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Series & Trilogias Literarias
Para Tracey Rooks, a vida com seus avós numa fazenda no Wyoming sempre foi simples. Mas após a morte de sua avó, Tracey é tudo o que seu avô tem. Então, quando a Eagle Elite University anuncia seu sorteio de bolsa de estudos anual, Tracey aproveita a chance de garantir seu futuro. Ela não estava esperando muito, mas acaba ganhando. E a vida como ela conhece nunca mais será a mesma...
Os estudantes da Eagle Elite não se parecem com nada que ela já tenha visto... e se recusam a facilitar as coisas para ela. E para completar, há Nixon: lindo, irresistível e o líder de um grupo que todos temem: os Escolhidos.
As regras são simples: 1. Não toque Os Escolhidos. 2. Não olhe para Os Escolhidos. 3. Não fale com Os Escolhidos.
Mas não importa quão duro Tracey tenta ficar de fora, Os Escolhidos estão sempre em torno dela - e não demorará muito ate que ela aprenda porque eles mantêm seus amigos próximos e seus inimigos mais próximos ainda.
Ela só não percebeu que era o inimigo - até que fosse tarde demais.
PRÓLOGO
Quem me disse que a vida era fácil... mentiu. É difícil. É uma droga. A loucura é que... ninguém tem coragem de admitir a verdade. Todos, e eu quero dizer todos, tem um segredo. Todos têm uma história que precisa ser contada. A dor está em todos os lugares, como seres humanos, nós estamos praticamente afogados em sua essência, enquanto todos fingem que ela não existe. Acreditamos que tudo está bem, quando, na realidade, tudo em nosso interior grita de indignação. Nossas almas imploram para sermos honestos, pelo menos uma vez em nossas vidas. Nos implora para que contemos a uma pessoa. Nos obriga a sermos vulneráveis frente a essa única pessoa e no mesmo momento que fazemos isso, tudo parece melhor.
Por um momento, a vida não é tão difícil como parece. É fácil. E em seguida cai a luva.
Quando conheci o Nixon eu não tinha ideia do que a vida tinha reservado para mim. Em meus sonhos mais selvagens, eu nunca poderia ter imaginado isso.
- Tudo... - Ele engoliu em seco e desviou o olhar por um breve segundo antes de pegar minha mão e beijar. - Tudo está prestes a mudar.
CAPÍTULO 01
- Posso sentir sua respiração no meu pescoço, Tracey. - O avô agarrou o volante e deu um sorriso fraco antes de esticar o braço para trás e acariciar a palma da minha mão.
Sim, ele acariciou minha mão.
Como se isso me fizesse sentir um pouco menos nervosa.
Eu fechei os olhos e respirei fundo algumas vezes, tentando me concentrar no entusiasmo da minha situação, não no medo. Eu me recuso a ter medo só porque era novo para mim.
Quer dizer, claro que nunca subi em um avião antes de ontem à noite, mas não era como se fosse enlouquecer... ainda. Eu perdi meus cães e tudo no meu rancho em Wyoming. Quando minha avó doente sugeriu que eu entrasse no concurso, obedeci para fazê-la feliz ? qualquer coisa para me distrair de sua enfermidade.
- Além disso, é o sonho de todos ir para a Eagle Elite, mas as chances de conseguir são próximas de zero. Uma empresa fez um estudo e disse que era mais provável que o seu corpo se transformasse em uma baleia do que você entrar.
Acho que é nisso que me transformei, uma enorme baleia grande e gorda, porque eu entrei. Tenho certeza de que a empresa fez isso como uma piada, mas mesmo assim.
Entre milhões de candidatos, eles sortearam o meu número, meu nome. Então, ter medo nesse momento não era uma opção. Ir para Eagle no primeiro ano de faculdade significava que você tinha basicamente resolvido a vida. Seria colocada em uma carreira, fornecida em todas as formas possíveis. Eles me dariam as oportunidades com que as pessoas sonharam.
Infelizmente, neste mundo, é tudo sobre quem voce conhece, e meu avô, abençoado seja seu coração, sabe apenas de fazenda e de ser um bom avô. Então vou fazer isso. Eu estou fazendo isso por mim, e eu estou fazendo isso por ele.
- Que é isso? Aponta vovô, e me tira de meu discurso motivacional. Eu baixei minha janela e olho.
- Lá... uh, lá diz E. E. no portão - murmuro, sabendo muito bem que ele estava olhando para o portão de ferro que faria orgulhosa qualquer prisão. Um homem saiu da guarita pequena perto da entrada e fez sinal para pararmos. Quando ele se aproximou do carro, notei um revólver escondido sob o casaco. Por que eles tinham armas?
- Nome - ordena.
Vovô sorriu. Ele costumava sorrir. Neguei com a cabeça quando ele começou a fazer o discurso, o mesmo discurso que ele tinha dado a todos os nossos vizinhos nos últimos meses.
- Vê a minha neta, Tracey. - Apontou para mim. Mordi o lábio para não sorrir. - Entrou nesta Universidade elegante, ganhou na loteria anual da Elite! Dá para acredita nisso? Então estou aqui para trazê-la.
Como fazia o vovô para sempre ser tão completamente confortável o tempo todo? Talvez fosse porque ele sempre tinha uma arma também, mas ainda assim. Ele e a vovó foram os avós mais legais que uma menina poderia pedir. Eu engoli as lágrimas queimando na garganta. Deveria ter sido ele e a vovó, mas ela morreu de câncer há seis meses, uma semana depois de saber sobre a Universidade.
Eles eram o meu mundo, o vovô e a vovó. Ser criada por seus avós não é tão ruim, não quando você tem ou tinha avós como os meus. O vovô me ensinou a montar cavalo e ordenhar vacas leiteiras, e vovó poderia cozinhar a melhor torta de maçã do estado. Ela ganhou todas as feiras do estado usando exatamente a mesma receita.
Meus pais haviam morrido em um acidente de carro quando eu era muito pequena. Não me lembro muito, exceto que a noite em que morreram era também a noite que conheci meus avós pela primeira vez. Eu tinha seis anos. O vovô estava vestido em um terno. Ele se ajoelhou e me disse algo em italiano, ele e a vovó me levaram em sua Mercedes preta. Eles mudaram sua vida por mim, dizendo que não era bom para uma pequena viver na cidade. Chicago não era tão ruim, ao menos pelo que recordo. Que não é muito.
Dei um sorriso sem graça ao vovô quando ele esticou através do porta-luvas e agarrou minha mão com a sua, áspera e grande. Ele sacrificou tudo por mim, assim eu ia fazer isso por ele, pela vovó. Pode parecer bobagem, mas sendo a única garota, eu senti a necessidade imensa de tomar conta dele agora que a vovó se foi, e a única maneira que eu me via fazendo isso, era conseguindo um bom trabalho e fazer ele se sentir orgulhoso. Eu não tinha certeza de sua aposentadoria, ou qualquer coisa, e queria ter. Eu queria cuidar dele como ele cuidou de mim. Ele era a minha rocha, e agora era minha vez de ser a sua.
O vovô me piscou o olho e voltou a apertar minha mão. Sempre foi muito perceptivo. Eu poderia dizer que ele sabia que eu estava pensando na vovó, porque ele assentiu com a cabeça e apontou para o coração dele e então apontou para o meu coração, como se dissesse: "Ela está no teu coração. Ela está no meu. Vamos ficar bem".
- Não são daqui certo? O homem interrompeu nossa troca e dirigido a pergunta para mim.
- Não, senhor. - Ele riu-se.
- Senhor? Hum... tenho que dizer que eu gosto do som disso. De acordo, passem. Dirija em linha reta na estrada cerca de dois quilômetros e meio. O estacionamento está à direita e os quartos estão diretamente à frente do estacionamento. Pode deixá-la lá.
Ele bateu no topo do carro e a porta abriu de repente diante de nós. Meu coração estava na minha garganta. Grandes árvores alinhadas na lateral do caminho enquanto vovô dirigia o carro para os quartos alugados.
Nada na minha vida tinha me preparado para o que eu estava vendo. Os edifícios eram enormes. Tudo foi construído com tijolo e pedra velha. Quer dizer, eu tinha visto fotos, mas nem chegavam perto da realidade. Os edifícios eram como hotéis elegantes. Outro guarda se aproximou do carro e acenou para o vovô desligar o motor. Fiquei de boca aberta quando saí do carro e joguei a cabeça para trás para que pudesse erguer a vista e olhar o edifício de doze andares.
- A garota está aqui. - Veio uma voz atrás de mim. Virei e novamente fiquei de boca aberta.
- Tão pura e inocente. Como um pequeno cervo, certo Chase? - O menino levantou sua cabeça. Seu cabelo ondulado escuro caiu na testa; Ele tinha um piercing labial e estava vestido de jeans rasgados e uma t-shirt justa.
Retrocedi, como o pequeno cervo/baleia que era.
Meu avô deu um passo à frente de forma protetora enquanto colocava a mão no casaco, provavelmente porque a arma estava presente, como de costume. Tenho certeza de que só estava tentando assustar as crianças.
- Um Comitê de boas-vindas? Este lugar é certamente agradável. - Qualquer um poderia ver que os rapazes a nossa frente não estavam aqui para nos receber e certamente não faziam parte de nenhum Comitê de boas-vindas, mas o vovô sempre dizia algo importante, me marcando com sua proteção. Eu fui para trás dele e engoli a secura na garganta.
— Há algum problema? - O vovô perguntou arregaçando as mangas. Uau. Meu avô de 72 anos ia se meter em uma briga ou algo assim?
O rapaz com o piercing do lábio deu um passo em frente e entrecerrou os olhos na direção de meu avô.
- Eu conheço você? O vovô riu.
- Quantos agricultores há em Wyoming?
O cara coçou a cabeça, me dando uma bela vista do seu abdômen bronzeado, quando suas mãos chegaram a sua cabeça. Eu engoli e agarrei o braço do vovô. O cara chamado Chase deu um sorriso lerdo e bateu nas costas do outro cara. Ele olhou nos meus olhos e então ele veio até de mim, levantou meu queixo, fechando a minha boca aberta.
- Muito melhor-, ele sussurrou. - Nós odiaríamos que nosso caso de caridade se afogasse como um inseto no seu primeiro dia-. Seus olhos foram em direção ao vovô e depois voltou para o meu antes de se afastar.
Logo depois desapareceram atrás do edifício de dormitório. Eu podia sentir o meu rosto esquentar de vergonha. Eu não tenho muita experiência com caras. Ok, era seguro dizer que meu primeiro e único beijo com Chad Thomson foi horrível. Mas, mesmo assim, algo sobre esses caras me advertiu que eles não eram boas pessoas.
- Eu não gosto desses caras. Lembra-me de... bem, deixa para lá-. O vovô coçou a cabeça e em seguida foi para o porta-malas para pegar minhas poucas coisas. Eu ainda estava tentando superar o fato de que eu tinha ficado vermelha de vergonha de mim mesma quando, alguém caminhou em nossa direção com uma prancheta.
- Não é permitido a nenhum pai entrar nos dormitórios. Desculpe. São as regras-. Ela espocou sua bola de chiclete e piscou o olho para meu avô. Ela estava flertando com ele? Que tipo de Universidade era essa? Os rapazes tinham piercings e estavam tratando as pessoas como lixo, e meninas flertavam com idosos?
Meu avô olhou para mim com preocupação e suspirou, colocou as mãos contra o carro alugado como se fosse se preparar para a confusão emocional do dia.
- Tem certeza de que você está bem?
Suspirei com intensidade e olhei para o edifício intimidante. Por isso eu tinha colocado o meu pedido. Tinha que fazer isso por ele, por nós. Respirando profundamente, me afastei dele e dei o meu sorriso mais confiante.
- Eu ficarei bem vovô, mas vou sentir muito sua falta. - Lagrimas quentes caíram rapidamente no meu rosto quando entrei no seu abraço.
- Tenho algumas coisas para você. Sei... - O vovô tossiu e limpou algumas das suas próprias lagrimas. - .... Sei que ela teria gostado que você os tivesse, Tracey.
Em silêncio, ele se afastou de mim e tirou uma pequena caixa na parte de trás do carro e entregou a mim.
- Não abra até que você esteja em seu quarto. Ah, querida, vou sentir sua falta.
Eu devolvi o abraço e fechei os olhos, memorizando a maneira que sua essência aromática enchia as minhas narinas com todo o conforto de casa.
- Eu vou sentir mais falta de você.
- Não é possível-, disse com uma voz ronca. -Não é possível, querida.
Ele me soltou e dobrou um pouco de dinheiro na minha mão. Baixei a vista para minha mão, onde havia notas de cem dólares enrolados com uma faixa elástica.
- Não posso aceitar isso-. Tentei devolver, mas ele levantou as mãos e riu baixo.
- Não, sua avó poderia estar rolando no túmulo se soubesse que deixei você em uma Universidade elegante sem um fundo de emergência. Guarde-o. Esconda em seu travesseiro ou algo assim, ok?
- Vovô, já não vivemos na recessão. Não preciso esconder dinheiro debaixo do meu colchão ou na minha fronha.
Ele estreitou os olhos e riu.
- Apenas guarde em lugar seguro.
Abracei o vovô pela última vez. Ele suspirou profundamente em meu ombro.
- Mantenha-se seguro vovô. Não deixe as vacas escaparem e continue a ordenha das cabras. Vou sentir muito sua falta.
- E eu de você... sé me faça um favor. - Me afastou e olhou nos meus olhos enquanto eu assentia. - Tenha cuidado. Há pessoas por aí que...-, amaldiçoou. O vovô raramente amaldiçoava.
- O que? - Tudo bem, ele estava começando a me assustar. Ele olhou atrás de mim e apertou os lábios em sinal de frustração.
- Nada. Não importa. Só tenha cuidado, de acordo querida?
- De acordo-. Beijei sua bochecha.
O vovô sorriu e foi para o carro. Acenei com a mão enquanto ele estava dirigindo, então virei para a moça com a prancheta.
- Ok-, tomei uma respiração suave e enfrentei o meu futuro. - Para onde?
- Nome? - Perguntou, parecendo entediava.
- Tracey Rooks.
A garota sorriu e negou com a cabeça, como se meu nome fosse a coisa mais divertida que tinha ouvido o dia todo. Todos eram tão rudes aqui?
- É seu dia de sorte-, anunciou ela acenando para o edifício. -Você está nos Estados Unidos.
Olhei em volta para ter certeza de que eles não estavam fazendo uma piada.
- Um, sim, eu sei. Eu sou americana.
- Caramba-, ela colocou a caneta na boca e suspirou intensamente. - Não sabia disso. Você parecia estrangeira. De onde você disse que era? Wyoming? Eles têm eletricidade lá?
Eu abri minha boca para me defender, mas ela interrompeu ... outra vez.
- Sei onde estamos, garota nova. Os quartos são baseados em temas de países. Não me pergunte por que, assim é como fizeram. O seu quarto está nos quartos dos Estados Unidos. Vá se acomodar. Ah, bem-vinda a Elite-. Me olhou da cabeça aos pés duas vezes antes de virar e voltar para o prédio.
Como se supunha que eu iria conseguir entrar com todas as minhas coisas no edifício? Não havia algum tipo de pacotes de boas-vindas ou algo assim?
Recordava vagamente a informação que tinha chegado no correio na semana passada. Eu tinha meu cartão de estudante, entre outras coisas. Procuro na minha bolsa e encontro o pacote e começo a rever rapidamente a programação.
- Está perdida? - Pergunta uma voz profunda atrás de mim. Virei e rapidamente estava cara a cara com o mesmo garoto que eu tinha visto antes. Só que desta vez ele tinha três amigos, e não um. Que sorte.
- Não. Aparentemente vivo no Estados Unidos-, dei meu melhor sorriso e tentei levantar minha mala pesada com minha mão livre. Não se mexeu, e eu quase caí em cima. Genial.
- Sou Nixon-, se moveu para ficar na minha frente. Seu olhar gelado fez coisas estranhas ao meu corpo. Tenho certeza de que estava experimentando o que é chamado de "ataque de pânico". Cada parte do meu corpo estava quente e depois frio como se fosse explodir a qualquer minuto.
- Tracey, mas todo mundo me chama de Trace-, estendi minha mão.
Ele olhou para ela como se eu estivesse doente.
Eu rapidamente baixei minha mãe e limpei nas minhas calças.
- Regras.
- O que? - Dei um passo para trás.
O rapaz antes chamado Chase deixou o grupo expectante e veio até nós.
- Tem razão. Por mais bonita que seja, agricultora, alguém tem que te dizer as regras.
- Pode ser rápido-? Perguntei com uma enorme sensação de irritação. Eu estava cansada, jet-lag1 e cinco segundos para voltar a chorar outra vez. Eu nunca tinha estudado em uma escola pública, menos ainda na escola particular Elite onde os rapazes eram tatuados, perfurados e mais bonito do que os modelos da Abercrombie2 .
- Você ouviu isso, Chase? -, Nixon riu. -Ela gosta de rápido.
- Que pena-, Chase piscou um olho. - Eu adoraria de dar um lento.
Eu engoli. Os dois rapazes atrás deles riam histericamente e os cinco foram no outro.
- As regras-. Chase começou a me rodear lentamente, me fazendo sentir como um daqueles esqueletos que abutres comem. Fantástico. -Não falar com Os Escolhidos, a menos que eles peçam isso para você.
- Quem são o....?
- Não. Você já quebrou uma regra. Eu estou falando, garota nova-, Chase riu. - Caramba, Nixon, essa vai ser difícil quebrar.
- Sempre são-, respondeu Nixon, levantando o meu queixo com mão, -mas acho que vou desfrutar com essa.
De acordo. Estava claro que alguém tinha me deixado em um filme de terror onde eu ia ser ofendida a cada minuto.
- Se um Escolhido falar com você, nunca olhe nos olhos dele. Porque, tecnicamente, você não existe. Você é só uma desculpa patética de um ser humano e, nesta universidade, você é uma verdadeira tragédia. Veja, enquanto um dos nossos Escolhidos está a caminho para ser presidente e basicamente governar o mundo, você vai ter sorte se você trabalhar para uma das nossas empresas. Siga as regras, e quem sabe lhe lançaremos um osso.
Furiosa, eu o fulminei com o olhar, ignorando sua segunda regra.
- Isso é tudo?
- Não-, respondeu Nixon por Chase. Desta vez seu toque era suave quando ele acariciou meu braço. Eu tentei me afastar. Seu rosto se iluminava com um sorriso e, sinceramente, era como olhar para um anjo caído. Nixon era lindo. Ele era um imbecil, mas um imbecil lindo.
- Você sente isso? - Sua mão continuou a subir pelo meu braço até que chegou ao meu ombro, sua mão continuou movendo para o meu pescoço seu polegar tocou meu lábio trêmulo. -Memorize agora, porque a partir deste momento, você não pode nos tocar. Nós somos intocáveis. Nem mesmo respirar em nossa direção, se você respirar o mesmo ar que nossa atmosfera, iremos tornar sua vida um inferno. Este toque, o que você sente contra sua pele, será a única vez que sentirá a outro ser humano tão poderoso, como eu, perto de você. Então, como eu disse, lembre-se, e talvez um dia, seu cérebro fará o supremo favor de esquecer o que sentiu ao ter alguém como eu te tocando. Então e só então, você vai ser feliz com um namorado medíocre e uma vida patética.
Lágrimas derramaram pelo meu rosto antes que pudesse detê-las. Sabia que eu precisava parecer forte frente a Nixon e Chase. Eu só... não tinha força dentro de mim, não quando ele podia dizer coisas tão cruéis. Engoli as lágrimas e olhei para eles, deixando o resto das lágrimas dentro de mim. Não me importava quem eram esses caras. Eles não tinham o direito de me tratar assim, mas, mesmo assim, doeu. Eu queria desesperadamente me encaixar.
Ele tirou a mão do meu rosto.
- Patético. Você está chorando? Realmente? -, Nixon rosnou e estendeu a mão para o Chase. Chase fedia um pouco a Purell3 . -Não quero ter uma fazendeira em minhas mãos, entende? - Nixon sorriu um sorriso tão cruel que, literalmente, tive que apertar minhas mãos para os lados para não lhe bater na cara e ser expulsa.
- Não se atreva, menina nova. Você me toca, e eu digo ao reitor, que é justamente o pai de Phoenix. Nós controlamos os professores porquê? Adivinha? Meu pai paga tudo. Agora, se você tiver alguma dúvida sobre o que falamos aqui, por favor encaminhe para Tex e Phoenix, certo?
Os dois rapazes que haviam sido deixados para trás, acenaram com a mão e em seguida com o dedo do meio.
- Assim é como nós dizemos "Olá" -, explicou Nixon. -Tudo bem, Chase, parece que nosso trabalho está feito. Ah, e, fazendeira, não esqueça. As aulas começam amanhã. Bem-vinda ao inferno.
CAPÍTULO 02
Quatro lágrimas. Eu contei. Só deixei que escapassem quatro, o que foi bom, considerando as circunstâncias.
Deixei minha mala do lado de fora e rezei para que eles não roubassem ou rolassem ou algo assim, e levei a caixa da minha avó comigo para o prédio.
Minha bolsa continuou batendo contra a caixa, fazendo com que o conteúdo de dentro se mexesse. Tentei colocar tudo arrumado em uma mão para usar meu dedo e olhar para o mapa do lugar. O quarto Estados Unidos era no terceiro andar, na ala direita.
Fantástico. Escadas.
Olhei em volta, procurando por um elevador, mas não vi nenhum sinal, nem mesmo o local para colocar um. Soprando o cabelo do meu rosto, abri a porta para as escadas e fiz a minha subida muito lenta para o terceiro andar.
No momento em que cheguei na porta do terceiro andar, soube três coisas. Um: estava terrivelmente fora de forma. Dois: eu deveria ter comido algo esta manhã e três: aparentemente, eu era a única fazendo check-in agora. Não vi ninguém mais, o que era raro. Mas, novamente, talvez eles estivessem em seus quartos.
Eu abri a porta, outra vez equilibrando tudo numa mão e andei para o corredor da ala direita.
A porta da escada fechou-se atrás de mim, e lentamente, as pessoas começaram a deixar seus quartos. As meninas pareciam mais com as minhas Barbies do que pessoas reais, olharam descaradamente fixo. Algumas amaldiçoando em minha direção, e outras apenas sorriam presunçosamente, como se soubessem um grande segredo e eu não.
Mantive meus olhos focados na minha frente, mesmo quando sabia que parecia um desastre. Eu estava suando, meu cabelo estava caindo pelo meu rosto encharcado e minhas mãos foram deslizando fora da caixa.
No final do corredor, vi uma placa dizendo Estados Unidos.
- Graças a Deus-, sussurrei em voz baixa.
Coloquei a caixa no chão e deixei cair minha bolsa ao lado dela.
As meninas ainda não tinham me dito uma palavra, a menos que fosse pejorativo, e agora estavam me olhando como se algo terrível estivesse para acontecer.
Deus Bendito, por favor, não deixe que tenha um palhaço assustador escondido no meu armário. Eu provavelmente pularia pela janela e me mataria no processo.
Cheguei perto da porta e girei a maçaneta.
Não aconteceu nada.
Eu empurrei. Novamente, não aconteceu nada.
No final, usei toda a força que estava dentro de mim, e pressionei meu corpo contra a porta. Abriu-se toda antes que meu corpo tivesse contato completo, me fazendo cair no chão.
Minha cabeça caiu e bateu em um par de botas caras brilhantes. Botas de menino, para ser exata. Eu odiava essas botas, porque, por alguma razão, eu sabia que elas pertenciam a um cara. E se algum cara estava esperando no meu quarto, tinha que ser um dos Escolhidos, tentando tornar minha vida um inferno.
Por falar nisso, como diabo fez para estar aqui tão rápido?
As meninas riam enquanto eu fiquei lentamente de joelhos e olhei para cima, em direção ao rosto perfeito de Nixon.
Claro que era Nixon.
Ele ofereceu a mão, mas antes eu aceitasse, colocou uma luva.
- Germes, entende? - Piscou o olho.
Talvez fosse porque estava cansada. Talvez fosse porque eu ia enlouquecer por causa do stress, mas, em vez de pegar na mão dele, recusei e fiquei em pé sozinha.
Pessoas ofegaram atrás de mim.
Os músculos ficaram tensos na mandíbula de Nixon.
- Deixe-nos-, rosnou ele.
O som de portas batendo no corredor também poderiam ter sido os pregos do meu caixão social. Um, dois, três, seis... fechei os olhos e esperei.
Minha porta foi a última a fechar, mas eu não tinha feito nada. Não, era Nixon e agora estava atrás de mim.
- Você não gosta das regras novas, certo, garota nova? -, sussurrou no meu ouvido. Não estava me tocando, mas meu corpo estremeceu involuntariamente de qualquer maneira. Hormônios traidores.
- Há uma regra final. - Nixon se moveu por trás de mim e agora estava a um pé de distância.
- O que? Minha voz soou mais corajosa do que estava me sentindo.
Ele fechou a distância entre nós. Eu retrocedi, ele continuou.
O metal frio da porta se encontrou com as minhas costas, fazendo-me estremecer. Meu suor tinha esfriado e agora estava completamente apavorada.
- De ganhar o direito de usar o que os nós, os outros, temos. Os elevadores estão fechados. Os membros Escolhidos têm cópias do cartão de acesso. Piscinas, salas de ginastica... tudo o que você tem que ter acesso, mesmo a comida, tem um cartão de acesso.
Ele colocou a mão no bolso e puxou um cartão azul e o deixou pendurado na minha frente.
- Diga obrigado.
- Por que? - Não ia chorar. Não ia chorar!
- Por permitir que você coma, claro.
- O que?
- Não terminei de falar -, disse suavemente.
- Este cartão dá-lhe acesso ao elevador apenas uma vez por semana. Também dá acesso ao refeitório, duas vezes por dia. Não três vezes. Não queremos que ganhe peso. Use-o com sabedoria e se eu me impressionar com a sua capacidade de seguir instruções, posso te dar sua liberdade. Até lá... - Encolheu os ombros e limpo a garganta-. Mova-se para o lado.
Eu não podia me mover. Era como um pesadelo. Quem demônios era esse rapaz e a sério, quem o fez Presidente da faculdade? Não tinha medo de falar com ninguém. Medo de fazer qualquer coisa, exceto ficar lá olhando friamente para o cartão em minha mão. Dizia E. E., mas também poderia dizer Nixon.
- Saia para o lado-, Nixon repetiu, desta vez seus dentes estavam apertados. Levantei a cabeça e olhei para ele. Quer dizer, olhei para ele verdadeiramente. Seus olhos eram azuis cristal, como se o fogo do inferno tivesse congelado e o gelo olhando para mim fosse o resultado das chamas laranja morrendo lentamente. Seu rosto era simetricamente perfeito. Como se uma supermodelo e um famoso ator tivessem decidido criar um filho natural e perfeitamente programado em um computador. Seu cabelo caía sobre a testa caprichosamente.
Nixon bateu na porta com a mão sobre minha cabeça.
Ok, acabou.
Eu poderia suportar que alguém me falasse com elevação. Eu poderia suportar alguém tirando sarro de mim... quero dizer, Alô? Eu sabia que isso não era importante, mas suportar alguém me ameaçando com violência? Na minha cara? Especialmente um cara com esteroides? Demônios. Não.
Algo mudou. Eu empurrei contra seu peito. Ele caiu para trás, o olhar no rosto dele mudou de completa raiva para descrença.
- Você acabou de me tocar?
- Você me ameaçou.
- Eu ameaço a todos.
- Então você é um valentão.
Ele abriu a boca e depois voltou a fechar. Um diabólico sorriso apareceu em seus lábios.
- Então você queria me tocar?
- Não, quero que me deixe tranquila.
- Diga por favor.
- Por favor? - Implorei, olhando diretamente para a profundeza dos seus olhos sem alma.
- Demônios. Não-, sussurrou e, em seguida, passou ao meu lado e abriu a porta e saiu. Uma garota estava esperando lá fora. Ele voltou para dentro do meu quarto e virou para fechar a porta.
- Eu pensei que você estava indo.
- Mudei os planos-, murmurou e, em seguida, foi para a janela e a abriu.
- O que, indo pelo ralo? - Brinquei nervosamente. Se esse cara ficasse mais tempo aqui, ia matá-lo eu mesma.
- Nixon, abra a maldita porta! - Grita a garota do outro lado.
Ele riu e saiu pela janela para a borda.
- Você está louco? - Gritei e agarrei sua camisa. Não seria testemunha de sua morte, mesmo que fosse merecida.
- Larga-, ele falou e então ele estava voando no ar. Santo Deus, eu o fiz cometer suicídio.
- Nixon! - Gritei e olhei pela borda. No campo, havia uma lona enorme com ar. Nixon caiu de costa e então pulou fora dela. Ele soprou um beijo e saiu correndo. Várias barracas e lonas tinham sido colocadas fora dos quartos. Quase parecia carnaval.
A menina ainda estava batendo na minha porta. Corri para abri-la. Ela passou correndo por mim.
- Esse filho da puta! - Gritou pela janela. - Nixon, juro que vou te matar quando ver você!
- Eu gosto de você -, disse em voz alta.
- Ele fez mal a você? - A menina engoliu nervosamente e me examinou da cabeça aos pés, olhando para o meu pescoço e meus braços.
- Hum, não?
- Ele é a semente do satanás. - Ela resmungou.
- E você é? Ela sorriu e estendeu a mão.
- Monroe. A irmã do Satanás.
CAPÍTULO 03
Monroe poderia ser uma supermodelo. Não, retiro o que eu disse. Ela devia ser a garota que diz para as supermodelos como serem supermodelos. É ridiculamente linda, fiz a minha mente ser transportada imediatamente para cada um dos livros que li ano passado, que me alertavam sobre as meninas que se pareciam com ela.
Essa garota era como uma propaganda ambulante para os caras com tesão. Por um lado, o vestido que ela usava era tão curto que eu encontrei a mim mesma sem palavras, e logo corando quando ela se abaixou para pegar a caixa e levá-la para o meu quarto. Não havia um código de vestimenta nessa escola?
- Então, isto é tudo o que você tem?
Ele jogou seu cabelo preto azeviche de volta e tirou um brilhou labial de seu sutiã. Seu vestido preto subiu novamente alguns centímetros. Oh Deus, estava completamente fora de meu elemento.
- Eu... tenho uma mala em baixo, mas Nixon disse...
- A merda Nixon, a última vez que eu verifiquei, ele não era Deus, nem era querido por ele. Agora, vamos pegar sua mala e eu vou te mostrar onde está o elevador.
Ela entrelaçou o braço com o meu e saímos para o corredor. De alguma forma eu tive problemas para manter o ritmo uma vez que ela usava saltos alto de 15 centímetros. Andamos pelo corredor principal e, em seguida, através de uma porta numa parede de tijolo. Assim que atravessamos a porta, vi a linha de elevadores.
- Alguma razão por manterem eles escondidos? -, perguntei.
Monroe assentiu com a cabeça e depois apontou o teto, várias telas de segurança mostravam cada elevador.
- Alta segurança desde o ano passado, que alguém tentou explodir a escola. Por este motivo todos os cartões de acesso e o sigilo sobre os elevadores. No ano passado alguém foi capaz de chegar ao último andar antes que a segurança soubesse.
- Então, é realmente como uma prisão? - Engoli seco.
Monroe começou a rir.
- Não, não é tão ruim assim. Mas quero dizer, quando você tem o tipo de alunos que tem Elite, você não pode deixar de ser muito cauteloso.
Não perguntei a ela o que ele queria dizer, porque todo mundo sabia que tipo de pessoas vinham aqui. Filhos de diplomatas, celebridades e até mesmo alguns dos filhos de presidentes tinham vindo. Assim que chegamos no térreo, a porta do elevador abriu e ela me levou para fora.
- Eh, isso é seu? - Apontou para minha mala. Corrigindo, disse minha mala aberta. A roupa estava por toda parte no chão.
Eu gritei e corri para minha roupa antes que o vento as levassem. Todos os bens estavam em processo de fazer uma varredura em torno do campus.
Monroe, para seu credito, correu atrás de algumas coisas e me ajudou a encontrar o máximo possível.
Eu tinha certeza de que tinha perdido um pouco das minhas calcinhas.
- Ele é um idiota. - Monroe me ajudou a levantar, uma vez que ela tinha fechado a mala. - Veja. - Olhou em volta e correu para a entrar. - É o favorito porque é um lambedor de bunda e meu pai acredita que as mulheres estão abaixo dele.
Tal pai, tal filho.
- De qualquer forma, se eu atacar, meu pai provavelmente vai me ignorar e dizer que suas mãos estão atadas. Posso ajudá-la com os outros caras, mas Nixon, você está por conta própria. Ele deu para você uma chave de acesso?
- Sim. - Tirei a chave do bolso e mostrei. - Duas refeições por dia e uma viagem de elevador por semana. Eu estou verdadeiramente em uma vida elevada.
Monroe jogou a cabeça para traz e riu.
- Fique comigo e pode ser que tudo dê certo. Vamos, esta noite há uma festa de boas-vindas, e temos trabalho a fazer.
- Espera... - Me recuso a caminhar. - Por que está sendo tão boa para mim? - Odiava ser desconfiada, mas nunca conheci pessoas como estas que vinham para esta escola.
- Oh, desculpe. Eu pensei que eu tinha dito. Sou sua colega de quarto.
Isso fazia sentido. Caminhamos em silêncio na direção do elevador.
- Você é tão boazinha com todos os seus companheiros quarto?
- Não. Eu matei dois deles, mas meu pai encobriu isso...
Sem palavras, minha boca caiu aberta.
- Uau, estou brincando. Eu nunca tinha tido um companheiro antes deste ano. Meu pai achava que estava me castigando por limitar o meu espaço. Em vez disso, estou aliviada. Não suporto essas vadias do terceiro andar.
- Então, Nixon e você tem um ano de diferença?
- Não. - Monroe me deu um sorriso. - Nós somos gêmeos.
- Sinto muito.
- Oh, eu também. - Já tinha chegado ao andar superior novamente. Monroe levou minha bolsa. - Vamos, novata. Há pessoas para ver e caras para flertar.
Ela não estava brincando sobre não termos muito tempo. Três horas mais tarde e eu era uma nova mulher. Ele usou uma prancha nos meus longos cabelos castanhos deixando-os em ondas de praia e então passou logo a tirar minhas sobrancelhas até que elas caíram no esquecimento. Eu sempre tinha gostado das minhas sobrancelhas. Claro que eram grossas, mas elas emolduravam bem meu rosto. Eu esperava que no momento que acabasse, ainda tivesse um pouco de pelo. Não permitiu que me olhasse no espelho até que ela terminasse com minha maquiagem.
- Está bem, quase acabando. Agora, o que você trouxe para vestir?
Eu pulei da minha cadeira e tirei da minha mala o vestido que tinha usado no funeral da minha avó. Era a coisa mais bonita que eu tinha, inclusive estava em desconto na Forever 21.4 Então tinha que estar na moda.
- Esse é bonito - Monroe enrugado a nariz. - Mas é um pouco jovem para você.
- Jovem? - Repeti olhando para o vestido com cintas de espaguete e listras amarelo e branco.
- Sim, quero dizer, é lindo e provavelmente seria matador para um piquenique ou algo engraçado. Mas esta é uma festa onde todo mundo vai se conhecer. Você precisa ser vista, ser vista quente, precisam vê-la intocável.
- Está bem. - Mordi o lábio.
- Não se preocupe, acho que tenho o vestido perfeito.
Meu estômago começava a dar voltas de nervoso. Se fosse como o vestido que ela estava usando agora, então iria ser colocada na prisão por prostituir-me.
- Aqui. - Me deu uma minissaia preta, uma grande blusa com buracos e meias completamente pretas que chegavam até o meio da coxa e então transparente.
Coloquei tudo rapidamente. Ela continuava me dando coisas... e eu continuava me vestindo. Duas pulseiras e um colar monstruosamente grande depois e ela me disse que estava pronta.
Finalmente, deixou olhar-me no espelho.
Eu sorri para o meu reflexo. Eu me via perfeita. Não como ela ou uma supermodelo, mas gostei de mim. A maquiagem fez meus olhos marrons se destacarem, e minha roupa não era elegante, mas divertida.
- Os sapatos! -, gritou Monroe. - Merda, qual é o seu tamanho?
- 36?
- Merda. - Começou a andar. - Calço 38.
Claro.
- Hum, posso ter algo. - Abri a mala e tirei o sapato clássico da vovó, os que sempre costumava brincar com diferentes roupas quando eu era pequena.
- Lindos! Onde você conseguiu?
- Minha avó. - Dei de ombros.
- Lembre-me de lhe dizer que tem muito bom gosto, da próxima vez que venha visitar você.
- Está morta. - Disse rapidamente e em voz baixa.
O quarto caiu em silêncio. Meus olhos desviaram para o chão. Odiava esta parte. A parte onde as pessoas não sabiam o que dizer, mas o que eu realmente queria deles é que não dissessem nada.
- Isso é uma merda. - Suspirou fortemente e em seguida, colocou os sapatos do chão. - Acho que ela gostaria que você os usasse, o que você acha?
Engoli o caroço na minha garganta e assenti com olhos lacrimejantes.
- Também acredito que gostaria.
- Maravilha, agora vamos para a festa e mostrar a meu irmão o perdedor que ele é.
Juntamos nossos braços... e fomos para a festa. Foi a primeira vez em seis meses que tive outra mulher para falar. A primeira vez na minha vida que eu tinha um amigo que era uma menina. Eu realmente gostei muito.
CAPÍTULO 04
O ar da noite corria com entusiasmo. As pessoas falavam animadas pela calçada principal, enquanto todo mundo estava se dirigindo para um grande prédio com uma placa que dizia "Bem-vindos de volta".
- Maldita Monroe, como faz para andar nestas coisas? - Tex se juntou a nós e piscou o olho. O que? De repente eu era aceitável agora que estou andando com Monroe? Eu olhei de volta, recordando nosso primeiro encontro quando ele me deu o dedo do meio, porque o idiota líder de seu grupo disse. Subordinado.
- Tex, acho que você provavelmente já conheceu Tracey.
- Eu já a cumprimentei.
- Assim, quando me deu o dedo do meio? - Monroe parou de andar.
- Nixon disse...
- Juro se você terminar essa frase vou castrá-lo enquanto dorme-. Monroe o empurrou no peito com seu dedo. -Agora peça desculpas a Tracey.
Seu cabelo vermelho estava espalhado por toda sua cabeça, seus dentes brancos brilharam no escuro quando andou em torno dela e ficou na minha frente.
- Desculpe por ter dado o dedo do meio. Também lamento não ter visto de perto. Você é bonita. Se importaria de descartar a festa hoje à noite? Tenho certeza de que nós poderíamos encontrar uma maneira de entreter-nos...
- Disse que pedisse desculpas, não que você a paquerasse-. Monroe o empurrou. Ele deu uma risada e, em seguida, a abraçou. - Desculpa, Tracey. É quase um grande idiota como Nixon.
- Ela disse quase. - Tex riu-se e acomodou-se entre nós, colocando um braço em torno de nós, enquanto caminhávamos no saguão principal do edifício.
- Falando no diabo... -, disse Monroe em voz baixa, enquanto Nixon chamava a atenção de todos no meio do salão.
Era como se ele estivesse andando em câmera lenta. Como se na realidade não estivesse vivendo esta vida, mas vendo alguém. Ou pelo menos vendo na televisão.
Nixon estava parado no meio da sala. Estava usando jeans preto e uma camisa apertada azul bebê com colete e gravata fina. Parecia um modelo da Gucci ou algo assim. Ele ainda tinha seus óculos de aviador. Oh Deus, eu oficialmente morri e fui para a revista de moda do inferno.
Chase estava ao seu lado, com um par de jeans preto apertado e um colete que poderia nos ter feito sentir orgulho de Tommy Hilfiger. Tex caminhou para bater os punhos com eles. E então notei Phoenix atravessando a multidão e abraçou a Tex batendo duas vezes nas suas costas.
Nixon tirou os óculos escuros e me examinou lentamente. Seus olhos estreitados até que só vi o gelo azul. Ele levantou a cabeça em direção a Monroe e assentiu com a cabeça uma vez.
- Bom trabalho, Monroe. Parece como se na realidade ela pertencesse aqui.
- Ela pertence aqui, idiota. - Monroe passou ao meu lado e deu dois beijos no ar em cada lado do rosto ao seu irmão, antes de retornar ao meu lado.
- A forma como eu vejo... - Nixon sorriu. - Ela ganhou um concurso de estupido. O mesmo concurso que simulamos todos os anos para que pessoas, com poucos recursos no mundo, possam se juntar a alta sociedade. Ela... -, disse e sorrindo - .... É só um número.
- Pelo menos não sou uma idiota - espetei. Para meu horror e completa humilhação tudo ficou em silêncio absoluto ao nosso redor.
Nixon se aproximou de mim lentamente. A raiva era evidente em seus olhos, mas não podia volta atrás. Recusei-me a ser intimidada por um rapaz rico, privilegiado, que pensava que governava as regras do universo, só porque ele era bonito e tinha dinheiro.
- Isto está ligado? Um rapaz falou no microfone. - Atenção, todos.
Nixon sacudiu a cabeça e saiu caminhando para o palco.
- O presidente do corpo estudantil gostaria de dar as boas-vindas de volta à escola!
Ok, talvez era um tipo de Presidente. Eu apertei os dentes... e esperei. Monroe deu-me uma palmada no meu braço quando Nixon pisou no palco.
As pessoas gritavam seu nome várias vezes. Foi engraçado que seu nome era Nixon. Eu sorri para mim mesma e notei que os olhos de Nixon nunca deixaram meu rosto.
- Eu gostaria de apresentar alguém... - Oh não, oh inferno não - .... Ela é nova aqui... - Me olhou com frieza -, ...e eu quero que todo mundo lhe dê uma recepção calorosa à Elite Eagle! Por favor, uma salva de palmas para Dra. Tessa Stevens, nossa nova Professora de história.
Soltei a respiração que estava contendo e lutei para manter minhas mãos do meu lado. A única forma que poderia sorrir era imaginando minhas mãos ao redor da garganta de Nixon.
Uma bonita mulher de meia idade acenou de um lado do palco. Nixon aplaudiu em sua direção e ele dedicou um olhar devastador. Bajulador.
- Agora, eu sei que todo mundo está ansioso para começar a festa de boas-vindas. - O bastardo deu um piscar de olhos na minha direção.
Monroe envolveu seu braço em volta de mim e sussurrou para que me acalmasse. Eu estava com raiva? Tive minha resposta... quando senti outra mão nas minhas costas.
Virei e vi Chase sorrir e brevemente me tocar no ombro, inclinando a cabeça em minha direção. De verdade eu quase dei um soco no seu nariz. Senti-me manipulada quando eles eram malvados e me sentia manipulada quando eles eram agradáveis. Era como se eu tivesse que ter cuidado.
- Estou seguro que vocês notaram que temos uma nova aluna. O vencedor do sorteio anual da Eagle Elite se registrou esta manhã. - Nixon aplaudiu e suas covinhas apareceram como seu sorriso. - Tracey, por que você não vem aqui e diz algumas palavras?
Não, balancei a cabeça e cravei meus calcanhares no chão. Mas Chase tinha um aperto forte no meu braço e me levou para o palco. Eu olhei para trás para Monroe, mas ela estava em sua própria luta com Tex. Ele tinha os dois braços firmemente prendendo-a em uma pegada forte. Pelo menos ele com a boca.
Phoenix não estava em qualquer lugar, mas tinha certeza que estava perto como apoio, somente no caso de eu decidi tentar quebrar o nariz do Chase.
Cada passo meu ressoou no grande salão. Eu podia sentir meus batimentos, enquanto eu estava me aproximando do palco.
Nixon estendeu a mão para mim, mas eu tinha muito medo de pegá-la, com medo de que se pegasse ele afastaria a mão me envergonhando. Eu não podia confiar nele, e ele sabia disso. No entanto, se eu não pegasse sua mão, iria insultá-lo, o que aparentemente seria um pecado imperdoável.
Implorei então para que pegasse a minha mão.
Tremendo, eu estendi minha mão para pegar a dele.
Fiquei surpresa quando seu toque quente tomou conta de mim. Seus olhos entrecerraram quando olhou para as nossas mãos unidas. Brevemente, parecia como se o rosto dele tivesse relaxado e vi uma pessoa diferente. Uma que não estava aliada com o diabo.
Acabou tão rápido, seu rosto ficou tenso e soltou minha mão. Eu vi como ele esfregou a mão contra as calças dele e então se movimentou como se estivesse de alguma forma estado muito apertada. Ele limpou a garganta.
- Pessoal, está é Tracey Rooks.
As pessoas aplaudiram porque ele estava aplaudindo. Na verdade, não estavam animados em me ver lá, nem mesmo se importavam. A maioria deles tinha expressões de tédio em seus rostos. Nervosamente, olhei a multidão à procura de Monroe, ela estava radiante. Sua expressão me deu forças. Imediatamente eu me emocionei pensando em minha avó, na maneira como me disse que eu poderia fazer isso. Então ninguém poderia me dizer que não valia a pena.
- Tracey Rooks, se isso não é um nome de campo, então não sei o que. - Brinquei no microfone. - Venho de um lugar onde as vacas são mais numerosas do que as pessoas e você conhece todo o mundo pelo nome... - respiro profundamente. - Acho que eles poderiam dizer que estou completamente fora do meu lugar, mas, mesmo assim estou grata. Agradecida pela oportunidade de ampliar a minha educação e muito mais ainda agradecida, enquanto eu estou aqui, Nixon não tentou me fazer tropeçar ou me empurrar fora do palco. Acho que ainda há esperança para mim. Múuu.
Acabei de fazer mú?
Eu sorri.
E então eu notei mais rostos sorrindo para mim. E uma salva de palmas, seguido por alguns mais e em seguida um grito.
Me afastei e lentamente desci as escadas. Desta vez, Chase me acompanhou como um ser humano normal. Quando cheguei à multidão de estudantes, ele sussurrou no meu ouvido.
- Sabia que era diferente.
- Diferente?
- É um elogio. Fazendeira. Acostume-se. Porque você ganhou o respeito de metade dos estudantes.
- E a outra metade? - Pregunte lentamente caminhando em direção a Monroe.
- Seguem sendo a elite e nada vai pará-los no caminho de destruí-la. - Parei ele com a mão e dei a volta para olhar para ele.
- E de que lado você estas, Chase? Seus olhos me examinaram por um momento antes de colocar uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
- Sempre estou do lado das meninas.
Eu esperei que ele dissesse: "E você não é uma delas". Mas levantou a minha mão, beijou e logo se afastou.
As pessoas em minha volta começaram a sussurrar. Minha boca deveria estar aberta, porque de repente minha garganta estava seca.
Monroe me encontrou em questão de segundos.
- Diabos, acho que meu irmão quase se engasgou com a língua. Bom trabalho, botas.
- Botas?
- Sim, é seu novo apelido.
- Por que?
- Devido a teu 'mu' na frente todos os estudantes e não posso dizer vaca. Mas quando penso em fazendas penso nas botas dos vaqueiros. Então, sim, botas, botas.
Boa lógica. - Bem, então será botas. - Dei de ombros.
- Ele vai a merda por ele mesmo. - Monroe, parecia muito satisfeita quando Nixon terminou seu discurso. Aplausos irromperam quando ele terminou e fomos enviados para a festa.
- Agora, o que? - Perguntei a Monroe.
- Agora... - agarro minha mão - .... Vamos dançar.
CAPÍTULO 05
Deveria ter sabido que a Elite não faria nada medíocre e que um baile de Universidade e uma festa de boas-vindas era tudo menos isso a meus olhos. Poderia ter sido muito bem um baile de graduação, um baile de coroação ou o Oscar. A sério.
O auditório tinha hologramas sendo jogados através do telhado e dançando ao longo das paredes. A música reproduzida por meio de formas nas paredes e havia um videoclipe de uma banda passando na parede do fundo, onde estava a pista de dança.
Tudo estava iluminado com luz ultravioleta e eu meio que esperava que algum famoso fosse subir ao palco e começar um show.
- Genial, hein? - Monroe me deu com o cotovelo. - Vamos pegar uma bebida.
Eu a segui até onde estavam as comidas e não poderia fechar minha boca, mesmo que eu quisesse. Era tudo de gelo. E quero dizer tudo. Toneladas de sobremesas que não tinha visto antes foram postas em torno das esculturas de gelo. No final da mesa, havia um tipo de cascata azul com copos alinhados em torno.
- Elixir dos deuses! -, gritou Monroe acima da música. Ela tinha dois pratos na mão e tinha empilhado pedaços de frutas cobertas com chocolate e sobremesas, em um curto espaço de tempo. Caminhamos em direção as bebidas fortes. Pegou dois copos de champanhe e encheu-os.
Talvez, fosse algum tipo de ponche?
Nós encontramos uma mesa e sentamos.
- Prove-. Apontou para o ponche e sorriu.
Parecia inofensivo. Eu tomei um grande gole e comecei a tossir violentamente.
- O que? Eles não têm álcool em Wyoming? -, disse uma voz irritante atrás de mim.
Os quatro Escolhidos estavam justamente ao lado da nossa mesa. Cada um sorrindo para minha desgraça.
- Sim, mas quando você bebe, sendo menor de idade, você é preso, sabe tudo. - Pus meu copo na mesa e peguei um morango coberto com chocolate. Pelo menos eu sabia que eles estavam seguros.
- Não há nenhuma lei aqui-, disse Nixon, puxando a cadeira do meu outro lado. -E se tivesse uma lei, eu seria o xerife, juiz e júri.
- Bom para você.
Eu sabia as regras. Mas, dei um tapinha no braço dele de qualquer maneira.
Muito para a diversão de Monroe. Ela começou a rir entre os dentes do meu lado. Tex estendeu a mão dela.
- Poderia me conceder esta dança?
Monroe corou e pegou a mão dele.
- Não mate o meu irmão, Tracey.
- Vou tentar controlar que meus impulsos-, disse.
- Oh, eu gostaria que não fizesse. -Chase sentou ao meu lado e sorriu.
- Saiam! -, gritou Nixon. Tanto Chase e Phoenix deixaram a mesa.
- Por que você fez isso? -, lhe dei um olhar fulminante.
- Porque ele não deveria estar paquerando com você-. Nixon deu de ombros e pegou um morango do meu prato.
Eu senti que eu enjoava.
- Ele não estava paquerando.
- Sim, estava. - Nixon roubou outro morango.
- Não. - Bati em sua mão enviando o morango para o chão. - Não estava. Ele só estava sendo gentil, você devia experimentar.
- Querida, posso ser gentil com você. Acredite em mim. Eu posso ser tão gentil que você não vai saber o que a atingiu. Mas isso é o que realmente quer? Que eu seja gentil? - Seu hálito cheirava a morangos enquanto corria pelo meu rosto. Molhei os lábios e me obriguei a tirar os olhos de seu olhar penetrante.
- Aqui. - Me estendeu um morango na sua mão. Eu fui pegar, mas ele afastou. - Não, não, deixe-me.
Tentou-me novamente. Gemi e inclinei para a frente. -Abra.
- Não. - Apertei os dentes.
- Então não terá nenhum morango.
- Acredito que vou sobreviver. - Me separei dele e levantei. Sua mão disparou e agarrou o meu pulso.
- Senta.
Eu fiz.
- Não quero tornar sua vida um inferno. Você sabe disso, certo? Não quero chore até dormir todas as noites, ou amaldiçoe todas as manhãs. Você sabe que você toma suas próprias decisões. Você cria seu próprio destino. E baby, eu tenho as chaves. Então você joga sob minhas regras, ou não. A escolha é sua.
- Por que isso importa de qualquer forma? De nenhuma maneira eu podia confiar em você.
Seus olhos piscaram antes de quebrar seu olhar com o meu.
- A confiança é como amor. Ele não existe. É um conto de fadas com que a sociedade nos alimenta a fim de manter-nos conformados. Não espero que você confie em mim. Espero que você siga as regras. As regras a manterão segura.
- E se não faço? Ficou de pé e deixou cair o morango no prato.
- Então vai ser forçada por minha mão, e a última coisa que quero é ouvir histórias da minha irmã, sobre como chorou até dormir todas as noites, só porque você não pode seguir algumas orientações simples.
Engoli seco.
- Ok.
Ele deu sorriso largo e ajustou a gravata.
- Sabia que nos entenderíamos...
- Não estou concordando com você. Só sabia que seria a maneira mais rápida de conseguir que você fosse embora.
Nixon permaneceu em um silêncio mortal e depois estendeu a mão e tocou minha bochecha. Eu lutei contra todos os instintos para não lhe dar uma bofetada. Meu corpo traiçoeiro estava faminto por seu toque, por atenção. Eu perdi minha avó. Eu perdi meu avô. Eu queria alguém para me abraçar e me dissesse o que fazer. Mas eu estava sozinha. Estremeci.
- Dança comigo - ordenou.
Eu abri minha boca para me negar, mas já estava me levando para a pista de dança.
As pessoas ficaram sem palavras quando começou uma música lenta e Nixon me tomou em seus braços. Ele não disse muito. Nem eu. Em vez disso, comecei a tremer porque eu sabia. Ele sabia que ele já tinha começado. Eu o desafiei, e ele ia me fazer pagar. E ia fazer da minha vida um inferno. Não sabia como nem quando, mas eu sabia que ele iria atacar e iria ser onde mais machucaria.
Só quando comecei a relaxar, a canção chegou ao fim, Nixon foi embora. Eu cambaleie, mas fora isso permaneci em pé. A música parou.
Grandioso.
- O que? -, gritou Nixon e então riu. - Está louca?
Eu não tinha ideia do que ele falava, eu olhei ao redor e então outra vez para ele.
- Acredita de verdade que eu dormiria com alguém como você? Que tipo de garota você é afinal? Eles fazem coisas diferentes da fazenda?
Senti que meu rosto estava vermelho brilhante.
- Oh, deve fazê-lo, hein? - Nixon cruzou os braços sobre o peito. - Acredite em mim, fazendeira. Não me importo com quanta maquiagem que você coloque, ou quão cara pode ser a sua roupa. Nem me importo se metade dos alunos gostem de você neste momento. Você é a caridade. Nem mesmo pegaria você se me pagassem. A resposta é não. E da próxima vez que eu sinta a necessidade de presentear você com uma das minhas festas estudantis, ao menos tenha a decência de usar sapatos novos.
Eu quebrei. Caí sobre ele, mas braços fortes me seguraram. Não queria que me vissem chorar. Não sabia o que mais poderia fazer. Eu tremia tanto que pensei que fosse desmaiar.
- Shhh... - disse Monroe em meu cabelo - ... Tex, leve-a de volta para o quarto.
Ele acenou com a cabeça e então Chase veio andar do nosso lado.
- Afastem-se! - Gritei, mas em vez de se afastarem, Tex e Chase caminharam cada um ao meu lado. E então me dei conta do porquê.
As pessoas estavam tentando jogar comida em minha cabeça. Mas quando os rapazes ofereceram seu apoio, pessoas pararam e nos observaram sair da festa.
Nixon ia ficar com raiva. Mas não me importei. Eu estava muito envergonhada de mim mesma. Vergonha por me encolher por algo que um cara havia dito. E acima de tudo, com raiva por ele ter se desfeito dos sapatos da minha avó. Os sapatos que hoje me deram confiança.
Nós andamos silenciosamente de volta para o quarto.
Os caras não disseram nada. Eles não fizeram piadas. E Monroe não amaldiçoou seu irmão.
Finalmente, chegamos aos elevadores. Eu entrei em pânico. Não queria usar meu passe único no elevador só porque eu estava envergonhada, embaraçada e um pouco irritada.
Chase pegou um cartão preto brilhante e escorregou pelo elevador. Tenho certeza que seu cartão deveria ter todos os tipos de acesso ilimitado. Nós entramos. Até mesmo os caras.
Eu tinha pensado que todo mundo na festa de boas-vindas valia a pena.
Pensei errado.
Algumas portas no meu andar abriram. No minuto que se abriram e olharam para aqueles que me acompanhavam, um aumento nos níveis de estrogênio bateu no ventilador, causando risos de toda a ala direita para sair.
As meninas sussurrando. - Esses são Chase e Tex! - O que fazem aqui? - Muito quente! - Tão sexy! Chase, Chase! -Uma garota gritava o nome dele e eu lutando contra o desejo de gritar com ela. Era evidente que estava lutando com muitas emoções nesse momento.
Monroe abriu a porta do meu quarto. Os rapazes arrastaram os pés. Sentei na minha cama e esperei os gritos começarem.
Monroe mudou meus pés e tirou os sapatos da minha avó.
- Ele é um idiota. Eu sei que não deveria defendê-lo, mas se ele soubesse que você estava usando os sapatos da sua avó...
Chase olhou os meus pés e depois para mim.
- Não entendo. O que é importante sobre os...
- Ela está morta, idiota!? Eles são clássicos e ela os deixou para Tracey, ok? Eles são os sapatos mais bonitos que ela tem!
Chase caiu em silêncio. Seu olhar penetrante sustentou o meu por um momento antes de amaldiçoar e deixar o quarto. Tex, levantou as mãos no ar e o seguiu. Monroe fechou a porta atrás deles.
- Suponho que isso significa guerra, hein? Tentei sorrir.
- Vou falar com ele. - Monroe não parecia tão certa dessa ideia. Ela caminhou até ficar em frente a mim. - Nunca pensei que chegaria tão longe. Nunca tinha ido tão longe. As pessoas tinham medo dos Escolhidos, para fazer ou dizer algo.
- Eles não são deuses. - Monroe riu amargamente.
- Não, são muito piores. Pelo menos os deuses ficavam no Olympus onde pertenciam. Os nossos nos perseguem aqui na escola, como se a Universidade não fosse ruim o suficiente, certo?
- Ele vai se cansar de mim.
- Essa é a coisa. - Monroe começou a despir-se. Mataria pelo corpo daquela mulher. Ele pegou uma t-shirt que dizia "sexy" e vestiu, juntamente com uma calça de pijama. - Ele geralmente ameaça aqueles que não se conformam e logo já está. Se eles o contestam, normalmente são expulsos de escola. Só um cara o desafiou e foi expulso daqui, mas de todos os modos, todos o odiavam. Quer dizer, Nixon é um idiota, mas ele protege a todo mundo. É como um padrinho por estas bandas.
- E isso me transforma.... no que? Monroe mordeu o lábio.
- Não sei. - Assinalou a minha maleta. - Tem um pijama lá?
- Cruzo os dedos para que não tenham sidos roubados - brinquei.
Monroe se aproximou e começou a me ajudar a procurar na minha mala.
- Está bem em chorar, sabe. Não direi a ninguém. Só para constar, acho que você é muito corajosa.
Então eu senti as lágrimas. A sensação de sufocamento que você tem quando você tenta com toda sua força conter toda a emoção, e a dor de cabeça que sempre vem depois. Assenti com a cabeça e desviei o olhar.
- Olha, por que você não veste logo um pijama, assim você pode ir para cama logo, este bem? Podemos arrumar suas roupas amanhã depois da escola.
Gemi.
- Ugh, classe.
- Veja o lado bom. - Monroe me jogou uns shorts e uma camiseta. - Pelo menos você não terá de suportar o Nixon. Ele não deverá estar em todas as suas aulas, talvez em duas. Se você for uma das sortudas.
- Vou fazer um pedido a uma estrela cadente -, murmurei.
- Boa noite, botas. - Monroe riu e apagou as luzes do seu lado do quarto.
Vesti o short e camiseta. Meus olhos repousaram sobre a caixa da minha avó. Eu sentei de pernas cruzadas na cama e a abri.
Monroe estava certa. Foi bom chorar. O sorriso feliz de minha avó me retornando o olhar em uma foto que ela tinha tirado no verão passado. Toquei o vidro e tomei a liberdade de chorar um pouco mais. Qual seria o seu conselho? O que ela diria?
- Mantenha a cabeça erguida. Não há nada para olhar no chão -, murmure sua frase favorita e ri através das lágrimas. Amanhã seria um dia difícil, mas eu fui escolhida, eu estava lá, e eu ia ganhar. Melhor Nixon cuidar de suas costas, porque eu, Tracey Rooks, estava aqui para ficar.
CAPÍTULO 06
O som da música me jogou fora da minha cama na velocidade do raio. Monroe estava de pé em frente ao espelho dançando e cantando, enquanto comia Cheerios. Agora, por que não pensei trazer minha comida?
- Quer um pouco? - Perguntou enquanto Cheerios caíam de sua boca. Bem, os pedintes não podem escolher. Assenti.
- Meu esconderijo é debaixo da cama, pegue o que você quiser, você vai precisar de força hoje. Ah e te trouxe isto. - Ela estava na porta e pegou uma caixa grande.
- Hein? De quem? Monroe deu outra mordida nos Cheerios e encolheu os ombros.
- Eu não sei. Um dos residentes administrativos deixou aqui fora às 06:00 da manhã. Eu quase dei um soco na sua cara.
Comecei a rir. Sim. Eu poderia ver tudo isso acontecendo. Pelo menos ela não era uma pessoa completamente de manhã. No entanto, eu não tinha certeza uma vez que eu nunca a desafiei no período da manhã.
- Abra, sua puta!
- Whoa, de acordo, - desamarrei caixa. Uma nota caiu no chão. Recolhendo, eu li o rabisco e deixei.
Eles não são os sapatos da sua avó. Então eles não têm o mesmo significado. Mas eu queria que você tivesse algo que a fizesse sorrir no seu primeiro dia de aula. Desculpe por ontem à noite.
Chase
- Oh infernos, Chase Winter acaba de te mandar um presente! - Monroe aplaudiu. - Não acredito nisto! Ele nunca faz coisas sem o consentimento de Nixon.
Dei de ombros.
- Talvez ele pediu permissão para Nixon?
- Não, isto tem Chase escrito por todas partes-. Sorriu e apontou o caixa. -Você tem alguma ideia de quanto é tudo isso?
- Não. - Olhei o uniforme da escolar na caixa, meias na altura do joelho e botas de couro italiano. Tinha esquecido brevemente o folheto que se vangloriava sobre os alunos E. E. vestidos de uniformes para manter toda a gente, bem uniformizada.
- Pelo menos dez mil, dos grandes eu diria... - Monroe olhou para dentro das botas. - Sim, elas são umas Win originais.
- O que?
- W-i-n - disse lentamente-. Como no início do sobrenome de Chase. Os pais dele são design de moda. Eles fazem acessórios de alto nível, botas e lenços. Você tem sorte, a última vez que eu tive um par dessas tinha doze anos, e foi porque eu prometi ao Chase que eu pegaria minha amiga francesa para dar um beijo nele.
- Não posso aceitar isso-. Empurrei a caixa longe de mim.
- Claro que sim e quando você ver Chase vai lhe dar um abraço gigante na frente de todos. Estou orgulhosa dele. Finalmente um casal está crescendo.
- Um casal... o que?
- Bolas-. Monroe me deu um sorriso travesso e apontou o traje. -Calce e se apronte Botas...-, ela juntou as mãos. -Perfeito, agora realmente posso te chamar de botas. Você sabe, porque ele deu para você botas de couro do tipo Win, isso fará com que todas as garotas, nesta escola, quererem matá-la onde você estiver parada.
- Genial, mais fãs-. Brinquei com o punho, de forma pouco convincente no ar.
- Simplesmente use-as, vaca, antes que eu as ajude a matá-la e as roube deixando seu corpo frio e sem vida.
- Está bem -, respondi-. Mas primeiro a comida, depois café.
Ela puxou a caixa dos Cheerios em minha cabeça...
- O café da manhã dos Campeões. E comeu.
- Certo-, respondi. -Especialmente tendo em conta que tenho apenas dois passes de comida.
Monroe congelou.
- O que você disse?
- O idiota do seu irmão me deu um cartão com dois passes de comida. Você se lembra? Eu te disse ontem.
Ela piscou como se fosse lembrar e então perguntou.
- Em qual refeição você está? Dei de ombros.
- Como vou saber isso?
Ela rolou os olhos e estendeu a mão. Peguei o cartão da minha mesa e coloquei na sua mão. Ela virou e digitou o código de barras na página da web no seu computador.
- Não acredito -, sacudiu a cabeça.
- O que? Qual é o problema? Não me diga que ele mentiu para mim! Eu vou morrer de fome! - Gritei para o teto e pisotiei. Eu estava em Wyoming. Gostava do meu jantar.
- Ele, hum... - Monroe arranhou o cabeça. - Ele pôs você com a gente.
- O que você quer dizer?
- Nada, sente com a gente. É um período de almoço privado só para... Monroe fechou a boca. - Você sabe o que? Não importa. Vamos preparar você, se não vai chegar atrasada.
Monroe não estava na minha primeira aula, que era uma espécie de classe política. Eu não era realmente uma política, mas agora que a maioria das pessoas que vinham para esta escola acabariam sendo líderes mundiais, isso era considerado currículo básico. Olhei para minha esquerda, onde um cara puxou um frasco. À minha direita uma menina enviou uma mensagem a alguém e riu atrás de sua mão. O cara na minha frente estava lendo um pornô.
Era seguro dizer que o mundo de amanhã não estava em boas mãos.
Uma vez que o resto dos caras continuaram a entrar, a luz piscou uma vez, depois duas. Eu aprendi rapidamente que isso significava que era hora de se acalmar.
A porta da sala foi aberta. Nixon pisou dentro.
Você deve estar brincando.
Olhei ao redor para um lugar vazio. Não havia nenhum. Curioso, eu vi como ele foi e ficou atrás da mesa na frente.
- Todos, vocês me conhecem e se não, bem, então peça a alguém do lado porque não vou repetir meu nome. O professor Sanders teve uma morte na família e desde que eu estou fazendo algumas práticas de negócios para ele, ele me pediu para substituí-lo. Muitos de vocês são idosos que adiaram esse tipo de aula até o final do ano aqui. Bem-vindo à política do primeiro ano. Essa classe vai feder, e vai ser muito difícil, e se não receberem um B, basicamente estarão reprovados na classe. Mas... - ele andou ao redor da mesa e se apoiou sobre o resto. -Se ouvirem, fizerem sua lição de casa e mantiverem sias cabeças longe de suas bundas tempo suficiente para prestar atenção, é possível aprenderem alguma coisa.
Ok, como uma pessoa ele cheirava mal. Como professor, puxou a honestidade.
- Tracey -, Nixon disse meu nome.
Você está brincando? Eu queria dá-lo de comer a uma centena as piranhas.
- Sim? - Fiquei de pé. Monroe tinha me avisado que sempre que um professor te chama, você fica de pé. Pelo menos sabia antes de ser jogada a cova dos leões.
- Nomes todos os presidentes dos Estados Unidos. Você tem três minutos.
Eu sorri, principalmente porque eu sabia a resposta para essa pergunta desde que eu estava na sexta série, quando vovó me fez memorizar os presidentes com a melodia de uma canção. Eu poderia lembrar todos sem a música idiota.
- Washington, Adams, Jefferson, Madison, Monroe, Adams... - falei para todos os nomes em dois minutos. Quando terminei, me sentei.
Todos os alunos na sala estavam me olhando como se eu fosse uma alienígena ou algo assim.
Nixon caminhou lenta e deliberadamente em direção a minha mesa.
Merda. Eu provavelmente o irritei, porque eu era inteligente e não burra. Mas o que mais eu ia fazer durante minha educação em casa? Ver televisão?
Suas botas clicado sobre um piso de concreto liso. Finalmente, parou em frente de mim mesa. Olhei para cima e esperei por sua repreensão.
Ele sorriu. Um sorriso verdadeiro. Não um que me fez querer causar dano à sua pessoa, mas um que revelava o quanto ridiculamente bonito era. Cara, esse anel no lábio estava me distraindo contra seus dentes brancos e covinhas.
- Bonitas botas. - Olhou para baixo e então voltou para a frente da classe.
- A primeira pessoa que fizer exatamente o que fez a novata, ganha um A para o dia.
As mãos subiram ao redor da sala. Aparentemente eu não era mais Tracey. Bem, isso foi de curta duração.
Durante a próxima hora, eu assisti enquanto outros alunos tentaram copiar o meu desempenho.
A classe finalmente foi despachada.
Peguei minha mochila. A que tinha encomendado on-line há vários meses, na esperança de que me ajudaria a me encaixar aqui dentro. Era de couro e custou muito mais do que eu sabia que o vovô podia se dar ao luxo de. Me arrastei para a porta, mas a voz de Nixon me parou.
- São umas Win? - Perguntou.
Parei na porta. Fui a última aluna a sair. Girei sobre meus calcanhares e olhei para ele.
- Sim.
- São da minha irmã?
- Não. - Senti minhas narinas dilatarem.
- Você as comprou?
- Não.
- De quem são?
Dei de ombros.
— Que madura -, respondeu e levantou as mãos no ar. -Não podemos ter uma simples conversa? Quem te comprou as botas, Tracey?
- Foda-se as botas -, respondi e saí de lá pisoteando, ainda bem que Chase tinha me dado algo tão impressionante que até mesmo Nixon reparou.
As duas aulas seguintes eram fáceis. Estou feliz em anunciar que Nixon não fez qualquer aparição. Olhei para o relógio. Era hora do almoço. Monroe me deu instruções para ir ao refeitório e virar à esquerda imediatamente antes dois portões principais. Eu fiz o que ela disse... e encontrei uma pequena porta no lugar. Deslizei meu cartão através dela e abri a porta.
Para um restaurante.
E não é qualquer restaurante. Isto não era um McDonalds. Não. Um lustre em cima de minha cabeça atravessou a cortina. Papel de parede cobria as paredes. Revestimentos de madeira bonitos iam até o meio de cada parede. A iluminação era fraca. Na verdade, senti como se acabasse de entrar em um país diferente.
As velas foram acesas, e eu quase maldiçoei quando vi um violinista sentado no canto, tocando a música. Isso era uma piada, tinha que ser.
Phoenix, Nixon, Monroe, Tex e Chase estavam sentados em uma grande mesa no centro. Chase me cumprimentou com a mão. Engoli a saliva e o segui.
Nixon mantinha o olhar para baixo.
Monroe lhe deu uma cotovelada na cara, mas ele ainda não ousou levantar o rosto.
- Puta merda! - Phoenix bateu na mesa. - Não me diga que essas são da coleção de 2013! Que demônios, homem! Manteve isso escondido de nós? - Ele puxou seu titular para o Chase.
Os olhos do Chase se aqueceram quando ele encontrou o meus e então ele se levantou da mesa. Olhei para Monroe em busca de ajuda. Ela acenou com a cabeça.
Mordi meu lábio e caminhei direto para os braços do Chase. Merda. Eu estava quebrando outra regra, mas talvez essas regras eram mais para Nixon que para o Chase. Tremendo, eu me afastei e finalmente ganhando força, dei um beijo em sua bochecha.
- Obrigada pelas botas.
- Doce. Imagine o que ela faria se ele lhe tivesse comprado um carro-. Isso veio de Phoenix. Ouvi o barulho de mais talheres.
Chase sorriu e molhou os lábios.
- Sinto o que...
Afastei a mão.
- Tenho as botas, estamos em paz.
Ele assentiu com a cabeça e me levou para o meu lugar.
- Assim que é um restaurante? Em uma escola? Realmente? - Dirigi minha pergunta a Monroe. Ela corou e olhou para o seu colo.
- Na realidade, ninguém sabe.
- Nós gostamos de nossa privacidade. - Nixon interrompeu nossa conversa e entrelaçou os dedos. Um garçom apareceu para anotar nosso pedido.
Nixon pediu em francês.
Claro que sim.
Mas então todos os outros seguiram seu exemplo. Quando chegou a minha vez. Eu abri minha boca, mas tudo o que saiu foi um cruzamento entre um grunhido e um gemido. Fantástico.
Chase disse algo para Monroe em francês. Ela riu e então rapidamente fez os pedidos ao garçom que me deu um cálido sorriso e desapareceu.
- Frances? -, eu rangia. -Quantos idiomas vocês falam?
- Três-. Tex tinha o copo de água no ar, e me saudou.
- Dois-. Phoenix encolheu os ombros.
- Cinco-, disse Chase.
Nixon esclareceu a garganta.
- Diz o seu, homem. - Chase lhe deu uma cotovelada.
Nixon amaldiçoou e se recusou a fazer contato visual enquanto murmurava:
- Dez.
- Dez? - Perguntei. - Eu mal posso falar inglês.
- Nós sabemos. - Phoenix riu. Achei oportuno para lançar meu garfo nessa ocasião.
Ele se abaixou e depois bateu na mão de Nixon.
- Sim, bem, eu gosto de crianças. Isso não significa eu corra por aí transando com tudo o que vejo, afim de ter uma-, Nixon cuspiu.
A mesa caiu em silêncio. Como fazer frente a sua atitude de merda o tempo todo? Monroe encolheu os ombros e começou a me fazer perguntas sobre as minhas aulas. Antes de perceber, a comida quente estava diante de mim.
- Tenho medo de perguntar o que é. - Peguei a refeição quente com meu garfo. Tinha um cheiro delicioso.
- O céu. É o céu. Derrete na sua boca e te faz gritar em êxtase. Garota, se você não tiver um orgasmo depois de experimentar está comida em particular, então você é um caso perdido.
Phoenix, rapidamente, mudou para seu alimento e piscou o olho.
Senti meu rosto aquecer severamente.
Monroe deu-me uma cotovelada.
- Não se preocupe Tracey, Phoenix sempre fala assim. Acho que é porque ele realmente nunca...
Phoenix apontou com o garfo para Monroe e a fulminou com o olhar.
- Não pense em terminar a frase.
Tex e Chase riam. E novamente, Nixon permaneceu em silêncio.
Comi a comida. Correção, cheirei a comida, e eu prometi a mim mesma que iria começar a correr, se não quisesse ganhar dez quilos no meu primeiro dia aqui.
- Então-, olhei para meu celular e de volta para o resto da mesa. - Quem come aqui na próxima hora de almoço?
Todos olharam para Nixon. Ele chupou o anel do lábio e colocou as mãos atrás da cabeça, inclinando sobre as pernas da cadeira. Estávamos todos no uniforme, mas ele tinha tirado o casaco, assim podíamos ver o contorno de suas tatuagens escuras sob sua camisa branca. A camisa esticada sobre seus músculos de tal forma que não conseguia parar de olhar. Quer dizer, os outros caras eram atraentes, mas Nixon estava um passo acima do resto. Era uma caótica perfeição.
- Ninguém.
- Ninguém? - Todavia estava olhando seus braços volumosos.
- Comendo aqui-, disse Nixon deliberadamente, - só nós. Só nessa hora do almoço.
- Mas... -, confundida olhei ao meu redor. - Então, por que estou aqui?
- A vezes nós gostamos de fazer caridade-. Nixon sorriu com um ar de superioridade. - Agora vá, antes que chegue tarde.
Eu não me movi. Chase pôs a cabeça entre as mãos e gemeu.
- Odeio quando a mamãe e o papai brigam.
Phoenix começou a rir. Tive que admitir que achei engraçado. No entanto, Nixon não achou graça. Ele empurrou a cadeira para trás e deixou a sala batendo a porta atrás dele.
- É sempre assim?
- Na realidade... - Tex inclinou para frente. - Não. Eu acho que você tira o pior dele.
- Por mim está bem - disse sarcasticamente.
- É a primeira estranha que comeu aqui - Monroe disse a minha direita. - Ele divide os cartões de acesso para controlar as “panelinhas”. Para garantir que as lutas não comecem entre crianças de diferentes países em guerra e tudo isso. Presumi que colocaria você em um dos almoços normais.
- Que você quer dizer?
Chase deu de ombros.
- Ele não é apenas responsável pelos cartões de acesso, é o presidente do corpo discente. Garante que o acesso seja limitado para cada aluno. Digamos, por exemplo, que uma criança da Coreia do Norte venha para esta escola. Você acha que ela vai ficar junto com um sul-coreano? Ou melhor ainda, com algum garoto chamativo da América?
- Um... não?
Todo mundo começou a rir.
Phoenix abanou a cabeça.
- Isso é um inferno não, garota nova.
Chase cruzou os braços. Minha boca secou com a visão. Seu cabelo escuro não era tão rebelde como o de Nixon, mas ainda tinha aquele aspecto perigoso.
- E se o filho de um sheik vier para esta escola, mas é de uma religião que é diferente de qualquer outro cara? E se esses mesmos caras, almoçando na mesma sala, se servirem de porco?
- Oh. - Respondi. - Acho que isso faz sentido, mas então isso não é segregar o mundo?
Monroe começou a rir.
- Botas, isso é a Universidade. Estamos segregados independentemente, por ser de uma classe elevada. É só como as coisas são aqui. Ele mantém a segurança de todos. Mantém baixo as lutas.
A mesa silenciou-se novamente. Olhei para o Chase.
- Mas se ele me odeia tanto, porque ele me quer aqui?
Um relógio tocou no restaurante fazendo todos empurrarem as cadeiras da mesa e ficar de pé. Minha pergunta não foi respondida quando todos foram em direção à porta. Fiz o meu caminho pelo corredor, mas Chase me alcançou e sussurrou em seu ouvido enquanto caminhávamos:
- Proteção.
- O que?
- Nos vemos! - Fez um gesto e caminhou pelo corredor e me deixou perguntando. Do que diabos eu tinha que ser protegida? Ou de quem?
CAPÍTULO 07
- Tão cansada... - murmurei, deslizando meu cartão através da porta do elevador. Ok, assim eu sabia que era preguiçosa para eu usar meu passe único no primeiro dia de aula. Mas meu cérebro estava frito. Fui escolhida para falar nas minhas três últimas aulas. Minha última aula foi uma KI5 eletiva, que era basicamente como educação física. Eu não tinha ideia que escolas forçavam seus alunos a fazer exercícios!
Felizmente para mim, não fui tão mal.
Eles não faziam educação física na Elite.
Não, eles faziam artes defensivas. Sério. Isto é como eles chamam. Não igual as artes escuras de Harry Potter, mas artes defensivas. Poderia ter sido facilmente o mesmo pela maneira em que senti meu corpo. Durante a última hora, eu juro, minha alma deixou meu corpo e fui vítima de um garoto, chamado Spike, brutalmente me atacando.
Pelo menos agora eu saberia tirar os olhos de alguém, eu sabia que eu ia vir muito bem se eu tivesse que sentar e comer com Nixon todos os dias.
Eu mordi meu lábio. Abriu as portas do elevador. Eu entrei e me apoiei contra a parede. Por que era tão mau comigo e logo se assegurava de que estivesse sempre ao seu redor?
O elevador parou. Fantástico. Eu apertei o número do meu andar novamente. Ainda não se moveu e agora um chiado começou a vir sobre mim. Eu odiava os pequenos espaços. O pânico se estabeleceu. Eu estava prestes a usar o telefone vermelho pequeno para ligar para os bombeiros, SWAT ou algo assim, quando o elevador se moveu novamente.
- Obrigada, Deus -, murmurei, quando as portas se abriram no meu andar.
Me arrastei até a minha porta e parei em frente a ela.
Na minha porta estava uma foto do meu rosto no corpo de uma vaca.
Deveria saber que isso ia acontecer mais cedo ou mais tarde.
Inteligente. Aposto que eles exterminaram quase todas as células em seus cérebros para chegar a isso. Decidi me unir a diversão e desenhei um coração à volta da minha cabeça com uma pequena bolha dizendo MÚUUU.
Tome isso.
Eu abri a porta e imediatamente tirei minha jaqueta, seguido de minha blusa e logo fui para minha saia. Ouvi uma risadinha. Minhas mãos estavam congeladas no zíper da minha saia. Olhei para cima. Nixon estava atravessado na minha cama.
- Por favor, não deixe que eu interrompa você. Continue.
Lhe dei o dedo.
Ele riu mais alto.
Rapidamente, vesti a blusa que tinha jogado na cama e fui para o outro lado do quarto.
- O que você quer?
- Não sexo, mas obrigado pela oferta.
- Eu... não foi-, tomei três respirações profundas. Argumentar não me levaria a nenhum lugar com satanás. - Por que você está aqui?
- Esperando minha irmã. O que mais?
Respirei aliviada.
- O que? Decepcionada porque não quero uma queda esta tarde?
- Não, não em absoluto... -me sentei muito, muito longe da cama de Monroe. - Além disso, se você precisa de uma, tudo o que você precisa fazer é bater em qualquer porta neste andar. Apenas se certifique de usar proteção. Eu sei como se sente sobre os germes.
- Só os seus -, ele fala.
Joguei um travesseiro na sua direção na esperança de lhe bater na cara. Ele pegou no ar e fez uma cara feia...
- Pode pelo menos esperar lá fora?
- Não.
- Por que? - Apertei os dentes. No ritmo que ia não iria ter nada com que morder.
- Porque eu gosto de sua cama. É confortável.
- Tem os meus germes e juro que deixei cair a minha baba em todo o meu travesseiro ontem à noite. Ele encolheu os ombros.
- Só odeio os germes nas pessoas, não nos objetos. Nixon olhou para seu relógio e, então, colocou as mãos atrás da cabeça e fechou os olhos.
- Por que?
- Por que, o que fazendeira?
- Por que você não gosta que as pessoas te toquem? Essa é uma regra sua, ou uma da Elite?
- Você faz um monte de perguntas para ser alguém tão estúpida.
Isso doeu, mas estava cansada demais para deixar afundar na minha consciência. -É a única maneira de encontrar uma forma de sobreviver neste lugar.
- Sobreviverá, se você seguir as regras. Eu pensei ter falado isso-. Se apoiou nos cotovelos. - O sistema funciona, Tracey. Sei que pensa que eu sou um idiota, mas se você for gentil, eles te comerão viva. Não será melhor que eu faça a degustação? - Ele sorriu.
Droga, eu estava, literalmente, ansiosa para lhe dar um soco no queixo.
- Porque todo mundo simplesmente não é gentil e se dão bem?
Ele gemeu movendo mãos dele e se levantou.
- Talvez espere lá fora.
- Faça isso.
Ele foi até a porta e então parou.
- Alguém zombou de você hoje?
- Isso é uma pergunta maliciosa? -, perguntei, pulando da cama de Monroe. - Você zomba de mim o tempo todo!
- Além de mim. - Ele colocou as mãos nos bolsos da sua calça. - Me diga a verdade.
- N - não - gaguejei. - Ninguém zombou de mim hoje.
- Acredito que fiz o meu ponto.
- Ai, inferno se fez. - Me baixei e peguei outro travesseiro para jogar em sua cara. - Você acha que tem tanto poder? Para me proteger deles? Você acha que é o melhor? Que o que você faz é melhor do que os típicos alunos fariam?
Suas sobrancelhas levantaram.
- Quer apostar?
- Muito bem! - Lhe toco no peito. Nixon fechou os olhos como se lhe doesse.
- Por favor, não me toque. - Eu recuei, mas só porque ele disse por favor.
- Deixarei de incomodar você..., mas quando você ganhar, quando não possa aguenta mais, quando você estiver vivendo no inferno todos os dias, eu quero ouvir da sua boca. Não da boca de Monroe, não da boca de Chase. Quero que você chegue perto de mim. Quero que me diga...
- Que diga a você o que? - Sussurrei.
— Que precisa de mim.
- Quando o inferno congelar! -, respondi.
- Traga um casaco, porque a vida é uma cadela e você acaba de comprar um bilhete de primeira classe, querida.
Ainda estava com um humor de cão quando Monroe finalmente chegou. Fiel à suas palavras, Nixon estava sentado do lado de fora, no portão esperando por ela. Por que não enviou um texto ou ligou, não faço ideia.
Eu não podia ouvir o que diziam. Mas Monroe estava gritando, e Nixon estava gritando e tinha certeza que um deles ia dar um soco. Então fiquei realmente surpresa quando Monroe entrou no quarto com um grande sorriso no rosto.
- Adivinha?
- Você matou o seu irmão?
Ela revirou os olhos. - Não sou tão sortuda-. Com um pulo se sentou na sua cama. -Os escolhidos vão dar uma festa hoje à noite e tenho de levar você!
Desculpe-me enquanto eu puxo os meus pompons. -Formalidade.
- Botas, não vai chover no meu desfile. Além disso, Tex estará lá e... - Levantou uma sobrancelha. - Está certo. Eu gosto de Tex. Feliz?
- Satanás sabe?
- Ele sabe tudo -, se queixou.
- Essa é a razão por que vocês estavam brigando?
- O que devo colocar? -, Monroe deu um palmada. - Não quero parecer muito fácil, mas eu ainda quero ficar quente, sabe? Hmm, talvez, um vestido vermelho? O que você acha? Com os sapatos Loubuitan?
- Uh... Louib-quem? - Ri. - Você é linda de pijama. Basta apenas vestir algo que faça você se sentir segura-. Não perdi que ela mudou de assunto, mas eu decidi que desta vez talvez fosse melhor se não soubesse todos os acontecimentos de sua família.
Monroe começou a pegar roupas de seu guarda-roupa e jogá-las no chão. Finalmente, ela escolheu um vestido roxo com um profundo decote dianteiro e traseiro. Só que estava coberto com algum material, então, tecnicamente, não se poderia definir como vagabunda.
Disse tecnicamente.
- Sua vez.
- Um, eu tenho um monte de tarefas e...
- Não, você vai. Nixon disse que poderia.
- Oh bem, se o grande e poderoso OZ disse que posso ir...
Monroe jogou a cabeça para trás e deu uma gargalhada.
- Podemos por favor chamá-lo de Oz a partir de agora?
- Claro, ele ficará encantado... - sorri. - Provavelmente irá me ameaçar novamente.
- Que assim seja. - Monroe procurou no chão e pegou uma blusa justa e uma saia jeans curta.
- Aqui. - Colocou na minha cara.
Eu as peguei. Ambas as peças de vestuário eram menores do que o topo, levei para minha cama. Como se supõe que isso daria certo?
- Um, Monroe, esta roupa é uma espécie de.... Ela revirou os olhos.
- Calce as sandálias, assim não parecerá tão alta e vou te dar uma jaqueta de couro. Você ficará maravilhosa. Confie em mim.
Eu não tinha certeza se poderia confiar em qualquer coisa que saísse de sua boca, tendo em conta que estava vestindo uma roupa roxa que faria corar a Jersey Shore.6
- Está segura que posso ir? Não sei, Nixon e eu brigamos e...
- Eu preciso de você! - Levantou em toda a sua altura e pisoteou. - Preciso de alguém comigo.
- Para Tex? Realmente, você está brincando?
- Por favor? - Ela fez um movimento com seu lábio inferior.
Olhei para ela, mas ela ainda estava me dando seu olhar triste.
- Está bem, eu vou. - Tinha um mau pressentimento sobre esta festa.
CAPÍTULO 08
Nota mental: se você tem um mau pressentimento sobre alguma coisa.... Se seu intestino está retorcendo ante a ideia de seguir em frente com uma má escolha.... Simplesmente diga não. Não seja uma pessoa que diz sim. Eu fechei meus olhos e voltei a abrir. Talvez se fechasse os meus olhos eu me tornaria invisível. Eu tentei novamente. Não. Não tive tanta sorte. Merda.
- Monroe, eu deveria ir - grite acima da música.
- Não! Fique quieta! - Ela estava dançando com Tex. Quer dizer, acho que você poderia chamar aquilo de dança. As mãos dele estavam por toda parte, e sinceramente eu estava esperando em antecipação que Nixon lhe desse um murro no nariz por manusear de sua irmã, tão perto.
Mas Nixon não estava em qualquer lugar para ser encontrado.
Não é que eu estivesse procurando por ele.
E mesmo que eu procurasse, era apenas por instinto de preservação e sobrevivência. Como no canal Discovery Channel, quando o antílope vê um leão. Ele não só passa o tempo e dá ao leão uma oportunidade. Não, ele corre como o diabo.
- Está bem, cinco minutos mais - falei para Monroe, mas ela estava muito ocupada brincando com Tex. Hmm, eu na verdade nunca achei atraente cabelos ruivos, mas ele era um pouco bonitinho. Quando sua língua não estava na boca dela e não estava completamente bêbado e falando com a minha companheira de quarto.
Então, basicamente, ele foi lindo hoje à tarde. Hoje à noite? Nem tanto.
- Ei, garota nova - disse uma voz masculina atrás de mim.
Dei a volta.
Phoenix estava ali com duas bebidas na mão. Sua boa aparência de Harvard que entendi agora. Seu cabelo loiro dourado foi penteado para o lado, o que funcionou totalmente para ele, porque isso fez seus cílios pretos grossos destacarem sobre seus olhos cor de chocolate.
- Você bebe? - Estendeu um copo de plástico vermelho.
- Você colocou drogas nele? - Perguntei agradavelmente.
- Se tivesse colocado não diria a você-, disse com uma expressão impassível.
Voltou novamente aquela torção no meu estômago. Ele sorriu calorosamente e acenou com cabeça.
- Tome a bebida, Tracey. Eu prometo que eu não vou drogá-la... -, peguei o copo e tomei um gole. - Desta vez -, concluiu.
- E bom saber isso.
Ele pôs o braço em volta de mim e me levou para fora. Eu não tinha me dado conta de como mal ventilado estava a sala até agora. Era uma espécie de casa de férias localizada no campus. Uma com guardas de segurança para que os caras pudessem ficar bêbados sem ter que se preocupar em dirigir ou fazer algo estúpido.
Aqui é onde realmente não há regras?
- Regra número seis... - Phoenix cruzou os braços sobre o parapeito da varanda e suspiro. -Nunca aceite uma bebida de um estranho.
- Você é qualificado como um estranho? -, perguntei, tomando outro gole.
- Não. Nós somos... - Ele parecia pensar por alguns segundos. - Amigos.
- Uau, isso deve ter sido difícil dizer em voz alta.
- Deveria ter mais cuidado. - Ele suspirou em suas mãos. - Olha, eu não sei porque estou te dizendo isso. Se Nixon souber, ele vai me dar porrada, mas ele está apenas tentando protegê-la. Você não sabe como são as pessoas por aqui. Quer dizer, você é uma fazendeira, pelo amor de Deus.
- Vai sonhando-. Brinquei com o copo de plástico nas minhas mãos e depois coloquei no balcão. - Aqui todos são menor de vinte e um anos de idade, certo?
Ele encolheu os ombros.
- Alguns são, outros não são.
- E são tão maus que possuem sua própria máfia para mantê-los controlados? Eu não acho. Me desculpe, mas, o que acontece com a segurança? O que acontece com os adultos, os professores?
Phoenix olhou para baixo.
- Eles olham para outro lado.
Começou a parecer que ele tinha duas cabeças. Molhei os meus lábios. Minha garganta de repente estava muito seca. Bebi um pouco mais do líquido que estava no copo. Me senti com ressaca. Acabando a bebida, coloquei o copo de volta no parapeito e olhei para Phoenix.
- Eu... estou com muita sede. - Ele sorriu.
- Mesmo? Você quer um pouco da minha?
Estendi a mão para pegar seu copo e ele virou sobre a borda caindo na cabeça de alguém. Eles me deram o dedo. Ou pelo menos eu acho que eles fizeram. Eu vi como vinte dedos. Algo estava errado. Sentia minha boca com algodão.
- V - você disse nada de drogas... - Porque minhas palavras saíam tão engraçadas?
Phoenix riu alto.
- Também disse a nova professora de história que eu era virgem e que precisava de uma mulher experiente... - Me puxou perto dele e inclinado meu queixo para cima. - Agora você verá por que precisa da gente. Não se preocupe, não vou deixar ninguém te fazer mal. Estou fazendo isso por Nixon, assim ele pode ver. Ele tem que ver isso. Ninguém pode nos controlar, acima de tudo, não uma fazendeira que muge na frente de todo o corpo estudantil.
Estava a sendo levada ou empurrada. Eu não estava muito certa para onde. Mas, de repente, estávamos de volta dentro da casa, e ia me levando escada abaixo fora da casa. Eu tentei lutar contra isso, mas era como se eu não tivesse força nenhuma em meu corpo. Isso estava ruim. Muito ruim.
- A-ajuda. - Foi um fraco grito lamentoso. Soou muito forte para os meus ouvidos, mas tudo parecia forte. - Phoenix... por favorrrr.
- Sinto muito, Tracey. De verdade. Mas isto é para seu próprio bem.
Como eu estava tomando drogas para meu próprio bem? Isto é o que eu queria gritar, mas quando eu abri minha boca não saía nada.
- Que demônios Phoenix! - Ouvi outra voz masculina. Por favor, deixe isso ser um professor ou alguém, ou até mesmo Tex!
- Está bêbada. Eu vou levá-la de volta para seu quarto.
- Como o inferno vai fazer isso! E o quarto dela não é nessa direção. O que está fazendo?
Eu vi o rosto de Chase. Bem, vi três deles. Pelo menos acho que era Chase.
- Eu estou lhe fazendo um favor, nos fazendo um favor. Volte, você já está na lista negra de Nixon. Estou fazendo o melhor, você vai ver.
Levantei a minha mão para agarrar Chase. Parecia preocupado, mas não o suficiente para fazer alguma coisa. Queria chorar, mas, novamente, eu queria manter minhas lágrimas. Eu estava muito desidratada.
- Eu vou levá-la - Chase murmuro.
- Você vai fazer isso? Realmente?
- Só me deixe fazer eu mesmo. - Chase estendeu os braços. Eu estava sendo movida. Isso foi uma coisa boa, certo?
Quer dizer, Chase me deu as botas!
Chase murmurou algo entre os dentes enquanto me levou para um carro esperando por ele. Me colocou cuidadosamente no banco da frente e partiu. Tentei não dormir, mas era difícil. E Chase ainda estava murmurando algo como: - Não posso acreditar que eles foram tão longe. O que Nixon estava pensando?
Foi a última coisa que me lembro até que tudo ficou preto.
Um som de sino forte me acordou. Aparentemente, eu tinha sido atropelada por um caminhão na noite anterior. Me lembrei da festa e então lembrei de beber alho de Phoenix. Ele parecia quente ontem à noite e então Chase? Chase esteve ali?
O sino voltou a tocar. Eu balancei minha cabeça e esfreguei os olhos. Onde estava? Me senti confortável, como se estivesse na minha cama, mas esta não era a minha cama.
Oh não.
Fiquei rapidamente de pé e percebi que o quarto era masculino. Definitivamente não era meu quarto. No entanto, não. Eu tinha minhas roupas, meu corpo, me senti bem. Bem, menos a minha cabeça latejando.
Rapidamente peguei meu casaco e saí correndo do quarto.
Os dormitórios dos rapazes. É claro. Pelo menos, não havia ninguém lá para testemunhar a minha vergonha. Então, uma por uma, as portas do corredor foram abertas e os rapazes saíram de cabeça.
- Ah! Ele jogou para o outro! Vamos Tim! - Gritou um cara e, em seguida, um muro gigante do músculo me cumprimentou da saída do banheiro. O tipo era asiático com assassinos olhos dourados e um grande sorriso. Engoli a saliva.
- Tim se jogou na garota nova! -, alguém mais gritou.
Eu tentei me defender do rapaz, mas ele estava me bloqueando.
— Qual é o seu problema?
Ele sorriu e inclinou tão perto que poderia cheirar a sua pasta de dentes.
- O que? Sem beijo de bom dia para o cara com quem passou a noite?
Vergonha e raiva se apoderaram de mim ao mesmo tempo. Eu não fiz isso. Ele nunca faria isso! Meus olhos, viraram para todos os caras em volta de mim. Eles deram um high-fiving e mandavam mensagens de texto e claro, tirando fotos de mim. Fantástico.
- Afastem-se de mim! - Empurrei contra seu peito musculoso. Mas ele só me puxou mais perto. Lutei para sair do seu alcance, principalmente para ele me deixar livre e corri pelo corredor só para encontrar a porta da entrada principal já aberta. E ali estava Phoenix esperando. Chase estava ao lado dele.
Além de mais de cem outros caras da residência de estudantes.
Eu fui contra Phoenix, mas Chase bloqueou meu caminho.
- Deixe-o ir, Tracey.
- Seu filho da puta! Por que fez isso? Phoenix sorriu.
- Talvez não devia beber tanto da próxima vez.
Chase me soltou. Seus olhos estavam tristes, mas não me importou. Corri pela entrada ao som dos meninos gritando e me chamando de puta.
No momento em que cheguei no meu quarto, as lágrimas corriam pelo meu rosto. Procurei no meu bolso o meu cartão de acesso.
Tinha desaparecido.
Acho que já tinha usado minha viagem no elevador. Corri pelas escadas, estava suada quando cheguei ao terceiro andar. E para meu horror absoluto e humilhação, fui recebida por várias meninas batendo palmas.
- Assim é a nova garota, se atirando como isca para o time de futebol. Muito bem!
- Que puta! - Grito outra menina. - Tim tem uma namorada! Quem faz isso?
Eu engoli meu soluço e andei até a minha porta e abri. Graças a Deus que não estava trancada.
Monroe ainda estava dormindo.
Eu não sabia se queria acordá-la. Não sabia se queria lhe contar. Andei em torno do quarto cinco vezes antes de finalmente tomar a decisão.
- Monroe - solucei. - Por favor, acorda! Por favor! - Ela acordou de repente e logo amaldiçoou.
- Onde diabos você esteve?
- Oh, você sabe, conseguindo muito inteligentemente ser fodida pelo quarterback do time de futebol. - Nem mesmo tentei manter as lágrimas enquanto caía na cama e lhe contei toda a história, ou pelo menos o que lembrei dela.
- Você tem certeza? - Perguntou quando eu terminei.
- O que você quer dizer?
- Tem certeza que simplesmente não bebeu demais e foi com o Tim?
- Sim! - Gritei. - Por que não acredita? Por que ninguém acredita em mim!
- Whoo, fique calma. - Monroe levantou e ruborizou. - Vou falar com o Nixon, ele irá corrigir isso.
- Não vai falar. - Medo encheu meu estômago e até pensei que eu ia vomitar. - Ele disse que tinha acabado de me proteger.
- Como?
- Como nós fizemos uma aposta...
Monroe jogou algo contra a parede.
- Por demônios que fez um trato com o diabo?
- Ele me provocou! - Grite.
- Wow... - Monroe caminhou na minha frente - .... Bem, pelo menos não precisa enfrentar ele durante o almoço, o que seria ...catastrófico
Merda. Merda. Merda.
- Como que eu perdi o meu cartão de acesso.
Monroe desmaiou no chão.
- Querida, odeio ser a primeira a dizer isso, mas você está total e completamente fodida.
Assenti com a cabeça. Eu sabia que era verdade. E eu odiava ter que enfrentar todas as pessoas hoje.
- Como eu vou comer?
- Pensarei em algo, certo? - Ela mordeu o lábio. - É só a única coisa que tem a fazer é passar por Nixon. Vou discutir a questão com Tex e ver o que ele diz.
Fantástico.
Quem demônios lhe deu as chaves do mundo?
- Olha, só se prepare para a escola e nós daremos um jeito esta tarde, está bem? - Monroe atirou-me uma barra de cereal e começou a se vestir. Eu poderia fazer isso. Eu poderia enfrentar um monte dos meus colegas. O que eles fariam? Me esfaquear?
CAPÍTULO 09
Era oficial. Eu odiava a Universidade. Foi chato entrar na sala de aula e ver todos rirem na minha direção. Me deixei cair tão baixo na minha cadeira quanto foi possível, sem deixar cair a cadeira e ensinar a todas as minhas calcinhas a solidificar minha reputação como uma sem-vergonha.
Nixon entrou. Pela primeira vez em dois dias quiz que ele prestasse atenção em mim. Eu queria caminhar até a sua mesa e dizer que a nossa aposta era estúpida. Queria o maldito cartão de acesso. Na verdade, mataria por uma subida no elevador uma vez por semana e eu só estava na escola por cinco minutos.
- Hoje vamos trabalhar em equipe... - Ele começou a distribuir folhas de papel. - Eu sei que muitos de vocês estão familiarizados com os colonos de Catan. É um jogo de tabuleiro em que você é responsável por seu próprio país e vende e comercializa com outros países. É mais complicado que isso, mas hoje quero que formem seus próprios países. Cada um de vocês tem algo que alguém mais precisa, seja óleo, trigo ou até mesmo terra. Vão negociar com os membros da equipe, a fim de construir o seu próprio país. Elaborem uma bandeira e um slogan da equipe. Vocês têm o resto do período de aula.
Pareceu-me bastante fácil. Ele me entregou o papel. Eu percebi que não havia nenhum nome escrito nele.
Levantei a mão.
- Sim, fazendeira?
Rolando os olhos perguntei tão gentilmente como era possível.
- As equipes não estão distribuídas? As pessoas riram como se tivesse acabado de fazer a pergunta mais ridícula do mundo. Nixon não ri ou sorri.
- Não, trabalhe com grupos. Assim, escolha um grupo e trabalhe com eles.
- Qualquer grupo?
- Qualquer grupo - espetou.
Bem, levei a minha folha de papel e me aproximei de três pessoas à minha direita.
- Hey, posso trabalhar com...
- Nós não trabalhamos com prostitutas... a garota loira jogou seu cabelo cortando o ar. Adorável.
Caminhei em direção ao outro lado da sala de aula onde o cara que estava bebendo durante a aula se sentou ao lado de seu grupo.
- Você possivelmente teria espaço para mais um? O garoto abriu a garrafa para tomar uma bebida e depois limpar a boca com a jaqueta.
- Sim, estamos no total, não é assim? - Olhou a outra garota no seu grupo e os cinco concordaram.
Lágrimas ameaçaram novamente.
Eu odiava a escola.
Odiava o estúpido do Phoenix e Nixon e Chase e todo mundo!
Com um sopro de ar caminhei até a frente da sala e educadamente esperei Nixon olhar para mim. Ele estava lendo um grande livro louco em um idioma diferente. Chato.
- O que posso fazer por você, Tracey? - Sus olhos sem abandonar o livro.
- Os grupos não me deixam participar.
- Então acho que você falhou.
Dei um grito abafado.
- Não é minha culpa...
- Ah, aí está a desculpa de que estava procurando - Esta vez seus olhos se encontraram com o meus. - Este é o mundo real, Tracey. Não pode simplesmente acusar de malvados os alunos da classe. Ninguém quer estar no seu grupo? Permaneça na sala de qualquer forma. Você observa, e preste atenção. Agora, vá.
Uma parte de mim ficou surpresa pela verdade da sua declaração, enquanto a outra parte queria bater na cabeça dele com este livro supergrande e então sair e chorar.
Fiz um punho com papel na mão e me dirigi para o fundo da sala.
- A terceira parte do trio está aqui. Vamos começar.
Os alunos a minha volta pareciam surpresos e então, surpreendentemente, começamos a trabalhar no nosso projeto.
Olhei de volta para Nixon. Ele olhou para mim, então assentiu com a cabeça uma vez e voltou ao seu livro.
No final da aula um pouco do meu embaraço tinha ido embora. Caminhei pelo corredor com um propósito, apesar dos olhares malignos e as risadas que me rodeavam. Monroe me cumprimentou com a mão, de uma das janelas. Ainda tinha cinco minutos antes da aula de história, então me aproximei dela.
- Então, como foi a aula? - Monroe tomou um grande gole de café.
- Mal. Então pior, então... incrivelmente melhor.
Ela suspirou de alívio.
- Bem. Eu estava preocupada com você.
- Obrigada.
- Irmã - Nixon disse atrás de nós.
- Lúcifer. - Ela o cumprimentou friamente.
Não queria dar a volta, mas meu corpo se recusou. Era como se ele não pudesse parar de buscar problemas.
- Por favor, diga, a fazendeira para parar de olhar para nós - disse Nixon friamente. Por que ele estava com raiva? Fui a única que tirou vantagem! E tudo porque ele queria provar que era importante!
Rapidamente desviei meus olhos e mordi minha língua para não dizer algo ofensivo.
Meus olhos caíram sobre os estudantes em torno de nós. Eles estavam observando e esperando, e eu estava ficando cada vez mais doente a cada minuto.
- Obrigada por.... isso - disse Monroe.
- Faço isso por você. Não por ela. - Foi a resposta de Nixon. - Não quero ninguém desconfortável.
Estremeci.
Monroe agarrou minha mão e colocou um cartão de acesso nela. De certa forma, não era certo ela ter medo do seu próprio irmão. Mas novamente, talvez isso era como as coisas funcionavam em sua família.
Em questão de segundos, o par de botas brilhantes saiu da minha linha de visão e deixaram o corredor. Engoli a saliva e olhei para o cartão de acesso.
Era vermelho.
Virei, mas não havia nenhum código de barras.
- O que é isso? - Perguntei a Monroe. Ela estava passando brilho labial e praticamente me ignorando, mas por outro lado, ela tinha pouca capacidade de atenção.
- Isso é tudo o que pude fazer, botas. Desculpe. Não queria dizer para ele que você perdeu a sua, então me ocorreu outra história para contar para Tex e Phoenix. Nixon não gosta de irresponsabilidade. Ele é um maníaco por controle dos bolsistas. Em qualquer caso, pelo menos você pode comer. - Ela acariciou meu ombro e foi embora.
Eu sabia que para ver a ordem do almoço, você tinha que escrever o código no verso da carta no programa da web da escola, mas na carta não tinha nenhum código!
Ugh. Decidi não me preocupar até ao almoço.
Então o almoço chegou, eu estava com tanta fome que estava disposta a jogar o cartão na cabeça de Nixon.
Andei até a sala de jantar, esperando meu cartão servir. Deslizei a carta na porta da lanchonete, nada.
Deslizei novamente.
E outra vez e nada.
Continuei deslizando até que um pequeno alarme vermelho disparou. Ah, ótimo.
- Precisa de ajuda? - Olhei para cima para ver os olhos azuis de Chase perfurando os meus. Ainda não tinha certeza se eu gostava ou odiava ele. - Só precisa dizer sim.
- Aqui. - Ele estendeu a mão. Coloquei o cartão na mão dele e esperei ele deslizar na porta. Em vez disso, ele o guardou no bolso, agarrou o meu braço e me levou pelo corredor oposto.
Uma pequena porta, dizia "Sala vermelha".
- É o inferno? - Perguntei em voz baixa. No extremo oposto era um restaurante muito luxuoso. Eu nem quero saber o que tinha aqui.
- Não exatamente. - Chase me deu um sorriso de triste. -Mas é melhor que ser vista e não ouvida aqui, entendeu?
Aterrorizada, eu poderia apenas acenar quando ele deslizou meu cartão. A luz vermelha apagou e abriu a porta.
- Boa sorte, Tracey. E para registro. Isto vai melhorar.
- Ok. - Meu queixo tremeu ao pegar o meu cartão e entrei no quarto escuro.
Não parecia tão ruim. Até meus olhos se ajustarem e me dei conta que algo estava errado sobre onde eu estava.
- Carne fresca. - A garota falou ao meu lado. Me afastei e continuei caminhando em direção a uma mesa vazia. Senti o cheiro da comida, mas não vi nenhuma comida em qualquer lugar.
Pessoas murmuravam em voz baixa, mas a maioria não prestava atenção em mim. Sentei a mesa e olhei o menu.
Todas as opções eram para vegetarianos. Fantástico. Não tinha carne. Maldito seja Nixon.
Quando o garçom veio e anotou meu pedido eu estava prestes a chorar. Algo sobre um hambúrguer de tofu era tão ruim depois de ter sido criada em volta de vacas.
Chequei meu telefone para ver se tinha mensagens. Nada. Nem mesmo de Monroe.
O almoço oficialmente fedia. As pessoas falavam de mim. Eu não tinha amigos, e não podia comer carne.
Para piorar as coisas, a única mesa livre estava bem no meio do refeitório, o que significa que estava em exposição para todos verem.
Esperei minha comida.
E esperei.
E esperei.
Finalmente a campainha tocou.
O garçom chegou com um prato grande e tirou a tampa do prato.
Não havia comida. Apenas uma nota que dizia:
Múuu. Talvez se você comer menos, Tim não reclamaria quão terrível você estava na cama.
As lágrimas vieram rapidamente. Em pleno vigor. Eu já era o tipo de garota que ficava muito irritada quando não podia comer. O garçom já tinha desaparecido.
Ia chegar atrasada na aula.
Para o resto do dia. Meu único companheiro era o rosnado no meu estômago. E sim, eu estava ciente do quão patética estava sendo. Eu estava realmente animada para ser invisível e considerar os acontecimentos de hoje de manhã.
E então, Lúcifer decidiu aparecer. Era como se ele aparecesse do nada. Quer dizer, eu acho que estava olhando para o chão. E de um momento para o outro, lá estava ele com olhar frio e cheio de pecado.
Eu suspirei e coloquei minha mão sobre a minha cadeira.
- Existem rumores de que você não conseguiu almoçar.
Levantei minha sobrancelha.
- Rumores é? Bem, alerte as autoridades. Ah espera, esqueci, você é o que? O juiz, júri e...
- Pare com isso. Disse tão baixo que quase não ouvi as palavras. Nixon andou na minha direção. Eu não tinha para onde ir, então voltei ao corredor, e realmente isso parecia uma perda de tempo, então tentei evitá-lo.
Seu braço musculoso apareceu do nada, quase me deixou hematomas no processo.
- Estou falando com você.
- Estou indo.
- Simplesmente... - Coçou a cabeça e então fez uma coisa completamente fora do lugar.
Nixon sorriu.
Meu coração deu uma batida, ou talvez sete. Perdi a conta quando eu parei de respirar como um ser humano normal.
Mesmo sem perceber, ele tinha me puxado para um lado da sala, e estava me segurando contra um pequeno nicho na parede. Ótimo, ninguém para testemunhar a minha morte.
- Coma isto-.
Minha boca se abriu para falar algo rude, mas quando o fiz, ele forçou a barra de cereais nela.
Meu estômago roncou de alegria e minha vergonha disparou quando ele olhou para baixo e sorriu.
- Vê? Eu sabia que você estava com fome.
Eu dei uma mordida e puxei a barra de granola da boca.
- É claro que eu estava com fome, idiota! Eu estava na sala vermelha! Eu quase esperava comer a mim mesma naquele lugar, e não serviam carne. NÃO TINHA CARNE, Nixon! Algumas vacas vão viver mais dia, porque as pessoas ali comem tofu! Você sabe do que é feito isso?
Seus olhos arregalaram. Ele abriu a boca, mas eu dei uma cotovelada no seu peito. Ele corou e logo balançou.
- E me deixe te dizer mais uma coisa. Eu não dormi com Tim! Bem, eu posso ter dormido, mas definitivamente não toquei seu... E, e.... eu...
Ele levantou as sobrancelhas quando eu perdi o fio da meada. Ele umedeceu os lábios e se inclinou para a frente.
- Oh, não continue. Adoro que me repreendam. Você vai me bater mais tarde também?
Eu senti minhas narinas abrir, mas é claro que meu estômago não tinha esquecido que eu estava morrendo de fome, o que fez Nixon rir mais alto.
- Por Deus, mulher! Basta comer a maldita barra de granola e diga obrigado!
Obrigado? Queria que eu lhe agradecesse por tudo que aconteceu nas últimas vinte e quatro horas?
E de repente eu me lembrei. Que não o tinha visto na noite anterior. Isso foi tudo culpa de Phoenix e um pouco de Chase. Bastardos.
- Onde estava na noite passada? O sorriso de Nixon congelou no rosto.
- Tenho que ir.
- Espera. - Agarrei seu braço. Seus músculos tencionaram sob meus dedos.
Notei um leve tremor no seu braço quando ele se afastou.
- Por favor. - Ele fechou os olhos por alguns instantes. - Não me toque. E logo ele foi.
CAPÍTULO 10
Eu gostaria de poder dizer que meus dias foram mais simples. Após o incidente da barra de cereal, tudo era rosa. Para o resto da semana a sala vermelha estava servindo nada mais do que opções vegetarianas e tofu. Para sexta-feira da próxima semana, eu fiz uma nota mental de ir comprar lanches, esse fim de semana os minutos de aula tinham terminado.
Felizmente, as notas tinham parado.
Bem, na verdade não era necessariamente sorte, porque isso significava que eu tinha que comer tudo o que estava diante de mim. Decidi que os hamburgueses de tofu não eram tão ruins se você banhar em molho de tomate, no qual eu fazia todos os dias. Inclusive fechava os olhos na esperança que Deus via minha difícil situação e transformasse meu tofu em uma vaca gigante.
Eu estava terminando meu hambúrguer na sexta-feira, quando alguém chegou à minha mesa. Sim, eu ainda estava sentada sozinha.
- Posso ajudá-la? - Perguntei docemente.
A moça inclinou até os seios dela quase transbordarem o botão branco da camisa.
- Sim. Me disseram para te dar isso. - Ela colocou uma nota no meu rosto e esperou eu pegá-la.
Meus dedos seguraram o pequeno papel branco. Cuidadosamente, abri o bilhete. Ele dizia.
Nos vemos lá fora.
Lá fora? Como, fora onde tinha toda a grama e as árvores ou fora da sala vermelha?
A campainha tocou, avisando que eu teria de sair de qualquer maneira. Joguei a nota na bandeja eu peguei minha bolsa e saí correndo da sala.
Os caras estavam alinhados nos corredores. Que raro.
Eu mantive minha cabeça para baixo e agarrei minha bolsa enquanto andava.
- Puta, Puta, puta! - Gritavam enquanto eu abria caminho através da sala. Fantástico. Tentar ignorar seus colegas é tão fácil como tentar ignorar seu próprio rosto no espelho. Você não quer que as palavras te afetem, mas é impossível. O peso desceu sobe meu peito, tornando difícil respirar.
E então alguém jogou alguma coisa na minha cabeça.
Tropecei e estendi a mão para tocar o líquido escorrendo em meu rosto.
Ovo.
Um outro bateu na minha bolsa, o que me incomodou mais do que bateu no meu cabelo. Era o mais caro que tinha, juntamente com as botas que Chase tinha me dado. Sem contar os sapatos da vovó, porque eles foram herdados.
Mantive meu olhar focado no final do corredor, e continuei andando.
Ovos voaram na minha cabeça. Tive que fechar os olhos algumas vezes para limpar o branco da minha linha de visão. Assim que cheguei ao final do corredor, virei à esquerda e corri para a direita, batendo em três caras fortes. Cada um deles tinha um balde.
- É melhor você esteja limpa. A Eagle Elite não gosta das prostitutas sujas. - Levantaram seus baldes e jogaram água fria em todo meu corpo.
Arruinado.
Tudo estava arruinado.
Meu único uniforme foi destruído. Minha bolsa destruída, possivelmente meu celular e todos os livros didáticos que vinha carregando e que sabia que teria que substituir.
Engasguei com um soluço e empurrei através deles. Passando a minha classe, comecei a andar mais rápido e mais rápido, até que, finalmente, comecei a correr. Virei para me certificar de que não me perseguiam.
Eles estavam.
E todos estavam rindo.
No instante em que virei, tropecei e caí, raspando meu joelho como uma garotinha do primeiro ano. As pessoas me rodearam, ainda gritando prostituta e vagabunda, como se eu tivesse feito algo para merecer isso.
- Você não pertence aqui, fazendeira! - Gritou um cara.
- Passar tanto tempo de costas você pode ficar ferida! - A garota falou e depois jogou uma camisinha em cima de mim.
Foi nesse momento que eu não tinha certeza se eu queria fechar os olhos e esperar que todos fossem embora ou simplesmente chorar a vergonha de mim mesma. Inferno, eu estava além da vergonha. Eu não era aquela garota. Eu era virgem, pelo amor de Deus! Só beijei um cara na minha vida! Implacáveis, eles eram implacáveis. Mais preservativos continuaram a cair até que estava literalmente coberta com eles e, em seguida, uma das meninas da sala vermelha veio até mim e puxou meu cabelo, quase arrastando meu corpo ao lado dela.
- Você não é nada. Entendeu? - Ela disse, mesmo em tom frio. - Você não pertence aqui. Diga.
Me recusei a dizer. Ela puxou com mais força. Eu gritei e tentei lutar contra isso. Maldição, ela era forte.
- Diga!
- Eu...
Lágrimas queimaram minha visão novamente. Como aconteceu isso comigo? Eu engoli bravamente e olhei ela de cima a baixo, e apesar de saber que era estúpido e sem sentido.
- Eu pertenço aqui.
As pessoas riram atrás dela. Alguns estavam sem fôlego, e sim, vi que algumas pessoas evitavam meus olhos. Nem todos eram cruéis, mas isso não importava. Não tinha nenhuma proteção, nada.
- Deixem ela em paz - disse uma voz atrás da multidão.
Não sabia que estava tremendo até que tentei esfregar meus olhos para ver melhor.
- E quem você pensa... - as palavras da garota morreram. Ela se afastou de mim como se eu estivesse doente e então ela estava lutando com as palavras.
- Eu fiz para você Nixon, para você! Ela não pode rejeitar você assim. Ela não pode...
- Pare de falar - Nixon a empurrou para os braços do Chase. - Cuide disso, ok?
Chase sorriu e pegou a menina e de alguma forma o resto da multidão.
- Você está ferida? - Nixon inclinou e tocou meu rosto. Eu bati na mão dele e então comecei a chorar como uma menina.
Ele amaldiçoou e tentou me pegar.
Eu recusei.
- Merda -, ele puxou um lenço do bolso de trás. Que tipo de cara ainda usa lenço? - Isso não tinha que acontecer. Eu não... -, ele mordeu o lábio até que ele ficou branco e em seguida me estendeu a mão.
Meu cérebro estava em andamento. Não queria a proteção do diabo, mas, novamente, talvez sim. Porque não havia nenhuma maneira que eu poderia durar mais um dia como este. Não poderia suportar mais. Que garota normal aguentaria? Pensei que ele estava brincando. Achei errado.
Relutantemente, coloquei minha mão na sua, mas quando o fiz, ele usou toda a sua força, me colocou em seus braços e me levou pelo corredor.
Não estava me tocando? Por que era diferente quando ele toca, e não quando eu toco? Não tive tempo para pensar sobre essas coisas, quando as pessoas saíram lentamente para fora das salas de aula. Então, eu vi dois professores. Eles acenaram para Nixon e tomaram um gole de café como se fosse uma coisa normal que eles enfrentam todos os dias.
Fechei os olhos e apoiei minha cabeça molhada contra seu peito.
Cheirava tão bem.
Sorri e levantei a mão livre e apoiei contra seu peito musculoso. Ele ficou tenso, sugando o ar pela boca, como se eu tivesse lhe causando uma grande dor. E logo relaxou quando entramos em outro prédio.
Era menor que os três grandes edifícios de salas de aula e estava localizado no meio da sala de Ciências e o ginásio. Ele colocou seu cartão de acesso contra a primeira porta de aço para entrar. A porta deslizou e abriu estilo Star Trek.
Nixon entrou, mas não me deixou ir. Me contorcia em seus braços, mas caramba, ele era forte.
Meus olhos tiveram um vislumbre da sala. Uma mesa de bilhar no canto. Uma televisão tela plana ocupava toda a parede, várias poltronas de couro e um bar. Uau, isso era como a suíte do Presidente ou algo assim.
Olhei para a cara dele. Era impossível de ler. Ele mordeu o lábio, fazendo o piercing do lábio desaparecer, e então eu vi. Quase falei em voz alta. Ele poderia ser seriamente o irmão gêmeo de Channing Tatum. Ou seja, se o Channing Tatum tivesse cabelo escuro, encaracolado e um piercing no lábio, mas mesmo assim. Era quase sobrenatural. Disse a mim mesma para parar de olhar ele, mas não pude evitar.
Seu olhar caiu no meu e, em seguida, caiu para os meus lábios. Ele falou em voz baixa.
- Precisa se limpar.
- Por que sou uma puta? - Segurei minhas lágrimas.
Ele riu, o maldito.
- Não, acho que ambos sabemos que você não é uma prostituta. Você precisa se limpar porque você cheira a ovo e água com açúcar.
Por isso, senti coceira? Ugh, eu odiava a Universidade.
- Vamos -, me deixou no meio do chão e começou a tirar minha roupa tão rápido que eu não conseguia parar.
- Que merda Nixon! Você não pode simplesmente me despir...
- Posso e vou, agora tire a saia como uma boa menina.
Cansada demais para discutir, eu esqueci isso. O som da água correndo encheu meus ouvidos. Quando você fez isso? Meus braços subiram quando o botão da minha blusa saiu, me deixando com meu sutiã, calcinha e meias longas.
O rosto de Nixon congelou.
Envergonhada tentei me cobrir. Foi demais. Ser chamada de puta, me atirarem ovos. Sem comer carne! Desmoronei no seu peito e chorei.
- Sinto falta das vacas!
Nixon deu uma risada. Meu Deus! Aquela risada dele era musical. Eu queria engarrafá-la e mantê-la só para mim.
- Querida, tenho certeza de que elas também sentem a sua falta. Agora você acha que pode lidar com o resto?
- O resto? -, repeti, recuando um pouco do seu peito, o mesmo peito musculoso que acabei de chorar.
Levantou as mãos e levou a meu rosto. Seu toque me fazia sentir tão bem. Fechei os olhos.
- Abra os olhos, Tracey.
Abri os olhos. E eles estavam olhando diretamente para seus lábios perfeitos.
- Você precisa de ajude para tirar o resto de suas roupas, ou você pode fazer daqui até a banheira sem se matar?
Minhas pernas sentiam-se instáveis, já era suficientemente embaraçoso estar de pé vestida com nada mais que minha roupa interior.
- Não, hum, eu posso fazer.
Ele respirou no meu pescoço, ele está me cheirando? Não continuava cheirando a ovo?
— Tem certeza? Não quero nada aconteça... bati nele. Rindo, ele deu um passo atrás.
- As toalhas estão no armário debaixo da pia. Nós temos tudo que você precisa ao lado da banheira. Apenas... não se afogue, certo?
- Por que eu iria me afogar?
Ele respirou profundamente.
- Simplesmente... - Deu um soco contra o balcão. Merda, o que eu fiz? - Simplesmente, não faça me preocupar, certo? Eu odeio me preocupar.
Todo mundo não faz isso?
- Está bem -, assenti com a cabeça. -Vou tentar arduamente me manter flutuando, certo?
Sem me olhar, ele acenou com a cabeça e saiu do quarto, fechando a porta atrás dele.
Uau, esse cara mudava mais de humor que a vovó, quando entrou na menopausa.
Rapidamente tirei o resto das minhas roupas e me inclinei para sentir a temperatura da água. Queimou ao toque. Perfeito.
Foi difícil sair da banheira jacuzzi. Finalmente mergulhei exceto meus joelhos. Os arranhões estavam sangrando, e eu sabia que ia doer pra caramba no minuto mergulhasse na água.
Eu não sabia que seria tão ruim.
- Ai, ai, ai! Merda! - Soprei meu joelho acenando a mão no ar. A porta do banheiro abriu de repente.
- O que aconteceu?
Olhei para Nixon. Nixon sem camisa. Ele estava pensando em se juntar a mim também?
Então seus olhos se encontraram com os meus e desceram. Não me cobri dessa vez. Acho que estava em estado de choque ou algo assim. Um calor fluiu pelo meu corpo e não tinha nada a ver com a água do banheiro, enquanto seus olhos escureceram.
Ele deu um passo em minha direção e depois outro.
- Nixon! Você está aí? Ela está bem? - Era Chase.
Com uma maldição, saiu do banheiro e fechou a porta. Meu coração batia forte no meu peito. O que acabou de acontecer?
Confusa e exausta, decidi ser rápida na banheira. Baixei minha cabeça sob a água. Paz e sossego. Era tão agradável. Meu estômago roncou debaixo da água. Claro que sim. Eu estava perdendo peso com este conjunto de dieta vegetariana, principalmente porque só estava comendo barras de cereais de granola.
Após cerca de quinze minutos, meu cabelo estava lavado e eu estava brilhando e limpa. Mas eu não tinha nenhuma roupa para vestir. Caminhei pelo banheiro por alguns minutos e tentei equilibrar minha respiração. Não queria sair do banheiro em toda minha gloriosa nudez para pedir roupas. E se outras pessoas estivessem lá?
- Você pode fazer isto, Tracey, é só pedir algumas roupas. - Repeti para mim mesma, acenei com a cabeça uma vez, e andei até a porta. No momento quando meus dedos tocaram a maçaneta, ela se abriu de repente e cai diretamente nos braços musculosos e tatuados de Nixon.
Nós dois congelamos. Seus dedos cravaram em meus ombros. Meu rosto inclinou contra seu peito. Ele respirava pesadamente, e eu estava tentando lembrar de não desmaiar.
- Você precisa de algo? - Sussurrou no meu ouvido.
Senhor, como até mesmo seu sussurro soou sexy? Não devem ter leis contra rapazes sendo sexy como pecado lá?
- Preciso... -, minha voz falhou. Genial. -Hum, preciso de algumas roupas.
- Hmm... - me empurrou suavemente e olhou para a minha toalha. - Tem certeza disso?
Meus joelhos começaram seriamente a tremer. Por que ele tem que ser tão bonito? E porque o seu toque me fazia querer vender minha alma?
Eu lambi os meus lábios e desviei o olhar.
Nixon imediatamente me soltou e eu me senti tão fria que tremi.
- Eu vou encontrar algo. Me dê alguns minutos.
Ele correu lá fora. Dando-me uma bela vista de uma tatuagem em suas costas. Era enorme, quase ocupando todo o espaço. Era a imagem de uma cruz, e em seguida em uma língua estranha, talvez italiano, que eu não podia ver, dizia família e algumas outras coisas.
Meus olhos percorreram o resto do quarto. Basicamente, parecia um apartamento de solteiro. Ou um local de encontro. O quarto era grande, em cada cadeira tinha um console de videogame ligado a ela, bem como um nome e logo em seguida no final do lado oposto da televisão tinham pequenos armários com uniformes e nomes no topo de cada uniforme.
Caramba, eu estava na Bat-Caverna. Essa era a sede dos Escolhidos. Merda. Eu tive que tomar um banho no banheiro dos eleitos. Tudo o que precisava era ser vista saindo deste lugar e o campus inteiro seria ainda mais implacável.
Caí contra a parede.
Nixon apareceu alguns minutos mais tarde com algumas roupas. Todos elas tinham etiquetas.
- Então... - Ele coçou a cabeça. - Eu, hum, eu imaginei os tamanhos e, honestamente, não quis ofendê-la adivinhando que era muito grande ou muito pequena, por isso levei cinco anos para escolher algo. Então não se incomode se eu estiver errado, certo?
Uma risada escapou de meus lábios.
- Está bem, eu prometo que não vou me incomodar. - Peguei as roupas de suas mãos e entrei no banheiro.
A calça era de designer. A única razão pela qual eu sabia era devido as etiquetas ainda estarem nas peças e diziam: trezentos noventa dólares. Engoli a saliva e puxei a blusa. Era de Cachemira e suave, exatamente o tipo de coisa que você quer usar depois de um dia de merda.
Havia uma pequena caixa cor de rosa debaixo dela, escrito Victoria Secret. O que? Será que ele tinha a um maldito shopping neste lugar? Bem, era a Bat-Caverna e era a Eagle Elite. Dei de ombros e abri a caixa.
Minhas sobrancelhas levantaram. Fio-dental? Realmente? Fazia par com o sutiã que não era tão ruim, e a maravilha de todas as maravilhas, era um 34C, o que era realmente o meu tamanho. Então, novamente, ele acabou de me ver de topless e... Oh! merda. Me apoiei no balcão e tomei algumas respirações profundas.
Só levou alguns minutos para me vestir. Peguei minhas roupas no chão e tentei pentear os emaranhados no meu cabelo com os dedos.
Nixon estava esperando na sala grande, bebendo algo e assistindo televisão.
- Está melhor? - Tomou mais um gole de bebida e manteve os olhos na TV.
- Reluzente de limpa e estou feliz em anunciar que não me afoguei em qualquer lugar em seu banheiro.
Ele sorriu e acenou com a cabeça.
Muito bem, então esta era a parte onde eu deveria dizer obrigado e fugir como um cervo assustado? Limpei a garganta. Ele ainda não tinha se movido. Certo.
- Bem, obrigado por tudo. Eu vou voltar...
- Você não vai a nenhuma parte até que as aulas terminem. Você ainda tem duas horas para queimar. Então sinta-se em casa.
- Mas... - Mantive minhas roupas com cheiro de ovo em minhas mãos. - Eu tenho que limpar isso e...
Nixon amaldiçoou e levantou do sofá, fez o caminho em direção a mim. Pegou meu uniforme junto com minha roupa interior e jogou no lixo.
- Está feito.
- O que? Você tem uma lata de lixo mágica que limpa as roupas?
- Não. Você não pode usar isso de novo. Elas estão arruinadas e existem regras aqui. Você não pode simplesmente usar um uniforme em ruínas.
- Odeio as regras estúpidas! - Pisoteei até o lixo e tentei pegar as minhas roupas. - Este uniforme é tudo que tenho!
Nixon puxou o uniforme do meu agarre forte e me arrastou até o sofá.
- Senta.
- Mas...
- Senta. - Não era uma pergunta, era uma ordem. Mostrei a língua. Ele molhou os lábios e sorriu.
- Está com sede?
Eu respirei profundamente - Não.
- Com fome?
Meu estômago rosnou. Maldito traidor!
- Isso é o que eu pensava.
Me recusei a olhar para trás, mesmo quando ouvi ele mexer no que provavelmente era a cozinha. Algumas maldições e bater de panelas, então retornou.
Com uma vaca.
Bem, não era uma vaca de verdade, uma morta, na forma de um hambúrguer e batatas fritas. Minha boca encheu de água e infelizmente senti lágrimas espetar nos meus olhos.
- Obrigada.
Eu era oficialmente a pobre senhora, sem um lar, que não tinha dinheiro, sem comida e chorava quando pessoas ofereciam carne. Eu suspirei.
- Você tem que comer mais-, amaldiçoou.
Justo nesse momento, as portas se abriram. Chase estava andando com uma sacola de roupas, seguido por Monroe, Tex e Phoenix. Todos sejam bem-vindos à sala da humilhação!
- Você está bem? - Monroe correu para mim e me abraçou.
Minha boca estava cheia, então eu apenas assenti.
- Eu preparei para ela metade de uma vaca. - Nixon começou a rir. - Tenho certeza de que está no céu dos amantes de carne nesse momento.
- Uau, você matou uma vaca por ela? - Monroe suspirou feliz.
- Bom Deus, gente, ele colocou a carne no micro-ondas e pressionou descongelar! - Chase murmurou. - Isto é tudo o que precisava, é este o líder destemido? - Estendeu o saco de roupa.
Nixon assentiu com a cabeça.
- O tamanho correto?
- Sim.
- Bem - Nixon cortou. - Basta colocar o saco aí em cima e levaremos depois que as aulas tenham terminado.
O rosto de Chase estava grave, enquanto Nixon falava, sua mandíbula flexionada, como se quisesse dizer algo mais, mas se conteve.
Phoenix olhou para mim com ar divertido como se eu fosse me jogar sobre ele e bater para fora dele a luz da vida, que era o que eu queria fazer, considerando todas as coisas, mas me sentia um pouco impotente contra ele.
Tex sentou entre mim e Monroe e colocou o braço ao redor dela.
- Então, o que faremos este fim de semana?
- Nós... - Monroe saiu debaixo do braço dele e ficou novamente de joelhos. - Nós não faremos nada. Eu vou ser uma boa amiga e passar um tempo com minha colega de quarto que foi brutalmente agredida pelos idiotas que estudam na nossa escola.
Tex fez beicinho.
- Nixon, você poderia simplesmente ordenar um golpe a quem começou tudo isso para que eu possa ter algum tempo sozinho com sua irmã?
Comecei a rir.
- Ordenar um golpe? Pessoal, vocês falam como se fossem a máfia ou algo assim.
A sala caiu em silêncio e em seguida todos começaram a rir. Mas era o tipo de riso nervoso que surge quando ninguém mais sabe o que fazer.
Estranho.
Eu terminei o hambúrguer, enquanto Monroe e Tex estavam discutindo o que fazer comigo, onde eu não me metesse em problemas ou causasse danos físicos a mim mesma. Finalmente não pude suportar mais.
- Caras! Eu só ia sair. Eu estava indo para uma loja de qualquer maneira.
- Não! - Disseram todos em uníssono.
- A loja é perigosa ou algo assim?
Monroe deu de ombros.
- Não, só não é inteligente. Quero dizer que você não deve deixar a escola por si mesma. Além disso, você vai precisar de um carro. E você não tem um carro.
Não, mas eu tinha algum dinheiro escondido.
- Pegarei um táxi.
Monroe me olhou horrorizada. - Um táxi?
Tex deu uma risada.
- Ainda existem?
Nixon desligou a TV, ganhando a atenção de todos.
- Então... - Chase perguntou, colocando as mãos nos bolsos. - O que vai ser Nixon?
Ele me olhou brevemente antes de responder.
- Acredito que todos nós vamos às compras.
- Mas... Monroe começou, mas Nixon lhe deu um olhar de advertência.
- Levaremos segurança. - Ele encolheu os ombros.
- Mas, a última vez......
- Já falei - as fossas nasais Nixon ampliaram. - Levaremos segurança.
CAPÍTULO 11
Depois que terminou a última aula da noite, Monroe me acompanhou de volta ao dormitório de estudantes. Era certo dizer que minha mochila foi completamente destruída. Resmungando, me joguei no chão e agarrei a caixa que a vovó tinha me dado. Eu não tinha olhado a foto emoldurada desde aquela noite, mas tinha colocado maços de notas sob um monte de coisas na caixa, a fim de mantê-los seguros.
Esperava que o vovô não ficasse muito chateado, porque eu tinha usando o fundo de emergência para comer e uma mochila nova.
Pelo menos Nixon tinha me dado um novo uniforme. Correção, ele me comprou três. Cada conjunto tinha uma blusa diferente por baixo, uma era vermelha, a outra de cinza e a última era azul. Típico.
Essa foi a missão que Chase tinha feito correndo, e sinceramente fiquei muito grata. A última coisa que eu queria fazer era comprar um novo uniforme que custa mais do que a minha mochila.
- Pronta? - Monroe perguntou do seu lado do quarto. Ela esteve estranhamente calma enquanto andávamos. - Nós levaremos segurança - falou. Talvez ela não saísse muito? Ou talvez Chicago era realmente muito mais perigoso do que eu pensava que era.
- Sim, só quero pegar meu dinheiro. - Abri a caixa e peguei o dinheiro. Meus dedos bateram em algo frio, curiosa, levei a caixa até cama.
Algumas coisas saíram. A pequena imagem da vovó e eu, e uma foto dos meus pais. Raro. Eu não tinha visto uma dessas desde que eu era muito pequena. Não tínhamos tido muitas fotos de família em casa. O vovô dizia que elas só entristeciam a ele.
Meus olhos focaram no maço de dinheiro, em seguida, algo totalmente inesperado. Um colar. Uma gigante Cruz de prata com diamantes no centro, deitados sem esforço no meio da minha cama. Peguei, esperando que fosse uma bijuteria, portanto, muito leve. Não era. Na verdade, se eu colocar essa coisa em volta do meu pescoço, e fosse nadar, provavelmente eu iria me afogar.
Examinei a crus em minhas mãos e logo dei a volta. - Alfero.
Essa palavra parecia muito familiar quando repeti em voz alta.
- O que acabou de dizer? - Perguntou Monroe de repente bem atrás de mim. Meti o colar no meu bolso e dei de ombros.
- Alfredo, poderia ser algum Alfredo.
O rosto pálido de Monroe relaxou com alívio.
- Oh, oh desculpe, eu só pensei... - Seus olhos se estreitaram - .... Não importa. Não é grande coisa. Está pronta?
Eu assenti com a cabeça e peguei o maço de dinheiro, tendo o cuidado de guardar todo o conteúdo da caixa.
- Vamos às compras!
Nós andamos de braço dados pelos três lances de escadas, decidimos que não queríamos falar com ninguém, se eles estivessem no elevador.
No momento em que chegamos ao primeiro andar, eu senti liberdade desde a primeira vez que eu tinha chegado há cinco dias.
Monroe começou a falar sobre Tex, assim não estava prestando atenção na confusão de fora, até que Monroe parou de falar e soltou um suspiro profundo.
- Parece todos estão prontos.
Meu queixo caiu. Quatro Escalade pretos estavam alinhados próximo a calçada, com um Ranger Rover preto na frente. Assim eram cinco carros.
- Levaremos toda a escola? -, perguntei sem folego. Monroe começou a rir.
- Não boba, só nós e os meninos.
- Certo. - Vi com admiração como os meninos, também conhecidos como Os Escolhidos, saíram do Range Rover e fizeram um gesto para nós, para que colocássemos nossas bundas em marcha.
- Todos esses carros vêm? - Assinalei a minhas costas. Monroe deu de ombros e não disse nada.
Um cara com óculos tipo aviador com um aparelho no ouvido correu para porta da frente e a abriu para mim. Parecia que ele pertencia ao Força Aérea Um, não aqui à escola. Murmurei obrigada e entrei no carro.
- Hum, alguém pode me dizer por que precisamos de tantos seguranças?
Nixon entrou em contato.
- Somos muito importantes.
- Genial.
Monroe sentou no banco de trás com Tex. Presumi que Phoenix e Chase estavam em um dos outros carros.
Minha tensão aumentou à medida que descemos a calçada arborizada e finalmente chegamos a porta. O guarda armado saudou, em seguida, falou em seu walkie-talkie e acenou para nos deixar passar.
Se tivesse pensado que minha pequena excursão ao supermercado seria esse ridículo, teria escapado. Sério, precisava de quatro carros? Reclamei com as minhas mãos. Nixon parou no primeiro semáforo e me cutucou.
- O que está acontecendo? Está doente ou algo assim?
- Não, é só que... é realmente tão perigoso para vocês saírem por aí?
- Pode se dizer que sim.
Ele inclinou para ativar o aquecedor. Fantástico. Agora ia suar até a morte. O tipo já estava me matando com sua boa aparência. Aquecedor? O aquecedor não era necessário neste momento.
Seguimos em silêncio, e por alguma razão cada vez que eu me mexia, o colar no meu bolso espetava minha coxa. Malditas calças apertadas. Exasperada, o peguei e coloquei em volta do meu pescoço.
- Já estamos quase lá? - Perguntei, ajustando o meu suéter de cashmere, de modo que o colar caísse sobre ele com graça.
- Sim, acho que em dez... Puta merda. - Nixon pisou no freio. - Que diabos Tracey?
- O que? O que está acontecendo? - Procurei um perigo à vista, mas Nixon não estava olhando para fora da janela, estava olhando meu peito.
- De onde demônios você tirou isso? - Pegou meu colar, mas eu lhe dei um tapa na mão.
- Pare com isso. - Ele balançou a cabeça, em seguida, bateu a mão contra o volante e então começou a xingar em um tipo de língua que soou vagamente familiar.
- Não é necessário amaldiçoar - espetei. - É apenas um colar.
- Você me entendeu? -, em qualquer linguagem que ele estava falando. Eu só poderia acenar porque sinceramente eu não tinha ideia como eu entendi o que ele estava dizendo.
O Flash de uma vaga lembrança entrou em meu cérebro. Um homem com cabelo escuro estava me empurrando em um balanço e me disse nessa língua, o quanto especial e bonita que eu era. Que eu parecia com minha mãe. E então alguns homens desconhecidos chegaram e começaram a xingar, assim como Nixon tinha amaldiçoado.
De repente, eu não conseguia respirar.
- Merda - murmuro Monroe. - Acho que ela está tendo um ataque de pânico.
Assenti com a cabeça e tentei tirar o cinto. A mão de Nixon veio voando na minha mão.
- Estamos no meio do tráfego. Você fica aqui. Não me importo se você acha que o seu coração vai explodir. Nós não podemos ficar vulneráveis, e neste momento, nós somos isso.
Concordei com a cabeça através de uma torrente de lágrimas que começaram a cair no meu rosto. O que estava acontecendo comigo? E porque de repente eu tive essa memória? Aquele homem era meu pai? Quem eram os outros homens?
Nixon continuou xingando até chegarmos ao supermercado. Finalmente parou, uma vez que estacionamos, ele virou para Monroe e Tex e disse.
- Deixem-nos. Eu me encarregarei disso.
Eles saíram do carro mais rápido do que era normal. Uau, era como se ele fosse atirar ou algo assim. Esperei, meu peito ainda agitado pela frustração, um pouco de confusão e medo.
— Qual é o seu sobrenome? -, perguntou Nixon baixinho estalando os dedos.
- Rooks - respondi. - Por que? Qual é o seu?
- Eu faço as perguntas. Você dá as respostas. Entendeu? - Seus olhos brilhavam quentes. Tentei recuar, mas o cinto de segurança me imobilizada no lugar.
- Agora, posso perguntar educadamente ou a força. Qual é o seu sobrenome?
- Rooks. - Gritei. - Isso é tudo o que sei!
Ele levantou a mão e fez um movimento. Estremeci, temendo que ele fosse me bater. Em vez disso, ele pegou o colar e virou.
- Maldita seja!
- O que? - Meus lábios tremeram. - Olha, Nixon, esta tem sido uma ideia ruim, só me leve de volta para o quarto. Não preciso de toda essa segurança como vocês precisam. Voltarei em um táxi ou algo assim. Além disso, você está me deixando louca. Vou encontrar meu próprio caminho para casa.
- Um inferno que você vai! - Ele veio sobre o assento e agarrou minha mão. - Vamos apenas... Vamos apenas acabar com isto, certo?
Com medo, apenas acenei. Meus olhos deixaram seu rosto e foi aí que percebi o que estava em seu quadril.
- Por você que está carregando uma arma? Ele fechou os olhos e suspirou.
- Porque faz parte das regras.
- Da escola? -, perguntei incrédula.
- Não. - Ele sorriu com tristeza. - Da minha família. Agora, vamos.
Presumi que essa parte da conversa tinha acabado.
Relutantemente, saí do carro e andei em direção ao supermercado. Agarrando a primeira coisa que eu vi, comecei a andar pelos corredores sem pensar. Pelo menos eu tentei andar sem pensar. Era difícil quando cada vez que eu pegava uma lata de algo ou um pacote, um dos homens assustadores de terno preto me olhavam como se houvesse uma bomba escondida na sopa de tomate.
Estranho.
Tudo o que sabia era que Os Escolhidos eram muito mais importantes do que eu poderia imaginar, ou mesmo acreditar.
Acabei com a seção de produtos secos e fui em direção ao corredor de doces. Precisava de um pouco de força depois de toda merda que eu tinha afundado hoje. Escolhi o Twizzlers7 e suspirei.
- O que é isso? - Nixon perguntou do nada.
Eu gritei.
E imediatamente dez homens de terno estavam no meu corredor, com armas para fora.
Impressionante.
Nixon começou a rir.
- Eu a assustei. Não aconteceu nada.
Os rapazes assentiram com a cabeça e dispersaram.
— Quem é você? - Engoli quando a respiração de Nixon bateu no meu rosto. Oh meu Deus, eu iria desmaiar se ele chegasse mais perto de mim.
- Poderia te perguntar a mesma coisa. -
Seus olhos estreitaram quando ele segurou meu rosto e olhou para meus olhos. - Marrom. Interessante.
- Marrom?
- Seus olhos.
- São normais. - Tentei liberar minha cabeça livre de suas mãos, mas ele apertou.
- São lindos. Não deixe ninguém diga algo diferente, Bella8 .
Seus olhos encontraram os meus e então ele se inclinou. Nossos lábios estavam a centímetros. Meu coração estava ficando louco. Me inclinei.
- Hey, Nixon, os meninos estão ficando ansiosos -, disse a voz de Monroe. Eu queria lhe dizer para sair.
Nixon voltou para trás imediatamente e balançou a cabeça como se estivesse sob um feitiço, quando ele sabia muito bem que ele era o bastardo que tinha lançado.
- Você já terminou? - Apontou para o carrinho.
- Um, sim, eu vou pagar. - Empurrei meu carrinho para o caixa. Nixon andou atrás de mim, esperando pacientemente.
- Fico feliz em ver que você vai comprar comida suficiente para não morrer de fome no meio da aula. - Ele sorriu.
- É sua culpa que eu tenha que comprar alimentos -, respondi um pouco irritada e obcecada com o quase-beijo.
- O que você quer dizer?
- Meu cartão de acesso, idiota!
Ele revirou os olhos.
- Pare de ser difícil. Você tem dois cartões de acesso.
- Oi? Você é um idiota? - Lancei um saco de batatas fritas para na sua cabeça. - Phoenix roubou meu cartão na noite da festa! Aquela noite que você estava fora da escola fazendo sabe-se lá o que! Eu só tenho o cartão vermelho que você me deu no outro dia!
A cor desapareceu da face da Nixon.
- O que diabos está falando?
Bem, ele era estupido. Quer dizer, ele estava lá!
- No quarto, quando você disse que era o melhor que você poderia fazer, e você me deu o cartão para a sala vermelha.
- Porque Phoenix disse que você estava desconfortável de comer conosco. A sala vermelha é melhor porque é comum...
Ele agarrou o carrinho de compras e eu percebi que uma batalha estava sendo travada em sua mente. Finalmente, negou com a cabeça.
- Bastardo. Cuidarei disso. Ainda precisa de comida, então? Vai comer com a gente?
- Sim. - Engoli a saliva, porque quem sabia quando eu ia fazer isso ou um dos outros caras se enjoassem e eu perdesse os meus direitos de comer carne?
- São cem dólares e setenta e dois centavos. - O vendedor falou em um tom aborrecido.
Peguei o maço de contas e puxei o elástico. Os maços com as notas caíram no chão. Isto é o que a estúpida presença de Nixon causa em mim. Eu estava nervosa e um pouco louca.
Abaixei para pegar as notas e congelei.
Impossível.
- Há algo errado? - Nixon perguntou em um tom irritado.
- Uh, não, sim, hum... - Realmente não sabia mais o que fazer, então eu lhe dei o maço de dinheiro. A maço estava envolvido em uma nota de cem dólares, para cobrir as dez notas de mil dólares.
- Merda - murmurou e em seguida, puxou a carteira. Ele passou o seu cartão na máquina e digitou sua senha, em seguida, colocou o cartão no balcão enquanto ele pegava seu celular. - Não, idiota. Eu não tinha dinheiro. Sim, eu sei que eu posso ser rastreado. Quem te paga, idiota? Quem? Isso é o que eu pensava. Agora lide isso.
- Abandonato - sussurrei calmamente lendo o cartão e ao mesmo tempo tentando não ouvir escondidas. - Esse é o seu sobrenome?
Ele não respondeu. Em vez disso, ele estava dando instruções para alguém do outro lado da linha e pegando o recibo.
Bem, pelo menos o atendente já não parecia aborrecido. Não, ele parecia a cinco segundos de se cagar nas calças.
E então as coisas ficaram estranhas. Mais estranhas do que já estavam.
Os homens de terno formaram um círculo em torno de nós, enquanto voltávamos para o carro, quando eu tive um vislumbre de algo que eu só tinha visto em filmes.
Um grupo de carros de luxo estavam no estacionamento e mais homens e mulheres saíram com aspectos caros.
Nixon não disse nada quando entramos no nosso SUV. Eu não tinha certeza se deveria ter medo de tantos homens vestidos de preto que nos cercavam ou o sei lá.
- Estamos... estamos a salvo aqui? - Perguntei em voz baixa.
Monroe, já estava no carro e pôs a mão no meu ombro. - Claro, porque não estaríamos?
- Oh, você sabe por que. - Apontei quando um homem que parecia tão velho quanto o vovô pegou uma arma que só tinha visto em filmes de ação e entrou no supermercado. - Hum, estamos testemunhando um assassinato?
Tex e Monroe riam enquanto Nixon negou com a cabeça e me deu um sorriso.
- Não querida, são apenas negócios. Isso é tudo.
Ele me entregou meu maço de dinheiro e olhou para Monroe e Tex.
- Você tem que ir. Temos que fazer mais compras, e é...
Monroe revirou os olhos.
- Sim, posso imaginar o que será. - Ela sorriu na minha direção. - Nos vemos mais tarde.
Eles saltaram do carro e caminharam em direção a outro SUV esperando na frente de nós.
- O que foi isso? - Perguntei, empurrando novamente o dinheiro na minha bolsa.
- Vai ser uma longa tarde. - Nixon falou.
- Por que?
- Devido a estarmos vivendo nossa própria merda de Romeu e Julieta. - Ele sorriu e bateu o volante. - Bem, mochila nova, certo?
- Sim. Ah, e eu tenho que pagar pelas compras também. Me sinto tão estúpida. Eu não tinha ideia que tinha tanto dinheiro, ou sequer que existiam, ou o vovô... - minha voz sumiu. Por que o vovô tinha me dado tanto dinheiro? Era por isso que ele queria que eu o escondesse?
- Essas notas saíram de circulação na década de 1950. Sabia disso, certo? -, perguntou Nixon.
Dei de ombros e comecei a brincar com o rádio.
- Sinto muito, vou encontrar uma maneira de ganhar dinheiro para pagar a você.
- Você não entende. - Ele riu com humor. - Eu nunca aceitaria seu dinheiro. Nunca.
- O que? Por que?
- Não é bom para mim! - Retrucou. - Só deixe ir.
Era porque eu estava abaixo dele? Porque eu era uma fazendeira e pobre? Cruzei os braços sobre meu peito e olhei pela janela. Ficamos em silêncio até o shopping.
CAPÍTULO 12
Dois do SUV nos seguiu até o shopping e mais dois estavam esperando por nós, quando nós chegamos lá. No momento em que eu saí do Range Rover, Nixon agarrou minha mão e não soltou mais.
Eu gostaria de poder dizer que não estava sentindo o calor de seu toque se espalhando por todo meu corpo. Mas eu estava. E foi incrível. Ele sorriu enquanto passamos pela porta da frente e eu quase poderia imaginar que isso era normal. Só estávamos saindo e fazendo compras como duas pessoas normais.
Em vez disso, nós fomos seguidos por um destacamento de segurança, que irritaria o Presidente Obama, e observados como se fossemos bombardear a Praça de Alimentação.
Eu odiava ter que admitir que não tinha experiência em fazer compras. Não estava segura do que fazer, mas não queria caridade ou qualquer coisa assim de Nixon.
- Aqui tem um brechó ou algo assim?
Ele olhou para mim horrorizado como se eu tivesse lhe perguntado se havia alguns filhotes para chutar.
- Diabos, não. Brechó? Você está...? - Ele amaldiçoou e sacudiu o cabeça. - De segunda mão? Uma maldita loja de roupas usadas?
- Está bem, pode parar de repetir isso. - Disse tentando puxar minha mão livre de seu aperto forte.
- As garotas como você, não compram ali.
E lá estava ele outra vez. As garotas como eu. Meninas que não pertenciam à Elite, que não deve babar pelo Presidente do corpo estudantil. Senti o calor no meu rosto e baixei meus olhos para o chão.
- Um, que tal Ross? Ou o Wal-Mart, ou algo assim?
Estava tão envergonhada que eu não conseguia nem olhar para ele.
Ele parou de andar, me fazendo quase tropeçar quando largou a minha mão e acariciou meu queixo.
- Tracey, você não ouviu nada do que acabei de dizer?
As lágrimas nublaram minha visão. Veja, esse é o problema. Eu ouvi tudo, e estou tão cansada de que me diga que eu não sou boa o suficiente! Tão cansada de fingir ser algo que eu não sou, quando só estava em sua maldita escola há menos de uma semana.
Eu tentei me libertar.
Claro, Nixon não toleraria isso.
Em vez disso, ele envolveu seus braços ao redor do meu corpo e suspirou no meu cabelo, beijando minha cabeça. - Você é..... impossível.
Eu realmente não sabia o que dizer sobre isso.
- Mason, não nos siga tão de perto, certo? - Disse Nixon sobre a minha cabeça para um dos caras da segurança.
- Claro senhor.
- Senhor? - Repeti, embora tenha sido abafado pelo seu peito musculoso. Ele inclinou para trás novamente agarrou minha mão.
- É uma coisa de respeito.
- Você tem vinte anos -, apontei, feliz que não estávamos centrados em mim e nos meus defeitos.
O rosto de Nixon ficou tenso, e logo seu rosto brilhou com humor.
- Verdade, vinte. - Ele desviou o olhar para o outro lado e murmurou. - Idade realmente não importa em meu mundo.
- Seu mundo?
Ele não voltou a me olhar. Ele parecia estar em uma missão. E depois paramos. Bem, ele parou de andar. Eu gostaria de continuar andando, porque não há nenhuma maneira de eu entrar naquela loja.
- Prada? Ele disse em voz alta.
- Você está doido? Ele sorriu e me levou para a loja.
Cravei os calcanhares no chão, ou pelo menos tentei. Mas a quem eu quero enganar? Nixon era um Deus entre os homens, ele simplesmente puxou o meu braço e eu o segui até a loja lindamente iluminada. Era como se os meus olhos não pudessem absorver tudo o que vi ao meu redor. Muitas bolsas e carteiras e cores e... uma garota morreria de felicidade desta forma.
- Posso ajudar? - Uma mulher magra com um terno preto sorriu em nossa direção. Seu olhar parou mais tempo em Nixon para olhar direito, tendo em conta que ele ainda estava na Universidade. Embora que para ser justa, ele não parecia. Dei um outro olhar pelo canto do olho. Sério, ele tem 18 anos? Ele parecia muito mais velho, mais maduro.
- Mochila, que você carregue livros? - Nixon perguntou isso quando seus olhos desviaram apara as paredes da loja brilhantemente iluminadas. - Algo com classe.
A mulher sorriu.
- Por aqui.
Instantaneamente, ela colocou cinco tipos diferentes de mochilas na minha frente. Uma delas era uma mochila de couro para homens, que era um pouco bonita. As outras eram de nylon, que eram boas, eu acho. Quer dizer, eram Prada.
Meus dedos coçavam para ver as etiquetas com os preços. Honestamente, eu nem se quer queria tocar, quer dizer, e se os germes oleosos da minha mão de alguma maneira ficassem no saco e...
- Tracey, escolhe uma mochila.
Nixon insistiu, quase me obrigando a tocar os objetos bonitos. Me abaixei, e logo, por alguma razão, provavelmente meu nervosismo, olhei à minha direita. Perto do balcão estava uma mochila azul majestosa. Provavelmente deveria ter desviado o olhar, mas não consegui.
Meus olhos arregalaram um pouco. Limpei a garganta e voltei a olhar para as mochilas na minha frente.
Senti Nixon se afastar. Calafrios percorriam meus braços por sua ausência.
- Essa. - Nixon retornou e entregou a bolsa azul para a mulher.
Eu não queria olhar, mas não pude evitar. Seu rosto estava impassível, mas pude ver uma contração do músculo em seu maxilar.
- Se trata de uma edição especial.
- Para uma garota especial. - Nixon colocou um braço em volta de mim. - Então é perfeito.
Balançando a cabeça, a mulher se aproximou do balcão e registrou a compra.
- São mil e setenta e cinco dólares e oitenta e nove centavos.
Tossi. Eu juro que não foi intencional. Nixon estava louco? Tudo isso? Por uma mochila? Eu abri a boca para dizer algo, mas a maneira como ele me deu uma cotovelada quando pegou a carteira dele e entregou um cartão de crédito preto me parou.
No momento em que ele entregou o cartão, ela verificou o nome.
- Posso ver sua identificação, senhor? O cartão caiu de sua mão. Tremendo, ela umedeceu os lábios e negou com a cabeça. - Esqueça.
- O que? - Nixon inclinou. - Não precisa da minha ID?
- Não, senhor esqueça isso por favor. Com os dedos trêmulos lhe entregou o recibo e a mochila. - Alguma coisa mais que posso fazer por vocês?
Nixon deu um sorriso.
- Não, acredito que estamos bem. Obrigado por sua ajuda.
Meu Deus! A mulher ia desmaiar. Ela acenou com a cabeça e beliscou a ponte de seu nariz, quando viramos para ir.
- Que diabos Nixon? Você é o padrinho ou algo assim? - Ri nervosamente. Ele se juntou a mim, mas seu sorriso era seco.
- Então, sorvete?
- Por que? Ele encolheu os ombros.
- Porque eu estou com fome.
Suspirei.
- Esta, mas isto não é um compromisso, e isto não é para você se tornar minha babá. Você sabe que eu posso cuidar de mim, certo? Você pode simplesmente me levar de volta para o dormitório. Tenho um trabalho para escrever de qualquer maneira e... - Minha voz sumiu no momento em que a mão dele tocou a minha. Confusa, baixei meu olhar para nossas mãos entrelaçadas. Nem se quer me dei conta que estávamos na escada rolante até chegarmos ao piso superior. Sem soltar minha mão. Estava debatendo entre o desejo de soltá-la e o desejo de dar na cabeça. Ele não podia jogar com as minhas emoções assim. Me fazer sentir importante por qualquer outro motivo que não para seu próprio entretenimento. Minha raiva foi crescendo em segundos, eu tentei liberar minha mão de seu agarre, mas ele apertou.
- Não é seguro, Tracey - disse com a voz baixa. - Confie em mim, certo?
- Então por que vamos tomar sorvete?
Ele apenas sorriu, mas ainda se recusou a responder. Chamei de falsa sua declaração de que eu estou com fome. Bem, ele está com fome. Ele não era o único que ficou na dieta sem carne na semana passada.
A Praça de Alimentação era decente. Sem muitas pessoas espalhadas ao redor, o que eu estava agradecida. Nossa equipe de segurança basicamente nos rodeava, quando fomos para a pequena sorveteria e pegamos nossos copos.
- Certo, o que eu faço? - Segurei o copo na minha mão e olhei para ele.
- Uh... - Nixon coçou a cabeça. - Você toma?
- Beber?
- Não, não o copo... - Nixon deu uma gargalhada. - É uma piada certo? Alguma vez esteve em um Self-Service?
Engoli em seco e olhei para baixo sentindo todo o tipo de vergonha.
- Olha, esquece. - Tentei empurrar novamente o copo em sua mão, mas em vez disso, ele agarrou meu pulso e me virou para olhar o letreiro gigante na parede.
Juro que o calor do corpo desse cara poderia causar um incêndio se ele desejasse.
- Leia os sabores. - Ordenou.
- Em voz alta? - Perguntei.
- Hmm, eu acho que posso gostar.
Bem, ele estava muito perto de mim. Eu praticamente podia provar o chiclete de menta que ele estava mastigando. Concentre-se, Tracey. Concentre-se. Eu era apenas um brinquedo. Ah, genial, eu a quem os meninos ricos buscam quando estão entediados. Bem, pelo menos ele não tinha me chamado de fazendeira por um tempo.
- New Eurk, Cheesecake, Morango, Chocolate, Baunilha, Chocolate Amargo...
- Por que soa melhor vindo de seus lábios, você não acha? - Nixon sussurrou no meu ouvido.
Que inferno, eu não podia sentir minhas pernas. O cara me tinha totalmente paralisada.
- Quer provar? - Ele se moveu atrás de mim e agarrou uma pequena colher rosa. Rosa ficava bem nele, menos assustador, mas não menos quente. Infelizmente...
Eu fechei os olhos brevemente e imaginei ele em uma minivan da Barbie com a esperança de expulsar a forma que sua masculinidade me fazia querer me despir e jogar a prudência ao vento.
- Abra. - Abri os olhos e a boca, já que realmente não tinha nada a dizer sobre o assunto. Mas, claro, era Nixon. Eu não tinha voto. Nunca. O sorvete era frio e cremoso na minha língua. - Você gosta?
Ah, uma pergunta aberta. Ele estreitou os olhos quando abaixou a cabeça para chegar perto da minha, eu não podia afastar os olhos dos seus lábios carnudos quando se aproximou. Sua boca quente de repente quase sobre a minha, em seguida, ela desapareceu.
- Sinto muito, pensei ter visto um pouco de sorvete, eu estava errado. - Riu e se afastou.
Idiota.
- Mentiroso - disse sem fôlego, afastando-o mais. - Então, eu apenas pego uma dessas coisas?
- Bem, eu prefiro suas palavras para alimentar, mas...
Meu rosto explodiu em chamas. Virei a cabeça e tremendo consegui servir um pouco de sorvete no copo. Nem se quer vi de que sabor era. Eu só sabia que eu tinha que dar o fora de lá antes de permitir que Nixon se aproximasse mais.
Ele já tinha me ameaçado de me destruir.
E ele mostrou que ele poderia fazer isso.
Então ele sofria de demência temporária e foi amigável, tudo por causa do meu colar? Ou foi pelo que aconteceu na escola?
Perdida em meus pensamentos, comecei a colocar os ingredientes no meu sorvete.
- Wow, você é o tipo de garota que gosta de vermes de gelatina.
Nixon disse apontando o copo na minha mão onde eu havia empilhando cinco vermes de gelatina no meu sorvete.
- Uh, sim, adoro... vermes. Clássico. Alguém devia gravar o ouro que flui da minha boca.
Nixon umedeceu os lábios. Eu podia ver o fantasma de um sorriso dançando através deles. Isto foi o máximo que tinha visto ele sorrir... em uma eternidade. Eu gostei e odiei. Por um lado, quase me matava toda vez que ele sorria em minha direção, porque sabia que não era apenas passageiro, mas falso. Nixon não era o cara que oferecia sem querer algo em troca, e eu sabia que meu pagamento estava se aproximando.
- Pronto? - O adolescente entediado do caixa perguntou.
- Sim. - Entreguei meu copo, ele colocou em uma balança e em seguida o de Nixon. - Doze dólares e dezenove centavos.
Por dois sorvetes?
Mantive a boca fechada enquanto Nixon entregava seu cartão. O menino olhou para o cartão e depois olhou para ele duas vezes. Sua boca abriu e fechou em seguida. Pelo menos, ele tremeu como o último caixa. Com um golpe rápido ele devolveu o cartão com o recibo.
Começamos a sair, mas ele voltou a falar.
- Humm, eu sei que isto soa bobo, mas você pode me dar seu autógrafo?
Nixon congelou. Suas narinas se alargaram ao mesmo tempo que olhava para mim e em seguida me entregou seu sorvete. Eu vi que ele apertou sua mão direita e soltou quando ele caminhou até o menino. Merda, ele ia dar um soco no cara.
- Claro... - Ele inclinou sobre o balcão e assinou um guardanapo que garoto tinha entregado para ele.
- Qual é o seu nome?
- John. - Ele parecia que tinha acabado de conhecer Brad Pitt.
Nixon escreveu alguma coisa e depois devolveu o guardanapo para John.
— Nós temos um acordo, John? Ninguém saberá que estivemos aqui?
Os olhos de John se arregalam e logo Nixon inclinou sobre o balcão.
- Preciso que fale John.
- Vocês não estiveram aqui. - John tropeçou nas palavras. - Eu juro.
- E onde você nos viu?
- Na rua. Você, uh, ia correndo.
- Eu gosto de correr. - Nixon bateu levemente do ombro do garoto e piscou um olho. - Obrigado mais uma vez, John.
- N... não tem problema, Sr. Abandonato.
Franzi o cenho o resto do caminho para o carro.
CAPÍTULO 13
Não tinha certeza por que estava tão exausta, além do fato de que tinha tido ao mesmo tempo a semana mais desgastante emocionalmente e mais estranha de mim vida.
- Mais uma parada. - Nixon estava dirigindo de volta para a escola, mas virou à esquerda antes de chegar ao caminho certo.
Bom. Eu nunca ia ter voto em uma questão? Era errado usar minha nova mochila Prada como travesseiro?
- O banco? Disse quando paramos.
- Sim.
- Por que?
Nixon riu.
- Pergunta a garota que está levando notas de mil dólares. Suponho que não tenha uma conta?
Envergonhada, neguei com a cabeça.
- Bem, vamos então. - Ele saiu do carro. Não tive escolha além de seguir ele até o prédio de vidro grande. Ele tinha apenas quatro andares, mas todos os ângulos e planos do edifício estavam apontando, como se fosse uma espécie de porco-espinho com raiva.
Intimidada, eu tentei me aproximar dele.
Me dei conta que só havia apenas um guarda de segurança com a gente.
- Nixon, onde estão o resto dos homens de preto?
Ele virou e agarrou minha mão, mas não respondeu minha pergunta. Bem, o jogo do silêncio. Eu poderia jogar.
Andamos junto na área dos escritórios de trabalho onde as pessoas estavam atendendo o telefone e trabalhando. Entramos no elevador.
Esperando que fosse subir, fiquei sem fôlego quando ele se moveu em direção ao subsolo.
O Subsolo. Realmente?
Ele agarrou minha mão outra vez, enquanto caminhávamos por um corredor de mármore. A nossa frente estava uma gigante mesa de madeira. Uma mulher com cabelo comprido e escuro estava sentada ali, lixando as unhas.
- Ei, Priscilla, onde está o Anthony? - Perguntou Nixon.
- Oh, você sabe, afian.... - Sua boca fechou enquanto ela se levantou e estendia a sua mão. - Desculpe, você é?
- Tracey. - Apertei sua mão. - Tracey Rooks.
Ela assentiu e depois olhou para meu colar.
- Rooks você disse?
- Isso mesmo.
- Não parece que...
- Pris, precisamos abrir uma conta. - Seu sorriso não chegou a seus olhos.
- Claro que sim. Vou informar a Anthony, que você está aqui. Nixon abanou a cabeça.
- Não é necessário, eu mesmo vou.
- É seu próprio risco, Nixon.
- Vamos. - Nixon puxou minha mão. Viramos à esquerda e andamos por um corredor curto, forrado com assustadoras fotos antigas de homens com ternos segurando armas. Fantástico. E nós estamos no subsolo.
Nixon pressionou seu polegar contra um painel magnético e a porta de vidro abriu.
- Anthony?
- Estou aqui.
O escritório era lindo. Pensei que estávamos no subsolo, mas tecnicamente ainda tinha grandes janelas atrás da mesa que dava para uma lagoa. Era um avião?
- Precisamos abrir uma conta - repetiu Nixon.
- Precisamos? - Anthony virou.
Que diabos, ele parecia uma versão mais velha de Nixon. Este era seu pai? Não, ele ainda era muito jovem. Esperei as apresentações.
- Tecnicamente, ela precisa abrir uma conta. Nós teríamos ido para uma outra filial, mas a sortuda tem notas de mil dólares.
Os olhos de Anthony abriram brevemente antes dele virar para mim.
- O que você fez, roubou um banco? - Ele deu um sorriso.
Sorri de volta. - Não sabia que eles eram notas de grande valor. Meu avô me deu algum dinheiro antes de me deixar na escola e tive um problema com meu uniforme e mochila e...
- Problema? - As sobrancelhas Anthony levantaram. - Tenho de ouvir isto.
- Anthony... - Nixon foi cortado pelo homem acenando a mão no ar.
- Faça algo útil Nixon e traga uma bebida.
Nixon murmurou uma maldição e foi a um bar na esquina.
- Então, o que você estava dizendo? - Anthony assentiu com a cabeça.
Minhas mãos começaram a suar.
- Eu. Uh.... Os alunos na escola me mergulharam em água com açúcar e ovos crus. Minhas coisas sofreram uma morte lenta e pegajosa.
- O pior tipo, tenho certeza. - Anthony sorriu.
- Absolutamente. - Estava de acordo. - Acho que tecnicamente é minha culpa, já que recusei as regras do primeiro dia. - Apontei Nixon que estreitou os olhos. - Mas ele me salvou de um suicídio social. Não é que eu estivesse alta no totem da popularidade de qualquer maneira..., mas sim. Resumindo, fomos às compras, peguei meu dinheiro. Nixon quase teve um acidente vascular cerebral. Homens de ternos entraram na loja com armas de fogo. Tenho certeza que vou ver no noticiário da tarde, e.... agora estamos aqui.
O rosto de Anthony permaneceu impassível.
- Está bem. Parece um dia normal na vida de Nixon. Bem-vinda a família... - Ele estendeu a mão.
- Oh, não, não, não, não - ri com nervosismo. - Não, não é como... isso.
Movi as duas mãos no ar como uma pessoa louca. A cabeça de Anthony inclinou para o lado.
- Eu conheço Nixon durante muito tempo e eu posso te dizer uma coisa. Isso é muito parecido com...
Ouvi um gemido de Nixon, algo que soou como uma maldição.
- Agora, a conta. Você tem seu número de segurança social?
Envergonhada, eu neguei com a cabeça.
- O vovô disse que se perdeu na mudança.
- Mudança? - Repetiu Anthony caminhando ao redor da mesa e teclando em algumas teclas de seu tablet. - De onde você se mudou?
- Chicago.
Nixon derramou o conteúdo do seu copo no chão e começou a tossir.
- Desculpe, tio Tony.
Ah, cara, que fazia mais sentido. Tony, negou aborrecidamente com a cabeça, mas não disse nada.
- Então, você é de Chicago. Por que você se mudou? Seus pais vieram com você?
Me mexi desconfortável sobre meus pés. O que isso tem a ver com a abertura de uma conta? Logo senti a mão de Nixon apertar a minha.
- Meus avós pensaram que a cidade era muito violenta, eu acho? Não sei. Meus pais morreram em um acidente de carro quando eu tinha seis anos de idade então...
- Um acidente? - Repetiu Anthony. - Meus mais sinceros pêsames por sua perda. - Dei de ombros.
- Não me lembro muito.
- Provavelmente é o melhor - disse Anthony enfaticamente.
- Humm, o que isso tem a ver com a abertura de uma conta bancária? Me desculpe, eu não estou tentando ser grosseira, só estou realmente cansada.
- As compras fazem isso -, disse Nixon.
Anthony começou a rir.
- Eu diria que Nixon também está.
- Muito engraçado. - Nixon balançou a cabeça.
- Muito bem, senhorita Rooks, certo?
Assenti.
- Vou fazer um pouco de magia e abrir sua conta sem seu número de segurança social. Vou acrescentar o endereço da escola que você está. Você tem um número de telefone onde possamos entrar em contato com você?
Lhe dei o meu número, enquanto ele estava escrevendo.
- E o dinheiro? - Estendeu a mão.
Nixon pôs a mão no bolso e lhe entregou o maço que eu tirei da caixa esta manhã.
Se Anthony estava surpreso ele não disse nada. Em vez disso, contou o dinheiro, cerca de dez mil dólares, que é o que Nixon tinha adivinhado.
Passou o dinheiro através de uma pequena máquina. Assinei alguns papéis e ele me deu um cartão temporário. Era preto como o de Nixon.
- Está tudo certo? - Perguntou Nixon dobrando alguns dos papéis e colocando no bolso. Anthony assentiu com a cabeça.
- Por agora.
Hum? O que estava faltando?
- Está bem. - Nixon agarrou minha mão. - Até domingo, tio Tony.
- Você também chefe - Não esqueça a hora, ou seu pai vai dar um ataque.
- Sim, sim... - Nixon acenou com a mão e nós fomos.
A viagem de volta à escola levou apenas alguns minutos. Estava quieta, principalmente porque eu estava confusa e cansada.
Uma vez que chegamos ao prédio do meu dormitório eu soltei meu cinto de segurança, mas algo continuava me incomodando em toda situação.
- Por que as pessoas têm medo de você? Nixon sorriu.
- Você não tem medo de mim?
Engoli a saliva. - Às vezes.
Seus olhos estavam tristes quando ele se inclinou sobre o console e agarrou minha mão.
- Você sabe que eu nunca iria deixar ninguém te fazer mal, certo?
- Sim! - Não queria gritar. - Isso é o que estou falando! Há alguns dias, você me disse que eu era basicamente uma barata sob seu sapato! E agora você me leva às compras? Desculpe, mas isso faz sentido.
- Sim bom, a vida raramente faz. - Nixon jurou e logo gemeu. Seu rosto estava tenso, como se tivesse uma dor severa. - Olha, eu só estava avisando, isso é tudo. E só porque estou sendo amigável com você não muda o fato de que você tem que seguir as regras, se quiser sobreviver aqui.
- Obrigada. Eu consegui esse memorando alto e claro, quando eu estava mergulhada em água com açúcar e drogada.
- Maldita seja, então porque simplesmente não faz o que eu digo?
Dei de ombros.
- Eu não gosto que me pressionem.
- Não me diga... - sorriu. - Mas às vezes é para sua própria segurança. Você não percebe? Talvez o mundo não seja tão brilhante e divertido como você pensa. As pessoas são más. A humanidade é uma piada cruel, Tracey. Eu estou apenas tentando evitar que eles riam por último.
Suspirei.
- Então porque você ouve eles? Por que ajuda a decidir as regras?
Ele congelou. A máscara caiu de seu rosto e então era só um menino e uma menina em um carro conversando. O ar estava elétrico quando ele estendeu a mão e tocou minha bochecha.
- Eu gostaria que não fosse o caso. Deus, não tive que fazer as regras... ou aplicá-las.
- Então porque você. - Me aproximei e coloquei minha mão em seu peito. Seus olhos estavam fechados.
- A vezes não temos opções. Estamos só.
— O que significa isso?
Nixon abriu os olhos e lentamente retirou minha mão no seu peito.
- Isso significa que você deveria ter ouvido no primeiro dia de aulas... - Sua cabeça inclinou para um lado. - Você não toca Os Escolhidos. Não respira o mesmo ar que Os Escolhidos e não... - maldição. - Apenas não faça isso.
- Por que? - Meu lábio inferior tremia.
- Porque você está até o pescoço na merda e nem sabe disso. Uma vez que você saiba... que tudo é sobre... a escolha que você também vai fazer. Demônios, o que eu estou dizendo? A decisão desapareceu no minuto que você deixou seus avós.
- Decisão? - Revirei meus olhos. - Você está muito sério e enigmático para chutar, você sabe disso, certo? O que você é? Um tipo de celebridade? O filho de um político? É o pequeno e sujo segredo do Presidente?
Com isto, ele esboçou um sorriso.
- Hmm, essa coisa de pequeno e sujo, com certeza soa como um sino. Não preocupe sua pequena cabecinha com nada, está bem? Vá fazer sua lição de casa e relaxar.
Aparentemente eu não ia obter nenhuma resposta. Peguei minha sacola de comida e minha bolsa nova e saí do carro.
- Obrigada por ... tudo.
Os lábios cheios de Nixon se curvaram em um sorriso.
- É um prazer. Agora vá fazer algum trabalho. Vou enviar Chase dessa vez.
- Chase? Por que? -, coloquei minha mão no quadril. Ainda estava sob a proteção de uma babá?
Nixon deu de ombros. - Assim ninguém incomoda você, por que mais?
- Porque não me observa você mesmo? Por que enviar um servo?
Ele riu. - Servo. Huh? - Ele mordeu o lábio, inclinando o piercing para um lado. Maldito seja, eu odiava o quão sexy ele era sem sequer tentar. - Ok, eu venho e te vigio, você certamente não será incomoda.
- Para me incomodar basta me tirar minha caixa e mais isso -, respondi.
- Adeus fazendeira.
E lá estava, o final perfeito para o dia mais estranho da minha vida.
- Obrigada por isso. - Lhe mostrei o dedo.
Sua resposta foi rosnar. Clássico.
CAPÍTULO 14
Monroe já estava no quarto esperando por mim.
- Como foram as compras? - Ela sentou de pernas cruzadas na cama lixando as unhas.
- Oh pare. Você sabe, além de ver alguns malucos em ternos pretos com armas de fogo e em seguida, tendo o diabo me comprando uma mochila da Prada para substituir a minha velha.
Monroe sorriu.
- Vamos, todo mundo sabe que o diabo veste Prada.
- Obrigada, Monroe. - Olhei para ela. - Isso foi muito útil da sua parte. Por que a liberdade baixa de todos os modos? Você sempre faz o que Nixon diz?
Ela bufou.
- Se, mesmo que ele seja a encarnação do demônio - e de um burro - pelo menos me mantém segura.
- Do quê? Estudantes Universitários hormonais? Como cones de sorvete que caem em seus sapatos? Não entendo, quem vocês são?
- Você quer ver um filme? - Ela soprou o cabelo do rosto e começou a pesquisar nos DVD como uma louca.
- Tudo bem, eu entendo. Questão sensível. Então eu simplesmente vou pesquisar na Internet sobre seu sobrenome.
Sua mão congelou na coleção de DVD, mas não disse nada. Talvez não fosse um grande problema? Rapidamente entrei na pesquisa do computador e escrevi o sobrenome Abandonato.
Puta merda. Não esperava por isso.
Seus nomes estavam em tudo. E quando eu digo tudo, quero dizer tudo Abandonato Enterprises, LLC. Eles eram donos da escola, sim, literalmente proprietários. Eles eram donos do banco que eu tinha acabado de ir, o supermercado, Shopping, estações de serviço. E o meu favorito, proprietários não de concessionária de automóveis, não, porque isso seria muito normal. Eles eram donos de marcas de automóveis. Algumas marcas estrangeiras. Merda.
- Eu que pensava que os Mórmons eram donos de tudo... disse em voz baixa.
Monroe é sufocada com uma risada.
- Eu ouvi isso, Botas.
- De que vocês não são proprietários?
- Disneyworld? - Respondeu ela.
Muito engraçado.
- É por isso que carregam tantos seguranças em todos os lugares?
Monroe olhou por cima do ombro em direção a tela.
- Valemos um monte de dinheiro. E o nosso pai é do tipo paranoico, sabe? Ele vale bilhões. Imagine se um de nós for sequestrado para pedirem resgate?
Isso fazia sentido. Logicamente, ela poderia me dizer que as pessoas tinham medo do poder, mas ainda não explicava por que o rapaz tinha pedido um autógrafo de Nixon.
- São celebridades ou algo assim?
Monroe começou a rir.
- Por estas bandas? Digamos que é algo por aí.
Bateram na porta.
Desliguei a tela e fui abrir a porta.
Chase estava lá, com as mãos nos bolsos da calça jeans. Um suéter apertado abraçando seu corpo perfeito. Desviei o olhar.
- Ei Chase -, chamou Monroe.
- Ei Mo. - Seus olhos se voltaram para os meus. - Ei, Tracey.
- Nixon mandou você?
- Sim.
- Você vai ficar?
- Sim.
- Você vai dizer alguma coisa além de sim?
Ele colocou as mãos na moldura da porta e inclinou para a frente, com os lábios a uma polegada dos meus.
- Não sou muito falante. Eu sou um tipo mais de ação.
- Aposto que você é. - Assenti com o cabeça. - Por favor entre, sinta-se em casa na nossa encantadora prisão.
- Não é uma prisão. - Monroe rolou os olhos. - Nixon só quer ter certeza de que você está segura, e embora eu provavelmente poderia chutar alguns idiotas até o chão, nós estaríamos perdidas se o time de futebol decidisse fazer uma brincadeira com a gente.
- Porque eles iriam fazer uma brincadeira com a gente? - Perguntei.
- Você é nova e brilhante, quem não iria querer brincar com você? - Chase deu de ombros. - Eu sei que se eu tivesse a chance...
- Acredito que é seguro dizer que sei onde iria terminar a frase.
- Ah, sim? - Chase caiu sobre cama da mesma forma que Nixon fez a alguns dias atrás. - E como é isso?
- Com minhas novas e brilhante botas na sua bunda. - Sorri.
- Maldita seja.
- O que? - Peguei meu livro de inglês e abri no Comp.9
- Nixon é um bastardo de sorte.
- É? Por que?
Chase sorriu.
- Porém, nunca fui bom em manter minhas mãos longe.
Monroe gemeu.
- Chase, não. Isto é como um desejo de morte, só... não faça isso.
- Nem sempre vai estar perto, Mo.
- Não, mas se você tocar no que pertence ao diabo, ele provavelmente vai amaldiçoar sua alma, simplesmente dizendo isso. E se você quer uma das empresas quando se formar, você tem que se comportar bem.
Ele amaldiçoou.
- Bem, essa foi uma conversa estranha. Eu vou trabalhar na minha lição de casa.
Ninguém disse nada.
Três horas depois eu estava exausta, mas tinha acabado. E só eram oito da noite. Que patético. Eu era uma caloura na faculdade e tinha feito meu dever de casa cedo, numa sexta à noite, enquanto era vigiada por um rapaz que fazia parte da gangue do padrinho.
Não tinha nada nessa Universidade de Gossip Girl.10
Deixei cair de propósito meu livro em cima da cama, acordando Chase do seu sonho.
- A merda! Por que você fez isso?
- Diversão. Foi divertido. E eu terminei, você pode ir. Terminei minha lição de casa em paz, graças a você.
Fui abrir a porta.
Chase riu, mas não se moveu do seu lugar.
- Chase! Sério, você não precisa ficar...
- Ele só está fazendo o que eu lhe disse para fazer. - Nixon disse da porta. - Terminou sua lição de casa?
Olhei para ele e então comecei a correr freneticamente no meu quarto jogando as roupas para o ar e verificando meu armário.
- Mo, sua amiga oficialmente enlouqueceu.
A ouvi rir, mas eu estava em uma missão. Tinha que ter câmeras ou algo assim. Como ele ia saber o segundo em que eu tinha terminado a tarefa? Ridículo! Talvez eu estivesse sendo paranoica por causa do dia que tive, mas vamos lá!
- Tracey. - Nixon veio atrás de mim, segurando meus braços enquanto eu estava jogando um suéter no ar.
- Tracey. - Desta vez seus lábios tocaram minha orelha e eu parei na hora. Não porque eu queria, mas porque sinceramente não conseguia mexer os braços e falar ao mesmo tempo, quando ele estava tão perto de mim. - O que você está fazendo?
Baixei a cabeça.
- Procurando câmeras escondidas.
- Que tipo de homem você pensa que eu sou? - Ele me virou em seus braços, então ficamos cara a cara. Eu olhei para baixo.
- Do tipo que carrega armas e envia seus amigos para cuidar de mim no meu próprio quarto. O tipo que sabe o minuto em que eu terminei com meu dever de casa e que magicamente aparece na minha porta. Desse tipo.
Nixon começou a gargalhar.
- Wow, as vezes vocês são exagerados. - Ele enfiou a mão no bolso de trás. Lentamente me afastei. Quero dizer, e se ele puxasse uma arma? Ou uma Taser ou... merda. Um celular.
- Algumas vez você já viu um destes? - Ele moveu o celular na minha cara. - Chase me enviou uma mensagem há dez minutos atrás e disse que estava prestes a acabar.
- Ele estava dormindo. Ele...
- Tem o sono leve e estava sob ordens estritas para me dizer quando tivesse terminado.
- Por que? - Cruzei os braços. - Então você poderia enviar alguém para o próximo turno? Quem iria ser desta vez? Tex? Phoenix?
Quando eu disse Phoenix ele fez uma careta.
- Você já terminou?
- Sim, mas...
- Obrigada Chase, até logo.
Nixon me levou pelo corredor como um morcego saindo do inferno.
- Aonde vamos? E por que estamos com pressa?
Nixon não respondeu. Ele passou o cartão dele e abriu o elevador. No momento em que fechou, ele apertou o botão para fazê-lo parar.
Merda. Esta era a maneira que eu ia morrer.
- Nixon, isso é...
Ele me tinha contra a parede antes pudesse terminar a frase. A boca dele pressionado contra a minha e suas mãos me levando no ar, pressionando nossos corpos mais juntos. O anel de metal do seu lábio enviou descargas elétricas através do meu sistema, enquanto ele esfregava contra meu lábio inferior. Meu Deus, eu nunca tinha sido beijada por um rapaz. Nunca.
Com um gemido, ele me soltou. Não queria tocá-lo, eu apenas fiz. Peguei sua mão, mas ele se afastou do toque.
- Por favor, sem tocar.
Não estava certo.
- Nixon, você não pode simplesmente...
- Sim, eu posso. - Cruzou os braços sobre o peito e recostou-se na extremidade oposta da parede. - E eu fiz. - Apertou o botão novamente para que o elevador continuasse sua descida.
Filho da puta.
Eu queria dar um soco na cara dele. Acho que ele poderia dizer isso também, porque ele não deixava de sorrir. Quem demônios ele acreditava que era? Então, o que? As pessoas tinham medo dele porque ele era rico? Devido ao seu grande papai malvado que era dono de tudo? Isso não significa que você pode beijar uma garota, só porque você quer. Eu não disse para não colocar desculpas por seu comportamento. E com certeza não queria dizer que ele poderia beijar uma garota até deixá-la sem sentido e, em seguida, ordenar para não lhe tocar.
- Então, é assim que funciona Nixon? Você toma, mas não pode receber?
Mordeu o lábio e virou para mim, assim que as portas abriram.
- Curioso. Não pensei que estava tomando.
- Ah, sim? Minhas sobrancelhas se ergueram.
- Sim. - Ele agarrou minha mão antes que pudesse puxar e libertá-la. - Eu estava dando.
Lhe dei a língua.
- Faça novamente, para ver o que acontece - ameaçou.
Mantive a boca fechada. Algo havia mudado entre nós esta tarde. Algo grande, só não sabia o que era. Um dia atrás eu estava preocupada se olharíamos uma para o outro, sem um carro vir em minha direção. Agora... bem, agora ele se sentia como se ele tivesse que fazer qualquer coisa para ficar perto, quase como se tivesse me perdido antes e sabia o que sentia ao estar sem mim. Mas isso era uma loucura. Ficou claro que eu nunca tinha sido beijada assim antes, porque minha mente estava evocando todos os tipos de histórias malucas. Eu tinha que parar de ler tanto.
Nós saímos para a rua e começamos a andar pelo campus.
- Eu não sabia -, amaldiçoou. - Sobre o que Phoenix fez.
- Eu pensei que você disse a ele para fazer isso, por causa do nosso pequeno desafio antes de não se oferecer para me proteger e tal.
Ele parou e me levou para o lado dele.
- Você de verdade acredita que eu sou um idiota que iria realmente mandar te drogarem, fazer você parecer a prostituta da escola, e que ficasse até os joelhos na merda sem uma pá?
Dei de ombros.
- Você disse que não me protegeria mais, que...
- Merda. As garotas são tão fechadas às vezes. - Passou a mão no cabelo. - Eu estava chateado, Tracey! Você é tão malditamente argumentativa e nunca ouve! Eu estava tentando te assustar por alguns dias. Eu não ia jogar você para os malditos lobos!
- Oh.
Ele agarrou minha mão e continuou a andar. Minha mão se sentia tão pequena na dele.
- Aonde vamos?, perguntei.
- Você vai já ver.
E ele tinha oficialmente acabado de falar. Nós reduzimos o ritmo quando chegamos atrás do ginásio, pelo lado de trás da cerca onde algumas árvores tinham sido plantadas, afim de tornar o lugar mais como um parque de uma escola, que eu acho que era pouco típico para uma Universidade rica.
Nixon parou no meio do gramado e assobiou.
Equipe de futebol Santo.
Algumas luzes acenderam quase como um palco, e em seguida Tim, o quarterback com quem eu supostamente tinha dormido, estava dentro do foco. Estava cagando de medo.
Olhei para trás. Phoenix e Tex estavam lá de pé em silêncio. Nixon tirou sua jaqueta de couro e estendeu. Tex, lentamente se aproximou e tirou de suas mãos e então me deu uma piscada.
- Tim - disse Nixon em uma voz severa. - Você sabe porque está aqui?
Tim assentiu com a cabeça, seus olhos piscando para mim e voltando para Nixon.
- Palavras, Tim. Eu preciso ouvir você dizer.
- Sim.
- Sim, o que?
- Sim, senhor. - A voz de Tim soou tensa.
- Tim, você teve ou não teve relações sexuais com essa garota? - Ele apontou para mim.
Eu queria desaparecer de uma vez. Merda, por alguma razão, eu senti que aquilo era culpa minha. Se eu não tivesse tomado essa bebida de Phoenix.
- Não.
- Não... o que? Estou perdendo a paciência, Tim
- Não, senhor. Eu não tive relações sexuais com Tracey Rooks.
- Interessante. - Nixon se aproximou de Tim e estalou os dedos. - E quem te disse para você espalhar essas mentiras sobre Tracey?
Tim não disse nada.
- Todo mundo já ouviu isso? - Nixon virou e levantou as mãos no ar.
O cara que me deu um beijo no elevador e o cara na minha frente agora, eram duas pessoas completamente diferentes. Seus músculos flexionados na luz do luar. Algumas partes do cabelo estavam caídos.
- A resposta é o silêncio. Bem, pelo menos não é um rato. Não é, Tim?
Tim não disse nada, apenas ficou lá. Com a cabeça erguida.
Nixon riu e depois deu um soco no queixo de Tim. Suficiente para fazer Tim tropeçar.
Sangue escorria de seus lábios, mas ele continuava sem dizer nada.
- Quanto tempo vai levar isso, Tim?
Tim sorriu.
Nixon deu um soco novamente. Desta vez Tim caiu para a frente, dando a Nixon, a oportunidade perfeita para usar seu joelho. Sangue escorria do nariz de Tim enquanto ele amaldiçoou e caiu no chão.
- Vai continuar em silêncio, Tim?
Merda, por que ninguém não faz nada? Horrorizada, olhei para trás para Tex e ele negou com a cabeça como se me desse uma mensagem silenciosa para não fazer nada, mas eu estava muito assustada para ouvir. Meus pés estavam colados no lugar.
- Mais? - Nixon perguntou e depois deu outro golpe no queixo de Tim e outro e outro, até pensei que ia matá-lo.
Finalmente a Tim gritou.
- Phoenix! Um dos seus me disse! Ele falou que ficaria feliz.
- Disse que ficaria feliz? -
Nixon riu.
- Tim, eu estou feliz?
- Não.
- Não, o que? - Disse Nixon em uma voz mortal.
- Não, senhor. Sinto muito, senhor. Não acontecerá novamente. Isso...
- Malditamente correto, isso não acontecerá novamente. Agora mova seu traseiro gordo e se desculpe com a Tracey.
Tim levantou lentamente e cambaleou na minha direção. Seu olho esquerdo estava começando a inchar e o sangue está em seu rosto.
- Sinto muito por qualquer problema que possa ter causado, Tracey.
Nixon veio por trás e agarrou seus braços, empurrando-o para a multidão de jogadores na nossa frente.
- Limpem ele.
Uma quantidade anormal de “sim Senhor” veio dos caras que ajudaram a Tim a ficar de pé. As pessoas começaram a se dispersar. Incluindo Tex e Phoenix.
- Uma coisa mais -, disse Nixon em voz alta. Todos congelaram em seus lugares. - Phoenix... venha aqui. Agora.
Phoenix com seu rosto geralmente petulante empalideceu, enquanto caminhava lentamente para Nixon, evitando contato visual.
- Sim, senhor.
- Por que?
- Porque você nunca...
O som de dedos batendo na carne quase me fez vomitar quando vi que Phoenix cair no chão e Nixon batendo com mão.
As pessoas ficaram sem fôlego. Minha boca se abriu. Os sussurros começaram. Não tinha certeza se era normal Nixon bater em seu próprio amigo. Quer dizer, ele não parecia esse tipo. Eu só... não sabia.
- Qual deveria ser sua punição? - Nixon rodeava ele. - Saí à noite para cuidar dos negócios da família, um que você tem interesse, e quando eu vou, você vem e me trai, ordenando seu próprio golpe na garota nova?
- Ela estava faltando com o respeito! -, Phoenix quase chorou.
Nixon inclinou.
- Então você pensou em desrespeitar? É isso? Você pensou corrigir falta de respeito com mais desrespeito?
Phoenix não disse nada.
- Desde quando drogar uma garota inocente, está bem? Humm, Phoenix?
Silenciou e, em seguida.
- Chase pegou.
- Ele também me disse isso ontem à noite e eu vou cuidar de sua punição no próximo ano.
Tive uma sensação de mal-estar que o castigo dele tinha a ver com o serviço de babá. Algo como me proteger do que ele tinha causado. Oh alegria.
- O que? Nada a dizer? - Perguntou Nixon. Phoenix abanou a cabeça.
- Não, senhor. Sinto muito, senhor.
- Você sentirá - Nixon murmuro. - Você está fora, Phoenix. Quebrado. Você é um idiota.
- O que? - Phoenix ficou de pé. - Não pode fazer isso! Meu pai vai...
- Filho - disse uma voz profunda. - Já discutimos isso. Só deixe ele ir.
- O que? - Phoenix rugiu. - Você deu tudo! A sua família! Você prometeu! - Tentou dar um golpe em Nixon, mas Nixon desviou do seu caminho. Phoenix já estava muito ferido para fazer algum dano de todos os modos.
- Filho da puta! Eu vou te matar!
Um homem corpulento veio por trás de Phoenix e sussurrou algo em seu ouvido. Os olhos de Phoenix arregalaram. Eu nunca tinha visto tanto ódio por trás do olhar de alguém na minha vida. De repente senti medo por Nixon, medo de alguém perto de Phoenix.
- Isso não acabou, Nixon. Você não pode romper com a gente! Você está cometendo um grande erro. Espero que você perceba o que está fazendo.
- Eu percebo -, disse Nixon confiante. - E espero que você goste de trabalhar em fast-food. Porque é o único lugar onde eles vão te contratar se você apenas voltar a respirar novamente em direção a ela.
Phoenix cuspiu no chão e se afastou de seu pai, desaparecendo nas sombras da noite. Seu pai, Dean, para ser exato, era impotente.
- Você ... vai dizer?
- Não. - Nixon o interrompeu. - Isto aconteceu entre nós, fica entre nós. Só mantenha ele afastado, que ele não vai mais longe.
- Obrigada, senhor. - Nixon assentiu com a cabeça. E Dean se foi.
- Que tipo infernal de escola é essa? - Murmurei para mim mesma.
Tex foi quem respondeu.
- Eu pensei que você já sabia a essa altura. Tudo é dele. - Disse apontando Nixon.
- Quem disse?
- O dólar americano. - Tex pôs o braço em volta de mim enquanto eu estremecia. - Dois bilhões deles para ser exato... bem, isso e a família Abandonato.
- Assim o sobrenome Abandonato cobre uma multidão de pecados, é isso?
Tex suspirou.
- O Sobrenome Abandonato cobre o pecado, ou você ter matado. De qualquer forma o resultado é o mesmo, eu acho.
- E o que é isso?
- Você nunca é livre.
- Por que?
Sua resposta foi o silêncio.
O que me assustou mais do que qualquer coisa. Quando entrei no sorteio para vir para esta escola, a única coisa que conseguia pensar era em como estaria pronta para a vida.
E agora, parecia que eu tinha entrado em um filme de ação, onde a estrela tem mais poder que o Presidente dos Estados Unidos. Quem eram Os Escolhidos, e porque era tão importante ser expulso de uma gangue?
Eu precisava de respostas, mas não tinha tanta certeza de se Nixon iria me dar.
- Você está bem? -, perguntou.
- Tenho que dizer sim senhor também? - Disse com uma voz tremendo.
Tex deu uma gargalhada.
- Ela é toda sua, amigo. - Caminhou para a escuridão, e eu fiquei com o Ultimate Fighter.
CAPÍTULO 15
- Você está bem? - Perguntei com um fio de voz. Nixon acenou com a cabeça.
- Estou bem.
O sangue estava encrostado nas suas articulações. Eu me perguntava se doía. Com uma maldição, ele me entregou a jaqueta e tirou sua camisa Henley, revelando uma camiseta preta apertada sem mangas. Usando a camisa que ele tirou, limpou tudo que estava nas mãos e vestiu a jaqueta.
- Então... - Coloquei minhas mãos nos bolsos. -Eu não tenho a certeza do que devo dizer, se digo obrigado ou o que diabos você estava pensando?
Ele encolheu os ombros.
- Era de se esperar. Tim nunca deveria ter ouvido a Phoenix, e Phoenix devia ter se mantido malditamente longe de você. Havia regras que ele não seguiu.
- Aqui vamos nós com a coisa das regras de novo - murmurei.
- As regras fazem que o mundo gire. - Nixon riu e então colocou o seu braço em volta de mim. - Os rumores devem acabar, certo?
- Sim, mas, as pessoas não vão falar disso? E por que Dean estava tão calmo? Quer dizer, ele tem o dobro da sua idade.
Nixon deu de ombros.
- Temos um acordo.
- Apropriado -, assenti. - Que tipo de acordo? Siga as regras, ou você dá um tiro na cara?
Nixon riu novamente.
- Poxa, obrigado, precisava disso. - Seus olhos brilhavam à luz da lua. -Isso é que o as pessoas fazem na TV, atiram na cara das pessoas?
- Sim, bom. Não. Eu acho que. Não sei. - Suspirei. -O que você é? Um tipo de gangster ou algo assim?
- Claro. - Seus dedos mudaram para a parte de trás do meu pescoço, acariciando a pele logo abaixo do meu pelo.
- Vamos com isso. Eu sou um gangster.
- Você já matou alguém? - Alguma vez fez isso?
Ele reagiu como ofendido, que eu perguntasse isso para ele. Bem, com isso fechei a boca. A mão dele mudou para minha bochecha, enviando calafrios pela minha coluna vertebral.
- Não é justo isso. - Disse sem fôlego.
- O que? - Seus olhos estavam nos meus lábios.
— Que você possa me tocar, mas eu não posso te tocar. — Que eu veja você como um Deus, e eu me veja como uma pobre fazendeira. Suspirei e caminhei para longe dele.
Ele inclinou a cabeça para o lado.
- Você preferiria que não tocasse você?
- Não! - Falei bruscamente.
Então cobri o rosto com as mãos. Ele riu e puxou meu corpo em direção a ele para descansar minha cabeça contra seu peito.
- Não entendo. Qual é a diferença? Ou seja, nós estamos nos tocando agora, mas...
- Eu que tenho controle do mesmo - Ele e inclinou meu queixo em direção ele. - Sei que parece loucura. Eu só... eu não gosto quando as pessoas me tocam sem permissão. Desde que eu era uma criança, então... - Ele tragou. - De qualquer forma, não importa. É algo que eu tenho.
- Igual como as regras? Disse em voz baixa.
- Sim, como as regras... - Seu polegar roçou meu lábio inferior. - Você é linda, você sabe.
Eu ri sem jeito e tentei baixar o queixo, mas ele não permitiu. Não sei por que estava deixando o cara que coloca o temor de Deus no diretor toca o meu rosto, eu não sei. Mas... havia algo nele. Algo que me fazia querer tocá-lo, me fazia ansiar por seu toque e odiava minha resposta a ele, acima de tudo, depois da maneira como me tratou no início.
- Não. - Sussurrou contra a minha bochecha enquanto seus lábios se moviam para minha orelha. - Não se afaste de mim, por favor.
- Está bem. - Minha voz era frágil e fraca e meu coração parecia como se corresse uma maratona. Respire.
Eu só precisava respirar. Os lábios dele encontraram meu pescoço e eu soltei um suspiro involuntário.
- Tão sensível - ele murmurou e a língua dele molhou os lábios e em seguida, falou logo a baixo da minha orelha. - Tão malditamente sensível. Sua pele é tão macia aqui agora.
Tremi quando sua boca encontrou a minha mandíbula. Suas mãos se moveram para apertar o meu cabelo, me obrigando a ficar mais perto.
- Nixon. - Minha voz era fraca. - O que você está fazendo? - Sus lábios encontraram os meus. O beijo foi breve.
Ele suspirou
- Eu gostaria de saber.
- Não pode simplesmente... - engoli. - Não pode ir beijando as pessoas que odeia.
- Quem disse que te odeio? - Liberou minha cabeça e retrocedi.
- Bem, a exatamente alguns dias atrás você não segurava minha mão e gritava meu nome.
Nixon lambeu os lábios. Seus olhos quentes queimavam abria um caminho de fogo através do meu corpo, até pensei que morreria querendo ele imediatamente ali.
- Portanto você quer que eu grite seu nome? É disso que se trata?
Rindo, empurrei ele.
- Pare de ser tão homem. Estou falando sério.
- Oh! Acredite em mim... - Ele escorregou a mão pelo meu ombro e clavícula até que seus dedos tocaram os primeiros botões da minha blusa. Eu não tinha nenhuma dúvida em minha mente que o tipo tinha, provavelmente, uma matricula em despir as mulheres de suas roupas com uma única mão. - Estou realmente a sério.
Engoli o riso nervoso e borbulhando dentro de mim e sai fora de seu alcance.
- Assim gangster, você vai me dizer por que tomou tanto interesse pessoal nesta escola?
Pegando a dica, ele deslizou as mãos em seus bolsos e foi colocado no meu lado...
- Eu gosto que as coisas sejam justas.
- Uau, então você está no lugar errado para chegar a isso.
- Você sabe o que eu quero dizer. Eu faço o que posso, e quando posso. Além disso, é um dos meus trabalhos, manter a paz aqui, os segredos, mantém todos felizes. É realmente cansativo.
- Acho difícil imaginar alguém te forçando a fazer algo.
Ele riu amargamente.
- Então, claramente, não conhece meu pai.
Parei de andar e puxei minha mão.
- Que você quer dizer? Ele .... ele é mau?
Nixon suspirou.
- Bem, ele não é nenhum Papai Noel ou Mickey Mouse se é isso o que está perguntando. - Mordeu o lábio e abriu a boca como se fosse falar mais. Em vez disso, ele apenas rosnou e agarrou minha mão. - Não importa. De qualquer forma, eu ia perguntar antes, mas fiquei distraído por todo o seu dinheiro de drogas...
Revirei os olhos.
- O nome Alfero significa algo para você?
- Alfero? - Repeti. - Hum... como Alfredo sem o D?
- Sim. Igual como na comida. - Ele olhou para meu pingente e suspirou. - Está na parte de trás do seu pingente.
- E?
- E que ... - Ele assentiu com a cabeça. - Você sabe que pode me dizer. Não direi nada. Quero dizer, sou um Abandonato, mas não é algo tão simples como, você sabe, vou colocar Jimmy com você ou nada.
Comecei a rir.
- Você é um fanático?
Seus olhos se estreitaram.
- Não.
- Bem, então você deve saber que não faço ideia o que está falando.
- Você não sabe?
- Não.
- Bem. - Ele suspirou e chutou o chão. - Isso é, uau... isso é muito, muito bom.
- Acredito que você deve ter perdido muito mais sangue do que você pensava nessa luta. - Toquei ele com o cotovelo.
Ele riu.
- Pelo menos posso dizer que estou muito machucado por você, se é isso que precisa.
- Quem precisa?
Ele parou e tocou meu queixo, levantando meu rosto em direção a ele. - Para manter você segura.
- Então morreria por mim? - Brinquei tentando quebrar o desconforto.
- Não entende? - Minha respiração tornou-se errática quando ele inclinou perto o suficiente para me beijar de novo. - Daria minha vida pela sua.
- Por que? Você nem se quer me conhece.
Seus olhos estavam fechados, e quando abriu, tudo o que vi foi dor e remorso.
- Não tem ideia do que eu sei e acredite quando eu te falo, que sua vida vale muito mais do que a minha. E depois desta noite, acredite, eu te conheço melhor que ninguém, melhor do que você mesma se conhece, e peço a Deus para que continue assim, Tracey.
Justamente quando eu estava prestes a abrir a boca para fazer mais perguntas, porque basicamente isso é tudo que eu tinha desde que vim para esta escola, faróis estavam sobre nós. Os dormitórios estavam à nossa frente, e de repente, o caminho estava bloqueado por alguns carros caros.
Claro que eram todos pretos.
Ninguém acreditava na cor por aqui?
- Tracey, vá para dentro.
- Mas...
Nixon agarrou meu braço e me virou em direção a ele.
- Tracey, preciso que me escute agora. Leve isto. - Me deu seu cartão de acesso preto. - Não caminhe, corra até doer suas pernas, corra dentro edifício, entre no elevador, corra pelo maldito corredor, e tranque com a chave a porta até que eu vá até você. Você entendeu?
Assustada, tudo que eu podia fazer era a acenar. Nixon agarrou minha mão fechando com o cartão e sussurrou novamente.
- Corre.
Não precisou de falar duas vezes. Corri como o diabo. E enquanto corria tudo o que conseguia pensar era que, por que não estava segura na minha escola? E em, como eles conseguiam estes carros se eles eram maus?
Passei o cartão e entrei correndo na residência. Uma vez eu estava dentro do elevador olhei para cima e vi doze caras de ternos que caminhava em direção ao prédio estudantil. Quando as portas do elevador fecharam, podia jurar ter visto meu avô.
Deus, eu perdi. É por isso fiquei chocada.
O elevador fez ding dong e corri para o quarto, fechei a porta atrás de mim. Monroe, já estava na cama.
- Que diabos, Tracey? Você tem assassinos no seu encalço?
Balancei a cabeça e suspirei.
- Eu não sei. Eu só... Nixon me disse para correr, então eu corri. E ele entrou numa briga com o Phoenix e Tim e...
- Está tudo bem-, disse Monroe rapidamente. - Você viu a luta?
Assenti.
- Então sabe que Nixon pode cuidar de si mesmo, certo?
Assenti novamente.
- Muito bem, agora vamos assistir um filme.
- O que! - Gritei. - Não posso apenas assistir um filme enquanto seu irmão pode ser morto!
Monroe de uma gargalhada.
- Acredite em mim quando digo que ninguém seria tão estúpido para matar meu irmão.
- Você está louca? Eu... - Meu telefone começou a tocar. Bem, pelo menos estava funcionando. Eu tinha minhas dúvidas após o incidente da água com açúcar. Olhei o identificador de chamadas. Ah, céus.
- Alê, vovô! - Gritei praticamente ao telefone. Ele riu entre os dentes do outro lado.
- Ervilha doce, como foi sua primeira semana na escola?
- Oh... você sabe. Aborrecida - menti.
- Estão tratando você bem, na escola tão inteligente?
Eu imediatamente relaxei. Eu perdi muito dele. Estava tão assustada, mas se eu contasse o que tinha acontecido provavelmente viria até aqui com sua espingarda e ficaria sentado na sala de espera do meu dormitório. Ele e Nixon tinham isso em comum.
- Sim, todo mundo é super agradável.
- Oh querida, eu sabia. Estou muito feliz. - Ele ficou em silêncio por um momento e depois acrescentou. - Tracey, você abriu a caixa da sua avó? Suspirei Feliz.
- Sim, senhor! Eu vi tudo, mas só hoje coloquei o colar.
- Oh! Isso deixa meu coração orgulhoso. Ela amava este colar, Tracey.
Eu queria perguntar mais sobre isso, mas meu identificador de chamador ativou.
- Ei vovô, posso te ligar mais tarde?
- Oh não, não se preocupe comigo, Tracey. Tenho que ir ao encontro das vacas. Fique longe dos problemas, de acordo?
- De acordo! Eu te amo!
- Tracey, eu te amo mais. Boa noite, ervilha doce.
- Boa noite.
Mudei de linha.
- Alô?
Tudo o que podia ouvir era uma respiração ofegante no final da linha. Incrível. Minha noite estava completa. Rapidamente apertei a tecla de desligar e joguei meu telefone contra a cama.
- Você está bem? - Monroe Perguntou. - Como está seu avô? Hmm, por que não vemos A Aposta11 ou algo assim?
- Não. - Fiz um sinal com a mão no aire. - Tudo isso - com um grunhido sentei na minha cama e gemi.
- Olha. - A cama afundou quando Monroe veio e sentou ao meu lado. - Está tudo bem, eu prometo. Nixon é... Nixon. Bem, essa é a coisa. É Nixon. Eu tenho certeza que ele tinha um bom motivo para te mandar aqui e assustada como merda, mas não vamos esquece que é tão protetor como um irmão urso.
- Certo. - Tremi e não pelo medo, mas porque não acreditava que o Nixon e eu tínhamos uma relação de irmão urso. E assim, como pode qualificar, então tinha muitos, muitos mais problemas do que os homens em ternos e telefonemas assustadores.
Houve uma batida na porta. Sai disparada da cama. Quase tropeçando nos cobertores, cheguei a porta e a abri.
Nixon estava encostado ao lado olhando para seu celular. Sem pensar me lancei em seus braços e o abracei. Esqueci todas as regras de não tocar ou respirar o mesmo ar. Mas, estava tão morta de medo.
Santo Deus, era como uma estátua quente, e depois muito lentamente seus braços me rodearam.
Eu tinha certeza, naquele momento, estar nos braços de Nixon era meu lugar favorito no mundo. O êxtase não durou muito tempo. No segundo que percebi que não tinha machucados ou hematomas e enviava mensagens de texto, sim, mensagens de texto antes que o abraçasse. Com um grito me afastei e bati no seu peito.
- Eu estava preocupada.
Ele sorriu.
- Certamente você corre rápido, fazendeira. Ensinaram isso a você em Wyoming? - Olhou à minha volta e deu a sua irmã um abraço rápido.
- Algo está muito errado com você. - Fechei a porta com uma pancada e cruzei meus braços.
- Não sei. - Murmuro Monroe. - E que diabos, Nixon? Você não pode assustar minha colega de quarto assim. Pensei que ela ia ter um ataque cardíaco e dizer ao seu avô que testemunhou um assassinato.
- Acredite em mim, seu avô não teria vindo para me salvar -, Nixon bufou.
- Olá! - Falei com ar petulante. - Você nem o conhece! Ele é um cara bom.
- Eu disse que era mau? - Nixon levantou suas mãos ofendido. - Eu só disse que não viria me salvar.
- Se eu pedisse ele viria - argumentei.
Nixon riu.
- Sua inocência é perturbadora e chocante.
Cerrando os punhos, lutei contra a vontade de chutar e fulminei Monroe com o olhar. Ele era seu irmão. Eu me recusei a continuar a lidando com sua mudança de humor.
- Deveríamos ver um filme - disse Nixon depois que eu sentei na cama como um ser humano normal, ao invés de ir chutando ao redor do quarto como o Godzilla.
- Ela não quer - Monroe disse apontando em minha direção.
Sim, porque eu sou a única que não está sendo razoável agora.
- Quem eram aqueles caras? - Perguntei.
Nixon me ignorou.
- Ela me viu bater em dois homens esta noite. Ela deveria ver algo engraçado.
Monroe acenou com a cabeça.
- Um filme que tenha um final feliz e irreal e talvez um pouco de chocolate?
- Olá -, agitei minhas mãos no ar. - Estou aqui.
Nixon concordou também. Bastardo. Monroe ainda tinha os olhos na seleção de filmes.
- Nixon -, falei seu nome. - Quem eram aqueles caras? E porque eu tive que correr?
- Uns tipos que trabalham para Universidade - Nixon deu de ombros. - Eles simplesmente tinham algumas perguntas sobre o que aconteceu esta noite. A única coisa eu que não queria é que você ficasse se as coisas se complicassem e quanto menos pessoas soubessem sobre o que aconteceu, melhor.
Droga. Isso soa convincente. Mas trabalho? O estudante universitário tinha crescido com homens que trabalhavam para eles? Mais uma vez, a pergunta é quantos anos ele tinha? E que tipo de negócios...? Argg. Meu cérebro vai ficar danificado.
- Bem, vamos ver o filme bobo -, reclamei.
- Excelente - Monroe jogou o filme para Nixon, que por sua vez, colocou no PC. Ele suspirou e colocou a cabeça no meu travesseiro.
Irritada, puxei o travesseiro de debaixo dele e bati em sua cabeça com ele.
- O que diabos foi isso?
- Ele escorregou -, dei de ombros inocentemente.
- Se ele escorregou eu tenho chifres.
- Crianças! - Monroe falou. - Comportem-se ou não vão ganhar lanches.
- Ela começou a....
- Nixon Anthony...
Belisquei ele e ri. - Ela repreendeu você completamente agora.
- Tracey... - havia um aviso de advertência na sua voz, então me calei e sentei tão longe quanto foi possível do corpo quente de Nixon. Mas foi quase impossível quando Chase e Tex apareceram na metade do filme. Segundo Chase as costas doem quando você não tem uma cama para se sentar. Lógica duvidosa essa, assim deixei-o sentar com as costas contra a parede. Meus pés estavam tocando ele, mas me sentei. No momento em que me sentei, Nixon se sentou. No minuto em que ele se sentou, eu inclinei em direção a ele.
E foi assim que acabei adormecendo com meu rosto em seu ombro. Pelo menos foi o que disse a mim mesma quando eu acordei às 3 da manhã com Nixon me contemplando como um monstro em um filme de terror.
- Você está tentando me dar pesadelos? -, resmunguei.
- Não - sua voz estava rouca. Seu braço disparou, e antes que eu pudesse parar, de alguma forma eu tinha virado, então ele me abraçou por trás. Sua mão subindo e descendo pelo meu braço, traçando círculos e massageando cada polegada de pele exposta.
Me enrolei contra ele, tentando ficar confortável.
Um gemido grave veio de sua garganta.
- Isso não está ajudando Tracey.
- Oh!
Afastou meu cabelo para um lado e beijou meu pescoço, sua mão direita deslizou para dentro da minha camiseta. Pequenos choques eléctricos zumbiam através do meu corpo quando sua mão quente descansou na minha barriga nua.
- Nixon...
- Por favor -, sussurrou no meu ouvido. - Só quero te tocar.
Adormeci com Nixon, Presidente do corpo estudantil, rodeada com as mãos do cara mau, queimando contra minha pele.
Foi a melhor noite que eu já tive alguma vez.
CAPÍTULO 16
- Babá. - Nixon anunciou no minuto em que eu o vi no primeiro período da manhã segunda-feira. Depois de tudo o que tinha acontecido na noite de sexta-feira, precisava desesperadamente de algum tempo tranquilo. Monroe e eu tínhamos ficado na cama todo o dia de sábado vendo filmes.
Ela teve um jantar de família no domingo, então trabalhei nas tarefas que tinha, e logo afundei em um romance de vampiro, a fim de esquecer o drama da minha vida.
Deve ter funcionado porque como uma perdedora, dormi às sete da noite e não acordei até que meu despertador tocou na manhã de segunda.
Nixon não tinha falado comigo desde a noite que dormi em seus braços. Eu estava começando a pensar que eu estava louca e que não aconteceu nada.
Tentada a dar o dedo do meio, simplesmente murmurei obrigada suavemente enquanto caminhava ao lado de sua mesa e me sentava. Uma semana a mais com ele como nosso professor substituto e então, eu seria livre!
- Dia de filme. - Nixon virou para a classe, ligou o projetor e depois desligou as luzes quando começou um documentário em preto e branco da América negra. Fantástico.
- Ei -, sussurrou no meu ouvido.
- Merda! - Minha mesa se moveu quando eu pulei. Virei e olhei para ele. - Você está tentando me matar? - Sussurrei.
Nixon sorriu.
- Não, nem um pouco. Você se lembra? Eu sou o único que te mantém segura. Aquele que morreria por você e tudo isso? Por que, quer eu te mostre minha lealdade? - Seu sorriso me fez querer bater nele com o meu livro de história, ou talvez meu livro de literatura. Era mais pesado.
- Estou tentando ver o filme. - Oh meu Deus, não havia nada nessa frase que soasse verdade. Minha voz inclusive vacilou em nitidez no território da mentira.
- Não, não está. - Ele suspirou e inclinou para trás. Cada um dos alunos estava prestando atenção ao filme.
Por que eu tive a sorte de ficar obcecada com o presente de Natal do mafioso?
- Sim. Eu estou. - Movendo o meu cabelo, virei e me concentrei no filme sobre a América. Ah índios, foque os índios, Tracey.
Um bocejo me interrompeu, seguido por dois braços que se estendiam muito além da mesa atrás de mim, que praticamente me empurrou para trás com eles.
Deixando escapar um suspiro profundo, olhei para o céu e balancei a cabeça. Dez minutos depois, Nixon de alguma forma tinha movido as mãos debaixo da mata do meu cabelo e estava no processo de dar uma massagem no meu pescoço.
Na sala de aula recebendo uma massagem do professor substituto. Assim não era como eu tinha planejado que seria minha segunda semana de aulas.
Mas maldição se meu pescoço não estava dolorido. Me apoiei fortemente contra sua mão enquanto ele empurrava contra meus músculos tensos, e então senti sua outra mão se mover sob minha blusa. Não, não, ele não faria. Não, não.
Uma estratégica e pecaminosa mão massageava enquanto a outra mergulhou sob minha blusa. Se ele ia tocar meu peito, as bolas dele estariam na extremidade oposta do meu lápis.
Seja o que for que sua outra mão estava fazendo, me senti bem. Ele tinha movido ela pelas minhas costas e ele estava brincando com o fecho do meu sutiã. Tentei me afastar. Ele riu, para meu horror, então fiquei onde estava.
- Hmm, deixa você uma garota mais confortável. É de renda? - Seus lábios faziam cocegas no ouvido.
Incapaz de usar palavras, porque era óbvio que tinha esquecido a existência de um alfabeto, concordei.
- É sexy.
O calor foi agrupado no estômago quando seus lábios tocaram meu ouvido novamente, desta vez os dentes dele saíram e morderam um pouco meu ouvido, quase me fazendo ofegar. Sua mão saiu disparado da minha camisa quando alguém virou.
Ótimo, agora parecia que a história política me acendia.
Isso era exatamente o que eu precisava para ser entendida pela escola.
A garota nova muge na frente do corpo estudantil e tem um orgasmo durante práticas políticas no primeiro ano.
Impressionante.
Senti meu rosto quente de vergonha quando um aluno da sala olhou de mim para Nixon e depois novamente para mim.
Nixon deve ter feito algum medo atrás de mim, porque os olhos do rapaz arregalaram e em seguida, ele se virou com a costa reta.
Não tinha certeza se deveria estar irritada ou emocionada que Nixon manteve suas mãos em mim o resto da aula. No momento que ele terminou a aula, meia hora mais tarde, os alunos estavam fora.
Depois de colocar o meu livro da política na minha nova bolsa Prada, bocejei e fui para a porta.
- Onde pensa que está indo? - Nixon perguntou no minuto em que meu dedo do pé atravessou o limiar da porta.
- Para aula? - Me recusei a dar a volta, e porque diabo eu sempre era a última a sair? Minha mão moveu para o meu colar com o pingente de cruz. Isso tinha se tornado uma dessas coisas que se faz quando você estava nervosa. Peguei o colar e esfreguei a Cruz. Genial, agora precisava de poderes sobrenaturais para estar em uma sala com Nixon.
- Venha aqui.
- Não ouvi um por favor. - Sorri, mas ainda não virei.
Sua respiração espalhou pelo meu pescoço. Pelo canto do olho, vi seus braços musculosos, apoiando-se na moldura da porta enquanto lentamente fechou a porta.
- Por favor.
Contei até três e virei esperando uma das duas coisas. Ou ele ia me matar ou me beijar. Na realidade, não havia nenhuma escolha lógica, não com Nixon.
- Senta - ordenou.
Deixei a mochila no chão e cruzei de braços.
- Por favor. - Ele sorriu.
- Está bem. - Fui até a mesa mais próxima de mim e sentei nela, com cuidado de não deixar minha saia subir.
Seduzir o diabo não era a coisa mais inteligente a fazer, tendo em conta que estávamos a sós.
- Preciso que me faça um favor.
- Não vou fazer sexo com você. Eu não sou esse tipo de garota. - Inclinei minha cabeça e desfrutei da glória de apanhar Nixon de surpresa e também conseguir minha vingança depois de tudo o que ele tinha falado no meio da pista de dança na semana passada.
- Eu mereci isso. - Se apoiou na mesa do professor.
- E mais.
- Você quer me castigar?
- Vou embora. - Com um bufo me afastei da mesa e peguei minha mochila.
- Espera. - A mão de Nixon estava no meu braço. - Só queria te avisar. Tenha cuidado, certo?
Assenti com a cabeça.
- Eu vejo você na hora do almoço? - Sua voz soou quase insegura.
- Sim, você se lembra? Eu tenho o seu cartão de acesso. - Algo que notei esta manhã quando entrei no elevador para o primeiro andar do meu quarto e ergui o punho.
- Fique com ele. - Os olhos de Nixon caíram no meu colar novo.
- Outro favor? Uau, está cheio de petições esta manhã, não é?
Coisa ruim de dizer.
Os olhos de Nixon aqueceram quando ele deu um passo para frente e com um pequeno puxão me levou contra seu corpo.
- Oh, eu posso pensar em mais alguns favores. Quanto você quer um A?
- Não o suficiente para vê-lo nu.
Ele riu suavemente e inclinou meu queixo em direção a ele. Estava se tornando um hábito, olhar em seus olhos. Eu odiava que eu estava me acostumando com ele me tocar. Odiava ainda mais que gostasse.
- Não use joias caras durante o dia na escola. Eu odiaria vê-la perder algo importante para você. - Seus olhos foram para meu colar. - Por favor? Isso é algo que nem mesmo meu dinheiro poderia substituir.
Atordoado que ele se preocupava, eu só conseguia olhar para ele com a boca aberta. Nixon umedeceu os lábios e depois olhou atrás de mim, antes de delicadamente inclinar meu queixo em direção a ele e roçar sua boca contra a minha.
— Que você tenha um bom dia, Tracey.
Uh-huh. Puta merda, meu dia ia ser do tipo bom, se ele me beijasse assim. Eu abri minha boca para dizer algo, mas dois dedos de Nixon foram pressionados contra os meus lábios.
- Não estrague tudo dizendo algo. Agora. Vá para aula.
Brincando com o nariz, dei um passo para trás, peguei a porta e abri uma vez, saindo da sala para um corredor barulhento. Em linha reta, Tracey. Simplesmente caminhe em linha reta.
CAPÍTULO 17
As linhas retas estavam sobrevalorizadas. Eu decidi isso quando quase tropecei em meus próprios pés duas vezes e plantei meu rosto em um tipo que, como eu, corria para a próxima aula.
Quase cheguei a porta quando lembrei o que Nixon tinha dito. Com uma maldição... eu tirei meu colar. Ele engatou no meu cabelo.
- A merda!
Então eu era capaz de agitar o terno de cabelo na frente do meu ninho de ratos. Quando o colar foi finalmente liberado, ele caiu no chão e de alguma forma conseguiu escorregar a poucos metros de mim.
Certo, talvez Nixon estivesse razão, e eu sou um maldito acidente esperando para acontecer. Rolando os olhos, eu fui até onde ele caiu e me ajoelhei. Um par de sapatos encontraram minha mão estendida.
- Permita-me -, disse a voz familiar.
Congelando no lugar, vi como Phoenix se ajoelhou e pegou o colar no chão.
- Bonito.
- Obrigada. - Estendi minha mão.
- O que? Não posso ser amigável? - Sorriu e virou o colar para ler o nome atrás. - Hmm, muito bem. Herança de família ou algo assim?
- Eu acho.
Ele assentiu com a cabeça e deixou o colar cair em minhas mãos.
- Eu não mordo, você sabe.
- Não, só droga as meninas.
Ele levantou as mãos.
- Acho que mereci isso, mas, de verdade é o mesmo com cara que envergonhou você na semana passada na frente de todo o corpo estudantil?
Ele tinha-me lá. Dei um passo para trás e dei de ombros.
- Ele pediu desculpas.
- Nixon Abandonato se desculpou com uma fazendeira de Wyoming?
Assenti.
- Hmm. - Phoenix cruzou os braços. - Agora, por que isso soa suspeito?
- Que, que ele foi simpático comigo?
- Não. Ele não pede desculpas a ninguém.
- A ninguém? - Furiosa, estava tentada a puxar minha mochila do ombro e bater na cara dele. - Pelo menos hoje quando almoçar estarei sentada com Os Escolhidos. E você. Onde estará?
- Não preocupe sua linda cabecinha com onde vou estar..., mas é bom saber de que lado você está. Isso faz o que tenho que fazer muito mais fácil.
Não gostei da maneira em que seus olhos estavam, como se me odiasse quase tanto quanto odiava Nixon. Dei outro passo para trás perto de minha sala.
Phoenix sorriu e se afastou na direção oposta.
Suspirando, inclinei contra a parede ao lado da minha sala de aula. Nixon tinha me pedido para não fazer duas coisas, e cinco segundos depois ele me pediu, coisas ruins aconteceram. Fantástico. Nota mental. Escute o padrinho.
O almoço estava estranho. Principalmente porque eu poderia dizer que Chase e Tex se sentiam desconfortáveis por não ter Phoenix lá. Tinha averiguado com Monroe que os meninos tinham sido amigos desde o primeiro grau. Esta era a primeira e única vez que algum deles tinham lutado e claramente não tinha terminado bem.
Nixon chegou tarde. Eu brincava com a comida que Monroe pediu para mim e empurrava minhas têmporas. Uma dor de cabeça estava chegando, eu sabia.
Meu telefone tocou.
Curiosa peguei.
- Vovô?
- Ervilha doce! - Sua voz estava um pouco ronca. - Como está sendo o seu dia?
- Bem - articulei avô para Monroe, levantei e me afastei a poucos metros da mesa. - Você está bem? Aconteceu alguma coisa? São as vacas?
- Oh, eu estou bem, eu só sinto saudades de você. E é por isso que estou ligando. Você acha que poderia ver seu velho amanhã à noite? Companhia de seguros da vovó precisa de uma assinatura, e bem, você sabe como eu não consigo fazer as coisas por telefone ou fax, então eu vou voar para a cidade e cuidar dos negócios.
- O seguro de vida, não deveria ter sido resolvido há algum tempo? -, perguntei.
O vovô tossiu.
- Sim, bem, eu queria incluir você ao plano também. Então vou matar dois coelhos com uma cajadada só. - Ele ria entre os dentes.
Eu não.
Algo estava estranho.
- Vovô, você tem certeza de que está bem? Você nunca vem para a cidade, e não há alguma filial em Cheyenne?
- Escuta, tenho que fazer as ordenhas. Amanhã às sete, Certo?
- Claro, sim...
A linha telefônica foi cortada. Ele nem mesmo me disse que me amava. Meu estômago apertou. Vovô não era o tipo de voar para algum lugar. Também não era o tipo de contratar um seguro para nada.
Medo se agrupou no meu estômago, mexendo sempre e realmente não queria voltar para a mesa de almoço e responder um monte de perguntas sobre o vovô.
Eu mordi o lábio e suspirei.
- Tudo bem? - Nixon sussurrou atrás de mim. Como ele sempre era capaz de se aproximar furtivamente eu nunca saberei.
Por alguma razão eu estava liberando meus sentimentos por ele, vai entender. A única pessoa que provavelmente deveria me afastar e eu só queria abraçá-lo.
- O vovô estava agindo estranho -, murmurei.
Nixon ficou tenso.
- O que ele disse?
- Algo sobre o seguro de vida da vovó e essas coisas. Eu não sei, ele não deveria ter tratado disso meses atrás?
Nixon deu de ombros.
- Quem sabe, Tracey? Às vezes demora um pouco para conseguir atestados de óbito e outras coisas, nunca se sabe.
Assenti.
- Ele, hum, está voando para Chicago amanhã.
- Quando? - Um músculo de sua mandíbula estremeceu.
- Não sei. Ele disse que iria me ver as sete.
- Merda - murmuro Nixon.
- Hum? Por que isso é ruim? Ele é meu avô. Ele é...
- Eu sei, só... - Nixon sorriu. - Eu tinha planos. Eu queria levar você para fora.
- Bem, você pode me levar esta noite.
Merda, eu acabei de dizer isso?
- Acabou de me convidar para sair? - Sorriu.
- Uhh...
- Inteligente, assim como bonita. O que vou fazer com você? - Seu polegar acariciou meu lábio inferior. - Bem, Tracey, eu vou com você. Que tal às 06:00 esta noite? Parece bom?
- Não, não, não é bom, espera...
Aparentemente não tive nenhum voto. Ele saiu como se tivesse acabado de ganhar uma medalha de ouro olímpica, enquanto eu voltava para a mesa com uma expressão de espanto no meu rosto.
- Sinto muito. - Chase me serviu um pouco de água. - Nixon pode ser um pouco...
- Muito. - Concordei. - Ele pode ser muito. Muitas vezes.
Chase, jogou a cabeça de volta e riu.
- Sim, quando posso.
Monroe jogou um guardanapo na cara dele, ou pelo menos tentou.
- Ei, cuidado. Ele pode ser o diabo, mas ele é meu irmão.
- Estou aqui -, disse Nixon, soando irritado.
- Assim que, ele é meu primo, o que me dá direitos na família.
- O que? - Gritei.
Todos os olhos se voltaram para mim. Chase deu de ombros.
- Pensei que você sabia?
- Como, através da leitura de mentes? - Joguei as mãos no ar. - Inacreditável, estão todos relacionados?
- Oh Deus, espero que não. - Tex piscou para Monroe. Muita informação.
- Nixon disse que você conheceu meu pai. - Chase tomou um gole de água.
- Anthony? - Olhei atentamente Chase, fazia sentido agora. Porque ele e Nixon eram tão próximos, e por que tinham características semelhantes. Chase tinha cabelo escuro e uma estrutura muscular, mas nem de longe, como tinha Nixon. Também faltava o piercing no lábio, e o versátil brilho maligno em seus olhos.
Chase clareou a garganta.
- Uh, você não pode me olhar assim? Eu não estou acostumado a isso como Nixon.
- O que você quer dizer com não está acostumado a isso?
Chase deu de ombros. - Simples, eu não sou o Don Juan do grupo. As mulheres não ficam embobadas comigo, como quando ele está por perto. Quero dizer, vamos lá. Olhe para ele. Ele é um problema, com um P maiúsculo.
Nixon revirou os olhos.
- Se você não fosse meu primo pensaria que está flertando comigo.
- Se não fosse seu primo, talvez.
- Você foi muito longe. - Lancei minhas mãos no meu rosto quando o senti quente. Todos os meninos riram, enquanto Monroe me deu um palmada. - Está em problemas. Hum...
- O que? - Nixon sorriu. - Me conta.
Era possível que a cabeça de alguém ficasse tão lenta que a ponto de cair do seu corpo?
- Não, não, não é isso... - Mordi o lábio.
Agora todos os caras estavam olhando para mim.
- Conte-nos. - Aplaudiu Tex.
- Está bem, é só, Nixon me lembra aquela música da Taylor Swift, o problema? Vocês já ouviram? - Ri enquanto eles negavam com suas cabeças. - Sim, bem, se não os conhecesse diria que Nixon saiu com ela, a deixou, e ela escreveu uma canção sobre ele.
Continuei rindo.
Os garotos pararam, incluindo Monroe.
Você poderia ouvir um alfinete cair na sala de jantar.
Meus olhos se arregalaram.
- Cale a boca. De maneira nenhuma! Você saiu com Taylor Swift?
Nixon riu e apontou Chase, que abriu a boca para dizer algo e então apontou para Tex.
Tex virou e apontou para uma cadeira vazia.
- Maldita seja. Não tenho ninguém para culpar.
- Quem de vocês saiu com ela? - Cruzei os braços.
- O que acontece com Os Escolhidos, permanece entre Os Escolhidos. - Chase deu a Nixon.
- Isso não é Las Vegas.
- Drogas, gangues, sexo, dinheiro e armas? Tem certeza disso? - Nixon piscou um olho.
Bem, lá estava eu. Quero dizer que se fosse possível nomear uma segunda Las Vegas, Elite seria ela.
A campainha tocou distante. Rapidamente peguei minha bolsa e fui até a porta. Apareceu uma mão e puxou minha bolsa, me levando a cair com êxito em uns braços fortes.
- Onde você pensa que está indo?
- Para aula? - Falhou minha voz.
- Hmm... - Os braços de Nixon apertaram em volta do meu corpo. Apoiou o queixo na minha cabeça. Podia sentir os músculos sob sua camisa flexionando contra minhas costas. Um milhão de sensações diferente atravessou meu corpo naquele momento. Era quase impossível respirar. - O que você acha de pular essa aula?
- Eu não posso faltar aula!
Ele me soltou e me virou para encará-lo.
- Mas você quer, certo?
- Não. - Olhei para baixo para os meus sapatos. Corajosa. Eu sei. Mas cada vez que eu olhava nos olhos dele era impossível negar qualquer coisa! Era agravante e estimulante. Às vezes dói olhar para ele.
Ele usava sua perfeição de maneira diferente do que a maioria dos rapazes. A beleza de Nixon estava em sua imperfeição. Seu sorriso torto. O anel no lábio que chamava atenção para seus lábios, fazendo-os parecer maior. E logo seu nariz, parecia que tinha quebrado uma vez, mas foi nessa pequena curva na ponte onde você viu algo de feroz sobre isso. E seus olhos. Seus olhos azuis como o gelo aquecido em um momento que foi divertido. Seu cabelo caía sobre sua testa dando um aspecto duro e ainda assim vulnerável.
Agh! Tinha que parar. Aposto que se pegasse todas essas perfeições, uma por uma, ele poderia não ser perfeito, mas juntas eram uma obra-prima.
- Está bem. - Suspirou e me soltou. - Mas, não se esqueça esta noite. Nada de fingir uma doença, ou dizer que você tem dever de casa, certo?
Ainda olhando para o chão, sorri e assenti com a cabeça uma vez.
- De acordo, vamos lá. - Nixon ficou na minha frente e abriu a porta. Com a cabeça para baixo, caminhei. Deveria ter sabido melhor. Quer dizer, era Nixon. No minuto que passei a sua frente, bateu na minha bunda. E logo fechou a porta na minha cara, assim não poderia gritar.
No entanto, ouvir ele rir do outro lado da porta, só me irritou mais. Com uma maldição cheguei pisoteando na aula de matemática. Pelo menos isso levaria minha concentração para longe de Nixon, que é realmente tudo o que havia estado pensado ultimamente.
Não conseguia entender.
Não acho que eu não poderia sequer entender a mim mesma.
Era como um gigantesco quebra-cabeças com peças faltando e quebradas.
E, por muito que eu soubesse que ia viver para me arrepender... estava em uma caçada, pelas peças desaparecidas e quebradas. Cada uma. Até última.
CAPÍTULO 18
- Pronta? - Nixon estendeu a mão. Depois de muita persuasão, Monroe tinha me convencido a usar um vestido preto curto com meias e as botas de Chase. Adicionei uma jaqueta jeans curta, e eu coloquei meu colar. Quer dizer, eu estaria com o Nixon, não aconteceria nada.
Eu gostaria de ver alguém tentar me roubar com ele por perto.
- Sim. - Tome sua mão.
E assim, o dia com o diabo começou.
- Ainda me odeia? -, perguntou uma vez que estávamos no Range Rover.
- Ainda que você não me disse quem você é? -, respondi.
- E aqui vamos nós! - Ele riu e ligou o carro. - Então, você deve ter notado que não temos segurança esta noite.
Dizendo a mim mesma para parar de suar profusamente, assenti e inclinei a cabeça em direção a ele.
- Por que?
- Além do fato de que estou armado? - Ele ergueu suas sobrancelhas para mim e riu.
Todos os sinais apontavam que ele não estava brincando.
- Relaxe-. O carro virou para direita e depois de deixar o portão de segurança do campus. -É uma piada.
- Então você não está armado? - Trague saliva.
- Tecnicamente não.
- Certo. - Liguei o ar do carro e fechei meus olhos. - Então, onde vamos? Suponho que é um lugar seguro, já que não temos que nos preocupar com a segurança, não é?
- Absolutamente.
- Bem.
- Você quer saber onde? - Nossa, ele estava sorrindo como um garoto pequeno.
- Você quer me dizer, certo?
- Muito. - Ele inclinou sobre o volante e riu. Eu nunca tinha visto ele tão animado ou emocionado.
- Surpreenda-me.
- Fico muito excitado quando se trata de surpresas -, murmurou. - Está bem, vou tentar, mas você não pode falar comigo, ou caso contrário vou deixar escapar e estragar tudo, certo?
- Não falar com você? O que eu faço então?
Seu sorriso se tornou mau.
- Tenho um par de ideias de outras coisas que você poderia fazer com a boca.
- E eu tenho certeza que se eu procurar o suficiente, poderia encontrar uma arma e atirar em suas partes masculinas, então, fale isso mais uma vez, eu te desafio.
Ele engoliu.
- O silêncio está bom.
- Isso é o que eu pensava.
- Maldita seja. - Ele negou com a cabeça. - Boa jogada.
- Eu sei. - Sorri e encostei contra a janela, tentando não ser evidente demais no fato de que estava observando cada movimento que ele fazia.
Sério, o tipo fazia o ato de dirigir "sexy". Nesse momento, vê-lo molhar os lábios e ocasionalmente chupar o anel do lábio, eu percebi que se ele estivesse em Hollywood, seria um sucesso. Ganharia milhões e as mulheres chorariam na sua presença.
Se estivesse na América corporativa, ele seria o CEO quente, que teria secretárias apunhalando umas as outras para conseguir o emprego.
Não importa o que Nixon decidisse fazer, seria um sucesso, e não só por sua boa aparência, apesar de que isso ajudaria. Era a confiança por trás de sua boa aparência. Quer dizer, eu sabia que não era uma grande supermodelo, mas estar com ele não me fez sentir tão insegura como deveria. Em vez disso, me fazia sentir como se eu pudesse fazer qualquer coisa.
Se ele me dissesse que eu poderia ser uma estrela do rock, eu simplesmente acreditaria.
É assustador quando a presença de alguém tem tanto poder para alterar a maneira que você se sente sobre si mesmo, porque, o que acontece quando você perde essa pessoa? Você desaparece, ou apenas o molde interior de como veem você?
Pensamentos profundos demais para um primeiro encontro.
- Já estamos quase chegamos. - Nixon se aproximou e tocou minha coxa. Sua mão ficou lá, aquecendo a minha pele até que seu toque quase estava queimando.
Santo Superman, seu toque ainda tinha poderes mágicos.
- Está bem. - Nixon entrou em um caminho de terra. - Feche os olhos.
Fiz o que ele me disse, notando completamente antes de fechá-los que estávamos muito longe da cidade.
- Você vai me matar?
- Não. - Ele riu.
Relaxei, até que ele acrescentou.
- Não trouxe o meu silenciador.
Rígida sob seu toque, tentei me afastar dele. Sua risada me deu vontade de lhe dar um olho negro.
- Tracey, acalme-se. Isto é para ser divertido, lembra?
- Sim. - Disse sem fôlego.
O carro foi desligado. O ar frio me bateu quando a porta abriu e em seguida, fechou novamente. Segundos depois, a porta se abriu, ele soltou meu cinto, e Nixon estava me carregando em seus braços.
Me apoiei contra seu peito forte e me disse para parar de suspirar como uma adolescente hormonal que era. Podia jurar que meus estrogênios dispavam só por estar perto dele, como se meu corpo feminino pedisse para fazer algo mais que tocá-lo.
Esclareci a garganta, molhei os lábios e esperei.
Finalmente, me colocou em meus pés.
- Abra os olhos.
Eu abri.
E eu quase caí no escuro. Não porque ele tinha me batido na cabeça, ou porque o que ele fez era incrível, mas porque era a melhor coisa que alguém tinha feito para mim e foi o diabo quem me deu a única coisa que eu mais sentia falta depois do meu avô.
A minha casa.
- Essas são...? Disse engolindo as lágrimas.
- Vacas. - Nixon riu. - Sim, vacas vivas de verdade. Inclusive fazem múu de vez em quando. E isso... - apontou atrás de nós. - É o nosso piquenique sob as estrelas.
- Com vacas, - acrescentei ainda atordoada.
- Com vacas. Embora tenha ouvido que algumas cabras também vivem por aqui. Não quero deixar de lado qualquer criatura da fazenda e ter uma oportunidade de ofendê-los.
- Está bem. - Meu lábio inferior tremeu. Merda. Eu ia chorar.
Nixon não disse nada. Ele simplesmente me pegou em seus braços e me beijou na cabeça.
- Sei que você sente falta disso. Eu sei que você sente falta de seu avô. - Suspirou e passou a mão sobre meu peito onde meu colar com a cruz estava. - E eu sei que você sente falta de sua avó. Mas você está na Elite Eagle, que é onde você pertence. Por muito que estranhe tudo isso. - Assinalou para o prado. -Você está em casa. Bem aqui-. Em meus braços é o que ele queria dizer, e, no entanto, não conseguia entender por que eu acreditava nele. Quer dizer, eu só o conhecia apenas por duas semanas.
Então, por que eu sentia como se conhecesse ele toda a minha vida?
- Está com fome? - Nixon me deixou e foi para a cesta.
- Faminta. - Fui ajudá-lo, mas ele negou com a cabeça.
- Não, você se sente aqui. - Deu um clique em um botão de suas chaves que abriu o porta-malas do carro e em seguida, me levantou e me sentou na borda da Ranger Rover. -Fique aqui. Não se mexa enquanto preparo tudo.
Prepare tudo incluindo colocar pelo menos quatro camadas de cobertores? Por que, aparentemente, tinha chovido na noite anterior? E pegar diferentes recipientes cheios de lasanha e espaguete.
Depois que serviu o jantar, acendeu uma vela em um cilindro e me estendeu a mão.
- O jantar espera por você.
Pulei fora da parte traseira do carro e peguei sua mão.
- Obrigada.
Nós nos sentamos em silêncio no cobertor enquanto ele me serviu o que eu assumi que era um vinho espumante e serviu comida no meu prato.
Gostei que ele esperasse que eu comeria muito. Talvez fosse porque ele era italiano, ou o sobrenome dele dissesse isso. Devia ser como nossa família, onde não comer é um pecado capital.
Você se sente doente? Coma.
Você se sente cansada? Coma.
Você se sente feliz? Coma.
A comida estava deliciosa. Provei a lasanha primeiro e gemi em voz alta, totalmente por acidente, devo acrescentar.
- Merda. - Nixon deixou cair seu garfo e a lasanha respingou sobre as mantas. - Desculpe, é que... - Afastou o olhar de mim e bebeu seu vinho. - Ah, um garfo respingou e tudo isso.
- Certo, por causa da chuva. - Virei os olhos e comi um monte de espaguete. Desta vez meu gemido foi totalmente de propósito. Falando em orgasmo culinário. Cada sabor era perfeito.
Nixon começou a sufocar.
- Você está bem? - Inclinei para frente e bati nas suas costas.
Ele acenou com a cabeça e roubou meu vinho, bebendo a metade.
- Sim. - Sua voz estava rouca. - É que...... estava me engasgando.
- Assim é. - Dei meu olhar um pouco incrédulo.
Ele estava corando?
Impossível.
- Quem fez a comida? - Mentalmente dei tapinhas nas costas por minha pequena mudança de assunto.
- Eu fiz.
Rindo, o empurrei com minha mão livre enquanto dava outra mordida e mastigava. Desta vez, não gemi. Quero dizer, não queria que o homem morresse ou qualquer outra coisa.
- Não acredita em mim? - Seus olhos abriram um pouco, então o diminuíram. - Você acha que eu mentiria sobre algo tão importante como a comida?
Levantei minhas mãos no ar em sinal de rendição.
- Sinto muito Nixon. Sim, acredito em você, e se alguma vez você se cansar de andar com sua pequena gangue, você pode se tornar um chef de renome mundial.
- Minha pequena gangue - repetiu. - Soa como se fosse minha Ma.
- Como?
- Ela costumava chamar-nos sua pequena gangue-. Empurrou um pouco de comida com o garfo. - Já nem tanto.
Estava claro que ele estava desconfortável. Outra mudança de assunto?
- Ela te ensinou a cozinhar?
- Oh. Sim, meu pai odiava - Os olhos de Nixon suavizaram quando ele inclinou e passou a língua nos lábios. - Passei todos os meus primeiros anos na cozinha pendurado nas saias da minha mãe provando cada refeição. Ela cozinhava muito.
Uma memória perdida passou rapidamente por minha cabeça, a de um menino pequeno e gritando na cozinha, porque eu tinha colocado massa no seu cabelo. Comecei a rir. Tinha esquecido disso!
- O que? - Nixon chamou.
- Nada. - Neguei com o cabeça. -Ou bem. É só que não me lembro muito de quando eu era pequena. Meu avô disse que tudo foi muito traumatizante com meus pais mortos e tudo isso, mas eu me lembro de estar em uma cozinha com uma criança e entrar em uma guerra de comida.
Ele riu.
- O que aconteceu?
- Acredito ele estava zangado porque quem cozinhou me deixou provar a massa de biscoito em primeiro lugar. De qualquer forma, a única coisa que lembro é ele me jogando massa e eu jogando nele. Lutamos, e acho que ele tropeçou e bateu o lado da sua cabeça em cima do balcão. Tenho certeza que isso deixou uma cicatriz.
- Uau, você era uma criança terrível. - Nixon assentiu com a cabeça. - Estou impressionado.
Não tinha me dado conta que ele tinha se aproximado de mim.
Pouco a pouco, eu me aproximei e peguei sua mão.
- Você lembra mais alguma coisa sobre os seus pais? - Perguntou em voz baixa. - Ou você prefere não falar sobre isso?
- Não sei realmente como me sinto sobre isso. - Encolhi os ombros quando bateu uma brisa, me fazendo deslizamento mais perto dele. - Quero dizer, as memórias estão tão dispersas.
- Como um filme que não consegue lembrar? -, perguntou.
- Algo assim. Vejo pedaços...
- Diga-me um-. Me beijou no rosto. -Se você não se importar.
- De acordo, um... Lembro das coisas sendo muito altas, quando eu era pequena. Sempre tivemos pessoas demais, muitas, muitas pessoas. Lembro-me a coisa da massa... e uma mulher bonita.
A cabeça de Nixon se animou.
- Eu gosto de mulheres bonitas.
- Muito engraçado. - Apertei sua mão. -Não sei por que sempre me lembro dela. Sei que não era minha mãe, porque eu vi fotos e lembro um pouco do seu rosto.
- O que fazia essa mulher tão linda, hein? - Nixon soltou minha mão e começou a massagear meu pescoço.
Concentrei-me na memória, implorando que fosse mais clara, mas tudo que podia lembrar eram seus olhos.
- Ela... ela tinha os olhos muito azuis. Igual aos seus.
Ele parou de me dar a massagem.
- E tinha uma risada muito bonita, parecia como...
- Sinos de uma igreja - Nixon terminou.
Me afastei.
- O que?
Ele baixou a cabeça triste.
- Lê mentes. Não era isso o que você ia dizer?
Eu não queria dizer que ele tinha atingido o alvo. Mas só porque me lembrei dos sinos das igrejas reais nas proximidades. Outra das minhas memórias tristes. Mordi meu lábio. Sabia que era um golpe de sorte.
- Dança comigo. - Nixon levantou e estendeu a mão para mim.
- Na frente das vacas? Minha voz falhou.
- Uh, sim. - Nixon olhou das vacas para mim. - Eu não acho que elas se importam. Por que, que tipo de dança você estava pensando fazer? Esperava constranger as vacas e as fazer mugir?
Estreitando os olhos, e apertei as mãos.
- Vamos. - Meu corpo estava colado ao dele, antes que eu pudesse protestar.
CAPÍTULO 19
Nixon cheirava a cara quente. A sério, eles deveriam engarrafá-lo e colocá-lo nas lojas. Ele iria fazer milhões, não que ele precisasse.
Meu estômago apertou. Tudo o que ele tinha feito. Balancei minha cabeça. Não era certo. Por que ele estava me ajudando, me incluindo em seu grupo de Escolhidos?
- Nixon. - Me afastei para olhar em seus olhos, eu parei o vômito pelos nervos e só perguntei. - Você está me enganando?
Seus olhos azuis arregalaram, e então ele estendeu a mão e agarrou meus ombros.
- O que?
- E... Enganando-me-. Olhei para meus sapatos novos. Lá estava minha valentia. - Quero dizer, você está fazendo tudo isso para apenas, não sei, me jogar aos lobos mais tarde?
- Não confia facilmente, não é? -, perguntou.
Neguei com a cabeça.
- Não te culpo... - Suspirando, ele me puxou de volta para seus braços e começou a me balançar. - E não, não estou te enganando. Já falei antes. Eu quero proteger você.... No início, você era apenas outra garota nova que eu tinha que colocar no eixo, mas agora...
- Agora? - Repeti.
- Agora você é a garota que muge? -, respondeu, rindo.
Eu tentei fugir, mas foi impossível.
- Você é... - Deixou de me balançar e afastou o olhar do meu rosto por alguns segundos. - Você é bonita. De certa forma, eu estive procurado você toda a minha vida.
- Uau, fácil nas linhas de um filme brega. - Eu ri.
Ele não riu.
- Estou falando sério-. Seus olhos escureceram e me lembrei novamente como protetor e imprevisível podia ser. - Só queria que você pudesse record...
Seus lábios estavam nos meus antes de terminar a frase.
Com um grunhido, ele me levantou e envolvi minhas pernas ao redor de seu corpo e me colocou para baixo contra o cobertor.
O corpo de Nixon pairou por cima do meu. Um momento de indecisão cruzou seu rosto quando ele se afastou e amaldiçoou. Por alguma razão, não o permiti pensar no que estávamos fazendo. Só queria senti-lo. Queria que esse momento fosse só nosso, longe da escola, longe do drama, longe de tudo.
Meus lábios tocaram os dele. Com um suspiro, ele apoiou a testa contra a minha e passou os dedos pelo meu cabelo, enquanto seus dentes roçavam meu lábio inferior.
- Você não tem ideia... - respirou através dos meus lábios, enquanto suas mãos mudaram do meu pescoço e me levantou mais perto de seu corpo. - O quanto eu te amo.
Minha respiração estava entrecortada quando seus lábios esmagaram os meus. Tudo o que podia saborear era Nixon. Tudo o que podia cheirar era Nixon. Uma mistura de natureza e especiarias invadiu meus sentidos quando sua língua deslizou ao redor da minha, fazendo meu mundo explodir de prazer e sensações que nunca tinham experimentado antes.
Tremendo, mudei minhas mãos para os buracos em seu jeans e puxei a parte inferior do seu corpo até que ele encontrou o meu com tanta força, que escapou um grito abafado.
Aproveitando minha boca aberta, a boca de Nixon se apegou a minha com tanta força que quase doía. Meus dedos apertaram contra os ossos de seu quadril enquanto ele se estabelecia entre as minhas coxas.
Eu nunca tinha feito isso com um cara antes, mas sentia tudo tão bem que não queria parar, nem me preocupava realmente em ter vacas próximo ou que estávamos no nosso primeiro encontro.
Só queria tudo para mim.
Nixon amaldiçoou quando devolvi o beijo tão forte quanto pude, meus dentes mordendo seus lábios. Ele fez uma pausa e rosnou contra mim. Com pouco esforço, me virou até eu estar montada sobre ele.
Meu cabelo caiu sobre meu rosto, quando inclinei e beijei suavemente seus lábios.
Suas mãos mudaram para o meu quadril e, em seguida, me empurrou suavemente para trás e olhou para mim. Seus gelados olhos azuis quase brilhavam no escuro. Meu peito subia e descia, e ele moveu as mãos para minha jaqueta e acenou com a cabeça, como que pedindo permissão para tirá-la.
Sim, por favor. Estendi meus braços e ele a tirou fora, me deixando apenas em um vestido quase transparente e um sutiã de renda.
Por um momento, pensei que ele tinha morrido. Sua respiração se tornou superficial. Ele fechou os olhos e murmurou. - Isso era suposto para ser sempre assim. Sempre.
- Como o que? - Sussurrei.
- Como isso. - Seus dedos tocaram meus seios e se moveram por meus quadris, até que finalmente se estabeleceram em meu traseiro. - Como isso -, repetiu, enquanto sua mão alcançou meu rosto e traçou o contorno dos meus lábios com seus dedos. - E como isso... - Essa mesma mão mudou para meu peito. Meu batimento cardíaco devia estar irregular, não conseguia pensar claramente. Mas ele parecia muito concentrado, tão sério sobre nós estarmos juntos. Tinha que haver mais, não que eu importasse. Quero dizer, tinha Nixon à minha mercê, e realmente, tudo o que eu queria fazer era aproveitar. Ele era tão lindo.
- Eu... - Nixon engoliu. - Tenho que te beijar. Eu tenho que ter você... toda você.
Senti que meus olhos estreitaram com desejo enquanto acenava meu consentimento. E, em seguida, ele me puxou para ele e beijou meu pescoço. Arqueei com a sensação de seus lábios quentes na clavícula e então...
Ouvi as sirenes.
- Fique - murmuro enquanto seguia me beijando. - Eles não vão nos ver.
- Está bem. - Empurrei sua cabeça para o lado e comecei meu próprio assalto a seu pescoço. Ele riu entre os dentes e amaldiçoou, me puxando com mais força contra ele. Eu apertei as coxas em torno dele enquanto suas mãos se moveram para o meu vestido, puxando-o lentamente até que eu senti o frio da noite.
As sirenes soaram mais perto, mas não me importei. Eu queria mais.
Concordei quando ele pegou mais e mais até que a porta de um carro bateu.
Suas mãos congelaram onde estavam.
Passos se aproximaram de nós.
- Merda. - Virou os olhos e me empurrou delicadamente, enquanto se levantava.
CAPÍTULO 20
Eu sabia que minha pele estava vermelha, quero dizer, vamos lá! Eu tinha acabado de montar sobre o melhor cara que eu já tive o prazer de ver na vida real. Quem não estaria vermelha?
Neste momento meu vestido caiu para um comprimento adequado e terminei de ajeitá-lo, o policial nos apontou com uma lanterna. Uau, eu pensei que eles só faziam isso nos filmes.
- Essa é uma propriedade privada. - O policial parecia irritado. Fantástico. Eu ia ser presa no meu primeiro encontro real. Com sorte, Nixon não se sentiria ameaçado e sacaria sua arma. Calma, rapaz.
- Eu sei. - Foi a resposta fria de Nixon.
Vá a merda. Me pergunto se o meu avô me libertaria sob fiança?
- Então, o que diabos estão fazendo aqui jovens?
Nixon jogou a cabeça para trás e riu.
Eu senti que meus olhos arregalarem com sua resposta, ele estava tentando que nos prendessem ou algo assim?
- Conheço o proprietário - disse Nixon quando ele deu uma gargalhada. - Tenho certeza que ele não se importará.
- Não se importará? - O policial de repetiu. - Filho, você tem alguma ideia de quem diabos é dono disso? Posso garantir que ele vai se importar! Na verdade, se descobrir que há jovens a esta hora da noite eu não posso protegê-los desse filho...
A lanterna caiu sobre o rosto de Nixon. Ele estreitou os olhos e colocou a mão na frente. O policial engoliu em seco, mas não terminou a frase. Nixon riu entre dentes.
- Continue, esse filho de... que?
- UH... Arma. Filho de uma Arma12 . Me desculpe, Sr. Abandonato, eu não percebi...
- Está bem. - Nixon pôs as mãos nos bolsos. - Não percebeu. Não é?
- Meu número de distintivo é...
Nixon fez um gesto com a mão em direção ao oficial.
- Isso não será necessário. Não vou denunciá-lo. Você apenas estava fazendo seu trabalho. Embora seja uma pena que tivesse que ser neste momento.
Os olhos do policial pousaram nos meus enquanto ele levantou a lanterna para meu rosto.
- Sinto muito senhor.
Revirei os olhos e coloquei a mão no meu quadril. Envergonhada completamente, minha única opção era fingir estar irritada, quando na realidade a única coisa que eu queria fazer era me arrastar para um buraco escuro muito pequeno. De preferência com Nixon, mas tanto faz. Eu sabia que não poderia conseguir tudo o que queria.
- Assim que... - Ele assentiu com a cabeça torpemente. - Vou seguir meu caminho. Diga olá ao seu pai por mim, certo? Ele ainda tem problemas com...
- Obrigado. - Nixon deu a mão para o policial e ele andou para seu carro. - Boa noite.
O policial franziu a testa, mas fez exatamente o que Nixon disse e partiu. Desta vez não havia nenhuma sirene. Somente grilos e um monte de mugidos.
Nixon virou e sorriu.
- Bem, isso não saiu como planejado.
- Oh? De verdade? - Cruzei os braços, de repente senti um pouco de frio, porque eu tinha tirado a jaqueta. - E como deveria ser?
Ele dobrou o dedo e como um bêbado de amor rejeitado, encontrei-me em seus braços e ele beijou suavemente os meus lábios.
- Hmm. - Suas mãos enredadas em meu cabelo. - Assim. - Riu quando deixei escapar um pequeno gemido. - E um pouco assim. - Suas mãos deslizaram nas minhas costas, me puxando contra ele. - E muito parecido com isso. - Sua língua mergulhou na minha boca.
Senti algo se movimentando contra minha coxa. Que diabos é isso? Nixon congelou e virou. Eu juro que minha boca se sentia nua ou algo assim. O calor de seus lábios se foi, e eu encontrei o meu corpo cheio de remorso pelo fato de que já não estava me empurrando contra ele.
- Merda, hum... - Nixon olhou seu telefono. - Eu tenho que atender, espere.
Seus olhos estavam um pouco loucos, como se ele não pudesse acreditar que seu telefone não estava desligado, mas o que ele esperava? Quer dizer, ele tinha trazido com ele.
Ele caminhou alguns metros de distância de mim e inclinou sobre a cerca.
- Não. Isto é impossível. Não até amanhã. - Me olhou.
Ofereci um sorriso fraco. Ele me deu um apertado em troca e, em seguida, amaldiçoou no telefone. Esforcei-me para ouvir, a única coisa que conseguia distinguir foi outro idioma. Ele estava fazendo isso para que eu não pudesse entender? Depois de alguns segundos, pensei que ele estava se preparando para perfurar uma das vacas na cara, desligou e se virou para mim.
- Nós temos que ir.
Isso foi tudo. Nem beijo ou abraço. Nada.
- Que diabos? Nenhum por favor desta vez? - Peguei minha jaqueta do chão e sacudiu a poeira antes de vestir, enquanto ele fez um trabalho rápido, limpando nosso pequeno piquenique.
- Não desta vez -, resmungou. - Isto é mais do que uma ordem. Algo como, leve sua bunda para o carro antes que eu faça isso por você.
Horrorizada. Esteva congelada no lugar.
- O...o que?
- Entre. No. Maldito. Carro. Agora. - Cada palavra dita com tanta irritação e raiva que meus olhos encheram de lágrimas. Mordendo meu lábio, acenei com a cabeça de uma vez e pulei no carro.
O porta-malas fechou e em seguida, ele estava no banco do motorista, resmungando para si mesmo. Me afastei para tão longe dele quanto eu pude. O que havia de errado comigo? Há poucos minutos estávamos abraçados e no caminho para algo mais e agora ele estava com raiva novamente. Era como se meus piores medos se tornassem realidade. Foi meu final de conto de fadas com Nixon, tendo a última palavra? Fechei os olhos e desejei que as lágrimas permanecessem dentro. E se tudo tivesse sido um truque? E como uma idiota tinha caído sobre ele, caí no seu charme como qualquer outra.
- Ei. - Nixon se moveu e agarrou minha mão. - Sinto muito-. Bateu no volante. -Maldito seja. Só lamento ter assustado você. Mas tínhamos que sair de lá.
- Mas a propriedade é sua -, falei com a voz trêmula.
- É que o policial não se preocupou em explicar aos seus outros amigos que patrulhavam esta noite.
- O que seja. - Neguei com o cabeça. - Nem se quer sei por que importa. Porque você se importa? Não é como se eles estivessem vindo para nos ver montando também!
Nesse momento Nixon riu.
- Eu não estava preocupado com eles, Tracey.
- Não entendo.
- Proteção. Eu prometi proteger você, certo? Assenti com a cabeça.
- Então, confie em mim. O que estou fazendo no momento? Eu estou tentando fazer o impossível para te proteger. Certo?
- Gritar comigo e me dar ordens é para me proteger?
- Eu disse... Nixon beliscou a ponte de seu nariz. - Eu disse que sinto muito. Você tem razão. Não deveria ter sido tão rude, mas tínhamos que sair de lá, muito rápido.
Mordi o lábio para não falar, simplesmente caí no silêncio no carro. Uma vez que nos aproximamos da escola, notei duas Vans desviar pela rua e ficarem na nossa frente.
As mãos de Nixon apertaram o volante até que elas ficaram brancas. Seus olhos fixos no espelho retrovisor.
Virei meu lugar.
Seu braço voou em direção ao meu peito, me mantendo no lugar.
- Não olhe.
Bem, agora eu estava com medo.
- Nixon, o que você não está me dizendo?
Seu braço foi para trás, enquanto ele agarrou o volante e girava rápido para a direita.
- Nada que você precise saber... ainda.
Olhei pelo espelho retrovisor e notei um carro muito parecido com o nosso carro ficando atrás de nós, muito perto. As janelas estavam fechadas por isso era impossível ver o interior. Minha respiração acelerou no momento em que vi uma janela aberta e uma arma unida a um braço.
- Hum, Nixon. Nixon... O carro atrás de nós, têm armas. Eles têm armas!
- Merda! - Nixon meteu a mão no porta luvas e puxou uma arma preta. Merda, estava oficialmente no meu próprio drama televisivo. - Tracey, eu preciso que você se mantenha abaixada. Você pode fazer isso? Incline para baixo em seu lugar, está bem querida?
Tentando não chorar ou desmaiar, inclinei para baixo tanto quanto pude, mas estava presa ao cinto de segurança. Nixon virou rápido para a esquerda e o outro também virou para a esquerda. O carro atrás de nós acelerou. O rosto do homem apareceu no carro, e havia algo vagamente familiar nele. Não estávamos próximos o suficiente para vê-lo, no entanto. Nixon estava correndo como o diabo. Algo teria me feito rir se não estivesse com medo de que íamos morrer.
- Tracey, como você está indo? Fale comigo, Tracey. - A voz de Nixon não estava preocupada. Parecia tranquilo, o que me tranquilizou, mas só um pouco.
- Estou... fantástica. - Apertei as mãos e suspirei.
Passamos um buraco. Ou pelo menos eu pensei que era um buraco, mas quando olhei pelo espelho retrovisor notei que o carro atrás de nós estava tentando nos acertar.
- Estão tentando nos matar?
- É possível. Acho que o que eles querem é ver com quem eu estou e porque quero ir longe para escondê-la.
Que diabo?
- Por que você sorri? - Gritei.
- Porque, estamos quase na escola. Eles sabem que estamos no nosso caminho e não há como no inferno que esses caras cheguem a menos de cem metros do lugar. Estamos quase chegamos, querida.
O carro deu uma guinada novamente. Eu gritei.
Nixon virou o carro rápido, fazendo patinar sob a pressão e velocidade.
- Oh, meu Deus, oh meu Deus! - Fechei os olhos. Isso tinha que ser um sonho. Isto não podia ser real! - Eu vou morrer ainda virgem! - Falei e então comecei verdadeiramente a hiperventilar.
- O que? -, Nixon gritou.
- Virgem - repeti avidamente tentando sugar mais ar para meus pulmões. - Vou morrer ainda virgem! Eu vou morrer sem ter viajado para o exterior! Nunca estive nua na frente de um homem antes! Meu Deus! Eu nunca vou ter filhos! E se eu quiser ter filhos? E se....?
- Tracey... - Nixon tentou me interromper, mas era como se eu estivesse assistindo meu corpo enlouquecer e não conseguia parar falar.
- Nixon, você tem que me prometer que, se sairmos disso... E isso é um gigante se, tendo em conta que estamos literalmente presos entre duas máquinas de morte... você vai tirar minha virgindade. Prometa!
- Tracey, eu não acho que este é o momento de...
- Prometa!
- Tracey...
- Prometa, maldito seja! - Bem, era oficial. Eu tinha perdido a cabeça. Eu apertei os olhos mais forte quando nosso carro bateu contra algo e então acelerou passando buracos grandes o suficiente para ser pessoas.
- Merda, merda, merda! - Cobri o rosto com as mãos, e de repente, o carro derrapou até parar.
Olhei entre meus dedos.
Nixon colocou calmamente sua arma no porta luvas e abriu a janela, ele deu um resumo do que aconteceu ao guarda de segurança.
Assustada. Não estava segura se podia me mover e muito menos falar. Eu tinha acabado de implorar a Nixon para tirar minha virgindade? Horrorizada. Levei as mãos ao meu rosto queimando novamente.
O carro se moveu... e fomos em silêncio.
Finalmente, chegamos à outra parada e Nixon desligou o carro.
Eu ainda me recusava a olhar para ele ou remover minhas mãos do meu rosto. Ele ia ter que usar alicate nas minhas mãos. Não havia nenhuma maneira no inferno que eu fosse ...
— Ei! - Gritei quando ele puxou minhas mãos e me livrei do seu agarre.
Fechei os olhos novamente. Talvez se não pudesse vê-lo, ele também não me visse. Igual quando você joga esconde-esconde quando você é pequeno?
- Tracey. - A voz de Nixon indicava um pouco de humor, então eu abri um olho e, em seguida, os dois. - Você está bem?
- Não. - Estremeci. - Não estou bem! Poderíamos ter morrido! Quem eram essas pessoas? Por que eles tinham armas? É assim todo o tempo quando você sai em público? Que diabos, Nixon! Preciso de respostas!
- Além de um voluntário... - Nixon riu entre os dentes.
- O que?
Ele deu uma risada.
- Sim.
- Sim, o que?
- Minha resposta -, me deu uma piscada. - Apenas diga a data e local. E estarei lá.
Meu Deus. Ele não quis dizer...
- Seria uma honra. - Mordeu o lábio e feliz bateu no volante. - Quer dizer, eu adoraria ser o cara que entra em território desconhecido...
- Cale a boca! Cale a boca! - Coloquei minhas mãos nos ouvidos, convencida de que estavam tão vermelhas que iriam cair, literalmente, da minha cabeça. - Ah inferno. Estou tão envergonhada.
- Ei, foi uma verdadeira experiência de união real lá atrás -, Nixon sussurrou quando se aproximou do meu rosto e, em seguida, retirou delicadamente minhas mãos de cada lado da minha cabeça, sussurrou suavemente e beijou a parte interna do pulso. - E não se preocupe... vamos esperar até que esteja pronta.
- Vai ter que esperar muito tempo...
- Não é que você não -, falou, e antes que pudesse chegar a uma resposta rápida, os lábios dele estavam esmagando os meus, devorando é o que ela fazia. Instintivamente envolvi minhas mãos em seu pescoço.
- Agora está muito bom. - Gemeu quando abri minha boca para ele.
Um golpe nos fez nos mover longe um do outro.
Virei e imediatamente me confrontei com o rosto do meu avô. Um dia mais cedo.
Apontando para mim com uma expressão na cara e franziu a testa.
Era com certeza os segundos mais embaraçosos da noite.
CAPÍTULO 21
Vovô não parecia feliz. Na verdade, seu olhar poderia colocar chamas nas roupas das pessoas... Nixon deveria parar, se abaixar e rolar neste momento.
Encaramos ele como dois adolescentes que tinham acabado de serem pegos se beijando. O que, para ser justa, era uma espécie de verdade, considerando que eu tinha apenas dezoito anos. No entanto, não pensava em Nixon indo para a faculdade. Talvez tivesse algo a ver com ele ser muito protetor? Ou que os adultos tinham medo dele? Ou a arma? Sim, a arma, provavelmente também tinha. O vovô teria um derrame se soubesse a verdade.
Não que eu saiba a verdade também.
Mas tenho certeza que ela tinha que ser ruim. Quero dizer, porque as pessoas estariam perseguindo Nixon e apontando armas de seus carros? Fiquei surpresa do quão bem eu estava lidando com tudo, mas nesse momento minha vergonha superava meu medo, o que era provavelmente uma coisa boa.
- Ei, vovô, chegou cedo. - Lhe dei um abraço desajeitado e esperei ele começar a gritar.
Ele me abraçou e depois disparou punhais para Nixon.
- Você.
Oh! Oh! O vovô não sabia quem era Nixon. Não tinha ideia de que o policial o chamou de Sr. Abandonato, e que as mulheres quase desmaiavam em sua presença. Ele não conhecia esse mundo, então não sabia que entrecerrar os olhos para Nixon era como um desejo de morte.
- Eu - repetiu Nixon. - É bom conhecê-lo finalmente, Sr. Rooks.
- Eu não ouvi seu nome. - Vovô cruzou os braços se recusando a apertar as mãos com Nixon.
- Mesmo? Eu poderia jurar que já sabia. - Nixon estava quase peito a peito com o vovô agora. Merda. Eles iam matar um ao outro. Eu tentei passar entre eles, mas logo que me movi, os braços de ambos soltaram e me empurraram delicadamente para fora do caminho.
Estranho.
- Sou velho. - Vovô soltou uma risada roca. - Diga-me outra vez, qual é o seu nome... filho? - A mandíbula de Nixon apertou.
- Nixon Abandonato. Mas a maioria das pessoas aqui me chamam de Senhor.
- Você é muito jovem para ser um senhor.
- E você está velho demais para proteger sua neta.
- Eu estive protegendo-a toda a minha vida. - O vovô apontou Nixon no peito, mas Nixon não se mexeu. - E por último, informo a você que não recebo ordens de um simples pirralho.
- Provavelmente seja a hora de deixar outra pessoa protegê-la.
Levantei minha mão e limpei a garganta.
- Hum, para informação de vocês, eu estou bem aqui, e não tenho nenhuma ideia porque estão se comportando como idiotas neste momento, mas estou ansiosa para saber. Quero dizer, eu quase morri ali atrás.
As narinas do vovô abriram. Sem aviso prévio, ele cambaleou para trás e bateu na cara de Nixon.
Agarrei suas mãos.
- Vovô, ele me salvou. Ele...
- Ele... - vovô apontou para Nixon. Sangue escorria de seu nariz. - É uma má notícia, Tracey! Não quero que veja esse rapaz nunca mais!
- Não! - Gritei. - Por que você fez isso? Vovô, sinto sua falta. Eu não vi você há semanas e você acaba de dar um murro na cara do meu namorado! Você está louco? - Ops. Acho que deixei sair a palavra namorado cedo demais.
Nixon, provavelmente pensaria que eu era muito estúpida. Um encontro não significava que estávamos namorando.
- Namorado! - O vovô levantou o braço para bater novamente em Nixon, mas desta antes, me coloquei na frente do meu encontro que sangrava. Então vovô deixou cair sua mão. - Tracey?
- Eu gosto dele. - Inclinei contra Nixon e suspirei quando seu braço foi em torno de mim e me puxou contra ele. - Ele até deu uma surra em um cara que me intimidou. Ele é bom. Eu ia te contar tudo sobre isso durante o jantar de amanhã. Na verdade, eu ia convidá-lo, mas agora que você bateu no rosto...
- Tracey. - A voz de Nixon era rouca. - Está tudo bem. Você deve passar algum tempo a sós com seu avô amanhã. Não vá para a aula. Tire um dia de folga. Na verdade, provavelmente é melhor que você faça isso, considerando todas as coisas. Você teve uma noite difícil.
Perplexa, me virei em seus braços e olhei fixamente para ele. Seus olhos estavam frios. Nenhuma emoção por atrás deles. Era como ver uma estátua.
- Por que está fazendo isso? Venha amanhã conosco, será...
- Será melhor você fazer o que seu avô diz. - Nixon terminou e molhou os lábios. O sangue continuava pingando lentamente sobre eles. - Foi interessante conhecê-lo novamente, Sr. Rooks. Certifique-se de manter um olho sobre as sombras amanhã à tarde. Eles estão à espreita.
Não virei a tempo de ver o rosto do vovô, mas de repente parecia muito velho, como se suas rugas tivessem tomado bastante vida. Ele olhou para o outro lado. Com lágrimas nos olhos. -E hoje à noite?
Nixon me soltou. E enquanto se afastava, disse: - A existência da pomba ainda não é conhecida.
- O que? -, gritei. Mas Nixon já estava pulando no carro e começou a andar. Vovô envolveu seu braço ao meu redor.
- Tem certeza que você está bem, Tracey? - Sussurrou quando seu abraço apertava em volta dos meus ombros.
- Sim, mas... - olhei de volta para Nixon. - Não entendo.
Vovô riu entre os dentes.
- E um cara interessante, esse Nixon. Mas você não pode mais vê-lo. Não é.... inteligente. Você é uma garota tão jovem e...
- Vovô. - Saí de seu abraço. - De verdade que você veio de tão longe para fazer coisas malucas e me convencer para não sair com meu namorado? Ou você quer passar algum tempo comigo?
O rosto de preocupação abriu um sorriso.
- Eu queria passar um tempo com você, é claro. - Me acompanhou até a porta do meu dormitório. - Porque não tira folga amanhã? Pegarei você às oito para o café da manhã. - Assenti com a cabeça.
- Vovô. - Molhei os lábios. - As coisas são estranhas aqui. Eles ...não sei, às vezes eu sinto como se todo mundo me conhecesse melhor do que eu mesma. Isso faz sentido?
- Sim. E eu prometo que farei o que puder para esclarecer as coisas. Mas não esta noite. Agora, descanse. Já é tarde. - Me acompanhou até dentro. Eu o vi afastar-se no escuro e entrar em um Mercedes preto que o esperava. Estranho. Ele deve ter se modernizado ou algo assim.
Duas horas mais tarde Nixon ainda não tinha me mandado uma mensagem de volta. Monroe estava com Tex e decidiu ficar em sua casa ou o que isso significava. Então, eu estava sozinha e ainda um pouco assustada. Não ajudou que era por volta das onze e ainda não conseguia dormir.
Tentei novamente com Nixon.
VOCÊ VAI ME DIZER O QUE ACONTECEU ESTA NOITE?
Joguei meu telefone na cama e gemi. Ao final, dois minutos depois, ele disse.
CLARO! VOCÊ ME OFERECEU O SEU CORPO, POSSO PEGÁ-LO?
Comecei a rir.
VOCÊ É UM IDIOTA E NÃO É DISSO QUE EU ESTOU FALANDO!
Se dar evasivas fosse um esporte, Nixon seria um atleta olímpico, honestamente. Agora que eu comecei a pensar em tudo, inclusive que no carro tinha mudado de assunto para me envergonhar e em seguida me beijou.
Bem, ou eu era muito fácil, o que poderia ser verdade se considerar as coisas loucas que Nixon estava me causando, ou ele não queria que eu fizesse perguntas.
Meu telefone tocou novamente.
EU SOU UM IDIOTA? NÃO FOI ISSO O QUE VOCÊ DISSE QUANDO ESTÁVAMOS NOS BEIJANDO. QUER QUE EU VÁ AÍ?
Olhei para a mensagem de texto. O que fazer? Vovô voltaria, mas ele não saberia disso. E eu me senti sozinha.
VOCÊ VAI RESPONDER MINHAS PERGUNTAS?
Ele respondeu imediatamente.
TALVEZ.
Eu sorri e escrevi:
TRAGA PIPOCA.
CAPÍTULO 22
Tentei me concentrar no último romance de zumbis que tinha comprado no meu leitor e-Reader, mas sempre que o autor descrevia os olhos do mocinho, pensava em Nixon. Sempre que o casal se beijava, eu pensava em seus lábios.
Realmente, era patético.
Meia hora após a última mensagem de Nixon, ouvi as mulheres desmaiarem no meu corredor. Está bem, eu possivelmente não poderia ouvir, mas sim ouvi Nixon. Ele estava rindo.
Suspirei segurando meu e-Reader perto do meu coração. Eu amo o riso dele.
Sério, alguém tinha que vir e me bater com meu leitor. Estava agindo como uma louca. Eu o conhecia pelo que, duas semanas? Nem isso.
Eu estava pior que uma fã boba de Justin Bieber com febre, ou seja, lá como chamam isso.
Minha porta abriu.
- Você tem cartão de acesso de todos os quartos ou algo assim? - Pulei da minha cama e lutei contra a vontade de lutar com um Nixon sorridente.
- Claro. - Ele sorriu de uma maneira que dizia, eu sou importante, pelo que sei.
Eu rolei meus olhos.
- Não vejo a pipoca?
- Sobre isso. - Ele coçou a cabeça. -Chase estava entediado, então...
- A festa é aqui! - Gritou Chase da porta, carregado com comida suficiente para alimentar um país pequeno. - Saia de lado, Nixon. É hora de filmes de meninas e eu tenho a mercadoria.
- Está bêbado? - Cruzei meus braços e examinei os olhos de Chase.
- Não. - Eles disseram em uníssono.
- Eu estou no eu estado normal demais. Acho que tomei dois Red Bulls, portanto minha sonoridade. Droga, estava entediado. Você salvou minha vida. - Chase piscou o olho e colocou a comida na mesa que nós compartilhamos em nosso quarto. Parece que sempre esquece o quão atraente é. Eu quase senti pena de quem terminou com ele. Ao lado de Nixon, ele era o cara mais quente aqui e também o que tinha maiores problemas para enfrentar.
Bem, talvez nem tantos, mas de perto. Afinal, eles todos eram família.
Nixon bateu a porta para a sala fechada, muito para a decepção das garotas esperando no corredor, me olhando como se eu fosse a puta do século.
- Então... - comecei a descompactar as compras. Eu não queria nem saber os detalhes da segurança que Chase levou com ele para consegui-los. - Que filme trouxeram rapazes?
Chase riu.
- Bem, é engraçado você perguntar isso.
- Chase - advertiu Nixon, mas Chase continuou falando.
- Aqui Nixon estava fazendo beicinho sobre seu encontro fracassado, e eu pensei comigo mesmo: Uau, o que posso fazer para ele se sentir melhor? O que poderia inspirá-lo a ser mais romântico? Quer dizer, vacas, homem? Realmente?
- Isso foi romântico. - Defendi Nixon e caminhei para seus braços, incapazes de poder me ajudar a ficar mais perto dele.
- Vacas. As vacas são românticas? - Chase sacudiu sua cabeça. - Creio que não. E na minha opinião, e na minha querida mãe, Nicholas Sparks é a merda. Portanto, vamos ver.... rufem os tambores, por favor.
Nixon e eu ficamos ali, enquanto Chase voltou as mãos contra a mesa.
- O Notebook!
- Me mate agora -, amaldiçoou Nixon.
Eu sorri.
- Ei, é um bom filme.
Chase sorriu satisfeito para Nixon.
- Diga, amigo. Diga.
- Dizer o quê?
- V-vampiro? - Nixon adivinhou totalmente citando Crepúsculo. Ele colocou a cabeça do Chase em uma imobilização e amaldiçoou. - Bem, você tinha razão em escolher Nicholas Sparks. Bom trabalho. Pena que você não pode usar nada deste romance para encontrar sua própria garota.
Chase virou e encolheu os ombros.
- Eu encontrei a minha garota.
Nixon estreitou os olhos.
Chase andou na minha direção e colocou seu braço em torno do meu ombro.
- Você vê. Tudo saiu perfeito. No momento em que você fracassar, e sejamos honestos, você é como uma bomba relógio, eu vou estar pronto para matar.
- Romântico. - Puxei o braço de Chase de meu ombro e me afastei.
Olhos de Nixon tornaram-se frios novamente quando olhou para Chase.
- Não nesta vida, amigo.
- Nunca se sabe. -, respondeu Chase.
Um momento, quando tudo isto se tornou sério? Ambos pareciam prontos para se darem golpes.
- Tudo bem, muita testosterona - Me coloquei entre eles. - Vamos apenas ver o filme, certo?
Chase deixou sua seriedade e sorriu.
- Claro, deixa-me pegar as batatas e o molho. Ah sim! e pipoca. Também trouxe um pouco de alcaçuz e Skittles13 .
- Skittles? - Repeti.
- Ele quer que você prove o arco-íris - gemeu Nixon. - É uma de suas linhas, ele coloca Skittles em sua boca e te beija. É uma linha muito antiga que não cancela, não é Chase?
- Bastardo. - Brincou Chase e foi servir nossos lanches juntos.
Nixon deitou na minha cama e estendeu sua mão para segui-lo. Me enrolei do seu lado e alguns minutos depois senti meus olhos fecharem.
- Está tudo bem -, sussurrou Nixon em meu ouvido. -Você pode dormir. Eu sei que foi uma noite difícil.
- Mas... - Não abri meus olhos. - Supõe-se que falaríamos sobre esta noite e sobre porque você tem armas e... Skittles.
- Skittles? - Ele riu. - O que, você está tentando provar meu arco-íris?
- Amo o arco-íris. - Sorri.
Hum? Eu devo ter sonhado, porque eu podia jurar que ouvi Nixon dizer. - Eu sempre vou te amar.
- Eu também -, respondi, porque como você sabe, eu estava sonhando e era totalmente aceitável dizer isso nos sonhos.
Os lábios de Nixon estavam no meu pescoço.
- Estou feliz você está segura, Tracey. Agora durma.
Ele se sentia tão bem. Eu me arrastei para mais perto, assim podia e colocar minha cabeça no seu braço. Foi um sonho fascinante, estar em seus braços, estava em paz.
O som do alarme me acordou de uma só vez. Quase caindo da minha cama, peguei meu celular. Quem o programou?
Eu tinha uma mensagem de Nixon. Espera, Nixon? Onde ele foi?
COLOQUEI O DESPERTADOR PARA ÀS SETE APENAS NO CASO DE SEU VELHO CHEGAR MAIS CEDO. LIMPAMOS OS APERITIVOS, MAS CHASE QUERIA DEIXAR OS SKITTLES. USE-OS SABIAMENTE! DIVIRTA-SE HOJE... E POR FAVOR FIQUE SEGURA.
Meu sorriso era tão grande que me surpreendeu que meu rosto não doía. Rapidamente mandei uma mensagem de volta.
OBRIGADO POR NÃO COMER MEU ARCO-ÍRIS ENQUANTO EU DORMIA. EU PROMETO ME MANTER SEGURA. ALÉM DISSO NINGUÉM PODERIA ME ATACAR SE VOCÊ NÃO ESTIVER PERTO DE MIM. VOCÊ É O ÍMÃ DAS ARMAS! VEJO VOCÊ ESTA NOITE?
Eu contorcia as mãos ansiosamente enquanto esperava por sua resposta.
DEIXE AS LUZES ACESA J
Com um sorriso feliz, enviei um sorriso em uma mensagem e olhei a hora. Era pouco depois das sete. Tinha pouco tempo para tomar banho e estar apresentável.
Peguei minha touca de banho e calcei os meus chinelos e fui para o banheiro.
O banheiro estava muito ocupado. Felizmente, um dos chuveiros estava livre. Peguei antes de alguém e lavei o cabelo. A água quente era uma terapia para minha dor nas costas. Por que estava com dor no pescoço? Eu rodeei minha cabeça e dei um suspiro. Nixon. Eu tinha adormecido em seu braço. Não era de se surpreender que meu pescoço doesse.
Ainda estava sorrindo quando me sequei e peguei minhas coisas para voltar para o meu quarto. Fui até a porta do banheiro, abri e quase tropecei com uma das minhas colegas de dormitório.
- Prostituta. - Ela passou ao meu lado.
- Perdão?
- Ouviu o que disse - zombou. - Você é uma prostituta. Dois caras no seu quarto ontem à noite? Sério? Você sabe que Nixon e Chase estão jogando com você, certo? Eles são Os Escolhidos e você não é ninguém. Um caso de caridade. Além disso... os rumores na Universidade dizem que você dá para quem quiser.
- Mmm. - Coloquei minha mão livre no meu quadril. - Imagino o que Nixon diria sobre isso.
Medo percorreu seus olhos por um breve momento, antes dela encolher os ombros.
- Diga o que quiser. Porque em alguns dias não importará de qualquer forma. Ele vai ficar entediado. Eles sempre ficam. Você é como um brinquedo novo e acredite em mim quando digo que Nixon realmente gosta de jogar. Boa sorte em encontrar um cara que queira ficar com você depois que ele terminar com você e voltar a colocá-la na vitrine.
Fiquei espantada quando ela saiu pisando. As meninas estavam empurrando atrás de mim. Mas eu não conseguia me mexer. Pavor encheu o meu estômago. E se ela estivesse certa? Eu não o conhecia suficiente, e não era estranho o quanto nos tornamos próximos? Isso não era normal. Embora não tenha sido bastante difícil pensar que algo na nossa relação fosse normal. Era estranho, mas funcionava, certo?
Mordi meu lábio inferior e caminhei de volta para meu quarto.
Monroe estava sentada na sua cama com um olhar, como se tivesse sido beijada profundamente na noite anterior.
- Você o agarrou, Tex foi atencioso? - Decidi não dizer nada sobre a minha discussão com a garota no banheiro e me livrei das minhas coisas enquanto esperava Mo responder.
- Ele é tão... -, suspirou feliz - ... perfeito.
- Tex? - Ri. - Estamos falando sobre Tex, certo?
- Cale-se! - Me jogou um travesseiro na cabeça e riu. Ah Deus, tinha pego ela realmente forte. Verdade, como se pudesse falar. Na verdade, suspirou lendo um romance que começou a ler há meia hora. - Ele é tão doce e minha família aprova, que é uma ótima combinação.
Minhas mãos congelaram no meu roupão.
- Sua família é um pouco rigorosa?
- Um pouco? - Bufou. - O último cara com quem eu saí fugiu gritando, e eu não estou brincando. Tudo em minha família toda é sobre aparência e conexões. Felizmente, Tex é tudo como o meu pai.
- Que você quer dizer?
- Bem, para começar, seus pais acabam de adquirir uma empresa multimilionária de software e supõe-se que Tex vai assumir os negócios da família em poucos anos. Quero dizer, não como Nixon. Acredito que as coisas acontecem mais rápido do que você pensa, mas Tex é o próximo...
- Espera. - Levantei minha mão. - Nixon gerencia os negócios de sua família?
- Negócios. - Mordeu a unha de seu dedo. - É como se ele supervisionasse tudo. Como o gerente dos gerentes, você sabe o que quer dizer? Ou eu acho que é apenas o proprietário. Como seja. De qualquer forma, Tex....
- Espere, mais uma pergunta. Porque é que Nixon está na Universidade?
Monroe riu.
- Pensei que estivesse saindo com meu irmão durante as últimas semanas. Você sabe muito bem quanto eu, que ele não vai para a Universidade.
O meu Deus. Meu namorado foi expulso.
- Ele desistiu? - Ela me deu um olhar confuso.
- Um, tecnicamente, ele já se formou. Ele tinha muitos créditos ao longo desse ano que ele decidiu tirar tempo suficiente para ser Presidente do corpo estudantil, mas isso é tudo. Porque você acha que ele aparece sempre vagando pelos corredores e tem cartões de acesso de todos? Eles simplesmente não são dadas a um estudante.
- Mas, - Confundida, comecei a andar. - Por que ele não me disse isso?
- Relaxe. - Monroe pulou da cama e me abraçou. - Não é um segredo. Todo mundo sabe disso. Tenho certeza de que ele acreditava que alguém já tinha lhe dito.
- Bem. - Sorri, apesar de pensar que foi forçado, e corri com minha rotina matinal. Eu estava irritada que Nixon não me falou nada. Mas o que mais me incomodou foi o fato de que eu havia confiado cegamente nele, nos últimos dias, sem se quer forçá-lo a responder às minhas perguntas.
A principal delas é... quem diabos era ele?
CAPÍTULO 23
Como prometido, meu avô estava me esperando do lado fora do meu dormitório às 08:00 em ponto.
- Você parece bem -, gritei quando saí.
No momento em que virou congelei.
Toda sua barba branca tinha desaparecido. Ele estava vestindo um belo terno, como aqueles vistos nas publicidades para Armani, e seu sorriso parecia... preocupado.
Será que na minha vida já não era nada real? Meu avô era um fazendeiro! Um fazendeiro! Para que ele precisava de um terno?
Me aproximei dele e do mesmo Mercedes preto em que eu o vi dirigir na noite anterior.
- O que está acontecendo?
- Tracey. - Ele molhou os lábios. - Vamos passar o dia juntos e conversar, certo? Mas não aqui, querida.
Acenei com a cabeça. Ou seja, certamente eu não tinha nenhuma outra alternativa. Cheirava como o vovô, o que era estranho, considerando que era alugado.
As portas eram pesadas, muito pesadas para ser um carro normal, e os vidros pareciam mais grossos que o normal. Para não mencionar a tonalidade tão escuras das janelas o que tornava impossível ver dentro. Não tinha ideia que podia alugar carros como estes.
- Primeiro as boas ou as más notícias? - Perguntou vovô uma vez que ligou o carro.
- As más. Sempre as más notícias primeiro.
O vovô tossiu.
- Deixe-me começar com as boas notícias.
- Por perguntou se mesmo assim você começaria com a boa notícia?
Ele riu-se e encolheu os ombros.
- A boa notícia é que estarei na cidade por alguns meses.
- O que! - Gritei. - Vovô, o que vai ser das vacas! Você sabe que Wilbur não gostaria de ficar com alguém desconhecido, e Matilda é...
- Como eu me arrependo ter deixado você coloca nomes em alguns animais. - Se queixou o vovô. - E Wilbur e Matilda ficarão bem. Elas têm Scott. Ele vai cuidar das operações por um tempo.
- Scott. Assim como, nosso primo, Scott?
- Sim, Scott. - Nos juntamos ao tráfego da estrada. - Ele é um bom homem e precisa de algum dinheiro extra, vou pagar a ele para tomar conta das coisas enquanto estou aqui.
E então eu o peguei. O vovô estava doente. Tinha que estar. Porque mais ele se mudaria?
- Você está morrendo?
Vovô abanou a cabeça e cuspiu.
- Porque pensa isso? Eu estou tão mal sem a barba?
- Não. - Minha respiração voltou a normalidade. - Eu só.... Bem, porque você ficaria aqui por um tempo?
- Agora, as más notícias. - O vovô estava pálido quando ele avançou em direção a rodovia.
- O que?
- Tudo o que você conhecia... Está prestes a mudar.
Por alguma razão suas palavras realmente não me bateram como deveriam ter feito. Afinal, ele tinha começado a mudar lentamente desde a morte da vovó. Só não sabia como ou por que.
As coisas estavam bastante estranhas para não mudar.
Possivelmente, esta foi a razão porque eu não fiz mais perguntas. Em vez disso, tentei me concentrar no que Nixon e eu faríamos mais tarde. Porque assim eu não pensava no fato de que o vovô estava me levando para fora da cidade em um carro de luxo, vestindo um terno, ou teria enlouquecido.
Fechei os olhos por alguns minutos para lembrar do sorriso de Nixon, seu rosto. Quando abri os olhos, o vovô parecia estar distraído no volante.
Peguei meu celular e enviei uma mensagem curta para Nixon.
ESTOU UM POUCO ASSUSTADA.
Ele não respondeu imediatamente, mas quando o fez, eu fingi não ouvir o celular vibrar. O vovô estava distraído. Peguei o telefone e olhei para a tela.
VOCÊ ESTÁ SEGURA E NÃO PRECISA TER MEDO.
Sorri e escrevi uma mensagem de volta.
POR QUE? VOCÊ ESTÁ ME SEGUINDO?
Meu celular voltou a vibrar.
TENHO QUE CORRER!
Olhei para fora pelo espelho retrovisor, no caso de que tivesse razão. Mas não podia ver o SUV de Nixon. Eu via claramente.
O vovô pegou a próxima saída. Nós estávamos na periferia da cidade em algum tipo de subdivisão em que ele não tinha estado antes.
— Onde estamos? -, perguntei enquanto passávamos grandes casas e terrenos. Ainda podia ver o lago Michigan, portanto, eu poderia saber que não estávamos tão longe de Chicago.
- O lago do bosque -, respondeu.
Algo sobre o lago do bosque me parecia familiar. Simplesmente sabia o que era. Talvez fosse porque eu tinha visto muitos sinais dele. Um momento, Nixon me trouxe nesta direção para nosso encontro?
Seguramente, nós não tínhamos chegado tão longe. Ou nós tínhamos? Deus, parecia uma eternidade de voltas, mas podia jurar que eram apenas vinte minutos de carro. Ou foi isso?
Procurei na minha cabeça.
- Este parece o lugar que Nixon me levou em nosso encontro.
- Encontro -, repetiu o vovô. - Em uma pastagem, hum?
Eu olhei ao redor para uma bela fazenda.
- Sim, algo assim. - O vovô não disse nada por um momento, enquanto nos dirigimos para uma estrada asfaltada que levava a propriedade privada.
- Ele provavelmente estava fazendo você se lembrar. Eu deveria atirar nele por fazer isso.
- Ele provavelmente iria puxar sua arma contra você, vovô-. Ops, isso saiu sem querer.
O vovô pisou no freio.
- Você viu sua arma?
- Difícil não ver com pessoas nos perseguindo. - Dei de ombros.
Vovô amaldiçoou da mesma forma que Nixon amaldiçoa constantemente, e não pude evitar. Eu comecei a rir. Isso foi muito estranho. Parecia saído de um filme. Claramente eu estava ficando louca.
- O que é tão engraçado? - O vovô sorriu.
- Você soa como Nixon. De qualquer forma, que linguagem é essa?
O vovô ficou em silêncio novamente enquanto dirigia em direção a porta da propriedade. Através das grades, disse: -Alfero.
- Isso está no colar da vovó - assinalei e as portas abriram, revelando uma bela extensão de grama e fontes de água com árvores que delimitavam o caminho. Quando nos aproximamos do fim da estrada, uma pequena casa na árvore se tornou visível. Era uma maldita mansão. Minha boca caiu aberta enquanto o vovô parou o carro.
Com um suspiro, tirou as chaves do contato e olhou para mim, a tristeza cruzou seu rosto.
- Bem-vinda a sua casa, Tracey.
CAPÍTULO 24
- Casa? - Repeti em voz baixa.
De repente, um homem com um fone de ouvido abriu a porta.
- Senhorita Alfero, é uma honra. Por aqui.
Olhei boquiaberta para o homem e depois olhei para trás para meu avô. Ele estava saindo do carro e caminhou em nossa direção. O homem com o fone de ouvido deu um breve aceno para meu avô
- Senhor Alfero, bem-vindo a casa Senhor.
O vovô deu ao homem um breve aceno e colocou a mão nas minhas costas enquanto e me conduzia para a gigante escada da entrada da casa.
Ninguém me disse que eu deveria me preparar para o que estava atrás dessas portas. Ninguém. Não tinha certeza se deveria estar feliz ou triste, com raiva ou devastada... só podia olhar como Nixon estava de pé na entrada da minha suposta casa, com pelo menos 15 homens armados. Chase e Anthony ao seu lado.
- Pronto? -, perguntou Nixon por cima do ombro para meu avô sem dar uma olhada na minha direção.
O vovô respondeu com um curto sim e continuou a me empurrar pelo corredor gigante.
Aflita e totalmente traída, não sabia o que fazer. Tudo o que eu sabia era que a única pessoa que confiava havia mentido para mim. Uma grande mentira.
Minhas pernas quase cederam antes eu pudesse sentar no sofá. Nixon estava sentado na minha frente. Todos os seus homens armados estavam atrás dele, e então eu virei e me dei conta que tinham duas vezes mais homens atrás de nós na entrada gigante.
Todos eles tinham armas.
E cada uma das armas do grupo Nixon foi direcionada para o vovô. E cada uma das armas do grupo vovô foi dirigida para Nixon.
Era como um filme ruim de máfia.
Só que cada vez que piscava tornava-se mais real.
- Você quebrou as regras -, vovô disse, inclinando para trás em seu assento.
Nixon sorriu.
- O que? Você realmente acha que eu sabia disso?
- Você cresceu com ela! -, gritou vovô.
- Ela tinha seis anos! -, disse Nixon quase gritando.
- É possível que você também tenha apertado o gatilho. Seu pai...
- Está morto - sorriu Nixon. - Frio e sem vida, deitado ao lado da minha mãe.
- O que? - Gritei. - Você disse que...
- Monroe não sabe, Tracey. - Os olhos de Nixon suavizaram por um breve segundo. - Ele esteve doente por um tempo. Es...
- Não é de sua maldita incumbência -, esse foi Anthony, que me olhou como se não tivéssemos apertado as mãos e conversado há poucos dias atrás.
- Cavaleiros - Chase esclareceu a garganta. - Voltemos para o motivo da reunião.
O vovô estava com raiva ao meu lado. Era evidente que ele não gostava de receber ordens de pessoas mais jovem que ele, mas por outro lado, como eu sabia que eles não estavam mentindo sobre suas idades também?
- Estava dizendo - o vovô colocou um braço em volta de mim e apertou. - A pobre moça perdeu os pais aos seis anos. Isso é tempo suficiente para reconhecer as pessoas, você deveria saber Nixon.
- Eu disse que tinha feito. - Nixon se defendeu. - E não é como se eu pudesse ter feito alguma coisa!
- Você tirou ela de sua escola.
- Antes de saber. - Nixon suspirou pesadamente. - Eu nem se quer suspeitava até que vi o maldito colar, com Alfero gravado nele.
- Então você deveria ter ficado longe.
- Cuidado. - Disse Anthony à esquerda do Nixon. - Você pode estar em seu direito de desafiá-lo, mas ele ainda é o chefe. E tem sido durante algum tempo. Então vá com cuidado, velho.
O avô clareou a garganta.
- Perdão Sr. Abandonato. - Ele cuspiu as palavras como se fossem veneno. - Mas no minuto em que ela foi descoberta, um segundo, você devia tê-la trancado em um maldito quarto.
O que? Por que meu avô diria isso? Eu tentei encolher os ombros debaixo do seu braço, mas ele manteve firme.
Olhos de gelo Nixon perfuraram os meus.
- Ela é apenas uma adolescente, Frank. O que você queria que fizesse? Falar para todo mundo? Estragar tudo? E porquê? Cuidado? Temos estado nisso por quantos malditos anos-? Seus olhos caíram em Anthony. - Alguns de nós mais. Como eu ia sabe que você ia meter ela diretamente em uma luta? Sua própria neta? Estávamos indo bem até que você fez isso!
- E você ainda não tem provas! -, gritou o vovô.
- Estamos perto! -, Nixon contra-atacou. - Apenas precisamos de mais tempo.
- O tempo não trará de volta os pais de Tracey - disse o vovô com voz baixa. - O tempo não cura um coração ferido, e o tempo não resolve o fato de que você ajudou com sucesso a expor minha neta inocente ao nosso mundo. Eu só queria tranquilizar minha esposa doente, enquanto ao mesmo tempo permitia que Tracey fosse usada como isca somente se fosse necessário, e o que fez você? Você reclamou ela para você! Um Abandonato!
- Tudo o que posso dizer é que sinto muito. Eu não sabia. Mas, você me permitiria deixá-la indefesa? Admita. Ela saberia que algo estava acontecendo se eu a trancasse no quarto, e honestamente, nós nem se quer tínhamos certeza de que ela estava exposta até à noite que quase... - Nixon trago. - Foi assassinada.
- Até que quase foi tarde demais! - O vovô concordou. - Então, o que você vai fazer agora? Como pretende fazer as pazes?
- Fácil. Vamos deixar as coisas se acalmarem, e teremos que trabalhar mais rápido para nos infiltrar na família De Lange.
O avô assentiu com a cabeça como se estivesse satisfeito.
- Ela deve ser protegida.
- Estivemos protegendo ela -, disse Chase com os dentes cerrados. Pensei que ele ia quebrar os dentes.
- E ela quase morreu - repetiu o vovô. - Ontem à noite, ou estou errado? Oh espere, você estava muito ocupado enfiando a língua na garganta da minha neta.
Em um instante, Nixon tinha sua arma apontada para o vovô.
- Falte o respeito com sua neta na frente de meus homens, mais uma vez, e vou acabar com você.
Puta merda.
Vovô franziu a testa.
- Nunca faria uma coisa dessas. Eu a amo. Eu a escondi muito bem, quinze anos de trabalho perdido por sua culpa.
Nixon pôs a arma no chão e amaldiçoou.
- Era suposto que ela não ia entrar na universidade.
Vovô se juntou a ele amaldiçoando.
- Sua avó é a culpada. Ela me disse em seu leito de morte que já era hora de Tracey saber a verdade. Pensei que poderia dar a minha esposa seu último desejo antes da morte e ao mesmo tempo acalmar minha neta. Lhe permitir experimentar o luxo com o qual deveria ter crescido. A vida que lhe foi roubada, como disse, não acho que ela é capaz de ser reconhecida, mesmo se fosse, poderia usá-la para descobrir a família De Lange.
Nixon olhou do meu avô para mim.
- Utilizar sua própria neta? Acredito que terminamos aqui.
- Isso eu acho. - O vovô levantou do seu lugar. Nixon e o vovô se abraçaram e beijaram nas bochechas antes de dizer algo em um estúpido idioma em que eles sempre estavam falando.
Nixon deu um último olhar para mim e acenou lentamente. Meu coração estava na minha garganta. Senti as lágrimas começarem a cair dos meus olhos quando ele olhou para Chase. Pelo menos Chase disse desculpa antes de se virar e seguir Nixon para fora.
- Mais uma coisa.
Em um instante, sacou sua arma e disparou nos sopés de Nixon. Nixon não se mexeu. Ele só olhou para o chão e então virou com um olhar frio e indiferente para o vovô.
- Entendido. -, Nixon assentiu e seu grupo se foi.
CAPÍTULO 25
Se não estivesse tão horrorizada, poderia ter rido do meu avô acabar de dar uma salva de tiros nos pés do meu namorado.
Mas não foi engraçado. Que tipo de universo alternativo era esse que eu acabava de entrar? Minhas pernas se sentiram, de repente, mais pesadas do que antes. Pontos apareceram em minha linha de visão. Tentei não perder o equilíbrio segurando a mesa ao lado, mas meus braços não estavam fazendo o que eu queria fizessem, em vez disso, eles caíram ao meu lado, batendo na mesa. Então minhas pernas cederam e tudo ficou preto.
- Tracey? Querida? - O vovô se movia sobre mim com uma compressa fria na minha bochecha. - Isso, tome algumas respirações profundas. Você desmaiou.
Molhei os lábios secos e olhei em volta. Vários homens vestidos em ternos estevam atrás do vovô, enquanto ele segurava a compressa contra meu rosto.
- Eu não entendo.
O vovô amaldiçoou.
- Dê-me alguns minutos.
Um homem colocou a mão no ombro do vovô, desta vez o vovô levantou e falou calmamente em o que eu estava começando agora assumir que era a língua nativa de Nixon e todos os outros. Não era italiano, isso eu sabia.
- Que língua é essa? - Suspirei profundamente e me apoiei no vovô, enquanto ele me ajuda a ficar de pé.
- Siciliano.
Meu sangue gelou quando algumas memórias passaram por minha mente confusa. Memórias de uma vida que há muito tempo havia esquecido. A mulher na cozinha falando comigo em uma língua que uma vez pensei que era estrangeira. Uma linguagem que realmente sabia.
- Acredito que... Acho que conheço.
- Você deveria. Era o que todos falavam quando você era jovem, mas após o acidente... - O vovô limpou a garganta. - Escolhemos esquecer para proteger você. Depois de tudo, nós não poderíamos correr riscos.
Engoli a secura na garganta e segui para o sofá.
- Como se sente? - O vovô deixou a compressa em cima da mesa e me serviu um copo de vinho. Examinei o vidro, me sentindo um pouco desconfortável que o meu avô me serviu álcool, mas se isso ajudasse meus nervos, então eu beberia. Tomei um gole cuidadoso, esperando desaparecer o pesadelo a minha frente.
- Como você acha que eu me sinto vovô? Realmente?
Ele riu.
- Sempre direta ao ponto.
Minhas narinas alargadas quando eu o vi brincando com seu cabelo branco espesso perto do ouvido. A sala estava estranhamente calma, agora que os homens armados tinham ido esperar lá fora. Meus dedos estavam morrendo para pegar o telefone no meu bolso. Nixon. Como você pode mentir dessa maneira?
Respostas. Eu precisava de respostas. Nixon sempre fugiu das minhas perguntas. Talvez fosse para minha própria segurança, ou talvez não. Mas isso terminava agora.
- Quero respostas. - Dei um olhar de aço para o vovô.
Ele acenou com a cabeça.
- Seu nome completo é Tracey Angélica Alfero. Você é filha do assassino falecido Mario Adele Alfero. O nome e sobrenome de sua mãe era Nicola Alessandro De Lange.
- De Lange? Como o Dean De Lange? E Phoenix De Lange?
O vovô assentiu.
- Então... tenho relação com o Phoenix?
O vovô riu.
- Não, não tecnicamente. Eu acho que seriam primos muito, muito distante.
- Eles foram assassinados?
Vovô juntou as mãos e inclinou para a frente.
- Deram um golpe aos seus pais sem meu conhecimento ou de seu pai. Para entender o porquê, você precisa de uma pequena lição de história.
Concordei com a cabeça, totalmente preparada para qualquer informação que poderia me dar.
- A família De Lange é a mais fraca das famílias da máfia que ainda estão na área de Chicago. Ou seja, são os mais fracos nos Estados Unidos. Na Sicília, é uma situação muito diferente. Em qualquer caso, sua mãe estava prometida a um dos Abandonatos. O pai de Nixon. Eles queriam fazer uma espécie de trégua, combinar os poderes. Os Abandonatos eram e seguem sendo, a família mais poderosa aqui e na Sicília. Eles também são os mais ricos. Quando chegou a hora de anunciar o seu noivado... - O vovô amaldiçoou. - Seu pai não ouviu a razão. Havia se apaixonado por sua mãe. Então ele fugiu com ela. Quando eles voltaram, não havia nada que pudéssemos fazer. Eles já estavam casados, obrigados por sua honra um ao outro.
Pelo menos essa parte da história não foi traumatizante. Sempre soube que os meus pais se amavam.
Estavam constantemente estavam se abraçando e beijando, e sempre estavam sorrindo.
- O que fez a família Abandonato? - Não tinha a certeza de que eu iria gostar que a família de Nixon fossem os bandidos.
- Nada. - O vovô riu com amargura. - E isso, minha querida neta, foi o problema. Eles não rram os únicos que precisava de uma aliança, nem iriam obrigar uma mulher se divorciar de seu marido a fim de tê-la. Afinal, não olhamos com bons olhos o divórcio. É simplesmente algo que não se faz na Igreja Católica, minha menina.
- Assim a família Abandonato os deixou viver em paz?
O vovô assentiu com a cabeça.
- Eles lhe deram seu espaço. Depois de um tempo todos esqueceram a briga. Angelo, pai de Nixon, casou-se com uma mulher pouco tempo depois, que era parecida com sua mãe, mas só na aparência. Infelizmente, Angelo sempre teve um temperamento ruim. A família De Lange era um fardo constante para os Abandonatos. Não ouve uma semana que eles não tentassem roubar um dos negócios ou mesmo bater nos primos na escola. Eles se perdiam entre as mãos, e Angelo começou a culpar sua mamãe por tudo. Rapidamente, ele desencadeou a sua raiva contra a própria esposa... e seu filho.
Senti que ia vomitar, pressionei minha barriga e me disse que deveria continuar a respira, expirando e inspirando. Por isso Nixon não podia suportar ninguém tocar nele?
- Com Nixon? -, perguntei, não querendo ouvir a verdade.
- Sofreu muito nas mãos de seu pai. - O vovô jurou. - Uma noite, a noite de seu aniversário de 6 anos, seus pais vinham para casa de uma de suas noites na cidade, quando eles foram parados na estrada. Seu pai não conseguiu sacar sua arma rápido o suficiente. Ele atirou na sua mãe na frente dele e depois atiraram nele.
Soluçando. Mordi o lábio inferior, para não tremer.
- Quem fez? Quem? Angelo?
Vovô levantou do sofá e puxou uma caixa de Kleenex e os entregou para mim. Ele sentou e a limpou a garganta.
- Ninguém sabe. Angelo não estava no país naquela época, e ele jurou e jurou novamente que nunca faria uma coisa dessas, mas naquela época, ninguém acreditou nele. Afinal, sua doce esposa tinha morrido alguns meses antes de uma hemorragia cerebral. Então veja, sua palavra não valia nada. Seu império estava a ponto de desmoronar, porque ele era incapaz de controlar a raiva. E além disso, todos os dedos apontaram em sua direção, porque ele já não podia controlar seus próprios negócios. Isso continuou até que Nixon estivesse com cerca de dezoito anos de idade.
- E então Nixon assumiu?
Vovô suspirou.
- Sua parte da história não é minha para contar. Mas se eu soubesse que a história iria se repetir, se eu soubesse que outro Abandonato poderia se apaixonar por uma de nossas garotas, teria acabado tudo.
- Amar?
Vovô fechou os olhos.
- Sim. Aquele rapaz. Ele morreria por você. Não é?
Eu queria negar. Mas não pude, então eu só desviei o olhar.
- Quem matou os meus pais?
- Angelo acreditava que tinha sido a família De Lange. Acreditava que tinha sido uma emboscada. A arma usada foi gravada com o brasão da família, mas não havia nenhuma evidência. Estávamos com medo por sua vida, sem saber em quem poderíamos confiar. Sua avó e eu decidimos que o melhor para proteger você, era manter você escondida até que tivesse idade. Mas como o pesadelo daquela noite desapareceu e seu décimo oitavo aniversário se aproximava, não tive coragem de dizer a verdade. Não com o coração que ela tinha tido. Há quatro anos, foi descoberto que a família De Lange estava em dívida com outra família da Sicília. Parecia que eles tinham feito alguns maus investimentos. Nixon e o outros formaram um plano não só para derrubar a família, mas também para expor os De Langes por sua traição.
- E fez isso?
- O que? - O vovô pegou a taça de vinho nas minhas mãos e a colocou na mesa.
- Expô-los?
- Ainda não. - Ele suspirou. - E quanto mais demora, mais me pergunto se a família Abandonato não estava por trás disso. Mas nunca saberemos isso. Tem havido muitas mortes, e agora minha única neta está no meio disto.
Cobri minha mão com a dele.
- Vovô, isso não pode ser mudado. - Sabia que ia ficar com raiva, mas tinha que preguntar. - Como posso ajudar?
- Você já fez o que precisava fazer. Você chamou a atenção para si mesma. Mas agora você sabe quem é o Nixon, e está em maior perigo. Nunca quis que você descobrisse quem ele era. Confiei que ele ficaria longe de você. Não, - vovô jurou. - Você não vai voltar para a escola, você vai esquecer que isso aconteceu, e você vai esquecer esse rapaz.
Suspirei. Seria impossível esquecer de respirar, esquecer que ele tinha um coração, então o que fez ele pensar que seria possível esquecer Nixon?
- Eu não posso vovô.
- Por que? - O vovô ficou em pie. - O que esse cara fez a você? Será que...? - Seu rosto ficou vermelho enquanto suas mãos fizeram um tipo de movimentos estranho na minha cara.
Eu ri entre os dentes.
- Um, não, ele não fez... isso. - Imitei seu gesto com a mãos e balancei a cabeça.
Vovô soltou um suspiro e começou a rir.
- Não sei por que o bom Deus me deixou sozinho com uma garota. Não acho que meu coração possa suportar. Eu vou para a cama, eu me preocupo. Tomo meu café da manhã, eu me preocupo. Vejo uma vaca, eu me preocupo.
Absorvendo as minhas lágrimas, respirei com alívio, feliz em ver um pouco do meu velho avô na minha frente. Lhe dei um abraço e fechei os olhos enquanto inalava seu o cheiro familiar.
- Vovô, você não pode controlar tudo.
- Posso tentar.
- Não, você vai morrer de ataque cardíaco e onde isso vai me deixar? Sem qualquer tipo de família.
- Você é como sua avó. - Suspirou. - Tão sábia.
Ele me soltou e recuou. Eu ainda tinha uma pergunta, mas não tinha tanta certeza de querer saber a resposta.
- Vovô. - Cocei a cabeça. - Quem é o líder da família Alfero?
O sorriso do vovô ampliou.
- Está me perguntando se eu sou o chefe da máfia?
Assenti com a cabeça. Vovô encolheu os ombros e com uma forte gargalhada me acompanhou até a porta.
- Enviarei Adrian para lhe mostrar seu quarto para que você possa se refrescar antes do almoço.
Impressionante. Adicione o vovô a lista de pessoas que ignoram as perguntas. Estava começando a perceber que, se o vovô ou o Nixon não respondem alguma coisa, isso era suficiente. Evite querer dizer sim e lidar com uma coisa que quer dizer não.
Peguei meu telefone em vão, na esperança que Nixon tivesse dito alguma coisa, qualquer coisa!
Uma nova mensagem.
Abri rapidamente e vi o número e junto duas palavras de Nixon, eu estava segurando a respiração por ouvir.
SINTO MUITO.
Mandei de volta
VOCÊ PODE VOLTAR? NÓS PRECISAMOS CONVERSAR.
Ele respondeu imediatamente.
CLARO, ME DE UM MINUTO PARA ENCONTRAR UM COLETE À PROVA DE BALAS. SE DÀ CONTA QUE QUASE LEVEI UM TIRO A ÚLTIMA VEZ QUE ESTIVE NESSA CASA?
Sem pensar, disquei o número dele. Tinha que ouvir sua voz.
- Tracey-, respondeu, mas eu o interrompi.
- Por favor, Nixon. Por favor.
Ele suspirou longamente. Soltou uma maldição e podia jurar que ouvi a Chase rindo ao fundo.
- Me dê uma hora.
- Obrigada.
- Ah e Tracey?
- Sim?
- Me faz um favor. Diga a seu avô que você me convidou para ele não atirar em mim quando me ver. Você não quer o sangue de um inocente em suas mãos.
- Você é? -, sussurrei.
- O que?
- Um inocente?
- Não. - Sua voz tremia. - Não desde o dia em que eu nasci, não desde o primeiro dia que meu pai levantou a mão para mim, não desde a primeira vez que vi minha mãe encolhida em um canto e definitivamente não desde a primeira vez que você me deixou te beijar. Não, Tracey. Eu sou qualquer coisa menos inocente.
Silêncio. Não sabia o que dizer.
Limpou a garganta.
- Ainda quer que eu vá?
- Sim.
- Até breve, Tracey.
A comunicação foi cortada. Guardei no meu bolso de trás, quando um homem atraente, de uns vinte anos entrou na sala.
- Senhorita Alfero? Seu avô me enviou para lhe mostrar o seu quarto.
- Genial. - Dei um pequeno sorriso e o segui para fora da sala de estar e a grande escadaria. Uma vez que chegamos ao quarto, me virei para Adrian e lhe dei o maior sorriso que eu poderia. Ele cambaleou para trás, mas logo recuperou a sua compostura.
- Diga ao meu avô que vamos ter companhia para o almoço.
- E quem estamos esperando?
Eu sorri.
- O senhor Abandonato. Meu namorado.
A boca de Adrian abriu um pouco. Para seu crédito, ele jurou apenas três vezes antes de dar um breve aceno e esperar lá fora.
Isso ia ser interessante.
CAPÍTULO 26
Não passou nem dez minutos quando o vovô entrou no meu quarto.
- Diga que não é verdade. Diga que não convidou esse cara para...
Levantei minha mão. Surpreendentemente, o vovô parou de reclamar e o brilho vermelho do seu rosto desbotou para rosa.
- Ele vai comer com a gente. Você vai ser civilizado. Não haverá armas de fogo.
- Por que?
- Porque. - Engoli. - Eu mereço respostas dele também. Você não acha?
Eu sabia que o vovô não podia argumentar contra isso. Ele me deu um breve aceno com a cabeça e virou para a porta, mas não antes de dizer em voz baixa.
- Prometo não atirar.
- Bom.
- Hoje. - Terminou e fechou a porta atrás dele.
Bem, isso era um progresso. Um dia, quando a vida de Nixon não estava em jogo, as coisas boas chegariam, isso era certo.
Fui para a cama e me sentei. Não me lembrava desta casa. Parecia grande demais, real demais para ser minha. O quarto que me deram parecia o quarto de uma menina. Tudo era rosa e branco.
Curioso, me aproximei da mesa e abri uma gaveta. Um pequeno diário estava deitado em cima de alguns pedaços de papel amassados. Olhei e peguei alguns dos papéis cor-de-rosa e ri.
Fotos de unicórnios e gatos horrivelmente desenhados olhavam para mim.
Eu já tinha me limpado, por isso tinha pelo menos alguns minutos para perder. Segurando o diário fui e sentei na cama e o abri.
Na capa dizia:
Para minha pequena Tracey, com amor, papai.
Era estranho eu não lembrar de ter recebido o diário? Nem se quer me lembro de ter escrito um.
Eu virei a página e quase caí da cadeira.
Sra. Abandonato. Tracey + Nixon = amor.
E, eu ia queimar o diário. Algo como agora mesmo.
O resto das páginas eram basicamente a mesma coisa. Desenhos horríveis do que parecia ser um gato e, em seguida, uma vaca. Estava claro que ser um artista não estava no meu futuro. A medida que virava as páginas, uma coisa permaneceu fiel, os constantes erros de ortografia no meu nome e no de Nixon, quando eu tentava escrever nossos nomes juntos. Só podia imaginar que minha mãe deve ter me ajudado. De nenhuma maneira eu poderia saber fazer qualquer uma dessas coisas com quase seis anos.
Ou isso, ou Nixon me ajudou.
Estremeci.
Esqueci de queimar o diário. Tinha que triturá-lo e, em seguida, queimar os pedaços da evidência.
Passei para a última página e uma imagem caiu.
Éramos Nixon e eu. Estávamos de mãos dadas. Ele estava olhando para a câmera com um sorriso de orelha a orelha, e minha cabeça estava presa em seu braço enquanto segurava sua mão, como se minha vida dependesse disso. O menino estava olhando para mim era dele que eu sempre me lembrava. Quando caí e raspei o joelho, ele beijou e me fez sentir melhor. Quando eu chorei porque minha mãe não me deixou ter um pônei, ele riu e me disse que os pôneis eram estúpidos e que eu deveria fazer algo mais importante como aprender a ser uma espiã. Quando sua mãe ficava. Eu...
Merda. Eu me lembrei.
Foi aproximadamente uma semana antes do meu aniversário de seis anos, a última vez que vi Nixon. Ele veio à minha casa com um saco. Sua mãe nos acompanhou para dentro e chorou na mesa da cozinha com minha mãe enquanto eu ia com Nixon para os fundos.
Ele sempre foi tão duro, tão forte, de modo que me assustei que estivesse chorando. E então eu percebi que estava sangrando.
- Nixon, o que aconteceu? - Estendi a mão para tocar o corte acima do olho.
Ele encolheu os ombros. Seus ombros caíram enquanto se sentava no chão. Suas lágrimas caíram sobre tapete, enquanto brincava com um carro de brinquedo que tinha trazido.
- Por que estás triste? -, perguntei, sentando na frente dele.
- Eu o odeio.
- Quem, Nixon? Quem você odeia? Ódio não é ruim?
Ele balançou a cabeça.
- Você é muito jovem. Você não entende. - Ele bateu o carro contra o chão, uma e outra vez até que ele quebrou.
Eu estava com medo, não porque ele iria me machucar, mas porque eu sabia que ele estava ferido.
Então fiz a única coisa que sabia fazer.
Eu o abracei.
Levei meus bracinhos magros em volta do seu pescoço e o abracei, enquanto ele ainda estava chorando.
- Não se preocupe, eu te ajudo, Nixon. Eu te salvarei.
- As meninas não podem salvar os meninos.
- Podem sim! - Abracei com mais força. - Eu prometo. Vou te levar para longe do que te faz triste.
- Tracey... - seus soluços ficaram mais fortes. - Estou com muito medo.
- Se você tem medo, eu vou ter medo também, Nixon. Até você se sentir mais confiante. Eu vou ter medo com você.
- Você me promete? - Ele se afastou de mim.
- Eu prometo. Porque você é meu melhor amigo no mundo, Nixon. Quero que você seja feliz.
Ele acenou com a cabeça e brincamos até que caímos adormecidos no chão.
- Tracey? - Era a voz do vovô. - Você está pronta?
- Sim! - Coloquei o diário de volta na mesa e abri a porta. - Me desculpe, eu só estava pensando.
- Isso nunca é um bom sinal -, murmurou o vovô.
Envolvi meu braço com o seu, enquanto nós fizemos nosso caminho até as escadas para a entrada de mármore.
- Ele está aqui. - Um homem se aproximou do vovô e acenou com a cabeça. Vovô levantou os olhos para o céu, e fez o sinal da cruz sobre o peito e então disse.
- Deixe-o entrar.
A porta se abriu revelando Nixon. Pareceu para mim um Nixon normal. Ele usava jeans abraçando seus quadris e uma camisa apertada que deixava a mostra sua tatuagem no peito e a meia manga no braço esquerdo.
Seus olhos pousaram nos meus e sorriu. Eu quase me joguei sobre ele, mas o vovô me abraçou fortemente para que eu não pudesse me mover.
O vovô gesticulou para os dois homens ao nosso lado. Eles foram até Nixon. Ele levantou as mãos no ar e girou enquanto deram-lhe uns tapinhas para baixo. Era realmente necessário? Eles puxaram uma arma por trás de sua calça e uma faca de sua bota, e um conjunto de soqueiras de aço do seu bolso. Meus olhos se arregalaram. Ele encolheu os ombros, como se o que estava acontecendo era completo e totalmente normal.
Uma vez desarmado. Suas mãos caíram dos lados. Olhei para o vovô. Falando uma maldição, ele me soltou e corri para os braços de Nixon.
A tensão era tão densa que você podia cortar com uma faca. Nixon gentilmente aceitou meu abraço, mas assim que nossos corpos se tocaram, ele soltou o ar e gentilmente me empurrou, criando uma distância imediata entre nós.
Confusa, peguei a mão dele, mas ele se afastou e negou com a cabeça.
Ferida. Olhei para o vovô. Parecia que Nixon queria disparar no vovô e vovô parecia que estava a três segundos de castrar Nixon. Fantástico. O almoço ia ser fantástico.
O som de sapatos batendo no mármore interrompeu seu tenso intercambio. Uma senhora limpou a garganta. Olhei na direção de onde ela veio e me surpreendi ao ver uma mulher muito bonita, com cabelo preto e um sorriso para mim, e anunciou.
- O almoço está pronto.
O vovô virou e a seguiu para fora da sala. Acho que eu também tinha que ir porque Nixon deu um passo à minha frente.
O que tinha acontecido? Por que ele estava agindo de modo tão estranho? Tinha que ser pelo vovô. Certo? Não tinha nada a ver comigo. Pavor encheu meu estômago. E se ele estava fingindo? O que acontece se.... e se realmente o que estava tentando fazer era me proteger, sobre as promessas feitas quando éramos pequenos? Meu coração apertou, porque uma semana após essa afirmação de infância eu tinha quebrado minha promessa a ele, deixando ele e sua mãe com um monstro que era seu pai.
Em silêncio, me perguntava quantos golpes ele sofreu pela mão do homem que deveria tê-lo protegido em vez de bater nele.
De repente, já não tinha mais fome.
Nós entramos em uma grande sala de jantar, de aspecto medieval com uma longa mesa de madeira. Flores brilhantes no centro da mesa deram a sala um aspecto alegre, o que foi muito bom tendo em conta que pinturas de gárgulas adornavam as paredes. Elas estavam todas em molduras de madeira e papel de parede escuro, o que me fez sentir que a sala de jantar era o lugar onde levavam as pessoas para matá-las.
Pasta fria foram colocadas em cada lado da mesa, junto com alguns pedaços de salmão e Bruschetta.
A mesma mulher que tinha visto antes encheu cada um dos nossos copos com água, e em seguida, nossos copos de vinho com vinho tinto.
Então ser da máfia de repente significava que agora poderia beber? Era isso? Esta foi a segunda vez que me ofereceram vinho em um dia. É curioso como, dadas as circunstâncias, parecia tão natural que fosse precisar de algum tipo de álcool para o estresse.
O silêncio estava me matando.
Meus olhos imploraram para Nixon quando alcancei sua perna. Precisava saber que íamos conversar, que estávamos bem. Quero dizer, era eu quem tinha mentido? Não deveria ser eu quem lhe daria as costas?
Suas narinas se abriram no momento em que minha mão entrou em contato com sua coxa. Pigarriei, mas não movi minha mão.
Comemos em silêncio. Bem, se você contar o vovô amaldiçoando em siciliano, enquanto bebia vinho em silêncio. Eu juro que nunca percebi quão alto mastigava até agora.
Finalmente, todos tínhamos terminado.
- Vovô, posso me retirar? -, perguntei educadamente.
Ele acenou com a cabeça. Virei para Nixon.
- Tenho que falar com você.
Nixon olhou para meu avô.
O vovô esclareceu a garganta.
- Lembre os termos, Nixon.
- Como eu poderia esquecer?
Ele riu e agarrou minha mão. Sem pensar, eu o levei para o meu quarto e rapidamente fechei a porta atrás de mim.
CAPÍTULO 27
— Meu Deus! Eu esqueci como este quarto era rosa. - Nixon riu, removendo um dos bichos de pelúcia da cama para poder deitar nela.
- Devo ter gostado muito de rosa. - Ri.
- Você odiava. - Nixon colocou os braços por trás da cabeça e suspiro. - Na verdade. Me lembro perfeitamente de sua mãe vestindo você com um vestido rosa e você tirando na frente de todos à noite.
- Por favor, diga que não.
- Eu tinha nove anos! - Nixon riu. - Acredite em mim, fiquei horrorizado. Pensei que as meninas tinham piolhos. Fechei os olhos e apontei de qualquer forma.
- Grosseiro. Você deveria ter me salvado-. Me deitei ao lado dele, minha respiração parou quando percebi o que tinha acabado de dizer.
- Sempre estou te salvando. Mesmo quando você não sabia que eu estava lá, eu estava te salvando.
- Alguma vez me visitou em Wyoming? - Perguntei em voz baixa, movendo-me rapidamente para perto do seu corpo até que minha cabeça estava descansando em seu peito.
Ele suspirou.
- Tracey, você está me colocando em uma situação difícil. Não posso lhe dizer tudo, porque isso te deixará triste. Não posso ser completamente honesto, e isso me mata. Me faz querer gritar, mas eu tenho responsabilidades, com você, com minha família, com seu avô... -, amaldiçoou. -Tudo está muito mal neste momento. Não sei se você aguentará descobrir dessa maneira. Acredite, se eu fizer, teria que...
- O que?
Ele molhou os lábios.
- Teria que te beijar com mais força. Devia ter lutado mais por você. Eu não sei. Teria que te levar longe, tomar sua virtude, gravar de maneira permanentemente em você, que sempre que você tomar uma respiração era minha essência que se impregnaria no ar.
Bem, o que se supõe que devo fazer com isso? Arrancar sua camisa? Não vou mentir, isso é exatamente o que passava pela minha mente quando ele beijou o topo da minha cabeça.
- Nunca visitei você em Wyoming. Meu pai não me deixaria e naquela época eu não estava no comando de nada, então eu não poderia intimidar a ele da minha maneira.
- Quando você passou a comandar, tinha dezoito anos? -, perguntei.
- Sim. Meu pai não estava indo bem. Ele não era capaz de tomar boas decisões. Ele desenvolveu uma pneumonia e nunca mais foi o mesmo depois disso. Sempre esteve sobrecarregado e coisas assim. Então eu assumi o comando de algumas operações e, em seguida, mais e mais até que eu estava gerenciando tudo, enquanto ele ficava em casa bebendo whisky.
Fiz uma careta.
- De qualquer forma. Isso está finalizado agora. - Sua mão fechou no meu braço e parecia perceber quão tensa estava. Seus dedos soltaram. - Me desculpe Tracey.
- Por que?
- Não dizer a verdade. Eu só soube no dia que nós fomos fazer compras e então, quando pegou aquele dinheiro todo. Maldição, eu sabia com certeza. Tive que fazer Anthony verificar seus antecedentes. Aparentemente não existe Tracey Rooks. Então eu pesquisei todas as Tracey em nossa escola e você estava lá, Tracey Alfero, dezoito anos, neta do segundo mais poderoso chefe da máfia na cidade de Chicago. O mesmo chefe da máfia que ainda nos culpa pela morte do seu filho.
- Você esqueceu. Tecnicamente, eu tenho o sangue De Lange em mim também -, murmurei.
- Certo. Isto significa que realmente deveria ter matado Phoenix. - Ele franziu a testa e afastou seu braço de mim. Com uma maldição, ele sentou na cama e esfregou o rosto com as mãos. - Ele não pode descobrir quem você é. Se descobris... Tracey, ele é perigoso, realmente. Nós temos estado vigiando ele. Ele perdeu seu maldito juízo. Ele é o próximo da fila, depois que seu pai morrer, e seu pai é muito covarde para dizer a Phoenix quando ele está fora do lugar. Não tenho dúvidas de que sua família está em alguns negócios escusos.
- Eu quero saber, o que é um negócio escuso?
Nixon tomou uma respiração profunda.
- Provavelmente, comércio sexual, cocaína, lavagem de dinheiro, as coisas típicas que você veria na televisão, mas definitivamente não é o que se trata esta família, isso é certo.
Não sei por que me senti tão aliviada. Não é como se pudesse ajudar quem amava, mesmo se ele estivesse envolvido com coisas terríveis. Eu não poderia afastá-lo da família.
— O que você está fazendo?
- Um pouco disso e um pouco daquilo. - Ele sorriu. - Nada muito ilegal. Não estamos desesperados por dinheiro, ao contrário de algumas pessoas.
- Me desculpe -, respondi, sentindo as lágrimas começarem a queimar a parte de trás dos meus olhos. - Por deixá-lo. Me sinto tão mal, Nixon. Eu me lembro. Vi uma foto nossa quando éramos pequenos e... deixei você! Eu prometi que manteria você seguro e a salvo e deixei você!
Agora cheia de soluços que escaparam de minha garganta enquanto inclinava e abraçava a mim mesma.
- Tracey, amor. - Nixon me levantou e me levou para seu colo. - Essas promessas eram muito grandes para uma menina de seis anos. Não havia nenhuma maneira que você poderia me proteger de... ou a Monroe.
- Mas eu prometi.
- E eu prometi que ia encontrar as pessoas que mataram seus pais. Então eu acho que nós dois falhamos, Tracey.
- Você os encontrará -, disse através da minha lagrimas. - Se dará por vencido?
- Não. - Ele me beijou na bochecha e depois nos meus lábios, lambendo suavemente o sal do meu lábio inferior antes de retroceder. - Simplesmente... Tracey, eu tenho que manter a ordem entre todas as famílias aqui. As três famílias têm estado muito bem nos últimos noventa anos. Se algo acontecer... Se o saldo for lançado, ou Deus me livre, se algum dos originais escutar sobre os eventos com Phoenix... - Ele estremeceu contra mim. - Acredite, você não vai querer qualquer dos sicilianos, viajando para os Estados Unidos.
- Eles não vão. - Beijei sua boca. - Phoenix não fez nada ainda... e quando fizer... você vai estar lá.
Olhos de Nixon foram fechados brevemente. Quando ele abriu eles estavam cheios de tristeza.
- Sim, mas você também.
- Ao seu lado -, confirmei.
Nixon não disse nada. Sua boca encontrou a minha e eu caí na cama enquanto seu corpo pairou sobre mim. Seus lábios dizendo o que suas palavras não diziam. Envolvi meus braços em volta do seu pescoço e o puxei para mim. Com um grunhido e um gemido masculino varreu seus braços ao meu redor e a baixo da minha blusa.
- Maldita seja. - Ele rosnou no mesmo instante que suas mãos entraram em contato com o meu sutiã.
- O que? - Beijei seu pescoço.
- Teu avô vai atirar em mim, se ele descobrir que estou fazendo isso agora.... Eu prometi...
Não terminou a frase porque minhas mãos já tinham encontrado seu estômago musculoso. Magro. Estava desenhando círculos com os dedos no osso de seu quadril. Ele fechou os olhos.
- Preciso que você se lembre de algo, Tracey.
- O que?
Ele me beijou suavemente nos lábios e me olhou diretamente nos olhos.
- Quando eu faço uma promessa eu a cumpro. Independentemente de quem vá machucar, mesmo que isso signifique que eu, ou alguém que é mais importante para mim sofra. Às vezes... às vezes a vida nos pede para sacrificar algo para o bem comum.
- Está bem, você está me deixando nervosa. Não podemos nos acariciar?
Sorriso de Nixon era triste.
- Eu te amo, Tracey. Eu sempre amei. Basta lembrar disso, certo? Agarre-se a isso. Não importa o que diga ou o que faça... e acredite em mim, vou fazer coisas terríveis. Você só tem que saber. Eu te amo. Com cada fibra do meu ser.
Lágrimas nublaram minha visão, acenei com a cabeça e o puxei para outro beijo.
- Eu também amo -, eu disse em seus lábios.
- Tenho que ir.
- Não! - Não queria gritar.
Rindo, ele caiu em cima de mim, tendo o cuidado de manter o seu peso, então conseguia respirar.
- Tracey... seu avô não é um homem paciente. Não vamos lhe dar um ataque cardíaco.
- Ver nós dois namorando não vai lhe dar um ataque do coração -, argumentei - ... você vai aceitar a minha oferta sobre minha virgindade? Sim, você vai.
Nixon congelou em cima de mim. Seus olhos eram selvagens.
- Por favor. Só por favor, nem se quer pense. Tracey, você tem que me prometer, merda, você tem que me prometer que não importa o que aconteça, você vai esperar, certo? Você tem que esperar até que seja com alguém que você ame.
Meu sorriso aumentou. Porque eu sabia que ele estava falando dele. Afinal, nós basicamente, nos declaramos. Eu assenti com a cabeça uma vez e lhe dei um beijo na bochecha.
- Prometo.
Seu peito subia e descia, como se ele tivesse acabado de correr uma maratona. Ele acenou com a cabeça, com seus olhos cheios de lágrimas. Eu disse algo errado? Puxei seu rosto para o meu e o beijei, desta vez lentamente, memorizando a forma que seus lábios deslizavam pelos meus, criando a quantidade perfeita de atrito, já que se afastavam e apertavam. Sua língua. Deus do céu essa língua poderia fazer uma garota se jogar sem a precaução ao vento.
Nixon não beijava como se fosse algo para passar o tempo. Ele me beijava como se não houvesse nada no mundo que preferiria estar fazendo. Ele me beijou como se eu fosse o oxigênio, e eu sabia que naquele momento não havia nenhuma maneira de que eu ia deixá-lo ir pela segunda vez.
Bateram na porta. Nixon se afastou de mim tão rápido, que eu pensei que eu ia cair no chão.
Após tomar uma respiração profunda, fui até a porta e a abri.
O vovô estava de pé com os braços cruzados e olhando para Nixon.
- Hora de dizer adeus. - Revirei os olhos e virei para Nixon. Me agarrei a seu braço, enquanto caminhávamos lentamente escada a baixo até a porta da frente.
- Vejo você na Universidade amanhã, Nixon.
Com seus olhos ainda lacrimejando olhou para mim como se fosse perdê-lo a qualquer momento. Nixon pegou sua arma, a faca e a soqueira de aço e me deu um abraço rápido.
- Lembra o que eu te disse, Tracey. Lembre-se.
Com isso, ele se foi.
CAPÍTULO 28
Dormi muito mal. Visões aterrorizante de um Phoenix me perseguindo e depois literalmente me alcançando só me deram duas horas de sono, o que era otimista dizer.
Quando vovô me deixou no quarto naquela noite, Monroe estava chorando em sua cama. Eu esperava que, Deus, não tivesse nada a ver comigo. Eu não tinha certeza que poderia pode lidar com mais drama.
- O que está acontecendo? -, perguntei esfregando suas costas.
- Meu pai morreu.
Sim. Não era o momento para dizer que eu já sabia disso.
- Sinto muito...
- Não sinta. - Ela bufou. - Não estou chorando porque ele morreu. Eu estou chorando porque a última coisa que o filho da puta disse foi que desejava que um menino tivesse nascido.
- Então, ele era um idiota. - Respondi sem pensar em como isto pode ou não pode soar.
Ela parou de chorar, e então as lágrimas tornaram-se risos.
- O que eu faria sem você, Tracey?
Uau, uma pergunta capciosa. Dei de ombros. Eu sabia que Nixon não lhe havia dito ainda quem eu era. Não tinha certeza se ela se lembrava de mim de qualquer maneira. Não me lembro dela de forma alguma, mas o vovô deixou escapou que, na época em que completou 6 anos, foi enviada a um colégio interno, e que por isso só tinha visto ela no Natal um par de vezes até que a levaria embora.
Suspirei profundamente e olhei à minha direita. Mo continuava dormindo profundamente. Como não queria acordá-la, tentei me preparar mais rápido que pude.
- Ugh, que horas são? - Monroe perguntou sonolenta.
- Falta uma hora para aula -, falei jogando um travesseiro.
Ela me olhou com os olhos inchados.
- Vou precisar de um monte de maquiagem.
- Ou óculos de sol incríveis? - Lhe joguei um par de Ray Ban.
- Disfarça a aparência de ressaca. - Monroe bateu o punho no ar e saiu cambaleando da cama. - Então, como foi ontem?
- Bem. - Limpei a garganta e fingi ainda estar alisando meu cabelo, mesmo que ele estivesse tão liso como poderia ficar.
- Isso é tudo. Bom? Onde vocês foram comer?
- Um... — eu não queria mentir, mas eu não escolha. - Como o vovô vai ficar mais tempo do que pensávamos, então comemos no lugar que está alugando, enquanto fica na cidade.
- Hmm, isso não é algo estranho? - Monroe escovava os dentes na pia e então passou um pouco de brilho nos lábios. - Quero dizer, não me interpretem mal. Estou feliz por ele estar aqui. Eu sei o quanto você estava com saudades. Mas ele tem uma fazenda, não é?
- Sim, não sei. Vovô sempre quis passar um tempo na cidade. E um dos trabalhadores da fazenda precisava de dinheiro, então eu acho que todos ganham.
Monroe assentiu com a cabeça e colocou um boné de beisebol. Impossível. Ela estava usando jeans rasgado, uma blusa de rock roll, óculos aviadores, e um boné de beisebol e ela ainda parecia melhor que eu.
- Sem uniforme? - Levantei minhas sobrancelhas.
- Merda. Lá se vai minha ideia de ir na moda. - Monroe manteve a blusa solta, colocou uma jaqueta em cima dela e vestiu sua saia e botas até os joelhos. - Isto, minha amiga, é melhor que nada.
- Ei, ainda parece bom para mim.
Tomamos o café da manhã e fomos para nossa primeira aula. Ela acenou com a mão, enquanto corria para o edifício da ciência. Caminhei lentamente para minha aula de política e fiquei bastante surpreendida ao ver um professor de verdade sentado à mesa. Onde estava o Nixon? Ele não tinha uns dias mais para ensinar?
Mandei uma mensagem rápida.
ONDE VOCÊ ESTÁ?
E me sentei.
Passou uma hora e ainda nenhuma mensagem de Nixon. Eu fiquei com o telefone na mão para o caso dele vibrar. Não queria que minha única forma de comunicação fosse destituída e por algum motivo me fazia sentir segura. A máfia estava ao alcance, literalmente. Se Phoenix decidisse se meter comigo, eu poderia fugir e chamar uma das outras famílias para que batam nele na cabeça.
Por mais estranho que pareça, isso me fazia sentir melhor sobre todo esse assunto de gângster. Quero dizer, a máfia é a máfia. E eu não era uma daquelas garotas ignorantes que não tinham visto um monte de filmes sobre a máfia. Não é que fossem reais, mas ainda assim.
Depois de alguns minutos mais de tortura, a aula terminou. Fiz meu caminho pelo corredor até a próxima aula. Essa sempre foi a parte que eu odiava ,porque os rapazes ficavam parados falando uns com os outros, escrevendo mensagens de texto e apontando. Eu ainda não entendia por que a escola nos dava 10 minutos entre as aulas. Parecia muito para dizer o mínimo. Poderia conseguir um monte de problemas em sete minutos.
Olhei para meu telefone e suspirei. Ainda sem mensagens. No momento em que levantei meu olhar para ver no fim do corredor, já era tarde demais.
Me choquei com uma torre do músculo.
Tropeçando para trás, percebi que era Nixon. Suspirei de alívio e envolvi meus braços em volta dele para lhe dar um abraço.
Ele ficou imóvel sob meu toque. Amaldiçoando, ele agarrou meus braços em suas mãos e empurrou para fora dele.
- O que diabos você pensa que está fazendo?
- Hum? - Provavelmente não seja a melhor resposta.
- Por que você está me tocando? - Nixon zombou.
- Porque... - Meu olhar caiu sobre todos os alunos que nos rodeiam. Seus rostos eram uma mistura de horror e diversão.
- Por que - Ele deu um passo em minha direção e inclinou a cabeça. - O que é, o gato comeu sua língua? Ou eu acho que no seu caso seria uma... vaca?
- Uma vaca? - Repeti. - Nixon, o que diabos aconteceu com você, ontem à noite...
Suspiros ecoaram pelo corredor. Recusei-me a voltar para trás.
- Foi claramente um erro se você ainda acredita que eu quero mais de você. - Sus olhos eram de aço. O aperto no meu peito aumentou tanto que eu pensei que ia parar de respirar.
- Mas você disse...
- Você é surda? -, gritou. - Eu não te quero, fazendeira. Nem agora, nem ontem à noite... nem nunca. - Ele riu. E com cada eco de sua risada nas paredes, senti meu coração batendo no peito como um martelo. - Deixe-me te dizer de uma forma que você entenda. Eu nunca vou te amar. Quero dizer, olhe para você. Não é como nós, e nunca será. Então faça um favor, me deixe em paz. - Suas as mãos tremiam quando ele olhou em direção ao outro lado, um músculo estremeceu em sua mandíbula.
Me recusava a me mover. Ele só poderia ver como as lágrimas corriam pelo meu rosto.
- Afaste-se de mim. - Nixon estava a centímetros de mim. Os mesmos lábios que me prometeram uma para sempre acabaram de enfiar uma faca no meu pecho. - Vá. Agora.
De alguma maneira forcei minhas pernas a mover-se para além dele, mas não antes de ouvi-lo gritar atrás de mim. - MÚU.
Os soluços atormentaram meu corpo até que eu não conseguia respirar ou ver, como se isso importasse. Nem se quer sabia em que direção estava correndo. Só sabia que tinha que sair dali. Longe dele e longe do meu coração partido que acabou de ser pisoteado pelos pés de Nixon.
Virei para ter a certeza que ninguém estava me seguindo e novamente me choquei contra alguém, mas desta vez não era Nixon e não era qualquer pessoa amigável. Phoenix sorriu.
- Bonito show. É bom saber que finalmente colocaram você em seu lugar. Talvez agora que você está fora da cena, porra, podemos voltar a forma como as coisas eram antes de você contaminar esta escola.
- Vai se foder! - Cuspi no rosto dele e me afastei, corri para a primeira sala disponível que eu poderia encontrar.
Infelizmente, ela estava ocupada com alguns alunos, mas não me importei. Eu pensei que eu tinha que ficar longe dele... longe de tudo.
Caí no chão na frente de todos enquanto tentava manter minha respiração, mas isso era impossível. Estava morrendo. Eu sabia. Tentei respirar. Eu realmente fiz isso. Mas cada respiração era menos profunda que a anterior, até que comecei a ver manchas pretas.
O rosto de Chase de repente estava diante de mim.
Sem dizer uma palavra, ele me carregou em seus braços e me levou para fora da sala de aula, condenando a máfia para o inferno todo o caminho.
CAPÍTULO 29
No momento em que chegamos na Bat Caverna, também conhecido como o esconderijo dos Escolhidos, eu senti como se tivesse vivido milhares de vidas. Em uma palavra, me senti velha e rabugenta e maliciosa. E a única coisa que eu queria fazer era realmente bater em algo... qualquer coisa no rosto.
Por que ele faria isso? E na frente de todo o mundo? Meu cérebro confuso tentou inventar desculpas. Talvez essa tenha sido a coisa lamentável que me havia transformado pela maneira como eu me sentia por ele. Tentando justificar suas ações. Reproduzindo tudo o que me disse ontem à noite, só consegui fazer meu estômago mais doente.
Ele falou de me proteger, me amar, fazer coisas que não queria mas tinha que fazer. Mas, que diabos? Quero dizer, eu tinha escolhas difíceis para fazer. Mas se seu plano desde o início tinha sido me fazer parecer uma completa idiota na frente dos estudantes, não poderia pelo menos ter avisado? Qualquer garota, mesmo se ela tivesse conhecido o plano desde o início, iria desatar a chorar.
Eu era patética, porque quase tinha me convencido que Nixon tinha feito tudo de propósito. Que ele não estava me usando como o vovô disse.
- Maldita seja, Tracey, me escute! - Chase estava na minha frente, examinando meu rosto e amaldiçoando tanto que eu teria corado se eu sentisse algo mais que estar atordoada pela dor. Que boca tinha o cara.
- O que? - Molhei os lábios e me neguei a fazer contato visual.
Ele pegou meu queixo com sua mão e puxou meu rosto na direção dele.
- Você que ir para o hospital? Deitar? Precisa de um pouco de água? Você quer um sedativo? Essas são todas as coisas que eu estava perguntando durante o caminho, e outra vez quando te deixei no sofá. Merda. - Ele soltou meu queixo e passou as mãos pelo cabelo. - Que diabos foi isso? Você está mal da maldita cabeça? Porra. Você só não pode... - Se afastou de mim e começou a caminhar. - Você só não pode quebrar na frente da escola assim. Não pode deixar as pessoas verem sua fraqueza. Você é melhor que isso. Não me importa se o maldito Presidente dos Estados Unidos dança lá dentro e diz a todos que você é uma terrorista. Você é uma Alfero pelo amor de Deus, comece a agir como uma!
Ele só acabou de dar um novo significado para mão dura. Minha boca estava aberta. Estava mais surpresa por estar sendo mais ferida. Acabei der ser repreendida por ter meu coração partido?
Senti a picada de lágrimas, mas me recusei a deixar que mais caísse. Em vez disso, deixei passar e me virei e poderia ou não ter deixado sair uma palavra muito inadequada.
Seu rosto de pedra se iluminou com um pequeno sorriso.
- Melhor, Tracey. Você pode fazer melhor do que me empurrar e mandar eu me foder. Eu sei que isso dói. Acredite, eu sei disso. Mas é a única maneira.
- A única maneira?
Chase assentiu.
- Nixon e você. Não pode acontecer. Há muita história, muito drama, e com o Phoenix rondando a escola, você não pode ser o catalisador que derruba toda esta operação. Acredite, você não quer isso e não quer que Nixon tenha a tentação de fazer isso.
- Nixon. - Cuspi. - Ele pode fazer o que malditamente queira.
- É bom saber - disse uma voz familiar.
Minha cabeça virou para ver Nixon na porta. Seus olhos piscaram incertos quando olhou de mim para Chase e então de volta para mim.
A preocupação reluzia seus olhos quando ele começou a andar em direção a mim.
- Você está bem?
Raiva ferveu dentro de mim. Antes que eu soubesse o que estava fazendo, pulei do sofá e derrubei ele, batendo meus punhos em seu peito enquanto a raiva e a dor me percorriam. Chase teve que me tirar, e mesmo assim, a única coisa que pude fazer foi desmoronar nos braços de Chase enquanto as lágrimas caiam dos meus olhos.
- Eu... - A voz de Nixon quebrou.
- Você está fazendo errado, homem -, sussurrou Chase. -Apenas vá. Ela não quer vê-lo. Diabos, nem se quer sei se eu quero vê-lo. Eu sei por que... Só acho que.... Isto não pode ser corrigido com sua grande bunda mafiosa.
- Mas... - Nixon esclareceu a garganta. - Tracey? - Era uma pergunta.
- Vá para o inferno. - Minha voz foi abafada pela camisa de Chase.
Chase jurou.
- Nixon, você escolheu. E acho que ficou claro o suficiente para todo mundo dentro de um raio de 50 milhas quem você escolheu.
- É só que não sei se quero viver com as consequências -, disse Nixon.
- Acredito que vamos ver do que esta família é realmente feita.
- Chase. - A voz de Nixon estava rouca. - Cuide dela, por favor. Apenas...
- Vá embora! - Gritei, interrompendo-os.
Chase me segurou perto e assentiu com a cabeça uma vez. Ouvi a porta abrir e fechar e apertei os olhos com força. Exausta, não protestei quando Chase me levantou em seus braços, pela segunda vez no dia e me levou de volta para o sofá. Coloquei minhas mãos sob o queixo e fechei os olhos. Em questão de segundos, as luzes na sala foram desligadas. Ouvi a fechadura da porta e nesse momento senti um corpo quente junto ao meu.
O sofá era grande o suficiente para duas pessoas, então fiquei no lugar enquanto Chase deitou atrás de mim e me cercou com seu corpo. Colocou um cobertor sobre nós dois e suspirou.
- Chase? - Solucei.
- Hum?
- Por que você está me ajudando?
- Porque você é boa. - Ele esfregou meu braço e deu uma gargalhada. - Tracey, estou brincando. Estou aqui porque não há nenhum outro lugar que queira estar. Porque eu não gosto de ver meninas chorarem, apesar da opinião popular dizer que não tenho um coração, eu realmente tenho. Então, eu não me importo, mas quando vejo um amigo, e não franza a testa, eu posso ver daqui. Quando vejo um amigo, um bom amigo, chateado, merda eu preferia ferir a mim mesmo antes de deixar ele passar pelo inferno sozinho.
- Esse foi um bom discurso. Você praticou? - Me encontrei sorrindo apesar de que meu coração estava quebrado e batendo no meu peito, como se tivesse perdido para sempre seu ritmo.
- Muito engraçado. - Chase me puxou com mais força.
- Chase?
- Sim?
- Por que você pode me ajudar, mas Nixon não?
- Pergunta complicada, fazendeira. - Sua mão voltou ao meu braço e esfregou para cima e para baixo em movimentos de lentos. - Ele é o chefe da máfia. Eu sou o primo. É diferente. Nem se quer sou o próximo na linha. Sempre fiz minhas próprias coisas. Quero dizer, sim, trabalho para a família. Acho que você poderia dizer que sou inferior na posição do totem, então eu realmente não me importo tanto. Em todo caso, é melhor comigo de que com Nixon de todos os modos. Pelo menos comigo, você não será um alvo para assassinos.
— Que....tranquilizador.
O sorriso caloroso de Chase me relaxou.
- Ei, você pediu. Agora, por favor tente dormir um pouco.
- Você estará aqui quando eu acordar?
- Sempre.
Eu tentei não deixar sua promessa me afetar. Afinal de contas, Nixon tinha prometido um monte de coisas também. Odiava que minha desconfiança e a confusão que Nixon fez, me fizessem perder completamente qualquer relação que tivesse com meus amigos, mas eu estava ainda mais apavorada de que Chase me deixasse, igual como Nixon me deixou, e no final não ficar com ninguém. Porque uma coisa sempre foi certa na minha vida... todos iam. Meus pais, minha avó, até eu... Era só uma questão de tempo antes daqueles que amava me deixassem também.
CAPÍTULO 30
Acordei nos braços de Chase. Não exatamente do modo que planejei que iria terminar minha quarta-feira.
O calor de seu corpo estava superaquecendo o meu, juntamente com o aperto forte que ele tinha sobre mim, eu estava me sentindo um pouco claustrofóbica. Com um puxão forte, caí no chão. E Chase, é claro, caiu em cima de mim.
- Inferno Tracey? - Sus olhos arregalaram enquanto acomodava seu corpo sobre o meu e olhava do sofá para mim confuso. - Poderia ao menos me dizer, antes de tentar me matar!
- Matar? - Levantei uma sobrancelha. - Claro, porque com a queda de só um pé ainda não tinha feito. O que? Seu pequeno coração teria estourado?
Seus olhos entrecerraram.
- Olha, eu sei que você tem seu coração partido e está chateada, blá, blá, blá, mas você tem que ser desagradável com o cara que te ajudou quando você estava tendo um colapso nervoso na frente de todo o corpo estudantil?
- Ponto válido. - Concordei.
Ele sorriu abertamente.
- Sabia que você veria da minha maneira. Agora, sem atacar. Eu vou me afastar, ajudá-la a ficar de pé e tentar não olhar para sua bunda quando você curvar para pegar sua bolsa.
— Que cavalheiro. - Me queixei quando ele estendeu sua mão e me ajudou a ficar de pé.
Chase assoviou no momento em que inclinei para pegar minha bolsa.
- Sinto muito, Tracey. Eu menti, não é de estranhar que Nixon era...
- Podemos só... não falar sobre ele. - Lancei minha bolsa por cima do ombro e cruzei os braços.
Chase concordou e levantou as mãos no ar a rendendo-se.
- Um bom acordo. Só me deixe pegar meu cartão de acesso e levar você até a porta.
- Você não tem que fazer isso. Já deixou eu me esconder aqui a maior parte da manhã e...
- Insisto. Além do mais é algo parecido com meu trabalho.
- Seu trabalho?
- Chase Winter a seu serviço. Vá se acostumando bebê, sou sua guarda-costas oficial.
- Quem disse isso? - Gritei.
- Um Nixon? Seu avô? Mo? Só aqueles que te amam...
- Nixon não me ama.
- Chase suspirou.
- Me recuso a discutir isso com você agora. Acredite no que quiser, mas esse garoto seria capaz de cortar com um corte só seus próprios braços, antes de deixar alguém machucar um fio de cabelo de sua cabeça.
Lágrimas ameaçaram novamente.
- Algumas vezes, Chase... é o vínculo emocional que dói. - Empurrei a raiva e suspirei. - Eu preferiria que me batessem. Os cortes curam, hematomas desaparecem, mas corações partidos? Eles carregam as cicatrizes por toda vida.
Com um suspiro pesado, Chase meteu o cartão de acesso no seu bolso e me puxou para seu lado, beijando minha cabeça.
- Não acredito que nenhum cara posso prometer que não vai quebrar seu coração. Mas eu prometo que o próximo idiota que tentar vai terminar de uma forma ou de outra em meus punhos.
Assenti.
- Vamos, Tracey... - Seus olhos azuis bailando. - Um sorriso. Me dê um sorriso antes de caminhar através da tabla14 .
Revirei os olhos.
- Por favor. - Fazendo beicinho.
Minha tentativa patética de um sorriso provavelmente parecia mais como uma careta, mas foi o suficiente para fazer Chase assentir com a cabeça em aprovação e me guiou para fora da porta.
Uma vez que paramos lá fora, tomei uma respiração rápida de ar fresco. As pessoas estavam andando ao redor do campus, e ninguém parecia saber que eu estava saindo de meu esconderijo.
- Vê - Chase sussurrou em meu ouvido. - Vento.
Realmente ele não deveria dizer isso, porque os próximos minutos se transformaram em o que eu gostava de me referir como o inferno na terra.
As pessoas começaram a sussurrar e apontar, o que na realidade não era tão ruim, até que uma garota gritou puta e outras começaram a falar prostituta. Naturalmente, porque o tédio promove a estupidez, o resto do pessoal se juntou até que Chase e eu estávamos literalmente andando no ritmo dos xingamentos.
Ele apertou meu ombro, e disse para todos se foderem, o que para ser honesta me fez estremecer mais, e manter meu rosto sério.
Quando chegamos ao meu quarto, ele deslizou seu cartão. E nesse mesmo momento a mesma garota saiu pela porta do banheiro.
- Eu te disse. - Ela sorriu. Os olhos dela caíram em Chase. - Que agradável para você cuidar das sobras de Nixon. - Tentei colocar Chase atrás de mim. Eu tinha escutado bastante comentários de puta por toda minha vida, mas ele se recusou a ceder.
- Sobras? - Chase repetiu. Oh-oh. Eu conhecia esse tom de voz. Era o mesmo tom com o que zombou de mim no primeiro dia de aula. Aquela garota acabou de abriu uma caixa que realmente deveria ter permanecido fechada.
Chase liberou minha mão e começou a caminhar em volta.
Delete isso. A caixa deveria estar guardada e enterrada o mais profundo que pudesse chegar ao Sétimo Círculo do inferno.
- Cara... - Chase jogou sua cabeça para trás e riu. - Eu tinha esquecido que divertida era essa sua pequena boca, o que é uma loucura porque eu poderia jurar que estava em volta do lixo de Phoenix na semana passada.
Estava além de vermelha.
A boca de Cara caiu aberta.
- Ahh, baby. Isso é um convite? - Chase riu entre os dentes. - Eu me pergunto como se sente seu namorado quando você transa com Phoenix nas costas dele? Hum? Me pergunto o que Deacono faria. Não, na verdade... - Ele estalou seus dedos. - Eu sei exatamente o que ele vai fazer. Ele vai deixar sua bunda gorda e passará para a próxima puta pronta para abrir as pernas para ele. Então novamente, talvez ele goste de como você é fácil. Ei, por que não chamar ele agora e ver se ele quer se juntar em um trio? Diabos, vamos fazer com quatro pessoas, uma vez que claramente você gosta do que vê. Eu vou jogar.
O lábio inferior de Cara começou a tremer. Eu queria dizer ao Chase para parar, mas estava muito horrorizada com as coisas que saíram de sua boca para dizer qualquer coisa.
- Não diga a ele. Por favor, só... - Cara me olhou a procura de ajuda. Imediatamente olhei para o Chase.
- Você sabe quanto valem as garotas como você? - Chase zombou. - Nada, absolutamente nada. Você é uma dúzia de moedas de dez centavos. Não vou chamar o Deacono, porque eu realmente acredito que ele é seu passe direto para o inferno. Teu futuro é tão claro como o dia para mim. Você é a perfeita esposa de Stepford. Mantendo-se afastada e sorridente politicamente, enquanto ele fode cada prostituta disponível para um homem com seu gosto, e você vai fazer com o Phoenix e com qualquer um que te dê uma hora do seu dia a seu lado.
Lágrimas começaram a cair por seu rosto.
- Acorda. - Chase foi diretamente na frente dela agora. - Você nunca será tão boa quanto Tracey. Você nunca será malditamente boa para lamber o chão onde os sapatos dela passaram. Agora escute e escute com muita atenção.
Ela assentiu com a cabeça.
- Você nunca mais vai olhar elas nos olhos novamente. Se eu souber que você fez. Vou arruinar seu rosto perfeito bolo. E se você respirar o mesmo ar que Tracey sem minha permissão, eu vou te mostrar o que se sente ao ser sufocada até a morte, se você espalhar algum outro rumor sobre ela e Os Esco... - encolheu os ombros. - Você não vai chegar as férias de Natal, sem, pelo menos, um dos seus dedos bonitinho com unha feita faltando na sua mão. Nós estamos entendidos?
Cara estava gritando agora. Ela assentiu com a cabeça e pateticamente saiu correndo.
- Tenha um bom dia! - Ele falou.
Atordoada. Fiquei olhando para Chase alegremente enviando uma mensagem de texto e começar a assobiar.
- O que D....?
- O que? - Ele deu de ombros. - Ei, vamos entrar. Estou com frio.
- Certo. - Atordoada segui ele para prédio e os elevadores, onde deslizou seu cartão e manteve o assobio.
Sempre pensei que Nixon era frio. O único que todos temiam.
É possível que tenha subestimado Chase... por um longo tempo.
Ficamos em silêncio. Eu realmente não sabia como começar essa conversa em particular. Você sabe, a que começa com... Que merda acabou de acontecer?
Em vez disso, fui com...
- Então, você pode ser frio.
Chase deu de ombros.
- É coisa de família.
Merda não.
- Genial. - Mantive um olho nele. Era tão fria como um pepino. Claro, eu nem sequer estava envolvida nessa pequena troca e ainda sentia que ia vomitar. Não me surpreenderia ver Cara no noticiário da manhã por tentar assassinar Chase enquanto ele estava dormindo.
As portas do elevador abriram. Chase, esperou eu sair com ele, então me acompanhou até o meu quarto e fulminou com o olhar qualquer garota que se atreveu a me dar um olhar feio. Não havia dúvida de que seu encontro com Cara circularia pelo campus até o jantar.
- Obrigada por me acompanhar até o meu quarto. - Abri minha porta.
Chase me seguiu para dentro.
- U, o que você está fazendo?
- Meu trabalho. - Ele sorriu e se recostou na minha cama. - Agora faça sua tarefa, para que possamos ver um filme.
- Nós?
- Sim. Como você e eu? O que, você tem uma vaca escondida aqui em alguma parte?
Pisquei.
- Santa merda você tem uma vaca? Isso seria incrível.
- Sim, Chase. Tenho uma vaca debaixo da minha cama. É invisível, então por isso você não pode vê-la. Mas às vezes à noite sai para brincar. O que diabos está errado com seu cérebro?
Ele piscou e pegou o romance de vampiro mesa de cabeceira de cama e começou a ler.
- A tarefa - falou, soando aborrecido. - Agora.
- De acordo papai.
- Oh, diga isso novamente. Só que da próxima vez me chame de pai enquanto você estiv...
- CHASE!
Ele riu alto e molhou os lábios, jogando um beijo para mim e abrindo o livro outra vez. Se ele iria ser meu guarda-costas permanente, esperava em Deus que Nixon ou meu avô se dessem conta do que estavam fazendo comigo, enquanto eu estava na escola. Não havia nenhuma maneira que poderia lidar com a presença de Chase dia e noite.
CAPÍTULO 31
Curiosamente, minha vida caiu em uma rotina. Eu ia para a aula. Chase ameaçava qualquer um que me olhasse feio. E, após três semanas de sua presença insuportável, nos tornamos amigos. Se é que podemos chamar de amigos Chase Winter. No entanto estava tentando entendê-lo. Considerando tudo, eu não tinha dúvida em minha mente que se eu dissesse que precisava matar alguém, ele nem mesmo faria perguntas. Ele simplesmente perguntaria quem era e sairia andando.
Uau. Nunca houve nenhum amigo mais verdadeiro.
Para ser honesta, me sentia sufocada. Se tossisse, Chase perdia a compostura, chamava Nixon e o vovô e lhes diria que eu estava caindo doente e precisava ser levada para o hospital.
Às vezes tossia somente para que ele fosse. Acho que Chase tinha problemas com os germes.
Uma vez eu tropecei e Chase amaldiçoou aos quatro ventos dizendo que se eu aprendesse a andar como um ser humano normal, ele perderia a cabeça de preocupação. O que? Porque, por um minuto ia acabar comigo?
Quando perguntei se podíamos ir tomar um sorvete, ele disse que não era seguro. Não, em vez disso, ele me comprou um sorvete. Não da maneira típica de um cara. Não. Porque isso teria sido muito fácil, e Chase fazia as coisas da maneira mais difícil. Eu tinha esquecido que havia pedido até mais tarde aquela noite. Ele apareceu com um freezer e um cara que trabalhava na sorveteria local. A pior parte foi que instalou uma barraca na entrada dos dormitórios e ordenou ao cara que me servisse qualquer coisa que eu quisesse. Tivemos sorvete suficiente para alimentar um regimento.
E provavelmente engordei dois quilos e meio em dois dias.
Eu peguei minha caneta e esperei a aula começar. Eu só queria que as coisas voltassem ao normal. Meu coração ainda doía. Quer dizer, não havia nenhuma maneira em que essa merda fosse curar. Especialmente considerando que Nixon me evitava como se evitasse a peste.
Chase disse que sonho com ele, que às vezes lhe chamo aos gritos.
Isso só me envergonhava, agora estava na fronteira do patético, especialmente quando Mo tinha que me acordar constantemente do meu sonho e me abraçar enquanto eu chorava como uma Madeleine.
Sério, eu tive que considerar tomar sedativos à noite.
Peguei meu livro de história dos Estados Unidos e quase engoli meu chiclete quando Nixon entrou na sala.
Era a primeira vez que tinha estado tão perto dele desde o incidente quando ele pisou em meu coração e arruinou qualquer chance que eu tinha de me apaixonar. Eu sabia que isso soava duro, mas era tudo ou nada com ele. No entanto eu ainda o amava e odiava ter sentimentos por ele quando ele claramente não sentia nada por mim.
Mesmo depois de pensar sobre o que aconteceu naquele dia, ocorreu-me que, mesmo quando ele poderia estar fazendo isso para me proteger, poderia pelo menos ter enviado uma mensagem de texto privada ou poderíamos ter saído por aí. Quero dizer, vamos lá. Ele era o chefe da máfia, poderia fazer qualquer coisa acontecer.
Talvez essa fosse a pior parte. Não me amava suficiente nem para me tornar seu segredinho sujo? Não me amava suficiente nem para fazer que algo funcionasse. Não usou suas muitas conexões. Não tinha nenhum ponto fraco. A amargura só estava piorando até que me senti como se fosse explodir.
- O Dr. Stevens está doente hoje, então eu irei substitui-lo.
Os olhos de Nixon percorreram a sala e caíram sobre mim. Sem quebrar o contato visual, ele instruiu todos a tomar notas sobre a tarefa do filme. Os papéis foram passados de mão em mão, e então as luzes se apagaram.
Fechei os olhos. Não porque eu estava cansada, sim porque imaginei que se não pudesse vê-lo, não doeria tanto. Pensei que tinha acabado com as lágrimas. Pensei mal, uma única lágrima deslizou pela minha bochecha. Ainda era um corte profundo, ainda doía muito.
- Tracey - Nixon sussurrou atrás de mim.
Eu endureci. Me recusando a dar a volta, fingi que não ouvi.
- Tracey, não seja ass...
Estava falando sério?
- Eu sinto sua falta. - Seus lábios roçaram minha orelha. - Sinto malditamente muito, e Deus... e Deus pudesse dizer... maldição, oxalá não tivesse prometido, mas eu fiz. Eu tenho que te proteger. Estar com você. Não é seguro. Você tem que entender isso agora.
Eu engoli o caroço na minha garganta e ainda me recusei a reconhecer.
- Por favor, querida. Basta lembrar o que eu disse, por favor.
O metal do seu piercing labial enviou um tremor por minhas costas quando encostou em minha orelha.
- Sempre cumpro minhas promessas. Se eu não fizer... pessoas morrem. Você entende? Não posso ter sangue inocente em minhas mãos, especialmente quando pode ser o seu.
Ele suspirou com intensidade, enviando tremores pelo corpo.
- Não tive escolha, Tracey.
Isso foi tudo. Eu não ia ouvir mais.
Eu virei o tão rápido que ele caiu para trás e amaldiçoou.
- Não, escute você. - Apontei com meu dedo e sussurrei para que ninguém mais nos ouvisse. - Há sempre uma opção. Eu me recuso a permitir que você justifique suas ações, dizendo que suas mãos estavam atadas. Você é Nixon Abandonato. Você teve uma escolha e fez. Dê para eles suas desculpas, estou muito cansada delas, Nixon. De tudo isso. Eu terminei. Eu... - Engoli. - Não vou voltar no próximo semestre. Você tem razão. Não posso fazer isso. Não é o meu mundo. Este lugar não é para mim.
Ele se esticou para agarrar a minha mão, mas eu não permiti.
- Sim é para você Tracey. É o seu lugar tanto como é para todos os outros e...
- Não. - Neguei com a cabeça. - Não. Não posso dizer quem eu sou, eu até poderia, e o que aconteceria? Ganharia o respeito pela minha família, mas seria tudo falso. Enquanto você inventaria outra desculpa para quebrar meu coração em um milhão de pedaços dizendo que você não teve escolha. Vá para o inferno, Nixon. Na verdade... - Eu ri. - Não faça isso. Porque eu tenho vivido lá nas últimas três semanas. Basta ficar longe de mim.
Peguei meus livros e saí da classe. A última imagem que eu tive dele foi sua testa pressionada contra suas mãos enquanto seu rosto era uma mistura de dor e arrependimento. Bem. O deixei com tanta dor quanto ele tinha me deixado.
Uma vez no corredor, eu peguei o colar. Talvez eu estivesse sendo ridícula, mas desde que Nixon tinha me avisado para não usá-lo, encontrei grande prazer em fazer o oposto de uma de suas ordens.
Eu coloquei a Cruz por baixo da minha camisa branca apertada e suspirei.
- Vovó, eu queria que você estivesse aqui.
- Vovó? - Uma voz escura estava ao meu lado.
Ah, não.
Levantei meus olhos e vi diretamente nos olhos de Phoenix.
Seu sorriso era pura maldade.
- Vovó? - Repetiu. - Isso seria a avó Alfero?
Levei isso como uma piada e comecei a andar bruscamente longe dele.
- Não tenho nenhuma ideia do que está falando.
Rapidamente peguei meu telefone e enviei uma mensagem de texto para Chase dizendo "911".
- Aonde você pensa que vai?
Phoenix se moveu para se colocar a minha frente. Dei a volta e comecei a caminhar em outra direção, mas ele andou para estar na minha frente. Seus braços esticaram para chegar nos meus ombros. Os dedos cravaram na minha pele quando me empurrou contra a parede. Porque saí da sala de aula?
- Fala.
Seus lábios quase roçaram os meus. Eu tentei me afastar, mas era impossível. Ele era muito forte.
- Ou não fale. - Ele sorriu. - Sempre podemos fazer outras coisas.... Caminhar pela faculdade é o que você está acostumada. Depois que eu terminar com você, você vai esquecer tudo de Nixon e, em vez disso, você vai estar gritando meu nome.
Eu chutei, mas ele só riu e agarrou o meu braço, me arrastando com ele pelo corredor.
Comecei a gritar por ajuda, mas os caras no corredor riram quando Phoenix falou:
- Ela gosta que seja bruto.
- Não, não! Por favor! Por favor, me ajudem! - Eu estava frenética, arranhando os braços dele quando ele usou toda a sua força para me tirar do prédio e me levar para a sede dos Escolhidos.
- Pare! Phoenix! PARE! - Travei meus calcanhares no chão, mas ele só ria e me puxava com mais força. Eu tropecei e fui direto para os braços dele.
- Isso eu gosto mais -, disse bruscamente. -Você acha que é tão perfeita apenas porque sua família é o que é? Você sabe quem eu sou? - Empurrou minha cabeça perto de sua boca e gritou em minha orelha. - E tudo porque perdi a oportunidade de estar com a família de Nixon! Minhas conexões? Se foram. Meu dinheiro? SUMIU! Você quer saber por quê? - Eu tentei negar com a cabeça. - Por que os De Lange não são confiáveis. Nosso dinheiro não é bom o suficiente. Mas o de Nixon? Seu nome? Ele é o maldito ouro e você vai e estraga tudo, movendo suas malditas pestanas. Você é uma maldita puta, assim como sua mãe...
Me deu um tapa e me empurrou pela porta da sede dos Escolhidos.
Esperei em vão que Tex estivesse lá com Mo. Eles eram imprevisíveis desde que eles começaram a namorar. Mas estava vazia. Comecei a pressionar os botões no meu telefone na esperança de que ligasse para alguém, qualquer um.
- O que está fazendo? - Phoenix agarrou meu telefone quando ele tocou. - Atenda. Diga que você está bem.
Eu neguei com minha cabeça.
Phoenix puxou uma faca.
- Responde ou vou fazer uma marca permanente em seu rosto.
Com as mãos tremendo, peguei o telefone e respondi.
- Olá?
- Me chamou? - Era Chase. - Você está bem? Nixon disse que você deixou a aula e... Tracey, você está chorando?
- Não. - Tentei manter minha voz alegre.
- Mas você enviou o 911, isso normalmente significa que você está triste ou que alguém te deixou puta novamente...
Eu engoli, com meus olhos na faca de Phoenix.
- Hum, Chase, tenho que ir. Vou voltar ao meu quarto para uma sesta.
Chase ficou em silêncio.
- Tracey.
- Sim?
- Faz muito calor no Arizona?
- Calor escaldante -, respondi com lágrimas nublando minha visão.
- Merda - Chase desligou.
Entreguei meu telefone para Phoenix, que o atirou contra a parede, quebrando-o em pedaços.
- Você acha que sabe todos os nossos segredinhos só porque é uma Alfero? - Phoenix me empurrou contra a parede e riu. - Onde está o Nixon agora? Vai te salvar? Onde ele estava quando seus pais morreram? Oh, bem, ele era muito jovem, incapaz de fazer qualquer coisa. Assim como você não será capaz de fazer algo agora.
- Por que? -, disse com dificuldade, tentando ganhar tempo. Eu não tinha ideia do que ia fazer, só sabia que, por algum motivo, ele me odiava e queria me fazer mal.
- Por que?
Suas sobrancelhas levantaram enquanto ele molhava os lábios e, em seguida, disse.
- Porque você é uma puta. Porque você estragou tudo que trabalhamos durante anos para construir. Porque no minuto em que Nixon me expulsou dos Escolhidos, ninguém na cidade vai fazer negócios com a gente. Tenho recebidos ordens de meu pai para cuidar das coisas da melhor forma possível. Esta é à minha maneira de fazer isso. Não posso ter segredos familiares mostrando suas cabeças feias só porque Nixon decidiu que ele tinha um coração, certo?
- Nixon vai te matar - Disse com a voz tremendo.
Phoenix bateu na parede acima da minha cabeça.
- Não se eu o matar primeiro.
Seu sorriso estava escuro, louco, na verdade. Ele estava drogado? Suas mãos se moveram da parede para meus ombros e, num instante, ele estava tirando meu suéter do meu corpo. Com um medo terrível, eu sabia exatamente o que ele faria.
Ele não iria me matar. Isso seria muito gentil.
Ele ia me transformar na puta que todo mundo já pensava que eu era e iria me destruir. Levaria a única coisa que era minha para dar.
- Demônios que é virgem... - Suas mãos se moviam por minha blusa e lentamente começou a desabotoá-la até minha blusa caiu no chão junto com meu suéter. Eu nunca tinha estado tão assustada ou envergonhada na minha vida.
Ele me olhou com desejo.
Frenética, cerrei meu punho e dei um soco no seu no queixo. Dando um passo atrás, ele amaldiçoou e depois agarrou minha perna quando eu tentei correr.
- Eu gosto de uma garota que seja rude.
Tentei bater em seu estômago, mas ele empurrou minha perna no chão e então pulou em cima de mim, levantando minha saia no processo. Não pude evitar as lágrimas escorrendo pelo meu rosto, ou o fato de que meu choro não deixou meu grito sair da minha garganta. Era como se, de fato, não estivesse vivendo isto, como se minha alma tivesse deixado meu corpo e eu estivesse vendo isso acontecer com outra pessoa.
Suas mãos tocaram as minhas coxas e rezei a Deus para me deixar inconsciente antes de que ele me tocasse mais.
Com uma explosão final, tentei tirar ele de cima de mim arranhando a cara dele e tudo o que eu pudesse fazer.
Ele me bateu várias vezes no meu rosto até que já não doía mais.
Minha cabeça caiu no chão. Já não tinha mais força. Não podia lutar. Meu cérebro me disse para fazer isso, mas meus músculos não estavam funcionando.
Ele subiu minha saia acima da cintura.
Voltei a rezar.
Phoenix soprou um beijo e em seguida, moveu suas mãos para minha calcinha.
Alguém bateu na porta e então ouvi maldições. Meus olhos estavam turvos pelas lágrimas, meu rosto estava inchado por ter sido um saco de pancadas de Phoenix.
Dois caras entraram na sala gritando e puxaram Phoenix longe de mim.
Chase veio imediatamente para o meu lado. Ele jogou uma jaqueta sobre o meu corpo exposto e colocou minha cabeça em seu ombro enquanto Nixon lançou Phoenix contra a parede.
- Vou te matar por tocá-la. - Nixon falou com um tom mortal. - Você, verme. - Seu punho foi para o estômago do Phoenix. - Pedaço de merda!
Seu outro punho acertou a mandíbula de Phoenix em seguida Nixon tirou uma faca do bolso de trás e chutou Phoenix no estômago. Quando ele se curvou em dor, Nixon usou a faca dele e cravou na mão direita de Phoenix.
Phoenix gritou.
Tudo aconteceu em câmera lenta, até que alguém entrou na sala. Era o vovô.
Seus olhos absorveram todo o caos e eu deitada nos braços de Chase. Raiva assassina foi refletida em seus olhos quando ele caminhou em direção a Nixon lentamente, que tinha acabado de tirar a faca da mão de Phoenix.
- Apronte um lugar.
O avô disse ao homem que o havia seguido. Ele assentiu rapidamente e saiu.
O vovô e Nixon andaram em torno de Phoenix. Desmaiado no chão, ele ainda estava segurando sua mão e o sangue fluía da ferida.
- É sua decisão Nixon -, disse o vovô com a voz fria.
- Mate-o.
Nixon não vacilou, nem sequer pensou nisso.
Avô assentiu com a cabeça e olhou para mim e Chase. Chase apontou para uma dispensa. Em questão de segundos, o vovô localizou um martelo e trouxe para a mão estendida do Nixon.
- Deveria fechar seus olhos -, sussurrou Chase na minha orelha, seus braços estavam tão apertados em torno do meu corpo que eu mal podia respirar. Eu não conseguia desviar olhar, mesmo quando sabia que devia.
O vovô agarrou as mãos de Phoenix e amarrou seus pulsos.
- Olhar sem permissão: perde um olho. Se toca com as mãos sujas?
Uma pausa significativa me fez ofegar.
Nixon passou o martelo sobre sua cabeça.
- Você está perdendo suas mãos. E eu prometo que isto é apenas o começo. - O martelo caiu e colidiu com os dedos de Phoenix. O som de ossos esmagando quase me fez vomitar. Sim, fechei meus olhos em seguida. Eu coloquei minha cabeça no ombro do Chase e desmaiei.
CAPÍTULO 32
- Tracey, olha para mim.
Gemi e balancei a cabeça.
- Tracey!
A voz estava frenética.
Meus olhos se abriram de repente e vi Nixon inclinado sobre mim.
- Tracey, preciso...
Os olhos de Nixon estavam arregalados em pânico.
- Preciso saber se algo aconteceu, se ele... - Nixon jurou, mordeu o lábio enquanto seus olhos imploravam para mim.
- Não. - Disse com voz chorosa. - Chegaram a tempo.
Queria gritar que mesmo que nada tivesse acontecido eu estava tão traumatizada, com tanto medo, que não sabia o que fazer. Todo o meu corpo estava vazio. Estive dividida entre querer que Nixon me beijasse e me dizer que tudo estava bem e desejar chorar tanto a ponto de entrar em coma e apagar o que acabou de acontecer.
Tentei acalmar os tremores do meu corpo. Mas ele tinha estado tão perto, tão perto de algo irreversível.
Senti mais um tremor involuntário enquanto Nixon disse algo em siciliano para Chase, que aparentemente ainda estava me segurando. O vovô apareceu. Nixon se levantou, falou novamente em siciliano com ele. O vovô assentiu com a cabeça uma vez concordando.
- Tracey, bebê, eu... - os olhos do vovô estavam cheios de lágrimas quando ele ajoelhou. - Deveria ter protegido você melhor, eu não sei o que eu faria se Nixon e Chase... - tragou - Eu não posso te perder. Você entende? Não posso, Tracey. Você é minha vida.
Dei-lhe um sorriso trêmulo.
- Não, eu não vou a nenhum lugar, vovô.
Ele suspirou de alívio e se levantou.
- Nixon, por favor, você poderia ficar com ela?
Nixon pareceu tão surpreso quanto eu. O que aconteceu com o desejo de querer matá-lo? Ele assentiu com a cabeça uma vez. O vovô olhou para Phoenix, que tinha desmaiado de dor.
- Eu vou ter tudo pronto para sua chegada... Senhor.
Foi a primeira vez que ouvi o meu avô se referir a alguém mais jovem do que ele como Senhor e realmente colocar o respeito por trás do nome. A surpresa deve ter batido Nixon também, ele levantou as sobrancelhas apenas brevemente antes do avô dar um curto aceno e um aperto de mãos.
- A família permanece unida - disse o vovô, apertando a mão de Nixon.
- Protegerei essa família até que dê meu último suspiro, eu juro.
- Agora eu sei, -, disse o avô olhando para mim. - Tracey, te amo, doce menina. Por favor ouça Nixon na minha ausência, só estarei a um telefonema de distância, mas como você pode imaginar, tenho umas coisas para fazer-. Seu olhar se voltou para Phoenix. Dois homens estavam levantando seu corpo em seus braços. - Quando estiver pronto. - O vovô deu uns tapinhas nas costas de Nixon e foi embora.
- Pronto? - Perguntei, minha voz ainda rouca pelo esforço. Nem sequer estava tão curiosa. Era só que precisava de algo mais para me focar. Mas, eu tinha quase certeza que iria me arrepender.
Nixon engoliu.
- Pronto para destruí-lo completamente.
Minhas sobrancelhas vincaram em fadiga enquanto Nixon riu sombriamente e se inclinava para baixo, seus joelhos batendo no processo.
- Matá-lo, quando você estiver pronta para acabar com sua vida, Tracey.
- Oh.
Não tinha certeza de como me sentia sobre isso. Quer dizer, eu sabia que ele era mau. Eu sabia que ele poderia ter me estuprado e possivelmente matado, mas, por um caso isso me faria sentir bem? Uma vida por outra vida? Lutei para ficar em pé, e eu quase caí. Nixon me pegou e acenou para Chase.
Chase parou por um segundo.
As sobrancelhas de Nixon vincaram.
- Chase, pode ir.
- Mas... - Chase apertou os lábios, a mão alcançando minhas costas.
Eu suspirei e dei um passo atrás nos braços de Chase. Era a vez de Nixon ficar confuso e um pouco irritado.
- Obrigado, Chase. - Envolvi meus braços em volta de seu pescoço e fechei meus olhos. - Eu te amo.
Sim, Nixon tinha ajudado a me salvar. Mas Chase, literalmente salvou minha vida com sua pergunta. Lágrimas queimaram no fundo da minha garganta enquanto os olhos azuis de Chase estavam cheios de calor.
- Eu também te amo, fazendeira. - Ele recuou e segurou meu queixo em sua mão. - Pode me chamar se precisar de mim, certo?
Concordei enquanto ele dava um passo para trás e saía da sala.
No minuto que ele fechou a porta, meu corpo começou a cair no chão. Os braços fortes de Nixon me seguraram. Em um instante eu estava sendo levantada e carregada para o banheiro.
- Não, por favor, eu só... - lutei contra ele enquanto ele me levou para fora da sala e gentilmente me colocou em um dos pequenos bancos do banheiro.
- Tracey. - Nixon segurou meu rosto com suas mãos. - Olhe para mim.
Fechei os olhos com força. Ele exalou. E finalmente, com lágrimas escorrendo em meu rosto, abri um olho, depois o outro. Nixon tinha lágrimas em seus olhos enquanto seu polegar enxugava minhas lágrimas.
- Graças a Deus não tenho nenhuma experiência neste tipo de coisas... - suas narinas aumentaram por um breve segundo. - Mas eu pensei que você poderia querer tomar um banho ou algo assim.
Assenti com a cabeça e comecei a soluçar um pouco mais. Tudo doía no meu corpo, inclusive minha pele. Novamente, eu queria Nixon me tocando, me dizendo que ainda era bonita, que o que me aconteceu não foi minha culpa, que a feiura de Phoenix não tinha me contaminado.
- Você é linda Tracey - murmuro Nixon enquanto ele beijou minha testa. - E Phoenix é um monstro. Você sabe, certo? O que ele fez... é imperdoável, e eu prometo, vou fazer bem.
- Para matá-lo? - Perguntei com uma voz suave.
Nixon abanou a cabeça.
- É sua decisão, querida. Eu quero que chore mais, mas acredite quando te digo que sua família e a minha não deixarão isso sem uma punição severa. Normalmente não envolvemos as autoridades, mas se você quiser que ele seja preso em um buraco do inferno todos os dias de sua vida, é só dizer. Vou relatar suas atividades com prostituição e uma rede de tráfico de drogas em cinco segundos. Inferno, eu posso enquadrá-lo por assassinar um político. Apenas diga a palavra.
Mordi meu lábio inferior e lentamente levantei meus braços para Nixon. Se ele me rejeitasse, estaria quebrada para sempre. Eu precisava mais do que um banho, mais do que precisava lidar com Phoenix. Eu só queria esquecer. E embora eu dissesse ao meu coração para parar de amar Nixon, ele nunca escutava. Ele era tudo o que eu queria, tudo que me importava. Meus braços foram para seu pescoço. Ele ficou rígido e, em seguida, me abraçou de volta.
- Vai me ajudar?
Nixon suspirou.
- Tudo que precise. Estou aqui, Tracey.
- Você não vai a nenhum lugar?
- Não.
- Não vai fingir que gosta de mim de hoje e amanhã me odiar?
- Diabos, não.
- Não vai dizer que me ama e depois retirará as palavras?
Minha voz foi cortada pela emoção enquanto novas lágrimas encontraram o seu caminho em meu rosto. O que diabos estava errado comigo? Eu sabia que era mais forte que isso! Olhei para Nixon e esperei.
Nixon se afastou de mim, e os olhos dele encontraram os meus.
- Escute porque não quero que esqueça isso nunca. - Meu corpo balançou enquanto ele apertou seus braços ao meu redor - Lembra o que eu disse sobre fazer promessas?
Assenti.
- Eu prometo a você, Tracey. Como um homem que prometeu ao seu avô que nada que lhe aconteceria. Ele acreditava que, se estivesse com você, Phoenix iria juntar as peças. Você já se culpava por tudo. Se ele nos visse juntos... - ele olhou para baixo por um breve segundo antes de encontrar meu olhar de novo. - Tive que fazer que acreditasse em mim. Eu não sabia mais o que fazer. Eu pensei que no dia anterior, quando tínhamos falado... maldita seja Tracey, eu pensei que você me conhecia mais que isso. Vou te proteger até o dia que eu morrer, mesmo que isso signifique que eu tenho que te proteger de mim mesmo. Porque te proteger de mim, estava te protegendo deles.
- Mas não estava fazendo.
- Mas vou.
- Agora eu sei. Eu não vou embora, mas Chase... - Encolhi os ombros. - Ele estava lá para mim quando você não.
- Você ama ele como ama a mim? - Pergunta Nixon.
- Quem disse que eu te amava? - Mandei de volta.
- Você disse.
- Quando?
- A noite quando...
Fiz uma careta.
— Que sorte saber que você ainda tem seu senso de humor. - Nixon revirou os olhos enquanto inclinava a cabeça. - Eu vou entender se você não estiver pronta. Merda, nem sequer sei se eu estou pronto, mas Tracey, eu realmente quero te beijar.
Assenti.
- Primeiro banho, não quero nenhuma parte dele em mim quando você me toca.
Nixon assentiu com a cabeça e se afastou enquanto eu estava na frente dele. Ele gentilmente me ajudou a tirar a jaqueta que Chase tinha me dado.
- Filho da puta! - Ele olhou como se estivesse pronto para bater em uma parede.
Eu olhei para baixo e notei uma contusão se formando ao redor do meu estômago. Olhos de Nixon brilharam com lágrimas, enquanto ele retirava meu cabelo longe do meu ombro e olhou para o meu pescoço. Eu tinha certeza que lá também tinha hematomas. Você pensaria que estar na frente de Nixon em nada mais do que minha saia e sutiã, eu me sentiria exposta e vulnerável, mas em vez disso, tudo parecia normal, confortável. Como se ele fosse a única pessoa que eu poderia suportar que me visse nua depois de ter passado por uma experiência e se sentir segura.
Ele fechou os olhos e apertou a ponta do nariz.
- Quebrar suas mãos não foi suficiente. Não por muito tempo. Eu vou cortar sua língua e...
- Podemos não falar sobre ele?
- Sinto muito - murmuro Nixon.
Ele foi abrir o jato de água na banheira. Colocou os sais, o que ganhou o levantar de minhas sobrancelhas, ele simplesmente murmurou não perguntar e algo sobre o Chase e a hora de se despir. Eu fiz uma nota mental para perguntar a Chase na próxima vez que o visse.
Meu coração apertou. Pensar em Chase me fazia sentir graciosa. Era estranho, mas eu sentia falta de ter esse cara ao redor. Eu gostava do seu senso de humor, a amizade fácil que tivemos e sua atitude protetora. Senti falta dele, porque ele poderia ter usado seu senso de humor para afastar os demônios que Phoenix tinha trazido para minha vida.
Confusa, sacudi os pensamentos e esperei encher a banheira. A água tinha um cheiro celestial. Nixon virou para mim e acariciou sua nuca, antes de me virar suavemente em direção a ele e desabotoar minha saia. Ela caiu no chão. Suas mãos passaram por meus músculos, examinando cuidadosamente as feridas até que me virei. Ele engoliu algumas vezes e apontou a banheira.
- Vou virar a cabeça enquanto você entra, vai haver bastante bolhas para cobri-la.
- E se não tiver?
- Então vou fingir que não posso ver - disse, com os dentes cerrados.
Rapidamente tirei meu sutiã e minha calcinha e entrei na banheira. No entanto, não esperava que isso estivesse escorregadio, com um grito quase escorrego com as bolhas, mas braços fortes me pegaram e claro roçaram meus seios.
Nixon, é claro, sempre o herói, estava atrás de mim, me segurando enquanto me inclinava contra ele.
- Você está bem? -, perguntou, com uma voz rouca.
- Sim, me desculpe, estava escorregadio.
Ele gemeu e muito suavemente me soltou enquanto eu lentamente mergulhava na água.
Seus olhos nunca deixaram os meus enquanto eu afundava nas bolhas.
- Malditas bolhas - murmurou enquanto ele sentou na cadeira ao lado da banheira e passava os dedos pelo meu cabelo.
- Você tem algo contra as bolhas?
- Sim. Eu tenho-, Nixon disse. -Elas estão praticamente beijando cada parte de sua pele nua enquanto estou aqui sentado olhando. - Riu sombriamente. - Eu prefiro ter alguém arrancando uma unha do meu dedo em vez de... isso... -, ele engoliu e olhou para outro lado. - É muito pior.
- Por causa das bolhas? - Tentei não rir, mas me senti bem depois do inferno que acabou de acontecer.
- Sim, pelas malditas bolhas. Você já terminou? - Ele se torcida em seu lugar.
Nixon amaldiçoou e abaixou a cabeça em suas mãos.
- Certo. Bem, você não... só... pode ser mais rápida?
- Pensei que você queria que eu relaxasse? Acabo de ser atacada.
Ele se moveu tão rápido que me assustei em resposta. Em questão de segundos as mãos dele mergulharam na água, agarraram a esponja da minha mão e calmamente começou a lavar as minhas costas. Ele engolia com dificuldade enquanto trabalhava cada movimento
Todo o maldito banheiro poderia queimar em torno de mim e eu ainda não seria capaz de mover meus os olhos do seu rosto quando ele mergulhou a esponja na água quente e em seguida ternamente passou sobre minha pele nua, lavando o sabão, bem como os restos do que tinha acontecido uma hora.
- Isso é bom. Fechei os olhos enquanto suas mãos quentes substituiu a esponja e começaram a massagear meu pescoço e ombros.
- Para que você saiba -, disse com voz rouca, suas mãos amassando minha pele. - Nunca tive de praticar o controle em toda minha vida.
- Isso constrói o caráter-, murmurei, meus olhos piscando abertos.
As mãos de Nixon congelaram quando seu olhar caiu abaixo do meu peito.
Nota mental, as bolhas tendem a desaparecer quando se está no banheiro por um longo tempo. Seu agarre apertou no meu corpo um pouco antes de fechar os olhos e apertar os lábios, um pequeno silvo de ar escapou de sua boca.
- Sinto muito. - Me movi para me cobrir, mas as bolhas estavam desaparecendo rapidamente.
Seus olhos abriram.
- Não sinta. - Nixon engoliu lentamente. - Nunca peça desculpas por ser linda... por ser perfeita. Você é... - Moveu uma de suas mãos para meu queixo. -Requintada.
Talvez tenha sido o stress do dia, ou o fato de que eu me senti qualquer coisa menos requintada. Me sentia suja, feia, usada. Em geral me sentia como a puta que todo mundo tinha me chamado, como se o que Phoenix tinha feito de alguma forma fosse minha culpa. De qualquer modo, eu comecei a chorar novamente, desta vez sem vergonha quando olhava nos olhos da pessoa que me fazia sentir como se eu fosse tudo, quando por dentro me sentia um pouco quebrada e espancada.
- Tracey. - Nixon envolveu seus braços musculosos ao meu redor, não se importando se fosse se molhar e me levantou da banheira.
Sem dizer uma palavra, pegou a toalha mais próxima e a envolveu em volta do meu corpo tremulo e novamente me levantou no ar como uma menina e me levou para outro quarto.
A cama estava no canto de um pequeno escritório, minha suposição era de que os meninos tiravam sestas aqui sempre que podiam, ou isso, ou a Bat Caverna era na verdade o esconderijo dele. Ou seja, o homem era perfeito. É provável que tenha superpoderes ou algo assim.
Não precisei perguntar nada a Nixon. É como se ele soubesse exatamente o que eu precisava e quando precisasse. Ele me trouxe uma camiseta e uma calça moletom que cheirava a ele.
Quando me movi para vestir a camiseta, ele fechou os olhos como um cavaleiro. Apesar de que eu não o forcei a fazer isso.
Uma vez eu tinha acabado de vestir a roupa, lhe dei um beijo na bochecha. Minha maneira de dizer obrigado, e que tinha acabado de me vestir.
Ele deixou cair a toalha no chão e me tomou em seus braços. Com um grunhido me prendeu entre a cama e seu corpo. Não sabia que ainda estava chorando até que ele limpou algumas lágrimas que caíam.
- Não vou deixar nada acontecer com você, juro pela minha vida, eu irei te proteger até o dia que eu morrer - Nixon sussurrou com uma voz rouca.
- Essa é uma promessa muito grande.
- Bom, você é uma pessoa muito importante. Pessoas importantes merecem grandes promessas e você, Tracey, você merece o mundo.
Neguei com a cabeça. Por que me sentia tão insegura de repente? Ter as mãos de Phoenix em mim, realmente me abalou tanto? Eu não estava acostumada a este sentimento, como se não merecesse nada.
Com uma maldição Nixon me puxou mais perto.
- Você merece o vestido branco, Tracey. E as flores e a música. Você merece a primeira dança com o seu marido. As estrelas em seus olhos quando ele ver você andando pelo corredor. Você merece o castelo e o príncipe. Um homem que a adore, uma família que se sacrifique por você, amigos que se importem com você. Tracey, você merece, mas você tem que acreditar nisso.
Eu solucei.
- O que acontece se eu quero só você? O que acontece se eu quero só essa única coisa?
-Maldita seja, Tracey, sou eu que não te merece. Eu só conheço o lado ruim, mas eu te quero mesmo assim.
- Quer?
- Necessito. - Grunhiu. - Eu preciso de você como eu preciso de meu coração para bombear o sangue através do meu corpo, como preciso de ar para respirar, como precisamos de gravidade. Inferno, Tracey, você é minha gravidade. Estar com você me faz sentir centrado e inteiro, e eu estou tão fodido para convencer você de querer algo diferente. Eu sou muito egoísta para empurrá-la para os braços de outra pessoa, quando eu sei que ser minha pode ser a pior coisa que você pode ser.
- Mas eu quero... - Meu lábio inferior termia. Me mordi com força para poder terminar a frase. Tomando uma respiração relaxante comecei do novo. - Eu quero você.
Sua respiração parou e então seus lábios estavam no meu pescoço. Calor explodiu com seu toque. Inclinei-me em direção a ele. Nixon murmurou algo em siciliano e delicadamente me virou de costas. Ele não se colocou em cima de mim, apesar de que eu queria que ele fizesse. Em vez disso, ele ficou ao meu lado e continuou beijando meu pescoço e então rosto e finalmente os olhos.
- Onde ele tocou você?
- Hum?
- Onde. - Nixon perguntou suavemente.
Apontei para o meu pescoço onde Phoenix tinha me apertado. Nixon beijou o lugar exato onde tenho a certeza que a contusão começava a aparecer. Apontei meu braço. Os lábios de Nixon foram pressionados no lugar onde Phoenix me agarrou, e assim passou os próximos dez minutos com Nixon apagando cada lugar que Phoenix tinha corrompido.
- E aqui. - Apontei para a minha boca.
Nixon sorriu e então me devorou com um beijo. Sua boca cobrindo a minha completamente enquanto sua língua deslizava para dentro e empurrava contra a minha.
Minhas mãos se reuniram em volta do seu pescoço enquanto ele empurrou contra mim mais forte. Depois de um pouco de hesitação, se moveu lentamente sobre mim, tendo o cuidado de manter o seu peso para não me esmagar. Suas mãos mergulharam em meu cabelo enquanto aprofundava o beijo. Mordi seu lábio inferior e suguei o piercing do seu lábio.
Um rosnado escapou de sua boca enquanto suas mãos agarraram meu rosto. Meu corpo ainda não estava o suficientemente perto do dele, então eu me arqueei ao seu encontro, mas ele delicadamente me empurrou de volta contra a cama.
- Você está me matando Tracey. - Nixon gemeu contra meu pescoço. Com outro gemido ele se afastou. - Eu provavelmente vou me odiar mais tarde por dizer isto, mas depois de tudo... - negou com o cabeça. - Não posso... Não posso...
Molhei os meus lábios e me inclinei para frente.
- Ah, infernos. - A boca de Nixon estava na minha em um instante. Quente e ansiosa, seu beijo se encontrou com o meu. Ele empurrou, eu puxei, ele puxou e eu me agarrei. Meu corpo se fundiu com o dele. Eu queria arrancar as roupas, me perder nele para esquecer o pesadelo do que tinha acabou de acontecer comigo.
Minhas mãos se moveram para a camisa dele.
Alguém esclareceu a garganta.
Nixon se afastou de mim e se atrapalhou.
- É bom que seja importante, Chase, ou eu vou estrangulá-lo.
Os olhos de Chase se encontraram com os meus e por um segundo eu me senti culpada. Olhei para a posição em que estava, sob o corpo de Nixon, ofegante e corada de excitação.
Depois de tudo, Chase disse que ele me amava e me cobriu com seu casaco. Molhei os lábios e notei os olhos azuis de Chase estreitarem. Ele piscou um par de vezes em minha direção e agarrou o marco da porta com a mão. Os nós dos dedos dele ficaram brancos antes dos seus olhos deixarem os meus e posarem em Nixon.
- Só pensei que você ia querer saber que Sr. Alfero tem tudo definido e pronto. Parece que estava um pouco entusiasmado por reunir alguns homens. Eu não pensei que quisesse que Phoenix morresse sem deixar que Tracey tivesse um pedaço.
- Um pedaço? - Repeti.
- De Phoenix. - O sorriso de Chase não chegou a seus olhos. - Você quer dar um tapa nele, certo? Porque se você não fizer isso, certo como inferno que farei isso. Merda. Eu vou quebrar as duas pernas dele por você.
Eu sabia que ele falava a sério. Também sabia que se lhe deixasse e a todos os outros libertarem sua raiva em Phoenix e eu teria um assassinato na minha consciência. Era assim como eles lidavam com tudo na máfia?
— Como você está? - Chase entrou na sala. Nixon levantou a mão para fazê-lo parar.
- Ela está bem-, Nixon respondeu por mim. Ele apertou os dentes enquanto estreitou os olhos para Chase.
- Ela pode responder por si mesma -, Chase disse. - Tracey eu...
Nixon pulou fora da cama.
- Eu disse a você que ela está bem. Você não precisa de mais nada. Certo? Envie uma mensagem com o endereço e nós estaremos lá em pouco tempo. Eu tenho que pegar algumas roupas para ela vestir.
As narinas de Chase abriram com raiva.
- Você deveria ter pensado nisso antes de começar a tirar sua roupa.
Nixon se lançou sobre o corpo do Chase. Me levantei da cama para intervir e quase tropecei em meus pés no processo.
— Rapazes parem!
Eles estavam loucos? Tinha muita testosterona fluindo através da sala e eu tive bastante lutas por um dia. Minha voz quebrou quando eu gritei novamente, ganhando a atenção dele.
Chase chegou a mim primeiro, mas foi Nixon que me meteu no seu braço e me beijou na cabeça.
- Sinto muito, Tracey. Eu só... Merda, eu só estou um pouco revoltado depois de ver que tudo foi tão mal hoje.
Eu engoli o caroço na minha garganta e meus olhos encontraram os de Chase. Os olhos dele queimaram com o meu brevemente antes dele negar com a cabeça e se afastar.
Meu coração afundou e quebrou em mil pedaços. Todo machucado novamente. O que era o que estava acontecendo comigo? Eu realmente amava o Nixon, mas Chase... Bem, Chase tinha sido meu melhor amigo por algumas semanas, quando Nixon estava lutando com Phoenix e o mal de sua família.
Eu estava cansada e estressada. Isso era tudo. Não era nada mais. Coloquei os sentimentos que tinha por Chase no fundo da minha mente... enquanto devolvia o abraço de Nixon.
- E agora o que? -, perguntei.
- Agora... - suspirou. - Você decide se ele vive ou morre. Só sei que meu voto é pela morte.
- E se eu quiser que ele seja punido, mas viva?
Nixon não respondeu por alguns segundos. Finalmente, me deixou e foi para a porta.
- Vou tentar escutar.
CAPÍTULO 33
Minhas mãos estavam suando. Tive que continuar limpando elas no meu jeans. Nixon não disse uma palavra durante a viagem para o lugar ou o "ponto" como ele chamava. Não tenha certeza se estava perdido em seus pensamentos, ou apenas com raiva, porque eu queria deixar Phoenix com vida. De qualquer forma, eu estava pronta para o pesadelo desse dia acabar.
Minhas roupas ainda estavam incômodas, como se elas não pertencessem ali, igual ao resto de mim.
Como acabei nessa situação em primeiro lugar? Ah, certo. O vovô, os meus pais... Ugh. Acho que o velho ditado é verdade. Você não pode mudar como você nasceu.
Depois de alguns minutos, finalmente ele virou em uma rua atrás de um antigo restaurante e parou.
- Você está pronta? - Disse Nixon sem emoção.
Neguei com a cabeça. Eu não estava preparada. Como poderia estar preparada para isto? Para enfrentar o cara que tentou estuprar? Especialmente na frente de outros homens? Eu não estava preparada para algo assim e não queria nada mais do que colocar a cabeça na areia e fingir que nada disso aconteceu.
Não sabia que estava tremendo até Nixon agarrar minha mão e a levou para seus lábios.
- Você vai fazer bem. Eu prometo. Não vou deixar nada acontecer com você.
Seus olhos eram como gelo. Toquei seu rosto. Ele piscou e soltou um suspiro. Isso era tão difícil para ele como era para mim. Eu sabia. Porque eu sabia que, se alguma vez alguém se metesse com sua família ou com aqueles que amava, não pensaria duas vezes antes de matá-los, mas era completamente diferente quando era com você e quando estariam na sua consciência. Eu sabia que Nixon queria arrancar os braços de Phoenix, mas não conseguia entender como eles poderiam dormir à noite, se eu soubesse que tudo tinha a ver comigo e que era minha culpa.
Me afastei de Nixon e abri a porta do carro. Dois passos. Eu dei dois passos antes de ter que parar, fechar os olhos e dizer a mim mesma que ia ficar bem. Nixon me chamou e dei a volta no carro para me encontrar com ele. Sua mão segurou a minha e me levou para o refúgio do seu corpo enquanto ele caminhava comigo para um velho prédio abandonado.
Se meu senso de humor decidisse me visitar em algum segundo eu poderia ter mencionado que o edifício e seu sobrenome eram o mesmo. Por outro lado, molhei os lábios secos e engoli o nó de medo em minha garganta.
Nós andamos por um corredor pouco iluminado e em seguida, dobramos à esquerda, onde um punhado de homens estavam reunidos em torno rindo.
Rindo. Do que?
Olhei ao meu redor. O quarto não estava iluminado como esperado. E Phoenix não estava acorrentado. Em vez disso, estava sentado tranquilamente em uma cadeira com as mãos amarradas na frente dele com cordas.
Os homens ao redor da sala estavam comendo e bebendo vinho. Merda, era como se eles estivessem comemorando!
Rapidamente todos perceberam nossa presença e deixaram cair a comida que eles estavam segurando e colocaram suas taças de vinho para abaixo. Pelo canto do olho, vi o vovô fazem o seu caminho em direção a mim.
Eu teria olhado ou talvez até mesmo reconhecido Phoenix, que olhou diretamente através de mim e sorriu.
Péssima ideia.
Eu saltei sobre ele e antes que alguém pudesse me deter, lhe dei uma bofetada tão forte na cara que minha mão ardeu.
Ele amaldiçoou e caiu no chão de concreto.
A sala caiu em silêncio.
- Isso é tudo? - Phoenix zombou do chão.
Eu fiz um outro movimento para lhe dar um chute na cabeça, mas Nixon gentilmente me puxou para seus braços, enquanto alguns homens ajudaram Phoenix a retornar à cadeira e começaram a amarrar seus braços para baixo.
O avô esclareceu a garganta.
- Todos os membros do Comitê por favor se levantem.
- Comitê? - Repeti, sem tirar os olhos de Phoenix.
Nixon me atraiu para ele.
- Cada família é representada por uma única pessoa. É a maneira de como realizamos a corte. Cada pessoa tem um representante e cada representante recebe um voto.
- Você é um? - Perguntei, olhando em seus olhos.
- Infelizmente, não. Desde que eu sou um dos chefes, eu escolhi outra pessoa em minha família.
- Quem?
Nixon mordeu o lábio, fazendo o anel em seu lábio brilhar a luz no quarto.
- Chase.
- Oh. - Assenti. - Isso é bom, então.
- Genial -, Nixon disse secamente, enquanto seus olhos caíram na porta onde agora Chase andava para dentro.
- Todo mundo está presente -, anunciou o vovô. -É permitido para cada representante do Comitê falar em nome de sua família. Eu irei ser o último considerando o assunto para discutir.
Isto foi seguido por vários grunhidos e movimentos de cabeça.
- Eu vou primeiro.
Alguém deu um passo à frente. Eu não o reconheci, mas senti como se devesse.
Parecia ser uns anos mais velho que eu, muito provavelmente da idade de Nixon. Seus olhos percorreram a sala e depois caíram sobre mim.
- Tracey, certo?
A voz dele tinha um leve sotaque. Não tinha certeza se ele estava zombando, ou se era só a forma na qual sua voz soou. Eu assenti com a cabeça de qualquer maneira e esperei que continuasse falando. Nixon ficou tenso ao meu lado, quando o menino se aproximou.
- Fausto Assante, a seu serviço.
Ele deu um largo sorriso e inclinou sobre minha mão, seus lábios estavam quentes nos meus dedos enquanto ele roçou um beijo neles. Eu podia jurar que ouvi Nixon rosnar ao meu lado.
- Agora.
Fausto levantou a sua altura máxima e se destacou acima de mim e inclinou a cabeça para um lado, com um olhar cético e metódico. Se eu não tivesse tido minha cota de lutas com caras quentes este ano, provavelmente iria ter engolido minha língua. O tipo era tão bonito, só que alguma coisa sobre ele era fria.
- Sua versão da história, se você não se incomodar. - Quando estiver pronto, Tracey.
- Minha versão? -, disse. - Isso significa que ainda tenho algo a dizer? - Apontei o dedo para Phoenix. - Depois do que ele fez para mim? Ok, Fausto. Disse seu nome como uma maldição. - Minha versão mais ou menos se resume a uma única palavra. Violação. Aquele cara sentado ali me bateu, machucou e então tentou me estuprar. Quando eu disse que não, ele disse que sim, quando eu empurrei, ele empurrou de volta, então sim, basicamente essa é a minha versão. Eu poderia ter morrido se Chase e Nixon não tivessem intervindo.
- Você não sabe disso. - Os olhos de Fausto arregalaram. - Afinal, se o que você está usando agora é uma indicação do que você usa no dia-a-dia, eu diria que você é uma puta.
Nixon me empurrou para trás e parou em frente a Fausto.
- Tem que estar brincando, quem diabo pensa que é?
Fausto sorriu.
- Simplesmente estou constatando um fato. Se uma mulher está pedindo algo e não é cuidadosa, bem, ela vai ter exatamente o que merece.
Nixon girou com força e acertou Fausto no queixo, mandando-o para o chão.
- Alguém mais se importa de dizer a Tracey o que ela merece? Vá em frente.
Sua respiração estava entrecortada, enquanto eu estava ali e esperava que alguém mais falasse. O vovô se moveu para estar ao lado dele, como Chase fez. O resto dos homens na sala mudaram em seus pés e olharam para mim. Eu queria morrer no ato. O que era tão ruim sobre uma t-shirt e calça jeans? Eu conscientemente puxar minha camisa para baixo, de modo que cobrisse minha bunda. Talvez o Fausto estivesse certo. Talvez de alguma forma eu causei isso. Olhei para minhas mãos trêmulas. Braços quentes me cercaram e eu soube no mesmo instante a quem pertenciam. Não a Nixon, não ao vovô, mas a Chase. Me inclinei em direção a ele. Seu cheiro, tudo nele era familiar.
- Eu tenho algo a dizer -, disse Chase, ainda me segurando. Todos os olhos estavam fixos nele.
- Devia ter matado esse bastardo no minuto que o vi em cima de Tracey, para ser honesto, a única razão por que eu não fiz é porque eu estava salvando a honra dela. Então se alguém tem algo a dizer, diga agora. Estamos perdendo tempo, e honestamente cada respiração que aquele idiota dá me ofende tanto que eu quero esmagar sua traqueia.
O resto do Comitê sussurrou entre si e assentiram. Um homem deu um passo à frente.
- Nós não precisamos ouvir mais nada. Sr. Alfero?
O vovô parecia marcado. Ele se afastou de Nixon e parou em frente Phoenix.
- Você fez dano a esta família pela última vez.
Phoenix sorriu.
- Tenho sérias dúvidas sobre isso. Afinal, é só uma questão de tempo de que se deem conta de quem é. E quando o fizerem, não haverá nada que possa salvá-lo. Nem teu poder, nem teu dinheiro e nem o teu nome. Eles virão para todos vocês. E eu vou estar sorrindo do inferno.
Um bastão foi entregue ao vovô.
Me senti pálida.
Balançou com força e bateu na cabeça de Phoenix, enviando-o ao chão com um grunhido.
O vovô virou.
- Sua escolha, Tracey. Tome uma decisão.
Olhei para todos os olhos com expectativa ao meu redor. Os braços de Chase ainda cercado de minha cintura. Lentamente, me soltei e me aproximei do corpo inerte de Phoenix. Um chute entre as pernas é realmente tudo o que precisava. Eu gostaria de pensar que seria impossível para ele ter filhos e envenenar a terra com seus descendentes. Ele estava inconsciente, mas sorri com a ideia de ele acordar com uma dor tão insuportável que iria desejaria a morte.
- Ele vive -, sussurrei, indo em direção a Nixon. - Você lembra de tudo o que você me disse sobre as acusações que iria colocar nele?
Nixon assentiu com a cabeça uma vez.
- Feito. - Respirando aliviada, me aproximei Nixon, mas ele se virou para falar com Fausto, que nesse momento já estava levantando e se manteve de pé.
Chase manteve seus braços abertos. Eu entrei neles e apoiei minha cabeça contra seu peito.
- Deveria ter me deixado matá-lo.
- Lamento estragar sua diversão -, murmurei.
Chase suspirou.
- Não é divertido. Era só satisfação.
Horas mais tarde, Phoenix acordou, gritando de dor. Nixon tinha entrado em contato com o pai de Phoenix e lhe pediu para se reunir com a gente no lugar.
Dean De Lange entrou e perguntou: - Phoenix, o que você fez?
- Sim. - Nixon bufou. - O que você fez?
Phoenix sorriu. O sangue mancha os dentes, onde tinha sido perfurou várias vezes.
- Você acha que pode me calar? Pai, adivinha quem é a nossa pequena Tracey? Você deve saber, afinal de contas, já que matou seus pais.
- O que? - O Sr. De Lange empalideceu e permaneceu sem palavras ante seu filho. - O que diabos você está falando?
- Acabou. Eu não sou estúpido-, Phoenix falou. - Você matou eles. Eu sei tudo e agora eles também.
- Não, eu não matei -, seu pai repetiu, mas suas palavras foram silenciadas, pelo som de uma arma de fogo. Eu dei um grito abafado quando ele caiu no chão, sangue estava por toda parte. Eu olhei para Nixon, mas ele pareceu tão surpreso quanto eu. Por outro lado, o vovô, não estava surpreso em tudo. Na verdade, foi o que apontou a arma.
- Acabou. - Disse o vovô com a voz rouca.
Phoenix riu de sua posição no chão, sangue descendo do queixo dele.
- Oh, está longe de acabar... você tem alguma ideia do que acabou de fazer?
- Matei o homem que matou meu filho -, gritou o vovô.
- Menti. - Phoenix sorriu. - E agora você nunca vai saber. A propósito, parabéns por ter matado o único homem de pé no caminho para me tornar chefe. Você só comprou minha liberdade.
- Como o diabo fez! - Nixon deu um passo à frente, mas o vovô estendeu a mão para detê-lo.
- A guerra está chegando-, Fausto disse atrás de mim.
- Os Sicilianos estão vindo. - Phoenix riu do chão.
- Deus nos ajude a todos. - Chase amaldiçoou e me levou para fora da sala, amaldiçoando em siciliano todo o caminho.
CAPÍTULO 34
Não tive notícias de Nixon ao longo do dia. Chase estava estranhamente quieto quando me levou para o meu quarto. Pela primeira vez estava bem com o fato de ele ter uma arma, quando olhava em volta de mim para qualquer pessoa medíocre.
Uma vez que chegamos ao meu quarto, eu perguntei,
- Guerra? E os Sicilianos?
Chase blasfemou. Eu nunca o tinha visto tão fora de controle, mas parecia a dez segundos de perdê-lo.
- A nossa família, tem sido encarregada de manter a paz há mais de cem anos, Tracey. O seu vovô apenas deu um tiro no chefe da máfia De Lange a sangue-frio. Quem sabe o que vai acontecer com Phoenix? Nem temos como matá-lo ou comprar o seu silêncio. Você não pode simplesmente entrar e matar pessoas.
- Sim, eu entendo essa parte. Mas não é a máfia, que é ...
Chase blasfemou.
- Tracey, escute, não entende claramente. Não quero os Sicilianos aqui. Inferno que eu não quero eles nem na Sicília. Se eles vêm, e se eles souberem tudo o que aconteceu ... Merda!
Ele deu um pontapé para na cama.
-Mas eles não sabem. Quem é que vai dizer?
Chase olhou para mim como se eu fosse louca.
-Tracey, você viu todos os homens lá? Você se dá conta de que alguns deles estão desesperados por dinheiro ou acesso a parte boa? Você não pode controlar as pessoas, e tão certo como o inferno que eles não podem deixar de olhar por si mesmos.
- O que isso significa para ... para todos nós?
Perguntei, anestesiada sentado na cama.
- Isso significa que vamos enfrentá-los. Juntos. - Disse uma voz da porta.
Fiquei em silencio e olhei para cima. Nixon tinha um olho roxo e lábio ensanguentado.
-O que aconteceu?
Nixon sacudiu a cabeça e piscou para mim.
- Não se preocupe. Empacote suas coisas, você vai embora.
-Vou?
Ele me ignorou e olhou para Chase.
-Prepare uma bolsa.
-Espere um momento! - Ergui as mãos no ar. -Você não pode simplesmente me dizer para ir!
- Tracey. - Nixon beliscou a ponte de seu nariz. - Seu avô e eu decidimos que é mais seguro para você estar comigo em todos os momentos. Eu não posso simplesmente estar em seu quarto a todas as horas, sem que as pessoas saibam. E não é nada seguro.
- Então eu vou ser uma prisioneira na casa de meu avô?
- Claro que não. - Nixon sorriu. - Você vai ser uma prisioneira na minha.
Chase bufou.
- O que foi isso? -, Nixon disse bruscamente para Chase.
- O ar. Tossi. Vou trazer uma mala. - Ele entregou a Nixon minha pequena mala e disse. - Eu te amo, Tracey. Eu estarei esperando por Nixon. Eu acho que é melhor se todos discutirmos o assunto em conjunto.
- De acordo -, disse adeus e virei para Nixon. -Você perdeu sua mente.
- Provavelmente.
Comecei a chorar baixinho. Quando as coisas tinham chegado a esse ponto? -Estou com medo.
- Nós vamos ter medo juntos. - Nixon murmurou, repetindo o que eu disse quando eu tinha seis anos. -Eu vou ficar com medo com você até que seu medo passe, certo?
- Certo.
- E vou salvar você de tudo isso, Tracey. Eu prometo.
- Isso é estúpido. - Eu ri em seu peito. - Os meninos não podem salvar as meninas.
- Tem razão. - Ele beijou meu rosto. - É o oposto, porque você me salvou, Tracey. Você me salvou quando eu tinha seis anos e me salvou agora.
- Fazendo que?
- Estando viva ... e me deixando te salvar.
- Estúpidas Meninas. Nós sempre precisamos ser salvas.
- Esses garotos estúpidos, sempre aproveitam a oportunidade para fazer.
- Te amo.
- Eu também te amo - ele disse me beijando. - Agora, vamos. Parece que teremos tempo de sobra para festa de pijama nos próximos meses.
- Sim. - Revirei os olhos.
- E ... - Nixon sorriu. - Talvez encontremos algum tempo para trabalhar nesse objetivo que você tem antes de morrer.
- Que objetivo?
- O objetivo. - Me olhou de cima e para baixo. -Você sabe, não morrer virgem.
- Idiota. - Eu joguei um travesseiro nele e ri.
- Ei, eu só estou me oferecendo para ajudar com a lista de objetivos!
Monroe entrou na sala.
- É verdade? - Ela olhou de Nixon para mim e novamente Nixon.
Ele assentiu.
Ela fechou os olhos e soltou um suspiro pesado.
- Eles vão vir para todos nós.
- Eu sei. - Nixon caminhou para ela e a puxou para um abraço. - Mas vamos estar preparados.
-Promete?
-Prometo.
Ele pegou sua mão e veio até mim. Nós nos abraçamos e começamos a pegar o resto das coisas no quarto. Ia ser uma longa noite, mas não tão longa como a restante do ano escolar seria. Quem disse que a vida era chata claramente não foi a Eagle Elite.
Notas
[ 1 ] Jet-lag: também conhecido como descompensação de horário, é produzido o desequilíbrio entre o relógio interno de uma pessoa (que marcam os períodos de sono e vigília) e o novo tempo que é definido como as viagens aéreas longas distâncias, através de várias regiões do tempo.
[ 2 ] Marca de roupa.
[ 3 ] Desinfetante feito de álcool etílico para lutar contra os germes
[ 4 ] Forever 21 Loja americana de vestuário com filiais nas principais cidades da América Latina, América do Norte e Oceania.
[ 5 ] Faz referência ao princípio japonês que diz que a energia faz parte de todos os seres vivos e que pode ser traduzido como "fluxo de energia vital".
[ 6 ] Jersey Shore foi um reality show produzido pela MTV norte-americana que segue oito pessoas que moram em uma mesma casa, seguindo seus afazeres diários na costa da Nova Jersey americana
[ 7 ] Twizzlers: é uma marca popular de doces com frutas nos Estados Unidos e no Canadá (muitas vezes chamado de alcaçuz ou doce de alcaçuz)
[ 8 ] Bonita em italiano.
[ 9 ] Quando para escrever um ensaio ou a descrição em inglês gramaticalmente correto, então denominado "Composição de inglês"." Composição de inglês.
[ 10 ] Escola de adolescentes ricos, poucas coisas reais das quais ocupar-se e todo o tempo do mundo para explorar as tentações que a cidade de Nova lorque pode oferecer.
[ 11 ] A Aposta: filme estrelado por Ryan Reynolds e Sandra Bullock, seu nome em inglês é The Proposal.
[ 12 ] Filho de uma arma é uma exclamação ou de um substantivo em Americana e Inglês Britânico . Ele pode ser usado encorajadoramente ou para elogiar, como em "Você filho de uma arma, você fez isso!" Ou pode ser usado sarcasticamente, como em "Você filho de uma arma, isso não é assim que se faz!"
[ 13 ] Skittles: é uma marca de doces de geleia de fruta, os doces são diferentes e nas cores do arco-íris.
[ 14 ] A frase em inglês é "To walk the plank" que se refere a caminhar sobre a prancha como um castigo de piratas.
Rachel Van Dyken
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