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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


DESPAIR AND DESTINY / A. K. Michaels
DESPAIR AND DESTINY / A. K. Michaels

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Fergie foi arrancado do sono por barulhos altos na porta dos fundos. O martelar tão forte que ele tinha certeza de que a cabana realmente tremia. Seu cérebro confuso do sono lentamente acorda quando seu braço automaticamente tenta alcançar sua companheira e não encontra nada além de espaço vazio. Seu estômago revirou quando percebeu que Angel não estava ao seu lado e ele sacudiu a cabeça para limpar os últimos vestígios de sono enquanto tentava envolver seu cérebro.
O próximo som que ele ouviu quase parou seu coração. O suspiro de medo de Angel e sua voz implorando:
— Pare, por favor, pare.
Ele nem sequer pensou, movendo-se com a velocidade de um relâmpago, entrando na cozinha para ver um brutamontes enorme pairando sobre sua companheira. Enquanto as mãos grandes seguravam seus ombros, sacudindo-a e gritando para seu rosto aterrorizado.
— Onde ela está? Onde diabos ela está?
Fergie grunhiu, sua fera ansiosa para fazer uma aparição e enfrentar essa ameaça, sua raiva tão grande que ele nem sequer reconheceu o homem segurando Angel.
— Tire suas mãos da minha companheira ou arrancarei sua garganta!

 


 


Dois pares de olhos atônitos pousaram sobre ele, a mão de Angel voltando para a boca enquanto exclamava.

— Funcionou! Agradeço a Deusa, funcionou.

A boca de Jacob ficou aberta, seu rosto uma máscara de espanto quando Fergie foi em direção a eles.

— Eu disse, tire suas mãos da minha companheira, Jacob, ou irei derruba-lo!

— O que diabos? — Jacob amaldiçoou, olhando para Fergie como se estivesse vendo coisas imaginárias.

Angel se afastou, correndo para Fergie e caindo nos braços estendidos.

— Funcionou, mon loup. Funcionou.

O coração de Fergie desacelerou quando percebeu que Angel não estava mais em perigo, mas apenas por um simples momento, antes de perceber que estava de pé na cozinha. Olhando para Angel com uma careta e olhando as pernas como se não fossem dele.

— O que diabos está acontecendo? — Ele ofegou quando Angel começou a soluçar.

— Por favor, perdoe-me, meu amor. — Implorou Angel, seus dedos cavaram em seu peito. — Eu não sabia o que mais fazer. Você é tão teimoso e me desculpe. Não me odeie.

— O que você fez? — Perguntou Fergie, seu espanto em estar em suas próprias pernas ainda correndo por ele.

— Rebecca veio enquanto você estava dormindo e curou você, ela...

Fergie a cortou.

— O quê? Você fez o quê? Por que você faria isso?

Os soluços de Angel pioraram quando seus olhos vermelhos brilharam para ele.

— Porque eu te amo! É por isso! Você não permitiria que ninguém ajudasse a curá-lo e eu sou sua companheira. Eu não podia ficar parada e não fazer nada quando eu sabia que havia algo que poderia ser feito. Você é meu tudo, Fergie, e estava morrendo por dentro, bem na minha frente.

A voz de Jacob explodiu, interrompendo-os.

— Eu não me importo com sua pequena briga doméstica. Becca se foi, ela está desaparecida! Eu segui o cheiro dela até aqui e achei isso no terreno.

Ele segurou o telefone de Rebecca, agora sujo e coberto de pedaços de folhas.

— Ela nunca vai a lugar nenhum sem o telefone e com certeza não foi apenas dar um passeio na floresta. Então, Angel, por que você não me diz onde está minha companheira?

Fergie puxou-a mais firmemente dentro de seus braços, grunhindo contra Jacob.

— Veja seu tom, Jacob!

Angel balançou a cabeça freneticamente.

— Eu não sei onde ela está. Eu juro que não sei. Ela veio, curou Fergie e depois saiu. Não a vi desde então e isso deve ter acontecido há cerca de cinco horas. Sinto muito, Jacob. Não sei o que aconteceu com ela.

A cabeça de Jacob caiu para trás, um rugido irrompeu dele enquanto lutava para se controlar. Fergie olhou para Angel, em seguida, para um Jacob perturbado, sua herança ganhando vida quando ele se tornou Alfa.

— Angel, discutiremos o que você fez mais tarde, em particular. No entanto, parece que algo aconteceu com Rebecca, então precisamos ajudar Jacob a encontrar sua companheira. Primeiro, Jacob, você tem certeza de que não consegue sentir o cheiro dela deixando a área atrás da cabana? Possivelmente vagando no escuro e se perdendo? Em segundo lugar, Angel, coloque roupas e vá até Cam e informe-o que temos um problema.

Angel se afastou quando Jacob andava de um lado para o outro, raiva, medo e desespero rolando sobre ele em grandes ondas. Seus olhos, quando se virou para Fergie, ficaram assombrados.

— Fergie, onde está ela? Eu a rastreei até aqui, depois ela saiu, consegui apenas alguns metros e depois nada. É como se ela simplesmente desaparecesse no ar e seu telefone caiu do céu. Porra!

Fergie se aproximou, segurando o ombro de Jacob, seu tom firme e duro.

— Pare! Você não a ajudará se não se concentrar, Jacob. Controle seu medo e concentre seu terror em encontrá-la. Agora, espere aqui enquanto eu me visto, e enquanto faço isso, pense no que pode ter acontecido. Se ela tem algum inimigo, se falou com você sobre isso, então seria um bom lugar para começar. Ok?

Jacob acenou com a cabeça, seus olhos quase implorando para dizer a ele que isso era um mal-entendido. Fergie apertou ainda mais o grande lobo.

— Eu entendo, Jacob. Eu entendo. Mas você precisa se controlar. Só será um momento, apenas aguente firme e tente pensar em algo que nos ajude a encontrá-la.

Angel voltou correndo, agora vestida e com lágrimas nos olhos.

— Eu buscarei Cam.

— Seja rápida. — Ordenou Fergie. — Quanto mais cedo começarmos, mais rápido a encontraremos.

— Tudo bem. — Sussurrou Angel, virando-se para sair da cabana.

Fergie afastou-se, só agora capaz de se concentrar no que estava fazendo, caminhando sobre suas próprias pernas. Seu coração acelerou, alegria correndo por ele ao mesmo tempo que estava chateado e irritado por ter sido enganado por Angel. Nunca em um milhão de anos ele teria pensado que ela era capaz de enganá-lo. No entanto, essa seria uma conversa para outro momento, depois que eles ajudassem Jacob. Agora, seu único pensamento era sobre o que poderia ter acontecido com a bruxa atrevida.

Fergie gostava de Rebecca, ele amava suas respostas rápidas, sua inteligência e sua raiva rebelde. Na verdade, ela o lembrou de si mesmo de várias maneiras e rezou para encontrá-la rapidamente. Ele temia pensar o que Jacob faria se não o fizessem.

Uma vez em seu quarto, ele tirou sua cueca e pegou roupas limpas, achando estranho procurar coisas dessa altura. Normalmente, ele ficaria a vários centímetros mais a baixo, na cadeira que ainda estava ao lado da cama. Um grunhido escapou dele quando olhou para a cadeira que ele considerou uma prisão. Impedindo-o de ajudar a sua matilha quando mais precisavam dele e de proteger seu pai de Phillipe Dupont e seus homens.

Batendo a gaveta com tanta força que a cômoda tremeu, Fergie colocou as mãos em cima, inclinando-se para a frente e respirando profundamente. O que ele fez? Sua ânsia de não chatear seu pai pode ter sido o que causou a morte dele. Se tivesse contatado Cam mais cedo e tivesse pedido ajuda, talvez ele não tivesse passado meses preso na cadeira e talvez fosse capaz de evitar a morte da pessoa que idolatrava. Ele balançou a cabeça sabendo que sua linha de pensamento não ajudaria a localizar Rebecca e essa era sua prioridade agora.

Movendo-se rapidamente na sala, ele vestiu-se, mas deixou suas botas desamarradas e seus jeans soltos na cintura. Ele pensou em ir ao seu lobo em breve para rastrear a bruxa desaparecida e sua fera uivou em alegria por poder correr mais uma vez. Nos últimos meses, ele raramente se transformou, sua vergonha de não poder se levantar e a única pessoa que o viu em forma de lobo fora Angel, na privacidade de sua casa.

Agora ele poderia correr com a matilha novamente. Embora preocupado com Rebecca, ele não conseguiu apagar seu entusiasmo com a perspectiva de correr mais uma vez. Ao passar pelo espelho, ele se viu sorrindo como um idiota e parou, pegando seu quadro alto e musculoso, surpreso que suas pernas nem sequer pareciam fracas. Tudo o que a bruxa fizera, ela tinha feito isso bem porque ele nunca se sentiu melhor, mais forte, mais capaz do que agora.

Limpando o sorriso de seu rosto, deixou seu quarto, um pensamento fugaz sobre o que ele faria com Angel a primeira vez que ficassem sozinhos. Ela só tinha feito sexo com ele enquanto não estava funcionando completamente, agora ela realmente veria do que ele era capaz.

Suas longas pernas andavam propositadamente ao longo do corredor para encontrar Jacob ainda andando pela cozinha. O olhar perturbado em seu rosto puxando o coração de Fergie.

— Vamos encontrá-la, Jacob.

O grande PI virou-se bruscamente.

— Nós vamos? Não tenho ideia do que está acontecendo, então, como faremos isso?

— Antes de tudo, você precisa se acalmar. — A cabeça de Fergie caiu para o lado, olhando fixamente para o outro lobo. — Você terá alguma informação, é só que você está muito emocional no momento para pensar claramente. Então, por que não tenta pensar em algo que Rebecca disse que faria você parar e pensar. — Isso é errado.

Jacob rosnou, seus lábios abriram mostrando os dentes enquanto colocava as mãos no balcão. Fergie ficou em silêncio, deixando o homem refletir sobre a companheira e esperando que pudesse pensar em uma vantagem. Antes que Jacob pudesse encontrar qualquer coisa, a porta da frente abriu, Cam, Jinx, Mac e Rory entrando.

— O que diabos está acontecendo? — Cam cuspiu, seus olhos se alargaram quando viu Fergie em pé.

— Rebecca está desaparecida. — Fergie encolheu os ombros. — Ela aparentemente veio aqui na noite passada para me curar e então não voltou para Jacob. Ele encontrou seu telefone na mata e diz que sua trilha acabou ali.

— Entendo. — Cam franziu a testa. — Jacob, como você está aguentando?

Jacob rosnou novamente.

— Eu não estou. — Ele cuspiu, balançando a cabeça furiosamente.

— Compreendo. — Cam veio, acariciando o braço de Jacob. — Você consegue pensar em alguém que queira machucá-la? Ou qualquer coisa que aconteceu que seja incomum ou não? Qualquer coisa, Jacob.

— Não consigo pensar, Cam. — Jacob parecia mal. — Não significa que eu não consigo pensar em nada, quero dizer que eu não posso pensar. Meu cérebro não está funcionando.

Jinx deu um passo à frente.

— Eu posso ter alguma coisa.

Todos os olhos se voltaram para o beta, enquanto Fergie falava.

— O quê? O que você conseguiu, Jinx?

— Eu estava conversando com Rebecca e ela, bem, ela estava dizendo que estava um pouco preocupada com... — Jinx parou, franzindo a testa. — Merda, como ela chamou? Jacob, qual é a palavra para o beta dela?

Jacob levantou-se mais reto, seus olhos se tornando vivo.

— Donzela.

— Sim, é isso. — Jinx assentiu. — Ela estava dizendo que algo estava acontecendo com sua donzela. Ela não estava respondendo a suas mensagens ou telefonemas e não estava feliz que Rebecca não estava emparelhada com um bruxo. Naquela época eu me sentia desconfortável e esperava que isso se resolvesse. Jacob, você sabe se isso aconteceu? Rebecca se apoderou dessa garota?

— Não. — Jacob sacudiu a cabeça, seu tom furioso. — Bridget é o nome dela e ela estava definitivamente infeliz por eu ser um lobo. Eu sei que Becca tentou contatá-la apenas ontem, mas, novamente, a puta não respondeu.

— Bom. — Cam caminhou em direção à porta dos fundos. — Esse é um ponto para começar. Jacob, me mostra onde você encontrou o telefone. Jinx, você faz com que Stracey obtenha tudo o que ela pode sobre essa pessoa Bridget e também que ela entre em contato com o Sumo Sacerdote. Ele poderia ser capaz de ajudar, espero.

— Estou nisso. — Jinx virou-se e correu da cabana.

Cam abriu a porta e saiu, Jacob logo atrás.

— Ali. — Jacob apontou, a poucos metros da porta dos fundos.

— Dê-me um pouco de espaço. — Cam levantou seus braços, impedindo que algum dos outros ficasse na frente dele. — Eu verei se posso sentir o que aconteceu.

Enquanto Cam parou, seu rosto estava com uma máscara de concentração, Jacob permaneceu logo atrás dele, Fergie ao lado e outro agarrando a porta. Apenas um momento depois, a cabeça de Cam girou para a direita.

— Magia. O lugar está mergulhado em magia, mas eu posso cheirar algo, é estranho, mas é... Aguarde. — Cam franziu o cenho, os olhos fechados apertados. — Drogas. Ela foi drogada. Jacob, você não consegue cheirar isso?

Jacó deu um passo à frente, seus próprios olhos se fecharam quando ele respirou profundamente, usando suas habilidades de lobo para sentir o que quer que fosse. Acertou como um golpe na cara e ele sacudiu a cabeça, um estrondo de raiva irrompeu sua garganta.

— Porra! Eu conheço esse cheiro, Cam. Eu cheirei isso antes de fazer algum trabalho PI privado. Lembra-se do caso de sequestro que trabalhei há alguns anos? Bem, esta é a mesma coisa que eles usaram naquele garoto para mantê-lo nocauteado. Um filho da puta a derrubou para detê-la usando sua magia.

— Sim, esse foi meu primeiro pensamento também. — Cam concordou. — Sendo rebelde, Rebecca logo derrubaria alguém que estava tentando sequestrá-la. Eu acho que eles achavam que esta era a única maneira de fazê-lo sem serem chutados.

— Eu os rasgarei em pedaços! — Gritou Jacob, sua voz alta na luz do pré-alvorecer. — Quem quer que tenha feito isso, verá o que um lobo zangado pode fazer.

— Eu posso ver sua trilha. — Cam apontou para a direita. —É semelhante ao que vi quando Dupont usou bruxaria para escondê-los em nossa terra. É uma bruxa, Jacob, pelo menos uma, possivelmente duas. Nós podemos seguir a trilha, mas eu suspeito que eles tinham um veículo próximo e, como ela desapareceu por horas, isso significa que eles podem estar em qualquer lugar.

Jacob agarrou o ombro de Cam, agitando-o com força.

— Precisamos tentar, Cam. Temos que seguir a trilha e ver onde ela conduz. Se houver rastro de veículos, essa é minha experiência. Eu poderei descobrir o veículo usado o que deveria diminuir a lista de suspeitos. — Jacob soltou Cam, caminhando por alguns metros antes de parar e voltar atrás. — Eles fizeram isso porque eu sou um lobo, não um bruxo. Por que não sabia que poderia colocá-la em perigo? Eu deveria saber.

Fergie balançou a cabeça.

— Não, você não poderia. Como você saberia que alguém a levaria? Você não poderia saber, Jacob, mas, independentemente disso, você precisa se concentrar em recuperá-la. Não sobre o que é.

— Fergie está certo. — Cam começou a se despir. — Jacob, Fergie, venham comigo, Mac e Rory, vocês podem entrar em contato com Jinx e Stracey e ter alguma informação pronta para o nosso retorno?

— Claro. — Mac assentiu, desaparecendo de volta dentro da cabana.

— Fergie, você está de acordo conosco? — Perguntou Cam, sua sobrancelha levantada em consulta.

— Eu acho que sim. — Fergie encolheu os ombros. — Não saberemos até tentar, mas eu me sinto melhor do que nunca senti. Seja o que for que Rebecca fez, funcionou, e me sinto forte e mais do que capaz.

— Tudo bem, se você tiver certeza. — Cam dobrou suas roupas e as colocou nos degraus da cabana. — Você pode proteger nossa retaguarda? Nós não sabemos o que está acontecendo, ou se há alguma ameaça ainda por aí, e não quero que nada nos ataque por trás.

— Sim. — Disse Fergie, sua fera rosnando dentro de sua cabeça ao pensar em quem tinha levado a bruxa ainda em suas terras. Suas roupas rapidamente se juntaram as de Cam, as de Jacob caiu ao lado deles um momento depois.

A transformação de Cam foi rápida, como de costume, observando Fergie enquanto o grande lobo preto meia-noite apareceu antes dele. Ele não olhou para Jacob, concentrando-se em sua própria mudança. Sua besta estava tão ansiosa que sua mudança foi mais rápida que o normal, tirando o fôlego quando o loiro marrom avermelhado apareceu e soltou um longo e reprimido uivo de alegria.

Sua fera se aproximou, seu nariz pegando todos os aromas da floresta e depois seu focinho enrugado com aversão ao cheiro de magia que permeava o ar. O alívio de Fergie ao ser capaz de se mover em sua forma de lobo foi ofuscado pela razão de estar presente agora.

O imenso lobo de Jacob estremeceu diante dele, sua pele arrepiou quando o focinho baixou para o último lugar em que a companheira esteve de pé. Um som baixo e agudo rugiu de sua garganta enquanto uma enorme pata arranhava o chão. O lobo de Cam se aproximou, cutucando Jacob antes de se virar e sair para a floresta.

Fergie esperou até que Jacob seguisse e depois os seguiu, alerta para qualquer perigo.


Capítulo dois

Cam viu claramente a trilha da magia, uma névoa azul clara flutuando logo acima do solo. Ele aprendeu no início da vida que a magia de cada bruxa deixava uma trilha diferente, cor, cheiro, mas essa sentia-se, desativada, de uma maneira que ele não estava entendendo. Ainda. Ele chegaria ao fundo e acharia essa pessoa, e Rebecca, não importava o que fosse necessário.

Ele podia sentir o lobo de Jacob em seus calcanhares, a trilha em que eles estavam era muito estreita para que seus animais fossem lado a lado. Uma ou duas horas depois, a impaciência de seu amigo fazendo com que seu lobo o levasse, obviamente desesperado para ver se isso os levaria a Rebecca. Cam entendia diferente. Ninguém com um pingo de senso ainda estaria nas terras da matilha e mantendo refém a companheira de um lobo.

Isso seria simplesmente um suicídio.

A trilha era fácil de seguir, então a mente de Cam vagou para o choque de Fergie estar de pé. Dizer que ele estava feliz por seu primo era um enorme eufemismo, estava extasiado ao extremo. No entanto, ele também vislumbrou a verdadeira natureza de Fergie, a de Alfa. Que enigma.

Cam nunca quis ser o Alfa. Lutou contra isso toda a vida, mas agora que ele era, não achava que poderia ir embora. Ele poderia?

Este não era o momento de pensar nisso. Precisavam encontrar Rebecca o mais rápido possível. Agitando sua grande cabeça de lobo para limpar seus pensamentos, ele se concentrou na trilha. Tentou retirar qualquer outra coisa que ajudasse a localizá-la e logo percebeu que havia duas pessoas envolvidas. A trilha era estreita, então, para levar Rebecca, o sequestrador teria que ser muito forte, o que duvidava pelos rastros deixados no chão. Ou, havia dois.

Cam parou, seu focinho baixando no chão para aceitar tudo o que podia. O perfume de Rebecca estava claro no ar, seu perfume que ele conhecia bem. No entanto, havia outros dois odores distintos. Um perfume leve e florido, e outro um pós-barba mais forte e almiscarado. Um homem e uma mulher estavam envolvidos.

Agora, tudo o que eles tinham que fazer era descobrir quem e então encontrar para onde eles levaram sua amiga.

Os ansiosos latidos de Jacó os incitaram. Cam pegando velocidade e agora rasgando a floresta com Jacob e Fergie atrás dele. Não demorou até chegarem a uma clareira que tinha uma pista áspera. Cam viu o rastro de rodas na grama. Era onde eles estacionaram e para onde trouxeram Rebecca.

Cam mudou rapidamente, perseguindo e tomando todos os detalhes minuciosos.

— Eles estacionaram aqui e há um homem e uma mulher envolvidos.

— Eu sei. — Jacob respondeu, fazendo com que Cam se virasse. Ele não tinha percebido que seu amigo também havia mudado.

Jacob apontou para a pista.

— Eles foram por aí e há uma sujeira suave lá com rastros de pneu. Eu voltarei e obterei algo para tirar uma foto deles. Então usarei um programa que tenho no meu computador para descobrir a marca e o modelo.

Cam assentiu.

— OK. Não perguntarei onde você conseguiu isso, porque tenho certeza de que não deveria ter suas mãos sobre essa tecnologia.

Dando de ombros, Jacob se afastou, se transformando rapidamente e correndo de volta do jeito que eles vieram. Cam continuou a verificar a área, visando algo escondido na mata subterrânea. Correndo e curvando-se Cam arrancou o item para fora, sua garganta contraída quando viu o chinelo de veludo de uma mulher em sua mão. Mesmo antes de senti-lo, ele sabia que acharia o cheiro de sua amiga.

Sim. Estava cheio de Rebecca e o coração de Cam perambulava sabendo que ela estava em perigo. Esta foi a prova positiva de que ela não tinha ido a sua própria vontade.

— Eu te encontrarei. — Ele sussurrou para si mesmo suavemente.

O grunhindo baixo de Fergie lembrou de que não estava sozinho, Cam se virou.

— Eu precisarei de sua ajuda, primo. Todos precisamos trabalhar juntos para encontrá-la.

O pelo avermelhado da fera de Fergie revirou enquanto movia sua grande cabeça em um movimento, concordando com Cam.

— Obrigado. Agora precisamos voltar e ver se Stracey e os outros descobriram algo. Vamos.

Cam começou a correr, mudando no meio do passo, um momento em que um par de pés bateu no chão e as quatro patas grandes seguintes avançaram a uma velocidade de quebrar o pescoço. Ele não desistiu, dando tudo de volta, em direção ao acampamento, Fergie em seus calcanhares a cada passo do caminho. Ele podia sentir o poder e a força dentro da fera de seu primo e sabia que ele o desejaria ao seu lado por qualquer problema que estivesse à frente. Por agora, tudo o que ele queria fazer era chegar em casa e ver se Stracey tinha trabalhado sua própria forma de magia e descobriu sobre essa pessoa, Bridget.

Eles estavam quase de volta ao acampamento quando o lobo de Jacob veio correndo de volta para eles, uma bolsa segurada em sua boca. Cam e Fergie saíram do seu caminho antes que ele pudesse derrubá-los, e Jacob nem desacelerou, avançando a uma velocidade que poucos lobos conseguiam igualar.

Uma vez que passou, Cam e Fergie retomaram a corrida e logo pararam na cabana de Fergie. Transformando-se rapidamente, eles pegaram suas roupas e puxaram-nas antes de entrar. Ninguém estava lá, Cam olhou para Fergie e encolheu os ombros.

— Deve estar na cabana Alpha. Vejamos se eles conseguiram qualquer coisa com a qual possamos trabalhar.

— Nós a buscaremos, Cam. — Fergie deu um tapinha no braço de Cam enquanto passava, abrindo a porta para eles. — Eu sei que ela é sua amiga, mas a encontraremos.

— Eu sei. — Cam assentiu. — Eu terei certeza disso. As pessoas responsáveis não têm ideia da dor e do sofrimento que elas suportarão quando as alcançarmos.

— Vamos. — Fergie o conduziu. — Eu acho que surpreenderei algumas pessoas hoje por não estar na minha cadeira de rodas.

Cam conseguiu um sorriso.

— Sim. Não posso esperar para ver Marie. Ela enlouquecerá, primo.

— Sim. — Fergie sorriu. — Ela ficará louca.

— Fergie. -— Cam parou na porta. — Eu também sei que precisamos discutir coisas. Você estar curado muda as coisas. Eu sei disso. Mas agora não é a hora. Precisamos encontrar Rebecca antes que Jacob fique louco.

Fergie assentiu, com a cabeça inclinada para o lado olhando para Cam.

— Sim, eu entendo, Cam, e não importa o que vem, eu preciso te dizer o quanto eu aprecio tudo o que você fez pela matilha. Ou, devo dizer matilhas, plural. Não é só nisso que você ajudou, mas percebo que precisamos encontrar Rebecca. Maldita seja, tenho que agradecer-lhe o que fez, mesmo que tenha aberto a caixa de pandora.

Cam agarrou Fergie pelo ombro, apertando-o.

— Estou tão feliz que você está de pé novamente. Todas as outras coisas podem ser trabalhadas posteriormente. Agora veremos se temos algo com o que trabalhar.

— Parece um plano. — Fergie avançou rapidamente, o acampamento vazio, ainda era cedo, mas sabia que todos logo saberiam que ele estava inteiro de novo e isso traria uma série de problemas. Para ele e a matilha.

Agitando-se, continuou, suas pernas fortes enquanto o levavam pelo acampamento, em direção à cabana Alpha. Sua cabana.

Cam começou a correr e Fergie se juntou a ele, aumentando a velocidade até subirem as escadas e entrar na varanda, correndo para dentro. A sala de estar estava muito lotada, Mac, Rory e Jinx estavam lá, assim como Angel, Marie e Chastity.

Marie se virou, seus olhos arregalados e imediatamente enchendo-se de lágrimas.

— Ela me disse. Angel me disse, mas não ousei acreditar nela. Ah! Fergie, você está curado. Meu filho, você está curado.

Fergie se aproximou, sorrindo.

— Sim, mãe, estou curado e antes de perguntar, estou bem. Não há necessidade de lágrimas, mãe. Venha, pare de chorar, você sabe que eu odeio ver alguém chorando.

Limpando os olhos com a ponta do avental, Marie ergueu a mão e beijou a bochecha de Fergie.

— Estou tão feliz por você, filho.

— Eu sei, mãe. — Fergie deu um tapinha nas costas dela. — Mas agora temos que descobrir o que aconteceu com Rebecca. Haverá muito tempo para conversar depois que a encontrarmos. OK?

— É claro. — Marie virou-se. — Prepararei um pouco de comida e café. Vocês precisam comer antes de ir a qualquer lugar.

Cam podia sentir a felicidade derramando de sua tia enquanto ela correu de volta para a cozinha e ele sabia que sua mente estaria um tumulto sobre o futuro de Fergie na matilha. Puxando esses pensamentos de lado ele foi até Stracey, que estava sentada enrolada em uma cadeira, laptop nos joelhos e digitando furiosamente.

— Alguma coisa? — Ele perguntou, esperando que ela tivesse encontrado algo para eles usarem.

Stracey assentiu.

— Dê-me mais um segundo. — Ela continuou digitando, seus dedos voando sobre o teclado por mais um momento ou dois antes de parar. — Ok, Bridget Mahoney, também conhecida como a donzela de Rebecca. Ela mora em uma casa de praia em um lugar privilegiado fora de Los Angeles. É tecnicamente a casa de seus pais, mas eles parecem ser muito ricos e, na maioria das vezes, estão pulando por todo o lugar. Isso é se eles não estiverem no iate do papai. Ela tem vinte e cinco anos, e era mediana em seus estudos, apenas passando alguns assuntos e falhando em outros. Bridget não trabalhou um dia em sua vida, mas ela está interessada em magia e tem sido uma bruxa praticante por alguns anos. Eu tenho os números de casa e celular aqui, por favor, não pergunte como eu os obtive e seu endereço. Eu também tenho os detalhes de Elijah, ele é o Sumo Sacerdote, e espero que ele possa nos ajudar.

— Isso é ótimo, Stracey. — Cam sorriu, sabendo o quão útil era sua assistente para obter detalhes sobre quase qualquer um. — Eu acho que você deveria ligar para Bridget e eu chamarei o sacerdote, qual o nome dele?

— Elijah. — Stracey agarrou seu celular do lado de baixo da cadeira em que estava sentada. — Ele é muito legal. Um pouco mais velho do que Rebecca, mas eles funcionam bem para o clã. Eu o vi algumas vezes, mas você sabe que eu meio que me mantenho longe de todas essas coisas, então eu não o conheço muito bem. No entanto, Rebecca fala muito com ele e se ela faz isso, então significa que ele é um bom homem.

— Ok, qual é o número dele? — Cam já tinha o telefone na mão, dedos prontos para marcar.

Stracey passou-lhe a anotação.

— Aqui, muito à frente de você. — Ele sorriu quando pegou o papel, indo embora.

Cam ouviu o zumbido no seu ouvido antes de se sentar à mesa. Marie o lançou olhares furtivos enquanto continuava com a preparação de uma montanha de comida. Depois do que parecia ser muito tempo, Cam finalmente ouviu um suave.

— Olá?

— Oi, é Elijah? — Cam mudou em seu assento, esperando que este homem pudesse ajudar. — É Cameron Sinclair, amigo da Rebecca.

— Oh, sim, Rebecca mencionou você. — Elijah parecia amigável, relaxado.

— Receio que tenhamos um problema. — Cam esperava que o homem fosse mais forte do que parecia. — Rebecca estava aqui na minha matilha para o ritual de ligação entre ela e Jacob.

Elijah interrompeu, uma risada suave em sua voz.

— Sim, eu sei tudo sobre isso. Espero que tudo tenha acontecido como planejado.

Cam suspirou.

— Não exatamente. O ritual foi bem, ela e Jacob estão agora ligados. No entanto, ela desapareceu e não quero dizer que ela foi caminhar em algum lugar. Ela foi levada à força e esperamos que você possa ajudar de alguma forma.

Um forte suspiro veio do sacerdote um momento antes de ele responder:

— Meu Deus! Não sei o que dizer.

— A magia está envolvida. — A voz de Cam estava bem controlada. — Eu sou parte bruxo e tenho algumas habilidades únicas. Eu podia ver a magia na área, mas ela estava drogada, eu podia sentir o cheiro. Isso me diz que quem a levou sabia o quão forte ela era e veio preparado. Agora, Elijah, quem ficaria tão chateado com Rebecca que faria algo assim? Eu lhe direi, ela manifestou algumas preocupações sobre Bridget estar descontente com a união de Rebecca com um lobo. Bridget também tem evitado as chamadas de Rebecca, o que, para mim, é uma luz vermelha.

— Dê-me um momento para me compor. — A resposta de Elijah provocou um pequeno grunhido de impaciência de Cam.

— O tempo é essencial. — Cam tentou permanecer civilizado. — Ela foi levada há algumas horas, e não temos ideia do que está acontecendo com ela.

— Entendo. — Respondeu Elijah, sua voz um pouco mais pesada do que era antes. — Tentarei contatar Bridget. No entanto, mesmo que não consiga por telefone, certamente posso fazer um feitiço localizador. Pode levar algum tempo para obter uma posição exata. Terei uma ideia da área geral muito mais rápido, se isso for de ajuda.

Cam respondeu imediatamente:

— Sim. Se você puder me informe o mais rápido possível, por favor. Eu tomarei providências para estar pronto para dar uma olhada no momento e podemos dirigir para onde você nos enviar. Você pode nos atualizar enquanto vamos.

— Farei isso. — Elijah pausou por apenas um segundo. — Eu só posso imaginar o que Jacob está passando. Por favor, transmita que farei o meu melhor para ajudar de alguma forma.

— Obrigado. — Cam pensou em Jacob, sabendo que quem tinha levado sua companheira estava em sérios problemas. — Você percebe que provavelmente não conseguirei impedi-lo de encontrar sua própria forma de justiça quando a encontrarmos, e se ela foi prejudicada de qualquer maneira, então ele provavelmente matará a pessoa responsável.

— Eu entendo isso. Provavelmente faria o mesmo. — Elijah suspirou pesadamente. — Rebecca é muito especial para mim, ela é como a filha que eu nunca tive, e o pensamento de alguém a machucando me deixa com muita raiva. Normalmente sou um homem muito passivo, Sr. Sinclair, mas se alguém machucou um fio de cabelo dela, quero que sejam punidos da maneira mais severa possível.

— É bom saber. — Cam relaxou um pouco. — Eu estava preocupado que você não concordasse com nossas maneiras de lidar com isso. Eu não queria qualquer repercussão de nossas ações afetando Rebecca.

— Absolutamente não. Sr. Sinclair, começarei agora. Pode demorar um pouco antes de ligar, mas esteja pronto para se mover quando eu o fizer.

— Não se preocupe com isso. Eu tenho veículos aqui, bem como o meu jato, se for jornada mais longa, então usaremos isso. Deixarei você ir agora, obrigado e, por favor, me chame de Cam.

— Adeus, Cam. Nos falamos em breve.

Cam levantou-se para voltar para a sala de estar, a mão de Angel em seu braço parando-o.

— Desculpe, Cam. Isso é tudo minha culpa.

— Não. — Ele balançou a cabeça. — Não é sua culpa. Eu sabia que Rebecca tomaria a primeira chance de ajudar Fergie se ela pensasse que poderia curá-lo. Não se culpe por isso.

— Mas eu faço. — Angel torceu as mãos, seus olhos brilhando com lágrimas não derramadas. — Se eu não estivesse mantendo tudo isso em segredo, ela não teria se esgueirado no meio da noite.

Cam colocou uma mão em seu ombro.

— Angel, confie em mim, isso não é culpa sua. A única pessoa, ou pessoas responsáveis, são as que a levaram.

— Obrigada. — Ela sussurrou. — Ainda me sinto culpada.

— Talvez a culpa seja por causa de seu engano e não tenha nada a ver com Rebecca? — Perguntou Cam, observando enquanto seus olhos se arregalaram e seu rosto corou escarlate.

— Sim, possivelmente. — Ela admitiu antes de ir ajudar Marie.


Capítulo três

— Alguma coisa? — Perguntou Cam quando entrou na sala de estar.

— Não. — Stracey franziu o cenho para ele. — A puta não está respondendo, nem a casa nem o celular.

— Isso seria muito fácil. — Resmungou Jinx.

— Sim. — Concordou Stracey. — Vamos pegá-la e com quem mais ela estiver ligada.

Cam olhou para Rory.

— Você pode lidar com os assuntos da matilha hoje? Eu não quero me preocupar com coisas mundanas agora.

Rory ficou mais reto, balançando a cabeça.

— Certo. Eu também chamaria mais guardas. Apenas no caso. Não se preocupe com nada, Cam. Eu lidarei com o que for preciso.

Cam disse:

— Obrigado. — Seu tom sincero quando Rory desapareceu.

O telefone de Cam começou a tocar e ele respondeu rapidamente.

— Sim. — Ele latiu, não esperando ouvir a voz de Elijah de forma tão rápida.

— Desculpe. — Disse o sacerdote rapidamente. — Ainda não comecei meu feitiço, mas esqueci de mencionar alguém que eu acho que pode estar envolvido.

— Continue. — Cam escutou avidamente, esperando que as próximas palavras de Elijah lhes dessem uma vantagem, qualquer vantagem agora seria boa.

— Rebecca teve um final bastante ruim de um relacionamento há algum tempo. Era um bruxo de outro clã, mas eu o vi uma ou duas vezes e sabia que ele não era certo para ela. Ela chegou a essa conclusão, muito rapidamente, eu poderia acrescentar, mas ele não estava feliz com isso. Ele era, agora, qual o termo? Aguarde, eu sei. Ele começou a persegui-la, muito mal. Ela acabou se queixando com sua Alta Sacerdotisa e também com as autoridades locais. Depois disso, ele pareceu parar e eu não a ouvi mencioná-lo desde então.

— Realmente? — Cam se animou. — Quem era ele e você tem detalhes de contato?

— Eu não tenho seu endereço ou número de telefone, mas seu nome é Tobias Kane e ele mora em Bakersfield. Eu poderia chamar sua Alta Sacerdotisa e pedir detalhes se quiser?

— Sim. — Cam sorriu. — Eu gostaria muito disso. Obrigado, Elijah.

— Eu te dou um retorno em breve.

Cam desligou quando Jinx perguntou:

— O quê?

— Era Elijah, o Sacerdote, e ele apenas me disse algo muito interessante. — Cam franziu a testa. — Embora eu esteja um pouco surpreso, eu não tinha todos esses detalhes. De qualquer forma, Rebecca tem um ex, Tobias Kane, de Bakersfield, e, para encurtar a história, ele ficou furioso com ela e ela teve que denunciá-lo à sua Alta Sacerdotisa e às autoridades locais. Elijah não gostava dele nem um pouco. Jinx, por que não sabíamos disso? Certamente ela teria buscado ajuda se esse cara a estivesse incomodando?

Stracey bufou alto.

— Não, ela não faria. Cam, se ela lhe contasse sobre esse cara, o que você teria feito? — Ele levantou uma sobrancelha. — Hmm? Eu sei. Você teria ido atrás, o encontrado e lhe dado uma surra. Talvez ela não quisesse isso. Não, talvez não, ela definitivamente não gostaria disso. Você sabe que ela tem um coração muito grande, mesmo que tente esconder com toda essa tolice.

— Ela está certa, Cam. — Jinx encolheu os ombros. — Nós dois ficaríamos horrorizados se ela nos dissesse.

— Eu acho que você está certo. — Grunhiu Cam. — Mas que merda, para que servem os amigos se não cuidarmos um do outro?

— Eles estão cuidando um do outro e depois há a surra de alguém. — Stracey riu. — Ela sabia que você teria ido com a porta número dois.

— Bem, nós sabemos agora...

— Sabe o que? — A voz de Jacob rosnou enquanto ele estava na porta aberta.

— Alguma coisa sobre um ex de Rebecca com quem ela teve problemas. — Disse Stracey calmamente, sentindo a raiva que mal estava presa no grande homem.

— Foda! — Jacob amaldiçoou, batendo na porta atrás dele. — Ela mencionou algo sobre isso para mim, mas ela não me daria detalhes. Quem é este filho da puta?

Jacob sentou-se e perceberam que ele agora tinha o próprio laptop em mãos. Abrindo, rapidamente começou a digitar.

— Dê-me detalhes. — Ele ordenou.

— Tobias Kane, de Bakersfield, e deve haver algum tipo de registro porque ela o denunciou à polícia. — Stracey falou rapidamente, não querendo irritar mais a Jacob.

— Sobre ele. — Ele trabalhou e falou ao mesmo tempo. — O carro é um sedã genérico. Nada espetacular sobre isso. Eu chequei assim que voltei com as impressões que tomei. Agora, temos alguma outra coisa? Se sim, fale agora.

Cam sentou-se ao lado dele.

— Bridget não está atendendo, mas Elijah, o Sumo Sacerdote, ajudará. Diz que pode levar algum tempo, mas ele nos dará retorno. Ele também tentará pegar os detalhes de contato deste Tobias...

— Não se preocupe. — Jacob grunhiu. —Eu os tenho aqui, junto com os relatórios policiais e tudo mais sobre o seu traseiro arrependido.

— Deixe-me ver. — Cam esforçou-se para olhar a tela.

— Rebecca não é a primeira a denunciá-lo. — Grunhiu Jacob. — Esse cara gosta de perseguir e acabei de encontrar algo de quando ele estava na faculdade. Uma menina o denunciou por assédio sexual.

Stracey ofegou.

— O quê? Merda, isso não é bom.

— Não, não é, porque significa que quando eu colocar minhas mãos nele, ele não escapará. — O tom de Jacob estava frio, mortal e cheio de malícia. — A garota, pelo que consta aqui, desmaiou e ele fugiu. Há uma foto dele saindo da corte rindo.

Cam balançou a cabeça.

— Ele não rirá quando terminar com ele.

— Você pode dizer isso novamente. — Mac retumbou.

— Eu tenho seus detalhes aqui, Cam, você liga. — O rosto de Jacob perdeu a cor. — Na hipótese de ele responder, não quero dar uma dica de ‘rasgarei você'. Espere, me dê seu telefone.

Cam o entregou e Jacob usou um fio para conectá-lo ao laptop antes de abrir outro programa.

— Aqui, você pode ligar agora, se ele atender, posso rastreá-lo.

Jinx assobiou.

— Eu não quero saber de onde você tirou essa capacidade.

— Não, você não quer. — Respondeu Jacob.

Cam olhou para a tela e discou o número, colocando-o no alto-falante para que todos pudessem ouvir, esperavam ansiosos por alguém atender. E assim tocou, um minuto inteiro se passou e ainda ninguém respondeu.

— Maldição que merda! — Cam terminou a chamada.

Assim que ele fez isso começou a tocar. Respondendo rapidamente para encontrar Elijah de volta à linha.

— Eu tenho o número de telefone do jovem.

— Obrigado, mas conseguimos obtê-lo. Nós tentamos ligar, mas não atenderam.

— Eu entendo. — Elijah fez uma pausa. — A única coisa que posso fazer agora é tentar localizar Bridget e esperar que ela esteja realmente com Tobias. Começarei a fazer isso agora, mas eu preciso ir e obter alguns ingredientes para o feitiço. Não é algo que costumo fazer, Cam, mas serei tão rápido quanto possível.

— Obrigado. — Cam podia ouvir a tensão na voz do homem. — Também estamos trabalhando em algumas coisas. Se a encontrarmos primeiro, assegurarei que você saiba.

— Obrigado. — Cam ouviu Elijah suspirando. — Eu não posso dizer o quão forte isso me atingiu. Estou rezando para a Deusa que ela esteja segura e seja encontrada rapidamente.

— Assim como nós, Elijah, como nós. — Cam olhou ao redor, o rosto de cada pessoa, sombrio e cheio de preocupação. Exceto pelo de Jacob. A dele era uma máscara de ódio. Cam sabia que ele teria que ficar de olho em seu amigo ou ele o perderia completamente.

— Ligarei assim que tiver algo para você. — Respondeu o Sumo Sacerdote. — Assim que eu puder. — Ele reiterou antes de terminar a chamada.

— Vocês dois não podem ajudar? — Jacob olhou para Cam e Stracey. — Você tem magia, não é?

Cam balançou a cabeça.

— Eu nunca fiz um feitiço de localização antes. Desculpe, eu não saberia por onde começar com isso. Feitiços de acompanhamento, sim, eu posso fazer essas, mas uma localização real não é algo que eu possa fazer.

Os olhos de Jacob giraram para Stracey, sua cabeça inclinada para o lado e uma sobrancelha levantada. Stracey levantou as mãos.

— Essas mãos são muito boas em um teclado, mas nunca fiz parte de toda a cena mágica. Posso fazer feitiços básicos e sentir coisas, mas tenho medo de estar com Cam nisso. Definitivamente, os feitiços de localização não estão no meu conjunto de habilidades.

— Porra! — Jacob amaldiçoou antes de voltar a digitar furiosamente em seu teclado. — Eu descobrirei todos os detalhes sobre esse filho da puta e depois pedirei alguns favores.

— Que tipo de favores? — Perguntou Stracey.

— O tipo que você não quer saber. — Jacob franziu o cenho. — O tipo que definitivamente está fora da lei.

— Tenho alguns marcadores que também posso ligar. — Cam levantou-se, indo até a porta. — Eu não demorarei.

O estômago de Mac retumbou em voz alta, Stracey riu quando Marie gritou:

— A comida está na mesa.

— Grande momento. — Mac deu um sorriso paralelo, indo em direção à cozinha com Fergie.

— Jacob... — Stracey colocou o laptop no chão e parou. — Você deve comer alguma coisa.

O olhar furioso que ele jogou em seu caminho a fez estremecer.

— Ok, ou não. — Ela murmurou enquanto seguia Mac, Jinx, logo a seu lado.

— Deixe-o em paz. — Sussurrou Jinx. — Eu não posso nem começar a pensar o que ele está passando, mas sei que se você fosse sequestrada, não conseguiria comer nada.

— Apenas ajude-se. — Marie se movimentou, colocando pratos de comida no meio da mesa. Os pratos já estavam arrumados, assim como os talheres, xícaras e copos, jarras de suco fresco e potes de café.

Todo mundo se sentando e se aconchegando, o prato de Mac já estava carregado de comida. Angel olhou para Fergie, que a ignorou descaradamente enquanto ele também encheu o prato antes de começar a comer.

Ouviram Cam conversando com Jacob.

— Eu tenho algumas pessoas que estão procurando por esse cara. Felizmente, um deles retornara para mim em breve.

Jacob respondeu curto e grosso.

— Bom.

Cam juntou-se a eles, sentando-se na cabeceira da mesa.

— Espero que Rebecca não esteja ferida de nenhuma maneira. — Ele disse calmamente, obviamente, não querendo que Jacob ouça. — Se ela estiver então ele ficará louco. Quando, e eu digo quando, não se, a encontrarmos, então eu preciso que você fique fora de seu caminho. Ele passará por qualquer pessoa que esteja entre ele e a pessoa responsável. OK?

Todos assentiram com a cabeça ou disseram um “sim” quieto. Mac olhou para Cam.

— Liguei para Rory e enviei uma mensagem para Grant, apenas para que eles saibam o que está acontecendo.

Cam assentiu enquanto colocava comida no prato.

— Está bem, não precisaremos deles para vir conosco, mas eles devem estar cientes do que está acontecendo.

— O que acontecerá se ela acordar? — Perguntou Fergie. — Não será capaz de lidar com eles por conta própria?

Stracey respondeu rapidamente.

— Depende. Eles podem ter usado algum tipo de feitiço de ligação. Ou, eles não podem deixá-la acordar, até que tenham coisas para se proteger. Apenas um tolo deixaria Rebecca acordar e usar sua magia. Ela os explodiria em pedaços em um segundo.

— Magia! — Fergie grunhiu quando Stracey lançou lhe um olhar imundo.

— Lobos! — Ela cuspiu de volta.

— Basta. — Cam os deteve antes que as coisas avançassem. — Estamos todos tensos e preocupados, mas a última coisa que precisamos é discutir entre nós. Fergie, eu gostaria de lembrá-lo de que eu sou parte bruxo e uso minha magia quando é benéfico para mim ou para a matilha.

Marie ficou atrás de seu filho, deitando uma mão calmante em seu ombro.

— Nós sabemos disso, Cam. Tenho certeza de que Fergie está apenas chateado.

Afastando a mão, Fergie franziu o cenho.

— O pai odiava a magia, mas acho que tem seu lugar. Desculpe se eu ofendi qualquer um de vocês.

— Nós estamos todos um pouco tensos. — Cam reconheceu enquanto Stracey continuava encarando Fergie. — Vamos colocar um pouco de comida dentro de nós, porque não sabemos quando precisaremos fazer uma mudança. Jinx, você pode ter certeza de que Marcus está pronto? Suponho que ele ainda está aqui?

Jinx engoliu o bacon, balançando a cabeça.

— Sim, ele fica na casa da matilha. Ele sabia que Jacob e Rebecca voltariam para Los Angeles alguns dias depois da cerimônia e não viu o sentido de ir e voltar.

— Bom. — Cam se serviu de café. — Acelere-o e diga que podemos sair a qualquer momento.

— Direi. — Jinx pegou comida e ficou de pé.

— Espere... — Cam o deteve. — Você pode terminar seu café da manhã primeiro. Eu duvido que ouviremos qualquer coisa nos próximos dez minutos.

Jinx sentou-se, acumulando mais comida no prato antes de voltar a comer. Stracey sacudiu a cabeça.

— Como você pode comer tanto e ainda ficar magro? Eu seria do tamanho de uma casa se eu comesse a metade do que você come.

— Metabolismo de lobo, querida. — Fergie sorriu enquanto jogava um xarope de bordo sobre suas panquecas.

— Não é justo. — Stracey murmurou enquanto ela comia sua fruta fresca.

A voz de Jacob retumbou e todos puderam ouvi-lo claramente.

— Sim! Eu sei disso. Você não acha que eu sei que estou pedindo que você quebre a lei? — Ele fez uma pausa antes de continuar. — É da minha companheira que eu estou falando e esse cara já está no radar da aplicação da lei, por isso, meu amigo, eu estou pedindo um favor.

Todos pararam de comer, ouvindo atentamente o que Jacob estava dizendo. Um novo rosnado veio depois, antes de falar novamente.

— Sim, documentos, uso de cartão de crédito. Tudo o que você puder encontrar. Eu só tenho meu laptop pessoal comigo, então eu não tenho acesso a todos os meus programas. Você sabe que eu não pediria se isso não fosse importante. Droga, ele sequestrou minha companheira! Quão mais crítica poderia ser a situação?

Cam virou a cabeça, olhando pela porta e observando seu amigo. A mão de Jacob percorreu seus cabelos enquanto ouvia quem estava falando.

— Tudo bem, obrigado. Eu sei que usei os favores que você deve, mas me retorne assim que puder.

Jacob desligou, virando-se para pegar Cam olhando para ele.

— Um amigo no FBI. Ele tentará rastrear Tobias. Se eu tivesse meu equipamento de trabalho, eu poderia fazer isso sozinho. Agora ligarei para outro amigo e verificarei se eles farão o mesmo por Bridget.

— Boa sorte. — Cam voltou à mesa, tomando seu café. — Espero que possamos ter algo em breve. Eu acho que ele não segurará isso, se não estivermos realmente fazendo alguma coisa.

— Eu sei. — Jinx concordou. — Se fosse eu, ficaria louco sentado.

— Exatamente. — Cam olhou para Chastity. — Tenho certeza de que agora ficaria louco se você fosse levada.

Ela colocou uma mão na dele.

— Todos sabemos o que ele está passando, Cam. Todos nós sentimos o mesmo se pelo nosso amigo. A melhor coisa que podemos fazer é estar lá para ele, apoiá-lo e ajudá-lo a encontrar Rebecca e trazê-la para casa.

— Isso é o que planejo fazer. — Cam apertou sua mão. — Não descansarei até a encontrarmos.

— Eu não esperaria nada menos de você, Cam. — Chastity levantou a mão, colocando um beijo suave na parte de trás.

— Se ela foi ferida... — O sussurro de Cam se apagou quando sua imaginação assumiu o controle. Visões de Rebecca deitada e sangrando invadindo sua mente enquanto seu coração batia como um tambor.

— Nós a curaremos. — Stracey falou tão baixo que Cam mal a ouviu. — Se ela estiver machucada, a curaremos. Tudo o que vocês têm que fazer é encontrá-la e trazê-la para casa.

— Sim. — Fergie ficou nervoso. — Fácil assim.

O olhar de Stracey estava gelado quando ela encarou Fergie.

— Eu não disse isso, mas alguns pensamentos positivos são importantes em situações ruins. Então, Fergie, corte o sarcasmo porque este não é definitivamente o momento para isso.

— Stracey está certa. — A voz de Mac era calma e razoável, obviamente tentando desarmar a crescente tensão entre estes dois. — Precisamos nos concentrar em encontrar Rebecca e lidamos com qualquer outra coisa depois disso.

— Também estou nervoso, então, vocês dois... — Cam apontou para Stracey e Fergie. — Corte a porcaria e pare de brigar. Fergie, você não está ajudando a situação.

Marie e Angel pararam o que estavam fazendo, observando a mesa enquanto todos deixavam de comer e olhavam entre Cam e Fergie e de volta. Foi um longo minuto antes de Fergie balançar a cabeça.

— Não, eu não estou. Desculpas, novamente. Também estou um pouco tenso, porque dormi aleijado e acordei curado. Especialmente porque não tenho nada a dizer sobre o assunto.

Cam assentiu.

— Entendo isso, mas precisamos nos concentrar em Rebecca agora.

— Eu sei. — Fergie levantou-se abruptamente, sua cadeira voando para trás. — Tomarei um pouco de ar para ajudar a limpar minha cabeça. Desculpe-me, Cam. Não demorarei.

Angel deu um passo em direção a Fergie, que ergueu a mão.

— Não. — Foi tudo o que ele disse enquanto caminhava pela porta dos fundos.

O braço de Marie serpenteava em torno dos ombros de Angel enquanto as lágrimas caíam de seus olhos. Ela bateu neles e correu da cozinha, soluçando incontrolavelmente.

— Maldição! — Stracey comentou para quebrar o silêncio embaraçoso.

— Eles precisam resolver isso entre eles. — Disse Cam enquanto os soluços de Angel desapareceram quando ela correu pela porta da frente.

— Sim. — Marie concordou quando voltou ao trabalho, a preocupação evidente em cada movimento.


Capítulo quatro

À medida que a noite se aproximava, Cam não tinha certeza de quanto tempo Jacob poderia passar sem irromper em uma fúria cruel. Até agora, seus contatos não encontraram nada que pudessem usar. O chamado de Elijah para dizer que Bridget estava usando um feitiço para mascarar seu paradeiro também foi um golpe que deixou todo mundo nervoso.

Marie manteve um suprimento constante de comida durante o dia, mas Jacob não comeu nada. Cam o forçou a beber um pouco de água, mas isso era tudo o que lobo faria, dizendo cada vez que seu estômago estava com um nó e ele vomitaria se tentasse comer.

Cam sentiu a dor de seu amigo e sabia que faria a mesma coisa se fosse Chastity. Grant ligou várias vezes para ver se havia alguma notícia e a cada vez que precisava dizer-lhe que não havia nenhuma, Cam ficava mais preocupado. Cada hora que passava significava que Rebecca corria ainda mais perigo e poderia estar cada vez mais longe deles.

Fergie havia desaparecido por mais de uma hora de manhã, mas quando ele voltou, parecia mais resolvido e menos argumentativo, com todos exceto Angel. Toda vez que tentava falar com ele, balançou a cabeça e murmurou “Não agora”.

Todos podiam ver o que estava fazendo para a mulher, mas também sabiam que era algo que eles tinham que resolver. A interferência só pioraria as coisas.

Rebecca tentou se mover, seu corpo inteiro doendo quando ela lentamente acordou. Suas pernas pareciam doer mais do que o resto dela, pelo menos a parte superior das coxas. Quando seu cérebro começou a funcionar, sua frequência cardíaca disparou, medo, terror e raiva se misturavam dentro dela.

Ela forçou os olhos para abrir, vendo um quarto que não conhecia, seu corpo lhe dizia que estava em uma cama. Seu primeiro pensamento era puxar toda a energia mágica dentro dela para que ela pudesse se defender... de quem? Quem foi que a levou?

Rebecca fechou os olhos, tentando se lembrar daquele momento, logo antes que a escuridão tomasse conta. Alguém falou, uma voz que conhecia, uma que ela tinha, o quê? Medo? Sim. Os olhos dela se abriram quando tentou mover a mão para cobrir a boca e o baixo suspiro que vinha dela.

Sua mão ficou no lugar, ao seu lado, e ela franziu a testa enquanto olhava para baixo. Sua cabeça latejava quando a moveu, náusea saindo do estômago. Ela apenas conseguiu se impedir de vomitar quando seus olhos viram pequenas e finas pulseiras de barbante ao redor de seus pulsos.

Fazendo seu cérebro focar, ela sabia que o fio sozinho não seria suficiente para interromper seus movimentos. Havia apenas uma coisa que faria isso, mágica. E a pessoa responsável era a que ela esperava nunca mais ver, Tobias.

— Eu vejo que você acordou, minha querida. — Sua voz a fez pular enquanto seu estômago revirava novamente.

Os olhos de Rebecca voaram pela sala, encontrando-o sentado no chão no canto, os joelhos esticados e os braços em volta deles. Ele nunca pareceu tão louco do que naquele momento. Seus olhos arregalados, pupilas dilatadas, os brancos salpicados de vermelho. Ah não! Ele estava usando magia negra.

O revelador vermelho em seus olhos alertando-a até o ponto em que ele havia caído.

— Por que você me trouxe aqui?

A voz de Rebecca era rouca, seu tom fraco, o que a irritou ainda mais.

— Você sabe que estará com um monte de problemas. Não sabe? — Ela tentou novamente, e sua voz saiu um pouco mais forte desta vez.

— Realmente? — Tobias se empurrou contra a parede, seu torso nu parecendo rosa enquanto caminhava em sua direção. — De quem? Ninguém sabe onde estamos, amor. Como deveria ser na nossa lua de mel. Você não acha?

Ela não podia acreditar em seus ouvidos quando ele se sentou ao lado da cama e puxou o lençol que a cobria.

— Não! — Ela gemeu quando viu que estava nua debaixo da coberta.

— O quê? — Os dedos de Tobias desceram por sua garganta. —Você é minha noiva, Rebecca, tenho o direito de te tocar, te ver em toda a sua glória, te amar toda a noite.

— Você não me toca porra. — A raiva e o medo de Rebecca cresceram ao mesmo tempo. — Quero dizer, Tobias, não me toque.

— Aaah, querida Rebecca. — Sua mão seguiu para baixo. — Você não entendeu, não é? Eu já fiz.

Os olhos dele arregalaram quando o riso voou de sua boca, a saliva caindo em sua pele enquanto ela balançava a cabeça furiosamente.

— Não, você não fez!

— Sim. — Tobias sorriu. — Eu fiz.

A mente de Rebecca começou a cair, nojo e terror, misturando-se. Ela abaixou os olhos, não conseguia mais olhar nos dele e viu novamente que seu peito estava rosa. Os olhos dele seguiram os dela.

— Oh, isso? — Ele esfregou um pouco da mancha. — Pobrezinha da Bridget, receio. Ela tinha de trabalhar para fazer você entender que precisava de um bruxo ao seu lado e na sua cama.

Balançando a cabeça novamente, ela murmurou:

— Você a machucou?

— Você poderia dizer isso. — Tobias levantou o dedo com o qual estava esfregando a pele e enfiou na boca, lambeu-o e sorriu.

— Hmm, ela tem um gosto tão bom. Pena que muito disso caiu nas paredes e no teto.

— Você está morto. — Rebecca cuspiu. — Ele encontrará você e te matará.

— Quem? — Tobias franziu a testa. — Você quer dizer seu cachorrinho? Não, ele não vai, ninguém sabe onde estou. Nenhum celular para rastrear, nenhum laptop para acessar nossa localização. Nada, nada, zero. Estamos sozinhos e eu tenho você para mim. Como deveria ser.

— Se ele não nos encontrar, então eu farei isso sozinha. — Rebecca lutou novamente, seus movimentos fúteis contra seus laços.

— Uh, uh, isso também não funcionará, querida. — Tobias passou o dedo pelo pulso. — Você está bem e verdadeiramente presa. Não há magia para você, minha querida.

Tobias se inclinou na direção dos lábios dela. Rebecca tentou mexer a cabeça, mas a mão dele agarrou seu queixo com força e a segurou no lugar. Assim que seus lábios estavam perto o suficiente, ela os agarrou entre os dentes e mordeu o mais forte que pôde. Seus gritos de dor como uma lufada de ar fresco, mesmo quando o sangue dele pingava em sua boca, ela mordeu com mais força.

Uma mão enrolada em sua garganta, apertando o ar dela enquanto lutava para manter seus lábios entre os dentes. Ela segurou o tempo que pôde antes que a escuridão se afundasse em sua direção e ela relutantemente o soltou. Tobias sentou-se, a loucura em seus olhos quando ele fechou o punho e deu um soco no rosto dela.

Houve uma fração de dor antes da escuridão puxá-la para baixo novamente. Quando caiu em direção à escuridão, ela rezou para a Deusa que seu lobo a encontrasse.

Isso, ou a morte.

Com o passar do tempo, Jacob parecia pior a cada minuto. Ele foi de explosões de xingamento para sentar-se em silêncio, com o rosto pálido e esticado, enquanto continuava a digitar no teclado. Seus dedos se moviam a uma velocidade que desmentia o tamanho de suas mãos.

Stracey e Chastity ambas bocejaram, novamente, e Cam ficou de pé.

— É hora de vocês duas descansarem. — Quando Stracey balançou a cabeça e Chastity abriu a boca para protestar, Cam a deteve. — Não é uma sugestão, senhoras. Podemos precisar de vocês quando trouxermos Rebecca para casa e vocês precisam descansar. Marie. — Cam ergueu a voz para que sua tia o ouvisse. — Você também. Para todos vocês.

Jinx apoiou-o.

— Concordo. Vocês vão e descansam e, se houver alguma notícia, informamos. — Ele puxou Stracey para cima. — Vá em frente, querida, você precisa dormir um pouco.

— Eu não quero deixá-lo. — Ela opôs, sua mão subindo para acariciar sua bochecha.

— Eu sei que você não quer. — Jinx inclinou a cabeça em seu toque. — Mas, sabe que estou certo. Vá e descanse. Eu prometo que deixarei você saber assim que tivermos algo.

— Tudo bem. — Ela concordou. — Mas e você? Você também precisa descansar.

— Nós tiraremos uma soneca aqui embaixo. — Disse Cam enquanto ele conduzia Chastity para a escada.

— Certifique-se de fazer. — Disse Chastity enquanto subia lentamente as escadas.

Stracey estava logo atrás dela, olhando por cima do ombro para Jinx.

— Vá. — Disse ele, sorrindo para a relutância dela em sair.

— Jacob... — Cam começou, mas parou quando seu amigo quase grunhiu.

— Não diga, Cam. — Jacob não olhou para cima da tela. — Você sabe muito bem que não dormiria se fosse sua companheira, então não me peça.

— Verdade. — Cam reconheceu. — Eu vou para o escritório, tentarei tirar uma soneca lá e o resto de vocês façam o melhor para descansar aqui.

Mac e Fergie ficavam nas extremidades opostas de um dos sofás grandes, quando Jinx deitou-se sobre o que Jacob estava sentado.

Cam deve ter dormido, já que quase caiu da poltrona quando o telefone começou a tocar. Parando de cair no chão, ele pegou o telefone e respondeu:

— Sim?

Seu coração quase saltou do peito quando um de seus contatos começou a falar. Os lábios de Cam se contraíram quando eles finalmente conseguiram uma pista.

— Obrigado, você pode me enviar esses detalhes? — Ele pegou um “sim” e já estava em pé e saindo do escritório.

Ele correu batendo em uma parede de músculo, quase deixando cair seu telefone, enquanto Jacob segurava o dele em suas mãos.

— O meu contato acabou de chamar. — Disse Cam enquanto Jacob sorriu.

— O meu também. — Disse Jacob. — Espero que seja a mesma informação. O que você conseguiu?

— Leavenworth. — Cam esperou com a respiração atenta na reação de Jacob.

— Sim. — Jacob gritou. — Nós os temos!

— Tudo bem pegaremos os caras e decidiremos sobre o nosso plano de ação. — As longas pernas de Cam se aproximando da sala de estar.

— Há apenas um plano de ação. — Jacob rosnou. — Nós vamos, achamos, eu o mato. Simples.

Cam não perdeu o tom mortal e esperava que não fosse um banho de sangue.

— Acorde! — Ele gritou quando eles se aproximaram do salão. — Nós temos uma vantagem.

Jinx sentou-se rápido, suas mãos esfregando os olhos quando Fergie e Mac acordaram um pouco mais devagar.

— Jinx, vá buscar Chastity e Stracey. Não, espere, não as traga aqui em baixo, apenas diga a elas que temos uma vantagem e telefonaremos quando tivermos mais informações.

— Certo, espere por mim antes de começar a discutir as coisas. — Jinx saltou, correndo para o andar de cima.

O telefone de Cam vibrou quando as informações que pediu foram entregues. Segurando sua tela em direção a Jacob, que assentiu com a cabeça.

— Igual ao que recebi. — Concordou seu amigo.

— Bom. — Cam olhou para Fergie. — Você conhece a área melhor do que nós. Você conhece um lugar chamado Leavenworth?

Os olhos de Fergie se arregalaram.

— Leavenworth? Caramba, é a menos de três horas daqui. Mais rápido se rompemos os limites de velocidade.

— Pode ser mais rápido pela estrada, Jacob. — Cam franziu a testa. — Quando conseguirmos que Marcus descubra se há uma pista de pouso nas proximidades e nos liberar, provavelmente estaremos lá.

— É verdade. — Jacob assentiu. — E ainda é cedo, então as estradas ficarão quietas, podemos dirigir o mais rápido possível e esperar que não haja policiais.

Jinx saltou pela escada.

— O que eu perdi?

— Ok. — Cam respirou fundo. — Nós achamos que estão em Leavenworth, em uma cabana que foi alugada pela Bridget. Está nos arredores, muito remoto é o que me foi dito, mas eu tenho as coordenadas GPS que podemos usar para nos levar até lá. Se der tudo certo, estaremos lá em menos de três horas.

Jacob estava andando de um lado para o outro, obviamente ansioso para começar. Cam ergueu a mão.

— Jacob, precisamos de alguns suprimentos, por favor. — Ele se virou para Fergie. — Uma caixa de primeiros socorros, água, um cobertor, você pode conseguir agora?

— Claro, me dê um minuto. — Fergie correu.

— Jinx, Mac, vão e peguem alguns suprimentos, comida, água, etc. Precisamos comer em movimento. — Cam voltou-se para Jacob. — Você precisa ter algo. Você não comeu e precisa ser forte para ela.

Jacob balançou a cabeça.

— Eu não posso, Cam. Eu simplesmente não posso.

— Você precisa beber. — Cam franziu a testa. — Você precisa se manter hidratado, e isso não é uma discussão.

— A água me fará bem.

— Ok. — Cam acariciou o braço de Jacob. — Nós a encontraremos, meu amigo, e a traremos para casa sã e salva.

— Espero que sim, Cam. — A voz de Jacob baixou. — Eu morrerei sem ela.

— Eu sei, Jacob, eu sei. — Cam viu a tortura nos olhos de seu amigo. — Não descansaremos até que a encontremos.

— Obrigado. — Jacob puxou Cam para um abraço de urso antes de liberá-lo quando Fergie apareceu de volta.

— Consegui tudo o que você pediu.

— Ok, pegaremos dois veículos. — Cam apontou para Mac. — Você e Fergie em um, o resto de nós em outro. Usaremos os recém-chegados, eles serão mais rápidos.

— Graças a Deus, você pensou em atualizar os nossos. — Disse Fergie. — Não adquirimos novos por anos, realmente não precisamos deles.

— Nós os temos agora. — Disse Cam enquanto se dirigia para a porta. — Jinx, mova sua bunda ou você ficará para trás.

— Não se atreva porra! — Jinx rugiu de volta, saindo da cozinha com duas sacolas em seus braços. — Aqui, pegue um desses. — Ele jogou uma bolsa em Fergie enquanto os cinco grandes lobos deixavam a cabana.

Os dois novos e brilhantes jipes estavam estacionados atrás da cabana do Alpha, com as chaves no painel, para que ninguém tivesse que procurá-los. Jacob foi para o lado do motorista, mas Cam o deteve.

— Eu dirijo. — Ele disse com firmeza.

O rosto de Jacob mostrou que não gostava daquela ideia, mas não discutiu, agarrando a porta dos fundos, abrindo e pulando. Jinx entrou no banco do passageiro da frente, passando a bolsa de suprimentos para Jacob, enquanto Cam entrava e ligava o motor.

— Apertem os cintos, eu levarei esse bebê ao limite e não quero me preocupar com vocês dois.

Cam apertou seu próprio cinto de segurança e ouviu o estalo dos outros dois enquanto seu pé bateu no acelerador e eles saíram do acampamento.

— Apenas tente relaxar, é um longo caminho. — Cam já está inserindo as coordenadas e solicitando que a rota mais rápida seja mostrada na pequena tela configurada no painel.

— Sim, certo. — Respondeu Jacob quando Jinx se acomodou no assento de couro.

— Eu nos levarei tão rápido quanto puder. — Cam olhou pelo espelho retrovisor, chamando a atenção de Jacob.

— Eu sei que você vai. — Respondeu Jacob antes de se virar para olhar pela janela.

A escuridão mostrava quão cedo era.

— Porra, que horas são, afinal? — Perguntou Jinx.

Cam tocou a tela.

— Diz aqui quanto tempo levará para chegarmos aonde estamos indo?

— Três e meia! — Exclamou Jinx. — Não admira que eu esteja cansado.

— Nós devemos chegar lá antes das seis. — Cam olhou para a informação exibida antes dele. — Talvez mais rápido. Uma vez que saímos para a estrada, acelerarei o quanto for possível.

— Bom. — A voz de Jacob era dura e determinada.

— Nós a encontraremos. — Jinx falou sobre seu ombro. — Vamos trazê-la para casa, Jacob.

— Sim. — Ele assentiu. — Nós vamos.

Assim que eles deixaram as estradas secundárias, Cam pisou fundo, o jipe voando ao longo da pista a uma velocidade vertiginosa. O tempo pareceu parar enquanto avançavam na escuridão. Eles viram muito poucos veículos na estrada, e aqueles que viram logo foram deixados para trás quando Cam passou por eles. Seus olhos voavam para o espelho retrovisor de tempos em tempos para garantir que Mac ainda estivesse atrás deles.

Se ele os deixasse, sabia que não desaceleraria. Nada o impediria de chegar a Rebecca o mais rápido possível. O desespero de Jacob enchendo o carro enquanto eles seguiam em direção a sua companheira. As milhas desaparecendo quando Cam verificou sua tela e viu que mais de duas horas se passaram.

— Menos de quinze minutos, Jacob. — Cam verificou o mapa novamente, a tela mostrando que ele precisava virar à direita a menos de cem metros de distância. Finalmente desacelerou, diminuindo a velocidade para que pudesse fazer a curva. — As estradas parecem não ser mais do que estradas de chão daqui, então preciso desacelerar pois ficará esburacado.

Jacob sentou-se, seu pescoço se torcendo para olhar ao redor.

— Ainda está escuro. Espero que isso nos ajude.

— Sim. — Jinx concordou. — Como faremos isso?

— Rapidamente. — Disse Cam. — Mac e Fergie podem pegar a retaguarda e nós vamos na frente. A velocidade é o nosso maior aliado, e o barulho, queremos desorientar qualquer pessoa lá dentro. Então você pode rugir e rosnar o quanto quiser. Quanto mais alto, melhor.

— Eu gostaria que soubéssemos como é a cabana por dentro. — Jacob se inclinou para frente. — Se fosse grande o suficiente, eu iria de lobo, mas se não for, não poderei me mudar.

— Infelizmente, nós não fazemos ideia, então vamos assim. — Cam lançou uma olhada em seu amigo. — Além disso, não queremos aterrorizar Rebecca com uma horda de lobos correndo por aí.

— Minha fera está ansiosa para sair, Cam. — Jacob lutou no assento. — Quero dizer, está lutando positivamente para ser liberado.

— Eu posso entender isso, mas... — Cam se virou, pegando os olhos — você precisa controlá-lo e usar mais do que força se quisermos liberar sua companheira. Uma bruxa pode ser um perigo, especialmente uma encurralada por um lobo bravo. Então, Jacob, mantenha seus sentidos alertas e tente não se machucar no processo.

Jacob resmungou, então encolheu os ombros.

— Ei, a única pessoa que vejo se machucando é o filho da puta que levou minha companheira.

— Sim. — Jinx entrou. — Eu quero dar alguns socos naquele idiota.

— Todos nós queremos. — Cam falou calmamente, os nós dos dedos brancos contra o volante.

Jinx olhou pela janela traseira.

— O Mac está bem atrás de nós, o que é um pouco incrível, pois ele geralmente não conduz rápido.

— Eu pensei que o perderia, mas ele ficou atrás de nós o tempo todo. — Cam estendeu a mão para desligar os faróis. — Estamos quase lá. — Ele diminuiu a velocidade, o motor acalmando enquanto fazia isso. — Pararei logo à frente e seguiremos o resto do caminho a pé.

Jacob desabotoou seu cinto.

— Cam.

— O que?

— Não lembro de já ter dito isso na minha vida. — Jacob fez uma pausa. — Mas, que se foda, estou com medo. E se...

— Cala a boca. — Ordenou Cam. — Não há se. Entramos, encontramos Rebecca e a trazemos para casa. Não existe outra opção, Jacob.

Jinx estendeu a mão, segurando o braço de Jacob.

— Vamos buscá-la, Jacob. Como diz Cam, não existe outra opção e a traremos de volta para você.

— Obrigado. — Jacob suspirou. — Cam, você tem influência com o Conselho?

Cam desacelerou, colocando o veículo em ponto morto e dando uma volta.

— O que?

— Espero que você tenha. — Jacob franziu o cenho. — Porque eu não me importo com o que ele faz, o que ele diz, se Rebecca estiver lá, assim como Tobias... estou rasgando-o em pedaços.

— Eu pensei tanto. — Cam inclinou a cabeça para o lado, observando seu amigo. — Eu faria o mesmo e lidarei com isso. Elijah já sugeriu que não haverá um problema com as bruxas em relação a Tobias, e o Conselho também não fará barulho sobre o que acontecer aqui. Eles conhecem nossos caminhos e o que está chegando a Tobias é exatamente o que ele merece.

— Bom. — Jacob abriu a porta. — Podemos encontrar Rebecca agora, por favor?

— Podemos. — Disse Cam, seu tom mortal quando eles deixaram o calor do jipe.


Capítulo cinco

Mac e Fergie juntaram-se a eles, o rosto de Mac desenhado com tensão. Jinx sorriu.

— Acho que você não gostou do passeio?

Balançando a cabeça, Mac piscou.

— Não, não especialmente.

Fergie olhou com desconfiança para Mac.

— Ele definitivamente não gostou do passeio. Mas não parava para que eu assumisse o volante e ouvi cerca de cem 'merdas' no caminho para cá.

— Eu aposto. — Jinx deu uma bofetada nas costas de Mac.

Jacob soltou um grunhido baixo. — Podemos parar com o bate-papo e fazer o que viemos aqui para fazer? — Ele olhou duro para Mac e Fergie. — Você se lembra, não é? Rebecca? Minha companheira?

Todos podiam ver o rubor no rosto de Mac, mesmo na escuridão pré-alvorecer.

— Desculpe. — Disse ele quando Cam assumiu o comando.

— A cabana está à frente, a duzentos metros. — Cam apontou para Mac e Fergie. — Vocês dois pegam os fundos e nós vamos pela frente. Não estamos aqui para acordos. Entramos com força e rapidez, com o máximo de barulho possível. OK?

— Claro. — Disse Fergie enquanto Mac assentia vigorosamente.

— Boa. Você vai em frente primeiro, pois precisa chegar até os fundos antes de entrarmos. — Cam se moveu para deixá-los passar. — Vai.

Todos eles saíram correndo, usando a velocidade do lobo para voar ao longo da pista. Fergie estava na frente com Mac em sua cauda, Jacob logo atrás. Cam foi o próximo com Jinx protegendo a traseira quando seus olhos viram o contorno de uma cabana aparecer.

— Muito pequena. — Jacob amaldiçoou quando eles se aproximaram do prédio.

Um leve raio da escuridão alertando-os para o amanhecer se aproximando rapidamente. Nenhuma luz brilhou de dentro da cabana quando Fergie e Mac se afastaram e Jacob correu direto para a porta. Sua estrutura maciça, juntamente com sua velocidade e força de lobo, destruíram a madeira enquanto ele batia dentro, rugindo como um louco.

Cam logo atrás dele quando Jacob parou, Cam batendo em suas costas.

— O que é? — Ele perguntou, quando Jacob soltou um longo gemido.

O coração de Cam bateu mais rápido no peito quando olhou em volta da pequena sala de estar. Seu nariz, o primeiro senso, para alertá-lo, uma vez que o cheiro inconfundível de sangue invadiu suas narinas. Enquanto Cam tentava processar o que estava diante dele, Jacob saiu, gritando o nome de Rebecca várias vezes.

— O que diabos? — Jinx estava ao lado de Cam enquanto olhavam ao redor deles.

Havia sangue em todos os lugares, absolutamente em todos os lugares. As paredes foram salpicadas com ele, o chão encharcado, o teto coberto, o vermelho escuro contra a tinta branca. Jinx apontou para a esquina.

— Cam, oh porra, não é isso...

Cam se inclinou, ajoelhando-se para virar o corpo amassado. Estava completamente saturado em sangue, liso e ainda molhado, o cabelo tão escuro que ele não tinha ideia da cor original. Cam prendeu a respiração quando o corpo virou e ele olhou para os olhos azuis ainda abertos, mortos.

— Obrigado. — Ele agradeceu para a Deusa. — Não é ela.

Jinx assentiu e foi então que o inferno se abriu. Jacob uivou de raiva, uma porta arrancada de suas dobradiças e voando de volta para a sala de estar. Jinx apenas conseguiu se esquivar da força mortal antes de derrubá-lo. Cam levantou-se, decolando o mais rápido que suas pernas poderosas podiam carregá-lo, na direção do barulho.

Jacob tinha um homem em suas mãos, sua mão grande em volta da garganta, apertando a vida dele enquanto batia a cabeça contra a parede, repetidas vezes. Barulhos incompreensíveis irromperam da garganta do lobo enquanto as pernas do homem chutavam futilmente. Cam parou e esperou. Não havia como ele ficar entre Jacob e Tobias Kane.

Não havia dúvida de quem estava nas garras da morte de Jacob. Todos eles viram a foto dele e este era definitivamente o homem. Cam enviou seus sentidos, cheirando mais sangue fresco da sala no final do corredor, de Rebecca.

Ele conhecia seu cheiro em qualquer lugar e lutou para parar de se precipitar. Ele mesmo deu um passo antes que a mão de Jinx o parasse.

— Espere. — Disse seu beta calmamente.

— Eu posso sentir o cheiro dela. — Grunhiu Cam, sabendo que não conseguiria passar por Jacob sem problemas sérios.

— Ela é sua amiga, Cam. — Jinx segurou seu braço. — Você pode ter conhecido ela por muito mais, mas você precisa esperar e deixá-lo chegar primeiro. Não há outro perigo aqui. Ele tem as mãos na única ameaça para ela e pelo que eu posso ver, ele está cuidando muito bem.

— Você sabe quão difícil é ficar aqui quando cada fibra do meu ser está me dizendo para chegar a ela?

— Sim. — Jinx assentiu. — Eu sei. O simples fato é que não podemos.

Cam grunhiu, sua urgência em chegar a sua amiga crescendo a cada segundo. O rugido alto de Jacob trouxe a atenção para a luta em frente a ele. Jacob estava tremendo o corpo como se fosse um brinquedo, os olhos de Tobias quase começaram a escorrer de suas órbitas.

Jacob rugiu uma última vez, puxou a mão livre para trás, obviamente colocando cada último pedaço de força em um soco para a frente. Todos ouviram os ossos estalarem, quebrarem sob o poder do golpe de Jacob, um som alto alertando-os para a destruição do coração que estava por trás desses ossos. Quando o sangue jorrou da boca de Tobias, Jacob soltou o estrangulamento e deixou o corpo flácido cair no chão.

Cam deu um passo à frente quando Jacob correu para a sala no final, empurrando a porta com tanta força que voltou, a alça se encaixou na parede e permaneceu lá. O gemido engasgado de Jacob quando ele caiu de joelhos ao lado da cama quase fazia com que os olhos de Cam enchessem de lágrimas.

— Mantenha todos afastados. — Cam empurrou Jinx para trás, longe da vista dentro da sala.

Cam puxou a porta do seu lugar dentro da parede e fechou-a suavemente antes de aproximar-se de Jacob. Ele seguiu cuidadosamente, conversando com calma para se certificar de que seu amigo sabia que ele estava lá e sem ameaça.

— Jacob, ninguém mais está entrando. — As mãos de Jacob moveram-se por todo o corpo de Rebecca, tocando os machucados e as marcas cobrindo sua pele pálida. — Ninguém a verá assim. Mandarei os outros para longe e você e eu a levaremos para casa. OK?

Cam podia ver que ela fora abusada, sua raiva como lava derretida dentro dele.

— Nós vamos ajudá-la, torná-la melhor. Traga-a através disso.

A cabeça de Jacob girou.

— Você sabe o que ele fez. Não sabe?

Cam assentiu, sua voz triste quando ele respondeu:

— Sim, Jacob. Eu sei.

— É claro que você sabe. — Jacob olhou para Cam. — Aqui cheira ao que ele fez. O que eu faço, Cam? Como posso ajudá-la com isso?

— Não tenho certeza. — Admitiu Cam. — Mas, seja lá o que for preciso, vamos fazê-lo. Eu ajudarei de qualquer maneira que puder e obtendo qualquer suporte profissional que ela precise. Nós faremos isso, Jacob. Você não está sozinho nisso, nenhum de vocês estão sozinhos. Faremos isso juntos.

— Espere aqui por enquanto. — Cam foi até a porta. — Só será um momento.

Cam abriu a porta e atravessou o corredor. Jinx e Mac ficando no meio caminho.

— Onde está Fergie?

— Fora verificando o perímetro e certificando-se de que não haja outro perigo. — Jinx assentiu para a porta atrás de Cam. — Ela está bem?

Cam não respondeu, mas sacudiu suavemente a cabeça.

— Jinx, eu preciso que você entre em contato com o Conselho e que venha e limpe isso. Você precisará dar-lhes um relatório sobre o que aconteceu e se eles lhe derem quaisquer problemas, então, diga-lhes que eu lidarei com eles diretamente em um dia ou dois. Eu tenho outras coisas para resolver agora.

— Claro. — Disse Jinx, levantando uma sobrancelha na consulta.

— Eu também preciso de você para voltar com o Mac. — Cam balançou a cabeça quando viu Jinx pronto para perguntar o porquê. — Jacob e eu traremos Rebecca de volta. Você pode pedir a Stracey para estar disponível, caso precisemos dela?

— Claro. — Jinx franziu a testa. — Você está me preocupando, Cam.

— Eu sei. — Cam encolheu os ombros. — Desculpe, mas é assim que deve ser. Não direi mais, faça o que eu pedi.

Mac deu um passo à frente.

— Cam, há algo que eu possa fazer?

Cam sacudiu a cabeça, tristeza em seus olhos.

— Não, obrigado por oferecer, mas não. Nós só precisamos de alguma privacidade no momento e eu apreciaria se você conseguisse trazer os jipes aqui, com um montado na porta da frente e aberto para que possamos levá-la direto.

— Nós faremos isso agora. — Mac virou-se, correndo.

— É ruim, não é? — Jinx sussurrou.

Cam sabia que seus olhos responderam por ele.

— Nós sairemos em breve, então, se você pudesse se certificar de que o veículo esteja pronto e depois, se você pudesse esperar mais tempo?

Jinx suspirou:

— Sim, seja lá o que for necessário. Você tem certeza de que não posso ajudar?

— Não. — Cam se virou. — Não desta vez, Jinx.

Cam ouviu Jinx amaldiçoar quando ele voltou para o quarto.

— Nós estaremos preparados para ir em breve.

Jacob segurou Rebecca em seus braços, a coberta que a cobria estava agora embrulhada em torno dela.

— Bom, porque eu preciso sair deste quarto. Cam, eu quero que este lugar seja queimado até o chão. Eu não quero que uma única coisa permaneça em pé.

— Se é isso que você quer, então me certificarei disso. — Cam se aproximou, sentando na cama. — Pagarei qualquer quantia, a quem for preciso, mas não pode ser feito agora, Jacob. Precisamos da evidência do que ele fez. Não apenas para Rebecca, mas para aquela garota lá fora também.

— Tudo bem. — Grunhiu Jacob. — Quando essas coisas terminarem, podemos fazer isso então?

— Sim. — A cabeça de Cam caiu para o lado, sua própria dor no fundo dele enquanto ele olhava para Jacob. — Eu prometo, quando o Conselho tiver tudo o que eles precisam, este lugar não ficará para outro dia.

Uma batida suave na porta precedeu a voz de Jinx.

— O carro está na frente.

— Obrigado, estaremos em um momento. — Respondeu Cam suavemente.

— Jacob, você está pronto?

Jacob levantou-se, segurando sua companheira perto dele enquanto assentia. Cam abriu a porta, verificando que estava claro antes de levar seu amigo para o jipe em espera. Uma vez que Jacob estava sentado atrás, com Rebecca ainda nos braços, Cam entrou, ligou o motor e foi embora. Quando ele olhou pelo espelho retrovisor, Mac, Jinx e Fergie ficaram observando-os sair.

— E se ele tiver feito muito dano? — Jacob murmurou.

— Ela é forte. — Cam parecia muito mais confiante do que ele sentia. — Nós teremos certeza de que ela está bem. Confie em mim, Jacob.

— Ok. — Jacob suspirou. — Eu gostaria de rasgá-lo membro a membro, lentamente.

— Eu sei. — Respondeu Cam. — Eu também.

O silêncio foi seu parceiro durante a maior parte da jornada, sem saber o que dizer. Isso foi até que estavam a meia hora do acampamento e Rebecca começou a se mexer nos braços de Jacob. A cabeça dela voou de um lado para o outro antes que ela gritasse alto e duro.

— Nãaaaoooooooo!

Jacob tentou acalmá-la.

— Becca, querida, sou eu, Jacob. Eu peguei você. Você está segura, querida, eu juro que você está segura.

Cam observou no espelho enquanto os olhos de Rebecca se abriam, o terror no rosto.

— Jacob? É realmente você ou esse filho da puta usou mais magia em mim?

— Sou eu, eu prometo.

Rebecca não parecia ter acreditado nele.

— Se é você, então prove. Diga-me o que você disse quando me pegou lendo esse livro.

Jacob correu um dedo pelo lado de seu rosto.

— Eu lhe disse ‘Não sou o Sr. Grey. Eu sou melhor. ’

Um longo soluço escapou dela.

— Sim, sim, é você. Agora, você pode remover o fio que ele colocou em torno dos meus pulsos? Eles são mágicos e não posso me mover com eles, nem executar qualquer porra de mágica.

Jacob rapidamente rasgou o fio fino de seus braços.

— Melhor? — Ele perguntou, ainda a segurando.

— Não tenho certeza. — O rosto de Rebecca entrou em colapso, lágrimas enchendo os olhos. — Ele fez coisas, Jacob. Enquanto eu estava nocauteada, ele fez coisas.

O coração de Cam quase quebrou com a voz dela, cheia de dor, dano e angústia. Jacob a silenciou.

— Shhh, eu sei bebê, eu sei. Becca, você não precisa pensar sobre isso agora. Levaremos você para casa e nos limparemos, e então você precisa comer alguma coisa e descansar um pouco. Podemos lidar com qualquer coisa amanhã, ou depois, quando quiser, querida.

— Eu o odeio. — Sua voz agora era mais forte, cheia de sua aversão. — Você o pegou?

Jacob assentiu.

— Sim. Eu o peguei. Ele não prejudicará ninguém novamente, Becca. Nunca mais.

— Ótimo! Espero que ele tenha sofrido. — A mão de Rebecca agarrou sua camisa. — Oh Deus, ele matou Bridget. Ele estava coberto pelo sangue dela.

Cam falou:

— Nós a encontramos, Rebecca. O Conselho está a caminho para lidar com os corpos.

— Ela era apenas uma menina estúpida. — Rebecca suspirou. — Ela sempre conseguiu o que queria e meteu na cabeça que eu tinha que emparelhar com um bruxo. Ela era tão tola pensando que isso acabaria do jeito que ela queria, e agora está morta. Pobre garota.

Cam sabia o que estava por vir, e ele só teve que esperar um momento antes que Jacob rosnasse.

— Ela não é uma pobre menina. Ela o ajudou a levá-la. Ela provavelmente foi que teve a ideia, Becca.

— Talvez, provavelmente, mas não merecia morrer da maneira que morreu.

— Sempre pensando nos outros. — Jacob puxou-a para cima, deixando seus lábios suavemente escovar os dela. — Minha Becca, você é muito amável às vezes.

— Shhh. — Rebecca se aconchegou em seus braços. — Não conte a ninguém, ou eu perderei minha reputação.

Cam escondeu outro olhar e viu seus olhos se fechando lentamente quando Jacob a balançou suavemente.

— É isso, querida, volte a dormir. — Seu companheiro persuadiu enquanto eles se aproximavam de casa em segurança.


Capítulo seis

Cam caminhou de um lado para o outro na frente da cabana onde Jacob e Rebecca ficavam. Fazia uma semana inteira desde que a resgataram e ele só a viu um par de vezes. Toda vez que ele chegou para visitar, Jacob dizia que ela não queria ver ninguém, incluindo ele.

Ele não sabia quanto tempo aguentaria sem invadir e se certificar de que estava bem. Stracey esteve algumas vezes e, cada vez, assegurou a Cam que Rebecca estava fazendo progresso, mas ele precisava ver por si mesmo.

Cam bateu na porta, novamente, e começou seu ritmo. Sua ira aumentou até a porta se abrir lentamente.

— Que diabos de horas são? — Rosnou Jacob.

— É manhã. Como esta Rebecca? — Cam grunhiu de volta.

— Ela está muito melhor...

Cam interrompeu:

— Então eu posso vê-la?

— Ela ainda está dormindo, Cam. — Jacob saiu, parado do lado de fora e olhando enquanto Cam olhava com raiva.

— Eu juro que ela está melhorando. — Jacob disse suavemente, em tom de desculpa.

— Então você diz. — Cam grunhiu. — Mas eu preciso vê-la por mim mesmo. Estou enlouquecendo de preocupação.

— O que posso dizer? — Jacob deu de ombros. — Ela não queria ver ninguém. Não é só você, Cam.

— Eu preciso vê-la. — Cam quase implorou, mal se contendo.

— Não. — Jacob grunhiu. — Eu não sou um membro pleno da sua matilha, então você não pode fazer a coisa de alfa comigo. Nem tente ou teremos um problema.

Cam deu um passo à frente, suas emoções correndo solta e pronto para escalar as coisas, quando a porta rangeu. Ele e Jacob giraram em direção a ela quando Rebecca esticou a cabeça

— O que diabos está acontecendo? Um concurso de mijar?

Cam sorriu.

— Oi, eu só precisava ver que você estava bem.

— Estou bem. — Rebecca olhou entre os dois homens. — Bem, eu estava antes de ser tão rudemente acordada. Cam, volte hoje à tarde e podemos conversar. Jacob, leve sua bunda grande de lobo para dentro e me traga um café.

Rindo, Cam se virou para ir embora.

— Vejo você mais tarde. — Ele jogou sobre o ombro enquanto o braço de Rebecca serpenteava para arrastar Jacob para dentro.

Cam começou a assobiar enquanto caminhava para a cabana do Alpha. Essa era uma coisa que ele estava temeroso. Agora, ele tinha outro. Ele e Fergie teriam que conversar. A tensão entre eles aumentou à medida que a semana tinha progredido.

Não era como se ele não tivesse simpatia pelos sentimentos de Fergie e Chastity tivesse encontrado uma solução. No entanto, Cam não tinha certeza se ele queria a resolução dela e se ele não queria, isso significava que ele e seu primo tinham um enorme problema.

Enquanto caminhava, assobiando, viu Chastity virar-se para ele. Seu coração disparou quando ele olhou para ela, seus longos cabelos loiros ondulando atrás dela quando começou a correr. Assim que estava perto o suficiente, se lançou nos braços dele.

— Onde você estava? — Ela resmungou. — Eu odeio quando você não está na cama quando eu acordo.

— Desculpe. — Cam pediu desculpas. — Eu precisava verificar Rebecca.

— Você a viu? — Chastity perguntou, colocando um beijo na bochecha enquanto lutava para se levantar.

Cam segurou-a por um momento mais antes de soltá-la.

— Mais ou menos. Ela enfiou a cabeça para fora para me dar uma bronca e a Jacob por acordá-la e depois ordenou que ele fizesse o café dela.

Chastity riu.

— Parece que Rebecca está de volta.

— Sim. — Cam concordou. — Eu acho que sim. Volto esta tarde para conversar com ela. Verei como está, mas espero que esteja melhorando.

A cabeça da Chastity inclinou-se para o lado, olhando-o através de seus cílios.

— Você nunca me disse o que aconteceu.

— Não. — Cam balançou a cabeça. — E nunca irei. Essa não é minha história para contar.

— Deve ter sido ruim se você não me diz nada. — Chastity pegou sua mão enquanto eles continuavam caminhando.

— Sem comentários. — Respondeu Cam suavemente.

— Bem, eu espero que ela esteja melhor e que você pare de se preocupar com ela.

Cam ficou em silêncio, perguntando-se se ele nunca deixaria de se preocupar com sua amiga. Provavelmente não. Após sua provação, ele ficou assustado com ela. Assustado que ela mudaria quem ela era, a pessoa que amava muito, a bruxa descarada com um coração de ouro.

— De qualquer forma. — Cam puxou a mão. — Você está pronta para a nossa viagem? Precisamos sair mais tarde, o início da tarde será bom, mas eu preciso estar em LA amanhã de manhã para uma reunião. Precisamos fazer compras para você e o baile de caridade será realizado em três dias. Você está pronta para isso também?

Chastity mordiscou o lábio inferior por um momento.

— Eu suponho. Acho que estou nervosa com tudo isso. Estou acostumada com a vida na matilha. O estilo de vida de um bilionário com bailes e vestidos, não tanto.

— Stracey e Jinx estarão lá e tenho certeza de que você se sairá bem. — Cam podia sentir seu nervosismo. — Você será como um sopro de ar fresco, querida. Não como uma das mulheres que reclamam e reclamam, que tentam se apaixonar por homens só porque são ricos. Você está tão longe delas que é como olhar o sol depois de uma noite longa e escura.

— Só espero não fazer bobagens. — Chastity parou, forçando Cam a parar e olhar para ela. — Cam, acho que morreria de vergonha se fizesse algo realmente estúpido como cair na frente de todos.

— O quê? — Cam franziu a testa. — Por que diabos você cairia? Você é uma das mulheres mais graciosas que já conheci. Você se move elegantemente, com equilíbrio e agilidade, então por que você pensaria isso?

— Eu nunca, e quero dizer, nunca, usei saltos. E se eu não conseguir andar neles?

Cam riu, seus olhos cintilando enquanto ele a puxava de novo.

— Nós só precisamos nos certificar de que os seus sapatos sejam confortáveis, e você pode treinar antes de sairmos. Não posso fingir entender como as mulheres conseguem andar com o que vestem. Tudo o que sei é que parece haver algum tipo de habilidade inata para fazê-lo. Não se preocupe, por favor. O baile deve ser divertido, não uma provação, mas se você quiser sair a qualquer momento, tudo o que precisa fazer é pedir. OK?

— Claro. — Chastity murmurou.

— O café da manhã está pronto? Estou com fome. — Perguntou Cam enquanto subia a escada até a porta.

— Sim, Marie está na cozinha trabalhando, como sempre.

— Bom. — Cam abriu a porta e a levou para a cozinha. — Bom dia. — Ele disse enquanto se sentava.

— Bom dia. — Marie sorriu. — O café da manhã está pronto, mas se há algo que você quiser, basta pedir.

— Não. — Cam começou a empilhar comida em seu prato. — Está tudo certo.

Chastity encheu seu prato e serviu café a ela e Cam.

— Bom dia, Marie. Onde está Angel?

Marie deu de ombros.

— Não tenho certeza. Ela geralmente está aqui a essa hora, mas não chegou. Espero que tudo esteja bem. Eu sei que eles estavam planejando ter uma conversa, sobre, bem, você sabe sobre o que.

Chastity olhou para Cam e levantou uma sobrancelha.

— Eu entendo. — Disse Chastity. — Espero que tudo esteja bem também. Tenho certeza de que está, não se preocupe, Marie.

— Eu sou mãe, é meu trabalho me preocupar. — Marie sorriu e continuou movimentando-se.

— Então... — Chastity tomou um gole de café. — Stracey e Jinx agora estão morando na casa de Stracey, que está perto da sua. Isso está certo?

Cam assentiu, murmurando em torno de sua comida.

— Sim. — Ele engoliu e continuou — Minha casa está em sua própria terra com paredes de segurança, portões e câmeras de segurança. Stracey tem um pequeno bangalô nas proximidades, ainda na minha propriedade, mas longe o suficiente para a privacidade. Só tem dois quartos, mas acho que continuará assim a menos que comecem a ter filhos, então precisaremos olhar para adicionar para eles.

— Pode valer a pena fazer agora. — Chastity procurou o suco de laranja e serviu-se. — O que quero dizer, é que será um pouco tarde se começar a construir quando ela já estiver gravida. Eu sei que odiaria que isso acontecesse a minha volta se eu estivesse carregando uma criança. Então, e se você adicionar mais alguns quartos agora e assim, quando eles começarem uma família, está tudo pronto.

— E se eles não quiserem crianças? — Perguntou Cam.

— Jinx é um lobo, ele quererá filhos. Eu sei que Stracey é parte bruxa, mas tenho certeza de que ela também desejará crianças. Ela gosta de Jinx e, quando isso acontece, geralmente significa que a mulher quer o filho dessa pessoa. No entanto, talvez você deva pedir a opinião deles sobre o assunto, afinal, é a vida deles.

— Certo. — Cam sorriu. — Eita, você pode imaginar um pequeno Jinx correndo por aí?

— Sim. — Chastity sorriu. — Eu posso.

— Bem, não demorará. Espero de qualquer maneira. — Cam continuou comendo, refletindo sobre o pensamento das crianças no futuro. Não era algo que ele pensava ser possível há pouco tempo.

— O que você planejou para hoje? — Perguntou Cam entre bocados.

— Eu vou para Wild Flower, aparentemente Mason quer me mostrar algo.

— Mason? — Cam colocou o café na mesa. — O que ele quer mostrar para você?

— Eu não sei, mas ele está entusiasmado com isso, ou pelo menos foi o que Logan disse. — Chastity olhou para Cam. — Você está bem sobre Grant sair hoje?

Cam encolheu os ombros.

— Não tenho certeza. Ele ficou mais tempo do que planejou e foi bom ter ele, mas precisa voltar para a sua própria matilha. No entanto, não tenho certeza de como todos reagirão a Shelly com ele. Eu disse para ligar e avisar aos nossos pais, mas ele disse que quer surpreendê-los.

— Oh, não tenho certeza se é uma boa ideia. — Chastity afastou o prato dela antes de terminar o suco.

— Nem eu. Nosso pai não é bom com surpresas e essa será enorme. Eu só espero que ele não deixe o velho tentar intimidar Shelly.

Chastity riu, demorando um ou dois momentos para responder.

— Shelly é mais do que capaz de se defender. Ela é mal-humorada e forte, Cam. Tenho certeza de que ela ficará bem.

— Hmm, você não conheceu meu pai. Ele pode ser um pouco... resistente.

— Eu também não acho que Grant deixará alguém machucá-la. Eles estão tão em sintonia um com o outro que ele logo saberá se alguém está perturbando-a. — Chastity colocou uma mão em seu braço, esfregando suavemente para cima e para baixo. — Tente não se preocupar demais. Mas, eu estava pensando, eu sei que algumas matilhas ainda estão presas aos modos antigos. Você sabe, onde um novo membro tem que provar a si mesmo, e eu queria saber se ela teria alguma dessas coisas? Se assim for, acho que ela deve ser avisada para que ela possa se preparar.

Cam balançou a cabeça.

— Não, nós não fazemos isso a muito tempo. Bem, a menos que alguém desafie um recém-chegado. Mas isso é tão raro que não lembro da última vez que foi feito.

— Bom. Mudar-se para a Escócia já é um grande negócio sem se preocupar em ter que suportar algo assim. De qualquer forma, tenho que ir, disse a Mason que seria rápido.

— Deixe-me saber qual é o grande segredo quando você chegar lá. Estou curioso.

Chastity pegou seu prato xícara e copo, levando-os para a máquina de lavar louça, mas Marie os pegou.

— Eu farei isso, você vai embora.

— Obrigada. — Chastity sorriu. — Ok, Cam, eu deixarei você saber e não demorarei muito. Eu voltarei antes do almoço.

— Tudo bem. — Cam ficou de pé, deixando o prato na mesa. Chastity assentiu com a cabeça em direção a suas coisas e ele deu de ombros antes de pegá-los. Assim que ele fez Marie se precipitou, tirando-os dele. Cam ergueu uma sobrancelha quando Chastity veio e se aproximou, beijando-o na bochecha. — Estou planejando ter uma reunião com Fergie mais tarde nesta manhã. Deseje-me sorte. — Ele sussurrou.

— Boa sorte. — Os olhos de Chastity encararam os dele. — Tente não se aborrecer, por favor.

— Moi? — Cam fingiu indignação. — Nunca.

— Sim, claro, o que quer que você diga. — Chastity se afastou. — Apenas pense como você se sentiria se fosse você. — Ela olhou por cima do ombro quando saiu.

Cam a observou enquanto ela desaparecia, os olhos dele intensamente em seu traseiro coberto de jeans.

— Droga. — Ele murmurou antes de dirigir-se ao escritório.

— Como você pode? — Fergie zombou. — Tínhamos tudo. A principal coisa sendo a confiança entre nós e você jogou isso fora. Diga-me, Angel, por quê?

A cabeça de Angel ficou curvada enquanto sentava no sofá, as mãos torcendo no colo.

— Desculpe, Fergie. Você sabe o quanto estou triste.

— Eu entendo que você está arrependida, mas isso não impediu que você tenha feito isso. — Fergie foi até a janela e voltou, parando na frente da sua companheira. — Olhe para mim, Angel, olhe para mim.

A cabeça de Angel ergueu-se, sua tristeza nos olhos.

— O que você quer que eu diga? Você sabe por que eu fiz e não me arrependo. Eu não me arrependo!

— Eu não era o suficiente para você? — Fergie perguntou, a raiva em seu tom.

— O quê? — Angel olhou para cima, surpresa e dor em seus olhos. — Por que você me pergunta isso? Eu te amo, meu amor. Eu não fiz isso por mim! Eu fiz isso por você!

— Talvez eu não fosse homem o suficiente para você estando naquela maldita cadeira? É isso?

Angel se aproximou, suas mãos se fecharam em punhos enquanto ela olhava para ele.

— Não ouse dizer isso! Eu amaria você, não importa o que! Eu fiz isso por você, Fergie. Você estava morrendo por dentro! Você estava murchando e morrendo. Eu não podia ficar parada e assistir isso. Eu te amo muito.

Fergie franziu o cenho, sua raiva aumentando novamente.

— Você mentiu, você deliberadamente fez algo que eu disse que não queria.

— Por todas as razões erradas! — Angel gritou de volta para ele. — Por que você não gostaria de ser curado quando era fácil de ser feito? Nunca entendi isso. É uma loucura.

— Você sabe perfeitamente como meu pai odiava a magia.

Angel ficou de pé, a ira ganhando força.

— Seu pai se foi, mon lupa, e ainda assim você ainda não buscou ajuda. Por quê?

Fergie virou-se, afastou-se e parou na janela, olhando para o acampamento, sua voz apenas um sussurro.

— Porque agora estamos na posição de minha fera querer desafiar Cam, por isso.

Angel se aproximou e ficou de pé ao lado dele.

— Você não precisa fazer isso.

Fergie não olhou para ela, continuou a olhar para fora.

— Eu não tenho certeza se posso parar. Angel, este é o meu acampamento, minha matilha, e como faço para recompensar o homem que salvou a todos nós? Eu desafio-o a lutar pelo lugar do Alpha. A, ponto para mim! Não sou o burro ingrato?

— Fergie, ele entenderá. Ele sabia o momento em que ele viu você caminhando que as coisas teriam que mudar. — Angel puxou sua manga, forçando-o a olhar para ela. — Ele é um empresário e um ótimo Alfa, mas você está certo, esta é a sua matilha. Mas, meu amor, você não precisa lutar contra ele. Tudo o que você precisa fazer é falar com ele. Tenho certeza de que você pode resolver.

— Ele assumiu naturalmente. — Fergie olhou para ela. — Ele não desistirá sem uma luta.

Fergie suspirou, afastando-se brevemente antes de voltar o olhar fixo no lugar.

— No entanto, essa não foi a questão. Foi?

Angel ergueu as mãos.

— Eu não posso dizer mais do que eu já disse. Eu te amo. Mais do que você nunca saberá. Eu sabia que, se fizesse o que planejei, poderia perder você. Eu sabia. Mas... — Angel deu de ombros. — Valeu a pena. Para vê-lo como o lobo forte, que você sempre foi, mas teve que se esconder atrás de sarcasmo e piadas porque estava preso nessa cadeira. Estou lhe dizendo, meu companheiro, eu faria novamente para ajudá-lo a caminhar mais uma vez. Para te devolver o orgulho, eu andaria sobe o vidro quebrado, de modo que enganar você era muito mais fácil.

Fergie balançou a cabeça.

— Droga, Angel, você sabe o quanto eu adoro você, mas não tenho certeza se eu faria alguma coisa assim. Não por suas costas.

— Eu fiz o que eu tinha que fazer. — Angel se virou, seus ombros caíram. — Se eu o perdi, então que assim seja. Deixe-me saber para que eu possa fazer os arranjos.

Fergie se aproximou, agarrou o ombro e girou-a.

— Que arranjos?

Angel deixou uma mão se mover para cobrir aquela que ainda a segurava no lugar.

— Fergie, mon lupa, se você não pode me perdoar, se eu perder você, então eu sairei. Não posso ficar aqui e te ver todos os dias. Seria como uma faca em minhas tripas repetidamente. Eu não poderia aceitar isso, não todos os dias.

O coração de Fergie gaguejou forte no peito.

— Você realmente sairia? — Sua voz quase um sussurro.

— Eu teria que ir. Para minha própria sanidade, Fergie, você é minha vida, meu amor, minha vida inteira. Se você não pode me perdoar. Se não pudermos superar isso. Então, eu não terei escolha.

Fergie se afastou, horror em sua voz, enquanto andava.

— Você não faria.

Angel olhou para ele.

— Sim eu faria. Você é meu tudo, mon lupa. Eu nunca poderia ficar aqui e não estar com você. Isso me destruirá. Mas... — ela lhe deu um pequeno sorriso. — Valeria a pena. Te ver assim. Em pé, forte, confiante, sim, meu amor, definitivamente vale a pena.

— Porra! — Fergie se aproximou, puxando-a bruscamente em seus braços. — Nem diga algo assim! Meu coração quase parou, meu anjo. Nunca, e quero dizer nunca, diga que você vai embora de novo.

— Querido. — Angel se contorceu. — Você está esmagando-me.

Fergie soltou seu aperto, apenas um pouco.

— Acho que precisamos fazer as pazes, não precisamos?

Angel sorriu.

— Você está falando sobre como costumamos "fazer as pazes". Se sim, então a resposta é sim.

— Bom. — Fergie inclinou-se, pegando-a em seus braços. — Não falaremos sobre isso novamente. Acabou. Feito. Ok?

— Mais do que ok. — Angel riu enquanto ele a levava para a cama.


Capítulo sete

Cam estava acabando uma teleconferência quando houve uma batida na porta.

— Entre. — Disse ele, fechando o laptop e rolando a cadeira para esticar as pernas.

Fergie apareceu na porta, parecendo extremamente desconfortável, e mais do que um pouco no limite.

— Você não precisa bater, Fergie. — Cam estava surpreso, geralmente seu primo entrava direto.

— Eu ouvi você sobre falar negócios. Eu não queria interromper.

— Obrigado, mas estou pronto agora. — Cam se levantou, indo até as duas poltronas ao redor da lareira. — Venha e sente-se, Fergie, acho que temos muito o que falar.

Fergie caminhou e sentou-se, mas não disse nada. Em vez disso, ele olhou fixamente para a lareira, sua agitação mostrando-se claramente.

— Eu sei que ainda é cedo, mas você quer uma bebida? — Perguntou, imaginando se isso ajudaria a suavizar a discussão que se aproximava.

— Não, estou bem. — Fergie suspirou. — Isso é estranho, não é?

— Só um pouco. — Cam concordou. — Não é fácil para nós, Fergie. Aqui estamos em uma situação que nenhum de nós tínhamos previsto.

— Fale-me sobre isso. — Fergie suspirou de novo. — Eu fui o único que implorou que você assumisse o controle. Você não queria, eu vi isso, mas implorei e você fez o que era melhor para a matilha. Você tem que saber o quanto eu sou grato por isso, Cam. Não sabe?

— Sim. — Cam também suspirou, sabendo que esta não seria uma conversa fácil. — Eu não queria ser Alfa, você sabia disso. Eu lutei contra isso com tanta força, Fergie, então quando você forçou minha escolha, pelo bem da matilha, fiquei surpreso quando comecei a gostar. Não, isso está errado, eu amo ser alfa. Deve estar no DNA ou na somatória.

— Eu sei o que você quer dizer. — Fergie olhou para Cam pela primeira vez e Cam podia ver um Alfa olhando para ele.

— Não tenho certeza do que faremos agora. Tudo o que sei é que eu não quero sangue entre nós. — Cam observou o rosto de Fergie de perto para qualquer sinal de animosidade. — Chastity trouxe uma solução e talvez eu tome esse curso de ação. No entanto, não serei apressado nem forçado a fazê-lo. Eu não tomo esse tipo de decisão de ânimo leve e sei que provavelmente não é o que você quer ouvir agora, primo, mas é tudo o que posso lhe dar.

— A última coisa que quero é sangue, Cam. Não depois de tudo o que você fez para mim e para a minha família, assim como para a matilha. — Fergie desviou o olhar. — Mas, eu tenho que dizer isso, meu DNA está entrando e a minha necessidade de ser Alfa está crescendo dia a dia. Quanto tempo você acha que precisa?

— Eu voltarei para Los Angeles mais tarde, ficarei longe por uma semana pelo menos, possivelmente por mais tempo. Pensarei e tomarei decisões nesse momento, e conversaremos novamente quando voltar. Eu gostaria que você assumisse o controle enquanto estiver fora. Isso é aceitável?

Fergie ficou de pé.

— Como não queremos que as coisas fiquem ruins entre nós, acho que terá que ser.

— Espere... — Cam também ficou de pé, segurando a mão dele. — Posso perguntar, tudo bem com você e com a Angel?

Fergie apertou a mão de Cam, usando um pouco de força para ser puramente amigável, antes de responder.

— Sim, nós resolvemos as coisas entre nós. Obrigado por perguntar.

— Ela só fez o que você teria feito se a situação fosse inversa. O que qualquer um de nós faria pelo nosso companheiro.

— Eu acho que você está certo. — Fergie admitiu antes de se virar para sair. — Eu cuidarei das coisas enquanto você estiver fora e conversaremos quando você voltar.

— Ótimo. — Disse Cam, uma longa exalação escapando quando seu primo partiu. — Isso foi melhor do que eu pensava.

Ficando no escritório para cuidar de alguns negócios, incluindo uma teleconferência com Stracey e Sr. Akiyama no que diz respeito ao acordo japonês, a manhã desapareceu. A batida suave de Chastity antes de entrar, fazendo com que ele verificasse rapidamente a hora.

— Oi, você está de volta. O que Mason estava tão desesperado para te mostrar?

Chastity sorriu.

— Não falarei, é uma surpresa. Tudo o que direi é que é bonito e acho que você gostará.

— Realmente? — Cam levantou-se, dando uma volta à mesa para agarrá-la a ele. — Você não me dará uma dica?

— Não. Meus lábios estão fechados. — Chastity fez um gesto com os dedos em uma paródia de fechar os lábios.

— Hmmmm, não tenho certeza se gosto da minha companheira ter segredos com outro lobo.

Chastity franziu o cenho.

— Não seja bobo e não venha com ciúmes de Alfa, isso não lhe convém.

— Ciúmes? — Cam franziu o cenho. — Não acho que já estive com ciúmes antes. É um pouco novo, e estranho, então chamaremos isso de preocupação.

— O que quer que seja. — Chastity estendeu a mão para tocar sua bochecha. — O almoço está pronto e Grant e Shelly estão aqui. Eles comerão com a gente e, em seguida, Logan os levará para o aeroporto.

— Já está na hora? — Cam verificou o tempo novamente. — Porra, isso foi muito rápido.

— Eu sei. — Chastity, obviamente, pôde sentir a tristeza de Cam. — Espero que não demore muito até que vocês se vejam novamente.

— Sim, vamos, preciso dizer-lhes algo. — Cam pegou sua mão e levou-os até a cozinha.

— Olá, Cam. — Grant sorriu, levantando-se para abraçar seu irmão.

— Oi, desculpe, não percebi o tempo ou eu teria saído mais cedo.

— Não se preocupe, irmão. — Grant bateu no ombro dele. — Eu sei o quão ocupado você está.

Todos sentaram-se antes de encher os pratos com a comida já colocada.

— Obrigado, Marie. — Disse Cam enquanto Marie corava.

— De nada. Se estiver bem, sairei um pouco. Eu quero ir falar com Angel e ter certeza de que tudo esteja bem.

— Claro. — Cam assentiu.

Quando Marie abriu a porta dos fundos, ela parou, virando-se e dando um pequeno aceno.

— Adeus, Grant, Shelly. Espero vê-los para uma visita em breve.

— Tchau. — Grant e Shelly responderam quando Marie desapareceu.

— Então, você está pronta para conhecer nossos pais e a matilha? — Cam perguntou a Shelly enquanto bebia um pouco de água.

— Eu não tenho muita certeza. — Admitiu ela. — Eu acho que estou tão pronta como sempre.

— Um conselho, se eu puder? — Cam dirigiu isso para Grant, que assentiu com a cabeça.

— Não aceite nenhuma merda do nosso pai. Levante-se e diga a ele que você é a companheira do Alfa, a Alfa Loba, e você só recebe ordens de Grant.

Grant riu.

— Sim, é um bom conselho.

O rosto de Shelly parecia preocupado.

— Você está me assustando, Cam. Ele é tão ruim?

— Depende. — Cam encolheu os ombros. — Se você deixar que ele saiba desde o início como estão as coisas, acho que você se dará bem. Ele só precisa lembrar que não pode controlar todos ao seu redor.

— Tudo bem, farei o meu melhor. — Shelly ainda parecia um pouco preocupada.

— Quanto à mãe, ela ficará bem. Não se preocupe. Assim que ela ver a profundidade do sentimento entre vocês dois, ela ficará feliz.

— Obrigada, Cam, espero que sim. — Shelly sorriu para Grant, seu amor brilhando em seus olhos.

— Não se preocupe, mon runsa, eu me certificarei de que ninguém a deixe desconfortável. E, também há Blayne, ele é americano, embora tenha estado na nossa matilha por mais de cinquenta anos agora. Ele lutou na última guerra e ficou na Escócia. Quando a guerra acabou, decidiu voltar a viver. Não consigo descobrir como ele não perdeu o sotaque nem um pouquinho, mas não perdeu. Fala com um sotaque diferente do seu, mas ainda é americano.

— Blayne? De onde é ele? — Shelly pareceu interessada neste fragmento de informação.

— Eu acho que ele é do Deep South, talvez Mississippi, ou em torno dessa área. — Grant franziu a testa, obviamente tentando lembrar. — Ele disse que veio para a Escócia porque, na época, havia muito fanatismo e não havia encontrado isso quando estava lá. Então ele voltou e nunca foi embora. Ele tem uma companheira, Flora, e dois filhos, Bridley e Callie.

Shelly assentiu com a cabeça.

— Oh, eu vejo, sim, nós certamente tivemos nossa parcela de problemas no passado. Embora qualquer matilha em que vivi não me incomodasse com esse tipo de coisa. Todos nós éramos lobos, não importa qualquer outra coisa.

— Exatamente. — Concordou Grant. — É difícil para nós entender como nunca olhamos, naquela época ou agora, para alguém que não faz parte do grupo. De qualquer forma, ele é um dos nossos americanos e nós temos outro, Bradley, ou, como ele continua insistindo, Brad. Ele só está no grupo há dez anos, mas é trabalhador e um pouco brincalhão.

— Então eu não serei a única a falar com um sotaque estranho? — Shelly perguntou, obviamente ainda ansiosa.

Cam sorriu.

— De jeito nenhum. A matilha tem pessoas de todas as partes. A última vez que verifiquei, havia uma francesa, uma alemã, ah e, não tem um australiano?

Grant assentiu.

— Sim, eles ainda estão lá, então não se preocupe com a conversa. Não é o sotaque sobre o qual a gente se preocupa, é o que você diz que é importante.

— Eu entendo. — Shelly olhou entre Cam e Grant. — E o que exatamente devo dizer?

— Essa é uma boa pergunta. — Cam olhou para Grant. — Irmão, quer nos esclarecer?

Grant deu um sorriso atrevido.

— Bem, o quanto você me ama e adora, claro!

Shelly golpeou seu braço.

— Eu não sairei por aí dizendo isso. Você acabará muito convencido.

— Não pode machucar um cara por tentar. — Grant riu quando Shelly deu um soco no braço dele.

— Sim, eu posso. — Ela riu de volta.

Cam lembrou-se do que queria contar ao irmão.

— Grant, desculpe-me por não poder lhe dar o jato para voar para casa, mas o usarei. No entanto, garanto que vocês dois estão voando de primeira classe. Isso significa que você também pode usar o Lounge de primeira classe no aeroporto.

Os olhos de Grant se arregalaram.

— Primeira classe hein? Bem, isso é simplesmente elegante! Obrigado, Cam.

— Eu nunca viajei na Primeira Classe antes. — Shelly riu, batendo palmas em alegria. — Estou ansiosa para isso, oh, posso ter champanhe no voo?

Cam sorriu.

— Claro. Eu já pedi para ter uma garrafa gelada esperando por vocês no embarque.

Grant estendeu a mão, batendo no ombro de Cam.

— Muito bem, Cam.

— É o mínimo que eu posso fazer e prometo que irei visitar logo. — Cam encolheu os ombros. — Bem, talvez não em breve, mas certamente não deixarei tanto tempo entre as visitas dessa vez.

— É melhor não. — Grant enfatizou levantando uma sobrancelha. — Se você fizer isso, irei pegar um voo com o pai para visitar você!

— Você não se atreveria! — Cam amaldiçoou. — Isso não é divertido, Grant.

— Eu acho que é. — Grant brincou.

— Desculpe interromper. — Interrompeu a voz de Logan. — Mas precisamos partir agora.

— Tão cedo? — Perguntou Cam. — Ainda não terminamos o almoço.

— Com medo, Alfa — reiterou Logan.

— Droga. — Cam olhou furioso. — Mo bhràthair, acho que temos de dizer adeus.

De pé, Chastity abraçou Shelly firmemente.

— Você cuidará de Tink para mim? — Shelly perguntou. — Estou preocupada com ela.

— Eu vou, eu prometo. — Chastity tentou aliviar a óbvia preocupação de Shelly. — Tenha uma boa viagem e boa sorte com sua nova vida, Alfa. — Chastity a abraçou novamente antes de soltá-la.

— Isso não é algo que já pensei que ouviria. — Shelly sorriu. — Mas estou me acostumando com isso. Ligarei e deixarei você saber como estou passando.

— Bom. — Chastity assentiu antes de abraçar Grant rapidamente. — Tome cuidado, Grant. Espero vê-lo em breve. Sempre quis visitar a Escócia.

— Espero vê-la na minha matilha para umas pequenas férias, apenas certifique-se de que este grande pedaço aqui a leve.

Cam apertou a mão de Shelly.

— Tchau, e lembre-se do que eu falei sobre o nosso pai. Comece como pretende continuar ou ele pisará em você.

— Eu farei o meu melhor. — Shelly assentiu.

Grant olhou para Cam, seus olhos um pouco tristes.

— Desculpe-me, temos que ir. Eu preferiria ficar um pouco mais, mas eu tenho que voltar a matilha. Eu tenho que apresentar minha companheira Alfa afinal. Tome cuidado, mo bhràthair, e por favor não seja um estranho. Venha visitar em breve.

— Eu sei que você tem que ir. — Cam agarrou Grant em um forte abraço de urso. — Foi ótimo vê-lo, irmão, mas ambos temos coisas que precisamos cuidar agora. Boa sorte e lembre-se de ligar.

— Eu vou. — A voz de Grant mostrando sua emoção e tristeza ao deixar seu irmão.

— Nos veremos em breve. — Cam confirmou, dando um tapinha nas costas de Grant quando ele se virou para pegar a mão de Shelly.

— Você está pronta? — Ele perguntou quando ela sorriu para ele.

— Eu tenho certeza, Highlander. Leve-me para casa, Grant.

Logan já estava sentado no carro esperando pacientemente quando Shelly e Grant entraram atrás. Ele abriu a janela, acenando para Cam e Chastity em pé na varanda.

— Tchau. — Disse Cam novamente enquanto o carro se afastava, desaparecendo de vista quando saiu do acampamento.

— Porra, isso foi mais difícil do que eu pensava. — Admitiu Cam, ainda de pé e observando onde o carro tinha ido.

— Nós podemos visitar. — Chastity apertou sua mão.

— Sim, nós podemos. — Concordou Cam enquanto suspirava pesadamente.

— Você está pronta para sair para LA mais tarde? — Ele perguntou, seus olhos ainda na estrada.

— Sim. Não estou aceitando muito, como você disse que faremos compras.

— Bom. — Cam levantou suas mãos entrelaçadas, beijando o topo dela. — Visitarei Rebecca por um tempo. Vejo você daqui a pouco.

— Certo, diga-lhe que eu estou perguntando por ela e espero que esteja se sentindo melhor.

— Eu direi. — Cam respondeu enquanto caminhava pelas escadas.


Capítulo oito

Rory acenou para Cam enquanto andava pelo acampamento.

— Estou indo até o outro bando para acompanhar todas as fofocas de casa. Se precisar de mim, envie uma mensagem de texto, mas voltarei antes que você saia mais tarde. Você pode me informar se há algo que você precise que eu cuide enquanto estiver fora.

Cam parou de andar, balançando a cabeça.

— Não, tudo bem, vá e divirta-se. Rory, espero que você não se importe, mas pedi a Fergie que se encarregue da matilha enquanto eu estiver fora.

— Eu entendo. — Rory fechou a distância entre eles. — Eu posso entender isso, Alfa. Esta era, e deveria ter sido, sua matilha, se não fosse pelo ataque contra ele. As coisas devem estar um pouco... tensas... entre vocês dois agora.

— Você poderia dizer isso. — O lábio de Cam levantou-se de um lado. — Estou trabalhando em uma possível solução, mas não quero tomar decisões precipitadas. Então, Fergie estará no comando enquanto eu estiver fora e eu encontrarei com ele no meu retorno.

— Ok, Cam. — Rory sorriu atrevidamente. — Significa que terei mais tempo com Charlie, se Fergie estiver no comando.

— É verdade. — Cam sorriu de volta. — Aproveite seu tempo juntos e você não precisa se afastar de sua recuperação com os caras. Eu te verei quando voltar. — Rory virou-se para ir embora. — Espere. — Cam o deteve. — Eu apreciaria, se houver algum problema, que você me ligue. Apenas uma precaução, Rory. Não quero voltar a nenhum tipo de confusão ou tumulto. OK?

O comportamento de Rory mudou, seu rosto sério quando concordou.

— Claro. Eu deixarei você saber, Cam, não precisa se preocupar. Fergie pode estar no comando, mas ainda manterei meus olhos abertos para qualquer problema. Minha fidelidade é para a matilha e o Alfa. Você, Cam, é o Alfa.

— Bom. — Cam acenou. — Fico feliz em ouvir isso, e não negligencie essa sua companheira adorável só porque seus amigos chegaram.

— Oh, sem medo disso! — Rory riu. — Ela viria me caçar se eu tentasse isso.

Cam riu enquanto acenava para o amigo, virando-se para ir falar com Rebecca. Ele estava ansioso para isso e temendo ao mesmo tempo. Ela era forte, uma das mulheres mais fortes que conhecia, mas também era suave e carinhosa, um lado que ela escondia bem, mas que ele estava bem ciente.

“Espero que ela esteja bem. ” Ele pensou, uma e outra vez enquanto caminhava pelo acampamento, até que ficou na frente da porta da cabana.

Subindo as escadas, ele bateu forte e depois aguardou, esperando que desta vez, ele conseguisse entrar sem qualquer problema. Ele não tinha a intenção de voltar para LA sem ver pessoalmente sua amiga. Não importa o que Jacob disse.

A porta se abriu um momento depois, Jacob o conduziu para dentro.

— Ela está esperando por você. Darei um passeio para dar privacidade a vocês dois. Sei que você está perto dela, Cam, mas não vou longe e se você a chatear, teremos um problema.

— Não tenho intenção de aborrecê-la. — Cam franziu o cenho. — Você deveria me conhecer melhor do que isso, Jacob.

Jacob arrastou-se de pé em pé, o rosto corando.

— Eu sei. Desculpe-me, mas, porra, Cam, não posso deixar de me sentir excessivamente protetor neste momento. Você tem que entender que eu farei qualquer coisa, qualquer coisa, para garantir que ela fique melhor e não fique chateada.

Cam aproximou-se, colocando uma mão no braço de Jacob.

— Prometo que não a machucarei ou a deixarei chateada. Eu cuido dela e só quero ter certeza de que está bem antes de levar Chastity para Los Angeles.

— Ok, não ficarei longe. — Jacob passou por Cam e lentamente se afastou quando Cam fechou a porta.

— Oh, você está aqui. — A voz de Rebecca pareceu surpresa quando ele se virou.

— Sim. — Cam a observou de perto enquanto caminhava pela cozinha. Vestida com uma figura de seda, um vestido abraçado e um par de stilettos Manolo Blahnik nos pés. — Você está bem. — Cam disse quando ele fechou a distância entre eles e a abraçou.

— Eu estou melhorando. — Rebecca admitiu. — É bom ver você.

— Também é bom te ver. — Cam manteve um braço ao redor de seus ombros, empurrando-a para um sofá. — Vamos sentar e conversar.

— Se precisarmos. — Rebecca franziu a testa.

— Nós precisamos. — Cam confirmou enquanto se sentavam. — Eu preciso saber que você está bem e se há algo que eu possa fazer para ajudar. Um bom terapeuta talvez?

A mão de Rebecca mexia na bainha, puxando-a e depois alisando a seda do vestido.

— Acho que não.

— Por quê? — Perguntou Cam. — Olhe para mim, Rebecca, eu quero ver seu rosto.

Ela se virou para ele, levantou uma sobrancelha e os lábios enrolados ao lado.

— O que? Você acha que pode ver dentro de mim?

— Não, claro que não. — Cam balançou a cabeça. — Mas certamente poderei dizer se você mente para mim.

— Porque eu mentiria?

Cam alcançou, segurando uma de suas mãos.

— Porque você é uma das mulheres mais fortes e teimosas que conheço. Você não gosta de ninguém pensando em você como fraca ou incapaz de qualquer coisa. Então, minha amiga, conversaremos e você poderá tentar convencer-me de que não precisa ver um profissional.

Rebecca suspirou pesadamente e olhou para ele.

— Você é muito inteligente para o seu bem, Cameron Sinclair. Mas, como somos amigos eu permitirei isso. No entanto, o que dizemos aqui fica aqui. Entendido?

— Absolutamente. — Cam concordou. — Agora, me diga como você realmente está.

— É estranho, Cam. — A mão de Rebecca tentou afastá-la, mas ele a segurou firmemente. — Eu sei que ele, você sabe, fez coisas para mim. Mas, eu não tenho lembrança disso, eu estava inconsciente, então é meio difícil superar algo que não consigo entender dentro da minha cabeça. Eu também estou com raiva, principalmente por mim por ser tão descuidada naquela noite. Se eu soubesse que eu estava em algum tipo de perigo, ele não teria chegado tão perto de mim. Eu estava muito envolvida em ajudar Fergie, e, bem, Jacob. Eu estava tão decidida a voltar para ele que eu não estava ciente do que havia ao meu redor. Estúpida.

— Não, não foi estúpida. — Cam apertou sua mão. — Não é como se qualquer um de nós estivesse ciente de que ele era um perigo.

— É isso mesmo, Cam. — Rebecca deu um sorriso meio desejado. — Eu deveria saber. Ele era um perigo quando estávamos saindo, um perigo quando nos separamos. Então eu deveria ter percebido que, quando Jacob e eu nos reunimos, as coisas poderiam dar errado com ele. Ele era mais do que um pouco louco, então eu deveria ter, pelo menos, dito a Jacob e a você que ele poderia causar problemas.

— A aprendizagem é uma coisa maravilhosa, Rebecca. Não se importe com isso.

Rebecca puxou sua mão.

— Mas eu me importo. — Sua voz aumentou, raiva e chateação clara na sua voz estridente. — Bridget está morta por minha causa...

O dedo de Cam rapidamente a silenciou, estendendo-se e pressionando contra os lábios.

— Não. Bridget está morta porque era traiçoeira e pouco confiável. Ela a traiu, Rebecca, da pior maneira possível. Ela não poderia ter sido tão ingênua em pensar que sequestrar você era de qualquer maneira uma coisa boa. Ela conspirou com Tobias para subjugar fisicamente e levá-la de Jacob. Então, desculpe se eu pareço frio, mas se ela esperava que as coisas saíssem bem, então era simplesmente estúpida.

— Ainda me sinto culpada por ela estar morta. — Sussurrou Rebecca, dor em sua voz.

— Eu sei que você sente. — Cam colocou um braço ao redor de seus ombros, puxando-a perto. — Mas isso só mostra o tipo de pessoa que você é. Você tenta esconder muito bem, mas eu conheço você, querida. Você tem um coração de ouro, tão grande que dói pelos outros. Mesmo quando esses outros não merecem isso.

— Jacob tem sido... super compensador. Eu posso sentir sua raiva e sua angústia, Cam. Eu continuo dizendo a ele que estou bem, mas acho que não acredita em mim.

Cam colocou a cabeça para o lado, olhando por um momento antes de responder.

— Você pode culpá-lo? Rebecca, se fosse o inverso, se ele fosse levado e ferido, diga-me, como você se sentiria?

A resposta de Rebecca foi imediata.

— Horrorizada.

— Exatamente. — Cam a abraçou. — Eu acho que vocês dois ficarão bem, mas levará um tempo para ambos se curarem. Jacob se sente responsável de alguma forma, como eu, mesmo que saibamos que é ridículo. Eu só quero que você leve as coisas devagar e se você precisar conversar com alguém que não está tão perto quanto Jacob, bem, você sabe que estou aqui. Eu também quero que você pense em falar com um profissional. Eu sei que esse não é o seu estilo, que você sente como se pudesse lidar com qualquer coisa, mas isso não é qualquer coisa, Rebecca. É enorme, e se você precisar, então, deixe-me saber. Eu te darei o melhor psiquiatra que existe.

— Obrigado, Cam. — Rebecca sorriu. — Estou grata pela oferta e pensarei sobre isso. Como eu disse anteriormente, é um pouco difícil porque não lembro da maior parte do que aconteceu, então é difícil chegar a um acordo. Eu me sinto muito melhor, então não se preocupe. Falei com Elijah e ele virá quando chegarmos em casa e fará um feitiço de limpeza e cura. Um para minha alma como ele diz.

— Isso parece uma boa ideia. — Cam levantou uma sobrancelha. — O que está acontecendo com a cerimônia da bruxa? Você seguirá com isso ou adiará por um tempo?

— Eu quero o mais rápido possível. — Rebecca sorriu. — Eu quero que Jacob e eu fiquemos unidos em ambas religiões. Bem, não fé, mas você sabe o que quero dizer. Nós fizemos a coisa do lobo, então acho que precisamos fazer a minha. Eu me sentirei mais resolvida assim que estiver pronto. Espero que você e a Chastity venham. Stracey já concordou e espero que possamos organizá-lo nas próximas duas semanas. Elijah está assumindo todos os arranjos para mim e será realizada na casa de Jacob.

— Definitivamente estaremos lá. Deixe-me cuidar da recepção para você. Uma coisa a menos para se preocupar. Tudo o que você precisa fazer é que Elijah me dê a data e hora e quantos convidados e eu farei o resto.

Os olhos de Rebecca de repente se encheram de lágrimas e Cam puxou-a ainda mais perto.

— O que está errado? Eu disse algo que te incomodou?

— Não. — Ela fungou. — Estou apenas me sentindo um pouco frágil. Obrigado pela oferta, não será uma coisa grande, mas eu adoraria se você pudesse lidar com esse lado das coisas para mim.

— Com prazer. — Cam beijou sua testa. — Você precisará me dizer se existem regras ou qualquer coisa em relação ao material de bruxa. Não quero ofender ninguém.

Rebecca riu.

— Não, sem regras, mas eu gostaria que fosse simples, em sintonia com a Wicca e a Deusa.

— Pode deixar, farei. — Cam sorriu. — Existem planejadores de casamentos para praticamente qualquer coisa hoje em dia, deve haver um que saiba uma coisa ou duas sobre as coisas da Wicca e eu terei certeza de encontrar.

— Eu tenho certeza de que você vai. — Rebecca sentou-se, saindo de seus braços. — Agora, eu tenho que fazer as malas. A que horas partimos para Los Angeles?

Cam franziu a testa.

— O quê? — Sua surpresa evidente. — Você está indo para casa?

— Sim. — Ela assentiu. — É hora e eu quero voltar para o nosso lugar. É tão pacífico e eu me sinto segura lá, então, se você não se importar, podemos pegar uma carona de volta?

— Claro. — Cam ficou parado. — Nós iremos depois do jantar.

— Boa. Porque Stracey disse que você vai a um baile de caridade, por isso tenho certeza de que Chastity precisará dos meus conhecimentos no departamento de roupas. Espero que você planeje gastar muito dinheiro, Cam, porque pretendo usá-la apenas nas melhores roupas que eu puder encontrar.

— Você pode gastar o que quiser, embora eu planejei que a levaria às compras. Eu quero estar lá, ver seu rosto quando colocar um vestido pela primeira vez.

— Oh, eu entendo. Você pode vir se não se importar de ser arrastado de uma loja para outra e absolutamente nenhum gemido é permitido. Ok?

— Certo. É amanhã, no final da manhã, digo onze e trinta está bom para você? Podemos encontrá-la na cidade, se for o caso?

— Sim, eu estarei lá. Eu irei um pouco mais cedo, darei uma olhada primeiro, e depois enviarei uma mensagem para dizer onde estou.

— Soa como um plano. Obrigado, tenho certeza de que ela apreciará sua contribuição.

— Oh, não será apenas a minha contribuição. Stracey também está vindo. Ela diz que precisa de um novo vestido para o baile e quer ajudar Chastity a escolher algumas roupas também.

— Vejo que amanhã será muito caro para mim.

— Sim, eu tenho meus olhos em um novo par de sapatos. Você pode comprá-los para mim como um presente.

Cam riu enquanto concordava.

— Eu ficarei feliz em fazer isso.

— Eu tenho que me acalmar. Eu não quero que Jacob pense que você me chateou, porque nós dois sabemos que ele sairia do controle sem nem mesmo saber o que aconteceu. Se você o vê lá fora, pode mantê-lo ocupado por alguns minutos?

— Sim. — Cam assentiu. — Eu farei isso. Vejo você mais tarde e lembre-se, se você precisar de mim, tudo o que você precisa fazer é ligar.

— Eu sei, Cam. Obrigada. Agora vá, para que eu possa me arrumar e me preparar para voar para casa.

Cam riu quando saiu da cabana, espiando Jacob a cerca de cem metros de distância, os olhos colados na porta.

— Ei. — Cam vagou, levando seu tempo para dar a Rebecca alguns momentos muito necessários a sós. — Rebecca diz que fará as malas, ela quer ir para casa. Ela ama o seu lugar e diz que se sente segura lá.

Jacob olhou fixamente para Cam, como se estivesse procurando algum problema.

— Sim, ela acha. E já disse que venderá seu lugar. Diz que o meu é muito mais 'uno' com a Deusa. Seja lá o que isso signifique.

— Enquanto ela estiver feliz, isso é tudo o que conta. — Cam respondeu.

— É verdade. — Jacob suspirou. — Como ela pareceu com você? Eu sei que você a conhece muito mais do que eu, então, eu gostaria da sua opinião.

Cam esperou, ponderando sua resposta.

— Eu acho que ela está bem. É como ela disse para mim, ela não consegue lembrar de nada sobre o que foi feito para ela, então está achando um pouco difícil aceitar que as coisas foram feitas. Não acho que ela realmente entende como se sente no momento. Mas, Jacob, o que eu sei é que seu amor por você está ajudando. Ela está desesperada por ter sua coisa de bruxa.

— Handfasting. — Os lábios de Jacob se contraíram. — Nome estranho, eu sei, mas é assim que se chama e ela já falou várias vezes sobre Elijah. Parece que será feito mais cedo e não mais tarde.

— Sim — ela disse. — Cam olhou em volta do acampamento e voltou para Jacob. — Eu disse que cuidaria da recepção para ela e estarei lá. Não posso esperar para vê-lo absolutamente ligado a essa mulher. Ela nunca deixará você ir, Jacob.

— Eu sei. — O rosto de Jacob finalmente abriu um sorriso. — Eu não gostaria de outra maneira, Cam.

Cam se aproximou, colocando uma mão no braço de Jacob.

— Se você precisar conversar. Mesmo apenas para desabafar. Então estou aqui. Eu sei que deve ser difícil para você e para Rebecca. Sei também que às vezes nós, homens, só precisamos desabafar, então, se precisar, basta ligar.

— Obrigado. — Jacob assentiu. — Eu sinto falta da minha academia, basicamente, tenho certeza de que daria um soco nessa merda todo esse tempo.

— Sim, entendo isso. — Cam concordou. — Se você precisar de um parceiro de treino, me avise.

— Will fará. — Jacob observou Cam de perto. — Você tem certeza de que ela está bem?

Cam deu de ombros, as palmas das mãos estendidas.

— Não posso dizer com certeza, mas parece que ela está chegando lá. O tempo é o que é necessário. Tempo e memórias felizes para assumir o controle das ruins. Dê-lhe muitas memórias felizes para preencher a cabeça tanto que não tenha espaço para nada negativo. Isso é o que eu faria, meu amigo.

— Boa ideia. — Jacob assentiu. — Eu acho que é exatamente o que eu farei.

— Tudo bem, até mais. — Cam disse para Jacob se afastando, seu amigo já voltando para Rebecca.


Capítulo nove

— O quê? — Rebecca atacou quando Cam se virou.

Ela se sentou ao lado de Chastity em um dos sofás macios do avião e ele pensou que ela estava tão absorta que não o ouviu. Estava errado. Cam olhou para Jacob em busca de alguma ajuda, mas o grande PI não pôde responder, suas emoções estavam exaltadas e Cam podia vê-lo, sentir e tocar isso.

— O gato comeu sua língua? — Rebecca perguntou, seu tom frio. — Ou acabei de ouvir você dizer que queimaria aquele lugar? Foi o que ouvi, certo?

Jacob levantou-se, andando de um lado para o outro dentro dos limites da cabine enquanto Cam tentava evitar um desastre.

— Você não deve bisbilhotar, Rebecca, isso não é bom e geralmente acaba causando problemas.

— Você está sentado a menos de alguns metros de mim. — O rosto de Rebecca era branco puro, raiva em todas as nuances de seu corpo.

— Rebecca. — Cam começou, mas parou quando Jacob se virou.

— Becca, querida, você precisa entender. Não posso deixar esse lugar parado. Tem que ser destruído.

Ela olhou entre eles, seus olhos apertados e sua voz controlada.

— Não, vocês dois idiotas não entendem. Você não pode simplesmente ir lá e queimá-lo sem mim.

Jacob balançou a cabeça com força.

— Não, não está acontecendo. Você não vai a lugar nenhum perto de lá. Não quero que surjam más lembranças, Becca, você está se saindo muito bem para arriscar.

Rebecca levantou-se, as mãos na cintura enquanto olhava para Jacob.

— Vocês dois não entendem! Não é tão simples assim! Tobias era um bruxo, um bruxo poderoso. A essência dele ainda poderia estar lá e ele poderia causar-lhes problemas, machucá-los até. Vocês não vão lá sem mim e essa é minha palavra final. Eu não estou discutindo sobre isso com nenhum de vocês, então não me olhe com cara feia, Cam!

Cam encolheu os ombros, olhando para Jacob.

— Sua decisão, grandalhão. Comprei a propriedade e podemos incendiá-la, ou posso contratar uma empresa de demolição para destruí-la.

A cabeça de Jacob balançou novamente.

— Não, eu gostaria de deixar você fazer isso, mas não posso. Eu tenho que assistir enquanto ele sobe em chamas. Eu preciso.

Rebecca fechou a distância entre eles, a mão agarrando sua camisa na frente.

— Ei, eu entendo, eu sei. Depois do que aconteceu, eu sei que você precisa descansar também. É mais difícil para você. Você viu tudo, encontrou Bridget e eu. Eu não tenho lembranças disso, então é como se tivesse acontecido com outra pessoa. Mas, meu lobo mau, você não vai lá sem mim. Pelo menos, quero fazer uma cerimônia para que a alma de Bridget descanse em paz.

Cam estremeceu.

— O que? Ela te traiu e você quer ajudá-la na vida após a morte?

— Sim. — Rebecca não olhou para Cam, mantendo os olhos no companheiro. — Ela estava desorientada, um pouco mimada e acostumada a seguir seu próprio caminho. Isso não significa que ela merecia morrer, especialmente não do jeito que ela morreu. Então, rapazes, eu vou com vocês e farei um ritual por ela antes de incendiar o lugar.

— Maldição! — A cabeça de Jacob caiu para a frente, suas testas se tocando. — Não posso convencê-la disso? Por favor bebê.

— Não. — A voz de Rebecca era firme. — A decisão está tomada e faremos isso juntos. OK?

— Eu suponho. — Jacob cedeu, seus braços a rodearam para mantê-la próxima.

A voz de Chastity interrompeu-os.

— Hmm, desculpe, eu não entendo sobre essas coisas de bruxa, mas Rebecca, você está dizendo que o fantasma desse cara está lá e pode machucá-los fisicamente?

Rebecca virou-se, balançando a cabeça.

— Receio que sim. A maioria dos espíritos não pode prejudicar ninguém, assustá-los um pouco, talvez, mas não os machucar no sentido físico. No entanto, ele era muito forte em bruxaria e isso significa que ele ainda poderia estar lá e ainda ter algum poder.

— Inferno. — Chastity olhou para Cam. — Desculpe, mas também estou indo. Você não vai lá sem mim, Cam.

— O quê? — Cam levantou-se, movendo-se rapidamente para sentar-se ao lado de Chastity. — Não, não e não!

Chastity travou, um olhar muito teimoso em todas as suas nuances.

— Não, não é uma opção. Eu vou e não ouse tentar puxar a classificação em mim. Você pode ser o Alfa, mas é meu companheiro e não permitirei que vá para o perigo mágico sem mim ao seu lado.

Cam suspirou, voltando-se para Rebecca de novo.

— Diga a ela que ela não pode ir.

— Eu não direi! — Rebecca fumegou. — Ela tem o direito de estar lá como eu. Enquanto você fizer tudo o que eu disser, ficaremos bem.

Chastity puxou a cabeça de Cam para voltar a se concentrar nela.

— Eu vou, Cam. Então, por que todos não concordamos que serão os quatro e decidiremos quando?

Jacob gemeu.

— Mulheres!

Rebecca olhou para ele.

— Homens!

— Ok. — Cam cedeu. — Você quer fazer isso antes ou depois das suas coisas de handfasting?

— Antes. — Rebecca foi rápida para responder. — Eu quero isso tudo antes de ter nossa cerimônia.

— Certo, bem, eu tenho alguns negócios, o baile e outras coisas que precisam da minha atenção esta semana. — Cam sentou-se no sofá, ficando confortável. — Que tal uma semana a partir de amanhã? Depois disso, preciso voltar a matilha e decidir o que farei sobre isso.

— Desculpe-me se curar Fergie criou problemas. — Rebecca sentou-se, puxando Jacob atrás dela. — Mas, em boa consciência, eu não poderia não o ajudar. Não quando eu sabia que podia, Cam.

— Eu sei. — Cam encolheu os ombros. — É o que é. Ele é meu primo e fico feliz por ele estar saudável e forte de novo, mas isso coloca o fato de eu ser Alfa do bando dele sob uma luz diferente.

— Você pensou sobre o que eu disse? — Chastity perguntou.

— Sim. — Respondeu Cam. — Eu pensei, e ainda estou pensando sobre isso. Eu nunca tomo decisões precipitadas. Gosto de pensar nelas e me certificar de que estou fazendo o que estou fazendo pelas razões certas. Não apenas porque é a opção mais fácil.

— Eu posso garantir isso. — Jacob riu. — Se há alguém que repassa todos os detalhes disponíveis, é você. Mas, o que é que Chastity disse? Vamos lá, conte.

Cam apenas sorriu.

— Não, ainda não direi nada.

O humor de Rebecca se iluminou, um sorriso maligno no rosto.

— Então, Chastity, você está pronta para a nossa maratona de compras amanhã

— Eu acho que sim. — Chastity franziu a testa e mordeu o lábio. — Ainda não tenho ideia sobre o que eu preciso.

— Aww, você não precisa se preocupar. — Rebecca sorriu descaradamente. — Eu sou uma especialista e não há nada que eu goste mais do que de gastar o dinheiro de Cam.

— Sim. — Cam gemeu. — Ela certamente gosta disso. Um pouco demais na minha opinião.

— Ahhh, você tem o suficiente para comprar um continente inteiro, tenho certeza de que está lá em cima na lista dos homens mais ricos do mundo. Então, meu amigo, gostaria de vestir Chastity em um guarda-roupa completo. Formal, casual e tudo mais.

— Certamente não preciso de tudo isso! — Chastity respirou, um pouco vacilante em sua voz.

— Sim. — Cam concordou com Rebecca. — Eu acho que você precisa. Também quero coisas para você levar de volta à matilha. Você perdeu quase tudo quando a cabana explodiu. Eu sei que tinha algumas coisas que já foram trazidas, mas a maioria de suas coisas foram sopradas para o inferno. Então, Rebecca, ela precisa do dobro de tudo, além do formal.

Rebecca esfregou as mãos em alegria.

— Oh, ótimo!

— Estou meio nervosa. — Admitiu Chastity quando Cam apertou o controle remoto para abrir os portões de sua propriedade.

— Por quê? É a sua casa tanto quanto a matilha é agora. — Cam esperou, dirigindo assim que havia espaço suficiente e clicando novamente no controle remoto para que se fechassem atrás deles.

— Isso parecerá idiota. — A mão de Chastity apertou sua coxa. — Quero dizer, eu sabia que você era rico, caramba, acabamos de voar aqui em seu jato particular, mas depois de ver este carro e os lugares por aqui, me faz lembrar quanto dinheiro você tem. E... — Ela fez uma pausa, suspirando. — Eu não tenho nada.

Cam acelerou ao longo do caminho de entrada.

— Você não tem nada. Eu tenho mais do que suficiente para nós dois. Meu dinheiro também é seu, meu amor. Nunca pense de forma diferente.

— Então, você não quer um desses, qual é o nome. . . um acordo pré-nupcial?

Cam diminuiu a velocidade, estacionando o carro do lado de fora da porta da frente e virou-se para ela.

— Você está louca? Nós somos lobos, não humanos. Estamos unidos, Chastity, nunca nos divorciaremos. Você conhece algum lobo que já fez isso? De qualquer forma, como eu disse, há mais do que suficiente para qualquer coisa que a vida atire em nós, e mais ainda. Então pare de se preocupar com isso. Ok? Não é um problema.

Chastity virou-se para olhar o para-brisas, a mão dela voando para cobrir sua boca.

— Oh, céus! — Ela ofegou. — Este lugar é enorme. Você está me dizendo que apenas você e Jinx moravam aqui?

Cam balançou a cabeça.

— Tecnicamente não. Eu tenho uma mulher que mora em um pequeno apartamento perto da cozinha. Ela é humana, mas está aqui há quase tanto tempo quanto Stracey. Ela cozinha, limpa e anota recados para mim, o nome dela é Kate e é maravilhosa. Ela é parte do meu bando, só que realmente não entende isso. Ela sabe que Jinx e eu somos lobos, embora nunca tenha nos visto na forma de lobo. Espero que você goste dela, porque é uma grande ajuda e quero que vocês se deem bem.

— Eu gostarei. — Os olhos de Chastity ainda estavam olhando a magnífica casa branca diante deles. — Ela não se chateará com você me trazendo aqui?

— Não. — Cam abriu a porta e saiu, dando a volta para ajudar Chastity. — Falei com ela e, até onde ela sabe, você é como minha esposa. Suas palavras, não minhas, e tratará você como me trata. Então, meu amor, você quer dar uma olhada?

— Sim. — Chastity pegou sua mão, saindo do carro esportivo e seguindo atrás de Cam.

— Então, esta é a minha casa. — Ele disse enquanto a conduzia para dentro. — O salão é ali, a sala de TV ali, a cozinha é ali, vire à direita e siga em frente. Há banheiros por todo lado, mostrarei a você mais tarde. Nosso quarto fica em cima da escada e sai, direto até o fim, e...

— Pare! — Chastity lamentou. — Eu não posso lembrar de tudo isso. Por que você apenas não caminha comigo através da casa e eu tentarei me orientar.

Cam sorriu, sua excitação crescendo por tê-la aqui em sua casa.

— Ok, provavelmente é o melhor. Alguns dos quartos são usados apenas quando estou dando uma festa, geralmente um baile de caridade, por isso a levarei direto ao coração da casa.

Chastity manteve o aperto firme em sua mão enquanto ele a conduzia através de vários quartos, indo em direção à parte de trás da casa. Ele apontou para as portas.

— Banheiro, meu escritório, escritório de Stracey e voilá. — Ele abriu uma porta. — Meu quarto favorito.

— Sr. Sinclair! — A caseira quase gritou. — Eu vi o portão abrindo mais cedo. — Ela apontou para uma tela CCTV. — Eu sabia que era você. Bem-vindo a casa! Tenho seu café pronto.

Cam sorriu.

— Obrigado, Kate. Deixe-me apresentar você a Chastity. Chastity, esta é Kate.

A mulher se apressou, enxugando as mãos no avental enquanto caminhava.

— Olá e bem-vinda. Se precisar de algo eu posso ajudar com qualquer coisa, basta gritar.

Chastity apertou sua mão, olhando para a mulher muito menor.

— Obrigada. Estou um pouco sobrecarregada agora. Este lugar é enorme.

— Eu sei o que você quer dizer, minha querida. — Kate voltou para uma máquina de café. — Demorou um tempo para me orientar. Agora, você gostaria de uma xícara do café favorito do Sr. Sinclair? Ele o envia do Brasil e eu também fiz seus biscoitos favoritos.

Virando-se para Cam, Chastity murmurou:

— Biscoitos? — Antes de responder a Kate. — Eu adoraria uma xícara, obrigada.

Cam encolheu os ombros.

— Quem não gosta de biscoitos, e estes aqui são uma lenda. Os biscoitos de Kate fazem lances altos, você sabe.

— Lances? — Chastity franziu a testa, obviamente sem ter ideia do que ele queria dizer.

Kate riu quando Cam assentiu.

— Sim, lances. Ela gentilmente doa caixas de seus biscoitos sempre que faço um show de caridade aqui. Eu digo a você, Chastity, eles levantam uma tonelada de dinheiro, todos os querem e ela até foi convidada a vender sua receita.

— Oh, eu nunca faria isso, agora não. — Os olhos de Kate brilharam. — Talvez quando eu estiver prestes a me aposentar, leiloe para o meu fundo de aposentadoria.

— Não! — O rosto de Cam era uma paródia de choque. — Eu pagarei o que você precisar quando chegar a hora. Estes biscoitos ficam aqui, na minha cozinha!

Chastity sorriu para a resposta.

— Ok, deixe-me experimentá-los. — Ela estendeu a mão, pegando um do prato no balcão. Quando mordeu, quase gemeu de prazer. — Oh! — Foi tudo o que ela conseguiu quando Cam caiu na gargalhada.

— Disse-lhe. — Ele sorriu. — Eles são os melhores biscoitos já feitos.

Chastity assentiu enquanto dava outra mordida, a voz de Stracey fazendo-a saltar.

— Pensei ter ouvido você. Suponho que Chastity tenha acabado de provar os biscoitos de Kate pela primeira vez?

— Sim. — Cam se aproximou, dando-lhe um abraço. — Tudo certo? Tudo pronto para minha reunião amanhã?

— Sim. — Stracey deu uma leve carranca. — Estou um pouco preocupada com um dos investidores, porém ele está fazendo barulhos que não são o que eu estava esperando.

— Corte ele. — O tom de Cam era nítido. — Não preciso de mais ninguém, se necessário, farei eu mesmo. Não tenho tempo para cuidar de ninguém e, se eles não estiverem por trás disso, cem por cento, então liberte-os. Se lhe causarem algum problema, diga-lhes para entrar em contato comigo diretamente.

O sorriso de Stracey estava à beira de ser malvado.

— Ótimo! É esse vagabundo preguiçoso, Graham Somers, então eu terei um grande prazer em ligar agora e contar a ele.

Chastity olhou entre eles enquanto terminava o delicioso biscoito.

— Está bem?

— É um projeto que Cam montou, é uma escola para crianças das piores partes da cidade. Ele está construindo, executando e pagando por tudo, incluindo transporte seguro para as crianças. Temos uma grande reunião com o Comitê de Planejamento da cidade amanhã para finalizar tudo e esse imbecil só agora está começando a reclamar sobre sua opinião. Não é como se ele estivesse doando muito, imbecil.

— Vá ligar para ele agora. — Ordenou Cam. — Não quero surpresas amanhã. Diga a ele que ele saiu e se ele tiver um problema, eu lidarei com ele diretamente. Lembre-o quanto ele me deve sobre o acordo de propriedade que foi ruim no ano passado. Isso deve calá-lo bem rápido.

Chastity olhou de olhos arregalados para Cam e Stracey enquanto Stracey assentiu e depois se afastou.

— Uau.

— O quê? — Perguntou, pegando seu próprio biscoito.

— Eu nunca vi esse lado seu. — Chastity aproximou-se, seus corpos quase tocando. — Empresário de alta potência. É meio quente.

Ela sussurrou a última parte enquanto Cam olhava para ela.

— Fico feliz que você pense isso e pretendo aproveitar ao máximo mais tarde, mas que tal mostrar-lhe um dos meus lugares favoritos em todo o mundo?

— Claro. — Ela disse, ainda sorrindo para ele.

— A que horas você quer comer? — Kate perguntou enquanto Cam abriu um conjunto de portas de correr.

— Cerca de uma hora, se tudo estiver bem. — Cam falou sobre o ombro.

— Isso é bom. Prepararei a mesa para vocês quatro.

— Ok, Chastity, venha e dê uma olhada para fora. — Cam levou-a para o pátio traseiro de mármore elevado, com vista para a grande piscina e jardins. — Esse caminho à esquerda leva a Stracey e aquele do outro lado da piscina leva à praia. É privado, seguro, sem olhos curiosos. Nosso vizinho mais próximo está a mais de uma milha de cada lado. De fato, mais como duas dessa maneira... — Cam apontou para a esquerda — ...e quase três desse jeito. — Ele apontou para a direita.

— Esta... é... — A respiração de Chastity ficou presa na garganta enquanto olhava para a piscina e para o mar. — Bonito nem chega perto. Estou meio que impressionada aqui, Cam.

— Eu só quero que você seja feliz aqui. À vontade, eu quero que você o ame tanto quanto eu.

Chastity olhou em volta novamente antes de cair em seus braços.

— Eu faço. Está além de qualquer coisa que já vi antes, mesmo em revistas! Não posso acreditar que estou aqui, que isso é seu.

— Não. — Cam segurou-a forte. — Não é meu, é nosso. Agora, vamos passear pelos jardins, eles estão preparados para que eu possa fazer festas aqui e há muito espaço com assentos, iluminação, pequenas áreas privadas que são tão tranquilas que eu me escondi mais de uma vez.

— O quê? — Chastity ergueu uma sobrancelha enquanto ela olhava para ele.

— Não! — Cam riu. — Isso não foi o que eu quis dizer. Quando eu preciso de alguma paz, alguma solidão, posso ir sentar e sentir como se nada na terra pudesse me tocar. Venha, lhe mostrarei o meu lugar favorito para se sentar.

Cam levou-a pelos degraus de mármore, atravessando e passando a piscina, em seu imenso jardim. Levaram cerca de dez minutos para chegar ao local que ele queria mostrar a ela, mas assim que chegaram, ela soube.

— É isso. — Ela sussurrou, observando as flores, arbustos e árvores que protegiam o sofá. — É como estar no meio da floresta, Cam. Você gosta muito porque lembra isso. De ser lobo.

— Pardon? — Cam disse, olhando ao redor deles e sentando-se. Seus olhos então viram as coisas como ela e seu coração acelerou. — Você está certa. Eu neguei a minha fera por tanto tempo que nem percebi.

— Eu amo isso aqui. — Chastity sentou ao lado dele, a cabeça no seu ombro. — Quando não estivermos na matilha, acho que passarei muito tempo aqui. É seguro se transformar?

Cam assentiu.

— Claro. Os jardineiros vêm apenas duas vezes por semana, segunda e quinta-feira, a menos que eu tenha algum evento planejado e depois eles vêm e garantem que tudo esteja arrumado e enfeitado. Mas eles só trabalham durante o dia, saem às cinco em ponto, portanto é seguro mudar em qualquer hora da noite, se você quiser.

— Oh, sim, definitivamente virarei lobo e andarei por aqui.

— Eu posso até me juntar a você, embora seja a primeira vez para mim. — Cam puxou-a mais perto, o queixo em sua cabeça enquanto eles relaxavam.

— Eu gostaria disso. — A mão de Chastity moveu-se para apertar sua camisa. — Nossos lobos ficarão felizes aqui, Cam. Eu sei disso.

— Estou feliz que você goste daqui. — A mão de Cam cobriu a dela. — Eu estava nervoso que não se sentiria em casa e é isso, baby, nossa casa. Ou uma delas.

— Sim, temos duas. — Concordou Chastity.

— Não. — Cam riu. — Temos muito mais que isso. Tenho casas por todo o lado, aqui nos EUA, Europa, Ásia, México, tenho até uma casa de praia na Austrália que adoro. A piscina é fenomenal, você adorará.

— Oh, imagino. — Chastity sacudiu a cabeça. — Bem, na verdade não. Ter algo diferente de uma cabana nas terras da matilha é novo para mim. Acho que preciso me acostumar com isso.

— Você vai. — O tom de Cam era firme, sem bobagem. — Você gostará disso como um pato na água, eu sei disso. Você pode ter sido criada apenas dentro de uma matilha, mas está cheia de elegância, equilíbrio e charme que nunca podem ser comprados e pagos. Vem de dentro, querida, e você a tem naturalmente.

— Você gostará disso como um pato na água, eu sei disso. Você pode ter sido criada apenas dentro de uma matilha, mas está cheia de elegância, equilíbrio e charme que nunca podem ser comprados e pagos. Vem de dentro, querida, e você a tem naturalmente.

— Espero que sim, eu realmente não quero me enganar amanhã, ou você.

— Você definitivamente não fará isso. — Cam insistiu. — Confie em mim, você ficará bem. Existem pessoas esnobes por aí, mas eu raramente dou a elas uma hora do meu dia. Eu odeio quando alguém pensa que o dinheiro por si só lhes dá direito a qualquer coisa, especialmente aqueles que esperam que os outros se curvem a eles. Eu costumo me distanciar bem rápido. Se não, Stracey certamente o faz. Ela tem uma boca cheia de raiva às vezes.

— Eu sei. — Chastity sorriu. — Eu a ouvi e acho que a manterei perto de mim no baile amanhã. Por segurança.

Cam murmurou, seus olhos cintilando.

— Você terá três, eu, Jinx e Stracey, então não se preocupe.

— Tentarei.

— Eu acho que devemos voltar. Eu lhe mostraria o nosso quarto antes do jantar, mas estamos aqui há um tempo, então terá que esperar.

— Ok, mas estou um pouco cansada. Podemos dormir mais cedo? Tenho a sensação de que precisarei da minha energia para amanhã. Rebecca tem grandes planos para fazer compras.

Levantando-se, Cam a levantou.

— Claro, e sim, eu sei. Ela está de olho em alguns sapatos novos que eu pagarei, mas, Rebecca sendo Rebecca, você pode apostar que ela desejará a maldita bolsa para combinar.

— Provavelmente. — Chastity concordou quando eles serpenteavam pelos jardins para jantar.


Capítulo dez

Jinx e Stracey se juntaram a eles e conversaram facilmente durante toda a refeição. Chastity gemeu de prazer várias vezes enquanto provava a comida.

— Isto é glorioso. — Ela finalmente disse enquanto terminava.

— Sim. — Jinx concordou de coração. — A senhorita K é uma cozinheira fabulosa.

— Senhorita K? — Chastity perguntou, olhando entre Jinx e Cam.

— Nosso apelido para ela. — Cam sorriu. — Temos a sorte de ter ela e eu tenho medo de pensar o que faremos quando chegar a hora de se aposentar.

— Nem diga isso. — Jinx franziu o cenho. — Eu odeio pensar que haverá um dia em que ela não estará aqui.

— Eu sei. — Cam assentiu. — Mas, temos que enfrentá-lo em algum momento. Ela é humana, afinal.

— Eu tento não pensar sobre isso. — Jinx admitiu.

— Talvez Kate possa me ensinar a cozinhar alguns dos pratos dela? — Perguntou Chastity, antes de beber o vinho.

— Essa é uma boa ideia. — Cam sorriu. — Nós podemos pedir a ela amanhã. Eu disse a ela para terminar e ir descansar, mas, sabendo como a senhorita K é, estará sentada com um livro em suas mãos. Ela adora ler, então a presentearei com um desses novos e-reader. Eu a vi estremecer algumas vezes ao segurar um livro, mas ela nunca admitirá que suas articulações estão machucando-a. Eu acho que um leitor com luz para ela usar ajudaria.

— Essa é uma ótima ideia. — Stracey concordou. — Então eu posso comprar para ela uma tonelada de coisas e dar um vale presente para que ela possa comprar o que quiser.

— Boa ideia, Stracey. — Chastity virou-se para Cam. — Posso perguntar ao meu lobo aqui se consigo um. Eu sempre quis um.

— Claro. — Cam estendeu a mão, os dedos entrelaçando os dela. — Existe mais alguma coisa que queira? Apenas peça, querida, e é seu. Você olhou para os modelos disponíveis? Você sabe o que deseja, ou eu devo dar uma olhada e conseguir o que eu acho melhor?

— Oh... — Chastity pareceu pensativa por um breve momento. — Eu acho que você deveria decidir. Eu não tenho nenhum conhecimento real sobre eles, então eu confio em você para escolher.

— Você lê muito? — Stracey perguntou, tomando sua água.

— Tudo o que posso. Eu estava bastante limitada, você sabe, antes, mas eu li alguns dos livros que Angel e Marie tinham. Eu encontrei alguns novos autores que eu gostaria de obter o resto de seus livros. — Chastity riu. — Agora, eu sei que você achará isso engraçado, mas acabei recentemente uma de Monica La Porta, ela escreve sobre Imortais e até tem lobos em suas histórias. Eu sei que é estranho ler essas coisas, mas eu adorei. Eu adoraria ter o resto da série.

— Lobos hein? — Jinx sorriu. — Eles uivam para lua e são perseguidos pelos humanos?

— Não. — Afirmou Chastity. — Eles não estão tão longe de nós, mas o dela não pode mudar à vontade e os humanos não sabem sobre eles, nem qualquer outra espécie. Eles estão em Roma, ela é da Itália, e a maneira como ela escreve me faz sentir como se eu estivesse lá e vendo tudo por mim mesmo.

— Roma? — Cam inclinou a cabeça para o lado. — Eu acho que posso organizar isso.

— Organizar o quê? — Chastity perguntou, confusa.

— Uma visita a Roma. Eu a levarei e você pode ver todos esses lugares que leu por si mesma. — Cam apertou sua mão. — Você gostaria disso?

Os olhos de Chastity eram como pires enquanto ela assentia.

— Sim. Nunca estive fora dos EUA e só fui a alguns estados aqui. Roma, você realmente quer dizer isso? Oh, precisarei de um passaporte, não? Eu não tenho papelada para conseguir um!

— Sim, quero dizer e não se preocupe. Pedirei a um dos meus advogados para resolver a papelada. — Cam encolheu os ombros. — Pode demorar um pouco, então por que não planejamos isso dentro de alguns meses? Dessa forma, você pode ler tudo de... qual é o nome dela?

— Monica La Porta.

— Sim, você pode ler todos os seus livros e você pode anotar os lugares que deseja ver, posso organizá-lo. OK?

Chastity assentiu, mas ela parecia ter perdido a voz.

Jinx sorriu.

— Tudo bem, uma palavra de advertência, Chastity. Tenho a sensação de que tudo o que você expressa, mesmo o menor interesse, será comprado. Eu estou certo, Cam?

— Sim. — Os olhos de Cam brilharam. — Eu compraria todo o maldito mundo para ela, se pudesse.

Cam olhou para Chastity e viu o brilho revelador de lágrimas, uma se libertando e rolando por sua bochecha. Seu dedo rapidamente o enxugou quando ele se aproximou, com preocupação em sua voz.

— O que está errado? Eu te chateei?

— Não. — Chastity lutou para falar. — Eu estou feliz.

Stracey riu.

— Ok, Jinx, essa é a hora que nós fazemos uma saída rápida. Tenho a sensação de que as coisas ficarão intensas agora. Até a manhã.

Stracey levantou-se e puxou Jinx depois dela.

— Boa noite. — Jinx falou sobre seu ombro quando Stracey o arrastou para fora.

— Lágrimas de felicidade? — Perguntou Cam com ternura.

— Sim. — Chastity fungou. — Não estou acostumada com isso. Ter alguém cuidando de mim, comprando coisas para mim. É um pouco difícil se acostumar com isso.

— Moverei montanhas para te fazer feliz, baby. — Cam acariciou seu rosto. — Por que não subimos as escadas e eu te mostro o nosso quarto.

— Parece bom. — Chastity sorriu, levantando-se e estendendo a mão.

Cam segurou e ficou de pé.

— Se você quiser mudar qualquer coisa, deixe-me saber.

— Mudança? Como o que? — Ela perguntou quando saíram da sala de jantar, caminhando pelo corredor para as escadas.

— Qualquer coisa, mas especialmente o nosso quarto. — Cam sorriu. — Está preparado para mim, por isso pode não ser do seu gosto.

— Ah, ok. — Chastity o seguiu até a grande escadaria. — Eu preciso ver primeiro, mas estou tentando imaginar como aparecerá.

— Eu não acho que será o que você está pensando, mas, veremos. — Cam a puxou pelo corredor em direção a um conjunto de portas duplas.

— Você me surpreende muito, Cam. — Admitiu Chastity. — Você é firme e suave, é um homem de negócios duro e um Alfa atencioso. Você é cheio de contradições.

Cam abriu uma das portas e acenou para dentro, seguindo atrás. Chastity parou alguns metros dentro do espaço extremamente grande, seus olhos girando ao redor antes de se virar para ele.

— Você fez de novo. — Ela disse, o braço se movendo ao redor para ver a sala. — Definitivamente, não é o que eu esperava. É lindo.

Ela continuou a olhar para o quarto.

— Masculino, mas com toques suaves. Eu realmente gosto da cor neutra com a pitada de verde. É acolhedor, mas não muito exigente. Elegante, mas não abafado e que cama incrível! Onde você conseguiu e quantos anos tem? Parece uma antiguidade.

— É. — Cam sorriu. — Bem, além do colchão, isso é novo, mas a cama tem mais de duzentos anos.

Chastity se aproximou, passando os dedos sobre as esculturas ornamentadas em um dos quatro pilares.

— É lindo.

— Alguma coisa que você mudaria? — Perguntou Cam quando ele deslizou atrás dela, seus braços rodeando sua cintura.

— Hmm, talvez apenas as cortinas. Algo mais brilhante seria bom e roupas de cama para combinar.

Cam afastou os longos cabelos antes de beijar gentilmente a nuca.

— Feito.

— Você é muito fácil. — Chastity riu quando as mãos dele deslizaram sob a blusa dela, os dedos vagando suavemente para cima.

— Sim. — Cam riu, virando-a para beijar seus lábios. — Você pode ter tudo o que quiser, minha companheira, qualquer coisa.

Chastity estendeu a mão, seus dedos traçando seus lábios.

— Eu só quero que sejamos felizes e tenhamos uma vida longa juntos. Aprendi da maneira mais difícil o quão sortuda sou por ter encontrado você. Então, meu Alfa, que tal experimentar nossa nova cama conjugal?

— Isso é exatamente o que estava passando pela minha cabeça também. — Cam pegou-a, levando-a facilmente para o lado da cama. — Espero que você não esteja muito cansada, baby, porque me sinto bastante aventureiro hoje à noite.

— Realmente? — Chastity perguntou, sem fôlego. — Hmm, acho que posso acomodar você, isso é, se você puder me acompanhar.

Cam riu, depositando-a na cama e começando a se despir.

— Melhor tirar essas roupas, ou melhor ainda, deixá-las, eu quero arrancá-las de seu corpo.

— O que? E como você planeja fazer isso?

Quando ele deixou cair a roupa no chão, Cam ergueu uma sobrancelha, antes de concentrar seu poder para permitir que suas garras se estendessem de seus dedos.

— Com isso. — Disse ele, ajoelhando-se na cama ao lado dela.

— Oh. — Ela ofegou quando as garras dele rasgaram suas roupas em pedaços.

— Aí. — Cam sorriu. — Isso é muito melhor.

—Ainda bem que faremos compras amanhã porque esse era meu último jeans decentes. — Chastity riu enquanto ele a puxava para cima, sua boca cobrindo a sua com avidez.

— Eu comprarei mais para você. — Cam acariciou seu pescoço. — Dezenas e dezenas de calças jeans, tantas quanto você quiser.

— Tudo o que quero agora é você. Cam, faça-me gozar, faça-me gritar seu nome enquanto você grita o meu.

— Eu vou, querida, eu vou. — Cam baixou-os de volta para a cama, então a virou. — De quatro. — Ele a instruiu, movendo-a ligeiramente para colocá-la da maneira que ele queria. — Bom, é isso.

O gemido de prazer de Chastity ao entrar nela fez com que seu coração acelerasse. Suas coxas fortes se esforçaram para controlar seus impulsos enquanto suas mãos seguravam seus quadris.

— Pela Deusa, você é a mulher mais linda que eu já vi. Você está muito sexy esta noite, Chastity.

Olhando por cima do ombro, os olhos encobertos e cheios de desejo.

— Mais rápido. — Ela respirou.

— Não. — Cam balançou a cabeça.

— Sim! — Ela implorou, movendo-se de volta para ele.

— Isso acabará muito rápido. — Ele tentou conter-se quando tudo o que realmente queria fazer era golpeá-la o mais rápido que podia.

— Eu sei. — Ela ofegou, seu corpo tremendo sob seu toque.

A respiração de Cam aumentou, seu coração batendo rapidamente quando ele concordou. Seus quadris se moveram mais rápido, empurrando com abandono enquanto a vocalização de Chastity ficava cada vez mais alta.

— Sim! — Ela gritou, mais e mais, até que sentiu seu orgasmo começar dentro dela, então se contraiu ao redor dele.

Quando ela gritou seu nome, suas mãos aumentaram seu aperto, segurando-a firme enquanto ele dirigia seu pênis profundamente dentro dela, mais rápido e mais duro do que nunca. Sua cabeça caiu para trás quando ele rugiu o nome dela com abandono, sua libertação disparando dele enquanto todo o seu ser estava cheio de êxtase. Seu lobo se levantou dos recônditos de sua mente, fazendo com que seus caninos saíssem de suas gengivas, e ele caiu para frente, por cima das costas dela e afundou-os em seu ombro.

Quando o sangue dela caiu sobre sua língua, um outro conjunto de sentimentos explodiu dentro dele. Amor, felicidade, ternura e devoção corriam desenfreadas.

— Minha! — Ele exclamou enquanto tirava os dentes afiados de sua pele.

— Sim. — Ela respondeu à reivindicação dele quando os dois caíram na cama em uma pilha emaranhada.

Alguns momentos depois, uma vez que ambos se recuperaram, Cam puxou-a em seus braços.

— Eu te amo.

— Eu também te amo. — Chastity olhou para ele. — Eu acho que devemos tomar banho e descansar um pouco. Eu tenho essa coisa de compras amanhã e então vamos para o meu primeiro baile. Eu acho que precisarei de todo o sono que puder esta noite.

— Aww. — Cam tentou parecer chateado. — Eu pensei que daríamos uma boa tentativa a essa cama.

— Amanhã à noite. — Chastity franziu a testa. — Isso é, se eu sobreviver à noite.

— Eu lhe disse, não se preocupe, será divertido. — Cam encolheu os ombros. — Tudo bem, talvez não seja divertido, mas definitivamente não será tão ruim quanto você pensa que será.

— Se você diz. — Chastity sentou-se. — Vamos lá, onde é o banheiro?

Cam fez beicinho.

— Lá, porta no canto.

— Pare com isso. — Chastity sacudiu um dedo para ele. — Você está agindo como um estudante que tem sua primeira namorada e não consegue o suficiente dela.

— Eu não tive. — Cam protestou quando ele saiu da cama para segui-la. — Eu quero você o tempo todo. É um pouco como um vício. Oh, espere: “Meu nome é Cameron Sinclair e sou viciado em fazer sexo com a Chastity” como isso soa?

— Ridículo. — Chastity sacudiu a cabeça quando ela abriu a porta do banheiro.

Cam bateu nela enquanto a seguia.

— O que está errado?

Chastity ficou com os olhos arregalados e depois se virou para olhar sobre o ombro dela.

— Este é o seu banheiro? Merda! É enorme e nem tenho certeza de que sei o que é isso. Isso é um chuveiro? Se sim, como diabos você usa? Tem mais botões e marcadores do que a cabine do seu jato!

— Sim. — Cam sorriu. — Esse é o banheiro e eu te mostrarei como usá-lo. Isso é uma banheira de hidromassagem. — Ele apontou para a banheira excessivamente grande na parte de trás da peça. — O restante apenas coisas normais de banheiro. Se há algo que você não tem certeza de como usar, então tudo o que você precisa fazer é perguntar.

— Dang! — Os dedos de Chastity correram sobre o mármore italiano que abrigava duas pias. — São tão grandes quanto a banheira para bebês que usamos para filhotes. — Ela foi para um armário embutido, uma alça de cristal a única pista de que havia alguma coisa lá. — Secador de cabelo? Você usa um secador de cabelo?

Cam assentiu.

— Ocasionalmente, se eu estou com pressa para uma reunião. Mas se você olhar abaixo, você verá que meu equipamento de barbear está lá e, abaixo, na prateleira há algumas toalhas limpas. Esses são apenas as pequenas, as toalhas grandes estão no armário ao lado. Também deve haver um suprimento de produtos de higiene pessoal para você. Eu pedi que Kate escolhesse algumas coisas, mas se elas não forem do seu agrado, anote o que você quer e ela comprará.

— Uau, isso não é nada que eu poderia imaginar como um banheiro seria. — Ela passou as mãos sobre o box do chuveiro.

— É também uma sauna, você gosta?

Chastity sacudiu a cabeça.

— Não tenho ideia, nunca usei uma.

— Bem, podemos passar uma noite aqui e provar tudo, isso é, se você quiser? — Os dedos de Cam seguiram pelas costas.

— Sim, acho que sim, mas por enquanto só quero um banho de verdade, honestamente. Então, você pode me mostrar como usar essa coisa?

Rindo, ele abriu a porta.

— Claro. — Ele apontou para alguns dos numerosos mostradores. — Aqui para ligar a água e a temperatura, e aqui para como você deseja a água. No alto, jatos por toda parte, cachoeira ou simplesmente um velho chuveiro.

— Um velho chuveiro, por favor.

Cam virou o chuveiro, água derramando.

— Ok, aqui está. Mas, sinceramente, espero que você me deixe tomar banho com você.

— Claro. — Chastity riu. — Não seria tão divertido sozinha.

— Não. — A voz de Cam era baixa e rouca. — Não seria.

— Oh, eu conheço esse tom. — Rindo, ela segurou a mão dele, puxando Cam para dentro do grande recinto atrás dela.

— Bom. — Foi tudo o que Cam respondeu antes de puxá-la de volta para seus braços. — Testaremos isso, nunca fiz sexo aqui antes.

— Verdade? — Chastity perguntou, choque em sua voz.

— Sim, realmente. — Cam beijou-a suavemente antes de puxar para trás para olhar em seus olhos. — Eu não trouxe mulheres para minha casa. Então, meu lobo branco, nunca fiz sexo aqui, na nossa cama ou em qualquer outro lugar dentro desta casa.

— Isso é uma surpresa. — Chastity estremeceu sob seu toque. — Com a sua reputação, pensei tivesse feito sexo em todos os lugares.

— Não. — Cam discordou. — Nunca aqui. Nem mesmo uma vez.

— Estou feliz. — Chastity acariciou seu mamilo, fazendo com que ele gemesse alto. — Eu quero fazer em todos os lugares “nossos” e apenas nosso.

— Vamos, bebê. — Cam a levantou, apoiando as costas contra a parede. — Eu prometo. — Ele sussurrou enquanto sua dureza pressionava dentro dela mais uma vez.


Capítulo onze

— Oh, meu bom sofrimento! — Chastity exalou alto enquanto sentava na escada do fundo. — Quem pensou que compras poderiam ser tão cansativas. Estou com tudo comprado!

Cam riu, seus braços cheios de caixas brilhantemente embrulhadas, os dedos segurando uma miríade de sacolas.

— Estou feliz que Rebecca e Stracey finalmente nos deixaram! Eu pensei que elas nos manteriam por pelo menos mais uma hora.

— Eu sei! — O estômago de Chastity retumbou alto. — E nem sequer tivemos a chance de almoçar. Estou morrendo de fome.

— Por que você não vê o que Kate tem. Ela sempre está fazendo algo e levarei tudo isso para o nosso quarto.

— Tudo bem. — Chastity levantou-se. — Não demore muito.

— Eu não irei. — Cam caminhou pelas escadas, sentindo com seus pés enquanto sua visão estava prejudicada pelas sacolas de compras. Um sorriso grande em seu rosto quando ele pensou no momento em que viu pela primeira vez Chastity em um vestido de noite. O material macio deslizou sobre suas curvas enquanto os cristais Swarovski no decote brilhavam e brilhavam enquanto ela fazia um giro para ele. Chastity riu enquanto Rebecca e Stracey ficaram ao lado.

— Esse é o de hoje à noite. — Rebecca assentiu com a cabeça, com os braços cruzados e um olhar sem sentido em seu rosto.

Cam não discutiu, pois, o vestido era tão requintado e Chastity parecia além de bonita. Ela era uma visão de elegância e mal podia esperar para exibi-la mais tarde. Ele sabia que os olhos de todos os homens a seguiriam e sabia que teria que manter seu animal apertado fortemente, para não fazer uma cena.

Os sapatos que Stracey tinha produzido um sorriso.

— Voilá! — Colocou o vestido perfeitamente e Chastity não balançou uma vez enquanto desfilava. Ele sentiu... orgulho... sim, era esse o sentimento que tinha enquanto caminhava com equilíbrio, as costas retas, a cabeça erguida e um enorme sorriso no rosto. Cara, ele mal podia esperar para mostrar a ela o mundo inteiro, especialmente Roma, o lugar que ela lia tanto nos livros que amava. Ele pensou que poderia descobrir os detalhes da autora, como era o nome dela? Monica alguma coisa... sim, Monica La Porta, ele pediu que Stracey a descobrisse e enviasse um buquê de rosas para agradecer por fazer Chastity feliz.

Ele faria qualquer coisa para fazê-la feliz.

Chutando a porta, ele conseguiu não derrubar nada e colocar tudo na cama. Cam revirou os sacos até encontrar os que estavam com as roupas para o baile desta noite. Cuidadosamente colocou os sapatos e a roupa de baixo antes de pendurar o vestido, ele não queria que se enrugasse, e então riu dos pacotes cobrindo a cama.

— Isso não é nem a metade deles. — Disse a si mesmo, balançando a cabeça e saindo da sala para encontrar Chastity.

Ele seguiu o barulho da conversa vindo da cozinha, achando Chastity e Kate falando como duas velhas amigas. Kate estava girando pela cozinha, conversando e rindo, além de juntar uma refeição, enquanto Chastity tomava uma garrafa de água.

— Vejo que vocês duas estão se dando bem. — Disse Cam enquanto estava atrás de Chastity, com os braços circundando a cintura.

— Eu só estava falando a Kate sobre o nosso passeio de compras. — Chastity recostou-se em seu corpo enquanto ela olhava por cima do ombro para ele.

A visão trouxe a memória da noite anterior para o primeiro plano de seu cérebro e ele não conseguiu parar sua reação, sua masculinidade agora balançando com força e pressionando contra Chastity. Ela ergueu uma sobrancelha para ele enquanto ele deu de ombros, sussurrando:

— Desculpe, a noite passada apareceu na minha cabeça.

— Você é tão impertinente. — Ela sussurrou de volta, seus olhos virando para Kate.

— O que vocês dois pombinhos estão cochichando? — Kate se aproximou, colocando dois pratos de comida na bancada de café da manhã.

— Nada. — Ambos responderam antes de começar a rir.

— Hmm. — Kate sorriu. — Eu suspeito que era algo privado, então não insistirei. Agora, coma, Chastity diz que você perdeu o almoço e você sabe que só conseguirá aquelas pequenas coisas de lanche no baile mais tarde.

— Eu sei. — Murmurou Cam. — Eu odeio aqueles em que os garçons andam por aí com aquelas pequenas travessas, você precisa comer uma bandeja cheia ou duas para encher. Pelo menos, este começa um pouco mais tarde, então é mais rápido.

Chastity franziu a testa enquanto sentava em uma das bancas altas e aproximava o prato.

— Eu pensei que você disse que nos divertiríamos? Soa como se não fosse divertido.

— Nós vamos. — Cam colocou um pouco de frango quente em sua boca, cantarolando de prazer com o sabor. — Eu preferiria estar aqui em casa, com você, e não com centenas de estranhos. Bem, nem todos são estranhos, mas muitos são.

— Stracey definitivamente virá, não é? — Chastity parecia preocupada enquanto olhava para Cam.

— Sim. — Cam tranquilizou-a. — Eu juro. Ela diz que ficará ao seu lado toda a noite, apenas para ter certeza de que você está bem. Não se preocupe, bebê.

— Para que serve isto? O baile, é para qualquer coisa que eu conheça?

Cam encolheu os ombros quando pegou a bebida que Kate acabara de depositar na frente dele.

— É para um abrigo para sem-teto na cidade. Este é um pouco diferente, porque só atende crianças e adolescentes. Eles são os mais vulneráveis por aí e estamos tentando aumentá-lo e conseguir mais alguns assistentes sociais. Os que se especializam em crianças com problemas.

— Isso é uma ótima coisa, para as crianças, quero dizer, deve ser tão difícil para as crianças humanas estar nas ruas de uma grande cidade. — Chastity mordeu seu lábio inferior brevemente. — Algum dos nossos aparece nas ruas?

— Às vezes. — Cam gostava da maneira como sua mente imediatamente se transferia para seu próprio povo. — Embora eles não tendem a mostrar o que são, mas, Jinx e eu fazemos rondas regulares das crianças quando estamos aqui. Podemos escolher qualquer lobo e então fazemos o nosso melhor para ajudá-los a entrar em outra matilha. Se eles estão nas ruas, geralmente há uma boa razão para isso e não querem voltar para sua casa. Mas, a maioria deles vai para outra matilha, desde que possam visitar e verificar primeiro. Mas ainda há alguns que desconfiam de se juntarem a uma matilha novamente, e ainda estou tentando encontrar uma solução para isso.

Chastity parecia pensativa enquanto ela comia, quase terminando antes de voltar para Cam.

— E quanto a um tipo de orfanato, um para os jovens lobos que não têm para onde ir, por qualquer motivo? Poderíamos tê-lo em nossa terra, perto do acampamento da matilha, mas não nele. Algumas cabanas e coisas para as crianças, mantê-las ocupadas. Ou... — O rosto de Chastity se animou quando ela saltou no assento. — E alguns lobos adultos que orientam as crianças. Ensinando-os a caçar, sobre ervas para cura, sobrevivência, coisas assim.

Cam olhou para o rosto dela, viu o brilho da excitação em seus olhos.

— Essa é uma boa ideia. Deixe-me pensar sobre isso, mas acho que poderia funcionar. Também poderia ser um estágio intermediário para as crianças. Para aqueles que ainda não decidiram confiar em um bando. Eles teriam um lugar seguro para ficar enquanto reajustam e aprendem que nem todas as matilhas são severas e cruéis.

— Sim, exatamente. — Chastity assentiu vigorosamente.

— Posso assar uma tonelada de biscoitos. — Kate sorriu. — Uma vez que eles provem desejarão ficar.

Cam riu.

— Eles certamente irão.

— Ok, Cam, você pensa e depois podemos conversar sobre isso novamente. — Chastity deslizou de seu banco. — Agora, estou indo para um banho longo e relaxante, e então me prepararei para o baile. Você, Sr. Sinclair, fique fora do quarto. Eu quero que você espere e me veja quando eu estiver pronta, meu cabelo e minha maquiagem feitos.

— O quê? — Cam quase gaguejou. — Você não quer que eu me junte a você?

Kate riu quando tirou os pratos, Chastity balançando a cabeça.

— Não. Venha buscar o que precisa e prepare-se em outro quarto. Não é como se não houvesse uma variedade deles para você usar. Encontro você no pé da escada quando for a hora de partirmos. OK?

Cam franziu o cenho.

— Eu suponho. — Ele resmungou enquanto estava parado. — Eu irei buscar minhas coisas agora. Não estarei longe, no quarto ao lado, então, se você precisar de mim, apenas grite.

Chastity puxou sua cabeça para baixo, beijando-o gentilmente.

— Obrigada. Quero ver seu rosto quando você me ver, meu Alfa.

— Eu sei. — Cam mordiscou o lábio inferior. — Mas eu preferiria me juntar a você na banheira.

— Sim. — Chastity respondeu com um sorriso. — Eu sei disso, mas então significaria que eu teria que me preparar com pressa e eu quero levar meu tempo. Stracey disse que viria e me ajudaria com o meu cabelo.

— Ok, baby. — Cam se virou e se afastou, seus ombros caíram em despreocupado fingimento.

— Kate, quando Stracey chegar, você pode dizer-lhe para subir? — Chastity seguiu Cam lentamente, querendo dar-lhe tempo para conseguir as coisas antes de chegar lá.

— Eu certamente farei e se houver qualquer outra coisa que você precisar, apenas me avise.

— Eu vou, obrigada, Kate. — Chastity virou-se, rapidamente agarrando um biscoito do balcão e mordiscando-o.

Kate acenou.

— Vá, relaxe um pouco antes de precisar se preparar e enviarei Stracey assim que chegar aqui.

— Obrigada. — Disse Chastity novamente quando saiu da cozinha.

Quando Chastity entrou no quarto, Cam já tinha suas coisas em seus braços.

— Estarei no escritório trabalhando antes que eu precise me preparar. Vejo você lá embaixo mais tarde, ok?

— Sim. — Chastity parecia séria. — Não trabalhe muito. Eu não quero que todos vocês estejam cansados antes que a noite tenha começado.

— Oh, eu não estarei muito cansado, por qualquer coisa que a noite traga, querida. — Cam balançou as sobrancelhas. — Se é que você entende o que significa?

— Eu entendo. — Ela riu, batendo na bunda. — Agora corra. Quero experimentar aquela coisinha grande da Jacuzzi e pensar em como quero que meu cabelo pareça. Quero que seja diferente de tudo que você já viu antes.

— Você ficará linda, não importa o que faça. — Cam parou na porta. — Você está absolutamente certa de que não quer que eu me junte a você no banheiro?

Chastity sorriu para ele.

— Amanhã podemos nos banhar juntos, mas agora eu preciso relaxar. Eu não sabia o quanto aquela viagem de compras me cansaria. Não me sinto confortável em não olhar para as etiquetas de preço e tenho certeza de que teria um ataque cardíaco se soubesse quanto custa tudo isso. Além disso, preciso guardar tudo. O braço dela varreu o monte de pacotes na cama.

— Ok, mas te cobrarei isso. — Cam entrou no corredor. — Amanhã compartilharemos uma garrafa de champanhe e morangos enquanto estivermos na jacuzzi.

— Estou ansiosa para isso. — Chastity fechou a porta, virou-se e olhou para a pilha na cama. — Porra, é melhor eu começar. — Disse ela a si mesma enquanto se aproximava.

Cam a ouviu quando ela correu ao redor do quarto, parando alguns momentos antes de levar as coisas para o quarto ao lado. Depois, dirigiu-se ao escritório, alguns planos em sua cabeça que queria verificar. A ideia de Chastity tinha sua mente trabalhando horas extras para que isso acontecesse. Já era uma boa ideia, mas com algumas melhorias seria ainda melhor e ele sabia exatamente o local em que queria construir.

Ele ligou para Jinx, informando sobre a ideia do projeto e, em seguida, colocou-o para trabalhar em uma estimativa de custos.

— Se você puder ter alguns números provisórios para mim esta noite, eu realmente apreciaria isso. Gostaria de surpreender Chastity mais tarde.

— Ok, Sin. — Jinx voltou a usar o apelido que ele criou para Cam. — Eu também deixarei Stracey saber, ela pode pesquisar se precisaremos de qualquer licença de planejamento e coisas assim. Embora, com ele sendo na terra da matilha, eu acho que estaria tudo bem, mas é melhor verificar para ter certeza.

— Sim. — A voz de Cam é firme e profissional. — Tudo precisa ser regular e legal. Eu não quero que nada fique no caminho e adie as coisas. Se acertarmos as coisas, podemos ter isso funcionando rapidamente. Há outra carga de garotos vindo de casa na próxima semana e outros entrando para a Wild Flower, para que tenhamos todo o trabalho necessário. Quero que isso seja feito o mais rápido possível, Jinx.

— Ok, eu estou nisso. — Jinx desligou sem se despedir.

Cam sorriu, isso significava que seu beta também estava empenhado com o projeto. Ele ficara tão animado quanto Chastity por isso, Jinx era um bobo quando se tratava de crianças carentes e, se fossem os jovens lobos, ele seria duplamente. Ao refletir sobre isso, ele também pensou na proposta de Chastity para a solução da situação de Fergie. Com esse novo empreendimento para as crianças, parecia que sua solução funcionaria ainda melhor. Embora tivesse que mudar algumas coisas, mas, ei, ele era o Alfa, poderia mudar as coisas, se quisesse.

Com o passar do tempo, ele quase perdeu a noção e acabou subindo correndo para tomar um banho rápido antes de vestir um de seus smokings feitos à mão, camisa branca e gravata borboleta. Apertando os cadarços de seus sapatos de couro italiano, ele ficou na frente do espelho, verificando se o arco era reto, antes de espirrar apenas uma pitada de loção pós-barba. Quando passou pela porta do quarto, ouviu Stracey e Chastity rindo como crianças.

Então ele ouviu a voz de Chastity.

— Não! Ele não fez!

A resposta de Stracey foi imediata.

— Ele fez! Você deveria ter visto os rostos de todos. Foi hilário. Eu não acho que eu tenha gostado de uma dessas reuniões chatas tanto quanto eu gostei dessa. Pensei que Somers teria um infarto ali na sala de conferências.

Cam sorriu, lembrando-se da reunião sobre a qual Stracey estava falando. Aquele em que ele disse a Graham Somers para tirar a bunda da cadeira e sair da reunião imediatamente. Ele havia dito em termos inequívocos que não tinha tempo para lidar com tolos, não importa o quanto eles estivessem trazendo à mesa.

Ele gostou de tirar esse idiota em particular desse acordo e desfrutou ainda mais no dia anterior, quando disse a Stracey para retirá-lo do projeto escolar. Na verdade, tinha planos de bloquear completamente o homem. Ele informou Stracey esta noite que se o nome de Somers aparecesse em qualquer coisa que Cam estivesse propondo que ela o avisasse, para que ele pudesse se livrar do homem de uma vez por todas.

O homem era do tipo que Cam detestava, nascido em dinheiro e sentindo que por isso tinha direito de alguma maneira. No que dizia respeito a Cam, e ele esperava que Somers não estivesse no baile, a última coisa que ele queria era que Chastity conhecesse o idiota de mente estreita, intitulado idiota e desagradável.

Cam afastou os pensamentos de Somers, andando de um lado para o outro, verificando seu relógio e esperando, com impaciência, por sua companheira. Sua audição pegou o som de uma porta que se abriu, os calcanhares clicando no chão de madeira do corredor quando seus olhos se fixaram para cima para onde ele teria seu primeiro vislumbre das mulheres.

Ele ouviu Chastity sussurrar freneticamente:

— Você tem certeza de que estou bem? Eu não tenho certeza sobre a maquiagem, eu geralmente não uso uma cor tão brilhante nos meus lábios.

A resposta de Stracey foi imediata e firme.

— Você está adorável. Pare de se preocupar, e o batom define todo o resto. Agora, respire fundo e vá, deixe-o ver você. Eu sei que ele estará lá prendendo a respiração, então vá e tire-o da angustia.

Cam sorriu quando ouviu os passos de seu amor acelerar e, finalmente, ele vislumbrou quando ela apareceu. Seu coração gaguejou, sua respiração parou e seus olhos piscaram várias vezes na visão diante dele. Chastity estava no topo da escada, com uma mão no corrimão e uma segurando a pequena bolsa incrustada que combinava com o vestido.

Quando ela começou a descer as escadas, seus olhos percorreram cada centímetro dela, sua beleza brilhando tanto que ele tinha certeza de que ela iluminaria uma sala inteira. Seus lindos cachos loiros eram uma mistura de cachos e ondas, com alguns presos em algumas mechas emoldurando seu rosto perfeito e algumas caindo pelas costas nuas. O vestido que ela usava combinava quase exatamente com os olhos dele, o azul complementando sua coloração lindamente. A região lombar significava que ele podia sentir a pele dela sob seus dedos a noite toda sem levantar nenhuma sobrancelha, e planejava fazer exatamente isso.

A mão dele entrou no bolso, tocando o presente que tinha para ela. Um que tinha feito algumas ligações clandestinas para receber. Cam esperava que ela gostasse e do significado por trás disso. Seu sorriso tímido quando ela começou a descer as escadas fez com que ficasse sem fôlego novamente, seu vestido fluindo atrás dela enquanto elegantemente se aproximava dele.

— Você parece absolutamente divina. — Ele sorriu infantilmente para ela. — Todo mundo ficará com inveja, de você estar no meu braço hoje à noite, querida.

— Shush. — Chastity riu quando deu o último passo para finalmente ficar diante dele.

Cam se inclinou para a frente gentilmente beijando sua bochecha.

— Eu não quero bagunçar seus lábios, a cor combina com você. — Ele comentou, o vermelho rubi exuberante cobrindo sua boca. — Eu tenho algo para você.

Ele tirou a mão do bolso e segurou a pequena caixa na frente dele, abrindo-a para revelar um simples anel solitário de diamante.

— Agora, antes de dizer qualquer coisa, isso é do meu coração, Chastity. Eu sei que somos ligados, mas também vivemos no mundo humano e quero que todos entendam exatamente o que você significa para mim. Então, meu amor, você me faria a honra de se tornar minha esposa de forma legal?

Cam ouviu Stracey rir quando Chastity ofegou, sua mão voando para cobrir sua boca, lágrimas suaves brilhando em seus olhos. Seu dedo se levantou, limpando uma lágrima perdida.

— Ei, não chore.

Stracey empurrou suas costas.

— Não, você não ouse chorar. Passei horas fazendo essa maquiagem. E, pelo amor de Deus, responda antes que ele caia aos seus pés, implorando.

Cam lançou um olhar fulminante para Stracey antes de se concentrar em Chastity novamente. O sorriso dela iluminou seu rosto quando ela assentiu.

— Tomarei isso como um sim?

— Sim! — Ela quase gritou, jogando seus braços ao redor de seu pescoço.

— Bom! — Cam os desembaraçou, pegando o anel e colocando-o no dedo. — Porque eu não sairia desta casa até você concordar.

— É perfeito, e se encaixa. Como você sabia meu tamanho?

Cam sorriu.

— Eu sou muito bom em adivinhar o tamanho de uma mulher para joias, uma espécie de hábito que cresceu ao longo dos anos. Agora estou feliz que só preciso escolher para você, minha companheira, ou, devo dizer, minha noiva.

— O que diabos eu perdi? — A voz surpreendida de Jinx os interrompeu.

Stracey aproximou-se de seu companheiro, ligando o braço ao dele.

— Só a proposta de casamento de Sin, com um anel incluso! Cara, Cameron Sinclair, você partirá alguns corações hoje à noite!

— Maldito! — Jinx deu um soco no ombro de Cam — Você não me disse que faria isso. Parabéns, vocês dois!

— Foi uma surpresa. — Cam riu da cara de Jinx. — Eu não te contei tudo, Jinx. Agora, Chastity precisa decidir o que ela quer fazer em relação a uma cerimônia formal de casamento. Alguma ideia?

Chastity parecia aterrorizada, olhando para Cam com olhos tão largos como pires.

— Nada grande. Quero dizer, Cam. Eu sei que você é do alto escalão no mundo humano, mas não estou procurando nada sofisticado. Pensarei e te informarei.

— Seja como for, onde e quando quiser, baby. É totalmente para você.

— Bom. — Chastity soltou um longo suspiro. — Este é um bom dia, um dos melhores que já tive. Agora, não devíamos estar a caminho?

Cam verificou o relógio.

— Sim, vamos lá.

Chastity pegou seu braço oferecido enquanto ele os conduzia para uma limusine em espera, os olhos dela voando para ele enquanto a ajudava a entrar.

— Um passeio de limusine, nunca tive um desses.

— Acostume-se. — Stracey sorriu. — É a maneira como ele sempre chega aos eventos.

— Deve custar uma fortuna. — Chastity deixou escapar antes de corar.

— Eu sou dono da empresa. — Cam sorriu quando disse ao motorista para ir e lhe deu instruções para pegá-los.

— Ele é dono da empresa? — Chastity perguntou, olhando para Stracey.

— Claro. — Stracey assentiu. — Apenas uma das centenas que ele possui. Cam possui um portfólio muito diversificado de negócios, alguns diretos e outros como parceiros. Embora ele prefira possuir algo completamente, economiza em qualquer argumento na sala de reuniões.

— Ele tem seus dedos em muitas tortas variadas e abundantes, e ele gosta de estar no controle. Não é mesmo? — Stracey sorriu para Cam.

— Sim. — Ele concordou. — Agora, podemos começar a comemorar? Afinal, acabei de noivar.

Ele estendeu a mão e abriu a geladeira, puxando uma garrafa de champanhe já gelada e estourando a rolha. Jinx pegou as taças e Cam as encheu.

— Aqui está a noiva mais bonita do universo inteiro.

Chastity ergueu a taça para os lábios, tomando um pequeno gole.

— Aqui está o homem que me torna a mulher mais feliz do mundo.

Cam tomou o dele enquanto Jinx e Stracey olhavam. Stracey suspirou.

— Isso! — Exclamou, fazendo com que Cam e Chastity se virassem e olhassem.

— O quê? — Chastity perguntou, preocupada. — Algo está errado?

— Não. — Stracey suspirou. — Posso ver que as festividades desta noite terminarão mais cedo. Vocês dois estarão desesperados para chegar em casa assim que chegarmos.

Jinx riu.

— Eu acho que você está certa.

Stracey o cutucou forte nas costelas.

— Ei, eu sempre estou certa.

Cam sorriu, derramando mais champanhe para todos.

— Ei, eu tenho que ficar o suficiente para o bem da etiqueta, então nós iremos. Minha noiva e eu temos um encontro com uma jacuzzi, champanhe e morangos.


Capítulo doze

Cam podia sentir seus nervos, sua mão tremendo na dele quando entraram na sala.

— Está tudo bem, querida, não precisa estar nervosa.

Chastity olhou para ele.

— Desculpe, eu simplesmente não quero me enganar. E se eu não souber o que dizer às pessoas? Eu não estou acostumada a estar ao redor de muitos humanos, Cam.

Stracey subiu mais perto deles, caminhando do lado de Chastity com Jinx em seu outro braço.

— Ei, respire fundo, Chastity. Não entre em pânico, querida, você está no braço do homem mais rico e poderoso aqui. Confie em mim quando eu digo que ninguém fará nada para te incomodar.

Naquele momento, uma jovem, alta e enganosa loira chegou na frente deles, com os olhos arregalados sobre Chastity.

— Cameron, muito legal da sua parte vir.

— Brenda. — Cam inclinou a cabeça, aparentemente ignorando a mão estendida da mulher. — Eu gostaria de apresentá-la a minha noiva, Chastity. Chastity, esta é Brenda, ela ajuda na organização dessas festas de caridade.

Todo mundo viu o brilho como aço frio entrar nos olhos da mulher enquanto olhava para Cam um momento ou dois a mais, antes de se virar para olhar Chastity.

— Sua noiva? Eu não sabia que você estava namorando, Cam.

Chastity segurou sua mão e desta vez foi a mulher que ignorou o gesto.

— Olá. — Chastity disse, sua fera estourando em sua cabeça pelo jeito que essa fêmea estava invadindo seu companheiro.

Brenda virou-se, dando a Chastity um olhar fulminante.

— Quando isto aconteceu?

O tom de Cam estava gelado enquanto respondia a mulher.

— Não é da sua conta, Brenda. Agora, perdoarei sua grosseria momentânea, desta vez apenas. No entanto, aja dessa maneira em relação à minha noiva novamente e você nunca trabalhará em outro baile. Irei me certificar disso.

As costas de Chastity se endireitaram e ela estendeu a mão dela novamente.

— Eu disse, olá. — Sua voz era forte, firme e pura alfa feminina.

Brenda piscou, primeiro para Cam, então, para Chastity, antes que sua mão sacudisse a de Chastity.

— Olá. — Ela disse calmamente, embora seus olhos ainda estivessem com desafio.

— Agora, se você nos der licença, Cam, eu gostaria de uma bebida, por favor. — Chastity puxou a mão livre e sorriu para a Cam.

— Claro. — Cam sorriu, quase empurrando Brenda para fora do caminho quando entraram no salão de baile.

— Uau. — Stracey riu. — Ei, querida, você não precisa de mim para montar a espingarda. Você conseguiu isso!

Cam segurou sua mão que passou por seu braço, dando um ligeiro aperto.

— Desculpe. — Ele pediu desculpas, sua voz baixa e cheia de sentimentos.

— Eu suponho que essa é uma das que terá um coração partido hoje à noite? — Chastity sussurrou.

— Com medo, sim. — Cam assentiu. — Ela tentou por um longo tempo me fazer sair com ela, e talvez eu tenha dormido, mas não fiz isso na minha porta. Eu não sou tão estúpido.

Chastity bufou.

— Espero que não. No entanto, se alguma de suas conquistas vir na minha direção, por favor, me dê um aviso.

— Darei. — Cam parou um garçom, agarrando alguns copos de borbulhante e passando-os para as mulheres antes de levantar uma sobrancelha para Jinx.

— Não. — Jinx balançou a cabeça. — Eu quero uma bebida real.

— Eu também. — Concordou Cam, levando-os para o bar e pedindo dois whiskies.

— Então... — Chastity olhou em volta para o espaço lotado, vestidos de todas as tonalidades e materiais à sua frente, junto com brilho suficiente para cegar uma pessoa. — O que nós fazemos? Ainda não tenho certeza.

— Nós compramos ingressos a um preço exorbitante, então venha e se misture, possivelmente lance em um leilão silencioso ou dois, tenha muitas bebidas, então há música em outra sala para pessoas que querem dançar a noite toda. Todos muito chatos realmente.

Chastity assentiu.

— Entendo. O que são leilões silenciosos e como você participa?

Cam olhou para o outro lado da sala.

— Lá, veja essa mesa que tem pessoas ao redor? — Chastity assentiu. — Isso tem uma lista de itens que estão em leilão e você anota qual número de leilão e sua oferta e coloca-o na caixa. No final da noite, eles anunciam quem ganhou e todos os fundos levantados vão para a instituição de caridade.

— Oh, podemos olhar? — Chastity pareceu excitada quando Cam riu.

— Claro. — Ele começou a levá-la para a mesa do leilão, apenas para ser parado uma e outra vez por pessoas obviamente querendo saber sobre a mulher em seu braço. Cam apresentou-a novamente e novamente como sua noiva e cada vez foram recompensados com olhares chocados e suspiros de surpresa.

Quando chegaram finalmente à mesa, Chastity estava achando difícil não rir.

— Eu realmente coloquei o gato entre os pombos esta noite, não?

— Sim. — Cam riu. — Espero que amanhã, a palavra tenha contornado, as fofocas viajam rapidamente, e então todos saberão e não teremos que passar por isso de novo.

— Espero que não. — Chastity deu um pequeno sorriso. — Eu sinto como se estivesse em exibição para todos. Mas tenho que admitir que estou curtindo todos os olhares engraçados das pessoas quando você me apresenta.

— Eu também. — Admitiu Cam. — Agora, você estava querendo ver o que estava em oferta, aqui, dê uma olhada nisso.

Cam apontou para um dos vários livros encadernados em couro na mesa.

— Se há algo que você queira me diga os detalhes e podemos oferecer por isso.

— Ok. — Chastity colocou o copo e começou a folhear as páginas cobertas de caligrafia que detalhavam tudo o que fora doado. Ela parou por um momento, depois avançou rapidamente.

— Qualquer coisa que tenha chamado sua atenção? — Perguntou Cam enquanto tomava um sorvete.

— Hmm, possivelmente, mas acho que seria capaz de obter o que vi em uma loja normal.

— O quê? — Perguntou, questionando o que ela poderia precisar depois do passeio de antes.

— São coisas para um bebê...

Cam ofegou, agarrando o braço e virando-a para ele.

— Você está?

Chastity riu.

— Não, desculpe, não queria assustá-lo. É para outra pessoa, mas eu não quero dizer nada ainda, já que tenho certeza de que ela não contou nada a ninguém.

— Quem? — Cam levantou uma sobrancelha.

— Não, Cam. — Chastity sacudiu a cabeça. — Honestamente, não direi nada no momento. É sua escolha quando contar às pessoas e a verdade é que ela nem me contou. Mas eu sei. Eu sempre sei quando alguém está grávida, é como um tipo de presente.

— Tudo bem, isso é um pouco estranho. — Cam inclinou a cabeça para o lado. — Sempre? Como? É perfume? Porque eu geralmente posso fazer isso também.

— Não, não é cheiro. — Chastity sacudiu a cabeça e encolheu os ombros. — Isso vem mais tarde, quando alguém faz algumas semanas, é outra coisa, mas não posso explicar isso.

— Então, você quer comprar coisas para este bebê, que você acha que pode estar vindo?

— Sim, eu quero retomá-los quando retornarmos as matilhas.

Os ombros de Cam levantaram-se e caíram, seus olhos cintilando.

— O que você quiser. Então, há um leilão relacionado a bebês?

— Bem, sim, mas...

— Não há, mostre-me e darei o lance. Lembre-se de que vai para a instituição de caridade, então não me importo de pagar.

Chastity pegou o livro, recuando algumas páginas.

— É este, é um pacote para recém-nascido, e inclui roupas, um carrinho de criança que tem trocas, por isso é adequado desde o nascimento até a criança, e caramba, uma série de outras coisas. Mas é de uma boutique elegante e tenho certeza de que posso obter tudo isso em uma loja normal com uma fração do preço.

— Farei o lance nisso. Se o meu lance ganhar, então tudo bem, se não, então você pode obter o que quiser de qualquer loja na qual deseja comprar. Ok?

Cam esperou até que ela assentiu, depois obteve o papel e as canetas fornecidas e escreveu os detalhes do leilão, juntamente com uma oferta astronômica. Ele tinha certeza de que ganharia, ninguém na mente certa daria mais do que o que ele havia escrito. Se o fizessem, eles estavam com extrema necessidade de alguma ajuda psicológica. Um pequeno sorriso puxou seus lábios enquanto colocava o papel dobrado na caixa e voltou para sua companheira.

— Tudo pronto. — Ele não pôde deixar de sorrir enquanto ela sorria para ele. — Eu acho que podemos dizer com segurança que você ganhará.

— O que? Por quê? — Chastity franziu a testa, puxando o braço dele. — O que você fez, Cam?

— Moi? Nada. Bem, coloquei uma oferta grande, então acho que você ganhará, querida.

— Cam! Eu poderia ter essas coisas em outro lugar, sem gastar uma fortuna.

— Sim, mas dessa forma a caridade ganha ainda mais dinheiro comigo. Então, querida, todos ganham. Agora, por que não circulamos um pouco? Há várias pessoas que gostaria que você conhecesse.

Chastity beliscou o braço, as unhas escavadas, enquanto os afastava da multidão ao redor da mesa do leilão.

— Oww, para que foi isso?

— Você poderia ter doado se você quisesse que a instituição de caridade ganhasse mais dinheiro.

— Querida, doo uma tonelada de dinheiro para esta instituição de caridade em particular. — Cam inclinou-se, sussurrando em seu ouvido. — Eu sou um dos seus patrocinadores.

— Oh. — Chastity sacudiu a cabeça. — Você poderia simplesmente ter me dito isso.

— Ei, é difícil manter-se com todos eles. Só estou quebrando você gentilmente. — Cam riu, enquanto o beliscava novamente. — Pare com isso, nós devemos ser um casal recém-engajado apaixonado. Não um velho casal onde a esposa repreende seu marido.

— Eu não estava repreendendo você e... — Chastity fez um gesto com o dedo dela — venha aqui, eu decidi.

Cam se inclinou.

— Decidiu o quê?

Chastity beijou sua orelha antes de sussurrar suavemente.

— Eu decidi onde eu quero me casar. Quero fazê-lo em Roma, se isso estiver bem para você?

— Roma? — Os olhos de Cam se arregalaram. — Essa é uma ótima ideia e suponho que você está fazendo isso lá então não temos que passar por todo esse casamento enorme aqui?

— Em parte. — Admitiu. — Eu quero que sejam nós dois, ninguém mais.

— Não acho que isso seja possível, querida. — Cam balançou a cabeça. — Tenho certeza de que não importará onde nos casarmos, precisaremos de testemunhas. Além disso, não acho que eu queira me casar sem que Jinx esteja lá. Ele esteve comigo por muito tempo e eu o quero lá.

— Desejar-me onde? — Jinx invadiu enquanto ele e Stracey se juntaram a eles.

— Roma. — Disse Cam. — Chastity quer que casemos em Roma.

— Maravilhoso! — Jinx riu. — Eu amo a Itália.

— Bem, tudo bem. — Chastity manteve os olhos em Cam. — Apenas Jinx e Stracey, ok?

— O quê? — Stracey perguntou enquanto Cam beijava a cabeça de Chastity.

— Tudo o que você quiser, querida. — Ele se virou para Stracey. — Quer ser uma das testemunhas? Jinx, você será meu, como eles chamam, padrinho?

Stracey riu, batendo palmas de felicidade.

— Roma! Itália! E um casamento para arrasar! O que mais poderia uma menina pedir. Jinx, é melhor você se preparar para algumas compras nessas boutiques italianas. Couro, sapatos, bolsas, oh a lista é infinita!

Jinx gemeu.

— Maldito, Sin, isso me custará uma fortuna!

Chastity riu quando Jinx tentou acalmar Stracey. Cam o bateu no ombro.

— Não, não será, é para o nosso casamento, então a viagem é por minha conta, incluindo os gastos, eu acho que sua companheira continuará.

— Verdade? — Jinx perguntou, agora sorrindo. — Nesse caso, posso obter um desses trajes feitos à medida e alguns sapatos italianos extravagantes? Você sabe que eles fazem os melhores sapatos artesanais lá!

Cam riu.

— O que você quiser. Ambos, quero dizer, quero que seja uma viagem que lembremos por muito tempo. Em primeiro lugar, Stracey, você precisa tentar agendá-la e resolver qualquer papelada que precisaremos. Você e Chastity podem tomar decisões no local, no hotel, seja o que for, apenas tenha certeza de que temos tempo suficiente para passar uma semana ou mais, depois. Quero que tenhamos uma lua de mel adequada.

— Cam. — Chastity mordeu nervosamente o lábio inferior. — Hmm, se realmente iremos, podemos conseguir visitar Grant? Eu adoraria ver a Escócia, especialmente a sua casa.

Jinx levou Stracey pelo cotovelo.

— Tempo para nós irmos em outro lugar. Em qualquer outro lugar.

— Chastity, eu sei que concordei em os visitar, mas eu estava pensando em um momento no futuro. Bem no futuro, querida. — Cam suspirou. — Eu não quero ver meu pai novamente tão cedo. É complicado. Ele é complicado e nosso relacionamento é, bem, acho que você diria que estamos distantes, mas espero que possamos corrigir isso no futuro. Eu simplesmente não quero vê-lo ainda, baby.

— Eu entendo. — Os olhos de Chastity caíram. — Tudo bem, se você se senti assim, entendo, mas, me sentirei mal indo tão perto e não parando para ver Grant. Então, repensarei onde devemos nos casar. Melhor?

— Ainda podemos nos casar em Roma. — Cam franziu a testa. — Não vejo a diferença.

— Eu sei que você não. — Chastity olhou para ele através de seus espessos cílios. — Mas isso faz diferença para mim. Podemos combinar que não iremos a Roma até que esteja pronto para visitar a Escócia?

Suspirando fortemente Cam passou o braço em torno de seus ombros, os dedos suaves em sua pele.

— Eu não quero te incomodar, podemos ir a Roma mais tarde no ano. Uma vez que estivermos resolvidos, finalizarmos esse pacote e os negócios funcionando sem problemas. Até então, espero que eu possa voltar para casa sem sentir que estou sob seu escrutínio. Mas, isso ainda nos deixa com o dilema de onde realizar nosso casamento.

— Eu pensarei em algo. — Chastity inclinou-se para o lado dele.

— Ok, agora, definitivamente quero apresentar as pessoas que preciso que você se encontre.


Capítulo treze

— Não posso acreditar que ganhamos! — A voz de Chastity estava cheia de emoção.

— Eu posso. — Cam riu. — Meu lance foi bem extravagante, mesmo para esse tipo de evento.

— Bem, estou feliz. Obrigada.

Cam encolheu os ombros.

— Sem problemas. Você queria, então tive certeza de que conseguiria.

Chastity sorriu novamente, depois franziu a testa para Jinx.

— O que há de errado? — Perguntou, notando sua atitude infeliz.

— Então, não é Roma? — Jinx gemeu de seu assento na limusine, agora a caminho de casa.

— Não. — Chastity sacudiu a cabeça. — Mas há outro lugar que eu sempre quis visitar.

Cam estava pronto para dar o que ela queria.

— Onde? Diga-me e farei que isso aconteça.

Chastity riu.

— Não é exatamente Roma. Na verdade, é tão distante daqui como qualquer coisa que eu possa pensar.

— Onde? — Cam cutucou novamente.

— Tudo bem. — Chastity respirou fundo. — Não é permitido rir, mas é Vegas. Eu sempre quis ir e eu ouço que eles também fazem muitos casamentos.

A limusine ficou repleta de risadas de Jinx e Stracey enquanto Cam olhava para ela.

— Vegas? Como em Las Vegas?

Chastity assentiu enquanto Stracey ofegava.

— Isso não tem preço! Que melhor lugar para o nosso Sin se casar do que na Sin City!

Quando o riso de Stracey assumiu novamente, Chastity fez beicinho.

— Você perguntou e eu lhe disse. O que há de errado em se casar em Las Vegas?

Cam não conseguiu responder por alguns instantes, sua mente imaginando uma capela de casamento atrativa, barata e atrativa. Quando ele finalmente conseguiu tirar as palavras, ele lutou para controlar sua própria risada.

— Nada, querida, se é o que você quer, então é o que faremos.

— É. — Chastity confirmou, sua mandíbula saltava em desafio. — E eu quero ir a um show, um grande show, com aqueles dançarinos que você vê com penas enormes.

— Eu posso organizar isso. — Stracey sorriu, seu riso morrendo, apenas um pouco. — Podemos organizá-lo para que seja feito em um hotel, um bom hotel com um gazebo à beira da piscina, ou em jardins. Não precisa ser, desculpe, Chastity, barato e desagradável. Pode ser uma cerimônia simples, mas elegante.

— O quê? — Cam franziu a testa. — Nós não podemos fazer isso! Chastity, querida, o que você diz que conseguimos que o próprio Elvis realize o casamento? Afinal, se estamos fazendo isso em Las Vegas, então devemos realmente fazer ao estilo Vegas! O que você acha?

Chastity bateu as mãos, saltando para cima e para baixo no assento de couro.

— Sim! Embora eu ainda deseje Stracey e Jinx conosco. Tudo bem?

Jinx ainda não havia dito uma palavra porque estava muito ocupado rindo. Os olhos de Stracey estavam largos enquanto ela falava.

— Elvis?

Chastity alcançou, dando tapinhas no colo de Stracey.

— Sim! Elvis! Será divertido e sejamos honestos, não é um casamento normal. É apenas para o assunto legal humano. Nós já somos casados em todos os sentidos da palavra, então isso é apenas para torná-lo oficial para papelada. Não é, Cam?

— Bem, sim, algo assim. — Cam parecia duvidoso. — Mas eu ainda queria te dar um casamento que você lembraria, querida.

— Cam! — Chastity sorriu. — Você acha que eu esquecerei que Elvis está fazendo nosso casamento? Será algo que lembrarei, não duvide disso.

— Ok, se é o que você quer. — Cam puxou-a perto. — Mas eu insisto em ficarmos em algum lugar realmente agradável. Eu quero que você experimente o melhor que Vegas tem para oferecer.

— Irei organizá-lo. Qual é o cronograma, Cam? — Perguntou Stracey, já entrando no modo assistente.

— Nós estaremos aqui por mais uma semana, então eu tenho que voltar e resolver algumas coisas na matilha. Eu também quero começar algo que esteja funcionando lá, isso está em andamento. Então, cerca de um mês no máximo seis semanas, isso funcionará para você, Chastity?

— Claro. — Ela sorriu. — Mas, lembre-se, antes de voltar a matilha, nós temos esse outro negócio para cuidar. Para Jacob e Rebecca.

— Merda. — Cam franziu a testa. — Eu tinha esquecido sobre isso. Voltaremos a matilha, então posso resolver a situação excepcional com Fergie, e uma vez que o fizermos, faremos isso.

— O quê? — Jinx finalmente parou de rir.

— Não é nada. — Cam balançou a cabeça. — Eu prometi a Jacob que queimaremos aquela cabana em que encontramos Rebecca. Todos nós faremos isso, porque Rebecca pensa que os espíritos de Bridget e aquele filho da puta podem estar na cabana e ela se recusa a deixar Jacob e eu irmos sozinhos. E, essa aqui. — Cam puxou Chastity perto. — Bem, ela não me deixará ir sem ela. Então, nós quatro lidaremos com isso, de uma vez por todas.

— Entendo. — O tom de Jinx é sério. — Talvez eu devesse ir?

— Não, tudo bem. — Cam balançou a cabeça. — Preferiria que você e Stracey ficassem em LA e continuassem com o trabalho.

— Você tem certeza? — Perguntou Jinx, obviamente preocupado.

— Eu tenho certeza. — Cam reiterou. — Estamos em casa. Vejo vocês dois amanhã. Stracey, temos essa chamada em conferência amanhã e há algumas outras coisas que eu preciso passar com você. Vejo você às dez, no meu escritório.

— Ok, chefe. — Stracey deixou Jinx ajudá-la a sair da limusine enquanto Cam ajudava Chastity.

— Boa noite. — Chastity acenou enquanto Stracey e Jinx começavam a andar a pé para o bangalô.

— Vejo-te amanhã. — Jinx ergueu a mão quando Stracey acenou.

— Agora. — Cam puxou-a em seus braços, beijando-a por um breve momento. — Champanhe, morangos e uma jacuzzi estão nos aguardando. Espero que não esteja muito cansada?

Os olhos de Chastity se dilataram, sua voz suave.

— Não, definitivamente não estou cansada.

— Bom. — Cam riu, pegando-a e levando-a para a casa.

Suas longas pernas atravessaram a entrada, subiam as escadas e ao longo do corredor, virando-se para abrir a porta com as costas e entrando em seu quarto. Cam caminhou até o centro da grande sala, depois colocou-a em seus pés, curvando-se para beijá-la profundamente. Seus lábios trancados, línguas invadindo a boca do outro, enquanto sua mão deslizava as alças de seu vestido. Cam forçou sua boca na dela, respirando profundamente ele olhou nos olhos dela.

— Eu adoro você, minha companheira, com todas as fibras do meu ser.

Chastity ergueu a mão, suavemente acariciando seu rosto.

— Idem, meu companheiro. Agora, vamos comer esses morangos?

Cam riu, balançando a cabeça.

— Sim, mas eu tenho uma coisa a mais para fazer primeiro.

Chastity fez beicinho.

— O que?

— Isto — ele disse, despindo-a lentamente e saboreando cada centímetro de seu corpo. Uma vez que ela ficou nua antes dele, ele recuou, seus olhos observando atentamente sua pele macia. — Dê a volta.

Sua voz cheia de luxúria quando Chastity se virou, olhando por cima do ombro para ele.

— Toda vez que vislumbrava isso. — Seu dedo traçou sua tatuagem. — Meu coração saltava e, eu odeio admitir isso, meu pau se contraía.

— Verdade? — Chastity sorriu. — Eu precisarei usar meu cabelo preso com mais frequência se essa for a reação que conseguirei.

— Querida, não preciso ver sua tatuagem para que meu pau endureça. — Cam abaixou para beijar a tatuagem. — Isso acontece exatamente quando olho para você. Eu tenho que admitir, porém, a visão de você por trás me excita, muito! Sua bunda é muito sexy.

— Bem, meu Alfa, essa bunda está ficando gelada. Podemos entrar na jacuzzi?

Cam riu quando começou a se despir.

— Dê-me um momento e eu ligarei a água. Não levarei mais que alguns minutos para encher e tenho certeza de que Kate já deixou o champanhe e os morangos lá. Você pode começar com eles enquanto esperamos.

— Boa ideia, embora eu devesse pegar apenas mais um copo para mim. Não percebi, mas as bolhas foram diretas para a minha cabeça. Muito estranho porque eu posso beber uma tonelada de cerveja e isso não me afeta nem um pouco.

— Eu gosto de você um pouco embriagada. — admitiu Cam, já no banheiro e abrindo as torneiras, Chastity agora sentada na borda da banheira com um morango na mão.

— Não encha demais. — ela advertiu, uma expressão atrevida em seus olhos. — Se você fizer isso, faremos uma bagunça do chão.

— Vamos agora? — Cam provocou, parado para remover o resto de suas roupas.

— Nós vamos. — Ela assentiu, seus olhos seguiram seus dedos quando ele deslizou sua calça sobre suas coxas. — Vejo que você usou cueca esta noite. Hmm, acho que prefiro quando você comanda.

— Você está em clima festa esta noite.

— Deve ser o champanhe. — Ela pensou.

— Se for esse o caso, então eu terei certeza de que você o beba mais frequentemente.

Chastity riu, deslizando para colocar os pés na jacuzzi.

— Isso é divino. — Ela gemeu enquanto Cam estava atrás dela, caindo de joelhos e envolvendo seus braços ao redor dela.

— Você é divina. — Ele murmurou contra seu pescoço, beliscando e beijando ao longo de seu ombro.

— Podemos entrar? — Ela perguntou calmamente.

— Claro. — Cam acenou com a cabeça enquanto ela deslizava na água.

— Está cheio o suficiente. — Cam sorriu quando entrou. — Como você disse, não queremos fazer uma bagunça.

Ele rapidamente desligou a torneira antes de se deitar no meio da grande banheira, puxando-a para ele, ela colocou as pernas de cada lado de suas coxas.

— Eu vejo que você está pronta para mim. — Ela gemeu enquanto seus dedos giravam em torno de seus mamilos já endurecidos.

— Eu sempre estou pronta para você. — As mãos de Cam moveram-se para a cintura, puxando-a para que sua masculinidade rompesse sua entrada.

— Oh. — Chastity ofegou, colocando-se ao seu redor antes de se mover para cima lentamente.

A cabeça de Cam avançou, sua língua balançando sobre seus seios enquanto ela começou a se mover com seriedade. Ela apoiou as mãos nos ombros, usando seu corpo para ajudar seus movimentos.

— Droga, isso é bom. — Grunhiu Cam, com as mãos massageando seu traseiro enquanto se movia em cima dele.

— Porra. — Chastity amaldiçoou, sua respiração superficial e rápida enquanto Cam movia um braço, seus dedos agora pressionavam contra seu clitóris. Ele manteve a pressão por alguns instantes antes que seus dedos circundassem sua protuberância, pressionando e provocando ao mesmo tempo para trazê-la à beira.

Chastity aumentou o tempo, seus olhos vidrados quando quase ronronou.

— Mais. — Ela ofegou enquanto seus dedos trabalhavam em seu clitóris.

Cam mordeu o lábio, segurando a libertação para levá-la à felicidade. Seu cuidado, fazendo com que engasgasse e gritasse, até que finalmente se lançou sobre ele. Sua vagina se contraiu enquanto ele empurrava os quadris para cima, assumindo o lugar de sua companheira, enquanto ela deitava em seus braços. Quando ele empurrou dentro dela, ela agarrou seu cabelo, puxando para trazer seus lábios aos dela em um beijo quente e apaixonado. Quando a língua dela disparou dentro de sua boca, sua própria liberação acelerou, um longo rosnado irrompeu dele para se perder em sua boca enquanto sua semente esvaziava dentro dela.


Capítulo catorze

Logan riu quando Mason se levantou, coberto de sujeira.

— Quantos de vocês trouxeram?

— O que? Esses? — Perguntou Mason apontando para as plantas que ele colocava ao redor do acampamento. — Grande quantidade.

— Sim, eu posso ver isso. — Logan olhou em volta. — Onde está Clayr? Eu não a vi nos últimos dias.

— Ela está fora com Ryder explorando. Eles estão rapidamente se tornando bons amigos. — Mason limpou suas mãos imundas em um pano que ele colocou na cintura.

— E isso não te incomoda? Afinal, não sabemos realmente nada sobre ele, embora planeje ter uma conversinha com ele mais tarde. Eu quero mais alguns detalhes sobre seu passado. Eu me sinto, inquieto, sim, inquieto é a palavra que eu usaria. Não saber muito sobre o menino me deixa desconfiado.

— Eu entendo isso. — Mason encolheu os ombros. — Mas tenho um bom pressentimento sobre ele. Ele é bom por dentro, embora um pouco bagunçado. Clayr me contou um pouco sobre sua vida e não foi fácil. Ele foi evitado no bando por não ser lobo e aguentou o máximo que pôde antes de partir. Tem catado lixo desde então apenas para sobreviver.

— Provavelmente concordarei com sua avaliação, Mason, mas preciso ver por mim mesmo. Esta matilha passou por drama suficiente, não precisamos mais.

Mason concordou.

— Eu entendo, além disso há alguns rostos estranhos que notei antes. Quem são eles?

Logan olhou ao redor do acampamento, visando um dos recém-chegados.

— Principalmente familiares de membros da matilha. Uma vez que ouviram que Dupont tinha desaparecido e a matilha estava reconstruindo, eles voltaram. Há também um ou dois de outras matilhas que ouviram dizer que Cam está procurando aumentar o número e quer lobos fortes, jovens e machos. Eu falei com a maioria deles e eles parecem estar bem. A última palavra será de Cam, no entanto, ele está em LA por uma semana ou mais e não estará disponível para verificá-los até retornar. Por enquanto, estou de olho nas coisas, e ele disse que, se houver algo que pareça estar errado, tenho permissão para negar o acesso ao acampamento até que ele volte. É por isso que eu quero conversar com Ryder, só quero ter uma ideia dele e de suas intenções. Ele pode ser jovem, mas é um shifter pantera e tenho certeza de que ele é poderoso.

— Sim. — concordou Mason. — Clayr me disse que ele é rápido e forte, mas ainda é um filhote que teve um começo difícil. Tente pegar leve com ele, Logan. Ele também é um pouco tímido e merece uma nova casa.

— Eu sei. — Logan inclinou a cabeça para o lado. — Eu não sou tão assustador e pegarei leve com ele. Eu ainda não tive a chance de falar com ele de forma adequada.

Mason riu.

— Você é meio intenso, Logan. Para um jovem filhote que teve um mau começo, sim, você é definitivamente assustador. Por que você não leva Tina com você quando falar com o menino? Você sempre parece muito mais relaxado e feliz quando ela está com você.

O rosto de Logan se iluminou, um sorriso se espalhando por seu rosto quando Mason apontou um dedo.

— Sim, está lá. Você muda completamente mesmo com a menção de seu nome. Então, como as coisas estão acontecendo com vocês dois?

— Lentamente. — Logan deu um sorriso torto. — Nós chegaremos lá, mas demorará algum tempo. Ela está um pouco chateada porque Shelly saiu com Grant, elas compartilharam uma cabana, então eu me mudarei mais tarde. Ela diz que se sente mais segura quando estou perto.

— Estou feliz que você esteja feliz. — Mason sorriu. — Eu não acho que já vi você sorrir muito antes. É óbvio para todos o quanto você se importa com ela.

— Eu faço. Eu me importo tanto que dói. Dói-me que eu não estivesse por perto para protegê-la, você sabe, antes.

Mason aproximou-se, sua mão segurando o ombro de Logan.

— Você não pode fazer nada sobre o passado, meu amigo. Você só pode moldar o futuro e eu sei que você a deixará feliz. Tenho certeza de que até a vi sorrir algumas vezes ontem.

— Sim — Logan concordou. — Ela está aprendendo que pode relaxar, que está segura, e que eu não deixarei nada acontecer com ela. Eu morreria protegendo-a e a Deusa não poderia salvar ninguém que a machucasse de novo.

Mason recuou.

— Uau, isso foi bastante sincero. Eu poderia sentir sua raiva crescendo, Logan.

— Desculpe. — Os ombros de Logan se levantaram e caíram rapidamente. — Eu não posso controlar. Apenas o pensamento de alguém prejudicando ela faz meu sangue ferver.

— Eu posso ver isso. — Mason voltou para o que ele estava fazendo, caindo de joelhos na sujeira. — É melhor eu voltar para isso. Quero tudo feito para quando Cam voltar. Eu acho que ele gostará.

— Eu tenho certeza de que ele vai. — concordou Logan. — Se você puder avisar Ryder que eu estou procurando por ele, eu apreciaria isso.

— Pode deixar. — Mason não olhou para cima, com a intenção do trabalho em questão.

— Até mais tarde. — disse Logan enquanto ele se afastava, fazendo as rondas no acampamento e certificando-se de que tudo era como deveria ser. — Oh, espere, eu queria perguntar, você pode me encontrar mais tarde para passar por alguma segurança para o acampamento? Eu quero fazer turnos para que haja sempre pelo menos dois ou três lobos de plantão.

— Claro que posso. Venha me encontrar ou, melhor ainda, por que você e Tina não se juntam a nós para jantar? Clayr estará lá e provavelmente Ryder. Monique está fazendo comida para nós. Ela até mesmo ficou para comer conosco algumas vezes.

— Parece bom. Vamos vê-lo em seguida. — Logan acenou enquanto se afastava o pensamento, ‘Dois pássaros com uma pedra. ’

Ele continuou com seus deveres, garantindo a segurança da matilha, incluindo a verificação dos guardas que foram postados. Dois dos lobos eram novos para o trabalho, então tentou o melhor para se esgueirar e, embora ele estivesse muito perto, ambos estavam rosnando e grunhindo em resposta a sua visita surpresa. Logan assentiu para os dois e seguiu o caminho para se certificar de que tudo e todos estavam seguros.

Ele sabia que era sério e, como Mason havia afirmado, era intenso, mas encontrar-se com Tina havia trazido um lado mais suave dele que nem conhecia. Logan refletiu sobre a situação, sabendo que sua amiga estava em um estado frágil e que tinha que levar as coisas devagar ou a deixaria cair. Embora Tina admitisse estar ciente de que ele era sua alma gêmea, ainda estava com medo de dar o próximo passo entre eles. O medo pelo que tinha acontecido estava a segurando.

Ela explicou que o medo pelo que havia passado afetou de alguma forma a maneira como ela estava com ele, de uma maneira íntima, e não podia suportar magoá-lo, tanto quanto ele não podia suportar machucá-la. Logan rezou a Deusa todas as noites para ajudá-la a superar seus medos para que eles pudessem começar sua nova vida juntos, corretamente, para que pudesse mostrar a ela o quanto se importava com ela.

— Acontecerá quando ela estiver pronta. — Disse a si mesmo enquanto ia em busca dela. Pensar sobre Tina trouxe uma profunda necessidade de vê-la, tocá-la, abraçá-la e ter certeza de que estava bem.

Logan entrou em uma corrida suave, depois pegou velocidade para uma corrida lenta, novamente sua velocidade aumentou, seus pés batendo no chão da floresta enquanto ele a buscava. Quando se libertou das árvores, a viu se dirigindo para ele, um sorriso gentil no rosto. O ritmo de Tina aumentou quando eles se aproximaram, Logan abrandou, então não a derrubou enquanto seus braços a abraçavam e a apertavam.

— Você está bem? — Ela perguntou, sua voz abafada contra seu peito.

— Sim. — Logan suspirou. — Estou bem agora. Eu senti sua falta, minha moça gentil.

— Eu também senti sua falta. — Tina se afastou um pouco para olhar para ele. — Eu poderia sentir você, Logan, por isso eu vim buscá-lo. Você tem certeza de que tudo está bem?

— Sim. — reafirmou Logan. — Eu estava preocupado que você ainda ficasse chateada com a saída de Shelly.

— Estou. — ela confirmou. — Mas, eu tenho você agora e me perguntei se poderíamos ir buscar suas coisas e trazer para mina casa?

— Sim. — Logan riu. — Eu acho que essa é uma grande ideia.

— Bom. — Tina tirou-se de seus braços, agarrando uma mão e puxando-o. — Espero que você goste de ficar aqui, é menor do que a maioria das cabanas, mas foi suficientemente grande para Shelly e para mim.

— Tudo ficará bem, Tina. — Logan sorriu, vendo o brilho nos olhos dela, um que tinha chegado lentamente e tirado o olhar vazio e triste, que a perseguia. — Além disso, não precisamos cozinhar esta noite, jantaremos com Mason.

— Nós? — Tina franziu a testa, parecendo um pouco confusa.

— Sim nós. Nós jantaremos na cabana de Maison.

Tina balançou a cabeça.

— Isso não foi o que eu quis dizer. Você disse “não precisamos cozinhar”.

Logan riu.

— Sim, sou bastante adepto da cozinha. Na verdade, adoro cozinhar, então você não fará tudo. Podemos cozinhar juntos e até mesmo preparar as suas refeições para você. Eu sou particularmente bom em ovos mexidos e bacon crocante para o café da manhã.

Tina parou, seus olhos piscaram rapidamente de surpresa.

— Mesmo?

— Sim, realmente. — Logan puxou-a para dentro. — Eu sei que muitos lobos ficam fora da cozinha, mas, sempre gostei de cozinhar, então minha mãe me ensinou. Ela disse “É tempo de os homens nesta matilha aprenderem seu caminho na cozinha. ” Ela estava olhando feio para meu pai quando disse.

— Bem, quente! — Tina riu. — Eu não acho que já vi um macho desta matilha cozinhar. Bem, a menos que seja em uma das nossas celebrações e é assar carne no poço aberto, ou churrasco, mas certamente não em uma cozinha.

— Eu sei que a maioria não, mas eu sim. — Logan encolheu os ombros. — Alguns dos outros homens costumavam me provocar, mas eles logo pararam.

A cabeça de Tina inclinou-se para o lado enquanto levantava uma sobrancelha.

— Por que eles pararam?

— Achei que era óbvio. — Logan parecia seriamente sério. — Porque eu chutei suas bundas de uma extremidade do acampamento para o outro. Então parei, voltei para todos assistindo e perguntei se havia alguém que achava que eu era um maluco por aprender a cozinhar. — Os lábios de Logan se contraíram, seus olhos cintilavam. — Ninguém respondeu e, a partir de então, nunca comentaram novamente.

Tina riu, uma risada contida, a primeira em muito tempo. Seus olhos se encheram de lágrimas, enquanto seus braços seguravam seus lados enquanto Logan apenas olhava um momento ou dois antes de se juntar a ela. Vários momentos depois, ela conseguiu respirar profundamente e falar.

— Cara, eu gostaria de estar lá. Você é um homem incrível, meu rapaz das Highlands.

— Sim, bem, eu sabia que se eu não o fizesse de imediato, seria como um trem de carga e logo eu estaria lutando todos os dias. Uma boa luta onde eu chutei o traseiro deles...

— Eles? — Perguntou Tina. — Havia mais de um?

— Inferno, sim, havia três para começar. Dois irmãos que sempre estavam procurando problemas, tentando intimidar os filhotes mais jovens e um de seus amigos. — Logan olhou para o horizonte, como se estivesse lembrando o momento. — Eu estava sozinho para começar, mas, com o barulho e tal, em breve houve uma multidão. Rory apareceu, correndo como um louco e uivando como um maluco. Ele simplesmente foi para o amigo e isso me deixou com os irmãos. — Logan parou, um pequeno sorriso rastejando no rosto. — Bem, eles não eram diferentes de qualquer outro valentão que eu já encontrei. Todos falam e só podem prejudicar os outros quando têm os números e o tamanho do seu lado. Eles eram um pouco mais velhos do que eu, mas sempre fui grande para minha idade e nosso pai nos ensinou bem quando se tratava de lutar. Então, peguei os dois e ganhei. Não direi que não estava ferido porque estava. Um valentão encurralado é tão perigoso quanto um cão raivoso, o dobro e, bem, foi uma luta longa e suja. Mamãe me deu uma bronca quando eu finalmente cheguei em casa porque ela usou os bifes que seriam o jantar para colocá-los no meu rosto amassado. Então ela me abraçou forte e me disse o quão orgulhosa ela estava por ter resistido a eles. Foi um pouco estranho depois, porque eles ficaram bem longe de mim e deixaram o bullying. Eu acho que perceberam que eu não os deixaria seguir com isso por mais tempo.

Tina estendeu a mão, seus dedos se arrastaram pelo lado de seu rosto.

— Você é um bom homem, Logan. Eu acho que isso começou jovem em você, quero dizer, a necessidade de ajudar os outros. Eu acho que está no seu DNA e espero conhecer sua mãe e seu pai algum dia. Você me levará? Para visitar sua casa Highland e conhecer seus pais?

A mão de Logan veio para cobrir a dela, movendo-se para que ele beijasse sua palma.

— Com certeza, eu vou. Eu ficaria muito orgulhoso de exibi-la na Escócia. Todos os outros ficarão com inveja da beleza que eu encontrei.

O rosto de Tina corou, começando em seu pescoço e subindo rapidamente para cobrir seu rosto.

— Shush, sou eu que tem o melhor negócio aqui. Agora, vamos buscar suas coisas. Não posso esperar para vê-las em nossa casa. Isso fará mais, oh eu não sei, permanente não é a palavra que procuro, mas acho que você entende o que quero dizer. Certo?

Logan sorriu para o rosto virado para cima, inclinando-se para colocar um beijo suave ao lado de sua boca.

— Sim, eu entendo. — Ela assentiu e puxou para trás. — Vamos e façamos isso. Oh, você sabe que eu durmo no lado mais próximo da porta. Tudo bem?

Uma sombra caiu sobre seu rosto e ele assentiu rapidamente.

— Sim, isso está muito bem. Eu tendo a dormir tão longe da porta quanto eu posso.

Quando começaram a andar, Logan pensou em suas palavras, a tristeza e o medo que haviam atravessado seu rosto.

— De agora em diante, Tina, estarei entre você e a porta. Você não precisa se sentir mais assustada.

— Eu sei disso. — Tina assentiu. — Eu sei, é difícil acreditar que todos se foram. Eu continuo esperando acordar e achar que é tudo um sonho.

Logan puxou sua mão, girando-a na frente dele antes de pegá-la e colocá-la em seus braços.

— Nenhum sonho. Estou aqui, sou real e estou ficando.

— Logan! Me solta. O que pensarão?

Logan balançou a cabeça.

— Eu não dou a mínima para o que os outro pensam. Estou carregando meu encontro e isso é tudo. Agora, me abrace porque não te soltarei até estarmos em casa. Quando chegarmos lá, você terá um bom banho, prepare-se para o nosso primeiro jantar e buscarei as minhas coisas no Club House. OK?

— Mais do que certo, Logan. — Os braços de Tina serpenteavam ao redor de seu pescoço enquanto ele a levava o resto do caminho até sua cabana.

Deixando-a para tomar um banho, Logan voltou para o quarto que ele estava usando e rapidamente empacotou as coisas antes de caminhar pela curta distância. Seu olho crítico observando alguns reparos que precisavam fazer na cabana enquanto se aproximava. Ele também pediria a Mason que trabalhe sua magia com o exterior, plantando flores para tornar o lugar mais colorido e aconchegante. Logan viu várias maneiras de tornar o lugar mais agradável, melhor, mais adequado para abrigar sua companheira, e trabalharia no dia seguinte. Ele também esperava que Mason ainda tivesse algumas de suas “surpresas” para que pudessem ser espalhadas pelo lado de fora. Isso colocaria o lugar fora e o tornaria maravilhoso.

Empurrando a porta com o pé, ele entrou na cabana, parando logo para saborear o momento. Um momento que ele soube que se lembraria por um longo tempo, se não para sempre, este segundo, quando ele e sua companheira começaram a viver juntos. Um longo suspiro escapou dele quando um sorriso esticou os lábios, seus olhos saboreando todos os detalhes antes de mover uma polegada. O canto de Tina o tirou de seu devaneio, arrancando suas botas sujas, ele se moveu, em direção ao som.

Sua voz parecia feliz, despreocupada, enquanto colocava suas coisas no chão do quarto antes de dirigir-se para o banheiro em anexo. Espiando, viu Tina, deitada em uma massa de bolhas, os olhos fechados e cantando. Logan não conhecia a música, parecia uma canção de ninar, mas não importava. O que importava era a maneira relaxada que Tina estava, seu rosto suave, radiante, sem medo em suas lindas feições.

— Ei. — Logan falou calmamente, sem querer assustá-la.

Tina sentou-se, rindo.

— Porra, você me pegou cantando.

— Sim, eu fiz. — Logan ficou na porta, desesperado para entrar, mas mantendo firmemente os pés imóveis. — O que você estava cantando?

— Minha mãe costumava cantar para mim quando eu era pequena e, por algum motivo, lembrei. — Ela virou, olhando por cima do ombro.

A respiração de Logan parou por sua beleza, sua pele parecia tão macia, mas ele ainda não entrou. Por pura força de vontade, ele não se apressou para ela, para buscá-la e esmagar seu corpo nu com o dele. Na verdade, este foi seu primeiro vislumbre dela nua e lutou para controlar sua reação à visão. Infelizmente, sua masculinidade o ignorou completamente e, em segundos, ele estava duro e desconfortável.

— Se você quiser entrar, você pode. — Tina falou timidamente, seus olhos baixando enquanto seu rosto corava.

— Eu não preciso. — Logan esperava que ela não conseguisse ver seu pau se esforçando para se libertar. — Se você não está confortável comigo entrando, eu posso ir e desempacotar.

— Eu acho que eu gostaria que você entrasse. — Os olhos de Tina se aproximaram dele, seu sorriso nervoso. — Na verdade, você poderia me lavar as costas?

Logan não esperou que ela mudasse de ideia, correndo e caindo de joelhos ao lado da banheira.

— Certo. Aqui, me dê a esponja e o sabonete.

Tina entregou-os antes de puxar os joelhos para cima e se inclinar para agarrar seus braços ao redor deles.

— Obrigado. — Ela murmurou quando Logan começou a lavar suas costas.

— O prazer é meu. — Logan conseguiu soltar, sua excitação crescendo a cada segundo.

— Logan, eu quero agradecer, por ser tão paciente comigo. — A cabeça de Tina se moveu para o lado, descansando em seus braços enquanto ela olhava para ele. — Eu sei que não foi fácil para você.

— Ei, você não precisa me agradecer por fazer o que é certo, e o certo é que eu cuide da minha parceira. Se isso significa que estamos começando lentamente, então está tudo bem, Tina. Por favor, linda moça, nunca pense que a pressionarei em fazer algo para o qual você não está preparada.

— Eu sei disso. — Tina sorriu. — Posso sentir você às vezes, seu amor, seu cuidado. Você é muito incrível, Logan. Muitos homens não seriam tão tolerantes quanto você e eu sei disso.

Logan parou de lavar sua pele macia, movendo-se para acariciar sua bochecha.

— Eu esperarei você para sempre se preciso.

— Eu não acho que isso seja necessário. — Tina riu. — Eu acho que estou pronta, mas estou um pouco assustada.

— Não precisamos levar as coisas adiante agora. Não, se você está com medo, querida.

— Eu não tenho medo de você, Logan. — Tina sacudiu a cabeça. — Estou com medo pois posso não ser a mulher que você merece. Eu estou...

Logan se inclinou, beijando-a gentilmente antes de puxar para trás.

— Não lhes dê isso. Não permita que fique a margem de sua vida, Tina. Você é linda, forte, amável e corajosa, você é tudo o que qualquer lobo poderia pedir em uma companheira e eu sei o quanto tenho a sorte de encontrá-la. Se você não estiver pronta, aguardamos. Simples assim.

Tina olhou fixamente em seu rosto, seus olhos examinando todos os detalhes antes que seus dedos traçassem seus lábios.

— Estou pronta. — Ela sussurrou, puxando-o para ela e beijando-o profundamente.

O coração de Logan disparou, seu animal rugiu, enquanto sentia sua paixão crescer. Seus sentidos em alerta para qualquer nervosismo, qualquer medo, mas ele não encontrou nenhum. Sua excitação estava subindo para encontrar a dele e ele relutantemente se afastou. O gemido suave que caiu de seus lábios fazendo com que sorrisse.

— Eu acho que precisamos mudar para o quarto ou faremos uma bagunça aqui.

Ele pegou uma toalha e segurou-a enquanto Tina se levantava da banheira, saindo do banho e em seus braços. Logan dobrou a toalha ao redor dela antes de pegá-la e levá-la de volta ao quarto.

— Aqui, deixe-me secá-la. — Ela quase gemeu quando suas mãos deslizaram sobre seu corpo, esfregando suavemente a toalha sobre sua pele.

Logan teve grande cuidado em ser gentil, não apressando seus movimentos enquanto continuava a secar cada centímetro do corpo de Tina. Seus pequenos gemidos fizeram seu coração pular em seu peito quando percebeu que eles finalmente selariam seu vínculo. Estava ciente de que ele a marcaria, sabia que não seria capaz de parar e um momento de pânico passou por ele.

— O que há de errado? — Perguntou, sentindo seu mal-estar.

— Não acho que eu possa me impedir de marcar você, de selar nosso vínculo, Tina. — As mãos de Logan se acalmaram, segurando-a no lugar enquanto olhava para suas piscinas líquidas. — Eu não quero assustá-la, mas não acho que não consiga cumprir o nosso acasalamento.

— Eu sei. — Tina assentiu. — Estou bem ciente de como você se sente, Logan, eu sinto o mesmo. Por favor, acredite quando eu digo que você não me assusta. Eu me sinto mais segura do que me senti em um longo tempo quando estou com você.

— E se a minha mordida machucar? — Ele perguntou, sabendo que queria desesperadamente afundar suas presas em sua pele macia.

— E se a minha te machucar? — Ela perguntou timidamente.

— A sua? — Ele perguntou, surpreso. — Você quer me marcar também?

— Inferno, sim — Tina sorriu. — Estou entusiasmada com isso. Quero tanto mordê-lo que dói.

— Bem, isso é um alívio. — Logan sorriu. — Por que você não vai para cama enquanto eu tiro a roupa?

— Não. — Tina sacudiu a cabeça. — Eu acho que quero fazer isso. Afinal, é a primeira vez que verei você. Dormir na mesma cama enquanto ainda está vestido não conta. Então, Logan, deixe-me.

Logan não respondeu quando as mãos começaram a levantar a camiseta, os dedos dela atravessando sua pele, ele não conseguiu falar, segurando a respiração. Ele ergueu os braços e ajudou-a a retirá-la, deixando cair no chão enquanto seus olhos cruzavam seu peito.

— O que é isso? Ouvi falar sobre uma tatuagem da sua família, seu Clã? — Seus olhos fixaram na tatuagem sobre seu coração.

— Sim. — A palavra saiu em um gemido estrangulado.

— E o que são estas? — Seus dedos acariciaram sua pele enquanto rastreava sua tatuagem tribal antes de apontar suas tatuagens gêmeas.

— A primeira é apenas uma que eu gostei, mas essas duas estão representando Rory e eu. Eu sou o azul e Rory é o amarelo. Era uma maneira de as pessoas nos separarem quando éramos mais jovens.

— Eu gosto delas, todas elas. — Tina pressionou um pequeno beijo na tatuagem do clã antes de descer para beijar o amarelo de sua tatuagem gêmea.

— Maldito. — O corpo de Logan ficou tenso enquanto seus lábios flutuavam sobre sua pele. — Tina, acho que devemos ir para a cama.

— Em um minuto. — Tina levantou-se, olhando-o enquanto as mãos desciam o jeans. — Eu preciso te despir, lembra?

— É melhor você se apressar, moça, eu estou quase explodindo.

Tina soltou o botão, abaixou o zíper e afastou os jeans. Seus olhos se abaixaram quando sua masculinidade surgiu, agora desenfreada e latejante com a necessidade.

— Pronto? — Ela riu.

— Sim. — Logan saiu de seu jeans, largou a toalha que ele ainda segurava em uma mão e a puxou para ele. — Cama. — Ele a conduziu até a cama grande e, enquanto ela se arrastou sobre isso, ele gemeu em voz alta, mordendo o lábio inferior ao ver sua bunda nua.

— Tentarei ir devagar, mas não mentirei, Tina, será difícil.

— Já é difícil. — Tina inclinou a cabeça em direção a seu pênis enquanto ele deitava ao lado dela.

— Droga, tem sido tantas vezes nas últimas semanas que pensei que me machucaria.

Tina riu.

— Isso é mesmo possível?

— Não tenho ideia, mas com certeza parecia que sim. — Logan empurrou Tina para trás, levantando-se sobre ela enquanto a boca dela buscava a dele. Seus corpos se fundiram, os lábios se juntaram, as línguas dançando e corações batendo descontroladamente, Logan pensou que tinha morrido e ido para o céu. Ele se encostou, provocando-a com a boca e as mãos acariciando seu mamilo e se acomodando nos seios girando lentamente entre os dedos.

— Oh! — Ela ofegou em sua boca. — Logan, por favor!

— O quê? — Ele murmurou contra seus lábios.

— Eu preciso que você me reivindique. — Ela quase chorou enquanto empurrava seus quadris para ele.

Logan se afastou, os olhos trancados nos dela.

— Você está certa, minha moça gentil?

— Sim! — Ela gritou quando ele afastou as coxas, entrando lentamente em seu calor.

Logan não conseguiu evitar o grunhido baixo que escapou, torcendo o peito e fora da garganta sem pensar.

— Você é tão quente, acolhedora e se encaixa em mim. Você é perfeita, Tina, absolutamente perfeita.

Os olhos de Tina olharam para o dele, suas pupilas dilataram-se para assentá-los ainda mais longe do que suas piscinas de chocolate normais. Um sorriso suave ergueu os lábios enquanto se juntou a seus movimentos, encontrando seus esforços perfeitamente, à medida que sua própria excitação crescia. Ele sabia, porque podia sentir o cheiro conforme sua paixão crescia. Sua respiração aumentou, o suor embebendo seus corpos à medida que se elevavam cada vez mais alto, as presas de Logan entraram em erupção em suas gengivas quando um rugido caiu de seus lábios.

Ainda assim ele se mantinha preso, sua autocontenção o surpreendeu enquanto lutava para respirar profundamente.

— Você tem certeza? —Mal saiu, não querendo assustá-la, nem a machucar, tão profundamente enraizada nele que ele conseguiu se controlar.

— Sim! — Ela ofegou, seus próprios caninos fazendo uma aparição rápida. Tina agarrou o cabelo na parte de trás da cabeça, puxando-o para colocar a boca sobre sua pele macia.

A respiração de Logan voou para ela enquanto Tina mordeu um pedaço de pele, rasgando-o e apertando-o ferozmente. Sua fera reagiu à mordida, sua boca presa em sua pele sedosa, um segundo antes que suas presas o perfurassem e afundassem profundamente. Enquanto seu doce sangue tocava sua língua, ele rosnou profundamente com êxtase, e então ele sentiu isso, no fundo, dentro de seu núcleo, firmaram sua união.

A cabeça de Logan se elevou para trás, um rugido imenso que rasgou sua garganta quando sua libertação os dominou. Tina gritando seu nome trouxe uma sensação de conclusão para ele que rugiu de novo com felicidade. Quando sua vagina parou de se apertar ao redor dele, ele lentamente se afastou, caindo do lado dela e segurando-a nos braços.

— Eu te amo, minha companheira. — A voz de Logan é suave, atenciosa e sincera. — Eu não deixarei nada ou ninguém te machucar novamente. Eu prometo.

— Logan. — Tina gaguejou. — Eu não posso acreditar como isso me fez sentir. Você sentiu isso? Quando nos marcamos, você sentiu isso?

— Sim, minha gentil garota, eu senti. — O tom de Logan cheio de amor enquanto ele beijava o topo de sua cabeça. — Nosso vínculo está quase completo. Tudo o que precisamos agora é nossa cerimônia e ficaremos juntos por toda a eternidade.

— Eu não consigo nem colocar em palavras como me sinto sobre você, Logan. — Os olhos de Tina se encheram de lágrimas enquanto lutava para controlar suas emoções. — É mais que amor, é mais do que qualquer coisa que eu já senti antes. O amor não parece o suficiente para descrevê-lo.

— Eu sei. — O dedo de Logan limpou uma lágrima de sua bochecha. — É um pouco avassalador, não é?

— Uh uh — Tina engoliu. — Desculpe-me por ter demorado tanto para dar esse passo.

— Não. — Logan balançou a cabeça. — Nunca pense nisso, querida. — Eu aguardaria muito mais por você, por mais que demorasse, eu ainda estaria aqui esperando.

— Eu sei disso, Logan. — Tina sorriu. — Isso é o que te torna tão especial.

— Você é especial. — Logan beijou seu nariz rapidamente, sorrindo como o proverbial Cheshire Cat1.

Tina olhou timidamente para ele.

— Nós realmente precisamos ir ao Mason para o jantar?

Logan assentiu com a cabeça.

— Receio que sim. Eu realmente preciso acompanhar Ryder e verificá-lo. Ele sempre parece me evitar e não relaxarei até que eu o tenha ensinado.

— Oh, entendo. — Os olhos de Tina se arregalaram. — Eu queria dizer-lhe, meu primo Nate está voltando para casa. Ele e seu companheiro, Brett, foram embora logo após a chegada de Dupont e seus homens, porque os trataram muito mal. Disse que eles não eram da matilha, não eram lobos de verdade, porque estavam juntos. Disse que lobos apropriados acasalavam para trazer mais filhotes para um bando e que eles eram inúteis. Isso ficou físico algumas vezes e depois que Brett foi espancado por Dupont e alguns de seus homens, eles decidiram sair. Partiu meu coração, pois Nate é a pessoa mais gentil e amável que você pode conhecer.

Logan franziu o cenho.

— O quê? Que tipo de bobagem é essa? O amor é amor, um companheiro é um companheiro, não importa quem ou o que são. Eu não posso acreditar como algumas matilhas ainda proíbem acasalamentos do mesmo sexo. Nunca fizemos isso, não na história da matilha Highland. Aceitamos todos, não importa o seu credo, cor ou escolha dos companheiros.

— Eu sei. — Tina concordou. — Nate e Brett estão muito apaixonados, é uma alegria apenas vê-los juntos e eles sempre trabalharam duro na matilha. Eles são caçadores fabulosos e mantiveram os estoques de carne da matilha completos. Nunca tínhamos que nos preocupar quando estavam aqui, sempre estavam conseguindo algo para nós.

— Bem, os receberei de braços abertos, porque sempre podemos fazer com que as lojas sejam abastecidas.

— Obrigada. — Os dedos de Tina correram sobre seu abdômen nu, arranhando suas tatuagens. — Eu aprecio isso. Eu disse-lhe que eles seriam bem-vindos e pareceram entusiasmados em voltar para casa. Eles se foram há tanto tempo e eu contei a ele sobre você, ele disse que precisava verificar você. — Tina riu. — Ele é adorável, mas é toda a família que me resta, então será bom tê-lo de volta.

— Eu esperaria nada menos de seus parentes, amor. Ele tem o direito de se certificar de que a tratarei adequadamente e de voltar para casa, na Escócia, é uma prática comum que um membro próximo da família dê a um cônjuge uma boa “olhada” como nós dizemos. O que geralmente significa que garantimos que eles conheçam as consequências dos maus-tratos às nossas mulheres.

— Verdade? — Tina riu. — Eu posso ver você fazendo isso. Fazendo toda a coisa protetora.

— Sim. — Logan encolheu os ombros. — Ei, Rory e eu colocamos o medo da Deusa em alguns lobos no passado. Um de nós é ruim o suficiente, mas nós dois juntos podemos ser muito... aterrorizadores.

— Eu posso imaginar. — Tina concordou. — Eu sei que Rory parece divertido, mas ele também é perigoso e forte. Como você.

— Espero não fazer você sentir que sou perigoso.

— Não! — Tina sacudiu a cabeça. — Definitivamente não é assim que você parece para mim, mas, ao mesmo tempo, sei que está lá e sei que sairia se necessário. O que é bom Logan, me faz sentir segura.

— Eu estou feliz. — Os dedos de Logan desceram pelo lado dela, fazendo-a tremer. — Eu quero que você se sinta segura.

— Logan... — Os olhos de Tina se fixaram nos dele. — Quanto tempo temos antes de irmos ao Mason?

Logan sorriu depois riu.

— Ah, temos algumas horas ainda.

— Bem, isso é bom, porque eu gostaria de uma performance repetida, meu companheiro.

— Não. — Logan sacudiu a cabeça quando virou Tina sobre suas costas, suas mãos se movendo sobre seu corpo. — Estou levando as coisas muito mais lentas desta vez. Eu quero adorar cada... — ele beijou seu ombro antes de se mover para baixo, seus lábios acariciando seu peito. — ...polegada de você. — Logan sugou seu mamilo em sua boca, as costas de Tina arqueando enquanto gemeu. — Todos... — ele se afastou para baixo, beijando sua barriga — ...os pedacinhos.

Quando sentiu seu corpo responder a ele, sorriu contra sua pele.

— Eu deixarei você saber o quanto eu adoro você.

Seus lábios pairavam sobre seu ápice, soprando um pouco na sua área mais sensível. O estrangulado gemido de prazer que provocou, fazendo com que ele sorrisse.

— Apenas relaxe e deixe-me mostrar-lhe, minha moça gentil, exatamente como deve ser entre nós.

— Sim. — Tina choramingou quando a língua de Logan tentou provocá-la sem piedade.


Capítulo quinze

— Não. — Logan estendeu a mão, impedindo Tina de colocar um lenço em seu pescoço.

— Logan, estou coberta por suas mordidas. Todos saberão o que fizemos.

— Eu sei. — Logan puxou-a para dentro de seus braços. — Essa é a questão.

Tina riu, um som suave e tilintante que era música para os ouvidos.

— Logan, você é incorrigível.

— Desculpe. — Logan encolheu os ombros. — Onde você quer chegar? Quero que todos saibam que você é minha companheira, e eu sou seu, portanto, só essa camiseta.

Logan tocou a camiseta preta que pendia baixo em seu pescoço, mostrando claramente suas mordidas na pele.

— Eu aguardei anos para isso, minha companheira. Por favor, não cubra suas marcas.

— Ok. — Tina deixou cair o cachecol. — Mas estou lhe dizendo agora, se meu rosto estiver em um estado constante de corar, então você precisará fazer isso comigo quando chegarmos em casa.

— Será um prazer! — Logan riu, puxando-a por trás dele. — É melhor irmos ou Mason virá buscar-nos.

— Eu suponho que Clayr estará lá? — Perguntou Tina, pulando para acompanhar os passos longos de Logan. — Eu gosto dela, ela é legal, mesmo que seja um pouco mais nova que eu. Acho que nos tornaremos boas amigas.

— Sim. — respondeu Logan. — Ela estará lá, e espero que Ryder também. Monique tem cozinhado para eles e levado o jantar a cada noite. Eu falei com ela ontem e ela disse que Ryder está se sentindo bem. Ele está ajudando-a com as tarefas domésticas, mas passa muito tempo com Clayr. Esses dois estão se tornando melhores amigos e eu só quero ter certeza de que ele não é uma ameaça, para Clayr ou para a matilha.

— Ele é apenas uma criança. — Tina respondeu.

— Um shifter pantera é o que ele é, Tina. — Logan parou na varanda, virando-se para olhar atentamente para ela. — Ele pode ser jovem, mas ainda pode ser uma ameaça. Eu só quero ter certeza de que não cometemos um erro ao trazê-lo.

— Eu sei que você leva a segurança da matilha a sério, mas realmente? Ele teve um começo difícil na vida, então será vigiado, mas não acho que seja algum tipo de ameaça. Sinto muito por ele.

Logan puxou-a mais perto, abraçando-a rapidamente antes de liberá-la e continuando a falar:

— Eu sei que você faz, é isso que faz de você uma pessoa tão maravilhosa. Mas é meu trabalho garantir que todos estejam seguros e não me esquivarei desse dever.

— Eu entendo. — Tina apertou sua mão. — Sei que você está levando a sério, Logan. Tudo o que estou dizendo é que não seja muito duro com Ryder, só isso, lembre-se de que ele é pouco mais que um filhote e deve se ter cuidado depois do início da vida que ele teve.

— Irei tentar. — Logan encolheu os ombros. — Eu acho que posso ser um pouco intenso às vezes.

— Bem, estou aqui para ajudá-lo. Se você não se importar com isso.

Logan parou novamente, virando-se para olhar para Tina.

— Claro que não me importo. Não posso prometer sempre ouvir seus conselhos, mas tentarei. Isso não significa que você parará de me aconselhar, só que, às vezes, podemos não concordar, e estará tudo bem, Tina. Não temos que ter a mesma opinião o tempo todo. Só porque não poderemos ver olhos nos olhos às vezes, não significará que não apreciarei sua ajuda.

— Ok. — Tina deu um sorriso tímido. — É estranho se acostumar com tudo isso, não é?

— Sim. — Logan concordou. — Mas aprenderemos juntos e acho que faremos uma boa equipe. Agora, vamos, estou morrendo de fome e eu preciso de muita comida. Grande quantidade. Porque tenho certeza de que precisarei de energia. Afinal, esta será a nossa primeira noite oficial como companheiros de vínculo e planejo levá-la a alturas que você nunca imaginou.

— Logan! — Exclamou Tina, olhando ao redor enquanto seu rosto corava. — Shush! Estamos no meio de um Camp of Wolves, você sabe? Audição sensível e tudo isso!

— O que? — Logan provocou. — Não tenho permissão para gritar dos telhados o que eu planejo fazer com você mais tarde?

— Não! — A mão de Tina se ergueu, cobrindo os lábios. — Shhh, sem mais uma palavra. Quero dizer!

— Ok, vamos comer então. — Logan caminhou. — Se eu estou comendo, minha boca está ocupada fazendo algo além de falar.

— Boa ideia. — Tina riu enquanto caminhavam até a porta da casa na matilha, onde Mason e Clayr ficavam.

Logan abriu a porta, gritando quando entrou.

— Mason, está aqui?

— Sim. — respondeu Mason. — Estamos na cozinha. Eu estava prestes a ir buscá-lo, o jantar está pronto.

Tina reteve-se, seu rosto mostrando seu constrangimento quando Logan a puxou atrás dele.

— Estou morrendo de fome. — Logan disse quando entraram na cozinha para encontrar Mason, Clayr, Ryder e Oliver, outro novo Highlander, sentado e empurrando uma pilha de alimentos.

Clayr virou-se para dizer um “Olá” rápido. Quando seus olhos caíram no pescoço de Tina. Ela saltou, gritando e correndo para abraçar Tina com força.

— Oh meu Deus! Vocês finalmente começaram a se marcar! Parabéns.

Tina ficou assustada, seu rosto escarlate enquanto Clayr olhava para Logan, sorrindo e apontando para o pescoço dele.

— Vejo que você está vestindo com orgulho, Logan.

Mason e Oliver se juntaram a eles, apertando as mãos, batendo palmas e ficando bem longe de Tina.

— Sim, estou. — Respondeu Logan, seu sorriso largo enquanto ele puxava Tina para seu lado. — Fiquem longe, rapazes, porque estou na fase de arrancar gargantas.

Oliver voltou para o assento, rindo enquanto Mason ergueu as mãos.

— Não se preocupe, meu amigo. Estou feliz por vocês dois, mas o que diabos você está fazendo aqui? Você devia estar preso em sua cabana.

Logan encolheu os ombros.

— Eu queria deixar todos vocês saberem, além disso estou morrendo de fome.

Mason os conduziu adiante.

— Eu acho que vocês dois devem se sentar no outro lado da mesa, mas há muita comida, então, comam.

Logan levou Tina para os assentos afastados, sentando-se e arrastando o assento mais perto dela.

— Nos passe alguns pratos, Ryder. — Os olhos de Logan viram o jovem enquanto ele se movia rapidamente para fazer sua oferta.

— Obrigado. — Disse Logan enquanto os pegava da jovem pantera.

— Aqui. — Mason empurrou tigelas de comida para eles. — Parece que você precisará disso.

Tina corou novamente, apertando Logan no lado enquanto ele ria.

— Obrigado, agora, como estão todos? Oliver, você está se arrumando bem?

— Claro. — A cabeça de Oliver balançou para cima e para baixo, seu cabelo vermelho caindo sobre seus olhos. — Não é muito diferente de casa. Bem, exceto por todos os animais selvagens. Ursos! Há ursos na porra da floresta, Logan.

— Eu sei. — Logan riu. — E muito mais que não temos. É ótimo caçar aqui.

— O que? — Ryder olhou entre eles. — Você não tem ursos?

— Não. — Logan balançou a cabeça. — Nós não tivemos ursos na natureza há muito tempo. Mas, você sabe tudo sobre o quão perigoso eles são, não é?

— Droga, sim. — Ryder assentiu rapidamente. — Eles podem ficar com medo se chegar perto. Eu costumo ficar longe deles, bem, eu tento.

— Bom conselho. — Logan olhou de volta para Oliver. — Pegue o conselho do rapaz, a menos que a caçada seja com um bando, fique bem claro.

— Não precisa me pedir duas vezes. — Oliver tomou sua cerveja. — Eu vi um ontem e fugi o mais rápido que pude. Era uma fêmea com um filhote, duplamente perigoso. Mas foi excitante ver realmente um ao vivo. Eles são lindos, assustadores, mas lindos.

— Sim. — Logan concordou antes de se voltar para Ryder. — Então como você está? Monique está te tratando bem?

Ryder olhou para o prato e murmurou:

— Sim, ela é muito legal, mas me trata como um filhote. Ela me deu um toque de recolher. Você acredita nisso? Eu não sou um bebê.

Logan sorriu, olhou para Mason, que também estava sorrindo, antes de responder:

— Um toque de recolher é bom, Ryder. Você definitivamente não é um bebê, mas não é muito mais do que um filhote para ela. Ela está apenas tentando cuidar de você.

— Eu sei disso. — murmurou Ryder. — É estranho. Nunca tive ninguém que se importasse o suficiente para impor algo como um toque de recolher para mim.

— Nunca? — Logan perguntou antes que ele pudesse parar-se.

Os olhos de Ryder encontraram os dele e Logan viu a dor e a mágoa no jovem shifter.

— Não nunca. Fui deixado por mim mesmo desde que me lembro. Então, não, Logan, nunca vivi em um bando como esse, nunca tive ninguém cuidando de mim, e devo admitir que isso é estranho. Desculpe-me, mas o que você quer de mim? Deve haver algo. Ninguém faz algo por nada, então estou apenas esperando para descobrir o que tudo isso me custará.

Os olhos de Logan voaram para Mason, depois para Clayr, depois de volta para Ryder. Ele levou um momento para responder à revelação chocante de que esse garoto esperava pagar de alguma forma por seu sustento.

— Ryder. — Logan suspirou e sentiu a mão de Tina em sua coxa, apertando-a suavemente. — Nós não queremos nada de você, além da lealdade a matilha. Todos trabalhamos juntos para fortalecer o bando e protegê-lo de qualquer perigo. Nós cuidamos de todos, sejam novos ou velhos, e nós, com certeza, não estamos esperando um pagamento. Para qualquer coisa. Tudo o que quero saber é se você está feliz, saudável e disposto a ajudar a matilha. É isso aí. Nenhuma intenção escondida.

Clayr apertou o braço de Ryder.

— Eu te disse. — lembrou ela enquanto Ryder ainda olhava para Logan.

— Desculpe se eu te ofendi, mas... — Ryder suspirou, sua juventude mostrando sua bravura. — Ainda sou um pouco desconfiado. Minhas negociações com a matilha no passado não foram nada parecidas e continuo esperando a conclusão.

Logan sentou-se mais reto, seu tom um pouco mais severo.

— Eu direi isso apenas mais uma vez, Ryder, mas antes eu te contarei um segredo... eu não minto. — Logan fez uma pausa, levantando uma sobrancelha para o jovem. — Então, novamente, não queremos nada de você em pagamento por moradia, comida, roupas ou qualquer outra coisa que você precise. Você será tratado como qualquer outro lobo que seja membro da matilha. Cuidamos de nós mesmos e não tiramos vantagem de ninguém. Está perfeitamente claro, Ryder?

Clayr cutucou Ryder.

— Uh oh, você o deixou louco. Eu disse-lhe que o Highlander leva sua palavra muito a sério. É um insulto pessoal se você acha que eles estão mentindo. Peça, desculpa Ryder. Por favor.

Mason olhou entre Logan e a pantera, obviamente esperando ver como o amigo de sua irmã reagiria. Logan manteve o olhar em Ryder, sua mandíbula apertada de forma insultante, o menino tinha questionado suas intenções. Os olhos de Ryder brilharam com um desafio antes de seu olhar baixar.

— Desculpe. — Ryder murmurou quando Clayr soltou um suspiro.

— Logan... — Clayr começou, mas parou quando Mason colocou uma mão em seu braço.

— Ryder. — O tom de Logan foi um pouco mais suave. — Eu entendo que você não viveu dentro de uma matilha boa e decente. Mas, enfatizo isso novamente, nos orgulhamos de como atuamos como uma matilha. Do alfa para baixo, temos um código de conduta que determina como nos comportamos. É bastante simples, cuide da matilha e a matilha cuida de você. Nós não agimos com desrespeito aos nossos companheiros lobos, cuidamos dos que são fracos demais para cuidar de si mesmos e, de qualquer modo, não nos aproveitamos de ninguém.

Clayr cutucou Ryder no lado, a jovem pantera o lançando uma carranca antes de voltar para Logan.

— Peço desculpas. Não estou acostumado com isso... tudo. — Sua mão acenou na frente dele. — É difícil me acostumar.

Logan relaxou, seus sentidos dizendo que Ryder não estava tentando esconder nada, o que ele sentia por ele era... choque, desconforto e um pouco de medo.

— Compreendo. Se você tiver alguma coisa que precise falar comigo, então venha me encontrar. Eu farei o meu melhor para ajudá-lo a se integrar na matilha. Os meus principais deveres são garantir que todos estejamos seguros e tudo estar funcionando como deveria ser. Então, Ryder, seja bem-vindo a matilha. Espero que você seja feliz aqui.

Os lábios de Ryder se ergueram um pouco, um fraco sorriso em seu rosto enquanto ele assentiu.

— Obrigado. Tentarei ajudar se puder. Eu sou rápido e um bom rastreador, eu tive que ser.

Clayr vibrou com entusiasmo.

— Ele é louco! Eu mal posso acompanhá-lo e vocês sabem o quão rápida eu sou.

— Isso nós sabemos. — Mason zombou. — É como você continua me enganando!

Oliver riu, quase sufocando com sua cerveja.

— Porra, é verdade, no entanto. Clayr é uma filhote rápida.

Clayr olhou furiosa sobre a mesa antes de jogar um pedaço de pão em Oliver.

— Ei! Tecnicamente, não sou filhote há alguns anos! Eu sou adulta agora, idiota!

— Ooops. — Oliver sorriu. — Desculpe, pequena. Eu continuo esquecendo.

— Bem, não! — Clayr ainda estava com raiva, olhando sobre a mesa. — Eu tenho idade suficiente para ser acasalada se eu quiser!

Mason rosnou, baixinho, mas todos ouviram.

— Não fale assim, Clayr. Você não acasalará.

Clayr virou-se para o irmão, levantando as mãos e depois deixando cair na mesa.

— Eu não disse que queria! Só que eu tenho idade suficiente. Você precisa parar de me tratar como um bebê.

Ryder sorriu.

— Agora você sabe como me sinto.

Girando rapidamente, Clayr empurrou-o com força.

— Ei! Um, você deveria estar do meu lado, e, dois, você é mais jovem do que eu!

— Talvez. — Ryder sorriu. — Mas eu estive sozinho por mais de dois anos, me defendendo sem uma matilha. Parece que você tem uma horda de lobos cuidando de você.

Mason assentiu.

— Na verdade, ela tem, pantera, então lembre-se disso.

— O que? — Os olhos de Ryder se arregalaram em choque. — Não, não e não! Clayr é minha amiga, só isso.

Clayr o empurrou duro desta vez, o rosto vermelho como uma beterraba.

— Oh, pelo amor de Deus! Mais uma vez, estou muiiitttto fora do seu alcance e, dois, você é jovem demais para mim! Procurarei um homem, não um menino.

Mason rosnou novamente, seu rosto mal-humorado enquanto olhava para Clayr.

— Você parará agora, antes de eu ter um ataque cardíaco, ou pior.

Clayr riu.

— Pior? O que seria pior?

— Eu arrancando a garganta de alguém. — Mason levantou uma sobrancelha enquanto Oliver ria.

Logan sorriu, sentiu falta disso, as brincadeiras de casa e se virou para olhar para Tina, cujos olhos estavam voando ao redor.

— Tudo bem, é normal brincar com o nosso grupo. — ele sussurrou e seu corpo relaxou antes de dar um pequeno sorriso.

— Clayr. — Tina falou calmamente. — Eu posso dar-lhe dicas sobre quem é quem aqui e há mais lobos que se juntarão a nós. Meu primo, Nate, está a caminho e ele é um cara ótimo, bonito, leal e um lobo fabuloso.

Logan bufou quando Tina tentou esconder um sorriso ao mesmo tempo que Mason franziu o cenho.

— Você não está ajudando, Tina. — Mason parecia que explodiria enquanto Clayr inclinava a cabeça para o lado.

— Há um, “mas”, não á? — Perguntou, olhando o rosto de Logan, então, para Tina.

— Eu não disse que havia um, “mas”. — Tina tentou parar de rir, mordendo o lábio inferior.

— Eu sei que você não disse. — Clayr a observou novamente. — Eu posso sentir que existe. Então diga, o que é?

Tina encolheu os ombros.

— Ah, não mencionei que ele volta com seu amigo Brett?

Toda a mesa entrou em erupção de riso quando Clayr jogou outro pedaço de pão em direção a Tina.

— Então, não foi engraçado!

— Sim. — Logan disse com um sorriso — Foi sim.

A próxima hora foi uma que Logan manteria em suas memórias por muito tempo. Vários mais de seus compatriotas se juntaram a eles, com piadas, conversa fiada e risadas enchendo a cozinha. Tina estava tão relaxada quanto ele tinha visto, participando da conversa e totalmente à vontade, mesmo que ela ficasse colada ao lado dele.

Ele observou Ryder o tempo todo, avaliando o jovem e seu lugar dentro da matilha.

— Ryder. — Ele finalmente se dirigiu a pantera. — Se você é tão bom em rastrear como você diz, por que você não vê se Mason pode usá-lo para caçar? Mason, o que você acha?

O rosto de Ryder se iluminou, virando-se rapidamente para ver o que Mason diria. Clayr também se voltou para o irmão.

— Então? — Ela disse com arrogância, sorrindo para ele descaradamente.

— Darei uma chance a ele. — Mason assentiu com a cabeça para Logan antes de encarar Ryder. — Você recebe ordens de mim, lembre-se disso, e não se envolver em uma caça, a menos que eu tenha dado permissão. Seu trabalho é localizar e rastrear, isso é tudo. Entendido?

— Sim. — Ryder sorriu. — Tudo o que você diz, Mason. — Ele se virou para Logan. — Obrigado.

— Não me agradeça ainda. — Logan sorriu. — Você não trabalhou com ele. Mason é um mestre difícil, então espero que você esteja à altura do trabalho.

— Ele está. — Afirmou Clayr com firmeza.

— Trabalharei duro e farei o meu melhor. — disse Ryder solenemente. — Eu acho que devo ir descansar um pouco.

Mason concordou.

— Sim, pode ir, rapaz. Eu quero você pronto ao amanhecer. Você pode nos encontrar aqui fora, ok?

— Sim, senhor. — Ryder levantou-se, sorrindo de orelha a orelha.

— Meu nome é Mason, nada de senhor. — Exigiu.

— Sim, s... Mason. Te vejo amanhã.

Com essa Ryder apressou-se, sua disposição era clara para todos sentirem.

— Obrigado, Logan. — A voz de Clayr engasgou. — Desculpe, é só que ele se abriu para mim e não falarei qualquer coisa que tenha dito, mas merece apoio, paz e um lugar para estar seguro.

— Ele está seguro aqui. — A mão de Mason baixou sobre a da sua irmã. — Você sabe disso, irmã, mas Logan tem que examinar todos os novos. Você também sabe disso. Fazemos o mesmo na Escócia. Presumo que cada matilha faça isso.

— Eu sei. — Clayr encolheu os ombros. — Eu apenas me sinto triste pelo que ele passou, só isso. Estou feliz que vocês dois tiveram a chance de provar a si mesmo.

— Deixarei você saber como ele fica quando voltarmos. — Mason deu um tapinha no ombro dela. — E, só para você, tentarei não ser muito difícil com ele. Que tal?

— Você é o melhor! — Clayr saltou, seus braços em volta do pescoço de seu irmão em um forte abraço.

— Pare! — Murmurou Mason. — Você está me estrangulando.

Logan riu antes de empurrar a cadeira para trás.

— Ok, pessoal, estamos indo embora. Mason, você pode me enviar uma mensagem amanhã e me informar como foi? Eu não acho que estarei por perto, não por um par de dias de qualquer maneira.

Gritos ruidosos e comentários violentos encheram a cozinha quando ele puxou Tina para levantar-se. Seu rosto era escarlate quando eles saíram, seus amigos ainda gritavam atrás deles.

— Você me deve. — Tina sussurrou enquanto caminhavam de volta para sua cabana.

— Eu sei. — Logan sorriu descaradamente. — E eu pretendo fazer o pagamento, uma e outra vez, minha garota. Espero que tenha comido muitas coisas porque tenho a sensação de que não estaremos fora do quarto por um tempo!

— Logan! — Exclamou Tina. — Você é incorrigível!

— Sim, eu sou. — Logan riu quando abriu a porta, puxando-a para dentro rapidamente. — Agora, vamos voltar para a cama nos divertir!

Tina riu quando ele correu pela sala de estar, direto para o quarto. Quando fechou a porta, ele prendeu o olhar no dela.

— Minha companheira. — Sua voz rouca enquanto ele acariciava seu rosto.

— Meu companheiro. — Tina refletiu sua ação, sua mão em sua bochecha. — Leve-me para a cama. — ela murmurou suavemente.

— Sim. — foi tudo o que ele respondeu.

Enquanto o jato pousava, Chastity espreguiçou-se e aconchegou-se nos braços de Cam.

— Eu não posso acreditar como o tempo passou. Estou feliz por voltar para casa, mas eu gostei de Los Angeles. Gostei muito de ajudar Stracey especialmente com as coisas de caridade.

O braço de Cam apertou-a, segurando-a.

— Eu sei, é como se os dias tivessem desaparecido, mas fico feliz que você tenha gostado da minha casa. Ou melhor, da nossa outra casa. Stracey me disse que você estava muito entusiasmada com algumas das instituições de caridade em que estamos envolvidos, então, eu estava pensando em colocá-la no comando delas. Se achar que gostaria de fazer quando estivermos em LA?

— Sim. — Chastity respondeu rapidamente. — Eu adoraria e isso significa que não ficarei entediada enquanto estiver fazendo o seu outro negócio. Obrigada, Cam. Eu realmente aprecio você confiar em mim para me deixar fazer isso. Trabalharei duro, eu prometo.

— Eu sei que você vai, amor. — Cam suspirou, seu corpo ficou tenso quando o jato pousou. — Agora para minha conversa com Fergie. Deseje-me sorte, querida.

— Ei. — Chastity olhou para o rosto dele. — Ficará tudo bem, confie em mim, Alfa.

— Obrigado. — Cam inclinou-se, beijando-a rapidamente e logo se levantou. — Vamos acabar com isso. Você vai com Mac e Rory até a cabana? Quero falar com eles depois de ter lidado com Fergie. Além disso, pode pedir ao Mac para entrar em contato com Logan e Mason e levá-los a organizar uma reunião da matilha lá? Dê-me uma hora e então vamos para lá. OK?

— Claro. — Chastity assentiu, pegando a mão e levantando-se. Seus dedos se entrelaçaram com os dele, agarrando-o com força. — Tudo funcionará. Eu sei que sim.

— Eu espero que sim. — Disse Cam quando o jato parou suavemente.

Ele não esperou que Marcus abrisse a porta, Cam fez isso sozinho e estava descendo os degraus quando seu piloto se juntou a eles.

— Com pressa? — Marcus perguntou, levantando uma sobrancelha.

— Sim. — Cam respondeu calmamente. — Você pode organizar tudo para ser levado para a cabana, por favor?

— Sim, chefe, farei isso assim que terminar minhas verificações.

— Obrigado. — Cam jogou sobre o ombro enquanto saiu do jato, Chastity logo atrás dele.

A primeira coisa que ambos viram foi Fergie esperando por eles.

— Ele está interessado. — Chastity sussurrou enquanto caminhavam em direção a ele.

— Eu também estaria se estivesse no lugar dele. — admitiu Cam. — Melhor acabar com isso.

Assim que se aproximaram, Fergie deu um sorriso tenso.

— Bem-vindo de volta. Espero que sua viagem tenha corrido bem.

— Obrigado e sim. — Cam estendeu a mão, Fergie apertando com firmeza. — Agora, primo, por que não vamos ao escritório e conversamos.

— Parece bom para mim. — respondeu Fergie, seu corpo tão tenso que conseguiram vê-lo em sua posição.

Chastity apertou a mão de Cam e sorriu enquanto caminhavam para a cabana do Alfa, ambos acenando e cumprimentando os membros do bando no caminho. Quando entraram Marie e Angel estavam esperando, ambas tão tensas quanto Fergie, dando sorrisos tensos e silenciosos “bem-vindos”.

Cam soltou a mão de Chastity.

— Vá buscar Mac e Rory. — Ele lembrou a ela que acenou com a cabeça antes de sair rapidamente.


Capítulo dezesseis

Cam respirou profundamente e levou seu primo ao escritório, esperando que Fergie concordasse com seus planos. Assim que entraram, ele se serviu de uma bebida.

— Quer um? — Ele perguntou e Fergie balançou a cabeça, de pé rígido na porta.

— Entre, feche a porta e sentaremos para que você possa me ouvir. — Cam foi até uma das poltronas macias próximas da lareira.

Fergie não disse nada enquanto se juntou a ele e Cam podia sentir o desconforto dentro do lobo.

— Em primeiro lugar, eu quero dizer que eu absolutamente não quero sangue entre nós, Fergie. Somos familiares e é a última coisa que quero. Em segundo lugar, tenho alguns planos e espero que você esteja de acordo. Espero que o meu plano, ou devo dizer o que a Chastity me ajudou a criar, seja aceitável para você e para ambas matilhas.

Fergie sentou-se em linha reta, com as mãos apertadas firmemente no colo.

— Continue.

— Ok, é isso que eu planejei...

Mais de meia hora depois, eles deixaram o escritório e encontraram todos na sala de estar. Marie e Angel parecendo que estavam prestes a explodir de tanta tensão. Chastity ergueu uma sobrancelha e Cam inclinou a cabeça ligeiramente enquanto Mac e Rory pareciam incomodados. Cam parou na frente da lareira e Fergie ficou a seu lado, nenhum deles revelando nada.

— Ok, eu sei que estão esperando para descobrir o que acontecerá agora que Fergie está em pé. — Cam começou devagar, olhando em torno de todos os presentes. — Chastity me colocou algo e nós conversamos muito sobre isso, aperfeiçoando alguns detalhes e planos, e isso é o que eu propus.

Cam parou, a mão de Angel voltando para a boca, os olhos de Marie, Mac e Rory olhando decididamente nervosos. A única que parecia à vontade era sua companheira. Chastity estava sentada em uma poltrona, um olhar sereno no rosto. Cam deu-lhe um pequeno sorriso antes de continuar.

— Vocês todos sabem que eu nunca quis ser alfa, mas a situação surgiu onde eu precisei assumir. No entanto, o que eu não esperava era realmente apreciá-lo, na verdade, adoro ser o Alfa. Mas temos Fergie, cujo direito de primogenitura é ser o Alfa desta matilha e eu não negarei o direito a ele. Então, primeiro, Fergie assumirá o lugar como Alfa aqui, imediatamente.

Angel gritou quando o rosto de Marie ficou molhado de lágrimas escorrendo pelo rosto. Cam levantou as mãos, porque estava longe de terminar.

— Eu não terminei. Eu assumirei a antiga matilha da Chastity, mas Fergie e eu concordamos em trabalhar juntos em várias propostas que planejei. As duas matilhas funcionarão como uma desses projetos e todos terão mais detalhes sobre isso em breve.

Cam parou, seus olhos se fixando em Rory e Mac.

— Eu mudarei o nome do Wild Flower, mas vocês dois precisam decidir onde querem estar. Fergie disse que adoraria que vocês dois fossem parte da sua matilha, mas, meus amigos, eu também quero vocês. A decisão é de vocês. Se vocês precisarem de algum tempo para pensar sobre isso, está tudo bem. Apenas deixem qualquer um de nós saber quando decidirem.

Mac deu um passo à frente.

— Eu vou com você, Cam. Sem ofensa, Fergie, mas minha lealdade reside em Cam.

Fergie inclinou a cabeça.

— Não tomo como uma ofensa, Mac, e sinto muito por vê-lo sair, mas te desejo bem na sua nova matilha.

Rory mordeu o lábio inferior, olhando para Cam e depois Fergie.

— Ok. — Rory segurou suas mãos e as deixou cair. — Cam, eu tenho que ficar aqui, eu sinto muito, mas Charlie precisa estar aqui agora. Ela precisará do apoio de seus amigos e familiares...

Cam interrompeu.

— Há algo de errado com ela? Ela está doente? Posso levá-la aos melhores médicos, Rory, apenas diga a palavra.

Rory deu um sorriso desigual.

— Não, ela não está doente. Mas, sua condição significa que ela quer ficar perto da matilha que ela cresceu. Ela me matará por soltar esse segredo, mas a minha companheira está grávida.

A boca de Cam abriu-se enquanto seus olhos brilhavam para Chastity. Sua companheira apenas sorriu conscientemente quando Mac agarrou Rory em um abraço de urso. Cam foi dar um tampinha nas costas dele.

— Essa era a última coisa que eu esperava ouvir, mas estou satisfeito por você! Para ambos e eu entendo por que ela gostaria de ficar aqui.

— Obrigado, Cam, fico feliz que você entenda.

Fergie se juntou a eles.

— Esta é uma notícia fabulosa! Nós sempre celebramos quando uma das nossas mulheres está grávida, então eu precisarei organizar algo para vocês dois.

Rory parecia horrorizado.

— Não! Ainda não. Como eu disse, ela me matará por te contar, ela queria mantê-lo em sigilo por mais algum tempo.

— Ah, tudo bem. — Fergie sorriu. — Não podemos deixa-la chateada, então não faremos o anúncio a matilha ainda.

— Graças a Deus. — Rory riu. — Ela está um pouco, agora, qual é a palavra? — Ele bateu o lado de sua cabeça. — Louca! Sim, é isso mesmo, ela está um pouco louca no momento, mas diz que isso está relacionado com os hormônios que atravessam seu sistema.

— Isso é verdade. — concordou Marie. — Lobas tem uma gravidez mais curta do que os humanos, então nossos hormônios explodem nas primeiras semanas. Apenas deixe-a e ela ficará bem em breve, Rory. Não se preocupe e eu informarei a curandeira para que ela possa se preparar para o nascimento. Usamos algumas ervas e plantas cultivadas localmente para fazer um bom remédio para ajudar no trabalho de parto e na dor. Portanto, ela precisará buscar agora a fonte para garantir que tenha o suficiente quando chegar a hora.

— Tudo bem, parece um plano. — Rory pareceu relaxar. — Mas, Marie, não deixe Charlie saber que eu disse. Ela quer fazer o anúncio em algumas semanas. Está muito entusiasmada com isso e não quero roubar isso dela.

— Oh, você não precisa se preocupar, nós mulheres sabemos como manter segredos. Angel e eu não diremos uma palavra, além de falar com a curandeira e ela nunca bisbilhota, mas garantirei que saiba guardar isso para si mesma.

— Obrigado. Agora, se você me der licença, tenho que caçar um coelho. — Rory encolheu os ombros. — Ela tem desejo de ensopado de coelho e, aparentemente, não temos nenhum. Cam, vejo você mais tarde e desejo a ambos boa sorte com a nova situação.

Cam acenou com a cabeça, acariciando-o nas costas novamente quando Fergie levantou a mão para detê-lo.

— Rory, eu gostaria que você continuasse com a organização da segurança, mas eu também gostaria de oferecer a posição de beta. Você estaria interessado nisso?

O sorriso de Rory iluminou a sala, com o peito inchado enquanto se erguia, encarando Fergie e depois baixando os olhos.

— Sim, eu ficaria honrado, obrigado, Alfa.

— Bom. — Fergie acenou para ele ir embora. — Agora vá e pegue um coelho para sua companheira antes que ela te esfole e te coloque na panela. Podemos discutir as coisas amanhã, às dez, ok?

— Eu estarei aqui. — Rory sorriu quando quase correu da cabana.

— Obrigado. — Cam reconheceu o significado de Fergie fazendo Rory seu beta. — Ele é um bom lobo, forte, leal e lutará até a morte para proteger seus entes queridos e a matilha.

— Eu sei. — Fergie assentiu. — Ele é um trunfo e fico feliz por ter decidido ficar. Eu também espero que ele fique depois que o bebê nascer.

Cam encolheu os ombros.

— Não posso dizer com certeza, mas fazê-lo beta foi uma boa jogada. Se alguma coisa o mantiver aqui, é isso.

Fergie sorriu.

— É nisso que eu aposto.

— Estou aliviado de podermos resolver isso, primo. — admitiu Cam, segurando a mão para Fergie.

— Eu também. — Fergie ignorou a mão de Cam, agarrando-o em um abraço, cada um acariciando as costas do outro.

— Certo, Mac, vá buscar suas coisas, nós nos dirigiremos a Wild Flower logo, uma vez que arrumarmos nossas coisas daqui.

Mac assentiu, desaparecendo rapidamente quando Chastity se levantou.

— Marie, aqueles presentes envoltos que Marcus trouxe, está tudo bem se eu os deixar aqui? Eles são para Charlie e Rory, uma vez que anunciarem a gravidez, então eu lhes darei o que trouxemos.

Marie parecia confusa, franzindo o cenho.

— O quê? Como você sabia?

Cam riu.

— Não pergunte. É uma espécie de presente que ela tem, mas não me disse quem era, só que alguém estava grávida.

— Meu Deus. — Marie riu. — Sim, é claro, vou armazená-los em um dos quartos extras. Cam, Angel e eu arrumaremos tudo para você e teremos tudo para a Wild Flower. É nosso trabalho fazer isso por você. Mas, estou perguntando, onde você e Chastity ficarão? Não há uma cabana Alfa.

— Nós permaneceremos num dos vazios por enquanto, mas já tenho isso sob controle. Os homens já deveriam ter começado a construir a nossa nova cabana, eu organizei enquanto estávamos em Los Angeles. Levará algumas semanas para estar pronta, mas deve estar em andamento. Eu também tenho um novo veículo sendo entregue. Acho que você gostará, Fergie. Eu passo aqui e o deixarei vê-lo quando tiver a chance.

Fergie sorriu.

— Não posso esperar, espero que seja um pouco mais sofisticado do que os nossos jipes comuns.

— Sim, é. — Cam sorriu. — Oh, eu queria perguntar mais cedo, está tudo bem para o meu jato continuar usando sua pista até conseguir uma construída na minha nova matilha?

— Claro. — concordou Fergie.

— Bom, obrigado, Marcus sairá logo e voltará amanhã de manhã com Rebecca e Jacob. Nós quatro temos algo que precisamos fazer, mas os buscarei. Se você estiver por perto, te mostrarei meu novo brinquedo.

— Tudo bem, e se você precisar de ajuda para obter a nova pista de pouso, então tudo o que precisa fazer é pedir.

Cam balançou a cabeça.

— Eu acho que ficaremos bem, temos mais lobos chegando da Escócia e, pelo que eu ouvi, há outros que voltaram para casa. Os que saíram quando Dupont chegou.

— Sim, eu também escutei isso. — Fergie franziu a testa. — Também ouvi dizer que alguns outros também, lobos que ouviram que a matilha estava procurando por membros.

— Não se preocupe, Fergie, examinarei todos antes que eu permita que fiquem permanentemente. — O rosto de Cam ficou sério. — Jacob trabalhará sua magia para descobrir tudo o que pudermos sobre possíveis novos chegados.

— Boa. Nós não queremos nenhum encrenqueiro.

— Não, garantirei que não tenhamos nenhum. — Cam estendeu a mão para Chastity. — Podemos pegar uma carona?

Angel deu um passo à frente.

— Eu te levarei, não é problema e trarei Mac mais tarde, quando ele tiver tudo embalado.

— Obrigado. — disse Cam enquanto Fergie acenava em aprovação.

— Tudo bem, querida, daremos as notícias.

— Sim, Alfa. — Chastity permitiu que ele a conduzisse da cabana onde eles fizeram amor pela primeira vez, onde eles realmente se apaixonaram, com um salto em seu passo e excitação zumbindo através de seu corpo.

A movimentação foi feita em silêncio até que eles se aproximaram de Wild Flower Camp quando Angel falou suavemente.

— Obrigado, Cam. Eu realmente aprecio o que você fez e a maneira como você lidou com as coisas.

Cam suspirou.

— Era o único caminho a seguir sem algum tipo de confronto, Angel, e isso era algo que eu não queria. Fergie é muito querido por mim e estou feliz por estar curado.

— Eu sei, e isso só mostra o tipo de homem e lobo que você é, Cameron Sinclair. — Angel deu-lhe um pequeno sorriso quando pararam.

— Eu te verei em breve. — Cam saiu, ajudando Chastity.

— Espero que sim. — Angel sorriu e afastou-se.

— Lar. — Chastity respirou, inclinando-se para o lado de Cam.

— Sim. Agora precisamos conversar com a matilha. — Eles começaram a andar e viram Logan com dois machos desconhecidos, os braços de Tina ao redor do pescoço de um enquanto ela parecia estar chorando de prazer. — Imagina quem é?

Quando eles se aproximaram, Logan os viu.

— Olá, prazer em vê-lo de volta.

— Olá para você também. — Cam olhou para os dois homens, um alto e escuro com tatuagens mostrando acima de seu colarinho e em seus braços, o outro mais baixo com cabelos castanhos e um piercing em sua sobrancelha. Cam levantou uma sobrancelha. — Por que você não me apresenta?

Tina saltou para trás, seu rosto cheio de prazer.

— Este é o meu primo, Nate, e seu companheiro, Brett. Eles voltaram para casa.

Cam apertou-lhe a mão.

— Prazer em conhecê-lo.

Nate, o lobo menor deu um passo à frente.

— Fico feliz em estar em casa. Tem sido difícil estar longe por tanto tempo, mas estamos aqui e prontos, dispostos e capazes de ajudar a colocar novamente o bando nos trilhos. Tudo o que você precisar de nós, basta pedir, Alfa.

Cam notou seu uso do título, mesmo que ele não fosse apresentado como tal.

— Fico feliz em ouvir isso.

Brett deu um sorriso arrogante.

— Prazer em conhecê-lo, Alfa. Agora, eu posso estar fora da linha aqui, mas eu preciso perguntar antes de descompactar... existe algum problema com o fato de estarmos aqui?

A mão de Tina voou para a boca enquanto gritava.

— Brett!

Brett virou-se para ela.

— Tina, querida, sabes que te amo e adoramos aqui, mas você sabe que nem todas as matilhas aceitam Nate e eu estarmos juntos. Não estou deixando-o mais chateado ou sofrendo, então, precisamos saber onde estamos.

Cam observou os dois homens, medindo-os enquanto ele manteve um rosto severo.

— Brett, nunca tivemos um problema com os acasalamentos do mesmo sexo. Eu não permitiria nenhuma discriminação como essa em qualquer matilha minha. Então, vocês dois estarem juntos não é um problema. No entanto, todos os recém-chegados serão examinados por mim e pelo meu associado, Jacob. Eu não permitirei qualquer adesão até que esteja certo de que eles serão um trunfo para a matilha como um todo, e não estão aqui por qualquer outra razão além de ajudar a fazer esta matilha florescer. Espero que você entenda isso.

Brett baixou os olhos.

— Eu acho que esses termos são aceitáveis. Nate e eu trabalhamos duro para ajudar a matilha de qualquer maneira que pudermos, Alfa.

— Boa. Estou feliz em ouvir isso. — Cam voltou-se para Logan. — A matilha foi informada sobre a reunião?

— Sim. — respondeu Logan. — Todos estarão na frente da cabana do Alfa em cerca de quinze minutos.

— Isso é ótimo, me dá tempo para ver como a construção está indo. — Cam saiu, parando quando Brett falou.

— Construção? Posso ajudar com isso, estudei arquitetura e sou engenheiro treinado. Você tem plantas que eu possa olhar?

Cam voltou a olhar o homem novamente. Ele certamente não se parecia com qualquer arquiteto que conheceu antes, mas se ele realmente foi treinado, seria inestimável para a matilha.

— Sim, Logan tem as plantas que eu enviei por e-mail na semana passada. Vocês dois podem trabalhar juntos e quaisquer alterações são executadas por mim primeiro, ok?

— Claro. — Brett sorriu. — Eu não gosto de nada melhor do que criar um bom edifício, cabana, loja, eu construí muito.

Cam avaliou o lobo.

— Bem, você ficará muito ocupado. Tenho vários projetos que estou começando aqui. Um dos quais será um tipo de orfanato para crianças fugitivas e também para jovens de outras espécies que o bando não quer. Nós temos um menino pantera aqui agora, sua própria matilha não facilitou sua vida, então ele saiu quando ainda era um filhote. Não permitirei isso, eles precisam de um lugar para chegar e estarem seguros.

Os olhos de Brett se iluminaram quando ele se virou para Nate.

— É aí que você entra, fofinho.

Nate deu um passo à frente.

— Eu trabalhei com crianças humanas em abrigos. Eu amo crianças e, bem, sendo Brett e eu, não teremos nossa própria. Então, Alfa, ficarei muito feliz se você me deixasse ajudar nesse departamento.

Cam olhou entre os dois homens, inclinando a cabeça para estudá-los por um momento.

— Parece que vocês dois são exatamente o que estamos procurando. Contanto que Jacob não ache nada errado, acho que temos um acordo.

Tina correu para a frente, seu rosto brilhante e feliz.

— Obrigado, Alfa.

Foi então que ele viu, marcas em sua garganta, mais do que uma, indo para baixo, passando por sua t-shirt. Os olhos de Cam se viraram para Logan, procurando e encontrando suas marcas.

— Parabéns estão em ordem, não é? — Perguntou Cam enquanto apontava para os machucados de Logan.

Tina corou escarlate quando Logan riu.

— Sim, Alfa, e gostaríamos de agendar nosso ritual de ligação quando for conveniente. Não temo pressa porque selamos nosso vínculo e estamos vivendo juntos, mas quando você puder nos encaixar, será ótimo.

— Maldição! — Cam amaldiçoou, o rosto de Tina caindo até ele continuar. — Eu terei que dançar, novamente! Você não sabe que eu estou ficando muito velho por tudo isso?

Logan encolheu os ombros.

— Ei, Alfa, é tradição!

— Sim, é. — Cam agarrou Logan em um abraço. — Parabéns, meu amigo, estou feliz por você.

— Obrigado.

— Certo, agora venha me mostrar como a cabana está ficando e, Logan, meu novo veículo chegou?

— Sim, sim. Estou com inveja, Cam.

— Você não está recebendo um. — Cam fez uma careta. — Mas eu deixarei você dirigir quando não estiver aqui.

Logan gritou, golpeando o ar com o punho enquanto Cam continuava andando.

— Homens. — Chastity riu.

Quando se aproximaram do acampamento, seus olhos se arregalaram, seus lábios abrindo um grande sorriso.

— Portanto, este era o segredo de Mason, não é?

Ele olhou por toda parte, pequenas agulhas de Heather escocês selvagem florescendo por toda parte. Chastity olhou para o rosto dele.

— Sim, você gosta?

— Eu adoro. — Cam parou, debruçando em um joelho para respirar profundamente. O cheiro da Urze invadindo seus sentidos e levando-o de volta ao Highland, até sua casa.

— Eu precisarei agradecê-lo. — sussurrou Cam, seus dedos seguindo a planta conhecida.

— Ele conseguiu tudo, ele disse que crescerá, se enraizará e se espalhará. — Chastity suspirou. — Eu espero que sim, é lindo.

— Será. — Cam ficou parado. — Venha, eu tenho algo que eu quero que você veja.


Capítulo dezessete

Chastity ainda estava sorrindo como uma idiota quando ficaram em frente do agregado a matilha. Seu choque quando viu o novo Range Rover com a placa “WHITEWLF”2 a deixou sem palavras. O riso de Cam era alto e longo.

— Suponho que tenha gostado? — Ele perguntou quando abriu a porta para lhe mostrar o interior.

— Eu amo isso! — Ela gritou.

— Tem interior em couro e vem com todas as adições que alguém poderia querer. É muito mais confortável do que os jipes que temos aqui, mas ainda tem capacidade off-road e tração nas quatro rodas, que precisamos.

— Sim, tem todos os sinos e assobios. — Chastity riu. — Estou ansiosa para brincar com isso quando me der a chance e eu amei a placa.

— Eu pensei que você amaria. — Cam sorriu.

Agora Cam estava de pé diante da matilha, seus olhos encontrando alguns rostos estranhos e ele fez uma nota para conhecê-los em particular para avaliar sua adequação para a entrada da matilha. Primeiro ele tem que avisá-los sobre a mudança de status.

— Obrigado por virem. — Cam ergueu a voz para dirigir-se a todos. — Tenho notícias sobre o futuro da matilha e a primeira coisa que quero dizer é que eu sou o seu novo Alfa.

Cam teve que fazer uma pausa quando aplaudiram e as felicidades se elevaram ao seu redor. Quando acalmaram um pouco, ergueu as mãos e continuou.

— Tenho grandes planos para a matilha, planos que nos ajudarão a crescer e prosperar, mas também aqueles que ajudarão nossa raça como um todo. Nós trabalharemos com o Highland Wolf Clã para construir e gerenciar um centro de resgate e um orfanato para lobos jovens dispersos que tiveram que deixar suas casas por qualquer motivo. Nós daremos a eles, e qualquer jovem shifter, um refúgio seguro até que decidam o que querem fazer. Se for ficar conosco, ou possivelmente passar para outra matilha, faremos o melhor para eles. Também construiremos mais cabanas de luxo na terra para atender pessoas com dinheiro... muito dinheiro... para vir e provar a região selvagem. Tenho vários outros projetos em mente, mas esses são para o futuro. Para o aqui e agora precisamos reconstruir a matilha, reconstruir a cabana do Alfa também, afinal, quero que minha companheira tenha algum lugar onde ela possa realmente chamar de casa.

Quando Cam se virou para sorrir para Chastity a matilha gritou alto, concordando que o lobo branco precisava de uma casa. Alguns acrescentaram que precisava do espaço para qualquer filhote que pudesse vir. Cam riu quando o rosto de Chastity corou uma linda sombra de vermelho enquanto ela franziu o cenho para ele.

— Precisamos seguir em frente, deixar o passado para trás e tenho que aconselhá-los que tudo o que planejo é levá-lo ao melhor que puder. Realmente acredito que foi meu destino vir aqui. Para encontrar minha companheira e liderar esta matilha como Alfa! Eu também quero dizer-lhes que haverá uma mudança de nome. Eu não me desculpo por isso. É minha escolha, minha decisão como Alfa, mas espero que vocês gostem do nome que eu decidi.

Cam esperou, observando para ver sua reação. Havia alguns rostos franzidos, mas principalmente o olhar da matilha era de antecipação.

— O novo nome que seremos conhecidos a partir de hoje, é o Wild Highland Heather.

A reação foi imediata, aplaudindo, gritando e balançando a cabeça.

— Eu tenho que admitir, essa não foi a única que eu escolhi, mas, ao chegar e ver Heather escocesa plantada ao redor, bem, o nome acabou de chegar até mim. Espero que a matilha floresça, bem como o Heather que Mason tão gentilmente plantou.

Chastity aproximou-se, segurando a mão dele.

— Você mudou.

— Sim. — Cam assentiu. — Assim que vi o Heather florescendo, não pude evitar. Espero que você goste.

— Sim. — Chastity estendeu a mão, beijando sua bochecha. — Eu amo isso, meu Alfa. — ela sussurrou suavemente, sua respiração fazendo cócegas no rosto dele.

— Minha matilha! — Gritou Cam. — Deixe-me apresentá-los à sua loba Alfa! Chastity assumirá o papel e tenha em mente caso você tenha algum problema. Nós despejaremos nossos corações e almas para reconstruir esta matilha. Garantiremos que todos serão cuidados e faremos esta matilha próspera, mais uma vez. Então, Wild Highland Heather, vocês estão conosco?

A matilha uivou sua aceitação e Cam assentiu calmamente antes de rugir acima do barulho.

— Então, vamos ao trabalho!

Quando chegaram à pista de pouso no início da manhã seguinte, Chastity bocejou e esfregou os olhos.

— Diga-me novamente, por que tão cedo?

— Eu quero acabar com isso e Jacob precisa voltar para Los Angeles para começar a verificar os novos lobos. — Cam abriu a porta e saiu, mas recuou para continuar conversando com seu amigo sonolento. — Eu não me sentirei realmente confortável com eles até que eu saiba que Jacob se assegurou que não escondem nada. Então, precisamos traze-los aqui, dirigir para a cabana, fazer o que precisa ser feito, dirigir de volta e eles podem voltar para Los Angeles. Um longo dia, mas prometo que lhe darei uma boa massagem esta noite.

— Hmm, isso parece bom. — Chastity bocejou novamente quando Fergie apareceu, trotando completamente vestido e bem acordado.

— Bom dia. — Ele sorriu, seus olhos pegando o Range Rover. — Bonito!

— Obrigado. — Cam sorriu como uma criança.

— Muito caro para o meu bolso, porém. — Fergie passou a mão pelo teto.

— Se as coisas acontecerem como espero, ambas as matilhas serão melhores. Você pode obter um então. — Cam não insultaria seu primo, oferecendo-se para comprar um.

— Sim, espero que sim. — Fergie olhou para dentro. — Nossa, é como a cabine de um avião. Como você sabe o que todos esses aparelhos fazem?

— Bem, meu querido primo. — Cam suspirou teatralmente. — Há algo chamado de manual que vem com ele! Você sabe, manual do motorista! Incrível que informações você pode encontrar lá.

Fergie deu um soco no braço dele com força.

— O velho Cam que eu senti falta. Arrogante e sarcástico como sempre!

Cam riu, levantando os olhos para o céu quando ouviu o avião se aproximar.

— Como foi seu primeiro dia como Alfa? — Perguntou a Fergie.

— Bom. Não, ótimo! Eu nasci para isso e, embora me sentisse um pouco estranho no começo, me senti um pouco em casa logo depois.

— Estou feliz. — Cam deu um olhar triste. — Eu só sinto muito o motivo disso. Desculpe, não pude salvar seu pai.

— Não. — Fergie levantou uma mão. — Nunca pense nisso. Você salvou a matilha, Cam, e sempre agradecerei. Então, primo, você precisa da minha ajuda hoje? Sinto a vibração de que tudo o que você está fazendo pode ser perigoso.

Cam balançou a cabeça.

— Não, ficaremos bem, além disso, seria meio idiota se nós dois formos e algo der errado. Então, ambas matilhas ficariam sem um Alfa. Não espero que as coisas aconteçam mal hoje. E verdade seja dita, acho que Rebecca está dramatizando demais, mas é um grande problema, e se algo der errado, você cuidará do meu bando até que o novo Alfa seja eleito?

— Hmm, acho que você está certo e é claro que vou. — A mão de Fergie pousou no braço de Cam. — Tenha cuidado, Cam.

— Eu vou. — Cam colocou sua mão em cima da de Fergie. — Eu escolhi vários lobos para ser beta, porque eu viajarei bastante, eu preciso de mais do que um. Jinx, obviamente, com Mac e Mason são quem escolhi e Logan é responsável pela segurança. Então, se alguma coisa acontecer, a posição de Alfa deve estar entre eles.

— Ok. — Fergie franziu a testa novamente. — Cam, estou me sentindo muito desconfortável com essa viagem que você está fazendo. O que é e por que Rebecca está preocupada?

— Eu contarei tudo sobre isso em algum outro momento. É algo que precisamos fazer e tenho certeza de que Rebecca não está preocupada com nada. Não esqueça, te enviarei uma mensagem quando estivermos a caminho de casa.

— Você é o melhor. — Fergie virou-se para sair. —Tchau vocês dois, tenho que trabalhar agora.

Chastity conseguiu fazer um leve aceno enquanto bocejava, novamente, quando o jato parou não muito longe deles.

— Podemos pegar um café no caminho? — Ela perguntou a Cam enquanto Jacob e Rebecca caminhavam em direção a eles.

Jacob parecia sombrio e Rebecca cansada, tensa e vestida de jeans jumper e botas de motoqueiro, ela parecia muito distante de seu eu impecável de sempre. Cam esperou até chegarem a eles.

— Bom dia, vocês dois estão bem?

Jacob rosnou quando Rebecca bufou.

— A esta hora da manhã? Bem, não é uma palavra que eu usaria, Cameron.

Eles entraram no carro, Jacob nem mesmo comentando o carro novo, quando Cam entrou e partiu.

— Bom dia. — Chastity disse, virando-se para dar-lhes um sorriso. — Pedi-lhe para parar para o café, um monte de café.

Rebecca inclinou a cabeça.

— Boa ideia.

Jacob olhou fixamente para a frente, com os olhos arregalados e firmes. Eles pararam em uma padaria local, compraram café e bolos e estavam a caminho antes de falar.

— Você trouxe qualquer coisa para ajudar a iniciar o fogo? — Estas foram as primeiras palavras que ele disse, seu tom destacado e áspero.

— Sim. — respondeu Cam. — Galão de gasolina no porta malas. Você está bem, Jacob?

— Sim. — respondeu o grande PI.

— Ok, mas você não parece, e você não olha. — Cam esperou a resposta cortante que ele sabia que viria.

— Ele está chateado porque eu me recusei a deixar vocês dois irem sozinhos. — Rebecca mordiscou seu pastel. — Ele superará isso.

Um rugido baixo de Jacob encheu o interior.

— Entendo. Bem, grande homem, você só tem que aceitar. Elas estão vindo e isso já foi decidido. Não adianta ter um ataque de choro agora.

Jacob não respondeu, seus olhos focados na frente. Chastity virou-se para olhar para ele, então Rebecca, encolheu os ombros quando se virou.

— Eu tentarei uma soneca. Acorde-me quando chegarmos lá.

— Tudo bem, querida. — Cam acariciou o joelho enquanto ela se enrolava no banco grande, fechou os olhos e imediatamente adormeceu.

Cam continuou dirigindo no silencio estranho, tentando iniciar uma conversa várias vezes antes de desistir. Ele ficou quieto até chegarem perto do destino, cutucando suavemente Chastity para acordar.

— Estamos quase lá, amor.

Chastity bocejou, esticou-se e depois sorriu.

— Eu me sinto muito melhor.

— Estou feliz. — Ele sorriu para ela enquanto descia o caminho que levava à cabana.

Desacelerando quando o prédio apareceu, ele parou e se virou.

— Está pronta?

Rebecca assentiu enquanto Jacob ficava tenso. Cam abriu a porta.

— Ok, acabemos com isso.

Jacob ajudou Rebecca a sair, com a bolsa presa em seus braços contra o peito. Cam podia sentir seus nervos e, quando se aproximavam da cabana, viu que ela tremia. Naquele mesmo momento, Chastity gritou um aviso, o lábio se curvando enquanto grunhia alto.

— O quê? O que é isso? — Ele questionou, perguntando o que diabos estava errado.

Chastity olhou-o de olhos arregalados.

— O que você quer dizer? Você não pode sentir isso?

O braço de Jacob cobriu os ombros de Rebecca enquanto Cam balançava a cabeça.

— Não tenho ideia do que você está falando.

— Há algo de errado aqui. Muito errado. — Chastity sussurrou, seus olhos se dirigiam por toda parte.

— Seus espíritos ainda estão aqui. — A voz de Rebecca cheia de dor quando deu um passo à frente. — Segure isso. — Ela levou sua mochila em direção a Jacob que a tomou rapidamente.

Rebecca abriu a bolsa, tirando um punhado de velas, que passou a colocar na cabana. Cam observou enquanto desaparecia ao virar na lateral da casa, Jacob logo ao lado dela e esperou até que voltasse a aparecer. Então ela começou novamente, falando calmamente enquanto acendia as velas, novamente desaparecendo e reaparecendo alguns minutos depois.

Chastity passou as mãos para cima e para baixo em seus braços.

— Meus cabelos estão de pé, com arrepios, há algo de errado aqui, Cam.

— O que aconteceu dentro desse prédio foi muito errado, querida.

Quando todas as velas estavam acesas, Rebecca retirou o que parecia um monte de ervas secas, amarradas com vários fios de cor. Quando ela acendeu se virou para Jacob.

— Precisamos entrar. Bridget precisa sair. Eu sinto sua dor, Jacob, ela sente muito terror e medo.

— Não. — Jacob balançou a cabeça. — Eu não quero que você vá lá, Becca. Não é bonito. Foda-se, é um banho de sangue lá. Por favor, querida, não entre.

Rebecca sacudiu a cabeça, seus olhos tristes enquanto olhava para Jacob.

— Eu tenho que entrar, querido, eu tenho que libertá-la.

— E sobre ele? E se ele estiver lá? — Jacob sussurrou, sua voz torturada e cheia de preocupação.

— Ele está. — Rebecca assentiu. — Eu posso senti-lo. Mas é Bridget que eu preciso ajudar.

Cam amaldiçoou avançando para ficar ao lado da bruxa.

— Ela te traiu, Rebecca, você não lhe deve nada.

— Eu sei que não, Cam, mas é a coisa certa a fazer. Se eu não fizer, ela ficará presa aqui, com ele e eu não posso permitir isso.

Chastity rosnou novamente, suas presas desceram como se ela fosse mudar.

— Cam, seja lá o que for, posso sentir, está ficando mais forte. Estou com.... porra Cam, estou com medo.

Cam se moveu rapidamente, puxando-a para dentro de seus braços.

— Está tudo bem, não deixarei nada te machucar.

Chastity estremeceu em seus braços quando Rebecca começou a caminhar em direção à porta quebrada. Ela murmurou enquanto caminhava, balançando as ervas fumegantes diante dela enquanto ia. Quando ela chegou à porta, parou, endireitando suas costas e subindo o último degrau. Jacob estava ao lado dela, a mão no cotovelo quando eles entraram na sala onde encontraram o corpo dizimado de Bridget.

Cam olhou para a sua companheira.

— Fique aqui, eu tenho que ir caso precisem de ajuda.

Chastity sacudiu a cabeça.

— Também vou. Você não me deixará aqui sozinha.

Cam não podia argumentar, ele não teve tempo, pois perdeu de vista Rebecca e Jacob. Segurando a mão de Chastity, ele avançou rapidamente para a cabana. Rebecca estava de pé com lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto murmurava palavras que não tinham significado para ele. O rosto de Jacob ficou branco quando cerrou os dentes com força.

— Bridget, você tem que sair, você deve passar. Se não fizer isso agora, ficará presa aqui, com ele, e não poderei ajudá-la. Por favor, eu sei que você sente, eu posso sentir você, por favor, por favor.

Chastity ofegou um mero momento antes que as paredes tremessem, um enorme grito de raiva quase ensurdeceu eles.

— Nãooooooo! Nunca!

O sangue de Cam ficou frio quando ele olhou ao redor deles tentando descobrir o que poderia atacar para ajudar a mantê-los seguros. Mas, não havia nada, bem, nada de sólido.

As paredes continuaram a tremer quando uma cadeira se ergueu do chão e voou para Rebecca. Jacob viu e pulou na frente de sua companheira, tomando toda a força do objeto voador em seus braços estendidos. Rebecca estremeceu, pisando em direção a ele, mas balançou a cabeça.

— Não, Becca, continue, faça o que você tem que fazer e faça isso rápido para que eu possa queimar esse filho da puta até o chão.

O rosto de Rebecca endureceu enquanto ela balançava a cabeça, sua voz aumentando em uma oração à Deusa para ajudar sua filha a passar em seus braços. Chastity olhou para todos os lados, os olhos arregalados e assustados à medida que várias peças de mobília foram levantadas e enviadas voando ao redor. Cam segurou-a e quase caiu de joelhos quando uma mesa o surpreendeu e acertou-o com força nos ombros.

Jacob ficou de guarda em volta de Rebecca, batendo nas coisas quando chegavam muito perto, ou segurando o peso total de coisas grandes que não conseguia tirar do caminho. A voz de Rebecca parecia sombria, mas Cam percebeu que eram os sons na sala que faziam parecer assim. Grandes gritos preenchiam os ouvidos, bem como o som do mobiliário quebrando.

O rosto de Chastity era branco como uma folha e ele tentou levá-la para a porta. Ela balançou a cabeça, agarrando-se a ele com força enquanto Rebecca continuava. Depois do que pareceram horas, mas provavelmente levou apenas alguns minutos, Rebecca levantou os braços acima da cabeça, gritando palavras com um volume que ele nunca ouvira antes.

Choro suave, soluços e a palavra "desculpe" reverberaram pela sala enquanto Rebecca continuava realizando qualquer ritual que estivesse rugindo. Cam tentou manter os olhos nela e viu o momento em que seus braços caíram, seus joelhos cederam e Jacob a agarrou rapidamente, segurando-a em seus braços.

— Estamos saindo daqui. — gritou Jacob e Cam puxou Chastity com ele, saindo o mais rápido possível, enquanto os objetos ainda saltavam de todas as direções.

Quando atravessaram a porta, o barulho diminuiu, mas apenas um pouco, enquanto Cam corria em direção ao Range Rover para fazer com que a gasolina queimasse a cabana. Rebecca estava deitada nos braços de Jacob enquanto Cam corria freneticamente pela cabana, derramando gasolina enquanto passava antes de jogar o recipiente na porta.

Ele pegou uma das velas acesas, oferecendo-a para Jacob, que segurava Rebecca com um braço. Jacob pegou a vela e deixou cair na gasolina, gritando quando a chama acendeu e rapidamente um anel de fogo queimou a cabana antes que as chamas entrassem em erupção.

— Queime no inferno, seu bastardo!

Os gritos sangrentos de dentro causaram tremores em Cam, alcançando Chastity, que o abraçou enquanto eles estavam observando o lugar arder até chão. Cam estava surpreso com a ferocidade do fogo, perguntando-se se a magia de Rebecca tinha algo a ver com isso. Mas ele ainda estava preocupado com as chamas se espalhando e afetando as árvores espalhadas por todos os lados.

Ele olhou em volta e viu o que procurava, uma torneira e mangueira externa. Esperou até que a cabana fumegasse diante deles e depois abriu a água, lavando os restos arruinados da cabana e a área circundante. Cam deu voltas e voltas, certificando-se de que não havia faíscas perdidas que poderiam causar um problema, mesmo que o chão estivesse úmido e a possibilidade fosse pequena.

Quando estava satisfeito, tudo estava seguro, voltou a encontrar Rebecca ainda nos braços de Jacob, enquanto seu amigo olhava para os restos do lugar que haviam visto tal horror. Chastity estava sentada no banco da frente do Rover, com o rosto branco, enquanto bebia um pouco de água.

Cam caminhou e colocou suavemente a mão no ombro de Jacob.

— Está acabado, vamos lá, vamos levá-la para casa. Rebecca ficará bem ou precisamos parar em algum lugar? Como um hospital?

Jacob balançou a cabeça.

— Ela ficará bem. Acordou dizendo que estava exausta, só precisava descansar.

— Ok. — Cam assentiu. — Isso é bom. Vamos, Jacob, deixe este lugar para trás para sempre. Acabou, meu amigo.

— É? — Perguntou Jacob, com os olhos cheios de dor. — Ele não passou. Nós todos sabemos isso. Isso significa que ele pode nos encontrar? Nos atacar? Não tenho certeza se acabou, Cam.

— Não tenho ideia. — Cam balançou a cabeça. — Eu nem acreditava em fantasmas até mais cedo, então não posso responder. Mas acabou por hoje, precisamos sair e cuidar de Rebecca. Você precisa levá-la para casa, Jacob.

— Sim. — Jacob concordou, dando uma última olhada nos restos carbonizados antes de caminhar para o carro.


Capítulo dezoito

— Estou ansioso por isso e pelo resto! As duas últimas semanas foram loucas. — Chastity caiu de volta ao lado de Cam no sofá enquanto voavam de volta para Los Angeles.

— Eu sei. — Cam tomou a bebida que acabara de dar a ele, saboreando o calor que deslizava pela garganta. — Meus músculos estão doendo. Outra cerimônia de ligação, outra dança, espero que não haja mais por algum tempo. Meu corpo não aguenta.

— Oh, eu não sei sobre isso, Alfa. — Chastity o cutucou nas costelas. — Você estava cheio de energia naquela noite, se eu me lembro direito!

— Isso, minha querida, era pura adrenalina. — Cam riu, movendo o copo para a outra mão e colocando seu braço em volta dela. — E as notícias de Rory e Charlie foram divulgadas. Você viu Logan andando ontem? Você pensaria que era ele quem seria pai, não seu irmão.

— Eles são gêmeos, Cam. Estão mais próximos do que a maioria dos irmãos. Ele parecia tão feliz, dizendo a todos que ouviam que ele seria tio. Que este seria o primeiro bebê Highlander. Foi tão fofo.

Cam quase engasgou com sua bebida.

— Fofo? Droga, não permita que ele ouça você dizer isso.

— Bem, foi. — Chastity enfiou as pernas embaixo dela, ficando confortável. — Charlie ficou muito feliz com seus presentes. Ela disse para agradecer, acho que as palavras foram do tipo 'Diga à Cam, obrigada um milhão de vezes!' E estou muito satisfeita por Logan e Tina. Eu estava preocupada com ela, muito preocupada. Não tinha certeza de que ela voltaria do lugar escuro em que estava. Mas parece que Logan fez isso. Tenho certeza de que foi ele quem a curou.

— Sim, a diferença nela é bastante notável, mas acho que ter o primo por perto também ajudou.

— Eu amo esses dois! — Chastity jorrou. — Nate é adorável e Brett, bem, ele será de muita ajuda para a matilha. Ele tem algumas ideias incríveis.

— Ele tem e sim, estou feliz por terem se juntado a matilha. — Cam ficou pensativo por um momento. — Estou pensando em colocar Nate no comando do orfanato, o que você acha?

Chastity não respondeu de imediato, pensou em sua resposta e acenou com a cabeça.

— Eu acho que é um bom ajuste. Ele é realmente bom com os pequeninos e tem a paciência de um santo. Além disso, a aparência dele, acho que os jovens se relacionam, sabe? Sim, acho que é uma ideia esplêndida.

— Tudo bem, eu digo a ele quando voltarmos.

— As coisas estão se juntando, Cam. — Chastity sorriu. — A matilha está crescendo mais forte a cada dia, com os novos Highlanders, e os outros lobos que vieram pedir para se juntar a matilha. Além disso, nossa cabana está indo bem, eu não posso esperar para que esteja concluída, mas Brett disse que está faltando mais um mês, pelo menos.

Cam manteve o rosto imóvel, escondendo bem seu segredo.

— Sim, eu sei, querida, mas não demorará muito. Um mês passa voando.

— Espero. — ela murmurou, então sentou-se, seu rosto animado. — Cam, esta cerimônia de entrega que vamos, existe algo que eu deveria fazer, não fazer, tomar, não tomar? Não tenho ideia sobre isso e não quero fazer algo errado ou chatear Rebecca.

— Eu já perguntei a ela e ela disse apenas para ir como se estivesse indo para qualquer outra cerimônia de ligação, ou casamento, mas ela disse para usar sapatos que são fáceis de tirar. Aparentemente, estaremos descalços na cerimônia real.

— Descalço está bem. Usarei um vestido simples com sandálias. E quanto a um presente?

Cam sorriu.

— Já cuidei. Daremos uma lua de mel nas Bahamas. Ambos adoram o mar e há algumas das praias mais maravilhosas lá.

— Eles adorarão isso. — Chastity se aconchegou mais perto.

— Não falta muito para irmos para Las Vegas, que tal escolher seu vestido? — Cam ainda não podia acreditar que sua companheira quisesse se casar em Sin City.

— Boa ideia. Irei com Stracey e tentarei encontrar alguma coisa.

— Ok, lembre-se, Chastity, você ganha tudo o que quiser e não pense no preço de nada.

— Tentarei. — Ela riu enquanto ele fazia cócegas nela.

— Quero dizer. Tudo o que quiser.

— Ok! — Ela cedeu para que ele parasse sua tortura.

— Certo, temos uma agenda lotada essas duas semanas. Nós temos o casamento amanhã, então eu tenho reuniões de negócios agendadas nos próximos dias. Stracey organizou para você conhecer essas duas instituições de caridade que está interessada em ver sobre como se tornar um patrocinador prático. Então, ambos estaremos ocupados. Nós provavelmente não nos veremos muito durante o dia, mas eu prometo terminar o trabalho no início da noite.

— Eu farei o mesmo. — Chastity assentiu, com os olhos arregalados. — Quem pensaria que faria todo esse trabalho de caridade? Estou animada e um pouco assustada ao mesmo tempo.

— Não fique. — Cam tranquilizou-a. — Você será ótima. Apenas lembre-se, se alguém agir como um idiota, traga seu lobo Alfa, eles logo recuarão, querida.

— Bom conselho. Tentarei lembrar disso.

— Estaremos pousando em breve, Jinx está nos esperando e o jantar estará pronto quando chegarmos lá. Eu acho que será melhor dormir cedo, querida, nossa agenda está agitada.

Chastity olhou para cima, franzindo a testa.

— Hmm, esse é o verdadeiro motivo, Sin, ou é porque você está com tesão?

Cam forçou um olhar chocado no rosto dele.

— O quê? Estou magoado, Chastity. Estou apenas pensando em você, querida, para que você possa descansar o suficiente.

— Sim, certo. — Ela riu. — Acho que dormir cedo é uma boa ideia, mas, eu quero champanhe e morangos, junto com uma linda banheira de hidromassagem cheia de água quente!

— Oh, acho que posso arranjar isso, minha companheira. — Cam inclinou-se, beijando seus lábios macios e doces.

— Você tem certeza de que estou bem? — Chastity perguntou pela centésima vez quando eles estacionaram na garagem de Jacob.

— A resposta é sim, a mesma que as outras cem vezes que você perguntou. — Cam riu. — Relaxe. Somos apenas nós quatro e alguns de seu clã.

— Relaxe ele diz. — Chastity virou-se para enfrentar Stracey. — Você conheceu essas bruxas? Você os conhece?

Stracey inclinou-se para a frente, acariciando o ombro de Chastity.

— Você se acalmará? Todos aqui estão para comemorar sua cerimônia. Então, respire fundo e sorria.

— Não consigo relaxar. — Chastity se contorceu no assento. — Eu conheço você, e Rebecca, mas bem, qualquer outra situação mágica que conheci não foram legais, e isso é o mínimo.

— Confie em mim. Todos aqui são bons, e do bem principalmente. — Stracey sorriu com um brilho maligno em seus olhos.

Jinx puxou-a para ele.

— Você parará? Está assustando-a.

— Veja. — Chastity cutucou Cam. — Você ouviu isso? Na maioria das vezes. Ela disse a maioria.

Cam olhou por cima do ombro para Stracey.

— Eu lhe disse que estava nervosa, mas, não, em vez de tranquilizá-la, você a assusta. Bom trabalho.

— O quê? — Stracey olhou com toda a inocência de olhos arregalados.

Chastity ainda se contorcia no assento, fazendo Cam suspirar.

— Já basta. Chastity, você parece fabulosa e todos estão aqui apenas para uma coisa e isso é para comemorar a cerimônia de união de Rebecca e Jacob.

Ele parou o carro, desligou o motor e se virou para sua companheira.

— Relaxe querida.

— Tentarei. — Ela sorriu, respirando profundamente.

Cam veio ajudá-la a sair do carro e a levou até a porta que estava aberta. Quando entraram, ela engasgou ao ver o belo interior. Não havia luzes acesas, a única iluminação proveniente de uma infinidade de velas acesas em toda a área. Seus olhos se voltaram para o jardim japonês de Jacob, que foi transformado com um pano branco caindo sobre a vegetação, pétalas brancas flutuando no topo de seu lago, onde seus peixes nadavam preguiçosamente por baixo. Um altar de madeira estava ao lado da lagoa e Elijah acenou para eles.

— Oi. — O Sumo Sacerdote os recebeu. — Venham e se juntem a nós, mas primeiro eu peço que remova seus sapatos. Eu já abençoei o círculo e o purifiquei para a cerimônia.

Eles tiraram os sapatos e se aproximaram de uma dúzia de outras pessoas que estavam ao redor, todos sorridentes. Chastity segurou firmemente o braço de Cam enquanto tomavam seus lugares.

— Precisamos fazer algo? — Chastity sussurrou.

Ela pulou quando uma mão tocou seu braço, uma mulher de meia idade balançando a cabeça.

— Não, querida, estamos aqui apenas para testemunhar sua ligação um com o outro.

— Oh, tudo bem. Obrigada. — Chastity deu um sorriso à mulher.

— De nada, qualquer amiga de Rebecca é nossa amiga. Seja abençoada.

Chastity apenas olhou, sem saber como responder. Cam deu um passo à frente.

— Obrigado. Não estamos familiarizados com a cerimônia e não queremos ofender ninguém.

— Oh, você não faria isso. — A mulher riu. — Estamos acostumados a pessoas que não são de nossa fé se juntando às cerimônias de união. E verdade seja dita que deve haver uma Alta Sacerdotisa fazendo a cerimônia, mas Rebecca quebrou a tradição dizendo que queria Elijah para executá-la. Ele está bastante entusiasmado com isso.

Eles se viraram para olhar para Elijah, parecendo um pouco sombrio com uma capa preta com um capuz, que o cobria da cabeça aos pés. O resto do clã vestia-se com uma variedade de estilos diferentes, de veludo, vestidos longos com espartilhos de renda, longos vestidos de algodão branco e também vestidos com o mesmo tipo de capa, em cores variadas, como o que Elijah usava.

Chastity se contorceu novamente e Cam pressionou a mão dela.

— Relaxe.

Elijah ergueu as mãos e todos se acalmaram esperando a cerimônia iniciar.

— Vamos primeiro receber o feliz casal, Rebecca e Jacob. Sejam abençoados.

O clã todo sussurrou:

— Bendito seja. — E então Jacob conduziu Rebecca pelo corredor. Ele estava vestido com uma camisa preta lisa e calças e o sorriso no rosto era enorme. Ele assentiu com a cabeça para todos enquanto Rebecca deslizava ao lado dele.

Ela era uma visão em um manto de veludo vermelho escuro que a cobria inteiramente. O veludo foi bordado por fio branco, com símbolos e marcas que nem podia começar a entender. A cabeça de Rebecca se curvou quando Jacob a levou para ficar em frente ao pequeno altar.

Elijah acendeu um fósforo, jogando-o em uma tigela de barro em cima do altar e um perfume glorioso encheu o ar. Ele levantou a cabeça, sorrindo enquanto suas mãos se erguiam acima dele.

— Amigos, estamos aqui hoje para ver Jacob e Rebecca juntar as mãos e ficar unidos por seu amor, agora e para sempre. — Elijah sorriu para Rebecca. — Já lancei o círculo e consagrei esse lugar. O círculo é uma coisa infinita, mágica, sem fim, nunca muda e, no entanto, é sempre flexível. Um anel sem começo e sem fim.

Elijah pegou um monte de ervas secas, acendeu e começou a acenar em torno de Rebecca e Jacob.

— Como o círculo, o amor verdadeiro é infinito. Contínuo, não conhece limites ou restrições. Ele floresce na luz, e no escuro, sem fardos, sem ultimatos. O amor em sua forma infinita é algo que não pode ser coagido, não pode ser removido. É um presente glorioso que damos a nós mesmos, e uma honra que damos aos outros, do fundo de nossos corações, corpos e almas.

Chastity fungou e Cam entregou-lhe um lenço.

— Quando duas pessoas se juntam e entregam este presente maravilhoso, este presente mais sagrado de todos, é certo que o universo está sorrindo sobre nós, derramando-nos todas as bênçãos em seu poder. Hoje é um dia para celebrar o amor entre Jacob e Rebecca. São duas pessoas que são duas metades de um todo. Duas almas se juntam para formar um único ser, seus corações batendo em um único ritmo dentro deste grande universo. Eles estão juntos como um só, e então eles agora acenderão uma vela de unidade, para mostrar ao universo, a Deusa e a nós, que são uma luz que acendeu intensamente dentro da escuridão.

Elijah produziu uma pequena vela, colocando-a dentro da tigela no altar. Rebecca e Jacob avançando, ambos riscando um fósforo e acendendo-o juntos.

Elijah continuou.

— Hoje pedimos que a luz infinita do Divino brilhe sobre essa união. Então, nesse espírito, ofereço uma benção a esta cerimônia. Bendito seja este casamento com os dons do Oriente, novos começos que vêm cada dia com o sol nascente, comunicação do coração, mente, corpo e alma.

Elijah fez uma pausa por um breve momento quando o clã falou em coro.

— Seja abençoado.

Enquanto Elijah continuava, Cam estava distraído pelo braço de Chastity que passava pelo dele, apertando a mão. Olhando para ela, ela sorriu para ele, falando silenciosamente:

— Eu amo você.

Cam sorriu de volta, seus olhos sobre os dela enquanto ele voltou.

— Eu também amo você. — Quando ele voltou sintonizado com a cerimônia, percebeu que havia perdido... bem, ele não tinha ideia, só sabendo que definitivamente tinha perdido algo.

Elijah estava agitando as ervas fumegantes em cruz antes de voltar para a frente.

— Rebecca, Jacob, essas quatro bênçãos simples o ajudarão em sua jornada de vida que começa hoje. No entanto, eles são apenas ferramentas. Estas ferramentas são o que devem usar em conjunto para criar a luz, a força e a energia infinita, agora e para sempre, de um amor que vocês tanto merecem.

O Sumo Sacerdote sorriu para o casal, levantando uma sobrancelha e olhando nos olhos dos dois antes de continuar.

— Agora, eu peço que olhem para os olhos, corações e almas uns dos outros. Jacob, coloque o anel no dedo de Rebecca e diga seus votos.

Elijah estendeu uma aliança simples e Jacob pegou-a para colocá-la no dedo de Rebecca, sorrindo.

— Eu prometo amar você, cuidar de você e protegê-la com minha vida até meu último suspiro. Eu prometo, meu amor, que eu farei você feliz, farei você sorrir e mantê-la contente, todos e cada dia. Mas, acima de tudo, prometo apreciá-la acima de todos os outros, mantê-la próximo e manter a escuridão à distância. Simplesmente, Rebecca, eu a adorarei de agora até a eternidade.

Os olhos de Rebecca viraram-se e Cam estava certo de que ela tinha lágrimas nos olhos quando Jacob sorriu para ela amorosamente. Ele viu que ela tomava algumas respirações firmes quando Elijah se virou para ela.

— Rebecca, dê a Jacob o anel e declare seus votos.

Rebecca inclinou a cabeça para o lado, esperando um momento antes de sussurrar:

— Meu lobo, eu prometo amá-lo, apreciá-lo e cuidar de você, a partir deste dia em diante. Eu protegerei do mal, ficarei ao seu lado não importa o que, com alegria no meu coração. Eu segurarei sua mão para levá-lo à luz para que nós dois possamos aproveitar a gloriosa benção da Deusa. Eu, meu grande lobo mal, ficarei ao seu lado desde agora até a eternidade. — Rebecca sorriu, um brilho atrevido em seus olhos quando ela colocou a aliança de ouro em seu dedo. — Espero que esteja pronto para um passeio rochoso. — ela brincou enquanto o anel deslizava no lugar.

Jacob riu.

— Em qualquer momento, Becca, por toda a eternidade, meu amor.

Elijah, obviamente, conseguiu suprimir o riso, respirou fundo e continuou.

— Os votos de amor foram declarados. Peço-lhes agora que cruzem as mãos e tome as mãos um do outro.

Cam estava fascinado com a beleza da cerimônia quando Rebecca e Jacob cruzaram as mãos, a sua enorme cobrindo sua mão muito menor e delicada.

Elijah tirou um cordão de um bolso em sua capa. O cordão constituído por uma infinidade de cores com pequenos nós ajustados ao longo do seu comprimento. Ele gentilmente juntou as mãos e olhou para seus rostos.

— Jacob, Rebecca, esse cordão simboliza muito. É sua vida, seu amor e seus corações entrelaçados. Isso mostra uma conexão eterna que vocês dois encontraram um com o outro. Os laços deste amor não são formados por este cordão, nem mesmo os nós que os conectam. Eles são formados, em vez disso, pelos seus votos, pela sua promessa, suas almas e seus dois corações, agora unidos como um. Como um último vínculo, Jacob, por favor, beije Rebecca.

Rebecca sorriu enquanto a mão livre de Jacob serpenteava pela parte de trás de sua cabeça, segurando-a no lugar enquanto seus lábios cobriam o dela em um beijo abrasador que durou muito mais do que deveria. Eles apenas se separaram quando Elijah tossiu e então o Sumo Sacerdote retirou o cordão.

— Amigos, é um grande prazer apresentar, Jacob e Rebecca, unidos para a eternidade.

Todos começaram a aplaudir quando o casal se virou, o sorriso de Rebecca enorme quando ela desfez o cordão ao redor do pescoço segurando seu manto no lugar. Deslizando rapidamente o veludo vermelho dela para deixá-lo cair no chão, revelando um vestido de marfim de cetim e chiffon, frente única, com decote nas costas tão baixo que roçava o topo da bunda.

— Agora, onde estão os meus Manolo? — Ela riu, olhando atrás do altar e puxando um par de sandálias deslumbrantes e calçando-os. — Isso é melhor! Agora, pessoal, hora da comida, bebida e música, cortesia de Cameron!

Cam deu um passo à frente, puxando Rebecca para dentro de seus braços e beijando sua bochecha.

— Parabéns, querida, estou tão feliz por vocês dois.

Quando ele se virou para felicitar Jacob, seu amigo estendeu a mão.

— Eu não consigo nem colocar em palavras como estou feliz, Cam, e obrigado pelo serviço de buffet. Tirou muita pressão de Becca.

Cam balançou a mão e encolheu os ombros.

— Foi um prazer e espero que vocês aproveitem a viagem.

— Iremos. — Jacob riu e Cam se afastou quando a próxima pessoa esperou para felicitar o casal.

— Posso colocar minhas sandálias de volta agora? — Chastity sussurrou quando ela o alcançou.

— Sim. — Cam riu, indo em busca de seu próprio calçado.

Todos começaram a sair, mas Cam esperou, querendo verificar se Rebecca se recuperara completamente de sua provação quando queimaram a cabana. Logo eram apenas os três e ele esperou enquanto Jacob se inclinava, beijando sua bochecha e sussurrando.

— Eu sairei um pouquinho.

A mão de Rebecca percorreu o braço, apertando e balançando a cabeça.

— Ok, grandão, não demore muito, não queremos deixar nossos convidados esperando.

Quando Jacob voltou para o corredor, Cam agarrou a mão dela.

— Eu só queria ter certeza de que você estava bem. Que você tenha se recuperado bem da nossa pequena viagem.

— Sim. — Ela assentiu, seus olhos tristes por um breve momento. — Eu estava cansada e precisava descansar por um dia ou dois, mas estou bem, de verdade.

Cam sorriu.

— Estou feliz. Estava preocupado com você, Rebecca.

— Não há necessidade. — A cabeça de Rebecca ergueu-se com altivez. — Sabe, sou durona, Cam. Precisa mais do que um fantasma ou dois para me derrubar.

— Sim, eu sei, mas não me impede de me preocupar com você.

Ela deu um passo adiante abraçando-o com força.

— Obrigado, você sabe que eu amo você, não é?

Cam a abraçou.

— Assim como eu. Agora, onde está toda essa comida e bebida?

Rindo, ela apontou para as portas e para fora onde estava a piscina.

— Lá. Vá, coma e divirta-se, irei assim que meu lobo voltar a aparecer.

Cam beijou sua bochecha e foi em busca de Chastity. Ele a encontrou conversando com Elijah, suas mãos movendo-se de forma animada enquanto o bombardeava com perguntas. Cam pegou uma bebida da bandeja de um garçom que passava e se juntou a eles.

— A cerimônia foi adorável. — Ele disse a Elijah assim que Chastity parou para respirar.

— Obrigado. — Elijah sorriu. — Foi uma honra, já que geralmente é a Alta Sacerdotisa que realiza essas cerimônias.

— Bem, pelo que assisti, acho que você fez perfeitamente. — Cam encolheu os ombros. — Mas, novamente, nunca estive em outras cerimônias. — Ele riu quando Chastity apertou seu braço, Elijah, obviamente, vendo seu humor e também rindo.

— Sim, bem, é algo que valorizarei por muito tempo e estou tão empolgado que tudo saiu tão bem. — Elijah baixou a voz. — Todo esse negócio com Bridget e Tobias foi horrível. Isso abalou nosso clã no seu núcleo, mas Rebecca assegurou a todos que as coisas ficarão bem.

— Ela é boa nisso. — disse Cam, virando-se para ver Rebecca sendo beijada apaixonadamente por Jacob.

— Sim, ela é. — Elijah concordou. — Agora, se você me der licença, eu tenho que ir me misturar.

Chastity franziu a testa.

— Droga, eu queria saber mais.

Cam riu, puxando-a para o lado dele.

— Querida, se você quiser saber mais, pode perguntar a Stracey, ou Rebecca, embora eu aguardaria até que Rebecca voltasse de sua lua de mel.

— Boa ideia. — Chastity riu. — Oh, Cam, você pode acreditar nisso?

Cam olhou para ela, não entendendo o que queria dizer. Ela sorriu para ele e continuou.

— Quero dizer, você e eu, Stracey e Jinx, Rebecca e Jacob, e isso que nem sequer inclui Grant e Shelly, Rory, Charlie, Fergie sendo curado. Aconteceu tanta coisa e, às vezes, me preocupo que seja um sonho. Que acordarei e voltarei...

O dedo de Cam levantou-se para cobrir seus lábios.

— Shh, nunca pense nisso. Isso, tudo isso... — a mão de Cam acenou. — Tudo é real. Somos reais. É apenas o começo, Chastity. Nós temos toda nossa vida à frente e pelo que planejamos será um momento ocupado, tanto aqui em Los Angeles quanto na matilha. Então, meu amor, aproveite esta noite para simplesmente desfrutar, porque amanhã estaremos ocupados, ocupados, ocupados.

Chastity se esticou, beijando sua bochecha suavemente.

— Eu amo você, Cameron Sinclair.

— Eu amo você também, minha loba branca. — O olhar de Cam ficou cheio de amor enquanto ele olhava para seus olhos iluminados.

Jacob despiu-se rapidamente, abriu seu closet e entrou. Ele escolheu o que queria e vestiu o mais rápido que podia, examinando-se no espelho várias vezes antes de respirar profundamente e caminhou de volta pelo corredor.

Rebecca ficou no final, esperando por ele, e ele lutou para não rir quando seus olhos se arregalaram e olharam para cima e para baixo. Ela estava falando antes mesmo de chegar até ela.

— O que é isso? — Ela disse, sua mão acenando para cima e para baixo em seu corpo.

Ele endireitou sua gravata de seda cinzenta e escura, puxou os punhos do paletó, um cinza mais claro do que a gravata que usava com uma camisa branca impecável. Sua calça cabia como uma segunda pele e ele sabia que ela podia ver suas coxas grossas e musculosas com clareza. Ele ergueu uma sobrancelha quando seus lábios se contraíram nos lados.

— Isto? — Ele perguntou quando olhou para seus olhos. — Você não se lembra o que eu disse quando eu peguei você lendo aquele livro? — A respiração de Rebecca ficou presa na garganta quando ela concordou. — Bem, esta noite, minha bruxa encantadora, só estarei te lembrando que eu sou muito melhor do que o Sr. Grey e planejei coisas para mais tarde essa noite.

A sobrancelha de Rebecca levantou-se, um desafio em seus olhos.

— É você agora?

Jacob levantou um dedo, acenando-a para a frente. Ela deu um passo em direção a ele que a puxou para abraçar. Seus lábios caíram sobre os dela e a beijou com um abandono que realmente deveria ter sido mantido para o quarto. Uma mão em seus gloriosos cabelos vermelhos e outra em sua pele, onde seu vestido quase não cobria seu doce traseiro. Ele ouviu o aumento da frequência cardíaca, o sangue que aumentava através de seu sistema como um tsunami quando devastou sua boca.

Quando ela se derreteu, ele se afastou, um brilho em seus olhos.

— Você é minha, Becca, e esta noite você terá a melhor noite de sua vida.

— Essa é uma declaração ousada, lobo. — Rebecca provocou. — Eu tive várias noites que achei que foram as melhores.

Jacob riu.

— Esta noite superará tudo o que você poderia ter sonhado. Esta noite, minha bruxa atrevida, eu te devorarei, te adorarei, e você gritará meu nome tão alto que a própria deusa a ouvirá.

Os olhos de Rebecca brilharam.

— Agora que é meu, estou ansiosa, meu grande e muito mal, lobo.

O olhar de Jacob era intenso enquanto olhava em seus olhos verdes.

— Estou tão apaixonado por você que dói.

— Idem, grandão, idem. — Rebecca respirou fundo. — É melhor ir aos nossos convidados.

— Nós temos? — Jacob provocou enquanto ela puxava sua mão.

— Sim. — Ela olhou por cima do ombro. — Mas será difícil me concentrar. Afinal, minha mente está agora no que você planejou para mais tarde.

— Bom. — Jacob sorriu. — Eu quero que você pense no prazer que proporcionarei, Becca.

— Oh, eu vou, lobo, eu vou. — Enquanto sua risada encheu os ouvidos, ele deixou que ela o conduzisse para fora. Sua cabeça e seu coração se encheram de pura alegria e felicidade.

— Este é o dia mais perfeito da minha vida. — ele sussurrou.

Rebecca inclinou a cabeça.

— Sim, é absolutamente perfeito, meu lobo.

Eles se seguraram firmemente enquanto caminhavam para a noite e se juntarem aos amigos para celebrar, ambos com sorrisos de alegria iluminando seus rostos enquanto começavam sua nova vida juntos.

 

 


[1] Gato da Alice (personagem do livro Alice no País das Maravilhas)
[2] LOBO BRANCO

 

 

                                                   A. K. Michaels         

 

 

 

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