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Planeta Criança



Poesia & Contos Infantis

 

 

 


DILEMMAS / A. K. Michaels
DILEMMAS / A. K. Michaels

                                                                                                                                                   

                                                                                                                                                  

 

 

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Chastity o cutucou nas costelas.
— Cam, responda o maldito telefone.
— O quê? — Cam murmurou seu braço estendendo-se para pegá-lo — Que horas são? — Resmungou, abrindo os olhos e vendo o número de seu irmão.
Medo lambeu o interior dele enquanto atendia a ligação, Grant não ligava no meio da noite, a menos que fosse algo importante, ou algo errado.
— Grant? Você sabe que são três da manhã aqui?
A ansiedade de Cam voltou ainda pior enquanto Grant suspirava, aquele som lhe dizia que algo estava errado.
— Grant, a mãe está bem? Você, Shelly, estão bem?
Grant não respondeu imediatamente e Cam sentou-se, apertando o telefone à orelha.
— Droga, Grant, me diga o que está errado.
A voz de seu irmão se encheu de tristeza enquanto sussurrava.
— Sinto muito, Cam, simplesmente não sei por onde começar.
— Ei, tudo bem, meu irmão, mas primeiro você precisa me dizer, nossa mãe está bem?
— Sim. — A voz de Grant balançou, enviando ondas de choque correndo pelo intestino de Cam. — A mãe está, bem, não está machucada nem nada, mas, merda! Cam, algumas coisas aconteceram aqui e é ruim, muito ruim.

 


 


Cam saiu da cama, andando de um lado para o outro enquanto Chastity se sentava.

— O que há de errado, Cam?

Cam a silenciou com um aceno de mão, focalizando seu irmão.

— Grant, você e Shelly estão bem?

— Shelly está bem. — Grant amaldiçoou em voz baixa antes de continuar. — Bem, ela está agora, mas quase a perdi, Cam, e isso me sacudiu. Porra!

— Irmão, preciso que você se sente para recuperar o fôlego e então eu realmente preciso que me diga o que está acontecendo.

Cam ouvia o ritmo de Grant, do mesmo modo que ele estava.

— Grant, você está me preocupando muito aqui, mano.

— Eu sei, desculpe. — Grant soltou um longo suspiro — Simplesmente não sei por onde começar.

— Do início, Grant, do início.

— Ok. — A voz de Grant manteve um traço de algo suspeito como lágrimas, certamente seu irmão não estava chorando?

— Estou ouvindo. — Cam prendeu a respiração, com medo do que Grant estava a ponto de lhe dizer.

— Certo, então, quando chegamos em casa, as coisas não foram bem como esperávamos. Papai...

Cam cortou-o.

— O que esse bastardo fez? Ele aborreceu Shelly?

— Cam, por favor, não interrompa. — A voz de Grant ficou cheia de emoção enquanto falava. — É bastante difícil fazer essa ligação, por favor, deixe-me passar por isso. Eu responderei a todas as perguntas depois de lhe contar tudo. Ok?

A mão livre de Cam fechou-se em um punho enquanto imaginava que seu pai deixou Shelly em uma situação difícil. Ele o avisou, advertiu Grant, que Lachlann seria um idiota.

— Claro, desculpe, continue.

— Então, o pai não estava feliz por ter trazido Shelly na volta. Ele estava falando sobre o meu dever para com a matilha e o fato de que eu deveria ter acasalado com a filha do Alfa da fronteira, coisas assim. Nós discutimos e pensei que estava tudo esclarecido. Eu o alertei que se não nos tratasse com o mesmo respeito que ele havia exigido toda a porra de sua vida, então nós resolveríamos do modo Wolf.

Ofegante e em completo estado de choque, Cam não conseguiu evitar a sua tentação.

— Merda, aposto que não foi bem com o velho do caralho.

— Não. — Grant suspirou de novo — Não. De qualquer forma, pensei que estava resolvido, mas, não estava. Cam, ele decidiu que a lenda dos dois corações não era senão uma bobagem e conspirou com outro membro da matilha para deixar Shelly sozinha em sua primeira caçada. Ele planejou matar Shelly, Cam, merda, quase conseguiu.

As pernas de Cam tremeram com as palavras de Grant, sentando-se na cama, seu coração acelerou.

— Ele não fez isso, não é? E quem diabos o ajudou? Espero que você tenha arrancado seu coração, Grant.

Grant soltou uma risada fria, dura e sem humor.

— Não, eu não. A verdade é que eu queria, mas não pude.

Cam cuspiu raiva enchendo-o.

— O quê? Por que diabos não?

— A pessoa que o ajudou foi Nancy.

Todo o ar deixou os pulmões de Cam, fazendo-o ofegar e sabia que, se ele não estivesse sentado, teria caído no chão. Chocado, ele murmurou:

— Merda, não, diga-me que não.

— Sim. — Grant respondeu — Ela fez. Se não fosse por Blayne, Shelly morreria e você não falaria agora comigo, Cam, porque eu também morreria.

— Foda! — Cam rugiu a raiva atravessando-o em grandes ondas. — Eu o matarei. Eu juro Grant. Chegarei logo que consiga preparar o jato e arrancarei o coração do seu peito sangrento.

Chastity se arrastou atrás dele, com os braços circundando sua cintura para mantê-lo apertado. Cam ficou aliviado por ela ficar calada. Quando a raiva clareou ligeiramente, as palavras do seu irmão passaram por sua consciência.

— Você não precisa fazer isso, Cam. Eu já cuidei disso.

O corpo inteiro de Cam tremeu, com fúria e raiva.

— O quê? O que isso significa, exatamente?

— Eu o matei, Cam. — A voz de Grant quebrou. — Eu matei nosso pai.

Os braços de Chastity apertaram-se ao redor dele, a cabeça deitada no ombro enquanto ele processava as palavras de Grant. Sua resposta foi a primeira coisa que veio à mente.

— Bom, estou feliz, me salva uma viagem.

Sua companheira o apertou um pouco mais, beliscando-o e ele percebeu por quê. Cam sempre teve um relacionamento estranho com Lachlann, Grant não tinha.

— Merda, Grant, desculpe como você está? Isso deve ter sido difícil.

— Estou bem, acho. — A voz de Grant agora é um pouco mais forte. — Eu vi vermelho, Cam. Nunca senti nada como isso e, verdade seja dita, espero nunca mais fazer. O velho filho da puta fazia o habitual de lutar sujo, mas eu estava esperando. Afinal, é como geralmente ganha e ele nos ensinou bem a esse respeito. De qualquer forma, acabou muito rápido, agradeço a Deusa.

— Você tem certeza de que está bem? Eu posso ir aí se você precisar de mim.

Grant continuou como se Cam não tivesse falado.

— Eu descobri que ele estava machucando a mãe. Suas costas estavam cobertas de hematomas e arranhões, os mesmos que você costumava ter. Ele usou seu cinto sobre ela, Cam. Quando eu vi isso, fui atrás do seu sangue, mas então eu e Sandy o alcançamos quando ele estava tentando matar Shelly, então as coisas simplesmente enlouqueceram.

— Desculpe Grant, gostaria que estivesse lá para ajudar. — Cam sabia que isso afetaria muito seu irmão. Muito mais do que se ele fosse o único a tirar o pai deles, Grant não era tão difícil quanto ele.

— Eu sei. — O tom de Grant não foi tão torturado. — Mamãe está segura agora, embora esteja chateada, obviamente. Shelly também está bem e a matilha reagiu em volta de nós. Blayne foi um herói, se não fosse por ele, o pai teria conseguido.

— Diga-lhe que envio meus agradecimentos.

— Eu vou.

Cam abordou o assunto que Grant, até agora, ignorou.

— O que você fez com Nancy?

— O que você teria feito?

— Isso é difícil de responder, Grant, mas acho que talvez a teria matado. Se ela colocasse Chastity em perigo, tenho certeza que minha ira assumiria. Mas você não é eu, então, o que você fez?

— Pensei muito sobre isso. Shelly e eu falamos durante horas do que devíamos fazer. No final, não conseguiria fazê-lo, mesmo que sentisse que merecia, se ela fosse um homem, então definitivamente estaria morta. — O tom de Grant endureceu por um momento antes de continuar. — Eu a enviei para fora, exilei-a da Matilha da Terra, e enviei uma mensagem a todas as outras matilhas que ela não era confiável. Eu informei a seus pais que eles poderiam ficar, afinal não foi culpa deles, mas acho que sairão logo para estar com ela.

— Foi uma decisão difícil de fazer, Grant, e eu respeito que você tomou o tempo para pensar sobre isso. — Cam estava um pouco triste que sua amiga de infância tenha traído Grant de tal maneira. — Ainda não posso acreditar que Nancy fez isso. Ela era uma de suas melhores amigas.

— Sandy diz que é porque ela sempre teve uma coisa por mim e sonhou em ser minha companheira. — Grant soltou uma pequena risada. — Inferno, eu sempre pensei que era você que ela tinha os olhos. Nunca imaginei que fosse eu.

— Você nunca se deu crédito, Grant. — Cam ainda podia sentir a angústia de seu irmão na linha. — Você fez o correto, para você, para a mãe, Shelly e todo o bando. Tenho orgulho de você, irmãozinho.

— Obrigado — Grant fez uma pausa — você não está zangado comigo por matar o pai?

Cam nem hesitou.

— De jeito nenhum! Eu quis dizer isso antes, se ele ainda estivesse vivo, eu iria e mataria o filho da puta eu mesmo. Mas se você precisar conversar sobre isso, a qualquer momento, então, ligue para mim. Eu sei que será difícil para você, irmão, então fale comigo se precisar. Ok?

— Ok.

— Cuide da mãe, ok?

— Claro. — Grant baixou a voz. — Ela está chateada, obviamente, mas inferno, também está aliviada. Posso ver isso em seus olhos.

— Isso é bom, Grant. — A mão livre de Cam cobriu a de Chastity, precisando segurá-la. — Eu tive minhas suspeitas sobre ele machucá-la, mas nunca pude provar. Se tivesse, então eu o teria desafiado há muito tempo.

— Eu nunca fiz. — Grant engoliu. — Honestamente nunca pensei que ele a machucasse e isso está me consumindo por dentro. Ela não diz por quanto tempo aconteceu. Quanto tempo eu perdi. Droga, eu deveria ter visto isso.

— Não comece a adivinhar as coisas. Não é bom para ninguém. Basta concentrar-se em sua companheira, cuidar da mãe e da matilha. — Cam girou a cabeça para olhar nos olhos de Chastity. — O amor de um companheiro pode ajudar a aliviar qualquer dor, Grant, chame Shelly agora e ela o ajudará.

— Bom conselho, Cam.

— Pela primeira vez na vida, faça isso sem discutir. Agora, se não houver mais nada, acho que voltarei para a cama e segurarei Chastity por muito tempo.

— Eu vou, obrigado, meu irmão. Ligarei logo para te atualizar.

— Tchau, Grant. — Cam se despediu antes de desconectar o chamado, olhando para o celular em suas mãos enquanto Chastity gentilmente beijava seu ombro.

— Você está bem?

— Eu entendo que você ouviu a maior parte disso? — Perguntou Cam em silêncio, ainda não acreditando nas profundezas que seu pai tinha afundado.

— Sim. Eu sei que você não estava perto, mas ainda sinto muito a sua perda.

— Inferno, como as coisas estavam entre nós, é um milagre que eu não o matei antes.

— Estou feliz que você não tenha feito Cam, é uma carga pesada para suportar. — Os braços de Chastity enrolaram em seu pescoço. — Matar o pai não é algo que alguém possa suportar levemente, independentemente das circunstâncias. Espero que Grant esteja bem.

— Eu sei o que você quer dizer. — Cam recostou-se em seu caloroso abraço. — Espero que Shelly possa ajudá-lo. Ele é muito mais misericordioso do que eu. Isso não é um defeito da sua parte, mas da minha, espero que ele possa suportar esse fardo sem que isso o mude.

— Eu também, e você é muito duro consigo mesmo, Cam. Você percorreu um longo caminho desde que te conheci.

— Isso é por sua causa, Chastity. — Cam se virou, segurando-a firmemente para ele. — Eu te amo, meu amor.

— Eu também te amo. — Ela beijou sua bochecha suavemente. — Agora, podemos voltar a dormir ou você quer falar mais?

Cam acariciou seu pescoço.

— Falar não, mas dormir é a última coisa na minha mente agora.


Capítulo um

Cam estava na cama tentando fazer com que seu coração desacelerasse enquanto uma infinidade de emoções o atravessava. Os olhos de Chastity ficaram presos nos seus enquanto ficava na porta do banheiro segurando uma pequena vara de plástico branco na mão.

— Desculpe-me. — Ela sussurrou, com o rosto branco de choque.

Finalmente, Cam forçou sua voz a trabalhar, sentando-se rapidamente e estendendo os braços.

— Ei, você não tem nada para se desculpar. Venha aqui.

Chastity correu para ele, caindo em seu abraço enquanto as lágrimas escorreriam pelo rosto, encharcando seu peito nu.

— Não chore. Por que você está chorando, querida?

— É minha culpa. — Ela soluçou contra ele. — Sinto muito, Cam, concordamos com isso e agora eu mudei tudo.

— Chastity, querida, por favor, não chore. — Cam sabia que sua falta de resposta imediata provavelmente era o motivo pelo qual sua amada agora chorava em seus braços. — Eu simplesmente fui pego de surpresa, é por isso que eu não falei nada mais cedo. Não estou chateado, carinho, honestamente.

— Realmente? — Ela virou os olhos para contemplar os dele, as lágrimas ainda os enchendo fazendo com que seu estômago se apertasse firmemente.

— Realmente. — Cam inclinou-se, beijando-a suavemente. — Talvez não tenhamos planejado, mas não é algo que quero que você se sinta culpada. Inferno, se me lembro bem, foi eu que esqueci de colocar o maldito preservativo.

— Sim, mas se eu não tivesse ouvido o doutor e não tivesse dado uma pausa com meu controle de natalidade, então você não teria que usar um preservativo.

— Se ele disse que você precisava de um intervalo, então você precisava de um intervalo. — Cam sorriu para ela. — Inferno, é porque você é tão sexy que eu esqueci a borracha.

Ela apertou o seu lado, difícil.

— Não tente me lisonjear, não quando estou chorando e sei que pareço uma merda.

— Você parece adorável. — Cam ficou sóbrio, seu tom mais sério agora. — Eu não quero que você se sinta chateada, ok? Não é bom para você ou para o nosso filho.

O rosto de Chastity finalmente se iluminou, um sorriso nos olhos.

— Um bebê. Merda, seremos pais, Cam.

— Sim, nós seremos. — Cam podia sentir seu desconforto roçando-a. — E também faremos um bom trabalho com isso. Veja quão bem você cuida das crianças no orfanato. Você é tão boa com eles e será o mesmo com esse pequeno.

— Eu espero que sim. — Ela parecia preocupada. — Minha família era fodida e você e seu pai separados. Que tipo de família teremos com origens como essas, Cam?

— Uma ótima para caralho. — Cam puxou-a mais perto, mais apertada em seu lado. — É por causa disso que nos certificaremos de que nossos filhos sejam amados e cuidados.

— Você tem certeza? — Ela mordiscou o lábio inferior. — E se nosso passado voltar para nos assombrar?

— Ele não irá. — Afirmou Cam com força. — Eu prometo a você isso. Agora, você sabe quão longe está?

Mais uma vez, ela o beliscou.

— Nós apenas fizemos uma vez sem o preservativo, então eu diria que podemos ser bastante específicos nas datas, Cam.

— Ah, sim, não tinha pensado nisso. — Ele encolheu os ombros. — Ei, atire em mim, não sou exatamente um especialista em tudo isso.

— Quase quatro semanas. — A mão dela foi até a barriga, esfregando-a lentamente.

— Acho que podemos manter isso para nós mesmos por um tempo. Você não deve exalar nenhum cheiro de que está grávida por algumas semanas.

— Apenas o que eu estava pensando. Eu quero isso apenas entre nós por enquanto. — Ela se aconchegou nele. — Você tem certeza de que não está chateado?

— Eu tenho certeza. — Cam ficou um pouco chocado com sua reação. As crianças definitivamente não estiveram em sua agenda, mas no momento em que ele processou o que Chastity falou, sentiu que uma grande felicidade o engolfava. Sua loba carregava seu filhote dentro da barriga e ele não podia ficar mais feliz. — Eu te amo, Chastity, mais do que posso dizer. Na verdade, acho que precisamos criar uma palavra. Uma palavra completamente nova para o dicionário porque a palavra “amor” nem se aproxima do que sinto por você.

— Eu também, mas não sou boa com as palavras, então deixarei para você encontrar algo.

Rindo, ele a puxou para cima de seu corpo nu.

— Tentarei. Agora, por que não fazemos algo para celebrar esta notícia maravilhosa?

Chastity riu, balançando em cima dele enquanto seu pênis endurecia entre eles.

— Tenho certeza de que podemos pensar em algo e você não precisa usar proteção agora. Isso seria um pouco como trancar o estábulo depois que o cavalo fugiu.

— Sim, acho que sim. Estou feliz porque prefiro estar nu dentro de você. — Ele acariciou seu pescoço enquanto ela se posicionava para que ele pudesse entrar. — Seja gentil comigo, baby.

Chastity riu enquanto batia no peito dele.

— Comporte-se ou irei deixá-lo para lidar com a sua ereção matinal.

— Não! — O rosto de Cam parecia uma paródia de choque quando ele a abraçou forte. — Você não faria isso com seu companheiro amoroso. Você faria?

— Tente-me. — Ela sorriu antes de começar a mover seus quadris em um movimento lento.

— Você está me matando aqui, querida. — Cam ofegou enquanto seguia em câmera lenta.

Seus lábios procuravam o dele, seu beijo profundo, de tirar o fôlego e cheio de paixão quando ela finalmente começou a se mover mais rápido. Seus corpos agora escorregadios se deslizaram juntos enquanto os aproximava da liberação. Cam se conteve, deixando-a assumir a liderança, a sua notícia, levando-o a repensar o seu habitual amor frenético. Ele morreria se alguma vez a machucasse ou seu bebê.

À medida que seus pensamentos vagavam, ele sentiu que a sua vagina começava a se contrair ao redor dele, trazendo seu próprio lançamento. Seus dentes passavam pelo ombro, beliscando-o e depois apertando seu músculo quando seu orgasmo o atingiu completamente. Suas mãos segurando os quadris dela para mantê-la se movendo por alguns golpes mais até que a semente dele derramou dentro de seu calor. Seus corações batendo loucamente enquanto o seguravam alto o maior tempo possível.

Sua respiração diminuiu, Chastity saiu de cima dele e deitou-se ao seu lado.

— Você se segurou.

— Eu não quero machucá-la ou prejudicar o bebê. — Ele admitiu um pouco surpreso que ela notou.

— Não seja bobo. — Ela o cutucou, não muito gentilmente. — As mulheres têm tido bebês desde o início dos tempos e você pode ter certeza de que todos os pequenos estão bem protegidos. Cam, eu não quero que essa notícia nos mude, eu quero meu companheiro muito sexy e apaixonado. Não uma cópia barata.

— Cópia barata? — Cam levantou uma sobrancelha. — Querida, eu posso ser um monte de coisas, mas barato não é uma delas. — Ele fez cócegas na sua cintura, encontrando o lugar que sempre a fazia rir.

— Pare. — Ela implorou através de sua risada. — Eu tenho que me levantar e ir trabalhar. Temos outro filhote que chega hoje.

Cam cedeu, soltando-a para que pudesse se levantar. Deitado com um braço atrás da cabeça, admirava a vista enquanto ela caminhava até o guarda-roupa para vestir roupas limpas.

— Outro?

— Sim. — Chastity franziu a testa. — Ele é um pouco mais velho, na adolescência e sem ideia sobre seus pais. Foi encontrado nas ruas em LA e o abrigo contatou-me.

— Eu vejo. — Cam se sentou. — Você precisa ter cuidado, Chas, ele pode estar chateado e zangado e pode simplesmente atacar. Provavelmente não te machucará, mas se ele atacar, então você precisa ter cuidado com o bebê.

Chastity parou, a mão no quadril enquanto balançava a cabeça para ele.

— Este não é meu primeiro rodeio, Cam. Eu encontrarei Ryder e o levarei para ajudar hoje, especialmente com o novo menino. Espero que possa se relacionar com ele e nos ajude a evitar quaisquer explosões de raiva.

Cam ergueu as mãos.

— Desculpe-me, é uma ótima ideia pegar Ryder, mas você não pode me impedir de me preocupar. Não agora, Chastity. Acabarei como um desses homens que desejam envolver sua esposa em algodão. Não irei?

— É melhor não. — Chastity lançou um sorriso atrevido. — Eu sou uma alfa loba e ninguém me envolve em algodão. Nem mesmo você.

— Tentarei me conter. — Cam brincou enquanto ela pegava suas roupas. — Nós temos tempo para tomar um banho?

Seus olhos se estreitaram.

— Depende do que você quer dizer com um banho. Não tenho tempo para passar uma hora no banheiro, Cam.

— Tudo bem, por mim tudo bem.

— O quê? — Ela perguntou com desconfiança.

— Uma rapidinha. — Ele riu, saltando da cama para agarrá-la em seus braços.

— Você nunca está satisfeito.

— Não. — Ele balançou a cabeça. — Não onde você está preocupada, querida.

Mac perambulou lentamente do orfanato para o acampamento, assobiando enquanto caminhava, e provavelmente o mais feliz que já esteve. Quem pensaria que trabalharia em um orfanato para jovens híbridos lobos, eles tinham quase todos os tipos de misturas, mas principalmente um alinhamento de lobo e bruxa. Muitas matilhas ainda eram supersticiosas quando se tratava de bruxas e, se alguma coisa acontecesse com os pais, eles não queriam manter as crianças ao redor.

Caramba, quem não poderia amar aqueles filhotes adoráveis, e pior, que tipo de alfa os expulsaram assim que puderam? Tontos idiotas. A visão da garotinha mais linda, uma recém-chegada, veio à mente. Seus olhos assustados olhavam para ele enquanto tentava fazê-la almoçar. Ela cruzou os braços e apertou a boca firmemente, recusando-se a comer qualquer coisa.

Ele tentou todos os seus truques normais, mas nada funcionou. Estava prestes a desistir quando viu uma lágrima escorrendo pelo canto do olho. Sabendo melhor do que apenas agarrá-la em um abraço, ele removeu a comida e perguntou simplesmente:

— O que há de errado? Por que você está triste?

— Sinto falta da minha mãe e meu pai e meu garfo especial.

Mac assentiu enquanto o encarava com olhos cheios de lágrimas.

— Eu sei que você tem, querida, mas nós cuidaremos muito bem de você, mas fale sobre o seu garfo especial. Com o que se parece?

— É um Mickey Mouse. — Ela parecia tão perdida que seu coração realmente doía.

— Mickey Mouse, hein? — De pé rapidamente, sorriu para ela. — Bem, eu verei se nós temos algum desses.

Mac correu para a gaveta na cozinha que guardava todos os utensílios para as crianças. Ele encontrou Star Wars, Minions e, finalmente, um pequeno garfo Mickey Mouse. Segurando-o triunfante em sua mão quando retornou.

— Olha o que eu achei.

— Mickey! — Ela sorriu e apontou para o seu prato.

Mac ajudou-a com a comida.

— Quando novas crianças chegarem, você me lembrará de perguntar se eles gostam de um garfo especial?

— Claro. — A garota murmurou em torno de sua comida.

Algo tão simples e nem sequer pensou nisso. Ele tinha muito a aprender, mas valia a pena. Trabalhar a tempo parcial no orfanato era algo para o qual lutaria se alguém lhe informasse que era necessário em outro lugar. Ele não desistiria de ajudar Nate, Brett e Chastity, não se pudesse evitar.

Tinha o equilíbrio perfeito para ajudar a executar o bando, a caçar com Mason e a tentar o seu melhor para ajudar as crianças. Sua mais recente adição era um jovem grosseiro, irritado, que quase rosnava para quem se aproximava. Mac ficou maravilhado com a visão de Chastity trazendo Ryder para trabalhar com ela naquela manhã. Ele tinha certeza de que o menino estava pronto para rasgar a cabeça de alguém até que o jovem shifter pantera entrou, segurando um iPad e caminhando casualmente até o garoto.

— Ei, você conhece esse jogo? — Ryder mostrou ao menino a tela. — Estou ficando realmente chateado porque não consigo superar esse nível. Você pode ajudar?

O novo jovem olhou Ryder por um momento antes de assentir uma vez.

— Já joguei antes.

— Você pode me ajudar? Se você não é bom para isso, eu posso continuar tentando eu mesmo.

Mac esperou com uma respiração suspensa, com certeza o novo filhote reagiria às palavras arrogantes de Ryder, mas viu o menino endireitar-se, olhando para Ryder diretamente nos olhos.

— Eu posso fazer isso. Dê isso aqui.

Ele observou, espantado, quando ambos deslizaram para o chão e começaram a jogar o jogo. Ryder lentamente aproximou o menino enquanto falava de seu próprio tempo no mundo, sozinho. Mac viu Chastity espreitando de vez em quando para verificá-los e mais uma vez, ele pensou que ela era a pessoa perfeita para administrar o lugar.

Pensando em sua manhã enquanto caminhava, não podia deixar de sorrir, o orfanato era um lugar que trazia o melhor dele. Maravilhado com a sorte de ser uma parte de algo tão maravilhoso. Ao entrar no acampamento, ele viu Mason com o mais novo grupo de lobos que pediu para se juntar a matilha. Sorrindo, quando ouviu o grande lobo dar informações e regras a serem aderidas, caminhando para trás e para frente diante do pequeno grupo de homens. Alguns parecendo decididamente nervosos com o áspero e duro, Mason.

Mac acenou quando Mason o viu e estava prestes a dirigir-se para sua própria cabana quando sua pele começou a tremer.

— O que diabos? — Murmurou com um cheiro que atormentou seus sentidos. Um perfume que quase tirava o fôlego. Os olhos de Mac observaram por aí, tentando encontrar a fonte, enquanto a esperança flambava em seu peito.

Poderia ser seu tempo de encontrar sua companheira? Ele orou para a Deusa mais de uma vez por uma alma gêmea. Morando em uma matilha onde seus melhores amigos estavam acasalados era, às vezes, solitário. Ele queria o que eles tinham: uma mulher para amar e passar o resto de sua vida com o céu.

No entanto, não viu fêmeas próximas, então balançou a cabeça para limpá-la e continuou. Ele precisava verificar e ver quais deveres lhe fora atribuído para a tarde e esperava que fosse caçar. Poderia fazer com um bom tempo e possivelmente um mergulho no rio no caminho de volta. Ele não estava acostumado com o calor do verão aqui e um banho no Nooksack nas proximidades parecia uma ótima ideia.

— Mac, espere. — Mason chamou, seus cabelos escuros e longos, muito mais do que o habitual, voava ao redor dele enquanto corria.

— Oi, o que há? — Mac perguntou quando Mason chegou ao lado dele.

— Tivemos alguns relatórios de que há um urso ferido nas proximidades e está causando alguma preocupação com os amigos da cidade. — Mason levantou uma sobrancelha. — Eu adoro carne de urso, então por que não juntamos nossos melhores e mais fortes caçadores e veremos se conseguimos localizar?

Mac sorriu amplamente.

— Carne de urso? Sim, mas você informou a Cam? Você sabe como que ele é quando se trata de ursos.

— Sim, sim... — Mason suspirou — ...ele está tenso com qualquer um de nós nos machucarmos, mas realizaremos um serviço para os humanos na cidade. Não é verdade?

— Desculpe, mas precisamos esclarecer isso com ele. Suas ordens sobre ursos são muito claras. — Mac parou, encarando seu amigo. — O que se passa contigo? Você normalmente nunca tentaria puxar um golpe assim sem passar pelos canais adequados.

Mason arrastou os pés.

— Estou com calor e mal-humorado. Droga, Mac, não temos esse clima na Escócia, está me afetando um pouco.

— Estou pronto para a caça, mas verificarei com Cam primeiro. Evitarei de termos um rolo com ele mais tarde. Ok?

— Obrigado. — Mason bateu as costas de Mac. — Lembre-se: diga-lhe quão preocupado está com a cidade.

— Eu irei. — Mac continuou quando Mason se virou para voltar o caminho que veio. — Vejo você em meia hora.

— No caminho agora. — Mason sorriu quando ele correu.

— Maldito calor. — Resmungou Mac ao mudar de direção para a cabana do alfa.


Capítulo dois

Cam parou de digitar enquanto murmurava:

— Entre. — A batida na porta do escritório interrompeu seu fluxo de pensamento enquanto respondia um e-mail que Stracey enviara.

Ao ver Mac, fez um gesto para ele.

— Sente-se, Mac. — Mac sentou seu rosto um pouco vermelho do sol. — O que há? — Perguntou Cam quando seu amigo se ajeitou na cadeira.

— A cidade está preocupada com alguma coisa, então eu venho pedir sua permissão para nos permitir fazer uma caçada.

Cam endireitou-se, dando a Mac toda a sua atenção.

— A cidade está preocupada com o quê, exatamente?

— Aparentemente, há um urso ferido solto e os habitantes da cidade estão um pouco alarmados. Todos sabem como um urso machucado age.

— Um urso, hein? — Cam tocou a mesa enquanto olhava para Mac. — E você quer que eu autorize uma caça ao dito urso?

— Sim. — Mac assentiu. — Isso faria um favor à cidade, tirando uma ameaça potencial.

— Então, deixe-me entender isso. — Cam manteve seu olhar firme enquanto ele trancava os olhos em Mac. — Você quer ir a uma caçada ao urso apenas pelo bem da cidade? Não tem nada a ver com o fato de que acabamos de ficar sem carne de urso e você, como qualquer outro lobo nesta matilha, ama a carne de urso?

— Absolutamente não. É um serviço comunitário que lida com um animal tão perigoso. — O rosto de Mac uma máscara de seriedade enquanto ele mantinha seu olhar em Cam.

— Realmente? — A cabeça de Cam caiu para o lado quando ele olhou para Mac com astúcia. — É assim que você está jogando? Um serviço comunitário?

— Sim. — O rosto de Mac puxou um pouco, um pequeno sorriso puxando seus lábios. — Devemos aos humanos lidar com o animal perigoso que está à espreita.

— Eu não tenho certeza do que é mais divertido. — Cam olhou para o amigo. — O fato de você estar sentado aqui dizendo isso ou o fato de que eu acho que você realmente acredita nisso. Diga-me, Mac, quem lhe falou sobre essa ameaça perigosa para os humanos?

Mac se contorceu no assento, o rosto corando antes de responder.

— Bem, foi Mason quem me chamou a atenção.

— Mason! — Cam gargalhou. — Eu deveria saber que seria ele. Todos nós amamos carne de urso, mas é como se ele fosse um viciado procurando sua próxima dose. Ele está viciado nas coisas.

— Isso pode ser assim, mas a ameaça ainda está lá. Há um urso ferido e ele representa uma ameaça, Cam.

— Estou muito ocupado para continuar a debater isso. — Cam voltou ao laptop, acenando para Mac. — Vá então, vá e resgate os humanos de uma ameaça tão grave e cace o maldito urso. Mas... — Cam virou-se para Mac — ...se alguém se machucar nessa missão de misericórdia, então responsabilizarei você e Mason. Entendido?

Mac se pôs de pé, mal contendo sua excitação.

— Claro alfa.

A risada de Cam ecoou quando Mac saiu da sala tão rápido quanto as pernas o levaram.

— Maldição... — murmurou Cam — ...queria poder ir com eles.

Infelizmente, tinha um monte de trabalho para fazer e Stracey estava em sua bunda para lidar com algumas emergências. Então, Cam suspirou, depois voltou a se concentrar em seu trabalho, às vezes desejava que ele fosse apenas um alfa e não um empresário também. A vida seria muito mais simples e provavelmente muito mais divertida.

Mac encontrou Mason impacientemente esperando por ele, com Logan, Oliver, Ryder, Clayr e outro lobo que não conhecia. Chegando mais perto, sua pele começou a pinicar novamente e ele parou, olhando ao redor, mas novamente não viu ninguém que causasse a reação. Mac respirou profundamente para se estabilizar enquanto olhava para Ryder. — Mason, você não acha que o filhote deveria ficar aqui? Ele é um pouco jovem para ir a uma caçada ao urso e Cam já avisou que se alguém se machucar, então ele fará você e eu responsáveis.

— Ele foi avisado. — Mason bateu Ryder no ombro. — Ryder deve ficar de fora e observar apenas. Não tem permissão para se envolver na caça ou abaixar o urso. Não está certo, Ryder?

A jovem pantera franziu o cenho.

— Sim, está certo.

— É melhor fazer o que lhe ordenarem ou será retirado dos deveres de caça. — Mason colocou seu ponto de vista firmemente. — Entendido?

— Sim. — Ryder assentiu enquanto Clayr sorriu.

— Não sei o que você está sorrindo, irmãzinha, você também não deve se envolver com o urso. Isso é para nós homens.

— O quê? — Clayr quase gritou para o irmão. — Você deve estar brincando, certo?

— Não. — Mason ficou firme. — Não estou brincando, Clayr, os ursos são muito mais perigosos do que qualquer coisa que você caçou antes. Eu sei que você esteve em algumas caçadas desde que chegamos aqui, mas agora, como então, você estará lá para ajudar a rastrear apenas. Ok?

— Que se f...

— Não diga isso. — Mason cortou-a. — Sua boca está ficando muito suja. Talvez eu tenha que lavar com sabão para limpar.

— Apenas tente. — Clayr olhou para o irmão.

— Não me tente, irmã.

Mac interveio, sabendo que, uma vez que Clayr começava, demorava muito para detê-la.

— Quem é?

O estranho avançou quando Mac o examinou. Alto, magro, cabelos loiros compridos com olhos verdes escuros que tinha um brilho malicioso neles. Estendendo sua mão enquanto se apresentava.

— Eu sou Tristan, mas a maioria das pessoas me chama de Tris. E verdade seja dita, odeio o nome, mas, é o que foi me dado, então só tenho que viver com isso.

Mac alcançou a frente, segurando a mão do homem em uma sacudida firme e maldição, havia a sensação de formigamento novamente.

— Oi. — Foi tudo que Mac conseguiu dizer puxando a mão de volta e olhou ao redor.

— O que há de novo? — Logan perguntou, seguindo os olhos de Mac.

— O quê? — Mac voltou, balançando a cabeça para limpar-se de alguns pensamentos muito estranhos. — Oh nada. Apenas ficando com uma sensação estranha hoje. Mason... — Mac virou-se para o lobo mais alto — ...você tem certeza de que fez verificações de antecedentes sobre os recém-chegados?

Mason parecia um pouco chateado.

— Sim, eu fiz, e Jacob também. Todos ficaram bem.

— Ok. — Mac balançou a cabeça novamente. — Não faço ideia do que está acontecendo comigo hoje. Talvez eu esteja pegando um resfriado ou algo assim. As crianças do orfanato sempre parecem ter uma coisa ou outra.

Clayr deu uma bofetada nas costas.

— O que você está falando, seu idiota? Os lobos não pegam resfriados humanos.

— Outra coisa então. — Mac se sentia e parecia confuso. — Há definitivamente algo hoje. Droga, vamos começar essa caçada, talvez a corrida ajude a limpar a cabeça.

— Eu espero que sim. — Clayr sorriu. — Porque você está realmente estranho agora, Mac.

— Certo, escutem. — Mason ergueu a voz apenas um pouco. — Clayr é um dos nossos melhores rastreadores, ela e eu lideraremos com Logan e Mac nos nossos flancos. Ryder, você virá para trás com o Tris. Desculpe, Tristan, mas não conheço você o suficiente, então não colocarei você em posição de liderança até caçar algumas vezes e eu ver quão bom você é.

Tris apenas sorriu.

— Coisa certa.

Mason ergueu uma corda grossa.

— Ryder, você levará isso ao redor do pescoço para que possamos usá-lo para transportar o urso de volta se tivermos sucesso. Ok?

— Sim. — Ryder assentiu, parecendo satisfeito por ele ajudar, mesmo que fosse tão pequeno. O jovem shifter pantera começou a se transformar, lentamente ainda estava com problemas para se transformar. Todos estavam acostumados a isso, Ryder tinha problemas se estava nervoso ou animado, mas melhorava à medida que as semanas e os meses passavam. Assim que a linda besta preta se colocou diante dele, Mason empurrou a corda ao redor do pescoço antes de se despir e se transformar em lobo.

Mac assentiu e Logan começou a se despir.

— Vamos ao nosso caminho. — Ele pegou uma das caixas de plástico para colocar suas roupas. — Se conseguirmos isso com rapidez, talvez tenhamos bifes de urso esta noite.

—Qual é a pressa? — Mac perguntou enquanto ele começava a se transformar.

— Tina ama bifes de urso. — Informou Logan como se isso explicasse tudo.

— Logan ama Tina, Logan ama Tina! — Clayr cantou quando ela guardou a última roupa em sua caixa de plástico e empurrou-a para dentro.

— Cresça. — Logan cuspiu, seu rosto corando escarlate.

Clayr riu por um momento antes de se transformar rapidamente em sua lisa forma de lobo, sacudindo seu pelo antes de se mexer até o início da floresta. Mac colocou suas roupas em sua caixa e viu as costas nuas do novo cara enquanto ele fazia o mesmo. Uma tatuagem maciça cobrindo-a em uma representação graciosa, linda, de um conjunto de asas de anjo.

— Boa tinta. — Admirou Mac quando Tris se virou para dar-lhe um amplo sorriso.

— Obrigado. — Ele respondeu rapidamente antes de se transformar em um lobo grande e cinza claro.

A pele de Mac esquentou de novo, mas ele sacudiu-se, transformando-se rapidamente em seu lugar.

A imensa besta de Mason arrancou, decolando rapidamente com Clayr ao lado dele. O ritmo que eles estabeleceram foi exaustivo e, novamente, Mac se perguntou como Clayr poderia continuar. Ela era uma das mais fortes e rápidas lobas que conhecia. O fato dela poder ser uma dor na bunda, ele atribuiu a ela ainda ser jovem e a liberdade que todos a deram quando seus pais morreram.

Eles correram por mais de uma hora antes que a besta de Clayr abrandasse, seu nariz no chão por alguns momentos antes de sair para a esquerda. Mac mal conseguia farejar o urso, mas, obviamente, Clayr sim, pois a loba disparou como uma flecha, com a intenção de seguir seu curso. Não muito mais adiante, ela diminuiu a velocidade, caindo para a barriga e avançando. O animal de Mason refletiu o dela e o resto deles ficou em volta, esperando o sinal de Mason para Logan e Mac flanquear seu alvo.

A pele de Mac estremeceu quando seu animal ficou entusiasmado com o pensamento de enfrentar o urso. Seu lobo adorava caçar e não havia maior emoção do que derrubar um urso malvado, mortal. Era apenas uma das coisas que ele e sua besta adoravam sobre sua nova casa. O animal mais mortal que caçaram nas Highlands era um veado no cio. Sim, eles também podem ser perigosos e infligir feridas mortais, mas, eles não eram páreos para um maldito urso.

A cauda de Clayr balançou enquanto a grande cabeça de Mason girava ao redor, movendo-se de um lado para o outro em uma ordem silenciosa. Mac e Logan caíram, deslizando em suas barrigas, lentamente fazendo o seu caminho para o que estava além dos arbustos antes de Mason. O cheiro de urso e sangue agora enchia o ar e Mac achava que seu animal se deleitava no calor da caçada.

À medida que seu lobo tomou seu lugar, viu o urso, deitado e possivelmente dormindo. O animal respirava um pouco irregular e tinha um grande corte ao longo do seu lado direito. Parecia que recebeu o segundo lugar em algum tipo de confronto. Não importa, o motivo é irrelevante, o fato de que ele se machucou e não enganava qualquer um deles em quão perigoso ainda poderia ser.

Um urso desse tamanho, e era enorme, poderia facilmente ferir a qualquer um deles, ou pior, matar. Mason estava rapidamente se tornando perito, caçando-os sempre que conseguisse aproveitar a oportunidade, então Mac ficou quieto, esperando as ordens de Mason.

O lobo de Mason avançou sorrateiramente, através dos arbustos para a clareira onde o urso se deitava, farejando enquanto caminhava. Seu lobo soltou um rosnado baixo e foi quando o urso decidiu fazer uma recuperação milagrosa, levantando-se para elevar-se sobre o lobo.

Logan e Mac reagiram instantaneamente, correndo para frente, rosnando e atirando-se no urso, desorientando-o enquanto girava. A besta de Mason se lançou para frente, passando com uma enorme pata dianteira para ancorar a grossa coxa. Um enorme rugido de dor ecoou em torno deles quando o urso se virou para atacar com suas próprias garras. Mason saiu do caminho do golpe e, enquanto a atenção do urso estava sobre ele, Logan correu para avançar para agarrar a outra perna. Outro rugido de dor entrou em erupção quando a cabeça do urso girou, seus olhos no lobo de Logan enquanto tentava rasgar um buraco no seu lado.

Mac avançou do lado oposto, suas próprias garras cavando profundamente nos quartos traseiros já sangrando e afastando a atenção do urso de Logan. Agora, circundando o urso, Logan, Mason e Mac avançavam em suas patas sacudindo sempre que a atenção do urso estava em outro. Tecendo para dentro e para fora para tentar desativar a besta maciça.

Tristan se juntou a eles, seu lobo cinza claro e rápido como relâmpago, conseguiu entrar em dois golpes por cada um que Mac fazia. A besta de Mason deu um rosnado agradecido, enquanto os quatro agora rodeavam o urso. Clayr e Ryder juntaram-se a eles na clareira, mas ficaram bem longe da luta.

O sangue encharcou a grama e as flores ao redor enquanto o urso caía para frente, de quatro, sua cabeça balançando de um lado para o outro enquanto sua raiva e pânico cresciam. Estava preso, sem nenhum lugar para ir, o sangue escorrendo livremente de feridas múltiplas, e ele sabia que estava derrotado. Isso não o impediu de tentar rasgar cada um deles com suas mandíbulas maciças e, enquanto se esticava para frente, apontando para a cabeça de Mac, o lobo de Mason avançou, pulando alto para pousar diretamente nas suas costas. Seu animal abriu a boca e afundou os dentes afiados atrás do pescoço do urso.

Suas quatro patas presas no urso, as garras se encaixam profundamente, enquanto o animal tentava, corajosamente, desalojar o lobo. Tristan saltou uma e outra vez, cortando o urso com precisão e força até que finalmente o animal entrou em colapso sob o lobo de Mason. Ele não abandonou seu controle, apenas movendo suas mandíbulas para abranger mais da garganta do urso, mordendo com tanta força que todos ouviram a fenda quando o pescoço finalmente quebrou.

Quando o lobo de Mason soltou o urso, descendo no chão, todos levantaram a cabeça para o céu para uivar juntos. O som estrondoso e ruidoso que ecoava nas altas árvores que os cercavam. A loba de Clayr correu para verificar seu irmão antes que não pudesse resistir a se juntar aos uivos de triunfo da matilha na caça.

Seus uivos tocaram por longos momentos antes de Mason se transformar, caminhar até Ryder e remover a corda.

— Mac, Logan e Clayr, fiquem atentos para qualquer coisa que tenha sido chamada pela confusão. Ryder você fica perto. — Mason voltou-se para o lobo cinzento. — Tristan, você pode se transformar e me ajudar a deixar essa beleza pronta para levar para casa?

Mac vislumbrou o corpo nu de Tris quando ele se moveu para ficar de guarda. Seu lobo soltou um gemido espontâneo. Mac manteve-se firmemente no controle dele, quando deu um passo em direção ao estranho e forçou-o a cumprir suas funções. Sua mente batalhando com sua besta por seu interesse no homem. Comporte-se! O que você pensa que está fazendo?

Ele mal conseguiu desempenhar seus deveres quando Mason e Tristan amarraram a corda ao redor do urso, deixando duas extremidades livres com laços para que suas mandíbulas de lobo agarrassem. Mac não tinha ideia do que estava errado com ele hoje e decidiu ir ver a curandeira da matilha assim que eles retornassem ao acampamento.

Mason exibiu um dos laços.

— Logan, você toma este, Mac, você pega o outro e trocaremos no meio do caminho.

A besta de Logan agarrou a corda entre suas mandíbulas quando Mac encostou aparentemente ansioso para se aproximar de Tristan. Novamente, Mac se perguntou o que estava acontecendo e forçou sua besta a concentrar-se para obter o cânhamo grosso entre seus maxilares.

Tristan colocou uma das mãos na cabeça de seu lobo, sorrindo para ele.

— Você é uma besta magnífica. — Comentou Tris enquanto acariciava seu pelo grosso.

O lobo de Mac gemeu antes que Mason os interrompesse.

— Certo, continuaremos.

Mason e Tristan se transformaram e os levaram de volta ao caminho em que vieram, Ryder e Clayr subindo na retaguarda enquanto os lobos de Logan e Mac levavam o urso para casa. O início foi difícil e ambos estavam ofegantes no momento em que Mason e Tristan assumiram. O contato suave dos focinhos quando ele entregou o seu para Tristan causou outro gemido de sua besta novamente.

Você se comportará? Está me envergonhando. Ele pensou com firmeza antes de avançar para tomar o ponto.

— Eu definitivamente preciso ver o curandeiro. — Pensou enquanto passavam pela floresta densa. — Algo definitivamente não está certo comigo.

Preocupando-se com sua barriga, ele se concentrou totalmente no caminho a seguir, desesperado para chegar em casa e descobrir o que diabos estava errado com ele ou talvez fosse sua besta que estava doente. Mac não tinha certeza, ele só sabia que algo estava inegavelmente errado.


Capítulo três

Cam levantou a cabeça quando Chastity bateu a porta, o rosto corado e os olhos arregalados.

— O que diabos está errado? Você está bem? O bebê está bem?

— Estou bem, o bebê está bem. — Chastity parou na frente da escrivaninha, ofegante enquanto recuperava a respiração. — Eu preciso do jato, tipo agora.

Cam levantou-se e se juntou a ela, sentando-se na borda da mesa e puxando-a para si.

— Acalme-se e me diga o que está acontecendo?

— Eu preciso do jato, Cam. — Chastity parecia em um estado terrível, enquanto obviamente tentava acalmar-se. — Tenho que chegar a Denver o mais rápido possível.

— Você pode me explicar? Está me preocupando, querida.

Chastity respirou fundo.

— Um bebê, tipo um recém-nascido... é meio leão-da-montanha e houve um acidente, os pais morreram e o alfa diz que se eu não chegar lá nas próximas horas ele irá afogá-lo! Porra, Cam, esse idiota irá matá-lo só porque não é um lobo inteiro. Eu tenho que chegar lá antes que faça isso.

Cam grunhiu, sua raiva se elevando ao pensar que um bebê inocente seria afogado por um alfa ignorante.

— É seu, mas irei com você. De jeito nenhum, eu deixarei você ir perto de um homem por conta própria.

— Obrigada. — Ela agarrou sua camisa, puxando-o para ela e beijando-o com força. — Nós realmente precisamos ir.

— Eu preciso me trocar e terei que pilotar o avião sozinho, lembre-se que Marcus está de férias, querida. Então eu preciso chamar um plano de voo e obter autorização. Onde iremos?

— Eu faço isso. — Ela o empurrou para a porta. — Você se troque e eu farei as chamadas. Vá!

Cam caminhou rapidamente até a porta, falando sobre o ombro enquanto saía.

— Chame Stracey com os detalhes de onde pousaremos e diga a ela que eu preciso de um veículo com tração nas quatro rodas com GPS. Nós precisamos disso quando pousarmos, diga-lhe a urgência, querida.

— Farei isso. — Chastity respondeu enquanto começava a correr.

— Maldição. — Murmurou Cam enquanto corria para o quarto deles, trocando-se em instantes e ainda pensando no alfa que executaria um ato tão desprezível enquanto corria de volta para baixo.

Chastity encontrou-o no corredor de seu escritório, um saco embalado em uma das mãos e um assento de carro no chão.

— Aqui está a papelada que você precisa e Stracey diz que terá algo organizado quando pousarmos.

— Vamos. O que é isso? — Ele pegou o assento do carro, balançando a cabeça para a bolsa, e então pegou os papéis dela, passando sobre eles quando saíram da cabana.

— Coisas de bebê. — Ela sacudiu a bolsa. — Alimentos, fraldas, lenços umedecidos, tudo o que eu poderia pensar.

O grito de Mason os parou e ambos se viraram, franzindo a testa no atraso.

— Nós conseguimos. — Mason apontou para a carcaça que eles levaram para o acampamento.

— Boa. Temos que ir, algo urgente surgiu, então fique de olho em tudo. Nós voltaremos mais tarde esta noite, então tenha a certeza de me manter um pouco de bifes grandes.

— Ok. — Mason acenou enquanto voltava para o urso.

— Ele está animado. — Os pés de Chastity se movem duas vezes mais para acompanhar os dele.

— Eu acho que precisamos encontrar uma reunião para ele. — Cam balançou a cabeça. — Você sabe aquela em que ele pode se levantar e dizer: “Oi, meu nome é Mason e sou viciado em carne de urso”.

Chastity bateu no braço dele.

— Você é tão ruim!

— É verdade. — Cam riu suavemente. — Ele aproveita qualquer chance que puder para conseguir. Você deveria ter ouvido o Mac antes, tentando fazer parecer que a cidade estava em grave perigo e eles iriam à caça para manter os humanos seguros.

— Realmente? — Os pés de Chastity aceleraram e Cam manteve o passo com ela.

— Sim. — Cam balançou a cabeça. — Soou como um perfeito idiota, mas manteve o rosto reto e sério o tempo todo.

— Mac estava com eles? Eu não o vi, e você?

Cam franziu a testa.

— Agora que você mencionou, não, eu não o vi. Espero que o idiota não tenha se machucado.

— Eu também.

O ritmo de Cam desacelerou quando alcançaram a nova faixa indo diretamente para o grande hangar onde o jato e o helicóptero estavam alojados. Chastity esperou impacientemente enquanto ele abria as portas maciças do hangar, assim que o fez, ela entrou, gritando:

— O que posso fazer para ajudar?

— Nada no momento. — Cam certificou-se de que as portas estavam fixadas na posição aberta e entrou. — Eu preciso fazer as verificações de pré-voo, certificar-me de que temos combustível suficiente, verificar se tudo está funcionando corretamente, isso levará um pouco de tempo, mas farei o mais rápido que puder.

— Obrigada. — Chastity agradeceu calmamente, mordiscando o lábio inferior enquanto Cam trabalhava.

— Nós voaremos assim que puder com segurança, querida.

— Eu sei. — Chastity mudou de um pé para outro — Estou apenas desesperada para chegar lá. E se o alfa não esperar e fizer algo antes de chegarmos?

Cam continuou trabalhando enquanto respondeu:

— Chame Stracey, dê-lhe os detalhes e número de contato, diga que eu pedi que ela ligue e tenha certeza de que ele não fará nada até chegarmos lá. Que ofereça dinheiro ao imbecil se for necessário.

Chastity puxou o telefone e se afastou, com a intenção de ligar, enquanto Cam continuava com as verificações. Cam a ouviu falar enquanto terminava suas verificações externas, abrindo a escotilha e abaixando os degraus, ele se abaixou quando entrou para continuar as inspeções pré-voo necessárias.

Ele ouviu Chastity terminar a chamada e depois embarcar no avião.

— Tem certeza que eu não posso ajudar?

— Não, está tudo bem. Farei isso mais rápido se eu fizer sozinho. — Cam fez uma pausa. — Você pode lembrar-me amanhã para reservar algum tempo para que possamos abordar isso? Se você pudesse ajudar, então reduziria o tempo, embora seja raro que eu tenha que fazer isso. Marcus cuidaria das coisas se ele não estivesse fora de férias.

— Certo. Gostaria de saber mais e se tiver tempo suficiente para mim, acho que gostaria de aprender a pilotar essa maldita coisa.

Cam levantou os olhos e viu que estava séria.

— Eu não tenho tanta certeza sobre isso. Se o jeito que você dirige é qualquer tipo de medida, então relutarei em deixá-la aprender com meu bebê aqui.

Chastity fez beicinho quando deu um golpe nele.

— Ei, eu sou uma boa motorista.

— Você é uma boa motorista quando tem alguma das crianças com você. Mas, querida, quando não tem, você dirige como uma maníaca.

— Pft. — O rosto de Chastity era uma imagem de inocência. — Eu não. De qualquer forma, um avião é diferente de um carro e pode ser útil em uma emergência.

— Eu pensarei sobre isso. — Cam cedeu quando percebeu que Chastity estava de olhos arregalados.

— Estamos quase prontos? — Ela perguntou com uma leve careta, preocupação agora mostrando em seus olhos. — Estou realmente assustada que ele fará algo com o bebê.

— Acalme-se. — Cam pediu — Eu sei que Stracey resolverá o problema, seja por suborno ou, como é tão boa nisso, assustando-o com as ameaças.

Chastity sorriu seus olhos cintilando de malícia.

— Sim, ela é. Gostaria de ser tão boa quanto ela com isso. Stracey tem uma habilidade para fazer com que as pessoas façam o que quiser.

Cam riu quando terminou suas verificações.

— Você tem uma habilidade para me fazer o que quiser.

— Cam! — Chastity riu. — Eu não quis dizer isso.

— Eu sei. — Cam acenou para o assento do copiloto. — Fique de prontidão, iremos em alguns minutos.

— Bom. — Chastity sentou-se e apertou o cinto. — Se eu pudesse chegar lá mais rápido, eu faria. Temos que salvar aquele pequeno, Cam.

— Eu sei, querida, e nós iremos. Eu prometo. — Cam iniciou os motores enquanto tentava convencer sua companheira de que eles chegariam a tempo. No entanto, ele teve um mau pressentimento sobre isso e só esperava que tivessem sucesso, porque se eles chegassem lá e o alfa tivesse prejudicado a criança, Cam não tinha certeza do que faria. Provavelmente, rasgaria sua garganta.

Chastity olhou pela janela, seu rosto desenhado com preocupação enquanto ele se preparava para a decolagem, taxiando para fora do hangar e entrando na pista. Quando ligou os motores, Cam olhou para ela, vendo que estava mordiscando o lábio e pegando a pele ao redor da unha do polegar distraída. Um sinal de como estava chateada.

Chastity ficou quieta todo o voo. Cam a deixou com seus pensamentos, sabendo o quanto estava preocupada, e queria se concentrar em levá-los o mais rápido possível, e inteiros.

— Nós aterrissaremos logo. — Claramente a viu relaxar, apenas um pouco, mas ele não podia culpá-la. Ele também estava nervoso.

Que a Deusa ajudasse o alfa se o bebê de qualquer forma fosse prejudicado quando chegassem lá.

Seu pouso foi quase tão perfeito quanto Marcus e o pequeno aeródromo onde eles desembarcaram significava que não gastariam tanto tempo na papelada normal. Boa. Cam estava ansioso para começar e sorriu quando parou suavemente o jato onde o controle de trafego o direcionou. Um grande SUV escuro esperava, um homem se encontrava ao lado dele, parecendo entediado.

Uma vez que ele terminou com suas verificações, Cam se juntou a Chastity, encontrando-a andando de um lado para outro nas escadas, bolsa na mão, cadeirinha no chão.

— Nós estaremos no nosso caminho em breve, querida.

— Desculpe, não fui exatamente a melhor companheira de viagem, mas estou muito tensa, Cam.

— Você está? — Cam levantou uma sobrancelha, seu tom um pouco sarcástico enquanto sorria. — Eu não tinha notado.

Ela o recompensou com um soco no braço antes de se aproximar e beijá-lo na bochecha.

— O sarcasmo não lhe convém.

— Não, é? — Cam agarrou-a por um segundo, beijando seus lábios brevemente antes de soltá-la. — Eu achava que sim.

— Não. — Chastity começou a andar em direção ao SUV, puxando-o rapidamente, ele mal teve tempo de agarrar a cadeirinha do carro. — Definitivamente, não.

O homem que descansava contra o veículo levantou-se, prestando atenção, quando se aproximaram.

— Sr. Sinclair? Eu sou Robin e...

— Sim. — Cam cortou-o, abrindo a porta do passageiro e ajudando Chastity na frente, tirando a bolsa dela e colocando-a e a cadeirinha do bebê na parte traseira. — Estamos com pressa. Presumo que tudo foi cuidado?

— Sim, certamente, o único assunto com o qual não temos certeza é o tempo que você precisará do veículo.

— Não tenho certeza, provavelmente apenas algumas horas no máximo. — Cam estendeu a mão para o controle remoto, sabendo que o veículo estava sem chave. — Eu o deixarei aqui quando terminar.

— Hum, eu expliquei para a senhora que ligou que ainda cobramos por um dia inteiro, mesmo que seja usado apenas para parte de...

Novamente, Cam o interrompeu.

— Isso está bem. — Agitando sua mão na frente dele com impaciência. — Nós precisamos continuar, agora, então, se você não se importa, eu posso ter o controle, por favor?

Robin enfiou uma das mãos no bolso do casaco, puxando-o e entregando-o. Seu rosto corou e Cam não tinha certeza se era embaraço ou raiva. Cam pegou o controle e assentiu bruscamente.

— Obrigado, como informei, estamos com pressa.

Cam rapidamente circundou o capô, pulando e se instalando no assento. Ele teve que movê-lo para trás, pois Robin era muito mais baixo do que ele, então apertou o botão de ignição e ouviu o rugido do motor quando prendeu o cinto de segurança. Olhando para Chastity, ele viu que já estava pronta, então colocou o veículo em marcha e se afastou, apontando para o GPS a bordo.

— Coloque os detalhes e veremos quão longe nós temos que ir.

Chastity verificou seu telefone antes de mexer com o satnav1, Cam conduzindo-os para fora da pequena pista de pouso. Ele desacelerou até parar nos portões, esperando descobrir se deveria virar à esquerda ou à direita. Ele não pôde deixar de notar o rosto pálido e tenso de sua companheira quando o mapa ganhou vida e mostrou-lhes o caminho. Ele virou à direita, verificando quanto tempo demorariam antes de chegar.

— Diz uma hora e meia, mas tentarei nos levar o mais rápido possível. Você está bem?

Ele colocou o pé no acelerador e avançaram. Chastity sacudiu a cabeça enquanto mordeu o lábio.

— Na verdade não.

— Posso senti-la, baby, você está tensa e... — Cam a olhou — ...se eu não estou enganado você está se sentindo um pouco doente?

— Não posso esconder nada de você, posso? — Chastity encolheu os ombros. — Mas eu não tenho certeza se eu me sinto doente por causa do que o homem contou que faria, ou se é um enjoo matinal.

Cam vendo que a estrada à frente estava limpa, aumentou a velocidade.

— Não é de manhã. — Comentou, mantendo seus olhos na estrada.

— É chamado de enjoo matinal, Cam, você pode ficar doente a qualquer momento. Normalmente são nos horários da manhã, então eles dizem isso, mas pode acontecer durante todo o dia. — Chastity suspirou pesadamente. — Eu conheci alguém que esteve doente por quase toda a gravidez, pobre mulher, então espero que não seja assim. Eu tenho muito trabalho para tirar um tempo para vomitar a cada cinco minutos.

— Eu não quero que você exagere as coisas, Chastity. — Cam não gostou do som de sua companheira estar doente durante a gravidez.

— Eu prometo que não irei. Tudo o que quero agora é chegar a esse bebê e levá-lo o mais longe possível do chamado alfa.

— Eu nos levarei o mais rápido possível. — Cam verificou a tela do GPS. — Olha, já fiz algum tempo. Não muito tempo agora.

Chastity instalou-se no assento, olhando pela janela, mas Cam estava certo de que não via nada. Seus pensamentos se concentraram claramente na criança que estavam a caminho de resgatar. Ele tentou tirar a cabeça da urgência de sua viagem.

— Você já pensou em algum nome?

Ela se virou um brilho nos olhos.

— Cam, só descobri, com certeza, nesta manhã.

Ele riu quando se aproximou, agarrando uma de suas mãos e puxando-a para o colo.

— Sim, mas você suspeitou por, pelo menos, alguns dias. Bem, esse é meu pensamento de qualquer maneira, porque você não iria para a cidade para fazer uma prova de outra forma. Então, derrame, o que você está pensando?

Ela apertou sua mão.

— Não tenho certeza, dependerá de ter um menino ou uma menina. Eu ouvi outras lobas dizendo que elas sabiam antes o que teriam e eu meio que espero que seja o caso. Você me conhece, gosto de ser organizada, então eu gostaria que todas as coisas fossem preparadas antes de dar à luz.

— Nomes. — Cam cutucou, seu coração inundando com o mero pensamento de ter um filho.

— Tudo bem, tudo bem. — Chastity riu. — Se for um garoto definitivamente será chamado de Cameron. Você pode argumentar se quiser, mas não estou me movendo sobre isso.

Cam ficou em silêncio, principalmente porque sua garganta quase fechava enquanto se imaginava segurando um filho. Chastity aguardou um momento, obviamente esperando que ele discutisse, mas continuou.

— Se for uma garota, eu quero algo escocês, e eu gosto do nome de Ailsa ou talvez o da minha mãe. — Eu gosto de Mônica. O que você acha?

Ele assentiu, demorando um ou dois momentos antes de poder responder.

— Tudo o que você quiser Chastity.

— Realmente? — Perguntou surpresa. — Eu pensei que você discutiria comigo, especialmente no nome do menino.

— Não. — Cam sorriu para ela. — Não consigo pensar em nada que eu amaria mais do que ter um filho com você e se quiser dois Cam’s, então está perfeitamente bem para mim.

— Obrigada. — Ela ficou um pouco chocada. — Se continuarmos assim, teremos uma reputação de um casal muito chato. Temos que discutir ou discordar de algumas coisas.

— Confie em mim. — Cam sorriu descaradamente. — Haverá muitas vezes que discordaremos.

— Haverá? — Chastity levantou uma sobrancelha.

— Sim. — Cam assentiu. — Eu simplesmente não consigo pensar em nada agora, mas tenho certeza de que haverá.

— Hmm. — Chastity sacudiu a cabeça antes de verificar quão perto estavam. — Estamos nos aproximando.

— Sim, sairemos dessa estrada em breve e então parecerá que entramos no campo. Provavelmente terei que desacelerar então.

— Espero que não tenha feito nada para a criança.

Cam pousou os dentes juntos.

— Eu também.

— Merda. — Chastity olhou para ele. — Conheço esse olhar. Por favor, não comece nada quando chegarmos lá. Ele pode não entregar o bebê, se você fizer isso.

— Eu prometo que não farei nada para prejudicar isso.

— Eu posso ver que você está tão chateado quanto eu, mas segure sua raiva, Cam.

— Veja, eu avisei. — Cam brincou. — Estamos tendo uma pequena discussão.

— Não, nós não estamos. — Ela puxou sua mão da dele para beliscá-lo. — Eu simplesmente conheço esse olhar e você está tão bravo quanto eu. A única diferença é que não ameaçarei tirar a cabeça dele.

— Oi? — Cam fingiu inocência. — Eu faria uma coisa tão terrível?

— Sim...— Chastity respondeu com uma risada — ...você faria. Mas, se você pudesse esperar até depois de eu ter a criança nas mãos, isso seria realmente bom.

— Posso prometer-lhe que deixaremos esse acampamento com o bebê. — A voz de Cam endureceu. — De uma forma ou de outra.

Cam desacelerou, procurando o rumo que ele sabia que precisavam tomar, apenas com seus olhos afiados de lobo.

— Porra, não é o que eu chamaria de uma estrada. Como é que essas pessoas viajam? Esta porcaria de estrada estragaria qualquer carro, eu estou feliz por ter garantido um veículo com tração nas quatro rodas ou estaríamos em apuros.

— Merda. — Chastity amaldiçoou enquanto eles lentamente seguiam a péssima estrada. — Quanto mais longe?

— Apenas algumas milhas.

— Bom. — Ela deu-lhe um pequeno olhar preocupado — Porque eu não tenho certeza se eu posso segurar o conteúdo do meu estômago por muito mais tempo.

— Desculpe amor. — Cam diminuiu o veículo ainda mais. — Esta é uma estrada de merda.

— E se eu saísse e me transformasse? — Os olhos de Chastity se arregalaram. — Eu poderia acompanhar você na forma de loba.

— Não. — Cam exclamou com força, balançando a cabeça. — Eu não quero você sozinha, especialmente não como loba. Tenho certeza de que esse cara terá patrulhas de guarda e a maioria dos bandos não aceitam gentilmente os intrusos.

— Sim, está certo. — Chastity respondeu com tristeza. — Apenas seria melhor para o meu estômago.

— Não falta muito agora, olhe. — Cam apontou. — Eu posso ver fumaça, deve ser o acampamento.

— Agradeço a Deusa. — Chastity abriu a janela ligeiramente, respirando profundamente o ar frio.

— Você está bem? — Cam não conseguiu esconder sua preocupação enquanto ele se aproximava para dar tapinhas nas costas dela.

— Eu estarei. — Chastity tomou várias respirações mais refrescantes antes de sentar-se de volta no assento.

— Parece que chegamos. — Cam falou quando se aproximaram de uma pequena cobertura de cabana de madeira.

— E parece que temos um comitê de boas-vindas. — Chastity sussurrou quando viram um grupo pequeno esperando.

— Certamente que sim. — Cam respirou enquanto desligava o motor. — Pronta?

— Definitivamente. — Chastity respondeu, endireitando sua postura.


Capítulo quatro

Cam podia sentir a tensão em sua companheira quando se juntou a ele no capô, segurando a mão dela, avançou. Um homem alto e musculoso, com uma barba suja e desordenada, se separou da pequena reunião, seu rosto zombou quando ele os olhou de cima e a baixo.

— Eu acho que você é Cameron Sinclair?

Cam parou, nem sequer se preocupando em segurar a mão dele.

— Sim. Eu suponho que você é o alfa.

— Você supôs certo. Eu sou Stu Robertson, o alfa e tenho orgulho disso.

Cam pegou um olhar impassível em seu rosto, sabendo que isso seria difícil de lidar.

O homem sujo e descuidado empurrou o peito para fora, levantando a voz.

— E você é a assistente, sim, agora, quais são as palavras? Ameaçadora, grosseira e desrespeitosa.

— Ela é? — Cam deu de ombros antes de olhar para seus olhos redondos. — Eu não tinha notado, mas por que não nos dispensamos de quaisquer formalidades e chegamos ao ponto: onde está a criança?

— Ah, sim, a mestiça. Eu entendo que você tem algum tipo de orfanato para esses pequenos anormais.

Chastity ofegou, avançando antes que Cam pudesse detê-la, com o rosto vermelho de raiva enquanto enfrentava o alfa.

— Anormais? Isso é nojento! Eles são shifters. Não importa de que tipo são, eles são o nosso povo.

O alfa grunhiu maliciosamente.

— Não é meu! Pegue a pequena bastarda, e pegue rapidamente, antes que eu mude minha mente.

O som de um bebê soluçando podia ser claramente ouvido quando uma mulher pequena, magra e desgrenhada deixava a maior cabana, com o bebê nas mãos. O coração de Cam puxou com o som e viu a mão de Chastity cobrindo seu coração quando a mulher se aproximou. Quando alcançou o alfa, ele estendeu a mão, parando-a. Chastity levantou os braços, mas o alfa se recusou a permitir a passagem da mulher.

— O pagamento estará na minha conta quando exatamente?

Cam lutou pelo controle, seu punho queria muito bater no rosto desse idiota.

— Quando Stracey informou que seria. Agora, entregue a criança ou o negócio está fora.

Os olhos do alfa varreram sobre eles, pegando suas roupas de grife e parando por um momento no pulso de Cam.

— Eu não o conheço, Sr. Sinclair, então, como eu sei que você cumprirá sua parte do negócio?

Chastity olhou para ele, o medo em seus olhos ao pensar em sair sem a criança. Cam deu um passo à frente, cara a cara com o homem.

— Eu não deixo de pagar acordos. Agora, alfa, você está testando minha paciência, então entregue a criança.

O bebê chorando era o único som quando os olhos frios de Cam olharam para o alfa. Ele podia ver o homem medindo-o e decidindo se deveria levar as coisas adiante. De certa forma Cam esperava que sim, porque não gostaria de nada mais do que limpar o chão com este burro, mas ele sabia que Chastity queria colocar as mãos na criança para ver se precisava de atenção imediata. Com o som, o pobre bebê estava morrendo de fome, fazendo com que seu estômago contraísse com preocupação. Se a criança não pudesse ser salva, ele sabia que isso mataria Chastity.

— Pelo amor da Deusa! — Cam tirou seu relógio muito caro de seu pulso. — Aqui, pegue isso como um adiantamento. Vale cerca de cinquenta mil. Faça a maldita coisa.

Os olhos deslumbrantes do alfa brilharam quando ele pegou o relógio, balançando a cabeça para a mulher. Chastity correu para frente, agarrando a criança e segurando-a no peito, suavemente, calando o pequeno bebê. Cam manteve os olhos no alfa, sem confiar nele nenhum pouco, mas quando os soluços da criança pararam, ele deu uma olhada. Preocupado que o bebê tivesse sucumbido por não ser cuidado, ele ficou muito aliviado ao vê-lo encarando Chastity com os olhos mais azuis que ele já tinha visto.

— Maldição! — O alfa deixou escapar. — Essa é a primeira vez que a fodida coisa parou de gritar desde que sua mãe foi morta. Dois dias e tudo o que fazia era gritar, se você estivesse atrasado, agora estaria no rio.

Os olhos de Cam ficaram presos no alfa.

— Você se chama de alfa? Você é uma maldita desgraça.

Quando os olhos do homem se estreitavam, sua boca se abriu para lançar abusos, Cam usou sua habilidade mágica limitada, murmurando em voz baixa e fechando a boca do alfa. Ele quase riu com o choque nos olhos do homem.

— Desculpe você está achando difícil falar? Hmm, talvez seja porque não sou um lobo completo. Com cortesia da minha mãe, eu sou parte bruxo. Então, alfa, dê um passo para trás e posso lhe devolver a sua voz antes de partir.

Chastity embalou a bebê enquanto ele a pegava pelo cotovelo, levando-a de volta à segurança do SUV. Abrindo a porta traseira, ele ficou de guarda enquanto ela colocava a criança no assento e a prendia. Ela deu a volta e entrou no banco de trás, pegando a bolsa de suprimentos encontrou uma mamadeira pronta.

— Eu ficarei aqui por enquanto. — Informou enquanto ele fechava a porta, entrou, ligou o motor e fez uma rápida volta de três pontos, antes de colocar o pé no acelerador para lançar uma nuvem de sujeira e poeira na cara do alfa.

— Cam! — Chastity guinchou enquanto eles sacudiram rudemente pela estrada terrível.

— Eu quero colocar uma certa distância entre nós e eles, querida. Eu não confio nele, nem por um segundo.

— Ok, mas desacelere assim que puder ou eu vomitarei.

— Merda. — Cam diminuiu um pouco. — Eu esqueci que você estava doente. Desculpa. Como está o bebê?

— Suja, desidratada e adorável. — Chastity falou com o pequeno pacote enquanto engolia com fome a garrafa. — É uma menina pequena, Cam. Ela é tão bonita. Como eles puderam tratá-la assim?

— Eu não sei querida. — Cam virou a cabeça para tentar ver a criança. A cadeirinha do bebê estava virada para trás, então não viu nada, mas podia sentir bem seu cheiro. — Cheira um pouco ruim, Chas.

— Eu sei, ela não tem fralda, e só conseguiu esse cobertor esfarrapado em torno dela. Sem roupa, nada. Malditos idiotas.

— Eu pararei quando saímos para a estrada principal e podemos tentar ordená-la um pouco melhor. — As cordas do coração de Cam puxaram o pensamento dos maus tratos de algo tão pequeno e frágil.

— Parece que ela tem menos de seis semanas de idade, mas pode ser um pouco mais velha, provavelmente parece mais jovem porque não foi atendida corretamente.

— Eles lhe deram o nome dela? — Cam percebeu que não tinha ouvido.

— Não. — Chastity resmungou de desgosto. — Quando perguntei me disseram “As coisas não têm nomes, só os lobos. ” Então precisamos arranjar um para ela.

— Merda, isto é frio. — Cam não conseguiu entender as profundezas que a matilha tinha escorregado.

— Estou cuspindo de raiva, mas eu estava tão assustada que ele não a entregasse. — Ela ofegou, sua cabeça voando e seus olhos se encontraram no espelho retrovisor. — Sinto muito pelo seu relógio.

— Não é nada. — Cam encolheu os ombros. — Eu tenho uma dúzia de outros que eu posso usar.

— Mas era um dos seus favoritos. Você usa muito, então não diga que não é nada.

— Não é nada comparado a essa garotinha, Chastity.

— Oh, bem, sim, eu sei disso, mas ainda me sinto mal, você perdeu.

— Não se preocupe com isso. Nós temos coisas mais importantes para pensar como um nome para nosso pequeno pacote.

Chastity olhou para o bebê enquanto uma das mãos se movia para a barriga dela.

— Se eu soubesse que teremos um menino, eu a chamaria de Ailsa, mas não quero usar esse e depois, se tivermos uma garota, eu ficar chateada.

— Então precisamos de outro bom nome escocês para a nossa pequena shifter. — Cam ponderou por um momento. — E quanto a Heather?

— Hmm. — Chastity olhou entre ele e a criança. — Não tenho certeza de que isso serve a ela, deixe-me pensar sobre isso.

— Tudo bem, querida, mas primeiro as prioridades, precisamos limpá-la antes que vomitemos pelo cheiro. Estamos quase na estrada, então pararei assim que pudermos.

— Bom. — Chastity começou a puxar coisas do saco, lenços umedecidos, fraldas, roupas e outras coisas. — Ela precisará de um banho adequado quando chegarmos em casa, mas isso servirá por enquanto.

— Aqui vamos nós, não há mais solavancos agora. — Cam virou para a estrada principal, pegando velocidade assim que ficou livre da trilha de terra. — Eu acho que lembro de ver um restaurante à frente. Pararemos por lá e você poderá lidar com ela enquanto eu busco comida e algo para beber. O que você quer?

— Qualquer coisa, mas nada grande, ainda me sinto um pouco enjoada.

— Tudo bem, um hambúrguer e batatas fritas para você?

— Apenas o hambúrguer estará bem e um refrigerante. — Chastity começou a cantarolar enquanto segurava a minúscula mão da bebê.

— Lá está. — Apontou Cam, aliviado que estava certo, ele estava com fome, mas queria que o bebê fosse limpo até mais do que queria comida. O cheiro estava sufocante dentro do SUV. Parando, ele desligou o motor, abrindo a porta e saindo rapidamente. — Não demorarei.

— Eu resolverei isso agora. Oh, espere, você liberou o feitiço? — Chastity sorriu.

— Isso desapareceria quanto mais longe eu estivesse. Ele será capaz de falar agora, mas, com certeza, não acredito que tenha algo que vale a pena ouvir. — Cam recostou-se. — Eu serei tão rápido quanto eu puder.

Ele desapareceu para obter o pedido, deixando a porta aberta para sair o cheiro que permeava o interior do SUV. Cristo, como algo tão pequeno pode fazer tanto fedor? Pensou enquanto entrava no restaurante.

O pequeno restaurante à beira da estrada estava bastante ocupado para um lugar tão fora do local, sua ordem demorou um pouco mais do que ele pensava. Quando a garçonete entregou seu pedido, o cheiro o fez pensar que a espera valeu a pena, a comida cheirava a divina.

— Obrigado. — Sorriu enquanto entregava dinheiro suficiente para pagar a comida e uma boa gorjeta.

Abrindo a porta, Cam começou a assobiar, feliz por terem recuperado o bebê e que em breve ele comeria um hambúrguer saboroso. No entanto, as vozes agrediram sua audição e seu coração acelerou, a ira englobando-o enquanto ouviu sua companheira gritar.

— Dê-me isso! — O alfa rosnou. — Apenas me dê esse belo anel e eu deixarei você viver.

— Pare! Que porra você está fazendo? — Chastity gritou. — Deixe-me ir seu desgraçado!

Cam olhou para o SUV, vendo Chastity tentando lutar contra o alfa. Suas mãos imundas tentando afastá-la do veículo, suas mãos e pés empurrando o homem furiosamente. Deixando cair a comida, ele correu o mais rápido que pôde, atravessando o estacionamento e deslizando ao redor do capô. Seu corpo bateu no alfa, afastando-o de Chastity.

O alfa girou ao redor e Cam o socou no intestino com cada grama de sua força. O alfa voou para trás, seus pés levantando vários centímetros do chão e desceram, com força, seus olhos tortuosos olhando para ele. Cam cuspiu fúria em cada palavra.

— Você sai, agora, ou eu chutarei o seu traseiro tão mal, que cuspirá dentes o dia todo.

Cam apontou rapidamente para Chastity que se ajeitava no banco de trás.

— Entre e feche a porta. — Ao olhar pelo canto do olho, ele a viu entrar e bater à porta, seu rosto branco olhando pela janela.

— Caralho! — Cam grunhiu com o homem que estava de pé. — Eu mudei de ideia.

Com o pensamento das mãos sujas do fodido tocando Chastity, sua companheira grávida, todo sentido o deixou. Raiva assumindo, ele se lançou para frente, com uma ferocidade que mataria um humano muito rapidamente. Por sorte, ele poderia desabafar seu temperamento em um assalto frenético contra o alfa.

O homem lutou de volta, alguns de seus golpes fez com que Cam rosnasse ferozmente quando renovou o ataque. Ele não podia ajudar as palavras que caíam de sua boca através de dentes cerrados.

— Você põe a porra da mão nela novamente e eu acabarei com você!

Cam não se lembrava de um momento em que se sentira tão explosivo quanto naquele momento, e ele apenas retardou seu ataque quando ouviu a voz de Chastity.

— Cam! Pare, por favor, pare.

Com um soco final, ele bateu no alfa, o sangue e os dentes voando de sua boca quando desabou na sujeira. Cam não conseguiu resistir a um golpe final nas costelas antes de cuspir no corpo.

— Idiota fodido.

— Cam. — A mão de Chastity tocou suas costas, seu corpo girando para agarrá-la a ele.

Ele sabia que sua voz estava cheia de emoção enquanto suas mãos a atravessavam, acomodando-se na barriga dela.

— Ele te machucou? Você e a bebê estão bem?

— Estou bem. Principalmente irritada porque eu estava tão atenta a pequena que ele me pegou de surpresa. Está tudo bem, Cam, prometo.

— Agradeça a Deusa. — Cam soltou um longo suspiro enquanto a frequência cardíaca diminuía. — Eu acho melhor entrar no nosso caminho antes de qualquer um de sua matilha aparecer.

— Sim, Rocky. — Chastity sorriu para ele — Vamos antes que você entre em outra briga. Na verdade, não estou com muita fome.

— Nós podemos parar mais perto da pista de pouso e conseguir algo para comer. — Cam a levou de volta para a porta traseira aberta, ajudando-a a entrar. — Por alguma razão estranha, meu apetite me deixou.


Capítulo cinco

Mac bateu à porta da curandeira e esperou nervoso e ainda se sentindo fora do alcance.

— Entre. — A voz suave de Beth respondeu e ele abriu a porta, caminhando inquieto.

— Mac. — Beth sorriu quando se juntou a ele. — Prazer em vê-lo, venha.

— Obrigado. — Mac passou por ela. — Você está se acomodando bem?

— Sim. — Ela sorriu para ele, sua altura de 1,52 cm fazendo com que pareça pequena ao lado dele. — Estou tão feliz por fazer o que eu amo.

— A perda de sua velha matilha é nosso ganho. — Mac referiu o fato de seu velho alfa achar que ela era muito jovem para assumir o papel de curandeira, mesmo que fosse ensinada desde a infância por sua avó.

— Claro que é. — ela brincou com um brilho nos olhos. — Então o que posso fazer por você? Não se sente bem?

Mac se mexeu, balançando de um pé para o outro.

— Não é isso, é difícil de explicar.

— Cuspa garotão, e aí? — Beth deu um salto para sentar-se em sua mesa de exame, balançando as pernas enquanto olhava para ele.

— Droga, isso é embaraçoso. — Mac não conseguia olhá-la nos olhos enquanto contava o que estava acontecendo com ele. Quando terminou, finalmente olhou para cima para vê-la sorrindo amplamente. Confuso, perguntou:

— O quê? O que há de errado comigo?

Beth saltou para o chão, aproximando-se colocou a mão suavemente em seu braço.

— Nada está errado com você, Mac. Bem, nada de ruim. Parece-me como se sua companheira estivesse na área e seu lobo pudesse sentir isso.

— O quê? — Mac recuou perplexo. — Isso não pode ser. Não há ninguém por aí que pensaria ser minha companheira, Beth.

— Isso pode ser, mas, Mac, seu lobo parece pensar de forma diferente. — Ela inclinou a cabeça para o lado — Eu acho que você precisa simplesmente relaxar e deixar a natureza seguir seu curso. Não se preocupe com isso, porque a verdade é que você não tem nenhuma opinião sobre o assunto.

— Merda. — Mac balançou a cabeça enquanto seu lobo aproveitou o momento para uivar descontroladamente em sua cabeça.

— Pode ir. — Beth o enxotou porta afora. — Espero que você seja muito feliz quando encontrar a sua companheira.

Mac não conseguiu aceitar seu diagnóstico e se perguntou se talvez ela estivesse errada. Certamente saberia se visse a sua verdadeira companheira?

Quando saiu da cabana, viu Logan, seu amigo correndo, parecendo um pouco preocupado.

— Você está bem, Mac? Você está um pouco estranho ultimamente e aqui te encontro, saindo da cabana da curandeira. O que está errado?

— Nada. — Mac encolheu os ombros. — Tenho certeza de que não é nada.

— Você pode ter certeza, mas o que Beth diz? — Logan franziu a testa, seus olhos e linguagem corporal mostrando sua preocupação.

— Nada importante. — Mac apertou o braço de Logan. — Eu estou em forma como um violino, nada com o qual me preocupar.

— Hmm, você não está me escondendo nada, está?

— Logan, estou bem. — Mac começou a se afastar. — Há bifes de urso no menu para mais tarde?

— Claro que sim. — Logan sorriu travesso. — Tina está ansiosa por eles. Por que você não vem jantar?

— Obrigado, eu irei. — Mac acenou enquanto caminhava de volta para a cabana do alfa.

— Você traz a cerveja! — Logan gritou, rindo.

Mac ergueu a mão para deixar seu amigo saber que faria isso antes de continuar. Ele queria ver se havia algo que Cam precisava que fizesse e esperava que sim. Se ele estivesse ocupado, não precisava pensar sobre o que Beth falou. Uma companheira? Não, ela estava definitivamente errada. Tinha que ser.

Subindo as escadas, abriu a porta.

— Monique, tem alguma coisa para fazer para o Cam?

Monique, madrasta de Ryder, agora ajudava a administrar a cabana do alfa. Com Chastity ocupada com seu trabalho de caridade e o orfanato, fazia sentido ter outra pessoa para ajudá-la. Monique ofereceu e estava trabalhando como governanta por alguns meses agora. Ela parecia gostar e funcionou bem para todos os envolvidos, especialmente quando Cam e Chastity estavam longe do acampamento.

— Mac — a voz suave de Monique lhe dizia que estava na cozinha — eu tenho algumas coisas que agradeceria se você pudesse ajudar.

— Claro. — Mac entrou na cozinha grande e moderna, feita às especificações da Cam. — O que posso fazer para você?

— Eu poderia usar algumas toras para o fogo da sala de estar. E se você pudesse ir pegar um pouco da carne de urso antes que ela desapareça completamente, ficaria muito agradecida.

— Não há problema. — Mac sentou-se na borda da enorme mesa de madeira, com capacidade para vinte pessoas. — Precisa de mais alguma coisa?

— Não, isso é tudo, obrigada. — Monique secou as mãos no avental. — Estive ocupada preparando tudo isso, caso precisássemos.

Mac viu que a bancada atrás de Monique estava cheia de Deus sabe o quê. Franzindo a testa, ele acenou em direção a tudo.

— O que é tudo isso?

— A bebê que eles foram buscar...

— O quê? Que bebê? — Mac a deteve.

— Oh, certo, acho que deveria começar do início. — Monique serviu um café, sentando-se com ele em suas mãos. — Chastity recebeu a notícia de um bebê híbrido que um alfa ameaçava afogar.

Mac disparou.

— O quê? Você está brincando porque isso não é engraçado.

— Não. — Monique balançou a cabeça, tristeza e raiva, ambos mostrando em seu rosto. — Chastity estava desesperada para pegá-la porque o chamado alfa afogaria a criança. Eles não tinham mais informações, idade, sexo, ou mesmo um nome, então Cam a levou no jato. Ela me ligou quando voltaram para a pista de pouso e me deu detalhes: uma menina, muito nova, apenas algumas semanas e eles terão que lhe dar um nome porque não lhes disseram. Então, eles estarão em casa...— Monique checou o relógio na parede — ...em cerca de uma hora com a pequena.

Mac balançou a cabeça, a raiva brilhando em seus olhos.

—Miserável.

— Sim, meus pensamentos também.

— Então, o que é tudo isso aqui? — Mac assentiu novamente para tudo que estava no balcão.

— Chame isso de intuição, mas, pelo seu tom, não acho que Chastity deixará essa pequena fora de sua vista. Tenho a sensação de que a bebê ficará aqui, por algum tempo, de qualquer forma.

— Merda. — Mac riu. — Eu me pergunto como Cam está com isso. Eu sei que ele está bem visitando o orfanato e brincando com as crianças lá, mas ter um recém-nascido em casa é muito diferente disso.

— Sim. — Monique assentiu. — Não tenho certeza que é o que ela planejou. Chastity não pediu nada, mas, alguma coisa na sua voz me fez pensar que era melhor eu arrumar tudo; apenas no caso.

— Tudo bem. — Mac sorriu. — Eu não posso esperar para ver o rosto de Cam se isso for o que ela fizer. Pegarei sua lenha e alguns bifes e volto assim que puder, porque quero estar aqui quando chegarem em casa.

— Obrigada, Mac. — Monique retomou a classificação das coisas da bebê quando ele saiu, rindo para si mesmo.

Mac ainda sorria quando começou a empilhar lenha para levar para dentro, quando sua pele começou a tremer. Desta vez, foi muito mais do que antes, como picadas quentes, formigando os braços e as pernas. Mac levantou-se, virando para procurar a causa possível. Seus olhos trancaram com Tristan que estava de pé na linha das árvores. Seus olhos azuis brilharam quando sorriu para Mac.

Que porra é essa? Mac quebrou o contato visual, virando as costas para o lobo enquanto sua própria besta penetrava dentro de sua cabeça. Pare. Ele advertiu, pegando os troncos e pisando de volta dentro da cabana.

— Você está bem? — Perguntou Monique enquanto levava os troncos para empilhá-los ao lado da lareira. — Você parece ter visto um fantasma.

— Estou bem. — Mac disparou, deixando os troncos rapidamente antes de sair correndo. Ele suspirou com alívio quando não viu ninguém lá fora, caminhando para sua pequena cabana de um quarto que ele próprio construiu. Ele trabalhou dia e noite para terminá-la, precisando de seu próprio espaço e privacidade. Não era grande, mas combinava muito com ele. Era sua e adorava se sentar e ler perto da lareira à noite. Era o seu santuário e foi para lá que se retirava agora.

Mac inclinou-se contra a porta fechada, um longo suspiro escapando enquanto tentava acalmar sua besta. Sua cabeça começava a doer com a confusão que seu lobo fazia e ele estava prestes a dar uma boa rodada quando houve uma batida na porta atrás dele.

Ele se afastou da madeira, sua pele ardida, enquanto se aproximava e abria a porta para encontrar Tristan de pé com as mãos nos bolsos, os pés mexendo enquanto olhava para Mac entre os seus cílios. O corpo de Mac reagiu de uma maneira que nunca sonhou: seu pau se contorceu quando Tristan sorriu.

— Oi. — A voz de Tristan era suave enquanto olhava para Mac. — Eu acho que precisamos conversar.

Mac olhou fixamente, com a boca aberta quando Tristan entrou. De repente, seu santuário parecia claustrofóbico, seu coração acelerando com um sentimento que ele não estava acostumado: medo.

— O quê? — Mac perguntou enquanto Tristan caminhava para ficar em frente ao fogo.

— Eu sei que você sente isso, Mac, porque também sinto.

— Não tenho certeza do que você quer dizer. — Mac podia sentir seu rosto ficar vermelho, sentiu o rubor quando subia pelo pescoço.

— Acho que você nunca esteve com um cara antes? — Tristan sorriu quando Mac fechou a porta.

— Perdão? — Mac ficou onde estava, aterrorizado para mover um músculo. — Claro que não.

O rosto de Tristan se nublou, dor e constrangimento brilhando e Mac percebeu o tom áspero que usara.

— Não, desculpe, não quero dizer isso assim. — Mac tentou retroceder. — Quero dizer, não, nunca estive com um cara, mas conheço muitos lobos que estão juntos. Não penso menos deles por causa de...

— Pare! — Tristan comandou. — Você está cavando um enorme buraco para si mesmo, do qual não acho que sairá se continuar.

Mac suspirou.

— Tristan, desculpe. Estive em torno de casais do mesmo sexo toda a minha vida. Estou acostumado com eles. Mas... — Mac parou, não sabendo como continuar.

— Mas você nunca se entregou? — Tristan jogou-lhe uma tábua de salvação.

— Exatamente. — Os ombros tensos de Mac relaxaram um pouco. — Nunca senti a necessidade de experimentar nesse departamento. Nem uma vez. Eu certamente nunca me senti atraído por um cara.

— Eu vejo. — Tristan fez um gesto para o velho sofá, mas confortável. — Posso me sentar?

— Claro. — Mac ficou onde estava, fazendo Tristan sentar-se de lado para vê-lo.

— Eu não morderei. — O lábio de Tristan se elevou nas laterais. — A menos que você goste desse tipo de coisa?

— Pare! — Mac recuou, a maçaneta batendo na parte inferior das costas.

— Pelo amor da Deusa, estou brincando. — Tristan bufou. — Por favor, venha e sente-se para que possamos conversar.

— Não tenho certeza de que quero falar.

— Nós precisamos. — Tristan encolheu os ombros. — Realmente, não depende de nós, não é? Nossos animais se reconheceram. Aposto que sua pele está muito desconfortável agora mesmo, não é?

— Isso é colocar as coisas suavemente. — Mac lentamente deixou a segurança da porta, indo até a poltrona e afundando-se nela. — Eu acho que há algum tipo de erro, Tristan. Nunca me senti atraído por um homem, então não sei por que meu lobo está agindo assim.

— Experimentei, com caras, meninas, ambos ao mesmo tempo, mas não posso dizer que prefiro um sobre o outro. Ambos são ótimas experiências, sexy, calorosas, mas quando te vejo, foda, tudo se torna insignificante. Mac, você me afeta muito e isso não tem nada a ver com minha besta uivando na minha cabeça. Sou eu, o homem, atraído por você.

Mac sacudiu a cabeça.

— Isso é muita informação.

— Você precisa reconhecer o que está acontecendo, Mac. — Tristan passou pelo sofá para se aproximar dele. — Não vai simplesmente embora. Precisamos lidar com isso e a única maneira de fazer isso é nós...

— Por favor, não diga mais nada. — Mac levantou uma das mãos. — Eu não quero ouvir mais nada esta noite. Jantarei no Logan, então eu preciso me preparar. Por favor, saia.

O corpo de Mac vibrou com eletricidade enquanto Tristan olhava para ele. Sentia a atração do outro para ele e merda, isso o assustou demais.

— Agora. — Reiterou Mac, ficando na cadeira enquanto Tristan se levantava.

— Desculpe-me se te aborreço. — Tristan enfiou as mãos nos bolsos. — Mas tenho me sentido pior à medida que os dias passam e pensei que deveríamos conversar. Talvez, uma vez que você pensar sobre isso, podemos conversar novamente.

— Talvez. — Mac sussurrou enquanto o outro lobo caminhou lentamente até a porta.

A mão de Tristan parou na maçaneta da porta, sem se virar enquanto murmurava:

— Realmente sinto muito. A última coisa que eu quero é machucá-lo.

A besta de Mac rugiu em sua cabeça tão forte que a mão voou para sua têmpora, esfregando em círculos para tentar aliviar a dor. Uma vez que voltou ao controle, viu que estava sozinho e nem ouviu Tristan fechar a porta.

Merda! Que maldita bagunça.

Mac sentou-se por alguns minutos pensando no que Tristan falou, sua mente em todo o lugar, então fez o que sempre fazia quando estava com um problema sério, ele foi para a pessoa que confiava para ajudar: Grant.

Mac puxou o celular para fora do bolso, verificando o tempo antes de discar para Grant. Segurando o telefone no ouvido, esperava que seu amigo respondesse porque realmente precisava falar com ele. Alguns toques depois, ele suspirou aliviado quando ouviu a voz de Grant.

— Olá, Mac.

— Grant. — Mac sabia que sua voz parecia estranha, sua respiração um pouco esfarrapada e respirando profundamente, ele começou de novo. — Grant, preciso de sua ajuda, seu conselho. Algo está acontecendo comigo e, sinos do inferno, não tenho ideia do que fazer.

— Certo, acalme-se. — A voz de Grant estava calma e tudo o que alfa respondeu ao óbvio sofrimento de Mac. — Diga-me qual é o problema e eu verei se posso ajudar.

Mac suspirou, um ruído prolongado que dizia a Grant que precisava de sua ajuda. Grant o persuadiu, sua voz amável e calmante.

— Fale comigo, Mac. Não posso ajudar se não souber o que há de errado.

— Não tenho certeza se posso dizer o caminho certo. Mas eu não quero falar com ninguém aqui. Não tenho certeza de que quero que saibam. Inferno, não tenho certeza de nada, Grant. Eu realmente espero que você possa me ajudar.

O tom sereno de Grant ajudou muito.

— Farei o meu melhor, meu amigo.

Mac parou, não sabendo como dizer ao melhor amigo o que estava acontecendo. A gentil persuasão de Grant acalmou tanto ele como o lobo.

— Mac, você sabe que pode falar comigo sobre qualquer coisa. Vamos, me diga o que há de errado.

— Eu me senti estranho ultimamente. — Mac começou, parou e Grant entrou.

— Você está doente? Você viu um curandeiro? — A preocupação na voz de Grant acalmou Mac ainda mais.

— Não, eu não estou doente. — Mac tentou rir, mas saiu como se alguém estivesse estrangulando um gato. — Bem, a curandeira diz que não estou doente, então acho que estou bem.

— Mac. — O tom de Grant mudou para alfa puro. — Eu juro se você não cuspir, eu vou até aí e descobrirei sem você. Conta, Mac. Agora!

— A curandeira pensa que minha companheira está aqui...

Grant interrompeu sua voz cheia de felicidade.

— Isso é ótimo! Estou tão feliz por você, Mac. É uma notícia fabulosa, você grande tolo. Então, o que é com todo o drama?

— Grant. — Mac baixou a voz, apesar de estar sozinho com ninguém para ouvir. — É um cara e eu não sei o que fazer. Conheço muitos casais do mesmo sexo e nunca pensei nisso, mas nunca olhei para um homem e me senti atraído por eles. Nem uma vez. Nem quando fomos todos jovens e fazendo tudo o que os filhotes fazem.

Mac percebeu a respiração de Grant antes de o amigo responder:

— Eu vejo. Mac, eu sei que você é o lobo macho típico, mas não há nada de errado em se atrair por outro lobo. Seu companheiro não precisa ser uma mulher, e parece que a decisão já foi tomada. O outro lobo sabe? Ele sente isso também?

— Sim, ele faz, simplesmente saiu depois de falar comigo. Grant, eu não fui muito amigável, mesmo que minha fera estivesse louca na minha cabeça.

— Mac, você é um dos meus amigos mais próximos e sabe que eu amo você, mas às vezes você pode ser um tolo total.

— Eu sei disso, me diga algo que eu não sei. — Recapitulou Mac.

— Eu quero fazer uma pergunta. Mac, como o seu animal reage quando você está perto dele? O sente, o cheira?

Mac amaldiçoou novamente, segurando o telefone tão forte que ele pensou que seria esmagado.

— Meu lobo age como um cachorrinho doido de amor.

— O que você acha? Quando você olha nos olhos, Mac, o que você pensa e sente?

— Isso é um pouco embaraçoso para responder, Grant, mesmo para você. — A voz de Mac suavizou — Eu reajo contra ele, mas droga tudo para o inferno, Grant! Eu nunca toquei outro homem assim, nunca beijei um, nunca pensei nem um milhão de anos que meu verdadeiro companheiro seria um homem! E a família que eu sempre sonhei? Os filhotes que eu anseio, e eles?

— Acalme-se. — A voz de Grant parou o seu discurso. — Mac, você aborda uma coisa por vez. Se este é seu companheiro, então você deve fazê-lo funcionar. Fale com ele, conheça-o, pelo amor de Deus, beije-o e veja como você se sente então. Você não pode tomar uma decisão sobre seu passado. Se ele é seu companheiro, ele é o seu futuro e você não saberá isso até que sua pele toque a dele. — Grant fez uma pausa, rindo. — Confie em mim, meu amigo, se ele é seu companheiro, você saberá, então.

— Eu preciso tentar e trabalhar com isso na minha cabeça, Grant. — Mac de repente imaginou os olhos lindos de Tristan e sentiu outro puxão na virilha. — Será difícil para eu ir lá.

— Mac. — Grant pareceu certo quando falou — Estou certo de que, se ele é seu companheiro, não será tão difícil como imagina. Basta dar um passo de cada vez e me informar como as coisas acabam. Desejo-lhe apenas o melhor, meu querido amigo, e se você conseguir a felicidade com ele, é tudo o que importa.

— Eu espero. — Mac ficou muito mais calmo e sabia que era algo com o qual teria que lidar. A primeira coisa que tinha que fazer era pedir desculpas a Tristan por ser um idiota. — Obrigado, Grant, apenas conversar com você ajudou.

— Meu prazer, você sabe que pode me ligar quando quiser falar, mas agora tenho que ir. Minha companheira está esperando pacientemente para eu ajudá-la com alguma babá para os filhos de Blayne.

— Tudo bem, obrigado novamente. — Mac ouviu o adeus fraco de Grant antes que desconectasse a chamada.

— Maldição — exclamou Mac em voz alta — falarei com ele amanhã e, espero, que não pense que sou um idiota completo.

Mac ficou de pé, a visão de Tristan ainda em sua mente enquanto se dirigia para tomar banho e trocar-se antes de jantar com Logan e Tina. Uma boa refeição e algumas cervejas era exatamente o que precisava para relaxar.


Capítulo seis

Chastity olhou para o pequeno pacote em seus braços, seu coração doendo pela magreza da bebê. Os olhos azuis da bebê olhando para ela e seguindo cada movimento seu. Tinha tomado uma decisão na viagem para casa e, enquanto esperava Cam terminar suas verificações antes do voo, sabia que precisaria contar a ele como se sentia. Esperava que a entendesse porque não havia volta uma vez que a escolha foi feita.

Os minúsculos dedos de Heather agarraram seu dedo com uma força que desmentia a fragilidade da criança. Pequenos balbuciantes ruídos de felicidade provenientes da boca da bebê enquanto ela tentava puxar o dedo de Chastity para sugar.

— Em breve, Heather, pegarei mais leite quando chegarmos em casa.

— Então você decidiu por Heather. — Cam, com a cabeça na porta a olhou enquanto sorria para a criança.

— Sim. — Chastity respirou fundo, sabendo que ela tinha que falar com o companheiro naquele momento. Ela não podia adiar mais. — Cam, você pode entrar e sentar-se por um minuto. Eu preciso falar com você.

— Dê-me um segundo. Tenho algo que eu preciso fazer. — Cam puxou o telefone para fora, com os dedos tocando. — Stracey, sim, nós conseguimos a bebê, mas eu quero que você cancele o pagamento desse filho da puta. Ele veio depois e atacou Chastity quando eu estava em uma lanchonete. Então, o que eu preciso que você faça é, em primeiro lugar, cancelar seu pagamento e, em segundo lugar, eu quero que você invoque alguns favores no Conselho. Eu quero essa desculpa de alfa relatado para qualquer coisa que você possa inventar. Eu quero tornar sua vida um inferno pelo que ele fez.

Chastity olhou para ele, seus olhos arregalados de choque. Cam ouviu Stracey por um momento antes de sorrir.

— Sim, ok, o deixarei em suas mãos muito capazes. Sim, Chastity está bem, mas ele colocou as mãos sobre ela, tentando roubar seus malditos anéis e não, eu não o matei, mas isso foi porque estávamos à vista de uma lanchonete cheia de humanos e nada mais. Sim, ele teve sorte, mas sua sorte está prestes a acabar. Faça o que precisa ser feito. Você pode me informar como foi. Tudo bem, tchau.

Desligando, Cam tentou acalmar-se, encolhendo os ombros no olhar interrogativo de Chastity.

— Desculpe querida, não posso ter aquele maldito idiota, colocando suas patas sujas em qualquer parte do meu dinheiro.

Chastity assentiu lentamente.

— Compreendo. Eu só espero que ele não tente recuperar Heather porque isso não acontecerá, Cam.

— Não se preocupe, não o deixarei chegar perto dela. — Os lábios de Cam puxaram nos lados. — Agora, de volta ao que você queria falar comigo. Presumo que você queira tentar me convencer a levar Heather para casa com a gente?

Chastity ofegou, seus olhos se alargaram quando o rosto corou.

— Você está lendo mentes hoje em dia?

— Não. — Cam deu de ombros, sorrindo amplamente agora. — Mas, minha querida, tem sido bastante óbvio a cada minuto que você não quer que essa garotinha vá para outro lugar que não seja a nossa casa. Estou certo?

Ela assentiu, impressionada com o fato de ter percebido através dela.

— Sim. Cam, eu sei que será uma grande mudança para nós e muito trabalho, mas acho que não posso desistir. Não tenho certeza do que está acontecendo, mas sinto como se estivéssemos destinados a resgatá-la, mas, mais do que isso, eu sinto como se ela já fizesse parte de mim. Eu sei que isso parece bobo, mas eu sinto isso, aqui... — Chastity esfregou o peito — ...no meu coração.

— Eu sei querida, ela é linda, frágil e precisa de muito amor e cuidado. Você tem certeza de que estamos preparados? — Cam levantou uma sobrancelha. — Nós acabamos de descobrir sobre sua gravidez, baby, e assumir um bebê pode ser demais.

Chastity olhou de volta para o rosto de Heather, sorrindo, ela virou os olhos para o rosto de Cam.

— E se empregássemos uma loba das mais velhas para ajudar?

Cam olhou em seu rosto, seus olhos implorando-o a concordar. Ele se abaixou, segurando a pequena mão na dele.

— Ok, resolveremos isso. Então, contando que eu não esteja trabalhando com as fraldas sujas, está tudo bem para mim.

— Realmente? — Chastity levantou-se, levando Heather para a porta. — Oh, espere, você quer dizer só um pouco, até ela melhorar? Ou...

— Ou. — Cam olhou para o pacote em seus braços. — Eu acho que nos tornamos uma família antes do nascimento de nosso bebê.

— Obrigada. — Murmurou Chastity, sua garganta se fechando quando lágrimas de felicidade brotaram em seus olhos. — Eu quero adotá-la. Eu quero que ela seja nossa.

— Eu sei que você quer. — Cam franziu a testa enquanto olhava nos olhos dela. — Mas isso será um pouco difícil, pois não temos nenhuma documentação para ela. No entanto, aos nossos olhos, nos olhos da matilha, ela será nossa. Nossa filha.

— Você é um homem incrível, Cameron Sinclair. — Chastity avançou e beijou sua bochecha suavemente. — Já te contei ultimamente quanto eu te adoro?

— Sim. — Cam riu, balançando as sobrancelhas para ela. — Acho que foi esta manhã, quando eu...

— Shhh, não na frente da criança. — Chastity riu.

— Onde iremos colocá-la? — Perguntou Cam.

— Eu pensei no quarto oposto ao nosso. Está perto o suficiente para nós ouvirmos se ela acordar e chorar, mas significa que ainda podemos ter privacidade em nosso quarto. O que você acha?

Cam soltou uma respiração enquanto sentia alívio inundá-lo.

— Desculpe. — Ele lhe deu um pequeno sorriso. — Eu sei que é egoísta, mas quero que nosso quarto seja nosso, onde podemos... — Ele revirou as sobrancelhas novamente e Chastity não pôde deixar de rir.

— Sei exatamente o que você quer dizer, Sin. — Heather começou a chorar, seu rosto se contraindo enquanto berrava. — Precisamos levá-la para casa, ela está com fome.

— E tomar banho, ela ainda cheira um pouco. — Cam enrugou o nariz.

— Eu sei. — Chastity assentiu. — Só posso fazer pouco com lenços umedecidos para bebês.

— Dê-me ela. — Cam estendeu os braços e levou a menina chorando em seu abraço, segurando-a contra seu peito. — Eu correrei e prometo não a deixar cair.

— Ok. — Chastity pegou a bolsa, deixando o banco do bebê no chão. — Nós podemos conseguir isso amanhã, eu quero levá-la para casa, alimentá-la e dar banho e depois descansar.

— Parece bom para mim. — Cam decolou, sua corrida mais parecida com a corrida de um humano, enquanto Chastity permaneceu colada ao seu lado. Seus olhos olhando para Heather a cada pouco passo.

— Eu não a deixarei cair. — Cam sorriu. — Prometo.

— É melhor você não deixar ou haverá uma retenção de meus deveres de esposa!

— Não! — O rosto de Cam era uma careta de horror. — Você não faria isso comigo. Faria?

— Eu posso fazer se você derrubar nossa primeira filha, Sr. Sinclair.

— Este pacote precioso não irá a lugar nenhum. — Cam sorriu quando eles aceleraram em direção ao acampamento.

Em pouco tempo, eles diminuíram, entrando na clareira atrás de sua cabana.

— Eu preciso resolver tudo que precisamos para ela.

— Temo ter que deixar você fazer isso sozinha. Tenho trabalho para colocar em dia. — Cam olhou para o rosto sorridente de Heather. — Parece que ela gosta de correr.

— Sim. — Chastity sorriu. — Eu precisarei lembrar disso caso ela for exigente. Pedir ao papai para levá-la para uma corrida.

Cam parou, olhando entre Chastity e Heather, surpresa no rosto.

— Papai, caramba, sim, acho que isso é verdade. Porra, Chas, somos pais.

— Não amaldiçoe na frente dela, eu não quero que suas primeiras palavras sejam aquelas que nos deixarão constrangidos. — Chastity estendeu a mão, agarrando seu rosto. — Eu acho que seremos excelentes pais.

— Espero que sim. — Cam caminhou lentamente pelos degraus. — Eu farei qualquer coisa para não ser como meu pai.

— Não se preocupe. — Chastity abriu a porta para eles. — Eu tenho certeza que você nunca seria igual a ele. Não está em você ser cruel, Cam.

Cam parou dentro da sala de estar.

— Eu tenho isso em mim, Chastity. Já fui cruel antes e não tenho certeza de que não serei no futuro. Mas, eu nunca serei cruel com essa coisinha.

— Eu sei que você não irá. — Chastity estendeu os braços, pronta para pegar Heather quando a voz de Monique a interrompeu.

— Eu sabia! — Monique correu para frente — Por favor, deixe-me segurar o bebê.

— É uma menina e seu nome é Heather. — Cam entregou suavemente o bebê. — Mas o que você quis dizer com “eu sabia”?

— Tive a sensação de que Chastity traria a bebê para casa. — Monique falou abraçada a Heather. — Oh meu, ela é uma coisinha esquelética, não é?

— Sim. — Chastity concordou — Tenho certeza de que não fizeram nada por ela desde que seus pais foram mortos há alguns dias. Ela estava suja e morrendo de fome quando a pegamos.

— Já preparei algumas mamadeiras e eu tenho todos os suprimentos configurados na cozinha.

Cam riu enquanto se afastava em direção ao escritório.

— Eu verei vocês quando daqui a pouco.

— Tudo bem. — Chastity o deteve. — Cam, aguarde, eu só quero agradecer. Por me levar, por concordar com adotarmos a pequena, por tudo.

— Você sabe que eu faria qualquer coisa por você, baby. Qualquer coisa em tudo. — Cam lhe mandou um beijo enquanto desaparecia pelo corredor.

— Certo, primeiro as prioridades. — Chastity acenou com a mão na frente do nariz. — Ela precisa de um banho adequado e ser alimentada de novo, então veremos sobre configurar algum lugar para ela dormir.

Monique acenou para a escada.

— Eu consegui um berço de viagem trazido do orfanato, podemos usá-lo até ela se mudar para lá.

— Não. — Chastity balançou a cabeça. — Você não entendeu Monique. Ela é nossa, nós a manteremos e criaremos como nossa filha.

— Oh. — Monique levantou uma sobrancelha. — Desculpe, não percebi.

— Você não deveria saber. — Chastity começou indo em direção à cozinha. — Veremos o que temos e o que mais eu precisarei, e então essa pequena senhorita será lavada.

— Eu acho que tenho tudo o que você precisa por enquanto. — Monique sorriu para Heather enquanto a seguia. — Meu, seus olhos são lindos.

— Eu sei. — O coração de Chastity apertou. — Eu ainda estou impressionada com o quanto sinto por ela depois de tão pouco tempo. É muito estranho.

— Quem não amaria essa pequena? E nós teremos tudo ajustado em pouco tempo. — Monique balançou o bebê nos braços gentilmente. — Comida, amor e uma matilha para cuidar dela. Isso é tudo o que ela precisa.

Monique olhou atentamente para Chastity.

— Alfa, você está bem? Você está um pouco pálida.

— Estou bem. — Chastity encolheu os ombros. — Não comi hoje e com todo o drama anterior, e agora tenho uma família completa, bem, é um pouco opressor.

— Você sente-se. — Monique acenou para a geladeira. — Há alguns sanduíches prontos lá. Descanse por cinco minutos e eu limparei está aqui.

Chastity sacudiu a cabeça.

— Não, é o seu primeiro banho e eu gostaria de fazer isso, mas adoraria algum alimento depois que terminar.

— Se você tiver certeza. — Monique entregou Heather. — Aquecerei o leite e prepararei roupas limpas.

— Obrigada. — Chastity começou a tagarelar com Heather enquanto se dirigia para o banheiro do andar de baixo.

Quando ela voltou com um bebê limpo embrulhado em uma toalha, encontrou fraldas, lenços umedecidos, roupas e leite na mesa. Um prato de sanduíches também estava no balcão com o aroma de carne cozinhando pairando no ar.

— Eu tenho batatas, salada e bifes de urso quase prontos. — Monique olhou por cima do ombro dela. — Você organiza Heather e deixarei o alfa saber.

— Deixar-me saber o que? — Perguntou Cam ao se juntar a elas. — São bifes de urso que eu farejo?

— Sim. — Monique riu. — Eu estava prestes a ir buscá-lo.

— Uma vez que senti este aroma delicioso, não consegui me concentrar no trabalho. Terminarei amanhã. — Ele foi até a mesa onde Chastity estava arrumando Heather. — Como está o nosso pequeno leão?

— Limpo, mas com fome. — Chastity riu quando o rosto de Heather se contorceu, pronta para chorar. — Você pode alimentá-la? — Ela perguntou, acenando para a mamadeira enquanto terminava de vestir o bebê com um pequeno colete e pijama.

— Claro. — Cam pegou a mamadeira. — Eu suponho que é melhor me acostumar com isso. Com Heather e depois...

Chastity lançou um olhar de advertência, mas Monique tinha ouvido. Girando e pulando.

— Você está grávida!

— Shhh. — O dedo de Chastity voou para seus lábios — Eu estou tentando manter em segredo, apenas por um tempo de qualquer maneira.

— Tudo bem. — O rosto de Monique estava iluminado como uma árvore de Natal. — Mas é uma boa notícia. A matilha ficará muito feliz.

— Espero que sim, mas... — Chastity fez uma careta — ...acho que eles também me protegerão e não tenho certeza se eu quero isso. Não, apague isso, eu sei que odiarei.

— Esse é o trabalho deles. — Monique ainda sorria. — Eles garantirão que você e o bebê estão seguros. É uma honra e algo que todos tomamos muito a sério.

— Eu entendo isso. — Chastity entregou Heather para Cam. — Eu simplesmente não gostaria de ficar envolvida em algodão por meses.

Ela observou enquanto Cam alimentava habilmente Heather, o sorriso dele dizendo que esta não era a primeira vez que alimentava uma criança.

— Você mantém esse talento particular em segredo?

— Nossa matilha nas Highlands é muito grande. — Cam continuou alimentando Heather. — Muitos bebês quando eu era um filhote jovem e todos nós tivemos que se revezar como babás para permitir que os adultos trabalhassem.

— É bom saber. — Chastity riu. — Significa que você pode tomar sua vez para qualquer alimentação durante a noite.

— Maldição. — Cam franziu o cenho. — Eu me entreguei, não é?

— Com certeza, amor. — Chastity começou a limpar a mesa antes de configurá-la para comer enquanto Cam segurava Heather.

Quando o telefone de Cam começou a tocar Chastity aliviou-o do bebê, abraçando-a enquanto Cam tirava-o de seu bolso.

— É Grant.

Conectando a chamada seus olhos ainda em Heather.

— Oi, irmão, o que há?

— Cam, eu esperei para ligar e dar-lhe algumas novidades, mas eu quero dizer-lhe antes que alguém descubra e deixe escapar.

Cam escutou um pouco mais com cuidado, segurando o telefone perto de sua orelha.

— Está tudo bem?

— Sim. — Grant riu. — Desculpe, não queria assustá-lo.

— Bom, então, qual é a notícia?

— Cam, você será tio. — A voz de Grant ficou cheia de orgulho quando ele falou a notícia.

— O quê? — Cam riu — Você está brincando, certo? Porque, se não, então, o momento desta chamada é simplesmente assustador.

— Não, não estou brincando. Shelly está grávida, cerca de três meses, e cara, ela está florescendo. Está ainda mais linda e nem sei como é possível.

Cam não podia tirar os olhos de Chastity e Heather.

— Estou tão feliz por vocês dois. Aposto que mamãe ficou louca. Eu posso ver suas botas de tricô.

— Obrigado, e sim, mamãe está nas nuvens. Ela tem todos os seus velhos padrões de tricô e está trabalhando duro, preparando as coisas.

— Grant. — Cam riu. — Eu acho que ela trabalhará horas extras porque Chastity também está grávida.

— Caralho! Não posso obter nada além de você? — A voz de Grant cheia de brincadeiras alegres. — Estou um pouco chocado, irmão, não pensei que fosse um material para papai.

— Não foi exatamente planejado, mas nós dois estamos muito felizes.

— Estou muito feliz por vocês dois. — O tom de Grant é mais sério agora. — Nós seremos pais, Cam, quão estranho é isso?

— Eu não serei um pai. — Cam sorriu para Chastity. — Eu já sou. Encurtando a história, resgatamos uma bebê híbrida e ela é adorável. Tão adorável que a manteremos. Grant, eu tenho uma filha e seu nome é Heather.

— Porra! — A voz de Grant aumentou várias oitavas. — Uma filha, isso é fabuloso, e seu nome é perfeito, especialmente com todas as urzes que Mason transplantou por lá. Rapaz, mamãe terá uma vaca quando eu contar a ela. Quando isto aconteceu? E você tem que enviar imagens ou a mãe saltará em um avião e chegará aí.

— Só aconteceu hoje. — A voz de Cam ficou brava quando ele lembrou os eventos do dia. — O maldito alfa a afogaria porque não é uma loba completa, mas se você me perguntar, ele estava era com medo. Heather é parte leão da montanha e eu aposto que a desculpa triste para um homem perceber que ela cresceria em um shifter forte. De qualquer forma, eu tive que pagar o filho da puta para buscá-la e então ele nos seguiu e tentou roubar os anéis de diamantes de Chastity. Desgraçado!

— Caramba, parece que você teve um dia cheio de acontecimentos. Gostaria de estar lá porque parece que o idiota precisa de um bom chute!

— Ele conseguiu. — Cam balançou a cabeça para tentar limpá-la da ira que ainda sentia. — Quando vi suas mãos na minha mulher, eu meio que me perdi. Ele tem sorte de deixá-lo vivo e só fiz isso porque estávamos no estacionamento de um restaurante. Muitas testemunhas humanas por lá.

Grant bufou.

— Este é meu irmão! Bom para você, Cam, ele mereceu.

— Eu sei. — Cam estendeu a mão, seus dedos acariciando a bochecha de Heather. — Ela é linda, Grant, perfeita. Bem, ela estará em breve, uma vez que a alimentarmos um pouco.

— Tenho certeza de que você e Chastity cuidarão bem dela e lembre-se de nos enviar algumas fotos. Quero ver como é a minha sobrinha.

— Eu farei isso em breve. — Cam tomou a imagem de Chastity segurando o pequeno pacote e achou que ela parecia linda, serena e francamente sexy. — Eu tenho que ir, pois estamos preparando as coisas para a Heather e parece que ela está cansada.

— Ok, meu irmão, também tenho que ir, mas antes que eu faça, posso pedir-lhe que fique atento ao Mac?

Cam sentou-se, franzindo a testa.

— O que há de errado com ele?

— Ele me ligou por algum conselho e não quebrarei sua confiança, mas ele está passando por uma merda pessoal com a qual pode precisar de algum apoio. Então, você pode ficar de olho nele, mas não mencione que eu pedi para você?

— Farei. — Cam percebeu que seu amigo parecia um pouco fora recentemente. — Cuide de sua companheira, Grant, e a felicite novamente.

— Mesmo para você, Cam. Falamos em breve.

— Tchau. — Cam desligou, então começou a tirar fotos de Chastity segurando Heather. — Eles querem fotos. — Ele explicou quando clicou.

— Basta tirá-las de Heather, estou uma bagunça. — Chastity sorriu, segurando Heather para que Cam pudesse tirar fotos claras de seu rosto perfeito.

— Acostume-se a isso, Chas, porque tirarei muitas fotografias agora.

O riso de Chastity encheu a cozinha e seu coração, quando ele começou a enviar as imagens para o irmão.

— Em qual quarto você quer o berço de viagem? — Perguntou Monique — Posso fazer isso por você.

— Por que você não segura Heather por um momento e Cam e eu resolveremos o berço.

Chastity ficou de pé, entregando o pequeno pacote a uma Monique sorridente.

— Meu prazer. — Monique manteve o precioso bebê gentilmente enquanto Chastity e Cam saiam para resolver seus arranjos para dormir.

Voltando depois de configurá-lo, eles pegaram Monique cantando para Heather enquanto a segurava em um braço e classificando o jantar com o outro. Eles pararam na entrada, observando enquanto os olhos de Heather caíam sonolentos.

— Eu posso ter que contratá-la para cantar para ela dormir todas as noites. — Cam riu quando Monique se virou seu rosto vermelho.

— A qualquer momento. — Ela olhou amorosamente para o bebê se aconchegando em seu braço. — Acho que ela precisa de sua cama.

— Sim. — Chastity levantou os braços, agarrando o pacote ao peito e virou-se para sair. — A levarei e espero que ela se acalme. Podemos dar-lhe uma troca de fraldas e alimentá-la antes de nos deitarmos mais tarde.

— Sua comida esperará por você.

Cam pegou uma cerveja da geladeira, sentado em seu lugar na mesa.

— Monique, você já fez o suficiente para hoje. Obrigado, agora vá para casa e confira aquele filhote. Certifique-se de que ele não esteja fazendo nenhuma das suas travessuras.

— O prazer é meu, alfa, e se você precisar de ajuda com Heather, apenas me avise. — Monique sorriu. — Embora eu tenha certeza de que uma vez que a palavra saia, você terá uma linha de pessoas querendo ajudar. Faz um tempo que nós tínhamos um filhote aqui e um tão lindo quanto aquela pequena é certo ter todos querendo ajudar.

— Eu não acho que Chastity a deixará ir longe tão cedo. Ela está preocupada com a bebê. — Cam tomou um gole de sua cerveja. — Heather obviamente não foi cuidada, mas parece ser forte e, com sorte, e com algumas papinhas ela prosperará. Também procuraremos empregar uma das lobas para ajudar Chas. Com ela grávida não quero que exagere e esteja ocupada com o orfanato e seu trabalho de caridade.

— Eu sairei e falarei com Beth no caminho para casa e pedirei que venha de manhã para verificar Heather. — Monique tocou o queixo com um dedo, pensando por um instante. — Eu também tenho alguns amigos que acho que seria ótimo ajudar.

— Obrigado, eu daria um telefonema a Beth, mas se você puder lhe pedir isso seria perfeito. Além disso, se você conseguir que suas amigas apareçam amanhã Chastity poderia conversar com elas. Espero que possam resolver algo. — Cam cheirou o ar. — Essa comida cheira divino, espero que Chas não demore muito ou provavelmente comerei a dela também.

— Não se atreva! — Chastity caminhou de volta.

— Isso foi rápido. — Cam comentou, quando ela começava a distribuir a comida.

— Heather dormiu direto, e parece adorável, deitada no berço. Ela é tão pequena.

— Ela logo crescerá. — Monique acenou quando saiu.

— Tchau. — Ambos disseram quando Chastity colocou o prato de Cam na frente dele.

— Isso parece delicioso. — Seu estômago rugiu alto.

— Nós realmente não tivemos muito tempo para comer hoje, então coma. — Chastity sentou ao lado dele, pegando sua faca e garfo, cortando o bife suculento.

— Monique pedirá a Beth que apareça pela manhã para verificar Heather e ela tem algumas recomendações para ajudá-la. Eu falei a ela para pedir-lhes para vir amanhã para que você possa conversar e resolver algo. — Cam colocou um grande pedaço de carne de urso em sua boca, saboreando o gosto com vários sons escapando de sua garganta.

— Bom, fico feliz que Beth esteja se aproximando. — Chastity parou seu garfo uma fração antes de seus lábios — Eu estou preocupada com Heather. Ela é tão frágil, magra e sua pele tem um tom amarelo que não gosto.

— Beth logo resolverá se houver algo errado. Não se preocupe demais, Chastity.

— Espero que sim, se alguém merece alguma sorte, é aquela garotinha. — Chastity finalmente colocou a carne em sua boca, seus olhos se fechando com o sabor requintado. — Maldição, eu gostaria que pudéssemos ter carne todas as semanas.

— Nós não podemos. — Cam riu. — Se o fizéssemos, não haveria ursos.

— Eu sei disso, mas caramba, isso é tão bom. — Chastity suspirou. — A única coisa para fazer isso perfeito seria um bom copo de vinho.

— Desculpe amor, nenhum para você por alguns meses. — Cam terminou sua cerveja rapidamente, sentindo-se culpado. — Tentarei não beber ao seu redor.

— Não seja bobo. — Ela estava concentrada em sua comida, cortando mais carne para devorar.

— Bem, se alguma vez a aborrecer, então, deixe-me saber. — Cam se concentrou em sua própria comida, ambos comendo em silêncio até que seus pratos foram limpos.

— Monique deixou mamadeiras prontas, então estamos cobertos até amanhã. — Chastity olhou para Cam. — Precisamos fazer uma lista, há muitas coisas que precisarei para ela se a adotaremos, Cam.

— Eu acho que precisamos fazer uma série de compras, ou, se preferir, você pode encomendar on-line e posso retirá-los. O que você quiser. Heather está ficando, Chas, ela é nossa filha agora e só terá o melhor de tudo.

— Eu farei uma lista, depois decidirei. — Chastity sorriu — Quem pensaria esta manhã que seríamos pais agora? É um pouco irreal, mas eu simplesmente não podia entregá-la a ninguém. Ela se sente bem quando está em meus braços e meu coração está doendo pelo que já passou.

— Depois de algumas semanas de amor que terá aqui, tenho certeza que ela seguirá em frente, querida. Pense em seu futuro, não em seu passado.

— Estou tentando. — A mão de Chastity caiu em sua barriga, esfregando suavemente em círculos. — E nós também lhe daremos um irmão ou irmãzinha logo. Será bom criá-los juntos.

— Trabalho árduo. — Cam brincou.

— Sim, mas valerá a pena, Cam. — Chastity sorriu. — E você será tio, droga, três bebês todos tão próximos.

— Eu me certificarei de que os visitaremos regularmente. — O rosto de Cam de repente ficou sério, enquanto olhava para as fotos que tirou no telefone dele. — Eles se conhecerão bem. Não quero que eles não vejam seus primos e experimentem a família extensa em torno deles. Eu quero que nossos filhos compreendam suas raízes, de onde vieram e se orgulham de ser parte escocesa.

— Eles irão. — Chastity se moveu para sentar em seu colo, a cabeça em seu peito. — Nos certificaremos disso e eles definitivamente precisam aprender a dança Highland. Quão pequenos eles fazem kilts?

— Tão pequeno quanto você quiser. — Cam riu. — Heather parecerá adorável em um kilt.

— Ela é nossa. — Chastity expirou sua voz cheia de emoção.

— Sim, ela é. — Cam a apertou. — Heather Sinclair tem um som muito bom para isso.

— Claro. — Chastity bocejou, fazendo com que Cam a olhasse de perto.

— Você está bem? Talvez devêssemos separar o que precisamos para Heather, depois ir para a cama?

— Boa ideia. — Chastity levantou-se, arrumando tudo o que precisariam, incluindo outra mamadeira. — Dedos cruzados para que ela durma por algumas horas depois da próxima alimentação.

— Os dedos dos pés também. — Brincou Cam, seus olhos cintilando maliciosamente. — Será um choque para os nossos sistemas termos um bebê na casa.

— Nos acostumaremos com isso. — Chastity empacotou o que achava que precisaria em seus braços. — Nos dá muita prática para Júnior.

— Júnior? — Cam levantou uma sobrancelha. — Você não acabou de chamar o nosso bebê de Júnior?

— Tenho que chamá-lo de alguma coisa e não o chamarei de “caroço” e até ter uma ideia se é uma menina ou um menino, então não podemos decidir sobre um nome.

— Precisamos encontrar outra coisa. Não estou me referindo ao nosso bebê como Júnior.

— Bem, se você pode encontrar algo melhor, deixe-me saber.

— Eu pensarei sobre isso, agora, levaremos todas essas coisas para o andar de cima e tentaremos arrumá-la para a noite. Então... — Cam olhou para ela — ...talvez possamos ter um tempo de mamãe e papai?

— Cam! — Chastity riu — Eu pensei que iríamos para a cama para descansar.

— Nós podemos descansar depois. — Cam a pegou e ela teve que fazer malabarismos com o que carregava para garantir que eles não derrubassem no chão. — Eu lhe digo que me levantarei para ver Heather se ela chorar, ok?

Chastity assentiu vigorosamente.

— Combinado!

— Droga. — Cam franziu a testa enquanto a levava para o andar de cima — Eu acho que acabei de jogar. Você cedeu muito fácil lá.

— Não pode voltar atrás. — Chastity retrucou com um sorriso no rosto, todo vestígio de fadiga desaparecido.


Capítulo sete

Os pés de Mac quase saltavam enquanto atravessava o acampamento, a caminho de um turno no orfanato, o que sempre o animava. Embora apenas em tempo parcial, principalmente para deixar os caras, Nate e Brett, terem uma pausa, ele amava seu tempo trabalhando lá. Ele ouviu que Chastity e Cam voaram para resgatar outro híbrido, um bebê, e não podia esperar para ver a pequena menina. Seus pensamentos estavam em tudo o que teria que fazer quando chegasse ao trabalho, ele se assustou quando Tristan apareceu na frente dele.

Sua pele imediatamente começou a formigar e seu coração acelerou, fazendo com que respirasse rapidamente. Tristan deu-lhe um pequeno sorriso.

— Bom dia.

Mac assentiu.

— Bom dia, Tris. — Mac voltou o sorriso, embora ao mesmo tempo em que sentiu o rosto corar. — Olha, eu gostaria de me desculpar, fui grosseiro.

Tristan inclinou a cabeça para o lado, focando seus magníficos olhos nele.

— Eu acho que deve ser estranho para você.

— Você poderia dizer isso. — Mac fez um gesto para frente — Desculpe, eu trabalharei no orfanato, quer andar comigo?

— Claro. — Tristan caminhou ao lado dele. — Eu tinha que ir vê-lo de qualquer maneira. Passei algum tempo trabalhando com fugitivos em LA alguns anos atrás e eu queria saber se o orfanato precisa de ajudantes.

— Bem, você seria investigado. — Mac encolheu os ombros. — Nós não deixamos ninguém que não conhecemos bem em qualquer lugar perto das crianças, desculpe, espero que entenda. Você é um pouco novo aqui, então os meninos definitivamente o investigariam, mas estamos sempre à procura de pessoas para ajudar.

— Eu entendo perfeitamente. — Tris sorriu. — As crianças precisam ser protegidas, então não me importo. Posso dar-lhes os detalhes da instituição de caridade com a qual trabalhei e eles podem contatá-los.

— Fico feliz que você entenda. — Mac sorriu de volta, sentindo-se um pouco menos nervoso enquanto caminhavam. — Como eu falei anteriormente, sinto muito pela maneira que fui com você. Isso me abalou um pouco. Merda... — Mac passou a mão por seus cabelos e continuou — ...mais do que um pouco. Eu não quero chatear você, mas eu sempre me vi com uma loba, filhotes, toda a família feliz.

Tristan assentiu.

— Eu meio que peguei essa vibração de você. Eu não me ofendi, Mac, mas meu lobo rugiu tão alto que tive dor de cabeça.

— O meu também. — Admitiu Mac. — Telefonei para um amigo na noite passada.

— O quê? Você estava no “Quem quer ser um milionário”?

Mac riu.

— Não, seu idiota atrevido.

Tristan franziu a testa.

— Eu deveria me ofender com isso?

— Não. — Mac bateu no ombro de Tristan. — Apenas alguns dos meus ditados escoceses, não é nada para se irritar.

— Tudo bem. — Tristan sorriu. — Eu acho melhor me acostumar com eles.

Mac encolheu os ombros, tentando parecer indiferente, mas não tendo certeza se conseguiu.

— Se nós seremos amigos, suponho que você faça.

— Oh. — Tristan levantou uma sobrancelha. — Espero que possamos ser muito mais do que amigos, Mac, mas eu entendo se precisar de algum tempo para colocar isso na sua cabeça.

— Sim, acho que sim.

— Então você nunca experimentou quando você era um filhote?

Mac balançou a cabeça.

— Não, eu conheço muitos caras que fizeram, mas nunca me atraiu. Eu estava muito ocupado perseguindo as garotas para até mesmo notar os meninos.

— Nunca? Você não estava curioso? — As mãos de Tristan agora em seus bolsos enquanto caminhavam, o que puxava os jeans para baixo um pouco. O coração de Mac acelerou à vista da cueca aparecendo.

— Não. — Mac ficou um pouco desconfortável. — Conheço alguns casais do mesmo sexo e nunca tive problema com isso. Eu sei que algumas matilhas fazem, mas no Highland nunca fizemos.

— Então você nunca beijou outro homem? — Tristan parou e Mac percebeu que estavam bem no meio entre as árvores, no atalho da estrada de terra que ligava o acampamento aos edifícios do orfanato.

— Não. — O nervosismo de Mac aumentou quando Tristan aproximou sua mão para correr os dedos nos lábios de Mac.

— Eu posso sentir que você está ansioso. — Tristan manteve sua pele tocando Mac. — Eu nunca farei qualquer coisa que você não queira Mac. Eu prometo que não forçarei nada sobre você, mas, eu realmente gostaria de te beijar agora mesmo.

Mac lembrou-se das palavras de Grant “Fale com ele, conheça-o, por amor de Deus, beije-o e veja como você se sente então. ” Ele poderia? Beijaria outro homem, mesmo que seu lobo lhe dissesse “Sim! ” Ele faria isso?

— Posso? — Tristan perguntou sua voz baixa, suave e, maldito seja, sexy!

Mac não conseguiu responder, mas deu um ligeiro aceno de cabeça, seu corpo se agitando enquanto Tristan se levantava na ponta dos pés. Seus olhos se fecharam quando os lábios de Tristan tocaram levemente os dele, o beijo tão suave como um toque de penas. Esse breve contato foi tudo o que levou para que seu pênis endurecesse, seu coração acelerasse e seus braços se envolvessem em torno de Tristan para aproximá-lo antes que sua mente entrasse em ação e o lembrar-se que aquele era um homem que o beijava.

Os braços de Mac afastaram-se quando ele recuou, quebrando todo o contato e olhando com os olhos arregalados para o lobo diante dele. Tristan olhava para ele, a excitação clara nos olhos azul-celeste.

— Merda. — Mac deu outro passo para trás, tentando obter o controle de si mesmo, suas emoções e sua mente.

Tristan também se afastou suas mãos se afundando em seus bolsos.

— Mac, tente ficar calmo, posso sentir o pânico crescendo em você, garotão. Respire, e não se concentre no fato de sermos homens, apenas sinta.

Balançando a cabeça, Mac se afastou.

— Não posso evitar! Merda, merda, merda!

Tristan correu para alcançá-lo, suas pernas mais curtas trabalhando horas extras para acompanhar Mac.

— Mac, eu sei que sentiu isso. Essa conexão entre nós, eu sei que você fez, mas vejo que isso o está chateando. Eu não o empurrarei, mas em algum momento você terá que aceitar as coisas. Nós somos companheiros e podemos levar as coisas devagar, ou você pode negar, e ambos seremos infelizes pelo resto de nossas vidas.

— Por favor, apenas Wheesht2! — Mac cuspiu sua mente confusa enquanto seu animal rondava furiosamente em sua cabeça.

— O quê? — Tristan perguntou calmamente.

— Wheesht, como em, cale-se! — Mac respondeu bruscamente, dando um suspiro de puro alívio quando o orfanato entrou em sua vista.

— Oh. — Exclamou Tristan. — Tudo bem, eu não mencionarei nada novamente hoje.

Mac ouviu a tristeza na voz do outro lobo, mas ele ignorou, seus passos se alongando para levá-lo ao orfanato ainda mais rápido. Ele precisava conseguir algum espaço desse homem que o estava afetando de maneiras que nunca imaginara. Caramba, ele sentiu como se sua cabeça fosse explodir!

Assim que entrou, dirigiu-se à sala da equipe, precisando estar sozinho por um momento antes de ir trabalhar. Seus nervos dispararam e sentia sua pele como se pegasse fogo.

— Porra! — Ele cuspiu, quase pulando dois pés no ar quando a mão de Nate agarrou seu ombro.

— Mac, o que há de errado? — Nate olhou-o com preocupação. — Eu vi você entrar como se fosse perseguido por uma horda de demônios.

— Estou bem. — Mac tentou relaxar e falhou enquanto seu coração continuava a bater furiosamente em seu peito.

— Não, meu amigo, você não está. — Nate levou-os para a pequena mesa e cadeiras colocadas no canto. — Sente-se e fale comigo. Talvez eu possa ajudar.

Mac caiu no assento, os cotovelos na mesa e pousou a cabeça nas mãos.

— Merda, Nate, não tenho certeza se alguém pode ajudar. Isso é excêntrico demais para mim.

— Fale. — O tom de Nate não provocou nenhum argumento, então Mac olhou para ele.

— Eu não quero incomodar você. Te ofender. — Mac encolheu os ombros. — E eu posso fazer isso porque o que está acontecendo é realmente pessoal, confuso e fodido, eu sinto como se eu fosse entrar em erupção.

— Não tenho certeza de que parte do fale você não entendeu Mac. — O tom de Nate ainda mais firme quando ele cruzou seus braços em seu peito e olhou para Mac.

Então Mac falou, contando a Nate tudo, mesmo quando seu rosto corou fortemente. Nate acenou com a cabeça em alguns momentos, fez um gesto com a mão para fazê-lo continuar quando vacilou, e finalmente estendeu a mão e gentilmente esfregou o braço.

— Desculpe você está passando por isso, Mac. Deve ser muito confuso e perturbador para você.

— Espero não ter te ofendido. — Respondeu Mac calmamente.

— Não. — Nate balançou a cabeça. — Eu tenho uma pele mais espessa do que isso. Mas, meu amigo, entendo por que você está tão tenso com tudo isso. Deve ser muito estranho de repente ter sentimentos por um homem quando você já esteve com mulheres. Mas, eu tenho que dizer, Tristan está certo, Mac. Se os seus animais se reconheceram como companheiros, não há muito que você possa fazer sobre isso. Você precisa trabalhar com isso na sua cabeça e aceitá-lo. A menos que você queira passar o resto de sua vida como um lobo solitário e provavelmente insano.

— Insano? — A voz de Mac ficou em estado de choque.

— Mac. — Nate o olhou, seu rosto muito mais sério do que já tinha visto. — Se você negar seu companheiro, sua besta estará em guerra com você. Não desistirá, nunca. Você pode imaginar o que isso fará na sua mente? Pode, provavelmente, deixá-lo maluco de forma comprovada.

— Nate. — Mac soltou um longo suspiro, sua voz baixa enquanto admitia — Estou com medo.

Nate se aproximou, segurando uma das mãos de Mac e agarrando-a firmemente.

— Eu sei que você está e, se eu puder ajudar, de qualquer forma, permita-me fazê-lo. Sei que você é mais o tipo alto, escuro e silencioso, mas você precisa saber que haverá pessoas que querem ajudá-lo e sou uma dessas. Agora, por que você não me leva para falar com Tristan? Se ele for sério sobre ajudar, então eu gostaria de começar o processo de fazer com que seja verificado. Precisamos de toda a ajuda que possamos obter.

— Eu sei. — Mac ficou parado, parecendo envergonhado. — Não tenho certeza se ele ficou ou se eu o afugentei.

— Tenho a sensação de que ele ainda estará aqui. — Nate sorriu. — Sei que se fosse eu, não deixaria você sair da minha visão.

Mac conseguiu um sorriso enquanto Nate os levava para fora da sala da equipe.

— Eu lembrarei de dizer isso a Brett, certo?

— Não se atreva. — Nate riu atrevido.

— Você está bem? — A voz de Tristan ficou cheia de preocupação enquanto corria para eles. — Eu pude sentir seu pânico, Mac.

— Estou bem. — Mac fez um gesto para Nate. — Eu falei a Nate que você queria ajudar e ele gostaria de falar com você.

Tristan olhou para Nate como se não tivesse percebido que o outro lobo estava lá.

— Oh, certo, sim, eu adoraria ajudar. Eu trabalhei com coisas de fugas, então sim, eu gostaria de estar envolvido aqui.

— Bom. — Nate agarrou o braço de Tristan, levando-o com relutância para longe. — Vamos conversar.

Tristan olhou por cima do ombro, o rosto branco de preocupação.

— Você tem certeza de que está tudo bem?

Mac assentiu.

— Estou bem, vá. Conversamos depois.

Nate puxou Tristan ao longo do corredor, dando uma piscadela para Mac quando ele foi.

— Ele tem trabalho para fazer.

Mac se virou, seu lobo uivou em protesto, enquanto ele foi em busca de Brett para descobrir o que precisava fazer em seu turno. Encontrando o alto e magro lobo na sala de jantar, terminando o café da manhã para as crianças. Ele estava feliz por ver Ryder lá ajudando, e observando que a jovem pantera também havia se atirado no novo filhote. Olhando em torno de Mac tentou localizar Chastity e o bebê, mas ela não estava em nenhum lugar, estranhou, era costume ser a responsável pelo café da manhã.

— Bom dia, Brett, como estão as coisas hoje?

— O mesmo de sempre, Mac. — Brett carregou a pilha de pratos em suas mãos em direção à cozinha. — Chastity não está aqui hoje. Ouviu as notícias?

Franzindo o cenho, Mac seguiu, balançando a cabeça.

— Eu acho que esta é a primeira vez que eu venho trabalhar e ela não está aqui. Quais as novidades? Algo bom espero.

Brett deixou os pratos no balcão para as duas mulheres que ajudavam na cozinha.

— A bebê que eles foram resgatar ontem, bem, espere por isso, eles a estão adotando. Já nomearam ela de Heather e Cam foi fazer compras com Chastity hoje para obter tudo o que eles precisam para uma recém-nascida. Aparentemente, a garota tem apenas algumas semanas de idade e está muito magricela, pois não foi atendida adequadamente. Caramba, fale sobre família instantânea, isso será uma grande mudança para eles.

A boca de Mac ficou aberta, o pensamento de Cameron “Sin” Sinclair trocando fraldas sujas, não é algo que vinha a mente quando pensava em seu Alfa.

— Merda, isso é ótimo para eles, obter a bebê, mas pensar em Cam ficar acordado a noite toda com um bebê que chora não é algo que eu pensei ver. Bem, não agora, pensei que, em alguns anos, ele e Chastity podiam decidir ter filhos, mas não tão logo após o acasalamento.

— Nossos pensamentos também. — Brett sorriu. — Eu pensei que Nate desmaiaria quando ouviu.

— Aposto. — Mac pegou um biscoito de reposição, estalando em sua boca quando eles voltaram para a sala de jantar.

— Você sabe como que ele é com os bebês. Ele tem uma alma de mulher. — Brett gritou para duas crianças que decidiram jogar em vez de comer sua comida. Depois de desarmar a possível luta alimentar, Brett voltou para o Mac. — Então ele está um pouco chateado por não termos o bebê aqui, mas, obviamente, estamos muito felizes por ela ter um lar adequado agora.

— Isso é tudo o que queremos para qualquer um deles. — Mac olhou em volta para as crianças, seu coração derretendo para o que alguns passaram. — Eu gostaria que pudéssemos colocá-los em casas mais rapidamente.

— Depois do que passaram, você sabe que precisamos ter cuidado. A verificação exige tempo Mac e, em seguida, os acompanhamentos são também necessários. Precisamos saber que eles estão felizes e são devidamente atendidos.

— Sim. — Mac assentiu com tristeza. — Eu sei, mas não me impede de desejar.

— Eu sei. — Brett soltou um longo suspiro. — Tenho certeza de que racionalizaremos as coisas à medida que avançarmos. Só estamos abertos por um curto tempo, por isso estamos obrigados a encontrar melhores maneiras de fazer as coisas, mas, enquanto isso, vamos apenas avançar. Agora, Mac, você está pronto para assumir durante algumas horas?

— Claro, ligarei Ryder e seu novo amigo para ajudar com os mais jovens. Vá, você merece uma pausa.

Brett riu.

— Pausa? Merda, nenhum descanso para mim hoje, tenho uma tonelada de papelada que preciso colocar em dia.

— Tudo bem, os manterei entretidos. É bom sair para que possamos ir a uma “caça aos insetos” eles sempre adoram isso e cansará as crianças menores para que eles tenham uma soneca a tarde.

— Bom pensamento... — Brett começou a se afastar, falando sobre o ombro antes de desaparecer — ..., mas, se você os trouxer sujos de volta, então os limpe antes do almoço.

— Farei isso. — Mac sorriu. — Ei, Ryder, você e seu novo amigo me ajudam a consegui-los organizados para uma caçada a insetos?

Assim que ele falou, as crianças começaram a gritar com entusiasmo. As caçadas de insetos do Mac eram lendárias e todos adoravam quando os levava a uma. Mesmo Ryder sorriu enquanto assentiu.

— Claro. — A jovem Pantera começou a reunir as crianças ansiosamente.

Uma boa maneira de passar algumas horas, Mac pensou enquanto olhava os rostos excitados, apenas um pequeno puxão por dentro, lembrando-o de que ele tinha problemas maiores para resolver mais tarde.


Capítulo oito

— Chega! — Chastity riu enquanto Cam adicionava ainda mais ao, já enorme pedido, na loja de bebês que ele a levou. — Cam, nós temos o suficiente. Ela nunca usará tudo isso antes que cresça demais.

Cam sorriu suas mãos estendidas para o lado levando tudo que estava empilhado no balcão e no chão.

— Ei, tudo e qualquer coisa pode ser repassado ao “bebê” ou, se for um menino, tudo isso pode ir ao orfanato.

— Eu ainda prefiro Júnior. — Chastity sorriu, movendo-se suavemente de um lado para o outro para manter Heather adormecida na tipoia que ela agora usava, segurando sua filha contra sua frente. — Isso é realmente bastante confortável. — Ela comentou sobre os caros pedaços de material que segurava seu bebê.

A vendedora sorriu conscientemente.

— Eu lhe falei senhora, é um dos nossos itens mais vendidos.

— E eu lhe informei, não senhora, meu nome é Chastity ou Sra. Sinclair.

Chastity retrucou quando Cam se inclinou para verificar Heather, sua voz era quase um sussurro.

— Ela está fora do ar.

— Espero que ela permaneça assim por mais tempo porque estou morrendo de fome. — O estômago de Chastity tomou esse momento para rugir alto. — Podemos comer antes que decida acordar?

— Claro. — Cam tirou um cartão preto que só tinha seu nome em prata em relevo sobre ele. — Eu gostaria que tudo isso fosse entregue a este endereço dentro de uma hora. — Ele entregou um cartão de visita para a menina.

— Desculpe Sr. Sinclair, mas não reconheço este endereço.

— É uma pista de pouso privada fora da cidade. — Os olhos de Cam não deixaram Chastity. — Apenas diga para que entreguem no meu jato.

— Certamente. — A vendedora não parecia surpresa com tal pedido. — Eu terei tudo enviado agora.

— Bom. — Cam virou-se para pegar o cartão de volta, nem mesmo tendo que assinar qualquer coisa. — Voltaremos, especialmente se o pequeno que cresce dentro da Sra. Sinclair agora seja um menino.

Chastity ofegou enquanto a vendedora olhava para o pequeno bebê em seus braços e então olhou para a barriga dela.

— Outro pequeno, que bom.

Chastity tinha certeza de que podia ouvir sarcasmo no tom, mas optou por ignorá-lo. Deixe a pequena atendente pensar o que quisesse, não se importava. Tudo o que importava era a criança em seus braços e a que crescia dentro dela e o amor que ela via brilhando nos olhos de Cam.

— Certo, Sr. Sinclair, seu “bebê” quer que você alimente a mãe dele.

Cam segurou seu cotovelo, pegou a bolsa com todos os suprimentos de Heather para sua pequena viagem e a levou para fora.

— Eu conheço um pequeno e adorável lugar na rua. Tenho certeza que você adorará.

— Enquanto houver comida, de preferência uma carne suculenta, então eu serei feliz. — Chastity percebeu que ela não estava apenas com fome, estava morrendo de fome e estava ansiosa de carne como nunca antes. — Maldito, Cam, eu poderia comer um cavalo, literalmente.

— Eu não acho que eles têm cavalo no menu. — Cam riu. — Mas eu sei que eles têm muita carne, algumas bastante raras, incluindo o canguru.

— Eles fazem hambúrgueres de carne? — A boca de Chastity regou quando ela começou a andar mais rápido. — E onde é este lugar? Você falou que era apenas no final da rua.

— É. — Cam levou-a para um pequeno restaurante. — Aqui estamos.

— Mate-me. — Chastity fez uma careta. — Espero que este não seja um daqueles lugares elegantes que colocam algo minúsculo no meio de um enorme prato e chamam de ‘comida’. Porque eu quis dizer o que falei, estou morrendo de fome.

— Não se preocupe, terei certeza de que você será alimentada. — Cam sorriu quando entraram.

— Uau. — Chastity olhou em volta. — Eu não esperava isso.

— Não. — Cam riu. — Eu sei que você não imaginava.

O restaurante era uma paródia de um restaurante dos anos cinquenta, cabines de couro vermelho, máquinas de milk shake e Elvis tocando no sistema de som. Havia até jukeboxes em miniatura nas cabines, onde você conseguia escolher uma música favorita, uma vez que reservou algum dinheiro para o privilégio.

Uma garçonete animada, resplandecente em um uniforme direto da antiga série de TV “Happy Days” levou-os para uma cabine, sorrindo como se o sorriso estivesse colado em seu rosto enquanto ela entregava os menus. Eles pediram bebidas, um grande milk shake para Cam e um flutuador de baunilha para ela, então Chastity devolveu o menu.

— Eu não preciso olhar. — Informou a garçonete surpreendida. — Dois hambúrgueres se você os tiver, malpassado e com batatas fritas. Estou com muita fome, então, quanto mais rápido, melhor.

Cam também entregou seu menu.

— Parece bom para mim, dobre o pedido.

— Claro. — A garçonete correu, voltando rapidamente com suas bebidas.

— Eu não tenho ideia do que há comigo. — Chastity tomou um gole — Estou com tanta fome que não é engraçado, estou realmente com fome.

Cam olhou para ela de perto, sua voz quase um sussurro.

— Talvez porque você está grávida? Eu sei que a maioria das lobas comem mais quando carregam um filhote.

— Sim, merda, espero que sejam rápidos ou eu pegarei a comida de outra pessoa.

— Está mesmo com fome? — Perguntou Cam. — Se assim for, deixe-me saber e pegarei algo que não precisamos aguardar, há muffins e coisas no balcão.

— Eu não quero um muffin, eu quero carne... e querido, eu quero agora.

Cam levantou as sobrancelhas.

— Eu imploro seu perdão?

— Pare! — Chastity riu, uma das mãos sobre a boca para abafar o som.

— O quê? — Perguntou Cam, todo inocente enquanto bebia seu milk shake.

— Realmente, você é como um garoto malvado às vezes.

A garçonete os interrompeu:

— Eu roubei isso para você. — Ela colocou um hambúrguer grande na frente de Chastity. — O resto do seu pedido não demorará muito, mas minha irmã está amamentando e está com fome o tempo todo, então eu sei o que você está passando.

O rosto de Chastity ficou vermelho, mas sua necessidade de alimentos superou a necessidade de corrigir o equívoco.

— Obrigada. — Foi tudo o que respondeu quando a jovem saiu apressada e Chastity pegou o hambúrguer, mordiscando e fazendo ruídos que Cam tinha certeza de que só deveriam estar atrás de portas fechadas em seu quarto.

— Querida, você pode querer manter isso um pouco. — Cam sorriu, olhando ao redor. — Parece um pouco daquela cena do filme “Harry e Sally – Feitos um para o outro” e as pessoas estão olhando.

O rosto de Chastity corou intensamente, seu dedo limpando um pouco de seu queixo, e ela rapidamente olhou em volta.

— Oh! — Murmurou quando várias pessoas sorriram para ela. — Porra, não tenho ideia do que está acontecendo, mas estou com muita fome. Cam, você acha que algo está errado?

Cam sentou-se mais reto, pegando seu telefone e apertando a discagem rápida. Chastity agora mordiscava o hambúrguer em vez de comê-lo o mais rápido possível.

— O que você está fazendo? —Perguntou enquanto segurava o telefone em sua orelha, preocupação cobrindo seu rosto.

— Stracey, eu preciso que você encontre um médico que possa verificar Chastity, agora, hoje, imediatamente. — Cam alcançou-o, segurando sua mão livre na dele. — Eu não quero o que direi para você seja repetido e não quero que você interrompa, mas ela está grávida. Estamos em Seattle, então encontre-nos alguém que possa verificá-la dentro da próxima hora ou assim. Diga-me os detalhes depois de configurá-lo e sim, ligarei para você mais tarde e contarei tudo sobre isso, mas agora tenho que ir.

Cam desligou e Chastity sacudiu a cabeça.

— Eu não acho que precisamos fazer isso. Poderia aguardar até que Beth pudesse verificar-me.

— Eu não esperarei e não me arriscarei. — O maxilar de Cam apertou forte, sempre um sinal de que ele estava chateado ou com raiva.

— Ok. — Chastity sabia que era inútil argumentar sobre este ponto.

— Além da fome, você se sente bem? — Cam sondou seus olhos a olhando de cima a baixo.

— Sim. — Ela assentiu. — Eu apenas sinto uma fome voraz e nunca me senti assim antes. É muito estranho, Cam.

A garçonete chegou com a comida, colocando-a rapidamente e saindo, o restaurante se encheu e a pobrezinha estava apressada... Chastity pegou seu hambúrguer, mordiscando-o rapidamente enquanto Cam mantinha seus olhos treinados sobre ela. Ele não tocou sua comida, ansiosamente olhando para o telefone e de volta para Chastity. Ele soltou um suspiro de alívio quando o telefone tocou e ele verificou o texto.

— Consulta em meia hora. — Ele colocou o telefone, pegou um hambúrguer e empurrou o outro para Chastity. — Aqui, eu não estou com fome.

Chastity deu-lhe um sorriso torto.

— Espero que eu não termine tão grande quanto uma casa.

— Eu duvido que isso aconteça com o seu... — Cam olhou ao redor e viu o lugar ocupado, pessoas em cabines ao redor — ...metabolismo único.

— Eu espero que não. — Chastity terminou seu terceiro hambúrguer, lambeu seus dedos e depois terminou a bebida.

— Vamos. — Cam colocou dinheiro na mesa, o suficiente para a comida e uma gorjeta forte para sua garçonete. — Nós pegaremos um táxi lá fora.

— Eu não acredito que Heather ainda está dormindo. — Chastity olhou para a bebê deitada contra seus peitos. — Ela acordará em breve, Cam, é quase a hora da próxima alimentação.

— Se o fizer então a alimentaremos, não se preocupe. — Cam chamou um táxi que passava, ajudando-a na parte traseira e dando ao motorista o endereço. — Nós temos tudo o que precisamos conosco, então nos concentraremos em você no momento. Ok?

— Sim, tudo bem. — Chastity fez beicinho. — Eu ainda acho que poderíamos esperar e deixar Beth verificar-me.

— Chas. — Cam colocou um braço em torno de seus ombros, puxando-a contra seu lado — Eu não quero argumentar, mas é melhor você se acostumar a ser tratada com luvas de pelica até o “bebê” nascer. Acostume-se.

— Cristo, Cam, estou grávida, não estou doente.

Ambos viram o olhar estranho do motorista no espelho retrovisor. Chastity riu e Cam se juntou.

— Isso é realmente estranho, as pessoas não sabem que Heather é adotada e eles pensam que você pulou em meus ossos assim que ela nasceu.

— Eu não dou uma foda do que as pessoas pensam. — Cam bufou. — É você que continua corando sobre isso.

— Eu só continuo me perguntando o que as pessoas estão pensando, só isso.

O telefone de Cam tocou, verificando a tela ele sorriu, segurando a tela para que Chastity pudesse ler a mensagem de Stracey.

“Desculpe, preciso te dizer, o médico é metade bruxo, então não há necessidade de mentiras. ”

— Bom. — Chastity olhou para Cam, sussurrando — Estava preocupada dele ver alguma coisa, você sabe, com meu estranho metabolismo. — Então ela franziu a testa — Como diabos Stracey faz isso? Ela parece ter contatos, não importa onde estivermos.

— Não tenho ideia. — Admitiu Cam. — Tudo o que sei é que ela vale o peso em ouro, literalmente.

— Sim. — Chastity concordou. — Estou grata por isso, com certeza.

— Estamos aqui, senhor. — O motorista virou-se, olhando fixamente para Chastity, o olhar dele fazendo com que ela voltasse a corar novamente.

— Aqui. — Cam entregou dinheiro antes de abrir a porta e depois dar a volta para ajudar Chastity.

Tomando o cotovelo, ele a levou para dentro do prédio, verificando a lista para encontrar o andar do consultório do médico. Geralmente ele tomava as escadas, mas com Chastity e Heather com ele, dirigiu-se aos elevadores. Seu braço serpenteava em torno da cintura dela, segurando-a gentilmente enquanto as portas se abriam e depois entrando e pressionando o primeiro andar.

— Um? Você está brincando? — Chastity sacudiu a cabeça. — Nós poderíamos ter subido mais rápido.

— Não há necessidade. — Cam deu-lhe um pequeno aperto. — Eu não quero que se canse até que o doutor cheque você.

— Estou bem, apenas com fome. — Chastity esfregou a barriga. — Eu realmente poderia fazer um lanche agora.

— Caramba! — Cam tentou manter a preocupação na voz dele — Acho que essa gravidez me custará uma fortuna nas contas de alimentos.

As portas se abriram para uma área de recepção luxuosa, Cam caminhou para a frente para dar seus nomes. A jovem que estava atrás da mesa lhe deu um sorriso de cem watts.

— Certamente, Sr. e Sra. Sinclair, o médico está esperando por você. No corredor, a última porta da esquerda.

— Obrigado. — Respondeu Cam, conduzindo Chastity pelo corredor.

Chastity olhou para a bebê.

— Eu acho que ela precisará de um pouco de comida.

— Eu a pegarei uma vez que você entrar no escritório do doutor. — Cam bateu à porta uma vez antes de abri-la e entrar.

Um homem pequeno, magro e de cabelos escuros, olhou para cima, sorrindo enquanto fazia um gesto para as cadeiras na frente da mesa.

— Sente-se, eu sou o doutor Rowan. — Ele olhou para Chastity. — Desculpe, estou um pouco confuso, este é um exame pós-parto obrigatório?

Chastity tirou Heather da tipoia, entregando-a a Cam, antes de sentar-se.

— Não, Heather é adotada. Estou grávida e as coisas estão um pouco esquisitas.

— Ah. — Ele tirou os óculos — Eu suponho que você está tendo enjoos matinais ruins? Embora, pelo que eu possa deduzir você não é...

— Humana? — Chastity sorriu. — Eu sou uma loba, mas não, não estou enjoando muito, graças a Deusa. Estou com fome, estou morrendo de fome o tempo todo.

— Eu vejo. — O médico levantou-se — Eu posso fazer um exame rápido para ver o que está acontecendo. Se você fosse humana, seria um pouco cedo para fazer um, mas, como você é única, podemos ver muito mais.

Cam já alimentava Heather, com os olhos atentos ao médico.

— Isso é normal? Para um de nosso tipo?

— Não é incomum, mas eu gostaria de fazer a varredura primeiro para verificar algo antes de continuarmos.

Ele apontou para uma área com cortinas na parte de trás de seu grande consultório.

— Está tudo configurado, então, se você puder subir na mesa e afrouxar suas roupas para que eu possa ter acesso à sua barriga, começaremos.

Chastity assentiu, Cam em seus calcanhares enquanto eles se preparavam. Ele ficou de pé ao lado de sua companheira, em frente à máquina instalada ao lado da mesa de exame, ainda alimentando uma bebê com fome.

— Eu a trocarei uma vez que acabarmos aqui.

— Ok. — Chastity mordiscou o lábio inferior nervosamente.

— Não se preocupe. — O doutor Rowan sorriu quando se juntou a eles. — Tenho certeza de que tudo está bem. Agora, este gel está um pouco frio, mas, além disso, você não sentirá nada. Apenas tente relaxar, Sra. Sinclair.

A frieza a fez saltar, mas quando o médico colocou o pequeno dispositivo de varredura contra a barriga dela, movendo-a lentamente, toda a atenção estava focada na tela.

— Caramba, como você entende isso? — Perguntou Cam, apertando os olhos quando ele cutucou Heather.

— Isso desaparecerá em um momento. — Sua mão desacelerou ainda mais, pressionando suavemente o estômago de Chastity enquanto ele cobria toda a área. — Hmm. — Ele voltou para uma área anterior. — Isto é interessante. Muito interessante.

— O quê? — Cam cuspiu. — O que está errado?

— Nada. — Ele se virou para sorrir para eles. — Estou um pouco surpreso porque isso é ainda mais raro nos lobos do que nos humanos.

O corpo de Cam ficou tenso.

— Diga-nos.— ele ordenou sua voz alfa puro, enquanto olhava para o médico.

— Olhe aqui. — O doutor Rowan apontou várias áreas na tela que pareciam piscar e desligar. — Eu suponho que você pode ver isso claramente?

A mão de Chastity serpenteou para agarrar Cam, principalmente para acalmá-lo, sua voz apertada e irritada.

— Se você não responder, então ficarei muito chateado, doutor.

— Desculpe. — Ele deu uma pequena careta ao tom de Cam. — Tenho o prazer de lhe dizer que esses pontos piscantes são batimentos cardíacos, de trigêmeos.

— O quê? — Chastity gritou — Três bebês?

— Sim, e eu só posso supor que é por isso que você está com fome. Seu metabolismo acelerou para ajudar a sustentar os bebês. Com uma gravidez mais curta, os bebês precisam de muito sustento para crescer. Com três, então é uma enorme pressão para você e seu sistema, daí a fome.

— Merda. — Chastity olhou para o rosto de Cam, com os olhos arregalados enquanto olhava para a tela.

Ele lentamente se virou para ela, um sorriso sorrateiro puxando os lábios para cima.

— Trigêmeos, droga!

— Eu acho que precisaremos de mais ajuda. — Chastity sentiu seu coração vibrar. — Cam, como lidaremos com três bebês?

Quando Heather soltou um grande arroto, Cam moveu-a de seu ombro, colocando-a em seus braços.

— Você quer dizer quatro, querida. Mas, nós gerenciaremos, se eu tiver que contratar um par de babás em tempo integral, então é o que faremos.

— Eu não quero nossos filhos criados por babás. — Chastity sacudiu a cabeça. — Eu quero eles criados pela matilha.

— Tenho certeza que uma vez que a notícia esteja fora, não teremos fim de lobas se candidatando aos cargos. Não se preocupe amor, podemos fazer isso.

— Com licença, senhor e senhora Sinclair. — A voz do médico interrompeu-os. — Eu me pergunto se você voltaria, digamos mensalmente, então eu posso ficar de olho em você e nos bebês? É tão raro que eu tenha a chance de lidar com pessoas únicas, e o fato de serem trigêmeos torna muito mais emocionante.

Cam encolheu os ombros.

— Depende de você. — Falou para Chastity enquanto dava-lhe um pequeno sorriso. — Eu sei que me sentiria melhor se você estivesse sendo verificada por um médico, e não apenas Beth.

— Tudo bem. — Chastity assentiu. — Eu acho que é uma boa ideia também.

— Maravilhoso! Aguardem e eu pegarei o cartão com o meu número pessoal. Ligue-me a qualquer hora, a qualquer momento, se precisar de alguma coisa.

— Você o fez feliz. — Cam sorriu — E a mim, trigêmeos, uau, será ótimo, querida.

— Talvez para você, garotão. — Chastity limpou-se com as toalhas de papel do carrinho ao seu lado. — Eu sou a única que os empurrará para fora. Eu digo a você, Cam, eu não estava particularmente ansiosa para fazer isso uma vez, mas três vezes? Merda, definitivamente não estou ansiosa por isso!

O doutor Rowan levantou uma foto que ele imprimiu.

— Aqui está uma pequena lembrança e, se você quiser configurar outra consulta, podemos fazer uma varredura tridimensional na próxima vez. Dessa forma, vocês realmente verão os bebês de verdade.

— Ok. — Chastity tomou a imagem, mal conseguindo distinguir qualquer coisa.

— Além disso... — argumentou o doutor e olhou entre eles — ...eu diria que devemos observar de perto a Sra. Sinclair e pode até ser prudente organizar uma cesariana pré-agendada.

— Eu sei que falei que não estava ansiosa para dar à luz a três, mas eu quero dar à luz. — Chastity franziu o cenho quando saiu da mesa. — Por que consideramos algo além do nascimento natural?

— Nascimentos múltiplos às vezes podem representar riscos extras, embora raros, é algo que devemos estar atentos.

— Eu acho que veremos como as coisas caminham. — Chastity virou-se para olhar para Cam. — Eu quero nossos bebês nascidos em casa, com a matilha ao nosso redor.

— Eu entendo isso, mas, querida, se o doutor achar que haverá um problema, então devemos ouvi-lo.

— Pelo amor da Deusa! — Chastity parecia mais do que um pouco irritada, seu tom exasperado e um pouco irritado. — Nós acabamos de descobrir que são trigêmeos. Eu só tenho algumas semanas, então não nos precipitaremos em nada. Eu concordo em voltar e deixar o médico verificar-me e aos bebês, mas não estou concordando com nada mais agora. Ok?

— Não esquente tanto. — Cam sorriu. — Nós não queremos que sua pressão sanguínea suba muito.

— Você não começa comigo hoje, Cam. Eu já tive o suficiente atirado em mim, então, se você não quer dormir no sofá, é melhor que feche a boca.

— Desculpe, eu não pude resistir. — Cam acenou com a cabeça para Heather. — Precisamos mudar essa fralda, então iremos para casa. Eu não posso esperar para contar a Monique isso e você tem que dizer para Jinx e Stracey.

— Oh, meu Deus! — O rosto de Chastity corou. — Não há como manter isso em segredo, há?

— Não. — Cam riu. — Eu não posso esperar para contar a todos, desculpe, mas esta notícia é muito grande para manter da matilha.

— Maldição para o inferno! — Chastity quase rosnou.

— É melhor você se acostumar com isso porque esta notícia é enorme. Nunca ouvi falar de uma loba dando à luz a trigêmeos, por isso é algo para celebrar, não se esconder da matilha.

— Eu sei. — Chastity parecia resignada quando ela lhe deu um sorriso. — Eu não estou ansiosa para estar sob o escrutínio de todos.

— Ei. — Cam inclinou-se para ela, beijando a ponta do nariz. — Não posso deixar de agradecer por isso, Chas, e sei que todos sentirão o mesmo.

— Isso é o que eu estou preocupada. — Chastity estendeu os braços para a bebê. — Trocaremos Heather e então podemos ir para casa e acabar com isso. Mas, Cam, você precisa dizer-lhes que não devo ser enrolada em algodão. Eu não terei isso, entende?

— Sim. — Cam sorriu perversamente. — Contarei a eles, mas não tenho certeza de que isso faça muita diferença.

Doutor Rowan abriu uma gaveta, tirando vários pacotes de comprimidos.

— Como esta é uma gravidez múltipla, eu gostaria que você tomasse essas múltiplas vitaminas. Normalmente, eu não recomendaria isso para alguém tão único, mas esta não é uma gravidez normal de uma criança. Por favor, tome estes.

Cam pegou os pacotes e colocou-os no saco do bebê.

— Eu me certificarei de que sim.

— E já começou. — Chastity suspirou.

— Agendarei outra consulta em quatro semanas a partir de hoje, se isso estiver bem? — O doutor Rowan olhou entre eles.

— Claro. — Cam assentiu. — Eu adicionarei ao meu calendário quando chegarmos em casa. Obrigado, doutor vejo você em algumas semanas.

O doutor Rowan bateu as mãos, obviamente animado.

— Eu não posso esperar para vê-la então.

— Tchau. — Resmungou Chastity quando deixaram o consultório. — Levarei Heather para o banheiro e a limparei, então poderemos seguir nosso caminho.

— Ok. — Cam entregou o saco quando Chastity viu a sala de descanso, entrando rapidamente e ele tinha certeza de que podia ouvi-la gemendo sobre toda a atenção que conseguiria quando chegassem em casa.

Ele não conseguiu parar o amplo sorriso que apareceu em seu rosto e o sentimento profundo de excitação com eles não tendo um, mas três bebês. Cam sabia que seria um grande ajuste para eles, mas o pensamento de Chastity carregar seus filhos, o fez descobrir o que pensava faltar no seu DNA, o desejo de ser pai.

Seu coração acelerou com o pensamento enquanto a felicidade envolveu todo o seu ser. Droga, ele se sentiu bem. Êxtase provavelmente era uma palavra melhor. Sua mulher surpreenderia a matilha com esta notícia. Trigêmeos eram inéditos na comunidade de lobos e ele sabia que as notícias se espalhariam como incêndios, logo que saíssem. O fato de ser sua companheira trouxe-lhe uma sensação de orgulho que ele nunca pensou ser possível.

Cam riu quando pensou nas agulhas de tricô de sua mãe fazendo horas extras para acompanhar os bebês extras. Pelo menos, lhe daria algo para mantê-la ocupada e esperava que pequenas roupinhas fossem enviadas da Escócia. Esperava que ela fizesse alguns suéteres para manter os bebês aquecidos no inverno.

Chastity o cutucou, tirando-o de suas reflexões.

— Por que você está com olhos sonhadores?

— Oh, nada. — Cam tirou a bolsa dela — Estou apenas pensando que minha mãe estará tricotando como um demônio para lidar com este lote.

— Estou feliz que ela tricote porque eu não consigo e será bom fazê-los usar algo que sua avó fez.

— Meus pensamentos exatamente. — Cam colocou um braço ao redor de seus ombros. — Chegaremos em casa e divulgaremos as notícias.

— Hmm. — Chastity franziu a testa para ele. — Por que tenho a sensação de que você está ansioso por isso muito mais do que eu?

— Porque eu estou. — Cam sorriu. — Estou um pouco chocado, mas está afundando agora e estou tão feliz que poderia uivar para o céu.

— Não! — Chastity olhou em volta para as pessoas na sala de espera que passavam. — Eu não quero que você seja preso por ser louco.

Cam riu.

— Tudo bem, eu ficarei fora do manicômio apenas para você. Chas. — Ele parou diante da porta do elevador e confessou— Eu amo você, muito mais do que posso colocar em palavras, mas preciso que você saiba. Eu sempre estarei aqui, para você, para os nossos filhos, para tudo.

— Eu sei. — Chastity inclinou a cabeça contra o ombro dele. — Eu também te amo, garotão, mas também estou um pouco assustada. Merda, eu estava com medo de dar à luz a um e agora são três, estou aterrorizada. E se eu chorar como um bebê?

— E daí se você fizer isso? Não há nada de errado com isso, Chastity, mas o que quer que aconteça, eu estarei lá com você e pode gritar comigo o quanto quiser. Ouvi algumas companheiras dizerem aos homens que os odiavam e nunca mais os deixariam se aproximar, durante o trabalho de parto. É parte integrante de tudo, então, não se preocupe, por favor.

Chastity suspirou e respondeu.

— Eu ainda não estou ansiosa para isso.

— Nós superaremos isso. Juntos, Chas, sempre juntos.

— Leve-me para casa, Cam. — Chastity aconchegou Heather mais perto dela. — Estou me sentindo um pouco cansada agora, mas podemos parar no caminho e conseguir mais hambúrgueres? Eu estou com fome.

Cam apertou o botão quando entraram no elevador.

— Sim, faremos isso.


Capítulo nove

Mac caminhou lentamente de volta em direção ao acampamento, todo seu ser estava em chamas quando seus pensamentos vagavam para Tristan e a situação em que estavam. Sentia como se sua besta fosse explodir de sua pele, então ele parou, se despiu e se transformou. Sair para correr foi provavelmente a melhor coisa que poderia fazer para limpar a cabeça. Ele pegaria suas roupas mais tarde. Não era a primeira vez e certamente não seria a última.

Seu lobo estremeceu em sua pele quando começou a galopar pela floresta. Suas enormes patas comeram o chão enquanto corria através da densa vegetação rasteira. Ele correu sem parar, seu animal curtindo a liberdade, e sua mente aproveitando a paz e a quietude de ser lobo. Tudo o que importava era estar harmonia com sua besta enquanto avançava por entre as árvores.

Mac não tinha certeza de quanto tempo atravessaram o campo, só sabendo que deve ter demorado um pouco porque sua besta orgulhosa estava cansada, seus passos longos diminuíam a cada minuto. Virando-se, começou a refazer os passos para pegar suas roupas, levando muito mais tempo no retorno, o ritmo de sua besta muito mais lento agora que fez uma boa corrida.

Quando suas roupas apareceram em sua visão, seu lobo parou, seu pelo estava de pé ao longo de suas costas, enquanto um cheiro assaltava suas narinas sensíveis, enquanto um baixo rosnado escapava da garganta.

— Não! — Mac comandou, tentando forçá-lo para a sua roupa, mas sua besta fez o impensável. Ele o ignorou girou para a esquerda e disparou para frente.

Mac lutou pelo controle, sua mente humana em batalha com a da sua besta. Isso nunca aconteceu antes e não tinha certeza do que fazer. Ele tentou repetidas vezes ganhar o controle, apenas para que o lobo uivasse de raiva enquanto se afastava e serpenteava entre as árvores. Depois de alguns minutos viu o objeto da atenção de sua besta e sabia que, se ele estivesse em sua forma humana, correria como um idiota enquanto Tristan caminhava alguns metros à frente.

Seu lobo soltou um pequeno ganido e Mac ficou mortificado quando Tristan parou se virou e sorriu amplamente.

— Olá, como está hoje?

Seu lobo se aproximou de Tris, e Mac só queria que a terra se abrisse para engoli-lo enquanto a besta se esfregava nas coxas de Tristan. “Pelo amor de porra! Tenha um pouco de orgulho” ele grunhiu dentro de sua mente, seu lobo bufou, antes de quase ronronar quando a mão de Tristan acariciou sua cabeça.

— Você está bem? — Tristan se abaixou, seus olhos fixos nos dele.

Novamente Mac ficou envergonhado quando o lobo lançou a língua e lambeu o maxilar de Tristan. O sorriso que Tristan deu foi de tirar o fôlego, os olhos cintilando enquanto segurava seu pelo e afundava o rosto nele.

— Você é lindo e forte, mas penso que há um problema com o seu humano, lobo, você está se comportando mal?

Mac sentiu que sua besta abandonava seu domínio com relutância, um pequeno grunhido de desculpas quando Mac forçou sua transformação. Uma vez completamente humano, soltou um longo suspiro, franzindo a testa e passando uma das mãos pelos cabelos.

— Isso foi muito estranho.

— Você está bem? — Tristan ficou onde estava, embora parecesse querer se aproximar.

— Na verdade não. — Mac balançou a cabeça. — Nunca aconteceu isso antes. Não fez o que eu queria e agiu como um cachorrinho apaixonado. Desculpe-me pela vergonha, Tristan.

Mac viu os olhos de Tristan brilharem.

— Sem desculpas desnecessárias, eu meio que gostei. — Os olhos de Tristan baixaram, observando a nudez de Mac. — E eu tenho que dizer que estou realmente gostando da visão agora.

— O quê? — Mac corou quando olhou para baixo em seu corpo nu. — Merda! — Ele amaldiçoou enquanto se afastava.

— Pare. — A mão de Tristan em seu ombro o deteve em suas trilhas. — Eu não queria constranger você.

— Inferno, o meu lobo fez isso sozinho. — Mac deu um sorriso torto. — Estou sentindo um pouco de vergonha agora.

Tristan franziu a testa.

— Vergonha? Isso não é uma palavra para, você sabe isso...

Lentamente Mac balançou a cabeça.

— Isso também pode significar idiota de onde eu venho e agora estou me sentindo assim.

Tristan deu um passo à frente.

— Mac, não sei o que dizer para fazer você se sentir melhor. Eu sei que o que está acontecendo é perturbador para você...

Mac intrometeu-se.

— Não é sua culpa, Tris, é um pouco estranho para mim. Nunca me senti atraído por um homem antes e isso é, sendo honesto, mais assustador do que qualquer coisa que enfrentei antes.

— Eu não quero que você se assuste comigo. — A mão de Tristan ainda em seu ombro, deu um pequeno aperto. — Essa é a última coisa que eu gostaria. Mas se você realmente não consegue superar esse obstáculo, acho que seria melhor eu sair. Não posso ficar aqui, te ver, sentir você, mas não estar com você.

O coração de Mac gaguejou no peito, sua besta soltando um grunhindo o que causou dor de cabeça.

— Espere. — Ele conseguiu expirar. — Desculpe, estou tornando isso difícil para nós dois. Minha besta, obviamente, decidiu, é o meu cérebro humano que está achando difícil recuperar o atraso. Tristan, não quero que você vá embora.

— Bom. — Tristan deu um sorriso atrevido, uma covinha aparecendo. — Eu realmente gostaria que pudéssemos jantar, apenas para conversar e conhecer um ao outro. O que você acha?

As entranhas de Mac contraíram-se e, pela primeira vez, não tinha certeza de que era medo de estar sozinho com Tristan, ou, excitação.

— Sim, isso parece certo. Eu cozinharei, venha para a minha cabana por volta das sete, mas você traz a cerveja.

— Claro! — Tristan passou por ele. — Estou ansioso para isso.

Mac assentiu.

— Eu tenho que ir buscar minhas roupas, elas estão bem longe.

— Você se transformará em lobo? — Tristan perguntou.

— Sim, será mais rápido.

— Posso lhe acompanhar?

— Se você quiser. — Mac encolheu os ombros, não vendo nenhum mal nisso.

— Eu gostaria. — Tristan começou a se despir, dobrando suas roupas ordenadamente e colocando-as dentro de alguns ramos baixos.

O estômago de Mac contraiu novamente e desta vez ele sabia qual era a causa, o corpo nu de Tristan estava afetando-o de maneiras que nunca imaginara que outro homem faria. Ele se transformou rapidamente antes que o outro homem pudesse ver a evidência de seu pênis se endurecendo, sua besta se aproximando enquanto esperava Tristan para se transformar.

Assim que o outro lobo apareceu, Mac decolou, atravessando o caminho bem gasto entre o acampamento e o orfanato. A besta de Tristan parecia pronta para brincar, girando ao redor dele, correndo na frente para afundar-se nas patas da frente, a cauda erguida no ar, enquanto latia alegremente. Mac não pôde evitar juntar-se, beliscando o focinho do outro antes de sair correndo.

A distância foi logo percorrida e muito cedo eles encontraram suas roupas. Mac deu a besta de Tristan um último empurrão com o focinho antes de se transformar e rapidamente se vestir.

— Você pode correr em frente, se quiser. — Mac falou ao outro lobo, sabendo que seria muito mais rápido do que ele na forma humana.

O lobo de Tristan apenas empurrou o focinho para a palma da mão antes de caminhar ao lado dele. Mac aproveitou o tempo para admirar a besta, embora muito menor do que a dele era suave e elegante, obviamente feita para a velocidade.

— Precisamos ter uma corrida um dia. — Mac ponderou em voz alta. — Eu posso ser maior, mas acho que você me dará uma boa corrida em termos de velocidade.

Como para provar o ponto, a besta de Tristan avançou, um lampejo de pelo enquanto corria ao longo da trilha.

— Tudo bem, tudo bem! — Mac riu. — Você está apenas tentando se exibir agora.

Quando a besta desapareceu da vista, Mac sentiu um puxão no peito pela perda, e quando o lobo voltou para ele, Mac afundou-se de joelhos para saudá-lo.

— Ei, você é rápido, entendo e talvez não possamos ter essa corrida depois de tudo. Eu não quero ser vencido por um lobo magrelo como você.

Ele foi recompensado pelo lobo de Tristan derrubando-o, o animal plantando suas enormes patas de cada lado dele, enquanto lambia seu rosto. O riso mergulhou dentro dele e libertou-se quando ele acariciou o lobo.

— Deixe-me levantar! O chão está frio. — Ele reclamou, embora não quisesse dizer isso.

O lobo de Tristan recuou, sua língua esticando o lado de sua boca, Mac levantou-se, sorrindo.

— É melhor irmos. Eu tenho algum trabalho a fazer antes de começar a cozinhar o jantar.

No resto da viagem, Mac sentiu uma diminuição do medo que o dominava. Sua alma sentia-se de alguma forma menos carregada e ele começou a pensar que talvez, apenas talvez, as coisas funcionassem.

— Mac! — Gritou Cam quando viu Mac e Tristan entrarem no acampamento. — Eu preciso de você para reunir todos para um anúncio.

Mac trovejou.

— Está tudo bem?

— Sim, está mais do que bem. — Cam sorriu. — Apenas prepare todos e me avise quando estiverem aqui.

— E quanto a Nate e Brett? — Mac sabia que o casal não podia deixar o orfanato desacompanhado.

— Quando estiver pronto para falar com a matilha, você pode ligar para eles e deixá-los ouvir o que eu tenho a dizer.

— Tudo bem, eu farei isso. — Mac virou-se, afastando-se quando Cam voltou para a cabana.

— Não podemos esperar? Apenas alguns dias? — Chastity implorou assim que ele estava de volta.

— Não. — A voz de Cam era firme quando ele fechou a distância entre eles, puxando-a para dentro de seus braços. — Eu preciso dizer a eles para minha própria paz de espírito, Chas. Quero que todos estejam cuidando de você, então, se acontecer algo...

O dedo de Chastity cobriu-lhe os lábios, parando-o rapidamente.

— Tudo bem, alfa, eu entendo.

— Bom. — Cam beijou o topo de sua cabeça. — Porque minha besta está um pouco tensa agora mesmo. Quando eu penso no que poderia ter acontecido quando fomos buscar Heather, merda, meu sangue gela, baby.

— Não comece a ficar louco. — Os braços de Chastity circundaram sua cintura. — E, Cam, por favor, não comece a me tratar como se eu estivesse doente ou algo assim. Eu ficarei louca se você fizer isso.

— Ok. — Cam riu. — Eu tentarei, sem promessas.

— O que Jinx e Stracey disseram?

— Stracey estava como sempre, me alertando para me comportar e não te incomodar ou ela “me castraria” e Jinx... bom, é Jinx. Eu acho que suas palavras foram mais ou menos “Merda, chefe, muito bem, mas não espere que eu cuide de três bebês”.

— Típico. — Chastity riu. — Eu tenho vontade de dizer-lhe que se tornará nossa babá número um.

— Ele teria um ataque. — Cam se juntou — Você pode imaginar deixá-lo no comando de três bebês? Pandemônio e caos são as palavras que vêm na mente.

— Inferno sim. — Chastity o cutucou com força. — Eu posso ouvi-los se reunindo lá fora. Porra, não estou ansiosa por isso. Você sabe que não gosto de ser o centro das atenções.

— Você se acostumará com isso. — Cam a deixou ir, e olhou para a janela. — Parece que quase todos estão lá.

Monique se juntou a eles, Heather em seus braços.

— Eu só a deixarei dormir e depois voltarei.

— Obrigada. — Chastity viu que Heather estava quase adormecida, seus olhos caídos enquanto Monique a levava para o andar de cima.

Uma batida na porta precedeu a cabeça de Mac.

— Tudo pronto, alfa.

— Nós sairemos em alguns minutos, apenas esperando Monique. — Cam, avisou-o.

— Tudo bem, chefe. — Mac fechou a porta e Cam agora podia sentir a tensão aumentar em sua companheira.

— Calma, não quero que você fique chateada.

— Eu ficarei bem, é constrangedor que todos precisem conhecer nosso negócio privado. — Ela inclinou a cabeça para o lado. — Eu entendo o porquê, você é o alfa, mas gostaria que pudéssemos ficar quietos por mais um tempo.

Monique correu pelas escadas.

— Ela está dormindo. — Informou enquanto diminuía a velocidade e abria a porta para sair.

— Acabaremos com isso. — Cam segurou a mão de Chastity, apertando-a gentilmente. — Farei isso rápido, ok?

— Suponho que sim. — Chastity resmungou enquanto ele a conduzia para fora.

Cam parou no alto da escada na varanda, olhando para a grande multidão. Quando a matilha os viu, eles se acalmaram, todos os olhos nele enquanto levantava a voz.

— Matilha, eu tenho algumas novidades. Boas notícias. Na verdade, é uma notícia fabulosa e não consegui me manter, então aqui vai... a sua alfa está grávida.

Uma rodada de aplausos começou e logo todos se juntaram, o ruído aumentou até que Cam levantou sua mão livre.

— Silêncio, ou vocês não ouvirão o melhor. A notícia incrível e fabulosa não é apenas que Chastity está grávida. Não! O maravilhoso é que a gravidez dela é muito rara. Na verdade, nunca soube que isso acontecesse para outra loba. Chastity, minha companheira, meu amor, está carregando trigêmeos!

Ele viu o vermelho intenso tomar o pescoço de Chastity, cobrindo suas bochechas, enquanto a matilha ficou selvagem. Elogios e gritos abundaram ao celebrar a notícia. Cam puxou Chastity mais perto, o braço movendo-se pela cintura para segurá-la firmemente contra ele, com a voz elevada para ser ouvido.

— Então, eu precisarei de todos vocês para fazer algumas coisas para mim. Preciso que vocês fiquem atentos a ela, mantenha-a segura, mantenha os bebês seguros, mas tentem não a sufocar ou ela me matará!

O riso agora se juntou ao grupo quando Chastity apertou seu lado, seu rosto ainda vermelho de vergonha.

— Quando eles chegarão? — Foi gritado várias vezes, então Cam respondeu.

— Não por alguns meses, mas temo que alguns de vocês se manterão ocupados caçando, porque ela está faminta o tempo todo!

Chastity gaguejou contra ele, indignada:

— Você não falou isso!

— Ei, se você está querendo boa carne para comer, então alguém deve ir caçar por isso. — Cam brincou.

— O quê? Você não poderia apenas comprar como qualquer pessoa normal? — Ela franziu o cenho para ele.

— E colocar todos numerosos aditivos dentro de você? De jeito nenhum, querida, você terá carne fresca e nada menos. — Cam olhou para o bando. — Não vai? — Ele gritou, sabendo que mais do que alguns teriam ouvido sua troca.

A voz de Mason rugiu acima de todos os outros

— Tudo que ela quiser, ela realmente terá! — Chastity riu enquanto Mason continuava — Nossa alfa precisa de carne então pegaremos sua carne!

— Obrigada. — A mão de Chastity colocou-se sobre a barriga protetora. — Estou muito feliz, mas um pouco sobrecarregada também. Nós precisaremos de alguma ajuda em tempo integral quando esses pequenos chegarem, qualquer pessoa interessada pode deixar Monique saber e marcaremos algumas reuniões para discutir isso.

Mãos voavam por toda parte com gritos de “Eu! ” “Definitivamente! ” e “Estou dentro! ” sendo ouvido.

— Parece que não temos nada com o que nos preocupar. — Murmurou Cam suavemente.

— Diz o cara que segurará minha mão quando eu empurrar três bebês!

— Desculpe. — Cam levantou uma sobrancelha. — Não sabia que a ciência havia progredido o suficiente para que os homens fossem os únicos a ter bebês.

— Calado. — Chastity sacudiu a cabeça, seus cabelos voavam pelo rosto. — Eu tenho certeza de que se os homens tivessem bebês, então todos morreríamos cedo.

— Não discutirei com você sobre isso. — Cam riu.

— Posso entrar agora? — Chastity sussurrou.

— Não, espere um segundo. — Cam se voltou para a matilha, levantando a voz, ele gritou — Matilha, eu tenho mais notícias para compartilhar. Eu sei que vocês estão cientes de que acabamos de resgatar uma pequena criancinha. O nome dela é Heather, e eu gostaria de informá-los que a adotaremos. A partir deste momento, ela é a filha do seu alfa e deve ter o mesmo respeito que qualquer outro dos nossos filhos. Preciso que vocês fiquem atentos para ela também, amigos. Ela deve ser protegida e cuidada com o maior amor e atenção. Então, o que você diz, você dá as boas-vindas a Heather em nossa matilha?

Grandes rugidos entraram em erupção, as mãos apertaram, e mais do que alguns assobios altos reverberaram ao redor do acampamento.

— Eu levo isso como um sim. — Cam sorriu, puxando Chastity para o lado dele.

Ela olhou para ele, amor nos olhos, e algumas lágrimas brilhavam, mas não caíam.

— Posso entrar agora? Por favor? Não quero começar a chorar diante de todos.

— Claro. — Cam levantou a voz novamente — Estou muito feliz, de fato, estou em êxtase, mas isso é tudo por agora pessoal. Nós, naturalmente, manteremos vocês atualizados sobre os bebês e aguardo com expectativa a sua apresentação a todos. Mason. — Chamou Cam e olhou para o grande lobo— Eu acho que é melhor ir e completar nosso abastecimento de carne.

— Claro, alfa. — Mason sorriu quando Cam levou Chastity de volta para dentro.

Monique seguindo e, assim que a porta da cabana fechou ela bateu palmas em alegria.

— Trigêmeos! Eu nunca soube que uma loba tivesse trigêmeos! Isso é maravilhoso, verdadeiramente maravilhoso.

Cam riu, especialmente para Chastity.

— Eu lhe falei que isso aconteceria!

— Eu não quero que nada mude, Monique. — Chastity ordenou com firmeza. — Eu trabalharei como de costume e precisamos resolver o melhor serviço de apoio para cobrir tudo, mas eu não quero ser incomodada. Ok?

— Desculpe-me. — Pediu Monique. — Estou tão animada. Tentarei me conter e resolverei com qualquer pessoa que se candidate para os cargos para ajudar. Quantos pensa que precisaremos?

Cam franziu a testa, encolheu os ombros e acenou com a cabeça para a companheira.

— É com você, querida, o que você acha?

— Eu não tenho certeza. Três bebês, não, quatro, incluindo Heather, serão um punhado e, se tivermos dois para começar e ver como será. Eu quero fazer muito eu mesma, mas com o orfanato, instituições de caridade e todas as outras coisas que faço, então eu sei que precisarei de ajuda.

— Tudo bem. — O rosto de Monique ficou brilhante com entusiasmo. — Eu resolverei isso, mas acho que vale a pena configurar algum tipo de revezamento.

Chastity parecia perplexa.

— Revezamento?

Monique assentiu.

— Sim, então não perturbamos ninguém. Alfa, tenho certeza de que haverá muitos que desejam ajudar e, se negligenciarmos alguém, podemos ferir seus sentimentos. Então, dependendo de quem se candidatar, poderíamos fazer uma escala para que todos tenham a chance de ajudar. O que você acha?

— Hmm. — Chastity mordeu o lábio inferior, parecendo pensativa por um momento. — Eu vejo seu ponto, mas eu quero que os bebês também tenham continuidade. Então, e se tivéssemos dois em tempo integral e depois fizermos uma escala para o resto ajudar um dia ou dois por semana a dar uma folga aos funcionários de tempo integral? Dessa forma, os bebês podem ter pessoas que conhecem, e espero que gostem, além deles ter tempo livre também.

— Ótimo. — Cam parecia feliz. — Eu sou totalmente a favor e é provavelmente o melhor caminho a seguir, para os bebês, você, as babás e a matilha.

Monique se afastou com um dedo tocando seu queixo.

— Tudo bem, começarei a lista de quem quer as posições e iremos daqui.

— Isso acabará organizado com precisão militar. — Murmurou Chastity.

Os dedos de Cam se entrelaçaram com os dela.

— Com quatro bebês, acho que deve ser Chas.

— Verdade. — Chastity cedeu. — Quatro bebês. Caramba, estamos prontos para isso?

— Sim. — Cam tranquilizou-a. — Estou certo disso. Por favor, eu não quero que se estresse, não é bom para você ou para nossos bebês, querida.

— Eu descobri que estou grávida, de trigêmeos, e você diz para não me estressar. Engraçado, Cam, porque neste momento me sinto muito estressada.

— Por que eu não faço algo para ajudá-la a relaxar? — Ele puxou sua mão, trazendo-a para o abraço dele. — Um banho e uma massagem, como isso soa?

Chastity riu, olhando para ele com um sorriso atrevido.

— Parece bom para mim, alfa.

Um rosnado baixo escapou de Cam enquanto se inclinava para pressionar seus lábios contra os dela.

— Eu farei você se sentir tão bem, você ficará livre de estresse por dias, querida.

— Promessas, promessas. — Chastity mordiscou o lábio inferior enquanto sua dureza se pressionava contra a barriga dela.

— Eu pensei que você sabia, eu sempre cumpro minhas promessas. — Cam sorriu, pegando-a e subindo as escadas. — Faça um favor. Não grite muito alto porque não queremos que você acorde Heather.

— Cam! — Chastity puxou seu cabelo. — Só posso dizer que tentarei.

— Bom o suficiente para mim. — Cam riu quando entraram em seu quarto antes de fechar a porta silenciosamente. — Agora, minha linda companheira, espero que esteja pronta para um encontro individual.

— Eu sempre estou pronta para você. — Chastity agarrou a parte de trás de sua cabeça, puxando-o para frente enquanto sua boca o cobria num beijo cheio de paixão.

— Eu amo você. — Sussurrou Cam enquanto a levava para o banheiro, colocando-a em seus pés. — E planejo mostrar-lhe o quanto agora.

A mão de Chastity segurou seu jeans, rindo.

— Eu posso sentir o quanto.

Cam grunhiu, beliscando a pele do pescoço enquanto a despia lentamente. Sua língua provando cada parte da pele que descobria, seus dentes riscando seus mamilos enquanto seus dedos tocavam suas dobras mornas.

— Descanse as mãos atrás de você. — Ele ordenou enquanto tirava a roupa, caindo de joelhos, suas mãos erguendo as coxas dela.

Inclinando a cabeça para a frente, a língua disparou, mal tocando seu clitóris sensível, mas foi o suficiente para fazê-la ofegar, arquejar as costas e empurrar os quadris para a frente. Colocando uma das mãos em sua barriga, ele a estabilizou, sua respiração sussurrando em seu calor.

— Estou apenas começando. — Ele murmurou contra sua pele suavemente.

— Maldição! — Chastity ofegou enquanto ele a trouxe com habilidade para o orgasmo.

— Isso foi apenas a entrada. — Cam ligou o chuveiro. — Agora vamos ao prato principal. — Ele sorriu enquanto a conduzia para a água fumegante.


Capítulo dez

Mac caminhou ao redor da pequena mesa na cozinha, verificando e certificando-se que tudo estava certo. Seu pulso bateu quando ordenou os talheres, conferindo se eles brilhavam, antes de colocá-los de volta. A comida estava quase pronta quando verificou o relógio, um minuto antes das sete, e seu nervosismo disparou. E se ele não vier? Pensou exatamente quando ouviu uma batida suave na porta.

Ele ficou imóvel, obrigando-se a não correr para responder, contando até dez antes de caminhar para abrir a porta. A respiração de Mac ficou presa em sua garganta quando olhou para Tristan. Seus cabelos ainda molhados do banho e caídos sobre um olho, usava uma camiseta branca e calças de ganga baixas, e o cheiro de um pós-barba leve não escondia o cheiro original, único e maravilhoso de Tristan.

— Comeremos ao ar livre? — Tristan perguntou atrevidamente. — Ou posso entrar?

— Entre. — Pediu Mac, tenso, antes de admitir. — Desculpe-me, estou um pouco nervoso.

Tristan entrou, segurando um pacote de cerveja.

— Isso deve ter demorado muito.

Mac franziu a testa.

— O quê?

— Admitir que está nervoso. — Tristan levantou a mão livre, agarrando o ombro de Mac. — Eu assisti você desde que cheguei aqui, Mac. Eu vejo que tipo de pessoa você é, que tipo de lobo. Você é forte, orgulhoso e o que meu pai chamaria de “homem de verdade”. Então eu sei que você achou tudo isso difícil e aposto que geralmente não admite se está nervoso com qualquer coisa. Obrigado.

Mac rapidamente fechou a porta, balançando a cabeça em direção à cozinha.

— Receio ser apenas uma cozinha pequena. Eu construí isso há pouco tempo e não previ convidados para jantar.

— Pequeno é bom. — Tristan seguiu de perto quando Mac atravessou a sala de estar. — Significa que é mais fácil manter limpo.

— Eu suponho. — Mac ficou um pouco surpreso, já que fora exatamente o pensamento dele por trás do design. — Eu tenho um guisado em movimento, acompanhado de purê, e alguns vegetais frescos.

Tristan foi até a geladeira, colocando a cerveja no interior para esfriar.

— Purê?

— Sim, purê de batatas. Uso manteiga, leite e adiciono uma cebola picada. É assim que a minha mãe costumava fazê-lo, embora usasse cebolinhas, mas não tive tempo para encontrar alguma.

— Parece maravilhoso. — Tristan inclinou-se contra o balcão. — Eu sou fácil em relação a comida, não há muito que eu não coma. Bem, além dos peixes. Nunca gostei e odeio o cheiro.

— Realmente? — Mac abriu uma garrafa de vinho gelada. — Não sou muito de peixe, além do salmão escocês, mas se estou com fome e só tem isso, então comerei.

— Vinho? — Tristan sorriu.

— Sim. — Mac serviu dois copos. — Achei que, como esta era a primeira vez com um convidado para o jantar, tentaria parecer civilizado. Sente-se.

Tristan sentou-se na mesa pequena, apenas grande o suficiente para ambos. Bebendo seu vinho quando Mac começou a servir a comida.

— Isso é bom. — Ele comentou depois de terminar metade de um copo.

— Estou feliz por ter gostado. É um dos meus favoritos, mas eu costumo beber cerveja na maioria das vezes. Não gosto de beber vinho sozinho.

— Fico feliz que você decidiu abrir uma garrafa. — Os olhos de Tristan viram os movimentos de Mac.

Mac podia sentir a tensão aumentar dentro dele enquanto entregava a comida de Tristan.

— Aqui, espero que você goste, mas se não, então, fale-me. Eu terei outra coisa.

Tristan olhou para Mac, seus lábios levantando lentamente.

— Mac, por favor, sente-se e relaxe. Eu posso sentir seu nervosismo, isso é apenas uma refeição para “conhecer-nos”. Não estou prestes a pular em seus ossos quando você não está assistindo.

— Perdão? — A voz de Mac ergueu uma oitava enquanto se sentava.

— Quero dizer, eu adoraria muito, mas eu sei que você precisa que levemos as coisas lentamente. Você precisa se acalmar e parar de pensar demais.

Mac pegou seu copo, colocando vinho rapidamente antes de levantar-se para pegar uma garrafa de whisky escocês.

— Eu acho que preciso de algo mais forte. — Ele pegou dois copos, entregando um para Tristan. — Aqui. — Ele derramou uma grande medida do líquido âmbar para Tristan antes de fazer o mesmo com o dele. — Eu acho que estou um pouco nervoso.

— Um pouco? — Tristan riu. — Você é como uma virgem em sacrifício.

Mac derrubou o whisky, completou e sentou-se para comer.

— Espero que a comida esteja boa.

— Está bem, mais do que bem, está fabulosa. — Tristan lançou um grande pedaço de carne, segurando-o na frente de sua boca. — Então, Mac, me fale sobre a Escócia e a matilha lá.

Relaxando, Mac sorriu e começou a falar de sua terra natal, as palavras caindo livremente enquanto comiam, bebiam e trocavam histórias de quando eram filhotes. Tristan revelou-se um bom contador de histórias e Mac estava certo de que ele embelezou várias para fazê-las parecer mais engraçado do que realmente eram. Sempre tomando um palhaço em si mesmo no processo, mas funcionou, Mac riu mais do que em um longo tempo, seu corpo lentamente se desenrolando enquanto se acalmava.

— Quer sobremesa? — Mac perguntou enquanto limpava os pratos do jantar. — Tenho que confessar que não consegui fazer. Eu implorei a Monique para me dar uma de suas tortas de maçã e eu tenho sorvete de baunilha se você quiser.

— Claro. — Tristan assentiu. — Eu amo torta e sorvete de baunilha.

— Tudo bem. — Mac sentiu-se muito mais à vontade e sabia que era principalmente devido à brincadeira e narração de Tristan, principalmente, mas não tudo. As duas grandes doses de whisky ajudaram também.

Assim terminaram, os nervos de Mac apareceram novamente, especialmente quando sua fera estava girando em sua cabeça. Tristan percebeu e se levantou, pegando sua mão e conduzindo-o até o sofá.

— Vamos sentar e conversar.

— Eu preciso lavar a louça. — Murmurou Mac enquanto seu coração acelerava.

— Nós podemos lavá-las mais tarde. — Tristan puxou-o para baixo no sofá ao lado dele. — Eu ajudo. É o mínimo que posso fazer depois de me alimentar.

— Tristan. — Mac sentou-se rigidamente. — Eu tenho um pouco de TOC. Eu gosto de coisas arrumadas e geralmente não deixo pratos sujos na pia.

— Pela primeira vez, apenas uma vez, tente esquecer a cozinha e se concentre em nós. Veja se podemos relaxar um pouco.

Mac olhou para o rosto expectante de Tristan, seus olhos um pouco maliciosos quando uma de suas mãos acariciou o braço de Mac.

— Relaxe. — A voz de Tristan suave, baixa e quase implorando enquanto Mac olhava para ele.

Ele pensou novamente nas palavras de Grant e tentou olhar um pouco mais para Tristan, tomando os detalhes de seu rosto, olhos, nariz, lábios e sentiu uma agitação na virilha. Mac estava prestes a se afastar, sair, quando os olhos de Tristan o impediram.

Tristeza encheu os olhos de Tristan quando viu o corpo de Mac tenso, sabendo que ele voltaria a se retirar mais uma vez.

— Está tudo bem. — O abatimento que Tristan transmitiu em seu tom foi o que manteve Mac no lugar.

Mac se forçou a concentrar-se em seus sentimentos, tentando não pensar muito sobre o fato de ele estar atraído por um homem. E o atraiu definitivamente. A curva da boca de Tristan quase o puxou para frente enquanto o olhava. Sua mão moveu-se por sua própria vontade para traçar suavemente os lábios com um dedo. Suavemente seguindo as linhas da boca de Tristan enquanto seu coração batia forte em seu peito.

Tristan sentou-se imóvel, não movendo um músculo, enquanto Mac olhava para o rosto diante dele. Mais uma vez, seu animal protestou no espaço entre eles, incitando-o a aproximar-se, e Mac fez algo que ele nunca sonhou que faria, se inclinou e cobriu a boca de outro homem com a dele.

Assim que eles se beijaram, era como se o corpo dele acordasse de um sono profundo, sua pele parecia tornar-se sensibilizada, e em todos os lugares que tocava parecia inflamada. Tristan deixou-o assumir a liderança, apenas enrolando os dedos nos cabelos de Mac para mantê-lo perto. Tomando Mac de surpresa, eram suas mãos que faziam a exploração, esgueirando-se entre os botões da camisa de Tristan para sentir o músculo duro e tonificado escondido debaixo do tecido.

Mac deslizou a língua no lado de fora da boca de Tristan antes de mergulhar e entrar. O suspiro de prazer de Tristan quase fez com que Mac entrasse em erupção em seus jeans, seu pau inchando e latejando com uma necessidade que ele não tinha certeza de como satisfazer. A excitação e a confusão correram por ele em medidas iguais e, quando a mão de Tristan cobriu seu pau duro como pedra, Mac afastou-se.

— Está tudo bem. — Os olhos de Tristan estavam encapuzados, cheios de luxúria e sexy quando Mac olhou para eles.

— Eu não tenho a mínima ideia do que fazer. — Mac suspirou, seus próprios sentimentos ficaram fora de controle.

— Nós dois sabemos que nossos animais são os primeiros a reconhecer o nosso companheiro. — Tristan ergueu uma sobrancelha enquanto sua mão fazia coisas pecaminosas para o pênis de Mac. — Estou me perguntando, Mac, e se você libertar algum controle para sua besta? Deixe-o guiá-lo por enquanto. O que você acha?

— Eu não tenho certeza. — Mac mordeu o lábio inferior para parar um gemido de prazer.

— Tente. — Tristan persuadiu suavemente.

Mac fechou os olhos enquanto seu lobo retumbava em sua cabeça, com um baixo grunhido de desejo. Ao mesmo tempo, os lábios de Mac procuraram Tristan novamente, sua mão alcançando para sentir a excitação do outro dentro do jeans. O pênis de Tristan estava tão duro quanto o seu e ele pensou que esta era a primeira vez que sentia a dureza de outro homem.

Sua besta o conduziu quando seu ardor cresceu até alturas que Mac nunca experimentou antes. Seu lado dominante veio à tona enquanto afrouxava rapidamente seus próprios jeans para permitir que a mão de Tristan entrasse. Quando os dedos dele rodearam seu comprimento, Mac estremeceu de prazer, assumindo o controle da boca de Tristan com um feroz abandono.

A mão de Tristan acariciou sua dureza, apertando suavemente enquanto seus dedos o rodeavam. Os dedos de Mac se enroscaram nos cabelos de Tristan enquanto ele murmurava contra seus lábios.

— Chupe. — Ele ordenou, puxando a cabeça de Tristan para baixo em seu colo.

A cabeça de Mac caiu de volta quando os lábios quentes de Tristan o provocaram sem piedade, lambendo todo o comprimento dele antes de finalmente levá-lo para dentro. Mac manteve a mão no cabelo de Tristan, incitando-o com um domínio que ele raramente usava quando fazia amor. Tristan seguiu a liderança de Mac, fazendo exatamente o que ele queria, até que Mac puxou sua cabeça.

— Se você não parar, eu virei, aqui e agora. — Mac respirou, a visão dos lábios carnudos de Tristan tão perto de sua masculinidade era a coisa mais erótica que ele já viu. E pela primeira vez, o pensamento de fazer amor com outro homem não o assustou muito. Ele estava muito ocupado sentindo para se concentrar em seus medos.

— Mac, deixe-me fazer isso, por favor. — A língua de Tristan disparou, provocando a ponta, um sorriso cheio de luxúria no rosto.

— Tristan. —grunhiu Mac. — Você fará o que eu quero.

Mac sentiu a mudança profunda dentro dele, a mudança de alguém que temia o novo e desconhecido, para um lobo assumindo o controle de seu companheiro. Ele percebeu em um flash que era o que mais temia. O pensamento de Tristan dominando-o no quarto o preocupou mais do que qualquer outra coisa.

— Claro. — Tristan sorriu para ele entre seus cílios incrivelmente longos.

— Faça isso. — Mac relaxou no sofá, permitindo que seu companheiro lhe desse prazer.

Quando Mac finalmente explodiu na boca de Tristan, gemeu alto, segurando os cabelos para mantê-lo no lugar até que ele engolisse a última gota. Mac puxou-lhe a cabeça para trás.

— Agora precisamos ir ao quarto porque tenho planos para nós que ocupará a maior parte da noite.

Tristan riu, seus olhos ainda estavam cheios de necessidade enquanto olhava para Mac.

— Parece bom para mim.

Mac saiu da cabana, seu coração batendo como um tambor no peito. O olhar de Tristan, tão cheio de tristeza e dor, rasgou-o enquanto ele invadia o acampamento. Era cedo e não viu mais ninguém até chegar à cabana alfa, onde Cam bebia uma caneca de café.

— Mac. — Cam sorriu. — Eu vejo que você acordou e saiu cedo. O que você está fazendo?

— Nada. — Murmurou Mac quando parou no pé da escada.

— Mac, o que há de errado? — Cam obviamente viu através dele.

— Alfa, posso falar com você? Em particular? — Mac sabia que precisava falar com alguém e seu alfa era a escolha óbvia.

— Claro, entre. — Cam levou Mac para dentro. — Iremos ao meu escritório onde teremos alguma privacidade. Monique estará aqui logo para começar o café da manhã e Chas estará com o bebê em breve.

— Tudo bem. — murmurou Mac enquanto seguia-o.

Cam esperou até que Mac entrasse antes de fechar a porta e depois se sentar na borda de sua mesa. Tomando seu café, ele olhou para Mac.

— O que está acontecendo, Mac?

Mac andou de um lado para o outro, tomando um momento para decidir como dizer ao alfa o que acontecia.

— Cam, alfa, minha besta reconheceu meu companheiro...

Cam levantou-se, irradiando alegria.

— Essa é uma notícia maravilhosa! Estou muito feliz por você, Mac.

— Não, não. — Mac balançou a cabeça. — Eu acho que há um erro, algumas coisas não estão corretas.

— Como assim? — Cam franziu a testa, encarando-o novamente

— É Tristan. — informou Mac suavemente.

— E? — Perguntou Cam, ainda franzindo a testa.

— Cam, você não me ouviu? Eu falei, é Tristan. Um cara, um homem, como é que a minha besta comete tal erro?

A cabeça de Cam voltou para o lado.

— Não tenho certeza se entendi Mac.

— Ele é um homem! — Mac explodiu. — Minha besta reconheceu um homem como meu companheiro! Está acontecendo por algum tempo, mas eu pensei que seria só, merda, eu não sei, pensei que pararia! Não foi assim. Jantamos ontem à noite e, caralho! Ele ficou a noite, Cam. Quero dizer, ele ficou a noite toda!

— Onde ele está agora? — Perguntou Cam silenciosamente.

— Merda. — Mac parou de andar e olhou para Cam. — Ele está na minha cama. Quando eu acordei esta manhã, no começo eu me senti bem, você sabe? Então eu percebi que eram as pernas de Tristan emaranhadas com as minhas e eu surtei. Levantei e me vesti, e ele me perguntou para onde eu iria e eu apenas corri. Cam, o que farei? O que as pessoas pensarão?

Cam colocou o café na mesa, levantou-se e avançou, parando cara a cara com Mac.

— Eu nunca pensei que eu diria isso, meu amigo, mas você é um idiota total. — Cam cutucou Mac com força no peito. — Você deixou seu companheiro alto e seco na manhã após sua primeira vez juntos? Que tipo de lobo faz tal coisa?

— Ele é um homem! — A voz de Mac aumentou em pânico.

Mac viu a fúria nos olhos de Cam, mas não esperava que o desse um tapa na cara. Cam pegou a frente da camisa de Mac, segurando-o no lugar e se esticando para quase tocar o nariz. Suas palavras cheias de raiva quando cuspiu.

— Ele é seu companheiro! Se você tiver um problema com acasalamentos do mesmo sexo, esta não é a matilha para você. Não permitirei pensamento de Neandertal e preconceitos dentro do meu acampamento!

A mão de Mac voou para a mandíbula, os olhos arregalados quando a fúria de Cam rolou sobre ele.

— Cam...

— Pare. — Cam o deixou ir e deu um passo atrás. — Eu quero que você pense antes de pronunciar outra palavra, Mac. Você é meu amigo, nos conhecemos desde que éramos filhotes, e eu não quero enviar você para longe. Mas se você falar mais uma palavra que projete a ignorância, meu amigo não terei escolha.

— Eu não tenho um problema com acasalamentos do mesmo sexo. — Mac levantou as mãos. — Você sabe disso. Cristo, eu amo Nate e Brett, mas eu sempre me vi com uma loba, filhotes, uma família, toda a merda e agora, agora, o que eu terei?

O maxilar de Cam apertou-se, os dentes se esconderam.

— Você terá o que a Deusa decidiu para você, Mac. Um companheiro que te ama e estará ao seu lado, não importa o que. Isso é o que você terá se você parar de ser um maldito idiota.

Os ombros de Mac caíram, tristeza e arrependimento, preenchendo-o inteiramente.

— Eu fiz uma bagunça disso desde o início, Cam. No começo, eu me recusei a acreditar. Então eu o evitei, e agora eu o tratei como uma noite que você está desesperado para se livrar. Como faço para chegar a um acordo com isso? É o oposto de tudo o que eu sempre quis.

Cam sacudiu a cabeça tristemente.

— Mac, eu pensei que a única coisa que um lobo queria era encontrar a outra metade de si mesmo que a Deusa fez para ele. Não é isso que você quer?

— Sim, claro. — Mac lutou para se controlar. — Eu simplesmente não esperava que fosse Tristan.

— Não é seu lugar para julgar ou decidir, Mac. — O tom de Cam suavizou. — Eu entendo que você está rasgado. Você é um lobo forte, beta, e acho que o que está incomodando você não é o que você sente, mas que você acha que outros o olharão de forma diferente. Confie em mim quando eu falo que não acontecerá. Você sempre será você, não importa quem esteja ao seu lado. Mas, Mac, com um verdadeiro companheiro ao seu lado, você se tornará melhor, um homem melhor e um lobo melhor.

Mac levantou a cabeça.

— Eu sou um idiota.

— Sim. — Cam concordou rapidamente. — Você é, e se não pode ver o que perderá se não consertar isso, então é o maior idiota que conheci. Você precisa confiar na escolha da Deusa para você, Mac, e precisa ficar orgulhoso com seu companheiro ao seu lado. Se não pode fazer isso, então eu sinceramente me preocupo. Você nunca será feliz, Mac, não com ninguém além de seu verdadeiro companheiro.

— Estou com medo. — admitiu Mac. — Não tenho certeza de como tratar um homem...

Cam o deteve, levantando a mão enquanto suspirava.

— Pare com isso. Você não o trata de maneira diferente do que você faria com quem você mais se importa. Você o ama, você o trata com respeito, e cuida dele e suas necessidades. Como ele deve ser contigo. Pare de pensar demais e apenas sinta o amor de um companheiro. Se você fizer isso, então tudo se encaixará. — Cam lhe deu um olhar curioso. — Diga-me, não pense, apenas responda como se sentiu ontem à noite com os braços dele ao seu redor na cama?

Mac sentiu seus lábios se mexendo em um sorriso.

— Bom, muito bom. Bem, até esta manhã, quando entrei em pânico como um idiota.

— Mac, por favor, vá e conserte isso antes que seja tarde demais.

Mac acenou gentilmente, sem dizer uma palavra ao sair. O golpe de Cam em seu maxilar doeu seu orgulho mais do que o golpe em si, e ele adivinhou que esse era o objetivo.
Capítulo onze


Os passos de Mac ganharam velocidade quando saiu da cabana, pulando os degraus do alpendre, suas pernas longas comendo o chão. Ele viu Mason parado do lado de fora da cabana da matilha, mas o ignorou, começando a correr quando percebeu quão estúpido fora. O pensamento de perder Tristan fazia com que seu estômago se retorcesse dolorosamente. Mac entrou correndo em sua pequena casa e foi direto para o quarto.

— Tristan! Me desculpe. — gritou Mac quando abriu a porta.

O quarto estava vazio.

Mac olhou em volta, não viu nenhum sinal da roupa de Tristan, e definitivamente não encontrou seu companheiro. Ele recuou de volta, correndo em direção aonde Mason estava.

— Você viu o Tris? — Mac perguntou quando parou.

— Sim. — Mason parecia sombrio enquanto assentia. — Tenho que dizer que ficarei triste ao perdê-lo. Achei que se encaixava bem aqui.

— Perdê-lo? — O coração de Mac quase parou. — Sobre o que você está falando?

— Tris passou correndo por mim há cinco minutos dizendo que ele tinha que sair. — Mason parecia confuso, franzindo a testa para Mac. — Algo sobre não tornar a vida de alguém difícil. Tentei falar com ele, mas me afastou. Você sabe o que aconteceu?

Mac assentiu, tecendo em torno de Mason para chegar à porta da cabana.

— Sim. Eu sou um maldito idiota, é isso que aconteceu.

Mason olhou para Mac como se estivesse louco enquanto entrava para enfrentar Tristan.

— Tris. — Mac segurou uma das grandes sacolas que Tristan segurava em uma das mãos enquanto Tris segurava outra. — Espere, você tem que me ouvir.

Os olhos de Tristan pareciam vermelhos, como se tivesse chorado, e Mac viu a dor profunda neles quando sacudiu a cabeça.

— Está tudo bem, Mac, irei embora. Sei que isso é difícil para você. Eu entendi. Entendo que você não quer perder a sua personalidade machista. Você é o beta e acha que os outros lobos pensarão menos de você. Eu não quero isso. Para mim, para você, merda, saia do caminho e deixe-me passar.

Mac colocou os pés mais afastados, impedindo a porta.

— Não. Não o deixarei sair até que me ouça.

Mac sentiu a porta ser empurrada contra suas costas, a voz irritada de Mason em seguida.

— Ei, abra a porta.

Mac se moveu para deixar Mason entrar, só porque sabia que seu amigo derrubaria a porta caso contrário. Assim que Mason entrou, olhou para Mac.

— O que está acontecendo?

— É entre mim e Tris. — Mac nem sequer olhou para Mason, seus olhos trancados em Tristan.

— Se ficará físico, então, vocês o levem para fora. Não deixarei vocês quebrarem as coisas aqui.

O riso de Tristan era vazio enquanto balançava a cabeça.

— Não ficará físico.

A dor naquela palavra atingiu Mac exatamente entre os olhos e ele lutou para mantê-los trancados em Tristan.

— Eu discordo. — Mac rangeu entre os dentes cerrados.

Mason rosnou.

— Mac, eu estou avisando você. Nenhuma luta dentro da cabana. Se você tiver uma briga com Tristan, então, leve para fora.

— Tris, desculpe. — Mac olhou para as sacolas nas mãos do seu companheiro. — Largue isso, por favor?

— Eu acho que você deixou as coisas perfeitamente claras antes, Mac. — A voz de Tristan era apenas um sussurro, mas Mac ouviu a dor nela.

— Eu sou um grande idiota. — Mac se aproximou. — Eu sei disso e sinto muito.

— O quê? — Tristan perguntou, parecendo um pouco desconcertado.

Mason estava encostado na parte de trás do sofá, os braços cruzados enquanto ele observava os dois.

— Basicamente Mac está lhe dizendo que ele é um idiota de primeira classe. Não tenho certeza do que está acontecendo aqui, mas para ele admitir deve ser uma ferramenta real. Diga-me, Tristan... — perguntou Mason — ...o que Mac fez? Deve ser enorme para ficar aqui admitindo o que é.

— Nada. — Tristan respondeu e corou — Coisas pessoais.

Mac aproximou-se um pouco mais.

— Tristan, coloque a bagagem no chão.

Lentamente, Tristan deixou as sacolas caírem no chão.

— Minhas coisas estão embaladas e eu ainda irei embora.

— Não. — Mac sacudiu a cabeça. — Eu não deixarei você ir.

Mason assobiou.

— Amigos, o que está acontecendo com vocês dois? Mac, você dormiu com uma loba que Tristan estava de olho?

— Não. — Mac cuspiu. — Tris, desculpe, não posso dizer o suficiente, mas quero que você fique. Eu preciso que fique.

— Por quê? — Tristan perguntou, enfiando as mãos nos bolsos enquanto olhava para Mac.

— Você sabe por quê. — Mac respondeu calmamente.

— Eu não sei por quê. — Mason entrou. — Quer me iluminar?

— Cale-se, Mason! — Mac grunhiu ameaçadoramente em direção ao amigo.

— Whoa! — O sorriso de Mason alargou-se. — Agora estou realmente intrigado.

Mac rosnou sua cabeça girando em direção a Mason.

— Não estou brincando, Mason.

— Desculpe. — Mason levantou as mãos na frente dele, mas não parecia sentir nada. Seus olhos entre Mac e Tristan como uma bola de pingue-pongue.

— Mac, acalme-se. — Tristan deu um passo à frente, sua mão no peito de Mac para detê-lo.

A mão de Mac se ergueu, cobrindo a de Tristan e segurando-a no lugar.

— Tris. — Foi tudo que conseguiu sair antes de sua garganta se fechar, um pedaço de emoção interrompendo suas palavras.

— Mac, você sabe como me sinto sobre isso. Mas não forçarei você a se sentir envergonhado, então, é melhor se eu sair agora.

— Não. — Mac balançou a cabeça quando Mason se levantou, seu rosto confuso enquanto olhava para eles. — Eu não tenho vergonha. Eu só precisava de um chute na bunda, o que, a propósito, Cam me deu.

— Sério? — O rosto de Tristan começou a brilhar quando um pequeno sorriso apareceu em seus lábios.

— Sim. — Mac deu um sorriso torto. — Eu tive uma grande repreensão e ele me fez perceber o quanto eu errei. Realmente sinto muito.

Ambos ouviram o murmúrio de Mason:

— O que diabos está acontecendo?

Mac pegou o touro pelos chifres e se virou para o amigo.

— Você quer saber o que está acontecendo? — Mason assentiu furiosamente. — Eu te direi...

Tristan o deteve.

— Você não precisa fazer isso.

— Sim. — Mac declarou — Eu preciso. — Ele voltou para Mason e agora viu vários outros lobos rondando, na escada, na porta da cozinha, e ele nem os ouviu chegar. — A todos, eu gostaria de dizer algo muito importante. Eu encontrei o meu verdadeiro companheiro.

Mason gritou, golpeando o ar.

— Eu sabia que isso era sobre uma mulher!

— Não. — Mac pegou a mão de Tristan, puxando-o para dentro de seu peito. — Tristan é meu companheiro, mas eu fui um pouco burro sobre as coisas. Então, espero que ele me perdoe para podermos seguir em frente, ou melhor, em conjunto. Isso é se ele me aceitar.

Mac sabia que seu rosto estava de um vermelho intenso, mas ignorou quando se virou e olhou para Tristan, se inclinando e sussurrando.

— Posso te beijar?

Os olhos de Tristan se arregalaram em choque.

— Na frente de todos? — Sussurrou de volta.

— Sim. — Mac sorriu. — Eu quero que saibam que você é meu.

Mac prendeu a respiração, esperando para descobrir o que Tris faria. Ele o perdoaria e ficaria? Ou pensaria que ele era uma causa perdida e partiria? Os segundos eram uma agonia enquanto olhava para os lindos olhos azuis de Tristan, e quando pensou que não poderia esperar mais, Tristan deu um pequeno aceno de cabeça. Mac se abaixou, cobrindo a boca de seu companheiro com a dele, enquanto Mason liderava os gritos obscenos e de parabéns.

Forçando os lábios de Tristan, Mac sorriu.

— Pelo menos você estar embalado torna mais fácil a mudança.

Tristan deu um soco no braço dele.

— É melhor fazer um café decente, porque lhe digo aqui e agora, não sou bom de manhã sem algum café forte e preto.

— Eu pegarei o café que quiser. — Mac sorriu. — Se você quer uma dessas máquinas extravagantes, então conseguirei isso também. Seja o que quiser Tris, você terá.

— Neste momento, eu gostaria de um pouco de privacidade. — O rosto de Tristan corou quando ambos olharam para a crescente multidão.

— Caramba. — Mac inclinou-se, pegando a bagagem de Tristan. — Vejo vocês mais tarde pessoal. Bem, talvez não por um dia ou dois. Mason, você deixaria Cam saber e diga a Nate que ele precisará conseguir alguém para cobrir meus turnos?

Mason deu um passo à frente, agarrando Mac em um abraço de urso.

— Eu estou tão feliz por você. Vocês dois parecem maravilhosos juntos, mas, Tristan, se ele lhe incomodar, venha e me diga e resolverei isso. Ok?

Tristan riu, um som alegre e feliz que aqueceu o coração de Mac.

— Claro. — Ele brincou quando Mac resmungou.

— Deixe-me ir. — ele pediu a Mason. — Eu quero passar algum tempo com meu companheiro.

— Vá. — Mason lançou-o. —Vá e divirta-se, Mac... — gritou Mason e sorriu — ...não faça nada que eu não faria. Oh, inferno, esqueça, porque isso lhe dá muito o que fazer.

Tristan esquivou-se na frente de Mac, abrindo a porta e depois segurando Mac para sair. O sorriso que seu companheiro lhe deu apertou o estômago de Mac, mas desta vez foi com entusiasmo, antecipação e amor.

— Estou ansioso por isso. — Mac riu e, pela primeira vez, foi Tristan que corou de vergonha.

Ao saírem do alojamento, Mac viu Cam em pé na varanda de sua cabana. Cam ergueu a mão e acenou, sorrindo enquanto gritava:

— Deixe-me saber quando vocês querem sua cerimônia, meninos.

Mac acenou com a cabeça, seus olhos se fecharam com os de Cam, e ele sabia que o alfa estava consciente de quão grato estava por sua pequena conversa. A cabeça de Cam inclinou-se uma vez antes de se afastar, e entrar na cabana. Mac estava entusiasmado com a paternidade iminente de Cam, e sim, ele gostaria disso, mas inferno, se Tristan concordasse, eles poderiam adotar. Havia mais do que órfãos suficientes que precisavam de um lar amoroso e que a casa não precisava ter uma loba. Mac sabia que ele tinha amor suficiente para receber qualquer criança em sua casa e, se fosse para ser, então, isso aconteceria.

A Deusa certamente trabalha de maneira misteriosa.

— Ele está bem? — Chastity perguntou, sabendo que Cam estava cuidando de Mac.

— Sim. — Cam sentou-se ao lado dela. — Parece que ele resolveu tudo agora e terei que colocar algum tempo no ginásio.

— O quê? — Chastity perguntou, intrigada com sua resposta.

— Parece que farei uma dança em sua cerimônia de acasalamento, então é melhor eu me colocar em excelente condição. —Cam puxou o jeans. — Nós não queremos que as joias da família sejam queimadas, agora, né?

— O quê? — Chastity gritou. — Oh meu, isso é ótimo! Quem é a garota de sorte? Quem quer que seja, tem muita sorte de ter Mac como companheiro. — Cam riu, fazendo Chastity olhar para ele. — O quê? — Ela perguntou, obviamente querendo saber o que estava acontecendo.

— Mac teve um pouco de dilema porque seu companheiro é Tristan. — Cam esperou, observando os olhos de Chastity se alargarem e a boca aberta em um “Oh” silencioso.

— Maldição. — Chastity sacudiu a cabeça. — Eu não vi isso chegando.

— Não. — concordou Cam. — Tampouco eu, e aparentemente, nem o Mac.

— Ele está bem com isso? Quero dizer, é seu companheiro, ele deve ter fortes sentimentos por ele. Está dentro de nós, não podemos mudar quem é o nosso companheiro.

— Mac nunca “explorou”, como muitos de nós quando filhotes, e tenho uma leve suspeita de que sua família tinha opiniões sobre os acasalamentos do mesmo sexo. Embora nunca fossem expressos quando qualquer um de nós pudesse ouvi-los, por razões óbvias. Então, ele está tendo um pouco de dificuldade por tudo isso. Mas... — Cam sorriu — ...eu apenas os vi e acho que tudo está resolvido agora. Bem, esse é o sentimento que eu tive e o Mac estava levando Tristan para sua cabana e estava carregando sacolas, então eu acho que Tristan está se mudando. Espero que sim, se o Mac estragar tudo de novo, eu farei mais do que dar uma bofetada desta vez.

— Uma bofetada? — A mão da Chastity voou para sua boca. — Você bateu no Mac?

— Eu fiz. — Cam encolheu os ombros. — Ele estava sendo um burro e tratou Tristan muito mal, então eu reagi sem pensar. Pareceu fazer o truque, por que o levou aos seus sentidos, e ele saiu daqui para procurar Tristan.

— Quando isto aconteceu?

— Você ainda dormia. Tudo acabou antes de você ter descido com Heather.

— Maldição, perdi a emoção. — Chastity sorriu. — Estou feliz por ele.

— Eu também. — Cam deixou sua cabeça cair de volta no sofá. — Eu poderia tirar uma soneca agora e acabamos de começar o dia.

— Desculpe-me, Heather foi frustrante a noite toda.

— Eu sei. — Cam fechou os olhos. — Eu caminhei com ela por duas horas.

— Eu acho que farei com que Beth a olhe.

— Boa ideia. — Cam bocejou. — Você precisa dormir Chas, você não pode estar acordada a noite toda e não descansar.

— Tenho certeza de que ela se acalmará. — Chastity também bocejou. — É o início e nós a levaremos a uma rotina em breve.

— Eu espero que sim. — Cam gemeu quando se levantou. — Enquanto isso, acumularei cafeína.

— Sortudo. — Chastity fez uma careta. — Lembre-me novamente por que não tenho permissão?

— Porque, minha companheira bonita e sexy, você está grávida e todos sabem que uma mulher não deveria beber café quando estiver grávida.

— Perguntarei a Beth sobre isso. — Chastity franziu a testa. — Eu sou uma loba, talvez seja diferente para nós.

— Você pode perguntar, mas duvido querida. — Cam deu a ela um olhar preocupado. — Mas acho que você deveria tirar uma soneca e recarregar suas baterias. Eu me certificarei de que Heather seja cuidada.

— Talvez depois. — Chastity se juntou a ele. — Eu tenho que examinar os nomes das mulheres interessadas em ajudar com os bebês. Monique tem uma longa lista e ela me ajudará.

— Eu acho que você deveria fazer isso o mais rápido possível, querida, e faça-as começar agora. Elas podem ajudar com Heather até que os trigêmeos nasçam.

— Bem pensado.

— Ei, eu não criei um império multimilionário somente com minha boa aparência.

Chastity o empurrou.

— E você também não é tão modesto.

Cam riu.

— Não, mas eu trabalhei duro pelo que tenho e acho que é apenas o meu DNA alfa mostrando em meus negócios. Estou feliz que o negócio está indo tão bem, porque, querida, precisaremos de uma grande quantidade de coisas para três bebês. Eu espero que não se importe, mas telefonei para a nossa vendedora prestativa e pedi que ela duplicasse tudo o que compramos. Eu informei a ela que pegaríamos tudo quando voltarmos para a consulta do seu médico.

— Uau. — Chastity não ficou realmente surpresa. — Organizado como de costume. Obrigada. Eu estava com receio ter que passar por tudo aquilo novamente, mas eu sei que precisaremos da maior parte, se não de tudo.

— Sim, com mais três filhotes para cuidarmos teremos um choque cultural. — Cam abriu os braços e Chastity entrou em seu abraço. — Eu quero o melhor, para você, para os bebês, todos nós. Eu farei o que for preciso para te dar, Chas.

— Eu sei que você vai. — Chastity deu-lhe um abraço. — Agora, deixe-me ir. Você tem trabalho para fazer e eu também.

— Se você precisar de mim, eu estarei no escritório. — Cam beijou o topo de sua cabeça antes de soltá-la.

— Tudo bem, e eu informo mais tarde sobre o processo de seleção.

— Bom. — Cam parou. — Eu posso ir e fazer uma hora na academia antes de começar a trabalhar.

Chastity riu.

— Sim, é melhor.


Capítulo doze

Mac segurou Tris firmemente em seus braços, ambos recuperando a respiração depois de uma longa sessão de amor.

— Caramba! — Mac sorriu. — Eu não sei para você, mas para mim, isso foi incrível.

Tristan aconchegou-se ao lado de Mac, uma das suas pernas sobre as coxas dele.

— Para mim também, e eu estou feliz por você finalmente ter se soltado. Mac, eu estava realmente preocupado que não fosse capaz de admitir e se soltar, mas... cara, você simplesmente me deixou sem graça.

— Tris. — Mac intensificou seu aperto, segurando seu companheiro o mais próximo possível. — Eu acho que parte do meu problema foi meu pai. Ele nunca expressou nada publicamente, se o fizesse, seríamos evitados pela matilha, mas, quando eu era pequeno, costumava falar sobre os acasalamentos do mesmo sexo. E, confie em mim, não era bom. Ele costumava dizer que os homens não eram homens reais e sim, eu sei que era errado, e eu o desafiei quando cresci. Mas...

O dedo de Tristan cobriu os lábios de Mac.

— Mas ainda girava na sua cabeça, não foi?

— Sim. — Mac concordou. — Eu acho que foi isso. Eu sinto muito.

— O que você acha que ele dirá quando descobrir sobre mim?

Mac suspirou.

— Não vai. Ele está morto. Tenho certeza de que minha mãe ficará bem com isso, e eu planejo levá-lo para conhecê-la em breve. Se você estiver bem com isso.

— Inferno sim. — Tristan sorriu. — Ir para a Escócia e encontrar uma tonelada de lobos Highlands quentes. Definitivamente estou bem com isso.

O rosnado de Mac não o surpreendeu, sua besta não estava feliz com as palavras de seu companheiro.

— Talvez eu não o leve.

— Estou brincando. — Tristan ergueu a cabeça do peito de Mac, olhando para ele com os olhos mais sexys que Mac já viu. — Eu sou seu, Mac, sempre.

— É melhor ser. — Mac ergueu uma sobrancelha. — Minha fera está pronta para arrancar algumas gargantas agora mesmo.

— É melhor ficar aqui então. — Os lábios de Tristan arrastaram beijos gentis no peito de Mac. — Eu não quero que você entre em qualquer luta por mim.

— Não tenho certeza de como trabalharemos, como casal. — Mac sibilou enquanto os dentes de Tristan agarravam um mamilo. — Não tenho ideia de como outros casais do mesmo sexo fazem coisas, mas, Tris, ainda tenho todos os sentimentos normais de querer ser o dominante em um relacionamento. Eu quero possuir você, corpo, coração e alma.

— Eu nunca fui um material beta, Mac, não tenho esse impulso dentro de mim. — Tristan mordiscou o mamilo de Mac por um segundo. — Estou bastante feliz por você assumir a liderança, mas isso não significa que eu seja um fracasso. Não pense que você pode me dominar, bem, talvez no quarto, mas não o tempo todo. Ok?

— Parece bom para mim. — Os olhos de Mac se fecharam quando a boca de Tristan continuou a torturá-lo.

— Enquanto discutimos as coisas e você não considere garantido, acho que resolveremos muito bem. Eu tenho que admitir, pensar em você como meu alfa é meio quente!

Os dedos de Mac serpenteavam nos cabelos de Tristan, empurrando-o para baixo. Os dentes de Tristan se aproximavam da barriga enquanto ele mergulhava mais baixo.

— Foda! — Mac amaldiçoou, empurrando os quadris para a boca de seu companheiro.

— Eu vejo que não está tão cansado quanto você pensou. — Tristan riu quando sua língua disparava para provocar o pênis de Mac.

— Eu quero que você me chupe, apenas um pouco, então eu quero afundar dentro de você, Tris, profundamente.

Tristan gemeu quando sua boca se abriu, levando Mac profundamente dentro de sua garganta. O próprio gemido de Mac era mais alto, mais um rosnado, e seu peito retumbou com sua paixão.

— Tris, é suficiente. — Mac não aguentou mais e explodiu.

— Eu nunca terei o suficiente de você, Mac.

Mac fez um gesto com um dedo.

— Venha aqui.

Tristan subiu ao corpo de Mac, deitado no topo, enquanto o rosto dele pendia sobre Mac.

— Eu te amo, Tristan, com cada grama do meu ser. Você é meu, eu sou seu, e juntos estaremos fora desse maldito mundo.

— Sim. — Tristan sorriu. — Estou feliz que você finalmente veja as coisas do meu jeito.

— Eu faço Tristan, eu faço. — Os dentes de Mac se engancharam no lábio inferior de Tristan. — E agora, que tal colocar esse corpo incrível por baixo do meu, para que eu possa foder você sem sentido.

Os olhos de Tristan brilharam.

— Você diz as coisas mais bonitas, meu alfa.

Mac acertou uma bofetada na bunda de Tristan.

— E você não se esquece disso.

O resto daquele dia, e os seguintes, foram os mais felizes da longa vida de Mac. Ao conhecer Tristan, e vice-versa, sentiu-se abençoado por ter o homem como seu companheiro. Ele era engraçado, imprevisível (o que assustou Mac um pouco, mas ele nunca admitiria isso), amoroso, sensual, inteligente, pé no chão, e a pessoa mais incrível que ele já conheceu.

O fato de seu vínculo crescer com cada segundo que passaram juntos apenas cimentou seu amor por Tristan. O pensamento de que quase o perdeu ainda fazia com que Mac tivesse um ataque de pânico de vez em quando. Quão estúpido ele fora em quase perder a única pessoa nesta terra que a Deusa escolheu para ele.

Mac não podia esperar para apresentar Tristan a sua mãe, e tinha certeza de que Grant ficaria chocado com sua transformação. Mac conhecia Tristan, e seu amor, o mudou. Ele não era tão “formal” nem tão grave e se viu sorrindo mais do que nunca. O senso de humor perverso de Tristan tinha Mac rindo diariamente e, com aquela risada, seu interior gelado, descongelava lentamente.

A verdade era que Tristan foi a melhor coisa que já aconteceu com Mac e ele agradecia a Deusa diariamente pelo amor que encontraram juntos. Nunca mais se sentiria sozinho, ou mais precisamente, solitário, com Tristan preenchendo lacunas que Mac nem sabia que existia.

Os músculos de Cam doeram e esticaram quando saltou alto sobre a cruz de fogo, pousando com graça, apenas para continuar a dança extenuante. Seus pulmões queimaram enquanto ele ofegava para respirar, recusando-se a diminuir a velocidade quando seu kilt ficou mais pesado a cada momento que passava. Suas coxas estavam duras como pedras, os músculos sendo usados muito além da capacidade normal.

A felicidade, as palmas e os gritos da matilha o encorajavam. Cam girou, seu kilt voando ao redor dele enquanto seus pés dançavam com uma velocidade que era difícil de acompanhar. Ele sorriu enquanto girava no ar, seus pés aterrando apenas o tempo suficiente para impulsioná-lo de volta e sobre as chamas. Seu coração batia forte com o esforço enquanto se aproximava cada vez mais do clímax da dança.

Cam colocou cada grama de sua força restante em seus saltos e giros, enquanto dançava a Dança do Alfa. Seu corpo inteiro dolorido enquanto girava ao redor das chamas, com cuidado para manter seu kilt xadrez fora do alcance das chamas cintilantes. Com um último salto majestoso, ele girou acima do fogo antes de pousar do outro lado, um joelho no chão e os braços erguidos acima de sua cabeça.

A matilha entrou em erupção com rugidos e gritos de prazer quando Mac bateu nas suas costas.

— Obrigado, alfa. — Mac sorria como um idiota. — Você se superou, como sempre.

— Você é bem-vindo. — Cam ofegou, seu coração finalmente desacelerando.

— Eu nunca estive tão feliz. — declarou Mac, puxando Tristan para o lado dele.

— Estou feliz por vocês dois. — Cam ficou de pé, suas mãos segurando-os pelos ombros. — Estou especialmente feliz por você ter chegado aos seus sentidos. Você era um maldito cabeça-oca, Mac.

— O quê? — Tristan perguntou, confusão em seu rosto enquanto olhava entre eles.

— Um idiota da mais alta ordem. — explicou Mac.

— Sim, isso é exatamente o que você era. — Cam riu.

— Eu sei. — Mac virou-se para beijar a bochecha de Tristan. — Estou feliz que me deu uma boa conversa, Cam.

— Meu prazer. — Cam riu. — Agora, onde está a minha companheira?

— Para lá. — Mac apontou onde Chastity aguardava.

— Vejo vocês depois, garotos. — Cam sorriu quando saiu.

— Estou feliz que terminou! — Cam ofegou quando chegou a Chastity, seu torso escorregadio de suor, brilhando à luz da lua. — Tem uma cerveja para mim?

Chastity sorriu, segurando uma garrafa gelada.

— Aqui está.

— Obrigado. — Cam pegou a garrafa e bebeu o líquido fresco rapidamente. — Eles parecem bem juntos, não é?

Cam virou-se para assistir quando Mac e Tristan começaram as rodadas na matilha, agradecendo a todos por estarem lá e recebendo tapinhas nas costas várias vezes. Os olhos de Chastity brilharam com lágrimas enquanto ela assentiu e assim que Cam viu, a puxou para si, preocupava-se com o rosto.

— O que está errado?

— Nada. — Chastity fungou alto. — Eu estou apenas um pouco emocional. Deve ser os hormônios.

— Ah. — A mão de Cam baixou para a barriga dela, circulando suavemente a pequena protuberância. — Eu acho que isso era esperado.

— Eles são tão fofos juntos. — Chastity fungou novamente quando viu que Mac e Tristan tentavam deixar a reunião.

A cada pouco passo eram interrompidos pelos felizes membros da matilha e Chastity fungou ainda mais.

— Ah, eles querem estar sozinhos.

— Claro que sim. — Cam acariciou seu pescoço. — Você não se lembra da nossa cerimônia de ligação? Eu não podia esperar para chegar em casa e ver você nua.

— Cam. — Chastity sorriu. — Tenho certeza de que nada mudou desde então. Você ainda me quer nua e na cama.

— Verdade. — Cam sorriu. — Não consigo pensar em nada melhor, querida.

— Você será um daqueles velhos lobos que ainda perseguem sua companheira quando são velhos e cinzas. Não é?

— Eu tenho certeza. — Cam riu. — Nunca terei o suficiente de você, Chas. Agora, com esta nota, podemos sair também?

— Realmente? — Chastity agora sentia sua crescente excitação ao pressionar contra ela.

— Se você não quer que eu ande por aí com uma tenda no kilt, acho que devemos ir. Agora.

— Oh meu. — Chastity riu. — Eu nunca ficarei para o fim de uma festa, não é?

— Não. — Cam ouviu os altos comentários estridentes sendo lançados nas costas de Mac e Tristan, quando finalmente conseguiram escapar da multidão. — Quero você nua e ofegante embaixo de mim.

— Você é incorrigível, Sr. Sinclair.

— Eu sou. — Cam inclinou-se e pegou-a com facilidade, colocando-a em seus braços enquanto se afastava. — Se formos rápidos, nem perceberão que partimos.

— Bem, alfa. — Chastity beijou o lado de sua boca. — Eu acho que você precisa apressar sua bela bunda.

— Então, você acha que o meu traseiro está bem? — Cam balbuciou enquanto caminhava para a cabana.

— Inferno, é a melhor bunda que eu vi e você sabe disso. Então não fique tímido comigo, Sin.

Os lábios de Cam acariciaram sua bochecha suavemente, seu pênis se endureceu ainda mais, quando um grito o impediu.

— Alfa! Preciso falar com você. — O tom de Mason não era alegre nem feliz. Definitivamente, não estava no clima de festa enquanto ele corria. — Cam, desculpe, mas preciso falar com você.

— Não pode esperar? — Cam lutou para controlar seu aborrecimento.

— Não. — Mason parecia sombrio. — Eu não acho que pode. Oliver. — Gritou Mason para seu amigo. — Eu quero que você leve Chastity para casa, pegue alguns outros para ir com você e guarde-a até o alfa retornar.

Cam franziu a testa.

— O que está acontecendo? — Perguntou a Mason enquanto colocava Chastity no chão.

— Melhor nós conseguirmos sua companheira segura em casa primeiro, alfa.

Clayr correu seu rosto vermelho com esforço, e Ryder logo ao lado dela.

— Desculpe Mason, eu perdi.

Oliver voltou com mais três lobos e eles começaram a escoltar Chastity para longe. Ela ergueu a mão.

— Espere, eu gostaria de saber o que está acontecendo.

Mason olhou para Cam e ele deu um pequeno aceno, então Mason deu um passo à frente.

— Cam explicará quando ele voltar. Mas, Chastity, preciso que você vá com Oliver e fique a salvo. Você é a nossa principal prioridade agora e não correrei riscos. Por favor, alfa. — Mason usou seu título com reverência. — Eu realmente gostaria que você fizesse o que eu pedi.

— Tudo bem. — Chastity lançou a Cam um olhar firme. — Eu quero saber o que aconteceu o mais rápido possível, Cam. Eu preciso saber que estamos seguros, mas o mais importante, eu preciso saber que o orfanato está seguro.

— As crianças estão todas aqui, Chastity. — Mason apontou para Nate e Brett sentados em uma grande mesa com a pequena ninhada de crianças ao redor deles. — Eu farei arranjos para eles, mas preciso que você vá agora.

— Oliver. — Mason ergueu uma sobrancelha e Oliver deu um passo à frente para levar Chastity.

Assim que ela estava fora do alcance da voz, Cam fixou os olhos em Mason.

— O que está acontecendo? Chastity está em perigo?

— Não tenho certeza. — Mason olhou para Clayr. — Ryder e Clayr foram correr mais cedo, eles estavam um pouco entediados com tudo, e cheiraram lobos na área. Ela veio e me pegou e fui com eles para onde sentiram o cheiro de estranhos. Cam havia mais de um e seu cheiro estava ao redor de todo o acampamento. Deixei Clayr e Ryder para vigiar o acampamento e enviei um par de rastreadores. Estou esperando que voltem, mas Clayr foi com eles. Então, Clayr, o que você achou?

Cam grunhiu, a ira aumentando ao pensar em estranhos em qualquer lugar perto de seu acampamento, muito menos de sua companheira. Clayr olhou para ele, balançando a cabeça.

— Desculpe alfa, nós paramos para cobrir mais território, mas perdi o cheiro, então voltei. Não vi os outros dois.

— Eu quero guardas postados em todo o acampamento e eu não quero que as crianças voltem para o orfanato. — Cam estalou o pescoço. — Eu não quero que nossas defesas se dividam. Coloque-os aqui até que possamos descobrir o que está acontecendo. Clayr, obrigado, você e Ryder fizeram bem. Mason encontre os outros rastreadores, quero saber o que encontraram.

— Claro. — Mason gritou, reunindo lobos em volta dele e distribuindo ordens. Todos os pensamentos da celebração voaram da mente de todos ao perceberem que a matilha poderia estar em perigo. Cam caminhou em torno da área vazia, seu coração batendo forte, e não da maneira que ele esperava. Não, era uma raiva pura e não adulterada percorrendo-o.

— Mason — gritou Cam — Irei em forma de lobo, venha comigo.

Mason correu, já tirando suas roupas enquanto Cam desabotoava seu kilt.

— Ryder! Aqui, leve isso para casa para mim.

— Certamente, alfa. — Ryder estendeu as mãos para o kilt que Cam dobrou perfeitamente.

Cam levantou uma sobrancelha para o tom respeitoso do jovem. Mason sorriu.

— Ele mudou muito desde que chegou Cam. Está aprendendo e recebendo boas instruções, não apenas de mim, mas de qualquer pessoa que dedique um tempo para ajudá-lo com algo.

— Bom. Fico feliz por não ter cometido um erro ao trazê-lo aqui quando o encontrei.

— Você não fez. — Mason balançou a cabeça. — Ele será um bom e forte shifter quando amadurecer um pouco.

Cam assentiu.

— Vamos. Leve-me para onde Clayr os farejou pela primeira vez.

Mason deixou suas roupas no chão, Clayr veio buscá-las, enquanto ele se transformava. Cam já estava mudando e se movendo para a floresta, suas maciças patas rasgando o chão, com a intenção de uma coisa: encontrar a ameaça para a sua matilha.

Várias horas, e muitas milhas mais tarde, ele voltou com Mason e os outros rastreadores. Eles não encontraram nenhuma ameaça tangível, embora o aroma de lobos estranhos cercasse o acampamento. A raiva de Cam diminuiu um pouco e ele ponderou sobre o que encontraram.

— Talvez sejam vagabundos apenas passando. — Falou em voz alta enquanto se dirigiam em direção a sua cabana.

— Talvez sim. — Mason admitiu — Talvez não. Eu nos manterei em alerta alto apenas no caso.

— Meus pensamentos exatamente. — Cam concordou. — Até que tenhamos certeza de que deixaram a área, manteremos todos aqui, e Mason, envie um mensageiro para Fergie e informe para ele que pode haver um problema na área.

— Já fiz isso. — Mason encolheu os ombros. — Assim que Clayr voltou para me dizer, enviei um dos nossos lobos para alertar seus guardas.

— Obrigado. — Cam subiu as escadas até a varanda, notando que havia seis lobos ao redor da cabana. — Eu acho que ficaremos bem com um ou dois guardas aqui. Deixe os outros ir e descansar.

— Deixarei três. — informou Mason com firmeza. — Não me arriscarei.

Cam não discutiu, balançando a cabeça uma vez antes de entrar para encontrar Chastity andando pela sala de estar. Ela correu direto para ele, seus braços em volta de sua cintura nua enquanto o olhava.

— O que está acontecendo?

— Alguns lobos estranhos na vizinhança, muito perto do acampamento, então estamos tomando precauções apenas no caso. — Cam acariciou suas costas. — Eu não quero que você se preocupe, pois pode ser nada mais do que alguns vagabundos passando. Nós temos guardas e todos estão alertas, querida, então não se preocupe.

Chastity deu um passo atrás e deu um soco no braço dele.

— O quê? Estive doente de preocupação! Ninguém poderia ter me dito que era só isso?

— Desculpe. — Cam encolheu os ombros. — Eu estava mais interessado em garantir que eles não estivessem mais na área.

— Bem, imbecil. — Ela bateu nele novamente. — No futuro, lembre-se de sua mulher grávida cujos hormônios estão por toda parte e que provavelmente ficará louca de preocupação. Tudo bem?

Cam puxou-a para ele, beijando-a gentilmente.

— Lembrarei. Desculpe.

— Eu estive nervosa e odeio isso!

— Odeia o que? — Perguntou Cam, não entendendo o que queria dizer.

— Ser feita de fraca! Eu não sou e odeio que me façam sentir que sou. — Chastity lutou para sair de seu abraço, mas ele a manteve firme.

— Você não é fraca. — Cam inclinou sua testa contra a dela. — Eu nunca pensei isso sobre você, Chas. Mas agora você é vulnerável. Isso não é algo que podemos mudar no momento. Você está grávida, com trigêmeos não menos, então é meu dever manter você segura. É o dever da matilha mantê-la segura. Receio que você tenha que aceitar isso por enquanto, Chastity. Eu não posso permitir que aconteça algo com você ou com os bebês.

— Eu sei disso! — Chastity explodiu. — Eu não sou estúpida, mas não preciso gostar!

— Ei. — O dedo de Cam traçou sua bochecha. — Eu não falei que você era estúpida.

Chastity exalou, soprando por um momento antes que seus olhos buscassem o dele.

— Eu sinto muito. Eu sei que você não fez. Estou me sentindo um pouco tensa e me sinto mais emocional do que normalmente. Eu acho que é isso que eles chamam de “cérebro de bebê”.

— É compreensível. — Cam a olhou com carinho, sua voz suave enquanto a olhava nos olhos. — Provavelmente será um pouco mais intenso para você, visto que há três.

— Caramba. — Chastity suspirou de novo. — Não gosto de me sentir assim. Toda feminina e emocional. Eu sou uma loba forte e estou chorando como uma criança.

— Você parece adorável quando está chorando.

Chastity franziu a testa, grunhindo para ele.

— Acho que não.

— Você faz. — A boca de Cam cobriu a dela. — Adorável. — sussurrou contra seus lábios.

— Mmm, não tenho certeza sobre isso, mas deixarei para lá. — Chastity voltou o beijo antes de puxar para trás. — Desta vez, de qualquer maneira.

— Eu sei que você não gostará do que direi, mas não mudarei minha decisão. — Falou Cam firmemente. — De agora em diante eu quero alguém com você quando andar entre aqui e o orfanato. Essa é uma bela caminhada e está bem na floresta. Não é seguro para você ficar sozinha agora.

— O quê? — Chastity abriu a boca para argumentar, mas Cam colocou um dedo em seus lábios.

— Eu falei que não mudaria sobre isso, Chastity, então não discuta. — Cam encolheu os ombros. — Não precisa ser um guarda, pode ser Clayr, ou Ryder, contando que você não esteja sozinha. Ok?

— Veja. — Chastity o cutucou. — Este é o tipo de coisa que eu temia.

— Não é por muito tempo, Chas, só até os bebês nascerem.

— Eu suponho. — Os ombros de Chastity caíram. — Tudo bem, enquanto não for seguida por Mason e sua equipe.

— Eu prometo. — Cam a puxou de volta para o abraço, seus lábios acariciando seu pescoço. — Boa. Agora, onde estávamos antes de sermos tão rudemente interrompidos? Ah, sim, eu queria você nua e ofegante embaixo de mim. — Cam a levou para seus braços. — Remediaremos isso agora.

— Eu acho que é uma ótima ideia. — Chastity acariciou seu pescoço. — E nós também não precisamos nos levantar para Heather. Monique a levou durante a noite para nos dar um descanso.

— Lembre-me de comprar para Monique uma enorme caixa de chocolates. — Os olhos cheios de luxúria de Cam brilhavam nos dela. — Eu acho que você precisará de um bom e longo descanso quando terminar com você.

— Promessas, promessas. — Chastity riu.

— Chas, você me conhece. — Cam subiu as escadas até seu quarto, chutando a porta quando seu tom se aprofundou com desejo. — Eu sempre cumpro minhas promessas.


Capítulo treze

Cam relaxou de volta no balanço da varanda, tomando uma cerveja com Mason.

— A vida é boa! — Ele respirou devagar.

— Claro. — Mason olhou para o campo. — Como está Chastity?

— Ela está bem. — Cam sorriu. — Bem, quando eu digo bem, o que quero dizer é que está saudável, os bebês estão saudáveis, mas não concordamos onde dará à luz ainda. O médico quer fazer uma cesariana, mas Chastity está ansiosa para que nasçam aqui, dentro da matilha. Eu só quero o que é melhor para todos eles.

— O tempo não está acabando? — Perguntou Mason, com a sobrancelha levantada.

— Sim. — Cam assentiu. — Precisamos decidir no próximo dia ou dois, porque ela realmente não tem muito tempo.

— Eu vejo que ainda está trabalhando no orfanato na maioria dos dias.

— Eu sei. — Cam balançou a cabeça. — Tentei fazê-la parar, mas Chastity simplesmente não ouvirá. Ryder é seu “companheiro” hoje e tem Heather com ela.

— Aquela garotinha é o bebê mais adorável que eu já vi. — Mason riu. — Ela terá todas as garotas correndo atrás dela quando for mais velha.

— Fale-me sobre isso. — Cam estremeceu. — Eu posso me ver chutando um filhote em um futuro não distante.

— Sim. — Mason murmurou.

— Heather esteve bem nos últimos meses. Ela está saudável e forte, mas também é temperamental.

— Mulher típica então. — Mason falou inexpressivo.

— Sim. — Cam respondeu sério.

A risada de Mason retumbou em seu peito para explodir ruidosamente. Cam juntou-se, ofegando.

— Sim, mulheres!

Subindo sob controle, Cam puxou mais algumas cervejas do refrigerador, jogando uma para Mason.

— Aqui.

Mason pegou, abriu e bebeu.

— Você sabe, eu meio que sinto falta de Mac.

Cam assentiu.

— Eu também. Espero que tenham uma boa visita em casa. Tenho certeza de que sua mãe ficará feliz que ele encontrou seu verdadeiro companheiro. Ele é um homem diferente desde que ele e Tristan finalmente se uniram.

— Eu tenho certeza que terão um ótimo momento. — Mason se inclinou contra o trilho da varanda. — Eu acho que Mac lutou no começo, mas ele se recompôs a tempo de não perder Tris.

— Eu nunca falei isso, mas acho que seu pai tinha algo a ver com isso. — Cam parecia pensativo. — Eu acho que seu velho não gostava de acasalamentos do mesmo sexo, mas ficou quieto. Bem, em público de qualquer maneira.

— Eu concordo. — Mason franziu a testa. — Eu o ouvi quando nós éramos jovens, apenas entrando na nossa adolescência, e ele se calou bem rápido quando me viu. Mas, Cam, ele falava sobre homens que não eram homens verdadeiros. Na época, não pensei nisso, mas acho que falava sobre os casais do mesmo sexo que tivemos no bando. Pensando bem, tenho certeza de que ele afetou Mac com sua estreita mentalidade.

— Sim. — concordou Cam. — Eu acho que você está certo.

— Tudo está bem quando termina bem. — Mason comentou. — Mac e Tristan estão juntos e não acho que já vi um casal mais feliz. Bem, além de você e Chastity.

Cam riu.

— Você se recuperou bem, meu amigo.

Mason riu.

— Eu fiz, não?

Quando Mason começou a rir novamente, Cam sentou-se para a frente, com a mão disparada.

— Quieto! Acho que ouvi algo.

— Vejo você amanhã. — Chastity acenou para Nate enquanto ela e Ryder deixavam o orfanato, Ryder empurrando o carrinho de passeio de Heather enquanto caminhava ao seu lado.

— Eu não quero te ver amanhã! — Gritou Nate. — Você deve descansar Chastity. A hora está próxima e eu não quero que você entre em trabalho de parto enquanto está aqui. Caramba, Cam me matará se isso acontecer.

— Pensarei sobre isso. — ela gritou por cima do ombro, rindo.

— Você está bem, alfa? — Ryder perguntou enquanto empurrava o carrinho, Heather adormeceu com o polegar na boca.

— Estou um pouco cansada. — Admitiu, sorrindo para a jovem pantera. — Eu aprecio toda a sua ajuda, Ryder. Você foi incrível nas últimas semanas.

— Meu prazer. — Ryder sorriu. — Eu amo estar aqui e fazer parte da matilha. É...bem, é o lar.

Ela sabia o quanto isso significava para o jovem órfão.

— Você é um membro valioso da matilha e posso ver você crescer para ser um candidato muito forte para beta. Continue aprendendo com Mason, Mac e o resto, e você virá a passos largos, Ryder.

— Obrigado. — Ryder corou, desviando o olhar por um momento antes de parecer arranjar a coragem para prosseguir. — Você acha, quando eu for mais velho, que eu poderei fazer parte dos guardas? Eu acho que é algo que eu gostaria de fazer. Você sabe, manter a matilha segura, significa muito fazer isso.

Chastity parou a mão no braço de Ryder enquanto assentia.

— Eu acho que é uma coisa maravilhosa de se almejar e tenho certeza que você chegará lá. Você será um shifter muito forte, Ryder, e se você provar a si mesmo para Mason, então eu tenho certeza que conseguirá.

— Obrigado. — Ryder agradeceu, novamente corando.

Eles entraram na floresta, o dia quente com o sol brilhando, mesmo que o inverno estivesse ao virar da esquina. Chastity alcançou o bolso do jeans, encontrando-o vazio e ela sorriu.

— Merda. Deixei meu telefone no escritório. Ryder, você pode voltar e conseguir isso para mim?

Ryder franziu a testa.

— Eu não devo deixar você sozinha.

— Eu sei... — respondeu Chastity — ...e você está fazendo um fabuloso trabalho de ser minha escolta, mas eu preciso do meu telefone e estou muito cansada para voltar. Você é rápido, Ryder, pode correr, pegar e voltar comigo em uma fração do tempo que me levaria a andar de volta. Por favor, apenas uma vez, você pode correr e buscá-lo para mim?

Ryder ainda parecia duvidoso quando Chastity pegou o carrinho dele.

— Eu andarei muito devagar até você voltar. Se o carrinho não seguir em movimento, essa pequena senhora acordará.

— Eu serei tão rápido quanto puder. — Ryder virou-se, movendo-se a uma velocidade vertiginosa quando Chastity riu.

— Droga, mal posso esperar para poder fazer isso de novo. — ela murmurou quando começou a avançar.

Seus tornozelos doíam, tão inchados que temia que nunca voltassem ao normal. Sua barriga tão grande que ela perdeu de vista seus pés há muito tempo e a azia que tinha estava deixando-a louca. Ela nem podia se divertir com seus alimentos favoritos sem que eles voltassem a mordê-la na bunda cada vez.

— Mal posso esperar. — Chastity falou em voz alta, falando sobre o nascimento iminente.

Agora, é algo que eu preciso falar com Cam sobre esta noite, pensou enquanto caminhava lentamente. Ela decidiu fazer um último check-up com o médico e então dizer-lhes que teria os bebês no acampamento. Ela era loba alfa, onde mais poderia ter filhos? Lugar algum.

Enquanto sua mente vagava, seu animal soltou um grunhido alto na cabeça. Chastity parou, olhando ao redor, e o sussurro que ouviu ao lado dela fez com que a batida do coração disparasse.

— Quem está aí? Não é engraçado assustar uma mulher muito grávida! Eu vou ...

Isso é tudo o que ela conseguiu antes que o perfume a atingisse, estranhos, bem, dois estranhos e um aroma que ela reconheceu. Um com quem ela lutou para colocar um nome. Chastity não teve tempo antes de aparecer diante dela.

— Que merda você está fazendo aqui?

Chastity olhou para o rosto irritado do alfa do qual ela e Cam tinha resgatado Heather. Ele rosnou enquanto outros dois homens saíam, um na frente e um atrás.

— Eu? Eu estou aqui porque o seu maldito companheiro falhou no nosso acordo. Então, eu enviei meus homens há alguns meses para descobrir esse lugar. Eu planejava pegar apenas você, mas, então, vieram e me disseram que você está grávida. Carregando o garoto do idiota, então eu deixei você sozinha. Eu sei o quanto vocês, lobas, comem quando você tem um bebê na barriga. Agora, descubro que você tem três pequenos bebês alfas dentro de você.

Chastity sabia que isso não terminaria bem, sua ira lutando com seu medo, e então ela fez a única coisa que restava para ela, abriu a boca e gritou.

Foi cortada de forma bastante rápida quando o homem atrás dela correu para a frente, agarrando-a pelo pescoço com um braço enquanto a outra mão se fechava sobre a boca. Ela tentou lutar, mas estava tão concentrada em não prejudicar seus bebês que, verdade seja dita, não fez muito. Seus olhos se encheram de lágrimas enquanto o alfa se inclinava para a frente, chutando o carrinho que segurava uma Heather adormecida.

— Fodido lixo. — ele cuspiu quando o carrinho caiu de lado, os gritos de Heather altos nos ouvidos de Chastity.

Ela chutou e tentou morder o homem segurando-a. Seu medo por Heather superou o resto quando o alfa olhou para a bebê chorando. Ele ergueu o pé com uma grande bota para segurar o rosto chorando de Heather e Chastity ficou louca, chutando, mordendo e arranhando como um demônio.

Os olhos do alfa se voltaram para os dela.

— Pare agora ou terminarei com esse pacote de merda.

Chastity acalmou-se, seus olhos trancaram com os dele, e ela assentiu. Quase desmaiou quando um pé se juntou ao outro no chão. Olhando para ela, ele assentiu.

— Se você se comportar e vir conosco calmamente, não pisarei na cabeça da abominação.

O medo que sentia nesse momento comeu seu interior, seu único pensamento era salvar sua filha caída no chão, chorando e ainda presa no carrinho. A mão sobre sua boca foi removida e ela falou com calma.

— Tudo bem. — Respondeu antes que fosse arrastada pelo caminho nas árvores.

— Fique segura, pequena. — ofegou quando perdeu Heather de vista.

Chastity tentou ficar calma enquanto era conduzida pela floresta.

— Cam encontrará você. Você sabe disso e você não tem ideia do que ele fará quando o fizer.

— Feche a boca! — O homem a segurando apertou o braço dela.

— Não será apenas o seu alfa que ele castigará. — gritou Chastity quando foi empurrada para frente. — Quero dizer. Cam encontrará você e todos vocês sofrerão.

— Você não o ouviu? — O alfa deu um passo à frente, seu hálito fedorento fazendo-a engasgar enquanto ele rosnava. — Cale-se. — Ele a empurrou e ela caiu, dor atirando por sua barriga enquanto um pequeno grito escapava dela.

Chastity foi puxada para cima e empurrada para frente, mas não conseguiu se mexer rápido, mal conseguiu se mexer, não agora que sentia fortes dores nas costas.

— Por favor preciso parar, algo está errado.

— Não. — Ela foi arrastada, seus pés pegando uma raiz e ela caiu para a frente, seus braços na frente para proteger sua barriga.

— O que você fará comigo? — Ofegou enquanto a dor em suas costas atingiu seu estômago.

O alfa riu.

— Terei estes bebês de raça pura e então decidirei se manterei você, ou não.

— Você está louco! — Ela tentou novamente argumentar com ele. — Cam saberá que é você e virá atrás de mim. Não há nada nesta terra que o impeça de o encontrar.

— Desta vez, estaremos prontos para ele, agora, mexa-se!

Ryder voltou, sem fôlego, e agora aterrorizado. Perfumes de lobos estranhos cercaram o local, Heather estava no chão, e não havia nenhum sinal de Chastity. Seu coração quase parou quando ele forçou seu cérebro a funcionar. Primeiro, endireitou o carrinho de passeio e acalmou Heather, então puxou seu próprio telefone, ligou para Nate e, ao mesmo tempo, ele usou o telefone de Chastity para ligar para Cam.

Nate respondeu primeiro, seu tom atrevido quase rindo.

— O que você esqueceu agora, Ryder?

— Chegue ao caminho, agora, você encontrará Heather, ela está sozinha e Chastity se foi. Cheiro de lobos estranhos. Não posso falar agora, tenho que ir ajudá-la. — Ryder desligou, empurrando o telefone de volta para o jeans antes de se despir.

Ele já estava com a roupa interior quando Cam respondeu.

— Desculpe, querida, fiquei conversando com Mason. Você está a caminho de casa?

— Alfa, é Ryder, algo aconteceu com Chastity. Ela se foi, Heather está aqui sozinha no caminho e eu posso sentir estranhos. Desligarei agora alfa porque eu tenho que ir ajudá-la.

Ryder ouviu o grito de Cam.

— Não! Ryder, não vá a lugar algum... — Mas ele pressionou “fim de chamada” e deixou cair o telefone enquanto tirava sua cueca. “Eu irei” sussurrou um momento antes de sua transformação, sua pantera lustrosa, negra, agora farejando para encontrar para onde eles levaram sua alfa.

Um pensamento o percorrendo: encontre e salve-a.

— Merda! — Cam lançou seu telefone para baixo, chutando as botas e correndo pela porta.

Mason levantou-se.

— O que está errado?

Cam falou uma palavra enquanto pulava pela escada.

— Chastity. — E decolou, transformando-se no meio do caminho, suas roupas rasgando-se e caindo no chão quando seu animal disparava em direção do orfanato. Ele não tinha dúvidas de que Mason seguiria, mas não podia esperar, tinha que ir agora.

Suas grandes patas correram com velocidade nascida do terror por sua companheira, rasgando o caminho bem gasto, sem ter em conta nada além de alcançá-la. Ele ouviu os uivos de Mason, um conjunto pré-arranjado de animais que era basicamente um alerta de emergência 911 para sua equipe de guardas e caçadores. Cam sabia que em breve haveria uma matilha de lobos no caminho para ajudar, mas não poderia parar, não podia esperar, ele tinha que chegar a Chastity.

Quando ele chegou no caminho, ouviu outro uivo, à sua direita: Ryder. Cam virou e se dirigiu para a jovem pantera. Parecia que ele estava com problemas. Porra! A própria besta de Cam rugiu, o ruído reverberando em toda a floresta quando ganhou ainda mais velocidade.

O coração de sua besta explodiu com o esforço de sustentar a velocidade que atravessava a densa vegetação subterrânea, ignorando tudo o que lutou para detê-lo. Em seguida, ele correu até que finalmente seus olhos de lobo viram uma visão que tinha seu coração gaguejar em seu peito: Chastity deitada no chão com dois homens de pé sobre ela e outro grande lobo prestes a acabar com Ryder.

O lobo de Cam uivou um aviso, não para alertar esses intrusos, mas para tentar salvar o jovem. A besta negra de Ryder estava deitada de lado enquanto o lobo muito maior perseguia-o e Cam se lembrou quando encontrou o menino, a pantera ferida, enfrentando um urso irritado. Cam rugiu de novo e, desta vez, o lobo virou em sua direção, bom, sua atenção não mais em Ryder, e Cam rezou para que o menino sobrevivesse.

Atravessando os últimos arbustos, o lobo de Cam derrapou e ele demorou um segundo para olhar para a companheira. Seu rosto pálido e dor mostrando claramente em seus olhos lindos.

— Cam. — Ela ofegou, uma das mãos segurando sua grande barriga.

Com um grunhido baixo, ele se virou para o lobo e soube imediatamente quem era. Ele permitiu por um momento que se amaldiçoasse por não terminar com o bastardo quando teve a chance, então avançou, pretendia fazê-lo agora.

O alfa rosnou contra os homens ao lado de Chastity e Cam sabia que ele logo lidaria com três inimigos. Melhor começar, pensou, correndo para frente para enfrentar a besta que derrubou Ryder.

Os dentes e as garras se encontraram no meio do ar enquanto se erguiam um para o outro, sem ganhar a vantagem, e ambos caíram no chão com lesões. Cam ignorou-as, voltando-se para entrar em conflito novamente com o filho da puta que machucou sua companheira. Seu animal quase selvagem quando ele quase perdeu todo o controle, seu lobo querendo uma coisa, rasgar este filho da puta e cuspir em seu cadáver.

Uma e outra vez, eles se rasgaram, as garras arranhando fundo, o sangue escorrendo de feridas abertas e os dentes afiados rasgando tudo o que achavam. A visão de Cam estava vermelha com fúria quando saltou de novo em direção ao alfa. Sabendo que ele tinha que acabar com este rápido, porque os outros dois eram lobos agora e prontos para atacar.

Foi então que ele ouviu um grunhido ameaçador nas sombras, Mason havia chegado.

Dois contra três: boas probabilidades.

O rosnar de Cam era baixo, cheio de ódio, e ele apreciava o pensamento de ter a garganta do lobo dentro dos maxilares. Seu animal correu para frente, sua enorme cabeça balançando de um lado para o outro, e o sangue escorrendo de sua grande boca. O alfa à sua frente recuou o máximo que pôde e Cam investiu com velocidade lançando o outro de modo que eles rolaram uma e outra vez, em um emaranhado de patas.

Sua besta poderosa lutou como um demônio, ganhando vantagem e, finalmente, ele teve o outro preso debaixo dele. O alfa soltou um ganido de submissão, mas o animal de Cam apenas grunhiu em troca antes de apertar as mandíbulas ao redor do pescoço e rasgá-lo enquanto o sangue brotava ao redor, cobrindo-o e ao chão.

Sua cabeça se elevou de volta, um rugido de triunfo rasgando o ar ao redor deles. Soltando o lobo agora morto, ele se virou para ajudar Mason, que estava se defendendo dos outros dois lobos. A besta de Cam resmungou, dirigindo-se para frente quando uma horda de lobos explodiu da floresta por todos os lados. Cam observou enquanto eles foram para ajudar Mason, rasgando os dois estranhos com crueldade. Cam sabia que eles não tinham chances e também sabia que deveria parar a carnificina, mas maldição, tudo para o inferno, ele não faria. Ele queria que sofressem pelo que fizeram com seu amor.

A besta de Cam virou as costas para o abate assustador e correu para Chastity. O chão coberto por um rio de sangue e partes de corpos enquanto o lobo de Cam se movia em volta deles para chegar a sua companheira.

Cam notou que três da matilha não entraram na briga, ficando ao lado da sua companheira para protegê-la. Mesmo em sua forma de lobo, sua garganta quase fechou com emoção à vista. A matilha protegendo a sua loba alfa.

Cam se transformou rapidamente e foi até sua companheira, todo o seu corpo coberto de sangue quando ele caiu de joelhos ao lado de Chastity.

— Baby, você está bem? Merda, merda, fale comigo, Chas, fale comigo.

Chastity virou-se para ele, a dor causando-lhe uma careta quando respondeu:

— Eu falaria se você calasse a boca tempo suficiente para eu ter uma palavra. — Ela franziu a testa enquanto o olhava. — Você está machucado.

— Eu me curarei. — respondeu Cam enquanto a puxava para ele. Seu coração doeu quando ela ofegou, um gemido de dor escapando dela.

— Eu acho que a decisão foi tomada Cam. — Chastity informou e estendeu a mão, agarrando seu rosto. — É melhor você me levar para casa. A minha bolsa estourou e tenho certeza de que estou em trabalho de parto.

— Merda! — Cam pegou-a cuidadosamente. — Mason, avance e obtenha Beth.

— Espere! — Chastity lamentou. — Ryder! Ele veio me salvar, Cam. Ele subiu contra um alfa para me salvar. Por favor, me diga que ele está bem.

Cam voltou-se para a pantera inconsciente.

— Acho que ele ficará bem. Está ferido, muito ruim, mas cuidaremos dele.

— Heather! — Chastity gritou. — Ele derrubou seu carrinho de bebê e queria matá-la. Ela está bem? Ele a deixou lá no caminho, no chão e sozinha!

Cam balançou a cabeça.

— Não tenho certeza, mas descobriremos. Oliver vá e descubra o que aconteceu com a bebê. Rápido.

O animal de Oliver acelerou pelo caminho para o orfanato enquanto Cam dirigia alguns dos outros lobos.

— Vocês podem levar Ryder de volta ao acampamento e ajudá-lo no melhor que puderem. Enviem Beth o mais rápido possível.

Quando vários lobos se transformaram, Cam se afastou.

— Tudo está sendo cuidando, agora a levaremos para casa e faremos com que Beth cheque você.

— Ok. — A cabeça de Chastity caiu contra seu ombro e ele ficou mais que um pouco surpreso quando seus olhos fecharam quando ela adormeceu. Surpreso, então preocupado. Nenhuma mulher dormia depois do que acabara de passar. Merda!

Suas pernas aceleraram quando ele começou a correr com sua companheira embalada com segurança contra ele.


Capítulo catorze

O rosto de Beth estava pálido quando se virou para Cam.

— Sua bolsa estourou...

— Eu sei disso! — Cam cuspiu, a preocupação com sua companheira, fez com que suas palavras doessem.

— Alfa. — Beth suspirou. — Eu preciso que você fique calmo. Um bebê já está coroando e quero tirá-lo o mais rápido possível. O fato de Chastity não ter despertado me preocupa, mas a nossa prioridade é tirar os bebês o mais rápido possível. Então, eu estou pedindo permissão para ajudá-los.

— O quê? — Os olhos de Cam se desviaram para Chastity deitada na cama.

— Eu quero ajudá-los e eu treinei no uso de técnicas para fazer isso. Não irei aborrecê-lo com detalhes, mas sei o que estou fazendo. Cam, você precisa confiar em mim.

Cam caminhou de um lado para o outro, sua mão passando pela cabeça enquanto lutava para controlar seu medo.

— Faça o que precisar fazer, mas não descobriu o que há de errado com Chastity? Ela não deveria dormir agora, deveria?

— Eu acho que ela entrou em choque. — Beth colocou uma das mãos no braço de Cam. — Não acho que seja algo mais sério do que isso, mas eu gostaria que você fosse tomar banho. Alfa, você está coberto de sangue e sangue coagulado e eu não quero nenhuma contaminação, então, tome um banho.

— Oh, certo, sim. — Cam olhou para seu corpo imundo, endurecido de Deus sabe o quê.

— Espere. — Beth levantou as mãos. — Eu preciso me limpar primeiro.

— Vá. — Cam apontou para o banheiro enquanto olhava para a companheira, seu coração, sua alma. Ele não podia perdê-la. Sabia, sem sombra de dúvida, que, se o fizesse, não continuaria. Sem Chastity ao lado dele, a vida não seria suportável, seu lobo uivou de acordo, enquanto orava com todas as suas forças para a Deusa para ajudá-la.

Quando Beth voltou, ela assentiu com a cabeça para Monique, que estava de pé na porta, preocupação gravada em seu rosto.

— Monique, talvez eu precise de sua ajuda. Você pode ir se limpar e voltar?

Monique apenas acenou com a cabeça antes de entrar no quarto do outro lado, enquanto Cam corria para o banheiro. Ele percebeu que ainda estava nu quando ligou o chuveiro e entrou para esfregar seu corpo. Cam demorou apenas o tempo suficiente para se purificar, saindo para esfregar uma toalha sobre ele rapidamente, e depois retornando ao quarto para vestir-se. Um par de jeans e uma camiseta limpa era tudo que vestia, depois voltou a limpar as mãos novamente, antes de se juntar a Beth e Monique.

Beth posicionou as pernas de Chastity, movendo-a gentilmente e depois perguntando a Cam.

— Você consegue ver isso?

Cam realmente não queria olhar, mas obrigou seus olhos para onde Beth fez um gesto.

— Sim.

— Isso, Cam, é a cabeça de um dos seus bebês. Agora, Chastity está apagada, então ela não está empurrando, isso significa que precisamos ajudar esse pequeno vir ao mundo. Eu usarei isso. — Cam olhou para o dispositivo de aparência estranha. — E me ajudará gentilmente a tirar o bebê. Uma vez que este bebê está fora do canal do parto, eu posso reavaliar a situação.

— Tudo bem. — Cam se moveu ao redor da cama, subindo para segurar a cabeça de Chastity em seu colo, acariciando seu rosto e sussurrando para ela suavemente — Chas, querida, tente acordar. Você sabe que ficará muito brava se você não ver isso.

Beth foi trabalhar e Cam tentou ignorar o que ela fazia com sua companheira. Monique ajudando em silêncio como se ela fizesse esse tipo de coisa todos os dias. Beth o viu olhando e sorriu.

— Monique ajudou com muitos partos em sua vida, Cam. Não se preocupe, cuidamos disso.

— Sim. — Cam bufou, sua língua natal surgiu como acontecia quando ele estava severamente estressado. — Como se isso fosse acontecer. Estou muito preocupado.

— Continue falando com ela. — Beth persuadiu enquanto se concentrava no que fazia.

Cam manteve os olhos firmemente no rosto de Chastity enquanto ouvia os movimentos de Beth, sua respiração difícil enquanto ela puxava entre as pernas de sua companheira.

— O pequenino está quase aqui. — Beth informou e Cam não conseguiu impedir que seus olhos baixassem.

Com outro pequeno puxão, viu um pequeno bebê escorrer do corpo do seu amor.

— Merda. — Ele ofegou ao ver a criança, ainda coberta de sangue deitada na cama.

Os ombros de Chastity se contraíram e ele ouviu sua respiração acelerar

— O que está acontecendo? — Ela perguntou, olhando-o.

— Olhe para baixo. — Ele balançou a cabeça e viu o choque atingi-la quando viu seu bebê. — Esse é o nosso filho. — informou, admirado pelo pequeno milagre diante deles.

— Não brinca, Sherlock. — Chastity ofegou quando uma forte contração a atingiu. — Porra, acho que preferia isso quando estava inconsciente.

Monique pegou o bebê, inspecionando-o atentamente antes de envolvê-lo em uma toalha aquecida. — Um menino, esse é um menino.

— Um filho. — Cam sorriu amplamente.

— Você quer segurá-lo? — Perguntou Monique enquanto a mão de Chastity apertava sua coxa com uma força que não sabia que ela possuía.

— Hmm, não. — Cam tentou tirar seus dedos dele. — Em outro momento, quando minha mulher não estiver tentando quebrar minha perna.

— Chastity, agora que você está acordada eu quero examiná-la e então podemos decidir como progredimos. Ok?

— Claro. — respondeu Chastity com os dentes cerrados. — Cam, onde está Heather? Ela está bem?

Beth correu para limpar as mãos antes de tocar Chastity, examinando-a completamente antes de assentir com um sorriso. — O bebê número dois já está posicionado e no canal, não deve demorar muito antes dele nascer. Então, Chastity, acho que devemos levá-la a uma posição mais confortável e que ajude o bebê a se mover livremente para baixo.

Cam assentiu.

— Heather está bem. Nate a encontrou, e ele e Brett estão cuidando dela.

— Oh, bom. — Chastity apertou os dentes.

— Cam, preciso que você mova Chastity agora. — O firme tom de Beth não aceitava argumentos. — Chastity, precisamos de você em melhor posição para ajudar com o parto.

—Tanto faz. — Chastity gritou, ainda agarrando a coxa de Cam.

— Cam. — Beth dirigiu-se a ele com uma sobrancelha levantada. — Eu quero Chastity de joelhos, de frente para a cabeceira da cama, que ela pode segurar. Você pode ajudá-la a apoiar-se porque esta próxima parte será difícil. Ela tem dois bebês para empurrar para fora e isso não é nada fácil. Então, vamos prepará-la.

Cam levantou-a suavemente, de joelhos, e segurou-a em seus braços quando outra dor a atingiu. Chastity apertou os dentes e ficou firme, ofegante quando terminou.

— Beth, não há tempo entre elas.

— Você só precisa se posicionar e empurrar com todas as suas forças, com cada um agora, Chastity.

— Fácil para você dizer. — Chastity quase rosnou.

Cam olhou para Beth para vê-la rindo.

— Não se preocupe Cam, eu ouvi coisas muito piores ao fazer isso.

— Chastity, preciso que você se concentre. Eu quero tirar os bebês assim que pudermos para que eu possa verificá-los. Eu sei que você foi empurrada para o chão várias vezes e eu vejo as contusões onde foi agredida. Então, precisamos ter certeza de que esses pequenos não tenham sido feridos de forma alguma. Ok? Você pode trabalhar comigo para fazer isso?

— Sim. — Chastity gritou enquanto abaixava, seu rosto estava com uma máscara de dor, e as veias no pescoço se destacando com a tensão.

Cam apoiou-a, Monique entregando-lhe um pano úmido para limpar-lhe a testa, enquanto lutava para levar seus filhos ao mundo. Seus gritos de dor o derrubaram profundamente e ele desejou poder fazer isso por ela, mas sabia que não podia.

Ele se sentiu indefeso enquanto a observava e, quando o amaldiçoava, ele apenas assentia.

— Eu sei querida, você pode me chamar do que quiser. Ainda te amo.

— Porra! — Ela rosnou enquanto abaixava novamente.

— Quase lá. — Beth incentivou. — Continue Chastity, mais difícil desta vez. Empurre com força.

— Estou empurrando o máximo que posso! — Ela gritou de volta, seu rosto vermelho como beterraba com o esforço.

— Eu sei que você está, continue. — Beth continuou como se Chastity não tivesse gritado. — Lá vamos nós, vamos lá. Não empurre Chastity, não empurre, o cordão está em volta do pescoço. Eu tenho que tirar isso.

— O quê? — Chastity uivou com dor. — Eu não posso evitar!

— Chastity, ouça-me e se acalme. — A voz de Beth se elevou, um tom de comando que Cam nunca ouviu antes.

Pareceu funcionar, pois Chastity colocou a cabeça na cabeceira da cama e ofegou com os dentes cerrados.

— Porra. — Ela gemeu quando Cam colocou o pano úmido na parte de trás do pescoço.

— Eu não farei isso novamente. Você me ouve, Sr. fodido Sinclair! Não acontecerá!

— Absolutamente. — concordou Cam. — Tudo o que você quiser, querida.

— Não me chame de querida! Você faz isso quando quer...

Cam a deteve.

— Chastity!

A risada de Beth encheu o quarto por um momento antes de ela finalmente dizer:

— Certo, Chastity, tirei o cordão, vá em frente. Empurre o máximo que puder.

— Agradeço! — Chastity gemeu, empurrando para baixo novamente.

Um som suave e agitado alertou Cam e ele rapidamente olhou para baixo enquanto a cabeça de Chastity aparecia para olhar abaixo dela. Uma minúscula cabeça e ombros estavam visíveis e, um momento depois, o resto do corpo deslizou livremente. Beth cortou rapidamente o cordão antes de entregar o bebê a Monique.

— Outro garoto. — informou Beth antes de examinar Chastity novamente.

— Eu acho que você precisa se deitar, Chastity. — A voz de Beth ficou calma, mas Cam viu a contração de seus olhos, como se estivesse preocupada.

Cam ajudou Chastity, levantando-a para colocá-la na cama encharcada de sangue, e assim que ela deitou, a mão de Beth voou sobre ela rapidamente. Ela franziu um pouco a testa.

— Temo que este não esteja na posição certa para entrar no canal de parto. Nós podemos esperar e ver se ele gira sozinho, ou, eu posso fazer uma manipulação externa.

— Merda. — Chastity rosnou. — Eu li sobre isso acontecendo. Beth estou cansada, além do cansaço, não acho que eu possa aguardar e ainda ser capaz de empurrar.

— É disso que eu estava preocupada, Chastity. — Beth colocou a mão na barriga de Chastity. — Eu posso tentar mover o pequeno, de modo que fique na posição certa para mover para baixo, mas isso pode doer.

— Não pode machucar mais do que já fez. — Chastity agarrou uma das mãos de Cam. — Faça.

— Chas, olhe para mim, bem aqui. — Cam apontou para seus olhos. — Estou aqui e superaremos isso juntos. Use minha força, Chastity, eu sei que você pode fazer isso.

Seus olhos trancados com os dele e ela sentiu se conectarem, no fundo dela sentiu seu vínculo com ele, de uma maneira que eles nunca fizeram antes. Cam viu seus olhos se alargarem ao sentir isso e ele assentiu.

— Use minha força alfa, Chastity, pegue e use meu amor.

Cam sentiu isso, uma estranha sensação de tornar-se mais fraco enquanto ela usava seu vasto poder alfa. Ele deu-o livremente, permitindo que ela tomasse o que precisava, e foi a voz de Beth que cortou a conexão.

— Feito! A cabeça está no canal. Empurre, Chastity.

Chastity sacudiu a cabeça.

— Droga! Isso foi estranho, e estranho é definitivamente a palavra.

— Sim. — Cam sorriu quando a ajudou a voltar aos joelhos.

A voz calma de Beth lhes deu esperança de que tudo estaria bem.

— Posso ver o bebê coroando, então estamos bons para ir, Chastity.

— Tudo bem. — Chastity respondeu muito mais calma do que tinha estado até agora. — Estou pronta.

Cam acenou com a cabeça, uma compreensão passando entre eles, enquanto ela abaixava para trazer seu terceiro filho para o mundo.

Este parecia ser muito mais fácil, Chastity agora usando uma força que ela não tinha antes, e sua cabeça se aproximou para beijar a bochecha de Cam.

— Obrigada.

— Eu nem sabia que poderia fazer isso. — ele sussurrou suavemente.

— Não usarei contra você por não ter feito isso antes. — A sobrancelha de Chastity subiu quando apertou os dentes para empurrar novamente.

— Está chegando. — A voz de Beth ficou cheia de emoção enquanto ajudava o bebê a nascer. — Cabeça fora, sem cordão ao redor do pescoço, então estamos bons para ir.

Chastity ofegou:

— Eu precisarei de férias depois disso.

— Eu a levarei onde quer que você queira. — Os olhos de Cam correram entre o rosto e as pernas dela.

— Bom, porque eu estou te dizendo, isso te custará caro. Grande momento.

— Menos conversa e mais pressão, por favor. — Beth ordenou com firmeza.

— Sim, senhora. — Chastity apertou seu maxilar e empurrou com cada grama de seu ser.

Quando seu bebê escorregou, Chastity soltou um gemido de alívio, sua cabeça caindo sobre o ombro de Cam.

— Acabou? Posso dormir agora?

— Ainda não. — Beth verificou o bebê antes de entregá-lo a uma Monique que esperava. — Uma menina. Dois meninos e uma menina.

— Agora, precisamos decidir os nomes. — Cam sorriu. — Estou feliz por decidirmos não conhecer o sexo antes, amor, você estava certa nisso.

— Eu estava certa. — O corpo de Chastity caiu. — Mas então estou certa sobre a maioria das coisas.

Cam riu quando Chastity se virou para Beth.

— Posso me deitar agora?

Beth balançou a cabeça.

— Desculpe, temos que lidar com a placenta agora.

— Droga. — Chastity gemeu. — Eu esqueci sobre isso. Cam, por que você não vai e conhece nossos filhos. Quero saber a cor dos cabelos, se são como você, ou eu, e caramba, apenas me dê detalhes.

Cam desceu da cama e, pela primeira vez, percebeu que Monique trouxera um dos grandes berços. Todos os três bebês estavam limpos, envoltos em xales e deitados um ao lado do outro. Ele podia diferenciá-los instantaneamente, a cabeça de sua filha coberta de cabelos loiros morango, seus olhos já tinham um tom de verde. O cabelo de seu primogênito era escuro como os seus, olhos azuis meia-noite olhavam fixamente para ele enquanto chupava o punho fechado. O cabelo de seu segundo filho nascido era loiro puro, olhos azuis-claros piscando e parecia estar prestes a começar a chorar.

Cam se abaixou, pegando-o e acariciando-o suavemente em seus braços enquanto transmitia tudo para Chastity.

— Ele está bem? — Ela perguntou ao filho que ele segurava.

— Sim, acho que está com fome. — Cam olhou para baixo para o pequeno em seus braços. — Eu acho que esse garotinho parece um Ewan.

Chastity grunhiu e respondeu:

— Eu falei que se tivéssemos um garoto que chamaria Cameron.

Cam assentiu.

— Eu sei que você fez querida, mas esse rapaz é definitivamente um Ewan.

— Estou cansada demais para argumentar, se você quiser chamá-lo de Jinx, então vá em frente.

— Sim, ele é definitivamente um Ewan. — concordou Cam quando ele o balançou em seus braços.

— Cam. — Chastity soltou um longo suspiro. — Eu gostaria de chamar a nossa filha de Mônica, em homenagem a minha mãe. Eu sei que falei que gostava de Aisla, mas estou me sentindo um pouco emocional agora e quero chamá-la de Mônica. Tudo bem?

— Parece bom para mim, Mônica Sinclair, sim, esse é um bom nome, forte para ela.

— E o nosso outro filho? — Chastity embaralhou para se sentar. — Ele será Cameron? Se não, eu gosto de Corey, mas se você tiver algo em mente...

Cam olhou para o filho que estava deitado pacificamente ao lado de sua irmã.

— Esse é um bom nome. Eu gosto disso. Corey.

— Tudo pronto. — Beth falou, empurrando as placentas em um lençol e colocando-os na porta. — Você deve descansar, mas precisamos limpar esta cama primeiro.

Cam sorriu.

— Nós temos um novo colchão, para o caso, vou buscar.

— Posso me limpar? — Chastity perguntou enquanto Cam colocava Ewan de volta ao lado de seus irmãos.

Beth assentiu, segurando a mão para Chastity.

— Eu a ajudarei no chuveiro e podemos dar uma lavada rápida, mas isso é tudo. Eu quero que você descanse para o resto de hoje. Você pode se levantar amanhã se estiver preparada para isso.

Monique começou a tirar as roupas de cama do colchão, empilhando-as ao lado do lençol amarrado na porta. Ela já levantava o colchão quando Cam voltou com o novo.

— Eu farei isso. — Falou quando entrou.

— Eu sou uma loba, eu posso lidar. — Ela riu quando tirou o colchão ofensivo da sala. — Você acabe de arrumar a cama para Chastity. Ela precisará de muito descanso depois de tudo isso.

— Ela terá. — Cam foi trabalhar, substituindo o colchão, fazendo a cama com roupas limpas e arrumando. Seus movimentos rápidos, enquanto fazia tudo para retornar o quarto ao que era antes. A cada instante, ele lançava um olhar sobre os trigêmeos, seu coração acelerado de amor com a visão de seus bebês. Como poderia deixá-los fora de sua visão? Ele não sabia se conseguiria.


Epílogo

Mac inclinou-se, as mãos nos joelhos enquanto tentava recuperar o fôlego.

— Droga. — Reclamou enquanto seus pulmões queimavam.

— Você está bem? — Tristan perguntou atrevidamente.

— Quem pensaria que quatro crianças pequenas poderiam cansar um lobo assim? — Mac levantou-se, seus olhos nunca deixando os quatro filhotes jovens que corriam pelo campo.

— Um é bastante difícil, mas quatro, é impossível acompanhá-los. — Os braços de Tristan rodearam a cintura de Mac por trás. — Mas você está fazendo um bom trabalho tentando.

— Você pensaria que seriam os meninos o problema. — Mac sorriu. — Mas não, Heather e Mônica causam algumas pequenas lágrimas. Eu não invejo o trabalho da Cam em mantê-las alinhadas quando forem mais velhas.

— Eu sei. — Tristan riu. — Mônica é um punhado, com certeza.

— Ela é tão selvagem como a urze que temos aqui. Não para.

— Ambas causarão muitos corações partidos quando forem mais velhas. — Tristan viu enquanto Mônica se afastava de seus irmãos.

— Eu tenho pena do pobre lobo que tentar domesticar qualquer uma delas. — Mac riu. — Ou quem é corajoso o suficiente para pedir a Cam se podem tirá-las.

— Seria um lobo mais corajoso do que eu, com certeza. — Os braços de Tristan apertaram a cintura de Mac. — Bem, se eu tivesse essa inclinação.

— Eu sei o que você quer dizer, Tris. — Os olhos de Mac observaram cada movimento das crianças, especialmente as meninas. — Você sabe que ainda estou irritado, por não estarmos aqui quando nasceram.

— Sim, perdemos toda a emoção, não é?

O tom de Mac baixou quando ele assentiu.

— Eu gostaria de poder afundar meus dentes naqueles bastardos. — Sussurrou a última palavra, sempre atento aos jovens ouvidos nas proximidades.

Tristan gritou:

— Mônica! Não puxe os cabelos do seu irmão!

Mônica virou-se, seus cachos loiros morango voavam sobre ela enquanto fugia da fúria irritada de Ewan. Tristan sacudiu a cabeça.

— Eu gostaria que estivéssemos aqui também. Sei que você poderia acompanhar Cam. Você é muito mais rápido do que Mason.

— Mason é um dos lobos mais poderosos que conheço. — Mac pareceu pensativo por um momento. — Eu acho que ele é até mesmo material para alfa, mas se ele quiser, precisará sair e encontrar outra matilha, ou montar uma por conta própria.

— Você nunca pensou nisso? — Tristan perguntou enquanto se aproximava, olhando para o rosto de Mac.

— Eu? — Mac levantou uma sobrancelha. — Não, nunca, estou feliz por ser beta. O estresse de ser alfa é enorme e, para ser sincero, prefiro ter meu tempo livre para gastar com você. Sem ter que sempre pensar no que deve ser cuidado para a matilha. Eu não sei como Cam faz tudo, o acampamento, a matilha e seus negócios. Ele é um homem mais forte do que eu, com certeza.

— Ele é único. — Tristan sacudiu a cabeça quando Heather se lançou atrás de Corey, puxando seus cabelos pretos rebeldes e correndo antes que seu irmão pudesse agarrá-la. — Heather! — Gritou Tris — Eu já pedi a você e sua irmã para não fazerem isso. Se você não parar, então, serei obrigado a contar para o alfa.

Heather parou, girando seus grandes olhos dourados para eles.

— Desculpe-me. — Balbuciou com um brilho malicioso nos olhos.

— Você é uma pequena senhora. — Mac sacudiu a cabeça, pegando a bola aos pés. — Voltaremos a jogar futebol. Eu não posso permitir que não saibam jogar futebol.

As crianças gritaram, correndo a toda velocidade em direção a ele. Mac rapidamente deixou cair a bola e chutou e as crianças correram, chutando, rindo e se divertindo enquanto ele e Tristan observavam.

Ambos ouviram a aproximação de Cam, virando-se para ver o alfa se aproximando rapidamente deles.

— Eles estão se comportando?

Tristan olhou para Mac, que apenas sorriu.

— O que você acha?

— Eu tomarei isso como um não. — Cam balançou a cabeça. — O que eu farei com essas meninas?

— Sem ideia. — Mac respondeu enquanto Cam parava ao lado deles, observando as crianças brincarem.

— Toda vez que fazem algo errado eu fico com raiva e então elas viram seus olhos para mim e meu coração simplesmente derrete. — admitiu Cam, enfiando as mãos nos bolsos do jeans.

— Eu sei, somos iguais. — confirmou Tristan.

— Chastity continua me dizendo que eu tenho que ter mãos mais firmes com elas ou piorarão à medida que envelhecerem. — Cam suspirou. — Acho que eu preciso ter cuidado com o que ela diz porque a última coisa que precisamos é que saiam dos trilhos.

— Eu simplesmente não consigo entender que Chastity pode controlá-las muito melhor do que qualquer um de nós. — Mac assistiu enquanto Mônica entrava em seu irmão, Ewan, derrubando-o.

Tristan deu um passo à frente, pronto para ir à ajuda do menino, mas Ewan levantou-se rapidamente e correu atrás da bola. Cam apontou.

— Vê o que eu quero dizer?

— Sim. — Mac sorriu.

— Ok, aqui vai. — Cam ergueu a voz. — Mônica! Venha aqui neste minuto.

Mac escondeu o sorriso quando a pequena respondia.

— Sim papai?

— Você foi informada sobre machucar seus irmãos, não é? — Cam perguntou severamente.

— Sim, papai. — Mônica olhou para cima — Desculpe-me.

— Isto não é suficiente. Mônica, eu quero que você vá para casa e diga a sua mãe que eu a enviei de volta por empurrar Ewan.

Os olhos de Mônica se arregalaram.

— O que? Não, papai, por favor, serei boa. Prometo.

— Mônica não recuarei desta vez. Vá para casa agora. — Cam apontou para a cabana atrás deles. — Neste instante, senhorita.

— Papai. — Mônica começou a discutir, mas Cam a olhou severamente.

— Se você não se mexer neste momento, eu deixarei sua mãe saber que você não foi apenas travessa, mas que você me desobedeceu.

Todos observaram quando ela inclinou a cabeça, lentamente, voltando para casa. Mac não conseguiu parar o riso.

— Muito bem, alfa. Use a mãe em vez de fazê-lo sozinho.

— Ei. — Cam ergueu as mãos. — Eu sou um otário para ela e sua irmã. Então, se não queremos que essas garotas fiquem selvagens, precisamos usar o que quer que seja, e confie em mim, Chastity funciona.

Tristan correu para longe quando Corey sofria uma queda forte.

— Você está bem? —Perguntou enquanto se abaixava para pegar o menino.

Corey esfregou o cotovelo que estava esfolado, o sangue escorria no pasto.

— Acho que eu preciso de um gesso.

— O quê? — Tristan perguntou, olhando para Cam.

— Um curativo. — Cam iluminou.

— Ah. — Tristan assentiu. — Eu acho que você faz homenzinho. Quer que eu o leve?

Corey agarrou a mão de Tristan.

— Sim.

Mac riu.

— Ele está pegando algumas das nossas palavras.

— Ele está. — Cam assentiu. — Todos eles estão. Eles gostam de suas viagens à Escócia e sempre voltam com algumas palavras novas. Por isso pedindo um gesso.

— É bom ouvir. — Mac viu como Tristan levou Corey de volta para a cabana. — Você sabe que tem muita sorte, Cam.

— Eu sei disso. — Cam sorriu quando viu Heather e Ewan se enfrentarem pela bola. — Eu teria que dizer que a vida é perfeita. Especialmente... — Cam olhou ao redor, baixando a voz e continuando — ...agora que Chastity está grávida novamente.

— Realmente? — Mac bateu Cam no ombro. — Quanto tempo ela está?

— Apenas um par de meses. — Cam encolheu os ombros. — Ela me fez jurar segredo desta vez e não é um nascimento múltiplo, graças a Deus, apenas um pequeno dessa vez.

— Mais uma bênção. — Mac sorriu seus olhos olhando para o espaço.

— Você sabe que você deveria pensar em adotar, não é? — Cam sabia que seu amigo desejava uma família.

— Sim. — Mac suspirou. — Eu tenho pensado nisso cada vez mais ultimamente, Cam. Tristan sempre comentou que estava aberto a isso, mas nunca senti o tempo certo. Você sabe? Mas agora, bem, acho que sim.

— Você será um excelente pai, Mac. — A mão de Cam apertou o braço de Mac. — Eu sei que você será. Então, meu amigo, vá para ele.

— Eu acho que vamos. — Mac inclinou-se para mais perto. — Há uma pequena garota no orfanato, nos tornamos próximos. Ela tem apenas dois anos e é tão adorável, a forma que diz Tris é tão fofo. Tenho pensado em conversar com Nate e Brett sobre nos deixar adotá-la para ver se tudo funciona, e se assim for, então queremos adotá-la oficialmente.

— Definitivamente aprovarei Mac. Não consigo pensar em dois lobos mais merecedores de ter um filho.

— Obrigado, Cam. — Mac apontou para as crianças. — Eu acho que é quase hora do jantar para eles.

— Sim. — concordou Cam. — É, foi o que Chastity me enviou para fazer, reunir os pequenos insetos.

— Crianças... — gritou Mac — ...hora da refeição.

Mac observou como imediatamente deixaram a bola, correndo de volta para casa.

— Acho que eles estão com fome.

— Eles estão sempre com fome. — Cam riu enquanto voltavam para o acampamento, encontrando Tristan no caminho.

— Obrigado por ajudar com eles hoje. — agradeceu Cam quando chegaram à sua cabana. — Eu sei que são um punhado.

— Nós os amamos. — afirmou Mac com sentimento. — E tenho certeza de que Chastity logo os colocará em forma.

— Sim. — Cam riu enquanto subia as escadas depois de sua ninhada.

— Tris. — Mac chamou, enquanto tomava sua mão e caminhavam lentamente pelo acampamento. — O que você acha de pedirmos para trazer Emily a casa para adotar? Vermos como será?

A mão de Tristan apertou a dele enquanto parava. Puxando Mac para ele, Tris olhou para cima, olhando-o nos olhos.

— Acho que é a melhor coisa que eu ouvi em anos. — Tris ergueu os braços, seus lábios o beijando gentilmente.

— Eu te amo, Tris, você sabe disso, certo?

— Eu faço, e eu adoro você, meu Lobo Highland. — Tristan deu um passo atrás, puxando Mac por trás dele. — Eu realmente gostaria de levá-lo para casa, agora, porque eu quero levá-lo para a cama e mostrar-lhe exatamente o quanto eu amo você.

Sorrindo Mac respondeu:

— Parece um plano para mim. Podemos falar com Nate amanhã. Esta noite, amante, será tudo sobre nós.

— Ei. — Tristan olhou para Mac maliciosamente. — Nós temos algum chantilly sobrando?

A risada de Mac encheu o acampamento enquanto assentia vigorosamente.

— Eu acho que sim!

 

[1] Isso é apenas uma abreviação de parte da " navegação por satélite " dos sistemas GPS ou GNNS para navegação, identificar locais precisos ou outros usos civis e militares. Pilotos e marinheiros usam esse termo. Este é um processo de navegação eletrônico versus manual
[2] Gíria Escocesa, na tradução literal, significa Silêncio.

 

 

                                                   A. K. Michaels         

 

 

 

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