Biblioteca Virtual do Poeta Sem Limites
ELE VEIO PARA LIBERTAR OS CATIVOS
Ela sentiu que havia algo diferente no lugar, desde o primeiro momento que atravessara a porta. Era como se a escuridão pairasse. Não podia definir. Mas, estava lá. Algo que ela sabia nunca ter experimentado.
Rebecca é médica, e era a primeira vez que entrava no hospital Memorial para começar seu treinamento em residência. Terminara o curso de medicina no mês anterior e, pela primeira vez em seus trinta anos, saía de casa. Não tinha idéia de que as tragédias que aconteceriam naquele hospital transformariam para sempre ela e o curso da sua vida. A escuridão sinistra que sentira no espírito parecia espreitá-la... espreitá-la... e, de repente a envolveria numa série de acontecimentos que testariam no limite máximo o compromisso dela com o Senhor e Salvador Jesus Cristo.
O primeiro teste viria logo. Rebecca já trabalhava há cerca de dois meses no hospital. Numa noite enquanto trabalhava na sala de emergência (S.E.), lá pelas duas da madrugada, trouxeram um homem aparentando ter trinta anos.
Quando viu o corpo dele todo machucado e estraçalhado, Rebecca recuou de pavor. Antes de ser médica ela já havia trabalhado como enfermeira em hospitais da cidade. Contudo, nem as experiências de seis anos nas S.E. faziam-na lembrar de ter visto algo semelhante! Mesmo na correria com os colegas de trabalho para salvar a vida do jovem pastor, ela não conseguia parar de pensar. “Como isto pôde acontecer? Quem teria feito tal coisa?” Era óbvio que ele havia sido torturado.
O seu corpo estava parcialmente sem a pele. Inúmeros eram os ferimentos de queimaduras, cortes, chicotadas e o mais terrível: buracos nas palmas das mãos causados pela introdução de ferros nela. Ele estava inconsciente e em profundo choque.
Depois dos cuidados médicos, o paciente estabilizado e transferido para o CTI, Rebecca procurou pelos policiais que haviam socorrido o moço. Eles não tinham muito o que dizer, a não ser de que parecia tratar-se de um caso típico de seqüestro. Acharam-no desmaiado e o primeiro pensamento fora de que estivesse morto. Recusaram-se a falar sobre o incidente e saíram rapidamente resmungando sobre ter de arquivar o caso.
Todos na S.E. voltaram às suas tarefas como se nada de anormal tivesse acontecido. Particularmente, ninguém parecia surpreso pela condição do paciente. Rebecca, novamente, sentiu aquela esmagadora atmosfera. Estava tremendamente confusa e preocupada. No entanto, a despeito das circunstâncias, o trabalho a esperava. Até então, nada em sua experiência de vida poderia tê-la preparado tanto como o choque que o testemunho do pastor causaria ao narrar o que lhe acontecera antes de entrar no hospital naquela noite. Ela, nem mesmo sabia que o próximo golpe seria contra uma de suas pacientes, uma pessoa que amava muito.
Mas, primeiro, deixe-nos descrever o treinamento que o Senhor deu à Rebecca preparando-a para tudo o que viria a acontecer.
Foi-lhe concedido o tremendo privilégio e bênção de nascer em um lar cristão. Seus pais oravam por ela diariamente. Quando muito jovem aceitou a Jesus como Salvador, mas não sabia nada sobre relacionamento pessoal com Ele. Cresceu em uma denominação restrita e rigorosa onde não lhe era permitido fazer amigos ou relacionar-se com pessoas de outros grupos. Foi rejeitada tanto dentro de seu meio, como fora dele. Ridicularizada e criticada na escola por membros de outros grupos, ela cresceu solitária. Além do mais, era muito enferma passando toda a infância ora em casa, ora no hospital. Descobriram depois, que ela possuía uma doença neuromuscular que, além de debilitá-la era incurável. Mas a dedicação e as orações de seus pais foram, para ela, estabilidade e proteção. Nenhum temor impediu que Rebecca entrasse em um mundo oculto. Ocultismo este que aprisiona tantos jovens com antecedentes similares.
No primeiro ano na escola de medicina, ela, finalmente, entregou todas as áreas de sua vida ao senhorio de Cristo. Deixou que Ele fosse o seu mestre, assim como o seu Salvador. Os quatro anos foram de intensa luta devido à doença neuromuscular e às dificuldades financeiras. Foram anos em que ela aprendeu a confiar no Senhor, a andar com Ele dia-a-dia, ouvi-lo falar em seu espírito, aprendeu a seguir Suas orientações e a experimentar a provisão divina para cada necessidade diária.
Antes de ingressar na escola de medicina, ela havia trabalhado, durante sete anos, como enfermeira. Então, como resultado do poderoso mover de Deus em sua vida, e de inúmeros milagres, ela abandonou a enfermagem, e voltou a estudar indo depois para a escola de medicina.
Na época em que entrou no hospital Memorial, Rebecca não sabia absolutamente nada sobre Satanismo ou mesmo sobre Elaine, uma poderosa bruxa que morava perto dali. Ela nem sonhava que o fato de andar com Cristo naquele hospital, causaria um impacto tamanho no mundo espiritual e que as forças das trevas ficariam enfurecidas. Viu-se envolvida numa luta tremenda. Elaine, uma das mais poderosas bruxas nos EUA, liderou um ataque organizado por muitas outras que usaram todos os poderes e habilidades da bruxaria para tentar matá-la.
O primeiro ano de residência é também o primeiro do treinamento que um médico recebe depois da faculdade, indo especializar-se em alguma área. É o mais difícil e temeroso, e não foi diferente para Rebecca, exceto que ela estava consciente de havia algo estranho e indefinível acerca daquele hospital. Algo que ninguém parecia notar. Nem mesmo seus colegas cristãos. Era como se fosse uma atmosfera de ódio, murmuração e luta em todo departamento, e, porque não dizer, em todo o hospital. Uma atmosfera extremamente fria. Deus usou as pressões físicas e emocionais desse ano para aumentar sua intimidade com Rebecca.
Ela constatou que, desde o começo, havia uma resistência incomum ao evangelho e, as pessoas com quem tentava compartilhar recusavam, enfaticamente, até mesmo ouvir. De fato, passados os seis meses que trabalhava no hospital, a administração recolhera dos quartos todos os novos testamentos. Colocaram nos postos de enfermagem o aviso de que o empregado que fosse apanhado “evangelizando” os pacientes seria despedido no ato. Não deixando de mencionar que, aos ministros não seria permitido visitar na companhia de outros que não fossem os seus próprios paroquianos. E, se tentassem evangelizar outros pacientes seriam escoltados pela segurança e advertidos a não retornarem mais. O Serviço de Capelania não era permitido. Na realidade, parecia haver um esforço no sentido de banir qualquer menção ao cristianismo dentro do hospital.
Rebecca fora designada para trabalhar no CTI. Entretanto, imediatamente, se viu mergulhada num turbilhão de atividades. Eram 120 horas semanais de trabalho árduo. Assim, ela atribuiu à exaustão a piora do seu estado físico.
Não obstante, o Senhor começou a falar-lhe firmemente no coração que ela deveria passar uma hora em oração, todas as manhãs, antes do trabalho. Deveria pedir pela instituição e também pela cidade porque o evangelho seria proclamado além de se tornar frutífero. Tão logo, começou a obedecer, achou-se, repetidamente, compelida pelo Espírito Santo a pedir ao Senhor que sujeitasse o poder das trevas naquele lugar. Sempre ela se via citando Números 10.35, onde Moisés diz:
“...Levanta-te, Senhor, e dissipados sejam os teus inimigos e fujam diante de ti os que te odeiam”.
Não sabia porque orava dessa maneira e, na verdade, era estranho para ela a situação. No entanto, insistentemente o Espírito Santo impulsionava-a a agir assim.
Como o Senhor mais e mais, queimava-lhe o coração pelas almas daquele lugar, ela começou a pedir-lhe, diariamente, a permissão para tapar a brecha pelo hospital e pela cidade do mesmo modo que está em Ezequiel 22.30-31:
“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim a favor desta terra, para que eu não a destruísse, mas a ninguém achei. Por isso eu derramei sobre eles a minha indignação, com o fogo do meu furor os consumi, fiz cair-lhes sobre a cabeça o castigo do seu procedimento, diz o Senhor Deus.”
Em particular, ela nem mesmo sabia o significado de “estar na brecha”, contudo, pedia ao Senhor que a usasse da maneira que Ele quisesse.
Nos primeiros meses no Memorial, Deus ensinou-lhe uma preciosa lição da total dependência d’Ele no exercício da medicina. Uma noite, muito tarde, fora admitido um paciente na Unidade de Tratamento Coronário. Possivelmente, tratava-se de um infarto, pois o mesmo tinha dores fortíssimas no peito e a pressão sangüínea estava muito alta. Naquela noite, Rebecca ficara responsável para examinar e cuidar do paciente. Ele deu-lhe uma lista dos remédios que usava e entre eles havia um que era muito bom para abaixar a pressão, ao mesmo tempo que reduzia o trabalho árduo do coração. O paciente, firmemente, assegurou-lhe de que estava tomando uma dose especial do remédio e Rebecca aceitou o argumento. Decidiu dar-lhe aquela dosagem na intenção de abaixar a pressão e assim evitar o infarto. O pior é que ela não sabia da gravidade do que fizera. A dosagem era muito perigosa, a menos que o paciente tivesse sido preparado gradualmente para tomar aquela quantidade.
Depois de uma hora, as enfermeiras vieram chamá-la dizendo que a pressão do paciente caíra muito e que além de estar em choque, ele parecia estar morrendo. O temor apoderou-se dela. Na aflição, chamou seu superior. Contou-lhe o ocorrido e perguntou o que poderia ser feito para reverter o efeito do remédio que administrara. De uma maneira impessoal, ele disse que ela cometera um estúpido engano e que não havia nada, absolutamente nada, a fazer, a não ser esperar, para ver se ele sobreviveria ou não. Não havia disponível, nenhum remédio que pudesse ser usado para anular os efeitos do que fora administrado. E, além do mais, o superior acrescentou que, quando residente, cometera um engano semelhante e que o paciente dele ficara com seqüelas, devido ao período do choque em que quase morrera.
Os pensamentos sobressaltavam-lhe a mente enquanto caminhava pelas alas escuras e solitárias na direção da Unidade de Tratamento Coronário para ver o paciente. O medo, a culpa e a autopunição eram os que dominavam. Corria-lhe pela espinha um suor frio só de pensar na possibilidade de ter matado o homem. Os pensamentos a torturavam: “...Deus criou o universo onde causa e efeito trabalham em harmonia. Agora, por causa desta estupidez, esse homem provavelmente morrerá já que o remédio é absolutamente irreversível depois do efeito estabilizado, então, não é preciso nem mesmo orar pedindo que Deus mude a ordem só por sua causa e seu erro.” Repentinamente, o Espírito Santo começou a mostra-lhe o erro dos seus pensamentos e, gentilmente, começou a fluir dentro dela, mostrando que ela era diferente! Ela era filha do Rei! E, sendo assim, possuía um privilégio especial que os outros médicos não tinham. Ela tinha o direito de pedir a Deus, o Pai, no nome de Jesus, para corrigir o engano, fora para isto, e muitas outras coisas, que Cristo morrera na cruz.
Abruptamente, virou-se e correu até a capela. Lá ajoelhou-se diante do Senhor e começou a orar fervorosamente, pedindo a recuperação do paciente. Baseou-se no fato de que era filha do Rei e que podia obter ajuda numa hora de aflição, como está em Hebreus 4.16:
“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, afim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.”
Rebecca levantou-se e voltou à Unidade. Ao chegar, constatou que a pressão sangüínea do paciente voltara ao normal e que ele já não sentia dor! Um novo eletrocardiograma revelou que o coração trabalhava normalmente. Passaram-se dois dias e ele saiu de alta não apresentando, absolutamente, qualquer seqüela!
Rebecca aprendeu a ouvir, sempre, a voz do Senhor. Vez, após vez, Ele falaria suavemente em seu espírito, ora revelando um engano antes que o mesmo pudesse trazer conseqüências sérias, ora despertando-lhe a atenção sobre algo esquecido ou desaparecido e, também, lembrando-lhe o que fora lido ou aprendido anteriormente. Ela aprendeu a orar e a jejuar pedindo que Deus revelasse a chave para diagnosticar doenças particularmente obscuras. Aprendeu, também, a depender do Senhor para dar-lhe habilidade nas mãos e nunca executar qualquer procedimento sem antes orar e pedir a Jesus, o Médico dos médicos, que a orientasse. Louvado seja Deus! Pois, em todos esses anos o Senhor continuamente tem sido fiel e não aconteceram complicações sérias como resultado do trabalho dela.
Passados seis meses de residência, novamente depois de ter sido designada a trabalhar no CTI, o jovem pastor que ela vira na sala de emergência, finalmente se recuperou a ponto de poder falar. Ela acompanhara o progresso dele bem de perto. Agora, orava por ele constantemente e, movida pelo Espírito, ia até o quarto dele para conversarem. Um certo dia, ele narrou-lhe o que realmente acontecera antes de ser admitido no hospital.
Bob era pastor de uma pequena igreja na cidade e envolvera-se em um ministério com ex-satanistas. Contou à Rebecca, que numa cidade próxima, existia uma grande comunidade satânica e que o satanismo estava desenfreado naquele Estado. Ele, sob o senhorio do Senhor, conduzira um bom número dessas pessoas a Jesus. Elas deixaram de servir ao diabo e fizeram de Cristo o Salvador e Senhor de suas vidas. Assim, expulsaram os demônios que habitavam em seus corpos em troca de poderes mágicos. Na noite em que ela o vira pela primeira vez, ele havia sido raptado pelos satanistas e levado a uma de suas reuniões. Colocaram-no sobre o altar, de frente para o grupo e o torturaram. Eles já se preparavam para pregá-lo em uma cruz, quando um dos membros gritou que alguém, lá fora, vira algo suspeito e chamara a polícia. (Os satanistas tinham acesso ao rádio da polícia e monitoravam todas as chamadas). Bob desmaiara enquanto estava sendo crucificado e esteve inconsciente até acordar na cama do hospital.
Como nunca ouvira falar em tal coisa, Rebecca estava atônita. Seria essa a explicação para a sensação que tivera no hospital? Outras revelações estavam por vir.
Na segunda vez em que fora escalada para trabalhar no CTI, aumentaram-lhe as preocupações. Nas noites em que estava de plantão, ficava responsável por todos os pacientes em estado grave. Como orava intensamente por eles, começou a notar que muitas mortes ocorriam sem qualquer explicação.
Normalmente, há uma ordem no desenvolvimento de uma determinada doença que leva à morte. Vejamos um exemplo: se um paciente fica em choque (pressão baixa) devido à alguma hemorragia, e se a mesma for estancada ou se o volume de sangue perdido for reposto através de transfusão, a pressão não deverá cair novamente, a não ser que haja outra hemorragia ou que esse mesmo paciente sofra de uma infecção generalizada.
No entanto, muitos dos pacientes de Rebecca, depois de estabilizados, sem qualquer razão aparente, pioravam o quadro clínico. Quando não era o coração que, de repente, parava de bater, era a pressão que descia à zero ou a respiração que cessava. Apesar de todos os esforços para salvar-lhes a vida, muitos morriam rapidamente. Rebecca presenciava a autópsia feita neles e, cada vez, ficava mais confusa quando a causa da morte não era outra senão a mesma que os trouxera ao hospital.
Outro problema que afligia Rebecca eram as freqüências dos casos de, como são chamados na medicina, “Psicose aguda do CTI.” Os pacientes, quando estão
sob “stress” de uma doença crítica, são transferidos para o CTI e ficam lá durante um determinado tempo. As luzes ficam acesas vinte e quatro horas. Os monitores ficam ligados e não existem janelas. Nessas condições, um considerável percentual fica desorientado e começa a ter alucinações, isto é, começa a ver coisas que não são reais. Coincidentemente, no Memorial, a incidência das “Psicoses do CTI” era bem superior ao que Rebecca presenciara em outros hospitais.
Ela se sentiu orientada pelo Senhor, a conversar com os pacientes para saber o que eles viam exatamente, e para sua surpresa, a maioria via demônios nos quartos!
Profundamente preocupada com a situação, ela começou a mencionar nas conferências as incidências das mortes e das psicoses. E, pelas manhãs conversava sobre o assunto com outros residentes. Porém, ninguém parecia preocupar-se com a questão ou, até mesmo, dar crédito ao que ela dizia. Depois da terceira tentativa, chamaram-na até a sala do diretor do programa de treinamento e advertiram-na para que se calasse. Disseram que ela não tinha experiência suficiente para saber sobre o que estava falando. Quando Rebecca argumentou, que a sua experiência, somada ao tempo de enfermagem e medicina, já era de dez anos, disseram que se ainda continuasse a criar problemas, seria cortada do programa de treinamento.
Assim, suas orações matinais tornaram-se intensas na busca de uma revelação do Senhor sobre o que estava acontecendo, e a primeira confirmação veio através de uma de suas pacientes.
Pearl era uma senhora negra do sul dos EUA, crente fervorosa que estivera sob os cuidados de Rebecca durante seis meses. Elas se amavam muito. Em uma determinada noite, Pearl chegou ao hospital muito doente e Rebecca a transferiu para o CTI. Na manhã seguinte, dentro da rotina normal de trabalho, ela foi ver os pacientes, e as enfermeiras disseram que Pearl estava alucinando. Rebecca assustou-se porque conhecia sua paciente muito bem. Sabia que ela era uma cristã fervorosa e que sofrera muito, por isso, não se entregava ao pânico facilmente.
No exato momento em que entrou no quarto, Pearl estava chorando. Quando Rebecca quis saber o motivo, ela disse que se não fosse retirada do CTI, uma enfermeira poderia matá-la naquela noite. Contou-lhe como procedera essa enfermeira ao cuidar dela na noite anterior: dissera à Pearl que não era necessário que ela lutasse para viver porque poderia facilmente reencarnar-se “numa vida futura”. A enfermeira falou, também, que invocaria “as entidades superiores” para levá-la para essa “maravilhosa vida futura.” Quando ela lhe impôs as mãos falando palavras em uma língua estranha, Pearl reconheceu que era um ritual de feitiçaria. Ela conhecia, por experiência própria, o vodu, a magia negra e os demônios e declarou tê-los visto no quarto. Disse à Rebecca que se o mesmo acontecesse de novo ela morreria, pois estava bastante debilitada para lutar.
Rebecca estava estarrecida! Ela conhecia Pearl o suficiente para saber que ela não estava mentindo e que também não estava louca. A enfermeira de quem Pearl falava, era uma senhora idosa, agradável, atraente e extremamente habilidosa. Além de organizada e inteligente, ela procurava certificar-se do bem-estar dos pacientes. E o pior: era respeitada pelos médicos e pelas outras enfermeiras. No conceito de Rebecca ela era um tanto indiferente e carrancuda. Porém, esse conceito, Rebecca atribuía às pressões do trabalho que ela exercia. De qualquer maneira, ela não podia achar defeitos no trabalho da enfermeira.
Não possuindo provas, era impossível conversar com quem quer que fosse, pois iriam falar que ela estava louca. Naquela época, ela pouco sabia sobre bruxas e quase nada sobre demônios. Então, só havia uma coisa a fazer: orar. Todo o tempo disponível, ela passava de joelhos na capela, em oração. (Na realidade, a capela estava sempre vazia porque ninguém a usava). No final do dia, o Senhor confirmou em seu coração que Pearl estava falando a verdade. Ordenou-lhe também, que durante a noite, assentasse à beira de seu leito, pois estava em estado tão grave que não poderia ser retirada do CTI e Rebecca poderia fazê-lo porque não estava de plantão naquela noite.
O que estava para acontecer naquela noite, mudaria para sempre a vida de Rebecca. Quando assentou-se ao lado da cama de Pearl, não esperando que, realmente, algo acontecesse, sentiu uma opressão demoníaca como nunca antes. Helen, a enfermeira encarregada do CTI, não entrou no quarto durante toda a madrugada. Rebecca sentia vir contra ela um incrível e invisível poder. Era como se uma mão gigantesca tentasse esmagá-la contra o chão e uma força invisível tentasse sugar toda a vida de seu corpo. Ela tentava entender a situação, cientificamente, repetindo para si mesma que tudo era fruto de sua imaginação, contudo, isso não a ajudou. Sentia-se tão fraca que não conseguia nem mesmo permanecer assentada. Pearl sentia o mesmo. Assim de mãos dadas e sem fazer barulho, elas oraram pedindo ao Senhor que as cobrissem com o precioso sangue de Jesus.
“Eles, pois, o venceram [Satã] por causa do sangue do cordeiro e por causa do testemunho que deram...” (Apocalipse 12.11)
Fora uma noite de uma luta espiritual tremenda. Mesmo assim, Pearl amanheceu segura e Rebecca retirou-a do CTI pela manhã.
Outras revelações vieram logo após. Semanalmente, Rebecca lecionava um estudo bíblico para algumas das enfermeiras que ela mesma conduzira à Cristo. Uma delas, Jean, finalmente contou-lhe como se envolvera no satanismo antes de se converter. Ela disse que Helen a treinara para que se tornasse uma médium, e estava para iniciar-se quando Rebecca entrou no hospital e começou a falar-lhe sobre Jesus, e como resultado, ela O convidou para ser seu Senhor e Salvador, recusando-se a manter qualquer relacionamento com Helen e as outras bruxas. Mas, mesmo assim ficou com medo delas.
De acordo com Jean, Helen considerava ser seu ministério escalar-se para cuidar dos pacientes mais graves no CTI. Então, quando estava com eles, falava que não era necessário que lutassem para viver porque poderiam, facilmente, reencarnar-se numa vida futura sem dores e sofrimentos. Assim, com ou sem o consentimento deles, ela pousava as mãos sobre os mesmos e invocava as “entidades superiores” para virem e acompanhá-los até a outra vida. Isso, naturalmente, fazia com que o estado deles piorasse e chegassem ao óbito. Jean estava temerosa de contar a situação a outras pessoas porque Helen ocupava uma posição de respeito dentro do hospital, e diante disso, ninguém acreditaria nela. De fato, depois de ter aceitado a Cristo, Jean transferiu-se para um outro turno, evitando, dessa forma, trabalhar com Helen. Foi, por intermédio de Jean, que Rebecca veio a saber também, sobre a comunidade satânica que existia ali perto da cidade. Além de ter uma das maiores distribuidoras de literatura do ocultismo, essa comunidade possuía também uma igreja. Toda a narrativa de Jean confirmava o que o pastor dissera à Rebecca, e, por isso, ela tinha medo de ter o mesmo destino dele. Na vizinhança, não havia ninguém, que levasse a sério a Comunidade. Sendo que isso era, precisamente, o que Satanás queria.
Através de outras fontes, Rebecca soube do envolvimento de enfermeiras e médicos com o ocultismo, e viu a necessidade de aprender um pouco mais sobre a Comunidade e sobre satanismo. Novamente, depois de levar o problema ao Senhor, obteve d’Ele a confirmação. Começou, então, a estudar a Bíblia fervorosamente para aprender mais sobre Satanás e seus demônios. Descobriu que eles podiam habitar nas pessoas, e elas, por meio dos poderes satânicos, podiam fazer qualquer coisa. Foi então, que Rebecca começou a guerrear ativamente contra Helen e os outros satanistas do hospital.
Em suas orações pela manhã, ela pedia a Deus que amarrasse os poderes do diabo nas pessoas que, especificamente, sabia estarem envolvidas com ele. Diariamente, à noite, antes de deixar o hospital, ela caminhava pelo CTI e outras alas e, tranqüilamente, mas de forma audível, usava de autoridade sobre cada espírito demoníaco onde os mesmos se encontravam ou onde poderiam estar durante o dia ou durante a noite. Amarrava-os com o poder do nome de Jesus Cristo e pedia ao Senhor que colocasse proteção especial sobre os pacientes resguardando-os das forças demoníacas.
Nas muitas noites que estava de plantão, era chamada ao CTI ou à uma das alas para ver um paciente que estava sofrendo piora do quadro clínico. Como Deus lhe dera discernimento de que tais problemas eram resultado da interferência demoníaca, ela aprendeu a valer-se de Lucas 10.19 e Marcos 16.17.
“Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo, e nada absolutamente vos causará dano.”
“Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome, expelirão demônios,...”
Foram muitas as vezes em que, assentada ao lado do enfermo, lutou silenciosamente em oração, amarrando e ordenando os demônios a saírem. Helen, por sua vez, do outro lado da cama desferia contra ela e o paciente, todo o poder maligno a seu dispor. Nas ocasiões em que Rebecca tentou usar de seus conhecimentos médicos para reverter o quadro clínico do paciente, constatou que eles seriam insuficientes se não fossem combinados à batalha espiritual em oração.
Naturalmente que, nem Helen, Satanás e as outras bruxas tinham prazer nas atividades de Rebecca. Por isso, a batalha já estava declarada. Rebecca tentou compartilhar com um casal de colegas cristãos o que estava acontecendo. Eles, no entanto, recusando a acreditar, disseram que ela estava doente, cansada e imaginando coisas.
Como a batalha se intensificasse, a doença neuromuscular de Rebecca piorou. Ela ficou sob os cuidados de um dos médicos chefe do hospital. À despeito das orações e dos esforços feitos a seu favor, ela sabia que estava morrendo. Finalmente, no último dia de sua residência, ela ficou tão doente que já não podia mais trabalhar. Uma avaliação médica feita por vários especialistas revelou que ela não viveria por muito mais tempo e que não havia mais o que fazer. Perguntaram-na se queria ficar internada ou ir para casa. Ela decidiu que iria para casa. Assim, Rebecca deixou a cidade e o hospital pensando que não mais iria vê-los. E seu coração estava bastante pesaroso pelas muitas... muitas almas que naquele lugar estavam cativas pelos poderes das trevas.
No agonizante mês que se seguiu a doença de Rebecca progrediu a ponto de deixá-la tão fraca, que já não conseguia andar e nem mesmo levantar-se da cama. Mesmo assim, possuía uma completa e maravilhosa paz. Jesus estava no controle e, era tudo o que importava. Noite após noite, quando as dores a impedia de dormir, ela desfrutava de uma doce comunhão com o Senhor e da esperança fervorosa de que Ele a chamava, logo, para o lar celestial.
Um dia, pastor Pat, o pastor de sua igreja local, veio visitá-la, e sendo o homem de Deus que era, não aceitava o fato de que Rebecca estivesse à morte e orava constantemente por ela. Certa feita, disse que Deus revelara não ser da vontade d’Ele que ela morresse.
O pastor disse-lhe, “Isto pode parecer loucura, mas estou certo que o Senhor revelou-me que, o que está acontecendo a você é um ataque de bruxas muito poderosas, e a piora da sua doença é devido a poderes demoníacos que estão sendo enviados contra você. Seria isso possível? Você conheceu ou esteve em contato com alguma bruxa?
De repente Rebecca entendeu! Por que ela não associara a piora de sua condição à batalha que travara com os satanistas no hospital? Ela nunca falara ao pastor sobre aquele assunto. Então, passou a contar-lhe o que acontecera no ano anterior.
Ele andava de um lado para outro profundamente preocupado. Finalmente, voltou-se e disse: “Eu sei que não é a vontade de Deus que você morra. Não tenho dúvidas de que sua enfermidade é resultado direto de bruxaria. Devemos orar e bloquear o poder dessas bruxas.” Como ele orou! Não apenas ele, mas os anciãos e cerca dos duzentos membros daquela igreja jejuaram e oraram por toda a semana. Fervorosamente, eles intercederam por Rebecca, pedindo ao Senhor que a cobrisse e anulasse o poder enviado pelas bruxas contra ela.
Ao final daquela semana, Rebecca estava quase inconsciente. Então, o Senhor fez com que ela lembrasse de uma passagem que lera no livro de Watchman Nee:
“A menos que um cristão esteja plenamente convencido de que seu trabalho terminou e que é a vontade de Deus levá-lo, ele deverá lutar com todos as suas forças contra a morte. Se os sintomas da morte aparecem em seu corpo antes que sua missão haja terminado, ele, positivamente deverá resisti-los. Admitir, baseados em nossa condição física ou emocional, que o nosso tempo terminou, é um erro de nossa parte. Nós, ao contrário, devemos ter convicção clara da parte de Deus no que diz respeito à nossa partida. Se vivemos para Ele, então devemos morrer para Ele. Qualquer chamada que não proceda d’Ele deve ser rejeitada. Para vencer a morte os crentes devem substituir a atitude passiva pela resistência. A menos que lancemos fora nossa atitude pacifista, não seremos capazes de sair da morte. E, aí, seremos zombados por ela e, finalmente, vencidos. Numerosos são os santos que confundem, hoje, passividade com fé. Alegam que entregaram tudo a Deus. Pensam que se não for a hora da morte, Deus os salvará. Porém, se essa hora chegou, que a vontade de Deus se cumpra. Esse comportamento parece correto. Mas, podemos chamá-lo de fé? Não! Absolutamente. É apenas passividade preguiçosa. Quando não sabemos a vontade de Deus, devemos orar: “Não a minha vontade, mas a tua seja feita”. (Lucas 22.42). Isso não quer dizer que não devemos orar especificamente levando diante d’Ele os nossos pedidos. O certo é que: Não devemos submeter-nos passivamente à morte. Deus instruiu-nos a agir em conformidade com o querer d’Ele. A não ser que saibamos ser Sua vontade, não devemos permitir que a morte nos oprima. Ao invés disso, devemos resisti-la. Eis o porquê de tal atitude: A Bíblia fala dela como sendo nossa inimiga (I Coríntios 15-26)”.
Do livro: O Homem Espiritual, Watchman Nee.
Enquanto o Senhor trazia à memória de Rebecca as passagens acima, o Espírito Santo suavemente, dizia que não era a vontade do Pai a morte dela, e que ainda ela teria muito trabalho a fazer. Portanto, ela deveria lutar e resistir a Satanás recusando-se a aceitar qualquer enfermidade ou morte trazidas por ele. Ela lutou por um pouco, porque, no fundo do coração, não queria viver. Não queria lutar. Queria era ir para o céu com o Senhor e desfrutar de toda a alegria e paz que aguardavam por ela. Porém, a voz mansa e doce do Espírito Santo insistia. Finalmente, com muitas lágrimas, mas com os pés firmados na Rocha, começou a resistir ao diabo e a ordená-lo a sair no nome de Jesus, e que ela não mais aceitava a doença ou a morte colocadas por ele. Após algum tempo, o Senhor revelaria para Rebecca, que a única razão pela qual Ele fora capaz de mostrar-lhe Sua vontade, e, fazê-la lutar resistindo a morte, devia-se à poderosa intercessão do pastor Pat e dos irmãos.
Os músculos de Rebecca estavam tão fracos, que ela teve que passar três meses se recuperando. O Senhor, no entanto, a sarou por completo. Assim, ela retornou ao hospital memorial para terminar o treinamento, pronta, ao menos para o encontro que o Senhor estava preparando para ela e Elaine, a bruxa que organizara o ataque para matá-la.
O casamento dos meus pais foi bastante conturbado. Meu pai era um beberrão que acreditava ser o dom de Deus para as mulheres. Ele maltratava muito minha mãe. Quando nasci ele parou aos pés da cama dela e disse-lhe que desejaria que eu tivesse morrido. Até que, finalmente, ela atirou um vaso contra ele.
Meu nascimento foi como qualquer outro, igual a centenas no mesmo dia por todo o mundo, exceto, que eu nascera deformada. Não tinha nariz, lábio superior e nem o céu da boca. É o que eles chamam de lábio leporino. Minha mãe quis me ver tão logo eu nasci, e para ela, eu era o bebê mais lindo do mundo. Sua primeira pergunta fora: “Ela poderá ser operada?”
Ela era muito... muito... pobre. Não tinha dinheiro e nem meios para consegui-lo. Naquela época, os programas destinados à população carente, não eram acessíveis como hoje, mas mesmo assim, minha mãe não era o tipo de pessoa que desistia facilmente só pelo fato de ser pobre.
Aconteceu que, no mesmo hospital, havia uma enfermeira chamada Helen. Ela dera assistência ao meu nascimento, e no mais, sabia da situação da minha mãe, e também dos maus tratos do meu pai. Helen não era uma pessoa comum, era uma poderosa bruxa membro de uma seita que apesar de pouco conhecida, se tornou uma das mais poderosas em nosso país. Os membros dessa comunidade prestam uma espécie de culto e adoração a Satanás e chamam a si mesmos de “A Irmandade”. Helen, era naquele tempo, o que eles denominavam em seus cultos de “a pessoa do contato”. O contato dela com minha mãe iria afetar não só todo o resto da minha vida como o de Rebecca também.
No dia seguinte ao meu nascimento, Helen aproximou-se da minha mãe com uma proposta. Se minha mãe permitisse que ela pegasse uma pequena quantidade do meu sangue, ela e suas “amigas” providenciariam todos os recursos financeiros e a ajuda necessária para a obtenção da melhor cirurgia e cuidados médicos disponíveis. Mamãe não conseguia entender porque ela oferecia tanto em troca de tão pouco. Porém, como não houvesse outro recurso para uma situação desesperadora como a nossa e, ainda, Helen assegurando-lhe o tempo todo, que não me causaria mal algum, mamãe, finalmente aceitou a proposta. Helen, era uma jovem senhora atraente, que parecia genuinamente sincera e preocupada no desejo de ajudar tanto minha mãe, como eu.
O que ela não explicara para a minha mãe é que o meu sangue era uma importante “venda”. O pequeno recipiente contendo o meu sangue, foi levado e dado a uma outra mulher chamada Grace. Ela fazia parte da seita satânica. Lá, era conhecida como uma “sacerdotisa superior”. A venda do meu sangue daria a ela maior poder, vigor e uma posição mais elevada na seita. Helen, também, obteve maior poder com a transação.
O sangue fora levado por Helen e dado à Grace, que durante a cerimônia, bebera do meu sangue. Isto fez com que ela e Satanás tomassem posse de mim. Assim, a partir daquele momento, eu ficara exposta à entrada de muitos demônios. Grace, sob a orientação do diabo, enviou especificamente, para o meu corpo, diversos demônios que moldariam minha vida, personalidade e futuro.
Mamãe, não sendo cristã, jamais poderia imaginar que, o quê ela fizera, iria me tornar numa pessoa marcada, cuidadosamente vigiada pelos satanistas. Mais tarde, como resultado, o meu próprio envolvimento na seita. Mesmo que mamãe jamais tivesse dito: “Tudo bem, você pode pegar um pouco do sangue dela”, no futuro, eu testemunharia a venda do sangue de outros bebês. Meu coração se afligia só de pensar nas conseqüências que “essas vendas” causariam no futuro deles.
Satanás tinha, agora, uma preciosa propriedade. Um novo bebê, onde os demônios poderiam habitar, crescer e tornarem-se poderosos e ágeis. Quanto mais eu crescia, tomando consciência de mim mesma, mais eu sabia que algo diferente e incomum, acontecia dentro de mim, entretanto, não sabia o que era.
Quatro dias, após o meu nascimento disseram à minha mãe que ela poderia levar-me a um hospital infantil perto dali. Lá, eu sofreria várias intervenções cirúrgicas. Muitas na verdade. Foram necessários dezesseis anos de cirurgias plásticas para que eu tivesse um rosto normal. Também, tive que freqüentar terapias para a correção da fala e da audição além das correções na arcada dentária. Era apenas o começo dos anos de muita dor, solidão e rejeição. Dor, porque a cirurgia plástica me causava dores como de queimadura quando na fase de recuperação. Solidão, porque eu não era como as outras crianças, e rejeição porque devido à deformidade no meu rosto, eu tinha poucos amigos. Eu me tornara rude e violenta. Aprendera a lutar para me defender. As interrupções, na escola, devido às cirurgias, desfaziam os meus círculos de amizade.
As crianças na escola pareciam se divertir. Faziam-me de palhaça, cutucando, empurrando e zombando, até que eu não mais pudesse suportar. Mudávamos de escola para escola. Eu não freqüentava a mesma dois anos consecutivos.
Meus pais achavam bom que eu não tivesse de enfrentar o mesmo grupo de crianças no ano seguinte. Porém, eu vivia a mesma situação. Acontecia o mesmo em cada escola. Um ano após outro de agonia. Nada, absolutamente nada, mudava.
Mamãe casou-se novamente, após o meu nascimento. Os meus pais não iam à igreja, e não me negavam o direito de ir, mas não iam. Ficavam esperando “um pelo outro”, e assim, nenhum dos dois dava o primeiro passo. Finalmente, eu me ajuntei a um grupo da igreja. Era um grupo ativo na Igreja Pentecostal. Eu tinha dezesseis anos e fora aceita na mocidade por que sabia cantar, tocar guitarra e bateria. Eu possuía muitos talentos, habilidade musical assim como habilidades artísticas. Foi uma época feliz, embora durasse pouco.
Enquanto crescia, descobri que possuía poderes inexplicáveis, entretanto, não sabia de onde eles vinham, o que eram ou o que fazer com eles. Algumas pessoas me disseram que eu tinha “dons” especiais. Tenho uma tia que conhece profundamente a bruxaria e o espiritismo, ela costumava atrair as crianças para exibir “jogos ocultos”, e eu demonstrava habilidades superiores com as cartas, tarô etc. Na adolescência constatei uma enorme habilidade para influenciar outros e fazê-los agirem de acordo com minha vontade. A minha força física era incomum.
Lembro-me de que no primeiro ano da escola secundária, depois da aula de ginástica, uma garota lésbica tentou abusar de mim, fiquei tão furiosa que quase a afoguei no vaso sanitário. Ela era bem maior do que eu, e se não fosse a intervenção de alguns adultos, eu a teria matado.
Permaneci na mesma escola todo o segundo grau. Meus colegas zombavam de mim, e a pior coisa do mundo nessa idade, é ver que seus companheiros, além de abusarem, zombam de você. Eu chegara ao ponto de não mais suportar a situação.
Certa vez, quando eu passava pelo corredor, o capitão do time de futebol gritou: “Olhem essa horrível lábio leporino!” Recordo-me de houver jogado os livros no chão e avançado na direção dele. O que consegui recordar depois foram os cinco professores tentando tirar-me de cima dele. Eu quase o matara. Deixei-o de nariz quebrado, assim como o queixo e inúmeros ossos da face. A minha força era sobrenatural. Naquele tempo, o garoto pesava cerca de cem quilos e eu não passava dos cinqüenta quilos. Mesmo assim, não sofri sequer um arranhão, nem nos punhos.
A “força” parecia de mau agouro, entretanto, eu gostava. Ela era o único jeito de ter paz e ninguém podia me maltratar. Hoje, vejo de forma diferente, mas, na época, ela era o único meio de ter um pouco de paz. Amava aquela força mesmo não sabendo de onde vinha, e o que eu queria era conseguir mais. Não demoraria muito e logo seria envolvida e arrasada por uma mentira de Satanás que eu lamentaria por muito, muito tempo, e ainda o faço. Mas, graças a Jesus que sempre me amou, mesmo que eu não O conhecesse. Foi nessa época que conheci Sandy, no grupo da mocidade que eu freqüentava. Ela também era da mesma escola que eu, e tínhamos a mesma idade. Sandy era uma “recruta” no Satanismo e me levou ao passo seguinte no plano que o inimigo traçara para mim.
Elaine:
Sandy tornara-se minha amiga. A propósito, a única que eu tinha. Eu a conheci no grupo de jovens que mencionei anteriormente. Quando íamos à igreja não era para ouvir sobre o Senhor, era para nos envolvermos com os garotos de lá. Trabalhávamos em várias programações da mocidade e, também, estávamos juntos para estudar e sair.
Ela era muito bonita, possuidora de uma situação financeira melhor que a minha, vestia-se muito bem e era muito popular. Não parecia se preocupar com a diferença entre nós. Eu pensava que ela era minha amiga, mais por pena do que qualquer outro sentimento. Na ocasião, eu não sabia que ela era uma “recruta” da Irmandade. Sandy disse-me, pouco tempo depois do incidente com o capitão do time de futebol, que notara uma força especial em mim. Foi então que falou-me do lugar onde eu poderia aprimorá-la. “Olha”, ela disse, “sei que você é triste e solitária e acho que sei onde conseguiria ajuda. A igreja que freqüentamos não se importa de verdade com você, e para ser franca, nem mesmo Deus. Se Ele quisesse não teria permitido que você nascesse assim.” Então, ofereceu-me a chance de ir a um “acampamento de jovens” do grupo a que ela e a família pertenciam. Ela o chamava de “acampamento da igreja”. Este ficava à poucas milhas de distância e aconteceria no verão. Pensei a respeito e, como estávamos de férias escolares, não tendo mais o que fazer, decidi ir.
Falei aos meus pais que iria a um acampamento de uma determinada igreja. Na realidade eles nem se preocupavam com o que eu fizesse. Estava ao mesmo tempo receosa e eufórica, pensava, que finalmente, encontrara uma amiga e que talvez ir com ela seria a resposta para a minha solidão e questionamentos concernentes à estranha força dentro de mim. Ela falara sobre o acampamento vários dias antes, descrevera-o como o lugar onde eu poderia ser aceita, reconhecida e amada. Lá, os meus poderes poderiam ser usados e aperfeiçoados. Iria tornar-me importante e famosa ou quem sabe, rica, além de poder ter tudo o que desejasse. Na medida em que falava, eu sentia o estranho poder dentro de mim revolver-se e intensificar.
O que Sandy não fizera fora mencionar a palavra “seita” e dizer a verdade sobre o grupo. Vou parar aqui para dar a você um resumo sobre o mesmo.
O grupo, que secretamente denomina-se “A Irmandade”, é constituído por pessoas que adoram a Satanás e são diretamente controladas por ele. É uma seita que, além de prejudicial, está crescendo rapidamente. Os dois maiores centros ficam nos EUA. Um na costa oeste, mais precisamente em Los Angeles, São Francisco, e o outro na parte ocidental onde moro. Eles se dividem em grupos locais chamados de “Assembléias”. Estas variam de cinco a dez pessoas podendo chegar a milhares. É a mesma seita que Hal Lindsey descreve em seu livro “Satanás está vivo e ativo no planeta Terra” e Mike Warnke em “Satã o vendedor”. Não esquecendo de que Doreen Irvine, na Inglaterra, escreveu sobre a mesma no livro “Livre da Feitiçaria”.
Esta seita, é extremamente secreta, e não se guarda nada que seja escrito. Até mesmo os contratos com Satã, assinados com sangue pelos membros, são queimados pelo sacerdote superior e pela sacerdotisa superior. (Isto não é nem do conhecimento dos membros que estão em uma posição inferior). Os satanistas se infiltram em qualquer nível da sociedade, rica ou pobre. Estão entre os de educação superior, a polícia, oficiais do governo, homens e mulheres de negócio, e até entre os chamados ministros cristãos. Muitos freqüentam a igreja e são considerados “cidadãos de respeito”, devido ao envolvimento nas atividades civis locais. Tudo funciona como disfarce, vivem vidas duplas e são experientes mestres do engano.
“E não é de admirar; porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.” (II Coríntios 11.14-15)
Nas reuniões, eles usam nomes falsos, para que ao se encontrarem nas ruas, não reconheçam uns aos outros pelo nome verdadeiro. Eles são rigidamente disciplinados por Satanás e seus demônios e praticam sacrifícios humanos várias vezes ao ano e sacrifício animal mensalmente. Os sacrifícios humanos, em sua maioria, são de bebês nascidos de casais membros da seita. Todos os cuidados e até o parto são realizados por médicos e enfermeiras dentro da Irmandade. Assim, a mãe nunca é vista, o bebê não é registrado e nem mesmo sua morte. Entre os sacrifícios estão: os que são raptados, um determinado membro quando está sob disciplina ou os voluntários. Os últimos, penso eu, é por não suportarem mais a si mesmos.
Muitos são assassinos frios e sanguinários, extremamente habilidosos.
Cada Assembléia é liderada por um sacerdote superior e por uma sacerdotisa superior. Eles chegam à essa posição, quando acham “graça” diante de Satã, por meio da execução de determinadas tarefas e pela obtenção de altos poderes de bruxaria. São muitas as disputas entre os membros dentro da própria seita. Existe também uma sociedade elitizada de bruxas que se denominam As Irmãs da Luz. Não deixando de mencionar outros grupos nos EUA que se denominam “Os Iluminados”. A maioria não faz parte da Irmandade. Os que são ligados a ela são os Iluminados que descendem diretamente dos “Druidas” (sacerdotes dos antigos Celtas) na Inglaterra. Eles são perigosos e extremamente poderosos. Praticam com freqüência sacrifícios humanos.
As Irmãs da luz vieram da Europa para os Estados Unidos em meados do século XVIII, época sombria no continente europeu. Não obstante, suas raízes fundamentam-se nas feiticeiras do Egito antigo e da Babilônia que possuíam poderes o suficiente para reproduzir três entre as dez pragas enviadas sobre o Egito no tempo de Moisés (veja Êxodo capítulo 7). Elas são incrivelmente poderosas. Capazes de produzir doenças e até mesmo morte sem ter o mínimo contato físico com a vítima. Para tanto, contam com a cumplicidade dos demônios. Infelizmente, são iludidas a pensar que estão no controle, quando, na verdade, elas é que são controladas e usadas para os desígnios do diabo e seus demônios.
Incríveis atrocidades são cometidos na seita por pessoas controladas pelos demônios. Elas chegam ao extremo de perder todas as emoções de amor e compaixão e tornam-se tão cruéis que dificilmente parecem humanas. Abordarei sobre esse assunto mais tarde.
O rápido crescimento da Irmandade é um marco do final dos tempos e um cumprimento da profecia bíblica.
Nos Estados Unidos, e por todo o mundo, existem milhares de pessoas e seitas que adoram e servem a Satanás usando diversos e diferentes nomes. Muitos o chamam de “mestre”. Os costumes e estilo de adoração variam muito de uma organização para outra.
Eu, pessoalmente, acabei dentro de uma dessas seitas quando fui ao acampamento naquele verão. Ficara bastante excitada. Excitação essa, que se perde à proporção do que se vê, sente e escuta. Levaram-me, primeiramente, a um salão onde ficamos a fim de que eu me sentisse à vontade. O acampamento possuía muitas instalações: museus, bibliotecas, lugares em que eram praticados a quiromancia, o hipnotismo, a leitura do tarô e das cartas e o vodu. Alguns adeptos, viviam lá o ano todo, enquanto que outros não. Era nesse lugar que a seita funcionava oficialmente sem o conhecimento do público.
Freqüentamos muitas aulas em que fomos ensinados a usar e aprimorar nossos “poderes”. Sandy levou-me ao primeiro encontro com as Irmãs da Luz. Mais tarde, eu viria a saber que elas me vigiaram por toda a infância desde a época em que meu sangue fora “vendido” por Helen e Grace.
Sandy levou-me a uma enorme igreja satânica, que ficava aos fundos, duas horas antes da principal reunião da noite. Como o sol estava se pondo, toda a igreja ficara escura, exceto pelas treze velas cuidadosamente dispostas ao chão na parte da frente do recinto. Elas formavam sombras medonhas. E, essa sombras eram das treze figuras assentadas, cada uma, atrás de cada vela. À medida em que nos aproximávamos pude notar que se tratava de treze mulheres. Estavam vestidas igualmente, com túnicas longas e brancas. Tinham, também, capuzes nas cabeças e estavam assentadas com as pernas cruzadas sobre o chão limpíssimo, as costas eretas, os braços cruzados sobre o peito, olhavam fixamente e totalmente concentradas para as velas.
As velas mediam cerca de setenta centímetros de altura por 8 de espessura. Eram de cera preta, colocadas no topo de longas escotas de papel elegantemente decoradas. A cera derretida caía sobre o papel. As mulheres não usavam jóias ou quaisquer enfeites, não faziam movimentos, exceto, o dos lábios pelos contínuos cantos e zumbidos das preces oferecidas a Satanás. Havia naquele lugar um poder que, ao mesmo tempo que me fascinava, me assustava. Pude senti-lo enquanto observei aquele ritual de duas horas.
Na noite seguinte, fui levada outra vez, para assistir a mesma cerimônia. Sabia que eram As Irmãs da Luz apenas porque Sandy dissera. Outros se referiam a elas como as “Mães”, e poucos nem mesmo sabiam que elas eram um grupo elitizado. Os homens não sabiam nada sobre a identidade delas, porque eram estritamente excluídos do grupo. Entretanto, eram a força na seita e formavam uma rigorosa guarda. As Irmãs não toleravam “fraqueza” em quaisquer dos membros. Os “fracos” eram destruídos e poucas eram as mulheres jovens no meio delas.
Aproximara-me de uma das mulheres depois do ritual na segunda noite e ela disse que observara meu interesse e conhecia o poder que eu possuía. Falou, também, que queria que eu fizesse parte do programa de treinamento. Eram casuais e bondosas. Disseram que eu poderia desenvolver e aprimorar meu poder. Assim, engoli a isca, a linha e afundei.
No começo, diziam que eu poderia ter grandeza e usufruir do poder para ter o que quisesse. Foram, também, as primeiras a dizer-me que aquele poder era de Satanás e não de Deus. E que aquele, e não este, era o verdadeiro Deus. Ensinaram-me a cantar e fazer as preces, e que para tudo o que necessitasse era só acender minha vela e depositar as orações diante dela. Não deveria ser egoísta pedindo só para mim, deveria orar pelos outros e o pedido poderia ser tanto para o sucesso, como para a ruína de alguém. Não houve nenhuma diferença nesse sentido enquanto o nome no papel continuou o mesmo: o meu.
Chegou, finalmente, o último dia do acampamento e eu me preparei para voltar. Num relance confrontei-me com o fato de que a bondade das pessoas, naquele campo, era uma fachada e que o meu envolvimento não era nenhum jogo e nem voluntário. Quando encontrei Sandy para a viagem de volta, ela disse-me que acabara de conversar com as Irmãs da Luz e que elas estavam oferecendo treinamento “especial” para mim e os outros “especialmente dotados”. E, que tanto o sacerdote superior como a sacerdotisa queiram falar brevemente comigo na igreja antes da partida.
Acompanhada pelos outros entrei no templo. Tínhamos acabado de entrar quando os guardas nas portas nos barraram e disseram que esperássemos diante do pequeno grupo na frente da igreja. A sacerdotisa superior aproximou-se dizendo que havíamos sido escolhidos para nos tornarmos integrantes da Irmandade. Para isso, teríamos de assinar um pacto de sangue com Satanás na reunião da noite seguinte. Perguntei o que havia no pacto, e a resposta que me deram foi que eu entregaria meu próprio corpo, alma e espírito ao “nosso grande pai Satã”, em gratidão às muitas bênção vindas dele. Comunicaram-nos que se não o quiséssemos fazer, eles usariam de certa “persuasão” para mudar nossas mentes. Retruquei que, sob nenhuma circunstância, assinaria tal contrato. No mesmo instante, a sacerdotisa advertiu-me que eu não teria outra escolha. Olhei diretamente nos olhos dela e disse: “Vá para o inferno! Sua bruxa! Acho que vocês são todos esquisitos e não farei isso.”
Imediatamente, um dos guardas veio por trás e agarrou o meu braço pelo punho, puxando-o para trás com tanta força, que senti como se estivesse quebrado. Falou que eu deveria ajoelhar-me diante da sacerdotisa e que deveria pedir perdão pelo meu desrespeito, senão ele iria me bater até que o fizesse. Insultando-o gritei: “Então vá em frente! Comece! Porque não me curvarei para mulher nenhuma!”.
Ele atirou-se sobre mim e no primeiro agarro, jogou-me com toda força no templo. Não me recordo de nada, a não ser, o momento em que acordei numa cela. Ela media cerca de um metro e meio por um metro e meio, tinha o chão de madeira áspera, e estava completamente vazia. Na porta, tinha uma pequena janela, de modo que eu pudesse ser observada pelo lado de fora. Era completamente escura, e eu ficara lá por vinte e quatro horas. O que me pareceu vários dias. Não era permitido dormir, as vozes bradavam todo o tempo. Diziam-me, repetidamente, que toda glória, honra e veneração eram devidas à Satanás. E que eu deveria pedir perdão a ele, o senhor do universo. Diziam, também, que se eu não aderisse às regras e assinasse o pacto, eles me torturariam e matariam minha família que já estava sendo observada por eles. Não me deram água ou comida durante aquele período.
Na noite seguinte, levaram-me à uma outra sala onde fui encontrada por duas Irmãs da Luz. Ajudaram-me a tomar banho e colocaram uma túnica sobre o meu corpo nu. Fiquei descalça. A túnica chegava ao chão e fora amarrada à cintura por um cordão branco. Nela havia capuz e mangas longas e não tinha enfeites. As mulheres disseram-me para não lutar e tentar impedir meu destino, disseram que receberia maravilhosas bênçãos como resultado da entrega ao “meu pai Satanás”.
Transportaram-me à reunião dentro de um furgão. De modo que eu não pudesse ver para onde estávamos indo. A reunião não era na igreja porque vi, de relance, a construção quando bruscamente colocaram-me nela. Não tinha janelas e os fundos eram de madeira. Parecia um armazém construído numa fazenda. No chão de madeira havia feno. Era um lugar isolado.
Era iluminada apenas por algumas velas que tremulavam nas paredes. Estavam arranjadas em grupo de três: uma preta, uma vermelha e outra branca. Estavam presentes cerca de duzentas a trezentas pessoas assentadas em bancos planos de madeira, virados para a frente da construção. Na frente, havia uma plataforma com tochas, cerca de um metro cada uma, que ardiam nos cantos. No meio da plataforma um altar feito de pedras asperamente cortadas. Construíram-no sobre cavaletes (aprenderia mais tarde que estes cavaletes eram para promover fácil mobilidade). As pedras eram cinzas com manchas amarronzadas do sangue de muitos sacrifícios. Tanto de animais como de humanos.
Apesar do medo e do cansaço, senti uma comovente excitação enquanto o tremendo poder invisível do lugar parecia fazer reagir o poder em mim. O incenso estava queimando e enchia o recinto com o ardor. Penso que existia algum tipo de droga nele porque rapidamente me senti um pouco tonta. A sala estava completamente silenciosa enquanto a platéia aguardava com expectativa, o surgimento dos encapuzados sobre a plataforma. Depois de um sinal, que não fora visto, muitos sininhos começaram a tocar, e das sombras surgiram o sacerdote superior e a sacerdotisa superior.
Ambos vestiam túnicas idênticas. Eram de cetim, do mesmo modelo da minha, e adornadas de vermelho nas orlas e nos punhos das mangas. Os cordões à cintura eram dourados. Estavam descalços como todos os outros e tinham nas mãos cetros medindo cerca de um metro. O cetro dela era dourado, no topo do mesmo havia uma cruz de cabeça para baixo e uma serpente enrolada ao redor do cabo e, também, sobre a cruz. Já o dele, tinha o mesmo desenho só que de prata. Eram carregados solenemente na curvatura dos braços A presença de ambos os sacerdotes indicava autoridade e pela primeira vez tive consciência do poder que eles tinham e invejei-os. Os guardas estavam fora e dentro do recinto fortemente armados. Pela primeira vez eu estava em um ritual de verdade. Tudo o mais foram jogos, brincadeiras e exibições. Depois dessas observações, dois guardas me levaram até ao altar, e fomos apresentados à congregação como os novos membros “ansiosos” para congregar. O sacerdote voltou-se primeiro para mim e disse: “Irmãos e Irmãs de Satã, trazemos a vocês esta filha, Irmã Coragem (meu novo nome), ela está aqui porque pediu para se tornar uma de nós, e agora, diante do nosso senhor, mestre do universo e também destruidor, Satanás, dizemos: “Esta filha, irmã Coragem, damos a ti para que faças dela o que desejares. Nós prometemos a ela tuas bênçãos como nos guiastes a fazer”.
Em seguida, deram-me uma faca para que eu cortasse meu dedo. Como recusei-me a fazê-lo, um dos guardas deu-me uma violenta chicotada nas costas fazendo-me contorcer de dor. Não obstante, estava determinada a não me curvar perante eles. Com um movimento rápido da mão a sacerdotisa superior fez sinal para que ele parasse de me bater. Disse em tom de desdém que haviam outros meios mais eficazes de mostrar-me meu erro.
Atônita eu olhava enquanto ela e o sacerdote tomavam lugares, opostos, em um enorme pentagrama (estrela de cinco pontas) desenhado no chão no meio do altar. Ele fora desenhado dentro de um círculo. Havia, também, velas pretas em cada ponta da estrela.
Com um simples movimento das mãos, a sacerdotisa acendeu-as sem sequer tocar nelas. Começou então o encantamento. O sacerdote ajuntou-se ao coro. Em determinadas partes, marcadas pelo badalar de pequenos sinos, a platéia cantava junto.
Repentinamente, o pentagrama ficou invisível sob uma cobertura de fumaça e uma ofuscante luz. A sala encheu-se, instantaneamente, de um odor de enxofre queimado. Um demônio gigantesco manifestou-se no centro do círculo. Bandeiras rodeavam-no. Sua altura era de aproximadamente dois metros e meio. Ele olhou-me de um jeito ameaçador movimentando-se para frente e para trás. A sacerdotisa superior (Grace) voltou-se para mim e disse que se não assinasse o pacto, o demônio iria me torturar até me matar. Já era o suficiente! Nunca sentira lauto medo. Mas, ao mesmo tempo desejava ardentemente o poder demonstrado por Grace. Estava determinada a ser tão poderosa como ela. Só assim, poderia vingar-me de tudo o que os outros me fizeram.
Quando consenti em assinar o contrato, duas mulheres vieram e colocaram uma túnica preta sobre a branca que eu vestia. A túnica preta, feita de algodão, era do mesmo modelo. A cor preta indicava que eu não era mais uma novata. Peguei a faca que me ofereceram e cortei profundamente o dedo. Mergulhei uma pena em meu próprio sangue e assinei o pacto. Assim eu entregava meu corpo, alma e espírito a Satanás.
Terminando de fazê-lo, fui envolvida em uma descarga elétrica de energia que começou no alto da minha cabeça indo até as pontas meus dos pés. Foi tão forte que caí nocauteada ao chão. Ao tentar me levantar, constatei que Grace estava fazendo outro encantamento. Invocava outro demônio. Este, dizendo que moraria dentro de mim, aproximou-se pegando-me rudemente pelos ombros antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, e logo, senti-me agonizar. Um calor intenso apoderou-se do meu corpo e senti aquele cheiro de enxofre novamente. Desmaiei em meio àquela agonia e só acordei quando fui rudemente carregada para o caminhão para a viagem de volta. Estava tão exausta e confusa pela falta de sono, comida, água e pelos maus tratos, que não podia compreender o sentido exato de tudo o que acontecera a mim.
Permaneci no acampamento por mais duas semanas até que meus ferimentos e queimaduras sarassem. Quando cheguei em casa, estava certa de ser uma das pessoas mais poderosas da terra. Sabia possuir uma força fora da compreensão da maioria das pessoas e pensava que nada, nem ninguém, poderia destruir-me.
Como estava errada!
Elaine:
Agora, eu era um membro da Irmandade, com um novo nome, e me tornara, como é conhecido, uma bruxa. Passado um mês, após a assinatura do pacto com Satã, e tive meu primeiro encontro com a sacerdotisa local. A assembléia que se reunia em minha cidade era enorme, quase mil pessoas. A sacerdotisa superior entrou em contato comigo, dizendo que queria que fosse até a sua residência. Fiquei surpresa ao ser chamada por tão importante autoridade. Pouquíssimas garotas são chamadas por uma sacerdotisa superior a menos que tenham uma tarefa importante a fazer ou que estejam para serem disciplinadas. A casa era muito bem decorada e ela a governava com mão de ferro. Disse-me: “Você foi escolhida por Satanás para ser treinada e tornar-se uma sacerdotisa superior, isto é, se for qualificada.”
No satanismo isto é uma grande honra. Você deve estar altamente qualificado para este tipo de treinamento. A sacerdotisa era uma senhora idosa e ocupara a posição durante muitos e muitos anos. Era muito bonita, apesar da idade. A sua personalidade era amistosa, embora houvesse algo de indiferença nela. Sabia que eu fora destinada para substituí-la, e uma sacerdotisa é sempre destruída quando substituída por outra. Comandada por Satã e seus demônios, deve treinar outra bruxa para a substituição. Não há escolha, apenas obediência.
Achei estranho ser convocada para o treinamento, porque além de ser jovem, era novo membro. O que não sabia na época, era que os demônios que já estavam comigo eram mais fortes do que os dela e que Satanás ordenara-lhe que me mostrasse exatamente quem eram, como usá-los e, finalmente, como destruí-la.
No fundo do coração, eu não era e nunca seria alguém para destruição. Gostava da vida e não queria machucá-la, porém, sabia que se não o fizesse, ela me mataria.
Recebi treinamento em muitas áreas nos vinte meses que se seguiram. Encontrávamos na casa dela ou em qualquer outra sala longe dos outros membros da seita. Nos encontrávamos, pelo menos, uma vez por semana.
O treinamento consistia basicamente de encantamentos. Aprendi como evocar os espíritos para fazerem minha vontade, ensinou-me a projetar e usar o poder que me acompanhava por tanto tempo, e que este poder era dos demônios que habitavam dentro de mim, e aprendi também, a convocar e conduzir uma reunião como uma sacerdotisa superior.
No meu treinamento participavam, também, As Irmãs da Luz. Eram as principais na aprendizagem de como eu poderia aprimorar meu poder o mais rapidamente. Assimilei muito mais segredos do que quaisquer outras sacerdotisas. Pediram que me unisse à sociedade, mas recusei. No íntimo eu as considerava esquisitas.
Prepararam-me para aprender arte marcial. Eu já sabia o Karatê e o Judô, mas nada a respeito do Kung-Fu. Destinaram-me aos cuidados de um chinês de estatura mediana que lecionava os três. Era também um conhecido advogado na minha cidade. Era simpático para comigo, mas um mestre severo. Aprendi muito com ele, treinava as pessoas cultas da redondeza, e disse-me que eu tinha potencial e queira que participasse de torneios. Eu nunca participara e não o quis fazer.
Sabendo que a arte marcial era um treinamento rigoroso e atormentador, invoquei certos demônios para que me dessem habilidade necessária. O corpo e a mente deveriam ser treinados para movimentarem-se como um só. Assim conseguia saltar várias vezes no ar, depois de vários saltos mortais, apoiava-me nos pés ou nas mãos para destruir o adversário. Tornei-me uma “expert” no manuseio de facas, tchacos, espadas, revólveres, arcos e flechas, estrelas e muitas outras armas orientais que não são muito bem conhecidas nos EUA. Todos os membros recebiam esse mesmo treinamento tanto os de posição superior, como os de inferior. Esses últimos eram usados como seguranças, assassinos, etc.
Aprendi muito sobre Satanás e quase tudo sobre suas mentiras. Ensinaram-me a respeito do poder dele, como me amava e que eu fora rejeitada por Deus, e dentre tantas mulheres, a escolhida para ser a sacerdotisa superior. As Irmãs da Luz falaram-me muito sobre a oportunidade de tornar-me a Noiva Regional de Satã.
Em qualquer época existem de cinco a dez Noivas Regionais de Satã nos Estados Unidos. É uma posição de grande honra e poder. As Irmãs da Luz disseram que estavam convencidas de que eu tinha condições para chegar a essa posição. Falavam, constantemente, dos benefícios que receberia ao atingi-la. Então, determinei que a conseguiria.
O primeiro demônio que vira, foi na primeira cerimônia em que assinara o pacto, já o segundo, foi o primeiro que eu invoquei. Logo que executei o encantamento necessário, ele apareceu em uma nuvem de fumaça que cheirava a enxofre. Todo o ritual fora rigorosamente elaborado, passo a passo, e novamente, lá estava ele numa forma física. Era enorme, quase três metros de altura. O seu corpo parecia com o de um homem, só que um pouco diferente, era todo preto. Já sabíamos que era da classe dos “Guerreiros Negros”. Seus olhos eram vermelhos como fogo, as mãos enormes e a armadura que possuía era a própria pele, que parecia um tipo de casco de tartaruga, e era negra e cheia de escamas duras. Cada uma com aproximadamente dezesseis centímetros quadrados. Sabia que era um demônio poderoso e o invocara só para certificar-me que podia fazê-lo.
Estando ele parado e olhando-me fixamente, disse-lhe que eu era “a escolhida”. A resposta veio pronta: “Sei quem é você e também que estou aqui para protegê-la por todo o tempo em que você servir ao todo-poderoso, Satanás, nosso deus e senhor.” O nome dele era Ri-Chan. Lutou muito por mim. No entanto, quando desobedecia a Satã, era punida por ele.
Depois disso, passei a ver e conversar com muitos demônios. Minha habilidade cresceu para ver o mundo espiritual. Era capaz de conversar com os demônios mesmo que não se manifestassem fisicamente. Raramente, pedia-os para aparecerem, exceto quando queria impressionar ou atemorizar alguém na seita.
Mann-Chan foi o outro demônio poderoso que convoquei durante uma das sessões do meu treinamento na casa da sacerdotisa superior. Ela disse que eu chegara ao ponto em que deveria aprender a fazer um encantamento especial, não fiquei sabendo o propósito, e, também, não perguntei, já que aquele era um dia solene, devido aos preparativos. Minha primeira ação foi desenhar a giz no chão um grande pentagrama e depois um círculo ao redor do mesmo (o propósito do círculo é manter o demônio convocado dentro do mesmo, a não ser que lhe seja dada a permissão para sair. Supõe-se que o círculo protege a bruxa quando o demônio chega. Na realidade, eles fazem muito mais do que é pedido. Por isso, rapidamente aprendi a convocar somente os demônios mais fracos do que os que me protegiam). Coloquei, cuidadosamente, as velas pretas nas pontas da estrela e a seguir uma bem maior no centro. Ao todo, seis. Uma mesa com um prato quente fora colocado próximo ao pentagrama. Do mesmo modo, uma chaleira preparada anteriormente pela sacerdotisa superior, estava cheia de uma água benta e profanada. É benta para os católicos, porque o sacerdote urinara dentro dela. Levaram, também, um cachorro e o mataram. Puseram o sangue em uma jarra especial que depois foi dada a mim, para levar à casa da sacerdotisa superior. Ela deu-me, então, pó e ervas. A água na chaleira chegara a ferver no prato quente pouco antes que eu começasse o encantamento.
Não fiz perguntas, apenas obedeci às instruções da sacerdotisa ao pé da letra. Assentei ao chão e fixei o olhar na vela preta ao centro do pentagrama e comecei a murmurar: “Oh grande Satã, poderoso criador do universo, imploro-te, dê-me um demônio para guiar-me e ser luz na minha vida. Que ele me dê toda a sabedoria e conhecimento. Meu amado senhor, atenda ao meu pedido!” Naquele instante a sacerdotisa falou o nome Mann-Chan para mim.
Falei: “Mann-Chan, você é bem-vindo ao meu corpo, peço que saia do seu esconderijo”. Tomei o pó, as ervas, o sangue e os coloquei dentro da chaleira. O vapor imediatamente cobriu a sala e sentimos um odor repugnante. Pequei um copo-de-pé, enchi-o com o líquido da chaleira, coloquei-o cuidadosamente na mesa e esperei. Pouco depois de cinco minutos o líquido se transformara em pó. Peguei o copo e atirei o pó na bandeira da vela enorme no centro do pentagrama.
Instantes depois, uma bandeira enorme surgiu, e a vela desaparecera em meio a uma luz branca ofuscante. À medida em que a intensidade da luz diminuía, podia ver a figura inacreditável de um homem jovem e elegante, seus cabelos eram negros como carvão e seus olhos negros penetrantes irradiavam inteligência. Ajoelhei-me ao lado do pentagrama e com um trapo apaguei o desenho para formar um atalho.
O homem que era, na verdade, o demônio Mann-Chan veio para fora do pentagrama através do atalho que eu fizera. Falando perfeitamente no meu idioma, de uma maneira educada e o que parecia ser grande amor, ele disse que habitaria no meu corpo. Disse que ninguém iria me machucar. Ele me daria todo o conhecimento e sabedoria e seria meu professor e guia. Denominou-se o “redentor”. Consenti, muito mais enlevada pela beleza da fisionomia dele. Assim, aproximou-se para entrar. No entanto pouco antes de fazê-lo transformou-se da forma humana para a demoníaca que era: horrenda! Estava nu. O rosto mudara da beleza para a crueldade. O brilho negro dos cabelos transformara-se em um castanho opaco. Os fios ficaram ásperos, esparsados e curtos, iguais aos de um porco espinho. Os olhos incrivelmente escuros e maus. A boca aberta exibia as presas longas, afiadas e de um amarelo encardido. Os braços longos e as mãos curtas com dedos de unhas grandes e pontiagudas. Ouvi uma gargalhada de triunfo enquanto ele entrava no meu corpo. Soltei um grito agudo, primeiro pela visão dele e depois por sua entrada. A dor que senti era totalmente nova. Era como se meu corpo estivesse em chamas. Senti como se estivesse morrendo, e de todo coração, eu desejei que fosse verdade. Ri-Chan manifestou-se ao ouvir meu grito.
Pensou que talvez eu estivesse sendo atacada. No entanto, Mann-Chan falou-lhe que ele não precisava se preocupar. Quando a dor passou Mann-Chan disse que tudo fora uma pequena demonstração do que me aconteceria se eu o desobedecesse e que também servia para lembrar-me de que me possuíra para ficar, e, no mais, nada e nem ninguém poderia fazê-lo sair!
Ele passara, então, a ser o principal demônio em mim. Comunicava comigo, colocando pensamentos diretamente na minha mente. E eu comunicava com ele ora em voz audível, ora com o espírito. Na verdade, eu não constatara que ele não podia ler meus pensamentos. Ele controlava-me e abria as portas para os outros irem e virem quando quisessem e quando eu desejasse. Minha vida estava centrada nele, todos os meus esforços estavam concentrados em dominá-lo, porém, era o inverso que acontecia. Com freqüência, me deixava inconsciente e controlava meu corpo por completo, usando-o e falando através da minha boca. Controlava até o que comia, o tanto que dormia, a maneira como executava meu trabalho e até as pessoas com quem me relacionava. Tudo na minha vida.
Ele me ensinou como usar os demônios na guerra espiritual, e a maneira como poderia aproveitá-los para fortalecer meu corpo espiritual, o modo de usá-los nos rituais para prejudicar os outros, as bruxas, as igrejas e até mesmo os ministros do evangelho de Jesus Cristo. Deu-me habilidade para falar muitas línguas e também para andar e falar com grande autoridade e poder.
Entretanto, ele não era a luz que prometera e nem possuía o amor e a beleza que vira nele. Era maligno e consumia a minha alma e o meu corpo. Por não participar e nem apoiar os sacrifícios humanos, ele me causava enorme dor e sofrimento. A minha vida era um pesadelo sem fim. Minha existência era dúbia, fira, ao mesmo tempo, membro de uma seita satânica e freqüentava uma igreja cristã onde ensinava, cantava e participava de inúmeras atividades. Estava despedaçada e completamente presa.
Comecei a lutar contra muitas bruxas. A batalha acontece de diversos modos. O mais comum é a bruxa mais forte chamar os demônios da bruxa fraca, resultando na destruição desta última, porque ela fica sem defesa. Os demônios não são leais, eles sempre vão para a pessoa mais forte. O reino maligno é regido pela competição. É o oposto do reino de Deus onde as pessoas servem umas às outras.
A batalha, raramente acontece no plano físico, embora as bruxas usem os demônios para destruírem o corpo da perdedora. Em particular, havia uma bruxa que me atacara, o seu nome era Sarah. Tentei explicar-lhe que se ela não me deixasse eu a destruiria. Ela não acreditou e começamos uma batalha ferrenha. O que presenciei foi horrendo: eu a vi enfraquecer-se, à medida em que invocava os demônios dela para entrarem em mim. No começo eles revidaram e senti meu corpo atirado contra a parede e minha garganta estrangulada sem qualquer sinal visível de mãos. Agora, o que ela presenciou foram muitos demônios, entre eles Mann-Chan e Ri-Chan, atirarem-se contra ela. Começaram a rasgar-lhe o corpo. Finalmente ela constatou que eu era a escolhida e logo me tornaria a sacerdotisa superior e que ela perdera a batalha. Ela queria viver e eu agradeço a Deus por isso.
Como resultado dos ferimentos da batalha, ela foi parar no hospital. Anos mais tarde, disse-me que fora durante o período de internação, que ela aceitara a Jesus como Senhor e Salvador e que passara a viver completamente para Ele. Fora totalmente transformada, e acredite-me, a mudança foi linda.
O primeiro encontro com Satã aconteceu pouco antes da cerimônia em que eu me tornaria uma sacerdotisa superior. Ele veio até a mim num corpo físico, assentou-se e começou a falar. Disse que eu seria sua sacerdotisa superior e que era muito especial para ele. De acordo com ele, seria necessário um sacrifício, mais sangue derramado para a minha “purificação”, só assim eu me tomaria sua sacerdotisa. Odiava aquilo, mas fiquei aliviada ao saber que o que seria sacrificado era um animal.
O que vi era um homem extremamente elegante, esplendoroso, alegre e brilhante. Parecia que me amava muito e que jamais me causaria qualquer dano. Mann-Chan e Ri-Chan não deram qualquer indicação de perigo. Estava por demais ansiosa por aquele ritual. Queria que ele voltasse. Tinha dentro de mim uma profunda necessidade dele. Pela primeira vez sentira-me verdadeiramente amada. Como eu estava errada! Ele me odiava e sua intenção era apenas usar o meu corpo para proveito próprio e depois destruir-me.
Freqüentei as reuniões regularmente durante os dois anos do meu treinamento. Elas aconteciam em celeiros, igrejas, casas, alojamentos, qualquer lugar. Certa vez, quando Satanás estava presente, senti-me mais e mais atraída a ele, igual a uma mariposa por uma lâmpada. Ele sabia o que estava acontecendo e que me fisgara completamente.
Pouco antes de tornar-me uma sacerdotisa superior, presenciei, pela primeira vez, um sacrifício humano. Estávamos num celeiro. Éramos cerca de mil. A vítima, era um pequeno bebê. A mãe o entregara, pensando ser uma grande honra. O desaparecimento dele e de outros bebês não era investigado pela lei. Filhos ilegítimos, nascidos em casa não eram registrados e as mães sequer faziam o pré-natal.
O bebê (uma menina), fora amarrado a um altar de pedras que ficava sobre uma espécie de cruz de cabeça para baixo. Jamais esquecerei o som terrível de seus gritos quando a sacerdotisa superior enfiou-lhe a faca no peito arrancando o coração que ainda pulsava. O sangue dela foi bebido primeiro pelo sacerdote superior e depois pela sacerdotisa. Os outros membros que desejassem podiam fazê-lo também. Muitos fizeram, não apenas para receberem novos e fortes demônios, mas também por acreditarem que aqueles sacrifícios favoreceriam a fertilidade e os filhos que nascessem seriam inteligentes e poderosos no satanismo.
Não consegui ir embora, estava presa na multidão. O horror se apoderara de mim assim como o vazio e o desespero. Perguntava a mim mesma porque Satanás quisera tal sacrifício. Não era o sangue de Cristo suficiente? Tínhamos aprendido sobre a derrota de Cristo na cruz e que seu sacrifício fora o último para Satã. Só que eu, ainda, aprenderia que o desejo dele por sangue e destruição era insaciável.
A minha última batalha com a sacerdotisa superior foi aprovada diretamente por Satanás. Aconteceu na igreja onde eu encontrara as Irmãs da Luz pela primeira vez. Ele, com um simples aceno de cabeça, deu-me permissão para começar. A batalha foi curta, durou apenas vintes minutos. Ela estava velha e eu não queria matá-la porque a vida é muito importante para mim. Ela desistiu, assim que constatou que estava fraca demais para lutar. No ano seguinte suicidou-se.
Chegou o dia da cerimônia em que me tornaria a sacerdotisa superior. O sacrifício com o sangue já fora feito. Estava de frente para todos na igreja. Estavam presentes muitas pessoas e o próprio Satã. Era um ritual importantíssimo, os enfeites da túnica branca que eu vestia eram dourados e vermelhos. Puseram uma coroa de ouro puro sobre minha cabeça e, então, assinei um novo pacto declarando ser a sacerdotisa superior de Satanás. Não se ouvia sequer um som enquanto eu punha meu nome no papel. A sacerdotisa superior, depois do consentimento dele, levantou-se para declarar que eu era, agora, a substituta. Declarou também que eu não poderia ser molestada por demônios, sacerdotes e sacerdotisas, bruxas ou quem quer que fosse, porque era “A Escolhida”. A multidão parecia extasiada. Gritava, cantava e dançava. O próprio Satã em sua forma física parecia estar jubilante. Vestido de um branco esplendoroso, ele emanava grande autoridade.
A congregação curvou-se em louvor a mim, a grande rainha, a rainha de Satanás “senhor todo-poderoso”. Estava do lado dele para sempre comunicando-lhes suas ordens e desejos. Senti-me, pela primeira vez na vida, verdadeiramente aceita. Estava enlevada, orgulhosa e muito, muito poderosa a ponto de pensar que nem mesmo ele poderia destruir-me.
Estava sobre o altar de pedras. Minhas roupas foram retiradas e Satanás fez sexo comigo para provar que eu era a sua sacerdotisa (não só ele, mas também o sacerdote superior e muitos outros fizeram o mesmo comigo). A congregação enlouqueceu, muitos eram viciados em drogas e álcool e a reunião tornou-se uma orgia sexual. Satanás soltou uma gargalhada de triunfo que eu nunca ouvira em toda vida. Meu corpo tornou-se frio e rígido. Não me recordo de haver sentido tanta culpa, dor e sofrimento. O vazio e a frieza que senti aquela noite eu nunca esquecerei.
“Como se foram multiplicando os homens na terra, e lhes nasceram filhas, vendo os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas, tomaram para si mulheres, as que, entre todas, mais lhes agradaram.. Ora naquele tempo havia gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus possuíram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos;...” (Gn 6.1,2 e 4).
VIVENDO COMO UMA SACERDOTISA SUPERIOR
Elaine:
Logo que assumi meus deveres de sacerdotisa superior de uma influente Assembléia, passei a ter muitos privilégios assim como conflitos. Os atritos com Satanás e os outros membros da seita, eram porque eles faziam coisas que eu recusava a fazer ou até mesmo envolver-me.
Minha maior responsabilidade era trabalhar com o sacerdote superior da organização para planejarmos as reuniões mensais. Essas reuniões aconteciam duas vezes por mês e em extremo sigilo. O sacerdote e eu, nos encontrávamos com as treze bruxas e os treze feiticeiros da Assembléia e assentávamos formando um Conselho. Esse contato era feito numa casa rica e espaçosa onde havia uma mesa enorme com lugar para todos.
O sacerdote superior e eu, assentávamos à cabeceira da mesa, de um lado ficavam as treze bruxas e do outro os treze feiticeiros em ordem de importância, listavam presentes outros que nós considerávamos indesejáveis. Eram conhecidos como lobisomens e estavam sempre carrancudos, eram observadores e ameaçadores, e ficavam sob a forma humana até Satã ordenar a mudança. A presença deles, era de caráter disciplinado. Não tocávamos neles e nem dialogávamos com eles. Pertenciam exclusivamente a Satanás. Nós os temíamos e os detestávamos. Ora exerciam a função de guardas, ora a de disciplinadores usados pelo diabo e seus anjos com o propósito de correção para a obediência às ordens dadas.
O Conselho planejava os encontros e se encarregava dos negócios da Assembléia. As ordens eram dadas diretamente por Satã ao sacerdote e à sacerdotisa ou através dos demônios neles. Sempre planejávamos dramáticos e excitantes encontros sem deixar de certificar de que teríamos álcool e drogas. Eu não usava drogas ou bebidas. Elas eram levadas à reunião por membros da seita envolvidos com o vício. Eu não me envolvera e nunca me envolveria naqueles negócios. Os membros de posição superior como a minha, tomavam muito cuidado para não se meterem em negócios que despertassem o interesse da lei. Tampouco se drogavam ou ficavam “ligados”, estávamos sempre sóbrios porque sabíamos que os outros desejavam as nossas posições.
Encontrávamos, também, com autoridades de outros grupos de ocultismo. Existem muitos que não fazem parte da Irmandade e tão pouco sabem à respeito da mesma. Mas, eles são cuidadosamente vigiados e controlados por ela.
Decididamente, eu me recusava a participar dos sacrifícios de animais ou humanos. Isso não era problema, porque muitos queriam fazê-lo, mas devido à minha teimosia eu era com freqüência castigada severamente por Satã e seus demônios. Os outros membros não podiam aproximar-se de mim por causa do poder. Então, a punição era aplicada por Satã e seus demônios. Torturaram o meu corpo com muitas doenças, entre elas, o câncer com todos os horrores da quimioterapia. Mesmo assim, eu me recusava, simplesmente não era capaz de tirar a vida de alguém.
Jovem, por favor ouça-me! Qualquer envolvimento com o ocultismo não vale a pena. Não se consegue sair dele facilmente. Satanás pode fazer com você o mesmo que fez a mim, ou pior. Oro, diariamente, para que Deus possa mostrar-lhe que é possível a libertação. Satã não pode retê-lo mesmo que tenha assinado qualquer pacto. O mesmo pode ser desfeito pelo sangue de Jesus Cristo. Você pode se tornar livre no instante em que pedir a Jesus para entrar em sua vida, perdoar todos os seus pecados e se tornar seu Senhor, Salvador e Mestre. Satanás trabalhará sempre para a sua destruição. No entanto, Jesus quer dar a você, vida!
Eu me divertia a valer em alguns encontros, algumas vezes nos ajuntávamos para conversar e jogar, exibindo nossos poderes. Acender uma vela do outro lado da sala, por exemplo, sem sequer tocar nela era apenas uma das diversões. Viajei diversas vezes para a Califórnia para participar de jogos e convenções. Realmente eu gostava disso.
Viajei em um jato particular para uma área restrita, perto da cidade onde, pela primeira vez, eu tivera contato com a seita. Ninguém fora da seita e poucos dentro dela sabem da localização. Fica muito bem guardada e fortemente armada. Normalmente, eu era apanhada pelo sacerdote superior e acompanhada por algumas bruxas e bruxos. Foi um grande encontro. O propósito era o de trocarmos Idéia e competirmos para ver quem era o mais forte. Eu me sobressai tanto nessas competições, que ocupei a posição de Noiva Regional de Satã no Conselho Regional. E, finalmente, o título máximo de Noiva de Satã por todo os Estados Unidos.
A estadia era semanal e as conferências aconteciam, sempre, antes do “Black Sabbath” (reunião de bruxos e bruxas no sábado à meia-noite, presidida por Satanás), e celebrado no final da semana da páscoa. Eu sempre achava uma desculpa para retornar para casa antes dessa celebração. Fomos a um lugar muito especial que fica nas montanhas da Califórnia, fora de Los Angeles. Lá, existe uma mansão construída especialmente para a seita. Suponho que ela tenha trinta dormitórios ou mais. As janelas de vidro e aço inoxidável, têm símbolos demoníacos do ocultismo. Dentro, uma exuberante mobília e uma enorme sala de jantar acoplada a um salão de baile, não deixando de mencionar as piscinas, quadras de tênis, golfe etc.
Parece uma casa de campo para milionários, possui três porões com enormes galerias subterrâneas contendo bibliotecas de assuntos e histórias antigas do ocultismo. Nessas galerias podem ser encontradas moedas de todos os países do mundo, além de ouro e prata. Toda a área é escondida sob uma densa floresta e firmemente guardada tanto em terra como pelo ar.
Minha última viagem àquele lugar foi marcada por uma intensa competição que eu jamais experimentara. Na ocasião eu ostentava o título máximo de Noiva no país. Era uma competição internacional, o líder era um sacerdote superior diferente dos outros que já haviam passado por lá, era alto, elegante e sinistro. No entanto, possuía um poder de mau agouro que o tornara medonho e antipático a todos. Conduziu a competição, e obviamente, não se preocupava se alguém morresse ao falhar em fazer o que fosse pedido. Seus olhos negros e mau humorados faziam gelar quem quer que fosse até os ossos. Era rigoroso, e eu fiz o melhor que pude para evitá-lo. A competição consistia em aumentar o grau de dificuldade nas tarefas para exibir o poder dos competidores. Lembro-me que, em um determinado momento, eu deveria mudar, com um gesto de meus dedos, a forma de um gato para um coelho e vice-versa. As mudanças eram efetuadas sob os poderes demoníacos resultando na morte imediata dos animais. No último dia só eu ainda não tinha competido mas, mesmo assim, o sacerdote superior continuava a impelir-me e não tive escolha a não ser atender aos desejos dele. O incidente posterior poderia ter me matado se os demônios não fossem poderosos o suficiente.
Fizeram-me ficar de pé, parada, numa distância de frente para um homem que segurava uma magnum 357. Passei minha mão na frente do meu corpo invocando os demônios e coloquei-os de modo que formassem um escudo. Instantes depois o homem disparou seis tiros em mim. Não seria possível errar de tão perto.
No entanto, o escudo formado pelos demônios era tão forte que nem é preciso dizer que as balas caíram no chão a meus pés. Fui aclamada e honrada por vencer a competição.
Colocaram-me um coroa de ouro na cabeça e meus companheiros na seita se inclinaram e me prestaram homenagens. Fui tratada igual a uma rainha pelo restante da estadia. Deram-me belíssimas roupas, quaisquer que quisesse, banharam-me, pentearam os meus cabelos e me calçaram. Nas festas eu estava sempre acompanhada de um homem elegante que era também meu guarda-costas. Fomos na maioria dos restaurantes elitizados em Los Angeles, e o meu acompanhante sempre experimentava a minha comida para assegurar-me de que não estivesse envenenada. Também surfamos e cavalgamos. Aos membros não era permitido lutarem entre si durante a ocasião porque fora considerada tempo de louvor a Satanás. Orgulhei-me muito daquele tempo. Mas, logo o Senhor humilhou-me.
Foi durante a minha última visita à Califórnia que um incidente me colocaria no caminho para aceitar a Cristo. Comecei a questionar o porquê de Satanás exigir ser mais poderoso do que Deus. A sacerdotisa superior reuniu-se conosco e disse que havia uma família perto dali que interferia nos negócios de Satã. Eles converteram muitos satanistas ao inimigo, Jesus Cristo, usando-os como incômodo. Satã ordenara que todos fossem mortos. A sacerdotisa disse que iríamos todos, juntos, em nosso corpos espirituais (projeção astral) e os mataríamos. Então, assentamos como em um círculo em frente às nossas velas e, conscientemente, elevamos nossos corpos espirituais em direção àquela família, na intenção de matá-la. Na verdade, eu não me entusiasmara a respeito, mas não tive escolha. Se desobedecesse seria morta.
Para a nossa surpresa ao aproximarmos das redondezas da propriedade daquela família, não conseguimos entrar. Toda a área estava cercada por anjos enormes. Estavam lado a lado de mãos dadas. As roupas eram brancas e os ombros tocavam uns nos dos outros. Não estavam armados. Mesmo assim, nenhum de nós conseguiu passar. Por mais que tentássemos era impossível. Qualquer arma que usássemos não os atingia. Primeiro, sorriram para nós e fomos desafiados a tentar novamente. A cada momento, ficávamos mais e mais furiosos. De repente, as fisionomias deles se transformaram e os olhares que recebemos nos fizeram recuar e cair no chão. Devo admitir, foi uma experiência bastante humilhante.
Nunca esquecerei. Quando caí ao chão, olhando para eles, vi que um voltou-se para mim e disse em uma voz amável: “você não vai aceitar a Jesus como o seu Salvador? Se continuar no caminho em que está, será destruída. Satanás odeia você. Mas Jesus a ama tanto que morreu por você. Por favor pense em entregar sua vida a Jesus.” Era o fim da batalha para mim. Recusei-me a tentar mais, estava abalada. As outras tentaram de novo, mas nada aconteceu. Acredito que a família jamais soube daquela batalha fora da casa. Ela estava completamente protegida!
Chamamos essa espécie de anjos de “anjos-elos”. Nada, absolutamente nada, pode passar por eles. Intimamente estava grata por não conseguir fazê-lo e ter muito o que pensar.
Ainda se passariam dois anos, apesar da experiência, até eu aceitar ao Senhor Jesus. Ansiava mais e mais pelo poder recusando-me a enfrentar o fato de que ele estava me destruindo e conduzindo minha alma ao inferno eterno.
Elaine:
Como uma sacerdotisa superior, tive muitos privilégios e tirei proveito deles no meu dia-a-dia. No entanto, ansiava pelo poder absoluto. Alguns anos mais tarde, como sacerdotisa, alcancei um de meus objetivos. Tornei-me a noiva regional de Satã. Muitas sacerdotisas superiores denominam a si mesmas “Noivas de Satã”. E, de algum modo, isso é verdade. O número delas pode variar de cinco a dez, normalmente cinco, ao mesmo tempo por todo os Estados Unidos. Este é o título mais “honrado” que uma mulher pode obter no satanismo. No entanto, entre todas, apenas uma é escolhida por Satã. Esta passa a ser a mais poderosa, respeitada e amada. Estas mulheres, também, reúnem-se no Conselho Nacional que envolve todos os satanistas do país, além de exercerem grande influência no exterior devido à riqueza que possuem nos Estados Unidos.
Ele mesmo veio dizer que me escolhera para esta grande honra. Apresentou-se na mesma forma física. Exatamente na imagem do que eu considerava como um homem “perfeito”. Disse que me escolhera porque me amava mais do que as outras e que respeitava minha coragem e habilidades. Comportou-se de uma maneira romântica, falando do seu amor e dos momentos maravilhosos em que passaríamos juntos. Prometeu-me muito mais poder e privilégios.
Sentia-me honrada e eufórica. Eufórica porque acreditava que era verdadeiramente amada. Pensava ser a mais poderosa de todas as mulheres. Pensei que ele me escolhera devido às minhas capacidades e assim o meu amor por ele aumentava ano após ano. Não pensei, na ocasião, que ele apenas usava esse amor para proveito próprio. Usou-me para que eu conseguisse das outras o que ele queria e também o meu amor para a minha própria destruição. Todas aquelas declarações eram mentiras!
A cerimônia foi realizada em uma grande cidade das redondezas. Uma das maiores e mais belas igrejas fora alugada pela seita. Tenho certeza de que os proprietários não tinham a menor idéia do que aconteceria por lá. Consegui três dias de folga do trabalho. A sexta-feira, a primeira de lua cheia, foi a ocasião adequada para o ritual. Guardaram-me cuidadosamente e atenderam a todos os meus desejos. Estava completamente excitada e exultante.
Enquanto nos aproximávamos da igreja, senti como se a escuridão pairasse sobre ela, mas sufoquei o sentimento, voltando os pensamentos para o amor e a admiração que conseguira de Satã.
Fui colocada em uma sala, fora do santuário, cuidadosamente vestida e preparada para a ocasião. Puseram flores no meu cabelo longo, louro e cacheado. Havia na toga que me deram, uma trança xadrês-dourado no peito. Puseram-me uma coroa de ouro puro na cabeça. Havia, também, uma mancha vermelha na cabeça e na região púbica. Meu buquê era de ramos, cardos e frutinhas venenosas, tudo preso com uma borracha preta.
Fiquei parada perto do santuário, examinando o recinto. Sentia-me grandemente honrada e surpresa, porque nele não só haviam pessoas dos estados vizinhos e da Califórnia, como do mundo oriental. Esta era realmente uma grande honra. O ar enchera-se de uma música lúgubre do órgão. O trono de Satanás fora transportado e colocado sobre a plataforma. O surgimento de Satã na forma física seria o sinal para o início do casamento.
Todo vestido de branco, lá estava ele novamente, usando uma coroa de ouro e enfeites. Toda a congregação estarreceu com um grito e prestava adoração a ele. Após um sinal dele, todos voltaram-se para trás e eu comecei a andar pelo corredor. Ao meu lado ia a sacerdotisa superior seguida pelas Irmãs da Luz. Quando cheguei ao fim do corredor, parei diante dele, curvei-me e prestei minha homenagem. A seguir, mandou que eu me levantasse. Assim que o fiz, ele saiu do trono e ficou ao meu lado. A sacerdotisa superior celebrou o casamento e, durante toda a cerimônia, se ouviam cantos, rezas e louvores a ele. As Irmãs da luz formaram um semicírculo atrás de nós e durante todo o tempo cantaram e murmuraram baixinho.
A cerimônia durou quase duas horas e eu fiquei em pé o tempo todo. Assinei um novo pacto com meu sangue. Deram-me, depois, um líquido do copo-de-pé dourado. Não sei o que estava nele mas, penso que fossem drogas porque senti-me tonta depois de bebê-lo. Disseram que o pacto estava consolidado. Não havia mais, absolutamente, qualquer possibilidade de fuga. Satanás não acredita em divórcio!
Ele não dera do próprio sangue nem bebera do líquido, disse-me que não o podia porque deveria manter-se “puro” para mim. No entanto, se eu o tomasse “purificaria a mim mesma” para ele. Estava tão bonito como nunca o vira. Usava um smoking claríssimo enfeitado com ouro. O cabelo louro brilhava e a pele estava lindamente bronzeada. Porém, o amor que me declarava não parecia estar refletido nos belos olhos negros. Mas eu queria acreditar que ele me amava e que era realmente o meu marido. Tratava-me com respeito. Acariciava meu queixo, cabelos e braços. Disse o tanto que eu significava para ele: beleza, poder e a mulher que poderia tornar-se a mãe de seu filho “O Cristo”, o redentor do mundo. Fui completamente tomada pelo engano.
Satã deu-me uma bandeja de casamento linda e dourada com a seguinte inscrição: “Vejam a Noiva do Príncipe do Mundo”.
Embora não demonstrasse hostilidade para comigo, ele agia de modo diferente para com os outros. Quem quer que fosse que se aproximasse dele era maltratado e rejeitado.
As Irmãs da Luz, imediatamente após a cerimônia, levaram-me, e puseram um vestido esquisito em mim e também um manto de veludo enfeitado com ouro puro. Fomos de Limusine até o aeroporto onde embarcamos em um luxuoso jato particular acompanhados de vários sacerdotes e sacerdotisas superiores com destino à Califórnia. A ceia do casamento foi servida a bordo.
Satã não comeu nada durante a viagem. Mas, entretanto, experimentou muitos dos vinhos caros e champanhes disponíveis. Falava muito pouco. Nos instantes em que chegamos à mansão nas montanhas da Califórnia eu estava ainda um pouco confusa pelas drogas que ingerira. Fomos conduzidos com todas as pompas até a uma grande suíte. Na câmara havia uma cama enorme e dourada. Apesar do luxo, eu estava feliz pelas drogas que tomara. A beleza dele desaparecera e a relação que tivemos foi brutal. Na manhã seguinte, ele se fora quando acordei. Eu agonizava pelas muitas feridas da noite e fiquei grata porque ele não reapareceu no fim de semana. Voltei para casa no domingo. Enquanto estive lá fui tratada como rainha. Davam-me tudo o que desejava.
Na nova posição, tive muitas vantagens. Era meu todo o poder sobre as bruxas, bruxos e até mesmo sobre a sacerdotisa superior. Era intocável. Ganhava cada vez mais novos demônios e mais poderes. Apenas uma feiticeira foi tola o bastante para desafiar-me. Com apenas um olhar eu a coloquei dentro da parede, literalmente dentro da parede. Para tirá-la de lá, tiveram que quebrar a parede, e como resultado, ela teve vários ossos quebrados e muitos outros ferimentos. Nunca mais tentou me fazer mau, não só ela, como nenhum outro ser humano.
Foi assim que alcancei rapidamente a cobiçada posição de primeira-dama, esposa número um de Satanás e, com isso, minhas responsabilidades também aumentaram.
Passei a ser então um dos representantes do diabo a nível mundial. Comecei a empreender maiores e mais longas viagens nacionais e internacionais. Saí muitas vezes da Califórnia para falar com os funcionários do Governo Federal dos Estados Unidos e de outros países também. Vários representantes de governos estrangeiros nos visitavam na mansão da Califórnia solicitando dinheiro para a compra de armas e outras coisas. A maioria deles sabia que estava fazendo negócios com Satanás, outros não!
Grandes somas de dinheiro passavam de mãos em mãos. Na maioria das ocasiões, possessa, Mann-Chan falava através de mim, e sempre na língua pátria do interlocutor, sem nenhum sotaque. De vez em quando, só às vezes, Mann-Chan me punha a par, traduzindo o que aquelas pessoas diziam. Eu não tinha habilidades para falar nem alguns poucos daqueles vários idiomas, mas Mann-Chan conversava fluentemente em todas as línguas.
Por este período, viajei a vários países. Estive em Meca, Israel, Egito e também fui ao Vaticano, em Roma, onde inclusive, tive uma entrevista pessoal com o Papa. O propósito de minhas viagens era coordenar os programas de Satanás com os outros satanistas desses países e para isso, tive que entrevistar-me muitas vezes com vários funcionários de diferentes governos, sempre discutindo sobre ajuda financeira a seus países.
É verdade que alguns nem imaginavam que eu era uma satanista. Pensavam que se tratava de alguém associado a algum tipo de instituição filantrópica tremendamente rica. As pessoas, quando procuram por ajuda financeira, quando querem dinheiro, não perguntam muito... mas o Papa sabia muito bem quem eu era. Trabalhávamos em parceria íntima com os católicos (principalmente os jesuítas), bem como os maçons de altos graus.
Foi durante este tempo que eu acabei conhecendo as estrelas mais famosas do rock e todas elas assinavam pactos com Satanás em troca de fama e fortuna. Um cuidadoso plano para a popularização do rock nos Estados Unidos foi concebido pelo próprio diabo e executado ao pé da letra pelos seus servos músicos e cantores.
Apesar da minha alta posição e grande poder, eu vivia sempre com medo. Não tinha paz e me sentia como que amarrada. A minha maior preocupação era com a terrível brutalidade com que desenvolviam os trabalhos dentro da seita, os castigos que se aplicavam eram de extrema maldade, e sobretudo, os sacrifícios humanos, estes é que me corroíam por dentro.
Elaine:
Os satanistas praticavam o sexo livre, sem qualquer compromisso, com freqüência e até com as crianças. É muito alto o percentual das que são molestadas sexualmente desde novinhas. A escolha do parceiro é feita dentro do mesmo nível de poder. Quase sempre, os rituais e reuniões terminavam em orgia sexual. Os solteiros podem participar se quiserem.
Eram praticadas também, relações sexuais com os demônios. Esses podiam ser vistos, ouvidos e sentidos fisicamente. Normalmente isso acontecia nas reuniões e nos sábados em que eram usadas muitas drogas. Eles também praticavam sexo com os insubordinados. Era uma forma de punição quando não queriam obedecer a Satanás e aos demônios. Freqüentemente, o marido era forçado a assistir mais de um demônio praticar relações sexuais brutais com sua esposa. Esse era um meio eficaz de disciplina.
O medo, dentre outras, é a tática mais usada. Quando não era o medo da morte, era o medo de ver a família ser torturada na frente dos seus próprios olhos. Tanto os humanos como os demônios eram torturados. Pela menor desobediência, muitas vezes, os demônios eram obrigados a se manifestar, e depois de torturados, eram então despedaçados por outros mais poderosos. A mente dos espectadores ficava marcada pelo que era presenciado nesses horríveis episódios. Ouviam, também, que o mesmo exemplo serviria de castigo para quem ousasse desobedecê-los.
Nos rituais “mais importantes”, em que eram praticados os sacrifícios humanos, eles se manifestavam fisicamente como gente. Nessas ocasiões ficava difícil dizer quem era demônio e quem era humano, entretanto, podem ser diferenciados pelos olhos frios e sem vida, e igualmente, pelo toque que é igual a uma brasa viva. Quando se olha para eles, parece não haver vida.
A tática favorita para assegurar obediência absoluta é a tortura dos entes queridos. De modo especial, os filhos. Os pais são obrigados a olhar enquanto eles são molestados sexualmente e de forma brutal. Também quando a pele lhes é tirada ainda vivos, ou, quando são torturados até a morte. Nos casos em que a criança sobrevive eles não podem levá-las a um hospital porque poderiam ir para a cadeia sob a acusação de abuso. Nunca conseguiriam provar o contrário porque outros satanistas testemunhariam dizendo tê-los visto abusando dos filhos. Os médicos na seita não cuidarão das crianças até que seus pais paguem somas exorbitantes em dinheiro.
O sacrifício é outro método favorito para disciplinar. A Congregação fica em clima de horror, esperando saber quem será sacrificado. E estes são os desobedientes e aqueles que por um motivo ou outro tentaram sair da seita. Lobisomens, zumbis, vampiros e outros animais repugnantes também existem, vi muitos deles e Satã os mantêm muito bem guardados e vigiados. Ninguém pode controlá-los, exceto Satanás e seus mais poderosos demônios. Ele os usa, principalmente, para a disciplina. Nunca esquecerei um incidente em que um lobisomem foi enviado contra um homem, durante uma reunião. Este saltou e correu com o lobisomem rosnando atrás dele. Logo chegou à conclusão de que não conseguiria fugir do animal-humano, assim, sacou de uma magnum 357 e atirou contra ele, este, por sua vez, nem sequer vacilou. O que fez foi estraçalhar o homem todo. Ninguém na congregação ousou mover-se ou fazer qualquer ruído, com medo de ser o próximo.
Essas criaturas são pessoas possuídas por demônios poderosos capazes de fazer a mudança física necessária nos corpos das mesmas. São bastante precisos os relatos dos cristãos primitivos sobre esses animais malignos na época sombria da Europa. Nunca encontrei nada a respeito, exceto, nas galerias da mansão satânica nas montanhas da Califórnia. Estas criaturas são grandemente temidas e odiadas pelos satanistas. Eles são solitários e integralmente vendidos a Satanás. Penso, que na grande tribulação, aumentarão em número e serão publicamente usados para a disciplina.
Outro método, são as doenças infligidas por demônios, além dos acidentes, perda do emprego, etc. As enfermidades são preferidas, porque poucos médicos conseguem diagnosticá-las e a pessoa morre lenta e dolorosamente, enquanto eles pensam que elas estão imaginando os sintomas.
Os filhos de pais satanistas são oferecidos a Satanás em uma cerimônia parecida com o que acontece nas igrejas. O ritual envolve o “batismo” do pequeno no sangue de um animal sacrificado. Essas crianças são possuídas por demônios até mesmo antes do nascimento, e a maldição é passada de geração a geração, a menos que os pais deixem Jesus Cristo tornar-se o Senhor e Mestre de suas vidas para que todo o pecado seja lavado no sangue d’Ele.
O sangue de Jesus é tão poderoso e Sua obra na cruz tão completa, que até mesmo os lobisomens podem ser salvos se o desejarem. Jesus pode erguer o morto hoje, da mesma forma que fazia quando estava em um corpo humano sobre a terra. As pessoas que estão sob o domínio de Satanás estão mortas. Louvo a Deus porque hoje sou completamente livre, pertenço a Jesus, somente a Ele. E não importa o que Satanás e os seus tentem me fazer. Não há meios pelos quais possam me impedir de dizer o que acontece no reino satânico.
Você leitor! Se faz parte da Irmandade, poderá ser liberto da escravidão. Não precisa permanecer no reino das trevas, do mau e do medo. Jesus pode libertá-lo. Tudo o que tem a fazer é pedir que Ele lave seus pecados com o Seu sangue e se torne o Senhor de sua vida. Não espere! O tempo é muito curto e Jesus voltará breve. Os dias se findam, faça-o enquanto há tempo. Será que você quer ser deixado para trás quando Jesus voltar e levar os seus? Por favor, aceite-O agora!
O “BLACK SABBATH” E OS SACRIFÍCIOS HUMANOS
Elaine:
Os sacrifícios humanos é um assunto que poucos ex-satanistas mencionam, devido às implicações legais. Eu só o faço porque o Senhor me ordenou. De fato, eles são praticados na Irmandade. Passei grande parte da minha vida em hospitais e salas de cirurgias como conseqüência da minha persistente recusa em obedecer a Satã nessa área. Terminantemente eu me recusava a participar dos sacrifícios humanos.
Rapidamente atingi uma posição, graças ao meu rápido crescimento no poder, em que poderia determinar o que fazer e o que não fazer, isso no que diz respeito aos humanos. Sendo a mais poderosa, os outros não podiam tocar-me. Contudo, Satanás e seus demônios podiam disciplinar-me, e por diversas vezes, torturaram-me pela minha recusa em obedecê-los. Tive câncer quatro vezes tendo que ser operada e sofrer todos os horrores da quimioterapia. Foi, o próprio Satanás, quem colocou os tumores no meu corpo como punição pela minha desobediência. Não há dúvida de que morreria se o Senhor não tivesse compadecido e me salvado como Ele o fez.
Os costumes e rituais que envolvem os sacrifícios de animais e de humanos diferem-se em alguns aspectos. Além disso, nos últimos anos, especialmente na Costa Ocidental, inúmeros jovens estão sendo envolvidos no satanismo, através do “rock and roll”, jogos de fantasias ligados ao ocultismo, e naturalmente, através do recrutamento. Esses grupos independentes, de conhecimento do público, são descuidados e espalhafatosos em suas atividades, além de envolverem-se nas drogas. Não estão diretamente ligados à Irmandade. Muitos, nem mesmo, sabem que ela existe. Eles são tão descuidados, que chegam ao ponto de serem apanhados em flagrante, nos crimes de abuso sexual, sacrifícios de humanos etc. Na época em que deixei a Irmandade, havia uma crescente preocupação dos líderes concernente à displicência desses grupos. Porém, Satanás, está se tornando tão audaz que na verdade, ele não se importa com a prisão dessas pessoas pelos crimes cometidos. Ele sabe que não lhe resta muitos anos e se esforça para aumentar a destruição sobre a terra tanto quanto lhe for possível.
São oito os “dias santos”, durante o ano nos Estados Unidos, em que são praticados os sacrifícios de humanos. São eles: o natal, a páscoa, o “haloween” (dia das bruxas), o dia de ação de graças, e preferivelmente, o primeiro dia de cada estação (primavera, verão, outono e inverno). Satanás deseja profanar cada uma dessas estações por causa da bondade de Deus. Os sacrifícios podem, também, serem praticados em outros dias por razões tais como: disciplina, rituais para a fertilidade etc. As assembléias menores, por não possuírem facilidades para essas ocasiões, normalmente, se ajuntam às maiores.
Desde que os Druidas instituíram o “haloween” na Inglaterra, este continua a ser o dia especial para a prática dos sacrifícios humanos. A repentina epidemia de substâncias e objetos encontrados em vários “haloween” tratados por “trick-or-treaters” (brincadeiras maldosas) não é por acaso. É uma tentativa maldosamente planejada pelos satanistas, pois as crianças feridas e mortas por esses truques são sacrificadas à Satã.
O objetivo dos sacrifícios, como é ensinado aos membros, é purificá-los para que possam receber as “bênçãos de Satanás”. Além disso, a pessoa que bebe o sangue e come a carne da vítima ganha novos demônios e o poder lhe é grandemente aumentado. O ato de beber o sangue é um momento importante de todas as atividades satânicas. Coincidentemente Satanás luta para corromper todos os princípios de Deus.
“Qualquer homem da casa de Israel ou dos estrangeiros que peregrinam entre eles, que comer algum sangue, contra ele me voltarei e o eliminarei do seu povo. Porque a vida da carne está no sangue...” (Levítico 17.10-11).
Os sacrifícios, assim como as reuniões, não acontecem no mesmo lugar duas vezes. Muitos membros só ficam sabendo onde serão realizadas, poucas horas antes do seu início. Os sacrifícios acontecem, sempre, nos lugares escondidos e isolados. Nas grandes cidades, isso se torna um problema, contudo, existem algumas áreas, armazéns e construções vagas ou abandonadas. Raramente a Irmandade pratica os sacrifícios em áreas externas, exceto quando há áreas isoladas nos campos ou nos pântanos. O mesmo não acontece com os jovens audaciosos, envolvidos com as drogas. Não se preocupam com a segurança e, por isso, muitos são presos pela polícia ou simplesmente exterminados para evitar problemas futuros e inúmeros são considerados loucos. Por isso, a Irmandade está sempre cautelosa para que nenhuma ligação séria, seja feita com o satanismo.
Juntas específicas são designadas e sustentadas pela Irmandade para conseguir os equipamentos e para providenciar esclarecimentos posteriores. Os satanistas que são policiais quase sempre fazem parte dessas juntas, a função deles, é evitar qualquer interferência da lei. Os equipamentos necessários como o altar, nas grandes cidades, o trono dourado de Satã, etc., são transportados em furgões modestos. Desse modo, podem ser rapidamente retirados e recolocados. Os corpos são, na maioria das vezes, cremados. No caso de bebês, depois de triturados, são colocados no lixo e assim desaparecem. Ocasionalmente o corpo é cremado no local do sacrifício, não sendo possível, “solicitam” as facilidades do necrotério mais próximo. Essas facilidades podem ser encontradas nos hospitais veterinários ou nos abrigos de animais. A disciplina extrema e o trabalho cuidadosamente planejado das juntas são os responsáveis pelo encobrimento dessas práticas durante anos e anos.
Em tais cerimônias a segurança é redobrada e as freqüências do rádio da polícia são monitoradas. Quem quer que seja que presencie tal ritual de sacrifício humano e tenta sair da seita pode pagar com a própria vida. A única maneira de libertar-se é pelo poder de Jesus Cristo e mesmo assim não é fácil. Os demônios vigiam as pessoas que tiveram o menor envolvimento nesses rituais.
Descreverei aqui um “Black Sabbath” (Sábado Negro), também chamado de “Black Mass” em que fui obrigada a comparecer. Eles acontecem uma vez por ano e sempre no fim de semana da páscoa, na época da lua cheia. Na época, não era ainda uma sacerdotisa superior mas literalmente cativa. A maioria das competições que presenciei na Califórnia começaram um pouco antes da páscoa e culminava com o sábado da mesma. Independentemente do preço, sempre procurava um jeito de sair antes do início da cerimônia. Satã observava e, por isso, eu pagava caro pela rebelião, mas não me importava.
Era bastante jovem na ocasião do horrendo fim de semana, na verdade, uma criança. Mas as recordações ainda me abalam, fui informada pela sacerdotisa superior, em menos de um ano na seita, que aconteceria uma cerimônia importantíssima e que eu era uma “privilegiada” por ter sido “convidada”. Deixou claro também que eu não teria escolha e que “deveria” ir, apenas os que são “convidados” comparecem. E não há outra saída a não ser participar. Poucos são os que se atrevem a enfrentar a ira de Satanás não atendendo ao “convite”. E como conseqüência podem tornar-se o sacrifício do próximo “Black Mass”. Não era permitido ir sozinha mas na companhia da minha “mestra” (a sacerdotisa superior) e muitas outras bruxas.
A reunião aconteceu em um celeiro enorme e isolado que foi reformado de forma rudimentar para o momento. Acredito que o número dos que estavam presentes chegasse a duas mil pessoas sendo que a maioria já havia usado drogas antes da chegada, e a todos fora dado doses de bebidas alcoólicas contendo narcóticos. Eu sempre me recusara a tomá-las porque sabia dos danos que causariam à minha mente. Eram muitas as que cobiçavam a minha posição de estar sendo treinada para ser uma sacerdotisa superior. Os membros de nível mais alto nunca compartilham de bebidas com drogas e menosprezam aqueles que o fazem.
Naquela noite, não tinha a menor idéia do que estava para acontecer quando entrei acompanhada no celeiro. Era sexta-feira da paixão e a reunião se estenderia por todo o domingo. Observei, que no fim do celeiro, havia uma plataforma atravessada e por cima dela, um trono feito de ouro puro para Satanás, era óbvio de que seria uma cerimônia especial e ele estaria presente de modo pessoal. Aprenderia, mais tarde, que ele exige a hora exata do sacrifício, e a absoluta coordenação entre todas as assembléias pelo país, porque só pode comparecer a um lugar de cada vez. A cronometragem deve ser precisa para que ele possa estar em todos os rituais. Ele não é onipresente como Deus.
A multidão ficou em absoluto silêncio quando a sacerdotisa superior e o sacerdote superior subiram na plataforma. Podia-se ouvir o barulho de um alfinete cair ao chão, era um silêncio de temor. Cada um deles temia ser o provável escolhido para o sacrifício, e naquele instante, Satã não transmitia mais glória e nem honra a ninguém. Ouviu-se um sussurro de alívio entre todos quando, na porta lateral, surgiu a vítima gritando e esperneando ao ser arrastada para a plataforma. Na páscoa, o sacrifício principal é sempre um homem e, ocasionalmente, e de forma adicional, mulheres, crianças e animais também são sacrificados. No entanto, o momento máximo da cerimônia é o sacrifício masculino, em geral, poucos dias antes do ritual, um transeunte qualquer é capturado e cuidadosamente guardado até o dia da celebração. Aos olhos de Satanás e da multidão, ele se torna Jesus. Desse modo, a suposta vitória de Satanás sobre Jesus na cruz é celebrada.
Assisti, horrorizada, quando uma coroa de espinhos enormes e longos foi enterrada sobre a cabeça do jovem. Os espinhos, chegaram ao ponto de perfurar-lhe o crânio. A seguir, despiram-no e o açoitaram com ferros e atiçadores em brasa, e finalmente, pregaram-no em uma cruz de madeira que foi levantada e colocada no buraco ao chão em frente ao meio da plataforma. Nunca esquecerei o mau cheiro da carne queimada e castigada, os berros da vítima, a visível agonia e as súplicas por misericórdia. A multidão rugia igual a um bando de animais selvagens. No meio dela, podia-se ouvir também as vozes de muitos demônios, eles aplaudiam e escarneciam à medida em que a cruz era colocada no lugar. Satanás já aparecera e assentado no trono, inclinava a cabeça em sinal de aprovação. O sacerdote superior urinou sobre a vítima e os membros da congregação atiravam fezes nele enquanto todos davam vivas à falsa vitória de Satã, e inclinavam-se para adorá-lo.
Ele estava na forma de sempre, vestido de branco, contudo, os olhos cintilavam vermelhos como uma chama e mexia com a cabeça para frente e para trás soltando uivos e uma horrenda e estridente gargalhada enquanto o sacerdote superior enterrava o ferro na cabeça do homem, matando-o ao cravá-lo na cruz. A multidão enlouqueceu, berrando, gritando e dançando num êxtase louco de “vitória”. Declaravam toda vitória, poder e honra ao pai deles, Satanás, que logo desapareceu para participar de outro sacrifício do “Black Sabbath” em outro lugar.
Depois de sua partida a reunião tornou-se uma orgia sexual, humano com humano, demônio com humano e toda a espécie de perversão sexual inimaginável foi praticada. O sangue da vítima foi retirado e bebido pelo sacerdote superior e pela sacerdotisa superior. Depois, foi passado para a multidão e muitos chegaram a abusar do cadáver. O corpo foi separado da cabeça e triturado, depois misturado com drogas e outras substâncias, todos queriam mais poder e por isso comeram da mistura. No terceiro dia, já não estando mais dopados voltavam para suas casas de dois em dois e de três em três. Eles ainda proclamavam que tinham vencido, mais uma vez, juntamente com Satã, o inimigo Jesus Cristo.
Que chacota são os “Black Sabbaths”! Satanás sabe que são chacotas! O ritual é um suposto símbolo da morte de Cristo. Satã proclama que Jesus Cristo foi o último sacrifício para ele e que venceu matando-o na cruz. Como é mentiroso! Sabe que foi ele, e não Jesus, o vencido. E todos os demônios sabem o mesmo. O pior é que as pessoas é que não o sabem. Considero-me uma felizarda porque descobri que tudo isso é mentira, uma mentira descarada. Digo a você leitor, você que é um satanista, você que ainda não deixou que Jesus seja seu Senhor e Mestre. Digo a você, que Satanás não foi vitorioso na cruz! A Palavra de Deus assim resume:
“...e, despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao desprezo, triunfando deles na cruz. [Está se referindo à morte de Jesus na cruz]. (Colossenses 2.15).
JESUS ESTÁ VIVO! Satanás não tem qualquer direito sobre nós. Podemos ficar livres da escravidão dele e tudo o que precisamos fazer é pedir que Jesus nos liberte. Ele já pagou o preço pelos nossos pecados. Você pedirá isso a ele, hoje? Amanhã pode ser muito tarde.
Elaine:
O primeiro momento crucial em minha vida foi a cerca de um ano antes de ser escolhida a noiva regional de Satanás. O meu maior sonho de acreditar que era realmente amada por ele, foi cruelmente desmoronado.
Devia ter cometido uma pequena transgressão contra Satã, e de fato, era tão pequena que eu não estava consciente de tê-la cometido. Um dia, estando sozinha em casa, quatro demônios enormes apareceram em uma manifestação física. Os quatro eram idênticos, com altura aproximada dos dois metros e meio, eram escuros e cobertos com escamas pretas semelhantes a Ri-Chan. Os rostos eram ferozes, as presas enormes e as unhas afiadas como navalha. Agrediram-me sem qualquer aviso, arranharam-me com suas unhas longas retalhando minha carne, e bateram em mim, atiravam-me uns aos outros igual a uma bola de borracha. Eu berrava, chorava e implorava para que parassem de me machucar. Implorava-os para que me dissessem o porquê de estarem fazendo aquilo, porém eles não me responderam uma só palavra. Tão-somente rosnavam e soltavam gargalhadas horrendas. Os meus guardiões, Mann-Chan e Ri-Chan, não faziam um só movimento para me ajudar ou para explicar o que estava acontecendo, e somente depois de uma hora e meia os quatro se foram da mesma forma como chegaram. Fui largada no chão exausta e agonizante. As minhas costas estavam retalhadas e eu tinha enormes ferimentos da cabeça aos pés. A mobília fora toda revirada e o meu sangue estava por toda parte. Enquanto eu estava deitada, soluçando e ofegante, tentando recuperar-me, Satanás entrou pela porta fechada e, como sempre, ele estava em seu disfarce predileto de um homem jovem e elegante. Ficou alguns instantes olhando para mim, depois, virou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada e continuou rindo enquanto eu, deitada, perguntava o porquê dos demônios me atormentarem de forma tão cruel. A única resposta que ouvi era que estava sendo disciplinada, no mais, acrescentou que os demônios haviam feito um bom trabalho e sem fazer qualquer movimento para me ajudar, desapareceu.
Só havia uma resposta para mim: Satã me odiava e era um mentiroso. Essa constatação era uma ferida tão profunda no meu coração, que era maior do que qualquer outra no meu corpo. Estando sozinha, fiz o melhor que pude para limpar e arrumar o apartamento e para cuidar dos meus ferimentos. Na época, era enfermeira, e usei de meus conhecimentos para curar-me, não poderia pedir ajuda a ninguém e nem mesmo contar o ocorrido. De qualquer modo os outros não se preocupavam o bastante comigo para aproximar e questionar o que estava errado. Quando meus ferimentos sararam, não ficou uma cicatriz sequer no meu corpo. Satanás não deixara qualquer evidência que pudesse ser usada contra ele no futuro.
Foi assim, que eu tive consciência, sem sombra de dúvida, de que ele me odiava e me menosprezava e que não me amava do modo como dissera. Da mesma maneira, constatei que os demônios também haviam me traído. Puniram-me por algo insignificante, e também usavam em benefício próprio. Em várias ocasiões, para protegê-los da ira de Satanás, eu encobria certas atitudes tomadas por eles.
Foi nessas circunstâncias que decidi, se possível, sair da -seita. Faltavam ainda dois anos para Deus mostrar-me o caminho. Sentia-me completamente desgraçada, os demônios estavam ao redor e dentro de mim e na época, pensava que eles podiam ler a minha mente. Assim, dificilmente eu pensava sobre o assunto e nunca o mencionava. Não sabia onde buscar ajuda. Supondo que sobrevivesse o suficiente para tentar, me perguntava, onde no mundo encontraria poder superior ao de Satanás e seus demônios? Continuamente eu precisava fingir que queria estar na seita, mesmo sabendo que finalmente eles já haviam planejado a minha morte. E, se Mann-Chan, ou qualquer um outro descobrisse o que se passava em minha mente, isso significaria morte certa e agonizante.
Passados os dois anos do episódio da disciplina, uma senhora, com quem eu trabalhava, convidou-me para ir com ela na igreja em que freqüentava. Eu recusava constantemente, e já tinha problemas suficientes para querer ir com a “fanática”. Novamente, jovem e elegante Satanás apareceu, colocou os braços ao meu redor e de forma amável disse que ele, meu marido, havia sido insultado e que somente eu poderia vingá-lo. Disse, também, que conhecia os convites que Esther me fizera e queria que eu fosse com ela. Desse modo, eu poderia destruir a Igreja onde as pessoas ousaram dizer que ele, além de estar vivo, era mau e deveria e podia ser combatido. Eu deveria ir, infiltrar-me nela, dividi-la e, assim, destruí-la. Queria que eu usasse a oitava parte do plano que ele e seus servos (incluindo a mim mesma) usaram e até hoje usam com sucesso por todo o mundo para destruir as igrejas de Cristo. (Essa estratégia será estudada com detalhes no capítulo 17).
Foram duas as vezes em que tentei ir. Na primeira, não consegui sequer sair do carro por causa do tremendo poder de Deus naquele lugar. Nunca experimentara algo tão extraordinário. Na segunda, consegui chegar até à porta, mas literalmente, não pude pegar na maçaneta porque o poder de Deus, novamente, era estrondoso. Os demônios no meu corpo o sentiram e eu decididamente me recusei a entrar. Se Esther não tivesse aproximado de mim, novamente, no trabalho, não sei se eu teria conseguido voltar. Ela me desafiou a ir. Conhecia-me o suficiente para saber que eu não tentaria de novo.
Lutando contra a vontade de ficar, decidi ir. Esther me esperava, e quando me viu, acenou para que eu fosse assentar-me perto dela na frente, mas recusei. Então, ela veio, assentou-se comigo e falou: “Tudo bem, Deus está aqui atrás da mesma forma que está lá na frente!” Naturalmente que eu não gostei da observação.
E, aconteceu que o jovem que pregara aquela noite, estava se candidatando ao cargo de pastor. E, o que eu e os demônios conseguimos fazer foi ouvir aquele discurso do começo ao fim. O pior, foi, quando imediatamente após o culto, ele veio na direção em que Esther e eu estávamos assentadas. Conversou comigo e tentou fazer-me entregar a minha vida a Jesus. Com termos vagos disse-lhe que não queria e que não precisava de Jesus. Ele apenas sorriu e disse: “Estou certo de que você não se incomodará que eu ore por você.” Imediatamente, lembrei-me de que eu deveria infiltrar-me na igreja. Assim, tentando reprimir a resposta, murmurei: “Não eu não me importo”.
Para o meu espanto, ele colocou a mão sobre o meu ombro e começou a orar por mim ali mesmo, e em voz alta. Não suportava ser tocada por ninguém, principalmente por ele, e nem mesmo os demônios o suportaram. Apesar de contorcer-me, ele continuou a orar, não parecia impressionar-se com o fato, e saí o mais rápido que pude, assim que ele terminou a oração. Porém, algo havia me tocado. No trajeto para casa, falei com o Senhor que se Ele existisse e quisesse que eu fosse d’Ele, Ele deveria fazer com que o jovem fosse o pastor daquela igreja. No domingo seguinte, a igreja o nomeou para o cargo. Ainda se passaria um ano até eu cumprir a minha parte no trato.
No mesmo ano, um outro incidente seria determinante para mostrar-me como Satanás estava mentindo e que existia um poder superior ao dele. Comecei a pensar que talvez Jesus fosse a resposta e, pouco tempo depois, de já estar freqüentando a pequena igreja, Satanás veio, obviamente, muito furioso, dizendo que no seu hospital “especial” havia uma médica que se julgava muito esperta. Ela não só se atrevera a “pregar e a orar”, como também a intervir no trabalho das bruxas naquela instituição. Ele ordenou-me a organizar um esforço nacional, com todas as bruxas mais poderosas, na intenção de destruí-la. Não se importava como o fizéssemos, mas ela deveria ser morta o mais rápido possível. Só fiquei sabendo dois anos mais tarde, que Rebecca tinha sido o alvo escolhido para receber os ataques de bruxaria. Não me atrevo a pensar o que teria acontecido se tivéssemos sido bem sucedidos. Louvo a Deus que não o fomos!
Depois de ter recebido a ordem, liguei para Helen, a bruxa líder, naquele hospital particular e passei-lhe a ordem de Satã e dei-lhe a incumbência de organizar o resto. Durante vários meses, pensei muito pouco sobre a tarefa, exceto, quando tinha que fazer, periodicamente, os encantamentos necessários. Pouco depois de seis meses, constatei que nas vezes em que fazia encantamentos direcionados à médica, os demônios voltavam incapazes de completar o trabalho. Ficávamos todos aborrecidos com a situação. Eu nunca experimentara algo semelhante e por isso estava confusa. Não contei a ninguém sobre o problema, porque admitir que o meu poder estava falhando poderia ser fatal.
Recebi um telefonema da Helen três semanas antes de entregar-me a Jesus, a médica que deixara o hospital quatro meses antes, quase morta, acabara de retornar para trabalhar. E o pior, é que estava completamente curada! Estremeci. Como poderia isso ter acontecido? Percebi que um poder muito superior a qualquer outro havia barrado o nosso, logo, lembrei-me dos “anjos-elos” na Califórnia. Quem sabe, a médica possuísse o mesmo poder daquela família? No mesmo instante, certifiquei-me de que ele era Jesus Cristo.
No mesmo dia, mais tarde, Satanás apareceu-me novamente, desta vez muito infeliz, perguntou porque havíamos falhado. “Você não sabe?” Retruquei. “Sim.” Ele disse. “Mas eu quero saber se você sabe”. “Bem, presumo que alguém tenha nos barrado através de orações.” “É isso mesmo.” Foi a resposta curta que deu. Depois foi-se embora. Freqüentei a pequena igreja regularmente durante a ocasião. Isso foi muito antes de constatar que estava fraca demais para destruí-la. Lá, as pessoas estavam prontas para qualquer um de meus truques, mas assim mesmo, continuaram a me amar e a orar por mim. Apaixonei-me por elas. Eram genuínos. Amavam tanto ao Senhor que não se incomodavam com o que eu fosse, nem de onde viera, como me vestia ou andava. Preocupavam sim, com a minha alma, a ponto de continuarem orando e orando.
Eles oraram tanto, que um dia, domingo à noite no altar eu, finalmente, disse. “Jesus, eu quero e preciso de ti, perdoa-me e entra no meu coração e na minha vida.” Que batalha foi aquela! Mann-Chan e os outros tentaram fechar minha boca. Na mente, diziam que eu estava mentindo, que Deus não existia e que Jesus estava realmente morto. Contudo, eu sabia que eram mentirosos e não iria ouvir-lhes a voz.
Mann-Chan e os outros tinham muito o que fazer. A primeira atitude deles foi. Ir diretamente a Satã e dizer o que eu havia feito. Então como dizem, a coisa ficou feia!
Ao chegar em casa, na mesma noite, ele veio falar comigo. Agora, entretanto, tudo era diferente: antes, normalmente, ele teria se aproximado, posto as mãos sobre meus ombros ou me abraçado, mas, ao contrário, ficou a uma certa distância e pude notar que havia muitos demônios poderosos com ele. Mas, mesmo assim, estes se mantiveram à distância, Satã parecia louco. Gritou para mim.
“Que diabos você pensa que está fazendo?”
“Estou te deixando.” Respondi.
“Você não pode fazê-lo.”
“Não posso fazê-lo?! Eu já o fiz !”
“Você é minha noiva. Ganhei você. Se não fizer o que digo, vou matá-la. Não pode anular aquele pacto!”
“Prefiro morrer por Deus do que continuar sendo sua noiva. O pacto não vale mais porque está coberto com o sangue de Jesus, e você só me oferece mentiras e destruição.”
“Você tomou a decisão errada, e vou provar isso a você.”
“Seu! (censurado). Saia da minha casa!”
“Veja: você não é crente de verdade!”
“O que você quer dizer com isso?”
“Os crentes não xingam.”
Não pensara a respeito. Mas, também me tornara crente apenas por duas horas e estava usando a linguagem que gostava fora da igreja.
“Então é isso! Pois sei que sou porque pedi a Jesus para perdoar meus pecados e entrar no meu coração, e tenho certeza de que Ele o fez.
“É o que você pensa, mas não aconteceu de verdade.”
Estava tão furiosa que tentei dar um passo para socar-lhe o nariz, mas por algum motivo não consegui sair do lugar. Por sua vez, ele também estava tão irado que gritava ameaças para mim e, repentinamente, senti uma paz envolver-me por completo. Pela primeira vez a voz inconfundível de Deus falou ao meu coração e ao meu espírito dizendo: “Não tenha medo minha filha, estou aqui, ele não poderá prejudicá-la.” Novamente, disse a Satã para sair, desta vez, no entanto, usei o nome de Jesus e num instante ele desapareceu.
Nas duas semanas que se seguiram, suponho que ele tenha me visitado umas vinte vezes. Em algumas, usava o charme, tentando ser um amante, mas sempre furioso. Tentou persuadir-me dizendo que Jesus estava morto, fez inúmeras ameaças, mas em nenhuma vez chegou perto de mim, nem ele e nem os demônios.
Muitas foram as vezes em que eles se aproximaram de mim, planejando me torturar da mesma maneira que fizeram os quatro no passado. No entanto, ao chegarem mais perto, ficavam confusos e aterrorizados. E, sem dizer qualquer palavra, voltavam atônitos. Gradualmente, comecei a observar que havia uma proteção especial de Deus sobre mim, até mesmo Mann-Chan que me importunava todo o tempo, não conseguia rasgar-me como fizera no passado. Eu tinha mais controle sobre ele do que ele sobre mim.
Apesar da proteção especial, ele foi bem sucedido em fazer-me doente. Tão doente, que em duas semanas, fui parar em um hospital de uma cidade vizinha. Na época, não entendi que Deus o havia permitido. A longa estrada rumo à completa libertação dos demônios, e ao total compromisso com Jesus, estava para iniciar-se naquele hospital. Então, tornei-me paciente em um estranho hospital, numa estranha cidade. Perdi quase tudo o que havia ganhado através do satanismo nas duas semanas depois de ter aceitado a Jesus. Contudo, louvado seja o Senhor, pois Ele estava no controle de tudo. Comecei minha nova vida com Jesus auxiliada pela mesma pessoa que tanto tentara matar: Rebecca.
Elaine:
Fiquei extremamente doente nas duas semanas após o dia em que fizera de Jesus meu Senhor e Mestre. Fui levada para outra cidade onde estava localizado o hospital Memorial. Cheguei de ambulância para a sala de emergência, e como não conhecia nenhum dos médicos, ficaria aos cuidados do médico de plantão naquela noite. Estava desesperadamente doente, sentia dores fortíssimas, além da solidão e do medo. Foi nessas circunstâncias, deitada de modo desconfortável na sala de emergência, que Rebecca entrou na minha vida.
Estava surpresa, primeiro, porque nunca tinha visto uma médica e, segundo, porque além de muito bonita, era jovem. Mas, muito mais do que isso, ela irradiava algo, que mesmo não podendo tocar, eu sabia que era bastante forte. Os demônios no meu corpo sentiram também, e não gostaram. Podia ouvi-los resmungar e contorcer para que eu não me envolvesse com ela.
Fraca como estava, enquanto Rebecca parou para conversar comigo, fiquei observando o broche dourado que ela usava na gola do casaco branco com a seguinte inscrição: “Jesus é Vida”. Finalmente, a curiosidade superou a timidez e, aproximando-me o suficiente para tocá-lo, perguntei: “Você é cristã?”
“Sim.” Respondeu sorrindo. “E você?”
Balançando a cabeça respondi. “Tornei-me uma há duas semanas.”
“Isso é bom para você!” Disse amavelmente, “É a decisão mais importante que alguém possa tomar.”
Pela segunda vez, aquela voz amável e cálida soou ao meu ouvido: “Ouça tudo o que ela te ensinar pois é minha serva. Você aprenderá muito mais. Tudo o que necessita saber.” Reconheci a voz como sendo do Senhor mas estava muito machucada e confusa para confiar nela totalmente. Isso, foi muito antes de vir a confiar n’Ele ou em Rebecca.
Naquela noite, fui internada por ela no hospital, e, na manhã seguinte, para o meu desapontamento, conclui que ela não seria minha médica titular. Fui designada aos cuidados de um médico que estava sob a autoridade dela e não gostei nada dele. E, do mesmo modo, ele não gostou de mim. Não acreditava que eu estivesse doente e sentindo dores. Passei muitas noites em lágrimas e sofrimento devido ao descaso dele para comigo.
No segundo dia, após minha internação, Rebecca veio falar-me. Trouxera consigo uma Bíblia para mim. Fiquei surpresa, os médicos não andam por aí distribuindo Bíblias a seus pacientes! Pelo menos, não no meu conceito. Ela não apenas deu-me a Bíblia, como também, a tarefa de lê-la, depois, orou por mim!
O primeiro livro indicado para eu ler, era o de Tiago, e, à medida em que o lia, ficava cada vez mais furiosa. Era como se a minha consciência estivesse sendo alfinetada a cada leitura. Os demônios, também, não gostavam. Estávamos de péssimo humor quando ela chegou no dia seguinte. De fato, tão furiosos, que atirei a Bíblia nela. Tão-somente ela se esquivou, e, sorrindo, apanhou-a dizendo: “Qual é o problema? Por acaso a Palavra de Deus tocou em alguma ferida? Bem, eis aqui a sua próxima tarefa...”
Estávamos furiosos (eu e os demônios) porque a nossa raiva não parecia afetar-lhe em absoluto. Aquela foi uma das muitas sessões com Rebecca folheando as Escrituras.
De maneira lenta, comecei a crescer espiritualmente. Os demônios estavam aborrecidos com a situação e, com freqüência, usavam a minha boca para mandá-la ir embora. A cada dia estava certa de que não a veria mais. Contudo, ela continuou vindo e vindo.
Rebecca:
Quando vi Elaine pela primeira vez, não fazia idéia de quem era e nem mesmo do envolvimento dela com o satanismo. Comprei uma Bíblia para ela porque o Senhor me ordenara. Não compreendi, na ocasião, que conversava mais com os demônios do que com ela própria. Ela era detestável! Ou melhor, eles é que eram, me deixava furiosa e, foi por esta razão, que eu indicara-lhe o livro de Tiago porque ele diz muito sobre refrear a língua.
A primeira internação de Elaine foi cerca de seis semanas. Realizamos todos os testes possíveis e, mesmo assim, não conseguimos descobrir o que estava de errado. Eu, ainda, não havia aprendido nada sobre doenças demoníacas e apesar de todas as orações não obtive resposta. Os outros médicos concluíram que ela não estava doente, mas mesmo assim, eu não fiquei em paz com o diagnóstico. Apesar de tudo, ela, finalmente, recebeu alta.
Dois dias depois estava de volta. Sendo o meu plantão fiquei responsável por ela até que o meu residente voltasse na segunda. Elaine reclamava das mesmas dores, e a situação era complicada. Tinha certeza de que falava a verdade, mas não conseguia identificar a doença. Suas perguntas soavam como um desafio:
“Doutora Brown por que eu ainda estou doente? Os anciões ungiram-me com óleo e oraram pedindo a Deus a cura! Porque Ele não responde? Será que estou fazendo algo errado?” Era realmente um desafio. Não conseguia identificar o que estava errado no corpo dela e nem recebia respostas de Deus, apesar de todas as orações. Disse-lhe que não sabia o porquê do Senhor escolher não curá-la, mas que estava certa de que Ele tinha algum propósito na situação. Fiz o pedido de internação, decidida a passar o caso para o meu residente e um outro especialista, assim, eu não teria que me preocupar mais em cuidar dela. Contudo, ela e o Senhor tinham planos diferentes!
Elaine:
Até esta segunda admissão no plantão de Rebecca, eu estivera, relativamente segura no hospital. Satanás e seus demônios não são onipresentes como Deus e as notícias no reino das trevas não circulam tão rápido. Na primeira admissão, ninguém soubera, da minha conversão. Agora, no entanto, as coisas estavam diferentes, muitos médicos e enfermeiras eram satanistas e a informação já se havia espalhado. Estava destinada à morte por ser uma traidora de Satã. Passava o tempo todo lutando pela própria vida, e, sendo mais forte do que eles eu vencia facilmente.
Não sabia, entretanto, que os demônios queriam que eu usasse os meus poderes pois sabiam que, agindo assim, eu não cresceria espiritualmente. Naturalmente que não contei nada para Rebecca. Não confiava nela totalmente. Porém, ela era tão diferente de qualquer outro médico que eu determinei que ela seria a minha médica.
No dia seguinte, quando o especialista veio me ver, imediatamente eu o reconheci. Ele era um poderoso satanista das redondezas. Eu nunca gostara dele. Deliberadamente comecei a lutar contra ele e os meus demônios passaram a atacá-lo. De fato, ele ficou tão ferido fisicamente que não conseguiu trabalhar durante três dias. Foi necessário apenas uma semana para fazê-lo me odiar e temer a ponto de não querer mais me ver. Era precisamente o que eu queria. Já o residente, era uma outra questão, não era satanista e nem cristão. No primeiro contato não gostara de mim, contudo, pelas regras do programa de treinamento, eu tinha sido destinada aos cuidados dele.
Tornei a vida dele um inferno da mesma forma que ele a minha. Projetava-me espiritualmente para o apartamento dele, e, com uma caneta de tinta preta marcante, escrevia mensagens obscenas na parede. Depois, assinava em baixo. Atirava pratos nele quando estava em casa e por várias vezes sacudi a geladeira fazendo estragar toda a comida. A cada vez que ele tentava chamar alguém para ver as mensagens, um dos demônios me avisava e eu o enviava para limpá-las antes que o convidado pudesse vê-las. Rapidamente ele aprendeu que não poderia dizer a ninguém o que acontecia porque poderiam falar que estava ficando louco. Ficou tão temeroso a meu respeito que, em duas semanas, desistiu do meu caso. Ficara, então, com Rebecca. Ela irradiava um amor que, mesmo eu não entendendo, me atraía. A minha afeição por ela aumentava e, no fundo, eu sabia que era a única a ter as respostas para a minha libertação.
Rebecca:
O meu descanso concernente a Elaine durou muito pouco tempo, e, em menos de duas semanas após sua admissão, o residente veio dizer-me que não se importava com as conseqüências, mas que não iria mais cuidar dela. Também, o especialista, no fim da primeira semana, disse que não se importava com o que eu fizesse com ela por que ele estava lavando as mãos sobre o caso, e acrescentou que não a veria mais. Fiquei paralisada! Não sabia o que fazer com ela.
Vendo Elaine diariamente, cheguei à conclusão de que estávamos esbarrando em algum ponto no seu crescimento espiritual, era como se algo o estivesse bloqueando. Na maior parte do tempo ela era insuportável. Eu não sabia, ainda, que ela possuía demônios. Vez após vez, a minha vontade era de dar-lhe alta e dizer que não podia fazer mais nada por ela. Quando chegava até esse ponto, em que Deus permitia a Satanás tentar-me, a ponto de ficar totalmente desanimada e enterrar o rosto no chão. a única atitude era pedir perdão ao Senhor. Ele sempre me dizia: “Veja a paciência que tive com você! Não pode usar da mesma para com minha filha Elaine?” Naturalmente que eu sempre cedia, e novamente pedia a Ele que colocasse Seu amor no meu coração por ela e voltava a vê-la no dia seguinte.
Finalmente, depois de três semanas, fiquei um fim de semana inteiro em oração e jejum pedindo a Deus uma resposta para o caso de Elaine, e no final do domingo, Ele falou-me claramente: “Você ainda não conversou com Elaine sobre o profundo envolvimento dela no ocultismo.” Tudo, então, se esclareceu. Havia reconhecido as manifestações, mas Satanás bloqueara minha mente.
Na segunda-feira pela manhã, fui conversar com ela sobre a área ainda não discutida.
“O que é?”
“É sobre o seu total envolvimento no ocultismo.”
Pasmada, ela ficou imóvel me olhando durante todo um minuto.
“Como você sabe sobre isso?”
“Passei todo o fim de semana orando e jejuando pedindo a Deus que me desse a resposta, e Ele me falou.”
Disse-lhe que deveria confessar, todo e qualquer envolvimento no ocultismo para o Senhor e pedir-lhE perdão. Deveria pedir, também, que Ele apagasse tudo e fechasse as portas com o precioso sangue de Jesus, porém, ela se recusava a fazê-lo. Em total desespero, disse: “Elaine não posso mais lidar com você. Contudo, sei que o Senhor pode. Assim, orarei entregando-a nas mãos d’Ele e pedirei que Ele se entenda com você.” Depois de fazê-lo, saí.
Elaine:
Eu nunca ficara tão deslocada em toda a minha vida, como quando Rebecca aproximou-se perguntando pelo meu total envolvimento no ocultismo. Sabia que só havia dois modos pelos quais ela obtivera a informação: um era Satã, e o outro Deus. Era um momento decisivo na minha vida. Quando ela orou pedindo a Deus para lidar comigo, Ele certamente o fez. Na verdade, ela passou a fazer aquela oração diariamente, e como a odiei por fazer aquilo! Entretanto, nos dias que se seguiram, o Senhor quebrou toda a interferência demoníaca e, lentamente, comecei a entender que, como cristã, eu deveria fazer de Jesus o meu Mestre em todos os sentidos, assim como Salvador.
A minha confiança e amor para com Rebecca aumentava mais e mais a cada dia. Passei a observar o compromisso total dela com o Senhor e tentava imitá-la. Ensinou-me que o pacto que eu fizera com o sangue havia sido totalmente cancelado pelo sangue de Jesus, e que a batalha não seria fácil nem para mim e nem para ela. Através da graça de Deus, crescia um pouco a cada dia. Com o crescimento espiritual os problemas físicos começaram a ser solucionados. Chegou, então, o último dia em que Rebecca disse-me ter recebido do Senhor a orientação de que já chegara o tempo em que eu deveria aprender a lutar contra Satanás fora do hospital. Assim, pela ultima vez, recebi alta.
ENTRANDO NA BATALHA ESPIRITUAL
Rebecca:
Após ter dado alta a Elaine, continuei a vê-la como paciente, durante um mês. Foi quando Satanás “soltou a bomba”. Elaine me chamou uma noite e pude notar que ela estava completamente desolada. Assim como eu, recebera uma carta da Irmandade.
A carta destinada a mim, descrevia detalhadamente todas as minhas atividades nas duas últimas semanas, inclusive cada item comprado na mercearia. Sabiam o meu nome e endereço. Diziam que seu eu visitasse ou falasse com Elaine eles iriam me raptar e sacrificar. E, na carta enviada para Elaine, diziam que ela estava proibida de ver ou falar comigo. No mais, deveria arrepender-se e voltar a servir a Satanás. Se não o fizesse, ela iria ser sacrificada no próximo “Black Sabbath”. Em ambas as cartas, havia um lembrete semelhante ao que o mensageiro do rei da Assíria levara ao rei Ezequias. Este dizia: “Vocês duas são tolas se pensam que o seu Deus pode protegê-las do nosso príncipe das trevas.” (Veja Isaías capítulos 36 e 37).
“O que vamos fazer?”, foi a pergunta de Elaine. Ela queria romper qualquer contato comigo na esperança de evitar que a Irmandade me prejudicasse. Mesmo assim, eu estava convencida de que não era essa a vontade de Deus. Ainda assustada, disse-lhe que levaria a situação ao Senhor, em oração, buscando orientação. Sabia que não podíamos fugir. Você não pode se esconder de Satã. Do mesmo modo que Elaine, eu já sabia como os satanistas se empenham em cumprir suas ameaças. Lembrara-me do jovem pastor que tinha sido torturado até quase a morte, estava certa do que aconteceria, se colocassem as mãos em nós. O Senhor, já de antemão, havia me mostrado em uma visão, de como uma virgem é sacrificada na seita. Lá a morte é considerada uma agradável remissão para a vítima.
Levei o problema ao Senhor, em oração, ele disse que queria que eu levasse Elaine para morar comigo, já que ela não possuía fé o suficiente para suportar tudo sozinha. Além disso, estava divorciada há muitos anos e não possuía amigos íntimos. A filha, ficara aos cuidados da meio-irmã por causa do tempo prolongado de sua hospitalização, isso significava, que estava completamente sozinha. Ele disse, também, que ela iria preferir cometer suicídio do que cair nas garras da seita sabendo do que a aguardava. Em suma, a atitude de trazê-la para morar comigo, era o mesmo que direcionar todos os ataques para a minha própria casa.
Enfrentei o medo durante dois dias para tomar a decisão. No fundo, não me considero uma mártir! Não poderia suportar a tortura física empregada pela Irmandade e nem ver Elaine ser torturada também. Mas lembrei que pedira ao Senhor, diariamente, durante dois anos para estar na brecha. Isso, poderia significar a Ele permitir a Satanás tirar a minha vida como já o fizera através dos tempos, desde o primeiro mártir cristão Estêvão.
Seria inútil pedir ajuda à polícia, porque muitos satanistas estavam infiltrados nela. Estávamos desamparados diante do enorme e bem treinado exército de Satanás. Ao mesmo tempo, sabia que recusar fazer a vontade do Pai era o mesmo que negar a Jesus. Na segunda noite, deitada de bruços e em prantos, usei de toda a sinceridade para com Deus: “Meu Pai, meu Pai! Estou terrivelmente assustada. Não posso enfrentar tamanha tortura e nem mesmo ver Elaine ser torturada também. Do mesmo modo que não posso negar-te e nem mesmo a Jesus! Farei a Tua vontade, mas por favor, me ajude! Estou com tanto medo!”
A partir daquele instante, o Senhor começou a ministrar a mim. Apesar de não estar menos temerosa, consegui força suficiente para levantar-me e fazer o que tinha de fazer.
Na manhã seguinte, chamei Elaine e disse-lhe que depois do trabalho, à tarde, ela iria morar comigo. Ela ficou surpresa com a notícia e disse que eu ficara louca, e não queria fazê-lo. Entretanto, eu a convenci dizendo que era a vontade de Deus e que ela não teria escolha se quisesse seguir e servir a Jesus. Assim, desde daquele dia, ela mudou para a minha casa e, desde então, moramos e servimos juntas a Jesus.
Teríamos que esperar ainda, duas semanas antes do próximo “Black Sabbath” na Irmandade. Eles estavam furiosos com a mudança de Elaine e fizeram-nos saber disso, através de todos os tipos de ameaças. Recebíamos chamadas telefônicas altas horas da noite, batiam fortemente nas paredes e nas portas nas madrugadas, atiravam pedras contra as nossas vidraças e balas contra as paredes da casa.
Enquanto esperávamos, senti que aquela batalha seria totalmente no campo espiritual, e, apenas Deus, poderia vencê-la. Sabendo disso, li e compartilhei com Elaine a estória do rei Josafá em II Crônicas 20, quando um exército enorme marchara contra ele. Não tendo esperanças de vencer o inimigo, o rei Josafá convocou o povo a orar e pedir socorro do Senhor. A resposta de Deus foi que a batalha era d’Ele e que Ele, o Senhor, iria protegê-los. Falei que a nossa única esperança era sustentar nossa fé n’Ele e confiar que Ele lutaria por nós. E se essa não fosse a Sua vontade, Ele nos fortaleceria o bastante para enfrentarmos o que já escolhera para nós. A minha oração era para que no caso de sermos torturadas não chegássemos a negar Jesus. Não importava o que fizessem, eu queria forças para suportarmos o que estava por vir. Sabia que teria de ajudar Elaine e amparar-lhe a fé até que tudo terminasse.
Temendo que a Irmandade prejudicasse os meus pais, não disse nada a eles. Na verdade, a única ajuda à nossa disposição, era o socorro divino. Fui obrigada a contar o que estava acontecendo para a minha, companheira de quarto. Ela ficou tão assustada que ficou fora de casa durante aquelas duas semanas.
Na medida que as semanas se passavam e as perseguições aumentavam, assentávamos e líamos a passagem de II Crônicas 20. Um dia antes do “Black Sabbath” na Irmandade, eu estava assentada na biblioteca do hospital quando uma médica cristã veio e colocou um cartão no meu colo. Havia versículos bíblicos nele. Disse-me que o Senhor a incomodara nos últimos três dias para escrevê-los para mim. Nem mesmo sabia o porquê daquela atitude, contudo, obedecera. Eu ainda guardo o cartão. Eis o que ele diz:
“... Não temais; nem vos assusteis..., pois a peleja não é vossa, mas de Deus... não tereis de pelejar; tomai posição, ficai parados e vede o salvamento que o Senhor vos dará...” (II Crônicas 20.15 e 17).
Eram estes versos que eu e Elaine estivéramos lendo todo o tempo! Nunca serei capaz de expressar o que senti naquele instante. Pela primeira vez, eu soube, sem sombra de dúvida, o que significava Deus enfrentar a batalha por nós e estava certa de que estaríamos seguras.
Na noite especificada pela Irmandade, ficamos acordadas até depois da meia-noite. Ouvimos alguns discos e cantamos louvores ao Senhor. Quando o relógio bateu a meia-noite em ponto, a música que estávamos ouvindo era “It Is Finished” (Está terminado) cantada por Bill e Glória Gaither. Então paramos e louvamos a Deus, porque estava realmente terminado. Ele cumprira a sua Palavra. Lutara a batalha por nós. Não tínhamos um só arranhão. Assim, fomos para a cama, e dormimos em paz o resto da noite.
No dia seguinte ao “Black Sabbath”, a batalha recomeçou séria. Os demônios em Elaine tentavam matá-la a qualquer custo, e, até aquele momento, ela persistia em negar que tivesse demônios, porém, quando a vi ser atirada ao chão com dores no peito como se estivesse tendo um ataque cardíaco, tive certeza de que mentia. Não sabendo o que fazer, clamei ao Senhor e Ele interviu fazendo a dor desaparecer.
“Elaine, só pode ter sido um demônio! Porque você se recusa a admiti-lo? “Sim é Mann-Chan. Ele está tentando me provocar um ataque cardíaco.” “Quem é Mann-Chan?”
“Mann-Chan é o demônio que guia o meu espírito a anos. Ele recebeu ordens de Satã para matar-me.”
Sabia muito pouco sobre como enfrentar os demônios. Provavelmente, eles deveriam ser enfrentados da mesma maneira que Deus me ensinara a resistir a Satanás. Isto é, em voz alta e no nome de Jesus. Voltei-me para Elaine e disse-lhe que ela deveria resistir a Mann-Chan e ordená-lo a sair no nome de Jesus. Mas, ela achou o conselho constrangedor e recusava-se a fazê-lo. Nos dois dias que se seguiram, vez após vez, ele a atirava ao chão tentando matá-la, e como ela teimava em não repreendê-lo, era eu que o ordenava a parar e ele obedecia.
Sabia que Elaine deveria aprender a lutar e que o Senhor não me permitiria fazê-lo por ela indefinidamente. A teimosia que a tinha capacitado para sobreviver todos aqueles anos, estava agora, conduzindo-a na direção errada. Assim, já no terceiro dia em que Mann-Chan continuava a atacá-la, eu, em total desespero, finalmente levei-a até a porta, disse: “Se você não se humilhar, se não enfrentar Mann-Chan e ordená-lo a sair, como o Senhor deseja, ele irá matá-la. Agora, vá a algum canto onde ninguém poderá ouvi-la e não volte aqui até que tudo esteja terminado! Mas, se você deixar que ele a mate, eu não vou permitir que isso aconteça debaixo do meu teto!”
No instante em que ela saiu, fui envolvida pelo terror. Perguntava a mim mesma o que fizera, e se ele a matasse? De todo o coração não queria que isso acontecesse. Teria sido tão ríspida com ela? Pensando nisso, ajoelhei-me e orei intensamente por ela. Passados dois minutos enquanto eu orava, Elaine, de modo encabulado, entrou em casa. Fiquei totalmente aliviada quando vi que ela estava sã e salva.
“Bem, o que aconteceu?”
“Fiz exatamente o que você me disse. Mandei-o sair, e ele se foi.” Contudo, a batalha intensificou-se. Ri-Chan e os outros começaram a afligir Elaine, eu sabia que se não fossem expulsos, iriam matá-la. Na verdade, eu nunca expelira um demônio e não estava segura de fazê-lo. Assim, numa quarta-feira pela manhã, chamei o pastor Pat e contei-lhe a situação (eu não contara para o outro pastor da igreja, que estava freqüentando perto do hospital, porque não estava certa de que pudesse me ajudar. E, as atitudes tomadas por ele mais tarde, provariam que o discernimento dado pelo Senhor a mim, fora preciso) . Eu disse ao pastor Pat que se Elaine não fosse liberta naquele dia, ela poderia ser morta. Então ele pediu-me que a levasse à reunião de oração à noite e, posteriormente, ele lidaria com os demônios da maneira que o Senhor orientasse.
A batalha para levar Elaine à igreja foi tremenda porque eles tentavam de lodo jeito impedir-me de fazê-lo. Praticamente, eu a carreguei para dentro do carro e atei-lhe o cinto de segurança. Ninguém será capaz de saber, exceto o Senhor, o que eu sentia ao vê-la sofrer tanto. Os demônios dentro dela machucavam-na tentando matá-la antes que pudessem ser expulsos. Profundamente, admirava a coragem e a determinação dela para ser liberta. Nem uma só vez ela reclamou da agonia que estava enfrentando.
Após a reunião de oração, o pastor Pat pediu-nos que o acompanhasse, listavam conosco, dois anciãos, e eu não estava certa de que eles já tivessem participado de reuniões de libertação antes, mas mesmo assim, o pastor Pat já participara. Ele deu abertura com oração, pedindo ao Senhor que nada pudesse entrar e que nós não pudéssemos sair até que o trabalho que estávamos para fazer tivesse terminado. Elaine e eu olhamos uma para outra. Sabia que ela estava pensando o mesmo que eu: “Nossa! E agora?”
Terminada a oração, ele pediu à Elaine que confirmasse a entregara de sua vida a Jesus para que Ele fosse o seu Salvador, Senhor e Mestre, e que, também, ela rejeitara a Satanás e tudo o que se dizia respeito a ele e, no mais, desejava que os demônios saíssem. Assim, ela o fez. Daí em diante a batalha estava declarada. Eles começaram e emergir e a falar através dela. Sinceramente, eu nunca vira algo semelhante. Tudo nela transformou: os olhos, a voz e o rosto. Nunca esquecerei quando o primeiro manifestou-se. Através de uma voz máscula e gutural ele disse: “Sou Yaagogg, o demônio da morte. Vocês são tolos. Não podem vencer. Mataremos esta traidora idiota. Ela pertence a Satanás e ele não permitirá que ela viva.”
Pastor Pat nem sequer piscou.
“Seu mentiroso! Espírito tolo! Elaine é agora propriedade santa, ela pertence ao Senhor e você sabe disso. Ordeno-lhe que saia dela no nome de Jesus!”
A batalha desenrolou-se por oito horas. Inúmeros e inúmeros demônios após manifestarem-se eram obrigados a se identificarem e depois expelidos. Foi uma experiência maravilhosa. O Espírito Santo estava no controle, e de maneira suave Ele nos coordenava, usando um após o outro. Sentíamos a presença do Senhor por toda a sala. Expulsávamos os demônios de Elaine, líamos as Escrituras em voz alta, cantávamos e louvávamos ao Senhor Jesus pela total vitória sobre
Satanás. Particularmente, eles perdiam as forças atormentados pelos nossos louvores e saíam rapidamente. A maioria, depois de uma violenta crise de tosse.
Que alegria e regozijo sentimos quando tudo terminou. Chorávamos, aplaudíamos e louvávamos ao Senhor em completa e maravilhosa unidade. Exaustas, mas jubilantes, eu e Elaine adoramos ao Senhor durante todo o trajeto para casa. As semanas posteriores à libertação dela seriam intensas devido as decisões que afetariam o resto de nossas vidas. Na primeira semana, o Senhor me perguntou se estaria disposta a comprometer minha vida a Ele de um modo novo que Ele já escolhera, para diretamente lutar contra Satã e ficasse “na brecha”. Assim, muitas almas poderiam ser salvas, especialmente entre os membros da Irmandade. Mas que deveria esperar sofrimento e perseguição. No mais, acrescentou que os meus planos de carreira seriam alterados. Mostrou-me que eu enfrentaria solidão e rejeição e, eventualmente, teria de ausentar-me do exercício da medicina, e, que perderia a família. Porém, em meio a tantas coisas Ele estaria sempre comigo.
Era uma decisão seriíssima, amava o campo da oncologia. No mês anterior havia sido aceita em um Programa da Associação de uma das mais prestigiadas instituições nos E.U.A. para habilitar-me em oncologia. Essa é uma área da medicina especializada no tratamento do câncer e era considerada uma grande honra ser aceita para o programa. Eu queria muito especializar-me na área. O Senhor disse-me que Ele não dá a seus filhos uma opção inferior à outra, e que se eu não comprometesse a minha vida na luta contra Satanás, Ele iria abençoar-me grandemente de qualquer jeito.
Que decisão difícil! Ele queria que eu continuasse na medicina interna e que abrisse uma clínica particular para que eu tivesse uma clientela numerosa. Isso se fazia necessário, para que Ele pudesse trazer as pessoas para que eu ministrasse sobre elas e, de modo especial, os membros da seita. Pensando sobre isso, constatei que amava muito ao Senhor para recusar-me a fazer o que Ele já escolhera. Comentei com alguns dos meus colegas “cristãos”, no hospital, que recusaria ingressar-me no treinamento do programa da associação. Todos disseram-me que estava louca de recusar uma posição como aquela.
Muitos dos meus amigos, para piorar a situação, começaram a me pressionar para tirar Elaine da minha casa. Já, os que não sabiam que eu a levara para morar comigo, também, sem qualquer explicação razoável, voltaram-se contra mim. Satanás trabalhou de um jeito que, no fim da semana, eu não tinha mais nenhum amigo. Tanto a minha família, como a minha colega de quarto, pressionaram para que eu tirasse Elaine lá de casa. Pensavam que eu estivesse equivocada quanto à direção dada por Deus, inclusive o ministro da igreja que estávamos freqüentando, próxima ao hospital, chamou-me e aconselhou-me para que a mandasse embora. Ele disse que se eu “...ficasse me envolvendo com aquelas pessoas e em especial, Elaine, ele iria me chamar e dizer que eu não mais seria bem-vinda à sua igreja”. E, assim, ele procedeu.
Fiquei abalada, comecei a perguntar se realmente ouvira a voz do Senhor de forma correta, entretanto, o Espírito Santo sempre me fazia recordar de I Pedro 1.22 “...tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos de coração uns aos outros ardentemente”. Isso, não soava nem um pouco com um envolvimento superficial. Do mesmo modo, ele fazia-me recordar de Gálatas 6.2 “Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo”. Através desses versículos tive paz no coração e a certeza no espírito de que estava ouvindo a voz do Senhor corretamente.
Apesar de tudo, no fim da semana eu estava tanto desencorajada como deprimida. Na segunda-feira, procurei o pastor Pat novamente e compartilhei com ele, o que estava acontecendo e, também, sobre a minha depressão. Nunca esquecerei a resposta dele. Olhando-me firmemente nos olhos disse: “Rebecca entrar numa guerra espiritual é um envolvimento profundo, inclui rejeição e sofrimento iguais aos que está mencionando. Se você não está segura de que pode suportá-los, será melhor sair da batalha agora!”
Senti como se estivesse encolhendo pouco a pouco, mas era o que precisava ouvir. Assim, no dia seguinte, tomei a decisão. Disse ao Senhor que estava dando a minha vida a Ele para ser guiada nesta nova dimensão. Eu me comprometi totalmente para ser usada da maneira como Ele quisesse para lutar diretamente contra Satanás, a fim de que as almas pudessem ser salvas e Jesus glorificado.
Após ter tomado a decisão, assentei-me e escrevi para o diretor do programa da associação em oncologia e disse-lhe que depois de muita oração, estava segura de que não era da vontade do Senhor que eu tomasse aquela direção na carreira e que eu não participaria. Foi um rebuliço total no hospital. Os diretores do meu programa de treinamento ficaram tão furiosos, e não conseguiam entender a minha decisão. Tentei explicar-lhes que não era da vontade de Deus, que eu me tornasse uma oncologista. Pensavam que eu havia enlouquecido. Afinal de contas, “Deus não fala desse jeito para com o seu povo.”
A maioria dos cristãos, desconhece não só o mundo espiritual, como também o fato de que todas as ações que praticamos no mundo físico, afeta também o mundo espiritual. Charles G. Finney descreve essa relação de causa e efeito entre o mundo físico e o espiritual da seguinte maneira:
“Cada cristão causa uma impressão de uma maneira ou de outra, através de sua conduta. Isto é, os olhares, a maneira de vestir e todo o comportamento causam uma constante impressão de um lado ou, do outro. Não se pode testemunhar contra e a favor. Não se pode estar um pouco com Cristo e outro não. A cada passo vocês fazem vibrar um acorde por toda a eternidade. A cada passo vocês tocam em chaves cujos sons ecoarão por todas as montanhas e vales no céu e em todas as cavernas escuras e galerias do inferno. Em todos os movimentos vocês estão exercendo influências que irão repercutir nos interesses eternos das almas em redor...” (The last call... For Real Revival - A última chamada... Para o avivamento verdadeiro, de J. T.C).
Um acontecimento repentino, tornou essa verdade em realidade para mim. Eu não havia pensado no impacto causado no mundo espiritual pelos acontecimentos em minha própria vida. Primeiro, eu usara o poder de Jesus Cristo para barrar os efeitos da bruxaria em um dos hospitais preferidos de Satã. Depois o Senhor colocou-me em uma batalha que fez Satanás perder uma das suas noivas que ostentava o título máximo - foi uma grande perda para seu reino. Pouco depois disso, ele e seus demônios falharam na tentativa de usar Elaine e eu como sacrifício. Penso, que a gota d’água foi quando decidi comprometer-me totalmente com o Senhor para ser usada na guerra diretamente contra ele.
Consciente do rebuliço que tudo isso estava causando no mundo espiritual, calmamente, um dia, dirigi-me ao meu quintal para almoçar numa mesa de piquenique debaixo das árvores. Enquanto estive lá, desfrutando da luz do dia, Deus permitiu-me um vislumbre entre o mundo físico e o espiritual.
Repentinamente, uma figura brilhante apareceu e assentou-se do outro lado da mesa, de frente para mim. Era um homem. Enquanto eu olhava para ele boquiaberta, o Espírito Santo revelou-me quem ele era. Para ser sincera, ele era a última pessoa que eu pensava conhecer pessoalmente. A pessoa que se apresentava a mim como sendo um “anjo de luz”, era, na realidade, o príncipe das trevas, o príncipe das potestades do ar, rei do reino da maldade - o próprio Satanás! Não posso lembrar-me dos detalhes de sua aparência porque não consegui desviar os meus olhos dos olhos malignos dele. Eles eram como o carvão negro e transmitiam trevas e maldade que pareciam querer me tragar. Por um instante, senti-me como que mergulhando nas profundezas daqueles olhos. Mas algo trouxe-me de volta, restabelecendo-me. Eu tinha certeza de que Satanás estava furioso, muito furioso.
“Satã!” Exclamei. Depois de receber um aceno de afirmação por ter lhe reconhecido, eu perguntei. “O que é que você quer?”
“Mulher, você ousa me enfrentar?”
“Minha vida está comprometida nisso.”
“Eu sei, mas você, realmente, ousa me enfrentar?”
Fiquei surpresa e confusa com a repetição da pergunta. Era óbvio que a raiva dele, no momento, aumentara. Entretanto, o Espírito Santo encheu-me de paz e eu fiquei maravilhada de não sentir medo algum.
“Satanás, não vou contra você na minha própria força, mas na autoridade de Jesus Cristo.”
“Seria melhor você avaliar as conseqüências. Este Jesus a quem você serve aconselha aos seus seguidores” (e, citou palavra por palavra a seguinte passagem:
“Pois, qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a virem zombarem dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar. Ou, qual é o rei que, indo para combater outro rei, não se assenta primeiro para calcular se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? Caso contrário, estando o outro ainda longe, envia-lhe uma embaixada, pedindo condições de paz. Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14:28-33).
“Mulher, seria melhor você avaliar o custo porque eu lhe digo que vou tornar a sua vida numa agonia e angústia que você nunca pensou sequer existir!”
No fundo eu sabia que ele falava sério, e desde que eu entregara ao Senhor (posses, carreira, família, e a própria vida) não tive dúvida de que Satã pediria ao Pai tudo isso como ele fizera com Jó há muitos anos. Pensando assim, finalmente retruquei:
“Eu já avaliei, de todas as maneiras, as conseqüências e estou certa de que aconteça o que acontecer, será sob o controle absoluto de Deus. E, simplesmente, confio que a graça d’Ele será suficiente para mim. Assim, eu ouso a usar da autoridade e do poder que Jesus me deu para enfrentá-lo. Sim, eu me atrevo a ir contra você no nome de Jesus Cristo, meu Senhor.”
Ficamos olho a olho durante um longo momento em silêncio. Novamente, tive aquela sensação de que se algo não me estivesse segurando eu seria consumida pelo olhar horrendo e maligno de Satã. Depois disso, ele meneou a cabeça e disse. “Então, que seja assim.” E desapareceu.
Ainda assentada, analisava a situação. Observava se o sol ainda brilhava, se a brisa espalhava gentilmente as folhas das árvores e se os pássaros ainda continuavam a cantar. Senti que por alguma razão, eu tomara um passo irrevogável. No exato momento em que escrevo estas linhas o “custo” é realmente alto. Perdi toda a minha família, minha carreira e tudo o que se possa chamar de bens materiais e ainda sofro fisicamente. Porém, com tudo isso, o Senhor está comigo e o que Satanás chama de derrota será transformado em vitória.
A estrada tem sido longa e penosa desde o primeiro encontro com Satã. Ele transformou a minha vida em agonia e angústia que eu nunca pensei pudesse existir e eu sei que há mais por vir. Mas apesar de tudo, eu nunca poderia ter conhecido o Senhor da maneira como O tenho conhecido. Sei que é apenas o começo, e conhecê-l0, supera tudo o mais! Agora, entendo o que Jesus disse em Mateus 6:19-21.
“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam, mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam nem roubam; porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.”
O maior tesouro que alguém pode ter, é conhecer de modo pessoal, Jesus, o Pai e o Espírito Santo!
Rebecca:
O próximo capítulo a se desenrolar em nossas vidas, seria uma batalha sem tréguas durante oito semanas. Quando olho para trás, certifico-me de que o Senhor nos pusera em um treinamento intensivo, estágio a estágio, para um profundo conhecimento do reino de Satanás e como podemos combatê-lo. O meu conhecimento sobre o mundo espiritual era quase nenhum, até o Senhor me treinar nesta área. Muitas, foram as vezes, nestas oito semanas, em que eu questionava quanto tempo a batalha duraria, e a resposta d’Ele era: “Até que você tenha aprendido o bastante.” O envolvimento de Elaine no Satanismo foi tão profundo que teríamos muito o que aprender até a completa libertação dela.
Nenhuma de nós, conseguiu dormir mais do que duas horas por noite, sem ter o sono interrompido durante as semanas que estavam por vir. Naturalmente, o meu trabalho continuava a todo vapor no hospital. Graças a Deus, que eu estava em um sistema de rotatividade que não me foi exigido plantão noturno. A cada manhã, depois de uma noite exaustiva e mal dormida, antes de ir para o trabalho eu citava Isaías 40.31 reivindicando as promessas contidas no trecho.
“Mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam.”
A cada vez que eu recitava aquelas promessas, de algum modo, o Senhor dava-me forças para poder enfrentar o resto do dia. Não tive coragem para contar a ninguém o que estava acontecendo. Não havia uma só pessoa que pudesse entender o que se passava comigo. Todos me hostilizavam de alguma maneira. É claro que faço exceção a meus pais, mas eu não queria preocupá-los, assim, lutamos eu e Elaine. Exceto pelo Senhor, estávamos completamente sós, e, quase no final daquele período, Ele instruiu-me a ler o livro de Neemias. Foi aí que descobri a passagem em que os inimigos de Neemias ameaçaram atacar os Judeus para forçá-los a parar a reconstrução dos muros de Jerusalém. Veja o que é dito no capítulo 4:21-23:
“Assim trabalhávamos na obra, e metade empunhava as lanças desde o raiar do dia até ao sair das estrelas. Também nesse tempo disse eu ao povo: Cada um com o seu moço fique em Jerusalém, para que de noite nos sirvam de guarda, e de dia trabalhem. Nem eu, nem meus irmãos, nem meus moços, nem os homens da guarda que me seguiam largávamos as nossas vestes, cada um se deitava com as armas à sua direita.”
Neemias 6.15 falou-me que foram necessários cinqüenta e dois dias para completar o muro. Todo o povo trabalhou esse período sem dormir, nem de noite e nem de dia. Na minha mente ficou claro que, se Deus sustentou Neemias e o povo, Ele iria me dar forças para continuar. Aqueles versículos foram um grande conforto para mim, especialmente porque as pessoas me diziam que eu parecia cansada e que “a minha responsabilidade diante de Deus era dormir adequadamente todas as noites e que Ele não me exigiria nada o contrário além disso.”
A batalha se compôs, simultaneamente, de três inimigos: os demônios, os espíritos humanos de membros da seita e as pessoas na Irmandade. Todos eram enviados para tentar matar-nos.
A batalha começou após a primeira libertação de Elaine. Eu havia me aconselhado com o pastor Pat, na tarde em que descrevi no capítulo anterior, e ele aconselhara-me a não tentar lidar com os demônios estando sozinha. Temia que eles fossem fortes demais para mim. O pior é que Elaine tivera dores no peito naquele dia e não me dissera.
Naquela noite, depois que o pastor saiu, ela sentiu novamente dores fortíssimas no peito. Não esqueço como estávamos desencorajadas quando assentamos no sofá na sala de estar. Voltei-me para Elaine e disse: “Elaine aquela dor só pode ter sido causada por um demônio. Eles devem estar de volta. Por que você não falou sobre isso quando o pastor Pat estava aqui?”
O que eu não pensara era que os demônios fecharam-lhe a boca impedindo que ela falasse qualquer coisa enquanto o pastor estava conosco. Nós duas, assentamos em silêncio por alguns minutos e depois, ouvi a voz dela:
“Bem, eu não serei derrotada pela segunda vez!”
“Mas Elaine quando é que você foi derrotada pela primeira vez?”
Não houve resposta. Então, aproximei-me para tocar-lhe o braço a fim de conseguir-lhe atenção, porém, ela saltou sobre mim, com o rosto contorcido, rosnando, tentou agarrar-me pela garganta. No mesmo instante, conscientizei-me de que não falava com ela mas com um demônio. Escapei do alcance dela e coloquei a mão na minha frente exclamando:
“Demônio, coloco entre você e eu um escudo de fé para que não possa me tocar. Faço isso em nome de Jesus!” Uma voz pesada e gutural disse. “O meu nome é Legião. Eu vou matá-la! Agora, só ficou você, e há quase cinco horas, o próprio pastor disse que não era para você tentar lidar conosco sozinha, porque não é forte o suficiente. No entanto, agora que ele não está aqui, eu vou matá-la, você já se intrometeu demais com a noiva de Satã.”
Não me recordo de ter ficado tão assustada em toda a minha vida. Senti-me esmagada pela presença do mal naquela sala. Lembrei-me de que ele escutara palavra por palavra da minha conversa com o pastor Pat. Sabia do meu desencorajamento e depressão. Instintivamente, procurei não demonstrar-lhe o medo que se passava dentro de mim. Para começar, o corpo de Elaine era mais forte do que o meu e não havia dúvida, que estando sob o controle demoníaco, ela se tornaria ainda mais forte. Assim, engoli seco e respondi da forma que pensava ser em voz de comando.
“Ah não demônio! Isso não! Elaine não é mais noiva de Satã. Você é que é o intruso. Pode parecer que estou sozinha, mas Jesus está comigo e é o poder d’Ele, e não o meu, que irá derrotá-lo. Não preciso ser mais forte do que você porque Jesus já o é.”
“Você não sabe do que está falando. Vou ter prazer em vê-la debater-se quando eu a estrangular até a morte. Apenas veja!”
Acabando de falar, aproximou-se, mas, novamente, eu reivindiquei o escudo da fé em Jesus, e para a minha maior alegria ele foi obrigado a recuar. Havia uma barreira invisível entre nós e ele não conseguiu tocar em mim nas vezes em que tentou, e à medida em que eu louvava ao Senhor pela fidelidade d’Ele em me proteger, o demônio ficava cada vez mais furioso.
Foram quarenta e cinco minutos de batalha. Eu orava, cantava hinos, lia e recitava as Escrituras, e, sempre, ordenava-lhe para sair. Ele tentou diversas vezes usar o corpo dela para ferir-me fisicamente. No entanto, quando eu reivindicava o escudo protetor, ele recuava.
O Espírito Santo fazia-me relembrar um versículo após outro. Citei, repetidamente, Lucas 10.19, Jó 30.2-8 e Colossenses 2.15 e, com isso, ele ficava mais atormentado. Li sobre a queda da Babilônia no capítulo 18 de Apocalipse e disse-lhe que, da mesma forma, ele também iria ruir naquela hora. Ele gritava, me amaldiçoava, me ameaçava e, por fim, começou a me persuadir para que o deixasse em paz. Mesmo assim, eu não desisti. Finalmente, com um grito de raiva ele saiu dela num momento de uma violenta crise de tosse.
Eu fiquei tão aliviada que derramei-me em lágrimas. Pobre Elaine! Ela ficara inconsciente o tempo todo. Ela não conseguia entender porque eu chorava tanto. Eu tremia da cabeça aos pés. Estivera tão apavorada! À medida em que contava a ela o que se passara tive a consciência de que Jesus tinha sido fiel e dera-me seu poder e autoridade sobre a situação. Assustada como eu havia ficado, Ele permanecera firme e preservara-me das garras do meu inimigo. Elaine melhorou muito depois da saída do Legião e fomos dormir a nossa última noite de sono nas oito semanas que começavam.
A batalha continuou implacável, nas noites e dias em que os demônios, através de Elaine, tentavam nos matar, quando não era contra ela, era contra mim. O hospital, afortunadamente, ficava a dois minutos de carro da minha casa. Várias foram as vezes, em que o Senhor instruía-me para ir em casa urgente, porque Elaine estava com problemas, e sempre que chegava, a encontrava inconsciente, quase sempre com um cinto atado ao pescoço, roxa, pela falta de oxigênio. O demônio controlava-lhe as mãos para que ela apertasse o cinto a ponto de não conseguir respirar. Em outras vezes, ela estava sangrando com a faca ainda nas mãos. Encontrei-a várias vezes com dificuldades para respirar porque tentava estrangular a si mesma com as próprias mãos, sob o controle do demônio que queria esmagar-lhe a laringe. Diante desses fatos, sabia que era provisão do Senhor, estar em um sistema de rotatividade que me permitia sair e voltar livremente para o hospital.
No dia seguinte, depois do meu primeiro encontro com o “Legion” (Legião) o Senhor fez-me lembrar de II Timóteo 1.14 que diz assim:
“Guarda o bom depósito, mediante o Espírito Santo que habita em nós.”
Ele mostrou-me que Elaine era o “bom depósito” dado a mim e que eu deveria guardá-la diligentemente com a minha própria vida.
Tornei-me cada vez mais preocupada, à medida em que a batalha avançava, com o fato que os demônios, já expulsos, voltavam rapidamente para ela. Orando, especificamente pela situação, o Senhor trouxe à minha mente uma passagem de um livro que eu lera há alguns meses atrás. Ele se chama “The Conquest of Canaan” (A Conquista de Canaã) de Jessie Penn-Lewis. Ela escreve:
“Gálatas 5.24 é uma passagem que se enquadra Justamente aqui: ‘E os que são de Cristo crucificaram a carne com suas paixões e luxurias’. Esta é judicialmente aposição dos filhos de Deus, mas deve ser, também vivida. Porque nesta batalha espiritual, a menos que a ‘faca’ seja aplicada ao que as escrituras chamam de ‘carne’, essa será terreno para Satã atacar-nos e enfraquecer-nos no conflito. A ‘carne’ deve estar sob a faca da cruz, porque se houver algum delito ou algo duvidoso em sua vida e você se aventurar a enfrentar o adversário, ele se voltará contra você e fará pressão na área não crucificada em você, pressionando-o com seu terrível poder. Você precisa manter a carne, firmemente, persistentemente e totalmente sob a cruz. Assim, como seus delitos, vontades e orgulho”.
Enquanto orava e refletia sobre esta passagem e como ela poderia aplicar-se à situação de Elaine com os demônios, o Senhor, como se fosse num flash, colocou, um quadro em minha mente e o Espírito Santo confirmou ser uma visão. Nela, Elaine estava no centro de um círculo formado por animais semelhantes a gatos enormes e perversos. Eram horríveis. Eles circulavam ao redor dela farejando... farejando, e, de repente, um deles parava, farejava e então saltava para dentro dela. Foi aí que eu entendi.
Os gatos representavam os demônios. Circulavam ao redor dela constantemente tentando achar uma porta para entrar. Quando a achavam, imediatamente entravam no corpo e depois se manifestavam a mim. Assim, contei a ela sobre a visão e mostrei-lhe a passagem do livro. Senti-me motivada pelo Senhor de que ela necessitava pedir a Ele que procurasse e mostrasse quaisquer portas abertas que necessitavam ser fechadas pela confissão e perdão no sangue de Jesus. Eu admiro, profundamente, a coragem e a persistência dela nessa busca.
Elaine passou duas noites e dois dias numa intensa procura. Tenho certeza de que foi uma terrível e dolorosa experiência para ela. Durante esse período, a visão continuou persistente na minha consciência, e cada vez que eu via um demônio, imediatamente ele se manifestava e a batalha recomeçava até que fosse expelido. Aí, esperávamos um certo tempo em oração até que o Senhor nos revelasse em que porta ele havia entrado. Então, firmemente, as portas, uma após outra foram sendo fechadas à medida em que ela confessava pecados ou envolvimentos, recebendo o perdão e depois pedia a Jesus que as fechasse com o seu sangue para sempre. Finalmente, em uma segunda-feira às duas da manhã, pude visualizar os “animais” circulando na direção oposta. Surpresa, eu exclamei. “Elaine! Porque será que eles estão indo na direção oposta?”
“O que é que você que dizer com direção oposta?”
Ao ouvir-lhe a resposta pedi ao Pai para que ela pudesse ver também. Imediatamente, Ele o fez. Ela ficou pensativa uns instantes e replicou.
“Suponho que seja porque eles não mais conseguem encontrar as portas na direção em que estavam indo.”
Logo depois que ela falou, ambas, vimos um deles firmar-se nas patas traseiras e com as dianteiras ele tocava o que parecia ser uma barreira invisível. “Elaine!” Gritei. “Devemos fechar o topo!”
Mas, foi tarde demais. Ele saltara sobre a barreira e entrou pelo topo que obviamente tinha ficado aberto. O resultado foi que ela ficou em coma profundo. Estava sobre o controle de um par de demônios chamados Coma e “Endles Sleep” (sono sem fim). Que trabalho eles me deram! Eram muito poderosos e deixaram-na num coma tão profundo que as batidas do coração chegaram a 30 por minuto e em algumas vezes ela parou de respirar. Foi dificílimo lidar com eles porque, estando ela em coma profundo, eles não me ouviam e nem falavam.
Não foi diferente, como das outras vezes, temia pela vida dela, e nada que eu tentasse funcionava. Orei, cantei, gritei para eles e até bati no rosto de Elaine. Porém, nada, a não ser um coma profundo. Assim, totalmente desesperada, não sabendo mais o que fazer, peguei a Bíblia e comecei a ler em voz alta o livro de Apocalipse. Os demônios odeiam esse livro. Li e reli, enquanto o meu coração cantava firmado na fé de que o Senhor iria salvar-lhe a vida, repentinamente, tendo eu já lido cerca da metade do livro, o demônio manifestou-se usando as mãos dela e tentou atirar a Bíblia para longe.
“Cale-se!” Ele rosnou. “Não suportamos ouvir mais nada sobre isso.”
“É isso mesmo. Ele fala da sua ruína e destruição total. E, se você continuar por aqui, eu vou ler e reler novamente. E, sabe o quê mais? Pedirei ao Pai que impeça você de tapar os ouvidos para que seja obrigado a ouvir. Quero que saiba disso e eu sei que o Senhor irá fazê-lo.”
“Você não pode fazer isso!”
“Ah! Sim! Eu posso.” Logo depois, comecei a orar e pedir a Deus que fizesse com que eles fossem obrigados a ouvir cada palavra. Comecei a ler novamente e a resposta foi relâmpago.
“Cale-se!” A frustração dele era tanta que gritava. Como eu recusasse a parar, ele, finalmente saiu. Assim, eu descobrira o ponto chave em lidar com esses demônios difíceis. Eu poderia pedir ao Pai para incomodá-los e Ele o faria.
O topo seria complicado para fechar porque era uma área preciosa ao coração de Elaine. Contudo, a coragem e o compromisso dela com o Senhor prevaleceram e, graças a Deus, Ele também foi fechado. Quase que imediatamente depois eu vi um dos “animais” cavando o chão sob os pés da minha amiga.
“Oh! Não! A base!” Novamente, era tarde demais. O inimigo entrara. Passei mais uma hora de batalha antes que o mesmo fosse expulso. Nós duas começamos a pedir ao Senhor que revelasse a porta da base. E, Ele revelou-nos ao mesmo tempo. Era o orgulho. De novo, foi necessário que eu enfrentasse a teimosia dela, como já fizera no incidente com Mann-Chan. Até aquele instante, ela firmemente recusava-se a ajoelhar para orar. Eu, também, passara pela mesma dificuldade anos antes e o Senhor trabalhou em mim nesse ponto. É humilhante ter que ajoelhar-se. Mas, eu aprendi que conforto isso traz. Haviam outras áreas, além do orgulho, mas estavam interligadas nele, naquele momento. Disse a Elaine que o Senhor, simplesmente, estava pedindo que ela ajoelhasse diante d’Ele, pedisse perdão e também que Ele a ajudasse quanto à questão do orgulho. Mas ela, enfaticamente recusava. Fiquei muito frustrada porque a cada recusa, outro demônio vinha e eu passava mais uma hora de batalha até que ele saísse. Por fim, tomei o livro “A Conquista de Canaã” e mandei que ela lesse alto a passagem mencionada anteriormente. Assim, disse-lhe.
“Agora, vá para a sala e resolva esse assunto com o Senhor. Não volte até que o faça!”
Não sei e nunca perguntei o que aconteceu entre ela e Deus na sala às cinco da manhã daquele dia. O que eu sei é que quando ela retornou havia algo de humildade nela. Possuía uma paz que eu nunca vira antes.
Ambas “vimos”, instantaneamente, o trabalho completado. Um incrível e maravilhoso foco de luz pendurado no teto, encheu o quarto de uma luz quente, brilhante e adorável. Vi os demônios sumirem nas trevas. Aquecemo-nos assentadas à luz cálida do cilindro como se ela fosse a luz do sol. Na época nós não entendemos, mas estávamos vendo e sentindo a glória de Jesus como parte de mais uma etapa terminada na vida de Elaine.
Na realidade, não vimos o cilindro e sua luz com os olhos físicos. Mas, o vimos em nossas mentes através de nosso espírito em uma visão dada pelo Espírito Santo. Também, sentimos o calor e o amor irradiados por Ele em nossos corpos físicos. (Veja no capítulo 14). Assim, fomos dormir pela primeira vez em quatro dias. Uma hora depois, tendo que ir trabalhar, levantei-me e fiquei encantada ao constatar que a luz ainda estava lá. O calor e o amor vindos dela era um tremendo conforto para nós. Nisso, pensei que a batalha estivesse terminado. Como eu estava errada! Não pensei que tudo tinha sido apenas uma parte do trabalho para limpar a vida de Elaine.
À tarde, quando cheguei em casa, quase desmaiei quando a vi no divã, roxa e sem respiração. O cinto atado contra a garganta estava tão apertado que ela não conseguia respirar. O meu coração partiu quando vi que o demônio estava tentando matá-la. Perguntei-me como ainda isso poderia estar acontecendo já que eu via, no meu espírito, o cilindro. Por onde outro demônio conseguira entrar? A verdade é que, novamente, lá estavam eles sempre me surpreendendo. Não conseguia admitir que tivessem entrado. Eu estava tão exausta que o cilindro era no meu entender uma garantia de que eles não mais voltariam. Finalmente, em prantos pedi ao Senhor que retirasse a visão porque conscientizei-me de que estava dependendo dela e não d’Ele. Satanás foi hábil bastante, em usá-la para manipular-me. Tão logo pedi, o cilindro desapareceu e assim, naquela noite, entramos em batalha numa nova área.
Eu estava na cozinha quando fui apunhalada pelas costas com a faca que usara para cortar a carne. Voltando-me vi que Elaine estava com a enorme faca nas mãos. Pensando que ela estivesse sob o controle de um demônio, agarrei-lhe as mãos e disse:
“Não demônio, eu o proíbo no nome de Jesus e quero que me dê a faca.”
Tamanha foi a surpresa quando uma voz feminina me respondeu: “Você não pode me ordenar como se eu fosse um demônio! Não vou obedecer à essa ordem estúpida por que não sou um demônio. E ainda vou ensinar a vocês duas uma lição.”
Lutamos um bom tempo e eu recebi cortes graves pelo corpo. O sangue se espalhava por toda a cozinha enquanto eu lutava pela faca e pelas nossas vidas.
“Não me importo quem você seja. Vou derrotá-la no nome e no poder de Jesus.” Ao mesmo tempo que eu tentava tirar-lhe a faca usei toda a minha força para fazer com que ela assentasse em uma cadeira.
“Agora, no nome de Jesus, eu ordeno a você que me diga quem e o quê você é”.
“Eu sou Sally.”
Fiquei surpresa. Saiba que Sally tinha sido uma amiga de Elaine, e que também fora treinada pela própria Elaine. Ela se tornara a sucessora de Elaine como sacerdotisa superior. Era mais arrogante do que qualquer um dos demônios que eu já enfrentara. Podia sentir o ódio que ela transmitia.
“Bem, Sally, seja você um humano ou demônio terá que ajoelhar-se para Jesus. Não há escolha. A palavra de Deus diz em Filipenses 2.6-11 que:
“Pois ele, subsistindo em forma de Deus não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.”
Acabando de citar esses versos maravilhosos pude sentir que o Senhor fortalecia o meu corpo.
“Pois é, Sally, você não tem escolha. Não faz diferença se é demônio ou humano, terá que se ajoelhar do mesmo modo diante de Jesus.”
Ela começou a rir e a zombar dizendo: “Você pensa que o seu Jesus é tão poderoso? Isso tudo não passa de mentiras. Eu nunca irei me ajoelhar diante dele!”
A minha fúria era tão grande que sem pensar eu a agarrei pelos ombros e literalmente a levantei da cadeira. Puxei-a para o chão fazendo com que ela se ajoelhasse e com as mãos nas costas eu a fiz ficar de nariz no chão.
“Agora, que é que você disse? Disse que nunca iria se ajoelhar diante de Jesus? Pois é, exatamente o que está acontecendo agora. Jesus está aqui com toda a autoridade.”
Não posso dizer quem estava mais surpresa, se eu ou Sally. Elaine não é do tipo físico raquítico e eu já estava extremamente cansada pela luta que enfrentara há poucos minutos. Deixei que Sally usasse o corpo de Elaine, enquanto ela ficou de nariz no chão e eu a mantive de joelhos.
“Sally, você precisa ver, Satanás mente para você como ele mentiu para Elaine. Jesus é o vencedor e ele é o perdedor. Ele apenas quer destruí-la. Se ele é tão poderoso como diz porque é que você está no chão ao invés de ser eu? Sally, a sua única esperança é comprometer-se com Jesus!”
“Não estou escutando mais as suas palavras, mas voltarei e vocês duas irão se arrepender!” Instantaneamente ela se foi e o corpo de Elaine inconsciente vergou-se. Depois, ela voltou a si e olhou para mim.
“Hei! O que está acontecendo? Porque é que eu estou no chão? Esta é mais uma lição de humildade?”
Sorri um pouco e retirei a poeira da ponta do nariz de Elaine.
“Lamento, mas por um momento eu esqueci que era o seu corpo. Fui tão má com a Sally!”
“Quem?”
“Sally. Ela insultou a Jesus e disse que nunca iria se ajoelhar diante dele. E... bem, eu a obriguei.”
“Ah! Entendo. Mas, o que ela estava tentando fazer?”
“Matar-nos com uma faca enorme.”
“Ah! Garota! Que bom que ela não conseguiu.
Depois que Elaine ajudou-me a cuidar da cozinha e dos meus ferimentos eu lhe perguntei:
“Você costumava fazer coisas como aquelas? Digo entrar no corpo de alguém, mover e falar através da pessoa?”
“Claro! Isso era fácil.”
“Você estava consciente do que fazia e dizia?”
“Sim!”
“Mas, como é que você fazia? Penso que esta seja uma outra porta. De outra maneira, como ela poderia ter entrado?”
“Para ser sincera, eu não sei como. Eu apenas fazia. Foi uma das primeiras coisas que aprendi. À medida em que ganhava poder, podia levar o meu corpo e ir a qualquer lugar que quisesse e fazer o que pensasse. Ficava consciente do que acontecia e o que estava fazendo, também, com o meu corpo físico.”
De repente algo estalou. O Espírito Santo me fez lembrar de um livro que eu lera há mais de um ano. Excitada, corri para a estante e peguei-o. Disse a Elaine que provavelmente ele continha a resposta para o nosso dilema. Ele falava sobre o “poder da alma” que é, na verdade, o poder no corpo espiritual humano quando sob o controle da alma. São dois os livros que tratam desse assunto: “The Latent Power Of The Soul” (O Poder Latente da Alma) de Watchman Nee, e “Soul and Spirit” (A Alma e o Espírito) de Jessie Penn-Lewis. Nos dois dias que se seguiram, Elaine e eu lemos juntas em voz alta todo o livro “Latent Power of The Soul.”
Começamos a entender, exatamente, o estranho poder que ela, ajudada pelos demônios, usara durante tantos anos. Satã nunca diz aos seus o que é que estão usando. Ele só ensina como usá-los. (O tópico que fala do controle do espírito do homem pela alma será estudado detalhadamente no capítulo 14). O fato é que Elaine controlava conscientemente seu corpo espiritual.
À medida em que aprendíamos sobre espíritos humanos, começamos a identificar muitos dos bruxos e bruxas da redondeza que vinham em seus corpos espirituais para tentar matar-nos. A nossa maior dificuldade foi enfrentar um bruxo que tinha por nome-código, David. Este era um sacerdote superior de uma Assembléia enorme e poderosa na nossa cidade. Ele era médico no hospital onde eu estava treinando e disse-me que tinha jurado me matar a qualquer custo. Era mais difícil enfrentar os espíritos humanos do que os demônios. Porque eles não tinham qualquer respeito por Deus. Eu sempre recordava-me de Tiago 2.19 “Até os demônios crêem e tremem,” e de Judas 8-11,13:
“Ora, estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, não só contaminam a carne, como rejeitam o governo e difamam autoridades superiores. Contudo o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda! Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por instinto natural, como brutos sem razão, até nessas cousas se corrompem. Ai deles! ...ondas bravias do mar, que espumam as suas próprias sujidades; estrelas errantes, para as quais tem sido guardada a negridão das trevas, para sempre.”
Não importava quão desesperadora fosse a batalha. O Senhor sempre me dava a força física necessária. Enquanto líamos e aprendíamos, Deus começou a me falar sobre a necessidade de Elaine desistir de toda a habilidade de controlar seu corpo espiritual através da alma. Ele revelou-me que ela a havia usado por muitos e muitos anos. Foi aí que comecei a entender o que se passara no hospital durante todo o tempo da internação dela. Ela e as enfermeiras enfrentaram-se através de poderes da bruxaria e eu não o percebera. As peças do quebra-cabeça começaram a ajuntar-se. Agora, não me espanto de que as enfermeiras tivessem sido tão hostis. Elaine vencera a todas!
Foi, então, que o compromisso dela com Cristo enfrentaria o teste mais árduo. Através do controle consciente do seu corpo espiritual ela podia ver e comunicar-se com o mundo espiritual quando quisesse. Isso também dava-lhe capacidade para ver um ataque quando ele estivesse chegando. Assim, sob a orientação do Senhor eu disse-lhe o que pensava ser a única solução para que aquela porta fosse fechada aos espíritos humanos. No meu entender, ela deveria pedir-lhe que retirasse toda a capacidade que tinha de lidar com os poderes e habilidades da bruxaria e, também, a capacidade de controlar seu corpo espiritual. O trabalho dele deveria ser tão exato a ponto de, no caso de rebelião por parte dela, ela não conseguir mais usá-los novamente.
Elaine, agonizou com a decisão uma boa parte do dia, sabia muito bem que desistir daqueles poderes a deixaria completamente indefesa diante de todos os que estavam tentando torturá-la e matá-la. Ela deveria tornar-se “totalmente” dependente do Senhor. Entretanto, o amor e o compromisso dela com o Senhor, mais uma vez venceram, confirmando mais um grande passo quando, juntas, e de joelhos, pedimos ao Senhor para levar-lhe todos os poderes e também dividir-lhe a alma do espírito como está em Hebreus 4.12. Mais uma vez, aprendêramos uma importante lição naquela noite. Acabara de deitar, quando, de repente, o Senhor me acordou e corri para o quarto de Elaine. Encontrei-a assentada na cama sob o controle de um demônio. Ele apontava numa determinada direção usando-lhe o braço esticado. Tendo o Senhor me capacitado para entender o que ele dizia. Fiquei horrorizada ao constatar que ele usava o corpo espiritual dela e apontava para Sally tentando matá-la. Imediatamente, levantei a mão e comecei a passá-la para cima e para baixo na frente do dedo que ela apontava dizendo:
“Não demônio. Bloqueio você no poder do nome de Jesus! Você não tem mais o direito de usar o espírito dela porque ela pediu ao Senhor para selá-lo.” Como eu estava grata de que ela tivesse tomado aquela decisão! De outra maneira, o demônio teria o direito legal de usá-la.
Furioso, ele voltou para mim e gritou: “Como você ousa interromper-me! O espírito dela pertence a mim e eu o usarei como desejar.”
“Não, demônio, você não pode. O espírito dela está sob o sangue de Jesus e foi selado para que ninguém mais possa usá-lo. Agora, saia. Eu ordeno no nome de Jesus.”
Ele revirou os olhos dela cintilando todo o ódio possível. “Eu, Yahshum, o príncipe, retornarei para matar você pelo que fez esta noite.” E, com essas palavras ele se foi.
Depois que Elaine voltou à consciência falei-lhe sobre o ocorrido e como Yashshun tentou usar-lhe o espírito.
“Diga-me Elaine, os demônios usavam o seu corpo dessa maneira antes de você entregar-se a Jesus?”
“Sim e com freqüência. Eu não podia pará-los. Fui disciplinada muitas vezes por tentar fazê-lo. Yashshun é um demônio muito poderoso. Ele, assim como outros, também poderosos, usam os espíritos de membros da seita do modo que desejarem. Quase que sempre, isso resulta em fraqueza e doença para a pessoa, Satanás nunca questiona, ele apenas usa!”
Na mesma noite, mais tarde, acordei, abruptamente, com as mãos de Elaine, sob o controle de Yahshun, apertando-me a garganta. Estava tão cansada que adormecera e não percebi quando ela entrou no quarto. Debati freneticamente para livrar-me daqueles dedos que, como aço, estavam estrangulando-me. O Senhor deu-me forças quando, em espírito, clamei por Ele. De algum modo, consegui retirar-lhe as mãos antes de quase morrer pela falta de oxigênio. Rolamos da cama para o chão em uma batalha desesperadora. Ondas de terror varreram-me e arfan-do pelo ar eu disse:
“Eu vou vencê-lo no nome de Jesus. Você vai sair agora.”
Ele lutou desesperadamente, amaldiçoando-me e ameaçando-me, mas continuei a ordenar para que saísse no nome de Jesus e, finalmente, com um último guincho ele se foi. Instantaneamente, veio sobre nós uma quietude tamanha e uma paz que não experimentávamos desde a primeira aparição, do cilindro de luz no quarto. Mais uma vez, o Senhor dera-me a força necessária, contudo, as feridas que recebi levaram semanas para cicatrizar. A minha laringe ficou tão danificada que tive dificuldades, para falar durante muitas semanas.
Respiramos aliviadas, certas de que os nossos problemas com as portas para os espíritos humanos já estavam todas fechadas. Estávamos completamente equivocadas. Nos dois dias que se passaram, repetidamente, os espíritos de vários bruxos e bruxas vinham nos atormentar. Depois de muita oração e pesquisas, descobrimos que são três os níveis da alma que controlam o espírito: o consciente, o subconsciente, e um terceiro nível mais profundo. (Todos, naturalmente, estão na mente). E o terceiro nível é o inconsciente que os demônios usam tanto. Foi, necessário, que Elaine entregasse ao Senhor os três níveis que eram controlados pela alma. Acabando de fazê-lo, ela estava selada pelo Senhor. A partir daquele dia, nada, nem mais ninguém foi capaz de usar-lhe o corpo espiritual.
No decorrer da batalha, passei a conhecer mais e mais o mundo espiritual, assim, como os anjos de Deus. Numa determinada noite, depois da luta com Yahshun, fiquei exausta, doente e bem mais fraca do que de costume. Os demônios sabiam disso e tornavam-se mais agressivos nos ataques físicos. Assim que um deles manifestou-se e agarrando-me pela garganta bradava ser mais forte que os outros, o Espírito Santo ordenou-me:
“Não o resista. Eu cuidarei dele.”
Obedeci imediatamente, acreditando de todo o coração que ouvira, corretamente, a voz do Senhor, enquanto o demônio, controlando o corpo dela, apertava mais e mais minha garganta. Repentinamente, os dedos, um a um, iam sendo retirados do meu pescoço. Também observei, que as mãos se abaixaram para longe de mim. Depois, vi quando cruzou os braços sobre o próprio corpo, como que prendendo a si mesmo. O demônio estava completamente rendido. Não pude ver quem prendia as mãos dela, mas era óbvio que o demônio havia sido preso por alguém, porque praguejava o tempo todo. Tendo os braços, totalmente seguros, e a despeito de todos os protestos, ele virou-se para mim e rosnou:
“Tire esses anjos de cima de mim, eles estão me machucando!”
Com grande alegria, louvei ao Senhor pelo socorro e disse ao demônio:
“Oh! Não. Eles não estão sob o meu comando. Apenas o Senhor é quem dá ordens a eles. Se quer que eles o libertem, deve pedir a Jesus, não a mim.”
Assim, ele se foi mais uma vez. Nos outros dias que se seguiram, recebi mais e mais ajuda dos anjos. Em algumas ocasiões, os demônios dirigiram-se a eles chamando-os pelo nome. Já em outras, eu os ouvia praguejar e responder as perguntas que, tendo sido feitas pelos anjos, não ouvia com os ouvidos físicos. Mais de uma vez, os anjos iriam parar em pleno ar as mãos de um determinado demônio, antes que o mesmo pudesse me atacar. Recebi grande conforto e encorajamento ao constatar que os anjos estavam lá.
Depois de quase da metade das oito semanas de batalha, Deus deu-nos uma nova direção. Eram quase três horas da manhã e eu estava exausta porque lutara, desde a chegada do trabalho, com os demônios em Elaine e, ela também cansada, já tinha ido dormir. Estava assentada sobre o divã, com os joelhos dobrados em cima dele, o queixo sobre os joelhos e os braços ao redor deles, ponderava os acontecimentos da batalha naquela noite. À medida em que eu me sentia mais fraca era mais difícil lidar com eles porque pareciam muito mais fortes. Eu me preocupava com isso e na semana passada pedira ao Senhor para revelar-me como eu poderia ficar mais forte contra eles.
Subitamente, embora não fosse feito qualquer ruído, senti uma “presença” perto de mim no divã. Saltei e olhei para cima. Ao meu lado estava assentado o mais alto e poderoso jovem que eu já vira. Reconheci imediatamente que não era um humano.
O cabelo era louro e brilhante. Os olhos profundamente azuis e o sorriso mais lindo que eu já vira. Parecia que ele acabara de se barbear e nas bochechas surgiram profundos sulcos quando ele sorriu. Estava vestido de um branco brilhante com um cinto dourado. Tinha a seu lado uma espada enorme. A sua roupa, tipo uma túnica, fora bordada, sem sombra de dúvida, com ouro puro. Usava também, calças brancas bem folgadas e sandálias douradas. A pele estava lindamente bronzeada. A luz irradiava dele com um poder que eu nunca experimentara. Imediatamente ele disse:
“Mulher, trago uma mensagem para você do Pai.”
Antes que pudesse dizer mais coisas eu o interrompi. Penso que fui um tanto indelicada.
“Pare! Quem é você?”
“Sou o seu anjo guardião.”
Fiquei impressionada, não apenas pelo tamanho dele como pela pureza que via em seus olhos. Entretanto o versículo 14 de II Coríntios capítulo 11 ecoou em minha mente:
“E não é de admirar; porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.”
Lembrei-me, também, de I João 4.1-3:
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus;...”
Tendo em mente esses versículos, respondi:
“Sim, bem, já vieram demônios tentando dizer que eram meus guardiões. Quem é o seu mestre? A quem você serve?
“Sirvo ao Senhor dos Exércitos.”
“Não é o bastante. Satanás chama a si mesmo desta forma.”
Ele sorriu novamente e disse: “Sirvo ao Senhor dos senhores, Rei dos reis, Jesus Cristo que nasceu de uma virgem, veio à terra em carne, morreu na cruz e ressuscitou três dias depois. Esse mesmo Jesus é Deus e agora está assentado no céu à direita do Pai. Ele é o meu Senhor e Mestre.”
Fiquei aliviada porque ele passara no teste que o Senhor nos dá em I João 4. Estava convicta de que nenhum demônio faria tal declaração porque Satanás poderia rasgá-lo se o fizesse.
“Ok! Tudo bem, lamento mas eu tinha que ter certeza de quem você é. Fiquei temerosa de que fosse um demônio manifestado como um anjo tentando me enganar.”
Ele consentiu com a cabeça e depois disse: “O Pai enviou-me a dizer-lhe que seja corajosa. Não tenha medo porque estamos protegendo você a cada passo que der. Daqui em diante a batalha ficará mais intensa e Ele diz que você deve assegurar-se de sempre colocar a armadura de Deus.”
“Você quer dizer a armadura de Deus que está em Efésios capítulo 6?”
“Sim é a isso mesmo que eu estou falando.”
Efésios 6:10-18 diz:
“Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo; porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis. Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade, e vestindo-vos da couraça da justiça. Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz; embraçando sempre o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; com toda oração e súplica, orando em todo o tempo no Espírito, e para isto vigiando com toda a perseverança e súplica por todos os santos.”
“Mas, diga-me. Como é que eu coloco esta armadura?”
“Ore assim: Pai, poderias por favor colocar a sua completa armadura sobre mim agora? Peço-te e agradeço no nome de Jesus.”
“Com que freqüência eu deveria pedir?”
Ele parou uns instantes com o olhar fixo e depois sacudindo a cabeça voltou-se para mim.
“Bem. O pai diz que uma vez a cada 24 horas será suficiente. O próprio Jesus disse que deveríamos tomar a nossa cruz diariamente. Assim, você deve colocar a armadura e preparar-se para a batalha diariamente. Você precisa entender que isso é muito importante. Não se esqueça de pedi-lo todos os dias. Se você não estiver revestida irá se machucar.”
“Mas, eu não posso entender. Não consigo vê-la e nas escrituras ela parece simbólica.”
“A armadura de Deus é no seu corpo espiritual. A Palavra de Deus diz que você está compromissada em uma batalha espiritual. Portanto, a sua armadura é espiritual. Você deverá pesquisar nas Escrituras mais a respeito.”
No dia seguinte, encontrei um versículo, que não é salientado, em I Coríntios 15.44 que diz: “Há um corpo natural e há um corpo espiritual”.
Assim, a expressão do anjo iluminou-se. “Já que você sempre tem muitas perguntas, o Pai disse que eu poderia respondê-las.”
Muitas perguntas soavam em minha cabeça, contudo, havia uma que eu ansiava demais pela resposta: “Diga-me do que realmente Jesus gosta? Por favor, você pode me dizer mais a respeito d’Ele? Anseio conhecê-lo melhor!”
O anjo assentou-se cruzando as pernas, numa posição bem descontraída “Bem, Jesus é maravilhoso! Um só relance do sorriso d’Ele envolve todo o universo com calor e amor. Ele trabalha intensa e incansavelmente pela Sua igreja. Nem um só detalhe, em qualquer um de Seu povo, é insignificante para a atenção d’Ele Ele trabalha constantemente para os seus e também para acrescentar outros à igreja. A Sua glória se estende por todo o universo e nunca se finda.”
Assentei-me, pensando nas palavras dele, tentando imaginar a cena:” Eu sempre me pergunto se a glória de Jesus é algo semelhante a um maravilhoso nascer do sol. Isto é, supondo que tudo esteja escuro, uma luz maravilhosa, juntamente com as cores, começam a surgir no horizonte. A intensidade dela aumenta à medida em que o sol surge na linha do horizonte. As cores ficam cada vez mais lindas e brilhantes. Seria a glória de Jesus semelhante, quando movida em nossa direção?”
“É exatamente isso!”
Conversamos durante duas horas. Nunca esquecerei aquela experiência maravilhosa, o amor de Deus era irradiado de uma maneira tão forte através daquele anjo que eu pude entender um pouco do quanto somos amados por Deus. O anjo disse-me que o cuidado de Deus é tão intenso, que a cada choro de um de seus filhos, Ele envia um anjo para abraçá-lo e confortá-lo. As pessoas não entendem isso, mas é justamente, o que acontece.
O anjo, disse ainda, que Deus os criara também com muito amor e que a cada pessoa, Ele destina um anjo guardião desde o seu nascimento. Lembrei-me de Hebreus 1.13-14 que diz:
“Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés? Não são todos eles espíritos ministradores enviados para serviço, a favor dos que hão de herdar a salvação?”
Naquela noite aprendi um novo e profundo significado do versículo que diz:
“Mas, como está escrito: Nem olhos viram nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (1 Coríntios 2.9).
O anjo indicava-me muitos versículos que, depois de estudá-los e orar, pude entender mais dos planos que Deus tem para os seus filhos no futuro.
A Batalha itensificara-se depois do encontro com o anjo, e constatei que, a cada dia, quando pedia ao Pai pela armadura, o meu corpo se fortalecia e eu não sofria mais fisicamente como resultado das lutas com os demônios.
Nesse estágio da batalha, eu não mais me importava com bens materiais ou quaisquer das atividades sociais que estava acostumada a freqüentar. Sentia-me cada vez mais diferente das pessoas ao meu redor. Não podia compartilhar as minhas experiências com mais ninguém, exceto, com o pastor Pat. Não conhecia ninguém mais que pudesse entendê-las. Preocupei-me de que não estivesse no juízo perfeito, e coloquei diante do Pai, em oração, todas as minhas dúvidas e temores. Sabia que nunca seria esperta o suficiente para detectar e desmascarar os enganos de Satanás. Era necessário que eu confiasse inteiramente no Senhor e que Ele iria me guardar de cair nas armadilhas do inimigo. No preciso momento, o Senhor instruiu-me para ler a primeira epístola de Pedro. Devo admitir que fiquei um tanto desapontada ao constatar o pouco que aquela leitura poderia me ajudar. Entretanto, em obediência, fiz exatamente o que Ele me pedira, mas, à proporção que lia, comecei a ter um novo entendimento desses preciosos versos:
“... aos eleitos que são forasteiros da Dispersão...” (I Pedro 1.1).
“Amados, exorto-vos, como peregrinos e forasteiros que sois,...” (I Pedro 2.11).
E, o Senhor despertou-me a atenção para outros versos:
“Bendito seja o Senhor, rocha minha, que me adestra as mãos para a batalha, e os dedos para a guerra; minha misericórdia e fortaleza minha, meu alto refúgio e meu libertador, meu escudo e aquele em quem confio, e quem me submete o meu povo.” (Salmos 144.1-2).
“Porque a nossa leve e momentânea tributação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas cousas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas.” (II Coríntios 4.17-18).
Há um preço a ser pago quando fixamos nossos olhos e atenção no que não se pode ver. Somos para o mundo como alienígenas e estrangeiros. Na realidade, não temos um lar aqui na terra, nosso lar será quando Jesus voltar e nos levar para morar com Ele.
Comecei a me preocupar intensamente com Elaine, à medida em que o tempo passava, porque os demônios estavam destruindo-lhe o corpo. Sempre que perguntava ao Pai quanto tempo duraria aquela situação, Ele respondia: “Até que vocês tenham aprendido o bastante.” Finalmente, chegou o dia em que Ele me disse para chamar o pastor Pat para a libertação completa dela. Assim, eu o fiz. Contudo, não falei nada a ela, sabia que se o fizesse os demônios no corpo dela ouviriam e tentariam atrapalhar-nos.
Aproximando-se o dia marcado, os demônios e espíritos das bruxas e bruxos das vizinhanças tornaram-se mais e mais problemáticos para nós. Como não podíamos vê-los e não tendo quaisquer avisos dos ataques, éramos constantemente surpreendidas. Atiravam-nos pela sala. Jogavam em nós a mobília e outros objetos e ficávamos feridas da cabeça aos pés por seres que não podíamos ver.
Na última noite, antes da libertação final de Elaine, estávamos exaustas. Tremendamente preocupada, porque Elaine estava muito debilitada. Tentávamos dormir, mas continuamente éramos retiradas da cama e jogadas contra a parede. Podia se sentir no espírito a crescente presença do maligno dentro da casa. Inclusive o próprio ar era difícil de se respirar por estar tão pesado.
Tarde da noite, estava à beira da cama de Elaine, embalando-a em meus braços, e, desesperadamente eu tentava protegê-la, fazendo do meu próprio corpo um escudo para guardá-la dos ataques. Ela estava tão fraca, que não tinha forças para tentar resisti-los, e, com lágrimas rolando pelo meu rosto, clamei ao Senhor por socorro.
“Fuja!” Foi a palavra que ecoou em meu espírito e em minha alma. “Fuja”. O Senhor me fez lembrar de Mateus capítulo 2, onde José recebera instrução pelo anjo do Senhor para fugir com Maria e o menino Jesus, no meio da noite, para o Egito. Sabia que deveria tomar Elaine e fugir ou do contrário poderíamos ser mortas.
Pedi ao Senhor para que nos cercasse, a fim de que os demônios e os espíritos humanos não nos vissem saindo. Imediatamente, os meus olhos espirituais foram abertos e pude ver que estávamos rodeadas por anjos guerreiros. Elaine estava quase consciente, mas incapaz de andar. Eu não era muito mais forte do que ela, mas sabia que deveria obedecer ao comando. Ao tentar sair com ela nos braços, tropecei. Quando comecei a cair devido o peso dela, ouvi um estalo de uma ordem vinda de um dos anjos e, logo a seguir, dois deles levantaram-nos. Eles praticamente nos levaram até o carro. Puseram-na no banco de passageiros e arrumaram o cinto de segurança e, cuidadosamente, fecharam e trancaram a porta. Já a esta altura, ela estava completamente inconsciente.
Quando comecei a dirigir, não estava certa para onde iria. Era uma noite linda, e tanto as estrelas como a lua, cintilavam no céu. Enquanto estava na estrada, o Senhor me permitiu ver o que estava acontecendo na minha casa. Os demônios e os espíritos humanos freneticamente procuravam por nós tanto dentro dela como no jardim. Louvei ao Senhor pela bondade e misericórdia d’Ele para conosco. Satanás e seus servos não faziam a menor idéia de onde estávamos. Assim, o Senhor instruiu-me para ir à casa de meu irmão. Chegamos às três da madrugada e passamos o resto da noite lá.
Na manhã seguinte, faltando cerca de meia milha para chegarmos, ela virou-se para mim perguntando:
“Rebecca, até agora você não me disse onde estamos indo, agora, por favor seja honesta e diga-me o que está acontecendo!”
“Bem estamos, indo para a igreja. Hoje é o dia que o Senhor escolheu para a sua libertação total.”
“Grande!” Foi a única palavra que ela disse tentando sair do carro. Imediatamente os demônios se manifestaram. Estavam furiosos e praguejavam. Fui grata por ter obedecido a Deus e cuidadosamente atado o cinto à ela e trancado a porta. De outra maneira eles poderiam ter atirado Elaine para fora. Desse modo enquanto virei a esquina que dava para a igreja eles começaram a lutar para escapar. Entretanto, o Senhor já tinha tudo muito bem planejado. Assim que freei o carro e voltei-me para ajudá-la, minha amiga Judy, que estava lá para ajudar-nos, caminhou rapidamente para a porta aberta do lado de Elaine e com a Bíblia aberta disse:
“Ouçam a mensagem que o Senhor deu-nos hoje.”
“Render-te-ei graças, Senhor, de todo o meu coração, na presença dos poderosos te cantarei louvores. Prostrar-me-ei para o teu santo templo, e louvarei o teu nome, por causa da tua misericórdia e da tua verdade, pois engrandeceste acima de tudo o teu nome e a tua palavra. No dia em que clamei, tu me acudiste, e alentaste a força de minha alma. Render-te-ão graças, ó Senhor, todos os reis da terra, quando ouvirem as palavras da tua boca, e cantarão os caminhos do Senhor, pois grande é a glória do Senhor. O Senhor é excelso, contudo atenta para os humildes; os soberbos ele os conhece de longe. Se ando em meio a tributação, tu me refazes a vida; estendes a mão contra a ira dos meus inimigos; a tua destra me salva. O que a mim me concerne o Senhor levará a bom termo; a tua misericórdia, ó Senhor, dura para sempre; não desampares as obras das tuas mãos.” (Salmo 138).
Assim que Judy terminou de ler esses versos, os demônios em Elaine aquietaram-se, ficando sob controle. Desse modo, fomos capazes de retirá-la do carro. Quando atravessamos a porta da igreja eles começaram a lutar, freneticamente, outra vez. E novamente o Senhor já tinha tudo sob controle. O pastor Pat e o pastor assistente encontrou-nos à porta da igreja. Cada um segurou um dos braços de Elaine.
“Posso ver que os demônios que temos aqui, estão muito infelizes.” Exclamou pastor Pat. “Agora, demônios, calem-se e fiquem quietos. Nós os amarramos no nome de Jesus!” Duvido que Judy e eu fôssemos fortes o bastante para segurá-la, se o Senhor não tivesse enviado aqueles dois homens para nos ajudar. Conseguimos levá-la para o gabinete pastoral, e assim que entramos, os cinco, a porta foi fechada e começou uma batalha que duraria pelas próximas dez horas. Os demônios pareciam animais selvagens enjaulados e lutavam desesperadamente porque sabiam que a hora final chegara, mas não tiveram a mínima chance porque o poder e a presença de Deus tomara por completo e de uma forma marcante aquele lugar. Este dia estará sempre em minha mente, como uma das mais lindas experiências porque passei. O Senhor estava no controle total, e usava-nos um após o outro. Não fôramos capazes de libertar Elaine, totalmente antes, porque não sabíamos que portas deveriam estar fechadas. Naquela noite, o Senhor mostrou-nos uma a uma.
Estando possessa do jeito que estava, os demônios em Elaine deveriam ser descobertos e expelidos. A seguir, faço uma lista das portas que devem ser fechadas, respectivamente. O Senhor revelou-nos que em muitos casos, é mais fácil e mais eficiente libertar uma pessoa pelas áreas do que especificar os demônios. Dessa maneira, aquele que ministra a libertação, controla os demônios, ao invés de esperar qual deles irá se manifestar. O líder ou o “cabeça”, sobre a área em questão, é expelido ao mesmo tempo, juntamente com seus subordinados. Inúmeros são os demônios, que se tentarmos expeli-los um a um, isso levará muito tempo e os envolvidos poderiam tornar-se extremamente cansados e desencorajados. A propósito, o demônio “Legion” (Legião) deve ter mais de quatro mil subordinados que o acompanham. O Senhor Jesus deu-nos o exemplo, ao expulsá-los, todos, de uma só vez, no capítulo 8 de Lucas.
1) Na maioria das pessoas que se envolveram profundamente no satanismo, existe uma porta para o próprio Satanás. Esta porta que é muito íntima, é aberta por um demônio poderoso que refere a si mesmo como sendo “o filho de Satã”.
(Observação: este título poderá mudar de acordo com a área geográfica e os nomes específicos desses demônios também mudam. Eles são numerosos para colocarmos seus nomes em uma lista. Especificar o demônio pela função que o mesmo exerce, será suficiente para exercer autoridade sobre ele). É por esta porta que o próprio Satanás entra em uma pessoa, fala e age através dela.
2) A área seguinte é a do espírito humano. Existe um demônio poderoso, freqüentemente chamado de “Guiding spirit” (Guia). Ele controla todo o espírito da pessoa. Dependendo da área ele pode receber diferentes títulos.
No caso de Elaine o “guia” era Mann-Chan. Assim, são três as áreas no espírito que são controladas, cada uma por um demônio líder, tendo muitos outros sob o seu comando. São elas:
Consciência - A capacidade de discernir o que é certo ou errado.
Intuição - A capacidade para discernir o Senhor e sentir a Sua presença.
Adoração - É através dela que adoramos ao Senhor “em espírito” como está em João 4.23 “Mas vem a hora, ejá chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade.”
3) A alma possui muitas áreas. O demônio líder atua sobre a alma como um todo, denomina-se a si mesmo como sendo “demônio do poder”. Discutiremos a respeito deles no capítulo 14 no tópico da alma. São seis as áreas na alma, e as três primeiras dizem respeito ao controle do espírito.
Consciente
Subconsciente
inconsciente
E, as outras três são:
Vontade
Mente
Emoções
Aí, novamente, sobre cada uma, atua um demônio com seus subordina
4) Por último, temos o corpo físico. O demônio que atua sobre ele, é, normalmente, um “demônio da morte”. Podemos citar Yaagog. Eles são poderosos, capazes de levar a pessoa à morte, em um curto espaço de tempo, se não forem impedidos pelo Senhor. As áreas no corpo são:
O cérebro - Principal órgão com o restante do corpo.
A sexual - O demônio líder que atua nessa área abre a porta que dá a Satã o direito legal de manter relações sexuais com a pessoa da mesma forma que outros demônios também.
São muitas as passagens que citam e confirmam as áreas mencionadas. Só que o tempo e o espaço não me permite citar todas elas. A mais importante para nós é:
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo, sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (I Tessalonicenses 5.23).
Se você desejar saber mais sobre essas áreas, recomendo que leia o livro “The Spiritual Man” (O Homem Espiritual) de Watchmann Nee. Ele dá excelentes explicações acompanhadas de citações bíblicas.
O pastor assistente, nunca experimentara uma sessão de libertação, e não sabia nada a respeito até, pelo menos, uma hora ou mais antes de tudo começar. Foi até engraçado, quando paramos para um pequeno intervalo, e ele fez o seguinte comentário:
“Vocês sabiam que tudo isso, de alguma maneira serviu para esclarecer alguns fatos?” Com estas palavras, ele começou a descrever a experiência que tivera na noite passada. “Era tarde da noite, quando, assentado em meu gabinete pastoral, lia. Repentinamente o Espírito Santo puxou-me o livro das mãos e atirou-o pelo ar. Após fazê-lo disse-me para pegar uma garrafa de óleo e ir para o gabinete do pastor Pat. Naquele instante, eu era a única pessoa na igreja. Então, o Espírito Santo instruiu-me a fechar e trancar as portas, queria que eu as ungisse, assim como marcos, vergaduras, e da mesma maneira, as janelas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, pedindo ao Senhor para selar aquela sala. Eu o fiz, mesmo não entendendo o porquê. Assim, a sala ficou fechada e selada até entrarmos essa manhã.”
Todos nós louvamos ao Senhor pela provisão. A unção do lugar era para proteger-nos de quaisquer interferências durante a libertação de Elaine.
No mais, a batalha durou cerca de dez horas. Louvamos a regozijamos quando ela chegou ao fim. Novamente, o Senhor se mantivera fiel à Sua Palavra, libertando os cativos. Daquele dia em diante, Elaine ficou livre dos demônios, nunca seremos capazes de louvar suficiente e agradecer ao Senhor pela sua maravilhosa libertação.
Rebecca:
A Bíblia deixa bem claro que qualquer envolvimento com Satanás, abre uma porta na vida da pessoa, deixando-a exposta à influência, poder ou infestação demoníaca. Seja ela crente ou não. Levíticos 19-31 fala:
“Não vos voltareis para os necromantes, nem para os adivinhos; não os procureis para serdes contaminados por eles: Eu sou o Senhor vosso Deus.”
Embora a Irmandade seja uma enorme seita que cresce a cada dia, ela é apenas um punhado, se comparada ao grande número dos que escravizaram-se em um envolvimento periférico no ocultismo e outros pecados, expondo suas vidas ao poder de Satanás. Essas portas (abertas pelo pecado) dão a Satã, o direito legal de, em concordância com a Bíblia, enxertar o poder dele nas vidas das pessoas. Os crentes não estão excluídos, porque a abertura destas portas está ligada à participação consciente no pecado e, também, pela ignorância.
“E daí? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e, sim, da graça? De modo nenhum. Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” (Romanos 6.15-16).
“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento...” (Oséias 4.6).
Todos precisam estar conscientes dessas áreas de influência, tanto os que querem reconhecê-las na própria vida, como aqueles que querem compartilhar a outros o glorioso Evangelho de Cristo. Muitos não conseguem aceitar a Jesus, porque a vontade e a mente, estão literalmente escravizadas pelo poder das trevas através de portas abertas no passado.
“Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.” (II Coríntios 4.3-4).
Qualquer envolvimento com o ocultismo, não importa o tempo e nem a intensidade, se torna uma porta. Seja o simples consultar o horóscopo, a curiosidade para visitar uma cartomante, leitura de mãos, etc. Você já reparou que, tanto nas escolas como nas festas de arrecadação para os fundos de uma igreja, encontra-se, de algum modo, uma cartomante? Nenhum envolvimento deixa de ser prejudicial. Muitas crianças são levadas a estas festas para “simples diversão”. Mas, quantas delas, no futuro, são incapazes de até mesmo aceitar a Jesus como Salvador pessoal e, no caso de terem se tornado cristãos, chegam a perder o interesse ou se tornam incapazes de dar mais um passo no cristianismo. Ficaríamos boquiabertos se pudéssemos conhecer, isoladamente, uma a uma as conseqüências desses envolvimentos. Pessoalmente, conheço muito mais do que gostaria de até mesmo pensar.
“Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal cousa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus os lança de diante de ti.” (Deuteronômio 18.10-12).
Apenas uma simples visita para satisfazer a curiosidade é, suficiente, para afetar o resto de sua vida. Da mesma forma, o estudar livros de artes ocultas, jogo de cartas, testes para percepção extrasensorial, experiências psíquicas, projeção astral, meditações que tenham por objetivo “limpar” a mente e separar óleo de minerais usando pêndulos ou varinhas. Igualmente perigoso é, a participação em quaisquer tipos de mágicas, a arte da levitação (mover objetos sem tocá-los), consultar um médium ou espírito, na intenção de localizar objetos perdidos, a prática de artes marciais ou yoga e, naturalmente, quaisquer práticas de bruxaria através de mágicas ou encantamentos. Em suma, quaisquer uma dessas práticas, abrirá uma porta à influência de Satanás e seus demônios.
Do mesmo modo, o uso e abuso de drogas, assim como bebedeiras freqüentes são, também, portas. O abuso sexual de crianças, sempre resulta em infestação demoníaca, porque se a criança não for liberta poderá, no futuro, abusar dos próprios filhos. Qualquer incidente emocional grave ou um trauma físico, pode causar rompimento nas defesas, permitindo a entrada de espíritos malignos, e isso pode ocorrer tanto nas crianças como nos adultos.
A relação sexual ilícita é outra grande porta, os demônios são passados de uma pessoa para outra através dela e isto acontece porque as pessoas envolvidas se tornam “uma só carne”.
“Ou não sabeis que o homem que se une a uma prostituta, forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. Fugi da impureza! Qualquer outro pecado que uma pessoa cometer, é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo.” (I Coríntios 6.16-18).
A palavra fornicação é usada para a relação sexual de um homem com a mulher sem serem casados. (Essa definição é do “Vine’s Expository Dictionary of New Testament Words,” p.465).
É por essa razão, que Deus ordena tanto a seu povo, para não manter relações sexuais a não ser marido e esposa. O objetivo é nos proteger da infestação demoníaca. O estupro assim como o assalto seguidos de violência sexual é uma porta que, repetidamente, presenciei na prática da medicina. O resultado é a infestação de demônios extremamente poderosos e isso, também, pode vir como resultado da prática da homossexualidade e do incesto e das práticas sexuais usadas na pornografia atual.
Freqüentemente, sou questionada a respeito das conseqüências da relação sexual entre um casal, quando um dos cônjuges não é salvo e participa das coisas do mundo. Nesses casos, posso assegurar que o cônjuge cristão pode se firmar na promessa que está em I Coríntios 7.12-16:
“Aos mais digo eu, não o Senhor: se algum irmão tem mulher incrédula, e esta consente em morar com ele, não a abandone; e a mulher que tem marido incrédulo, e este consente em viver com ela, não deixe o marido. Porque o marido incrédulo é santificado no convívio da esposa, e a esposa incrédula é santificada no convívio do marido crente. Doutra sorte, os vossos filhos seriam impuros; porém, agora, são santos. Mas, se o descrente quiser apartar-se, que se aparte; em tais casos não fica sujeito à servidão nem o irmão, nem a irmã; Deus vos tem chamado à paz. Pois como sabes, ó mulher, se salvarás a teu marido? Ou como sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?”
Nestes casos, o cônjuge cristão necessita apenas de pedir ao Senhor que santifique o leito e o companheiro incrédulo. Depois, deve fechar a porta com o sangue de Jesus para que não venha a ser infestado com os demônios através da relação.
A hipnose é uma outra porta. A pessoa que se sujeita a ela, ficará sob a vontade daquele que a hipnotiza e assim se abre para tudo o que o hipnotizador quiser colocar nela. Existem demônios específicos que entram através da influência dessa prática. A hipnose para parar de fumar ou para controlar o apetite é uma estratégia demoníaca.
A acupuntura é um outro tratamento demoníaco. As religiões orientais, todas, são várias formas de adoração a Satanás. O público não sabe, mas as agulhas usadas, são primeiro “abençoadas” por líderes dessas religiões, e se tornam passagem de demônios. Tenho presenciado inúmeras infecções causadas por elas. Qualquer cura sobrenatural que não venha de Jesus Cristo é obra demoníaca e resulta na infestação ou na escravidão. O próprio Deus deu aos homens inteligência e capacidade de curar uns aos outros através da medicina. Lembre-se, Lucas, um dos escritores do Novo Testamento, era médico.
Também resultam em infestação práticas como a meditação transcendental, a Yoga, etc. Se comparadas, cuidadosamente, com a Palavra de Deus poderemos ver-lhes os erros.
A maioria dessas religiões orientais usa o recurso da meditação. Os cristãos confundem essa estratégia e Satanás, através da literatura, engana a muitos. Nas Escrituras encontramos inúmeras referências sobre o assunto, entretanto, existe uma grande diferença entre a meditação divina e a satânica. Analisamos, agora, alguns dos princípios básicos.
A maior referência feita à meditação pode ser encontrada em Josué 1.8:
“Não cesses de falar deste livro da lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas o cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e serás bem sucedido.”
Quero enfatizar aqui, que esse tipo de meditação, refere-se à leitura dinâmica, aprendizagem e à memorização da lei dada por Deus aos Israelitas. Josué deveria aprender a lei até que ela se tornasse uma parte dele. Davi, também, seguiu o mesmo princípio, ele escreveu à respeito no Salmo 119.9-11:
“De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra. De todo o coração te busquei; não me deixes fugir aos teus mandamentos. Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.”
A atitude de Davi aqui, é dinâmica, isto é, estava aprendendo e memorizando a lei de Deus para que ela não se apartasse dele. Em todos os trechos das Escrituras, a meditação bíblica é ativa. Já a meditação satânica, é passiva. O que Satanás quer é esvaziar as mentes, e tirar delas todos os pensamentos, e isto abre portas aos demônios porque o que Deus nos ordena é controlar os pensamentos e não esvaziar a mente. Se você não controlar a sua mente Satanás o fará.
“Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando nós, sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (II Coríntios 10.3-5).
“Tu, Senhor, conservarás em perfeita paz aquele cuja mente está firme em ti.” (Isaías 26.3).
A Bíblia, mostra claramente, que devemos controlar nossas mentes e não esvaziá-las. Qualquer ensinamento sobre meditação que diga a você para esvaziar-se de todos os pensamentos usando frases como “limpe sua mente” e recursos da repetição de palavras, é de origem demoníaca.
"E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios... (palavras de Jesus)" (Mateus 6.7).
"Evita igualmente os falatórios inúteis e profanos." (II Timóteo 2.16).
Em algumas igrejas carismáticas, existe um ensinamento que consiste na repetição de determinadas frases ou no esvaziamento da mente para que o "Espírito Santo" possa atuar. (É um esforço feito especialmente para que a pessoa possa falar em línguas). Naturalmente que, qualquer mente vazia será ocupada por um espírito, só que nesse caso, infelizmente, não será o Espírito Santo e sim um espírito imundo.
Uma outra forma de escravidão maligna, muito comum, mas pouco reconhecida, é quando uma pessoa afeta outra através de "encanto", "vodu" e "maldições". Até mesmo um cristão pode ser prejudicado por feitiçaria desse tipo quando direcionados a ele. Um bom exemplo é a minha experiência pessoal. Não tive consciência do que estava acontecendo, até que o Senhor desse ao meu pastor a revelação. Também, atendi a pacientes que foram afligidos do mesmo modo, muitos conheciam a pessoa que lhes enviara a mandinga, já outros, depois de uma briga com um amigo envolvido no ocultismo, foram vítimas sem ao menos desconfiar do autor do encantamento. Por esta razão, é imperativo que os cristãos tenham um relacionamento íntimo com o Senhor para que Ele lhes dê o discernimento exato.
Herda-se tanto os demônios como a escravidão demoníaca. A porta para esse tipo de herança, freqüentemente, passa desapercebida. Embora não estejamos mais sob a lei, devido à nova aliança no sangue de Cristo, podemos encontrar, também, no Velho Testamento princípios importantíssimos. Do mesmo modo, devemos ter sempre em mente que qualquer pecado não coberto pelo sangue de Jesus em nossas vidas é propriedade legal de Satanás.
São muitas as referências no Velho Testamento de pecados dos pais que são passados aos filhos. Podemos encontrá-las em Êxodo 20.5, 34.7, em Números 14.18 e em Deuteronômio 5.9. Podemos ler em Êxodo 34.6-7 o seguinte:
"E passando o Senhor por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniqüidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniqüidade dos pais nos filhos, e nos filhos dos filhos até a terceira e quarta geração.”
Sempre que havia em Israel um reavivamento maior, o povo se reunia para jejuar, orar e confessar não só os próprios pecados como também os de seus pais. Veja o exemplo em Neemias 9-1-2:
“No dia vinte e quatro deste mês se ajuntaram os filhos de Israel com jejum e pano de saco, e traziam terra sobre si. Os da linhagem de Israel se apartaram de todos os estranhos, puseram-se em pé, e fizeram confissão dos seus pecados e das iniqüidades de seus pais.”
Outras citações estão em II Crônicas 29-1-11 (durante o reinado do rei Ezequias), II Crônicas 34.19-21, e também em muitos outros livros.
Os pecados dos nossos antepassados afetam, diretamente, as nossas próprias vidas. Devemos fechar a porta dessa herança através de oração e confissão pelo sangue de Jesus. Habilidades específicas e demônios são passados de geração a geração. Um exemplo comum que podemos citar é o da “Water - Witch” [1]. Da mesma maneira, qualquer envolvimento no ocultismo é prejudicial. Qualquer adoração a ídolo é, também, danosa porque é, na verdade, adoração a demônios (I Coríntios 10.14-21). Igualmente nocivos, são os juramentos feitos pelos pais ou ancestrais (dentro de religiões pagas, maçonaria, mórmons etc.) que se desencadeiam sobre a vida de seus descendentes.
Atualmente em nosso país, um dos maiores instrumentos de Satanás são os “role playing fantasy games” (jogos) que se tornaram bastante populares. Ele está usando esses jogos para criar um exército com os jovens mais inteligentes. Exército esse que, o anti-Cristo, será capaz de interceptar e controlar quando bem quiser. Sem se dar conta do que está acontecendo, a pessoa pode ser controlada por demônios através do envolvimento nesses jogos. Em muitos estados, eles se tornaram, para os mais inteligentes, parte do currículo escolar e quase todas as escolas formam clubes extra-curricular para que os alunos possam jogar. Na essência, esses jogos são cursos relâmpagos de feitiçaria. Infelizmente, os participantes só constatam isso quando já é muito tarde.
Na maioria dos jogos, existe um líder que planeja o lineamento de cada jogo. A diversão consiste de uma aventura em que a batalha será travada contra vários “monstros” e “seres” com certas habilidades e características. Assim, existem manuais com gravuras e muitos detalhes sobre as habilidades desses personagens. Os jogadores terão de “visualizar” a ação do jogo em suas mentes. Assim, irão se tornar mais avançados no jogo, à medida em que “visualizarem” melhor a “ação” e conseguirem antecipar os movimentos dos “monstros” e dos outros jogadores.
Primeiramente, o quê as pessoas não sabem é que os “monstros” são na realidade, demônios. O que elas pensam que estão “visualizando”, na verdade, estão começando a ver o mundo espiritual. Quanto melhor se tornarem na “visualização” do jogo, mais infiltrados estarão no mundo espiritual. A imaginação é um passo importante para contactar esse outro lado. Não posso dizer em que ponto os jogadores ficam infestados por demônios, contudo, trabalhei com muitos e não encontrei sequer um deles que não estivesse habitado por demônios e não o soubesse. É claro, que irão mentir a respeito, mas mesmo assim, uns poucos me disseram que conversavam com eles e para ganhar mais poderes convidava o mais inteligente de todos os demônios para possuí-los.
Os manuais mais avançados, dão detalhes de fórmulas mágicas, encantamentos e escritos satânicos que são usados e ensinados pelas bruxas e bruxos da própria Irmandade. Todos os que estão nos jogos, sentem uma estranha fascinação pelo poder que emana deles, e, poucos são os que descobrem a armadilha em que estão sendo apanhados. Muitos são os jovens cristãos ativos e entusiastas que perderam o interesse pelo Senhor como resultado do envolvimento nesse tipo de jogo e, não deixando de mencionar os que nunca conhecerão a Jesus por causa da escravidão satânica em que estão.
As influências do ocultismo, estão desenfreadas tanto nos brinquedos, como nos desenhos animados. Neste caso, Satanás sabe que pode influenciar a imaginação das crianças para o mundo espiritual. Assim, elas aprenderão rapidamente a ver e a se comunicar com os demônios. Os pais necessitam ser extremamente cuidadosos com os brinquedos e com os desenhos que seus filhos assistem.
Explodiu na medicina, nos últimos anos, o fenômeno do “Biofeedback”. O seu crescimento tem sido estrondoso, e é usado, principalmente, para controlar a dor, a pressão sangüínea e o abuso do uso de drogas e álcool. A Irmandade já o usava há muitos e muitos anos antes do mesmo vir a ser do conhecimento público. Os satanistas descobriram que é o meio mais rápido de treinar as bruxas para ganhar controle consciente de seus corpos espirituais e assim contatarem o mundo espiritual. Na essência, o “biofeedback” treina a pessoa para controlar as funções orgânicas e áreas em que Deus não nos ordenou para controlar. Ele ensina o controle consciente do corpo espiritual. Este, por sua vez, controla e altera o que acontece ao corpo físico. E, é aqui que as pessoas não se conscientizam em quê estão sendo envolvidas. Os cristãos nunca deveriam lidar com o “biofeedback” pois ele nada mais é do que a yoga modernizada, a meditação satânica e a bruxaria.
O rock é outra área, desapercebida, mas muito poderosa. É a música de Satanás. Todo o movimento dela foi cuidadosamente planejado por ele e seus seguidores desde o começo. O rock não apenas “aconteceu”, na realidade, foi cuidadosamente planejado pelo próprio Satã.
Como mencionei anteriormente, Elaine conheceu, pessoalmente, muitas estrelas do rock e todos haviam feito acordo com Satã em troca de fama e dinheiro. Receberam tudo o que queriam, e até o que não esperavam: a destruição de suas almas e vidas, contudo, eles sabem exatamente o que estão fazendo. Ensinam, passo a passo, milhões de jovens leigos, a adorar e a servir à Satanás.
Inúmeras foram as cerimônias “especiais” que Elaine freqüentou em vários estúdios de gravação, por todo os E.U.A., com o propósito específico de colocar as bênçãos de Satã sobre os discos gravados. Tanto ela como os outros, faziam encantamentos para colocar demônios em todos os discos e fitas vendidos. Também, em muitas vezes, eles convocavam demônios especiais para falarem nas gravações e nas mensagens que são disfarçadas na rotação ao inverso. Do mesmo modo, os próprios satanistas são gravados, ao fundo, disfarçados pelo barulho da música. Assim, eles fazem magias e cantigas para invocar os demônios a cada vez que um dos discos, vídeos e fitas são tocados. Desse modo, os que escutam a música são afligidos.
E qual é o propósito disso tudo? Você pode até questionar. A resposta, nada mais é, do que o controle da mente. Esse controle, não apenas dá aos ouvintes, através da música, o entendimento das mensagens satânicas como, também, impede que reconheçam a necessidade de ter Jesus, assim como, a salvação oferecida por Ele ao morrer na cruz.
Muitas das canções líricas, quando tocadas, na realidade estão invocando os demônios. O propósito disso pode ser analisado por dois ângulos. Um, é exercer o controle sobre o ouvinte e o outro é propiciar para o mesmo através de encantamentos, a condição de enviar demônios sobre outra pessoa. Isso é feito para se obter vingança através de doenças, acidentes, etc. e para ajudar a influenciar o outro à própria escravidão do rock.
Com tudo isso, recomendamos o livro “The Devil’s Disciples - The Truth About Rock” (Os Discípulos do Diabo - A Verdade Acerca do Rock) de Jeff Godwin, publicado por Chick Publications, Inc., (nos E.U.A.). Ele dará a você um profundo conhecimento sobre esse tipo de música. É uma excelente ferramenta para os pais que querem entender em que tipo de música os filhos estão se envolvendo.
Todas estas portas devem ser fechadas.
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça”. (I João 1.9).
Se você está envolvido em qualquer uma dessas práticas, você poderá fechar a porta ao fazer a seguinte oração:
“Pai, eu confesso a ti o meu envolvimento em ............................. . Reconheço que tal coisa(s) é abominável diante de Ti. Humildemente peço o Teu perdão para o meu pecado nessa área(s). Quero, também que Tu feches qualquer entrada demoníaca como resultado de minhas ações. Do mesmo modo, quero que me limpes dos meus pecados e feches a porta(s) para sempre, com o precioso sangue de Jesus. Peço tudo isso e agradeço-Te por tudo, no nome de Jesus.”
Recomendo, também, que você se dirija a Satanás e seus demônios em voz alta, da seguinte maneira:
“Escute Satanás, você e seus demônios! Já pedi ao meu Pai celestial perdão pela minha participação em .............................. e o recebi. Agora, pela fé e para sempre, fecho a porta dessa área na minha vida aberta a você no sangue de Jesus derramado na cruz por mim. E no nome de Jesus, ordeno que vá embora!”
Para a libertação nos casos de infestação por demônios fortes, será necessária a ajuda de outra, ou outras pessoas. Se você ora fervorosamente e deseja a libertação à despeito de qualquer preço, o Senhor irá instruí-lo sobre o que é necessário fazer e, ele libertará o cativo.
Darei alguns exemplos de, como na medicina, lidei com as pessoas terrivelmente afetadas pela abertura dessas portas. Todos os nomes foram mudados para a proteção das mesmas. Nós, os cristãos, devemos entender um princípio importante que eu nunca vi ser ensinado claramente nas igrejas. Muitas das pessoas com quem compartilhamos o Evangelho estão literalmente atadas por espíritos demoníacos seja por dentro ou por fora. Em conseqüência, a vontade delas não está livre. Não podem aceitar a Jesus como Salvador porque tendo a mente dominada não conseguem entender a mensagem do evangelho.
“Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.” (II Coríntios 4.3-4).
As pessoas não irão dizer que estão amarradas. De fato, a amarração é tão completa que, na maioria dos casos, elas nem sabem que estão amarradas. Quando você perguntar a alguém se ele, ou ela, quer orar com você aceitando a Jesus, as desculpas que provavelmente ouvirá, poderão ser estas: “Eu ainda não estou pronto(a)”, “farei isso mais tarde” ou “não posso fazê-lo agora, não me obrigue”, etc.
Entretanto, Jesus veio para libertar os cativos.
“O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, para pregar boas-novas aos quebrantados, enviou-me a curar os quebrantados de coração, a proclamar libertação aos cativos e a por em liberdade os algemados.” (Isaías 61.1).
Nós devemos, simplesmente, tomar posse do poder e da autoridade que Jesus nos deu e usá-los para libertar os cativos. Veja a seguir alguns exemplos da minha experiência:
1) Jane tem trinta cinco anos e é uma enfermaria da minha terra natal. Trabalhamos juntas há quase dez anos quando eu ainda era uma enfermeira. Encontramo-nos há algum tempo e ela ficou espantada com a mudança que viu em mim. Assim, assentei-me com ela, em uma tarde para compartilhar o que o Senhor fizera em minha vida. O comentário feito por ela foi o que se segue:
“Você sabe, tive outros dois amigos que há cinco anos também entregaram as suas vidas a Jesus Cristo e mudaram completamente, eram insatisfeitos e infelizes, mas agora estão jubilantes e cheios de paz. Cheguei a pensar que poderia fazer o mesmo. Contudo, como não o posso, não penso mais sobre o assunto”.
“Porque você não pode entregar a sua vida a Cristo?” Perguntei.
“Bem, não posso fazê-lo, embora veja os benefícios. De fato, fico ansiosa e com insônia quando converso a respeito. Penso que seria melhor pararmos agora. Não quero falar mais sobre isso.”
Há alguns anos eu teria interrompido a conversa. Mas, louvado seja o Senhor, graças a seu treinamento, reconheci facilmente todos os sintomas. Assim, persisti: “Deixe-me fazer apenas mais uma pergunta. Quando você tenta pensar sobre Jesus, parece que você se choca contra um muro vazio e ele se torna um esforço para continuar pensando e é por isso que desiste?”
“Sim é isso! Como é que você sabe?”
“Bem, tenho sido treinada na escola de Deus. Diga-me em que atividades do ocultismo você está envolvida?” Ela ficou surpresa.
“Como é que você sabe? Bem, eu não participo ativamente. Há quase oito anos fui visitar uma leitora de mãos apenas por achar emocionante. E, desde então, voltei aos leitores de mãos e adivinhos várias vezes e, recentemente, comecei a consultar o meu horóscopo. Como você mesma pode ver, nada realmente sério.”
“Bem, Jane, esse envolvimento “superficial” como o oculto foi o suficiente para colocá-la sob o jugo satânico para que você não possa aceitar a Jesus. Mas, tenho boas-novas para você. Jesus veio para libertar os cativos e porque eu sou d’Ele, Ele me deu poder e autoridade sobre Satanás e seus demônios. Assim, vocês, demônios, que estão atando e cegando a Jane eu os amarro neste exato momento, no nome de Jesus para que não possam mais agir na vida dela.”
Jane olhou-me assustada achando que eu tivesse perdido o juízo contudo, a única coisa que fiz, foi mudar de assunto durante dez minutos. Depois perguntei:
“Jane, há alguns minutos eu perguntei a você se queria aceitar a Jesus como Senhor e Salvador. Você sabe que é o que precisa fazer? Que tal orar comigo agora?”
Ela pareceu-me estar surpresa, mas pude ver o alívio em seu rosto.
“Sim, eu gostaria de orar com você. Posso aceitar a Jesus. Não sei porque não o fiz antes.”
Assim, quando, juntas ajoelhamos para orar, Jane era mais uma escrava que estava sendo retirada do reino das trevas e sendo introduzida no reino de Deus. Depois, falei-lhe sobre as portas que ela abrira e ela orou fechando-as, para sempre, com o precioso sangue de Jesus.
2) Em uma determinada noite, uma jovem de vinte anos deu entrada na Sala de Emergência em que eu estava trabalhando. A queixa dela, era de que se não recebesse ajuda, poderia cometer suicídio. Estava deprimida e temerosa e a vida era, para ela, vazia e sem significado. Não tinha mais razão para viver. Conversamos por um bom tempo e, depois, disse-lhe que ela precisava de Jesus e compartilhei as boas-novas com ela. “Os meus pais são crentes,” ela disse, “e, eu fui criada no evangelho. Sei que o quê está dizendo é verdade mas eu ainda não estou pronta.”
“Vocês demônios! Que estão atando esta garota. Eu os amarro, agora, no nome de Jesus para que não possam operar mais na vida dela.” Ao dizer isto, ela olhou para mim como se eu estivesse louca. Mas, assim que mudei de assunto por alguns minutos ela esqueceu o que estava acontecendo. Depois perguntei:
“Susy, há alguns minutos você admitiu que eu estava dizendo a verdade quando falei que você precisava de Jesus em sua vida. O que me diz de, agora, orarmos juntas, convidando-O para se tornar o Seu Senhor Salvador e Mestre?”
“Sim, eu gostaria de fazê-lo. Ninguém pediu-me para fazê-lo antes. Você me ajudará? Não sei o quê dizer.”
Oramos juntas e ela começou sua caminhada rumo à vida eterna. Um pouco depois, questionando-a gentilmente; descobri que a porta aberta tinha sido um breve contato, aos treze anos, com as drogas em uma festa noturna. Foi o bastante para amarrar demoniacamente a mente dela. Pela maneira como descrevera sua vida, não tive dúvida de que ela já tivera várias oportunidades para aceitar a Cristo, contudo, havia sido amarrada para não fazê-lo.
3) Durante o tempo em que, como residente, eu estava responsável pelo CTI, um homem de oitenta anos foi admitido com grave ataque cardíaco. Depois de examiná-lo, eu constatei que, provavelmente, ele não viveria por muito mais tempo. Perguntou-me o que estava acontecendo em seu corpo e eu disse-lhe que o caso era delicado porque ele tivera um ataque cardíaco. Virando-se, ele começou a chorar, e a nossa conversa foi a seguinte:
“Doutora, por favor não me diga isso, não posso suportá-lo.”
“Moço, qual é o problema? O senhor tem medo de morrer?”
“Sim.”
“O Senhor sabe o que acontecerá depois de sua morte?”
“Sim, moça. Irei direto para o inferno!”
Fiquei extremamente surpresa, pouquíssimas são as pessoas que afirmam isso. “Por favor, senhor, deixe-me dizer como poderá evitá-lo.”
“Não, não! Já ouvi tudo isso antes e não gostei. Não me aborreça.”
“Bem, queira ou não o senhor irá ouvir sobre Jesus mais uma vez.” Assim, usei quase quatro sentenças para falar-lhe do evangelho. Em situações assim, a brevidade é uma obrigação.
“Eu sei tudo isso. Sei que é correto. Mas, não posso.”
“Moço, apenas repita três palavras depois de mim. Jesus Salve-me!”
“Não posso, não posso. Vá embora!”
“Moço, sei que o senhor está sendo barrado. Está certo quando diz que não pode repetir as palavras, diga-me o que é que o está impedindo?”
No mesmo instante, ele olhou-me diretamente nos olhos e disse:
“Satanás e seus demônios!”
“Bem, tenho boas notícias para lhe dar. Jesus veio para libertar os cativos e com certeza o senhor é um deles. Entretanto, sou filha do Rei e tenho autoridade sobre Satanás e seus demônios.”
Foi assim que, em voz alta, dirigi-me a Satanás e a seus demônios e no nome de Jesus amarrei-os. Nunca esquecerei a alegria que vi na face daquele homem. Pegou nas minhas mãos e as lágrimas correram-lhe pelo rosto enquanto ele orava pedindo a Jesus para ser o Senhor e Salvador da vida dele. Pude ver a paz que ele irradiava. Ele olhou-me e disse: “Senhorita, tenho ansiado, procurado e desejado vir a Jesus nos últimos cinqüenta anos, mas não conseguia fazê-lo.”
Enquanto conversamos um pouco, ele disse que, quando tinha trinta anos, trabalhava como marinheiro e um dia estando seu navio ancorado nas Filipinas, por um determinado tempo, ele envolveu-se em uma discussão com as pessoas do local. Eles colocaram uma maldição do vodu nele. O resultado, foi que durante longos cinqüenta anos em que procurou por Jesus ele fora impedido, por estar amarrado. Ninguém conversou com ele sobre o uso do tremendo poder e autoridade de Jesus para reconhecer o que lhe acontecera. No dia seguinte, quando fui vê-lo, estava muito pior fisicamente, mas, radiante. As suas últimas palavras foram: “Senhorita, tenho perfeita paz.” Depois entrou em coma, morrendo pouco depois.
4) Uma mulher de quarenta e quatro anos foi levada ao meu consultório pelas amigas, porque estava à beira do suicídio. Elas a levaram, porque sabiam que eu era cristã e tinham esperança de que pudesse ajudá-la. A história dela não era muito diferente de outras que eu já ouvira. Os pais eram cristãos e a amavam muito. Ela sabia disso, mas por alguma razão, na adolescência, sua vida começou a tomar a direção errada. Ela começou a relacionar-se com más companhias na escola, passando a participar de todo tipo de relações sexuais ilícitas.
“Sabia que o quê estava praticando era errado e grave. Na verdade, não queria fazer aquilo, mas não consegui ajudar a mim mesma. Eu crescera na igreja e sabia o que era certo e errado. Nunca fui capaz de, realmente, aceitar a Jesus e comprometer-me com Ele do mesmo modo que meus irmãos o fizeram. Nunca soube o porquê, simplesmente acho que não estava pronta.”
Solteira, ela tivera, aos dezessete anos, um bebê que seus pais obrigaram-na a entregar para a adoção. No mesmo ano, mais tarde, ela chegou perto de cometer suicídio e passou três meses em um hospital para doentes mentais, desse modo, o resto de sua vida foi dentro de uma ou outra instituição psiquiátrica. Foi a inúmeros psiquiatras e psicólogos e tomou incontáveis drogas e tranqüilizantes. Nada ajudava. Não conseguia manter relacionamentos estáveis e amorosos. Aos dezenove anos, ela teve outro bebê e temendo que os pais a obrigasse a dar o segundo filho, saiu de casa. Finalmente, dois anos antes de conhecê-la, ela começou a freqüentar uma igreja e eventualmente aceitou a Jesus. A vida dela melhorou muito ao ano que se seguiu. Parou de beber e conseguiu um emprego. Encontrou cristãos genuínos que passaram muito tempo com ela ajudando-a na mudança e limpeza da vida. A alegria dela era orar e ler a Bíblia. Porém, repentinamente, um dia: “Senti como se alguém tivesse fechado a porta, deixando tudo escuro. Não conseguia mais ler a Bíblia ou orar. Não sentia mais a presença do Senhor. Estava em grande aflição. Continuava indo à igreja porquê sabia que era a única resposta. Não tinha qualquer alegria. Os vários ministros com quem conversei disseram-me que deveria haver algum pecado não confessado em minha vida ou que talvez o Senhor estivesse me testando. Mas, sei que estou sendo destruída, não tenho mais desejo de continuar vivendo e o único caminho que vejo é o do suicídio.”
Perguntei-lhe se sentia, sempre, dentro de si algo que não fosse ela, mas que controlava-lhe as ações e os pensamentos.
“Oh! Sim, freqüentemente sinto. Com toda certeza sei que há algo dentro de mim que não é meu. Perguntei a vários ministros se seria um demônio, mas eles me disseram que “Cristãos não podem ter demônios. De qualquer jeito, acho que estou louca. Quando tentei falar aos psiquiatras sobre isso eles me disseram que eu era esquizofrênica.”
Como as pessoas são ignorantes! Havia, realmente, dentro de Sarah um demônio poderoso acompanhado de muitos outros menos poderosos. O Senhor instruiu-me a procurar a porta que fora aberta a eles e sob a orientação d’Ele, perguntei a ela se lembrava, na infância, de algum incidente traumático. Depois de pensar por alguns instantes ela me respondeu:
“Sabe, é engraçado que você faça esta pergunta. Consigo me lembrar, vagamente, do que minha mãe me disse que, quando muito criança, eu havia sido estuprada. Disse que era melhor que eu esquecesse. Ela nunca falava comigo a respeito. Lembro-me de um homem agarrando-me e atirando-me ao chão, entretanto, tudo o mais que consigo lembrar é de, deitada ao chão, ficar olhando para um pé de maçã em flor”.
Aquela era a porta. O demônio entrara enquanto ela estava sendo estuprada e ficara lá, por muitos e muitos anos, sem ser detectado e destruíra-lhe a vida. Ele é de uma determinada classe que ao mesmo tempo pode habitar a alma, o corpo e o espírito. Discutirei sobre isso mais tarde. Ele possui milhares de tentáculos que atira e entrelaça profundamente cada área. Foi ele que fechara a porta no espírito dela para que ela não mais pudesse sentir a presença do Senhor. A presença e o encher do Espírito Santo era algo que ele não podia tolerar. Então, tentou afastar Sarah do compromisso dela com o Senhor.
Entretanto, o Senhor envolveu-a e duas horas depois aquele demônio, juntamente com seus subordinados, foi expelido. Assim, Sarah, depois de muitos e muitos anos, estava liberta. Podia sentir a presença do Senhor e do mesmo modo ler, jubilosamente, a Sua Palavra, e pela primeira vez, começou a levar uma vida normal e saudável. Passou, também, a experimentar o amor de Jesus Cristo. Novamente eu me lembrei de Oséias 4.6 que diz: “O meu povo está sendo destruído pela falta de conhecimento...”
5) Chegou em meu consultório, um homem de trinta e cinco anos, boa aparência, com a seguinte queixa:
“Minha vida está sendo destruída e está caindo aos pedaços ao meu redor. Mesmo que eu não possa entender o porquê, eu sei que está acontecendo. Estou morrendo.”
Conversamos por mais de um hora e eu o questionava procurando uma pista. A saúde dele estava excelente, não se sentia doente. Era cristão, embora não tivesse um relacionamento íntimo com o Senhor. O seu casamento ia bem, assim, como os seus filhos. O relacionamento com toda a família era bom. Gostava da profissão e estava feliz com a mesma. E, finalmente, depois de ter questionado sobre tudo o que fosse relacionado ao corpo, ele respondeu:
“Sofri de sinusite há cerca de três anos mas, não sofro mais.”
Coincidentemente, era exatamente o tempo, em que ele começou a sentir que a vida não tinha mais sentido.
“O que você fez há três anos para curar a sinusite?”
“Ah! Bem eu fiz um tratamento de acupuntura como o Dr. ..., e realmente funcionou. Não senti mais o problema.”
Ali estava a resposta! Durante a consulta, eu fizera nele um eletrocardiograma (ECG). Enquanto o aparelho registrava o batimento cardíaco eu podia sentir a presença esmagadora do diabo por toda a sala. Imediatamente, o coração dele parou. Mesmo não sabendo com o quê estava lidando, eu expulsei o maligno no nome de Jesus e o coração voltou a pulsar espontaneamente. Ele ficara parado por mais de um minuto. Depois o Senhor revelou-me que a presença que eu sentira era o espírito do acupunturista, ele estava sugando a força do paciente até ao extremo de fazer com que o coração dele parasse. O Senhor permitiu que isso acontecesse no período do meu treinamento. As portas demoníacas foram abertas naquele jovem através das agulhas da acupuntura, deixando-o indefeso ao controle do acupunturista do mesmo modo que acontece no hipnotismo. O acupunturista estava puxando a força do homem para uso próprio. Era por isso, que ele sentia que a vida dele estava sendo destruída. E estava! Não podia dizer-lhe o que estava acontecendo porque, com certeza, ele iria pensar que eu estava ficando louca. Ele era um crente superficial. Não estava preparado para aceitar o fato de que os demônios existem. Questionei ao Senhor o que fazer naquela situação.
“Use a ferramenta mais poderosa que você tem.” Foi a resposta. “Ore poderosamente por ele.”
Orei e jejuei por aquele homem mais de um ano.
Assim, depois de um ano, o Senhor falou-me que em resposta às minhas orações, Ele havia libertado o homem sem que o mesmo soubesse o que havia acontecido. Pouco tempo depois eu o examinei por causa de um outro problema e ele disse-me que estava se sentindo muito melhor. Novamente o Senhor libertara o cativo!
6) Um jovem de vinte e quatro anos chegara aos meus cuidados porque tentara cometer suicídio. Rick crescera numa família Cristã, em um lar adorável. Na adolescência, ele se comprometera totalmente com Jesus e mantivera um relacionamento íntimo como o Senhor, ouvindo-o falar em seu espírito. Era um jovem muito inteligente e depois de ter terminado a faculdade, entrou para o seminário com o objetivo de se tornar um ministro. O Senhor era a alegria da vida dele.
Contudo, cerca de um ano antes de conhecê-lo, ele já não era capaz de ter comunhão com o Senhor, era-lhe impossível ler a Bíblia ou orar, e não conseguia, cm absoluto, sentir a presença de Deus. Aconselhou-se e orou com muitas pessoas, mas não recebeu ajuda. Sentia dificuldade de concentrar-se nos estudos e as notas caíram drasticamente. Até que, finalmente, em total desespero, ele abandonou a escola durante um mês antes da tentativa do suicídio. Era como se não houvesse mais razão para a vida.
Questionei-o tentando achar a porta. Perguntei sobre tudo o que fizera um pouco antes dos problemas começarem. Ele contou-me a seguinte história.
“No outono, um ano antes de ingressar-me na escola, fui à Denver, no Colorado, a pedido de minha mãe. Ela dissera que a mãe dela estava gravemente doente e tinha sido internada. Tirei uns dias de folga e dirigi-me até lá. Ao chegar na cidade, fui direto para o hospital, entretanto, antes de chegar, enquanto estava dirigindo pela cidade tive a sensação de algo negro, como se fosse uma nuvem, caindo sobre mim. Aconteceu durante uns poucos segundos e depois se foi. Não pensei nada mais a respeito do ocorrido. Quando cheguei ao hospital, descobri que minha avó morrera justamente um pouco antes que eu chegasse. Fiquei para o funeral e depois voltei para casa.”
Depois de questioná-lo mais um pouco ele me disse que a avó envolvera-se, profundamente, na bruxaria. Muitos dos familiares tentaram convencê-la da necessidade de Jesus sem obter sucesso. Aquela era a porta, a herança. Com a morte da avó, os demônios que a habitavam foram passados a um outro membro da família. Naturalmente que Satanás escolhera Rick pois ele estava se preparando para dedicar tempo integral à obra do Senhor. Assim, depois da libertação ele foi completamente restaurado e voltou a comunicar-se livremente com o Senhor. Uma simples oração de fé pelos pais poderia tê-lo protegido de receber a herança da avó. Porém, faltou-lhes o conhecimento.
Sei que muitos irão dizer que Rick deveria já estar protegido de receber aquela herança, pelo fato de que ele já era um crente. Mas, a Bíblia afirma claramente que os pecados dos pais serão passados aos descendentes até a terceira e quarta geração. Esse foi o motivo porque Deus advertiu fortemente os israelitas contra quaisquer envolvimentos com o Ocultismo. Os cristãos devem estar cientes disso. Se souberem do envolvimento de quem quer que seja na família, em quaisquer aspectos com o ocultismo, devem pedir ao Senhor para fechar a porta da herança com o preciso sangue de Jesus. Tanto para si mesmos como para os filhos.
Descrevo, a seguir, quatro passos básicos que o cristão pode seguir para lutar pela salvação de quem está demoniacamente amarrado. Muitos são os pais que enfrentam problemas com os filhos incrédulos envolvidos com o rock, jogos do ocultismo, drogas, alcoolismo, etc. Estes mesmos passos podem ser seguidos por qualquer cristão que deseja ajudar a outros com o objetivo de trazê-los ao Senhor Jesus.
1) Se o incrédulo vive na mesma casa que o cristão, o primeiro passo será limpá-la. Isto é, se o cristão estiver em uma posição de autoridade dentro da família. É óbvio que os filhos não podem fazer o mesmo se forem menores, e estiverem vivendo junto com os seus pais. Essa situação, será estudada ao final deste primeiro passo.
Todos os objetos que são usados no culto para Satanás devem ser retirados da casa. São eles, objetos do ocultismo, discos de rock, materiais “role playing fantasy games” (jogos RPG), etc. São chamados de “objetos familiares.” Eles são usados legalmente por Satanás para levar o poder diabólico para dentro de casa.
No caso dos pais cristãos que enfrentam a rebelião dos filhos adolescentes, seria aconselhável que você não vá diretamente ao quarto de seu filho e faça uma limpeza de tudo o que sentir que é objeto familiar. Você deve, primeiro, dialogar com eles. Amarre os demônios e depois converse com seus filhos. Ouça, juntamente com eles, os discos de rock e música lírica, examinando cuidadosamente a música. Garanto a você que seus filhos ficarão embaraçados porque, no íntimo, eles sabem que o rock é música podre. No caso de jogos do ocultismo, procure sentar-se com eles para ler o manual e estudar os jogos a fim de ganhar entendimento do que eles estão fazendo e você poderá explicar o que estiver errado. Depois de fazer tudo isso, destrua todos os discos, fitas, materiais de jogos etc.
Como mencionei, anteriormente, os filhos cristãos que são menores podem, pela fé, pedir ao Senhor para selar os objetos familiares para que os demônios não mais operem através deles.
2) Conscientize-se de que os seus amados estão cegos e atados demoniacamente. Você poderá conversar com eles durante anos explicando-lhes a necessidade de Jesus e mesmo assim eles não irão entender. Poderão até repetir o que você disser, mas será como se tivesse um “emaranhado” entre o que foi dito e o cérebro deles, impedindo-lhes de realmente entender os conceitos, (o “emaranhado” é um demônio) e estando a vontade deles amarrada, para que não entendam a necessidade de Jesus, não poderão pedir-lhE que se torne o Salvador e Senhor de suas vidas.
Se vivem na mesma casa que você, então, a cada dia, em voz alta, enfrente os demônios que habitam neles. Você poderá fazê-lo em um outro quarto onde o seu parente não irá ouvi-lo. Não se esqueça, os demônios possuem ouvidos aguçados. Diga assim:
“Vocês demônios, que estão amarrando
Tomo autoridade sobre vocês no nome de Jesus Cristo meu Senhor. Amarro a vocês no nome de Jesus para que não aflijam a hoje. A minha casa pertence ao Senhor, é terra santa. Vocês são invasores e não podem agir aqui. Amarro-os e ordeno que saiam no nome de Jesus.”
Será uma batalha diária. Não posso dizer quanto tempo levará. Cada caso é somente o Senhor quem sabe. Esteja atento ao fato de que os demônios podem falar através de outras pessoas. Poderão se tornar rudes e insultá-lo na tentativa de afastá-lo. Há casos em que será necessário repreender diretamente o demônio quando ele estiver falando através de outra pessoa e mandar que ele fique em silêncio. O Senhor irá orientar você.
3) Você pode pedir ao Senhor para “colocá-lo na brecha” pela pessoa não salva. Falarei sobre isso no capítulo 14. Veja Ezequiel 22.30-31. Peça ao Senhor para deixá-lo na brecha a fim de que os olhos da pessoa possam ser abertos e a vontade livre para aceitar a Jesus.
4) Por último, você deve entender a maravilhosa e poderosa posição de poder em que fomos colocados por Jesus. Hebreus diz:
“Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, afim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.” (Hebreus 4.16).
A Escritura mostra que Satanás chega diante de Deus e pede-lhe as pessoas. A narração em Jó capítulo 1, mostra, nitidamente, isso. Outra referência, foi quando Ele pediu por Pedro:
“Simão, Simão eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo. Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos.” (Lucas 22.31-32).
Satã não fora, definitivamente, atirado do céu até o capítulo 12 de Apocalipse.
“Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos; todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles. E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra e, com ele os seus anjos. Então ouvi grande voz do céu proclamando: Agora veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.” (Apocalipse 12.7-10).
Você precisa entender que Satanás fica diante do trono de Deus pedindo ao Pai celestial pelos nossos queridos ainda não salvos. Ele aponta os dedos e diz: “Veja, aquele ou aquela, participando de música rock (ou qualquer outra coisa). Assim é meu direito legal influenciar-lhe a vida enviando-lhe os demônios.”
Devido à justiça de Deus. Ele deve garantir a Satanás a petição se a mesma for incontestável. Porém, nós como herdeiros e co-herdeiros com Jesus temos maior direito de pedir a Deus do que Satã o tem. Devemos literalmente chegar diante de Deus e ir contra a petição de Satanás. Podemos orar mais ou menos assim:
“Deus e Pai, eu vou contra o pedido de Satanás. Achego-me diante de ti no nome de Jesus Cristo o meu Senhor e reclamo esta pessoa. Peço-o(a) como sendo herança prometida pelo Senhor a mim. (Se a pessoa for o filho ou cônjuge). Satã não pode tê-lo(a). Peço que o Senhor abra-lhe os olhos para que ele(a)possa ver a luz do evangelho de Cristo.”
Se a pessoa não for um parente, você poderá pedi-lo baseado no fato de que Jesus Cristo ordenou-nos a fazer discípulos por todo o mundo e assim podemos reivindicar aquela pessoa para ser um discípulo de Jesus Cristo.
Novamente, insisto que você deve entender que é uma batalha real. Pode ser que você não a vença na madrugada, entretanto possui o poder e autoridade de Jesus para vencê-la ao amanhecer.
O ESPÍRITO HUMANO, O ESTAR NA BRECHA E O MUNDO ESPIRITUAL
Rebecca:
O ESPÍRITO HUMANO
Nos capítulos anteriores foram feitas várias citações concernentes ao espírito humano. Este é um conceito muito importante que todos os cristãos deveriam entender. É este o poder que Elaine e muitos outros desenvolveram e usaram. Veja um dos versículos que fala sobre isso.
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso ‘espírito’, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” (1 Tessalonicenses 5.23).
Paulo ensina, nesse versículo, que somos constituídos de três partes. Isto é, temos partes distintas: o corpo, a alma (o intelecto consciente, a vontade e emoções) e o espírito. Ele. plenamente, afirma que as três devem estar limpas e totalmente comprometidas ao Senhor Jesus para que possam estar irrepreensíveis até que ele volte. Gênesis 2.7 diz:
“Então formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.”
E assim foi, Adão vivo, teve consciência de si mesmo. Na essência, somos nossa alma que manifesta em nossa mente a nossa vontade e nossas emoções.
“...Se há corpo natural, há também corpo espiritual.” (I Coríntios 15.44).
Este é um versículo que passa desapercebido. A verdade é que o nosso espírito possui um molde ou forma. Isto é, um corpo que corresponde ao nosso corpo físico. Pouquíssimos são os que têm consciência disso, a não ser os satanistas ou os envolvidos em projeção astral. Veja a figura A.
“Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos foi arrebatado até ao terceiro céu, se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe. E sei que o tal homem, se no corpo ou fora do corpo, não sei, Deus o sabe, foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir.” (II Coríntios 12.2-4).
“Depois destas cousas olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas cousas. Imediatamente eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e no trono alguém sentado.” (Apocalipse 4.1-2).
Estes versículos, como tantos outros, mostram experiências que foram percebidas pelo espírito da pessoa, e que o corpo espiritual estava separado do corpo físico. Note que, quando João afirma que estava em espírito, ele usa um “e” minúsculo fazendo entender que estava em próprio espírito. O mesmo não acontece quando se fala de Espírito Santo. Usa-se o “E” maiúsculo como pode-se verificar em Apocalipse 1.10
“Achei-me em ‘Espírito’, no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim, grande voz como de trombeta.” (Apocalipse 1.10).[2]
“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito,...” (Hebreus 4.12).
Você já se perguntou porque é necessário a divisão entre a nossa alma e o espírito? De acordo com Hebreus 4.12 pode ser feita uma separação da alma e espírito.
O primeiro homem, Adão, antes de queda, podia se relacionar e ver o mundo espiritual do mesmo modo que o físico. Como? Pelo uso do corpo espiritual. Podemos verificar isso, pela facilidade com que ele podia andar e conversar com Deus no jardim do Éden. Ele tinha a consciência, tanto de seu corpo espiritual como do seu corpo físico. A sua alma (o intelecto consciente e a vontade) controlavam ambos os corpos físico e espiritual. Entretanto, com a queda, veio a morte espiritual. Isto é, Adão e seus descendentes, não mais tiveram consciência de seus corpos espirituais e, assim, não puderam mais se comunicar com o Senhor. (Veja a figura B e C).
No novo nascimento (quando aceitamos a Jesus como o nosso Senhor e Salvador), o nosso corpo espiritual renasce ou é rejuvenescido. Assim, podemos ter comunhão e adorar a Deus como Adão fazia antes da queda. O fato, é que é através do nosso espírito humano, que comunicamos com Deus (com a ajuda do Espírito Santo), e isto é claramente demonstrado no versículo abaixo:
“Mas vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em ‘espírito’ e em verdade;porque são estes que o Pai procura para seus adoradores. Deus é Espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em ‘espírito’ e em verdade.” (João 4.23-24).
Note, que nesses dois versos quando se refere a Deus como “Espírito”, a palavra tem sua inicial “E”, maiúscula.[3] Mas o espírito humano, pelo contrário, é citado com inicial minúscula. Assim, apenas um espírito pode relacionar (comunicar com) com o mundo espiritual e, neste caso, adorar a Deus, o Pai, que é um Espírito (veja a figura D).
A Bíblia, também descreve os anjos, como sendo espíritos no Salmo 104.4:
“Fazes (referindo-se à Deus) a teus anjos espíritos;”
(Este mesmo verso é citado por Paulo em Hebreus 1.7).
Um outro versículo é a fala de Paulo em Hebreus 1.13-14:
“Ora, a qual dos anjos jamais disse: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por estrado de teus pés? Não são todos eles espíritos ministradores, enviados para serviço, a favor dos que hão de herdar a salvação?”
Satanás e seus demônios são também espíritos e, antes de se rebelarem, eles eram anjos no serviço de Deus. Jesus se refere a eles como anjos e espíritos:
“Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.” (Mateus 25.41).
Então, podemos comprovar através desses versículos e muitos outros que não é só Deus que é Espírito, mas, há outros seres espirituais (chamados anjos) tanto a serviço de Deus como a serviço de Satanás.
Nossos corpos espirituais são elos entre nós e o mundo espiritual porque este não pode ser visto ou medido através de recursos físicos.
Pelo Espírito Santo, somos capazes de comunicar e adorar a Deus, mas a Bíblia em Hebreus 4.12 mostra que não é a vontade d’Ele que recuperemos controle consciente de nossos corpos espirituais, enquanto estivermos na terra sob a condição de pecadores. É por esse motivo que a espada do Espírito separa o espírito da alma. Tendo já sido efetuado o rompimento, a alma (mente, intelecto e vontade) não poderá mais controlar o corpo espiritual. É, também, por isso que o Senhor é tão inflexível quando diz em I Tessalonicenses 523 que o nosso espírito deve estar sob o total senhorio de Jesus Cristo assim como, nossa alma e corpo físico.
Há uma passagem intrigante em Apocalipse 18.11-13, referindo-se à queda da Babilônia.
“E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria, mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata, e toda espécie de madeira odorífera, todo o gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore, e canela de cheiro, especiarias, incenso, ungüento, bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo, gado, ovelhas, e de cavalos, de carros, de escravos, e até almas humanas.”
Que diferença é feita entre os corpos e as almas dos homens? Há uma inteligência e um poder fenomenal nos corpos espirituais humanos, especialmente quando estão sob o controle da alma. Satã trabalha desde a queda de Adão, para ganhar o uso destes corpos espirituais para seus próprios propósitos malignos. Os corpos dos homens são fracos e servem muito pouco a Satanás. O mesmo não se pode dizer dos corpos espirituais sob o controle consciente de suas almas.
O objetivo de Satanás é ensinar às pessoas a recuperar o controle consciente de seus corpos espirituais. Muitos o fazem, e quando conseguem, passam a perceber o mundo espiritual do mesmo modo que o físico. Assim, conversam livremente com os demônios, conseguem sair de seus corpos físicos usando os corpos espirituais. Vão a lugares e conseguem fazer certas coisas que para a média das pessoas é encarado como poder sobrenatural. Foi com seus corpos espirituais que as bruxas e bruxos atiraram-nos (Elaine e eu) contra as paredes e pelo quarto sem estarem presentes fisicamente. Éramos incapazes de vê-los porque os nossos olhos físicos não podem ver o espiritual. Deus não quer que seus filhos controlem seus corpos espirituais dessa maneira. Se o fizéssemos não só estaríamos totalmente abertos às tentações do pecado (não seríamos integralmente dependentes de Deus) e também estaríamos constantemente conscientes de Satanás e seu reino. Há uma classe de demônios que intitulam a si mesmos de “demônios do poder.” Ao que parece, são eles que promovem a “cola”, modo de dizer, para estabelecer a ligação entre a alma e o corpo espiritual capacitando à pessoa controlar conscientemente este último. A imaginação é o passo fundamental para desenvolver o elo entre a alma e o espírito. Esta é a razão porque devemos trazer todos os pensamentos cativos a Cristo (II Coríntios 10.3-5). Um bom exemplo disso, pode ser encontrado nos “role playing fantasy games” (jogos RPG) em que a imaginação funciona como o elo com o mundo espiritual. (Veja as figuras E, F, G e H).
Descobrimos, que podemos poupar tempo e esforço no que diz respeito à libertação de quem se envolveu com o ocultismo. Devemos dizer à pessoa que o primeiro demônio a ser expelido deve ser o “power demon” (demônio do poder). Se ela não deseja realmente a libertação ou está tentando enganar-nos ela recuará rapidamente ao constatar que perderá por completo a habilidade de usar o corpo espiritual.
Constatei que esta é uma porta freqüentemente deixada aberta e o resultado é o sofrimento causado por Satanás e seus demônios ao importunar, constantemente, a pessoa. Se a mesma quiser alívio, deverá pedir ao Senhor para remover toda e qualquer habilidade, para perceber o mundo espiritual e, também, que Ele divida a alma do espírito como está em Hebreus 4.12. Depois, ela só poderá perceber o mundo espiritual quando o Senhor escolher dar-lhes essa percepção. O espírito dela, estará totalmente, sob o controle do senhorio de Cristo.
Nós, os cristãos, devemos pedir ao Senhor que controle completamente os nossos espíritos. Muitos caem na armadilha de aprender a controlar seus próprios espíritos. Já ouvi muitos dizerem: “meditei até que tivesse uma experiência espiritual ou até que experimentei Deus.” Os cristãos têm experiências no espírito (visões e revelações), entretanto elas são sempre experimentadas sob o controle de nosso Senhor Jesus Cristo e nunca são do controle ou iniciativa da própria pessoa. Se um cristão for capaz de escolher quando, e como ter essas experiências, devo dizer seriamente, que duvido que as mesmas venham de Deus. Na realidade, são de Satanás.
Muitos cristãos pensam que precisam “esvaziar” suas mentes para que o Espírito possa falar através deles ou “controlá-los”. A Bíblia fala claramente que devemos cooperar ativamente com o Espírito Santo. Todas as vezes em que esvaziarmos nossas mentes o espírito que falar através de nós não será o Espírito Santo. Inúmeros cristãos, são enganados, devido à falta de conhecimento dos princípios divinos, concernentes a seus espíritos. As profecias que são entregues pelos que “esvaziam” suas mentes, pensando que isto dá o controle ao Espírito Santo, são profecias demoníacas. Muitos são os cristãos enganados à esse respeito. Pensam que, pelo fato de um certo profeta falar sobre coisas que “somente Deus sabe” em suas vidas, a profecia deverá ser aceita, entretanto esquecem-se que Satanás também sabe de todos os detalhes de nossas vidas. As únicas coisas que não sabe são os pensamentos e intenções do nosso coração.
Atualmente, na América, está crescendo um ensino, entre os cristãos, que considero prejudicial. É o seguinte: “Nosso homem emocional deveria ser colocado sob a autoridade de nosso homem espiritual que, já sendo habitado pelo Espírito Santo, não tem pecado.” Este conceito está errado por dois motivos. Primeiro, o único modo em que a alma pode ser colocada sob a autoridade do espírito é através do contato consciente entre ambos, e isto não passa de feitiçaria. I Pedro 1.22 diz:
“Tendo purificado as vossas almas, pela vossa obediência à verdade, através do Espírito, tendo em vista o amor fraternal não fingido...” [4]
Verifique, que neste versículo, a palavra “Espírito” inicia-se com letra maiúscula, referindo-se ao Espírito Santo. As nossas almas são “purificadas” pela sujeição e obediência ao Espírito Santo e não aos nossos próprios espíritos
O segundo motivo, é que I Tessalonicenses 5.23 mostra nitidamente que nossos espíritos estão vulneráveis ao pecado porque Jesus deve mantê-los irrepreensíveis até a sua volta. Este manter é contínuo. Verifique novamente o versículo:
“O mesmo Deus de paz, vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”
Também, I João 1.8-9 não está de acordo com esse ensinamento:
“Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nosso pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça.”
Neste versículo, Deus não isenta os nossos espíritos da vulnerabilidade de cair no pecado. O propósito da separação de nosso espírito da nossa alma é guardá-lo da influência dos desejos naturais do nosso “eu” que reside em nossa alma. Se um cristão caminha em submissão a Deus ele não fará de si mesmo coisa alguma. Ao contrário, ele esperará, sossegadamente, que a voz do Espírito Santo seja ouvida em seu espírito e só depois agirá em concordância com as direções dadas pelo espírito Santo. Já o cristão que está em contato consciente com o seu próprio espírito não esperará, em submissão, que o Espírito Santo fale com ele. Assim, ele tomará a iniciativa e a voz que ouvir não será do Espírito Santo.
Existe uma outra área, concernente a nosso espírito, mas que não é ensinada nas igrejas e que causa tremendo impacto sobre as pessoas. É o fato de que Satanás, sempre que tiver uma chance, usará o corpo espiritual de uma pessoa sem o conhecimento consciente da mesma.
“Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino...” (I João 315).
Antes de entender sobre o corpo espiritual, eu ficava intrigada acerca deste versículo. Como poderia alguém ser assassino através de uma emoção (no caso, o ódio), se ele não pudesse, fisicamente, trazer a morte para aquele que odeia?
O ódio, é um pecado consciente, e, dá a Satã o terreno legal em nossas vidas, quando permitimos que o pecado habite em nossos corações. Se você odeia a alguém, Satanás pode vir e usar o seu corpo espiritual para atacar a pessoa que você odeia. Tais ataques podem provocar diversos tipos de doenças, acidentes, problemas emocionais e inclusive a morte física. Entretanto, a pessoa que você odeia, quase sempre não sabe que Satanás está usando seu corpo espiritual, e nem mesmo a pessoa que é odiada sabe, ou tem qualquer idéia, de onde estão sendo originados os seus problemas. É por isso, que devemos ser extremamente cuidadosos em pedir a Jesus que limpe e mantenha puros todas essas três partes: corpo, alma e espírito. Pelo mesmo motivo, é que o Senhor Jesus, inúmeras vezes, ordenou-nos a perdoar uns aos outros. O perdão estabelece um ponto final para o ódio.
Resumindo, nós, os cristãos, devemos pedir ao Senhor, regularmente, que limpe os nossos corações de todos os pecados.
“Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova dentro em mim um espírito inabalável.” (Salmos 51.10).
Novamente, observe a letra “e” minúscula da palavra espírito neste versículo. É óbvio que o pecado no coração de Davi afetava também o seu espírito.
Uma excelente descrição de experiências pessoais de alguns cristãos que foram terrivelmente afetados pelo ódio de outros cristãos, pode ser encontrada no livro “The Latente Power of the Soul” (O Poder Latente da Alma) de Watchman Nee.
O ESTAR NA BRECHA
Você está disposto a ficar na brecha por alguém?
“Busquei entre eles um homem que tapasse o muro e se colocasse na brecha perante mim a favor desta terra, para que eu não a destruísse; mas a ninguém achei. Por isso eu derramei sobre eles a minha indignação, com o fogo do meu furor os consumi; fiz cair-lhes sobre a cabeça o castigo do seu procedimento, diz o Senhor Deus.” (Ezequiel 22.30-31).
O “estar na brecha” pode ser feito de maneiras diferentes. Freqüentemente se fará necessário pedir ao Senhor para deixar você na brecha em favor de uma determinada pessoa, a fim de que a mesma, tenha a oportunidade de ouvir o evangelho, livre da interferência demoníaca. Leia de novo II Coríntios 4.3-4:
“Mas, se o nosso evangelho ainda está encoberto, é para os que se perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus.”
Em Ezequiel 22.30-32, Deus estava à procura de alguém que se prontificasse a ficar na brecha e lutar contra Satanás e seus demônios que estavam cegando as pessoas para que as mesmas não pudessem ver a necessidade de um salvador. Já que o Senhor não conseguia achar uma pessoa, Ele decidiu que teria de derramar da sua ira e punição sobre elas por causa de seus pecados. Agora, quem fica na brecha por todos os pecadores é Jesus Cristo. Foi esse, o motivo porque Ele veio à terra, sofreu a punição em nosso lugar e morreu por nós. Contudo, esse foi o exemplo deixando por Ele a nós. Não podemos pagar o preço pelos nossos pecados e pelos de mais ninguém. Mas, podemos lutar pelos outros, e é neste sentido que, acredito, podemos ficar na brecha por eles.
Os guerreiros cristãos devem estar dispostos a estar na brecha e lutar no campo espiritual para quebrar as forças demoníacas que cega os incrédulos. Paulo fala claramente sobre isso em Efésios 6.12:
“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.”
Freqüentemente, fazemos a oração que se segue:
“Senhor, por favor deixe-me ficar na brecha por... e lutar por ele(a) para que seus olhos sejam abertos e que ele (a) fique livre da escravidão demoníaca e ele(a) passe a ver a necessidade que tem de Jesus.”
Ainda, o Senhor nos mostrou uma outra maneira de ficar na brecha. Leia os versículos que se seguem:
“Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo o jugo?” (Isaías 58.6).
“Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gálatas 6.2).
“Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.” (João 15.13).
Os versículos anteriores mostram, nitidamente, que o Senhor espera que ajudemos a levar as cargas e feridas de nossos irmãos e irmãs e que também lutemos o quanto se fizer necessário, para libertá-los da opressão. E a única maneira de fazer isso é estar na brecha.
No que diz respeito a seu pastor e ministro, estaria você disposto a se colocar na brecha por eles? Se, realmente, estiverem pregando sobre Jesus e expondo Satanás como devem, eles sofrerão todo o tipo de oposição. Os servos do diabo, camuflados de cristãos, irão atacá-los com seus corpos espirituais e demônios, todas as vezes em que tentarem falar e em muitas outras ocasiões também. Estes satanistas, com freqüência, ocupam cargos de destaque nas igrejas. Há uma urgente necessidade de jovens que se disponham a ficar na brecha por seus ministros, e que também peçam ao Senhor que os deixe lutar por eles. Em outras palavras, quaisquer ataques demoníacos direcionados ao pastor, deverá, primeiro ir contra você. O que significará sofrimento tanto físico, como emocional. Pode ser que você não consiga ir à igreja todos os domingos por estar muito doente. Poderá sofrer acusação falsa dos membros de sua igreja: “Você está doente porque não está indo à igreja.” Diante disso, estaria disposto a sofrer uma acusação dessas e não se defender por ter que guardar silêncio a respeito do seu sumiço? Estar na brecha por alguém é um modo de “dar a própria vida por um amigo.”
Quero esclarecer uma coisa: O fato de ficar na brecha não significa aceitar o que vem dos demônios. O propósito é ficar no poder de Jesus Cristo e você não deverá “aceitar” as doenças ou quaisquer formas de opressão, terá que rejeitar toda opressão demoníaca no nome de Jesus Cristo e proibir que a mesma o aflija, assim como a pessoa por quem estiver lutando. Em primeiro lugar, esse é todo o propósito de se “estar na brecha”
Você não poderá colocar a si mesmo na brecha, somente o Senhor poderá fazê-lo porque Ele é quem controla seu corpo espiritual. O que precisa fazer, é pedir que Ele o coloque na brecha conforme a vontade d’Ele. Deve estar disposto a permitir que o Pai o use como quiser para beneficiar outra pessoa. Você não pode decidir como será usado.
Deixe-me esclarecer uma coisa: raramente você estará consciente de que “está na brecha”. Isto é porque Deus tem o controle total de nossos corpos espirituais. Não vemos o mundo espiritual do mesmo modo que o físico. Somente em ocasiões especiais, o Senhor permite-nos ver o mundo espiritual, e isso em um curto lampejo de tempo. Só irá saber que está na brecha, somente quando o Senhor revelá-lo a você, ou quando Ele confirmar que os problemas em seu corpo físico é o resultado de seu corpo espiritual que está na brecha.
Você já passou por um período de intensa oração intercessória em que se sentiu extremamente exausto depois? Isso acontece, porque enquanto estava orando com o corpo físico e a mente, Deus levou o seu corpo espiritual e o colocou em combate com as forças demoníacas contra as quais você estava orando. A fadiga que é sentida, é o reflexo do “stress” experimentado pelo corpo espiritual. As feridas infligidas a seu corpo espiritual, com freqüência, manifestam-se através de vários sintomas em seu corpo físico. Constatei que nossos corpos físicos tendo sido alterados pelo ataque do pecado, só podem lutar conscientemente, no mundo espiritual por apenas curtos períodos de tempo sem se tornarem excessivamente enfraquecidos. As bruxas e os bruxos envelhecem muito rapidamente. Pagam caro nos corpos físicos pelas freqüentes interações com o mundo espiritual.
Na Bíblia, encontram-se inúmeras passagens que confirmam tudo isso. Algumas estão no livro de Daniel. A propósito, no capítulo 8 de Daniel, ele nos conta a visão que teve do mundo espiritual e de sua fala com o anjo Gabriel. Ao final da experiência, ele diz:
“Eu, Daniel, enfraqueci e estive enfermo alguns dias; então me levantei e tratei dos negócios do rei. Espantava-me com a visão, e não havia quem a entendesse.” (Daniel 8.27).
Veja também o capítulo 10:
“Só eu, Daniel, tive aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram, não obstante, caiu sobre eles grande temor, e fugiram e se esconderam. Fiquei, pois, eu só, e contemplei esta grande visão, e não restou força em mim; o meu rosto mudou de cor e se desfigurou, e não retive força alguma. Contudo, ouvi a voz das suas palavras; e, ouvindo-a, caí sem sentido, rosto em terra. Eis que certa mão me tocou, sacudiu-me e me pôs sobre os meus joelhos e as palmas das minhas mãos. Ele me disse: Daniel, homem muito amado, esteja atento às palavras que te vou dizer, e levanta-te sobre os pés; porque eis que te sou enviado. Ao falar ele comigo esta palavra, eu me pus em pé, tremendo. Então me disse: Não temas Daniel, porque desde o primeiro dia, em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas palavras; e por causa das tuas palavras, é que eu vim. Mas o príncipe do reino da Pérsia me resistiu por vinte e um dias;porém Miguel, um dos primeiros príncipes, veio para ajudar-me, e eu obtive vitória sobre os reis da Pérsia. Agora vim para fazer-te entender o que há de suceder ao teu povo nos últimos dias; porque a visão se refere a dias ainda distantes. Ao falar ele comigo estas palavras, dirigi o olhar para a terra e calei. E eis que um como semelhança dos filhos dos homens me tocou os lábios; então passei a falar e disse àquele que estava diante de mim: Meu senhor, por causa da visão me sobrevieram dores, e não me ficou força alguma. Como, pois, pode o servo do meu senhor falar com o meu senhor? Porque, quanto a mim, não me resta já força alguma, nem fôlego ficou em mim. Então me tornou a tocar aquele semelhante a um homem e me fortaleceu.” (Daniel 10.7-18).
Batalhar com os nossos corpos espirituais, causa um tremendo desgaste em nossos corpos físicos. Quando lutamos contra as forças demoníacas, usamos o corpo espiritual ao invés do físico. É por esse motivo que Paulo diz que a nossa batalha não é contra a carne e o sangue. Não podemos lutar no mundo espiritual usando o corpo físico.
Entretanto, os dois estão ligados por Deus. Assim, o que acontece ao corpo espiritual afeta o corpo físico.
BATALHANDO NO MUNDO ESPIRITUAL
Mencionamos no item anterior a batalha que nossos corpos espirituais enfrentam no mundo espiritual. Este é um conceito difícil de assimilar porque está completamente fora do nosso controle e é raramente percebido.
Por favor, gostaríamos que entendesse que ainda estamos aprendendo sobre tudo o que se refere à essa área. Nas Escrituras, existem coisas profundas a este respeito e ainda estamos pesquisando e pedindo a Deus esclarecimentos. Não nos consideramos “experts”. Somente estamos seguindo a ordem de nosso Mestre e dividindo neste livro o que aprendemos até agora.
Uma vez que você entenda que o seu espírito é vivo e é uma parte ativa que pode andar, conversar, cantar, pensar, orar, louvar ao Senhor e lutar no mundo espiritual, muitas passagens confusas na Bíblia passam a ser melhor compreendias. A propósito, tendo em mente, que uma boa parte do dia, empenhamos os nossos esforços físicos e mentais aos negócios, cuidados com a família, a luta pela sobrevivência, etc. Como podemos interpretar os versículos a seguir?
“Outra razão ainda temos nós para incessantemente dar graças a Deus:” (I Tessalonicenses 2.13).
“Orai sem cessar.” (I Tessalonicenses 517).
Nossas mentes não podem simplesmente orar ou dar graças a Deus as vinte e quatro horas do dia, entretanto, o nosso espírito pode fazê-lo.
“...vivam no espírito segundo Deus.” (I Pedro 4.6).
Novamente, observe a palavra “espírito” escrita com letra minúscula, indicando tratar-se do espírito humano. Como poderíamos viver dessa maneira no espírito? Pela total entrega do nosso espírito a Deus para que Ele o use como bem entender.
Nossos corpos espirituais podem se mover, pensar e conversar do mesmo modo que nossos corpos físicos. Entretanto, o caráter e a maneira de pensar deles são formados a partir de nossas almas e corpos físicos. Por exemplo: se você não lê nem medita nas Escrituras, o seu corpo espiritual, mesmo estando sintonizado com o Espírito Santo, não terá também assimilado a Palavra de Deus. Várias são as vezes cm que Paulo fala que a nossa luta não é contra a “carne e o sangue”, mas contra os espíritos. Assim, desde que os nossos corpos físicos não possam lutar no mundo espiritual, a tarefa fica a cargo dos corpos espirituais. É por esta razão, que se torna muito importante pedir a Deus, diariamente, para colocar em nós a sua armadura. Sendo a batalha contínua e sem tréguas, se não estivermos revestidos da armadura de Deus os nossos corpos espirituais receberão terríveis feridas dos “dardos inflamados” (Efésios 6).
Não podemos colocar os nossos espíritos na batalha espiritual, porque os mesmos estão sob o controle do nosso Mestre Jesus. Simplesmente, devemos dizer ao Senhor que estamos dispostos a sermos usados da forma que Ele escolher. Freqüentemente, peço ao Pai que me permita estar na brecha e lutar por uma determinada pessoa, mas a decisão final é d’Ele. Logo, você aprenderá a reconhecer que a fadiga, a dor, a depressão ou outras doenças em seu corpo físico são indícios de que a batalha que seu corpo espiritual está enfrentando é tremenda.
É difícil, e ao mesmo tempo estranho, aceitar o conceito de que os nossos espíritos podem ficar separados geograficamente de nossos corpos. Entretanto, há um versículo fascinante em que Paulo descreve uma circunstância semelhante em I Coríntios 5.1-4:
“Geralmente se ouve que há entre vós imoralidade, e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher do seu próprio pai. E, contudo, andais vós ensoberbecidos, e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultraje praticou? Eu, na, verdade, ainda que, ausente em pessoa, mas presente em espírito, já sentenciei, como se estivesse presente, que o autor de tal infâmia seja, em nome do Senhor Jesus, reunidos vós e o meu espírito, com o poder de Jesus nosso Senhor,...”
Aqui, Paulo usa um “e” minúsculo indicando tratar-se de seu próprio espírito e não do Espírito Santo. E o mais importante é ressaltar o fato de que, seu espírito só podia estar presente em Corinto, apenas pelo “poder de nosso Senhor Jesus Cristo”. Significa que o espírito de Paulo estava completamente sob o controle do Senhor e não de sua alma.
Normalmente, o espírito humano reside no corpo físico, porém, existem versículos que mostram que o corpo físico humano continua vivo, mesmo quando o espírito está separado dele. O mesmo não pode ser dito a respeito da alma, que, uma vez que ela deixa o corpo físico este morre. É por isso que toda vez que a Bíblia se refere à morte física ela também se refere à alma, contudo, há um esgotamento peculiar no corpo físico quando o espírito não está nele.
Tenho estado, através dos anos, envolvida neste ministério e o Senhor mostrou-me que o esgotamento em nossos corpos físicos cria uma aguda perda de proteínas. Se não tivermos todo cuidado de elevar o consumo de proteínas de alta qualidade durante os períodos de intensa batalha espiritual, ficaremos consideravelmente fracos. A Bíblia tem muito o que dizer a respeito.
Desde que Deus, através de sua aliança com Noé, ordenara-lhe a comer carne, Satanás e seus demônios tentam fazer com que as pessoas deixem de comê-la. É interessante notar, que hoje em dia, os Hindus e muitas outras religiões orientais (sendo que todas são formas de adoração demoníaca), acreditam que os poderes de um médium ou de um adepto, dependem da presença, em seus corpos, de um fluido sutil chamado “akasa”. Este, de curta duração, e sem o qual os demônios são incapazes de agir, deve ser restaurado apenas por uma dieta vegetariana e pela castidade.
Se pararmos para pensar um minuto, poderemos constatar que a gota d’água, por assim dizer, que trouxe o juízo de Deus no dilúvio, foram as relações sexuais entre os demônios e os humanos (Gênesis capítulo 6). Não acredito que tenha sido coincidência a ordem de Deus a Noé para que o mesmo começasse a comer carne depois do dilúvio, sabendo muito bem da batalha que ele e sua descendência enfrentariam para impedir os demônios de controlá-los.
À medida em que estudamos o Velho Testamento e as leis dadas por Deus a seu povo, descobrimos que os guerreiros espirituais naqueles dias eram os levitas de Israel. A dieta deles era baseada no consumo de carne bovina e carne de cordeiro.
Se a carne é tão prejudicial, por que Abraão preparou-a para o próprio Deus quando este foi visitá-lo? Era óbvio que ele prepararia o melhor que tivesse (veja Gênesis 18.1-7).
Quando lemos sobre os renomados guerreiros do Velho Testamento descobrimos que a cada vez, antes de enfrentarem uma grande batalha, Deus preparava-os com o consumo da carne. Veja, por exemplo, o menu, providenciado pessoalmente por Deus para Elias, durante o período em que o mesmo se preparava pura enfrentar os profetas de Baal:
“Veio-lhe a palavra do Senhor, dizendo: Retira-te daqui, vai para a banda do oriente, e esconde-te junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão. Beber ás da torrente; e ordenei aos corvos que ali mesmo te sustem. Foi, pois, e fez segundo a palavra do Senhor: retirou-se e habitou junto à torrente de Querite, fronteira ao Jordão. Os corvos lhe traziam pela manhã pão e carne, como também pão e carne ao anoitecer; e bebida da torrente.” (I Reis 17.2-6).
O Senhor falou diretamente a Paulo sobre isso no Novo Testamento:
“Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos, alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demônios, pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência, que proíbem o casamento, exigem abstinência de alimentos, que Deus criou para serem recebidos, com ação de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade; pois tudo que Deus criou é bom, e, recebido com ações de graças, nada é recusável, porque pela palavra de Deus e pela oração, é santificado”. (I Timóteo 4.1-5).
Tenho examinado, cuidadosamente, livros de medicina, e a despeito de toda a publicidade, não existem boas pesquisas que comprovem que a carne vermelha seja prejudicial (estou referindo-me à carne magra, e não à gorda, que o Senhor dissera aos Israelitas para não consumir quando deu-lhes a lei). De fato, muito trabalho tem sido feito para mostrar os méritos dos suplementos protéicos na prevenção de diversas doenças. Contudo, Satanás, tendo um certo controle no campo da medicina, torna-se extremamente difícil conseguir que uma percentagem dos médicos preste qualquer atenção à esses méritos e à necessidade dessas proteínas.
Supondo que você pare para fazer uma avaliação, descobrirá que a base dos programas alimentares ou de qualquer uma outra moda no campo da alimentação, é a abstinência de carne. Isto não é por acaso. Faz parte do plano cuidadosamente, esquematizado por Satã. Ele sabe muito bem da necessidade de proteínas no nosso corpo e do tremendo esgotamento causado nas batalhas espirituais. Se ele puder impedir que os guerreiros de Deus comam carne, isto lhes causará fraqueza intensa e doenças pela falta de proteína. O corpo, rapidamente, perde a capacidade de lutar contra as infecções quando está desprovido de proteínas. Hoje, inúmeras pessoas morrem, desnecessariamente, porque os médicos na “medicina moderna”, não suprem suas taxas de consumo de proteínas.
Descobrimos que, nos períodos de intensa batalha espiritual, se faz necessário comer carne pelo menos duas vezes ao dia. Se não o fizermos, rapidamente perdemos as forças e ficamos fisicamente doentes. Trabalhei com muitas pessoas que, sob intensos ataques de bruxaria, se tornaram excessivamente enfraquecidos e até mesmo adoeceram. O fato é que elas não estavam cientes dos princípios concernentes à necessidade de ingerirmos proteínas. Entretanto, inúmeras foram as que apresentaram melhoras quando aumentaram a quantidade de carne em suas dietas.
Não se esqueça de uma poderosa arma quando estiver experimentando dores, depressão e exaustão devido a batalhas espirituais: estou me referindo ao “louvor”. Nunca esquecerei a noite em que o Pai ensinou-me essa lição. Eu tinha sido para a cama, entretanto, incapaz de dormir, eu revirava-me nela, estava profundamente deprimida, exausta, com muita dor e tudo parecia-me impossível. Na realidade, o que eu fazia no momento, era sentir pena de mim.
De repente, o Pai permitiu-me ver que eu estava numa batalha. Isto é, o meu corpo espiritual, contudo, eu não estava lutando. Estava no chão, rodeada de demônios, e eles zombavam e atiravam pedras em mim. Eu não me importava, estava tão cansada que esperava que eles me matassem. Não queria viver. Não havia para onde correr e a única saída para aquela situação era levantar e lutar, porém, estava cansada e deprimida demais para fazê-lo.
Não sei se Elaine sabia o que estava acontecendo, mas estou certa de que foi em obediência ao Pai que ela entrou no quarto, no exato momento, e colocou uma de nossas fitas de música cristã. A verdade, é que eu não estava com humor para ouvir música, principalmente hinos de louvor. Ela não disse nada, tão-somente assentou-se e ouviu a fita e, assim, gentilmente e persistentemente, o Espírito Santo mostrou-me como estava errada em ficar naquela auto-comiseração. Novamente, fico maravilhada com o amor e a graça do Senhor quando nos encontramos prostrados e desfalecidos. Em resposta à esse amor, mesmo não conseguindo lutar, comecei a cantar, acompanhando a fita, e pude ver que no mundo espiritual eu me firmara sob os pés e dissera aos demônios que independente do que fizessem comigo eu iria louvar ao Senhor pelo incrível amor d’Ele para com a minha vida. Levantei a cabeça e os braços em direção ao céus e meu coração podia sentir, tanto no corpo físico como no espiritual, o amor, a adoração e o louvor. De repente, no mundo espiritual, uma luz brilhante cercou-me e vi um por um dos demônios caírem ao chão e depois esgueirarem-se na escuridão. Satanás e seus demônios não podem suportar quando louvamos ao Senhor, estou segura de que foi esta a razão de Paulo ter escrito o tão divulgado versículo de I Tessalonicenses 5.16:
“Em tudo dai graças...”
Por favor, observe a palavra “em” e não “por”. Assim, por pior que sejam as circunstâncias, e por maior certeza que tenhamos de que Satanás e seus demônios nos cercam, devemos louvar ao Senhor. Isso fará com que a fonte de nossos problemas, Satã, rapidamente perca a força e seremos mais e mais abençoados.
Lembre-se, quando estiver em uma luta espiritual, todas as armas descritas na Bíblia são válidas. Podemos dizer o mesmo sobre as táticas de guerra mencionadas na Palavra de Deus. Os Salmos são de grande ajuda. Não se esqueça de pedir ao Pai para firmar os seus pés sobre a “Rocha” que é Jesus. Do mesmo modo, no que diz respeito à sua retaguarda, o Senhor irá mostrá-lo passo a passo o que deverá ser feito.
Você está disposto a servir o Senhor desta maneira?
Rebecca:
A pergunta que muitos me fazem é: “Por que devemos lutar?” São muitos os cristãos que hoje vivem no extremo conforto e é claro que não querem ver esse conforto perturbado. Dizem: “Por que devemos lutar?” Cristo não teve a completa vitória na cruz por nós? Então, porque deveriam os cristãos pensarem em se tornar soldados e guerreiros? Tudo o que devemos fazer é reivindicar a vitória que Jesus venceu.” É este o assunto que desejo tratar aqui.
Vejamos, primeiro, o que o próprio Jesus falou sobre esse assunto quanto estava na terra. Particularmente, não penso que haja fonte melhor:
“Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Pois vim causar divisão entre o homem e seu pai; entre a filha e sua mãe e entre a nora e sua sogra. Assim os inimigos do homem serão os da sua própria casa. Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz, e vem após mim, não é digno de mim. Quem acha a sua vida, perdê-la-á; quem, todavia, perde a vida por minha causa, achá-la-á” (Mateus 10.34-39).
Reflita sobre o verso 34: “Não penseis, que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada”. Isto, contraria diretamente, o “evangelho de paz e amor” que está sendo largamente difundido, quando, no verso 39, Jesus disse: “Quem acha a sua vida, perdê-la-á; e quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á”. O cristianismo, envolve violência, se o praticarmos da maneira que Deus quer. A perda de nossas vidas não significa coexistência pacífica com o mundo.
“Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos; sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas. E acautelai-vos dos homens; porque vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas; por minha causa sereis levados à presença de governadores e de reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. E, quando vos entregarem, não cuideis em como, ou o que haveis de falar, porque naquela hora vos será concedido o que haveis de dizer; visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós. Um irmão entregará à morte outro irmão, e o pai ao filho; filhos haverá que se levantarão contra os progenitores, e os matarão. Sereis odiados de todos por causa do meu nome; aquele, porém, que perseverar até ao fim, esse será salvo. Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para a outra; porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, até que venha o filho do homem. O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu senhor. (Mateus 10.16-24).
Devemos “permanecer até o fim”. Jesus, certamente, não nos promete “uma corrida fácil” como muitos pensam.
“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Efésios 6.12).
Neste versículo, Paulo enfatiza que a nossa luta é no mundo espiritual. Em Mateus 10.16-24 Jesus fala do mundo físico e das perseguições físicas. Paulo, aqui em Efésios, enfatiza o mundo espiritual. Os dois estão ligados, entretanto, em nossos dias c em nosso país, a perseguição não se faz intensa em muitas áreas. Mas, não tenho dúvidas de que ela virá em breve. Enquanto isso, a nossa batalha se dá no campo espiritual.
“Participa dos meus sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou.” (II Timóteo 2.3-4).
“Amados, quando empregava toda diligência, em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes, diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos.” (Judas 3).
Porque devemos lutar? A resposta óbvia é: porque Deus assim o quer. Muitos perguntam: Por que Deus quer que lutemos quando Ele já lutou por nós? Naturalmente, que eu mesma, também, me faço essa pergunta. Por que tenho sofrido e perdido tanto por estar nesta batalha? Seria isso necessário? Quero, a seguir, compartilhar a resposta que me foi dada pelo Senhor à essa pergunta.
A razão básica é porque fiz um compromisso. Você compreende que, infelizmente, quando o Evangelho é pregado em nossos dias, o que se ouve é: “Jesus morreu pelos seus pecados, peça-o para perdoá-los e tudo será maravilhoso.” Nada é dito que para ter seus pecados perdoados você terá que se comprometer com Ele. Durante muitos anos tem sido pregado que a salvação é a única saída. Jesus faz tudo e você não precisa fazer nada.
Isto não é verdade. Não foi o que Jesus disse. As palavras d’Ele foram que se você não tomar a sua cruz, negar a si mesmo e, quem sabe, até mesmo morrer por causa da fé n’Ele, você não será digno d’Ele. Ele disse que quem recebe a salvação é aquele que permanece fiel até o fim. Ele não fez promessa alguma de dar a salvação e a vida eterna àqueles que desistirem. Este conceito é sustentado diversas vezes por Paulo no livro de Hebreus.
“Cristo, porém, como Filho, sobre a sua casa; a qual casa somos nós, se guardarmos firmes até ao fim a ousadia e a exultação da esperança.” (Hebreus 3-6).
“Porque nos temos tornado participantes de Cristo, se de fato guardarmos firmes até ao fim a confiança que desde o princípio tivemos.” (Hebreus 314).
A salvação não é por obras, mas, também não é simplesmente dizer “Jesus me perdoe” e continuar o nosso caminho. Ela é o total e completo compromisso com Jesus. Literalmente, nos vendemos à Deus da mesma maneira que as pessoas no satanismo se vendem à Satanás. Somos, então devedores. Fomos comprados e pagos por Ele e não pertencemos mais a nós mesmos. Não temos mais quaisquer direitos, pois somos servos. A palavra “compromisso” não é mencionada e nem mesmo praticada. Muitos nem mesmo sabem o que significa.
Compromisso não é só “trabalho”. É um contrato que implica, literalmente, na venda de si mesmo. Paulo diz em Romanos que é um devedor (Romanos 1.14). Do mesmo modo que Cristo comprou Paulo, Ele nos comprou. A salvação é uma venda, uma transação. O compromisso não é uma tarefa, é, realmente, uma venda. Jesus comprou e pagou por nós, de outra maneira pertenceríamos a Satã e iríamos diretamente para o inferno. O único escape foi através da venda. Que terrível preço Jesus pagou por nós!
Não estou segura de que algumas pessoas entendam isso. A proporção dos ataques satânicos parece depender diretamente do quanto estamos nesta venda, isto é, do nível do nosso compromisso com o Senhor.
Jó estava completamente comprometido e Deus conhecia-lhe o coração, sabia do total comprometimento dele. Foi por isso que Ele se dispôs a aceitar o desafio de Satanás porque sabia que Jó não desfaleceria. Somente Deus sabe o grau do seu comprometimento com Ele. Da mesma forma, o Pai sabia do compromisso de Jesus quando Este estava na terra como homem. Jesus se comprometera totalmente com Deus ao extremo de morrer, e não somente isso, Ele também sofreu terrivelmente por nós.
Satanás odeia Jesus mais do que qualquer outra coisa, porque sabe que Jesus tem a propriedade legal do mundo e logo despojará a Satanás de seu reino. Não temos idéia da intensidade do ódio de Satã por Deus. A verdade é que no instante em que somos comprados por Jesus e nos tornamos sua propriedade, Satanás tem por nós o mesmo ódio que tem de Jesus. Esta é a razão porque, no exato momento em que somos salvos, passamos a fazer parte de uma batalha fenomenal. Satanás planeja nos destruir e Jesus já nos advertiu:
“Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário dele vos escolhi, por isso o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isto, porém, vos farão por causa do meu nome, porquanto não conhecem aquele que me enviou. Se eu não viera, nem lhes houvera falado, pecado não teriam; mas agora não têm desculpa do seu pecado.” (João 15.18-22).
São dois os pontos importantes aqui. O primeiro, é que Jesus está dizendo que no instante em que nos identificamos com Ele (quando nos tornamos sua propriedade) o mundo passa a nos odiar da mesma forma que odeia a Jesus. Isto, porque o mundo está sob o controle do maligno. O segundo ponto, é o que as pessoas dizem: “porque eu deveria sofrer ou morrer se Jesus já sofreu e morreu por mim? Assim, o sofrimento não é necessário para mim”. Mas o que Jesus disse foi: “Digo a vocês que o servo não é maior do seu senhor. Se perseguiram a mim, perseguirão a vós outros...” Quem quer que seja que diga, que não precisa sofrer porque Jesus já fez tudo na cruz, está realmente afirmando ser maior do que seu mestre! E, nesse caso, o mestre em questão é Jesus Cristo, esta pessoa está indo totalmente contra a palavra de Jesus. A doutrina “nenhum sofrimento, saúde e riqueza” que tem sido ensinado em nossas igrejas, é doutrina de demônios, e não há outra classificação para ela a não ser esta.
O evangelho não está sendo apresentado da maneira como deveria ser. Quantas vezes você já ouviu o seguinte? “Você pode receber a salvação, mas somente sob uma condição: que esteja totalmente comprometido com Cristo, integralmente vendido a Ele. Não pertencerá mais a si mesmo e não mais terá o direito a coisa alguma. Você se tornará um servo. Estará na verdade assinando a própria morte porque Satã o odeia e tentará matá-lo. Terá que abrir mão de sua vida aqui para receber a vida eterna e a cidadania no céu.” Quantos pregadores você conhece que apresenta o evangelho dessa maneira? Nenhum!
Por que será que Satanás e o mundo odeiam tanto a Jesus? A resposta é que uma vez tendo Ele vindo, eles “...agora não têm desculpa do seu pecado”.
“O julgamento é este: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque suas obras eram más.” (João 319).
Devemos entender, que quando aceitamos Jesus como o nosso Senhor e Mestre, estamos também, aceitando a cidadania celestial e a morte aqui na Terra. Pessoalmente, não acredito que recebamos a salvação sob quaisquer outras condições. Por todo o evangelho ordena-se o total comprometimento com Jesus. Estou receosa que, já a esta altura um número estrondoso de pessoas descobrirão que não estão realmente salvas. O evangelho nunca lhes foi apresentado por completo.
A salvação não pode estar separada da guerra. A verdadeira salvação, colocará você em conflito direto com Satanás. Sei que o meu conflito com ele começou no dia em que fiz o total comprometimento da minha vida a Jesus no primeiro ano da faculdade de medicina. Quatro anos depois, quando o Senhor me perguntou se eu estava disposta a comprometer minha vida para ser usada por Ele na luta direta contra Satanás, eu não estava na verdade fazendo um compromisso novo. O Senhor estava me desafiando a mostrar o tanto que eu estava disposta a permanecer no compromisso que de antemão eu já havia feito. Ele estava abrindo o meu entendimento para mostrar o que realmente significava aquele compromisso. A verdade é que ao identificar-me com Cristo, eu fizera de Satanás o meu pior inimigo.
Mais e mais Jesus fala que devemos segui-lo até, se preciso for, a morte. Vejamos mais dois versículos.
“Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser meu discípulo.” (Lucas 14.26-27).
Agora, o que significa para você tomar sua cruz? A maioria das pessoas interpreta essa pergunta como sendo as coisas ruins que surgem em nosso caminho. Olhe Mateus 16.24-27:
“Então disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me. Porquanto, quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; e quem perder a vida por minha causa, achá-la-á. Pois, que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca de sua alma? Porque o Filho do homem há de vir na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então retribuirá a cada um conforme as suas obras.”
Eu declaro a você que a cruz é um instrumento de morte. Ela não só se refere às lutas aqui, mas significa, literalmente, nossa morte. Então, o que exatamente é esta morte? No meu caso, em particular, significa que quando fiz o meu compromisso com Deus, também comprometi tudo o que me diz respeito à Ele. Isto é, todas as coisas foram entregues em suas mãos. Sei que desde o exato momento em que fiz a entrega, Satanás poderá pedir, como no caso de Jó, e Deus poderá entregar-lhe essas coisas. Para mim, morrer diariamente significa a perda de tudo o que amo sobre a face da terra. É claro que Deus não exige isso de todos, porque a maioria das pessoas não estão dispostas a este tipo de comprometimento, não estão dispostas a tomar a cruz.
Uma vez comprados por Cristo, nos tornamos estrangeiros no mundo. Jesus se torna a barreira entre nós e tudo o mais na terra. Nada, aqui, nos pertence, e isto é terrível, pois a cruz é, provavelmente, o mais doloroso método de morte. O que implica em comprometer-nos à uma vida de dor ao tomar a cruz diariamente, lista não é a maneira em que as pessoas desejam apresentar o evangelho, entretanto, é assim que Jesus o apresenta. Deixe-me esclarecer algo: você não pode fazer o trabalho da cruz, só quem pode é Deus. Em outras palavras, as pessoas que infligem sobre si mesmas a dor, pensando que estão no caminho da cruz, enganam-se completamente. O fato, é que somos servos, simplesmente obedecemos aos comandos do Mestre. Não decidimos que tipo de sofrimentos devemos suportar.
Sugiro àqueles que já se comprometeram com o Senhor, que se assentem tomem uma folha de papel e nela escreva todas as áreas de sua vida. Coisas como: estudos, carreira, os amigos a escolher, a família, o futuro da mesma, o futuro do corpo, onde e como você irá morar, o que irá acontecer à sua reputação, a vontade de ter dinheiro, etc. Esta não é uma entrega fácil de se fazer, e a partir do momento em que a fizer, você poderá ser tentado(a) ou testado(a) nessas áreas.
Você não crescerá realmente, na fé, se não fizer um compromisso, já que a fé é puramente um dom de Deus, então, você poderá fazer, primeiramente, o compromisso. Os dois estão fortemente interrelacionados. Assim que, através dos testes você permanecer firme, estou convencida de que Deus dará a você mais e mais fé enquanto prosseguir. A sua fé crescerá e se fortalecerá. A fé é na verdade a afirmação: “Fiz o compromisso, assumi o contrato e vou cumprir minha parte nele”.
Não deve permitir as dúvidas de Satanás em sua mente no que se refere ao seu compromisso. Atire-as longe, imediatamente. Você precisa entender que, enquanto está sendo tentado e testado, tudo o que acontece no mundo físico reflete-se no espiritual. Por exemplo, se Satanás chegar diante de Deus e disser: “Peço pelos pais dessa garota” e o Pai responder: “Tudo bem, pode tomá-los” (refiro-me aqui à morte física, porque Satanás não pode tocar a alma), e a garota continuar servindo ao Senhor, então, haverá uma vitória no mundo espiritual que reterá para trás as forças das trevas e então mais almas poderão vir a Jesus. Há sempre um efeito no mundo espiritual. Não temos idéia do que aconteceu no mundo espiritual, quando Satanás foi derrotado no caso de Jó.
Jó perdeu todas as coisas de uma só vez. Normalmente, Satanás não trabalha dessa maneira, é claro que é uma ação sobrenatural quando tudo é tomado assim. Satã não trabalha desse modo em nossas vidas. Ele tira uma coisa aqui, um amado lá, e nem bem a pessoa começou a se refazer do incidente, ele vem e toma outro. Ele é mestre em causar agonia.
Enquanto você se mantiver firme, servindo a Deus, independentemente das circunstâncias, entenda que isso faz parte, literalmente, de sua morte, como resultado de carregar diariamente a sua cruz e ser um “aliem” odiado neste mundo. A partir do momento em que aceitamos a Jesus, passamos a viver uma vida de morte, porque a mesma fica estabelecida no campo espiritual e passamos a ter a vida eterna em nossas almas e corpos espirituais. Mas a existência física, no todo, se torna morte. Isto é porque no instante em que você se torna um salvo, passa, também a fazer parte da guerra contra Satanás. Não há outra escolha.
“... Como se estivéssemos morrendo e contudo eis que vivemos...” (II Coríntios 6.9).
As pessoas dirão: “Você realmente está sofrendo muito.” Deus diz em Isaías:
“Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (Isaías 55.8-9).
O fato é que Deus é Deus. Não podemos questioná-lo.
“Muitos dos seus discípulos, tendo ouvido tais palavras, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e á não andavam com ele.” (João 6.60,66).
O que aconteceu a Jó? Depois de todo o sofrimento porque passou, o que realmente aconteceu a ele? No meio de tanta aflição, Jó teve um vislumbre de Deus e assim nada mais importava. Uma vez que ele teve um relance do próprio Deus ele não mais se importou com o que aconteceria em sua vida. No livro do Apocalipse quando diz que Deus enxugará de nossos olhos as lágrimas, sei que por experiência própria, que nada mais importará. Isto é algo incrível. Deus é tremendamente maravilhoso e maior que qualquer coisa que possamos imaginar. Deus é puro poder, puro amor, pura justiça, pura santidade, pura grandeza e pura beleza. Com apenas um vislumbre d’Ele, os nossos relacionamentos e tudo o mais que diz a nós se torna insignificante. Nada tem mais importância quando temos um vislumbre de Deus.
“Então respondeu Jó ao Senhor: Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado. Quem é aquele, como disseste, que sem conhecimento encobre o conselho? Na verdade falei do que não entendia; cousas maravilhosas demais para mim, cousas que eu não conhecia. Escuta-me, pois, havias dito, e eu falarei; eu te perguntarei, e tu me ensinarás. Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso me abomino, e me arrependo no pó e na cinza.” (Jó 42.1-6).
Note que aqui Jó fala: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos te vêem. Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza” (versos 5-6). Na verdade Jó não tinha do que se arrepender. O começo do livro deixa claro que ele não pecara.
“Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.” Jó 1.22).
“...Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios.” Jó 2.10).
Entretanto, quando Jó teve um vislumbre de Deus, como na verdade Ele é, nada mais importou. Apenas, não mais importou.
A minha oração, é que Deus se revele, como Ele é, tanto para mim, como a todos os que lerem este livro. Não saberíamos como agradecer tamanha bênção. Deus chama a diferentes pessoas para diferentes tipos de serviço. Contudo, todos seremos um dia atacados terrivelmente, por Satanás, e quando esse dia chegar, será preciso que estejamos preparados e firmes para a luta. Se o fizermos, permanecendo fiéis até o fim, o Senhor Jesus nos dará a coroa da vida e teremos a indescritível bênção de ver Deus como realmente Ele é, em toda a Sua glória.
“Então ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis, o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras cousas passaram.” (Apocalipse 21.3-4).
Rebecca:
Deus chamou-nos para sermos soldados e não pacifistas. Em lugar algum da Bíblia há espaço para os cristãos “moles”. Como foi exposto no capítulo anterior, somos destinados a sermos lutadores e soldados. E isso tudo, primeiramente, no mundo espiritual. Vivemos em um mundo governado por Satanás e o tempo se escoa. Por isso, o inimigo se torna mais e mais ousado.
“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e, sim, contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Efésios 6.12).
“Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando sofismas.” (II Coríntios 10.3-4).
“Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou.” (II Timóteo 2.3-4).
“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente, e maldito aquele que retém a sua espada do sangue.” (Jeremias 48.10).
Assim que nos apossarmos do poder e da autoridade que Jesus nos deu, e em seu nome tomarmos a ofensiva na guerra contra Satanás, a perseguição que inevitavelmente virá, não virá da maneira como pensamos. As pessoas não irão, simplesmente, parar e dizer: “Nós não estamos difamando você pela sua prontidão na luta ao lado de Jesus.” Não! Você será acusado de fazer coisas erradas que, na realidade, não fez, ou de ser extremamente radical e até mesmo de tornar-se perturbado mentalmente. Será desacreditado mais por seus “irmãos da fé” do que pelos chamados não cristãos. Satanás está sempre enganando e mentindo. Nada é o que parece ser. Seus servos mais eficazes são os supostos cristãos mais fortes, os que vão à igreja regularmente e os mais bem sucedidos, respeitados e honrados membros de sua comunidade. São estes os que irão acusar e perseguir aqueles que estiverem engajados na batalha espiritual por Cristo. Seremos perseguidos sim, por causa das almas que serão salvas e trazidas à Jesus.
“Bem-aventurados os perseguidos por causa da Justiça, porque deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa, vos injuriarem, e vos perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós”. (Mateus 5.10-12).
Não se surpreenda quando a perseguição vier de sua própria igreja, ou daqueles que você pensa serem irmãos e irmãs na fé, e também os de sua própria família.
“Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles.” (Atos 20.29-30).
“Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar; porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.” (II Coríntios 11.13-15).
Nos duas queremos deixar bem claro uma coisa: não estamos tentando ditar regras a você e nem controlá-lo. Estamos, simplesmente, dividindo com você o que o Senhor nos ensinou. Você deve buscar a orientação diretamente d’Ele. Deve aprender a ouvir-lhE a voz no espírito. Somente o Espírito Santo pode ensiná-lo como fazer isto. Contudo, é necessário que você busque, fervorosamente, a comunicação com Ele. De fato, diante do Senhor, é responsabilidade sua, como indivíduo, estudar cuidadosamente tudo o que os outros dizem a você. Deve verificar se o que lhe é ensinado está dentro do contexto bíblico. E isto inclui este livro, assim como tudo o que é dito pelos pastores. O próprio apóstolo Paulo instruiu os coríntios acerca disso:
“Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem.” (I Coríntios 14.29).
Você, leitor, faz muito bem em ler todo este capítulo, porque o mesmo contém ordenanças aplicáveis aos nossos cultos, mas que, na maioria das vezes, são negligenciadas ou desprezadas.
Quem quer que seja que se envolva em uma batalha espiritual, deve estar preparado para lutar em mais de uma área. Mas, lembre-se: você não decide onde e nem como lutar. Apenas o Senhor o faz. É necessário que, tão-somente, fiquemos disponíveis para que Ele nos use do modo que escolher. Ele é o nosso comandante, e o nosso objetivo deve ser, sempre, fazer a vontade de Jesus Cristo, para que, como resultado, Ele receba a glória, e os outros, o conhecimento da salvação. Lembre-se, Jesus é Deus! Quem disser que Ele é menos do que isso, é falso.
Tenha cuidado em quem você confia, seja sábio, esteja sempre alerta à orientação do Senhor, pois Ele nos adverte:
“A ninguém imponhas precipitadamente as mãos.” (I Timóteo 5.22).
Espere, sempre, para ver os frutos na vida de uma pessoa. Espere, até que o Senhor dê completa paz concernente à ela.
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito: Antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora.” (I João 4.1).
Não se esqueça, que Satanás e seus demônios tentarão, sempre, enganar você, especialmente no que diz respeito a assuntos espirituais.
Existem, pelo menos, oito passos que deveriam ser seguidos por todos os que se engajaram na batalha espiritual. São eles:
1) Você deve aceitar o completo senhorio de Jesus em todas as áreas de sua vida.
2) Deverá se dispor à total aplicação da cruz em sua vida, e isso deve ser experimentado no seu dia a dia. O Dr. A. W. Tozer escreveu um livro chamado “The pursuit of God” (À procura de Deus) que, penso, todo cristão deveria ler. A seguir, uma explicação do que significa a aplicação da cruz em sua vida, extraída do mesmo.
“Tudo no Novo Testamento concorda com o que é apresentado no figurativo Velho Testamento. Os resgatados não precisam mais ter medo para entrar no Santo dos santos. Deus, deseja que avancemos em direção à Sua presença e vivamos toda a nossa vida lá. E isto deve ser vivenciado por nós em uma experiência consciente. É mais do que uma doutrina a ser defendida; é uma vida a ser desfrutada em todos os momentos, de todos os dias...
Igualmente, a presença de Deus é o ponto central do cristianismo. O ponto central da mensagem cristã é o próprio Deus esperando que os seus redimidos estejam conscientes de Sua presença. O tipo de cristianismo que atualmente está em voga, conhece a presença divina apenas na teoria. Ele fracassa na ênfase do privilégio cristão. Isto é, de acordo com seus ensinamentos, já estamos posicionalmente na presença de Deus. Nada é dito acerca da necessidade de experimentarmos, de verdade, essa presença... O que é que nos impede? Usualmente a resposta que ouvimos é que somos “frios”. Só que isso não explicará todos os fatos. Há algo mais sério do que a frieza de coração... E, o quê poderia ser? Não seria a presença de um véu em nossos corações? Um véu que se não for retirado, como o primeiro o fora; ainda obstrui a passagem da luz, escondendo-nos a face de Deus.”
O “Eu” é o véu opaco que esconde a face de Deus. Ele só pode ser subjugado na experiência espiritual e nunca pela mera
instrução. Devemos varrer essa lepra de nosso sistema. Há muito o que ser feito por Deus no que se refere à nossa morte antes de ficarmos livres. É necessário que convidemos a cruz para que ela efetue em nós esse trabalho. Devemos trazer os pecados do nosso eu diante da mesma para julgamento, e nos prepararmos para aprovação e sofrimento semelhantes aos que nosso Salvador experimentou durante o governo de Poncius Pilatos.
Deixe-nos lembrar que, quando falamos da entrega do véu, estamos nos referindo à linguagem figurativa. O pensamento é poético, e de certo modo, bonito. Mas na realidade, não há nada de agradável nele. Na experiência humana, esse véu é feito do tecido da vivência espiritual. Diz respeito às sensações do nosso ser. E tocá-lo, é tocar onde sentimos dor. A retirada do mesmo fere, machuca e faz-nos sangrar. Se dissermos o contrário, é fazer com que a cruz não seja cruz e a morte não seja morte, em absoluto. Na verdade não é divertido morrer. Arrancar através do alto preço o material de que a vida é feita; não deixa de ser algo profundamente doloroso. Sim, foi isso o que a cruz fez a Jesus e faria a qualquer outro homem que tentasse tirá-lo dela.
Sejamos cautelosos no conserto de nossas vidas; no que se refere à esperança de sermos capazes de rasgarmos o véu. Deus fará tudo por nós. Nossa parte é rendermos e confiarmos. Devemos confessar, perdoar, repudiar a vida egoísta e considerá-la como que crucificada. Entretanto, devemos ser cuidadosos para distinguir a “aceitação preguiçosa” do verdadeiro trabalho de Deus. Devemos insistir que o trabalho seja feito. Não ousemos descansar, contentes com a simples e elegante doutrina da auto-crucificação, isto é imitar a Saul e reter o melhor das ovelhas e dos bois.
Se insistirmos que o trabalho seja, verdadeiramente feito, ele será feito. A cruz é rude e é mortal. Mas, é efetiva. Ela não mantém a vítima morrendo nela para sempre. Chega o momento em que o trabalho termina e a vítima agonizante morre. Depois de tudo isso vem a ressurreição gloriosa e o poder. Assim, a dor é esquecida devido a alegria do véu que foi retirado e entramos na experiência real da presença do Deus vivo.”
3) Ter disposição de abrir mão, tanto de sua própria vida e da vida de seus amados, se o Senhor assim escolher. E, isso, provavelmente, provocará uma mudança total em sua vida.
“Quem ama a seu pai ou a sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz e vem após mim, não é digno de mim.” (Mateus 10.37-38).
“...quem, todavia, perde a vida por minha causa achá-la-á.” (Mateus 10.39).
4) Você deve aprender a ouvir o Senhor falar em seu espírito. A expressão “Ouvir o Senhor falar em seu espírito,” não significa que seja uma voz audível que pode ser ouvido com os ouvidos físicos. O que quero dizer é que, quando o Senhor diz algo no seu espírito, logo a mensagem é projetada em sua mente na forma de um pensamento. É por isso que se torna tão importante examinar, atentamente, os nossos pensamentos e pedir ao Senhor que mantenha as nossas mentes e corações puros.
“Tenho ainda muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora; quando vier, porém, o Espírito da verdade, Ele vos guiará a toda verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as cousas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar.” (João 16.12-14).
“E disto nos dá testemunho também o Espírito Santo; porquanto, após ter dito: Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei nos seus corações as minhas leis, e sobre as suas mentes as inscreverei.” (Hebreus 10.15-16).
O Espírito Santo colocará pensamentos em nossas mentes, é a maneira como Ele nos fala e é um testemunho para nós. Satanás pode, também, colocar pensamentos em nossas mentes, mas lembre-se, o Espírito Santo confirmará em seu coração e espírito o que é de Satanás e o que não é. A Bíblia é uma segurança para nós. O Senhor nunca dirá algo que não esteja em concordância com ela. Enquanto você estiver orando e conversando silenciosamente com o Senhor, Satã não poderá ler o que está em sua mente e desse modo não será capaz de colocar pensamentos que coincidem com as circunstâncias que você estiver vivendo. Esta c uma outra razão importante para que você aprenda controlar sua mente a fim de que a mesma não vagueie enquanto você estiver em oração e comunhão com o Senhor.
“Eu amo os que me amam; os que me procuram de madrugada me acham.” (Provérbios 8.17).
A tradução literal, no hebraico, para a expressão “de madrugada” é: “diligentemente, com inferência em seriedade”. Conceito esse extraído da “Strong’s Extraustive of the Bible” (Concordância Bíblica). Você deve procurar um relacionamento assim com o Senhor. Apenas o Espírito Santo pode ensinar-lhe a ouvir Sua voz. Você deve procurar esse relacionamento através do jejum, lágrimas e oração. Lembre-se, o Senhor nunca faz nada às pressas, e provavelmente, ele irá testar-lhe a sinceridade. Se você não pedir ao Senhor para fazer em você o trabalho da cruz como foi explicado na citação do Dr. A.W. Tozer, você não será capaz de desenvolver uma relação assim com Ele e da mesma forma não poderá fazê-lo se não estiver totalmente compromissado. Quando o senhor falar a você e o que for falado estiver de acordo com a Bíblia, e também o Espírito Santo confirmar que é realmente a voz d’Ele, então o que você deverá fazer será firmar-se na fé. Do contrário, Satanás tentará persuadi-lo de que não foi o Senhor quem falou, e que você está apenas imaginando coisas.
“O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.” (Romanos 8.16).
“Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações como foi na provocação, no dia da tentação no deserto.” (Hebreus 3.7-8).
O Espírito Santo falará se ouvirmos a sua voz, e se ouvimos não devemos endurecer o nosso coração, mas nos firmarmos na fé e na obediência em concordância com o que Ele nos disser. Usualmente, o Espírito Santo começa a nos falar ou despertar a atenção para algo que não agrada ao Senhor. A tentação é ignorar a comunicação e continuar a fazer o que não agrada a Ele. Se você proceder assim, estará “endurecendo o coração” e acabará interrompendo a comunicação com o senhor.
Será testemunhado em seu coração, que o quê você ouviu procede de Deus, pelo Espírito Santo. Se o que você ouvir não for d’Ele, aprenda a ser sensível à hesitação ou checar o que sentir. Com freqüência, ficamos ansiosos para prosseguirmos e fazermos o que está no coração. Não prestamos atenção à esses princípios. É necessário que aprendamos a ser pacientes e dispostos a esperar pela confirmação antes de agirmos. A impulsividade não tem espaço na guerra espiritual.
5) Você deve aprender a controlar a mente. Esta será, provavelmente, uma das coisas mais difíceis que você já fez. A ordem do Senhor é clara:
“Porque embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim poderosas em Deus, para destruir as fortalezas; anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” (II Coríntios 10.3-5).
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente...” (Romanos 12.2).
A mente é o maior campo de batalha. Satanás ataca-nos na mente mais do que em qualquer outro lugar. A batalha é sem tréguas e não terminará enquanto estivermos aqui sobre a Terra. Quer queira ou não, você não mais deverá permitir, preguiçosamente, que os pensamentos varrem sua mente. Somos responsáveis diante de Deus para examinar todos os pensamentos que passam por nossa mente, e do mesmo modo, decidir se os mesmos significam obediência à Cristo. Enfrentemos o fato de que, basicamente, somos criaturas preguiçosas, e posso afirmá-lo, porque quando Deus, pela primeira vez, despertou-me a atenção para isso, foi uma das coisas mais difíceis que Ele me pediu para fazer. No decorrer do curso de medicina eu tive que estudar horas a fio. Sabia como manter a concentração absoluta nos estudos mas, ainda não controlava os meus pensamentos.
Continuamos pela existência com os pensamentos. É a forma em que fomos criados. Somos responsáveis por trazê-los cativos a Jesus.
É importante que você entenda, que Satanás pode injetar os pensamentos em você, da mesma forma que um médico pode injetar os remédios em seu corpo. Ele e seus demônios, podem fazê-lo do lado de fora do seu corpo. Eles não precisam estar dentro de você para fazê-lo e do mesmo modo eles não podem ler sua mente. Somente Deus sabe de nossos pensamentos e intenções (veja Hebreus 4.12-13 e Jeremias 17.9-10). Portanto, seguindo o exemplo de Jesus quando estava na terra, devemos rejeitar, em alta voz a Satanás e seus demônios.
O inimigo colocará os pensamentos em sua mente, começando com a palavra “Eu”, para que você pense que o pensamento foi originado por você. A propósito, o pensamento pode começar assim: “Certamente eu gostaria de fazer...” Algo que você sabe que é pecado. Tão logo constate o pensamento, é preciso que você ataque a verdadeira fonte. Em voz alta diga algo semelhante a isto: “Satanás e seus demônios, eu repreendo vocês em nome de Jesus. Não aceito esse pensamento. Vão embora!”
Imediatamente, tente pensar nas Escrituras, e se for necessário, recite a passagem bíblica para controlar sua mente.
“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” (Filipenses 4.8).
Há um outro modo de controlarmos nossas mentes. Devemos, literalmente, reeducá-las e renová-las como está em Romanos 12.2:
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2).
Esse processo exige tempo, persistência e muito trabalho!
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, Santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade.” (Colossenses 3-12).
Você já se perguntou como poderia revestir-se de coisas como bondade, misericórdia, etc.? Pois eu já fiz a mim mesma essa pergunta várias e várias vezes até que, finalmente, o Senhor deu-me a resposta. Devemos treinar, de antemão, nossas mentes para que, quando em determinadas circunstâncias, as pessoas nos ferirem, não reagiremos com nossas emoções naturais. Escolheremos agir com a misericórdia de Deus e devolveremos o bem pelo mal.
O famoso escritor chinês Watchman Nee descreve a batalha pela mente da seguinte forma:
“De acordo com a Bíblia, a mente do homem é notável, porque a mesma constitui um campo de batalha onde Satanás ê seus espíritos malignos contendem contra a verdade, e por sua vez, contra o crente. Ilustraremos como se segue. A vontade do homem, assim como o espírito, são fortalezas que os espíritos malignos anseiam capturar. O campo aberto onde a batalha é travada em busca dessas fortalezas, é a mente humana. Veja como o apóstolo Paulo a descreve: “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” (II Coríntios 10.3-5). Primeiramente, ele nos fala de uma batalha, depois onde a mesma se passa, e, finalmente, com que objetivo. Ela diz respeito, exclusivamente, à mente humana. O apóstolo compara os argumentos humanos, que são resultado de raciocínios, com as fortalezas do inimigo. Me ilustra que a mente, tendo sido aprisionada pelo inimigo se torna enfraquecida pela guerra empreendida. Assim, conclui que muitos pensamentos de rebelião ficam detidos na fortaleza e é necessário que sejam levados cativos à obediência de Cristo. Tudo isso, plenamente, mostra-nos que a mente do homem é o cenário de batalha onde os espíritos malignos opõem-se a Deus... A mente, quando firmemente, aprisionada por Satanás se torna “endurecida”, os homens seguem as inclinações da carne e dos pensamentos como “filhos da ira” e são também “estranhos e inimigos no entendimento”porque o “pendor da carne é inimizade contra Deus.” (II Coríntios 314, Efésios 2.3, Colos-senses 1.21 e Romanos 8.7).
Depois de lermos todas essas passagens, podemos entender, claramente, como os poderes das trevas estão especialmente relacionados à mente humana e como esta se torna tão suscetível aos ataques de Satanás. No que se refere à vontade, emoção e corpo os poderes das trevas não podem fazer nada se, primeiro, não ganharem algum terreno. Mas na mente humana eles podem trabalhar livremente sem que, inicialmente se faça necessário persuadir a pessoa ou conseguir a permissão da mesma. É como se a mente já fosse posse deles. O apóstolo ao fazer a comparação das mentes humanas àsfortalezas do inimigo parece sugerir que Satanás e seus espíritos imundos já estabeleceram um relacionamento profundo com as mentes dos homens e de alguma maneira eles as usam como baluartes para encarcerar os cativos. Na mente humana, eles impõe a autoridade deles, e através da mente de seus cativos eles transmitem pensamentos venenosos aos outros para que possam também, levantar-se contra Deus. É difícil avaliar quanto da filosofia, ética, conhecimento, pesquisa e ciência no mundo fluem dos poderes das trevas. Contudo, de uma coisa estamos certos: todo e qualquer argumento, assim como o orgulho que constituem obstáculos ao conhecimento de Deus são as fortalezas do inimigo. Parece estranho que a mente humana tenha esse nível de proximidade com as trevas? Não foi sob a instigação de Satanás que a humanidade cometeu o primeiro pecado da busca do conhecimento do bem e do mal? Por conseguinte, a mente do homem está, especialmente relacionada com Satanás. Se vasculharmos as Escrituras, cuidadosamente, e observarmos as experiências dos santos, descobriremos que toda a comunicação entre os humanos e as forças satânicas ocorrem no órgão do pensamento. Tome como exemplo a tentação vinda de Satanás. As tentações com as quais ele seduz o homem são apresentadas à mente deste. É verdade que ele, com freqüência, usa a carne para conseguir o consentimento humano. Sim, em cada momento da sedução, o inimigo cria algum tipo de tentação e pensamento. Todas as tentações nos são oferecidas em forma de pensamentos...
A definição original de arrependimento é a “mudança de mente...”
Entretanto, mesmo depois do arrependimento a mente do crente não fica totalmente liberada do toque de Satanás, ele continua trabalhando do mesmo modo como trabalhava antes. Paulo, em sua carta aos crentes de Corinto, confessou que estava receoso de que “...como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam corrompidas as vossas mentes, e se apartem da simplicidade e pureza devidas a Cristo.” (II Coríntios 11.3). O apóstolo também reconhecia que, assim como o “deus deste mundo cegou as mentes dos incrédulos”, então ele iria cegar a mente dos crentes. A mente é a via de acesso mais fácil para o inimigo concretizar seus propósitos. O coração de Eva era puro e ainda assim, ela recebeu os pensamentos sugestivos de Satanás. Desse modo, foi iludida pelo engano dele ao perder a linha do raciocínio de tombar para a armadilha. Se, um cristão que se vangloria de possuir um coração honesto e sincero, não aprender como expulsar os espíritos malignos em sua mente, ele continuará a ser tentado e enganado na perda da soberania de sua vontade. Deus deseja restaurar a nossa mente para que ela seja como quando Ele nos criou. Assim, poderíamos não só glorificá-lo com nosso proceder como também em nossos pensamentos. Quem é capaz de estimar o crescente número dos filhos de Deus que, devido ao descuido para com suas mentes, crescem limitados, obstinados e mesmo em algumas vezes, se corrompem e decaem um pouco da glória de Deus? O Povo do Senhor precisa saber que para desfrutar de uma vida plena com Ele, as mentes precisam ser renovadas. Quando um cristão constatar que não mais está sendo capaz de governar a própria mente, ele deverá perceber, que o inimigo a está subjugando... A intenção de Deus é que o homem controle a si mesmo, pois, uma vez tendo a autoridade para regular cada um de seus dons naturais, o seu processo mental deveria estar sujeito ao poder de sua vontade. Um cristão deveria inquirir a si mesmo: “estes pensamentos são meus? É o que estou pensando? Se não são meus então deve ser o espírito maligno que é capaz de trabalhar na mente humana. A pessoa deverá concluir que uma vez não tencionando pensar e ainda assim os pensamentos continuarem, que eles não são seus, mas do espírito maligno.” (O homem Espiritual, Volume III de Watchman Nee).
Deixe-me mostrar alguns exemplos:
Graças a Deus que, à medida em que o Espírito Santo me treinava para reconhecer que aqueles pensamentos vinham de fora e do inimigo, eu comecei a ter vitória quando passei a repreendê-lo, em voz alta no nome de Jesus. Logo que percebia que os primeiros pensamentos depreciativos ou de ira à respeito de Sue começavam a surgir na minha mente, imediatamente eu dizia: “Satanás e seus demônios eu os repreendo no nome de Jesus! Não aceito esses pensamentos sobre Sue”. No mesmo instante, forçava a mim mesma para pensar numa parte da Bíblia e recitava-a em voz alta. Então, eu tinha vitória porque eu estava resistindo ao inimigo com o poder de Jesus e todo o meu relacionamento com ela melhorou consideravelmente. Quantos casamentos, famílias, igrejas e até comunidades inteiras são destruídos por essa tática simples do diabo.
6) Memorizar as Escrituras é um outro ponto muito importante.
“De que maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Observando-o segundo a tua palavra. Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti.” (Salmos 119.9 e 11).
O modo de guardar a Palavra de Deus no coração é memorizá-la. Não sou capaz de enfatizar o quanto isto é importante, acredite-me, quando se luta contra os demônios, não há tempo para ficar folheando a Bíblia. Se todas as vezes que precisar da Palavra de Deus, você tiver que abrir as Escrituras, poderá perder a própria vida ou a vida daquele por quem está lutando para libertar.
Existe um jeito fácil de memorizar as Escrituras. Separe um tempo a cada dia. No meu caso, são necessários vinte minutos ou o tempo que gasto na frente do espelho para secar meus cabelos. Escreva os versículos que você quer decorar em um cartão com cerca de 8cm x 12cm. Ao escrevê-los não se esqueça de colocar a referência antes e depois dos mesmos. Não ultrapasse o limite de dois ou três versículos em cada cartão. Então, em voz alta, repita os versos e a respectiva referência até que consiga fazê-lo, uma ou duas vezes, de olhos fechados. Por exemplo:
João 3.16- Porque Deus amou o mundo de tal maneira, que deu o seu filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. - João 3-16
Faça isso uma vez por dia, e a cada semana troque os versículos no cartão. Se fizer assim todos os dias, fielmente, durante três meses, a Escritura ficará gravada em sua mente para sempre. Logo, você constatará o Espírito Santo trazendo de volta esses versos em sua mente várias e várias vezes ao dia. Este será um jeito fácil, rápido e indolor para decorar a Palavra de Deus.
7) Autoridade. Deus sempre coloca seu povo debaixo de autoridade. Está é uma lição que devemos aprender logo, se quisermos sobreviver na guerra espiritual. A menos que estejamos dispostos a obedecer as autoridades delegadas, nunca obedeceremos, verdadeiramente, a autoridade que vem diretamente de Deus, e dessa maneira perderemos muitas batalhas porque não ouviremos e conseqüentemente não obedeceremos nosso capitão Jesus Cristo. Penso que seja sábio destacar, aqui, uma seção do livro “Spiritual Authority” (Autoridade Espiritual) de Watchman Nee, da Christian Iellowship Publishers Inc, 1972.
“Os filhos de Deus não só deveriam aprender a reconhecer a autoridade como também ter consideração por aqueles a quem são destinados a obedecer. O centurião falou ao Senhor Jesus dizendo: “Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, tenho soldados às minhas ordens...” (Mateus 8.9). Ele era, verdadeiramente, um homem que conhecia autoridade. Assim, como Deus sustenta todo o universo com sua autoridade, todos os seus filhos estão sob essa autoridade, entretanto, se um deles for independente e auto-confiante, não se sujeitando à autoridade delegada por Deus então nunca poderá se empenhar no trabalho divino sobre a terra. Cada um dos filhos de Deus deve estar sujeito à autoridade, em obediência, para que possa relacionar-se em harmonia com os outros. Embora seja triste dizer que muitos falham neste aspecto”.
Se você se sente incapaz de se sujeitar à autoridade de um chefe em seu trabalho, como então, poderia realmente se sujeitar à autoridade de Deus? Por isso também, seja cuidadoso sob a autoridade de quem você irá se colocar. Não se apresse em se tornar membro de uma determinada igreja, até que tenha absoluta certeza que é o lugar onde Deus o quer. Uma vez que estiver sob a autoridade escolhida, o próprio Deus considera a sua desobediência à ela, algo muito sério. Em resumo, se você desobedece à essa autoridade, estará dando terreno legal a Satanás em sua vida.
O mesmo se torna verdadeiro, no que se refere às mulheres. Muitas são as moças que sentem que não podem sobreviver sem se casarem. Desse modo tendem a comprometer-se com homens que se interessam por elas. Inúmeras foram as tragédias que presenciei de mulheres jovens profundamente interessadas em servir ao Senhor mas que estavam presas em um casamento em que o cônjuge não tinha o mesmo interesse. Assim, por terem se comprometido em um relacionamento dentro do matrimônio, Deus não honrará qualquer rebelião por parte delas contra o marido. Nunca serão livres para servir ao Senhor da mesma maneira como quando solteiras.
Se chegar uma época em que, para obedecer a autoridade de Deus, será preciso que você desobedeça a uma determinada autoridade governamental, então deverá estar preparado para sofrer a punição. O exemplo disso foi quando Daniel recusou-se a obedecer o decreto do rei Dario que proibia a quem quer que fosse de orar a Deus por um período de trinta dias. Entretanto, Daniel não o fez em secreto.
“Daniel, pois, quando soube que a escritura estava assinada, entrou em sua casa, e, em cima, no seu quarto, onde havia janelas abertas da banda de Jerusalém, três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer.” (Daniel 6.10).
Daniel fez a opção de obedecer a Deus e não ao governo. Mesmo assim ele agiu abertamente se dispondo a receber a punição. Deus no entanto, honrou a Daniel livrando-o dos leões que estavam na cova em que foi atirado. Muitos foram os mártires que deram suas vidas por obedecerem a Deus e não aos governos. Quantos de vocês, leitores deste livro, estariam dispostos a perderem o emprego por não consentir em parar de compartilhar o evangelho e orar no trabalho?
Recomendo, firmemente, àqueles que de qualquer modo estiverem envolvidos na batalha espiritual que leiam o livro “Spiritual Authority” (Autoridade Espiritual) de Watchman Nee.
8) Nunca subestime o poder de Satanás ou trate-o com desrespeito, e também, não pense que ele não pode ou que não está ativo em sua vida.
“Ora, estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, não só contaminam a carne, como rejeitam governo, e difamam autoridades superiores. Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: O Senhor te repreenda! (Judas versos 8 e 9).
“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (II Pedro 5.8).
Nunca se esqueça que a batalha é real. Se estiver na linha de frente é bem provável que você seja abatido. Em quase todos os desastres que presenciei, o ponto em que a pessoa, que antes lutava por Deus e de repente foi enganada por Satanás, foi a perda do respeito pelo inimigo. Não estamos dando qualquer glória ou honra a Satanás, porém, ele é um adversário astuto e é muito mais inteligente do que nós. Não se esqueça do que Deus disse quando criou Satanás.
“...Tu és o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura.” (Ezequiel 28.12).
Satanás é a mais linda e inteligente criatura que Deus criou. Não podemos esperar vencê-lo com a nossa pequena inteligência humana, ou entender suas táticas. Devemos permanecer totalmente dependentes do Senhor para revelá-las a nós. Podemos resistir e superá-lo somente através do poder de Jesus Cristo.
Quando uma pessoa deixa de respeitar Satanás, ela se torna descuidada e a porta fica aberta ao orgulho e muitos outros enganos do inimigo.
Discutiremos aqui cinco áreas de batalha. Não estamos afirmando que o que vamos dizer seja completo. Porém, o Senhor direcionou-nos a compartilhar com você o que temos aprendido até então. Também, oramos seriamente para que o próprio Senhor conduza você em todo entendimento espiritual. As áreas são: os demônios, os espíritos humanos dos satanistas, criaturas físicas como os animais malignos (a palavra “Ly canthrope” se refere apenas aos lobisomens e não a outros animais malignos), os humanos e a batalha espiritual em seu corpo espiritual.
As duas fontes especiais de instruções sobre como se luta na batalha espiritual estão nos Salmos e no livro de Josué. Qualquer arma mencionada na Bíblia está à nossa disposição para usarmos no mundo espiritual. Estude a Palavra de Deus. Tenha um caderno de anotações para escrever tudo o que o Senhor revelar a você à medida em que for lendo. Assim, você terá a informação para revê-la sempre que desejar. Do contrário, gastará muito tempo tendo que aprender de novo coisas que sabe, mas que no momento, esqueceu.
DEMÔNIOS
Os demônios são criaturas muito inteligentes. São espíritos e não possuem, normalmente, corpos físicos. Embora, possam, por um determinado tempo manifestar-se com corpos físicos que podemos ver e sentir. Eles eram anjos a serviço de Deus, e Satanás, o líder deles, era um arcanjo. Ele é uma das mais poderosas e inteligentes criaturas criadas por Deus. A inteligência humana não se compara em nada à dele. Desde a eternidade, ele escolheu rebelar-se contra o criador e tentou exaltar a si mesmo acima de Deus. Um grande número de anjos seguiram-no preferindo servi-lo do que a Deus. Estes anjos, com freqüência, são chamados de “anjos caídos” e são vários demônios. São todos mentirosos e malignos. Recebem diferentes nomes em várias partes do mundo. Possuem uma hierarquia de forças e habilidades e só podem ser derrotados com o poder de Jesus. Mesmo estando em uma notável posição de autoridade em Jesus sobre eles, devemos fazer uso dela respeitosamente. É tão extenso o número e a variedade de demônios, que não poderíamos nomear a todos. E também um mesmo demônio terá diferentes nomes dependendo da área geográfica em que estiver. O reino de Satanás é altamente organizado e muito eficiente. A Bíblia se refere aos mais poderosos, como príncipes e governadores sobre várias áreas do inundo.
Eles conhecem muito bem a Bíblia. É por isso que devemos conhecê-la no lodo. São “experts” em torcer as Escrituras para dar outro significado ao que Deus disse. Se não soubermos a Bíblia seremos presas fáceis para eles.
Não achamos necessário listar ou nomear os demônios, porque além de ser uma tarefa impossível, o Espírito Santo nos dará a sabedoria necessária, a cada vez que precisarmos de lidar com eles.
O tempo e o espaço não nos permite falar mais sobre libertação. Ficaremos apenas com os detalhes apresentados no caso de Elaine e nos outros que eu mencionei, assim como as áreas na vida de uma determinada pessoa e as portas que são abertas nas vidas de muitos. As publicações posteriores falarão muito mais à respeito e com mais detalhes.
0S ESPÍRITOS HUMANOS DOS SATANISTAS
Lidar com os espíritos dos satanistas é quase o mesmo que lidar com os demônios, exceto que é preciso lembrar, sempre, de que se trata de uma vida humana e o objetivo primário é a salvação. Aceitamos muito mais os tormentos dos espíritos humanos sem lutarmos contra, porque não desejávamos feri-los e sempre pregávamos o evangelho à eles.
Lembro-me de uma noite, pouco depois da última libertação de Elaine, de estar na cozinha lavando a louça da janta. Estava sozinha e chorava, enquanto lavava os pratos, orando ao Pai. Aquele tinha sido um dia particularmente árduo. Elaine e eu estávamos constantemente sendo atormentadas pelos espíritos dos satanistas. Nada parecia controlá-los. Éramos constantemente levantadas por essas forças invisíveis e atiradas ao chão ou contra a parede ou, quando não era assim, os objetos eram atirados em nós. Ficávamos exaustas além de espancadas. Podíamos deter os demônios simplesmente repreendendo-os no nome de Jesus. Mas, quanto aos espíritos humanos não podíamos detê-los da mesma maneira. Eu chorava diante de Deus em desespero: “Pai, por favor o que podemos fazer? Parece que minha casa tornou-se uma via pública aos poderes e espíritos malignos que desejam entrar. Tu sabes como eles estão nos atormentando. Não posso mais agüentar isso!”
Naquele exato momento, o Espírito Santo fez fluir em minha mente a estória do cordeiro da páscoa que está em Êxodo capítulo 12. Depois me disse: “Desde a morte de Jesus não há mais sacrifícios com sangue. Assim, em contrapartida, o que você diria que pode ser usado para substituir o sangue?”
“O óleo?” Perguntei.
“Muito bem!” Então o Senhor me fez lembrar de Êxodo capítulo 40 onde ele instruíra a Moisés sobre a unção com óleo.
“Ungirás também o altar do holocausto, e todos os seus utensílios, e consagrarás o altar; e o altar se tornará santíssimo.” (Êxodo 40.9).
Enquanto refletia sobre essa passagem, o Senhor mostrou-me a necessidade de pegar o óleo, ungir minha casa e santificá-la a Ele. Assim, peguei o óleo que tinha (óleo de cozinha) e passei nas portas, do mesmo modo que nos marcos e fechaduras. Passei também, nas janelas. Terminando de fazê-lo, pedi ao Senhor que santificasse a minha casa diante d’Ele e a selasse com o escudo do seu precioso sangue. Assim, deixei as portas abertas, voltei para dentro de casa e de pé no meio dela pedi ao Senhor para purificar e retirar todos os espíritos malignos que estivessem dentro dela. A mudança foi imediata e dramática. Desde aquele instante nem os demônios e nem os espíritos humanos conseguiram mais entrar.
Quando se está envolvido com trabalhos de libertação, é normal que as pessoas, constantemente, entrem e saiam de nossa casa. Algumas vezes, julgamos necessário ungi-la novamente e limpá-la ocasionalmente. Os envolvidos na guerra espiritual acharão esta atitude benéfica. O Senhor também nos ensinou que todas as vezes em que mudássemos para uma casa diferente, deveríamos andar nas bordas da propriedade e reivindicá-la para Ele, seria importante que pedíssemos que a santificasse para Si mesmo, que a selasse e a protegesse.
Se o Senhor revelar a você que está sendo afligido por um espírito humano (não apenas de um satanista mas, até mesmo de um irmão na fé que tem ódio no coração contra você), será benéfico que um irmão ou irmã unja você e ore pedindo ao Senhor uma cobertura especial, não apenas contra as forças demoníacas, mas também, contra os espíritos humanos.
Fique alerta para a possibilidade de espíritos humanos falarem e agirem através de uma pessoa ainda não liberta. No mais, o Espírito Santo dará, pessoalmente, a você a orientação apropriada para cada ocasião.
AS FERAS MALIGNAS E A MANIFESTAÇÃO FÍSICA DE DEMÔNIOS
Os vampiros e os lobisomens são conhecidos como lendas há muitos e muitos anos. Muito já se escreveu acerca deles e foram o centro de inúmeros filmes e estórias. Infelizmente, quase todo mundo acredita que eles são criaturas “simuladas” da fantasia e que quase tudo o que é dito sobre eles é inexato.
Espantem-se. Estas criaturas existem. Deixe-me definir o que quero dizer com feras malignas e vampiros. Vejamos, então, alguns versículos interessantes.
“Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe...” (Salmo 51.5).
Desde a queda de Adão, os humanos nascem pecadores e suas formas físicas são peculiarmente afetadas pela iniqüidade (iniqüidade significa maldade ou perversidade). Como conseqüência, os demônios têm grande poder sobre os nossos corpos físicos. As pessoas que são totalmente comprometidas com Satã, podem e pedem certos demônios para morarem dentro delas. Estes demônios, podem provocar tremendas mudanças físicas nos corpos em que residem. É de grande conhecimento também, que os mesmos podem dar uma força incomum. Lembre-se do endemoninhado geraseno de Lucas 8. As feras malignas são produzidas por estes demônios eles produzem as mudanças físicas no corpo da pessoa, fazendo com que a mesma fique parecida com um animal, mas com a força e características de um super humano.
São muitos os versículos que falam sobre esse assunto. Naturalmente, os termos “animais malignos” ou “feras malignas” não são usados por serem termos imparcialmente modernos. Vejamos:
“Estabelecerei paz na terra... farei cessar os animais nocivos da terra...” (Levítico 26.6).
“...enviarei para o meio de vós as feras do campo...” (Levítico 26.22).
Nestas duas referências uma distinção clara é feita entre os animais nocivos e os animais selvagens. Aqui, Deus está dizendo aos israelitas que se eles obedecessem, os seus mandamentos, Ele faria cessar da terra dos cananeus os animais nocivos, no entanto, se eles não obedecessem, Ele enviaria os animais selvagens para matá-los. Anteriormente, quando Deus dera a Moisés a lei, Ele designara certos animais puros e impuros entre os animais domésticos e entre os selvagens. Assim, os animais nocivos são claramente diferentes dos animais selvagens.
“... são meus os animais selvagens...” (Salmos 50.11).
Existem muitas referências sobre os animais selvagens pertencerem ao Senhor. Porém, o mesmo não se pode dizer quanto aos animais nocivos.
Encontramos em Ezequiel a mais interessante das passagens. Aqui, o Senhor instrui, Ezequiel para ir ao templo em Jerusalém a fim de que o mesmo pudesse ver o que estava acontecendo lá. Na época, os israelitas estavam adorando à Satanás e seus demônios e praticando todos os tipos de perversões.
“Disse-me: Entra, e vê as terríveis abominações que eles fazem aqui. Entrei, e vi; eis toda forma de répteis e de animais abomináveis, e de todos os ídolos da casa de Israel, pintados na parede em todo o redor.” (Ezequiel 8.9-10).
Na então citada referência de I Coríntios 10.19-20, fica claro que estes ídolos eram imagens de demônios que eram adorados. Acredito que os desenhos vistos por Ezequiel não eram apenas de demônios mas, também, das feras malignas. Israel estivera no Egito por mais de quatrocentos anos antes dessa época. Os hieróglifos encontrados no Egito contém desenhos de criaturas meio homem, meio animal. Neles destacam-se os de corpos humanos com cabeças de lobo. Vários versículos mostram que os Israelitas praticavam as tradições egípcias do mesmo modo que as formas de adoração.
No Novo Testamento são encontrados referências a esses animais nocivos:
“Foi mesmo dentre eles, um seu profeta que disse: Cretenses, sempre mentirosos, feras nocivas, ventres preguiçosos. Tal testemunho é exato.” (Tito 1.12-13a).
“Como Sodoma e Gomorra e as cidades circunvizinhas que, havendo-se entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição. Ora, estes, da mesma sorte, quais sonhadores alucinados, não só contaminam a carne, como rejeitam governo, e difamam autoridades superiores. Contudo, o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não se atreveu a proferir juízo infamatório contra ele; pelo contrário, disse: o Senhor te repreenda! Estes, porém, quanto a tudo o que não entendem, difamam; e, quanto a tudo o que compreendem por instinto natural, como animais irracionais, até nessas cousas se corrompem. Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim e, foram levados pelo engano do prêmio de Balaão [o erro de Balaão era a adoração a demônios, especialmente Baal]” (Judas 7-11).
Existe uma passagem idêntica em II Pedro 2.10-12. Em Judas 7-11 podemos ver como os homens são corrompidos e transformados em animais pela perda do respeito e pela associação e adoração aos demônios. É clara a referência à corrupção da carne e uma alusão à “carne estranha” (“outra carne”). Devemos buscar a sabedoria do Senhor para entendermos tudo o que está escondido nas Escrituras. Acreditamos que estes versículos fazem referência ao fenômeno de seres humanos literalmente transformados em animais nocivos. Essa transformação provoca uma mudança física temporária.
A maioria das pessoas considera os lobisomens, vampiros e zumbis como pura fantasia. Os cristãos precisam entender, que Satanás e seus servos lidam seriamente com eles e, que eles realmente existem. A atividade satânica na Idade Negra era intensa, porque a luz do evangelho de Jesus estava quase extinta. A prática da feitiçaria estava desenfreada durante aquela época, até que Deus trouxe a Reforma e o evangelho foi pregado novamente. Os únicos relatos precisos que fomos capazes de encontrar acerca da existência desses animais malignos foram as traduções dos escritos de uns poucos cristãos da Alemanha durante o início da Reforma. Nosso Senhor Jesus Cristo disse que, nos últimos dias antes de sua volta, o mau iria aumentar tremendamente, muito mais do que na Idade Negra. Satanás se move com agilidade e estamos para ver mais e mais as manifestações de seu poder. A explosão de filmes sobre o oculto (filmes de terror), o rock, jogos e literaturas, as religiões orientais e os cristãos mornos dão-nos a indicação do fim dos tempos.
“Porque nesse tempo haverá grande tributação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, e nem haverá jamais. Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados. Então se alguém nos disser: Eis aqui o Cristo! Ou: Ei-lo ali! Não acredites; porque surgirão falsos cristos e falsos profetas operando grandes sinais e prodígios para enganar, se possível, os próprios eleitos.” (Mateus 24.21-24).
Vejamos um pouco do que se sabe sobre esses animais malignos especialmente os lobisomens. Em primeiro lugar, é dito que se uma pessoa for mordida por um lobisomem, ela se tornará um deles. Sinto que isso está completamente errado. A Bíblia indica que, para uma pessoa ser afetada à esse nível, ela deve estar em um relacionamento com os demônios que é proibido por Deus. Por outro lado, de minha própria experiência e pela experiência de outros, é pouco provável que uma pessoa seja mordida por um lobisomem. Porque o que estes demônios humanos desejam é a destruição dos outros. Se chegarem perto de uma pessoa, o bastante para mordê-la, o mínimo que farão será rasgá-la ao meio. Não se contentarão com uma simples mordida. Satanás os usa para a disciplina. Penso que irão se multiplicar demasiadamente na grande tribulação.
Uma outra crendice a respeito dos lobisomens que considero falsa, é a seguinte: eles se transformam em animais apenas à noite e quando é lua cheia. Posso afirmar que isso é falso porque eu, pessoalmente, encontrei um lobisomem durante o dia e não era época de lua cheia.
A pergunta chave aqui, é: como podemos, efetivamente, lutar contra estas criaturas? E a resposta hão poderia ser outra: no nome e no poder de Jesus Cristo. Até a presente data, não tenho conhecimento da libertação de nenhum deles. Contudo, o trabalho de Cristo na cruz foi tão perfeito que estou segura de que se a pessoa envolvida estiver disposta a sacrificar a própria vida, poderá obter a libertação. Estas pessoas entregaram seus corpos a tal ponto para serem controlados pelos demônios que, se não for por um milagre absoluto do Senhor, duvido que estes demônios possam ser expelidos sem resultar na, morte das mesmas.
Como já mencionei, eu mesma me encontrei frente a frente com um lobisomem. Talvez seja útil descrever essa experiência. Certa vez, na penumbra do anoitecer eu estava indo do meu consultório para o hospital para ver um paciente que tivera piora do quadro clínico. Estava sozinha no carro e dirigia por um trecho isolado numa estrada do campo onde não havia casas e nem construções num raio de, pelo menos, uma milha. De repente, cerca de um quarteirão à minha frente, um enorme lobisomem saltou para o meio da estrada. Quando cheguei mais perto, ele ergueu-se firmando nas pernas traseiras. Coloquei o pé no acelerador com a intenção de desviar-me dele, mas, o carro não respondeu. A despeito de todas as orações e tentativas com o motor ainda funcionando, ele não andava. Fiquei assentada, olhando aterrorizada, para aquela horripilante criatura que eu nunca tinha visto. Senti-me como que estivesse afogando no poder maligno que irradiava dele. Ele voltou a cabeça para trás e soltou um som terrível de um uivo que nunca esquecerei.
A seguir olhando-me diretamente nos olhos disse: “Você, não pode ir a lugar algum. Veja, eu parei o seu carro e não há nada que você possa fazer. Agora terei o maior prazer de rasgar a sua garganta e beber o seu sangue. Você já interferiu demais com Satanás; vou puni-la e você não pode resistir o meu poder.” Com um rosnado profundo ele parou de falar e saiu da frente do carro em direção à minha porta.
O temor me envolveu. Contudo, eu estava certa de que deveria resistir porque sabia que não era da vontade de Deus a minha morte. Naquele momento ele me dissera que havia muito trabalho para fazer, três anos antes durante a doença que quase me matara. Assim que tomei a decisão de ficar firme, o Espírito Santo fez fluir dentro de minha alma a calma, a paz e a força. Também, falou-me que o lobisomem estava tentando amedrontar-me para que eu entrasse em pânico e corresse. Se eu o fizesse ele seria capaz de me matar.
Respirando fundo, estendi a mão direita na direção d’Ele e gritei: “Pare! No nome de Jesus, pare! Servo tolo de Satanás! Sou serva de Jesus Cristo que é Deus altíssimo e não é a vontade d’Ele que eu morra agora. Você não pode me locar porque ainda tenho trabalho a fazer.” No mesmo momento, o lobisomem ficou parado em suas patas traseiras, rosnando e furioso, incapaz de se mover.
Apontei novamente para ele e disse, olhando diretamente em seus olhos: “No nome de Jesus ordeno que você saia do meu caminho e se vá. A hora da minha morte ainda não chegou. Agora, vá!”, ele uivou mais uma vez e ficando novamente de quatro saiu da estrada desaparecendo no meio de uma plantação de milho.
Eu tremia tanto e ao mesmo tempo estava aliviada que mal conseguia dirigir. Porém, quando o meu carro ganhou velocidade eu dirigi louvando o Senhor por mais uma vez: “... estender a mão contra a ira dos meus inimigos.” (Salmos 138.7). Parei uma milha depois e tive “uma crise de nervos” antes de chegar ao hospital.
Muito se escreveu sobre os diversos métodos para matar os lobisomens enquanto estes estiverem na forma de lobos. Eu nunca consideraria tais métodos porque eles implicam na morte de pessoas de quem a salvação é o mais importante para mim. E também, uma pessoa assim, depois de morta, volta à forma humana porque o demônio deixa o corpo e isto causaria uma situação extremamente complicada porque: quem iria acreditar que um morto, quando vivo, tinha outra forma? Assim, o matador seria, certamente acusado de assassinato.
Os vampiros também existem. Este também é um termo, relativamente, moderno. Essencialmente, o vampiro é um pessoa que bebe sangue. O vampirismo cresce a cada dia entre as estrelas do rock e de seus adeptos. Existem muitas canções sobre o assunto. O ato de beber sangue no palco durante as apresentações é comum para essas estrelas. Assim, como o fato de exibirem a alteração no formato dos dentes que se tornam pontiagudos. Recentes publicações de shows mostram o cantor Dee Snider do grupo de rock “Twisted Sister” exibindo dentes pontiagudos na frente da boca. Vejamos um fascinante versículo que fala a respeito.
“Acha-se a minha alma entre leões, ávidos de devorar os filhos dos homens; lanças e flechas são os seus dentes...” (Salmo 57.4).
Ao lembrar que a maioria dos escritos de Davi, nos Salmos, dizem respeito à batalha espiritual e o fato de que sua alma, e não o corpo, estava sendo atacada, fico me perguntando se ele não estaria se referindo às pessoas habitadas pelos demônios do vampirismo.
Novamente, o que dizem a respeito deles não é verdade. Na realidade, agem durante o dia, não precisam dormir em um caixão, etc. Pessoalmente, nunca encontrei um vampiro. Entretanto, conversei muito com pessoas que afirmam tê-los encontrado. Nestas situações, também, devemos nos firmar no poder e autoridade de Jesus Cristo.
Os demônios podem se manifestar numa forma física. As formas variam desde a extrema beleza à feiúra horripilante. Eles também podem se manifestar com a aparência perfeita de um ser humano. Os satanistas os chamam de “changelings”, “incubi” ou “dopple-gangers.” O dicionário assim define: Os “changelings” são supostas crianças que nas estórias são deixadas pelas fadas no lugar de outra que elas roubaram. Um “dopple-ganger”é o espírito de uma pessoa viva que tem a mesma aparência física dela. Os “incubi” são demônios que adotam uma forma masculina geralmente humana, a fim de ter relações sexuais com mulheres.
A BATALHA FÍSICA
Não posso dizer muito sobre os inevitáveis conflitos que você terá com as pessoas como resultado de seu envolvimento na guerra espiritual. Peça ao Senhor para ensiná-lo a ouvir claramente a voz d’Ele. E, quando a ouvir obedeça, não se importando com o quanto isso possa parecer ridículo no momento. A fé, seguida da obediência imediata, são chaves fundamentais.
Nunca me esquecerei de uma tarde, no mês de julho, logo depois da libertação final de Elaine, quando cheguei em casa depois do trabalho. Entrei e deixei algumas coisas lá. Como ainda tivesse quarenta e cinco minutos antes de pegar Elaine no trabalho, decidi ir até à mercearia. Voltei depois de vinte minutos e, quando coloquei a chave na fechadura da porta da frente, o Espírito Santo fez passar rapidamente no meu espírito e mente a palavra “não!” Olhei em volta e tudo parecia estar em paz. Os pássaros chilreavam, a brisa levava as folhas das árvores e os meus dois gatos dormiam no balanço da varanda. Olhei para a janela perto da porta mas não pude ver nada incomum.
“Devo estar louca!” Pensei. “Não devo ter ficado fora de casa mais do que vinte minutos e o dia ainda está claro.” Imediatamente, ouvi novamente a mesma ordem: “Não!”
“Mas Senhor!” Eu disse. “Estou com sorvete e ele vai derreter nesse calor!” “Não entre.” Foi a última ordem. Depois, silêncio. Sabia no íntimo que Ele não a repetiria para mim. Ele nunca discute conosco. Assim, dando de ombros, virei-me e voltei para o carro. Estava treinada o bastante para não desobedecer. Fui buscar Elaine no trabalho e uma hora e meia depois nós e o sorvete derretido entramos em casa. Descobrimos, então, que os fundos da mesma tinham sido vasculhados! Quem quer que seja que o tivesse feito, estivera lá no exato momento em que o Espírito Santo me impedira de entrar. Juntas, louvamos ao Senhor pela orientação que Ele me dera. Se eu tivesse entrado, com certeza teria morrido. No mais, poderia citar inúmeras outras experiências. Mas, acredito que o Senhor guiará você em tudo.
Seja cuidadoso com todos. Não confie em ninguém até que tenha tido tempo suficiente para conhecê-lo bem. Verifique como são os frutos e a vida cristã do mesmo. Espere até que tenha completa paz no espírito e no coração vindos do Senhor para poder confiar em alguém. Ore, constantemente, pedindo ao Senhor para revelar a você, os servos de Satanás, assim como as suas mentiras. Não devemos nunca subestimar Satanás. Somente o Senhor poderá revelar-nos a suas armadilhas,
A BATALHA NO MUNDO ESPIRITUAL
Esta área já foi discutida no capítulo 14. Mesmo assim, como todas as outras áreas de batalha, os oito passos discutidos no início deste capítulo se aplicam muito bem aqui.
DESTRUIÇÃO DAS IGREJAS CRISTÃS
Elaine:
Nos anos em que estive na Irmandade, fui cuidadosamente treinada, e também treinei outros para se infiltrarem e destruírem as igrejas cristãs. O objetivo de Satanás é fazer com que cada igreja fique parecida à igreja de Laodicéia, que é descrita por nosso Senhor Jesus Cristo em Apocalipse 3-15-16:
“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio, ou quente! Assim, porque és morno, e nem és quente nem frio, estou aponto de vomitar-te da minha boca.”
Igrejas cheias de membros passivos que não se incomodam em estudar a Bíblia e que mesmo “tendo forma de piedade, negam, entretanto, o poder...” Como é descrito em II Timóteo 35, não são ameaça a Satanás.
Estamos falando de um oitavo ponto básico do plano de ataque que poderia ser adaptado à qualquer denominação em que fôssemos enviados. O fato de satanistas do mais alto nível freqüentarem igrejas evangélicas, não deveria ser surpresa para ninguém. Quero dizer, para ninguém que tira tempo para ler a Palavra de Deus. Nós os cristãos somos devidamente avisados de que os ataques de Satanás virão das próprias igrejas, especialmente em épocas de prosperidade.
Quando Paulo estava se despedindo dos anciãos de Éfeso, deu-lhes este aviso:
“Agora eu sei que todos vós, em cujo meio passei pregando o reino, não vereis mais o meu rosto. Portanto eu vos protesto, no dia de hoje, que estou limpo do sangue de todos; porque jamais deixei de vos anunciar todo o desígnio de Deus. Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a Igreja de Deus, a qual Ele comprou com o seu próprio sangue. Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que, por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um.” (Atos 20.25-31).
“Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar; porque o próprio Satanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras.” (II Coríntios 11.13-15).
“Pois, certos indivíduos se introduziram com dissimulação, os quais, desde muito, foram antecipadamente pronunciados para esta condenação, homens ímpios, que transformam em libertinagem a graça de nosso Deus, e negam o nosso único e Soberano Senhor, Jesus Cristo” (Judas 4).
Podemos comparar claramente, de acordo com estes versículos, que os ataques de Satanás virão das nossas próprias igrejas. Não estamos tentando começar uma caça às bruxas ao contrário é nosso desejo mostrar a você as principais táticas usadas por Satanás para que você possa parar tais atividades em sua própria igreja. Cada indivíduo é responsável diante de Deus para ser vigilante e alerta, assim como, para ler e estudar fervorosamente a Palavra de Deus (a Bíblia) e para, cuidadosamente, ouvir o que está sendo ensinado na igreja. Qualquer ensinamento que não concordar com a Palavra de Deus deverá ser desafiado, não importando quem o estiver ensinando. Porém, o desafio deve ser feito em amor de modo gentil mas firme. Paulo deu um conselho muito bom a Timóteo sobre esse assunto:
“Não repreendas ao homem idoso, antes exorta-o como a pai; aos moços como a irmãos.” (I Timóteo 5.1).
A palavra “exortar” significa pedir seriamente, implorar com respeito. Nunca se esqueça que Jesus ama a essas pessoas e que Ele morreu por elas da mesma forma que morreu por mim e por você. O propósito aqui não é expô-las, mas controlá-las e salvá-las.
Por favor, não se esqueça da minha própria experiência. Na pequena igreja que eu fôra enviada para destruir, sabiam que eu era uma bruxa. No entanto, não me expuseram publicamente ou sequer me desafiaram.
Se o tivessem feito eu poderia ter morrido. Ao contrário, me amaram, e me controlaram a fim de que eu não pudesse infiltrar uma doutrina destrutiva. Por fim, oraram por mim até que finalmente fui salva.
Apresento, agora, os oito pontos básicos de ataque ensinados por Satã a seus servos para serem usados na destruição das igrejas de Cristo.
1) Profissão de Fé.
Em primeiro lugar um satanista deve fazer uma “profissão de fé”. É preciso que eles ou elas, finjam ser salvos para ganharem a credibilidade junto à igreja. Nas igrejas em que são feito apelos, a pessoa vai à frente, normalmente até com lágrimas nos olhos, fingindo ter sido salva. Se a igreja for renovada ou carismática em que é dado grande ênfase ao dom de línguas, o satanista falará em línguas. Isto não é problema, porque os demônios podem falar em línguas facilmente. Lembra-se de quando eu era habitada por Mann-Chan? Conseguia comunicar-me facilmente com personalidades estrangeiras na própria língua deles de modo fluente. É por isto que Deus dá importante ênfase na interpretação.
“...quando vos reunis, um tem salmo, outro doutrina, este traz revelação, aquele outra língua, e ainda outro interpretação. Seja tudo feito para edificação. No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou quando três, e isto sucessivamente, e haja quem interprete, mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus.” (I Coríntios 14.26-28).
Infelizmente, muitas igrejas estão sendo prejudicadas por não dar ouvidos à essa pequena advertência. Nos cultos e nas reuniões de oração as pessoas oram e falam em línguas ao mesmo tempo sem se preocuparem com a interpretação. Os satanistas tiram grande proveito disto. Durante o tempo em que servi a Satanás eu falava em línguas regularmente nos cultos e nas reuniões em que freqüentava. O mesmo faziam os outros satanistas com quem eu trabalhava. Pasme! Ninguém interpretava. Estávamos amaldiçoando o pastor, a igreja, os membros e Deus. Mesmo assim, ninguém sabia! Orientamos sempre às igrejas para prestarem atenção à este fato. Quando você se reunir em grupo fale em línguas como a Bíblia orienta. Se assim proceder, estará dando um grande passo em resguardar-se dos ataques de Satanás.
As igrejas também desconsideram os três versículos a seguir:
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito: Antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: Todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem, e presentemente já está no mundo.” (I João 4.1-3).
“Respondeu ele: Vede que não sejais enganados; porque muitos virão em meu nome...” (Lucas 21.8).
“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz.a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.” (Mateus 7.21-23).
Esta parece ser uma das áreas de maior confusão entre os cristãos. Os satanistas podem e fazem uso do nome de Jesus. Podem pregar e ensinar acerca d’Ele e usar o Seu nome nas orações, etc. Os versículos mostrados em Lucas e Mateus, claramente, ensinam sobre isto. A única coisa que não podem fazer é passar no teste de I João 4. Eles não podem olhar dentro de seus olhos e dizer: “Jesus Cristo que é Deus, que veio em carne, morreu na cruz e ao terceiro dia ressuscitou e agora está assentado à mão direita de Deus Pai; este Jesus é o meu Senhor e Salvador e Mestre.” Ah! Mas eles podem dizer “Jesus salva-me”. Contudo, de qual Jesus estarão falando? O próprio Jesus falou que muitos viriam no nome d’Ele. Eles também conseguem ler ou repetir uma confissão ou profissão de fé em Jesus Cristo. Eles podem e lêem a Bíblia. Se perguntar a eles se o Jesus Cristo que veio em carne é Salvador deles, poderão mentir e responder “sim”. Porém, não podem, com a própria boca, fazer a declaração mencionada anteriormente (o teste de I João 4). Queridos irmãos e irmãs em Cristo, Deus deu-nos um teste. Façamos uso dele.
2) Adquirir credibilidade
Os satanistas adquirem credibilidade junto às igrejas de muitas maneiras. Depende da particularidade de cada igreja. São freqüentadores assíduos e pode-se contar com eles para ajudar em quaisquer projetos porque estão sempre dispostos. Não só conseguem credibilidade desse modo, como também conseguem conhecer a igreja e seus membros. Aí, não se leva muito tempo para descobrir quem está e quem não está verdadeiramente comprometido com Cristo.
O dinheiro é uma grande arma. Se a igreja for grande e rica, eles contribuem regularmente e, gradualmente, aumentam a contribuição até se tornarem um dos principais suportes financeiros. Nas igrejas pequenas em que os membros, em sua maioria, são pobres, eles não fazem alarme com somas exorbitantes em dinheiro, mas gradualmente e, cuidadosamente, aumentam as contribuições até que os programas se tornem dependentes de seus suportes financeiros. Naturalmente que a Irmandade providencia o dinheiro que eles dão. E o dinheiro, é claro, fala! Infelizmente isto é verdade até em nossas igrejas cristãs. Por isso, você, raramente, encontrará pessoas pobres na diretoria de uma igreja.
3) Destruir a base da Oração
“Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito, e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos.” (Efésios 6.18).
Um dos mais simples e importante alvo de Satanás é afastar a oração da igreja. São tantos os versículos acerca da oração que não conseguiríamos listar todos. Uma igreja forte é uma igreja que ora. A oração, requer autodisciplina, mas infelizmente a maioria dos cristãos gastam muito pouco tempo em oração. Deixe-me contar a você uma história de como um satanista destruiu o poder da igreja em que fui liberta. Rebecca e eu estamos de coração partido pelo que aconteceu, mas não conseguimos que os líderes daquela igreja nos ouvissem.
Pouco depois de ficar completamente liberta, ficamos horrorizadas ao vermos que o sacerdote superior da enorme e poderosa assembléia da cidade em que nossa igreja estava localizada começou a freqüentá-la. Eu o conhecia muito bem, assim como sua família, enquanto estive no satanismo. Ele, pessoalmente, já havia ameaçado tanto a mim como a Rebecca em mais de uma ocasião. Em dois anos, ele e seus colaboradores destruíram completamente aquela maravilhosa e poderosa igreja. Muitas foram as vezes em que, com lágrimas, suplicamos ao pastor e aos anciões para que fizessem parar o que estava acontecendo com a igreja, mas não nos ouviram. Não podíamos acusar “Roy” (esse não é o nome real dele) de ser um satanista porque, naturalmente, não tínhamos prova. Seria a nossa palavra contra a dele. Mesmo assim, tentamos mostrar ao pastor e a um casal de anciões em mais de uma ocasião que os frutos da vida de Roy não condiziam com a Bíblia. Eis o que ele fez: Roy era muito rico. Tornou-se membro da igreja pouco depois de começar a freqüentá-la. Afirmava ser profundo conhecedor da Bíblia e de fato, o era. Contribuía com somas enormes de dinheiro, comparecia a todas as reuniões e atividades e juntou-se ao coro.
Na época, nossa igreja tinha uma poderosa reunião de oração toda quarta-feira à noite. Todas as semanas de duzentas a trezentas pessoas freqüentavam a reunião e oravam como um só corpo. As nossas reuniões de oração eram tão poderosas que o Espírito Santo, literalmente, sacudia aquela construção. Aquelas pessoas levavam muito a sério a oração.
Então, como era de se esperar, a igreja começou a experimentar um tremendo crescimento. Em menos de um ano o número de membros passou de trezentos para mais de mil. Um crescimento desses em tão curto espaço de tempo é muito perigoso para qualquer igreja. Nem o pastor e nem os anciões já não eram capazes de conhecer cada membro pessoalmente. Ao invés de dividirem a igreja em uma filial para manter um número de membros que pudesse ser acompanhado mais de perto, eles aumentaram a construção da igreja, e esta continuou crescendo. Todos pensavam que estavam sendo ricamente abençoados por Deus, e estavam, entretanto, muitos dos recém-chegados eram satanistas fazendo-se passar por cristãos.
Por menos de seis meses após ter-se juntado à igreja, Roy foi à frente e disse que Deus pusera em seu coração um peso muito grande pela América. Ele disse que Deus queria que os homens da igreja começassem a vir uma vez na semana à noite para passarem uma hora em oração pelo nosso país. Ele se dispusera a liderar o grupo. Todos pensavam que aquilo fosse maravilhoso e Roy ganhava credibilidade junto à igreja. Em dois meses, já era um ancião, e, pouco depois, foi eleito para a junta de diretores da mesma.
Quatro meses depois de ter estabelecido o grupo de “oração para a América”, ele lançou seu segundo passo no ataque. Ele, a esposa, e cerca de vinte membros do coro, disseram comovidos ao líder do mesmo que deveriam parar de ensaiar porque “passavam muito tempo longe de suas famílias”. Disseram também que estavam sobrecarregados de ter que participar dos ensaios toda quarta depois da reunião de oração. Não é necessário dizer que o líder do coro arranjou com os anciões para que o ensaio do mesmo fosse realizado no mesmo horário que a reunião de oração, e naturalmente que, eles, os cantores, fariam a reunião de oração deles logo depois do ensaio. Essa tática funcionou muito bem. Os anciões concordaram e os vinte cantores jubilaram. A primeira parte do plano foi um sucesso. O coro e uma significante parte dos membros da igreja, não estavam mais orando, e nem se beneficiando com as poderosas reuniões de oração. A maioria dos outros membros da igreja, começaram a questionar se a reunião de oração era mesmo tão importante afinal de contas.
Cerca de um mês depois da vitória com o coro, o próximo ataque de Roy foi numa reunião com os anciões e a junta de diretores. Ele disse a eles que, devido ao rápido crescimento da igreja, não havia tempo disponível para ser gasto no ensino individual de como crescer no Senhor e de como compartilhar o evangelho a outros. Acrescentou que a escola dominical era insuficiente para fazer o trabalho e que as pessoas não mais conheciam umas às outras como quando a igreja era menor. Até aí, todas essas observações eram válidas. No entanto, a solução apresentada por ele, era parar o enorme e unificado grupo de oração e dividi-lo em “pequenos grupos de discipulado” onde as pessoas poderiam ser “individualmente ensinadas” a “como crescer e evangelizar” e no mais poderiam conhecer melhor umas às outras. Assim, o pastor, os anciões e a diretoria engoliram a isca, a linha e afundaram.
A reunião de oração foi dispersa e os pequenos grupos de discipulado foram formados. Naturalmente, que Roy foi encarregado de formá-los, e as pessoas escolhidas por ele para liderar os grupos eram, principalmente, satanistas. Assim, a oração e o poder daquela igreja foram destruídos!
Fomos, Rebecca e eu, ao pastor e aos anciões, com lágrimas e dissemos que as poderosas reuniões de oração constituíam a espinha dorsal da igreja. Eles se recusaram a nos ouvir. De cada um escutávamos a mesma desculpa: “Roy é o primeiro a saber da importância da oração, não se esqueçam de que foi ele quem começou o grupo de oração pela América”.
Pouco depois, muitos dos cristãos fervorosos na igreja, rapidamente começaram a freqüentar outras igrejas. Em um ano a igreja já estava uma bagunça. O pastor ficou desencorajado e saiu, os anciões também fizeram o mesmo. Por fim, o poder da igreja tinha acabado.
Você compreende como isto é fácil? Está acontecendo ou já aconteceu o mesmo com a sua igreja? Por favor não a abandone! Fique e enfrente Satanás! Insista com a oração em sua igreja.
4) Rumores
Uma vez que a base da oração esteja destruída, os satanistas ficam livres para fazerem o que quiserem. Uma das coisas mais fáceis a fazer são os rumores. A fofoca é uma das principais armas de Satanás. Pouquíssimas pessoas são fortes o bastante para não passar adiante um comentário. Os satanistas podem, facilmente, destruir a credibilidade de um pastor e de cristãos verdadeiros numa igreja, através de rumores.
Insistimos com os líderes de igrejas a que sejam extremamente cautelosos. Nunca vá sozinho à casa de um membro do sexo oposto para aconselhar ou ajudar. Poderá ser facilmente incriminado, mesmo que não tenha feito algo inconveniente ou errado. Quem poderá prová-lo? As carreiras de muitos pastores foram destruídas por atitudes assim. I Tessalonicenses 522 diz “Abstenhai-vos de toda a aparência do mal.” Cada cristão deveria cuidadosamente seguir este versículo.
5) O Ensino e a mudança de doutrinas.
Os satanistas sempre cobiçam posições de mestres nas igrejas, e podem fazer tremendos estragos nestas posições. Você sabe até que ponto os seus professores de escola dominical estão compromissados com o Senhor? Você sabe com certeza o que realmente eles ensinam a seus filhos? Ou qualquer pessoa serve para essa tarefa? Eu ensinei em uma escola dominical de uma enorme igreja carismática em minha cidade durante muitos anos, além de dirigir e ensinar o coro de jovens, e tudo isso, ao mesmo tempo em que servia a Satanás. O meu coração fica partido quando penso na vida de muitos jovens que destruí ao recrutá-los para o satanismo através daquelas classes, assim como o tempo que gastei e não os ensinei o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo.
Não se engane. Nas maiores e mais ricas igrejas de nosso país, há um número considerável de ministros que são satanistas. A influência deles é muito grande e conseguem fazer grandes estragos porque os cristãos são preguiçosos para estudar a própria Bíblia e checar o que eles ensinam.
São três as áreas básicas em que ensinam.
Fazem da oração um procedimento muito complicado. Ensinam que há inúmeros passos que um crente deve tomar para certificar-se de que está em um relacionamento “correto” com Deus antes de obter qualquer poder pela oração ou, até mesmo de ser ouvido pelo Senhor. Eles usam e torcem muitos versículos para legitimar suas falsas doutrinas. Os membros leigos são desencorajados da oração porque a mesma é apresentada como um fardo, e, muito complexa. No entanto, nós encorajamos a todos a estudarem Hebreus 4.14-16:
“Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, antes foi ele tentado em todas as cousas, à nossa semelhança, mas sem pecado. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, afim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.”
“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (II Timóteo 3.12).
Note que aqui, não são feitas limitações ao tipo de perseguição que o cristão deverá sofrer. Pode ser financeira, física ou emocional.
“Não se deve julgar a ninguém”. Os satanistas protegem a si mesmos com esta doutrina e os cristãos passivos não querem “ficar no calcanhar de ninguém”. Assim, os servos de Satanás não são perturbados e nem suas vidas são investigadas.
6) A quebra da Unidade Familiar
Satanás sabe que se ele for bem sucedido em quebrar a unidade familiar, a unidade da igreja será afetada assim como a da nação. Assim, eles trabalham firmes para separar as famílias. Iniciam todo o tipo de atividades para adolescentes, escolas e pré-escolas para as crianças. Desenvolvem programas separados para as mulheres e para os homens e da mesma forma procuram manter os pais separados o quanto for possível.
As crianças precisam ouvir os sermões e participar de reuniões de orações, assim como seus pais. Por toda a Bíblia, o princípio da aprendizagem junto aos pais, é mostrado. Elas aprendem a respeitar a Deus e a igreja quando ouvem atentamente os sermões. Imediatamente após os programas, que são preparados para os jovens separando-os das principais reuniões da igreja, eles perdem o respeito pelo pastor e pela igreja. Eles não “são obrigados a sentar e ouvir o pastor porque este é tão aborrecido!” Esta é a atitude que rapidamente desenvolvem. Não seria a melhor maneira para as crianças aprenderem a orar estando juntos a seus pais? Os maridos e as esposas também são alvos de Satanás. Nos dias atuais em que o divórcio está “tão em moda”, os casais precisam passar tempo juntos para permanecerem unidos. Separar o marido da mulher para outras atividades, como por exemplo retiros, é um grande passo para prejudicar-lhes o relacionamento.
7) Parar todo o ensino apurado contra Satã
“Para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não lhe ignoramos os desígnios.” (II Coríntios 2.11).
“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu, te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos.” (Oséias 4.6).
“Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar.” (IPe5.8).
“O julgamento é este: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más.” (João 3.19).
Um dos maiores alvos de Satanás e seus servos é evitar qualquer ensino acerca de si mesmos ou sobre suas atividades. Fica mais fácil camuflá-las se as pessoas continuarem na ignorância. Aos satanistas é sempre ordenado prevenir qualquer ensinamento sobre Satanás nas igrejas em que freqüentam
As desculpas são muitas, dizem que qualquer ensino sobre Satã dá a glória para ele, tira a atenção das pessoas de Deus, faz com que elas se voltem para Satanás, etc. A Palavra de Deus, no entanto, ensina muito a respeito do nosso inimigo e mostra que se formos ignorantes a respeito dele, ele, com certeza, terá vantagem sobre nós.
Um simples encantamento de um satanista poderoso designará um demônio a cada pessoa que freqüenta a mesma igreja que ele. O propósito do demônio é manter guarda, e no instante em que alguém disser qualquer coisa sobre Satanás ele irradiará pensamentos para a mente da pessoa a fim de que esta não ouça o que está sendo dito.
Seja cauteloso! Os membros que reclamarem dos ensinamentos a respeito de Satã e suas táticas poderão, provavelmente, ser satanistas.
8) Ataques de bruxaria especialmente enviados aos membros líderes de Igrejas
Esta é uma outra razão porque a oração é tão importante. Tanto os pastores, como os líderes ou aqueles que estão empenhados numa batalha espiritual, sofrerão ataques de baixaria.
Serão tremendamente afligidos por toda a sorte de enfermidades, dificuldades na concentração, confusões, fadigas, dificuldades para orar, etc. Os líderes devem ser sustentados pela oração e intercessão dos membros da igreja. Uma vez que esta base não exista, os pastores e seus colaboradores passam a enfrentar estes ataques e em muitos casos são vencidos. É por esta razão que Paulo sempre pedia, no final de suas cartas, as orações de seus irmãos na fé.
O Incrível número de cristãos passivos, frios e “mortos”, hoje em nossa terra serve de testemunho para mostrar o sucesso das táticas cuidadosamente planejadas por Satanás. A nossa oração é que todos os cristãos que lêem estas palavras, procurem o Senhor em oração, buscando orientação de como lutar e enfrentar tais ataques em suas próprias igrejas.
Rebecca:
Tanto é debatido, como é mal entendido o assunto sobre as doenças demoníacas que afligem o corpo humano. Não estou tentando, aqui, estabelecer debates, porque sei que é impossível. Como médica, desejo apresentar a você, leitor, alguns versículos e as experiências que tive nesta área. Quero dividir com você o que o Senhor me ensinou sobre o problema. Estou consciente de que alguns líderes ensinam que todas as doenças físicas são resultados direto de infestação demoníaca e que a única cura é através da libertação. Outros, porém, partem para o extremo dizendo que cristãos não podem ser tocados por demônios.
Sendo médica, me regozijo ao ler o livro de Lucas, vejo nele muitas áreas que foram escritas sob o ponto de vista de um médico. Ele é cuidadoso para mostrar diferenças nas áreas sobre enfermidades que os outros autores não tiveram a mesma preocupação. Vejamos o que diz a Palavra de Deus:
“E, [Jesus] descendo com eles, parou numa planura onde se encontravam muitos discípulos seus e grande multidão do povo, de toda a Judéia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidom, que vieram para ouvi-lo e ser curados de suas enfermidades; também os atormentados por espíritos imundos eram curados.” (Lucas 6.17-18).
Verifique que aqui é feita uma distinção clara de doenças que foram curadas e de outras que também foram curadas como resultado da saída de demônios.
“Naquela mesma hora curou Jesus a muitos de moléstias e flagelos e de espíritos malignos; e deu vista a muitos cegos.” (Lucas 7.21).
Novamente, neste versículo, podemos ver a mesma distinção sendo feita. Lucas mostra, neste dois relatos que algumas doenças são puramente físicas e outras, são causadas por demônios.
“Quando se ia aproximando, o demônio o atirou no chão e o convulsionou; mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou a seu pai.” (Lucas 9.42).
“Deixando ele a sinagoga, foi para a casa de Simão. Ora, a sogra de Simão achava-se enferma, com febre muito alta; e rogaram-lhe por ela. Inclinando-se ele para ela, repreendeu a febre, e esta a deixou; e logo se levantou, passando a servi-los.” (Lucas 4.38-39).
As expressões em destaque, mostram claramente a diferença. No primeiro caso, Jesus curou ao expulsar o espírito imundo. Já no segundo, Ele curou expulsando a febre física.
Os demônios podem e causam doenças, contudo, nem todas as doenças são demoníacas, embora uma quantidade significativa seja. Devemos lembrar que, tanto a morte física, como a espiritual, foram resultado da queda de Adão. A alteração em nossos corpos físicos causada pelo pecado, torna-nos vulneráveis à uma série de doenças físicas. O Senhor me ensinou muito sobre esse assunto. Os demônios são “experts” em manipular bactérias e vírus e colocá-los nos corpos humanos, mas eles também podem afetar o corpo diretamente. Eles podem prejudicar um corpo ao nível molecular. Podem causar um estrago devastador a vários órgãos sem alterar o aspecto das estruturas celulares quando vistas por nossos microscópios. O estrago feito, exige tratamento com remédios e nutrição, etc. Porém, os médicos só podem saber o que está errado com o paciente e que medidas deverão ser tomadas apenas pela revelação do Senhor. Pouquíssimos são os médicos cristãos que se dispõe a depender completamente do Senhor. Eu não estou alegando que o tratamento de um determinado paciente seja feito sem os testes apropriados para se designar a doença. Mesmo assim, qualquer médico, admita ou não, presencia casos em que todos os diagnósticos não dão a resposta para o que está errado com o doente. Nestes casos, se torna responsabilidade do médico a orientação do Senhor através da oração e do jejum.
Uma das mais notáveis experiências que presenciei, neste tipo de estrago demoníaco, foi um caso que aconteceu perto do fim do meu treinamento.
Na época eu era responsável pelo CTI, Bob, um homem de trinta e cinco anos, deu entrada na unidade, vindo de um hospital de uma cidade das redondezas onde estivera hospitalizado por uma semana. Ele adoecera de repente e atingia níveis altíssimos de febre. Os médicos que cuidavam dele, foram incapazes de descobrir a causa da doença. Também, não consegui descobri a causa da mesma, quando o examinei no dia em que foi internado, mas era óbvio ele estava extremamente doente. Ao iniciarmos a bateria de testes, comecei a pedir fervorosamente ao Senhor para revelar-me o que estava errado com ele e pedi, também outros especialistas para examiná-lo. Na manhã do dia seguinte ele, repentinamente, saltou da cama declarando que deixaria o hospital naquele momento, porque se não o fizesse seria morto. Não importava o que falássemos, nada mudaria a mente dele. Finalmente, o médico particular de Bob, conseguiu uma ordem impedindo a sua saída pelo menos nas próximas setenta e duas horas. Quando ela foi anunciada, Bob, imediatamente “rodopiou” e caiu na cama fixando o olhar no teto e murmurando coisas incoerentes sem responder a estímulos. Permaneceu assim, nos dois dias que se seguiram, enquanto sua condição física deteriorava.
Finalmente, no terceiro dia de manhã, enquanto me preparava para o trabalho, o Senhor me falou que Bob era, na realidade, um sacerdote superior de uma cidade próxima, e a doença dele era causada pela disciplina satânica. No entanto, ele queria sair do hospital porque estava sendo atacado por “David”, um sacerdote superior local que era médico no hospital. Dois sacerdotes superiores jamais ficam no mesmo território a não ser por mútuo consentimento. Se assim não for, entram numa batalha até à morte. Bob sabia disso e nas condições em que estava não teria chances contra “David”. O Pai me disse para ir e amarrar os demônios que estavam atando e confundindo a mente de Bob e também dizer que sabia quem era e o que estava acontecendo e que compartilhasse o evangelho com ele. Esperando, ardentemente ter ouvido corretamente a voz do Senhor fui fazer-lhe a vontade naquela manhã.
Assim que entrei no quarto de Bob naquele dia, certifiquei-me de que não havia mais ninguém com ele e fechei a porta. Tentei fazer com que ele me respondesse mas não o consegui. Ele continuava com os murmúrios incoerentes. Assim, apoiando meus braços na grade da cama dele, disse:
“Vocês demônios que atam a mente e causam confusão, o meu mestre Jesus enviou-me para amarrá-los, e agora eu o faço no nome de Jesus Cristo. Ordeno que vocês não mais aflijam este homem.”
O resultado foi tremendo. No mesmo instante, os murmúrios de Bob cessaram e ele se voltou para mim completamente lúcido. “Bom dia”, ele disse, “você quer alguma coisa?”
“Sim! Tenho uma mensagem do Deus Altíssimo para você.” Comecei a dizer-lhe as coisas que o Pai me dissera e depois, rapidamente compartilhei o evangelho com ele.
“Bob! Você precisa entender que a sua única esperança é Jesus. Satanás está determinado a matá-lo. Continuar a servi-lo apenas trará destruição a você, e o que é pior, a eternidade no inferno.”
Ele olhou-me fingindo estar surpreso: “Quem é você?! Você está louca! Não sei sobre o que você está falando!”
“Ah! Sabe sim! O meu Deus não mente.”
“Ah! Vá embora. Eu não quero nada com Jesus.”
“Assim seja. Já que essa é a sua vontade”.
Terminando de falar, deixei o quarto. Daquele momento em diante Bob permaneceu completamente alerta e orientado no tempo e no espaço. Devo admitir que perturbei os especialistas querendo que eles me dessem uma explicação porque Bob estava consciente, mas a condição física dele não apresentava melhoras. Ninguém foi capaz de me dar uma explicação razoável.
No entanto, continuei a orar e a jejuar intensamente por Bob pedindo que o Pai desse, pelo menos, mais uma chance a ele. Quatro dias depois, Bob estava muito perto da morte, os seus rins haviam parado de funcionar dois dias antes e o fígado trabalhava com dificuldade. O coração falhava e os pulmões tinham sofrido infiltração. A pressão sangüínea estava tão baixa que ele estava sob medicação intravenosa para tentar mantê-la a um nível razoável. Com tudo isso, eu sabia que em pouco tempo ele precisaria da ajuda de uma máquina para respirar. Ele tinha dores contínuas e nós não as podíamos controlar. Então o Pai falou-me novamente para ir mais uma vez e compartilhar o evangelho com ele.
Procedi da mesma maneira que anteriormente. Certifiquei-me de que ele estava sozinho no quarto. “Bob você está morrendo! Não está vendo? Você não vê que talvez seja a hora de ser honesto comigo?”
“Sim. Talvez você tenha razão.”
“Você se lembra da nossa conversa quatro dias atrás?”
“Sim. Lembro muito bem. Você estava certa. Sou um sacerdote superior e queria sair daqui porque sabia que “David” poderia me matar.”
“Bob é preciso que você entenda que sua única esperança é Jesus. Você não vai pedir que Ele o perdoe e se torne Mestre ao invés de Satã?”
“Sim, mas acho que não me deixarão fazê-lo.” “Por quê?”
“Porque Satã está aqui.” Dizendo isso, moveu a mão para o lado oposto da cama em que estava parada. Não pude ver nada, mas o meu espírito sentiu a presença dele.
“Não. O Senhor já o amarrou. Você quer um sinal de que o que eu estou falando é verdade?” (O Senhor havia dito que eu poderia expulsar o demônio da dor como sinal de que o que eu estava falando era verdade. Ao expeli-lo, Bob sentiria um alívio imediato da dor).
“Não. Só o fato de você ser louca o bastante para ter vindo aqui e correr riscos como estes, já é o bastante para mostrar-me.”
Assim, com lágrimas rolando pela face ele tomou minha mão e com voz tremulante, pediu a Jesus para perdoá-lo e tornar-se o seu Mestre. Depois virou para o outro lado da cama e dirigindo-se diretamente a Satanás, disse-lhe que não mais o serviria independentemente do que acontecesse.
Sob a direção do Senhor eu expulsei os demônios responsáveis pela febre, dores, paralisação dos rins, etc. As dores cessaram imediatamente, e pela primeira vez, em muitos dias, ele já não as sentia. Passadas as duas horas ele não mais precisou de remédio para a pressão. Saiu do CTI dentro de dois dias e em menos de duas semanas ele recebeu alta completamente curado! Os especialistas atribuíram a causa da doença a um “vírus”. É o diagnóstico usado com freqüência, quando não se sabe realmente a causa de uma determinada moléstia.
Várias vezes, fico pensando nos inúmeros pacientes que morreram de enfermidades devastadoras, sem que as mesmas fossem realmente diagnosticadas. Normalmente, casos assim, são atribuídos a “vírus”. Os médicos cristãos deveriam, seriamente, com muita oração e jejum buscar orientação e a revelação em tais casos. O capítulo 5 de Tiago nunca é levado a sério, nem pelas igrejas, e nem pelos médicos. Freqüentemente a única maneira de curar as feridas e doenças demoníacas é pela oração da fé e pela unção com óleo.
Uma outra maneira comum dos demônios afligirem os corpos das pessoas é através da dor. Ela pode variar na intensidade, mas normalmente é devastadora e a causa não é encontrada pela medicina. Toda vez que examino um paciente que experimenta muita dor e eu não consigo descobrir a causa, imediatamente começo a buscar de Deus a revelação, e, normalmente, descubro que a fonte é demoníaca. Sempre que os satanistas lutam entre si usando os poderes da feitiçaria, o perdedor, quase sempre, termina na sala de emergência de algum hospital com dores agudas e a causa não é descoberta. Os demônios nem sempre infligem danos físicos ao mesmo tempo que causam dores. Também não precisam estar dentro do corpo para causá-las.
Os cristãos também podem ser afligidos com este tipo de dor e normalmente não sabem que o problema é demoníaco ou de onde os demônios estão vindo. Eles são enviados pelas bruxas, e, em geral afligem a pessoa do lado de fora do corpo. Isso acontece, especialmente com aqueles que são verdadeiramente nascidos de novo. Da mesma forma, os espíritos humanos (mostrados na figura F do capítulo 14) podem prejudicar uma pessoa quando a porta do ódio está aberta. Presenciei casos em que o dano causado a uma determinada pessoa era resultado do ódio direcionado a ela. Nestes casos, basta uma simples unção com óleo e oração pedindo ao Senhor para guardar a pessoa do ódio enviado a ela. Quando tudo o mais falha, esta atitude tem se mostrado bastante efetiva.
Um bom exemplo é o caso de um jovem, de trinta e poucos anos, a quem chamarei de John. Ele deu entrada na sala de emergência, uma noite, reclamando de dores agudas no peito. Parecia um caso típico de infarto. Internei-o e iniciei inúmeros testes que demonstraram estar tudo normal. Duas semanas depois de receber alta, ele voltou ao meu consultório, à tardinha, agonizando com a mesma dor. Assim, suspeitei que ele fosse um satanista que estava perdendo uma batalha. No momento, ainda, não recebera uma revelação clara do Senhor. Após terminado todos os testes possíveis no hospital em que trabalhava, mandei-o para uma cidade mais próxima para ser avaliado pelos cardiologistas da mesma. Internaram-no em um hospital local e realizaram mais testes. Fizeram, também, o que é chamado de cateterismo onde um cateter é introduzido nas artérias do coração para verificar se o fluxo sangüíneo está sendo bloqueado, e mesmo assim, tudo estava normal.
Depois desta completa avaliação, John retornou para me ver. Estava por demais desencorajado, porque ainda sentia dores freqüentes no peito. Com a orientação do Senhor, assentei-me com ele e diretamente o desafiei com o fato de que eu pensava ser ele um satanista e que a dor era o resultado de uma luta demoníaca entre ele e uma outra pessoa. Ele ficou tão assustado, que nem mesmo tentou negar o que eu estava dizendo. Conversamos muito e eu compartilhei o evangelho com ele e disse que a única esperança era Jesus Cristo. Mas, infelizmente aquele jovem queria o poder a qualquer preço. A despeito de tudo o que acontecera, ele ainda estava determinado a ficar no satanismo. John reconheceu que sabia que a causa de sua dor era a luta demoníaca. Finalmente, para fugir de um outro satanista mais forte, ele se mudou para outro estado e começou a participar de uma outra Assembléia tentando adquirir mais poderes. Oro sempre por ele, e fico pensando no que estará lhe acontecendo. Como é triste ver uma vida desperdiçada por causa da luxúria do poder.
Os diversos problemas emocionais causados por demônios, são intermináveis. Contudo, novamente aqui, não podemos responsabilizá-los por todos as desordens emocionais. Estive em contato com muitos cristãos que foram grandemente prejudicados quando outros disseram que a origem de seus problemas eram demoníaca, quando, na verdade, os mesmos estavam sofrendo uma reação natural de “stress” em suas vidas. Nunca devemos esquecer que somos seres humanos. Não é o fato de sermos cristãos que nos torna “super-seres” não suscetíveis à fraqueza e as reações do “stress”.
Penso que devemos discutir, aqui, sobre um dos problemas que mais aflige a raça humana, a depressão. Muito é escrito sobre ela na Bíblia.
“Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu. Sinto abatida dentro em mim a minha alma; lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão, e nos montes do Hermon, e no outeiro de Mizar.” (Salmos 42.5-6).
Tanto nos Salmos como em outros livros, há inúmeras referências sobre a depressão. Esta é uma batalha real, e nós somos seres humanos. Sou tremendamente grata a Deus por ter incluído tais versículos na Palavra d’Ele. Veja os seguintes versos:
“Desperta! Por que dormes, Senhor? Desperta, não nos rejeites para sempre. Porque escondes a tua face, e te esqueces da nossa miséria e da nossa opressão? Pois a nossa alma está abatida até ao pó, e o nosso corpo como que pegado no chão.” (Salmos 44.23-25).
Se um crente, verdadeiramente nascido de novo, tenta me dizer que nunca sentiu as emoções expressadas nestes versos, devo dizer que o mesmo nunca se dispôs a estar numa batalha espiritual pelo Senhor ou está mentindo.
Olhe a tremenda honestidade com que o apóstolo Paulo escreveu:
“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tributação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, a ponto de desesperarmos até da própria vida. Contudo, já em nós mesmos tivemos a sentença de morte, para que não confiemos em nós, e, sim no Deus que ressuscita os mortos.” (II Coríntios 1.8-9)
São muitas, muitas as causa da depressão, mas infelizmente, as pessoas envolvidas nos ministérios de libertação dizem que toda depressão é demoníaca. Penso que isto seja porque nós, os humanos, sempre procuramos as saídas mais fáceis de qualquer situação. Se toda depressão é demoníaca, então a solução é simples: expulse os demônios que a depressão acabará! A maioria dos casos sérios de depressão que presenciei não foram resultado de demônios possuindo uma pessoa.
A causa mais comum que já vi para depressões graves é o resultado direto da falta de controle da mente (assunto discutido no capítulo 16). A Palavra de Deus claramente nos mostra que devemos levar cativos todos os pensamentos à obediência de Cristo (II Coríntios 3-5). As pessoas que ficam seriamente deprimidas (incluindo os cristãos) quase nunca obedecem esta ordem direta do Senhor. Recebem em suas mentes quaisquer pensamentos enviados por Satanás e seus demônios. Nunca param para avaliá-los ou relacioná-los com a realidade da situação. Também não analisam essa situação com a Palavra de Deus. Aceitam todos os pensamentos como se fossem seus. Em resumo, são preguiçosos! Deixam suas mentes deslizarem sob uma passividade preguiçosa e ficam num estado de tremendo tormento emocional causado pelas forças demoníacas.
A luta para reconquistar o controle de sua mente é uma das mais difíceis batalhas que você enfrentará, mas o esforço valerá a pena. O fato de ser uma médica cristã se espalhou e eu pude ver muitos casos de depressão no exercício da medicina. Todos eles melhoraram, consideravelmente, com a observação dos passos em direção ao controle da mente, apresentados no capítulo 15. Por favor, note como Davi agia no Salmo 42.5: “...eu ainda o louvarei...” Ele estava usando a vontade para subjugar os pensamentos de depressão que estavam em sua alma (mente). Ele declarava que louvaria o Senhor. O louvor desempenha um papel importante para vencer a depressão. Reveja a minha própria experiência ao final do capítulo 14.
Existem outras causas comuns para a depressão e entre elas podemos citar: A perda de entes queridos, doenças físicas e fraqueza, grandes e adversas mudanças na circunstância da vida e, naturalmente, a exaustão pelo envolvimento na guerra espiritual. Todos os envolvidos na batalha espiritual devem ser extremamente sensíveis e obedientes à liderança do Senhor. Quando Ele disser: Pare! O melhor a fazer é obedecer e descansar. Mesmo que julgue o descanso desnecessário, a sua obediência evitará que você seja abatido rapidamente. O que quero dizer é que você pode sofrer sérias dificuldades físicas ou emocionais (isto no que diz respeito à área de | relacionamento com os outros), ou poderá cometer equívocos ou ser enganado por não estar alerta como precisaria estar. Muitos se esquecem de que ainda são humanos e sujeitos a fraquezas e limitações. Se permitirmos ao Senhor nos orientar nestas áreas, evitaremos tremendos transtornos.
Um dos mais poderosos demônios que já encontrei, entraram em uma 1 pessoa através do incesto e de outras determinadas perversões sexuais como o sadomasoquismo, tão comum entre os adeptos do “rock heavy metal”.
Estes poderosos demônios são capazes de habitar as três áreas dos seres humanos: corpo, alma e espírito. Deixe-me dar-lhe um exemplo disto.
Numa tarde, em meu consultório, recebi um telefonema de um pastor em uma cidade vizinha. Ele perguntou se eu era “a médica envolvida no ministério de libertação”. Ao receber a minha afirmação ele disse que precisava que eu examinasse uma jovem naquele dia. Concordei, e eles chegaram ao meu consultório algumas horas depois no final de meu expediente.
Jane (não é esse o nome real dela) era uma mulher jovem de vinte e cinco anos que já estava casada havia uns dois anos. O marido era um homem inteligente e um pouco mais velho, e ambos, cerca de um ano antes de se casarem, tinham entregue suas vidas a Jesus e freqüentavam a igreja regularmente. Eles procuraram o pastor e o assistente dele para aconselhamento, porque Jane era completamente frígida e, por isso, eles não haviam ainda, consumado o casamento.
O pastor e outros membros da igreja, três dias antes de virem a mim, discerniram corretamente que o problema era demoníaco e estavam dispostos a libertar Jane. Não conseguindo fazê-lo, Jane, como conseqüência, nas quarenta e oito horas anteriores, havia perdido todo o controle do corpo.
Ela balbuciava constantemente coisas sem nexo e não era capaz de controlar as funções físicas como comer e beber. Não sabia nem mesmo quem era ou onde estava.
Eles estavam apavorados porque o marido dela recebera um telefonema dos pais de Jane. Eles eram dominadores e disseram que chegariam no dia seguinte para levar a filha com eles e... “interná-la em um hospital psiquiátrico que era o lugar dela.” Ser colocada em um lugar daqueles era a última coisa que ela precisava no momento. O tratamento à base de drogas fortes e a provável terapia do eletrochoque causariam apenas mais danos. Que situação! As implicações legais eram tremendas e o meu desejo sincero era pedir-lhes para desistirem. Entretanto, fiquei profundamente impressionada de ver o compromisso daquele marido de permanecer, por mais de dois anos, em um casamento não consumado. Pude notar, também, que ele estava desesperado. Assim, disse-lhes que precisava de vinte minutos para consultar a vontade de Deus e ver o que poderia ser feito.
Subi as escadas e cai de joelhos diante do Pai, buscando sinceramente, a vontade do Senhor na oração. Quase que imediatamente, Ele me deu paz completa e disse que estava disposto a libertar Jane. O Senhor revelou-me que ela estava possessa por um dos mais poderosos demônios que habitam as três áreas na vida humana. As pessoas que tentaram libertá-la não haviam constatado isso e assim não foram felizes na tentativa. O que tinham feito era agitar o demônio e este, por sua vez, estava tentando matá-la antes que pudesse ser expulso. O Senhor abriu-me os olhos espirituais permitindo que eu visse o que estava acontecendo tanto no cérebro como no corpo de Jane. Era como se o cérebro dela estivesse rasgado por enormes garras que tentavam despedaçá-lo. Outras áreas em seu corpo estava nas mesmas condições. O Senhor instrui-me a ungir Jane com óleo, colocar minhas mãos sobre sua cabeça e orar até que ela fosse liberta. Disse, também, que eu deveria, neste caso particular, proibir que os outros colocassem, sobre ela, as mãos.
Voltei ao consultório e expliquei aos outros as características do demônio e porque eles não foram capazes de expeli-lo. Depois procedi como o Senhor me ordenara. Assentei-me no braço da poltrona em que Jane estava e coloquei as mãos sobre sua cabeça. Imediatamente a batalha estava iniciada. Em primeiro! lugar, precisei ganhar controle sobre um demônio menos poderoso que estava balbuciando através dos lábios de Jane e não a deixava descansar. Assim que ele saiu, ela ficou quieta. Contudo, ainda estava completamente confusa. Muitos outros demônios queriam impedir tentando tirá-la do alcance de minhas mãos, mas rapidamente foram expulsos. O último deles manifestou-se aos berros:
“Você pensa que é esperta demais não é! Mas nunca conseguirá expulsar Yurashuha! Ele é forte demais e está aqui há bastante tempo”.
“Como Yurashuha entrou?” Perguntei rapidamente. O demônio riu: “De um modo estupidamente fácil! Ele entrou enquanto o pai de Jane fez sexo com ela quando era pequena.” O Senhor, no entanto, já me revelara que aquela era a porta aberta em que aquele poderoso demônio entrara.
É muito difundido entre os profissionais da saúde que os abusos sexuais na infância são uma das causas mais comuns de frigidez feminina. E isso é verdade, especialmente no que diz respeito ao incesto. Na escola de medicina, ensinaram-nos, nos cursos de psiquiatria, que a percentagem de mulheres que foram bem sucedidas com a ajuda psiquiátrica é terrivelmente baixo.
Depois de vinte minutos, ou mais, o pastor e os outros membros saíram dizendo que não tinham mais tempo a perder. Confesso que fiquei mais aliviada. Foi uma experiência memorável para mim. Enquanto assentada e com as mãos na cabeça de Jane pude sentir, ao orar e louvar ao Senhor, o poder que fluía sobre mim e passava pelos meus braços e mãos. Fiquei tão quente, especialmente nos braços e mãos, que me senti desconfortável. Jane chegou a reclamar que minhas mãos estavam quentes demais e que elas chegaram a queimar-lhe a cabeça. Era como se ela estivesse com queimaduras de primeiro grau no couro cabeludo. Tudo isso desapareceu depois de uma hora ou mais. A batalha terminara e eu havia ficado naquela posição por mais de duas horas. Como sempre, o Senhor fora fiel e o último demônio saíra gritando todo tipo de maldições.
Imediatamente depois da saída dele, uma grande mudança se fez notar em Jane. Ela ficou completamente alerta e orientada. O marido dela ficou na dúvida sobre a libertação, porque ela, em alguns intervalos ainda estava um pouco confusa. Expliquei-lhe que o prejuízo causado à mente dela ainda levaria um pouco de tempo para ficar totalmente sarado. Assim, nos dias que se seguiram fiz muitos testes tanto para tranqüilizá-los e também para ter a certeza de que não me esquecera de nada. A cada dia eu via uma grande melhora nas condições de Jane. Todos os testes deram resultado normal, do jeito que eu esperava. A completa recuperação se deu dentro de um mês. A última vez em que vi aquele casal foi três meses depois da libertação de Jane. Estavam muito felizes e o marido dela jubilante. Disseram-me que estavam mantendo relações sexuais normais e que ela estava grávida do primeiro filho. Não sei como agradecer ao Senhor pela tremenda obra na vida daquele jovem casal!
O vasto reino de Satanás está além da nossa compreensão. Devemos estar diariamente na inteira dependência do Senhor para recebermos sabedoria e orientação. As pessoas são diferentes e os ataques de Satanás são diferentes, também. Não somos espertos o bastante para desmascará-lo. Oro, continuamente, para que o Senhor dê-nos sabedoria porque esta batalha é real e se não estivermos em plena comunhão com o nosso “capitão”, poderemos causar grandes feridas naqueles em que estamos tentando ajudar.
O caso de Jane faz-me lembrar de um ponto que é triste dizer, mas muitas pessoas que ministram libertação tendem a esquecer. É dito que Isaías 42 tem melhor descrição profética sobre Jesus:
“Eis aqui o meu servo, a quem sustenho; o meu escolhido, em quem a minha alma se compraz; pus sobre ele o meu Espírito, e ele promulgará o direito para os gentios. Não clamará, nem gritará, nem fará ouvira sua voz na praça. Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade promulgará o direito. Não desanimará, nem se quebrará até que ponha na terra o direito; e as terras do mar aguardarão a sua doutrina.” (Isaías 42.1-4).
“Filhinhos, não amemos de palavras, nem de língua, mas de fato e de verdade.” (I João 3.18).
Vi, muitas pessoas que não foram libertas, ou quando muito, de modo parcial. E isto pela falta de amor daqueles que ministram a libertação. Até que ponto você ama a pessoa que está tentando libertar? Você a ama o suficiente para ficar assentado horas a fio e trabalhar pacientemente em mais de uma sessão para que a mesma fique totalmente liberta?
Seria capaz de levá-la para a sua própria casa, se assim for necessário, para continuar a batalha? Você a ama o bastante para levá-la a um lugar particular com o objetivo de evitar o constrangimento para a mesma? Vocês, homens, amam a ponto de abrir mão do orgulho e sair de uma sala quando é o momento de lidar com demônios ligados a área sexual em uma mulher, e deixar com que elas cuidem do caso? Ou o seu orgulho impede que você ouça o pedido do Senhor? Jesus não esmagaria a cana quebrada. O amor sempre protege. Por que não pensar a respeito e procurar de todo o modo possível proteger uma pessoa de todos os constrangimentos que envolvem um trabalho de libertação? A saída de demônios poderosos assim como a libertação de uma pessoa profundamente envolvida no satanismo não é algo que possa ser feito em cinco ou dez minutos no altar em frente de toda a igreja ou em frente às câmeras de uma TV. Nosso Deus é um Deus de amor e compaixão. Se você não tem o amor e a compaixão por todas as pessoas que lida, então você não é o mais indicado para um ministério de libertação. Se está “por demais ocupado” para gastar tempo com indivíduos, então, não deveria estar neste ministério.
Estes mesmos princípios se aplicam a área da cura, seja de doença demoníaca ou física. Tiago 5 e Marcos 16 não marcam tempo ou limite.
“Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: Em meu nome, expelirão demônios; falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados.” (Marcos 16.17-18).
“Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor. E a oração da fé salvará o enfermo, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.” (Tiago 5.14-15).
Porque nós estamos sempre com pressa? Por que, normalmente pensamos que Deus trabalha na pressa? Não nos mostra a Bíblia de capa a capa que Deus nunca se apressa? Vou falar, claramente, porque estamos sempre com pressa - somos egoístas. A última coisa que queremos perder, é o nosso tempo. Não são inúmeras as pessoas que vão ao altar em fé e pedem aos anciões oração e não são curados? Ficaríamos estarrecidos se soubéssemos a percentagem. Contudo, a baixa consideração do mundo pela igreja deveria dar-nos uma indicação. No livro de Atos, descobrimos que a consideração do mundo pela igreja era bastante diferente do que é agora.
“E sobreveio grande temor a toda a igreja e a todos quantos ouviram a notícia destes acontecimentos. Muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo, pelas mãos dos apóstolos. E costumavam todos reunir-se, de comum acordo, no Pórtico de Salomão. Mas, dos restantes, ninguém ousava ajuntar-se a eles; porém o povo lhes tributava grande admiração. E crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor.” (Atos 5.11-14).
Estão vocês, anciões, dispostos, pelo amor, passar trinta minutos, uma ou duas horas em oração, a fim de que uma pessoa possa ser curada? Deus é tão poderoso que Ele pode curar instantaneamente e, em algumas vezes, Ele o faz. Mas devido ao seu grande amor e compaixão, Ele não age com freqüência, dessa maneira, porque isto causaria uma tremenda reorganização celular em pouco tempo. Quantas pessoas não são curadas porque os anciões são extremamente egoístas para passarem mais tempo em oração por elas enquanto o Senhor trabalha?
“E Jesus repreendeu o demônio, e este saiu do menino; e, desde aquela hora, ficou o menino curado. Então os discípulos, aproximando-se de Jesus, perguntaram em particular: Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo?... Mas esta casta de demônios não se expele senão por meio de oração e jejum. “(Mateus 17.18,19 e 21).
Não é preciso amor e tempo para a oração e jejum? Deus não escolhe curar ou libertar da mesma maneira em todas as vezes. Se Ele o fizesse, logo não dependeríamos mais Dele e sim do método. Se somos egoístas no que concerne sobre o tempo então não seremos capazes de discernir a orientação do Senhor nesta área. O trabalho de Deus deve ser feito no tempo d’Ele e não no nosso.
Há um outro tópico no que se refere à cura que pouquíssimos estão dispostos a discutir:
“Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo jugo? Porventura, não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante? Então, romperá a tua luz como a alva, a tua cura brotará sem detença, a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do Senhor será a tua retaguarda. “(Isaías 58.6-8).
“Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.” (Gáliatas 6.2).
À luz destes versículos e de outros, estou absolutamente convencida de que a razão de haver pouquíssimos milagres na igreja de hoje é a recusa egoísta do povo de Deus em levar as cargas uns dos outros.
“O meu mandamento é este, que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos.” (João 15.12-13).
Você já se perguntou se seria capaz de dar a sua vida por um irmão ou irmã ao ficar de frente a uma arma de fogo e ser baleado no lugar dele ou dela? Não precisa ser necessariamente assim, há muitas outras maneiras. Veja tudo o que Deus listou em Isaías 58.6-8. O que dizer de levar alguém para viver com você em sua casa? Isto realmente choca! As pessoas gostam de manter a privacidade em suas casas, mas a realidade é que nossas casas pertencem a Deus e são para o uso d’Ele. Isto significa, que não temos direito algum sobre nossa “privacidade”. Há pessoas lá fora que, muitas vezes, necessitarão ser trazidas para dentro de nossas casas. Pouquíssimos cristãos sequer ouvem o pedido do Senhor para acolher alguém porque são egoístas demais nesta área.
Está você disposto a dizer ao Senhor, na enfermidade de um de seus irmãos: “Senhor deixe-me levar a carga de meu irmão, deixe-me, literalmente, ter um pouco da fraqueza ou da dor para que ele possa sarar mais rapidamente.” Sim, oramos pela cura e Deus cura; sim, expulsamos Satanás e ele se vai. Mas estamos dispostos a levar as cargas uns dos outros? Vocês estão entendendo, queridos? Penso que esta seja a maneira de abrirmos mão de nossas vidas pelos outros. Também penso que ao agirmos assim, Deus libertará através de muitas curas milagrosas. Em Isaías 58, ele diz que quando procedemos dessa maneira “...a cura brotará sem detença...” (verso 8). Certamente que Deus tem todo poder nos céus e na terra. Em todos os casos Ele tem o poder de curar e levantar os mortos. Porém, digo firmemente que em muitos deles, Deus deixa de agir livremente, devido à nossa indisposição egoísta de compartilhar as cargas uns dos outros. E, “...assim cumprimos a lei de Cristo” (Gálatas 6.2).
Não muito tempo atrás, um irmão em Cristo com quem trabalhava diariamente, machucou a coluna. O dano foi tão grave, que o médico dele recomendara repouso absoluto. Sabia que ele era grandemente requisitado no trabalho e assim orei pela cura, e disse ao Senhor que se fosse da vontade d’Ele, eu estava disposta a compartilhar do ferimento na coluna do meu irmão. Depois, envolvida nas atividades do dia, esqueci completamente da oração.
Naquele dia, mais tarde, quando levantei da cadeira, na pressa de sempre, retrai-me surpresa. Minha coluna doía tanto, que mal eu conseguia me mover. Imediatamente perguntei ao Senhor o que estava acontecendo e Ele, rapidamente, me lembrou da oração que eu fizera naquela manhã. Ele estava permitindo que eu compartilhasse do sofrimento do meu irmão. Naquela noite, o irmão chegou ao trabalho regozijando-se, porque podia firmar-se sobre os pés, embora ainda sentisse dores.
Para o espanto de seu médico, o Senhor o curou completamente nos cinco dias que se seguiram. Deixe-me dizer que nem uma só vez eu me esqueci de orar pelo meu irmão naqueles cinco dias. Todas as vezes em que tentava fazer qualquer movimento eu me lembrava de orar pela dor que estava compartilhando. Quando o Senhor curou o meu irmão eu também fiquei completamente curada. Este é um exemplo prático do que estou falando. Sei, através do meu próprio treinamento médico, que a cura pode ser um processo doloroso. Acredito que o Senhor possa retardar o processo da cura, devido à dor que o mesmo acarreta. Se estivermos dispostos a compartilhar, a cura poderá acontecer muito mais rapidamente.
A guerra é real, e as feridas também. Devemos estar dispostos a ajudar uns aos outros. Quando alguém estiver falando ou passando pelo processo de libertação, deixe que um outro, assentado lá atrás, diga: “Senhor deixe-me levar a carga do meu irmão.”
Quero dar a você mais um exemplo. Acolhi em minha casa uma jovem e bela mulher com quem conversei longamente. Ela se envolvera na bruxaria, mas ficou completamente liberta. Ela tem o que chamo de “um coração delicado.” E uma pessoa amável e gentil. Por causa do envolvimento dela na feitiçaria, Satanás irá persegui-la o resto da sua vida. É o que acontece a todos os que se comprometeram profundamente com ele. Esta jovem mulher estava sendo terrivelmente bombardeada e ela não é forte fisicamente. Ela é forte no Senhor, mas na personalidade é uma pessoa delicada e tem um imenso amor no coração pelos outros.
Algumas pessoas são, por natureza, mais lutadoras do que outras. Deus tem uma série de ministérios. Esta jovem mulher não é, por natureza, uma lutadora mas mesmo assim, está gastando todo o tempo e a energia ao se posicionar contra os ataques demoníacos. Ela foi criada para ministrar gentileza e amor e não lutar como uma guerreira.
Fiquei bastante transtornada após minha conversa com ela. O meu coração ficou partido e eu cheguei diante de Deus com lágrimas e perguntei: “Pai, por quê? Pessoas com um coração desses é coisa rara, o amor dela é necessário entre o teu povo, por que ela precisa gastar tempo e energia guerreando?” A resposta de Deus foi: “Porque o meu povo não está disposto a levar a carga dela.” Se as pessoas na igreja dela estivessem dispostas a compartilhar a sua carga, ela estaria livre para ministrar a gentileza e o amor e não precisaria ficar lutando o tempo todo. Aqueles que Deus levantara com personalidade e força estariam lutando por ela e, em troca, ela estaria ministrando com os dons recebidos de Deus, e tudo seria uma grande bênção para todos. Assim, Satanás não a atacaria tão duramente porque descobriria que seus ataques seriam inúteis. Não quero dizer com isso que ela não tenha o poder de Cristo para resistir os ataques, na verdade, ela o tem, mas precisamos compartilhar.
Esta é uma guerra de estragos! Que possamos levar as cargas uns dos outros. Isto significa ser parte do corpo, do corpo de Cristo. É o que isso significa.
FALANDO DIRETAMENTE AOS QUE QUEREM SAIR DO OCULTISMO
Rebecca:
Quero falar agora, diretamente, àqueles que estão envolvidos no ocultismo (exemplo: satanismo) e, que ao lerem este livro, desejam sair. O que eu tenho para dizer a vocês soará desagradável, mas é puramente a verdade baseada na Palavra de Deus. Não há um jeito fácil de sair. Jesus não é a estrada do escape fácil. Ele tem todo o poder e autoridade sobre Satanás e seus demônios, no entanto, vocês escolheram servir a Satanás e ele não desiste, facilmente, de seus servos. Isto é um fato. Será necessário que vocês lutem para se libertarem. A única esperança é lutar com o poder e autoridade de Jesus Cristo. Porém, esta batalha é real. Deixar envolvimentos com o ocultismo é tudo ou nada. Vocês não podem sair parcialmente ou gradativamente. Terão de sair de uma vez por todas. Se tentarem voltar, provavelmente serão mortos e nunca terão outra chance de sair. Isto é um assunto sério.
“É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados, e provaram o dom celestial e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento visto que, de novo, estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo-o à ignomínia.” (Hebreus 6.4-6).
Uma vez que você prove do poder, da bondade e salvação de Jesus Cristo, se voltar ao ocultismo nunca será capaz de se arrepender novamente e passará a eternidade no mais agonizante tormento, no inferno.
“Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, a Verdade, e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” (João 14.6).
Só há um caminho que leva a Deus, o Pai, e o liberta do reino de Satanás, esse caminho é Jesus. Se quiser ficar livre da escravidão do diabo, o único jeito é fazer de Jesus o seu Senhor, Salvador e Mestre absoluto. Você não pode servir a Jesus e a Satã ao mesmo tempo. Assim, se não estiver servindo a Jesus, está servindo a Satanás. Mas, se quiser ficar livre, tudo o que tem a fazer é pedir, em voz alta, a Jesus para perdoá-lo, lavar todos os seus pecados com o precioso sangue que foi derramado por Ele na cruz e pedi-lo para tomar completamente o controle de sua vida. Os demônios ao redor de você e dentro de você farão tudo para impedi-lo de tomar esta atitude. No entanto, se você quiser não poderão detê-lo.
“...Aparte-se da injustiça [do diabo] todo aquele que professa o nome do Senhor.” (II Timóteo 2.19b).
Você deve fazer um rompimento total e completo com todas as obras de Satã. Estou ciente, de que isto será a coisa mais difícil de se fazer. Já que quase tudo o que você tem foi dado por Satanás, deverá desistir de todos os seus poderes de bruxaria e nisto se inclui a capacidade de comunicação com o mundo espiritual. Peça ao Senhor para tirá-la de você a ponto de que se você se rebelar e quiser usá-la novamente, não o consiga.
Deve pedir que o Senhor faça, também, uma separação entre o seu espírito e sua alma para que possa perder, completamente, e para sempre, a capacidade de comunicar-se com Satanás e seus demônios, e também que você não consiga usar seu corpo espiritual, já que não mais poderá usar seus poderes de bruxaria para proteger a si mesmo.
“Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as cousas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.” (Hebreus 4.12 e 13).
Você não pode esconder nada de Deus! Por isso, deve romper com tudo o que for mau. Se estiver morando com outros envolvidos no satanismo (por exemplo, em uma comunidade), deverá sair, não importa o custo. É preciso que entenda que não pode associar-se a amigos ou parentes que persistem em servir a Satanás. Senão, sofrerá pesada influência e ataques especialmente de membros que permaneceram no satanismo.
“Quando, porém, vos perseguirem numa cidade, fugi para outra,... “ (Mateus 10.23).
Uma vez que tenha pedido a Jesus Cristo para perdoá-lo, limpá-lo e tornar-se o seu Mestre, você recebeu o poder d’Ele e a autoridade sobre os demônios em você e ao seu redor.
Não engane a si mesmo, pensando que só pelo fato de ter pedido a Jesus para salvá-lo, os demônios simplesmente irão dizer, educadamente, “adeus” e sairão de você. Você lhes pediu para entrar quando servia a Satanás, agora, o Senhor espera que você use o poder e autoridade d’Ele para expulsá-los. É necessário que entenda que os demônios que estão em você tentarão matá-lo, se os satanistas não o fizerem pessoalmente.
Não deixe que os demônios controlem você, ao contrário, controle-os você.
Expulse-os, em voz alta no nome de Jesus e ordene-os a sair e deixar você no nome de Jesus.
“E estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome expelirão os demônios...” (Marcos 16.17).
“Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões, e sobre todo o poder do inimigo...” (Lucas 10.19).
Você precisa de ajuda! Ore e peça ao Senhor para conduzi-lo a irmãos e irmãs que são capazes e estão dispostos a ajudá-lo. Mas tenha cuidado! Nas igrejas cristãs há muitos servos de Satanás e muitos cristãos que não estão completamente compromissados com o Senhor. Busque a orientação e a confirmação do Senhor antes de confiar em quem quer que seja. É quase certo que você precisará de ajuda para obter libertação completa dos demônios em você. Esta libertação é completa e é possível. Não permita que outros digam o contrário a você. Procure a libertação completa o mais rápido possível. Se você procurar com seriedade ao Senhor, Ele irá ouvi-lo e ajudá-lo.
Você deve ler e aprender a Palavra de Deus. A obediência a Ele é uma necessidade absoluta.
“Se me amais, [disse Jesus] guardareis os meus mandamentos. “ (João 14.15).
“Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e no seu amor permaneço.” (João 15.10).
“Nem todo o que me diz: Senhor, senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está os céus.”(Mateus 7.21).
A melhor proteção contra os ataques de Satanás é a obediência instantânea às ordens de Deus. Não apenas as que são encontradas na Bíblia mas também as que forem dadas a você diretamente pelo Espírito Santo. É preciso que entenda, que você é, basicamente, uma pessoa rebelde, senão, você não teria se envolvido no ocultismo. O satanismo atrai as pessoas porque elas querem poder para controlar a própria vida, e também, a vida dos outros. Por esta razão, a área do senhorio de Cristo em sua vida será fortemente atacada por Satanás.
Ele colocará perguntas em sua mente do tipo: “Por que eu deveria fazer tudo do jeito de Deus? Afinal de contas é minha vida!” Não, não é assim. Não se esqueça de que foi comprado por um terrível preço: o sofrimento de Jesus na cruz. É, nisso, que você pertence ao Senhor. A Bíblia é clara sobre esse assunto:
“Porque a rebelião é como o pecado de feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria...” (I Samuel 15.23).
Estude e memorize a Palavra de Deus. Ela será, para você, segurança. O próprio Deus irá dar-lhe o entendimento das Escrituras. Não aceite argumentos, conceitos ou comentários de quem quer que seja sem antes compará-los à Bíblia, e também, sem antes obter confirmação do Senhor.
Provavelmente experimentará uma mudança radical nas circunstâncias de sua vida, principalmente no que diz respeito às finanças. Não se esqueça de que tudo o que tem, recebeu de Satã e ele tem o direito legal de tomá-lo de você. Deus é tão justo com Satanás como é conosco, entretanto, seja corajoso. As riquezas que Deus dará a você valerão muito mais do que qualquer outra coisa que Satanás tenha lhe oferecido.
“Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde os ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam nem roubam; porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mateus 6.19-21).
O verdadeiro tesouro que alguém pode ter é o conhecimento pessoal de Deus. Peça-o para revelar-se a você.
Jesus fez uma pergunta a Pedro e a repete, hoje, para cada um de nós.
“...Amas-me mais do que estes outros?...” (João 21.15b).
O Senhorio de Jesus é absoluto:
“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim; e quem não toma a sua cruz, e vem após mim, não é digno de mim.” (Mateus 10.37-38).
Satanás irá desafiá-lo diretamente neste assunto. Estará disposto a colocar o Senhor Jesus antes de tudo o mais? Se Jesus não estiver em primeiro lugar em relação aos seus queridos, então a sua esperança de escape será vazia. Satã irá usá-los para mantê-lo na escravidão. Veja um exemplo do que estou falando.
Tivemos o privilégio de trabalhar com um maravilhoso casal de negros. Eu vou chamá-los de “The Blacks”. Ambos tinham um pouco mais de vinte anos. Eram muito inteligentes e chegaram a uma alta posição dentro da Irmandade local. Depois, aceitaram a Jesus e recusaram-se a servir a Satanás. Nós os aconselhamos a mudarem-se de estado, mas eles hesitaram em fazê-lo porque o Sr. Black tinha um trabalho e era bem remunerado. Eles tinham dois filhos, uma garotinha de quatro anos e um bebê de dois. O Sr. e a Sra. Black experimentaram um terrível teste do seu compromisso com Jesus.
Cerca de seis meses depois de terem deixado o satanismo, o Sr. e a Sr1 Black e a filhinha de quatro anos foram raptados pela Irmandade. Foram levados a uma reunião onde os satanistas retiraram a pele da menina, estando ela ainda viva e isto diante de seus olhos. Os satanistas diziam, repetidamente, durante a tortura da criança, que se eles renunciassem a Jesus Cristo e proclamassem Satanás como Senhor e concordassem em servi-lo novamente, eles parariam de torturá-la.
A despeito da indizível angústia que experimentaram ao ver a filha ser torturada e ouvir-lhe os gritos de agonia e da dor, eles permaneceram firmes, tinham colocado o Senhor Jesus em primeiro lugar e não iriam negá-lo. Finalmente, a criança morreu e eles foram soltos. Uma semana depois o bebê (um menino) ficou violentamente doente. Foi hospitalizado e cuidado pelos especialistas do local. Nada adiantou. Ele morreu em quarenta e oito horas. Os médicos nunca descobriram o que estava de errado com ele. Ficou óbvio que tinha sido morto pela feitiçaria. Novamente, o Sr. e a Sra. Black ficaram firmes em Jesus.
Pouco depois das duas tragédias eles se mudaram do estado. Ocasionalmente, nos comunicávamos e dois anos depois o casal “Black” tiveram gêmeos. Nasceram um menino e uma menina e o Sr. Black estava estudando para se tornar um pastor.
Você pode estar pensando: “Como pode ser isto? Por que o Senhor não protegeu seus filhos uma vez que eles se tornaram cristãos?” Isto não é um jogo, uma vez que você faça uma entrega completa a Jesus, tudo passa a ser d’Ele. Esteja certo de que Satanás irá pedir ao Senhor tudo o que você entregou a ele, como no caso de Jó, e provavelmente, o Pai dê a Satanás a permissão de tomar o que ele pedir.
“Por que os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor, porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos.” (Isaías 55.8-9).
Deus é Deus. Muitas vezes não podemos entender Seus pensamentos ou as razões porque Ele age como age. Por mais terrível que tenha sido o sacrifício dos “Black” para servirem a Jesus não se compara ao sofrimento d’Ele na cruz por nós. Jesus nos fala plenamente:
“Não temas as cousas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e ter eis tributação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” (Apocalipse 2.10).
“Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.”(Mateus 10.28).
Deixe-me esclarecer algo. Esta batalha é real e mortal. Estou consciente de que muitos, firmemente irão discordar de mim e enfaticamente recusarão aceitar o que vou dizer. Porém, devo falar o que o meu Mestre Jesus me ordenou, independentemente das opiniões:
Qualquer cristão que entre na verdadeira batalha espiritual, e aqueles que antes de servirem a Jesus, serviram a Satanás devem esperar perseguição, sofrimento e feridas resultantes do combate, e, provavelmente, você não receberá alívio ou cura imediata.
“Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (II Timóteo 5.12).
Até que grau, você está disposto a sofrer pelo Senhor? (Estou falando de sofrimento físico, mental, emocional, espiritual e financeiro). Que preço você dá, para uma alma? Que preço você está disposto a pagar pela salvação de uma alma ou para recusar-se a servir a Satanás e honrar o Senhor Jesus Cristo que o libertou da escravidão de Satanás? Jesus se propôs a pagar um alto preço, um sofrimento inacreditável até a morte!
“Pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de fesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda a língua confesse que Jesus Cristo é Senhor para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2.6-11).
Contudo, as pessoas irão dizer: “Em Cristo nós temos vitória, não derrota”. Isto é verdade, realmente, o propósito deste livro e de nossas vidas é declarar esta vitória. No entanto, ela não é instantânea em nossa cronometragem de tempo. Primeiro, ainda há muita luta e batalha a serem travadas, e por fim, teremos completa vitória em Jesus. Todas as nossas lágrimas serão enxugadas pelo próprio Deus e assim passaremos toda a eternidade numa longa e jubilosa celebração de vitória.
Nesse meio tempo, enquanto estamos no meio da batalha, o que dizer da nossa capacidade de suportar e qual é a nossa esperança? Como a enfrentamos? Em muitas situações a eternidade parece nebulosa e tão distante, que nem mesmo o fato de pensarmos nela nos conforta. Quantas vezes eu já respondi às pessoas com esta resposta banal: “Oh! Não se preocupe, Deus não permitirá vir sobre você mais do que pode suportar!” Mas esta é uma resposta errada e é resultado de um mal entendido sobre as Escrituras. Vejamos o versículo:
“Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia. Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel, e não permitirá que sejais tentados além de vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar.” (I Coríntios 10.12-13).
Há uma enorme diferença entre tentação e sofrimento. Paulo escreve sobre isso claramente em II Coríntios 1.8:
“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a natureza da tributação que nos sobreveio na Ásia, porquanto foi acima das nossas forças, aponto de desesperarmos até da própria vida.”
Considere, também, o versículo a seguir:
“Pelo que, não podendo suportar mais o cuidado por vós, pareceu-nos bem ficar sozinhos em Atenas; e enviamos nosso irmão Timóteo, ministro de Deus no evangelho de Cristo, para, em benefício da vossa fé, confirmar-vos e exortar-vos; afim de que ninguém se inquiete com estas tributações. Porque vós mesmos sabeis que estamos designados para isto; pois, quando ainda estávamos convosco, predissemos que íamos ser afligidos, o que de fato aconteceu, e é do vosso conhecimento.” (I Tessalonicenses 3.1-4).
Então, qual é a ajuda, esperança ou resposta? Falo de experiência própria, tendo estado mais de três anos em meio a sofrimentos e pressões que vão além da minha capacidade para suportar e não tendo vislumbre algum de alívio, sei, sem sombra de dúvida, que herdarei a “Coroa da vida” e terei grande alegria por toda a eternidade, mas com toda a honestidade, isto não alivia as feridas do meu coração no momento. Ainda não tenho uma resposta definitiva. Tudo o que posso dizer é que firmemente os meus pés estão sobre “A Rocha” (Jesus Cristo) e dia a dia, com muitas lágrimas peço ao Senhor para dar-me força e graça para continuar firme. Experimento, sempre, a realidade destes maravilhosos versos:
“Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação! É ele que nos conforta em toda a nossa tributação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus. Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo.” (II Coríntios 1.3-5).
Enquanto permaneço firme, o Senhor me ajuda a suportar o sofrimento, a pressão e o fracasso a fim de que eu não sucumba à morte. Assim, eu continuo a tarefa que me foi dada tendo a plena segurança de que:
“... sei em quem tenho crido, e estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia.” (II Timóteo 1.12b).
Com freqüência enfrentaremos situações em que depois de fazermos tudo o que nos for possível, as circunstâncias ainda continuarão desesperadoras. Aí, será preciso que nos lembremos do sábio conselho de Paulo:
“Portanto, tomai toda armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau, e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.” (Efésios 6.13).
Ficarmos firmes, entregarmos nossas propriedades a Jesus Cristo e esperarmos n’Ele, será uma das coisas mais difíceis a fazer, mas fiquemos firmes meus irmãos e irmãs em Cristo. Estejamos firmes sabendo que:
“Se ando em meio à tributação, Tu me refazes a vida; estendes a mão contra a ira dos meus inimigos; a Tua destra me salva. O que a mim me concerne (o propósito d’Ele para conosco) o Senhor levará a bom termo; a Tua misericórdia, ó Senhor, dura para sempre...” (Salmo 138.7-8).
Não importa o que venha acontecer. O grande e incrível Deus do universo, tem um propósito para você. Para você! Como indivíduo. Ele irá cumpri-lo e todas as forças de Satanás, assim como o seu vasto império não poderão impedir que o propósito de Deus se cumpra em sua vida. Muitas coisas você não entende e não entenderá enquanto estiver aqui na terra. Sejam elas vida, morte ou sofrimento intermináveis, fique certo de uma coisa: no seu dia a dia, de algum modo que você não possa compreender, Deus está trabalhando para cumprir o propósito d’Ele em sua vida. O amor d’Ele dura para sempre!
Não desista! O Senhor irá livrá-lo da escravidão de Satanás. Apenas Ele pode libertá-lo. Você não é mais forte e nem mais inteligente do que os demônios. Não pode fazer nada por si mesmo. Somente Jesus pode e o fará por você!
Jesus veio para libertar os Cativos!
Rebecca:
Talvez, seja melhor dar a você, as definições de alguns dos objetos e termos mais comuns usados no ocultismo. A lista citada aqui, neste capítulo, é muito grande, mas ainda assim está limitada aos termos mais comuns que muitas vezes os cristãos não percebem.
OBJETOS FAMILIARES
São objetos nos quais os demônios se agarram. Tudo o que for usado para o serviço e adoração a Satanás é terreno legal para os demônios. Em outras palavras, eles têm o direito de agarrarem-se ou usar estes objetos. Vejamos dois versículos que falam a respeito:
“As imagens de escultura de seus deuses queimarás afogo; a prata e o ouro que estão sobre elas não cobiçarás, nem os tomaras para ti, para que te não enlaces neles; pois é abominação ao Senhor teu Deus. Não meterás, pois, cousa abominável em tua casa, para que não sejas amaldiçoado, semelhante a ela: de todo a detestarás, e de todo, a abominarás, pois é amaldiçoada.” (Deuteronômio 7.25-26).
“Que digo, pois? Que o sacrificado ao ídolo é alguma cousa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor? Antes, digo que as cousas que eles sacrificam, é a demônios que as sacrificam, e não a Deus; e eu não quero que vos torneis associados aos demônios”.(1 Coríntios 10.19-20).
Estes dois versículos mostram que os ídolos representam demônios. A passagem de Deuteronômio claramente mostra que todas as coisas usadas no culto a Satanás são abominação ao Senhor. Até mesmo a prata e o ouro usados nelas devem ser destruídos. Deus tem um propósito para todas as suas ordens e Ele não queria que os israelitas sofressem os efeitos dos objetos “demoniacamente contaminados” ao trazê-lo para dentro de suas casas. Deus os advertia para que não se tornassem “algo contaminado”. Por quê? Porque a poderosa influência enxertada pelos demônios nos objetos poderia fazer com que eles caíssem na adoração demoníaca.
A seriedade de Deus sobre o uso destes objetos usados no culto a Satã é demonstrada mais e mais nas Escrituras. Leia a história de Acã no livro de Josué capítulo 7. Deus ordenara que os israelitas não tomassem dos despojos da cidade de Jerico. Pois esta estava envolvida no culto e adoração a Satanás, mas Acã tomou alguns dos artigos da cidade. Deus falou a Josué:
“Israel pecou, e violaram a minha aliança, aquilo que eu lhes ordenara, pois tomaram das cousas condenadas, e furtaram, e dissimularam, e até debaixo da sua bagagem opuseram.” (Josué 7.11).
Como resultado das ações de Acã, o exército de Israel foi derrotado na batalha seguinte. Esta é uma advertência para nós. Se não limparmos nossas casas assim como nossas vidas seremos derrotados todas as vezes que tentarmos lutar contra Satanás.
Como objetos familiares podemos citar: quaisquer objetos usados na prática do ocultismo, discos, CD’s, fitas do Rock and Roll, posters, camisetas, etc., quaisquer materiais dos jogos do ocultismo, artefatos das religiões orientais como estatuetas de deuses comprados em viagens, rosários ou objetos usados na prática do catolicismo e da maçonaria, quaisquer literaturas ou fitas do oculto ou das religiões pagãs e muitos outros. A lista é quase que interminável. Todos estes materiais devem ser destruídos. No Novo Testamento, em Atos, os moradores de Éfeso nos dão um excelente exemplo:
“Chegou este fato ao conhecimento de todos, assim judeus como gregos, habitantes de Éfeso; veio temor sobre todos eles, e o nome do Senhor Jesus era engrandecido . Muitos dos que creram vieram confessando e denunciando publicamente as suas próprias obras. Também muitos dos que haviam praticado artes mágicas, reunindo os seus livros, os queimaram diante de todos. Calculados os seus preços, achou-se que montavam a cinqüenta mil denários.” (Atos 19-17-19).
Há um outro tipo de objeto familiar em questão: os servos de Satã podem invocar os demônios e uni-los ao chamados objetos do oculto. Depois, presenteiam as pessoas com estes objetos e, assim, introduzem os demônios nas casas das mesmas sem o consentimento delas. O propósito destes objetos é causar, através da influência demoníaca coisas como: conflito conjugai, discórdia entre membros da família, doenças, depressão, dificuldades para orar, dificuldades para ler a Bíblia e etc. Uma simples unção com óleo e a oração pedindo ao Senhor para santificar e purificar o objeto, normalmente é suficiente. E isto está de acordo com o princípio dado a Moisés por Deus em Êxodo 40.9:
“E tomarás o óleo da unção, e ungirás o tabernáculo, e tudo o que nele está, e o consagrarás com todos os seus pertences: e será santo.”
Os cristãos devem ficar alerta e cautelosos, ao receberem presentes das pessoas que não conhecem muito bem e não sabem se elas estão comprometidas com o Senhor. Esta é uma área que devemos ser sensíveis à orientação do Senhor.
ESPÍRITOS FAMILIARES
“Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos.” (Deuteronômio 18.10-11).
Um espírito familiar, é um demônio com quem uma bruxa desenvolve uma comunicação íntima. Estes demônios, são usados de diversas maneiras e, atualmente, um espírito familiar é usado, primeiramente com o propósito de espionagem para conseguir informações. A propósito, o termo “Witch’s familiar” (Íntimo da bruxa) é freqüentemente usado para se referir a algum animal. Assim, o demônio é enviado para o animal, e a bruxa, através da comunicação com o demônio, pode tanto controlar o animal como ver e ouvir o que ele ouve e vê. Da mesma maneira, ela pode também, projetar-se espiritualmente para o animal e assim controlá-lo para uso próprio. As pessoas no ocultismo sempre estão em contato com animais (gatos ou pássaros) para tais propósitos. Tradicionalmente diz-se que as bruxas usam gatos pretos, esta é uma mentira espalhada por Satanás para enganar as pessoas. As bruxas, na verdade, usam os gatos brancos que parecem transmitir pureza.
Aconteceu, recentemente, em meu consultório, um incidente com um espírito familiar (espírito íntimo). Sou muito afeiçoada a animais. Tenho um casal de gatos que adoro levar no carro, e todos os dias levo um deles ou os dois para o consultório. Normalmente, mantenho-os em uma área fechada onde não podem manter contato com os pacientes. Um dia, ao final da tarde, um dos meus pacientes, um poderoso bruxo do local, não estou certa de que na época ele tivesse qualquer idéia de que eu conhecia a identidade dele, de alguma maneira, naquela tarde, o meu gato 0oshua) soltou-se e entrou no quarto onde o paciente estava. Agarrei-o antes que o paciente pudesse tocá-lo e disse:
“Desculpe, de algum modo Joshua se soltou. Espero que você não se importe com os gatos.”
“Não, em absoluto! De fato, temos nossos próprios gatos que amamos muito.”
Enquanto carregava Joshua para fora do quarto o Senhor me revelou que já era muito tarde. O paciente fora bem sucedido em colocar um espírito familiar (demônio) dentro do meu gato. E isso levou apenas um segundo.
Depois que todos os pacientes se foram, fiquei conversando com dois amigos em meu consultório. A mudança em Joshua foi notável. Normalmente, ele era um gato extremamente calmo e quieto, no entanto, enquanto estávamos assentados conversando, ele passava continuamente na nossa frente, olhava-nos enquanto conversávamos.
Expliquei aos outros o que estava acontecendo. O paciente estava usando os olhos e os ouvidos do gato para monitorar a conversa. Peguei Joshua no colo e olhando diretamente em seus olhos disse:
“Agora, ouça-me Jimmy (o nome do paciente). Satanás, seu mestre é um mentiroso. Ele não é mais forte do que Jesus. Jesus Cristo é Deus. Ele morreu na cruz por nós. Morreu por você e por mim. Ele é o único que você deveria servir e não a Satanás. Agora vou provar que o que estou dizendo é verdade. Vamos expulsar seu espírito familiar deste animal com o poder do nome de Jesus Cristo. Se Satanás for forte como diz que é, não seríamos capazes de fazer isso.”
Peguei então óleo e ungi Joshua. Oramos juntos, pedindo ao Senhor que expulsasse o demônio. Novamente, a mudança foi imediata. O brilho feroz de seus olhos desapareceu e ele parou de rosnar. Depois, com um enorme bocejo ele se deitou e adormeceu.
Se você tiver animais de estimação fique sempre alerta para a possibilidade de que os mesmos possam ser invadidos por espíritos familiares, contudo, por favor, compartilhe o evangelho antes de expulsar o demônio. Às vezes não saberá se está lidando com um espírito humano ou com um demônio, mas se proceder assim, possivelmente estará evangelizando o satanista envolvido.
Diante de tudo isso, diariamente oramos pela proteção de nossos animais. Os animais são, facilmente purificados, porque não têm pecado, entretanto, Satanás não tem propriedade legal sobre eles da mesma maneira que o tem sobre os humanos, mas mesmo assim, são afetados pela maldição do pecado. As Escrituras mostram isto claramente.
“Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora.” (Romanos 8.22).
No fim, toda a criação, incluindo os animais, serão feitos novas através de Jesus Cristo ao ser removida a maldição do pecado.
“Porque aprouve a Deus que nele residisse toda a plenitude, e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as cousas, quer sobre a terra, quer nos céus.” (Colossenses 1.19-20).
Nos dias antigos, o termo “espírito familiar” parecia referir-se a uma bruxa simplesmente consultando um demônio. Um exemplo interessante pode ser achado em I Samuel 28. Saul chegara ao fim de sua carreira. A rebelião de Saul chegou ao ponto de fazê-lo procurar uma mulher que consultava espíritos familiares a fim de saber como terminaria a batalha no dia seguinte. O que é, realmente interessante nesta história, é o fato de que Saul pediu à mulher para usar os demônios dela com o propósito de invocar o espírito morto do profeta Samuel. É claro que a mulher não hesitou em fazê-lo, esperando que seus demônios se manifestassem disfarçados de Samuel.
São mentiras, todas as sessões espíritas em que supostamente, pode-se fazer contato com os mortos. Estas bruxas não podem, realmente, entrar em contato com os mortos. Este versículo mostra que elas usam demônios que se disfarçam como a pessoa morta. Satanás pode matar uma pessoa fisicamente, mas não pode controlar-lhe o espírito ou a alma depois de morta. Jesus disse:
“Digo-vos, pois, amigos meus: não temais os que matam o corpo e, depois disso, nada mais podem fazer. Eu, porém, vos mostrarei a quem deveis temer: temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno. Sim, digo-vos, a esse deveis temer.” (Lucas 12.4-5).
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria...” (Provérbios 9.10).
Nosso Senhor diz claramente que não devemos temer a morte física que Satanás pode trazer. Pelo contrário, devemos temer a Deus que é poderoso para lançar tanto a alma como o espírito no inferno depois da morte. Acredito que este versos, assim como muitos outros, mostram claramente que Satanás e seus demônios não exercem controle sobre as almas ou espíritos das pessoas quando estas morrem. Um outro versículo concernente a este assunto é encontrado em Apocalipse 1.18:
“E aquele que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos; e tenho as chaves da morte e do inferno.”
ENCANTAMENTOS E MALDIÇÕES
Tudo isto serve para o mesmo propósito, isto é, invocar demônios para realizarem uma determinada tarefa. Freqüentemente os encantamentos são na forma de uma poesia. São inúmeros e passados de uma geração à outra e usualmente, são citados em voz alta (lembre-se, os demônios não podem ler a mente humana), porém, muitas vezes são falados no mundo espiritual pelo espírito de uma bruxa e isto não é audível com os ouvidos físicos.
A expressão “Colocar um encantamento ou maldição em alguém”, refere-se à atitude de invocar um determinado demônio e assim enviá-lo a uma outra pessoa para causar-lhe danos ou influência. Todos os encantamentos (palavras mágicas) etc... são acompanhadas por demônios. Até mesmo as que são chamadas de “boas” como aquelas que estimulam o amor em uma pessoa, etc. Um outro termo muito conhecido em outros países é o “bewitched” (enfeitiçado) que significa a condição de uma pessoa sob a influência ou controle de demônios enviados por uma bruxa.
As bruxas mais poderosas não precisam usar longos e complexos encantamentos. Elas, simplesmente, comunicam diretamente com os demônios no mundo espiritual ou usam seus “guias espirituais”.
OS GUIAS ESPIRITUAIS
Um guia espiritual é, normalmente, um demônio poderoso, que a pedido de um bruxa vem e mora dentro dela com a finalidade de dar-lhe todo o tipo de habilidades e poderes, aumentando a capacidade de comunicação da mesma com o mundo espiritual, Mann-Chan era o guia espiritual de Elaine, ele governava tudo na vida dela e deu-lhe todas as habilidades detalhadas nos primeiros capítulos deste livro.
FETICHE, TALISMÃS, AMULETOS
Estes três termos, se referem à mesma coisa, e designam objetos que, na maioria das vezes, são usados ou dependurados nas portas das casas. Supõe-se que trazem proteção e dinheiro ao proprietário. Dizem que os talismãs trazem “boa sorte”.
Os amuletos e fetiches são freqüentemente usados para proteger uma pessoa de seu inimigo. Por exemplo: uma outra bruxa. Nestes casos algo do inimigo (normalmente o cabelo) é incorporado ao amuleto ou ao fetiche. Podem variar grandemente na composição, mas em todos a fome do poder é a mesma: demônios. O Senhor não tem tais objetos! O poder dos cristãos é apenas através de nosso Senhor Jesus Cristo e Sua obra completa na cruz. Qualquer cristão que aceite ou use essas coisas, está diretamente usando demônios. É impressionante, como muitos cristãos usam crucifixos ou até mesmo a Bíblia, como uma espécie de proteção do mesmo modo que amuletos e fetiches, e isto contradiz plenamente com a Palavra de Deus.
MARCAS
Nos diversos lugares do mundo, as marcas recebem nomes diferentes, uma marca é, na essência, um objeto para identificação. Quando uma bruxa deseja enviar um demônio a uma pessoa determinada, muitas vezes, ela não sabe automaticamente, de que pessoa se trata. Assim, o modo mais efetivo é presentear o demônio com um objeto que identifique a pessoa. Pode ser cabelo, pontas de unha, etc. Peças de roupas são também usadas mas não dão resultado como se fosse uma parte da própria pessoa. Em inúmeras ocasiões, enfrentamos problemas, quando os satanistas tentaram matar nossos animais de estimação. Verificamos que os bigodes dos nossos gatos haviam sido cortados e os do cachorro apenas de um só lado. Perdemos alguns deles porque os demônios os afligiam com enfermidades.
No entanto, continuamente, ficamos alertas à essa possibilidade e então oramos e ungimo-los com óleo pedindo ao Senhor proteção especial para eles. Os bigodes retirados de nossos animais eram a “marca” ou objetos de identificação que as bruxas deram aos demônios para que estes pudessem identificá-los.
HAGSTONES (PEDRAS DE BRUXAS)
Normalmente, possuem o formato do ônix, mas podem ser feitas de qualquer um outro cristal ou pedra. A finalidade de uma “hagstone” é a comunicação. São usadas, normalmente, como se fossem jóias. São utilizadas para encantamentos especiais acompanhadas do friccionar das mãos, etc, com a finalidade de invocar demônios para a comunicação com uma outra pessoa, geralmente, o demônio faz a pedra incandescer-se para indicar sua presença.
FORÇAS E PODERES
A bruxaria branca (mágicas) está cheia de referências às forças e poderes. Como exemplo, vejamos uma citação extraída de um livro na feitiçaria branca chamado “Ritual White Magic Tape Instruction Book” (Livro de instrução para rituais de mágica) de Dick Stephens (Valley of The Sum Publishing Co., 1985).
“Os trabalhos de mágica de acordo com as leis naturais exploram e empregam estas forças. São meios de tornar-nos melhores, pessoas sábias e é uma extensão de nossa consciência. O propósito último da mágica, é fazer com que aquele que a pratica, crie sua própria realidade. E você está para abrir a porta para este incrível poder que pode auxiliá-lo a fazer exatamente isto”.
Muitas outras descrições são usadas para este mesmo propósito, e ultimamente, toda a baixaria branca parece “unir a pessoa com as forças do universo.” Naturalmente que estes autores sempre se negarão dizer que de fato estas forças são demônios e que a “extensão de nossa consciência ou a alteração do estado de nossa mente” são, na verdade, o estabelecimento da comunicação com o mundo espiritual.
Mesmo ao leitor mais precavido, tudo pode parecer bom e inofensivo, mas fique atento, porque é bruxaria e como tal é abominação ao Senhor.
CONCLUINDO
Elaine e eu oramos, seriamente, para que o Senhor dos senhores. Rei dos reis, nosso amado Senhor Jesus Cristo, possa abrir-lhe o entendimento espiritual para tudo o que tentamos dizer neste livro. Lembre-se disto: Não importa o que acontecer a você na batalha, como resultado de sua entrada na guerra espiritual, até mesmo o fato de chegar a desesperar-se da própria vida, você sempre estará no centro do amor e da proteção de Deus. O Salmo 116.15 nos assegura. “Preciosa é aos olhos do Senhor a morte de seus santos”. O Pai guarda a sua vida com zelo.
Para finalizar, desejamos oferecer este livro, com todo o amor possível dentro de nosso corações, àquele a quem amamos acima de tudo: Deus o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo. A Ele, sejam dados todo o amor, glória, louvores e honras e ações de graças para sempre e sempre! Amém!
Por favor, venha logo Senhor Jesus.
Rebecca:
Quero, que o leitor entenda, que não sou escritora profissional e peço desculpas se, em alguma parte deste livro, não me fiz entender claramente. Decidi acrescentar esta nota ao livro, devido à numerosas perguntas que me foram feitas concernentes à luta que enfrentei com os demônios em Elaine. O Senhor sempre ordena-nos honestidade completa. Preciso escrever tanto sobre minhas falhas como sobre o meu sucesso. A batalha com os demônios em Elaine, foi treinamento para mim. Sem constrangimentos, admito que não sabia o que estava fazendo. Foi pela busca na Palavra de Deus e pela orientação direta do Espírito Santo que aprendi rapidamente. Uma coisa maravilhosa é que o Senhor honra os desejos dos nossos corações! Ele sabia que tanto eu como Elaine desejamos servi-lo, assim, não importando o quanto fôssemos incapazes. Jesus foi fiel!
Não tenho mais as lutas que tive com os demônios em Elaine, aprendi muito e continuo aprendendo. Passei por outras experiências que estão detalhadas em outros dois livros que escrevi. São eles “Prepare for War” (Prepare-se para a Guerra) e “Becoming A Vessel of Honar In The Master’s Service” (Tornando-se um Escravo de Honra a Serviço do Mestre). Sim, sofri muito e tenho lutado muito, mas este é um livro sobre vitória e não derrota. Elaine e muitos outros foram libertos pelo poder de Jesus Cristo. Somos todos servos imperfeitos, mas Jesus Cristo é perfeito! Seu poder é perfeito e ilimitado! Ele é fiel a seus servos agora e para sempre.
[1] Water – Witch : Crendice popular americana (de origem indígena) que ensina que se pode encontrar água apontando para o solo um galho de árvore na forma da letra “Y”.
[2] Prezado leitor, se você verificar o versículo acima, na Bíblia em português, não irá encontrar a palavra espírito com inicial maiúscula, contudo, se puder verificá-lo na Bíblia em inglês, irá encontrar a palavra espírito em inicial maiúscula.
[3] Esta comparação pode ser feita na Bíblia escrita em inglês.
[4] Nota: A citação da palavra Espírito, pode ser comprovada na Bíblia escrita no inglês. Na Bíblia em português houve a omissão da palavra.
Rebecca Brown
O melhor da literatura para todos os gostos e idades