma palavra pelo desembolso. Sabia o que fazia, não porque confiasse em que devolveria o dinheiro se não por que o que desejava era deixar de dirigir a qualquer preço. Obviamente a viagem tinha sido dura para ela. Ele deveria ter conduzido e assumir a responsabilidade de levá-los até o Kinevane, mas tinha se visto forçado a permitir que ela o fizesse devido a sua incapacidade, estava exausta e as luzes tinham machucado seus sensíveis olhos uma e outra vez. Quando solicitou dois quartos, ele golpeou o mostrador com a mão sem incomodar-se em retrair suas escuras garras.  — Uma. Precaveu-se que ela não faria uma cena estando rodeada de humanos e nesse momento não discutiu. Mas enquanto os carregador os guiavam, ela beliscou a testa e disse em voz baixa. — Isto não fazia parte do trato. Ainda devia estar nervosa pelo ocorrido da noite anterior. Somente tinham passado vinte e quatro horas desde que tinha olhado fixamente com uma expressão desolada e tinha sussurrado:  — Assusta-me. Franziu o cenho ao sedar conta que estava estirando a mão para acariciar seu cabelo e a retirou de um puxão.
Enquanto dava a gorjeta os carregador, ela entrou na espaçosa suíte. Quando fechou a porta já se desabou sobre a cama e estava quase adormecida. Sabia que estava cansada, tinha deduzido que dirigir era exaustivo, mas como poderia estar tão mal? Habitualmente os imortais eram poderosos, quase incansáveis. Seria esta a condição da que  tinha falado? Tinha bebido na segunda-feira e não tinha nenhuma lesão visível, Então o que era? Seria a comoção pelo que tinha feito? Talvez internamente fosse tão frágil como o sugeria seu aspecto...  Puxou do pescoço a jaqueta tirando-lhe algo fácil de fazer, já que seus braços estavam frouxos, e se deu conta que seus ombros e pescoço estavam doloridos. Certamente era por dirigir. Não por permanecer junto a ele durante horas. Quando sentiu que sua pele estava gelada, foi colocar água na banheira, e depois voltou para lhe dar volta e tirar a camisa. Fracamente bateu nas suas mãos, mas ele ignorou seus protestos. — Te preparei um banho, não é bom dormir assim. — Então me deixe fazê-lo — Quando tirou uma das botas, abriu os olhos completamente para encontrar os seus — Por favor, não quero que me veja sem roupa. — por quê? — perguntou enquanto se estirava ao seu lado. Tomando a ponta de um de seus cachos, percorreu-lhe o lado do queixo com ele enquanto baixava o olhar para encontrar seus olhos. A pele sob suas pestanas estava pálida como o resto de seu rosto, tão pálida que fazia jogo com o branco de seus olhos, com uma franja de espessas pestanas interpondo-se entre ambos. Fascinando-o. E, ao olhar dentro deles sentia algo estranhamente familiar. — por quê?  Ela franziu o cenho: — Porque sou muito tímida para essas coisas. — Te deixarei a roupa interior posta. Desejava desesperadamente um banho, era a única coisa que poderia esquentá-la. Quando fechou os olhos e tremeu, ele tomou a decisão por ela. Antes que pudesse sequer terminar de balbuciar um protesto, já a tinha despido até deixá-la só com a roupa debaixo, depois se despiu completamente e a tomou em seus braços. Deixou-se cair na enorme banheira cheia de água quente com ela entre suas pernas. Na água quente, a perna ferida roçou seu braço e ela se esticou. Estava nu e ereto, e sua roupa interior não era uma verdadeira barreira já que ela usava uma tanga. Pôr-lhe uma dura mão sobre o ombro. Um segundo depois, sentiu como um dedo de sua outra mão delineava a tanga que usava. — Isto me agrada — grunhiu  Justo quando se preparava para sair da água, afastou seu cabelo colocando-o sobre um de seus ombros, pôs ambas as mãos sobre a nuca e pressionou com os polegares. Para sua eterna vergonha, gemeu auditivamente. — Relaxe, criatura. — Contra seus esforços, puxou novamente ela aproximando-a.
Quando ficou apoiada completamente sobre sua ereção ele gemeu e estremeceu, sua reação a encheu de calor. Mas tentou afastar-se temendo que quisesse ter sexo com ela. Não necessitava saber de anatomia para compreender que não encaixariam dessa forma. — Relaxe — disse, continuando a massagem para dissolver os nós de seus ombros com um toque perito. Quando a atraiu para ele uma vez mais, a única luta que pôde dar foi interna e se sentiu agradada de que ninguém pudesse ver esse vacilante e lamentável intento. Finalmente, obrigou-a a relaxar-se totalmente contra ele, seu corpo totalmente relaxado. O que ninguém sabia sobre a Emma era que amava ser tocada. Adorava. Inclusive, mais ainda, porque era algo absolutamente estranho. Enquanto que sua família era carinhosa de uma maneira espartana, elas tinham tentado endurecê-la. Somente uma de suas tias, Daniela a Donzela de Gelo, parecia entender seu desejo já que ela mesma não podia tocar com sua pele gelada ou ser tocada sem padecer uma dor extrema. Entendia, mas por alguma razão, Daniela não sentia falta, não sentia a mesma necessidade, enquanto que Emma pensava que morreria lentamente sem isso. As criaturas do Lore que poderiam ser amantes aceitáveis para ela, como os demônios bons, eram tão escassos como os NOLA15 e grande parte destes tinham estado perto de seu lar desde que ela era jovem. Via-os só como irmãos maiores... Com chifres. Os incomuns demônios, que eram estrangeiros não faziam fila certamente para visitar o aquelarre. Inclusive pensavam que o Valha Hall, seu lar coberto de neblina no bayou, era aterrador, com os ecos de gemidos que repercutiam no interior e os constantes relâmpagos revoando. Alguns anos atrás, Emma finalmente tinha compreendido que ficaria sozinha quando um formoso varão humano perfeitamente factível, em uma de suas classes noturnas lhe tinha pedido um encontro para tomar um café na seguinte tarde. Emma detestou ao Starbucks só por existir. Nesse momento se deu conta de que nunca poderia estar com um homem de sua própria raça e nunca poderia estar com um que não fosse. Cedo ou tarde descobririam o que era ela. As razões pelas que não tinha encontrado a alguém em sua vida: Um lanche...? Um jantar e ir tomar umas bebidas...? Um piquenique...? Não tinham mudado, por isso...  Posteriormente,‖topou‖“acidentalmente”‖com‖o‖humano‖só‖para‖dar-se conta do que se estava perdendo. Seu quente toque, a atrativa essência masculina. Compreendeu que se estava perdendo muitas coisas. E tinha doído. Agora Emma tinha um cruel, mas divinamente arrumado Lykae, que parecia não poder tirar as mãos dela. Temia ser como uma esponja no referente seu toque incluso embora o odiasse. Temia que ele pudesse fazê-la rogar por isso. — Está sonolenta? — perguntou em voz baixa, seu leve sotaque mais pronunciado. — Dorme não se preocupe — disse Lachlain, enquanto massageava o pescoço e os magros ombros.
                                                
15 Restaurante informal e divertido que oferece  adaptações da comida crioula de New Orleans e Cajun
Gemeu outra vez e sua cabeça caiu novamente contra o peito dele. Parecia como se nunca a houvesse tocado dessa forma. Sua completa entrega não era sexual, mas pensou que daria algo para que continuasse. Parecia faminta disto. Recordou a época em que estava com seu clã. Todos alvoroçando, os homens sempre encontravam uma desculpa para tocar as suas mulheres, e se fazia algo bem, recebia, literalmente, umas cem palmadas nas costas. Lachlain tinha passado a maioria de suas horas em família com um menino sobre os ombros e outros dois montados em suas pernas. Imaginava a Emma como uma moça tímida crescendo na Helvita, a praça forte dos vampiros na Rússia. Embora dourada com ouro, Helvita era úmida e escura... Ele deveria saber já que tinha passado bastante tempo no calabouço. De fato, podia ser que ela tivesse estado ali quando o encarceraram se já não tivesse viajado a Nova Orleans. Os vampiros que viviam ali eram frios como seu lar. Não a tocariam com afeto... Nunca tinha visto um vampiro demonstrar afeto. Se necessitasse tanto, como tinha podido viver sem isso? Suspeitava que tivesse estado muito tempo sem um homem, mas agora Lachlain sabia que se tinha tido a alguém, o homem não a teria tocado o suficiente e estava bem que se livrou dele. Recordou como tinham estado na ducha, sua tensão e suas reações tinham feito perguntar se alguma vez tinha estado com um homem, mas agora, como então, pensou que era improvável que fosse virgem, posto que não muitos imortais conseguiam passar séculos abstendo-se. Só era muito pequena e como havia dito tímida. Recordar sua estreita vagina fez que seu membro se endurecesse dolorosamente. Levantou-a para pô-la em seu abraço, com o lado apoiado em seu peito. Ela se esticou, não havia nenhuma dúvida de que era devido a sua lança palpitando debaixo do traseiro. O desejo o estava arruinando. Estava vestindo uma tanga que era pouco mais que um fio e vê-la era ainda melhor do que tinha imaginado. Abriu a boca simplesmente para informar que estava a ponto de acariciá-la entre as pernas com os dedos e que depois ia colocá-la sobre seu pênis. Mas antes que pudesse fazer, as delicadas mãos revoaram sobre seu peito, a palidez dela destacando sobre sua pele. Esperou um momento como se estivesse medindo o ambiente. Quando ele não fez nada para lhe tirar as mãos, descansou a cabeça contra ele, acomodando-se para dormir. Ele afastou a cabeça e franziu o cenho, desconcertado por isso. Isto significava... Confiava nele? Confiava em que não tomaria enquanto dormia? Demônios, por que faria algo assim? Com uma obscena maldição, levantou-a da água. Ainda tinha as mãos sobre seu peito, agarrando-se um pouco. Secou-a e depois a estendeu sobre a cama, seu cabelo loiro estendido como se fosse um leque, úmido nas pontas. O delicioso aroma o percorreu por inteiro. Tremendo, tirou-lhe a travessa roupa interior. Gemeu internamente perante seu corpo, a ponto de separar as pernas e colocar-se em cima dela como vingança. Apenas acordada, murmurou.  — Posso dormir com uma de suas camisas? Deu um passo atrás, apertando os punhos e arqueando as sobrancelhas. Por que desejaria vestir-se com sua roupa? Por que ele desejava também? Doía-lhe, precisava estar dentro dela tão desesperadamente, e ainda assim foi para sua bolsa. A este passo, estaria retornando à ducha e dando alivio a si mesmo. De que outra forma poderia agüentar o dia com ela? Vestiu-a com uma de suas novas camisetas embora ficasse enorme, logo a acomodou sob a manta. Apenas a tinha abafado até o queixo quando despertou e se acomodou. Olhou-o de soslaio, virou-se para olhar para a janela, recolheu a manta e o travesseiro e se deitou no chão, ao lado da cama. Foi para a janela. Quando a levantou em braços, sussurrou.  — Não. Preciso estar ali em baixo. Eu gosto de estar ali em baixo. É obvio que gostava, os vampiros desejavam lugares baixos, dormir em cantos escurecidos e debaixo das camas. Como Lykae, sempre tinha sabido exatamente onde encontrá-los para lhes cortar a cabeça antes que despertassem. A cólera flamejou novamente.  — Não mais — Dormiria com ele de agora em diante e nunca consideraria a idéia de aceitar esse costume antinatural de seu inimigo — Não deixarei que o sol te alcance de novo, mas terminará com isto. — Por que se preocupa? — perguntou tão suavemente que apenas a escutou. Porque estivesse fora de minha cama por muito tempo.
O corpo quebrado de Annika estava apanhado entre os tijolos. Necessitada, não podia fazer nada só observar como o vampiro apartava as flechas de Luzia como se fossem moscas.  Annika compartilhava a óbvia incredulidade de Luzia. Tendo sido amaldiçoada há muito tempo a sofrer uma dor incomensurável se falhasse, Luzia gritou repentinamente, deixando cair o arco ao mesmo tempo em que caía. Encolheu retorcendo, com os dedos crispados, gritando até romper cada janela e luz da mansão. Na distância, um Lykae uivou, um som profundo, gutural de raiva. Escuridão, salvo pelo relâmpago que agora golpeava a terra e um abajur de gás que piscava fora. Os olhos vermelhos de Ivo flamejavam à luz do abajur, sua expressão divertida. Lothaire voltou a aparecer discretamente no fundo, mas não fez nada. Luzia ainda gritava. O Lykae rugiu em resposta... Aproximando-se? Regin estava sozinha contra três. — Nos deixe Regin — gritou Annika.  Então... Uma sombra se moveu dentro. Dentes brancos e presas. Olhos de cor azul claro que brilhavam na escuridão. Arrastou-se para a silhueta crispada de Luzia. Annika não podia fazer nada. Estava tão indefesa. No curto momento de calma entre os relâmpagos, parecia um humano. À luz dos brilhos prateados era uma besta, um homem com a sombra de uma besta. Annika necessitava sua força como nunca antes, queria matá-lo tão lentamente. A besta manuseou o rosto de Luzia. Annika não podia suportar...  Isso estava tentando limpar as lágrimas de Luzia? Levantou-a, caminhou para um canto e a colocou atrás de uma mesa. Por que não  estava rasgando a garganta? Isso se levantou com uma fúria terrível e se lançou contra os vampiros para lutar junto a Regin, que apesar de estar comovida, adaptou-se rapidamente, até que os dois seguidores dos vampiros foram decapitados. Ivo e o que tinha chifres se desvaneceram fugindo. O enigmático Lothaire, meramente saudou com a cabeça, e depois desapareceu. O Lykae se equilibrou sobre Luzia, agachando-se a seu lado ao tempo que ela levantava a vista sobressaltada e horrorizada. Annika fechou os olhos e quando os abriu uma vez mais, tinha desaparecido, deixando a Luzia tremula. — Que diabos foi isso? — gritou Regin, caminhando em círculos como se padecesse neurose de guerra. Nesse momento chegou Kaderin Coração Frio correndo através do alpendre coberto de cristal. Benta alguma vez a não poder sentir fortes emoções, brigou-a gentilmente.  — Essa linguagem, Regin. — Logo que penetrou na zona de guerra, e até arqueou uma sobrancelha enquanto tirava lentamente as espadas das capas que tinha nas costas. — Annika! — gritou Regin, escavando para atravessar os tijolos. Annnika se esforçou por responder, mas não pôde. Nunca havia sentido tão necessitada, nunca a tinham golpeado tão forte.  — O que aconteceu aqui? — demandou Kaderin, procurava algo que matar e, entretanto segurava as espadas indolentemente, as fazendo girar em compactos círculos com um fluido movimento das mãos. Quando Luzia saiu engatinhando de trás da mesa, Kaderin voltou-se para ela. — Os vampiros atacaram. E além de tudo isto, acaba de te perder para um Lykae — balbuciou Regin, cavando freneticamente — O fodido machador de monstros... Annika? Annika conseguiu tirar uma mão entre os escombros. Regin a agarrou, puxando dela para liberá-la. Fracamente, Annika espiou Nïx que estava encarapitada sobre o corrimão na parte alta das escadas. Gritou para baixo em um tom petulante.  — Tão desconsiderada é ao não despertar quando nos estamos divertindo.
Emma despertou exatamente ao entardecer, franzindo o cenho ao recordar os detalhes da manhã. Recordava vagamente, as mãos grandes e cálidas de Lachlain lhe massageando os rígidos músculos, fazendo-a gemer enquanto esfregava seu pescoço e as costas. Talvez Lachlain não era o animal insensatamente bruto que pensava que era. Sabia que queria fazer amor, tinha percebido quanto o desejava, entretanto se conteve. Mais tarde, tinha percebido o momento em que saiu da ducha e subiu à cama com ela. Sua pele ainda estava úmida e tão quente ao  acomodar seu traseiro contra seu colo e estirar o braço para acomodar a cabeça sobre ele. Havia sentido sua ereção crescendo atrás dela. O tinha grunhido uma palavra estrangeira como se fosse uma maldição, mas nunca exteriorizou seu desejo. Tinha sido claramente consciente que se estendeu entre ela e a janela, e quando a atraiu contra seu peito, sentiu-se... Protegida. Justo quando pensava que o conhecia, ele fazia algo que a surpreendia. Abriu os olhos e se sentou, depois piscou como se a cena que via não fosse a correta. Se ele se desse conta de que estava acordada não deu amostras disso, só permaneceu sentado em um canto escuro, olhando-a com os olhos acesos. Duvidando de sua visão noturna se estirou para tratar de alcançar o abajur de cabeceira. Estava feita pedacinhos ao lado da cama. O que tinha visto era correto, a suíte estava... Destruída. O que tinha acontecido? O que o teria levado a fazer isto? —Se vista. Partimo-nos em vinte minutos. — levantou-se pesadamente, quase tropeçando como se sua perna não respondesse, depois coxeou até a porta. — Mas Lachlain...  A porta se fechou atrás dele. Ela olhou fixamente, desconcertada, as marcas de garras nas paredes, o piso, os móveis. Tudo parecia em pedaços. Baixou a vista. Bom, não tudo. Seus pertences estavam atrás da destroçada cadeira como se as tivesse escondido sabendo o que estava a ponto de ocorrer. A manta que tinha posto sobre as cortinas em algum momento da noite ainda estava pendurava lhe oferecendo outra salvaguarda contra o sol. E a cama? Marcas de garras, espuma do colchão e plumas a rodeavam como uma vagem. Ela estava intacta.
 
Se Lachlain não queria dizer por que ofegava e soprava e reduzia a pedaços o quarto do hotel, por Emma estava tudo bem. Depois de se vestir com toda pressa uma saia, uma camisa e as botas, e atar de propósito um lenço dobrado sobre as orelhas, tirou seu iPod da mala e o segurou no braço. Sua‖ tia‖ Myst‖ o‖ chamava‖ o‖ IPE,‖ ou‖ “iPod‖ Pacificador‖ da‖ Emma”,‖ porque‖ quando‖ Emma‖se‖zangava‖ou‖irritava,‖escutava‖música‖para‖“evitar‖conflitos”‖Como‖se‖isso‖fosse‖ algo mau. O IPE não era para aquele momento como... Emma estava de zangada.  Justo quando tinha decidido que talvez aquele Lykae podia estar bem, ele começava a inclinar-se no lado correto da interrogante cordato-ou-não, enrolava-a ao interpretar o papel de grande lobo mau com ela. Mas este pequeno cerdito pode comportar-se, pensou Emma e Lachlain se afastou para sempre de sua mente fazendo-se pedacinhos. A personalidade dele mudava tão rápido como o fogo, desde seus apaixonados abraços sob a chuva quando pressionava seu peito nu contra o dela, aos ataques de uivos, até transformar-se no gentil amante na banheira da última noite. Mantinha-a em espera, receosa... Um desafortunado e exaustivo estado para o que queria... E que a frustrava. E agora isto. Tinha-a deixado sem explicação nesse quarto feito em farrapos. Ela bem podia ver-se como aquela cadeira. Soprou para tirar um cacho dos olhos e descobriu que uma parte do recheio do estofado tinha aderido ao cabelo. Quando deu uma tapa, se deu conta que estava tão zangada com ela mesma como com ele.
Na primeira noite com ele, Lachlain tinha evitado que o sol lhe queimasse a pele, e agora, hoje, tinha usado aquelas garras — as que tinham despedaçado um carro — as quais se tornaram loucas enquanto ela dormia ignorante de tudo. Por que teve que super proteger-se toda a vida, lançando-se ao exaustivo intento de fazê-lo, para depois atirar a cautela pela janela no que se referia a ele? Por que sua família se esforçou para mantê-la a salvo, mudando o aquelarre ao rico assentamento do Lore em Nova Orleáns a não ser para ocultá-la, cobrindo a mansão de escuridão somente para que agora ela morresse... ? Cobrindo a mansão... ? Por que tinham feito aquilo? Nunca se levantava antes do entardecer, nunca ficava acordada até depois do amanhecer. Seu quarto tinha as venezianas fechadas e ela dormia debaixo da cama. Então por que tinha lembranças de correr através da obscurecida casa durante o dia? O dorso de sua mão atraiu seu olhar, fazendo-a tremer imediatamente. Pela primeira vez desde que tinha sido congelada na imortalidade, irrompeu em sua mente com perfeita claridade‖a‖lembrança‖de‖sua‖“lição”. Uma arpía fazia de canguru, Emma estava nos braços da mulher quando ouviu  Annika voltar para a mansão depois de uma semana de ausência e se mexeu até que a liberou. Emma correu para ela, gritando o nome de Annika. Regin a tinha ouvido e a tinha empurrado com rudeza para as sombras justo antes que Emma corresse de cabeça ao sol que brilhava em frente a porta aberta. Regin a apertou contra o peito com braços trêmulos e sussurrou:  — Por que fez isso? — com outro apertão, resmungou — Pequena e tola chupa sangue. Chegando naquele momento todo mundo tinha descido as escadas. A arpía se desculpou miseravelmente, dizendo:  — Emma gritou, debateu-se e me assustou até que a soltei. Annika deu golpezinhos entre os ombros de Emma, até que a voz de Furie soou de fora do círculo. A multidão se abriu para deixá-la passar. Furie era tal e como seu nome indicava parte Fúria. E Emma estava assustada. — Ponha as mãos da menina aí. A face de Annika tinha empalidecido inclusive mais do que era normal.  — Não é como nós. É delicada...  — Gritou e lutou para conseguir o que queria — interrompeu Furie — Opino que é exatamente como nós. E como nós, a dor lhe ensinará. A gêmea de Furie, Cara, disse:  — Tem razão — Elas sempre ficavam uma do lado da outra — Não é a primeira vez que quase escapa. É sua mão agora ou sua face, ou, pior, sua vida depois. Não importa tão escura mantenhamos a mansão se não podermos mantê-la dentro. — Não farei —disse Annika — Eu... Não posso fazer. Regin arrastou Emma, embora esta resistisse.  — Então farei eu. Enquanto Annika permanecia ali, sua face perfeitamente estóica, como o mármore, mas com incongruentes lágrimas deslizando-se por ela, Regin pôs a mão de Emma à força sob o raio de luz. Emma gemeu de dor, gritando por Annika, gemendo‖“por‖que”‖uma‖e‖ outra vez até que sua pele começou a arder. Quando Emma despertou, Furie a estava cravando com o olhar, a cabeça inclinada, como se estivesse confusa pela reação de Emma.  — Menina, deve se dar conta de que cada dia a terra inteira está cheia de algo que pode te matar, e só poderá evitá-la se for cautelosa. Não esqueça esta lição, porque se repetirá e te dará muito mais dor da próxima vez.  Emma caiu de joelhos, depois sobre as mãos enquanto boquejava em busca de ar. A fina cicatriz no dorso da mão picava. Não se importava que fosse uma covarde. Não se importava... Não se importava... Não se importava...  Emma acreditava que tinham salvado sua vida, mas ao mesmo tempo a tinham posto em perigo. Aquele mal menor que tinham feito determinava cada dia de sua vida. Levantou-se, foi dando tropeções até o banheiro e jogou água na cara. Agarrou com força o lavabo. Se controle, Em. Quando Lachlain retornou com a bolsa de Emma, as emoções dela tinham ardido até transformar-se em uma turva fúria que dirigiu ao objetivo merecedor dela. Emma fingiu retirar o cheio estojo de sua bagagem com bruscos e exagerados movimentos, fulminando Lachlain com o olhar. Ele franziu o cenho. Ela o seguiu até o carro, afogando pragas, desejando dar um chute atrás dos joelhos. Ele se virou e abriu a porta. Uma vez instalados no carro, e depois de que Emma tivesse arrancado, ele disse:  — Você... Ouviu-me? — O que eu ouvi quando perdeu a presilha como um ninja? — espetou ela. Ante a inexpressiva cara dele, Emma respondeu — Não. Não o ouvi — E não lhe pediu detalhes. Acreditava que ele queria que o fizesse que estivesse disposto a fazer. Quando não tirou o olhar, ela disse — Não vou aceitar outra vez a bola em minha quadra de esportes. —Não tem nada que comentar? Emma agarrou com força o volante. — Está zangada? Não esperava esta reação. Ela o encarou, refreando seu temperamento e seu inato medo a ele não era equiparável a ter escapado pelos cabelos da morte. — Estou zangada porque só me deu uma estreita margem, de uns dois centímetros de engano respeito a suas letais garras. Possivelmente da próxima vez não tenha nem um centímetro. Quando estou adormecida sou totalmente vulnerável... Não tenho defesas. Forçou-me a esta situação e me incomoda. Ele a olhou durante um momento, depois suspirou e disse algo que ela nunca tivesse esperado.  — Tem razão. Já que acontece quando durmo, não dormirei perto de você nunca mais. A lembrança de seu úmido corpo tão quente contra o dela cintilou na sua mente. Lamentou haver posto final aquilo, uma compreensão que a pôs ainda mais furiosa. Ele estava sentado rigidamente no assento, o corpo tenso, enquanto ela punha sua lista‖de‖canções‖de‖“Enfurecido‖Rock‖Feminino” — O que é isso? — perguntou ele, como se não pudesse evitá-lo.
— Toca música. Ele assinalou a rádio.  — Isso toca música. — Toca minha música. Ele arqueou uma sobrancelha.  — A camponesa? — Programo-a — disse ela, colocou os fones, deixando-o ele de fora, com infinita satisfação. Depois de duas horas de caminho, Lachlain lhe indicou uma saída da cidade de Shrewsbury. — O que necessita aqui? — perguntou ela enquanto tirava os fones e tomava a saída. Embora incômodo ao admiti-lo, ele disse:  — Hoje não comi. — Suponho que não tomou um descanso para comer — respondeu ela, surpreendendo-se de seu cortante tom — O que quer? Comida rápida ou algo assim? — Vi esses lugares. Cheirei-os. Não têm nada que me fortaleçam. — Essa não é exatamente minha área de conhecimento. — Sim, sei. Saberei quando farejar algum lugar — disse ele, dirigindo-os pela rua principal até um mercado nos subúrbios com lojas e restaurantes — Deve ter algo por aqui perto. Ela viu um estacionamento subterrâneo, adorava, gostava de tudo o que fosse subterrâneo, e conduziu para dentro. Uma vez estacionados, Emma disse:  — Poderá fazer? Porque faz frio — E porque os vampiros podiam estar à espreita em qualquer lugar enquanto ela esperava que fosse do restaurante. Já que tinha que agüentar aquela merda Lykae, também poderia ter um pouco de proteção contra os vampiros. — vai entrar comigo. Ela o olhou inexpressiva.  — Do que serviria? — Fica comigo — insistiu enquanto abria a porta e se colocava diante dela. Ela notou com inquietação que ele estava olhando sobre seu ombro, esquadrinhando a rua, com os olhos entrecerrados. Quando a agarrou pelo braço e a empurrou com ele, Emma gritou:  — Mas não vou a restaurantes! — Fará esta noite. — OH, não, não — disse ela, suplicando com os olhos — Não me faça entrar aí. Esperarei aqui fora... Prometo. — Não vou te deixar sozinha. E precisa se acostumar a isto. Emma arrastava os pés, um gesto inútil contra a força dele.  — Não, não tenho por que! Nunca tive que entrar em um restaurante! Não tenho que me acostumar a isso! Ele parou e ficou frente a ela.  — Por que está assustada? Ela olhou para o outro lado, sem responder a pergunta.
— Bem. Vai entrar. — Não, espera! Sei que ninguém olhará para mim, mas eu... Eu não posso evitar sentir que todos me olham e se dão conta de que não como. Ele arqueou as sobrancelhas.  — Que ninguém olhará para você? Só os homens entre sete anos e os mortos — E continuou empurrando-a. — Isto é cruel, o que faz. E não esquecerei. Ele lançou um olhar e viu o alarme em seus olhos.  — Não tem do que se preocupar. Não pode simplesmente confiar em mim? — Diante seu olhar, acrescentou — Nisto. — Este é teu intento para me fazer sentir miserável? — Precisa se esforçar mais. Quando ela abriu os lábios para discutir, ele a cortou com sua voz dura como o aço.  — Quinze minutos. Se sentir-se incomodada, iremos. Ela sabia que iria de qualquer forma, sabia que simplesmente estava dando de presente a ilusão de poder escolher.  — Irei se posso escolher o restaurante — disse Emma, fazendo um intento de conseguir um pouco de controle. — Trato feito — respondeu ele — Mas tenho direito a veto embora seja uma vez. No momento em que emergiram ao passeio público, entre todos aqueles humanos, soltou a mão dele, jogou os ombros para detrás, e o queixo para frente. — Isso mantém afastada às pessoas? — perguntou ele — A arrogância com que se envolve cada vez que sai por aí? Emma o olhou com os olhos entrecerrados.  — OH, se funcionasse com todo mundo... — De fato, fazia com todos menos com ele. Sua tia Myst tinha ensinado a fazer. Myst mantinha às pessoas tão ocupada pensando que era uma esnobe e desumana cadela com a moral de um gato de ruas que nunca se entretinham pensando que podia ser uma pagã imortal de dois mil anos. Emma deu uma olhada e viu vários restaurantes para escolher. Com um sorriso malvado interior, assinalou um posto de sushi. Ele farejou o ar, depois a olhou com o cenho franzido.  — Vetado. Escolha outra vez.  — Bem. Ela assinalou outro restaurante anexo a um clube com pinta de acomodado. Quase estava certa  que era um bar. Tinha estado em alguns desses. Depois de tudo, vivia em Nova Orleáns, o fabricante mundial número um de ressacas. Obviamente, ele quis rejeitar sua escolha mais uma vez, mas quando ela levantou as sobrancelhas, Lachlain franziu o cenho e a agarrou outra vez a mão, arrastando-a com ele. Dentro, o estalajadeiro os recebeu calorosamente, depois se apressou a ajudá-la com a jaqueta. Mas algo correu atrás dele, algo que fez que o estalajadeiro retornasse a seu pódio, pálido e deixando só Lachlain atrás de Emma. Ela pôde senti-lo esticar-se.  — Onde está o resto de sua blusa? — espetou entre dentes.
As costas eram completamente recortadas e só a unia uma corda presa em um laço. Não tinha pensado que se tiraria a jaqueta, e se o fizesse, tinha acreditado que suas costas estariam encostadas ao couro marrom do carro nesse momento. Olhou sobre seu ombro com uma expressão inocente.  — Ora, não sei! Deveria me mandar esperar! Lachlain lançou uma olhada à porta, claramente perguntando se ia, e ela não pôde evitar sua expressão de satisfação. Ele entrecerrou os olhos, depois disse no ouvido com voz áspera:  — Tão melhor para sentir os olhares sobre você — enquanto o dorso de suas garras baixavam roçando suas costas.  
 
—E sua blusa um Azzedine Alaia16? — perguntou a garota que mostrava sua mesa.  — Não — respondeu — mas pode dizer que é um genuíno clássico.  Lachlain não se preocupou de que queria dizer isso; ela nunca levaria outra vez em público essa incômoda e incompleta blusa.  Sugiram curvas que dominava a parte baixa de suas magras costas, eram como um ímã para os olhares de cada macho nesse lugar quando deslizou pelo salão. Lachlain sabia que todos eles se imaginavam desatando esses laços. Porque ele mesmo pensava nisso. Um homem acotovelou seu amigo e murmurava que ela era "quente" ganhando um olhar assassino de Lachlain.  Não só eram os homens quem a olhava aberta e fixamente quando passavam. As mulheres observavam suas roupas com inveja e comentavam entre elas que vestia um estilo "fresco".  Depois, algumas poucas olhavam a ele com descarada insinuação. No passado, talvez tivesse desfrutado da atenção, possivelmente tivesse aceitado um convite ou dois. Agora encontrava que seu interesse era ligeiramente insultante. Como se pudesse preferir a alguma delas sobre a criatura que seguia tão de perto!  Ah, mas ele também queria que a vampira notasse seus olhares. Na mesa, Emma parou, como se experimentasse uma última amostra de resistência, mas ele a agarrou pelo cotovelo e a ajudou a acomodar-se em sua cadeira.  Quando a garota se afastou, Emma se sentou com as costas rígidas, os braços sobre o peito, negando-se a olhá-lo. Um garçom caminhou perto deles com um prato quente cheio de comida e ela arregalou os olhos.  — Pode comer? — ele perguntou — Já o fez?  Tinha começado a perguntar se era possível, e agora rezava para que assim fosse.  — Não.  Com tom de incredulidade, ele perguntou,
                                                
16 Árabe de nascimento e francês de adoção, Azzedine Alaïa é dos gênios da moda do século XX.
 
— Por‖que‖“não”?‖ Ela o encarou com uma sobrancelha arqueada.  — Pode beber sangue? — Ponto pra você — disse ele sem se alterar, entretanto estava desiludido. Lachlain adorava comida, adorava o ritual de compartilhar os mantimentos. Quando não estava morto de fome a saboreava, e como todo Lykae, nunca fracassava em degustála. Agora o golpeou a realidade de que nunca compartilharia uma comida nem um copo de vinho com ela. Que função ela desempenharia dentro do clã...?  Deteve a si mesmo. No que pensava? Nunca os incomodaria levando-a a suas reuniões.  Finalmente se recostou claramente resignada a sentar-se ali, depois dedicou uma cortês expressão ao menino que rapidamente se apresentou para lhes servir água.  Ela inclinou a cabeça sobre o copo, como se perguntasse qual seria o melhor curso de ação, então exalou um comprido e extenuado fôlego.  —por que sempre esta tão cansada? —A que se devem tantas perguntas?  Assim que se sentia mais valente em público? Como se esses humanos pudessem impedir que fizesse seus desejos. — Se tiver bebido faz tão pouco tempo como na última segunda-feira e não tem uma marca em seu corpo, eu o teria visto, então qual é esse estado de que falou?  Ela tamborilou as unhas sobre a mesa. — E essa seria outra pergunta mais.  Sua resposta soou longínqua, como um pensamento infranqueável, um pensamento tão aborrecível que devia enfrentar. Ele fechou os olhos, rangeu os dentes e sacudiu a cabeça lentamente quando esta idéia o golpeou.  Ah, Cristo, não. Esperava um bebê? Não, não poderia ser. Os rumores assinalavam que as fêmeas vampiras eram inférteis. São obvio, outros rumores indicavam que se supunha que não existisse nenhuma vampiro fêmea absolutamente. Mas aqui estava ela.  Que mais poderia ser?  Não um, a não serem dois vampiros sob seu cuidado, em seu lar, liberados como uma praga entre sua gente. E alguma sanguessuga ia querer que o respaldasse.  Toda a tensão que sentiu durante este comprido e louco dia retornou de forma redobrada. — Você está...?  O garçom apareceu nesse momento e Lachlain ordenou a toda pressa, sem olhar o menu, que jogou nas mãos do homem, despachando-o.  Ficou boquiaberta. — Não posso acreditar que pedisse por mim!  Descartou sua observação, perguntando:  — Espera um bebê, não é? Ela se esticou quando o menino voltou a preencher seu copo com água, então franziu o cenho a Lachlain. — Mudou nossos copos? — cochichou quando estiveram a sós outra vez — Não te vi! 
— Sim, e também farei com os pratos — explicou ele rapidamente — Mas...  — Então só devo comer? — perguntou ela — Assim come muito por mim. Bem? Porque eu teria um bom apetite...  — Estão?  Ela reteve o fôlego escandalizado, então disse rapidamente. — Não! Não tenho um... Umm, nem sequer tenho um noivo.  — Noivo? Isso quer dizer amante?  Ela ruborizou.  — Nego-me a falar com você sobre minha vida amorosa. O alívio o alagou. O dia para ele melhorava.  — Então não espera um.  Adorou o pequeno som de frustração que fez... Sobretudo porque substituía uma negação. Nenhum amante atual, nenhum menino vampiro. Só ela e ele. E quando a reclamasse, faria tão duro e tão comprido que ela não poderia recordar outro antes dele.  — Acaso não me neguei a lhe falar dessas coisas? Tem um talento inato para ignorar meus desejos? — disse a si mesma, entre dentes — Juro, que às vezes me sinto como se fosse um inseto estranho.  — Deseja um amante, não é isso? Seu pequeno corpo esta ávido por um.  Os lábios se separaram em tremulo silêncio. — V... Você fala tão francamente só para me provocar. Quer me envergonhar.  Dirigiu-lhe um olhar avaliador para que desse uma idéia do que ele tinha me mente.  — Eu poderia te satisfazer. Alcançando-a sob a mesa, serpenteou a mão para cima sob sua longa saia, tocando a parte interior da coxa, fazendo que desse um salto para trás em seu assento. Achou divertido surpreendê-la, inclusive aniquilá-la, quando a maioria dos imortais desenvolvia facilmente uma atitude despreocupada a respeito de tudo. Supôs que tinha razão... Gozava ao envergonhá-la. — Tira a mão - disse ela apertando os dentes.  Quando esfregou sua mão mais acima, rodeando com o polegar a suave pele, instantaneamente se disparou o calor através de seu corpo e ficou duro por ela pela centésima vez essa noite. Seus olhos percorreram os arredores da sala.  — Deseja um amante? Saberei se mentir e só se disser toda a verdade tirarei a mão.  — Para com isto...  Estava furiosamente ruborizada. Uma imortal que se ruborizava com freqüência. Incrível.  — Quer um homem em sua cama? — murmurou, enquanto seu polegar acariciava mais alto até que encontrou as calcinhas de seda que usava. Soltou o fôlego.  — Bem! — disse ela em um tom estrangulado — Direi-lhe isso. Quero um. Mas nunca será você.  — Por‖que‖eu‖“não”?‖ — E... Eu escutei sobre sua espécie. Sei que se comporta como um estúpido e selvagem, arranhando e mordendo da mesma forma que os animais... 
— O que tem que mau nisso? — Quando ela realizou outro som de frustração, disse — É normal que as fêmeas arranhem e em grande parte mordam também. Essa parte não deve ser tão nova para você, vampiro.  Ao dizer isso, sua expressão se esfriou. — O próximo homem que tome em minha cama me aceitará pelo que sou e não me olhará com repugnância só pela forma que estou forçada a sobreviver. Quero um homem que com sua maneira de ser me faça sentir acomodada e contente em vez do contrário. O que significa que já está desqualificado da competência na primeira noite.  Não entendia, pensou ele quando tirou lentamente as mãos. O destino tinha decidido isto para eles. Estava pronto para ela. O que significava que nunca mais teria outros competidores para qualquer dos dois. 
Uma vez que Lachlain parou de medir sob a mesa e a comida chegou, começou um lento e sensual namorico com seu mantimento. Ele claramente saboreava cada bocado, tanto que quase a fez querer comer em vez de só fingir fazer.  No fim, Emma teve que admitir que seu jantar a encheu, tão somente com a mudança de pratos e mantimentos voando grosseiramente na baixela de prata... Não era desagradável.  Depois que o garçom esvaziasse seus pratos, Emma viu a mulher na mesa próxima desculpar-se depois da comida. Isso era o que faziam as mulheres humanas. Quando terminavam de comer, agarravam as bolsas de seu braço e depois iam ao banheiro para retocar seu lápis de lábios e revisar os dentes. Quantas coisas deviam aparentar...  Mas Emma não tinha uma bolsa. Sua bolsa tinha sido arruinada quando o Lykae tinha sentado de frente a ela e atirado no chão lamacento. Franziu o cenho, mas mesmo assim se moveu para levantar-se. — Vou ao banheiro — murmurou ela.  — Não — Alargou a mão até as pernas dela, o qual fez que de um puxão se apoiassem na mesa.  — Perdão?  — Por que faria isso? Sei que não tem essas necessidades.  Ela balbuciou com desconcertada. — V... Você não sabe nada sobre mim! E quero manter dessa forma.  Ele se recostou as mãos atrás da cabeça, a expressão casual, como se não discutissem algo tão pessoal.  — Faz? Tem essas necessidades?  Sua face flamejou. Ela não as tinha. E pelo que sabia outros vampiros tampouco. As Valquírias não o faziam porque simplesmente não podiam... Bem... Comer.  — Seu rubor me responde. Agora o que fará. Algo para me pôr em ridículo?  Ela se alarmou ao ver que lançava esse olhar analítico, sentiu-se como um inseto imobilizado pelas asas, observado sob um microscópio.  — Tão diferente é das fêmeas humanas? Sei que suas lágrimas são de cor rosada. Sua?  É obvio que podia.
— Não por mais de noventa minutos na semana, como o médico principal de minha raça indica. Bom, ao fim o tinha desorientado. Mas não por muito...  — Também é rosa? — Não! As lágrimas são uma anomalia. Está bem? Sou como outras mulheres, mas não nessas coisas que tão cruamente assinalou.  — Não, não é. Vejo os anúncios na televisão. Durante o dia, quase todos são sobre as mulheres. Você não se barbeia, sua pele é suave onde elas não são. Revisei seus pertences e encontrei que não leva os fornecimentos necessários como elas fazem.  Seus olhos arregalaram quando isso a golpeou... Significava que ele... Esticou-se, pronta para saltar de seu assento quando ele estendeu a perna e deixou cair a pesada bota ao lado dela, apanhando-a.  — Há rumores de que as vampiras crescem inférteis. Um vampiro não se rebelará até que encontre sua noiva. Não é isso o porquê Demestriu tratou de exterminar a todas as fêmeas dentro da Horda? Essa é a razão pela que sua espécie é tão escassa.  Ela nunca tinha sabido isso. Baixou o olhar, observando fixamente a mesa quando esta balançou. O garçom tinha feito um valente esforço ao tentar ordená-la, mas mesmo assim havia restos de comida. Restos dela. Porque era um inseto estranho que não podia manipular a baixela de prata e aparentemente não podia ter filhos. Nunca tinha tido seu ciclo menstrual por que era infértil?  — É isso verdade? — repetiu ele.  Ela murmurou,  — Quem sabe no que Demestriu estava pensando?  Sua voz soou menos severo, quando disse: — Isso significa que não é completamente como elas.  — Suponho que não — Empurrou os ombros para trás — Mas ainda tenho um penteado que desejo verificar e histórias sobre uma má entrevista que quero recordar, assim agora irei ao banheiro. — Volta diretamente para mim — mastigou essa ordem.  Desafiou-o com um olhar cheio de ódio, então se afastou.  O restaurante compartilhava suas instalações com um bar, assim teve que passar por vários homens que vadiavam por ali. Era como um vídeo de jogo de labirinto cheio de adversários, em onde qualquer um podia ser um vampiro, mas um tempo afastada da humilhação merecia o preço do risco.  Dentro do santuário das damas, dirigiu-se para o lavabo para limpar as mãos. Olhouse fixamente no espelho, impressionada outra vez ao ver quão pálida estava. As maçãs do rosto se sobressaíam afiadas em seu rosto pelo peso que tão rapidamente perdia. Sinceramente era muito jovem e muito fraca para não sofrer as conseqüências imediatas da sede. Inferno era uma comemoração caminhante à vulnerabilidade.  Sabia que era fraca. Aceitava. E aceitava o fato que nem sequer podia defender-se com uma arma. Se mal podia sustentar uma espada, sua pontaria era ridícula, como todo mundo o fazia evidente ao rir quando praticava, nem o que falar de lutar. Bem, não tinha exatamente uma primorosa habilidade nisso. 
Até esse momento ignorava que nunca teria filhos...  Quando Emma retornou e Lachlain parou para ajudá-la a se sentar, advertiu que enquanto esteve fora, ele tinha escavado na mesa com suas garras. Nada parecido ao do hotel, somente cinco precisas e profundas fendas da mão que acabava de retirar.  Uma vez mais ele se sentou em seu lugar, suas sobrancelhas indicavam uma profunda concentração. Parecia que estava a ponto de dizer algo, depois pareceu mudar de opinião. Ela estava se aborrecendo com esse irritante silêncio.  Como sua atenção continuava nas marcas, ele colocou a mão em cima delas. Claramente não queria que se fixasse, sem duvidar pensando em que rememoraria os dias, ou... Talvez as noites... Da destruição.  Ela se perguntou o que tinha acontecido para que fizesse isso. Provavelmente viu essa garota do clube com uma blusa transparente que deixava ver um mamilo com piercing e agora sentia a chamada da besta.  Ou era possível o que lamentasse suas humilhantes perguntas? Tanto para reagir distraidamente escavando na mesa? Negou com a cabeça.  Ele não lamentaria humilhá-la... Não quando de maneira tão óbvia gozava com essa situação.
— Que sabemos? — perguntou Annika. Respirou fundo, fazendo uma careta de dor quando suas curadas costelas gritaram em protesto e deu uma olhada às Valquírias que estavam pressentem. Luzia, Regin, Kaderin, e as demais, esperando para atuar, esperando a direção que daria Annika.  Nïx brilhava por sua ausência, com toda probabilidade estava vagando outra vez na propriedade do vizinho. Regin estava no computador, tentando ingressar na base de dados do aquelarre, investigando Ivo e quaisquer outras pistas do vampiro. Seu brilhante rosto iluminou a tela.  — Humm. Isto com segurança seriam só duas coisas insignificantes — disse Regin — Ivo o Cruel procura a alguém entre as Valquírias. E ainda não a encontrou quem quer que seja, porque seus esforços ainda não cessaram. Nossas irmãs no aquelarre da Nova Zelândia escrevem que elas estão "chockablock" de vampiros. O que significa chockablock17? Não. De verdade. Annika ignorou o último. Ainda estava furiosa com Regin por incitar a Emma. Por sua causa, Emma agora percorria a Europa daqui para lá com um... Como o tinha chamado Regin?... Um bombom. Em cima disto, Regin tinha tido a coragem de acusar a Annika de ser "sufocante". Não era como se Annika não quisesse que Em encontrasse um homem, mas era ainda tão jovem e elas não sabiam nada a respeito deste varão e estava o fato que ele era suficientemente forte para vencer um vampiro. Regin realmente tinha querido que Annika se sentisse melhor dizendo: — Garota, poderia te dizer que... Emma o quer da pior maneira...  Annika tremeu interiormente, enfocando-se na situação à mão. — Temos que determinar as intenções de Ivo.  Kaderin disse: 
                                        
17 Atestadas e repletas
— Myst mal escapou de seu calabouço faz cinco anos. Talvez a quer de volta. — Tudo isto para recuperá-la? — perguntou Annika. Myst a Cobiçada, considerada a Valquíria mais formosa, tinha estado sob seu poder. Ela tinha escapado quando os vampiros rebeldes tomaram seu castelo. Essa situação sempre enfurecia a Annika. As indiscrições que tinham acontecido entre o Myst e Wroth, um general rebelde.  Até dois dias, Annika acreditava que Myst tinha esquecido esse vampiro e toda essa repugnante situação. Mas todas tinham ouvido a velocidade do coração de Myst só à mera menção de vampiros no Novo Mundo. Tinha verificado seu cabelo vermelho uma e outra vez antes de unir-se a um grupo que se dispunha a caçá-los.  Não, Myst não se esqueceu de seu general. Acaso Ivo não poderia ter esquecido a sua deslumbrante cativa?  — Poderia ser Emma — propôs Regin.  Annika deu um agudo olhar de raiva. — Nem sequer conhece sua existência.  — É o que acreditamos...  Annika beliscou a testa.  — Onde inferno esta Nïx?  Não era tempo para conjeturas... Precisava da visão de Nïx. — Verifica outra vez o cartão de crédito da Emma. Alguma nova compra?  Regin consultou nas contas de crédito do aquelarre, e aos poucos minutos teve o extrato da conta da Emma. — Estes registros estão atrasados uns dias. Mas há algumas compras de roupa... Que problema pode ter comprando roupa? E aqui há uma conta do restaurante Crillon. Não é nada mesquinha ao pagar.  — De qualquer modo o que Ivo iria querer com a Emma? — perguntou Luzia.  Como sempre que refletia as diferentes possibilidades, tocava a corda de seu arco. — Pode ser a mais jovem das vampiras, mas não é poderosa.  — Se pensarmos logicamente, as probabilidades assinalam a Myst — disse Kaderin.  Annika teve que concordar. Considerando a beleza de enfarte de Myst, como não poderia querer tê-la Ivo? — E outra coisa que inclina a balança em favor de Myst — adicionou Kaderin — Não voltou de sua caçada e não ligou.  Decidido. Por agora. — Tratemos de vigiar os movimentos da Emma e iniciaremos a busca de Myst.  Regin se esforçou por ver todos os danos da mansão.  — Devo renovar a inscrição com as bruxas?  — A proteção mística pode haver-se enfraquecido como bem sabemos. Só um custódio é infalível - Annika suspirou com cansaço. — Introduziremos o antigo açoite. E é forçoso pagar os espectros na moeda que eles desejam.  Regin suspirou. — Bem, maldição e aqui entra o apego ao meu cabelo. 
 
O crepúsculo chegou à campina de Escócia meridional, lançando uma última luz sobre a estalagem. Enquanto Emma dormia, Lachlain sentou na cama, perto dela, bebendo outra xícara de café.  Grande parte do dia tinha estado ocupado, mas não dormiria ainda. Nesse momento relaxou ao lado dela, estava com roupas leves, com uns cômodos jeans que se viam tão usados como suas botas. Leu uma das poucas novelas contemporâneas da biblioteca da estalagem e escutou um pouco as notícias. Se ele a tivesse tomado na última noite, nesse momento com segurança estaria mais contente. E estava seguro que o tentaria outra vez. Mas não teria oportunidade para isso, inclusive se ela não tivesse estado tão comovida, com todas essas emoções que dirigir depois do desastroso e direto interrogatório no restaurante. Tinha suposto que poderia zangá-la para que respondesse, conseguir que se incomodasse antes que a noite cobrisse apenas o humilde quarto. Em vez disso, ela tinha inclinado a cabeça e oferecia uma expressão tão dolorida que algo tinha se quebrado no interior dele.  Quando ontem à noite tinham chegado à estalagem, Emma estava tão ausente por causa da fadiga que nem sequer protestou quando a despojou de sua roupa interior e a colocou na banheira. É obvio, encontrou-se lutando com esta luxúria insuportável uma vez mais. Mas em vez de castigá-la por isso, tinha-a acariciado várias vezes, enquanto estava suava em seus braços. Confuso olhou fixamente o teto. Depois do banho e que ele a tivesse secado, vestiu-a com uma de suas camisas, a tola havia tornado a pedir sua camisa, depois a colocou na cama. Ela levantou solenemente a vista para ele e  expressou sua preocupação de que "perdesse as casinhas" de novo. Quando assegurou que ele não dormiria, ela olhou com desejo o chão, de fato alargou a mão para baixo até tocá-lo, depois se reprimiu.  Agora mesmo, observou as dobras das cortinas e não viu luz nenhuma. As últimas duas noites ela despertava precisamente ao anoitecer. Não fazia nem um bocejo ou um ligeiro tremor ao despertar, simplesmente abria os olhos elevando-se ligeira, despertava como se retornasse à vida instantaneamente. Lachlain teve que admitir que achava este traço misterioso... Assustador. Nunca tinha visto isto antes, no passado é obvio qualquer vampiro adormecido em sua presença nunca despertava outra vez.  Em qualquer instante seus olhos se abririam, e tirou o livro para observá-la.  O sol se escondeu. Os minutos passaram. Ela ainda não se levantava. — Se levante —disse, sacudindo o ombro.  Como não respondeu, sacudiu-a mais forte. Precisavam continuar o caminho. Supunha que poderiam chegar a Kinevane essa mesma noite e estava ansioso por ver seu lar.  Ela se afundou sob a colcha. — Quero...Dormir.  — Se não sair da cama, te arrancarei as roupas e me unirei a você. 
Quando inclusive não houve reação a isso, cresceu seu alarme e sentiu que a pele de seu rosto estava gelada.  Levantou a sua cabeça que caiu pendurando. — O que há com você? Me diga!  — me deixe sozinha. Necessito outra hora.  Baixou-a.  —Se estiver doente, é porque precisa beber.  Depois de um momento, ela mal abriu os olhos.  A compreensão chegou de repente e seu corpo se esticou.  — É a fome? — rugiu.  Ela piscou.  — Disse-me que comeu na segunda-feira, com que freqüência precisa fazê-lo? Quando ela não respondeu, sacudiu-a pelos ombros.  — Todo dia. Está bem?  Ele deixou cair os ombros ao tempo que apertava os punhos. Ela tinha tido fome? Sua companheira tinha sofrido de uma fudida fome enquanto estava sob sua proteção. Não tinha a menor idéia do que fazer.  Maldição, não poderia cuidar dela. Não só a teve morta de fome durante dois dias, obviamente ele tinha impedido que caçasse e ela precisava encontrar uma vítima da qual beber cada noite. Cada noite eles dois atravessariam por isso. Ela matava cada vez que bebia como faziam outros vampiros?  — Por que não me disse nada?  As pálpebras fecharam outra vez.  — Poderíamos fazer outro "trato"?  Poderia permitir que tirasse dele? Entre seu clã, ser mordido por um vampiro era uma injúria, era considerado um ato obsceno. Inclusive se fosse feito contra sua vontade, um Lykae sofreria a vergonha mais abjeta. Mas que escolha tinha? Exalou e disse pesaroso: — Beberá de mim a partir de agora.  Nenhum vampiro jamais o tinha mordido. Demestriu se oporia, discutindo com os anciões sobre sua decisão. Por alguma razão, no final teria decidido em contra, preferindo atormentar Lachlain.  — Não posso beber de você — murmurou ela — Não diretamente da fonte.  — O que? Pensava que os de sua espécie encontravam prazer nisso.  — Nunca fiz isso. Impossível. — Você não bebe de alguém? Nunca matou?  Lançou-lhe uma expressão angustiada. Essa pergunta a tinha ferido?  — Claro que não.  Não era uma predadora? Havia rumores sobre uma pequena facção de vampiros rebeldes que não matavam, é obvio ele tinha descartado imediatamente esses contos. Como se chamava esta raça? Forbearers? Poderia ser uma deles? Mas então... Franziu o cenho.  — Então de onde consegue sangue? 
— Banco de sangue — murmurou.  Isso era uma piada?  — Que diabo é isso? Há um perto?  Ela sacudiu a cabeça.  — Então tem que beber de mim. Porque acabo de decidir ser seu café da manhã.  Parecia muito fraco para morder seu pescoço, assim que ele se cortou o dedo com uma garra. Ela voltou a cara afastando-se.  — Ponha em um copo. Por favor. — Teme que se converta em um Lykae? — Ele alguma vez tentaria que ela passasse por esse exaustivo ritual — Ou pensa me converter em vampiro? Certamente que ela não pensava isso. A única maneira de transformar-se em um vampiro era morrer enquanto o sangue de um entrava no corpo. Só os humanos acreditavam que alguém podia ser convertido pela mordida do vampiro, enquanto que os membros do Lore sabiam que se tinha uma melhor oportunidade de trocar mordendo o vampiro.  — Não é isso. Um copo...  Não entendeu no que consistia a diferença. Então seus olhos se estreitaram. Acreditava que beber dele era ofensivo? Raiva. Não tinha a menor idéia do que ele sacrificava para ela. Gemeu...  — Toma, agora! — Então gotejou o sangue através de seus lábios.  Ela resistiu um momento mais do que ele teria feito se estivesse morto de fome. Finalmente  tocou ligeiramente o lábio com a ponta da língua, depois lambeu ali. Seus olhos se transformaram em prata. Para sua consternação, imediatamente ficou duro. Suas pequenas presas se alargaram e já as tinha afundado em seu braço antes que ele pudesse piscar.  Ao provar a primeiras gotas, agitando as pálpebras se fecharam e ela gemeu; embargou-o uma maré de prazer sexual, sentindo-se a borda de gozar. Aturdido, gemendo, agarrou-a e puxou sua camisa para baixo, expôs seus seios e cobriu um deles com a mão. Apertou mais duro do que tivesse querido, mas quando parou ela levantou o seio até sua mão, seus quadris ondulavam, sem deixar de mordê-lo.  Com outro gemido ele se inclinou, abrindo caminho até seu seio de tal maneira que pudesse tomar o mamilo com a boca. Lambendo desesperadamente, a língua se formou redemoinhos ao redor do latente pico. Quando tomou entre seus lábios e chupou, sentiu ao mesmo tempo em que a língua se movia rapidamente sobre sua pele. O prazer que obteve era indescritível e cada vez que sugava o intensificava. Ela se aderiu ao braço tão docemente, atraindo-o ainda entre seus seios. Como se quisesse que ele nunca se separasse deles. Seu mamilo estava tão duro entre seus lábios...  Colocou a mão em sua coxa, esfregando para cima, mas ela retirou suas presas e se afastou virando de lado. Caiu com o golpe, tentando compor-se, desconcertado por sua reação.  — Emmaline... — disse com a voz rouca, tomando-a pelo ombro e girando-a para trás. Seus olhos se arregalaram quando as diminutas presas voltaram a serem pequenas, seus olhos se tornaram azuis uma vez mais, e ela os fechou com evidente êxtase, dobrando seus claros braços sobre a cabeça. Quando se estirou, os escuros mamilos se sobressaíam ainda mais. Então elevou o olhar para ele com os lábios cheios e vermelhos. A moça sorriu como nunca antes o tinha feito. Euforia, isso é o que via percorrer pelo seu corpo. A ereção cresceu intoleravelmente observando como se esquentava sua pele, era algo extremamente sensual. Cada detalhe deste macabro ato com ela era erótico. Seu rosto se fez mais suave, seu corpo mais repleto. Deus... Por favor, mais curvilíneo. Se for possível, seu cabelo brilhava ainda mais. Prometeu-se que ela beberia dele e só dele.  E, doce Cristo, ela o necessitaria cada noite.  Emma se colocou escarranchado sobre ele, inclinando-se para frente, parecendo faminta de algo mais. Os seios nus estavam cheios e deliciosos, como se mendigassem as suas mãos para acariaciá-los.  — Lachlain — ronronou seu nome tal como tinha esperado ouvi-lo durante um milênio.  Estremeceu e seu pênis pulsou. — Emma — grunhiu investindo contra ela.  Um punho se chocou contra sua cara. Tomando-o despreparado, voou através do quarto.  Pela segunda vez tentou levantar, se dando conta de que tinha deslocado a mandíbula.
 
Sem afastar os olhos dela nem um momento, Lachlain deu um murro em si mesmo na cara em sentido oposto aos golpes dela. Emma ouviu o rangido da mandíbula ao retornar ao seu lugar, enquanto se aproximava com uma expressão ameaçadora.  Sem nenhuma camisa que ocultasse tão forte era, cada músculo esculpido no peito e o torso estavam visivelmente tensos. Parecia que se via maior sem roupas do que com elas? Como exatamente tinha acontecido isto? Por alguma razão não sentia temor. Emma o Cordeiro estava procurando nele algo mais que deslocar. Os vampiros eram maus. Ela era um vampiro.  E estava ardendo com seu delicioso sangue.  Ele já estava em cima antes que tivesse tempo de reagir, segurou seus braços por cima de sua cabeça e empurrou um joelho entre as pernas dela. Ela gemeu, lutando, realizando uma melhor atuação que a anterior, mas ainda não era suficiente para ele.  — Tem força graças a meu sangue — disse ele quando pressionou os quadris entre suas pernas.  — Estou mais forte porque bebi — estalou ela, o que era verdade, mas também suspeitava do sangue imortal dele, tomada diretamente de seu corpo, era mais forte — Por algo tinha fome. Deu-lhe um olhar condescendente. 
— Admite-o. Deseja me saborear.  Tinha provado o poder, provou-o a ele e desejava mais.  — Vá para o diabo.  Ele ajustou sua posição nela, seu peito esfregava contra os seios nus. Quando se recostou sobre ela, sentiu sua dura ereção como se fosse aço entre eles.  — Por que me bateu?  Ela levantou a cabeça agressivamente, o único movimento que podia realizar.  — Por tudo o que me fez. Por me pôr em perigo e por cada ocasião em que ignorou meus desejos — Sua voz era diferente, mais gutural. Soava como se estivesse no extremo de uma linha de sexo.  A lista de razões era interminável, desde arrancar a atadura que havia ocultado suas memórias traumáticas, a fazê-la correr-se estupidamente pela luxúria quando bebia, ao rasgar o equivalente a mil dólares em roupa interior bordada à mão de Jillian Sherry em sua primeira noite. Decidiu-se por...  — Por cada vez que quis te bater e não pude.  Estudou-a, claramente não sabia o que fazer com ela. Então as mãos que a tinham segurado se cavaram fortemente em cima de sua cabeça. Parecia um lobo.  — Bastante justo.  Os lábios dela se separaram com surpresa.  — Sente-se melhor com isso? — Sim — respondeu ela honestamente. Só por um momento, sentia-se orgulhosa pela primeira vez em sua vida, desfrutando do poder. E a próxima vez que a forçasse a entrar em um restaurante, ou se comportasse como uma estrela de rock em seu quarto de hotel ou despertasse beijando-a ali abaixo, esbofetearia-o outra vez.  Como se lesse a mente, a advertiu:  —Não me bata outra vez.  — Então não quebre suas promessas — Ao ver seu cenho franzido, ela explicou — Prometeu que não me tocaria. Mas você... Você tocou meus seios.  — Prometi que não tocaria a menos que me desejasse — Ele se inclinou para percorrer seu flanco com a ponta dos dedos. Ela teve que combater o impulso de dobrar-se e estirarse como um gato ante seu toque.  — me diga neste momento que não me deseja. Ela afastou o olhar, angustiada por ele ser tão atraente pelo desejo agudo que sentia quando o calor de sua mão cobria todo seu seio. Ao sentir sua boca quente chupando seu mamilo... Entre eles sua ereção estava rígida, pondo-a a prova, enrolando seu corpo até estar molhada por isso.  — Tomarei nota de não fazê-lo no futuro.  Seus lábios se curvaram maliciosamente, e seu fôlego nublou a vista.  — Então tudo o que tem que fazer a próxima ocasião é tirar suas diminutas presas de meu braço pelo tempo suficiente para se negar. Basta somente uma palavra.  Ela puxou a camisa até colocá-la em seu lugar, desejando golpeá-lo outra vez. O bastardo sabia que essa noite não poderia ter evitado colocar suas presas nele da mesma forma que parar de respirar. 
— Assume que beberei de você outra vez?  Com um sexy sorriso e uma voz rouca, ele disse: — Terei que insistir.  Volteou a cara quando o significado completo de suas ações a golpeou. Tinha tomado realmente sangre vivo. Era oficialmente uma sanguessuga. Ao beber diretamente dele era como se voltasse para casa, como se algo tivesse mudado em seu interior. Temia nunca poder retornar as plásticas bolsas de sangue. Que tipo de substâncias no sangue teria bebido com antecedência?  — Por que não fez antes?  Porque estava proibido. Mas agora tinha feito o que suas tias tinham temido que fizesse... E seu sangue era uma droga que poderia viciar. Poderia se tornar uma viciada. Teria esse poder sobre ela.  Não! Tratava de enrolá-la para beber outra vez, ela já não morreria de fome e teria mais controle para negar-se.  Em teoria? — Me deixe em paz, bruto — Quando não permitiu se levantar, elevou a mão outra vez, mas ele a agarrou pela mão.  — Não tente me bater outra vez, Emmaline. Os companheiros nunca se golpeiam um ao outro.  — O que quer dizer com isso de "companheiro"? — perguntou ela lentamente, o esquecido temor retornando, fazendo que sua voz soasse desesperada — Parecia... Parecia os Australianos por "amigos"?  Quando pareceu que estava decidindo se devia dizer algo a ela, sinos de advertência soaram com força.  — Não seria dizer como uma companheira de Lykae? — A idéia tinha ocorrido a ela brevemente, mas a tinha descartado com facilidade. Porque era ridícula.  — E o que sabe você sobre isso? — Ele estava zangando-se outra vez.  Recordou Luzia a advertindo que nunca ninguém deveria interpor-se entre um Lykae e sua companheira. E se outro macho acossava a sua fêmea ou tentava separá-los... Estará no inferno muito em breve. Eles eram tão possessivos como um vampiro com sua Noiva, senão pior.  — Sei que têm só uma e que nunca se separam.  Também sabia que se a pessoa estivesse ferido ou corria perigo, a besta se levantava e a razão se esfumava. Tinha-o visto perder a razão... E nunca queria vê-lo assim outra vez.  — O que está mal com isso?  — Você não... Você não quer se separar de mim? Certo?  — O que fará se dizer que não?  — Ah, Deus — Lutou com ele até que a soltou.  Acomodou os braços atrás de sua cabeça ao recostar-se.  — Seria tão terrível estar comigo? Temeu que estivesse atuando tão despreocupadamente.  — É obvio que sim! Além do fato que não pode decidir se for agradável comigo ou me odiar, e, além disso, do fato que somos... Diferentes, é um busca de pleitos, perde o controle, e não tem interesse por saber como me sinto com tudo isto, e não cumpre suas promessas e estamos no meio do Lore...  — Agora, retornemos a como se sente você, moça — Quando lhe deu um olhar furioso, ele sorriu burlonamente — Me agrada que obviamente tenha pensado muito em nós. Analisando todos os aspectos.  Ela apertou os punhos na frustração.  — Me diga então que não sou sua companheira. — Não é. É uma vampira, recorda? Pensa nisso. Meu clã quereria te rasgar em mil pedacinhos só ao te ver.  Inclinou a cabeça, estudando-o, tratando de determinar a verdade.  — Embora admita, que com todas essas novas curvas... — percorreu seu olhar sobre ela, antes de sacudir a cabeça da forma em que os homens fazem, como se fosse um despejado — Minha mente não deixa de pensar em você como minha amante quando estou ao seu redor, mas nada tão grave como minha companheira.  Por que esse comentário tão cortante?  — Não mentiria?  — Dorme tranqüila. Eu te quero, mas não para isso — Ele se levantou — Agora, a menos que deseje terminar esta noite apropriadamente comigo sob a cama, precisa se vestir adequadamente.  Com um grunhido, ela se dirigiu ao banheiro como se pisassem nos calcanhares, então fechou a porta atrás dela. Pressionou as palmas contra a porta, o corpo tremendo, seu sangue ainda afetando-a. Franziu o cenho. A pintura da porta era brilhante e até estava fresca, Lisa, mas no painel do meio, a pintura tinha borbulhado ali. Fascinante.  Correu à ducha e provou a temperatura, a água se sentia incrível na mão, fazendo cócegas sua palma. Nua na água foi ainda melhor — foi como se pudesse perceber cada diminuta gota que caía sobre seu corpo. Percorrer com os dedos o cabelo molhado se sentia estupendo. Deu-se conta de que outra vez tinha forças. Claramente, o sangue de Lachlain era um coquetel repleto do Ritalin18 e Prozac18. Deveria estar embargada pela pena devido a sua infração e preocupada com o futuro, mais parecia que não podia concentrar-se nisso. Convenceu-se de que eram os aspectos medicinais do sangue dele o que  produzia essa sensação de bem-estar e não o desconhecido sentimento de estar vinculada que a tinha encantado quando bebeu.  Depois da ducha, secou-se, tomando nota para elogiar a estalagem por suas toalhas incrivelmente suaves. Quando se envolveu com uma, esta roçou seus mamilos. Tremeu e ruborizou, recordando a boca dele tão quente sobre seu seio.  Sacudindo fortemente a cabeça como se dessa forma o tirasse da memória, acomodou-se em frente do espelho, elevando seu antebraço para limpar o vapor condensado no vidro. 
                                                
18 Ritalina ou Ritalina é a marca metilfenidato (MFD), um psycoestimulante.     Prozac: nome comercial da fluoxetina, um remédio inibidor da recaptação da serotonina (IRSS). Está indicado para o tratamento da depressão, transtorno obsessivo-compulsivo, transtorno do pânico, ...
 
Eu te quero, mas não para isso, havia dito ele, e agora quando analisava a si mesma se perguntava por que a queria. Tentou imaginar-se como ele a via.  Imaginou que talvez fosse... Possivelmente fosse bonita, agora que sua cor tinha retornado e alguma de suas curvas haviam tornado... Como indicou ele tão grosseiramente. Mas todo isso era irrelevante, ou não? Talvez fosse bonita, até que se colocava perto de qualquer fêmea de sua família. Elas que eram fatais e tentadoras. Em comparação, Emma era... Linda. Mas elas não estavam aqui, e se Lachlain pensava que era atraente quando levava essa roupa conservadora e as tranças no cabelo, o que pensaria quando vestisse como geralmente fazia?  Sentia-se quase liberada, agora que a tinha convencido que não era sua companheira, ainda quando uma parte dela desejava ser tão formosa que ele lamentasse esse fato...  Escolheu sua minissaia e sapatos de salto favoritos, e uma vez que secou o cabelo, deixou-o solto outra vez, frisando-se nas pontas. Se o vento soprava e alguém via suas orelhas, não duvidava que Lachlain tivesse algo que dizer ou fazer. De fato, parecia que a acusavam. Tomando coragem, ficou sem sutiã.  Quando saiu para encontrá-lo no carro, ele ficou boquiaberto por sua aparência. Ela sabia que sua aparência era o que o havia comovido...   Por que Lachlain estava ao volante?  Ele saiu disparado do carro para correr desesperado e puxá-la. Emma acreditava que ele devia ter visto um vislumbre de suas meias de seda durante o barulho porque grunhiu baixo, antes de olhar furiosamente os arredores para comprovar se alguém mais os tinha visto.  Quando retornou para o carro, bateu a porta ao fechá-la, estremecendo o carro.  — A que joga, moça?  Ela o olhou fixamente, muda.  —Se veste desta forma, quando lmal posso manter as mãos longe de você?  Ela sacudiu a cabeça.  — Lachlain, assim é como me visto normalmente. Além disso, você mofou da idéia de que eu seja sua companheira, assim devo estar a salvo. — Mas ainda sou um macho. E que faz muito tempo que não teve uma mulher.  Seu coração se afundou. Por isso a achava tão atraente... Porque faz muito que não tinha uma mulher. Com segurança encontraria uma pedra perfumada atraente nesse instante.  — Então permita me ir. Se puder dirigir, então não precisa de mim e assim é livre de encontrar a uma mulher que esteja interessada em você dessa forma. — Aceitou em permanecer comigo até a próxima lua cheia.  — Só serei um obstáculo. E estou segura que há muitas fêmeas que gostariam de estar com você.  — E não conta você mesma entre esse número? Ainda depois desta noite?  Ela mordiscou o lábio, recordando como tinha acariciado sua pele bronzeada quando tinha tomado seu delicioso sangue, e perdido brevemente a prudência. 
— Não entendo por que quer que fique — conseguiu dizer finalmente — Necessitava de um motorista. Já não precisa mais.  — Não, posso dirigir, mas quero outras duas coisas de você — Ela suspirou e ele se moveu para sentar juntos contra a porta do carro. Quando ela cruzou as pernas, ele as olhou fixamente como se estivesse encantado. Estalou os dedos diante dele. — Pois vamos ouvir.  Com um grunhido, ele tirou seu olhar e encontrou seus olhos.  — Quero que vá ao Kinevane assim posso saldar nossa dívida e te recompensar por sua ajuda. É duro para você dirigir e agora sei que sua fome é pior do que pensava. —Como me recompensará? — Ela suspeitava e não se incomodou em escondê-lo. — Dinheiro ou ouro. Ou pedras preciosas. Estive reunindo jóias por toda minha vida.  Ele acentuou as últimas palavras, sustentando seu olhar, mas ela não sabia por quê. — Você pode escolher o que você gostar.  Ela arqueou as sobrancelhas. — Daria-me alguma jóia antiga, parecida com um peitilho cheia de ouro tirada de um tesouro?  — Sim, exatamente — Cabeceou com inteira seriedade — Jóias inapreciáveis. Tantas como pode levar.  — E seriam minhas? — Finalmente ela possuiria algo insubstituível? — Teria um aviso certificável de minha excursão — Lançou-lhe um sorriso muito agradável quando disse essa palavra, mas não  acreditou — Lykae...? — Duvidava que suas tias pudessem resistir a essa aventura.  — Sim, suas. Embora duvide que possa as classificar como "avisos". Ela negou com a cabeça.  — Esse é um ponto discutível. Se fosse por cento e cinqüenta anos, então já não tem um castelo com um tesouro, por muito que o deseje. — O que quer dizer?  — Lachlain, alguma vez ouviu o que é uma Wal-Mart19? Não? Um pouco parecido a isso deve estar com probabilidade em cima de seu castelo neste momento. Carrancudo, disse:  — Não, não é possível. Kinevane é onde se origina nossa raça e esta protegida do exterior. Nenhuma ameaça penetrou jamais suas paredes. Inclusive os canhões de vampiros não puderam danificá-la —Seu tom foi mais uma insinuação que uma presunção — Nada esta em cima dela na atualidade, prometo-lhe isso.  Seus olhos se estreitaram.  — Se o que diz é certo e consigo meu prêmio. Quantos machos entregam jóias esperando em troca sexo?  — Essa é a segunda coisa — Sua voz baixou e cavou um lado de seu rosto — Ao fim te meterei em minha cama.  Qual foi a engenhosa réplica da Emma?... Deixar cair o queixo. 
                                                
19 Conhecida e multinacional rede de hipermercados
— Eu... Eu não posso acreditar no que acabou de dizer — balbuciou ela finalmente, evitando sua mão até que ele a soltasse — Obviamente, agora que sei que estou em sua agenda, não continuo com você.  — Entendo — dirigiu um solene olhar — Deve ser um estranho e verdadeiro temor a que possa triunfar.  Ela o fulminou com um impaciente olhar.  — Ouça... Me perdoe se não me equilibrar diretamente nelas.  Depois de um momento, as curvas de seus lábios se arquearam ante seu comentário.  — Mas é verdade. Se estiver tão confiada que não terei êxito, então minha "agenda" não é nada mais que um pensamento ocioso.  — O jogo pode converter-se em quem consegue primeiro o que quer.  — Suponho que pode dizer isso. Acredita que pode alcançar sua meta antes que eu possa te desfrutar? Ela suprimiu um ofegou e cruzou seus braços sobre o peito. Por tudo o que ela tinha feito, devia sua recompensa. Ela já tinha ganhado cada peça de joalheria, assim que se separaria dele!  — Sabe o que? Aceitarei continuar. Sobre tudo porque sei que não me deixará romper minha promessa de qualquer modo. Mas também te digo que deixarei limpo seu esconderijo. E não diga que não lhe adverti isso.  Ele se inclinou para frente pondo sua cara diretamente ao lado da dela para lhe dizer em voz baixa:  — E terei suas pernas envoltas de mim e escutarei seus gritos na orelha antes que termine a semana. Tome também como uma advertência.  De um puxão se afastou dele, suas bochechas estavam quentes quando media por uma réplica.  — Então... Então vejamos sua proeza ao dirigir!  Ele se separou dela lentamente, sem tirar os olhos de sua face antes de dar um último olhar para suas pernas, então pôs o carro em movimento. Quando se afastaram pela rua, preparou-se para a diversão, colocou em seu lugar o cinto de segurança, esperando que ele cometesse algum engano.  Mas, é obvio, dirigiu com perfeição. Sempre analisava todo que ela fazia, por que não tinha pensado que com segurança a tinha estado olhando dirigir?  — Quando e como aprendeu? —Sua pergunta era mordaz.  — Pratiquei no estacionamento enquanto se banhava. Não se preocupe, via todo o tempo a entrada. — Havia-te dito que não fugiria.  — Isso não é pelo que eu vigiava. Parece molestada a respeito disso. Se você quer dirigir...? — Toma geralmente às pessoas muito mais tempo aprender.  — Toma geralmente aos humanos muito mais tempo aprender — Tocou o joelho dela, fazendo o gesto que acostumava — Recorda, sou sobrenaturalmente forte e inteligente — Deslizou a mão mais acima, atrevidamente. 
— E sobrenaturalmente arrogante. 
 
Quando Lachlain a tinha visto esta noite ao sair do hotel, toda curva em uma saia pecaminosamente curta, com o cabelo brilhante e solto, seu coração tinha retumbado no peito por ela. Ele tinha visto seus pequenos e sexys sapatos e imaginou seus saltos enterrando-se em suas costas quando envolvesse as pernas ao redor dele. Seus olhos eram brilhantes, a pele resplandecente...  Estava aturdido ao se dar conta que ainda com a influência da lua cheia nunca sua vista tinha sido mais poderosa.  E ela permanecia com ele por escolha, atraída pelas jóias. As quais já eram delas.  Tinha passado toda a vida adquirindo essas peças pensando em dar de presente. Nunca tinha imaginado uma companheira como ela. Enquanto Lachlain dirigia pela estrada, sentiu-se otimista pela primeira vez desde que fora capturado faz umas quinze décadas. Nada do acontecido era já um problema, tinha escapado de seus inimigos e podia reconstruir sua vida de novo. Com Emmaline, que não era tão assassina como imaginava. Que era única entre todos os vampiros que tinha encontrado em sua longa vida.  Era única fêmea que tinha visto.  Não podia decidir se sua aparência era a de uma fada ou de uma sereia. Os braços e mãos eram elegantes, a clavícula tinha uma aparência frágil, a pálida coluna do pescoço era extremamente delicada. Sua face era etérea e deliciosa. Em outros lugares, especialmente agora que se alimentou, era toda uma mulher com generosos e sensíveis seios e quadris suaves.  E tinha um traseiro que o fazia sussurrar "misericórdia" para si mesmo.  Deu uma olhada ao seu braço, sorrindo lenta e burlonamente ao ver as diminutas marcas de presas, sem acreditar ainda na sua reação diante a mordida dela. Conhecendo suas crenças e consciente de que os outros o encontrariam algo doentio, chegou à conclusão de que era um ser depravado, porque tinha desfrutado com isso.  Era como se tivesse aberto um novo espaço de atuação sexual que nunca tinha imaginado. Como se tudo o que tivesse conhecido fosse uma merda e então de repente, Emma houvesse dito, lambe e chupe o pênis com minha boca? Estremeceu sua ereção pulsando.  Embora devesse ser uma marca de desonra a esconder, encontrou que desejava olhar sua mordida porque lhe recordava esse estranho e secreto prazer... E o que ela nunca tinha bebido de outro. Só a ele tinha entregado seu beijo escuro.  Perguntou quem tinha ensinado que não devia fazê-lo. Sua família? Eram verdadeiras Forbearers, diferentes ao resto de vampiros, forçados a viver na Louisiana porque estavam separadas da Horda? Não via próximas as respostas a essas perguntas. Era a fêmea mais reservada com a que se encontrou e depois do desastroso e abrupto interrogatório no restaurante, planejava refrear-se por um momento.  Mas ele era o primeiro e seria o único e isso o fazia sentir orgulhoso. Fantasiou na próxima vez que ela beberia. Conseguiria que o tirasse do pescoço, tendo livres ambas às mãos, ele poderia desfazer-se dos objetos interiores dela e encaixar um dedo em sua umidade. Uma vez que estivesse pronta para ele, a enterraria profundamente...  Reprimiu outro estremecimento, então volteou para perguntar pela décima vez se ela ainda tinha sede, mas a viu encolhida no assento, vendo-se suave e relaxada sob seu casaco. Tinha-o estendido sobre ela, em parte porque pensou que a faria se sentir mais cômoda e em parte porque era mais cômodo para ele não o ver brilho de suas coxas. Ela inclinava a cabeça contra a janela, olhando fixamente ao exterior com essa coisa conectada às orelhas, e não parecia se dar conta de que estava cantando suavemente. Não queria interrompê-la. Sua voz era formosa e tranqüilizadora.  Havia dito que não fazia nada bem, o que significava que não acreditava que cantasse bem, desde que era incapaz de mentir. Perguntou por que não tinha mais confiança nela mesma. Era encantadora, sua mente era aguda e no fundo tinha fogo. Não, não muito profundo, a final de contas, deslocou-lhe a mandíbula, na primeira oportunidade.  Talvez sua família vampiro a tinha achado muito sensível ou introspectiva e tinham sido cruéis com ela. Pensar naquilo acendeu sua fúria, fez-lhe saborear a idéia de cometer uma matança contra qualquer que tivesse feito mal.  Lachlain sabia o que estava passando. Ele estava de sua parte, começando a considerar todas as coisas em termos deles. De algum modo o vinculo com sua companheira tinha começado com essa mordida.
 
 Quanto mais falta para chegar? Emma estava tentada a choramingar.  Agora que tinha um pouco de energia outra vez, estava inquieta no carro. Pelo menos, disse a si mesma que essa era a razão pela que se retorcia no assento. Não porque estivesse derretendo-se debaixo de seu casaco, ainda morno por seu corpo, e rodeada com sua deliciosa essência.  Ela se estirou, estirando-os auriculares, que aparentemente no Lykae era o sinal para "me interrogue" porque as perguntas chegaram como um chamado.  — Disse-me que nunca matou que nunca bebeu de outro. Significa que nunca pulou no pescoço de um homem inclusive durante o sexo? Acidentalmente mordendo-os, ao chegar ao clímax?  Exalou, bateu na testa, desiludida dele. Havia-se sentido quase cômoda junto a ele esta noite, mas aqui vinham às perguntas sexuais, a insinuação.  — O que tem isso?  — Não tenho nada que fazer enquanto conduzo exceto pensar. Tivesse?  — Não, Lachlain. Feliz? Nunca mordi ninguém exceto você — Quando ele separou imediatamente os lábios para outra pergunta, ela estalou — Alguém disse algo mais.  Relaxou-se por um momento no assento.  — Queria estar seguro.  — Por quê? — perguntou ela, exasperada.  — Desejo ser o primeiro Era ele real? Era possível que fizesse essas perguntas não para envergonhá-la, mas sim porque era um... Um macho? 
— O sangue sempre te faz reagir da forma que fez esta noite... Ou ao tomar de mim te fez mais lasciva?  Não. Apenas a envergonhava.  — Por que é isto importante?  — Quero saber, se bebia sangue de uma taça, frente a outros, comportava-se como fez comigo. — Não pode ficar umas poucas horas sem me atormentar?  — Não te atormento. Preciso saber.  Emma começava realmente a odiar falar com ele. Então franziu o cenho. O que estava tramando? Quando bebia frente a outros? Tinha-o feito em casa, mas isso foi de uma jarra ou um copo de margarida em uma partida. Não em uma cama, meio nua enquanto um macho lhe lambia o seio. Acelerou-lhe o coração, a ansiedade emergindo. Lachlain alguma vez tomaria frente a seus amigos e família quando ela bebesse sangue como se fosse veio, assim por que o perguntava?  Havia algum sórdido plano que a incluíra? Foi golpeada uma vez mais por tão pouco que sabia verdadeiramente sobre ele.  — Escutei sobre os apetites do Lykae e, sua desenvoltura com sua sexualidade — ela engoliu — mas não quero estar assim em frente de outros.  Ele franziu o cenho brevemente, então um músculo se contraiu na bochecha. Imediatamente ela sentiu sua ira crescente.  — Significa que em um evento sociais onde outros estivessem bebendo nunca poderia te observar.  Ruborizou-se. Agora sua mente entendia ao que se referia.  — Lachlain, eu não me vejo afetada mais que você por um simples copo de água.  Ele encontrou seus olhos, lhe dando um olhar tão primitivo que a fez tremer.  — Emma, jamais saberei o que tem feito no passado, mas entende isto, que quando tomar a uma mulher em minha cama, nunca a compartilharei.
 
— Não pareceu se importar que tivéssemos que nos deter esta noite — disse Lachlain sobre seu ombro enquanto verificava pela terceira vez as mantas que tinha colocado sobre a janela do hotel. Depois de meia-noite, o céu se abriu, chovendo copiosamente, fazendo que sua viagem se atrasasse. Disse-lhe que Kinevane estava possivelmente a uma distância de duas horas. Emma sabia que a alvorada estava a três. Inclinou a cabeça, consciente de que estava profundamente decepcionado. — Estava disposta a continuar — lhe recordou. Tinha-o estado, surpreendendo a si mesma. Normalmente Emma não deixava ao acaso os assuntos referidos ao sol.
Depois de uma última inspeção à barreira da manta, permitiu afundar-se na confortável cadeira do quarto. Em um intento de evitar olhá-lo fixamente, Emma se sentou na borda da cama, com controle na mão começou a passar os canais de filmes. — Sabia que não me arriscaria a continuar — Quando havia dito que não a deixaria queimar-se novamente, Emma supôs que havia falado sério. Ainda, não entendia como se controlou para não continuar com a viagem esta noite. Se ela se manteve fora de casa durante cento e cinqüenta anos e estivesse só duas horas de distância conduzindo, não teria se importado ao involuntário vampiro o resto do caminho. Lachlain tinha se negado, encontrando em troca uma estalagem, não da categoria da que teriam desfrutado, disse-lhe, mas "havia sentido que era segura". Havia-se sentido o suficientemente cômodo para conseguir dois quartos contínuos já que planejava dormir, e como o prometeu, não ficaria ao redor dela. Um cálculo rápido lhe disse que tinha estado quase quarenta horas sem dormir. Mesmo assim, parecia sentir-se incômodo tendo que divulgar sua necessidade de dormir. De fato, foi só porque sua atenção se desviou enquanto olhava fixamente ao redor deles com os olhos entrecerrados, o que tinha estado fazendo com crescente freqüência, que o tinha mencionado. Admitiu distraidamente que simplesmente teria passado de dormir, mas sua lesão não estava sarando como deveria. A lesão significava sua perna. A que parecia uma perna humana depois de ter usado um estuque durante seis compridos anos. Tirou o chapéu pensando na lesão, imaginando possibilidades. Devia tê-la perdido. A mordida que fez no braço, a que o apanhou olhando fixamente com uma expressão quase afetuosa, uma expressão que tinha o mesmo alto valor de um estranho abraço; curou-se rapidamente. Mas ainda continuava coxeando. Tinha que regenerá-la completamente. Olhou-o sobre o ombro, compreendendo que tinha estado contemplando sua perna, claramente ele estava fazendo o mesmo com as dela, olhando fixamente suas coxas, obtendo que... Que seus olhos parecessem de lobo. Tomou a prega de sua saia, tentando arrumar para baixo. Seu olhar se pegou as suas ações, um baixo e escassamente audível grunhido retumbou nele por segundos compridos. O som fez que se estremecesse, provocando irracionalmente a necessidade de exagerar seus movimentos para que ele os desfrutasse mais. Quando a sensata Emma ruborizou por seus pensamentos e arrastou a ponta do cobertor em cima dela, dirigiu-lhe um escuro olhar de profunda desilusão. Ela parecia ausente, tomando o comando a distância uma vez mais, enquanto retomava por um momento a questão desta estranha situação. Não precisava estar em um quarto de hotel com este Lykae quando ambos estavam lúcidos e quando estava tomando o hábito de dormir contra seu corpo nu em uma banheira cada noite. Esclareceu sua garganta e o enfrentou. — Vou ver um filme, assim suponho que te verei ao entardecer. — Esta me jogando de seu quarto? — Isso. Sacudiu a cabeça, ignorando seus desejos sem sequer pensá-lo.
— Ficarei com você até a alvorada. — Eu gostaria de passar algum tempo sozinha, e durante os últimos três dias, não me deixou nenhum momento. Te mataria deixar o quarto? Parecia desconcertado, como se o que precisasse estar longe dele fosse uma completa loucura. — Não compartilharia este... Filme comigo? A forma em que expôs a pergunta quase a fez sorrir amplamente. — Então depois, finalmente poderia beber outra vez. O impulso de sorrir  murchou com suas graves e sexys palavras, mas não retirou o olhar, muito fascinada pela forma apaixonada por que estudava seu rosto. Continuava convidando-a para que bebesse, reforçando a crença de que o desfrutava tanto como ela. Embora a deixasse confusa, ela sentiu sua ereção, difícil de passar por cima, e viu o desejo em seus olhos. Um desejo igual ao que agora mesmo via...  O momento foi interrompido pelo som de uma mulher gritando de êxtase. Emma abriu a boca, e girou sua cabeça para a TV. Tinha apertado inadvertidamente o comando e sintonizou de algum modo Cinemax. A esta hora da noite, Cinemax queria dizer Pielmax.  Seu rosto estava quente pelo abafado enquanto pulsava freneticamente comando a distância, mas inclusive os canais regulares pareciam encantados mostrando Infiel ou com os olhos bem fechados. Finalmente, sintonizou algo sem sexo. OH, merda. Um homem lobo americano em Paris. Em uma cena de um ataque sangrento. Antes que pudesse trocá-lo, ele se levantou. — Assim é como... É como nos vêem os humanos? — soava espantando. Pensou a respeito de outros filmes de homens lobo; Dog Soldiers: A noite dos licántropos viventes, A besta interior, O uivo, a sutilmente titulada A besta deve morrer; e cabeceou. Cedo ou tarde ia ver estas coisas e compreenderia a verdade. — Sim, é. — Eles pensam que todo o Lore é igual a isto? — Não, hum, não realmente. — Por quê? Ela  mordeu o lábio. — Bom, nunca ouvi que um Lykae se preocupasse com o RP, enquanto os vampiros e as bruxas, por exemplo, gastam dinheiro nisso. —RP? —Relações públicas. —E estas RP funcionam com eles? — perguntou, ainda com um olhar doentio sobre seu rosto. — Digamos desta forma; as bruxas se vêem como poderosas Wiccans. Os vampiros como sexys... Mitos. — Meu Deus — murmurou, afundando-se sobre a cama com uma larga exalação. Sua reação foi tão intensa que ela desejou afundar. Mas isso significava estar sujeita ao mesmo. De momento, simplesmente não se interessava.  — Então a aparência do homem lobo aí... É completamente errada.
Esfregou sua perna má, parecendo cansado. — Maldição, Emma, não pode simplesmente me perguntar que aparência tenho quando mudo? Inclinou sua cabeça para ele. Claramente a perna lhe doía, e ela odiava vê-lo sofrendo. Aparentemente inclusive este rude e cruel Lykae, para tirar a dor de sua mente perguntou: — Assim, Lachlain, a que se parece quando muda? Sua expressão foi de surpresa, e então pareceu não saber que responder. — Viu alguma vez um espectro tomar a forma de um humano? — disse finalmente. — Claro que sim, os vi —respondeu — Vivo na cidade com mais presenças do Lore no mundo. — Sabe que ainda pode ver o humano, mas o espectro é visível, também? Assim é como é. Ainda pode me ver, mas vê algo mais forte, selvagem, comigo. Voltou-se para ele sobre a cama, ficando de frente, inclinando os cotovelos para sustentar seu queixo, pronta para escutar mais. Quando lhe fez gestos para que continuasse, apoiou-se contra a cabeceira, estirando suas longas pernas diante dele. — Me pergunte. Volteou os olhos. — Muito bem, crescem as presas? — Quando negou com a cabeça, ela disse — E cabelo? Levantou as sobrancelhas. — Cristo, não. Ela tinha muitos amigos peludos e notou a ofensa em seu tom, mas decidiu deixá-lo passar. — Sei que seus olhos se tornam azuis. Assentiu. — E meu corpo se faz grande, enquanto a forma de minha cara muda volta-se mais... Lupina. Ela fez careta. — Focinho? Realmente riu entre dentes por isso. — Não. Não como está pensando. — Então não é muito diferente de como é agora. — Mas o é — disse ficando sério — Nós o chamamos o lobo de ainmhidh de saorachadh um cliabhan... Soltar à besta fora de sua jaula. — Assustar-me-ia? — Até os vampiros mais poderosos e velhos se encolhem de medo. Mordeu o lábio, analisando tudo o que lhe havia dito. Tentando com todas suas forças não podia imaginar-lo de outra forma que não fosse quente. Passou uma mão sobre sua boca. — Está tarde. Não deseja beber outra vez antes da alvorada? Envergonhada, deu de ombro e riscou com seu dedo o desenho de emplastros da coberta da cama.
— Ambos estamos pensando nisso. Ambos desejamos. Ela murmurou:  — É possível, mas não desejo o que vem com isso. — E se prometer não te tocar? — Mas o que se... — parou, sua face ardendo — O que acontece se esquecesse? — Se a beijava e acariciava como o tinha feito antes, não tinha nenhuma dúvida de que estaria lhe rogando porque se recostasse sobre ela na cama. — Não teria importância, porque poria as mãos na coberta da cama e não as moveria. Ela esfregou suas mãos, mordiscando-os lábios. — As ponha atrás de suas costas. Claramente não gostou. — Porei minhas mãos... — olhou ao seu redor, e então abriu seus braços sobre a parte de acima da cabeceira, Palmas abaixo — aqui, não as moverei. Não importa o que aconteça. — Promete? — Sim. Juro. Poderia tentar convencer-se de que era só a fome o que a compeliu a caminhar de joelhos para ele. Mas era muito mais que isso. Precisava experimentar a sensualidade do ato, a calidez, o sabor de sua pele contra sua língua, a sensação do batimento do seu coração acelerando-se enquanto pensava que lhe dava prazer bebendo-o. Quando se ajoelhou diante ele, inclinou sua cabeça para um lado, expondo seu pescoço, chamando-a. Viu que já estava duro e cresceu seu nervosismo. — Mãos fora? — Sim. Incapaz de deter-se se inclinou para frente, agarrou sua camisa com os punhos, e afundou as presas em sua pele. Rica calidez e prazer explodiram dentro dela, gemeu contra ele. Sentiu seu gemido reverberar contra seus lábios. Quando quase cambaleou pela febre de sensações, ele soltou:  —Fique escarranchada... Sobre mim. Sem separar seus lábios, fez, alegremente, melhorando a capacidade de relaxar, descobrir seu sabor e sentir. Embora nunca tirou suas mãos da cabeceira de cama, empurrou seus quadris contra ela. Então, com outro gemido, pareceu fazer um esforço para se deter. Mas gostava do som, como se pudesse senti-los e precisava ouvir mais. Então se acomodou completamente em seu colo, indiferente ao feito de que sua saia estava recolhendo-se por suas coxas. O calor que encontrou lhe provocou dor. Seus pensamentos cresceram. Tão fortes... Avançando perto da inconsciência, esfregou-se contra ele para aproximá-lo.
 
— Libera-me de meu juramento, Emmaline. Não lhe respondeu, não o liberaria, e maldita fosse, tinha começado a se importar se rompia sua palavra. Sua única resposta foi estender seus joelhos mais amplamente sobre ele, então lentamente, esfregar sua longitude entre suas pernas sensualmente, com apenas sua roupa interior de seda entre eles. — Ah, Deus, Emma, sim — gemeu, estremecendo de necessidade, sem poder acreditar o que ela estava fazendo. Usaria isto contra ela, pensou confusamente. Se seu sangue em sua língua o fazia perder o controle assim, obrigaria-a a beber dele até que lhe entregasse tudo...  Obrigar um vampiro a beber dele...? O que estava passando?  Pôs suas mãos sobre a cabeceira entre as suas e se segurou enquanto se apertava contra ele, fazendo que sua cabeça caísse para trás. O aroma de seu cabelo, flutuando até ele, a sensação de sua mordida, e seu óbvio prazer o estava enviando sobre a borda. — Desta forma vai fazer que eu goze. Se não parar...  Ela não fez. Continuou esfregando-se contra ele, como se não pudesse deter-se. A frustração não era igual a nada que tivesse conhecido. Não ser capaz de tocá-la, ou pôr a boca sobre sua pele... Roçou seus seios contra seu peito e se retirou para trás novamente. A cabeceira começou a ranger sob suas mãos. A palpitante pressão cresceu dentro dele, tinha estado formando-se toda a noite desde seu primeiro sorvo. Agora seu fôlego aumentava desigualmente enquanto ela se movia mais rapidamente, montando sua longitude. Justo quando percebeu que tinha deixado de beber, ela suspirou em seu ouvido. — Poderia beber de você para sempre. — Fará... . — Sabe tão bem — disse ela, gemendo. — Deixa-me louco — grunhiu, então atirou sua cabeça para trás e gritou enquanto gozava ardentemente sob seus movimentos, forçado pela firme resistência de seus quadris contra ele. A madeira entre suas mãos desintegrada em lascas e pó. Quando finalmente deixou de estremecer, segurou seus punhos machucados ao lado de suas pernas. Caiu contra seu peito, agarrando-se a ele, seu pequeno corpo tremendo. — Emma, me olhe. Olhou-o, seus olhos prateados cativados. Conhecia-a, sentia-a familiar, e sabia que nunca tinha visto nada igual à criatura estupenda que era. Ela inclinou a cabeça, dedicando uma expressão insegura. — Preciso te tocar. Quero que goze — Ela deu uma olhada nas suas mãos destroçadas com as sobrancelhas elevadas — Então te beijarei. Põe sua roupa interior de um lado e se ajoelhe bem aqui. Ela negou com sua cabeça lentamente. — Por quê?  — Porque estas coisas seguem intensificando-se — sussurrou ela.
— Não vou romper minha promessa agora. — Suas mãos ainda apertadas, baixou sua voz para lhe dizer — Me dói, preciso te dar muito prazer. Viu seus olhos voltar-se ternos justo antes que pusesse sua testa contra a sua. Como se não pudesse controlar a si mesma, inclinou-se para lamber e tentar seus lábios. Seu cabelo caiu para frente, lhe roçando o pescoço. Sua deliciosa essência o cobriu, sentiu-se crescer e ficar duro de novo. — Por que não pode isto ir mais longe? — grunhiu, entre seus beijos. — Esta não sou eu — murmurou — Não sou assim. Apenas te conheço. Invadiu-lhe a frustração diante suas ridículas asseverações, expressas enquanto lambia seus lábios. Ele acreditava que estava sentindo algo e que devia estar dizendo. — Ainda quando tenha tomado meu sangue diretamente de meu corpo? Isso é um ato tão íntimo como duas pessoas podem compartilhar. Em um instante, ficou rígida e se retirou. — É verdade e é lamentável. Mas não posso compartilhar meu ser tão completamente com alguém em quem não confio — levantou e se afundou sobre a cadeira — Com alguém que foi tão pouco amável...  — Emma, eu...  — Sabe que o foi. E faz só três noites, aterrorizou-me mais do que nunca estive em toda minha vida. E agora quer algo de mim? — Estava tremendo — Só, por favor? Por uma vez? Grunhiu de frustração, mas coxeou para a porta. No vestíbulo que unia os dois quartos, voltou-se e lhe disse: — Ganhou algumas horas, mas a próxima vez será minha e ambos sabemos — Fechou a porta com um golpe atrás dele.
 
Emma se deitou em seu ninho no chão, enredando-se nas mantas. Quando se tornou sua roupa tão texturizada? Parecia sentir cada linha da malha contra seus sensíveis seios e abdômen. E ela vestia seda. Só pensar a respeito do que lhe tinha feito, fez que seus quadris ondulassem como se ainda pudesse senti-lo debaixo ela. Tinha-lhe feito... Ter um orgasmo, por montá-lo. Seu rosto ardeu quente. Estava-se convertendo na Emma A Lasciva? E quase tinha experimentado um, também. Quando se lavou, encontrou a si mesma mais molhada do tivesse estado alguma vez. Estava começando a suspeitar que o desejo de sangue não fosse pela anseia de beber, era luxúria sexual devido a beber. Tinha razão, da próxima vez que bebesse dele, poderia fazê-la sua, porque esta noite, tinha perdido temporariamente a cabeça, esquecendo por que não podia dormir com ele. Pensou que tinha desejado desesperadamente convencer-se do contrário, não era o tipo de pessoa que podia entregar-se sem algum tipo de laço ou compromisso. Não pensava em si mesma como antiquada com respeito ao sexo, havia, depois de tudo, uma razão para sua familiaridade com o Pielmax, e tinha uma atitude muito saudável a respeito de todo o assunto, apesar de que nunca tinha tido um orgasmo. Mas, no fundo, sabia que necessitaria algo duradouro... E isso nunca poderia ser com ele.
Além disso, do fato de que era um cru e ameaçador Lykae que desfrutava de seu desconforto, não podia imaginar-se o levando com seus amigos. Não podia imaginá-lo vendo filmes na mansão, comendo as pipocas de milho que ela sempre só pode cheirá-las e jogá-las em qualquer que estivesse de pé diante da tela. Não encaixaria em sua família porque elas adoeceriam ao mínimo‖sinal‖de‖“um‖animal”‖tocando-a. E porque elas sempre estariam riscando qualquer plano ou algo semelhante para matá-lo. Sem mencionar que somado a todas suas diferenças, tinha outra mulher lá fora com o destino cósmico de ser dele. Emma estava pronta para uma pequena competência saudável, mas contra a companheira de um Likae...? Bem. Agora estava sendo simplesmente ridícula...  Ele bateu a porta continua, abrindo-a sem apenas uma pausa decente, mas por sorte tinha abandonado o assunto de acariciar e beijar seus seios. Com o cabelo úmido de uma recente ducha, apoiou-se contra a porta usando uns jeans só um pouco por debaixo da cintura e um pouco solto... Como deveriam. Não usava camisa e notou que uma de suas palmas tinha uma toalha atada ao redor. Ela engoliu. Feriu-se quando pulverizou a cabeceira. Cruzou os braços sobre seu musculoso peito. Sua apreciação por ele roçava a idolatria. Daria-lhe com muito gosto outro org... . — Me diga uma coisa a respeito de você que eu não saiba — exigiu. Quando foi capaz de obrigar-se a olhá-lo na face, debateu-se, mas finalmente lhe disse:  — Fui à universidade e tenho um título em cultura popular. Pareceu impressionado, mas claro não tinha estado o suficiente para saber que a maioria das pessoas pensavam que a cultura popular era como servir batatas fritas com esse titulo. Assentiu, voltando para seu quarto e porque ele não esperava isso dela, disse:  — Me diga algo. Quando o olhou de novo, parecia surpreso de que o tivesse perguntado. Com sua voz enrouquecida, respondeu-lhe:  — Penso que é a criatura mais bonita que já tenha visto alguma vez. Estava segura que escutou seu fôlego antes que se fechasse a porta. Ele a tinha chamado formosa! Antes, só havia sentido uma triste resignação, mas agora estava tonta. OH, estava em má forma. Suas emoções estavam com as agulhas loucas de uma bússola, girando ferozmente. Entrecerrou os olhos, compreendendo o que era isto. A síndrome de Estocolmo? Certamente. Identificando-se com seu agressivo captor? Correto. Formando um vínculo com ele? Correto. Mas para ser justa consigo mesma, quantos captores, ativamente adquiridos, eram deuses de dois metros de altura, com uma deliciosa pele obscurecida pelo sol, o mais formoso sotaque e o mais quente corpo que ela tivesse sonhado? Com tudo isto e com a predileção por enredar esse corpo ao seu redor? Tudo isto e com a crença de que ela era formosa. 
Sem mencionar o fato de que não parecia acreditar que já lhe tinha dado suficiente de seu delicioso sangue. Estava-se tornando a Patty Hearst deste Likae? Não importava. A última palavra era que ela não era sua companheira, de tal forma que se a seduzia e eles tinham alguma coisa, ela seria meramente para passar o tempo enquanto não encontrava à verdadeira. E se ela se encontrava a si mesma encaprichada e diminuída por um homem como Lachlain, estava segura que se converteria em uma dessas fêmeas chorosas e nostálgicas. E essa não era uma opção. Estava aliviada de não ser sua companheira. Estava. Se ela fosse sua companheira, tivesse sido como uma sentença por toda vida. Nunca a deixaria ir, estaria intimidada e seria infeliz junto a ele e se escapasse iria atrás dela até que suas tias finalmente o assassinassem. Seu aquelarre se regozijaria com isso. Se descobrissem que a tinha beijado e acariciado intimamente, liberariam os fogos do inferno sobre ele e sua espécie. Até onde sabia, era a única de seu aquelarre que tinha sido tocada por um Likae. E sua mãe tinha a sido a única que sucumbiu a um vampiro.
 
Emma despertou ao entardecer, detectando algo. Examinou o escurecido quarto, elevando a cabeça, espionando sobre o extremo da cama, mas não viu nada. Disse que não era nada, inclusive enquanto se vestia e empacotava apressadamente, então se precipito ao quarto de Lachlain. Encontrou-o ainda vestido só com os jeans, sem mantas para cobri-lo, porque as tinha usado para assegurar sua janela. Justo frente aos seus olhos, começou a estremecer como se estivesse apanhado em um pesadelo. Bramaram palavras em gaélico e sua pele se cobriu de suor. Todos os músculos de seu corpo se esticaram como se estivesse com grande dor.  — Lachlain? — sussurrou. Sem pensar, aproximou-se dele depressa, estendendo sua mão para roçar com seus dedos sua face e através de seu espesso cabelo, tentando aliviá-lo.  Acalmou-se. — Emmaline — murmurou sem despertar. Estava ela em seus sonhos? Tinha tido um sonho, o mais realista que nunca tivesse experimentado. Acariciou sua testa ausentemente enquanto o rememorava. Pareceu ser da perspectiva do Lachlain, podia ver coisas que ele viu, cheirar essências que o cheirou, sentir através de seus dedos. Ele estava em uma loja sob uma carpa. Jóias estavam expostas diante ele, e uma formosa mulher com comprido cabelo de cor castanha com raios de sol e brilhantes olhos verdes estava ao seu lado. Selecionou um pesado colar de ouro com safiras e o comprou ao lojista. Pelo desenho da joalheria e o dinheiro usado, Emma soube que isto foi muito tempo atrás. A mulher suspirou e disse:  — Mais presentes. — Sim — Lachlain estava irritado com ela porque sabia o que estava a ponto de dizer. A mulher cujo nome Emma soube de algum modo que era Cassandra, disse:  — Esperou novecentos anos. Eu esperei quase o mesmo tempo Não pensa que nós...?
— Não — disse Lachlain interrompendo-a abruptamente. Quantas vezes tirará isto? Pensou. Cassandra podia não acreditar, mas ele sim. —Aceitaria uma noite com você. — Não te vejo mais que como uma velha amiga. Sabe que isso poderia terminar — sua ira estava crescendo — E você é do clã e a conhecerá realmente acha que a poria nessa incomoda posição? Emma sacudiu a cabeça do estranho sonho, ainda perdida pelo autêntico que se havia sentido. Só tinha que mencionar joalheria e estava sonhando com desatinados cenários. Olhou para abaixo e viu com rubor que tinha começado lhe acariciar o peito. Não se deteve só se maravilhou de tão formoso era seu corpo, maravilhada de que desejasse fazer o amor com ele. Sua mão disparou ao seu pescoço, segurando-a antes que pudesse gritar. Quando ele abriu seus olhos, eram completamente azuis.
 
Emmaline o estava tocando suavemente, murmurando seu nome. Além do pesadelo... Nunca faria isso, nunca o buscaria para consolá-lo. Ele não viu nada exceto uma neblina vermelha, não sentiu nada exceto o fogo derretendo sua pele. Tinha pressentido seu inimigo durante três dias e agora estava perto de sua companheira. Ele atacou.  Quando a neblina se esclareceu, não pôde compreender o que viu. O pescoço da Emma estava apertado em seu forte aperto, as garras dela incrustadas em seus braços enquanto ofegava e lutava por sua vida. Antes que ele pudesse reagir viu uma veia arrebentada em seu olho direito. Gritou e a liberou, lançando-se longe dela. Ela caiu de joelhos, lutando por respirar, tossindo. Apressou-se para ela para tentar ajudar, mas ela  estremeceu, estirando a mão para rejeitá-lo. — Ah, Deus, Emma, não tive intenção... Tinha pressentido algo... Pensava que era um vampiro. Ela tossiu e depois grunhiu. — Eu... Sou...  — Não, pensei que havia... Outro, um dos que me encarceraram — A dentada, o sangue, deviam ter provocado os pesadelos em toda sua fúria — Pensei que foi ele. — Quem? — perguntou. — Demestriu — gemeu finalmente. Apesar de seus fracos protestos, atraiu-a a seus braços — Nunca quis te ferir — estremeceu — Emma foi um acidente. Mas suas palavras não tiveram efeito. Ela tremia em seus braços, ainda com medo. Não confiava nele, nunca o tinha feito e ele acabava de lhe recordar a razão.
Pela extremidade do olho, Emma o viu soltar uma mão do volante, para tocá-la uma vez mais. Como tinha feito nas vezes anteriores, fechou-a em um punho e a afastou. Ela suspirou, inclinando a face contra o fresco vidro, olhando fixamente fora, sem ver nada. Suas emoções estavam rodando sobre o que tinha acontecido que não sabia como reagir. Não estava zangada com ele por esse incidente. Tinha sido o bastante estúpida para tocar um Lykae em metade de um pesadelo e tinha pagado o preço. Mas lamentava que sua garganta lhe doesse e que não pudesse tomar uma aspirina para aliviar a dor. E lamentava o que tinha aprendido sobre ele. Perguntou se era possível que a Horda o tivesse encarcerado, mas tinha descartado a idéia porque os prisioneiros simplesmente não escapavam da Horda. Nunca tinha ouvido um só caso. Inclusive sua tia Myst, que tinha visto o interior de uma fortaleza da Horda, não tinha escapado até que os rebeldes tinham tomado o castelo... E até que um general rebelde a tinha liberado para lhe fazer amor. Tendo excluído à Horda, Emma tinha figurado que já que era o líder Lykae, isto tinha sido algo político, possivelmente alguma espécie de repente de sua própria gente.  Mas tinha sido Demestriu, o mais poderoso e malvado de todos os vampiros, quem o tinha feito prisioneiro. E se os rumores eram certos sobre o Furie, se as histórias sobre suas torturas no fundo do mar fossem corretos, então, o que tinha feito ao Lachlain? Tinha ordenado Demestriu que o afogassem, também? Encadeá-lo a terra e enterrá-lo vivo? Durante cento e cinqüenta anos o tinham torturado até que tinha escapado de algo impossível de escapar. E ela temia que de algum jeito, ele tivesse perdido sua perna para fazê-lo. Não podia imaginar a dor... A dor sem fim que tinha experimentado durante tanto tempo só para culminar nisso...? O que tinha acontecido esta noite não era sua culpa. Embora a julgar por sua expressão desolada ele certamente pensava. Embora agora, sabendo o que sabia, estava ofendida porque a retivera com ele. Em que diabos ele estava pensando? Depois do que tinha suportado Emma agora sabia que o incidente desta noite tinha sido inevitável. Finalmente teria explodido de raiva para ela, e pode que não fizesse outra vez. Ela não permitiria que isto voltasse a acontecer. Pode ser que não sobrevivesse a isso. E se o fazia, não queria ter que contar às pessoas que tinha machucados ao redor de sua garganta e uma explosão de sangue irradiando de sua pupila porque tinha se chocado contra uma porta. Por que a tinha mantido com ele? Para extirpar sua dor nela. Tinha-a tratado como a um cruel vampiro. Desdenhando-a como um deles durante dias. Se ele não se andasse com cuidado, começaria a comportar-se como um para proteger-se. Chegariam ao Kinevane esta noite e amanhã ao entardecer ela partiria.
 
Emma se inclinou contra a janela, com essas coisas nos ouvidos, embora não tinha cantado como tinha feito a noite anterior. Ele queria falar com ela se desculpar. Estava violentamente envergonhado de suas ações, nunca tinha estado mais envergonhado, mas pensava que se a despojava disso, ela se romperia. Desde que a tinha apanhado, tinha-a aterrorizado e ferido e sentia que estava no limite, mal agüentando os sucessos dos últimos quatro dias. As luzes brilhavam sobre suas cabeças, iluminando o rosto de Emma... E os machucados em sua clara garganta, provocando uma nova careta de dor. Se não tivesse entrado em razão quando o fez, poderia ter... Poderia tê-la matado. E já que não entendia por que o tinha feito, não podia assegurar que não aconteceria outra vez. Não podia garantir sua segurança ao redor dele...  Um sino soou, sobressaltando-o. Ela se inclinou para olhar, assentindo por volta do depósito de gasolina que agora estava em vermelho. Assinalou-lhe a seguinte saída, ainda sem dizer uma palavra. Ele sabia que estava calada porque doía falar. Lachlain estava distraído, inquieto no carro que agora parecia muito pequeno para ele, apertando o volante. Sim, tinha passado um inferno, mas maldição, como podia ter estrangulado a sua companheira em qualquer estado de ânimo? Quando tudo o que tinha querido fazer era encontrá-la? Quando ela tinha sido sua salvação? Não importava que não a tivesse reclamado... Se não a tivesse encontrado e estado perto dela, sendo consolado por suas suaves palavras e ternas carícias, agora mesmo estaria em uma ruela, irreparavelmente louco. Em troca, ele tinha feito de sua vida um inferno. Depois da saída, viu o símbolo de um posto de gasolina. Virou-se para o sujo terreno, estacionando diante do fornecedor de gasolina que ela indicou. Depois que desligou o motor, ela tirou as coisas das orelhas. Ele abriu a boca para falar, mas antes que pudesse dizer algo, ela levantou o olhar, suspirou e estirou a mão aberta, o que significava que lhe desse o cartão de crédito. Fez e então a seguiu fora para aprender como encher o carro. Enquanto esperavam, ele disse: — Quero falar sobre o que aconteceu. Ela ondeou a mão. — Esqueça. Sua voz era rouca, contradizendo a ridícula declaração. Sob as severas e pouco naturais luzes do posto de gasolina, seu olho direito aparecia vermelho. Ela tinha que estar furiosa outra vez... Por que o ocultava? — Por que não me enfrenta? Ou me insulta? Dou-te a completa liberdade para me xingar. Em um tom baixo, ela disse: — Está me perguntando por que evito um conflito? — Sim. Precisamente — disse, mas então, vendo o olhar zangado em sua cara, desejou não ter feito. — Estou farta de que todos me acusem disso! Agora alguém que nem sequer me conhece — Sua voz áspera se estava elevando com ira — A melhor pergunta seria, por que não deveria querer evitar um conflito, porque você o estaria evitando também se... — Suas palavras se voltaram mais fracas e tirou o olhar. Ele colocou a mão em seu ombro. — Se o que, Emma?
Quando finalmente o encarou, seus olhos estavam angustiados. — Se sempre perdesse. Ele juntou as sobrancelhas. — Perde muitas vezes, e adivinha o que se faz isso? — Não...  — Quando ganhei um conflito com você? — Ela deu de ombros sob sua mão — Quando me seqüestrou? Quando conseguiu que estivesse de acordo com esta loucura? Quando conseguiu que bebesse de você? Foi prisioneiro dos vampiros, Lachlain, e mal tinha escapado deles quando me agarrou. Por que demônio me manteria com você? Odeia os vampiros, demonstrou-me mais repugnância em menos de uma semana da que encontrei em toda minha vida. E ainda assim me mantém com você — Riu amargamente — Como deve amar sua pequena vingança. Masturbou-se por ter me provocando náuseas com a humilhação? Consegue uma perversa emoção me insultando um segundo e no seguinte colocando a mão sob minha saia? E a cada oportunidade para me deixar partir, pede-me que fique sabendo todo o tempo que estou em perigo. Você. Ele não podia negar nada. Passou a mão pela face enquanto tudo o que ela havia dito o penetrava. Seus sentimentos por ela tinham chegado a ser mais claros para ele, enquanto que os dela tinham alcançado o ponto de ebulição com ele. Queria admitir diante ela que era sua companheira, que não a tinha mantido com ele somente para feri-la. Sabia que não podia contar-lhe agora. — Como todos outros, passa por cima de mim e nunca olha atrás para ver como estou — disse, com sua voz rompendo-se ao final, fazendo que os remorsos o cortassem — Vá, melhor me calar antes que me altere mais. Não quero te ofender com minhas repulsivas lágrimas! — Não, Emma, espere...  Ela fechou de repente a porta do carro, parecendo surpreendida por sua força, então se afastou pelo sujo terreno. Permitiu-lhe ir, embora se moveu para manter à vista. Viu-a afundar-se em um banco ao lado do edifício do posto de gasolina e pôr sua cabeça entre as mãos, sentando-se assim durante um momento. Quando terminou de pôr combustível, um estranho vento frio soprou, trazendo uma névoa de chuva consigo e roçando uma flor contra o joelho dela. Arrancou a flor, cheirou-a e então a apertou com frustração. Ele se deu conta de que ela nunca tinha visto uma florescendo sob o sol. O peito se apertou com um sentimento desconhecido, tão forte que o sacudiu.  Os problemas entre eles não eram porque tinha dado uma companheira errada. Eram porque ele não podia adaptar-se... Três vampiros apareceram de nenhuma parte bem ao lado dela. Para levar-la para longe dele para sempre. Em um instante, soube que deveria deixá-la ir com sua família e liberá-la do ódio e dor que sentia ele. Antes, quando tinha apertado as mãos ao redor da garganta, ela tinha rogado. Tinha acreditado que iria matá-la. Podia tê-lo feito facilmente. Os hematomas em seu pescoço destacavam como uma acusação sob as ásperas luzes.
Mas ela ficou boquiaberta perante a eles, como surpreendida de que acabassem de aparecer, quando essa era a maneira em que eles viajavam.  A cena o golpeou como incorreta. Saltou por cima do carro e eles se voltaram. O mais alto era... Um demônio? Ainda assim todos seus olhos eram vermelhos. Um demônio convertido em vampiro? — Permanece para trás, Lykae, ou o mataremos — gemeu um dos vampiros. Enquanto Lachlain se dirigia para ela, a coisa mais estranha aconteceu. Gritando seu nome, ela correu para ele.
 
Antes que pudesse alcançá-la, derrubaram Emma no chão, deixando-a sem ar pelo impacto. Lachlain bramou de raiva. Se não pudesse alcançá-la... Se ela não pudesse lutar o suficientemente forte... O vampiro poderia riscar-se facilmente. Os outros dois apareceram entre ele e Emma, insinuando as presas. Quando ela se agarrou à terra para escapar, a besta se levantou dentro de Lachlain e ele a deixou livre. Nunca tinha querido que ela a visse...  O poder surgiu através de seu corpo com a conversão. Indignação. Proteger. O vampiro menor gritou:  — Ela é sua companheira! — justo antes que Lachlain atacasse, rasgando-o. Rasgou e mordeu seu corpo deixando-o com marcas enquanto se livrava dos golpes do outro. A névoa se converteu em dura e aguda chuva, com relâmpagos fazendo estrépito ao seu redor. Lachlain torceu o pescoço do vampiro com seus dedos até separá-lo, e depois enfrentou o demônio. Era forte, mas estava ferido. As garras de Lachlain se viram atraídas indevidamente para as feridas, justo quando o demônio apontou para sua perna. Pela extremidade do olho, Lachlain viu Emma lutar para libertar do terceiro. Rodou até ficar de costas abaixo ele e depois chocou a cabeça ruidosamente contra seu atacante. O malvado uivou de dor e lhe rasgou o peito, deixando profundos sulcos dos que emanava sangue. Lachlain rugiu e saltou para o demônio entre eles. Um rasgão de suas garras lhe separou a cabeça do corpo, lançando ambas as peças voando em diferentes direções. O último vampiro, agachado sobre Emma, levantou a vista para olhá-lo com horror, paralisado, parecendo muito comovido para riscar-se. Quando Lachlain se lançou para lhe dar o golpe mortal, viu que Emma tinha fechado os olhos com força. Livrando do terceiro, Lachlain caiu de joelhos ao lado dela. Emma abriu os olhos como se não pudesse evitá-lo, piscando para ele, desolada por seu aspecto, mais comovida por ele que pela ferida ou pelo ataque. Enquanto ela tentava recuperar o controle, ele compreendeu que estava lutando por falar, engasgando-se com seu próprio sangue e a chuva que caía. Todo isso enquanto ainda se afastava dele. Tinha escapado dele antes, mas depois de ver o que era, lutava contra ele.
Diante sua fraca resistência, agarrou-a entre os braços. Sacudiu com força a cabeça, aspirando profundamente. — Não te machucarei. — Sua voz era baixa, rota e sabia que irreconhecível. Com uma mão tremula, abriu com violência o que ficava da camisa dela, e quando a chuva limpou o sangue e o barro, pôde ver o dano que tinha assaltado sua delicada pele até o osso. Apertou-a contra ele e rugiu, precisando matar de novo. Ela soltou um gemido diante o som e, entre a dor, lágrimas rosa desceram de seus olhos. Isso só foi suficiente para lhe dar a força para retomar o controle. Quando alcançou o carro, abriu a porta de atrás para depositá-la no assento, afastando com gentileza seu cabelo da porta antes de fechá-la. Apurou-se para o assento do condutor, e então correu depressa pelas escorregadias estradas para o Kinevane, olhando para trás a cada poucos segundos. O temor se instalou em seu corpo quando meia hora depois, ainda não tinha mostrado sinais de regeneração. Suas feridas continuavam sangrando livremente, sem o fechamento que já deveria estar vendo. Sem diminuir a velocidade, abriu-se a mão e a pôs nos lábios. — Beba, Emma! Ela desviou a cara. Aproximou outra vez, mas ela a rejeitou, apertando a mandíbula. Morreria se não bebesse. Ele tinha estado tão ocupado odiando o que era Emma, que não se preocupou como a via. Parou ao lado da estrada, estirando a mão para trás para introduzir os dedos em sua boca e lhe abrir os dentes. Quando derramou sangue em sua boca, ela não pôde evitar agarrar-se a ele, fechando os olhos e bebendo profundamente. Imediatamente deixou de sangrar. Quando desmaiou, ele voltou a acelerar. A viagem ao Kinevane foi um novo tipo de inferno para ele. Passou o outro braço pela testa, suando, sem saber se o atacariam mais ou de onde tinham vindo. Não sabia se ela era o suficientemente forte para suportar essa ferida. Como tinha sabido que fugiu deles? Quase a tinha perdido quatro dias depois de encontrá-la...  Não, quase a tinha entregue, permitido que a levassem a Helvita... Que nunca tinha sido capaz de encontrar. Tinha revirado a Rússia procurando-a, talvez se tivesse aproximado quando o tinham feito uma emboscada na última vez. Tão perto de perdê-la... Agora sabia que faria o que fosse para mantê-la. Trabalharia para superar sua dor e as memórias torturantes, porque esta noite tinha visto tão diferente era ela dos outros. Seu aspecto, seus movimentos, tudo era diferente. Sua natureza não era agressiva ou assassina como a dos outros. O sangue para ela — e agora para o Lachlain — era vida. Suas feridas tinham começado a curarem-se imediatamente quando tinha bebido dele. Ele podia sustentá-la. Que era o menos que podia fazer, já que finalmente Emma fazia que sua vida merecesse a pena.
 
Emma despertou com o som de rugidos e abriu os olhos um pouco. Os faróis iluminavam Lachlain empurrando o braço contra uma enorme grade, contra o brasão no centro. O selo elevado era feito de duas metades, com um lobo em cada lado, encarando um ao outro. Os lobos estavam representados como se pudessem ser antiguidades, mostrando as cabeças e as patas dianteiras, ensinando os dentes e as garras, com as orelhas para frente. Genial, Lykaelandia. Já não mais em Kansas...  Lachlain não conseguia amolgar o metal, nem com toda sua força. Protegida misticamente? É obvio. Graças a Freya que tinha o suficiente julgamento para não tentar atravessá-la com o carro. Ela o olhou através de seus olhos de pálpebras cansadas enquanto rondava na garoa, passando-a mão pelo molhado cabelo enquanto estudava a grade. — Como diabo eu entro? — uma vez mais tentou empregar poder para abri-la, e de novo, um rugido dilacerador ressonou como se estivessem em um vale. Deveria ter um porteiro automático? Poderia fazê-lo fisicamente? Justo enquanto o estava debatendo, a grade foi aberta por alguém não visível. Lachlain voltou para o carro. — Estamos aqui, Emma! Embora o calor apertasse, e o assento também estava quente, ela tremeu sob suas roupas úmidas com um frio como nunca tinha conhecido. Quando a grade se fechou com um som metálico atrás deles, ela deixou descansar os olhos, por fim sentindo-se segura. Ao menos de mais ataques de vampiros.  Era vagamente consciente de que conduziam por uma propriedade que devia ter milhas de comprimento. Finalmente Lachlain estacionou e saltou do carro para abrir de repente a porta de atrás e tirá-la. Segurou-a perto de seu torso, apurando-se para o caminho de entrada que resplandecia de luz, fazendo que lhe doessem os olhos. Subiu as escadas, dando ordens a um homem jovem que seguia sua esteira. — Ataduras, Harmann. E água quente. — Sim, meu amo — Estalou os dedos e Emma escutou a alguém correndo para obedecer a ordem. — Meu irmão está aqui? — Não, está no estrangeiro. Ele... nós pensamos que você estivesse morto. Quando não voltou e as equipes de busca voltaram...  — Preciso falar com ele logo que seja possível. Ainda não conte aos maiores a minha volta. Emma tossiu um som feio e ruidoso, e se deu conta de que nunca tinha entendido o que era a dor. Obrigou-se a não baixar a vista de seu peito. — Quem é ela? —perguntou o homem jovem. Lachlain a aproximou mais. — Ela é ela — respondeu, como se isso tivesse sentido. A ela, disse-lhe — Está a salvo, Emma. Vai ficar bem. — Mas... Não é uma Lykae — disse o homem. — É uma vampira. Um som estrangulado. — E... Está certo? Dela? — Nunca estive mais seguro em toda minha vida. Os pensamentos dela ficaram difusos e a escuridão a reclamou.
Lachlain a levou até sua suíte, e a depositou em sua antiga cama, a primeira mulher que tinha levado lá. Harmann o seguiu, e depois se dispôs a acender um fogo. Pode que Lachlain se sentisse intranqüilo com a lareira as suas costas, mas sabia que Emma necessitava de calor. Uma criada voltou com rapidez com água quente, panos e ataduras, e outras duas levavam suas bolsas do carro. Então, com expressões pensativas, as criadas saíram com o Harmann, para que Lachlain pudesse cuidá-la. Emma ainda estava fraca, entrando e saindo da inconsciência enquanto ele tirava as roupas úmidas e lavava suas feridas. Embora visivelmente já estivesse curando, sua pele frágil e clara ainda estava destroçada dos peitos até as costelas. Tremiam-lhe as mãos enquanto a lavava. — Isso dói — raspou ela, estremecendo quando Lachlain inspecionou suas feridas uma última vez antes de enfaixar.  O alívio a alagou. De novo podia falar. — Desejaria poder te liberar da dor — gemeu. Suas próprias feridas eram profundas, mas não sentia nada. A idéia de que ela sofresse fez com que suas mãos fossem inseguras quando começou a enroscar a bandagem ao redor de seu peito — Emma, o que te fez escapar deles? Sem abrir os olhos, ela murmurou:  — Assustada. — por que tinha medo? Um pequeno movimento, como se tivesse tentado encolher os ombros e falhasse. — Nunca vi um vampiro. Terminou a bandagem e se obrigou a atá-lo apertadamente, fazendo uma careta quando isso fez uma nela. — Não entendo. É um vampiro Ela abriu os olhos, mas estavam desfocados. — Chame a Annika. Número na cartilha médica. Deixa que venha a me recolher — o agarrou a mão, falando com os dentes apertados — Por favor, deixe-me ir para casa... Quero ir para casa... — então desmaiou. Enquanto a agasalhava com uma manta, apertou os dentes com frustração, sem entender por que sua própria espécie a machucaria dessa forma. Sem entender por que havia dito que nunca tinha visto um vampiro. Queria que ele a chamasse de sua família. É obvio, ele nunca deixaria que voltasse com eles, mas por que não deixar saber? Por que não encontrar respostas? Rebuscou entre a bagagem dela, encontrou o número dessa Annika, e então chamou o Harmann. Minutos depois, estava de pé ao lado segurando um telefone sem cabo, chamando dos Estados Unidos. Uma mulher respondeu. —Emma! É você? —Tenho a Emma comigo. —Quem é? — Sou Lachlain. Quem é você?
— Sou sua mãe adotiva, a que vai te aniquilar se não a mandar para casa agora mesmo. — Isso nunca vai acontecer. Ela fica comigo de agora em diante. Algo soou como se explodisse de fundo, mas a voz dela era acalmada. — Sotaque escocês. Diga-me que não é Lykae. — Sou seu rei. — Não pensei que pudesse cometer um ato terminante de agressão contra nós. Se quiser reavivar uma guerra, conseguiu. Reavivar? Os Lykae e os vampiros estavam em guerra. — Que saiba isto. Se não a deixar livre, encontrarei a sua família, e afiarei minhas garras e lhes tirarei a pele. Entende-me? Não. Não, não entendia nada. — Não pode imaginar a fúria que soltarei sobre você e os de sua espécie se a fizer mal. Ela é inocente de qualquer crime contra você. Eu não — gritou. Escutou a outra mulher de fundo dizendo em voz baixa:  — Annika,  peça para falar com a Emma.  Antes que lhe pudesse perguntar, respondeu-lhe:  — Dorme. Ante isto Annika disse:  — É de noite aqui...  De fundo de novo:  — Raciocina com ele. Quem seria o suficiente monstro para fazer mal à pequena Emma? Ele tinha sido. — Se nos odiar, então traga a luta aqui, mas essa criatura nunca machucou nenhum ser vivo. Envia-a para casa ao aquelarre. Aquelarre? — Por que tem medo dos vampiros...  — Deixou que eles se aproximassem de Emma? — gritou, obrigando-o a afastar o telefone de seu ouvido. Soava mais furiosa sobre os vampiros que se aproximaram de Emma, do que sobre ele. A que tinha a voz razoável, disse:  — Pergunte se tem a intenção de machucá-la. — Tem? — Não, nunca — Agora podia dizer isto com confiança — Mas disse “deixou‖que‖eles‖ se‖aproximassem‖da‖Emma”.‖Vocês são eles. —O que está dizendo? — São uma separação da Horda? Havia um rumor sobre uma facção...  — Acha que sou um vampiro? Com esse grito, apartou o telefone do ouvido com mais rapidez. — Se não, então o que são? — Valquíria, cão ignorante. — Valquíria — repetiu ele bobamente enquanto ficava sem ar. Sua debilitada perna cedeu, e se afundou na cama. Sua mão encontrou o quadril da Emma e apertou.
Agora tinha perfeito sentido. Sua aparência de fada, seus gritos capazes de romper cristal.  — Emma é parte... Por isso suas orelhas... — Cristo, era parte Donzela Protetora? Escutou que se passavam o telefone. A razoável disse:  — Sou Luzia, sua tia...  — Seu pai é um vampiro? — perguntou, interrompendo-a — Quem é? — Não sabemos nada sobre ele. Sua mãe nunca nos disse isso antes de morrer. Atacaram? — Sim. — Quantos? — Três. — Informarão de volta. A não ser que os matasse a todos? — perguntou com uma nota de esperança em sua voz. — É obvio que fiz — lhe espetou. Escutou-a soltar ar como se estivesse aliviada. — A... feriram? Ele hesitou. — Sim — imediatos e numerosos chiados de fundo — Mas está se curando. O telefone se voltou a passar. Alguém disse:  — Não deixem que Regin o tenha! — Eu sou Regin,‖e‖você‖deve‖ser‖o‖“homem”‖com‖o‖que‖estava.‖Ela‖me‖disse‖que‖ prometeu protegê-la. Muito bem feito, chefe...  Escutou algo como uma escaramuça, depois bofetadas, e então Luzia tinha o telefone. — Somos a única família que conhece, e esta é a primeira vez que viajou fora da proteção de seu aquelarre. É muito gentil por natureza, cautelosa, e estará assustada ao estar longe de nós. Suplicamos-lhe que a trate com amabilidade. — Farei — disse ele e falava a sério. Sabia que nunca voltaria a lhe fazer mal. À lembrança de seu olho enchendo-se de vermelho diante dele e ela correndo para ele por sua proteção, estavam gravados para sempre em sua mente — Por que os vampiros a atacaram dessa maneira? Acha que seu pai a busca? — Não sei. Estão caçando Valquírias por toda parte. Mantivemos  Emma oculta deles. Nunca viu um. Ou um Lykae, se for o caso — acrescentou quase para si mesma — Em deve estar aterrorizada com você... Aterrorizada dele. É obvio que estava. — Se tiverem algum assunto que inclua a Emma, não pararão de procurá-la. Deve voltar para casa onde estará a salvo. — Posso mantê-la a salvo. Annika tinha o telefone de novo. — Falhou em fazer isso. — Ela está viva e eles mortos. — Qual é seu interesse? Diz que não lhe fará mal, mas está se apressando uma guerra conosco. — Não quero uma guerra com vocês. — Então o que quer dela?
— Ela é minha companheira — a ouviu ter ofegos em resposta, e o cabelo se arrepiou de raiva. — Que Freya me ajude — teve um novo ofego — se colocar uma de suas asquerosas mãos animais nela...  — Como a cuido? — perguntou, lutando por controlar sua fúria. — Mande-a aonde pertence para que possamos ajudá-la a curar-se de você. — Eu disse que não. Agora, quer que a cuide em sua ausência? Ouviu murmúrios de fundo, e então falou Luzia. — Tem que ser protegida do sol. Só tem setenta anos e é muito vulnerável a ele. Setenta? Outro apertão a sua cintura. Cristo Todo-poderoso. A forma em que a tinha tratado...  — Como disse, nunca viu um Lykae e estará assustada de você. Seja gentil com ela, se tiver alguma consciência. Deve beber cada dia, mas nunca diretamente de uma fonte viva...  — Por quê? — interrompeu. Calma. Então Annika perguntou:  — Já tem fez isso, não? Ele não disse nada. A voz dela foi letal. — Que mais a obrigou a fazer? Era inocente antes que a levasse a isso. É agora? Inocente. As coisas que havia dito... As que lhe tinha feito... Passou-se uma mão tremente pela cara. E as que tinha feito que fizesse a ele. Como podia ter se enganado tanto com ela? Porque estive ardendo durante mais de um século. E ela pagou por isso. — Já disse isso antes... Ela é minha. Ela gritou com fúria. — Deixa... Que... Se... Vá! — Nunca! — gritou ele. — Pode que não queira uma guerra, mas tem uma — mais acalmada, disse — Acredito que minhas irmãs e eu iremos caçar peles celtas. A linha ficou morta.
 
— Teu irmão está em Louisiana, meu amo. Os dedos do Lachlain se detiveram brevemente no último botão da camisa.  — Louisiana? — depois de uma ducha rápida para lavar a evidência da luta, Lachlain tinha chamado Harmann a sua suíte e perguntado onde estava Garreth. De todos os lugares do mundo — Que diabo está fazendo lá?
— Em Louisiana existe uma manada dentro do Lore e muitos Lykaes vivem lá agora. Diria que a metade deles reside no Canadá e os Estados Unidos. A maioria em Nova Escócia, mas em um menor número ao sul. Essas amargas notícias desanimaram  Lachlain.  — Por que abandonaram seus lares? —perguntou, tomando assento perto ao balcão.  A brisa soprou, trazendo o aroma do bosque e do mar que confinavam a milhas e milhas de terra ao longe. Estava realmente nas Highlands, olhando para os jardins do Kinevane. Com sua companheira na cama de ambos. Harmann também aproximou uma cadeira trocando a sua forma normal, a de um behorned, o demônio brincalhão do Ostrander, assim chamado por sua extensa família Ostrander.  — Quando o clã acreditou que os vampiros o tinham assassinado. Muitos se negaram a permanecer tão perto de seu reino na Rússia. Seu irmão os ajudou com a viagem. Depois ficou em Nova Orleans para ajudá-los a reconstruir o que podia. — Nova Orleans? — Isto era cada vez melhor — Sabe como contatá-lo? Acontece que consegui um aquelarre de Valquírias, em Nova Orleáns, com intenção de cortar a minha família — Garreth era o último membro de sua família imediata que ainda vivia. Demestriu tinha visto como o pai de Lachlain morria no último Lore, sua mãe morrendo de pena, e seu irmão mais jovem, Heath, propondo-se vingar-se de todos. — Valquírias? — Harmann franziu o cenho — Me atrevo a perguntar? — Quando Lachlain negou com a cabeça, Harmann disse — Garreth me fez prometer solenemente me pôr em contato no instante em que soubesse algo sobre você. Ele estava... Bem, não tomou as notícias de sua suposta morte como tínhamos esperado. Especialmente depois de perder a tantos dos seus... A você... — sua voz se apagou, depois disse — assim, é obvio, tentarei localizá-lo logo que fechamento a porta atrás de você. Mas me disseram que perdeu interesse por si mesmo nestes dias.  Lachlain se preocupou com um momento pelo Garreth, quem estava sozinho e despreparado. Caçando por peles de Celtas. Não. De maneira nenhuma poderiam apanhálo. Garreth era tão ardiloso como feroz. — É imperativo que o encontre. Continue tentando — Seu irmão era o único a quem confiaria a proteção de Emma enquanto continuava sua vingança — Desejo toda a informação que acumulou sobre a Horda desde que fui e algo que tenhamos sobre as Valquírias. Desejo qualquer meio que me ajude a me adaptar a este tempo. E manter meu retorno em segredo dos anciões. Por agora só meu irmão deve saber. — Sim, é obvio, mas posso te perguntar que significa isso de se adaptar a este tempo. Onde esteve? Lachlain hesitou, depois confessou.  — No fogo — Não havia necessidade de descrever as catacumbas. Nunca poderia expressar tão horrendo foi.  As orelhas de Harmann baixaram. Como acontecia freqüentemente quando estava aflito, tomou a forma da última mudança que tinha realizado. Por um momento luziu como o jovem humano que lhe tinha apresentado a Emma, antes que retornasse a sua forte e enxuta, forma de demônio.
— Mas isso era só um rumor. — É certo e lhe contarei isso em outro momento. Agora não posso pensar nisso. Só tenho quatro dias e quatro noites para convencer  Emma de que fique comigo. — Ela não quer ficar? — Não, não do todo — veio rapidamente à mente uma vaga lembrança dela tremendo na ducha, os olhos fechados e absortos no que lhe estava fazendo a ela. As garras cravaram nas palmas — Nunca estive... Bem para ela. — Sabe quanto a esperou? — Não, inclusive ignora que é minha companheira. O tempo estava se acabando. Lachlain a necessitava urgentemente na próxima lua cheia. Conhecia o efeito que tinha em qualquer Lykae que encontrasse seu casal. Lachlain imaginou que se não a tivesse assustado antes, provavelmente o tivesse feito essa noite, pelo menos ela estava mais acostumada a ele. Não seria virgem por muito mais tempo. Nunca acreditou que estaria tão consternado ao descobrir que sua companheira estava intacta. Emma era tão suave e gentil, e o pensamento de derramar o sangue de sua virgindade quando ela ainda estava em processo de cura, e ele em meio da tensão da lua, tinha-o horrorizado. Logo os maiores descenderiam sobre o Kinavane com seu ódio não dissimulado para ela. Emma e ele deviam estar unidos para então. Tinha que ser marcada por ele, assim saberiam que não poderiam machucá-la. Contudo, como poderia esperar que ela fizesse frente a estas coisas com ele, quando ainda não tinha começado a compensar tudo o que lhe tinha feito?  — Desejo que encontre todas as coisas que gostaria de ter em seu lar a uma fêmea de vinte e quatro anos, algo que ela deseje.  Se for certo de que era uma parte Valquíria e os rumores de sua cobiça eram verdadeiros, talvez poderia convencê-la com presentes. Não tentou apoderar-se das jóias? Poderia lhe entregar uma peça nova cada dia por décadas. Quando Harmann tomou a jaqueta de peles e a pluma que o sempre carregava. Lachlain disse:  — Estuda sua roupa e compre mais, em tamanho e estilos similares. Substitui algo que se danificou. Passava as mãos na parte posterior do pescoço, pensando em tudo o que tinha que fazer — Deve estar protegida contra o sol. — Sim, pensarei nisso. As cortinas de seus quartos são grossas e será suficiente. Mas possivelmente os obturadores. Estes abrem automaticamente à posta do sol e fecham na saída. — Fazem que os instalem — Lachlain interrompeu — Automático? — Ante o assentimento do Harmann Lachlain disse — Sim, o mais rápido possível quero que cada janela no Kinevane esteja protegida e os protetores se instalem em todas as entradas. — Bom começaremos amanhã de manhã. — E sua equipe de música, seu... iPod? Os vampiros o destruíram, necessita de um novo, precisa verdadeiramente. De fato parece que gosta de todos os aparelhos e objetos eletrônicos. Vi que modernizou meu quarto. O resto do castelo...? 
— Está completamente modernizado, retive todo o pessoal aqui, do cozinheiro, os serventes e guardiães. Mantive ao Kinevane preparada em caso de que seu irmão retornasse. — Fique unicamente aos serventes mais confiáveis e os informe quem e como é ela. Também os advirta do que os farei se a machucar de alguma forma. Lachlain começou a dar voltas à idéia de que tinha sido muito rude, porque Harmann lhe olhava fixamente, tossiu e disse: — Por... É obvio. Depois de um estremecimento interior, Lachlain disse: — Há algum problema que deva saber? Algo concernente à situação financeira ou as invasões? — É mais rico que antes, exponencialmente, estas terras estão protegidas e ocultas. Exalou com alívio. Lachlain não teria encontrado ninguém melhor que Harmann, era honesto e inteligente, especialmente com os humanos usando suas habilidades para trocar de forma e parecer envelhecer ante o resto.  — Agradeço-te tudo o que tem feito — disse Lachlain, ficando curto, porque seu lar e todo seus bens tinham sido protegidos por este ser. Como sempre, Lachlain encontrou ridículo que aos shifters os desse uma reputação de desonestos, usando o‖“duas‖caras”‖ como um insulto, portanto tempo que essa denominação finalmente chegou aos humanos — Te devo muito. — Você me deu um estilo de vida muito alto — Harmann sorriu e logo inclinou sua cabeça para a Emma — A pequena é uma verdadeira vampira?  Lachlain se aproximou dela e colocou um loiro cacho atrás de sua orelha. — Metade Valquíria. Harmann levantou as sobrancelhas para as orelhas bicudas.  — Você nunca gostou de fazer as coisas da maneira simples.
 
O alarme do veículo ainda ressoava ao longe.  Entretanto Annika finalmente se tranqüilizou e os relâmpagos que ameaçavam abrindo um buraco na mansão se sossegaram essa coisa até tinha a Emma. Tratou de desprender-se da raiva, vomitando energia, devido a que estava machucando a todo o grupo do Valquírias com quem compartilhava o poder, uma dúzia das quais nesse momento estavam sentadas juntas nessa grande habitação. Olhavam-na procurando respostas, que ela devia dar. Respostas que devia ter para poder as explicar. Regin voltou para o computador, acessando à base de dados do aquelarre uma vez mais, esta vez investigando Lachlain. Pacientemente Annika deixou sua mente vagar por volta do dia que chegou Emma. A neve no exterior se acumulou tão alto que cobria a metade da janela, não era surpreendente no antigo país. Com o fogo Annika tinha embalado o bebê, a cada segundo o dourado cabelo caía pelas bicudas orelhas que tinha a menina. — Como cuidaremos dela, Annika? — murmurou Luzia.  Regin saltou de seu assento.  — Como pôde trazer um deles quando foram os que mataram o meu povo?
Daniela se ajoelhou ao lado de Annika lhe dando um estranho toque e a picada do gelo de sua pálida mão.  — Ela precisa estar com sua própria raça. Isto sabe muito bem. Annika sacudiu sua cabeça.  — Suas orelhas, seus olhos, ela é mágica, ela é Valquíria. — Crescerá para ser malvada — insistiu Regin — Maldição se ela não tentou me morder com suas presas de bebê Pela Freya, ela já bebe sangue! — Isso não tem importância! — tinha exclamado Myst em um tom casual — Nos alimentamos da eletricidade.  O bebê tinha agarrado a longa trança da Annika, como se dissesse que ela queria ficar. — É da Helen, a quem quis profundamente. Em sua carta me pedia que mantivesse Emmaline a salvo dos vampiros. Assim que a criarei e irei do aquelarre se esse for o desejo coletivo, mas entendam que é como minha filha de agora em diante — Recordou o triste que soaram suas seguintes palavras — A guiarei para que aprenda todo o bom e honorável sobre as Valquírias antes que o tempo se desgaste em nós. Nunca verá o horror que nós vimos. Estará protegida — Todas guardaram silêncio refletindo — Emmaline da Troya — Esfregou seu nariz com o da Emma e lhe perguntou ao bebê — Agora onde é o melhor lugar para esconder o mais formoso e pequeno vampiro do mundo? Nïx tinha sorrido com regozijo.  — Laissez os bon tempos roulez20.
 
— Ok, aqui está! — disse Regin — Lachlain rei dos Lykaes desaparecido por dois séculos ou mais. Agora só vou atualizar a base de dados e dizer que aparentemente retornou — seguiu para baixo — Valente e desumano no campo de batalha, participou de cada batalha que os Lykaes lutaram. O que estava fazendo? Tratando de ganhar insígnias por seus méritos? E, OH, OH, cuidado damas este grande moço briga sujo. Tão logo termina com a espada, briga com seus punhos e garras, mano-a-mano com suas presas. — E o que há sobre sua família? — perguntou Annika — O que lhe importa? O que podemos usar em seu contrário? — Não tem muita família com vida. Maldição! Demestriu os matou. Quando parou e contínuo lendo, Annika a sacudiu até que Regin exclamou: — As garotas do aquelarre da Nova Zelândia são malvadas. Assinalam que embora não se enfrentaram a ele, viram-no brigar com vampiros e brincadeiras contra sua família o levam a uma raiva absurda, fazendo-o uma presa fácil para um assassino habilidoso. Kaderin pôs uma de suas espadas no braço, seu afiador de diamantes no momento em repouso.  — Machucou-a e acreditou que era um membro da Horda.  Regin disse:  — Não tem idéia de que é uma Valquíria. Deve estar tentando nos proteger. Pequena sanguessuga estúpida. Luzia murmurou:                                                 
20 Deixem que os bons tempos rodem
— Imagina terrivelmente aterrorizada que deve estar? Nïx suspirou:  — Os Saints21 não conseguirão chegar aos playoffs22. A doce e temerosa Emma em mãos de um animal. Annika apertou os punhos e dois dos abajures que estavam perto dela recentemente instaladas junto a lareira por um empreiteiro, explodiram enviando o vidro quebrado pelo ar. Casualmente as Valquírias baixaram seus rostos, depois agitaram seu cabelo e continuaram fazendo o que estavam fazendo. Sem olhar para a tela Regin disse: — É o Lore que pôs todas estas peças para que entrem em jogo, tem que ser. Annika sabia que era isso. A Prolongada prisão do rei dos Lykaes tinha terminado. Kristoff o líder rebelde dos vampiros, tinha tomado o bastão de Horda cinco anos atrás e tinha enviado soldados para a América. E os ghouls, guiados por um feroz e ocasionalmente lúcido líder, tinham começado um jogo de poder infectando toda a gente necessária para construir um exército. Annika se dirigiu para a janela e olhou dentro da noite. — Disse que Lachlain não tinha muita família. Então a quem tem? Regin colocou o lápis detrás de sua orelha.  — Tem um irmão com vida. Garreth. — Como encontramos este Garreth? Nïx bateu palmas. — A este conheço! Conheço-o! Perguntem a... Luzia. Luzia olhou agudamente e gritou com Nïx, mas não havia verdadeiro ódio nisso. Respondeu em um tom monótono:  — É o Lykae que salvou nossas vidas dois anos atrás. Annika retornou da janela.  — Então lamento que façamos o que vamos fazer. Luzia estreitou os olhos questionando  Annika. — Vamos apanhá-lo. — Como? É muito forte e pelo que pude notar é inteligente. — Luzia, necessito que faça outra vez.
 
Durante o dia, Lachlain permaneceu junto à Emma, protegendo-a do sol diante a mínima insinuação de frestas entre as cortinas e revisou as feridas dela para certificar-se que curavam. 
                                                
21 Os New Orleáns Saints, são um time da NFL da cidade de Nova Orleáns, Louisiana foi fundado em 1967 e jogam em Louisiana superbool 22 Os Playoffs da NBA são três rodadas de competições entre dezesseis equipes repartidas nas conferências Oeste e a conferência Leste e os ganhadores das finais competem entre si na NBA.
 
Não se aproveitou da situação, embora, sentia que estava mentindo, ao cortar um dos lados do pescoço e ao enrolá-la para que bebesse dele.  A pequena vampiro afundou suavemente contra ele, suspirando em sonhos. Ela devia tê-lo enfeitiçado, porque o sentia como a coisa mais natural do mundo.  Pela tarde, quando retirou as ataduras, encontrou as feridas até tenras e notórias, mas já tinham fechado completamente.  Ao esfumar-se sua principal preocupação, refletiu sobre o que tinha aprendido.  Agora que sabia a verdade a respeito de tudo, via a Emma de forma totalmente diferente, embora tivesse que admitir que não se sentisse de forma diferente. Já a tinha aceitado como sua companheira ainda quando pensava que ela era um membro da Horda. Agora sabia que ela não só não era parte da Horda, nem era exatamente um vampiro. Nos longos anos de solidão, tinha imaginado a sua companheira de mil facetas diferentes. Tinha orado para que fosse inteligente e atraente, orou para que fosse carinhosa com ele. E agora Emma, alguém meio-vampiro, meio-Valquíria, envergonhava ainda suas fantasias mais selvagens.  Mas sua família... Exalou com cansaço. Lachlain nunca tinha lutado contra elas, acreditando que era inferior a dele, e só as tinha visto de longe. Mas sabia que as Valquírias eram criaturas de lenda, pequenas e estranhas, rápidas e fortes que despediam relâmpagos a mão direita e sinistra, os quais emanavam de alguma forma através delas. O rumor sustentava que tomavam seu sustento da eletricidade. Como tinha comprovado em Emma, eram consideradas extremamente inteligentes. E a diferença da Emma, eram quase tão agressivas e guerreiras como os vampiros.  Embora das Valquíria se conhecessem poucas fraquezas, dizia-se que podiam ser hipnotizadas por objetos brilhantes e que eram as únicas criaturas no Lore que podiam morrer de tristeza.  Em uma rápida investigação do compilado por seu clã sobre elas, pôde encontrar uma história sobre sua origem. No Lore se contava que faz milênios, Wóden e Freya foram despertados de uma década de sonho pelo grito de uma donzela quando ela morria na batalha. Freya tinha maravilhado pela coragem da donzela e quis preservá-lo, assim Wóden e ela golpearam à humana com seu relâmpago. A donzela despertou em seu grande vestíbulo, curada e intacta — ainda mortal — e grávida com uma Valquíria como filha imortal. Nos seguintes anos, seu relâmpago golpearia em mulheres agonizantes de qualquer espécie do Lore, Valquírias como Furie eram na verdade parte Fúrias. Freya e Wóden outorgaram as suas criaturas a beleza élfica da Freya e a astúcia de Wóden. Eles combinaram estes traços com a coragem da mãe e ascendência individual. Este fez das filhas algo único, mas segundo o Lore, a gente podia reconhecer uma Valquíria se seus olhos despediam prata por uma forte emoção.  Emma tinha se virado quando terminou de beber dele.  Se esta lenda fosse verdadeira — e Lachlain acreditava que assim era — então significava que Emma era neta de... Deuses.  E a tinha considerado inferior a dele. Um forte rei Lykae carregando com uma companheira fraca. 
Bateu na testa, lutando com o remorso, mas se obrigou a ler. Encontrou breves descrições de algumas Valquírias que sabia estavam conectadas diretamente a ela. Nïx era a mais velha, e alguns acreditavam que era uma adivinha. A sensata Luzia era uma arqueira perita, corria o rumor que tinha sido amaldiçoada a sentir uma dor indescritível cada vez que falhava um objetivo. Furie tinha sido sua rainha, vivendo sob o mesmo teto que a doce Emma quando ela era uma menina. Agora, as Valquírias suspeitavam que Demestriu tivesse apanhado a Furie no fundo do oceano para sofrer uma eternidade de tortura. Apoiado em sua própria experiência, podia dizer sem dúvida alguma que nesse mesmo instante ela estava se afogando pela água salgada em seus pulmões em algum lugar escuro e gelado.  Mas as referências sobre Regin e Annika o perturbaram em grande parte. Toda a raça materna de Regin tinha sido exterminada pela Horda. Annika, quem era conhecida como uma estrategista brilhante e um soldado valente tinha se dedicado sua vida a destruir vampiros.  Como Emma não poderia sentir-se como uma intrusa cada vez que sua família expressava seu ódio pelos vampiros ou quando celebravam cada matança feita contra eles? Como não poderia estremecer interiormente? As Valquírias tinham centenas de anos frente as suas meras décadas. Ela era o que o Lore chamava "outro" ou fora de uma espécie. Emma era outro único em toda a terra.  Era isto a raiz da dor que tinha descoberto dentro dela? Diferenciava sua família entre o que era a Horda e o que era Emma? Ele mesmo teria que ser cuidadoso com isso. Poderia mandar a todos os vampiros ao inferno e não querer que Emma estivesse incluída nesse grupo.  A única coisa positiva que encontrava sobre as Valquírias era que sempre tinham mantido uma tensa trégua com os Lykae, seguindo com esse raciocínio de "o inimigo de meu inimigo é meu amigo". Até o Lore. Quando todos os imortais eram forçados a lutar por sua sobrevivência no Lore.  Estas notícias seriam mil vezes melhor que se sua família fosse da Horda. Mas até tinha que enfrentar-se a outros tipos de problemas.  Quase todas as criaturas do Lore tinham um companheiro por vida ou algo do tipo. Os vampiros tinham Noivas, os demônios seus Amantes, os espectros possuíam sua Alma Gêmea, e os Lykae tinham suas Companheiras. Inclusive um ghoul nunca abandonava o grupo que o tinha infectado. As Valquírias não formavam tais cadeias.  Elas conformavam a força de seu aquelarre, mas eram completamente independentes quando estavam longe. Sabia-se que a coisa que mais valorizavam acima de tudo era a liberdade. Você nunca poderá dar procuração de uma Valquíria quando ela quer ser livre, seu próprio pai havia dito. E Lachlain estava tentado fazer justamente isso.  Tentaria conservá-la‖embora‖“deveria estar aterrorizada" dele. E sua família inclusa ignorava que tinha sido atacada. Só suspeitavam que a tivesse tomado quando ela era uma inocente que nunca tinha sido tocada.  Mas a tinha tomado. E o faria outra vez sob a influência da lua. Como todo Lykae apareado, sua necessidade seria tão forte e seu controle se enfraqueceria. Das lendas mais antigas, quando um rei residia no Kinevane com sua rainha, todos os outros abandonavam o castelo da noite anterior até a noite seguinte à lua cheia, de tal forma que o casal pudesse dar a si mesmos e entregar-se com abandono.  Se somente ela pudesse sentir a mesma necessidade e a agressão, então não a assustaria tanto. Prometeu encerrá-la, ainda quando sabia que nada poderia detê-lo quando desejasse estar com ela...  Teria sido muito mais fácil se sua companheira pertencesse ao clã. Mas então não teria a Emma...  O ocaso se aproximava duas criadas bateram para desempacotar e arrumar a roupa.  — Tomem cuidado com suas coisas —disse quando se aproximou da cabeceira — E não quebrem nada. Despedindo com um olhar, ele deu de ombros, depois foi para as cortinas fechadas para chegar ao balcão. Olhou absorto o pôr-do-sol, observando seu lar, a terra e as colinas, o bosque, tudo o que esperava que ela chegasse a amar.  Quando o sol se escondeu, virou e franziu o cenho ao encontrar às criadas a uns poucos passos da cama, espiando Emma, cochichando. Mas sabia que não se atreveriam a tocá-la, eram jovens Lykae que provavelmente nunca tinham visto um vampiro.  Estava a ponto de fazê-las sair quando Emma abriu os olhos rapidamente e se levantou dessa maneira tão peculiar como se flutuasse. As criadas gritaram de terror; Emma gritou e subiu na cabeceira em um segundo. Lachlain sabia que isto não seria fácil.  — Calma Emma — disse ele, andando para seu lado — assustaram uma a outra. Emma olhou a porta por um longo momento e depois seu olhar piscou ao ver o rosto dele. Sua pele empalideceu e ela virou afastando-se.  — Suas feridas estão sarando bem.  Ela não disse nada, quando ele roçou levemente seu peito com as pontas dos dedos. — Quando beber outra vez, deve curar-se completamente — sentou-se ao lado dela, enrolando a manga, mas ela o rejeitou.  — Onde estou? — Seu olhar percorreu por toda parte, finalmente descansando no pé da cama de mogno. Centrando-se nas formas esculpidas complexamente elaboradas, então torceu para ver o cabeceira, analisando os símbolos incrustados ali. O quarto estava completamente às escuras, só o fogo estava aceso, e os símbolos pareciam mover-se com as sombras.  Os artesãos tinham começado a elaboração dessa cama o dia do nascimento do Lachlain, não só para ele, mas também para ela. Freqüentemente tinha fantasiado sobre onde estaria ela, olhando fixamente os esculpidos com fascinação, imaginando-se como seria sua companheira.  — Está no Kinevane. Está a salvo. Nada pode te ferir aqui.  — Matou todos?  — Sim. Ela cabeceou claramente satisfeita.  — Sabe por que a atacariam dessa forma?  — E me pergunta isso? — Tentando levantar-se. — O que pensa que está fazendo? — demandou ele, fazendo-a recuar. 
— Preciso ligar para casa.  — Ontem à noite liguei para seu lar.  Seus olhos olharam ao longe com aparente alívio. — Jura? Quando virão me buscar?  Sentiu-se desiludido ao vê-la tão feliz ao saber de sua partida, mas não podia culpá-la.  — Falei com Annika, e agora sei o que elas são. O que é você.  Sua cara mudou.  — Disse o que você é?  Quando ele cabeceou, ela virou, ruborizando, deu-se conta, pela vergonha.  Tentou controlar sua ira.  — Envergonha-se que saibam que está comigo?  — Disso tenho certeza.  Gemeu.  — Porque me vê como um animal.  — Porque é o inimigo.  — Eu não tenho nenhuma disputa com sua família.  Ela arqueou as sobrancelhas.  — Os Lykae não lutaram contra minhas tias?  — Só no último Lore — Faz apenas quinhentos anos.  — Matou alguma delas desde então? — Nunca matei uma Valquíria — respondeu ele honestamente. Mas teve que admitir que isto fosse provavelmente porque nunca esteve na frente de uma.  Ela levantou o queixo.  — E sobre essa coisa dentro de você? O que a faz se levantar?
 
Emma ainda tinha calafrios ao pensar no que tinha visto no meio do ataque dos vampiros. Desgraçadamente para ela, agora sabia exatamente a que se parecia Lachlain quando mudava. Tinha sido como uma imagem instável de um projetor, piscando sobre ele, iluminando algo feroz e brutal que a tinha esquadrinhado com absoluta posse. E agora ela estava em sua cama. — Emma, o que viu na outra noite, isso não é o que sou. — A luz do fogo escurecia seu rosto, recordando-a—. Isso é só uma pequena parte de mim, e posso controlá-la. — Controlá-la? —assentiu lentamente—. Assim tomou a decisão de me atacar no campo e no quarto de hotel em Paris? Queria me estrangular? Pareceu que ele reprimiu um pulo. — Preciso te explicar algo. Sabe que fui prisioneiro da Horda, mas não sabe que fui... Torturado. Afetou a minha conduta, meu pensamento. Tinha sabido que tinha sido torturado, só que não como.
— O que lhe fizeram? Sua expressão ficou cautelosa. — Nunca te contarei com esses detalhes. Por que não me contou que era parte Valquíria? — Que diferença teria feito? Ainda sou vampira e minhas tias são ainda seus inimigos. — Não, não são — insistiu — Não conto entre meus inimigos as pequenas mulheres com aspecto de duende que vivem no outro continente. Seu tom desdenhoso a irritou quase tanto como se tivesse confessado que eram suas inimizades. — Quando Annika  vai vir me buscar? Seus olhos se estreitaram. — Prometeu-me que permaneceria até a lua cheia. Emma ofegou. — Você não... Ela vai vir me buscar? — Não neste momento. Seus lábios se separaram quando a incredulidade martelou através dela. — Incrível! Porque vem do passado, te porei atualizado com algumas regras. Uma regra é que quando Emma quase é assassinada por vampiros ela consegue um cartão de liberdade da prisão do pequeno pátio de jogos dos Lykae — Levantou dois dedos — Outra regra? Agora que minhas tias sabem o que é, vão te matar se não me enviar ao aquelarre imediatamente. Sua melhor aposta é permitir que eu vá logo que seja possível. — Se podem encontrar este lugar, merecem tentar. Dando-se conta de tão resolvido estava ele sobre isto, sentiu que o lábio inferior tremia. — Manteria-me longe de minha família quando mais as necessito? Uma lágrima quente deslizou por sua bochecha. Antes, parecia rebelar-se por suas lágrimas. Agora parecia... Atormentado, rapidamente adiantando-se para limpá-la. — Quer ir a casa e irá, mas não durante alguns dias. Sem incomodar em ocultar sua frustração, perguntou: — Que diferença fará uns poucos dias? — Te pergunto o mesmo. Apertou os dentes, lutando contra a irritação, lutando contra as inúteis lágrimas. Ele segurou seu rosto, acariciando a bochecha com o polegar. Sua voz soando áspera, disse: — Moça, se te tiver aqui durante um tempo tão curto, não quero brigar com você. Por agora, me deixe te mostrar Kinevane — levantou-se para cruzar até as grossas cortinas, as abrindo largamente, então voltou para ela. Embora ficasse rígida e se inclinasse longe, levantou-a em seus braços levando-a através do espaçoso quarto até o balcão — Estará surpreendida de saber que isto é todo meu. Nenhum Wal-Mart. Fora ela viu a lua elevando-se sobre um castelo majestoso, iluminando os velhos tijolos e as magníficas gramas. A névoa se enrolava dentro e levava uma insinuação de sal. Ele assinalou longe à distância.
— Não pode ver os muros rodeando a propriedade, mas sabe que sempre que ficar dentro deles estará protegida. Quando a sentou no corrimão, suas pernas imediatamente se enroscaram aos balaústres de mármore embora a segurasse pelos quadris. Viu que ele notava isto com um cenho, mas não fez comentários. Em vez disso, perguntou: — Em que está pensando? Ele parecia orgulhoso, como deveria tendo um lugar como este. Entre a extensão de pedra da parte dianteira do castelo havia impressionantes formações de tijolos com desenho de espiga que emolduravam as janelas e emparelhava os caminhos e inclusive a parte traseira da imensa lareira em seu quarto. Os jardins estavam imaculados, e se o resto do castelo estava decorado tão suntuosamente como seu quarto, então Kinevane era um testamento ao luxo. Sua sensibilidade de Valquíria não podia evitar apreciá-lo. — Bem? — Parecia espectador. Queria que gostasse. Ela se virou, levantando seu olhar por cima da linha de árvores para olhar à lua. — Acredito que só tenho uns poucos dias até que a lua esteja cheia. Quando se voltou, encontrou com sua mandíbula apertada. Ela empurrou seu atado cabelo as suas costas e o sentiu arenoso. — Quero uma ducha — disse, agachando-se para olhar ao redor de seu torso, espiando o banheiro. Retorceu-se, rebolando os quadris em suas mãos, até que finalmente abaixou. — Te ajudarei. Está ainda fraca...  — Uma ducha. Sozinha! — disse bruscamente enquanto andava ao moderno banheiro. Apressou-se a fechar a pesada porta atrás dela, tendo descoberto, para seu horror, que suas unhas estavam sujas. Tirou a camisa com a qual ele a tinha vestido e olhou fixamente as feias marcas que desciam por seu peito. Um involuntário gemido escapou enquanto cambaleava. Durante o resto de sua vida, nunca esqueceria o olhar nos olhos do vampiro justo antes que a arranhasse. Recordou que ela se lamentou por ter dado uma cabeçada. Agora vou conseguir, tinha pensado enquanto sua mão se balançava em cima dela. Por que o tinha provocado? Abriu a ducha, esperando até que fumegasse, então deu um passo sob a água. Uma corrente vermelha como sangue seco correu quando lavou o cabelo, e se enfocou nela, tiritando. Três vampiros. O vermelho se formou redemoinhos na água. Por que o provoquei? Mas quem estava vivo agora? Deveria estar morta agora. Mas não estava. Tinha sobrevivido a eles. Franziu o cenho. Tinha sobrevivido aos vampiros. E ao sol. E ao ataque de um Lykae, toda esta semana. Seus piores medos por dúzias de anos estavam se fazendo, mordeu o lábio, justos? — Emma, me deixe te ajudar. A cabeça se levantou rapidamente.  — Deveria comprar ações de uma companhia de fechaduras! Pedi sozinha! Ele assentiu.
— Sim, você geralmente diz isso e ainda estou aqui. É nossa maneira — Sua voz era calma e embora a idéia fosse uma loucura, soava razoável. Privacidade? Não tem nenhuma... A mão pegou a garrafa de xampu, seu xampu que já tinha sido desembalado para sua estadia. O jogou nele, como um tiro de adaga e virando. Agachou-se, mal o evitando e voou para outro lugar. O som de ruptura se sentiu como um lucro. Por que estava provocando-o? Porque se sentia bem. Ele arqueou as sobrancelhas. — Vai se tornar a ferir. Alcançou cegamente a garrafa de condicionador. — Não antes que você. Quando levantou outra garrafa, Lachlain deu uma rápida e rígida cabeçada. — Muito bem. Enquanto fechava a porta atrás dele, pensou que ia ter que se acostumar a não fazer exatamente o que lhe desse a vontade em sua própria casa. Quando viu o inapreciável espelho que ela tinha quebrado, recordou que tinha estado no Kinevane durante séculos e poderia ter sido o mais velho que existisse no mundo. Deu de ombros. Pelo menos ela estava recuperando as forças. Durante quinze minutos, rondou pelo corredor. Enquanto escutava no improvável caso de que lhe chamasse, perguntava-se como enrolá-la para beber outra vez. Se seu sangue a fazia mais forte, então necessitava um excesso disso. Veria que o tivesse. Estava zangada, queria voltar com sua família e entendia sua necessidade. Mas não havia maneira de que pudesse enviá-la para casa. E ir com ela? Quando nunca poderia ferir nenhuma delas, nem sequer para se defender? Lamentava ter sido tão duro com ela, sabendo por quanto tinha passado, mas não tinha tempo para isto. Quando voltou para o quarto, tinha terminado e vestia como se pensasse sair. — O que pensa que está fazendo? — disse bruscamente — Precisa voltar para cama. — Sair. Disse-me que era seguro. — É obvio que é e te levarei...  — O ponto é fugir de você. Poderia ser capaz de me manter aqui durante quatro noites mais, mas isso não significa que as passarei com você. Agarrou-a pelo cotovelo. — Então beberá primeiro. Dirigiu-lhe à mão um olhar fulminante. — Me solte. — Vai beber Emma! — bramou. — Foda-se, Lachlain! — gemeu atrás dele, puxando seu braço para soltá-lo.  Quando a agarrou outra vez, ela bateu tão rápido que foi uma mancha. Apenas lhe agarrou a palma antes que cruzasse a face. Com um baixo e ameaçador grunhido, pôs sua mão atrás de sua cabeça e a pressionou contra a parede. — Te disse que não me batesse. Que saiba que a próxima vez que o tente, me vingarei.
Ela manteve o queixo levantado, embora rezasse para que seus olhos não piscassem. — Teu golpe poderia me matar. Sua voz se elevou áspera. — Nunca bateria em você. — inclinou-se e acariciou seus lábios com os seus — Cada vez, tomarei um beijo como meu pagamento. Sentiu que seus mamilos se endureciam e sua zanga cresceu diante sua falta de controle sobre seu corpo, ele parecia ter mais controle sobre si mesmo do que ela. Ainda com toda a confusão e pânico das últimas noites, outra carícia lenta de seus lábios a teve desejando-o. Inclusive quando estava aterrorizada pelo que havia dentro dele. E se mudasse quando tivessem sexo? Esse pensamento a fez separar-se. — Sei que quer mais que um beijo. Não é por isso pelo que me está forçando a permanecer até a lua cheia? Para que assim possa dormir comigo?  Como tinha advertido que faria. — Não negarei que te desejo. — E se disser que deveríamos fazer? Esta noite? Assim poderia sair amanhã. Podia o sentir sopesando a resposta. — Dormiria comigo para me abandonar uns dias antes? — Soava quase ferido por isso — Seu corpo por sua liberdade? — Por que não? — Perguntou, baixando a voz até quase um sussurro — Somente pensa em todas as coisas que fiz na ducha em Paris só por uma chamada. Acreditou vê-lo estremecer antes de virar-se. Coxeou até a lareira, então baixou a cabeça, olhando fixamente o fogo. Nunca tinha visto ninguém olhar da maneira em que ele o fazia. Atentamente. Enquanto a maioria parecia perder em si mesmo nas calmantes chama, Lachlain não. Seus cautelosos olhos revoaram e piscaram como se um jogo estivesse acontecendo neles. — Sei que lamento o modo em que estive com você, mas não te permitirei partir. Por agora, é livre de andar pelos terrenos e será protegida. Livre para andar pelos terrenos. Os quais eram escuros e a deveriam pôr nervosa, mais tinha estado impaciente por explorá-los desde a primeira vez que percebeu esse cheiro de sal. E não pertencia ela aquele lugar de qualquer modo? Sem olhar atrás, cruzou ao balcão, andou até o corrimão, então se entregou de noite. A última coisa que ouviu foi a ele dizer ferozmente: — E sei que retornará para mim antes do amanhecer. 
 
Emma imediatamente sentiu coisas seguindo-a enquanto se movia na névoa.  Assim efetivamente enviou guardas atrás dela? Considerando sua natureza bisbilhoteira, mais provavelmente eram espiões. Imaginou que uma mulher orgulhosa e independente se ofenderia pela intrusão. Emma? Raciocinou que sim este lugar não era tão seguro como disse e os vampiros atacassem de novo, Emma não teria que os deixar atrás... Simplesmente teria que deixar atrás os espiões escondendo-se nos arbustos. Impossibilitada de mostrar seu ultraje de ser espiada, explorou durante um momento antes de topar com um torreão. Agrupadas ao seu redor havia flores silvestres, as quais tinham florescido durante o dia e agora estavam murchas e sombrias. Estragados. A história de minha vida. Ainda estava bem ali, supunha, com a névoa cobrindo a vista do lago, ou loch, ou o que for. Em certo modo recordava ao seu lar. Fechou os olhos ao pensar na mansão. Que não daria para retornar para lá. Sentia falta de seu Xbox as noites passadas. Esta noite se supunha que montaria a cavalo através do pântano. Saltou por cima da grade do torreão, ato seguido, passeou de um lado a outro enquanto pensava em tudo o que tinha acontecido. Antes da viagem, tinha desejado algo mais. Agora, obrigada a afastar-se, percebeu que tão bom tinha sido. Sim, tinha estado sozinha, sentindo a carência de um companheiro em sua vida. Mas agora que tinha que tratar com um teimoso e dominante macho diariamente, feito cativa por um, pensou que os companheiros eram espetacularmente super valorizados. E sim, às vezes se sentia como uma intrusa, sem saber onde olhar ou como atuar quando suas tias gritavam sobre os vampiros, mas freqüentemente não o fazia. Certamente, recriminariam-lhe sem piedade, mas olhando atrás, percebeu que recriminavam a todo mundo. Ao igual à sua tia Myst. Anos atrás, depois do incidente com o general vampiro, o aquelarre a tinha apelidado Mysty a Capa do Vampiro. Como separa Myst de um vampiro? Com uma alavanca.  Os lábios da Emma se abriram pela surpresa. Poderiam-na ter tratado diferente, mas não a trataram como uma intrusa. Suas próprias inseguranças tinham mudado sua forma de ver as coisas? Fez memória e recordou o dia em que queimou a mão, e agora inclusive o viu diferente. Ao princípio a lembrança a tinha machucado e comovido novamente. Agora recordava duas coisas distintas: Regin  tinha arrojado sobre ela quase sem pensar. E Furie tinha anunciado a todas que Emma era como elas. Emma sentiu os lábios curvar-se. Furie havia dito isso. Sua rainha. A excitação começou a crescer nela, e aumentou a impaciência por voltar para casa e vê-la com novos olhos. Agora doía por apreciar todas as coisas que tinha dado por certo... Ou tinha estado cega a elas. Queria ficar adormecida com os sons consoladores dos insetos do pântano e os gritos de sua família. Queria deitar-se em suas mantas amontoadas sob a cama de princesa em seu quarto... Não na macia cama de Lachlain. Tinha-lhe dado a impressão que esses símbolos esculpidos contavam uma antiga história e, Freya a ajudasse, tinha a sensação que enquanto estivesse nessa cama, seria uma parte dela...  Quando roçou a coluna, cravou na palma da mão um grande espinho. No passado, teria uivado de dor. Agora suspirou. Tudo é relativo. Se comparado tendo o peito arado como uma horta, isto era simplesmente dolorido. Inclinou a cabeça e olhou fixamente a lasca, franzindo o cenho enquanto uma lembrança a alagava. Tinha sonhado com ele outra vez. Hoje.
Quando tinha adormecido, tinha visto seu último... Encontro sexual, do ponto de vista dele. Enquanto olhava fixamente o pingo de sangue sobre a branca madeira, foi empapando do sonho, sentindo as lascas da cabeceira enterrando-se em suas palmas enquanto se derrubava. Mas a dor não importava. Tinha que manter as mãos ali. Tinha que fazê-lo. A necessidade de tocá-la guerreava contra o desejo de ganhar sua confiança. Emma sentiu tão fortemente desejava pôr as mãos sobre ela, sentiu a luxúria fluindo de seu interior, a urgência de empurrar contra ela, e admitiu que se a situação tivesse sido ao contrario, houvesse-lhe dito: Foda-me e o tivesse manuseado.  Agora aumentou a tontura, afligida pela pura fome que sentia confusa já que ela via o teto estampado do hotel enquanto ele jogava a cabeça para trás, lutando por não gozar. Mas seu cabelo o acariciava, e seus quadris corcoveavam implacavelmente contra ele, e os seios pressionavam contra seu peito. Sentiu-a sugá-lo avidamente e soube que estava acabado...  Cambaleou quando de repente a lembrança terminou, então piscou. Tinha atuado honoravelmente. Tinha mantido sua palavra ainda debaixo dessa avalanche de necessidade. Agora queria retornar essa noite e lhe dar o que ele tão desesperadamente necessitava. Mas não podia, porque era só um sonho. Ou uma lembrança. Caiu da grade. Por instinto aterrissou sobre seus pés, mas depois afundou no chão. Assim como no sonho do colar. Estava ficando louca. Como Nïx, que sabia coisas que não deveria. Lachlain, o que me fez? Ali sentada na úmida grama em um país estranho com as estrelas no alto, descabidas como se o mundo tivesse sofrido um corte. Sem ninguém a quem confiar suas suspeitas. 
 
Emma não retornou ao amanhecer. Os guardas tinham observado sua volta a casa e resguardado as entradas depois disso, mas tomou uma frenética hora de busca antes que Lachlain a encontrasse encolhida, adormecida sob as escadas no armário da limpeza. Sabia que a amônia e o limpador de vidro armazenados ali encobririam sua essência dele?  Agora rangia os dentes ao encontrá-la tremendo no pó, sua preocupação se tornou ira em um instante.  — Maldição, Emma — resmungou, levantando-a em seus braços. Em que diabos estava pensando ela? Estabeleceria as regras, e Por Deus, que ela as...  O sol alagou o vestíbulo e os empurrou para um canto, cobrindo-a com seu corpo — Fecha a porta! — Minhas desculpas — pronunciou lentamente uma familiar voz trás dele enquanto fechava a porta — Não sabia que teria vampiros ao redor. Deveria fazer um sinal. De costas na tênue luz, Lachlain se voltou para encontrar-se com o Bowen, seu mais velho amigo. O prazer de vê-lo se atenuou quando percebeu quanto peso tinha perdido. Uma vez teve o tamanho de Lachlain, agora estava alto, magro e gasto.  — E aqui estou surpreso de te ver vivo, mas parece que tem outra surpresa aí — Bowen se aproximou, inspecionando grosseiramente  Emma enquanto estava nos braços do Lachlain, levantando o cabelo e puxando o queixo — Uma pequena beleza. Um pouco suja. — De dormir sob as escadas esta manhã — Lachlain negou com a cabeça, incapaz de entendê-la — Apresento a Emmaline Troya. Minha rainha. Bowen levantou as sobrancelhas, demonstrando mais emoção do que Lachlain tinha visto nele desde que seu casal o tinha abandonado.  — Uma rainha vampiro? O destino deve te odiar — Continuou examinando-a enquanto Lachlain franzia o cenho — Tem as orelhas de ponta? — É meio Valquíria — explicou Lachlain — Foi criada em um de seus aquelarres, oculta de Horda. — Então as coisas por aqui ficaram interessantes — disse Bowen, mas mostrou pouco interesse.  Emmaline estremeceu e enterrou a cara no peito de Lachlain. Bowen a estudou. — Nunca te vi tão exausto. Vá banhar a sua congelada, coisa... Valquíria e dorme um pouco — embora ainda não fossem às oito da manhã, acrescentou — vou te servir um uísque.
 
Lachlain estava ficando louco, decidiu Bowen à última hora da tarde. Enquanto se servia outro escocês, pensando e bebendo, Bowen admitiu que deveria ser o último em duvidar de um casal que fosse um ser diferente, mas isto era muito inverossímil. Não havia duas espécies que fossem maiores inimigas que os vampiros e os Lykae? E Lachlain  ocorreu tomar a uma, ou a uma mestiça, como sua rainha?  Onde quer que tivesse estado durante os últimos cento e cinqüenta anos evidentemente  tinha afetado seu cérebro...  Bowen levantou a cabeça, distraído pelos aromas que flutuavam desde as ocupadas cozinheiras. Todos os que trabalhavam aqui estavam preparando para a saída da lua cheia, limpando, cozinhando em abundância, preparando-se para desocupar o castelo. Os aromas dos fornos eram tal e como recordava de quando cresceu ali. De fato, as cozinhas tinham sido seu lugar favorito. Agora franziu o cenho, tentando recordar a última vez que tinha comido. Possivelmente deveria apropriar parte da comida do vampiro. Não sentiria falta...  Lachlain o recebeu com uma expressão de censura quando finalmente retornou ao estúdio.  — Por Deus, homem esteve nisso da manhã? — Posso te ajudar? Kinevane sempre teve o melhor licor. Nada mudou — Bowen tomou um copo e encheu até a borda para  Lachlain. Lachlain aceitou então afundou atrás da mesa do escritório, em certa forma parecia mais exausto que antes, entretanto as roupas estavam enrugadas como se acabasse de levantar. E tinha um arranhão no pescoço. Não. De nenhuma forma consentiria tal depravação. Que diabo passava? Pensando duas vezes, Bowen deslizou a jarra sobre a mesa. Quando Lachlain elevou as sobrancelhas, Bowen disse. 
— Tenho o pressentimento que o necessitará quando me contar onde diabo esteve para que não pudéssemos te encontrar durante décadas — Bowen percebeu que soava zangado. Como se culpasse a Lachlain de seu desaparecimento. — Nunca teriam me encontrado. Não mais do que fui capaz de encontrar Heath — disse Lachlain, com a voz amortecida como sempre que falava de seu irmão menor. Bowen sacudiu a cabeça, recordando Heath. De temperamento forte por defeito, por em caminho para vingar a morte de seu pai, sem compreender que aqueles que se dispunha a matar Demestriu não voltavam. Lachlain tinha se recusado a acreditar que estivesse morto.  — Esteve na Helvita? — Um tempo. — Não estava lá? A expressão de Lachlain deixava ao descoberto... Pura dor.  — A Horda... Não o tomaria com vida.  — Sinto muito, Lachlain. — Depois de um longo momento, Bowen franziu o cenho e rompeu o silêncio — Disse,‖“por‖um‖tempo”. — Então Demestriu se decidiu pelas catacumbas. — Catacumbas? — Havia rumores entre o Lore que a Horda tinha um fogo eterno profundamente enterrado sob Paris, mantido unicamente para o propósito de torturar a tão imortais que nunca poderiam morrer. As tripas de Bowen começaram a revolver-se, o licor turvando seu estômago vazio.  Quando Lachlain não disse nada, só bebeu, a cara do Bowen se esticou.  — O fogo é real? Quanto tempo?  — Na masmorra durante uma década. O resto no fogo. Ao ouvi-lo, Bowen teve que pegar o copo e arrebatar de novo a jarra.  — Como diabo permaneceu são? — Não tem papas na língua —Lachlain se apoiou para frente, a testa marcada como se estivesse lutando para pôr voz de seus pensamentos — Não estava quando escapei. Ia de um estalo de raiva a outro, destruindo tudo que não fosse familiar, experimentando poucos pensamentos lúcidos. Estava ainda lutando contra esses acessos de raiva quando encontrei a Emma — admitiu. — Como escapou? Lachlain hesitou, então subiu a perna da calça. Bowen se inclinou para frente para ver, depois assobiou.  — A perdeu? Lachlain baixou o tecido. — Não havia tempo. Os fogos tinham minguado e cheirei seu perfume na superfície — Bebeu de um gole do copo e respirou profundamente — Temi perdê-la depois de tanto tempo. — Perdeu... A perna? — Sim. Vendo  Lachlain a ponto de esmagar o copo, Bowen mudou de assunto.  — Como está com ela? — depois do que lhe fizeram.
— Ao princípio a aterrorizei. Perdia o controle algumas vezes. Mas acredito que teria sido pior se ela não tivesse estado lá. Acredito que não teria recuperado de tudo. Acalmame e meus pensamentos estão enfocados nela, tenho pouco tempo para pensar no passado. A bela acalma à besta?  — E onde encontrou a sua Emmaline Troya que antes não fosse capaz de encontrar?  — Nasceu faz setenta anos. Elevou as sobrancelhas. — Tão jovem? É tudo o que esperava? — Muito mais do que tinha esperado — Lachlain passou os dedos pelo cabelo — Nunca poderia ter imaginado uma companheira como ela. Emma é inteligente, com uma mente tão difícil e complicada, que sei que nunca entenderei. E é muito mais bela e frustrantemente reservada e não se parece com nenhuma mulher que tenha conhecido antes — Tomou um gole do copo, desta vez saboreando — O que mais entendo de suas expressões e o que mais me dou conta é que minha companheira é uma moça engenhosa e curiosa — Seus lábios se curvaram distraidamente, sem dúvida recordando algo divertido. Quando finalmente olhou para  Bowen outra vez, disse — Não tinha esperado seu humor, mas o aceito gostosamente.  Bowen soube que algo extraordinário estava agindo sobre Lachlain para abordar um sorriso tão rápido atrás de sua tortura. Se Bowen tinha estado convencido que Lachlain se confundia e equivocava com seu casal, já não estava. Lachlain estava absorto com esta Emmaline. Obviamente, ela era dele.  — Como pensa conservá-la? Parece que seu cuidado e alimentação estão bastante envolvidos.  — Bebe de mim. Nunca tirou de outro ser vivente. Embora tivesse visto o entalhe, Bowen estava ainda surpreso.  — Então não mata? — Nunca — disse Lachlain em um tom orgulhoso — Também tinha me perguntado isso, mas é tão gentil... Não mataria uma mosca. Tive que obrigá-la tirar de mim. — Isso é por isso que sua perna não se cura — observou Bowen. — Um preço muito pequeno que pagar. — E como é, quando ela bebe? — Enquanto Lachlain formulava uma resposta, Bowen disse — A expressão que está tentando esconder diz muito — Cristo, Lachlain gostava. Passou a mão pela boca.  — O ato é intensamente... Prazeroso. Mas, além disso, acredito que nos vincula. Conecta-nos. Ao menos, de minha parte. — Em voz baixa, admitiu — Acredito que cheguei a desejá-lo mais que ela. Louco por ela. Vampiro ou não, Bowen invejou o sentimento.  — E como leva sorte jovem imortal o épico destino de ser sua rainha? — Não sabe — Ao olhar do Bowen, disse-lhe — Não estaria muito contente. Como disse, foi... Não a tratei como deveria. Não mostrei nenhum respeito e não escondi meus sentimentos sobre sua natureza vampira. Só quer retornar para casa e não posso culpá-la. — Pergunto-me por que não a marcou. São tempos difíceis.
— Sei. Acredite-me. Passei séculos imaginando como mimaria e protegeria a minha companheira, e agora transformei a vida da Emma em um inferno. — Então por que estava zangado com ela esta manhã, Lachlain?  — Estava preocupado e mudou em aborrecimento. Agora não estou. — Não a reclamou... Poderia perdê-la. — É o que aconteceu Mariah? — Lachlain tinha melhor critério que falar dela ao redor do Bowen. Mariah tinha sido a companheira duende de Bowen que tinha morrido fugindo dele. Quando Bowen lhe deu um selvagem olhar, Lachlain disse — Sei que nunca fala disso, mas neste caso, preciso saber de algo? — Sim. Sua Emma tem outro eu e sempre o terá. Não seja teimoso e estúpido. E não tente obrigá-la aos nossos costumes. — Bowen acrescentou em voz baixa — Senão a história terminará como a minha. Lachlain começou a dizer algo, depois vacilou. — O que? Pergunte-me o que quiser. — Como faz? Continuando durante tanto tempo? Agora que entendo completamente o que perdeu, sei que não poderia. Bowen arqueou uma sobrancelha.  — E eu não acredito que pudesse me queimar cada dia durante décadas e permanecer são — deu de ombros — Todos temos nossas pequenas torturas — Mas os dois não eram iguais e ambos sabiam. Bowen gostosamente iria ao inferno para ter Mariah de volta. — Acha que Mariah talvez...? — Lachlain deixou de falar, unindo as sobrancelhas — A viu morrer, não? Bowen deu a volta, mas não antes que seu rosto ficasse sem rastro de cor. Com uma voz apenas perceptível, disse:  — Eu... A enterrei — Tinha a segurança de que se foi. Mas também sabia que o Lore não podia ser predito e as normas freqüentemente eram flexíveis. Passava a vida procurando a maneira de trazê-la de volta. Que mais podia fazer? O analítico Lachlain o estava pondo sob escrutínio.  — Não pode trazê-la de volta. Bowen o encarou.  — Ninguém escapa dos vampiros. Os Lykae não podem ter um casal em parte vampiro. Não existe uma criatura que seja vampiro e Valquíria. Quem é você para me dizer o que é possível? Lachlain não disse nada, sem dúvida vendo como uma desilusão, uma fraqueza. Bowen se perguntou se Lachlain o deixaria ter. — Tem razão — finalmente estava de acordo, surpreendendo Bowen — Ocorrem coisas que não se pode entender. Se me houvesse dito faz duas semanas que minha companheira era uma vampira, teria te chamado de louco. — Sim, assim não se preocupe comigo. Tem bastante em seu prato. Harmann me contou que foi emboscado por três vampiros anteontem à noite. Assentiu.  — Recentemente os vampiros estiveram espreitando às Valquírias pelo mundo todo. Mas poderiam ter ido atrás de Emma.
— Poderia ser. É a primeira vampira da que ouvi em séculos. — Então tenho inclusive mais incentivos para destruir a Horda. Não posso deixar que a levem. — O que pensa fazer? — Posso encontrar as catacumbas outra vez e esperaremos até que os guardas retornem. Obrigando-os a nos dizer onde está Helvita. — Torturamos antes os vampiros e nunca fomos capazes de obter esta informação deles. Uma expressão mortífera endureceu a cara de Lachlain e os olhos se voltaram severos.  — Ensinaram-me muito sobre a tortura. Lachlain poderia estar se curando por fora, mas interiormente ainda estava atormentado. Estava no certo... Se não tivesse encontrado a sua companheira quando o fez... Mas que ocorreria a Lachlain se a deixava para procurar esta vingança? — Está disposto a uma guerra? Bowen lhe deu uma expressão aborrecida.  — Quando não estive? Insólito é, entretanto, a pressa. Está ansioso por deixar a sua nova companheira justo agora? — Te contei que tenho pouco tempo para pensar no passado, mas depois de que a convença para fique comigo, terei que sair a procurar desta vingança. — Entendo. — Não sei. Não posso ignorar os votos de vingança que me fiz cada dia no inferno — O copo do escocês explodiu. Lachlain fixou o olhar nos fragmentos cintilantes e falou com voz rouca — Isso é tudo o que tinha. — Lachlain, sabe que lutarei ao seu lado. Garreth e os outros o farão gostosamente. Mas não acredito que possamos ganhar. Logo que possam nos localizar, não servirá de nada se formos mais fortes ou mais numerosos. Perderemos. —Temos mais membros? —OH, sim. Centenas de milhares agora. Na expressão descrente de Lachlain, Bowen disse:  — Um continente livre de vampiros é mais cômodo para o clã. Retornaram aos velhos costumes, tendo sete, oito ou até dez filhos por família. O único problema com a América é que é onde os aquelarres das Valquírias residem — Sorriu burlonamente — São tão territoriais podem ser seus parentes políticos. Lachlain o olhou carrancudo.  — Não me recorde isso. — A propósito, se eu, com meus limitados compromissos sociais, ouvi rumores de atividade no castelo, estou seguro que outros também o ouviram. Não tem muito tempo. Não pode cativá-la? Com expressão austera, admitiu:  — Duas noites atrás, eu... Eu quase a estrangulei até matá-la enquanto dormia. — Bowen se sobressaltou, tanto pelo ato de Lachlain como por sua vergonha evidente — A mesma noite que me viu me opor aos vampiros.
—Cristo, Lachlain. E como ela reagiu? — Achou aterrador, é obvio. Inclusive está mais cautelosa comigo agora. — passou uma mão pela nuca. — Por que não conta o que te aconteceu... ? — Nunca. Tenho que acreditar que ela virá para me cuidar. E se o faz, esse conhecimento a atormentaria. Sinto que ela virá, mas preciso de mais tempo. Se só pudesse acelerar o processo. Bowen apurou o copo, depois contemplou o fundo.  — Embebeda-a. Os varões humanos o fazem continuamente. Uma noite reduzindo inibições...  Lachlain quase sorriu, depois viu que Bowen estava sério.  — Acha que se o fizesse, transformaria-se? — Por que não? Lachlain negou com a cabeça.  — Não. Não enquanto ainda tenha uma oportunidade. Quando Bowen viu o Lachlain olhando repetidamente para a janela, não teve dúvida que o pôr-do-sol se aproximava, disse.  — Vá. Esteja lá quando ela despertar. Lachlain assentiu e se levantou.  — Na realidade quero estar lá antes que se levante. Minha moça prefere deitar-se no chão, mas briguei por isso. Não desejaria...  — Maldita cadela! — uma mulher gritava da galeria escada abaixo.
 
Lachlain correu para a grade para espiar a galeria debaixo dele. — Cassandra chegou — murmurou Bowen por trás, estabelecendo o óbvio, porque Cassandra agora tinha a Emma embaixo dela tentando estrangulá-la. Lachlain pôs a mão na grade para saltar, mas Bowen o agarrou de volta. — Não chateie isto, Bowen. Se Cass lhe fizer mal terei que matá-la. Quando não o deixou partir, Lachlain lançou um murro em Bowen, e por  hábito o esquerdo, mais fraco. Esperando-o, Bowen o agarrou e afastou o braço. — Ainda se sente culpado por esse murro quando éramos meninos? Outra vez... A final me levantei. Agora, olhe e dê mais crédito a sua companheira. Lachlain o fez, mas ao mesmo tempo levantou o outro ombro para empurrá-lo contra o rosto de Bowen. Emma golpeou sua testa contra o nariz de Cass. Lachlain hesitou. — Sua Emmaline não está sem fôlego. E se não fazer agora, será constantemente desafiada. Esquece-se, somos uma raça cruel que venera a força. Bowen acrescentou o último com desprezo, como se estivesse citando a alguém. — Maldição, não importa, é pequena. Está recuperando-se de suas feridas... 
— Tem vontade e alguém a treinou. Observou Bowen com frieza, soltando Lachlain quando Emma ganhou espaço sob o Cass, e então golpeou com ambos os pés com tanta força que foi um borrão. Conectou solidamente com o peito de Cass, enviando-a através do quarto. Lachlain sacudiu os olhos com incredulidade. Enquanto isso, Bowen tinha pegado um escocês e tirado cadeiras. Cass afastou o cabelo da face. —Pagará por isso, sanguessuga. Emma lhe lançou um olhar aborrecido enquanto se levantava com elegância, mas seus olhos tinham fogo prateado. — Vá em frente. Bowen tinha razão... Não estava nem sem fôlego. Cass aceitou o desafio. Lançou-se para a Emma, atirando-a no chão com seu maior tamanho, e então deu um forte golpe na boca. Lachlain rugiu de fúria, saltando sobre a grade. Antes que pudesse as alcançar, Emma golpeou com suas garras Cass, retorceu-se debaixo dela até liberar-se, e então ficou em pé de repente para balançar completamente o dorso da mão. Lachlain conhecia esse golpe. Cass aterrissou na parede oposta e caiu em cima de uma tapeçaria. Não se levantou. Bowen se deixou cair ao seu lado, soltou ar e acrescentou:  — A única coisa que teria feito essa luta melhor, teria sido uma gelatina. Quando Lachlain alcançou Emma, agarrou-a pelos ombros, mas ela se sacudiu em reação e o golpeou, alcançando seu olho direito. Apertou a mandíbula, afastando-lhe o braço e a percorreu com o olhar, examinando-a em busca de feridas. Fez uma careta ao ver o corte que danificava seu lábio inferior e tirou de repente a manga da camisa para esfregálo, mas ela gemeu. — Isso te dói? Bowen ajudou a Cass a se levantar e a arrastou até ali. — Que merda está acontecendo aqui? — Bramou Lachlain a Cass, e imediatamente virou para a Emma e disse — Te peço perdão. Ela o olhou com o cenho franzido. — Então ponha uma moeda de vinte e cinco centavos no bote das grosserias. O que seja. Pressionou o dorso da mão contra o lábio, que ainda sangrava. — Lachlain, está vivo! Gritou Cass, correndo para ele. O olhar que lhe lançou fez que fosse mais devagar, com expressão confusa e depois parasse por completo. — O que te aconteceu? — perguntou — E quem é este vampiro que anda livremente pelo Kinevane? Emma olhou de Cass a Lachlain como se não pudesse esperar para ouvir esta resposta. — Será tratada como uma convidada. Enquanto Cass abria a boca, Bowen se virou para a Emma e disse:
— Sou Bowen, um velho amigo de Lachlain. Passei toda a tarde ouvindo tudo sobre você. Prazer em conhecê-la. Enquanto Emma inclinava a cabeça para ele com cautela, Cassandra finalmente conseguiu dizer: — E quando as sanguessugas se transformaram em convidados? Lachlain a agarrou o cotovelo. — Não volte a chamá-la assim. Diante do insulto, os olhos da Emma ficaram prateados. Quando girou sobre seus calcanhares para a porta, Lachlain a ouviu balbuciar com uma estranha voz: — Que se fodam todos... Vou para casa. Com um último olhar furioso a Cass, seguiu-a, a tempo de ver a Emma captar seu próprio reflexo em um espelho. Saltou para trás, sobressaltada. Seu cabelo estava despenteado grosseiramente e os olhos cinza brilhavam e se moviam como mercúrio. O sangue deslizava por seu queixo, suas presas, embora pequenas, viam-se maliciosamente afiadas. Uma lágrima deslizou por sua têmpora, deixando uma linha atrás. Viu ela apalpar cara como se não pudesse acreditar em seu reflexo. Então soltou uma risada curta e amarga. Seus olhos se encontraram. Ele soube o que estava pensando. E o entristeceu, inclusive embora soubesse que ajudava a sua causa. Estava pensando que era tão monstruosa como ele. — Isto não acabou, vampira — disse Cass. Emma deu a volta com uma expressão tão ameaçadora que para a Lachlain percorreu um calafrio. — De nenhuma forma — gritou e partiu. Lachlain levou um momento formar palavras. — Bowen, se ocupe disto — disse, sem afastar seus olhos de Emma. — Sim, mas precisa dizer-lhe - disse enquanto partia — Agora.
 
Emma tinha um aspecto horripilante. Enquanto se olhava fixamente no espelho do banheiro, lavando a face e as mãos, notou que embora suas presas se retirassem seus olhos não tinham voltado para sua cor habitual, e que seus lábios estavam mais vermelhos do normal. Horripilante. Justo como a coisa que a tinha encarado no espelho no piso de abaixo, a coisa que vinha direta de uma criatura de filme. Quando tinha apalpado a face, tinha encontrado sangue em suas unhas, de quando tinha arranhado a Lykae no ventre. Vermelho de dente e garra? Sou sua garota...  Recordou Lachlain em sua forma mudada, e não tremeu diante a imagem como fazia habitualmente. Por que não era tudo relativo? Uma batida na porta. Sabia que iria atrás dela, mas tinha esperado que ao menos tomasse um pouco de tempo para explicar as coisas aos outros dois. Aparentemente, tinhaos deixado para segui-la. Ainda assim... 
— Vá! — Sei que quer privacidade, mas...  — Vá...! Não quero que me veja desta maneira...  E justo nisto, a porta se abriu de repente. Ela fechou os olhos com rapidez. — O que acabo de dizer? — Querer privacidade é uma coisa, mas me esconder sua face não te servirá, Emma. — Girou-a para ele. Estava inclusive mais humilhada porque ele sabia o que era. Os olhos de suas tias ficavam dessa forma, mas pareciam tão normais nelas, espectadores incluso com aguda emoção. — Abra os olhos. Quando não fez, ele disse: — Não é a primeira vez que os vejo assim. Isso fez que os abrisse. Amplamente. — O que quer dizer? — Podia acreditar pela maneira em que a olhava que ainda estavam dessa estranha cor — Olhe como me observa! Isto é o que queria evitar. Quando me viu assim? — Trocaram quando bebeu de mim. Agora estou olhando porque se seus olhos ficam prateados, te desejo. — Não acredito...  Colocou-lhe a mão em sua rígida ereção. A lembrança dessa noite no hotel invadiu sua mente, e seus dedos se curvaram ao seu redor, a ponto de acariciá-lo... A lembrança, a confusa lembrança do ponto de vista dele. Ela tirou a mão de repente. — Mas meus olhos são estranhos — insistiu incapaz de olhá-lo no rosto — E não posso controlá-lo. — Eu os acho bonitos. Maldito! Por que tinha que ser tão infelizmente pormenorizado?  — Bem, então eu não achei sua mudança tão atraente. — Sei. Posso viver com isso se você puder. — Genial. Não só parece ter superado seu prejuízo para mim, agora está aceitando o que eu não te aceito. Tenta me fazer sentir como uma idiota? — Nunca. Só quero que saiba que sinto o que passou. — Eu também. Sim, pode que acabasse de açoitar a essa Lykae, mas isso não queria dizer que gostasse de ter que fazê-lo. E não culpava necessariamente a Cassandra por atacá-la. Se Emma tivesse visto um vampiro passeando pela mansão admirando os quadros, faria o mesmo. Isso não negava o fato de que esta Cassandra continuava sendo uma cadela. Emma estava sacudida pelo incidente. Todo o treinamento ao que suas tias tinham obrigado, parecia ter saído de repente à superfície, finalmente encaixando, e ela se sentia como uma pessoa diferente. Realmente tinha ganhado! Contra uma fodida Lykae!
Mas inclusive enquanto se sentia como uma tia dura, não se esquecia do primeiro assombroso pensamento que tinha penetrado sua mente quando de repente golpeou contra o chão de pedra e se encontrou a Lykae em cima. Emma tinha querido Lachlain. E soube que sempre viria a resgatá-la. Pôs-lhe um cacho atrás da orelha. — Ah, cortou sua pequena orelha. — inclinou-se e a beijou, fazendo que tremesse — E o lábio. — Também o beijou, e depois acariciou a bochecha, e ela não pôde sentir muito a urgência que tinha tido de que não a deveria estar tocando — Não posso perdoá-la porque te marcasse. — Por mim, está bem — disse com tom arisco. — Não teve medo lá embaixo. Disse soando impressionado, e Emma teve que admitir que o seguinte melhor de ter ao Lachlain acariciando-a e beijando suas feridas era que agisse como se acabasse de lutar contra o Armagedón. — O que te mudou? Meu sangue? Um arranhão com uma agulha que a devolveu à realidade. Que cara de pau tinha! — Não se faça bobo! Acabo de me dar conta de muitas coisas sobre mim mesma. Sabe, tendo sobrevivido a contínuos ataques dos Lykaes — ele se encolheu diante isso — a tomar o sol e uma direção ao‖vampiro,‖tenho‖que‖perguntar‖“É‖isso?‖De‖verdade.‖É‖tudo‖o‖ que a vida me tem que arrumar?”‖porque‖se‖isso‖é‖o‖pior‖e‖contínuo ricocheteando de volta...  — Ah, entendo. Suas provas estão mais fortes. Estavam-no. Maldição, por que tinha que parecer tão orgulhoso desse fato? Quando tinha começado a agir de forma tão diferente para ela? Emma sabia por que tinha mudado, mas por que o tinha feito ele? Continuava olhando-a desta forma, ela começaria a perguntar se era o suficientemente forte para dirigi-lo. — Despertar antes de pôr-do-sol? Justo quando vinha te buscar para ouvimos a Cass. Emma tinha levantado com tempo suficiente para tomar banho... E para destrambelhar pela estranha pontada que sentia ao encontrar-se que, pela primeira vez, Lachlain não estava ali quando despertou. — Não durmo bem... Nessa cama. — É por isso que te encontrei na escada? Emma ruborizou. Escuro e enclausurado, e com aspecto de cova, o oco da escada lhe tinha parecido uma boa idéia nesse momento. Já que tinha estado louca. — Quem é a mulher? — perguntou para trocar de tema, embora sabia, tinha-o sabido a primeira vista. — Cassandra. É uma amiga do clã. — Só uma amiga? — É obvio. E isso é etéreo, depois de que te ferisse. — Põe-se de meu lado em vez do dela? Quando me conhece há tão pouco tempo? Ele encontrou seu olhar. — Sempre estarei de seu lado. Acima de qualquer. — Por quê?
— Porque sei que terá razão. — E o desolado? Bowen? Qual é seu dano? — Ante o cenho do Lachlain, acrescentou — Por que tem tão mau aspecto? Com o cabelo tão negro e seus intensos olhos dourados, o tipo podia estar muito bom... Se não fosse um gasto viciado na heroína de aspecto maligno. — Perdeu a alguém muito próximo. — Sinto — disse ela brandamente — Quando aconteceu? — Ao princípio do século dezenove. — E ainda não se recuperou? — Está ficando pior. Lachlain descansou a testa contra a dela. — É nossa natureza, Emma.  Soube que estava esperando algo dela. Algo mais. Tinha-a visto em seu pior estado, e ainda a queria. Vê-la assim não o tinha detido de segui-la diretamente para beijar sua orelha e mostrar lástima. Esta fantasia de magnífico macho andante queria algo mais dela. Estava preparada para dar-lhe sentia-se descarada e superior por sua primeira vitória, mas estava pronta para tomar Lachlain em seu corpo e arriscar-se a ver de novo à besta dominando-o? Neste momento, pensou que poderia. — Lachlain, se alguém como você fosse... Fazer amor com alguém como eu, seria delicado com ela? Tomaria as coisas com calma?  O corpo dele ficou rígido com tensão. — Sim, ele o juraria. — Ele não... Não se mudaria? — Não, Emma. Não esta noite. Disse com a voz tão baixa e ressonante que a fez estremecer, e endureceu seus mamilos. Necessitava-o... Desejava-o... Sabendo completamente o que era. Quando ela levantou os dedos e com gentileza passou a parte de atrás deles sobre sua face, ele lançou um olhar incrédulo antes de fechar as pestanas brevemente com prazer. — Lachlain — murmurou — Te bati. A expressão dele era ilegível. — Sim. — Não vai... Se vingar? Ele gemeu ao tomar sua boca, subindo-a ao mostrador e pressionando-se entre suas pernas. Suas mãos tocaram o traseiro e a empurraram para sua rígida dureza. Quando ofegou, tocou a língua com a sua e ela o encontrou, querendo que tomasse a boca profundamente, que a beijasse como aquela primeira noite no hotel. Mas era melhor. Era agressivo, mas dominante. Sentia derreter-se por ele, ondulando os quadris para sua ereção, procurando mais. Ele grunhiu levemente, e depois raspou contra seus lábios:  — Não posso suportar te ver ferida. Não permitirei que voltem a machucá-la.
Ela se inclinou para frente, agora o beijando, enredando as mãos em seu espesso cabelo. Suas pernas se enlaçaram ao redor e Lachlain lhe apertou o traseiro, esfregando-a contra ele. Tentou abrir os botões com dedos trêmulos, e fez um som de frustração. Imediatamente, ele rasgou a camisa, e ela quis agradecer por expor os músculos flexionando-se e esticando-se sob sua palma. Ainda mais excitada, descarada com isso, deslizou a mão sob a cintura de suas calças para agarrá-lo. Ele afastou o rosto e gritou, e depois agarrou o pulôver e o sutiã, subindo-os por cima dos seios. Roçou seus mamilos, com o fôlego quente perto deles, e depois sugou até que ela pensou que morreria de prazer. Que se danasse o futuro, os compromissos, medos e todo o resto. — Te desejo — disse ela em um sussurro, tocando com o dedo a úmida cabeça de seu pênis. Quando tomou o mamilo entre os dentes e grunhiu, ela gritou em resposta — Todo por completo. Ele gemeu contra seu úmido seio, e então se elevou para olhá-la com uma expressão incrédula. — Não sabe o quanto me agrada escutar isso. Com sua mão livre, ela desabotoou as calças. Ele se esticou para lhe tirar as botas e apanhou o fecho de suas calças, para arrancar com um movimento. Então voltou a subir para beijá-la, como se soubesse que ela perderia sua coragem, fazendo que arqueasse as costas para ele enquanto percorria seu membro impossivelmente comprido com a mão. Tremendo, Lachlain subiu as pernas para apoiar os pés no mostrador. Abrindo-a amplamente, afastou as calcinhas, gemendo ao ver sua carne nua. Por alguma razão, ela não sentia vergonha enquanto a olhava, com olhos escuros e famintos. De fato, seu olhar a fazia tremer, punha-a mais úmida. — Esperei tanto tempo — Sua voz era rouca — Não posso acreditar — disse, antes de tomar sua boca tão profundamente, que a deixou ofegante e aturdida. Sugou um mamilo, depois o outro entre os dentes para lambê-los. A mão apertou o membro, e o tremor feminino se incrementou enquanto seu corpo pulsava pela liberação. Por que não a estava tocando? Golpeando em seu interior? Por que havia dito que fosse devagar? Estava perto, sentia-o, ao limite de conhecer finalmente o prazer que nunca tinha experimentado só imaginado. Queria que perguntasse como tinha feito na ducha? Já não estava por cima disso...  — Por favor, me toque aqui... — rogou quando suas pernas se abriram em rendição — Me toque. Beije-me. Faça-me o que quiser...  Ele gemeu. — Vou fazer tudo isso — disse com esforço — Farei com que isto seja bom para você...  Ela soltou um grito quando ele acariciou o sexo gentilmente com os dedos. — Tão úmida — raspou — Te sinto como seda. Moveu os dedos de cima abaixo com lentidão, deixando sua pele tremendo atrás de sua esteira, persuadindo-a para que se umedecesse mais. Então se enterrou por completo nela, sem lhe dar tempo como tinha feito antes, obrigando seu corpo a aceitá-lo, pressionando-a contra o espelho. Nada podia ser tão bom. Ela gemeu, percorrendo sua rígida ereção com o punho. — Alguma vez antes fez amor? — disse com um retumbe ao ouvido, para gritar quando ela embalou seu pesado saco. Sabia? Podia senti-lo? — Não há ninguém... Por isso sou, não houve ninguém que... — ela lutou por encontrar uma palavra que queria dizer que minha família não matasse — Ninguém...  — Que não fosse desqualificado da competição — seus lábios se torceram.  Um sorriso malicioso. Um Lykae malicioso. Com seu tato lento e quente. — Uh-huh. — Então é bom que tenhamos nos encontrado. Agarrou-a pelo pescoço, segurando-a para que o enfrentasse. Com a outra mão, colocou um dedo e acariciou o clitóris com o polegar. Ela se alegrava de que a segurasse a parte de atrás do pescoço, porque se não fosse assim, sua cabeça teria rodado. — Me olhe. Seus olhos se abriram com uma revoada. — É minha Emma — gemeu entre fôlegos entrecortados — Entende o que digo? Outro impulso. Desta vez seus quadris se elevaram para recebê-lo e se esfregou contra sua mão, necessitando a liberação, necessitando-o mais profundo. — Entende-me? Sempre. Ela juntou as sobrancelhas. — Tem a alguém mais...? — É você, Emma. Sempre foi você. Suas palavras eram como uma promessa. Como um... Juramento. Ela sussurrou bobamente: — Não uma australiana como amiga? Ele negou lentamente com a cabeça, seu polegar acariciando-a, fazendo que fosse difícil entender o que ele estava dizendo. — Mas disse...  Por que tinha que dizer isto agora, enquanto fazia sem pressa círculos perfeitos com seu polegar? Mal entendia o que estava dizendo, e ainda queria que seus dedos jogassem, queria-o grosso e por inteiro dentro dela. — Me... Mentiu? Ele titubeou, e então disse:  —Sim, menti. Ela gemeu de frustração. Maldição, tão perto! — Por que está me dizendo isto agora? — Porque começamos esta noite. Com a verdade entre nós. — Começamos isto? — perguntou ela com tom desconcertado — O que quer dizer? Nossa vida juntos ou algo assim?
Quando ele não discrepou, ficou tensa. Vida juntos. Para um Lykae, isso significava para sempre, e para sempre para um imortal era literal. Ela se separou dele, colocando-as calcinhas, e dobrou as pernas sob o corpo. — Nunca teve intenção de me deixar partir — baixou a camiseta e o sutiã, tremendo quando o material cobriu seus mamilos. —Não, não tive. Tinha que te manter comigo. E planejava te ter cativa para que ficasse sempre. Ela repetiu bobamente. — Tinha que me manter com você? O desejo não satisfeito estava fazendo que seu corpo se sentisse equivocado, ardendo fora de seu controle. — Em todos os anos que passaram, esperei à única mulher destinada a ser só minha. Você é essa mulher. — Ainda está louco? — espetou, furiosa de que seu corpo se sentisse privado dele — Não sou essa mulher. Não sou. — Logo se dará conta de que foi dada por cima de todas as outras. Entenderá que procurei implacavelmente em cada idade que vivi — Sua voz ficou baixa e áspera — E Emma, vivi e procurei durante muito tempo. — Sou uma vam... — tocou o peito —... Pira. Vampira. Esqueceu disso. — Isso também me aturdiu. Ao princípio não aceitei. — Brinca? Se nunca houvesse dito! E se tivesse tido razão? Agora poderia estar enganado — disse ela se desesperada — Como pode estar certo? Inclinou-se para ela. — Captei sua essência de... Longe, e era formosa, e tranqüilizou minha mente. Vi seus olhos pela primeira vez e te reconheci. Provei sua carne e... — tremeu violentamente sobre ela e sua voz ficou gutural — não há forma de descrevê-lo. Mas posso mostrar isso se me deixar. — Não posso fazer isto — disse ela, tentando sair de sua posição imobilizada, desgostosa porque quando ele tinha tremido, tornou-se outra vez branda para ele. Horror nascente. Sua suspeita de que devia esconder-se e resistir era correto. Como podia ter sido tão estúpida... Parou a si mesma. Não, a idéia tinha sido fácil de descartar porque, como podia ela, uma meia criatura que era parte vampiro, ser a companheira de um Lykae? Um vampiro e um Lykae unidos juntos? E então tinha vindo essa mentira convincente que amassava o ego...  — Então, o que planejava fazer comigo? — Fez uma ameaça para a direita, depois se agachou pela esquerda sob seus braços, agarrando os jeans. Soube que tinha permitido afastar-se e encará-lo, tremendo — O que realmente planejava? Vai, digamos, viver com sua manada? A que foi rápido em me indicar que me rasgaria em pedaços? — Ninguém voltará a te fazer mal, de meu clã ou fora dele. Mas não viverá entre eles, porque sou seu rei, e nossa casa está no Kinevane. — Vá, aterrissei na realeza européia! Que alguém chame as pessoas! — dirigiu-se furiosa ao banheiro e deslizou dentro das calças.
O que daria por ser capaz de riscar-se, de desvanecer seu traseiro desse castelo. Odiava que  mentissem para ela, já que nunca poderia devolver uma mentira. Imitando seu sotaque, disse: — Não é minha companheira, Emmaline. Nada tão sério como minha única companheira, mas não me importará te ter como amante. Te quero, mas não para isso. Que condescendente foi! Seguiu-a, agarrando o braço e obrigando-a a encará-lo. — Arrependo-me de ter tido que mentir, mas o que parece, feito está. Quero que ao menos escute o que tenho a dizer. — E eu quero ir a casa e ver minha família. E esclarecer a mente e lhes perguntar, por que sonho suas lembranças? Por que sempre estou aflita e confusa, como se alguém tivesse posto um feitiço caótico em minha vida? — Jamais considerará que isto possa ser certo? Pode me deixar, ainda sabendo o que podemos ter? Ela franziu o cenho quando lhe veio um pensamento repentino. — Disse que “cada‖ano que‖vivi”.‖Assim,‖quantos anos têm? Seiscentos? Setecentos? —Importa isso? Afastou sua mão. — Quantos... anos?  — Ao redor de mil e duzentos. Ela ofegou. — Sabe‖ o‖ que‖ significa‖ “assalta‖ berços”?‖ Tenho‖ quase‖ setenta‖ e‖ um.‖ Isto‖ me‖ ultrapassa! — Sabia que seria difícil de aceitar, mas fará com o tempo. — O que farei? Querer viver em um país estrangeiro longe de minha família e amigos para estar com um Lykae desonesto e desequilibrado que me mente continuamente? — Nunca voltarei a mentir, mas seu lugar é comigo. Aqui.  — Aqui. No norte de Escócia. E está a ponto de chegar o verão. Diga-me, Lach, como de comprimentos são os dias do verão por aqui? — Já pensei sobre isso. Iremos a onde quer que esteja cômoda no verão. E as noites são mais longas no inverno. Acha que não te levarei aonde possa ter mais horas comigo? — Já vejo que tem tudo pensado. Vai fazer que diga‖“sim‖quero”‖queira‖ou‖não. — Sim quero? — franziu o cenho — Como no casamento? Isto é muito mais sério que o casamento. — É tão sério como...  — Os casamentos podem terminar. Ela abriu os lábios. — Bem, isso certamente o põe em perspectiva. Nenhuma saída por toda a eternidade. Alguma vez te ocorreu que eu gostaria de ir dia a dia? Sou jovem, e isto é tudo. Está-me pedindo... Não, está-me exigindo!... Tudo, e só te conheço há uma semana. Pode que tenha esta certeza cósmica a respeito para mim, mas eu não tenho a mesma com você.  — Se lhe perguntasse isso, faria isso alguma diferença? Ficaria comigo?
— Não, não faria. Mas não estou dizendo que nunca voltemos a nos ver. Irei para casa e tomaremos as coisas com calma, iremos nos conhecendo. Ele fechou os olhos. Quando os abriu, estavam cheios de dor. Então sua face endureceu. — Não posso permitir isso. Ficará aqui até que possa responder a essa pergunta de forma diferente. — Separaria-me de minha família? Agarrou-lhe o braço com força. —Não tem nem idéia de tão desumano serei para te conservar, Emma. Farei isso e mais. Farei o que for necessário. — Nunca me manterá prisioneira aqui. Por alguma razão, isso claramente o enfureceu mais que o resto. Seu corpo ficou tenso e seus olhos cintilaram de azul. — Não, não posso. É livre para ir. Mas não pegará um carro. Terá que ser alguém que venha aqui para te buscar. Estamos a centenas de quilômetros da população mais próxima, que está habitada virtualmente por gente do clã, assim sair caminhando daqui não é recomendável. Na porta, deu a volta. — Não posso te manter prisioneira aqui. Mas o sol pode.
 
—Nïx! —gritou Emma ao receptor quando sua tia agarrou o telefone.  — Vá, Emma, Como está? Desfrutou em Escócia? — perguntou com voz distraída.  — Só me deixe falar com a Annika.  — Está indisposta.  Emma inalou uma profunda respiração, tamborilando as unhas sobre a escrivaninha do pequeno escritório que tinha encontrado.  — Nïx, isto não é um jogo. Não sei quando serei capaz de fazer outra chamada e é imperativo que fale com ela.  — Indisposta — O que significa isso? — exigiu-lhe Emma — Está ou não está aí?  — Está negociando com os espectros agora mesmo.  Aturdida, Emma se afundou com calma em uma cadeira de couro.  — Para que os necessitamos? — Os espectros eram uma medida final quando um aquelarre estava em grave perigo. Seu preço por circular pelo senhorio, protegendo os forasteiros com seu poder espectral, era excessivo.  — Fomos atacadas! — disse Nïx com grande alegria — Ivo o Cruel junto os seus vampiros fez uma emboscada ao senhorio e nos atacou não a mim, em realidade, porque ninguém me despertou, entende, e estou bastante chateada por isso. E nem todos eram vampiros exatamente. A gente era um demônio vampiro. Quero chamá-lo dempiro de agora em diante, mas só para levar a contrária, Regin insiste em chamá-lo demônio. OH, e depois a flecha de Luzia falhou ao dempiro e escutei que ela caiu como uma rocha, gritando, com o que arrebentaram cada lâmpada da casa. Mas na escuridão esse Lykae veio ao resgate, rondando por dentro. Os gritos de Luzia pareceram realmente afetá-lo. Hummm... Então espreitou furtivamente, Regin e ele se uniram e lutaram um ao lado do outro para matar os vampiros. Mas Ivo e seu dempiro escaparam. De qualquer forma. Com Vampiros, Valquírias e‖Lykae...‖OH‖e‖eu.‖Ou‖como‖Regin‖chama‖a‖isto‖“os‖fodidos monstros‖feitos‖purê”.‖A‖diversão‖est{‖assegurada.‖ Nïx finalmente tinha perdido a prudência. Dempiros? Luzia perdendo seu objetivo? Regin‖lutando‖lado‖a‖lado‖com‖um‖“cão”?‖Emma‖apertou‖os‖dentes.  — Diga a Annika que a liguei. — Espera me deixe terminar aqui.  Emma escutou sons de mecanografia e lhe perguntou devagar.  — Por que está com no computador? — Bloqueio‖todos‖os‖correios‖eletrônicos‖de‖suas‖contas‖e‖algum‖tem‖a‖extensão‖“uk”‖ como de Escócia. Por que sou assim tão inteligente? — Nïx, por que me está fazendo isto? — gemeu — Por que me deixa aqui? — Talvez pode não desejar que Annika consiga que venha agora. — Sim! Sim, posso. — Então, a líder de nosso aquelarre deve ir atrás de você, quando estamos sitiadas, Myst e Daniela estão desaparecidas e Luzia está doída e alarmada por quando os animais atacarem. Se me disser que teme por sua vida, então talvez, mas se não terá que chegar sua vez. — Necessita-me já! Nïx, não me acreditará, mas tenho assassinos loucos me seguindo. Posso lutar. Bati em uma fêmea Lykae! — Isso é maravilhoso, encanto, mas não posso falar muito mais ou este GPRS que Annika na realidade poderia rastrear sua chamada. — Nïx, ela precisa saber onde...  — Está? Emma sei com precisarão onde está. Não estou demente por nada. — Espera! — Agarrou o telefone com ambas as mãos — Você... Você alguma vez sonha com lembranças de outros? — O que quer dizer? — Alguma vez sonhou coisas que passaram a alguém mais no passado, acontecimentos passados dos que você não pode ter nenhum conhecimento? —Do passado? Certamente que não encanto. Agora, isto é uma loucura.
 
Lachlain voltou para estúdio, esfregando a testa e favorecendo sua perna boa. A ferida o matava e depois do enfrentamento com Emma e o amargo e decepcionante final, o cansaço o arrastou.  Bowen estava preparado para lhe devolver um escocês.  —E como vai? —Mau. Agora acredita que sou um mentiroso. Provavelmente porque lhe menti — afundou em sua cadeira, massageando-a perna — Deveria haver dado as notícias depois
— Quando Bowen levantou as sobrancelhas, ele se explicou — Tive que convencê-la com antecedência de que não era minha companheira. Mofando-me da idéia no transcurso. Ela estava segura disso. — Te vejo como o inferno. — Assim me sinto. — Explicar o fogo a Bowen tinha sido insuportável. Embora Lachlain  houvesse dito pouco, simplesmente ter a necessidade de fazer retornar as lembranças doía. E isto antes que tivesse visto sua companheira ser estrangulada e golpeada na cara por uma mulher Lykae. —Quer ouvir mais más notícias? — Por que não? — Minha discussão com o Cass também foi mau. Não tomou as notícias tão bem como poderíamos ter esperado. A idéia de não te ter já é bastante má, mas ser golpeada por uma vampira parece intolerável para ela.  — Poderia me preocupar menos por isso...  — Ela expôs questões que preocupam os maiores. Indicou que as fêmeas vampiras pelo general são estéreis...  — Nós não poderemos ter filhos. E por uma vez estou contente com isso. Algo mais? — Estava contente de que ela não pudesse ter filhos. Uma comoção para um homem que tinha ansiado uma família tanto como a sua companheira, mas ali estavam. Depois de mil e duzentos anos de procurá-la, não aceitaria compartilhá-la.  Bowen levantou as sobrancelhas.  — Sim. Vê esse botão vermelho do telefone dali? Significa que alguém está em linha. Só deixei Harmann e  Cass ter um telefone celular. Parece que sua rainha está ligando para casa. Lachlain se encolheu.  — Ela não pode dar a direção deste lugar. Estava inconsciente até que nos encontramos na porta.  — Se a mantiverem ao telefone o tempo suficiente possa tê-la. Lachlain podem rastrear de onde vem a chamada. Em cima de nós há satélites e outras coisas parecidas.  Lachlain‖exalou‖e‖mentalmente‖adicionou‖“satélite”‖à lista de coisas que não entendia e procuraria mais tarde. Tinha pensado que os satélites eram para a televisão e não para os telefones.  Bowen continuou:  — Depende da alta tecnologia que tenham, mas poderiam necessitar de uns três minutos. — A luz se apagou — Bem, então, desligou. Ela está ligando outra vez. Realmente poderia querer detê-la. — A luz continuou uma vez mais, então se apagou, repetindo-o várias vezes enquanto Lachlain e Bowen olhavam em silêncio. — Não há nenhum problema — disse Lachlain finalmente — Não vou proibir que fale com sua família. — Cairão sobre este castelo como uma praga. — Se podem encontrá-lo e passar por nossas proteções, então pensarei em algo para tranqüilizá-las. Não estão obcecadas com as coisas brilhantes? Umas quinquilharias ou dois deveriam bastar. — Bowen levantou as sobrancelhas — Me permita saber como vai. — Lachlain franziu o cenho, depois coxeou até a janela, olhando fixamente.  Viu-a pouco depois, deslizando-se através da grama.  — Ah, vejo que a tem descoberto. — Como sabe? — Perguntou sem dar a volta. — Está tenso e jogado para frente. Não se preocupe. Logo estará aí com ela em noites como esta. Quando ela sentiu seu olhar, virou-se para a janela. Era misteriosamente formosa com a névoa formando redemoinhos sobre ela, a face tão clara e encantadora com a lua sobre ela. Mas os olhos normalmente expressivos agora não lhe relevavam nada. Queria-a tão duramente, mas sabia que quanto mais apertado fosse seu agarre, mais se escorregaria como o mercúrio. A única coisa que  tinha respondido era seu corpo, esta noite sua necessidade seria forte e ele poderia usá-lo.  Ela se virou e entrou na noite. Tinha nascido para freqüentar este lugar. Para atormentá-lo. Ele continuou olhando fixamente muito depois de que ela tivesse desaparecido.  — Talvez devesse lhe dizer que há um elemento de tempo — ofereceu Bowen. Ele exalou.  — Ela não esteve com nenhum homem. — Lachlain tinha pensado em lhe dizer a verdade, mas a verdade era complicada de admitir, estava desesperado por tê-la, mas não lhe faria mal — Então‖eu‖deveria‖lhe‖dizer,‖“se‖cooperar,‖então‖não‖farei‖nenhum‖dano‖ muito‖grave”?‖ — Cristo, não sabia que é inocente. Não existem muitos deles saindo do Lore. Certamente não pode dizer-lhe, ira assustá-la e aumentará seu temor de noite...  — Inferno — Mordeu Lachlain quando Cassandra seguiu em direção de Emma.  Bowen se moveu para a outra janela orientada à grama. — Compreendo. Por que não relaxa um pouco? — Não, irei. — Caminhou cambaleando para a porta. Bowen pôs sua mão sobre o ombro do Lachlain.  — Cass não a machucará depois de que lhe esclareceu seus desejos. Desfarei-me de Cass e depois falarei com a Emma. Isso não doerá. — Não, Bowen, pode... Assustá-la. — OH, sim. — Bowen levantou as sobrancelhas, zombando da expressão no lugar — Depois desta noite, vejo que terá ao delicado pardal em suas mãos. Assegurarei-me de afrouxar a mandíbula para ela em caso de que me de um reverso.
 
Emma saltou até o teto do alpendre em um comprido passo pela borda. Queria tanto seu iPod que dormia com o mentiroso por isso. Supôs que não se importava ser lixo para os‖vampiros,‖desde‖que‖até‖era‖a‖“Furiosa‖Fêmea‖do‖Rock”‖os‖vestígios‖soariam‖insípidos‖ comparados com seu próprio destrambelhar.  Como se atrevia a fazer isto a ela? Só tinha adiantado ao ataque do vampiro e depois sua transformação e depois o ataque de Cass e agora ele tinha que ir e lançar esta... Esta mentira. 
Cada vez que se adaptava a ele, e se sentia algo incômodo, lançava de novo uma bola curva. As mudanças ao seu redor eram tantas — para alguém quem poucas vezes tinha saído de casa — e não podia adaptar-se a eles, e as mudanças em seu interior a assustavam.  Se pudesse encontrar uma constante nesse bombardeio de variáveis. Só em uma coisa podia confiar...  — Posso te pôr em caminho.  Com um assobio, Emma saltou para trás, sobrevoando a veleta para aterrissar sobre a parte superior do telhado. Ao ver a Cassandra sobre o dossel do parque, agachou-se, pronta para saltar sobre ela. Quando pensou nesta magnífica casa construída de tijolos dos Lykae da que Lachlain tinha estado apaixonado durante séculos, Emma quis lhe arrancar os olhos. — Posso te conseguir um carro — continuou Cassandra. Uma pequena brisa soprou só para mover à névoa e escovar seu bonito cabelo nu ao sol atrás de seu ouvido. Tinha as sardas mais luminosas sobre o nariz e Emma invejou cada uma.  — Por que faria isso? — perguntou Emma, embora já soubesse o por que. A mofeta queria Lachlain. — Ele tenta te manter presa. Bowen me disse que é em parte Valquíria e sei que seu sangue Valquíria ferve por pensar que deve manter-se aqui. Emma sentiu uma quebra de onda de vergonha. Isso é correto, o inimigo é sábio, meu sangue Valquíria solicita minha absoluta liberdade. Não tinha sido sua preocupação principal. Só que Lachlain  tinha mentido. E que Nïx a tinha jogado sob o ônibus, pendurando-a umas dez vezes.  — O que ganha você com isso? — perguntou-lhe. — Quero salvar Lachlain de um grande engano, de alienar um clã que nunca te aceitará. Se ele não tivesse estado perto de duzentos anos torturado, seria capaz de ver que não é sua companheira. — Emma assumiu uma expressão pensativa e bateu o dedo contra seu queixo. — Ele não só escapou da tortura, mas também viu que você não é sua companheira.  Cassandra quase suprimiu seu susto. Emma suspirou diante seu próprio comportamento. Esta não era ela. Não era geralmente tão maliciosa. Levava-se bem com todas as criaturas do Lore que estavam constantemente tropeçando e flutuando dentro e fora do senhorio. As bruxas, os demônios, os videntes, todos eles. Ressaltou isto em cima de algum que outro exemplo das mudanças em seu interior que não entendia. O que esta mulher fazia para que chiasse tanto? Por que tinha o impulso quase inegável de lutar com ela? Igual deveria estar no Jerry Springer, gritando,‖“Este‖é‖meu‖ homem! Estava ciumenta do tempo que Cassandra tinha passado com ele?  — Olhe Cassandra, não quero lutar com você. E, sim, realmente quero ir, mas me poria em uma situação de vida ou morte para mim se confiasse em você para minha fuga. — Prometeria não te trair — Ela olhou para baixo, depois atrás. Ambas escutaram a alguém aproximar-se.  — Não pode ganhar aqui, vampira. Nunca será a rainha de nosso clã. — Ao parecer já sou.
— Uma verdadeira rainha seria capaz de andar sob o sol com seu rei. — O sorriso da Cassandra era muito agradável — E de lhe dar herdeiros. Emma não chegou a suprimir um susto.
 
Cassandra esteve todo o tempo com a vampira de aspecto de doente. Bowen saltou até o teto para mover-se entre elas, olhando fixamente a Cassandra com uma expressão ameaçadora. — Do que estão falando? Cassandra disse alegremente:  — Coisas de garotas. Isto fez que a cara de Emmaline empalidecesse. — Discuti isto com você já uma vez. Deve aceitar o que aconteceu. Bowen não era conhecido entre o clã por sua sutileza, e certamente não por tomar-se tempo para explicar as coisas duas vezes. Se Cassandra tivesse quebrado a situação entre o Lachlain e Emma, Bowen faria o melhor que pudesse para retificá-lo. Cruzou uns centímetros até estar em frente dela. — Vá, Cass. Falarei com ela a sós. Ela deu os ombros para trás. — Não, eu...  Ele fez que seus olhos girassem enquanto grunhia baixo. Faria o que estivesse em sua mão para evitar que seu mais velho amigo se transformasse em alguém como ele, incluído arrancar Cass do teto. — Nos deixe. — Estarei por aqui de qualquer modo — disse sem alterar a voz, embora estivesse retirando-se rapidamente — Irei visitar Lachlain enquanto falam. Bowen se sentiu aliviado ao ver que a vampira não gostava da idéia absolutamente, suas sobrancelhas se juntaram, seus olhos piscaram. Pensou que nunca tinha estado tão alegre de ver a dor de uma mulher. Embora desejasse que protestasse Emmaline não disse nada. Antes que se deixasse cair, Cassandra a chamou por cima do ombro: — Lembre de minha oferta, vampira. Quando estiveram sozinhos, Bowen perguntou:  — E o que te ofereceu? — Não te interessa. Dirigiu-lhe um olhar ameaçador, ele também. Mas ela só deu de ombros. —Isso não me afeta. Sei que não pode me ferir ou Lachlain chutaria seu traseiro. De acordo? — Fala estranhamente.
— Se tivesse um dólar... — disse suspirando. Por que Lachlain fazia parecer que esta criatura era retraída quando a havia descrito? — Assim senão me contar qualquer semente maliciosa que Cassandra tenha plantado, então tenha a cortesia de andar comigo um momento. — Não, obrigada. Estou ocupada. — Ocupada passeando por um teto em uma noite de névoa, destrambelhando consigo mesma? — Tem um agudo dom da observação — disse voltando-se para ele. — Falando de presentes, chegou um para você durante o dia.  Ela congelou, girando devagar e inclinando a cabeça para ele. — Um presente? Mal pôde ocultar sua surpresa. Maldição se que as Valquírias eram tão ambiciosas como se dizia no Lore. — Se der uma volta comigo e escutar, mostrarei-lhe isso. Ela mordiscou o vermelho lábio inferior, mostrando uma presa e lhe recordando que ainda era uma vampira. As outras vezes que tinha falado com um vampiro tinham sido quando tinha torturado algum. — OK. Cinco minutos. Mas só se ver o presente. Estirou-se para ajudá-la a descer, mas em um dos movimentos mais estranhos que tinha visto nunca, ela deu um passo do teto, sua seguinte pegada tão regular como se não tivesse estado a quinze metros acima, e sim quinze centímetros. Olhou fixamente, sacudiu-se e a seguiu. Enquanto caminhava para os estábulos começou. — Sei que está zangada com Lachlain. É mais por te mentir ou porque descobriu o que é? — Não o que sou, a não ser o que as pessoas parecem acreditar que sou. Quanto a minha ira, parte-a pela metade, chama-o um dia. — Ele mentiu por uma razão. Não é um homem desonesto, de fato é conhecido pelo contrário, mas fará o possível para te manter com ele. E você é sua companheira. — Companheira. Estou cansada de ouvir isso! — Adverti a Lachlain de não ser teimoso nem estúpido, e isso soa como se tivesse que te advertir  também. Seus prateados olhos arderam com aborrecimento. Intrépido, a tomou pelo cotovelo e a dirigiu para os estábulos. — Vamos economizar nos detalhes e ir ao ponto. Não vai permitir que se vá. Sua família vai querer que volte. Haverá um conflito. A menos que possa os convencer de não brigar. — Não conseguirá! — disse bruscamente — Não terei este problema porque não o quero! — liberou-se — E o seguinte Lykae que me agarrar pelo cotovelo para me dirigir perderá uma pata. Andou diante dele para os currais dos estábulos. Sem nenhuma indicação por parte dele, parou e demorou a reagir diante a égua que tinha chegado esta manhã, então cruzou para passar suavemente as mãos por seu focinho. Estranho que Emmaline se aproximasse do o único ser que estava sozinho. Maldita e ambiciosa Valquíria. Seu olhar piscou sobre o cavalo e murmurou. — Hey, preciosa, não é uma doçura? Parecia como se estivesse apaixonada. Irracionalmente sentindo como se interrompesse, Bowen continuou: —Pensava que os vampiros tinham uma inata habilidade para cortar as babaquices. Não te permitirá partir. É rico, um homem atraente, um rei, que te mimará e protegerá durante o resto de sua vida. Tudo o que tem que fazer é aceitá-lo. — Olhe, Bowen, sou absolutamente realista. — recostou-se contra a porta do estábulo com um joelho levantado, como se tivesse estado ali mil vezes. Seu braço se curvava sob o pescoço da égua para acariciar um lado da cara — Posso fingir como o melhor deles. Posso fingir que a falta de honradez de Lachlain não me doeu. Posso fingir que eu gosto disto mais que meu próprio lar ou meu próprio país, e até posso ignorar o fato de que sua idade é um múltiplo da minha. Mas não posso fingir que todo seu clã não me odiará ou que essa Lykae não seguirá me atacando. E não posso fingir que minha família o aceitará, porque não farão, e estaria forçada a escolher. Enquanto falava, sua expressão tinha derivado lentamente da fúria à crueldade. Não estava  contando nem a metade. Seus olhos estavam atormentados. A companheira de Lachlain estava assustada. Muito. Justo como tinha observado em Mariah. — Que mais está acontecendo? Algo mais está te transtornando. — É só... Que tudo é... Insuportável —sussurrou ao final. — O que é? Sacudiu a cabeça e a virou violentamente. — Sou uma pessoa discreta e nem sequer te conheço. Por não mencionar que é o melhor amigo de Lachlain. Não vou te contar nada. — Pode confiar em mim. Não lhe contarei nada que não queira. — Sinto muito, mas justo agora os Lykae não estão exatamente em minha coluna de confiança. Junto com todas as mentiras e esses estrangulamentos molestos. Sabia que estava referindo-se também às ações de Lachlain, mas a advertiu de qualquer forma: — Mantenha por si mesma contra Cassandra. — Não quero viver em um lugar onde tenha que manter o meu. Não quero viver em um lugar onde sou atacada ou intimidada. Bowen se afundou em uma bala de feno.  — Lachlain pode encontrar o seu irmão. Cassandra está resultando ser como um mosquito na orelha. Sua perna o faz sentir-se doente, e mal pode manter o ritmo neste novo tempo no que foi atirado. O pior para ele é que pode te fazer feliz. — Agarrou uma fibra de palha e a mastigou, lhe oferecendo outra. Ela o olhou. — Não mastigo, obrigada. Ele deu de ombros.
— Posso me ocupar de Cass. Sua perna sarará, aclimará-se e finalmente Garreth aparecerá. Mas nada disto importará se não puder te fazer feliz aqui. Ela virou para tocar com a testa à égua e disse em voz baixa:  — Eu não gosto que esteja ferido e preocupado, mas não pode simplesmente me dizer será feliz aqui. Tem que vir. — Virá se dá tempo. Uma vez que ele se sacuda seus problemas.....Passados, encontrará um bom homem. — Não parece que tenha nenhuma escolha no assunto, não é? — Não, absolutamente. Assim enquanto isso quer que te conte como arrumar isso melhor com ele? — Arrumar-me isso com ele? — perguntou-lhe encarando-o. — Sim. Piscou. — Talvez tenha que ouvir isso. — Entende que o que ele faz, faz com o último objetivo de sua felicidade. Ela abriu os lábios para discutir, mas ele falou antes: — Assim se estiver molesta com qualquer medida que tome para conseguir o final, necessita sozinho dizer que isso te faz infeliz. Quando ela franziu o cenho, ele perguntou. — Como te faz sentir sua mentira? Ela olhou a ponta da bota desenhando círculos na terra apertada, e finalmente disse entre dentes. — Traída. Ferida. — Pensa sobre isso um momento. Como acha que reagiria se você simplesmente dissesse que te feriu? Levantou a cabeça, olhando-o fixamente um momento. Ele se levantou, sacudiu as calças e se virou para a porta, só parando para dizer sobre seu ombro. — A propósito, esse é seu cavalo. Antes que olhasse para frente, viu o nariz da égua em seu cabelo e quase derrubandoa.
 
—Não abraçará a uma velha amiga? —perguntou Cassandra com um biquinho.  —Se ela estivesse contente de ficar assim — respondeu Lachlain impacientemente. Quanto tempo iria levar Bowen? Confiava em Bowen com sua vida, e se a pressionasse, diria inclusive que com um pouco tão importante como sua companheira, mas ainda estava esperando inquieto. Os braços dela estavam ainda abertos. — Foram séculos, Lachlain. — Se‖Emma‖entrasse‖e‖nos‖visse‖“nos‖abraçando”‖Como‖pensa‖que‖a‖faria‖sentir? Deixou cair os braços e se afundou uma cadeira em frente da mesa. — Não como você pensa. Porque ela não sente nada por você. Enquanto eu chorei sua morte como faria uma viúva.
— Uma perda de tempo de sua parte. Inclusive se tivesse morrido. — Bowen explicou onde tinha estado e o que é ela. Não há lugar para ela aqui. Esteve doente e não pode ver quão mal está isso. Ele nem sequer pôde se zangar, porque nunca tinha estado mais seguro de nada do que da Emma. Dava-se conta agora de que as razões pelas que tinha continuado sendo amigo da Cassandra durante anos já não se aplicavam. No passado, tinha compadecido dela. Como ele, levava séculos sem encontrar o seu companheiro, e tinha pensado que como ele, ela reagia à falta de uma maneira pouco sã. Mas enquanto que ele tinha procurado inimigos, tomando com anseia a dianteira em cada guerra e oferecendo-se para alguma tarefa perigosa no exterior onde talvez tropeçasse com sua companheira, Cassandra tinha se obstinado a ele. — Quem esteve aqui para você quando seu pai morreu? Sua mãe? Quem te ajudou a procurar  Heath? Exalou com cansaço. — O clã inteiro. Seus lábios se afinaram, então pareceu recuperar-se. — Temos uma história juntos. Somos da mesma espécie. Lachlain, o que teriam pensado seus pais sobre tomar uma vampira como companheira? E Garreth? Pensa na vergonha que isto lhe trará. Verdadeiramente, Lachlain não sabia como teriam reagido seus pais. Antes que morreram, tinham lamentado que seus filhos não tivessem podido encontrar suas companheiras durante tanto tempo, e tinham entendido a dor mais que óbvio de Lachlain, o filho mais velho. Mas eles também tinham aborrecido os vampiros, pensando neles como parasitas maliciosos e uma praga sobre a terra. Não podia falar por Garreth, tampouco. Assim em troca, respondeu: — Espero pelo dia em que encontre o seu companheiro e possa pensar nisto e compreender sinceramente quão ridículas são suas palavras. Bowen entrou pela porta então. Enquanto Lachlain levantava as sobrancelhas, Bowen deu de ombros, como se a conversa com Emma não tivesse sido muito esperançosa. Harmann entrou com pressa depois, transpirando, agitado, o completo contrário do frio e indiferente Bowen. — O pessoal está partindo. Só queria verificar e ver se necessitava algo mais antes de ir. — Estaremos bem. — Se necessitar algo, meu número está programado no telefone. — Como se isso me ajudasse — murmurou Lachlain. Pensava que o tinha estado fazendo bem com a aprendizagem das ferramentas deste tempo, mas a enorme quantidade de tecnologia era o que intimidava. — OH, e o pacotes que chegaram hoje para sua rainha foram desembalados. — Harmann, vá — ordenou. Harmann parecia como se estivesse preparado para desmaiar. Lançou a Lachlain uma expressão agradecida e saiu. —Os presentes não a convencerão — assinalou Cassandra grosseiramente.
— Discreto— respondeu Bowen, tirando uma maçã vermelha do bolso de sua jaqueta e abrilhantando-a em sua camisa — Aprendi que a rainha quer seus presentes. Quando Lachlain arqueou as sobrancelhas, Bowen disse:  — Mostrei-lhe o cavalo. Lamento ter atraído sua atenção. — Não demonstrava sinais de lamentar. Lachlain encolheu os ombros como se não o preocupasse, embora tivesse querido ver sua reação e receber qualquer gratidão que ela tivesse demonstrado.  — As boas notícias são que não gosta da idéia de Cass aqui em cima falando com você. Angustia à pequena criatura. Poderia Emma estar ciumenta? Lachlain sabia que ela nunca poderia sentir a profunda posse da alma que ele sentia por ela, mas agarraria o que fosse. Franziu o cenho. Não a queria angustiada. — Cassandra, sairá daqui. Não voltará até que Emmaline mesma a convide. Não mudarei de idéia. Ela ofegou sinceramente impressionada, mas como poderia estar? Ficou de pé, tremendo, sua voz aguda. — Nunca serei eu, mas quando estiver bem, verá que nunca poderia ser essa vampiro tampouco. — Voou para a porta. — Assegurarei-me de que saia — se ofereceu Bowen — depois de um rápido desvio pela cozinha. Cozinham para um exército. Hesitou e então disse:  — Boa sorte. Lachlain assentiu perdido em seus pensamentos, ouvindo os carros que partiam pelo longo caminho. Um rei estava na residência com sua rainha, um Lykae tinha sua companheira depois de um milênio, e a lua estava crescendo. Todos aqui sabiam o que significava. Todos exceto Emma. Ficava sem tempo. Sem opções. Seu olhar caiu no aparador, no cristal que cintilava à luz.
 
Quando Emma despertou, estava nos braços de Lachlain, com a face contra seu peito e seus dedos enterrados suavemente em seu cabelo. Antes que ficasse furiosa pensando que a tinha mudado outra vez de cama, compreendeu que ele estava nas mantas no chão. Então o sonho voltou depressa. Tinha visto Lachlain em uma espécie de guerra faz tempo, passando o tempo entre assaltos. Garreth e Heath — seus irmãos? — e alguns outros machos Lykae falavam sobre ter achado suas companheiras, comentavam suas impressões. Falavam em celta. Entendia as palavras.
— Só digo que seria agradável se ela tivesse esta forma — disse um chamado Uilleam. Ele indicou o que queria dizer cavando exageradamente as mãos diante de seu peito.  Outro disse:  — Justo o meu se tivesse um doce rabo para agarrá-lo de noite...  Acalmaram-se quando Lachlain se aproximou, não querendo falar de tais coisas diante dele. Lachlain era o mais velho, e tinha esperado mais tempo. Tinha esperado novecentos anos. Seguiu um riacho pelo campo, saltando facilmente sobre os cantos rodados até sob o peso da cota de malha. Ajoelhou-se na borda de um remanso e se inclinou jogando água no rosto. Vacilou um segundo diante sua imagem. Não tinha barbeado durante dias e tinha a barba longa, reduzindo suas feições. Seu cabelo era longo.  Tudo isto se impunha a Emma, e reagia visceralmente a esta imagem que recordava do sonho. Quando havia acordado e olhava fixamente o céu azul, Emma havia sentido o calor alarmante do sol como se estivesse ali. Então uma onda de vazio a tinha golpeado. Por que eu não posso achá-la...? Emma piscou abrindo os olhos. Ela era ela. A quem tinha tido saudades para...  Havia-o visto furioso, confuso, com ódio, mas nunca tinha visto o desespero quando via sua imagem. — Dormiu bem? — disse ele, chiando as palavras. — Dormiu comigo? Aqui? — Sim. — Por quê? — Como prefere dormir aqui. Eu prefiro dormir com você. — E não tenho nada que dizer. Não fazendo caso de seu comentário, disse:  — Quero te dar algo, — então alcançou algo detrás dele, tirando... O colar de ouro de seus sonhos. Seus olhos se fecharam nele, hipnotizada. Era mais formoso na realidade. — Você gosta? Eu não sabia que preferia e conjeturei uma e outra vez. Seu olhar fixo o seguiu quando o balançou como um pêndulo. Isto era a prova que estava tentada, e ainda tinha um amargo sorriso.  — Asseguro-te que o usarei diante da Cassandra — murmurou ela distraidamente. Ele o agarrou em sua palma, olhando-a fixamente.  — Por que diz isso? Como freqüentemente fazia quando queria mentir e não podia, fez uma pergunta.  — Não estará ciumenta de ver que me compra jóias? Ainda a olhava carrancudo. — Está claro que te quer para ela. — Sim. É verdade — disse, surpreendendo-a por sua honestidade — Mas se foi. Mandei-a embora, não pode voltar até que isto te agrade, ou nunca. Não vou te incomodar em sua própria casa. Entre dentes, disse:  — Esta não é minha casa. — Afastando-se, mas ele a segurou pelo ombro. — Emma, esta é sua casa tanto se me aceitar ou não. E sempre o será.
Ela se soltou de sua mão.  — Não quero sua casa e não te quero — gritou — Não quando me tem feito mal com isto.
Seu corpo ficou tenso e sua expressão se torno triste. Como se tivesse fracassado.  — Me diga quando. — Quando mentiu, me... Machucou. — Não quis te mentir. — Retirou o cabelo da cara — Mas não pensei que estivesse pronta para ouvir tudo, sentia a ameaça dos vampiros e temi que escapasse. — Mas agora ao me separar de minha família me fere muito mais. — Levar-te-ei com elas — disse rapidamente — Tenho que me encontrar com alguns membros do clã e por isso devo partir por um momento. Depois disto, eu te levarei. Mas não vai sozinha. — Por quê? — Emma estou inquieto. Necessito que se abra para mim. Conheço-a e temo te perder. Elas criticaram qualquer progresso que possa ter feito com você. Annika, de fato, recordaria a Emma que ficou louca. — No minuto que entre naquele aquelarre sozinha, passará pelo inferno para se recuperar. — E tem que me recuperar.  — Claro que sim. Não vou te perder agora que finalmente te encontrei. Ela esfregou a testa.  — Por que está tão seguro? Para alguém que não é um Lykae, tudo isto parece realmente extremo. Quero dizer só me conheceste por uma semana.  — Mesmo assim te esperei minha vida inteira. — Isto não significa que tenha razão ao me reter. Isto não significa que você deveria me ter. Sua voz foi baixa.  — Não, mas isto significa te ter aqui e agora e se sente muito, muito bem. Ela não fez caso do calor que evocava suas palavras, não fez caso ao sonho com ele. — Emma, beberá de mim? Enrugou seu nariz.  — Cheira a álcool. — Tomei um copo ou dois. — Então passarei. Guardou silêncio durante um instante, depois segurou o colar outra vez.  — Quero que o tenha posto. — inclinou-se avançado para pô-lo ao redor de seu pescoço e segura-lo. Seu pescoço estava diretamente diante seus lábios. Ela divisou um corte só a umas polegadas de sua boca.  —Cortou-se — murmurou aturdida. — E, então? Lambeu seus lábios, tentando não sucumbir à tentação.  — É, OH, Deus, move seu pescoço — sussurrou, ofegando.
Quão seguinte sentiu foi à palma em sua nuca, puxando, forçando sua boca contra sua pele. Esmurrou seus punhos contra seu peito, mas era muito forte. Finalmente se rendeu incapaz de resistir tirar sua língua. Lambeu-o devagar, saboreando seu gosto e a maneira em que seu corpo se tencionou, ela sabia, de prazer. Gemendo, estremecendo, ela o percorreu e afundou com suas presas.
 
Quando bebia, Lachlain a apertou em seus braços e se levantou para sentar-se na borda da cama. Elevou-a sobre seu colo, sentando-a escarranchado sobre ele. Ele sabia que estava perdida, tão docemente, seus cotovelos sobre seus ombros, seus antebraços cruzados atrás de sua cabeça. O colar estava frio contra seu peito quando a aproximou mais. Ela o atraiu profundamente. — Emma, beba... Devagar. Quando não o fez, fez algo que não tinha pensado que seria capaz de fazer. Ele se separou dela. Ela se balançou imediatamente. — O que me acontece? — perguntou em um tom miserável. Está bêbada dessa forma posso me aproveitar...  — Sinto-me muito... Estranha. Quando enrolou sua camisola, ela não o parou, mesmo quando a acariciou entre as pernas. Gemeu quando a encontrou molhada. Sua ereção estava a ponto de rasgar suas calças. Respirava quente e agitada contra sua pele onde seus lábios e dentes tinham estado. Lambeu-o quando empurrou um dedo dentro de seu apertado sexo, depois dirigiu sua face contra ele, gemendo suavemente. — Tudo dá voltas — sussurrou. Ele sentiu culpa, mas sabia o que necessitavam e tomaria precipitadamente, ao diabo com as conseqüências. — Estende mais seus joelhos. Descansa em minha mão. Ela o fez.  — Lachlain, dói — sua voz era rouca e atraente como o inferno. Gemeu quando ele se inclinou para arrastar sua língua sobre seu mamilo.  — Posso te aliviar — mordia quando desatou suas calças com sua mão livre e seu membro saltou debaixo dela — Emma, necessito... Estar dentro de você. Vou precisar fazer pressão. Forçou seus quadris mais abaixo. Suave. Na primeira vez. Tão pequena.
— E depois vou te tomar até que não exista nenhuma dor — disse contra seu mamilo. Só quando estava a ponto de tocar sua umidade, quando podia perceber seu calor, ela se afastou dele, subindo na cabeceira. Ele grunhiu com frustração, lhe dando um puxão, até que ela bateu no seu ombro. — Não! Isto não esta certo — Sua mão voou a sua testa — Tenho tantas vertigens. Aplaca à besta em sua jaula. Tinha-lhe feito uma promessa, Não tocá-la se ela não quisesse. Mas seu vestido apenas a cobria. A seda vermelha contra suas brancas coxas, o tenso de seus mamilos. Não podia agüentar seu fôlego... Necessitava-a com desespero. Com outro grunhido, alcançou-a e sacudiu. Quando lutou, a dominou para expor seu traseiro generoso, perfeito. Gemendo, baixou a mão a suas curvas tomando mais liberdades, logo toda a palma de uma de suas mãos aterrissou com força. Desde que a tinha encontrado, tinha tido que passar cada dia na ducha. Com sua essência fresca na mente e com suas mãos quentes ainda por sua pele, era violentamente poderoso. Ela ofegou quando deu uma palmada em suas curvas. Teria que ser o bastante. Tempo de tomar banho.
 
Emma ainda sentia sua mão contra ela. Isto não tinha sido um golpe ou uma palmada, mas... que Freya a ajudasse, era uma mensagem exquisitamente entregue. O que estava errado com ela? Por que pensava desta maneira? Tremeu e gemeu. A besta na jaula? Isso é o que ele havia dito. Bem, a besta acabava de bater uma mão sobre a jaula e entregar um bom golpe no seu traseiro. Isso foi um toque imperioso, masculino que a fez querer dissolver-se e deixar seu balanço de quadris contra a cama. O impulso de tocar seu sexo era esmagador. Queria pedir a ele que a deixasse montálo. Seu corpo se moveu nervosamente e lutou contra isto. O colar que ele tinha colocado ao redor dela era realmente uma gargantilha que tinha fios de ouro e jóias que caíam em cascata em seus seios. Era pesado e se sentia atraente e proibida. Quando se moveu, isto fez cócegas seus mamilos. Havia algo sobre o colar e a maneira em que o tinha posto sobre ela assinalando... Posse. Tinha feito algo esta noite. A cama girou e rindo bobamente sentiu como... Tampouco podia deixar de dirigir suas mãos de cima abaixo por seu corpo. Quando seus pensamentos chegaram, estavam claros, mas suaves e lentos...  Não sabia quanto tempo mais poderia agüentar se continuasse tocando-a antes de suplicar.‖Agora‖mesmo‖tinha‖na‖ponta‖de‖sua‖língua‖um‖“Por‖favor”. Não! Já era diferente das outras no aquelarre, era fraca comparada com suas tias. Voltava-se a tímida Valquíria -Vampiro a casa, condenariam-na por seu Lykae? A repugnância e desilusão que sentiriam. A dor em seus olhos. Além disso, acreditava que se sucumbia a isto, não teria poder para submeter a Lachlain com um sussurrado.‖“Por‖favor”.‖Se‖sucumbisse,‖não‖iria‖para casa. Nunca. Temia que ele tivesse o poder de fazê-la esquecer o que tinha querido. A cama girava como louca. Franziu o cenho quando a realidade a golpeou. Tinha-a embebedado.
O bastardo tinha tomado... De modo que... Quando ela bebeu... ! Ah, filho de cadela! Não sabia que fosse possível! Recuperaria-se disto. Desnecessário, enganando-a com isso. Não podia confiar nele. Havia-lhe dito que não mentiria, mas isto era totalmente desonesto. No passado, o teria aceitado, o teria tomado docilmente quando ainda em outras ocasiões tivesse ignorado seus desejos e sentimentos, mas agora ela se negava. Lachlain tinha que aprender uma lição. Tinha que aprender que em algum momento nestes últimos sete dias, tornou-se uma criatura a qual não podia transar. Quando lambeu seus lábios por trinta vezes já que ele se foi, formou-se uma incipiente idéia. Uma má, má idéia. Deu uma olhada ao redor, envergonhada, como se alguém pudesse ouvir seus pensamentos. Se ele queria jogar sujo, ela também jogaria. Poderia fazê-lo. Maldição! Poderia ser má e seria. Uma lembrança lhe chegou de quando era mais jovem, perguntando a sua tia Myst por que os vampiros eram tão maus. Tinha-lhe respondido:‖ “É‖ sua‖ natureza”.‖ Agora‖ Emma sorria embriagadoramente. É tempo de retornar à natureza.
 
Emma despertou com o som do telefone. Nenhum telefone na história da telefonia tinha parecido alguma vez tão molesto. Desejava esmagá-lo com um martelo. Sonolenta abriu os olhos, dando a volta nas mantas para ver o Lachlain deixar a cama e coxear para respondê-lo. Tirou uma mão e a dirigiu sobre a colcha até quente. Ele tinha estado deitado ali, estirado em cima. Tinha estado observando seu sonho? Quando Lachlain respondeu disse:  — Ainda não foi encontrado? Busca mais longe então. Não me importa. Me chame quando o encontrar. — Pendurou o telefone e passou uma mão por seu cabelo. Ela não podia recordar quando tinha visto alguém parecer tão esgotado como Lachlain. Ouviu que ele exalava cansadamente e notou como seus ombros caíam. Ela sabia que procurava seu irmão e sentia que não soubesse onde estava. Depois de todos estes anos, Lachlain ainda não era capaz de dizer a seu irmão que estava vivo. Sentiu compaixão por ele. Até que se levantou. Sua cabeça começou a palpitar com pressa, e quando se dirigiu ao banheiro, deu-se conta que sua boca estava seca. O escovado de seus dentes e a ducha ajudou sua cabeça e boca, mas tinham pouco efeito em seu enjôo. Tinha-lhe ocasionado a mãe de todas as ressacas. Sua grande primeira vez. Se ele certamente tivesse tomado uma taça ou dois, certamente não teria estado achispada e não teria esta ressaca agora. Ontem à noite, quando se tinha vestido e tinha tentado explorar uma vez mais, tinha estado bêbada até que sofreu um colapso ao amanhecer. E o chão do castelo tinha girado. Estava segura. Devia ter bebido como um louco antes de chegar. Bastardo.
Quando saiu do banheiro envolto em uma toalha, para agarrar a roupa do armário e vestir-se, ele a seguiu, apoiando-se contra o marco da porta. Havia roupa nova por toda parte. Também bolsas e sapatos. Ela olhou ao longo, comprovando os presentes, analisando-os com olho perito. Era muito suscetível com a roupa, e sempre tinha evitado tudo o que não se ajustasse a uma calça de cintura baixa ou que fosse contrário na moda. Tinha descoberto que qualquer objeto que não fosse de estilo clássico ou um RDDE — Roupa De Desenho Exclusivo — não se conformaria...  — Você gosta de tudo? — perguntou. Inclinou à cabeça, uma labareda de cólera borbulhou quando viu que sua própria roupa estava claramente ausente.  — Ah, levarei tudo quando for para casa — respondeu com absoluta honestidade. Com seu indicador assinalando para baixo, fez um gesto virando-o e lhe indicando que se virasse. Quando obedeceu, depressa escolheu sua roupa interior, um sutiã, jeans para correr e um suéter solto. Passou por diante e sentou na cama, só agora notou que cada janela estava coberta com venezianas. É obvio, tinha mandado fazer isto. Depois de tudo, não acreditava que ela iria a alguma outra parte, porque não pensava que poderia escapar dele.  — Quando chegaram estas? — Instalaram-nas hoje. Se abrirão ou fecharão automaticamente com pôr-do-sol e perto do amanhecer. — Estão fechadas. Ele a observou.  — O sol ainda não se pôs. Ela deu de ombros, embora se perguntasse realmente por que se levantou tão cedo.  — Não me pediu que bebesse. Ele levantou suas sobrancelhas.  — Quer? — Diretamente depois de um teste de álcool — Quando franziu o cenho, ela disse — Mede tão bêbado está. Ele não pareceu culpado.  — Não bebi nenhum licor esta noite e só quero que beba. — sentou-se, muito perto dela. — por que se precipitou para ducha ontem à noite? acha o ato tão sujo? Uma risada curta.  — Emma, isso foi à coisa mais erótica que experimentei alguma vez. Na ducha tomei minha liberação, não queria romper minha promessa. Ela franziu o cenho.  — Quer dizer que você...? — OH, sim. — Seus lábios se elevaram quando olhou seus olhos — Cada noite me tem tão quente como um adolescente. Estava completamente tranqüilo confessando que se acariciou até o orgasmo a uns quantos passos dela. Exatamente quando tinha estado em sua cama, lutando para não tocar seu próprio corpo. Tão... Excitada. Ruborizou tanto de sua admissão como de seus próprios pensamentos. Desejaria tê-lo visto fazendo. Não, não, não. Seguia-se contemplando seu atraente sorriso satisfeito, esqueceria seu plano, esqueceria o dano que havia sentido quando a enganou e a sustentou contra ele até que bebeu. Conseqüências. Interferir com o vampiro Emmaline Troy agora trazia conseqüências. Quando as venezianas se abriram com um zumbido liso, revelando a noite, ela disse:  — Lachlain, tenho uma idéia. — Tinha realmente a coragem para seguir com as represálias? Conseqüências. Pagar com classe. Surpreendendo-se, encontrou que a resposta era sim — Penso que há um modo no que poderíamos‖ ambos‖ “nos‖ liberar”‖ enquanto bebo. — Escuto — disse rapidamente. — Quero dizer o ato em si mesmo. — Sua voz era um ronronar quando deslizou ao chão para ajoelhar-se diante dele. Com mãos delicadas, pálidas, aliviando-o provisoriamente abriu seus joelhos. Sua mandíbula se afrouxou como se o tivessem golpeado.  — A sério não se importa? — Deveria recuar. Seu membro estava de pé rígido como um poste. — Quero tudo, Lachlain. — Suas palavras ronronavam. Emmaline encantada com seus lábios rechonchudos que o olhavam fixamente suplicando com seus olhos azuis — Tudo o que tem que dar. Ele queria lhe dar o que desejava. Tudo. Com mão tremula, ela desatou o botão superior de seu jeans. Ele engoliu com força. Não deveria ao menos ter dúvidas sobre isto? Que o senhor o ajude, lutava por manter suas mãos longe de sua cabeça, para não apressá-la. Sentia que ela poderia perder facilmente os nervos, sabia que nunca tinha dado a um homem este prazer. Começaria a noite de lua cheia com isso... ? Ele estava sonhando. Devagar ela desabotoou seu jeans, ofegando quando ele saltou para frente, depois lhe dedicou um sorriso tímido, mas sedutora, parecendo agradada por sua ereção. Ela o sustentou com suas duas mãos como se nunca o pudesse deixar ir. — Emma. — Sua voz se quebrou. — Resiste enquanto possa — disse, acariciando sua longitude uma vez mais. Seus olhos se fecharam pelo prazer. Ele sentiu seu primeiro fôlego, fazendo-o estremecer. Logo seus hábeis lábios, e depois sua língua se lançou e lambeu sua carne. Ah, ela tinha uma pequena má língua. Doce Deus! Ela o mordeu. Ele deu um gemido angustiado, pondo a mão na cama, só para levantá-la imediatamente para agarrar sua face e olhar sua boca em seu membro. Era um homem confuso.  —Eu não tinha... Idéia. Sempre faremos isto — grunhiu — Sempre. Não sabia se ia vir imediatamente ou não. Suas mãos estavam em todas as partes, gracejando-o, conduzindo-o grosseiramente. Ela gemia contra ele e sorvia codiciosamente.
Ela nunca tinha tomado muito, mas se o necessitava, ele o daria. Enfraquecia-se, embora não queria que parasse nunca.  — Emma, vou a... — Seus olhos rodaram para trás de sua cabeça e tudo ficou preto.
 
Não olhe para trás, ponha os sapatos no carro. Corre como o inferno. Ela o fez. Foi diretamente a extensa garagem, procurando as chaves de alguns carros, não encontrando nada. A frustração fluiu. Mas então as palavras foram sussurradas em sua cabeça, como seda revoando. Corra. Estava tentando! Nenhuma chave. Retornou correndo e explorou os arredores do castelo procurando um caminhão de trabalho, a estas alturas pelo menos um trator. Acalmou-se e franziu o cenho, sentindo o calor justo por cima do horizonte. Como se estivesse em transe levantou a cara. A lua cheia. Elevando-se esta noite. Sentiu a luz. Como sempre se tinha imaginado que as pessoas faria com o sol. Seu ouvido estava sensível; as coisas a chamavam mais à frente do bosque. Tinha evitado aquele escuro lugar em todas suas explorações. Vê-lo derrotado, até que sentiu sua recém descoberta coragem. Corre para lá. Teve que lutar contra o impulso de correr velozmente para o bosque que se via abismal. Lachlain a agarraria ali, ele era um caçador, um rastreador. Isto é o que ele fazia. Não tinha nenhuma possibilidade de escapar. De qualquer modo seu corpo atirava para a batalha, como se omitisse a carreira para o bosque, embora nunca tivesse estado. Estava ficando louca até por pensar nisto? Corre! Com um grito, deixou cair os sapatos e obedeceu, escapando do senhorio e a um logo a despertar, furioso Lykae. Entrou nos bosques e compreendeu que podia ver. Sua forte visão noturna estava aperfeiçoada. Mas por que ela via? Seu sangue a afetava tanto? Tinha tomado muito. Agora sabia que o Lykae podia ver tão de noite como de dia. Cheirou o chão florestal, a terra úmida, o musgo. Cheirou até as rochas molhadas pelo rocio. Poderia haver-se balançado, mas seus pés caíram perfeitamente colocados sobre a terra como se tivesse controlado este caminho mil vezes. Os aromas, o som de suas respirações e o batimento de seu coração, o ar que se precipitava sobre o... Céu. Isto era como o céu. Então se deu conta de algo novo. Correr era um afrodisíaco, com cada passo seu corpo vibrava como um comprido golpe. Escutou o bramido de raiva que ressonou a milhas de distância no senhorio, parecendo sacudir todo mundo negro a seu redor. Quando o ouviu explodindo atrás dela, sentiu a necessidade da liberação. Não tinha medo ao que lhe faria quando a agarrasse, mas havia antecipação. Podia ouvir seu coração golpeando com fúria quando ele se aproximou. Inclusive debilitado, corria precipitadamente para ela.
Ele a perseguiria sempre. Ela sabia isto como se ele o houvesse dito em sua mente. Reclamaria-a e nunca a deixaria partir. Era o que os de sua espécie faziam. Você é de sua espécie agora, sussurrava-lhe sua mente. Não! Não se renderia. Uma companheira Lykae se deixou agarrar. Esperaria-o, nua e se deitaria no chão ou se apoiaria contra uma árvore, os quadris oferecendo-se e os braços sobre a cabeça, deleitando-se no fato de que a perseguisse, esperando sua ferocidade. Emma estava ficando louca! Como ia, ou seja, ela pensar nestas coisas? Nunca seria bem-vinda à ferocidade. Gritaria, ao primeiro sinal de dor. Esta era sua regra. Acabava de alcançar o claro quando o ouviu jogar-se sobre ela. Esticou-se pelo impacto com o chão, mas a virou e a pôs sobre suas costas, logo a moveu fisicamente para a deitar sobre a mata. Quando abriu os olhos, estava em cima dela, as gatas. Era maior. Os olhos não eram da habitual cor dourada. Esse azul estranho titilou através deles. As respirações exaladas pelo baixo retumbavam como grunhidos. Sabia que seu corpo estava debilitado, havia-o sentido enquanto corria, mas sua óbvia intenção o fazia forte. ― Dê... A volta‖― mordeu ele. A voz deformada e irritada. Um relâmpago volteou no céu sobre ele. Não pareceu notar, mas ela o olhou fixamente como se fosse um cometa. Poderia ser mais Valquíria do que acreditava? Emma prudente disse:  ― Não. O relâmpago também iluminou com brilhos onde ele estava. Suas próprias presas, os olhos azul claro, seu já incrível e poderoso corpo ondulando cada músculo. Deu um puxão a sua blusa e à jaqueta, cortando as calças para despi-la, grunhindo e rugindo, enquanto ela contemplava as luzes de acima aturdida. ― Os braços... Sobre... Sua cabeça ― rechinou ele, enquanto rasgava seu jeans. Ela o fez. Ele ainda se colocava sobre ela, inclinado para beijá-la ou lambê-la, movendo uma mão ou um joelho. Algo acontecia que ela não entendia. Estes não eram movimentos arbitrários, isto era...  Ritual. Enquanto ele se movia em cima dela, o impulso de ir sobre suas mãos ou joelhos cresceu. Deixar de lado seu cabelo e lhe apresentar o pescoço. Ele arrastou a língua através de seu mamilo e ela arqueou as costas. ― Vire. Como se alguém mais estivesse em seu corpo, alguém carnal e agressivo, ela fez o que lhe mandou. Fazendo movimentos atrás dela que não podia ver. Podia sentir sua enorme ereção contra seu traseiro, depois cravando-a contra a coxa. Cheira a noite, sente o banho crescente da lua em sua pele. Ela ia ficar louca... Sabia quando seu seio pressionou sobre a grama, os braços diante dele e o rabo levantado. Ele grunhiu como se estivesse agradado, então imediatamente chutou seus joelhos as abrindo com os seus próprios. Podia sentir-se molhada embora ele não a tocasse. Doeu. Sentiu-se vazia. Sabia que poderia sentir os aromas da terra só se entrasse nela. Balançou para trás como se o atraísse.
― Não‖faça‖isto‖― assobiou ele. Sua mão aterrissou sobre seu traseiro, logo a agarrou, mantendo-a no lugar. Ela gemeu os olhos girando-se para trás em sua cabeça. ― Com a lua... Eu não posso... Ser como sou. Se soubesse o que estou pensando agora...  Ela estendeu os joelhos mais amplamente, entretanto uma besta estava as suas costas a ponto de ficar louco pela lua, com um eixo que poderia rasgá-la em dois. Deveria estar encolhida como uma bola com as mãos sobre a cabeça. Não se balançando para frente e para trás tentando atraí-lo. ― Não há nenhuma necessidade disto. Em qualquer caso. Pode apenas... Manter...  Ela percebeu seu movimento, então sentiu sua boca sobre seu sexo. Gritou pelo choque e o prazer. Estava jogado de costas para ela, seus joelhos estendidos sobre sua cara, os braços envoltos sobre suas costas, abraçando-a. Ela não podia mover-se embora o tivesse tentado. Ele gemeu contra ela, apertando os braços mais se fosse possível. ― Tenho sonhado te‖provando‖outra‖vez‖― grunhiu ele ―‖Quase‖tanto‖como‖transar. Suas unhas se cravaram na grama e as fibras cortadas estalaram desprendendo aroma. Ele a amamentou e ela gritou. Um relâmpago dividiu o céu como um chicote. Ela não podia mover-se, não podia balançar os quadris sobre ele como necessitava. Não sentia a terra desgastando seus joelhos como deveria ter sido. Iria ficar louca. ― OH, Deus, Sim! Lachlain, por favor. Ele tirou a língua dela, introduzindo um dedo.  ― Por favor, o que? - Ela ofegava.  ― Por favor, me coma uma vez mais... Por favor permite-me ter...  ― O veja‖― ordenou ele, com uma palmada caindo sobre seu traseiro e empurrando o dedo enquanto continuava chupando e lambendo. Ela gritou e seu corpo se esticou imediatamente, estremecendo-se com seu primeiro orgasmo, fazendo-a aceitar a explosão de prazer. Suas mãos estavam sobre ela, aplaudindo bruscamente seu traseiro, empurrando-a contra sua boca, lambendo-a sem piedade. E todo o tempo ela olhou para o céu enquanto se movia da única maneira que podia, arqueando as costas, até que não pôde mais. Quando estava esgotada e caiu flácida com um gemido, atordoada pelo prazer que nunca tinha conhecido soltou-a no chão e a segurou. Tremendo, ela o olhou de acima, formando uma silhueta contra o relâmpago que ainda tiroteava, mas não com tanta fúria. Ele parecia um deus. Esperava algo. Ritual. Ela estava de joelhos diante ele. Levantando a cabeça para olhá-lo fixamente, tomou com a boca o melhor que pôde, adorando sua carne com a língua como deveria havê-lo feito antes. Ele cavou sua cara com as mãos, gemendo. Sua expressão era de êxtase misturada com incredulidade enquanto a olhava. Inclusive lhe arranhou o torso, as unhas cravando-se em sua carne e ele  estremeceu. Pôde saboreá-lo já salgado e escorregadio na ponta. ― Não posso fazê-lo... Preciso te reclamar. Aqui. Será aqui.
Ela resistiu que tirasse o pênis da boca, lambendo-os lábios até que ele ficou atrás dela, ajoelhando-se entre suas pernas. Ele se inclinou, lambendo-a outra vez enquanto tentava encaixar dois dedos em seu interior. Quando foi capaz, liberou-a, então pôs a mão sobre a cabeça dirigindo-a. Ela olhou para trás, viu-o sustentar a ereção para colocá-la em seu interior. Começou a tremer a sério, desejando-o. Necessidade. Atrair. Ela pressionou para trás, mas ele a sustentou ainda, estendendo sua carne e colocando a ponta contra ela. Uma mão logo correu por suas costas, fazendo que se arqueasse de prazer. ― Não é um sonho ― murmurou ele em um tom aturdido ―‖Emmaline...‖ Ela ofegava repetindo,‖”por‖favor,”‖uma‖e‖outra‖vez. Ele pôs um braço firmemente ao seu redor.  ― Esperei‖ muito‖ tempo‖ para‖ estar‖ em‖ seu‖ interior.‖ ― Conduziu o outro braço debaixo dela, sobre seu seio e apertou o ombro para baixo, mantendo-a reta ―‖Te‖reclamo‖ para‖mim.‖― Ele se afundou nela. Ela gritou outra vez, desta vez pela dor. ― OH,‖ Deus‖ ― gemeu ele ―‖ Tão apertada‖ ― disse com outro impulso de seus quadris. Ela estava tão apertada ao seu redor que apenas pode mover-se. Ela ofegou, os olhos lacrimejavam pela abrasadora dor. Sabia que não encaixariam. Ele era grande e ela tão pequena... Para seu alívio, ele deixou de empurrar, embora se perguntasse como estava ele quando ela poderia sentir seu corpo movendo-se ao seu redor, seu eixo tão enorme e palpitante em seu interior. Ele a preparou enquanto ia para seus joelhos, pondo-a contra o peito e tomando os braços para dirigi-los acima ao redor de seu pescoço, fechando-os ali. ―‖Se agarre em mim. Quando ela assentiu, ele passou roçando seus dedos dos ombros sobre seus seios e para baixo depois inundaram ambas as mãos e a acariciou entre as pernas. Quando a umidade voltou rapidamente, ele ainda se abstinha de empurrar. Em troca tocou seus mamilos com os dedos e  acariciou os seios durante muito tempo até que ela ofegou outra vez, sentindo uma luxúria desesperadora como a que tinha tido quando a tinha provocado aquela noite no banheiro. Não, pior que isto, porque agora sabia o que se perdeu. Ao recordar a frustração daquela noite e o temor a que a segurasse outra vez, fez que meneasse os quadris contra ele. Ele grunhiu em seu ouvido.  ― Quer mais? ― S... sim. ― Ponha as mãos outra vez... Permite-me lhe dar isso. Os pensamentos se debilitavam quando o prazer aumentava. Cada retirada moderada produzia um gemido, cada vez que sua pele tocava a dela e quando se retirava ela gritava mais. Os lábios abertos querendo ar se carregavam de eletricidade e ele desfrutava de seu cheiro, seu sabor, Lachlain pressionando profundamente em seu interior. Esticou-se para baixo sobre seu corpo e ela sentiu sua boca sobre sua vagina. Sentiu sua mordida, não perfurando a pele, por se deleitar no elo como haveria agradado.
Logo que o fez, agarrou os quadris retirando devagar, depois se moveu mais profundamente em seu interior. Ela gritou desta vez de prazer. Quando ela arqueou as costas e abriu outra vez mais os joelhos, ele gemeu seu nome em resposta, mas sua voz tinha mudado. Ainda profunda, mas gutural, gritando. Quase... Grunhindo. Outro empurre em seu interior, desta vez mais poderoso. Gemidos, grunhidos, seus também? Os pensamentos se debilitavam enquanto o prazer aumentava. Cada retirada moderada produzia um gemido, cada vez que sua pele tocava a dela enquanto a esquivava fazia que gritasse mais. Os lábios abertos enquanto o ar se carregava com a eletricidade e ela desfrutava do céu, dos aromas, do Lachlain pressionando profundamente em seu interior. Esticou-se para baixo sobre suas costas e ela sentiu sua boca sobre seu pescoço. Sentiu sua dentada, mas não como a sua, não perfurando a pele, mas se deleitou nisso como se o tivesse obtido. ― Com‖mais‖força‖― grunhiu ele contra sua pele ―‖senti-lo a com um impulso de minha franga. Ela culminou uma vez mais, gritando o êxtase, devolvendo sua cabeça a seu ombro, querendo sua boca em seu pescoço. ― OH,‖ Deus,‖sim‖ ― gritou ele, depois voltou para sua dentada. Ela realmente o sentiu ejacular, energicamente, bombeando sua semente com muita veemência em seu interior. Ainda quando tinha terminado, não deixou de empurrar.
 
Ele chegou duramente como nunca o tinha feito, mas não sentiu nenhum alívio. Se fosse alguma coisa, era a necessidade intensificada. ― Não posso parar. Ele a colocou de costas, fixando suas mãos por cima dela, ainda conduzindo-se dentro dela. Seu cabelo se desdobrou, rodeando sua cabeça como um aro e o cheiro disso explorando dentro dele. Ele a reclamava. Por fim. Estava no interior de sua companheira. Emmaline. Olhou fixamente sua face. As pálpebras agitadas, os lábios estavam brilhantes. Tão formosa que doía. A lua, completamente elevada agora, despedia luz, jogando prata sobre seu corpo enquanto se retorcia debaixo dele. Qualquer controle que tivesse tido desapareceria, um sentimento de posse animal tomaria seu lugar. Posse. Reclamação. Podia sentir a lua sobre sua pele como nunca o tinha feito antes e seus pensamentos chegaram frenéticos, ingovernáveis. Mas ela tinha fugido dele. Tinha pensado em abandoná-lo. Nunca. O controle escapando... Cristo, não, estava... Voltando, as presas se afiavam. Marcar sua carne. Garras para agarrar os quadris, quando usasse seu corpo. Possui-a completamente. Ela era dele. Tinha-a encontrado. Merecia-a. Merecia ter tudo o que estava a ponto de tirar dela.
Mergulhando-se em sua suavidade, lhe dando o corpo com a lua as costas. Um prazer como nunca tinha conhecido. Fez se render de tudo. Lambendo, mordendo, amamentando-a, apagando a luxúria sobre sua companheira. Incapaz de acalmar os gritos, grunhidos, precisando provar sua carne molhada. Muito áspero com ela. Necessitava fodê-la mais fortemente. Não podia deixar de conduzir-se para ela. Com uma última vontade, se distanciando dela. As garras rasgando a terra pela frustração, seus quadris ondulando-se para ele. ― Por quê?‖― gritou ela. ― Não posso te machucar ― A voz não era a sua própria. ― Por favor... Volte ao meu interior. ― Quer isto? Como sou? ― Sim... Necessito-te... Exatamente como é. Por favor, Lachlain! Eu também o sinto. A lua a tinha reclamado também? Ante suas palavras, ele se decidiu. Sua visão era imprecisa, vendo só a prata de seus olhos enquanto olhava para cima, para sua profunda atração de seus rosados lábios e mamilos. Aproximou-se furtivamente sobre ela, enjaulando-a com seu corpo, obrigando a que inclinasse a cabeça para a língua e sugando os mamilos, depois tomando sua boca. Agarrou-a embaixo, mantendo-a no lugar enquanto ele ficava de joelhos. ― Minha ― grunhiu ele, com um impulso brutal. Como se estivesse fora de seu corpo, escutava os sons baixos, guturais que explodiam em seu peito e grunhidos acompanhavam cada frenético impulso. Seus seios expulsando e os olhos arrebatados pela tensão, duros pontos, molhado por sua furiosa amamentação. Ele sentiu as garras cravadas em sua pele enquanto a pressão em seu membro aumentava e aumentava. Sua cabeça golpeando. ― Minha...‖― Ela tinha pensado abandoná-lo? Ele a fodeu com mais força. Ela o aceitou, tentando encontrá-lo. Ele cavou a parte posterior do pescoço, levando-a bruscamente para ele. ― Se renda a mim. Seus olhos cintilaram abertos quando chegou outra vez. Aturdidos. Espelhos. Ele podia sentir como o espremia ao redor de seu pênis, ordenhando-o. Quando ele continuou, gritando, sua semente saiu disparada, bombardeando-a... Quente... Implacável. Tudo o que podia compreender era que ela arqueou as costas e se abriu mais as pernas para ele como se gostasse do que estava sentindo. Com a lua posta, quando ela não pôde chegar mais, sentiu-se sem forças. Com um último gemido de estremecimento ele caiu em cima dela, mas não estava incomodado. Finalmente ele plantou um joelho e a levantou, virando-a para ele. Ficou de lado e acariciou os cabelos com os lábios. Agora que o frenesi da noite tinha passado, ela sentiu uma esmagadora alegria por que a tivesse reclamado, como se o tivesse esperado enquanto a tinha. Ela se virou de costas e se estirou, olhando fixamente para o céu, depois às árvores que estavam mais à frente. A mata estava fresca debaixo dela e o ar também, mas se sentia arder. Como se seus olhos não pudessem afastar durante muito tempo, ela se voltou para olhar sua face mais uma vez. Ela se sentiu conectada a tudo, como se pertencesse, um sentimento que sempre a evitava. A alegria surgiu através dela e quis chorar de alívio já que a tinha pegado e ainda a queria. Encontrou-se com que não podia deixar de tocá-lo, como se temesse que fosse desaparecer e se perguntava como podia ter agido com crueldade para ele. Recordou que tinha estado zangada com ele e tinha deslocado, mas não podia recordar por que. Nunca poderia estar zangada com um homem que a olhava como ele fazia. Ele a olhou fixamente como se o intimidasse. ― Não quis te machucar. Tentei.  ― Foi breve. Tentei não te fazer mal. Ele sorriu abertamente, depois perguntou.  ― Escutou alguma coisa em seu interior? Sabia coisas. Ela assentiu.  ― Era algo... Instintivo, mas um instinto de que era claramente consciente. Ao princípio me assustou. ― E depois? ― E depois comecei entendê-lo, não sei como pude, mas era... Correto. ― Como sentiu a lua sobre a pele? ― Quase tão bem como me senti ao correr. Era como... O céu. Lachlain senti os aromas. Seu corpo tremia e ele se tornou para trás, puxando-a sobre ele para colocá-la sobre o peito, montando escarranchado sobre seus quadris. ― Dormir‖― Os pálpebras pesavam, mas a beijou ―‖Cansado‖de‖saciar‖a‖minha‖ jovem companheira. E de seu ardil. Agora ela recordou a noite anterior e ficou tensa.  ― Só tomei represálias sobre você ― Se ele tomava represálias por suas ações...  ― Sim.‖Eu‖gosto‖como‖cede‖quando‖vem‖― Sua voz era sonolenta enquanto dizia contra seu cabelo ―‖Testando e me ensinando, Emmaline. Diante isto, o ultraje que procurava sentir por suas ações ou por acreditar que deveria sentir como outra mulher mais forte desinflou-se até deixar de existir. Porque depois de uma mera e catastrófica noite na grama, seus primeiros quinze orgasmos e uns olhares assustadores tentaram-na a jogar o seguro sobre este forte e magnânimo Lykae com as duas mãos e as presas de tal forma que nunca permitiria partir. Como se lesse sua mente, ele murmurou:  ―Tenho que dormir. Mas quando recuperar a força, será capaz‖de‖te‖dar‖isto‖― ele empurrou nela, ainda semi-duro ―‖e‖todo o sangue que possa beber. Sua carne dava espasmos ao redor dele perante o pensamento. Ele sorriu abertamente.  ― Cada noite. Prometo-lhe‖isso‖― A beijou na testa ―‖Descansa‖um‖momento. ― Mas o sol sairá logo. ― Você estará em nossa cama muito antes.
Seu corpo estava quente e relaxou sob suas mãos, mas em sua mente havia pânico. Sim, ela queria descansar em um campo aberto em cima dele perto da terra onde se destroçaram durante horas pelo sexo. Mas em um lugar aberto como um estacionamento ou um campo de futebol, Deus não o quisesse, em um plano, era uma armadilha mortal. Dormir debaixo das estrelas? Evitaria-o custasse o que custasse. Ela ansiou uma coberta, um grosso pavilhão, uma cova ou algum modo de ficar mais clandestinamente, mais longe do sol. E de qualquer modo o puxão de permanecer aqui era forte, estando em desacordo com a necessidade de seu instinto de conservação. O instinto que o Lykae tinha dado era formoso, irresistível, mas ali era um problema. Ela era um vampiro. Ele deu a volta em sonhos, mantendo-a ao seu lado. Pôs um joelho sobre ela e depois torceu seu braço ao redor de sua cabeça. De maneira protetora. Tudo ao seu redor. Melhor. Talvez só render-se. ― Minha ―grunhiu o suavemente ―‖Perdeu. Sim. Ao que parece o tinha perdido também. Rendição. Confiava nele. Suas pálpebras foram à deriva fechando-se. O último pensamento se foi, Nunca conhecerei o dia. Ou noite... 
 
Na cama, Lachlain estava de lado, acariciando-a com o dorso dos dedos do umbigo até os seios uma e outra vez. Sentia a eletricidade no ar e depois da noite passada, agora sabia que fosse por ela. Não entendia como ainda podia desejá-lo ou por que parecia tão contente com ele. Tinha despertado com remorso devido a suas ações. Ela tinha sido mais do que tinha sonhado alguma vez, tão formosa, tão apaixonada e a tinha reclamado finalmente. Uma e outra vez. Sob a lua cheia, tinha-lhe dado um prazer inimaginável, alucinante e um sentimento profundo na alma por sua união com ela. Tinha dado estas coisas, mas ele tinha tomado sua virgindade sobre a terra do bosque, como a besta que ela pensava que fosse empurrando em sua delicada carne. De fato pensou... Ele a tinha feito gritar de dor. Então tinha marcado seu pescoço grosseiramente. Ela nunca poderia ver seu sinal, ninguém mais que um Lykae poderia vê-la ou senti-la, mas levaria esta marca avivada para sempre. Um Lykae sempre saberia ver que ele tinha estado fora de si pela luxúria para ela. Ou que o tinha feito com a intenção de ameaçar abertamente e de maneira hostil a outros machos. Ambas as razões seriam certas. Ainda e apesar de tudo isto, a garota parecia contente com ele, conversando felizmente, alcançando uma expressão sonhadora ao acariciar sua face. — Não bebeu hoje. Tem sede?
— Não. Pela razão que seja não. — Então sorriu alegremente — Provavelmente porque tomei  ontem. — Moça descarada. — inclinou-se e acariciou com a boca seu seio, fazendo-a saltar — Sabe que é livre de tomá-lo —Agarrou seu queixo e encontrou seus olhos — Realmente sabe não é? Em qualquer momento que tenha que beber, até se esteja dormindo, toma. — Realmente você gosta? — Gostar não é a palavra que usaria. — Curaria-se mais rápido se não o fizesse. — Talvez, mas minha recuperação não seria tão doce. De qualquer modo foi insistente.  — Lachlain, às vezes me sinto como uma bola e uma corrente ao redor de seu tornozelo. — antes que pudesse protestar, disse — A primeira vez que bebi, perguntou-me que pensava se me fizesse um Lykae. Você poderia? Ele ficou tenso quando viu que falava a sério. — Emma, sabe que nenhuma criatura pode trocar sem antes morrer — o catalisador para a transformação entre os vampiros, os ghouls, os espectros; era a morte para todos — Teria que te sangrar totalmente, tomar tudo, e depois te matar, esperando que esteja infectada e assim poderia renascer. — Rezando por que aceitasse um pedaço da besta em seu corpo e que renascesse dentro dela, mas não muito forte — Se sobrevivesse, estaria presa longe durante anos até que pudesse controlar a... Posse. — Poderia ser uma década. Alguns nunca puderam controlá-lo. Com seus ombros curvando-se protetoramente, miseravelmente, resmungou: — E de qualquer modo é quase digno de mim. Lamento ser um vampiro. Lamento que me odeiem. — Converter-se em Lykae não mudaria nada, só trocaríamos de inimigos. Não somos exatamente amados no Lore. Além disso, embora só pudesse te trocar com um estalo não faria. — Não trocaria que sou um vampiro? — perguntou, com tom duvidoso — Seria mais simples! — Exponho-o simplesmente. É o que é, e não trocaria nada de você. Além disso, não é totalmente um vampiro. — Ficando de joelhos, atraiu-a para seu peito. Dirigiu a ponta de seu dedo sobre o pequeno ponto agudo de sua orelha, depois o beliscou com seus dentes, fazendo-a tremer — Pensa que não vejo o céu que me deu ontem à noite? Ruborizando-se, com um sorriso tímido, sepulto sua cara em seu ombro. Se não o tivesse visto, nunca teria acreditado. O céu cristalino, a lua cheia, um relâmpago rasgando freneticamente sobre eles como uma rede, a luz projetada sobre eles com cada arremesso. Tinha tomado um tempo dar-se conta que isto refletia seu êxtase. —Sempre havia um rumor que era um traço das Valquírias, mas ninguém sabe com certeza...  — Os homens que o vêem pelo geral não continuam vivos, se forem do tipo que falam sobre isso. Ele levantou brevemente suas sobrancelhas, depois disse:
— Não é um vampiro. Tem seu relâmpago e seus olhos como prata. É única em todo mundo. — Em outras palavras — disse com uma careta — um monstro. — Não, ninguém diz isso. É só você mesma, eu acredito nisso. — Acariciou suas costas com seus braços e os cantos de seus lábios se curvaram — É minha pequena halfling23. Ela bateu em seu ombro. — E eu gosto do relâmpago. Saberei que nunca finge. — Beijou-a, mas sorria abertamente e ela bateu outra vez. Ele parecia pensar que isto era divertidíssimo. — Oooh! Desejaria que nunca o tivesse visto! Ele sorriu lascivamente.  — E se estiver fora e sentir uma carga no ar, virei correndo. Terá-me treinado em um dia. — Pensava claramente em todos os cenários — Me alegro de não viver na cidade. — Nós vivemos. Ele franziu o cenho.  — Mas é em um aquelarre. Todo mundo saberia pelas noites que se corre. Não haveria nenhuma privacidade — disse, franzindo o cenho. Falava sem rodeios, tão exasperante! Voltando-se, ela se afundou contra seu peito.  — Não tinha que me preocupar por isso! — O que quer dizer? Alguma vez o viu, mesmo que se tocava? Ela ofegou, alegrando-se de que não pudesse ver seu rosto. Mas é obvio, ele arqueou suas costas, não deixando que escondesse o olhar. — Não, Emma. Quero saber. Tenho que entender tudo sobre você. Ela era sigilosa, tímida. Aquelas vozes malditas insistiam se afastem. — O relâmpago é algo permanente sobre a mansão, qualquer emoção marcada o provoca, e muitas vivem ali. E de qualquer modo, antes da noite passada, nunca, um, bem... — ela lutou com a palavra — gozei. Seus olhos se alargaram, e ela poderia dizê-lo, ele estava... Encantado. — Isto é muito penoso para mim. — Agora entendo. — Ouvi que os vampiros mais retorcidos subjugaram aquela necessidade. O sangue é tudo o que desejam, são os que dizimam povos e bebem para matar com tal avareza... — Olhou fixamente por diante dele — Não poderia ser capaz, é aterrador para mim. Cada dia temia que eu fosse como eles. — Não é capaz. — Ele retirou seu cabelo para trás limpando sua testa — Não sabia. Pensei que tinha alguma espécie de controle da Valquíria sobre si mesma... Não sabia que isto era involuntário. Ela deve ter usado um galão de sangue pelo que ruborizou esta noite. — Isto não é nenhuma surpresa, você não poderia. Ela o olhou com dor. — Não, não, se a pessoa for jovem e não sabe como e por que acontece... Começaria a sentir a pressão todo o tempo.                                                  23 Seres semelhantes aos humanos, mas da metade de seu tamanho, filhos de um humano e um ser sobrenatural.
Ela sacudiu a cabeça, atordoada de que visse tanto. Era exatamente o que tinha acontecido. —Nunca se parecerá com esses vampiros. Emma, não é como eles. — Como pode estar tão seguro? — Você é amável e suave. Sente compaixão. Não te desejaria tão fortemente se não estivesse seguro dessas coisas. — Mas o Instinto te obriga a me querer. Disse antes que tinha que me guardar com você. — É isto o que pensa? — Ele segurou seu rosto — O Instinto me guia ao que quero e necessito. Isto dirigiu a uma mulher com a que eu poderia compartilhar uma vida. Aconteça o que acontecer, sempre será minha, mas sem o instinto, eu nunca teria te reconhecido como minha companheira se fosse outra. Dê-nos uma possibilidade... E nunca te forçarei. — Diz o que minha mente me diz.  — É certo, não? — sua expressão foi grave, seus olhos tristes. — Pois... E se não o fosse? — Pode falar ligeiramente disto — disse acariciando sua nuca, seus olhos azuis vacilantes. — Alguma vez aconteceu? — sussurrou ela. — Sim. Bowen. Ela se separou de seu abraço, que se enroscavam contra sua cabeça. — Eu pensei que disse que sua companheira estava morta. — Está. Quando escapou dele. — OH, meu Deus. O que ele fez? — Ele esta desprovido de sentimentos, não é mais um cadáver andante, igual a Demestriu. Destinado a isso. — Mas se quer construir uma vida comigo, implicaria a minha família. Disse que tomaria ali. Por que não agora? Só consegue-o. — Eu tenho que fazer algo primeiro. — Vai conseguir sua vingança, verdade? — Sim. — Para você é importante? — Não posso seguir sem ela. — O que Demestriu te fez tem que ser horrível. Um músculo pulsou em sua bochecha. — Eu não vou dizer, assim não poderão descobrir o jogo. — Sempre quer que eu te diga meus segredos, mas você não compartilha o que afeta a ambos. — Eu nunca compartilharei este. Passando por seu lado, ela abraçou suas pernas e as apertou contra seu seio. — Quer sua vingança mais do que quer a mim. — Eu não te darei o que necessita, até que não ponha tudo em seu lugar. — As pessoas que vão a Demestriu, não voltam.
— Eu fui — disse com suficiência e com considerável arrogância. Ele poderia ter sorte duas vezes? Poderia não retornar. —Assim planeja me abandonar aqui quando vai repartir seu justo castigo? — Sim, e confiaria sua segurança tão só a meu irmão Garreth. — Deixando à pequena senhora guardada? — riu, mas isto foi mais um som amargo — Às vezes estou desorientada por tão fechado é. — Ele franziu o cenho, obviamente não a entendia — Inclusive se pudesse me convencer de não levantar meus calcanhares daqui, este plano tem um defeito. O aquelarre está ocupado com suas próprias dificuldades, mas há pouco tempo antes que elas venham por mim. Ou pior. — O que quer dizer, ou pior? — Elas encontrarão o caminho para te machucar. Encontraram uma fraqueza e a fustigam como um chicote. Não se deterão. Não há um grupo de Lykae que vive na seguinte paróquia? Minha tia, a que amo como a ninguém no mundo, poderia atacá-los com uma maldade que te assombraria. — Sabe que é o que mais me incomoda do que disse? Eu deveria ser o que mais ama neste mundo. Eu — disse apertando os dentes. Ela ofegou pelas palavras, a surpresa que sentiu cintilou por ela até os dedos de seus pés. — E o outro, se alguém em meu clã é bastante fraco para ser capturado ou morto pelas pequenas mulheres... De fantasia, então merecem ser eliminados da manada. Aquela declaração a fez dar uma aterrissagem forçosa para trás na conversa.  — Elas são pequenas e fantásticas em seu aspecto. Também matam vampiros com regularidade. Minha tia Kaderin destruiu a mais de quatrocentos. — Uma tia que conta contos — disse com os lábios crispados. — Há provas. — Assinaram eles um papel diretamente, antes que ela lhes separasse suas cabeças? Ela suspirou, e quando não respondeu, ele se inclinou para frente e apertou um pé.  — Quando Kaderin mata, arranca a pressão uma presa, para ser trespassado com outros. A linha percorre toda a longitude de seu quarto. — Tudo o que diz a faz querida. Recorda, verei cada um deles morto. — Como pode dizer isso quando sou um deles? Ou em parte. Independentemente do que queira chamá-lo! Um deles é meu pai. — Ele abriu sua boca para dizer algo, mas ela disse — Não pode só apagá-lo. Não sei quem é... Ou era. Por isso estava em Paris procurando informação. — Sobre sua mãe? — Sei mais sobre o que ela fazia faz mil anos, que quando estava grávida de mim. Sabemos que viveu em Paris durante um tempo com meu pai. Só o fato de que insisti em viajar deveria lhe dizer tão importante é para mim. — Então te ajudarei. Quando voltar e depois de que veja sua família, solucionaremos isto. Ele estava tão seguro de que seria assim. Eram as palavras de um rei. — Qual era o nome de sua mãe? Sei os nomes de algumas de Valquírias. Inclusive sei algumas lendas que se contam ao redor do fogo. Ela era outra bruxa sanguinária como Furie? Tem um nome rasteiro como Myst a Cobiçada ou Daniela a Donzela de Gelo? talvez, a Decapitadora? A Castradora? Ela suspirou, cansada disto. — Seu nome era Helen. Só Helen. — Nunca ouvi dela. — Ele se tranqüilizou, depois disse — E seu sobrenome? Troy? Ao menos suas tias têm senso de humor. Seu olhar fixo vacilou sobre sua face. — OH, não. Não posso acreditar. Helen de Tróia era uma humana no melhor dos casos. Muito provavelmente um mito, um personagem de um jogo. Ela sacudiu sua cabeça.  — Não! Ela era Helen de Tróia por via do país de Lydia. Ela não é mais um mito que minha tia Atalanta na Nova Zelândia ou minha tia Mina, da lenda Drácula, em Seattle. Elas chegaram primeiro. As histórias estranhas chegaram depois. — Mas... Helen? Ao menos isto explica seus olhares — ele resmungou claramente impressionado, depois franziu o cenho — Por que infernos se interessaria por um vampiro? Ela estremeceu. — Escutou seu desgosto. Interessar-se diante meu pai, quererá dizer. — Ela acariciou sua testa com os dedos — E se ele fosse Demestriu? Faz-te precavido disso?  — Demestriu? Sei que não é o caso. Ajudarei-te a encontrar seu pai. Farei-lhe responder suas perguntas. Juro. Mas não é dele. — Como pode estar tão seguro? — Você é suave, formosa e cordada. Sua descendência seria como ele. — Seus olhos ficaram azuis — Parasitas malévolos, asquerosos que pertencem ao inferno. Uma frieza subiu sigilosamente por sua espinha dorsal. Odiar assim tão profundamente... Teria que transbordar  alguns vampiros. — Brinca sobre nós mesmos, Lachlain. O nosso nunca funcionará — disse, em um tom, que até ela reconheceu como uma completa derrota. Suas sobrancelhas se uniram por suas palavras, como se assombrasse de que ela sentisse aquilo. Mas como poderia ser? — Sim, isto. Temos provas que superar, mas serão superadas. Quando disse assim, ela não podia sentir nem o mais mínimo gesto de dúvida, quase acreditou que seres tão díspares como eles, poderiam estar juntos. Quase. Aventurou uma expressão de tranqüilidade para ele, mas não pensou que o pudessem levar a cabo. Ele pigarreou repentinamente. — Cristo, garota, não vai discutir comigo quando esperei muito para te encontrar — Alcançou-a, segurando sua face com ambas as mãos — Não falemos mais. Tenho algo que quero te mostrar. Levantou-a da cama, pondo-a de pé, depois começou a conduzi-la para a porta do quarto embora estivesse nua. — Preciso pôr uma camisola! — Não há ninguém. — Lachlain! Não sairei deste lugar nua. Está bem?
Seus lábios se curvaram como se encontrasse sua modéstia graciosa. — Então vá pôr a seda que logo rasgarei. Não tenho nenhum respeito por sua roupa. Ela franziu o cenho, avançando até seu roupeiro, escolheu um vestido. Quando se voltou, viu que ele pôs um par de jeans. Pensava que tinha começado a tratar de fazer que se sentisse mais cômoda. É obvio, ainda freqüentemente insistia que ela... Relaxasse. Conduziu-a para baixo, passando por diante da galeria, até que se aproximaram do que tinha que ser o final do castelo. Ali cobriu seus olhos com as mãos, conduzindo-a a um quarto que se sentia úmido e cheirava decadente e exuberante. Quando retirou suas mãos, ela ofegou. Tinha-a levado a um antigo solarium, mas a luz que capturava era a da lua, iluminado tudo o que crescia dentro. — Flores. Flores florescendo — respirou, olhando fixamente com incredulidade — Um jardim na noite. Emma deu a volta, seus lábios tremiam. — Para mim? — Sempre para você. Todas as coisas para você — Ele tossiu em seu punho — Todo seu. — Como sabia? — Ela correu, lançando-se de um salto em seus braços. Quando o abraçou fortemente, realmente conseguia ser uma pequena garota forte, sussurrou obrigado em seu ouvido, com uns poucos beijos de brincadeira, aliviando o desespero vazio, selvagem que ainda se travava a ele. Estava tão atordoado, que não se dava conta que ela estava convencida que terminariam. Depois da noite passada e hoje, tinha esperado que sua relação estivesse cimentada. Por sua parte, estava perdido por ela. Ainda se atreveria a prever um futuro sem ele? Quando ela se soltou, a contra gosto a liberou. Ele simplesmente tinha que usar cada meio ao seu dispor para convencê-la. Quando revoou daqui para lá entre os novelos, suavemente passando as pontas dos dedos debaixo das folhas, ele quis convencer de seu direito ao mesmo cuidado. Quando ela aproximou uma flor de seus lábios e a passou sobre eles, fechando seus olhos de felicidade, seu estômago se apertou de desejo. Obrigou-se a permanecer atrás de uma cadeira larga, mas parecia um olheiro quando a observava. Ela cruzou a uma plataforma de mármore junto a uma das paredes de vidro e ficou nas pontas dos pés para alcançar os novelos pendentes que se encontravam trespassadas em cima. Seu vestido curto se elevava com cada um de seus movimentos, deixando vislumbrar as brancas coxas até que ele não pôde mais. Caminhou com passo majestoso até colocar-se atrás dela para apertar seus quadris, e ela parou. — Quer fazer amor outra vez, não é? — perguntou, com voz entrecortada. Em resposta, levantou-a da plataforma, arrancou seu vestido, depois pressionou seu corpo nu contra as flores.
 
— Assim agora sou uh, igual a uma rainha. — Saudações Rainha Emma! — Aclamou Nïx — É sua coroação a razão pela que não pôde falar nos últimos dias? — Ou talvez desligaram repetidamente nas últimas vezes que tentei te chamar? — Não mencionou que fazia dois dias tinha chamado e descoberto que Nïx não estava lúcida.  — Além disso, estou falando sério — acrescentou Emma, sacudindo a garrafa de esmalte‖para‖as‖unhas.‖A‖cor‖era‖vermelha‖e‖dizia‖“Eu‖não‖sou‖Realmente‖uma‖Garçonete” — Eu também. E quem é sua gente? Espero que não sejam outras VampirosValquírias, ou não terá a ninguém que te renda tributo. Ou são os Lykae? — Sim, sou a rainha dos Lykae. — Saltou sobre a cama e meteu o algodão entre os dedos — Não vai felicitar-me por cumprir meu destino? — Hummm... Como se sente por isso? Agitada por uma inesperada frustração, Emma pintou acidentalmente uma raia no dedo. Franziu o cenho, sentindo-se como se devesse ter completo algo. Tal como fosse, seu destino era uma raridade. Uma raridade que a tinha feito a rainha de alguém grandioso.  — Sou uma rainha consorte. Teria que ser feliz, não é?  — Estraguem — disse Nïx evasivamente.  — Annika está ai?  — Não. Está fora trabalhando em, er... Preparando um projeto.  — Como o está tomando?  — Por sorte, está até as orelhas de trabalho. De outro modo estaria mais afundada desde que "um cão tem a sua Emma". Emma se sobressaltou.  — Não lhe disse que estou aqui voluntariamente? — Justamente. Ela acreditará isso sobre as outras opções. A. Que nos está enganando. B. Que ele te aterrorizou e submeteu.  Emma suspirou, então disse:  —O que está acontecendo no aquelarre? — Esperava que Nïx pudesse falar um momento. Desde que Lachlain tinha que desempenhar seu papel como rei nas disputas pelos terrenos, os castigos por má conduta, as inovadoras melhoras para a região, Emma tinha tempo, inclusive pelo dia. Tinham descoberto que, igual a Lachlain, agora só necessitava quatro ou cinco horas de sonho em um período de vinte e quatro horas. Embora as noites fossem para eles, a cada por do sol, enviavam a todo mundo longe, de modo que eles pudessem correr pelo Kinevane, literalmente, os dias podiam chegar a aborrecer. Ele estava preocupado por isso e tinha perguntado se poderia contentar-se "comprando bens por computador". Ela tinha pestanejado diante‖ele‖e‖lhe‖tinha‖respondido:‖“Tentarei‖por‖você”. — Está muito longe, Em — disse Nïx — Nunca conseguirá me adular com isso.  — Vamos, me dê o gosto.
Nïx suspirou e Emma a ouviu sacudir seu próprio esmalte. As Valquírias adoravam pintar as unhas, desde que era a única maneira em que podiam trocar sua quase permanentemente aparência.  Sacudir o esmalte queria dizer que Nïx se dispunha para um comprido discurso. Essa tarde Lachlain estava tomando uma pausa da reunião com o Lykae e as criaturas do Lore que pareciam rodear Kinevane e a aldeia a montões, mas só para ler numerosos abstratos no computador. Ele aborrecia o computador e suas grandes mãos, as quais eram tão hábeis com ela eram torpes no teclado. Este era seu terceiro intento. — Muito bem. Como a seguir se indica... — disse Nïx como se não quisesse, mas Emma sabia como gostava de fofocar. — Myst e Daniela nunca voltaram de sua caça do vampiro. Myst poderia estar fora rondando, por isso sabemos. Agora, o da Daniela é mais misterioso. Ela passeando um momento? Estranho... OH! Falando de passeios, Kaderin está se preparando para o Talisman Hie. O Talismã do Hie era o equivalente imortal da Grande Provocação, com o ganhador recebendo o poder para sua facção do Lore. Kaderin a Insensível sempre ganhava.  — Suponho que é absurdo perguntar se está emocionada — disse Emma. Fazia séculos, Kaderin teve piedade com a vida de um jovem vampiro e perdeu suas duas irmãs por isso. Tinha desejado ser insensível, para não permitir jamais que a emoção dominasse seu julgamento, e algum poder tinha outorgado inesperadamente seu desejo, com o que a tinha benzido, ou amaldiçoado, para sempre. — Nenhum sintoma de excitação. Mas a encontrei na janela, à frente e a palma pressionadas contra esta, olhando a noite. Como se tivesse sentimentos. Como se desejasse.  — Eu acostumava fazer isso — murmurou Emma. Ela tinha desejado repetidamente, ansiado algo desconhecido. Sempre tinha sido assim para  Lachlain?  — Mas já não. Suponho que as coisas vão bem com seu Lykae? — Nïx, acredito que... Gosto. Quando não estava cumprindo com suas obrigações de rei olhava a televisão com ele como cabeceira, ela estendida entre suas pernas, com as costas em seu peito. Viam o futebol, o qual ele adorava. Ela olhava o balão, todos o faziam, mas ele realmente, realmente observava o balão de maneira parecida como lhe olhava as pernas quando as cruzava. Ele desfrutava dos filmes de aventuras, mas especialmente gostava as de ficção científica, porque, como dizia:  —Tudo nesses filmes poderia explicar se alguém soubesse um pouco do que sei eu. Assim que tinha feito ver cada filme de Alien. A maioria das cenas Gore estavam acompanhadas por seu diálogo:  —Acho, isso não... Isso não está bem... Sangrento inferno, isso não pode ser verdade. — É um pouco teimoso e agressivo, mas eu posso arrumar com isso. Embora não descida o levar para jantar a casa muito logo.  — Preparado. Ali estão todos os intentos em sua vida. Além disso, nós não comemos. 
Emma rodeou a cama para caminhar sobre seus calcanhares para não arruinar o esmalte.  — Por que não terá mandado Annika uma partida de recuperação? — Não se sinta menosprezada, estou segura que o fará logo, mas neste momento está concentrada em encontrar  Myst. Acredita que se Ivo estava procurando uma Valquíria, essa teria que ser Myst. Recorda, ela estava em seu calabouço faz só cinco anos? E teve esse incidente com o general rebelde.  Como poderia esquecê-lo alguma vez Emma.  A própria Myst tinha crédula a Emma que puderam tê-la apanhado quando fumou crack com o espectro do Bundy.  — Vê — disse Nïx — outra Valquíria a que gosta da fruta proibida tanto como a você. — Sim, mas Myst se freou a si mesma — disse Emma, a diferença de minha mãe, pensou — Se antecipou a isto. Nïx riu pelo baixo. — Só porque durma com o Lykae não quer dizer que não possa deixá-lo nunca. Emma ruborizou e tentou dizer ligeiramente. — Sim, sim, o deixaria. —Assim. Paquerou com ele? — Se cale. — Correria para seus braços? — perguntou Nïx.  Suas tias acreditavam que uma Valquíria sempre conhecia o verdadeiro amor quando lhe abria seus braços e ela se dava conta de que sempre correria para eles. Emma tinha tido isso por uma estranha lenda, mas suas tias o juravam. — Só estivemos juntos duas semanas. — A única coisa da qual tinha certeza era que a fazia feliz. Por causa de Lachlain, agora podia dizer com segurança que o passava bem, adicionando que conseguia muitos presentes de vendedoras automáticas e cravava borbulhas na enorme banheira com capacidade suficiente para os dois, despia-se ante seu fascinante olhar, beber diretamente do grifo e ver as flores florescendo ao anoitecer. OH, e presentes diários de jóias incalculáveis. — Desfruta-o? — É um doce acerto, admito. Mas as donzelas ainda aparecem cada dia com enormes crucifixos, movem-se nervosamente, e seus olhos estão vermelhos de tanto chorar pelo cúmulo de cumprir seu dever diante de um vampiro — Ontem, não tinha podido evitar levantar as mãos em punhos sobre da cabeça e perseguir uma delas ao redor do quarto gemendo:‖“Quero‖te‖chupar‖o‖sangue”. — Se essa for sua única queixa... Ou são os sonhos com suas lembranças um problema? Suponho que eles lhe falaram das lembranças de Lachlain. — Sim, posso ver as coisas com seus olhos, cheirar a essência que ele cheira. — Só que pensar nessas lembranças a punha de mau humor — Em um sonho, ele comprava este colar de ouro magnífico, e quando o recolhi, eu senti o metal quente nas mãos. Sei, sei, é uma loucura. — São todas velhas lembranças? Ou experimentou que ele se recorde?
— Todos eles parecem estar em um pouco conectados comigo, e sim, ouvi-lhe pensando para si mesmo em mim. — Coisas boas, espero. — Muito boas. Ele... Ele pensa que eu sou formosa. Justamente no sonho de hoje tinha vindo a lembrança dele observando-a na ducha uma noite, seus olhos pegos ao laço de sua tanga Strumpet & Pinkque que pendurava oscilando desde sua cintura. De atrás para frente. Agora sabia que gostava do lingerie sofisticada, que só ele sabia que levava debaixo suas roupas. O laço oscilando de um lado a outro. Ele grunhiu em voz baixa para que não a ouvisse. Ela tem um rabo sobre o que um homem deveria escrever sonetos...  Os dedos dos pés ainda se curvavam ao pensar nisso. — Quão bem-vindo deve ser para alguém tão irracionalmente inseguro como você. Era. — Só há um inconveniente. — O ver no passado com outra mulher? — Bingo. Acredito que se o visse fraquejaria. Temo chegar a vê-lo. — Conhecer seus pensamentos e seu prazer quando acariciava a outra? — Sabe, nunca vi o que realmente não queria ver. — Como a morte de uma Valquíria. — Nïx nunca tinha sido capaz de fazê-lo. Ela podia predizer muito sobre suas mudanças, freqüentemente podia ver as próximas feridas das Valquírias, mas nunca ao ponto da morte. Para Cara era um grande desespero, Nïx não podia ver o destino do Furie. —Sim. Provavelmente nunca verá essas coisas porque sua mente sabe que possivelmente não te recupere disso.  — Isso espero. Por que acha que acontece isto? — Por que será? — Eu, uh, bom, a coisa é que... Bebi diretamente dele — confessou finalmente — Temo que isto esteja relacionado com isso. — Emma, tinha ouvido que todos os vampiros podem captar lembranças do sangue, mas só alguns podem interpretá-los e vê-los. Parece que encontrou um novo talento. — Fantástico. Por que não serei boa fazendo origami sob a água ou algo assim? — O que disse a Lachlain? —Ainda não disse nada. Mas o farei — disse Emma apressadamente — Não é como se não o dissesse, verdade?  — Verdade. Agora, o que é muito, muito mais importante... Conseguiu o colar de ouro que o viu comprar?
 
— Acha que sua rainha estranha a seu aquelarre — comentou Harmann quando Emma tinha estado no Kinevane por duas semanas. — Sim, penso o mesmo — disse Lachlain, dando uma olhada aos papéis pulverizados sobre tudo o escritório. A ausência de sua família era uma mancha em sua felicidade, mas uma que logo retificaria. Como ao seu marcado temor de encontrar-se com outros Lykae. Havia-lhe dito que estava disparando a um de três com um Lykae, e que não deixaria pistas. Chegassem a só três dias — Mas o que te faz dizer isso? — Emma arrastou a uma faxineira a seu salão para jogar jogos no vídeo. Depois pintaram as unhas dos dedos do pé a uma à outra. De cor azul. Ele se inclinou para trás.  — Como reagiu a moça? — Assustada a princípio, mas sentindo-se cômoda pouco depois. Todos estão. De fato os conquistou. — Com um sorriso orgulhoso, confiou-lhe — Me chama Manny. Lachlain sorriu abertamente. — Nem sequer me pediu opinião. — Harmann franziu o cenho e resmungou — Eles sempre me pedem opinião. —Tem tudo o que necessita? — perguntou, embora soubesse que sua comodidade aumentava. Quando estava feliz, cantava distraída. Freqüentemente, ouvia sua melodiosa voz‖do‖“lunarium”,‖quando‖o‖chamava,‖enquanto‖cuidava‖seu‖jardim.‖Quase‖apostaria que gostava mais dos jasmins do que das jóias. — OH, sim. É, uh, bastante talentosa, eficiente, e, atreveria-me a dizer, uma agressiva compradora. Lachlain mesmo tinha notado suas compras e suspeitava que se erguesse um pouco mais alto agora que ela estava enchendo seu lar com as coisas que gostava ou necessitava, fazendo-a própria. Encontrava uma profunda satisfação ver que esta tomava forma. Pretendia acaso saber por que necessitava centenas de garrafas de esmalte para unhas? Não, mas gostava que quando beijava seus diminutos dedos do pé, nunca soubesse de que cor os encontraria. Por sua parte, Lachlain estava sarando, sentindo-se cada dia mais forte. A perna era quase normal e seu poder estava retornando. Seu próprio sentido de satisfação, inclusive à luz de tudo o que tinha passado, era terrivelmente forte. E tudo era devido a ela.  A única mancha em sua felicidade era o fato de que a abandonaria logo, o qual era insuportável por si mesmo, mas agora ela tinha começado a insistir em ir com ele. Havialhe dito que iria e lutaria ao seu lado, e não permitiria que sua considerável idiotice o estragasse, ou ela voltaria para seu aquelarre.  Ela rejeitava permanecer atrás, no Kinevane. Sabia que poderia falar de seu ultimato. Certamente, poderia convencê-la para que visse as coisas logicamente. Ainda assim cada dia enquanto se fazia mais forte, ele se sentia um pouco menos seguro. Se ela permanecia resolvida nisto, suas opções eram abandonar sua vingança ou perdê-la por seu aquelarre. As duas coisas eram insustentáveis em sua mente. 
Harmann e ele terminaram de falar de alguns outros detalhes de negócios, e pouco depois que Harmann se fosse longe outra vez, Bowen golpeou a porta. — Você sabe onde está o uísque — disse Lachlain. Bowen pelo visto vinha da cozinha e lambia seu polegar com algo doce em seu caminho à barra. Quando encheu um copo para seu anfitrião, Lachlain energicamente sacudiu sua cabeça. Bowen encolheu ao ombros e levantou o seu.  —Pelas criaturas que são outras. —Fazem a vida realmente interessante. — Lachlain se deu conta que Bowen quase não mostrava dor de forma evidente — Se sente aliviado? —Sim. Descobri atendendo sua novela escada abaixo, e quando vi que a tinha reclamado, alegrei-me por ti. — depois de um gole, Bowen observou — Marcou um pouquinho... Forte, não? Lachlain franziu o cenho. — Por certo, que é isso de “heroin chique”24? Disse-me que deveria ser consciente de que isso se usou o ano passado — Quando Lachlain encolheu os ombros perplexo, Bowen ficou sério. — Os maiores querem saber o que te aconteceu. Estiveram me chateando. — Sim, entendo. Quando vierem, direi tudo. Preciso fazê-lo e assim podemos começar isto. — Acha que é sábio abandoná-la tão cedo? — Não, você também — respondeu bruscamente. — Só quero fazer notar que deixá-la atrás é um risco que eu mesmo não tomaria. E eles não encontraram Garreth ainda.  Lachlain deslizou uma mão sobre sua face. — Quero que vá a Nova Orleans. Averiguar que diabo está acontecendo. — Tenho que comprovar meu horário. — Depois de ver o olhar de Lachlain, disse-lhe — Bem. Sairei de manhã. Agora, você gostaria de ver o último em inteligência vampírica? — Lançou-lhe um arquivo sobre o escritório — Cortesia do Uilleam e Munro, que têm vontade de te ver logo. Uilleam e Munro eram irmãos e dois dos amigos mais velhos de Lachlain. Ele tinha estado contente de ouvir que estava bem, embora nenhum dos dois tivesse encontrado sua companheira ainda. Provavelmente uma coisa boa para o Munro, já que um vidente do clã havia predito uma vez que ele teria uma bruxa para si. Lachlain revisou o arquivo, assombrado pelos desenvolvimentos dentro da Horda nos últimos cento e cinqüenta anos.  Kristoff, um vampiro líder rebelde, tinha tomado o castelo de Mount Oblak, uma das cinco fortalezas da Horda. Lachlain tinha ouvido rumores sobre o Kristoff, tinha ouvido que era o sobrinho de Demestriu e agora membros do clã tinham destampado a história inteira. Kristoff era o legítimo rei da Horda. Poucos dias depois de ter nascido, Demestriu tinha tentado matá-lo. Kristoff tinha sido tirado de contrabando fora da Helvita, depois
24 Termo que caracteriza uma maquiagem de modelos que mostra debaixo dos olhos círculos superficiais escuros e traços finos.
tinha sido criado por guardas humanos. Tinha vivido entre eles durante centenas de anos antes que aprendesse quem era realmente. Sua primeira rebelião tinha sido faz setenta anos e tinha terminado em fracasso. — Então a lenda dos Forbearers é verdadeira? — perguntou Lachlain. Eles não eram simplesmente abstêmios. Os Forbearers eram o exército de Kristoff, um exército que ele tinha forjando em segredo da antigüidade. — Sim, ele os criou a partir de humanos, espreitando campos de batalha pelos guerreiros mais valentes que caíam, às vezes convertendo famílias inteiras de notáveis irmãos. Pensa nisso, é um humano fazendo na escuridão quase morto, eu consideraria isso um mau dia, e depois um vampiro aparece, prometendo imortalidade. Quantos deles pensa realmente que escutam as condições de sua promessa escura de vida eterna por lealdade eterna? — O que há em sua agenda? — Ninguém no Lore sabe. — Assim que nós não podemos predizer se Kristoff será pior que Demestriu. — É possível ser pior que Demestriu? Lachlain se inclinou para trás, pensando nas possibilidades. Se este Kristoff tinha tomado Oblak, então ele quereria o assento real da Helvita também. Era possível que Kristoff pudesse matar Demestriu por eles. Mas ainda havia outro giro. Oblak tinha sido a defesa de Ivo o Cruel, o segundo em comando da Horda. Durante séculos, ele tinha tido seu olhar na Helvita e na coroa, e aparentemente tinha sobrevivido a tira de seu castelo. Ele tinha estado observando a Helvita enquanto tinha sua própria posse; e agora privado dela, ansiava Helvita. Faria algo para obtê-la, inclusive sabendo que a Horda alguma vez reconheceria a um líder sem sangue real? Três poderes imprevisíveis, três possibilidades. Lachlain sabia que os vampiros de Ivo estavam espreitando às Valquírias pelo mundo todo, obviamente procurando uma entre elas, mas estava Ivo seguindo as ordens de Demestriu ou agia sozinho? Tomaria Kristoff a ofensiva e procuraria o objetivo que era claramente tão importante para a Horda? Embora houvesse especulação, ninguém podia dizer com certeza quem era esta pessoa. Lachlain temia saber. Uma ou mais destas facções estavam procurando a última vampira fêmea. 
 
Essa noite Emma jazia em seus braços quando dormiu. Sustentava-a como força, como se sonhasse que o estava deixando. Quando, de fato, ele ia abandoná-la. Inquieta, ela deslizou uma presa ao longo de seu peito e deu uma volta para acomodar-se. Ele gemeu suavemente. Depois de beijar o sinal que acabava de desenhar, ela foi à deriva em um sonho irregular infestado de sonhos. Em um, ela via o escritório de Lachlain de seus olhos. Harmann estava de pé na porta com uma expressão pensativa, uma porta de peles na mão. A voz do Lachlain soou em sua cabeça como se ela estivesse aí.  — Não há nenhuma possibilidade disso, Harmann. Não vamos ter bebês — disse ele.
O diligente Harmann tinha querido fazer os preparativos para a chegada das crianças, já que havia dito:  — Se tiver pequenos vampirinhos, necessitarão acertos especiais. Não podemos começar a nos preparar o suficientemente logo — Ele parecia ansioso, como se estivessem já atrás. Lachlain acreditava que ele e Emma teriam meninos incríveis — garotas brilhantes com sua beleza e esbanjamento e meninos ardilosos com seu temperamento. Ele pôde sentir um sussurro de pena, mas então imaginou dormindo acima de sua cama. Como suspiraria feliz quando se unisse e como poderia persuadi-la para que tomasse sangue de seu pescoço em seu sonho. Alguma vez ela saberia o que estava fazendo? Ela ouviu seus pensamentos: Para que fosse mais forte. Quando a olhava dormir, freqüentemente pensava: Meu coração jaz vulnerável fora de meu peito. Emma estremeceu com vergonha. Sua fraqueza o fazia preocupar-se com ela constantemente, preocupar-se tanto que o fazia adoecer-se em ocasiões. Ele era tão forte, e ela uma responsabilidade. Não havia dito que a amava, mas seu coração doía, ela o sentia, com seu amor, por sua Emmaline...  Filhos? Ele renunciaria a tudo por ela. Poderia renunciar a sua vingança? Se o fizesse, converteria-se em uma casca de si mesmo. O sonho mudou. Lachlain estava no escuro, asqueroso lugar que cheirava a fumaça e enxofre; seu corpo era um nó de agonia que ela sentia. Ele tentou não afastar a vista dos dois vampiros, com seus olhos vermelhos e acesos perante ele, mas mal podia ver com seus próprios olhos machucados. O vampiro com a cabeça raspada era Ivo, o Cruel. O loiro, alto que ela reconhecia pelo ódio de Lachlain era... Demestriu. O corpo da Emma se esticou diante sua visão. Por que parecia familiar a ela? Por que olhava fixamente nos olhos de Lachlain como se ele pudesse... vê-la? Então chegou o fogo.
 
Emma levantou a face para o calor da lua nascente que se filtrava através das árvores. Lachlain e ela sentaram frente ao pequeno fogo que ele tinha acendido para esquentá-la. A brisa, que sussurrava através do grande bosque de Kinevae, era fria. Ela sabia que outros desfrutariam de tão romântica situação — duas pessoas a sós em uma fogueira que crepitava nas Terras Altas — mas ela estava na borda e Lachlain claramente o estava também. Seu olhar se fixava nela a cada momento, buscando alguma pista do que sonhou que a tivesse esgotado de maneira indireta. 
Perto do amanhecer, ela se levantou do leito com ardentes lágrimas caindo por seu rosto e o castelo inteiro tremeu sob um violento ataque de relâmpagos. Com o rosto em pânico, Lachlain a tinha segurado pelos braços, sacudindo-a e gritando seu nome. Incluso não recordava o sonho. Nïx havia dito não podia recordar o que não podia suportar. Assim o que tivesse sido era tão mau que Emma quase tinha derrubado o castelo com relâmpagos. Por essa razão o apagou de sua memória? Toda a noite, ela não tinha sido capaz de sacudir do subjacente sentimento de terror. Simplesmente tão pesada era esta nova carga que se sentia a ponto de cair? — No que pensa quando põe uma expressão tão séria? — pergunto ele. — O futuro. — Por que não relaxa e desfruta do presente?  — Logo que deixe ir o passado — contradisse ela.  Ele exalou cansadamente e se reclinou contra a árvore.  — Sabe que não posso fazer isso. Não poderíamos falar de outra coisa? — Sei que não quer falar da... Tortura. Mas... Como fez Demétrius para conseguir te capturar, em primeiro lugar? — Demétrius encarou o meu pai no último Lore e o matou. Meu irmão mais jovem, Heath, não pôde controlar a raiva que o embargou. Obcecou-se com o fato de que Demétrius tomou a vida de nosso pai, e depois roubaram seu anel, o qual tinha sido herdado desde que foi roubado. Heath nos disse que preferia morrer que se sentir assim. Dispôs-se ir pela cabeça de Demétrius e daquele condenado anel, sem se importar se o seguíamos ou o ajudássemos.  — Não tinha medo? De enfrentá-lo sozinho?  — Emma acredito que em momentos de adversidade há uma linha que algumas vezes se desenha, uma linha que separa sua velha vida da nova. Se cruzamentos a linha, nunca será igual. O ódio de Heath o fez cruzar a linha e nunca pôde voltar atrás. Ele selou seu destino para dois resultados: matar Demétrius ou morrer tentando.  Sua voz foi baixando. — Busquei-o por toda parte, mas Helvita está escondido misticamente como esta Kinevane. Usei tudo o que alguma vez tinha aprendido sobre rastreamento e acredito que estive perto. Aí foi quando me emboscaram — seus olhos eram distantes — Como um ninho de víboras se levantou e atacou então me riscaram com eles. Assim não pude me vingar, eram muitos — Ele percorreu seu rosto com a mão — Mais tarde me dei conta que não tinham conservado Heath com vida.  — OH Lachlain, sinto tanto. — Ela se ajoelhou timidamente entre suas pernas estendidas.  — É o caminho da guerra, temo — disse ele colocando o cabelo atrás da orelha — Tinha perdido dois irmãos antes de Heath. Quanto dor tinha suportado a maioria das mãos do Demétrius.  — Nunca perdi ninguém que conhecesse. Exceto Furie, mas não posso acreditar que ela esteja morta.  Ele olhava fixamente atrás dela, a um ponto no fogo.  — O que aconteceu Lachlain?
— Ela o teria desejado também — disse finalmente, mas antes que ela pudesse falar perguntou — É Furie uma das que queimaram sua mão? Ela ofegou afastando o olhar quando a embalou.  — Como sabia que alguém a queimou?  Ele passou as pontas de seus dedos sobre o dorso de sua mão.  — Isso parece explicar o patrão de cicatrizes. — Quando tinha três anos, quase me expus ao sol — Emma não tinha aprendido sua lição tão bem como pensava. Cada dia, em segredo, dirigia-se a um raio de luz e expor sua pele. Planejava reservar logo um cruzeiro ao St. Tropez? Não, mas cada vez era capaz de suportar a luz do sol por mais tempo. Talvez em uns cem anos pudesse caminhar no crepúsculo com ele — Furie ordenou que o fizessem.  A cara dele se voltou dura.  — Não encontraram outra forma de te ensinar? O dia em que um menino seja ferido assim neste clã poderia ser o dia do julgamento final. Emma  ruborizou envergonhada.  — Lachlain, as Valquírias são diferentes, a violência não as afeta como os outros e acreditam que são diferentes. O poder e a luta são o que reverenciam... — Não mencionou as compras, porque acreditou que poderia ser uma negação do ponto que estava tentando provar.  — Então por que é uma garota tão gentil? Ela mordeu o lábio, perguntando por que deixava continuar pensando que ainda fosse. Nunca mais. Esta noite lhe diria sobre seus sonhos, e sua nova decisão...  — Lachlain vai à sua busca sem mim, então saberá que vou continuar a minha.  Ele passou as mãos sobre a cara.  — Pensei que desejava ir com seu aquelarre. — Compreendi que não tenho que pensar em minha vida nem nos termos das Valquírias nem nos seus, comecei algo e quero vê-lo terminado. — Nunca Emma. — Seus olhos flamejaram azuis — Não há maneira de que volte para Paris, para encontrar um vampiro, quando for. Ela elevou as sobrancelhas.  — Parece que você não estará aqui para dizer nada.  Segurou-a pelo braço e a atraiu para ele.  — Não, não permitirei, assim farei o que outros homens fizeram com suas mulheres em tempos passados, antes de ir te prenderei até que volte para você. Seus lábios se abriram. Era... Sério? A cápsula de tempo era mortalmente séria. Duas semanas antes, ela teria podido ter desculpas para seu comportamento. Teria se convencido de que ele tinha passado por muito e merecia um pouco de espaço.  Agora lançou o olhar que suas palavras mereciam, retorcendo-se de seus braços para separasse, então se afastou. 
 
Lachlain parou longo tempo depois que Emma se foi debatendo-se sobre se deveria ir atrás dela. Algumas vezes sentia como se a aturdisse, inclusive a afligisse, e decidiu deixála só por agora.
Isso o deixava sozinho o fogo e ele. Apesar de estar melhorando, incluso não era fácil quando estava perto de um. Ela nunca devia saber disso. E por isso nunca permitiria que Desmestrius seguisse com vida. Soou um grunhido baixo. Ele ficou em pé com todos os músculos tensos. O estranho som se escutou outra vez como se estivesse a milhas de distância.  Deteve-se com a cabeça inclinada, tentando rastreá-lo. Então... Compreendeu. Como um tiro, precipitou-se para o atalho, observando-a adiante.  — Lachlain — gritou ela quando a tomou em seus braços antes de correr para o Castelo. Arrastava-a para seu quarto.  — Fique aqui! — Cruzou o quarto recuperando sua espada — Não saia daqui, por nenhum motivo! Prometa-me isso —Maldição, Emma, fique aqui — Como ela não protestava, ele gritou — se houvesse ocorrido que esta ocasião fosse correta que tenha medo? Alguém tinha penetrado nos terrenos de Kinevane. E em um instante, ouviu-se o metal destruído e gritos que assinalavam que de algum jeito alguém tinha derrubado as gigantescas portas.  Se isso acontecia...  Ele empurrou a porta na aturdida cara da Emma. Então se lançou para a porta de entrada. Aí se deteve tenso, esperando, segurando sua espada. A porta frontal do castelo de Kinevane tinha sido derrubada pela primeira vez em sua história.  Observou quem a tinha derrubado. Uma mulher loira de reluzente pele e orelhas bicudas. Fixou o olhar na porta caída e depois, de novo, nela.  — Pilates — explicou ela com um encolhimento — Me deixe adivinhar? Regin? Quando ela sorriu, outra Valquíria passou na frente dela, partindo para ele, arrastando o olhar sobre ele.  — Hubba, hubba — grunhiu ela com uma piscada — Emma capturou sozinha um lobo — seus olhos se fixaram em seu pescoço onde mais cedo Emma tinha bebido, e ela moveu a cabeça — Hummm mostra sua marca como se fosse um crédito de que a ganhou. — E você deve ser a adivinha. — Prefiro a de capacidades multi-dimencionais, obrigada — A mão  lançou e arrancou um botão de sua camisa, tão rápido que foi impreciso. Ela tinha tomado um próximo ao seu coração e por um momento sua face ficou muito fria, ela tinha um ponto, podia ter ido atrás de seu coração.  Então abriu a mão e ofegou com surpresa.  — Um botão! — Sorriu com deleite — Nunca tenho suficientes!  — Como encontraram este lugar? — Interrogou a Regin.  — Com um telefone, satélites de imagens e uma psíquica — disse ela, depois imediatamente franziu o cenho — Como encontrou você um lugar? — E a barreira?
— Esse era um sério gole para Celta — Levantou um polegar por cima de seu ombro para seu carro — Mas também empacotamos a mais poderosa bruxa que conhecemos — Uma indescritível mulher emergiu do assento de dianteiro.  — É suficiente — Assinalou para Regin — Deixarão este lugar, agora. — Elevou a espada, mas uma imprecisa sombra passou. Ele se voltou e encontrou a outra mais parada sobre o relógio do avô, que tinha aterrissado com tanta graça que suas correntes não foram perturbadas. Ela tinha um arco tenso e uma flecha pronta. Luzia. Não importava, queria que essas criaturas se fossem, elas estavam ali com um objetivo. Ele carregou a porta. Uma flecha rasgou o braço, como uma bala, rasgando tudo a seu passo, para enterrar-se a um pé no muro de pedra. Vários tendões e músculos quebrados do braço fizeram que sua mão perdesse força. A espada caiu ruidosamente no piso. O sangue brotou de sua mão. Ele girou e encontrou que ela tinha três flechas colocadas de uma vez, o arco em horizontal apontando ao pescoço, para lhe arrancar a cabeça.  Regin disse:  — Sabe o porquê estamos aqui. Assim não faça de desentendido.  Cenhos franzidos, ele seguiu o olhar dela e encontrou uma espada, afiada como navalha de barbear, colocada a polegadas entre suas pernas. Outra Valquíria... a que não podia ver devido a que a dirigia entre as sombras.  — É melhor esperar a que Kaderin Coração Frio não espirre com a espada nessa posição — disse Nïx com uma risada — Kitty-Kad, tem alergia? Espero que não, se vê algo fico nervosa. Lachlain tragou, então deu uma olhada sobre seu ombro. Os olhos desta Kaderin eram planos, sem sentimentos de pura determinação.  Lachlain sabia que eram desumanas, mas ao ver isto, sentir uma flecha atravessada no braço e uma espada colocada contra ele...  Ele nunca deixaria que Emma se aproximasse delas de novo. Justo nesse instante, Cassandra atravessou com cautela pela porta derrubada, olhando a Valquíria. Lachlain gritou:  — Por que está aqui agora?  — Escutei essas criaturas falar enquanto atravessavam o povo, meneando-se e assobiando aos homens na rua antes de dirigir-se para o castelo, vi a porta destroçada e pensei que talvez poderia necessitar um pouco de ajuda... — Ela se deteve, seus olhos se abriram ao ver a espada. Regin disse:  — Onde está ela, Lachlain? Nïx adicionou:  — Não iremos sem ela, assim a menos que deseje hóspedes permanentes do tipo destrutivo, simplesmente nos entregará isso.  — Nunca. Nunca voltarão a vê-la.  — É muito valente dizer isso quando esta perto da espada de Kaderin a Sangrenta — disse Regin com uma piscada, então suas orelhas se esticaram e sua voz se voltou repentinamente doce — Mas o que significa que não nos permitirá vê-la de novo?
— Nunca, não sei como ela é como é depois de crescer em um aquelarre tão cruel, mas não terão uma segunda oportunidade para torcê-la.  Regin relaxou visivelmente diante suas palavras, Luzia baixou e cruzou de um limiar a porta, casualmente, como se não acabasse de lhe pegar um tiro e como se não estivesse a poucos pés de um Lykae com vontade de matar e a dois segundos de trocar.  — Lachlain? — murmurou Emma da escada, ele torceu a cabeça e viu seu cenho franzido. Elas tinham desejado que repetisse sua intenção para o benefício da Emma — Tinha planejado me afastar de minha família? — Não, não até que as conheci — explicou Lachlain, como se isso o fizesse melhor.  Ela inspecionou a sala, e depois as suas tias. Que tinham feito desde que derrubaram a porta? Só podia imaginá-lo...  E que diabo fazia Cass aqui? Emma descobriu Kaderin atrás de Lachlain, com a espada no mesmo lugar. — Kaderin — murmurou ela — Annika te enviou? — Kaderin era uma assassina mortal, perita e insensível. Uma perfeita máquina de matar. A ela não enviava a missões de recuperação — Baixa a espada, Kaderin. Regin disse:  — Venha Em, e ninguém ficará ferido.  — Kad, abaixe! Regin relutante cabeceou e Kaderin retrocedeu para as sombras. Imediatamente Lachlain deu um passo para as escadas, tentando alcançar a Emma, mas lhe lançou um brilho e o sacudiu. Ele pareceu atônito.  Regin lançou a Emma uma risada culpada.  — Annika só te quer longe dele, Em. Emma desceu as escadas e apontou com um dedo para a cara de Regin.  — Assim Lachlain planejava me proibir de lhes ver e Annika planejava matar o homem com o que estou dormindo até sem perguntar se era uma boa idéia? — Essa gente a tratava como à velha Emma, com todos lutando pelo direito de controlá-la. E isso simplesmente não aconteceria nunca mais — Me perguntou que eu planejarei. — Nos diga — gritou Nïx sem fôlego.  Emma enviou um olhar a Nïx.  — Retoricamente! — Não tinha idéia do que planejava...  — Ele te busca — entoou um vampiro da entrada, com os olhos sobre ela Os lábios da Emma se abriram. As Valquírias não acreditavam em coincidências, só no destino e algumas vezes o destino não se incomodava em ser sutil.  Lachlain saltou para o vampiro enquanto os outros apareceram. Cass correu precipitadamente lutando ao lado dele. Emma o olhou tudo em câmara lenta, sentindo os olhos vermelhos do vampiro voltando para ela. Repentinamente seu traseiro se encontrou no piso, suas pernas retraídas abaixo ela.  Lachlain tinha feito uma rasteira?  — Recua Emma! — grunhiu ele enviando-a longe pelo chão ser gentil.  Enquanto olhava por cima do tumulto, viu que os vampiros mantinham seus treinados olhares sobre ela. 
Estavam ali por ela e se seu pai sabia sobre sua existência? Mandou-os para encontrála? Mas quem...? Repentinamente, sonhos-pesadelos irromperam na realidade... Junto às lembranças de Lachlain. Uma imagem de um homem de cabelo dourado cintilou em sua mente. Demétrius observando casualmente Lachlain sofrer.  Todos dizem que meus traços são os de minha mãe, mas Helen tinha cabelo negro como a cebelina e olhos escuros. O homem no sonho é loiro, com a capa da espada na direita indicando que é canhoto.  Emma era canhota. Não, não, de maneira nenhuma.  Os relâmpagos estalaram fora. Fatalista. Isso era ela estava simplesmente sendo fatalista, posto que esse fosse o pior cenário que podia haver. Seu pai não podia ter torturado Lachlain. Como um banho de ácido, as lembranças de Lachlain do fogo a alagaram, sua tortura era a dela para sempre. Sua raiva fervia nela e a sotaque subir, como ele o tinha feito para atravessar a de dor.  Ela estremeceu, não pôde sufocar um gemido. Seus pensamentos se fizeram fracos, distantes... Não podia separar a realidade dos pesadelos. De algum modo sabia que, profundamente na mente de Lachlain, absolutamente não reconhecida, estava à nova suspeita de que ela era...  Ela reconheceu o monstro quem era seu pai. Tremendo até no piso, olhou boquiaberta as suas tias lutando com tanta valentia, tão acorde com sua inata graça e ferocidade. Desmestrius tinha arrebatado a sua rainha. Sujo parasita. Os relâmpagos choveram novamente em uma lotada descarga. Todos lutando em redor enquanto ela estava congelada. Não com medo de morrer, a não ser com dor e tristeza. Dor por que desejava com tanta força uma vida com Lachlain e o amor de seu aquelarre. Tudo isto estava sendo ameaçado pelo sangue que corria, agora queimando como veneno, em suas veias. Observando a esses heróicos guerreiros lutando para protegê-la, quando não tinham idéia do que era em realidade, estava-a matando. Era indigna de todos eles.  Um vampiro se lançou ao chão. Rindo com deleite. Nïx voou sobre ele, lhe cravando os joelhos sobre suas costas e o segurando pelo cabelo para levantar a cabeça, e despir a garganta. Equilibrada para dar seu golpe mortal. O vampiro apanhou a vista da Emma, estendeu-lhe a mão. Ela se sentia suja, suas veias queimavam. Indigna. Mas posso endireitar tudo isto. Ou ao menos fazê-lo melhor. Nïx capturou seu olhar através do piso. dando uma piscada. Claridade. — Morrerei? — sussurrou Emma. — Se importa? — respondeu Nïx, suas palavras foram claras aos ouvidos de Emma como se estivessem próximas a uma da outra.  — Ele te busca — a coisa ofegou procurando-a. — Também o busco. — Emma desejava que tomasse sua mão, mas ela estava tão longe, repentinamente, encontrou-se a si mesma em frente dele.
Enjoada... Riscou-se? Pela primeira vez, como um vampiro...? Nïx lentamente elevou sua espada e Emma se lançou para frente. Escutou Lachlain inalar agudamente, sabia que a tinha descoberto.  — Emma — grunhiu lançando-se para ela. Então bramou — Maldição, Emma não!  Muito tarde, a linha tinha sido desenhada, exatamente como Heath, não desenhada, queimada em sua mente. Um relâmpago caiu particularizando a decisão de Emma. Isso era para o que tinha nascido. Ela estendeu a mão. Seus olhos se encontraram com os do vampiro. Não tem idéia do que arrastará a casa.
 
Lachlain grunhiu com fúria enquanto a coisa, o único sobrevivente, tomou Emma. Não podia compreendê-lo. Ela o tinha procurado? Segurou os ombros de Nïx.  — Por que hesitou? Te vi hesitar!  Sacudiu-a até que sua cabeça pendurou, ela sorriu e disse:  — Ei! — Onde diabo a levou? — trovejou ele. Uma das Valquírias chutou sua perna má, torcendo-a, fazendo que soltasse Nïx. Cass levantou a espada novamente.  — Você os deixou entrar — gritou a Regin — Deixou ao Kinevane desprotegida. Regin inclinou a cabeça assinalando com ela a Lachlain.  — Ele rouba uma filha de sua mãe adotiva e a afasta da proteção de sua família. — Tornando-a uma cadela — adicionou Kaderin, agachando-se para compilar as presas dos caídos como troféus. — Inferno! Eles a têm! — Golpeou a parede — Como pode estar tão tranqüila? — Não posso sentir abertamente emoções, e eles não sentem prazer no luxo de sentir pena — explicou Kaderin — A pena debilita  todo o grupo. Debilita a Emma mesma, não aumentarei o problema. Lachlain estremeceu com a raiva, queria ir e queria matá-los a todos... De repente um ruído horrível explodiu. Kaderin colocou suas presas sangrentas de um lado e procurou em seu bolso tirando um telefone. — Rã louca — vaiou, enquanto o abria no ar — Regin é uma desequilibrada. Regin encolheu de ombros enquanto Lachlain lutava com a confusão, enquanto Nïx bocejava audivelmente, balbuciava:  — Isto tem segunda parte...  — Não — disse Kaderin ao telefone — Ela se foi voluntariamente com o vampiro.  Relatava a informação como se recitasse o prova litográfica do tempo. Até sobre os crescentes gritos que Lachlain escutava do telefone. A mão de Lachlain saiu disparada e tomou o telefone afastando dela. Ao menos alguém reagia como deveria. Annika.  — O que aconteceu a ela? — gritou ela com fúria — Rogará pela morte, cão! — Por que devia ir com eles? — bramou ele em resposta — Maldição me diga como encontrá-la! Como Annika gritava pelo telefone, Kaderin fez um signo com os polegares levantados e murmurou: 
— Fique ou então enquanto ele e Cass ficavam sem fala, as quatro Valquírias retornaram para o carro e saíram do castelo como se tiveram vindo a desfrutar de uma cesta de pães. Ele correu atrás delas.  O arco disparou uma vez mais. — Dispararemos se nos segui — ordenou Nïx. — Então, me encha de flechas — gritou ele. Nïx se voltou para ele.  — Não sabemos nada que te ajude e acredito que necessitasse sua força, hum? — Às outras três, disse — Disse que não a recuperaríamos nesta viagem. E depois se foram. —Aonde pensa que a levou o vampiro? — gritou o telefone. — Não sei! Suas Valquírias os deixaram entrar em nossa casa. — Esse não é o lar da Emma. Este é seu lar! — Não, nunca mais, te juro bruxa, que quando a encontrar, nunca a deixarei aproximar-se de você de novo. — Poderia encontrá-la, não é assim? É um caçador. Então, quem será sua posse mais apreciada? Não poderia pedir algo melhor. — Ela soava agora calma e até serena. Ele podia ouvi-la mofar-se — Sim, encontrará-a e depois te direi que quando me trouxer ela segura e salva, arranharei  meu novo mascote atrás de suas orelhas em vez de esfolá-lo. — Do que está falando mulher? Sua voz era pura maldade.   — O pescoço de seu irmão está sob minha bota justo agora. Garreth pela Emma. A linha se cortou.
 
Emma se sentia como uma oferenda em um altar escuro.  O vampiro a tinha transportado por um escuro corredor até uma pesada porta de madeira. Desobstruiu a porta e a abriu, então a empurrou ao interior do quarto com tanta força que tropeçou no frio chão de pedra.  Aturdida ao ser jogada, onde tinha caído, aos pés de uma janela muito alta de pelo menos vinte metros de altura. O vidro estava tingido de obsidiana, com incrustações de ouro curvadas elegantemente em símbolos das artes escuras. O vampiro a tinha abandonado com apenas uma advertência. — Não tente escapar. Ninguém pode riscar dentro ou fora de seus aposentos exceto ele. Então fechou a porta uma vez mais. Tiritando, arrastou os olhos da janela, e se elevou tremula sobre os joelhos para examinar o quarto. Um estúdio, um quarto de trabalho, com papéis em cima do escritório, embora estivesse úmido e perfumado com o aroma de sangue velho. 
Os gritos soaram em algum lugar nas profundidades do castelo e ficou em pé de um salto, movendo-se em círculos cautelosos. Que inferno tinha feito?  Antes que a pena pudesse curvá-la, as lembranças do fogo voltaram. A cena estava tão clara como se tivesse estado ali. Os pulmões de Lachlain se encheram de fogo, e tinha reagido mais violentamente que quando a pele lhe ardeu das pernas enquanto o fogo crescia. Nunca tinha dado o prazer de ouvir rugir de dor. Não a primeira vez que morreu, ou a segunda, ou qualquer outra vez durante as seguintes décadas quando tinha sido queimado e despertado nesse fresco inferno. O ódio foi à única coisa que o manteve remotamente cordato, e se tinha obstinado a ele. Agarrou-se quando os fogos diminuíram. Agarrou-se quando se deu conta de que só a perna o mantinha longe dela, e quando se forçou a quebrar o osso, e depois quando... Permitiu a sublevação da besta para poder...  Inclinou a cabeça e vomitou. Obstinado-se a isso até que a tinha encontrado, a única a que tinha sentido na superfície, a única quem se supunha que o salvaria...  Então tinha combatido pelo bem de ambos. Perguntou como não a tinha matado como não tinha cedido diante a confusão e o ódio misturado com sua necessidade de reclamá-la e encontrar o esquecimento. Como não a tinha tomado grosseiramente quando a pele ainda lhe ardia?  Não tinha querido que ela conhecesse sua tortura, e compreendia por que. Sabia que teria que haver contado a respeito das lembranças no sonho, mas, o que podia dizer a respeito disso? O que tinha um caso apocalíptico de DI25? Que finalmente sabia a natureza de sua tortura, e o que estava segura que o pior de tudo era ter sido submetido? Como dizer que seu pai era o responsável?  Parasitas malévolos e imundos que pertenciam ao inferno. Quase vomitou, mas se conteve. Não acreditava que Lachlain pudesse odiá-la por isso, mas o corroeria, borbulharia como uma diminuta gota de ácido na pele. Sempre desgastando. Seu pai tinha destruído quase toda sua família, uma família que claramente tinha adorado.  Agora que sabia tudo pelo que Lachlain tinha passado, sabia seus pensamentos, seus votos de castigo, uma ardente vergonha se estendia por ela ao lutar contra ele por sua vingança. Especialmente agora que a ia tirar para sempre. Sua resolução era, bom, firme. Enquanto jazia no frio chão de Kinevane entre toda essa matança, sua mente se acelerou. A amarga vergonha tinha sido golpeada pelo notório orgulho das Valquírias e o sentido da honra que finalmente a tinha irritado por dentro. Indigna. Assustada. Fraca. Emma a Submissa. Nunca mais. Porque, e aqui estava o desconcertante, agora que suas emoções se estabilizaram e podia pensar mais claramente, ainda faria o mesmo. Assustou-a como de firme estava a respeito disso. Se, a antiga Emma ainda estava à espreita no fundo de sua mente, gritando sobre como de estúpido isto era. Hey, você gostaria de ser comida viva? Agora, onde está essa jaula de tigre?
25 Demasiada informação
Certo, era temerário. Mas a nova Emma sabia que não era muito estúpida para viver, estava muito envergonhada para preocupar-se. Precisava fazê-lo para fazer as coisas bem com seu aquelarre e com Lachlain. Lachlain. O generoso rei ante o qual tinha caído impotentemente. E por ele, lutaria sem descanso. Seu pai, sua carga. Ela tinha vindo para matar Demestriu. 
 
Durante a hora infernal que tomou Harmann para conduzir até o aeroporto particular, Lachlain lutou para evitar retornar, não o bastante capaz de retirar-se da muito fina fronteira, ou de raciocinar com a claridade necessária. Os vampiros tinham  Emma e as Valquírias tinham Garreth. A maldição dos Lykae. A força e a ferocidade que levavam a batalha eram um detrimento em todas as outras situações e mais quando se preocupavam com algo, mais quando a besta queria elevar-se para proteger. Apostava que tinham levado Emma a Helvita, de volta a Demestriu, embora pudesse ter sido com o Ivo ou ainda com o Kristoff. Tinha mandado Cass encontrar Uilleam e a Munro e tantos Lykae como pudessem reunir para viajar ao castelo de Kristoff. Lachlain sabia que faria. Ela tinha olhado em seus olhos depois de que Emma se foi e finalmente tinha entendido.  Mas e se Lachlain estava enganado a respeito de onde a tinham levado? E se não podia encontrar Helvita desta vez tampouco? Não podia acreditar agora que toda a situação o tivesse golpeado. Toda a situação. Garreth tinha sido apanhado, também. Capturado por alguma razão. Capturado? Depois de evidentes demonstrações da habilidade de Luzia, a força de Regin, a velocidade de Nïx e a maldade resolvida de Kaderin, Lachlain sabia que tinha subestimado o inimigo. — Têm Garreth — havia dito a Bowen, chamando do carro enquanto Harmann se apressava pelos brumosos caminhos escoceses — Recupera-o.  — Infernos sangrentos. Não é tão fácil, Lachlain. Era fácil. Lachlain queria Garreth livre. Bowen era um Lykae poderoso conhecido por sua inclemência.  — Liberta-o — tinha grunhido.  — Não podemos. Não queria contar isso, mas têm a uns malditos espectros as protegendo. Garreth, o último de sua família de sangue, sob a custódia de um antigo açoite, nas mãos de uns loucos e viciosos seres. E... Emma o tinha deixado.  Abandonado de propósito. Fez o esforço consciente de abandoná-lo e arrastar-se para a fodida mão estendida de um vampiro para fazê-lo. Neblina.  Não, precisava lutar. Uma e outra vez lutou por examinar tudo o que sabia sobre ela, procurando um indício de porque faria isto. Setenta anos de idade. Universitária. Tinha sido caçada pelos vampiros. Era a quem queriam todo o tempo. Com que propósito? Que facção? Annika sua mãe adotiva. Disse que sua mãe de sangue era descendente dos Lydian. Helen. Desde aí tinha conseguido seu aspecto. Enquanto se aproximavam do aeroporto, o sol saiu. Lachlain rugiu de frustração, odiando-o, não querendo vê-lo elevar-se de novo. Estava lá fora sem ele para protegê-la, podia estar estacada em um campo neste momento. Suas palmas estavam sangrando pelas garras cravadas nelas, o braço ferido. Pensa! Recorda tudo o que aprendeu sobre ela. Setenta anos. Universitária...  Franziu o cenho. Tinha conhecido mulheres Lydian antes. Tinham a pele pálida como Emma, mas cabelo e olhos escuros. Emma era loira, olhos azuis. Então seu pai seria também... Lachlain se congelou. Não. Não é possível. E se ele for meu pai? Tinha perguntado Emma. E Lachlain tinha respondido... Tinha respondido que esse assunto de Demestriu seriam parasitas malévolos e imundos. Não. Inclusive se sua mente pudesse assimilar que era a filha de Demestriu, Lachlain não podia aceitar que estivesse em seu poder nesse momento, que pudesse ter sido empurrada ali por suas palavras descuidadas.  Empurrada para ir a Helvita, a Demestriu, quem quebraria membro a membro de sua própria filha, enquanto ela rogava pela morte e seus vermelhos olhos não piscariam. Se Lachlain não a alcançasse rapidamente... Agora tinha não só que encontrar Helvita, mas também fazê-lo rápido. Tinha caçado e rastreado através dessa região da Rússia sem êxito. Talvez tinha conseguido aproximar-se da última vez, justo antes de ter sido descoberto e golpeado sangrentamente por uma dúzia de vampiros idealizadores. Voaria para Rússia e conseguiria aproximar-se outra vez...  Veio-lhe a lembrança dela debaixo de seu corpo, ontem quando sua cabeça se apoiou no travesseiro, alagando-o com o delicioso aroma de seu cabelo. Nunca esqueceria seu aroma, tinha-o tomado nele para sempre desde a primeira noite em que a reconheceu. A memória veio a ele como um aviso para usá-la. Podia encontrá-la. Tinha feito antes. Ficando em algum lugar perto dela, podia rastreá-la direto a Helvita. Queria ser encontrada por ele.
 
Uma voz profunda nas sombras disse:  — Vamos ver atrás do que esteve meu general. Seus olhos seguiram a direção do som. Sabia que tinha estado sozinha por volta de um segundo, mais agora espiava sentado atrás de seu grande escritório incluso antes que ele acendesse um abajur. A luz cintilou em seus olhos vermelhos. A tensão parecia irradiar dele, e a olhava fixamente como se estivesse vendo um espectro. Tinha sido forçada a esperar sozinha ali nesse misterioso castelo, com os gritos explodindo freqüentemente, até horas depois do amanhecer. Nesse tempo, tinha atravessado uma espécie de catarse, acalmando seus pensamentos, afiando sua resolução como um vidro. Sentia-se da maneira em que imaginava que o faziam suas tias antes de uma grande batalha. Agora esperava pacientemente terminar isto de uma maneira ou outra, e sabia que só um deles sairia vivo dessa sala. Demestriu convocou um guarda. — Não deixe entrar Ivo quando voltar — ordenou o vampiro — Por nenhuma razão. Não fale de seu achado. Se o fizer, manterei-te anos sem vísceras.
Bem. Tinha crescido ouvindo as ameaças tão populares entre o Lore, as que começavam com se esta ação ocorrer ou não, e terminavam com então sofrerá esta conseqüência, mas este cara era bom. Demestriu se riscou até a porta para fechá-la atrás do guarda. Assim... Ninguém pode riscar-se dentro ou fora, e agora ninguém pode sair tampouco? Quando Demestriu voltou para seu assento, qualquer surpresa que tivesse mostrado tinha desaparecido. Estudou-a sem paixão. — Seu rosto é exatamente igual à de sua mãe. — Obrigada. Minhas tias o dizem freqüentemente. — Sabia que Ivo estava atrás de algo. Sabia que procurava e que tinha perdido dúzias de nossos soldados, três só na Escócia. Assim pensei em afastar dele o que fosse ao que tinha conseguido aproximar-se. Não esperava que estivesse atrás de minha filha. — O que é que esse tipo quer de mim? — perguntou, pensando que tinha uma boa idéia, agora que se dava conta de seu insólito pedigree. —Ivo passou séculos conspirando, cobiçando minha coroa. Mas sabe que a única coisa que a Horda mantém sagrado são as linhas de sangue. Sabe que não pode governar sem um laço real, e acaba de encontrar um. Em minha filha.  — Assim pensou em te matar e me forçar a me casar com ele? — Precisamente. — Fez uma pausa para considerá-lo e perguntou — Por que nunca me procurou antes disto? — Soube que era meu pai faz oito horas. Alguma emoção piscou em seus olhos, mas foi tão fugaz que pensou que o tinha imaginado. — Sua mãe... Não lhe contou isso? — Nunca a conheci. Morreu justo depois de que nasci. — Tão logo? — perguntou em voz baixa, como para si mesmo. — Estive procurando informação de meu pai, você, em Paris — disse, tentando irracionalmente de o fazer sentir melhor. — Vivi ali com sua mãe. Em cima das catacumbas. Qualquer impulso de bondade se desvaneceu com a menção das catacumbas nas que Lachlain tinha aberto caminho para a liberdade.  — Olhe seus olhos, fogo prateado, como os dela. — O vermelho olhar piscou sobre ela valorando-a pela primeira vez. Um silêncio incômodo. Olhou ao redor, lutando por recordar a instrução que Annika e Regin tinham forçado nela. Golpear a Cassandra era uma coisa, mas isto diante ela era um monstro. Franziu o cenho. Se ele for um monstro, então eu também sou um monstro. Hey, não tenho que viver. Sabia que só um deles sairia deste quarto. Agora sabia muito. Arma nas paredes. Espadas cruzadas pendurando de barriga para baixo. Algumas em capas que eram suscetíveis de oxidar-se. A oxidação significava fraqueza. Consegue a única sem capa. — Sente-se. — Quando o fez a contra gosto, ele levantou uma jarra de sangue.  — Bebe?
Negou com a cabeça. — Trato de manter a linha. Dirigiu-lhe um olhar de desgosto. — Fala como uma humana. — Se tivesse um dólar... — suspirou. — Talvez acaba de beber do Lykae com quem estava? Inclusive se pudesse, não viu razão para negá-lo, e jogou os ombros para trás. — Fiz. Arqueou as sobrancelhas e a olhou com um novo interesse. — Inclusive eu me neguei a tirar de um imortal como ele. — Por quê? — perguntou, inclinando-se para frente, a curiosidade governando-a agora — Foi à única instrução que minha mãe deu a minhas tias quando me enviou com elas, que nunca bebesse diretamente de uma fonte. Olhou fixamente sua taça de sangue.  — Quando bebe de alguém até a morte, toma tudo deles, até o fundo de sua alma. Faz bastante e logo o buraco de uma alma pode ser bastante literal. Pode saboreá-lo. Seu coração fica negro e seus olhos avermelham de raiva. É um veneno, e o desejamos. — Mas beber de uma fonte e matá-la são duas coisas diferentes. Por que não fui advertida para não matar? — Isto era tão surrealista. Estavam compartilhando uma conversa, fazendo perguntas e as respondendo ainda com a tensão entre eles, como o doutor Lecter e Clarice26 na cena da prisão. Cortês e respondendo à cortesia... — E por que consigo essas lembranças? — Tem esse talento escuro? — Deu uma curta gargalhada sem humor — Suspeitava que acontecia da linha de sangue. Pensei que isto fez nossa linha de reis no primeiro caos do Lore. Eu o tenho. Kristoff tem. E foi dado a cada humano que ele converteu — acrescentou com uma brincadeira — Mas o herdou de mim? — Arqueou as sobrancelhas, como se ainda não acreditasse — Sua mãe deve ter temido que o fizesse. Beber seres até a morte te torna louco. Beber e reter suas lembranças te deixa louco e poderoso.  Deu de ombros, sem sentir-se louca. Se, quase tinha esmiuçado o castelo em seus sonhos, mas...  — Não me sinto assim. Vai-me acontecer algo mais? Pareceu espantado. — As lembranças não são suficientes? — disse. Então se recompôs — Tomar seu sangue, sua vida, e tudo o que experimentaram isso é o que faz um verdadeiro vampiro. Estava acostumado a procurar imortais por seu conhecimento e poder, mas também sofria as sombras de suas mentes. Para você, beber de um com tantas lembranças... Brinca com fogo. — Não tem nem idéia de quanta razão tem. Franziu o cenho, pensou por um momento, então disse: — Pus o Lykae nas catacumbas? — Escapou — disse presunçosa. — Ah, mas agora você recorda sua tortura?                                                  26 Personagens protagonista em”O silêncio dos inocentes”
Assentiu lentamente. Um deles estava a ponto de morrer. Prolongava a conversa para conhecer as respostas a perguntas que a incomodavam? Ou para viver um pouco mais? Por que obedecia ele? — Imagina dez mil lembranças como essa se coagulando em sua mente. Imagina experimentar a morte de sua vítima. Os momentos elevando-se quando o espreita, quando justifica um som, dizendo que sopra a brisa. Quando chama a si mesmo de tolo porque o pêlo de sua nuca se arrepia — o olhar dele a transpassou — Alguns lutam contra o final. Outros olham a minha cara e sabem o que os tem. Ela tiritou. — Sofre todo isso? — Faço — Tamborilou com os dedos na mesa, e um anel chamou sua atenção. Uma crista com dois lobos. — Esse é o anel de Lachlain — Roubado da mão de seu pai morto. Meu pai matou o dele. Ele o estudou, olhos vermelhos vazios. — Suponho que é. Estava louco. E sabia que falaria com ela enquanto ela quisesse, porque sentia que estava... Sozinho. E porque acreditava que essas eram suas últimas horas de vida. — Dada a história entre as Valquírias e a Horda, como conseguiram ficar juntos você e Helen? Sua cara gasta tomou uma expressão longínqua. Começou. — Tive seu pescoço em minhas mãos, a ponto de retorcer a cabeça de seu corpo. — Que... Romântico. — Algo para contar aos netos. Ignorou-a. — Mas algo me deteve. Liberei-a, estudei-a nos meses seguintes tentando descobrir o que me fez hesitar. Com o tempo, dei-me conta de que era minha Noiva. Quando a agarrei e a tirei de sua casa, disse que via algo bom em mim e estava de acordo em ficar. Teve razão durante um tempo, mas no final pagou com sua vida. — Como? Como morreu?  — Tinha ouvido que de tristeza. Por mim. Por isso me surpreendeu que sucumbisse tão rápido. — Não entendo.  — Sua mãe tentou que eu parasse de beber sangue não só de uma fonte viva, mas também completamente. Inclusive me convenceu de comer como um humano, unindo-se a mim para fazê-lo mais fácil embora ela não necessitasse de sustento. E então chegaram notícias suas, justo quando estava a ponto de perder minha coroa pela primeira rebelião de Kristoff. Na batalha, voltei para meus antigos costumes. Mantive minha coroa, mas perdi tudo o que tinha ganhado com ela. Sucumbi outra vez. Depois de dar um olhar para meus olhos, Helen fugiu de mim. — Alguma vez se perguntou sobre mim? — disse, soando muito como se importasse. — Há contos de que foi fraca e sem habilidades, que recebeu os piores traços de cada espécie. Nunca teria procurado por você, inclusive se pensasse que sobreviveria o suficiente para te congelar em sua imortalidade. Não, isto foi unicamente pelo Ivo.
Ela fez uma teatral careta. — Ouch. — Mas feria realmente, uma picada que ia escalando até fodê-la espetacularmente — Fala como um pai morto... OH, isso foi terrível... — Calou enquanto ele se levantava, perfilado pelo vidro tinto, o cabelo tão dourado como as ricas incrustações. Atemorizava-a. Aqui estava seu pai e era terrorífico. Suspirou, olhando-a de acima, não como se pensasse ver um espectro nenhuma novidade, mas sim como se refletisse sem pressa uma maneira fácil de matar.  — Pequena Emmaline, vir aqui foi o último engano que cometerá. Deveria saber que os vampiros sempre podem cortar algo que permaneça entre eles e seu prêmio... O outro se transforma em secundário. Meu prêmio é manter minha coroa. Você é uma fraqueza que Ivo, ou qualquer dos outros, poderia explorar. Assim acaba de se transformar em acessório. Bata na garota onde dói.  — Uma sanguessuga como você não me terá... Realmente não tenho nada que perder. — levantou e sacudiu as mãos em seu jeans — Mas tudo bem, de qualquer maneira. Vim aqui te matar. — De verdade? Agora? — Não parecia divertido. Seu sorriso gelado foi a última coisa que viu antes de desaparecer, riscando-se. Ela saltou para a espada desembainhada da parede, ouvindo-o atrás dela em um instante. Deixou-se cair, segurando a espada, mas ele estava riscando-se a seu redor. Ela tentou também... Incapaz... Esbanjando preciosos segundos. Então voltou para o que fazia melhor, fugir, usando sua agilidade para evitá-lo. — É muito inquieta — disse, aparecendo em frente dela. A espada disparou como uma mancha, mas ele a evitou facilmente. Quando golpeou de novo, arrancou-lhe a espada, atirando-a no chão com estrépito. As tripas de Emma se apertaram ao se dar conta do que acontecia. Estava brincando com ela.
 
Seu cheiro no grande bosque russo, Lachlain parou de pé onde tudo tinha começado quinze décadas atrás. Ele e Harmann tinham aterrissado só umas horas antes e em seguida colocaram a caminho em caminhão sobre o duro terreno para encontrar a posição do objetivo de Lachlain. Quando os caminhos ficaram intransitáveis, Lachlain tinha deixado Harmann atrás. Ambos sabiam que uma vez que Lachlain sentisse a essência da Emma, Harmann nunca poderia manter o mesmo passo. Depois de tanto tempo, Lachlain tinha sido levado sem dúvidas até esse ponto. Mas agora enquanto rodeava a clareira, desesperado por um indício dela, temia que seu juízo tivesse sido errado. Ninguém nunca tinha localizado Helvita. E Lachlain tinha sido incapaz de salvar seu irmão nesses mesmos bosques.
A decisão de tomar este rumo poderia terminar com a vida dela... Espera... Estava aqui. Na primeira noite em que a achou, ajoelhou-se para farejá-la outra vez. Agora correu velozmente sobre milhas do terreno, a espada embainhada em suas costas, o coração palpitante. Subiu rapidamente por um escarpado e depois ficou olhando fixamente do alto. Helvita estava justamente mais à frente. Desolada, sinistra. Sob o sol, Lachlain tomou um caminho direto para lá. Escalou velozmente uma parede escarpada, depois percorreu vigilantes as algemas deterioradas, movendo-se livremente pelo caminho vazio. Não se prendeu a nenhum sentimento de realização por fim localizá-la. Era meramente um primeiro passo. Congelou quando ouviu sua voz como um fraco eco, embora não poderia precisar de onde vinha, nem distinguir as palavras. A imensidão do castelo era assustadora, e ela estava nas vísceras desse pestilento lugar. Não podia entender o que a tinha feito vir aqui, o que a levaria a fazer algo assim insensato. Tinha sonhado com Demestriu? Tinha tido uma premonição em um sonho sobre essa violenta noite? Lutou por pensar friamente sobre isso, mas sua companheira estava nesse inferno confrontando o ser mais malvado e poderoso, que já caminhou sobre a face da terra. Ela era tão doce. Estaria assustada...? Não, não podia pensar assim. Tinha-a encontrado, sabia que ainda estava viva. Poderia salvá-la, se mantivesse lúcido, só pesando e determinando as possibilidades. Havia uma razão pela que os vampiros sempre ganhavam. E Bowen tinha estado errado sobre isso. Não era porque pudessem riscar-se. Os vampiros sempre ganhavam porque os Lykae não podiam refrear suas bestas... Ou porque se rendiam muito facilmente a elas.
 
Emma se lançou para trás sobre a mesa, escapando por pouco das estendidas garras, olhando com incredulidade como secionava a maciço mesa em dois como se rasgasse uma folha de papel. A madeira rangeu ao partir e depois caiu pesadamente no chão. Apareceu atrás dela antes que compreendesse que tinha riscado. Saltou longe, mas ele cravou as garras no flanco, conseguindo capturando-a, rasgando sua pele. Segurou-a perto dele tão facilmente como se fosse uma boneca de trapo. A pele rasgada da perna e o flanco sangravam enquanto punha os antebraços no pescoço. Para arrancar minha cabeça. — Adeus, Emmaline. Está-me protegendo. Tomou fôlego e gritou. O grosso vidro negro sobre eles se desfez em pedaços como em uma explosão. A luz do sol entrou como fogo. Ficou aturdido. Ela encolheu debaixo dele, usando seu corpo como proteção. Quando tentou escapar, lutou para mantê-lo ali, mas até quando começava a queimar-se era muito forte. Riscou-os a ambos entre as sombras. Onde estava a espada.
Ela estendeu-se, arrebatou a espada, e levantou de um salto atrás dele. Afundou-a em seu torso, quase cedendo às náuseas enquanto fendia através do osso, depois se obrigou a retorcê-la dentro como a tinham ensinado. Ele caiu. Puxou bruscamente para liberar a espada, saltou sobre ele para tentar outro golpe, e o achou olhando-a fixo com absoluta comoção. Ele levantou sobre um joelho, o qual lhe deu um susto de morte, assim encaixou de novo a espada, através de seu coração, tão forte como pôde. O impacto o enviou cambaleando sobre as costas e o deixou no piso de pedra. Cravado através do coração, caiu retorcendo-se. Não morreria desta maneira. Sabia que também tinha que lhe cortar a cabeça. Coxeou para a outra espada, tremendo enquanto a puxava para baixo, ainda sem acreditar o que acabava de acontecer, o que estava a ponto de acontecer. Quando voltou em si, seu rosto se contraiu. O sangue enegrecido se juntava a seu redor. Teria que passar através dele. Sua face foi mudando, suavizando-se, ficando menos macabra. Os planos severos e as sombras se esfumaram. Ele abriu os olhos... Que eram azuis como o céu. — Me libere. — Sim, claro. — Não... Quero dizer que... Me mate. — Por quê? — soluçou — Por que diz isso? — A fome me tem apanhado. As lembranças também. Não quero lembranças de seu terror por... Mim. Bateram na porta com força. — Nos deixem — bramou. Depois, falou baixo para dizer — Corta a cabeça. A cintura. As pernas. Ou até poderei me levantar... Esse foi o engano de Furie. Furie? —Matou-a? —gemeu. — Não, torturei-a. Não se supunha que durasse tanto...  — Onde está? — Nunca soube. Lothaire se encarregou disso. Cabeça, cintura, pernas. — Não posso pensar! — andava de um lado para outro. Por Freya, Furie sobreviveu. — Faça Emmaline! — Escute, faço o melhor que posso! — Não se supunha que se tornasse como Darth Vader, não se supunha que indicasse como o matar, matar verdadeiramente. A cabeça era uma coisa, mas, a cintura e as pernas? Tornou-se realmente tão poderoso? — E sua impaciência não está ajudando à situação! — Sua mãe morreu de tristeza... Porque não podíamos detê-lo. Você pode acabar com isto. Com um fôlego profundo, manteve-se em pé por cima dele, agarrando-se ao punho da espada. Sim, como jogando beisebol. Nunca joguei beisebol, fenômeno. OH, sim. Kaderin sempre segura com soltura as espadas, com as mãos flexíveis. Estou tão longe de ser Kaderin. Pense como os vampiros. O que se interpõe entre você, aquele que ama e sua família? Três cortes limpos. Só três balanços. 
Quanto mais suplicante parecia, ficava mais difícil. Seus olhos estavam claros, o rosto livre da retorcida ameaça de antes. Agora não se via malvado. Só uma criatura que sofria. Deixou-se cair de joelhos ao seu lado, sem fazer caso do sangue.  — Não tem algum tipo de reabilitação...  — Faça filha. — Apertou os dentes para ela, fazendo que retrocedesse torpemente. Mais golpes enérgicos à porta — Não podem riscar-se dentro de minha guarida, mas podem derrubar essa porta... E quando o fizerem, a apanharão e a conservarão para alimentar-se... Até que morra de tristeza. Ou Ivo te obrigará a matar e a se transformar. OH, inferno, não. — Alimentarei-me e... Curarei-me. Transformarei-me outra vez e nunca me deterei até ter matado... O Lykae. Até ter massacrado seu... Clã. Esse é também meu clã. Agora a porta estava arqueando-se, a madeira estilhaçandose. O Instinto lhe sussurrou: Proteger. — Realmente sinto muito ter que fazer isto. A sombra de um sorriso, depois crispou a cara de dor.  — Emma a Incrível... A assassina de reis. Levantou a espada e apontou, enquanto as lágrimas emanavam dela tão depressa como o sangue de sua perna ferida. — Um momento, Emmaline! Primeiro a cabeça... Por favor. — OH, claro. — Deu-lhe um sorriso choroso e envergonhado— Adeus... Pai. — Honra-me. Ele fechou os olhos e ela brandeou a espada. Conseguiu atravessar o suficiente para deixá-lo inconsciente, mas tristemente, a espada estava danificada, tão desfilada que teve que dar golpes cortantes três vezes mais para separar o pescoço. Depois a cintura levou uma eternidade. Estava coberta de sangue até antes de alcançar suas pernas. Estava feito. Justo quando terminava com o último dele, a porta se abriu de repente. Gritou. Ivo. Recordava-o pelas memórias de Lachlain. Levantou a espada outra vez. Hey, enquanto estiver no bairro...  Por que a olhava desse modo, olhos vermelhos pregados nela? Como se a adorasse pela matança. Era arrepiante. — Você é realmente Emmaline? — perguntou em tom inseguro. Quando mais vampiros encheram a porta atrás dele, deu-se conta de que um assassinato poderia ser suficiente por esse dia. Arrancou o anel de Lachlain do dedo de Demestriu, Depois endireitou os ombros. Myst sempre dizia: Não se trata se castrou uma legião romana completa, trata-se de se acreditarem que o fez. A percepção é tudo. Em uma voz vibrante de força que não tinha, disse: — Sou Emma. — Assumo, assumo ser assassina do rei. — Sabia que seria assim — Ivo falou. Levantou a desastrosa espada como se fosse Excalibur.  — Não chegue mais perto, Ivo. — Te procurei Emmaline. Procurei por anos, desde que ouvi rumores de sua existência. Quero que seja minha rainha.
— Sim, claro, pedem-me isso todo o tempo — disse, limpando o rosto com a manga. Tinha duas opções. Em suas mãos, ou fora da janela — Mas já aceitei o posto em outro lugar. Talvez pudesse riscar-se. Não tinha sido capaz durante a briga, mas maldição, tinha feito uma vez. Podia desaparecer até antes de se chocar contra o chão no exterior. Em teoria. Mas estava fraca pelo ataque de Demestriu. Não podia ir a Lachlain. Seu sangue corria livremente. Só se riscou uns poucos metros a última vez, não ao redor do mundo...  Não sabia se poderia. A ponto de apostar... Mas quando vieram à carga, gemeu fracamente e saltou. Voava! Viajava! Não...  Aterrissou sobre o traseiro em um arbusto. Cuspiu folhas para o sol. Deu um salto, correndo em busca de refúgio. Fechou os olhos à dor e pensou no pântano... Ainda pensando. O pântano! Frescura. Umidade. Sua pele começou a arder.
 
Um de seus tímpanos havia fissurado pelo alarido até enquanto se esforçava por seguir o som. Depois, com um último eco através do castelo, extinguiu-se. Seu coração pareceu parar com isso, mas correu velozmente na mesma direção, seguindo as serpenteantes escadas. Lachlain recordou que as habitações de Demestriu estavam localizadas no alto do castelo, e correu mais para acima. Agora só ouvia seu próprio fôlego desigual. Tentou farejá-la, mas o fedor de copiosas quantidades de sangue afogava todos os outros aromas. No patamar do piso superior, reduziu a marcha para espreitar entre as sombras. A morte era iminente. Estava quase frente à porta. Salvaria-a, a tiraria deste lugar...  Depois compreendeu o que via. Demestriu jazia aniquilado. Viu o Ivo arremeter, estendendo-se dentro de um raio de luz solar como se tivesse deixado cair um tesouro pela janela. — Não! — bramou Ivo — Ao sol, não! — Saltou de retorno fora da luz — Se riscou longe! — Recuou obviamente decaído enquanto esfregava a pele, e depois os olhos deslumbrados. Ivo se voltou para os dois seqüestradores.  — Esta viva. Agora, tragam o vídeo! Quero descobrir tudo a respeito dela. Lachlain ficou pasmado. Não podia ter saltado para o sol...  Arremeteu dentro do quarto, direto para a janela, mas só viu o campo vazio. Realmente tinha desaparecido. Sua mente estava um caos. Tinha matado Demestriu? Riscou-se a um lugar seguro? A Kinevane? Atrás dele, Lachlain ouviu uma espada sendo desenbainada. — De volta da morte? — perguntou Ivo amavelmente. Lachlain se voltou a tempo de ver o Ivo dar uma olhada à porta do quarto contínuo, através da qual os outros aparentemente tinham saído. Trazer um vídeo? Lachlain tinha aprendido que existiam câmaras de vigilância que eram capazes de filmar em segredo.  — Espionando seu rei? — É obvio. Por que ignorar os benefícios da idade moderna?
—Mas agora está sozinho. —Despiu Lachlain com satisfação suas presas—. Terá que lutar contra mim por si mesmo. Não com a ajuda de uma dúzia. A menos que queira te riscar para longe de mim. Lachlain ardia em desejos de correr para casa, mas Ivo precaveu-se, expor uma ameaça considerável para a Emma. Poderia não ter necessitado que Lachlain matasse Demestriu, aparentemente já o tinha feito, e não havia necessidade de um resgate. Mas vendo o olhar fanático nos olhos de Ivo, Lachlain soube que nunca deixaria de enviar seus soldados para caçá-la. Ivo deslocou o olhar sobre o braço ferido de Lachlain, analisando o seu oponente.  —Não, ficarei e lutarei por isso — disse — Ouvi que pensa que é tua. —Não há dúvida disso. —Assassinou o meu Némesis quando ninguém mais pôde fazê-lo, e é a chave para minha coroa. — A voz de Ivo era baixa, vibrando como assombrado — Isso quer dizer que me pertence. A encontrarei. Não me importa o que me leve, encontrarei-a outra vez...  — Não enquanto eu viver — Tomou o punho da espada na mão esquerda e carregou, investindo a cabeça do Ivo. Este o bloqueou e suas espadas se cruzaram, ressonando. Várias cargas mais, todas bloqueadas. Lachlain estava fora de prática, especialmente com a mão esquerda. Sentiu retornar os outros dois e grunhiu de fúria, bloqueando um golpe de atrás e rasgando com suas garras abateu um dos seqüestradores. Os outros dois puseram a Lachlain entre eles. Até antes que pudesse notar o que tinha acontecido, Ivo se riscou a poucas polegadas de Lachlain, esfaqueio-o com sua espada e se riscou longe. A estocada rasgou através do ombro e peito, fazendo-o cair no chão.
 
Grama úmida. Carvalhos. Lar. De alguma forma, tinha conseguido. Ou ao menos para os padrões do Valha Hall. Mas sua pele ainda fumegava, e ela estava fraca como um bebê por suas feridas. Quanto sangue tinha perdido? Tinha chegado tão longe só para morrer ao amanhecer? Ela tentou dar volta com o propósito de engatinhar, mas falhou. Sua vista ficou imprecisa pelo esforço. Quando finalmente se esclareceu, viu um homem corpulento, de escuros cabelos, olhando-a com atenção. Franzindo o cenho, levantou-a nos braços, e Depois começou a subir pela larga rua para a mansão. Emma pensou que este era o caminho. Também podia estar enganada em que aquele fosse um homem. — Relaxe, moça. Sei que é Emmaline. Suas tias estiveram preocupadas. — Voz profunda. Estranho acento. Europeu e endinheirado — Sou Nikolai Wroth. Por que esse soou nome tão familiar? Ela o olhou com olhos entrecerrados.  — É você amigo de minhas tias? — disse ela, sua voz soando apenas perceptível. — De uma delas. Só uma, ao parecer. — Uma risada breve sem humor — Myst é minha esposa.
— Myst está casada? — Foi isso o que esteve fazendo? Não, o que vai — Isso é gracioso. — A brincadeira é sobre mim, temo. — Ao alcançar a mansão, ele bramou — Annika chama os malditos espectros e me deixe entrar. Emma ficou com o olhar fixo para no céu, vendo formar redemoinhos réstias vermelhas de tecido esfarrapado que rodeavam a casa. Por momentos vislumbrou um rosto tétrico, esquelético, que mudaria a formoso se encontrasse seu olhar. O preço para obter sua proteção tinha sido uma mecha de cada Valquíria dos arredores. Os espectros teceram cada cacho em uma grande tranca, e quando fosse o suficientemente longa poderão, por um tempo, dobrar a toda Valquíria vivente a sua vontade.  — Myst não retornou ainda — alguém respondeu da casa — Mas sabe isso, ou ambos estariam nus e fornicando na grama dianteira. — A noite é longa. Dê-nos tempo — Murmurou, para si mesmo — E foi em um campo a uma milha daqui. — Não tem um encontro para bronzear que queira ir, vampiro? Emma se esticou. Vampiro? Mas seus olhos não eram vermelhos.  — Seguiu-me? — Não, estava esperando que Myst retornasse de suas compras e te senti se riscando no bosque. Um vampiro esperando por Myst? Ele disse que era sua esposa. Ela tomou fôlego.  — Você é o general, não? — sussurrou — Do qual tiveram que arrancar a Myst? Pensou que as comissuras de seus lábios se inclinaram.  — Ouviu isso? — A seu solene assentimento, ele disse — Foi mútuo, asseguro-lhe isso. — Afastou o olhar rua abaixo, como desejando que Myst retornasse, e disse quase para si mesmo — Quanta lingerie pode precisar uma mulher? Repentinamente Annika estava gritando, correndo para ela, fazendo votos de matá-lo muito lentamente. Assombrosamente, o corpo dele estava ainda relaxado.  — Se você não cessar em seus intentos de me decapitar, Annika, teremos uma disputa. — O que lhe fizeram? —disse chorando. — Obviamente, rasguei-a, ensangüentei e queimei, e agora, ridiculamente, ofereço-lhe ajuda. — Não, Annika — disse Emma — Ele me encontrou. Não o mate. Através de umas pálpebras pesadas, Emma viu então retornar Myst, que deixava cair às bolsas de compras cheias de laços – e couro – para correr para elas em toda sua beleza. Olhando fixamente a Myst, o vampiro finalmente se esticou, e seu coração se acelerou, palpitando forte como um tambor. Então Emma sentiu um muito decisivo empurrão enquanto ia dos braços dele para os de Annika. — Eu estava ardendo — Emma disse a ela — Matei Demestriu. — É obvio, fez. Shhh está fraca.
Quando Myst as alcançou, estampou um beijo na testa de Emma. — Myst, ele me encontrou — disse Emma — Não deveria matá-lo. — Tentarei me refrear, doçura — respondeu Myst em um tom mordaz. Curiosamente, ninguém levantou uma espada contra este vampiro. Outros se congregaram ao redor até que estivesse rodeada por todos. Quando Annika acariciou sua cara, Emma sucumbiu à escuridão.   Lachlain se levantou sobre seus pés, depois inclinou contra da parede do castelo, ainda segurando sua espada. — Talvez não deveria ter pressionado tão duro ao te torturar — disse Ivo — Mas não posso te dizer quantas noites me alegrei com o pensamento de sua pele cozinhando sobre seus ossos. Ele estava perseguindo Lachlain, agitando à besta para o deixar irrefletido. — Não posso te deixar sair vivo daqui. Um Lykae em busca de sua consorte... — protestou Ivo — Fastidiosamente tenaz. Você continuaria vindo muito depois de que ela se esquecesse. E se esquecerá. A obrigarei a morder pescoços até que seja uma lembrança distante. Tentava o enfurecer. Os vampiros sempre tratavam incitar à besta. — Agora que encontrei a chave para converter demônios, também a posso converter completamente. Um vampiro verdadeiro, um assassino verdadeiro. Ela foi criada para isto. Provoca à besta. Por que não lhe dar o que quer? Ivo sorriu burlonamente, tão crédulo.  — O primeiro pescoço que ela tomar será o meu...  Lachlain lançou sua espada como uma adaga, cravando-o através do pescoço. Depois, com um rugido irrefletido, Lachlain caiu sobre  Ivo. Tal como sabia o que faria, a espada de Ivo saiu disparada com uma estocada mortal. Lachlain a abateu com o punho, mandando-a a inundar-se em sua própria coxa. Deixou-a presa ali, agradado, e deixou à besta em liberdade. Os sons ao fraturar, rasgar... Através da neblina, Lachlain viu terminar a prolongada e sádica existência de Ivo, com horror nos olhos. Lachlain grunhiu com satisfação e deixou cair o corpo. Apurou-se para liberar a espada de Ivo de sua perna, e depois sua própria espada do pescoço do restante.  — O vídeo — grunhiu. O vampiro segurou fortemente uma mão em seu pescoço, tirando um computador pequeno da câmara que a continha. Quando lhe deu o vídeo, Lachlain o recompensou com uma morte rápida. Vários vampiros mais se apertaram na porta aberta, mas Lothaire, um inimigo legendário, estava à frente e parecia estar bloqueando-os, mantendo-os fora. Quanto tempo tinha estado ali?  Lachlain podia supô-lo. O suficiente para permitir Lachlain destruir Ivo. Perguntou a Lothaire:  — Sabe dela?  Uma firme inclinação de cabeça. Lachlain entrecerrou os olhos. Lothaire não poderia tomar o trono, porque não era um herdeiro de sangue. Lachlain não sabia de ninguém que pudesse exceto  Kristoff, a menos que fossem atrás de Emma.
Mostrou os dentes a Lothaire.  — Seguirá esse destino se seguir seus atos. Eu a protejo ferozmente. Em resposta os lábios do Lothaire retrocederam sutilmente de suas presas. Não, Lothaire nunca apanharia Emma, e assim a Horda se renderia ao rei rebelde ou descenderia ao caos. A menos que Kristoff tivesse uma irmã. Lachlain precisava matá-los a todos, mas necessitava mais recuperar a Emma. Ele escapou ao sol, em toda a sua vida nunca esteve tão contente de ver um céu ensolarado.   Emma estava a tanto do preço. Despertou, tendo sonhado com pessoas vertendo sangue por sua garganta, mas não pôde retê-la. Primeiro foi sangue em copos, e depois todo mundo começou a empurrar pulsos cortados para seus lábios. Mas não bebeu diretamente de ninguém, reagia a comprometer mais lembranças  A voz da Annika tremia de angústia. Myst tentou acalmá-la.  — Annika, pensaremos em algo. Vai lá embaixo falar com o Lykae. Talvez saiba algo que nós desconhecemos. Dez minutos mais tarde, Annika entrou furiosa no quarto. Emma abriu os olhos para ver um homem cambaleando atrás, com as mãos algemadas as suas costas. Seguindo vinham Luzia e Regin, caras reflexivas, espadas desembainhadas. O homem era alto com uma sombra de barba. Seus olhos eram de um ouro brunido, e ele tinha sido congelado em sua imortalidade com libertinas linhas de risada desdobrandose desde seus lábios. era tão parecido com Lachlain que lhe fez mal. Garreth. Desprezaria-a por envolver-se com seu irmão? Annika apontou em direção a Emma.  — É nela em quem Lachlain devia tomar vingança? Todos nós sofremos nas mãos dos vampiros, entretanto a esse cão ocorre castigar a nossa Emma, quem não é mais que doce e inocente. — Ela desentupiu a perna da Emma — Olhe estas navalhadas! Não se curarão! O que ele fez? Dirá-me isso ou...  — Cristo — murmurou ele — Essa é sua... Não, não pode ser. — Avançou, mas Regin deu um puxão as suas correntes.  — Deixe me aproximar — grunhiu sobre seu ombro — Mais perto, ou não receberá ajuda de mim. — Sua voz se voltou mortífera — Curem-na. — Tentamos tudo!  — Por que não bebe? Sim, Valquíria ouviu-as sussurrando desde seu quarto. Sei o que é ela. O que não sei é como ela é a companheira de meu irmão. — Emma nunca ser{‖uma‖“companheira”‖para‖um‖de‖vocês! — Já é — grunhiu — Lhe asseguro isso. Emma abriu os olhos, precisando explicar. Annika o golpeou, fazendo-o cambalear para trás. — Marcou-a — Garreth disse entre dentes apertados — Virá por ela. Surpreende-me que já não esteja aqui. Annika elevou sua mão novamente, mas Emma não quis que o ferisse.  — Annika, não faça.
— Obriga-a a tomar sangue — disse Garreth. — Pensa que não o tentamos? Não pode reter. — Provem com outro sangue, então. Tome o meu. — Por que se importa? Sua voz foi tão forte, tão como a de Lachlain quando disse:  — Porque ela é minha rainha e morreria por ela. Annika tremia da emoção.  — Nunca será sua rainha — gemeu. — Maldição, deixa-a beber de mim! — Ela não fará — disse Annika, soando de repente como se estivesse a ponto de chorar. Isso não tinha nenhuma só uma vez. Emma tinha querido beber. Não queria morrer, mas suas presas pareciam ter ficado pequenas. Ela temia que Demestriu a tivesse envenenado com suas garras, e estava tão fraca que mal podia manter os olhos abertos. Garreth disse:  — Me deixe falar com o vampiro que farejei na casa. — Ele não sabe nada. — Me deixe falar com ele! — rugiu. Annika disse a Luzia que fosse buscar Myst e Wroth. Segundos mais tarde, Emma ouviu a profunda voz acentuada de Wroth, e suas pálpebras se abriram trêmulas. Depois, como se fosse em câmara lenta, Garreth se livrou de Regin e se equilibrou sobre ele. Cada um capturou a garganta do outro. — Cura-a, Vampiro — disse Garreth entre dentes apertados. Baixo, mortífero, estranhamente calmo, Wroth simplesmente murmurou:  — Não faça isso outra vez, Lykae. Ele não usou o truque de advertir e depois ameaçar. Como se acreditasse que a mera idéia de desagradar aterrorizaria a outros. Garreth soltou o homem. Segundos depois, Wroth o deixou ir. — Cure-a. — Eu não conheço os antigos costumes como outros. Por um preço, ofereço-me a contatar o Kristoff e requerer dele esta bênção. — Eu pagarei. Annika interrompeu:  — Mas então Kristoff saberá de sua existência. Garreth  mofou:  — Certamente o vampiro já disse?  Myst disse:  — Wroth protege nossos interesses — mas Annika e Garreth pareciam claramente em duvida.  Garreth virou para a Annika.  — Se trabalhássemos juntos, os vampiros não nos dariam pelo rabo como no último Lore. Aliamo-nos, e a protegemos deles. Wroth advertiu em um tom letal: 
— Aguardem até que esteja fora do quarto antes de conspirar. — Nenhuma cláusula de conseqüência. — Mas Kristoff leva meu sangue e eu matei Demestriu — sussurrou Emma. Myst cruzou até a cama e acariciou seu cabelo.  — Sei querida. Já disse antes.  Garreth perguntou a Wroth: — Qual é seu preço? — Quero minha união com o Myst reconhecida por todos. Silêncio. Um relâmpago cintilou lá fora, e Annika inclinou sua cabeça. Enquanto Myst olhava boquiaberta a sua irmã, o vampiro se riscava justo diante dela. Ele colocou sua mão atrás do pescoço de Myst, e ficou olhando-a nos olhos. Sem fôlego, ela o contemplou como que maravilhada, e depois desapareceram.
 
No avião, Lachlain tocava o reprodutor do DVD. Harmann tinha colocado o vídeo na máquina, e tinha explicado como usá-la uma e outra vez, mas as mãos de Lachlain tremiam. Não podia imaginar o que ela tinha passado. Nem o mais forte Lykae tinha retornado nunca da guarida de Demestriu, ainda assim ela o tinha derrotado – algo que nenhum ser que tivesse vivido tinha sido capaz de levar a cabo antes. Lachlain precisava vê-lo tanto como o temia, precisava descobrir por que ela não tinha retornado a ele. Ao Kinevane. Quando finalmente se afastou da Helvita e cambaleou de retorno até o Harmann, tinha dito ao Harmann que chamasse Kinevane. Ela não estava ali. Riscou-se... Ao seu verdadeiro lar. O reprodutor finalmente começou a rodar, o vídeo girou começando com ela sozinha no quarto,  antes que Demestriu se riscasse ao interior. À medida que Lachlain observava sua conversa, seu coração afundava ao ver a Emma comportando-se como se os comentários de Demestriu não a machucassem. Pode que ela nem sequer o notasse, mas Lachlain podia ver algo se apagando em seus olhos, debaixo de todo seu ser, ainda era a mesma vulnerável Emmaline. Demestriu se via tão terrorífico e imponente como Lachlain recordava. E, entretanto, quando ela admitiu que sua mãe não houvesse dito nada sobre o Demestriu, Lachlain poderia jurar que ele pareceu, por um breve instante, ferido. —Esse é o anel de Lachlain — disse Emma em um ponto. Como soube?  Demestriu franziu o cenho, depois olhou a sua mão. Passou um momento antes que dissesse:  — Suponho que seja. Por muito tempo, Lachlain tinha imaginado Demestriu continuamente contemplando o anel, deleitando-se do que tinha feito satisfeito de possuir um constante aviso da tortura de Lachlain. Demestriu apenas o tinha notado. Então Lachlain ouviu a mais horrorosa revelação. Emma tinha sonhado suas lembranças. Do fogo. Isso foi o que aconteceu naquela noite quando despertou em tal sofrimento. Recordando, pôde ver que havia sentido a agonia que tinha passado. 
Fechou os olhos, espantado. Tivesse morrido antes que lhe transferir aquele horror. Lachlain não podia mais que olhar como os acontecimentos continuavam desenvolvendo-se.  A luta contraiu seus músculos de tensão, até conhecendo o desenlace. Mas não sabia que ela tinha sido tão gravemente ferida. Nesse momento sua preocupação se intensificou, devorando-o. Quando Emma tocou com a ponta do pé o atoleiro de sangue, como se tocasse o frio oceano, encolheu-se de medo. Ela segurou a espada sobre sua cabeça, mas tremia grosseiramente e as lágrimas fluíram por suas bochechas. Como desejou poder ter tomado esse medo e dor por ela. Lachlain franziu o cenho quando os olhos de Demestriu trocaram e quando o sangue fluiu como se lançasse um veneno. Ele se mostrou... Aliviado ao morrer.  A formosa cara de Emma esboçou uma expressão angustiada enquanto se ajoelhava ao seu lado, se desesperava por não o matar. Lachlain advertiu o momento justo em que soube que teria que fazê-lo. Embora aquilo fosse contra tudo o que era, o fez. Totalmente sozinha, sua valorosa Emmaline tinha matado o seu próprio pai, então tinha parecido enfocar-se no Ivo diretamente depois. Mas felizmente, tinha-o reservado para o Lachlain.  Seu ato final dando um salto para o sol...  Estava impressionado por sua coragem, mas sabia o custo que suporia para ela. Soube o preço que ele mesmo havia pagado. Tinha sido egoísta ao ir atrás dela? E se ele fosse meu pai?  Parasitas malévolos e imundos. Cristo, não.
 
— Eu vim por Emma — rugiu Lachlain, permanecendo de pé à sombra da casa de Emma, Valha Hall, que parecia ser a cara do inferno. Embora a névoa estivesse fazendo-se densa, os relâmpagos ardiam por todos os lados, algumas vezes atraídos pelas varas de cobre plantadas com o passar do telhado e os pisos, às vezes pelos carvalhos chamuscados que enchiam o pátio. Annika saiu do alpendre, com uma raiva que não era humana, os olhos verdes brilhantes, depois prateados, e de volta. Os espectros voavam sobre seu cabelo, gargalhando. Nesse momento, não podia decidir se este santuário do pântano conduzia à loucura ou Helvita era pior. Nïx saudava felizmente de uma janela. Lutou por não revelar o fraco que estava ficando. Bowen tinha fechado as feridas estreitamente, mas os membros ainda estavam enfraquecidos. Lachlain tinha proibido a Bowen e a qualquer do clã de o acompanhar a Valha Hall, temendo que isto pudesse suceder em uma guerra, mas ainda assim lhes sentia no bosque de ao redor. — Vou levar a Emma deste lugar esta noite. Annika inclinou a cabeça como se quisesse o ver melhor. Emma fazia isso também. Emma o tinha herdado desta mulher.  — Nunca poderia dar minha filha a um cão.
Nenhum homem tem uma família política como esta. — Então me troque por meu irmão. Garreth gritou em gaélico de algum rincão no interior:  — Meu Deus, Lachlain, simplesmente entre nesta casa! — Ou tome a ambos. Só me deixe falar com ela. — Tinha que ver se estava curando. — O Lore está próximo, e você quer que encarceremos  rei Lykae e o seu herdeiro? Regin correu ao seu lado. Falou em inglês, mas com palavras que não entendia, chamando‖isto‖um‖“mate27”,‖admoestando‖a‖Annika.‖ — Só coloca-a no aro, Shaq28. A voz da Annika zumbiu.  — Tomou sua decisão quando voltou para seu aquelarre. Quando ferida e assustada, inconscientemente, escolheu-nos. Não a você, Lykae. Isso doía terrivelmente, sua escolha. Não só tinha decidido o deixar, mas também tinha decidido permanecer longe dele. Mas que direito tinha sobre ela depois do que a tinha feito sofrer? Escondeu a dor.  — Posso entrar, ou iremos à guerra? — Só para ver que está sarando. Ela olhou por cima dele, examinando os terrenos, sem dúvida havia sentido o número de seguidores. Elevou a cabeça novamente, levantou uma mão aos espectros, e o caminho limpou. Entrou coxeando à escuridão da mansão, vendo dúzias de Valquírias, feitas um novelo nas cadeiras, as mãos nas armas, sentadas sobre o corrimão da escada. Lutou por não olhar boquiaberto à pura malícia que emanava desses seres, ligeiramente loucas. Por uma centena de vezes, maravilhou-se que Emma tivesse sido criada entre elas. Não o detiveram. Sabiam que não lhes faria mal? Ou queriam que atacasse para poder o massacrar? Intuía que era o último. Dois minutos depois de sua entrada, mostraram-lhe a jaula no meio do porão úmido que guardava o seu irmão Garreth. Nem sequer resistiu, inclusive quando a porta se fechou com um som metálico atrás dele. Garreth o olhava como se pensasse que estava vendo um espectro, então passou uma mão pela face.  — Meus olhos me traem? A felicidade de Lachlain ao ver que o irmão estava sobressaltado pela preocupação.  — Não, sou eu. Garreth se precipitou para ele, sorrindo, e lhe dando palmadas de urso nas costas.  — Bem, irmão, no que nos colocou agora? — Sim, eu também me alegro de te ver. — Acreditava que estava... Quando disseram que tinha tomado a Emma, pensei que estivessem loucos. Até que a vi, vi que a tinha marcado. — Enrugou o cenho — A marcou forte, não é? — Meneou a cabeça — Acho de qualquer modo, é bom te ter de volta. Sob qualquer circunstância. Tenho muitas perguntas, mas isso pode esperar. Necessita notícias sobre ela?
                                               
27 Gíria do esporte, mas aqui isso significa uma coisa muito simples.     28  Shaquille O'Neal um dos grandes na NBA.
A seu assentimento, Garreth disse:  — Está ferida, Lachlain. Tem profundas feridas no flanco, e não pode beber embora estivesse... Estava a ponto de morrer no primeiras horas. Lachlain estremeceu. Com as unhas nas palmas, ladrou:  — O que a salvou? — Uma I.V. — Pelo cenho de Lachlan, explicou — Administraram sangue através de um tubo que a alimentava diretamente pelas veias. Acreditam que está estabilizada, mas as feridas profundas não sararão. Suspeito que qualquer que a alcançasse tinha veneno nas garras. Talvez um ghoul, mas não sei. — Eu sei — Lachlain se passou as mãos pelo cabelo — Demestriu lhe fez isto. Vi tudo. — Não entendo... — Garreth calou. Então ele ficou de pé e se esticou — Luzia? Lachlain olhou para cima, viu-a descer as escadas. Inclinou a cabeça cobrindo a face com o cabelo. O momento em que viram que tinha estado chorando, a expressão da face de Garreth ficou solene, seus olhos encontraram aos da arqueira. — Não está melhor? — perguntou Garreth. Meneou a cabeça. Lachlain agarrou as barras.  — Se cura quando bebe de mim. Garreth elevou as sobrancelhas a isso.  — Deixou-a... ? — A Luzia, disse — Então deixa que Lachlain vá com ela. — Annika não deixara que se aproxime dela. Emma vê coisas que não estão aí, delírios sem sentido como se pensasse que ficará louca. Annika joga a culpa diretamente a ele. Estava certo. Enquanto Lachlain lutava contra a culpa, Garreth perguntou: — O que vê? — Emma diz que Demestriu era seu pai, e que a pôs no fogo, assim que o matou. — Ela... Fez. Ambos voltaram à cabeça para ele. E se fosse meu pai? — Fez. Matou-o. Luzia meneou a cabeça.  — A doce Emma? Mata o mais poderoso e mortal vampiro que jamais existiu? — Sim. Fez-lhe mal. Nenhum dos dois acredita? Garreth dirigiu uma expressão incrédula.  — Demestriu finalmente está morto? Por causa dessa diminuta coisa? É tão frágil como a casca de um ovo. Luzia acrescentou:  — Lachlain, quando encontra uma borboleta dentro e trata de liberá-la... Bem, se acidentalmente danificar as asas, desgosta-se toda uma noite. Não a vejo matando este demônio em seu terreno quando Cara e Kaderin falharam no campo de batalha. E Furie, a mais forte de nós? Se Demestriu pudesse ser assassinado por uma Valquíria, então certamente o teria feito. — Não a conhecem como eu a conheço. Ninguém mais...  — Então o que quer dizer quando diz que Furie está viva, mas não deveria está?
― Foi feita prisioneira pela Horda. Demestriu nunca esperou que vivesse tanto. Luzia cambaleou, quase imperceptivelmente. Em voz baixa, perguntou:  — E quando diz que Kristoff tem seu sangue? — São primos irmãos. Abriu os lábios diante a surpresa.  — Furie vive... — murmurou. — Se não acredita, há um vídeo com toda a briga. Deixei com Bowen, um membro de nosso clã. Garreth deixou de olhar de Lachlain e se voltou a Luzia.  — Consegue-o. Para que Annika o veja. Elevou as sobrancelhas.  — Quer que vá ao clã? Garreth disse:  — Diz que eu a enviei e não lhe farão mal. Juro-lhe isso. Elevou o queixo.  — Sei que não me farão mal. Mas se está me enviando, a alguém que leva um arco, entre sua gente. Não agradecerá por isso. Lachlain viu que os olhos de seu irmão adquiriam ira, mas Garreth ainda assim explodiu.  — Faria eu mesmo. Mas não posso desde que fui encerrado em uma jaula depois de vir em seu resgate. Ela ruborizou como se fosse culpado, então disse finalmente:  — Recuperarei-o e o revisarei. Então o darei a Annika, se for como você diz. Lachlain se esticou contra as barras.  — Maldição, isso tomará muito. Não poderia simplesmente tomar meu sangue para que a beba? — Annika... Sinto muito. Quando se foi, Garreth continuou olhando à porta.  — Luzia será rápida. — Desde quando sabe que é sua? — Faz um mês. — Perguntou-me por que estava tão zangado para recordá-lo. — Lachlain inspecionou a cela, procurando alguma fraqueza. Tinha escapado de coisas piores para alcançar Emma... Não o prenderam agora.  — Não disse? — Luzia é difícil. E suspeito que seja uma corredora. Conte algo que não quer ouvir e desaparecerá. E não sente nem uma gota de amor por mim. É a razão pela que esteja aqui em primeiro lugar. Sofre uma agonizante dor quando perde seu objetivo... Por isso é tão infelizmente boa. Annika pôs uma armadilha, pôs de cevo a Luzia perdida e gritando de dor e eu me apressei. Deveria ter sabido que não havia modo de que perdesse de novo. Nunca viu uma criatura disparar como ela...  — Tenho uma boa idéia — disse Lachlain secamente, afastando de um lado a camisa para  mostrar a ferida curada do ombro.
Garreth claramente não sabia como atuar com isso. Seu irmão disparado por sua companheira. — Não guardo ira contra ela. — Lachlain se esticou para separar as barras, desconcertantemente não se moveram. Como tinha enfraquecido tanto? Sim, estava infestado de feridas, mas nunca tinha encontrado uma jaula que pudesse o reter. A não ser...  — Reforçaram estas? — Sim — Garreth se levantou e agarrou a mesma barra que Lachlain estava lutando por curvar — Estas criaturas se aliaram com as bruxas. Annika me contou que nada físico podia as curvar. Quando entre os dois não puderam mover o ferro, Lachlain baixou as mãos, examinaram a jaula procurando qualquer alternativa, desesperado por alcançá-la. Passou a única parede de cimento e esmurrou os punhos contra ele. Muito grosso para abrir através dele. — Não posso acreditar que se desesperasse — gemeu Garreth — Quando sairmos daqui, eu...  — Não, não me importo. Especialmente desde que parece aceitar que minha companheira é uma vampiro. Dirigiu a Lachlain uma expressão exasperada.  — Não me importaria nem que fosse uma Fúria, enquanto estivesse contente com ela. E está claro que está. — Sim, mas tenho que chegar até ela — disse Lachlain, provando o chão de cimento. — Ao menos não estamos acorrentados — ofereceu Garreth — Quando abrirem esta porta podemos atacar. Lachlain passou os dedos pelo cabelo.  — Preferiria estar só acorrentado. Cortaria-me as mãos antes de deixar que Emma sofra mais. Garreth o olhou, e Lachlain soube que havia dito as palavras sem a menor reserva. — Confia em mim, Garreth, não está tão mal este sentimento...  Emma se queixou de dor, e pôde ouvir o som tão claramente como se tivesse gritado. Grunhiu respondendo à dor e arremeteu contra as barras. As barras estavam protegidos, a parede e o chão de cimento sólido...  Levantou a cabeça, fixou os olhos no teto.  — Posso-me abrir. — Lachlain, não acredito que isso seja inteligente. Esta casa tem séculos de antigüidade e poderia machucar de um modo que não imagina. — Não importa. — Deveriam te importar as três histórias que é uma construção engenhosa... Se uma peça cair, produzirá-se um efeito dominó. Guerra, furacões, e raios constantemente a têm feito pouco sólida. Não acredito que Valha Hall possa resistir a um Lykae mordendo através do primeiro piso. — Sustente-o enquanto vou.
— Manter o piso? Se não pudesse, poderia estar machucando aos nossos casais. Este lugar poderia vir-se a baixo. Lachlain o golpeou no ombro.  — Se assegure de não deixá-lo cair. O tempo se acabava. Deixou que a besta fizesse seu trabalho com o teto, esfaqueando através da madeira, escavando com as garras, e entrando na fria casa. De joelhos no chão, Lachlain se sacudiu, lutando por controle. Olhando para baixo, disse:  — Pode dirigir isto? — Simplesmente que não se leve muito — gemeu Garreth — OH, e Lachlain? — Retorcendo-se — Não vai matar Wroth, um vampiro grande com o cabelo negro, se o vir por aí. É o que ajudou a Emma com a idéia do sangue diretamente nas veias. Um dos descendentes do Kristoff. Devemos-lhe a vida da Emma. Lachlain falou bruscamente:  — A que maldição! Este interesse de Kristoff por ela? Garreth meneou a cabeça.  — Não. Acredito que este Wroth o fez para fazer que reconhecessem sua união com a Myst. Uma Valquíria unida com um vampiro? — Parecia muito mais sensato do que parece ser. Agora vá! Lachlain ficou de pé em um salto. Seguiu o cheiro de Emma facilmente, movendo-se através da grande mansão, e o seguiu diretamente pelo chão. Uma Valquíria ruiva estava abandonando o quarto de Emma com um homem muito alto. Um vampiro. O primeiro instinto de Lachlain foi atacar, mas o reprimiu. Esse tinha que ser Wroth, que tinha ajudado a Emma e a tia Myst. Wroth confortou a Myst, limpando as lágrimas. Um vampiro confortando outro ser? De repente a cabeça de Wroth se elevou de um puxão; Lachlain se esmagou contra o muro. Wroth comprovou o espaçou com os olhos estreitados então apertou a Myst e os riscou afora. Depois que desapareceram, Lachlain correu para o quarto de Emma. Dentro, a cama estava vazia. É obvio, devia estar debaixo ela. Caiu sobre os joelhos, elevando a roupa de cama. Não estava. Quando olhou ao redor, viu a Nïx em com Emma nos braços. — Nïx, dê-me ela. Posso sará-la. Acariciou o cabelo da Emma.  — Mas seu sangue suporta um preço. Uma jovem como esta sonha com batalhas que nunca viu, sente feridas que poderiam tê-la matado dez vezes. Meneou a cabeça, não querendo acreditar. — Sonha com fogo. — Suspirou Nïx — Eterno, fogo eterno. Emma parecia frágil, a pele e lábios pálidos como a neve. As bochechas se sobressaíam ossudas. Uma olhada nela, e estava suando de temor. Nïx se inclinou para esfregar o nariz com a da Emma.  — Emma das três. E ainda não sabe. Emma das três que a ataram na árvore. O que tem em sua pequena mão? Querida menina. Supõe-se que ele te conseguirá um anel. —
Com esforço, Nïx tirou o anel da mão e o lançou. O pôs sem interesse. Por que a maldita não podia lhe dar a Emma tão facilmente? — Deste-lhe o Instinto. Brilha como uma estrela nela, radiante. Pode ver onde a marcou como tua. Impossível...  — Nunca o perderá. — Nïx a acariciou sua testa — É toda nossa. Emma das três. — Nïx, O que tenho que fazer para que me dê ela? — O que faria por ela? Juntou as sobrancelhas pelo absurdo da pergunta.  — Tudo — disse asperamente. Estudou-o durante um comprido momento, então assentiu firmemente.  — Tem trabalho que fazer Lachlain. Dê-lhe novas lembranças que combatam as velhas. Esticou as mãos para ela, esqueceu de respirar... Até que Nïx finalmente a alcançou. Apertou Emma contra seu peito, mas não despertou, e quando voltou a elevar o olhar, Nïx  tinha ido. Rapidamente, dirigiu-se à cama, deitando-a. Cortou o braço com as garras maltratadas e o colocou contra os lábios. Nada. Sentou-se a seu lado e a sacudiu.  — Maldição, Emma, acorda — Não o fez. Seus lábios se abriram, e viu que as presas estavam desfiladas e pequenas. Introduziu o polegar e o passou entre os lábios, agarrando a cabeça com a outra mão. Passaram longos momentos. Então ficou muito quieta, como se inclusive o coração parasse. Tomou, apenas um pouco. Depois de um momento, levantou as mãos para seu peito, agarrando-se a ele. Tirou o dedo, e quando a pegou no braço, lançou a cabeça para trás, fechando os olhos com alívio. Então enquanto bebia, subiu sua camisola e as ataduras para comprovar a perna e o flanco. Já arranhões. Quando terminou, piscou abrindo os olhos e lançou os braços ao redor de seu pescoço, espremendo-o fracamente. — Por que foi, Emma? Foi pelo que disse sobre o Demestriu? — Tinha que ir. Lachlain — disse, com a voz fraca — Ele é meu... Era meu... Pai. — Sei. Mas isso não explica por que fez isso. Afastou-se dele.  — Nïx, disse-me antes que partisse a Paris que tinha que fazer isso desde que nasci. Reconheci-o quando o vampiro levantou a mão. — Tremeu — Sei que é difícil de acreditar, mas e-eu matei Demestriu. — Eu vi. Tenho toda a briga em fita. Luzia vai conseguir de Bowen enquanto falamos. — Como a conseguiu? — Ivo estava gravando Demestriu. E as tirei de Ivo. — Diante seu cenho, acrescentou — Quando estava na guarida de Demestriu, eu já estava no castelo. — Matou Ivo? — perguntou com um tom esperançoso.
— OH, sim. Com prazer. — Está zangado por não poder se vingar de Demestriu? — Estou zangado porque foi sozinha. Entendo que era seu destino, mas não volte a me deixar assim de novo. Pôs as mãos atrás da cabeça e a pressionou contra ele. O corpo tinha aumentado em calor e suavidade. — Como encontrou Helvita? — Te segui. Emma, sempre virei por você. — Mas como pode estar bem comigo? Sabendo quem eu sou? Fez encará-lo.  — Sei quem é. Vi tudo o que aconteceu, e não temos nenhum segredo entre nós. E te quero tão desesperadamente que minha mente não pode compreender. — Mas não posso compreendê-lo. Era sua filha. — O vendo com você suavizou muito minha cólera. Tinha pensado que se desfrutavam todos os dias do que me tinha feito e por tirar do meu pai a vida e o anel. Depois que recordava estas coisas, estava tão confuso. E a amabilidade que se mostrou ao final... Significou muito para mim. — Mas tomou muito de você. —Moça, também me deu você. Deu-lhe um tímido olhar.  — Eu? Assentiu.  — Fique louco depois daqueles anos de inferno, mas foi só uma sombra quando pensei que te perdia. Murmurou:  — Vi-o, Lachlain. Esse inferno. Sei o que  aconteceu com você. Descansou a testa contra a dela.  — Peço a Deus... Queria que não o tivesse. Mata-me por dentro, saber que te amaldiçoei com essa lembrança. — Não, estou contente agora que o tenho. — Como pode dizer isso? Tremeu-lhe o lábio inferior.  — Jamais eu gostaria que ficasse sozinho. Apertou-lhe os ombros. Com as sobrancelhas elevadas, ofegou:  — Meu Deus, te amo. Ela ofegou.  — Eu também te amo. Quis te contar isso..... —Se você sente o mesmo, então por que você não voltou a Kinevane? Comigo?  —Porque era dia na Rússia.  Então ele entendeu.   —Portanto, seria de dia na Escócia.  — Exatamente. Foi só na minha segunda vez que risquei (a primeira foi antes de ir com o vampiro) e não confiava em mim mesma para aterrissar nos lugares a prova de sol. Sabia que aqui era depois de meia-noite.
— Perguntava-me quando tinha aprendido a riscar — Em um tom baixo, admitiu — Pensei que tinha escolhido as suas tias antes de mim. — Não, estava tentando ser inteligente fria e lógica. E por outro lado, decidi que ninguém vai obrigar-me a escolher a ninguém — Meneou um dedo perante ele — Incluindo você, Lachlain. Não de novo. Curvou os lábios.  — Vai me manter com rédea curta, não é? Especialmente agora que sei o que ocorre quando se desgosta com alguém. Ela bateu no seu braço, mas quando a mão se encontrou com o tecido molhado do casaco, arregalou o olhos.  — Esta ferido. Pior do que eu pensava. — ficou de pé, mas voltou cair de volta. — Me dê tempo. Sararei como você o está fazendo. Sua perna já está melhor. — Me deixe conseguir uma atadura para você — Olhou sobre ele — Suas mãos? Seu peito? OH, Lachlain. Não estava preparado para que abandonasse o quarto, especialmente sem ele.  — Não se preocupe. — Manteve-lhe apertadas as mãos — Agora que sei que me ama te chantagearei com isso e farei que cuide de mim. Ela tentou evitar um sorriso e perdeu. — Assim que mais vê? — Tossiu no punho — Em minhas lembranças — Isto poderia ficar difícil. — A maioria está conectada comigo — disse claramente agitada. Ainda difícil. Podia o ver quando acariciava a si mesmo, enquanto se imaginava com a boca entre suas pernas?  ― E...? — Vejo coisas do passado. E te vejo admirando minha roupa intima — ruborizou. — Pode ver por que isto poderia me ter preocupado? — Também me preocupa! Acredito que morrerei se te vejo com outra mulher. — Está ciumenta, moça? — Sim! — gritou, como se não pudesse acreditar na pergunta — Enquanto esteve dando‖voltas‖grunhindo‖“minha”,‖silenciosamente‖estive te dizendo o mesmo. Isto ficava cada vez melhor.  — Acredito que eu gosto de ciumenta e possessiva. Mas eu não gosto do que está disponível em minha mente. Que mais viu? Assim que lhe contou as lembranças dele em um camping, dele em um quarto de hotel, dele a admirando o traseiro, o colar. Nada que o envergonhasse muito.  — Me viu matar? — Não.  — Viu-me dar agrado com minha própria mão? Ela arregalou os olhos.  — Não, mas...  — Mas o que? — Quando não o contou, mordiscou-a a orelha — Me conte. Com a cara afundada em seu peito, virtualmente não ouviu o sussurro:  — Quero.... — A admissão mandou uma quebra de onda de calor através dele.
— Então, quer? — Sua voz tinha enrouquecido. Enquanto assentia contra ele, deu-se conta que pensava que estava ferido - tão infelizmente perto da morte - que podia o obrigar.  — Só me diga o que quer. — Mas não quero ver algumas coisas. Como a você... Com outra mulher. — Agora, isto não me preocupa. Toma minhas lembranças e ninguém antes que você foi memorável. — Não sei...  — Eu sim. Todas as coisas que descreveu eram de meus pensamentos sobre você. As lembranças todas claramente, inclusive depois de tanto tempo. — Quando ficou carrancuda, explicou — Penso que despertou muito cedo. Aquele dia no arroio dava-me tristeza de não te ter, mas depois me prometi que nada poderia me deter para te encontrar. Jurei que não esperaria por você...Te buscaria até os limites da terra. E no hotel quando estávamos juntos, prometia-me que faria o que fosse para te reclamar, ir a qualquer extremo, inclusive se não eram honráveis. Dei-me conta nessa noite que podia fazer que ansiasse por mim. — E os outros? — O colar? Nesse dia inteiro de caminho para casa dormi com ele em minha mão, renovando minha crença de que o veria posto algum dia. E a noite que olhei seu rabo, e tem um rabo no que pensarei muito freqüentemente, uni a você na ducha. Quando tomei sob a água, sussurrou em meu ouvido que não acreditava que pudesse viver sem mim. — Fiz? — Respirou. — OH, sim, e pensei que daria tudo para ouvi-lo de novo. Assim descansa facilmente nesse ponto, amor. Penso que é como ler a mente, e muitos casais que conheço o fazem. — ficou carrancudo — Embora esses sejam normalmente recíprocos. Compartilhará coisas comigo como se tivesse este talento? Para não manter mais segredos entre nós. —Sem mais segredos, Lachlain. — E começaremos a passar minhas... Nossas lembranças? Assentiu rapidamente.  —Faremos...  —Emmaline! —gemeu Annika. Regin, atrás dela, arregalou os olhos diante à imagem deles juntos—. Afaste-se dele! Emma ofegou, parecia envergonhada de ser pega na cama com  Lachlain. Então sua expressão ficou desafiante.  —Não. —Não pode querer isto. Discutiremos quando estiver melhor. —A Regin disse:— Leve-o daqui. —Sua voz estava impregnada de desgosto. Emma se esticou.  —Não o toque, Regin. —Sinto muito, Em. —Tirou a espada e foi até a cama em uma imagem imprecisa, a ponta da espada sob seu queixo antes que pudessem piscar. Esticou-se, mas com suas feridas e Emma atirada sobre ele, não podia reagir o suficientemente rápido. —Abaixe... A espada... —disse Emma.
— Está fora de seus sentidos, menina. Por que quer estar com ele quando tem pesadelos sobre ele? Annika acrescentou:  —Precisa se afastar deste... Deste Lykae. —Fico com... —seus olhos piscaram— este Lykae.  —Mas os pesadelos...  —São nosso assunto. — Quando Regin pressionou mais, Emma ladrou — Não — Lançou-a para trás com velocidade sobrenatural. Regin voou através do quarto. Lachlain levantou a cabeça, e puxou Emma para trás de si. Mas em vez de atacar como Lachlain esperava, Regin meneou a mandíbula e sorriu alegremente. — Sessenta e cinco anos estive tentando te ensinar a se mover assim. Todas elas eram loucas pela Emma. Regin falou com outra Valquíria no armário que tinha vindo de nenhuma parte e fazia globos com um chiclete.  —Revisa-a. Não marcou seu golpe. Finalmente, posso relaxar um pouco. Annika apertou as mãos.  — Emma, por favor, seja razoável. Emma girou a cabeça para a Annika.  —O que está acontecendo aqui? A casa poderia ter sido arrebentada por seus relâmpagos. Lachlain suspeitava que Annika não podia dizer muito sobre esta situação desde que agora ela estava aparentada por casamento a um vampiro de puro sangue.  —Sim, Annika, por que não conta por que um Lykae não parece tão mau agora? Quando Emma o olhou carrancuda, disse:  —Aceitou reconhecer o casamento de sua irmã com o Wroth. Penso que está imaginando-se que algo é melhor que ele. Annika deu uma careta de puro rancor. —Sabe o que? —disse Emma a Annika—. Posso ver que vai aceitar isto... incrivelmente, mas posso vê-lo. E vou manter a cabeça baixa e não fazer umas quantas perguntas...  —Cristo! Garreth! —Lachlain ficou de pé, fraco e tropeçando. Arrastando a Emma a seu lado, meio levando-a, cambaleando para fora do quarto e desceu as escadas. Regin e Annika os seguiram, demandando saber o que estava acontecendo. Dentro do porão, encontraram  Wroth ao lado de Garreth, lutando por sustentar o teto. A voz do vampiro soava incrivelmente calma quando perguntou:  —Que espécie de idiota poderia achar isto como um bom plano? Em um tom atônito, Lachlain disse a Emma:  —Sua família está acrescentando uns parentes políticos como ele? O olhar do vampiro caiu sobre a mão de Lachlan apertando a da Emma, e elevou a sobrancelha.  —Efetivamente.
 
— Filme! — Alguém gemeu, e para grande inquietação de Lachlain, ouviu que as Valquírias começavam a andar por toda mansão. Lachlain estava exausto por suas feridas e por ter ajudado a sustentar a casa enquanto  encontrava  um conveniente empreiteiro do Lore quem poderia reparar o dano. Depois tinha sido capaz de tropeçar até o quarto de Emma, então eles puderam enfaixar-se de novo o um ao outro. Ele tinha deitado em sua cama, atraindo ela para perto, recostando-a ao seu lado, com o braço curvando-se ao seu redor, só minutos antes que pudesse dormir, com a cabeça dela recostada em seu peito. Agora ele, olhava fixamente o braço que se apertava ao redor dela, desejando ter uma arma, quando começaram a desfilar no quarto de Emma de todos os cantos da casa. Umas tinham conseguido pipocas de milho, nenhuma as comia. Enroscaram-se nos batentes das janelas, em cima do roupeiro, e uma até saltou ao pé da cama depois de empurrar às pernas de Lachlain para que este as movesse. Lachlain encontrou molestado que todas elas estivessem tão frescas. Aqui estava um Lykae com o membro mais jovem de sua casa nos braços e em sua casa. Em sua cama. Esperou que se dessem conta disso em qualquer momento e atacassem. Ele estava tão fraco como não tinha estado antes e elas o rodearam como um enxame. Garreth e Luzia estavam claramente ausentes. Ela havia retornado com o vídeo, mas pelo visto tinha estado tão comovida por algo que tinha ocorrido dentro do clã que partiu justamente depois. Garreth a tinha seguido. Incrivelmente, Lachlain estava quase aliviado quando Wroth chegou ao quarto com Myst, mas não vacilou em devolver o cenho ao bastardo. Antes que o vídeo se reproduziria na TV de Emma,‖ela‖conectou‖seu‖“velho”‖iPod‖ assim ela não podia ouvir, depois sepultou sua cara contra seu peito devido às “partes horripilantes”. A diferença dos outros, Lachlain não tinha nenhum problema em desentender-se da tela para pensar em tudo o que tinha aprendido, porque a tinha visto uma e outra vez. Lachlain tinha visto primeiro o vídeo da entrada de Demestriu, porque Harmann o tinha programado para começar ali. Mas Lachlain na realidade era capaz de voltar e ver Demestriu nas horas e inclusive dias antes que Emma aparecesse. Lachlain tinha visto Demestriu olhar fixamente a janela, deixando cair sua testa em suas mãos apertadas, repartindo golpe da mão direita e sinistra, desenfreado em sua loucura, justo como Lachlain tinha feito. Lachlain sacudiu a cabeça. Não sabia como sentir-se a respeito, como reconciliar seu passado e suas perdas com o que poderia ter sido uma breve labareda de compaixão. E Lachlain se deu conta agora, com Emma aqui, que ele não tinha que entender. Ainda. Eles o entenderiam junto. Pôs fim a esses pensamentos e estudou as reações das Valquírias enquanto observavam. Riram ruidosamente do fato que Emma, um vampiro, estivesse assustada pelo sangue no chão. Durante a luta, elas se esticaram e se inclinaram para a TV, olhos muito abertos quando Emma quebrou a janela.  — De armas tomar — resmungou Regin, e os outros assentiram com a cabeça em resposta, embora nenhuma movesse seus olhares, fixos na tela.  Em certa ocasião, Nïx bocejou e disse:  — Já vi esta parte — mas ninguém se incomodou em perguntar como. E quando Demestriu disse a Emma que estava orgulhoso, alguém gritou, fazendo que um relâmpago partisse o céu. A prova que Furie estava viva foi recebida com aclamações, e Lachlain não terminou com sua felicidade dizendo que neste mesmo momento, Furie rezava a grande Freya pela morte. Quando terminou, Emma tirou os aparelhos de surdez e ainda em seu peito deu uma olhada ao seu redor. As Valquírias simplesmente saudaram com a cabeça para a Emma a Insólita, e ele, depois saíram, com Nïx predizendo que o falecimento de Demestriu venderia mais que Uma Noite com os Duendes em Paris entre os do Lore. Quando Regin saiu, resumiu o que pareceu ser a atitude do resto do aquelarre:  — Se Emma desejava Lykae o suficientemente para cortar Demestriu, então ela deveria ser capaz permanecer com ele. Annika só acrescentou: — Não tem que te decidir agora mesmo, Emmaline. Só não faça algo que vá se lamentar pelo resto de sua vida. Emma sacudiu a cabeça, consternada ao ver a Annika ferida, mas firme nisto.  ― Pensava que era minha decisão, mas não é assim. É sua. Você pode decidir se me aceitar com ele. Ou partirei — Lachlain tomou sua mão em apoio. Annika claramente se esforçou por um comportamento tranqüilo e sua face parecia mármore, mas o relâmpago aceso atrás dela desmentia seus esforços. Ela estava destroçada por isso. ― Annika, sempre correrei para seus braços. — Não havia nenhuma defesa contra isso, nenhum argumento para refutá-lo e ambas sabiam. Finalmente, Annika, com seu queixo e ombros erguidos, encarou Lachlain.  — Não reconhecemos companheiros livres — cuspiu a palavra — Ou como você Lykae o chame, como uma união de vinculação. Terá que trocar votos. Principalmente estou preocupada sobre a parte onde um Lykae jura que não usará esta união para machucar de qualquer modo os aquelarres. Lachlain gemeu os dentes.  — O Lykae tem nome. E eu gostaria de compartilhá-lo com a Emma, nada me agradaria mais. Farei esse voto. Ela confrontou Emmaline com uma última expressão suplicante. Quando Emma sacudiu sua cabeça devagar, Annika pediu:  — Não se risque aqui com ele mais do que for absolutamente necessário. Enquanto saía do quarto, resmungou:  — O Aquelarre se vá pro Diabo em minha opinião. Emma disse: 
— Me riscar! Isso. Agora podemos visitá-las sempre que quisermos. Grande! Podemos passar alguns fins de semana aqui? E Mardi Gras? E o Festival de Jazz? Oooh quero te olhar comer caranguejo! Com uma expressão aflita, ele disse:  — Suponho que de vez em quando poderíamos transpassar os pântanos tão facilmente como um bosque. Então sua face se fechou.  — Mas não sei se te quero ao redor de todas minhas magníficas tias. Ele riu entre dentes diante sua ridícula declaração, depois estremeceu quando suas feridas não quiseram cooperar.  — Emma, envergonha-as. Não, não estou de acordo. Tenho olhos, posso ver. — Ele acariciou seu polegar sobre sua bochecha — E sei que nenhuma delas pode uivar à lua a metade de bem como minha pequenina. ― Homem lobo atrevido! — repreendeu ela, inclinando-se para beijar seus lábios, mas foi interrompida por um grito proveniente de abaixo. Quando eles se olharam com o cenho um ao outro, Annika gemeu. — O que você quer dizer com temos um número de seis dígitos no cartão de crédito?
 
Emma a Insólita Emma a Assassina do Rei Emma das Três Raças
Sou própria página no Livro das guerreiras! Regin, Nïx, e Annika a tinham levado, e ela tinha insistido em levar Lachlain, à sala de guerra, ao pedestal ornamentado e antigo, com a luz descendo suavemente sobre ele. Tiraram-no de seu estojo do Plexiglas e o abriram em sua página. Sua imagem pintada estava ali e abaixo ela, escrito na língua antiga, estavam os aliás, Uma das Apreciadas Guerreiras de Wóden. Guerreiras. Guerreiras. Isto era tão super que não acreditava. Com dedos trêmulos, Emma acariciou a empolada escritura no suave pergaminho. Assassina de Demestriu, Rei dos vampiros, Senhor de Horda, o mais antigo e poderoso dos vampiros; quando decidiu combater sozinha contra ele. Emma elevou as sobrancelhas à implícita recriminação e Annika elevou o queixo. Rainha de Lachlain, rei dos Lykae. Amada filha da Helen e todas as Valquírias. — Olhe meu currículo! — As lágrimas a transbordavam — Pareço boa sobre o papel! Regin gemeu.  — Sem prantos. Isso é tão asqueroso. — E deixaram lugar para mais! — Choramingou. Nïx alcançou os lenços que tinha previsto lhe dar, e Emma limpou a face com eles.
— Bem, é obvio — disse Nïx — Como acontece toda uma preguiçosa eternidade nada mais que se derrubando com seu lobo, deixamos lugar para seus heróicos bebês fantasias de diabo. A face de Emma ficou vermelha e sentiu que Lachlain enlaçava um braço protetor sobre ela, apertando-a ao seu lado. Com o queixo elevado, disse:  — Decidimos não ter filhos. Nïx franziu o cenho.  — Bem, normalmente não me equivoco sobre estas coisas quando as vejo, mas se ambos estão tão seguros disso, então nunca a deixe comer comida humana, especialmente não nas semanas seguintes às últimas do mês, ou ficará grávida mais rápido que um coelho depois de uma cerimônia de fertilidade! Emma disse suavemente.  — Mas não posso... Sou uma vampiro e não podemos ter filhos. Nïx e Annika franziram os cenhos.  — É obvio que podem — disse Nïx — Só tem que comer uma alimentação diferente. Quando Lachlain ainda não parecia convencido, Annika disse:  — Pensa sobre isso... O que fazem todos os humanos e não fazemos no Lore? Alimentam-se da terra e engravidam. Ambos estão relacionados. Com o coração triste, Emma recordou Demestriu falar sobre Helen compartilhando as comidas com ele justo antes de ficar grávida.  — E um Lykae com uma... Valquíria? — Podem ter pequenos sabujos? — Nïx riu bobamente — É obvio, e no sentido mais literal. Sabe, não são a primeira vez que diferentes facções têm uma prole juntos — Olhou ao redor como se procurasse a alguém na mansão, então contou com os dedos — Vampiros que podem andar sob o sol, Lykae que podem obter sustento do relâmpago. Valquírias que correm pelos bosques de noite cheias de alegria — Nïx pôs uma expressão de sobressalto no rosto — E serão fortes. Somente olhem-se. Emma olhou de Nïx para Annika.  — Por que não me disseram isso? Annika elevou as palmas, meneando a cabeça.  — Nunca imaginei que pensasse sobre isto, muito menos que estivesse tão errada com essa impressão. À Lachlain, disse Nïx:  — Quando Emma desejar com todo o coração filhos terá que comer carne regularmente ao menos nove meses. Emma enrugou os lábios e fez uma careta, sem deleitar-se com o pensamento de mastigar. — Solte o fôlego. Não estou ansioso por compartilhá-la. — Muito bem. Até então uma feliz... — Nïx se parou para lhe oferecer um lascivo sorriso — lua de mel! Emma e Lachlain sentaram aturdidos. Nïx assinalou com uma mão impaciente. 
— Todos poderiam sair a colação durante as três horas prévias e os unir ao Conselho a que ambos estão obrigados.
 
Esse fim de semana depois da pequena e singela cerimônia de Emma e Lachlain, e a ruidosa e extravagante festa que se seguiu, os membros do aquelarre descansaram na sala de TV, ajeitados sobre o mobiliário, com os olhos pegados ao aparelho. Lachlain e Emma se sentaram entre elas, mas ele estava inquieto, incapaz de olhar o filme quando Emma estava riscando preguiçosos círculos na palma de sua mão com os dedos. Lachlain havia convidado unicamente  Bowen e Garreth aos festejos, embora todo mundo no clã estivessem ansioso por conhecer a diminuta rainha que tinha tombado Demestriu. Mas a sua gente gostava de beber e tirar o sarro e ser buliçosos, e somente podia ver as dementes Valquírias, que não bebiam nada, de uma muito má maneira.
Mas‖Luzia‖tinha‖“ido‖passear”,‖como‖as‖Valquírias‖o‖chamaram,‖ou‖“fugir”,‖como‖ Garreth o tinha qualificado mais corretamente, e Lachlain o entendeu completamente quando Garreth saiu atrás dela. Bowen tinha aceitado, mas depois de lhe felicitar distraidamente aquela noite, tinha passado uma hora acocorado em uma esquina com Nïx. Depois, tinha estado crítico, preocupado e tinha saído rapidamente. Olhando a qualquer que se atrevesse a lhe dizer que não, Wroth tinha aparecido audazmente com uma sorridente Myst ao seu lado. Mas o aquelarre parecia o tratar com a mesma indiferença que mostravam a Lachlain, que a maior parte das vezes agia como se não importasse, como se sempre tivesse sido um móvel da casa. Exceto por Annika... Depois de notar a presença de Wroth, não tinha elevado tão orgulhosamente o queixo de tudo, e Lachlain a ouviu resmungar:  — Furie vai me matar...  Lachlain se removeu com inquietação. Pensou que por fim estava o suficientemente forte para ir no dia seguinte. Estava fisicamente preparado para reatar as relações com sua esposa, e não estava desejoso de fazê-lo debaixo deste teto. Levantou e lhe tendeu a mão, com um tímido sorriso ela deslizou sua mão na sua. Quando  cruzaram em frente da tela, esquivaram com dificuldade a chuva de pipocas.  Não sabia onde a estava levando, possivelmente à névoa da noite. Só sabia que a queria, necessitava-a, nesse momento. Era muito preciosa para ele, muito boa para ser real. Quando estava dentro dela, com os braços estreitamente ao seu redor, sentia-se temeroso, como se a fosse perder. Mas só chegaram a uma entrada vazia antes que a pressionasse contra o muro, agarrando-a do pescoço, e exigindo novamente.  — Ficará comigo? — Sempre — Arqueou os quadris para ele — Me ama? — Sempre. Emmaline — grunhiu contra seus lábios — Sempre. Tanto que me faz enlouquecer. Quando gemeu suavemente, levantou-a para que pudesse enlaçar as pernas em sua cintura. Sabia que não podia tê-la aqui, mas as razões de porque se voltaram imprecisas com suas respirações no ouvido.
— Eu gostaria que estivéssemos em casa — sussurrou — Juntos em nossa cama. Casa. Maldição ela havia dito casa. Em nossa cama. Alguma vez tinha falado algo tão bom? Pressionou-a mais forte contra o muro, beijando-a mais profundamente, com todo o amor que tinha em seu interior, mas de repente estavam caindo, de algum modo perdeu o equilíbrio. Apertou-a e virou para tomar o impacto com as costas. Quando abriu os olhos, estavam atirados em sua cama. Com as sobrancelhas elevadas, a mandíbula frouxa, soltou-a e se levantou sobre os cotovelos.  — Isso foi... — exalou um assombrado suspiro - Foi uma viagem selvagem, moça. Não poderia me advertir da próxima vez? Assentiu solenemente, sentando-se em cima dele, tirando blusa por cima da cabeça para despir os deliciosos seios para ele.  — Lachlan - se inclinou para sussurrar na orelha, esfregando os mamilos no peito, o fazendo estremecer-se e apertando-a nos quadris — Estou a ponto de te dar uma viagem... Muito... Selvagem. Inclusive depois de tudo o que tinha acontecido a necessidade por ela era muito forte e se abandonou, agarrando-a pelas costas e lhe arrancando as roupas. Fez o mesmo com as suas e então a cobriu. Quando segurou os braços por cima da cabeça e entrou nela, gritou seu nome e se retorceu embaixo dele docemente.  — Exigirei essa viagem amanhã, amor, mas primeiro vai ver selvageria de um homem que conhece.

 

 

                                                                                                    Kresley Cole

 

 

 

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